Out of date : Bizzarro Neto, Siqueira, Moreira. E nas municipais, organização faz diferença....

22
E NAS MUNICIPAIS, ORGANIZAÇÃO FAZ DIFERENÇA? ESTRUTURAS PARTIDÁRIAS, FILIADOS E VOTO NAS ELEIÇÕES DE 2012. Autor: Fernando Bizzarro Neto, Univ. of Notre Dame [email protected] Co-autora 1 : Natália Padovan Siqueira, UNICAMP [email protected] Co-autora 2 : Milena de Paula Moreira - UNICAMP [email protected]

Transcript of Out of date : Bizzarro Neto, Siqueira, Moreira. E nas municipais, organização faz diferença....

E NAS MUNICIPAIS, ORGANIZAÇÃO FAZ DIFERENÇA?

ESTRUTURAS PARTIDÁRIAS, FILIADOS E VOTO NAS

ELEIÇÕES DE 2012.

Autor:

Fernando Bizzarro Neto, Univ. of Notre Dame

[email protected]

Co-autora1:

Natália Padovan Siqueira, UNICAMP

[email protected]

Co-autora2:

Milena de Paula Moreira - UNICAMP

[email protected]

1

E NAS MUNICIPAIS, ORGANIZAÇÃO FAZ DIFERENÇA? ESTRUTURAS

PARTIDÁRIAS, FILIADOS E VOTO NAS ELEIÇÕES DE 2012.

Autor: Fernando Bizzarro Neto1, UNICAMP - FAPESP

Co-autoras: Natália Padovan Siqueira2, UNICAMP

Milena de Paula Moreira3 - UNICAMP

RESUMO: Nosso objetivo é analisar a associação entre os resultados eleitorais obtidos

pelos partidos políticos nas eleições de 2012 e os recursos organizativos que dispõem

em cada cidade. Utilizamos os resultados eleitorais das eleições para Prefeito e

informações sobre as organizações locais dos partidos políticos em todo o território

brasileiro, o texto aponta para a pertinência da hipótese de que “a organização faz

diferença”, ou seja, que dimensões organizativas, como estruturas municipais e filiados,

têm influência sobre o sucesso eleitoral dos partidos. Aprofundamos a análise da relação

entre organização partidária e voto usando variáveis que tendem, segundo a literatura, a

influenciar os efeitos da organização partidária sobre os votos. Demonstramos que

organizações locais robustas tem mais efeito para partidos de esquerda que de direita e

que a presença do HGPE não diminui os efeitos dos diferentes tipos de organização

sobre o voto. Contrariamente, a presença de um candidato incumbent diminui a

intensidade da relação entre organização e voto e presença de um candidato do partido

do governador faz com que os efeitos de partidos mais organizados desapareçam.

PALAVRAS-CHAVE: organização partidária; eleições 2012; filiação partidária.

1. Introdução

Há grande controvérsia quanto ao papel dos partidos políticos na compreensão

do comportamento eleitoral no Brasil. Ainda que o ponto de partida das pesquisas seja o

mesmo – a saber, a expectativa teoricamente orientada de que os partidos políticos

influenciem o voto dos eleitores –, seus resultados têm apontado para interpretações

contraditórias.

Por um lado, pesquisas que se debruçam sobre indicadores tradicionais

utilizados nas respostas a essas questões, como a identidade partidária, têm apontado a

relativa penetração dos partidos no eleitorado e minimizado os impactos que esses

indicadores têm nos resultados globais da disputa política no país.. Uma das mais

1 PhD Student – University of Notre Dame 2 Graduanda em Ciências Sociais - UNICAMP

3 Graduanda em Ciências Sociais - UNICAMP

2

recentes dessas pesquisas é Paiva e Tarouco (2011), que analisando dados do Estudo

Eleitoral Brasileiro afirmam categoricamente que “os partidos não afetam o

comportamento individual do eleitor” (PAIVA; TAROUCO, 2011, p.447).

Por outro lado, pesquisas que se afastam da mensuração tradicional do fenômeno

e o abordam a partir de dados e perspectivas diferenciadas têm apontado conclusões

mais favoráveis aos partidos, evidenciando que eles importam para a compreensão do

comportamento do eleitor brasileiro diante da urna. Braga e Pimentel Jr. (2011), usando

dados diferentes da mesma pesquisa utilizada por Paiva e Tarouco (2011), chegam a

conclusões diametralmente opostas, assegurando que “partidos políticos importam para

explicar o comportamento dos eleitores brasileiros e, portanto, para a estruturação do

sistema partidário contemporâneo” (BRAGA; PIMENTEL JR., 2011, p.297). De

maneira semelhante, há um conjunto de interpretações que apontam a diminuição

sistemática dos indicadores de volatilidade eleitoral como mais uma evidência de uma

relação mais consistente entre os eleitores e os partidos (BRAGA, 2006;

MENEGUELLO, 2011).

Em consonância com esses trabalhos, um conjunto de autores tem buscado

destrinchar essa relação observando dados eleitorais e informações sobre o lançamento

de candidatos. Ainda que, nesses casos, o debate assuma claramente uma nova faceta,

deixando de lado as dimensões subjetivas ou psicológicas inerentes ao debate da

identidade partidária (GREEN; PALMQUIST; SCHICKLER, 2004), e enfocando em

dimensões “objetivas” como estratégia de lançamento de candidatos e coligações ou

“articulações intrapartidárias” (AVELINO; BIDERMAN; BARONE, 2012), os

resultados são semelhantes, sugerindo que os partidos são peças fundamentais no

quebra-cabeça do comportamento eleitoral.

