MBA EM GESTÃO FINANCEIRA, CONTROLADORIA E AUDITORIA - ATIVOS BIOLÓGICOS E PRODUTOS AGRÍCOLAS
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MBA EM GESTÃO FINANCEIRA, CONTROLADORIA E AUDITORIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC
LILIANA CAVALCANTE SOUTINHO
ATIVOS BIOLÓGICOS E PRODUTOS AGRÍCOLAS: APLICABILIDADE NA S/A USINA CORURIPE AÇÚCAR E ÁLCOOL
Maceió – Alagoas 2014
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MBA EM GESTÃO FINANCEIRA, CONTROLADORIA E AUDITORIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC
LILIANA CAVALCANTE SOUTINHO
ATIVOS BIOLÓGICOS E PRODUTOS AGRÍCOLAS: APLICABILIDADE NA S/A USINA CORURIPE AÇÚCAR E ÁLCOOL
FERNANDO AUGUSTO FURTADO PINTO, M. SC. Coordenador Acadêmico
LUIZ GUILHERME TINOCO ABOIM COSTA, M. SC. Professor Orientador
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria de Pós-Graduação lato sensu, Nível de
Especialização, do Programa FGV Management como pré-requisito para obtenção do título de Especialista.
TURMA: MBA EM GESTAO FINANCEIRA CONTROLADORIA E AUDITORIA; GFCA - 4.
Maceió – Alagoas 2014
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MBA EM GESTÃO FINANCEIRA, CONTROLADORIA E AUDITORIA Coordenador Acadêmico: Fernando Augusto Furtado Pinto, M. Sc. O Trabalho de Conclusão de Curso - TCC
ATIVOS BIOLÓGICOS E PRODUTOS AGRÍCOLAS:
APLICABILIDADE NA S/A USINA CORURIPE AÇÚCAR E ÁLCOOL
Elaborado por: Liliana Cavalcante Soutinho e aprovado pela Coordenação Acadêmica foi aceito como pré-requisito para a obtenção do MBA EM GESTÃO FINANCEIRA, CONTROLADORIA E AUDITORIA , Curso de Pós-Graduação, lato-sensu, Nível de Especialização, do programa FGV Management.
Data da aprovação: 07 de Abril de 2014
____________________________________ Luiz Guilherme Tinoco Aboim Costa, M. Sc
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TERMO DE COMPROMISSO A aluna Liliana Cavalcante Soutinho, abaixo-assinado, do Curso de MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria, do Programa FGV Management, realizado nas dependências da instituição conveniada FAN – Faculdade Administração e Negócios, localizada em Maceió, no período de Abril de 2010 a Abril de 2014, declara que o conteúdo do TCC – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO intitulado: Ativos Biológicos E Produtos Agrícolas: Aplicabilidade Na S/A Usina Coruripe Açúcar E Álcool, é autêntico, original, e de sua autoria exclusiva.
Maceió/AL, 07 de Abril de 2014.
________________________ Liliana Cavalcante Soutinho
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DECLARAÇÃO
A aluna Liliana Cavalcante Soutinho, abaixo-assinado, do Curso de MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria, do Programa FGV Management, realizado nas dependências da instituição conveniada FAN – Faculdade Administração e Negócios, localizada em Maceió, no período de Abril de 2010 a Abril de 2014, ( ) AUTORIZA / ( x ) NÃO AUTORIZA a divulgação de informações e dados apresentados na elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, intitulado: Ativos Biológicos E Produtos Agrícolas: Aplicabilidade Na S/A Usina Coruripe Açúcar E Álcool, com objetivos de publicação e/ou divulgação em veículos acadêmicos.
Maceió/AL, 07 de Abril de 2014.
________________________ Liliana Cavalcante Soutinho
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DECLARAÇÃO
Declaro que os dados utilizados neste Trabalho de Conclusão de Curso referentes
à empresa S/A Usina Coruripe Açúcar e Álcool, foram obtidos a partir da
divulgação da própria empresa em fontes publicamente disponíveis. Além disso,
este trabalho é de cunho estritamente acadêmico, não servindo de base para
quaisquer tomadas de decisão econômica por parte de seu usuário.
Maceió, 7 de abril de 2014
______________________________________
Liliana Cavalcante Soutinho
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Agradecimentos
Agradeço a Deus.
Agradeço meus pais, Ubaldo e Maria de Fátima, responsáveis pela
minha educação, que não só contribui com os recursos que precisei, mais com
apoio, confiança e muito amor.
Ao meu irmão, João Alfredo, Agrônomo, pelas conversas de natureza
prática, porém bastante proveitosas.
A minha cunhada-irmã, Renata, por toda ajuda e colaboração na
organização desse trabalho, meu muitíssimo obrigada.
Ao meu Amor, Dagoberto, por toda paciência e apoio.
Aos meus Professores, que me orientam com muita seriedade, abundante
conhecimento e dedicação.
Por fim, agradecemos aos colaboradores da Usina Coruripe pela prontidão
com as respostas aos nossos questionamentos e pelas importantes informações.
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Epígrafe
“Eu aprendi que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida
espetacular.”
Willian Shakespeare
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RESUMO
O presente trabalho pretende estudar e analisar a aplicabilidade da teoria contábil, as normas brasileiras e internacionais, que versam sobre a valoração dos ativos biológicos e produtos agrícolas respeitando as características do setor sucroalcooleiro. A legislação Internacional foi traduzida e incorporada pelo comitê de pronunciamentos contábeis através da norma CPC 29. Realizou-se um estudo de caso na USINA CORURIPE com a finalidade de aplicar a teoria contábil e mensurar o verificar o valor do ativo biológico.
Palavras chave: CPC 29, Ativo Biológico, Produto Agrícola.
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ABSTRACT
This paper aims to study and to analyze the applicability of the accounting theory, into the brazilian and international standards’, which focus on the valuation of the biological assets and agricultural goods, respecting the characteristics from sugar and ethanol sector. The International legislation was translated and incorporated by the Brazilian Accounting Pronouncements Committee through the standard called CPC 29. In CORURIPE MILL a case study was conducted with the purpose of applying the accounting theory to check the value of biological assets.
Keywords: CPC 29, Biological Assets, Agricultural Products.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CAPM Capital Asset Pricing Model
CCT Custo Com Corte, Carregamento E Transporte
CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis
C.M.P.C Custo Médio Ponderado De Capital
CONSECANA Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar
e Álcool do Estado de São Paulo
CVM Comissão de Valores Mobiliários
DFC Demonstração de Fluxo de Caixa
IAS International Accounting Standards
IASC International Accounting Standards Committee
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
PUCSP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
UNICA União das Indústrias de Cana-de-Açúcar
USP Universidade de São Paulo
WACC Weighted Avarage Cost of Capital
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ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 01 – Exemplos de ativos biológicos................................................. 26
Quadro 02 – Balanço Patrimonial.................................................................. 27
Quadro 03 – Bases de mensuração.............................................................. 29
Quadro 04- Principais exigências referentes à contabilização de ativos biológicos e
produtos agrícolas...................................................................................... 35
Quadro 05- Preço do ATR............................................................................ 43
Quadro 06 – Custo de Arrendamento............................................................ 43
Quadro 07- Custo com corte, carregamento e Transporte-............................. 44
Quadro 08 - Custo dos Tratos Culturais ....................................................... 44
Quadro 09 – C.M.P.C...................................................................................48
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 01 – Fluxograma ........................................................................................49
Figura02 - Fluxo de Caixa Projetado para a Cana-de-Açúcar Nordeste .............50
Figura03 - Fluxo de Caixa Projetado para a Cana-de-Açúcar Centro-Sul............50
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SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 17
II. METODOLOGIA ........................................................................................................... 19
III. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 20
1. Atividades Agrícolas ..................................................................................................... 20
2. O Agronegócio .............................................................................................................. 21
3. Registros Contábeis na Agroindústria ....................................................................... 22
4. O CPC 29 ....................................................................................................................... 23
5. Reconhecimento dos ativos biológicos ..................................................................... 25
5.1. Conceitos De Ativo ............................................................................................... 25
5.1.1. Conceito De Ativo Biológico ............................................................................ 26
5.2. Classificação Do Ativo (Ac, Anc) ........................................................................ 27
5.2.1. Classificação Do Ativo Biológico .................................................................... 27
6. Mensuração e critérios de avaliação de ativos ........................................................ 28
6.1. Mensuração E Critérios De Avaliação De Ativos Biológicos ......................... 31
7. Exigências referentes à contabilização de ativos biológicos e produtos agrícolas33
8. Metodologia aplicável ao setor sucroalcooleiro ....................................................... 36
8.1. Fluxo de caixa futuro descontado a valor presente ........................................ 37
8.2. O Calculo do ATR ( Açúcar Total Recuperável) .............................................. 39
IV. ESTUDO DE CASO ..................................................................................................... 40
1. Descrição da Empresa ................................................................................................ 40
2. Principais premissas adotadas para o Cálculo do Ativo Biológico ...................... 41
3. Aplicabilidade da Norma.............................................................................................. 42
3.1. Produção e Produtividade ................................................................................... 42
3.2. Preço ...................................................................................................................... 42
3.3. Receita Operacional Líquida .............................................................................. 43
3.4. Custos Operacionais ............................................................................................ 43
3.5. O Imposto de Renda(IR) e a Contribuição Social(CSLL) ............................... 44
3.6. Os ativos contribuintes (“CAC”) .......................................................................... 45
3.7. Taxa de Desconto ................................................................................................ 45
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4. Fluxograma do Cálculo do Ativo Biológico ............................................................... 49
5. Fluxo de Caixa Projetado para a Cana-de-Açúcar ................................................. 50
V. Conclusão ...................................................................................................................... 51
VI. Referencias Bibliográficas ........................................................................................... 53
VII. Anexos ........................................................................................................................... 57
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I. INTRODUÇÃO
Em janeiro de 2003 o International Accounting Standards 41 (IAS 41 –
Agriculture) entrou em vigor. A IAS 41 é a primeira norma a direcionada para
agropecuária emitida pelo International Accounting Standards Board (IASB). Essa
norma foi traduzida pelo comitê de Pronunciamentos Contábeis em agosto de 2009
entrando em vigor em janeiro do ano seguinte. O CPC 29, como é chamada a
norma, estabelece o tratamento contábil dos ativos biológicos e produtos agrícolas
e tem aplicabilidade obrigatória por todas em empresas do setor.
