Portugal em África: as Companhias de Concessão Majestática em Moçambique (1890-1910)

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ISSN 18071783 atualizado em 02 de maio de 2014 Editorial Expediente De Historiadores Dos Alunos Arqueologia Perspectivas Professores Entrevistas Reportagens Artigos Resenhas Envio de Artigos Eventos Curtas Instituições Associadas Nossos Links Destaques Fale Conosco Cadastro Newsletter Portugal em África: as Companhias de Concessão Majestática em Moçambique (18901910) por Thiago Henrique Sampaio Sobre o Autor [1] A Política Colonial Portuguesa Com a perda do Brasil, Portugal começou a enxergar na África sua mais nova fonte de renda econômica. Até então a função dos territórios portugueses no continente negro era essencialmente o fornecimento de mão de obra escrava ao Brasil. Em 1834, Sá da Bandeira apresentou um projeto para o desenvolvimento dos territórios africanos. Um dos pontos do projeto defendia a abolição do tráfico negreiro, decretado em 10 de dezembro de 1836, para que se pudessem aproveitar os habitantes na produção agrícola local. Mas, isso seria possível apenas com investimento de capital. O projeto acabou fracassando, devido às resistências encontradas principalmente em Angola e Moçambique por falta de uma maior dominação e interesse dos traficantes de escravos. Não podemos esquecer que a presença portuguesa em África pouco evoluiu ao longo dos séculos XVI até a primeira metade do século XIX. Em Moçambique a ocupação era precária e dava largo espaço para o desenvolvimento de sociedades africanas [2] . A partir da década de 1850, período de relativa estabilidade política, Sá da Bandeira, agora como presidente do Conselho Ultramarino relançou seu projeto colonial. Os objetivos eram os seguintes: expansão territorial, maiores ligações entre a metrópole e as colônias e o início de uma economia agrícola. Essa política colonial dará poucos resultados até a década de 1880. Segundo Valentim Alexandre, em Angola, a tentativa de ocupação do litoral norte rumo à foz do Congo, ficase por Ambriz (tomada em 1855), face ao duplo obstáculo representado pela resistência das populações da zona e pela pressão britânica; no interior, a história deste período fazse de fluxos e refluxos em

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Portugal em África: as Companhias de Concessão Majestática emMoçambique (1890­1910)por Thiago Henrique Sampaio

Sobre o Autor[1]

A Política Colonial Portuguesa

Com a perda do Brasil, Portugal começou a enxergar na África

sua mais nova fonte de renda econômica. Até então a função dos territórios

portugueses no continente negro era essencialmente o fornecimento de mão de

obra escrava ao Brasil.

Em 1834, Sá da Bandeira apresentou um projeto para o

desenvolvimento dos territórios africanos. Um dos pontos do projeto defendia a

abolição do tráfico negreiro, decretado em 10 de dezembro de 1836, para que se

pudessem aproveitar os habitantes na produção agrícola local. Mas, isso seria

possível apenas com investimento de capital.

O projeto acabou fracassando, devido às resistências

encontradas principalmente em Angola e Moçambique por falta de uma maior

dominação e interesse dos traficantes de escravos. Não podemos esquecer que a

presença portuguesa em África pouco evoluiu ao longo dos séculos XVI até a

primeira metade do século XIX. Em Moçambique a ocupação era precária e dava

largo espaço para o desenvolvimento de sociedades africanas[2].

A partir da década de 1850, período de relativa estabilidade

política, Sá da Bandeira, agora como presidente do Conselho Ultramarino

relançou seu projeto colonial. Os objetivos eram os seguintes: expansão

territorial, maiores ligações entre a metrópole e as colônias e o início de uma

economia agrícola.

Essa política colonial dará poucos resultados até a década de

1880. Segundo Valentim Alexandre, em Angola, a tentativa de ocupação do litoral

norte rumo à foz do Congo, fica­se por Ambriz (tomada em 1855), face ao duplo

obstáculo representado pela resistência das populações da zona e pela pressão

britânica; no interior, a história deste período faz­se de fluxos e refluxos em

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escala limitada, sem avanços significativos. Em Moçambique, a luta conduzida

contra os senhores dos 'prazos' da Zambézia (mestiços africanizados ao domínio

português) saldou­se por um fracasso, culminando na derrota da expedição

enviada de Portugal em 1869. No campo mercantil, há um efetivo aumento das

relações entre metrópole e ultramar[3].

