Potencialidades em Cascalho da Plataforma Continental Portuguesa a Norte do Canhão Submarino da...

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COImm. S,rv. Geol. PortuGal, 19S0, t. 66, p. 227-240 Potencialidades da plat aforma em cascalhos e areIas continental portuguesa (1) Poe ]. M. , \r,vElRINHO DiAs*, J. H 1PÓLITO j\'fONTEI RO* e Luís C. GASl'AR* PafIlVTIl$-.;have: Sed imcntos. Cascalho, Arei a, Plataforma contincntal, P ortugal. Resumo: Com base na análise de .;;erca de .500 amostras de sed imentos não consoli dados procedeu -se ii, prospecção prévia de ca scalhos e da plataforma portuguesa. j 'oram detec t ados 10 depósitos de casc..'l Lho, de ent re os quais, os ma is in teressantes se 10eali7,am a norte <lo canhão da Nazaré. O depósito com rndhorcs características situa-se ao largo da foz do rio Lis. O tcor médio em cascalho é de 54 % se ndo o conteúdo cm (média: 0.6 %), e a componeute ]liogénica pequena (9 % na fracção arenosa e 5% na fracção eascaLhellta), localizando-se a pequenas prof u ndidades (entre os 32 ln C OS 80 m) e perto da costa (entre os :j km e os 15 km). O est ud o das areias conduz iu à conclusão de que existem na plataforma portuguesa interessantes depósitos de sed imentos arenosos. ressaltando-se as arcias litontis a nortc do canhão da Nazaré (arcias médias. bem calibradas. com fracção silto-argilosa muito roouúda e componeute biogénica pequena). De UIII modo geral as areias da plataforllla a sul do canhão da Xazaré são mais finas e do qu e as existentes a norte do referido acidente. Abslra(l: ,\ general sur\'ey base<! on i he colleçtiou of about.500 samp!es was undertakcn to e\'aluatc the sam! and gra\'el po t elltial 01 the continental shell. \\ 'c wece able to recognue 10 gra"eI depo;;its bl'ing the m05t interesting ones Nortl l oi the Nazaré Can}'on. 'fhe with the potential is locatcd oH the L i.;; Ri"er moutb and has of grayel . very li tt!e mud contcnt (0,6 %) and a smal! biogenic component (9 "0 01 the sand fracrion and .5 0 0 of tile gr3,\'el fraction). This dC ll osit is at shallow dcpth (3:"! lo 80 m) and ncar tbe (3-15 km). By studyiug t h e sa ml dcposits Wc reached th e condusion that the most interesting deposits of samlr scdiments are loc ated north 01 the Nazaré canyon (well medium sizc sands. with mud content and small biogenic componcnt). South of the Nazaré cauron sectiments are Ilner and more biogenic t han :;\onh of the canyon. 1. INTRODUÇÃO Devido ao forte crescimento industrial c urbano dos países mais desenvolvi do s, temvSC verificado uma progressiva escassez - no abastecimento de cascalhos e areias aos principais polos de descn v volvimento. Consequentement e, os preços des t es produtos têm aumentado substan ci almente. quer devido à procura crescente, quer porque o trans v porte rodoviário, mais longo, onera de modo extraord in ár io estas matéri as-primas (ARCHER , 1973). Na busca de novas fontes de abastecimento tem-se prestado cada vez mais atenç ão a explov rações não tradicionai s. Na sequênci a dest es esforços têmvse realizado campanhas de pros v pecção, principalmente nas plataformas co nti v nentais dos palses da CEE e Américas. A exploração de jazigos submarinos assim detectados iniciOUvse alguns anos, tendo \\-EX;;;: ( 1969) estimado a produção mundial a partir destes jazigos em cerca de 45 milhões de metros clibicos/ano. A cabeça dos países explo- radores de jazigos não tradicionais. deste tipo, destaca-se o Reino Unido com \lma produção da ordem dos 13 milhõ es de toneladas/ano ( HILL . 1914- ), registando-se ainda de certo significado no J apão. hlândia e Estados Cnidos. Embora o peso que estas explorações apresentam na totalidade da produção em casca- {I I Trabalho elaborado no âmbito do P roject o l. L5 -Re- conh ecimento Geológico e Iuvcntariação dos Hecursos Mine- rais ria )Iargem Portuguesa. COlllun. apresent ada no I Encont ro de Geociêneias , em Lisboa. (Dez. 1979). Divisão de Goologia )farinha dos Servi<;05 Geológicos dc P ortugal.

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COImm. S,rv. Geol. PortuGal, 19S0, t. 66, p . 227-240

Potencialidades da plata forma

em cascalhos e areIas continental portuguesa (1)

Poe

]. M. , \r,vElRINHO DiAs*, J. H 1PÓLITO j\'fONTEIRO* e Luís C. GASl'AR*

PafIlVTIl$-.;have: Sedimcntos. Cascalho, Areia, Plataforma contincntal, Portugal.

Resumo: Com base na análise de .;;erca de .500 amostras de sedimentos não consolidados procedeu-se ii, prospecção prévia de cascalhos e da plataforma portuguesa. j 'oram detec tados 10 depósitos de casc..'lLho, de entre os quais, os ma is interessantes se 10eali7,am a norte <lo canhão da Nazaré. O depósito com rndhorcs características situa-se ao largo da foz do rio Lis. O tcor médio em cascalho é de 54 % sendo o conteúdo cm (média: 0.6 %), e a componeute ]liogénica pequena (9 % na fracção arenosa e 5 % na fracção eascaLhellta), localiza ndo-se a pequenas profundidades (entre os 32 ln C OS 80 m) e perto da costa (entre os :j km e os 15 km).

O est udo das areias conduziu à conclusão de que existem na plataforma portuguesa interessantes depósitos de sedimentos arenosos. ressaltando-se as arcias litontis a nortc do canhão da Nazaré (arcias médias. bem calibradas. com fracção silto-argilosa muito roouúda e componeute biogénica pequena). De UIII modo geral as areias da plataforllla a sul do canhão da Xazaré são mais finas e do que as existentes a norte do referido acidente.

Abslra(l: ,\ general sur\'ey base<! on ihe colleçtiou of about.500 samp!es was undertakcn to e\'aluatc the sam! and gra\'el potelltial 01 the continental shell. \\'c wece able to recognue 10 gra"eI depo;;its bl'ing the m05t interesting ones Nortll oi the Nazaré Can}'on. 'fhe with the potential is locatcd oH the L i.;; Ri"er moutb and has of grayel . very li tt!e mud contcnt (0,6 %) and a smal! biogenic component (9 "0 01 the sand fracrion and .5 0

0 of tile gr3,\'el fraction). This dCllosi t is at shallow dcpth (3:"! lo 80 m) and ncar tbe (3-15 km).