O novo tratamento estabelecido pelo CPC 29 gera grandes modificações
para contabilidade rural brasileira, antes da norma os ativos biológicos eram
contabilizados pelo valor dos seus custos ou pelo valor de mercado, apenas
quando este fosse inferior. É mister que ativos biológicos são dotados de
capacidade de mudança, é da natureza desses organismos vivos, por isso, se faz
necessário o monitoramento destas mudanças.
A atividade agrícola consiste em gerenciar mudanças, que é um processo
facilitador das transformações biológicas, provendo as condições necessárias para
que ocorra a transformação. A mensuração de mudanças decorre do processo de
gerenciamento, como uma função rotineira de monitoramento das transformações
quantitativas ou qualitativas dos ativos biológicos envolvidos no processo. Seja por
modificações biológicas do organismo ou pela colheita.
O principal alvo dessa norma são as empresas do setor primário da
economia, produtoras de matéria prima, com atividades relacionadas à
agropecuária, estas representam uma parcela significativa do produto interno bruto
(PIB) brasileiro. O setor sucroalcooleiro brasileiro merece destaque na produção
agrícola brasileira, Segundo dados da UNICA, União Das Industrias De Cana de
Açúcar, o Brasil possui cerca de 7 milhões de hectares destinados a canaviais ,
aproximadamente 2% de toda área arável do pais, essas lavouras de cana-de-
açúcar são os ativos biológicos das empresas do setor. Legitima-se então a
necessidade de estudos que explorem aplicabilidade do CPC 29.
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Para uma análise minuciosa e sistemática da aplicabilidade do CPC 29
utilizar-se-á o estudo de caso da S/A USINA CORURIPE AÇÚCAR E ALCOOL.
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II. METODOLOGIA
A metodologia de pesquisa utilizada foi uma pesquisa bibliográfica e
documental, analisando as normas internacionais IAS 41 e a norma brasileira, o
CPC 29, sobre ativos biológico, valor justo (fair value) e mensuração contábil,
encontradas em livros, publicações e artigos científicos. O estudo possui uma
abordagem qualitativa e endossa o conceito de pesquisa exploratória descritiva por
contemplar o tema “ativos biológicos” e busca constatar algo num organismo ou em
um fenômeno. Caracteriza-se como descritivo por analisar dados contidos nas
informações contábeis da empresa pesquisada.
O objetivo principal do estudo é analisar a aplicabilidade da teoria contábil,
as normas brasileiras e internacionais, e os critérios de mensuração respeitando as
características do setor sucroalcooleiro.
A escolha do setor aconteceu devido à relevância da atividade no PIB
brasileiro, e USINA CORURIPE foi escolhida por apresentar atividade no nordeste
e no centro oeste do país, regiões tradicionais no setor estudado.
Os Valor dos ativos biológicos foi publicado no Balanço patrimonial
referente ao ano de 2012, da S/A USINA CORURIPE AÇÚCAR E ALCOOL
divulgado pelo grupo. Para obtenção de preços do mercado, foram realizadas
pesquisas como fonte de dados secundários. São as principais fontes: União da
indústria de cana de açúcar, Sindicato da indústria de açúcar e álcool do estado de
alagoas, Bolsa de valores de Nova Iorque (NYSE – New York Stock Exchange),
BM&FBOVESPA e do Centro De Estudos Avançados Em Economia Aplicada
(CEPEA/ESALQ/USP).
Para Calcular o Valor do ativo biológico, de acordo com metodologia
utilizada neste estudo, é necessária a utilização de dados estratégicos da Usina
que não são divulgados, diante de tal situação, informamos que todos os valores
referentes a dados históricos são fictícios.
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III. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
1. Atividades Agrícolas
Segundo o CPC 29, atividade agrícola é o gerenciamento da transformação
biológica e da colheita de ativos biológicos para venda ou para conversão em
produtos agrícolas, ou em ativos biológicos adicionais, pela entidade. A referida
norma define o produto colhido de ativo biológico da entidade e considera como
ativo biológico um animal e/ou uma planta, vivos. A transformação biológica
compreende os processos de crescimento, degeneração, produção e procriação,
que causam mudanças qualitativas e quantitativas nos ativos biológicos.
Consideram-se como atividade rural a exploração das atividades agrícolas,
pecuárias, a extração e a exploração vegetal e animal, a exploração da apicultura,
avicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura (pesca artesanal de captura do
pescado in natura) e outras de pequenos animais; a transformação de produtos
agrícolas ou pecuários, sem que sejam alteradas a composição e as características
do produto in natura, realizada pelo próprio agricultor ou criador, com
equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais,
utilizando-se exclusivamente matéria-prima produzida na área explorada, tais
como: descasque de arroz, conserva de frutas, moagem de trigo e milho,
pasteurização e o acondicionamento do leite, assim como o mel e o suco de
laranja, acondicionados em embalagem de apresentação, produção de carvão
vegetal, produção de embriões de rebanho em geral, independentemente de sua
destinação: comercial ou reprodução.(www.portaldecontabilidade.com.br)
Também é considerada atividade rural o cultivo de florestas que se destinem ao
corte para comercialização, consumo ou industrialização (Lei nº 9.430/96, art. 59).
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2. O Agronegócio
O agronegócio, também chamado de “agrobusiness” é o conjunto de todas
as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos
agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até o
processamento, distribuição e consumo dos produtos agropecuários “in natura” ou
industrializados. (PINAZZA; ARAÚJO, 1993). Conforme Mendes e Padilha Junior,
2007, p.48 o “Agronegócio é a soma total das operações de produção e distribuição
de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do
armazenamento, do processamento e da distribuição dos produtos agrícolas e itens
produzidos com base neles."
Marion (2002) classifica a atividade rural em três grupos distintos: Produção
vegetal - atividade agrícola, produção animal - atividade zootécnica e indústrias
rurais – atividade agroindustrial.
Conforme informações da Ecoagro (2013), o agronegócio no Brasil tem uma
expressiva participação na economia do país e representa aproximadamente
22,15% do PIB em 2012. Atualmente o país ocupa notável posição mundial na
produção agroindustrial:
1º produtor mundial de café, açúcar e laranja.
1º exportador mundial de carne bovina e de aves.
1º produtor de cana e açúcar e líder na exportação de açúcar e etanol.
2º produtor mundial de soja.
Características:
O Agronegócio é atividade de capital intensivo.
Exige máquinas e equipamentos;
Insumos caros e sofisticados;
Crescente emprego de tecnológico (agricultura precisão);
O Brasil possui 8,5 milhões de km, é o país mais extenso da América do Sul e o
quinto do mundo com potencial de expansão de sua capacidade agrícola sem
necessidade de agredir o meio ambiente.
