Planeamento e desenvolvimento do território

39
Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche U.C.: Planeamento e Desenvolvimento do Turismo Docente: Fernanda Maria Fernandes Oliveira 2012/2013 Projecto de Desenvolvimento Turístico para Braga: Requalificação do Castelo da Dona Chica Elaborado por: João Leite, nº 4110157

Transcript of Planeamento e desenvolvimento do território

Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche

U.C.: Planeamento e Desenvolvimento do Turismo

Docente: Fernanda Maria Fernandes Oliveira

2012/2013

Projecto de Desenvolvimento Turístico para Braga:

Requalificação do Castelo da Dona Chica

Elaborado por:

João Leite, nº 4110157

2

Índice

Índice de Figuras .................................................................................................................... 3

Introdução ............................................................................................................................... 4

Capítulo I – Caracterização do Concelho de Braga .............................................................. 5

1.1 Localização ................................................................................................................... 5

1.2 Câmara Municipal de Braga ......................................................................................... 6

1.3 Caracterização Biofísica do Território .......................................................................... 8

1.4 Caracterização sócio-económica ................................................................................. 9

1.4.1 Análise demográfica .............................................................................................. 9

1.4.2 Análise económica ............................................................................................... 10

1.4.3 Análise Turística .................................................................................................. 11

1.5 Caracterização Geral do Concelho de Braga ............................................................ 11

1.5.1 Eventos/Feiras ..................................................................................................... 11

1.5.2 Gastronomia ........................................................................................................ 17

1.5.3 Oferta Hoteleira ................................................................................................... 18

Melia Braga Hotel & Spa .............................................................................................. 19

1.5.4 Património ............................................................................................................ 19

1.5.5 Cultura ................................................................................................................. 22

1.5.6. Desporto ............................................................................................................. 23

Capítulo II – Interpretação crítica/pessoal da caracterização efectuada ............................. 24

2.1 Análise das debilidades e qualidades ........................................................................ 25

2.2 Identificação de projectos/ideias a desenvolver no futuro ......................................... 27

Capítulo III – Desenvolvimento da ideia/projecto ................................................................. 28

3.1 Caracterização ............................................................................................................ 28

3.2 Enquadramento nas estratégias e políticas locais, regionais e ................................. 31

3.2.1 Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT) ................................................. 31

3.3 Carta de condicionantes e regulamentos de Ordenamento do Território.................. 34

3.3.1 Plano Director Municipal (PDM) .......................................................................... 35

3.3.3 Novo regime jurídico dos empreendimentos turísticos ....................................... 36

Conclusão ............................................................................................................................. 37

Bibliografia ............................................................................................................................ 38

3

Índice de Figuras

Figura 1- Concelho de Braga e Concelhos Limítrofes ................................................... 5

Figura 2 - Localização das Freguesias do Concelho de Braga ..................................... 6

Figura 3 – Organigrama do Município de Braga ............................................................ 7

Figura 4- Carta de declives do Concelho de Braga ....................................................... 8

Figura 5 - População residente em 2011; Fonte: ine.pt ................................................. 9

Figura 6 - População residente segundo faixa etária; Fonte: ine.pt ............................... 9

Figura 7 - População residente segundo nível de instrução; Fonte: ine.pt .................... 9

Figura 8 - População residente segundo actividade económica; Fonte: ine.pt ............ 10

Figura 9 – Cartaz da Semana Santa ........................................................................... 12

Figura 10 – Cartaz da Feira Romana .......................................................................... 14

Figura 11- Iluminação da Arcada nas festividades do São João ................................. 16

Figura 12 - Alguns das iguarias da gastronomia de Braga .......................................... 17

Figura 13 - Número de visitantes portugueses e estrangeiros, no concelho de Braga,

entre 2001 e 2005 (mais à esquerda) e Nacionalidade dos visitantes,no concelho de

Braga, entre 2001 e 2005. .......................................................................................... 18

Figura 14 – Tipo de estabelecimentos hoteleiros existentes no concelho de Braga, em

2006 (mais à esquerda) e Número de quartos por tipo de estabelecimentos hoteleiros

no concelho de Braga, em 2006. ................................................................................ 18

Figura 15 - Imagem da Sé Catedral e Arco da Porta Nova. ........................................ 20

Figura 16 – Santuário do Bom Jesus do Monte .......................................................... 20

Figura 17 - Mosteiro de Tibães e Igreja do Pópulo ...................................................... 21

Figura 18 - Infra-estruturas desportivas existentes no concelho de Braga ................. 23

Figura 19 - Evolução dos activos no comércio, hotelaria e restauração, existentes no

concelho de Braga, entre 1997 e 2003 ....................................................................... 26

Figura 20 – Imagens do exterior e interior do Castelo da Dona Chica. ....................... 30

Figura 21 – Análise SWOT ......................................................................................... 33

Figura 22 - Planta de Ordenamento para o Concelho de Braga .................................. 35

Figura 23 - Carta das condicionantes para o Concelho de Braga ............................... 36

4

Introdução

O presente trabalho surge como objectivo de estudo da unidade curricular

Planeamento e Desenvolvimento do Turismo, da licenciatura de Turismo da Escola

Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche. A investigação parte da escolha

de um município e da identificação das potencialidades de desenvolvimento turístico

da região, com a tarefa de identificar potenciais tipos de turismo e identificar projectos

que fariam sentido desenvolver no território escolhido.

Representando 10% do Produto Interno Bruto e criando 11% do total de posto

de trabalho, o Turismo é um sector que tem que ter especial atenção no nosso país. O

desenvolvimento e o planeamento do mesmo ajuda a um adequado desenvolvimento

e gestão do Turismo. Toda a receita envolvente em actividades turísticas geram

benefícios económicos e impactos positivos nas populações locais. Com a aplicação

de técnicas específicas, os benefícios e os impactos tendem a aumentar e gerar ainda

mais receita, fazendo aumentar a percentagem no PIB. Esta maximização dos

impactos positivos e minimização dos negativos assenta no planeamento baseado na

sustentabilidade. O desenvolvimento sustentável não é um processo rígido e tem

como principais objectivos melhorar a qualidade de vida das populações, oferecer ao

visitante mais qualidade nas experiencias e manter a qualidade ambiental de toda a

esfera envolvente.

O planeamento do turismo nos diferentes níveis – internacional, nacional,

regional e local – é importante para o desenvolvimento do mesmo e da sua gestão

completa. A ausência de planeamento pode estar justificado no facto do sector

turístico não ser ainda actividade económica relevante em todos os países e, por

consequência, existir pouca experiência por parte dos governos e da iniciativa privada.

Deste modo, o trabalho caracteriza e analisa o Município de Braga com o

objectivo de implementar um projecto no Palácio da Dona Chica, situado na freguesia

de Palmeira. São apresentadas todas as potencialidades e recursos do concelho com

o intuito de recuperar um edifício, com uma beleza incontornável, e obter a

classificação de Pousada de Portugal.

