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O Perfil do Educador
Modelos Pedagógicos eDesenvolvimento Curricular
Escola Superior deEducação
Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º
Docentes: Ângela Lemos,Discente: Ana Cristina Teixeira e Cátia
AlmeidaAno Letivo: 2014/2015 – 1º Semestre
Modelos Pedagógicos e Desenvolvimento Curricular - O Perfil doEducador
Índice
1. Introdução............................................2
2. Contextualização......................................4
2.1...............Caraterização da Instituição de Estágio
4
2.2...................................Situação Dilemática
6
3. Perfil do Educador....................................8
4. Construção da Identidade do Educador de Infância.....11
4.1....................................Identidade Pessoal
11
4.2...............................Identidade Profissional
12
4.3..........................Desenvolvimento Profissional
13
5. Considerações Finais.................................16
6. Bibliografia.........................................18
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Modelos Pedagógicos e Desenvolvimento Curricular - O Perfil doEducador
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Modelos Pedagógicos e Desenvolvimento Curricular - O Perfil doEducador
1.Introdução
O presente trabalho tem como intencionalidade a
abordagem e análise de uma situação dilemática vivenciada e
presenciada em contexto de estágio, concretizado no âmbito
da Unidade Curricular (UC) Estágio 1, e realizado na
Instituição Creche e Jardim-de-Infância 1º de Maio. O nosso
trabalho é designado por O Perfil do Educador, e baseia-se na
definição e interpretação do perfil do educador e na
construção da identidade do próprio, tendo como base a
identidade pessoal, a identidade profissional e o
desenvolvimento profissional. Tendo também em conta a
caraterização da instituição onde realizámos o estágio,
assim como as salas respetivas às alunas que realizaram o
presente trabalho e as suas correspondentes educadoras.
Este trabalho foi solicitado pela docente Ângela
Lemos, no contexto da UC Modelos Pedagógicos e
Desenvolvimento Curricular, com o objetivo de selecionarmos
um dos temas proposto pela mesma e abordada nas aulas ao
longo do decorrer do semestre, tema este que se
identificasse com o estágio concretizado, podendo ser
realizado individualmente ou em grupo, no entanto o grupo
teria de ser o mesmo do contexto de estágio, devido à
situação dilemática ter de ser a mesma, ou comum.
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Modelos Pedagógicos e Desenvolvimento Curricular - O Perfil doEducador
Para facilmente analisarmos, refletirmos e debatermos
o tema em questão, foi-nos solicitado pela docente a
criação de um índice que nos facilitasse o desenvolvimento
do trabalho, portanto decidimos dividir este em três temas
compostos por alguns subtemas. O primeiro tema denominasse
Contextualização, onde iremos realizar uma breve
caraterização da instituição de estágio, pois a docente não
esteve presente em todos os contextos de estágio e não
conhece todas as instituições, sendo então importante que
adquira alguns conhecimentos sobre o mesmo, e ainda iremos
referir qual a nossa situação dilemática, o porquê da
escolha deste tema; no segundo tema iremos abordar a
definição, aquilo que se entende por perfil de um educador,
como este se vai desenvolvendo e formando; no último tema
denominado Construção da Identidade do Educador de Infância,
decidimos dividir em três subtemas que consideramos ser as
fases de criação, pelas quais a pessoa, futuro educador,
passa até formar o seu perfil de educador, sendo estas a
identidade pessoal, o seu próprio eu, a identidade
profissional, o profissional que é, e ainda o
desenvolvimento profissional, as aprendizagens que vai
concretizando, as suas evoluções, e a sua constante
formação; por fim ainda iremos concretizar as considerações
onde iremos concretizar um breve resumo do trabalho, a
grande conclusão que retiramos da concretização do mesmo,
se conseguimos ou não atingir todos os objetivos
previamente estabelecidos, e se não conseguimos explicar o
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porquê, e ainda referir a importância que o trabalho teve
para nós, para o conhecimento ou aprofundamento do tema,
para o nosso crescimento pessoal.
Em suma, o decorrer do trabalho identifica e
caracteriza o perfil do educador de infância, as suas
competências e saberes profissionais, enquanto docente e
profissional de relação pedagógica.