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Conforme a Ecoagro (2013), é possível listar as condições favoráveis e desafios
para o agronegócio no Brasil. Condições favoráveis:
Disponibilidade de terras agricultáveis (atualmente apenas 7,3 % da área
total é utilizada);
Abundância de água;
Tecnologia de ponta;
Luminosidade;
Clima favorável;
Solo.
Com a globalização, as fronteiras na economia antes impeditivas vão se
tornando inexistentes, exigindo mais dinamismo na gestão dos negócios, seja qual
for o segmento. O agronegócio por sua vez passa por uma revisão de suas
práticas, a pouco tempo era comum considerar o campo como um simples
fornecedor da matéria prima, agora é fundamental que se tenha uma visão ampla e
coerente de toda produção, na busca da eficácia, consequentemente se mantendo
em meio à tamanha competitividade.
A contabilidade funciona como um ciclo de coleta e processamento de
informações que resulta em relatórios, que devem garantir ao produtor a avaliação
da sua atual situação, deve visualizar claramente os pontos fortes e fracos de cada
atividade produtiva e da empresa como um todo, como descreve Crepaldi (2006).
Como se percebe, a contabilidade como ciência social aplicada ter o poder de
desempenhar um importante papel como ferramenta gerencial, permitindo
planejamentos e controle apoiando nas tomadas de decisões.
3. Registros Contábeis na Agroindústria
A Contabilidade quando bem elaborada fornece informações para os gestores
em suas tomadas de decisões. Estudiosos acreditam que uma empresa sem
contabilidade é uma empresa sem memória, ou seja, impossibilitada de estabelecer
metas, consequentemente de alcançar objetivos. Segundo Fortes (2001), a
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Contabilidade como ciência social, tem por finalidade gerar informações
verdadeiras sobre o patrimônio empresarial para os seus usuários. Essas
informações, além de verídicas, devem ser completas e claras quanto às
quantidades e qualidades dos termos físicos e monetários da empresa.
Sendo a Contabilidade um conjunto ordenado de conhecimentos organizados
também uma técnica de gestão com princípios e normas próprias. Ela estuda e
controla registrando, classificando, analisando, interpretando, por meio das
demonstrações contábeis, todas as ocorrências observadas no patrimônio
(FRANCO, 1996).
A função da Contabilidade é registrar, classificar, demonstrar, auditar todos os
fenômenos e movimentações possíveis de mensuração monetária que ocorrem no
patrimônio da empresa, e em seguida resumir os dados registrados em forma de
relatórios, repassando para os usuários (fornecedores, bancos, investidores,
funcionários, sindicatos) interessados (MARION, 2004).
Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas, custos e
despesas, com obediência aos Princípios Fundamentais de Contabilidade.
4. O CPC 29
O CPC 29 versa sobre tratamento contábil e respectivas divulgações
concernentes à contabilização de ativos biológicos e a produção agrícola no ponto
de colheita, desde que relacionados a atividades agrícolas. Conforme a norma
exemplifica, “ativos biológicos são animais e plantas vivos” e “produto agrícola é o
produto colhido desse ativo”. Dado o exposto define-se como ativo biológico as
lavouras de cana-de-açúcar e, produto agrícola, a cana colhida.
Segue abaixo definições do CPC 29 relevantes ao estudo em questão :
Atividade agrícola é o gerenciamento da transformação biológica e da
colheita de ativos biológicos para venda ou para conversão em produtos agrícolas
ou em ativos biológicos adicionais, por uma entidade.
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Produção agrícola é o produto colhido de um ativo biológico de uma
entidade.
Transformação biológica compreende o processo de crescimento,
degeneração, produção e procriação que causam mudanças qualitativa e
quantitativa no ativo biológico.
Custo de vender são custos incrementais diretamente atribuíveis à venda de
um ativo, exceto despesas e receitas financeiras.
Um grupo de ativos biológicos é um conjunto de animais e plantas vivos
semelhantes.
Colheita é a extração do produto de um ativo biológico ou a cessação do
processo de vida desse ativo biológico.
O cultivo da Cana de açúcar é atividade agrícola e apresenta as
características definidas pela norma, são elas:
A. Capacidade de mudança: As lavouras de cana-de-açúcar são
organismos vivos que possuem ciclos de vida próprio e apresentam
transformações biológicas.
B. Gerenciamento de mudança: Os canaviais são preparados e
cultivados para dar bases e melhorar o processo de transformação biológica, são
garantidas as plantas as condições necessárias para que o processo ocorra. Existe
a participação da firma que o organismo vivo desenvolva.
C. Mensuração da mudança: Função rotineira do gerenciamento
monitorar as mudanças quantitativa e qualitativa dos organismos por ela cultivados.
As transformações biológica apresentada no ativo cana-de-açúcar
acontecem por: (i) crescimento (um aumento em quantidade ou melhoria na
qualidade do animal ou planta), (ii) degeneração (uma redução na quantidade ou
deterioração na qualidade de um animal ou planta), ou (iii) procriação (geração de
animais ou plantas adicionais).
Outra característica relevante do ativo em questão faz referencia a
homogeneidade dos bens negociados no mercado. Um mercado ativo é aquele que
apresenta bens homogêneos, compradores e vendedores ativos, ou seja liquidez e
25
preços disponíveis ao publico. O mercado em questão atende a essas exigências.
Referente ao valor do bem se faz necessárias duas definições do CPC 29 :
Valor contábil é o montante pelo qual um ativo é reconhecido no balanço.
Valor justo é o montante pelo qual um ativo poderia ser trocado, ou um
passivo liquidado, entre partes independentes com conhecimento do negócio e
interesse em realizá-lo, em uma transação em que não há favorecidos. Assim, o
valor justo do ativo cana-de-açúcar é determinado pelo preço do mercado principal
menos os custos transcorridos para inseri-lo no respectivo mercado.
5. Reconhecimento dos ativos biológicos
5.1. Conceitos De Ativo
O ativo de uma empresa vem sendo definido de diversas maneiras, dentre
elas, a algumas definições mais comuns “Ativo compreende os recursos
controlados por uma entidade e dos quais se esperam benefícios econômicos
futuros” (IUDÍCIBUS et al., 2013, p.2); “Ativo é o conjunto de bens e direitos à
disposição da administração” (IUDÍCIBUS; MARION; FARIA, 2009, p.117)
Estas definições comuns se tornaram restritas, pois com o avanço da
Contabilidade surgiram novos conceitos mais amplos, como Iudícibus, Marion e
Faria (2009, p. 124) afirmam “Ativos podem ser constituídos como resultado do
esforço de pesquisa da empresa, de natureza contínua, pela organização excelente
e por fatores intangíveis não necessariamente ligados a transações com o mundo
exterior”.
Iudícibus, Marion e Faria (2009, p.124) afirmam que uma outra definição a
que se chegou junto com estudantes da USP e PUCSP é a seguinte: Ativos são
recursos controlados por uma entidade capazes de gerar, mediata ou
imediatamente, fluxos de caixa. Ele explica ainda que o termo recursos inclui os
tangíveis e intangíveis, e que ao controlarmos um ativo, podemos ou não possuir a
propriedade dele. Por fim, fala que “o teste de um ativo é que, ao trazer benefícios
26
imediatos ou futuros, transformará esses benefícios em entradas líquidas de caixa
ou em economia de saídas líquidas de caixa”.
5.1.1. Conceito De Ativo Biológico
Em janeiro de 2003 entrou em vigor o IAS 41 – Agriculture, primeira norma
internacional emitida por um órgão que promove a normatização contábil, que tem
como objetivo normatizar o tratamento contábil das apresentações e divulgações
das demonstrações financeiras das entidades que exploram atividades agrícolas.
Com o processo de convergência internacional das normas contábeis no
Brasil, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) aprovou o CPC 29 – Ativo
Biológico e Produto Agrícola, que é a norma correspondente a IAS 41.
O CPC 29 tem como objetivo estabelecer o tratamento contábil, e as respectivas
divulgações, relacionados aos ativos biológicos e aos produtos agrícolas.
Apresenta também o conceito de ativo biológico, além dos critérios de
reconhecimento, mensuração, e evidenciação deste ativo.
De acordo com o CPC 29, ativo biológico é um animal e/ou uma planta,
vivos; e produto agrícola é o produto colhido dos ativos biológicos da entidade.
Ainda de acordo com o CPC 29, o mesmo deve ser aplicado para a produção
agrícola, ou seja, após a colheita deverá ser adotado o CPC 16 – Estoques, ou
outro Pronunciamento Técnico mais adequado, pois o CPC 29 não trata do
processamento dos produtos agrícolas após a colheita, como por exemplo, o
processamento de uvas para a transformação em vinho por vinícola. O quadro 01
fornece exemplos de ativos biológicos, produtos agrícolas e produtos resultantes
do processamento após a colheita.
