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1 PACTUAÇÃO PARA ALOCAÇÃO DE ÁGUA MODELOS DE POLÍTICA DE ÁGUA E PRIORIDADES EM DIFERENTES CONTEXTOS Susana Neto e-GEO / Universidade Nova de Lisboa University of Western Australia

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PACTUAÇÃO PARA ALOCAÇÃO DE ÁGUA

MODELOS DE POLÍTICA DE ÁGUA E PRIORIDADES EM DIFERENTES CONTEXTOS

Susana Neto

e-GEO / Universidade Nova de Lisboa University of Western Australia

PACTUAÇÃO PARA ALOCAÇÃO DE ÁGUA – Susana Neto II Simpósio de Recursos Hídricos – Rio Paraíba do Sul

São José dos Campos, 21-23 Maio 2014 2

Estrutura da comunicação

Rio Paraíba do Sul e governança da água

Antecedentes e o contexto atual

Exemplos de outros paises

Algumas lições e conclusões

Pistas para ação futura

“De um lado, a Serra do Mar. Do outro, a Serra da Mantiqueira. Entre elas, o rio Paraíba do Sul percorre

seu caminho tortuoso, abrindo passagem pelos obstáculos e pela história e consolidando a

importância, tanto econômica como política e cultural, do vale que forma, numa das mais

importantes regiões do país: o eixo Rio-São Paulo.”

http://horizontegeografico.com.br (Maio 2014)

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Crescimento populacional acelerado com extrações de água triplicadas nos últimos 50 anos

Uso acrescido de água para irrigação devido à crescente procura desde 1970 e crescimento continuado das economias baseadas na produção agrícola

As projeções de população entre 2000 e 2050 são de um aumento de 6 para 9 biliões, com a decorrente procura acrescida em água, alimentos e outros bens essenciais e de consumo

Em 2030 previsão que 47% da população mundial esteja a viver am áreas de elevado stress hídrico (UN WWAP 2009)

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Contexto mundial do acesso e uso da água: tendências recentes

Foto: Cassio Vasconcelos/Sambaphoto http://horizontegeografico.com.br/

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http://horizontegeográfico.com.br/, 31.03.2014)

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Partilha de recursos hídricos no mundo

OUTROS MODELOS DE POLÍTICAS DA ÁGUA VIII Congresso Ibérico, Lisboa 5-7 Dezembro 2013 8

Em 2006 existiam mais de 3.800 declarações e convenções unilaterais, bilaterais ou multilaterais sobre usos da água: 286 eram tratados, dos quais 61 se referiam a mais de 200 bacias hidrográficas

partilhadas (internacionais )

(United Nations, 2006, UN Ten Stories - From water wars to bridges of cooperation: Exploring the peace-building potential of a shared resource)

Bacias internacionais em fase de negociação ou em risco de conflito

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(Oregon State University 2001)

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(IWMI 2000)

Escassez da água – previsão em 2025

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“SÃO PAULO - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), rebateu nesta segunda-feira, 24, as críticas do

governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), ao projeto de transposição de água da Represa Jaguari, no Vale do Paraíba,

para o Sistema Cantareira. O tucano acusou o governo fluminense de retirar e não devolver água do Rio Paraíba do Sul e de usar a

maior parte dos recursos hídricos para produzir energia elétrica e não para o abastecimento da população.”

(Fábio Leite e Pedro Venceslau - O Estadão / São Paulo – www.estadao.com.br/noticias/cidades)

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Meio Recurso

Bem natural Suporte de ecosistemas

Suporte dos ciclos bio-geo-químicos

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Gestão da água é uma questão complexa

Captação para localidade e pequena industria rural

Caudal reduzido para as populações e usos a jusante

Água para a conservação da natureza – Parque Natural

Os diques interferem com as funções naturais

Água para agricultura Proteção contra cheias

Gestão de usos e de beneficios

Água: meio, entidade ou recurso? (sociedade)

Usos da água: impactos sobre os ciclos biogeoquimicos

a várias escalas (técnicos e cientistas)