O presente paper adiciona mais uma referência no lado “positivo” da

controvérsia. Sua contribuição deriva de trazer um novo elemento para a análise,

debruçando-se sobre a relação entre resultados eleitorais e a força organizativa dos

partidos ao nível local. Analisando dados das eleições para prefeito de 2012 e

informações sobre as organizações locais e os filiados dos partidos políticos brasileiros,

ele demonstra que partidos mais bem organizados e melhores resultados eleitorais

distribuem-se no território nacional de maneira semelhante, evidenciando que os dois

fenômenos possuem graus elevados de associação.

3

Este texto também explora as possíveis condições que afetam a intensidade

dessa relação, testando os efeitos da adição de variáveis de intervenientes tradicionais à

relação. Em suma, aponta que: (1) organização e bons resultados eleitorais estão mais

associados em determinadas regiões do país que em outras; (2) que o controle pelo

HGPE reforça os efeitos da organização sobre os resultados eleitorais do partido; (3)

que o controle pela ideologia mostra que os efeitos são maiores entre partidos à

esquerda que à direta; (4) que a incumbency do partido no governo estadual ou na

prefeitura diminuem, sem apagar, os efeitos da organização sobre os votos.

Tais conclusões apontam para a necessidade premente de aprofundar as

experiências de análise desse fenômeno, dada a centralidade que o desenvolvimento e

manutenção das organizações partidárias assumiu no debate público contemporâneo no

país. Se importam e como importam os partidos para o eleitor é um entendimento

crucial para aqueles que querem, através dos partidos, fortalecer a democracia brasileira.

2. Partidos e voto

A interpretação dos efeitos da organização dos partidos sobre o comportamento

dos eleitores é um filão tradicional das análises empíricas do comportamento eleitoral

particularmente nos Estados Unidos e na Inglaterra (FRENDREIS; GIBSON; VERTZ,

1990). Fora desses espaços, são poucos os autores que têm se dedicado a análises como

essas e menos ainda são aqueles que têm encontrado resultados positivos (WHITELEY;

SEID, 1994). No caso brasileiro, Ames (1994) buscou empreender análise semelhante,

observando uma possível associação entre a força local dos partidos políticos e os

resultados de seus candidatos presidenciais nas eleições de 1989.

Os testes de Ames (1994), não eram propriamente feitos com dados

organizativos dos partidos, mas exploravam a relação entre os candidatos às prefeituras

em 1988 e os resultados locais dos candidatos à Presidência em 1989. Bizzarro Neto e

Sandes Freitas (2012) foram os primeiros, aproveitando a divulgação de dados

organizativos dos partidos pelo Tribunal Superior Eleitoral, a buscar evidenciar

potenciais relações entre as bases organizativas dos partidos e sues resultados eleitorais,

analisando resultados das eleições de 2010.

O presente texto parte exatamente do mesmo ponto e empreende testes

semelhantes, agora, voltados para as eleições para prefeito em 2012. Assumimos, como

Johnston (1974), que a decisão do eleitor diante da urna é informada tanto por

4

elementos vinculados à política nacional e estadual, os quais ele acessa

fundamentalmente através da mídia de massa, quanto por elementos diretamente

vinculados à dinâmica local. Tais elementos locais estão presentes em todos os pleitos,

mas são absolutamente centrais nas eleições municipais, quando o eleitor é chamado a

decidir exatamente sobre a política de seu município. Nesse caso, para além das

informações que ele pode obter pela mídia local, as informações que o eleitor possui

para informar sua decisão eleitoral chegam a ele de outras formas, nas interações com

seus vizinhos, amigos e comunidade e no contato direto com atividades políticas como

aquelas empreendidas pelos partidos cotidianamente.

Essas atividades são de várias ordens e são realizadas pelos partidos tanto antes

quanto durante a campanha. Desde a seleção de potenciais candidatos e filiação de

novos membros até as atividades de mobilização de eleitores e informação política, os

partidos atuam nas cidades em contato com os eleitores, fornecendo a eles informações

e impressões que o eleitor utiliza para decidir seu voto. Nesse sentido, partidos mais

bem organizados nos municípios tendem a realizar mais atividades e,

consequentemente, acessar mais eleitores e ter mais votos.

Essa relação positiva entre organização, informação e voto está na base do

moderno partido político. O partido de massa, modelo de organização tradicional dos

partidos políticos à esquerda na Europa ocidental, é marcado por uma grande e densa

estrutura organizativa, na qual o contato entre a máquina partidária e os eleitores é

intenso, justamente para superar os obstáculos da competição eleitoral do começo do

século XX em que notáveis podiam mobilizar redes pessoais e recursos próprios para

conquistar votos (DUVERGER, 1964). Para esses partidos, a organização era chave

para a vitória eleitoral e sua emergência está no centro da emergência da democracia

eleitoral de massas contemporânea.

Isso obviamente não significa que o modelo do partido de massas seja ainda o

modelo de organização dos partidos políticos. As transformações da política eleitoral e

das tecnologias de informação alteraram profundamente as possibilidades de relação

entre eleitores e partido, e essa função informativa que as organizações partidárias

possuíam foi largamente dirimida com o avanço dos meios de comunicação de massas

(WHITELEY; SAID, 1994; MAINWARING; ZOCCO, 2007). Tais transformações

intensificaram o papel do “personalismo” na política, e para além dos partidos e suas

5

atividades, o candidato pessoalmente e sua campanha pela televisão se tornaram

dimensões fundamentais do acesso à informação política pelo eleitor.