Quadro 01 – Exemplos de ativos biológicos
Ativos biológicos Produto agrícola Produtos resultantes
do processamento
após colheita
Carneiros Lã Fio, tapete
Árvores de uma
plantação
Madeira Madeira serrada,
celulose
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Plantas Algodão
Cana colhida
Café
Fio de algodão, roupa
Açúcar, álcool
Café limpo em grão,
moído, torrado
Gado de leite Leite Queijo
Porcos Carcaça Salsicha, presunto
Arbustos Folhas Chá, tabaco
Videiras Uva Vinho
Árvores frutíferas Fruta colhida Fruta processada
Tabela retirada do CPC 29, página 3
5.2. Classificação Do Ativo (Ac, Anc)
De acordo com o artigo 178 da Lei nº 6.404/1976, no balanço, as contas
serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da
companhia.
O § 1º do artigo 178 da Lei nº 6.404/1976 afirma que no ativo, as contas
serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas
registrados, nos seguintes grupos: I - ativo circulante; e II - ativo não-circulante,
composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.
5.2.1. Classificação Do Ativo Biológico
No caso do ativo biológico, ele se classifica no ativo não circulante, em
Investimentos, de acordo com (IUDÍCIBUS et al., 2013, p.281) e como mostra o
quadro 02 a seguir.
Quadro 02 – Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Caixa e equivalentes de caixa Fornecedores
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Aplicações financeiras
Empréstimos e
financiamentos
Estoques Salários a pagar
Total do ativo circulante
Impostos e contribuições a
recolher
Total do passivo circulante
Não circulante Não circulante
Realizável a longo prazo
Empréstimos e
financiamentos
Investimentos Total do passivo não circulante
Ativo biológico
Imobilizado Patrimônio Líquido
Intangível
Capital Social
Total do ativo não circulante Reservas
Total do patrimônio Líquido
Total do ativo
Total do passivo e patrimônio
líquido
Fonte: criação própria
6. Mensuração e critérios de avaliação de ativos
“A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação
destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza
econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de
contabilização.” (CVM, 1986) Com esta definição, a CVM afirma que a
Contabilidade tem por objetivo a entrega aos usuários (internos e externos) de
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informações úteis para o processo de tomada de decisão em determinada
entidade.
Para o objetivo da Contabilidade ser atingido, ela utiliza o processo de
reconhecimento, mensuração e avaliação dos elementos que compõem o
patrimônio das entidades, que são: ativo, passivo e patrimônio líquido. Neste
trabalho, será abordado apenas do ativo.
Iudícibus, Marion e Faria (2009, p.138) afirmam que a mensuração correta
do ativo considera-se, talvez, como a etapa mais importante da teoria contábil,
juntamente com a situação econômico-financeira das entidades.
De acordo com Hendriksen e Breda (2007, p. 304), em Contabilidade,
mensuração é o processo de atribuição de valores monetários significativos a
objetos ou eventos associados a uma empresa, e obtidos de modo a permitir
agregação (tal como na avaliação total de ativos) ou desagregação, quando exigida
em situações específicas.
Câmara et.al (2012 apud MARTINS, 2000) afirmam que várias são as formas de se
mensurar o patrimônio de uma entidade, entre essas possibilidades estão o custo
histórico, passando pelo custo histórico corrente e pelo valor líquido de realização e
chegando ao valor presente dos fluxos de caixa futuros. Diante de tantas
possibilidades de mensuração, tem se discutido muito nos dias atuais sobre qual
seria a melhor medida para se mensurar o valor de certos ativos.
As bases de mensuração podem ser divididas em dois grupos: valores de
entrada e valores de saída. Os valores de entrada representam o valor máximo
para a empresa, ou também o custo de aquisição do ativo, e os valores de saída
são os preços em que os ativos podem ser vendidos ou trocados, obtidos através
de mercados passados, correntes ou futuros. O quadro 03 apresenta as bases de
mensuração dos ativos.
Quadro 03 – Bases de mensuração
Valores de Entrada Valores de Saída
Passados Custos históricos Preços de venda passados
30
Correntes Custos de reposição Preço corrente de venda
Futuros Custos esperados Valor realizável esperado
Fonte: Hendriksen e Van Breda (2007).
O custo histórico é o valor original da transação, isto é, quanto custou à
empresa adquirir um determinado ativo ou quanto custaram os insumos contidos
no ativo, se foram fabricados. O fato de adquirir um determinado ativo inclui todos
os pagamentos precisos para se colocar o ativo no local e nas condições corretas
de uso. A objetividade é uma das vantagens do custo histórico, pois ele representa
o valor mais próximo do valor econômico do ativo na data da transação. A sua
principal desvantagem é a de que o valor deste ativo pode variar com o tempo,
devido à variação de preços no mercado. (IUDÍCIBUS, MARION; FARIA, 2009,
p.120; HENDRIKSEN; BREDA, 2007, p.306).
Hendriksen e Breda (2007, p.308) afirmam que os custos correntes
representam o preço de troca que seria exigido hoje para obter o mesmo ativo ou
um ativo equivalente. Ou seja, o custo corrente representa o valor atual de um
determinado ativo. Este custo apresenta maior leque de informação que o custo
histórico, porém ao avaliar ativos sazonais e de moda e bens produzidos por
métodos obsoletos observa-se que as cotações para estes ativos não estão
disponíveis, tornando assim sua avaliação subjetiva.
O preço corrente de venda também é conhecido como valor realizável
líquido. De acordo com Hendriksen e Breda (2007, p.310) o valor realizável líquido
é o preço corrente de saída menos o valor corrente de todos os custos e despesas
incrementais esperados, relacionados à conclusão, à venda e à entrega da
mercadoria. Uma das principais dificuldades apontadas é a de que é complicado
estimar o desembolso necessário para a conclusão, venda e entrega do ativo.
Iudícibus, Marion e Faria (2009, p.132) afirmam ainda que “o preço corrente de
venda é o valor que está sendo pago pelo comprador marginal agora e não
representa, necessariamente, o valor que será pago no futuro, exceto se todas as
condições permanecerem constantes”.
Também existe o valor justo, ou fair value como base de mensuração.
Lisboa e Scherer (2000) afirmam que o termo fair value é “um valor justo para
31
determinada transação. Entretanto, a noção do que é justo envolve juízo de
valores, de tal forma que, o que é justo para determinadas pessoas pode não ser
para outras”. Já Iudícibus e Martins (2007, p.11) afirmam que o valor justo é o
montante pelo qual um determinado item poderia ser transacionado entre
participantes dispostos e conhecedores do assunto numa transação sem
favorecimento. Sendo assim, percebe-se que o conceito de valor justo é um tanto
quanto subjetivo, pois ele envolve a noção de valor.
Iudícibus e Martins (2007) afirmam que os saldos contábeis dos ativos
financeiros, ativos biológicos, conjuntos inteiros de imóveis, instalações e
equipamentos, alguns ativos intangíveis e investimentos em imóveis podem ser
avaliados pelo valor justo. Câmara et.al (2012, apud IUDÍCIBUS; MARTINS, 2007)
cita que a adoção do fair value tem como objetivo refletir o valor econômico dos
ativos avaliados, minimizando, assim, a defasagem de valores ocasionada pelo
custo histórico.
6.1. Mensuração E Critérios De Avaliação De Ativos Biológicos
Filho, Machado M.A. e Machado M.R. (2012) afirmam que tradicionalmente
os ativos biológicos eram contabilizados com base no seu custo histórico ou custo
de formação. Já os produtos agrícolas tinham duplo tratamento, valores de
mercado ou custo histórico, e geralmente eram determinados pelos órgãos
emissores de normas contábeis dos países, onde normalmente davam mais
atenção aos produtos agrícolas de maior vocação local.
Essa falta de uniformidade na determinação do critério de mensuração para
ativos biológicos e produtos agrícolas foi a motivação do IASC para desenvolver a
primeira norma voltada para o setor agrícola, a IAS 41. A nova norma foi emitida
em 2000 e entrou em vigor em 2003. No Brasil, apenas em 2009 foi aprovado o
CPC 29, que trata dos ativos biológicos e produtos agrícolas.
Segundo o CPC 29, a entidade deve reconhecer um ativo biológico ou
produto agrícola quando, e somente quando, controla o ativo como resultado de
eventos passados; for provável que benefícios econômicos futuros associados com
o ativo fluirão para a entidade; e o valor justo ou custo do ativo puder ser
mensurado confiavelmente.
