palácio barriga-verde - ESTADO DE SANTA CATARINA

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16ª Legislatura ESTADO DE SANTA CATARINA 1ª Sessão Legislativa PALÁCIO BARRIGA-VERDE ANO LVII FLORIANÓPOLIS, 27 DE AGOSTO DE 2007 NÚMERO 5.770 16ª Legislatura 1ª Sessão Legislativa COMISSÕES PERMANENTES MESA Julio Cesar Garcia PRESIDENTE Clésio Salvaro 1º VICE-PRESIDENTE Ana Paula Lima 2º VICE-PRESIDENTE Rogério Mendonça 1º SECRETÁRIO Valmir Comin 2º SECRETÁRIO Dagomar Carneiro 3º SECRETÁRIO Antônio Aguiar 4º SECRETÁRIO LIDERANÇA DO GOVERNO João Henrique Blasi PARTIDOS POLÍTICOS (Lideranças) PARTIDO PROGRESSISTA Líder: Kennedy Nunes PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO Líder: Manoel Mota DEMOCRATAS Líder: Gelson Merísio PARTIDO DOS TRABALHADORES Líder: Padre Pedro Baldissera PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA Líder: Marcos Vieira PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO Líder: Narcizo Parisotto PARTIDO REPUBLICANO BRASILEIRO Líder: Odete de Jesus PARTIDO POPULAR SOCIALISTA Líder: Professor Grando PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA Líder: Sargento Amauri Soares COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA Romildo Titon - Presidente Marcos Vieira – Vice Presidente Darci de Matos Cesar Souza Júnior. Pedro Uczai Pe. Pedro Baldissera Narcizo Parisotto Joares Ponticelli João Henrique Blasi Terças-feiras, às 9:00 horas COMISSÃO DE TRANSPORTES E DESENVOLVIMENTO URBANO Reno Caramori – Presidente Décio Góes - Vice Presidente Sargento Amauri Soares Serafim Venzon Manoel Mota Renato Hinnig Onofre Santo Agostini Terças-feiras às 18:00 horas COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA Jailson Lima da Silva - Presidente Odete de Jesus – Vice Presidente Darci de Matos Herneus de Nadal Jandir Bellini Jorginho Mello Genésio Goulart Quartas-feiras às 18:00 horas COMISSÃO DE AGRICULTURA, E POLÍTICA RURAL Moacir Sopelsa – Presidente Reno Caramori - Vice Presidente Sargento Amauri Soares Dirceu Dresch Marcos Vieira Gelson Merísio Romildo Titon Quartas-feiras, às 18:00 horas COMISSÃO DE TRABALHO, ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO Onofre Santo Agostini – Presidente Joares Ponticelli – Vice Presidente Dirceu Dresch José Natal Pereira Renato Hinnig João Henrique Blasi Professor Grando Terças-feiras, às 11:00 horas COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO Jorginho Mello - Presidente Gelson Merísio – Vice Presidente Décio Góes José Natal Pereira Jandir Bellini Manoel Mota Renato Hinnig Odete de Jesus Silvio Dreveck Quartas-feiras, às 09:00 horas COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA Dirceu Dresch - Presidente SargentoAmauriSoares–VicePresidente Cesar Souza Júnior Edson Piriquito Herneus de Nadal Kennedy Nunes Nilson Gonçalves Quartas-feiras às 11:00 horas COMISSÃO DE ECONOMIA, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MINAS E ENERGIA Silvio Dreveck – Presidente Renato Hinnig –Vice Presidente Ada de Luca Elizeu Mattos Marcos Vieira Pedro Uczai Professor Grando Quartas-feiras às 18:00 horas COMISSÃO DE TURISMO E MEIO AMBIENTE Décio Góes – Presidente José Natal Pereira – Vice Presidente Cesar Souza Júnior Edson Piriquito Renato Hinnig Reno Caramori Professor Grando Quartas-feiras, às 13:00 horas COMISSÃO DE SAÚDE Genésio Goulart – Presidente Jailson Lima da Silva – Vice Presidente Edson Piriquito Gelson Merísio Kennedy Nunes Serafim Venzon Odete de Jesus Terças-feiras, às 11:00 horas COMISSÃO DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS, DE AMPARO À FAMILIA E À MULHER Ada de Luca - Presidente Pedro Uczai – Vice Presidente Genésio Goulart Kennedy Nunes Elizeu Mattos Serafim Venzon Odete de Jesus Quartas-feiras às 10:00 horas COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO Darci de Matos - Presidente Pedro Uczai – Vice Presidente Ada de Luca Manoel Mota Jorginho Mello Professor Grando Silvio Dreveck Quartas-feiras às 08:00 horas COMISSÃO DE RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL, COMUNICAÇÃO, RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DO MERCOSUL Nilson Gonçalves – Presidente Narcizo Parisotto – Vice Presidente Ada de Luca Jandir Bellini Elizeu Mattos Moacir Sopelsa Jailson Lima da Silva Terças-Feiras, às 18:00 horas COMISSÃO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR Odete de Jesus – Presidente Kennedy Nunes – Vice Presidente Jailson Lima da Silva Moacir Sopelsa Joares Ponticelli Nilson Gonçalves Onofre Santo Agostini Romildo Titon João Henrique Blasi

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16ªLegislatura ESTADO DE SANTA CATARINA 1ª Sessão

Legislativa

PALÁCIO BARRIGA-VERDE

ANO LVII FLORIANÓPOLIS, 27 DE AGOSTO DE 2007 NÚMERO 5.770

16ª Legislatura1ª Sessão Legislativa

COMISSÕES PERMANENTES

MESA

Julio Cesar GarciaPRESIDENTEClésio Salvaro

1º VICE-PRESIDENTEAna Paula Lima

2º VICE-PRESIDENTERogério Mendonça1º SECRETÁRIO Valmir Comin

2º SECRETÁRIODagomar Carneiro3º SECRETÁRIO

Antônio Aguiar4º SECRETÁRIO

LIDERANÇA DO GOVERNOJoão Henrique Blasi

PARTIDOS POLÍTICOS(Lideranças)

PARTIDO PROGRESSISTALíder: Kennedy Nunes

PARTIDO DO MOVIMENTODEMOCRÁTICO BRASILEIRO

Líder: Manoel Mota

DEMOCRATASLíder: Gelson Merísio

PARTIDO DOS TRABALHADORESLíder: Padre Pedro Baldissera

PARTIDO DA SOCIALDEMOCRACIA BRASILEIRA

Líder: Marcos Vieira

PARTIDO TRABALHISTABRASILEIRO

Líder: Narcizo Parisotto

PARTIDO REPUBLICANOBRASILEIRO

Líder: Odete de Jesus

PARTIDO POPULAR SOCIALISTALíder: Professor Grando

PARTIDO DEMOCRÁTICOTRABALHISTA

Líder: Sargento Amauri Soares

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇARomildo Titon - PresidenteMarcos Vieira – Vice PresidenteDarci de MatosCesar Souza Júnior.Pedro UczaiPe. Pedro BaldisseraNarcizo ParisottoJoares PonticelliJoão Henrique BlasiTerças-feiras, às 9:00 horas

COMISSÃO DE TRANSPORTES EDESENVOLVIMENTO URBANOReno Caramori – PresidenteDécio Góes - Vice PresidenteSargento Amauri SoaresSerafim VenzonManoel MotaRenato HinnigOnofre Santo AgostiniTerças-feiras às 18:00 horas

COMISSÃO DE LEGISLAÇÃOPARTICIPATIVAJailson Lima da Silva - PresidenteOdete de Jesus – Vice PresidenteDarci de MatosHerneus de NadalJandir BelliniJorginho MelloGenésio GoulartQuartas-feiras às 18:00 horas

COMISSÃO DE AGRICULTURA,E POLÍTICA RURALMoacir Sopelsa – PresidenteReno Caramori - Vice PresidenteSargento Amauri SoaresDirceu DreschMarcos VieiraGelson MerísioRomildo TitonQuartas-feiras, às 18:00 horas

COMISSÃO DE TRABALHO,ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOPÚBLICOOnofre Santo Agostini – PresidenteJoares Ponticelli – Vice PresidenteDirceu DreschJosé Natal PereiraRenato HinnigJoão Henrique BlasiProfessor GrandoTerças-feiras, às 11:00 horas

COMISSÃO DE FINANÇAS ETRIBUTAÇÃOJorginho Mello - PresidenteGelson Merísio – Vice PresidenteDécio GóesJosé Natal PereiraJandir BelliniManoel MotaRenato HinnigOdete de JesusSilvio DreveckQuartas-feiras, às 09:00 horas

COMISSÃO DE SEGURANÇAPÚBLICADirceu Dresch - PresidenteSargento Amauri Soares – Vice PresidenteCesar Souza JúniorEdson PiriquitoHerneus de NadalKennedy NunesNilson GonçalvesQuartas-feiras às 11:00 horas

COMISSÃO DE ECONOMIA,CIÊNCIA, TECNOLOGIA EMINAS E ENERGIASilvio Dreveck – PresidenteRenato Hinnig – Vice PresidenteAda de LucaElizeu MattosMarcos VieiraPedro UczaiProfessor GrandoQuartas-feiras às 18:00 horas

COMISSÃO DE TURISMO EMEIO AMBIENTEDécio Góes – PresidenteJosé Natal Pereira – Vice PresidenteCesar Souza JúniorEdson PiriquitoRenato HinnigReno CaramoriProfessor GrandoQuartas-feiras, às 13:00 horas

COMISSÃO DE SAÚDEGenésio Goulart – PresidenteJailson Lima da Silva – Vice PresidenteEdson PiriquitoGelson MerísioKennedy NunesSerafim VenzonOdete de JesusTerças-feiras, às 11:00 horas

COMISSÃO DE DIREITOS EGARANTIAS FUNDAMENTAIS,DE AMPARO À FAMILIA E ÀMULHERAda de Luca - PresidentePedro Uczai – Vice PresidenteGenésio GoulartKennedy NunesElizeu MattosSerafim VenzonOdete de JesusQuartas-feiras às 10:00 horas

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO,CULTURA E DESPORTODarci de Matos - PresidentePedro Uczai – Vice PresidenteAda de LucaManoel MotaJorginho MelloProfessor GrandoSilvio DreveckQuartas-feiras às 08:00 horas

COMISSÃO DE RELACIONAMENTOINSTITUCIONAL, COMUNICAÇÃO,RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DOMERCOSULNilson Gonçalves – PresidenteNarcizo Parisotto – Vice PresidenteAda de LucaJandir BelliniElizeu MattosMoacir SopelsaJailson Lima da SilvaTerças-Feiras, às 18:00 horas

COMISSÃO DE ÉTICA EDECORO PARLAMENTAROdete de Jesus – PresidenteKennedy Nunes – Vice PresidenteJailson Lima da SilvaMoacir SopelsaJoares PonticelliNilson GonçalvesOnofre Santo AgostiniRomildo TitonJoão Henrique Blasi

2 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

DIRETORIALEGISLATIVA

Coordenadoria de Publicação:responsável pela digitação e/ourevisão dos Atos da Mesa Diretora ePublicações Diversas, diagramação,editoração, montagem e distribuição.Coordenador: Eder de QuadraSalgado

Coordenadoria de Taquigrafia:responsável pela digitação e revisãodas Atas das Sessões.Coordenadora: Lenita WendhausenCavallazzi

Coordenadoria de Divulgação eServiços Gráficos:

responsável pela impressão.Coordenador: Claudir José Martins

DIÁRIO DA ASSEMBLÉIAEXPEDIENTE

Assembléia Legislativa do Estado de Santa CatarinaPalácio Barriga-Verde - Centro Cívico Tancredo NevesRua Jorge Luz Fontes, nº 310 - Florianópolis - SCCEP 88020-900 - Telefone (PABX) (048) 3221-2500

Internet: www.alesc.sc.gov.br

IMPRESSÃO PRÓPRIAANO XII - NÚMERO 1786

1ª EDIÇÃO - 110 EXEMPLARESEDIÇÃO DE HOJE: 40 PÁGINAS

ÍNDICE

PlenárioAta da 063ª Sessão Ordinária da16ª realizada em 22/08/2007.....2Ata da 025ª SessãoExtraordinária da 16ª realizadaem 22/08/2007 ........................13Ata da 026ª SessãoExtraordinária da 16ª realizadaem 22/08/2007 ........................13

Atos da MesaAtos da Presidência Dl............20

Publicações DiversasAudiência Pública....................20

P L E N Á R I O

ATA DA 063ª SESSÃO ORDINÁRIA DA1ª SESSÃO LEGISLATIVA DA 16ª LEGISLATURA

REALIZADA EM 22 DE AGOSTO DE 2007PRESIDÊNCIA DO SENHOR DEPUTADO JULIO GARCIA

Às 14h, achavam-se presentes osseguintes srs. deputados: Ada De Luca - AnaPaula Lima - Antônio Aguiar - Cesar SouzaJúnior - Clésio Salvaro - Dagomar Carneiro -Darci de Matos - Décio Góes - Dirceu Dresch -Elizeu Mattos - Gelson Merísio - GenésioGoulart - Herneus de Nadal - Jailson Lima -Jandir Bellini - João Henrique Blasi - JoaresPonticelli - Jorginho Mello - José Natal - JulioGarcia - Kennedy Nunes - Manoel Mota -Marcos Vieira - Moacir Sopelsa - NilsonGonçalves - Odete de Jesus - Pedro Baldissera -Pedro Uczai - Professor Grando - Reno Caramori- Rogério Mendonça - Serafim Venzon - SilvioDreveck - Valmir Comin.

DEPUTADO JAILSON LIMA - Analisa osinvestimentos do governo federal na área dasaúde e o percentual aplicado por estados emunicípios brasileiros.

DEPUTADO JOARES PONTICELLI (aparte) -Expressa sua esperança de que brevemente aTVAL passe a transmitir em canal aberto.DEPUTADO VALMIR COMIN (aparte) - Lembraque ajudou a implantar a TVAL na gestão deGilmar Knaesel na Presidência da Alesc.

DEPUTADO ANTÔNIO AGUIAR (aparte) - Diz danecessidade de reajuste da tabela do SUS.DEPUTADO DIRCEU DRESCH - Fala da partici-pação do governo federal na geração deemprego e renda; tece comentários sobre osalário mínimo regional.

DEPUTADO DIRCEU DRESCH (aparte) - Afirmaque a sociedade espera com ansiedadeacompanhar as atividades da Alesc pelatelevisão.

DEPUTADO ANTÔNIO AGUIAR (aparte) - Elogiao trabalho do governo federal na recuperaçãodas rodovias no estado.

DEPUTADO SERAFIM VENZON - Anuncia aconstrução de unidade prisional avançada emBrusque.

DEPUTADO DAGOMAR CARNEIRO (pelaordem) - Registra o falecimento da irmã dodeputado Sargento Amauri Soares.

DEPUTADA ANA PAULA LIMA (pela ordem) -Convida para palestra sobre a Lei Maria daPenha.SUMÁRIO

Breves Comunicações DEPUTADO CESAR SOUZA JÚNIOR (pelaordem) - Registra a presença dos alunos doColégio Padre José Maurício e de vereadores elideranças de Blumenau.

Partidos PolíticosDEPUTADO DARCI DE MATOS - Reporta-Se àligação ferroviária entre o planalto e o litoral.

DEPUTADO GELSON MÉRÍSIO - Explicafinalidade de moção sobre a atuação da PolíciaAmbiental; ressalta a necessidade doExecutivo corrigir a lei do Super Simples.

DEPUTADO ANTÔNIO AGUIAR (aparte) -Enfatiza a importância dos transportes fer-roviário e fluvial.

DEPUTADO DIRCEU DRESCH (pela ordem) -Externa sentimento de pesar pela morte dairmã do deputado Sargento Amauri Soares.

DEPUTADO DIRCEU DRESCH (aparte) - Fala que oestado encaminhou muito tarde a proposta dealteração da Lei Geral referente ao ICMS.

DEPUTADO JAILSON LIMA (aparte) - Lembra osinvestimentos do governo federal no transporteferroviário.

DEPUTADA ANA PAULA LIMA - Aborda apossibilidade de a TVAL virar TV aberta. DEPUTADO JAILSON LIMA - Critica o movi-

mento Cansei e elogia os índices econômicosalcançados pelo governo Lula.

DEPUTADO DIRCEU DRESCH (aparte) - Alertapara a necessidade de interligar os países doMercosul com transporte barato.

DEPUTADO JOSÉ NATAL (aparte) - Concordacom a importância de a TVAL tornar-se umcanal aberto. DEPUTADA ANA PAULA LIMA (aparte) - Critica

as artistas Hebe Camargo, Ana Maria Braga,Ivete Sangalo e Regina Duarte do movimentoCansei.

DEPUTADO PROFESSOR GRANDO (aparte) -Ressalta a importância da modernização damalha ferroviária de Santa Catarina.

DEPUTADO CESAR SOUZA JÚNIOR (aparte) -Registra a presença do primeiro presidente daTV Legislativa de Blumenau.

C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o - Processo Informatizado de Editoração

27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 3

DEPUTADO JOSÉ NATAL (aparte) - Critica HebeCamargo, Regina Duarte e Ana Maria Braga.

Passaremos às BrevesComunicações.

Temos uma grande malha rodoviária, masnão nos interessa mais essa malha,queremos, sim, o transporte ferroviário e otransporte fluvial, que são opções maisbaratas para o estado e que mais desenvol-vimento trarão à nossa região, que foicastigada pela ALL, que fez com que amalha ferroviária fosse praticamentedestruída na região do planalto norte.

Inscrito para falar o sr. deputadoDarci de Matos, a quem concedemos a palavrapor até dez minutos.

DEPUTADO JOARES PONTICELLI - Discorresobre as promessas do governo acerca dasobras na serra do Faxinal.

O SR. DEPUTADO DARCI DE MATOS -Sr. presidente, srs. deputados, sras.deputadas, telespectadores que nosacompanham assiduamente pela TVAL,ouvintes da Rádio Alesc Digital.

DEPUTADO KENNEDY NUNES (aparte) -Ressalta que todas as matérias comentadaspelo deputado Joares Ponticelli foramproduzidas pela assessoria do governo.

Não só apóio v.exa. como oparabenizo por abordar este excelente tema.

DEPUTADO DAGOMAR CARNEIRO - Enumeraas obas do governo estadual nos vales doItajaí-Açu e Mirim e no vale do rio Tijucas.

Desejo, sr. presidente, fazermenção, neste espaço, a um assunto que foilevantado na semana passada pelo deputadoRogério Mendonça, o Peninha, que tem suabase na região de Rio do Sul, que diz respeitoà necessidade urgente da retomada de umgrande movimento estadual, sobretudo daslideranças da região, deputado Jailson Lima - ev.exa. foi prefeito de Rio do Sul, é umdeputado atuante e tem sua base tambémnaquela região -, para implantarmosnovamente a ligação ferroviária do planalto atéo litoral catarinense.

O Sr. Deputado Jailson Lima - V.Exa.nos concede um aparte?DEPUTADO KENNEDY NUNES (pela ordem) -

Propõe a realização de um minuto de silêncioem razão da morte da irmã do deputadoSargento Amauri Soares.

O SR. DEPUTADO DARCI DE MATOS -Pois não!

O Sr. Deputado Jailson Lima -Nobre deputado Darci de Matos, esse temaé importante e até mesmo há que seressaltar que, quando o nosso queridodeputado Décio Lima era prefeito da cidadede Blumenau, vários eventos aconteceramenvolvendo entidades empresariais, nosentido de encaminhar a reivindicaçãodessa demanda.

DEPUTADO JOSÉ NATAL (aparte) - Concordacom a homenagem de pesar em razão damorte da irmã do deputado Sargento AmauriSoares.DEPUTADA ODETE DE JESUS (pela ordem) -Como líder do PRB presta homenagem à irmãdo deputado Sargento Amauri Soares.

E neste final de semana, sr. pre-sidente, o jornal A Notícia trouxe um artigoassinado pelo empresário Antônio Ermírio deMoraes, com o seguinte título: “Ferrovias nacontramão! Por quê?” E o empresário AntônioErmírio de Moraes, que conhece os problemasdo Brasil como ninguém, faz algumasconstatações. A primeira: “Chegamos ao iníciodo século 20 com cerca de 30 mil quilômetrosde ferrovias”.

DEPUTADO PROFESSOR GRANDO (aparte) -Ressalta a importância da obra da serra doFaxinal, primeira estrada ambiental.

Eu sou deputado, fui prefeito de Riodo Sul e participei daqueles momentos emovimentos de reivindicação da ferrovia,porque a estrada de ferro já saiu do porto deItajaí e foi até a região de Otacílio Costa e seisanos depois de haver sido inaugurada foidesativada.

DEPUTADA ODETE DE JESUS - Reporta-se aonão-cumprimento da lei que dispõe sobre oacesso de ministros de cultos religiosos ahospitais e presídios.DEPUTADO SERAFIM VENZON - Refere-se àimportância do Prodec comercial e das PPPspara alavancar o desenvolvimento.

Agora, é importante ressaltar que onosso governo está investindo nisso. Umexemplo é a ligação Joinville/São Francisco doSul, uma obra de R$ 57 milhões, prevista noPAC, e o contorno do porto de São Francisco,uma obra de mais R$ 24 milhões, se não meengano.

Ora, em 1944, deputado JailsonLima, nós já tivemos 35 mil quilômetros deferrovias! É um absurdo! E mais adiante, noseu artigo, o empresário Antônio Ermírio deMoraes faz a seguinte afirmação: “Andamospara trás, enquanto o mundo andou parafrente”.

DEPUTADO JOSÉ NATAL - Discorre sobre o 14ºEncontro da Sociedade Inclusiva de SantaCatarina e sobre a homenagem do Comdes aLuiz Henrique.DEPUTADO DARCI DE MATOS (pela ordem) -Registra a presença do prefeito de Araquari eseus assessores.

Por isso é importante esse deba-te, e com toda certeza todas as liderançasprecisam estar imbuídas deste espíritodesenvolvimentista, porque ferrovia, alémde ser um transporte barato, representadesenvolvimento econômico.

Esse é um dado que nos assustaporque os países desenvolvidos investiramfortemente na malha ferroviária. Por exemplo,o minúsculo Japão tem 33 mil quilômetros demalha ferroviária e os Estados Unidos têm 200mil quilômetros.

DEPUTADO HERNEUS DE NADAL - Manifestasua preocupação com a aplicação dalegislação ambiental.DEPUTADO MOACIR SOPELSA (aparte) -Enfatiza a necessidade de alterar a legislaçãoambiental para evitar o êxodo rural.

Agora, é uma pena termos queregistrar que quem destruiu a malha ferroviáriadeste país não foi o nosso governo, foram osque passaram, os anteriores. Inclusive, o sr.Antônio Ermírio de Moraes foi beneficiado coma destruição da malha ferroviária do país.

Portanto, nós sabemos a impor-tância e a necessidade que temos de retomaros investimentos. Não públicos, porque nãotemos recursos, mas através do processo dasparcerias público-privadas, para que possamosimplementar uma malha ferroviária no Brasil,que é um país de dimensões continentais.

DEPUTADO PROFESSOR GRANDO (aparte) -Diz da relevância do diálogo entre órgãosambientais e da agricultura.DEPUTADO DIRCEU DRESCH (aparte) -Ressalta que o caminho é combinar desenvol-vimento com preservação ambiental.

O Sr. Deputado Dirceu Dresch -V.Exa. me concede um aparte?

O SR.. DEPUTADO DARCI DE MATOS -Pois não!

DEPUTADO ROGÉRIO MENDONÇA (pelaordem) - Registra a presença do prefeito e doex-prefeito de Atalanta.

Então, esse é o meu apelo, essassão as minhas colocações. Há poucos dias,deputado Jailson Lima, o prefeito de Rio doSul se pronunciou na imprensa falando danecessidade das lideranças catarinenses - ecertamente terá a sua participação, poisv.exa. representa aquela região, e a detodos nós - estabelecerem parceriasefetivas, concretas e urgentes com ainiciativa privada e o governo federal, paraque possamos retomar a implantaçãodessas ferrovias e, sobretudo, a ligação doplanalto com o litoral norte catarinense paraescoarmos a produção daquela região.

O Sr. Deputado Dirceu Dresch -Quero cumprimentá-lo, deputado Darci deMatos, parabenizá-lo pelo tema e dizer quev.exa. tem neste deputado, com certeza, umgrande aliado nesta discussão.

Ordem do DiaDEPUTADO PEDRO UCZAI (pela ordem) -Encaminha o voto pela abstenção no PLC n.0029/2007. Nós estamos hoje discutindo o

corredor bioceânico. Estivemos na Argentinadiscutindo esse tema e temos convicção dagrande necessidade que temos de, além deligar o oeste ao litoral, construir também asnossas ferrovias ligando os demais países doMercosul.

DEPUTADO KENNEDY NUNES (pela ordem) -Encaminha o voto favorável ao PLC n.0029/2007.DEPUTADO JOARES PONTICELLI (pela ordem) -Afirma que sem a Oposição o governo nãoconseguiria votar o PLC n. 0029/2007.DEPUTADA ODETE DE JESUS (pela ordem) -Esclarece que quando o projeto é benéfico àpopulação catarinense, a Oposição votafavoravelmente.

Com certeza é uma grande alter-nativa para a redução do custo país, do custodos produtos do nosso estado, mas tambémpara buscar uma estratégia, não só detransporte de carga, mas também dotransporte de pessoas.

O Sr. Deputado Antônio Aguiar -V.Exa. nos concede um aparte?

O SR. DEPUTADO DARCI DE MATOS -Pois não!DEPUTADO JOÃO HENRIQUE BLASI (pela

ordem) - Enaltece o espírito público dosdeputados que viabilizaram a votação do PLCn. 0029/2007.

O SR. Deputado Antônio Aguiar -Gostaria de parabenizá-lo, deputado Darcide Matos, eminente representante deJoinville, pela sua lembrança na questãodas ferrovias.

Estamos convencidos disso eparabenizamos v.exa. por esse tema.

O SR. PRESIDENTE (Deputado ClésioSalvaro) - Havendo quórum regimental einvocando a proteção de Deus, declaro abertaa presente sessão.

O SR. DEPUTADO DARCI DE MATOS -Obrigado, deputado Dirceu Dresch.

Como sou filho de ferroviário,gostaria de dar ênfase à construção dasferrovias em nosso estado. Sem dúvidanenhuma, o governo federal, o governo Lula,deve preocupar-se com essa medida porque otransporte mais barato, o transporte maiseficaz é, sem dúvida, o transporte ferroviário.

No que diz respeito a Joinville e aoque o deputado Jailson Lima colocou, nósestamos na iminência de receber o aportedesse recurso. Assim, parabenizamos ogoverno federal pela liberação do montante deR$ 50 milhões para tirarmos o trilho do tremda área urbana de Joinville. Já existe a ligação

Solicito ao sr. secretário queproceda à leitura da ata da sessão anterior.

(É lida e aprovada a ata.)Solicito à assessoria que distribua o

expediente aos srs. deputados.

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4 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

Joinville/São Francisco do Sul, mas nós vamosfazer o contorno do porto e tirar a malhaferroviária do centro do município, porque trazmuitos transtornos como danos a residênciase problemas ao fluxo de trânsito.

Esses recursos são direcionadosproporcionalmente, de acordo com a legis-lação, para estados e municípios.Repentinamente, vimos hoje o deputadoRodrigo Maia, do DEM, dizer que o problemado estado, dos médicos, é também dopresidente Lula.

Portanto, estamos apresentandona Casa hoje uma moção para ser encami-nhada ao presidente da Câmara Federal,deputado Arlindo Chinaglia, que por incrívelque pareça também é médico e nossocolega, para que de forma urgente oCongresso regulamente a Emenda n. 29.Em determinados momentos nós sabemosque dentro do Congresso há lobby por partede alguns governadores para que essaemenda não seja aprovada. Já era para tersido aprovada em 2005 a regulamentaçãodos quesitos da formatação do pagamento,do que representa cada item na forma deremuneração e principalmente o que é e oque não é saúde. Existem estadosdistribuindo sacolão e cesta básica achandoque isso pode ser incluído como projeto deatendimento à saúde, mas isso éassistência social! Não podemos misturar aresponsabilidade de cada secretaria, decada serviço que temos que cumprir comoentes da federação.

Agora, nós estamos crescendo. OBrasil está crescendo 3% ao ano e nósprecisamos crescer 5%, 6%, 7%, 8%, que é amédia mundial. Infelizmente, se nóscrescêssemos 6% hoje, deputado AntônioAguiar, não teríamos malha ferroviária,estradas, portos, energia elétrica e mão-de-obra qualificada.

O que sabemos é que está definidana Constituição, na Emenda Constitucional n.29, de 3 de setembro de 2000, umaproporcionalidade de investimento dos estadose dos municípios, que em 2005 deveriam estarinvestindo 15% do seu Produto Interno Brutoem saúde. Hoje, no Brasil, apenas 3% ou 4%dos municípios não cumprem a Emenda n. 29,que delibera sobre a responsabilidade daaplicação de 15% na área da saúde. O Brasil,em 2006, quase cumpriu a meta dos 15%.Alguns parlamentares, o setor do governo,dizem que atingimos os 15%; a comissão deSaúde da Assembléia diz que ainda nãochegamos lá, mas os números divergem muitopouco.

Mas neste momento não devemosprocurar culpados. Todos nós, do poderpúblico, gestores, políticos, temos que fazerum mea-culpa porque, no meu entendimento,em todos os segmentos estão em débito coma população catarinense.

O Sr. Deputado Professor Grando -V.Exa. me concede um aparte?

O SR. DEPUTADO DARCI DE MATOS -Pois não! Ouço v.exa.

O Sr. Deputado Professor Grando -Deputado Darci de Matos, apenas gostaria dedizer que quando jovem, entre 14 e 15 anos,eu trabalhei em estrada de ferro. Meu pai erafeitor de turno aqui na PTS, principal tronco sulque passa em Lages.

Agora, o grande problema é que amaioria dos estados brasileiros não estácumprindo a Emenda n. 29, principalmente osestados do norte e nordeste.

Por isso o nosso pedido de apro-vação dessa moção, hoje, nesta Casa.Estaremos realizando até o final do mês desetembro ou outubro uma audiência públicapara discutir a questão da Emenda n. 29,da grande caminhada que teremos paraaprová-la no Congresso, principalmente parafazermos com que os governadores do país,que são os que estão mais longe documprimento dessa emenda, passemefetivamente a cumprir o que diz a nossaConstituição e pautar a saúde como umaprioridade fundamental das gestões públi-cas do Brasil.

O Sr. Deputado Antônio Aguiar -V.Exa. me permite um aparte?

Realmente é fundamental e im-portante a estrada de ferro. Nós precisamo-nosunir, principalmente para recuperar os antigostrajetos e unificá-los em nova bitola e comnovo tipo de máquina de transporte.

O SR. DEPUTADO JAILSON LIMA -Ouço o nobre companheiro Antônio Aguiar,médico e deputado atuante na Assembléia,tendo em vista que tenho orgulho em tê-lo aquicomo companheiro que debate as questões doestado catarinense.O SR. DEPUTADO DARCI DE MATOS -

Muito obrigado! O Sr. Deputado Antônio Aguiar - É umgrande tema, a saúde. Nós estivemos emBrasília, na semana passada, participando daFrente Parlamentar que pedia o reajuste databela do SUS. Juntamente com a federaçãodos hospitais estávamos lá para aregulamentação da Emenda Constitucional n.29, de 2005, porque não está regulamentadoainda o aumento da arrecadação, do dinheiro,para a saúde.

(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Clésio

Salvaro) - Com a palavra o deputado JailsonLima, por até dez minutos.

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Clésio

Salvaro) - Com a palavra o próximo oradorinscrito, deputado Dirceu Dresch.

O SR. DEPUTADO JAILSON LIMA -Quero cumprimentar o sr. presidente,deputado Clésio Salvaro, que coordena oPlenário neste momento, a deputada AnaPaula Lima, os telespectadores da TVAL e osouvintes da Rádio Alesc Digital. Aproveitotambém para registrar a presença do vereadorMário Miguel, da cidade de Rio do Sul, que tãobem representa aquele município e que esteverecentemente em Brasília trabalhando poraquela cidade do Alto Vale, na companhia dodeputado Décio Lima.

O SR. DEPUTADO DIRCEU DRESCH -Sr. presidente, sras. deputadas, srs.deputados, todos que nos acompanhampela TVAL e os que nos ouvem pela RádioAlesc Digital. Hoje pela manhã,acompanhando o programa Bom Dia Brasil,da Rede Globo, assistimos a um anúncioimportante para os trabalhadores, para asociedade brasileira, que é um fato queestamos acompanhando nesses últimosanos, uma das grandes políticas do nossopresidente Lula, que é o aumento dageração de empregos no nosso país nesseúltimo período, batendo novamente ogrande recorde de 1,22 milhões de novosempregos gerados nesses primeiros setemeses de 2007. Portanto, apenas 180 mila menos do que em todo o ano de 2006.

É muito importante esta suacolocação, nobre deputado Jailson Lima, e nósqueremos - já pedi para a deputada Ana PaulaLima, que é de Blumenau e tem ligações como presidente da República, Luiz Inácio Lula daSilva, que peça a sua excelência que cumpra apromessa que fez de reajustar a tabela doSUS. É isso que os hospitais precisam, porquea diária hospitalar hoje é menor que a diária deum presidiário. Nós precisamos deste reajuste.

O meu pronunciamento, deputadoAntônio Aguiar, nós que somos médicos,refere-se à questão da saúde. Hoje, ao ler osjornais pela manhã, nós observamos, e temosobservado a semana inteira, as greves queestão acontecendo no nordeste e norte,principalmente da categoria médica, com umcontingente de colegas se descredenciando doserviço público, questionando os níveissalariais.

Eu estou junto com v.exa. nessajornada para que realmente os hospitais,médicos, enfermeiras, técnicos de enfer-magem, enfim, que todos sejambeneficiados para que tenhamos um melhoratendimento de saúde. Como vamosatender um doente com a consulta no valorde R$ 2,55? Isso é impossível! Umengraxate está ganhando mais do que ummédico por uma consulta!

O sudeste é responsável por826.768 desses empregos. O sul, a nossaregião, é responsável por 200 mil dessesnovos empregos. Esse é um fator funda-mental que demonstra que em nosso paíshá uma mudança significativa em curso dostrabalhadores brasileiros. E com certezacada trabalhador que consegue um novosalário, é um novo trabalhador que entratambém para o mercado de consumo. E issomelhora a sua qualidade de vida.

Nós, que fomos gestores de mu-nicípio sabemos que há estados onde ogovernador acabou de assumir, inclusiveestados que não são administrados peloPartido dos Trabalhadores - porque nenhumdos estados onde há greve é administradopelo PT -, que há reivindicação de 25% e 50%de reajuste salarial, mas muitas vezes a folhado estado não comporta.

Nós precisamos do reajuste databela do SUS, nobre deputado. Faço um apeloa v.exa., se for preciso estou à disposição paraque essa jornada do reajuste da tabela do SUSseja complementada no governo Lula.

Muito obrigado pelo aparte, nobredeputado.Entretanto, nós não podemos fugir

da responsabilidade que temos, comopolíticos, porque hoje o que percebemos naimprensa, deputado Dirceu Dresch, é que maisuma vez o Lula é culpado. Parece que ele é oculpado de tudo, porque dizem que não temcolocado os recursos nos estados comodeveria ter feito. Pode até ser que todos osrecursos necessários não estejam sendoalocados, mas de 2000 a 2007 osinvestimentos da União na saúde subiram deR$ 22 bilhões para R$ 36 bilhões.

Destaca-se aí a questão daconstrução civil, com 8,62% de cresci-mento nesses sete meses, o melhordesempenho nos últimos 15 anos docrescimento do emprego na construçãocivil. A agropecuária, com 17%, foi a quemais cresceu nesses sete meses. Umdos fatores que impulsionaram a geraçãode novos postos de trabalho no setor foia expansão das usinas de álcool e deaçúcar, e de outros produtos que estãocolocados neste processo.

O SR. DEPUTADO JAILSON LIMA -Deputado Antônio Aguiar, além dos profis-sionais que trabalham na saúde, o impor-tante é que principalmente os pacientessejam beneficiados, reduzindo as filas,otimizando e agilizando o atendimento. Maso fundamental também, como citei hápouco, é que os estados cumpram aEmenda n. 29 e dentre os estados, o cata-rinense também não está cumprindo essaemenda.

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27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 5

Quero destacar aqui também, poroutro lado, uma crítica que o DiárioCatarinense faz, hoje, sobre o aumento dacarga tributária em relação ao PIB. E que-remos destacar aqui que de 1995 a 2002,nós tivemos um crescimento de 24,82% doPIB para 31,86% do PIB, ou seja, um cresci-mento de 28,4%. Em 2003 era de 31,4% doPIB; passou, em 2006, para 34,23%, o quecorresponde a um crescimento de 9%.

Por último, quero dizer queacompanhei, hoje pela manhã, um comen-tário do Moacir Pereira na CBN, que falavasobre um estudo que a secretária de estadoda Assistência Social, Trabalho e Habitaçãoestá entregando para o governador sobre osalário mínimo regional. Para SantaCatarina, pelo número de empregos quetem, é importante que haja o salário mínimoregional também. Paraná, Rio Grande do Sule São Paulo já têm, e o nosso estadotambém precisa encaminhar isso.

Tivemos a visita de setores dofuncionalismo público, principalmente detrabalhadores na área da agricultura, que hoje,pela parte da manhã, pararam por uma hora osseus trabalhos para protestar e cobrar dogoverno o reajuste salarial, pois ostrabalhadores da agricultura têm umachatamento de 20% nos seus salários, e nosúltimos 12 anos tiveram um achatamento de60%.

Então, é importante para os tra-balhadores da Segurança Pública, daAgricultura e da Educação que o estado volte adiscutir o reajuste salarial...

Agora, deputada Ana Paula Lima,nós temos uma grande mudança, porqueestamos vendo a grande volta da perspec-tiva do investimento na política pública emnosso país, e o estado sendo o grandepropulsor da geração de emprego, dageração de desenvolvimento do nosso país.

Então, esperamos que, o maisrápido possível, o governo do estadoencaminhe a proposta do salário mínimoregional aqui para a Assembléia Legislativa.Assim poderemos definir e discutir essetema tão importante para Santa Catarina.

(Discurso interrompido por términodo horário regimental.)

(SEM REVISÃO DO ORADOR)O Sr. Deputado Dagomar Carneiro -

Peço a palavra, pela ordem, sr. presidente.No dia 15 de janeiro, deputadoAntônio Aguiar, as seis centrais sindicais sereuniram com o governador e entregaramuma proposta. Já houve vários posiciona-mentos nesta Casa, a nossa bancada estátrabalhando na perspectiva de termos aquiem Santa Catarina um salário mínimoregional.

E não é por acaso que aconstrução civil tem-se destacado nessaquestão da geração de empregos. Bastaolhar o nosso estado, e o deputadoAntônio Aguiar noticiou esta semana aconstrução de casas no planalto nortecatarinense, para vermos uminvestimento estratégico do governo numprograma de habitação tanto nas cidadesquanto no interior. E falava-se aquitambém das ferrovias e das rodovias.Todas as rodovias federais estão sendomelhoradas e duplicadas em nossoestado. E isso é importante para ageração de novos empregos em nossopaís e para o seu desenvolvimento.

O SR. PRESIDENTE (Deputado ClésioSalvaro) - Com a palavra, pela ordem, o sr.deputado Dagomar Carneiro.

O SR. DEPUTADO DAGOMARCARNEIRO - Queria comunicar e lamentar aquia morte da irmã do deputado Sargento AmauriSoares, que ocorreu na manhã de hoje.

E uma entidade como, por exemplo,o Dieese, através do seu presidente IvoCastanheira, fez a seguinte afirmação:

O SR. PRESIDENTE (Deputado ClésioSalvaro) - A Mesa faz o registro com pesar.

O Sr. Deputado Cesar Souza Júnior- Peço a palavra, pela ordem, sr. presidente.(Passa a ler.)

“[...]Segundo estudo desenvolvidopelo Escritório Regional do Dieese em SantaCatarina, um piso estadual de salários de R$480,00 impactaria potencialmente a renda de20% de toda a população ocupada a partir dos10 anos de idade, e a mais de 30% de todosos trabalhadores de carteira assinada noestado.[...]”[sic]

O SR. PRESIDENTE (Deputado ClésioSalvaro) - Com a palavra, pela ordem, o sr.deputado Cesar Souza Júnior.

O SR. DEPUTADO CESAR SOUZAJÚNIOR - É só para registrar a presença nestaCasa das crianças do Colégio Padre JoséMaurício, do bairro Progresso, em Blumenau, etambém dos vereadores, liderançascomunitárias, Deusdith de Souza e Deusdithde Souza Júnior.

Portanto, a novidade é que o governobrasileiro está investindo mais de R$ 503bilhões em política interna principalmente deestruturação, sem ter ido buscar nada do FMI.É preciso destacar que antes nós tínhamosuma carga tributária alta, mas o estado estavaineficiente e não intervinha nas grandesestratégias de políticas de estruturação emnosso país.

Então, este é um tema funda-mental que entendemos muito estratégicopara Santa Catarina, e precisamos aprovaraqui também no estado o salário mínimoregional.

O Sr. Deputado Dirceu Dresch - Peçoa palavra, pela ordem, sr. presidente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado ClésioSalvaro) - Com a palavra, pela ordem, o sr.deputado Dirceu Dresch.

O Sr. Deputado Antônio Aguiar -V.Exa. me concede um aparte?

Então, se queremos de fato gerar ummercado interno, gerar uma política públicainterna, construir novos empregos e daroportunidade para novas empresas seinstalarem, precisamos avançar no consumointerno. Isso é uma outra novidade que estácolocada, porque a maioria dos novosempregos estão sendo gerados para empresasque se prepararam para produzir para omercado interno. Essa é uma grande novidadeem nosso país.

O SR. DEPUTADO DIRCEU DRESCH -Pois não!

O SR. DEPUTADO DIRCEU DRESCH -Também queria me somar aos sentimentos depesar ao nosso grande deputado SargentoAmauri Soares, vice-presidente da nossacomissão de Segurança Pública. Hoje, pelamanh, tivemos uma reunião da nossacomissão, à qual o deputado não pôde estarpresente devido ao ocorrido.

O Sr. Deputado Antônio Aguiar - Fizum aparte ao deputado Jailson Lima e critiqueia saúde, através do presidente Lula, masquero aqui, neste instante, parabenizar opresidente Lula pela travessia urbana querealizou no município de Canoinhas, pelarestauração, como v.exa. citou, das estradas,principalmente da BR-280, no trecho de Mafraa Canoinhas.

Então, queremos aqui registrar osnossos sentimentos pelo falecimento de suairmã.

A diferença é simples. É ter, sim,a continuidade de uma carga tributária alta,mas a sociedade percebe, no dia-a-dia, apresença do estado, que esses recursosestão voltando para a nossa sociedade,como ocorre em muitos países europeus,inclusive. Lá a carga tributária também éalta, mas o cidadão não precisa pagar umauniversidade pública ou, quando vai aomédico, não precisa tirar o dinheiro dobolso. Muitas vezes ele não tem recursospara pagar, e não há problema porqueestado está presente. Esta é a grande dife-rença e é neste caminho que estamos indono nosso país, neste momento.

Então, quero parabenizar o pre-sidente Lula. Como v.exa. citou, reconheçoo trabalho que ele está realizando nasestradas estaduais, como a sinalização daBR-280, no trecho de Corupá a São Bentodo Sul. Também pedimos ao DNIT a sinali-zação desse trecho e está sendo feita.Assim, o nosso muito obrigado porquerealmente isso corresponde às expectativasda população.

O SR. PRESIDENTE (Deputado ClésioSalvaro) - Com a palavra a próxima oradorainscrita, deputada Ana Paula Lima, por até dezminutos.

A SRA. DEPUTADA ANA PAULALIMA - Sr. presidente, deputado ClésioSalvaro, srs. colegas deputados, públicoque nos acompanha pela TVAL e ouvintesda Rádio Alesc Digital, eu gostaria também,em nome da minha família, de prestar asminhas condolências à família do deputadoSargento Amauri Soares pela perda do seuente querido.

O SR. DEPUTADO DIRCEU DRESCH -Agradeço, deputado.

Finalizando, quero dizer queentendo estratégica a implantação dosalário mínimo regionalizado e espero queesta Casa também contribua nessaquestão. Entendo que todas as bancadasvão apoiar esse projeto e também entendoestratégico que, para o crescimento doestado e para a geração de novosempregos, é importante garantirmos aqui...Como estamos tendo uma agregação devalores em 80% e as nossas categorias detrabalhadores, nestes últimos cinco anos,tiveram reajuste acima da inflação, estamospreocupados também com as categoriasprofissionais no estado.

Gostaria também de me juntar aodeputado Jailson Lima e de cumprimentar essegrande guerreiro vereador da cidade de Rio doSul, Mário Miguel, que se faz presente noParlamento catarinense e que brevemente vaiser vovô pela primeira vez.

Houve um crescimento de 10,34%em relação aos sete meses de 2006também na arrecadação dos impostos. Issoé importante porque temos um aumento naarrecadação, que é automático. Ostrabalhadores melhoram a sua renda,contribuem com o Imposto de Renda, egrande parte deles, que não tinhamemprego, agora entra também no mercadode trabalho e começa a contribuir com aPrevidência e com tantos outros impostosem nosso país.

Sr. presidente, eu tive a honra derepresentar os srs. deputados, as sras.deputadas e o presidente desta Casa,deputado Julio Garcia, em dois eventos ocor-ridos na capital federal. Primeiramente, querofazer o registro de uma audiência em queestive, na tarde de ontem, representando opresidente Julio Garcia numa reunião de

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6 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

presidentes de Assembléias Legislativas com oministro Hélio Costa, para tratar de umassunto de extrema importância, que é aabertura do sinal para as TVs Legislativas.Acho que isso seria um progresso para aAssembléia Legislativa e para o povocatarinense para dar continuidade e tambémverificar os trabalhos exercidos por deputadose deputadas desta Casa.