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2.Contextualização
2.1. Caraterização da Instituição de Estágio
A 12 de Setembro de 2009 foi a inaugurada a atual
instituição Creche e Jardim-de-Infância 1º de Maio, dois
anos depois do anúncio da sua construção, na freguesia do
Laranjeiro. Esta instituição é Camarária, alberga apenas os
filhos dos trabalhadores da Câmara Municipal de Almada com
idades entre os 4 meses e 6 anos e tem no total capacidade
para 166 crianças. A instituição tem três coordenadoras, a
coordenadora geral, Cristina Falcão e uma por cada
valência.
Na valência de creche existem quatro educadoras assim
como na valência de jardim-de-infância, e uma educadora de
cada valência acumula as funções de coordenadora como já
referimos anteriormente.
A instituição dispõe de duas valências: Creche e
Jardim-de-Infância e para isso tem um espaço com
equipamentos próprios para cada uma, na creche existem dois
berçários, duas salas parque e duas salas de atividades com
capacidade para 66 crianças. O jardim-de-infância
compreende quatro salas de atividades para crianças dos 3
aos 6 anos e tem capacidade para 100 crianças.
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Este é um edifício construído de raiz e tem dois
pisos, cave e rés-do-chão. Na cave está situada a sala
polivalente que onde as crianças dormem e também fazem as
aulas de expressão motora. No rés-do-chão estão as salas
das duas valências, a sala de isolamento que segundo a
coordenação, poucas vezes é utilizada, mas serve para as
crianças que estão doentes enquanto aguardam os
encarregados de educação, as casas de banho, para as
crianças e para os adultos e os gabinetes. Para além disso
ainda existe um refeitório com cozinha, uma lavandaria e um
espaço de arrumação dos carrinhos de bebés.
O espaço exterior tem boas condições para as crianças
brincarem, e é dividido para a valência de creche e de
jardim-de-infância. Aqui existe ainda uma horta pedagógica
e um espaço para animais, com coelhos atualmente.
A discente Cátia Almeida, realizou o seu estágio na
sala 1, onde ao longo do decorrer das nove semanas que
esteve presente na instituição, observou que a sua
educadora orientadora trabalhava muito a autonomia do seu
grupo de crianças. Ao refletir com a educadora, pôde
compreender que esta considera importante que desde cedo as
crianças se tornem autónomas, e cada vez mais
independentes, habituando-se a concretizarem as atividades
e momentos da rotina diária autonomamente. Outros dos
aspetos que pôde verificar foi que a educadora não impunha
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atividades, mas sim propunha, dando oportunidade às
crianças que também interviessem e propusessem.
É através do diálogo que muitos dos conflitos são
solucionados nesta sala, e por isso é que a educadora se
rege pela ideia de que é necessário que as crianças
compreendam o que aconteceu, e tenham a noção de que
perante aquela atitude há uma consequência.
A organização do espaço da sala 4, sala onde foi
concretizado o estágio da discente Ana Teixeira, está
constituída de acordo com as necessidades do grupo
demonstradas no início do ano, assim como no decorrer do
mesmo, e poderá ser alterada ao longo do ano se a educadora
achar pedagogicamente necessário para o bom desenvolvimento
individualizado de cada criança, assim como para o bem-
estar e integração de todo o grupo na sala. Sendo que as
opções tomadas pela educadora assentam nas dinâmicas do
grupo, nas suas intenções educativas, bem como nas
intencionalidades educativas dos materiais.
A sala encontra-se composta por seis áreas distintas,
nomeadamente a área das artes (pintura, colagem, recorte,
desenho, escrito, entre outras atividades), a área do
sossego, a área dos jogos calmos, a área da casinha, a área
das trapalhadas e a área das construções; sendo que em
todas estas áreas poderemos encontrar uma grande variedade
de objetos e materiais dispostos de forma que todas as
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crianças possam usufruir deles autonomamente, consoante as
suas opções, conjugações e diferentes manipulações.
Sendo um dos objetivos principais da educadora a
promoção da autonomia, esta preocupa-se em (…) criar um espaço
nítido, condição fundamental para que a criança não se “perca” e possa, assim,
ser independente das pessoas adultas (…). Na sala também se rotula de
uma forma clara os materiais (…) para facilitar a independência”,
sendo que a “independência em relação ao adulto é, principalmente para a
criança pequena, um caminho em direcção à autonomia (Zabalza, 1998,
p. 154).
Uma organização do espaço bem pensada e planeada
promove o progresso das crianças em termos de desenvolvimento físico,
comunicação, competências cognitivas e interacções sociais (Post &
Hohmann, 2011, p. 101), estimulando e apoiando o
crescimento e o desenvolvimento das crianças, de forma a
diligenciar-se o maior número de oportunidades de
construção de aprendizagens pela ação.
