obtencao do cloro e identificacao dos seus ioes
-
Upload
independent -
Category
Documents
-
view
1 -
download
0
Transcript of obtencao do cloro e identificacao dos seus ioes
3
Índice
0. Introdução.................................................4
1. Fundamentação teórica......................................5
2. Objectivos.................................................7
3. Experiencia I..............................................9
3.1. Obtenção do Cloro e verificação das suas propriedades....9
3.2. Procedimentos............................................9
4. Observações - Experiencia I...............................10
5. Experiencia II:...........................................11
5.1. Identificação dos iões halogénetos (Cl-, Br- e I- ).......11
5.2. Procedimentos...........................................11
6. Observações – Experiencia II..............................12
7. Discussão de resultados...................................13
4
9. Conclusão.................................................16
10. Bibliografia............................................17
0. Introdução
O presente relatório constitui uma discussão minuciosa e
objectiva concernente a aula laboratorial n°2, cujo tema é:
obtenção do cloro e verificação das suas propriedades e
identificação dos iões halogénetos.
No presente relatório encontram-se descritas as propriedades do
cloro, sua ocorrência, os métodos laboratoriais de sua obtenção,
as precauções a tomar no trabalho com o mesmo, assim como o
método privilegiado para a obtenção do cloro, a importância do
cloro (aplicação) e dificuldades encontradas na realização da
aula e suas superações.
5
1. Fundamentação teórica
Ocorrência
O nome cloro provém do grego, significando verde. O cloro livre é
um gás venenoso amarelo -esverdeado, ele se encontra combinado em
6
cloretos, como minérios Halita (NaCl) e Silvita (KCl), em
depósitos subterrâneos e também nos oceanos, RUSSEL (1994, p.991)
Obtenção laboratorial
O cloro pode ser obtido por oxidação do ião cloreto em meio
ácido, usando-se como oxidante o ião permanganato ou dióxido de
manganês (IV):
MnO2 + 4HCl → MnCl2 + Cl2 + 2H2O
2KMnO4 + 16HCl → 2MnCl2 + 2KCl + 5Cl2 + 8H2O
O cloro pode ser obtido, também, a partir da reacção entre a água
de javél e acido clorídrico:
NaOCl(aq) + 2HCl(aq) → NaCl(aq) + Cl2(g) + H2O(l)
O cloro é também usado para purificar a água e desinfectar
piscinas. Quando o cloro se dissolve em água, sofre reacção:
Cl2 (g) + H2O (l) → HCl(aq) + HClO(aq)
Os hipocloritos oxidam a matéria orgânica, Sua acção oxidante
provem, em parte, da decomposição do ácido hipocloroso em
solução:
2HClO (aq) → 2H+ (aq) + 2Cl- (aq) + O2 (g)
O oxigénio borbulha e sai da solução e por sua vez ataca o
material oxidável. ATKINS & JONES (2006, p.684).
Identificação dos iões halogéneos
7
A identificação dos iões Cl-; Br- e I-, pode ser feita com base em
reacções de precipitarão e complexação e reacção redox.
Reacções de precipitação e complexação
Reacções de precipitação: são aquelas em que ocorre a formação de
sais pouco solúveis (precipitados) a partir da mistura de sais
solúveis (soluções aquosas de sais).
Os iões de Cl-, Br- e I- formam com iões de prata poucos solúveis
em agua.
Ag+ (aq) + I-(aq) → AgI(s)↓ (amarelo).
Ag+ (aq) + Br-(aq) → AgBr(s)↓ (Branco-amarelado)
Ag+ (aq) + Cl-(aq) → AgCl(s)↓ (branco)
Complexação
A reacção de complexação é aquela que ocorre com formação de um
ião complexo, que significa em agregado formado quando um ião
metálico (ou, algumas vezes, em átomo) se liga a vários iões ou
moléculas que se aglomeram ao seu redor. RUSSEL (1994, p. 556).
O AgCl(s) é solúvel em solução de amoníaco (NH3), o AgBr(s) é
solúvel em iões tiossulfato (S2O32-) e o AgI(s) em iões cianeto
(CN-).
AgCl(s) + NH3(aq) → [Ag ( NH3 )2 ] + + Cl-
(aq)
AgBr(s) + S2O32- (aq) → [Ag (S2O3
2-)2 ]3- + Br-(aq)
AgI(s) + CN- (aq) → [Ag (CN-)2]- + I-
(aq)
8
Reacções redox
Reacções redox: são aquelas que ocorrem quando há transferência
de electrões. FELTRE (2008, p283).