By studyiug t h e saml dcposits Wc reached the condusion that the most interesting deposits of samlr scdiments are located north 01 the Nazaré canyon (well medium sizc sands. with mud content and small biogenic componcnt). South of the Nazaré cauron sectiments are Ilner and more biogenic than :;\onh of the canyon.

1. INTRODUÇÃO

Devido ao forte crescimento industrial c urbano dos países mais desenvolvidos, temvSC verificado uma progressiva escassez - no abastecimento de cascalhos e areias aos principais polos de descnv volvimento. Consequentemente, os preços destes produtos têm aumentado substancialmente. quer devido à procura crescente, quer porque o transv porte rodoviário, mais longo, onera de modo extraordinário estas matérias-primas (ARCHER, 1973). Na busca de novas fontes de abastecimento tem-se prestado cada vez mais atenção a explov rações não tradicionais. Na sequência destes esforços têmvse realizado campanhas de prosv pecção, principalmente nas plataformas contiv nen tais dos palses da CEE e Américas.

A exploração de jazigos submarinos assim detectados iniciOUvse há já alguns anos, tendo \\-EX;;;: (1969) estimado a produção mundial a partir destes jazigos em cerca de 45 milhões de metros clibicos/ano. A cabeça dos países explo-radores de jazigos não tradicionais. deste tipo, destaca-se o Reino Unido com \lma produção da ordem dos 13 milhões de toneladas/ano (HILL. 1914-), registando-se ainda de certo significado no J apão. hlândia e Estados Cnidos. Embora o peso que estas explorações apresentam na totalidade da produção em casca-

{II Trabalho elaborado no âmbito do Projecto l. L5 -Re-conh ecimento Geológico e Iuvcntariação dos Hecursos Mine-rais ria )Iargem Portuguesa.

COlllun. apresentada no I Encontro de Geociêneias , em Lisboa. (Dez. 1979).

• Divisão de Goologia )farinha dos Servi<;05 Geológicos dc Portugal.

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lhos e areias desses países seja dim inuto no H_eino L;nido (AIWHER, 1973), 3% nos Estados Unidos (ElI'IERY, 19(5), menos de ] % na .Alemanha (LÜITIC, 1973), - os valores globais têm tendência a aumentar, principalmente após se ter compro-vado a rcndibilidade da exploração destes jazigos. Existem já fimlas britânicas que colocam à venda, na costa alemà do mar do Norte, cascalho extraido de jazigos submarinos, cujos preços são concorrenciais com os cascalhos extraídos do H.eno ou do \Vesser (Lt TTIC, 1973) .

As reservas dc areias das platafomlas cont i-nentais são imensas, estimando-se que, só nas plataformas atlânticas, estes depósitos cubram cer-ca de 80 podendo corresponder, prova-velmente, à procura por muitos séculos . As reservas em cascalhos não sào tão abundantes, mas foram já detectados extensos depósitos os quais poderão, também, assegurar os fornecimentos durante muitas décadas (EMERv, 19(5).

Embora os problemas de abastecimento em cascalho e areia se não coloquem em Portugal com a mesma acuidade e premência com que se re\"clam nos países mais industrializados da CEE, há já indícios de uma progressiva escassez destes materiais (e consequente encarecimento), princi-palmente nas regiões menos ricas em depósitos sedimentares recentes. Com o crescente desenvol-vimento industrial e expansão urbanística, é previsível que, dentro de alguns anos, Portugal lutará também com problemas de reservas de cascalhos e areias análogos aos que actualmente preocupam os restantes países da Europa indus-trializada .

No âmbito do proj ecto Reconhecimento Geoló-gico e Avaliaçlio dos Recursos .Minerais da lI-Iargcl!t Continental Portnguesa, iniciado em 1975 no Serviço de Fomento rllineiro e a =: '_ c1almente a decorrer nos Serviços Geológicos de Portugêll, foram efectuados cinco cruzeiros na plataforma continental, em que um dos objectivos foi a reco-lha de amostragem do fundo flue permitisse loca-lizar zonas ricas em sedimentos grosseiros (casca-lho e areia) snsceptíveis de eventual exploração económica. Os cruzeiros ACj75/ 1 ,NTAROA), AC/76/1 "LIVRA) e _AC/77/2 ,(FBIO,) foram efec-tuados com o navio id'\R P Almeida Carvalho,) do

Institulo Hidrográfico. Nas campanhas de amos--tragem "TROL-h e MC/7/75 ,(PEN ICHE. utilizou-se o navio «Mestre CosteirOi) da Secretaria de Estado das Pescas. Estes trabalhos conduziram à recolha de cerca de 500 amostras, distribuídas por 30 linhas de amostragem e '7 manchas de prospecção, as quais cobrem, se bem que em malha larga, a totalidade da plataforma continental (fig.1 ).

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Fi g. I Mapa d" amostragem. As linha, ident ificadas por caracteres ro m a nos {I " Vil) indicilm li dos perfis scdimento!ógicos re feridos !lO texto e reprod uzido,; nas figuras

7 [l 13.

2. TRABALHOS ANTERIORES

E ntre 1910 e ]930 publicou o i\finistério da l\'larinha cartas l itológicas submarinas visando fundamentalmente o inventário dos fundos para

pescas . !\ào obstante a hoa qualidade do tra-balho realizado, pri ncipalmente se se tiver em con ta que foi realizado há já meio século, as informações que daí se podem extTair são vagas c limitadas. A amostragem foi classificada de forma expedita. não tendo sido publicado, à excepção do trabalho de Gm.ms (1915-16), quais-quer outros elementos baseados em estudo mais pormenorizado das amostras colhidas.

0$ restantes trnbalhos p ublicados visando a cobertura sedimentar recente da plata forma são em número diminuto c visam zonas locali zadas da plataforma ou aspectos sedimentológicos parti-cu lares: GrEsET. e STEBOI.D (1968), NU'M'El{ (1969). GlJ<:RT.OFF, SCHRor·:nrm-LAK2 c Wl.E::<rEK:L,; (19i O), l\'lOl'<i'I'RIRO c MOITA (197 1), :'I-fOI'l'A (1971), L IMA (1971) , !vlf:uEREs (197'_1).