Contudo, ambas as educadoras defendem que a
organização do espaço deverá facilitar a autonomia e a
partilha de possibilidades entre a criança e a educadora
para se tornar num ambiente de aprendizagem e afável que
apoiem o jogo centrado na criança, iniciado pela criança e facilitado pelo
educador (Post & Hohmann, 2011, p. 99) onde ela possa
desenvolver todo o seu caráter autónomo e construtor do seu
próprio processo de aprendizagem.
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2.2. Situação Dilemática
Relativamente à situação dilemática, chegámos à
escolha da mesma através da experiência que obtivemos da
concretização do estágio, da qual beneficiámos imenso, pois
conseguimos observar diferentes práticas pedagógicas, que
apesar de se intercalarem e terem situações em comuns,
vivenciavam o dia-a-dia em sala de uma forma muito
distinta, pois a implementação dos currículos com os quais
se identificavam era concretizada de forma dissemelhante.
Após refletirmos sobre as principais conversas que
realizávamos nos momentos após o estágio, chegámos à
conclusão que muitas delas se centravam nas práticas
pedagógicas das educadoras que acompanharam o nosso
estágio, no percurso profissional destas, nas pessoas
individuais que estas eram e na influência da sua
identidade pessoal no seu desenvolvimento profissional,
pois verificávamos que muitas das suas atitudes perante as
crianças, apesar de serem refletidas, ponderadas e
aplicadas de acordo com os seus saberes teóricos, tinham
implícito na sua forma de falar e nos seus gestos perante
as crianças a sua própria identidade e personalidade, sendo
que este foi o motivo fulcral para a escola do tema.
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Outra das situações que nos levou à reflexão e
abordagem deste tema, foi o facto de ambas considerarmos
que não existe um perfil de um educador, questão que iremos
desenvolver no tema seguinte; e ainda o facto de
concordarmos que o trabalho de equipa é bastante importante
na definição de cada perfil de um educador de infância, e
foi através desse trabalho em equipa, da troca de ideias,
práticas, atividades possíveis e atividades comuns
colocadas em prática que chegámos à escolha do tema em
questão.
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3.Perfil do Educador
Os educadores de infância, para além de profissionais
da educação, são responsáveis pela educação de todas as
crianças que estão a seu cargo, não possuindo somente a
função de transmitir conhecimentos, tendo como
responsabilidade a organização de atividades educativas, a
nível individual e de grupo, com vista à promoção e
incentivo do desenvolvimento físico, psíquico, emocional e
social de crianças dos 0 aos 6 anos de idade, portanto,
segundo a tese de Mestrado da docente Joana Margarida Lace,
a escola (...) não pode ser mais considerada como simples máquina
de alfabetização. A sua função não se restringe mais, como
antigamente, à modesta tarefa de ensinar a ler, escrever e contar. O
seu papel, no panorama complexo da vida social moderna, é mais
amplo e mais profundo. As suas responsabilidades são bem maiores.
Além de instrumento de formação física, intelectual e moral, cabe a
missão de promover a integração harmoniosa da criança no seio da
comunidade, fornecendo-lhes todos os elementos para que se possa
tornar um factor de progresso individual e social. Assim, a finalidade
da escola primária não se limita somente a “instruir” a criança, mas
antes e sobretudo, a educá-la integralmente (Santos 1951: 36). Em
suma, ser educador/professor, nos dias de hoje, é assumir um papel
multifacetado, sem deixar de recuperar o ideal da humanitas1, um
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programa de desenvolvimento integral do educando/aluno (Lace,
2010, p. 12).
Christine Josso (2002:35) defende que o conceito de
experiência formadora implica uma articulação conscientemente elaborada
entre actividade, sensibilidade, afectividade e ideação, articulação que se
objectiva numa representação e numa competência (Canastra, 2009, p.
3), sendo que o que realmente importa não é só a aplicação
de saberes ou técnicas que se articulam entre si, mas
também o “espaço-tempo subjetivo”, a partir do qual se
pronunciam os vários elementos configuradores da
profissionalidade dos futuros profissionais (canastra).
Na sua prática profissional o educador obedece a
orientações curriculares e pedagógicas elaboradas e
propostas pelo Ministério da Educação, apoiando os
educadores e orientando-os na elaboração de diversas
atividades relacionadas com diferentes áreas, como por
exemplo a socialização das crianças e o desenvolvimento da
sua afetividade.