O presente trabalho aborda o Plano Director Municipal, onde é feita, numa

primeira parte, uma caracterização detalhado do município, e num segundo ponto, são

avaliadas as potencialidades, recursos e ofertas da região. Depois da caracterização

estar abordada, surge a apresentação do desenvolvimento do projecto escolhido.

5

Capítulo I – Caracterização do Concelho de Braga

Ao longo deste capítulo será feita a análise detalhada à região escolhida para o

projecto de desenvolvimento e planeamento de turismo, com o objectivo de conhecer

a organização da região a nível social, económico, demográfico e turístico.

1.1 Localização

Figura 1- Concelho de Braga e Concelhos Limítrofes

Fonte: Relatório da Avaliação da Execução do PDMB, Maio 2008

O concelho de Braga situa-se a norte de Portugal, mais especificamente a

noroeste, e é capital de distrito.

O concelho pertence à NUTS II (Norte) e à sub-região do Cávado, NUTS III, e,

por sua vez, o Braga, é constituído por duas Sub-regiões: Ave – composta pelos

concelhos de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Fafe, Guimarães, Povoa de

Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão, e Vizela; e Cávado – que integra

os municípios de Amares, Barcelos, Braga, Esposende, Terras de Bouro, e Vila Verde.

6

Braga está limitada, a Norte, pelos concelhos de Vila Verde e Amares, a

Noroeste, pelo município da Póvoa de Lanhoso, a Este, por Guimarães, a Sul, com

Vila Nova de Famalicão e, por último, a Oeste com Barcelos.

O concelho é formado por 62 freguesias, numa área total de 184 km² e com

uma população residente de 181.494, de acordo com os Censos 2011.

Figura 2 - Localização das Freguesias do Concelho de Braga

Fonte: Relatório da Avaliação da Execução do PDMB, Maio 2008

1.2 Câmara Municipal de Braga

A Câmara Municipal de Braga administra o concelho, cujo órgão executivo é

constituído por:

o Presidente – Francisco Soares Mesquita Machado;

o Vice-Presidente – Vítor Manuel Amaral De Sousa;

o Vereadores (nove) de diferentes pelouros.

7

Para melhor exemplificar a organização dos órgãos da Câmara, apresenta-se o

seguinte organigrama:

Figura 3 – Organigrama do Município de Braga

Fonte: site da Câmara Municipal de Braga

8

1.3 Caracterização Biofísica do Território

Figura 4- Carta de declives do Concelho de Braga

Fonte: Relatório da Avaliação da Execução do PDMB, Maio 2008

Segundo o relatório da Avaliação da Execução do PDMB, 2008, “O relevo do

concelho de Braga é caracterizado por uma relativa irregularidade. No entanto, não se

pode considerar um território montanhoso, pois a sua localização coincide com o ponto

geográfico onde as cadeias montanhosas designadas “barreira de condensação”

acabam e onde começam as planícies litorais.”

Tal morfologia deve-se ao facto do terreno a Norte, situado na margem esquerda do

Rio Cávado, ser semi-plano; a Este ser caracterizado pelas montanhas, tais como, a

Serra do Carvalho, Serra dos Picos, Monte do Sameiro e Monte Santa Marta; a Sul e a

Oeste o terreno ser formado por montanhas e vales.

O concelho de Braga faz parte de duas bacias hidrográficas, onde a Norte a bacia é a

o Rio Cávado e a Sul a do Rio Ave.

O sistema montanhoso do Gerês e o facto do concelho ser perto do Oceano Atlântico

são duas premissas para que o solo bracarense seja rico em água.

9

1.4 Caracterização sócio-económica

1.4.1 Análise demográfica

O concelho de Braga perfaz um total de 181.494 habitantes segundo os dados

obtidos pelos Censos 2011, quando em 2001 pela mesma análise, a população

residente era de 164.192. Dos indivíduos residentes, 52,23% pertencem ao sexo

feminino e 47,77% ao sexo masculino.

Zona Geográfica Total Residentes Residentes Homens Residentes Mulheres

Portugal 10.561.614 5.047.387 5.514.227

Braga 181494 86707 94787

Figura 5 - População residente em 2011; Fonte: ine.pt

Fazendo a análise da população residente quanto à faixa etária, retira-se como

conclusões da tabela abaixo que, o grupo etário predominante do município é dos 25

anos aos 64, com 58,3% da população total, 28,5% corresponde a indivíduos de

idades compreendidas dos 0 aos 24 anos e o restante da população corresponde a

indivíduos com 65 anos ou mais. Deste modo, Braga é considerada a capital de distrito

mais jovem do país.

É importante ainda referir que no concelho apenas 3% da população residente

é analfabeta e que o nível de instrução que apresenta maior percentagem é o 1º ciclo

do ensino básico com 21,2%.

Zona Geográfica 0 aos 14 anos 15 aos 24 anos 25 aos 64 anos 65 ou mais

Portugal 1.572.546 1.145.770 5.820.794 2.022.504

Braga 27.492 24.273 105.835 23.894

Figura 6 - População residente segundo faixa etária; Fonte: ine.pt

Zona

Geográfica

Nenhum Básico

1º Ciclo

Básico

2º Ciclo

Básico

3º Ciclo

Secundário Pós-

Secundário

Superior

Portugal 2023094 2680333 1403249 1687085 1362660 142744 1262449

Braga 5461 38467 24982 30804 26282 1435 29212

Figura 7 - População residente segundo nível de instrução; Fonte: ine.pt

10

1.4.2 Análise económica

Em 2011 regista-se, no concelho de Braga, o total de 81971 indivíduos

empregados, representando um aumento de 2673 indivíduos face a 2001. Pela tabela

apresentada, pode-se concluir que Braga enquanto concelho centra a sua actividade

económica no sector terciário.

Figura 8 - População residente segundo actividade económica; Fonte: ine.pt

O sector primário reflete apenas 0,6% do total de empregados, mostrando que

é um sector que perde, com o passar dos anos, importância e relevância; em 2001 o

concelho contava com 893 indivíduos a explorar o sector primário. A tendência para

esta diminuição prende-se ao abandono progressivo da actividade agrícola, que pode

ser justificada pela migração da população jovem para espaços não rurais. A

população presente em espaços onde o sector primário se poderia desenvolve é

maioritariamente idosa, sem capacidade para levar o sector para níveis como

anteriormente se apresentava.

O sector secundário é o sector de uma economia que transforma as matérias-

primas, vindas do sector primário, em produtos de consumo, sendo, portanto, a

indústria e a construção civil actividades deste sector. Em Braga, este sector

representa cerca de 30% da população empregada e teve uma quebra de 6811

trabalhadores, em relação ao estudo feito em 2001. Esta redução de postos de

trabalho no sector secundário pode ser justificado pela crise presente no país e em

especial na construção civil.