Para a identificação dos iões brometos e iodetos usa-se amostra
contendo os respectivos iões e agua de cloro ( H2O.Cl2) na
presença de CCl4 ou CHCl3.
O cloro contido na agua de cloro oxida os iões Br- e I-:
Cl2 (aq) + 2Br- (aq) CCl4/ (CHCl3) 2Cl-
(aq) + Br2 (aq) (castanho)
Cl2 (aq) + 2I- (aq) CCl4/ (CHCl3) 2Cl-
(aq) + I2 (aq) ( violeta)
2. Objectivos
Construir um aparelho para a obtenção de gases tendo em conta
a sua toxicidade;
Obter cloro com recurso a materiais convencionais e localmente
disponíveis;
Identificar qualitativamente os iões halogénetos a partir de
reacções de precipitação, complexação e redox;
Verificar as propriedades descorantes do cloro;
Aplicar as normas de higiene e segurança na obtenção
laboratorial do cloro.
10
NaCl(s); NaBr(aq); KI(aq); NH4OH; Clorofórmio; Na2S2O3; KCN; AgNO3;
Água de cloro - H2O.Cl2;
Material
2 Suportes para tubos de ensaio;
Tubo de rosca com abertura lateral 45º;
2 Tubos de rosca com abertura lateral 90º;
Funil de separação;
2 Filtros 20/20 e respectivos suportes;
2 Tapas tamanho 13;
Adaptadores (20/20) e um adaptador (20/13) com anilhas;
3 Espátula;
Pipetas;
Cinco (5) tubos de ensaio normais;
Rotulantes;
3. Experiencia I
3.1. Obtenção do Cloro e verificação das suas propriedades
11
3.2. Procedimentos
Introduz num tubo de ensaio com abertura lateral 45 º, 5 a 6
espátulas permanganato que baste;
Acopla-se à extremidade superior do tubo de ensaio contendo
KMnO4 num tubo de rosca com abertura lateral 90º fechado
através de um adaptador 20/20 contendo suporte para filtro e o
respectivo filtro;
Deita-se água ao tubo de rosca ate a extremidade final do tubo
e introduza uma folha verde;
Acopla-se ao tubo de rosca, um outro tubo de rosca com
abertura lateral 90º de forma análoga;
Coloque carvão activado no tubo de rosca ate aproximar a sua
extremidade final;
Acopla-se o funil de separação ao tubo de ensaio com abertura
45 º por meio de um adaptador 13/13 com anilhas;
Introduza 5ml de HCl(aq) a 2M ao funil usando uma pipeta;
Abra a torneira do funil de modo a vazar lentamente o ácido e
depois feche-a;
Leve a aparelhagem ao nicho e observe;
Conserve o conteúdo formado para a experiencia seguinte.
12
Esquema de aparelhagem da experiencia I Legenda:
4. Observações - Experiencia I.
KMnO4(s) – sólido granulado de cor violeta.
HCl(aq)– solução incolor.
13
No contacto do HCl(aq) com KMnO4(s), após algum tempo , formaram-
se vapores nas paredes do tubo; Passado mais algum tempo
formaram-se bolhas na água, a partir da extremidade inferior
do tubo de rosca contendo H2O;
Observa-se a formação de vapores na extremidade superior do
tubo contendo água; A cada vez que as bolhas iam formando-se,
denota-se uma mudança na coloração da folha verde para uma cor
menos intensa;
A água contida no tubo tomou uma coloração ligeiramente
amarelada, desprendendo-se um odor forte e irritante.
5. Experiencia II:
5.1. Identificação dos iões halogénetos (Cl-, Br- e I- ).
5.2. Procedimentos
Identifique 3 tubos de ensaio com auxílio de rotulantes
enumerados em 1; 2; 3;
Junte cerca de 3ml de solução de NaCl, NaBr e KI ao 1º, 2º e
3º tubo respectivamente;
Deite em todos os tubos uma quantidade que baste de AgNO3 e
observe;
14
Adicione cerca de 1 a 2ml de solução aquosa de NH4OH, Na2S2O3 e
KCN aos tubos 1; 2 e 3 respectivamente e observe;
Deite em 2 tubos de ensaio a mesma quantidade de água de cloro
(H2O.Cl2);
Adicione 2 a 3 gotas de clorofórmio aos respectivos tubos e de
seguida adicione ao primeiro cerca de 3ml de NaBr;
Adicione ao segundo tubo cerca de 3ml de KI e observe.
Esquema de aparelhagem da experiencia II.
