INDUSTRIA NACIONAL

297
f- -77' ? '.^¦JK O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL í» E Ifcl O I> I O O ¦ ¦•>.*'.'¦-¦' .'Y¦'¦i .'A'.'. ,•',.-•;DA... ¦*...,-• > I* 1 ¦ I. !" ¦ - ¦ «1 SOCIEDADE AUXILIADORA JDA INDUSTRIA NACIONAL SOB A DIRECÇÃO E REDACÇÃO DO Conselheiro II Steelou Soaquim Ilemra D S-Lit, pj Vires industria flrmat, Viroilio. Volume LVI - RIO DE JANEIRO TYPOGRAPHIA UNIVERSAL DE LAEMMERT & C. 71, Rua dos Inválidos, 71 , 1888 Jt. «* ¦ '-A , S 1 1 ,- 4 -- *'....;*». Y"**; '' ' !«¦ ' |

Transcript of INDUSTRIA NACIONAL

f- -77' ?

'.^¦JK

O AUXILIADORDA

INDUSTRIA NACIONALí» E Ifcl O I> I O O

¦ ¦•>.*'.'¦-¦' .'Y ¦'¦ i

.'A '.'. ,•',.-•; DA ... ¦*...,-•

> I* 1 ¦ . !" ¦ - ¦ «1

SOCIEDADE AUXILIADORA JDA INDUSTRIA NACIONAL

SOB A DIRECÇÃO E REDACÇÃO

DO

Conselheiro II Steelou Soaquim Ilemra

D S-Lit, pj

Vires industria flrmat,Viroilio.

Volume LVI

-

RIO DE JANEIROTYPOGRAPHIA UNIVERSAL DE LAEMMERT & C.

71, Rua dos Inválidos, 71

, 1888

Jt. «* ¦

'-A ,

S 1 1

,- 4 -- *'....;*». Y"**; '' ' !«¦

'

|

EXPOSIÇÕES INTERNACIONAES

DAUSTRIA, PH1LADELPHIA E BUENOS-AYRESPRÊMIOS CONFERIDOS

Á

SOCIEDADE AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONAL

E

DIPLOMA DE HONRAi

NA

EXPOSIÇÃO NACIONAL DE 1882

PELA PUBLICAÇÃO DE SUA UTILISSIMA REVISTA s

#'

SOaiEID^uIDE

AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONAL U SXJL o)

N. 1.-JANEIRO DE 1888

0 Auxiliador

Entra o Auxiliador da Industria Na-cional no quinquagesimo sexto anno de suaexistência.

Arehivo dos trabalhos da Sociedade An-'xiliadora da Industria Nacional, creada pelobenemérito Ignacio Alvares Pinto de Al-meida, c sustentada posteriormente peloque dc mais iilustre existia no Brazil, pois

'que á sua frente figurarão Jcrumirim, Cu-nha Mattos, Gestas, Januário da Cunha Bar-bosa, Rebcllo, Silvestre da Silva, Abrantes,Burlamaqui, Antão, Jaguary, Rio Branco,etc, o Auxiliador da Industria Nacionalconstituio-se o repositório de tudo quanto,pode interessar o desenvolvimento do paiz,quer em relação á industria, quer sob oponto de vista social e econômico; e quando,mais tarde, alguém se resolver a tomar so-bre si a nobre tarefa dc escrever o históricodo progresso que fizerão as artes e as indus-trias no Brazil depois de sua emancipação,ha de ser, sem duvida alguma, na inexgota-vel fonte do Auxiliador da Industria Na-cional, que procurará haurir não só os pri-meiros lineamentos como ainda o descnvol-vimento e o modo pelo qual se realiza,rão tantas c nobres idéas que fecundãoactualmente a nossa pátria.

Nas exposições internacionaes d'Aus-tria, Philadelphiae Buenos-Ayres forão con-feridos prêmios ao Auxiliador da IndustriaNacional e na exposição nacional de 1882—diploma de honra.

Sociedade Auxiliadora

A iniciativa da creação da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional surgio,cm 1816, no cérebro dc Ignacio AlvaresPinto dc Almeida.

Em 20 dc Maio de 1820 pelos esforçosde Ignacio Alvares penetrou a idéa nocampo das realidades.

Em 1825 baixou o decreto autorizandoa sociedade a funecionar.

Em 28 dc Fevereiro dc 1828 celebroua sociedade a sua primeira sessão. •

Conta, portanto, a sociedade 72 annosde vida espiritual, sendo destes, 68 dc exis-teneia legal, real, positiva e operaria.

Escola Nocturna

Desde a fundação da Escola Nocturnade Adultos (1871) até o fim de 1887, 4599alumnos de diversas idades e profissões têmvindo pedir á sociedade luz para o cérebro,conforto para seu coração e recursos paraseu bem estar.

1888—I de Janeiro.Nicoláo Moreira.

A. A.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

PARTE OFFICIAL

Sessão do Conselho Administrativo em15 de Dezembro «le 18S7PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRO

DR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho:conselheiro Dr. Nicolau Joaquim Moreira,Drs. Nascentes Pinto e Pessoa de Barros,commendadores Botelho e Hermida Pazos,Pinto Serqueira, Henrique Nascentes, Andréde Oliveira, Motta Teixeira e os Srs. sócioseffectivos : Commendador Teixeira de Aze-vedo e Bernardino de Barcellos, o Sr. pre-sidente declarou aberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente, effe-ctuada em 15 de Novembro de 1887.

EXPEDIENTE

Fôrão recebidas com agrado e enviadasá bibliotheca as seguintes publicações :Anules dei Instituto Agronômico Veterináriode ia Provincia de Buenos Aires en SantaCatalina. n. 30 ; A Immigração Boletimn, 38 ; e Monitor Sul Mineiro de 27 de No-vembro e 11 de Dezembro dc 1887.

Leu-se um officio do Sr. Dr. Pessoa deBarros, director dos cursos da sociedade,dando conta do resultado dos exames effe-ctuados, de 3 a 7 de Dezembro de 1887, napresença do Exm. Sr. conselheiro presidentee membros do conselho, de conformidadecom o respectivoregulamento.—Ficou o con-selho inteirado e- reméttido o officio á Re-dacção.

O Sr. Pinto Serqueira, pedindo a pala-vra, chamou a attenção do conselho para oofiicio que acabava de ser lido, e fez sentira sua satisfação pelo estado de adiantamentoem que tinha encontrado os alumnos apre-sentados a exames; pois, como membro dacommissão para esse fim nomeada, tinhaproposto que fosse um delles approvado comdistineção ; e aproveitava agora a oceasiãopara significar aos professores e digno di-rector dos cursos a admiração de que seachava possuído.

O Sr. conselheiro presidente declarouacompanhar as idéas do Sr. Serqueira, comojá o tinha manifestado anteriormente.

Em seguida pedio a palavra o Sr. com-mendador Teixeira de Azevedo e disse, quevinha cumprir a promessa feita em sessãode 16 de Agosto ultimo e ratificada na de15 de Novembro, dando nessa oceasião tam-bem as razões da demora havida de suaparte na apresentação da seguinte proposta,

que passava a lêr e submettia á conside-ração do digno conselho :

« A Sociedade Auxiliadora da IndustriaNacional reconhece a indeclinável necessi-dade de organizar-se em todo o Império umaestatística industrial, na qual se exhibão osseguintes dados : a natureza da associaçãoe data de sua creação ; o capital; a forçamotriz, sua qtiautidado e natureza ; o nu-mero de operários, sexo, idade, nacionali-dade e a media de seus jornaes ; o logardonde se fornece de matéria prima ; a quan-tidade de fuzos ; a sua producção annual,valor e o sen mercado consumidor ; e final-mente outros qnaesquer conhecimentos, quese julgarem necessários para a perfeição ecomplemento deste trabalho. »

« A mesma sociedade propõe-se tomara si a realisação deste trabalho, medianteos auxílios que solicitará do governo impe-rial e são os seguintes : portes postaes gra-tuitos; o governo o (Ti ciará a todos os pre-sidentes de provincia para que prestem todoo auxilio possivel em favor deste serviço ;todo e qualquer trabalho de impressão seráfeito na Imprensa Nacional por conta dogoverno ; bem assim, o mesmo governo for-necerá á Sociedade Auxiliadora um escriptu-rario, ou os meios pecuniários para adqui-ri-lo, isto durante o tempo que levar estetrabalho estatístico a concluir-se. Ainda: aSociedade Auxiliadora solicitará com. omaior empenho da imprensa da Corte e pro-vincias a sua valiosa coadjuvação para o bomêxito deste tentamen. »

Ficou sobre a mesa para entrar naordem dos trabalhos.

Continua com a palavra o Sr. Commen-dador Teixeira de Azevedo :

O assumpto de que trata a proposta,que acabo de lêr, é tão complexo e.tãoim-portanto que de per si só se recommenda ; etanto V. Ex., Sr. presidente, como o dignoConselho melhor do que eu aquilatarão o seumerecimento e valor.

Eu tive a honra de dizer na sessão de16 de Agosto deste anno, que um trabalhoda ordem do que trata a minha proposta, éde um valor extraordinário e de uma paci-encia inaudita; mas por isso mesmo, Sr.presidente, se esta benemérita sociedade opuder levar a effeito, ajudada com os meios(se lhe forem concedidos), de que faz men-ção a mesma proposta, quanta gloria nãolhe advirá deste imprescindível serviço, quevai prestar ao paiz ?

Eu disse—imprescindível—e creio terdito uma verdade. V. Ex. e meus dignosconsocios do conselho sabem que a este res-peito nada temos, que mereça completa fé.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

No entretanto quantas vezes o próprio go-verno, os empregados públicos, os indus-triaes e outras classes têm sentido a faltalamentável das luzes que nos poderião for-necer os dados exactos de uma estatísticaindustrial ? Com que elementos o colono in-dustrial, que pretender demandar este paizpara empregar-se na nossa industria, poderáconhecer em que gráo de atrazo ou de pios-peridade se acha tal ou tal ramo de indus-tria ? Nenhum lbe poderemos fornecer !

Não deixa de vir a propósito mencionaraqui o facto de ter o Sr. conselheiro Por-tella, quando Ministro do Império e nestecaracter convidado alguns cavalheiros e ho-mens distinctos para organizar-se uma socie-dade com o fim do levantar um trabalho es-tatistico, cujas dimensões não me foi dadolograr, porque S. Ex. teve de deixar o cargosem crear (me parece) essa entidade quetinha em mente. Os meios dc que S. Ex.pretendia lançar mão, não serião os maisprofícuos, creio eu. S. Ex., pois, reconheceua necessidade deste trabalho nos últimos dias§o mez de Agosto, época do seu convite,quando esta benemérita sociedade já em ses-são de 16 do mesmo mez iniciara o mesmopensamento.

Limito-me, por emquanto, tão somenteao que disse, aguardando a discussão, setanto merecer a minha proposta.

Fôrão lidos, e, por se ter vencido a ur-gencia pedida para esse fim, passando-se á

ordem do dia

Fôrão, em seguida, postos em discussãoe approvados os seguintes pareceres :

Da Secção de Industria Fabril sobreamostras de seda fabricada em Santa Catha-rina.

« A' Secção de Industria Fabril fôrãoremettidos, com o Aviso de 20 de Julho doMinistério da Agricultura, Commercio eObras Publicas, e ollicio da presidência daprovincia de Santa Çatharina, duas amos-trás de tecidos de seda fabricada em NovaTrento, núcleo colonial do municipio da Ti-juea em Santa Çatharina, afim de a ditasecção emittir parecer sobre a qualidade evantagens que offerecem os mesmos te-cldos.

« As amostras em questão podem serexaminadas quanto á natureza do fio, equanto ao tecido. A respeito do tecido otrabalho é imperfeito, devido certamente,como bem informa a presidência da provincia,á falta de um estabelecimento montado emregra, em que o esforço manual seja substi-tuido pelo mecânico com mais vantagem e

perfeição. O mesmo, porém, não se dá rela-tivamente ao fio. Este 'é de muito bôa qua-lidade, pois que apresenta os característicosde resistência, brilho e tintura nas melhorescondições, como é fácil verificar nas duasamostras, que fôrão remettidas para esseexame.

« Trata-se por tanto de um produetonacional, que, preparado convenientementepôde constituir uma importante fonte derenda para a provincia de Santa Çatharina.

« A industria da seda tem sido ensaiadano Brazil por varias vezes, e o próprio go-verno imperial já procurou anima-la, porhaver com abundância no paiz a amoreira,em que se cria o bicho da seda. Parece, pois,um acto de patriotismo, promover-se em fa-vor dessa industria algum auxilio, no sentidode tornar mais perfeito um produeto que,sendo de bôa qualidade, encontrará imme-diatamente extracção no mercado, em vir-tude das múltiplas applicações, que a sedapôde ter.

« Accresce que se trata de mais de ummeio de animar a colonisação do paiz, poisque sabe-se ser o povo italiano muito habi-tuado aos trabalhos da seda, dando-se o casode existirem no norte da Itália famílias in-teiras que se oecupão especialmente com aarte de fiar, exportando muitas vezes o fiopara a França afim de ser alii tecido.

« Não parece,porém, á Secção de Indus-tria Fabril,que pela concessão de premios sepossa conseguir resultado vantajoso, porqueo estimulo do prêmio é passageiro, mesmoquando seja instituído periodicamente, vistocomo, o fabricance para obter o prêmio po-dera preparar algumas peças com perfeição;mas, satisfeito o seu desejo, voltará á antiga.Talvez convenha de preferencia facilitaraexportação do produeto, ou animar a or-ganização de alguma empreza que, do mes-mo modo que nos engenhos centraes e fabri-cas de algodão, aproveite a matéria prima edê á industria maior desenvolvimento.

« E' este o parecer da Secção de Indus-tria Fabril.

« Sala das Sessões em 4 de Outubro de1887.—Dr. A. de Paula Freitas.-Br. Joa-quimGaldino Pimentel.— Dr. Antônio Jo.sede Souza Rego.»

PARECER DA SECÇÃO DE GEOLOGIA APPLICADAE CHIMICA INDUSTRIAL SOBRE 0 MESMOASSUMPTO

« Para cumprir o que foi resolvido emsessão do Io de Agosto, a Secção de Geolo-gia Applicada e Chimica Industrial, exami-nou uma das amostras dos tecidos de seda

O AÜXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

fabricados na provicia de Santa Catharina,que acompanharão o Aviso do Ministério dosNegócios da Agricultura, Commercio e ObrasPublicas de 20 de Julho, tudo do correnteanno ; e como essas amostras havião ante-rioraente sido sujeitas ao exame da Secçãode Industria Fabril, de conformidade com oque fora determinado pelo referido aviso,não cogitou ella de estudar as qualidadesphysicas e mecânicas de taes tecidos, nemtão pouco o seu modo de fabricação, limi-mitando-se, como lhe cumpria fazer, a tomarem consideração somente os fios em si, e istomesmo unicamente sob o ponto de vista dasua natureza chimica. »

« A Secção passa pois a dar conta desestudos que fez a tal respeito, os quaes cons-tão de duas partes distinctas a saber : exa-me no microscópio e analyse chimica.

« Exame no microscópio.—Desfeitos ai-guns fios de seda da fazenda em questão,debaixo d'agua e sobre uma lamina de vidroadequada a taes observações, e coberta estalamina com outra idêntica, fôrão elles (tira-dos tanto da urdidura como da trama oucadeia) levados a um microscópio da foiça de50 a 100 diâmetros, e pela fórma das fibras,ordinariamente arredondadas quasi rectili-neas, muito finas e sem cavidades interiores,verificou-se não conterem nenhuma outramatéria têxtil, nem mesmo o algodão, únicade que poderíão ter lançado mão os colonosde Nova Trento, se tivessem querido fabri-car algum tecido mixto, por isso que nãocultivão o linho, nem lhes é fácil obter a lã,que só pôde ser preparada nos municípios deserra acima da mencionada provincial Asfibras ou filamentos do algodão, como nin-guem ignora, não podem ser confundidascom as da seda, vistas no microscópio, porapresentarem a fórma achatada, imitando asfitas, e serem torcidas sobre si mesmas, ásemelhança de um saca-rolhas. »

« Analyse-chimica.—Não tendo o exameacima revelado a presença da lã, cuja fibraaliás distingue-se facilmente mesmo em ummicroscópio não augmentando mais de 50vezes, tratou a Secção de verificar chimica-mente a não existência do algodão e do linhona seda de Santa Catharina ; para isso fer-veu alguns fios tirados de uma das amostras(a de côr branca), por espaço de um quartode hora mais ou menos, em uma dissoluçãoconcentrada de potassa cáustica, e notouque toda a matéria têxtil foi dissolvida, nãodeixando o menor resíduo de cellulosâ, queindicasse a presença de fibras vegetaes.

« Em conclusão, a Secção de GeologiaApplicada e Chimica Industrial é de parecer

que, ao contrario do que acontece com a mãode obra cuja imperfeição salta aos olhos dequalquer pessoa que as examine, as amos-trás de tecidos de seda sujeitas ao seu es-tudo forão fabricadas de matéria prima demuito bôa qualidade (seda pura).

« Sala das sessões, em 27 de Novembrode 1887.—Conselheiro Francisco Carlos daLuz, Presidente.—Dr. Daniel d'Almeida.

Parecer da Secção de Agricultura sobreleis relativas á destruição de animaes e ve-getaes nocivos á agricultura,

Para satisfazer ao que exige o Aviso de25 do mez próximo findo, do Ministério daAgricultura Commercio e Obras Publicas,mandando a Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional informar : quaes as provi-dencias tomadas até a presente data peloGoverno do Brazil sobre a destruição dosanimaes e vegetaes nocivos á agricultura,declara com grande pezar esta Secção, quenenhuma disposição existe, nem sequer emem projecto, sobre este argente e importan-tissima medida, apezar de que a respeitodelia hão escripto diversos brasileiros e en-tre elles, um dos signatários do parecer pre-sente.

« Sala das Sessões da Sociedade Auxi-Iiadora da Industria Nacional em 25 de No-vembro de 1887.—- O Presidente, LadislauNetto.—A Glaziou— André de Oliveira.

SEGUNDA PARTE DA ORDEM DO DIA

Continuando em discussão a mesmathese:

« Sem fallar do proteccionismo exage-rado, nem da livre permuta, não existirãomeios que favoreção a industria nacional,na luta pela existência, com a industria si-milar estrangeira ? tomou de novo a palavrao Sr. Commendador Teixeira de Azevedo nosseguintes termos:

Sr. Presidente. Na sessão da Sociedadede Geographia do Rio de Janeiro,celebrada a1.1 de Novembro próximo passado e publi-cada no Jornal do Commercio de 19 do mes-mo mez, o Sr. Miguel de Pino, escriptorconhecido, fez uma prelecção tomando porthema—A necessidade da reforma econômica.

S. S. depois de justificar a sua inter-ferencia no assumpto, e dar larga cópia doquanto lhe são sympathicos os defensores dolivre cambio, dá como causa das nossas másfinanças e das difficuldades com que lutão alavoura, as industrias e o commercio, o re-gimen feudal e proteccionista do Império.Tomarei, apenas, Sr. presidente, a liber-dade de lêr dous trechos da alludida pre-lecção, afim de que o digno Conselho conheça

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

as idéas do Sr .'Pino. São elles concebidas nosseguintes termos:

« Estudando a causa da perturbação, oorador não encontra outra que a do regimenfeudal e proteccionista do Império e affirmaque das duas escolas que se disputão o pre-domínio na vida econômica das nações, estáevidenciado que definhão todas aquellas deidéas retrogradas que persistem no regimenfeudal e proteccionista : assim como pro-gridem todas as outras que têm entrado nocaminho do progresso pelo systema liberalda legislação moderna, implantando na ma-nifestação econômica a liberdade commer-ciai.

« A elevação annual e progressiva datarifa aduaneira provocara a represália uni-versai e muito especial na Republica Argen-tina, cuja tarifa aduaneira para os artigosdo Brazil é já prohibitiva, com prejuízo tãogrande que, sendo antes o principal consu-midor, faz hoje nulla a importação por nãopoder sup portar os elevados e respectivosdireitos; notando-se que, pela falta de umprevisor tratado de commercio entre o Brazile a Republica Argentina, o consumidor ar-gentino não somente nada lucra se não quecarece no consumo de assucar de canna ealcools, porque o do paiz não snppre a neces-sidade geral ; como tem, também em seuprejuízo que pagar como o assucar de beter-raba e os alcools artificiaes europeus ; ar-tigos que, em nenhum paiz onde se goza daliberdade commercial, o primeiro pôde sus-

• tentar a luta com o genuíno assucar de canna;e o segundo presta-se, pela sua condição, áadulteração sempre nociva á saúde publica.»

Por este enunciado, Sr. presidente, vêmV. Ex. e o digno Conselho que o Sr. Pino éum completo sectário da franca permuta.

Não se tendo ainda encerrado a discussãoda these que figura na segunda parte daordem do dia dos nossos trabalhos, V. Ex. eo digno Conselho ine permittiráõ que, emboraesta conferência do Sr. Pino tenha sido pro-ferida fora deste recinto, eu dê delia conhe-mento á Sociedade Auxiliadora, e tome nadevida consideração alguns de seus pontos.O digno Conselho me fará a justiça de crerque eu não me supponho autoridade nemcompetente para combater quem tão bemsabe manejar a palavra e a penna, como osabe fazer o Sr. Pino ; mas VV. Exs. poroutro lado acreditarão, que tudo quanto euexpender contra aquellas idéas do mesmosenhor é a minha viva e sincera convicção enunca por vaidade, ou desejo de provocarcontrovérsias. Eu desejara, Sr. presidente,que algum dos nossos dignos collegas, maishabilitado do que eu no assumpto, estivesse

neste momento em meu logar, para que oSr. Pino tivesse uma resposta condigna ecabal ás suas idéas, tão ' exageradas quantoinadmissíveis em quasi toda a sua totalidade.Passarei, como disse, a analysar algunspontos da sua conferência.

Disse-nos S. S. que está evidenciadoque definhão todas as nações, que persistemnas idéas proteccionistas e progridem todasas outras, que têm entrado no caminho daliberdade commercial.

E' esta uma maneira fácil, Sr. presi-dente, para discursar, mas não para discutire muito menos para arrolar adeptos. Dizer-se: « Segui esta escola, que é bôa e voslevará á prosperidade; e abandonai aquella,que é má e vos conduzirá infallivelmente áfatal ruina ! » sem nos indicar os paizes, quese opulentão com a adopção absoluta da es-cola do livre cambio, nem tão pouco men-cionar uma só nação, que definhe por causado seu proteccionismo, me parece que não temo merecimento senão de uma bella rhetorica!

Quizéra, Sr. presidente, que o Sr. Pinoaccentuasse um por um os paizes, que sãofelizes com o regimen da livre permuta, e osque são igualmente victimas dos effeitos daescola opposta: se S. S. nos fizesse essa de-monstração e nos provasse com a eloqüênciados algarismos o acerto de suas proposições,eu de bom grado o applaudiria ; pois desejo,como todos nós, caminhar para o melhor.Porém, S. S. nem uma, nem outra nos fez ;limitou-se tão somente a dizer :—uma escolaé bôa e a outra é má.

Ora, ista nada adianta! O facto doBrazil não ter as suas finanças em boas con-diçôes, como S. S. diz, a outras causas édevido, e não á sua lei aduneira, que nãotem, nem nunca teve,o caracter que S. S. lhequer emprestar!

Eu já disse aqui uma vez, Sr. presidente,que não conhecia povo algum que, em abso-luto, adoptasse o regimen de qualquer dasduas escolas: um pouco de proteccionismo,unia dose de livre cambio e maior cópia deopportunismo, é o que vemos boje adoptaremas nações mais adiantadas e mais cuidadosasdo bem-estar de seus subditos. Podeiemosmesmo, Sr. presidente, servirmo-nos do pro-verbio popular — cada um enterra seu paiconforme pôde— ou parodiando-o — cadapovo confecciona a sua lei aduaneira, con-forme lhe indicão os seus vitaes interesses.As difficuldades com que lutão as nossas in-dustrias não datão de hoje; e, asseverandoque essas difficuldades já fôrão maiores, estoucom a verdade.

Actualmente o capitalista com grandevantagem e máxima segurança, é certo, já

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

embarca seus capitães em estabelecimentosindustriaes, cousa que não era fácil vermosha alguns annos passados A' benéfica lei deNovembro de 1882 das sociedades anonymasdevemos sem duvida esta ventura. E, aindaé preciso dizer, Sr. presidente, qne, a des-peito dessas difliculdades, o paiz nunca tevea sua industria manufactureira em mais pro-speridade, e nem mais próxima a época do seulargo desenvolvimento. O artefacto do ai-godão no Brazil é hoje objecto importantes-simo, e essa importância se manifesta nasdezenas de fabricas esparsas por quasi todoo paiz.

Este ramo da nossa melhor industriamanufactureira tem levado de vencida essasdificuldades e incutido no espirito dos ho-mens de dinheiro a crença de que os seuscapitães tanto podem pouzar sobre a garantiade uma bôa letra de praça como sobre a dequalquer fabrica de manufactura algodoeira.Facão os homens, que nos governão, leisaduaneiras, que não tenhão o caracter deprohibitivas, nem o da franca entrada, econtinuem a ir alliviando os direitos de ex-portação dos artigos, que sobrão do nossoconsumo; favoreção não só a immigraçãodo colono, que se destina á lavoura, comofacilitem e favoreção da mesma fôrma adaquelle que procura a industria manufactu-reira, que a nossa nascente industria empoucos annos se collocará em estado, se nãode produzir tudo aquillo de que necessitamos,pelo menos de tomar a si uma grande partedesses milhares de contos de réis, que annual-mente nos leva a nossa extraordinária im-portação.

O Sr. Pino disse-nos que a progressivaelevação dos direitos de nossas tarifas pro-vocára a represália universal, especialmentena Republica Argentina. Não é exacto, Sr.presidente, haver essa progressão da alça dosdireitos da nossa tarifa, como assevera S. S.Tratemos da Republica Argentina, ondo essacausa se accentuou mais, como diz o nossoconferente.

Parece-me que a principal senão únicaexportação desta Republica para o Impériolimita-se á alfalfa. milho, trigo, carne secca,carneiro, couros e fructos. Pois bem, estesartigos na tarifa de 1874 erão taxadosassim:

Alfalfa 16 réis o kilo.Milho 16 » » »Trigo, entrada livre.Carne secca 48 réis o kilo.Carneiros 800 réis cada um.Couros 128 réis o kilo e fructos 80 réis

o kilo.

Naassim:

tarifa de 1879 fôrão modificados

Alfalfa 8 réis.Milho 8 réis.Trigo livre.Carne secca 32 réis.Carneiros, livres de direitosFructos 80 réis o kilo.Couros 128 réis o kilo.Na de 1882 apenas a alfalfa soffreu uma

alta de taxa de 8 réis em kilo, os de maisartigos conservarão a taxa de 1879.

A actual tarifa, consultando melhor, nomeu modo de vêr, os interesses do paiz, tra-tou de inspirar-se na tarifa de 1874, fazendotodavia pequenas reducções em alguns arti-gos, e elevando amais 22 réis o kilo da carnesecca, a 12 réis o kilo do couro e a 200 réiscada nm carneiro; deixando ainda a entradalivre, para o trigo, genero que aquella Repu-blica está exportando em grande quantidadepara o Brazil.

Ora, Sr. presidente, a Republica Argen-tina esteve no gozo desde 1879 até Junho desteanno de uma tarifa a mais equitativa que épossivel para os gêneros que exporta para osnossos mercados. No entretanto esta èspe-cie de bonificação que recebia do Brazil, nãoa inspirou a modificar os direitos de impor-tação dos poucos artigos, que o Império man-dava aos mercados dessa Republica e de queella tanto necessitava e necessita ; ao con-trario procedeu ella, elevava-os o elevou-osa ponto, como o próprio Sr. Pino confessa, detornarem prohibitivos, não podendo assimentrar naquelle mercado os nossos assu-cares e muito menos o nosso álcool.

Se ha, pois, motivos para represálias,não os deu seguramente o Brazil esim a pro-pria Republica Argentina que, em vez dese inspirar na modicidade das taxas que lheaproveitavão das nossas tarifas, ao contrarioalteou os direitos do assucar e do álcool atécom prejuízo da saude de seus habitantes,como no-lo diz o mesmo Sr. Pino. Vê-seda demonstração que acabo de fazer que na-quelle povo republicano o proteccionismoanda mais em voga do que o livre cambio.Entretanto, Sr. presidente, é ainda forçosoovmüluir, que os progressos e adiantamentodaquellas republicas muitas vezes têm encilj-mado alguns de nossos homens políticos.

Se levarmos- a nossa indagação aos di-versos paizes da Europa, no intuito de veri-ficarmos os effeitos dessa represália universalprovocada pelo systema de nossas leis adua-neiras, de que nos fallou o Sr. Pino, nós ve-remos que a Rússia elevou grandemente os

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

direitos de importação sobre o café, a Alie-manha fez outro tanto com o mesmo gêneroe com o assucuar, e a própria França não dei-xou também de aggravar o nosso principalproducto de exportação, elevando os direitosdesse artigo ! Note-se que isto deu-se quando« O Centro do Commercio e Lavoura » an-dava muito enthusiasmado com as suasexposições por todos esses paizes, gastandomuito dinheiro (o que foi peior) e palavras emsolicitações para que se diminuíssem os di-reitos do café nesses paizes

Já tenho abusado por demais da atten-ção do digno Conselho; e por isso vou ter-minar dizendo que, quando a lavoura deli-nha como a nossa, as industrias são novéis enascentes corno são as do paiz,o commercio hade forçosamente resentir-se dos effeitos domal, de que estão affectados os seus prin-cipaes factores—lavoura e industria.—

Não havendo mais quem pedisse a pa-lavra sobre o assumpto, o Sr. presidente en-cerrou a sessão.

Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional,om 15 de Dezem-bro de 1887.—Dr.Nieoláo Joaquim Moreira,presidente.—Dr. Agostinho José de SouzaLima, servindo do secretario adjunto. —Henrique Eduardo Nascentes Pinto.

S«'Ssão <l«> Conselho A«ln,i„islraUvo cm1« «lc Janeiro de 18S8

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselhoconselheiro Dr. Nicolau J. Moreira, Drs.Nascentes Pinto, Souza Lima, Pessoa deBarros e Portugal, commendadores Botelho,Hermida Pazos e Teixeira de Azevedo, ca-pitão Camillo de Lellis, Henrique Nascentes,Valentim, Pinto Serqueira, e Motta Teixeirao Sr. presidente delarou aberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente, effectuadaem 15 de Dezembro de 1887.

EXPEDIENTE

Forão recebidos com agrado e en-viados á Bibliotheca o Boletim de Ia So-ciedad de Fomento Fabril, de Novembrode 1887 ; e a Gazeta da Bahia, de 11 a 31de Dezembro do mesmo anno.

Lerão-se os seguintes officios :Do Sr. Dr. Augusto Alvares de Azevedo

agradecendo ter sido eleito secretario ad-junto e declarando acceitar o cargo.

Dos Srs. conselheiro Wilkens de Mattos,commendador Bethencourt da Silva e Dr.

Wenceslau de Oliveira Bello, eleitos mem-bros do conselho administrativo, no mesmosentido.— Ficou o Conselho inteirado.

Officio do Sr. Dr. Pessoa de Barros,director dos cursos da Sociedade, remet-tendo o mappa da freqüência dos alumnosdas escolas a seu cargo, durante o ultimotrimestre do anno próximo findo. - A' Re-dacção do Auxiliados.

Idem do mesmo Sr. director, apresen-tando o orçamento das escolas da Sociedadepara o corrente anno ; e a exposição recom-mendada pelo respectivo regulamento.—Re-metteu-se o orçamento á thesouraria da So-ciedade, e a exposição á redacção do Au-xiliaãor.

O Sr. Dr. Souza Lima, pedindo a palvraagradeceu a sua reeleição para cargo desecretario geral, sentindo ser forçado aretirar-se temporariamente para as águasde Caldas, donde devia seguir para as deBaependy ; logo, porém, que voltasse, reas-sumiria as funeções de Secretario Geral.-—Ficou o Conselho inteirado, fazendo votospela sua prospera viagem e feliz regresso.

ORDEM DC DIA

O Exm. Sr. conselheiro presidente de-clarou que o fim da presente sessão era darposse á nova directoria e conselho adminis-trativo , quo têm de servir no biennio de1888 a 1889, o que ficou assim constituído :

Presidente.— Conselheiro, Dr. Nicolau Joa-quim Moreira.

1" Vice-Presiãente. — Veador Dr. PedroDias Gordilho Paes Leme.

2o Vice-Presiãente.— Dr. José Augusto Nas-centes Pinto.

Secretario-Geral— Dr. Agostinho José deSouza Lima.

Secretários Adjuntos.— Drs. Augusto Alva-res de Azevedo e Carlos Maria da MottaRibeiro de Rezende.

Thesoureiro.— Commendador José Botelhode Araujo Carvalho.

Director dos Cursos.— Dr. Francisco An-tonio Pessoa de Barros.

Director das Exposições.—CommendadorAle-xandre Afonso da Rocha Sattamini.

Director da Bibliotheca e do Museu.— Capi-tão Manoel da Motta Teixeira.

Secção de Agricuttura

Presidente.— Dr. Ladislau de Souza Mello eNetto. .

Secretario.—Vr. Augusto Francisco ManaGlaziou.

Membro— Dr. Venceslau Alves Leite deOliveira Bello.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

SECÇÃO DE INDUSTRIA FABRIL

Presidente.— Dr. Evaristo Xavier da Veiga.Secretario.— Commendador José Maria Tei-

xeira de Azevedo.Membro.—Bernardino Rodrigues de Bar-

cellos.SECÇÃO DE MACHINAS E APPARELHOS

Presidente.-— Dr. André Pinto Rebouças.Secretario.— Dr. Luiz Raphael Vieira Souto.Membro. —-Dr. Ernesto Eugênio da Graça

Bastos.

SECÇÃO DE ARTES LIBERAES E MECÂNICAS

Presidente.— Dr. José Agostinho dos Reis.Secretario.— Commendador José HermidaMembro.—Manoel Joaquim Valentim,

SECÇÃO DE COMMERCIO E MEIOS PE TRANS-PORTE

Presidente.— Dr. Leopoldo da Rocha Barros.Secretario.— Conrado Jacob de Niemeyer.Membro.— Capitão Camillo de Lellis e iSilva,

SECÇÃO DE GEOLOGIA APPLICADA E CHIMICAINDUSTRIAL

Presidente.— Conselheiro Dr. Francisco Car-los da Luz.

Secretario. Dr. Luiz Goffredo d'EscragnolleTaunay.

Membro.—Dr. Guilherme Michler.

SECÇÃO DE COLONISAÇÃO E ESTATÍSTICA

Presidente.— Dr. Domingos Jacy Monteiro.Secretario.—José Pinto Serqueira.Membro.— Dr. Emygdio Adolpho Victorio

da Costa.

SECÇÃO DE ESTATÍSTICA INDUSTRIAL

Presidente.—Br. Agusto Carlos da SilvaTelles.

Secretario.— Commendador Francisco Joa-quim Bethencourt da Silva.

Membro. André Gonçalves de Oliveira.SECÇÃO DE ZOOLOGIA

Presidente.— Conselheiro Dr. Joaquim Mon-teiro Caminhoá.

Secretario.— Dr. Antonio Fernandes Pe-reira Portugal.

Membro.— Dr. Daniel d'01iveira Barrosd'Almeida.

SECÇÃO DE FINANÇAS

Presidente.— Henrique Eduardo NascentesPinto

Secretario.—João Rodrigues de Castro Vi-anna.

Membro.—José Luiz Fernandes Braga.

MEMBROS SEM SECÇÃO

Conselheiro João Wilkens de Mattos.Dr. José Maria Velho da Silva.Dr. João Pedro de Miranda.Capitão Luiz Ribeiro de Sousa Rezende,José Ricardo Moniz.João da Motta Teixeira.Nada mais havendo a tratar, o Sr. pre-sidente deu por encerrada a Sessão.Sala das Sessões da Sociedade Auxi-

liadora da Industria Nacional em 16 de Ja-neiro de 1888.— Dr. Nicolau Joaquim Mo-reira, presidente.— José Pinto de Serqueira,servindo de secretario geral.— HenriqueEduardo Nascentes Pinto, servindo de se-cretario adjunto.

Escola ííocturna de AdultosExposição

Apresentada ao Exm. Dr. conselheiro Dr. NicoláoJoaquim Moreira, presidente da Sociedade Au-xiliadora da Industria, Nacional, em 14 do Ja-neiro de 1888, na forma do art. 7° í; 5" do Regu-lamento dos Cursos.

Exm. »Sr.Durante o anno findo de 1887, frequen-

tárão as aulas das Escolas Nocturnas deAdultos, e de Desenho, 157 alumnos, comoV. Ex. verá da Estatística junta, entre osquaes contão-se 109 artistas e operários e48 estudantes.

Incontestavelmente esta freqüência pro-vém da muita aptidão dos professores dasescolas, que recommendão-se por sua assi-duidade, dedicação e interesse no adianta-mento dos alumnos.

Pôde ser affirmado, pois, que os cursos,mantidos por esta benemérita Sociedade,estão produzindo o benéfico effeito de suainstituição, e prestando sorviços reaes, quecompensão os sacrifícios e os esforços quetem feito esta Sociedade para conserva-los.

Do credito de 5:000*, votado para asdespezas dos cursos no anno findo, despen-deu-se somente a quantia de 3:722*, resul-tando um saldo de credito na importância de1:271*, que provêm da verba de Honoráriosaos Professores da Escola Industrial, e daverba de Expediente, como V. Ex. verá dademonstração junta.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Peço, entretanto, no orçamento de des-peza para o corrente anno, o mesmo creditode 5:000$, porque podem concorrer á matri-cuia alumnos para as outras aulas da EscolaIndustrial, que deixarão de funccionar du-rante o anno findo, por falta delles.

Deus guarde a V. Ex.Francisco Antônio Pessoa de Barros,

Director dos Cursos.

Estatística

DO MOVIMENTO DA MATRICULA NA ESCOLA NO-CTURNA DE ADULTOS DA SOCIEDADE AÜXILI-ADORA DA INDUSTRIA NACIONAL :0 ANNOLECTIVO DE 1887.

Matricularão-se: 157Na Ia classe 83Na 2a » 23Na 3° » 4Na aula de desenho 13Ouvintes 34

157Brazileiros 145Portuguezes 12

157De 14 a 20 annos 116De 21 a 40 » 40De 41 a 60 » ODe 01 a 80 » 1

157Solteiros 147Casados 9Viuvo 1

157Catholicos 157

Estudantes 48Carpinteiros 12Cozinheiros 8Empregados Públicos 8Ferreiros 0Marceneiros 7Caixeiros 7Fundidores 6Confeiteiros 5Correeiros 5Alfaiates 4Torneiros 4Serventes 7Serralheiros 3Pedreiros 3Cigarreiros aLimadores 2Encadernadores 2Caldeireiros 2

1413

Transporte 141Modeladores 2Typographos 2Copeiro 1Pintor 1Bombeiro 1Machinista 1Dourador 1Latoeiro 1Foguista 1Selleiro 1Bahuleiro 1Lustrador 1Pospontador 1Jardineiro 1

157Escola Nocturna de Adultos da Socie-

dade Auxiliadora da Industria Nacional em31 de Dezembro de 1887.

O PORTEIRO

José Pinto da Silva Leal.

Escola nocturna de Adultos e Industrial daSociedade Auxiliadora da Industria Na-cional, em 31 de Dezembro de 1887.

1887 ORÇAMENTO DEBITO CREDITOliniiorlanciiicoiisigiiadanoart.l"

do orçamentado corrente annopara estipendio dos profes-sores da Escola nocturna 2:160*000

Pago aos professores Rangel,Tavares e Fignelró 2:160*000

Importância con si gnada n o art. 1"do orçamento do corrente annopara"eslipcn(li(i dos profes-sores da Escola Industrial 1:800*000

Pago ao professor M i r a n d a(desenho) 600*000

Importância consignada noart. 1"(fo orçamento do correnteanno, para estipendio do por-tetro!. 8W°°

Pago ao porteiro Leal., 600*000Iiiiiiortanciaconsignada noart. Io

(fo orçamento do correnteanno, para papel, pcnnas eexpediente.........: 200*000

Pago á pessoa encarregada dalimpeza c assoio das salas omque funecionãoas Escolas ... 120*000

Pintar as pedras das aulas e 1lavatorlo de ferro 0*000

Importância consignadanoart. rdo orçamento do correnteanno, para Uluminação iiownio

Pago í» Companhia «lo gaz 210*000

3:72J*000 5:000*000

Saldo a favor das Escolas 1:271*000

5:000*000

José Pinto da Silva Leal,porteiro.

s. A.

10 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Directoria dos Cursos da Sociedade Au-xiliadora da Industria Nacional, 14 de Ja-neiro de 1888.

Exm. Sr.— Passo ás mãos de V. Ex.o mappa domonstrativo da frequencia dosalumnos da Escola Nocturna de Adultos eda Escola Industrial, durante o ultimo tri-mestre do anno findo.

Deus Guarde a V.Ex.lllm.. eExin. Sr. Conselheiro Dr. Ni-

colatt Jeaquim Moreira, digno presidente daSociedade Auxiliadora da Industria Nacional.

O director,

Francisco Antônio Pessoa de Barros.

MAPPA DEMONSTRATIVO DA FREQÜÊNCIA DIÁRIA DOS ALUMNOS DAS D1FFERENTES CLASSES DASESCOLAS NOCTURNAS DE ADULTOS E INDUSTRIAL DA SOCIEDADE AUXILIADORA DA INDUSTRIA

NACIONAL, NO TERCEIRO TRIMESTRE DO CORRENTE ANNO LECTIVO

AGOSTO

Dias 12 3 4 5 6 7 fl 9 10 1112 13 14 15 10 17 18 19 20 2122 23 24 25 26 27 28 29 30 31

l.« Classe. 39 37 37 37 39 39 .. 36 30 36 36 37 37 .. .. 37 35 24 32 37 .. 37 36 36 35 35 35 .. 36 36 36

2.» Classe. 8 8 fl 9 !) 7 .. 6 7 8 7 6 8 .... 8 10 10 12 12 .. 12 11 10 9 12 8 .. 8 7 7

3." Classe. 3 3 3 3 2 3.. 322333.... 22233.. 322223.. 322

Desenho.... 7 .. 8 .. 6 .. .. 8 .. 8 .. li 7 .. 8 .. 8 .. . . I! . . 8 . . 8 .. .. 7 ..

SETEMBRO1.» Classe. 36 36 31 .. 31 25 .. .. 23 30 .. 32 31 31 32 31 31 .

2.a Classe. 7 7.. 87.... 68.. 11 11 12 12 .

3.' Classe. 2 3 ., 3 2 .. .. 2 3 .. 2 3 8 2 .

Desenho... 8 .. 8 .. .. i; .. .. .. 7 .. 6 .

31 37 3I 36 31 3I .. 3I 37 37 37

7 11 8 7 .. 12 12 12 9

3 3 3 I .. 3 3

.. .. 8 .. 8 '.. .

.. 7

9 ..

2 ..

OUTUBRO1.» Classe. 29 .. 29 20 30 28 28 27 .. 27 30 29 29 25 25 .. 25 21 25 26 21 21 .. 21 20 20 20 20 20

2." Classe. 9 .. 9 9 11 11 11 9 .. 9 9 11 II 11 8 .. 9 8 9 11 8 11 .. (I 8 II 10 fl 8

3." Classe. 3 .. 2 3 3 3 2 3 .. 3 3 2 2 3 3 .. 3 2 3 2 2 2 .. 3 3 3 3 2 3

Desenho... 7 .. .. 8 .. 8 .. 7 .. .. 7 .. 8 .. 8 .. .. 10 .. IO .. 10 .. .. 8 .. 8 .. 8

NOVEMBRO].** Classe 22 22 23 .. 23 19 19 21 21 18 .. 18 17 16 16 16 16 .. 16 16 16 17 17 17 .. 12 10 10

2." Classe fl 9 9 .. 8 7 6 fl II 8 .. 8 7 7 10 11 11 .. 12 12 12 8 8 7 .. 7 8 11

3." Classe 32 3.. 333 333.. 222222.. 322222.. 222

Desenho 8.. 8.... 7.. 8.. 8.... 8.. 7 .. 8 .. ..11 12 11

Escola Nocturna de adultos da Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional, em31 de Dezembro de 1887.

José Pinto da Silva Leal, porteiro.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 11

Industria SaecharinaRelatório

Apresentado ao exm. sr. conselheiroRodrigo Augusto da Silva, ministro esecretario de estado dos negócios daagricultura, commercio e obras pu-blicas, pela commissão encarregada deestudar a d1ffusão applicada á cannade assucar — 1887

« Ministério dos Negócios da Ágricul-tura, Commercio e Obras Publicas.—Riode Janeiro, 24 de Agosto de 1887.

« lllm. e Exm. Sr. — No engenhocentral de Braculiy e posteriormente porexperiência, no de Barcellos, ambos situadosna provincia do Rio dc Janeiro, foi applicadoo methodo de difusão á canna de assucartendo sido adoptado naquelle o processo decarbonatação á purificação dos caldos daquellagraminea.

« Segundo afíirma o barão de Barcellosem folheto que publicou debaixo do tituloA crise do assucar, foi completo e satisfacto-rio o êxito obtido na referida fabrica e muitoíi grada vel me é recordar que em parte algu-ma foi applicada a diffusão á canna de as-sucar em proporções tão avnltadas.

« O governo imperial, ligando a maiorimportância a este objecto de summa valiapara a industria saecharina, cuja prosperi-dade tanto importa fomentar, deseja ser in-formado do que a este respeito tem oceor-rido, bem como de quanto puder concorrerpara tornar conhecidos aquello methodo, seusresultados e suas vantagens para o que deli-berou nomear uma commissão que será pre-sidida por V. Ex. o composta dos Srs. W.Micliler, Frederico Maurício Draenert,Agos-Unho Netto e Luiz de Castilho e auxiliaresFrederico Janotta e Alfredo Fei reira dosSantos.

« Sem limitar os estudos e experiênciasque a commissão considerar úteis, desejo quetenha ella em attenção mui particular o quês-tionario seguinte:

« 1.° O cortador de canna dá vasão aotrabalho em quantidade sufficiente para oprocesso regular da diffusão ?

« 2." Qual a extracção máxima, 'que secousegue pelo processo da diffusão, da mate-ria saecharina?

, 3.° Qual a densidade ou elevação nor-mal do caldo diffuso ?

« 4.° Qual a pureza do caldo diffuso?« í». Qual o melhor meio de purificar o

caldo?« 6." Qual a dosagem de cal mais con-

veniente?

«7.° Qual o effeito da carbonatação evantagens que delia provêm?

« 8." Qual o agente mais próprio paraneutralisar a alcalinidade do caldo.

« 9.° Qual o dispendio de combustívelem relação á quantidade de canna manufa-cturada ou trabalhada ?

« 10. Que applicaçao pôde ter o ba-gaço da canna depois de diffuso ?

« 11. Qual o augmento nos gastos daproducção em relação aos processas ordina-rios?

«12. Qual a porcentagem em assucar,e em álcool, obtida pela applicaçao dessesprocessos ?

« 13. Quaes as perdas em assucar du-rante a fabricação pelos processos ordina-rios e pelos de diffusão e de carbonatação ?

«14. Qual o menor preço por que sepôde obter o assucar produzido pelos últimosprocessos?

« 15. Qual o processo mais profícuopara extrahir assucar de mel?

« 10. Qual a causa da humidade doassucar produzido no paiz ?

«17. Quaes as causas que entorpecemo desenvolvimento da industria saecharina eo meio de as remover?

« Para este effeito dirigir-se-ha a com-missão ao engenho central Barcellos, o qualse acha provido de todos os apparelhos neces-sarioá ás experimentações efoi postoádispo-sição do Governo Imperial pelo Sr. Barão deBarcellos, na sua qualidade de presidente daCompanhia Agricola de Campos, devendo acommissão entender-se com este cidadão, deprovada competência nesta matéria ; o queconfio do zelo, intelligencia e patriotismode V. Ex., que, estou certo não recusaráeste excellente serviço á causa dos inte-resses econômicos do Brazil.

« Receberei de bom grado e procurareiattender com solicitude a quespuer indica-ções que para cabal desempenho da suatarefa me forem dirigidas pela commissão.

« Deus guarde a V. Ex. — Rodrigo A.da Silva.—A S. Ex. o Sr. Veador Dr. PedroDias Gordilho Paes Leme, presidente inte-rino do Imperial Instituto Fluminense deAgricultura. »

«Rio de Janeiro, 22 de Outubrode 1887.

«lllm. eExm. Sr.—Em Aviso de 25 deAgosto do corrente anno, dignou-se V. Ex.nomear a commissão que dirigindo-se aosengenhos Barcellos e Bracuhy, estudasse oprocesso da diffusão applicada á canna deassucar. Cabendo-me a presidência dessacommissão, na qual tomarão parte os dis-tinetos proflssionaes Dr.Frederico Maurício

12 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Draenert e engenheiros Frederico Janotta,Agostinho Netto, Luiz de Castilho e AlfredoFerreira dos Santos, deixando de prestar-nos seu valioso auxilio o Dr. W. Michler,por motivos ponderosos, tenho a satisfaçãode levarão conhecimento de V. Ex. que, du-rante este longo periodo de trabalho assíduoe cuidadoso, os meus distinctos collegasmostrarão-se especialistas eméritos, concor-rendo com suas luzes e aptidão para aconfecção do relatório que tenho a honra depassar ás mãos de V. Ex. Se elle obtiver eapprovaçao de V.Ex. e puder conseguiraadopção de medidas que possão salvar aindustria assucareira do Império, virá elladepor nas mãos de V. Ex. os mais sincerosagradecimentos por tão elevado serviço, eassignalar a .brilhante e fecunda adminis-tração doMinistro da Agricultura Commercioe Obras Publicas.

« Deus guarde a V. Ex.— Illm. e Exm.Sr. Conselheiro Rodrigo Augusto da Silva,digníssimo Ministro e Secretario do Estado

dos Negocios da Agricutura Commercio eObras Publicas.—Pedro Dias Gorãilho PaesLeme, presidente.»

PRIMEIRA PARTEA CANNA DE ASSUCAR

Considerações sobre a matéria primaEsta matéria prima, saccharina por

excellencia, ainda é pouco conhecida nopaiz tocante á sua parte aproveitada pelaindustria, consideração esta que levou acommissão a fazer o máximo numero de ana-lyses, e principalmente também com o fim dedesvendar pelo menos, uma parte das condi-ções, que influem sobre a qualidade destevegetal.

As tabellas I e II dão os gráos de Brixe Baumé, o peso especifico, a polarisação, oassucar e as substancias não saccharina nacanna e o quociente apparente da pureza,segundo as analysesde 56 amostras da cannade asucar.

TABEIXA I.—Analyse das cannas do engenho central Barcellos

•S ¦- -sSo'P oSsoS:-*-»;- Variedade das§¦? S" 'Cr *ir- é°' 8 o- cannasS« .3 *C S-3ea S. z. ~^

Agosto... 28 19.30 10.90 1.08017 10.3 11.67 11.00 81.4 Louzier.as 19.60 11.OU 1.08151 18.1 16.3 1.5' 02.3 Crystallina.29 19.10 10.78 1.07928 17.0 15..) 2.10 89.0 Saíailgor.29 22A)0 12.57 1.09307 19.9 17.91 2.40 89.2 ldem.

29 22.00 12 40 1.09231 20.1 18.09 2.10 91.3 Rosa.29 20.00 11.02 1.08589 18.5 10.05 2.10 90.3 Molle.29 21.70 12.21 1.09095 19 17.19 1.60 98.0 Hòxa.30 22.10 12 46 1.09276 20.9 18.81 1.20 91.5 ldem.

30 21.80 12.29 1.09110 18.3 16.1"' 3.50 83.9 ldem.10 30 23.10 13.02 1.09732 21.4 19.26 1.70 92.0 Cayana.11 31 22.60 12.71 1.09503 20.0 18.00 2.60 88.6 Itòxa.12 31 18.00 10.17 1.07141 15.8 11.20 2.20 87.7 Rosa.13 31 22.80 12.85 1.09595 20.7 18.63 2.10 90.6 Cayana.11 31 21.90 12.30 1.09185 20.0 18.00 1.90 86.7 Roxa.15 Setembro 22.20 12.52 1.09321 19.2 17.28 3 00 86.1 Idem.-"16 22.10 12.16 1.09276 19.0 17.10 3.10 85.9 ldem.17 21.50 12.13 1 09001 17.8 16 02 3.70 82.8 ldem.18 21.80 12.21 1.09110 18.0 1(1.2(1 3.80 82.5 Cayana e roxa.19 21.60 12.18 1.09019 18.'i iii.20 3.60 83.3 Cayana.20 21.10 11.90 1.08821 18.1 10.2.1 3 00 85 Idem.21 18 30 10.33 1.07571 11.9 13.41 3.10 81.3 Hòxa.22 20.28 11.15 1.08111 18.5 16.65 1.78 91.2 ldem.23 22.41 12.63 1.09112 20.1 18 09 2.31 80.5 Rosa.24 20.83 11.73 1.08688 18.3 10.17 2.53 87.8 Imperial.25 22.28 12.57 1.0.1307 19.7 17.63 2.58 88.1 lins.l.20 22.10 12.16 1.09276 19. 17.46 2.70 87.8 Kavangire.27 22.17 12.68 1.09158 2(1.1 18.0.1 2.37 69.1 Crvstallina.2S 21.81 12.29 1.09H0 19.1 17.19 2 71 87.6 Rftxa.29 22.60 12.71 1.09503 19.tj 17,01 3.00 85.7 ldem.30 22.31 12.57 1.09367 20.0 18.00 2.31 89.5 Cayana.31 21.31 12.01 1 089U 18.7 16.83 2.01 H(>.7 Roxa.32 18.47 11.45 1 07602 15.3 13.77 3.17 83.7 Cayana.33 22 40 12.63 1.09412 20.0 18.00 ..40 89.3 Rosa.31 » 22.32 12.57 1.09367 19.6 17.61 2.72 87.7 Cayana.35 20.01 11.29 1.0832J 17.9 16.11 2.11 89.4 Rosa.36 » 18.54 10.45 1.07662 17.2 15 48 1.34 92.7 Cavana.37 » 21.13 11.90 1.08821 8.9 17.01 2.23 89.4 Cavana, rosa e Salangor.38 , » 20.60 11.62 1.08599 19.6 17.61 1.00 95.2 H«Vxa.39 » 21.05 11.85 1.08778 19.3 17.37 1.75 91.7 Cayana. roxa e Salangor40 » 21.08 11.90 1.08921 19.7 17.70 1.38 93.5 ROxa.41 » 21.70 12.21 1.09095 20.3 18.27 1.40 93.5 Idem.42 » 18.56 10.50 1.07706 16.2 14.58 2.36 87.1 ldem.43 » 19.47 11.01 1.08106 17.1 15.39 2.37 87.7 ldem.44 » 21.37 12.07 1.08959 19.9 17.91 1.47 93.2 C.iyana.