No caso brasileiro, não só o modelo do partido de massas duvergeriano nunca se

consolidou4, democracia recente que somos, como o personalismo sempre foi encarado

como um traço distintivo da política nacional (MAINWARING, 2001). A despeito

disso, os partidos continuam expandindo suas organizações políticas locais, filiando

cada vez mais membros e elegendo diretórios. Nesse sentido, vale a pena questionar em

que medida essa relação entre organização partidária local, sua capacidade de acessar

eleitores, informá-los e conquistar seus votos importa para seus resultados eleitorais.

Esse questionamento é o objetivo desse texto.

3. Organizações partidárias no Brasil e as eleições de 2012

O sistema partidário brasileiro é provavelmente um dos maiores do mundo.

Dada as dimensões continentais do país, sua estrutura federativa de governo e o grande

número de partidos organizados – e a exigência de que os partidos registrados para

competir em eleições tenham penetração territorial em grande número de cidades e

estados5 – há milhares de órgãos partidários em funcionamento no país.

Divididos em órgãos nacionais, estaduais, municipais e zonais, os partidos

políticos brasileiros operam uma densa rede de estruturas partidárias. Tais redes estão

majoritariamente organizadas em torno de Diretórios e Comissões Provisórias que

constituem as unidades formais de organização dos partidos políticos em cada nível. O

Gráfico 1 apresenta a distribuição dessas unidades para os principais partidos nos

municípios do país.

4 Ainda que o PT em sua fundação se assemelhasse substancialmente a ele (MENEGUELLO, 1989). 5 Lei dos Partidos Políticos no 9.096, Art. 7º, § 1º: “Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove o apoiamento de eleitores correspondente a, pelo menos, meio por cento dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles”.

6

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do TSE

Vê-se que, apesar de serem os maiores partidos, a distribuição de suas bases

locais é desigual. O PT era o partido mais organizado do país em 2012, presente em

praticamente 96% dos municípios. O PR, por outro lado, que se destacou como um

importante parceiro petista na formação da coalizão governista dos três últimos

governos nacionais, possuía em outubro de 2012, segundo dados do TSE, organizações

locais em apenas 10% dos municípios, organizado majoritariamente em Comissões

Provisórias.

A organização petista, além de ser a mais extensa, destaca-se pelo predomínio

dos Diretórios sobre as Comissões Provisórias, de maneira semelhante ao observado

para PMDB e PSDB. Em 85,1% dos municípios do país o PT está organizado em

Diretórios, o PMDB organiza-se da mesma forma em 44,91% dos municípios, com

Comissões em 15,88% de cidades, e o no PSDB, Diretórios e Comissões Provisórias

estão em 36,23% e 30,87% dos municípios respectivamente.

Diretórios são organizações locais mais exigentes que Comissões Provisórias.

Enquanto para as CPs, a organização é fruto de uma nomeação pelo órgão partidário

imediatamente superior, os Diretórios exigem uma maior articulação das bases locais,

dado o maior número de filiados envolvidos em sua formação e a necessidade de uma

PMDB DEM PDT PP PSDB PT PTB PR

Com. Prov. 15.88 24.37 30.28 50.06 30.87 10.27 27.15 10.10

Diretório 44.91 19.12 22.03 19.48 36.23 85.21 12.36 0.02

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

% d

o t

ota

l d

e m

un

icíp

ios

do

país

Gráfico 1. Tipo de organização local dos principais partidos do Brasil

(% do total de municípios) - outubro 2012

7

eleição local para sua instalação. O predomínio dos Diretórios sobre as Comissões no

PT, PMDB e PSDB sugere, portanto, partidos com organizações locais mais densas.

Entre os partidos organizados em Comissões Provisórias, o PP é o partido mais

distribuído no território, presente em praticamente 80% dos municípios brasileiros. Em

50,06% deles o PP organiza-se em Comissões Provisórias e em 19,48%, Diretórios.

DEM, PDT e PTB organizam-se de maneira semelhante, ainda que a diferença entre os

índices seja menor: 24,37% de Comissões Provisórias e 19,12% de Diretórios para o

DEM; 30,28% de Comissões Provisórias e 22,03% de Diretórios para o PDT e 27,15%

de Comissões Provisórias e 12,36% de Diretórios para o PTB.

O PR constitui um caso aparentemente isolado. Os dados apresentam uma

organização praticamente toda construída sobre Comissões Provisórias, presentes em

10,10% dos municípios brasileiros. Há, para Outubro de 2012, apenas 1 Diretório

Municipal do PR registrado. Essa particularidade sugere cautela no tratamento dos

dados. Em que pese os avanços que sua disponibilização pelo TSE aponte, ainda restam

incertezas quanto à sua confiabilidade. Assim como os dados para o PR, o número

relativamente baixo de organizações locais do PMDB registradas – partido marcado

pela ampla rede local que possui (KINZO, 1988; GUARNIERI, 2009; BIZZARRO

NETO, 2013) – nos levam a nos aproximar com cuidado dos dados, e trata-los de forma

a evitar que as incertezas das fontes afetem as conclusões apresentadas (para uma

descrição completa do número de organizações para todos os partidos, ver a Tabela 1 do

Anexo).