32
Porém, o CPC 29 apresentou o valor justo (fair value) como critério de
avaliação para os ativos biológicos e produtos agrícolas, onde o ativo biológico
deve ser mensurado pelo valor justo menos a despesa de venda no momento do
reconhecimento inicial e no final de cada período de competência (exceto em casos
específicos nos quais o valor justo não pode ser mensurado de forma confiável), e
o produto agrícola colhido de ativos biológicos da entidade deve ser mensurado ao
valor justo menos a despesa de venda, no momento da colheita.
A base apropriada para determinar o valor justo do ativo biológico ou produto
agrícola quando existir mercado ativo, levando em consideração a localização e
condições presentes, é o preço cotado naquele mercado. E se a entidade possui
acesso a diferentes mercados ativos, ela deverá utilizar o preço vigente no
mercado mais relevante. (CPC 29)
Quando não existe mercado ativo, o CPC 29 orienta utilizar, quando
disponível, o preço de mercado da transação mais recente, considerando que não
tenha havido nenhuma mudança significativa nas circunstâncias econômicas entre
a data da transação e a de encerramento das demonstrações contábeis; preços de
mercado de ativos similares com ajustes para refletir diferenças; e padrões do
setor, tais como o valor de gado expresso por quilograma ou arroba de carne. Em
alguns casos, estas informações podem sugerir conclusões diferentes sobre o valor
justo do ativo biológico ou produto agrícola. Sendo assim, as razões para estas
diferenças deverão ser avaliadas de forma a obter a melhor estimativa do valor
justo. (CPC 29)
Pode acontecer em alguns casos do preço ou valor determinado pelo
mercado não estar disponível para o ativo biológico nas conduções presentes.
Nestes casos, a entidade deverá usar para a definição do valor justo, o valor
presente do fluxo de caixa líquido esperado do ativo, descontado à taxa corrente do
mercado. (CPC 29)
De acordo com o CPC 29, “o objetivo do cálculo do valor presente do fluxo
de caixa líquido é o de determinar o valor justo do ativo biológico no local e nas
condições presentes”. O CPC 29 diz ainda que a entidade deve considerar este
33
objetivo na determinação da taxa de desconto apropriada e na estimativa do fluxo
de caixa líquido esperado.
Ao determinar o valor presente do fluxo de caixa líquido esperado , o CPC
29 afirma que a entidade deve incluir a expectativa de participantes do mercado
sobre o fluxo de caixa líquido que o ativo pode gerar no mais relevante dos
mercados, e afirma também que não deve ser incluída pela entidade na estimativa
de fluxo de caixa as expectativas de financiamento de ativos, tributos ou
restabelecimento do ativo biológico após a colheita. (CPC 29)
A entidade deve incluir, também, a expectativa de possíveis variações no fluxo de
caixa na elaboração desse fluxo e na taxa de desconto, pois o preço, em uma
transação entre comprador e vendedor dispostos a negociar, está sujeito a
variações no fluxo de caixa. Neste caso, o valor justo reflete a possibilidade de
existência de variações no fluxo de caixa.
7. Exigências referentes à contabilização de ativos biológicos e produtos
agrícolas
O pronunciamento IAS 41 estabelece que cada um dos grupos dos ativos
biológicos deve ser escriturado separadamente, destacando as quantias e a
descrição dos grupos nas demonstrações contábeis. Faculta-se a descrição
quantitativa e/ou qualitativa de cada grupo de ativo biológico e a contabilização do
montante acumulado e o montante de cada um dos grupos. O paragrafo 43 da
referida norma contábil incentiva a apresentação de descrição quantificada com a
distinção de ativos consumíveis e de produção ou entre maduros, adultos, imaturos
ou juvenis.
O CPC 29 estabelece o reconhecimento do ativo biológico ou produto
agrícola deve ser feito quando: 1- a empresa controla o ativo como resultado de
evento passado e; 2- com a possibilidade de futuro beneficio econômico e; 3-
quando possa ser confiavelmente mensurado o valor justo do ativo ou seu custo.
34
Presume-se que o valor justo de um ativo biológico possa ser confiavelmente
mensurado, nada obstante a inexistência de um mercado ativo para esse ativo
biológico e a não confiabilidade para estivação do valor justo do ativo, a premissa
pode ser então rejeitada. Na condição de existência de um mercado para o ativo
biológico e o produto agrícola o preço cotado naquele mercado é a base
apropriada para a determinação do valor justo. Na condição de existência de
diversos mercados, opta-se pelo mais relevante. Na condição de inexistência de
mercado ativo, busca-se para referencia o preço de mercado da transação mais
recente, ou o preço de mercados ativos similares e faz-se os ajustes necessários
para adequação dos padrões de qualidade dos similares.
A entidade deve contabilizar e divulgar no período corrente o ganho ou perda
proveniente da mudança de valor justo do ativo biológico ou produto agrícola
menos as despesas de venda o referido ativo no período incluindo-o no resultado
do exercício de tiver origem.
O CPC 29 estabelece que a empresa deve evidenciar o método e as
premissas significativas utilizadas para a determinação do valor justo de cada
grupo de ativos biológicos e produto agrícola no momento da colheita. Faz-se
necessário: 1- divulgar o valor justo, deduzido da despesa de venda do produto
agrícola colhido durante o período no momento da colheita. 2- A existência e o total
de ativos biológicos cuja titularidade legal seja restrita, e as devidas garantias de
exigibilidades; 3- a existência e motante de compromissos relacionados com o
desenvolvimento ou aquisição de ativos biológicos; 4 - as estratégias de
administração de riscos financeiros relacionadas com a atividade agrícola.
Delibera-se caso o mercado não disponha de base suficiente para mensurar e
fundamentar o valor justo do ativo biológico de forma confiável, e faça-se
necessária a mensuração a partir do custo menos qualquer depreciação e perda no
valor recuperável acumuladas. Nessa condição a empresa deve ao final do período
divulgar a descrição dos ativos biológicos com a razão pela qual o valor justo não
pode ser mensurado confiavelmente. Assim como o método de depreciação
35
utilizado, a vida útil ou a taxa de depreciação utilizada, o total bruto e a depreciação
acumulada (adicionada da perda por irrecuperabilidade acumulada) no início e no
final do período.
Segue abaixo o quadro 05 com resumo das principais exigências referentes
à contabilização de ativos biológicos e produtos agrícolas:
Quadro 04- Principais exigências referentes à contabilização de ativos
biológicos e produtos agrícolas
1º - Descrição dissertativa ou quantitativa, do montante de cada grupo de ativos
biológicos e o montante acumulado .
2º - Distinção entre ativos biológicos consumíveis e de produção, ou ainda, entre
ativos biológicos maduros ou adultos e imaturos ou juvenis
3º - O ganho ou a perda proveniente da mudança no valor justo menos a despesa
de venda de ativo biológico deve ser incluído no resultado do exercício em que
tiver origem
4º - Evidenciar o método e as premissas significativas aplicados na determinação
do valor justo
5º - Evidenciar a existência e o total de ativos biológicos cuja titularidade legal
seja restrita e o montante deles dado como garantia de exigibilidades
6º - Evidenciar o montante de compromissos relacionados com o desenvolvimento
ou aquisição de ativos biológicos
7º - Evidenciar as estratégias de administração de riscos financeiros relacionadas
com a atividade agrícola
36
8º - Apresentar a conciliação das mudanças no valor contábil de ativos biológicos
entre o início e o fim do período corrente, que irá incluir o ganho ou perda
decorrente da mudança no valor justo menos a despesa de venda
9º - Explicação sobre a razão pela qual o valor justo não pode ser mensurado de
forma confiável
Fonte: CPC 29 (Adaptado). Quadro - Principais exigências- Fonte: Trabalho
“Tratamento Contábil de Ativos Biológicos e Produtos Agrícolas: Uma Análise das
Principais Empresas do Agronegócio Brasileiro”
8. Metodologia aplicável ao setor sucroalcooleiro
Com a adoção do CPC 29 no Brasil os ativos biológicos das usinas passaram
a ser avaliados em referência aos preços futuros do açúcar bruto de Nova Iorque.
Afirma ainda que esta metodologia gera amplas variações anuais nos valores dos
ativos biológicos, devido à volatilidade dos preços futuros de açúcar.
Exatamente por este motivo, avaliar ativos biológicos de acordo com os
preços correntes de mercado, está imediatamente em desacordo com a forma
como esses ativos seriam avaliados em um processo de aquisição.
Em tais circunstâncias, ativos biológicos, como cana-de-açúcar são
objetivamente avaliados de forma a refletir o seu valor ao longo de toda sua vida
produtiva, para isso utiliza-se a metodologia do fluxo de caixa descontado a valor
presente, Utilizando o valor do ATR calculado para cada ano safra para precificar o
ativo biológico.