3. MÉTODOS

A norte do Cabo H.aso a amostragem foi colhida predominantemente com colhedor tipo Shipek. A sul do rcíerido cabo utilizaram-se colhedores t ipo Van. Veell, o sucedendo nas amostras da mancha de prospecção junto a Peniche.

O tratamento laboratorial da amostragem ioi realizado pelos métodos em uso no laboratório de Geologia l\Iarin ha á dat a de realização do trabalho, isto é, ataque com peróxido de hi dro-génio para remoção da matéria orgânica; lavagem com água destilada com o objectivo de retirar o cloreto de sódi o e outros sais dissolvidos; separação das fracções finas e areia por peneiração cm via húmida a 63 il (1 pj; c separação das fracções arenosa c cascalhenta por peneiração a seco com peneiro de 2 mm (- 1 As fracções finas foram desfloculadas com hcxametafosfato de sódio 0, 1 N após o que se determinaram, por pipetagem, aS quantidades de silte (entre 4 e 8 p) e de argila (menor que 8 ti).

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A fracção areia foi peneirada a intervalos de r, o mesmo acontecendo à fracção çascalhenh

quando presente cm quantidade superior a 5% da amost ra .

Em muitos casos, o peso da amostra dispo-nível para peneiração era in ferior ao sugerido por Wcntworth (IümrI"IBEIN" e Pr:1vrrJoH)Z, 193.s). A regra empírica de W"entworth relaciona o diâmetro do elemento de maiores dimensões com o peso da amostra a ser colhida. o que implica que haja visualização do sedimento antes da colheita. Ao amostrar a cobertura sedimentar da plataforma é impossfvel, a menos que se utilizem técnicas especiais (televisão, fotografia), as quais nos eram inacp.ssiveis . visualizar o tipo de sedimento q l W

vai ser colh ido. Fica-se, porta.nto, sujeito a efectuar a colheita c, a posteriori, verificar se a amostra é ou não representativa, tendo em atenção o elemento de maiores dimensões colhido. .Entre rejeitar as amostras, tendo em atenção o critério de \ Ventworth, ficando sem dados desses locais, e aproveitar a informação correndo o risco desta es tar afectada. por certa margem de erro, optAmos por esta última hipótese, rejeitando unicamente as amostras que possuíam nítida insuficiência de material. l\lesmo nestes casos, entrou-se em linha de conta com as características observáveis para, em conjugação com as amostras próximas, deli mi tar os depósitos.

As fracções resultantes da peneiração da areia foram objecto de exame com lupa binocular, utilizando método análogo ao descri to por SUF.Pt\RV e l\Ioolm (19M), estabelecendo para cada fracçii.o, por identificação de 100 grãos, as percentagens de cada uma das seguin tes onze classes de ele-mentos: Quartzo , Mica, Agregados (fragmeufos de rocha e Outros Terrígeuos, Glall-conite, Furaminíferos Foramil/iferos bel/tónicos, Moluscos, Equinodermes, Ol/tros Bio-gélticos (restos de organismos diferentes dos al/te-riormente C:OJlsiderados) e Não ldentificados. Com base na composição de cada· uma das fracções determinou-se a total da areia.

Com os dados da peneiração construiram-se as curvas cumula livas e determinaram-se os parâ-metros estatísticos da fracção areia+cascalho das amostras pelo método de IKll.-\:\ (1952).

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A listagem dos resultados laboratoriais obt idos, bem como a amostragem, encontra-se arquivada nos Serviços Geológicos de Portugal.

4. DELIMITAÇÃO UE DEPÓSITOS ARENO-CAS-CAI.HENTOS

Adoptou-se no presente trabalho a cla.<;siri-cação textural proposta por NICKI.I::SS (1973) c utilizada em trabalhos de avaliação de depósitos arenosos c cascalhcntos efectuados pelo dnst itu le of Geological Scicnces •. A classificação, que com-preende 13 classes (fig. 2), ba<;eia-se em diagrama

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f 'NOS 'S'"l

NÃO ElO'LOfIAVEL

" F ig. 2 - Diatrama das categorias descritivM uMuas na das.<;ificaço1o d c e cascalho: l -Cascalho; Tl-Ca .. -calho lodoso; 111 - CasCillho muito lodoso: J V- Casc.1Iho a re noso: V _ Cascalho a n:: nQ!W lodoso: V l _ Cascalho arenoso mnito lodoso: VII - Areia cascalhenta; VI 11 - Areia casca· lhenta lodosa; lX - Aro)ia cascalhenta milito lodosa; .x

Arcia; XI - Areia lodosa; X11 - Arcia muito lodosa.

triangular cujos polos são: cascalho, arei a e lodo (silte+argil a). É de referir, todavia, que utilizá-mos como limite dimensional su perior da areia os 2 mm e não os <\ mm usados por KrcKU::SS.

Segundo a classificação adoptada, o primei ro indicc com que se en tra em linha de con ta é o conteúdo em finos . Se estes excedem 40% da amostra o sedimen t.o é considerado como não potencialmente explorável. Depósi tos com menos de 40% de finos são d ;L<;.<;ificados segundo a razão areia/cascalho, obtendo-se deste modo quatro

grupos de classes: areia, em que a razão arcia/cas-calho é su perior a [9: [; areia cascalhcnta, em aquela razão vari a entre 19:1 e 3:], casca/Iro arenoso, determinado pelos valores compreendidos entre 3:1 e 1:1; e cascalho, em que a razão referida toma valores à unidade. Cada um destes grupos de classes 6 constituído por três tcm10S di fe renciados pelas palavras muito lodoso se o conteúdo em finos excede 20% da amostra mas é inferior a 40%, lodoso. se o somatório das percentagens de argila c sille estiver compreendido entre 10% e 20%, ou sem designação especial se o depósito apresentar menos de 10% de finos.

Os depósi tos sedimentares que apresen tam melhores caracterlsticas do ponto de vista de evcntual exploração são os pertencentes às classcs I , IV, VU e X, isto é, os que apresentam conteúdo em finos inferior a 10%.

Utilizando os métodos acima referidos. efec-tuou-se a classificação da amostragem e fOu-se um mapa (fig. 3) com a distribui ção, na plataforma continental portuguesa, dos depósitos enquadráveis nas di ferentes classes de NICKJ.r:SS.

C0l11 0 o conteúdo em bioclastos é im portante sob o pon to de vi sta da ex plomção, pois pode constituir factor ini bi tório para a utilização dos agregados em determinadas aplicações ou pode, por outro lado, ser objecto de exploração para al'}roveitamento dos carbonatos, apresenta-se UlIl1-bém um mapa, com a distribuição na plataforma, da componente biogénica na fracçaoarenosa (fig. 4) .