Existem também outros domínios deveras importantes que
requerem a intervenção do educador, como o desenvolvimento
da comunicação e da linguagem, o desenvolvimento da
capacidade de expressão de ideias, sentimentos e emoções,
assim como o desenvolvimento da expressão criadora, sendo
que todos estes domínios devem ser trabalhados com as
crianças na sua rotina diária, na concretização de diversas
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atividades e na participação de diversas situações
distintas (educador de infância).
O perfil do educador não se foca apenas na sua prática
pedagógica nem na sua identidade pessoal, mas também na sua
formação inicial e durante o seu percurso profissional,
tendo como objetivo através destes saberes teóricos a
valorização da ideia da aplicação destes, em que, segundo
Chauvière (2005), a lógica de qualificação assenta, tendencialmente, na
ideia da transmissão de saberes, técnicas e valores próprios de uma profissão
que, posteriormente, deverão ser aplicados e transferidos para as práticas
profissionais (Canastra, 2009, p. 3). No entanto, a lógica de
competências, ao invés da lógica de qualificação, assenta
na ideia de uma mobilização de recursos (saberes,
capacidades, atitudes ou valores), ou seja, na recorrência
à sua identidade pessoal, nos próprios contextos da própria
atividade laboral. Portanto, o perfil do educador resume-se
à aprendizagem da sua profissão a partir dos próprios
contextos laborais e numa dinâmica de autoformação ao longo
da vida, partindo do ponto de partida da sua formação
inicial, onde se começa a formar a identidade profissional,
com o auxílio das práticas.
A ideia de uma formação profissional de educadores,
orientada para a construção e desenvolvimento de
competências tem implícita uma perspetiva formativa
direcionada para a reflexão, pressupondo que cada formando
se torne capaz concretizar análises críticas, consoante as
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situações educativas que vão surgindo, conseguindo através
destas capacidades de agir na complexidade e na incerteza
da ação educativa, sendo que formar este profissional requer que se
ponha em prática uma formação centrada no formando, mobilizadora de
estratégias diversificadas e diferenciadas e, também, facilitadora da
construção das competências necessárias a um desempenho profissional
positivo (Baptista & Sanches, 2003, p. 3).
Contudo, consideramos que não existe um perfil
definido de um educador, apesar de existirem bases para a
sua formação e o teórico ser apreendido e transmitido de
uma forma concisa a todos s formandos, a prática já não é
concretizada, apreendida e desenvolvida da mesma forma,
pois a nossa identidade pessoal, as experiências de estágio
e profissionais, as pessoas que vão surgindo ao longo das
nossas experiências e do nosso percurso profissional vai
influenciando, direta ou indiretamente, a nossa prática,
pois encontramo-nos em constante aprendizagem e evolução, e
o educador que no inicio do percurso é vai-se alterando com
o decorrer do tempo, devido às experiências concretizadas
consoante o meio envolvente, como a famosa frase citada por
Sócrates, filósofo da antiga Grécia, “Só sei que nada sei”,
portanto
na verdade,(…) educar implica tanto em instrução, ou seja, em
propiciar o acesso ao domínio de conhecimentos teóricos e práticos,
incluindo os simbólicos, que a humanidade já produziu (…), bem
como em formação, que é criar condições para o emergir do sujeito
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cidadão, social, cultural, política e profissionalmente falando. Essa
segunda dimensão mais complexa do ato de educar é indissociável
da primeira, (…) O ato de instruir e de formar são objetivos
intencionais do professor/educador (Therrien 2006: 1) citado por
(Lace, 2010, p. 12).
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4.Construção da Identidade do Educador de Infância
4.1. Identidade Pessoal
Muitos são os autores que tentam compreender o
conceito de Identidade, tornando-o num termo complexo e sem
uma definição consensual. Contudo podemos explicar
Identidade como uma série de caraterísticas pelas quais ser
reconhecido.
Alguns autores como Dubar (1997) defendem a construção
da identidade advém de dois processos: Autobiográfico (a
identidade do eu) e Relacional (a identidade do eu para o
outro).
Qualquer pessoa cria, a sua biografia, isto é, a
identidade pessoal que está relacionada com a sociedade e
com as relações que cria com a sua cultura. Portanto, a
biografia, as relações com a sociedade, são a base para o
processo de construção de identidade do individuo,
assumindo aqui uma dimensão individual, isto é, as ideias,
conceções e representações que edificamos sobre nós mesmos.