Benefícios: alocação, tributação e regulação (Estado)

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Gestão da água: processo iterativo

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IWRM is an ongoing practice

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Mar del Plata (1977) – gestão mais integrada de todas as águas

Dublin (1992) – reconhecimento do valor social e económico da água

Millennium Assembly Conference (2000) – maior reconhecimento do valor social da água e ao direito humano de acesso à água

UN/CSD em Paris (1998) & Bona (2001) – enfoque na equidade e segurança no acesso à água

Nações Unidas (2000, 2002) e Global Water Partnership (2002, 2004) – governança da água e integração política

3º UN WWDR (2009) – reconhece a dificuldade na implementação da GIRH e enfatiza a importância de atuação dentro e fora da “water box’’

Princípios de gestão da água

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2002

Call for improved water governance and

policy integration

2000

Call for greater recognition of social value of

water and human rights

1992

Call for greater recognition of environmental value of water

1992

Call for greater recognition of the economic value of water

1977

Call for more integrated water

resource management

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N

(Neto, S. 2010)

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Marcos para a Gestão da Água

“A crise da água é essencialmente uma crise de governança”

(UN 2000)

OUTROS MODELOS DE POLÍTICAS DA ÁGUA VIII Congresso Ibérico, Lisboa 5-7 Dezembro 2013 20

“Water governance refers to the range of political, social, economic and administrative systems that are put in place to regulate development and management of water resources and provision of water services at different levels of society”

OUTROS MODELOS DE POLÍTICAS DA ÁGUA VIII Congresso Ibérico, Lisboa 5-7 Dezembro 2013 21

“A governança implica a capacidade de gerar e implementar polítucas adequadas (…) de facto, o que pode residir no fulcro dos problemas ou da crise de governação em muitos países é a incompatibilidade entre os novos e os sistemas institucionais existentes” (Solanes and Jouravlev 2006)

“A governança da água refere-se ao conjunto de sistemas político, social, económico e administrativo implementdaos para o desenvolvimmento e gestão dos recursos hídricos, para o fornecimento de serviços de água, aos diferentes níveis institucionais e sociais” (UNDP 2000) e “inclui a capacidade de delinear políticas públicas e quadros institucionais que sejam socialmente aceites e mobilizadores dos recursos da sociedade em seu apoio” (GWP 2002)

Governança da água

Participativa

Consensual

Responsável

Transparente

Aberta

Eficaz e eficiente

Equitativa e inclusiva

Cumpridora da lei

(UN Economic and Social Commission for Asia and the Pacific, 2003)

OUTROS MODELOS DE POLÍTICAS DA ÁGUA

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Princípios de boa governança da água

As questões da água não são técnicas,

mas sim

questões sociais!

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Evolução do conceito de IWRM e dos princípios /acordos internacionais

Mudança de paradigma: planeamento participativo mais do que a gestão técnica de um recurso

Reconhecimento da crescente escala de interação dos problemas

Interdependência crescente entre gestão – planeamento – política – necessidade de integração vertical e e horizontal

Intervenção participada dos atores e agentes (governança da água) – agendas de concertação em vez de ‘planos’

Pensar e abordar os problemas da água ‘out of the box’

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Síntese

Conhecimento e abordagem transdisciplinar – discussão epistemológica para o enquadramento concetual de uma ‘Ciência da Água’

Integração (ambiental, setorial e territorial)

Conhecimento e adaptação / aprendizagem para a complexidade

Capacitação e agência – conhecimentos interdisciplinares e ação para a mudança

Aprendizagem organizacional – estruturas adequadas à abordagem multidimensional dos problemas da água

Integração política do conhecimento e das boas práticas (abordagens bottom-up e top-down)

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Síntese

Governança

Envolvimento de atores e agentes

Integração Territorial (Escalas: ambiental e setorial)

Institucional (Multinível: horizontal e vertical) Política (top-down e bottom-up)