Apresentam-se ai nda dois mapas, um com a distribuição, na plata forma po rtug'uesa, dos valores de dii metro phi médio (1'.1 0) da fracção maior que 631'- (areia + cJ:L<;calho) (fig. 5) c outro com a distribuição dos valores da medida phi de dispersão (o p) para a mesma fracção (fig. 6) . Tais mapas most ram as caracleristicas granulo-métricas dos sedimentos, as quais estão referidas no texto na parte descritiva de cada depósito.

Nos mapas apresentados não se introduzi u informação na zona correspondente à plataforma en tre os cabos EspicheI e Raso porque a densidade de amostragem é ai escassa, mesmo para lima prospecção prévia como a q ue levámos a caho. Esta zo na foi estudada por MONTEmo c l\IoITA

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LEGENDA

Cu colno

Co"õ:l t:.:..!J C .... lhO .,eno.O

o".;. O,,.; .. : .. U . ... ":' •• • • •

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0.. lN .. " .

Fig. :1 _ Map« ele dos N ICKT,ESS (1 !l7:1). 05 principais depósitos c,,;;calhcntos estão por

C I a CIO.

(197 1) que, haseaoos n!l análise de elevado número de amostras, apresentam a distribuição dos sedi-mentos nesta parte da plataforma portuguesa. . Segundo os autores referidos, '0 tiPo textura/, areia aparece em duas zonas: a) 1mma faixa lüoral que vai até aproximadamente à batiméirica dos 50 m e b) numa faixa '{'/te acompanha o desellho da batimétrica dos 200 m e se estende

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231

DI STRIBUIÇÃO

" COMPONENTE

BIOGÉNICA

" AREIA

" Fig. 4 -- !I[npa de dis:ribuiçM da componente biogél'lica da

areia.

mire os 1 'W 1n e um pouco mais ,dos 200 ln de pro-futulidade. E11lre estas faixas mfflosas encOlllram--se (. .. ) o tiPo [exlmal (. . .)>>. Os autores mencionados encontraram ainda, «junto ao litoral (. . .) manchas isoladas com percentagens mais elevadas de cascalho, correspondendo às zOllas s1tjeitas aclualmente a maior energia e que se situ.am junto às pontas salientes do litoral, no

232

...

.0'

DISTRIBUiÇÃO

'" VALORES DE MÇJ

AREIA .. CASCALHO

(1-4111 )

Ê2J M f1<O

, . U MJI >2

Fig .. - )Iapa de !I(IS va lore, do diâmetro li mólio da areia + casca!ho. A -- grosseira; 13 -- .\reia

C - Areia r'lla

caual de saída tias águas do Tejo e nas zonas de cOJlvergf:lIcia da ondulação».

Junto ao canhão da Nazaré também se nota, nos referidos mapas, ausência de Trata-se de zona com caractcristicas sedimento-lógicas e hidrodinâmicas particulares cujo estudo ex ige mÇtodo$ próprios, pelo q ue nflo foi incluída no presente trabalho .

DISTRIBUiÇÃO

'" VALORES

"

EIJ 0"11'< 0.50

, • <J"tI,!,G(I

["ig-. 6 - ,Ilapa de (llstrilluiça" \ aloreS'\la p de Jispcrsào ,Ia a reia + cascalho. A -- nelll cali brado; B - - -'Iode-

rfld3111ellt" cal ihrado; C-1I ta l cali brado.

5. OCORRÊNCIAS DE DEPÓSITOS CASCALHEN-TOS NA PLATAFORMA CONTINENTAL

Os depósitos cascalhento;;, cuja ex istência foi detectada pelo da amostragem colhida, encontram-se assinalados no mapa da figura com as siglas de C1 a CIO. As caracterís ticas mais rcle'v'an tes dos depósitos principais estão rcsu-

miclas no Quadro T. As figuras 7 a 13 mostram cortes através dos depósitos mais importantes e

baseados no estudo sed imeLtológico da amos-tragem.

5. A - D epósitos cascalhentos localizados a norte do canhão da Nazaré

Com base nos elementos colhidos, os depósitos cascalhen!os desta zona da plataforma cOllsti -tuem mancha mais ou menos cüntínua que, desde o paralelo que passa pela foz do rio Lis se estende até à plataforma ao largo de Viana do Castelo. Na sua maioria localizam-se a profundidades infe riores a 80 metros. Poden: individualizar-se quatro manchas principais:

C 1 - Mancha de Viana do Castelo. Está repre-scntaua por duas amostras, uma per-ten cente à elasse TV e outra à classe I de NICKI-ESS. Provenientes de profulldi -dades de ]00 metros, apresentam com-ponente hiogénica muito importante, quer na fracç;1 o arenosa, quer na fracção cascalhenta.

233

C 2 - Depósitos cascalhentos da plataforma entre Aveiro e Viana do Castelo. Estão representados por 25 amostras de fundo, 10 das quais pertencentes à classe I na classificação de NICKLBSS e as restante::> ao grupo IV. São constituídos por scdi -mentos com a ltas frequênci as de cas-calho (25% a 84%) e componente bio-génica pequena, quer na arcia (0 % a 2S?.{,) q·lcr na fracção cascalho (0% a

Em geral as amostras represen-tam sedi mentos grosseiros (diâmetro I·j médio para areia+cascalho entre -1,57 p e 0,82 pj, com calibração pequena a média, apresentando curvas granulométricas das fracções superiores a 63 I.t 3.proximauamente simétricas ou

empoladas quer na zona dos gTossciros quer na dos finos, reve-lando ainda tendência platicúrtica . As amostras representativas destes depó-sitos dist ribuem-se cntre os 35 metros e os 100 metros de profundidade, a dis-tâncias da costa que variam entre 1 e

QlJADHO 1 -Caraderlsticas dos principa is depósitos de cascalho·

I

I I I

I

C2 C3 , U C5 CU C7 CIO I

,

-I - -- - - - ------ - _ ._---

K.o de pon-I I tos amos-

1 trado3 . . , 25 5 Ü 7 " 9 3

Profll 11 clida- ' ,

de ;,ij (:15· 100) 75 (55-105} 53 117 (100-145) 55 (30-65 13 (30-60) 37 (32-41) I

ho. ·17 % (25· 84) :1 2 % 54 % (39-6 r. ) ;)1 % (29-59i 50% (27-73) 32 % (25-411) 31% (25-35)

