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Luiza Costa Santos
Planejamento e Políticas Urbanas como solução das inundações. Estudo de Caso da ADE da Bacia da Pampulha na cidade de Belo Horizonte
Especialização em Meio Ambiente e Saneamento Ambiental
Belo Horizonte
2012
2
Luiza Costa Santos
Planejamento e Políticas Urbanas como solução das inundações.
Estudo de Caso da ADE da Bacia da Pampulha na cidade de Belo Horizonte
Monografia apresentada à UNIVERSIDADE
FUMEC como requisito parcial para a obtenção do
certificado de Especialização em Pós-Graduação Lato
Sensu em Meio Ambiente e Saneamento Aplicado.
Orientadora: Paula Regina Balabram.
Belo Horizonte
2012
3
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................... 07
08 METODOLOGIA...............................................................................
1.
09 INTRODUÇÃO...........................................................................
1.1 Impactos referentes à Urbanização..................................... 10
1.2 Saneamento Ambiental e Planejamento Urbano................. 13
1.3 Legislação Urbanística......................................................... 14
1.3.1) Legislação Federal, Estadual e Municipal................................. 15 1.3.2) Plano Diretor, Lei de Uso e Ocupação do Solo, Parcelamento do
Solo................................................................................................. 16
1.3.3) Plano Diretor de Drenagem Urbana.......................................... 17
2. DRENAGEM URBANA EM BELO HORIZONTE
2.1 Breve histórico da situação do saneamento na cidade de Belo
Horizonte...................................................................... 20
2.1.1) O sistema de drenagem pluvial da cidade................................. 21
2.2 Plano Diretor de Drenagem Urbana de Belo Horizonte....... 24
2.3 Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte............ 26
2.3.1) O Índice de Drenagem (Idr)....................................................... 27
2.4 Drenurbs............................................................................... 29
3. ESTUDO DE CASO ADE BACIA DA PAMPULHA
3.1 Legislação Aplicável............................................................. 31
3.1.1) Lei Nº7.165 – Lei Nº7.166 – Lei Nº8.137 – Lei Nº 9.995........... 31
3.1.2) Lei Nº8.260 – Decreto Nº11.289................................................ 35
3.1.3) Lei Nº9.037 – Decreto Nº12.015................................................ 37
3.2 ADE da Bacia da Pampulha................................................. 38
3.3 Histórico de Inundações na Região e Carta de Inundação. 40
3.4 Resultados Efetivos com a Legislação................................. 46
4. CONCLUSÃO........................................................................... 47
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................... 48
4
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Primitivo Mapa Hidrográfico de Belo Horizonte 21
FIGURA 2 – Situação Hidrográfica do Município. 22
FIGURA 3 – Traçado Urbano x Traçado Sanitário 23
FIGURA 4 – Bacias Integrantes do Programa Drenurbs 30
FIGURA 5 – Localização da Área 39
FIGURA 6 – Delimitação da área da ADE da Bacia da Pampulha. 39
FIGURA 7 – Ano 1960 – Vista da Lagoa sem assoreamento 40
FIGURA 8 – Evolução do Assoreamento na Enseada dos córregos Ressaca e
Sarandi 40
FIGURA 9 – Foto de satélite mostrando a área assoreada da Lagoa da
Pampulha. 41
FIGURA 10 – Carta de Inundação da Regional Pampulha 43
FIGURA 11 – Carta de Inundação da Regional Pampulha, mapeamento 44
FIGURA 12 – Carta de Inundação da Regional Pampulha, Córrego Baraúnas 45
5
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Municípios com sistemas de drenagem urbana 10
TABELA 2 – Municípios com Inundações/Alagamentos em áreas urbanas 11
TABELA 3 – Estimativa dos sedimentos depositados na drenagem urbana no
estudo de caso adotado 13
TABELA 4 – Proporção de Áreas de Bacia por Municípios. 22
TABELA 5 – Priorização das Sub Bacias 28
TABELA 6 – Resultados e Metas para Belo Horizonte 28
TABELA 7 – Quantitativos Totais de Macrodrenagem de Belo Horizonte e
Contagem 29
TABELA 8 – Parâmetros Urbanísticos Zoneamentos. 34
TABELA 9 – Parâmetros Urbanísticos ADE Bacia da Pampulha. 34
TABELA 10 – Ocorrências de Inundações e Alagamentos no município de
Belo Horizonte. 46
6
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Grau de Urbanização segundo as Grandes Regiões Brasil 10
GRÁFICO 2 – Diagrama das causas e consequências das Enchentes 11
GRÁFICO 3 – Evolução urbana e ocorrência de inundações. 12
GRÁFICO 4 – As curvas fornecem o valor de R, aumento da vazão média de
inundação (média das vazões máximas anuais) em função da proporção de área
impermeável e da canalização do sistema de drenagem, em %. 12
GRÁFICO 5 – Integração do Saneamento Ambiental 14
GRÁFICO 6 – Estrutura do Plano Diretor de Drenagem Urbana. 18
GRÁFICO 7 – Fluxograma do Plano de Saneamento. 27
GRÁFICO 8 – Gráfico mostrando o aumento da vazão de descarga da
barragem. Fonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. 42
GRÁFICO 9 – Diagrama do Plano de Intervenções no Estudo de Caso da
ADE da Bacia da Pampulha.. 46
7
RESUMO
A forma desordenada e sem planejamento, que se desenvolve a urbanização nas
cidades brasileiras é o ponto chave para entender o constante impacto urbano das inundações.
Este trabalho apresenta um levantamento de todas as possíveis ações públicas
regulamentadoras, tanto no planejamento urbano quanto nos sistemas de drenagens urbanas,
necessários para as cidades se desenvolverem em equilíbrio com os quesitos ambientais.
Com intuito de comprovar a eficiência dessas ações da administração pública, através
uma análise de um estudo de caso numa região específica na cidade de Belo Horizonte, com
levantamento detalhado das legislações, planos, programas e histórico comparativo dos
períodos anteriores e o momento atual da região.
PALAVRAS-CHAVE: Drenagem Urbana, Legislações, Urbanização e Inundações.
8
METODOLOGIA
A metodologia adotada neste trabalho seguirá os seguintes aspectos: pesquisas
bibliográficas referentes ao tema da drenagem urbana e inundação no Brasil e na região da
ADE da Bacia da Pampulha no município de Belo Horizonte.
Ao elaborar as pesquisas bibliográficas, foram analisadas as leis, decretos e
regulamentações existentes que fazem referências ao tema em estudo. O intuito da avaliação é
verificar a influência e eficiência das propostas, intervenções realizadas e implantação dos
programas da administração pública.
Na conclusão desse trabalho são apresentados os resultados obtidos, no estudo de caso
de uma região específica do município de Belo Horizonte, a ADE da Bacia da Pampulha.
9
1. INTRODUÇÃO
O objetivo desse trabalho é apresentar a importância das políticas públicas e o
cumprimento das legislações, do planejamento urbano integrado e do saneamento ambiental
para a garantia da solução definitiva dos problemas recorrentes das inundações nas cidades
brasileiras, principalmente os grandes centros urbanos, ou seja, as regiões metropolitanas.
Apresentando um estudo de caso da cidade de Belo Horizonte, especificamente na
ADE da Bacia da Pampulha, local esse que apresenta uma das legislações mais restritivas e
que tem viabilizado investimentos vultuosos na execução das obras, com intuito de minimizar
e dar soluções definitivas aos problemas relacionados à drenagem urbana dessa grande
metrópole.
Iniciando com uma breve introdução dos tópicos envolvidos nesse estudo como:
urbanização, saneamento ambiental, planejamento urbano e legislações. Discorrendo em
seguida sobre o estudo de caso de uma região específica e finalizando com a apresentação dos
resultados considerando as situações do antes e depois das intervenções.
No desenvolvimento desse trabalho de conclusão do curso Especialização em Meio
Ambiente e Saneamento Ambiental, percebe-se a intenção de complementar o conteúdo da
graduação em Arquitetura e Urbanismo e mostrar que os problemas tratados nesse estudo são
inegavelmente multidisciplinares e exigem um olhar diferente de vários profissionais
trabalhando para o alcance do melhor resultado.
10
1.1 Impactos referentes à Urbanização
Atualmente quando se trata do fenômeno das inundações nas grandes cidades
brasileiras, podemos destacar a urbanização executada sem nenhum planejamento urbano
integrado e eficiente, que acaba sendo um dos principais fatores causadores desse problema
recorrente.
Com base nos dados divulgados pelo IBGE 1998/2008, constata-se que mais 80% da
população brasileira habitam em centros urbanos, e 78,6% dos municípios brasileiros
possuem algum tipo de sistema de drenagem urbana, não estamos levando em consideração o
índice de cobertura desses serviços ou a eficiência dos mesmos. Em contra partida, citando
ainda os dados do IBGE, apenas 26,3 % dos municípios com esses sistemas de drenagem
dispõem de algum instrumento legal regulador da drenagem urbana sendo eles: Plano Diretor
de Drenagem, Plano Diretor Municipal, Legislação Municipal, Lei de Uso e Ocupação do
Solo, etc.
Gráfico 01 - Grau de Urbanização segundo as Grandes Regiões Brasil. 1991/2000. Fonte: IBGE.