^-díã". 21.13 11.92 1.08821 18.75 16.88 2.38 88.7

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 13

ç_

Htítí

¦=s

Bunnuaaep opupôiiBA ira. d mi o jo_u.]-S

ttp o.uopon-J)05 t- Cl CO CN <* ac. -tf ¦* — o coo có s>> ei -* i- co oo' -* co cg o

°/0 jcanssB ogN r- to in _. o s. i — o oi i- o; csHIíiHt-idtJMHOOHO

OI-50O_OOl;*9j_J|•/, «wmv |_J2S222Síí222 2I O « OT O 05 iO CR CC .0 CO •— X

"S^

»/„ oni*!n««Ioj | i-' i- ce oo •* |_j o >o ,o rf cg o , Sr_Ü is

I-.,qccc£>'M2^20_SSS3 I t8I (-_ í77 ,_- — *t. ro —" i— l— to h (*- I 7J

0_K|.3lIS- 093.1 lSoOOOOOOO©bo I O

I (ocfjí.HnoM-roi-i'; c&SSSoSO-*»-'!-1» ®

nuttmn o ^ rt' _.-» 2 o oi Oi' O erl -31 o

I o ™ -f o í>. ^ o i - -1 ™ £ 2 '£.I _= cí F _3 X l- o co ~r .es co h- CO

""'t lo_c.oioiiói-<_s!_>cócct^2 |_;

—_ O rf. IJÍ Çf* -f -V lO iC -.<". — 'pSUtCT cí 5. ÍN "N CN (Tí tN O* CN <?t (Ti <_M ¦

zoH ojtittiiqos _j

,9-_(.nB io -jc i^ cc srs o -; o» co -h ,o 9 ."§OpOlioiTlM -^-f-H-f-f ,0,0 0.0,0 ,0o- g

Comparando-se as analyses feitas emBarcellos e Bracuby verifica-se na média umadifferença de 2 °/0 de saccharose, que não seexplica somente pelas variedades de cannascultivadas nestes logares.

Em Bracuhy cultivão principalmente aSalangor, a variedade mais apropriada paraos brejos, terrenos sujeitos a inundações ouassás humidos; entretanto, neste logar temosvisto tambem alguma canna imperial, queem riqueza saecharina não difere muito daprimeira.

A melhor canna de assucar cultivada emBarcellos, como em todo o Império é aCayana com 16,2, a 19,3 por cento de saecha-rose, sendo cultivada em terreno um tantoelevado e não sujeito ás inundações, emquanto em terreno baixo, ás vezes inundado,tambem produz somente 32,8 a 15,5 "/»•

(Vide ns. 32 e 36). (1)Segue-se em riqueza saecharina a canna

roxa com 16,0 a 18,3 por cento, descendo,todavia, a 13,4 (n. 21) el4,6 (n. 42) porcento de saccharose quando é cultivada emterreno sujeito ás inundações do rio Parahybado Sul. B , „ ,

A canna rosa (Diard) tem 14,2 a 18,1por cento de sacharose.

Estas tres variedades se cultivão depreferencia no valle da Parahyba do Sul.

Alguns proprietários preferem a culturamixta, ora a canna cayana com a roxa, oraas cayanas, rosa e Salangor, obtendo deste

modo uma média mais elevada na riquezasaecharina, isto é, de 16,2 a 17,4 por centode assucar, do que pela cultura de uma sóvariedade, v. g. da Salangor. Os agricultoresdesta região dizem tambem que a cultura dacayana mixta com outra variedade não ésujeita á moléstia.

Quando varia a canna segundo o ter-reno,provão as culturas da cayana de um pro-prietario, produzindo nas terras baixas 13,8por cento de saccharose (n. 32) e nas eleva-das 18,6 por cento (n. 13).

Durante a estada da commissão em Bar-cellos, de 28 de Agosto a 6 de Setembro,houve bom tempo, com excepção de poucosdias pelo fim dos trabalhos com a difusão, eeste tempo, sem duvida contribuio para oaugmento da riqueza saecharina da canna.Esta influencia do tempo secco e humidosobre a qualidade das cannas revela-se par-ticularmente nas 530 analyses feitas no annopassado e no começo do corrente em a fabricacentral de Barcellos pelo Dr. K. Heine,chimico deste estabelecimento:

1888Julho di*Agosto de.. 13,7 a 19,4 » —Setemb.de. 12,8 a 18,8 »-Outubro de. 13,3 a 17,1» —Noveinl). do 11,7 a 17,7» —

» 11,, a 17.8» —Dezemli. de 11,6 a 17,9 » —

1887Janeiro de.. 11,3 a 15,2 »-Fevereir.de 9,2 a 10,3

10,6 a l8,8°/.-M,dla: 15,7 7„ de saccharose15,9 »1(1,4 »15,9 »15.1 »15,3 » •15.2 »

13,0 » »12,2 » »

As chuvas, começando em Dezembro,produzirão uma depressão na quantidade desaccharose contida nas cannas.

Os quatro mezes de Julho, Agosto, Se-tembro e Outubro são, pois, os mais apro-priados para a safra, bem que em Novembroe Dezembro ainda se colhem cannas boas. ODr. Heine achou em Barcellos por média tlesuas numerosas analyses da safra passada(de 1886—1887) 14,9 °/0 de assucar, isto é,quasi tanto quanto a commissão tem encon-trado nas cannas mais pobres de Bracuhy ;e mesmo comparando as médias indicadas deAgosto e Setembro (15,9 e 16,4 0/„) com asnossas, resulta que a safra de 1887—1888tem fornecido cannas superiores em riquezasaecharina (16,9-16,4= 0,5 •/. saccharosemais nesta safra) para o engenho central deBarcellos.

Algumas dosagens densimetncas, teitasno ongenho central da Pureza (á margemdo rio Parahyba) derão o seguinte resul-tado :Canna Cayana

LouziercrystallinaImperial

Silveira da Motta.

Peão enppclflco1,095031,085091,090011,090041,09180

Battmé12, "5__,«_11,"911,«912,"1

Bri.22,620,421,521,921,9

14 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Póde-se avaliar que estas cannas en-cerrão de 16,5 a 18,0 por cento de assucar.

Uma analyse da canna Cayana, cultivadaem terreno novo de matta no engenho centraldo Rio-Negro, forneceu: 10,°1 Baumé, 17,"9de Brix, 15,8% de polarisação, isto é,14,22 °/„ de assucar na canna com 88,3 dequociente de pureza.

Em toda a parte, acannaLouzier tem-semostrado de inferior qualidade, e, sondo ellaapontada por alguns chimicos como uma dasvariedades mais lenhosas, a commissão deter-minou tambem as seguintes partes destacanna :Agua 72,85 %Substancia secca 27,15 %Cellulose bruta 10,35 %Assucar (saccharose) 14,67 %Não-assucar (vide n. 1) 2,13 %Substancias solúveis 16,80 %Caldo 89,65 %Peso especifico do caldo 1,08012Quociente de pureza verdadeira 87,3

» » » apparente(n. 1) 84,4

A quantidade de caldo na canna Louzier,em Barcellos é a mesma que um dos membrosda commissão tem encontrado nesta cannacultivada na provincia da Bahia. Quasitodas as mais variedades de cannas encerrãomais de 90 % de caldo e menos de 91, e poristo a commissão julgou-se habilitada a ad-mittir sempre 90 % de caldo para o calculoda porcentagem do assucar dosado, segundoo methodo de polarisação.

A comparação dos algarismos obtidospelo areometro de Brix (Balling) com os grãosde Baumé torna bem saliente, quanto é in-sufficiente o ultimo, para a avaliarão appro-ximada da riqueza saccharina; v. g. 22",5Baumé pôde significar 22",3 (n, 25) ou 22", 2(n. 15) do aerometro de Brix, além de ca-recer sempre de uma tabeliã de reducção dosgrãos de Baumé para poder calcular quo-ciente apparente, tão importante para apre-ciar o valor da canna para o fabrico.

Tambem a temperatura do caldo deveser considerada, porque, v. g., pesando 30"Brix com 30 Celsius, augmenta a leitura doareometro de 0°,87 (20 + 0,87=^20,87). Osareometros de Brix trazem um thermometro,facilitando deste modo a dosagem .dos li-quidos respectivos.

y(1) Estes números em parentheses sào os das ,ina-

yses.(2) O quociente da pureza do caldo so obtém di-

vidindo a polarisaçSo do mesmo multiplicada com 100pelos grãos de Brix: y. g. n. 15—19,2X100

=86,522,2

O quociente apparente das cannas deBarcellos é inferior aquelle das de Bracuhy,embora uma parte das ultimas tenha sidocortada oito dias antes da chegada da com-missão. Que neste caso houve alguma dete-rioração, se nota nos quocientes das seisprimeiras analyses (quociente médio—90,8),comparando-os com aquelles das seis ul-tirais (quociente médio=í)4,5).

Segundo a analyse immediata da cannaLouzier, parece ser maior o (quociente ver-dadeiro do que o apparente 87,3—84,4-=A5,9 dc diferença), induzindo-nos este,deste modo, a julgar as cannas peiores doque de facto são : porém, o valor real dosquocientes de pureza do caldo está na cem-paração dos caldos de diversas cannas, per-míttindo-nos de julgar approximativainentedo rendimento no fabrico, sendo conhecidoem uma fabrica o rendimento de uma varie-dade de cannas com determinado quociente.

Uma analyse immediata nos labora-torios incompletos á disposição da commissãofaz gastar muito tempo ; eis a razão por quea commissão teve do contentar-se com estaúnica. Será, portanto, um problema a serresolvido em uma estação agronômica, estede estabelecer a relação entre os quocientesverdadeiro e apparente.

Devemos, entretanto, chamar a attençãopara os meios empregados de obter o caldoda canna, que faz com qne as analyses dascannas feitas nos dous engenhos centraesnão se prestem a uma comparação rigorosa,visto que a prensa do 100 atmospheras depressão em Bracuhy produzio uma expressãomuito superior aquella conseguida pelamoenda do madeira (de dous cylindros) emBarcellos.

Todavia, em Barcellos temos analysadocannas de pureza quasi igual á daquellas emBracuhy (vide ns. 8 e 38).

A quantidade das substancias não sae-charinas (do não-assucar), tambem é appa-rente, e, portanto, somente um termo com-parativo das variedades entre si, visto sera differença entre os grãos de Brix e a poli-risação do caldo. Pela analyse immediata daLouzier obtivemos por differença da quanti-dade das substancias solúveis e da do assucar(16,80.14,67) 2,13 % de não assucar, sendode ,'i %, segundo o calculo acima feito (n. 1—19,3*16,3).

Eis um segundo problema a resolverpelas estações agronômicas, a saber qualseja a differença média entre a quantidadeverdadeira e apparente do não-assucar, por-que aquelle não se obtém por uma operaçãoexpedita, e, por conseguinte, não se prestapara apreciações praticas durante o fabrico.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 15

Logo que fôr conhecida esta e a outra re- jlação acima mencionada por uma média cal-.culada de muitas analyses, tornar-se-hamais exacto o emprego' do quociente e do;não-assucar apparentes para avaliações do jrendimento no fabrico de qualquer variedadede cannas de assucar.

Sendo o caldo da canna muito mais purodo que o da beterraba, a commissão preferiodeterminar pelo peso a quantidade de qual-quer substancia saccarifera, submettida áanalyse no polariscopio, com excepção doslíquidos muito pouco assucarados (o caldodas talhadas esgotadas e as águas de lixi-viação do ultimo diffusor).

Mais expedito é o methodo de submettersempre o mesmo volume dos líquidos saccha-rinos á analyse saccharometrica, é, por isto,geralmente empregado nas fabricas da Alie-manha, procurando-se depois nas tabellasorganizadas para beterraba a quantidade desaccharose correspondente ao algarismoachado pela polarisação. Sendo estas tabellasorganizadas de accordo como peso especifico,e sendo este determinado por todas as sub-stancias em solução e suspensão, é vistoque o emprego destes tabellas deve darcomo resultado quantidades de assucar me-nores na canna do que de facto existem, comose verificou pelas seguintes analyses feitasde propósito em Barcellos :

Numero Dosagem pnlariineti-ica pelodaanaljscf*) Brl.v Volume Peso DilTereuça

1..... 19,3 15,54 16,3 0,7610,6 16,76 18,1 1,3419,1 15,86 17,0 1,1422,3 19,22 19,9 0,8622,0 19,99 10,1 0,1120,6 18,40 18,5 0,1021,7 18,72 19,1 0,38

8. ... 23,1 20,75 21,4 0,65

Estas oito analyses revelão sempre omesmo resultado apontado, e notável é qnenas riquezas saecharinas, que possue o caldoda beterraba (ns. 1, 2 o 3) a differença entreos resultados dos dous methodos é máxima,o que confirma ainda mais o nosso raccio-cinio.

E' realmente de admirar que, pela cul*tura extensiva durante tres séculos, isto é,sem adubos ou estrumes de qualqner es-pecie, a canna de assucar tenha conservadosua riqueza saecharina. Nas condiçõesactuaes da industria saecharina. porém, nãose pôde ficar satisfeito com a conservação daespécie e de suas propriedades seculares,mas antes preciso é estabelecer e resolver o

(*) Vid. a tabeliã 1.

problema do aperfeiçoamento das qualidadesdas connas pelo emprego dos adubos e ama-nhos apropriados de modo análogo, como temsido resolvido pelo estuda, scientifico e pra-tico da cultura de beterraba, problema esteque somente, pôde ser estudado em umaestação agronômica.

Cliimioa Pliysiologica0 que é a manteiga artificial?

A manteiga artificial é toucinho crú oubanha crua, despojados de seu desagradávelcheiro por meio de ácidos e alcalis e geral-mente batidos com leite, afim de adquirir,por uma decomposição chimica, um gosto deruim manteiga.

Explicação da operação. - O assucar deleite se decompõe em ácido lactico, transfor-mando-se uma parte deste em ácido buty-rico, possuindo o cheiro da manteiga.

A operação é acompanhada de uma fer-mentação pútrida desenvolvendo myriadasde infusorios ou organismos de origem ve-getal e animal microscópicos, ligados intima-mente a germens suppostos produetores demoléstias infecciosas.

Os organismos vivos são classificadosdo seguinte modo : Io, fermentação ácida ;2°, fermentação rançosa; 3°, fermentação pu-trida.

Estes organismos se movem por escor-regamento.

Seu corpo rígido ou ondulado ligeira-mente balancêa-se, agitando suas extremi-dades e reproduzindo-se por fragmentação.

Quando o cheiro desapparece por meiodos alcalis, a lixivia empregada gelatinisaas membranas animaes ou as pelles que co-brem o toucinho e a banha, transformando-asem colla.

Placas de alcali e de compostos proteicosadherera aos lados do tubo, precipitando-seno fundo deste um pó grosseiro alcalino.

Obtido o produeto a corrupção do tou-cinho e da banha, originariam ente transpa-rentes, manifesta-se por sua opacidade vis-cosa e turva.

Quando o toucinho se deodorisa pelosácidos animaes, produz-se a oxydação. Emgeral uma parte do hydrogeneo da banha ésubstituída pelo o azoto, o chloro, o enxofredos ácidos e sob condições favoráveis, pri-va-se a banha de parte de sen carbono que,unido ao oxygeneo, transforma-se em ácidooxalico.

O effeito óptico é o mesmo já assigna-lado; mas a banha fundida toma um aspecto

16 O AÜXILIADOR DA INDUSTRIA. NACIONAL

avermelhado; as pelles e membranas adhe-rem aos lados do tubo como uma mucilagemcinzenta ou se precipitão no fundo como pe-quenas massas de geléa.

O deposito aquoso é sempre ácido.O toucinho crú e a banha crua não po-

dem ser batidos com a manteiga natural semque as modificações expostas anteriormentese produzão, quando ainda uma temperaturade 80 a 100 gráos tivesse sido mantida du-rante o tempo sufficiente para vivificar amistura.

A manteiga artificial uma vez obtidaattinge o limite de sua acidez, putrificando-se no caso de sobrevir qualqner mudança emsua composição.

A manteiga natural é um composto debanhas neutras, glyceroides e que pôde serdividido em 2 classes : Ia, alta em carbono,funde em uma temperatura elevada e não évolátil; a banha torna-se transparente a 150gráos ou mais (manteiga do outono); 2a,baixa em carbono, funde em baixa tempera-tura, volátil e cheirosa. A banha torna-setransparente entre 95 a 105 gráos (manteigade hervas).

Nem um só ácido graxo livre.A manteiga de hervas é rica em banhas

da 2a classe e não se conserva tão bem comoa do outono, que consiste de ordinário embanhas de Ia classe.

A manteiga artificial é, portanto, umacorrupção de toucinho cru e de hanhacrua transformados em chloro, ceroto ou en-xofre misturados em ácidos livres orgânicos,pelles de animaes gelatinisados em colla esubmettidos á operação de fermentação la-ctea, butyrica e pútrida, sendo opaca emtoda a temperatura abaixo de 212 gráosFahrinheit.

A manteiga artificial será maléfica ?O ácido lactico produz irritação de in-

testinos e engendra dores rheumaticas.O ácido oxalico possue uma acção tão

certa e tão rápida que os suicidas delia seaproveitão.

Os effeitos dos fermentos, bactérias einfusorios, são geralmente bem conhecidos,e por isso nos dispensamoc de lembrar astrichinas, as solitárias, etc.

Os ácidos mineraes, alcalis, colla, ácidoestearico, sabões e pelles não podem ser cias-sificados condimentos.

Toda a analyse chimica das banhas éincompleta se não se apoia na óptica e nomicroscópio, sendo sufficiente citar a opiniãode Lourenzo Fagenten e Rabot que tão im-portantes serviços prestarão, fornecendo osmeios de descobrir a fraude no commerciodas manteigas.

A respeito deste assumpto apresenta-remos um processo fácil de distinguir a man-teiga artificial da natural, processo devidoa um americano, negociante de manteiga, epublicado no Philaãelphia Times.

Tomem-se duas quantidades iguaes demanteiga, uma natural preparada em oleoe outra artificial fabricada em Connecticut.Ninguém será capaz de distinguir a diffe-ren.ça de origem, geralmente acertando-seuma vez em dez vezes.

Derretem-se separadamente as man-teigas em vasos de zinco ; passão-se depoisde derretidas para dous copos de lampari-nas ; introduz-se uma mecha em cada umdelles e accendem-se.

O aroma desprendido da luz fornecidapela manteiga natural será agradável, o dooleo margarina insupportavel pelo ranço quedesprende.

(The Farimer's Review of Chicago)

Industria NacionalN. 321.—Memorial descriplivodeum syphão authoma-

tico para lavagens dc receptaculos, encanamentosde esgoto, mictorios, etc, denominado SyphãoReid.

O abaixo assignado, attendendo á faltade cuidado que sempre se nota na limpezados receptaculos, encanamentos de esgoto,mictorios, etc, principalmente nos das esta-lagens e logares públicos, e tendo em vistaa attenção que, tem merecido este assumptoda Junta de Hygiene Publica, foi levado adescobrir um apparelho que authomatica-mente viesse preencher os fins desejados.

Os seus esforços e estudos fôrão coroadosde exjto, visto que o syphão de sua invenção,funecionando authomaticamente, tem alémdisso a vantagem de despejar com regulari-dade a quantidade d'agua que se graduarem um tempo marcado.

O Syphão Reiã, sendo de pequenas di-mensões, como é, pôde ser adaptado dentrode qualquer reservatório d'agua e á qualquerdistancia.

Compõe-se de uma câmara ou vaso,representada na planta pela lettra a, tendona parte inferior um tubo de sahida ou des-carga, lettra b, e na parte superior um tubode entrada, lettra c, os quaes estão firmadosdentro de um pequeno deposito ou reserva-torio, e.

Entre os tubos de entrada e de sahidaestá collocada uma caçamba de equilíbrio,d,feita de fôrma a aparar a agua que entrapelo tubo c,

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 17

Por meio da torneira de graduação /,regulariza-se por tempo determinado a en-trada d'agua para encher o reservatório eaté ao nivel da parte superior do tubo deentrada, c.

Uma vez o reservatório e cheio até estenivel, começará a derramar-se a agua paraa caçamba de equilíbrio, ã, que, despejando-se authomaticameute com precipitação notubo de descarga, !>, conduz por esta fôrmao ar contido na câmara a, formando assim umperfeito syphão, que, estabelecido destemodo, esgotará toda a agua contida no reser-vatorio c, que será despejada no receptaculoou no logar que se queira.

Pela fôrma assim descripta, este pro-cesso de lavagens poderá ser feito com regu-laridade de 10 em 10 minutos ou com inter-mittencias de tempo que se quizer, depen-dendo somente da fôrma de graduar a torneirarepresentada na planta pela lettra /, assimcomo tambem a quantidade d'agua que sequizer gastar.

O fim principal da invenção do SyphãoReid consiste na formação do vácuo paraestabelecimento do syphão, na fôrma de gra-duar o tempo das lavagens e na quantidaded'agua que se queira gastar.

Rio de Janeiro, 27 de Janeiro de 1886.— John Reid.

,V. \Hi .—Memorial descriplivo acompanhando um pe-dido de privilegio durante 15 nnnos,no Impériodo Brazil, para a '/.nova applicação » rfa electri-cidade como forra motora de. machinas frigorificos

Relatório.—O emprego da electricidade,como força motora, é um facto conhecidodesde longa data, e não constitue privilegioexclusivo de ninguém, porém o mesmo nãoacontece com os diversos apparelhos, maisou menos aperfeiçoados, para produzi-la,constituindo patentes que são propriedadesde seus inventores, pertencendo já muitosdelles ao domínio publico pela extineção deseus prazos.

O emprego, porém, dessa nova alavancado progresso, applicada directamente á in-dustria, não satisfez durante muitos annosas esperanças da mesma, devido a uma quês-tão econômica, tornando-se por isso precisoque a sciencia trabalhasse ainda muito atéachar um meio de armazenar a electricidadeem um accumulador, assim como se armaze-nou o vapor em uma caldeira.

Edson, Faure e ultimamente EdmondJulien forão os principaes eletrecistas quetrouxerão ao mundo a solução do grandeproblema, anciosamente esperado.

8

O autor de nm requerimento, apresen-tado ao governo imperial, solicitando desteuma patente de invenção da nova applicaçãoda electricidade, como força motora de ma-chinas frigoríficas afim de produzir o frio ouabaixamento de temperatura nos wagons oucarros das estradas de ferro do Brazil, con-duetores de carnes verdes e outros gênerosde fácil deterioração, em cumprimento doart. 3o da Lei n. 3129, de 14 de Outubro de1882, passa a expor em seu relatório o pro-cesso da nova applicação da electricidade,como força motora de machinas frigoríficas.

O requerente collocará nas estações dasestradas de ferro, em que tiver de explorara sua nova applicação da electricidade, ma-chinas a vapor como motoras de machinaselectricas, quer estas sejão de Gramme,quer sejão de outros autores, quer privile-giadas, quer não, obtendo, no primeiro caso,de seus inventores a devida concessão.

A machina electrica armazenará a ele-ctricidade produzida em accumuladores osmais aperfeiçoados, obtendo para isto a con-cessão dos seus inventores respectivos.

Em cada carro ou wagon de carnesfrescas ou outro qualquer gênero de fácil de-terioraçao será collocada a machina prodn-ctora do frio ou abaixamento de temperaturaque refrescará o mesmo carro ou wagon querparado, quer em viagem. Junto á machinafrigorífica, durante o tempo preciso, ficarácollocado ou haverá logar para ser installadoo accumulador portátil que levará em sia cargasufficiente para tocar a respectiva machina.

Os carros serão revestidos de substanciasisoladoras, como por exemplo os silicatos eoutras más conduetoras do calor.

Em substancia dizemos : que em cadacarro ou wagon haverá um comportimentoespecial, onde será collocada a frigoríficapreferida, como por exemplo a deTelier ou asCrown, que serão movidas por meio de trans-missão engrenadas, polias ou bielas, tendopor motor a electricidade armazenada poraccumuladores dos auctores já acima refe-ridos.

Os caracteres constitutivos desta minhainvenção são :

Io. Applicação da electricidade comoforça motora de machinas frigoríficas ;

2a. Applicação destas á conservação decarnes verdes e outros gêneros de fácil dete-rioração, transportados em wagons das es-tradas de ferro do Império do Brazil.

Rio de Janeiro, 30 de Agosto de 1887.— Antônio Jacintho de Araújo Costa.

H. A.

18 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Noticias Industriaes

Petróleo

O petróleo é uma substancia compostade hydrogeneos carbonados, todos inflam-inaveis, porém volatilisando-se a diversosgrãos de temperatura.

Os petroleos que não se achão bem re-finados pela distillação são mui explosivos,inflammando-se com muita facilidade.

O petróleo bem refinado é quasi incolo-ro, pesando um litro menos de 800 grammas.Não deve inflammar-se em contacto de umcorpo em ignição.

Para reconhecer esta propriedade que émuito importante, derrama-se nm pouco depetróleo em um pires e toca-se a superfíciedo liquido com uma vela accesa.

Se o petróleo não contiver óleos com-bustiveis não só não arde como ainda apagaa vela.

Todo o petróleo destinado á illuminação,que não resiste a esta experiência, não deveser utilisado em conseqüência dos perigosque pôde occasionar.

O petróleo deve ser conservado em va-silhas de metal, sendo os depósitos destasalumiados por lâmpadas collocadas no ex-terior do deposito ou então por lanternas desegurança.

Conhece-se o petróleo, ha longo tempo,posto que o sen emprego em grande escalasomente começasse depois da exploração dasgrandes jazidas nos Estados-Unidos, ao Oesteda Pensylvania.

Existem uumerosos poços ou manan-ciaes de petróleo na índia, em Pendjab,Bir-mania, Japão e China.

O produeto annual no império da Bir-mania attinge a 200 milhões de kilogram-mas.

Nas margens do Tigre o petróleo é tãoabundante que muitas vezes cobre o rio, e ospassageiros, com grande imprudência, lan-ção-lhe fogo para terem o prazer de con-templar um espectaculo tão imponente comocurioso.

O famoso mun dos furnas não é outracousa mais do qne o petróleo que corre pelasparedes da caverna existente nas cercaniasaa Darahyerby em Farsistan.

O mesmo se dá nos arredores de Bakú,no Schirwan (Pérsia antiga), e na região doCaucaso.

Estes logares são celebres pelos fogosperpétuos dos mananciaes de petróleo, ex-piorados actualmente em grande quantidadee subministrando somente a ultima região,

indicada mais de nove milhões de kilogram-mas annualmente.

Os povos do Oriente que representão amais antiga, civilisação usarão de petróleo,entretanto o emprego deste elemento de com-bustão generalisou-se por todo o mundo só-mente depois da descoberta dos mananciaesda Pensylvania em 1830.

UTILIDADE HYGIENICA DO MATTE

RELATÓRIO

O abaixo assignado tomou diariamentee por espaço de um mez, ao almoço o mattecom exclusão de qualquer outra bebida quecontém cafeína, e deu-se perfeitamente. Omatte conserva o consumidor maravilhosa-mente fresco e disposto. Seria um verdadeirobeneficio á humanidade se generalisando ouso desta bebida, se conseguisse preservaras numerosas victimas do charlatanismo dossuecedaneos do café e o domínio da aguar-dente, circumstancias que as autoridadesdeverião tomar em consideração, para po-derem offerecer ao povo uma bebida hygie-nica e econômica em vez de seus funestosvenenos embriagadores. Mas quando o usomoderado dos licores espirituosos é aconse-lhado pelas condições climatericas e pes-soaes, o licor do matte tem tambem o seulogar, e prepara-se por meio de enfraqueci-mento das folhas do matte com uma quanti-dade quintupla de rhum,amc, cognac ou bôaaguardente, que se adoçaá vontade, e de queeu junto umespecimen. Um copinho deste licorsubstitue effectivamente o almoço para umcaçador. Junto igualmente á presente ma-teria uma parte de cafeína pura (theina gua-ranina) que preparei das folhas do matte doBrazil. Se puzer á minha disposição umaquantidade maior de folhas, farei novas vis-torias no intuito de compor um extracto dematte solido e commodo.

Vienna, 31 de Julho de 1877.V. Kletgenshy

Vistoria.—Com referencia aos resul»tados da exacta analyse chimica junta, querquanto á quantidade, quer quanto á quali-dade, o chimico legal abaixo assignado estásolicitado para formular, em virtude de seujuramento, a seguinte opinião • o chá-matte(chá-matte, chimarrão, herva. chá do Para-guay ou Paraná, das folhas seccas do Herparaguayense ou arvores análogas) é por seusprincípios primitivos, um excellente suece-daneo do chã e do café, que, por sua extrema

O AÜXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 19

barateza, parece destinado a tornar-se abebida hygienica do povo; abaixo para sem-pre todas as drogas absurdas e nocivas ; eadquirimos promptamente o direito da cidadenão só para a alimentação do soldado, senãotambém nas cozinhas do povo (fornos eco-nomicos) noshospitaes e asylos de todos osgêneros : tanto mais quanto o matte, tendoo mesmo valor para a conservação biochi-mica do organismo e para manutenção dasforças physicas doindividuo, tem sobre o cháe o café a vantagem de causar menos inson-nia e irritação, circumstancia esta que otorna uma bebida bem preferível ás duas ul-timas, sobretudo para as crianças e para osdoentes.

COMPOSIÇlô DAS FOLHAS SECCAS DO MATTE

V. Kletgenshy.

Cafeína theina guaraninaÁcido cafeatanico (tannino)

» virilico galicoMatérias oleosas, ciruminosasChlorophylla (folha verde)..Outros princípios extractivos eperdas

Óleo etherico cumarinoResina aromaticaPrincipio amaro (ilicus)Substancias alluminosas

» pectimasGlucose e substancias gommosas.Substancias filamentosas ... ¦

» mineraes (cinzas)...Ácido citrico

0,77 %1,35%0,25%3,22 %5,97 %

M4%0,05 %1,98%0,25%4,33%7,67 %4,12%

60,05 %7,05 %0,18 %

ANALYSE

Detalhes analyticos.

Objecto da analyse Chá-mate.1 Folhas e que-) braduras de fo-

Observação < lhas do Hex/ paraguayense.

As folhasseccas ao arperderão ainda2,5% de aguano Exsicador.Empregarão-sena analyse só-mente florescompletamenteseccas.

O extracto aquoso da folha sobe a 20 porcento. , . ..

O extracto total alcoólico etherico sobea 40 por cento.

O resto secco do resíduo— 60.As substancia azoticas do extracto ethe-

rico desprendido da cafeína—4,2 por mil.O conteúdo azotico das substancias

alhenigoides— 6,5 por mil.O conteúdo azotico da cafeina— 2,3 por

O contendo total azotico das folhas sec-cas do matte, 7,0.100 de cinza de folhas seccas

contém sáes solúveisn'agua 33,5 por mil.100 de cinza de folhas sub-

stancias solúveis no ácidomuriatico 52,3 * cento

ÍOO de cinza de folhas sub-stancias solúveis no ácidomuriatico u<- » *

COMPOSIÇÃO DA CINZA DO MATTE

Por mil

Silica com vestígios decalcium 9,96 A

Ácido sulphurico 2,87 AClorose M9 %Ácido phosphorico.... 14,71 A

» carbônico 11,30 AOxydo de manganez.. 1, 8 AOxydo ferrico 1,38 AManganez di™ AoOxydo de calariano... 9,40 %Oxydo ordico 8,21 AKali 3>40%

Por parcella

14,23 %4,05 %3,56 %

21,02 %16,33 %

1,55 %1,98 %8,07 %

13,44 %11,80 %4,85%

Vienna, 30 de Julho de 1877.mico legal, V. Kaloyensky.

— O chi-

Lã de Carneiro

Alcançar uma igualdade do fio da lã,tanto quanto a seu comprimento, grossura ecaracter é o que constitue o grande deside-ratam dos criadores de ovelhas, porquenaquelle* elementos basea-se o valor da lã.

Para attingir esse ponto objectivo,conforme o permittem as leis danatureza, poisque em absoluto não é possivel, convém pos-suir um conhecimento exacto das differentesclasses de lãs que existem no corpo doanimal e por isso acreditamos que os cria-dores verão com prazer a seguinte classiti-cação admittida pelas mais elevadas auto-ridades na mate.ia,

E' verdade que se podem augmentaias classes de lãs, além das apresentadas.

20 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

porém para o criador basta conhecer as deprimeira ordem, além de que trata-se deovelhas de typo superior e não das que sãopessimamente cultivadas.

A melhoria encontra-se:1.° Nas espadoas e partes anterioresdascostellas. Nestes pontos a lã alcança amaior finara e regularidade em seu cresci-mento;2.° Na classe segunda se achão as lãsda parte posterior das costellas e dasilnargas, perdendo a regularidade no frizadodo fio, principalmente para os lombos ;3." A terceira classe encontra-se noslombos do animal, ahi a lã soffre em seucaracter, crescimento e finura, sobretudo seos animaes se achão enfraquecidos ;4.° Nas partes lateraes do pescoço aIa approxima-se da den. 1, em finura, porémpela pelle solta desta região o fio entorte-lha-se, perdendo sua regularidade.

5." As lãs das coxas e aintebraçossoffrem em seu crescimento, e somente nosanimaes superiores da classe se achão fiosidênticos aos do n. 1. A inferioridade daslãs de que tratamos nasce da contusão queellas soffrem, quando os ani mães se deitão ;6.° Sobre a cruz geralmente o fio é maisestendido. Fixando-se no crescimento da lãdesta parte do corpo da ovelha, póde-seformar uma opinião relativa á mesma comoreproductora, pois encontrado-se um cresci-mento espesso e lã de finura regular têm-seseguros caracteres que o animal é de bôacasta e criado racionalmente ;

A maior ou meuor finura da lã se classi-fica segundo os frisos que se contão em umapollegada franceza, devendo a mais finater de 28 a 300.

Seda de fibra de bambu

No ventre cresce muitas vezes umalã muito fina, porém de caracter de fio, o queconstitue um defeito grave, conseqüência dapressão que exerce o animal quando seacha deitado ;

8." Em a nuca a lã é quasi sempreordinária.

9." Na parte inferior do pescoço esobre o peito a lã é geralmente mais larga,porém menos fina, intercalada de pellosordinários ;

10. Na base ou raiz da cauda a lã égeralmente ordinária e difficil de melhora-la ¦o criador, porém, deve attende-la para co*nhecer a igualdade do velo ou tosão.

A lã a mais inferior que se pôde colherdas ovelhas nasce nas patas até as unhas,nas cabeças, na cauda, nos testículosSomente nos animaes, excessivamente

lanudos e criados com todo o esmero, encon-tra-se um crescimento ainda regular da lãnas partes do corpo que acabamos de In-dicar.

Lê-se no Diário Popular de S. Paulo :| Do Sr. general Couto de Magalhães; recebemos a seguinte noticia, para a qual; chamamos a attenção dos agricultores pau-{listas :

« No jornal americano Science, de 21de Outubro próximo passado, á pagina 202,sob a epigraphe—Notes and News, vem anoticia de que na China está-se fabricandoagora um genero de tecido tão semelhanteá seda, que só pôde ser distinguido delia porprofissionaes, e o tal tecido é feito com fibrasde bambu.

¦ No mesmo artigo, que é extraindo de,representação dirigida na índia ao governomglez para que este desenvolva a industriado cultivo de bambu em suas possessões, senoticia que as fibras desta planta, remettidasaos Estados-Unidos, fôrão convertidas emtecidos mui semelhantes á seda, e derãoigualmente superior qualidade de papel.Nota-se mais que as fibras do bambu sãomuito superiores ás da juta.A melhor espécie para producção dafibra é o bambu gigante (bambusa gigantea)introduzida e já vulgar em S. Paulo.

O Sr. marquez de Ytú deu-me a tresannos, muda da planta que eu colloquei emsolo de turfa, ou terra preta da várzea, queé a mesma cousa. Vegetou com tal energiaque fui obrigado a mudar a touça, pois es-tava ameaçando a vida de outras arvores.Para experiência transplantei os rebentõespara duas espécies de solo, um areento for-mado com detritos do rio, e outro esse soloestéril, vermelho claro, dos altos de S.Paulo, caracterisado pela vegetação do ca-pim chamado barba de bode : além de outrosque, como os antigos, fôrão collocados emsolo turfoso. Todos elles vêm vindo comexuberância igual á de vegetação equato-rial.

Attinge a seu máximo desenvolvimentoentre 4 e 5 annos, mas do segundo anno emdiante já dá colheitas de fibra; não exigenem amanho de solo, nem capinas, nem cui-dado de espécie alguma ; na China attinge2 pés de circumferencia, igual a 61 centi-metros, ou quasi 3 palmos.E.n todo o S. Paulo, Rio e Minas, aindamesmo em terreno de campo, o bambu plan-tado converte-se quasi em praga, e mata as

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 21

plantas que lhe ficão próximas, ainda quesejão as indígenas de vida mais tenaz.

Resumido, temos : — felicidade de cui-tivo, aptidão para prosperar ainda nos peio-ros solos, immunidade contra a geada, abun-dancia e alto valor do producto, mercadosenormes abertos—como sejão as fabricas detecidos de seda, e suas imitações, e as fa-bricas de papeis especiaes; são factos quepodem converter esta planta em um poderosoauxiliar da riqueza agrícola do paiz.

Fora talvez conveniente que o honradoSr. ministro da agricultura mandasse saberna China ou na índia os methodos de preparara preciosa fibra, que os fizesse publicar pelaimprensa, acompanhados dos preços do pro-dueto nos mercados consumidores.

Com esses dados, nos parece que nãofaltaria aqui quem emprehendesse a nova in-dustria, aproveitando, por essa fórma, con-sideraveis extensões de terras, para as quaesse não descobrio até hoje cultura ade-qnada. »

Dados EstatísticosCafé exportado pelo porto do Rio

desde 1810 a 1887de Janeiro

Annos Sac.deeokil.1800... 101813... 121817. .. 03,9891818... 74,2471819... 73,8141820.. 95,5001821.. 105,3831822. . 152,0481823. . 185,0001824... 224,0001825... 183,1361826... 260,0001827... 350,0001828.. 364,1471829. .. 375,1071830... 591,7851831. .. 248,3571832.. 585,9151833... 687,1361834. .. 686,4621835... 792,5721836... 859,7001837... 743,1851338.. 938,5631839.. 1,088,6801840... 1,307,9211841... 1,258,8921842... 1,410,9811843... 1,426,929

Annos Sac.de60kil

1814... 1,509,3171845.. 1,458,7971846.. 1,849,8331847.. 2,009,3431848.. 2,093,3601849.. 2,786,7441850.. 1,644,6481851... 2,498,9951852... 2,333,8391853... 2,005,4411854... 2,434,0841855... 2,858,1071856... 2,570,0161857... 5,570,4801858 . 2,230,7501859. .. 2,485,1841860. .. 2,825,1571861.. 2,533,5341862... 2,819,6561863... 1,652,2581864... 1,811,9291865... 3,197,4(541866... 2,368,6351867... 3,25."»,9801868... 2,772,9291869... 3,139,7891870... 2,704,7421871*.. 2,884,6261872... 2,460,351

4873..1874..,1875..,1876..1877..1878..1879..

2,433,7092,673,2813,152,2962,765,9221,846,5552,031,1993,585,183

1880..1881..1882..1883..1884..1885..1886..1887..

3,565,0644,877(4184,200,5903,654,5113,897,1134,206,9113,580,0652,241,755

Principaes gêneros levados ao mercado pelaEstrada de Ferro D. Pedro II

Aguardente 19,273 pipas» 822 barris» 592 garrafões» 134 volumes

Algodão 1,153,785 kilosArrroz 35,872 sacosAssucar 1,071,638 »Café 89,532,500 »Fumo 5,558,335 **>Toucinho 3,052,504 »

Cabotagem

Entrarão no mercado por cabotagem osseguintes principaes gêneros:

Aguardente 14.607 pipasAlgodão 2.960.922 kilosArroz 73.482 sacosAssucar 619.032 »Banha 1.253.713 kilosCharutos 4.840.441 unids.Carne secca 14.184.845 kilosFarinha 157 .147 sacosFeijão 178.955 »Fumo 715.124 kilosGraxa 674.784 » .Jacarandá 2.281 coim.Madeira 15.778 dúziasMate 12.095 volum.Milho 196.171 sacosSebo 817.406 kilosSola 82.406 meiosToucinho 152.337 kilos

(Extr. &'0Paiz).

População dos Estados-Unidos

A população dos Estados-Unidos era de50.000.000 em 1880; actualmente conta aUnião americana 51.000.000, sendo a pro-porção dos nascimentos e dos immigrantesde perto de um milhão annualmente.

A immigração nos Estados-Unidos temdecrescido nestes últimos annos tendo sido omáximo em 1883 :

22 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

1881 669.431 immigr.1882 788.992 »1883 603.322 »1884 518.592 »1885.......... 387.821 »A nacionalidade predominante é a ai-

lema:Allemães 110.000Irlandezes 51.000Inglezes 48.000Suecos e Noruegas 25.000Escossezes 9.000A superfície dos Estados-Unidos ô de

um milhar de hectares, 20 vezes a superfícieda França, sendo o maior dos Estados Texasque conta 75 milhões de hectares, e o maiordos territórios Alacka contando 150 milhões.

Raça cavallar em diversos paizes da Europa

IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO

Bremen 750Hamburgo. . . 10,657Bélgica 19,404Dinamarca. . . 4,468França 6,119Paizes-Baixos. 7,811Austro-Hungria. 7,858Rússia 1,408Suissa 740

Cavallos915

4,4471,157

3581,1392,2361,072

1082,388

AllemanhaCavallos

1880 59,722 17,9401881 54,793 18,8471882 64,980 18,3251883 74,636 19,2971884 24,469 19,0341885 ('9,763 15,6301886 72,748 14,030

Exportação do Tabaco de Ia Vuelta Majo

18761877,187818791880

Quintaes Preço médioDollir

67,000258,000260,000278,00060,000

27,5044,0025,0052,0050,00

Valor TulalDoi lar

1,182,50011,352,0006,500.000

14,454,0003,000,000

Producção do assucar na ilha de Cuba,1,500,000 habitantes

Oa Estados-Unidos import3o annual-mente de Havana 70,000 quintaes de fumo

ASSUCARToneladas

1877 460,5681878 426,4291879 623,9341880 495,8311881 449,0671882 535,8591883 408,2551884 473,0741885 512,6961886 668,533

MELAÇOToneladas98,01390,355

146,334114,22496,946

131,223100,292115,552118,892187,064

Total558,581573,784770,268610,055545,013669,082508,547588,625631,588855,507

Estudantes na Allemanha

Nas vinte universidades da Allemanhaachão-se matriculados 28,021 estudantes.

Em Berlim 4,434Leipzig 3,060Munich 3,035Halle 1,518Breslau 1,425Tubingue 1,403Wurzbourg 1,369Fribourg 1,319Bonn 1,293

Gottingue 1,076Heidelberg 1,036Greifwald 1,016.Marbourg 939*Erlangen 909Kcenigsberg 871Strasbourg 856Iena 650KM 542

Guwen 513Rostock 313

O augmento de alumno tem tido logarnas universidades de theologia e de medicina,na de direito pelo contrario tem diminuído

(Econ. Français).

em rama.

Bibliogra hia

Recebemos e agradecemos;The Rio New's ns. 1, 2 e 3, 1888.Revista do Club de Engenharia, Novem-

bro de 1887.O Sul do Brazil ns.9 e 11.Boletim da Alfândega do Rio tle Ja-

neiro, ].

O AUXILIADORDAJÍÍOTTMAJ^ONAL^23

Monitor Sul-Mimeiro KS.m, 887, 8886 mÀssociacim

Rural do Uruguay ns. 21e 24 ¦ ir

AnnaUs dei Instituto Agronomico-Ve-terinario — Buenos-Ayres, n. 34.

Revista de Engenharia ns. 177 e i's.Industria Harineran. 154, vol. vn,

contendoSUMARIO

Mólinma en el Brasil.-Espana tim-

pre Ia misma. - Azúcar ^f^-^J^presa automática.-Los lavradores de Valia-\lolid.- Noticias sueltas. Mezclas con ha-rina. La competência norte-americana. Im-portación y exportación enFrancia. Pun-Hora «Reforma».-Revistas agrícola ycomercial—Seccion de Anúncios.

Kendas Fiscaes e Revistados Mercados

ALFÂNDEGA. - 3.431:308s~146Importação 471:947 $064Exportação 15:956,8060

Despacho marítimo 3-343&914Extraordinária •

VALORESCafé lavado máximo ll"oio"nal.

superior í}'bôa-. 6.19°

, 1'regular 5 gB0. Ia ordinária ^'040¦ 2a bôa..... V420, 2a ordinária

por peso de 10 kilogrammas.

MERCADO DE CARNE SECCA•,.„ .„ 2.645,000 kilos.

Existiao no^dia 1 i-^ 'Entrarão „„ fi(y, ,

Do Rio Grande „ «K .Do Rio da Prata 8.0"M,«*"

Exportarão.

Consumo.

5.731,003759,953

1.971,0502.852,448

2.118,602VALOR

Depósitos.

57o

3.922:555118426:981

".742

3.949:5361926172:0651866

Car. do Kio Grande ffg-^^^

: 'loE.iodaP?tSíS:K:0o:

GÊNEROS TRAZIDOS AO MERCADO PELA ESTRADA

DE FERRO D. PEDRO II, 275 pipas.Aguardente 187,320 kilos.

Algodão 3440Arroz 111,200

£B*far 8,435,064Caie 'ggg Q21Carvão vegetal 4q2*511Couros salgados e seccos 15 848

Total 4.121:402*792

Recebedoria.....Mesa Provincial.

MERCADO DE CAFÉ

Entrarão durante o mez :

Pela estrada de ferro D. Pedro II.Por cabotagem •••Do interior

359:845s"88392:526"631

Sacca9140,58435,22224,369

PeijFumo....Madeiras.Milho....Polvilho..Queijos

663,1681,5507,1304,880

174,2501,560

Total

Vendêrão-se durante o mez :

Para os Estados-Unidosa Europa.o Cabo da Bôa-Esperança.diversos portos

Total

Embarcarão durante o mea

Para os Estados-Unidoso Canal e Norte da Europa.o Mediterrâneodiversos portos

Total.

Stock,...Consumo.

232,6006,000

200,175

Saccas149,76641,335

2,50013,486

207,087

Saccas.148,76032,279

4,24815,342

"200,629

Baceas.

Tapioca 201,314Toucinho 1,055,034Diversos '

GÊNEROS VINDOS AO MERCADO PELA ESTRADA

DE FERRO LEOPOLDINA,a ... 59,160 litros-

Aguardente 304,402 kilos.Assucar 1077 *Baga de mamono j^q ,BaifM •' 987)514 .Café •• 224 727 »Farinha de mandioca • ¦ "9

833 ,Fubá 8,630 •

69,156 »377,354 >""¦ 2,513 »

Madeiras.Milho...ToucinhoDiversos.

GÊNEROS LEVADOS AO MERCADO POR

CABOTAGEM

Abóboras..Aguardente

160_'!,'., 979 pipas.

25 barris.34 garrafões.

., •-.• 90 volumes.AlgodSo em fio. 1? gu kÜMfcm rama.

Amendoim.........Arreios....... ......Arros .. .,Assucar ,.,Azeite de amendoim.

0_AU^I-VDOB'.DÀ INDUSTRIA NACIONAL

232 sacos.3 fardos.

1,648 sacos,24,057 »

16 volumes.44 .

94,597 kilos.115

Banha .,Barbante............ Barris vazios ;,',Betas............., ...;,.,BiscoutosBorrachaBrinquedos,...Calçado.CangicaCarnaúba.Carne salgadaCavalloCebola»., 120,300resteas_.. ' 80 saco.Cera.

990 peças.13 volumes.

278 kilos.volume.volumes.

201 sacos.5 volumes.

1,894 kilos.1

Cerveja.Chapéu de feltro..

» de palha.CharutosChifres.Cocos 209,000

19 volumes.80 kilos.

3 volumes.8

14 ,338,025 unidades.

7

CpllnConchasConservasCouros preparados

» seoeos........CrinaCrystaesCuiasDocesEsteirasEstopaFarelloFarinha de mandioca.Favas.... Felj8oFrutasFumo

• em folha ,.GommaGraxaGuanoGuaranáJacarandáL5LegumesLenhaLínguasMadeiraa...,

Manteiga ,Mate....Mel

• de fumoMilho..,MobíliasObras de barro..Óleo de copayba.

> domocotá..Ovoi..,,, ,Faina...,Palha.....p«*» ;;;;Fentuu ,

20 volumes.54 ,

548 fardos.44 unidades.

31110 volumes.30

1 volume.40 volumes.3350658 sacos.

10,914 ,187 .

7,212 ,45 volumes.

1,807 kilos.20,900 .

106 volumes.'47,644 kilos.

10 volumes.2

98 conç.20 volumes.11

53,000 achas. ,54 volumes.

1,494 ds.taboas32 páosdepr.44 ds.dormB.

162 peças.4,886 Mos.

276 volumes.6

10 .3,148 sacos.

38 volumes.

60 litros.1 litro,

142 volumee,30

500 .IM volumes.

9

Plantas...¦-... ;-..Rapaduras.Ricino....RipasSabão -..-.

¦ perfumado.SalSalsa.SeboSementes. ...,.,.SolaTachosTecidos .,TomatesToucinhoTucumVassouras........VinhoDiversos.

810 ,,-.'-2 i i i"-,

200 kiloís.10 volumes.

400 i3 .'.-í-x-v."'?6 ¦ :'..'-..'-•

753,200 litros.81 volumes.

90,240 kilos.1 voluuie.

7,041 peças.1 volume.

105 volumes.258

4,477 kilos.24 volumes.

4 dúzias.160 volumes.144 ,,

Soberanos.

MERCADO MONETÁRIO

Metaes

FUNDOS PÚBLICOS

Apólices de 5 "/_Empréstimo Nacional de 1868.'

de 1879.

9*900

946#0001:17030001:125,5000

LETRAS HYPOTHECARIAS

Banco do Brazil• de Credito Real do Brazil!.,

» do S.Paulo.> Predial

ACÇÕES

Banco Auxiliar...do Brazil...Commorcial.

CommercioCredito Real do Brasil...

» de S.Paulo.IndustrialInternacional

• 20%RuralUnião de Credito ,DelCredere... '.'Mercantil de Santos...",

90,00074,00090,00074 1/

199|0002451000236,0000131*0002100000

70,0000550000

1690000214000041^.000

285000058*000

200*000220*000

CÂMBIOS

Sobre Londres.» Paris.,.

243/4,, , 384 franco.-{íamburg0 475marco.£."*••;••••• 3841ira.Nora-York 2,000 dollar.

Typographl* Uemijiert & C.- Inválidos, 71.

SOOIEID-ÔJDE!

AUXILIADORA DA INDUSTRIANACIONALb si-jt oi

N. 2.-FEVEBEIR0 DE 1888

PARTE OFFICIAL

Sessão do Conselho Administrativo em1 de Fevereiro dc 1SS8

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho:conselheiro Dr. Nicolau Joaquim Moreira,Drs. Nascentes Pinto, Pessoa de Barros ePortugal, commendadores Botelho e Teixeirade Azevedo, Bernardino de Barcellos, PintoSerqueira, Henrique Nascentes, Valentim eMotta Teixeira, o Sr. presidente declarouaberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente, effe-ciuada em 16 de Janeiro de 1888.

EXPEDIENTE

Fôrão recebidos com agrado e enviadosá Bibliotheca uma collecção de números daGazeta da Bahia de 1 a 19 de Janeiro ultimoe o Monitor Sul-Mineiro de 15 do mesmomez. . ,

Lerão-se dous officios : o primeiro doSr. Dr. Alvares de Azevedo, secretarioadjunto, communicando não poder compa-recer á sessão por motivo justificado; e osegundo do Sr. Dr. João Pedro de Miranda,agradecendo e declarando acceitar o cargode membro do conselho, para o qual foieleito.—Ficou o conselho inteirado.

Em seguida tomou a palavra o Exm.Sr. conselheiro presidente nos seguintestermos: Como sabe o conselho, falleceu oEngenheiro Dr. Raphael Archanjo Galvão.A missa mandada resar pela familia tevelogar na Igreja do Carmo, no dia 30 deJaneiro* pelas nove horas da manhã, sendo a

Sociedade representada pelo seu presidente,apresentando este as condolências devidasá iilustre familia do finado nosso consocio.