Areia .- " 0 .' l o (1 4-75) 67% (fj 46 % (3,,-6.1) ·16% (:19-68) 1 (26-73) 67 % (.50-75) I (.j9-6R)

Finos 1 (0-7) 0 .8% (0-2) 0.6% (0-2} I 3°/ (2-6) I 0.5% (0-1) O..'i % (0-2) (1-,';) '" I

5%, (0-28) 29% (-1 -8 1) fl;';, (2-26) (6j · IOO) 8% (6-3I) 7'1';;, (.'1 1-96) I I

ll iogénic. no l cascalho .1 .5 % (O-Hi) 25 % (:{-89) 5°·' (1 · .21) (44-100) 10% (.2-33) 1.2 % (i-2;;) (lG-.'lO) N

Viam. mé-dio -0,85 ( 1,57 0.50 (- O,3i) -1,0 (-1.27 - 1,101- 0," 1- 1,041-0,' - 0,46 - 0,71 ( - 0 .66

" 0. 82) " - O,i;; " -0.57 ) <I. - 1.74) a - 1,85) (0,24 a - I) I a - O.iO) Ca 1ihraç,ao

11.10 (O,fi:!" 1.18) 11 .19 (0 .. ii 1.1.">71 11.1 9 (I ,06 a 1,5 IJ!I.2Ô (I ,-l3 a 0,98) (cr p) . 11.45 (O, ,';G :lo l , lIü) i 1 1,2(\ (0,6 a 1.71

• O valor fora p;u,,"tesis indiça a média. Os nllores entre parêntesis referem-se ao domínio de va riação.

234

25 kms . Os perfis reproduzidos nas figu-ras 7 c 8) revelam as caractensticas de algumas das amostras destes depósitos.

C 3 - Depósitos cilscalhentos da plataforma entre Aveiro e o paralelo da foz d o Lis. Foram colhidas 4 amostras nestes depó-sitos, os q uais parecem constituir o pro-longamento, para sul, dos depósitos antes referidos. O conteúdo em cascalho é elevado (25% a 38%), sendo as amos-tras representativas bastante defici-t árias em partículas fi nas (0,2-% a 1,3%). A componente biogénica parece aumen-tar grad ualmente para suL Efectiva-mente, a am ost ra menos bioclástica localiza-se no extremo norte da mancha (4,6% das fracções maiores que 63 fL) e a amostra com componente biogénica ma is abundan te encontra-se no ext remo sul (82% d,Ls fracções maiores que 63 [.1.) tendo as amostras localizadas en tre as atrás referidas composição intermé-dia (vide fig. 9) .

C ,1 - - Depósitos cascalhentos situados ao largo da foz do rio Lis . Foram colhidas \.l amostras de fundo nestes depósitos, as quais indicam a existência de sedi-ment os grosseiros de boas caracterís-ticas (vide fig. 9). Efectivamente, a amostragem aí recolhida possui altos conteúdos em cascalho (39% a 65%) e em areia (35% a 63%) sendo a compo-nente lodosa despredvel (inferior a 2%). A biogén ica é reduzida tan to na fracção arenosa como na cascalhenta. No geral , as amostras apre-sentam-se pouco calibradas, com peque-nas assimetrias para a banda dos finos (medidas phi de assimetria positivas mas próximas de zero), revelando-se ligeiramente leptocúrticas. As amostras referentes a est es depósitos foram reco-lhidas a profundidades que vão dos 32 aos 80 metros, variando a distância à cost a entre os 3 km e os 16 km.

5. 13 - Depósitos cascalhentos situados entre o canhão da Na zaré e o Cabo Raso

Com os dados disponíveis é poss ível inferir q ue existem dois tipos de depósitos cascalhent os nesta zona. Uns, b iogénicos, representados no mapa da figura 3 pelas manchas S\V e cent ral (referenci adas por C 5), e outro a NE desta zona, bastante mais terrígeno, o qual parece prolon-gar-se para sul , embora modifique gradualmente a composição, tornando-se bastante mais biogé-mco .

C 5 - Depós itos ca scalhentos entre Peniche e o Cabo Raso a profundidades superiores a 100 metros . Trata-se de sedimentos q ue, apesar de apresentarem valores para o diámetro !) médio que se podem consi-derar bons (-1,19 em média), com cali-bração moderada (média : 1,1), são essen-cialmente constituídos por elementos bio-géni cos . Por outro lado , o fado dos pontos onde foram colhi das as amostras repre-sentativas apresentarem afastamen to apreciável da costa (22 km a 48 km) e profundidade mais elevada que as dos depósitos atrás referidos (100 m a 14ó m) pem1ite in ferir que o interesse destes sedimentos, no concernente a eventual exploração, é· menor.

C li - Depósitos localizados a NE da zona. Apre-sen tam maior interesse económico poten-cial llo referente a agregados . Foi aí efec-tuada curta cam panha de amostragem (amostragem P E) em que se recolheram 32 amostras de sedimentos não consoli-dados (mapa da fig. 1). Esta mancha de sedimentos grosseiros parece prolon-gar-se para sul em disposição grossei-ramen te paralela à costa, verificando-se, nas amost ras estudadas, aumento subs-tancial da componente biogénica nesse sentido. Todavia, as ilações que se po-dem extrair do estudo das três amostras que permitem supor este prolongamento para sul poderão estar, como é óbvio, afectadas por alta incerteza. No concer-nente aos depósitos amost rados na cam-

panha PE, o estudo granulométrico indica tratarem-se de sedimentos bas-tante com componente lodosa desprezível, sendo a componente biogénica reduzida. Os valores deter-minados para os diâmetros médios das amostras sào sistematicamente nega-tivos (0,5 a - 1,85) o que evidencia o carácter bastante grosseiro da amostra-gem, sendo a calibração, em geral, moderada a pequena. O estudo da amostragem permitiu ainda conclui r que sedimentos apresentam distri-buições granulométricas aproximada-mente simétricas (média da medida phi de assimetria = 0,02) revelando, no geral, tendência leptocú rtica.

5. C - Depósitos cascalhentos da plataforma entre os cabos Espichei c S. Vicente

No geral, os sedimentos não consolidados desta zona são mais finos que os das zonas consi-deradas anteriormente. No referen te a cascalhos, foram detectados dois pequenos depósitos junto à linha da costa.

C 7 - Depósitos cascalhentos existentes entre a Arrábida e Sines. Efectuou-se, nesta zona, campanha adicional de amostra-gem (amostragem TR), na qual se reco-lheram 59 amostras de fundo. Destas, 20% das amostTaS pertencem à classe 4 de KICKJ,ESS (cascalho arenoso), repre-sentando depósitos pouco profundos (entre 30 c 60 metros), com reduzido conteúdo lodoso e poucos biogénicos. A calibração destes sedimentos é pe-quena a moderada.