No último quartel do século XIX, os objetivos portugueses na

África se igualaram ao processo de expansão colonial de outras nações

européias, devido à ampliação da industrialização a outros lugares do globo. Os

países que começaram a se industrializar entram na fase do capitalismo

concorrencial, a partir disto fica determinado a urgência da expansão das

fronteiras de controle, a dominação das fontes de matérias­primas, a

transferência para lugares periféricos de produção de alimentos e a busca de

mão de obra a baixo custo[4].

Até 1885 não havia uma política colonial em relação à África,

cada potência tinha suas ambições territoriais no continente negro. Inglaterra,

Alemanha e França disputavam e procuravam estender as suas influências sobre

os territórios considerados mais vantajosos e lucrativos[5].

O direito histórico era usado até então para justificar a posse de

territórios. Na visão de Oliveira Marques, Portugal se mostrava de longe a mais

fraca das potências coloniais em aspectos militares, mão de obra, recursos

econômicos e a que mais se assentava em seus direitos históricos[6].

O projeto de colonização português em finais de XIX, inseriu­se

nas transformações sofridas pela sociedade europeia e no desenvolvimento do

capitalismo em Portugal. Apesar de ser uma sociedade capitalista dependente de

outras regiões, seus ideais coloniais tiveram forte teor nacionalista[7].

Portugal era uma nação essencialmente agrícola, sobretudo

quando comparada a outras potências que já haviam passado pelo processo de

industrialização, suas poucas indústrias tinham grande dependência econômica

em relação à Inglaterra[8].

A indústria portuguesa neste período estava em

desenvolvimento, os mercados consumidores em Angola e Moçambique foram

vistos como oportunidades para impulsionar a nação[9].

Portugal não era um país com grande potencial econômico, a

maior parte da renda da nação devia­se ao capital estrangeiro, principalmente

inglês. A partir da segunda metade do século XIX a Inglaterra era responsável

por 50% das exportações portuguesas e Portugal importava por volta de 37% a

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59% de suas compras neste país[10]. Era de fundamental importância para

Portugal manter relações comerciais com os ingleses, devido este não ter uma

capacidade industrial em finais de XIX, mas era desprezível para o mercado da

Inglaterra manter relações comerciais com os portugueses.

A Sociedade de Geografia de Lisboa elaborou um plano de

ocupação das zonas intermediárias (essa área, atualmente, corresponde a

Zâmbia, Zimbábue e Malawi) entre Angola e Moçambique. As pretensões

portuguesas para esses territórios ficaram conhecido como Mapa Cor­de­Rosa e

um de seus principais objetivos era relançar seus direitos históricos sobre uma

vasta localidade.

A reivindicação portuguesa sob as áreas pretendidas chegaram a

ser garantido por outras nações. A Inglaterra não os reconheceu. No final de

1889, Portugal iniciou uma campanha militar no interior da área reivindicada

contra o povo mokololo. A Inglaterra estrategicamente declarou proteção a etnia,

devido ao fato de ter interesse nessas áreas.

Em 11 de janeiro de 1890, o governo britânico apresentou o

ultimatum[11], intimando o governo português à imediata retirada de suas tropas

sob ameaça de quebra das relações diplomáticas e com possível retaliação

militar.

Posteriormente, o Tratado assinado com a Inglaterra em 11 de

junho de 1891, fez com que Portugal abandonasse suas pretensões anteriores no

continente negro. O acordo definiu as fronteiras atuais de Angola e Moçambique e

estimulou o governo português a exploração total dos territórios que lhes

couberam[12].

Pelas cláusulas do Tratado, a situação do território moçambicano

seria ultrajante para a coroa portuguesa desenvolver a província, visto que, o

comércio e navegação dos rios da região se tornariam neutros com a aprovação

do acordo pelo Parlamento português. Antônio Enes afirmava

A província de Moçambique, fechada ao

comércio e às indústrias nacionais, privada dos

rendimentos aduaneiros, arrumando­nos com o custeio dos

melhoramentos materiais e dos serviços da civilização,

inquietando­nos e vexando­nos com incessantes conflitos

motivados pelo regime comercial a que fica sujeita, será

como uma grilheta de forçado, que nem ao menos

poderemos limar sem consentimento e sem proveito do

nosso verdugo, interessado por isso em torná­la cada vez

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mais pesada e mais afrontosa. Desde que os nossos

domínios na África Oriental, não podendo ser nossos,

hajam de ser da Inglaterra, os ingleses saberão forçar­nos

a abandonar­lhos, talvez dando graças a Deus pelo

resgate![13]

O Tratado não era o fim dos problemas coloniais para Portugal,

a sua principal dificuldade seria como iria ocorrer à ocupação efetiva e o

desenvolvimento das suas localidades. Grandes porções dos territórios de Angola

e Moçambique ainda não se encontravam controladas, a metrópole portuguesa

precisou interferir, pacificando e desenvolvendo essas áreas. Tarefa que não

seria fácil devido às dificuldades econômicas enfrentadas pelos portugueses.