O engenheiro Raphael Galvão foi pormuitos annos secretario da secção de Ma-chinas e Apparelhos sob a presidência do,também hoje finado, Dr. Dias Carneiro, pro-fessor da Escola Polytechnica. \

O interesse, que o nosso consocio tomavanas discussões suscitadas no seio da Socie-dade, é por demais conhecido, mostrando-seem seus pareceres convencido adepto da es-cola da livre permnta.

Quando em 1861 a Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional demonstrou aogoverno a necessidade do Brazil compa-recer ao certamen industrial, que em 1862deveria verificar-se em Londres, offerecendo-se ao mesmo tempo para assumir a responsa-bilidade do trabalho pela primeira vêz aexecutar-se no Brazil, entre os nomes dosmembros, que mais se distinguirão na afa-nosa faina, acha-se insoripto o de RaphaelArchanjo Galvão.

Nestas circumstancias, pois, julgo deverpedir vos licença para que se lance na actade hoje um voto de sentimento pela mortedo nosso consocio, não pondo duvida emannuir a qualquer outra demonstração depezar que fôr suggerida.

Por proposta do Sr. commendador Bo-telho e resolução do conselho, o Sr. presi-sidente encerrou a sessão em signal de sen-timento.

Sala das sessões da Sociedade Auxilia- ¦dora da Industria Nacional, em 1 de Feve-reiro de 1888. — Dr. Nicolau Joaquim Mo-reira presidente. — Luiz Ribeiro de SouzaRezende, servindo de secretario geral.—JoséPinto de Serqueira, servindo de secretarioadjunto.

s. A.

¦ú

26 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Escola ífocturna de AdultosNo dia 20 de Fevereiro abrirão-se as

aulas mantidas pela Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional, pronunciando o di-rector dos cursos, o Sr. Dr. Pessoa de Barros,um discurso no qual fez valer os importantesserviços prestados pelo professorado. _

Na mesma oceasião, como preceitua alei, conferirão-se prêmios aos alumnos queos merecerão. Constarão os prêmios de umamedalha offerecida pelo Exm. Sr. senadorconselheiro Corrêa e de livros para tal fimapropriados.

Presidio o acto o presidente da Socie-dade, oDr. Nicolau Moreira, proferindo ai-gumas palavras em animação aos alumnos eagradecendo, em nome do conselho admi-nistrativo, ao Sr. direitor dos cursos e seusauxiliares.

DiscursoProferido, na fôrma do reg. dos cursos

da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional, por seu director,na abertura das aulas em 20 de fl5-vekeiro de 1888.Senhores.—Ainda honrado pela bene-

volencia da assembléa geral da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional, fui re-eleito para dirigir os cursos por ella in-stituidos, no biennio que começa.

Grato a tão subido favor, e ao modogeneroso pelo qual o conselho da Sociedade,que terminou, e o que começa, tem feitomenções honrosas á minha direcção nestasescolas, de minha vez cumpro o dever de pôrem relevo os nomes dos professores daEscola Nocturna de Adultos e da EscolaIndustrial, aos quaes competem todos esseslouvores, não só pela muita aptidão com quese distinguem, como pela seriedade, inte-resse e dedicação que sempre demonstião noensino das matérias de suas classes, concor-rendo deste modo para a affluencia dealumnos, que annualmente matriculão-se,para o bom systema de ensino, e para a bôaordem, sempre mantida no estabelecimento.

Com elementos tão valiosos é bem fácile suave o cargo de director do» cursos.

Mas, não seria justo, que tomando ameu merecimento próprio tantas deferenciasa mim dispensadas pela Sociedade e seus

,4venerandos conselhos, deixasse de cumprir o"dever de fazer, nesta oceasião solemne, a re-

stituição dellas aos competentes trabalhado-res, que apresentão obras de tanta valia.

Senhores professores, o estado prospero,os bons resultados, que offerecem os cursosda Sociedade Auxiliadora da Industria Na-cional, e que merecem tantos louvores, só-

mente são devidos á vós, aquém, cora omaior jubilo,.entrego todas essas menções detamanho preço.

Vai começar o novo at.no lectivo, e te-nho razões de sobra para esperar resultados,senão progressivos,pelo menos iguaes aos ob-tidos no auno que findou, e nos anteriores.

Nem é de esperar outra cousa se atten-der-se ao bom regimen do ensino adoptadonas escolas, ao modo modesto e pretenciosopelo qual são íegidas tão habilmente as ca-deiras, a ausência de apparatoso luxo nossalões de aprendizagem, onde mais de umacentena de operários e artistas transpõe asportas desta casa, com os pés ainda quentesdos labores diários, em busca da luz do en-tendiraento, para adquirirem o direito deabrir o livro, e aprender a doutrina que osencaminhará ao conhecimento de todos osseus direitos, á independência de todos osseus estímulos, e á emancipação de sua pro-pria consciência.

Sei bem, Srs. alumnos, que roubas ai-gumas horas de repouso diário, para a enfa-donha diversão de vosso espirito na apphc-ção dos sentidos á palavra do mestre, e aoácaracteres impressos no livro. _ _

Mas para esse grande esforço de activi-dade, é certo que obedeceis a uma grandeforça.

E sabeis o que vos arrasta ate estascadeiras de discípulo ?

Eu vos digo : são os vossos senttmen-tos bons, que sobem até o vosso cérebro, edão-vos forças para encaminhar os vossospassos até aqui : são os vossos impulsosnobres, qne sentem-se presos na cegueira daignorância, e procurão a luz: são os vossosbrios, offendidos pela sujeição em que :epretende manter-vos, como inconscientes devossos direitos cívicos, creando-se uma des-igualdade social, que não pôde existir, quedemandão a liberdade.

Tambem sois dignos de louvores.Porque, attendei bem, na sociedade,

bem differente dos Estados em que são afer-rolhadas as liberdades publicas, e levantadasbastilhas á confraternidade humana, a des-igualdade social, não provém de que um sejarico e outro podre,um fidalgo e outro plebeu,mas de que um seja ignorante e outro ins-truido.

Aprendei, instrui-vos, que reconhecereisa final todos os vossos direitos, sereis cida-dáos dignos, e concorrereis então para o me-lhor futuio da pátria.

Estão abertas as aulas.O Director

Francisco A. Pessoa de Barros.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 27

Industria Saecharina,Relatório

Apresentado ao exm. sr. conselheiroRodrigo Augusto- da Silva, ministro esecretario de estado dos negócios, daagricultura, commercio e obras pu-blicas, pela commissão encarregada deestudar a diffusão applicada k cannade assucar —1887.

(Continuação).

SEGUNDA PARTE

(Quesito 1)APPARELHO DE EXTRACÇÃO DO CALDO DE CANNA

DiffusãoA diffusão da canna de assucar é o pro-

cesso da extracção do sueco saecharino damesma canna, segundo o principio dadialyse.

Para tal fim, é a canna cortada em ta-lhadas de 1 a 3 milímetros de espessura eestas collocadas em vasos hermeticamentefechados, onde por, um systema de tubos eválvulas, introduz-seagua, aiim de operar-seo phenomeno osmotico.

Neste sentido, têm sido construídosdiversos systemas de apparelhos de diffusão ;aqui, porém, só trataremos dos que tivemosoceasião de examinar nas fabricas de Bar-cellos e Bracuhy.

Corla-cannasSendo a primeira operação para o pro-

cesso da diffusão o corte das cannas em ta-lhadas, trataremos primeiramente da des-cripção dos apparelhos para tal fim empre-gados.

Dous são os typos de corta-cannas, poremquanto empregados nos engenhos centraesque praticão a diffusão :

A machina mais antiga, de disco verticalcortante, pela primeira vez construída porF. Wamiceck, em Brum, na Áustria, a qualmachina funeciona desde muitos annos noengenho de Aska, na índia ingleza, e noengenho central de Bracuhy, no Brazil.

A segunda, de mais moderna invenção,com o disco cortante horizontal, construídapela fabrica de Sudemburgo-Magdeburgo,na Allemanha, funeciona em Barcellos, noBrazil, e uma outra do mesmo typo, con-struida pela fabrica de Sangerhausen, func-ciona no engenho Sans-Pareil, em Demerara.

Sobre uma outra machina de cortarcannas, introduzida pela companhia Fives-Life, no Engenho Almeria, na Hespanha,differente das que acima referimos, faltão-nos

dados para poder julgar da sua proficuidade >consta,, porém, que a dita companhia jáabandonou esse systema; preferindo o deLudemburgo.

O corta-cannas de disco-vertical, ado-ptado em Bracuhy distingue-se por sua sim-plicidade.

O disco de aço fundido tem lm,440 dediâmetro com uma espessura de 20 millime-tios e é fixo a uma arvore horizontal, de 75millimetros de diâmetro, munida de poliasde movimento, o qual effectua-se por meiode correias e não de engrenagens, sendosua velocidade de 220 voltas por minuto.As facas ou navalhas que effetuão o cortedas cannas são de finíssimo aço de seperficielisa, sendo essas facas affixadas ao caixilhopor meio de três parafusos e o caixilho presoao disco com dous parafusos. O disco contémseis caixilhos cujas facas têm, cada uma deextensão, 370 millimetros.

As cannas são mettidas em uma calhaou bica com inclinação de 38° em relação aodisco e nestas condições vão tangencia-lo,evitando-se com esta obliqüidade que as facastenhão de sofrer a resisiencia total dos nósdas cannas, sahindo, portanto, as talhadasde fôrma eíliptica.

Pôde se abaixar ou levantar as facasnos caixilhos á vontade e portanto regu-Iaris&r a espessura das talhadas, sendo amédia da espessura mais conveniente de2 a 2 1/2 millimetros.

Ha em Bracuhy quatro corta-cannasdeste systema, os quaes cortarão em 1 horade trabalho 15,882 kilogrammas de cannas,isto é, cerca de quatro toneladas de cannaspor corta-cannas e por hora.

As talhadas cortadas cabem sobre umaesteira sem fim, de bor: acha, que as conduza um wagonete, com auxilio do qual se faza distribução das ditas talhadas dos diffu-sores.

As facas que perdem o corte podem sersubstituidas em 5 a 6 minutos e resistembem ao trabalho sem serem substituidaspelo espaço de 24 horas.

Estes corta-cannas são extremamentesimples e sólidos, pelo que não estão expostosa fáceis desarranjos e principalmente livresde engasgamento pelas talhadas cortadas.

O corta-cannas da fabrica de Magde-burgo, o qual funeciona em Barcellos, com-põe-se de um disco horizontal de r,860 dediâmetro com aberturas rectangulares, ondesão collocados os caixilhos munidos de facassem auxilio de parafusos.

O disco é fixo a uma arvore vertical, aqual recebe o movimento de uma arvore ho-rizontal por meio de engrenagens conicas, e

28 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

o todo accionado por correia que recebe omovimento do respectivo motor.

O disco contém 40 caixilhos munidos defacas e estes caixilhos são simplesmenteadaptados nos seus respectivos logares semauxilio de parafusos.

Uma tampa de ferro cobre toda a su-perficie do disco, excepto em tres pontos,onde se achão "os canaes ou conductos de in-troducção das cannas que vem tangenciar oplano do disco em um angulo de 45", sendo,pois, as camadas, cortadas cortadas em sen-tido oblíquo formando-se, portanto, talhadasellipticas como nas outras machinas.

As talhas cabem em uma bica muitoinclinada da qual passão a uma tela sem fimparallela aos diffusores, pelos quaes são dis-tribuidas regundo as exigências do trabalho.

Tendo o disco de facas sobre a super-ficie tres conductos de cannas e sendo essasuperfície de contacto muito maior, isto é,proporcionalmente aos diâmetros, em relaçãoaos corta-cannas de Bracuhy, o seu effeitoútil é também maior que o daquelles.

A' primeira vista parece de vantagemque um só corta-cannas realize todo o tra-balho, mas uma consideração nos faz pro-ferir os pequenos carta-cannas em certo nu-mero, pois que, além de mais simples e, por-tanto, menos sujeitos a desarranjos, se, porventura, um delles soffre um accidentequalquer, os outros continuão o trabalho, oque não acontece com um só e mais poderosoapparelho que, além de mais sujeito a acci-dentes, quando alguma cousa suecede, todaa fabrica se resente.

Além disso, tem o corta-cannas hori-zontal o inconveniente do engasgamento dastalhadas que se introduzem entre o disco e arespectiva tampa ou caixa.

O corta-cannas horizontal, que estu-damos em Barcellos, corta 12,000 kilogram-mas de cannas em uma hora de trabalho re-guiar.

Baterias ãe diffusãoAs duas baterias de diffusão introdu-

zidas no Brazil pertencem ao typo dos pe-quenos diffusores, tendo um diffusor dabateria estabelecida em Barcellos a capa-cidade de 830 litros e Bracuhy 760 litros.

Os diffusores pequenos accelerão o tra-balho da extracção reduzindo ao minimo otempo de demora das talhadas nos diffusores,evitando-se, pois, as causas de fermentaçãona bateria.

Esta vantagem tem, entretanto ,contrasi o inconveniente da grande diluição docaldo.

A razão da grande diluição que se dá

nas baterias de pequenos diffusores expli-ca-se do seguinte modo :

Tanto nas baterias de grandes como depequenos diffusores, o liquido contido noscalorisadores e tubos de connexão escapa áacção osmotica, ora sendo quasi igual a quan-tidade desse liquido tanto naquelles comonestas baterias, porquanto a capacidade descalorisadores e tubos de connexão poucovaria, muito maior será, portanto, a suarelação para os pequenos diffusores.

E' evidente, pois, aue os grandes vasosde diffusão attenuão com vantagem a super-abundância enevitavel de liquido nos vasosaccessorios da diffusão.

Confirmão esta asserção as experien-cias seguintes :

Em Almeria (Hespanha)litros

Capacidade dos diffusores 2,509Numero de diffusores 14Assucar nas talhadas esgotadas. 0,19Densidade do caldo normal 1,0615Densidade do caldo da diffusão.. 1,0405

Em Barcellos (Brazil)litros

Numero de diffusores 12Capacidade dos diffusores 830Assucar nas talhadas esgotadas. 0,18Densidade do caldo normal 1,087964Densidade do caldo da diffusão.. 1,038480

Em Bracuhy (Brazil)litros

Numero de diffusores 12Capacidade dos diffusores 760Assucar nas talhadas esgotadas.. 0.15Densidade de caldo normal 1,07397Densidade do caldo da diffusão.. 1,04006

Nota. — Da comparação dos resultadosobtidos em Rarcellos e Bracuhy, parece áprimeira vista ha ver contradicção, porquantocom diffusores um pcuco menores nestaultima fabrica, obteve-se melhor trabalho,o que, entretanto, explica-se perfeitamentepela maior superfície de aquecimento doscalorisadores de Bracuhy, o que, com effeito,influe grandemente no trabalho da diffusãoque melhor se opera em certo gráo maiselevado de temperatura.

Vé-se , pois, que mais de uma cireum-stancia concorre para o bom êxito da diffusãoe, como pelas experiências já são conhecidasas principaes lacunas, pensamos poder asse-gurar que uma bôa bateria de diffusãodeverá satisfazer ás seguintes condições:

A capacidade dos diffusores deve ser de2 a 3,000.

A superfície de acquecimento dos calori-sadores deve ser de 5 a 7 metros quadrados;

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 29O numero de diffusores de 12 a 15.Com estes elementos acreditamos quese realizará uma êxtracção máxima e obter-se-ha o caldo quasi normal, o que não só seráde grande vantagem na fabricação pela maisrápida evaporação, como tambem para aeconomia do combustível.Os diffusores de Bracuhy são vasoscyhndncos com 0",930 de diâmetro inte-riore l"\120de altura, fechados em baixo

e em cima com tampas equilibradas comcontrapesos para facilitar a manobra.As tampas fochâo sobre juntas hydrau-

licas do systema Dautzenberg.A entrada e sahida do caldo faz-se pelocentro das tampas, tornando uniforme o mo-vimente do liquido no interior dos diffusores.Cada diffusor tem uma válvula de agua,

uma de caldo, uma de commnnicação e maisuma de descarga na tampa inferior.

As válvulas estão collocadas na parteinferior dos diffusores, melhoramento conhe-cido sob o nome de « Patent LadislauGuis.»

Cada calorisador tem cinco metros desuperficie de acquecimento, sendo um paracada diffusor.Em Barcellos, os diffusores consistem

em uma peça eylindrica 1",330 de altura e0,n,863 de diâmetro; na "parte superior dessecylindro é cravada uma peça conica de0 ,130 de altura e 0",620 de diâmetro supe-rior. Sobre esta peça conica é cravado umcylindro de 0n,,150 de altura, formandopescoço, onde vem applicar-se a respectivatampa superior que fecha sobre um annel deborracha com pressão de parafusos.

As válvulas são as mesmas que emBracuhy, com a differença única de seremadaptadas na parte superior do diffusor e defazer a entrada e sahida do liquido pelo ladodeste e não pelo centro das tampas.

torneira de ar collocada na tampa. Fecha-seentão a válvula que dá entrada ao liquidopor baixo e abre-se a que corqmunica o calo-risador com o,diffusor por cima, isto é, inver-te-se o sentido da corrente do liquido. Aomesmo tempo, abre-se a válvula que commu-nica o 1° diffusor com o calorisador do 2o edeste modo o liquido aquece-se na passagempelo 2o calorisador, do qual segue para odiffusor correspondente pela válvula que opõe em communicação com o calorisador ;e assim se opera fazendo transitar o liquidopólos seguintes calorisadores e diffusores atéao ultimo, do qual passa para um deposito deonde é tomado para a fabricação.

O liquido, em sua marcha por essesvasos, vai gradualmente enriquecendo-se econserva-se sempre em uma determinada tem-peratura, porque sem aquecer-se mais noscalorisadores perde o seu calorico em partenos diffusores, como se evidencia da de-scripção.

A descarga dos diffusores é feita, iso-lando-se estes do circuito geral e abrindo-seas respectivas portas.

Moenãas

Operações da difusãoPara effectuar-se a diffusão, começa-se

por introduzir agua em um calorisador efazer-se com que ella passe por quatro oucinco diffusores e calorisadores até aque-cer-se á temperatura de 95° centígrados.Esta agua escôa-se por uma pequena tor-neira que se acha collocada por baixo doultimo diffusor. Quando a agua attinge ánecessária temperatura, fecha-se esta pe-quena tonreira e abre-se a valvuladeintro-ducção d'agua no calorisador do Io diffusor ea válvula de communicação pelo fundo desteque deve já estar carregado de talhadas. Aagua, em virtude da respectiva pressão, sobeno diffusor, atravessando as talhadas atéenche-lo, o que se conhece por uma pequena

As moendas que estudámos fôrão as dosystema La Haye-Brissomieauí de múltiplaspressões.

Estas moendas compoem-se de um con-juncto de 8 cylindros collocados 2 a 2 sobresupportes de ferro fundido. com mancaes debronze e o todo repousando sobre sólidos ali-cerces de alvenaria a que é fixado por meiode poderosos parafusos.

Os 4 pares de cylindros funccionão daseguinte fôrma :

No 1» par, a canna é esmagada; no 2o,soffre uma repressão e ao passar deste parao 3o par, recebe uma injecção de vapor; no3°, o bagaço injectado de vapor soffre novapressão ; na passagem do 3o para o 4o, re-cebe o bagaço uma iujecção de agua e vapor,e no 4" a ultima pressão, cahindo então sobreuma esteira sem fim que o conduz ás forna-lhas dos geradores de vapor da fabrica.

O caldo obtido pela acção dos dous pri-meiros cylindros é tomado por uma bomba eelevado ao respectivo deposito para entrarna fabricação; o do 2o par é tambem tomadopor uma outra bomba e injectado no Io; o do3o é tomado e injectado no 2o, e, finalmente,o do 4o é tomado e injectado no terceiro.

MotorO motor destas moendas é uma machina

de dous cylindros de força de 50 cavallos;as hastes dos embolos accionão um eixo de

30 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

transmissão com manivelas, tendo este umvolante e engrenagens que commandão duasoutras engrenagens, das quaes a Ia accionaos primeiros quatro cylindros das moendas ea 2a exerce sua acção sobre as outras quatrorepousando todas essas peças sobre estradosde ferro fundido e estes sobre alicerces dealvenaria, aos qnaes são fixados por meio defortes parafusos.

Com estas moenlas obteve-se uma ex-pressão de 71,3 % no Engeuho Central Rio-Negro, em Cantagallo, e 76 % no EngenhoCentral Rio-Bonito na Barra, do Pirahy.

TERCEIRA PARTE

O PROCESSO DA DIFFUSÃO

(Quesitos 2, 3 e 4)

A extracção do caldo da canna reduzidaatalhadas faz-se em 12 ou mais diffusores,em virtude do processo osmotico, segundo oqual dous líquidos separados por uma mem-brana vegetal ou animal se diffundem, isto é,procurão igualar-se em densidade, passandosempre do lado do liquido mais denso maiorquantidade do corpo crystalloide em soluçãopara o lado do liquido menos denso, o qual,portanto auginenta de densidade. O caldomenos denso, mo vendo-se de um diffusor aoutro com talhadas que encerrão caldo maisdenso, torna-se pouco a pouco mais denso,como muito bem fica realçado pelas seguintesduas-tabellas (III e IV), que representão atemperatura, os por contos, ou gráos do sae-charometro (aveometro) de Brix, os gráos doareometro de Baumé e a quantidade de assu-car (polarisação) dos caldos dos 10 ou 12diffusores.

TABELLA IIICALDO DE CADA DIFFDS0R

Engenho Centml Barcellos

TABELLA IVCALDO DE CADA DIFFUSOR

Engenho Central Bracuhy

-¦- I- I£ e £ -a .2 ...2pia &3 X £SS BB '£ as ox ¦ JjjS m

¦ °-~~[ 45° 0,4

0,24 0,26¦l 58° 0,13 0,25 0,30

61" 0,67 0,38 0,5573" 1,55 0,88 0,8180" 1,77 1,01 1,0-85° 2,12 1,19 1,4691° 2,97 1,69 2,149<° 4,05 2,30 3,8i9i° 5,67 3,22 5, (0

10 85° 6,70 3,80 6.308'" 9,15 5,19 8,50

12 48° 11,10 6,29 10,20

et O5 «9 «5 . .

8 EE -^ 3 ;Sa SS.5P 3 -""as &f | 3a-a E os I- ç>JE O) _> CQ PQ P.

E->

37° 0,42 0,24 0,3051° 0,63 0,37 0,5067° 1,0:, 0,61 0,7669° 1,51 0,87 0,907. 1.71 0,99 1,3081" 3,03 1,72 2,3086° 4,16 2,36 3,7088° 5,07 2,88 4,3090° 7,38 4,19 6,40

10 85° 9,75 5,53 8,20

Estando cheios todos os diffusores, ocaldo mais denso do respectivo diffusor étirado para o defecador. Este caldo possuetemperatura menor, porque acaba de terestado em contacto com talhadas novas erelativamente frias, de ordinário com a tem-peratura do ar ambiente. O mesmo caldopossue uma densidade menor do que a docaldo normal da canna, porque recebeu algu-ma água, cuja pressão faz mover os caldosde um diffusor a outro no sentido acima indi-cado. A quantidade de água introduzidavaria segundo a temperatura á qual fôr sub-mettido o caldo, quando passa pelos calorisa-dores.

Sendo a temperatura maior, o caldo dedefecação (calda tirada do diffusor para odefecador) approxima-se muito á densidadedo caldo normal; esta temperatura, porém,nunca deve exceder de 99° centígrados.

Essas tabellas aceusão para a diffusãoem Barcellos as temperaturas máximas de85° a 90° em quatro diffusores (7, 8, 9 e 10)emquanto em Bracuhy foi de 85° a 92" e ásvezes de 95 em cinco diffusores (6, 7, 8, 9 e10) como na experiência feita em Java. E'parcialmente devida e estas temperaturasmenores empregadas em Barcellos a maiorquantidade de água introduzida no caldonormal, a saber, 116 %, emquanto em Bra-cuhy somente introduzirão 71 % e em Java20 % de água. A quantidade de água, por-tanto pôde ser reduzida a um mínimo, ha-vendo muita attenção no trabalho da bateriade diffusores de modo que a temperatura emalguns diffusores se conserve sempre de 95°a 97°.

Obtem-se praticamente caldos commenorquantidade de água, diminuindo a quanti-dade de caldo tirado para os defecadores. Na

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 31

Allemanha introduzem no minimo 40 % deagua ao caldo normal. Na tabeliã seguinteencontrão-se as médias dos resultados obti-dos emBracuhy (1), Barcellos (2), Allemanha(3) e Java (4):

Agua Introd.Brix Polarls. í^ucclente Differença d pureza

Caldo nonnsJ... n, 9 v-, 5 9\ 6 , „, . , , 0» a defecar, 9,>:8 <j-,r.:t «5 4 i <•> *> 8

Uldjj norma!., ii,04 18,62 88,47 ,.„„,. ,„¦»» adelecar.. 9,16 _,-._ 87,90 L " '"' "+"'0'.

Caldo normal.. 16,5 13,53 86,8* ... „ .. „i> a defecar.. 1!, 9,97 88,6* " '¦"' ' *' N4

Caldo normal.. 19',00 16,94 89,'6 , ......» adefeear.. 15,98 14,85 9.',b0 "> T'í>1'1

Importante é também que os appa-relhos thermometricos não sejão tão sujeitosa se quebrarem, como os thermometros demercúrio em Barcellos. Superiores e excel-lentes neste sentido são os thalpodasymetrosempregados em Bracuhy, apparelhos seme-lhantes ao manometro de Bourdon, queaccusão as temperaturas pela maior oumenor pressão dos vapoies do ether.

Todos os effeitos, maior densidade decaldo e menor quantidade de agua introdu-zida, ficão realçados pelas analyses dos cal-dos a defecar, que vem da bateria de diffu-sores e que estão representados nas seguintestabellas Ve VI.

TABELLA V

CALDO DA DIFFUSÃO

Engenho Central de Barcellos

TABELLA VICALDO DA DIFFUSÃO

Engenho Central Bracuhy

6 \ a)

89

1011

Média.

11,4010,1610,118,..9,109,60

10.079,86

¦7,668,249,75

6,165,785,724,655,165,415,7.5,614,?74,655,55

9,40

9,39,19,06,98.08,59,38,067,37,98,-.

5,30 1,3-7,

81,689,689,083,987,988,592,181,095,395,884,1

87,9

Quociente de pureza verdadeira. VideStammer, Zucker fabrikation., pag. 326—1874.

. o

' _- ¦ «

o__? , i S* a Í£ **o ¦ % ¦« B

g g -i 5L_ _______ o12 l o 20 10.00 5,67 9,07 90 713 I S 23 10,00 5,67 ! 9,50 95,014 ! = 24 9,78 5,55 9,50. 97,215 \ £ :5 10,08 ¦ 5,72 j 9,90 98,216 ! % 25 10,37 5,89 10,00 96,117 26_ 9,70 5,50 9,20 91,8

Média... 9,98 5,66 9,5.*/,,' 95,1"

Em Bracuhy este caldo a defecar possuepor média 9,5% de assucar ou 9,98° Brix5",G Baumé (peso especifico—1,04006),tendo o caldo normal 16,5% de assucar ou17,9 Briv=9°,9 Baumé (peso especifico=1,07397) e em Barcellos sé conseguio só-mente um caldo a defecar com 8,3 % deassucar ou 9,5° Brix=5",3 Baumé (pesoespecifico^],03848), sendo o caldo normal(I) muito mais saccharino do que em Bra-cuhy, a saber, com 18,6% de assucar ou21° Brix—11°,6 Baumé (peso especifico^1,087,78). Em Java conseguirão com 16diffusores um caldo de 35,98 Brix—8°,9Baumé ( peso especifico = 1,0655 ) com14,85% de assucar, sendo o caldo normalde 19° Brix—10",5 Baumé (peso especifico=1,07884) com 16,94 % de assucar, o queeqüivale á introducção de 20 % de agua aocaldo normal. (Vide tabeliã VII).

TABELLA VIICALDO DE CADA DIFFÜS0R

Esperiencia em Java

|Numero Peso Assucar Ido I Brix Baumé Pureza

diffiisor! especilico °/0,

I 0.20 0.11 1.0007 0.14 73.680.65 0.36 1.00.'5 0.43 80.68

:i 1.55 0.55 l.eoiiO 1.;J2 ! 82.503.08 1.70 1.0120 ¦ 2.46 8..504.33 2.40 1.0170 3.95 89.326.08 3 40 1.0210 5.65 92.298.78 4.90 l.OaõO 8.02 91.1211.41 6.30 1.0t60 10.35 90.1.11.00 7.80 1.0570 12.77 91.21

10 14.70 8.15 1.0600 13.5) 91.1211 14.70 8.15 1.06U0 13.09 SJ0.0712 14.92 8.B0 1.0610 13.61 90.7.113 15.18 8.40 1.0620 13.75 90.4511 15.18 8.40 1.0620 13.86 91.1215 15.86 8.80 1.0650 14.85 93.4016 15 98 8.90 1.0655 14.85 92.80

(1) Este caldo representa a media de 30 analyses docannas que entrarão na fabrica.

32 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

De tudo resulta que em Bracuhy o tra-balho com a difusão foi superior ao methodoempregado na bateria- provisória em Bar-cellos, mas que ainda não attingio os resul-tados obtidos na Allemanha e em Java, bemque se torne necessário de alcançar, particu-larmente em Barcellos, este resultado, por-que ahi ha falta de combustível como emmuitas regiões do Brazil.

Sendo os difusores maiores (de 20 hec-tolitros), isto é, com capacidade de vencerem 24 horas, pelo menos, 250 a 300 tonela-das de cannas, não será tão difficil de intro-duzir somente 20 ou 40 °/0 de agua ao caldonormal, ou de produzir caldo quasi igual aonormal, em vez de quasi duas vezes, comoem Bracuhy, ou de tres vezes esta ultimaquantidade como em Barcellos.

A qualidade do caldo não ficou peior,isto é, a quantidade de substancias nãosaccharinas não cresceu, e logo não offerecemaior difficuldade aos trabalhos de purifica-ção (defecação e saturação), porque a menorpureza dos caldos a defecar em Barcellosainda não pôde servir de argumento contraeste facto, visto ser tão pequena essa diffe-rençá (0,46). Pelo contrario, tem-se obtidoem Bracuhy e Java um caldo muito maispuro do que aquelle conseguido pela ex-pressão por moendas.

QUARTA PARTE

PURIFICAÇÃO do caldo

Defecação e saturação

Quesitos (5, 6, 7 e 8)O caldo da canna, naturalmente ácido,

em virtude dos ácidos orgânicas que encerra,defeca-se com pouca cal, a saber: 0,3 a0,5 °/o calculado sobre o peso das cannas,quando na fabrica não ha meio de precipi-ta-la, com o fim de neutralisar os ácidos,decompondo-se também os saes respectivos,e destruir os albuminoides, amidos e algumaparte das substancias corantes. A praticaensina ser a cal hydratada o melhor meiopara conseguir-se uma bôa defecação. O maissimples reactivo empregado para conhecer seo limite da defecação é o papel vermelho detournesol, que, no caldo defecado, devetornar-se ligeiramente azulado, isto é, pos-suir nma ligeira alcalinidade, para que aevaporação no tríplice effeito se opere semdifficuldade.

Existindo na fabrica os apparelhos ne-cessarios à producção e emprego dos ácidoscarbônico ou sulphuroso, tem-se conseguido,como em Bracuhy, um excellente resulado,

empregando-se 0,75 a 1 % de cal na de-fecação.

O caldo defecado e saturado com ácidocarbônico filtra-se bem e facilmente nasprensas de filtrar (filtro-prensas), tornan-do-se absolutamente límpido e brilhante comcôr de ouro.

Havendo o tempo necessário para essafiltração, isto é, existindo um numero suffi-ciente (6) de filtro-prensas, a torta (residuo,escuma), na câmara destes apparelhos, tor-na-se bem dura, encerrando, então, muitopouco caldo.

A seguinte tabeliã apresenta as analysesdo caldo saturado.

TABELLA VIII

CALDO SATURADO PELO ÁCIDO CARBÔNICO

Engenho Central Bracuhy

oai **_¦¦ j£

Z '-> ei %u >. .--;.—." «D C3-__ u -ri, «aj n= ¦0 2 N rt .-5 c*3 £S, < X S j ' I £

20 9.75 !|_5.52 9.0 92.3

o 23 9.20

: 5.21 8.5 92.3'¦>

f 0.50 I 5.38 9.1 96.6

</) . 25 9.87 j Õ.59 9.1 92.2

5 9.91 5.67 9.1 92.1

| "| I

. Media 9.61 I 5.56 8.96 92.91 !

ZootechniaAlimentação dos animaes das linhas de bonds

em Inglaterra

NORTH METROPOLIT

grammasMilho 6;ooOAveia 1,400Favas 450Ervilhas 450Feno cortado 3,200Palha cortada 1,400

12,900

^1£^ÜXIUAD0ÍT DA INDUSTRIA NACIONAL 33

LONDON,,.„ grammasMilho 3,200Aveia 1,400Ervilhas .....'..... 1,400Feno 5,45oPalha 450

'- 11,900

LONDON STREET

,,.,, grammasMilho 5,450Aveia 1,400Favas 450Farello 450Feno 5,000

12,750

SOUTH LONDON

grammasMilho.. 3,200Aveia 3,200Favas 450Feno 5,000Palha 1,400

13,250

Para um cavallo de trem e de grandetalhe, executando um trabalho penivel econtinuo, durante nm certo numero de horaspor dia, convém uma ração de 8 kilogram-mas de feno, uma quantidade de palha cor-tada, com 8 kilogrammas de aveia e 1 ou 2libras de favas ou ervilhas.

O peso da matéria secca consumida pornm cavallo de trem, de talhe médio e embom estado, e submettido a um trabalho mo-derado, regularmente nutrido e bem alojado,sendo os alimentos de bôa qualidade, é de13 kilogrammas, 150 a 15 kilogrammas 40por dia, formando a palha e o feno os dousquintos do peso.

Era uma coudelaria dirigida por Mr.Reyvolds elle administrava as seguintesrações diárias:

Milho, 4 kilogrammas e 500 grammas.Favas ou ervilhas, 2 kilogrammas e 250

grammas,Aveia, 900 grammas.Farinha de aveia e linho, 600 grammas.Feno, 4 kilogrammas e 700 grammas.Raizes e herva, 1 kilogramma e 400

grammas.O milho, as favas o farello e o feno for-

mavão a base da alimentação.A aveia e a linhaça erão dadas aos ca-

vallos doentes ou delicados. A farinha deaveia era servida â maneira de caldo na

oecasião que voltava do trabalho para a man-gedoura.

No outomno e no inverno partiá-se omilho e servia-se cru, exceptuando duasvezes por semana, que os aLmentos soffriãoa acção do vapor para o repasto da tarde.

O feno era dado cortado e de misturacom o milho, sendo duas libras deste postasna mangedoura.

BIRMINGHAM

,,.„ grammasMilho 2,700Aveia 4,500Favas 1,900Palha cortada 5,450

•¦M

14,460LIVERPOOL

grammasMilho 5,400Favas 1,800Feno cortado 6,350Farello 0,450

14,000MANCHESTER

grammasFavasAveia 6,800Milho )Feno 6,800

13,600ÜLASGOW

grani masAveia 2,700Milho 5,000Feno 3,850Palha 450Farello 225

12,225ED1MBURGO

grammasAveia 3,400Milho 1,800Favas 1,800Feno 6,350Farello *. 900 *

Sl-iL

14,450DUBLIN

grammasMilho 6,350Aveia , 1,400Feno 5,400Farello 225

13,375? * ' S.

A

'SS, ."«¦>¦'

¦¦

¦ '

34 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

CAVALLOS DE CARRUAGEM

Trem ligeirogrammasMilho 4,500

Feno 5,400

CAVALLOS DE TROPAgrammas

Aveia 4,500Feno 5,400

afrossura oe alguns

por seu

AgriculturaA Seringueira

(descripção geral)A seringueira (Syphonia Cachucha) ou

chiringa em lingua geral, é uma arvore alta,perpendicular, de copa pouco frondosa, cresceo vive nas várzeas entre uma arbori&içãodensa e perpetua, verdura ; sua altura mediré de 20 a 4o metros, tendo emdiâmetro máximo de um metrocentrimetros, ponéin, ua generalidade o" seudiâmetro é menos de metro, sua folhagemimita ao longo a folha da manivaalongamento, divisão e cor.

As folhos cahem todas durante o mez deSetembro (verão), porém, deutro de 15 diasveste-se a arvore de novo.

As sementes são mui semelhantes ás damamona (carrapto), sendo, porém, maiores, econtém óleo do mesmo modo. A arvore é lei-tosa; de seu leite prepara-se ao fumo de cocoa seringa, matéria elástica, bastante conhe-cida no Brazil e ein todos os mercados daEuropa e da America do Norte, tomando onome de borracha por causa de sua fôrma.A infinidade de empregos e applicações dadasa esta matéria pela industria a tem tornadocara e preciosa, de uma procura constante ecrescente, de modo a conservar um altopreço nas praças do Pará, New-York, Li-verpool, Londres, Havre e Hamburgo.

A sua extracçao é hoje considerada umainsdustria nova e é uma nova fonte de ii-queza. Toda a bacia amazônica é extensa-mente povoada desta preciosa arvore.

Os rios Madeira, Juruhá, Xingu. Purtise outros alimentes do Amazonas estão sendoexplorados e trabalhados com vantagem.O Puiús, um dos maiores affluentes do ria-mar, por sua extensão de mais de 60(1 léguas,com muitos e lagos, é muito rico, e grande-mente cheio desta arvore, que pôde ser cha-mada-arvore de ouro. Cada trabalhador(homem ou mulher) pôde diariamente colher

A maior ou menor quantidade de tra-balho depende, da riqueza das arvores e demuita actividade e presteza do trabalhador.

Adubos para culturasMilho. — Activa-se vantajosamente o

desenvolvimente e producção do milho qua-ra2Í<7o,semeando-o em linhas distanciadas de0'°,40 umas das outras e fornecendo-lhes, porhectare, 100 kilogrammas de stiperpliosphatocalcareo, 100 de sulfato de ammoniaco e 100de chlorureto de potássio.

Pota=saA potasst, prepondera na cultura da

vinha e da batata.Na cultura do tabaco, do trevo, das le-

guminosas, da beterraba, a potassa figuralogo depois do ácido phosphorico e do azoto.

Na cultura dos cereaes não se pôde dis-pensar a potassa, sem enfraquecer o cauledas plantas e dispo-las a deitarem-se.

Em todas as culturas em que se em-pregão os sttperphosphatos e os saesazotadosé imprescindível a potassa.

De todos os saes de potassa o que me-lhor convém á cultura é o sulfato, por quecontém oalcalino uo estado o mais assimilávelpela planta.

O ácido sulfurico decompondo o húmus,'torna solúveis os elementos fertilisantes, cal-ca -eos o azotados que existiâo no solo, alémde fornecer a este a potassa livre, com aqual se achava combinado.

O chlorureto de potássio não •convémpelo chloro que ataca ás plantas e pelo salmarinho, chlorureto de sódio, com os quaesse acha unido.

O sulfato de potassa contém:Ácido oxygeneo 4,593Patassa 5,407

Somma 100,00

Industria lacionalA. 132.—Memorial descriptivo acompanhando um pe-tntto de privilegio, durante lõ annot, no Impériodo Brazil, para matéria nora apropriada paracnnslrucçnes e modo tle ftibricii-la. Invenção dei liar les CtirrollGilmtn, de Etdora.Ioix a, Estados-t n,dus.

O objecto desta minha invenção é pio-duzir uma matéria nova apropriada paraconstnteções, e que, só ou em combinaçãocom outras substancias, pôde competir van-ttijosameute com o tijolo, a pedra e os vi-gamentos.

Consiste a invenção em misturar mate-lüüzTiii!^*"' tai"saas «¦"*?!~ • ;3sí:firssspela addição d'agua em proporção e maneiras

O AUXILIADOR_DA_INDUSTft.TA NACIONAL 35determinadas e em um tratamento subse-quente que dá como resultado um produeto debarro poroso. As matérias primas que entrãona composição deste produeto são a argilla oumarga argillosa, a palha ou matéria equiva-lente cortada em pequenos fragmentos ematérias vegetaes granulosas, como, porexemplo, a serradura. A argilla ou margaargillosa fórma a base da composição emtodas as phases da fabricação, menos aultima em que todos os outros ingrediantessao eliminados, ficando então a argilla comoo resíduo ou produeto final. A palha, ou seuequivalente, cortada em pequenos fra-gmentos, fornece ao produeto uma matériahbrosa na segunda e terceira phase da fa-bricação, servindo para liga-lo. A serradura,ou matéria vegetal-grauulosa que se incor-porá abundantemente na mistura serve decombustível para cozer a argilla, ficando apalha e a serradura destruídas pela com-bustão na quarta phase da operação, depoisde tornar cellular ou porosa a argilla cozidaque constituo o produeto final. São neces-sarios cinco processos ou períodos separadose distinetos para converter as matériasprimas acima mencionadas no produeto per-feito, a saber: misturar, espremer, seccar,cozer e trabalhar o produeto.. As manipulações das matérias primas eseu tratamento subsequente se podem des-crever como segue:

Como argilla de qualquer espécie, sendode notar que, no caso de estar arenosa, deve-se desembaraça-la da arêa, e triturando-apor qualquer processo usado para este fim,reduzo-a em um estado de pulverisacão.No maior numero de casos, as argillas desuperfície são preferíveis ás argillas de oleiroou kaolin, como se diz, por serem as pri-meiras communs em todos os paizes, e pode-rem se trabalhar mais facilmente e se cozercom menos calor. Addiciono á argilla as ma-terias vegetaes acima mencionadas, em pro-porção que varia segundo o produeto quedesejo obter, e sua applicaçao especial.Quando se precisa de peças compridas, comotransou vigas de tres metros de extensãoe mais (que se podem, aliás, fortalecer pararesistir ás pressões trausversaes por meiode ferro fundido, vasado depois da com-bustão nas aberturas longitudinaes for-madas pelo molde ou « die », quando a mate-ria está no estado plástico), emprego namistura fibrosa vegetal somente, como, porexemplo, palha ou sen equivalente, cortadaem fragmentos de 5 a 8 centime ros. Podem-se deitar pregos também na matéria, porém,nesse caso, não é susceptível de se trabalharpelos processos communs. Quando se deseja

um produeto de grande porosidad? que sepossa trabalhar, depois do cozimento, com osmesmos instrumentos que servem para a ma-deira, matérias vegetaes granulosas somentese devem empregar na mistura, se não sepuderem obter facilmente as de naturezafibroza. As misturas que devem dar comoresultado produetos intermediários, em forçae porosidade, entre esses dous extremos,obtêm-se variando as quantidades de matériavegetal de uma ou de amba,s as matériasmencionadas. Por exemplo, para ombreirasde porta, barrotes, pilares, trancas paravias-ferreas e construcções análogas (que sepodem fortalecer com ferro fundido, e sepenetrar por meio de pregos, duas partes depalha e uma de argilla, em volume, são pro-porções convenientes.

Para os blocos destinadas a formar aparte exterior dos muros, e que, antes deserem levantados, devem-se revestir com umacamada fina de cimento ou estuque, afim deos proteger contra a humidade, ou para asobras por baixo do solo, como pavimentos,calçamentos, isolações electricas, revesti-mentos de túneis, etc, impregnadas comasphalto fervendo, a formula que recommendoé : duas partes, em volume, de argilla, duaspartes de serradura e uma parte de palha.Para as chaminés, os canos de chaminés,forro de tectos em que se devem pregarardosias, ou hão de receber um revestimentode cimento, metal ou asphalto, assim comopara columnas e obras interiores, paredesde divisão, forro ou revestimento dos murosexteriores, forro dos assoalhos, e outrasespécies de obras sobre que é convenienteapplicar argamassa com a trolha, a melhormistura compõe-se de duas partes de argillae tres de serradura em volume com pequenaquantidade de palha.

Para revestimentos de caldeira, tampasde tubos de vapor, pranchas de filtrar e re-vestimentos de cofres e adegas (podendo-seneste ultimo caso injectar-se a matéria ounão com saes de águas crystallinas), a mis-tura conveniente contém até duas partes deserradura contra uma de argilla em volume:deitando-se-lhe, ou não pequena quantidadede palha. Os produetos das duas ultimasmisturas mencionadas acima se podem tra-balhar com serrotes ordinários e ferramentascortantes e supporteo bastante os pregos. Asmatérias argillosas e vegetaes tomadas emproporções convenientes para o uso que setem em vista, como acabo de descrever, mis-turão-se intimamente (acerescentando-se-lheagua em quantidade sufficiente para tornar acomposição plástica), por qualquer dos pro-cessos usados na fabricação dos tijolos.

36 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL '

Obtem-se assim homogoneidade na. massa,condição essencial quando si deve trabalhar oprodueto depois do cozimento. O methodo,porém, que recommendo, consiste em medire distribuir igualmente uma sobre a outra asmatérias argillosase vegetaes preparadas emcamadas de numero proporcionado ao pedidoprovável do produeto final, e que depois seborrifão com água.

Uma pilha assim composta de camadasalternadas molhadas pôde chegar á alturade um dous ou mais metros, e, quando aca-bada, deve-se cobrir com panno grosso parasacos, tapetes velhos, etc, bem molhados,para impedir a evaporação, e assegurar igualdistribuição da humidade em toda a massa.Deixa-se ficar neste estado 48 horas oumais.

Utilisão-se dous princípios de pressão naformação dos produetos de argilla; a saber :a compressão e a espremedura. Empregão-seas machinas do primeiro systema para enchermoldes fixos com argilla plástica; e assim sefabricão os tijolos, as telhas, os azulejos eartigos semelhantes. As do segundo systemaservem para espremer a argilla em movi-mento, impellindo-a com grande força portubos ou canos. Emprego prensas deste ul-timo principio para amoldar minha mistura;algumas vezes, porém, trata-se de certosproduetos que não se podem obter desta ma-neira ; e neste caso, comprimo á mão a ma-teria plástica com molde da fôrma desejada.Se a pilha preparada, como se disse acima,estiver á distancia conveniente da prensa,seu conteúdo lançar-se-ha directamente nellapor meio de pós; no caso de ser a distanciamuito grande, a composição pôde ser levadaaté. á prensa por uma correia sem fim, sendotirada do todo da pilha por trabalhadores ar-mados de pás bem afiadas, que cortão decima para baixo secções finas pelas camadasalternadas até ao fundo, tomando cuidado demisturar os ingredientes que compõem as ca-madas intermediárias, agitando-os ligeira-mente com a pá antes da mistura chegar áprensa. Esta ultima, que pôde ser da varie-dade chamada broca (auger), consiste em umgrande cylindro de ferro montado horizontal-mente, e de fôrma ligeiramente conica na suaextremidade recebedora, onde está collocadauma tremonha que recebe a carga que se di-rige para outra extremidade ou extremidadeentregadora do cylindro, a qual está fechadapor um molde seguro por ferrolhos, e que sepôde facilmente remover e substituir poroutros de modelos differentes. No seu interiorajusta-se um parafuso ou broca cujas roscasestão atadas a um eixo de revolução hori-zontal, e que trabalha na direcção da extre-

midade entregadora da prensa com um an-guio de 30 gráos. Impellida para diante pelarotação do parafuso, a mistura, não somentetorna-se plástica, na sua passagem, .comoainda está comprimida com grande força, eesta compressão augmenta consideravelmentequando vem a encontrar a resistência domolde. O attricto ou fricção que se produzassim obriga as partículas fibrosas a se disporlongitudinalmente, em direcção parallela como eixe da extremidade entregadora.

O conteúdo do cylindro passa pelo moldede redor delle, e sahe sobre uma mesa derecepção sob fôrma de uma columna compactabem comprimida, correspondente á fôrmado molde. A'medida que esta columnaavançacom movimento uniforme constante, um ope-rario divide-a em pedaços do comprimentodesejado, que são levados para os secca-douros.

Quando a mistura consiste somente empalha e argilla, estes pedaços podem tero comprimento de tres metros ou mais; equando se compõe somente de serradura eargilla, de 35 a 55 centímetros. Entrandona composição argilla, serradura e palha, ospedaços cortados podem ter um comprimentointermediário entre áquelles, variável se-gundo a proporção de matérias fibrosas dacomposição.

Seccadura.— Os blocos assim comprimi-dos se podem seccar, quando o permittem oclima e a estação em alpendres ao ar livre, edurante o inverno, no interior da fabrica pormeio de uma fonte de calor artificial. Aocontrario dos produetos frescos de argillapura, os blocos não se torcem nem se rachãopela applicaçao súbita do calor, mesmo fi-cando submettidos, á sua sahida da prensa,a uma temperatura de oitenta gráos centi-grados (80°).

O tempo necessário para se seccarem ar-tihcialmente regula de 24 a 48 horas, e aoar livre, de 60 a 100 horas em condições fa-voraveis.Cozimento. — Como cada bloco ou peçado produeto contém bastante matéria vege-tal para, sendo inflammada, cozer a argillacontida na mesma peça (isto é: quando se em-

prega na composição serradura, e não só-mente palha), o produeto, uma vez secco,póde-se cozer em qualquer sorte de forno detiragem inferior ou superior. E' preferívelentretanto, o emprego do forno de tiragemsuperior usado para cozimento dos tijoloscommuns para construcções. Dispõe-se nosorifícios do fogão quantidade sufficiente decoke, carvão de pedra ou lenha, para bemabrazar o conteúdo do forno, seguindo-se

«#

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 37logo uma combustão gradual das matériasvegetaes. Quando o contendo do forno, ob-servado pelas aberturas destinadas a estefim, vê-se em estado de incandescencia, fe-chão-se hermeticamente todas asboccasdetiragem, regulando o fogo pela admissão dear por pequenosorificios. Deve-se manter umcalor rubro-cer. ja não superior a 510° cen-tigrados, até cessar completamente a com-bustão, e somente abrir o forno depois,quando estiver completamente resfriado.

Seguindo-se este processo, todo o con-teudo do forno achar-se-ha igualmente cozidoe da mesma côr.

Trabalho ão proãucto.—Toás,s as mistu-ras contendo sessenta por cento ou mais deserradura podem ser trabalhadas com serrasordinárias e ferramentas que servem paramadeira, depois do cozimento ; não é, porém,

para sersempre necessário este trabalhovendável o produeto.

A materia cuja fabricação tem sido de-scripta acima, constitue um produeto maisbarato que os tijolos commns, mais ligeiroem peso de cincoenta a setenta e cinco porcento, e notável por suas qualidades nãoconduetoras do calor, do frio, do som e daelectricidade. A propriedade de attracçãomolecular faz com que a argamassa e os ci-mentos adhirão-lhe com solidez, e aquella deattração capillar (porque elle attrahe osfluidos como uma torcida de algodão), é causaque elle absorva a humidade e a evapore nográo mais elevado. Em seu estado naturalo prodncto serve admira velmente para fil-tração e refrigeração ; combinado com as-phalto, torna-se impermeável, e quando nãocombinado, está inteiramente indestructivelpelo fogo, os ácidos e acção do tempo.

Em resumo: reivindico como pontose caracteres constitutivos da invenção :

1." O aperfeiçoamento na arte de fabri-car obras de barro porosas, que consiste emmisturar argilla com materia vegetal, espre-mer a mistura em uma prensa, seccar amesma mistura e queimada em um forno,substancialmente como foi descripto ;

2.° O aperfeiçoamento na arte de fa-bricar obras de barro porosas, que consisteem misturar argila com matéria vegetal, es-premer a mistura em uma prensa, seccar amesma, queimal-a em um forno e, finalmente,dar-lhe com ferramentas cortantes- a fôrmadesejada, substancialmente como foi des-cripto ;

3.° O aperfeiçoamento na arte de fa-bricar obras de barro porosas, que consisteem misturar argilla com materia vegetalfibrosa, cortada em pequeuos fragmentos es-

I premer a mistura em uma prensa, seccar amesma, depois, e queima-la em um fornosubstancialmente como foi descripto ;

4." O aperfeiçoamento na arte de fa-bricar obras de barro porosas, que consisteem misturar argilla com cerradura e materiavegetal fibrosa, cortada em pequenos fra-graentos, espremer a mistura em uma prensa, ¦seccar a mesma depois, e queima-la em umforno, substancialmente como foi descripto;

5.° O aperfeiçoamento na arte de fa-bricar obras de barro porosas, que consisteem misturar argilla com materia vegetal li-brosa, addicionando-lhe ou não outra ma-teria vegetal, e espremer a mistura em umaprensa em que os fragmentos de palha sãoforçados a se disporem parallelamente umao outro, e ao eixo da prensa, substancial-mente como foi descripto ;

6." O progresso na arte de fabricarobras de barro porosas, que consiste em mis-turar com argilla ou com uma mistura de ar-gilla e serradura, uma quantidade sufficientede palha ou matéria equivalente, cortadaem pequenos fragmentos, para prevenir qual-quer torsão ou racha na operação de seccara mistura, substancialmente como foi des-cripto;

7." Um produeto poroso de barro emblocos grandes, formados pela mistura deargilla, serradura e palha, espremendo-se amistura em uma prensa e queimando-a de-pois,substancialmente como foi descripto;

8." Um produeto poroso de barro ca-racterisado por poros, cellulas ou orificioslongitudinaes, formados pela eliminação porcombustão de matérias vegetaes encarce-radas na mistura, substancialmente como foidesesipto; •

9.° Um produeto poroso de barro, fa-bricado pela mistura de argilla, serradura epalha, espremendo e queimando-se a mesmamistura, e cortande finalmente o produetocom ferramentas afiadas, substancialmentecomo foi descripto;

10. Um produeto poroso de barro, fa-bricado pela mistura de argilla e materia ve-getal, espremendo-se depois a mesma emuma prensa e, finalmente, queimando-a emum forno, substancialmente como foi de-scripto.