Fig. 01 Municípios com sistemas de drenagem urbanas
Tabela 01 - Municípios com sistemas de drenagem urbana. Fonte: IBGE.
11
Tabela 02- Municípios com Inundações/Alagamentos em áreas urbanas. Fonte: IBGE.
Considerando às informações obtidas, conclui se que existem sistemas que possuem
dispositivos para prevenir as inundações, mas na maioria das vezes, não são regulamentados e
nem mesmo controlados pelos órgãos públicos, com isso 22,4% dos municípios brasileiros
ainda sofrem com frequentes inundações ou enchentes, de acordo com os dados dos dois
últimos anos precedentes a divulgação da pesquisa.
Porém, a urbanização só pode ser considerada uma das causas das inundações devido
ao fato, que a mesma acontece de forma irregular, desobedecendo aos parâmetros da
regulação urbana ou pela inexistência dos mesmos. No entanto, mesmo feita de maneira
planejada, à urbanização apresenta características que aumentam a frequência e magnitude de
possíveis enchentes, com o processo cada vez mais crescente da impermeabilização do solo e
a própria mecânica da rede de drenagem, que aumenta a velocidade de escoamento e também
são desrespeitados ítens básicos do planejamento como parâmetros urbanísticos, entre eles a
taxa de permeabilidade mínima por lote.
Gráfico 02 - Diagrama das causas e consequências das Enchentes. Fonte: Autor
URBANIZAÇÃO
SISTEMAS DE DRENAGEM
(SANEAMENTO)
PLANEJAMENTO
URBANO
ENCHENTES
12
Os impactos urbanos decorrentes da urbanização relacionados com o tema desse
trabalho podem ser mencionados a seguir como: o aumento das vazões máximas e da sua
frequência devido ao aumento da capacidade de escoamento das redes de drenagens e a
impermeabilização da superfície; aumento da produção e carreamento de sedimentos, com
isso, reduzindo a capacidade de escoamento dos condutos e de absorção dos rios e lagos
urbano; e o aumento da temperatura média, em decorrência de impermeabilização do solo que
absorvem parte da energia solar e geram mais precipitações.
Gráfico 03 - Evolução urbana e ocorrência de inundações. Fonte: Tucci. Gerenciamento da
drenagem Urbana (Adaptado Ramos 1998) .
Gráfico 04 - As curvas fornecem o valor de R, aumento da vazão média de inundação (média das
vazões máximas anuais) em função da proporção de área impermeável e da canalização do sistema
de drenagem, em %. Fonte: Tucci. Gerenciamento da drenagem Urbana( Leopold 1986) .
13
Tabela. 03- Estimativa dos sedimentos depositados na drenagem urbana no estudo de caso adotado
(Collischonn e Tucci, 1998). Fonte: Tucci. Gerenciamento da drenagem Urbana.
1.2 Saneamento Ambiental e Planejamento Urbano
No intuito de esclarecer a importante relação do Saneamento Ambiental e o
Planejamento Urbano, é valido apresentar primeiro a conceituação dos mesmos. A definição
dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o saneamento é o controle de todos os
fatores do meio físico do homem, podendo esses exercerem ou não efeitos nocivos sobre seu
bem estar físico, mental e social. De maneira mais objetiva podemos desmembrar o
saneamento em seus sistemas mais comuns como: abastecimento de água, interceptação e
tratamento dos esgotos sanitários, resíduos sólidos, drenagem urbana e controle de vetores.
A maioria dos problemas que afetam o meio físico do homem, ou seja, o próprio meio
ambiente tem estreita relação com a deficiência dos sistemas de saneamento básicos, entre
eles a poluição, o assoreamento dos recursos hídricos e ocorrência de enchentes. Esses
ocorrem, porque além da ausência de planejamento, existe também a falta de interesse político
da administração pública.
O planejamento urbano é considerado a chave para a solução dos problemas das
cidades por ser muito abrangente, desde a sua definição, como um processo de idealização,
criação e desenvolvimento de soluções que visam melhorar ou revitalizar certos aspectos
dentro de uma determinada área urbana, até os inúmeros instrumentos legais que os
municípios dispõem para concretizá-lo.
14
O essencial que se observa, analisando os conceitos de saneamento e planejamento é a
necessidade de integração dos mesmos, por serem muito amplos vão se fundindo, ao longo
das necessidades das cidades. O planejamento precisa ser realizado com critérios bem
estabelecidos, fruto de uma política de administração pública apoiada em legislações
adequadas. Essas políticas e legislações devem sempre levar em conta as peculiaridades
locais, físicas, econômicas e sociais.
Gráfico 05 – Integração do Saneamento Ambiental. Fonte: COPASA.
1.3 Legislação Urbanística
No desenvolvimento desse trabalho será demonstrado que a solução para o problema
das enchentes não está relacionado apenas a programas, projetos e obras, mas, sobretudo a
importância da utilização das legislações, que além de permitirem as ações citadas
anteriormente, regulamentam e fiscalizam quanto ao uso e ocupação do solo, parcelamento e
plano diretor das cidades.
A administração pública com seu poder disciplinador do uso do solo, sendo
responsável pela expansão dos serviços públicos de infraestrutura, em tese conseguiria
impedir qualquer problema relacionados a ocupação irregular, o que de fato não ocorre, ou
por falta de fiscalização ou pelo fato das legislações mais restritivas, serem recentes e
acompanham o aparecimento do problema.
15
Apresentando um breve relato sobre a evolução das legislações nos âmbitos federal,
estadual e municipal, de maneira geral, nas cidades brasileiras, assim como, os principais
tópicos relativos aos Planos Diretores de Drenagens Urbanas. No capitulo 3 analisaremos
especificamente a legislação referente a cidade de Belo Horizonte, e da região do estudo de
caso, com o intuito de mostrar que os resultados foram instituídos pelas leis relatadas.
1.3.1) Legislação Federal, Estadual e Municipal
No âmbito federal, citando o Art. 30 da Constituição Federal, que descreve as
competências dos municípios como “promover no que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
urbano”, conclui-se que a responsabilidade de legislar sobre o uso do solo é municipal. A
constituição estabelece ser de competência federal, instituir diretrizes para o setor, como um
plano diretor, reservando o desenvolvimento urbano ao município, organizando e prestando
serviços públicos como o caso da drenagem urbana.
Nas legislações estaduais, o tema saneamento, o qual a drenagem urbana é um dos
tópicos, aparece mais claramente do que na Constituição Federal. Geralmente, em todos os
estados, os principais tópicos abordados tratam de temas como gestão política do setor e
inserção das questões de saneamento nos planos diretores urbanos. Observando a Constituição
do Estado de Minas Gerais, estado da cidade escolhida para o estudo de caso, apresenta o
aspecto do saneamento quando cita ser obrigatória sua abordagem nos planos diretores
urbanos. Também na subseção “Do Saneamento”, criando um Conselho Estadual de
Saneamento Básico, que fica a cargo das questões políticas e planos anuais de saneamento,
garantindo recursos para implementação dos mesmos. Mas o fato mais importante
mencionado é que qualquer execução de programas de saneamento, estadual ou municipal,
precisa ser precedida de planejamento e que atenda a critérios anteriormente estabelecidos.
Nos municípios, com relação às competências legais, uma das referências seria a Lei
Orgânica Municipal, que dispõe sobre a organização e o planejamento do município, assim
como os outros pontos de interesse local. Um dos aspectos importantes que precisam ser
esclarecidos, é que o desenvolvimento do município precisa incorporar itens sanitários e
ambientais, tanto no planejamento como na execução e na elaboração dos instrumentos legais
(Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, Plano Diretor) como em qualquer processo
16
de decisão local. Os principais pontos contemplados pela Lei Orgânica referente ao
saneamento e consequentemente a drenagem urbana são: criação, planejamento e execução de
políticas de saneamento no município; determinar os requisitos sanitários e ambientais a
serem cumpridos nos instrumentos legais e a necessidade de considerar a tipologia local,
assim como os contextos regionais, antes de definir as diretrizes do planejamento e uso do
solo.
1.3.2) Plano Diretor, Lei de Uso e Ocupação do Solo, Parcelamento do Solo
Por definição da Constituição Federal Art. 182, o Plano Diretor é obrigatório, e passa a
ser instituído por uma lei municipal, quando o município apresentar o porte de 20.000
habitantes, reconhecido como sendo um dos principais orientadores das políticas relacionadas
ao desenvolvimento e expansão urbana.
As principais diretrizes abordadas pelos Planos Diretores, relacionadas com as
questões da drenagem urbana são: determinações de uso das prováveis áreas de expansão
urbana ou urbanizáveis; identificar as áreas com possibilidade de risco, como inundações;
compatibilizar os investimentos públicos com as perspectivas de desenvolvimento urbano;
adequar os sistemas de saneamento com o adensamento populacional e prever a
implementação de um plano no município que vise os problemas de saneamento considerando
os aspectos locais e as características das bacias hidrográficas do município. Com o objetivo
de realmente ser um instrumento de mudanças no município, o Plano Diretor, precisa
apresentar um planejamento integrado, participativo e dinâmico.