A identidade pode social visto que a adoção de
determinada de uma certa identidade social presume que
exista interação entre os sujeitos na sua configuração e
partilha, afirmando um compromisso para com o grupo,
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Modelos Pedagógicos e Desenvolvimento Curricular - O Perfil doEducador
definindo os sentimentos de pertença social que suportam a
existência do grupo.
A identidade é um processo que se vai construindo ao
longo do tempo tendo como base diversos intervenientes,
presumindo várias socializações, sendo que “o modo como
vivemos e os nossos papéis em diferentes grupos influenciam-se mutuamente”
(Oliveira, 2012, p.25).Assim, a nossa identidade constrói-
se pela interação das particularidades dos grupos a que
pertencemos (familiar, escolar, religioso, etc.).
Assim, a nossa identidade constituída por várias
dimensões que se possui variadas dimensões, que se associam
e que vão alterando-se com a passagem do tempo, daí ser
possível concluir que não temos apenas uma identidade mas
sim identidades.
4.2. Identidade Profissional
Os conteúdos teóricos não estão diretamente
relacionados com a prática pois “embora permitam adequar de uma
forma precisa as acções sobre a realidade, prever os efeitos, a sua eficácia,
determinar as condições e limites de validade” (Pereira &Silva, p.
205), não ditam o que é preciso fazer na prática, apenas
orientam o educador indicando possíveis formas para a
realização das suas ações. Os saberes práticos são uma
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acumulação de experiências e situações, por isso pode-se
dizer que “os saberes teóricos não se aplicam à prática mas intervém nela”
(ibid).
É com a formação inicial que se começa a desenvolver a
identidade profissional, sendo assim importante a pártica
pedagógica como primeiro contacto com a realidade
profissional. (Abreu,2011, citado por Oliveira,2012, p.
27). Nós como formandas, concordamos com o que este autor
cita, visto que com o contacto com a realidade através dos
estágios profissionais, começamos a desenvolver a nossa
identidade profissional. Especialmente com este último
estágio, em que pudemos ter um contacto mais profundo e
mais alargado com as práticas no contexto Jardim de
Infância, sentimos que começámos a criar as nossas próprias
linhas orientadoras para a nossa própria prática. Por
exemplo, é aqui iniciamos o pensamento sobre o que queremos
fazer e como vamos atuar em determinadas situações quando
formos nós assumir um papel de Educadoras.
Derouet (citado por Teixeira,2002, p. 38) quando
menciona a identidade profissional dos educadores, refere-
se como sendo uma “montagem compósita”, isto é, possuí uma
dimensão espácio-temporal, atravessando “a vida
profissional desde a fase de opção pela profissão até à
reforma, passando pelo tempo concreto de formação inicial
(…). (ibid).
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Modelos Pedagógicos e Desenvolvimento Curricular - O Perfil doEducador
Recorrendo a Dubar (2003, p. 51) a identidade é
construída a partir da socialização profissional nos
contextos de trabalho, pois é a partir dele que os
indivíduos acedem à autonomia e cidadania. Deste modo, a
identidade profissional assume duas dimensões: Social e
Individual. Neste âmbito, podemos dizer que, ainda no
momento da formação inicial, onde começamos a construir a
nossa identidade enquanto futuros profissionais de
educação, é influenciada por aquilo que observamos dos
nossos Cooperantes/ Formadores, estando assim implícito a
dimensão social.
Para Sarmento (1999, p. 23 citado por Oliveira, 2012,
p.26) as identidades estão em constante evolução, isto é,
são um processo dinâmico, visto que à medida que vão evoluindo
na carreira os profissionais reinterpretam e reformulam as perspetivas
profissionais. Por isso, a identidade profissional está ligada
com o processo social e profissional. E numa perspetiva
mais individual e segundo o mesmo autor as vivências
pessoais também têm uma forte influência para o
desenvolvimento da identidade profissional estando assim “
entrelaçado com a reconstrução da sua história de vida em
associações como adesão à profissão (…). Assim, após estas
leituras podemos inferir que o que nós somo enquanto
pessoas, as nossas vivências que no fundo são o que nos
moldam enquanto pessoas não se dissociam do que nosso “eu”
enquanto profissionais.