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Estrutura da comunicação

Rio Paraíba do Sul e governança da água

Antecedentes e o contexto atual

Exemplos de outros paises

Algumas lições e conclusões

Pistas para ação futura

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Reforma institucional do sistema de gestão das águas na décadas de 70 a 90 Orientação estratégica para um sistema institucional policêntrico e coordenado a diversos niveis (federação, estado, municipio) Processo baseado na participação ativa dos atores e da sociedade através dos Comités de Bacia

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3 objetivos principais:

•Assegurar um abastecimento adequado de água para o futuro do País

•Promover um uso racional e integrado dos recursos hidricos

•Prevenir e defender contra eventos hidrológicos críticos

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• Consideração de escalas multiplas de gestão e inclusão de mecanismos hibridos de governança que articulam o Estado, os mercados e as instituições locais e diversos atores (Ostrom 2001, 2005, Lemos e Agraval 2006)

• Enfoque na participação dos atores e sociedade civil: criação de 100 Comités de Bacia

• Reconceptualização da água como ‘bem público’ com valor económico

• Implementação dos sistemas de outorga e cobrança

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(KUMLER and LEMOS 2005)

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(KUMLER and LEMOS 2005)

1978: Comité do Rio Paraíba do Sul – CEEIVAP – um dos melhores e mais bem implementados processos desta reforma

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(KUMLER and LEMOS 2005)

Reforma há mais de 35 anos

Profunda mudança institucional e organizacional

Articulação inter-niveis

Gestão exemplar da seca 1998-2004

Aplicação ao presente: Diferenças, novos desafios, dificuldades...?

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Estrutura da comunicação

I. Rio Paraíba do Sul e governança da água II. Antecedentes e o contexto atual III.Exemplos de outros paises IV.Algumas lições e conclusões V.Pistas para ação futura

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A experiência da Europa nas ultimas décadas

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Anos 70 – Atuação pontual sobre as causas diretas da poluição das águas e regulamentação específica de usos de meios aquáticos

Anos 80 /90 – Compreensão de efeitos indiretos e diferidos no tempo (ex. avaliação dos impactos ambientais) e início de abordagens integradas com o ambiente (V Programa Quadro, Relatório DOBRIS)

Anos 90 / séc. XXI – Diretiva Quadro da Água – mudança de paradigma (integração das dimensões ambientais / ecológicas, económicas e participativas)

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Gerações de política comum na gestão da água na Europa

O contexto Europeu e a DQA

A Diretiva 2000/60/EC do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubrode 2000, estabeleceu um

quadro de ação Comunitária na esfera da política da água:

“A água não é um produto como qualquer outro nem comercializável, trata-se de um

património que deve ser protegido e defendido como tal”

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II Simpósio de Recursos Hídricos – Rio Paraíba do Sul São José dos Campos, 21-23 Maio 2014

Proteção de todas as águas (Bom estado ecológico) num determinado prazo

Gestão por região hidrográfica Abordagem combinada dos limites de emissão e níveis de qualidade

dos meios aquáticos Recuperação de custos nos preços finais da água Envolvimento dos cidadãos Reforma do quadro legislativo Abordagem integrada entre águas superficiais e águas subterrâneas,

nos aspetos qualitativos e quantitativos Consideração de caudais mínimos que garantam o bom

funcionamento dos ecossistemas naturais associados ao ciclo hidrológico

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DQA: objetivos

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(M. Rahaman, O. Varis and T. Kajander, 2004. EU Water Framework Directive vs. International principles concerning IWRM:the seven mismatches )

A DQA face aos principios internacionalmente acordados

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O Brasil teve uma abordagem mais avançada

em termos de água como problema social do que a Europa (mais enfoque no

ambiente e economia da água)

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Conclusão:

Algumas lições do caso Português na Europa

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Quadro de ação em Portugal

Implementação da Diretiva Europeia DQA

Reformas institucionais do sistema de gestão e planeamento da água

Em busca de uma visão menos setorial e mais transversal da política da água

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Mudanças institucionais

Planos de Recursos Hídricos (PNA e PBH / PGRH, 1997-2001; 2005-2010)

Nova Lei-quadro da Água (2005)

Novas Regiões de Administração Hidrográfica / ARH (2007, nível regional)