Mas fiquei mais surpresa ainda, poisalém da televisão em sinal aberto, tambémoutras Assembléias Legislativas já fizeram opedido e estão com a FM, através da qual apopulação também pode acompanhar ostrabalhos efetuados por diversosparlamentares.

O Sr. Deputado Valmir Comin - Sra.deputada Ana Paula Lima, eu queroparabenizá-la pelo tema abordado. Inclusive,v.exa. ficou incumbida de ir na próxima reuniãorepresentar Santa Catarina e a Presidênciadesta Casa.

Eu gostaria de dizer que tive oprivilégio, juntamente com os demaisparlamentares, de, ainda na gestão dodeputado Gilmar Knaesel, implantar osistema aqui e que foi uma inovação muitopromissora. Esperamos que agora, queiraDeus, na gestão do deputado Julio Garcia,nós possamos implementar isso e jogar emcanal aberto, realmente, para que toda apopulação tenha acesso aos trabalhos daTVAL.

Eu penso que temos que nos unir nosentido de implementar isso o mais rápidopossível, porque nós também vamosoportunizar, vereador Mário Miguel, àsCâmaras de Vereadores estar presentes emdiversos lares, nos diversos municípios donosso estado.

Mas, sr. presidente, quero aquiregistrar a importância dos meios decomunicação, tanto do rádio e da TV, comodos jornais e da internet. É dessa forma quenos podemos comunicar de uma forma maisrápida inclusive. Quero dizer que Blumenauesteve na vanguarda, na época, com aimplantação da TV Coligadas; esteve navanguarda também, deputado José Natal, naimplantação de rádios; e esteve na vanguardaainda na implantação da primeira TVLegislativa, que ocorreu na Câmara deVereadores daquela cidade.

O Sr. Deputado Cesar Souza Júnior -V. Exa. me concede um aparte?

A SRA. DEPUTADA ANA PAULA LIMA -Pois não! O Sr. Deputado Dirceu Dresch -

V.Exa. me concede um aparte?O Sr. Deputado Cesar Souza Júnior -Cumprimentando a deputada pelo pertinentediscurso, gostaria de registrar o pioneirismo deBlumenau na TV Legislativa, e tambémregistrar que o presidente à época, vereadorDeusdith de Souza, encontra-se aqui noplenário. Ele que era o presidente no períododa implantação. E Blumenau realmente, maisuma vez, foi pioneira na TV Legislativa emSanta Catarina.

A SRA. DEPUTADA ANA PAULA LIMA -Pois não!

O Sr. Deputado Dirceu Dresch -Quero não só cumprimentá-la, deputadaAna Paula Lima, pelos fortes discursos etemas estratégicos que tem trazido aesta Casa, como também parabenizá-lapela sua insistência em abordar estetema. E digo que os catarinenses estãoesperando com muita ansiedade asvisitas aos municípios e queremacompanhar as atividades do plenário, aposição dos deputados e os debates aquidesta Casa.

No Parlamento catarinense, a TVestá com sete anos. Eu acho que seria umavanço se conseguíssemos, de formatransparente, legalizada, transformar o canalfechado em canal aberto. Isso serviria nãosomente para nós, parlamentares, usarmosesse meio de comunicação para mostrar aopovo catarinense os nossos trabalhos tantoem plenário quanto em comissão, mas comoforma também de a nossa comunidade, de opovo catarinense cobrar do Legislativo umaforma de fazer política com transparência, comlegalidade e com honestidade. É uma formademocrática, inclusive, de estarmos emcontato com a nossa população.

O Sr. Deputado Joares Ponticelli -V.Exa. me concede um aparte?

A SRA. DEPUTADA ANA PAULA LIMA -Pois não.

O Sr. Deputado Joares Ponticelli -Sra. deputada Ana Paula Lima, tambémquero cumprimentá-la por abordar nova-mente este tema. V.Exa. há muito tempoestá comprometida com essa causa, esexta-feira nós estaremos juntos na reuniãoem Vitória.

Muito obrigado!A SRA. DEPUTADA ANA PAULA

LIMA - Tenho certeza, srs. deputados epúblico que nos está acompanhandoatravés da TVAL, que podemos fazer estepedido tanto para a rádio FM quanto para osinal aberto de TV. Dessa forma estaremosexercendo a nossa democracia de maneiramais justa, para que todos os catarinensespossam ver em seus lares o trabalho exer-cido em plenário e nas comissões técnicaspelos parlamentares da AssembléiaLegislativa do estado de Santa Catarina. E éuma forma também, sr. presidente, deestarmos mais perto da nossa população,mais perto do povo catarinense.

Por isso, a importância da audiência,ontem, com o ministro Hélio Costa. Em maio,quando estive numa audiência com o ministro,ele já havia colocado algumas possibilidadesde Santa Catarina ter o canal aberto. E ontem,juntamente com os outros presidentes deAssembléias Legislativas, e eu tive a honra derepresentar este Parlamento, verificamos queestá muito próximo disso acontecer. É destaforma que dentro de poucos dias ou meses,conforme a deliberação da Mesa e dos srs.parlamentares, poderemos transformar estecanal fechado em canal aberto. Eu tenhocerteza de que o povo de Santa Catarina vaificar muito agradecido.

Eu conversava, hoje pela manhã,com a nossa diretora Lúcia Helena eparece-me que há, por parte doministério, agora uma vontade políticamuito grande de abrir efetivamente essescanais. Até porque o governo Lula tempriorizado exatamente as TVs públicas emostrado uma preocupação muito grandecom esse assunto. E a não ser que euesteja enganado, acredito que nessesquase cinco anos de governo dopresidente Lula nenhuma nova concessãode TV privada foi feita. A prioridaderealmente são as TVs públicas, e issopara nós é extremamente importante.

Sr. presidente, também queriarelatar aqui a minha participação na IIConferência Nacional de Políticas Públicas paraas Mulheres, pois realmente foi um avanço,mas vou ater-me a esse tema na próximasessão, para que possamos abordá-lo commais plenitude.

O Sr. Deputado José Natal - V.Exa.me concede um aparte?

A SRA. DEPUTADA ANA PAULA LIMA -Pois não!

Vamos estar juntos, deputada AnaPaula Lima, na próxima sexta-feira, e estouacreditando muito agora que nós possamosavançar e ver a nossa TVAL em canalaberto.

O Sr. Deputado José Natal - Nobredeputada, quero dizer que o tema que v.exa.aborda foi colocado aqui neste plenário pelodeputado Serafim Venzon, na tarde de ontem,no tocante também à Rádio Alesc Digital e àsdemais rádios. Com certeza absoluta, serámuito bom para a sociedade de SantaCatarina, que verá, com muita transparência, aatuação dos parlamentares que elegeu paraaqui representá-la.

Muito obrigada, sr. presidente e srs.deputados!

(SEM REVISÃO DA ORADORA)A SRA. DEPUTADA ANA PAULA LIMA -

Srs. deputados, a partir do momento em queesta Casa fizer uma fundação, o ministrogarantiu ontem, na reunião dos presidentes deAssembléias Legislativas, que num prazo de90 dias a TVAL já poderá operar com canalaberto.

O SR. PRESIDENTE (DeputadoClésio Salvaro) - O próximo oradorinscrito é o sr. deputado Serafim Venzon,a quem concedo a palavra por até quatrominutos.

O SR. DEPUTADO SERAFIMVENZON - Sr. presidente, srs. deputados esras. deputadas, quero, nos últimos quatrominutos do horário de BrevesComunicações, anunciar que ontem o go-vernador do estado de Santa Catarinaparticipou de uma grande recepção, junta-mente com o secretário da SegurançaPública, deputado Ronaldo Benedet, docoronel Elizeu, do chefe da Polícia Civil e deuma comitiva formada pelo prefeito deBrusque, pelo prefeito de Guabiruba, peloprefeito de Botuverá, por representantes doMinistério Público e por representantes dofórum da comarca de Brusque, quandomanifestamos o desejo e a necessidadeque a Regional de Brusque tem de implantaruma unidade prisional avançada paraatender a região.

Eu meu somo a sua idéia de que aTVAL realmente se torne um canal aberto paratoda Santa Catarina, como também a RádioAlesc Digital.

Penso que isso seria um avançopara o estado de Santa Catarina e para osdiversos municípios. Quero também cum-primentar o ex-vereador, presidente daCâmara de Vereadores, Deusdith de Souza,pois foi sim, na sua gestão, que foi implan-tada a TV na Câmara do município deBlumenau.

A SRA. DEPUTADA ANA PAULA LIMA -Sr. deputado José Natal, v.exa. sabe daimportância disso. Fiquei surpresa porque emquatro estados da nossa federação o canalaberto já está funcionado: Ceará, Rio Grandedo Norte e mais dois estados do nordeste.Minas Gerais também está em canal aberto,mas não está legalizado.

Eu tenho certeza de que o estado deSanta Catarina, deputado Valmir Comin, pode,sim, ser pioneiro na região sul, implantando omais rápido possível e passando o Paraná e oRio Grande do Sul.Na próxima sexta-feira vai haver um

evento no estado do Piauí, que irá apresentaruma maneira de, deputado Joares Ponticelli,através de uma fundação, requerer o canalaberto.

O Sr. Deputado Valmir Comin - V.Exa.me concede um aparte?

A SRA. DEPUTADA ANA PAULA LIMA -Pois não!

C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o - Processo Informatizado de Editoração

27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 7

Segundo informações, temos maisde 200 mandados de prisão que não podemser executados justamente pela falta de umpresídio adequado para receber algum tipo dedelinqüente que teria que cumprir pena. Opresidente da OAB, seccional de Brusque, dr.Marcellus Augusto Dadam, inclusive, ao finaldaquela cerimônia, manifestou sua preocu-pação com o atual sistema, pois, às vezes,acontece de uma criança ficar sem a pensãoalimentícia porque o pai não fez o pagamento -que é uma das situações que dá cadeia - e nãohá como fazer cumprir a lei justamente pelafalta de vaga na cadeia. Apesar de o atualgoverno ter praticamente dobrado as vagasdos presídios de Santa Catarina, mesmo assimestão faltando muitas. E no caso, na Regionalde Brusque, temos uma deficiência de, no mí-nimo, 80 a 100 vagas.

nossa prática legislativa no dia-a-dia e queinterpretaram de uma forma equivocada umaindicação que fiz nesta Casa ao governadorLuiz Henrique da Silveira, para que suaexcelência determinasse à Polícia MilitarAmbiental que atuasse desarmada.

Agora, se não existir nenhumaação por parte do governo federal corrigindoo texto da lei do Super Simples, que proíbeos estados de terem políticas próprias paraa legislação das micro e pequenasempresas, logo teremos uma medidaprovisória na Casa ou um projeto de lei querevogue o Simples estadual para adequá-loà lei federal. Aí vamos voltar a ter as cincomil empresas ameaçadas de terem a cargatributária aumentada e lançadas à informa-lidade. Não é este o objetivo da lei. Não foiesta a intenção de quem elaborou o texto.Foi um ponto falho da legislação e que pre-cisa ser corrigido a tempo e que quandoesgotar o período para a adesão ao SuperSimples não tenhamos aqui no estado em-presas fora desta questão do Simples.

Passou-se, por um equívoco decomunicação ou por má interpretação, asensação de que seria uma lei que proibiria opolicial ambiental de andar armado. Não era enem é esse o objetivo. O policial militar, cons-titucionalmente, tem o direito, para a suaautoproteção, de andar armado e ninguém vaitirar-lhe esse direito jamais.

O que visava aquela indicação queeu fiz e que continuo entendendo que deva serimplementada em Santa Catarina é aorientação, por parte do governador, aocomandante da Polícia Militar e da PolíciaAmbiental do estado de que as operações daPolícia Ambiental não necessitem de forçaarmada em 98% dos casos. Quando forem atéum produtor de suíno para ver se o mesmotem a licença ambiental, não é necessáriochegar com duas viaturas da Polícia Ambientale com cinco policiais armados commetralhadoras em cada uma. Isso estáacontecendo com cinco, três, duasmetralhadoras, mas não precisam ir comnenhuma, até porque a questão ambiental émuito mais cultural - e deve ser assim - muitomais educativa do que propriamente um casode polícia.

O Sr. Deputado Dirceu Dresch -V.Exa. nos concede um aparte?Segundo o deputado Ronaldo

Benedet, vamos começar, inclusive na próximasemana, algumas articulações entre a PolíciaCivil e a Polícia Militar para buscar o entendi-mento dessas duas forças importantes daSegurança. Esse entendimento seráimportante para dar segurança ao trabalhodessas corporações. Além desse entendi-mento, vamos fazer na próxima semana oprojeto altimétrico. Até meados do próximomês, devemos começar a terraplenagem e, seDeus quiser, no mês de outubro ou novembro,faremos a licitação para iniciar a implantaçãode um presídio, de uma unidade prisionalavançada que vai atender justamente a umademanda reprimida que precisamos colocar ali.

O SR. DEPUTADO GELSON MERÍSIO -Pois não!

O Sr. Deputado Dirceu Dresch -Nobre deputado, quero dizer do grandetrabalho feito na questão da Lei Geral.Infelizmente, não conseguimos incluir al-gumas mudanças. Na minha avaliação,quase 90% das mudanças solicitadas pelasmicro e pequenas empresas foram incluídasem nível nacional. Temos esta polêmicaaqui com o repasse do ICMS. Esperamosque de fato o Confaz ainda aceite aproposta de Santa Catarina de podercontinuar com o repasse do ICMS.Infelizmente foi tarde, deputado.Poderíamos ter encaminhado isto antes.

É evidente que existem as exceções,como fazer uma operação noturna com relaçãoa caçadores ou apreender rede de pesca comrelação à pesca clandestina. É evidente queisso, para a segurança dos agentes, requerque eles estejam armados para a sua defesa epara a sua proteção. Esta é a exceção, mas aregra é que hoje nós temos uma PolíciaAmbiental que exagera na ostentação da forçaarmada como fator de inibição, muitas vezes, apessoas humildes, como são os agricultoresdo oeste, pois hoje mais de mil propriedadesnão têm licenciamento ambiental, o que éhistórico e agora é que se está dando a devidaimportância para esse fato. E muito deles nãoas têm porque a Fatma não tem capacidadetécnica e de pessoal para fazer as vistorias.Portanto, estão à margem da lei não porvontade própria, mas por incapacidade doórgão público e estão sujeitos a que policiaisentrem em suas propriedades armados commetralhadores, com crianças se assustando,com pessoas idosas enfartando, comoaconteceu numa cidade do oeste, semnenhuma necessidade que isso acontecesse.

Então, quero, de público, manifestaro agradecimento da Regional de Brusque aogoverno por estar atendendo um pedido demuito tempo e que não é só um pedido, mas,acima de tudo, uma necessidade daquelaregião.

O SR. DEPUTADO GELSON MERÍSIO -Nós queremos o repasse do ICMS ou apermissão para que os estados tenham a sualegislação própria, para que aquelas empresasque não optarem pelo Super Simplescontinuem com o mesmo status fiscal quetinham até então. Isso resolveria a questão eviria ao encontro do objetivo de todos. Equando participei, como presidente daFederação das Associações Comerciais, dodebate do Super Simples, havia essa tônicacomo marca do processo.

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)A Sra. Deputada Ana Paula Lima -

Pela ordem, sr. presidente.O SR. PRESIDENTE (Deputado Clésio

Salvaro) - Com a palavra, pela ordem, a sra.deputada Ana Paula Lima.

A SRA. DEPUTADA ANA PAULA LIMA -Muito obrigada, sr. presidente.

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)

Gostaria, sr. presidente, de estendero convite feito pelo superintendente daRegional da Caixa Econômica Federal, sr.Everton Silveira Júnior, para, no próximo dia 24de agosto, aqui na Assembléia Legislativa deSanta Catarina, no Auditório Antonieta deBarros, às 9h, juntamente com a ministra dePolíticas Públicas para as Mulheres, LucéliaFreire, com a sra. Maria Fernanda RamosCoelho, que é presidente da Caixa EconômicaFederal, com o juiz estadual, sr. VilsonFontana, e com a escritora Rose Marie Muraro,assistirem a uma palestra para discutir a LeiMaria da Penha, que é uma conquista dasociedade.

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Ainda dentro do horário reservado aosPartidos Políticos, os próximos minutospertencem ao PT.

Com a palavra o sr. deputado JailsonLima, por até oito minutos.

O SR. DEPUTADO JAILSON LIMA - Sr.presidente e srs. deputados, temosacompanhado e visto pela imprensa omovimento Cansei e assomo à tribuna hoje,em nome do PT, para dizer que também canseido que está sendo apresentado ao país por umgrupo de figuras, queiram ou não, vinculadas àelite econômica deste país e que sempretiveram lado.

Em qualquer dúvida, em qualquerpolêmica, o bom senso deve ser o juiz dasações. E este foi o objetivo da indicação aquifeita, ou seja, que as Polícias Militar eAmbiental, que são comandadas hierarquica-mente pelo governo do estado, possam, combom senso, encontrar a forma, especialmentena questão ambiental, para tratar o tema nãocomo um caso de polícia, mas como uma forçaeducativa, que deve estar ao lado dasociedade coibindo, notificando e autuandoaqueles que não fazem desta forma, mas nãotendo na arma, no “ostensivismo” daoperação, a razão de ser das suas atividades.

Então, dia 24 de agosto, às 9h, aquino Auditório Antonieta de Barros.

Srs. deputados, este grupo écoordenado pelo presidente da OAB de SãoPaulo, dr. Flávio Borges, e pelo promoter JoãoDória Júnior, que ao puxar o movimento Canseitem como garotas propaganda asapresentadoras de televisão Hebe Camargo eAna Maria Braga, a cantora Ivete Sangalo e aatriz Regina Duarte.

Muito obrigada!O SR. PRESIDENTE (Deputado Clésio

Salvaro) - Feito o registro, passaremos aohorário reservado aos Partidos Políticos. Hoje,quarta-feira, os primeiros minutos sãodestinados ao DEM. Feito este registro, quero também

retomar um outro tema que me pareceimportante que continue presente. Nóstivemos o adiamento de uma questão im-portante para Santa Catarina, que é a questãodo Simples estadual. Esta questão não estáresolvida, pelo contrário, o governo federaladiou sua possibilidade de adesão. E, emfunção disto, o estado permitiu que fosse, aquipela Casa, num acordo com as lideranças,prescrita a medida provisória.

Com a palavra o deputado GelsonMerísio, por até sete minutos.

Vimos que o movimento se centrouna questão do acidente da TAM e em cimadessa questão criou um debate nacional. Omaior número de pessoas até agora reunidofoi em São Paulo, duas mil, onde algumasfiguras deram o depoimento de que tinhammedo de pegar avião, de atravessar o mar evisitar os seus parentes no exterior.Inclusive, as manchetes apresentaram umacidadã em lágrimas por essa questão.

Logo em seguida teremos o horáriodestinado ao PT.

O SR. DEPUTADO GELSON MERÍSIO -Sr. presidente, deputado Clésio Salvaro, srs.membros da mesa e srs. deputados, venho àtribuna, nesta tarde, para retomar um temaque gerou polêmica no estado, talvez pela mácompreensão das pessoas que não tem a

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Mas temos que ter claro quais sãoas responsabilidades que cada um tem. Élógico que o sistema de aviação brasileiro e osaeroportos precisam melhorar, mas nósestamos cansados de quem fica reclamando edizendo que o governo não tem assumido oseu devido papel. E vamos ver aqui o que disseo economista sênior para a América Latina, sr.Alfredo Contiño, da Mood´s Economy:

Então, temos que dizer que todaessa recuperação da massa salarial, quetoda essa distribuição de renda neste país,deputado José Natal, deve-se ao governoLula, do qual nós temos orgulho.Orgulhamo-nos de tê-lo à frente do paísadministrando-o, porque a Ana Maria Bragatem que cuidar e dar girassol para o seuLouro José; a Regina Duarte tem medo detudo; já tinha medo do Lula quando eleassumiu e vai continuar tendo medo deavião; a Hebe Camargo, com seus selinhose seus programas, tem essa notoriedade,mas só dá beijinho e selinho em rico, por-que em pobre eu nunca a vi dando selinho;já quando vemos a Ivete Sangalo, sabemosque é a mulher do axé, um grande talento,mas entre a Philips e a Tashiba, que é aquide Indaial, eu prefiro as lâmpadas Tashiba,porque as duas importam da China e não háproblema, mas vamos valorizar as nossaslâmpadas.

Em 15 de março de 2005, a próximanotícia: “Pavimentação da Serra do Faxinalpróxima de ser concretizada”, e o anúncio deque começaria dentro de poucos dias: “Apavimentação da Serra do Faxinal, em PraiaGrande, deve ser iniciada dentro de poucosdias”.

Em 2l de março de 2005: “LuizHenrique participa do rodeio crioulo em PraiaGrande e renova o compromisso”.(Passa a ler.)

“O Brasil destaca-se como uma daseconomias mais estáveis no quadro doschamados países emergentes (os BRICs:Brasil, Rússia, Índia e China).[...][sic]”

Em 28 de agosto de 2005: “Governoautoriza edital de licitação para pavimentaçãoda Serra do Faxinal”, dizendo que está próximode ser concretizado.

Sobre a balança comercial brasileira,deputada Ana Paula Lima, há que se dizer queem 2000, quando Lula assumiu a Presidência,o Brasil fechou a balança comercial com US$720 milhões de déficit. Já nos últimos dozemeses, o saldo comercial ultrapassou os US$45 bilhões. O Lula também é culpado por isso!Há que se dizer que as nossas reservascambiais quando o Lula assumiu eram de US$30 bilhões e agora são de mais de US$ 160 bi-lhões. Com os recursos de reserva cambial quetemos hoje dá para pagar toda a dívida externaque resta e, principalmente, sem ficar devendoum centavo e ainda sobrando recurso!

Em 29 de setembro de 2005:“Governador libera mais de R$ 15,7 milhõesna Regional de Araranguá”. Dentre essesrecursos estavam os da serra do Faxinal.

Próxima notícia, 21 de setembro de2005: “Pavimentação da Serra do Faxinalpróximo da concretização”. Fazia dois anos jáque se dizia isso.

O Sr. Deputado José Natal - V.Exa.me concede um aparte?

Em 25 de novembro de 2005:“Técnicos do Ibama analisam LicençaAmbiental Prévia da Serra do Faxinal”.O SR. DEPUTADO JAILSON LIMA -

Pois não. Em 29 de novembro de 2005:“Alterações do projeto da Serra do Faxinalserão debatidas no Ibama”.

O Sr. Deputado José Natal -Deputado Jailson Lima, eu também estoucansado de algumas coisas do governoLula, mas quero parabenizar a deputadaAna Paula Lima pelo posicionamento no quese refere a essas três personalidades quenão trazem nada de produtivo para asociedade brasileira nos seus programas,não contribuem com a cultura, não ensinamao jovem o caminho que devem seguir nacondução política deste país. O que elastêm ensinado ultimamente é só como sefazem plásticas.

Então, o Lula também é culpado poresse avanço. Há que se dizer que o prêmioNobel de Economia de 2006, que estávisitando o Brasil neste momento, diz que oBrasil passa solidamente por esta crise pelolastro financeiro que tem. Na sua avaliação, oBrasil tem um desenvolvimento econômicomuito superior ao da China, por não ter umaeconomia rudimentar. Porque a China, para tero crescimento que tem, impõe ao sistemaambiental um sacrifício que só as futurasgerações vão saber e que hoje consome 10%do seu PIB em recuperação ambiental. Então,há que se dizer que o Lula também éresponsável por isso, por esse crescimento epor essa sustentação sólida.

Em 8 de dezembro de 2005: “SDRde Araranguá em busca da Licença AmbientalPrévia da Serra do Faxinal”.

Em 9 de dezembro de 2005:“Liberada Licença Ambiental Prévia parapavimentação da Serra do Faxinal”.Finalmente!

Em 14 de março de 2006:“Publicado edital de licitação para asfaltar aSerra do Faxinal”.

Em 16 de maio de 2006: “Aberturade licitação para pavimentação da Serra doFaxinal acontece quinta-feira. Não disseram deque mês!

Muito obrigado!O SR. DEPUTADO JAILSON LIMA -

Obrigado, deputado José Natal, e fazemplásticas no exterior! Em 10 de agosto de 2006: “Abertura

das propostas para pavimentação da Serra doFaxinal acontece nesta sexta-feira”. Nãodisseram de que sexta também.

Muito obrigado!A Sra. Deputada Ana Paula Lima -

V.Exa. me permite um aparte?(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio

Garcia) - Ainda dentro do horário reservado aosPartidos Políticos, os próximos minutos sãodestinados ao PP.

O SR. DEPUTADO JAILSON LIMA -Ouço com prazer o aparte da nobre deputada.

Em 20 de setembro de 2006:“Abertos envelopes com propostas de preçospara pavimentação da Serra do Faxinal”.Finalmente!

A Sra. Deputada Ana Paula Lima -Muito obrigada, deputado. Com a palavra o deputado Joares

Ponticelli, por até oito minutos.Realmente, fiquei surpresa quando vio rosto dessas quatro senhoras no movimentoCansei. Lamentei, porque foram usadas, poiselas não têm essapersonalidade fria esombria. Mas fiquei pensando: será que essasquatro senhoras cansaram de ganhar tantodinheiro em cima do povo brasileiro, em cimados programas que elas fazem, das músicasque elas fazem? Devem estar cansadas deganhar tanto dinheiro! Será que elas estãocansadas também de ver o povo comprando nosupermercado? Estão cansadas de ver o povona lista dos aeroportos viajando de avião, poisantes não viajavam? Será que estão cansadasde ver que o Brasil está sendo reconhecidointernacionalmente como nunca foi? É disso deque elas estão cansadas? Eu estou cansadade ver essas quatro senhoras na televisãofazendo o programinha delas e ganhando emcima de nós, deputado! É disso que estoucansada. Tanto é que a Philips - e temos quefazer propaganda para não comprar maisnenhum produto da Philips - está patrocinandoessas quatro senhoras no movimento Cansei.

Em 28 de setembro de 2006:“Deinfra divulga resultado da licitação dasobras da Serra do Faxinal”.

O SR. DEPUTADO JOARESPONTICELLI - Sr. presidente, sras. deputadas,srs. deputados, catarinenses, conformeprometi ontem, nós vamos, deputadas edeputados, apresentar o histórico de umamentira descentralizada e trouxemos os dadospara que os nossos deputados possamcompreender melhor.

Em 23 de outubro de 2006 - eprestem atenção - seis dias antes do segundoturno: “Governador assina ordem de serviçopara a Serra do Faxinal”. E aparece a foto dogovernador bem aposentado, Eduardo PinhoMoreira, assinando a ordem de serviço dizendoque iniciaria em cinco dias. Isso seis diasantes do segundo turno, mas os seis diasnão chegaram até hoje. O Eduardo Moreirafoi lá, fez um comício seis dias antes daeleição, assinou a ordem de serviço e nãocomeçou.

(Procede-se à projeção de slides.)Dossiê - O histórico de uma mentira

descentralizada. A intenção do governo LuizHenrique da Silveira em pavimentar a serra doFaxinal.

Observação importante: todas asmatérias citadas foram produzidas pelasecretaria de Desenvolvimento Regional deAraranguá e pelo Deinfra, órgãos do governodo estado de Santa Catarina.

Agora, em 06 de março de 2007:“Queda de barreira interrompe trânsito naSerra do Faxinal”.

Em 12 de abril de 2007: “Trânsitona Serra do Faxinal deve ser liberado em 15dias”.

Primeira notícia dessa novelalonga e interminável: “No dia 1º de dezem-bro de 2003, o Conselho doDesenvolvimento Regional de Araranguáaprova 47 projetos”.

Em 16 de julho de 2007: “Queda debarreira deixa trânsito em meia pista na Serrado Faxinal”.

O SR. DEPUTADO JAILSON LIMA - Háde se dizer que, na economia real, os dadosdo Dieese mostram que 91,1% das 280negociações das categorias de trabalhoconseguiram recompor, no governo Lula, suasperdas salariais acumuladas; há de se dizerainda que 87% dos sindicatos agregaramganhos reais aos trabalhadores nas últimasnegociações existentes no Brasil.

Como está aí na notícia, estavapresente o deputado Manoel Mota come-morando e anunciando que estava incluído noPPA e no Orçamento a pavimentação da serrado Faxinal.

E a última notícia, do jornal ATribuna, de Criciúma:

(Passa a ler.)“Obras agora só no ano que vem.

Está confirmado. As obras de pavimentaçãoda Serra do Faxinal, entre Praia Grande (SC)e Cambará do Sul (RS), e da SC-447, entreLauro Müller e Treviso, não reiniciam nesteano.

Atentem para a data: 1º dedezembro de 2003!

Em 2004 ninguém ouviu falar nadado assunto.

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27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 9

O presidente do Deinfra, Romualdode França, garante que as duas obras do Sulalém de outras pelo estado que foramparalisadas por falta de recursos serãocontempladas no Orçamento de 2008”.

A SRA. PRESIDENTE (Deputada AnaPaula Lima) - Ainda dentro do horário reservadoaos Partidos Políticos, os próximos minutossão destinados ao PDT.

Entretanto, o mesmo não podemosdizer da nossa região, o vale do Itajaí Mirim, ovale do rio Tijucas e o vale do rio Itajaí-Açu,pois há poucos dias tivemos em Brusque agrande inauguração da avenida Beira-Rio, ondeforam aplicados mais de R$ 7 milhões pelogoverno do estado.

Com a palavra o deputado DagomarCarneiro, por até cinco minutos.Ou seja, cinco anos de mentiras,

cinco anos de enganação, deputado JandirBellini. V.Exa. viu aí quantas notícias e quantoseventos. Vou distribuir para a imprensa todoesse roteiro.

O Sr. Deputado Kennedy Nunes -Pela ordem, sra. presidente. Na semana passada, estivemos no

município de Nova Trento, onde foi inauguradaa nova prefeitura, com investimentos de maisde R$ 1.200 milhão. Estivemos também nomunicípio de Blumenau, uma semana atrás,onde o governador Luiz Henrique da Silveiraassinou convênio com a prefeitura no valor demais de R$ 2.800 milhões. E hoje, juntamentecom os deputados Serafim Venzon e CesarSouza Júnior, estaremos participando, nomunicípio da Guabiruba, da inauguração demais duas grandes obras do governo doestado em parceria com a prefeitura daquelacidade, ou seja, mais seis novas salas de aulae mais um quilômetro de asfalto.

A SRA. PRESIDENTE (Deputada AnaPaula Lima) - Com a palavra, pela ordem, odeputado Kennedy Nunes.Desde dezembro de 2003, estamos

em agosto de 2007 e agora estão dizendo quevai começar em 2008. Por quê? Porque 2008é ano de eleição de novo. Só por isso.

O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES -Sra. presidente, gostaria de propor à Mesa queneste momento fizéssemos um minuto desilêncio em razão do falecimento da irmã dodeputado Sargento Amauri Soares, na manhãde hoje. Há poucos dias ele falava da tribunada sua alegria porque sua irmã havia deixado ohospital; mas hoje, infelizmente, ela acaboufalecendo.

Eles já ganharam votos com essaobra em 2002, quando disseram que seganhassem o governo iriam fazer; já ganharamvotos em 2004 para prefeito, tanto queelegeram o prefeito de Praia Grande com essediscurso; já ganharam votos em 2006, quandoreelegeram o governador renovando a mentira.E agora estão dizendo que vai começar no anoque vem para tentar eleger os prefeitos em2008.

É um momento difícil para odeputado Sargento Amauri Soares e a nossabancada está consternada. Gostaria, portanto,de propor que fizéssemos um minuto desilêncio em memória da irmã do deputadoSargento Amauri Soares, pois neste momentoseu corpo está sendo velado.

Então, quero dizer que as reali-zações do governo do estado na nossa reg-ião têm sido satisfatórias para a nossapopulação. E na noite de ontem, como já foirelatado pelo deputado Serafim Venzon,tivemos a presença do secretário de estadoda Segurança Pública, deputado RonaldoBenedet, juntamente com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Eliézio, como delegado Maurício Eskudlark, chefe daPolícia Civil, e com o delegado CésarKrieger, chefe do Serviço de Inteligência,fazendo uma grande audiência pública nomunicípio de Brusque, onde hoje uma dasmaiores preocupações da comunidade écom relação à segurança pública.

Essa é a descentralização damentira. Semana que vem virá o cronogramatrazido pelo deputado Valmir Comin da outramentira de Treviso e Lauro Müller. A SRA. PRESIDENTE (Deputada Ana

Paula Lima) - Deputado Kennedy Nunes, aMesa acata a sua proposição.

O que já morreu de vaca para fazerchurrasco para essa gente, vocês não temidéia! Tem bezerrinho se recusando a nascercom medo de ser assassinado paracomemorar essas obras que nunca chegam!

O Sr. Deputado José Natal - Pelaordem, sra. presidente.

A SRA. PRESIDENTE (Deputada AnaPaula Lima) - Com a palavra, pela ordem, odeputado José Natal.

Essa é a descentralização damentira, da enganação de um governo quemente oficialmente. O SR. DEPUTADO JOSÉ NATAL -

Muito obrigado, deputada.O Sr. Deputado Kennedy Nunes -V.Exa. me concede um aparte? Com relação à proposição do

deputado Kennedy Nunes, a bancada do PSDBtambém, com muita tristeza, se associa a esseato de pesar pelo falecimento da irmã dodeputado Sargento Amauri Soares, que atérecentemente esteve neste plenário e falourealmente do tratamento que ela estavafazendo. É lamentável a sua morte.

O SR. DEPUTADO JOARESPONTICELLI - Pois não!

Então, isso demonstra que o go-verno, através das suas secretarias, tematendido efetivamente a nossa região. Eontem, para alegria da população de Brusque,para satisfação de toda a classe empresarial eda população em geral, foi anunciada pelosecretário da Segurança Pública a construçãoda unidade prisional de Brusque e também foianunciada a criação do 16º Batalhão da PolíciaMilitar, que há muito vinha sendo solicitado portoda a nossa comunidade. A criação dessebatalhão possibilitará um aumento do númerode policiais, sejam oficiais, cabos, soldados epraças, visando ao aumento da segurança donosso município.

O Sr. Deputado Kennedy Nunes -Deputado Joares Ponticelli, eu só quero dizeraos catarinenses que todas essas matérias,todos esses títulos, todas essas datas foramproduzidas pela assessoria de imprensa degoverno, enviadas para os jornais para serempublicadas.

A Sra. Deputada Odete de Jesus -Pela ordem, sra. presidente.

Há duas coisas para relembrarmos,deputado: a primeira, o dinheirão que se gastaem propaganda, em publicidade neste governo;a segunda, lembra daquele e-mail do jornal láno oeste dizendo para a bancada que, porfavor, não mandasse essa informação porquesenão eles não receberiam o dinheiro dogoverno do estado? Está aí a prova.

A SRA. PRESIDENTE (Deputada AnaPaula Lima) - Com a palavra, pela ordem, adeputada Odete de Jesus.

A SRA. DEPUTADA ODETE DE JESUS -Penso da mesma forma, sra. presidente. É ummomento triste porque é uma dor muito grandepara uma pessoa tão benquista como odeputado Sargento Amauri Soares, a perda deum ente querido. Nós, que convivemos com odeputado, uma pessoa boníssima, amiga, umgrande líder nesta Casa, sentimo-nossensibilizados e da mesma forma queremosconcordar com a solicitação do grande líder,deputado Kennedy Nunes.

O Sr. Deputado Professor Grando -V.Exa. me concede um aparte?

O SR. DEPUTADO JOARESPONTICELLI - E eu sei que daqui a pouco vãovir alguns escalados aqui para defender ogoverno - porque são sempre os mesmos, sãosempre os mesmos - e dizer: “Olha, odeputado Joares Ponticelli veio fazer crítica denovo! Por quê?”

O SR. DEPUTADO DAGOMARCARNEIRO - Pois não!

O Sr. Deputado Professor Grando -Primeiramente, em nome do nosso partido,o PPS, os nossos sentimentos e a nossasolidariedade em razão do falecimento dairmã do deputado Sargento Amauri Soares,do PDT.

A SRA. PRESIDENTE (Deputada AnaPaula Lima) -Conforme entendimento, odeputado Dagomar Carneiro fará uso dapalavra e também conduzirá este minuto desilêncio.

Por quê!? Porque eles mentemdescaradamente e oficialmente e depois nãoquerem que cobremos! Não querem que aOposição faça o seu papel de cobrar! Aqui nósmostramos para todos as manchetes denotícias veiculadas, divulgadas pela SDR deAraranguá, aquele cabidão de empregos lá doextremo sul do estado, que além de daremprego para muito parente e cabo eleitoral,fica prestando-se a divulgar esse tipo denotícia enganosa e mentirosa para apopulação de Santa Catarina.

Em segundo lugar, quero confirmar aimportância dessa estrada na serra do Faxinal,sobre a qual houve uma audiência públicarealizada pelo Ibama, que é o responsável pelolicenciamento ambiental, pelo fato de PraiaGrande ser município de divisa. Esta será aprimeira estrada ambiental; haverá túneis,haverá telas onde os animais poderão passare haverá o máximo de proteção ambiental.Esta será realmente uma grande atraçãoturística da região.

O SR. DEPUTADO DAGOMARCARNEIRO - Sra. presidente e srs. deputados,como o deputado Sargento Amauri Soares émembro da bancada do PDT, destinamos umminuto do horário reservado ao nosso partidopara este minuto de silêncio.

(Procede-se a um minuto desilêncio.)

São cinco anos de enganação,deputado Décio Góes. E a estrada, só nesteano, foi duas vezes interrompida por queda debarreiras, pois nem isso estão fazendo. Aliás,nem a ponte ali em Praia Grande, derrubadapela enchente no começo deste ano, foiconsertada até hoje.

Muito obrigado, srs. deputados, pelahomenagem prestada à irmã do nobredeputado Sargento Amauri Soares.

O SR. DEPUTADO DAGOMARCARNEIRO - É só uma questão de tempo, nãotemos pressa como a que o deputado JoaresPonticelli está tendo. Com certeza ogovernador Luiz Henrique da Silveira vaicumprir a promessa com aquela comunidade,com aquela região.

Sra. presidente e srs. deputados,gostaríamos de nos contrapor um pouco aopronunciamento do deputado JoaresPonticelli, dizendo que talvez uma ou outraobra não tenha sido realizada pelo governodo estado.

Muito obrigado! Muito obrigado.(SEM REVISÃO DO ORADOR) (SEM REVISÃO DO ORADOR)

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10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

A SRA. PRESIDENTE (Deputada AnaPaula Lima) - Ainda dentro do horário reservadoaos Partidos Políticos, os próximos minutospertencem ao PRB.

É conhecida por todos nós a neces-sidade que temos de investimentos na saúde,na segurança, na área de saneamento, naeducação, e certamente é por aí mesmo que ogoverno tem que dirigir os seus investimentosdiretos. Verba de governo tem que serprioritária para investimento social. Afinalidade precípua de um governo é promovero bem-estar social, promover a convivênciasocial, fazer com que a nossa cidade, aquelaonde você mora, seja um local bom de morar.

Então, sra. presidente, srs.deputados, parabenizo a SDR de São José,o governo do estado e os municípios láenvolvidos. Mas também quero, nestemomento, registrar a satisfação que tive,também na noite de ontem, em participarde uma homenagem feita ao governador doestado de Santa Catarina pelo ConselhoMetropolitano de Desenvolvimento, oComdes, representado por 16 entidadesempresariais. Essa entidade é aquela quegera empregos, que paga tributos aos go-vernos estaduais e municipais e que aomesmo tempo traz para o governo soluçõesde ordem administrativa.

Com a palavra a deputada Odete deJesus, por até cinco minutos.

A SRA. DEPUTADA ODETE DEJESUS - Sras. e srs. deputados, integrantesda mesa, amigos que nos assistem, hojevenho a esta tribuna para fazer a minhamanifestação referente ao não-cumprimentode uma lei que foi aprovada nesta Casa em2 de outubro de 1999. Essa lei é de autoriadesta deputada e dispõe sobre o acesso deministros de cultos religiosos e de seusprepostos nas entidades que menciona eestabelece outras providências.

Bom, mas de onde vem esse dinheiro?O dinheiro vem justamente do desenvolvimentoeconômico. Assim, temos que reconhecer agrande ação do estado, do governador e daequipe do governo, da Fazenda, enfim, de toda aassessoria do governo, no sentido de promover,estimular e entusiasmar as iniciativasempresariais, pois dessas iniciativas decorrem odesenvolvimento econômico, de onde vem, então,o dinheiro para o investimento.

Estavam presentes na solenidadeo governador Luiz Henrique e o vice-governador Leonel Pavan, que com certezaabsoluta vivenciaram um momento muitofeliz para a classe política do estado,quando as 16 entidades lá representadasmostraram a sua satisfação com a atualadministração, ao mesmo tempo em quepropuseram algumas ações para, cada vezmais, alicerçar a geração de emprego emtodas as áreas no estado, principalmentena região metropolitana com relação aoturismo e à infra-estrutura.

Essa lei, sras. deputadas e srs.deputados, foi aprovada nesta Casa, san-cionada pelo chefe do Poder Executivo eposteriormente nós formamos um Conselhodas Entidades Religiosas - CER - queenvolve diversas denominações religiosas,como a Igrejas Católica, a IgrejaPresbiteriana e diversas Igrejas Evangélicas.A lei, senhores, é muito clara, ela permite olivre acesso de ministros de cultosreligiosos em hospitais e presídios. Essespastores respeitam o conselho de ética dasentidades religiosas, respeitam os critériose os horários do paciente e os horários debanho e alimentação.

O deputado Jean Kuhlmann,secretário do Desenvolvimento Econômico vai,a partir de segunda-feira - ele diz que é duranteum mês, mas vai demorar um pouco mais -,fazer uma caminhada pelo estado para levar atodas as Regionais o projeto do novo Prodec,que tem a finalidade de incentivar as iniciativasindustriais, bem como as iniciativas comer-ciais. Destacamos que é no momento comer-cial que acontece a última operação financeirade onde decorrem os nossos tributos.

Por isso fiquei realmente feliz.Parabenizo o Conselho Metropolitano peloreconhecimento às ações do governo em proldo nosso estado.

Agora, eu não vou aceitar que oshospitais elaborem um regimento interno,proíbam e venham contra uma lei estadual.Inclusive, estarei fazendo um pedido deinformação. Farei uma visita ao secretáriode estado da Saúde, nosso colega deputadoDado Cherem, porque talvez ele não saibaque existe uma lei que dá liberdade aospastores presbíteros e aos padres defazerem uma visita quando a famíliasolicita. Quando existe um doente que estáà beira da morte, às vezes as famílias nospedem para fazer uma visita. Nós jávisitamos tantos líderes políticos, tantaspessoas que estavam à beira da morte eque hoje estão aí, graças a Deus, firmes efortes.

Então, o governo quer, através desseProdec, do Prodec comercial, permitir que onosso comerciante, de preferência o comer-ciante que já estava implantado no estado atédezembro de 2006, venha, através desseprojeto, alcançar uma forma de melhorar o seunegócio. Pelo Prodec comercial todas asempresas comerciais podem participar doprojeto. Esse já é um pedido de muito tempodessas empresas.

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)A SRA. PRESIDENTE (Deputada Ana

Paula Lima) - Muito obrigada, deputado JoséNatal.

O Sr. Deputado Darci de Matos - Pelaordem, sra. presidente.

A SRA. PRESIDENTE (Deputada AnaPaula Lima) - Com a palavra, pela ordem, o sr.deputado Darci de Matos.

Além do Prodec, autorizamos já nocomeço do segundo semestre, através da SCParcerias, o início das PPPs. Certamenteinúmeras obras haverão de ser iniciadas,implementadas, principalmente obras de infra-estrutura. Estradas, ferrovias, aeroportos eportos deverão ser incrementados.

O SR. DEPUTADO DARCI DE MATOS -Obrigado, sra. presidente.

Desejo citar com satisfação apresença, nesta sessão, do prefeito AlbertoNatalino Miquelute, prefeito Beto, do municípiode Araquari, que está acompanhado dos seusassessores, Pedro Belo e Roland Ristow.

Como é que nós vamos admitirque um regimento interno venha contrauma lei estadual? Que ignorância é essa,senhores? Não podemos aceitar! Os pres-bíteros têm uma carteirinha fornecidapela secretaria de estado da Saúde, acarteirinha do Conselho de EntidadesReligiosas. Não vamos admitir! Asfamílias pedem a visita e nos hospitaiseles barram a entrada! Quem são elespara impedir?! Voltarei com este temaem outra oportunidade.

Por isso cumprimentamos odeputado Jean Kuhlmann e esperamo-lo,segunda-feira, na Regional de Brusque, nacidade de Guabiruba, uma das oito cidadesque fazem parte daquela Regional.

Muito obrigado, sem bem-vindos.A SRA. PRESIDENTE (Deputada Ana

Paula Lima) -Ainda dentro do horário reservado

aos Partidos Políticos, os próximos minutossão destinados ao PMDB.Muito obrigado!

(SEM REVISÃO DO ORADOR) Com a palavra o deputado Herneusde Nadal, por até 19 minutos.A SRA. PRESIDENTE (Deputada Ana

Paula Lima) - Ainda dentro do horário reservado aoPSDB, com a palavra o deputado José Natal.