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Modelos Pedagógicos e Desenvolvimento Curricular - O Perfil doEducador
4.3. Desenvolvimento Profissional
As diferenças que os educadores apresentam no que se
refere a conceções, preferências, tipo de preocupações e
representações acerca dos seus papéis são determinados
pelos contextos profissionais que os educadores de infância
estão a exercer as suas funções.
O término da formação inicial dos educadores e o começo
do cumprimento da sua atividade profissional coincide com
uma fase de diversas transformações. É nesta altura, que
grande parte destes profissionais, vivenciam pelo primeira
vez, o que é ter um grupo de crianças à sua inteira
responsabilidade e começam a encarar as dúvidas, as
angústias, quer das crianças, quer dos pais bem como as
suas.
Para um profissional de educação não basta apenas
“gostar de crianças”, é necessário que se sinta a vontade
com estas e que consiga refletir sobre a sua prática.
(Leavitt,1994, citado por Coelho 2004).
Neste âmbito, o desenvolvimento profissional pode ser
encarado como um processo dinâmico e de construção
contínua, onde os conhecimentos e as experiências se tornam
a base de uma prática reflexiva.
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Modelos Pedagógicos e Desenvolvimento Curricular - O Perfil doEducador
Tendo por base as nossas pesquisas efetuadas, podemos
inferir que os estudos realizados sobre o desenvolvimento
profissional dos educadores de infância são em menor número
do que os estudos sobre o desenvolvimento profissional dos
professores, por isso iremos recorrer ao modelo proposto
por Katz (1993), que definiu quatro estágios, onde se pode
reconhecer uma sucessão de preocupações, interesses e
necessidades de formação.
No primeiro estágio, Sobrevivência, decorre até meados do
primeiro ano de experiência profissional do educador, isto
é, o início da carreira profissional. Nesta fase, a maior
preocupação é se consegue sobreviver. “O educador questiona-se a
si próprio: “Será que vou conseguir fazer este trabalho dia após dia?”. A
problemática de assumir responsabilidades próprias perante
o grupo de crianças bem como com os primeiros encontros com
os pais das mesmas, provocam no educador sentimentos de
angústia, ansiedade, impreparação e de desamparo. No
decorrer desta etapa o educador carece de muito apoio,
compreensão e de encorajamento. No que toca à necessidade
de formação elas concentram-se na obtenção de apoio dentro
do contexto de trabalho, através dos pares mais
experientes. É essencial que os “formadores” disponham de
tempo de tempo para poderem auxiliar os iniciantes de
carreira. Em suma, o início de carreira está associado às
preocupações de sobrevivência, sob o “receio” de não
conseguir exercer a profissão que escolheu. Tal como nos
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Modelos Pedagógicos e Desenvolvimento Curricular - O Perfil doEducador
refere Simão (1995, p.192) “(…) Cerca do primeiro ano como
educador, o individuo apercebe-se da discrepância entre a realidade e o que
antecipou face ao próprio trabalho no que concerne à sua capacidade de levar
a cabo”( Katz, 1993,p.15)
No segundo estágio, intitulado de Consolidação, que
ocorre por volta do final do primeiro ano de trabalho, após
tomar a consciência de que é capaz de sobreviver podendo
assim consolidar e fortalecer os conhecimentos adquiridos
no primeiro estágio. A atenção do educador começa a centra-
se em casos mais específicos, ou seja, começa a olhar a
criança mais numa perspetiva individualizada, conseguindo
identificar as que representam problemas ou casos
diferentes do padrão “normativo” que conhece. O educador
procura responder a questões como: “Como posso ajudar uma
criança que parece não estar a aprender?” (Katz, 1993,
p.16). No que concerne à formação, esta está muito ligada
ao contexto onde está inserido. No primeiro estágio alcança
uma informação geral sobre crianças e nesta etapa concentra
“ a sua atenção nos casos concretos a que não conseguia ou não consegue
ainda responder (…)” ( Simão 1995, p.194).
Relativamente ao terceiro estágio, denominado Renovação,
que ocorre durante o terceiro ou quarto ano de trabalho. O
profissional de educação sente uma maior necessidade de
inovar as suas práticas, renovar rotinas e atividades,
especialmente das festividades como o Natal, de modo a se
tornarem mais estimulante. O educador questiona-se sobre
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Modelos Pedagógicos e Desenvolvimento Curricular - O Perfil doEducador
“Quem está a fazer o quê?” onde? “Quais são alguns dos novos materiais?”