As regulamentações referentes, a Lei de Uso e Ocupação do Solo são de competência
dos municípios, por se tratar de interesse local, nela são apresentadas os parâmetros para
utilização do solo, sendo assim o principal instrumento para controle do uso, finalidade,
localização dimensão e volume das construções ou qualquer que seja o uso da terra. O ponto
importante tratado por essa Lei é a visão de que a propriedade privada precisa ser favorável
também ao interesse comum e não só ao proprietário.
Cada município define as exigências e as necessidades específicas do mesmo, mas
todas abordam de alguma forma, os aspectos que beneficiam o saneamento como, por
exemplo, controlar o tipo e a intensidade da ocupação, utilizando diretrizes de planejamento,
17
como os parâmetros urbanísticos restritivos em áreas onde a ocupação não é benéfica ao
município.
Já a Lei do Parcelamento do Solo, instituída pela Lei Federal 6.766/79, definido os
principais aspectos e exigências para parcelar o solo no Brasil. De acordo com a lei acima
mencionada “os municípios podem estabelecer normas complementares relativas ao
parcelamento do solo municipal para adequar o previsto nesta lei as peculariedades
regionais e locais”. As principais diretrizes da Lei de Parcelamento relacionada à drenagem
urbana são o Art. 2 inciso 5 que sita “A infraestrutura básica dos parcelamentos é
constituídas pelos equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação
publica, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica publica e
vias de circulação.” Outro ponto importante que vale a pena ser destacado são as restrições
com no Art. 3 item I que sita “em terrenos alagados e sujeitos a inundação, antes de tomadas
as providências para assegurar o escoamento das águas não é permitido o parcelamento do
solo”.
1.3.3) Plano Diretor de Drenagem Urbana
O problema das enchentes é recorrente em todas as cidades brasileiras como vimos nos
itens anteriores, uma das mais coerentes formas de controlar esse fenômeno seria com
medidas legais, as legislações apresentadas anteriormente ate mencionam alguns pontos
relacionados com a drenagem urbana, mas nenhuma delas com a ênfase necessária
considerando a importância do assunto.
As legislações levam em conta questões e problemas locais, que são de
responsabilidades dos municípios e esses na maioria das vezes apresentam dificuldades na
gestão dos serviços de saneamento em geral, inclusive drenagem urbana. Porém atualmente,
os municípios vêm percebendo a necessidade de ter uma melhor gestão nas questões
relacionadas à drenagem urbana e estão desenvolvendo o Plano Diretor de Drenagem Urbana
onde a ênfase da solução apresentada serão medidas não estruturais e diretrizes de ocupação
do solo.
Esse plano observa alguns pontos de partida básicos como: visualizar a bacia
hidrográfica como um todo e não apenas aspectos pontuais, assim como considerar o futuro
18
desenvolvimento da mesma; preocupação com a urbanização, evitando a ampliação das
enchentes. No entanto, as características de algumas cidades brasileiras como as invazões e
ocupações ilegais, dificultam a implantação e o cumprimento da legislação, que praticamente
não são seguidas.
O Plano de Drenagem Urbana deve ser considerado durante a elaboração do Plano
Diretor de Planejamento Urbano de uma cidade, devido a constante interferência que a
ocupação do solo exerce sobre a drenagem, dessa forma alguns elementos do Plano Diretor de
Drenagem tem que ser incluídos no Plano Diretor de Planejamento ou mesmo na Lei de Uso e
Ocupação do Solo.
De maneira geral, os Planos Diretores de Drenagem Urbana de qualquer município
apresentam as seguintes diretrizes: a melhor distribuição da água no tempo e espaço,
condizente com a ocupação urbana da cidade e levando em consideração o futuro
desenvolvimento, assim como, questões econômicas e ambientais. Além de controlar a
ocupação, nas áreas com possibilidade de inundação através de restrições nos locais de altos
riscos.
Gráfico 06 - Estrutura do Plano Diretor de Drenagem Urbana. Fonte: Tucci. Gerenciamento da
Drenagem Urbana.
19
Para o desenvolvimento de um Plano de Drenagem Urbana são essenciais informações
cadastrais como: cadastro das redes pluviais, bacias hidrográficas, uso e tipo de solo das
bacias e outras informações físicas necessárias; os planos que apresentam interface importante
com a drenagem urbana com plano de desenvolvimento urbano da cidade, plano de
saneamento e planos viários devem ser feitos integrados; aspectos Institucionais como
legislações municipais relacionadas com o plano diretor urbano e o meio ambiente,
legislações estaduais de recursos hídricos e legislação federal; gestão da drenagem dentro do
município; dados hidrológicos como precipitações, vazão, sedimentos e qualidade das águas
do sistema de drenagem.
20
2. DRENAGEM URBANA EM BELO HORIZONTE
2.1 Breve Histórico da situação do saneamento na cidade de Belo Horizonte.
Belo Horizonte é a capital do estado de Minas Gerais, conta com uma população de
2,4 milhões de habitantes, segundo o IBGE. Com topografia bem acidentada, apresentando
diferenças de até 150 metros entre os pontos mais altos e baixos e altitude média de 800
metros em relação ao nível do mar. Com relação às questões urbanísticas, a cidade de Belo
Horizonte foi planejada para ser a capital do estado, nos moldes dos modelos urbanísticos de
grandes cidades como Paris, Washington e La Prata.
O conceito dessa urbanização propôs divisão em três zonas distintas para a ocupação
do solo: a urbana, a suburbana e a rural. A primeira definida por uma grande avenida de
contorno e internamente dividida geometricamente como um tabuleiro de xadrez,
apresentando quarteirões quadrados com ruas retilíneas que se cortam em ângulos
semelhantes e definida para abrigar centros comerciais e administrativos assim como
equipamentos urbanos e bairros residenciais. Essa zona se definiu no eixo norte-sul pelos
elementos naturais da paisagem da cidade a Serra do Curral de um lado e o Vale do Arrudas
de outro.
Observar-se nesse plano urbanístico, que apesar de recente, o mesmo não
contemplava, por exemplo, questões como os cursos d’água existentes, fator importante na
questão da drenagem urbana, aparecendo apenas como questões secundarias. Fato que gerou
posteriormente a canalização de todos esses os córregos, solução que atualmente não é mais
utilizada, por desconsiderar as questões urbanísticas e ambientais.
A zona suburbana que seria destinada a ocupação futura, prevista para abrigar bairros,
levou em conta às condições topográficas, por ocupar os terrenos mais acidentados da cidade,
apresentando lotes e quarteirões irregulares. Com isso a questão da hidrografia foi levada
mais em consideração do que a urbana, mas mesmo assim os córregos também posteriormente
acabaram sendo canalizados.
21
A zona rural situada nas planícies do Rio Arrudas, onde estavam previstos núcleos
agrícolas, o que acabou sendo descaracterizada e em seguida incorporada a suburbana. A
cidade após as alterações e a descaracterização do planejamento urbano concebido apresenta
hoje apenas duas zonas de ocupação, bem distintas, a urbana com o planejamento inicial da
cidade organizado e rígido e a suburbana que se adaptou para conseguir absorver o
crescimento acelerado da cidade.
Figura 01- Primitivo Mapa Hidrográfico de Belo Horizonte. Fonte: Ennes M. Yrnard. Vulnerabilidad
de sistemas de agua potable y alcantarillado frente a inundaciones: mistigación de desastres
sanitários em Belo Horizonte/MG.
Por ser planejada a cidade de Belo Horizonte, apresentou uma facilidade para avaliar
os efeitos das inundações sobre a malha urbana. Uma das razões pela escolha de uma área
específica da cidade como estudo de caso foi o fato da cidade ser uma referência tanto para os
sistemas sanitários quanto para as legislações que tratam desse tema.
2.1.1) O Sistema de Drenagem da cidade
Para caracterizar o sistema de drenagem implantado em Belo Horizonte, iniciaremos
com a situação hidrográfica do município, contando com apenas duas bacias hidrográficas e
respectivas sub-bacias denominadas pelos tributários principais. A Bacia do Ribeirão Arrudas
abrange quase 70% do município, uma parte inserida na área interna da Avenida do Contorno
e a maior parte externa a mesma.
Já a Bacia do Córrego do Ribeirão do Onça está localizada na Regional Norte e possui
um total de nove córregos afluentes que juntos forma a Lagoa da Pampulha. Após a barragem
22
da Pampulha gera um córrego conhecido como Ribeirão Pampulha, para em seguida ao
receber um dos maiores afluentes, o Córrego Cachoeirinha ser denominado Ribeirão do Onça.
Tabela. 04- Proporção de Áreas de Bacia por Municípios. Fonte: Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte. Plano Municipal de Saneamento.
Essas duas bacias hidrográficas por meio dos seus principais tributários: Ribeirão
Arrudas e Onça desaguam no Rio das Velhas logo após o município de Sabará.
Figura 02- Situação Hidrográfica do Município. Fonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
Plano Municipal de Saneamento. Versão 2008/2011 e COPASA.
23
Interessante observar que todos os córregos da rede hidrográfica da cidade passam
pela área urbanizada de acordo com o plano urbanístico original.
Figura 03 - Traçado Urbano x Traçado Sanitário. Fonte: Ennes M. Yrnard. Vulnerabilidad de
sistemas de agua potable y alcantarillado frente a inundaciones: mistigación de desastres sanitários
em Belo Horizonte/MG.