6. Observações – Experiencia II.
NH4OH(aq) à 20% - incolor
15
AgNO3(aq) - incolor
NaCl(s) – sólido cristalino
NaBr(aq) - incolor
KI(aq) - incolor
KCN(aq) - incolor
Na2S2O3(aq) à 0,15 M -
Quando adiciona-se AgNO3(aq) ao tubo de ensaio contendo NaCl(s),
observa-se a formação de um precipitado branco;
Quando adiciona-se AgNO3(aq) ao tubo de ensaio contendo NaBr(aq) ,
observa-se a formação de um precipitado branco que quando
aproximado a uma superfície branca verifica-se um tom
ligeiramente amarelo;
Quando adiciona-se AgNO3(aq) ao tubo de ensaio contendo KI(aq),
observa-se a formação de um precipitado amarelo.
Quando adiciona-se a solução de NH4OH(aq) ao tubo no qual fez-se
reagir NaCl(s), e AgNO3(aq) observa-se a dissolução do
precipitado;
Quando adiciona-se solução de Na2S2O3(aq) ao tubo no qual fez-se
reagir NaBr(aq) e AgNO3(aq) , observa-se a dissolução do
precipitado ficando toda solução incolor;
Quando adiciona-se a solução de KCN(aq) ao tubo no qual fez-se
reagir KI(aq) e AgNO3(aq) observa-se a dissolução do precipitado
e no entanto a solução fica ainda amarela mas com carácter
denso;
16
Ao adicionar-se o NaBr(aq) ao tubo de ensaio contendo agua de
cloro (H2O.Cl2), na presença de clorofórmio (CHCl3) observa-se
uma mudança de cor passando a solução para uma cor amarela -
alaranjado com mais intensidade no fundo do tubo (observando-
se duas fazes distintas).
Ao adicionar-se KI(aq) ao tubo de ensaio contendo agua de cloro
(H2O.Cl2) na presença de clorofórmio (CHCl3) observa-se uma
mudança de cor passando a solução para uma cor violeta mais
intenso no fundo do tubo; (observando-se duas fases
distintas).
7. Discussão de resultados
7.1. Experiencia I:
Na reacção entre HCl(aq) e KMnO4(s); a formação de vapores e de
bolhas no tubo de rosca contendo água pode ser descrita de acordo
com a seguinte redacção:
2KMnO4(s) + 16HCl(aq) 2MnCl2(aq) + 2KCl (aq) + 5Cl2 (g)
+ 8H20 (l)
Sabendo-se que o cloro em parte reage com agua tendo como produto a
agua de cloro, que por sua vez é instável decompondo-se de acordo
com a equação:
2 HClO (aq) 2H+(aq) + 2Cl-
(aq) + O2(g)
17
O descoramento da folha verde deve-se a acção oxidante da agua de
cloro quando esta decompõe-se libertando o oxigénio.
As bolhas observados durante a experiencia são, como fundamenta a
literatura, o borbulhar do oxigénio que vai atacar a matéria
orgânica oxidável (folha verde) diminuindo a intensidade da
coloração desta.
8. Experiencia II:
8.1. Identificação dos iões halogenetos (Cl-, Br-, I- ).
Precipitação
Na reacção dos sais (NaCl; NaBr e KI) com AgNO3(aq) observa-se a
formação de substancias pouco solúveis (precipitados de cores
características.
Na reacção entre NaCl e AgNO3(aq) observa-se a formação de um
precipitado branco, sendo o processo descrito pela seguinte
reacção:
18
Ag(aq) + NO3- (aq) + Na+
(aq) + Cl- (aq) → AgCl(s)↓ + Na+ (aq) + NO3-(aq)
Ag+ (aq) + Cl-(aq) → AgCl(s)↓ (branco)
Na reacção entre NaBr e AgNO3(aq) observa-se a formação de um
precipitado branco - amarelado, sendo o processo descrito pela
reacção:
Ag+(aq) + NO3
- (aq) + Na+
(aq) + Br(aq) → AgBr(s)↓ + Na+ (aq) + NO3-(aq)
Ag+ (aq) + Br-(aq) → AgBr(s)↓ (Branco – amarelado)
Na reacção entre KI e AgNO3 observa-se a formação de um
precipitado amarelo, sendo o processo descrito pela reacção:
Ag+(aq) + NO3
- (aq) + K+
(aq) + I-(aq) → AgI(s)↓ + K+ (aq) + NO3
-(aq)
Ag+ (aq) + I-(aq) → AgI(s)↓ (amarelo).