Por último, e o mais importante sector no concelho, o sector terciário conta com

69,4% dos empregados totais. Este sector de actividade regista um aumento face a

2001. É de salientar que em Braga se assiste a um distanciamento entre o sector

secundário e o terciário, resultante do crescimento e desenvolvimento da cidade em

termos urbanos, económicos e sociais. São ainda razões para o distanciamento, o

processo de globalização da economia que permite o aparecimento do investimento

estrangeiro, em especial, no comércio (hipermercados e centros comerciais) e nos

serviços (banca, seguros); o incentivo ao desenvolvimento de novos serviços e

actividades de apoio às empresas; os problemas estruturais do sector primário e

Total de

Empregados

Empregados

Sector Primário

Empregados

Sector

Secundário

Empregados

Sector Terciário

Sem

Actividade

Reformados e

Pensionistas

Braga 81971 527 24563 56881 57416 31057

11

secundário, que incentiva a migração de activos desses sector para o terciário; a

modernização da indústria que dispensa mão-de-obra; entre outros.

Deste modo, pela distribuição da população activas nos diferentes sectores,

mostra-se que Braga tem capacidade de atrair novas empresas e novos investimentos

em diversas actividades, destacando a prestação de serviços individuais e colectivos.

Braga é o reflexo de um pólo dinamizador de toda a região do Minho.

1.4.3 Análise Turística

O concelho de Braga é completa por diferentes recursos naturais que fazendo

do concelho uma atracção turística todo o ano. Efectivamente, Braga destaca-se por

deter alguns produtos turístico bem consolidados (Semana Santa, Bom Jesus, a Sé,

entre outros) que consegue retirar proveito. Contudo, o impacto seria maior se os

visitantes permanecem mais do que o tempo de visita do produto. Pode-se concluir

que Braga é visto como destino turístico com actividades pontuais e derivadas de

eventos extraordinários.

1.5 Caracterização Geral do Concelho de Braga

1.5.1 Eventos/Feiras

No que respeita aos eventos/feiras que decorrem no concelho de Braga, existe

uma variedade extensa de festividades que se prolongam durante o ano, sendo que as

que se revelam de maior interesse para a comunidade local são:

12

Tradicionais

Semana Santa:

Figura 9 – Cartaz da Semana Santa

Fonte: www.paletadeideias.pt

Braga é a cidade portuguesa que celebra a Semana Santa com maior

solenidade e esplendor. Decoradas com motivos alusivos à quadra pascal, as ruas

enchem-se de velas e pessoas que aí se deslocam para assistirem às majestosas

procissões, nomeadamente, a da Penitência, que pára junto a cada «Passo» e dá

lugar a uma piedosa alocução do momento, a Procissão do Senhor Ecce-Homo e a

Procissão do Enterro do Senhor, que ocorre na sexta-feira santa e encerra o ciclo de

procissões.

Outros Eventos Religiosos:

Romaria de S. Vicente – 22 de Janeiro

Procissão dos Passos, Celeiros – 2º Domingo antes da Páscoa / Real e Cabreiros - 3º

Domingo antes da Páscoa.

Festa da Páscoa da rua da Boavista – 2ª feira de Páscoa

Srª da Graça, Padim da Graça – Domingo seguinte à Páscoa

Procissão do Corpo de Deus – Junho

13

Romaria de St.ª Marta da Falperra – último fim-de-semana de Julho

Peregrinação ao Sameiro - 1º Domingo de Junho, último Domingo de Agosto e 8 de

Dezembro

S. Roque - Merelim S.Paio - 1º Domingo de Setembro

Festa de S. Geraldo – Patrono da Cidade – 5 de Dezembro

Culturais

Encontros da Imagem – Maio:

Os Encontros da Imagem surgem em 1987. A partir de então, e ao longo das

várias edições já realizadas, a ideia dos Encontros foi ganhando forma, redefinindo-se

progressivamente para se adaptar aos desenvolvimentos estéticos e formais da

fotografia criativa que constitui o objeto central do acontecimento.

MIMARTE - Festival de Teatro de Braga – Julho:

O MIMARTE - Festival de Teatro de Braga, cumpre-se na primeira quinzena de

Julho, em espaços já consagrados pelo público (Rossio da Sé, Arcada, Museu D.

Diogo de Sousa) com a participação de grupos locais, nacionais e internacionais. O

MIMARTE coloca particular ênfase no teatro realizado na rua, numa relação de grande

espontaneidade com o espectador.

Festival Internacional de Folclore de Braga - último fim-de-semana de Agosto:

Orientado para a música e a dança dos grupos folclóricos, constitui uma grande

manifestação da cultura etnográfica local, regional, nacional e internacional, em

obediência aos princípios que estruturam a identidade cultural bracarense, a qual é

sujeita a interpretação substantiva de conteúdos e formas das práticas culturais locais,

em situação de convivência com outras expressões socioculturais substantivamente

diferentes, em cenário de grandes ressonâncias cívicas, humanas e monumentais.

Desde há quatro anos que tem encontro marcado com o povo de Braga no último fim-

de-semana de Agosto, em jornada tripla.

14

BRAGAJAZZ – Março:

O BRAGAJAZZ, desde a sua primeira edição, traz, a Braga, a melhor produção

nacional e internacional, tendo em conta a existência de uma numerosa sociedade

académica, científica, intelectual e artística que reclama para a cidade uma excelente

“performance” jazzística.

Braga Romana - Reviver o Passado na Bracara Augusta - Junho

Reviver o Passado em Bracara Augusta, é viajar no tempo 2000 anos,

regressar ao Império Romano, evocando o seu quotidiano como cidade-capital da

província da Gallaecia.

Nesta iniciativa, que decorre, anualmente, no início do mês de Junho, é recriado um

mercado romano no centro histórico da cidade que é, também, palco para dois

cortejos romanos, espetáculos de artes circenses, representações dramáticas,

simulações bélicas, personificações mitológicas, malabarismos, interpretações

musicais e danças da época de Bracara Augusta.

Figura 10 – Cartaz da Feira Romana

Fonte: www.forum.bracarae.com

15

Festival de Música Tradicional – Setembro

O Festival de Música Tradicional é consagrado, especialmente, aos grupos do

concelho de Braga que desenvolvem projetos na área da tradição musical local.

Participa, ainda, um grupo de renome nacional.

Tardes de Domingo - Julho/Agosto

O programa de animação folclórica “Tardes de Domingo”, decorre, nos meses

de Julho e Agosto, no palco da Avenida, e contempla a atuação de grupos folclóricos

do concelho.

Música no Outono – Outubro

A propósito do Dia Mundial da Música, cumprido em 1 de Outubro, realizam-se

espetáculos e outras ações, nos domínios da divulgação e formação musical. Uma

forte componente pedagógica e uma firme intenção de criação de novos públicos,

particularmente no meio juvenil, marcam as diversas atividades que compõem este

programa.

Outros Eventos Culturais

Cantares de "Reis e Janeiras" (Encontro e Cantares em Instituições de Solidariedade)

– Janeiro

Feira do Livro de Braga – Abril

Sentir o Livro, Comemorações do Dia Mundial do Livro – Abril

Encontro Internacional de Gigantones e Cabeçudos – Junho

Festas Académicas do Enterro da Gata - durante uma semana no início do mês de

Maio

A academia bracarense representada, outrora, pelos estudantes do Liceu

Nacional (hoje Escola Secundária Sá de Miranda), estava sedeada no Convento dos

Congregados e realizou o 1º Enterro da Gata em Maio de 1889.