37
8.1. Fluxo de caixa futuro descontado a valor presente
Assaf Neto e Silva (1997, p. 35) afirmam que “(...) o fluxo de caixa é um
instrumento que relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos
monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo”.
Ou seja, o fluxo de caixa fornece informações relevantes sobre os pagamentos e
recebimentos (em dinheiro) de uma empresa em um período determinado.
No fluxo de caixa é possível observar qual o valor exato de obrigações a
pagar, os valores a receber de clientes e o saldo de caixa disponível naquele
momento. Se o saldo for negativo a empresa tem gastos a mais que recebimentos,
e o gestor precisa rever estes gastos e aumentar as entradas. Mas se o saldo for
positivo, quer dizer que a empresa paga suas obrigações financeiras e tem
disponibilidade em caixa.
Vale ressaltar que, como afirmam Iudúcibus, Marion e Faria (2009, p.186), é
importante diferenciar a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) do fluxo de
caixa futuro. Este fluxo é elaborado no âmbito interno das organizações, e
contempla em geral um período de tempo curto.
De acordo com Tinoco (1992), “O valor de um ativo é o equivalente
monetário de seus serviços potenciais. Conceitualmente, este é a soma dos preços
futuros de mercado de todos os fluxos de serviços que se obterão, descontados por
fatores de probabilidades e juros a seus valores atuais”.
Martins (2000) afirma ainda que é comum dizer que o valor econômico de
qualquer bem corresponde ao valor presente do fluxo líquido de caixa que se
espera que esse bem produzirá no futuro.
“O método de fluxo de caixa descontado leva em consideração o valor do dinheiro
no tempo e taxa de atratividade ao substituir um consumo atual por um consumo
maior no futuro. O método utiliza os fluxos de caixa como base de avaliação,
excluindo os fluxos financeiros de remuneração de capital.” (BEUREN et al., 2008,
p. 298)
38
Segundo Silva, o valor econômico é encontrado através do desconto do fluxo de
rendimentos futuros de uma empresa a uma determinada taxa de desconto que
variará em função do risco, isto é, do grau de incerteza futuro desse fluxo. Sendo
assim, quando se avalia um determinado ativo através do fluxo de caixa
descontado, é necessário estimar dois componentes: o fluxo de caixa projetado e a
taxa de desconto.
Silva afirma que o fluxo de caixa descontado parte do lucro operacional,
descontado do imposto marginal do ativo. Além disso, temos que somar a
depreciação, descontarmos os investimentos e a variação da necessidade de
capital de giro, como está demonstrado a seguir:
(=) Lucro Operacional (1- alíquota de imposto)
(+) Depreciação e amortização
(-) Investimentos
(-) Variação da necessidade de capital de giro
(=) Fluxo de caixa do ativo
Após encontrar o fluxo de caixa, ele deverá ser descontado pelo Custo
Médio Ponderado de Capital (Weighted Avarage Cost of Capital – WACC). O
WACC é estimado a partir da média ponderada entre o custo do capital próprio,
medido geralmente pelo CAPM (Capital Asset Pricing Model), e o custo do capital
de terceiros. O custo do capital de terceiros é determinado através da ponderação
do custo das diversas dívidas onerosas, descontado o benefício fiscal. O Custo
Médio Ponderado do Capital (Weighted Avarage Cost of Capital – WACC) pode ser
assim determinado:
WACC = Ke (E/[E+D]) + Kd (D/[D+E])
Ke = custo do capital próprio
Kd = custo das dívidas após impostos
39
E = valor de mercado do capital próprio
D = valor de mercado das dívidas
O fluxo de caixa descontado a valor presente normalmente é feito para um
período de dois anos em diante, sendo assim, a soma de todos os fluxos de caixa
líquidos (fluxo de caixa descontado pelo custo médio ponderado de capital
(WACC)) determina o valor total de determinado ativo.
8.2. O Calculo do ATR ( Açúcar Total Recuperável)
O valor da cana de açúcar é dado pela capacidade desse ativo biológico
transformar-se em produto, ou seja, nas comodities, açúcar e álcool, e desses
produtos serem liquidados no mercado. O calculo fornece o valor o ATR – açúcar
total Recuperável. O CONSECANA - Conselho dos Produtores de cana-de-açúcar,
açúcar e álcool do Estado de São Paulo, define as bases para calculo do valor do
ATR, no qual os fatores de conversão são resultados de experimentos e dados
estatísticos do processo produtivo de cana de açúcar até sua industrialização. São
considerados desde o mix de produção das unidades industriais, a quantidade de
sacarose aparente na cana de açúcar, a perda industrial média dos açúcares em
função do processo de industrialização, o grau de participação da matéria prima no
custo do produto comercializado( açúcar ou álcool ) e os preços de venda dos
produtos da cana.
Dado pela Equação : ATR = 10 × PC × 1,05263 × 0,915 + 10 × ARC × 0,915
ou ATR = 9,6316 × PC + 9,15 × ARC em que:
10 x PC = pol por tonelada de cana
1,05263 = coeficiente estequiométrico para a conversão da sacarose em
açúcares redutores
0,915 = coeficiente de recuperação, para uma perda industrial de 8,5%
(oito e meio por cento)
10 x ARC = açúcares redutores por tonelada de cana
40
As indústrias de Açúcar e Álcool e o CONSECANA calculam mensalmente a titulo
de remuneração dos fornecedores os valores para o ATR projetado e o ATR final
para cada ano safra.
IV. ESTUDO DE CASO
1. Descrição da Empresa
A Usina Coruripe foi fundada no início do século 20, em 12 de fevereiro de
1925, por José de Castro Azevedo, a partir da união de diversos engenhos de
banguê, que já expressavam àquela época a vocação canavieira do município de
Coruripe, a 120 quilômetros de Maceió, capital de Alagoas. Em janeiro de 1941, o
empreendedor Tércio Wanderley adquiriu o controle acionário da empresa. Anos
de muito trabalho e dedicação transformaram a pequena usina em um dos maiores
grupos produtores de açúcar e álcool do Brasil.
Atualmente, é a maior produtora de açúcar e álcool do Norte e Nordeste
com 5 usinas, localizadas nos estados de Alagoas (Coruripe–Matriz) e Minas
Gerais (Filial Iturama, Carneirinho, Campo Florido e Limeira do Oeste).
A Matriz, em Alagoas ,é a maior indústria produtora de açúcar e álcool do
Norte/Nordeste. As usinas são de extrema importância para as regiões em que
estão localizadas gerando cerca de 7.000 empregos diretos e 35.000 indiretos e
executando projetos sócio- econômico e ambientais
A primeira safra da Usina Coruripe aconteceu em 1927/1928, quando esta
ainda pertencia ao empresário Castro Azevedo, com uma produção de 16.040
sacos de açúcar de 60 Kg. Já na safra 1941/1942, período em que o comendador
adquiriu e iniciou sua gestão à frente da usina, a moagem de cana-de-açúcar deu
um salto considerável e rendeu 33.454 sacos de açúcar de 60 Kg. Assim seguiu-se
durante os anos, com os números mostrando uma evolução consistente, planejada
e equilibrada da produção.
41
Devido à seca que ocorreu no sudeste do Brasil, os números da safra
2011/2012 foram menores do que o esperado, mesmo com a boa moagem da
unidade de Alagoas. Ao todo, a Usina Coruripe moeu 9,5 milhões de toneladas de
cana. O que resultou em 18 milhões de sacas de açúcar e 232,8 milhões de litros
de álcool.
Os produtos de maior relevância para a Coruripe são o açúcar no qual
atende tanto o mercado nacional como o internacional e o álcool. Ademais, a
energia elétrica e o óleo também são produzidos durante a safra.
Hoje, a Usina Coruripe Matriz em Alagoas integra o Grupo Tércio
Wanderley, que conta ainda com quatro unidades industriais em Minas Gerais:
Filial Iturama, Filial Campo Florido, Filial Limeira do Oeste e Filial Carneirinho, além
da Coruripe Energética.
Seus dois polos de produção fabricam 20 milhões de sacos de açúcar e 500
milhões de litros de álcool. Possuem infraestrutura para estocar 9,2 milhões de
sacos de açúcar e 203 milhões de litros de álcool.
2. Principais premissas adotadas para o Cálculo do Ativo Biológico
As projeções foram realizadas em termos reais ,ouseja, não foram
considerados os efeitos inflacionários para o período projetado;
Estão apresentadas em moeda brasileira (Reais (R$));
Estão baseadas em um único cenário projetivo, o qual foi baseado na
exaustão da área de plantio (cultura de cana- de-açúcar) das seguintes em presas
agrícolas da Usina Coruripe S.A: a)Coruripe-Nordeste; b)Coruripe– Centro-Sul.