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A Bacia do Guadiana

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Guadiana is an international basin shared by Portugal and Spain, with a total area of 66 800 km2 (17% in Portugal)

Guadiana territory The Guadiana river basin has a total drainage area of 66,800 km2 from which

11,580 km2 is located in southeastern Portugal It constitutes one of the three main drainage units of the Iberian Peninsula

shared between Portugal and Spain The land occupation is predominantly rural and part of the water quality

problems come from agricultural practices where nitrates, phosphates and pesticides

The Guadiana falls located in a carved valley. The top of the flow gage tower was flooded twice in half a century (Source: Rodrigues, R. INAG, 2009)

Restoring and Managing River for Future DAEGU, Korea 13 - 15 April 2011

The Guadiana river basin – land use

The Guadiana is traditionally known as “the granary of Portugal”

Specialized in cork, wine, wheat, grains, sunflower, carthame, olives, and fruit production as well as sheep, horses, cattle, and hogs raising, granite, schist and marble exploitation

Now suffering from a declining economic situation and experiencing extreme conditions of human desertification

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The Guadiana river basin - population The River Basin includes all or part of 34

municipalities, with a total population of 230 000 inhabitants

The regional GDP is the lowest in the national context

An economy restricted to an extensive agriculture system an incipient industrial and services activities.

In the last decades, the population decreased dramatically - a growing ageing rate of the population / social desertification

Average population density is 15.5 inhab/km2, much lower then the average in Portugal of 110 inhab/km2

The urban percentage of the population is very high (80 – 90 %) in most of the municipalities

Restoring and Managing River for Future DAEGU, Korea 13 - 15 April 2011 48

Guadiana river basin – critical issues

Vulnerability of water-soil systems (desertification)

Hydrological, ecological, social and economic aspects

Different scales and levels of management (water and land)

Institutional reforms

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Multipurpose Alqueva Dam • Flooded area 250km2 (215km2 in Portugal)

• Reservoir capacity 4150 hm3

• 110,000 ha irrigation proposed

• Currently 52.000 ha irrigated, and more 13.000 ha during 2011

• Alqueva influences directly & indirectly 34 municipalities

Restoring and Managing River for Future DAEGU, Korea 13 - 15 April 2011

Environmental and social impacts were significant:

Restoring and Managing River for Future DAEGU, Korea 13 - 15 April 2011 51

Impacts of the Alqueva dam

• loss of vast areas of endangered species habitats

• archaeological and cultural heritage

• modification of river flows and estuary dynamics

• dramatic life changes to local communities

WFD implementation in the Guadiana

In the Guadiana river basin this leads to a relatively weakness of strategic framework for ARH action. The adaptation made at

the regional level is deriving from a top-down vision of what has been identified as ‘relevant water issues’ at central level.

Restoring and Managing River for Future DAEGU, Korea 13 - 15 April 2011 52

Recomendações de política para

os níveis regional e local Atender à falta de mecanismos de articulação de instrumentos de gestão

territorial (água, solo, ambiente)

Reforçar o papel de ‘agência’ das administrações regionais de bacia (perda de poder acentuou-se)

Reforçar a capacitação dos técnicos de planeamento do lado da água e do território

Promover a integração territorial da água e do planeamento dos usos do solo, articulando os PGRH e os Planos Municipais de Ordenamento do Território, para que estes traduzam e exemplifiquem a integração territorial e a abordagem de questões transversais na articulação entre os usos do solo e da água

Elaborar PGRH com um conteúdo mais operacional, abrangendo outras escalas territoriais de análise e outros níveis de intervenção setorial, envolvendo diversos atores e agentes do desenvolvimento

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Outros Modelos de Política

Integração setorial e cooperação inter-estadual (Bacia de Murray-Darling, Australia)

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Australia - Murray-Darling Basin Exemplo de integração setorial e de alocação de recursos através de um sistema

negocial que combina abordagens top-down e bottom-up , na Bacia do Murray-Darling, a Constituição Australiana atribui a responsabilidade da gestão do solo

e da água aos Estados Federados.