16

Passados, exatamente, 100 anos sobre o seu nascimento, é retomada a

tradição, agora nas mãos dos estudantes da Universidade do Minho. A "gata"

representa o indesejado insucesso escolar. É feito um velório em que a "gata" é

transportada pelas artérias da cidade seguida por um séquito que não para de chorar

a "finada".

S. João (Festas concelhias) - a 24 de Junho

As primeiras referências remontam ao ano de 1489, ignorando-se, já nessa

época, quando terá ocorrido a primeira das festividades. A programação é rica e

variada com muita música popular, ranchos folclóricos, iluminações artísticas, sessões

de fogo de artifício e uma série de manifestações culturais, desportivas e de âmbito

religioso. É festejada com os martelinhos, alho-porro, o cheiro dos manjericos, saltos à

fogueira e arraiais com os seus tradicionais bailaricos.

Figura 11- Iluminação da Arcada nas festividades do São João

Fonte: www.flickr.com

Outros Eventos Académicos

FUMP - Festival Universitário de Música Popular – Março

FITU Bracara Augusta - Festival Internacional de Tunas Universitárias – Maio

Semana de Receção ao Caloiro – Outubro

TROVAS - Festival de Tunas Feminino - Outubro

CELTA - Certame Lusitano de Tunas Académicas – Dezembro

17

1.5.2 Gastronomia

Braga, como o resto do Minho tem uma gastronomia riquíssima.

O bacalhau assume-se como o prato de peixe favorito, a cidade é famosa pelas suas

inúmeras receitas de bacalhau (bacalhau à Narcisa, bacalhau à Minhota (Braga),

bacalhau à moda de Braga…). O arroz de Pato, as papas de sarrabulho com rojões, a

tripa enfarinhada, os farinhotes, os enchidos de sangue, o cabrito à moda de Braga, as

frigideiras do Cantinho ou as da Sé, os rojões à moda do Minho, o frango "pica no

chão", o vinho verde, o Pudim Abade de Priscos, o toucinho do céu, o bolo rei

escangalhado, fidalguinhos, pederneiras, suplícios, paciências, entre muitos outros,

fazem de Braga uma cidade de sabores.

“Há só um banquete português que desbanca todos os jantares de Paris, mas que os

desbanca inteiramente: é a ceia da véspera de Natal nas nossas terras do Minho” de

Ramalho Ortigão.

Salgados:

Caldo verde

Bacalhau à Narcisa

Arroz de Polvo malandrinho à minhota

Arroz de pato à moda de braga

Rojões à moda do Minho

Papas de sarrabulho

Figura 12 - Alguns das iguarias da gastronomia de Braga

Fonte: Blogue Oficial do Município de Braga

Doces:

Cavaca Minhota

Mexidos de Natal

Pudim Abade de Priscos

18

1.5.3 Oferta Hoteleira

A nível da oferta hoteleira, a região pode contar com alguns hotéis e ainda

residenciais e pousadas de juventude.

A partir da análise da figura abaixo pode-se retirar que cerca de 80% dos

visitantes eram estrangeiros e que a nacionalidade que predomina dos visitantes é a

Espanhola, seguida a Francesa e só depois a Portuguesa.

Figura 13 - Número de visitantes portugueses e estrangeiros, no concelho de Braga, entre 2001 e 2005 (mais à esquerda) e Nacionalidade dos visitantes,no concelho de Braga, entre 2001 e 2005.

Fonte: PDM, 2008

Figura 14 – Tipo de estabelecimentos hoteleiros existentes no concelho de Braga, em 2006 (mais à esquerda) e Número de quartos por tipo de estabelecimentos hoteleiros no concelho de Braga, em 2006.

Fonte: PDM, 2008

19

No sentido da gestão hoteleira, em 2006, Braga tinha capacidade para albergar

em 1373 quartos, correspondentes a 40 estabelecimentos hoteleiros. Cerca de 53,(%

dos quartos são disponibilizados pelos hotéis, seguido das residenciais e pousadas,

com 16,6% e 13,1%, respectivamente.

Actualmente, os hotéis com mais preferência no concelho são:

Melia Braga Hotel & Spa

Hotel Bracara Augusta

Hotel Mercure Braga Centro

Hotel do Lago

Hotel do Templo

Golden Tulip Braga

Hotel do Elevador

Basic Braga by Axis

Comfort Inn Braga

1.5.4 Património

“A sua antiguidade e tradicional religiosidade, semearam a cidade de Braga de

cerimónias singulares e de monumentos de inconfundível peculiaridade, com destaque

para a sempre atrativa e multissecular Sé Catedral, sempre imponente na sua riqueza

e majestade. A sua biblioteca, universidades e outras instituições de ensino e de

cultura fervilham de iniciativas e de gente em busca de mais técnica e mais saber, que

garantam a identidade, a consciência e a grandeza desta augusta Cidade dos

Arcebispos.” (Câmara Municipal de Braga, 2013).

Segundo a Câmara Municipal de Braga, no concelho existe o seguinte

património:

Monumentos Nacionais

Arquitectura Religiosa: Sé de Braga; Capela de Nossa Srª da Conceição (dos

Coimbras); Cruzeiro de Tibães; Capela de S. Frutuoso e Cruzeiros do Campo das

Carvalheiras; e Largo Senhora-a-Branca.

Arquitectura Civil: Arco da Porta Nova; Ponte de Prozelo ou Ponte do Porto; e Ponte

de Prado.

Arquitectura Militar: Castelo de Braga, designadamente Torre de Menagem.

20

Arqueologia: Tanque do Quintal do Ídolo ou Fonte do Ídolo; Ruínas Romanas do Alto

da Cividade; Ruínas Arqueológicas de S. Martinho de Dume; Escola Velha da Sé;

Ruínas na Estação dos Comboios, Castro de Monte Redondo; e 35 Marcos Miliários-

Geira.

Figura 15 - Imagem da Sé Catedral e Arco da Porta Nova.

Fonte: scut.hiperglobal.com e www.skyscrapercity.com

Imóveis de Interesse Público

Arquitectura Religiosa: Igreja e Mosteiro de Tibães; Hospital de São Marcos (fachada e

igreja); Capela do antigo Convento Salvador; Antigo Paço Episcopal; Igreja Paroquial

de Santa Eulália de Tenões; Santuário do Bom Jesus do Monte; Igreja e Convento do

Pópulo; Igreja da Misericórdia de Braga; Igreja Paroquial de S. Victor; Igreja Paroquial

de S. Salvador; Igreja de S. Vicente; e Convento, Colégio e Igreja dos Congregados ou

Congregação de S. Filipe de Nery.