O SR. DEPUTADO HERNEUS DENADAL - Sra. vice-presidente, deputada AnaPaula Lima, que neste momento preside estasessão, srs. deputados, sra. deputada.Assomo à tribuna na tarde de hoje paranovamente me reportar a uma iniciativa dascomissões de Agricultura e Política Rural e deTurismo e Meio Ambiente, deste Parlamento,que, atendendo a uma solicitação desteparlamentar, estão definindo o local e tambéma pauta a ser discutida com relação aosproblemas ambientais enfrentados pelo nossoestado.

O SR. DEPUTADO JOSÉ NATAL - Sra.presidente, sras. deputadas, srs. deputados,telespectadores da TVAL, ouvintes da RádioAlesc Digital, quero trazer aqui a minhasatisfação de, na última segunda-feira, terrepresentado o presidente deste Parlamentono meu município, São José, onde foi realizadoo 14º Encontro da Sociedade Inclusiva deSanta Catarina. Esse encontro foi realizadocom o apoio do governo do estado, através daFundação Catarinense de Educação Especial.Lá estavam representados os municípios deSão José, Palhoça, Biguaçu, Santo Amaro daImperatriz e Antônio Carlos.

Muito obrigada, sra. presidente.(SEM REVISÃO DA ORADORA)A SRA. PRESIDENTE (Deputada Ana

Paula Lima) - Muito obrigada, deputada Odetede Jesus.

Ainda dentro do horário reservadoaos Partidos Políticos, os próximos minutossão destinados ao PSDB.

Com a palavra o deputado SerafimVenzon, por até oito minutos. Pela repercussão já ocorrida nos

meios de comunicação no dia de hoje, járecebi vários contatos, todos fazendo refe-rência, reportando-se ao evento que vai serrealizado.

O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON -Sra. presidente, sras. deputadas e srs.deputados, o tempo do PSDB, por acordonosso, vai ser dividido entre este deputado e odeputado José Natal.

Vivenciei, naquelas quase duashoras no Centro Multiuso - aquele lindo localconstruído pelo município de São José, emparceria com o governo de Santa Catarina - ummomento muito feliz, em que crianças comnecessidades especiais mostraram o seupotencial, apresentando para a sociedade oque aprendem quando são conduzidas porpessoas que têm a responsabilidade damissão que lhes foi concedida.

O sistema cooperativo, deputadoMoacir Sopelsa, v.exa. que preside a comissãode Agricultura, está elaborando um estudo comrelação aos impactos causados pela aplicabi-lidade da norma ambiental que é feita, que éelaborada, para um Brasil continental e que damesma forma que é aplicada para a grandepropriedade, aquela de cinco, dez mil hectares,

Eu quero destacar aqui, nestesmeus quatro minutos, o trabalho que o go-verno do estado está programando, aindapara este ano, principalmente para incre-mentar o desenvolvimento econômico, daídecorrendo o desenvolvimento social portodo o estado.

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27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 11

é aplicada na pequena propriedade, onde afamília do pequeno agricultor ganha a vida,sobrevive do trabalho em uma fração de terrade oito a dez hectares. Reduzindo-se 20% dareserva legal, fica, com certeza, uma situaçãoextremamente complexa administrar, de formaconsorciada, várias atividades, como o setorde derivados lácteos, a suinocultura, aavicultura e ainda a produção de grãos. Tudoisso dentro de uma área extremamentereduzida para prover a mantença da família eprocurar também oferecer uma expectativa defuturo.

Por isso, nessa audiência públicavamos convidar a Fatma, o Ministério Público eas entidades ligadas ao setor. E se for preciso,deputado Herneus de Nadal, eu não tenhonenhuma dúvida, faremos um movimento paraque se possa, quem sabe, até mudar alegislação em vigor, hoje. Eu não tenho dúvidade que se a lei for cumprida, e as autoridadesestão aí para fazer com que se cumpra a lei,v.exa. pode ter certeza de que serão milharesde famílias que abandonarão o campo e irãoajudar a inchar as periferias das nossascidades.

O Sr. Deputado Dirceu Dresch -Deputado Herneus de Nadal, quero parabenizá-lo por este tema. Eu acompanhei a imprensatratando desse tema e acho que o deputadoProfessor Grando fala com muita propriedadedo tema. E nós, agricultores, já lidamos hámuito tempo com este tema e sempre ficamos,como diz o ditado, entre a faca e a espada, ouseja, com muita dificuldade.

Agora, com certeza precisamosbuscar alternativas. Não queremos fazer o quea Europa fez em muitas regiões: destruir a suaágua natural. Precisamos, sim, preservá-la econstruir dentro disso alternativas. Inclusive - etemos muita dificuldade -, precisamos discutira preservação ambiental como fonte de rendatambém para a nossa agricultura.

Por isso mesmo a iniciativa destaaudiência pública, que vai procurarestabelecer um diálogo com os órgãos am-bientais, com as instituições e os órgãosincumbidos constitucionalmente da fiscali-zação, da aplicação da lei, mas tambémcom segmentos representativos própriosdos produtores, com representantes políti-cos das secretarias Regionais, com os pre-feitos e vereadores, para que possamosdiscutir alternativas, e com a presença deparlamentares da esfera federal, quem sabeaté procedermos a alterações na legislaçãovigente, para que não penalizemos, paraque não retiremos o direito daquelepequeno proprietário ganhar a vida na suaatividade e para não fazer com que venhaele somar-se também às milhares defamílias que estão residindo nas nossascidades, na periferia, com todas as seqüe-las, com todos os problemas que acabamsendo ocasionados por essa migraçãoforçada. Até porque as pessoas queremcontinuar a trabalhar e a produzir.

Parabéns pelo assunto que v.exa.traz. E vamos juntos construir uma proposta dedefesa do meio ambiente, mas também dedefesa da nossa produção.

O Sr. Deputado Professor Grando -V.Exa. me concede um aparte?

Então, quem sabe vamos encontraralternativas nessa perspectiva de combinardesenvolvimento com preservação ambiental.O SR. DEPUTADO HERNEUS DE

NADAL - Pois não! O SR. DEPUTADO HERNEUS DENADAL - Com certeza, deputado, o nossogrande desafio é viabilizar, ao mesmo tempo, ocuidado imprescindível e necessário com aárea ambiental e também permitir que aquelesque retiram do solo, da terra, o seu sustentopossam continuar na atividade. Esse é o nossogrande desafio.

O Sr. Deputado Professor Grando -Deputado Herneus de Nadal, nada melhor doque o diálogo, do que se reunir e discutir, doque ouvir todas as partes.

E quero dizer que a pequenapropriedade em nível federal já tem umaconquista. Qual é essa conquista? É que todapropriedade de até 30 hectares poderá fazercom que a área permanente pode ser contadacomo reserva legal dentro dos 20%. Isso já éum avanço.

Uma das pedras angulares do nossodireito é o bom senso. E através do bom sensonós teremos a condição de alcançar o objetivoao qual todos nós estamo-nos propondo,através de uma audiência pública que vaipriorizar o diálogo, o entendimento e que, senecessário, também vai sugerir à CâmaraFederal, aos deputados federais que estarãopresentes e, porventura, também senadoresda República, que se possa adaptar alegislação às necessidades do nosso modelofundiário, da nossa pequena propriedade, queé um exemplo para o nosso país, que mantémtantas e tantas pessoas em caráter familiartrabalhando, produzindo, com vagas detrabalho para toda a sua família. E nós nãopodemos abortar, nós não podemos retiraressa condição de tantas famílias que residemno meio rural.

Cito outro exemplo, do assenta-mento em Abelardo Luz, com o qual nósnegociamos, deputado Dirceu Dresch. Lá emAbelardo Luz, precisava-se de terras paraplantar, uma vez que havia esseassentamento. A reserva legal, pelo MinistérioPúblico e por uma decisão de recurso judicial,pôde ser feita comprando uma terra na mesmabacia hidrográfica, compensando a utilizaçãodaquela terra de forma viável, correta,sustentável, e tendo uma outra área comoreserva legal dentro da bacia hidrográfica.

Quero frisar que precisamos zelar,proteger o meio ambiente, mas, por outro lado,não podemos impedir que as pessoascontinuem a retirar, da sua atividade, osustento da família. Por isso precisamosprovocar, através de um diálogo constante, aequação e a possibilidade, permitindo odesenvolvimento sustentável. Obviamente que há muitas questões

de educação e de alternativas econômicas.Cito uma delas: nós sabemos que antigamentehavia o ProVárzea, que fazia com que sesecassem os banhados. Banhado não se seca;protege-se! Ele é aguada, é o princípio doequilíbrio dos vasos comunicantes que semanifestam nessas aguadas. É importante quesejam preservadas.

O Sr. Deputado Moacir Sopelsa -V.Exa. nos concede um aparte?

O Sr. Deputado Professor Grando -V.Exa. me permite um aparte?

É importante, é necessário quetambém se recupere aqui uma tradição maisdo que secular. Sabemos que todas ascivilizações, aqueles que para cá vieram,estabeleceram-se às margens dos cursosd’água, perto do arroio, perto do rio, para quepudessem obter o líquido indispensável à vida,que é um bem finito, mas imprescindível para odesenvolvimento tanto humano como animal.

O SR. DEPUTADO HERNEUS DENADAL - Pois não! Ouço, com muita alegria, onosso ex-secretário da Agricultura e presidenteda comissão de Agricultura, deputado MoacirSopelsa, para depois ouvir o nosso semprepresidente da Fatma e também nossodeputado e ex-prefeito da capital.

Há a questão até do próprio órgãode desenvolvimento fazer com que asuinocultura fosse perto de rios para fazer alimpeza. Isso tudo teve que ser afastado, nocaso de ajuste de conduta em Agrolândia, e foiperfeito e serviu de exemplo, inclusiveprotegendo a mata ciliar com a cooperativa,com os agricultores.

O Sr. Deputado Moacir Sopelsa -Muito obrigado, deputado Herneus deNadal, v.exa. é um profundo defensor daprodução agrícola, um representante ver-dadeiro, neste Parlamento, do nosso oestecatarinense e traz um assunto que, eu nãotenho dúvida, entre os que estão em debateé um dos mais importantes. Pelas colo-cações que v.exa. fez, nós não podemospoluir, precisamos preservar, conservar,mas não podemos esquecer da produção.

Mas junto com os problemasambientais, srs. deputados, que enfrentamosno meio rural e que recebem agora umafiscalização muito rigorosa, até nocumprimento da norma legal - e o papelfiscalizatório precisa ser exercido pelos órgãosque têm essa atribuição, que têm essacompetência - também não podemos deixar delembrar que dejetos humanos em todas ascidades deste grande Brasil são despejadosem grandes quantidades nos cursos d’água.

Então, é possível dialogar, mas comatividades conjuntas, com programasconjuntos, com novas formas de atividade dedesenvolvimento econômico. E é dessa forma:convidando Ministério Público, órgãosambientais, seja estadual, federal oumunicipal, cooperativas e parlamentares paraque se encontre uma solução de consenso,até porque existe um órgão nacional chamadoConama que estabelece resoluções que algunsestados podem ter e outros não. Por exemplo,na divisa entre Paraná e Santa Catarina de umlado pode plantar a bracatinga como atividadeeconômica e em Santa Catarina não. Então,essas são coisas que temos que discutir.

Nós precisamos que as coisasaconteçam de uma forma suportável. V.Exa.propôs, através de um requerimento àcomissão de Agricultura, fazermos umaaudiência pública no dia 14 de setembro emFlorianópolis. E há pouco me ligou o dr.Décio Sonaglio, presidente da Cooperio, emJoaçaba, pedindo que mudássemos a datapara que as cooperativas pudessemparticipar. E estão reunidos na secretariada Agricultura, junto com os técnicos dasecretaria, elaborando um projeto e mos-trando, mais uma vez, o impacto que vaicriar para a agricultura catarinense, se nósformos obedecer aquilo que determina a lei,hoje.

Portanto, o problema não afeta, oproblema não alcança, o problema nãoatinge única e exclusivamente os nossosprodutores, mas também aqueles que vivemna área urbana. E temos exemplosincontáveis desses problemas no nossoestado, em todas as regiões, em todo país:a falta de infra-estrutura que assola o nossopaís. No entanto, aquele que despeja, semnenhum critério, dejetos da sua famíliamuitas vezes à margem de um rio, numagrande cidade, não é penalizado, masaquele que está lá no interior produzindopara manter a sua família, para aquecer aeconomia, este muitas vezes tem a suaatividade completamente inviabilizada.

O Sr. Deputado Dirceu Dresch -V.Exa. me concede um aparte?

O SR. DEPUTADO HERNEUS DENADAL - Ouço com alegria o deputado DirceuDresch, que tem esse vínculo também, aexemplo dos deputados que o antecederam,estreito com o setor produtivo.

Processo Informatizado de Editoração - C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o

12 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

Faço esta manifestação para quesirva de reflexão e para que tenhamos umaparticipação efetiva e o diálogo permanentenas nossas comissões que tratam do méritodessas matérias. E espero que possamosdesenvolvê-lo na audiência pública que vai-serealizar agora, brevemente, lá na cidade deChapecó.

Ao presente projeto foi apresentadaemenda aditiva.

DEPUTADO PROFESSOR GRANDO simDEPUTADO RENATO HINNIGDEPUTADO RENO CARAMORI simDEPUTADO ROGÉRIO MENDONÇA simDEPUTADO ROMILDO TITONDEPUTADO SARGENTO AMAURI SOARESDEPUTADO SERAFIM VENZONDEPUTADO SILVIO DREVECKDEPUTADO VALMIR COMIN sim

O Sr. Deputado Joares Ponticelli -Peço a palavra, pela ordem, sr. presidente.

Conta com parecer favorável dacomissão de Constituição e Justiça.

Em discussão.(Pausa)Não havendo quem o queira discutir,

encerramos sua discussão.Muito obrigado! Consulto os srs. líderes se podemos

votar o projeto com a emenda.(SEM REVISÃO DO ORADOR)O Sr. Deputado Rogério Mendonça -

Pela ordem, sr. presidente.(As lideranças aquiescem.)Havendo a concordância, assim

procederemos.O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio

Garcia) - Com a palavra, pela ordem, o sr.deputado Joares Ponticelli.

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Com a palavra, pela ordem, o sr.deputado Rogério Mendonça.

Em votação.O Sr. Deputado Pedro Uczai - Pela

ordem, sr. presidente, para encaminhamentode votação.

O SR. DEPUTADO JOARESPONTICELLI - Sr. presidente, é só parachamar a atenção da sociedade catarinensee especialmente daqueles deputados quecostumam ser muito rudes com a Oposição,que se a Oposição resolvesse deixar oplenário, o governo não teria os 21 votospara votar essa matéria. E além do mais,estamos votando a favor para mostrar quenão é verdade que a Oposição é tão radicale tão rude com o governo, como algunsinsistem em afirmar. É só ver o placar: sema Oposição, o governo não conseguiria votaresta matéria. E olhem que o governo tem27 na base.

O SR. DEPUTADO ROGÉRIOMENDONÇA - Sr. presidente, gostaria deanunciar a presença, no plenário desta Casa,do prefeito em exercício do município deAtalanta, Aloisio May, o Neguinho, que estáaqui juntamente com o ex-prefeito daquelemunicípio, sr. José Chiquetti, que hoje é oatual presidente do PMDB naquela cidade.

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Com a palavra, pela ordem, paraencaminhamento de votação, o deputadoPedro Uczai.

O SR. DEPUTADO PEDRO UCZAI - Abancada do Partido dos Trabalhadores, nacomissão de Constituição e Justiça, absteve-sedessa votação porque nós tínhamos solicitadouma diligência para pedido de informaçãosobre o impacto financeiro da própria emendaaditiva.

Muito obrigado, presidente!O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio

Garcia) - A Presidência comunica que fará, logoapós a Ordem do Dia, o sorteio para aindicação do representante das bancadas derepresentação das minorias para participar daCPI requerida na Assembléia e que depende dasua instalação para começar a funcionar.

Então, na esteira de não entrarmosno debate - do ponto de vista da saúde, nóstemos concordância no mérito -, se votarconjuntamente, a bancada se abstém davotação, neste caso, do projeto. Não faremosvotação contrária, mas vamos abster-nos davotação.

A Sra. Deputada Odete de Jesus -Peço a palavra, pela ordem, sr. presidente.

Temos apenas quatro projetos de leipara votar. Consulto os srs. líderes sepodemos votar as matérias hoje em primeiroturno, segundo turno e redação final, paraficarmos com estas matérias conclusas, umavez que amanhã não haverá sessãodeliberativa. Ela será realizada no município deJoaçaba, quando teremos a oportunidade de,num trabalho extraordinário realizado pelaCoordenação de Documentação da AssembléiaLegislativa, lançar naquela cidade o livro queconta a história documental de Joaçaba, quese chama De Cruzeiro a Joaçaba. A sessãoserá amanhã, às 20h.

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Com a palavra, pela ordem, a sra.deputada Odete de Jesus.

A SRA. DEPUTADA ODETE DEJESUS - Da mesma forma, endossando aspalavras do deputado Joares Ponticelli, digomais: quando um projeto é benéfico àpopulação, nós votamos “sim”. Que mara-vilha que este placar está sendo mostradopara todo o estado de Santa Catarina! Oque é bom, nós votamos “sim”. O queamarga a vida do povo, nós nos abstemos,nós nos retiramos do plenário ou votamos“não”.

O Sr. Deputado Kennedy Nunes -Pela ordem, sr. presidente, para encaminha-mento de votação.

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Com a palavra, pela ordem, paraencaminhamento de votação, o deputadoKennedy Nunes.

O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES -A nossa bancada, como já ocorreu nacomissão, vota “sim”, sr. presidente.

(As lideranças aquiescem.) O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Em votação nominal.

Muito obrigada, sr. presidente!Havendo a concordância de todos os

srs. líderes, assim procederemos.O Sr. Deputado João Henrique Blasi -

Peço a palavra, pela ordem, sr. presidente.Os srs. deputados que votarem“sim” aprovam a matéria e os que votarem“não” rejeitam-na.

Passaremos à Ordem do Dia. O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Com a palavra, pela ordem, o sr.deputado João Henrique Blasi.

A Presidência comunica que acomissão de Trabalho, de Administração e deServiços Públicos apresentou parecer favorávelaos Ofícios n.s: 0018/2007; 0019/2007;0025/2006; 0028/2007; 0034/2007 e0083/2007, que encaminham relatório deatividades de entidades sociais.

(Procede-se à votação nominal porprocesso eletrônico.) O SR. DEPUTADO JOÃO HENRIQUE

BLASI - É para, na condição de líder dogoverno, reconhecer e enaltecer o espíritopúblico dos deputados, não apenas dos quevotaram “sim”, mas também daqueles quese abstiveram e que, com a sua presença,viabilizaram a votação desta matéria, semdúvida, de alto interesse público.

DEPUTADO ADA DE LUCA simDEPUTADA ANA PAULA LIMA abstençãoDEPUTADO ANTÔNIO AGUIAR simDEPUTADO CESAR SOUZA JÚNIORDEPUTADO CLÉSIO SALVARO simDEPUTADO DAGOMAR CARNEIRODEPUTADO DARCI DE MATOS simDEPUTADO DÉCIO GÓES abstençãoDEPUTADO DIRCEU DRESCH abstençãoDEPUTADO EDSON PIRIQUITODEPUTADO ELIZEU MATTOS simDEPUTADO GELSON MERÍSIO simDEPUTADO GENÉSIO GOULART simDEPUTADO HERNEUS DE NADAL simDEPUTADO JAILSON LIMA abstençãoDEPUTADO JANDIR BELLINI simDEPUTADO JOÃO HENRIQUE BLASI simDEPUTADO JOARES PONTICELLI simDEPUTADO JORGINHO MELLO simDEPUTADO JOSÉ NATAL simDEPUTADO JULIO GARCIADEPUTADO KENNEDY NUNES simDEPUTADO MANOEL MOTA simDEPUTADO MARCOS VIEIRA simDEPUTADO MOACIR SOPELSADEPUTADO NARCIZO PARISOTTODEPUTADO NILSON GONÇALVES simDEPUTADA ODETE DE JESUS simDEPUTADO ONOFRE SANTO AGOSTINIDEPUTADO PEDRO BALDISSERA abstençãoDEPUTADO PEDRO UCZAI abstenção

A Presidência comunica também quea comissão de Economia, Ciência, Tecnologia,Minas e Energia apresentou parecer favorávelaos Ofícios n.s: 0079/2007, de entidadesocial, que encaminha relatório de atividades;0096/2007, do Tribunal de Justiça do Estado,que encaminha cópia do acórdão prolatado nosautos da Ação Direta de Inconstitucionalidaden. 2002.020438-8, do município de Blumenau;0101/2007, que encaminha cópia do acórdãoprolatado nos autos da Ação Direta de Incons-titucionalidade n.2002.012940-8, do municípiode Florianópolis; 0102/2007, do Tribunal deJustiça do Estado, que encaminha cópia doacórdão prolatado nos autos da Ação Direta deInconstitucionalidade n. 2004.014440-7, domunicípio de Florianópolis.

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Está encerrada a votação.

Votaram 28 srs. deputados.Temos 22 votos “sim”, nenhum voto

“não” e seis abstenções.Está aprovada a matéria em primeiro

turno.Discussão e votação em turno

único do Projeto de Lei n. 0327/2007, deprocedência governamental, que altera oart. 1º da Lei n. 13.108, de 2004, que au-toriza a concessão de uso de imóvel nomunicípio de Florianópolis (regularização deocupação).

Discussão e votação em primeiroturno do Projeto de Lei Complementar n.0029/2007, de procedência governamental,que altera dispositivos da Lei Complementarn. 323, de 2006, que estabelece estruturade carreira, reestrutura o sistema deremuneração e dispõe sobre o regimedisciplinar dos servidores da secretaria deestado da Saúde e estabelece outrasprovidências.

Conta com parecer favorável dacomissão de Constituição e Justiça.

Em discussão.(Pausa)Não havendo quem o queira discutir,

encerramos sua discussão.Em votação.Os srs. deputados que o aprovam

permaneçam como se encontram.Aprovado

C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o - Processo Informatizado de Editoração

27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 13

Discussão e votação em turno únicodo Projeto de Lei n. 0218/2007, de autoria dosr. deputado Darci de Matos, que declara deutilidade pública a Associação deDesenvolvimento da Microbacia do Rio DuasMamas, no município de Schroeder.

Em votação. Em discussão.Os srs. deputados que o aprovam

permaneçam como se encontram.(Pausa)Não havendo quem o queira discutir,

encerramos sua discussão.Aprovado.Discussão e votação em turno único

do Projeto de Lei n. 0224/2007, de autoria dosr. deputado Rogério Mendonça, que declarade utilidade pública a Associação Catarinensepara o Desenvolvimento Tecnológico daFruticultura Tropical - Acafruta -, de Itajaí.

Em votação.Os srs. deputados que o aprovam

permaneçam como se encontram.Conta com parecer favorável dascomissões de Constituição e Justiça e deEconomia, Ciência, Tecnologia, Minas eEnergia.

Aprovado.Conforme acordo de líderes, esta

Presidência, antes de encerrar a presentesessão, convoca outra, extraordinária, parahoje, às 16h12min.

Em discussão. Conta com parecer favorável dascomissões de Constituição e Justiça e deEconomia, Ciência, Tecnologia, Minas eEnergia.

(Pausa)Não havendo quem o queira discutir,

encerramos sua discussão.Está encerrada a presente sessão.

ATA DA 025ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIADA

1ª SESSÃO LEGISLATIVA DA 16ª LEGISLATURAREALIZADA EM 22 DE AGOSTO DE 2007

PRESIDÊNCIA DO SENHOR DEPUTADO JULIO GARCIA

Às 16h12, achavam-se presentes osseguintes srs. deputados: Ada De Luca - AnaPaula Lima - Antônio Aguiar - Cesar Souza Júnior -Clésio Salvaro - Dagomar Carneiro - Darci de Matos- Décio Góes - Dirceu Dresch - Elizeu Mattos -Gelson Merísio - Genésio Goulart - Herneus deNadal - Jailson Lima - Jandir Bellini - João HenriqueBlasi - Joares Ponticelli - Jorginho Mello - JoséNatal - Julio Garcia - Kennedy Nunes - Manoel Mota- Marcos Vieira - Moacir Sopelsa - Nilson Gonçalves- Odete de Jesus - Pedro Baldissera - Pedro Uczai -Professor Grando - Reno Caramori - RogérioMendonça - Serafim Venzon - Silvio Dreveck -Valmir Comin.

Em discussão. DEPUTADO KENNEDY NUNES simDEPUTADO MANOEL MOTA simDEPUTADO MARCOS VIEIRA simDEPUTADO MOACIR SOPELSA simDEPUTADO NARCIZO PARISOTTODEPUTADO NILSON GONÇALVES simDEPUTADA ODETE DE JESUS simDEPUTADO ONOFRE SANTO AGOSTINIDEPUTADO PEDRO BALDISSERA abstençãoDEPUTADO PEDRO UCZAI abstençãoDEPUTADO PROFESSOR GRANDO simDEPUTADO RENATO HINNIGDEPUTADO RENO CARAMORI simDEPUTADO ROGÉRIO MENDONÇA simDEPUTADO ROMILDO TITONDEPUTADO SARGENTO AMAURI SOARESDEPUTADO SERAFIM VENZONDEPUTADO SILVIO DREVECKDEPUTADO VALMIR COMIN sim

O sr. deputado Jandir Bellini tevepane no seu equipamento de votação e declarao voto “sim”.

(Pausa)Não havendo quem queira discutir,

encerramos sua discussão.Em votação o projeto e a emenda.A votação nominal será no painel

eletrônico.Os srs. deputados que votarem

“sim” aprovam a matéria e os que votarem“não” rejeitam-na.DEPUTADO ADA DE LUCA simDEPUTADA ANA PAULA LIMA abstençãoDEPUTADO ANTÔNIO AGUIAR simDEPUTADO CESAR SOUZA JÚNIORDEPUTADO CLÉSIO SALVARO simDEPUTADO DAGOMAR CARNEIRODEPUTADO DARCI DE MATOS simDEPUTADO DÉCIO GÓES abstençãoDEPUTADO DIRCEU DRESCH abstenção

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Havendo quórum regimental einvocando a proteção de Deus, declaro abertaa presente sessão extraordinária.

Passaremos à Ordem do Dia.Discussão e votação em segundo

turno do Projeto de Lei Complementar n.0029/2007, que altera dispositivos da LeiComplementar n. 32, de 2006, que estabeleceestrutura de carreira, reestrutura o sistema deremuneração e dispõe sobre o regimedisciplinar dos servidores da secretaria deestado da Saúde e estabelece outrasprovidências.

DEPUTADO EDSON PIRIQUITODEPUTADO ELIZEU MATTOS simDEPUTADO GELSON MERÍSIO simDEPUTADO GENÉSIO GOULART simDEPUTADO HERNEUS DE NADAL simDEPUTADO JAILSON LIMA abstençãoDEPUTADO JANDIR BELLINIDEPUTADO JOÃO HENRIQUE BLASI simDEPUTADO JOARES PONTICELLI simDEPUTADO JORGINHO MELLO simDEPUTADO JOSÉ NATAL simDEPUTADO JULIO GARCIA

Votaram 29 srs. deputados.Temos 23 votos “sim”, nenhum voto

”não” e seis abstenções.Aprovado.A Presidência, antes de encerrar a

presente sessão, convoca outra, extraor-dinária, para as 16h16min.Ao projeto foi apresentada emenda.

Conta com parecer favorável dacomissão de Constituição e Justiça.

Está encerrada a sessão.

ATA DA 026ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIADA

1ª SESSÃO LEGISLATIVA DA 16ª LEGISLATURAREALIZADA EM 22 DE AGOSTO DE 2007

PRESIDÊNCIA DO SENHOR DEPUTADO JULIO GARCIA

Às 16h16, achavam-se presentesos seguintes srs. deputados: Ada De Luca -Ana Paula Lima - Antônio Aguiar - CesarSouza Júnior - Clésio Salvaro - DagomarCarneiro - Darci de Matos - Décio Góes -Dirceu Dresch - Elizeu Mattos - Gelson

Merísio - Genésio Goulart - Herneus deNadal - Jailson Lima - Jandir Bellini - JoãoHenrique Blasi - Joares Ponticelli - JorginhoMello - José Natal - Julio Garcia - KennedyNunes - Manoel Mota - Marcos Vieira -Moacir Sopelsa - Nilson Gonçalves - Odete

de Jesus - Pedro Baldissera - Pedro Uczai -Professor Grando - Reno Caramori - RogérioMendonça - Serafim Venzon - Silvio Dreveck -Valmir Comin.

SUMÁRIOOrdem do Dia

Processo Informatizado de Editoração - C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o

14 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

DEPUTADO JOARES PONTICELLI (pela ordem) -Informa que viajará a serviço da Escola doLegislativo e para representar a Presidênciaem reunião do Colégio de Presidentes.

Em votação. A Presidência defere de plano.Os srs. deputados que a aprovam

permaneçam como se encontram.Requerimento de autoria da

deputada Odete de Jesus, que solicita oenvio de mensagem telegráfica aopresidente do Tribunal de Justiça de SantaCatarina, ao juiz de direito da comarca deLages e ao diretor da Facvest de Lages,cumprimentando-os pela instalação do postode atendimento e conciliação na Facvest.

Aprovada.DEPUTADO DIRCEU DRESCH (pela ordem) -Registra a presença do comunicador da RádioVerde Vale, de Braço do Norte, Luiz Antônio.

Votação da redação final doProjeto de Lei Complementar n.0029/2007.

DEPUTADO JORGINHO MELLO (pela ordem) -Convida para a sessão solene em homenagemaos 90 anos de Joaçaba.

Não há emendas à redação final.Em votação.Os srs. deputados que a aprovam

permaneçam como se encontram.A Presidência defere de plano.DEPUTADO JOSÉ NATAL (pela ordem) -

Registra a presença dos vereadores Luiz CarlosMüller e Humberto Pessatti, de Rio do Oeste.

Requerimento de autoria dodeputado Jandir Bellini, que solicita o enviode mensagem telegráfica aos prefeitos eaos presidentes das Câmaras deVereadores de Navegantes e Chapecó,cumprimentando-os pelo aniversário dosmunicípios.

Aprovada.O Sr. Deputado Joares Ponticelli -

Peço a palavra, pela ordem, sr. presidente.DEPUTADO RENO CARAMORI (pela ordem) -Justifica sua ausência na sessão solene deJoaçaba em razão da abertura da VideiraFest. O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio

Garcia) - Com a palavra, pela ordem, o sr.deputado Joares Ponticelli.

DEPUTADA ODETE DE JESUS (pela ordem) -Atenta para o fato de que não há nenhumamulher entre os integrantes da CPI da Casan. O SR. DEPUTADO JOARES

PONTICELLI - Sr. presidente, só para justifi-car a minha ausência na sessão a partir deagora, uma vez que, juntamente com anossa diretora da Escola do Legislativo,estamo-nos deslocando para o Rio deJaneiro, pois amanhã vamos ter uma reu-nião com a diretoria do Instituto Souza Cruz,que tem relevantes serviços prestados noestado. Estamos buscando uma parceriadaquele instituto com a nossa Escola doLegislativo.

A Presidência defere de plano.Explicação Pessoal Requerimento de autoria do

deputado Nilson Gonçalves, que solicita oenvio de mensagem telegráfica ao prefeito eao presidente da Câmara de Vereadores deGuaramirim, cumprimentando-os pelo ani-versário do município.

DEPUTADO PEDRO UCZAI - Solidariza-se como prefeito de Itapema e fala sobre o saláriomínimo regional.DEPUTADO MANOEL MOTA (pela ordem) -Externa, em nome da bancada do PMDB,condolências ao deputado Sargento AmauriSoares pela perda de sua irmã.

A Presidência defere de plano.Requerimento de autoria da

deputada Ana Paula Lima, que solicita o enviode mensagem telegráfica à diretoria da Blusol,cumprimentando-a pelo aniversário daentidade.

DEPUTADO ELIZEU MATTOS - Critica o governoAmin; tece comentários sobre os 60 anos daRádio Clube, de Lages.DEPUTADO KENNEDY NUNES (aparte) -Parabeniza a Rádio Clube, de Lages, pelos 60anos de existência.

Já na sexta-feira, estaremos tra-tando de assuntos referentes à escola erepresentando v.exa. na reunião do Colégiode Presidentes, na cidade de Vitória, ondeum dos assuntos a ser tratado já foi aquiabordado pela deputada Ana Paula Lima,que é a abertura da nossa TV em canalaberto.

A Presidência defere de plano.Requerimento de autoria da

deputada Ana Paula Lima, que solicita o enviode mensagem telegráfica à diretoria daFundação de Cultura de Blumenau, cum-primentando-a pela publicação da revistaBlumenau em Cadernos.

DEPUTADO VALMIR COMIN - ParabenizaLeodegar Tiscoski pela posse como secretárionacional de Saneamento Ambiental; aborda oleilão de energia elétrica.DEPUTADO PROFESSOR GRANDO (aparte) -Comenta a melhoria no saneamento em SantaCatarina.

Portanto, a partir de agora nosvamos afastar do plenário e não estaremospresentes na sessão de amanhã.

A Presidência defere de plano.Requerimento de autoria da

deputada Ana Paula Lima, que solicita o enviode mensagem telegráfica à diretoria doConselho Municipal de Cultura de Blumenau,cumprimentando-a pela entrega da Comendado Mérito Cultural à sra. Beatriz Niemeyer e àfamília do artista plástico Elio Hahnemann.

DEPUTADO DÉCIO GÓES - Parabeniza aempresa Criciúma Construções pelo rece-bimento de homenagem do Grupo Gerdau eo Giassi Supermercados pelos 47 anos deexistência; Convida todos para a FeiraMultisetorial de Braço do Norte e região;registra a participação da comissão deTurismo e Meio Ambiente na TerceiraConferência Nacional do Meio Ambiente;comenta o aumento de micro e pequenasempresas no Brasil; refere-se ao SuperSimples.

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - A Presidência deseja sucesso naviagem a ser empreendida por v.exa. eaguarda o retorno para que possamos, frutodo resultado dessa viagem, através daMesa Diretora, tomar providências emrelação aos assuntos que na viagem serãotratados, deputado Joares Ponticelli.

A Presidência defere de plano.Requerimento de autoria da

deputada Ana Paula Lima, que solicita o enviode mensagem telegráfica às diretorias doInstituto Ecosul e da Apremav, cumprimen-tando-as pela edição especial da revistaSaneamento Ambiental e pelos serviçosprestados na defesa do meio ambiente.

A Presidência comunica queserão encaminhadas aos destinatários asIndicações n.s: 0506/2007, de autoriado deputado Onofre Santo Agostini;0507/2007, de autoria da deputadaOdete de Jesus; 0508/2007, de autoriado deputado Jandir Bellini; 0509/2007,de autoria do deputado Elizeu Mattos;0510/2007, de autoria do deputada AnaPaula Lima; 0511 e 0512/2007, deautoria do deputado Reno Caramori; e0513/2007, de autoria da deputada AdaDe Luca, conforme determina o art. 206do Regimento Interno.

DEPUTADO KENNEDY NUNES - Aborda ogrande número de assassinatos ocorridos emJoinville; manifesta preocupação com osistema de segurança pública.

A Presidência defere de plano.Requerimento de autoria da

deputada Ada De Luca, que solicita o envio demensagem telegráfica ao prefeito e aopresidente da Câmara de Vereadores deImaruí, cumprimentando-os pelo aniversário domunicípio.

DEPUTADO MARCOS VIEIRA (aparte) -Demonstra preocupação com o sistema desegurança pública.DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Refere-se àcarga tributária do país.

A Presidência defere de plano.O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Havendo quórum regimental einvocando a proteção de Deus, declaro abertaa presente sessão extraordinária.

Requerimento de autoria dadeputada Odete de Jesus, que solicita o enviode mensagem telegráfica ao presidente doTribunal de Justiça de Santa Catarina e ao juizde direito da comarca de Lages, cum-primentando-os pela instalação da Casa daCidadania em Bocaina do Sul.

Sobre a mesa, requerimento deautoria do deputado Genésio Goulart, quesolicita o envio de mensagem telegráfica aoprefeito e ao presidente da CâmaraMunicipal de Orleans, cumprimentando-ospelo aniversário do município.

Passaremos à Ordem do Dia.Votação da redação final do Projeto

de Lei n. 0327/2007.Não há emendas à redação final.

A Presidência defere de plano. A Presidência defere de plano.Em votação.Requerimento de autoria do

deputado Genésio Goulart, que solicita o enviode mensagem telegráfica ao prefeito deConcórdia, cumprimentando-o pelo aniversáriodo município.

Requerimento de autoria dodeputado Cesar Souza Júnior, que solicita oenvio de mensagem telegráfica ao biguaçuenseJackson Feubak, cumprimentando-o pelo títulona categoria pró-aberta do Rally dos Sertões.

Os srs. deputados que a aprovampermaneçam como se encontram.

Aprovada.Votação da redação final do Projeto

de Lei n. 0218/2007.A Presidência defere de plano. A Presidência defere de plano.Não há emendas à redação final.Requerimento de autoria da

deputada Odete de Jesus, que solicita o enviode mensagem telegráfica aos prefeitos e aospresidentes das Câmaras de Vereadores deNavegantes, Chapecó, Guaramirim, Joaçaba eImaruí, cumprimentando-os pelo aniversáriodos municípios.

Requerimento de autoria dodeputado Julio Garcia, que solicita o envio demensagem telegráfica à presidente daFederação das Apaes de Santa Catarina,cumprimentando-a pela realização do VIIFestival Nacional Nossa Arte, no município dePenha.

Em votação.Os srs. deputados que a aprovam

permaneçam como se encontram.Aprovada.Votação da redação final do Projeto

de Lei n. 0224/2007.Não há emendas à redação final.

C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o - Processo Informatizado de Editoração

27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 15

A Presidência defere de plano. Em votação. A SRA. DEPUTADA ODETE DE JESUS -V.Exa. fará o sorteio dos interessados. Querosalientar, sr. presidente, que presenciando aescolha das bancadas que indicaram os seusrepresentantes na CPI da Casan, observei que nãohá nenhuma figura feminina. Por isso, essadeputada se dispõe a fazer parte deste sorteio,como também o deputado Professor Grando. Voutorcer para que esta deputada seja sorteada.

Requerimento de autoria dodeputado Julio Garcia, que solicita o envio demensagem telegráfica à presidente daFundação Hospitalar de São Martinho,cumprimentando-a pelo êxito na realização dafesta daquele hospital e eleição da RainhaSolidária, realizada no último domingo.

Os srs. deputados que o aprovampermaneçam como se encontram.

Aprovado.Não há mais matéria na pauta da

Ordem do Dia.O Sr. Deputado Dirceu Dresch - Pela

ordem, sr. presidente.A Presidência defere de plano. O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio

Garcia) - Com a palavra, pela ordem, o sr.deputado Dirceu Dresch.

Requerimento de autoria dodeputado Elizeu Mattos, que solicita o envio demensagem telegráfica ao superintendenteregional do DNIT, pedindo a instalação deplacas indicativas de telefones de emergêncianas rodovias federais.

Muito obrigada, sr. presidente!O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio

Garcia) - A Presidência vai realizar o sorteiocom três participantes, uma vez que está deposse da Mesa a carta do deputado NarcizoParisotto, que diz o seguinte:

O SR. DEPUTADO DIRCEU DRESCH -Sr. presidente, quero registrar a presença dogrande comunicador da Rádio Verde Vale, deBraço do Norte, o colega Luiz Antônio, quesempre acorda cedo o povo da região com osseus noticiários.

A Presidência defere de plano. (Passa a ler.)Requerimento de autoria do

deputado Elizeu Mattos, que solicita o envio demensagem telegráfica ao superintendenteregional do DNIT, pedindo a instalação deredutores de velocidade e lombadaseletrônicas em Correia Pinto.

“Não podendo estar presente nassessões da Assembléia Legislativa nos dias 21a 28 de agosto do corrente ano,” (O deputadoencontra-se licenciando na forma do RegimentoInterno) “venho dar o meu voto ao deputadoSérgio Grando como representante dospequenos partidos na CPI da CASAN.”[sic]

Obrigado!O Sr. Deputado Jorginho Mello - Pela

ordem, sr. presidente.O SR. PRESIDENTE (Deputado Julio

Garcia) - Com a palavra, pela ordem, o sr.deputado Jorginho Mello.A Presidência defere de plano.

Moção de autoria da deputada Odetede Jesus, a ser enviada ao presidente daRepública, solicitando a viabilização deestudos para divulgação da Lei Federal n.6.194, que trata sobre do seguro DPVAT.

O SR. DEPUTADO JORGINHOMELLO - Sr. presidente, quero, na esteirado que v.exa. já comunicou aos srs. depu-tados, fazer um convite todo especial aossrs. deputados e às sras. deputadasdesta Casa que, se possível, noshonrassem com sua presença amanhã,na cidade de Joaçaba, na belíssimasessão solene que será realizada poreste Poder para comemorar 90 anos danossa querida Joaçaba.

A declaração de voto do deputado éinócua na forma do Regimento, mas é umamanifestação clara de que ele não deseja,ainda que na sua volta, participar da CPI.Portanto, o nome do deputado NarcizoParisotto fica retirado do sorteio.Em discussão.

(Pausa) Convido os srs. líderes e os repre-sentantes dos partidos com representaçãominoritária para participarem do sorteio, a fimde evitar qualquer tipo de problema.

Não havendo quem a queria discutir,encerramos sua discussão.

Em votação.Os srs. deputados que a aprovam

permaneçam como se encontram.Vamos realizar o sorteio.

Não tenho dúvida de que a presençamaciça dos srs. deputados vai aumentar obrilho daquela festa.

A sra. deputada Odete de Jesus éconvidada para presenciar o sorteio.Aprovada.

Moção de autoria da deputada AnaPaula Lima, a ser enviada às empresas BrasilTelecom, TIM, Vivo e Claro, solicitando ainstalação de torre de telefonia celular emPetrolândia.

(Procede-se à realização do sorteio.)O Sr. Deputado José Natal - Pela

ordem, sr. presidente.A Presidência pede escusas aos srs.

deputados, uma vez que a assessoria alerta aPresidência no que se refere ao últimoparágrafo da carta do deputado NarcizoParisotto, que diz o seguinte:

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Com a palavra, pela ordem, o sr.deputado José Natal.Em discussão.

(Pausa) O SR. DEPUTADO JOSÉ NATAL -Quero, sr. presidente, com satisfaçãoregistrar a presença nesta Casa, no meugabinete, dos vereadores Luiz Carlos Müllere Humberto Pessatti, do município de Riodo Oeste.

(Passa a ler.)Não havendo quem a queria discutir,

encerramos sua discussão.“Não havendo consenso, proponho a

inclusão do meu nome no sorteio.”[sic]Em votação. Não entendo. A interpretação que a

Presidência dá é que não é possível o deputadoNarcizo Parisotto, estando licenciado oficialmenteda Assembléia, participar do sorteio. Desta forma,pede a compreensão de todos os srs. líderes,com entendimento ainda que diverso, para querealizemos o sorteio sem que conste o nome dodeputado Narcizo Parisotto, por óbvio, o deputadoestá licenciado no momento da realização dosorteio.

Os srs. deputados que a aprovampermaneçam como se encontram.

Aprovada. O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - A Presidência, conformeanunciado, vai proceder ao sorteio do repre-sentante das minorias, dos partidos quetêm representação minoritária, para fazerparte da CPI.

Moção de autoria do deputado JailsonLima, a ser enviada ao presidente da CâmaraFederal, solicitando apoio e urgência na aprovaçãoda regulamentação da Emenda n. 29.

Em discussão.(Pausa) O Sr. Deputado Reno Caramori - Peço

a palavra, pela ordem, sr. presidente.Não havendo quem a queria discutir,encerramos sua discussão.

Então, embora fazendo este registro,para evitar problemas futuros, a Presidênciamantém o sorteio com os nomes dosdeputados Sargento Amauri Soares, Odete deJesus e Professor Grando.

O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Com a palavra, pela ordem, o sr.deputado Reno Caramori.

Em votação.Os srs. deputados que a aprovam

permaneçam como se encontram. O SR. DEPUTADO RENOCARAMORI - Sr. presidente, srs.deputados, quero agradecer o convite dodeputado Jorginho Mello e aqui justificara nossa ausência, amanhã, na sessãosolene de Joaçaba, tendo em vista quetemos um compromisso já assumido nomunicípio de Videira, que pertence àmicrorregião da Amarp, que é a aberturada VideiraFest. Além disso, esta é asemana do aniversário do município etemos uma programação bastanteintensa.

Aprovada. Estão conferidos os nomes dos trêsdeputados aqui nos papéis, eles serãodobrados e depois retirados e assim seráescolhido o nome do deputado.

Pedido de informação de autoria dodeputado Joares Ponticelli, a ser enviado aogovernador do estado, solicitando informaçõessobre a locação de imóveis da administraçãopública.

(Procede-se ao sorteio.)O escolhido é o deputado Sargento

Amauri Soares para fazer parte, em nome dasminorias, da CPI.

Em discussão.(Pausa)Não havendo quem o queria discutir,

encerramos sua discussão.Encerrado o sorteio, passaremos à

Explicação Pessoal.Em votação. Inscrito para falar, de acordo com a

lista de posse da Mesa, o sr. deputado PedroUczai, que na forma do Regimento Interno tema palavra por até dez minutos.

Os srs. deputados que o aprovampermaneçam como se encontram. Por isso justifico a minha ausência

na sessão solene de Joaçaba.Aprovado.Pedido de informação de autoria do

deputado Joares Ponticelli, a ser enviado aopresidente da Casan, sr. Walmor De Luca,solicitando informações sobre o Ofício n.0116/2007, da Câmara Municipal de Gravatal.

O SR. PRESIDENTE (DeputadoJulio Garcia) - Plenamente justificada, ev.exa. representará esta Casa no eventoem Videira.