Após o acordo, iniciaram­se as Campanhas de Pacificação do

território moçambicano, cujo avanço integrou novas áreas à administração

metropolitana. Até finais da Primeira Guerra Mundial, a história colonial de

Moçambique caracterizou­se por uma constante atividade guerreira, motivada

pelas manobras de conquistas empregadas pelos portugueses para subjugar

tribos africanas[14].

Moçambique, até então considerado um território inexistente na

política colonial, estava sobre domínio de vários estados africanos. Segundo

Cabaço, devido às dificuldades para desenvolver a colônia, em diferentes

momentos nos finais do século XIX e princípio do século XX, setores do governo

português defendiam a venda do território moçambicano para que Portugal se

dedicasse e desenvolvesse Angola[15].

As Companhias Majestáticas em Moçambique

A dominação portuguesa no território moçambicano, até a última

década do século XIX, restringia­se à costa litorânea e a pontos isolados no

interior, ou seja, a ocupação era praticamente a mesma desde o início do século

XVII[16]. Muito diferente do que ocorreu em Angola, que era mais intensa e com

maior população portuguesa. As duas províncias ultramarinas eram objeto de

políticas coloniais distintas conforme os objetivos portugueses no início dos

Oitocentos. Angola servia como fornecedora de escravos e Moçambique, como

localidade estratégica para o fornecimento de matérias à Índia Portuguesa.

No início da década de 1890, Portugal passava por forte crise

econômica que impossibilitava investimentos nas colônias. Progressivamente, o

mercado colonial substituiu, em parte, o mercado europeu: o desenvolvimento

econômico após a crise de 1890 ­ 1891 terá como eixo a expansão colonial.

Todavia, o aproveitamento dos mercados africanos apenas será propício ao

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progresso de certos ramos agrícolas e industriais, nomeadamente a viticultura e

a indústria algodoeira. As dificuldades de escoamento de outras atividades

econômicas anteriormente prósperas (a criação de gado, a viticultura do Douro, a

horticultura e a fruticultura) persistiram. Além disso, o escoamento dos produtos

portugueses para a África viria a atingir principalmente a população branca que

progredia lentamente[17].

A crise econômica vivida na última década do século XIX não se

iniciou nesse período, mas era decorrente da perda de mercados consumidores

ao longo dos Oitocentos. Manuel Villaverde Cabral assinala que a crise sofrida por

Portugal começou a partir do ultimatum britânico. Segundo ele, só o ultimatum

britânico de 11 de janeiro de 1890, com o qual a crise, tem sentido estrito, se

inicia, é que pode ser visto em certa medida como um fator externo. Mas o

próprio ultimatum não deixa de remeter para as dificuldades mais antigas e mais

profundas que o Estado português vinha experimentando, desde há uma dezena

de anos em manter o seu domínio colonial sobre os vastos territórios africanos a

respeito dos quais pretendia possuir "direitos históricos". Por outro lado, é de

pensar de que o ultimatum tomou a dimensão de "catástrofe nacional", com que

efetivamente vivido por uma parte da sociedade portuguesa pelo menos, e se

teve consequências tão importantes no dano político­ideológico levando ao

mesmo tempo ao advento das tendências cesaristas e à erupção violenta do

republicanismo, e pondo seriamente em questão durante alguns anos o sistema

político monárquico liberal, tudo isto não podia deixar de se rever senão à

fragilidade mesma daquele sistema político, já submetido a outras pressões,

como aquelas a que aludimos anteriormente, em particular a propósito da

questão do restabelecimento do protecionismo cerealífero[18].

Como o governo não tinha capacidade econômica nem militar

para explorar a colônia, a solução encontrada era a criação de concessões para

Companhias Majestáticas e Arrendatários que seriam responsáveis pelo

desenvolvimento e manutenção da pacificação das áreas sob seus domínios.

As Companhias Majestáticas eram empresas fundadas com

capital privado que tinham o consentimento régio para certas vantagens

comerciais e administrariam as colônias por concessões de 35 a 50 anos.