Rio de Janeiro, 10 de Janeiro de 1887.— Como procurador, Jules Géraud.

38 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Industria FarinheiraMoinhos no Rio de Janeiro

O relatório do cônsul austro-hungaro noBrazil, publicado nesta Revista, em 25 de.. Setembro passado occasionou uma certa in-

quietação nas. grandes companhias fari-nheiras da Hungria pelo receio de que,do nascimento da industria farinheirano Brazil, resultasse uma terrível com-petencia á grande exportação de farinhaque faz o jmperio Húngaro para o Brazil,receio que julgamos fundado principalmentese os brazileiros, em vez de procurarema Inglaterra e os Estados-Unidos, montaremseus moinhos, segundo o novo systema austro-húngaro, pois para combater a importaçãoque tantos milhões custa ao Brazil, convémvalerem-se das mesmas armas, isto é, em-pregar exactamente as machinas e os pro-cessos austro-hungaros.

Um importante jornal de Budapest dizque o trigo do Prata, que é o trahalhado noBrazil, contém muito pouco glúten e por issose torna impossível obter-se farinha compa-ravel á da Hungria e nem ao menos a dosEstados-Unidos, farinha que na actualidadeinunda os mercados brazileiros.

Como já o dissemos, não acreditamos queo glúten entre em pequena quantidade notrigo do Prata e para prova basta lembrarque no território argentino se achão traba-lhando, ha annos, moinhos austro-hungarosque empregão trigos do Prata, produzindomagníficas farinhas que em grande quanti-dade são exportadas para o Brazil.

Uma onça de factos, dizem os inglezes,vale mais do que uma libra de theorias,sendo isto o que realmente se dá no casovertente, pois que as farinhas do trigo argen-tino competem no território brazileira comas do Estados-Unidos e da Hungria.Podemos, desde já, observar acercadeste assumpto que o Pester Lloyd, impor-tante órgão de Budapest, admitte que a fa-nnha preparada no Rio de Janeiro fica livredo risco de soffrer alterações pela larga tra-

yessia do mar, como acontece â dos Estados-Unidos e da Hungria.Esta opinião do Pester-Lloyd é consi-derada absurda pelo—Noticias de Ia Mola-nena Húngara--que sustenta com firmezamelhoramento da farinha pela travessia domar, apontando como exemplos as farinhashúngaras que são remettidas para a Françaeas dos Estados-Unidos para a Inglaterra.'Acreditamos verdadeiro este modo de

pensar. Em cjrcumstancias normaes a farinhaaustro-hungara não se altera, melhorandomesmo na viagem que faz de New-York

para Londres, sendo porém necessáriolembrar que esse trajecto não se acha nasmesmas condições do que se verifica naslatitudes tropicaes, porquanto a farinhasoffre sob a influencia do calor e da humi-dade que reinão nas regiões equatoriaespelas quaes tem de atravessar a farinhaeuropea antes de chegar ao Rio de Janeiro.

(Ind. Harinera Moderna n. 154).

Industria, viniferaOs vinhos da Hespanha(Revue scientifique )

As ultimas estatísticas estabelecidas"em 1885 pelos conselhos provinciaes de agri-cultura fixarão em 1,695,402 hectares a ex-tensão total dos vinhedos hespanhoes ou antes1,800,000 hectares, attendendoa que muitoscultivadores não são exactos em suas infor-inações com receio do augmento de imposto i.A França, aetualmente, não é maisnoa em vinhedos porque de 2,000,000 dehectares que possuía 600,000 estão ata-cados pelo phyloxera.

Quanto ao rendimento do vinho em he-ctolitros relativamente a cada hectare não hanada de positivo, parecendo ser de 8 hecto-litros por 100 cepas plantadas a 7 pés dedistancia (Malaga); 32 hectolitros por 1300pés de vinha por hectare (Madrid).A época das vindimas varia segundo aszonas, do fim de Agosto a 28 de Outubro.

A uva é despencada e pisada a pésquasi sempre calçados.O gráo alcoólico não excede de 12 a 13salvo para alguns typos excepcionaes dosvinhos hcorosos que attingem 18,20 e mes-mo 21 gráos.

França é a melhor freguezada Hespa-nha; em 1886 importou deste paiz 6 167 539hectolitros de vinho commum. ' '

O preço dos vinhos subirão em Hespa-nha tao rapidamente como as exportações.De 10 e 12 francos por hectolitro chegoua 19, media dos vinhos ordinários.A' medida que a cultura da vinha tor-non-se remunerativa os cultivadores come-çarao por melhorar os seus produetos; en-tretanto. alguns começarão recorrendo ameios pouco recommendaveis, como seja en-tre outros o da alcoolisação; para o que se-prado parece, somente em 1886 a Hespanhaque nao consome álcool em grande quanti-dade, importou da Allemanha 1,020,595hectolitros desta substancia.

¦¦•¦.;.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 39

Noticias IndustriaesAcção corrosiva dos cimentos sobre cs metaes

Para conhecer o modo de agir dos ci-mentos sobre os metaes Mr. Frautwine em-pregou em suas experiências o cimento dePortkmd, de Granville, o inglez e o gessosimples ou de mistura com os cimentos refe-ridos.

Dando a todas as misturas a consisten-cia do cimento romano guardou-as em logarelevado livre de toda a humidade e pelotempo de dez aunos. "

As peças de metal postas nesta prepa-ração tendo uma parte imergida e outra livreconsistião em cravos de ferro, alguns galva-nisados, fios de arame flexível de ferro, plan-chetas de latão e zinco, arame de cobre e cy-lindros sólidos de chumbo de 3/8 de diâmetro.

O resultado obtido no fim dos dez annosfoi o seguinte: todos metaes postos em ci-mentos puros não se alterarão, assim como osque se achavão no gesso simples ; á excepçãodos cravos galvanisados que se achavão emes-tado de oxydação bem como todos os metaesimmergidos nas substancias mixtas.

Destes resultados deduzio Mr.Frautwineque apezar da humidade natural da atmos-phera podia-se empregar os metaes combi-nados com os outros materiaes e cimentos nasgrandes construcções.

Propriedades do mercúrioUma das mais curiosas propriedades do

mercúrio é a de disssolver, formando amai-gamas, differentes metaes.

Uma folha de ouro ou prata, submergidano mercúrio, desapparece com a mesmapromptidão com que se dissolve um pedaçode gelo em agua quente.

O mercúrio dissolve facilmente todos osmetaes refractarios á acção dos mais po-derosos ácidos.

Os exploradores de minas de ouro eprata empregáo o mercúrio para separar essespreciosos metaes das matérias extrahidas dasminas.

Por este processo consegue-se separara mais pequena partícula de ouro e prataque contêm os mineraes extrahidos e por meioda distillação do mercúrio o ouro e a prata,em sua maior pureza segundo a natureza damina que se trabalha.

Bronzear com zincoBronzea-se o ferro com manteiga de

zinco, que se prepara dissolvendo o zinco emácido hydrochlorico até completa solução dometal. Evapora-se o liquido até que uma

gotta delle projectada em um crystal e mis-turada com duas partes de azeite doce se so-lidifique pelo resfriamento.

A substancia assim preparada asse-melha-se muito com a manteiga.

O objecto de ferro que se deseja bron-zear é limpo perfeitamente e aquecido umtanto fortemente, sendo então que com umtrapo fino de lã esfrega-se a manteiga paradar-lhe a côr de bronze desejada.

Cera de abelhaA cera de abelhas é mais densa que a

ceresina(cêra mineral); sua densidade elva-sede 0,955 a 0,958, emquanto a da ceresinadesce a 0,858 não subindo a mais de 0,904.

Para reconhecer a ceresina na cera deabelhas Mr. Buchner aconselha aquecer atéá ebulição em um tubo de ensaio um poucode cera com uma solução de uma parte depotassa cáustica em tres partes de álcool a90 %; depois collocar o tubo em um banhod'agua quente afim de impedir a solidificaçãodo seu conteúdo.

Se a cera fôr pura, o licor permanecerálimpi do; se a cera contiver ceresina, o licorcobre -se de uma camada oleosa ordinária-mente mui colorida, a qual apparece nãomenos nitida, quando a massa se solidificapelo resfriamento.

AlgaroboOAlgaroboé o Prosopisalba da familia

das leguminosas.Arvore magnífica, cuja altura attinge 20

de 25 metros, sendo o diâmetro do troncode 1"', 5 0. Dá uma excellente madeira de cons-trucção, muito dura e de difficil alteração.

O fructo é uma vagem assucarada, con-stituindo uma bôa nutrição para os cavallose mulas.

Existem duas variedade principaes—algarobo branco e negro, ambos tendo pro-priedades nutritivas em seus fructos.

Estas arvores crescem nos mais áridosterrenos, onde chove raramente.

_ Com as vagens do Algarobo branco osíndios da provincia da Rioza preparão oPatay, espécie de massa que misturada aomilho, constitue a base de sua alimentaçãodurante parte do anno.

Fazendo fermentar o Algarobo, obtém-se o licor conhecido pelo nome de Chica, que,quando fresco, fôrma uma bebida assás agra-davel.

Analyse do leitePara analysar o leite deve-se recorrer á

chimica, não sendo bastante conhecer a den-sidade 1032 a 1033, na temperatura de 15gráos.

40 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

O exame simultâneo do leite feito pormeio do lacto-densimetro e do lacto-butyro-metro conduz apenas a a ajuizar approximadamente sua puresa.

_ A analyse chimica deve ser preferida,e ainda assim convém estar pratico nasoperações que a analyse reclama.

Transformação do assucarA pulverisação transforma o assucar em

glycose, dextrina ou amido. Pela evapora-ção da solução assucarada no vácuo, encon-tra-se toda a quantidade de assucar existenteantes. A analyse chimica o demonstra e a ex-plicação do facto acha-se em uma causa pu-ramente physiologica, a acção exercida peloestado physico da substancia sobre o nossopaladar.

Muitos exemplos análogos podem serinvocados.

Os alimentos quentes têm um sabor di-verso do que possuem, quando frios. O pó deum metal não tem a mesma côr que o metalpolido. Collocai na base da lingua uma pi-tada de sal e não sentireiso gosto.

0 BambuAlém do emprego do bambu em muitos

ramos industriaes é esta graminea empre-gada numerosas vezes na therapeutica.

Os rhisomas do bambu são um optimorecurso nas affecções febris e puerperaes,nos casos de hemorragias principalmente naepistaxis.

Os grelos novos são prescriptos comoalimento medicinal nas doenças do estômagoe dos intestinos e principalmente nas dysen-therias.

Pela expressão, os grelos dos bambusfornecem um licor depurativo.

As folhas são reputadas tônicas esto-machicas e anthelminticas.

Quanto ao Tabasquir, excrescencia quese encontra junta aos septos dos bambus com-põe-se, segundo Smith de

Silica 90,50Potassa 1,50Peroxydo de ferro 0,50Alumino.v". 0,40Agua.....'. 4,87Perda 2,23

100,00Emprega-se o Tabasquir nas affecções

catarrhaes, choreicas e epilépticas da in-fancia.

Cortado o caule do bambu e exposto aoar deixa correr um liquido útil nas crises eespasmos nervosos.

As larvas que existem muitas vezes no

interior dos bambus são muito apreciadas nacozinha chineza.

Estas larvas gozão de virtudes aphro-disiacas.

Nos buracos feitos pelas larvas nobambus acha-se um pó amarellado muito re-commendado nas moléstias de olhos por causanervosa e nas epilepias.

As folhas aquecidas constituem optimascataplasmas nos casos hemorrhoidarios.

O papel fino feito do bambu applicadosobre qualquer ferimento produz maravilhosoeffeito. Deve o papel ser molhado de salivae ser applicado em diversas camadas.

Dados estatisticosProducção do Canadá

HsctftrssTrigo do inverno e da primavera 622,084Cevada 283,800Aveia 601,081Centeio 42,135Ervilhas 230,876Milho 70,737Sarraceno 26,671Favas 10,063Feno 887,437Batata 68,321Beterrabas 7,409Cenouras 6,442Turneps 62,126Pastos 1,130,851

4,084,030A média de hectolitros por hectare re-

gula 19 para o trigo, 26 para a cevada 32para a aveia.

Animaescabeças

Cavallos 535,953Bois e vaccas 1,925,670Carneiros 1,890,733Porcos 916,158Aves 6,237,406

A lã tirada dos rebanhos produz2,953,069 kilogrammas, fornecendo cadaanimal 251 kilos de produeto.

Queijo e ManteigaProvincia "Queijo Manteiga

Quebec 20,681,732 2,740,151Outario 3,601,38 696,626Nova Escossia... 6,831 216,249Ilha do Príncipe

Eduardo.... 2,937 10,106Nova Brunswich. 40 8,150Colônia britânica 30

26,292,945 2,740,157

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 41

Producção das Antilhas

MARTINICA

Hectares ProduetosCanna de assucar... 25,795 40,725,550Café 260 60,568Algodão .. 108 2,920Cacáo .' ' 660 588,390Habitações ruraes 7,882Trabalhadores 54,105Valor das propriedades (frs.). 86,060,000» dos produetos..- 17,406,550

GUADELOUPE

Hectares ProduetosCanna de assucar... 23,854 59,524,141Café 5,251 704,951Algodão 527 42,974Cacáo 994 189,058Habitações ruraes 9,858Trabalhadores 85,099Valor das propriedades (frs.) 144,719,755

» liquido dos produetos. 26,718,983

GUYANA FRANCEZA

Hectares ProduetosCanna de assucar 15Café 414 2,000Cacáo. 244 17,000

Habitações ruraes 1,427Trabalhadores 6,965Valor das propriedades... 4,543,880 fr.Valor liquido dos produetos 160,313 »

REUNIÃO

Hectares ProduetosCanna de assucar 36,944 40,905,644Café 5,682 190,000Cacáo 21 2,000Tabaco 21 4,205

Habitações ruraes 22,493Trabalhadores 65,201Valor das propriedades 156,401,101 ir.Valor liquido dos pro-

duetos 12',3o5Hf *(Block)

POPULAÇÃO DE INGLATERRA NO ULTIMOQÜINQÜÊNIO

Indivíduos Pobres

1882 26,061,736 750,651 28,8 7,1883 26,413,861- 750,587 28,4 'f,1884 26,770,744 726,258 27,17.1885 27,132,449 744,245 27,4 7,1886 27,499,041 770,528 28,0 %

6

IMMIGRAÇÃO NOS ESTADOS-UNIDOS EM 1885Homens Mulheres Total

Europeus... 185,263 141,939 327,202De outras [>

partes domundo 3,391 1,969 5,140

Total geral 332,342 immigrantes.

DESPEZAS GERAES DE ALGUNS ESTADOS

Estados

AllemanhaInglaterraAust ria-Hun-

PopulaçãoDespezas

ordinárias,francos

g«Hespanha.França...,Itália ....Rússia. ..

48,844,92637,064,052

39,407,04117,268,59038,138,54529,699,785

103,912,640

2.391.399.3162.401.590.238

1.911 809.878875.568.284

2.915.474.0361.432.605.7883.118.904.732

lll51,0564.80

48.5150.7076.4448.2430.01

Totaes e média 312,335,579 15.017.352.272 48.017

DESPEZAS COM A INSTRUCÇÃO PUBLICAFrancos

França 145.808.516Inglaterra 135.428.533Allemanha 121.712.952Rússia 98.884.192Austria-Hungria 51.354.755Itália 33.277.360Hespanha 8.222.317

EXPORTAÇÃO DO CHILE

1885 1886Pa-oJuctos mi-neraes 42.049.691 pesos 40.264.740 pesos

Ditos agri-colas 7.927.344 . 8.710.747 .

Ditos manu-facturados.. 77.452 » 64.521 .

Ditos diver-sos 64.090 ¦ 106.3M »

Numerário .. 647.554 > 644.416 •Reexportação 493.502 . 446.734 .

51.259,623 51.239.149

Metaes preciososSegundo o economista de Boston a pro-

ducção das minas de ouro e prata desde ostempos primitivos até a éra christã fora de3,688,000,000 dollars.

Da éra christã até o descobrimento daAmerica, attingio a 4,454,000,000 dollars.

Do descobrimento da America até 1848,10,000,000,000 dollars.

Desde a descoberta das minas da Caii-fornia e da Austrália em 1851; da NovaZelândia, de Nevada e de outros paizesaté o fim de 1885 extrahio-se o valor de7,511,000,000 dollars, perfazendo o total de26,653,000,000 dollars.

8. À.

42 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

530,000,000

1,8,56,000,0001,050,000,000

648,000,000

,500,000

3,050,00027,000,000

140,000,000

Segundo o professor Brown a perdaannual pela rasura das moedas, sobre termomédio a l % e a causada por naufrágios,incêndios e consumo do ouro e prata em jóiase objectos de arte, calcula-se em 9,000,000dollars annualmente.

O total do ouro e da prata existenteestima-se em 13,814,000,000 dollars, re-presentando a primeira 8,966,000,000 dollarse a segunda 5,558,000,000 dollars.

Convertidos em moeda circulante ebarras existem 11,000,000,000 dollars e emrelógios, jóias e objectos de arte 2,000,000dollars. '•

dollarsA America forneceu 10,A Ásia, Austrália, Nova

Zelândia e Oceania....A EuropaA ÁfricaFornecerão annualmente,

termo médio antes daéra christã

Da éra christã ao desço-brimento da America...

Desta época até 1843....De 1843 até a descoberta

da Califórnia (1848) e daAustrália (1851)

Desta ultima data á des-coberta das minas daNova Zelândia (1861) e

. das de prata de Nevadae outros Estados doOeste

Dahi a 1885A máxima producção an-

nual foi a de 1853 285,000,000O augmento na producção dos metaes

preciosos na America foi muito maior nosúltimos 45 annos.

Segundo cálculos fidedignos julga-se queo valor do ouro e da prata extrahidos dasminas da America, desde a sua descobertaaté fins de 1885 attinge a 12,200,000,000dollars.

A Europa produzio desde os tempos pri-mitivos até 1885, 8,784,000,000 dollars ; aÁsia, 3,784,000,000 dollars e a África,3,892,000,000 dollars.

(Espelho).

243,000,000231,000,000

BibliograpliiaRecebemos e agradecemos:The Rio New's, ns. 4,5e6 de Fevereiro.Monitor Sul Mineiro, ua. 890, 891, 892.

Boletim dei Departamento Nacional deAgricultura de Buenos-Ayres, n. XVIII,XIX e XXII. Anno X—1887.

Boletim, da Alfândega ns. 3 e 4 de Fe-vereiro.

Annales dei Instituto Agronômico Vete-rinario de Buenos-Ayres, ns. 28 e 36 de Fe-vereiro.

Sul ão Brazil, ns. 12,13 e 14.Revista de Engenharia, n. 179.Diário Official de Goyaz, n. 3 de Ja-

neiro de 1888.Biblographia Brazileira, Revista men-

sal da Imprensa Brazileira, publicada peloCentro Bibliographico Vulgarisador. Riode Janeiro.— Assignatura annual para todoo Brazil 29000, distribuição gratuita no es-trangeiro; toda a correspondência deve serdirigida ao gerente do Centro Bibliogra-phico, rua de Gonçalves Dias 46,

Aviso.—Pedimos aos Srs. editores doBrazil que nos enviem um exemplar de suaspublicações (Livros, Musicas, Mappas, Pho-tographias,Lithographias, etc.) com indicaçãodo preço da venda. Esta indicação é impor-tante para completar o annuncio das publi-cações.

Ü Centro Bibliographico Vulgarisadorcompra e vende livros raros e preciosos;restos de edições e edições inteiras ; biblio-tliecas particulares e livrarias para liquidar.

Permuta obras estrangeiras e nacionaese serve de intermediário para com as livra-rias das províncias e do estrangeiro.

Encarrega-se de liquidar por meio devendas, leilões geraes e parciaes, livrarias,bibliothecas e edições. Organisando paraisso catálogos e encarregando-se da sua pu-blicação e vulgarisação.

Encarrega-se de mandar vir de qualquermercado livros, mappas e estampas raras, 'preciosas ou vulgares e de remetter parao interior.

Encarrega-se de publicações por contados autores, do governo geral ou provincial;da distribuição pela imprensa nacional e es-trangeira bem como da respectiva venda epropaganda.

A commissão depende da importânciado encargo e dos meios necessários á sua -realisação variando de 20 a 40 %.Oitenta annos de producção de impressaem um paiz tão vasto e de população tãodisseminada como o Brazil, deve necessária-mente ter creado um tal acervo, tão difusoe heterogêneo de publicações, que diffici-limo, se não impossível, fora hoje reuni-las,uma por uma, para de prompto inventariar-se tão derramado cabedal. Escrever uma

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 43

exacta bibliographia brazileira é já tarefasuperior ás forças de um só homem, nãopela quantidade dos impressos, que não éextraordinária, mas pela falta de dados po-sitivos e completos.

Introduzida officialmente a imprensano Brazil, depois de ephemera tentativa deIsidoro da Fonseca, a partir do anuo de1810, tão rapidamenie se desenvolveu essegrande elemento de civilisação que, emmenos dez annos, rara era a provincia quenão possuía mais de uma typograptiia, e tãocopiosamente começarão desde logo a pro-duzir esses prelos, que, ainda que pudesseentão haver quem comprehendesse a neces-sidade de instituir-se um arehivo ou registroobrigatório de taes impressos, não poderiãodeixar de dar-se muitas omissões, já pelaextensão do paiz e conseguintemente pelafalta de uma fiscalisação intransigente, jápela instabilidade da lei de liberdade daimprensa, a qual se, durante os tempos colo-niaes, foi sempre precária, no percurso doprimeiro reinado foi mais que duvidosa. Aexposição de idéas que, no começo desteséculo, erão neste paiz bastante compro-mettedoras, não podia deixar de ser feitacom todas as cautelas aconselhadas pelaprudência : sob o anonyrao do escriptoroceultava-se igualmente a origem typogra-phica do escripto; atirado este ás ondaspopulares, pouco importava ao espiritoávido do leitor a fonte da palavra quantomais o canal que a tornava publica.

A Lei n. 433 de 3 de Julho de 1847,mandando que fosse depositado na Biblio-theca Publica um exemplar de todo e qual-quer impresso feito neste municipioda Corte,acudiriá ainda' a tempo de fazer-se muito,se desde então, de par com sua fiel execuçãose procurasse adquirir o perdido; assim,porém, não aconteceu: a desidia administra-tiva, que, por dilatados annos, reinounaquelle estabelecimento nem procurou fazercumprir a lei, nem cogitou jamais de colhgiras publicações nacionaes. _

A creação da Bibliotheca Fluminense,naquelle mesmo anno, foi talvez de mais pro-veito á bibliographia nacional, sob esseponto de vista, do que a publica, pois o seuincansável bibliothecario, o Sr. FranciscoAntônio Martins, alli tem reunido copiososelementos para a historia da nossa imprensa;deve-se-lhe esse assignalado serviço, quejamais será esquecido nem demasiadamentelembrado. ,

Tal tem sido o descuido, por parte dosestabelecimentos públicos, que devenao pos-Buir valiosos contingentes bibhographicos,que a Imprensa Nacional, a mais antiga das

nossas officinas graphicas, não tem a collec-ção completa de seus próprios impressos, esó ha poucos annos é que começou a archi-va-los, com o fim determinado de forma-la.No entanto, alli se imprimirão obras damaior importância para o seu tempo, que sãohoje verdadeiras preciosidades, e documen-tos officiaes que não raro estão ora quasicompletamente extinetos. No fim de oitentaannos desapparecêrão todos!

Assim é que dos curiosos trabalhos daantiga officina calcographica que alli existioe na qual se imprimirão cartas de jogar, nãoha um único specimen! E só por um acasofeliz se não perderão as chapas de algumasgravuras em cobre que alli fôrão executadaspor vários artistas portuguezes e francezes;entre essas gravuras se conta uma plantado Rio de Janeiro, levantada em 1808.

Por muitos annos alli existio um arma-zem de deposito, onde se guardavão emfolha o resto das edições; um dia, porém,houve necessidada de desempachar o espaçoatulhado de papeis velhos e, sem o menorexame, vendeu-se tudo a peso, indo nessepêle-mêle, entre outras obras de valia, oParnaso Brazileiro, de Januário da CunhaBarbosa, hoje rarissimo, a Corographia deAyres de Casal, os Successos Políticos doVisconde de Cayrú e tantos outros seme-lhantes.

Este inglório fim de outras muitas pre-ciosidades tem-se dado repetidamente emestabelecimentos particulares : assim li-quidou a empreza do Jornal ão Commercioa sua antiga officina de encadernação, ondese armazenava o resto de suas numerosasedições de novellas, do Museu das famíliase do Arehivo Theatral, publicações da maiorestima bibliographica, pois contém esta asprimeiras producções nacionaes no gênero eaquellas illustrações que são ponto de par-tida da nossa historia xylographica ; assimse liquidarão igualmente as históricas livra-rias de Evaristo e João Pedro da Veiga,onde se encontravão quasi todas as publica-ções litterarias e políticas daquelle tempo ;a famosa casa Paulo Brito, donde sahiraoas primeiras impressões feitas no paiz emprelo mecânico Alauzet, as antigas officinasdo Diário do Rio de Janeiro e outras denão menos importância, e ainda moderna-mente a livraria Barbosa & Irmão,não menosimportante pela grande cópia de ediçõespreciosas. .

Quantas preciosidades malbaratadas!A historia da imprensa brazileira, desde

a sua fundação até ha quarenta annos pas-sados, é interessantíssima, pois abrange osperíodos mais importantes da nossa historia

44 O AÜXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

politica e litteraria; foi de 1808 a 1848 quese derão todos os acontecimentos que trans-formarão completamente a existência na-cional, que derão, nos autonomia e por vezesabalarão profundamente as recém plantadasinstituições civis, ameaçando derrocar ocomeçado edifício até os primeiros funda-mentos; foi também durante esse periodoque desperta a nossa liberdade de pensa-mento pelo brado ingente de uma patriotaexilado, que, ás margens do Tâmisa, á som-bra do pavilhão britânico, nos concitava ástrugglefor Ufe nacional, que a exemplo fe-cundo e feeundante do inolvidavel Hippo-lyto, de par com a litteratura apparecêrãoas _ primeiras publicações políticas, que, áimitação do Correio Braziliense, appareceuo Patriota, mais tarde continuado illustradopelo Ostensor Brazileiro, e que finalmentedesabrochárão todos esses talentos brazi-leiros de que Evaristo Ferreira da Veiga éo mais genuíno dos exemplares.

Para conseguir hoje reunir tudo isso emspecimens, não bastão poucos, nem limitadotempo: é tarefa para muitos e para largosannos ; antes, porém, que nos bata ás portaso fim do século, cumpre á geração que passadeixar, senão completo, pelo menos come-çado o inventario do que produzio a mentalidade brazileira no decurso deste mesmoséculo, que talvez seja o periodo mais labo-rioso da historia da nossa nacionalidade, poiscomprehende o das maiores lutas sociaes,econômicas e políticas, que, no campo de tãoencontrados interesses, traz valentementetravadas a civilisação e a hmmanidade.

Para iniciar tão alevantada empreza éque se funda o Centro Bibliographico Vulga-risador.

Já passamos da fiorea quadra da ado-xlescencia e da dos dourados sonhos da ju-ventude; estamos em plena virilidàde. Umanação proclamada como tal no começo desteséculo não tem mais o direito de reputar-sejoven: as lições da historia e da scienciaque já encontrámos enthesouradas e as que setêm dado depois que somos povo independen-te, são mais que sufficientes para que á contade inexperientes ainda que iremos lançaros nossos erros, a nossa inactividade, a nossadesidia. Chegados ao terreno da pratica, nãonos é licito declamar theorias vãs e enpha-ticas. Assim o pensa ao menos o pequenogrupo que fundou esta associação.

Visamos um fim patriótico, pretendemosrealizar uma obra do bem, mas não vimosfiados na generosidade do publico : já passouda voga essa chapa. Também não appellare-mos para o governo senão quando se tratarde um favor que se estenda a todos e não

seja exclusivo da empreza: somos contra-rios a privilégios. Queremos que o CentroBibliographico viva de seus recursos vigore,cresça, desenvolva-se, seja emfim uma grandoe bella instituição sem sacrifícios de quemquer que seja. Por isso é que no terreno dapratica, vimos levantar o nosso edifício, etão confiados estão os seus obreiros na firmezado solo, que contão levanta-lo bem alto.

O nosso plano é vasto e não faltaráquem o taxe de temerário, pois não só tencio-namos organizar uma bibliotheca da nossaimprensa, como contamos effectuaressa orga-nização lucr ativamente.

Como?— perguntarão por certo una-nimes aquelles que sabem quanto custão oslivros e eomo é dispendiosa a creação emanutenção de uma bibliotheca.

Antes de dar a resposta a tão justifi-*cavei pergunta, cumpre-nos advertir aoleitor que o Centro Bibliographico Vulgari-sadorjkse acha instituído com o capital,,de 100:002», divididos em 1.000 acções de100$ cada uma, que todas essas acções já seachão tomadas, apenas por 15 subscriptores ejátambem realizada completamente a primeiraentrada, da importância de 10:0009; tantoquer dizer que a que aqui estamos expondonão é^um programma vistoso com o fim de, naphrase pittoresca do nosso povo—apanhardinheiro—, não é um alçapão armado aincautos. Aquelle grupo de subscriptores,tomando todas acções do capital funda-mental, arriscou somente o que era seu;,longe de solicitar, os fundadores fôrão solici-tadosa disseminar mas aquelles títulos; aoque não puderão aquiescer, pois, firme era oseu propósito de ficarem só entre os maisíntimos de seus amigos. Já se vê, repetimosque este programma não tem interesse emvisar deslumbramentos.

Como, nos perguntarão, contais reali-zaráõ este milagre?

Por dous meios muito simples, que sãono presente século a vara mágica de todos osprodígios,—com o nosso capital e o nossotrabalho; isto é, pondo este ao serviçodaquelle, tão proficuamente, que em vez deonerosa, seja rendosa esta empreza: postoque no fundo tenha ella um caracter mer-cantil, nem por isso deixa de ser tambémpatriótica.

Com o nosso capital, publicaremos estarevista mensal de bibliogFaphia, na qualregistraremos todas as publicações que deora avante chegarem ao nosso conhecimentofeitas no paiz, ou fora delle de autor nacional;

Editaremos as melhores producções deautores brazileiros, fazendo reviver os que

: *--

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 45

tão immerecidamente têm cahido no esqueci-mento;

Formaremos com as nossa publicações,por formatos uniformes e impressões cor-rectas, uma collectanea luterana, outra his-torica geographica e mais tarde ainda outrascientifiea;

Compraremos e venderemos livros,edições e bibliothecas, organizando catálogosscientificos para leilões geraes e especiaes;

Reuniremos emfim, em bibliotheca te-clinica, tudo quanto se tenha publicado evenha a publicar-se no paiz.

Com o nosso trabalho estabeleceremoscorrespondentes em todas as províncias doImpério e nas principaes cidades do mundo ;

Distribuiremos gratuitamente a nossaBibliographia pela imprensa e estabeleci-mentos litterarios do paiz e das cidades es-trangeiras, até onde nos seja possível;

Propagaremos os escriptos nacionaesque editarmos, ou nos sejão confiados pelosseus autores e editores, tanto no paiz comofora delle.

Tudo faremos emfim para que as artesgraphicas se aperfeiçoem e desenvolvão, queos trabalhos dos autores brazileiros tenhãobom mercado, que todos quantos vivem ou seoccupem do livro delle tirem honroso e me-recido proveito.

Tal é em resumo o nosso programma, quecontamos executar de modo que o CentroBibliographico Vulgarisador, sem deixar deser uma empreza séria, seja tão lucrativa aseus accionistas, como aos escriptores, ásartes graphicas e ao paiz.

Assim como já dissemos que pretendemoslevantar a nossa empreza sem sacrifício deninguém, igualmente cumpre advertir quenão nos constituímos Mecenas de quem querque seja.

Nem por fundar uma empreza editoratomaremos o compromisso de editar todos ostrabalho que se nos apresentem, embora domaior merecimento, pois o nosso intento éprimeiramente crear o mercado e só depoisda certeza do consumidor é que nos abalança-remos a certas publicações; e, se assim nãoprocedêssemos e com a maior prudência, onosso capital esgotar-se-hia dentro de poucotempo, talvez em pura perda para a reali-zação da nossa idéa.*

Pretendemos editar e muito, mas come*çando pelos autores mais conhecidos e obrasmais populares, e só depois de encetadas as

- tres collecteneas e de bem vulgarisadas, de

estabelecidas as correspondências e bem fir-madas* é que daremos maior desenvolvi-mento a essa parte do nosso programma, poremquanto, limitamo-nos a essa bibliographiaque apparecerá com a maior regularidademensalmente, como principal agente, que éda nossa propaganda. Pedimos, pois, paraella o concurso de todos os Srs. autores, edi-tores impressores e photographos, fazendo-nos a fineza de enviar um specimen de suaspublicações graphicas, de qualquer naturezaou espécie, acompanhada das precisas indica-ções, preço e 0 mais que seja necessário aoconhecimento bibliographico e mercantil.

As condições dos annuncios nesta re-vista e commissões pelas quaes nos encarre-gamos da acquisição de livros raros ou pre-ciosos, permuta, organização deleilões.vendae propaganda de livros, mappas, musicas,vistas etc., encontrarão os nossos leitores naprimeira pagina da terceira parte destamesma revista.

VariedadesOs quatro maiores capitalistas do mundo

DUQUE DE WESTMINSTERdollars

Capital 80,000,000Renda annual 4,000,000

» mensal 300,000» diária 10,060» por hora -450» por minuto 7

VANDERBILT .dollars

Capital 80,000,000Renda annual 7,000,000

» mensal 676,000» diária 15,000» por hora 800» por minuto 18

ROTHSCHILDdollars

Capital 200,000,000Renda annual 10,000,000

» mensal .. 850,000» diária 25,000» por hora 1,000» por minuto 20

46 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

MACKAY • .dollars

Capital 275,000,000Renda annual 13,000,000

> mensal. 1,000,000» diária.., 35,000» por hora.. 1,000» por miputo 25

O culto pelos interesses materiaes nãodeve absorver a ponto de separar-nos doculto das idéas e dos sentimentos, condi-ção sem a qual não se pôde reconhecer a exis-tencia da çivilisação.

O Estado não é outra cousa mais que oresultante de todas as forças, de todas asvontades, de todas as faculdades quesegrupãopara fazer, em beneficio da humanidade,aquil-lo que as iniciativas particulares não podemlevar a effeito.

Não se trata actualmente da constituiçãopolítica, porém da constituição econômica dopaiz, e neste sentido convém fazer com queas forças vivas, materiaes, moraes e intelle-ctuaes entrem no campo daactividade pratica.

A põlitica seria estéril se não tivessepor fim trabalhar para a emancipação do in-dividuo.

Convém esclarecer o cérebro do povo demodo que elle viva á luz da razão e da scien-cia, e não exista sob o reinado tenebroso dasuperstição, da ignorância e da credulidade.

A educação desenvolvendo o amor aotrabalho e demonstrando não ser este umcastigo imposto ao homem pelo Creador esim uma necessidade natural,devida aos douspoderosos elementos que regem o universo eque não podem permanecer inertes, como sejãoa matéria e o movimento; uma lei que regu-lasse as relações que devem existir entre osoperários e os patrões ; um regulamento es-pecial capaz de incommodar a vagabunda-gem, um systema de catechese que dos nossosindígenas fizesse não fanáticos contemplati-vos de bemaventurança celeste, porém ver-dadeiros cidadãos, a descentralisação de ma-neira a dar vida e actividade ásjwpulaçõesruraes, oplantiode escolas agricolas,apropria-das ás localidades que a intelligencia, a obser-vaçâo e a pratica possão sugerir não sô attra-hiriâo para a lavoura os braços que vivemociosos nas capitães como também fixarião osfilhos dessas populações.

Felizmente na actualidade vai calandono espirito dos industriaes as vantagens dareunião da sciencia á pratica. Ninguémignora que se a sciencia formula as regras apratica das officinas é que as consagra. Oindustrial que desdenha a theoria cahena impotência, o sábio que se isola da pra- -tica, isto é, da experiência e da observação,condemna-se á esterilidade. Todos reconhe-cem hoje as fontes em que bebêrão os gênioschamados Archimedes, Galileo, Newton, La-place, Lavoisier, Liebig e onde ainda houvea comprovação de suas idéas os Dumas, Bous-singault, Gilberts e outros muitos.

A pratica e a theoria são insuperáveise os que consideravão essa união uma chi-mera ou um impossível desapparecêrão e vãosendo substituídos por indivíduos que á intel-ligencia juntão o trabalho pratico.

A mão que trabalha, o pensamento queinventa, a sciencia que estuda a matéria eas forças, a arte que espalha os meios denossa subsistência e commodidades da vidaassíduas e econômicas que regulão a pro-ducção e consumo, todas essas forças da ac-tividade pratica e intellectual nos devem me-recer a mais criteriosa attenção.

Um dos mais poderosos meios de ciyi-lisação e progresso reside na imprensa perio-dica quando, inspirando-se nos puros senti-mentes de honradez e patriotismo e illas-trando-se com as experimentadas doutrinasdas sciencias positivas, assegura a efíicaciada propagação destas divulgando sob a fôrmade máximas os principios da sabedoria.

Quando causas, sem duvida, alheias ávontade e aos bons desejos dos governos,considerão uma parte numerosa importanteda população como nascendo para a vida deentendimento, sem que os meios usuaes deinstrucção exerção o sufficiente influxo, aomenos coma rapidez desejada ; sem que aliberdade bem entendida haja podido arrancardos costumes o apego ás antigas tradições etudo quanto estas têm de vicioso na praticada sciencia agrícola ; sem que o estimulo damais damonstrada utilidade possa vencer fa-cilmentc os baluartes da rotina; os esforçosdos governos devem multiplicar-se para querenasça a vida do espirito, actividade da in-telligencia illustrada nas obras das indus*teias agrícola e manufactureira.

: .

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 47

Rendas Fiscaes e Revistados Mercados MERCADO DE CARNE SECCA

Existião no dia 1» • 2.121,850 kilos.ALFÂNDEGA

IinportaçSo 3.103:354*197Exportação 392.004*234Despach. marítimo 12:889*980Extraordinária 3:092*600

3.511:341*011Depósitos ...•- 27:548*312

5 7o3.538:889*323

155:510*980

Total 3.694:400*303

Recebedoria 1.016:310*571

Mesa Provincial 104:950*077

MERCADO DE CAFÉ

Entrarão durante o mez Saccas

Pela estrada de ferro D. Pedro II 73,336

Por cabotagem 22>577Do interior 17'659

Total 113'572

Vendêrâo-se durante o mez Saccas

Para os Estados-Unidos 138,595• * Europa 32>4^. o Cabo da Bôa-Esperança á^^. diversos portos '

T'oUl 197>579

Entrarão :

Do Rio-Grande X. 625,350 •

Do Bio da Prata 2.661,060 .

Total Tão8,260 .

Stoek '.' 2.175,980 .,

Consumo 2.117,395 .':

VALOR

Carne do Rio-Grande de .80 a 280rs. o kilo

, da Prata de 440 a 540rs. o »

GÊNEROS TRAZIDOS AO MERCADO PELA ESTRADADE FERRO D. PEDRO II

Aguardente 200. pipas.Algodão 70,789 kilos.

Arroz 2,871Assucar 23,280Café 4>420,288Carvão vegetal 948,918Couros salgados e seccos 358,475Farinha de mandioca 3,895Feijão 32'167Fumo 330>979Madeiras 44>514Milho 75>558Polvilho 9'827Queijos 139>098Tapioca 3>060Toucinho 243>906Diversos 978>056

Saccas.Embarcarão durante o mez :

Para os Estados-Unidos 158,035

, o Canal e Norte da Europa 24,-837 777

, o Mediterrâneo '>'''

, diversos portos _______

Total 215<872

Consumo JKX ""~ '

Stoek 143'000 '

VALORES

Café lavado máximosuperior

, l*bôa1* regular

1'ordinária, 2* bôai 2* ordinária

por peso de 10 kilogrammas.

. i-Nominal.

.. 6*190

.. 5*850

.. 5*040

.. 4*420

GÊNEROS VINDOS AO MERCADO PELA ESTRADA

DE FERRO LEOPOLDINA

Aguardente 14,220 litros.

Assucar 68,974 kilos.

Café 643>107 '

Farinha de mandioca 220,319 •_, ..- 14,875Fenao ' n„FubáMadeiras

7,98029,809

Milho • 1-012.4W

Telhas e tijolosToucinho

25,5402,170

n. „,. .... 142,994Diversos '

GÊNEROS

Aguardente

LEVADOS AO MERCADO PORCABOTAGEM

666 pipas.5 barris.8 garrafões.

-.it^m. ¦ y':L"'.'¦:W-"*

._•••..

v :x*x. :

48 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL"Algodão

em fio.., 26 fardos.em rama 396,411 kilos.

.» em tecido 11 volumes.Alhos 100 resteas.Alpiste..., 225 volumes.Amendoim 81 >Arreios 6 fardos.Arroz 5,766 sacos.Assucar 23,328 .Azeite de amendoim. 10 volumes.

de mocotó 58 >Bagas 20 >Banha 113,373 küos.Batatas 1 volume.Betas 1,751 peças.Biscoutos 20 volumes.Bombas de taquaras 1 volume.Borracha 342 kilos.Brinquedos 1 volume.Bagres 81 unidades.Cacáo 12 volumes.Cajurubeba 13 >Cambará 130 aCamarões...". 32 •Carnaúba 6 >Carne salgada 3,226 kilos.Cannas., 4 volumes.Cebolas 136,826 resteas.Cera 2,548 kilos.

> 21 volumes.Chapéos de feltro 7 •

de palha 32 >Charutos 534,775 unidades.Cocos 138,250Collu 510 volumes.Conchas 600 »Conservas 1 volume.Couros preparados 51 fardos.

• salgados 32 volumes.seccos 402 unidades.

Doces 114 volumes.Esteiras 25 »Estopim 10 «Farinha de centeio 52 sacos.

de mandioca 13,612 >Favas 566 ¦Feijío 23,112 .Feno 18 volumes.Flechas 9 ,Flores 1 volume.Frutas .„ 160 volumes.Fumo 31,153 kilos.

» emfolha.. 34,189 .Garrafas 66 volumes.Gergelim 178,820 kilos.Gomma 23 volumes.Graxa 34,978 kilos.Jacarandá 40 couç.L5 animal 57 volumes.

• de barrigudo 121 kilos.Laranginha 8 volumes.Legumes 4 .Lenha 163,000 achas.Linguas 258 volumes.Livro? 4 »Madeiras 3,570 ds.taboas

175 ds. dorms.976 peças.

Manteiga... 9,124 kilos.Mantimentos 128 volumes.Marmelos 4 »Mate. 793 .Mel 22 •

defumo 22 '»

Milho... ,. 18,758 sacos.

Ovos 138 volumes.Paina 102 •Pedra de cal 1,2''0 kilos.Peixe 198 volumes.

250kios.Pelles 58 volumes.Piassaba 340 .-',Pinhões 11 «Polvilho 4 •Ripas 1,243 dúzias.Bolhas 1 volume.Sabonetes , .... 7 volumes.Sal. 613,664 litros.Salsa 566 volumes.Sanga 107 >Sebo 184,540 kilos.Sola 1,287 meios.Tecidos 295 volumes.Tomates 359 •Toucinho 6,2;r.0 kilos.Tueum 30 volumes.Varas de marmelos 10,687 unidades.Vinho 20 volumes.

» de genipapo 6 •Diversos 384 »

MERCADO MONETÁRIO

Metaes

Soberanos.

FUNDOS PÚBLICOS

Apólices de 5 7„ 9501000Empréstimo Nacional de 1868 1:1891000

» de 1879 1:1104000

LETRAS HYPOTHECAálAS

Banco do Brazil> Predial

ACÇÕES-

Banco Auxiliar...do Brazil...Commercial.

2.'Commereio.Credito Real de 8. Paulo.IndustrialInternacional

2«PredialRuralUniSo de CreditoMercantil de Santos

93,00069 »/,

190^00024340002304000135|00021O4O00541000

175400023440004540006O4OOO

2854000210#00021U4000

CÂMBIOS

Sobre Londres...,ParisHamburgo.ItáliaPortugal.

24»/4385 franco.473 marco.

..... .. 389 lira.210

Nova-York 2,5000 dollar.

Typographia Uemmert & C-Inválidos, 71.

SOCIIE-D^IDIE

AUXILIADORADAINDUSTRIANACIONALIp *\fc Sl.lt 5

N. 3.-MAHÇO DE 1888

PARTE OFFICIAL

Sessão do Conselho Administrativo em1 de Março de 1**»»

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRO

DR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membro do conselhos:conselheiro Dr. Nicolau J. Moreira Drs.Nascentes Pinto, Pessoa de Barros, Portu-eal e Carlos de Rezende, commendadoresBotelho e Teixeira de Azedo, capitão MottaTeixeira e Camillo de Lillis, Henrique Nas-centes, Pinto Serqueira, André de Oliveira,Bernardino de Barcellos, Valentim e J. daMotta Teixeira, o Sr. presidente declarouaberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da Sessão antecedente, efle-ctuada em 1 de Fevereiro de 1888.

EXPEDIENTE

Fôrão recebidas com agrado e enviadasá Bibliotheca as seguintes publicações:

«Boletin de Ia Sociedade de FomentoFabril» N. 12. Dezembro de 1887;

«A Imigração* Boletim n. 41. Janeirode 1888;

«Revista do Observatório* N. 2. Feve-

reiro de 1888;Monitor Sul-Mmeiro de 12 de Fevereiro

de 1888;Gazeta da Bahia de 7 a 19 de Feve-

reiro de 1888.Relatório do Retiro Luterano Portu-

«Relatório apresentado a S. Ex. osr,

7

Ministro da Fazenda pela Commissão de In-

querito Industrial» 1" vol.«Annaes do Parlamento Brazileiro. Ca-

mara dos Srs. Deputados.» V e VI vol.

O Sr Dr Jacy Monteiro commumcouagradecer ter sido eleito membro do conselhoe declarou acceitar o cargo para que toradesigna o^

commendador Betliencourt da

Silva participou não poder comparecer á ses-são por moléstia em pessoa de sua tamilia.

Ficou o conselho inteirado.Lerão-se os seguintes officios : _ ,Da secretaria do governo da província

do Rio-Grande do Sul, de 17 de Janeiro do

corrente anno, transmittindo um exemplarda collecção de leis e resoluções promulgadaspela respectiva Assembléa,no anno de 1885.

Da mesma secretaria, de 21 de Feve-reh o ultimo, remettendo um exemplar da

folha dirigida á Assembléa Provincial pelodesembargador Henrique Pereira de Lu-

cena em 7 de Março de 1886, um dito do

relatório com que o mesmo Sr. passou a ad-

miXaç&o da provincia ao marechal de

So Manoel Deodoro da Fonseca em 8

de Maio do mesmo anno, e um dito do rela-

torio Que apresentou o conselheiro Beato

Luiz de Oliveira Lisboa ao Dr Rodrigo de

Azambuia Villanova ao passar-lhe as re-

las do governo em 25 de Abril do anno

PaSS O conselho agradeceu a remessa e enviou

os exemplares á Bibliotheca.Leu se ainda um oflicio do Sr. Manoel

Paulino de Assumpcao.de 9 do mesmo mezntferecendo, para uso da escola primariaSadap esta Sociedade, 300 exemplares

do methodo de leitura denominado Lições â

Infância.A'mesa para agradecer.

s. a.

*„¦»

50 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

ORDEM DO DIAFoi posta em discussão a seguinte pro-

posta, lida e apresentada pelo Sr. commen-dador Teixeira de Azevedo em sessão ante-rior.

«A Sociedade Auxiliadora da IndustriaNacional reconhece a indeclinável necessi-dada de organizar-se em todo o Império umaestatística industrial, na qual se exhibão osseguintes dados: a natureza da associação edata de sua creação; o capital, a força mo-triz, sua quantidade e natureza; o uumerode operários, sexo, idade, nacionalidade emédia de seus jornaes; o logar donde se for-nece de materia prima; a quantidade defusos; a sua producção animal, valor e o seumercado consumidor; e finalmente outrosquaesquer conhecimentos, que se julgaremnecessários para a perfeição, e complementodeste trabalho. »

«A mesma sociedade propõe-se tomar aa si a realisação deste trabalho, medianteos auxílios que solicitará do Governo Im-perial e são os seguintes : o Governo of-ficiará a todos os presidentes de provin-cia para que prestem todo o auxilio pos-sivel em favor deste serviço ; todo e qual-quer trabalho de impressão será feito naImprensa Nacional por conta do Governo ;bem assim, o mesmo Governo fornecerá áSociedade Auxiliadora um escripturario, ouos meios pecuniários para adquiri-los, istodurante o tempo que levar este trabalho es-tatistico a concluir-se. Ainda: a SociedadeAuxiliadora solicitará com o maior empenhoda imprensa da Corte e provincias a sua'va-líosa coadjuvação para o bom êxito destetentamen.»

Por indicação do Sr. presidente e re-solução do conselho, foi esta proposta re-mettida á Seccão de Estatística Industrial,afim de estuda-la e sobre ella emittir pa-recer.

Nada mais havendo a tratar, o mesmoSr. presidente encerrou a sessão.

Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, em 1 de Marçode 1888.— Dr. Nicolau Joaquim Moreira,presidente. — Augusto Alvares de Azevedo,servindo de secretario geral.— Manoel daMotta Teixeira, servindo de secretario ad-junto.

Sessão do Conselho Administrativo eni15 de Março de 1«SS

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho :conselheiro Dr. Nicolau Joaquim Moreira,

Drs. Nascentes Pinto, Alvares de Azevedo,Pessoa de Barros, Portugal e Jacy Mon-teiro, commendadores Botelho, Teixeira deAzevedo e Henrique Nascentes, capitãoMotta Teixeira, Bernardino de Barcellos,Valentim e J. da Motta Teixeira, o Sr. pre-sidente declarou aberta a sessão.

Leu-se foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente effectuadaem 1 de Março de 1888.

EXPEDIENTE

Forão recebidos com agrado e enviadosá bibliotheca o Monitor Sul Mineiro de 11de Março e a Gazeta ãa Bahia de 22 deFevereiro e 3 de Março do corrente anno.

O Sr. presidente communicou ao conselhoter sido a Sociedade Auxiliadora da Indus-tria Nacional convidada pelo digno presi-dente da Sociedade de Geographia do Riode Janeiro para se fazer representar naexposição que esta ultima pretende realisar.—Ficou o conselho inteirado.

O mesmo Sr. presidente chamou a atten-ção do conselho para o artigo editorial daGazeta de Noticias a respeito dos últimosimpostos lançados sobre as industrias, pa-recendo-lhe conveniente que a seccão de in-dustria fabril estudasse a materia. O Sr.commendador Teixeira de Azevedo, secre-tario da Seccão, declarou que, ouvindo o re-spectivo presidente, emittiria o seu juizo naprimeira reunião.

Inteirado o conselho, e nada mais havendoa tratar, o Sr. presidente encerrou a sessão.

Sala das Sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional em 15 de Marçode 1888.—Dr. Nicolau Joaquim Moreira,pre-sidente.—Dr Agostinho José de Souza Lima,secretario geral.—José Pinto Serqueira,$er-vindode secretario adjunto.

Industria YiniferaCircular

«Cópia.—Ministério dos Negócios daAgricultura, Commercio e Obras publicas.—Gabinete, Rio de Janeiro, 18 de Fevereirode 1888.—Illm. e Exm. Sr.—Tenho grandeinteresse em conhecer as circumstoncias emque se acha a viticultura nessa provincia,e qual o progresso que tem tido a producçãodo vinho.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 51

paginas umbem elaborado artigo demonstran-do proficientemente a deficiência das inter-rogações dirigidas aos lavradores do Brazil,algumas das quaes, em nossa opinião, sómen-te podem ser bem respondidas pelos homensda sciencia ou então pelo estudo do que setem passado nos paizes estrangeiros, em re-ferencia á industria vinhateira, actualmenteassoberbada por muitas e differentes moles-tias, que sem duvida alguma virão por suavez atacar os nossos vinhedos, por isso queaté hoje não temos prestado attenção ao quese passou na conferência de Berne, deixan-do entrar em nosso paiz, sem exame prévio,toda a sorte de plantas e mesmo de vinhasquando nem a Austrália dispensa esse exame,

a pessoas entenataas, aos _ ™_l,u,, „««..«, Largos estudos faz ainda a França nãoe m-oductores, que devem comprehender a só para combater a phylloxera, o oídium, outilidade desses esclarecimentos, ora exigi- milldew, o blak root etc como ainda para? conhecer os padrões que devem de preferen-

Onaesasesneciesdevideira cultivadas cia ser cultivados, attendendo a qualidadee sua^rocedencia, com designação das que | da uva, a natureza, do solo e a influencia dos

A certeza de que essa industria tem ele-mentos de vitalidade para occupar logar dis-tincto entre as que avultão na estatísticaagrieola do Império, com grande vantagemda população quanto ao preço do mercado, ereconhecido beneficio á saúde publica quan-to á pureza do produeto, suggerio-me o_ re-curso de obter informações que habilitemeste ministério a auxiliar a mesma industria,quer ampliando os favores concedidos, tantoquanto estiver ao alcance do governo, querpromovendo a concessão de outros, que de-pendão do poder legislativo.