De qualquer forma, os dados apontam dois elementos fundamentais para a

análise aqui buscada. Por um lado, mostram que os partidos estão distribuídos no

território nacional, em condições de lançar candidatos e competir eleitoralmente em um

grande número de municípios. Por outro, mostram que a despeito da semelhança nos

modelos organizativos dos partidos brasileiros, largamente herdados da antiga Lei

Orgânica dos Partidos Políticos (RIBEIRO, 2010), há grande variação nos formatos

organizativos reais que assumem variabilidade, essa fundamental para a compreensão

dos efeitos das organizações partidárias sobre seus resultados eleitorais.

Outro dado importante para a nossa análise é o número de filiados que um

partido possui. Dado que assumimos que os efeitos das organizações passam por sua

capacidade de acessar eleitores e mobilizá-los, filiados são atores chave nesse processo

e cremos que o número deles por partido tende a apontar organizações mais robustas

8

localmente. A Tabela 2 apresenta esses dados, especificando os números de filiados dos

10 maiores partidos.

Como podemos observar o PMDB é o partido com maior número de filiados,

2.604.682, um número que representa 14,92% do número total de filiados do país e

2,53% do número de eleitores. Em segundo lugar aparece o PT, com o índice de

10,21%, ou em números absolutos 1.782.338 filiados; e em terceiro lugar o PP com

1.605.490 filiados, ou 9,20% do total nacional. Com a quarta posição do PSDB (mais de

1,5milhão de filiados), a comparação desses dados com os dados do Gráfico 1 aponta

que os maiores partidos do país em penetração territorial são também aqueles que

apresentam o maior número de filiados. Esses partidos são também alguns dos partidos

há mais tempo em atividade, o que sugere que sua longevidade pode estar na base de

sua maior organização pelo país.

Em 2012, essas organizações locais– e possivelmente uma boa parte desses

filiados – trabalharam por 15.076 candidatos a prefeitos. Todos os partido nacionais

tiveram ao menos 1 candidato envolvido nessa disputa com a exceção do PEN. Os

partidos com mais candidatos a prefeito são: PMDB com 2.250; PT com 1.770; PSDB

com 1.620; PSD com 1.087 e PP com 1.069 (os demais valores dos outros partidos

serão mostrados na Tabela 3 abaixo):

Tabela 2. Filiados e Eleitores por Partido Br

(outubro de 2012)

Partido Filiados Filiados/Eleitores (%)

PMDB 2.604.682 2,53

PT 1.782.338 1,73

PP 1.605.490 1,56

PSDB 1.544.995 1,50

PDT 1.347.297 1,31

PTB 1.335.182 1,30

DEM 1.277.062 1,24

PR 888.101 0,86

PSB 689.824 0,67

PPS 539.817 0,52

Outros 3.844.358 3,73

Total 17.459.146 16,96

9

Os dados da tabela 3 chamam a atenção particularmente pelo fato de que, a

despeito da fragmentação do sistema partidário, apenas 6 partidos concentram a maior

parte das candidaturas, 58,5%. Esses partidos são também os partidos com maior

número de organizações locais e filiados, sugerindo a pertinência da expectativa de que

os testes realizados apontem a existência de inter-relação entre força organizativa e

desempenho eleitoral.

Outro dado importante a ser considerado, também, é o número de candidatos

eleitos por cada partido, informação que pode ser observada no Gráfico 2:

Tabela 3. Número de candidatos

por partido no BR (outubro de 2012)

Partido nº

PMDB 2250

PT 1770

PSDB 1620

PSD 1087

PP 1069

PSB 1032

PDT 832

PTB 815

DEM 729

PR 702

PPS 429

PV 408

PSOL 346

PSC 308

PRB 299

PC do B 225

PMN 177

PRP 133

PHS 119

PSL 112

PT do B 107

PRTB 100

PTC 90

PSDC 87

PTN 80

PSTU 60

PPL 49

PCB 36

PCO 5

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do TSE

10

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do TSE

Os partidos que mais lançam são também os que mais elegem candidatos, apenas

com uma inversão de posição entre o PT e o PSDB. Enquanto entre os números totais

de candidatos o PT figurava em 2º lugar na lista, com 1770 candidatos, e o PSDB em 3º

lugar, com 1620, observamos, que por fim, o PSDB elege 711 prefeitos (12,80% dos

candidatos) e o PT 635 prefeitos (11,43% dos candidatos). A predominância dos

maiores partidos, contudo, não impede que a dispersão do poder acabe elevada após a

contagem dos votos. Dentre os 29 partidos envolvidos na disputa pelo executivo

municipal, 26 partidos foram vitoriosos, com a exceção do PCO, PCB e PSTU.

Nesse sentido, o mapeamento das bases organizativas dos partidos e de sua

participação nas eleições de 2012 sugere, desde já, que organização local e desempenho

eleitoral caminham juntos. Os maiores partidos são também os mais bem sucedidos

eleitoralmente. Essa afirmação é fundamental, pois ela evidencia um importante dilema

relacionado à causalidade inserida na discussão por nós empreendida. Dado que ambos

os dados, organização local e desempenho eleitoral, estão concentrados em uma única

eleição, é impossível delimitar claramente a direção da causalidade. Não sabemos se os

partidos que se organizam mais acabam por ganhar mais votos ou se aqueles que

ganham mais votos acabam por atrair as condições para uma maior organização local.

PMDB PSDB PT PSD PP PSB PDT PTB Outros

1018 711 635 493 470 439 308 294 1186

0

200

400

600

800

1000

1200

mero

de c

an

did

ato

s ele

ito

s Gráfico 2. Número de candidatos eleitos por partido no Brasil

(outubro 2012)

11

Afirmações desse tipo dependerão de análise pormenorizadas, que levem em

consideração as transformações nas bases organizativas dos partidos e seu desempenho

eleitoral ao longo do tempo. Cremos, contudo que esse dilema não invalida os testes

aqui realizados. Desde já percebe-se a associação entre os fenômenos, algo que

certamente contribui para diminuir a incerteza ainda presente na literatura apontada no

início.