Com relação a concepção original do sistema de drenagem na cidade, durante o
planejamento urbano adotou-se o sistema conhecido com o unitário, galerias com diâmetros
enormes para recolher tantos as águas pluviais e efluentes sanitários. Essa proposta foi
definida para o perímetro interno da Avenida do Contorno. Com o passar do tempo, adotou-se
o sistema separador absoluto, no qual estabelece dois sistemas distintos, utilizado até os dias
de hoje. Essa mudança no sistema aconteceu numa época em que a ocupação urbana já esta
estabelecida e a parte suburbana apresentava crescimento acelerado.
Para a adequação ao novo sistema, os bairros que iam surgindo já recebiam a
infraestrutura com sistemas de esgotamento sanitário e drenagens pluviais separados e nas
áreas já ocupadas as galerias com sistema unitário iam sendo desconectados as contribuições
de modo gradativo implantando os interceptores para transporte do esgoto até a Estação de
Tratamento – ETE Arrudas.
Em contrapartida a Bacia do Ribeirão do Onça que se encontra fora da área de
planejamento urbanístico inicial da cidade, só foi sendo ocupada com a explosão populacional
24
que direcionou para um novo vetor de crescimento a região que já receberia o sistema de
drenagem atual. Essa bacia tem seus principais tributários os córregos Ressaca e Sarandi que
desaguam na Lagoa da Pampulha, sendo que é o objeto de estudo de caso mais adiante.
Com isso pode-se assegurar que o equacionamento do sistema de drenagem pluvial no
município já foi implantado nas duas bacias existentes. Belo Horizonte possui sistemas de
saneamento modernos, concebidos ou ampliados e com tecnologia utilizada nos países
europeus, com alcance de final de plano que garante o atendimento da ocupação dos
municípios de Belo Horizonte e Contagem. Existem intervenções ainda para serem
implantadas e concluídas principalmente em relação aos sistemas de esgotamento sanitário e
drenagem pluvial. Apesar disso, a infraestrutura sanitária de Belo Horizonte é uma das
melhores do país, com cobertura invejável considerando o seu porte de grande metrópole.
O sistema de drenagem pluvial atual existente tem apresentado nos últimos anos
frequentes inundações em determinadas regiões periféricas da cidade, resultantes de
entupimentos do sistema, quase sempre devido a disposição inadequados dos resíduos sólidos
ou fruto da carência de obras já planejadas para ampliação das galerias para comportar as
vazões cada vez maiores, consequência das impermeabilizações das vias e bacias de detenção
de cheias para minimização das enchentes.
O ponto essencial dessas colocações em relação ao tema de estudo proposto, é a
implantação e o rigoroso cumprimento das diretrizes apresentadas nas legislações referentes à
drenagem urbana como nos itens citado acima descritos com as obras estruturais necessárias,
mas também podemos enfatizar sobre a permanência da eficiência desse sistema com a
observância das legislações, não estruturais, como parâmetros urbanísticos para as novas
ocupações que irão surgir.
2.2 Plano Diretor de Drenagem Urbana de Belo Horizonte.
O modelo de drenagem urbana implantado em Belo Horizonte apresenta alguns pontos
cruciais que contribuem para a deterioração da qualidade das águas e o surgimento das
enchentes. Podemos citar a ocupação irregular de áreas ribeirinhas e encostas, modelos
25
adotados para o saneamento básico, com controle de efluentes e a impermeabilização do solo,
ausência de planos emergenciais para o controle das enchentes.
Realçando esses fatores, na elaboração do Plano Diretor Municipal em 1996,
observou-se a necessidade de criar um instrumentação para nortear o planejamento da
drenagem, sendo criado o Plano Diretor de Drenagem Urbana.
Tal instrumento tem como principal objetivo a abrangência de todos os cursos d’água
existentes no município, contemplando as Bacias dos ribeirões Arrudas, Onça e suas sub-
bacias assim como os afluentes diretos ao Rio das Velhas. Com o intuito de implantação em
quatro fases onde a primeira relaciona as seguintes diretrizes: diagnosticar a situação atual do
sistema existente por bacia hidrográfica, cadastrar a macro e micro drenagem e a implantação
do Sistema de Informações Geográficas (SIG) para drenagem urbana.
Essa primeira fase foi concluída em 2001 e a partir dela foi possível traçar os
princípios básicos para o planejamento integrado da drenagem urbana da cidade com
apresentação sempre atualizada do sistema de drenagem, soluções alternativas e priorização
para os sistemas já instalados e a intervenção onde os efeitos da urbanização avançaram sobre
as áreas de preservação dos cursos d’água além das ocupações desordenadas com o
agravamento dos efeitos negativos.
Outras premissas foram estabelecidas visando à gestão dos recursos hídricos da cidade de
Belo Horizonte. Alguns deles apresentados a seguir:
o Gestão que considere a interdisciplina dos diferentes territórios da cidade.
o Interagir o sistema de drenagem com os demais sistemas urbanos
o Estabelecer análise e planejamento para o desenvolvimento urbano integrado.
o Minimizar ou inibir transferência de impactos entre as bacias.
o Conhecer o real funcionamento do sistema existente de drenagem com o
cadastramento do sistema de macro e micro drenagem.
o Compatibilizar o planejamento das expansões e o adensamento urbano com as
diretrizes de drenagem.
o Novos parcelamentos devem possuir diretrizes para preservação das várzeas e curso
d’agua.
o Instituir um sistema de gestão abrangente
26
o Atribuir o ônus financeiro aos responsáveis pela ampliação do escoamento
o Adotar conceitos de vazão de restrição para evitar cheias, o volume excedente deve ser
detido na bacia com previsão de dispositivo adequado.
A segunda etapa do Plano descreve sobre as principais metas, sendo: monitorar a
qualidade das águas nas Bacias dos Ribeirões Arrudas e Onça, monitorar hidrologia das
Bacias dos Ribeirões Arrudas e Onça, criar da Carta de Inundação de Belo Horizonte,
elaborar novo modelo de Gestão Integrada das Águas Urbanas e atualizar e expandir o SIG.
2.3 Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte.
O Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte se constituiu um instrumento do
Sistema Municipal de Saneamento e foi institucionalizado com a Lei 8.260 de 2001, que
institui a Politica Municipal de Saneamento. Para ser elaborado foi necessário adotar a
metodologia de diagnosticar o presente momento do saneamento do município e dessa forma
propor as ações para solucionar os problemas ou deficiência desses serviços na cidade. Ficou
a cargo de um grupo multidisciplinar de vários órgãos da Prefeitura de Belo Horizonte
elaborar o plano.
Iniciando o desenvolvimento do Plano foram elaborados diagnósticos de todos o
setores relativos a abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana, resíduos
sólidos e controle de vetores. Além dos diagnósticos também foram apresentados uma
premissa de possíveis planos e programas relativos ao saneamento.
Com o intuito de obter um estudo mais detalhado e permitir comparações entre as
variadas situações de salubridade ambiental dividiu-se o município em três unidades para
analise: Sub Bacias elementares, Bacia elementar de acordo com o Plano diretor de Drenagem
e o território municipal. Cada uma das unidades apresentam indicadores que possibilitariam a
definição de um Índice de Salubridade Ambiental de Belo Horizonte.
O intuito de priorizar as áreas com maiores carências e necessidades foi utilizado um
parâmetro que levava em conta quatro eixos pontuais para mostrar os pontos mais urgente
para os investimentos em infraestrutura.
27
Gráfico 07 - Fluxograma do Plano de Saneamento. Fonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
Plano Municipal de Saneamento. Versão 2008/2011.
A legislação que rege o Plano Municipal de Drenagem de Belo Horizonte exigiu que
fosse elaborado quadrienalmente e atualizado a cada dois anos em busca do aperfeiçoamento.
Como o enfoque do trabalho é o sistema de drenagem apresentaremos apenas as
considerações relativas ao Índice de Drenagem (Idr) mas o Plano discorre sobre todos os
índices dos setores do saneamento ambiental.
2.3.1) O Índice de Drenagem (Idr)
Para demonstração dos problemas relativos a macrodrenagem de Belo Horizonte, o Plano
Municipal do município considerou apenas os seguintes aspectos:
o Insuficiência do sistema implantado devido ao crescente urbanização e falta de um
planejamento que contemple obras e projetos.
o População ribeirinha que ocupam as calhas dos córregos e onde não há ainda
intervenção do poder publico.
A ultima atualização do Plano PMS 2008/2011 desconsiderou o item da insuficiência da
micro drenagem (como era no Plano Diretor de Drenagem) sendo listado apenas os dois
aspectos acima e a “Carta de Inundação de Belo Horizonte”, que está prevista no Plano
Diretor de Drenagem, e cadastrou os 82 pontos de inundações no território municipal. Dessa
forma é gerado o índice de drenagem para compor o Índice de Salubridade ambiental
conforme tabelas abaixo.
28
Tabela. 05- Priorização das Sub Bacias Fonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Plano
Municipal de Saneamento. Versão 2008/2011.
Tabela. 06 - Resultados e Metas para Belo Horizonte. Fonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
Plano Municipal de Saneamento. Versão 2008/2011.