O SR. DEPUTADO PEDRO UCZAI - Sr.presidente, srs. deputados, assomo a estatribuna para me manifestar, em primeiro lugar,sobre a experiência que vivi, no dia de ontem,no município de Itapema e em solidariedade - epor maioria desta Casa também definimos ummoção, com exceção do DEM - ao nossocompanheiro e amigo, o professor SabinoBussanello, prefeito daquela cidade.

A Sra. Deputada Odete de Jesus -Pela ordem, sr. presidente.Em discussão.

(Pausa) O SR. PRESIDENTE (Deputado JulioGarcia) - Com a palavra, pela ordem, a sra.deputada Odete de Jesus.

Não havendo quem o queria discutir,encerramos sua discussão.

Processo Informatizado de Editoração - C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o

16 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

Eu acompanho a gestão do prefeitoSabino Bussanello comparando-a com a gestãoanterior de desmando e corrupção e sei quenão é possível que ele tenha responsabilidadesobre qualquer desvio, porque compramerenda, paga em dia, com licitação feita peloprefeito anterior e cumpre literalmente oscontratos viabilizados.

Quem é corrupto, quem rouba temque ir para a cadeia, deputado Manoel Mota.Quem rouba dinheiro público tem que ir para acadeia! Quem rouba dinheiro do povo tem queir para a cadeia!

se implantar o salário mínimo regional noestado. E quero que ele seja fruto doentendimento não só da bancada do Partidodos Trabalhadores, nem da Oposição, nemda Situação, mas de um grande acordopolítico. Assim, Santa Catarina poderá ser oquinto estado no país a dar dignidade aosseus trabalhadores menos favorecidos. Issoé fazer justiça, é redistribuir renda e, aísim, fazer este Parlamento ter um papelestratégico e decisivo de melhorar a vida dopovo catarinense que nós representamos.

Eu dizia hoje, quando fui indagadona CBN sobre o “mensalão”, que vaicontinuar existindo o “mensalão” nestepaís, infelizmente, porque não se aprovou areforma política, não se aprovou a listapartidária e o financiamento público decampanha. Esse é o problema central. Vaicontinuar havendo “mensalão” porque vaicontinuar havendo financiamento privado decampanha. Todos os parlamentares sabemdo que estou falando. Cada vez mais seprofissionalizam as campanhas! Nosmunicípios onde há agência de publicidadeperguntam quanto cada um vai gastar nacampanha eleitoral. Portanto, tem quebuscar dinheiro no setor privado.

Mas a política nos traz surpresas equero aqui, publicamente, dizer que é umainjustiça contra um prefeito honesto, ético etransparente. Por poucas pessoas eu ponho amão no fogo com relação a desvio de dinheiropúblico. E se ele desviou R$ 1,00, eu tambémpeço a cassação dele. Mas não houve desvio!

Muito obrigado!(SEM REVISÃO ORADOR)O Sr. Deputado Manoel Mota - Pela

ordem, sr. presidente.Por isso o bom senso é fundamentalnos processos de investigação e lamentavel-mente, por seis votos a dois, foi aprovado orelatório da CPI no município de Itapema eagora, provavelmente, começa o trabalho dacomissão processante contra o nosso prefeitoSabino Bussanello, honesto, verdadeiro, justoe transparente.

O SR. PRESIDENTE (DeputadoAntônio Aguiar) - Com a palavra, pela ordem, odeputado Manoel Mota.

O SR. DEPUTADO MANOEL MOTA -Nós queremos, em nome da bancada doPMDB, externar as nossas condolências aodeputado Sargento Amauri Soares pela perdada sua irmã. Reconhecemos o momento dedificuldade do deputado e de seus familiares.Nossas condolências a toda família e aodeputado.

Tem que haver outra alternativa,pois, lamentavelmente, mantém-se o“mensalão” neste país. Não são os 40 atoresaqui. Vai haver outros 40, outros 40 e outros40 porque não se mexeu na origem, na raiz dodinheiro que financia as campanhas, que é odinheiro privado. Tem que solucionar isso. Nãose trata de ser oposição ou governo e assimpor diante. Tem que ter financiamento públicode campanha com lista de candidatos parafortalecer os nossos partidos e fortalecer ademocracia.

Quando vejo tantos desmandosneste país, quando vejo tantas liderançasenvolvidas em corrupção, tenho que assistir aomeu colega, prefeito, com atuação honesta etransparente, verdadeira, ter que se submeteragora à comissão processante.

O SR. PRESIDENTE (DeputadoAntônio Aguiar) - A nossa solidariedadetambém ao deputado Sargento AmauriSoares.

Por outro lado, assisto todos os diasa denúncias de desvio de dinheiro. Lá édinheiro para a merenda escolar; lá é dinheiropago em dezembro. Todos conhecem a Lei deResponsabilidade Fiscal e todos sabem, élitoral, que os vereadores não aprovaram oOrçamento. Então, o prefeito comproumerenda para dezembro, janeiro e fevereiro,porque somente em fevereiro foi votado o Orça-mento.

Com a palavra o próximo oradorinscrito, deputado Elizeu Mattos, por até dezminutos.Em segundo lugar, quero dar a

notícia de que estou muito feliz. Começamosuma nova mobilização para aprovar em SantaCatarina o salário mínimo regional. Sou daOposição aqui, mas fiquei feliz quando li oartigo sobre o piso salarial da sra. Dalva MariaDe Luca Dias, no Diário Catarinense, no dia dehoje. Fico feliz pela posição que tem de que osalário mínimo, o piso regional expande omercado, expande o consumo e é uma formade redistribuir renda no estado de SantaCatarina.

O SR. DEPUTADO ELIZEU MATTOS -Sr. presidente, sra. deputada e srs.deputados, antes de falar da Rádio Clube,de Lages, que é uma das emissoras maisantigas de Santa Catarina, gostaria de frisarque o deputado Joares Ponticelli iria falarantes, mas como não está em plenário, nãofoi chamado. Só registramos para não haverproblemas.

Graças a Deus que comprou antessenão não teria nem como comprar em janeiroporque não havia Orçamento aprovado.Comprou porque tinha dinheiro; comprouporque tinha receita e pagou religiosamenteem dia, contrato firmado, merenda entregue àsescolas e às creches. Mas, lamentavelmente,por outros interesses, tenho que assistir à CPI,assistir a uma solenidade lamentável nomunicípio de Itapema.

Se falássemos de obras, deputadoJoão Henrique Blasi, se falássemos de grandescircos, nós poderíamos aqui falar da BR-282. Epoderíamos muito bem debater a BR-282,porque, segundo o deputado Joares Ponticelli,para o ex-governador do seu partido tudo serealizava, tudo era fácil, o dinheiro estavasobrando e as coisas aconteciam num piscarde olhos.

Mais de 300 mil trabalhadores serãobeneficiados com o salário mínimo regional.Por isso, estamos mobilizando com abaixo-assinado; estamos mobilizando as Câmaras deVereadores; estamos conversando com asentidades sindicais; estamos conversando comas entidades empresariais e estamosconversando com o governo do estado parabuscar o entendimento.

O prefeito e o vice-prefeito anterioresforam cassados por corrupção eleitoral, porcorrupção de desmandos e há dezenas deprocessos de desmandos, de desvio dedinheiro público naquele município!

Mas se eu lembrar da BR-282 naregião da serra catarinense, em 1999, se nãome engano, em maio, o ex-governadorEsperidião Amim esteve em Lages, subiu edirigiu uma patrola e falou que reiniciaria asobras da BR-282 no trecho Lages/São José doCerrito.

E assistimos a uma CPI injusta,desonesta para com o companheiro e amigoSabino Bussanello. Não sou contra CPI, sou afavor de investigação de tudo. Fui prefeito, soudeputado. É preciso investigar todas as nossasações.

Deputado João Henrique Blasi, osalário mínimo regional de São Paulo foivotado neste mês, R$ 490,00; no Rio deJaneiro ele é de R$ 486,00; no Rio Grandedo Sul é de R$ 468,00; no Paraná é de R$475,00. Nós propomos aqui o valor de R$480,00, que é uma média desses váriossalários mínimos; pode ser mais, pode serR$ 500,00. Temos que buscar o entendi-mento e um acordo das lideranças, dospartidos políticos, do governo do estado,das entidades dos trabalhadores e dosempresários para construir esse saláriomínimo regional.

Lembro muito bem dessa passagem,que muito foi divulgada na nossa região, deucapa de jornal, foi matéria de televisão. E nósacabamos descobrindo que o governadordaquela época sabia dirigir patrola. Foi atéinteressante, pois era um operário a mais parafazer aquele trecho.

Mas quando vejo no jornal um artigode saco sem fundo... Olhem aqui:

(Passa a ler.)“Fundo de incentivo ao esporte

está-se mostrando mais do que generoso. Éverdadeiramente coisa de pai para filho.Uma ação da SDR de Curitibanos e dasecretaria da Cultura, Turismo e Esportedestinou a bagatela de 250 mil do nossorico e escasso dinheiro para ‘estimular’Eduardo Berlanda na Stok Car Light, umacategoria de carros de corrida.

E pasmem! Dois meses depois, sr.presidente e srs. deputados, a obra da BR-282 parou. E eu lembro que, à época, umrepórter perguntou ao ex-governador,deputado José Natal, qual era a garantia dacontinuidade da BR-282 para chegar atéSão José do Cerrito. E a resposta foi: “Agarantia Amin”. Essa foi a resposta dadaaos jornais.

A proposta não deve ser minha; eu aapresentei aqui para fazer o debate, visandoao entendimento para que se consiga aprovareste ano um salário mínimo regional, porqueSanta Catarina, que tem a quinta renda percapita e o sétimo PIB deste país, não podedeixar de implantar o seu piso mínimo regionalde, pelo menos, R$ 100,00 a mais do que opiso nacional.

O moço, que por pura coincidência éfilho do secretário Regional de Curitibanos,Nilson José Berlanda” - eu conheço, todosconhecem - “precisa mesmo de estímulo.Depois da quinta etapa [...]”

Mas aconteceu que a obra parou!Mas, mais do que isso, deputado ManoelMota, nosso líder do PMDB, além do trechoLages/São José do Cerrito - que era umaconcessão para o estado - não ter andado, oDER, hoje Deinfra, acabou com o trecho quetinha recurso federal simplesmenteadministrado pelo estado de Santa Catarina,

Ou seja, por causa de dinheiropúblico para a merenda, para as crianças,ao prefeito vai sendo imputada responsabi-lidade. Por isso manifesto aqui a minhasolidariedade ao prefeito com a maior triste-za.

Entendemos os problemas dosmunicípios no país, entendemos os impactosna Previdência em outros estados e em outrosmunicípios, mas em Santa Catarina todos osdados socioeconômicos, todos os dados daeconomia mostram que não há dificuldades de

C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o - Processo Informatizado de Editoração

27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 17

no trecho de Lages até a BR-470 passando porVargem até Campos Novos, num verdadeiroimbróglio que até hoje está mal explicado.Inclusive, foi até devolvido recurso pelaempreiteira, pois além de não fazer aqueletrecho daquela concessão, já que 13quilômetros haviam sido feitos no governoPaulo Afonso, o Amim foi lá e deu a garantiado restante do trecho. Mas além de parar aobra dois meses depois, ainda conseguiramarrumar outro trecho na lama e no lodo, umverdadeiro rolo no qual o Tribunal e oprocurador da República tiveram que intervirpara nós podermos desenrolar o rolo que foifeito pelo DER.

Temos outros, como o SevilhoFerreira, que há 40 anos conduz o programaOnde Canta o Sabiá, além de outros grandesradialistas que vêm de toda uma época de 30,40, 50 anos, desde o início. Por isso é queesta rádio mantém essa audiência fantásticana serra catarinense, levando informação atodos os cantos da nossa região.

Vejam, srs. deputados, a importânciadessa pasta, deste cidadão catarinense nocenário da República à frente dessa secretariado ministério das Cidades, porque SantaCatarina - deputado Professor Grando, v.exa.que domina muito essa área - tem somente12% do saneamento feito, ou seja, 88% doesgoto catarinense não está tratado e muitasvezes é jogado ao relento contaminandocórregos, riachos e mananciais. É umproblema crucial para o qual precisamos estaratentos. Acredito que agora, com essa partici-pação efetiva no Executivo do governo Lula, odeputado Leodegar Tiscoski possa viabilizarmuitos recursos para a área do saneamentoem Santa Catarina.

A emissora tem cinco mil watts depotência e eu, como parlamentar que repre-senta a serra catarinense, não poderia deixarpassar esse momento. Roberto Amaral, aequipe da Rádio Clube, não poderia deixarpassar em branco, por isso quero parabenizara nossa grande emissora de rádio da serracatarinense pelos seus 60 anos de existência.Portanto, se vamos falar de pro-

messas, de auê, de jornal, aí, sim, vamos terassunto nesta Casa todos os dias, em todosos momentos, das pirotecnias que fizeram,dos circos que armaram, de todas as coisasque aconteceram.

O Sr. Deputado Kennedy Nunes -V.Exa. me concede um aparte?

O Sr. Deputado Professor Grando -V.Exa. me concede um aparte?

O SR. DEPUTADO ELIZEU MATTOS -Pois não!

O SR. DEPUTADO VALMIR COMIN -Pois não!

O Sr. Deputado Kennedy Nunes -Deputado Elizeu Mattos, como eu faço partedo rádio desde os meus 15 anos, quero mesolidarizar com suas palavras e tambémmandar os parabéns a Rádio Clube deLages e ao empresário Roberto Amaral, queé um ícone no setor de comunicação nesteestado, não só de rádio, mas também detelevisão, jornal e até na Internet. ORoberto Amaral conseguiu acompanhar aevolução da comunicação, por isso queroaproveitar e mandar também, em nome danossa bancada, um abraço a Rádio Clube deLages, que é comandada pelo prefeitoRenatinho, do Partido Progressista.

O Sr. Deputado Professor Grando -Deputado Valmir Comin, tive a honra, naEscola Técnica, ainda quando jovem, deestudar junto com o Leodegar Tiscoski nanossa famosa Etefesc. Morávamos, inclusive,no internato e diariamente nos encontrávamos.É uma pessoa que entende do assunto, fezcurso de agrimensor, fez Engenharia e foi parao DER.

Lá também, deputado KennedyNunes, comeram uma vaquinha! Lá tambémaconteceu um churrasquinho na época da tãofamosa BR-282!

Mas o que me traz à tribuna é fazeruma homenagem, deputado José Natal,deputado Professor Grando, que já viveu naserra catarinense, à Rádio Clube, de Lages.Aquela rádio, no próximo dia 25, sábado, vaicompletar 60 anos de existência e faz parte detoda a história da serra catarinense. Existe atéum jargão, segundo o qual afirmam o seguinte:“Se a Rádio Clube não deu é porque nãoaconteceu”. Também dizem que se sintonizarbem direitinho, a Rádio Clube pega até emferro elétrico.

Quero dizer que o presidente Lulaquer fazer saneamento, Luiz Henrique daSilveira quer fazer saneamento, os deputadosque aqui estão participaram de uma audiênciapública junto com a Fecam e realizaram omarco zero do saneamento com todos osprefeitos de Santa Catarina. Acredito quedesta vez, de forma mediadora, comtranqüilidade e com a presença doprogressista Leodegar Tiscoski, realizaremos osonho de termos saneamento, mais saúdepara o povo de Santa Catarina, aumentando oseu IDH e termos níveis, sim, de primeiromundo, porque mesmo com 12% desaneamento já temos uma boa qualidade devida e perspectiva concorrencial com os paísesdo primeiro mundo. Agora vamos colocar odedo na ferida, porque se todos estãoquerendo, vai dar certo. E v.exa. também é umlutador, sabe da importância do rio do Salto nasua região, porque também sabemos que parater saneamento é preciso ter água, é oprimeiro item, por isso a importância daquestão do rio do Salto.

Muito obrigado, pelo aparte.O SR. DEPUTADO ELIZEU MATTOS -

Agradeço o aparte, deputado Kennedy Nunes.Eu quero aqui lançar um desafio e fazer estapesquisa sobre o Maneca do Alma Cabocla.Nossa equipe vai pesquisar para saber seexiste outro programa de rádio nesse Brasilque esteja há 50 anos na ativa, no mesmohorário e com o mesmo nome. Eu achobastante duvidoso encontrarmos um programaainda na ativa, como o Alma Cabocla, com opopular Maneca.

A Rádio Clube tem uma históriamuito grande, que começou com Carlos Jofredo Amaral. Hoje, o sistema, que engloba aRádio Clube e também a rede de TV, éconduzido pelo empresário, filho de CarlosJofre, Roberto Amaral.

Mas há umas coisas interessantesacerca da Rádio Clube que vamos comentar.Existe um programa e um apresentador queestão lá há 58 anos em atividade: o Maneca,Manoel Correia, apresenta um programa nomesmo horário, das 5h às 8h, há 58 anos. E oprograma tem 50 anos de existência com omesmo nome!

Portanto, parabéns Rádio Clubepelos seus 60 anos de existência.

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)

Nós estamos fazendo um levan-tamento, deputado Kennedy Nunes, que comcerteza vai entrar no Guinness, porque duvidoque exista um programa há 50 anos no mesmohorário, com o mesmo nome como há até hojena Rádio Clube, de Lages.

O SR. PRESIDENTE (DeputadoAntônio Aguiar) - Com a palavra o sr. deputadoValmir Comin, por até dez minutos. O SR. DEPUTADO VALMIR COMIN -

Obrigado, deputado Professor Grando!O SR. DEPUTADO VALMIR COMIN -Sr. presidente, srs. deputados, sras.deputadas, quero abordar dois assuntos nestatarde.

Então, fica aqui a homenagem dafamília progressista e de todo o Parlamento deSanta Catarina ao amigo e companheirodeputado Leodegar Tiscoski.

Aquela rádio chama a atençãoporque quando não havia telefone e os pais dodeputado Professor Grando moravam naCoxilha Rica e ele estudava em Lages, noColégio Industrial, era normal as pessoasenviarem mensagens para o interior pela RádioClube.

Primeiramente, contudo, querofazer menção e parabenizar o nosso queridoamigo e companheiro progressista,tesoureiro nacional do nosso partido,Leodegar da Cunha Tiscoski, homem públicoque nos honra pela sua vida pregressa, porsua conduta política, pela maneira deconduzir todo o processo de trabalho poronde tem passado. Foi secretário de estadoda Infra-Estrutura no governo EsperidiãoAmin; secretário no governo VilsonKleinübing; deputado estadual e federal porcinco mandatos. Passou aqui por esta Casae também pelo Congresso Nacional.

Srs. deputados, acessei a uminforme do leilão de energia do governo fede-ral, ocorrido no dia 26 de julho próximopassado, que resultou na contratação de1.304 megawatts médios para o ano de 2010.Um montante que equivale ao acréscimo de1.781.8 megawatts de potência de novasusinas ao sistema integrado nacional.

Existia o Grande Jornal Falado nohorário do almoço, na Rádio Clube. Era ohorário em que eram passados os recados.Ocorriam coisas hilárias, pois o locutor àsvezes se embaralhava e contava histórias meioesquisitas que até assustavam a população.

O que mais me chamou a atenção éque desse leilão participaram 12 usinas.Destas, 11 são do nordeste do país e tão-somente uma do sudeste. Nenhuma do sul, doParaná, Santa Catarina ou Rio Grande do Sul.Essa concorrência, que resultou na compra de1.304 megawatts médios de energia e de1.781.8 megawatts de potência, gerou umamovimentação financeira de R$ 23 bilhões.

Mas a Rádio Clube, com certeza, fazparte de Lages, da serra catarinense, é a rádiona qual, hoje, tudo o que se fala, torna-secomentário no interior e na cidade.

Em nome da bancada do PartidoProgressista rendemos aqui a nossa ho-menagem ao eminente deputado LeodegarTiscoski, que na última eleição ficou naprimeira suplência do nosso partido e hojepassou a ocupar, a partir das 11h, noministério das Cidades, cujo ministro é oprogressista Márcio Fortes, o cargo de secr-etário nacional de Saneamento Ambiental.Essa pasta tem no orçamento do governoLula, ainda para este ano, R$ 10 bilhões.

E o mais interessante, deputadoKennedy Nunes, é que aqueles recados doGrande Jornal Falado continuam. Mesmocom o telefone, as pessoas ainda têm ohábito de mandar os seus recados peloGrande Jornal Falado. No interior, mesmocom a televisão e com os telefones, man-tém-se o hábito de sintonizar para ouvir aRádio Clube.

Eu fico perplexo e muitas vezesestarrecido, chateado pela falta de umapolítica específica para o setor energéticobrasileiro, de uma maneira especial falando doque temos, do que está no subsolo de SantaCatarina, do Paraná e do Rio Grande do Sul,que é a reserva das jazidas de carvão.

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18 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

Vejam bem que são 1.304 me-gawatts gerando R$ 23 bilhões. Nós temos nosubsolo desses três estados, 32 bilhões detoneladas de carvão insitu. Isso daria paragerar, durante 25 anos, 28 milmegawatts/hora. Nós poderíamos ser o maiorexportador de energia do país e da América doSul. No entanto, a falta de uma políticaagressiva e específica para o setor, nos leva auma condição de muitas vezes ter queimportar.

Quero desejar um grande suces-so para o sr. Zefiro Giassi e a todafamília da Rede Giassi deSupermercados!

Agora, há uma peculiaridade nessalei: que só Santa Catarina tinha transferênciado crédito do ICMS. E essa lei foi discutida eaprovada no final do ano passado, e asecretaria da Fazenda do estado não alertoupara esse problema. Agora, seis mesesdepois, no começo de junho, é que começou ase descobrir que haveria esse problema. E hojetemos seis mil empresas no estado comdificuldade em relação à questão do crédito doICMS, que já poderíamos ter resolvido.

Recebemos a visita de umacomitiva de Braço do Norte que estáconvidando os deputados e todos ostelespectadores da TVAL para nos dias20, 21 e 22 de setembro, em Braço doNorte, participarem da Feimbra, FeiraMultisetorial de Braço do Norte e região.É uma feira extremamente conhecida naregião, e estamos transmitindo o convitea todos.

A falta de planejamento entre ageração e a distribuição, faz com que nestepaís nós tenhamos 12 milhões de brasileirosque não possuem sequer uma lâmpada. Pelafalta de planejamento, de ação enérgica dogoverno na distribuição, estamosdesperdiçando 7.300 megawatts/hora deenergia por todo o país.

Acho que faltou atenção e interessedo estado, porque para os grandesrapidamente foi aprovado, o Prodec foiestendido, e não se negociou aí algo para ospequenos.

Na tarde de ontem, a comissão deTurismo e Meio Ambiente acertou uma parceriae vai participar da Terceira ConferênciaNacional do Meio Ambiente. Serão feitasplenárias regionais durante este ano ainda,serão realizadas sete audiências pelo estado.Nós vamos ter a oportunidade de divulgar e éimportante que a comunidade participe daTerceira Conferência Nacional do MeioAmbiente.

A lei permite fazer as adequaçõeslocais, regionais, estaduais. E faço aqui umapelo que tenho recebido de vários micro epequenos empresários quando visito o estado.E já nas audiências públicas, durante o orça-mento regionalizado, o estado tinha assumidoo compromisso conosco de que iria discutiressa questão com mais afinco, e já sepassaram dois meses e ainda não veio umasolução. Então, faço um apelo à secretaria daFazenda para que possamos instituir umComitê Gestor Estadual e decididamentediscutir essa questão do crédito do ICMS paraas pequenas e micro empresas, para quepossamos encontrar uma solução que sejasatisfatória para o setor e colabore para queesses índices brasileiros sejam também osíndices de Santa Catarina, porque aqui noestado o índice é um pouquinho menor, é 76%.

É um contra-senso, é uma falta deresponsabilidade! Uma falta de planejamentocom visão macro! Quantas regiões poderiamser muito mais desenvolvidas? Quantasoportunidade de agregação de valor, de rendae de emprego poderíamos proporcionar aopovo brasileiro com preço mais ameno?Teríamos a condição de uma indústria maiscompetitiva nessa concorrência perversa daglobalização.

Quero reportar-me ao editorial“Fôlego Empresarial”, do jornal A Notícia dehoje.

(Passa a ler.)“[...]

Tive a oportunidade de visitarPittsburgh e também a Alemanha, onde já em1910 o alemão Fischer produzia gasolina,diesel e querosene a partir do carvão. Osalemães extraem 63 subprodutos do carvão. Onosso país hoje importa cinco milhões detoneladas de sulfato de amônia para aagricultura, produto esse que está agregado aocarvão, mas pela falta de uma tecnologia maismoderna, de uma atenção mais específica dosgovernos, estamos nessa situação.

O percentual das” micro epequenas empresas “que funcionam pordois anos ou mais” no Brasil, “subiu de50,6%, em 2002, para 78%, em 2005. Asexplicações ficam por conta da estabilidadeda economia, do crédito mais fácil e daqueda dos juros, avaliam técnicos doServiço Brasileiro de Apoio à Micro ePequena Empresa (Sebrae)[...]” [sic]

Então, este é o nosso apelo aogoverno do estado!

Muito obrigado!Mostram que o país tem funda-

mentos econômicos sólidos, e por isso asobrevivência das micro empresas brasilei-ras está em nível de países europeus. Essaé uma boa notícia que deve sercomemorada. Os números sinalizam queestamos no caminho certo. Então, é impor-tante constatarmos os avanços que esta-mos tendo e comemorá-los.

(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado

Antônio Aguiar) - Inscrito para falar o deputadoKennedy Nunes, a quem concedemos a palavrapor até dez minutos.

Vejo o carvão como uma alternativade fonte não-renovável, é verdade, mas é umafonte natural e nossa! E não corremos o riscoda variação cambial; de um Hugo Chávez davida; do corte no gás Bolívia/Brasil. O que estáacontecendo, hoje, na Argentina é grave epode acontecer no nosso país! Precisamosvalorizar o que é nosso!

O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES -Sr. presidente, srs. deputados, sras.deputadas, público que nos acompanha pelaTVAL, ouvintes da Rádio Digital, colegas deimprensa e funcionários desta Casa, eu volto afalar hoje de um assunto que vou levantarnesta Casa - na minha vida política, esta é abandeira -: a segurança pública.

Também a adoção do Simples -agora Super Simples - tem sido apontado comoum dos argumentos para esse crescimento dasobrevivência das nossas pequenas e microempresas, o que tem tornado suas vidas maisfáceis.

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado

Antônio Aguiar) - Esta Presidência tambémparabeniza Roberto Amaral pelo aniversário daRádio Clube, de Lages, que foi nossocompanheiro de viagem para a China.Parabéns, Roberto Amaral!

Estamos vivendo, em Joinville, umasituação bastante complicada em relação àsegurança pública. Só para v.exas. terem umaidéia, neste mês nove pessoas já foramassassinadas em Joinville.

Essa nova lei do Super Simplesdesburocratizou extremamente toda a do-cumentação, pois se pode recolher, numúnico instrumento, os impostos municipais,estaduais e federais de forma reduzida.Também permitiu avanços no acesso, porexemplo, com vantagens à licitação pública,seja no município, no estado ou na União,em que numa diferença de até 10% a maisas micro e pequenas empresas teriamprivilégios naquela licitação. Então, dandooportunidade para os pequenos negócios,especialmente os negócios locais.

Com a palavra o próximo oradorinscrito, deputado Décio Góes, por até dezminutos.

(Passa a ler.)“3/8 - Diego Leão Pedroso, de 22

anos, foi baleado no tórax enquanto reagia aum assalto [...].O SR. DEPUTADO DÉCIO GÓES - Sr.

presidente, srs. deputados, telespectadores daTVAL, quero inicialmente parabenizar aempresa Criciúma Construções, que é a maiorconstrutora de Santa Catarina e a 27ª maiordo Brasil. O ranking foi realizado pela ITCnet,de São Paulo e em função disso, o presidenteda empresa está recebendo hoje, em Içara,uma homenagem do Grupo Gerdau. Então,parabéns à Construtora Criciúma, a 27ªconstrutora do Brasil!

6/8 - Anderson Lourenço, de 21anos, conhecido como ‘Boca’, foi assassinadocom sete tiros no bairro Itaum, enquantoconversava com dois amigos na SkinaLanchonete[...].

7/8 - Enquanto caminhava pelarua[...], no Itaum, o adolescente Tiago Veloso,de 17 anos, foi assassinado com quatrotiros.[...]

Eu entendo que a lei do SuperSimples é como uma primeira etapa deuma reforma tributária tão desejada e tãonecessária neste país para poder acabarcom a guerra fiscal, para poderconcentrar o número excessivo deimpostos que temos em poucos ou talvezem um imposto, que é o IVA - Imposto deValor Agregado.

12/8 - Um adolescente de 16anos matou a avó com golpes de macha-do[...]. O rapaz queria tirar aparelhos ele-trônicos de casa para vender e comprardrogas.[...]

Também quero parabenizar o GiassiSupermercados, do sul do estado, que temlojas em toda Santa Catarina, está construindoatualmente uma em Blumenau, e tem lojas emJoinville, São José, Içara, Criciúma, Tubarão,Araranguá e Sombrio.

18/8 - O ex-policial Nilson RoquePedralli morreu com quatro tiros na suaresidência[...], no Aventureiro.[...]

E o Super Simples evoluiu tanto quequem regulamenta não é o presidente daRepública, e sim um Comitê Gestor, porquesabe da dificuldade e precisa per-manentemente estar monitorando aspequenas e micro empresas e resolvendo osproblemas para poder fazer com que elastenham uma sobrevida maior.

É uma loja que está festejando seus47 anos, e mostra a pujança da economiacatarinense. É um setor para o qual, inclusive,o meu escritório de arquitetura presta serviçosjunto com outro escritório. Por isso sabemosdo compromisso dessa empresa com aqualidade para o seu cliente.

19/8 - [...]Reginaldo Pianca, de 26anos, recebeu golpes de faca enquantoparticipava de uma festa no AgroboyLanches.[...]” Porque emprestou uma motoe demorou a devolvê-la, deputado MarcosVieira.

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27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 19

“20/8 - Jean Ricardo Wolf, de 28anos [...], baleado no rosto e pescoço.[...] Às4h30, o detetive particular Alenir Galvão dosSantos, 38 anos, foi baleado na casa de umamigo [...] no Jardim Paraíso.[...]

Do que o estado cuida? Ele cuida sódo policiamento das rodovias estaduais.

“O Presidente Lula é um dospresidentes que mais cobram impostos emtodo o mundo. Ontem a Receita Federalanunciou o que nós, brasileiros, já sabía-mos, ou seja, nunca se pagou tantos im-postos neste país. O governo Lula acaba dealcançar um novo recorde na arrecadaçãode impostos federais. Apesar da promessado presidente Lula de não elevar osimpostos de 2003 pra cá, a carga tributáriasubiu 2,77 pontos percentuais em relaçãoao PIB. Isso é um absurdo!”

Eu entendo que se nós municipa-lizarmos a verba de segurança pública, que sepegarmos parte dos 17% arrecadados do ICMSnos municípios e aplicarmos isso numasegurança pública local, nós vamos diminuir oscustos e aplicar na sua totalidade os valoresno próprio município.

21/8 - O traficante Vilson CésarRech foi baleado no ponto de drogas[...]”[sic],mais conhecido como Beca.

A violência em Joinville está pre-ocupante. Eu falava ontem aqui que o governodo estado não está dando condições deaparelhamento para que a polícia investigativaconsiga resolver esses tipos de crimes quemerecem investigação.

Digo isso por uma simples razão:Joinville é responsável por 25% do ICMSarrecadado no estado. As nossas empresasproduzem 1/4 do valor do montante arre-cadado em Santa Catarina. E nós, nessemomento, em Joinville, estamos dependendoaqui de Florianópolis para que os nossosinvestigadores tenham, por exemplo, oresultado de um exame de digital. Não épossível isso! Nós temos que inverter essaforma.

A matéria que discorro da tribunaestá estampada num dos principais diáriosde Santa Catarina, que é o DiárioCatarinense, que, quero crer, não tenhachamado a atenção da bancada do Partidodos Trabalhadores.

Mas eu entendo, srs. deputados,que nós temos uma saída para esse tipo deproblema. Não vou aqui falar que é precisofazer políticas públicas nos bairros, as políticaspúblicas sociais de envolver a comunidade - efalo aqui também dos Consegs que há emSanta Catarina, dos Conselhos Comunitáriosde Segurança -, mas eu falo aqui de algo maisexpressivo do que tudo isso. Eu falo que,assim como nós temos na Constituição Federala garantia de três direitos, que são saúde,educação e segurança; como nós já temos nosorçamentos federal, estadual e municipal aobrigatoriedade de percentuais para sereminvestidos em saúde e educação, eu levantouma bandeira do nosso mandato paratrabalhar por duas razões. Primeiro, fazer comque os gestores públicos entendam quesegurança também deve ser entendida comoeducação e saúde, ou seja ter aobrigatoriedade de um percentual do orça-mento para ser aplicado como um dinheirocarimbado que é hoje para a educação esaúde.

(Continua lendo.)“Os brasileiros pagaram no ano

passado o equivalente a 34,23% do PIB emimpostos. Onde está a palavra do presi-dente Lula? No último ano do governoFernando Henrique Cardoso, a carga tribu-tária era de 31,85% do PIB, já consideradamuito alta.” (E olha que eu sou partidáriodo presidente Fernando Henrique Cardoso.)“No ano seguinte teve uma leve queda para31,4% do PIB, mas desde então não párade crescer.

O que venho aqui colocar? É precisocomeçar a discutir também a municipalizaçãoda segurança pública. O estado, nesta minhalinha de pensamento, ficaria responsável pelasrodovias e pelos presídios e penitenciárias,porque a questão da Justiça é uma obrigaçãodo governo do estado. E os municípiosestariam podendo lidar com a sua própriasegurança.

Esta é uma linha que vou quererdiscutir muito. Vamos trazer para esteParlamento esta discussão para que pos-samos encontrar uma saída de verdadei-ramente descentralizar os recursos dasegurança pública e colocar segurança na rua,onde o cidadão precisa.

Os reflexos são claros. Apenas emjulho deste ano, a Receita Federal arrecadou50,4 bilhões de reais. Mais um recorde. Istoquer dizer que o brasileiro paga honestamenteseus impostos. Cumpre fielmente seuscompromissos com o governo do presidenteLula. Mas, aqui cabe uma pergunta: o contrárioacontece?

O Sr. Deputado Marcos Vieira -V.Exa. nos concede um aparte?

E digo mais ainda: eu defendo, sr.presidente, que a segurança pública sejatotalmente municipalizada. É o prefeito quesabe onde o braço está fraco e onde o caloestá apertando. Hoje nos municípios que têmos fundos de reaparelhamento das PolíciasCivil e Militar e Bombeiros, os Funrebompom,que são taxas cobradas pela secretaria daSegurança Pública para vistorias e outrascoisas, já há uma autonomia na aplicaçãodesse fundo para o reaparelhamento de umórgão que hoje é estadual.

O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES -Pois não!

Diante do anúncio da falência dainfra-estrutura brasileira - estradas, energia,etc. - somos obrigados a questionar: será queestes recursos arrecadados com o sacrifíciodos contribuintes brasileiros estão sendoaplicados de acordo com os interesses dapopulação?

O Sr. Deputado Marcos Vieira - Nobredeputado, quero cumprimentar v.exa. pelo seupronunciamento, pela sua preocupação pelosistema de segurança pública, de uma formageral, em Santa Catarina.

Esta também foi uma das minhasprimeiras preocupações quando cheguei naCasa e um dos primeiros pronunciamentos quefiz. Principalmente, advogava a tese da açãoconjunta município, estado e federação.

O problema é que estaarrecadação fantástica não reverte emcrescimento. Economistas, empresários e apopulação em geral” (aquele que vai, noseu dia-a-dia, passar no caixa de umsupermercado) “garantem que a tributaçãoexcessiva, que recai sobre todos osprodutos que consumimos, impede aretomada do crescimento econômico doBrasil.

Eu defendo isso sabem por quê?Porque eu estive, agora, dias atrás, em umcompromisso do grupo do qual eu faço partehá 34 anos, o grupo musical Dedos de Davi.Eu fui aos Estados Unidos tocar - para quemnão sabe, eu toco harpa - e aproveitei paravisitar lá, deputado Elizeu Mattos, doisprefeitos das cidades dos Estados Unidos.

Conversava há pouco com odeputado Décio Góes e perguntava-lhe por queo presidente Lula não incluiu Santa Catarina naprimeira etapa do PAC, do sistema desegurança?

O SR. DEPUTADO KENNEDYNUNES - Isto deve ser também muito verifi-cado. Porque agora não adianta o governofederal estar tampando alguns buracos doestado e nós aqui ficarmos na mão. É pre-ciso os três governos entenderem que asolução está no municipalismo e que asegurança também passa por municipalizaressa ação.

Pasmem, os números não mentem”(estão aqui no jornal), “o Brasil é a pioreconomia da América do Sul. O crescimento daeconomia brasileira está hoje abaixo da médiamundial.” (Das três Américas, acima somenteda economia do Haiti.)

O prefeito de Kirkland, no estado deWashington, no oeste dos Estados Unidos, disse-me que lá há o imposto único. Você vai comprarum produto e sabe que o imposto é único. Porexemplo, lá no estado de Washington, o imposto é6,75%. Então, se o produto está ali na prateleirapor US$ 10, se você não tiver os US$ 10, não vailevar, porque tem que levar mais 6,75% parapagar o imposto que é retido ali na hora dopagamento.

“No Governo Fernando HenriqueCardoso foi criada a Lei de Responsabi-lidade Fiscal, para permitir que os impostospagos pelo contribuinte fossem investidosem políticas públicas. A Lei de Responsabi-lidade Fiscal impôs um limite de despesadas Câmaras Municipais, das AssembléiasLegislativas e do Poder Executivo, egarantiu que os impostos pagos na comprade roupas, de comidas e de outros bens,voltassem em forma de benefícios naeducação, nas infra-estruturas rodoviária,portuária, ferroviária, no saneamento e nasegurança pública” (que o deputadoKennedy Nunes falou agora há pouco).

Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado

Antônio Aguiar) - Com a palavra o próximoorador inscrito, deputado Marcos Vieira, líderdo PSDB, por até dez minutos.

Deputado Décio Góes, 2% desseimposto arrecadado vão para a cidade deorigem do imposto. Então, a cidade arrecadoudurante o mês tantos milhões de dólaresnesse imposto e 2% vão para a conta daprefeitura. Para quê? Desse imposto que paranós seria o ICMS, 80% são investidos emsegurança pública e bombeiros.

O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA -Sr. presidente e srs. deputados, chamou-me aatenção há pouco parte do discurso proferidopelo eminente deputado Décio Góes, quandofalou do Super Simples. Eu quero aqui pedir aatenção das sras. deputadas e dos srs.deputados para o discurso que farei a partir deagora em relação à arrecadação de tributos nopaís e que atinge também os pequenos,aqueles que aderiram ao Super Simples, quemuitos apregoam que diminuiu, mas aumentoua carga tributária.

A responsabilidade da polícia na rua,dentro do limite do município, é da prefeitura.É a prefeitura que contrata, que determinaplanos de ação, que faz todo o planejamentoestratégico do policiamento investigativo eostensivo. Então, 80% vão para isso e orestante, 20%, para investimento.

“E o que esse governo estáfazendo? Está batendo mais um recorde: oda gastança em publicidade, fato que o PT,quando na Oposição, tanto criticou. Mas,quando chega ao governo, o presidentepetista consegue bater o recorde absolutode R$ 1 bilhão.”(Passa a ler.)

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20 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

Parte do dinheiro que foi investido empublicidade saiu por vias transversas para fazerpagamento aos mensaleiros. E o deputado PedroUczai na tribuna, no dia de hoje, afirmou paratodos nós - e está gravado - “Vai continuarexistindo o mensalão”. O deputado Pedro Uczaidisse isso na tribuna no dia de hoje. Por isso, orecorde de R$ 1 bilhão.

uma estratégia que permita a desoneração docontribuinte, mesmo que de forma gradativa.Quando a reforma tributária vai ser levada asério? Quando uma medida sensata e justa vaiefetivamente refletir no bolso do consumidorde forma saudável?

impostos neste país.Muito obrigado!(SEM REVISÃO DO ORADOR)O SR. PRESIDENTE (Deputado Antônio

Aguiar) - Srs. deputados, não havendo maisoradores inscritos para falar em ExplicaçãoPessoal e de acordo com o art. 108 do RegimentoInterno, a Presidência comunica que são asseguintes matérias destinadas à Ordem do Dia dasessão ordinária de 28 de agosto de 2007:

Precisamos acelerar o crescimento doBrasil de forma realista. E a reforma tributária éum dos caminhos a percorrer. Precisamos deterestes índices que não param de crescer de formaassustadora, incutindo temor ao mercado.Acabamos de ter o exemplo do Super Simples noqual a falta de diálogo aberto com os setoresinteressados causou problemas que exigiram umarevisão das medidas adotadas.

(Continua lendo.)“Então podemos afirmar que estamos

vivendo um governo de recordes. AUMENTORECORDE DE IMPOSTOS, GASTOS RECORDE DOESTADO EM PUBLICIDADE, e tantos outros.

Discussão e votação em turno únicodos Projetos de Lei n.s: 0295/2007,0091/2007, 0133/2007, 0200/2007,0203/2007, 0226/2007, 0255/2007,0003/2007 e 0004/2007;

Nós brasileiros, temos que exigiruma mudança nesta realidade. ‘É um númeromuito alto. A estrutura tributária é injusta,ineficiente e irracional’. Deixo claro que essasduas palavras não são minhas. São do próprioministro da Fazenda do Governo Lula, GuidoMantega. Ele mesmo reconheceu, em julho, oabsurdo que estamos vivendo.

Por isso, vamos discutir, debater,deputados Décio Góes e Elizeu Mattos, rever osnúmeros e os índices e levar a reforma tributária asério para evitar novos recordes negativos.”Infelizmente quando abrimos os jornais todos osdias vemos os recordes negativos prejudicando,sobretudo, o bolso daquele que paga em dia os

Discussão e votação em primeiroturno dos Projetos de Lei n.s: 0102/2007 e0111/2007.

A Presidência, antes de encerrar apresente sessão, convoca outra, solene, paraamanhã, às 19h30min, na cidade de Joaçaba.

Por isso, defendemos fortemente Está encerrada a sessão.

A T O S D A M E S A

ATOS DA PRESIDÊNCIA DLATO DA PRESIDÊNCIA Nº 024-DL, de 2007

O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DESANTA CATARINA, em conformidade com o art. 40 e seusparágrafos do Regimento Interno, no uso de suas atribuiçõesATO DA PRESIDÊNCIA Nº 023-DL, de 2007CONSTITUI Fórum dos Direitos das Pessoas com NecessidadesEspeciais, integrado pelos Senhores Deputados Darci de Matos,Manoel Mota, José Natal Pereira, Pe. Pedro Baldissera, KennedyNunes, Narcizo Parisotto, Professor Grando, Sargento AmauriSoares e Odete de Jesus, com a finalidade de buscar a plenaparticipação e inclusão social e profissional das pessoas comnecessidades especiais.

O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA CATARINA, emconformidade com o art. 41 do Regimento Interno, no uso de suas atribuiçõesCONSTITUI Comissão Parlamentar de Inquérito, integrada pelos SenhoresDeputados Joares Ponticelli, Renato Hinnig, Elizeu Mattos, Jailson Lima, OnofreSanto Agostini, José Natal Pereira e Sargento Amauri Soares, para, no prazo desessenta dias, promover a apuração de fatos da CASAN e dinheiro público noaliciamento de eleitores e outros supostos ilícitos, nas localidades de Rio da Pratae Colônia Ruthes, no Município de Rio do Campo e na estrada Geral em PassoManso, no Município de Taió. PALÁCIO BARRIGA-VERDE, em Florianópolis, 27 de agosto de 2007PALÁCIO BARRIGA-VERDE, Florianópolis, 27 de agosto de 2007 Deputado Julio Garcia - Presidente

Deputado Julio Garcia - Presidente *** X X X ****** X X X ***

P U B L I C A Ç Õ E S D I V E R S A S

AUDIÊNCIA PÚBLICADando início à audiência pública, concedo a palavra ao

deputado Pedro Uczai, um dos proponentes desta audiência pública.O SR. DEPUTADO PEDRO UCZAI - Eu gostaria,

inicialmente, de cumprimentar o senhor deputado Dirceu Dresch,presidente da Comissão de Segurança Pública da AssembléiaLegislativa; o deputado Sargento Soares; o Murilo Silva, aqui repre-sentando um dos proponentes desta audiência pública, deputadoPadre Pedro Baldissera; o representante do Ministério Público; orepresentante da OAB/SC; e o comandante-geral da Polícia Militardo Estado de Santa Catarina; o senhor Ildo Rosa, da Prefeitura deFlorianópolis, um dos coordenadores do plano diretor desta cidade;o vereador Battisti, do município de São José; demais liderançassindicais e lideranças aqui presentes; e todos os que acompanhamesta audiência pública.

ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE SEGURANÇAPÚBLICA PARA DEBATER A AÇÃO DA POLÍCIA MILITAR SOBREMOVIMENTOS SOCIAIS E SINDICAIS, REALIZADA NO DIA 12 DEJULHO DE 2007, ÀS 14H, NO PLENARINHO DA ALESC

O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Nostermos do Regimento Interno do Poder Legislativo catarinense,damos início à audiência pública, convocada por esteDeputado, Presidente da Comissão de Segurança Pública daAssembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, atravésde requerimento do deputado Padre Pedro Baldissera, Líder daBancada do PT, para discutir e encaminhar questões relativas àAção da Polícia Militar sobre os Movimentos Sociais eSindicais.

Quero ser muito breve aqui, para que todos tenham oportuni-dade de falar.