A Sociedade de Geografia de Lisboa, em 1891, se posicionou

contra a criação de tais Companhias por considerar uma afronta à soberania

nacional. Em um parecer sobre o tema, a instituição indicou medidas que o

governo poderia adotar para empreender o desenvolvimento colonial em

Moçambique:

1. Deve ser rejeitada, como contrária ao

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direito constitucional português e como politicamente

inconveniente e economicamente errônea, a ideia de

entregar parte ou todo o território de uma província

ultramarina a ocupação e exploração de uma grande

companhia mercantil dotada de todos ou de quaisquer

direitos, privilégios ou poderes de soberania, ou de

jurisdição pública;

2. O Estado pode por uma remodelação de

sua política e administração colonial, e na espera legítima

dos seus direitos e interesses soberanos, promover e

garantir todos os incentivos, comodidades e seguranças

necessárias ao rápido desenvolvimento social e econômico

dos territórios que lhe pertencem em África, pelo capital e

trabalho particular, sob todas as formas de ação e

associação legal deles;

3. É particularmente oportuno renovar

junto do governo o voto de que em todas as concessões a

fazer para qualquer espécie de exploração comercial,

industrial ou agrícola na província de Moçambique, ou em

relação a ela se considere devidamente o estudo prévio da

natureza, importância e correlações econômicas e políticas

do objeto da concessão, muito especialmente no sentido de

verificar se deve ou não preferir­se a exploração e

administração direta do Estado;

4. Atendendo à urgência de desenvolver e

consolidar a ocupação efetiva de Portugal nos sertões da

província de Moçambique e de promover neles o comércio

e a civilização europeia, a Sociedade deve representar o

governo afirmando a necessidade de suscitar a afluência

de capitães e iniciativas nacionais que se dediquem ao

comércio, à agricultura, e a exploração das minas, e se

encarreguem da construção e exploração das linhas

telegráficas e dos caminhos de ferro que há de executar na

mesma província;

5. A Sociedade, rejeitando toda e qualquer

ideia de companhias com direitos majestáticos, deve

prócer com a possível urgência à elaboração de uma

memória, etc.[19].

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As Companhias Majestáticas teriam benefícios comerciais do

governo português na sua localidade e, em contrapartida, deviam se reger por

estatutos portugueses e ter sua sede social em Lisboa. Concedeu­se a

administração integral de vastas áreas com a obrigatoriedade, por parte das

sociedades concessionárias, de organizar uma força policial para assegurar sua

'pacificação', zelar pela sua colonização e proceder à construção de

infraestruturas. Como contrapartida, gozavam dos direitos de cobrar impostos,

explorar ou subcontratar a exploração do solo, do subsolo e das riquezas

marítimas nas costas do território, bem como da exclusividade no recrutamento

de mão de obra e na emissão de moeda e selos postais nos territórios

administrados[20].

Moçambique foi dividido pela metrópole entre as companhias da

seguinte forma: toda a parte setentrional, norte do rio Lúrio, dada à Companhia

do Niassa; entre o rio Ligonha e uma faixa sul do rio Zambeze, foi adquirido em

sua maioria pela Companhia de Moçambique e pela Companhia da Zambézia; no

centro da colônia, entre o limite meridional dos prazos e o paralelo 22, o sul do

rio Save foram entregues a Companhia de Moçambique e administração direta do

governo português restringiu sua administração apenas ao Distrito de

Moçambique, a uma pequena parte na zona de Tete e ao território sul do paralelo

22. A maior parte de Moçambique ficou ocupada por estar companhias, em 1900,

a área "era superior a dois terços da superfície total do país"[21]. Segundo René

Pélissier não houve modificações importantes em relação ao antigo regime dos

prazos, para ele, a escravatura apenas tinha mudado de rosto[22]. O Estado

português passava a ter direito de 7,5 de lucro líquido das Companhias[23].

O governo português exigia a participação nos lucros das

companhias e a garantia da recuperação do território após a expiração do prazo

do contrato. Os benefícios que cabiam às Companhias eram os seguintes: direito

de coletar impostos; construir pontes e vias de comunicação; poder para emitir

moedas e selos oficiais; monopólio da atividade bancária e de comunicação;

direito de transferência de terras e o monopólio do comércio colonial para a sua

localidade.

A Companhia de Moçambique, fundada em 1891 com capital

estrangeiro (Alemanha, Inglaterra, África do Sul), tornou­se a mais próspera[24].