A data-base utilizada foi 31 de março de 2012. O período de projeção dos
fluxos de caixa foi de acordo com o ciclo de produtividade dos canaviais, sem
considerar a renovação do mesmo.
42
As premissas e considerações se basearam em informações se expectativas
conhecidas na data da avaliação, ou seja, em cenário provável em termos de
mercado, ciclo de produtividade do ativo biológico, legislação, entre outros.
O produção projetada considera o ciclo de produtividade remanescente do
ativo biológico;
Foi considerada a média de 7 cortes para as soqueiras de Cana-de-Açúcar;
A produção de cana-de-açúcar foi projetada em toneladas, considerando a
expectativa de produtividade em cada fase de maturação do canavial pela sua
respectiva área;
Para cada estágio da cana(corte), foi estimada a produtividade por hectare.
A área de formação (corte0)não foi considerada na projeção da produção na
safra-base, pois refere-se à área ainda não produtiva, sendo considerada nas safra
subsequente;
Em virtude de não contemplar a renovação do canavial, as áreas de mudas
foram consideradas como área de moagem;
3. Aplicabilidade da Norma
3.1. Produção e Produtividade
Projetada com base na produtividade (tonelada por hectare) estimada de
cada área de corte, conforme expectativa da moagem da safra das unidades da
Usina Coruripe. Foi adotada uma produtividade por safra, tendo em vista, a
expectativa no aumento da produtividade projetada, conforme um estudo realizado
pela Fundação Dom Cabral.
3.2. Preço
O preço médio projetado foi calculado através da multiplicação da
rentabilidade agrícola das Usinas pelo valor do ATR (açúcar total recuperável)
projetado de fechamento da safra. O valor do ATR e da Produtividade utilizado foi
43
Calculado pelo CONSECANA, para usina do Centro-Sul e Pelo SINDAÇUCAR-AL
para Usina do Nordeste, data Base de 2012.
Quadro 05- Preço do ATR
Descrição Unidade Nordeste Centro-Sul
a) Rentabilidade agrícola ATR kg/ton 137,77 136,75
b) ATR/ KG R$ 0,53 0,4728
Preço = a x b R$ 73,02 64,6554
3.3. Receita Operacional Líquida
A Receita Operacional é o resultado da multiplicação da produção projetada
pelo preço estimado, deduzido dos impostos sobre a receita (Funrural) que possui
alíquota de 2,85%.
3.4. Custos Operacionais
Os custos operacionais são compostos pelos gastos necessários para
formação do ativo biológico considerando o ciclo de produtividade das empresas
agrícolas, segregados da seguinte forma:
Custo da área explorada: refere-se ao custo pela utilização da terra na forma
de arrendamento. A Usina Coruripe não possui terras próprias. Para o cálculo do
valor do arrendamento deve levar em consideração a média ponderada da
participação dos arrendamentos (em toneladas/hectare). Multiplicado pela
remuneração da parceria por kg/ATR e pelo preço do ATR de acordo com tabela
divulgada pela Consecana (Conselhodos Produtores de Cana-de-açúcar e Álcool).
Quadro 06 – Custo de Arrendamento
Arrendamento Unidade Nordeste Centro-Sul
Descrição
Produtividade Cortada ton/há 13,20 11,34
Remuneração do Kg/ton 137,00 125,81
44
Arrendamento por ATR
Preço de fechamento da
safra ATR
R$/ton 0,53 0,4728
Custo com Corte, Carregamento e Transporte (CCT) da cana-de-açúcar:
refere-se ao transporte, transbordo e colheita tanto mecanizado como manual. Este
custo variável deve ser projetado em função da produção, considerando como base
o histórico de cada usina.
Quadro 07- Custo com corte, carregamento e Transporte CCT da Cana de Açúcar
Descrição Unidade Nordeste Centro-Sul
CCT R$/ton R$ 24,60 R$ 25,50
Custo dos Tratos Culturais: refere-se principalmente às operações
mecanizadas e aos insumos relacionados ao cultivo, como: adubação, aplicação de
herbicidas, fertilizantes, catação química, acera do retransportes em geral.
Quadro 08 - Custo dos Tratos Culturais
Descrição Unidade Nordeste Centro-Sul
Tratos culturais R$/há
R$
1.850,00 R$ 1.410,35
Estes custos referem-se a gastos incorridos na safra atual, mas calculados
em função da área produtiva da próxima safra. O quadro a baixo apresenta a
premissa adotada para este custo por hectare, baseado no histórico da Empresa.
3.5. O Imposto de Renda(IR) e a Contribuição Social(CSLL)
O Imposto de Renda(IR) e a Contribuição Social(CSLL) foram calculados de
acordo com a legislação tributária vigente na data- base do trabalho. Com relação
ao benefício fiscal da amortização do valor justo (“TAB”) , este está demonstrado
45
dentro das demonstrações de resultado, tendo seu valor reduzindo a base de
IR/CSLL;
3.6. Os ativos contribuintes (“CAC”)
Os ativos contribuintes (“CAC”) correspondem a todos os ativos que auxiliam
e contribuem para que o ativo biológicos e já capaz de gerar benefícioa futuros. No
empreendimento agrícola, geralmente os ativos que contribuem mais importantes
são a terra e as máquinas e equipamentos agrícolas. Uma vez que ,neste caso
100% da terra é arrendada, os ativos que contribuem, referem-se às máquinas e
equipamentos. Para fins de remunerar o uso das máquinas e equipamentos
aplicou-se uma taxa de remuneração real de 5% sobre o valor contábil
remanescente dos ativos(“Return on”). Adicionalmente, foi projetado o percentual
de 15% sobre a depreciação projetada no período (“Returnof”).
3.7. Taxa de Desconto
Utilizou-se o custo médio ponderado de capitais respectivo para cada safra
afim de apurar a taxa de desconto a ser aplicada no cálculo do valor justo do ativo
biológico. Para calculo da CMPC são consideradas:
A Taxa livre de risco representa o retorno requerido pelo investidor
para investimento sem títulos conceitualmente sem risco(RiskFree).
Foi adotado como parâmetro de taxa livre de risco a média aritmética
histórica dos últimos 24meses das taxas oferecidas pelo governo
norte-americano (T-Bondnorte-americanode20 anos) em Março de
2012.
O premio de mercado é o retorno acima da taxa livre de risco que o
investidor exige para investir (estar exposto ao risco ) no mercado de
capitais(Equity Risk Premium),devido as risco inerente. Foi adotado o
prêmio médio verificado para as ações (valorização e dividendos
46
pagos) de grandes empresas americanas desde1926.
Fonte:Morningstar(ex:IbbotsonAssociates).
O Beta Representa a medida do risco da empresas o do setor em
análise. Para o cálculo do Beta, foi utilizado o Beta de alavancado
médio de empresas que atuam no mesmo segmento da Empresa,
com base na estrutura de capitais e taxa de imposto de renda de cada
empresa. Esse beta médio foi re alavancado utilizando-se a estrutura
de capitais média do mercado e pela taxa média de 34% de imposto
de renda(IR)e contribuição social(CSLL).
O risco País é o retorno adicional (prêmio) exigido pelo investidor
institucional para investir no Brasil (CountryRiskPremium). Foi
adotado como prêmio, a média aritmética dos pread dos últimos 36
meses praticado entre o stítulos do governo brasileiro e do governo
norte-americano d e prazos similares, na data base Março 2012.
O Premio pelo tamanho da empresa é o retorno adicional exigido pelo
investidor por incorrer em um nível maior de risco por estar investindo
em uma empresa menor que as consideradas para formação do
índice S&P500 (índice base para definição do retorno de mercado).
Em nossos estudos, classificamos a Empresa como pequena
empresa de acordo com os critérios estabelecidos pelo Ib botson
Associates (Morningstar), resultando num prêmio adicional de 1,98%
na data-basede2012.
47
A inflação projetada americana Representa o índice projetado de
inflação anual de longo prazo norte-americana calculada com base na
expectativa embutida de inflação nos títulos de longo prazo(T-Bond
norte-americano de 20anos) oferecidos pelo governo norte-
americano, que possuem rendimento indexado ao CPI(Consumer
Price Index). Fonte:EIU TheEconomistInteligenceUnit).
A inflação Brasileira para31/03/2012,representa a média da inflação
brasileira projetada para o período de 2012 a 2016.
Fonte:BancoCentral
Participação do Capital próprio é dada para o cálculo da alavancagem
financeira, foi considerada a média aritmética da relação de bt/equity
(dívida/patrimônio) para uma amostra de empresas comparáveis do
mesmo segmento da Usina.