Eu acho que o que motivou tanto o Padre Pedro quantoesta Comissão e este deputado foi discutir, dentro de um Estadodemocrático de Direito, as diferentes ações dos diversos atoressociais - e, portanto, também as ações das instituições públicas,que não estão isentas de avaliação, nem isentas de debate e dediscussão democrática e, especificamente, as ações e as atuaçõesda Polícia Militar e da Segurança Pública no Estado de SantaCatarina.

Convido para compor a mesa o deputado SargentoSoares, vice-presidente desta Comissão; o deputado Pedro Uczai,que está aqui representando a Comissão de LegislaçãoParticipativa e que também é um dos proponentes desta audiênciapública; o senhor Murilo Silva, representante do deputado PadrePedro Baldissera, um dos proponentes desta audiência pública; osenhor promotor de justiça Leonardo Henrique Marques Lehmann,coordenador do Centro de Apoio Operacional da Cidadania eFundações, representando o Ministério Público de Santa Catarina;o senhor Francisco Emmanuel Campos Ferreira, presidente daComissão de Assuntos Prisionais da OAB, representando aOAB/SC; o senhor Charles Pires, secretário de Comunicação daCUT/SC; o senhor coronel Fred Harry Schauffert, comandante doPoliciamento Metropolitano de Florianópolis (CPMetro); e o senhorcoronel Eliézio Rodrigues, comandante da Polícia Militar de SantaCatarina.

Eu queria dizer que, além desta audiência pública, nósvotamos no plenário um requerimento, que foi aprovado por unanimi-dade dos parlamentares, convidando o comandante-geral da PolíciaMilitar e convocando o senhor Ronaldo Benedet, secretário daSegurança Pública e também deputado estadual, para virem a estaCasa. No dia 3 de julho foi dada ciência desta convocação aosecretário, e ele tem vinte dias para se pronunciar sobre a data previstapara colocar-se à disposição para vir a esta Casa.

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27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 21

Além desta audiência pública, está aprovada na AssembléiaLegislativa a convocação do secretário da Segurança Pública paradiscutir quatro pontos que também motivam esta audiência: “o uso daforça policial nas manifestações de rua em Florianópolis, ocorridas nosmeses de maio e junho do corrente ano; abuso de poder e de autori-dade com uso desproporcional da força física na repressão aosfuncionários públicos municipais em greve, no dia 15 de junho, nocentro da Capital; criminalização dos dirigentes e dos movimentospopulares pela Polícia Militar do Estado, conforme divulgado naimprensa nos dias 16 e 17 de junho do corrente ano; e esclarecimentosobre as denúncias de ameaças às vidas dos dirigentes sindicais,conforme denunciado no plenário da Câmara dos Vereadores deFlorianópolis no dia 19 de junho de 2007 e no Plenário da AssembléiaLegislativa do Estado no dia 26 de junho do corrente ano”.

Nesse sentido que nós motivamos esta audiência pública:muitas vezes os excluídos da sociedade sofrem - como ocorreu no Riode Janeiro, onde as pessoas já estão numa favela, já estão numacondição de exclusão social histórica, de ausência do Estado. Não podea polícia servir também como instrumento de aumento da violênciasobre esses sujeitos que são violentados quase todos os dias pelaausência de cidadania.

Foi por isso que propusemos trazer até aqui - junto com oPadre Pedro, com outros parlamentares e com a própria Casa - osecretário da Segurança Pública, numa outra oportunidade. Acho queeste é um momento privilegiado para ouvirmos o Ministério Público, aOAB, o comandante da Polícia Militar e os demais parlamentares sobreos casos ocorridos aqui na Capital do Estado, para que não ocorrammais. Boa audiência.

Então, são esses os quatro elementos que ensejaram a deli-beração em plenário, por unanimidade dos deputados de todos ospartidos políticos que têm assento nesta Casa, motivando aconvocação do secretário da Segurança Pública.

(O senhor secretário de Estado da Segurança Pública eDefesa do Cidadão, Ronaldo Benedet, adentra o recinto.)

Está aqui o secretário da Segurança Pública, RonaldoBenedet, nosso colega parlamentar.

É nesse sentido que também acontece esta audiência públicanesta tarde. Obrigado pela presença de todos, que este seja umespaço democrático, ético e sereno para estarmos debatendo ediscutindo. Em última instância, o meu desejo como deputado é nosentido de que seja garantida, num Estado democrático, a livremanifestação quando o cidadão se sentir lesado e injustiçado - nessadireção que é legítima a livre manifestação, a livre organização sindical,popular e estudantil na nossa sociedade. E é nessa direção que,legitimando as manifestações e a livre organização da sociedade, nósdiscutiremos essa relação entre os entes públicos, a segurança públicae a sociedade.

Vamos, então, passar a palavra ao Dirceu Dresch, quecomanda e coordena esta reunião, para também convidá-lo a fazerparte da mesa.

O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Nós queremosconvidar o secretário Ronaldo Benedet para fazer parte da mesa e osenhor Ildo Raimundo da Rosa, secretário municipal de Defesa doCidadão também.

Passamos a palavra para o Murilo, representante do deputa-do Padre Pedro, que foi um dos proponentes desta audiência pública.

O SR. MURILO SILVA - Boa-tarde a todos.Como foi falado aqui pelo presidente da Comissão, Dirceu

Dresch, estou representando o Padre Pedro e apenas vim aqui parafazer uma saudação inicial e justificar a ausência dele como proponentedesta audiência da Comissão de Segurança.

A segunda razão é em relação aos fatos ocorridos com estu-dantes e lideranças nesse período de maio e junho - tanto no caso doPasse Livre, aqui, na Capital, referente ao aumento das passagens deônibus, como também, especificamente, no caso dos servidorespúblicos que estavam em greve, fato ocorrido na data já tornada públicaanteriormente, quando li o requerimento.

A Casa entrou em recesso ontem e a próxima sessão será nodia 1º de agosto. Então, o deputado Padre Pedro foi atender a umantigo pleito lá no interior do Estado que necessitava de sua presença.

Quero dizer que, muitas vezes, quando há organizações emanifestações nós ficamos preocupados em reprimi-las - e, na verdade,essas manifestações já demonstram que tais setores da sociedade sãovítimas sociais, são vítimas de lutas históricas não conquistadas emforma de direito. No caso, aqui na Capital vemos o aumento depassagens de ônibus nem sempre justificado com planilhas de custoreal, mas com planilhas de custo inclusive questionáveis.

Eu vou deixar aqui, então, a palavra do deputado comrelação a essa questão. Ele fez esse convite à Comissão deSegurança, principalmente, a partir de uma intervenção realizadaem plenário pelo Sintrasem - Sindicato dos Trabalhadores noServiço Público Municipal de Florianópolis - para que se tivesse aoportunidade de expor um material referente àquele episódio dagreve, a última do Pró-Cidadão. O deputado Padre Pedro vê commuita preocupação a atuação da Polícia. Primeiro, porque a PolíciaMilitar é vista pelo seu mandato com muito respeito e orgulho, masalgumas atitudes que dizem respeito ao tratamento com omovimento social fazem com que se perca um pouco desseorgulho, porque a Polícia Militar tem uma história muito interessanteaqui no Estado. Ela foi fundada em Santa Catarina quando o Brasiltinha apenas treze anos de idade como Nação independente e,aqui, assumiu uma posição, inclusive, muito importante no contextodo País, que era justamente a proteção do território em função daatividade portuária, na qual Florianópolis tinha uma posiçãodestacada naquela época.

Sobre o aumento de passagens, quero dizer aqui quetenho experiência pessoal. Fui prefeito de Chapecó e sei muito bemcomo se produz uma planilha de custos, quando ela é real equando é fictícia - ou quando se propõe um aumento fora darealidade de uma sociedade. E também sei quanto dá, por mês, umaumento de dez, de vinte ou de trinta centavos em cada passagem.Então, muitas vezes se agride a sociedade por atos e ações dopróprio Poder Público - e ela é duplamente vitimada com repressõespoliciais nem sempre condizentes, com policiais agindo com abusode autoridade e usando desproporcionalmente a força militar paraatos de livre manifestação da sociedade.

Eu vejo aqui, na Folha de S.Paulo de hoje, que a OAB,entidade histórica na defesa do Estado de Direito, concluiu no relatóriodo último dia 27 que a Polícia do Rio de Janeiro matou, sem confronto,várias pessoas. Informando que a polícia, às vezes, mata inocentes etambém pessoas indefesas, o relatório da Ordem dos Advogados doBrasil apresentou um laudo comprobatório de que treze foram mortospelas costas, e muitos deles já estavam algemados.

Há alguns detalhes interessantes da história, como aretirada das tábuas da ponte Hercílio Luz para evitar que as tropasde Getúlio Vargas chegassem na Capital. Ou seja, não é só emmovimentos sociais que chamam a atenção, que impedempassagens, a Polícia também atua em determinados períodos dahistória. Só que hoje nós vivemos num Estado democrático deDireito e não podemos admitir que a Polícia, na sua zelosa funçãode garantir a segurança, assuma posição diante da disputa doEstado, não é? Ninguém aqui é ingênuo, sabemos que a sociedadeé dividida por classes, que temos sérias contradições, que vivemosnum País extremamente injusto, e que não depende só do governo,mas, sobretudo, de um contexto maior do Estado como um todo. Asociedade se movimenta, faz reivindicações, possui segmentosadiante dos movimentos apresentando suas reivindicações e nãopode ser tratada como se fosse um movimento criminoso, muitoembora nós consideremos que toda a estrutura que envolve apalavra criminalização seja equivocada. Temos um Código Penalque se for aplicado a rigor, todos nós aqui neste plenário somoscriminosos, todos nós vamos para a cadeia!

Portanto, não é um caso isolado e temos que discuti-locada vez mais. Quando eu estive na CPI do Narcotráfico e do CrimeOrganizado, nesta Casa, construí uma convicção: a de que ospoliciais e a segurança pública precisam ser vistos de um outro jeitopelo próprio Estado. Temos que discutir salário decente parapoliciais, condições de trabalho, formação de inteligênciapermanente e formação humana continuada, dentro de algunsprincípios e de alguns valores centrais num Estado de Direito - semrepressão e sem violência contra aqueles que, muitas vezes, sãovítimas da própria ausência de política pública na sociedadebrasileira e, por que não dizer, também catarinense.

Então, é nesse contexto que queremos discutir hoje àtarde, sem procurar essa coisa de bem e mal, de que tudo o que éfeito é ruim, de que tudo o que a polícia faz não presta, ou de quetudo o que é feito pela própria sociedade não deve sofrer reação dapolícia. Não é dentro desse contexto de bem e mal; nós estamosdiscutindo aqui casos específicos da Capital, que eu,pessoalmente, presenciei numa das manifestações - e lamentoalguns ocorridos porque fui testemunha no caso do Passe Livre,aqui na Capital.

Então, o que se questiona é o seguinte: hoje,infelizmente, a força policial é voltada para os mais fracos. Nascadeias, nas penitenciárias, 98% das pessoas são pobres e,sobretudo, são pessoas afrodescendentes. E isso tudo tem umahistória, que é a história extremamente injusta. E o movimentosocial está sendo enquadrado como mais um segmento criminosona sociedade. Isso nós não podemos admitir.

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22 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

Estamos aqui na Assembléia Legislativa, à frente de umacomissão, que trabalha muito com o poder constituinte. Umaaudiência pública é um momento deste poder constituinte, ou seja,o tema que hoje discutimos, amanhã poderá vir a ser lei. Isso nãoquer dizer que por não ser lei, hoje, não mereça o seu devidorespeito como movimento reivindicatório, como movimento quedisputa propostas para a sociedade etc.

Como policial militar há 21 anos, trabalhando na PoliciaMilitar desde 1986, já participei, naturalmente - pelo menos no começoda carreira -, no trabalho de repressão aos movimentos populares, nacondição de aluno-cabo, de aluno-sargento, de cabo.

Depois disso, a partir de 1990, trabalhei no serviço externono estabelecimento prisional - embora para o público externo sejainterno, uma vez que fica dentro, circunscrito aos estabelecimentosprisionais, mas tecnicamente é chamado de policiamento externo.

Para finalizar, também aproveitando a oportunidade que aTVAL nos oferece transmitindo ao vivo esta audiência, queriadivulgar apenas três dados, diante das diversas críticas de que ogoverno federal se preocupou com o PAC, envolvendo diversossegmentos, e não se preocupou com a segurança.

Fui convocado também para trabalhar no movimento quehouve no ano de 2005. Ou seja, o efetivo foi tirado de dentro dapenitenciária para atuar naquele movimento contra o aumento da tarifa,há dois anos, portanto.

Por ser militante das causas sociais há 20 anos, pratica-mente, conheço todas ou quase todas as pessoas aqui presentes querepresentam esses movimentos.

Gostaria de registrar que de 2003 a 2006, e isso infeliz-mente não é divulgado aqui no Estado, o governo federal repassouatravés de convênios R$ 19 milhões 890 mil à Polícia Militar; direta-mente ao Estado R$ 13 milhões; aos municípios R$ 852 mil; erecursos repassados via aquisição direta R$ 5 milhões 233 mil.

Por ter sido um dos fundadores da Aprasc há seis anos e portermos organizado as nossas reivindicações e demandas de formaautônoma com relação ao Estado, aos governos, aos partidos políticos,aos credos religiosos e também às esferas de comando da instituição,também tivemos o acometimento de termos sido instados pelo poderdo Estado, através das instituições do Estado e dos outros poderestambém, bem mais de uma vez.

Estamos aqui, e o deputado Padre Pedro, na condição delíder da bancada do PT, agora, querendo ouvir não só dosmovimentos, mas da própria Polícia Militar o que têm para dizercom relação a esses casos que aconteceram ultimamente.Inclusive, o coordenador do Movimento Passe Livre, Marcelo Pomar,está presente e gostaríamos de saber o que está acontecendo e seisso daí é uma regra ou uma exceção que vai continuar a perdurardurante muito tempo aqui no Estado.

Então, fazendo essa breve exposição, quero dizer que para obem ou para o mal, estamos bem no meio desse debate, exatamenteno centro desse debate. Sabemos a importância da instituição,defendemos a instituição, no sentido de que ela seja fortalecida paraprestar segurança pública à sociedade.

Desde a fundação da Aprasc, temos a concepção de quesegurança pública é um conceito pouco desenvolvido e precisa serdesenvolvido até porque para nós não está e não deveria estarvinculado à definição de defesa da ordem.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Obrigado,

Murilo.Anunciamos a presença do senhor Márcio Bittencourt,

presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público deFlorianópolis; do senhor Antônio Battisti, vereador de São José e vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais - Sintespe; dosenhor Sérgio Eccel, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dasIndústrias em Alimentação de Jaraguá do Sul e região; do senhor CésarEdinen Souza Arruda - delegado da Fenapre/SC - Federação Nacionaldos Policiais Rodoviários Federais; do senhor Dalcileno Mafra da Silva,diretor financeiro do Sindicato dos Condutores Autônomos de VeículosRodoviários de Florianópolis - SCAVR; do senhor Wilson Alberto dosSantos Pereira, representando a Federação dos Trabalhadores doServiço Público Municipal do Estado de Santa Catarina; do senhorNicolau de Almeida, presidente da Social Democracia Sindical - SDS; dosenhor Romário da Silva, presidente do Sindicato dos Servidores daAssembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina; do senhor RogérioManoel Correa, representando o Sindicato dos Empregados em Edifíciosde Florianópolis; do coronel PM Jorge Luiz Freitas Martins, secretáriomunicipal adjunto de Segurança de São José, representando o prefeitode São José, Fernando Elias; do senhor Hamilton Rodrigues, presidentedo Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Santa Catarina; dosenhor Jalmir Fernandes, representando o Movimento dos PresosPolíticos e Povos Indígenas; da senhora Sílvia Grando, representando oComitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino; e do senhor JairBatista Ramos, representando a União Florianopolitana de EntidadesComunitárias.

Quando se fala em ordem, a maioria das pessoas entendeque não queremos que sejam quebrados os vidros da cidade. Não!Quando se fala em ordem, isso precisa ser esclarecido, está-se defen-dendo uma ordem econômica, social e política... E nem da Ordem dosAdvogados do Brasil! Quando se fala desse conceito de ordem, quandose diz: nós estamos aqui para defender a ordem! Qual ordem? Está-sefalando de uma determinada ordem econômica, social e política.

Por isso, sempre fazemos o debate na Aprasc, e continuamosfazendo, agora, na condição de parlamentar, no sentido de queprecisamos separar segurança pública em defesa da ordem. Nósentendemos por defesa da ordem, a defesa dessa ordem: econômica,social e política. É esta, mas poderia ser outra. Aliás, nós defendemosoutra. Esses são os elementos que também devem ser colocados emdiscussão.

Eu sei que essa situação é complexa e, para ser honesto,direto e franco, é difícil termos uma solução, porque nós estamosfalando de uma sociedade dividida em classes, como já citaram aqui.Nós estamos falando de Estado, no sentido amplo, lato do termo,enquanto instituição, de um estado que é de classe. Quando falo emlato, refiro-me à federal, estadual e municipal; o Estado em todos osseus Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário; o estado de classe; oestado dirigido pela classe economicamente dominante.

Por mais que a gente tente aqui discursar que, pelomenos, o nosso Poder, o Legislativo, é diferente, pode-se dizer queexiste representação de algo diferente. Mas, mesmo o nosso PoderLegislativo representa uma das três pernas do Estado de classe.Portanto, o conflito, se for a fundo, não tem solução.Com a palavra o vice-presidente da Comissão de Segurança

Pública, deputado Sargento Amauri Soares. Pacificamente, que a gente tenha o acordo de que vamosestabelecer outra ordem sem necessidade de nenhuma palavramais indelicada, vamos dizer assim. Nós vamos chegar a umconsenso e estabelecer uma outra ordem social, que é aquilo queentendemos e que eu entendo, particularmente, ser necessário,inclusive para a continuidade da sobrevivência da humanidade: asuperação desta ordem social e substituição por outra ordemsocial. Enquanto nós tivermos uma sociedade dividida em classes,o conflito vai existir.

O SR. DEPUTADO SARGENTO AMAURI SOARES - Muito obriga-do, companheiro Dirceu Dresch, presidente desta Comissão deSegurança Pública.

Quero cumprimentar o deputado Pedro Uczai, um dos propo-nentes desta audiência Pública; o Murilo, representando o gabinete dodeputado Padre Pedro Baldissera, que é outro proponente destaaudiência; o senhor Francisco Emmanuel Campos Ferreira, repre-sentante da OAB; o senhor promotor Leonardo Henrique MarquesLehmann, representando o Ministério Público; o senhor Charles Pires,presidente do Sintrasem; o senhor Ronaldo Benedet, secretário deEstado da Segurança Pública e deputado estadual; o senhor coronelEliézio Rodrigues, comandante da Polícia Militar; o senhor coronelSchauffert, comandante do CPMetro.

A instituição que está aqui à mesa, inclusive é a minhainstituição, a Polícia Militar, foi criada e é mantida para ser uminstrumento de força na defesa desta ordem. Trabalham-se muitascoisas confundindo a sociedade. Nós estamos aqui para defender asociedade. Daí, nós estamos de acordo: defender a segurançapública das pessoas, a segurança da casa particular, do ir e vir, dopassear, do não ser atacado na rua, das jovens poderem ir para aescola e voltar à noite sem nenhum risco, do varal da dona de casaou do dono de casa, das pessoas não serem assaltadas na rua, depoderem ir ao estádio de futebol e assistir ao jogo sem seremagredidas por ninguém, de torcer pelo seu time. Quanto a issoestamos de acordo e precisamos da instituição, mas ela foi criadae existe como elemento de força de um estado de classe. Então,essa é a avaliação que temos.

Eu poderia nominar praticamente todas as pessoas aquipresentes em virtude de conhecer todas ou quase todas, porquesão autoridades das instituições de segurança, da Secretaria deSegurança, dirigentes de movimentos populares e sindicais daGrande Florianópolis, que é a minha área.

Quero dizer da importância de contarmos com a presençade todos nesta audiência que é fundamental para, talvez, ao final,sairmos com alguma indicação de procedimentos necessários parauma relação, o máximo possível, civilizada, entre os movimentospopulares e os órgãos de segurança do Estado.

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27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 23

E a partir desse entendimento, o que nós e o que eudefendo como parlamentar agora e como ex-presidente da Aprasc éque essa instituição não seja usada para reprimir as legítimasmanifestações da sociedade pelos direitos, não só dostrabalhadores, como categorias organizadas ou como classe, masos direitos da sociedade que são muito mais amplos do que osinteresses específicos da categoria.

Ou seja, o interesse político-partidário define quem comandao 4º Batalhão da Polícia Militar. Mais precisamente, se querem saber, oprefeito! Para ficar mais claro e ficar sem nenhuma especulação, faloisso porque já era comandante da 2ª Companhia do 7º Batalhão dacidade São José, quando o atual prefeito de Florianópolis era prefeitode São José. O prefeito se transferiu para Florianópolis e trouxe ocomandante junto. Se um dia ele for prefeito de Imbuia, ele vai sercomandante do destacamento de Imbuia, será? Então, são essas ascoisas para a gente avaliar.E esse é o debate que permanentemente fazemos. E a

nossa participação em todo esse processo, ao longo desses anos,tem sido no sentido de buscar minorar o impacto entre as duasforças, as forças populares e a força desse Estado criado para isso.Não sei a quantidade de êxito que temos tido, até porquecompreendemos, como estava falando antes, que no fim e no fundonão vai ter jeito, é uma sociedade de classe e vai ter o choque. Mastemos que fazer com que a instituição tenha um comportamento, numapalavra que está na moda, republicano. Ou seja, no mínimo, que secoloque como uma instituição que não está aí para defender o interessede uma classe ou de um Estado, mas uma instituição que está paragarantir também a segurança, inclusive física, e o direito elementar deuma sociedade democrática se reunir e se manifestar da forma quejulgar mais adequada.

Bom, já falei quase tudo que tinha para falar. Agradeço atodos pela paciência e estamos à disposição para continuar defen-dendo a instituição com espírito democrático, inclusive para que elaseja internamente democratizada para fazer segurança pública àsociedade, que é formada por seis milhões de catarinenses, e não adefesa da ordem, feita talvez por umas cem pessoas, cuja maioria nãosão catarinenses e talvez nem brasileiros. São os interesses dosmonopólios, do latifúndio e do imperialismo, que inclusive comanda anossa política local. Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Obrigado,deputado. Queremos registrar a presença do senhor Vinícius Puhl,neste ato representando a vereadora Ângela Albino, da CâmaraMunicipal de Florianópolis; do Tiago Andrino, presidente da UNE; e doSigval Schaitel, representando o Sinergia - Sindicato dos Eletricitáriosde Florianópolis.Não podemos decidir como há vinte anos ou trinta anos se

decidia: que poderia fazer manifestação lá atrás da arquibancada, porexemplo, e a manifestação na frente da catedral estava proibida. Daí étutelagem, não é possível! A manifestação tem que ser livre. Se for paradefinir qual espaço vai se organizar, não é manifestação.

Agora, passamos para o debate. Enquanto liderança e diri-gente sindical tenho acompanhado, e muitas vezes estive frente afrente com o exército, com batalhões - e um pouco do que o nossodeputado Sargento Soares falava, muitas vezes à frente das grandesfumageiras. Sempre é um grande conflito o papel da Polícia Militar, opapel da defesa, o papel do exército, e é este conflito permanente quea nossa sociedade, dividida em classes, vive.

Vivemos numa cidade que se duas mil pessoas sereunirem, não têm onde se manifestar. Ou têm? Vejam, em Brasília,dá para reunir um milhão de pessoas e não fica trancada uma rua,mas, em Florianópolis, com quinhentas pessoas começa a trancar. É automático e é óbvio que as pessoas procuram seus direitos,

muitas vezes não respeitados pelo Estado ou pela iniciativa privada. E este éo grande debate que está aqui em jogo, hoje - os deputados, inclusive, sepreocuparam e convocaram esta audiência pública para ouvir as partesinteressadas, as entidades, as organizações e o próprio Estado, aquitambém na sua representação militar.

O transporte tem sido um dos elementos que mais temcriado insatisfação legítima da sociedade. O terminal da cidade foifeito do outro lado da principal avenida do centro da cidade. Aspessoas têm que descer do ônibus, atravessar a principal avenidada cidade para ir ao centro da cidade e voltar à noite. Quinhentaspessoas trancam essa avenida, e não precisa ser de propósito.

Então, com certeza, vamos fazer um debate aberto aqui, paratodo mundo ter oportunidade de se manifestar. Uma das nossas formasde fazer audiência pública é escutar primeiro a mesa e, depois, opúblico. Então, vocês já vão anotando e pegando as questões aqui,para que depois também tenham a oportunidade de falar. É verdadeque não dá para ouvir todo mundo, mas nós vamos fazer o máximo paraouvir a maior parte das pessoas que têm interesse de também sepronunciar. Depois teremos o microfone à disposição.

Então, temos todas essas questões. Naturalmente umaparte da sociedade, aquela parte mais ligada à política, àprogramática e ideologicamente com a defesa da ordem, cobra dainstituição ou do Estado, das instituições de segurança, umaposição mais firme. E vocês todos viram e acompanham. Isso seexpressa em manifestação nos meios de comunicação, porexemplo, de autoridades, do Poder Judiciário e do MinistérioPúblico. Tivemos recentemente, inclusive a seguinte expressão: “Sea Polícia não fizer nada, eu vou processar o secretário”, dizendodiretamente ao secretário e ao Ministério Público. Por outro lado, osmanifestantes, dizem: espera aí, eu tenho direito de me manifestar!

Vamos primeiro passar para as exposições das pessoas. OCharles faria sua exposição, depois passaríamos para o secretáriotambém fazer a sua.

Nós queríamos pedir para os expositores, então, serembreves - não prejudicando, é evidente, a exposição de cada um, paraque tenham a maior clareza possível, para que possamos tirar daqui asconclusões e encaminhamentos finais.Então, nos últimos episódios, por exemplo, no dia 23 de

maio houve uma interferência, estivemos lá - e eu julgo que foiimportante para todo mundo -, e foi criticado pelos dois lados, tantoque nos dias posteriores eu não fui para lá porque poderia levarpedrada de um lado e cheirar gás de outro.

Com a palavra o Charles, que está representando as maisdiversas entidades de trabalhadores e também a nossa Central Únicados Trabalhadores.

O SR. CHARLES PIRES - Bom, eu queria cumprimentar osmembros da mesa, através da pessoa do deputado Dirceu, e cumpri-mentar a plenária.

São esses elementos que a gente tem que discutir. Há,de fato, episódios em que a instituição não tem se comportado comespírito republicano. E falo da minha instituição: a Polícia Militar.Deixo bem claro e falo tranqüilamente, inclusive com relação aonosso movimento no dia 15 de maio, que tivemos alguns episódioslamentáveis. As pessoas as quais eu me refiro não estão aqui, e eugostaria que estivessem.

Para tentar ser bem breve, quero dizer o seguinte: naavaliação da CUT e dos movimentos sociais e sindicais aqui presentes,a gente está vivendo um momento localizado não só em SantaCatarina, mas que aqui tem se agravado, um momento em que,nacionalmente, passa-se por uma onda de tentativa de criminalizar osmovimentos sociais.

Para adiantar a situação, estranho que o Batalhão daCapital do Estado seja comandado por um major, enquanto todomundo sabe - e já falei inclusive isso na tribuna -, e nós aqui dainstituição sabemos, que comando de batalhão é atribuição detenente-coronel, e por ser a Capital do Estado, o mais lógico é sercomandado por um coronel. E não o contrário!

Não dá para a gente deixar de destacar - como vou tentarfazer aqui com as atividades que têm acontecido em Florianópolis - oque tem acontecido no Estado de São Paulo e em nível de Brasil, nosúltimos anos. Por exemplo, se a gente falar em números, nos últimosdois anos o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra teve mais deseiscentas prisões País afora, numa tentativa de criminalizar a luta pelareforma agrária neste país.Eu penso que nos principais episódios de confronto, em

que a situação perdeu o espírito republicano - vamos dizer dessaforma -, nós temos a participação desta autoridade, do policialmilitar, que é o atual comandante do 4º Batalhão.

Queria trazer isso para fazer essa primeira reflexão e dizeraos companheiros que, aqui em Florianópolis, desde 2004, a gente temesse tipo de ação, como a do ano de 2005, com os companheirosmanifestantes do Passe Livre - aqui a gente tem alguns, como ocompanheiro Marcelo Pomar, Tiago Andrino, André Moura Ferro eoutros, e eles ainda estão, até hoje, respondendo como verdadeiroscriminosos. Como tem sido dito na mídia, eles têm respondido àsações de um manifesto que a gente acha que deveria ser consideradolegítimo e democrático - e não como se veria há algum tempo, naépoca da ditadura, onde tentava se reprimir qualquer forma deexpressão que pudesse haver contrária à ditadura, desde aquelemomento.

Estou me manifestando agora, aqui, na presença docomandante do CPMetro, do comandante-geral da Polícia Militar edo secretário de Segurança Pública, que eu acho estranho que ocomandante do 4º Batalhão, por ser a Capital do Estado, seja ummajor. E isso não acontece por acaso. Eu suponho que perto dametade dos tenentes-coronéis da Polícia Militar residem e exercema sua profissão aqui na Grande Florianópolis. Portanto, não é porfalta de tenente-coronel ou coronel, portanto, aqui em Florianópolis.

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24 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

Antes de entrar nos assuntos que a gente trouxe para estaCasa com referência ao dia 15 - e para que depois eu possa falarinclusive um pouco sobre isso, mas para que não fique somente naspalavras -, eu quero mostrar um vídeo que a gente trouxe.

Após esse momento (antes de passar outro vídeo), euquero respaldar que depois que foi feito o esvaziamento do prédio,porque as pessoas foram se retirando, eles saíram comigo e oMárcio pela porta lateral, e o Márcio disse: “Tu fica aqui do lado,porque nós só vamos conversar aqui. Já está todo mundo sendoliberado”. E na metade do caminho o Márcio disse: “Sim, mas nósestamos sendo acusados do quê?” Eles disseram: “Daqui a poucovocês vão saber.”

Durante a nossa greve, a gente comprou da TV Clipagemmatérias anteriores e posteriores ao dia 15 - data do ato que aconteceu,em especial, no Pró-Cidadão, onde fomos acusados de uma verdadeiraquebradeira. Tem até um áudio. Eu não quero fazer aqui uma críticapontual e dizer que isso é obra orquestrada de toda a Polícia Militar,mas, em especial, de alguns quadros do comando da Polícia Militar.Eles se utilizam de uma terminologia - não só nos materiais que a gentetem de vídeo e áudio, mas também nos próprios jornais - que euacredito que não deveria ser a de um comando, como aqui já foi citadopelo deputado Soares. Neste caso, o comando do major NewtonRamlow, que tem colocado para cima de todas as atitudes dosmovimentos sociais e sindicais deste Estado...

Depois, lá em cima deram voz de prisão também para ocompanheiro Márcio: “Tu também estas preso!” Descemos com otenente Silveira, que era o tenente que naquele momento estavacomandando a operação. Quando eu já estava na Blazer da PolíciaMilitar, algemado - o Márcio sentou no lado direito do bancotraseiro, eu sentei no meio (o tenente Silveira já estava sentado nobanco dianteiro da Blazer, já tinha um motorista, que não sei se eracabo ou um soldado da PM, e ainda um outro do lado de fora) -,chega o major Newton, bufando, vou usar esse termo, porque foicomo ele chegou, dizendo o seguinte: “Tu viste, seu vagabundo, oque cometeste lá dentro? A quebradeira que tu fizeste lá dentro doPró-Cidadão? O que vocês orquestraram? Eu disse que ia te pegar!Há muito tempo que estou para te pegar! Eu vou dar um jeito em ti.Eu vou acabar contigo. Vou te apagar, seu vagabundo!” E não meestapeou, não me agrediu, porque o tenente Silveira - queinfelizmente não está aqui, mas se é homem, que jurou a suapalavra, dizer a verdade, vai falar isto - obrigou o major Newton asair da porta esquerda da viatura e ordenou que o cabosubordinado a ele entrasse na viatura. O cabo bateu a porta, omajor Newton continuou gritando, e ele dizendo: “Toca, toca!”

Então, primeiro eu quero colocar o áudio da fala do majorNewton, momentos após a nossa prisão no dia 15. Sãoaproximadamente dois minutos, nos quais ele se refere a nósdizendo que aquilo, para ele, não são sindicalistas; que o queaconteceu lá foi orquestrado por um bando de imbecisinconseqüentes; que para ele são verdadeiros vândalos,verdadeiros criminosos - ele coloca isso na fala e também nosjornais -; e que provocaram um verdadeiro quebra-quebra lá dentro;quando viram que as pessoas não quiseram paralisar dentro do Pró-Cidadão, começaram com chutes e pontapés, fazendo umaverdadeira quebradeira lá dentro. Isso não é fala minha, é fala domajor Newton.

(Procede-se à apresentação de áudio com o major RenatoNewton Ramlow.)

Aqui eu tenho o Márcio para poder confirmar e inclusivenão deixar nenhuma sombra de dúvidas do que aconteceu.

Bom, para não dizer que aqui alguém está faltando com averdade, vocês ouviram o final da fala do major Newton: “Para mimsão um bando de marginais, que orquestrados por alguém vieramfazer essa quebradeira!”.

E nós saímos com a viatura, porque se não, além de tudo,ele teria me agredido, pois foi a forma como ele chegou, dentro daviatura, para me estapear.

Eu queria finalizar colocando o vídeo, essa matéria,porque ali tem a intervenção de uma funcionária do Pró-Cidadão. Elepassa a matéria desde a parte da manhã, mas tem a intervençãode uma funcionária do Pró-Cidadão que (acho que no primeiro anode Dário Berger) era quem comandava todo o Pró-Cidadão da nossacidade. Tem a fala dela dizendo como chegamos e o queaconteceu.

Eu vou pedir para passar o vídeo da quebradeira, porque,infelizmente, isso faz quase trinta dias. E peço também o vídeo dedentro do Pró-Cidadão, porque exatamente no momento em quecomeça a força desproporcional da Polícia Militar eu subo numacadeira, dirijo-me a todos os manifestantes e peço para que elesdeixem registrado isso não somente para eles, mas para todos quelá dentro estavam. À direita, era mais uma câmera. E para todosque lá dentro estiveram: já que aquilo estava sendo filmado, quebom que aquilo estava sendo filmado, porque ficou registrada averdadeira situação. Ainda citei o nome do prefeito municipal, que“o senhor prefeito municipal orquestrou, juntamente com a PolíciaMilitar, para fazer o que vocês fizeram aqui dentro com essaquebradeira”. Então, dirigindo-me à câmera: “da mesma forma,ordeira e pacífica, que nós entramos, sem quebrar uma únicacaneta, nós vamos nos retirar aplaudindo a sua ação e a ação quea Polícia Militar fez aqui a mando do senhor.”

(Procede-se à apresentação de vídeo com uma funcionáriado Pró-Cidadão.)

Está bom, para não usarmos muito o tempo.Agora, eu quero destacar, além de tudo que foi falado, e

não é montagem, vocês ouviram a voz do senhor comandante, omajor Newton Ramlow, as falas dele publicadas em diversosjornais. Eu trouxe aqui um exemplo, o Diarinho, dos dias 16 e 17 domês de junho. Ele diz o seguinte: “O que diz a polícia. O majorNewton Ramlow afirmou que não falou nada para ninguém. ?Nemfoi eu quem prendeu os bandidos. Como poderia tê-losameaçado?’.”Eu queria que o vídeo começasse já nos 26 minutos, para

a gente poder adiantar. Todos verão como, de fato, ninguém chutoue quebrou nada. Peço que fiquem antenados na forma como lidamcom a companheira Rosângela - tem outras piores, mas queinfelizmente não conseguimos registrar -, que é arremessada para olado de fora.

Ele vai embora, e no final diz: “Temos as imagens quecomprovam tudo. Primeiro, foram os motoristas de ônibus, depois oPasse Livre e agora os servidores públicos.” Ele afirma que foramos grevistas que fizeram tudo e diz: “Eu preferia estar nos morrosda Capital prendendo os bandidos, na periferia, do que estar aquicom esses manifestantes.”Em nenhum momento desacatamos nenhuma voz de que

deveríamos evacuar, até porque o major Newton não apareceu emnenhum momento lá para tratar conosco. O comandante Eliézio,que já foi comandante aqui da Capital, sabe que por muitas vezestivemos no Pró-Cidadão, desde 2004, e sempre saímos na maiornormalidade, nunca tivemos nenhum tipo de problema com apolícia.

E também acusa, como se nos morros da Capital e naperiferia só tivessem bandidos. É como ele está colocando.

Quero ler o que diz o Aurélio (fiz questão de trazer) sobrea palavra “bandido”, com a qual ele também me acusa.

Eu tenho 13 anos de Comcap, sou funcionário de carreira,e até hoje tive três entradas em uma delegacia de polícia. Aprimeira foi para fazer um boletim de ocorrência contra um guardamunicipal que, diferente da Polícia Militar, ordeiramente, lá fez todoo trabalho dela, legal, mas o guarda municipal se passou, naquelaépoca. A segunda, numa manifestação em São José, na Câmara deVereadores, defendendo o plano de cargos e salários, que o senhorFernando Elias tinha impulsionado para a Câmara e fez com que omunicípio votasse, mas um ano depois ele fez sessãoextraordinária, para pagar os vereadores, e resolveu revogar todo oplano de cargos e salários. O vereador Battisti acompanhou: fuidetido lá pela manifestação. E a terceira foi essa, agora, do Pró-Cidadão, pela qual sou chamado de bandido.

Eu queria que prestassem atenção, na hora em quequebram os vidros, como foi o cassetete da Polícia Militar de umdos policiais que pela primeira vez bate com a parte cumprida docassetete (eu não sei como especificar aquilo), mais para o lado doseu cotovelo. Ele bate com o cotovelo na primeira divisória, quequebra, e depois, na tentativa dele de puxar para bater noelemento, no manifestante que ele tava tentando prender, elequebra a segunda vidraça e sai entortando tudo usando a força.

O Márcio chega, identifica-se como presidente dosindicato, e quando ele entra um policial lá de dentro joga ele paratrás, de novo, e ele cai por cima da divisória. É arremessado pelaPolícia. A palavra bandido vem do latim, de bandito, e significa

malfeitor que anda fugido da Justiça e vive da pilhagem; assassino;bandoleiro.

(Procede-se à apresentação de vídeo sobre o MovimentoPasse Livre.)

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Quero dizer que não tenho vergonha nenhuma de continuarfazendo tudo o que fiz até hoje dentro dos movimentos sindicais esociais, e vou continuar participando (palmas)... Não sou tratado comobandido por ninguém nesta cidade, com exceção desse senhor, quetem uma graduação na polícia e que não deveria estar usando delapara prestar esclarecimentos equivocados, da forma como vemcolocando nesse último período.

Estamos sujeitos a todas as fiscalizações, temos Corregedoria,Ouvidoria, estamos sujeitos às punições necessárias, à fiscalização doMinistério Público, da Assembléia Legislativa, estamos aqui presentes.Nunca nos recusamos e vamos estar sempre.

Agora, na verdade, não temos nada a ver com nenhumdesses eventos! A Segurança Pública e a Polícia Militar entram aquinuma situação de que algum policial militar, se se excedeu... Nóstemos o que a Constituição, o Código do Processo Penal, o CódigoPenal Militar prevêem para quem infringir a lei. Até o profissional dapolícia está sujeito aos limites da lei.

Eu gostaria que esta audiência pública pudesse impulsionar adizer que a gente quer, sim, uma Polícia Militar que possa estartrazendo para a gente não uma sensação de segurança, que para mimé o que está colocado hoje pelo senhor major Newton. (sic) Se alguém se passou, se alguém lhe agrediu, ou contra qual-

quer um dos manifestantes, a vocês resta o recurso constitucional derepresentá-los na Corregedoria, encaminhar um inquérito policial militarao Ministério Público, ao secretário de Segurança, como outras vezeseu recebi. Não sei se dessa vez vocês encaminharam oficialmente paramim. Tudo o que me fizeram por telefone... atendi o deputado PedroUczai, o representante dos estudantes, o Marcelo Pomar. Inclusivechamei-o um dia antes das manifestações para conversar, para pedir.

Inclusive, ele já teve problema com a nossa GuardaMunicipal, porque a Guarda Municipal já fez uma apreensão, no iníciodeste ano, e P2, orientados por ele, chegaram e quiseram tirar oselementos que tinham sido presos (até tivemos uma audiência públicana Câmara Municipal), para que ele saísse na foto, porque ultimamenteo que ele mais tem feito é sair na mídia, como se fosse a Polícia Militarque tivesse feito a apreensão daquele senhor. Já tivemos esseproblema, inclusive, com a Guarda Municipal de Florianópolis. Nós temos os limites da lei! Tivemos uma audiência

pública na OAB, foram todos convidados, mas foi só a Aprasc. E acoisa que mais falei é que”pelo amor de Deus, vou fazer um pedidopara vocês: não vão mais em cima da ponte, porque lá é um lugarque eu, o secretário de Segurança, a polícia, que nós temos queguardar a vida das pessoas”. E essas manifestações em cima daponte, Deus nos ajude que não aconteçam mais, porque se caialguém de cima da ponte em alguma manifestação, alguéminfiltrado que provoque uma briga e ocorra morte, vai serresponsabilizado quem provocou, e nós vamos nos sentirincompetentes porque perdemos uma vida. Graças a Deus até hoje,nessas manifestações, não tivemos nenhuma vida perdida, e isso éo mais importante. Não tem nenhuma vida que vale nenhumareivindicação e nenhuma conquista. Perdoem-me, pode ser dacategoria que vocês forem, mas não vale perder a vida de ninguém.

Que possamos ter aqui soluções, para que esse ataque eessa criminalização de movimentos, que para nós são movimentoslegítimos e salutares, não aconteçam mais, porque dessa vez foram osmunicipais de Florianópolis e amanhã serão outros.

Ficaram durante uma hora na sede da CPP, quando inclusiveusaram de uma arrogância muito forte, até com o representante daComissão de Anistia dos Direitos Humanos, o advogado Prudente, quelá chegou. Não queriam deixá-lo nos ver, naquela tarde, e ficaramdurante uma hora, deputado Pedro, definindo como iriam nos enqua-drar, porque eles queriam arrumar uma forma de nos mandar para oCadeião. Disseram, lá dentro, que a ordem veio de cima e que elestinham que esperar para ver em que artigo iriam nos enquadrar, porquese não teríamos direito à fiança, e eles queriam nos colocar em crimeinafiançável. E conseguiram, porque eu estou respondendo a umprocesso, agora, uma ação-crime, pelo artigo 265: tentativa de nãodeixar ter a prestação de serviço público. Então, o que queria pedir para a Assembléia e para a

Comissão de Segurança (isto já foi debatido aqui) é que se façauma lei estadual de manifestações, o que pode e o que não pode,para nós sabermos: olha, nós vamos dar proteção.

Era isso que eu queria prestar, por momento. Estão aquitodos os documentos, os vídeos e os áudios. Tem mais coisas parapassar, mas eu tentei fazer no período mais breve possível, para deixaraqui a prova de que o que falamos até agora não tem nenhumainverdade e que queremos prezar por ela. Na última, que teve os estudantes, o meu pedido foi para

a contenção máxima possível. Pedi que não fossem na ponte, enão foram, graças a Deus. A polícia estava lá para garantir asegurança. Fecharam as ruas, foram em caminhada, e eu pedi paraacompanhar. Houve momento de confronto, e o deputado Pedro meligou. Eu tinha um compromisso, mas não viajei, fiquei na Capitalpara evitar maiores confrontos. Não sei dos confrontos, porque nãovi filmagem, não sei que tipo de confronto houve. Houve bomba porparte dos manifestantes, policiais se machucaram, não sei seestudantes também se machucaram, porque não recebi essainformação; recebi as fotos e os laudos dos policiais que foramferidos, que são trabalhadores, igualmente.

Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Obrigado,

Charles.Concedo a palavra ao secretário de Estado da Segurança

Pública e Defesa do Cidadão, o senhor Ronaldo Benedet.O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -

Boa-tarde a todos, aos membros da Comissão de SegurançaPública, ao deputado Dresch, ao deputado Pedro Uczai, aos repre-sentantes da OAB, ao secretário de Florianópolis Ildo Rosa, aosmembros da mesa, aos líderes sindicais, aos estudantes, aosmembros da sociedade de Florianópolis e de São José aquipresentes, ao senhor comandante da Polícia Militar, ao senhorcomandante da CPMetro.

Tem pessoas de ambos os lados que os nervos ficamexaltados, e acaba um mais nervoso do que o outro, um é maiscalmo, mas isso faz parte, infelizmente, da democracia demanifestação. Eu desafio vocês.

Já não é de hoje que a gente vem à Assembléia para prestaresclarecimentos.

Primeiro, uma questão de ordem: eu recebi esse pedido e houveconfusão. Eu recebi ontem, e disseram teria que marcar uma data. Hoje,disseram-me que eu teria que vir aqui para esta audiência, hoje. Acabei vindonesta data e, se for necessário, virei mais vezes.

Na França, quem viu lá esses episódios que aconteceram noano passado e em 2005, e ocorreram agora este ano, a polícia estavalá e fez igual a nossa! Aliás, a nossa fez menos. Vi nos Estados Unidos:lá tem uma regra de manifestação. A polícia reage, e outros Estadostambém reagem! Não é orientação nossa criminalizar nenhum movi-mento social. Aliás, se fosse para criminalizar, vocês teriam, nomínimo, cem vezes mais processos.