Sua sede administrativa localizava­se em Beira, onde estabeleceu as estruturas

para governar a localidade, o controle e pacificação da população, a manutenção

de infraestruturas para medidas sanitárias e educativas, a coleta de impostos e a

emissão de moedas[25]. Durante sua existência, a companhia recrutou pessoas

para trabalhar em suas plantações e ajudou no fornecimento de mão de obra

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moçambicana para as minas na África do Sul. Na primeira década do século XX

ocorreram constantes rebeliões contra o regime de trabalho forçado que

abalaram a confiança da coroa portuguesa na empresa[26].

Ao contrário das demais companhias, a Companhia de

Moçambique não incentivou o trabalho indígena, o que provocou a imigração em

massa de população submetida a jurisdição das demais companhias[27]. Em

1892, a Companhia de Moçambique abriu três eixos de ocupação: (1) a margem

sul do Zambeze, onde recuperou os antigos postos de Administração e abriu

outros; (2) a linha do Pungue; (3) a costa sul do Beira até o Save. Em 1898,

havia em Beira 103 agentes da Companhia, contando com o governador; no

Zambeze, 14 agentes que cobravam o mussoco[28]; em Manica, 28[29]. Em cada

uma das suas diversas circunscrições territoriais a Companhia tinha de dois a

sete agentes que se limitavam a cobrar impostos.

Mousinho de Albuquerque fez duras críticas às companhias em

seu relatório Moçambique, 1896­1898. Segundo ele, a Companhia de Moçambique

não era "patriótica" por seus capitais pertencerem a cidadãos das "mais fortes"

potências na Europa[30]. Observou que a concessão de direitos majestáticos à

Companhia de Moçambique fora "um mal", ainda assim desculpável pelas

circunstâncias do fato. Dado que a concessão não podia ser anulada, restava pôr

em prática um conjunto de medidas para a nacionalização da economia

moçambicana, na esperança de que a colônia se desenvolvesse e

prosperasse[31].

A Companhia de Niassa fundada por alvará régio em 1890, o

grupo português que a inaugurou não tinha condições financeiras para a

manutenção da Companhia. Em 1892, um consórcio com capitais da França e da

Inglaterra comprou a concessão da empresa. Em 1894, iniciou­se a ocupação

efetiva da sua área no território moçambicano com a ajuda de militares do

Estado Português[32]. Em 1897, a Companhia tentou a pacificação da região do

Niassa, propondo a captura de chefes tribais daquela localidade, mas suspeitando

de uma grande resistência desistiu da empreitada. A companhia baseava­se no

sistema "chibalo"[33] de trabalho, que obrigava os moçambicanos a trabalhar em

campos de algodão, plantações e obras públicas. Esse sistema de trabalho

impedia a população de crescer economicamente e desenvolver sua própria

produção para comercialização[34].

O alvará que dava poderes a Companhia de Niassa tinha

validade por vinte e cinco anos, aumentados para trinta e cinco pelo decreto real

de 16 de março de 1893, que fixou em $ 1.000.000 o capital social da

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Companhia, Portugal ficaria com 7,5% dos lucros da Sociedade e da propriedade,

e depois de trinta e cinco anos poderia ficar com os bens da Companhia. René

Pélissier assinala que o Estado tinha concedido aquilo que só nos mapas lhe

pertencia, mas que de certeza lhe não pertencia, podemos pensar que os poderes

públicos de 1891­1893 não ficaram a perder com esse negócio, que dissimulava

intenções que ninguém confiava[35].

Até final da década de 1890, a Companhia de Niassa mostrou­se

um fracasso devido a sua baixa receita ($ 8.000 em 1895) e assim continuou até

início do século XX. A receita da Companhia começa a melhorar com a entrada

de um grupo britânico (sul­africano) no Conselho de Administração da

Companhia[36]. A partir de 1899, a Companhia começou a participar das

campanhas de pacificação, transformando­se em uma "máquina de conquista"[37]

que se assemelhou ao exército colonial existente na província de Moçambique.

Vale ressaltar que a região administrada pela Companhia de Niassa foi

responsável pelo maior número de recrutamentos de mineiros que se mudaram

para o Transvaal.

Podemos analisar que ao longo da sua administração na região

do Cabo Delgado ocorreu uma evolução no movimento comercial registrado. Esse

progresso ocorria de forma irregular devido à insegurança no interior do

território e à concorrência alemã a norte a britânica a oeste[38]. Entre 1891 e

1903, apesar das oscilações, houve tendência de aumento no movimento

comercial na taxa de 84,3%. Como vemos na tabela e no gráfico abaixo

Evolução do Movimento Comercial Registrado no Cabo Delgado, 189­

1903 (em contos de réis)

Fonte: VILHENA, Ernesto Jardim. Companhia do Nyassa.