C 8 - Depósito cascalhento da foz do rio Mira. É um depósito que está mal definido, porquanto foi aí colhida uma única amostra, a qual corresponde a um cascalho arenoso. A fracção cascalho é constituída por 47% de componente biogénica (essencialmente conchas de moluscos) e 52% de elementos terrígenos. cm grande parte fragmentos de xisto .

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5. D - - Depósitos cascalhentos da plataforma algarvia

A plataforma algarvia é, no geral, bastan te mais lodosa que as zonas da plataforma viradas a oeste. Existem aqui ex tensas áreas classificáveis, segundo a terminologia adoptada, como não exploráveis. Detectaram-se, todavia, dois depó-si tos cascalhen tos.

C 9 --- Depósito de S. Vicente. Está represen-tado por uma única amostra de cas-calho arenoso colhida a ] 25 metros de profundidade, na qual 87% da fracção cascalhcnta e 98% da arenosa são bioclastos .

C IO - Depósitos de cascalho arenoso de Albu-feira. Colheram-se três amostra...;; neste depósito , as quais indicam tratar-se de sedimen tos com conteúdo importante em A profundidade média é ele 37 metros (vide fig . ] 2).

ü. DEPÓSITOS DE AREIA DA PLATAFORMA

Como se pode observar no mapa da figura 3, a maior parte da plataforma continental portu-guesa virada a oeste está coberta por sedimentos enquadráveis nas classes X e VII da classificação de NTC.KJ,ESS, isto é, areias e areias cascalhentas.

a) Areias litorais ao norte do canhão da Nazaré. (Vide fig. 10). Trata-se de areias média!; (média dos diâmetros \; médios: 2,67 tI com um domí-nio de variação entre 1,65 !? e 3,24 ó), bem cali-bradas, sem cascalho e com componente argilo--siltosa muito reduzida. A componente biogéllica da areia é pequena (média 3,8%) variando entre 1% e 8% . A componente dominante é sempre consti tuída por quartzo, g'eralmente sub-rolado, notando-se cm algumas amostras bimodalidade acentuada no referente às do rola-mento, verificando-se que o quartzo é subangu-10so nas fracções mais grosseiras e sub-rolado a rolado nas fracç.ões mais finas onde se localiza a moda principal. O conteúdo em terrígenos, à

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excepção do C]uartzo, é sempre substancial. A presença de mica é caraclerística constan te, apre-sentando, todavia, grande \'a riabilidade na quanti-dade relativa em rela ção à a mostra, indo de vest i/:,:rial (inferior a 1%) a 20% . Com os dados apurados é possh'c1 verificar que existe tendência para as amostras serem mais grosseiras nas ime-diações da foz do "ouga e progressivamente mais finas para norte e su l. Também no referente ao conteúdo em micas a região ela foz do Vouga parece constituir Z01M de charn eira, porquanto as amostras colhidas a sul e em fren te não apresen tam senào micas vestigiais; para norte e sul es te conteúdo aumenta substan-cialmente atingindo 14% perto do Porto e 20% perto de S. P ed ro de l'\Iuel. No referente à cali-bração, constata-se que existe tendência para as amostras serem menos bem cali bradas para sul. É possí vel q ue a tendpncia para a variação pro-gressiva destas características est eja em relação com os sedimentos debi tados pelo Vouga .

b) Areias grosseiras da mnncha central a norte do canhão da Nazarê. ('Vide fig. 7 e 9) . Trata-se de areias cascalhen tas com alto conteúdo cm t errí-gcnos, sendo essencialmente constituídos por quartzo. A componente cascalhenta é por vezes importante. A com ponente biogéni ca é, por via de regra, reduzida , tanto na areia como 110 casca-calho. Parece exi stir relação íntima entre estes sedimentos e as manchas cascalhentas iltrás des-critas, porquanto os elementos obtidos indicam que se passa gradativam ente de uns a outros sem grandes va ria ções composicionais .

c) Areias da zona de Peniche. São areias e areias cascalhentas que se encontram, em grande parte, na dependência das manchas de sedimentos cascalhentos anteriormente descritos. Kesta região também a componente cascalhenta das amostras tem tendência a aumentar com a profundi dade . Foram aqui colhidas 32 amostras, das quais 20 pertencem às classes I e IV e 12 às classes vn e X da classi fica ção de NrCJ.,;.LESS. As médias dos valo-res determinados para a totalidade da amostragem são: com ponente cascalhenta :33% ; componente a renosa 67 %; componente silto-argilosa 1 %; hiogénicos na areia 8%; biogénicos no cascalho

1>1%. Estes depósitos arenosos prolongam-se para su l até, pelo menos, ao Cabo Haso , registando-se, todavia, aumento no conteúdo em biogénicos e diminui ção do diâmetro ph i médio .

ii) Areias e areias cascalhentas da zona de Tróia. E nq uadrada por um conjunto de acidentes geo-morfológicos (Foz do Sado, Pen ínsula de Setúbal, Canhão de Setúbal, Cabo de Sines) que Hle confe-rem características sedimentológicas di sti ntas das da restante plat aforma, existe nesta zona mancha de depósitos areno-cascalhentos situada a peq uena proftmdidade. As características mais significa-ti vas dos depósitos de cascalho arenoso j i foram a trás descritas .

Foram recolhidas, nesta zona, 70 a mostras de fundo, das q uais 59 no cruzeiro Me Gj75 *TRúl A» o as restan tes 11 no cruzeiro AC 7G/ 1. (jLIVEA" . Pretendeu-se, com as primeiras, caracterizar o depósito areno-cascal hento, e com as segund as, determinar a variaç,ão das características para norle e para S111. A principal mancha de amos-tragem é limitada a orien te pela li nha de costa, tendo a norte a desembocadnra do Sado e a su l o can hão de Setúbal. Pelo estudo de amostragem conclui-se <lne 50% da zona é coberta por areias caSCéllhentas (classe v rr da classificação de

30% por areias (classe X) e 20% por cascalhos a renosos (classe IV). As manchas deli -mitadas a partir dos elementos colhidos sugerem não haver diferenças genéticas significa tivas entre as amostras das diferentes classes. Em todas as amostras foram detectadas, ao lado de fragmentos biogénicos inteiros com aspecto de mui to recente, fragmentos muito parti dos, por vezes extrema-mente corroídos, frequentemenle com aspecto ferrug inoso. É de notar, tambpm, que o quartzo apresenta frequentemen te aspecto fe rruginoso, em-bora os fragmentos quartzosos hialinos e leitosos sejam, de igual modo , abundan tes. No referente ao rolamen to , a maioria dos gràos de quartzo são rolados a sub-rolados mas t ambém nestas carac-teríst icas se noti!. bimodalidade, porquanto o quartzo subangu loso não é, de modo algum, raro. Todas estas características sugerem mistu ra de materiais diferentes, possivelmente derivado da resposta de um depósi to sedimentar mais antigo a condit,:ões hiclrodinàmicas diferentes. E stes

depósitos seriam, portanto, palimpsésticos (SWll"f et aI., 1971), os quais, aliás. são na plat;lforma portuguesa.