O custo de capital de terceiros foi calculado com base na média
ponderada dos custos de empréstimos das empresas do setor,
incluindo as da Empresa, nas datas-bases em bases reais. Para o
cálculo do custo de capital de terceiros real, subtrai-se a inflação
brasileira projetada na data- base.
48
Quadro 09 – C.M.P.C.
Taxa livre de risco 3,49%
Risco Brasil 1,65%
Prêmio de mercado + prêmio pelo tamanho 8,68%
Beta desalavancado 0,80
D/E 0,32
Beta alavancado 0,80
Inflação brasileira 4,98%
Inflação americana 2,23%
Custo do capital próprio 15,10%
Custo do capital de terceiros 7,51%
Custo do capital de terceiros x (1 - t) 4,96%
Participação do capital próprio 76,00%
Participação do capital de terceiros 24,00%
C.M.P.C. 12,66%
*alíquota marginal do IR + CSLL 34%
Custo do capital próprio
50
5. Fluxo de Caixa Projetado para a Cana-de-Açúcar
FLUXO DE CAIXA PROJETADO
NORDESTE
Fluxo de caixa 2012/2013 2013/2014 2014/2015 2015/2016 2016/2017 2017/2018 2018/2019 2019/2020
Total de Produção de Cana de Açúcar 2.199.919 2.050.774 1.612.517 1.262.542 1.073.220 748.854 444.438 182.840
Preço de Venda da Cana de Açúcar 75,9 75,9 75,9 75,9 75,9 75,9 75,9 75,9
Receita Bruta de Venda 166.973.814 155.653.747 122.390.002 95.826.938 81.457.398 56.837.981 33.732.844 13.877.556
- FUNRURAL ( INSS sobre ROB) -R$ 4.758.753,70 ########## ########## ########## ######### ########## ######### -R$ 395.510,35
Receita Liquida venda 162.215.060,45 ######### ######### ######### ######## ######### ######## 13.482.045,65
Arrendamento -R$ 26.523.497,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### ###########
CCT -R$ 57.877.655,82 ########## ########## ########## ######### ########## ######### ###########
Tratos culturais -R$ 49.019.450,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### R$ 0,00
EBITDA AGRICOLA 28.794.457,63 ######### ######### ######### ######## 4.928.132,47 ######## 6.057.096,09
Margem agricola % 17,75% 17,59% 15,33% 12,98% 10,32% 8,92% 8,85% 44,93%
Depreciação/Amortização -R$ 26.664.435,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### ###########
Depreciação -R$ 10.214.893,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### ###########
Amortização -R$ 16.449.542,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### ###########
EBIT R$ 2.130.022,63 ########## ########## R$ 542.430,59 ######### ########## ######### R$ 28.323,09
Imposto de Renda -R$ 724.207,69 R$ 0,00 R$ 0,00 -R$ 184.426,40 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
% de IR sobre EBIT 34% 0% 0% 34% 0% 0% 0% 0%
Depreciação/Amortização R$ 26.664.435,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### R$ 6.028.773,00
Contributory Asset Charge -R$ 32.000,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### -R$ 640.000,00
Fluxo de caixa gerado pela Cana de açúcarR$ 28.038.249,94 ########## ########## ########## ######### ########## ######### R$ 5.417.096,09
Fator de Desconto 1,0000 1,1266 1,2693 1,4301 1,6112 1,8153 2,0452 2,3042
Fluxo de caixa descontado 28.038.249,94 ######### ######### 7.166.092,17 ######## 2.075.789,77 924.497,40 2.350.967,51
- 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00
Valor Justo do Ativo R$ 79.841.900,00
Centro-Sul
Fluxo de caixa 2012/2013 2013/2014 2014/2015 2015/2016 2016/2017 2017/2018 2018/2019 2019/2020
Total de Produção de Cana de Açúcar 4.318.315 5.483.390 4.843.990 3.985.540 3.255.715 2.650.650 1.854.440 891.950
Preço de Venda da Cana de Açúcar 64,6554 64,6554 64,6554 64,6554 64,6554 64,6554 64,6554 64,6554
Receita Bruta de Venda 279.202.384 354.530.774 313.190.111 257.686.683 210.499.556 171.378.836 ######## 57.669.384
- FUNRURAL ( INSS sobre ROB) -R$ 7.957.267,93 ########## ########## ########## ######### ########## ######### ###########
Receita Liquida venda 271.245.115,72 ######### ######### ######### ######## ######### ######## 56.025.806,59
Arrendamento -R$ 41.137.086,90 ########## ########## ########## ######### ########## ######### ###########
CCT -R$ 96.419.337,32 ########## ########## ########## ######### ########## ######### ###########
Tratos culturais -R$ 69.605.900,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### R$ 0,00
EBITDA AGRICOLA 64.082.791,50 ######### ######### ######### ######## ######### ######## 22.404.643,29
Margem agricola % 23,63% 23,70% 20,41% 17,85% 15,83% 11,36% 4,93% 39,99%
Depreciação/Amortização -R$ 26.200.000,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### ###########
Depreciação -R$ 5.700.000,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### ###########
Amortização -R$ 20.500.000,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### ###########
EBIT R$ 37.882.791,50 ########## ########## ########## ######### R$ 509.615,68 ######### ###########
Imposto de Renda -R$ 12.880.149,11 ########## ########## R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 ###########
% de IR sobre EBIT 34% 34% 34% 0% 0% 0% 0% 34%
Depreciação/Amortização R$ 26.200.000,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### R$ 8.030.000,00
Contributory Asset Charge- Ativos Contribuintes * usina)-R$ 2.798.736,00 ########## ########## ########## ######### ########## ######### -R$ 836.210,00
Fluxo de caixa gerado pela Cana de açúcarR$ 48.403.906,39 ########## ########## ########## ######### ########## ######### ###########
Fator de Desconto 1,0000 1,1266 1,2693 1,4301 1,6112 1,8153 2,0452 2,3042
Fluxo de caixa descontado 112.486.698,22 ######### ######### ######### ######## ######### ######## 39.085.698,19
Valor Justo do Ativo ############
51
V. Conclusão
A inclusão da norma internacional IAS 41 no cenário brasileiro, através do
CPC 29: Ativo Biológico e Produto Agrícola, trouxe grande mudança normativa
para contabilidade Brasileira. A norma introduz o conceito de valor justo para
avaliação das plantas e animais vivos que gerarão o produto agrícola para ser
liquidado no mercado. Antes da inclusão do CPC 29 em 2009 estes ativos
biológicos pertenciam no custo histórico até o final do ciclo produtivo. Percebe-se
que o valor justo introduzido pela norma é um método mais eficaz para a tomada
de decisão por permitir reconhecer o ganho econômico da produção mesmo antes
da liquidação do ativo.
Inicialmente foi necessário o embasamento teórico para melhor
compreensão do assunto em lide. Em seguida, procedeu-se uma análise acerca do
tratamento dos ativos biológico da Usina Coruripe e utilizou-se como referencia o
Balanço Patrimonial e outros relatórios divulgados referente ao ano de 2012. Na
avaliação e analise do calculo do ativo biológico a dificuldade reside na
subjetividade de seu cálculo, para estipular valores e premissas, principalmente
quando não há preços observáveis no mercado para este ativo. Sendo a valoração
feita pelo método do fluxo de caixa descontado a valor presente.
O método para valoração dos ativos biológicos condiz com as características
e necessidades do setor sucroalcooleiro , existe de um mercado ativo para o
produto final com vendedores dispostos à negociação, produtos homogêneos
52
(commodities) e preços confiáveis e divulgados . É mister que a indicação do valor
justo está de acordo com a teoria contábil uma vez que o ativo deve evidenciar os
benefícios futuros que serão gerados e este representa em essência, uma medida
de saída, em condições normais de negociação (transação ordenada), com foco no
mercado (participantes do mercado) e definida em uma determinada data.
Trabalhos desse cunho contribuem para a investigação da aplicabilidade da
norma e podem apontar possíveis problemas, ou sugestões práticas a fim de
incentivar a melhoria de divulgações futuras.
Fica evidente que o CPC 29 e as peculiaridades dos “ Ativos Biológicos” de
cada setor devem ser minunciosamente estudados afim de compreender seus
reflexos e sua abrangência nas Demonstrações Financeiras publicadas no Brasil.
Vale destacar que a uniformização da linguagem contábil é condição indispensável
para manutenção de negócios internacionais. Trabalhos desta natureza contribuem
no sentido de investigar e apontar possíveis problemas encontrados na prática com
o intuito de incentivar a melhoria de divulgações futuras.
53
VI. Referencias Bibliográficas
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