Parcerias e Lógicas de Cooperação nos Processos de Desenvolvimento da Náutica de Recreio
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II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE NÁUTICA DE RECREIO E DESENVOLVIMENTO LOCAL25, 26 e 27 de Setembro de 2008
Auditório Municipal – Fórum Cultural do Seixal
AndrAndréé Fernandes | João Figueira de SousaFernandes | João Figueira de SousaInstituto de Dinâmica do EspaInstituto de Dinâmica do Espaççoo
FCSH FCSH –– Universidade Nova de LisboaUniversidade Nova de Lisboa
Parcerias e Lógicas de Cooperação nos Processos de Desenvolvimento
da Náutica de Recreio
Um Olhar sobre o Estuário do Tejo
Estuário do Tejo
Requalificação das frentes ribeirinhas
Acesso à frenteribeirinha
Dinâmicas relacionais
Novas centralidades
Navegação fluvial e actividades náuticasde recreio e lazerAcesso à água
Estamos perante a germinação de uma nova abordagem do Estuário do Tejo centrada no reconhecimento e na vontade de mobilização das suas potencialidades para o desenvolvimento da náutica de recreio.
Este processo é indissociável de uma reorientação estratégica que tem vindo a ser operada nos últimos anos, na qual se assiste a um reposicionamento do sector da náutica de recreio, e que está patente em vários documentos de natureza estratégica, como por exemplo a Estratégia Nacional para o Mar, Plano Estratégico Nacional do Turismo ou o Plano Estratégico do Porto de Lisboa.
Um Olhar sobre o Estuário do Tejo
Um Olhar sobre o Estuário do Tejo
Estratégia Nacional para o Mar
Constitui um dos objectivos da Estratégia Nacional estimular as actividades associadas ao mar que permitam a ocupação de tempos livres, o lazer e o desporto desenvolvendo condições para um fácil e natural acesso ao mar.
A aposta na náutica de recreio surge neste documento como forma de promover o turismo náutico e oceânico.
No âmbito da acção estratégica “Promoção do ensino e divulgação nas escolas de actividades ligadas ao mar” éapresentada como medida a adoptar, o fomento do ensino da vela, natação, remo e outros desportos e actividades náuticas nas escolas, em colaboração com os clubes e as autarquias.
Um Olhar sobre o Estuário do Tejo
Plano Estratégico Nacional do Turismo
Elege o Turismo Náutico como um dos 10 produtos turísticos estratégicos nacionais
Contudo, este documento salienta que “a aposta no produto Turismo Náutico poderá ter um grande impacto para o Turismo em Portugal, mas requer o desenvolvimento de infra-estruturas de suporte”
Acrescenta ainda que “os factores críticos de sucesso do segmento marítimo-turístico, relacionado com os desportos náuticos e a utilização de pequenas embarcações, estão ligados às condições de atracagem (físicas e económicas)”
Institucional
Cultural Social
Ambiental
Económica
Desenvolvimento
Inerente a este reposicionamento da náutica de recreio e àsubsequente aposta no seu desenvolvimento, está o reconhecimento da importância deste sector enquanto âncora de novas dinâmicas de desenvolvimento, nas suas múltiplas vertentes:
Um Olhar sobre o Estuário do Tejo
Deste quadro actual resulta claro que a ampliação dos efeitos socio-económicos da náutica de recreio apenas poderá ocorrer com o seu desenvolvimento gradual, o que pressupõe uma progressiva intensificação e consolidação das necessárias relações de articulação e complementaridade institucional, funcional e infraestrutural
Le développement du nautisme ne saurait en effet se réaliser sansun travail concerté entre tous les acteurs du nautisme, y
compris les acteurs institutionnels (Peaudeau e Richebe, 2002)
Um Olhar sobre o Estuário do Tejo
Que actores?