29
2.4 Drenurbs.
Belo Horizonte apresenta 673 quilômetros de cursos d’água onde 26% apresentam-se
revestidos. Dos 500 quilômetros restantes de córregos e ribeirões em leito natural, pouco mais
de 200 quilômetros encontram-se na malha urbana enquanto os demais situam-se em regiões
inadequadas para o parcelamento urbano ou áreas de preservação permanente.
Tabela. 07 – Quantitativos Totais de Macrodrenagem de Belo Horizonte e Contagem. Fonte:
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Plano Municipal de Saneamento. Versão 2008/2011
A administração municipal a partir da elaboração do Plano Diretor de Drenagem e da
criação do Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte – Drenurbs assumiu uma
postura de não canalizar os cursos d’água naturais. A proposta é manter a condição natural
dos cursos d’água e integrar os mesmos no meio urbano de uma forma que beneficie o meio
ambiente e a população.
A concepção do Programa Drenurbs é manter o cunho ambiental e social, com o
objetivo principal de melhorar a qualidade de vida da população de Belo Horizonte. Entre os
objetivos específicos estão a despoluição dos cursos d’água, contenções das margens, redução
dos riscos de inundação, criação de vias laterais aos cursos d’águas, controlar a produção e
carreamento de sedimentos e o fortalecimento desse Plano como instituição Prefeitura de Belo
Horizonte.
Entre as ações do Drenurbs que contempla varias intervenções na drenagem urbana
estão a ampliação da rede de drenagem pluvial, implantação de equipamentos para controle de
inundações e controle da produção de sedimentos.
30
Os córregos e ribeirões que foram contemplados pelo programa são aqueles que
apresentam as seguintes condições: encontrarem em leito natural e percorrem áreas de
adensamento populacional. A implantação das obras do Drenurbs executadas pela Prefeitura
de Belo Horizonte foram nas sub bacias dos Córregos Baleares, 1º de Maio, Nossa Senhora da
Piedade e Engenho Nogueira, sendo que nenhuma delas são integrantes das bacias afluentes à
Bacia da Pampulha região escolhida para o estudo de caso.
Figura 04- Bacias Integrantes do Programa Drenurbs. Fonte: Fonte: Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte. Plano Municipal de Saneamento. Versão 2008/2011.
Para o controle das inundações, a orientação para a elaboração de projetos, é a
priorização para reserva de água, evitar qualquer solução que aumente a velocidade do
escoamento. Com isso os benefícios diretos que são esperados com a implementação do
programa é sem dúvida a redução do risco de inundação e a sustentabilidade ambiental por
considerar as melhorias urbanas com a integração das sanções do sistema de drenagem e o
meio ambiente urbano.
31
3. ESTUDO DE CASO ADE BACIA DA PAMPULHA
3.1 Legislação Aplicável
O objetivo desse estudo de caso é comprovar como a gestão pública, as legislações, os
parâmetros urbanísticos, o planejamento integrado e claro, as obras de infraestrutura podem
reduzir e resolver os problemas das inundações na ADE da Bacia da Pampulha.
Apresentaremos em ordem de especificidade as legislações que abordam ações ou
propostas relacionadas às questões relativas à drenagem urbana. Iniciaremos com a descrição
da legislação e em seguida, citaremos alguns trechos específicos que deverão dar uma
dimensão dos ítens mais importantes relativos ao tema drenagem urbana.
3.1.1) LEI Nº 7.165, DE 27 DE AGOSTO DE 1996. Institui o Plano Diretor do Município de Belo Horizonte.
LEI Nº 7.166, DE 27 DE AGOSTO DE 1996.
Estabelece normas e condições para parcelamento, ocupação e uso do solo urbano no
município.
Alteradas pela LEI Nº 8.137, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2000.
Alteradas pela em vigor LEI Nº 9.959, DE 20 DE JULHO DE 2010.
Essas leis mencionadas acima, abordam como temas principais as questões do uso e
ocupação do solo, o Plano Diretor de Belo Horizonte que instituiu no Art. 27 o Plano Diretor
de Drenagem, os parâmetros urbanísticos e a criação das ADE’s da Bacia da Pampulha,
Pampulha e Trevo.
“Subseção X
Da Política do Saneamento
Art. 22-A – Considera-se saneamento como um conjunto de ações entendidas fundamentalmente
como de saúde pública e proteção ao meio ambiente, compreendendo:
I – o abastecimento de água em quantidade suficiente para assegurar a higiene adequada e o
conforto e com qualidade compatível com os padrões de potabilidade;
II – a coleta, o tratamento e a disposição adequada dos esgotos sanitários e dos resíduos sólidos;
III – a drenagem urbana das águas pluviais;
IV – o controle de vetores transmissores e reservatórios de doença.”
“Art. 23 – São diretrizes gerais da política de saneamento:
I – articular, em nível metropolitano, o planejamento das ações de saneamento e dos programas
urbanísticos de interesse comum, de forma a assegurar a preservação dos mananciais, a produção de
água tratada, a interceptação e o tratamento dos esgotos sanitários, a drenagem urbana, o controle
de vetores e a adequada coleta e disposição final dos resíduos sólidos;
32
III – condicionar o adensamento e o assentamento populacional à prévia solução dos problemas de
saneamento local;
VI – priorizar planos, programas e projetos que visem à ampliação de saneamento das áreas
ocupadas por população de baixa renda;”
Art. 27 – São diretrizes relativas à drenagem urbana:
I – promover a adoção de alternativas de tratamento de fundos de vale com a mínima intervenção
no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade, esgotamento sanitário, limpeza urbana e
resolução das questões de risco geológico e de inundações;
II – elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem, que deverá contar com mecanismos de
atualização contínua e permanente;
VI – inibir ações que impliquem na expansão de áreas impermeáveis;
VII – implantar tratamento urbanístico e paisagístico nas áreas remanescentes de tratamentos de
fundos de vale, privilegiando as soluções de parques;
VIII - elaborar diagnóstico da drenagem urbana no Município, enfocando os aspectos relacionados
à prevenção e controle de inundações, às condições de risco à saúde, ao risco geológico e à
expansão do sistema viário;
X – implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condições
reais de funcionamento do sistema de macro-drenagem;
X - buscar alternativa de gestão que viabilize a auto-sustentação econômica e financeira do sistema
de drenagem urbana.
Parágrafo único – O Executivo deverá elaborar e implementar o Plano Diretor de Drenagem de
Belo
Horizonte – PDDBH, abrangendo as bacias dos ribeirões Arrudas e Onça, que deverá ter uma
abordagem integrada.
Seção V
Da Pampulha
Art. 44 – O Executivo deve encaminhar à Câmara Municipal, no prazo máximo de 18 (dezoito) meses,
contados da vigência desta Lei, projeto de lei contendo plano de ação visando à recuperação da
represa da Pampulha.
Art. 45 – O plano referido no artigo anterior deve prever o saneamento da represa no prazo máximo
de 10 (dez) anos, possibilitando a prática de esportes em seu interior e em sua orla.
Parágrafo único – O plano deve ser acompanhado de cronograma de investimentos, a serem incluídos
nos orçamentos anuais e plurianuais, e conterá a previsão:
I – de despoluição e tratamento de fundos de vale dos córregos afluentes;
II – de instalação de interceptores e de estação de tratamento de esgotos;
III – da instalação de bacias de sedimentação descentralizadas;
IV – de recuperação e posterior preservação das áreas erodidas;
V – de controle ambiental sanitário;
VI – de desassoreamento;
VII – de instalação de equipamentos de lazer e de turismo;
VIII – de parâmetros urbanísticos a serem definidos para a região, que garantam:
a) a preservação de paisagem e da cobertura vegetal;
b) a manutenção dos índices de permeabilização do solo;
c) a existência de locais destinados à instalação de usos não-residenciais e as condições especiais
para tanto necessárias;
d) a preservação do conjunto arquitetônico e urbanístico tombado.
IX – de mecanismos de participação da sociedade na gestão da região;
X – de controle de bota-fora;
XI – de programa de educação ambiental.
XII – de fomento à promoção do patrimônio cultural tombado.
33
TÍTULO V
DAS ÁREAS DE DIRETRIZES ESPECIAIS
Art. 75 - Devem-se fixar diretrizes especiais para as áreas que, por suas características específicas,
demandem políticas de intervenção e parâmetros urbanísticos e fiscais diferenciados – a serem
estabelecidos em lei –, os quais devem ser sobrepostos aos do zoneamento e sobre eles
preponderantes, tais como:
I – proteção do patrimônio cultural e da paisagem urbana;
II – proteção de bacias hidrográficas;
III – incentivo ou restrição a usos;
IV – revitalização de áreas degradadas ou estagnadas;
V – incremento ao desenvolvimento econômico;
VI – implantação de projetos viários.
§ 1º - Os parâmetros urbanísticos relativos a coeficientes de aproveitamento do solo e taxa de
permeabilização propostos para as áreas de diretrizes especiais devem ser iguais ou mais restritivos
que os do zoneamento no qual elas venham a se situar.
§ 2º - No caso do inciso I, a lei que detalhar a política de intervenção e os parâmetros urbanísticos e
fiscais diferenciados deve ser instruída com parecer do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural
do Município.