Figura 16 – Santuário do Bom Jesus do Monte

Fonte: www.portugaltours.com.pt

21

Arquitectura Civil: Castelo da Dona Chica, Casa dos Biscaínhos, Terreiro, Jardins,

Pomar e Muralha; Palácio do Raio ou Casa do Mexicano; Casa Oitecentista ou Casa

Pimentel; Casa das Gelosias ou Casa dos Crivos; Pelourinho de Braga; Casa dos

Macieis Aranha; Casa da Av. Central nº118 a 124 ou Casa Rolão; Casa Grande ou

Casa Cunha Reis; Casa da Naia; Casa do vale de Flores; Casa nº51 da Rua S.

Geraldo; Residências (2) anexas à casa dos Macieis Aranhas; Casa dos Paivas ou

Casa da Roda; Edifício da Câmara Municipal de Braga; Praça Mouzinho de

Albuquerque ou Campo Novo; Casa da Pereira; e Edifício nº 34 a 40, na rua Stº

António das Travessas.

Arqueologia: Estação Arqueológica de Santa marta das Cortiças; Castro Máximo ou

Monte Castro; Ruínas Romanas das Carvalheiras: e Castro do Monte da Consolação.

Figura 17 - Mosteiro de Tibães e Igreja do Pópulo

Fonte: abnoxio.com e www.yellowbustours.com

Todos os monumentos podem ser visitados e explorados excepto o Castelo da

Dona Chica.

22

1.5.5 Cultura

1.5.5.1 Folclore

Braga situa-se ma região portuguesa onde o folclore é mais vivo, diversificado

e colorido. Fazem parte do folclore as danças e os cantares que fazem parte de um

cartaz turístico-cultural admirável, vindo da alegria desbordante do homem e da

mulher minhota. O vira é a dança que melhor caracteriza o folclore minhoto, contudo

danças como verdegares, fandangos, chulas, malhões e caninhas-verdes também

fazem parte de todo o folclore bracarense.

“Esta cultura peculiar e única, nascida das tradições ancestrais do Minho, e ligada

profundamente ao quotidiano laborioso, às romarias e aos folguedos, é hoje

ciosamente guardada e divulgada por numerosos grupos folclóricos, de que Braga é

um dos concelhos mais ricos da região, e que esteve na origem da organização anual

de um grande Festival Internacional de Folclore na Avenida Central.” – Câmara

Municipal de Braga.

Os três principais grupos folclóricos de Braga, por ordem de antiguidade são:

Grupo Folclórico Dr. Gonçalo Sampaio

Rusga de S. Vicente

Associação Cultural e Festiva Os Sinos da Sé.

1.5.5.2 Museus

Como já descrito em cima, Braga é detentora de um património rico e variado

de tradições e costumes seculares. Parte deste património está exposto nos museus,

e é fruto de anos de investigação e preservação.

O concelho apresenta um vasto leque de museus e núcleos museológicos:

Museu Regional de Arqueologia D. Diogo de Sousa: destaca-se a colecção de

“miliários”, considerada a melhor de toda a Europa.

Museu do Pio XII

Núcleos Museológicos: Núcleo Museológico de Lamas, a Fonte do Ídolo, O

Theatro Circo ou as Termas romanas de Maximinos são exemplo disso.

Tesouro Museu da Sé Catedral

Museu do Mosteiro de Tibães

Palácio dos Biscaínhos: onde se pode apreciar o quotidiano da nobreza

setecentista.

Museu Nogueira da Silva: gerido pela Universidade do Minho, detém variadas

coleccções de arte

Museu Medina: expões a maior colecção de obras de Henrique Medina

23

Museu dos Cordofones: ligado à arte de cordofones, incluindo as variações que

foram tomando ao longo dos séculos apos a época medieval

Museu da Imagem: reúne um vasto espólio herdado das antigas casas

fotográficas da cidade e tem exposições regulares de fotógrafos conceituados.

Estes museus têm origem em diferente património, mas os mais comuns é o

religioso, arqueológico, histórico cultural e artístico da região. Deste modo, o concelho

possui retratado nos museus o valor incalculável de património.

1.5.6. Desporto

Recentemente, o concelho apostou bastante nesta área de interesse. É

objectivo da Câmara Municipal o aumento dos índices de prática desportiva sem

discriminações sociais, físicas e sexo. Deste modo, o município desenvolve as

seguintes acções:

Animação e dinamização desportivas

Gestão das instalações desportivas e de lazer

Construção e conservação de estruturas desportivas e de lazer.

A figura em baixo retrata todos os equipamentos desportivos existente no

concelho, pertencentes ao sistema escolar público, à administração local (autarquias)

e entidades privadas. Embora o estudo seja de 2006, é importante ver como Braga

tem uma rede desportiva bastante alargada. Entretanto, o número de polidesportivos

com balnearios aumentou, as piscinas ao ar livre e os campos de futebol também.

Figura 18 - Infra-estruturas desportivas existentes no concelho de Braga

Fonte: CMB 2006

24

O Município tem diversos projectos que visam por em prática os valores

universais do desporto. Projectos esses enunciados pela Câmara Municipal de Braga

na listagem abaixo:

Desporto para Todos: “BRAGACTIVA - pratica desporto"; Desporto Sénior - "A

água não nos mete medo"; Férias de Verão; Férias desportivas; e Torneios e

Provas Desportivas

Desporto Escolar: Actividade Física e Desportiva no 1º Ciclo do Ensino Básico;

e Apoio Estrutural ao Desporto Escolar.

Associativismo Desportivo: Contratos-Programa; Escolas de Formação

Desportiva; Formação Desportiva; e Representação Nacional e Internacional

Estruturas Desportivas de Lazer e Tempos-Livres: Parque Urbano Norte –

espera-se que este espaço seja um ponto de encontro de várias gerações,

proporcionando oportunidades de lazer e de prática desportiva informal a todas

as faixas etárias; Complexo Desportivo da Ponte - Este é um espaço central de

grande relevância no concelho pelos equipamentos que concentra e porque é

animado por diversas ações desportivas e de ocupação de tempos-livres;

Complexo Desportivo da Rodovia - É, ainda hoje, um espaço muito utilizado

pelo cidadão comum, mas também por atletas e associações desportivas. Por

isso, este é um espaço privilegiado e que continuará a promover a atividade

desportiva concelhia; Complexo Desportivo das Camélias; Aeródromo

Municipal; E outras.

Gestão das Instalações Desportivas: Carta Desportiva.

O município ainda pode contar com associações desportivas espalhadas por

todas as freguesias, que visam mostrar o desporto como um fenómeno sociocultural

que envolve a pratica voluntaria de actividade predominantemente física competitiva

com finalidade recreativa ou profissional.

Capítulo II – Interpretação crítica/pessoal da caracterização efectuada

Neste capítulo são abordados dois pontos: a análise das debilidades e

qualidades e a identificação dos projectos/ideias a desenvolver no futuro assim como

uma análise crítica ao diagnóstico efectuado, avaliando assim os pontos fracos e os

pontos fortes da região e propor estratégias que levem à melhoria da região,

diversificando assim da oferta turística.

25

Relativamente ao primeiro ponto, foi feita uma crítica pessoal acerca das ofertas e

recurso que a cidade apresenta, de modo a perceber quais as suas fraquezas e quais

as suas qualidades.