A Autoridade de Gestão da bacia estabelecida pelo Water Act 2007, foi o primeiro organismo intergovernamental (entre Estados), com a missão de implementar um modelo integrado e sustentável. Responde também aos

problemas de seca e alterações climáticas e perante a comunidade internacional relativamente àConvenção Ramsar.

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Integração setorial

The influence of drought on the

development of water policy in Australia

Gentileza de Prof. Jeff Camkin, UWA (incluindo materiais da National Water Commission e da Murray-Darling Basin Authority)

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What needs to be considered

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Water is mainly a State responsibility

Federal Government involved in policy leadership, planning & funding

State trans-boundary issues

Water interfaces with mining, energy, town planning

Highly urbanised and increasing population

Revisiting environment/production balance

Scarcity, variability, drought and flood

But mostly

Population is mostly in southeast coastal cities

Source: www.abs.gov.au

23.4 million 7.7 million km2

3 people per km2

Perth

Adelaide Melbourne

Sydney

Brisbane

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1 Dot = 2000 people

Unevenly distributed water resources (run-off), mostly in the north & east

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1.0%

1.7%

0.4%

20.3% 23.3%

1.9%

0% 6.1%

0.3%

21.1%

10.6%

13.3%

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Australian river flows are highly variable

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Major Australian Droughts 1895-2010

Source: National Water Commission, 2010

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Despite this, relatively high water use per capita consumption

Source: Chartres C.J. & Williams J., 2006

2000s - The Millenium Drought came to town

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Parliament House, Canberra

• Drought has always been a feature of the Australian landscape

• Usually seen as a problem for farmers and rural towns

• An inconvenience for city people with increased commodity prices

• But in the 2000s the ‘Millennium Drought’ came to town

• Brisbane, Sydney, Melbourne, Adelaide, Canberra & Perth all on tight water restrictions

• Water became an issue for all Australians

Warragamba Dam, which provides nearly 80% of Sydney’s water dropped to 34% of capacity in 2007

Impacts of the Millennium Drought

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The National Water Initiative (2005)

Source: National Water Commission, 2010

Water access entitlements and

planning

8 interrelated elements of water

management

Water resource accounting

Best practice water pricing

Integrated management of

environmental water

Urban water reform Water markets and trading

Community partnership and

adjustment

Knowledge and capacity building

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Australia’s agreed national water policy objectives

• Water security • Water use efficiency • Water for the environment • Sustainable supply • Tradability of water • Better metering and water accounting • Improved science, socio-economic input to decisions • Better, more participatory, water decision making

Water reform & the Murray-Darling Basin

1million km2

14% of Australia

Over 2 million people

6% of Australia’s surface water runoff

Snapshot of the Murray-Darling Basin Major River Valleys = 24 Value of agric. production = $15 billion Share of Australian agriculture = 40% Share of Australia’s irrigated land = 65% Share of agric. employment = 90,000 Long-term annual inflow = 32,553 GL Watercourse diversions = 10,890 GL Interceptions = 2,733 GL

Major river systems Murray River: 2530 km Darling River: 2740 km Murrumbidgee: 1690 km

Canberra

Sydney

Brisbane

NEW SOUTH WALES

QUEENSLAND

VICTORIA

SOUTHAUSTRALIA

Melbourne

Swan Hil l

MilduraMorgan

Menindee

MenindeLakes

LakeVi ctoria

Albury

Forbes

Dubbo

Moree

Charleville

Bourke

MurrayMurrumbidgie

Lachlan

Darling Macquarie

Border

Balonne

Barwon

Warrego

Adelaide

200 km

Murray Bridge

2000s Source: NWC, 2014

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A National Response Building on Past Reforms & focussing on the MDB