No referente à componente biogénica, esta é, cm geral, pequena. A média da totalidade da amos-tragem é de 22% de biogénicos, com um domínio de variação enlre 5% e 50%. As amostras com maior conteóuo em bioc\astos localizam-se, por via de regra, na parte norte da mancha . Cerca de 47% da amostragem revelou possuir diâmetro I; médio entre O e 1 V enquanto em das amostras e::;se diâmetro se encontra entre --1 ;j

e O li, o que evidencia o carácter baslante grosseiro dos sedimentos desta zona.

A calibração é moderada (média; 0,87) apre-sentando, no geral, preponderância da parte gros-seira da distribuição sobre a mais fina (medida phi de assimetria negativa) e caracteristicas mesocúrticas, embora as amostras pouco plati-cúrlicas n ão !iejam raras. Estes depósitos prolon-gam-se para sul tornando-se, lanto quanto é possível inferir com os dados colhidos, progressi-vamente mais finos e melhor calibrados, esten-dendo-se em mancha su blitoral contínua até Sines.

e) Are ias da plataforma ent re Sines e S. Vicente. (Vide fig. lI ). São, no geral, areias com fracções silto-argilosa:; e cascai bentas reduzidas . O tcúdo em biodastos é sempre importante consti-tuindo, frequentemente, a componente principal da areia. A fracção cascalho, quando existe, é sempre biogénica. A componen te biogénica da areia é bastante variada na sua composição, ressaltando, além dos fragmentos de conchas, as espículas de equinodermes, briozoários e forami-níferos, 05 quais constituem llluitas vezes a com-ponente dominante da fracção biogénica.

As areias são, no geral, finas, registando-se que quase 80%) da amostragem analisada apre-senta diâmetro r médio entre 2 çl e 3 Ka maioria, a fracção > 63 ll. re,·ela-se bem cali-brada, havendo mais de 50% das amostras com ti" p menor que 0,50. Em termos gerais, pode dizer-se que as distribuições consideradas (areia+ +cascalho) são simétricas ou ligeiramente empo-ladas na parte grosseira da distrihuição e pia ti-cÚ rt icas .

237

f) Areias da plataforma algarvia. A plataforma algarvia. está coberta essencialmente por sedi-mentos areno-silto-argilosos. Como se pode obser-var no mapa da figura 3, os da maior parte desta zona enquadram-se na classe XfIr do diagrama de Nro.:::u;;ss, isto é, não são explo-ráveis. Parte importante é ainda ocupada por areias e cascalhos com fracção silto-argilosa supe-rior a 10%. Se se excluir a mancha de am.Jst ragem junto a Faro-Albufeira, cerca de 78% das amostras colhidas têm fracção si lto-argilosa cm quantidade superior a 10% e perto de 45% possuem essa fracção fina em percen tagem superior a 40% do sedimento total.

Todayia, junto à costa, a pequenas profundi-dades, encontram-se sedimen tos mais grosseiros (vide fig. H e 13), enCJuadráveis geralmente na classe IV do diagrama de )1ICKU:SS (areia casca-lhenta), mas que localmente podem mesmo assumir características de cascalho arenoso.

Ko decurso do cruzeiro AC 76 /1 efectuou-se mancha (le amostragem na platafonna interior junto a Faro-.Albufeira com o propósito de cardctcrizar um dos depósitos atrás referidos. Das amostras recolhidas, oito provieram desses depósitos, as quai s pcmli tiram determinar, «grosso

as caracteristicas destes sedimentos. Ke3ta lOna, a percentagem média da fracção

cascalhenta é de 20% e a fracção silto-argilosa está, em média, reduzida a menos de 3%. A com-ponente biogén ica da areia é de 20% com um domínio de variação cntre 14% e 28%. No easca-iho, os bioclastos são um pouco mais abundantes, atingindo a média o valor de 32%, com uma va ria-ção 18% e 55% do total da fracção cas-calho. Tanto nesta fracção como na arenosa, a componente biogénica é dominada por conchas e fragmentos de conchas de moluscos.

A componente terrígena da areia sempre , constituída maioritariamente por siliciclastos. ü tipo de quartzo dominante em todas as observadas é o hialino, embora em algumas amos-tras o quartl.O leitoso atinja proporçõe.:; signifi-cativas. Qua.nto à. calibração, estes sedimento3 são pouco calibrados (média -....o I ,:W).

As amostras referidas encon tram-se a pequena profundidade (entre 13 e 26 metros), adq uirindo

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com o aumento de profundidade carácter progres-sivamente mais lodoso. Refira-se que a cerca de 40 metros as amostras denunciam já sedimentos areno-cascalhentos lodosos os quais passam mais ou menos gradativamen te a lodos (classe XlII de N ICKLESS) .

Quer por se localizarem a pequenas profundi-dades, quer pela sua prox imidade da costa (a cerca de 5 km), quer pelas características meteoro-lógicas da região, estes depósitos parece apresen-tarem perspectivas bastante boas para eventual exploração, em bora a existência de percentagem não desprezível de bioclastos possa limitar a aplicação dos agregados que daqui venham a ser extraídos.

7. PROBLEMAS RELACIONADOS COM A EX-PLORAÇÃO

Do que atrás ficou dito, pode concl uir-se que existem na plataforma con ti nental portuguesa alguns depósitos de cascalhos e areias que apre-sentam boas perspectivas quanto a eventual expiDração. Todavia, é preciso entrar em linha de con ta com o im pacto que a destes jazigos pode ter no meio am biente, ° qual se revela sob duas importantes facetas inter-rela-cionadas: as perturbações verificadas no meio físico e os desequilíbrios produzidos no meio biológico.