Nós estamos numa situação que quero refutar as questõesquando se compara este período a um período ditatorial. Vamos lá,vamos declarar bem: eu sou um defensor da democracia, minhavida política foi em função de lutas democráticas. Esses casos, inclusive o último caso do Sintrasem, eu estava

em Lages. Não sei quem me ligou, não sei se foi o Pedro, mas alguémme ligou pedindo, porque queriam prender, levar para o Cadeião, e eudisse: não, isso também não! Espera aí! Arruma um local dentro dacentral de polícia e deixa aí. Se houver uma ordem judicial, serãosoltos; senão arrumem um local para ficar aí. Porque não temoslugar nem para colocar preso comum. Como vamos colocarmanifestantes que podem, eventualmente, serem considerados, ounão - quem vai julgar é o juiz, não somos nós -, como teremcometido ato criminoso ou uma contravenção penal. Se alguémpreparou, ele vai responder na Justiça, e eu entendia que caberiauma fiança judicial, um relaxamento de prisão. Por isso eles forammantidos ali e não foram levados para o presídio, até porquepoderiam colocar em risco as pessoas.

Quem fala isso não viveu o período da ditadura militar.Todos os que foram ameaçados, presos, que se manifestaram,estão presentes hoje. É muito diferente da ditadura militar, quandonenhum de vocês estaria aqui, e não sei se estariam vivos. Édiferente! Nós estamos num Estado de Direito em que a Justiça e alei têm que ser aplicadas.

Aqui, se ouviu muitos conceitos de ordem pública, de quepolícia não é para isso, polícia não é para aquilo.

Faço um desafio a esta Casa, à Câmara de Vereadores ea todos vocês: que se estabeleça uma norma de manifestaçõesnesta cidade e neste Estado, e eu vou cumpri-la integralmente!Enquanto não tiver uma determinação, eu digo para vocês oseguinte: recebi uma fiscalização, que para mim foi ofensiva, deuma agente da ONU que veio aqui fiscalizar. Depois, ela me disseas suas conclusões: no Paquistão, no seu país, não se fala nisso!No Paquistão, o país dela, nem poderia ir lá! Ela que épaquistanesa. Ainda mais pensar em fazer fiscalização daqueletipo.

Como eu falei, nós políticos também podemos praticar umato criminoso num movimento, na defesa de alguém impedindouma estrada, e podemos ser processados, até presos em flagrante.Mas tem que ter um tratamento diferenciado do preso comum quecoloca em risco toda a sociedade.

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Então, o que eu digo a vocês é que essas manifestaçõesexistem, e não podemos aceitar nunca que o ato é ditatorial, queestamos voltando ao tempo da ditadura. Quem fala isso não viveu aditadura militar! Eu vivi e sei o que é isso. Como eu disse, não estarianinguém aqui debatendo numa hora dessas, ninguém estaria conver-sando sobre esse assunto. Primeiro, porque era proibido até estaaudiência.

Nós temos procurado manter uma postura democrática,uma postura aberta, de diálogo com vocês, mas não temos nada aver com isso! Nós só somos as instituições que são chamadas emconseqüência dos embates que vocês têm! E, no fim, sobra paranós! Quem está aqui na berlinda, como vilão dessa história, é osecretário da Segurança, é o comandante da polícia, é ocomandante do CPMetro! E nós, na verdade, não temos nada a vercom isso, nós só somos chamados para a nossa missão cons-titucional, que está na Constituição estadual e Constituição Federal.

Nós estamos aqui porque queremos construir umademocracia conjunta. Agora, vocês têm que entender a situação que apolícia fica! Se ela vai, é acusada por vocês; se não vai, recebe oscomentaristas políticos dando pau em cima de nós, dizendo que nãotem mais polícia, que a cidade está virando uma bagunça, que trancama ponte como querem. Se as forças são financiadas ou patrocinadaspelo poder econômico, eu não sei. Isso não nos compete.

Precisa-se definir o que é ordem pública, o limite dasmanifestações, os locais em que podem ser feitos. Não tem nadadito! E na nossa interpretação jurídica, segundo o que recebemos(tivemos uma reunião na OAB)... A questão da ponte foi um negóciofechado com todo mundo, principalmente para preservar a vida daspessoas que participam dos movimentos sociais (essa é a razãonúmero um), e a número dois é para não proibir e não limitar odireito de ir e vir do cidadão.

Nós temos a obrigação constitucional, o artigo 134 daConstituição Federal e o artigo 107 da Constituição Estadual, que é aquestão da manutenção da ordem pública. Esse é um conceito que temque ser regulamentado, para que nós saibamos os nossos limites,onde nós vamos agir ou não. Se estiver escrito que a polícia não vaimais interferir com quem está fazendo manifestação, fechando rua ounão, e que nós só temos que cuidar para que não haja briga entre eles,que eles podem ficar o dia inteiro, o mês inteiro, para nós não temproblema nenhum! A nossa missão é cumprir a lei. Mas é preciso quehaja uma lei! Não é um lado ou outro que vai dizer o que é ordempública para nós.

Então, eu precisava colocar essas questões aqui paravocês, de forma preliminar. O histórico dessas questões do PasseLivre, desses movimentos, vocês todos já têm. Se fizeram justiça...Nós sempre procuramos estar presentes e dar atenção, procurandofazer da melhor forma possível para as pessoas.

Houve aqui uma manifestação do representante do PadrePedro. Eu não concordo com ele de que os afrodescendentes são amaioria dos presos. Eu também achava isso, mas, se você fizer umlevantamento, a maioria não é de afrodescendentes. Felizmente,não são eles. Se você for ao Instituto São Lucas vai ver, hoje, quesão minoria, a grande maioria é branca. Infelizmente, mas sãotodas pessoas nossas, todos são brasileiros, todos sãocatarinenses, todos são florianopolitanos, são da região.

Então, nós precisamos ter isso definido! E vocês hão de con-vir que nós não estamos para tomar posição. Inclusive o deputadoAfrânio Boppré esteve muitas vezes com vocês, ou melhor, com oSindicato dos Transportes avisando que havia um movimento, e nósprocurávamos ter uma relação mais pacífica possível. Tambémpedíamos para não haver infração legal, porque quando você fere odireito de ir e vir do cidadão você já está incorrendo num crime cons-titucional.

Como já coloquei, tenho atendido sempre aos líderes eaos deputados. Não me recuso, a não ser quando estou fora e omeu telefone não pega. Da última vez eu até estava em Lages eatendi alguém que me ligou sobre o caso dos... Não sei quem meligou...

“Ah, mas eu estou numa manifestação e ela é livre.” Ela élivre até o ponto em que você vai ferir o direito do outro cidadão de ir evir. E se ele não quer? Se ele quiser passar pela rua? Se ele querpassar na rua, é um direito dele! “Ah, mas o meu direito é maior porqueo meu é de uma categoria, eu tenho que pressionar para ter os meusdireitos.” Não, porque quando você fere o direito trancando o lugar poronde o cidadão quer passar e ele está reclamando, ele também temdireito. E se ele não passar, ele pode processar o Estado porque nãoderam essa garantia a ele.

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Foi você quem me ligou. Estava com uma moça junto que

era uma moça do Sintrasem.Já falei dos outros países. Se vocês observarem o que

acontece na França, na China nem se fala, em Cuba nem se fala,na Venezuela! Agora, o que houve lá, o negócio do canal detelevisão, com manifestantes: o pau comeu!

Feliz ou infelizmente, a democracia não é feita só para vocêdizer que a manifestação é livre. Se eu me junto num grupo depessoas, numa determinada categoria e resolvo fazer o que eu bementendo, o que eu acho que é da minha liberdade, a Constituição megarante. Não, o meu direito começa quando termina o direito do outro. Bom, os nossos princípios têm sido nesse sentido. Só

pedimos uma coisa: a questão da ponte, que seja um pacto detodos, de não-agressão contra ninguém e, principalmente, depreservação da vida, para evitarmos risco de morte. Porque, sealguém morrer lá em cima, preparem-se para o envolvimento em umprocesso de homicídio. Aí tem que se preparar, porque daí nãovamos poder omitir isso.

É isso que eu queria pedir, porque nós não estamos aquipara tomar partido e posição de ninguém em conflitos de categoria.Para mim, se vocês conseguirem uma melhor conquista salarial, paramim é melhor, eu fico satisfeito. E quanto menos conflito tiver, paranós é melhor.

Nós temos aqui o testemunho de todas as categorias.Sempre procuramos dar, na Secretaria de Segurança Pública, umatendimento democrático, procurando respaldar e garantir os direitos,evitando a violência e qualquer tipo de coisa. Só que nós não somosonipresentes. De um lado, no meio da tropa, no momento do confronto,nós não estamos lá presentes para saber o limite de um e de outro. Ospoliciais reclamam que recebem cusparadas, bombas, que sãoxingados, enfim.

Quanto a essa lei de manifestações, eu já pedi. Se amanifestação é livre, tudo na vida tem um regulamento. Olha,minha gente, viver em sociedade é igual a um condomínio: temlimites para todas as pessoas! Tem limite para todos! Todos nóstemos os nossos limites, inclusive a polícia. Se se excedeu, cabeuma representação. Se for julgado, ele vai ser condenado, ouapurado, e receberá a sua punição.Mas eu quis vir aqui para pedir a compressão de vocês e

dizer que nós estamos numa situação de mariscos: entre a pedra e omar. E esses confrontos não nos interessam! Isso retira a polícia doseu foco, que é garantir a segurança patrimonial, da vida, das pessoas.Essa não é a nossa função primordial e a nossa vontade.

Com relação à questão de aplicação de recursos federais,tenho reconhecido sempre - aliás, se você leu esta semana emrelação à questão do PAC, eu fiz justiça com o governo federal, queaplicou de forma correta o PAC. Santa Catarina não recebeu porquenós não merecemos. Ruim e bom: é ruim porque não ganhamos,não merecemos; e é bom porque não merecemos, pois temos omenor índice de criminalidade do País. Eles tinham que aplicar nasonze regiões mais criminosas do País, e é mais do que justo que odinheiro, não tendo muito, seja aplicado onde mais se precisa.Infelizmente, nós não fomos aprovados, mas felizmente é por essemotivo.

Então, que se estabeleça entre os movimentos sociais,que se vote uma lei na Assembléia, na Câmara de Vereadores paraestabelecer limites, porque eu acho que o lugar de votar essas leisé nos Parlamentos. E que se estabeleça o critério sobre o que vai eo que não vai poder, sobre o que é lei, sobre o que é proibido e oque não é e sobre o que a polícia vai fazer, porque daí nóssaberemos os nossos limites.

Nós também não podemos ficar numa situação de insegu-rança. A cada movimento desses... Da última vez, eu nem sei quedia foi esse o do Passe Livre - foi o do Passe Livre, não é, Eliézio,em que nós ficamos lá no comando tentando acompanhar, vendopela televisão, acompanhando direto para saber onde a gente podiaacompanhar, pois havia lugares de pontos manifestação que agente não podia. A nossa tensão era só para evitar confrontos. Agente tinha informação de que não tinha confronto, daqui a poucovinha que tinha, porque lá no meio do tumulto não se sabe se deuou não.

Vamos pensar sob a ótica do Direito, principalmente,minha gente. No Direito tem que haver o princípio do contraditório.A gente tem que analisar. Nós, da Segurança Pública, seja PolíciaCivil ou Militar, não temos e não demos orientação para criminalizarnada, até porque nós já temos processos demais e já sabemos queisso é processo que, para nós, não adianta de nada. Não resolvenada, não é criminalidade, nós já temos problemas demais e nãotemos intenção de inventar mais uma criminalização, de criminalizarmais alguém para criar problemas nos nossos cartórios, nas nossasdelegacias, com a polícia.

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27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27

Agora, é claro que existe pressão. Não pensem que nãoexiste, que nós também não somos pressionados. “Ah, estão que-brando e não fazem nada, e não sei o quê, e a polícia prende esolta!” Claro que tem pressão. Mas a demonstração foi a última -não sei se você é quem estava preso lá na central de polícia: veio amensagem de que queriam mandar para o chamado Cadeião, noCentro de Triagem. E nós mantivemos. Não podíamos soltar, pois játinha sido feito o flagrante, só o juiz poderia, e o juiz depois soltou,mas foram mantidos dentro da central de polícia. Nem foram nempara as celas da central de polícia!

Passamos a palavra para o promotor de justiça LeonardoHenrique Marques Lehmann, coordenador do Centro de ApoioOperacional da Cidadania e Fundações, representando o MinistérioPúblico do Estado de Santa Catarina.

O SR. LEONARDO HENRIQUE MARQUES LEHMANN -Cumprimentando o deputado Dirceu Dresch saúdo os demais integran-tes da mesa, em razão do adiantado da hora e para permitir o debate,até porque, em uma audiência pública, o interessante é que haja amanifestação de todos. Então, eu vou fazer um breve comentário, umabreve introdução, para possibilitar que todos os presentes se manifes-tem.

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.) Uma expressão, uma palavra que deve ser fundamental nestadiscussão de confronto entre a Polícia Militar e os movimentos sociaisé o bom senso. Quando falta o bom senso a ordem democrática acabasendo vuInerada. Outra coisa fundamental em qualquer discussãodessa natureza é a necessidade de apuração séria e independente detodo e qualquer abuso verificado. Se não há apuração séria e indepen-dente de qualquer abuso verificado, não adianta nós falarmos edebatermos o problema, porque ficaríamos em um círculo que não temfim.

Foram para as celas da central de polícia?(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Bom, é contrário ao que eu pedi: que fossem colocados

numa sala especial. Eu estava lá em Lages. Vocês também nãoeram perigosos que pudessem... Mas não saíram da central depolícia. Dali foram soltos, não é?

(O senhor Charles Pires manifesta-se fora do microfone:“Chegaram a retirar todos os nossos pertences porque seríamosencaminhados. Nós saímos porque tivemos o alvará liberado... Inaudível.”)

Foi dito, e é verdade, que a função da Polícia Militar é garantira segurança pública. A função da Polícia Militar (isso não está escritoem lugar algum) não é a de reprimir movimentos populares, pois issonão faz parte de sua missão. Se a Polícia Militar, em algum momento,reprime um movimento popular, é porque em determinado momento seentende que está sendo desrespeitada a ordem pública. Mas a funçãoda Polícia Militar, não é reprimir qualquer movimento popular.

Mas isso não, os pertences são por questão de segurança dopreso. Pode deixar um preso com um cinto, daqui a pouco ele se suicidae a polícia é responsável. Isso é procedimento de polícia.

Bom, a audiência da OAB: estamos estabelecendocritérios. Lá foi tirada a questão de não aceitar a ponte e evitar quefechassem as vias públicas para evitar o caos na cidade. A democracia brasileira tem dois vértices, a democracia

representativa, representada pelos deputados, vereadores esenadores, e a democracia participativa, representada, em grandeparte, pelos movimentos populares; a representação dessesmovimentos populares e a democracia participativa mesmo nosconselhos, conselhos municipais de saúde, conselhos municipaisde assistência social, conselhos municipais do idoso, conselhosmunicipais de segurança pública, conselhos estaduais, conselhosfederais, lá estão os representantes de organizações sociais, quesão os elementos fundamentais para a democracia.

Dizer que qualquer prisão de qualquer cidadão, na cidade...Havendo prisão não é ato de falta de democracia, minha gente. Falta dedemocracia é você ir preso ilegalmente e o advogado, mesmo dentro dalei, não conseguir libertá-lo e você ser tido como desaparecido! Isso éfalta de democracia. Um policial também pode errar numa prisão:prendeu, a prisão foi arbitrária, depois o juiz manda soltar e pronto,acabou! Foi o que aconteceu com vocês, estão soltos! Então não éassim, a gente tem que deixar essas coisas de lado e saber separar,até porque quem fala, decerto, nunca viu e não soube o que é viver soba égide de uma ditadura. Sem movimento popular não há democracia, pode haver

um arremedo de democracia ou uma democracia formal. Temalguns países que se chamam república democrática disso ourepública democrática daquilo e se você for ver a sua essência nãoé nada democrática. Então, a existência de movimentos sociaisorganizados é fundamental para a democracia participativa.

Eu digo o seguinte, vou voltar a dizer: todas essasquestões, de alguém se sentir agredido ou ter seu direito ferido, seresolvem pela Justiça, pela lei. Nós temos a Corregedoria, aOuvidoria, o Ministério Público e o próprio Poder Judiciário,diretamente, para fazer uma representação contra quem vocêsentenderem que devam fazer. Permito-me discordar um pouquinho do enfoque que foi

dado inicialmente pelo deputado Sargento Soares, quando disseque a PM deve ser defensora da ordem política, social e econômicainstitucionalizada. Eu entendo que a Polícia Militar deve serdefensora da ordem, sim, mas da ordem democrática, até porquesomos ou pretendemos ser um Estado democrático de Direito.

Bom, quanto à questão de ordem pública e demanifestações. O conceito é muito amplo. O que é ordem pública?Se alguém estiver trancando uma avenida pode estar atentando aordem pública. O direito de manifestação. “Eu quero me manifestaronde eu quiser!” E os limites de cada cidadão, do outro? Agora,para nós, da Segurança Pública, para a Polícia, se tiver (eu vouencerrar pedindo isto) uma lei que diga que vocês podem fazermanifestação dentro de órgão da prefeitura, que vocês podemfechar a porta de um órgão, que está feita lá a greve, nós vamosestar lá para garantir que ninguém proíba vocês de fazerem, queninguém vá lá bater em vocês! Isso é a lei! Nós temos que ter umalei que regre essas coisas para nós, porque tem hora que nãosabemos o que fazer. Agora, vai, tira, não tira, faz, não faz! Há oconceito de ordem pública, que não pode deixar fechar um órgãopúblico, porque é crime previsto no Código Penal. E, aí, vamos fazero quê?

E o que é ordem democrática? A ordem democrática, comovimos dizendo, não existe sem os movimentos populares organizados.São formas de manifestação natural, instintiva da humanidade.

Entendo, justificando essa aparente discordância dessa ex-pressão, que nós não podemos trabalhar, necessariamente, com osentimento de antagonismo entre a Polícia Militar e os movimentossociais. Admitir o antagonismo natural e iniciar qualquer discussãopartindo do pressuposto de que há um antagonismo entre Polícia Militare movimentos sociais é manter, perpetuar a lógica do confronto, éadmitir a lógica da incompatibilidade natural entre segurança pública eordem democrática, e segurança pública e ordem democrática não sãonada incompatíveis.Então, eu queria que vocês também se colocassem no nosso

lugar. É isso que eu queria pedir. Sempre tivemos um relacionamentoque para mim sempre foi bom, um relacionamento aberto, e vaicontinuar aberto! É para isto que nós estamos aqui: para evitar, paraainda tentar ser o algodão no meio dos cristais. Nós não consideramosos movimentos sociais como crime, de forma alguma, mas a pessoaque age lá no momento - o comandante, o oficial, o policial, o agentepúblico avalia e leva ou não para a delegacia. E a sua competência deavaliar se é crime ou se não é acaba no momento em que o policialentrega a pessoa na delegacia e o assunto vai à Justiça. Aí, o juiz julgase é ou não é. E é nesse momento que há o principio do contraditório,os direitos e as leis garantidas, que é respeitada a decisão da Justiça. Aíé que está estabelecida a democracia. É isto que nós temos que mantere ajudar a construir: a democracia, que está sendo bem construída nonosso país. E estamos avançando mais a cada dia, tanto é queestamos aqui, neste momento, debatendo questões dessa natureza.

Haverá incompatibilidade entre segurança pública e ordemdemocrática apenas quando houver abusos, seja por parte das forçasde segurança, da Polícia Militar, seja por parte de algum elemento queesteja dentro do movimento social. A instituição Polícia Militar e ainstituição movimento social não são incompatíveis. A Polícia é um órgãoestatal. O nosso Estado, como eu disse, pretende ser um Estadodemocrático de Direito. Logo, a Polícia Militar deve ser a porta-voz e adefensora do Estado democrático de Direito, deve ser defensora daordem democrática. Quando não estamos defendendo essa ordemdemocrática, estamos indo contra o próprio Estado, e os abusos repre-sentam essa incompatibilidade.

O policial militar, assim como qualquer ocupante de umcargo público, não age em nome próprio, age em nome do Estado.Quando um policial militar está garantindo a segurança de umevento, não é o Pedro ou o João que está ali, é o Estado. Não é à-toa que no uniforme da Polícia Militar tem a bandeira do Estado.Não é uma pessoa física que está ali, é o Estado democrático deDireito.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Obrigado,

secretário.

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28 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

Então, quando um policial abusa desse poder dado peloEstado, evidentemente deixa de agir em seu nome. Não é mais oEstado agindo, é um particular agindo.

Digo isso porque sou daqueles que entendem que aviolência, deputado Soares - o senhor é egresso da corporação, émembro da corporação - não pode servir de instrumento de trabalhoda Polícia Militar. Ao contrário disso! (Palmas.) Até mesmo façomenção aqui, dou suporte àquilo que assevero: nas imagens queforam mostradas há pouco, percebeu-se que havia umamanifestação por parte de municipários que adentraram a umprédio público e exteriorizaram o seu sentimento. Com a chegadada polícia, observou-se que, sem que houvesse provocação físicasenão aquela verbalizada através do que era entoado em nível demúsica, de canto, como eu próprio estou dizendo, ela, de certaforma, começou a expulsá-los, exacerbando da prática que eraesperada por todos nós, cidadãos que somos, cidadãos livres, quequerem se manifestar livremente.

Quando ele está ali para garantir a segurança, a ordem,não deixar os vidros serem quebrados etc., o que é legítimo, porqueisso também faz parte da ordem democrática, está tudo normal,mas, de repente, se provoca ou faz alguma coisa, ele não é mais oEstado. Nesse momento, ele deixa de ser Estado e assume aposição de particular, e um particular que está cometendo umdelito, sim, o delito de abuso de autoridade. Esse, sim, é um delitoque existe na Lei de Abuso de Autoridade, é um crime tipificado naLei de Abuso de Autoridade e tem que ser reprimido.

Quanto à questão que o Charles colocou, quero dizer quebandido é uma expressão muitas vezes usada pejorativamentedentro do Direito Penal. É melhor usar a figura do criminoso. Ecriminoso, falando na linguagem de Direito Penal, é aquele quecomete um crime.

Feitas essas considerações, eu gostaria também de dizerque o ideal seria que todos os agentes políticos exteriorizassem,demonstrassem vontade de encontrar resolução para todos osproblemas que nos angustiam, mas sem chegar a uma situaçãocomo essa de confronto que temos visto. Parece-nos até que sóquando o movimento passa por uma reivindicação mais exacerbadaé que a solução é encontrada, é que a solução passa a serdiscutida e compartilhada. Infelizmente, é isso que nós temos visto.Não foi diferente no movimento Passe Livre, não foi diferentenaquele movimento da Polícia Civil que fechou a 401. Aí, fiqueiperplexo: a própria Polícia Militar fechando uma via pública, foratudo aquilo que aqui já foi dito a respeito do fechamento da ponte ede outros próprios públicos.

No momento em que um policial age em nome próprio,abusa da autoridade que lhe é outorgada, comete um crime, é umcriminoso, é um bandido.

Da mesma forma, se alguém do movimento social cometeum abuso, ele também não está agindo em nome do movimentosocial, está agindo em nome próprio, e, dessa forma, também deveresponder pelos atos que comete como particular. Nenhummovimento social organizado pode ter como meta praticar delitos,praticar crimes. Nenhum movimento social tem essa finalidade. Sealguém se serve do movimento social para praticar crimes, praticardelitos, como particular deve ser punido, não o movimento social. O ideal seria que o bom senso não só permeasse, mas,

sobretudo, fosse sempre aquele que, de forma a nortear as nossasações, orientasse-nos para que pudéssemos encontrar sempre asolução para todos os problemas sem que os movimentos reivindicató-rios, os movimentos sociais viessem a sofrer as seqüelas da repressão,que, como bem disse aqui o secretário da Segurança Pública, que falouque vivenciou o período ditatorial, não quer que isso seja reavivado tantoquanto nós também não queremos.

Ou seja, todos os abusos depõem contra a ordemdemocrática e contra o Estado democrático de Direito e devem serapurados, coibidos e punidos. A ordem democrática que estamosfalando é o que está acontecendo aqui. Estão aqui representantes daSegurança Pública, representantes dos movimentos sociais e estamosdebatendo livremente, todos podem expor livremente as suas idéias, e éisso que é o Estado democrático de Direito. A ausência de ordempública, a ausência deste momento que estamos vivendo seria umaguerra, idéias não seriam ouvidas, apenas o mais forte ou quem temmais organização de força venceria.

A par disso, quero, com todas as vênias, manifestar aminha discordância diante da proposta aqui efetuada no sentido deque se delimitem os locais, os espaços de reivindicação. Ora, se anossa Carta Política, se a própria Constituição diz que a liberdadede reivindicação tem que ser respeitada sem limite, como vamosentão nos propor, quer em nível municipal ou em nível estadual,estabelecer parâmetros, locais, ordem para o movimentoreivindicatório ser realizado, ser exteriorizado?!

Isso não é Estado democrático de Direito. Nós bem sabemos,e a televisão mostra diariamente o que acontece com um Estadoquando não vigora o Estado democrático de Direito. Vejam, por exemplo,a situação triste em que vive o Iraque, que depois da invasão dosEstados Unidos não há Estado democrático de Direito. Todos os diasmorrem tantos, bombas explodem na fila do supermercado, aqui e ali, eaí não há debates de idéias, há um embate de forças. E não é isso,tenho certeza, que todos aqui desejam.

Não podemos avalizar essa proposta, não podemosentendê-la como exeqüível, porque ela própria já nasceria violando anossa Constituição.

Então, a segurança pública e os agentes de segurançapública devem ser defensores da ordem, mas devem serdefensores da ordem democrática, porta-vozes do Estado que sepretende democrático de Direito; qualquer abuso, seja de quem for,deve ser apurado. É isso que dever permear qualquer discussão.

Por outro lado, deputado Dirceu Dresch, até para não mealongar, gostaria também de dizer que não vejo como forma maisapropriada tratar-se da criminalização dos movimentos sociais.Acho, sim, que os movimentos sociais deveriam serdescriminalizados. Isso, sim! (Palmas.) Digo isso porque sinto que apartir do instante em que se avaliar a conduta social reivindicatóriacomo criminosa iremos colocar um ponto-final na possibilidade dereivindicar.

Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Muito

obrigado.Com a palavra o senhor Francisco Emmanuel Campos

Ferreira, presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da OAB,representando a OAB/seção SC.

Assim dizendo, encerro as minhas colocações, pelomenos durante este momento, a fim de podermos ouvir o coronelEliézio, que tem outras considerações a colocar e outros pontosquem sabe até mesmo para elucidar.O SR. FRANCISCO EMMANUEL CAMPOS FERREIRA -

Excelentíssimo senhor deputado Dirceu Dresch, presidente daComissão de Segurança Pública, em seu nome saúdo todos ossenhores deputados e todos os demais presentes.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Com a

palavra o coronel Eliézio, comandante da Polícia Militar de SantaCatarina.A OAB sente-se honrada por participar constantemente de

eventos como este, no qual se pretende não só avaliar a atuaçãodos movimentos sociais reivindicatórios, mas também da PolíciaMilitar; um evento com essa magnitude para podermos extrair tudoque for preciso para que situações de confronto não venham aocorrer na forma e na intensidade como assistimos nos últimostempos. E digo isso porque não é de hoje que manifestantes ePolícia Militar se defrontam, uns reivindicando e outros coibindodeterminadas práticas, determinadas atitudes.

O SR. CORONEL ELIÉZIO RODRIGUES - Querocumprimentar os senhores deputados, o senhor secretário, osenhor promotor, os jornalistas, os oficiais e todos que fazem partedeste momento que estamos vivenciando, no qual temos aoportunidade de chegar a uma conclusão de maneira ordeira etranqüila para as nossas futuras manifestações.

Eu gostaria de dizer que a Polícia Militar de Santa Catarinaé uma instituição de 172 anos em todos os municípios desserincão de Santa Catarina. Hoje ela não pode ser comparada anenhuma outra polícia, até porque somos melhores do que todasas outras, tanto é que hoje a nossa academia tem curso deaperfeiçoamento para sargentos, temos sargentos de outrosEstados, temos oficiais de outros países freqüentando a nossaespecialização. Então nós não podemos nos comparar as outraspolícias, até porque, como catarinenses, sentimo-nos ofendidos.

O que nos leva a dizer, senhores deputados, demaispresentes e coronel Eliézio, que a OAB, como instituição guardiãdos direitos constitucionais, da liberdade de manifestação que deveser exercitada em toda sua plenitude, não pode, de nenhumamaneira, coonestar, não pode, de nenhuma forma, avalizar aviolência quando praticada de modo a impedir que essamanifestação seja exercida livremente.

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27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 29

Quanto ao nome dado, movimento, criminalização, a PolíciaMilitar nunca entendeu isso. A Polícia Militar defende o movimentoordeiro. Eu comandei o 4º Batalhão de 1998 até 2002 e depoiscomandei o grande comando por mais dois anos e meio; já vivencioessa situação há muito tempo. Diversas foram as situações demovimentos e nunca tive nenhum problema, até porque a Polícia Militarestá aberta, assim como eu também estou, a negociações para que sechegue a uma conclusão para termos um movimento ordeiro, ummovimento correto que não prejudique a outra sociedade ordeira quequer trabalhar.

O secretário está falando da possibilidade de ficar aquiaté ás 17h. Então, vamos fazer o seguinte: ouviremos algunsinscritos e, depois, se o secretário precisar sair, está aqui ocoronel.

Temos uma hora para o debate. Vamos fazer um bloco dedez inscrições. Se tiver mais tempo, ouviremos mais algumasmanifestações.

Com a palavra o Vinícius Puhl, representando a vereadoraÂngela Albino, da Câmara Municipal de Florianópolis.

O SR. VINÍCIUS PUHL - Boa-tarde a todos e a todas.A Polícia Militar, além de todas essas situações que já foramcolocadas diante do movimento, de empresários e assim por diante,está no meio. Nós também estamos no meio do movimento, defen-dendo as pessoas que estão no movimento, contra aquelas pessoasque são contra o movimento, que não são poucas.

Quero parabenizar o deputado pela realização destaaudiência pública.

Inicialmente, gostaria de registrar a que a vereadoraÂngela não pôde participar, infelizmente, mas é uma parlamentarque tem agido de forma muito coerente nessas manifestações nosentido de mediar os conflitos, de buscar uma intervençãoadequada (papel que o deputado Pedro também tem feito) para quese tenha a livre manifestação do pensamento, como muito bem foiexplanado pelo representante da Ordem dos Advogados do Brasil,respeitada, garantida e assegurada.

A primeira travessia de uma ponte se deu quando eu eracomandante do 4º batalhão. Houve quase um enfrentamento dapopulação com o movimento na metade da ponte e eu estava sozinhono meio desse movimento. O primeiro a cair na água seria eu, masdefendi o movimento para não deixar a comunidade (era momento derush) chegar ao centro da cidade. Fiquei entre a massa do movimento ea massa querendo chegar, com mais de trezentos motoqueiros nafrente empinando a moto em cima do movimento e em cima de mim.Isso eu vivenciei. Não sei se alguém aqui passou por essa infelizexperiência.

Gostaria de iniciar a minha fala dizendo que a democraciatambém foi uma conquista que se deu com base em muita lutasocial, inclusive em muita luta que levou à morte importanteslutadores do povo brasileiro. Por um regime de ditadura, tivemos aí,infelizmente, uma repressão violenta contra movimentos, e essademocracia que vivemos hoje é fruto dessas lutas, dessesenfrentamentos. Evidentemente que essa história não acaba, devese desenvolver.

Então, a Polícia Militar está no meio disso tudo. Tambémquero deixar bem claro que nós já tomamos as medidas administrativasdo que passou, e gostaríamos que acompanhassem o desenvolverdesse procedimento administrativo. Está aberta a nossa corregedoriapara isso, porque não temos nada a esconder, até porque somosservidores públicos, portanto, temos que servir, e muito bem, acomunidade que nos paga, aquela comunidade ordeira, aquela comuni-dade que trabalha.

Hoje, vivemos o maior período democrático da históriarepublicana em nosso país, o que reforça ainda mais o espíritodaqueles que são defensores da democracia, dos democratas, e aítemos que dizer que, de fato, existe, sim, repressão; existem, sim,aqueles que são contra essas liberdades democráticas. Temosentão a obrigação de estar presentes para garantir essa possibi-lidade, essa liberdade sob várias formas.

Hoje a Polícia Militar gasta mais com efetivo naquelas áreasde risco por falta de políticas que (ininteligível) do desajuste social.Hoje, até partos são feitos dentro de viaturas em todo o Estado deSanta Catarina. Ela dispensa um maior número de efetivo nessas áreasde risco porque sabemos que nesses morros 99,99% infinitamente sãopessoas de bem, pessoas honestas e trabalhadeiras. Então, a maiorparte do nosso efetivo, hoje, está nessas áreas de risco, em todas ascidades grandes.

Eu tenho a convicção de que hoje existe, sim, umaintervenção política realizada. A pergunta que eu gostaria de fazerao secretário é justamente esta: se há arquivos de informaçãorelacionados a representantes de movimentos sociais disponíveisnos setores de investigação da Polícia Civil ou da Polícia Militar noEstado, se tem foto, RG, endereço, o cargo na entidade. Isso nósprecisamos saber. Esta audiência pública precisa solicitar isso. Porquê? Porque se houver, é imoral, é ilegal! Arapongagem!

Quando acontecem esses movimentos, temos que disponibi-lizar um efetivo maior para que seja mantida a ordem, nas diversasinterpretações que foram dadas aqui de preservação da ordem pública.

Quero deixar bem claro que concordo com o senhor secretárioem não tirar a liberdade de ir e vir de ninguém, mas tenho vistodesobediência em algumas situações, como interditos proibitórios quenão são respeitados, determinados não pela Polícia Militar mas peloJudiciário. Tenho visto isso porque acompanho.

Esses vídeos aqui foram gravados por policiais militaresdisfarçados nas manifestações. Há presença da Polícia Militardisfarçada em assembléias sindicais; há arapongagem, háespionagem ilegal de movimentos sociais! E o senhor,corretamente... Inclusive, eu o saúdo pela abertura que tem tidonos movimentos sociais. Na ocasião do Sintrasem, quero dizer quefiz o telefonema para o senhor para que recebesse a Ana, dirigentedo Sintrasem, evitando que o Charles, o André e o Márcio fossemlevados ao cadeião lá do Estreito, inclusive correndo risco de morte,como foi o caso.

Eu vi o coronel Schauffert negociar com o deputado no dia damanifestação. Eu e o secretário estávamos lá no quartel acompanhan-do, orientando o nosso pessoal. Então, a Polícia Militar está abertapara negociação. Agora, sei que é difícil para o pessoal do movimento,aquele pessoal que faz um movimento justo, e nós concordamos com omovimento justo, dominar pessoas que estão ali, às vezes, para fazerbaderna. Essas pessoas se utilizam do anonimato para fazer quebra-deira nos terminais, quebradeira das lixeiras da avenida Mauro Ramos.Sei que é muito difícil, mas quando se entra, é preciso analisar os próse os contras.

Eu gostaria de dizer que essas imagens apresentadasaqui pelo coronel Eliézio motivaram um processo e a prisãoarbitrária de dezessete estudantes em 2005. Está aqui o TiagoAndrino, que foi preso no Presídio Central de Florianópolis, colocadonuma cela com homicidas, correndo risco de morte na ocasião.

Somos favoráveis às movimentações, nós asdefendemos. Muitas manifestações terminaram no maior clima detranqüilidade possível, todo mundo se abraçando, todo mundodizendo muito obrigado. Quiçá nós consigamos isso depois destareunião. Como comandante, estarei aberto a todos os sindicatos,não só da movimentação, para discutir e tentar uma solução paraamenizar essa situação, essa sensação de insegurança.

Foram usadas essas imagens para incriminar dezesseteestudantes que não tinham nada, absolutamente nada. Inclusive, aComissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados estevenesta Assembléia Legislativa realizando uma audiência para ouvi-los, porque muitos nem faziam parte do movimento, e os quefaziam, como é o caso do Tiago, estavam lá para assegurarreivindicações justas e não para fazer o que aconteceu. Digo issoporque também participo como estudante e somos contra esse tipode ação, esse vandalismo que vimos nessas imagens.

Eu gostaria de terminar mostrando umas fotos epassando um filme, não contrabalançando com o que o senhormostrou. Por favor, não entenda isso. É um filme que nós játínhamos para mostrar.

(Procede-se à projeção de vídeo sobre o Movimento PasseLivre.)

Para concluir, deixo essa pergunta para o secretário. Achofundamental ampliarmos essa discussão, defendermos asliberdades democráticas e a democracia em nosso país. Esse é umelemento fundamental. Temos a convicção de que cada ação deprisão, de arapongagem, de espionagem ou tentativa deintimidação dos movimentos sociais é parte, sim, de um atentado àdemocracia, às liberdades democráticas, e devemos todos, PoderLegislativo e entidades representativas da sociedade,manifestarmo-nos veementemente contra qualquer tipo deautoritarismo, contra qualquer tipo de atividade antidemocrática.

O senhor notou que em todas as fotos tivemos o cuidadode não identificar ninguém, até por questão de respeito ao serhumano.

Então, quero novamente dizer duas coisinhas: primeiro,está aberto ao procedimento administrativo - até solicito quealguém o acompanhe; segundo, a Polícia Militar está aberta paranegociação, no caso de manifestação. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Nestemomento, vamos abrir espaço para a plenária.

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30 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

Então, essa é a nossa contribuição, deixando uma saudaçãoa este momento muito importante. De fato, não podemos admitir que onosso conflito seja com a polícia, porque sabemos o papel da instituiçãoPolícia Militar; sabemos que representa interesses, mas que é muitoimportante na sociedade. Por outro lado, precisamos resolver, sim,problemas sociais gravíssimos que atingem a sociedade, particu-larmente a juventude, que são a real causa desses movimentos, a realcausa dessa realidade que estamos vivendo hoje no nosso país e aquiem Florianópolis. (Palmas.)

Eu gostaria de dizer, para fechar, que não vou relatar daminha prisão, porque parece que foi banalizado o subjetivo, porquequando se prende uma grande autoridade, como o Marcondes deMattos e outros que foram presos agora, dizem que é pirotecnia dapolícia, mas o estudante, quando é preso... Eu fui jogado numa celacomum, os carcereiros me colocaram na prisão dizendo: “Esse aqui é omenino responsável por vocês não receberem visita íntima numa quinta-feira”. Quero dizer que isso é atentar contra a vida de um cidadão. Eisso foi feito num período democrático! Uma fiança para libertar umjovem, num sábado à noite, de quase R$ 30 mil. Isso não é democrá-tico!O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Como já

temos dez pessoas inscritas, vamos estipular o tempo de trêsminutos no máximo para cada manifestação.

Então, é nesse sentido que gostaria de finalizar: que numasociedade tão injusta - e todo mundo aqui é cúmplice dessa ciência deque a sociedade de hoje é injusta -, temos grandes problemas aresolver. E quando uma organização ergue a sua cabeça, quando umpovo lindo, dez mil, cinco mil pessoas vão às ruas numa capital quetem menos de duzentos mil eleitores para exercer a sua capacidade deindignação, coisa que há muito tempo o povo brasileiro persegue...Quero dizer que não podemos acabar com o sonho de mudança dopovo, porque quando a gente cerceia esse tipo de movimento mais doque nunca consentimos com o status quo e com tudo isso que temaqui, toda essa miséria, toda essa desigualdade, toda essa injustiça.

O ACADÊMICO TIAGO ANDRINO - Queria primeiro dizer daimportância desta audiência pública, um dos momentos maisimportantes da nossa gestão que se encerra na União Catarinensedos Estudantes.

Quero saudar o Legislativo, o Executivo, a OAB, oMinistério Público Estadual e todas as pessoas aqui, principalmenteos policiais, os trabalhadores, os estudantes, o Movimento Hip-Hop,e dizer o quanto são importantes os movimentos sociais paragarantir que esse espaço seja da forma como é hoje, com essespoderes constituídos. Ou não foi com grande luta que conseguimoso voto das mulheres? Ou não foi com grande luta dos estudantesque avançamos nas democracias de todos os cantos do mundo,garantindo a Constituição de 1988, lutando pelo impeachment deFernando Collor de Mello, garantindo a defesa da soberanianacional, do petróleo brasileiro? Ou seja, uma série de lutas,grandes jornadas que o povo brasileiro travou, das quais o nossosecretário participou, como ele já disse; o próprio MDB, que hoje épatrimônio nacional e que (ininteligível) esse governo também éfruto dessas lutas, algumas armadas, algumas por caminhadasprotestando pacificamente, mas se constituiu na luta do povo brasi-leiro, tornando heróis vários daqueles que sofreram e não foramjustiçados na sua história, no seu momento de vida.

Estamos aqui para dizer que, acima de tudo, sentimo-nosindignados e esperamos que o Estado encontre caminhos para queessa indignação sirva de motivação para grandes transformações noEstado brasileiro; que possamos ter não só uma polícia mais justa,mas uma sociedade mais justa, um povo mais justo, dirigentes maisjustos, ou seja, um grande avanço do povo brasileiro.

Fica aqui a saudação da União Catarinense dos Estudantes.Muito Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Obrigado,

Tiago.O próximo inscrito é Antônio Marco Duarte, a quem concede-

mos a palavra por até três minutos.O SR. ANTÔNIO MARCO DUARTE - Eu trabalho aqui na

Assembléia com o deputado Pedro Uczai e também venho dessas lutasque o Tiago falou. Durante vários anos fui dirigente tanto da UCEquanto do DCE da Federal.Não podemos repetir o passado no momento em que as

pessoas que lutam só se tornam heróis ou defensores dademocracia ou só são lembrados com dignidade depois de vinteanos ou trinta anos de história, quando os seus direitos e a sualuta foram garantidos.

Eu quero dizer que serão feitas várias análises, mas vou ser bemsintético. Acho que há um problema político, e aí não dá para acusarsomente os trabalhadores da Polícia Militar, é um problema político doEstado. Infelizmente, em todo o Brasil, a Polícia Militar é treinada para queocorra o confronto, não é treinada para ação política, para o diálogo.Não podemos achar que a utilização da violência e que as

prisões possam servir de forma banal como tática a serviço deinteresses momentâneos, como foi o nosso caso. Não podemosdiscutir apenas a repressão policial. Os policiais são trabalhadoresda mesma sociedade que reivindica melhorias. Temos que discutira ausência política de um prefeito, como o Dário Berger; temos quediscutir a ausência dos poderes públicos em determinadosmomentos, inclusive do governador Luiz Henrique.

Há alguns meses, vimos no Fantástico um treinamento total-mente desumano, no qual o policial é humilhado. Imaginem! A pessoasai dali pronta para bater em quem aparecer na sua frente, de tantaraiva que sente! (Palmas.)

Assim, acho que têm que ser colocadas duas coisas básicas:uma é a maneira como isso deve ser mudado - uma discussão que foifeita no Brasil há algum tempo mas que morreu, infelizmente, é aunificação das Polícias, a sua total desmilitarização, toda ela deve sercivil. A outra coisa, que não lembro bem se foi o representante doMinistério Público ou da OAB que falou aqui, é a questão da indepen-dência de quem faz os inquéritos internos. O inquérito de um investi-gado ou alguém da polícia não pode ter coordenado pelo próprio órgão,tem que ser por um órgão independente, porque senão, infelizmente,no Brasil o corporativismo funciona. Nós já vimos várias vezes pessoascondenadas na Justiça e o inquérito policial militar inocentar. VigárioGeral é um exemplo disso.

Quero dizer que o secretário a todo o momento buscousoluções, sei que toda uma estrutura montada de poder não seresolve de uma hora para outra. O secretário colocou-se àdisposição e espero que continue dispondo-se às negociações, masos vícios da nossa sociedade têm que ser combatidos, senhorsecretário. O senhor já foi estudante. Espero que nesse seumomento de poder, no qual outras pessoas aqui podem chegar,mantenha um vínculo forte com a sua história, com a sua trajetóriae continue lutando pela democracia.

Para finalizar, secretário, o senhor que falou tanto em demo-cracia, infelizmente fiz campanha para o governador Luiz Henrique em2002 porque acreditava que Santa Catarina iria se tornar um Estadomais democrático, o que não aconteceu. Por causa disso, nos últimosanos não participei.

Eu queria dizer que temos que combater o que é ato incons-titucional. Quando o Vinícius falou em arapongagem, quero dizer, comtoda a minha certeza, com toda a minha honra, que havia policiaisdisfarçados incitando a violência, e sei que isso era uma tática. Eu vou dar exemplos desses últimos quatro anos. Em

2004, o governador falou que a sua polícia (isso está em jornais)jamais bateria em estudantes, mas não é isso que temos visto; em2005, saiu um edital do Diário Oficial que virou charge, compras debalas para calibre 12 e o chamado gás de pimenta. Isso, para curso dedireitos humanos! Tem que virar chacota mesmo!

Há perseguição a líderes estudantis como eu, que a todoo momento fui filmado no carro de som, fiz divulgações para aimprensa, conversei com setores da sociedade. Nunca pedi quequebrassem ônibus, pelo contrário, eu era uma importante voz nocombate a esse tipo de violência que foi mostrado nesse trecho dovídeo da Policia Militar, contra esse tipo de agressão ao patrimôniopúblico, lutei por um movimento mais responsável, maisconseqüente. Mas não! Eu fui preso, assim como outroscompanheiros, o Marcelo Pomar e o Charles, que é sindicalista.Essas pessoas conseqüentes são presas por uma tática incons-titucional do Serviço de Inteligência da Polícia Militar. Isso tem queser questionado, porque foge dos parâmetros de abuso do nossolado, do movimento social, que é verdade, tem abuso e tem que sertrabalhada essa questão, também da Policia Militar, mas mais doque isso: uma tática pensada pelo Serviço de Inteligência que utilizaartifícios inconstitucionais, isso tem que ser combatido, e tem quesair desta audiência pública.