4. Testando a relação entre partido e voto

O objetivo desse texto é avaliar quais os efeitos das diferentes modalidades de

organização local dos partidos políticos sobre seus resultados eleitorais. Para garantir

sua realização, selecionamos apenas os resultados das eleições para Prefeito em 2012

como variável dependente. As eleições para prefeito têm uma vantagem decisiva sobre

as eleições para Deputado Estadual, utilizadas por Bizzarro Neto e Sandes-Freitas

(2012) que é o fato de a circunscrição da campanha ser restrita ao mesmo espaço

territorial compreendido pela organização local dos partidos. Enquanto nas eleições para

Deputado as campanhas normalmente envolvem várias cidades e os votos são obtidos

em mais de um município, nas eleições para prefeito tanto os votos, quanto a campanha

e o partido têm como limites territoriais o próprio município, permitindo uma

comparação mais robusta dos efeitos.

Como variáveis independentes, adequadas para testar a relação entre órgãos de

partidos e desempenho eleitoral, utilizamos o tipo de organização local que o partido de

cada candidato a prefeito possuía no município em que concorreu em outubro de 2012,

diferenciando entre Diretórios e Comissões Provisórias. Da relação entre essa variável

independente e a variável dependente esperamos:

H1: que candidatos de partidos organizados em Diretórios tenham desempenho

eleitoral melhor que candidatos de partidos organizados em Comissões Provisórias.

Uma segunda variável independente utilizada para testarmos a relação entre

partidos e voto é o número de filiados aos partidos dos candidatos a prefeito nos

municípios brasileiros. Hipoteticamente:

H2: quanto maior o número de filiados do partido na cidade melhor tende a ser

seu desempenho eleitoral.

12

Essas duas hipóteses derivam da expectativa delineada desde o início de que

melhor organização local se relaciona positivamente com os resultados eleitorais dos

partidos. Contudo, como apontamos na Seção 2 desse texto, há um conjunto de

elementos que a literatura tem apontado como intervenientes nessa relação que alteram

suas condições de realização. Particularmente, a história dos partidos políticos apontou

que a esquerda dependeu mais de sua capacidade de organizar melhor seus partidos para

obter bons resultados eleitorais que a direita, sendo essa última mais capaz de mobilizar

redes pessoais de apoio. Nesse sentido, cremos que ideologia possa ser uma importante

variável para diferenciar os efeitos da organização sobre os resultados eleitorais dos

partidos.

Utilizando a classificação ideológica dos partidos elaborada por Zucco e Power

(2010), temos que:

H3: partidos em posições diferentes do espectro ideológico tendem a apresentar

diferentes caracterizações da relação entre organização e voto;

H4: essa relação deve ser mais intensa nos partidos à esquerda que nos

partidos à direita;

Também, a literatura tem apontado os efeitos transformadores da mídia de massa

sobre a relação entre os partidos políticos e seus eleitores. Utilizando dados fornecidos

pelo Ministério das Comunicações pudemos criar uma variável dummy para a exibição

ou não de HGPE local. O HGPE é um recurso fundamental das campanhas políticas

brasileiras contemporaneamente mas apenas as cidades com emissores comerciais ou

educativas primárias possuem a exibição de propaganda política própria do município.

Dessa forma:

H5: cremos que o controle pela exibição do HGPE local tende a intensificar os

efeitos dos diferentes modelos de organização, dado que “limpará” o teste da

capacidade de mobilização e informação via mídia de massas.

De maneira semelhante, ainda buscando compreender a pertinência da relação

inicialmente estabelecida, compararemos os efeitos da organização sobre o voto em

13

municípios em que os candidatos sejam do mesmo partido do governador e do prefeito.

Como é sabido, a “incumbency” pessoal ou partidária, tende a favorecer candidatos do

mesmo partido. Tendo acesso aos recursos públicos e já ocupando cargos eletivos,

candidatos são mais capazes de mobilizar recursos outros que não os propriamente

partidários e podem informar e se fazer conhecer pelo eleitor por mecanismos diferentes

daqueles disponíveis para quem não ocupa – ou pertence ao partido que ocupa – cargos

públicos eletivos. Dessa forma:

H6: Cremos que para candidatos do mesmo partido do governador ou do

prefeito os efeitos da organização partidária sobre o voto tendem a ser menores, dados

que os candidatos podem mobilizar outros recursos em sua atividade de conquistar

votos.

As variáveis relativas ao tamanho do eleitorado e ao pib per capita foram

incluídas em todos os testes como variáveis de controle. Por um lado, elas são variáveis

de controle tradicionais da literatura (BECK e t al, 1974). Essencialmente, contudo, é

fundamental controlar pelo tamanho da população pelo fato de que municípios maiores

tendem a apresentar mais candidatos e a votação média dos candidatos testados tende a

diminuir. Faz-se necessário, portanto, controlar os efeitos das variações do tamanho do

município sobre o desempenho eleitoral dos candidatos.

Os testes da seção 5 desse texto se debruçam sobre essas variáveis e hipóteses.

5. Resultados

Como mencionamos, esse é um exercício inicial de compreensão da relação

entre o fenômeno da organização partidária ao nível local e os resultados eleitorais

obtidos pelos partidos políticos nas eleições para prefeito em 2012. Os testes de

hipóteses que seguem são relativamente rudimentares e seus resultados apenas apontam

caminhos a seguir na medida em que a pesquisa avance. Isso, contudo, não nos impede

de produzir inferências sobre o objeto.