No segundo ponto, após avaliar o que existe de positivo e negativo no

município, sugiro medidas que possam contribuir para a melhoria e para uma maior

visibilidade da cidade.

2.1 Análise das debilidades e qualidades

Depois de fazer o diagnóstico, em que são apontados diversos aspetos como

as características demográficas, económicas, sociais e turísticas da cidade, passo

agora uma interpretação pessoal correspondente à análise das debilidades e

qualidades da região. O município de Braga apresenta de facto diversas qualidades

para a proliferação do sector turístico mas também é uma realidade que também

existem debilidades para o desenvolvimento do mesmo.

A nível das qualidades posso salientar o facto da cidade de Braga ser uma das

mais antigas, possuindo mais de dois mil anos de história apresentando desta forma

monumentos históricos de veras anciões, datados da época do império Romano.

Possuindo então um enorme património cultural desde as civilizações Romanas até a

actualidade, a cidade apresenta-se como uma cidade transversal, podendo no mesmo

local poder-se visitar ruínas romanas e um grande edifico inovador como a estação de

caminhos-de-ferro.

A cidade ao longo do ano recebe grandes números de turistas especialmente

no Verão e no mês de Agosto mas de forma a combater a sazonalidade o município

optou em realizar eventos ao longo do ano para cativar os turistas, nomeadamente a

Semana Santa no período da Pascoa e a Feira Romana. Através destes eventos que

se perlongam por vários dias a cidade recebe um grande quantidade de turistas que

necessitam de alojamento.

No ano de 2012 a cidade de Braga conseguiu a classificação de Capital

Europeia da Juventude, sendo que a essa classificação associaram-se um conjunto de

eventos culturais e lazer para promover o turismo de um público mais jovem. Desta

forma foram feitos concertos musicais em vários locais, exposições de arte, assim

como a requalificação de um edifício que outrora pertencera à GNR (Guarda Nacional

Republicana) e que agora é um centro cultural de incentivo às artes. No mesmo

contexto foi realizado a conhecida a nível europeu a “Noite Branca” em que grande

parte dos museus, lojas e muitos prestadores de serviços e bens permanecem abertos

26

durante vinte e quatro horas em total funcionamento, estando este evento espalhado

por toda a cidade e animado por músicos, artistas de rua e um grande palco central

onde se realizaram concertos de bandas nacionais.

Todos estes são aspectos positivos que contribuíram para o desenvolvimento

da cidade mas também existe o lado negativo como por exemplo o clima durante o

Inverno, que se caracteriza geralmente em dias muito frios e húmidos associados a

grandes níveis de precipitação. Este é de facto uma característica que influencia

bastante a escolha como destino turístico durante esta estação do ano. Mas existem

factores internos que também influenciam negativamente o turismo, sendo que a

denominação de uma cidade jovem consegue trair-se a si mesma, isto é, a cidade

promove-se como uma cidade jovem mas aposta essencialmente no turismo religioso

devido ao seu grande património religioso mas se investe, por exemplo em festivais de

música que poderiam ser uma grande fonte de riqueza devido à grande procura e

aderência a este tipo de eventos.

Através do PDM o município possui um conjunto de estratégias para o

melhoramento do sector que passam, por exemplo, pela requalificação de edifícios

com interesse público: “No objectivo “Requalificação”, prevê-se que tenha uma

vertente mais abrangente na medida em que aborda um leque maior de equipamentos

/ edifícios com potencial turístico (revitalização e melhoria das condições no Parque de

campismo, reconversão de edifícios/estabelecimentos turísticos.”

Os activos no comércio, hotelaria e restauração têm aumentado,

principalmente, a partir de 1998 (entre 1998 e 2003, aumentou cerca de 27%).

Figura 19 - Evolução dos activos no comércio, hotelaria e restauração, existentes no concelho de Braga, entre 1997 e 2003

Fonte: Sales Índex 2006 v5.3.1, Base de Dados 2006

Seguindo estes dados estatísticos e as necessidades da cidade, aponto a

potencialidade da requalificação do Castelo da Dona Chica na freguesia de Palmeira

numa Pousada de Portugal, sendo que também não existe nenhum empreendimento

27

turístico desta tipologia e existe uma grande potencialidade para tal investimento. O

Castelo da Dona Chica é uma casa apalaçada com características arquitectónicas do

estilo romântico, estando esta envolvida por uma mata com espécies de vegetação

exótica assim como um lago e uma recriação de uma gruta.

2.2 Identificação de projectos/ideias a desenvolver no futuro

Segundo o relatório do PDM do município de braga a aposta passa

fundamentalmente nos seguintes grupos: o “Triângulo turístico” (santuários do Bom

Jesus do Monte, Sameiro, Falperra e a Sé), as “Praias Fluviais” e a “Requalificação”.

Este pensamento recai sobre um diagnóstico à determinação das áreas a desenvolver

na cidade incidindo num turismo de qualidade associado à qualidade arquitectónica,

urbana e paisagística.

“As intervenções no “Triângulo Turístico” terão que incidir ao nível da

articulação entre os vários espaços religiosos, da requalificação pontual de alguns

elementos ou espaços de enquadramento, das acessibilidades, da inter-modalidade e

da mobilidade dos turistas. Em relação às “Praias Fluviais”, propõe-se uma maior

interacção da Cidade com o Rio Cavado. Em conciliação com a vertente de

preservação e requalificação ambiental, deverá melhorar-se a acessibilidade, a

integração de modos de transporte alternativos, como por exemplo, a bicicleta e

criação de um percurso pedonal e ciclável dotado de áreas de estar/recreio e lazer,

adequada integração paisagística dos equipamentos mínimos necessários à sua

manutenção, melhor qualidade da água, criação de estacionamento nos locais

adequados, arborização, etc. No objectivo “Requalificação”, prevê-se que tenha uma

vertente mais abrangente na medida em que aborda um leque maior de

equipamentos/ edifícios com potencial turístico (revitalização e melhoria das condições

no Parque de campismo, reconversão de edifícios/estabelecimentos turísticos,

alargamento e melhoria das condições do circuito Vasco Sameiro / KIB – Kartódromo

de Palmeira, etc).”

Depois de analisar o relatório do PDM penso ser importante para a cidade

implementar os seguintes projectos, na medida em que se dirigem à requalificação de

espaços e pontos estratégicos não só para o aproveitamento dos mesmos a nível do

benefício e desenvolvimento local assim como o sector turístico, nomeadamente:

Reconstrução das linhas de Eléctrico: Nos inícios do século XX a cidade

possuía o famoso eléctrico que actualmente traz às cidades um aspecto mais

28

vintage e um certo encanto. A linha do eléctrico iria do centro da cidade (Praça

da Republica) até ao elevador do escadório do Bom Jesus.

Centro Náutico: Tendo em conta o potencial do Rio Cávado para a cidade

proponho a criação de um centro náutico onde seriam disponibilizados

equipamentos e serviços de forma a realizar desportos náuticos.