Source: Adapted from National Water Commission, 2010

1901 Constitution

1914 River Murray Commission

1987 Murray-Darling

Basin Commission

1990’s Cap on

Diversions & Water markets 2004

National Water Initiative

& The Living

Murray First Step

2007 Commonwealth

Water Act &

Murray-Darling Basin Authority

2008 COAG

Agreement 2012 Basin Plan 2014

Inter-governmental

Agreement signed

ENVIRONMENTAL OUTCOMES

Meet ecosystem watering

requirements

Improve health and resilience of ecosystems

Give effect to international agreements

SOCIAL & ECONOMIC OUTCOMES

Positive outcomes for communities

Improve water security

Water quality fit for purpose

Basin Plan Objectives

The overarching outcome is to:

achieve a healthy and working

Murray-Darling Basin

Source: MDBA, 2014

Outcomes of the Basin Plan

Water management arrangements

• Water managed in the national interest

• Improved clarity and certainty • New trading rules • A firm foundation for the future

Ecological Health

• Better flows in rivers, wetlands and floodplains

• Improved health of trees, fish and birds • Threatened or endangered species less

vulnerable • Increased flows through the Murray Mouth

Outcomes of the Basin Plan

Water quality and salinity

• Consistent water quality standards • Reduced salinity • Fewer algal blooms • More reliable water quality

Regional communities

• Critical human water needs met • Improved certainty for water entitlements • All water users treated consistently and fairly • Improvements in the ways water is used

Basin Plan = A four stage process

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2019 2011 2010

The Guide

The proposed Basin Plan

The Basin Plan

• Sustainable Diversion Limits (SDL ) adjustment

• Final implementation

• information • formal submissions

• information • feedback

Review Process

• adoption • implementation

2012

How will the Plan work?

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Annual Management Long Term Planning

Sustainable diversion

limit compliance

State allocations

State water

resource planning

Accreditation

Evaluating success

Basin Plan

State and Territory

MDBA

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Water reform & Australia’s cities

• Declining inflow into Perth’s water supply dams

• Water managers now planning for a future with no surface water

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It became competitive: Which Australian city is the most water efficient?

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Increased national policy focus on urban water and ‘water sensitive cities’

Source: CRCWSC

Emergence and rapid spread of a security through diversity approach

Smarter use of Water Desalination

Groundwater

Surface Water Water Trading

Catchment Management

Water Corporation of Western Australia

“Security Through Diversity”

Similar programs were established

in Brisbane, Sydney,

Melbourne, Adelaide and other

cities

1. Murray-Darling Basin Coordenação entre departamentos

Participação dos agentes Melhor governança

2. Áreas Urbanas Enfoque na segurança e eficiência

Multiplicidade e diversidade de soluções Abordagens a diversas escalas

3. Fazer mais com menos! PACTUAÇÃO PARA ALOCAÇÃO DE ÁGUA – Susana Neto II Simpósio de Recursos Hídricos – Rio Paraíba do Sul

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Algumas lições da Austrália

Exemplo extremo de conflito de

alocação de águas

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Bacia do rio Jordão – Israel / Jordânia / Palestina

O legendário Mar Morto é um paradigma deste conflito, com as suas margen recuando cerca de 1 metro por ano, devido aos desvios feitos no

Rio Jordão, em grande medida por Israel. Este declínio causa sérios problemas hidrológicos, ambientais e sociais.

‘Red-Dead Sea Water Conveyance Project’ Recentemente assinado um pacto entre Israel, Jordânia e a Autoridade

Palestiniana que permitirá trazer água do Mar Vermelho para o Mar Morto.

“This scheme expected to cost $250m-$400m will pipe 200 million cubic meters of water from the Jordanian city of Aqaba across the gulf from the Israeli resort town of Eilat off the Red Sea through a desalination plant sending brine to the southern-most edge of the Dead Sea. Israel is to receive around 30-50 million

cubic meters of this water, for the benefit of the port city of Eilat and communities in the arid Arava region. Finally, a water transfer deal will also see Israel sell water from the Sea of Galilee to Jordan and desalinated water to the

Palestinian territories.” Mas há receios de que este projeto traga consequências ecológicas desastrosas para os dois mares, devido às suas características bem diferentes, com bloom

de algas no Mar Morto e danos nos recifes do Mar Vermelho, acrescendo impactos negativos no turismo. Por outro lado, os volumes a transportar

poderão constituir apenas 10% do que seria necessário. PACTUAÇÃO PARA ALOCAÇÃO DE ÁGUA – Susana Neto II Simpósio de Recursos Hídricos – Rio Paraíba do Sul

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A corrida para aumentar recursos que se vão esgotando, sem intervir nos processo que causam este desgaste tem mostrado ser ineficiente.