Um Olhar sobre o Estuário do Tejo
Câmaras Municipais
CCDR
Área Metropolitana
de Lisboa Associações de Municípios
Associação de Turismo de
Lisboa
Administração do Porto de
Lisboa
Turismo de Portugal
Associações/ Clubes
NáuticosAgentes Privados
Contextos de cooperação entre actores
Parcerias e Lógicas de Cooperação
Promoção/Gestão de Infra-estruturas
Náutica de Recreio
Desenvolvimento de Ofertas Integradas
Promoção da Prática Desportiva
Organização/ Promoção de
Eventos
Promoção Institucional
Valorização das Frentes
Ribeirinhas
Promoção/Gestão de Infra-estruturas
O estabelecimento de protocolos para a promoção e/ou gestão de infra-estruturas de apoio à náutica de recreio (e a actividades marítimo-turísticas), constitui um exemplo de parcerias entre agentes que podem contribuir para a dinamização destas actividades
Exemplos
Pontão de Vila Franca de Xira – pontão pertencente à APL, sendo a sua exploração e manutenção da responsabilidade da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira
Pontão do Seixal da Transtejo (cais velho) – pontão utilizado pela Câmara Municipal do Seixal (através de protocolo) para apoio ao embarque/desembarque de passageiros (turistas e visitantes) das embarcações que asseguram os passeios fluviais
Promoção/Gestão de Infra-estruturas
As lógicas de cooperação na gestão de infra-estruturas devem ainda ser abordadas numa lógica de integração em rede
O desenvolvimento de uma rede integrada de apoio à náutica de recreio pressupõe a identificação das áreas com aptidão e interesse para estes usos
Os condicionamentos inerentes ao património ambiental, bem como às características das frentes ribeirinhas e às condições de navegabilidade do estuário determinam capacidades diferenciadas para acolher este tipo de infra-estruturas, parâmetros que devem estar na base da estruturação desta rede
É ainda fundamental que a estruturação de uma rede integrada ocorra no quadro de uma estreita articulação entre a APL e os municípios
Moita: Projecto de Valorização da Área Ribeirinha (Caldeira da Moita – Praia do Rosário)
Valorização das Frentes RibeirinhasPa
rcei
ros
Administração do Porto de Lisboa
Sistemas multimunicipais de tratamento de resíduos sólidos e de efluentes urbanos
Junta de Freguesia da Moita
Junta de Freguesia de Gaio-Rosário
Comunidade Educativa
Clubes Náuticos
Estaleiros Navais
Promoção da Prática Desportiva
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Estuário do Tejo
Seixal
Oeiras
Loures
LISBOA
Almada
Montijo
Amadora
Odivelas
Barreiro
Alcochete
0 1 Km
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Estuário do Tejo
Seixal
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Loures
LISBOA
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Montijo
Amadora
Odivelas
Barreiro
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0 1 Km
!(Vila Franca de Xira
!(Vila Franca de Xira
Estações Náuticas
Desenvolvimento de Ofertas Integradas
Facilidade de acesso
O que é uma estação náutica?
Oferta de alojamento
Oferta de actividades
náuticas
Promovida como uma unidade
Oferta de actividades
complementares
Estações Náuticas
Desenvolvimento de Ofertas Integradas
Uma estação náutica deverá combinar a oferta de 2 tipos de actividades:
Náuticas – aluguer de material (barcos, motas de água, equipamento de pesca e de desportos de água), cursos de formação na área da náutica, excursões aquáticas e cruzeiros;
Complementares – actividades culturais, golfe, circuitos pedestres, restauração, comércio, etc.
Desenvolvimento de Ofertas Integradas
Objectivos
Combater a sazonalidade da
actividade
Maximizar as vantagens
económicas do turismo
Conquista de novos mercados
turísticos
Oferecer um turismo de qualidade
Rentabilizar as instalações
náuticas
Revitalizar as zonas ribeirinhas
Promover o turismo e a
náutica
Estações Náuticas
Estações Náuticas
Desenvolvimento de Ofertas Integradas
A implementação, o funcionamento e a concretização dos objectivos inerentes a uma estação náutica pressupõem:
A existência de uma iniciativa privada dinâmica e cooperante
A colaboração público-privada
O sector público e o sector privado deverão articular-se no sentido de dinamizarem actividades, criarem espaços e construírem as infra-estruturas necessárias ao funcionamento de uma estação náutica.
Organização/Promoção de Eventos
Regata do Atlântico Azul
Centro Náutico
Moitense
Ecomuseu Municipal do
Seixal
Câmara Municipal do
Seixal
Câmara Municipal da
Moita
Organização/Promoção de Eventos
XIV Jogos Náuticos Atlânticos 2008 – Euskadi
Encontro de Desportos Náuticos
Vela
Remo
SubaquáticosSurf
Canoagem
Organização/Promoção de Eventos
XIV Jogos Náuticos Atlânticos 2008 – Euskadi Área Metropolitana
do Porto
C. M. Matosinhos
C. M. Porto
C. M. Vila Nova de
Gaia
Intercéltica
O estudo coordenado por Peaudeau e Richebe (2002) considera que oferta de um produto de qualidade deverá passar pela existência de uma estrutura de coordenação que identifique os recursos existentes.
Estrutura de Coordenação
O trabalho da estrutura de coordenação permitirá:
• Elaborar um balanço geral de
actividades;
• Garantir a qualidade da oferta;
• Verificar o nível dos equipamentos;
• Analisar espaços disponíveis para o
futuro;
• Estimar as necessidades futuras.