Assim, pois, recommendo a V. Ex.que, até 31 de Março próximo vindouro, pre-ste-me os seguintes esclarecimentos, ouvindoa pessoas entendidas, aos próprios cultores

são preferidas para a vinificação,Qual a procedência e aproveitamento

das mudas introduzidas nestes últimos tresannos; .

Qual o estado das videtras; a robusteze fecundidade que apresentão;

Qual o numero de plantas existentes emcada uma das propriedades onde se cultivaa vinha;

Em que municípios estão situados essaspropriedades, e a quem pertencem; _

Qual a moléstia que nestes últimos tresannos tem atacado as plantas e os meios em-pregados para combate-la; _

Quaes os terrenos mais apropriados acultura da vinha e que fertilisantes são em-pregados; , , ,

Qual a producção do vinho de cada umadessas propriedades, por numero de pipase sua força alcoólica;

Qual o processo empregado;Em quanto se calcula o consumo na pro-

vincia e qual a exportação;Qual o preço, segundo a qualidade, quer

das vendas para consumo no logar da pro-ducção, quer para a exportação;

Que marca tem adoptado o fabricantepara tornar conhecidos os seus produetos;

Qual a cultura e producção das colom-maSDeus

guarde a V. Ex. (Assignado) Bo-ãrigo A. da Silva.-St. presidente da pro-vincia de S. Paulo.

Referindo-se ao importante assumpto denue trata a circular do Sr. ministro da Agri-cultura, a Gazeta de Noticias lançou em suas

agentes meteorológicos.Ainda ultimamente, sob o ponto de

vista do conhecimento das vinhasa própria-das a terrenos calcareos, o governo franceznão duvidou enviar aos Estados-Unidos daAmerica Mr. Pierre Viala, distineto profes-sor de viticultura da Escola Nacional deAgricultura de Montpellier, e dos trabalhosincessantes empregados por Mr. Viala, per-correndo differentes regiões da União Ame-ricana, apenas se obtiverão 3 padrões quepodem ser adaptáveis aos terrenos calcareosda França.

E' do interessantíssimo relatório apre-sentado ao ministério da Agricultura por Mr.Viala, que extraiamos as seguintes obser-vações e estudos.

Vitis rotundifolia. Cresce nos solos are-nosos e humidos das margens do Atlântico.

Não tem valor.Vitis Labrusca (Linneo), mostra-se vi-

gorosa nos terrenos silicosos, aluvionaes ericos de terras vermelhas férteis.

Soffre os ataques da phijloxera.Vitis cestivalis (Michaux)—Bicolor (Le-

conte). Esta vinha como a Labrusca, nos solosfracos, marnosos, argillosos ou calcareosseccos é atacada facilmente pela phylo-

Vitis Riparia (Michaux). Apenas sedesenvolve bem em terras férteis.

Vitis Rubra. (Michaux). Conhecida peloqualificativo de Palmaia, reclama terrenosférteis e ainda assim não pôde servir de su-jeito na enxertia. .

Vitis Lincecumíi (Bruchley). Esta vi-uha é conhecida por-Porí Orh e &stwalu>

52 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

de grandes sementes, attinge grande desen-volvimento em terras de prados e solos pedre-gulhosos e silicosos.

Vitis Rupestris (Scheele). E' de grandevigor, o caule engrossa muito e os ramos sãorasteiros.

Vive em terras alagadiças.Vitis Corãifolia Rupestris. Variedade.

Vive nos barrancos e amfractuosidadesricas de alluvião.

Vitis Riparia Rupestris. O mesmo quea precedente.

Vitis Novo Mexicana. Reclama soloscretáceos cobertos de terra negra ou de ai-luvião dos rios.

Pôde prestar-se como sujeito na en-xertia.

Vitis Niagara inferior á Noak, Os fru-ctos são brancos.

Vitis Secretary. E' atacada pela phylo-xera.

Vitis Mentfiori. Não vale mais do que aCliton, suaprogenitora.Vitis Duchess

» Prentiss» Bacchus» Beauty

Vitis Yoakum I» Mr.Kee \

Vitis Robinson \» Seedlong \

Vitis Iron Clad.Esta vinha resiste poucoao Black-Root,sendo além disto pouco fructi-fera.

tem pouco valor.

são a Herbemont.

são a Rulander.

Vitis Othello» Triumph» Canadá» Brant» Black-Defiance

j Gozão de pouca im-f portancia, soffrendoide Milldew, BlackiRoot, etc.

Corpora plus augent, tibi dulcia, cândida vinaSi vinum rubrum nimium quandoque bibatur,Venter stipatur,vox límpida turbificatur.

Gignit et humores melius vinn.m meliores ;Sifuerit nigrum, corpus reddit tibi pignum.Hínc sitmaturum et ciaram, subtile vetus queEt bene limphatum, saliens, moderainine sumptum.

Provocat urinam mustum cito solvit et inflat,Impedit urinam mustum solvie cito ventrem ;Hepaüscmphraxim generat, lapidemque

Si nocturna tibi noceat potatio vine,Matutina hora rebibas et erit medicina,

(Este ultimo aphorismo já seguem os bêbados,posto que não o conheçâo theoricamente).

Traducção dos aphorismos devida ao Exm.Sr. Dr. Antônio de Castro Lopes.

No cheiro, no sabor, na côr, e brilhoTem-se a prova dos vinhos : cincos cousasDevem ter os bons vinhos ; serem fortes,Formosos efragrantes, frescos, velhos,O vinho branco e doce robustece ;Si em demasia se usa do vermelho,Prende-se o ventre, a voz torna-se rouca.Fazem melhor humor vinhos melhores;O vinho tincto ao corpo dá preguiça ;Maduro seja, pois, e s ja claro ;Mas com moderação beba-se aquelle,Que fôr capaz, por ser subtil e velho,De nos fazer saltar, e enfurecer-nos.Provoca a urina o mosto, e logo a solta,Faz retê-la tambem, e o ventre purga,Do fígado obstrucção, e cálculos gera,Si á noite te faz mal, o beber vinho,Bebe-o pela manhã, será remédio.

Vitis Arisoma (Engelment). Parecegozar das propriedades da Rupestris.

De todas as vinhas americanas, a VitisCordifolia (Michaux), Vitis Cineraroa (En-gelment) e Vitis Berliandere (Planchon) sãoas que podem ser cultivadas, em terrenoscalcareos.

Das numerosas vinhas dos Estados-Unidos as que mais se desenvolvem são aVitis Californica (Benthan) e a Vitis Mur-tang (Engelment). »

Tratando da vinha julgamos interessantedar a conhecer aos leitores os aphorismosda Escola de Salerno relativos ao vinho.

Vina probantur odore, sapore, nitore, colore,Sl bona vina cupis, quinque hsc plaudentur In Mis;Fortia, formosa et fraganlla, friglda prisca

Industria SaecharinaRelatório

Apresentado ao exm. sr. conselheiro Ro-drigo Augusto da Silva, ministro e se-cretar10 de estado dos negócios da agri-cultura, commercio e obras publicas,pela commissão encarregada de estu-dar a diffusão applicada á canna deASSUCAR—1887.

(Continuação)Comparando-se as médias dos caldos a

defecar e dos saturados, nota-se um abaixa-mento na qualidade do caldo saturado, quetalvez se explique pela fermentação que te-nha havido nos difusores, porque ficarãocheios e em repouso durante as 10 ou 12 ho-ras da noite. Com o trabalho continuo, dia enoite ha de provavelmente desapparecer estacausa de notável prejuízo no rendimento

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 53

final em assucar fabricado. (Vide a seguintetabeliã comparativa.)

Entretanto, fomos informados que poste-riormente a estada da commissão neste' en-genho central o xarope e a massa cozida afi-nal fôrão obtidos muito mais claros do queantes.

Além disto uma única analyse (n. 3) re-vela mui pequeno augmento na pureza decaldo saturado. Nas outras analyses (ns. 1,2, 4 e 5), por descuido, o caldo saturado nãofoi neutralisado, como devia ser, visto que aalcalinidade influe sobre a polarisação do li-quido.

Brix I Pnla' -?"0;risaçao ciente

Caldo a defecar.. 9.98 9.53 95.1

Caldo saturado... 9.61 8.96 92.9 (95.6)

Differenças —0.31 -0 57 -2.5 (+0.2)

Muito bom effeito, principalmente quan-toá superioridade do assucar de 1.° jacto,conseguio-se tambem no engenho central doRio-Negro pelo emprego do ácido sulfurososobre o caldo expresso, no qual destroe mui-tas substancias corantes, sendo depois quasineutralisado este caldo ácido pela cal, até queo papel azul se torne ligeiramente vermelho.

O sulfito de cal formado precipita-se emtanqnes, pelos quaes o caldo corre mui va-garosamente, sendo o resto dos corpos sus-pensos no caldo separado pelas prensas defiltrar. Consta que os filtro-prensas, receben-do logo semelhantes caldos, sem terem pas-sado por vasos de precipitação, filtrão mal.

A ponca demora da commissão em Rio-Negro não permittio verificar, se é de factopela inversão, isto é, pela trasformação dasaccharose em assucar invertido (glycose elevulose) nos tanques de precipitação, quese explique o prejuízo havido no rendimento,como pretendem.

Caldos saccharinos ácido expenmentaosempre alguma inversão durante a evapori-sação no tríplice effeito, e para evita-la de-vem ser ligeiramente alcalinos, como já ficamencionado.

A saturação das espumas, isto é, doscorpos suspensos no caldo separados do mes-mo, pelo ácido sulfuroso, a qual se praticaem Barcellos, não produzio tão bom resulta-do quanto o processo empregado em Rio-Ne-

gro onde as massas cozidas se distinguempela côr loura, bem clara, emquanto em Bar-cellos e Bracuhy erão bastantes escuras.

Em Bracuhy verificamos ser devido estacôr escura a certos ácidos orgânicos (preci-pitados ao quente pelo sulfato de cobre), re-sultado da destruição ou transformação deuma parte orgânica do xarope, talvez da gly-cose produzida pelasinversõesdurante a eva-

poração.Estes ácidos apparecemfou tornão appa-

recer em virtude do emprego do sulfito dealumínio, com que se precipita o pequeno ex-cesso de cal no xarope, fazendo com que esteseja ligeiramente ácido, propriedade indis-pensavel ao xarope obtido do caldo da cannade assucar, para que se possa conseguir umbom e fácil cozimento no vácuo, isto é, crys-taes grandes e bem formados.

Esta propriedade, porem, se pôde obterpelo emprego directo de qualquer outro aci-do, v. g. do ácido phosphorico, não tendo lo-

gar neste caso o apparecimento daquellesácidos orgânicos.

Antes por falta de apparelhos e de pro-duetos chimicos puros do que pela de tempo,não nos foi possivel determinar a naturezae, pela quantidade de cobre precipitada, a

quantidade destes corpos ácidos.Nas tabellas seguintes (IX e X) se en-

contrão as analyses do xarope antes e depoisda saturação com sulfito de alumínio.

TABELLA IX

Analyses do xarope alcalino

-8, 4 a|o| 1 $1

g*° a -% <£ &_ ,

41.52 22.7 38.2 92.0 1.18720

38.10 20.9 35. 5°/0 93.2 1.16971

Média. 39.81 21.8 36.85 •/. 92.6 1.17816

Vide Analyse n. 3 da tabeliã VIII.

TABELLA XAnalyses do xarope acião

1 í II R» ° -.2¦o S 8 SSel « i ilIl m a I wg- 5 _&_ t—--

43.58 23.8 38.3 •/. 87.9 1.19822

44.95 24.6 40.1 •/. 89.3 1.20565

43.57 23.8 38.4 *"/„ 88.1 1.19822

Média. 44.05 24.07 38.93 89.1 | 1.20104

54 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Sendo cozido por pouco tempo, o xaropedepois da introducçâo do sulfito de alumínio(xarope ácido), houve evaporisação e por istoaugmento da densidade, porem diminuiçãoda pureza apparente (92. 6—89.1=3.5) semduvida, devida a presença dos ácidos men-cionados, emquanto no xarope alcalino, estesácidos não existião. Estes estudos, porem,ainda não são sufficientes para condemnar oemprego do sulfito de aluminio com o fim dedestruir a alcalinidade do xarope e de com-municar-lhe uma ligeira reação ácida, deter-minada pelo papel azul de tournesol.

Se fôr provado por estudos apurados emuma estação agronômica annexa a um enge-nho central com diffusão e saturação, que acausa do apparecimento destes ácidos seja adestruição de uma parte da glycose pelo aci-do sulfuroso na temperatura de ebulição doxarope parece não ser conveniente semelhan-te saturação do xarope, bem que estes xaro-pes ácidos, depois de filtrados por filtropren-sas, pareção muito límpidos, porem, escuros,em virtude dos referidos ácidos em solução.Toda a glycose deve ficar conservada parao fabrico do álcool.

Neste logar o emprego do ácido phos-phorico até a ligeira reacção ácida, nos pa-rece mais conveniente para acidular o xaro-pe, precipitando a pequena quantidade decal, que ainda houver. (Vide quesito 8).

A dosagem ou analyse da cal mais exa-cta seria pelo methodo de titulação, haven-do um chimico na fabrica, que possa ensina-lo a um trabalhador bastante intelligente econsciencioso para executa-la com o neces-sario escrúpulo, sem o qual se torna inútil,preferindo-se, então, o emprego do papel detournesol, como aiima ficou apontado. (Videquesito 6).

QUINTA PARTE

COMBUSTÍVEL E EMPREGO DO BAGAÇO

(Quesitos 9o e 10°)

Em todos os paizes em que a cultura dacanna tomou maior desenvolvimento, obri-gando, portanto, a derrubada e queima deabundantes mattas,a maior preoccupaçáo dosfabricantes de assucar foi e será economisarcombustível e aproveitar o residuo denomi-nado bagaço, seja obtido pelas moendas, oupor outro qualquer processo de extracção.Para isto, têm-se imaginado diversos fornos,já descriptos e empregados nos engenhos dopaiz e Antilhas, e de cuja efficacia estãoconvencidos os proprietários mais adiantados,

pois com elles se ha conseguido economiasuperior a 60 %, verificada nos fornos LeonMarie Goãillot Thompson.

Antes da applicação destes fornos, adespeza de carvão oscillava entre 800 a 1000kilos, por tonelada de assucar fabricado, oque encarecia extraordinariamente a despezade fabricação.

Isto posto, avalia-se bem a importânciado aproveitamento do bagaço em todas asregiões em que o carvão e a longa tiveremalto valor, e será motivo bastante para a con-servação dos poderosos cylindros, recente-mente introduzidos nas fabricas centraes, nasquaes se pratica a injecção de vapor e agua,obtendo-se repetidas pressões.

O novo processo da diffusão deixa astalhadas de cannas sobrecarregadas da 90 °/0

d'agua, e difficil será aproveitar-se economi-camente estes resíduos como combustível.Quer se empregue poderosas prendas, quer ocalor solar, nas regiões e climas mais seccos,é tal a despeza, que melhor será transforma-Ias em estrumes, addicionando-lhes todo osresíduos de fabricação, taes como as espumas,rescaldo, cinzas, etc. Desfarte, ter-se-harestituido á terra tudo quanto ella houverfornecido em suas abundantes colheitas. Istoé, o melhoramento do solo, pela cultura dacanna.

Entretanto, a industria tem procuradoaproveitar as talhadas. Applicadas as cen-trifugas, conseguio apenas reduzir a aguanellas contida, a 84 °/0 do seu Peso '¦> como asprensas Selwig e Lange, 82, bem longe aindade 45 °/o. Para assim poderem ser queimadasnos fornos já mencionados.

A par de innumeras vantagens, o pro-ces«o de diffusão tal qual se pratica nos en-genhos Barcellos e Bracuhy, e igualmente emDemerara, onde a firma Sangerhausen ga-rantio caldos a 7 gráos Baumé, quando onormal fosse de 9o, tem o inconveniente dedilluir muito os caldos, reduzindo-os a 5 e 5,5Baumé, o que importa em um augmento de50 7„ de agua, que deve ser evaporada, dandologar não só á maior despeza de combustível,mas ainda á inversão do assucar crystal-lizavel.

Este inconveniente foi removido nas ex-periencias de 1875, feitas pela Jullius BobertDiffusion Porcess. Comp.na Luiziania, e des-criptas minuciosamente em relatório apre-sentado em 1878 ao Governo Imperial, porum dos signatários deste trabalho. Na seriede experiências alli feitas, conseguio-seobter caldos a 9°,5 Baumé (densidade 0,473)quando o normal marcava 7°,75 (densidade1,0568). Entietanto, todos os ensaios poste-riormente feitos, salvo os de Java, demon-

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 55

strão que os fabricantes de apparelhos desço-nhecião a nutureza das talhadas das cannasde assucar.

Ei-los:

CALDO NORMAL DA DIFFUSÃO

I.uiziana (1875)Engenho «Aska» (índia).Ottawa (Kansas) Almena(Hespanha). ...Barcellos (Brazil)Bracuhy (Brazil)Java

Caldo normal

Densidade Baumá

1,05681,06201,06391,00101,08-781,07401,0788

7»,758,508,608,30

11,609,90

10,50

Caldo tio diffusão

Densidade] Bauinã

1,01731,01731,03401.04001,03851,04001,0655

6»,506,504,255,505,305,608,90

Seattendermos a resultados tão diversos,diffieil será avaliar o acerescimento do com-bustivel necessário á evaporação e concen-tração do caldo diluído, e para bem julgar quala quantidade do vapor gasto nos difusores,apenas se conhece a serie de experiênciasfeitas em Ottawa, das quaes resulta a des-peza de tonelada e meia de carvão (1,5000kilogramas) equivalente a 3,750 kilos delenha, para tratar 49 toneladas de cannas,que, segundo a opinião do Dr. Harvey W.Wiley, podem ser reduzidas á metade.

Para elevar o caldo diffuso (5o, 5 B) a 11°B, no concretor Fryer, tal qual se pratica noengenho Aska, antes de entrar para o eva-porador de duplo effeito, avalia Mr. Kollmanngastar 12 1/2 toneladas de, lenha, por 100 decannas. Para todas as operações, o engenhoAska, queima 6 toneladas de lenha para 10de cannas ou 60 "/„, e obtém de 1000 kilos decannas 100 de assucar. Em relação á despezado combustível, o trabalho mais cuidadoso foipraticado em 1876, na Luiziana, e demontrouque nas condições de cannas podres, comotem aquelle paiz, a despeza de combustívelfoi:

Por (on, dornas»For tou. i. cum» „„,,,,.

Pelo processo da diffusão.. 722 k. de 1. 6,900 k. de 1.Com as moendas 507 k. de 1. 6,022 k. dei.Engenho Aska (diffusão)... 600 k. de 1. 6,000 k. de 1.

As experiências em Java não derão re-sultado satisfactorio, e nos engenhos Bar-cellos e Bracuhy, a commissão encontroudifficuldades para determinar com precisãoa despeza real da lenha queimada, comopassa a expor.

O engenho Barcellos, e bem assim todosos que se mostrarão pelo typo das Antilhasfrancezas, não estudarão convenientementeesta parte importante da fabricação, e por

commodidade adoptârão para seus geradoresde vapor o typo locomotiva. Mas tarde, vendoos inconvenientes do systema, modificarãoseus fornos e assentarão geradores, cujostubos têm maior diamentro e permittem avolta da chamma.

Nestes fornos com tiragem forçada,do bagaço verde faz-se perfeitamente bem, esão dignos de recommendação o typo Godillote Thompson.

Faltando, porém, o bagaço em virtudeda grande capacidade do forno, e larga su-perticie da grelha, ajudada pela forte tiragem,a depeza de lenha é excessiva, e nemseus autores recommendão fornos para talfim.

Disponde destes dous instrumentos, im-próprios para um estudo definitivo, não pôde acommissão acceitar a despeza enorme de duastoneladas de lenha por hora, para trabalhar96 toneladas de cannas, como aconteceu noengenho Barcellos, e assim comparar os gas-tos de combustível, quando se empregue adiffusão ou processo de extracção pelasmoendas.

Em Bracuhy, onde ha excellentes gera-dores de Nayer, varias circumstancias per-turbarão as experiências directas, e por issoa commissão calculou a despeza de 1 kilo a200 grammas de lenha por decimetro qua-drado de grelha, em combustão lenta, comoalli se faz nos quatro metros quadrados degrelha de cada gerador.

Assim procedendo, vai além do que real-mente gastão os geradores de Nayer, douskilos de lenha por cavallo e por hora. Istoposto, os quatro geradores da força colle-ctiva de 500 cavallos gastaráõ, em trabalhocontinuo e normal, 1,920 kilos de lenha, porhora, ou 46,080 kilos nas 24 do dia.

O tríplice effeito regulador da marchanas fabricas que preferem a diffusão, temem Bracuhy 300 metros quadrados de super-ficie de aquecimento, portanto, capacidadebastante para evaporar o caldo de 20 tone-ladas de cannas, mormente se addicionar-sesomente 30 % d'agua ás talhadas, o queserá fácil se os diffusores forem augmenta-dos em numero de capacidade.

Temos intima convicção de que os dadosobservados nos diversos engenhos serviráõde guia áquelles que tiverem de organizarnovos planos ou modificar as fabricas exis-tentes.

Resumindo, a commissão apresenta oquadro comparativo das despezas de com-bustivel, pelos dous processos,—diffusão emoendas.

56 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

|¦8

ooo

I.8

.5!

l

IM ri

2%o oO <u

I I I I

t/3HaO 3 2 o.

rt rt 03a a a

S

i*>

s

E' notável a variação dos gastos decombustível, um dos principaes obstáculospara o emprego de difusão em certas re-giões, mas pensa a commissão ser aindapossivel reduzir despeza tão importante,quando melhor estudados forem os geradoresde vapor e conseguir-se densidade superior ádos caldos obtidos em Bracuhy (5°, 5 Baumé),ao entrar nos defecadores.

A despeza de combustível é um dosfactores mais importantes dos gastos defabricação, mas dependem elles, como sesabe, do preço da matéria prima e da eco-nomia e perfeição do trabalho nas fabricas.Difficil será, portanto, avaliar o custo defabricação, tão variável quanto os processosadoptados á bôa administração dos estabele-cimentos industriaes.

SEXTA PARTECUSTO DE PRODUCÇÃO

(Quesito 11)

As ultimas noticias da safra passada dãopara despeza de fabrico na Allemanha:Fabrica central de Weetzen. 4*002 por tonei, de beterraba

, » » Auclam.. 3*890 » » » »» » »Holzmin-

den.... 6*731 » » » »Nas Antilhas Francesas,

François 4*000 »» Avbouisier 5*720 »

Cuba Las Canas 4*000 *» Portugalete 2*200 »

Brasil Õuissaman 4*517 »n Barcellos 6*000 »M Engenhos pequenos. 9*000 »

Não devem cansar espanto as varia-ções aqui mencionadas, porque acontece queem engenhos de 200 toneladas ba numerosuperior a 100 operários, quando no engenhoPortugalete ha apenas 28 homens, dentro doestabelecimento e mais 8 na esteira dascannas para fabricar 12 toneladas de assu-car secco, typo americano, em 14 horas.

As despezas de fabricação não dependemsomente da bôa administração, mas sim dabôa escolha e installação dos apparelhos.Fabrica-se tão bem com machinas simplis-simas, quanto com os vistosos e custososinstrumentos fabricados pelos ricos caldei-reiros. O tratamento do caldo de canna émuito mais fácil do que o da beterraba, epor isso mesmo muito descuidado entre nós.Com o auxilio do ácido sulfuroso e _ filtrosmecânicos, consegue-se assucar puríssimo,próprio para entrar immediatamente no con-sumo, reduzindo a mão de obra que sobrecar-rega os produetos da beterraba.

Se, pela perfeição na cultura e simpli-cidade nos processos de fabrico, pudermosbaixar a 4$ o preço da tonelada de cannas efabricar por 3$, sobrecarregando esta des-peza com Impara amortisação, reparos, etc,teremos o total de 8$ por tonelada de cannasque nos dará 90 kilos de assucar e 50 de mel.

» cannas

Despeza total por tonelada de cannas 8$000Deduza-se o valor do mel 3J&000

Custo de 90 kilos de assucar 5$000Ou 55 réis por kilo.

Não se infira daqui que esta economia,realizada no fabrico, prejudique a qualidadeou quantidade de assucar. Não. Ha muitosexemplos na provincia do Rio, paro demons-trar esta asserção.

Será possivel obter-se cannas a 4$ portonelada ? Nas provincias do norte ainda émais barato, em conseqüência do baixo sa-lario.

Na provincia do Rio, na região maisprospera, na que se avizinha das estradas deferro, onde o salário é elevado, cultiva-sepelo preço seguinte:1 hectare.—Pelo trabalho de ro-

çar capoeiras 20$000Queimar e ajuntara lenha 103ÍOOOPlantação 20$000Cinco capinas 150J!)000Corte de 80 carra-das (80 toneladas.. , 48$000

Ou3$100por 1,000 kilos.248*000

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 57

As socas do primeiro anno apenas exi-gem duas capinas, e, portanto, mais bara-tas são as cannas.

Empregando-se arados e cultivadores,custará:1 hectare.—Ia lavra 10$000

2a dita 10J.000Quebrar torrões epulverisar 25$000Abrir sulcos para asementeira 5$000Plantação 10$000Oito capinas com cul-tivadores 40$000Corte de 80 tonela-das 481f>000

Ou 1$850 por tonelada.148$000

Tudo isso se faz em terras de alluvião,da provincia do Rio, sem o emprego deadubos. Quando estes forem necessários, decerto augmentará o preço das cannas.

Na Luiziania a producção é de 50 tone-ladas por hectare, e as despezas de culturamais elevadas, de sorte que custa uma to-nelada 4$800

Nas Antilhas Francezas 4$000.

Na austrália assim se reparte a despeza:10JS.00035?>00017*8)500

85JOOO10Í.0003$500

38SJÜ50015ÍÍ000

opp.» opoou.oadso osoj

to t* i> t-1- £- tr¦^jt CO íO CO eOCOíO£i I— íeO tD eO tO CDOOOOOOO

moiooooooooooooooOHtr.oowHwojaio^ootà_>oór-r~lr-a_r-Csooo")asCT>to

O j SO.U«I .f 9 .6

w íSOÓUÜI 0E 9 of.

oôiret og

OÍUB| oi

wo

as_1¦31.:OP5C

siD ro¦a-ia

*s a 5 si *3

E rt

íc._3

'. . . I ' dj • • • ' õ. • • • :• • • : : S : • '• •'.','... ° • • • •

s : : 1 : : : :¦ ¦ *

! :a '¦ '¦ '• '•

¦ò ". l '• •"cs • * * :

1 : : :| * ¦ :f ia :::§*- : :¦=¦!

* * —\S, . J rt —" * r/j . </) «

Co-HHdObii™ '

-St S H.s 3 *» * 'EoSHea-*!"NsJ(

svaNaow

Arrendamento da terra (1 acre).Extirpação das raizesDuas lavrasGradarPassagem de roloSemeaduraLimpar e tirar a palhaCorte

opi«o opOOl|!09dS0 0S9d

Ou, por hectare, 302$500.137ÍJ>500

A producção é de 50 toneladas por acre,ou 110 toneladas por hectare, o que reduz opreço de tonelada a 2ÍJ750.

Acreditamos qne esta producção nãoserá a média, porque na provincia do Rio omáximo de 120 toneladas por hectare não écommum.

Percorrendo os relatórios das compa-nhias que estabelecerão engenhos centraesna provincia do Rio, os dados colhidos nasAntilhas e America do Norte e bem assim emoutros paizes, póde-se avaliar quão defei-tuosos são o tratamemto do caldo e operaçõessubsequentes.

8

moi

,J ç & £B eu.o o o o o c

CD O O O O O

ao os os to t- to

(ü OO •

soòuBiosa*.? 1SI :CO CO CO *

toinoo •oòuei »i °*.°.j. '• :

_f5<X>tO •

• °'_ upisoa bssbwO t?í _Í5 «CS CO CO¦•f -*f co * o co ¦*¦*¦*¦

oV)mwoossa-

si:UÍSgfllllicam**itf\ 9 *Si - .2 —- * p

-

Sil-âillfj tH « P*l-"-_S0«^JC*íi5

OYsnaiía "

I i t/í

Mlli3 Bw aoo <¦«

ai p

S ~3cq rs Cr

**»J< X

8*1

a C <»S«

_9^ esSS .-oS rt g¦Beo-<j gSS-oc q«flo

° S? -*-

B-sIi—*• Q_a>ES»*0rt rt M gS8ÍÍ

0-1B í ***'ife S m _*

"3SS

58 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Baixar o custo de"producção,eis o proble-ma a resolver. Depende,como se sabe do preçoda matéria prima, de sua riqueza saccha-rina, dos appareIhos"empregados, do bom tra-tamento dado ao caldo 'da canna, e, final-mente,*/da 4bôa administração. Convém di-ze-lo francamente: nas grandes fabricascentraes do'Brazil, estes requisitos têm sidocompletamente esquecidos, e para prova-lobasta dizer que os grandes engenhos, dotadosde poderosas maçhinas, não podem concor-rer com as pequenas fabricas, nem poderãosupportar o preço de 140 rs. por kilo, porquemais custa-lhes o producto nos seus arma-zens.

Custosos edifícios, extensas linhas-fer-reas, cultura imperfeita, fabricação descu-rada, taes são os elementos que têm concor-rido para o máo êxito das nossas emprezas.E difficil será para ella remover todos osóbices que entorpecem seu desenvolvimento;porém, sirva de aviso a outros que queirãoexplorar tão importante industria, cheiaainda de vida.

Como demonstrámos acima, empregandomeios simples e apparelhos econômicos, pa-gando a matéria prima por preço remunerador,é fácil chegar a qualquer mercado para, emigualdade de condições, concorrer vantajosa-mente com outros paizes que se dedicão ámesma cultura. Pagando cannas a 4$ os 1.000kilos, a fabricação a 3»,dando 1» para amor-tização, no Brazil se igualará o preçodo as-sucar ao do engenho Portugalete, na ilha deCuba.

Assim reduzido o custo de producção edestruídas as barreiras fiscaes, o assucarbrazileiro deve e pôde fazer séria concur-rencia aos productos similares.

(Continua).

Economia Rural *

Luzerna ou AlfalfaSUA PLANTAÇÃO

Sr, Fazendeiro

Ao offerecer-vos as sementes inclusasde alfalfa do Rio da Prata, peço licença paraindicar pontos capitães que me parece convir

* mm e Exm. St. Conselheiro Dr. Nicolau Joa-quim Moreira-Tomo a.liberdade de offerecer a V.Ex. oincluso opusculo.

serem observados sobre semelhante planta-ção ; porquanto, é assumpto que por demaisse prende aquelle que tenho propagado epropagarei, e de vosso pleno conhecimentoIndustria Pastoril do Brazil.

Nos actuaes estabelecimentos agrícolas,sem sacrificardes as vossas lavouras já co-nhecidas e lucrativas do café e da canna deassucar, especialmente na provincia do Riode Janeiro, onde nasci e que tanto estre-meço, bem podeis alliar essas culturas ásresultantes dos prados artificiaes para a ali-mentação e melhoramento de vossos gados,explorados pela força do trabalho, producçãode carnes, leite e lãs; pois, como sabeis, avantagem está na razão directa da qualidadee não da quantidade.

Sem uma bôa alimentação, sem uin bomtratamento, sem, em summa, bôa hygiene,nada de certo conseguireis.

Não vamos apreciar esses enormes esta-belecimentos de criação, onde a nossa vistase perderia; prefiramos, sim, vêr pouco e fi-carmos succumbidos em presença da quali-dade.

O Agricultor-Criador é pensamento quese liga ; a industria da criação não pôdeexistir sem a industria agrícola; ellas repre-sentão causas e effeitos directos.

A luzerna ou alfalfa é conhecida ha maisde 500 annos, antes de Jesus Christo, e temdado grandes resultados em muitos paizeseuropeus e em tantos outros do continenteSul-Americano.

A sua producção é mais ou menos in-tensa, conforme a natureza do clima e dosolo ; entretanto devemos attender:

1.°—Clima que não seja ardente nemextremamente frio.— No Brazil existem fe-lizmente todos os climas desejados.

2."—Terreno nem muito secco, nem muitohumido, profundo, poroso e de terra muitofértil; ;evitar o mais possivel que esteja ex-posto aos ventos do levante, que são muitocalmosos e abafadiços ; prepara-lo por meio

Não representa elle, é faclo, um trabalho completo,porém breves indicações que poderão ser aproveita-das nos tempos que correm, segundo penso.

E' provável que haja peccado pela formula, masespero que V. Ex., mestre, e de competência incontes-tavel dirá o que julgar a respeito. - Sou de V. Ex.,attento venerador e obrigado, José J. de Miranda.—Corte, 6 de Março de 1888.

0 juizo que formo das indicações do Sr. Mirandasobre a cultura da alfalfa, patentea-se na publicaçãodo trabalho de S. S. nas paginas do Auxiliador daIndustria Nacional—Nicolau Moreira.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 59

de arado, se possível fôr, uma, duas ou tresvezes com longos intervallos de dias e pri-val-o de toda e qualquer vegetação para nãosacrificar a franca germinação e crescimentoda planta nos primeiros tempos.

3.°—Correr sobre o solo assim disposto,ancinho ou grade de madeira para aplainal-o ;depois abriremos pequenos regos, podemosdize-lo á flor da terra, nos quaes de 0m,25 a0m,25 ou de 0m,30 a 0m,30 centímetros, lançaremos a semente em muito limitado numero e com a mesma terra que ficou nas bordas desse rego, cobriremos a semente semapertal-a.

Esta planta aprofunda muito as suas raizespor onde recebe a humidade indispensável âsua existência e dura longos annos; dá cortesque vão augmentando por novos rebentõesportanto o meu intento é evitar que a aceumulação de muitas sementes no mesmo logarpossa prejudicar a marcha natural para o seuperfeito desenvolvimento.

4.°—Qualquer época serve para a forma-ção de uma luzerneira ; entretanto devemospreferir a lua nova por experiência feita e asestações do anno : Outono ou Primavera :naquella prevenimos os rigores do inverno enesta os do verão, que podem sacrificar con-sideravelmeute a planta recém-nascida.

Verdade é que no dia 13 de Janeiro docorrente anno, em um pequeno caixão me-dindo 0n,,24 de altura e 0"',11 por 0'",09, delargura, plantei tres sementes de alfalfa doque me resultarão tres pés, do tamanho hojede O",28 ; O"1,25 e 0m,22.

Verdade seja dita ainda, de que não devonutrira esperança de poder vê-los com flor esementes pela natureza do espaço, único deque poude dispor nessa oceasião.

CASOS A PREVENIR

a.—Podemos addicionar ao primeiro pre-paro do terreno, adubos especialmente deestabulos.

b.—Se o terreno não possuir a humida-de indispensável, devemos empregar as irri-gações usadas em casos taes; se fôr muito hu-mido ou alagadiço, devemos fazer o escoa-mento das águas pelos processos de drena-gem.

c—Além das hervas más de que deve-mos livrar a luzerneira em todas as prima-veras dos annos seguintes, devemos limpa-lae aduba-la.

d.—Os córtesterão logar no começo daflorescência, e só no fim de tres annos é queas sementes deverão ser colhidas.

e.—Depois da luzerna cortada e bemmurchada ao sol, leva-se para um tendal a-propriado, onde é depositada sobre uma gra-de, alta do chão, por camadas intercaladasde palhas, de modo a ficar bem secca e nãose realisar fermentação.

/".—Evitar o mal que os pássaros possãoproduzir á sementeira, antes ou logo depoisde germinada.

Se erro na exposição que vos faço, per-dão; pois não representa ella um improviso,porém a conseqüência de acurado trabalhode um leigo e empregado publico.

Do resultado que obtiverdes,affirmativoou negativo, não vos escuseis de dar umano-feia ao autor desta exposição, que acre-dita no feliz suecesso de vossos prados arti-ficiaes, certo de que assim concorrereis di-rectamente para novos trabalhos futuros.

Vossas ordens ao humilde

Respeitador

José I. de Miranda.

Corte, 25 de Fevereiro de 1888.

Endereço. —José Innocencio de Miran-da—Rua do Rezeude n. 167 ou RepartiçãoFiscal do Ministério da Guerra.

Mona

E' uma ferragem que resiste á secca eapraz-se em terrenos calcareos.

A moha analysada no estado de flores-cencia deu o seguinte resultado:

Substancias asotadas 5,9« graxas 1,5

Glycosides 13,5Substancias lenhosas 11,5Saes 2,4Água 65,2

100,0

A moha contém 0,28 de ácido phospho-rico, produz por hectare 18,000 kilogrammasde forragem verde e 10,000 de feno, o qualanalysado deu:

60 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Substancias asotadas 10,80« graxas 2,20

Glycosides 48,50Substancias lenhosos 20,40Saes 5,70Águas 12,40

100,00

A mona nos parece um vegetal forra-geiro próprio para ser aclimado no Brazil,sendo, como é, acceitavel pelo gado vaccunie cavallar, e apresentando a relação nutri-tivade 1/3,7.

Pimprenella Grande

Sanguisorba officinalis

Forragem apropriada a todos os terre-nos, como a Pimprenella pequena—Poteri-um guisorba, é vivaz, semea-se na pri-mavera na razão de 40 kilogrammas por he-ctare e serve de bom pasto aos carneiros,fornecendo um feno duro quando vegeta emterrenos áridos.

Esparceto

Heãysarum Onolrychis

Forragem vivaz, dando doze cortes poranno, vindo bem em terrenos pouco férteis, cal-careos e montanhosos. Semea-se na propor-ção de 6 kilogrammas por hectare.

Milho Branco

(Norte America)

A farinha deste milho é excellente e osgrãos são apreciados pelo tamanho, sendo osabugo extraordinariamente fino.

Um alqueire pesa 5 a 6 libras mais doque o de outra qualquer qualidade.

O milho Dente ãe cavallo, é na opiniãode W.Laêr,o melhor para forragem pelo ren-dimento em folhas e pela qualidade sapidado colmo.

Segundo Goffart, 50 a 60 kilogrammasde milho verde são perfeitamente substitui-

dos por 30 ou 5 de milho usado na ali-mentação de um animal vaccum.

O milho contém de ordinário 81 a 85 "/„

d'agua.

Analyse ão milho verãe

Água 86,20Assucar 0,43Substancia azotada 0,90

« não azotada 7,67« graxa 0,18

Cellulose bruta 3,67Cinzas 0,95

100,00

50 kilogrammas de milho verde contêm0,456 kilogrs.de substancia azotada.

Serradella Ornithopus sativus

Planta pertencente á familia das legmni-nosas; forragem adequada para ser cultivada .em terreuos áridos onde a alfalfa não vegeta.

Se a serradella tem á sua disposição um solohumido desenvolve-se de tal maneira quealcança a altura de 1"',1, dando de pasto verde800 toneladas por 1 l hectares, semeando-seapenas 30 kilogrammas.

E' um excellente pasto verde, para qual-quer espécie de gado, aproveitando estetambém o restolho que fica no campo.

A serradella é planta animal e originariade Portugal.

A serradela pode ser aproveitada no me-lhoramento dos terrenos áridos eminente-mente calcareo-silicosos.

A sua composição no estado de florescênciaé a seguinte, segundo Wolf.

Substancias azotadas 3,6Substancias gordas 0,4Glycosides 0,6Saes (ácido phosph. 0,102).. 1,3Substancia lenhosoÁgua

8,186,0

100,0

Transformada em feno a serradella dá por20,000 kilogrammas 4,000 de feno contendo:

O AÜXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 61

Einlloresc. DepoisSubstancias azotadas 15,5 14,6Substancias gordas .. 1,8 1,6Glycosides 32,5 27,7Saes 7,4 5,6Substancias lenhosas. 26,1 33,9Agua 16,7 16,7

100,0 100,0

Ensino AgrícolaImperial Instituto Bahiano de Agricultura

Creado por Decreto n. 2580 de Io de No-vembro de 1859, e de iniciativa de SuaMagestade o Imperador, quando nesse annohonrou esta provincia com sua visita, é re-gido o Imperial Instituto por uma directoriacomposta de 7 membros, que são actualmenteos Srs.: Barão de S. Francisco, presidente ;Barão do Guahy, vice-presidente ; AugustoSilvestre de Farias, secretario ; José daCosta Pinto, thesoureiro; Barão de Villa-Viçosa, Drs. Pedro Muniz Barreto de Aragão,e Domingos Antônio Pires de Carvalho e Al-buquerque, membros effectivos.

Além da directoria ha conselho fiscal,composto de 21 membros,que se reúne quandoconvocado por ella.

Apraz-me declarar que os cidadãos de queora é formada a directoria, têm prestadodesinteressadamente serviços importantes áinstituição, mormente os que servem haannos, e tão somente instigados pelo pátrio-tismo e dedicação.

Taes serviços são considerados relevantespelo alludido decreto.

A receita do Imperial Instituto este hojereduzida ás subvenções do Governo Geral eProvincial, ás pensões de diversos alumnos ea algum donativo que tem sido feito.

Não é de certo sufficiente para occorrer ásexigências do serviço a seu cargo, devendoaliás ter maior desenvolvimento, para quepossa prosperar o estabelecimento por ellacreado em S. Bento das Lages e que porDecreto n. 5957 de 23 de Junho de 1875mereceu a approvação da Governo Imperialdando-lhe o respectivo regulamento.

Essa Escola Agrícola está confiada âdirecção do Dr. Francisco dos Santos Silvae tem um corpo decente composto de setemembros. O curso intitulado de agronomia éfeito em 4 annos lectivos, findos os quae3 osalumnos recebem o titulo de EngenheiroAgrônomo.

A esoola inaugurou os seus trabalhosem 1876 com 13 alumnos, dos quaes 9 filhosde lavradores e 4 orphãos do collegio de S.Joaquim.

De 1881 em diante a freqüência au-gmentou progressivamente, mantendo-se atéaquelle anno entre 20 e 25 alumnos.

Das outras províncias do Império tem aescola recebido os alumnos que a procitrâo,sendo de 21 a sua freqüência actual.

Ha, além do curso superior, um cursoelementar que tem por objectivo prepararoperários agrícolas, e é freqüentado hoje por22 alumnos orphãos edesvalidos, sustentadospelo estabelecimento.

No intuito de crear o ensino pratico adirectoria, depois de varias tentativas infru-ctiferas, naturalmente por não terem tido acouveniente direcção, solicitou o concursodesta presidência para que, por intermédiodo ministro Brazileiro em Washington, sétentasse de novo a acquisiçâo de um condu-ctor de trabalhos práticos de agricultura,visto não se ter conformado com a propostafeita o Sr. D. Andrés Sanches y Arregui,que se havia apresentado.

Recebendo, porém, o Sr. Barão de Ita-juba, nosso ministro naquela localidade, umaproposta do Sr. D. José dc Ia Vegas paraformar um contracto idêntico, deliberou adirectoria autorisa-lo, em vista da urgentenecessidade de se iniciar o ensino pratico,que deveria ter acompanhado á installaçãoda escola, tendo em consideração os attes-tados favoráveis de habilitação e moralidadedo proponente, garantidos polo nosso cônsulem Havano, e pelo illustre escriptor D. Al-varo Reynoso.

Neste sentido já dei as providenciasnecessárias, reconhecendo a indispensabili-dade de taes serviços em um estabelecimentocomo o de que se trata.

Tendo a directoria deliberado que, deora em diante, o preenchimento das cadeirasque vagassem fosse feito por concurso come-çando pela de engenharia rUral, vaga pelofallecimento do respectivo professor, tevelogar o concurso para essa cadeira, sendonomeado o engenheiro civil Arlindo CoelhoFragoso, classificado Unanimemente em pri-meiro logar pela congregação da escola, emvista das provas exhibidas.

São esses os dados officiaes sobre a In-stittiição de que me occupo.e cuja creação foidevida a um pensamento de grande alcancena fortuna agrícola do paiz.

Constituída como se acha, nâo me parecetodavia, que corresponda a escola completa-mente ás esperanças attittentes ao verdadeiro

~:p

62 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

fim de sua instituição, sendo de máxima con-veniencia que a illustrada directoria, tãopatrioticamente dedicada á tarefa que tomarasobre si, procure melhorar a marcha dostrabalhos, compromettida até certo pontopela insufflciencia de habilitações praticas.

Se é conveniente, e disto não é licitoduvidar, o estudo theorico afim de formar oespirito para as deducções lógicas dos prin-cipios que regem o trabalho, não é menoscerto que só as applicações immediatas podemnas sciencias technologicas, como é a agri-cultura, formar a convicção dos alumnos edespertar entre elles o verdadeiro interessepela carreira que abraçarão.

Apropria escola nos fornece ajustifi-cação do que hei dito. Funccionando ha 11annos, não tem formado verdadeiros agri-cultores na plena accepção da palavra, nãoobstante facultar o titulo de engenheiro agro-nomo aos que completão o tirocinio escolar.

O regulamento que rege a escola é re-conhecidamente deficiente, não só porquenelle não se achão distribuidas as matériasdo ensino, segundo o exigem as circum-stancias peculiares do paiz e as verdadeirasnecessidades da vida agrícola, como por nãohaver pratica de qualidade alguma, seria-mente considerada, que corrobere o ensino noterreno das applicações.

Em todos os estabelecimentos de seme-lhante natureza o alumno se identifica com otrabalho manual, próprio da profissão queescolhera; e para que possa este ser tão pro-ficuo quanto ás lições theoricas o permittem,torna-se necessário que seja elle dirigido eensinado praticamente pelo professorado re-spectivo, marchando pari passu as applica-ções e o estudo dos principios.

O resultado dos estudos feitos em S.Bento das Lages confirma, de modo a nãopoder ser contestada, essa apreciação de in-sufficiencia, aliás profundamente impressa naconsciência publica. A illustrada directoria,providenciando sobre a admissão de um chefede cultura, sana parte dos males apontados,mas para remove-los de todo mister será quecada uma das cadeiras technologicas tenha,sob as vistas immediatas do respectivo pro-fessor, um curso pratico de applicação.

Para que possa ser levado a effeito umprogramma de semelhante natureza, é indis-pensavel uma revisão do regulamento, dis-tribuindo-se mais harmonicamente as ma-terias do ensino.

Este frabalho consta-me estar sendoorganizado pelos dignos directores que nãoesquecerão de certo a parte econômica, in-teiramente despresada.

Sendo de máxima utilidade que a vidarural tenha um centro próprio, em que asintelligencias se desenvolvão, e se habilitempara as successivas transformações do tra-balho, aproveitando as contigencias do tempoe os recursos das situações, a escola agrícolaé um estabelecimento indispensável em todosos paizes que se entregão de preferencia aocultivo da terra.

Deve, porém, o programma de seus es-tudos corresponder sobretudo ás exigênciaspeculiares da vida local, formando homensaptos a todos os misteres da profissão, tendopassado por todas provações inherentes áprofissão agrícola, e possuídos de viva in-clinação pelos trabalhos em que se industria-rão, para que não succeda eomo actualmenteentre nós,—abandonar o alumno, depois dediplomado, a especialidade que estudou, e irofferecer a outros ramos de serviço, bem di-versos do seu primitivo destino, a sua dedi-cação e os seus cuidados.

Uma vez reformadas as insufficientesdisposições do regulamento e removidos osinconvenientes que assignalei, é de crer quea instituição caminhe desassombradamente econsiga tornar-se um dos estabelecimentos demaior utilidade no paiz, cabendo â Bahia agloria de ter iniciado uma revolução benéficae civilisadora nos destinos da lavoura na-cional.

Como quer quer seja, o Instituto Ba-hiano de Agricultura á o único, dentre oscreados no Império, que se tem esforçado porcorresponder ás sabias e patrióticas vistas doseu augusto fundador, e como tal tem direitoá gratidão publica.

Chimica Agrícola

Analyse de um pé de Ramíe de 3 annos deidade

PESO DA SUBSTANCIA SECCA A 100°

Baiz Caule Folha Caule e Folhas Pé1,855 grs. 899 grs. 791 grs. 46,80 grs. 3536

ElementosRaízes Caules Fls. CauleseFls. Pé

Azoto 7,26 10,32 31,02 21,11 13,91Potassa 12,59 20,59 28,18 24,71 18,02Soda 4,18 1,36 3,00 2,12 3,19A. phosphorico 3,45 2,73 5,48 3,97 3,6»Cal 25,71 17,84 110,12 60,93 42,21Silica 21,64 15,17 98,14 53,71 36,78Magnesia 7,48 5,74 9,42 7,45 7,45Ac. SUlIuriCO... 2,78 2,22 7,58 4,71 3,69Oxydo de ferro. 1,84 1,38 4,44 2,81 2,29

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Estrumes para a Ramie

Os mais apropriados devem ter poucomais ou menos a composição seguinte :

Azoto 8%Potassa 10 %Ácido phosphorico... 4 %Cal 10%

(J. de A. Pratique)

Pinhão de purgaA semente fornece de

substancia fixaSubstancias voláteis..

Resolvendo-se em agua..Em oleoEm outras substancias..

68,8531,15

100,0031,9641,1126,93

100,00

Jaqueira

O frueto fornece:Agua 80,38Glycose- 4,76Saccharose 12,72Matérias albuminosas... 1,19Pectina e ácido pectico.. 0,40Cellulose, saes etc 0,55

100,00

A semente fornece o seguinte:Matérias albuminosas... 13,00

» graxas fraca quatidadePolvilho 29,20Agua 53,04Cellulose e saes 4,76

100,00

Ácido phosphorico

Algodoeiro 5,16 X>Amoreira 13,13Arroz 2,80Aypim 6,75Batata ingleza 18,40Cafeeiro 14,30Canna de assucar 13,12Chá 7,12Fumo 6,32Guaxima 2,82Matte... 16,98

Ácido sulfurico

Algodoeiro 28,96Amoreira 1.95Arroz 0,56Bananeira' 3,81Batata ingleza 2,60Café 3,83Canna de Assucar 1,70Chá 6,78Fruta de pão 3,86Fumo 10>94Guaxima 3,78Matte 8,49

Saes de potassa

Amoreira 15,40Arroz 5,24Bananeira 6,22Batata ingleza 56,99Café 8,01Canna'de assucar 0,24Fruta de pão 0,02Fumo 18,02Guaxima 12,80

(Henninger)

Industria NacionalPatentes de invenção

JV. 317.—Memorial descriptivo acompanhando um .pedido de privilegio, durante 15 annos, no Impérioelo Brazil, para uma nova p'olvora e processo defabrica-la.— Invenção de Frederik Carl Glasser,morador em Berlim.

Refere-se a presente invenção a um novoprocesso de fabricar pólvora para armas defogo, que differe essencialmente dos methodosde fabricação até hoje empregados. Tambéma pólvora fabricada por meu processo distin-gue-se, por suas propriedades particulares,das differentes espécies de pólvora de que setem feito uso até agora.

O processo de fabricação da nova pólvoraé o seguinte :

Nitrão-se no estado natural ou depois detorradas, fibras vegetaes, como madeira,cellulose, etc. Depois de lavada e enxuta amassa assim obtida, transforma-se ella emfôrma de pó ou em estado de papel, e depoistrata-se com ether acetico, ácido aceticocrystallisavel (vinagre radical), acotone, oucom outros dissolventes semelhantes do modoseguinte, a saber:

1." Trata-se a massa nitrada e em esta-do pulverisado com ether acetico, ácido ace-tico crystallisavel, acetone, ou outros dis-solventes semelhantes, e transforma-se, em

64 O AUXILIADOÍÍ DA INDUSTRIA NACIONAL

apparelhos appropriados, em uma massaespessa e visgosa. Faz-se a mistura dessamassa espessa e visgosa com salitre, nitratode baryo, chlorato de potássio, picratos ououtras substancias servindo de vehiculo aooxygeneo,- e com parafina, naphtalina, ououtras matérias semelhantes, em apparelhosconvenientes, que podem ser construídoscomo as machinas de amassar farinha, achan-do-se a massa, mesmo depois dessa mistura,em um estado plástico, de modo que se pôdecumprimir em fôrma de bolos,dados, lâminasdelgadas como papel,ou outraque se desejar.

2.° A cellulose nitrada e convertida empapel se trata com salitre, nitrato de baryo,chlorato de potássio, picrato ou outras sub-stancias servindo de vehiculo ao oxygeneo, ecom parafina, naphtalina ou outras matériassemelhantes no estado solido ou liquido ouem dissolução, e embebe-se com ether ace-tico crystallisavel, ácido acetico crystallisa-vel,acetone ou outros dissolventes,e applicão-se-lhe os mesmos dissolventes sobre os douslados ou um lado somente.

A massa tratada do modo indicadonestes dous paragraphos se pôde desembara-çar do dissolvente, quer seccando-a ao arlivre, ou em apparelhos apropriados, querseparando o dissolvente por meio da distilla-ção, sendo conservado o dissolvente por esteultimo processo.

Depois de seccas, as peças da massa,tendo uma qualquer das fôrmas descriptasacima: dados, bolos, folhas delgadas comopapel, etc, reduzem-se a grãos grossos oufinos por meio dos apparelhos geralmenteusados para este fim.

Acabada a reducção, igualisão-se osgrãos, sendo os muito grossos submettidos anova reducção, e os muito finos, em fôrmade pó, introduzidos novamente na massa.

O grão descripto acima lustra-se de-pois em apparelhos convenientes, dando-se-lhe, se fôr preciso, outra fôrma segundo ouso a que se destina. Também se pôde em-pregar sem ser lustrado.