Subseção V
Da Taxa de Permeabilidade
§ 1º - Os valores da Taxa de Permeabilidade mínima são os definidos no Anexo VI desta Lei,
observado o seguinte:
I - para terreno situado na ADE da Bacia da Pampulha, a taxa de permeabilidade mínima é de 30%
(trinta por cento);
CAPÍTULO VI
DAS ÁREAS DE DIRETRIZES ESPECIAIS
DAS ÁREAS ESPECIAIS
Seção I
Das Áreas de Diretrizes Especiais
Art. 75 - As áreas de diretrizes especiais - ADEs - são as que, por suas características, exigem a
implementação de políticas específicas, permanentes ou não, podendo demandar parâmetros
urbanísticos, fiscais e de funcionamento de atividades diferenciados, que se sobrepõem aos do
zoneamento e sobre eles preponderam.
§ 1º - As ADEs são instituídas por lei específica, da qual, além da delimitação, devem constar os
instrumentos, as intervenções, os parâmetros urbanísticos e fiscais, os usos a serem admitidos e os
critérios para o funcionamento de atividades, as normas complementares necessárias e, se for o
caso, o tempo de duração.
§ 2º - Os parâmetros urbanísticos relativos a coeficiente de aproveitamento do solo, quotas de
terreno por unidade habitacional e taxa de permeabilização das ADEs que vierem a ser instituídas
por lei específica devem ser iguais ou mais restritivos que os da zona em que se localizem.
§ 3º - A lei a que se refere o § 1º, no caso das ADEs instituídas por esta Lei, deve dispor sobre o que
nesta não esteja referido.
§ 4º - O Anexo XII contém a delimitação das ADEs referidas neste Capítulo.
Art. 77 - A ADE da Bacia da Pampulha compreende a área da bacia hidrográfica da lagoa da
Pampulha situada no Município, estando sujeita, em função da preservação ambiental da lagoa, a
diretrizes especiais de parcelamento, ocupação e uso, de movimentação de terra e de recuperação de
áreas erodidas, degradadas ou desprovidas de cobertura vegetal.
34
Tabela 08- Parâmetros Urbanísticos Zoneamentos. Fonte: Fonte:
Na Anexo da Lei 9.959. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
Tabela 09- Parâmetros Urbanísticos ADE Bacia da Pampulha. Fonte: Fonte:
Anexo do Decreto 12.015. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
35
3.1.2) LEI Nº 8260, DE 3 DE DEZEMBRO DE 2001. Institui a Politica Municipal de Saneamento e da outras providencias.
DECRETO Nº 11.289, DE 24 DE MARÇO DE 2003 Regulamenta o Fundo Municipal de Saneamento e o Conselho Municipal de Saneamento.
A Lei e Decreto acima mencionado, no primeiro regulamenta uma política para gestão
do saneamento no município, para em seguida criar um Conselho e um Fundo que fornecerá
os recursos financeiros para as obras e benfeitorias relativas ao saneamento.
CAPÍTULO I
DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º - A Política Municipal de Saneamento reger-se-á pelas disposições desta Lei, de seus
regulamentos e das normas administrativas deles decorrentes e tem por finalidade assegurar a
proteção da saúde da população e a salubridade do meio ambiente urbano, além de disciplinar o
planejamento e a execução das ações, obras e dos serviços de saneamento do Município.
Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - salubridade ambiental, o estado de qualidade ambiental capaz de prevenir a ocorrência de
doenças relacionadas ao meio ambiente e de promover condições favoráveis ao pleno gozo da saúde e
do bem-estar da população;
II - saneamento, o conjunto de ações entendidas como de saúde pública, compreendendo:
a) abastecimento de água em quantidade suficiente para assegurar higiene adequada e conforto, e
com qualidade compatível com os padrões de potabilidade;
b) a coleta, o tratamento e a disposição adequada dos esgotos e dos resíduos sólidos;
c) a drenagem urbana das águas pluviais; d) controle de vetores transmissores e de reservatórios de doenças.
Parágrafo Único - A salubridade ambiental, indispensável à segurança sanitária e à melhoria da
qualidade de vida, é direito e dever de todos e obrigação do Poder Público, assegurada pela adoção
de políticas setoriais integradas, pela sua definição como prioridade financeira e pela eficiência
gerencial que viabilizem o acesso universal e igualitário aos benefícios do saneamento.
SEÇÃO III
DAS DIRETRIZES GERAIS Art. 5º - A formulação, a implantação, o funcionamento e a aplicação dos instrumentos da Política
Municipal de Saneamento orientar-se-ão pelas seguintes diretrizes gerais:
II - articular, no âmbito da Região Metropolitana, o planejamento das ações de saneamento e dos
programas urbanísticos de interesse comum, de forma a assegurar a preservação dos mananciais, a
produção de água tratada, a interceptação e o tratamento dos esgotos sanitários, a drenagem
urbana, o controle de vetores e a adequada coleta e disposição final dos resíduos sólidos;
III - integrar as políticas, os planos, os programas e as ações governamentais de saneamento,
saúde, meio ambiente, habitação, ocupação e uso do solo urbano;
IV - buscar a melhoria da qualidade e a produtividade na prestação dos serviços de saneamento,
considerando as especificidades locais e as demandas da população;
V - condicionar o adensamento e o assentamento populacional à prévia solução dos problemas de
saneamento local;
VI - priorizar planos, programas e projetos que visem à ampliação dos serviços e das ações de
36
saneamento nas áreas ocupadas por população de baixa renda;
XIII - adotar bacia ou sub-bacia hidrográfica como unidade de planejamento das ações e dos
serviços de saneamento.
SEÇÃO VII
DA DRENAGEM URBANA
Art. 9º - São diretrizes relativas à drenagem urbana:
I - elaborar e implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte - PDDBH -, que terá
como área de abrangência as bacias dos ribeirões Arrudas e Onça;
II - garantir a toda a população atendimento adequado por infra-estrutura de drenagem urbana,
como forma de assegurar a saúde e a qualidade ambiental dos recursos naturais;
III - priorizar o equacionamento dos problemas de ausência e inadequação do sistema de drenagem
urbana em situações que envolvam risco de vida e perdas materiais;
IV - privilegiar a adoção de alternativas de tratamento de fundos de vale que provoquem o mínimo
de intervenção no meio ambiente natural e assegurem as áreas de preservação permanente, e a
solução das questões de risco geológico e de inundações, de acessibilidade, esgotamento sanitário e
limpeza urbana;
V - efetivar o enquadramento dos cursos de água municipais afluentes dos ribeirões Arrudas e
Onça;
VI - garantir a eliminação dos lançamentos clandestinos de efluentes líquidos e dos resíduos sólidos
de qualquer natureza nos sistemas de drenagem pluvial, para assegurar a qualidade da água, o
controle de cheias e a saúde;
VII - buscar soluções que viabilizem a reabertura de canais fluviais, a partir da concepção e
execução de intervenções para adequação e/ou recuperação destas galerias, assegurando também
sua integração à paisagem urbana, a mitigação dos impactos ambientais e a melhoria das suas
condições de manutenção;
VIII - desenvolver a educação sanitária como instrumento de conscientização da população sobre a
correta destinação das águas pluviais e da preservação das áreas permeáveis;
IX - implementar tratamento urbanístico e paisagístico nas áreas remanescentes de tratamentos de
fundos de vale, privilegiando as soluções de parques;
X - privilegiar ações que minimizem intervenções cujas implicações sejam a expansão de áreas
impermeáveis.
Art. 10 - O Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte terá uma abordagem integrada e
orientar-se-á pelas seguintes diretrizes:
I - elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem, que deverá contar com mecanismos de
atualização contínua e permanente;
II - caracterizar a problemática de drenagem urbana no Município, enfocando os aspectos
relacionados à prevenção e ao controle de inundações, às condições de risco à saúde, ao risco
geológico, à expansão do sistema viário, à recuperação e à preservação ambiental, mediante a
despoluição e a valorização dos cursos de água e da recuperação e garantia de integridade do
sistema de drenagem;
III - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condições
reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem;
IV - viabilizar o aperfeiçoamento institucional e tecnológico do Município, de forma a assegurar os
mecanismos adequados ao planejamento, à implantação, operação, recuperação, manutenção
preventiva e gestão do sistema;
V - buscar alternativa de gestão que viabilize a auto-sustentação econômica e financeira do sistema
de drenagem urbana.
Art. 1º - O Fundo Municipal de Saneamento - FMS, destina-se a financiar, de forma isolada ou
complementar, as ações decorrentes da Política Municipal de Saneamento.
§ 2º - As ações previstas neste artigo serão desenvolvidas mediante planejamento adequado, com o
estabelecimento de planos, programas e projetos, constantes do Plano Municipal de Saneamento -
PMS.
37
3.1.3) LEI Nº 9.037, DE 14 DE JANEIRO DE 2005 Institui o plano de ação - Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia
da Pampulha - PROPAM - em Belo Horizonte, e regulamenta as ADEs da Bacia da Pampulha,
da Pampulha e Trevo, em conformidade com as Leis nº 7.165/96 e 7.166/96.