Requalificação do Castelo da Dona Chica e a sua classificação como Pousada

de Portugal.

Capítulo III – Desenvolvimento da ideia/projecto

O seguinte capítulo é de facto a essência do trabalho, sendo neste específico o

projecto da requalificação do Castelo da Dona Chica de forma a para diversificar a

região, assim como a análise dos instrumentos de planeamento e ordenamento do

território que justificam a sua pertinência ou os seus condicionalismos. Desta forma,

este capítulo divide-se em três pontos: a sua caracterização, o enquadramento nas

políticas locais, regionais e nacionais, nomeadamente a nível do PENT, do PROT-

Norte e do relatório do PDM e a análise da carta de condicionantes, de ordenamento e

regulamentos de Ordenamento do Território de modo a justificar a necessidade do

projecto ou os condicionalismos e regras do uso do solo.

3.1 Caracterização

Como já foi referido anteriormente este capitulo destina-se a especificar o

projecto da requalificação do castelo da Dona Chica que na minha opinião é uma

excelente oportunidade a desenvolver no concelho.

Este projecto passa então pela requalificação do edifício e do terreno

envolvente, pois este encontra-se relativamente degradado devido ao facto de não ser

um objecto de uso estando até degradado por efeito de actos de vandalismo. A sua

restauração iria prover ao concelho e à zona envolvente uma maior promoção como

um destino de qualidade e com grande potencial arquitectónico não só religioso mas

também civil, assim sendo idealizei requalificar o espaço numa Pousada de Portugal

na qual existiriam 15 quartos, um bar e restaurante, sala de convívio. A ideia da

classificação de Pousada de Portugal é fundamentada na criação de um alojamento

de requinte e luxo a que este tipo de alojamento está associado, para que o hóspede

se sinta num ambiente de total relaxamento com todos os cuidados. Sendo que o

edifício se localiza na periferia da cidade, este está sobre um ambiente mais rural e em

29

contacto com a natureza estando este perto do rio Cávado permitindo ao turista a

sensação de um maior isolamento e tranquilidade. Outro dos factores que potencializa

o edifício é a sua riqueza arquitectónica dando ao turista mais uma vez o ambiente de

luxo e requinte que floresce por tal casa apalaçada.

Desta forma a pousada tem como alvo pessoas com idades compreendidas

entre 35 e os 65 anos, público este mais maduro e com mais possibilidades

económicas que, procuram um alojamento mais requintado, assim como, procuram o

sossego associado à qualidade das infra-estruturas e serviços. Para que o turista

obtenha o ambiente de luxo e requinte a pousada estaria repleta de mobiliário

adequado, tal como uma Pousada de Portugal o utiliza. No restaurante seriam

servidas essencialmente refeições de teor típico da região mas, também refeições de

cozinha internacional. A maior atenção à gastronomia do concelho avivando a

autêntica experiência da gastronomia minhota que é, de facto, característica pelas

mesas repletas de sabores nortenhos e os seus doces tão apreciados.

O castelo da Dona Chica é um edifício com um aspecto muito diferente e

especial, não só pelas suas linhas arquitectónicas mas também por toda a mata

envolvente, onde estão representadas várias espécies exóticas de vegetação de

diferentes continentes. De forma a aproveitar a flora existente, seriam construídos no

exterior do edifício uma piscina, um bar, assim como, se melhoraria a mata

reconstruindo a mesma num jardim botânico, oferecendo ao empreendimento mais

uma atracão à sua visita. Seria também construído um parque de estacionamento

privado destinado apenas aos hóspedes e trabalhadores.

30

.

Figura 20 – Imagens do exterior e interior do Castelo da Dona Chica.

Fonte: Fotografias de Paulo Silva e José Gonçalves

31

3.2 Enquadramento nas estratégias e políticas locais, regionais e nacionais.

A requalificação do Castelo da Dona Chica, assim como os restantes projectos

por mim apontados poderão então fomentar um maior dinamismo no turismo do

concelho, sendo necessário adequar estas ideias nas estratégias e políticas a nível do

turismo.

3.2.1 Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT)

O concelho de Braga apresenta potencial turístico que poucas cidades têm,

sendo considerada a “Cidade dos Arcebispos” devido ao facto de possuir um elevado

numero de igrejas mas também é denominada pela “Roma Portuguesa” por ser uma

cidade com dois mil anos de história proveniente do império romano sendo a cidade

nesse período denominada por Bracara Augusta. E segundo o Plano Estratégico

Nacional do Turismo (PENT) tais características são fundamentais para desenvolver

este tipo de projectos que integram os dez produtos turísticos a desenvolver

apresentados por este documento, nomeadamente Touring Cultural e Paisagístico,

para Turismo da Natureza e para Gastronomia e Vinhos, associado ao património

edificado e cultural.

A nível do Touring Cultural e Paisagístico, é necessário promover circuitos que

aproveitem e potenciem locais com património natural, paisagístico, histórico e

cultural, estruturando a oferta e melhorando as acessibilidades. Este projecto assenta

neste produto, na medida em que é motivado pela vontade de conhecer e explorar os

atractivos de determinada região. Para além do município possuir grandes

potencialidades atractivas para este produto, este projecto apresenta uma grande

oportunidade de dinamizar um dos pontos fracos do turismo desta região,

nomeadamente a falta de alojamentos de qualidade disponíveis para o número de

visitantes.

32

PROT – Norte

Relativamente ao Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte (PROT-

N) que, de acordo com as orientações definidas no Programa Nacional de Política de

Ordenamento do Território (PNPOT) e no Plano Regional de Ordenamento do

Território, visa a espacialização de estratégias de desenvolvimento territorial nos

territórios das NUTS III do Norte, Porto, Minho, Douro e Trás-os-Montes, o seguinte

projecto integra-se numa das seis áreas a desenvolver identificadas no PROT-N.

Segundo o PROT-N, esta tipologia classifica áreas onde se verificam condições e

aptidões para a constituição de espaços de ocupação turística e de residência de

lazer.

“Ora, conforme se observou anteriormente no diagnóstico efectuado, a Região do

Norte apresenta significativas debilidades em termos de alojamento e animação,

constituindo, neste âmbito, "estrangulamentos" e/ ou debilidades ao seu

desenvolvimento turístico.

Estas fraquezas traduzidas, nomeadamente, na reduzida oferta de alojamento e de

qualidade pouco satisfatória e de uma escassa animação turística (que se reflecte nas

já evidenciadas baixas taxas de ocupação e permanências média), levam a concluir

que a estratégia de desenvolvimento turístico da Região do Norte passa, entre outros

aspectos (em paralelo com a requalificação da oferta turística de alojamento já

existente), pela criação de uma oferta de alojamento assente em padrões de qualidade

e sustentabilidade e pela dinamização de acções de animação turístico-cultural

(nomeadamente, eventos).”