A nova pólvora é de qualidade perfeita-mente uniforme e possue qualidades parti-cularmente preciosas. Armazenada conve-nientemente, náo perde seu effeito uniformee distingue-se pela grande velocidade queImprime ao projectil com pequenas cargas,produzindo ao mesmo tempo uma pressão degaz muito inferior aquella que, nas mesmascondições, produzem as differentes sortesde pólvora usadas até hoje. Distingue-seainda vantajosamente minha pólvora destasultimas pela pouca fumaça e residuo produ-zidos ao descarregar a arma.

Este novo produeto offerece, além disso,as vantagens seguintes : em um espaço nãofechado, arde sem fazer explosão alguma ; e,ficando humido, basta secca-lo para recobrartodas suas antigas propriedades.

Em resumo, reivindico como pontos e ca-racteres constitutivos de minha invenção.

1." O processo acima descripto de fabricarpólvora para armas de fogo, o qual consisteem dissolver fibras vegetaes nitradas no es-tado natural ou torrada, pulverisada ou emfôrma de papel no ether acetico, ácido ace-tico crystallisavel (vinagre radical) ou outrosdissolventes semelhantes, e em converteresta massa em pólvora para armas de fogo,seccando ou distillando-a, e dando-lhe a fôrmaconveniente ;

2.° O processo acima descripto de fabricarpólvora para armas de fogo, o qual consisteem tratar ou misturar a massa caracterisadana primeira reivindicação com salitre, ni-trato de baryo, chlorato de potassa, picratosou outras substancias semelhantes, e emconverter esta massa em pólvora para armasde fogo, seccando-a ou distillando-a, e dando-lhe a fôrma conveniente.

3." A pólvora para armas de fogo fabri-cada como foi descripta acima, e possuindoas propriedades enumeradas no presente re-latorio.

Rio de Janeiro, 29 de Agosto de 1887.—Como procurador, Jules Gèrauã.

Uí. SIS—Descripção do Moinho e SeCcador Universal

O sal importado no Brazil vem quasitodo em crystaes ou em pedras mais oumenos humidas, e neste estado é muito im-próprio para o uso doméstico e mais anti-econômico nas industrias de carnes salgadase industrias semelhantes.

Até hoje têm-se empregado moinhos depedra., moinhos de ferro e outras matérias,todos reduzindo as pedras de crystaes pormeio de esmagamento entre dous corposduros; por este systema os crystaes ficão in-teiramente destruídos, e, em virtude da aguade crystallisação e da humidade do ar, obtém-se uma massa humida desagradável á vista eao tacto, e de difficil manejo.

Pela machina que apresentamos ficãointeiramente eliminados estes graves incon-venientes do antigo systema, obtendo-se emuma só operação sal secco, em crystaes muitofinos, iguaes e em muitos casos superiores emvista aos saes chamados refinados.

Em logar de moer o sal entre dous corposduros, reduzimos este por choques sueces-sivos e alternativos de cada lado de seus

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 65

crystaes, ficando de um lado uma barra deferro ou de outra substancia dura, e de outrolado a resistência formada pelo ar que seacha no apparelho e pela inércia da matériaa reduzir, augmentado pelo choque queacaba de receber do outro lado pelo batedorinferior; assim, pois, é o sal reduzido pelochoque e a machina o deixa em estado muitomais perfeito porque cada crystal conserva asua structura crystallina, dando uma appa-rencia mais brilhante e ficando menos hygro-métrico do que pelo outro systema.

Acontece ainda que, pela velocidade doapparelho, o ar que penetrar no mesmo pelasrepetidas pancadas dos batedores adquirenotável augmento de temperatura que,actuando sobre as perticulas humidas redu-zidas em poeira pelos batedores, absorve ahumidade deixando o sal perfeitamente seccoe, por assim dizer, arenoso.

Comprehende-se que o assucar e toda amatéria crystallisada ou não, humida ousecca, podem ser reduzidos da mesmamaneira.

Tendo assim demonstrado as vantagense a utilidade de nosso invento, procedemos ádescripção dos meios empregados para alcan-çar este resultado, e apresentamos annexo odesenho explicativo.

Pelo mesmo vemos que a machina con-siste especialmente de dous discos de ferroou metal, cada um guarnecido com duas oumais ordens circulares de batedores (o case-nho mostra quatro ordens em cada discosendo os batedores de fórma quadrada) dequalquer secção quadrada, circular, trian-guiar, etc.

Estes batedores poderão ser collocadosa qualquer distancia, porém a pratica nostem mostrado a vantagem de colloca-los,como no desenho, mais afastados uns dos ou-tros na parte central, onde entre a matériaa reduzir, sendo mais apertados nas circum-ferencias exteriores, encontrando assim omaterial a reduzir maior somma de conta-ctos, á medida que as partículas ficao me-nores.

Estes dous discos são montados sobredous eixos com os competentes mancaes, detal fórma que os batedores de um destes tra-balhão dentro dos espaços deixados pelosbatedores do outro disco, e com estes traba-lhão em direcções circulares e oppostas, todaa matéria introduzida entre os dous e que aforça centrifuga impelle para o exteriorvem pôr-se em contacto forçado com os ba-tedores dos dons discos, recebendo, pois, pan-cadas de um e outro lado alternativamenteaté ser expellida em estado de maior ou me-

9

nor subdivisão determinado pela dureza damatéria e velocidade da machina.

O sal, o assucar ou qualquer outra ma-teria é introduzida na machina por meio dochamador indicado no desenho, e o ar que,sendo preciso,se aquecerá ou seccar-se-haar-tificialmente, é introduzido por aberturas se-melhantes ás do chamador praticadas no ou-tro disco, podendo ainda ser augmentado,fazendo-se os eixos ocos.

A matéria subdividida recebe-se emcaixão ou quarto apropriado, eoar munidoexpellido pelo apparelho poderá ser dirigidodirectamente para o exterior ou bem paraum quarto ou divisão especial onde pela con-densação poderá recolher as partículas emsuspensão.

E, tendo assim descripto e motivado autilidade de nosso invento, pedimos respei-tosamente o privilegio e xclusivo para fabri-car, importar e fazer uma machina no Bra-zil, como fica descripto, e suas dependências,durante 15 annos.

Rio de Janeiro, 10 de Setembro de1887.

Por procuração da Lidgerwood Manufactu-vinij Company, limiteã.

Wm. Vail Lidgerwood.

N sil -Filtro de múltiplo c/feito para fabrica deassucar, refinação e todos os estabelecimentos in-dustriaes que demanãão purificação de liqmaos,invenção de Luiz de Castilho.

O apparelho figurado no desenho an-nexo representa o filtro de múltiplo effeitodestinado a purificação de toda espécie deliquidos, e compõe-se de uma caixa de ferrolaminado ABC D (fig. 1) dividida em com-primentos A' B' C" D', gradativamente maisbaixos. Estes compartimentos tem cada uma 18 centímetros de fundo, uma placa perfu-rada sobre a qual colloca-se uma camada demacadam de 0,"20 a 0",50 de espessura.

Os ditos compartimentos communicao-sepelos tubos a a', b V, c c\ d d', cujos on-ficios ficão superior e inferiormente ás respe-ctivas camadas de macadam. A filtraçaoopera-se então do seguinte modo: O liquidovindo de um reservatório ou apparelho qual-quer, collocado em nivel superior, penetra noprimeiro compartimento. A' pelo tubo O etorneira T; elevando-se, atravessa a placaperfurada e camada de macadam e, che-gando ao orifleio a do tubo « a', por este desceao fundo do segundo compartimento B'; ele-vando-se da mesma fórma neste, atravessa

S. A.

66 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

a respectiva placa perfurada e camada demacadam até o tubo b b' pelo qual desce aofuudo do terceiro compartimento C; elevando-se neste, atravessa a placa perfurada e ca-mada de macadam e, chegando ao orifício cdo tubo c c' desce por este ao fundo do quartocompartimento D'; neste sobe e atravessa aplaca perfurada e camada de macadam e,chegando ao orifício d do tubo d d', por estedesce ao fundo do quinto compartimento 23',no qual finalmente eleva-se, atravessando aplaca perfurada e camada respectiva de ma-cadam até o nivel do tubo de sahida E' pelaqual escôa-se em um deposito qualquer paraser utilizado, achando-se então perfeitamentepuro em virtude de cinco filtrações succes-sivas acompanhadas de uma verdadeira de-cantação.

Para a lavagem deste apparelho procede-se da seguinte fóma : Fecha-se a torneira Tde introducção do liquido e abrem-se as torneiras m, n, o, p, q, para escoamento do li-quido restante, que não attingio o nivel dotubo E, e esse resto, já bastante decantadoescoa-se em uma bica M, da qual passa peloorifício e tubo Na, um pequeno filtro auxiliarP onde atravessando uma camada de arêagrossa, sahe pela torneira T'' para o respe-ctivo deposito de liquido filtrado. Terminadoo escoamento do liguido que restava nos com-partimentos A' B' CD' fecha-se o orifício Ne abre-se N' da bica M afim de dar escoa-mento ás águas de lavagem. Abrem-se entãoas torneiras/, g, h, i, j, d'água, deixando-secorrer esta até que se apresente completa-mente limpa á sahida nas torneiras m, n, o,

tremamente econômico, pois resume-se nosimples processo de abrir e fechar torneiras,trabalho este que está ao alcance de umacriança.

Estas vantagens de par com a perfeitapurificação dos liguidos, colloca este appa-relho incontestavelmente excepcional em re-lação a todos os mais filtros até hoje conhe-cidos, nos quaes o trabalho para ser satisfa-ctorio torna-se moroso e despendiosissimo.

Pela descripção acima se vê que trata-se de uma nova applicação da lei de Mariot-te (equilíbrio dos líquidos em vazos commu-nicantes) com auxilio da qual o abaixo assi-gnado assegura ter resolvido o importanteproblema da fil tração dosliquidos com a maiorperfeição e economia, e para esta nova ap-plicação da citada lei pede privilegio de ac-cordo com o Decreto n. 8820 de 30 de De-zembro de 1882.

Rio deJaneiro—Luiz de Castilho.

14 de Setembro de 1887.

p, q, o que indicará que o apparelho se achaperfeitamente limpo e prompto a funecionar,para o que estabelece-se de novo as cousascomo em principio.

Segundo a descripção, vê-se, com effeito,que, tendo-se exercido a filtração de baixopara cima, a água seguindo em sentido con-trario acarreta todas as impurezas deixadaspelo liquido que filtrou-se.

A lavagem do pequeno filtro auxiliar Ptambém se faz facilmente : para tal fim abre-se a torneira de 3 águas T'" de modo a com-municar a água por pressão com o filtro P,a qual eleva-se ahi e sahe pela torneira T'levando comsigo as impurezas. Terminada alavagem move-se a torneira T"' de modo acommunicar o filtro com o tubo de descargaafim de dar sahida ao resto da água de lava-gem, feito o que, colloca-se tudo como emprincipio, isto é, a torneira em posição defechar o condueto da água e o filtro.

Resulta desta descripção que a manipn-lação de todo o apparelho é facilimo e ex-

O «Filtro de múltiplo effeito» compõe-sede uma caixa de ferro laminada dividida emcinco compartimentos, com um tubo de en-trada do liquido na parte inferior do l°,com-partimento, tubos de communicação, ligan-do a parte superior do 1" com o inferior do2o, a parte superior do 2o com a inferior do3o e da mesma fôrma o 3o com o 4o e o 4°com o 5o; finalmente, na altura média do 5ocompartimento está o tubo de descarga doliquido filtrado. No fundo de cada comparti-mento ha uma torneira que serve para liqui-dação da ultima filtração e ao mesmo tempopara lavagens. Sobre a bateria de filtros hauma série de torneiras de água para lava-gens.

Caracterisa-se este apparelho por ope-rar-se nelle a filtração de baixo para cima emultiplicar-se essa operação pelos cinco com-partimentos da bateria, aperfeiçoando-se as-sim, cada vez mais, a purificação do liquido,o que é perfeitamente original, pois não seencontra em nenhum outro apparelho con-genere.

Constituirá, pois, privilegio a filtraçãode baixo para cima e multiplicada a opera-ção pelos differentes vasos.

Rio de Janeiro, 5 de Novembro de 1887.—Luiz de Castilho.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 67

Noticias IndustriaesFalsificação da manteiga

Refere a Industria Hannera em seu nu-mero de 10 de Julho do corrente anno, (Vi-enne) que no Parlamento allemão, foi apre-sentado um projecto ou lei, contra as frau-des praticadas com a margarine e o óleo-margarine imitando a manteiga.

Accrescentao mesmojornal que em Fran-ça, Dinamarca, Estados-Unidos e Inglater-ra, projeetos semelhantesfòrão apresentados.

Ha mais tempo se deveria ter procedi-do contra suas imitações, pois que as ex-periencias feitas nos Estados-Unidos e naEuropa, demonstravão o perigoque corremos indivíduos que usãoda manteiga imitada.

A margarine e o eleo-margarine dão nas-cimento a organismos pertubadores da sau-de senão causadores de morte.

BurityEsta palmeira fornece fibras muito for-

tes próprias para tecidos, ripas, cobertaspara telhado,isca,taboas compactas,oleo, lei-te,fructo e lâminas semelhantes ao maríimex-trahida da parte cornea do caroço.

Força explosivaA explosão de uma tonelada de dyna-

mite pôde suspender um peso de 45,665 to-neladas, 1 tonelada de nitro glycerina 65,452e de gelatina explosiva 71,050 toneladas.

InsecticidaMatão-se os insectos que atacão as plan-

tas, fazendo-se irrigações com o liquido com-posto de 30 grammas de petróleo, 25 de salcommum e 1000 de agua.

Farinha de trigoA farinha de trigo no estado o mais

secco possivel, contém de 6 a, 7 0/0 d'agua.O termo médio é de 17 a 18 °j„.

Ácido salicylicoO seu emprego na conservação das sub-

stancias alimentícias, segundo as observa-ções de Rudden, produz no sangue a para-lysação dos corpusculos brancos, destruindolentamente o proto plasma, e deteriorando osglóbulos vermelhos. ,

Uma solução de 1 por 500 produzira ra-pidamente a destruição dos glóbulos brancose vermelhos do sangue.

Carvão mineralAs experiências feitas pelo general

Meigs sobre as diferentes classes de carvãomineral, com o propósito de conhecer qualera o mais econômico derão em resultado

entre 32 amostras ser o carvão semi-betumi-noso o que fornece, maior força evaporativa.

Em geral a evaporação de 9 1/2 librasd'agua se obtém com 1 libra de anthracita,emquanto a mesma quantidade de carvão be-tuminoso evapora somente 8 3/4 libras.

Valores de edifíciosO Capitólio do Washington custou perto

de 18 milhões de dollars; é todo de pedrabranca imitando o mármore.

O Patent Office, musêo onde se depo-sitão os modellos e patentes de invenção,custou 13 milhões de dollars.

O White Howse— Casa Branca, paláciopresidencial com dous parques e jardins custou2 milhões.

O Ministério da Agricultura custoumais de 3 milhões, sem comprehender ovalor das estatuas, pinturas e outras obrasd'arte em que se despenderão acima de700,000 dollars.

O serviço de incêndios custou 200,000pesos; a Bibliotheca do Congresso mais de1 °/0 milhão; o Jardim Botânico 700,000; oPost Office, correio, 200,000; o MusêoNacional muito mais de 300,000 dollars.

Conservação das batatas inglezasOs índios da Bolívia fervem as batatas

em agua e sal, descascão depois sem que-bra-las e expoe-n'as ao ar livre para seccar.Por este processo, a que se dá o nome deOcopa, as batatas durão por muito temposem perderem o sabor.

Na Califórnia inventou-se, ha tempo,uma machina para comprimir as batatas, ex-trahindo toda a parte liquida.

A substancia é exposta ao ar livre atéseccar de todo.

A machina prepara por dia 600 bus-chels.

Limpeza das lagoas, dos rios e portosMr. Speanig, engenheiro americano in-

ventou um apparelho para desobstruir osportos ou limpar as lagoas.

E' uma espécie de draga de grandeforça, funecionando por meio do vapor.

A draga é montada em um barco especiale collocada sobre o banco de arêa, a que sedeseja remover.

O apparelho consta de duos jogos de fa-cões e martinetes gyratorios funecionandosobre eixos horizontaes que se apoião na em-barcação.

Quando os facões tocão o banco de arêaou pedras, gol peão sobre elles com grandeforça os martinetes, sendo o material remo-vido por baldes, como nas dragas ordinárias.

68 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Este apparelho pôde limpar o fundo daságuas até que facilmeute transite qualquernavio de forte calado.

PLANTAS MEDIC1NAES ACCLIMADAS

Reservando um capitulo para as plantasmedicinaes, não tivemos em vista descreveras plantas conhecidas de ha muito na thera-peutica,'senão colher da secção hollandeza noMain Building os esclarecimentos de sum-mo interesse peculiares á acclimação dascinchonas ou quinas nos terrenos de suas co-lonias, plantas que pelas propriedades des-pertão a attenção dos povos e não menos dosque se achão á testa delles.

O governo inglez não poupa sacrificiosno intuito de derrama-las copiosamente nosolo das índias. A Jamaica trouxe ao grêmiodo ultimo certamen universal as provas evi-dentes dos bons ensaios de acclimação e decultura. No Brazil as quinas fôrão introdu-duzidas em Theresopolis, no Rio de Ja-neiro, etc.

Se o consumo augmenta de dia em dia,e a ser verdade que sob o clima pátrio ellasvão escasseando pelo muito que se colhe,cumpre aos governos acclima-las em seus res-pectivos territórios no interesse da agricul-tura, ou em proveito de todos, e como o fiode mais uma riqueza que nunca perderá devalor.

Assim procedeu o governo hollandez, edas praticas seguidas vamos nós colher oexemplo.

Hervario completo dos Cliinchonas cul-tivadas, e amostras das cascas úteis das C.calisaya, succirubra, officinalis, lancifoliapahudiano, caloptera e hankarliana.

As duas primeiras continuão a ser cul-tivadas com bom êxito ; as restantes ficarãopor assim dizer abandonadas, ou em menorgráo de importância.

As sementes trazidas da Bolivia porWeddell em 1850, o celebre e intrépido mo-nographista, fôrão as primeiras plantadas noarchipelago da índia, Sumatra, Celebes,Java, etc.

Plantação por sementes ou por estacas,a área compõ3-se de 1.500 geiras de terra, ospés de quina distanciados de 4 a 9 pés unsdos outros, e custando ao Estado a despezatotal de 570.000 frs., e agora a somma au-nual de 50.000 frs., cobrindo os lucros aosgastos, e augmentando o rendimento progres-sivamente.

Figuravão na secção das colônias hol-landezas hasteas de 7, 9, 10 e 17 annos deidade ao lado de photographias dos diffe-rentes estabelecimentos de cultura, e de gar-rafas contendo: alcalóides misturados, e ai-

caloides precipitados, quinina, quinidina,cinchonina, cinchonidina, misturas de sul-fatos de quinina, chinodina e quinidina.

Processo do corte.— Ou arrancão-se osindivíduos comas respectivas raizes quandonão ha certeza de gommos por deficiência decultura, ou quando o pé dispõe de tão pe-queno espaço aos 6 annos de idade que lhefaltem ar e luz ; ou então pratica-se o cortea 8 pollegadas acima do nó vital para ex-tracção da casca, deixando-se a parte in-ferior enraizada para produzir novos gommose ser de novo cortada passados 8 annos.Sobre o indivíduo divide-se a casca em pe-daços de 10 pollegadas cada um que se des-tacão e secção expostos ao tempo.

De 100 partes de cascas verdes obtém-se 32 partes de casca secca.

O pé de 8 annos de idade fornece cascade 1 kiíogramma de casca secca; e se ocorte é convenientemente preparado passa aser remettido para Amsterdam.

Debaixo do ponto de vista de riquezaem alcalóides, resa o catalogo official hol-landez, que elles os contém e com igualquantidade ás da America do Sul, e o maxi-mo entre 6 e 8 annos de idade, podendo va-riar conforme as estações e um pouco se-gundo as altitudes, média proximamenteigual entre o peso de alcalóides da raiz e do

A differença torna-se sensível somentede uma espécie á outra, o que se demonstracom os algarismos da seguinte tabeliã:

>o Oan

eo « io t- t- to ie h io i* ^

tfo,Osei

o Ora

oOi

oCO

o

oIO

o00

toIO

TjH O

O rH O O

O <M Ot» <N t»dí H O

IOOI

ooo

•c .3Ü 3a 5o o

cooioo

o

t> o o

OICi

IO <N o00

O o" H »C O

oIO

O o rt

o

¦í O O rt

* V

a. ££

Ü $. fits

«3 o1 a

Sft, r« fe 2 <s

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 69

Algumas variedades do C. microcapachegão a ter 11°.„ de quinina; e outras2,97%.

Às verdadeiras quinas aqui falladas oBrazil não as possue somente por acclimação;as espécies de nossa flora antigamente cias-sificados uo gênero Cinchona, por Velloso eoutros, fazem hoje parte de outros gênerosdas Rubiaceas, ou não possuem no mesmográo a egrégia propriedade anti-febril dasCinchonas dos Andes. Temos, é verdade,outras plantas anti-febris mas... as quinasmerecem entre nós cultura especial.

Os germens da cevada e das cerejerascontêm :

Substancia secca 85 a 90 %» azotadas 20 a 23 %» gordas 2 a 4 %» extractivasnão azotadas 30 a 35 %

Lenhoso 15 a 20 %(D. O.)

Prateamento de pellesDissolve-se, em cápsula de porcellana,

prata pura em ácido nitrico; colloca-se acápsula sobre cinzas quentes, até que pelaevaporação seque completamente.

O resíduo obtido redissolve-se em aguadistillada, filtra-se por papel Joseph e eva-pora-se; pelo repouso formão-se crystaes,que, depois de seccos, guardão-se em frascosde vidro fechados a esmeril.

Continua-se a trabalhar sobre as águasmães afim de apanhar todos os crystaes.

Para empregar este produeto, dissolve-se uma certa quantidade em agua distillada,molha-se uma esponja no liquido e passa-seella por sobre as pelles, as quaes, seccando,tomão um aspecto brilhante.

PulsometroO Pulsometro fabricado pela Steam

Ptemp Company é uma machina de importantevalor pelo seu baixo preço, simplicidade,pouca solidez,resistencia, duração econômicae acção dupla para o trabalho, acerescendoainda ter dimensões redondas, pouco peso eexigindo pouco combustível.

Funcciona com muito pouco vapor, uti-lisando-se d'agua que extrahe.

Sua força de absorpção é extraor-dinaria

O mecanismo deste apparelho é tal quenenhuma força mecânica se abate á suapotência, antes pela força do vácuo que seopera ulternativamente em suas câmaras ele-vando a agua á grande altura, sem esforço ecom immensa economia de combustível,pois que o vapor que segue a agua pelo tubo

de absorpção á câmara, condensa-se imme-diatamente, formando o vácuo que faz mu-dar a direcção do vapor, cuja válvula sefecha, transmittindo a pressão ao cylindroopposto, dando logar a que, ao mesmo tempo,penetre a agua na câmara, em vez do vaporcondensadocontinua.

e conservando uma corrente

1845 a 50..1850 a 55..1855 a 60..1860 a 65..1865 a 70..1870 a 75..1875 a 80..1880 a 85.,

Dados estatisticosCeara

ALGODÃO

240,053755,895

1,013,458909,831

3,624,1426,232,8491,826,246

72:366^844270:2529704574:4369285958:1895.562

3-146:66490003.362:8229000740:3229000

1.650:0509115

1845 a 50.1850 a 55.1855 a 60.

CAFE

35,351247,748425,664

1860 a 65 1,665,3431865 a 70 922,3911870 a 75 1,019,0791875 a 80 1,201,1571880 a 85 1,902,782

6.0559.00062:2935,000

239:9005.000714:6105.000389:1443,000515:4159000633:2795.000576:2875.000

ASSUCAR6,118

228,0651,765,407

1845 a 50...1850 a 55...1855 a 60...1860 a 65 1,685,6261R65 a 70 1,556,8911870 a 75 1,844,1601875 a 80 1,841,8841880 a 85...

1:098985526:6675.900

249:3785,574214:8769608214:8809000230:3295.000209:6445.000192:1859760

(11 Brazile.)

Instrucção primaria em França

DESPEZA

1876 68,150,620 francos1879 79,844,976 »1881 87,123,782 »1882 94,881,940 »1883 99,124,014 »1884 102,535,090 »1885 . 145,110,879 »

Nos últimos 10 annos construirão-se6114 escolas. -

70 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Immigração na Republica de Buenos-Ayres

De 1870 a 1886 entrarão na RepublicaArgentina 605,533 europeus immigrantes,6 %, e em Montevidéo 328,003,35 %.

As nacionalidades se dividirão em:Italianos 391,454Hespanhoes 80,942Francezes 60,538Inglezes 16,502Suissos 13,413Allemães 41,021Austríacos 18,834Belgas 3,009Portuguezes 2,381Diversos 15,439Adultos 83 %, crianças 17 %, homens

63 %, mulheres 20 %.

Ouro e prataO ouro e a prata extrahidos das minas

em exploração têm ido augmentando de valordesde o XV até o XVIII século.De 14!)3 a 1720 35,500,000 francosDe 1581 a 1600.... 149,000,000 »De 1681 a 1700.... 177,000,000 »De 1781a 1800.... 265,000,000 »De 1801 a 1810 262 milhões

» 1811 a 1820 162 »» 1821 a 1830 151 »» 1831 a 1840 203 »» 1841 a 1850 363 »» 1851 a 1860 903 »» 1861 a 1870 937 »» 1871 a 1880 1058 »» 1881 a 1885 1056 »

A proporção da prata variou muitíssimonas producções successivas, segundo as épo-cas :De 1493 a 1520 43%

» 1545 a 1560 76 »» 1661 a 1680 71 »» 1741 a 1760 60 »» 1801 a 1810 76 »» 1831 a 1840 65 »» 1841 a 1850 47 »» 1851 a 1855 22 »» 1871 a 1880 43 »» 1881 a 1885 51 »

Vê-se, pois, nos últimos annos, a pro-ducção da prata exceder em valor á produc-ção do ouro, levando mesmo em linha deconta a depreciação da prata.

0 assucar na Allemanha

1882—831883—841884—851985—86

Quint. metrs.8,300,0009,400,000

11,200,0008,100,000

idem3,700,0003,600,0004,500,0003,100,000

67,300,00047,500,00039,400,00021,500,000

Exportação e importação de grãosMilhões de hectolitros

Grã-Bretanha 28 45França 108 10Allemanha 42 6Suissa 08 4Itália 42 4Hespanha e Portugal.... 47 5Bélgica e Hollanda 85 5Grécia 15 5Dinamarca 1 1Suécia e Noruega 1 15Autria e Hungria 56Rússia 82 24Roumania e Servia 13 6Turquia e Bulgária 12 4Estados-Unidos do Norte.México e Canadá 162 44índia 75 13Austrália 10 6Egypto 5 15

(Industria Harinera).

Colheitas de grãos em 1887

TOMANDO 100 POR UNIDADETrigo Ccnt. Cev, Aveia

Áustria H7 101 108 \r\Hungria 120 100 114 10*Prússia 103 90 99 «lSaxonia 102 97 90 9»Baviera, Suabiac,Palatinadoetc... 339 321 327 29"Badom. 100 85 90 6«Wurtemberg 80 91 85 7«Mechlenburg 105 85 98 8^Dinamarca.! '. 100 85 80 8«Moruega o Suécia 100 85 99 9»Itália. 90 125 ... 12&Suissa HO 100 ... 8^Hollanda 103 110 100 87França 105 99 ... ..•Gran-Bretanhae Irlanda 120 ... 90 8Rússia, Podolia WO 90 100 9»

» Bensarabia mo 75 100 7"» Polônia mo 107 100 W» Centro 118 117 100 10»» Jenon Ycbateron norlaw.. 110 85 95 10»» Kurlandia 95 95 80 90» Norte 95 95 90 90» Estandlia 95 98 78 88

Romania e Moldavia 90 106 108 8/Valaquia menor 125 120 115 8o

7 maior 101 95 101 92Siria 140 100 100 90Egypto..- 95 ... 84 ...

A índia colheu, no anno passado 1886=7,739,000 toneladas de trigo e duranteo presente anno, 6,390,000 toneladas.

A America do Norte colheu em 1884457.000,000 bushells de trigo e 1665.000,000de milho e durante o presente anno, 1887,425,000,000debushellsdetrigoel,600,000,000de milho.

(La Industria Harinera.)

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 71

BibliographiaRecebemos e agradecemos :

Revista de Engenharia, ns. 180, 181 el82.11 Brasile, ns. 2 e 3 do anno 2°, 1888.Vinhos artificiaes, peloDr. Campos da Paz.Rio-New's, ns. 7, 8 e 9, Março.Luzerna ou alfalfa, pelo Sr. J. J. de Mi-

randa.Boletin dei Departamento de Agricultura

de Buenos-Ayres, n. 1, Janeiro.Associacion Rural de Montevidéo, ns. 2, 3,

4, e5.Revista Mensal do Club de Engenharia,

n. 2.Annales dei Instituto Agronômico Veteri-

nario, de Buenos-Ayres, 37, 38 e 39.Monitor Sul-Mineiro, ns. 895 e 896.Diário Official, de Goyaz, ns. 8 e 11.Economista Americano, n. 1.A Immigração, ns. 31 e 40.Minas Altiva, n. 29 do 2o anno.O Publicador Goyano, ns. 148, 149,153,

154, 156, 157, 158 e 159.O Sul do Brazil, ns. 15, 16 e 18 do Io

anno.Collegio Abilio, Exposição Escolar.

Embarcarão durante o mez Saccas.Para os Estados-Unidos 130,197

. o Canal e Norte da Europa 44,027o Mediterrâneo 18,759diversos portos 24,180

Total 217,163Consumo 6,000 suecas .Stock. 100,500

VALORES

Café lavado máximo ). superior VNominal.. l"bôa ). 1" regular 5$872. 1* ordinária 5#380, 2"bÔa «970. 2" ordinária 4#290

por peso de 10 kilogrnmmas.

MERCADO DE CARNE SECCA

Existião em 31 de Março :Do Eio-Grande do Sul 200,000 .Do Eio da Prata 2.894,000 »

Total 3.094/XX) •

VALOR

Carne do Rio-Grande 240 rs. o kilo» da Prata 370

Rendas Fiscaes e Revista «los Mercados

ALFÂNDEGAImportação 3Íff^S-Exportação ^IwfiwDespacho marítimo „;ÍZ„íoExtraordinária 3:15009 oà

3.73G:48G$706Depósitos _J^™

3.762:669#4425o/ 159:784$82ü

Total 3.922:454^2(38

Recebedoria íjiftwffiMesa Provincial 219:574*671

GÊNEROS TRAZIDOS AO MERCADO PELA ESTRADADE FERRO D. PEDRO II

pas.los.

MERCADO DE CAFÉ

EntrArão durante o mez Saccas

Pela estrada de ferro D. Pedro II 105,313Por cabotagem 2q'o74Do interior '

Total 170>445

Vendêrào-se durante o mez SaccasPara os Estados-Unidos Wm

, a Europa 24*714> diversos portos '

Total 214>109

iSS^::::::::.v::.v".v. *>_§*AssTeá;:;:.".".v.'.'.'.".'.v.

•.::::::: *wCarvão vegetal 829,602Couros salgados e seccos o 047Farinha de mandioca Vima

feijão 8029Fumo 7n ÍiqMf,tÍraB S*2ÜPolvilho - '7fi„Queijos l65/0gTapioca WmfiToucinho *»,M8Diversos J60'4'!b

GÊNEROS VINDOS AO MERCADO PELA ESTRADA

DE FERRO LEOP0LDINAa *„ 29,460 litros.Aguardente 'èíO kilos.Arroz „„ -an

Assucar 63'^

SféÜB.:;:;:;:::::.'.'::.'.'.'.'.".' p>57°Farinha de mandioca 2°1'880

lili ¦:.'.:'.:'.'.'.':. *&«>*fi~ i8$SMilho „, 'RflnTelhas e tijolos '"j^tToucinho *>'£Diversos 182'106

72 O AUXILIADOS DA INDUSTRIA NACIONAL^

GÊNEROS LEVADOS AO MERCADOCABOTAGEM

POR

Abóboras—Aguardente.

Alfazema.Algodão em fio

2,835 unidades.1,495 pipas.

110 barris.5 garrafões7 volumes.2

rama 599,750 kilos.» em tecido..

AlhosAlpiste.AmendoimArarutaArreiosArrozAssucarAzeite de amendoim.

» de baleia

BanhaBetasBiscoutosBolachaCajurubeba...Camarões. .. .CanellaCangicaCarne salgadaCaronasCarvãoCascas

32 fardos.2 volumes.

253 kilos.196 sacos.

15 »13 fardos.

3,810 sacos.43,776 >

12 volumes.7522 sacos.

66,225 kilos.584 peças.36 volumes.2

2681

1 volume.120 sacos.

82 volumes.36

12Cebolas 82,250 resteasCoraCervejaChapéos de feltro

» de palhaCharutosChifresCocos

CollaCouros preparados....

» seccos...»CryataesDocesErvilhasEsteirasEstopaFarinha de mandioca.FarelloFavasFazendasFeijãoFlechasFrutasFumo

» em folha» desfiado

GergelimGommaGraxaImagensJacarandálsLegumesLenhaLicores.LínguasLingüiçasLivrosLouça...Madeiras............

Madeiras.

Manteiga ....Mate ••Mel

» de fumo..MilhoMostardaMoveiBOleoOvosPainaPalhaPalmeiras....ParanhosPeixe salgado

262 dormts.812 peças.

2,877 kilos.932

8 volumes.22

31,546 sacos.42 volumes.113

125 volumes.245

61 volumes.643

53506,600 unidades.

unidades.61,900

63 sacos.92 volumes.

101 fardos.438 unidades.

volumes.214

5 sacos.5 volumes.

6010,608 sacos.

400 »217 »160 volumes.

10,694 sacos.21,764 unidades.

77 volumes.6,649 kilos.

41,277 »195 »

50 volumes.63

95,620 kilos.2 volumes.

522 couç.123 kilos.

4 volumes.106,160 achas.

2 volumes.21847

23

3,811 ds. taboas

Piassaba.Plantas..Polvilho.Queijos..RepolhosRicino ..Ripas...Sebào

SalSanga

102 »1112150 kilos.

1,620211 1'"'"... 100 unidades.'' 25

volumes.'"""'," 950 dúzias.40 volumes.

Perfumado •;;.;;' 3.146,640 atros.-¦-•-•• g y0JUmeS.

31.£aisa '

" L 172,150 kilos

15 volume.3,434 meios.

2 volumes.287

1,001 volumes.13,540 kilos.

80 volumes.6

15695

10*420

959*000220*000

SeboSementesSolaTopiocaTecidosTomatesToucinhoVinho

. de cajuViradores de cipóDiversos

MERCADO MONETÁRIOMetaes

Soberanos.... FUNDOS PÚBLICOS

Apólices de57...... •• •••••Empréstimo Nacional de 18b»

LETRAS HYPOTHECÁRIASBanco de Credito Real do Brazil. £

, de S. PauloPredial

ACÇÕESBanco Auxiliar

» do BrazilCommercial

. 2."Commercio

» IndustrialInternacional

207.. Mercantil de Santos» Rural • • ¦ ¦

Territorial de Minas• União de Credito ,•i Del Credere

73¦70

190*000245*000252*000140*000215*000175*000232*00047*000

220*000282*000

52*000200*000

CÂMBIOSSobre Londres —

i Paris» Hamburgo.• Itália

Portugal

22 3/4418 franco.517 marco.421 lira.238 7„

Nova-York 2*200 dollar.

Typographia Laemmert & C.— Inválidos, 71.

SOOIBID^IDE

AUXILIADORA DAINDUSTRIANACIONALK sjJt 8

N. 4.-ABRIL DE 1888

PARTE OFFICIAL

Sessão tio Conselho Administrativo <*m» dc Aln*il dc DS»»

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho:conselheiro Dr. Nicolau Joaquim Moreira,Drs. Nascentes Pinto, Souza Lima, CarlosRezende, Pessoa de Barros, Portugal eJacyMonteiro, commendadores Botelho, Bethen-court da Silva, Teixeira de Azevedo, Her-mida Pazos e Henrique Nascentes, capitãoRezende, Pinto Cerqueira, Bernardino deBarcellos, André de Oliveira, Valentim,Morris Kohn e Motta Teixeira, o Sr. presi-dente declarou aberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a. acta da sessão antecedente effectuadaem 15 de Março de 1888.

EXPEDIENTE

Fôrão recebidas com agrado e enviadasá Bibliotheca as seguintes publicações :A Immigração, de Dezembro de 1887 • Bo-Mim de Ia Sociedad de Fomento Fabril n íde Janeiro de 1888 ; e a Gazeta da Bahiade lia 24 de Março de 1888.

Lêrão-se os dous officios seguintes:Da secretaria do governo da província

do Rio-Grande do Sul, de 5 de Março ul-timo, remettendo um exemplar do relatórioapresentado ao finado desembargador MiguelCalmon du Pin e Almeida pelo marechal decampo Manoel Deodoro da Fonseca ao pas-sar-lhe a administração da província, eoutro exemplar do relatório com que o Dr.Fausto de Freitas e Castro entregou as re-

10

deas do governo ao conselheiro Bento Luizde Oliveira Lisboa. (*)

Oa presidência da provineia de SantaCatliarina, de 24 do mesmo mez, offerecendodous exemplares da collecção das leis e re-gulamentos da provineia promulgados noanno próximo passado.

Fôrão recebidos com agrado e enviadosá Bibliotheca os ditos exemplares.

O Sr. comniendador Teixeira de Aze-vedo, secretario da secção de Industria Fa-bril, communicou ao conselho ter-se dirigidoao Sr. Dr. Evaristo Xavier da Veiga, pre-sidente da secção, de accordo com o compro-misso tomado na sessão anterior ; declaran-do-lhe então S. S. que, apezar de estar sof-frendo graves incommodos de saude, estavaprompto, todavia, a tomar parte activa naindagação e estudo do novo regulamento deindustrias e profissões, para que fora con-vidado ; portanto, esperava em breve com ooutro seu collega de secção entender-se como respectivo presidente, do que daria oppor-tunamente conta ao conselho.

Tendo sido esta Sociedade convidadapara se fazer representar na exposição, quepretende realizar a Sociedade de Geographiado Rio de Janeiro, o Sr. Dr. Nascentes Pintolembrou que a Sociedade Auxiliadora, accei-tando o convite, poderia enviar aquella ex-posição uma collecção do Auxiliador, os seusestatutos e outras publicações suas.

O Sr. Dr. Pessoa de Barros, chamandoa attenção do conselho para os fins a que sedestina a Exposição Universal de 1890,julga conveniente que a Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, uma das mais

;\) Recebido pela i- vez. (Do Redactor),8. A.

74 O AÜXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

antigas, nesta exposição também não deixede figurar, mesmo porque é isso dos seus es-tatutos ; convindo portanto ouvir a tal res-peito o director das exposições.

Resolveu o conselho que se offi ciasseneste sentido ao Sr. commendador Satta-mini, director das exposições.

Nada mais havendo a tratar, o Sr. pre-sidente encerrou a sessão.

Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, 2 de Abril de1888.—Cons. Dr. Nicolau Joaquim Moreira,presidente.— Augusto Alvares de Azevedo,servindo de secretario geral. - C. Rezende,secretario adjunto.

Sessão da Assembléa Geral cmAbril tle 1888

8 tle

orçamento ; devendo, porém, continuar a vi-gorar até a approvação do que fôr propostopara o anno de 1889.

« Secção de Finanças da Sociedade Au-xiliadora da Industria Nacional, 26 de Marçode 1888— O presidente Henrique EduardoNascentes Pinto.»

Cumprindo o que dispõe o § 2o do ar-tigo 20 dos estatutos da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, apresento o se-guinte:

Proposta fixando a despeza e orçando areceita da mesma Sociedade para o anno de1888.

Art. l.° A despeza para o anno de 1888é fixada na quantia de onze contos setecentose cincoenta mil réis (11:750*000), e serádistribuída na fórma dos seguintes paragra-phos :

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRO

DR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

EXPEDIENTE

Achando-se presentes os Srs. sócios ef-fectivos : conselheiro Dr. Nicolau JoaquimMoreira, Drs. Agostinho José de Souza Li-ma, José Augusto Nascentes Pinto, CarlosMaria da Motta Ribeiro de Rezende, Fran-cisco Antônio Pessoa de Barros, AntônioFernandes Pereira PortuguleDomingos JacyMonteiro, commendadores José Botelho deAraújo Carvalho, José Maria Teixeira deAzevedo, Francisco Joaquim Bethencourt daSilva, José Hermida Pazos e HenriqueEduardo Nascentes Pinto, capitão Luiz Ri-beiro de Souza Rezende, Manoel JoaquimValentim, Bernardino Rodrigues de Bar-cellos, José Pinto Serqueira, André Gonçal-ves de Oliveira, Morris N. Hohn e João daMotta Teixeira, o Sr. presidente declarouaberta a sessão.

Leu-se foi posta em disjussão e approva-da a acta da sessão antecedente, effectuadaem 31 de Dezembro de 1887.

ORDEM DO DIA

Fôrão lidos, postos em discussão e ap-provados os seguintes pareceres da Secçãode Finanças.

«A Secção de Finanças da Sociedade Ati-xiliadora da Industria Nacional apresenta áconsidaração da Assembléa o orçamento pro-posto pelo Sr. thesoureiro, e que lhe foi ulti-mamente remettido, orçando a receita e des-pesa da Sociedade para o anno de 1888, e ede parecer que pôde ser approvado o mesmo

1.° Impressões 2:180*0002." Brochuras 90*0003." Despeza com as escolas,

conforme o orçamento junto. 5:000*0004.° Ao thesoureiro para quebras 400$0005 ° Honorário ao redactor do

Auxiliador 1:500*0006." Ordenado ao escripturario. 1:200*0007." Dito do porteiro 500*000

° Dito ao continuo e entrega-' dor do Auxiliador 600*000

" Porcentagem de 8% ao co-brador... 197»600

10." Assignatura de jornaes,compra e encadernação de li-vros, expediente 102*400

Art. 2." A receita da Sociedade é or-cada na quantia de onze contos setecentos ecincoenta mil réis (11:750*000), que serárealisada com o produeto da renda que, nodecurso do anuo de 1888, fôr arrecadada sobos títulos adiante declarados :

1." Prestação do thesouro2.° Mensalidades dos sócios3." Jóias4." Juros das apólices

Assignatura e venda de pu-

6:000*0001:500*000550*000

2:700*000

80*000340*000580*000

blicações,..6. ° Divida activa cobravel7. ° Extraordinária e eventuaes

Art. 3." Toda a despeza que, por yen-tura, o conselho daministrativo autorizar,e que não esteja incluída em algum dos pa-ragraphos do artigo primeiro desta propostaserá feita pelo § 10.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACÍONAL 75

Art. 4.° Parte do excesso que, por ven-tura, houver da receita sobre a despeza,será empregada na compra de medalhas paraserem offerecidas:

1." Aos autores de escriptos premiadossobre a agricultura do paiz;

2.° Aos fazendeiros que introduzirem' machinas nas suas lavouras, e novos pro-cessos na manipulação de seus productos;

3." Aos inventores de machinas e appa-relhos com applicação á agricultura e á in-dustria.

Art. 5." O thesoureiro da sociedade, in-dependente de autorização do conselho,deverá empregar na compra de Apólices daDivida Publica as quantias que forem arre-cadadas de remissões de mensalidades dossócios.

Rio de Janeiro, 31 de Janeiro de 1888.—José Botelho de Araujo Carvalho.

Orçamento da despeza dos cursos daSociedade Auxiliador da Industria Nacionalpara o anno de 1888 :

Honorários aos professores daescola Nocturna de Adultos.

Honorários aos professores daescola Industrial

Honorários ao porteiroIlluminacão das aulas.

total de 10:7208629, e addicionando 6468281que foi supprido pelo thesoureiro importa ototal da receita em 11:3668910.

A despeza consta de 157 documentose importou em 10:9808890 a saber :

a do 8 1." 2:1608000908000

3.0 3:774J!.6644." 40080005.» 1:60080006.° 1:20080007.» 49989928." 60080009.° 408320

10 7158914

Papel, pennas,diente.

tinta e expe-

2:1008000

1:800800060080002408000

2008000

5:000-8000

Directoria dos cursos da Sociedade Au-xiliadora da Industria Nacional, 14 de Ja-neiro de 1888.-0 director, Francisco An-tonio Pessoa de Barros..

« A secção de finanças da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional, tendoconcluído o exame de contas da receita edespeza da mesma sociedade, a cargo doSr. thesoureiro José Botelho de Araujo Car-valho, durante o anno de 1887, vem apre-sentar o respectivo resultado pela forma se-guinte:

3:0008000384800012080004008000

A receita do § 1" produzio.» » » § 2o »» » » § 3o »» » » § 4° »

cuja somma reunida ao saldo existente em31 de Dezembro de 1886, em dinheiro608609 ao saldo existente na conta correntedo Banco do Brazil 3:7248830, e os jurosvencidos no anno de 1887 618490, perfaz o

« Comparando a receita com a despeza,appareçe o saldo de 3868020 na conta cor-rente do Banco do Brazil; porém esse saldonão é real, porquanto, tendo o Sr. thesou-reiro supprido aos cofres desta sociedade aquantia de 6468287, sendo 5518323 em 28de Fevereiro de 1887, e 948988 em 30 deAbril do mesmo anno, somente lhe foi abo-nada a quantia de 2318741 por conta, res-tando ainda indemnisar ao mesmo Sr. the-soureiro a quantia de 4148540,cuja indemni-sação deve ser feita no anno de 1888, sendoconveniente que o Sr. thesoureiro não con-tinue a fazer supprimentos.

« Vê-se por esse resultado que no annode 1887 houve déficit na importância de288520, encontrando-se o saldo existente naconta corrente do Banco do Brazil de 3868020com o que se ficou a dever ao mesmo Sr. the-soureiro 4148540.

« A secção de Finanças tem a pondorarque a diminuição da receita é provenientedas seguintes causas :

« 1." Por terem sido pagas no anno de1887 a esta sociedade somente 3:0008 dasubvenção dada pelo Estado, visto ter ha-vido alteração na terminação do anno queera de Julho a Junho, e agora passou a serde Janeiro a Dezembro.

« 2.° A reducção de um por cento nos

juros de 54 apólices.« No anuo de 1887 somente fôrão arre-

cadadas as jóias e as remissões de dez sóciosque entrarão, e a remissão de um sócio con-tribuinte.

« A renda desta sociedade vai decres-cendo todos os annos, sendo por isso neces-sario que a assembléa tome alguma, provi-dencia, convidando aos sócios contribuintesem atrazo para se quitarem, e se preferiremremir-se, permitta-se que o facão mediante o

pagamento de 208 durante este anno.

76 O AUXILIADOR DÁ ÍNDUSTRIA NÀCÍONAL

« A secção concluindo é de opinião quesejão approvadas as contas de 1887, e seagradeça ao Sr. thesoureiro o valioso dona-tivo com que ainda este anno brindou a So-ciedade. ,

« Secção de Finanças da Sociedade Au-xiliadora da Industria Nacional, 26 de Marçode 1888.—O presidente, Henrique EduardoNascentes Pinto.»

Em seguida fôião lidas, postas em dis-cussão e approvadas as duas propostas abaixotranscriptas do mesmo Sr. presidente daSecção de Finanças :

« Achando-se a bibliotheca da socie-dade Auxiliadora da Industria Nacional emuma sala do pavimento térreo do respectivoedifício e, sendo esse pavimento humido econcorrendo para o estrago dos livros e maisobjectos da mesma Bibliotheca, e convindoa sua remoção para o andar superior,proponhoque seja o Sr. thesoureiro autorizado a man-dar fazer orçamento da obra necessária parase preparar e sala própria para semelhantefim. Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, 2 de Abril de1888. —Henrique Eduardo Nacentes Pinto.»

« Attendendo a que a frente e a entradado prédio da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional achão-se muito estragadase pouco aceiadas, proponho que seja o Sr.thesoureiro autorizado a mandar fazer a pin-tura e as reparações necessárias. Sala dassessões da Sociedade Auxiliadora da Indus-tria Nacional, 2 de Abril de 1888.—Henn-que Eduardo Nascentes Pinto.»

Achando-se concluídos os trabalhos paraque fora convocada a Assembléa Geral, o Sr.presidente encerrou a sessão.

Sessão do Conselho Administrativo cmIO de Abril de 1S88

PRESIDÊNCIA DE EXM. SU. CONSELHEIRO DU. NICOI.AUJOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho:conselheiro Dr. Nicolau Joaquim Moreira,Drs. Nascentes Pinto, Alvares de Azevedo,Carios Rezende, Pessoa de Barros, JacyMonteiro e Portugual, commendadores Bo-telho, Hermida Pazos e Nascentes Pinto,capitão Motta Teixeira, Pinto Serqueira,J. Motta Teixeira e o sócio effectivo MorrisKohn, o Sr. presidante declarou aberta asessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente, effectuadaem 2 de Abril de 1888.

EXPEDIENTE

Fôrão recebidas com agrado e enviadasá bibliotheca as seguintes publicações :

Revista do Observatario, Janeiro de1888 ; Boletin de Ia Sociedade de FomentoFabril, Fevereiro de 1888 ; Anales dei In-stituto Agronômico Veterinário de Ia Pro-vincia de Buenos Ayres en Santa Catalma,de 5 do mesmo mez; A Immigração, Março üe1888, boletim n. 43 ; Gazeta da Bahia,de ilde Março a 8 de Abril de 1888 ; e MonitorSul Mineiro, de 8 de Abril.

Lerão-se os seguintes ofíicios :Do Sr. commendador Teixeira de Aze-

vedo, secretario da Secção de IndustriaFabril, communicando não poder comparecerá sessão por muito oecupado.— Ficou o con-selho inteirado. _ ,

Da presidência da província de Minas-Geraes, de 26 de Março ultimo, remettendoum exemplar dos relatórios impressos, comoannexos á Falia que á Assembléa Provincialdirigio o Dr. Carlos Augusto de Oliveira hi-gueiredo, então presidente da província, noacto de installar-se a 2a Sessão da 26a Legis-latura. Recebido com agrado e enviado oexemplar á Bibliotheca.

Da Directorih da Reunião dos Exposi-tores da Industria Brazileira, de 12 de Abrilde 1888, convidando esta Sociedade para, de' commum accordo, encarregarem-se de pro-mover uma Exposição Preparatória nestaCorte, e remetterem os produetos escolhidosá Exposição Universal de Paris em 1889,visto terem ambas as sociedades por fimconcorrer para o engrandecimento da in-dustria brazileira.

Resolvou o Conselho ouvir a tal respeitoo Sr. commendador Sattamini, director dasExposições. .

Leu-se ainda um officio do Sr. HenriqueEduardo Nascentes Pinto, presidente daSecção de Finanças, pedindo dispensa docargo, e declarando que continuará a Ire-quentar as Sessões do Conselho sempre quepuder, como simples membro, concorrendopara que não deixe de haver sessão por faltade numero. Ouvido o Conselho sobre o as-sumpto, negou a dispensa pedida por unam-midade de votos; insistindo, porém, o Sr.Nascentes Pinto, o Conselho foi obrigado aC6(Í6r.

Nada mais havendo a tratar-se, o Sr.presidente encerrou a sessão.

Sala das sessões da Sociedade Auxi-Uadora da Industria Nacional em 16 de Abrilde 1888.—Dr. Nicolau Joaquim Moreira,presidente.—Carlos Rezende, servindo desecretario geral.-José Pinto Serqueira, ser-vindo de secretario adjunto.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 77

O QJ CO *""' t3 'o Si

" «00 O __jo 2 « ,. o

25l"SS.e.sS§8(2 2«,H -r-. o ifi n c J2 ftj ir a

Es.s . «"*•&H

£2 oo <° 2=>°2?g£3¦§2 I| | 8SS§S§as 25 t_-_ ¦* K ct «9 co&S1 õi m ^"-*asc—. '¦.

. .O OO* ,

J— • • o ooo to • • • -.22= o ooco 2 sí=< • • co ooco ¦«; es • • ¦•»

7. fflt£lN £ . T!CCS . CJ o V • • 3"^ ••- . . o*^ . .¦" ¦§

' '»

¦a §'° ;>9 SS-. .'S^| * "3§5 ' *«SoiS * " "5'S 5.1 S^» .o82 • "«§lS "ã '-si s^i 111?-1

°g KJ I ¦ .S.S3 .^ -gg JSS-bSS S2SS 1 3 8, -«gg

Çm g cs -S g -53 .-SJ3 «00

11=3 #2 ' 'S S»'l:« .Ü o a aea r-\ io g o, •_- cs s .2 °- a •-.j .2 os t. ^

2"l S.oSfl3 a ig-3 8 2 S

1 II Io. °- *•'••¦ I I I I 1 I I<=> | ^oioí tÍ.OCDI^COCBO

gg -ri"c.3 U .J

Sas; Jj_j _ ^^^ =====

JS3 O W

<m si?S 5>LÜ ——————— ^^""^ OOOO 2? io__ oooo g> SP—. oito to'—' I o *y^ t? r- SiS I 8«-s» 9.