DECRETO Nº 12.015, DE 5 DE ABRIL DE 2005 Regulamenta a Lei nº 9.037, de 14 de janeiro de 2005, que "Institui o plano de ação Programa
de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha - PROPAM - em Belo
Horizonte, e regulamenta as ADEs da Bacia da Pampulha, da Pampulha e Trevo, em
conformidade com as Leis n°s 7.165/96 e 7.166/96."
Essa Lei institui a criação do PROPAM um importante mecanismo para as obras e
intervenções na área da ADE da Bacia da Pampulha e o Decreto regulamenta um plano de
ação do programa.
TÍTULO II
DA REGULAMENTAÇÃO DAS ÁREAS DE DIRETRIZES ESPECIAIS - ADES - DA BACIA DA
PAMPULHA, DA PAMPULHA E TREVO
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 5º - As ADEs da Bacia da Pampulha, da Pampulha e Trevo visam a assegurar condições de
recuperação e de preservação ambiental da represa da Pampulha, proteção e valorização do
patrimônio arquitetônico, cultural e paisagístico e fomento ao potencial turístico da área.
Parágrafo único - A delimitação das ADEs é determinada pela Lei nº 7.166, de 27 de agosto de 1996 -
Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo - LPOUS.
Art. 7º - A taxa mínima de permeabilidade é de 30% (trinta por cento), salvo na Zona de
Preservação
Ambiental - ZPAM - e na Zona de Proteção - ZP-1 -, contidas na LPOUS e nas Áreas de Proteção
Máxima - Grau 1 - e Áreas de Proteção Moderada - Grau 2 -, definidas no art. 10 desta Lei.
§ 1º - É vedada a substituição, mesmo que parcial, da área permeável obrigatória, por caixa de
captação e de drenagem.
§ 2º - A área permeável obrigatória será localizada, preferencialmente, em áreas de vegetação
significativa já existentes no terreno.
Art. 8º - Ficam vedados os níveis de edificação que atinjam o lençol freático, à exceção de fundação
e de reservatório.
CAPÍTULO III
DA ADE DA PAMPULHA
Art. 21 - A ADE da Pampulha tem como objetivo específico a proteção e a valorização do
patrimônio arquitetônico, cultural e paisagístico e o fomento do potencial turístico da área, por
meio da definição de parâmetros adequados de ocupação e de uso do solo.
Art. 22 - A taxa máxima de ocupação é de 50% (cinqüenta por cento).
Art. 23 - O afastamento frontal mínimo é de 5m (cinco metros).
§ 1º - A área delimitada pelo afastamento frontal mínimo das edificações será obrigatoriamente
ajardinada, permitindo-se a sua impermeabilização em um percentual máximo de 25% (vinte e
cinco por cento) para acessos e guaritas;
§ 2º - Na área do afastamento frontal mínimo o piso intertravado será permitido desde que utilizado
em até 10% (dez por cento) da área permeável desse afastamento;
§ 3º - É vedada a utilização da área delimitada pelo afastamento frontal mínimo ajardinado para
estacionamento de veículos.
38
Art. 2º - Na aplicação das normas de uso e ocupação do solo nas Áreas de Diretrizes Especiais -ADEs
- de que trata a Lei nº 9.037/05, será observada a seguinte ordem de preponderância:
II - os critérios e parâmetros estabelecidos para a ADE em que o terreno estiver situado
prevalecerão sobre os estabelecidos para o local pela Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo.
Art. 4º - Nas ADEs da Bacia da Pampulha, da Pampulha e Trevo, o uso não residencial admitido no
terreno será licenciado de acordo com os procedimentos vigentes no Município, observados os
seguintes critérios e procedimentos específicos:
I - sempre que a edificação implicar em desaterro, corte ou ocupação abaixo do nível do terreno
natural, a concessão do Alvará de Construção ficará condicionada à apresentação de Termo de
Responsabilidade quanto à Profundidade do Lençol Freático, emitido por responsável técnico
habilitado, com base na sondagem exigida nos termos do parágrafo único do art. 8° da Lei nº
9.037/05;
II - na hipótese de terreno lindeiro à Av. Otacílio Negrão de Lima, o licenciamento será condicionado
à anuência prévia do órgão municipal responsável pela preservação do patrimônio histórico;
III - na hipótese de terreno situado em Área de Controle Especial de Uso do Solo, o licenciamento
ambiental de atividade listada no Anexo V da Lei nº 9.037/05, nos termos da alínea 'b' do art. 11 da
mesma lei, será fundamentado em laudo de sondagem, emitido por responsável técnico habilitado;
IV - na hipótese de terreno situado em AP-2 inserida na ADE Trevo ou na ADE Bacia da
Pampulha, será efetuado para os usos dos Grupos II e III o licenciamento específico de atividades a
serem instaladas, ou o licenciamento corretivo daquelas já instaladas.
3.2 ADE da Bacia da Pampulha.
As Áreas de Diretrizes Especiais são por definição na Lei em vigor nº 9.959, de
20/7/2010 no Art. 75 –“ As áreas de diretrizes especiais - ADEs - são as que, por suas
características, exigem a implementação de políticas específicas, permanentes ou não, podendo
demandar parâmetros urbanísticos, fiscais e de funcionamento de atividades diferenciados, que se
sobrepõem aos do zoneamento e sobre eles preponderam.”
A ADE da Bacia da Pampulha objeto do estudo de caso chama a atenção devido os
inúmeros problemas relativos ao saneamento ambiental em geral, mas também pela
importância que a Lagoa da Pampulha teve e será sempre um componente importantíssimo no
sistema de drenagem da região. As diretrizes especiais para a Bacia da Pampulha e a sua
consideração pelo poder publico pode ser apresentada pelo Art. 77 – “A ADE da Bacia da
Pampulha compreende a área da bacia hidrográfica da lagoa da Pampulha situada no Município,
estando sujeita, em função da preservação ambiental da lagoa, a diretrizes especiais de
parcelamento, ocupação e uso, de movimentação de terra e de recuperação de áreas erodidas,
degradadas ou desprovidas de cobertura vegetal.”.
39
Figura 05- Localização da Área. Fonte: Autor.
Figura 06 - Delimitação da área da ADE da Bacia da Pampulha. Fonte: Anexo IV Lei nº 9.959, de
20/7/2010.
40
3.3 Histórico de Inundações na Região e Carta de Inundação.
A Lagoa da Pampulha faz parte da Bacia do Ribeirão da Onça e devido a sua
existência divide a bacia em duas partes distintas. Considerando um marco da arquitetura
moderna brasileira, a Lagoa da Pampulha e sua orla com obras arquitetônicas, artísticas e
paisagísticas tem um papel funcional para o sistema de drenagem da região amortizando as
enchentes urbanas e retendo sedimentos carreados da parte a montante da bacia.
Com o passar do tempo e a expansão urbana da região, os problemas ambientais na
bacia foram se intensificando pela ocupação e uso inadequado do solo ou pela falta de
infraestrutura e saneamento básico. O resultado da ocupação desordenada nas áreas de
preservação dos córregos afluentes à Lagoa da Pampulha foram danos severos como a
diminuição do espelho d’água e consequentemente perda da capacidade de amortecimento da
Lagoa devido ao assoreamento, frequentes inundações no entorno da Lagoa e à jusante e até
mesmo o rompimento da barragem da Lagoa, vivenciado pela população no início da década
dos anos 50.
Figura 07-- Ano 1960 – Vista da Lagoa sem assoreamento. Fonte: Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte. Plano Municipal de Saneamento. Versão 2008/2011.
Figura 08- Evolução do Assoreamento na Enseada dos córregos Ressaca e Sarandi. Fonte: Prefeitura
Municipal de Belo Horizonte. Plano Municipal de Saneamento. Versão 2008/2011.
41
Figura 09- Foto de satélite mostrando a área assoreada da Lagoa da Pampulha. Fonte: Prefeitura
Municipal de Belo Horizonte. Plano Municipal de Saneamento. Versão 2008/2011
A preservação da Lagoa da Pampulha é de fundamental importância para o
amortecimento dos picos de cheias, protegendo a região das constantes inundações das áreas
do entorno e a jusante da barragem, onde se localiza o Aeroporto da Pampulha e bairros de
alta densidade populacional.
A administração pública responsável pela gestão desse equipamento institui conforme
citado anteriormente a Lei 9037/05 para que de forma integrada possa solucionar com planos
de intervenção, obras e ações de planejamento os problemas que afetam a unidade ambiental
“Bacia Hidrográfica da Pampulha”. O então criado PROPAM cujo, denominação significa
Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha. Tem como
uma das principais medidas de planejamento e controle da drenagem da Pampulha, restrições
importantes ao uso e ocupação do solo, mediante a regulamentação da ADE’s que compõem a
Bacia da Pampulha.
Sua maior atuação pode ser observada na conscientização, sensibilização e educação
ambiental da população residente nas bacias afluentes, além de intervenções e implantações
42
dos sistemas de drenagem pluvial e esgotamento sanitário nas vilas e aglomerados e controle
de erosões e sedimentos.