33

Figura 21 – Análise SWOT

Fonte: Plano Regional De Ordenamento Do Território Do Norte – Prot-Norte 2008

Relatório do PDM do município

Neste documento foram descriminadas as áreas de vocação turística a

desenvolver no concelho baseando-se qualidade arquitectónica, urbana e paisagística

para obter o Turismo de qualidade. As áreas em que este plano se apoia são: campos

de Golfe, parques de diversão, feiram, espectáculos, eventos tradicionais, hotéis,

turismo rural, religioso, Sendo o espaço rural a zona prioritária a estes projectos de

forma a desenvolver espaços pouco visitados. Evidencia-se também, a implementação

de acções, nos grupos que se consideraram de intervenção prioritária pela importância

inerente à cidade, são esses o “Triângulo turístico” (santuários do Bom Jesus do

Monte, Sameiro, Falperra e a Sé), as “Praias Fluviais” e a “Requalificação”.

34

As intervenções no “Triângulo Turístico” terão que incidir ao nível da ligação

entre os vários espaços religiosos, da requalificação de alguns elementos ou espaços

que os enquadram, das acessibilidades e da mobilidade dos turistas. Em relação às

“Praias Fluviais”, propõe-se uma maior articulação da Cidade com o Rio Cavado em

harmonia com preservação e requalificação ambiental, na qual se deverão melhorar as

acessibilidades, a implementação de transportes alternativos e “amigos do ambiente”,

como por exemplo, a bicicleta e criação de um percurso pedonal e ciclável provido de

espaços de estar e lazer, melhor qualidade da água, criação de estacionamento nos

locais adequados, arborização, etc. E finalmente e relativamente ao projecto da

requalificação do castelo da Dona Chica o objectivo “Requalificação”, no qual se prevê

a revitalização e melhoria das condições no Parque de campismo, reconversão de

edifícios/estabelecimentos turísticos, alargamento e melhoria das condições do circuito

Vasco Sameiro / KIB – Kartódromo de Palmeira, etc. Nesta área de desenvolvimento

apoiam-se projectos de requalificação de edifícios antigos com grande potencial

arquitectónico assim com turístico.

3.3 Carta de condicionantes e regulamentos de Ordenamento do Território.

Passando agora à carta de ordenamento e condicionantes, no que respeita às

normas de uso do solo, fixadas no regulamento e as limitações ou barreiras a nível da

REN e da RAN respectivamente, iremos proceder à análise destes instrumentos no

sentido de justificar a pertinência do nosso projecto ou verificar eventuais

condicionalismos e regras do uso do solo, relativamente ao nosso projecto, que

possam estar presentes no regulamento do PDM.

35

3.3.1 Plano Director Municipal (PDM)

De acordo com o Plano Director Municipal, o Castelo da Dona Chica encontra-

se, em termos de classificação de categoria de espaço de equipamento existente.

Figura 22 - Planta de Ordenamento para o Concelho de Braga

Fonte: DGOTDU

Pela análise da carta das condicionantes conclui-se que não existe qualquer

tipo de restrição no território onde o edifício onde se localiza o castelo, desta forma

não é necessários cuidados especiais sendo apenas imprescindível cumprir a

legislação associada à requalificação do mesmo.

36

Figura 23 - Carta das condicionantes para o Concelho de Braga

Fonte: DGOTDU

3.3.3 Novo regime jurídico dos empreendimentos turísticos

Segundo o nº1 do artigo 2º do Decreto-Lei nº 39/2008 de 7 de Março,

consideram -se empreendimentos turísticos os estabelecimentos que se destinam a

prestar serviços de alojamento, mediante remuneração, dispondo, para o seu

funcionamento, de um adequado conjunto de estruturas, equipamentos e serviços

complementares. A criação de uma Pousada de Portugal todo um conjunto de leis

associadas à sua instalação, requisitos mínimos, etc. De acordo com o artigo 11º, nº1

do mesmo artigo: são estabelecimentos hoteleiros os empreendimentos turísticos

destinados a proporcionar alojamento temporário e outros serviços acessórios ou de

apoio, com ou sem fornecimento de refeições, e vocacionados a uma locação diária.

Neste mesmo artigo está designado o conceito de pousada, um dos grupos de

estabelecimentos hoteleiros: Pousada, quando explorados directamente pela ENATUR

— Empresa Nacional de Turismo, S. A., ou por terceiros mediante celebração de

contratos de franquia ou de cessão de exploração, e instalados em imóveis

classificados como monumentos nacionais, de interesse público, de interesse regional

ou municipal, ou em edifícios que, pela sua antiguidade, valor arquitectónico e

histórico, sejam representativos de uma determinada época.

37

Conclusão

O trabalho mostrou-se bastante importante para a melhor compreensão da

necessidade de planeamento e desenvolvimento turístico. O planeamento turístico tem

que ser adequado para que, assim, se consiga um crescimento sustentável da

actividade turística. Desta forma, a região onde irão ser aplicadas as actividades

turísticas está salvaguardada de problemas ambientais e sociais.

Com o presente trabalho, consegue-se ter noção de como o concelho se

encontra a nível social e económico: apresenta população jovem, oportunidades de

negócio, oportunidades de investimento estrangeiro, e as linhas arquitectónicas que se

mostram como um ponto muito forte para o desenvolvimento turístico e para

actividades turísticas.

Quanto ao projecto desenvolvido, entendo que seja uma grande oportunidade

para o crescimento do sector turístico da cidade, uma vez que, Braga não têm

nenhuma Pousada de Portugal, ajudando, assim, a escolha e aumentando a

diversidade dos alojamentos no concelho. Ao longo do trabalho, não foi encontrada

qualquer condicionante que impedisse a elaboração da requalificação do Castelo da

Dona Chica.

38

Bibliografia

Blog Câmara Municipal de Braga. Consultado a 11 de Julho:

http://municipiobraga.blogspot.pt/

Braga On. Consultado a 12 de Julho:

http://bragaon.blogspot.pt/

Câmara Municipal de Braga. Consultado a 11 de Julho:

http://www.cm-braga.pt/

DGOTDU. Consultado a 12 de Julho:

http://www.dgotdu.pt/SNITAcessoSimples/plantas.aspx?CCDR=NORTE&CONCID=03

03&CONCNAME=BRAGA&TI=PDM&IDIGT=47

Guia Online da História de Portugal. Consultado a 12 de Julho:

http://www.historiadeportugal.info/castelo-da-d-chica/

IGESPAR. Consultado a 12 de Julho:

http://www.igespar.pt/pt/

INE consultado 11 de Julho:

http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos2011_apresentacao

http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_base_dados&contexto=bd&selTa

b=tab2

PENT. Consultado a 12 de Julho:

http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/turismodeportugal/publicacoes/Doc

uments/PENT%202007.pdf

PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-

NORTE 2008. Consultado a 11 de Julho:

http://consulta-prot-norte.inescporto.pt/plano-regional/relatorio-do-plano/relatorios-

tematicos-de-caracterizacao-e-diagnostico/PROT_Turismo_Rev.pdf

Relatório Do PDM, Junho 2008, Consultado a 11 de Julho

39

Ruin’arte. Consultado a 12 de Julho:

http://ruinarte.blogspot.pt/2012/12/o-castelo-da-d-chica-palmeira-braga.html