Na interacção dos aniões halogénetos dos sais com o catião de
prata formam-se precipitados.
Complexação
Ao adicionar-se solução aquosa de amoníaco (NH3) ao tubo de
ensaio onde formou-se o precipitado branco (AgCl(s)) observou-se a
dissolução do precipitado na solução, sendo o processo descrito
pela reacção:
AgCl(s) + 2NH3(aq) → [Ag( NH3 )2 ]+ + Cl-(aq)
19
Ao adicionar-se solução de Na2S2O3 ao tubo de ensaio onde formou-se
precipitado branco-amarelado (AgBr(s)), observou-se dissolução do
precipitado na solução, sendo o processo descrito pela reacção:
AgBr(s) + S2O32- (aq) → [Ag (S2O3)2]3+
+ Br- aq)
Ao adicionar-se solução de KCN ao tubo de ensaio onde formou-se o
precipitado amarelo (AgI(s)), observou-se a dissolução do
precipitado na solução, sendo o processo descrito pela reacção:
AgI(s) + CN-(aq) → [Ag (CN)2]- + I-
(aq)
Reacções Redox
O amarelo - alaranjado verificado como resultado da reacção entre a
agua de cloro (H2O.Cl2 (aq)) e NaBr(aq) na presença de clorofórmio
(CHCl3) deve-se a formação do bromo molecular:
Cl2 (aq) + 2Br- (aq) CCl4/ CHCl3 2Cl-
(aq) + Br2 (aq) (amarelo –
alaranjado)
Os iões brancos são oxidados pela molécula de cloro presente na
solução deste em agua levando à formação da coloração
característica do bromo no estado molecular.
O tom violeta verificado como resultado da reacção entre a água de
cloro (H2O.Cl2 (aq)) e KI na presença de clorofórmio (CHCl3) deve-se a
formação do iodo molecular:
Cl2 (aq) + 2I- (aq) CCl4/ CHCl3 2Cl-
(aq) + I2 (aq) ( violeta)
Os iões iodeto são oxidados pela molécula de cloro presente na
solução desta em água levando à formação da coloração
20
característica do iodo no estado molecular, conforme fundamenta a
literatura consultada.
9. Conclusão
Ao fim da aula laboratorial pôde verificar-se as propriedades do
cloro como fundamenta-se na literatura, porem, algumas
propriedades não pôde-se apurar pois tal prática não é
aconselhável no trabalho laboratorial devido também a toxicidade
do gás que reduziu-se usando o carvão activado.
O carvão activado na experiencia feita tem a função de
absorvente, ele absorve gases em grande quantidades como forma de
eliminar a toxicidade, devido a sua estrutura porosa.
21
Durante o trabalho laboratorial verificaram-se varias
dificuldades, razão pela qual a aparelhagem descrita no relatório
é um tanto que diferente da recomendada no guião, pois os tubos
de rosca no entanto necessários para realização da aula
encontravam-se indisponíveis, o que levou-nos a usar dois tubos
de rosca com aberturas 90° tendo-se a dificuldade de encontrar
tapas para os respectivos tubos.
Mas como o trabalho laboratorial prima pela flexibilidade e
superação, supervisão docente conseguiu-se montar a aparelhagem
com o material disponível, e produzir o cloro usando-se como
oxidante o permanganato de potássio (KMnO4(s)) na presença do
(HCl(aq)), verificando-se as suas propriedades e realizando-se por
sua vez a identificação dos iões halogénetos.
Não Pode-se chegar aos mesmos resultados obtendo o cloro a partir
da água de Javél e ácido clorídrico, como também a partir da acção
do HCl(aq) sob a acção de agentes oxidantes como o MnO2 , KClO3 ( nos
palitos de fósforos ).
22
10. Bibliografia
ATKINS & LORETTA. Princípios da Química, Questionando a vida moderna e o meio
ambiente. Porto Alegre, 3 ed, Bookman, 2006.
CHANG, Raymond. Química. Portugal, editora Mc Graw-Hill, 5 ed, 1994.
FELTRE, R. Quimica 2. Fisico-Quimica. São Paulo, 7 ed, Editora Moderna,
2008.
MORRITA & ett all. Manual de soluções, reagentes e solventes. São Paulo,
editora Bhecher, 2ed, 2007.
RUSSEL, John Blair. Química Geral. São Paulo, editora Pearson do Brasil,
2 ed, 1994.
TOCOLI & FARIA. Mundo da Química 2. Lisboa, Edições ASA. Volume 2,
1990.