Nas obras e intervenções da Prefeitura, por meio da SUDECAP, a ampliação do canal
do córrego Ressaca, é considerada um das mais importante na região Pampulha, prevendo a
ampliação com a alteração da seção e da geometria do canal referido, na Avenida Heráclito de
Mourão Miranda (antiga Atlântida) entre a Avenida Tancredo Neves e Lagoa da Pampulha. O
principal objetivo é aumentar e incrementar a capacidade de escoamento do canal existente e
evitar as constantes inundações ao longo da via existente. Assim, como as obras do Córrego
Engenho Nogueira na qual foram contempladas a implantação do sistema de drenagem, bacia
de detenção de cheias, estabilização de margens e controle de erosões, implantação do sistema
de esgotamento sanitário, complementação do sistema viário, implantação de áreas de uso
social e projeto paisagístico. Tais obras já estão contribuindo para minimizar efeitos de
inundações no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e no Aeroporto da
Pampulha.
Além das obras citadas acima e para a garantia da função de controle das inundações
das áreas a jusante da barragem é de suma importância a preservação da sua capacidade de
reserva da Lagoa da Pampulha. Essa função que foi significativamente reduzida ao longo dos
anos, como por exemplo, “uma chuva de tempo de ocorrência de cem anos, com vazão
afluente de 308m³/s, conforme figura 17 abaixo, o amortecimento inicial (ano 1957) passou
de 64s para 49s, passando a vazão de descarga de 112m³/s para 176m³/s (ano 2007) que
representa a situação atual da Lagoa.”.
Gráfico 08- Gráfico mostrando o aumento da vazão de descarga da barragem. Fonte: Prefeitura
Municipal de Belo Horizonte. Plano Municipal de Saneamento. Versão 2008/2011.
43
Como solução a Prefeitura de Belo Horizonte, está iniciando as obras de
desassoreamento prevista para o inicio de 2013, na qual será executada a dragagem dos
sedimentos a longa distância, que irá aumentar o espelho d’água e profundidade nos locais
dessas intervenções e também reduzir as inundações do Ribeirão Pampulha e Ribeirão do
Onça, conforme ilustrado na Carta de Inundação de Belo Horizonte (figuras 10, 11 e 12), com
abrangência de beneficiar ate 105 mil habitantes. Além de reduzir os constantes prejuízos
causados pelos alagamentos no aeroporto da Pampulha e Avenida Cristiano Machado.
Figura 10- Carta de Inundação da Regional Pampulha. Fonte: Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte. SUDECAP.
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Figura 11- Carta de Inundação da Regional Pampulha, mapeamento. Fonte: Prefeitura Municipal de
Belo Horizonte. SUDECAP.
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Figura 12 - Carta de Inundação da Regional Pampulha, Córrego Baraúnas. Fonte: Prefeitura
Municipal de Belo Horizonte. SUDECAP.
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Gráfico 09- Diagrama do Plano de Intervenções no estudo de caso da ADE da Bacia da Pampulha..
Fonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Plano Municipal de Saneamento. Versão 2008/2011.
47
3.4 Resultados efetivos com a Legislação
A maioria das grandes cidades como Belo Horizonte, elaboraram no passado como
concepção principal para os projetos de drenagem urbana a canalização dos córregos. Porém a
administração pública desse município, com uma postura inovadora tem apresentado uma
legislação cada vez mais moderna e com a criação de vários programas e ações de melhoria
da drenagem urbana.
O Plano Diretor de Drenagem, o Drenurbs, o Plano Municipal de Saneamento, no caso
especifico da ADE os paramentos urbanísticos restritivos e o PROPAM proporcionam um
avanço significativo com relação à solução dos problemas de inundações de Belo Horizonte e
da região da Pampulha. O controle das cheias, a preservação dos corpos d’água e ocupação
das Bacias Hidrográficas de uma maneira geral tem como maior instrumento o Plano Diretor
de Drenagem. Apresentando medidas que visam o aumento da permeabilidade do solo, da
retenção e do retardamento dos escoamentos superficiais (Lei do Uso e Ocupação do Solo e
parâmetros urbanísticos da ADE da Bacia da Pampulha). Aplicando o conceito de restritivo
de vazão nos canais urbanos revestidos ou de preferência no leito natural (Drenurbs).
Concluindo, mesmo que nem todas as obras estejam concluídas e implantadas, apenas
com o monitoramento dos dados das inundações na Regional Pampulha, pode-se observar que
os resultados se mostram positivos e são exemplo para outros municípios como demonstrado
no quadro abaixo. O mais significativo para a contínua evolução dos sistemas de drenagem e
o desenvolvimento urbano numa abrangência maior, é a ideia de planejamento integrado e
multidisciplinar, que atualmente domina a cena politica e cientifica dos países desenvolvidos.
Tabela 10- Ocorrências de Inundações e Alagamentos no município de Belo Horizonte. Fonte:
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte.
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4. CONCLUSÃO
Durante as pesquisas bibliográficas para desenvolvimento do trabalho, observou-se a
necessidade de caracterizar o impacto mais significativo, quando se trata de inundações, a
urbanização. Apontando os aspectos característicos e principalmente as conseqüências de se
urbanizar um espaço, logo se percebe a imensa relação que o desenvolvimento urbano causa
no meio ambiente em geral, mas principalmente na bacia hidrográfica, afetando assim o
sistema de drenagem urbana da cidade.
A relação da urbanização com o planejamento urbano foi considerado o segundo ponto
essencial. O impacto causado pela urbanização, para não ser tão drástico precisa ser orientado
pelo planejamento urbano, que além de direcionar o desenvolvimento da cidade, com suas
diretrizes, possibilita prever as necessidades da infraestrutura e do saneamento ambiental.
Aparado com esses dois pilares, planejamento urbano e saneamento, o grande problema da
drenagem urbana, as inundações, já pode ser amenizados significativamente.
Observou-se, no entanto que o caminho para a realização do planejamento quanto do
saneamento, passa por pontos comuns, as ações públicas e as legislações. Desde os conceitos,
como diretrizes, planos e programas até a liberação dos recursos para a realização das
intervenções (obras) todos esses precisam ser instituídos através das legislações. Há
necessidade de uma ação coordenada entre todas as instâncias do poder público, em âmbitos
federais, estaduais e principalmente municipais para realização desse planejamento e
desenvolvimento das cidades de forma integrada.
Com a intenção de comprovar que a maneira mais correta para solucionar o problema
recorrente das inundações, ocorre através das legislações, foi escolhida um estudo de caso na
cidade de Belo Horizonte. A ADE da Bacia da Pampulha, uma região que apresenta uma das
legislações mais restritivas com relação aos parâmetros urbanísticos de uso, parcelamento e
ocupação do solo, mas ao mesmo tempo uma das mais beneficiadas, com programas, planos e
obras focadas no saneamento de maneira geral. A escolha dessa região se deu também por a
mesma apresentar um histórico de inundações o que possibilitaria a comparação do período
anterior às legislações e o momento atual.
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Essa comparação se mostrou positiva, com uma redução drástica dos números de
ocorrências a partir da criação em sequência dos seguintes instrumentos legais: Plano Diretor,
Plano Diretor de Drenagem Urbana, Plano Municipal de Saneamento, Drenurbs e PROPAM.
Belo Horizonte se mostrou um exemplo, e uma pioneira nas questões de saneamento e
drenagem, com legislações modernas feitas de maneira integrada e que acima de tudo com
resultados positivos, para melhoria da qualidade de vida da população.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
IBGE – Censo 2000 – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, Pesquisa Nacional de
Saneamento Básico 2000, arquivo em PDF, Brasil,
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb/pnsb.pdf.
Garcia J.I.B.; Paiva E.M.C.D. Analise das áreas de Risco de Inundação para cenários futuros
em uma bacia urbana.
CançadoC.J; Lorandi R.; Pinheiro M. Cicarelli. Proposta de zoneamento de áreas de risco de
inundação em Bacias Hidrográficas. XXVII Congresso Interamericano de Engenharia
Sanitária e Ambiental.
Santos M.P. O saneamento frente as Situações Emergenciais motivadas pelas enchentes:caso
município do Rio de Janeiro. 1999/ Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz.
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Plano Municipal de Saneamento. Versão 2008/2011.
Site: www.pbh.gov.br
Leis Municipais. Site: http://www.leismunicipais.com.br/
SUDECAP. Carta de Inundação de Belo Horizonte. Site: www.pbh.gov.br
Vários Autores. Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para Munícipios. Volume 2 -
Saneamento.
Tucci E.M. Carlos. Plano Diretor de Drenagem Urbana: Princípios e Concepção. RBRH –
Revista Brasileira de Recursos Hídricos – Volume 2 . Julho/Dezembro 199, 5-12.
Tucci E.M. Carlos. Gerenciamento de Drenagem Urbana. RBRH – Revista Brasileira de
Recursos Hídricos.
Tucci E.M. Carlos. Inundações Urbanas.
Guerra T. J. Antônio; Cunha B. Sandra. Impactos Ambientais Urbanos no Brasil. Rio de
Janeiro. Bertrand Brasil. 2001.
CETESB/ASCETESB. Drenagem Urbana: Manual de Projeto – 3ª ed. – São Paulo, 1986.
Ennes M. Yrnard. Vulnerabilidad de sistemas de agua potable y alcantarillado frente a
inundaciones: mistigación de desastres sanitários em Belo Horizonte/MG. Organizacion
Panamericana de La Salud. Janeiro/1998.
Site: ABES.