Para o teste da primeira hipótese, de que diferentes formatos organizativos locais

produzem diferentes resultados eleitorais o exercício básico é a realização de um teste t

de student. O teste t é adequado para comparar o comportamento de um fenômeno em

relação a diferentes grupos. No caso, compara-se a quantidade de votos obtida pelos

14

partidos em dois grupos de municípios, naqueles em que possuem diretório (1) com

aqueles em que possuem Comissões Provisórias (0).

O output e o Gráfico 3 acima evidenciam que há diferença entre os resultados

eleitorais dos dois grupos e que essa diferença é estatisticamente significativa. Em

suma, eles aponta que partidos organizados em diretório tiveram em média 4,32% de

votos a mais que aqueles organizados em Comissões Provisórias nas eleições para

Pr(T < t) = 0.0000 Pr(|T| > |t|) = 0.0000 Pr(T > t) = 1.0000

Ha: diff < 0 Ha: diff != 0 Ha: diff > 0

Ho: diff = 0 degrees of freedom = 9422

diff = mean(0) - mean(1) t = -9.7817

diff -4.324489 .4421013 -5.191103 -3.457875

combined 9424 37.79381 .2197914 21.33676 37.36297 38.22465

1 5398 39.64126 .2799798 20.57042 39.09239 40.19014

0 4026 35.31677 .3480547 22.08434 34.63439 35.99915

Group Obs Mean Std. Err. Std. Dev. [95% Conf. Interval]

Two-sample t test with equal variances

. ttest vtot, by(tipoorg)

Com. Prov. Diretório

% média de voto 35.3 39.6

33

34

35

36

37

38

39

40

Gráfico 3. Média de voto (%) por tipo de organização (t test)

15

Prefeito em 2012. Tal resultado confirma a expectativa de que modelos mais robustos

de organização partidária se associam com melhores resultados eleitorais6.

Para a inclusão das demais variáveis, rodamos modelos de regressão linear tendo

a variável “porcentagem de votos obtidos em 2012” como dependente. Os modelos

apresentam os testes para combinação entre variáveis dependente e independentes.

Tabela 6. Resultados dos modelos de Teste de regressão logística para a

porcentagem de votos obtidas por candidatos a prefeito em 2012

Variáveis Modelos

1 2 3 4 5 6 7 8

Tipo org. 4.324* 2.281* 3.010* 2.512* 1.739* 1.067 1.569*

Filiados 2.120* 1.660* 1.529* 1.560* 1.708* 1.363* 1.205*

Esquerda -3.466* -3.453*

HPGE local -10.376* -9.432*

Part gov 7.260* 6.767*

Part pref 10.479* 9.858

Pop -2.936* -2.884* -1.754* -2.823* -2.800* -1.575*

Pibpercapita -1.579* -1.545* -1.245* 1.480* -1.502 -1.077*

*p<0,05

Os dados da Tabela 6 devem ser lidos fundamentalmente a partir da relação

entre votos e força da organização partidária. Nesse sentido, é interessante notar que

partidos organizados em Diretórios têm sistematicamente mais votos que partidos

organizados em Comissões Provisórias e que cidades em que há mais filiados são

também cidades em que os partidos se saem melhor eleitoralmente.

Os resultados dos testes também mostram que para os partidos de esquerda os

efeitos da organização sobre os resultados eleitorais são maiores, ainda que no total sua

quantidade de votos seja menor. Isso confirmar a hipótese de que partidos de esquerda

são mais dependentes de sua capacidade partidária de mobilizar eleitores e conseguir

votos, de maneira semelhante ao teoricamente esperado e aos achados de Bizzarro Neto

e Sandes-Freitas (2012).

De maneira semelhante, o controle pela exibição de HGPE local intensifica os

efeitos da organização. Tal resultado reforça a pertinência da relação entre partidos e

voto, dado que significam que ao limpar a relação dos efeitos da televisão sobre a

mobilização de eleitores a organização não só continua tendo efeitos como esses efeitos

aumentam.

6 A ressalva sobre causalidade feita alguns parágrafos acima aplica-se exatamente nesse ponto.

16

Os dados para a incumbency local e estadual também confirmam a hipótese de

que a presença de um prefeito do mesmo partido ou a simultaneidade entre o partido do

governador e do candidato diminuem os efeitos da organização. Isso aponta para o fato

de que, nesses casos, os candidatos têm acesso a outros recursos, podem mobilizar redes

paralelas para contatar eleitores e têm outros mecanismos para oferecer informação

sobre si para os eleitores, diminuindo os efeitos da organização. Ainda assim, a posse de

Diretórios ou um maior número de filiados mantém seus efeitos positivos para o total de

votos do candidato, exceto quando cruzados exclusivamente com a incumbency

partidária local. Nesse caso, os efeitos da organização deixam de ser estatisticamente

significativos, demonstrando que candidatos que possuem acesso à máquina pública

local podem ser capazes de vencer eleições independentemente da capacidade

organizada de seu partido em participar da eleição.

6. Conclusão

Os dados recolhidos e os testes realizados apontam, ainda que de maneira muito

rudimentar, a pertinência da expectativa de que partidos mais bem organizados

produzem melhores resultados eleitorais ao nível local. Para além das perspectivas

“subjetivas” tradicionalmente abordadas na literatura, esses testes apontam para

condições “objetivas” da capacidade das organizações partidárias darem conta da

disputa política ao nível local.