"í>3 TT

.5"—< - O*g _ ...wes> n ®

i ^«3 Jo3 '••3«r t2 Sãc^ i ri t°a"I o^ .*

ei3 ca tn

^ Sf^T o o o «, °, _

¦ss. íi I ct. w

o r-1 ^ oo O yfOOOÍ OO OI fc

tta-Qaoo: Ott«l oi :ca

¦S31 8 saò (3

• ao"0«o

<J.9

3o

o c «5 i

CD C-Mo<2 9fl SS1Í GD cS

"^"S-íS

cr co

rn 9 ti

. . S 3 S?. m (8

. a .. o' •>u . CO

¦o ssls s* ÉIÍSi'SSSÇCO O* O' O Càf niOWin*-)

II I g^-ãS8?í283o• CM i-i CD OS f-

¦§¦§ c 25 |¦ o. «"S n^sSl"H _, O Op Pj^Jdd|jft -amg " fl '/i c«

. „ a"« u „ oa, « a E o gCD _ C O — 3•5 es £ o ir

."fi >oS

O *U 3 P Srf) c/i PS O £ Oa*-»

a » a » *H

eb 2^3,2

tó Cl« «

*a •CD O ¦*» OSíS"13! .'laça '

-o o *a a í; *

S a 2 S i^S£ g ao ca-O

oooo^>-dof-,

o • a aa> "cafi °ooj .8*

5 31—

' CD^

M ,33Í Jia .§s£Q r- ^ 05

ca-a?5!N-r",CDglQ

' ^ aO -_• -f tC CÍ 2 2a «S2í£Sá3'l .

.*.2.SasS*3=;3-CD - Jh "75 ** O ^J aj

.Ess^âssasl£ 2 3 o"-

*C t* _ « - .OsMd ríO Q151^ "í

¦S rt 3 O S

C c «- a * o

ws-? 5

¦O ^-rr- - - .OQes co d rio o ^ i"*1 o

N a(5 • • ScSfífflSO» aa Ba-l*J*SCTr-l

78 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Relatório apresentado ao Ministério daAgricultura

Sociedade Auxiliadora da Industria Na-cional, em 31 de Março de 1888.

Illm. e Exm. Sr.—A sociedade Auxi-liadora da Industria Nacional continua aprestar os serviços compatíveis com suasforças, e de accôrdo com os estatutos que aregem.

Assim é que reunio-se ella em sessãodo conselho administrativo dezenove vezesno anno findo e quatro no corrente anno, eduas vezes em assembléa geral, discutindona primeira destas o orçamento da sua re-ceita e despeza para o anno que findou, eelegendo na segunda o conselho administra-tivo, que tem de servir no biennio de 1888 a1889 ; nas sessões do conselho continuou emdiscussão a seguinte these apresentada peloseu presidente e dada para ordem do dia,de conformidade com o art. Io dos ertatutos:« Sem fallar do proteccionismo exagerado,nem da livre permuta, não existirão meiosque favoreção a industria nacional, na lutapela existência com a industria similar es-trangeira? »

Constando á Sociedade que S. Ex. oSr. Ministro da Fazenda ia apresentar aocorpo legislativo um projecto de reforma da—Tarifa das Alfândegas- para o que tinhasido autorizado pela lei do orçamento geraldo Império, suspendeu ella a discussão detal assumpto e solicitou de S. Ex. a remessade um exemplar do projecto ; recebendo maistarde um exemplar do projecto já convertidoem lei, continua ella a estudar o assumpto.

Estudou ainda alguns privilégios con-cedidos pelo governo imperial, e informoucom seu parecer sobre as bases de um con-trato para pesca e salga de peixe ; sobre leisrelativas á destruição de animaes e vegetaesnocivos â agricultura, e sobre tecidos deseda fabricados em Santa Catharina, por tersido para esse fim consultada.

Actualmente estuda a Sociedade a pro-posta de um de seus sócios para a organi-zação de. uma estatística industrial em todoo Império, mediante auxílios quo solicitarádo governo imperial.

Continua a ser publicado com regula-ridade o—Auxiliador da Industria Nacional—entrando no quinquagesimo sexto anno deexistência. Archivo dos trabalhos da Socie-dade, o Auxiliador constitue o repositóriode tudo quanto pôde interessar ao desenvol-vimento do paiz, quer em relação á industria,quer sob o ponto de vista social e econômico;

tendo sido premiado nas Exposições Inter-nacionaes de Vienna, Philadelphia e Buenos-Ayres. Tem sido enviado, bem como outraspublicações desta Sociedade, ás pessoas queo pedem para diversas instituições, quer par-ticularmente, quer por intermédio do go-verno ; e aos sócios effectivos da Sociedadede conformidade com os estatutos.

Freqüentarão as Escolas Nocturnas deAdultos e Industrial creadas e mantidas poresta Sociedade, durante o anno findo, 157alumnos, entre os quaes contão-se 109 ar-tistas e operários e 48 estudantes ; deven-do-se esta freqüência ao zelo de seu incan-savel director, o Dr. Francisco Antonio Pessoade Barros, e á muita aptidão dos respectivosprofessores, que recommendão-se por sua as-siduidáde, dedicação e interesse pelo adian-tamento dos alumnos; podendo-se, portanto,affirmar que as escolas da Sociedade Auxi-liadora estão produzindo os benéficos resul-tados de sua instituiçfo, e prestando ser-viços reaes, que compensão os sacrifícios eos esforços por ella feitos para conserva-las,sem exceder o credito de cinco contos de réis,que lhes pôde destinar, apezar das difficul-dades com que luta;

Deus guarde a V. Ex.

Illm. e Exm. Sr. conselheiro RodrigoAugusto da Silva, ministro e secretario deEstado dos negócios da agricultura, com-mercio e obras publicas.

Dr. Nicolau Joaquim Moreira,Presidente.

Industria FabrilCerveja

Visitámos a fabrica de cerveja queacaba de ser inaugurada pelos Srs. Villiger& Comp., na rua do Visconde de Sapucahy,e após um detido exame, reconhecemos asystema ti ca disposição do estabelecimento,a perfeição das machinas empregadas, tantono fabrico de cerveja, como para seu acondi-cionamento; a bondade de produeto, e,finalmente a pureza das matérias primas, epor este motivo não podemos deixar de fazercom que os leitores do Auxiliador, conheçãoos apontamentos que nos subministrárão, tãogentilmente os dignos industriaes, a quemfelicitamos pelo concurso que vierão prestarao desenvolvimento da industria fabril bra-sileira.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 79

Privilegio Villiger & Cosip.

Art. 3o da Lei n. 3129de 14 de Outubro de 1882

A cerveja é uma bebida de geral con-sumo publico pelas suas qualidades ali-menticias e refrigentes, principalmente nospaizes situados na zona tropical.

Os processos de fabricação de babida deuso tão generalisado não podem ser indiffe-rentes a administração publica e esta bemconvencida deve estar de que, especialmenteaos climas quentes, a cerveja não pôde serfabricada para ser exposta a venda sem oauxilio de substancias antisepticas em regranocivas a saúde publica. Sem o auxilio dosantisepticos todos sabem que a cervejaaltera-se e corrompe-se facilmente.

Para impedir essa fácil alteração tãonociva a saúde, e ao mesmo dispensar oauxilio dos antisepticos, do mesmo modonocivos, o engenheiro civil Joseph Villiger,desde 1885 dedicou-se ao estudo do as-1sumpto, chegando depois de innumeros e|repetidos feitos com o microscópio, a con-vicção de que com os processos aetualmenteempregados em todas as fabricas nacionaes,impossível é obter cerveja de bôa qualidadee sã. O ar é o principal agente da deterio-ração na temperatura entre 7 a 70 gráoscentígrados, é susceptível de impurezas pro-duzidas pelas substancias vegeto-animaese pelo desenvolvimento de germens, que emcommunicação com a liquidos assucaradosproduzem a fermentação com diíferentes mo-lestias zymoticas.

Na fermentação da cerveja, ou melhor,no extracto assucarado de malt, tem o des-envolvimento de germens a maior influenciasobre o resultado final, que é a cerveja.

A vitalidade desses germens suspensosno ar atmospherico é limitada entre 8 e 70gráos centígrados e só muito raramenteresistem a uma temperatura inferior a 7 ou 8gráos, e quando resistem não têm forças parase desenvolver em presença dos fermentosreaes.

Este phenomeno explica facilmente o mo-tivo do emprego do gelo e das adegas subter-1raneas refrigerantes de uso actual nas melho-res fabricas de cerveja da Europa, depois quese convencerão que só era possiveljabncarbôa cerveja durante o processo da 1 e2aíer-mentação e portanto com uma temperaturainferior a 7 gráos acima de 0. Reconhecida,portanto, a influencia maléfica do ar livre emtemperatura superior a 7 ou 8 gráos cento-grados, Joseph Villiger tentou e conseguio

a fabricação de cerveja, impedindo a commu-nicação do ar atmospherico fora das con-dições acima referidas o mosto (extracto)para cerveja, durante o processo da refnge-ração e da fermentação alcoólica. E' esteprecisamente o objecto do privilegio, quepretende Joseph Villiger, ou que em outrostermos a applicação nova de meios conhe-cidos segundo ás leis da mecânicas paraobter a cerveja pura e sã, como acima ficoudito. .

A fabrica tem capacidade para produzirdiariamente 12.000 litros de cerveja emduas operações, òs edifícios expressamenteconstruídos contém 1954 metros quadradosde superfície útil.

Para a fácil lavagem e completa Um-peza foi construído o pavimento térreo in-teiramente de beton de cimento Portland. OGenerator « systema Villiger » é multitu-bular, tem 38 metros quadrados de superfíciede aquentamento e duas fornalhas. A felizconstrucção deste motor permitte a maioreconomia no combustível. Uma machina a

I vapor de 12 cavallos, systema Rieder, poe1 em movimento os apparelhos para as ope-

rações consecutivas. A caldeira dupla « sys-tema Villiger » para o cozimento da calda ècomo o generator, de aço «Siemens Martin»e trabalha a vapor, única em todo o Brazil.Interessante são os mechedores ou appa-relhos para a extracção da cevada, yerda-deiras obras de arte e permittem pelo pro-cesso de decoeção com duas caldas grossase duas ditas filtradas a maior extracçãopossivel até hoje, isto é 70 %. A cerveja éfabricada somente com as melhores matériasprimas e completamente isenta de tida equalquer substancia antiseptica, para obteras melhores condições hygienicas foi evitadocuidadosamente o perigo eminente da appii-cação de apparelhos de cobre ou chumbo em-pregando-se precisamente caldeiras, meche-dores, filtros, tinas reservatórios para calda eagua, de aço galvanizado e esmaltado. Todosos conduetores para agua,calda e cerveja saono interior e exterior galvanisados e esmal-tados e para a completa salubndade lavadapor vapor inutilisando desta fôrma qualquergermen nocivo a saúde.

O pessoal empregado na fabrica se com-põe de 32 pessoas. ,

A conducção da cerveja se faz por 5carroças sendo duas era construcção e 22animaes estão á disposição para a tracçao dasmesmas. O capital empregado em terrenosmachinas, utensílios e edifícios é de 150contos de réis.

80 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Industria SaccüarinaRelatório

Apresentado ao exm. sr. conselheiro Ro-drigo Augusto da Silva, ministro e se-cretario de estado dos negócios da agri-cultura, commercio e obras publicas,pela commissão encarregada de estu-dar a diffusão applicada á canna deASSUCAR—1887.

(Conclusão)SÉTIMA PARTE

PERDAS EM ASSUCAR

(Quesito l 3)As perdas de assucar pela difusão fácil-

mente se calculão pela somina das perdas nastalhadas esgotadas e na água de esgoto dosdifusores. Em Barcellos fôrão analysadas17 amostras de talhadas esgotadas (Vide ta-bella XI), ficando nellas,por média, 1,19 porcento de assucar, e 12 amostras em Bracnhycom 0,88 por cento de assucar. (Vide ta-bella XII).

TABELIÃ XI

TALI1A0AS ESGOTADAS

Engenho Central Barcellos

22« 5*»S"3 _j5 s.

Agosto...»»

Setembro»»»»»

10 »11 »12 »13 »14 »15 »lli »17 »

31-3131

11112333344

Média.

2,412,863,873,272,031,702,091,532,211,811,711,341,251,291,251,261,78

1,981

1,361,652,211,871,140,971,190,851.251,020,970,740,740,740,740.711,02

1,681,583,152,571,671,141,380,611,591,501,140,740,710,700,740,751,19

1,11 1,33

1,171,422,832 311,501,011,240,551,431.351,030,660,610,630,670,671.07

TABELLA XII

TALHADAS ESGOTADASEngenho Central Bracnhy

18192021ti23242520272829

Média. 1,575

0,77 0,451,20 0,682,22 1,251,92 1,081,60 0,912,02 1,111,81 1,021,57 1,911,72 0,1)71,52 0,850,85 0,511,70 0,97

0,898

0,570,911,481,181,011,671,200,800,820,600,181,10

0,985

0,5130,8191,3301.0600,9091,5031,0800,7200,7380,5400,1320,990

0,886

As águas de esgofo dos difusores emBarcellos continuâo 0,18 % (média de duasanalyses), e as de Bracnhy 0,15% de as-sucar.

Logo perdêrão-se pela difusão em Bar-cellos 1,51 (1,33 + 0,18) % de assucar e emBracuhy 1,14 (0,99 + 0,15) %, sendo, por-tanto, submettidos ao fabrico posterior emBarcellos 18,62° - 1,51 == 17,li; deassucar no caldo ou 15,39 % calculadosobre o peso das cannas, e em Bracuhy]6_52—1.14 — 15,38 % de assucar no caldoou 13,84 % da canna de assucar.

Em Bracuhy ob ti vemos 14,2 % demassa cozida com 80,5 de assucar, termomédio (vide a tabeliã XII) ou 11,43 % deassucar na massa cozida, da qual entretanto,se conseguio somente 8,9 % de assucar chi-micamente puro, ficando então no mel 2,5%de assucar. (Vide a tabeliã XIV).

TABELLA XIIIAnalyse das massas cozidas em Bracuhy

Numero das analyses Bri \

87,786,8

Média 87,-5

Polarisação Quoclcnte

79,082,0

80,5

90,091,4

92,2

1.197

* Média de 30 analyses das cannas entradas n i fa-brica.

Cozimento no Wetioll.

13,84—11,43 == 2,417„ de assucar perderão-se,pois,pelo fabrico,isto é,pela carbonatação,na torta dos filtro-prensas, pela evaporaçãono tríplice effeito e pelo cozimento.

A somma de todas as perdas é, por con-seguinte, 1,03 + 2,5 + 2,4=5,93 por centode assucar do peso das cannas.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 81

TABELLA XIV

A diffusão em Bracuhy

O -/_ •» « cfl-q «3 -2 -S oa £*, __J o es cs Q-5_. •** oo

„ **•* ¦;*- "™ o

o. £__ ¦-. _ oj o__= %S<_> O cc - O ._,____! __, i - rt¦o sa s ° s « a—*_E ^ -*> •_ S SJ __) Og5 c_g "gSSS_zS rt rtiy3_o«:¦**¦ u 59 SR ¦< -< -<

19 a 21 215 66.345 9.03-1 13.6% 3.824 5.76%8.64%

23 a26 217 70.051 11.191 11.72% 1.791 li. 29% 9.43%

402 142.390 20.228 14.16% 8 615 6.05% 9.07%I

O prejuízo em assucar, que fica na torta,pôde ser diminuído pela lixiviação da mesmadentro dos filtro-prensas, quando existem emnumero sufficiente. Calcula-se este prejuízoem 0,2 a 0,3 partes de assucar por 100 partesde canna. A' commissão faltou o tempo paraverificar este prejuízo.

Em todo caso ficão 2,2 por cento de sac-charose, que desapparecem ; isto é, passãopara o mel, sem ser possivel verificar, porora, a causa deste phenomeno notável.

O assucar no mel, bem entendido, nãorepresenta um prejuízo real, porque serátransformado em álcool.

Em Bracuhy, uma pane desta perda seexplica pela rotura de um tubo no trípliceeffeito, escapando deste modo algum caldo.

Com as moendas de Brissoneau, as me-lliores de todas que até esta data têm sidoexaminadas rigorosamente, se expremem71a 72 por cento de caldo, ficando 18 por centode caldo no bagaço com 16,5 por cento deassucar, isto é, um prejuízo real de 12,97 %de assucar puro no caldo do bagaço ou 2,67por cento do peso das cannas.

Suppondo iguaes as outras perdas áquel-las verificadas em Bracuhy, visto que os pro-cessos do fabrico nos engenhos com moendasexaminadas pela commissão não serem su-periores, teremos nestes um prejuízo de2,67 + 2,5 + 2,4=7,57 por cento de assucarou muito mais que a metade do assucar nascannas.

Pela diffusão com cavbonatação somentese extrahio uma quantidade maior de 1,7por cento de assucar puríssimo das cannasdo que pelo melhor processo de expressão ;quantidade essa, que ha de crescer, sendocontinuo o trabalho com a diffusão, ou, poroutra, a fabrica com a diffusão em Bracuhyobtém actualmente 14,8—5,9-8,9 por cento

11

de assucar chimicamente puro, isto é, 62,7por cento da massa cozida, quando um fabricocom a moenda Brissoneau nas mesmas con-dições do fabrico extrahiria 14,8—7,6—72por cento de assucar puro.

Não examinamos, neste sentido, as per-das em assucar no engenho central de Bar-cellos, por terem sido maiores, em virtudeda installação provisória da diffusão, dosprocessos menos perfeitos e de um pessoalmenos adestrado do que em Bracuhy, vistoque extrahirão cerca de nove por cento deassucar de todas as qualidades das cannasmais ricas de dous por cento em comparaçãocom as deste engenho central.

Se o engenho central de Bracuhy ti-vesse tido cannas com a riqueza saecharinadas de Barcellos, teria extrahido 10,9 porcentode assucar puríssimo ou 11,35 por centode assucar com 96 % (assucar bruto).

A seguinte tabeliã XV representa asmassas cozidas analysadas nos engenhos cen-t: aes de Barcellos e Bracuhy.

o"5rr_»r«_ tj art ^._. * « , * * o, _ -

1 % * * * • * . ° »«o oCa e03 O-1 -, ^ ,. „ ,-. ,s _. lí -_<_) --.««««««« pS

o 'S '3oO

ooaooooo 0»si->fi.0)^iO*DHS. i—: Oi

.zomd op "í.0."'!-*..0.cc~ai.>ri °-t

O opiopono m S3388SS_„E- ^^55M a

- «i. 'Si "/• e O0.,*.-_<£.,*.co_vri,'. a °-°-A § nijausuviod IPSPSrr-SS™?- __; _5„j_q a Ex] cg tj l0 . --t. --ti ee „_ —¦ ^ i2,-«•*, .¦> A^nin--»/lcT vO-tr-HCíiC^"^'-"'" -—I -OCOffl .es Oa laallSO -j o.Bi-oif»* 3 SK„-efj ^J OS0(I is ^©^'-T^í^^J,'* ¦§ ^t,"*,

S o IIIIIWll - S.íi-»oi.» -O 0O-*auniill c ^ * -a.^- -aâ« c

22oi —r-t-^f-T—K-*-*--*1 _-"*"

__i w— ¦•« *» m -* <n us *aj i- «oXlJfl oi-i-i-" -£_¦*."*» _*_.___.

OOXXXXXXX XX

gl!|(J _wot.o<d__-.o -jg

zaw ojquia_as

OSXlíUll I ^,<MCN*f_!Ol-CO «oíp ojaiun.. I

Juntamos assim uma analyse do xaropee tres analyses de excellentes massas cozi-das, fabricadas com o emprego da saturação

pelo ácido sulfuroso no engenho do illustrechefe da commissão.

S. A,

82 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIO NAL

Xarope 63.20

Massa cozida 89.96I

» » 93.00

34.°5 1.3150.I

17.0032 1.48458I

18.4017 1.50635

51.4

79.3

78.4

.0 Louraclara

87.8 Louraclara

83.7 Castanhaclara

4 Massa cozida loura e muito clara:Polarisação (saccharose) 81,22%Assucar invertido 6,19%Substancias orgânicas •''•24%Agua 5,93%Quociente verdadeiro 86,34%

Estas excellentes massas cozidíis fôrãoobtidas com saturação pelo ácido sulfuroso,evaporisação a fogo nú e cozimento no appa-relho d > Wetzel.

Haverá algum prejuízo pe assucar pelainversão, em virtude do cozimento a fogo nú,porém, a còr das substancias respectivas fazsuppôr que a 'miniina foi a producção da-quelles ácidos acima mencionados. (Vide 4aparte.)

Por falta das substancias chimicas, ne-cessarias á analyse completa das massas co-zidas, as dosagens dessas massas de Bracuhye Barcellos não fôrão feitas.

Duas amostras de assucar do primeirojucto fabricado em Bracuhy pelos processosde diffusão e subsequentesjáindicadoscontêm99,3 e 99,6, média=99,457„ de assucar chi-micamente puro e o da mesma qualidade pro-duzido em Barcellos 99,1 e 99,4, média—99,2570 de assucar puríssimo.

OITAVA PARTE

EXTRACÇÃO DO ASSUCAR DO MEL

Quesito 15Este problema não pôde ser resolvido

por investigações praticas pela commissão,por não ser empregado processo algum paraextrahir a saccharose do mel neste impe-rio.

Considerando que a transformação detodo o assucar no caldo da canna em álcoolactualmente ainda deixa lucro ao fabricante,emquanto o preço actual do assucar não pagaas despezas do cultivo e do fabrico tanto nasfabricas centraes estabelecidas com despe-zas desproporcionaes, quanto nos pequenosengenhos, cujo estabelecimento não exigesenão relativamento muito pequena quantia,torna-se evidente que o melhor emprego domel está na sua transformação em álcool.

Logo, porém, que a fecula de raizes ougrãos fôr empregada em maior escala para ofabrico do álcool, este tornar-se-ha tão barato,que então será tempo de cogitar na extrac-ção da ultima partícula do assucar no melsegundo o processo superior conhecido noporvir.

Actualmente o emprego da stronciana éconsiderado o meio superior de extrahir domel até assucar refinado, porém depende deum mineral, do stroncianite,que, segundo nosconsta, ainda não foi encontrado neste paizou, pelo menos, não se conhece a localidadeonde foi encontrado uma amostra exis-tente na collecção Halfeld, na escola Poly-technica.

NONA PARTE

CAUSA DA HUMIDADE DO ASSUCARCRYSTALISADO

(Quesito 16)E' um facto tornar-se o assucar, até de

primeira qualidade, pouco a pouco tão hu-mido, que afinal se dissolve.

Este phenomeno, ainda pouco estudado,tem sido explicado de diversos modos. Queseja devido á minima quantidade de glycoseém um assucar com 997„ de assucar puropara cima (98,1 a 99,C>"/0) é pouco vero-simil.

Temos observado o mesmo phenomenotanto com o assucar da canna produzido naHespanha (de 997„ e mais), quanto com oassucar refinado em pó fabricado da beter-raba na Allemanha.

Nós o explicamos de preferencia pelaalteração das superfícies. Entre os crystaesde assucar existem lacunas e o ar extrema-mente humido na região littoral do Brazil,circulando nellas, deixa abi minima quan-tidade de vapor dágua então condensado nassuperfícies dos crystaes, quantidade que dedia em dia cresce e acaba por dissolver oscrystaes do assucar, ou antes, estas super-ficies provocão uma condensação parcial dovapor d'agua ; é deste modo, que tem sidoexplicado semelhante phenomeno observadoeom gazes e vapores nos corpos porosos, v. g.na esponja de platina.

Reduzido a pó o assucar, leva maistempo em tornar-se humido, visto que a cir-culação do ar humido nas mínimas lacunasentre as partículas do pó é quasi impossívelou, pelo menos, muito mais difficil do quenas lacunas relativamente grandes dos crys-taes de assucar.

O assucar mascavado torna-se aindamuito mais humido e em muito menor tempo

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 83*.

do que o crystallisado branco, e, neste caso,a glycose, que nelle ha em quantidade nota-vel, é uma segunda causa, que explica esteeffeito notado no paiz.

Póde-se, entretanto, conseguir assucarmuito mais secco nos engenhos centraes,e que se conserve por mais tempo nesse es-tado, seccando-se melhor nas centrífugas edeixando-o esfriar nos depósitos antes deensaca-lo.

DÉCIMA PARTECAUSAS QUE ENTORPECEM O DESENVOLVIMENTO

DA INDUSTRIA ASSUCAREIRA

(Quesito 17)No ultimo decênio, a cultura da canna e

o emprego de apparelhos aperfeiçoados toma-rão grande desenvolvimento em nosso paiz,e a fecunda idéa de garantir juros a empre*zas que estabelecessem typos para servir denorma aos fabricantes foi completamente des-virtuada pelos poderes públicos, Deseu-freada agiotagem apoderou-se dessas garan-tias, e, em vez de termos escolas industriaespara a mocidade que chega, apenas temosfabricas desalentadas. Não se colheu o resul-tado almejado.

Fomentando-se esta industria, era na-tural e intuitivo procurar mercado para tãovolumosas colheitas, mas até hoje não só éembaraçado o consumo interno pela falta deprotecção a industrias que consomem avul-tadas quantidades de assucar e álcool, mastolera-se que outros paizes afastem de seusmercados o assucar brazileiro. Ahi estão osEstados-Unnidosda America com 60.000.000de habitantes, o Canadá, a Republica Ar-gentina, a Itália e outros, a espera de tra-tados de reciprocidade, que darião novoalento á industria assucareira, aquella queno paiz representa maior somma de interesseque dá trabalho a 400.000 brazileiros, e sedesapparecer aniquilará avultados capitães,perturbando as finanças e talvez a ordem so-ciai. Procuremos obter igualdade de favoresjuntos daquelles governos, cuidemos seria-mente do ensino profissional, estabeleçamosescolas agrícolas e campos de experiênciassem esquecer a protecção que é devida á in-dustria tão antiga e tão radicada neste paiz,e, com certeza, a luta travada entre a cannade assucar e abeterraba será fatal a estaultima, que vive a expensas de artifícioscreados pelos paizes europeus.

A pbolição do imposto de exportação énecessidade urgentemente reclamada, e odesfalque ao orçamento do Império poderiaser supprido pelo imposto interno, lançadosobre os refinados,

A expansão do credito agrícola não pôdeser demorada, e sob o ponto de vista com-mercial, a falta de credito para o penhormercantil sobre o assucar fabricado, obrigaa venda forçada dos productos, e por conse-quencia a sua baixa. Dentro da própria leide garantia de juros aos engenhos centraes,ha verba que poderia auxiliar instituições quefacilitassem as operações mercantis destegenevo.

As exposições e concursos promovidospor associações ou pelo Estado são incentivoanimador.

A creação de prêmios que remunerem osindustriaes que provarem não só a maior por-centagem, mais ainda menor despeza de pro-ducção de assucar é medida de alto alcance,e aos engenhos centraes garantidos devecaber essa despeza.

Neste momento de verdadeira agoniapara a industria assucareira, seria de maiorvantagem, e até imprescindível, repetidosestudos sobre os effeitos da diffusão, e mor-mente indagar as causas que concorrem paraas perdas de assucar durante o período dafabricação. E' notável que, trabalhandocannas cuja riqueza em média é de 17 porcento de assucar, só se comsiga 9 ou 10,quando a beterraba, com 14 e 15 por cento,fornece 12,5. Se guardarmos a proporção,attendendo ainda á maior pureza de caldode canna, os fabricantes do Brazil terão maisde 14 por cento quando empregarem osmesmos cuidados da industria européa.

Convém guiar a industria e livra-la doserros que poderão ser praticados por pessoasinexperientes, e, para isto, com despeza re-lativamente pequena, a administração pu-blica poderia estabelecer os apparelhos in-dispensáveis para o processo da diffusão,escolhendo fabrica ou engenho recentementemontado que tivesse capacidade para esta-belecer a comparação entre os diversos meiosaté hoje empregados p-.ra extracção do caldo.Desta arte, a industria tão desanimada nestemomento, teria occasião de optar pelo melhor,sem sacrificar capitães já despendidos, ouprocurar aventuras para as quaes não seacha preparada.

Besumindo, acredita a commissão queas causas que entorpecem o desenvolvimentoda industria assucareira são especialmente :

1." Cultura imperfeita, e, portanto,alto preço da matéria prima ;

2.a Falta de estações agronômicas paraestudos experimentaes que melhorem a ri-queza saccharina do vegetal e divulguem osos meios mecânicos da cultura econômica ;

3.* Fabricação grosseira, máo trata-mento dos caldos;

<!>84 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

4.» Pessoal sem habilitações technicas,o qual encarece o fabrico sem augmentar orendimento em assucar ;5.a Acanhado desenvolvimento da in-dustria nacional, que emprega o assucar eálcool em suas manufacturas e pede pro-tecção ;

6." Pequeno consumo no interior, de-vido a causas diversas que têm influído nasrelações commerciaes;

7.a Impostos de exportação e interpro-vniciaes, que sobrecarregão a mercadoria;

8.a Falta de instituições de credito;9.» Impossibilidade de concorrer nos

grandes mercados consumidores, em virtudeda protecção de que gozão os produetos si-milares de outros paizes, que, mais caute-losos, mantêm tratados de favores recíprocos.

RESUMO

1" pane1. As cannas de assucar cultivadas na

provincia do Rio de Janeiro encerrão 13 °/„ a19,26 °/0 de saccharose.

2. As cannas cultivadas em logares hu-midos, sujeitos ao alagamento são menossaecharinas do que a s cannas plantadas emterreno mais secco.

3. A estação mais secca na época damaturação produz cannas mais saecharinas.

5. Recommenda-se o emprego do are-ometro de Brix, com termômetro, para de-terminar o gráo soecharino do caldo.

5. Quasi todos os problemas relativosao cultivo da canna e fabrico do assucar só-mente podem ser estudados scientifica e pra-ricamente em uma estação agronômica.

6. O colmo da canna de assucar encerratermo médio, cerca de 90 u/(i de caldo.

7. Na dosagem das substancias sacclia-rinas pela polarisação é preferível pesar-seas quantidades relativas.

2a parte8. Os corta-cannas em geral satisfazem

o fim a que são destinados. (Quesito Io).9. O apparelho de diffusão é preferívelás moendas :1." porque opera melhor a extracção do

caldo ;2.° porque, sendo composta a bateria

de muitos vasos, podem ser isolados no cir-cuito geral, cada um á vontade, em caso dedesarranjo, não haverá interrupção do tra-balho.

10. O typo mais conveniente é o degrandes vasos diffusores de 2 a 3.000 litrosde capacidade, com calorisadores de 7,2metros de superfície de aquecimento.

3a parte11. A densidade do caldo diffuso pôde

ser levada quasi á do caldo normal. (Vide 7*parte e quesito 3o).

12.0 caldo obtido pela diffusão é maispuro do que o caldo expresso pelas moendas.(Vide 7a parte, quesito 4o).

13. A porcentagem de assucar (11,4%)já extrahida da canna pela diffusão nestepaiz ainda pôde ser augmentada. (Vide 7aparte, questão 12).

4a parte14. Tanto a saturação pelo ácido car-

bonico, quanto aquella pelo ácido sulfuroso,fazem conseguir caldos, xaropes e massas co-zidas, superiores em pureza do que o empregoúnico de pequena quantidade de cal. (Que-sitos 5", 6" e 7o).

5* parte15. As experiências de Bracuhy de-

monstrão cabalmente que o processo de dif-fusão pôde ser vantajosamente empregadosem grande dispendio de combustível. (Que-sito 9").

6° parte16. Os rendimentos obtidos em massa

cozida dão ganho de causa ao methodo dadiffusão, e conseguintemente,seo tratamentodo caldo fôr cuidadosamente feito, a quanti-dade de assucar secco augmentará conside-ravelmente. (Quesito 11).

17. As despezas de producção no Brazilpodem ser reduzidas de tal modo que difficilserá a competência. (Quesitos 11 e 14).

7a parte18.0 processo da diffusão é superior ao

da expressão, poique reduz a perda real deassucar no bagaço de quasi 3 % a 1 % emenos. (Quesitos 2o e 13).

19. As perdas em assucar pela diffusãocaleulão-se actualmente em 5,9 % dos quaescerca de 4,9 % se encontrão no mel, em-quanto nas mesmas condições do fabrico umengenho com moendas perde 7,6 %, dosquaes tambem 4,9% existem no mel. (Que-sito 13).

8a parte20. Actualmente não se recomenda a

extracção da saccharose do mel. ( Que-sito 15).

9a parte21. A causa da humidade do assucar

crystalisado de Ia e 2a qualidades se explicapela attracção das superfícies. (Quesito 16).

O AÜXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 85

22. A notável quantidade de glycose nosassucar es de inferior qualidade (3a e 4a), eprincipalmente no mascavado, é uma segundacausa da humidade crescente com o tempodecorrido depois do fabrico. (Quesito. 16).

23. Maior cuidado no trabalho com ascentrífugas faz conseguir um assucar menossujeito a humedecer e a final dissolver-se empouco tempo (Vide 7* parte e quesito 3°).

10a parte24. Custosos edifícios, extensas linhas

férreas, cultura imperfeita, fabricação des-curada, taes são os elementos que tem con-corrido para o máo êxito das nossas empreza?(Quesito 17).

25. Em virtude da grande quantidaded'agua contida no bagaço da diffusão, acon-selha-se emprega-lo como estrume de misturacom os outros resíduos da fabrica. (Vide 5aparte e quesito 10).

Pedro Dias Gordilho Paes Leme, pre-sidente. — Frederico Maurício Draenert.—Frederico Janotta.— Agostinho Netto. —Luiz de Castilho.— Alfredo Ferreira dosSantos.

Agricultura praticaCultura da vinha

As terras planas produzem mais vinho,as inclinadas e encostas produzem de melhorqualidade.

A exposição deve ser oriental.O terreno secco, calcareo, cascalhento é

o preferido.O humido á muito rico, produz muita

folhagem e pouco frueto. O terreno muitoargilloso dará vinho inferior ; o excessiva-mente calcareo vinho frio, porém em pequenaquantidade.

Lavra-se profundamente a terra, pas-sando a grade e o rolo e enterrão-se as pe-drinhas no sub-solo.

Se o terreno fôr plano, a lavra serámenos profunda do que nas encostas ou la-deiras.

Tração-se linhas perpendiculares etransversaes, distantes umas das outrasmetro e meio. Esta operação se faz com umriscador. Também se planta em xadrez.

No ponto do encontro das linhas abrem-se covachos de 30 centímetros de fundura,deixando-os abertos por ulgum tempo paraarejar. Em alguns paizes empregão a planta-ção de rego e que em Portugal se chamamanta.

Colloca-se no covacho o bacello torcendo-se ou envergando a parte que fica enterrada,e aperta-se e calca-se a terra de encontro aplanta.

Os bacellos devem ser tirados de ramosque fruetificárão no anno anterior e de vinhasvigorosas.

Não servem os bacellos sahidos da cepaou da raiz ainda quefruetifiquem.

Tres são a» principaes espécies de ba-cellos, estacas, cabeçudos ou malledos ebarbados.

Estaca é o bacello cortado por ambos osextremos.

Cabeçudos ou malledo é o bacello preso aum pedaço de ramo anterior.

Barbado é o bacello enraizado no vi-veiro.

O mergulhão é o bacello preso á plantae mergulhado na terra.

Este modo de multiplicar chamado —meigulhia pôde ser effectuado no chão ou noar, em um vaso contendo terra.

Também se dá a este processo o nome dealporque.

Quando se procede a mergulhia, amarra-se fortemente com uma tira de couro a partemédia do ramo, que se mergulha.

Algumas vezes também tira-se umunnel da casca.

Qualquer que seja o bacello empregado,elle apresantará fora da terra somente umolho.

No plantio da estaca abre-se buracocom um instrumento especial e que tem afórma — "p.

Empregando-se um cabeçudo, abre-secom um instrumento da seguinte fórma — V.

No Brazil planta-se de covacho.Quando se planta o bacello,covém pôr na

cova estrume de vacca com areia, cal ou barro(argilla) conforme a natureza do terreno.

Durante o desenvolvimento do bacellofazem-se limpas e mantêm-se o terreno hu-mido durante o estio.

A poda de formação da planta consistena seguinte:

No 1" anno poda-se o renovo, deixandosomente um botão junto ao casco ;

No 2o anno poda-se o 2o renovo, dei-xando somente os dous botões inferiores ;

No 3o poda-se o 3o renovo, deixando ostres botões inferiores.

Deste anno em diante a planta está con-stituida.

Durante todo este tempo não se consenteramos precoces, nem cacho3 de uvas.

Poda-se a vinha:1." Para que não oecupe grande espaço

de terreno sem proveito.

86 O AUXILIADOR DA ÍNDUSTRÍA NACÍONAL

2." Para que não se enfraqueça pelogrande numero de varas ou sarmentos, pro-duzindo por este motivo pouco frueto.

3.° Para que os fructos sejão grandes esaborosos.

Poda-se a vinha antes que a seiva suba;em nosso paiz se faz a poda no fim do in-verno (Agosto) pelo mingoante.

Em regra geral a vinha nessa épocaacha-se despida de folhas.

Na poda o horticultor deve ter em vistaobter a vara do frueto e a de espera parao anno seguinte.

A poda varia conforme o clima anatureza e vigor da vinha.

As regras principaes e constantes napoda de fructificação são as segnintes :

Ia Os cachos de uvas nascem somentenos botões cobertos por uma espécie de toucapelluda, e nos sarmentos de um anno ;2a Os grellos nascidos da cepa não fru-etifleão;

3' Os botões produzem melhor para aextremidade da vara ou sarmento, porquea seiva tende sempre a subir ;

4a As vinhas pouco vigorosas devemser podadas curtas ; nas fortes a poda deveser longa;

5" Poda curta ó a que se faz na varadeixando dous botões ; na poda longa dei-xão-se tres;

6a Quando a vara é longa, forte e cheiade botões tumidos poda-se, deixando maiornumero de olhos ou gemmas ou então pelomeio do comprimento;

7 a Na poda curta obtem-se duas varas,uma inferior junto ao ramo antigo e outrosuperior. Este produz o frueto e aquelle ficareservado para-a poda do anno seguinte;

9a Annualmente a poda se faz no sar-mento inferior cortando-se o superior que jáfruetifleára;

9a Na poda longa obtem-se tres varas ;neste caso ou corta-se a do centro deixandoa superior e a inferier ou se a mergulha.

IO11 Na vinha alongada e enfraquecidacortão-se todas as varas deixando umasomente, a melhor, e pratica-se a empa. Osbotões nascem na convexidade da empa ebrota uma vara junto a cepa, a qual servepara praticar-se no anno seguinte novaempa.

ll.aNa poda curta pôde formar-semuito lenho em vez de fructos. Então dei-xão-se mais duas varas podadas longo, quandoa vinha é robusta.

12» No armar a vinha para fruetificarconvém que ella não fique muito longe dochão para que as uvas recebão o calor do solreflectido pela terra.

13a As varas das vinhas podadas nãodevem ser estendidas em linhas recta; con-vem incurva-las fazendo-as gemer afim deretardar a marcha da seiva, obrigando-a aalimentar os botões.

A direcção e sujeição dos sarmentosdepois de podados diversifica muito.

Uns lavradores fazem latadas horizon-taes, outras verticaes e muitos deixão asvinhas subir pelas arvores que lhes ficãopróximas.

O que a observação mostra é que asuvas não estando muito altas desenvolvem-se melhor pela reflexão dos raios solarespartindo do solo.

Convém muitas vezes esfolhar regular-mente a vinha não só para desenvolvimentodos fructos como tambem para que recebãoos raios do sol, preferindo tirar as folhasvelhas ou estragadas.

Em algumas espécies de vinha os cachossahem apertados; os bagos apodrecem e tor-não-se refugio das formigas. Neste caso comuma thesouiade lâminas finas e longas des-tacão-se alguns bagos.

Na poda precisa-se limpar toda a vi-nha não deixando vara secca, nó salienteou musgo.

Durante toda a existência da vinhaconvém escava-la aiimialmente, dando-lheestrume, cal, argilla e areia ou antes pedre-gulho.

N. M.

Industria NacionalN. 512.—Relatório descriptivo da lâmpada econômica

inexplosivapara kerosene denominada—LâmpadaBr a; ile ir a, — inventada por Alberto LeopoldoRibeiro Guimarães.

Ninguém desconhece o quanto arriscadoe prejudicial á propriedade e a segurançapublica tem sido o uso do kerosene. Se porum lado, devido sem duvida ao seu diminutopreço, é elle preferido pelas classes menosabastadas da sociedade a outra qualquerilluminaçâo, por outro lado é incontestável-mente elle o que tem causado os maioresdesastres e mortes; ora enlutando familiasinteiras, que se vêm assim privadas, muitasvezes, daquelles entes que lhe são mais carosora arrastando ao abysmo de um incêndio asnossas propriedades.

Foi attendendo a taes circumstanciasque, após experiências repetidas e dispendioso supplicante inventou a Lâmpada Brazi-leira para kerosene, a qual é de facto umaprotecçao para a vida e propriedade, pois

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 87

que, quer virando-se, quer cahindo no chão,apaga-se instantaneamente.

A figura Ia do desenho apresenta a Iam-pada completa, a qual é feita de latão polidocontendo uma chaminé de vidro.

A figura 2a é uma secção vertical dalâmpada, mostrando a disposição do appare-lho automático que a apaga.

A figura 3a é uma vista perspectiva quemostra a posição do apparelho, estando alâmpada.accesa ; emquanto que a figura 4"apresenta-o fechado, quando virado.

Vê-se interiormente uma vareta corre-dica que atravessa o corpo da lâmpada,estando uma extremidade segura a um apa-gador, emquanto que a outra, que descançasobre a mesa, tem um contrapeso.

Assim, logo que a lâmpada esteja forada perpendicular, a vareta, por meio de umsimples mecanismo, corre por entre o tubo eleva o apagador ao cimo da torcida, extin-guindo instantaneamente a chamma, comose vê na figura 4.a

Um annel corrediço está appenso á va-reta, como se vê na figura segunda e func-ciona ao redor da columna da lâmpada, demaneira que a mão, ao segurar a lâmpada,fecha o mecanismo de apagar.

Deste modo, a lâmpada pode ser movidasem apagar a luz, mas, se cahir da mão,apaga-se instantaneamente antes de tocarno chão.

Uma outra feição importante consisteem ser o combustor o que é chamado com-bustor de torno.

Portanto, ainda suppondo-se que liou-vesse uma explosão no reservatório, issoelevaria o combustor, obrigando o apagadora fechar-se sobre a torcida e assim extin-guir-se a chamma.

Devido, outrosim, á construcção do com-bustor, a lâmpada pôde ser virada sem per-mittir, pelo menos por algum tempo, que oóleo escape.

A limpeza da lâmpada effectua-se fácil-mente, cumprindo apenas levantar a tampaconica de metal por onde passa a torcida,afim de remover delia a parte carbonisada.

Descripta, como fica acima a LâmpadaBrazileira para kerosene e suas partes, osupplicante pede privilegio para os seguin-tes

Característicos de invenção

1.° Uma lâmpada de fôrma pyramidalpara kerosene, feita de latão polido, conten-do um apparelho de apagar por si e evitarincêndios e explosões, á qual denominou Lam-

pada Brazileira para kerosene.2.° Um annel corrediço appenso á mesma

vareta, que atravessa o corpo da lâmpada,funccionando ao redor dá mesma, de maneiraque a mão, ao segura-la, fecha o meca-nismo.

3.°Uma vareta corrediça,interna á lam-pada, tendo o lado superior seguro a umapagador e o inferior preso a um contra-peso.

Rio de Janeiro, 9 de Dezembro de 1887.—Alberto Leopoldo Ribeiro Guimarães.

iV. g»8.—RelaUrio de um xarope destinado d cura datuberculose pulmonar em todos os períodos, da as-thma spasmodica, coqueluche, bronchites, e detodas as moléstias, que a/fectão o peito e a larrjnqe.

Os abaixo assignados, depois de minu-ciosos exames e combinações chimicas sobrealguns vegetaes da flora brazileira, che-gárão, pelo conhecimento da acção physio-lógica e propriedades therapeuticas dessesvegetaes, a preparar um xarope, que, pelassubstancias que encena, tende a debellar aturberculose pulmonar em qualquer dos seusperíodos; e assim também a asthma spas-módica, a coqueluche, as bronchites, o ca-tarrho pulmonar, as hymoptises e todas asmoléstias, quo affectão o peito e a la-rynge. .

Esse xarope que os abaixo assignadosdenominão de chumby-caena, tem tão pode-rosa acção sobre os órgãos e vasos da respi-ração, que a ella não poderá resistir essa ter-rivel endemia, que no seu infrene galloparceifa por anno dentre a humanidade myna-des de existências, a tuberculose pulmonar.

Os principaes agentes, que entrão nacomposição desse maravilhoso xarope, cujoseffeitos não são uma utopia, mas uma reali-dade constantemente observada nos sertõesde Pernambuco, onde instinetiva e secre-tamente são esses vegetaes empregados nasaffecções pulmonares, são o-chumby e acaena. ,

O Cliumby (Lantana mvolucrata plantapor este nome conhecida entre os indiginasem Pernambuco, em cujo solo somente ella ve-

geta embalsamando com os olentes perfumesde suas flores a risonha atmosphera daquellesabençoados sertões, pertence á família dasverbenaceas.

Os indios, que habitão as zonas de Pes-queira, Sanhoró e Aguas-Bellas, e osque

povoão a pittoresca região do privilegiadoGaranhunas, em pernambuco, curao, como porencanto, as moléstias do peito com a intusaodo Chumby, tomada em mel de abelhas, etomada, sobretudo, no período da maturaçãodo tuberculo, afim de faze-la romper os tu-mores, expedir o produeto tuberculoso, ecicatrizar a. caverna.

88 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Ainda hoje conservão elles este trata-mento no mais profundo segredo, como umapreciosidade, que só entre os seus se devetransmittir por herança.

O Chumby é um arbustosinho engraçado.Seu caule se ramifica desde a raiz, for-

mando muitos galhos crusados, que fazemmouta.

Seus ramos sãocircumdados de espinhos.Suas folhas são ternadas, recortadas ao

redor, baças, esperas e olentes.Suas flores, dispostas em capítulos, ora

brancas, ora vermelhas e ora amarellas, sãode um suavíssimo e trescalante perfume.

Em sua fórma é muito parecido com oCamará de chumbo, que também vegeta emPernambuco, differençando-se, porém, não sóna folha, que é ternada e cheirosa, mas aindanas propriedades therapeuticas.

Em Pernambuco é conhecido por Ca-marátinga, e é de acção emetica,expectorante,sodorifica, excitante, diuretica e peitoral.

Em suas raizes se encontra o iodo.As folhas, caules, flores e raizes do

Chumby, applicadas em infusão theiforme éum maravilhoso medicamento contra a tuber-culose pulmonar, sobretudo, no período damaturição, porque faz romper os tumores,expellir o producto tuberculoso e cicatrizaracaverna; e bem assim cuntra a asthma spas-módica, a coqueluche, as bronchites, o rheu-matismo e a hydropesia.

Como estimulante, o seu decocto embanhos é um especifico contra o rheumatismo.

A Caena (Piper umbellatum) planta poreste nome também conhecida entre os índiosem Pernambuco, é empregada por estes, como maior segredo e efficacia, para resolver ostuber culos pulmonares, quando ainda não têmchegado á maturição.

De ordinário elles a empregão conjuncta-mente com o chumby, adoçando a infusão commel de abelhas.

A caena é um arbusto semi-lenhoso, decaule fructicoso, apresentando-nos de dis-tancia em distancia.

Mede metro e meio a dous metros dealtura.

Suas folhas são redondas, com a basecordiforme, grandes, medindo cerca de 30 oumais centímetros de diâmetro, cheirosas,rugosas e pecioladas.

Suas flores são encravadas em uma es-piga roliça, semelhante a um pequeno sabugo.

Suas raizes, de sabor acre, são da gros-sura desde uma penna de ganço, até tres emais centímetros de diâmetro.

Pertence à farnilia das Piparaceas, e

tem muito parecença com a capéba, differen-çando-se porém, na folha, que é redonda,cheirosa e rugosa, e nas suas propriedadestherapeuticas.

As suas partes mais activas são: as rai-zes e as folhas.

Encerra uma gomma rezinosa, um oleofixo, linêo, saes de cal e de potassa, oxydode ferro e chloropbylla.

Seu principio activo pôde ser compara-do ao cl&nicotine, e por muitas de suas pro-priedades parece-se muitas vezes com a hy-osciamme,

E' de uma acção poderosíssima contraa asthma spasmodica, as nevroses, os catar-rhos, os croups, a coqueluche e todas as mo-lestias do peito e da larynge.

Tomada em alta dose é de acção vomi-tiva.

Como desobstruente, a infusão de suasraizes e caules é um magnífico remédio con-tra as obstrucções do ligado e do baço; e bemassim contra as opillações, hydropesias, fio-res brancas e menstruação laboriosa, appli-cadas em uma destas moléstias internamen-te em fórma de infusão, e era outras em ba-nhos, em fórma de decocto.

As folhas da caena, applicadas sobre asulceras, as fazem cicatrizar rapidamente.

Combinadas as forças do chumby com asda caena, que por si sós bastarião para dar-nos o resultado demonstrado e conhecido, eauxiliadas pela acção do sueco do agrião e dosipô de chumbo, da gomma angico, do hypo-phosphito de cal e do mel de abelhas, conclu-dente é que a tuberculose pulmonar, em qual-quer dos seus períodos, bem como qual-quer moléstia que affecte o peito ou a la-rynge, não poderá resistir á acção medica-mentosa do xarope de chumby-caena.

Quanto á tuberculose pulmonar a curaoperar-se-ha pelo seguinte resultado:

Para melhor podermos demonstrar oseffeitos do nosso preparado, somos forçadosa deixar de parte, e com todo o respeito, aclassificação de dous períodos, que faz a me-dicina para o percurso dessa terrível enfer-midade, um anterior e outro posterior aoamollecimentodo turbeculo,para lhe assigna-larmos quatro phases distinetas.

Segundo as nossas observações, a turbe-cidose pulmonar começa pelo período da incu-bação, passa ao da invasão ou incipiencia,caminha, e mais tarde ao da manifestação,ou tuberculisação; e, finalmente ao da matu-rição ou ãiffusão.

No primeiro período (incubação), emque o próprio doente desconhece o seu estadomórbido, e com todo o appetite e robusto,

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 89

julga-se perfeitamente são, mas cuja alte-1 acompanhadas muitas vezes de hemorrhagiasração de saúde não pôde escapar ao olho intestinaes; tomado neste período o nossoperspicaz do facultativo, manifestada porsingular palidez de face, e um certo pi-garro, que ao doente passa desapercebido ;um livre movimento febril á noite, eumli-geiro suor frio pela madrugada, orvalhandode preferencia a fronte, a parte anterior dopeito e as palmas das mãos, symptomas estes,que sorprendem ao doente, quando dorme;e fogem logo que elle desperta; tomado nesteperíodo o nosso chumby-caena, obrará comoum preservativo, tornando os tecidos, queenvolvem os pulmões, impermeáveis á in-vasão dos micróbios.

No segundo período (incipiencia), emque tendo os micróbios penetrado os tecidospulmonares, manifestão-se por pontos isola-dos, ou formando nebulosas, como se tivessesido feitos por uma ponta de agulha, e comos seguintes symptomas exteriores: pallidezcaracterística, emmagrecimento pouco con-sideravel, diminuição do appetite, tosse, orasecca, ora acompanhada de escarrhos claros,quasi salivares; tomado neste período o nossopreparado, fará elle abortar a tuberculose,matando o micróbio, pela geração no pulmãode uma atmosphera, a cuja acção elle nãopôde resistir.

No terceiro período (tuberculisação), emque os micróbios, alimentando-se das forçasdo pulmão, constituem os tuberculos, que semanifestão pelos seguintes symptomas exte-riores:—escarrhos de sangue,respiração diffi-cil, dores mais ou menos vivas nas costas eentre as espaduas, ou em um dos lados, comum leve movimento febril á noite, symptomasque devem ser verificados pela percussão eauscultação ; porque podem existir em outrasmoléstias, como a bronchite chronica, a hy*moptise etc., tomado neste período o nossoChumby-caena, enkystar-se-hão os tuber-culos, ficando pela transformação cretáceaseparados do pulmão.

No quarto período (maturição), em queo tuberculo, chegando ao seu maior desenvol-vimento, amadurece ; e em que o emmagre-cimento do doente faz progressos contínuos,a tosse é mais freqüente e incommoda á noiteprivando ao doente de dormir, os escarrhostornão-se esverdeados, opacos, privados dear, estriados de linhas amarellas, e honioge-neos ; a dyspnéa e a oppressão augmentão;os escarrhos transformão-se em purulentos,as dores do peito mais vivas e mais persis-tentes; a febre é continua, ou sujeita aexaeerbações, ás vezes com dous accessospor dia, precedidos de calafrios e seguidosde calor e suor; em que existe diarrhéa,perda completa de appetito e evacuações,

12

preparado, será expellido o produeto tuber-culoso e obliteradas as cavernas por verda-deiro trabalho de cicatrização.

A formula do nosso preparado é a se-guinte:

60,060,0

ChumbyCaenaCipó de chumbo 100,0Gomma de angico 60,0Sueco de agrião 100,0Faça infusão para 1000,0

e ajunte-se:Hypophosphito de cal.... 8,0Mel de abelhas 250,0Assucar crystallisado. ... 2000,0

F. S. A. xarope.

Dispensamo-nos de assignalar as pro-priedades therapeuticas e effeitos physiolo-gicos do agrião, cipó de chumbo, gomma deangico, mel dc abelhas e hypophosphito decal, que entrão no nosso preparado, comoagentes subsidiários, por já serem muitoconhecidos da Illma. Junta de Hygiene.

Do nosso xarope deverá em qualquerdos períodos tomar o doente (se fôr adulto)tres colhéres das de sopa por dia, sendo umade manhã, uma ao meio dia e outra á noite,sempre duas horas, pelo menos, antes oudepois da refeição, devendo toma-lo de pre-ferencia em leite frio ou morno, e, se fôrcriança, tomará tambem tres colherinhas dasde chá, nas mesmas proporções.