Relatórios e Memórias sobre os territórios. Lisboa: Typographia da "A Editora",

1905, p. 412.

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Fonte: Tabela anterior.

Apesar dos números, René Pélissier, afirma que a princípio, a

Companhia do Niassa seria a verdadeira encarnação da especulação financeira e

da fraude e depois do parasitismo colonial. Sem desenvolver, nem cultivar a

concessão recebida, a não ser na costa, e sem ter minas ou trânsito que

rendessem, atravessou todo o período de suas atividades na cobrança do imposto

e na exportação da mão de obra para o Transvaal até 1912, ano em que a

maioria dos investidores passou a ser alemães e que tinham anseios de anexar o

território moçambicano futuramente. O pós­Primeira Guerra foi apenas uma

sucessão de represálias contra as populações que tinha colaborado com a

Alemanha e de escândalos abafados até a retirada de sua concessão pelo Estado

em 1929[39].

No mesmo período das Companhias Majestáticas, coexistiram as

Companhias Arrendatárias de Prazos, que eram submetidas às primeiras. As

mais importantes foram a Companhia da Zambézia (1898), a Companhia do

Borror (1904), a Companhia do Luabo (1904) e a Societé Du Madal (1906).

A Companhia da Zambézia possuiu o estatuto de semi­

majestática, sua origem remonta da concessão feita pelo governo a Paiva de

Andrada, que compreendia as minas de ouro da Zambézia, posses até então

inexploradas pelo Estado[40]. Em 1879, em Paris, constituiu­se a Sociedade dos

fundadores da Companhia da Zambézia, devido a um decreto que declarava que

sua concessão só seria efetivada quando ela tivesse o mínimo de capital

suficiente para a exploração integral da sua localidade. Inicialmente

impossibilitada de capital, foi forçada a ceder parte da sua área à Companhia de

Moçambique. Em 1892, com o investimento de capital inglês, oficialmente surgiu

a Companhia da Zambézia. Seus principais setores de atuação eram a indústria

mineral, a agricultura e o desenvolvimento da navegação no rio Zambeze[41].

René Pélissier atesta que ficaram entre 120 a 130 prazos, nas

fronteiras, a norte do Zambeze e a oeste do Chire, a sul do Zambeze e a oeste

do Luenha e do Mazoé, seriam arrendados em abril de 1892 a Companhia da

Zambézia. Em 1894, a Companhia da Zambézia recebeu prazos a leste do Chire.

Subalugou­os, em partes, às Companhias Arrendatárias em Quelimane, a fim

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delas extrair duas únicas riquezas: o imposto de capitação (o mussoco) e os

trabalhadores. Nos primeiros anos da sua existência, teve forte atividade

repressiva e predatória. Subalugava a quem quer se julgasse capaz de cobrar o

imposto e pagar a renda. Com o progresso das Campanhas de Pacificação, as

terras altas do distrito de Quelimane, bem como a Angônia (Tete), rapidamente

revelaram­se como reservatórios de mão de obra utilizada localmente nas

fazendas ali instaladas ou para exportar para o Transvaal[42].

Considerações Finais

Segundo Oliveira Marques, algumas companhias fracassaram,

mas outras se tornaram prósperas, contribuindo todas elas para o rápido

crescimento da economia da colônia[43]. A Companhia de Niassa mostrou­se

pouco comprometida pela administração em sua área. Companhia de

Moçambique instalou­se efetivamente no território que lhe cabia e se tornou a

mais poderosa Companhia Majestática em Moçambique.

As companhias construíram estradas e portos para importação e

exportação de produtos no mercado colonial moçambicano. Foram responsáveis

pela criação da ferrovia que ligava o porto de Beira a Rodésia, atual Zimbábue,

inaugurada em 1899.

Ao longo de suas administrações, as companhias seguiam

políticas que beneficiavam a colonização branca portuguesa e davam pouca

atenção à integração da população negra em Moçambique. Suas políticas

prejudicaram a produção da agricultura familiar e forçou um grande contingente

populacional a se mudar para África do Sul devido à mineração de ouro que

estava em ascensão na localidade.

Nesse período, Moçambique desenvolveu­se. Oliveira Marques

afirma que as exportações moçambicanas superavam de longe as de Angola nas

vésperas da proclamação da República, o mesmo sucedendo quando às receitas

públicas[44]. No início do século XX as receitas moçambicanas foram

responsáveis por pagar as próprias dívidas e ainda contribuir para descontar os

déficits da colônia de Angola.