No caso eoncreto da plataforma portuguesa haVErá que analisar convenien temente q uais os reflexos que t ais explora ções teriam, por um lado. no litoral, e por outro, nas pescas. A expe-riência colhida no deeurso da exploração de jazigos submarinos noutras plat aformas poderá revelar-se auxi li ar valioso.

Quanto ao impacto no meio fí sico, este poderá certamen te ser mi nimizado se o jazigo explorado fo r consti tuldo por sedimentos relíquia, pois que es tes são independentes dos depósitos moder-nos (EMERY, 19ü5). A identificação c caracteri-zaçflD, na plataforma portuguesa, dos sedimentos depositados act ualmente e dos que o não foram , trabalho esse que está presentemente a ser efec-tuarlo, possibilitará ter indicações sobre o grau de impacto, no meio físico, da exploração, pois

que, com esses dados, será possível saber qual a medida de interdependência entre estes sedi-mentos e a sedimentação actual .

Para avaliar qual será o impacto no meio biológico, é necessário t er ideia dos parâmetros ecológicos do local. A exploração, não progra-mada, dos depósitos, poderá afectar a cadeia alimentar, provocando distúrbios, que poderão ser graves, no ambiente biológico da área. Pode referir-se, a tí tulo meramen te exem plificativo, que a redu ção da penetração da luz provocada pela exploração de depósitos com conteúdo silto--argiloso elevado, inibe o crescimento de certas algas, tendo , consequentement e, efeitos secun-dários na fauna especializada associada (SHELTON, 1973). Por outro lado, estas explorações pojem ter como consequência o aumento de produtividade biológica (SHEL'l'ON, 1973) . A exploração de cascalhos, no Báltico, conduziu a um melhora-men to do ambiente e a um acréscimo substancial das populações p isdcolas (HILL, "[9 7<1).

O problema revela certa complexidade, só podendo ser analisado através de estudos m ulti-di sciplinares. É, todavia, assunto de capital importincia, pois poderá possibilitar a exploração racional das riquezas da plataforma cuja avali a-ção só agora se iniciou.

8. CONCLUSÕES

A análise dos elementos colhidos cond.1ziu à detecção de dez depósi tos de sedimen tos casca-lhen tos, os mais importan tes dos q uais, q uer no que se refere a extensão, quer à composiçãc , se localizam na plataforma a norte do canh ão da Nazaré. O depósito mais in teressante quanto a possibilidades de exploração é o referenciado por C4, q ue se localiza ao largo da foz do rio Lis. Efectivamente, é o que apresen ta maiores teores em cascalho (média : 54%), sendo o conteúdo em biogénicos muito pequeno e a component e silto--argilosa desprezível (vide Quadro 1) . Simultanea-men te, o depósi to localiza-se a pequena profun-didade (cerca de 50 metros em média) e bastan te próximo da cost a .

Os depósitos cascal hentos de Peniche (C ,3) e Aveiro - Viana do Castelo (e 2) re velam também

características posicionais, textumis e composi. cionais interessantes quanto a possibilidades de exploração.

De um modo geral, pode afirmar·se que os depósitos localizados a sul do Cabo Espichei revelam interesse secundário pois que as áreas por eles abrangidas são pequenas, apresen tando teores em cascalho menores e componente biogé· nica maior que os depósitos do nortc.

No respeitante a areia.c" também a platafomla a norte do canh ão da Nazaré é a que apresenta maiores potencialidades. H.essalta·sc, sob o ponto de vista de exploração, a mancha con tin ua de areias litorais que, IXlr via de regra, se encon tram limitadas a oeste por dcpósitos cascalhentos. Po-dem aí ser encontradas desde areias ri na.,> a areias ca::;ca1hentas, cujos conteúdos cm bioclastos são, em geral, muito reduzidos (inferiores a 10%),

Na platafornla a sul do canhão da. as areias são, em geral, mais finas e biogénicas, Deste panorama destacam-se, pela sua compo-sição e localização, as areia.'> da pLataforma pró-ximo de Peniche e as de Tr6ia, perto de Setúbal, as quais se encontram as..c;ociadas a depósi tos cascalhentos, e ainda as da plataforma interior entre Faro e Albufei ra. Trata-se de sedimentos com conteúdo cm fi nos c bioc1astos inferiores à média dos depósitos existen tes a sul do canhão da Nazaré, em que os diâmetros phi médios (M 0) tomam valores negativos, evidenciando o carácter grosseiro destes sedimentos.

A interpretação da reflexão sísmica efectuada aq uando das campanhas de amostragem permi· tirá delimitar com maior exactidão os depósito::; referidos bem como averiguar qual é o seu com· portamento em profundidade,

9. AGRADECIMENTOS

Às guarnições e tripulações dos navios ... '1 RP Almeida C'\rvalho. do Instit uto Hidrogr,Hico e .rt'lcstre Costei ro. da Secretaria de Estado das Pescas agradecemos toda a cooperação prestada du rante a reali;-;ação dos cruzeiros.

Pela mui ta dedicação que revelaram no decor-rer do processamento laboratorial da amostragem, bem como em tarefas subsequentes, agradecemos

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ainda às funcionárias do'> Serviços Geológicos de Portugal, ROSA LOURENÇO, rtiARGA1I:I DA H"':KRI-QUES e LEONOR SIMÕES.

A bordo estiveram também particip."ll1tes de outras instituições: L. SrMõEs L lt.1A (Universidade de Coimbra), J. SA..'1TOS D INIS, J. c. H.OSi\S LEI'l'ÃO e M. J. ABRU.NIIOSA (Uni versidade do Porto) , M. R. PALllF,IkO OTI::RO (Laboratório de Estud os Peüológicos e Paleon tológicos do Ultra-mar), J, iH. CA.I,DAS e F , SANTO!") (Instituto Hidro-gráfico), A. SILVA, A. CORREIA , E, SCHUMAN (est lld;mtes da Universidade de Lisboa), C, A. SILVA e J. SANTOS (Serviço de Fomento Mi neiro) e SEItAVnf CATURRA e ]. MOReiRA (Servi ços Geológicos de Portugal). A torlos agradecemos a boa colaboração e tra balho min ucioso durante os quartos a bordo.

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F ig. 9 - PerIil scdimcnto16gioo III (vide locaJi1:ação no mapa da fig. J) cortandoas arel..1.s litorais, 05 C 3 e C 4 e os sedimentos da plataforma exterior .

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Fig. lO-Perfil sedimcnto16gico I V (vide localização no mapa da fig. 1) ntravés: da. raixa de areias litorais entre o C<l.oh!o da Nazaré e o paralelo do Porto.

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