E tem acontecido duas outras coisas neste Estado. Falamtanto que os movimentos não têm coordenação, só que impedem aslideranças dos movimentos de chegar até eles. E vou dar um exemploclaro, recente: a questão do Marcelo Pomar. Quando o ato estavasendo organizado, um processo do Marcelo Pomar que estava há maisde um ano dormindo no fórum, um dia antes do ato começou a trami-tar, e isso não é coincidência!

E há, também, a questão dos interditos proibitórios, quedevem ser um meio jurídico, sim, mas não para lideranças domovimento social, e, sim, para criminosos! Interdito proibitório paramovimento social é jogar na radicalização do movimento a fim de queele, realmente, não tenha nenhum tipo de liderança ou coordenação eparta para o confronto. (Palmas.)

C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o - Processo Informatizado de Editoração

27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 31

O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Com a palavrao senhor Jalmir.

O comandante da guarda, que era de São José e agoraestá na Trindade, inclusive acompanhou comigo, esteve lá pelamanhã - era ele que estava de plantão -, o nome dele é polonês,Ivanoski. Ele estava conosco, prestou toda a atenção durante amanhã e em nenhum momento foi visto qualquer uma das atitudesque ele menciona em todas essas gravações.

O SR. JALMIR - Uma boa-tarde. Eu sou filho de preso político eparticipo de vários movimentos, militando junto. Então, estou aqui hojeporque, realmente, acho de muita importância este evento.

Em relação à ditadura, quero só frisar uma coisa muito impor-tante. O secretário Benedet disse que a ditadura passou, mas eu souum seqüelado da ditadura. Meu pai foi preso doze vezes, era jornalista,foi torturado, e minha mãe era professora da Aliança Francesa etambém foi torturada - não vou dizer o que aconteceu com ela, masvocês podem imaginar... Duas vezes, e foi por alto escalão.

Então, a mando de quem foi feito tudo aquilo? Qual o seuponto de vista sobre o que ele falou na primeira entrevista?

O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -O Tiago falou alguma coisa em relação à questão do trabalho deinteligência. Com relação a isso, quero dizer que quando vocêtrabalha com arapongagem, como você disse, e investigação ilegal,é uma coisa. E trabalho de inteligência de informação vocêstambém têm no movimento social, todo mundo tem e a Polícia domundo inteiro tem inteligência.

Hoje, claro que mudou muito. Com isso eu concordo, atécerto ponto. Mas existe aquela sorrateira ditadura administrativa, que éa perseguição política e também a perseguição objetiva, que é omonitoramento de onde mora, etc., além de bater. E graças a Deus,coisa mais impressionante, eu tenho participado, sim, dos movimentos,mas, realmente, não compete ao meu coração pegar uma pedra e atirarnum ônibus, fazer essas coisas, porque não faz parte da minhaintegridade, não é meu objetivo.

Se existem lá dados do Ronaldo Benedet, que tem queter... Tem do governador, tem que ter do deputado, tem que saberquem é a pessoa, porque você tanto tem inteligência paradefender, como precisa saber para poder investigar. Esse é trabalhode Polícia do mundo inteiro. E você obter prova ilegal contrapessoa... nós, da Polícia, não temos nenhum processo contravocês. Eu não sei o que foi que aconteceu, porque nós não temosnenhuma investigação contra vocês, nenhuma, nada! O que existe éem função dos fatos que aconteceram naqueles dias, quando aPolícia prendeu, legal ou ilegalmente, e foram para a delegaciaquando foi aberto inquérito ou um termo circunstanciado, tudoprevisto no Código de Processo Penal e dentro da lei. Então, nãoexiste arapongagem contra ninguém.

Então, só quero deixar clara uma questão aqui. O senhorEliézio, que estava aqui e deu uma saída, que não conseguiu ouvir oresto do pessoal, quer uma mesa de negociação, e o governo e osecretário também querem, então eu acho que seria muito bom proporpara esses cidadãos, que são representantes do governo, que nãousem a truculência da Polícia de maneira pesada contra aqueles quepagam a comida, o salário e toda a estrutura. Tanto é que essegoverno está aí por causa dos impostos.

Então, eu espero que essa mesa de negociação, se é que vaiexistir, parta do princípio... Essa truculência de chegar, permitir... Osecretário disse que estava vendo pela televisão, que não tinha acessoe não podia ir lá. Tudo bem, secretário, concordo plenamente com osenhor, mas antes disso tem uma questão aí muito importante, que é aqualificação dos profissionais. Eles não podem pegar uma pessoaidosa, uma criança, como aconteceu em várias manifestações, umjornalista, um radialista, e bater, bater, bater! Como também váriasvezes aconteceu com o João, cinegrafista do SBT, a quem eu socorri, ea Polícia batendo, batendo, batendo!

Agora, se algum policial militar está lá no trabalho de P2,que é para acompanhar, saber onde vai, onde não vai, porque eletambém tem que se prevenir, tanto para se defender como paradefender a sociedade, porque se sabe que, de repente, numaturma de pessoas - e você mesmo falou -, chega um momento quenão tem liderança que domine uma turma, porque aquilo não é umaorganização militar, não tem disciplina formada. Então, a Políciatem que conhecer, e esse é o trabalho de inteligência.

Então, eu digo uma coisa: isso vocês sabiam, no mesmomomento ficaram sabendo. E o que tem que fazer? Dar curso, darqualificação para esse pessoal, porque isso não pode continuar. Vocêsquerem que mude? Então qualifiquem todo esse pessoal, e perdoem-me a expressão, alfabetizem todo esse pessoal, façam eles lerem aConstituição Federal, saber o que está acontecendo, e não dar umpasso maior que as pernas, denegrindo a imagem do Estado.

Agora, se tem um policial lá dentro que está instigandopessoas, fazendo provocações, vocês têm todo o direito (não têm odever porque vocês não são obrigados a fazer investigação deninguém) de mandar parar nós, para a Corregedoria, que não temnada a ver com a instituição, porque ela é da Secretaria daSegurança Pública - tem a da Polícia Militar e tem a minha, daSecretaria da Segurança Pública. Tem a Ouvidoria...

Agora vocês estão aqui para dar desculpas sobre a questão,mas isso está errado! Então vamos começar do zero. É negociação?Vamos negociar, então! Da parte de vocês, que não sejam truculentoscom o povo, inclusive com os radialistas, porque esse companheirocinegrafista não consegue nem se aposentar, e outros também queficaram até com traumatismo craniano. Por que eles apanharam daPolícia? Porque eles estavam filmando a Polícia batendo nos adoles-centes, aí a Polícia se invocou, foi lá, quebrou a máquina deles e bateuneles.

(O senhor Vinícius Puhl manifesta-se fora do microfone.Inaudível.)

Não, mas você tem alguma foto, nós vamos identificar.Tire uma foto, hoje todo mundo tem uma câmera no celular, oumáquina, ou filme... Se tiver alguém fazendo isso, eu recebo. Eutambém não posso criar uma arbitrariedade contra um policial.

Por isso eles precisam, sim, de um curso de qualificação, deum curso de Direitos Humanos! Eles precisam de uma chuva deeducação!

(O senhor Vinícius Puhl manifesta-se fora do microfone:“Mas eu fiz questão de gravar a foto de um sujeito que estava namanifestação e fui agredido! E posso lhe dizer que todo mundo, nasmanifestações, que tenta fazer o que o senhor está dizendo, éagredido.”)

Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Temos mais

algumas pessoas inscritas e o secretário pediu para falar, porque eleprecisa sair - talvez até volte depois. Ah, mas tem foto que você pode tirar de longe e o

camarada não tem condições de saber.(O senhor Charles Pires solicita ao secretário um minuto parafazer uma colocação, e o secretário concorda.) (O senhor Vinícius Puhl manifesta-se fora do microfone.

Inaudível.)O SR. CHARLES PIRES - Para mim, nesses 23 dias de greve,infelizmente, com algumas exceções - e aqui eu posso parabenizar aatitude que teve o comandante Schauffert quando eu o procurei -, aPolícia Militar foi usada para blindar o senhor prefeito Dário Berger, ohomem que estava aparecendo nas investigações da Moeda Verde eque ninguém poderia chegar até ele, inclusive para mostrar os númerosverdadeiros da prefeitura, dizer que tinha dinheiro e desmontar tudoaquilo que ele estava falando.

Mas tudo bem, e infelizmente isso existe, eu não vou dizerque não existe! O que eu vou fazer? Eu não posso acusar ninguémde um fato que não dá para comprovar.

(O senhor Vinícius Puhl manifesta-se fora do microfone: “Osenhor vai corroborar com isso, secretário? É imoral isso aí.”)

Mas eu não estou corroborando. Nós estamos falando oseguinte: o trabalho de inteligência...

O senhor mesmo disse que ordenou para que não nos pren-dessem na cela, que o tratamento dado a nós não fosse acriminalização. Foi ordenado dessa forma! Mas alguém, como o majorNewton, fez diferente, prestou esse serviço por ordem de alguém.Então, se a ordem do senhor foi outra, quem está dando a ordem naCapital para um major, como o major Newton? E que começa faltandocom a verdade, porque como foi passado há pouco - depois podemosreprisar -, disse que além do que foi feito, houve quebradeira comchutes e pontapés, que ninguém viu aqui, foi furado pneu de caminhãoda Comcap, e ela nem estava na greve, não existiu um único pneufurado, um único, e eu desafio aqui a provarem isso! Além disso,ele também colocou na entrevista que as viaturas e as ambulânciastinham sido proibidas...

(Manifestação da plenária fora do microfone. Inaudível.)Espera aí, ninguém está falando que ninguém pode

agredir ninguém (sic). Não pode! Nem policial, nem cidadão!Ninguém pode agredir o outro porque é crime. O P2, quando eleestá lá - e não se nega que ele possa estar -, é para fazer otrabalho de informação. Agora, alguém ir para lá, fazermanifestação e fazer... aí, sim, aí o cara já saiu do limite dotrabalho dele, que é de informação, que ele tem que prestar... Eoutra coisa: qualquer tipo de informação dentro da Polícia nãoserve, a não ser que você tenha uma prova da prática do crime. Sevocê não praticou nenhum crime, não vale nada! Ter umainformação sobre a pessoa, não vale nada!

Processo Informatizado de Editoração - C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o

32 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

Não pensem que aqui é como no tempo da ditadura, que teruma informação sem contestação, sem o contraditório vai valer paracondenar, para formar culpa. Não vale! Estamos aqui com o MinistérioPúblico e isso não vale nada.

Então, nessas coisas a gente tem que... Eu também nãoconhecia bem, mas fui estudar e aprendi. Eu sou o secretário daSegurança e tenho que conhecer. Então, quem não conhece que váestudar e ler! Não é só ter a sua opinião: porque eu acho um absurdo...Eu respeito a opinião, mas nós vamos fazer o que as normas internaci-onais orientam e não o que alguém acha que não deve ser feito. Não!No dia em que você for poder, deixa de fazer! Mude as leis, eu já disse.Mude as leis, candidate-se a deputado, o Brasil... O promotor disseaqui corretamente: nossa democracia é representativa. Então se elejadeputado, faça uma lei no Congresso e bote que pode isso, que podeaquilo e que pode aquilo outro. No Poder Público nós não podemosfazer nada a não ser o que a lei nos manda. A lei manda, nós temosque fazer. Essa, infelizmente, é a nossa condição - infelizmente oufelizmente.

Então, ninguém aqui pode ter recebido um processo. E outracoisa que foi dito aqui é que alguém recebeu um processo na véspera,insinuando... Não! Nós não vamos atrás... (Ininteligível)... a nossaresponsabilidade é até a hora que ele sai da delegacia. Depois, se elevai para frente, se ele vai para trás, se ficou parado, se alguém tocou,não fui eu, não fomos nós e não tem ninguém do governo que fariaisso, e falo em nome do governador Luiz Henrique. Pelo contrário!

E não aceito dizer que o governador Luiz Henrique não foidemocrático e botou a Polícia em cima dos estudantes. Nunca botou aPolícia em cima dos estudantes! O que aconteceu foi o fato ocorrido, eele não pode, como governador, proibir, porque senão ele vai serresponsabilizado pelo Ministério Público. Daqui a pouco ele estará aquipara guardar a lei! Podem dizer que o governador é omisso, que eledeixa acontecer, que está um quebra-quebra na cidade, uma confusão eque ele não age. Estamos aqui em partidos diferentes, PT e PMDB, ese o presidente da República não tomar atitudes, mesmo que ele nãoqueira - e o PT sempre teve uma ligação com o Movimento dos Sem-Terra... Mas ele é obrigado, por lei, a agir, senão ele perde o comandodo seu país. E assim é o governador.

Quanto ao que foi falado em relação à questão dos estudantes,nós não... A Polícia não anda atrás de perseguir estudante, tanto é queacaba o movimento e está pronto para nós, acabou. Graças a Deus acabaem um dia e não se... Teve uma vez que durou uma semana. Nós nãoqueremos, não andamos atrás de perseguir...

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Só deixe eu terminar, depois você fala.(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Não, meu querido, mas aí é uma questão local, você repre-

sente. O senhor represente, por favor! Faça uma representação quandoo senhor for perseguido e eu recebo.

O governador nunca mandou, em nenhuma vez, o coman-dante da Polícia reagir contra o movimento, quer seja dos estudantesou de qualquer outro. A Polícia é que tem a obrigação, com o seucomandante, no momento e agir.

(Manifestação fora do microfone: “Já fiz três repre-sentações.”)

Nós temos procurado preparar e fazer cursos de DireitosHumanos. E me perdoe quem não conhece - e eu respeito se a pessoanão conhece o assunto -, mas se é apedeuta no assunto segurança,que não emita muita informação. O cara querer dizer que é uma chargevocê comprar bala de borracha, munição não-letal e bomba de gáspimenta e não é direitos humanos? Então que me desculpe, mas nãoentende nada ou não fez curso - e eu o convido para fazer um curso naONU ou em qualquer lugar do mundo.

Ah, sim, mas não chegou em mim? Mande para mim que eufaço.

[Manifestação fora do microfone: “Eu não gostaria que osenhor fosse embora antes de eu falar.” (Inaudível.)]

Tá...[Manifestação fora do microfone: “Eu sou cidadão,

(ininteligível) funcionário público, como o senhor fala, então osenhor poderia ficar para me ouvir.”]Hoje nós temos e trabalhamos, felizmente, com armas não-le-

tais: bala de borracha, gás pimenta, bomba de efeito moral - que nãofaz nada, só barulho. E a gente tem a obrigação de usar isso, essa é anossa missão! E isso é direitos humanos, sim! Os cursos de DireitosHumanos feitos pela ONU são assim. E me desculpe - não sei se estáaqui a pessoa -, mas ele falou por ser apedeuta no assunto, por nãoconhecer.

Nossa Polícia: nós estamos começando a nossa Polícia,estamos procurando evoluir desde 2004, quando ocorreu o primeirofato - e até agora nós já evoluímos. Não havia diálogo, não haviaconversa... Ou vocês gostam de ser tratados de forma injusta?Existe diferença do que é hoje e do que existia antes.

Nós estamos procurando evoluir: no primeiro fato, quandovocês foram presos, eu não estava aqui e nós fomos conversando,melhorando, treinando, fomos criando uma cultura dentro da própriaestrutura da Polícia Militar e Civil, um tratamento diferenciado. Masnão pensem também que não tem pressão do outro lado! Nãopensem também que não existem reuniões como essa parapressionar a gente do outro lado! Vocês pensam que é fácil ficarentre a cruz e a espada, ficar entre a pedra e o mar?! Não é fácil!Não pensem que a pressão é só de vocês. É a pressão de queestamos deixando virar uma esculhambação, virar uma bagunça,que isso não é Estado democrático de Direito, que isso é umabagunça, uma desorganização, enfim.

[O coronel Eliézio Rodrigues manifesta-se fora do microfone:“Secretário, o senhor quer ver? Está sendo adquirida aquela pistola(inaudível), não é?”]

Claro! Nós temos que...(O senhor Vinícius Puhl manifesta-se fora do microfone: “Essa

pistola é um absurdo, é uma loucura!”)Calma, meu querido, espere aí um pouquinho, você não

conhece. Isso está aprovado pela ONU, por favor! O senhor prefere queo policial, num momento de ação, puxe uma arma letal e dê um tironuma pessoa?

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Não, pára! Por favor, não, espere aí, vocês não conhecem...

Olha, isso aí está sendo discutido no mundo inteiro, nós não vamosaqui, agora, discutir se essa arma... Se você tem a sua opinião, tudobem, eu respeito! Mas nós temos que seguir as normas de ação doDireito Internacional.

Então, voltando a falar em relação à questão do governador: ogovernador nunca mandou bater em estudante - eu não aceito esse tipode afirmação. Pelo contrário, ele tem sempre me elogiado nas atitudesde procurar conter e evitar confrontos. Não vamos dar aqui, porque eununca procurei fazer isso, uma conotação político-partidária paraprejudicar esse ou aquele. Se nós formos buscar isso, não vai ficar bompara ninguém. Não adianta a gente pensar e defender a democracia edepois ter idéias diferentes e defender outras questões que não sãodemocráticas, inclusive pessoas.

(O estudante Jean Fábio Nascimento manifesta-se fora domicrofone: “Do Ocidente, né, porque realmente é um absurdo isso.”)

Não, não. Escuta. Tudo bem, nós não temos nenhuma aquiainda em Santa Catarina. Eu quero dizer o seguinte...

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Não, espera só um minuto. É o seguinte: todas essas armas não-

letais... Ou você vai querer que a Polícia tenha, dentro da sua área... Primeiroque a Polícia tem que usar arma - não vai dizer que não vai usar; segundo, aPolícia procura usar uma arma não-letal e uma munição não-letal. Se bater,machuca e dói, mas não mata, não tira a vida da pessoa. O gás pimentanão faz nenhuma reação, a não ser fazer a pessoa chorar, fazer correrlágrima, o que tira a pessoa de ação naquele momento.

Nós nunca pedimos para ninguém usar de truculência,pelo contrário: se tem policial que ataca mais o negro, ou mais osestudantes, ou mais os movimentos sociais, ele faz à revelia,contrário ao nosso entendimento, ao nosso pensamento e à nossaorientação. Por isso eu preciso sempre receber a reclamação - oupor escrito ou de outra forma, mesmo que seja de forma apócrifa -para poder tomar alguma atitude.Agora, nós não podemos chegar a esse ponto de

estarmos aqui... Eu venho aqui para discutir de forma democrática,aberta e até para esclarecer as pessoas. Desculpem-me, masentão vocês vão na ONU e digam que ela está errada: pessoal,tivemos uma reunião na Assembléia Legislativa e lá foi decidido queestá tudo errado e que vocês, da ONU, não entendem nada! Queme desculpem, mas quem não conhece isso que não dê opinião,por favor! Que vá estudar primeiro... Eu aceito um debate comtécnicos aqui, se você tiver fundamento técnico para contestar armanão-letal, aí nós vamos discutir, eu aceito. No mais, nós vamosobedecer aos organismos internacionais democráticos do mundointeiro e às recomendações da ONU. É isso o que nós temos feito.

Quero dizer que essa questão do jornalista que foi agredidopela Polícia eu não conheço e também não recebi nada a respeito.Recebi, no dia do evento, um jornalista que foi até o comando daPolícia Militar mostrando que foi agredido por um manifestante - e nempor isso ele abriu inquérito e eu também não mandei, isso é problemadele!

[Manifestação fora do microfone: “Ele abriu, sim!(inaudível) mandado embora! Eu conheço ele.”]

Não, não, espere um pouquinho. O que veio comigo foiagredido por manifestantes.

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o - Processo Informatizado de Editoração

27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 33

Não, eu estou dizendo o que eu vi, meu querido! Você disse o quevocê viu, eu estou dizendo o que eu vi, só não me lembro se foi do SBT. Nãosei se ele fez algum procedimento jurídico ou não na delegacia.

Ah, reunião como esta foi na OAB, para a qual eu convideipessoas como vocês, e não foram! Estavam lá presentes o deputadoSoares, o coronel, estavam várias pessoas lá, entre elas as da Aprasce o deputado Soares, que foi o único que foi para discutir, poisqueríamos um entendimento. Lá recebemos a pressão de que não seadmitia mais o fechamento da cidade, que estava um abuso, tinhagente que tinha perdido médico, que quebrou não sei o quê... foi isso!Foi isso o que eu quis colocar. Está esclarecido ou não? E se tiver maisalguma, imprensa e tudo mais ou se eu me lembrar de mais alguma, eudigo.

O fato de terem colocado você... Quando eu recebi a notíciado que estava havendo aqui em Florianópolis, da sua prisão, eu estavaem Lages, no Comando Regional de Lages. O Vinícius me ligou, umamoça do Sintrasem falou comigo, e eu imediatamente liguei para odelegado. Ele me disse: o flagrante está feito, nós não podemos maistransformar em TC, há uma pressão muito grande em cima dessasituação, a Polícia Civil vai ficar numa situação constrangedora, já estáfeito o inquérito, o flagrante. Para quem conhece o processo penal, eleé dessa forma, e ele disse que somente o juiz poderia mudar.

Quanto à questão da cela dele, quando eu pedi, eu disse:“Deixem! Não o levem, não o mandem para o Estreito, no centro detriagem, o chamado cadeião. Não mandem!” Foi a minha ordem!“Coloquem ele numa sala de vocês; não vamos misturar presos, elesnão são pessoas que oferecem perigo. Não há problema de ordempública para o qual se tenha que algemar.” A algema é uma segurançapara o conduzido do local onde ele é preso até a delegacia. Lá dentro,eu pedi para colocar ele numa sala, sentado, esperando. Ele estavanum ambiente da Polícia. Foi a minha colocação, para esperar umaordem judicial, porque nem o governador do Estado, nem o presidenteda República poderiam mais mandar soltá-los. Só uma ordem judicial,porque o inquérito policial... o processo penal é assim. E assim foifeito, o advogado de vocês foi lá e obteve êxito. Não sei a que horasvocês foram soltos, mas... (Manifestação fora do microfone. Inaudível.)É, mas às 20h é que eu recebi a informação que vocês tinham sidosoltos, felizmente. Pronto! Aconteceu! E eu digo que isso é ademocracia. Quando você recebe e a democracia é obedecida, as leissão obedecidas, o fato de alguém ser preso legal ou ilegalmente nãofere a democracia, porque o processo democrático foi respeitado. Equando há uma ação da Polícia, o policial age no sentimento de queaquilo está perturbando a ordem pública.

(Manifestação fora do microfone: “Pressão política, secretá-rio?”)

Não, não... Pressão em cima dos policiais ou de seja lá quemfor. Ele não me disse quem foi! Disse: Ó, está aqui uma pressão emcima de nós...

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Só um pouquinho, deixa eu terminar, deixa eu terminar.[Manifestação fora do microfone: “O senhor, constantemente,

coloca que existe pressão do outro lado (inaudível).”](Manifestação fora do microfone: Quem foi? Foi o Dário

Berger?”)Não, não, não. Eu não posso falar o que não é verdade.

Eu não recebi pressão, eu estou dizendo que...(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Meu querido... O outro lado é o seguinte... Eu vou dizer: o

outro lado de repressão em relação a fechamento de ponte, emrelação a fechamento de rua, é a imprensa, a própria imprensa! Eurecebi do Ministério Público, do senhor Alexandre, umarecomendação, sob pena de processo civil e criminal contra mim econtra o comandante... Ou não foi, comandante?

Quando eu disse aqui, e fui contestado pelo ilustre repre-sentante da OAB que disse que não tem que ter um limite,desculpe-me, mas tudo na vida tem um limite! Se não fosse assim,não existiria o Direito, que é feito para limitar as pessoas, porqueno convívio social existe o que está escrito dentro de todos osestudos do fundamento da origem do Estado. É assim! Todas aspessoas têm que ter limites! Todas! Por isso que existe a lei, poissenão ela não precisaria existir. E a democracia estabelece limitepara todas as pessoas, para todas as ações.

[Manifestação fora do microfone: “Mas a pressão para memanter preso por (inaudível) não foi da imprensa!”)

Não, não, não. Escute, escute só um pouquinho.(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Deixe eu me manifestar, aí eu vou dizer. O que o delegado me

disse foi: eu estou recebendo pressão. Mas ele não me disse de quem!(Manifestação fora do microfone: “O senhor não

perguntou de quem?!”) (O senhor Francisco Emmanuel Campos Ferreiramanifesta-se fora do microfone. Inaudível.)Não perguntei! Ele me disse: estou recebendo pressão...

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.) Desculpe-me se eu entendi...Mas minha gente, espere um pouquinho! Eu não estou

num tribunal de inquisição, vocês me perdoem! Eu não sou acusadoaqui! Vocês querem me colocar num tribunal de inquisição dizendoque eu teria que ter perguntado... Vocês não estavam lá e eu nãoestava lá. Ele disse: secretário, nós estamos aqui sob pressão, jáfoi...

(O senhor Francisco Emmanuel Campos Ferreiramanifesta-se fora do microfone. Inaudível.)

Eu entendi assim. Desculpe se eu...(O senhor Francisco Emannuel Campos Ferreira manifesta-

se fora do microfone: “Só quis estabelecer limites para asmanifestações. Foi isso o que eu disse.”)

(Manifestação fora do microfone: “Mas é meioestranho...”)

Não, eu não falei isso![O senhor Francisco Emannuel Campos Ferreira manifesta-

se fora do microfone: “Nos locais para as (inaudível).”](Manifestação fora do microfone: “Se o senhor recebeuum telefonema, sabe quem estava falando.”) Não, não. Desculpe, eu não falei isso! O único lugar limite

que eu disse, digo, reafirmo e peço, é que não se faça mais emcima da ponte.

Eu recebi um telefonema dele, meu querido!(Manifestação fora do microfone: “Tá, mas se o senhor

recebeu um telefonema dele vai perguntar quem é que...”) [Manifestação fora do microfone: “Mas o senhor falou,sim! (Inaudível.)”]Eu recebi o telefonema dele, liguei para um delegado... Eu

estou lhe contando o fato como foi. Você me desculpe, mas eu nãovou falar o que não existiu! Não pensem que vocês vão mepressionar aqui para eu dizer o que não existiu! Eu não vou inventarcoisas! Eu estou dizendo, ipsis litteris, o que aconteceu. Odelegado disse: secretário, eu recebi pressão, foi aberto uminquérito policial... foi lavrado um flagrante pela prática desse,desse e desse crime. E eu disse para ele - melhor seria eu nem teratendido ao telefonema dele, pelo que estou sentindo aqui, porqueno fim eu recebo uma pressão como se o inquisitado (sic) fosse eu!

Tudo bem! Se eu falei, então eu vou explicar.(O deputado Pedro Uczai manifesta-se fora do microfone: “O

senhor falou várias vezes em conseguir uma lei, o que pode e o quenão pode.”.)

Ah, vou explicar: uma lei, o que pode e o que não pode e eureafirmo.

(Manifestação fora do microfone: Brasília está fazendo! OLula está fazendo!)

Ora, Brasília já está fazendo! Nos Estados Unidos existe umlimite![O senhor Charles Pires manifesta-se fora do microfone:

“Não, não, secretário! Eu queria era que o senhor pedisse(inaudível) para saber de quem é (inaudível) .”]

(Manifestação fora do microfone: “Os Estados Unidos nãosão exemplo de democracia!”)

Não, mas tudo bem... Aí é uma visão...Não, não. Mas só se eu pedir outro dia, no dia eu não pedi,meu querido! E aí? (Manifestações simultâneas ininteligíveis.)

Tudo bem, cada um entende como quiser, né? Mas sóquero dizer o seguinte: se vocês acham que tem que ficar sem lei,fica assim, cada um entende o que acha que deve ser. Eu entendoque não e acho que num regime democrático tem que estarestabelecido em lei. Ó, foi estabelecido em lei que a manifestaçãoé livre e que se faz em qualquer lugar. Ué, se se faz em qualquerlugar, nós vamos... E o limite qual é? Não tem limite, faz-se comoquer. Nós nem vamos mais lá! A Polícia nem vai mais! Para nós éum favor, se vocês querem saber.

(O senhor Charles Pires manifesta-se fora do microfone.Inaudível.)

Mas eu não tenho isso, não posso te dizer! Vou inventar,agora? Eu vou acusar? Vocês querem que eu diga o nome dealguém? Escrevam os nomes que eu... Vocês querem induzir o queeu vou dizer? Eu não posso, eu também sou advogado! Eu conheçotambém as...

[Manifestação fora do microfone: “O senhor falou emreuniões como esta. De maneira nenhuma (inaudível).”]

Processo Informatizado de Editoração - C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o

34 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

E me desculpem, porque eu não quis estabelecer locais. Se alei quiser estabelecer locais, que estabeleça! Agora, se não quiserestabelecer, para mim está bem. Tem que estabelecer uma regra doque pode em manifestação e o que a Polícia tem que contar comoordem pública. Se a manifestação trancar toda a cidade e a Polícia nãopuder agir, porque isso não fere a ordem pública, para nós está bom.Não sei... quem é advogado acho que está me entendendo, e eu achoque me fiz entender para o representante da OAB agora.

O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) - Omajor Newton é um oficial da Polícia Militar, tem um comandantesuperior, que é o comandante do CPMetro, e acima de tudo tem ocomandante-geral da Polícia Militar, que está aqui.

Em relação ao major Newton, se alguém tiver... eu não recebinenhuma. Como secretário eu não vou... eu não tenho ingerência lá.

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Tenho que receber, sim. Eu não vou fazer uma punição contra

alguém se... Eu estou recebendo aqui, agora, sem ser oficialmente.Eu não estabeleci, não falei aqui em locais; eu falei em umalei que diga como pode ser feito, como pode e de que forma pode. Sedisser que não tem limite, tem que estar estabelecido que não temlimite, que a Polícia não pode agir contra os manifestantes, não podenem chegar perto... para mim está bom. Se tiver um ditame legal, émelhor, porque senão fica assim: a Polícia age, e no seu conceitohistórico de ordem pública é não deixar em determinadasmanifestações quebrarem, destruírem coisas. Se disserem que podequebrar, não tem problema... Agora, está escrito na lei que quebrarpatrimônio é crime. E aí? A Polícia não vai se manifestar, não vai agir?

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Escutem, vou perguntar ao comandante, pois para mim não

chegou nada!(O senhor Paulo Minardi manifesta-se fora do microfone.

Inaudível.)Eu ouvi agora, mas eu quero saber se o comandante

recebeu alguma coisa por escrito, para saber se o procedimento vaiser feito ou não, porque ele tem que receber alguma coisa!

O SR. ELIÉZIO RODRIGUES - Recebi da Assembléia e já foideterminada a abertura de Inquérito Policial Militar pelaCorregedoria.

Não estamos aqui para fazer dialética, não estamos aqui sópara ter conceitos ideológicos, cada um entenda como... não podemosentender só à luz da nossa visão ideológica. Estamos aqui para discutiro que é a lei, a lei está aí. Tem muita coisa na lei com a qual eu nãoconcordo, mas sou obrigado a cumprir o que está escrito, não é assim?

O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -Pronto, está aí! Eu não sabia!

O SR. ELIÉZIO RODRIGUES - Por isso que talvez sedeixássemos um pouquinho alguma situação de lado eprestássemos atenção... Eu já havia dito anteriormente que haviadeterminado a abertura do IPM e solicitei que alguémacompanhasse.

[O senhor Romário da Silva manifesta-se fora do microfone:“A lei diz que todo cidadão tem direito a se manifestar (inaudível).”]

Certo. Mas vou fazer uma pergunta para saber qual asolução que você nos dá? Alguém que se manifesta em praçapública, tranca uma rodovia e um outro cidadão quer passar. Qual odireito que atendo: o de quem quer passar ou o de quem quer semanifestar?

O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -E eu não recebi, e a minha resposta? Eu tenho que receber, comoé que vou abrir um inquérito contra alguém só porque eu ouvi falaraqui hoje, nem cheguei na secretaria; um procedimento só porquese falou, porque se fez...

[O senhor Romário da Silva manifesta-se fora domicrofone: “(inaudível) companheiros da Aprasc, mas a própriaAprasc também (inaudível) fecharam a ponte Colombo Sales e aPolícia também não fez nada!] Você acabou de dizer, esses elementos, compondo uma

reclamação, uma denúncia contra ele, vão ser apurados.(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)O SR. CHARLES PIRES - Secretário, o senhor, como

secretário de Estado, o que acha do major Newton, que vai para aimprensa, antes, inclusive e com certeza, de poder ter o aval docomandante Eliézio, que não deveria ter, fazer falas daquele tipo?Eu vou citar outras, porque há outras ali.

Não, não, espera um pouquinho! Nós estamos indo parauma conversa...

O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Só umpouquinho, secretário!

O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -Que era esse debate que tinha que ter. Eu preciso saber o nossolimite, senão continuam os conceitos tradicionais.

Durante o movimento de greve dos trabalhadores do trans-porte, ele considerou, antes de qualquer juiz julgar - queria aqui atéchamar a atenção do Ministério Público -, a greve ilegal, pois ele foipara a mídia dizer que a greve era ilegal, como disse da nossatambém. A greve não foi decretada ilegal e ele vai para a mídiadecretando a ilegalidade da greve. Então ele faz um juízo.

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)O comandante está aqui, o comandante chama-se coronel

Eliézio.(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

Eu queria ouvir do senhor o que acha disso, por que comoé que um comandante da Polícia Militar sai na contramão do que aPolícia deveria fazer, chamando-me de bandido, de criminoso,fazendo juízo de valores?

Não, não, me perdoe! O prefeito não comanda a PolíciaMilitar!

(Manifestações simultâneas fora do microfone. Inaudível.)(Manifestação fora do microfone: “O cargo de comandante

que o major Newton ocupa...”) O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -Já vou lhe dizer. No dia em que aconteceu um fato na ponte, foi osargento Soares que pediu a nossa intervenção, vendomanifestações como essa e havendo em seguida o fato do passelivre, eu pedi ao coronel Eliézio que somente o coronel Schauffertemitisse opiniões sobre o fato e proibisse outros de o fazerem. Nãosei se foi a posteriori... e naquele dia, sobre aquele fato.

O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Pessoal, éimportante falar no microfone, porque senão não fica gravada aaudiência.

O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -Mas eu fiz uma pergunta para vocês me ajudar e e você não quisresponder. Como é que eu faço...

Só que eu quero dizer o seguinte: o secretário não éonipresente, minha gente! Vocês têm que entender. E segundo queisso aqui não é um tribunal de inquisição contra mim; vocês nãovão fazer eu me colocar nessa condição. Eu não vou pagar ospecados do mundo e de todo mundo que age.

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Qual é a pergunta que eu não respondi?O SR. CHARLES PIRES - Secretário, a pergunta é: se o

cargo de comandante que o major Newton ocupa, que inclusive jáfoi aqui questionado pelo Sargento Soares...

Eu ajo segundo representações. Se alguém me fizer umarepresentação oficial, como fizeram contra o major Newton, ostrâmites legais serão tomados contra ele. Eu não recebi nada atéhoje, só conversa, só fala: ele falou isso, ele falou aquilo, ele falaassim, ele fala assado. Eu tenho que receber uma representaçãocontra a pessoa, aí eu posso agir! Vocês me entenderam? Se ainteligência falou que os estudantes estão se preparando, estãofazendo tal coisa, eu vou mandar abrir um inquérito de ouvir falar?Não vou! Eu não posso fazer isso, minha gente, não é assim! OEstado democrático de Direito que vocês querem é para os doislados. Quando nós lutamos pela anistia, aqueles que torturaramtambém foram anistiados, infelizmente.

(O comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina,coronel Eliézio Rodrigues, manifesta-se fora do microfone “O cargoé meu!”)

O cargo é do senhor!O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) - É

do comandante!O SR. CHARLES PIRES - Então ele está respondendo pelo

seu comandante Eliézio?O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -

O comandante vai responder isso!O SR. CHARLES PIRES - Porque tudo o que ele fez... Eu

queria o seu parecer, inclusive. Eu queria que o senhor falassesobre... Está gravado, já passaram as gravações, não é montagem,está ali, ao vivo, para poder mostrar. Eu queria saber, baseadonaquilo, qual é posição do senhor quanto ao que o major NewtonRamlow vem fazendo na nossa cidade? Os posicionamentos, tudo oque ele tem respondido.

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Só um

pouquinho pessoal, vamos tocar para frente o debate. Nósqueríamos ver se o secretário...

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o - Processo Informatizado de Editoração

27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 35

Essa é uma questão de encaminhamento que precisamosver depois. Mas nós temos mais pessoas inscritas e estamosesgotando o nosso horário para o debate.

Daí, sim, quem sabe com essa postura é mostrada acriminalização dos movimentos, das lideranças, porque prendem aslideranças e o líder não fez nada, ele nem estava lá! As imagensnão o mostram ao lado do vidro, mas eles prendem o líder! Se tinhaalguém lá, era uma mulher ao lado do vidro; eram as mulheres queestavam lá. Ele não estava e foi preso. Por quê? Por que é o líder?Por que é o presidente do sindicato?! Por que o presidente dosindicato foi preso? Por que derrubou os vidros? Não foi ele, nemas imagens mostram que foi ele! Ele estava longe de lá!

Com a palavra o deputado Pedro Uczai.O SR. DEPUTADO PEDRO UCZAI - Eu acho que de todas as

conversas, de todas as falas, as diferentes posições têm de serrespeitadas. Agora, secretário, quero aqui também manifestar aminha posição pessoal.

Um policial que defende o Estado de Direto ou a ordempública, porque interpretou e tomou determinada ação, no caso dodia do cidadão, já é questionável, porque não foram os própriosfuncionários que fizeram. Mas vamos trabalhar com a hipótese deque eles fizeram; vamos trabalhar com a hipótese de que o Charles,que foi preso, fez, derrubou e quebrou o vidro, mesmo assim sepermite que um militar diga que ele é bandido, que é um bando demarginal, que é de forma animal, criminoso? Quem é o militar paradizer isso?! Quem é o militar para dizer isso?!

Então é o segundo ato: prendem quem é o líder. Comocom o Marcelo, no movimento estudantil. Chego à tarde lá e dizem:não, se o Marcelo vir, vai ser preso! Mas como a Polícia diz que vaiprender o guri antes?

Então, para mim, a questão central desta audiênciapública é ver se terá ou não punição. E aí não somos nós quevamos julgá-lo, porque nós queremos manter o Estado de Direito,que é ser julgado pela instância definida legalmente. Mas nóstemos que acompanhar esse processo administrativo que o Eliéziojá colocou à disposição.

Como o secretário está dizendo aqui, tem que formalizaras coisas para punir ou julgar se deve ou não ser condenado; ecomo é que o comandante condena os meninos, antes de seremjulgados?

Presidente Dirceu Dresch, eu faço questão também dedizer, de fazer o registro público aqui, que como intermediadorsempre fui muito bem atendido pelo secretário, ou através dasligações telefônicas ou do tratamento cordial a nós dispensado nasdiscussões com os meninos, assim como também por parte da suaassessoria, quando não consegui falar diretamente com osecretário por ele estar em Lages. Faço esse registro público,porque seria desonesto da minha parte dizer que o secretário nãonos atendeu bem, mas não dá para abstrair esses acontecimentose esses fatos ocorridos.

(O secretário Ronaldo Benedet manifesta-se fora do micro-fone: “Quem tem que responder é ele, não sou eu!”)

Então, o questionamento para ti, como secretário, é: quala conseqüência? Se vai ter punição para um comandante desse ounão? E aí os questionamentos vários! Se esse inquérito... E querocolocar como um dos encaminhamentos desta audiência,presidente deputado Dirceu, que a Comissão de Segurança Públicae a Promotoria Pública acompanhem esse processo, esse inquérito,para que haja independência e soberania, porque eu nunca vi...Aqui está o promotor e outras pessoas que fizeram Direito e aprópria fala do secretário aqui: como é que eu condeno se não veionenhum processo! Mas como é que esse que prende o menino jádiz que ele é bandido?! Quem é o militar para dizer que o jovem ébandido? Quem é o militar?!

(O senhor Paulo Minardi, manifestando-se fora domicrofone, pede debate público sobre as armas.)

O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Pessoal,tem gente inscrita...

(O senhor Paulo Minardi continua se manifestando fora domicrofone. Inaudível.)

É isso que está extrapolando qualquer ação de(ininteligível) do Estado! Eu quero concordar com o promotor eparabenizá-lo pela sua posição: extrapolou tudo que é autoridade, emesmo que tivessem quebrado o vidro, o que não aconteceu! Estãoaí as provas que não teve... Em 2007 a Polícia Militar nãoconseguiu mostrar uma imagem sequer de que foram os servidoresque fizeram isso, que quebraram o vidro. Portanto, não tem nemprova na Polícia Militar que foram os meninos que fizeram! Portanto,esse é o pressuposto!

O SR. DEPUTADO PEDRO UCZAI - Mas podemos fazer oencaminhamento depois.

O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Osecretário já me pediu a palavra antes, porque ele precisa irembora, depois de atender ao nosso pedido para estar aqui nestaaudiência pública.

Antes, porém, gostaríamos de reafirmar a proposta dodeputado Pedro no sentido de que essas coisas que vêmacontecendo precisam ter uma investigação por parte da Secretaria,precisa acompanhar mais de perto, porque as provas estão aí e aSecretaria pode trabalhar com essas provas. Então, agradecemosao secretário.

A segunda questão é que mesmo que tivessem, nunca ummajor que comanda uma ação vai dizer que o cara é bandido, que émarginal, que age como um animal, que é criminoso! Como épossível dar entrevista na rádio! Parece um pavão, tal a arrogância(palmas)! A impunidade chega a tal que condena, prende e coloca ocara na cadeia - e ainda bem que o secretário foi lá e agiu, porquesenão ia para o cadeião também -, e diz na rádio que o cara ébandido! Então, que Estado de Direito é esse?

O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -Gostaria de fazer um pedido à Comissão do Parlamentocatarinense: como existem essas conclusões, que tirem uma ata daComissão, desta audiência, encaminhando para mim, por favor, aconclusão desse pedido de abertura de inquérito. Estou àdisposição.É isso o que está me indignando. É isso o que me

indignou em todo esse processo. Tem abuso em alguma coisa?Mas extrapolou tudo que é abuso! A arrogância, a prepotênciaou a impunidade... Para mim, o encaminhamento fundamentalnesta audiência pública é se vai continuar impune ou não, seterá conseqüência, se continuará major, se continuarácomandando. Mantém-se, o que até agora está impune! Claro,pelo Estado de Direito, como o Eliézio está dizendo, tem queprocessar, tem que fazer inquérito. Então, o que serve paravocês tem que servir para todo mundo! Não condenem osmeninos antes do tempo! O que se está argumentando para si,para a defesa do major, ele próprio condenou os meninos antesdo julgamento (sic).

O SR. JAIR BATISTA RAMOS - Senhor secretário, pediria agentileza, por favor, de nos conceder mais alguns minutinhos,porque temos uma questão pendente há mais de um ano e meio e,por isso, carecemos de uma resposta da Segurança Pública, e osenhor é citado diretamente. Portanto, peço a gentileza nessaquestão.

No dia 16 de fevereiro do ano passado, com certeza é doseu conhecimento, fomos atacados no terminal Ticen (sempre é onosso local de reuniões) por uma gangue de segurança privada queapareceu lá do nada e nos atacou, mas a Polícia protegeu os carasnaquele momento. Temos fotos, dossiês, denúncias no MinistérioPúblico, na Segurança Pública, inclusive o senhor tem um CD - pelomenos foi encaminhado para o senhor - sobre esse ato. Comcerteza o senhor tem essas imagens ali do Ticen, porque como onosso comandante apresentou aqui as imagens de todos aquelesatos, muitas delas aéreas, com certeza o senhor também temessas imagens que mostram claramente a ação da Políciaprotegendo os caras, em torno de quinze, dezesseis segurançasprivados contratados para inclusive nos agredir, levei um soco deum deles, e claramente mostrou a ação deles ali, foramcontratados para fazer isso. Mas até agora não temos nenhumaresposta clara sobre isso.

Para mim essa é a questão central do Estado de Direito!Para mim este é o eixo da audiência pública! O resto é detalhe, éfalácia, é conversa! Então, é uma ação de coerência com o próprioEstado de Direito. Para mim, o encaminhamento central que temosque tirar aqui da audiência pública é acompanhar e ver se oinquérito será feito, se terá transparência, independência,soberania, e ver se esse tipo de postura é legitimado pelo Estado, élegitimado pela Segurança Pública ou não. Então, não somos nósaqui que vamos julgá-lo e eu não vou julgá-lo. O que estou dizendoé que ele já julgou os meninos, e não se consegue nem esconderisso, porque está registrado nas falas dele. Para mim essa é aquestão central.

O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -O senhor encaminhou para mim por escrito?

Processo Informatizado de Editoração - C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o

36 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

O SR. JAIR BATISTA RAMOS - Com certeza. Foi feita umaaudiência pública no ano passado, na qual estiveram presentesvárias autoridades, como o Ministério Público, a OAB, e esteve aquio senhor Cleto Navágio de Oliveira, que é ouvidor da SegurançaPública, e aqui na audiência ele falou que entregou nas suas mãoso CD, em uma reunião lá da Ouvidoria da Segurança Pública deSanta Catarina, com o dossiê, com todo o ato.

Comandante Eliézio, o meu pai foi capitão da Polícia Militar,então eu conheço os dois lados. Ele deve ter servido com o senhor;hoje ele é falecido.

Falando do comandante Nilton, ele devia mudar o nome delepara comandante Robert, porque ele só quer aparecer em jornal, emtelevisão.