Em resumo, o que fizemos aqui foi testar em que medida a associação entre

modelos mais robustos de organização partidária, isto é, partidos organizados em

Diretórios e com maior número de filiados, se sustenta na medida em que incluímos os

casos de 2012 e na medida em que a controlamos por variáveis as quais a literatura

tradicionalmente aponta como intervenientes nessa relação.

Os resultados demonstram que a relação é bastante resiliente às variações nos

casos – quando controladas por tamanho da população ou PIB per capita – e à inclusão

das variáveis intervenientes. Partidos mais bem organizados têm mais votos que

partidos menos organizados independentemente se naquelas cidades exibe-se

propaganda política na mídia de massa ou não, tendo a organização, inclusive, efeitos

maiores quando “limpamos” pela presença do HGPE.

A organização também importa mais para partidos de esquerda que para partidos

de direita, ainda que os primeiros, por estarem presentes em menos cidades que os

17

segundos, tendem a estar associados com contextos significativamente mais

competitivos. Tal dado reforça a importância da organização para esses partidos,

evidenciando que proporcionalmente a contribuição de uma organização mais robusta

para os partidos de esquerda é bastante significativa.

Finalmente, os dados demonstram que as organizações partidárias se inserem em

um conjunto de recursos disponíveis aos candidatos para conduzir suas campanhas

eleitorais. Isso fica evidente quando os testes separam candidatos que pertencem aos

mesmos partidos dos governadores dos estados das cidades em que concorrem e

candidatos do mesmo partido do prefeito eleito em 2008. Os efeitos da organização

permanecem positivos e significativo na maioria dos casos, mas sua capacidade de

influenciar o resultado diminui substancialmente. Inclusive, o tipo de organização deixa

de ser importante quando o candidato é do mesmo partido do prefeito eleito em 2008,

ainda que o número de filiados permaneça importante, reforçando a impressão que

candidatos podem ter acesso a recursos e mecanismos de mobilizar e informar eleitores

que estão para além de seu próprio partido.

De qualquer maneira, a sistemática confirmação das hipóteses e a resistência da

relação entre organização mais robusta e voto demonstra que esse pode de fato

constituir um filão importante para que compreendamos as bases do comportamento

eleitoral no Brasil. É preciso continuar avançando na interpretação desses dados para

que sejamos capazes de avaliar corretamente os efeitos dos partidos políticos sobre o

comportamento do eleitor.

Um importante próximo passo é separar os resultados pelas diferentes regiões do

país, explorando as possíveis relações entre agrupamentos sociodemográficos e políticos

e o comportamento eleitoral. Isso é coerente com os achados da literatura americana

(GIBSON et al, XXXX) que evidencia que a separação dos efeitos por região tende a

ser capaz de eliminar grande parte do ruído encontrado nos testes.

De maneira semelhante, testes estatísticos mais robustos e a apreciação das

variações temporais do efeito das organizações sobre o voto tendem a esclarecer melhor

as dimensões dessa relação, clarificando as possíveis relações de causalidade entre o

incremento na capacidade organizativa dos partidos e seu desempenho eleitoral na

eleição subsequente.

Essa compreensão se faz necessária não apenas pela necessidade de

compreender como se comporta o eleitor diante da urna, fundamental para que

18

possamos avaliar as possibilidades de desenvolvimento da democracia brasileira, mas

também – e particularmente – porque o desenvolvimento das organizações partidárias

no país, seu financiamento e regulamentação estão na hora do dia dos debates políticos,

particularmente quando o legislador tem se debruçado sobre proposta de reforma das

bases legais do sistema político nacional. A demonstração de que partidos mais fortes

organizacionalmente tendem a se relacionar mais intensamente com o eleitor pode ser

uma contribuição chave para a discussão, reforçando a necessidade de que se adotem

medidas que visem a fortalecer as organizações partidárias vis-à-vis formas alternativas

de organização política e mobilização eleitoral.

7. Bibliografia:

____________. Las elecciones de 2010 y los rumbos del sistema de partidos

brasileño. Política nacional, fragmentación y lógica de coaliciones, in SÁEZ, M.A.,

TAGINA, M.L. (orgs.), América Latina: política y elecciones del bicentenario (2009-

2010). Cuadernos y Debates, n.209, Centro de Estudios Politicos y Constitucionales,

Madrid, 2011.

AMES, B.. The Reverse Coattails Effect: Local Party Organization in the 1989

Brazilian Presidential Election” American Political Science Review 88 (March): 95–

111, 1994.

AVELINO, G., BIDERMAN, C., BARONE, L.S. Articulações Intrapartidárias e

Desempenho Eleitoral no Brasil. Rio de Janeiro: DADOS – Revista de Ciências Sociais,

vol. 55, no4, 2012.

BECK, P. A. Enviroment and Party: The Impact f Political and Demographic

County Characteristics on Party Behavior. The American Political Science Review, vol.

68, 1974, p. 1229-1244.

BIZZARRO NETO, F. A. PMDB: Organização e trajetória em São Paulo (1994-

2010). Dissertação de Mestrado. UNICAMP, 2013.

BIZZARRO NETO, F. A. SANDES-FREITAS, V. Organização faz diferença?

Estruturas partidárias, filiados e voto em São Paulo nas eleições 2010. Revista

Eletrônica de Ciência Política, v.2 n.2, p. 174-189, 2012.