O porto de Lourenço Marques foi um dos grandes responsáveis

por este desenvolvimento. O tráfego comercial subiu de 1.020 contos, em 1888,

para 27.000, em 1908, e por volta de 1910, 57% do comércio externo

transvaliano utilizava porto de Lourenço Marques, contra 32% para Durban e 2%

para a Cidade do Cabo[45].

Bibliografia

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poder político e crescimento econômico de 1890 a 1914. Lisboa: Regra do Jogo,

1979.

FRELIMO. História de Moçambique. Maputo: 1971.

MARQUES, A H. de Oliveira. História de Portugal: das revoluções liberais aos

nossos dias. Vol II. Lisboa: Palar Editores, 1998.

PÉLISSIER, René. PÉLISSIER, René. História de Moçambique. Formação e

oposição: 1854­1918. Lisboa: Estampa, 1997. V 1.

PÉLISSIER, René. História de Moçambique. Formação e oposição: 1854­1918.

Lisboa: Estampa, 1997. V. 2.

PEREIRA, Miriam Halpern. Das Revoluções Liberais ao Estado Novo. Lisboa:

Editorial Presença, 1994.

PEREIRA, Miriam Halpern. Livre­câmbio e desenvolvimento econômico: Portugal

na segunda metade do século XIX. Lisboa: Edições Cosmos, 1971.

REIS, Jaime. "A industrialização num país de desenvolvimento lento e tardio:

Portugal, 1870 ­ 1913". Análise Social. Lisboa: v. 23, n. 96, 2004.

SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA. As concessões de direitos majestáticos a

empresas mercantis para o ultramar. Lisboa: Tipografia do Comércio de Portugal,

1891.

[1] Graduando em História pela Faculdade de Ciências e Letras UNESP/Assis.

Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) ­

Faculdade de Ciências e Letras ­ UNESP / Assis.

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[2] BETHENCOURT, Francisco; CHAUDHURI, Kirti. História da Expansão

Portuguesa: Do Brasil para África (1808 ­ 1930). Lisboa: Círculo de Leitores,

1998, p. 163.

[3] ALEXANDRE, Valentim."Portugal em África (1825­1974) ­ Uma perspectiva

global". Pénelope: fazer e desfazer a história. Lisboa, n. 11, 1993.

[4] CABAÇO, José Luis. Moçambique: Identidade, colonialismo e libertação. São

Paulo: Editora Unesp, 2009, p. 29.

[5] MARQUES, A H. de Oliveira. História de Portugal: das revoluções liberais aos

nossos dias. Vol II. Lisboa: Palar Editores, 1998, p. 166.

[6] MARQUES, A H. de Oliveira. op. cit., p. 166.

[7] PEREIRA, Miriam Halpern. Das Revoluções Liberais ao Estado Novo. Lisboa:

Editorial Presença, 1994, p. 157.

[8] PEREIRA, Miriam Halpern. Livre­câmbio e desenvolvimento econômico: Portugal na segunda

metade do século XIX. Lisboa: Edições Cosmos, 1971, p. 20.

[9] REIS, Jaime. "A industrialização num país de desenvolvimento lento e tardio:

Portugal, 1870 ­ 1913". Análise Social. Lisboa: v. 23, n. 96, 2004, p. 220.

[10] PEREIRA, Miriam Halpern. op. cit, p. 297.

[11] Eis os termos do Ultimatum: O Governo de Sua Majestade Britânica não

pode aceitar, como satisfatórias ou suficientes, a seguranças dadas pelo Governo

Português, tais como as interpreta. O Cônsul interino de Sua Majestade em

Moçambique telegrafou, citando o próprio major Serpa Pinto, que a expedição

estava ainda ocupando o Chire, e que Katunga e outros lugares mais no território

dos Makololos iam ser fortificados e receberiam guarnições. O que o Governo de

Sua Majestade deseja e em que mais insiste é no seguinte: Que se enviem ao

governador de Moçambique instruções telegráficas imediatas para que todas e

quaisquer forças militares portuguesas atualmente no Chire e nos países dos

Makololos e Mashonas se retirem. O Governo de Sua Majestade entende que,

sem isto, as seguranças dadas pelo Governo Português são ilusórias. Mr. Petre

ver­se­á obrigado, à vista das suas instruções, a deixar imediatamente Lisboa,

com todos os membros da sua legação, se uma resposta satisfatória à

precedente intimação não for por ele recebida esta tarde; e o navio de Sua

Majestade, Enchantress, está em Vigo esperando as suas ordens.

[12] MARQUES, A. H. Oliveira. op. cit., p. 124.