A coordenação deverá ser feita ao nível:
• Local;
• Departamental e regional
A independência da estrutura de coordenação é fundamental para uma correcta coordenação dos actores locais
A estrutura de coordenação deverá definir uma linha de orientação para a sua actuação
Na sua actuação a concertação entre a colectividade e os actores locais éfundamental
São identificados três grandes tipos de estruturas de coordenação do turismo náutico:
Estruturas de Coordenação
Estruturas de coordenação
Sociedade de Economia Mista
Associação
Gabinete de Turismo
Fonte: adapt. Peaudeau e Richebe (2002)
O turismo náutico tem sido muito esquecido pelos Gabinetes de Turismo (por
desconhecimento da oferta e porque os agentes da actividade existem em
grande número e nem sempre se apresentam organizados)
O Gabinete de Turismo é no entanto, o grande agente do turismo local. Tem
como funções: informar, promover, animar e coordenar os actores locais
O Gabinete de Turismo deve constituir-se como uma estrutura específica criada
para a gestão do desenvolvimento turístico e funcionar com legislação
adequada às suas funções
Gabinete de Turismo (GT)
Fonte: adapt. Peaudeau e Richebe (2002)
Associação formada por actores locais
Estrutura independente do poder local pela sua própria natureza:
constituída por agentes locais (associações, comerciantes, empresas privadas)
Associação dinamizada pelo(s) município(s)
Associação criada pelo poder local. Assegura as funções de coordenação e
de comercialização das actividades náuticas trabalhando em estreita
colaboração com o Gabinete de Turismo para as actividades turísticas (de
uma forma geral)
Associação (A)
Fonte: adapt. Peaudeau e Richebe (2002)
Para desenvolver o turismo náutico uma comunidade local pode optar por uma
estrutura corporativa
Sociedade de Economia Mista (SEM)
Características das SEM
• Gerem o bem público permitindo a participação de actores privados;
• Definem objectivos e uma estratégia de actuação tendo em conta o
respeito pelo interesse geral;
• Existe um director que gere os meios necessários para atingir os
objectivos;
• Funcionam como uma sociedade anónima: composta por accionistas,
com uma meta de rentabilidade.
Fonte: adapt. Peaudeau e Richebe (2002)
Vantagens das SEM:
flexibilidade comercial: liberdade de acção, possibilidade de adaptação dos
produtos, possibilidade de introduzir uma cultura comercial (procura de
rentabilidade);
transparência de custos / despesas;
gestão mais flexível dos recursos humanos (polivalência)
As SEM deverão ser uma ferramenta ao serviço da comunidade mas mantendo
a sua autonomia (para garantir alguma capacidade de inovação)
As SEM deverão integrar uma rede para reforçar a sua capacidade económica e
a sua capacidade de inovar
Sociedade de Economia Mista (SEM)
Fonte: adapt. Peaudeau e Richebe (2002)
Os meios disponíveis para as iniciativas de promoção do turismo
náutico nem sempre são suficientes
O estabelecimento de parcerias permite aumentar o poder de
negociação / comercial / financeiro
Podem referir-se 2 tipos de parcerias:
Entre municípios;
entre estações de turismo náutico
Alargamento dos meios de acção
Fonte: adapt. Peaudeau e Richebe (2002)
Parceria entre municípios:
implica, por parte das entidades envolvidas, a realização de um conjunto
de actividades no âmbito da náutica, de uma forma coordenada
reforça a solidariedade entre municípios e contribui para o
desenvolvimento do turismo náutico
os efeitos destas parcerias reflectem-se de forma indirecta no conjunto do
território envolvido
Alargamento dos meios de acção
Fonte: adapt. Peaudeau e Richebe (2002)
Parceria entre estações de turismo náutico:
este tipo de parceria depara-se com alguns problemas:
em cada estação existem várias divergências (vários pontos de
vista)
numa rede de estações as questões colocam-se ao nível da
distância geográfica entre os parceiros da rede; na definição de
áreas de actuação comuns a todos os membros da rede; na
compatibilização dos interesses de todos os intervenientes
Alargamento dos meios de acção
Fonte: adapt. Peaudeau e Richebe (2002)
Organização Náutica – Abordagem Metodológica
Comunidade Actores Náuticos
Concertação(processo de organização)
Auditoria
Não decisão de suporte ao desenvolvimento
organizado
Iniciativa Privada
Decisão Política
Recursos Existentes
Potencial de Desenvolvimento
Necessidades Complementares
Efeitos positivos e negativos
Fonte: adapt. Peaudeau e Richebe (2002)
Definição Projecto Comum de Planificação
Decisão de assegurar a coordenação
Decisão de suporteOrganização sob
responsabilidades dos actores
Delegação de Meios
Organização
Trabalho:
Produtos, Qualidade, Comércio, Comunicação, Turismo, Náutica, Social
Auditorias Regulares das Evoluções
Adaptação do ProjectoIntegração na Rede (regional/nacional)
Efeitos directos, induzidos (…)
Estruturas, Investimentos, Métodos (…)
GT/A/SEM
(Financeiro, comercial) sem intervenção directa
Fonte: adapt. Peaudeau e Richebe (2002)