BRAGA, M. S. S., PIMENTEL JR, J.. Os Partidos Políticos Brasileiros

Realmente não Importam? Opinião Pública v.17, n.2, p.271-303, 2011.

BRAGA, M. S. S.. O Processo Partidário-Eleitoral Brasileiro: Padrões de

competição política (1982-2002). São Paulo: Associação Editorial Humanitas: FAPESP,

2006.

19

DUVERGER, M. Les Parties Politiques. Paris: Librarie Armand Colin, 1964.

FRENDREIS, J. P., GIBSON, J.L., VERTZ, L. L. The Electoral Relevance of

Local Party Organizations. American Political Science Review, vol. 84, pág 225-35,

1990.

GIBSON, J. L., COTTER, C. P., BIBBY, J. F., HUCKSHORN, R. J. Whither

the Local Parties?: A Cross-Sectional and Longitudinal Analysis of Strenght of Party

Organizations. American Journal of Political Science, vol. 29, 1985, p. 139-160.

GREEN, D., PALMQUIST, B., Schickler, E. Political Parties and the Social

Identities of Voters. New Haven, CT: Yale University Press, 2002.

GUARNIERI, F. H. A força dos partidos fracos: um estudo sobre a organização

interna dos partidos brasileiros e seu impacto na coordenação eleitoral. Tese de

Doutorado, USP, São Paulo, 2009.

JOHNSTON, R. J. Local Effects in Voting at a Local Election. Lackwell

Publishing Ltd, 1974.

KINZO, M. D. Oposição e autoritarismo: gênese e trajetória do MDB. São

Paulo: Vértice/Idesp, 1988.

MAINWARING, S. Sistemas partidários em novas democracias: o caso do

Brasil. Porto Alegre: Mercado Aberto; Rio de Janeiro: FGV, 2001.

MAINWARING, S., ZOCCO, E. "Political Sequences and the Stabilization of

Interparty Competition: Electoral Volatility in Old and New Democracies," Party

Politics, vol. 13, 2007, p. 155-178.

MENEGUELLO, R. PT: A Formação de um Partido, 1979-1982. São Paulo: Paz

e Terra, 1989.

PAIVA, D., TAROUCO, G. S.. Voto e identificação partidária: os partidos

brasileiros e a preferência dos eleitores. Opinião Publica, v.17, n.2, pp. 426-451, 2011.

POWER, T. J., ZUCCO JR, C.. Estimating Ideology of Brazilian Legislative

Parties, 1990-2005. Latin American Research Review v.44 n.1, p.218-246, 2009.

RIBEIRO, P. Dos sindicatos ao governo: a organização nacional do PT de 1980

a 2005. São Carlos: EdUFSCAR, 2010.

WHITELEY, P.F., SEYD, P. Local Party Campaigning and Electoral

Mobilization in Britain. Cambrigde University Press: The Journal of Politics, vol. 56,

no1, 1994.

20

8. Anexo

Tabela 1 – Órgãos Municipais por partido (Out/2012)

Partido

Órgãos

Municipais Diretório

Com.

Provisória

Com.

Interventora

N % N % N % N %

DEM 2420 43,48 1064 43,96 1356 56,04 0 0,00

PCdoB 2250 40,43 1051 46,71 1199 53,29 0 0,00

PCB 90 1,61 0 0,0 90 100,0 0 0,00

PDT 2911 52,31 1226 42,12 1685 57,88 0 0,00

PHS 1408 25,30 222 15,76 1176 83,53 10 0,71

PMDB 3383 60,79 2499 73,87 868 25,65 16 0,48

PMN 452 8,12 55 12,17 397 87,83 0 0,00

PP 3870 69,54 1084 28,01 2786 71,99 0 0,00

PPL 430 7,72 4 0,93 426 99,07 0 0,00

PPS 2484 44,63 854 34,38 1628 65,54 2 0,08

PR 563 10,11 1 0,18 562 99,82 0 0,00

PRB 473 8,50 0 0,0 472 99,79 1 0,21

PRP 378 6,80 40 10,60 228 89,40 0 0,00

PRTB 1357 24,38 35 2,58 1320 97,27 2 0,15

PSB 3750 67,38 746 19,90 3003 80,08 1 0,02

PSC 569 10,22 7 1,23 561 98,60 1 0,17

PSDB 3734 67,10 2016 53,99 1712 45,88 6 0,13

PSDC 1114 20,02 136 12,21 975 87,52 3 0,27

PSL 1650 29,65 262 15,88 1388 84,12 3 0,27

PSOL 367 6,60 143 38,96 223 60,76 1 0,28

PSTU 97 0,03 84 86,00 13 13,40 0 0,00

PT 5314 95,49 4749 89,23 567 10,67 5 0,10

PTdoB 510 9,16 147 28,82 363 71,18 0 0,00

PTB 2199 39,51 688 31,30 1510 68,66 1 0,04

PTC 1303 23,41 40 3,07 1259 96.62 4 0,31

PTN 472 8,48 6 1,27 466 98,73 0 0,00

PV 2439 43,88 68 2,79 2371 97,21 0 0,00

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do TSE

Tabela 2. Número de candidatos eleitos

por partido no BR (outubro de 2012)

Partido nº

PMDB 1018

PSDB 711

PT 635

PSD 493

PP 470

21

PSB 439

PDT 308

PTB 294

DEM 275

PR 272

PPS 124

PV 96

PSC 84

PRB 79

PC do B 55

PMN 43

PT do B 25

PRP 24

PSL 23

PTC 19

PHS 17

PRTB 16

PTN 12

PPL 11

PSCD 9

PSOL 2