[13] Antônio Enes. O consentimento da Inglaterra. Apud MARTINS, F. A. Oliveira.

op. cit., p. 372.

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[14] MARQUES, A. H. Oliveira, op. cit., p. 177.

[15] CABAÇO, José Luis. op. cit., p. 62.

[16] ANDERSON, Perry. Portugal e o ultracolonialismo. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 1966, p. 27.

[17] PEREIRA, Miriam Halpern. op. Cit., p. 164.

[18] CABRAL, Manuel Villaverde. Portugal na Alvorada do século XX: forças

sociais, poder político e crescimento econômico de 1890 a 1914. Lisboa: Regra do

Jogo, 1979, p. 27­28.

[19] SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA. As concessões de direitos

majestáticos a empresas mercantis para o ultramar. Lisboa: Tipografia do

Comércio de Portugal, 1891, p. 5.

[20] CABAÇO, José Luís. op. cit., p. 72.

[21] FRELIMO. História de Moçambique. Maputo: 1971, p. 78.

[22] PÉLISSIER, René. História de Moçambique. Formação e oposição: 1854­

1918. Lisboa: Estampa, 1997. V.2. p. 82.

[23] Decreto de 28 de Dezembro de 1891.

[24] CABAÇO, José Luis. op. cit., p. 72.

[25] PÉLISSIER, René. História de Moçambique. Formação e oposição: 1854­

1918. Lisboa: Estampa, 1997. V.1, p. 173­174.

[26] PÉLISSIER, René. op. cit. p. 174.

[27] PÉLISSIER, René. História de Moçambique. Formação e oposição: 1854­

1918. Lisboa: Estampa, 1997. V.2. p. 84.

[28] Tributo pago pelos indígenas de Moçambique que era direcionada para o

Governo Português.

[29] PÉLISSIER, René. op. cit. p. 97.

[30] ALBUQUERQUE, Mousinho. Moçambique (1896 ­ 1898). Lisboa: Agência Geral

das Colônias, 1934, p. 207 ­ 209.

[31] ALBUQUERQUE, Mousinho. Op. cit., p. 217.

[32] PÉLISSIER, René. René. História de Moçambique. Formação e oposição:

1854­1918. Lisboa: Estampa, 1997. V.1. p. 175.

[33] "Chibalo": sistema de trabalho forçado nas províncias ultramarinas

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portuguesas na África e na Ásia, sobretudo em Angola e Moçambique. Portugal

aboliu a escravidão oficialmente em 1869, mas o sistema foi usado para construir

as infraestruturas públicas das províncias africanas, manutenção de plantações

das companhias que tinham poder régio para exercer a exploração nos territórios

e exploração de minas. Durante o período do Estado Novo, este sistema foi usado

em Moçambique para o crescimento da produção algodoeira. Homens com a

idade adequada tinham que trabalhar nos campos de algodão e possuíam sua

cota de produção. Estes campos, após o cultivo de algodão, tornaram­se inúteis

para a produção alimentícia e causou fome para a população. Com a Revolução

dos Cravos em 1974, o sistema "chibalo" foi encerrado e no ano seguinte houve a

independência das províncias ultramarinas de Portugal. THOMAZ, Fernanda do

Nascimento. Os "Filhos da Terra": discurso e resistência nas relações coloniais no

sul de Moçambique (1890 ­ 1930). Dissertação de Mestrado no Programa de Pós­

Graduação em História da Universidade Federal Fluminense. Niterói: UFF, 2008,

p. 89.

[34] PÉLISSIER, René. op. cit. p. 379.

[35] PÉLISSIER, René. op. cit. p. 357.

[36] PÉLISSIER, René. op. cit. p. 358.

[37] PÉLISSIER, René. op. cit. p. 359.

[38] PÉLISSIER, René. op. cit. p. 377.

[39] PÉLISSIER, René. op. cit. p. 175

[40] PÉLISSIER, René. História de Moçambique. Formação e oposição: 1854­

1918. Lisboa: Estampa, 1997. V. 2, p. 80.

[41] PÉLISSIER, René. PÉLISSIER, René. História de Moçambique. Formação e

oposição: 1854­1918. Lisboa: Estampa, 1997. V 1. p. 174.

[42] PÉLISSIER, René. op. cit., p. 174.

[43] MARQUES, A. H de Oliveira. op. cit., p. 161.

[44] MARQUES, A. H. Oliveira. op. cit., p. 160.

[45] MARQUES, A. H. Oliveira. op. cit., p. 161.

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