Existem soluções alternativas como reabilitar o rio Jordão diretamente, libertando os caudais que são desviados para o Mar da Galileia e

realimentar o Mar Morto pela circulação natural de caudais. Ou investir na reutilização de águas residuais que representam elevados volumes

disponiveis em contínuo e com possibilidade de outros produtos complementares (gas metano, fertilizante natural).

A libertação de águas do Mar da Galileia que seria a intervenção ‘natural’ depende de um tratado com Israel no sentido de este país o permitir

As condições políticas são o principal entrave à adoção de medidas mais sustentáveis entre as 3 regiões que partilham a bacia do rio Jordão.

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Lições do Medio Oriente

Estrutura da comunicação

Rio Paraíba do Sul e governança da água

Antecedentes e o contexto atual

Exemplos de outros paises

Algumas lições e conclusões

Pistas para ação futura

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Conclusões gerais:

Melhor conhecimento e capacitação para alocação e gestão da água

Abordar os problemas e as expectativas dentro e fora da ‘water box’ (integração setorial)

Reconhecimento da interação dos problemas, em escala e natureza (integração territorial)

Capacitação social e ação para a mudança (governança)

Reforço institucional dos vários níveis (integração de políticas)

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Capacitação social e ação para a mudança: Integração dos atores nos Comités de Bacia

Reforço institucional dos vários níveis: Reforma e Lei de 1998

Integração setorial?

Integração territorial?

Passos a dar...

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O que fazer?

A questão não se reduz à solução técnica para aumentar a oferta de água

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A Serra da Mantiqueira, no início da colonização brasileira, era uma muralha aparentemente intransponível que separava o Vale do Paraíba de Minas Gerais. Em 1674, o bandeirante Fernão Dias Paes Leme cruzou a Garganta do Embaú em busca de esmeraldas. O bandeirante nunca encontraria as pedras preciosas, mas seria responsável por abrir caminho para futuras incursões naquele “mar de morros” e florestas estrategicamente localizado entre os três estados mais populosos do país: Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. No século 19, pequenas propriedades rurais multiplicaram-se pela serra, substituindo boa parte da Mata Atlântica original pelas pastagens e por cultivos de milho, feijão e mandioca. O período coincidiu com o apogeu do café no Vale do Paraíba, de modo que as fazendas cafeeiras logo passaram a ser abastecidas com carne, laticínios, grãos e hortaliças da Mantiqueira. Uma tradição que se mantém até os dias de hoje, quando às atividades agrícolas se juntaram diversas opções de turismo ecológico ou rural. Em 1937, a Serra da Mantiqueira passaria a abrigar o primeiro parque nacional do país, o de Itatiaia, marcando o início da proteção da Mata Atlântica, o mais ameaçado bioma brasileiro. Constitui um autêntico depositário da cultura caipira, dos mais importantes remanescentes de Mata Atlântica da Região Sudeste, além de berço das águas que abastecem a vida em dezenas de municípios.

O que fazer?

Reforçar a experiência passada dos ultimos 35 anos

Responsabilizar todos os atores e a sociedade pela água

Recolocar as metas na partilha dos benefícios e não na gestão da oferta

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Pacto Social: oportunidade na crise

Tréguas - reconhecimento das prioridades visando o interesse nacional

Acordo de limites - o que é inaceitável no uso das águas comuns

Aliança estratégica - capacitação social global para a mudança e para a implementação de ações extremas em contexto de crise

Oportunidade institucional histórica – recuperar a herança de 1978 e lidar com a complexidade atual

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Grata pela vossa atenção!

Susana Neto [email protected]

Universidade Nova de Lisboa (e-GEO)

Universidade de Western Australia (UWA)

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