Sobre o ataque da Polícia em relação aos movimentossociais, eu nem estava perto no dia que aconteceu o movimento deles.Eu conheço todos eles, todos que estavam lá. Estava no terminal deônibus conversando com os meus amigos, tinha acabado de sair daassembléia, quando apareceu um carro do Bope (Batalhão deOperações Especiais), que tenho o número. Eles chegaram comescopeta, mandaram cinco jovens encostar... Nós já estávamosencostados, conversando, e se eu não puder mais ficar no terminalpara pegar o meu ônibus, o que vou fazer? Vou a pé? Mas eu nem fuifazer nada, nem denunciei, sabem por quê? Porque eu sei que nãoadianta. A Ouvidoria da Polícia é surda. É uma Ouvidoria surda.

O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -Vai ficar aqui o meu assessor, o Elizeu, que vai pegar isso comvocê e levar ao doutor Cleto para que possamos rever onde estáesse processo (ininteligível).

O SR. JAIR BATISTA RAMOS - Inclusive o MinistérioPúblico, através da doutora Sônia Piardi, instaurou um inquérito....

O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -Então já está instaurado.

O SR. JAIR BATISTA RAMOS - Sim, mas instaurou uminquérito para apurar e até agora não temos uma resposta após umano e meio.

Outra coisa: como vocês sabem que uma pessoa é suspeita?O senhor falou que, nos morros, 99% da população é do bem, e quemvocês tiram para o mal se quando chegam lá vocês vão tirando todomundo pra bandido? Eu já fui parado cinco vezes pelo meu modo devestir, mas nunca fumei nenhum cigarro, nunca bebi para ficar bêbadoe fazer alguma coisa errada. Mas já teve policial de vocês que falou quequeria me dar um tiro na cara, que disse que eu estava drogado. Eu jávi policiais da corporação de vocês pegar um garoto que estavaandando na praça Tancredo Neves; mandaram ele parar para cheirar amão dele e ver se ele estava fumando maconha. E o usuário não écriminoso.

O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -Vamos acompanhar, mas já está instaurado. Eu pensei que nãohavia sido instaurado.

O SR. JAIR BATISTA RAMOS - Foi instaurado inquérito noMinistério Público e estamos aguardando essa posição.

O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) -Então, a nossa ação acaba ali. Aberto o inquérito, nós já não temosmais o que fazer. Agora é o Poder Judiciário, porque a nossa parte estáfeita. Nós temos policiais que eu acho que fizeram curso de advo-

gado para serem policiais, promotores e juízes: eles prendem, julgam eexecutam. Está errado. Está totalmente errado!

O SR. JAIR BATISTA RAMOS - Tudo bem, secretário.O SR. SECRETÁRIO DE ESTADO RONALDO BENEDET (SC) - Até

logo para vocês e muito obrigado. Eu acho que não adianta. O secretário aqui falou que tem quedenunciar, porque as coisas têm que chegar para ele e não chegam. NoCarnaval, uma menina tinha acabado de ser eleita Rainha do Carnaval,estava na lanchonete comemorando a vitória dela quando chegaramtrês viaturas (acho que até mais), e os policiais mandaram todo mundopra parede, pra revistar. Por quê? Então não é preconceituosa aPolícia? Por que não foram lá no El Divino fazer a mesma coisa? Porque não foram? Me explica, comandante!

(O secretário Ronaldo Benedet se retira do recinto.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Agradecemos

ao secretário e vamos ouvir o restante das falas.Temos inscrito o André Costa, a quem concedemos a palavra.

Por favor, sejam breves, porque a nossa sala já está esvaziando;tínhamos combinado até as 17h30min e estamos passando do nossohorário.

O SR. ANDRÉ COSTA - Só para contribuir um pouco com odebate no que tange à discussão da segurança pública.

Eu estou falando aqui e fui sustentado por um capitão daPolícia Militar, com muita honra. Meu pai nunca me bateu, era policialmilitar e nunca me bateu, porque eu nunca dei motivo. Por que entãovocês, como policiais, acham que podem me bater ou me prender semter uma prova?

É uma pena que o secretário não esteja mais aqui, mas agente escutou muito de todos os membros da mesa essa questão daordem pública. E eu ficava refletindo: ordem de quem? Essa ordempública, esse valor tão propagado aqui... Acho que é um questiona-mento a todos da mesa, em especial ao deputado Sargento Soares,que faz parte ainda da corporação e provavelmente por ser um oficial jápassou pelo doutrinamento ou pela qualificação profissional que aAcademia da Polícia Militar coloca, e que de fato a gente acredita quetenha uma consciência de classe muito bem alinhada.

O cara me mandou ficar de costas depois de ter me revis-tado, me mandou continuar como estava, como se eu não tivessedireito, depois de ele ter me revistado, de sair e ir embora. Era umdireito dele me revistar, mas eu não sei por que no terminal. Lá passammilhares de pessoas, por que não revistaram todo mundo? Qual era odireito dele de me revistar, qual era a denúncia dele, comandante? Euquero saber o que a Polícia faz, como ela julga a pessoa para dizer queela é suspeita. É a cor, o modo de me vestir? Eu quero uma resposta,comandante! Eu quero uma resposta! Qual é?

Então, que contradição é essa, que ordem pública é essadefendida pela Academia da Polícia Militar e pela instituição, que é umvalor tão caro de ser preservado?

O segundo questionamento à mesa, em especial aocomandante Eliézio, é sobre a questão do corporativismo dentro daCorregedoria da Polícia Militar. Gostaria de saber se o comandanteEliézio e os membros da mesa acreditam, de fato, que essesprocessos instaurados, derivados do abuso da força militar não sóem manifestações públicas, mas em atos como o companheiro doHip-Hop coloca, que diariamente acontece nos morros, e a gentepresencia no Rio de Janeiro e em outras cidades a história docaveirão, das blitzen policiais e todas essas questões que foramcolocadas. A letra de uma música do conjunto O Rappa dizque”todo camburão tem um pouco de navio negreiro”, então,investigar se essas denúncias que derivam do abuso da forçapolicial de fato implicam afastamentos e se esses instrumentosfuncionam.

E sabem o que ele fez ainda? Disse: pode pegar a carteira deidentidade dele e puxa a ficha que ele deve ter alguma coisa. Eu falei:pega que vai ver que não tem nada! Eu ri da cara dele, porque eu nãotenho nada, não devo nada, como várias pessoas aqui não devem.Várias pessoas aqui não devem, e eles tratam da mesma maneira,entendeu?

Então, sabem o que tem que fazer? Tem que começar a fazerum curso com os policiais para eles mesmos saberem seus direitos edeveres. E não só com eles, acho que até que com os cachorros,porque até os cachorros da Polícia são racistas, Pedro. Vou até contar,porque foi engraçado. Uma vez eu fui ver uma operação da Políciacontra drogas, eles botaram um cachorro dentro do ônibus pra ver setinha droga ali, e eu cheguei perto. O cachorro desgraçado virou e veiocheirar o meu bolso! (Risos.) Aí os policiais todos me olharam, e eudisse: “Não, eu não tenho nada!” (Risos.) Eles já ensinam o cachorro:“Ó, primeiro, antes da mala, vai no negro ali, ele é mais suspeito que amala!” (Risos.)

Por último, acho que o princípio da democracia é que nãoexiste direito nenhum, vitória nenhuma. O avanço da democracia é semluta. O que falta em Santa Catarina é mais povo nas ruas, mais espaçopara manifestações, e não lei que venha regulamentar ou normatizarcomo o cidadão catarinense vai ter poder ou espaço para se manifes-tar. Muito pelo contrário! Eu acho que está faltando praça, estáfaltando via pública, está faltando transporte coletivo, para se termenos carros nas ruas e a gente poder trancar mais vias, para que osdireitos do cidadão catarinense possam ser preservados eaperfeiçoados.

É triste, comandante, é triste pra caramba.Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Com a palavra

o Márcio Bittencourt, presidente do Sintrasem.O SR. MÁRCIO BITTENCOURT - Boa-tarde a todos os compa-

nheiros que estão aqui, aos componentes da mesa, ao comandanteEliézio, que a gente teve oportunidade de conhecer já na greve daComcap, em 1999. O comandante não se lembra, mas a gente selembra. Havia 120 PMs na porta da Comcap e PMs fardados dentro dasviaturas da Comcap para dirigir o caminhão, o que é ilegal, caminhão delixo tem que ser dirigido por pessoa habilitada. Mas a Polícia sesujeitou a isso e entrou no caminhão de lixo, para fazer coleta de lixo,eu acho, né, coronel? Não sei.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Com a palavra

o Jean, do Movimento Negro Unificado Hip-Hop.O ESTUDANTE JEAN FÁBIO NASCIMENTO - Com todo respeito,

é legal estar aqui e saber que eu vou poder falar e não vou serreprimido.

C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o - Processo Informatizado de Editoração

27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 37

Eu sou motorista da coleta de lixo há quinze anos, daComcap, e atualmente sou presidente do Sindicato. Quero crer,coronel, que essa atitude tenha sido isolada, pois eu acredito que nãoseja esse o seu comportamento, mas foi o comportamento do coronelna ocasião dos eventos da Comcap, nas greves. Quero crer que é umaatitude isolada, e tem nome: major Newton. Não adianta a gente quereraqui dourar a pílula porque tem nome, e, além do major Newton, tem otenente Silveira, que me empurrou de costas, numa atitude covarde.

Para quem fala sobre Estado democrático de Direito, eu achobom lembrar o seguinte: nós não temos só três Poderes - Legislativo,Executivo e Judiciário. Enquanto não enfrentarmos o poder paralelo,não vamos conseguir fazer um Estado democrático de Direito. E o que éesse poder paralelo? São justamente essas pessoas que não têmnome mas que comandam, que dão ordens, que controlam, quecriminalizam e fazem o que querem.

Então, enquanto não enfrentarmos esse quarto poder parale-lo, ninguém vai conseguir instituir o Estado democrático de Direito.Eu me apresentei como presidente do Sindicato para tentar

negociar (e a gente já teve oportunidade de fazer isso com o coronelEliézio) a soltura do companheiro Charles, e foi dada voz de prisão paramim também. Além de me empurrar contra os vidros, que eu poderia terme cortado, me pisado, o tenente Silveira não teve a honra de cumprirou negociar. Ou isso é falta de treinamento? Acho que não, porque emnível de Brasil o treinamento da academia é bom.

Essa discussão do legal e legítimo também é importante. Vero nosso secretário de Estado da Segurança ficar defendendo olegalismo para poder agir... A gente sabe que nem tudo que é legal élegítimo e que nem tudo que é legítimo é legal, então, ficar dizendo quesó vai agir se chegar requerimento, que só vai enfrentar quando vierrequerimento é um legalismo barato, porque ele está vendo o caos queestá o Estado e não está fazendo nada.Ali era uma ação organizada, e daí tem nome: prefeito Dário

Berger. Não vamos aqui querer dourar a pílula também e dizer que não.Na ocasião em que estávamos lá na cadeia, atrás das grades, e antesum pouco, quando estava o delegado Jefferson (tem que dar o nome),ficaram quase duas horas tentando achar um código para nos enqua-drar como criminosos, e o tenente Silveira ligando para alguém. Euqueria que o tenente Silveira estivesse aqui agora para dizer para quemestava ligando. Eu sei para quem, mas não tenho como provar: era parao procurador do município, a mando do prefeito Dário Berger, para nosenquadrar como criminosos. Então, era bom que ele estivesse aquitambém.

Esta audiência, portanto, também tem que ver outras manei-ras de apurar questões que não sejam de forma legalista, pois esselegalismo é simplesmente funcionalista, não discute o cerne daquestão.

Também gostaria que fosse tratada mais seriamente essaquestão da Polícia. Foi dito aqui sobre ter requerimento etc., então,quando o policial vier bater na gente, vier bater nos movimentossociais, vamos dizer: você tem algum requerimento para bater nagente? Tem alguma coisa legal?

Porque a gente vê ações da Polícia, mas não vêretratação dela. Até hoje não vi retratação da Polícia em relação aoepisódio da ponte, quando bateu nos idosos, nos pensionistas,nos aposentados. Isso para mim foi o fim do mundo! De todos osmovimentos de que eu já participei e nos movimentosinternacionais em que a gente milita, eu nunca vi tamanhaagressão de Polícia Militar, comandada pelo quarto poder (porquenão foi ninguém, ninguém sabe quem é, não foi nenhum dos trêsPoderes, então só pode ser o quarto), nunca vi bater em pessoasde terceira idade, que já são desprovidas de todos os direitos dahumanidade, para não dizer legais. E até hoje não houveretratação.

Coronel, o mínimo a partir de agora, pra gente começar a dis-cutir a independência desse comando, é afastar o major Newton. É omínimo. Os fatos estão aí, não precisa... Enquanto eu estiver respon-dendo a esse processo da sindicância, quero, com o acompanhamentoda Assembléia e da Comissão de Justiça, que dê em alguma coisa, compunição. O meu filho estava na porta da penitenciária me esperando, e,graças a Deus, ele tem militância política e entende que nós estávamoslá lutando pelo direito dos trabalhadores, reivindicando reajuste salarialcom dignidade. E o prefeito Dário Berger se escondendo atrás doaparato da Polícia: quando a gente ia ao gabinete dele ou em qualqueroutro lugar que ele estava, o pelotão de choque estava lá na frente.Nem a comissão de negociação subia. E digo mais: o que tem a ver aPolícia Militar com o leilão das contas-salário, que foi feito dentro doquartel da Polícia Militar? O que a instituição Polícia Militar tem a vercom isso? (Palmas.)

Se os movimentos sociais, além de militarem edefenderem uma bandeira justa, têm ainda que defender as suasações e se retratar, por que a Polícia e os demais órgãosinstitucionais não se retratam também? Porque é assim que seaprimoram as instituições: fazendo autocrítica, se retratando, paraa gente poder até respeitá-las, senão a gente acaba perdendo orespeito. Por isso que existem ações tão isoladas, que acabamdesmerecendo os atos mais justos.

Então, dizer que não tem compromisso político, que oprefeito Dário Berger não tem influência no comando... Tem, sim! Nãovamos aqui querer esconder, botar pano quente por cima. Tem aevidência do palanque na campanha eleitoral, tem diversas situações...A gente sabe disso, não adianta querermos ser hipócritas e dizer quenão. Tem!

Muito obrigada. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Com a palavra

a última inscrita, senhora Rosane.Então, o mínimo que a Polícia Militar teria que fazer agora,pra gente começar a discutir a partir daí, seria o afastamento dessemajor, que nem podia ser comandante!

A SRA. ROSANE - Eu sou moradora do Campeche e, na ver-dade, estou aqui não tanto por essa discussão. Acontece que, atravésda imprensa, fiquei sabendo a respeito desta audiência, e como é umaaudiência pública a respeito de segurança...

Pode haver sindicância, mas eu acredito que (ignorar) osfatos que estão aqui é fazer de conta, coronel, que o senhor nãoviu nada nem ouviu nada daquilo que o major Newton falou!Portanto, enquanto ocorrer essa sindicância, esse processoadministrativo, teria que haver o afastamento do coronel, sim. Apartir daí, nós podemos dizer que a Polícia Militar quer punir osresponsáveis. Se não for assim, eu não acredito em puniçãonenhuma.

Lá na minha rua há um problema, um caso de polícia.Registramos três boletins de ocorrência, já se passaram setenta diasdesde esse registro e até agora nenhuma providência, nenhuma atitudefoi tomada. Os fatos continuam ocorrendo, e são fatos graves envol-vendo crianças, inclusive a minha filha, que tem 11 anos.

Há um cidadão lá que faz atos obscenos e tenta aliciarcrianças, porque ele mostra dinheiro para elas. São atos,sinceramente, bastante graves, e até agora eu não consegui solução,não consegui nada, nem na delegacia. Já tem os boletins, mas atéagora nada, absolutamente nada foi feito, providência nenhuma foitomada. Então, eu resolvi vir aqui para, quem sabe, como eu sabia queia ter várias autoridades da Segurança, alguém me dar um posiciona-mento, um encaminhamento para esse problema, que é realmentegrave.

Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Com a palavra

a próxima inscrita, Sílvia Grando.A SRA. SÍLVIA GRANDO - Boa-tarde. Muito do que ia falar

já foi contemplado aqui, principalmente pelo representante da OAB,então, eu vou me ater à questão da criminalização dos movimentossociais.

Acho que não devemos ser ingênuos em dizer que ésomente a Polícia que criminaliza os movimentos sociais. Sabemosque tem uma orquestra que faz esse papel muito bem, queentrelaça a Polícia, a mídia e os representantes dos Poderes, queconseguem fazer um arquétipo de ações que criminalizam osmovimentos sociais. E uma vez criminalizados, é muito difícil nósrevertermos esse quadro.

Era só isso que eu gostaria de falar.Obrigada. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Bom, como

apareceu uma proposta de encaminhamento sobre um conjunto dequestões, vamos aproveitar para ir falando.

Passo a palavra, então, para o coronel Eliézio Rodrigues,comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina.Como exemplo, podemos citar o MST, que está na luta há

24 anos e já fez várias ações interessantes, entre elas, fixar ohomem no campo através de cooperativas e dar uma cidadania aossem-terra. E qual a imagem do MST hoje na mídia? A de um bandode baderneiros que invade! Não conseguimos tirar essa imagem doMovimento dos Sem Terra, porque esse arquétipo, orquestradoatravés desses Poderes, faz a criminalização dos movimentossociais, e nós não a tiramos mais. Por isso é importante que estaaudiência finque essa bandeira da descriminalização dosmovimentos, porque uma vez assim tachados, nós não tiramosmais, é muito difícil.

O SR. ELIÉZIO RODRIGUES - Gostaria novamente de deixarbem claro... Até é um assunto interno, mas vou citar que eu puni doisoficiais e estou sofrendo representação (o deputado Soares pode atéexplicar melhor depois), porque eu não abro mão da disciplina, atéporque sempre fui disciplinado.

A Corregedoria não é muda nem surda; o que nós nãopodemos é ser diferente. Um exemplo bem claro é estar todo mundosentado nas cadeiras e você (referindo-se ao Jean) estar sentado nasubida dos pedestres. Então, não podemos ser diferente. A PolíciaMilitar...

Processo Informatizado de Editoração - C o o r d e n a d o r i a d e P u b l i c a ç ã o

38 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

(Jean manifesta-se fora do microfone: “Viu como há precon-ceito? (Ri) Mas não tem importância, eu sento aqui na cadeirinha.”)

Isso não é nenhum ataque ao profissionalismo dele, porque éum profissional que vai junto, vai trabalhar etc., mas ele tem vinculaçãopolítico-ideológica com o prefeito da cidade, e isso compromete oserviço da instituição Polícia Militar.

Não é preconceito. Faço questão de deixar bem claro queestamos lá abertos para acompanhar esse fato que o Jean levantou.Depois gostaria de conversar contigo, Jean, até para me ajudar, porquetenho uma filmagem e gostaria de complementar com essas que aquiforam apresentadas. É de suma importância isso. Nós queremos sertransparentes, queremos agir de acordo com a Constituição, por issotemos que deixar o outro lado se defender também, que é o majorNewton, não é verdade? A Constituição é bem clara.

Essa é uma avaliação que eu faço, e hoje em dia com odireito de fazê-la. Até recentemente não teria direito, porque daria maisum IP.

Alguém falou aqui: Ah, mas há praça que já fez, tem IP(ininteligível) sabe disso, tem processo. Mas também a criminalizaçãochega lá dentro.

Falamos o tempo todo aqui em Constituição, em defesa, emdireitos e mais direitos, então ele também tem o direito de defesa. Porisso é feito um inquérito, e ele vai procurar os seus direitos, fazer a suadefesa e assim por diante.

Para esclarecer aquilo que falei no começo sobre o que opromotor Leonardo Henrique falou, não defendo que a Polícia sejausada para a defesa da ordem econômica, política e social, pelocontrário, mas percebo que volta e meia ela é usada. Eu penso ocontrário disso, acho que tem que ser defendida para a segurançapública.

Eu nunca tive problema com nenhum movimento e tambémdesconheço que policiais embarcaram dentro de caminhões. Se foiagora... Não foi no meu tempo, eu não lembro disso. Coloquei ospoliciais e o quartel à disposição para estacionar os veículos; dentrodos quartéis podem sair, porque não se pode permitir que o serviço delimpeza da cidade seja prejudicado.

Acontece que na Constituição não está distinto segurançapública de defesa da ordem quando estabelece a atribuição da PolíciaMilitar. E não está distinto de propósito, que é para a maioria dapopulação achar que segurança pública e defesa da ordem são amesma coisa. Como todo mundo quer segurança pública, acaba defen-dendo a ordem também, no mesmo embalo.

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Respeitando o ponto de vista de quem quer trabalhar e de

quem quer aderir. Isso nós respeitamos. Então, quem quer trabalhar,temos que permitir que trabalhe; quem não quer trabalhar, tambémtemos que respeitar. Esse é o direito de ir e vir, está na Constituição.

Então, esses são os elementos conceituais que tentei colo-car para discussão, sobre os quais penso que não fui suficientementeclaro.

Se há abuso por parte de alguns policiais, não é orientaçãonossa, não é orientação do superior. Agora, também gostaríamos que ocidadão filho do capitão nos procurasse (referindo-se ao Jean).

E para o companheiro Jean, quero dizer que a sociedadeinteira é preconceituosa. Naturalmente, a Polícia Militar nãoconsegue ficar isenta se a sociedade inteira é preconceituosa, enão só com relação à cor da pele, à raça etc., mas também comrelação a vários outros aspectos. Se eu chego de terno a algumlugar, sou tratado de um jeito, agora, se eu vestir um calção echegar lá com uma camisa bonita do Vasco da Gama, vou sertratado de modo diferente, e se chegar com a camisa do Flamengo,aí mereço levar um... (Risos.)

(O estudante Jean manifesta-se fora do microfone: “Jáprocurei inúmeras vezes.”)

Nunca falou comigo.[O estudante Jean manifesta-se fora do microfone: “Mas eu

nunca encontro o senhor!” (Risos.) (Falas paralelas.)]Procure o comando-geral.(O estudante Jean manifesta-se fora do microfone. Inaudível.) Não é que eu defenda, penso que essa questão

específica que está sendo discutida... Já manifestei em váriasoportunidades, inclusive na tribuna, que fico muito agoniadoquando vejo um profissional de segurança pública, um servidorpúblico, um policial militar mais especificamente, porque é a minhainstituição, emitir opinião na hora de falar de uma ocorrência, deum fato, e de vez em quando isso acontece. Essas falas do majorNewton, por exemplo, estão carregadas de opinião, carregadas dejuízo de valor. O cargo melhor para ele neste momento seriaassessor de comunicação do prefeito.

O nome do teu pai não era capitão Batista, era?(O estudante Jean manifesta-se fora do microfone:” Não, não.”)Mas vai lá. Se quiser ir comigo, já tomo o seu depoimento agora.[Jean manifesta-se fora do microfone: “Já estive duas vezes

com o mesmo soldado (ininteligível.”]Não, não, eu quero que ele vá lá dar o depoimento. E, por

favor, em respeito à Casa aqui, eu costumo dizer, sempre que vou falar,que não deturpem o que digo, porque estou gravando. Então, nãoponha palavras na minha boca, por favor!

Senhor deputado, estamos à disposição; a Polícia Militar estáaberta para isso. E conclamo o pessoal da manifestação a tomar umcafé conosco - comigo, como chefe do Estado Maior, e com outrosmembros lá. Vamos lá tomar um café e fazer o que é bom para nóstodos. Temos interesse de tirar o policiamento para proteger lá a igrejae botar aqui no centro da cidade.

Isso não é só aqui, já vi vários casos de policial militar falarsobre uma ocupação do MST, e não precisa UDR, não precisa fazen-deiro para defender. “Nós estamos aqui esperando porque talvez hoje àtarde o juiz tal assine o mandado de reintegração de posse”, ou seja, aPolícia já está de prontidão porque talvez o juiz assine. Isso já mostraum conceito de classe.

O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Quero cumpri-mentar o coronel por atender ao pedido da Comissão, colocando-se àdisposição para debater temas tão importantes.

Estou falando isso na presença do comandante-geral e docoronel Schauffert porque, penso, são diferentes. Fiz aquelaintermediação no dia 23, e penso que garantimos a tranqüilidadedo manifestante, a possibilidade da manifestação e o direito.Naquela tarde, tive um conflito com o major já referido porque elenão queria isso que o secretário Benedet falou aqui. Eu disse: acondição do acordo é que eu acerte isso com o coronel Schauffertou com o coronel Eliézio se ele vir para o local. Por quê? Porque omajor Newton não queria aceitar os termos do acordo. Ao discutircom ele, um outro oficial, que estava do lado dele, levantou aquelebastão de dar choque para cima de mim. Eu não relatei esse fato,não fiz a denúncia e não vou fazer, mas esse fato aconteceunaquela tarde, e pelo oficial citado, que eu citei também.

Agradeço a sua presença e, da mesma forma, coloco aComissão à disposição.

O deputado Sargento Soares pediu um minuto para semanifestar.

O SR. DEPUTADO SARGENTO AMAURI SOARES - Eu já haviavisto essas fitas, essas imagens, e posso afirmar a todas as pessoaspresentes, inclusive para o comandante da Polícia, o coronelSchauffert, que se aquele grupo de policiais militares comandados pelotenente Silveira não tivesse ido até o Pró-Cidadão naquela tarde, osmanifestantes teriam saído de lá antes, não teriam quebrado nenhumvidro e ninguém teria sido preso, e aí não estaríamos aqui nestaaudiência pública.

Eu não estava sozinho, havia um companheiro da Aprascquando ele avançou, e daí chegou a turma do “deixa disso”. Maschegou a esse ponto, porque ele não admitiu a possibilidade de umsargento da reserva, que estava lá como deputado estadual, discutircom um major e discordar dele. E nós estávamos só discutindo, nãoestávamos nos empurrando.

Para mim parece mais ou menos claro que na intervenção daPolícia os policiais foram usados para criar um fato, criar uma notíciana imprensa.

Eu não responsabilizo a Polícia Militar em seu conjunto,penso que foi uma decisão, até porque conheço o coronel Schauffert eo coronel Eliézio, do major Newton, comandante do 4º Batalhão, jácitado aqui, que tem o poder discricionário de comandante de batalhão.E, mesmo que não o tivesse, ele poderia dizer: temos que ir lá porqueestão quebrando tudo - não estou dizendo que foi isso que aconteceu.

Então, não denunciei e não vou denunciar, até porque sãocoisas da nossa caserna, e a gente resolve as coisas da forma comodá.

No dia em que teve audiência pública em Joinville paradiscutir segurança pública, o comandante me disse: “Soares, quemsabe fica, não vá à audiência, vamos conversar.” Isso foi na manhãem que estivemos na OAB, e algumas pessoas do movimento meprocuraram no gabinete e perguntaram: mas como é a questão?

O coronel Eliézio, como comandante-geral, pode resolver essasituação. Nesse aspecto, gostaria de deixar registrado de formagravada e pública que penso que o comando do 4º Batalhão, sob aresponsabilidade do major Newton, que é conhecido como major Link, éum problema para a Polícia Militar, para a população desta cidade epara aqueles que nos visitam, porque ele tem vinculação político-partidária e afinidade político-ideológica com o prefeito. Esse é umproblema que afeta a imparcialidade da Polícia Militar num momento decrise. Só por isso.

Então, sobre a questão específica do Sintrasem, eu jádisse o que penso. Aí, sobre Polícia Militar e secretário daSegurança, vamos buscar um acordo no sentido de que omovimento se comporte (para ser rápido nos termos). Osmanifestantes disseram para mim: “Soares, vamos achar umaforma para que a Polícia não reprima.”

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27/08/2007 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 39

Então, eu não posso assumir esse acordo com nenhuma daspartes, não dá. Foi como eu falei antes: não tem jeito de fazer esseacordo porque ninguém tem certeza de como vai se comportar cadasituação e cada lado. Não tem como saber isso. A manifestação é livre,não tem como tutelar. As leis já existem, estão na Constituição e emvários outros aspectos. Portanto, não tem como criar uma lei pararegular o movimento. Não existe isso. Existe o que está escrito,conforme falou o representante da OAB, na Constituição e numa sériede outras leis.

Esse espaço democrático que a Assembléia Legislativa abreé fundamental. É um espaço de discussão democrática, onde as idéiaspodem ser debatidas livremente, onde tudo pode ser dito dentro de umclima de ordem democrática.

Parabéns à Assembléia, ao deputado Dirceu Dresch e a todosque aqui participaram.

Obrigado.O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Agradeço ao

Leonardo Henrique Marques Lehmann, representando aqui o MinistérioPúblico do Estado de Santa Catarina.Há uma outra coisa para ser dita: as lixeiras da Mauro

Ramos, considero errado estragá-las. Agora, ou a sociedade deFlorianópolis abre os terminais dessa cidade, inclusive o Ticen, paraque eles sejam espaços públicos e não de uma empresa privada, ouum dia a população vai fazer isso, e eu vou estar do lado, se possívelsendo protagonista da população para abrir os terminais, que viraramespaços privados de instituições privadas, quando são espaçospúblicos.

Passamos a palavra ao Charles Pires, secretário deComunicação da Central Única dos Trabalhadores de Santa Catarina.

O SR. CHARLES PIRES - Gostaria de agradecer à Casa; aodeputado Dirceu Dresch; ao deputado Sargento Soares; aos deputadosque subscreveram o pedido para que esta audiência pública aconte-cesse, o deputado Pedro Uczai e o deputado Padre Pedro, que aqui nãoesteve, porque para nós o importante disso tudo é prevenir, para quenovas ações e situações como as que ocorreram não aconteçam.Quando o terminal era aqui embaixo, não tínhamos esse con-

flito que temos lá, coronel. Por quê? Porque todo mundo vinha,panfletava, distribuía, passava lá dentro, ia embora e pronto. Agora,fizeram daquilo lá um minishopping.

Que a gente, então, tenha bom senso, como aqui foi dito pelorepresentante da OAB - e o coronel Eliézio também se manifestounesse sentido. Manifestações vão acontecer e o Estado democráticovai existir, e vão acontecer porque, de parte, por exemplo, dos movi-mentos sociais, dos trabalhadores, a cada dia os nossos direitos sãomais atacados, e nós precisamos resistir a isso.

Eu falei isso na OAB aquele dia; depois tive que sair porque opresidente do TJ estava me esperando no gabinete. Aí, outras pessoasusaram o microfone na OAB para ridicularizar o que eu falei, disseramque eu queria um terminal para a turma fumar maconha e não sei maiso quê. Mais uma vez uma carga de preconceito: ou é espaço restrito,fechado de empresa, ou é espaço público da criminalidade. Ou seja,criminaliza-se esse tipo de pensamento e criminaliza-se o próprioespaço público, porque se é aberto ao público, é espaço que vai reunira bandidagem.

A gente sabe que do outro lado, seja do quarto poder ou não,como disse a Silvinha, há uma pressão muito forte sobre isso, entãotemos que tomar certas atitudes para prevenir, para que isso nãoaconteça mais.

A advogada que está fazendo toda a defesa e a repre-sentação, inclusive na Corregedoria, é uma companheira militante deJoinville, a Cinthia Lessa. Foi ela quem colocou todo o procedimento àdisposição e que me disse que às 14 horas estariam prontas as repre-sentações (estávamos aguardando esta audiência pública para fazer,em seguida, essas representações). Infelizmente, ela não pôde estarpresente aqui na tarde de hoje, mas vamos ver se ainda hoje ela sedesloca para cá, ou amanhã à tarde, para fazermos as representaçõesque a gente acha que são cabíveis e, com o tempo, poder solucioná-las.

Então, temos que privatizar, dar 10% do dinheiro dapassagem para a companhia Cotisa, que é para garantir atranqüilidade pública. Daí a população inteira concorda, porque épara tranqüilidade pública. Na verdade, é defesa da ordem e lucrode alguns.

Gente, desculpe-me por ter exagerado. Mas assim: a questãodo 4º Batalhão está nas mãos do coronel Eliézio e do coronelSchauffert, que é um bom conselheiro. Creio que está em boas mãos.Nós precisamos de comandos republicanos e imparciais para dirigir anossa instituição.

Agora, quando falei em prevenir, é porque a gente está discu-tindo aqui a descriminalização dos movimentos sociais, e emboraalguns digam que isso não acontece, eu estou passando por esseprocesso. Acho que a minha audiência é só para daqui a um ano, masaté lá eu estou em liberdade condicional. Saiu um habeas corpus paraeu estar em período de liberdade, e essa intimação foi (ininteligível),até lá vou ter esse problema. Todo dia é essa pressão psicológica, ouseja: qual o ato que vou fazer nessa cidade, qual atividade de manifes-tação? E olha que não são poucas, porque a gente, no município, temum movimento muito atuante.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Então, ficou

claro que nós temos um conjunto de problemas.A audiência pública foi boa no sentido de esclarecer essas

questões, bem como essas dificuldades que o próprio coronel colocaaqui. Temos casos, coronel, como o da Rosane, que precisam serencaminhados. Então, precisamos reafirmar o seu empenho nas coisasque vêm acontecendo nesta capital. Existem questões políticas eexistem, como o senhor mesmo afirmou aqui, questões de disciplinapara que a lei seja cumprida com rigorosidade em defesa da população,e não do preconceito.

Sei que vou estar sempre com um pé atrás, porque vai sermais um “pezinho” para a gente ter lá para puxarem e dizer: “Ó, agoranão dá mais para sair um habeas corpus tão fácil assim.” A gente sabeque tem uma pressão sobre isso também. Infelizmente, até lá eu vouresponder pelo 265 (artigo). Como disse o Márcio aqui, ficaram mais deuma hora tentando saber em qual artigo iam nos enquadrar, e sabe-selá quem estava fazendo isso. Se não foi o secretário, também não foi ocoronel. A gente não sabe para quem o tenente Silveira fazia asligações para tentar fazer isso e nos enquadrar de uma forma quehouvesse, de fato, a criminalização.

O papel aqui do Ministério Público também é fundamental, epoderíamos assumir, juntamente com o deputado Pedro, vice-presi-dente da Comissão, o acompanhamento do que aconteceu namobilização do Sintrasem, bem como ampliar outras discussões queforam levantadas aqui. O deputado Pedro já está pontuando um poucoessas questões.

Não sei se o representante da OAB vai querer aqui usar apalavra ainda... Fique à vontade. O 265 caracteriza-se como crime; o Ministério Público é quem

fez a denúncia dali pra frente, e a gente teve esse problema.O SR. FRANCISCO EMMANUEL CAMPOS FERREIRA - Senhorpresidente, agradeço mais essa oportunidade de fazer uso da palavra,até para enaltecer a riqueza com que este evento foi produzido.

Era isso.O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Obrigado,

Charles.Aqui foram depurados comportamentos, foram analisadasações que só nos fazem crer, cada vez mais, que o exercício democrá-tico haverá de nos conduzir ao êxito das soluções que tanto preconiza-mos e buscamos.

Passamos a palavra, então, para o deputado Pedro Uczai.Juntos, temos que construir aqui os encaminhamentos desta audiênciapública.

Queria deixar aqui a nossa resposta ao secretário daSegurança Pública e Defesa do Cidadão, uma vez que, no nossoentendimento, ele se equivocou ao interpretar aquilo que foi dito pornós, haja vista que às liberdades individuais e de expressão não seimpõem limites, pois o limite é o bom senso, e ao bom senso não seimpõe regra, porque ele é a própria regra.

O SR. DEPUTADO PEDRO UCZAI - Vamos ver se nós chegamosa um consenso.

O primeiro encaminhamento é ter um acompanhamento, atra-vés das Comissões da Assembléia Legislativa, do inquérito interno daPolícia Militar, que já está à disposição.

Temos aqui também uma sugestão de encaminhamento: combom senso, o Márcio defendeu que o major fosse afastado até aconclusão do inquérito. Então, eu acho que seria uma sugestão para aPolícia Militar, porque nós não temos aqui o poder de deliberar.

Era isso que gostaria de deixar colocado.O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Agradeço a

presença da representação da OAB e passo a palavra ao representantedo Ministério Público. Portanto, seria não só acompanhar o inquérito, mas também,

como sugestão da audiência pública, afastar o major para que seconcluísse o inquérito com transparência e autonomia.

O SR. LEONARDO HENRIQUE MARQUES LEHMANN - Agradeçoo convite ao Ministério Público para participar deste debate proveitoso,polêmico. E, como defensor da ordem democrática, o Ministério Públiconão poderia se furtar de participar do debate.

Segundo ponto: ampliação do debate (e acho que a Comissãode Segurança Pública poderia ser esse espaço) sobre a integração dasPolícias (já quando participei da CPI esse era o grande debate quedeveria ser colocado) e sobre a descriminalização dos movimentossociais.

Saúdo todos os participantes, até pela polêmica, que é posi-tiva. O dedo tem que ser colocado na ferida mesmo, porque tapar o solcom a peneira não leva a nada.

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40 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA - SC - NÚMERO 5.770 27/08/2007

Terceiro ponto: que a própria Comissão acompanhe todos osprocessos de abuso na própria Comissão de Direitos Humanos, paraque possam ser denunciados e acompanhados em qualquer lugar desteEstado, não só nesse caso específico.

O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Outra hora nósvamos ter que conversar sobre isso.

(Manifestação fora do microfone: “É uma pena!”)O SR. DEPUTADO PEDRO UCZAI - É uma pena o abuso da

Polícia Militar com a piazada. Isso que é uma pena. Eu não abusei deninguém, nem do senhor nem dos meninos. Então, calma aí com a suafala porque a sua versão está equivocada.

Quarto ponto: que haja apuração de abuso de autoridade e,se comprovado, punição dos responsáveis.

O quinto ponto diz respeito à ordem democrática, ao Estadode direito, à ordem pública; e sempre há essa tensão e essa subjetivi-dade que fazem avançar esse debate sobre o que é ordem democrá-tica, o que é ordem pública, para que isso fique cada vez mais claropara a sociedade inclusive.

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)O secretário filmou a nossa conversa. Filmou, e ele disse isso

mesmo hoje, então...(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

O promotor trouxe esse debate conceitual, houve outrodebate conceitual sobre ordem pública, outro sobre Estado de direito ehouve a questão sobre legitimidade e legalidade. São quatro pontosque dariam não outra audiência pública, mas um seminário ou outrodebate sobre esses conceitos, que foram de uma riqueza enorme.

E nós negociamos, nós dialogamos. Tá bom?O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Vamos lá,

deputado Pedro, vamos fechar aqui a audiência pública.O SR. DEPUTADO PEDRO UCZAI - Então, é essa a questão:

onde tem injustiça, tem manifestação, e ela não é contra a Polícia. APolícia não pode eleger os movimentos sociais como inimigos, e vice-versa. Nós temos é que eleger onde é a luta para a conquista dosdireitos na sociedade. Acho que essa é a síntese desta audiênciapública.

Outro ponto de debate seria a desmilitarização da PolíciaMilitar, e aí estão as concepções...

(O coronel Eliézio manifesta-se fora do microfone: “É incons-titucional.”)

Sim, claro! (Falas paralelas.) O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - É isso, depu-tado? Então nós vamos ter que fechar...Mas eu não estou dizendo que isso é encaminhamento,

estou dizendo que é um ponto de debate que foi levantado. Se vai serfeito ou não ...

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Por favor, dê a ele um microfone para fazer um encaminha-

mento.(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Claro! Pode ser um encaminhamento do debate. Não está

colocado como encaminhamento, e sim como ponto de discussão,porque esse tema foi levantado aqui.

O ESTUDANTE JEAN FÁBIO NASCIMENTO - O povo às vezes sótem a Polícia como inimiga porque é leigo, muitos não sabem o que aPolícia pode ou não pode fazer. Meu pai foi um capitão da PolíciaMilitar, e acho que nem todos os policiais são ruins, senão eu nãogostaria dele como meu pai.

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)Mas isso mostra duas posições boas: uma a favor e outra

contra. (Falas paralelas.) Então, como muitos são leigos a respeito de como a Políciadeve agir, ela age como quer. Não sei se sei se isso é possível dentroda lei, mas eles, como promotor e advogado, podem fazer uma cartilha,porque isso vai proteger o policial bom e, ao mesmo tempo, a pessoaleiga já vai saber quais são seus direitos.

É fazer o debate democrático das idéias, como disse o pro-motor aqui. Eu não sei qual é a melhor alternativa sobre isso, foi umponto de debate que se levantou aqui na audiência, e acho que nóstemos que respeitar as diferentes posições para que se democratizemas diferentes idéias aqui. Quando o policial agir dentro da favela, dentro da comunidade

pobre, ela vai saber e dizer: “Ó, isso tu não pode. Dentro da lei tu podeme revistar (e aí ver se o cara tá armado, se tá com droga), mas batertu não pode, me julgar tu não pode. Pode me levar pra delegacia, e delá tu vai fazer o teu trabalho de novo.”

Sobre desmilitarizar ou não, os próprios militares sempre dis-cutem se pode nessa relação político-partidária. Quem sabe, diz que éproblema se filiar aos partidos políticos; outros acham que todos osmilitares deveriam ter o direito de se filiar a qualquer partido político(são posições divergentes), que todos deveriam ter liberdade de se filiarao partido que quisessem, como qualquer outro cidadão da sociedade.

Então, eu não sei se há essa possibilidade, dentro da lei dese fazer essa cartilha, pra que o povo saiba quais os direitos e osdeveres do policial.Então, são dois pontos polêmicos, que não vamos resolver aqui,

mas foram aqui levantados. Por exemplo, nesse questionamento sobre omajor Newton, para mim o problema não é a afinidade ideológica e partidáriadele, para mim o problema é a prática dele como major.

O SR. PRESIDENTE (deputado Dirceu Dresch) - Bom, há possibi-lidades, e tem que se buscar para daí saber como faz, por onde faz. Mas éuma proposta de encaminhamento, ou seja, produzir materiais sobre isso.

Ninguém é neutro, todo mundo tem posição político-partidáriae vota num ou noutro partido, independentementese é filiado ou não.Ninguém é neutro na sociedade; nem o promotor, que não tem filiação,é neutro, tampouco o juiz. Alguns expressam mais publicamente assuas posições, mesmo que não tenham filiação.

Bem, dentro dessa síntese que o deputado Pedro fez, achoque está tranqüilo. Há mais algum encaminhamento? Não? É isso?

Então, queremos agradecer ao secretário Ronaldo Benedet,que atendeu ao nosso pedido e participou; ao advogado FranciscoEmmanuel Campos Ferreira, presidente da Comissão de AssuntosPrisionais da OAB, neste ato representando a OAB/seção SantaCatarina; ao promotor de Justiça Leonardo Henrique Marques Lehmann,coordenador do Centro de Apoio Operacional da Cidadania eFundações, representando o Ministério Público de Santa Catarina; aosenhor Charles, secretário de Comunicação da CUT, pela sua exposiçãoe contribuição; ao coronel Eliézio Rodrigues, comandante-geral daPolícia Militar de Santa Catarina; ao deputado Sargento Amauri Soares;ao deputado Pedro Baldissera, que também fez o requerimento para aComissão de Segurança Pública para fazer esta audiência pública, juntocom o deputado Pedro Uczai.

Então, esses são os pontos, para se discutir a questão atéde mudança de foco.

Acho que a síntese, que a conclusão desta audiência é quenem os movimentos sociais podem focar na Polícia Militar o seu inimigo(a Polícia Militar não é inimiga dos movimentos sociais), nem a PolíciaMilitar tem que eleger os movimentos sociais como inimigos nessaguerra, como disse o promotor aqui. Mas as injustiças, o aumento daspassagens... O prefeito ou quem está fazendo as políticas públicas éque poderá ser o motivador da mobilização e da luta social.

[O coronel Fred Schauffert manifesta-se fora do microfone:“(Inaudível) pedi para ir no carro de som e o senhor não quis.”] A Assembléia está à disposição para esse debate. No

plenário, inclusive, já foi feita uma exposição sobre os fatos, no dia 19de junho, com todos os deputados. Então, estamos à disposição aquina Comissão para debater outros temas, principalmente para darencaminhamento a essas questões que dizem respeito a estaaudiência pública hoje.

É que nem tinha carro de som, porque da outra vez a mole-cada...

(O coronel Fred Schauffert manifesta-se fora do microfone.Inaudível.)

Então, é justamente o que eu estou dizendo...(O coronel Fred Schauffert manifesta-se fora do microfone.

Inaudível.)Esperamos que a Polícia Militar de Santa Catarina não seja

inimiga, principalmente dos movimentos sociais, e que dela façamparte trabalhadores que possam contribuir para o crescimento doEstado de Santa Catarina.

Não, nem é o meu papel nem o seu para isso. A legitimidadeé das lideranças dos movimentos. O senhor e eu só vamos ter quefazer esse papel quando intimidarem ou prenderem os líderes domovimento. Quem tem legitimidade nos movimentos são as própriaslideranças do movimento, pela autonomia que têm.

Nós precisamos agir, construir leis, construir debates quepossam melhorar essa situação de não criminalizar os movimentos nonosso Estado e no nosso país. Acho que Santa Catarina tem muito acontribuir para isso.(O coronel Fred Schauffert manifesta-se fora do microfone:

“Eu era o comandante e negociador.”) Agradeço aos telespectadores da TVAL, a todos vocês queestiveram aqui presentes, às lideranças que vieram aqui participardeste importante debate.

Mas não era o meu papel fazer isso... Claro, de negociar,sim, mas não usar da palavra em nome do movimento. O movimentotem autonomia, tem legitimidade, e são eles que têm que fazer usodessa legitimidade.

Um grande abraço. (Palmas.)Está encerrada a reunião.

(O coronel Fred Schauffert manifesta-se fora do microfone.Inaudível.)

DEPUTADO DIRCEU DRESCHPRESIDENTE

Não é essa a direção, não vamos entrar nesse terreno. *** X X X ***

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