(ibid, p.17). Inicia-se aqui uma necessidade de formação que
leva o educador a explorar mais apoios fora do seu contexto
de trabalho, como conferências e partilha de experiências
como outros profissionais.
Por último, o quarto estágio, Maturidade, pode ser
atingido pelos educadores no período de três anos, contudo
pode variar de educador para educador. Nesta etapa, o
educador já se assumiu como “Educador”. Questiona-se de
forma mais profunda como por exemplo “Quais são as raízes
históricas e filosóficas?” Qual é a natureza do crescimento e aprendizagem?”
(Katz, 1993, p.18). Neste estágio, o educador procura mais
formação em conferências, seminários ou investem em pós-
graduações aumentando o seu grau académico.
É muito interessante olhar para o desenvolvimento da
profissão de educador de infância através de estágios, onde
se pretende que exista uma evolução no profissional de
educação. Contudo, o ato sequencial destes estágios, têm
vindo a ser questionada, e posta em causa por alguns
investigadores que têm insinuado que alguns educadores no
início da sua carreira podem carecer de algumas
caraterísticas de estágios mais avançados ou então o
contrário, isto é, podem-se encontrar em estágios mais
avançados podem regredir (Oliveira-Formosinho, 1988). Por
isso, não se pode ver isto de modo linear, pois pode não
ocorrer desta forma sequencial, mas de uma forma ou de
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Modelos Pedagógicos e Desenvolvimento Curricular - O Perfil doEducador
outra os profissionais podem passar por estas etapas na sua
carreira. Nós, como futuras profissionais de Educação, já
sentimos alguns dos receios do primeiro estágio, durante o
estágio profissional, mesmo que uma forma leve pois ainda
não iniciámos de facto a nossa carreira.
5.Considerações Finais
A realização desta análise crítica foi bastante
pertinente para o nosso percurso enquanto futuras
profissionais da educação, pois propiciou-nos a construção
de conhecimentos úteis e pertinentes. Além disto,
possibilitou-nos a contextualização de diversas
aprendizagens realizadas ao longo da unidade curricular de
MPDC. Acima de tudo, o presente trabalho obrigou-nos a
refletir acerca de um tema que por vezes não pensamos
muito.
Relativamente ao perfil do educador, através das
nossas pesquisas podemos concluir que não existe um perfil
exato para um educador, existem apenas algumas
caraterísticas que o educador deve ou deverá ter. Ou seja,
cada profissional de educação constrói o seu perfil, com
base na sua formação inicial. O perfil do educador, vai-se
alterando ao longo do tempo, pois no início da carreira o
educador adota um determinado perfil e no decorrer dos anos
de trabalho irá certamente ter um outro, porque com o
desenvolvimento profissional a sua identidade profissional
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também vai evoluir tendo depois efeitos no perfil enquanto
educador.
Subjacente à temática do perfil do educador, está
também a temática da construção da construção da identidade
do Educador de Infância bem como o desenvolvimento
profissional. Como podemos perceber ao longo das nossas
pesquisas a nossa identidade pessoal tem implicações no
“eu” enquanto profissional de educação, porque o que somos,
e a nossa biografia vai influenciar a nossa identidade
profissional. A nossa identidade profissional, desenvolve-
se em grande parte na formação inicial, porque é neste
momento que o educador interage com o mundo real da sua
profissão, e começa a perceber que a teoria é importante
mas não nos dita passo a passo o que é para fazer na
prática, apenas nos orientam. Nós, enquanto alunas
começamos agora a sentir cada vez mais que a nossa
identidade profissional começa a desenvolver-se num ritmo
mais acelerado, pois durante o tempo de estágio
profissional, começamos a reter e a construir os nossos
próprios ideais, com base no que nós somos (identidade
pessoal) e com base no que observamos dos nossos
cooperantes (dimensão social).
Por fim, o desenvolvimento profissional, segundo Katz,
é decorre em quatro estágios, contudo temos de ter o
cuidado de perceber que pode não ocorrer por esta
sequência, porque nada é exato.
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De forma a concluir, consideramos que este trabalho
nos foi muito útil, porque por vezes debruçamo-nos muito
sobre as temáticas que envolvem as crianças e o dia a dia
do Jardim de Infância, e não damos tanta importância ás
temáticas que envolver o “ser educador”.
Ana Cristina Teixeira e Cátia Almeida Página 27
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