A este nosso preparado, com o qual jul-gamos prestar inestimável serviço á huma-nidade, não precisará, para produzir osresul-tados desejados e expostos que o facultativomande addicionar a morphina, o arsênico ouo louro cereja.

Assim, portanto, sendo os abaixos assí-gnados os primeiros descobridores das pro-priedades therapeuticas do Chumby e daCaena.

Sendo os primeiros a fazer applicaçãode suas virtudes medicamentosas á tuber-culose pulmonar e a todas as moléstias dopeito e da larynge.

Sendo os primeiros a preparar o xaropede Chumby-Caena, e

Aos abaixo assignados, cabendo a inven-ção de um novo produeto industrial, obtidopor meios novos, com applicação nova e novoresultado; cabe-lhes ipsofacto o privilegiode serem os únicos a poderem fazer uso do

s. A.

90 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Chumby e da Caena, nos diversos prepara-dos, a que por suas propriedades therapeuticas se poderem prestar para a cura dasdifferentes moléstias, que deixamos indica-das, devendo estender-se o dito privilegio apoderem os abaixo assignados expor á vendao seu xarope de Chumby-Caena, não somenteem qualquer parte deste império, mas aindaa poderem exporta-lo para qualquer paiz doestrangeiro.

Corte, 12 de Junho de 1885.—Dr. JoséRoberto da Cunha Salles.—Guilherme Joa-quim da Costa.

N, 530.—Descripção do melhoramento e aperfeiçoa-mento relativo d applicação e colloeação de campai-nhas electricas com pilhas seccas ou accumuladores,e que denominamos—Systema de campainhas vigilanles e de segurança para todo e qualquer üm—invençãode Morris N.Kohn e Clelo Pereira de Moraes, ambosresidentes no Rio de Janeiro e para o qual pedemprivilegio.

Campainhas electricas e os differentesobjectos necessários para seu assentamentoe colloeação são conhecidos ; a electricidadenecessária para pôr a funecionar os mesmosapparelhos é produzida com a utilisação depilhas porosas de systema Leclanché ; como nosso systema dispensamos estas pilhas eapplicamos o mais moderno aperfeiçoado,mais econômico, mais fácil e menos perigoso;applicamos pilhas seccas denominadas sys-tema Grassner ou electricidade accumulaãa,denominado accumuladores systema Brush,Edison, Julien etc, etc. ; com este modode producção e applicação de electricidadepara campainhas, ficará mais simples ecommodo seu assentamento, visto que qual-quer pessoa poderá collocar e ligar diffe-rentes objectos ás pilhas, visto sua simpli-cidade ; a aos accumuladores electricos; eassim melhoramos o serviço de campainhas,e facilitamos o aproveitamento da electri-cidade para tudo, especialmente quando seadoptar o nosso especial ligador em contactoque é o seguinte:

Uma chapa de metal, aço, platina ounikel, etc, etc, comprido, quadrado, ou deoutro formato, conforme necessitar o objectosobre o qual se pretenda applicar ou ligar acampainha; esta chapa ou peça chamar-se-haligadura ou contacto; no centro da mesmaou em logar apropriado terá uma abertura euma mola flexível segura á mesma peça,com os isoladores apropriados para o fim deseparar os dous pólos negativo e positivo e li-gação dos fios ; qualquer pressão ou forçasobre esta mola forçosamente ajuntará asduas pontas e pólos, e assim as campainhasdarão os respectivos signaes, especialmente

applicando o nosso aperfeiçoamento de uti-lisar-se pilhas seccas de Grassner ou aceu-muladores ; facilitará a adopção de campai-nhas a todo e qualquer objecto como seja,gavetas, portas, soalhos, escadas, vidraças,mostradores, caixas, bahuse cofres,etc, etc.,emfim, applicar-se-ha o nosso melhoramentocomo um verdadeiro guarda ou policia, eporisso o denominamos—systema de campainhasvigilantes e de segurança; como já dissemosa applicação de pilhas seccas ou accumula-dores em si facultará o uso de campainhas epretendemos ainda mais introduzir a se-guinte nova commodidade, que é completa-mente fácil e facultará ao publico de utili-sar-se deste grande melhoramento, que é terem suas casas um guarda seguro e perma-nente com pouco dispendio ; pretendemos or-ganizar uma empreza que collocará o ser-viço de campainhas por assignaturas men-saes em perfeito estado, sem responsabili-dade do assignante, e por preço módico, e,portanto, sendo nós autores de um novomeio de ampliar a applicação da electrici-dade, pedimos privilegio para este systemade applicação da electricidade e colloeaçãodas campainhas.

Os característicos são :

1?Uma chapa de qualquer metal e formato,

servindo de ligador ou contacto, com molasflexíveis e os respectivos isoladores apro-priados, destinados a ligar os fios e os pólosnegativo e positivo;

2?A applicação de pilhas seccas denomi-

nadas systema de Grassner ou accumuladoresde electricidade para funecionamento decam-panhias denominadas vigilantes e de segu-rança, para todo e qualquer fim ;

3?O novo moio de vulgarisar campainhas

electricas por intermédio de assignaturasmensaes ou annuaes, com garantia de suaconservação.

Rio de Janeiro, 14 de Outubro de 1887.—Morris N. Kohn.—Cleto P. de Moraes.

N. sas.—Memorial descriplivo accompanhando umne-dido de privilegio, durante 15 annos, em todo o lm-perio do Brazi'l,para um novo processo de fabricaçãodc cimento de Portland impermeável, denominado—Cimento brasileiro—invenção de Luiz Lack Lei-ba, negociante, francez, residente em Pernambuco{Brazil).

Depois de longas pesquizas e trabalhoscontínuos durante muitos annos, cheguei a

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 91

resolver um problema, muito procurado e de-sejado pelos engenheiros e architectos, dedar aos bons cimentos a impermeabilidadeabsoluta e infallivel que toda obra hydrauli-ca exige e necessita; assim, pois, minha in-vehção tem grande importância para a indus-tria do producto conhecido pelo nome decimento Portland, que, por meu processo,torna-se completamente impermeável.

Passo a descrever o meu processo e omodo de fabricação :

As substancias mineraes empregadasaté hoje como agentes únicos da frabricaçãodo cimento Portland,do qual a base é geral-mente a pedra calcar ea, ou substituindo estabase principal por giz (CaO), accrescento,em proporções determinadas, substancias ve-getaes e conchas de ostras.

A substancia vegetal que emprego é ex-trahida, por incineração, das cascas das no-zes de coco (cocus), vulgarmente chamadosaqui cocos; representa esta substancia umpapel muito importante em meu processoporque torna a massa que deve servir a fa-bricar o cimento, antes de ser submettida átemperatura até 100° centígrados,mais caus-tica, mais porosa, sendo a cohesão mais fa-cil e mais rápida e a densidade mais perfeita,

O emprego das conchas de ostras, con-junctamente ás substancias vegetaes, asse-gura ao cimento a impermeabilidade abso-luta, infallivel e indispensável para as obrashydraulicas; e isto produz-se em razão dophenomeno chimico que, durante a fusão comas outras substancias, a quantidade de alu-mina, de ferro oxydulado e dos silicatos al-calinos que contêm estas substancias, envolvecada partícula de nma capa ou envolto-rio vidroso ou vitricado (vitreux), impedindotambem que o cimento inche-se (se gonfle)debaixo da agua, produzindo assim rachas einterstícios, e impedindo tambem de retra-hir-se pela acção do ar, produzindo fendas erachas.

Para a fabricação do cimento, por meuprocesso, abandonando o systema rotineirode analysar as matérias mineraes no estadosolido, trago-as directamente aos britara*dores e na sahida destes submetto-as a umtratamento supplementar especial em tan-quês appropriados aos misteres das dosagens,onde são dosados em estado liquido e nova-mente levados, por methodo engenhoso eseguro, ás proporções mathematicas se-guintes:

Giz (CaO) 68 %; argila (2 Al 203) 15%,mistura de silieato de magnesia, ferro oxy-dulado e ácido sulfurico (Si02, MagO, Fc03,SO8) 7 % e mistura de potássio, soda e ácidocarbônico (Ko, NaO,Co2) 10%: total 100%,

Cuidadosamenta nas analyses feitas,procura-se que não sejão alteradas as pro-porções acima indicadas. Em seguida pro-cede-se a operação final em fornos apropria-dos para a calcinação.

Assim, pois, obtenho um cimento im-permeável e de qualidade superior por umprocesso simples e rápido, e que tambem évantajoso pelo pequeno custo das matériasprimas empregadas, que são abundantesneste paiz. Por experiências feitas por mim,estou convencido da superioridade do cimentofabricado por meu processo sobre o que vemdo estrangeiro e tambem o seu preço decusto é inferior.

Em resumo,reivindico,como pontos e ca-racteres constitutivos da minha invenção :

Em um processo de fabricação de ci-mento de Portland impermeável no qual,substituindo a pedra calcarea por giz (CaO),accrescento cascas de cocos e conchas deostras, substancias que, trituradas e sub-mettidas em tanques apropriados a trata-mento supplementar, são dosadas, depois deanalysadas, e entrão na composição do ci-mento por 68% de giz, 15% de argila, 7%de mistura de silieato de magnesia, ferrooxydulado, e ácido sulfurico e 10% de mis-tura de potassa, soda e ácido carbonico,comoacima explicado, combinação de substanciasque, depois de calcinadas, dá um cimento hy-draulico e absolutamente impermeável.

Rio de Janeiro, 24 de Fevereiro de 1888.—Como procurador, Jules Géraud.

na

Noticias IndustriaesFabrica de oleo de algodão

No dia 8 de Abril começou a trabalhar„„ provincia das Alagoas uma fabrica deoleo de caroços de algodão montada pelo Sr.C. Wille.

O rendimento que pôde obter-se da ex-tracçao do oleo do caroço do algodão já foiindicado nas paginas deste jornal.

Nos Estados-Unidos da America o al-godoeiro é uma planta prodigiosa. Do cauleextrahe-se filaça ; a parte lenhosa servedepois de secca para combustível; as folhaspossuem virtudes therapeuticas apreciáveis;as flores fornecem um sueco tambem de acçãotherapeutica nas moléstias dos ouvidos; dofructo extrahe-se o algodão, matéria primatecivel de grande valor; a casca da semente

92 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

é um optimo fertilizante ; a semente des-cascada e comprimida fornece oleo empre-gado na illuminação e para lubrificar aspeças de diversas machinas e mesmo pôdeser empregado como comestível; da baga-ceira da semente, depois de extrahir o oleo,preparão-se bolos (tourteaux) muito úteis naalimentação do gado.

Fabrica de esteiras

Em 26 de Março abrio-se a fabrica detecidos de esteiras montada pelos Srs. Mar-tins & Figueiredo na rua do Senador Euzebio(municipio neutro).

Devendo mais tarde trabalhar com 50teares, presentemente trabalha apenas com11, dispondo de um pessoal de 30 meninos.

O producto é bem acabado e as coresde que se revestem as esteiras não deixão deser agradáveis.

Bond Electrico

No dia 16 de Abril foi experimentadoo bond electrico mandado preparar pelacompanhia Força e Luz,

O bond, partindo do largo de S. Fran-cisco de Paula, chegou á Fabrica das Chitassem novidade alguma, vencendo todas ascurvas e elevações do ramal, que percorreu,e transportando convidados em numero duplode sua lotação.

O bond caminhou 1, 2, 3 e 4 metros porsegundo de tempo, e isto á vontade do indi-viduo que manobrava a chave da machinapropulsora.

Os accumuladores electricos achavão-secollocados sob os bancos do bond, dispostosno centro do bond e em 4 series indepen-dentes.

A força propulsora dos accumuladores dáno máximo para 4 metros de velocidade porsegundo, e pois o bond pôde caminhar 14 ki-lometros por hora.

Quer no parar, quer no caminhar, querfinalmente no recuar o machinismo obedeceopromptamente á vontade do director.

Felicitando a companhia Força e Luz,resta-nos o pezar do bond ter sido fabricadopara o Rio da Prata e não para percorrernossas linhas, substituindo a tracção animal.

Turbina a vapor

Foi concedida garantia ao Sr, Io tenenteJoaquim Ribeiro da Costa para uma turbinaa vapor com applicação á navegação e a di-versos outros misteres, e á qual deu o autora denominação de — Turbina Ribeiro da Costa.

Purificação da água

ODr. Tehl, de S. Petersburgo, reco-nheceu que a água é tanto mais pura quantomaior é a sua correnteza.

As águas do rio Neva, que passa por S.Petersburgo, contém por centímetro cúbico300 bactérias, entretanto que entrando nacidade conduzidas por canaes que lhes dãopouca correnteza apresentão por centímetrocúbico 110,000 bactérias, encontrando-se nocanal principal cuja declinação é maior ape-nas 70,000

Examinando com attenção este facto evendo-se que as águas que servem a capitalda Rússia levadas a coberto e isentas de im-mundicies apresentão mais germens orgânicosdo que as do rio,acreditou o Dr.Tehlsercausadesse phenomeno a falta de correnteza pre-ci pitada das águas.

Para reconhecer a verdade de sua hypo-these esse distincto hygienista suspendeupor meio de uma machina hydraulica aságuas de um dos canaes mais inferiores eassás infectado de bactérias deixando-as de-pois cahir, passando por alguns saltos.

A differença entre as águas antes deserem elevadas e depois da rápida correntezafoi de 90 % de menos em bactérias, dedu-zindo-se portanto que a água potável a dis-tribuir-se pelas populações deve ter a maiorcorrenteza possível,

Machinas a vapor

Ha um facto muito importante que severifica constantemente quando se empregacomo força motora o vapor e que occasio-nando prejuízos incessantes reclama, no juizodos industriaes, seria attenção da parte daengenharia.

Das nove décimas partes do calorico em-pregado na producção do vapor somente seaproveita uma terça parte, e de cada setepartes do calor gerado unicamente se utilisauma parte no trabalho da machina, perden-do-se as restantes na irradiação dos cylindrose outras peças de modo a aproveitar-se ape-nas 10 % do calorico despendido.

Experiências feitas com bombas de ex-trahir água demonstrarão que de 4,264,125unidades de calor gerado, somente 66 % seconvertião em vapor.

Uma unidade de calorico é sufficientepara elevar a temperatura de 1 litro d'aguaa um gráo igual a 142 avós da potência de umcavallo vapor, donde se segue que para pro-duzir 100,000 cavallos vapor perder-se-hão35,000 libras de calorico entre o forno e acaldeira e 55,000 na machina.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 93

Estas experiências fôrão feitas com todaa exactidão.

Nas maçhinas de alta pressão utilisão se6 %, nas locomotivas 2 1/2 %.

FrioVariados são os processos empregados

para produzir o frio artificial afim de obter-segelo.

O ammoniaco é considerado como o maispoderoso dos agentes, porém distingue-se porsua excessiva pressão.

O systema de combinação binaria con-siste no emprego de ácidos voláteis em vez deum para a producção do frio artificial emtodas as suas fôrmas e em substituir pelaafinidade chimica as compressões mechanicas.

Neste systema ou processo o ácido sul-furoso se combina e absorve no ether, contri-buindo ambas essas substancias para a for-mação do liquido binario, o qual, pela acçãode uma bomba de gaz, se converte em vaporproduzindo o frio.

Este liquido binario goza de grandeenergia na producção do frio, carece de pres-são quando está em repouso, não ataca nemcorróe os metaes ; a quantidade d'agua quecondensa é muito menor, não é combustível,sendo fácil o seu manejo.

Este processo tem sido empregado comfelizes resultados.

Novos estudos tem levado a achar-se omeio de liquificar o ammoniaco por sua ab-sorpção na glycerina, tornando-o applicavela producção do frio em baixa pressão, desap-parecendo por este modo os inconvenientesdo primeiro processo.

O ammoniaco, segundo a observação eexperiência, é absorvido facilmente pela gly-cerina e em larga proporção relativa a seuvolume, produzindo-se um liquido binarioque se compõe de um agente volátil absor-vido por outro que o não é.

O ammoniaco, pelo vácuo mechanica-mente estabelecido, se separa da glycerina,produzindo um frio intenso, e juntando-sedepois as duas substancias.

Em varias experiências feitas com ma-chinas apropriadas demonstrárão-se os maisvantajosos resultados.

O refrigerador baixou em 15 minutosde 68 gráos Farh. a 18, ficando o gelo for-mado em vinte minutos.

Kola

A n óz de kola é o fructo da Sterculiaacuminata, arvore de 10 a 12 metros dealta e vegetando na África Occidental, cul-tiva-se actualmente na índia e na America.

A Sterculia fornece annualmente duasfructificações, produzindo cada uma 50 kilo-grammas de castanhas ou nozes.

As nozes de kola, são mui procuradas,principalmente pelos africanos.

A kola é considerada alimentícia e me-dicamentosa. Além disto a kola branca étida na conta de demonstração amigávelquando é remettida a alguém ; a kola ver-melha é indicio de antipathia ou guerra.

A analyse da kola mostra que é um ali-mento de primeira ordem e se não contémtão grande quantidade de matérias protei-cas, como o café, e matérias graxas como ocacáo, todavia serve melhor para os paizesquentes, além de que ella contém muito maiscafeína do que qualquer outro vegetal.

Sobre o ponto de vista therapeutico akola é um excitante do systema nervoso—dynamophoro—de Gluber ou alimento ner-voso de Mentegaza.

Segundo as analyses de MMr. Heckel eScheagdenliauffen a kola contém:

Cafeína 2,346Theobromina....... 0,023Tannino 1,518Corpos graxos 0,585Glycose 2,875Saes fixos 8,070Amido 33,754Gommas 3,040Matérias corantes.. 3,851

» proteicas. 4,764Cinzas 3,325Água 11,919Celiulose 29,831

Em relação á cafeína :Kola 2,346%Café Jamaica 1,43

» Moka amarello. 0,64» Java cinzento. 2,21» Costa Rica 1,18» Ceylão 1,53» Surinan 1,04

Chá da China 1,5Mate Paraguay 0,45Peckí .14

Dados estatísticosExposição Franceza em 1889

A superfície occupavel será de 271,000metros quadrados desdobrando-se pelo se-guinte modo:

94 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Bellas Artes 32,000 metrosAgricultura 25,000 >Colônias 5,000 »Machinas 90,000 »Diversos 119,000 »

Propriedade lngleza1/4

271,000 >

Exportação agrícola do Rio-Grande do Sul

Quinquennio1881 a 1882 2.094:661*9351882 a 1883 2.142:840*2991883 a 1884 2.050:283*9881884 a 1885 • 1.720:284*3441885 a 1886 2.836:6048930

de acre a 1acre a 5

2021 5051 100

101 300301 500501 1000Mais de 1000

acre 23,512acres 135,930

» 148,808» 84,149» 61,715» 79,573» 13,875» 1,826

663

Total 10.863:6819556

Industria metalúrgica Prussiana

Contavão-se ha pouco, na Prússia 1531minas em exploração, fornecendo:

ToneladasHulha 47.007,376Lignito 10.778,091Mineral de ferro 4.027,478Chumbo e zinco... 693,369Cobre 558,851

Producção metalúrgicaTonelada

Ferro fundido 2.467,541» moldado 424,970» brando 2.300,660

11,195389,676

1.636,8272.824,5274.746,520

13.658,4955.211,1683.149,228

882,615555,855 32.558,252

Em FrançaA grande propriedade sujeita a imposto

orça por 35,19 % do território, a média por49,37 % e a pequena por 35,36 % devendo-se notar que nesta ultima nem toda a super-ficie está hoje cultivada.

Divida Publica EuropéaMilhões:

França 12,000Rússia 11,000Prússia. 3,217Itália 3,132Hungria 2,249

Zinco em barras.Chumbo » »CobrePrataOuro

113,27740,55115,773

161,52081,7

Os operários contavão-se por 271,032.Os accidentes desgraçados subião a 5,87;

O Estado segundo o relatório estatístico,possuía

20 minas de carvãofabricas de ferro» de outros metaes

6 salinas10 canteiros

dispondo de 43,052 operários.

Gado nos Estados-Unidos1886 1887 |

Cavallos 12.077,657 12.496,744Mulas 2.052,553 2.117,141Vacas leiteiras.. 14.235,388 14.522,083Bois e animaes

chifrados 31.275,242 33.513,750Carneiros 48.322,331 44.759,314Porcos 46.092.069 46.602,836

Áustria.Hespanha...BélgicaRomania....Allemanha..SaxeGréciaLima. ......Wurtenburg.SuéciaHamburgo...Filandia

770300

1,0897015263882702441941812420

(Revue Scientifique)

Circulação Postal

Cartas. Cartas postaes. Transporte deobjectos

Europa..America.ÁsiaÁfrica...Austrália..

3894,01596,0286,0

16,794,4

97,0398,080,0

0,31,2

7249,33819,0389,4

30,7151,4

Os números indicão milhões.

NaçõesEnsino publicoVniversid. Professores

Áustria Hungria 10 979Allemanha 22 2011Inglaterra 16 500Itália 21 1655Suissa 275Hollanda 102Bélgica 353Rússia 709Romania 87Hespanha 10 496

Alumnos16,27325,44310,17011,7232,1601,8653,072

10,305695

13,722

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 95

A França contava em 1884,13 faculda-des de direito, 20 de sciencias e lettras, 11de medicina, 25 escolas preparatórias de me-dicina. com 1,164 professores e 15,524 estu-dantes.

A Grécia, a Servia, a Turquia e Por-tugal única universidade.

Carvão em França

Recebedoria "»gMesa Provincial <86:m$LM

Annos Producção Importação Exportação Coneumo1820 1,094 288 26 1,3481840 3,002 1,291 37 4,2571860 6,310 6,160 205 14,2701880 19,062 9,942 603 28,8461882 20,604 10,868 457 31,0251883 21,334 11,707 510 32,4291884 20,024 17,670 500 20,9411885 19,511 10,917 504 30,305

BMiographiaRecebemos e agradecemos:The Rio Netv's, ns. 10, 11 e 12 de

Abril.Revista dos Constructores, pelo enge-

nheiro Ernesto da Cunha de Aranjo Vianna,n. 1 do 2o anno.

O Município, n. 2, Cunhas, S. Paulo.Boletim da Alfândega do Rio de Ja-

neiro ns. 7 e 8.Monitor Sul-Mineiro, ns. 899, 900 e

901.Revista Mensal do Club de Engenharia,

n. 3.Anales dei Instituto Agronômico Veteri-

nario de Buenos-Ayres n. 40.Correio Official de Goyaz ns. 7, 10 12,

e 13.'Sul do Brazil ns. 11, 12, 13, 15, 16 e

MERCADO DE CAFÉEntrarão durante o mez Saccas

Pela estrada de ferro D. Pedro II 63,547Por cabotagem SwDo interior •- J»Jd0

Total ~96»974Vendêrão-se durante o mez ?aC£aa

Para os Estados-Unidos ?Í2»$!Sa Europa 40,690

. o Cabo da Bôa-Eaperança 8,WU

. diversoB portos 22,038

Total «2,287Embarcarão durante o mez Saccas.

Para os Estados-Unidos 95,784. o Canal e Norte da Europa o V»2. o Mediterrâneo oíYari

diversos portos 20,4b4

Total ~tiV,S%

Sahirâo durante o mez 169,200 saccas.Stock l13-000 *

VALORESCafé lavado máximo .

superior fino ^Nominal.Ia bôa )

laregular «5801° ordinária «310

2°bôa ««»2" ordinária «290por peso do 10 kilogrammas.

lfImmigração, n. 43.O Pombense de 11 de Março.11 Brasile, n. 4.Supplemento de Observador Sul-ameri-

cano.Associação Rural de Montevidéo, n.

do Volume XVII.

Kendas Fiscaes e Revista dos Mercados

ALFÂNDEGAImportado MKKExportação ifliKsoDespacho marítimo "' '*¦" '"'"*>

Extraordinária16:891116503:2511560

Depósitos.3.757:504^124

30:3431747

5 7o3.787:847(3871

178:11711315

Total 3.965:9650186

MERCADO DE CARNE SECCA

Existência:Do Kio da Prata 3,668,420 kilos.Do Rio-Gramle do Sul 130,000 •

Total 3,798,420 .

O preço da carne secca do Eio da Prata regulou.,__./-! i li. __>>._-«n_n í.i .1,1 ii ni f n a An Rin.

por 310 rs. oGrande 250 rs.

kilo no máximo, custando a do Rio-

GÊNEROS TRAZIDOS AO MERCADO PELA ESTRADADE FERRO D. PEDRO II

Aguardente 1«> VAlgodão 78,513kArroz 1'tsbaAssucar... 18.000Café 3.812,407Carvão vegetal 668,080Couros salgados e seqpos o «77Farinha de mandioca .V.JLFeiião... 18>435ifiSr... 407>927Madeiras 38,264Milho 125,191Polvilho «>?j>3Queijos 138>'™Tapioca «gToucinho 282,252Diversos 1.1W,«W

pa».los.

96 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

GÊNEROS VINDOS AO MERCADO PELA ESTRADADE FERRO LEOP0LDINA

AguardenteArrozAssucarBatatasCaféFarinha de mandioca.FeijãoFubáMadeiras..-.MilhoTelhasToucinhoDiversos

14,220 litros.1,217 kilos.

39,841 ¦565 »

464,259 »219,724 •11,056 •24,555 »51,053 •

652,138 »36,900 *8,290 .

105,871 »

GÊNEROS LEVADOS AO MERCADO PORCABOTAGEM 7,087 unidades.Abóboras...

Aguardente

Algodão em fio

1,318 pipas.32 caixas.

66 barris.35 garrafões40 fardos.

em rama . 480,251 kilos.» em tecido.

AlhosAlpisto.AmendoimArarutaArreiosArrozA ssucarAzeite de amendoim.BagaBanhaBetasBiscoutosCabellosCacau

CambaráCarne salgada.CaronasCavalloCebolas

Centeio.Cera....

CervejaCevadaChapéos do feltro.,

• de palha.CharutosCocos

Garras.. ..Gergelim..Gomma.. ..GraxaJacarandá.Lenha ....Linguas ...Madeiras..

ManteigaMateMelMilhoÓleo de algodão...Óleo de machina...Ovos ".PainaPelles de pássaros.PeixePiassabaPlantasPolvilhoQueijosRamosRepolhos

CollaCouros preparadosDocesDrogasErvilhasEscovasEsteirasEstopaFarinha de mandiocaFarello de caroço.de algodãoFavasFazendasFeijãoFlechasFumo

em folhadesfiado

104 fardos.25 resteas.

106 kilos.904 volumes.

2 .li. »

2,749 sacos.16,38y »

49 volumes.41 sacos.

140,413 kilos.541 peças.

17 volumes.2

185 kilos.20 volumes.

1871,044

5unidade.

93,592 resteas.43 volumes.15

2,384 kilos.22 volumes.67

sacos.10 volumes.93

637,475 unidades.2,698

95 volumes.63 volumes.73

159196 sacos.1 volume.

10 volumes.60

11,.65 sacos.500 kilos.942 »166 volumes.

11,829 sacos.60,000 unidades.10,332 kilos.13,790 .

195 »

RipasSabão.... SabonetesSal 1.167,320 litros.

154 volumes.150 kilos.117 volumes.

87,441 kilos.140 couç.

106,000 achas.316 barris.

4,277 ds, taboas35 unidades.

802 peças.13,277 kilos.

711 volumes.29

19,830 sacos.314 volumes.

3210488

volume.35 volumes.

81515

71

58 unidades.5,750

volumes.400

3024

SangaSalsaSeboSolaTecidos...Tomates...Toucinho.,Vassouras.VinhoDiversos..

1 volume.197 volumes.

270,550 kilos.12,787 meios.

45 volumes.88

14,271 kilos.4 dúzias.

40 volumes.439

MERCADO MONETÁRIOMetaes

Soberanos. 9*980

FUNDOS PÚBLICOSApólices de 5 »/„ 9641000Empréstimo Nacional de 18G8 1:1581000

1:08210001879.

LETRAS HYPOTHECARIASBanco de Cicdito Real do Brazil

, > , » de S. Paulo...., Predial

ACÇOESBanco do Brazil - ..

CommercialCommercio» 4a serie

» IndustrialInternacional

» RuralCredito Real do Brazil...

• de S. Paulo.Mercantil de SantosDel Credere

71%84 •/.71%

240*0002310000216*000

43*000175*500236*000280*000

65*00053*000

220*000200*000

CÂMBIOSSobre Londres....

r. Paris• Hamburgo.» Itália ,i Portugal..,» Nova-York.

24i/s388 franco.480 marco.388 lira.220%

2*440 dollar.Typographia Laeinrnert & C—Inválidos, 71.

di a3K ¦ 3K di w»

O i^r TOO

Está extineta a escrayiftao u Brasil.

So$ úttitta fratm stt«t«$a1

-^/ «^

i$ f.\.

UCIN. 3353

USIDE

13 DE 110 Dl IM

IMUHl^jÍP I) DEMÀIOll»

rara 1 ISffiillin II BRASIL

A Princesa Imperial Regente, em nome dc Sua Magestade o Imperador,

o Senhor D. Pedro II, Fa* saber a todos os subditos do Império que a

Assembléa Geral Deeretou c Ella San.-eionou a Lei seguinte:

Art f-É declarada extineta desde a data desta Lei a escravidão

no Brazil.Art. ».° - Revogão-se as disposições cm contrario.

Manda portanto a todas as autoridades, a quem 'o conhecimento e

execução da referida Lei pertencer, que a cumprão c façao cumprir e

guardem tão inteiramente como nella sc contém.

O Secretario de Estado, dos Negócios da Agricultura, Commercio e

Obras Publicas e interino dos Negócios Estrangeiros, bacharel Rodrigo

Augusto da Silva, do Conselho de Sua Magestade o Imperador, a faça

imprimir, publicar e correr.

Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de Maio de 1SSS, «T° da

Independência e do Império.

cfrincezã cfmperiãl Jíegeníe

Carta de Lei pela qual Vossa Alteza Imperial Manda executar o Decreto

<la Assembléa Geri,, que Houve por bem sanccionar, declarando extineta a

escravidão no Brasil, como nella se declara.

Para V. A. Imperial vêr.

Chancellaria-mór do Império.

J£0n,&n^ jSUletta cW^anna

Transitou em 13 de Maio de 18SS.

Ue Judio de ^UòufUrUfM §aMM

Ip^gfeyo- yzi

¦" >

¦¦¦-.. .;.; ..

,.,,-,

O

y&

Trium.ph.ou. a mais santa, nobre o humanitária dae causas

que um coração democrata poderia affagar.

Santa,

porque restituimos aos espoliados aquillo que de mais

precioso creou a natureza para doar á creatura

Nobre,

porque nao sendo possivel nivelarmo-nos como escravisado fizemos com que este

comnosco viesse nivelar-se.

Humanitária,

porque abrimos aos desberdados as portas da sociedade

afim de que possâo fruir as doçuras da familia,

os affagos das esposas, os carinhos dosfilhos e todos os proventos

da civilisação.

^f./^t.

Jife

SO CJIIEID-AJDIE

AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONAL

N. 5.-MAIO DE 1888

PARTE OFFICIAL

Sessão do Conselho Administrativo vm1 de Maio de 1X8»

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho:conselheiro Dr. Nicolau J. Moreira, Dr. Nas-

' centes Pinto,CarlosResende, Pessoa de Bar-ros, Portugal, Rocha Barros eJacy Monteiro,commendadores Sattamini, Teixeira de Aze-vedo, Nascentes Pinto e Hermida Pazos,capitão Motta Teixeira, Pinto Serqueira,capitão Camillo de Lellis, Valentim, J. daMotta Teixeira e o Sr. Menezes de Macedo,sócio effectivo, o Sr. presidente declarouaberta asessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente effectuadaem 16 de Abril de 1888.

EXPEDIENTE

O Sr. commendador Botelho communi-cou não poder comparecer á sessão por seachar incommodado.- Ficou o conselho intei-rado, fazendo votos pelo seu prompto resta-tabelecimento.

Forão recebidas com agrado e enviadasá bibliotheca as seguintes publicações:

Relatório e Synopse dos trabalhos dacâmara dos Srs. deputados na sessão do annode 1887.

Revista da Sociedade de Geographia doRio de Janeiro. Tomo IV, 1.°Boletim.

Gazeta da Bahia de 11 a 25 de Abrilde 1888.

ORDEM DO DIALerão-se dous pareceres apresentados

pelo Sr. commendador Sattamini, director

das Exposições : o primeiro sobre a conve-niencia de se fazer esta sociedade represen-tar na Exposição Universal de 1889,e quaesos meios e o modo de o fazer; e o segundosobre o officio da directoria da reunião dosExpositores da Industria Brasileira, convi-dando a Sociedade Auxiliadora para, decommum accordo, encarregarem-se de pro-mover uma Exposição preparatorianesta cortee i emetterem os produetos escolhidos para aExposição Universal de Paris.

Postos ambos os pareceres em disens-são, resolveu o conselho nomear uma com-missão, do Sr, conselheiro presidente, Dr.Souza Lima secretario geral e commendadorSattamini director das Exposições, afim deentender-se a tal respeito com o GovernoImperial e com S. Ex. o Sr. senador DiogoVelho; convocando-se em seguida uma sessãoextraordinária, logo que alguma cousa hou-vesse resolvido.

Nada mais havendo a tratar-se, o Sr.presidente encerrou a sessão.

Sala das Sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional em Io de Maio de1888.— Dr. Nicolau Joaquim Moreira,pre-sidente.-Dr. Souza Lima, secretario geral.— Augusto Alvares de Azevedo, secretarioadjunto.

SessSo Extraordinária do Conseiàc.Ad-ministrativo em 9 de Maio de 1»»»

PRESIDÊNCIA DE EXM. 9K. CONSELHEIRO DR. NICOLAUJOAQUIM MOREIHA

Presentes os Srs. membros do conselho :conselheiro Dr. Nicolau J. Moreira, Drs.Nascentes Pinto, Souza Lima, Pessoa deBarros, Poitugal, Silva Telles eJacyMon-teiro, commendadores Botelho, Sattamini,Hermida Pazos, Teixeira de Azevedo e Hen-rique Nascentes, capitães Motta Teixeira e

104 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Camillo de Lellis, Pinto Serqueira, André deOliveira, Bernardino de Barcellos, J. daMotta Teixeira e os sócios effectivos oExm. Sr. senador Diogo Velho e os Srs.H. Lombaerts e Menezes de Macedo, o Sr.presidente declarou aberta a sessão.

ORDEM DO DIA

O Exm. Sr. conselheiro presidentecommunicou que a commissão nomeada peloconselho na sessão anterior, afim de enten-der-se com o governo imperial e com oExm. Sr. senador Diogo Velho a res-peito da representação do Brasil na exposi-ção universal de Paris de 18S9, resolvera decommum accordo dirigir-se primeiramente aoExm. Sr. senador delegado da commissãoíranco-brazileira de Pariz a fim de conhecerqual o plano adoptado por S. Ex. nessecommettimento. S. Ex. recebendo benigna-mente os membros da commissão. declarouque desejava entender-se com a SociedadeAuxiliadora, a qual já tinha procurado nasessão antecedente, infelizmente tendo che-gado quando já o conselho havia terminadoseus trabalhos ; nâo só por ser membro dasociedade como tambem porque acreditavaque, sendo ella uma das mais autigas asso-ciações brazileiras devia tomar a iniciativada propaganda. Em conseqüência disto re-solveu a commissão convocar a presentesessão extraordinária, á qual achando-sepresente o mesmo Sr. senador Diogo Velho,externaria S. Ex. tudo o que julgasse conve-niente ao esclarecimento do assumpto.

O Exm. Sr. senador Diogo Velho com-municou ao conselho que, mesmo antes de tersido procurado pela commissão desta Socie-dade, pretendia vir pedir-lhe auxilio ; pois,achando-se em Paris e constando-lhe que oBrasil não se faria representar officialmeutena Exposição Universal de 1889, entendeu,de accordo com outros brazileiros alli resi-dentes e francezes amigos do nosso paiz,que se devia promover a representação doBrazil naquella Exposição, senão oflicial aomenos oficiosamente, formando-se para essefim a commissão franco-brasileira ; fez aindaS. Ex. diversas considerações sobre osmeios de levar-se a effeito tal commetti-mento, acceitando diversas observações doSr. director das Exposições e de outros mem-bros do conselho ; e deu conta dos passosque já havia dado nesse sentido, contandomais que tudo com o patriotismo e bôa von-tade dos brazileiros.

Resolveu ainda o conselho convocar asdirectorias de diversas sociedades e associa-

ções industriaes existentes nesta corte, assimcomo as classes interessadas, para uma novasessão que se effectuaria a 15 de Maio cor-rente no salão verde do Lyceu de Artes eOfíicios, obsequiosamente cedido por seu di-gno director. f

Nada mais havendo a tratar, o Sr.-pre-sidente levantou a sessão.

Sala das sessões da Sociedade Auxi-liadora da Industria Nacional em 9 de Maiode 1888.— Dr. Nicolau Joaquim Moreira,,presidente. — Dr. Souza Lima, secretariogeral.—Augusto Alvares de Azevedo, secre-tario adjunto.

PARECERES

O conselho administrativo da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional resolveu,em sessão de 2 do corrente mez, consultar-me se convém que a mesma Sociedade sefaça representar na exposição universal de1889, e no caso affirmativo quaes os meios aempregar, e o modo de o fazer.

Pelas noticias dadas e transcriptas nosperiódicos do Brazil do projecto da exposiçãouniversal, que se pretende realisár em Parizno anno próximo vindouro, vê-se que essecertamen será um dos mais grandiosos queneste gênero têm sido emprehendidos nosúltimos tempos, não se poupando esforçospara que elle se distinga,não só pela reuniãode todos os primores da arte e engenho hu-manos, como pela representação a mais com-pleta de produetos de todos os paizes civi-Usados. E' pelo menos o que se deprehendedos artigos escriptos sobre o assumpto, porisso que até hoje ainda uão vi programmaotticial da exposição.

Tratando-se, porém, de uma exposiçãouniversal da ordem da que é presentementeannunciada, não é indispensável o conheci-mento circumstanciado do respectivo pro-gramma. para resolver-se se cumpre ou nãoconcorrer a ella.

Basta ter em vista que a exposição serealisará em Pariz. a cidade mais frequen-tada do mundo civilisado ; que ella será in-dubitavelmente organisada com o esplendore grandeza, que a França costuma imprimira festas desta ordem; que a ella concorrerãocom certeza tanto os paizes da Europa comotodos os do Novo-Mundo, para julgar da po-derosa influencia que de facto terá ella deexercer sobre todos os ramos industriaes einteresses econômicos.

Attendendo sem duvida a estas con-siderações empenhão-se esforços no intuitode conseguir-se o comparecimanto dos pro-duetos brazileiros em tão importante cer-tauien. A colônia brazileira de Paris e os

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 105

interessados no commercio dos nossos pro-duetos em França, reunirão-se para tal fim,e collocando-se sob a protecção de S. M. _ oImperador, nomearão um delegado, o il-lustrado e eminente senador o Sr. conse-lheiro Diogo Velho, para no Brazil promovere dirigir essa propaganda.

Todos sabem que S. Ex. já deu começoa este trabalho na provincia de S. Paulo,onde foi nomeada uma commissão para levara effeito a remessa de produetos da provincia,dignando-se S. Ex. o benemérito Sr. presi-dente do conselho applaudir e animar comsua autorisada palavra essa resolução.

Varias folhas diárias têm-se oecupadotambém com este assumpto, mostrando aimperiosa necessidade de não deixarmos detomar parte na exposição.

Presumo, portanto, que a acção de todosestes elementos combinados terá como resul-tado a representação do Brasil na exposiçãouniversal de Pariz, e neste caso não ó licitoá Sociedade Auxiliadora da Industria Na-cional não comparecer sem motivo justificadoonde se achem reunidos produetos brazi-leiros.

Cumpre-lhe concorrer com elles á expo-sição, como tem feito em outras anteriores,e envidar também a sua influencia para quea collecção de produetos brazileiros que fi-gurem em Pariz seja tão completa e nume-rosa, como convém ser. E porque não caiba,segundo penso, na medida de seus recursostomar a si o encargo de promover uma expo-sição nesta corte, onde se reunão os pro-duetos que se destinem á de Paris, parece-me que os meios de desempenhar a Socie-dade Auxiliadora a sua missão são :

1." Fazer-se representar na exposição,apresentando collecção de produetos natu-raes, principalmente dos empregados comomatéria prima na industria ;

2.° Offerecer o seu auxilio ás pessoasque quizerem remetter produetos, e carece-rem de informações ou trabalhos relativos áclassificação,exame,descripção e noticias dosmesmos produetos.

3.° Pôr os seus serviços á disposição doGoverno Imperial, para todos os trabalhosque julgar de competência da Sociedade Au-xiliadora, concernentes á exposição.

O conselho administrativo resolverá en-tretanto como julgar mais acertado.

Sala das Sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, em 25 de Abrilto*QBB.--Alexandrr A. R. Sattammi, di-rector das exposições.

14

Reunião dos expositores da industriabrazileira

Rio de Janeiro, 12 de Abril de 1888.lllm. Exm. Sr.—Estando próxima a

Exposição Universal que deve realizar-seem Paris no anno de 1889, a Sociedade Reu-nião dos Expositores da Industria Brazileirajulga de seu dever não deixar de empregartodos os esforços para que o Brazil concorracom seus numerosos produetos industriaes eaté mesmo agrícolas a esse grandioso certa-men, e, visto que a Sociedade Auxiliadora daIndustria Nacional professa a mesma idéa,isto é, de concorrer para o engrandecimentoda industria brazileira, deliberou em Assem-bléa Geral de 9 do corrente mez, convidar aSocidade Auxiliadora para, de commumaccôrdo, encarregarem-se de promover umaexposição preparatória aqui, e remetteremos produetos escolhidos para a ExposiçãoUniversal de Paris.

No caso de ser acceito o presente con-vite, a Sociedade Reunião dos Expositoresda Industria Brasileira aguarda as ordensde VV. Excs. afim de poder nomear a compe-tente commissão.

Deus guarde a VV. Exs.Illms. Exms. Srs. Presidente e mais

membros da directoria da Sociedade Auxi-Iiadora da Industria Nacional.

Presidente.—M. C. Menezes de Macedo.Io Vice-Presidente. — José Hermida

Pazos.1" Secretario.—J. A. Cordeiro Júnior.Adjunto.— J. F. Nicoláo Júnior.Bibliothecario.— João Victor da Silva

Carvalho.Thesoureiro.— Manoel Gomes Monte

Chaves.Em solução ao officio junto em que a

Sociedade Reunião dos Expositores da In-dustria Brasileira dignou-se convidar a So-ciedado Auxiliadora da Industria Nacionalpara de commum accôrdo promoverem nestacorte uma exposição preparatória de pro-duetos da nossa industria para dentre ellesescolherem-se os que devessem ser enviadosá Exposição Universal de Paris, sou de pa-recer pue se responda de accôrdo com as con-clusões que forem votadas pelo conselho ad-ministrativo da Sociedade Auxiliadora rela-tivas á informação que nesta data apresentaao mesmo conselho sobre a conveniência defazer-se representar a nossa Sociedade na re-ferida Exposição Universal.

Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, em 25 de Abrilde 1888.— Alexandre A. R. Satamini, di-rector das exposições.

s, A.

106 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Sessão do Conselho administrativo em15 de Maio de 1888

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho,conselheiro Dr. Nicolau Joaquim Moreira,Drs. Fascentes Pinto, Sousa Lima, Alvaresde Azevedo, Carlos de Rezendo, Jacy Mon-teiro, Portugal, Pessoa de Barros, SilvaTelles e Oliveira Bello, commendadoresBotelho, Teixeira de Azevedo, HenriqueNascentes, Hermida Pazos e Bethencourtda Silva, representante da Sociedade Pro-pagadora das Bellas Artes, capitães Camillode Lellis e Motta Teixeira, Pinto Serqueira,Valentim, André de Oliveira, Bernardinode Barcellos e J.da Motta Teixeira,e os Srs.sócios effectivos e representantes de diver-sas associações : senador Diogo Velho, sena-dor Visconde de Paranaguá presidente daSociedade de Geographia do Rio de Janeiro,Dr. D. Francisco dc Assis Mascarenhas,secretario; commendador J. A. R. de Oli-veira Catramby, Dr. Gurgel do Amaral,conselheiro Beaurepaire Rohan, presidenteda sociedade central de Immigração ; CarlosReysford, director; Dr. J. Américo dosSantos, presidente da associação industrial,Dias da Silva Júnior, H. Lombaerts, MarcFerrez, Henri Raffard, Carlos Moreaux,Menezes de Macedo, presidente da Reuniãodos Expositores da Industria Brazileira; J.Albano Cordeiro Júnior, secretario; Dr. Ho-norio Augusto Ribeiro, presidente do CentrodaLavoura e Commercio;A.Eloy da Câmara,presidente do Centro da Industria e Commer-cio de Assucar; A. Ferreira da Silva, secre-tario; Ignacio Tavares de Souza, AntonioGonçalves de Carvalho, João Victor da SilvaCarvalho, Affonso Herculano de Lima, J. F.Nicolau Júnior, Dr. Carlos Costa, MorrisN. Kohn, Dr. Crissiuma, Antonio José Mar-tins, João Cancio Pereira Soares Filho,Henrique C. Pereira Soares, o Sr. presidentedeclarou aberta a sessão.

Lerão-se, fôrão postas em discussão eapprovadas as actas da sessão antecedente,effectuada em 1 de Maio de 1888, e, da sessãoextraordinária effectuada em 9 do mesmomez.

EXPEDIENTE

Foi lido um officio do Sr. commenda-dor Salgado Zenha, participando achar-seinhibido de acceder ao convite que receberapara comparecer á sessão, na qualidade depresidente da Companhia Commercio e La-voura, por ter esta entrado em liquidação.Ficou o conselho inteirado.

ORDEM DO DIA

O Exm. Sr. conselheiro Dr. NicolauJorquim Moreira, presidente da Sociedade,expôz em eloqüentes palavras os intuitosdesta no sentido de tornar effectivo o com-parecimento do Brasil na exposição univer-sal de Paris de 1889, para o que tinhão sidoconvidadas diversas associações que se acha-vão representadas, das quaes esperava todoo apoio, e concluio dizendo, no meio de ge-raes applausos que, quando mesmo o Brasilnada tivesse a expor, bastar-lhe-hia mandarpara a França o Decreto n. 3353 e a pennacom que foi elle sanccionado, para que oBrazil fosse glorificado entre as nações maiscultas.

Seguio-se com a palavra o Sr. Dr. Pessoade Barros, director dos cursos da sociedade,o qual prevalecendo-se da solemnidade domomento, propoz: Io, que, em homenagemálei 3353, se consignasse na acta um voto desaudade ao benemérito visconde do RioBranco ; 2°', que se manifestasse á imprensao applauso de que é digna pelo papel nota-vel que tem representado nos últimos acon-tecimentos; 3o, que as escolas da Sociedadesahissem encorporadas ao prestito civico ;4°, que fosse elle autorisado a mandar fazerum estandarte para esse fim.

O Sr. D. Francisco de A. Mascarenhas,secretario da Sociedade de Geographia doRio de Janeiro, declarou que os que se acha-vão presentes, estranhos á Sociedade, acom-panhavão o conselho na approvação dasduas primeiras propostas em discussão, quedevião ser separadas das duas ultimas, quedizião respeito á parte econômica da So-ciedade.

Todas estas propostas do Sr. Dr. Pessoade Barros fôrão unanimemente approvadaspelo conselho; e bem assim uma indicação doSr. capitão Camillo de Lellis para que fossenomeada uma commissão para apresentar aS. A. I. a Regente e ao parlamento os sen-timentos de júbilo, de que a Sociedade seacha possuída pela passagem da lei de aboli-ção do elemento servil.

O Sr. Dr. Silva Telles, congratulando-secom a idéa de fazer-se effectiva a represemtação do Brazil na exposição internacionalde Paris, procurou demonstrar a conveni-encia de fazer-se uma exposição prévia, naCorte, dos produetos remettidos das provin-cias, justificando com motivos muitos pon-derosos a sua opinião, e concluio dizendo que,no momento actual, uma grande economiaera mais funesta do que um grande des-perdicio.

O Exm. Sr. senador Diogo Velho ap-plaude o animo em que estão todos, quanto

O AUXHalADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 107

ao comparecimento do Brasil na exposiçãointernacional de Paris, e convida a resolver-se sobre os meios práticos de o levar aeffeito, prompto a dar todos os esclareci-mentos relativos ao assumpto. Adoptada aidéa de uma exposição prévia na Corte, emais tarde o comparecimento á de Paris,onde haver os recursos pecuniários precisospara tal emprehendimento ? As contribuiçõesparticulares, não bastando para esse fim, éindispensável que o governo tome a si essasdespezas. Por emquanto o orador apenas tempromessas animadores do governo; mas otempo urge, e é essencial adiantar passos ecompromissos definitivos. Segundo os dadose estudos feitos em Paris, pensa elle quebastaráõ 250:000^000. Não é uma sommaavultada, e da parte do senado e da câmarados Srs. deputados as disposições são as maisfavoráveis. Conclue indicando que a Socie-dade represente ao governo, pedindo o con-curso pecuniário do Estado em auxilio dagrande idéa.

O Sr. Dias da Silva Júnior fez uma ai-locução muito interessante sobre o assumpto,que estudou, quando presidia á AssociaçãoIndustrial, e concluio indicando : não só quese represente ao governo, pedindo o seu con-curso que deve ser de 300:000$, afim decostear-se a exposição prévia e a de Paris,como também que se nomeie uma grandecommissão presidida pelo Exm. Sr. senadorDiogo Velho.

O Sr. D. J. Américo dos Santos, deperfeito occôrdo quanto á exposição prévia,combate as exposições provinciaes isoladas,entendendo que todos devem congregar seusesforços para o resultado final. Recorda ospasssos que tinha dado como presidente daAssociação Industrial em favor dessa idéa,tendo desistido desse intento por não ter en-contrado apoio por parte do governo. En-tende que o Exm. Sr. senador Diogo Velhodeve ser o presidente da commissão, que temde pedir ao governo o seu concurso pe-cuniario, áqual estavapromptoa subscrever.

O Sr. capitão Camillo de Lellis, concor-dando com as idéas expostas, acha que asomma a pedir-se, deve ser de 400:000^000.

O Exm. Sr. Senador Diogo Velho accei-ta quaesquer encargos que lhe sejão distei-buidos; mas como membro do parlamento,tem escrúpulo? em apresentar-se como pre-sidente da commissão.

O Exm. Sr. Visconde de Paranaguá, pie-sidente da Sociedade de Geographia do Riode Janeiro, por si e em nome da directoriada sociedade declara adherir á idéa da re-presentação do Brasil na Exposição, e' nempodia deixar de faze-lo, porque seria umerro

político renunciarmos ao logar que já nos foidesignado em Paris, acha muito justas asrazões apresentadas pelo Sr. Senador DiogoVelho para deixar de presidir á commissãoacima indicada e conclue fazendo votos pelobom êxito do commettimento.

O Sr. Dr. José Avelino G. do Amaral,indica que seja a commissão composta dosrepresentantes das diversas associações in-dustriaes e artísticas, e de membros da So-ciedade Auxiliadora.

O Exm. Sr. Senador Diogo Velho lem-bra que a commissão se dirija em primeirologar a S. A. I. Regente.

O Exm Sr. Conselheiro BeaurepaireRohan, presidente da Sociedade Central deImmigração, declara adherir á idéa da re-presentação do Brasil na Exposição Uni-versai de Paris.

O Sr. M. C. Menezes de Macedo, pre-sidente da Reunião dos Expositores da In-dustria Brazileira, applaudindo a resoluçãotomada, offerece o seu concurso e o da As-sociação a que preside.

O Sr.Dr.Silva Telles indica que a com-missão se componha dos presidentes das di-versas associações industriaes e artísticas.

Encerrada a discussão, fôrão unanime-mente approvadas as duas seguintes propôs-tas do Sr. Dr. J. Avelino do Amaral:

«I.a Nomeação de uma commissão parafazer presente ao Governo e ao Parlamentoas deliberações tomadas pela reunião.

«2.a Nomeação de uma grande commis-são executiva permanente, composta demembros desta Sociedade e de um represen-tante de cada uma das associações littera-rias, scientificas, industriaes e artísticas,com sede na corte, sob a presidência do Exm.Sr. Senador Diogo Velho, á qual incumbedirigir os trabalhos relativos á Exposição.»

A primeira commissão ficou compostados Srs. conselheiro Dr. Nicolau JoaquimMoreira, presidente da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional ; conselheiroHenriqne de Beaupaire Rohan, presidenteda sociedade Central de Immigração; com-mendador Hermida Pazzos; commendadorJoão Carlos de Souza Ferreira, pela im-prensa da corte; Dr. Honorio Augusto Ribeiro, presidente do Centro da Lavoura eCommereio ; Miguel Calmon Menezes deMacedo, presidente da Reunião dos Expo-sitores da Insdustria Brazileira ; Dr. JoséAmérico dos Santos, presidente da Associa-ção Industrial ; Commendador FranciscoJoaquim Bethencourt da Silva, pela S->cie-dade Propagadora das Bellas Artes ; D.Francisco de Assis Mascarenhas, pela So-ciedade de Geographia do Rio de Janeiro ;

108 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

ficando para mais tarde a nomeação dos mem-bros da commissão executiva.

Nada mais havendo a tratar-se, o Sr.conselheira presidente agradeceu a todos osSrs. membros de diversas associações pre-sentes, que se dignarão acceder ao convitee abrilhantar a sessão; e deu por encerradosos trabalhos.

Sala das Sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, em 15 de Maiode 1888.—Dr. Nicolau Joaquim Moreira,presidente.—José Pinto ãe Serqueira,servin-do de secretario geral.-—Henrique EduardoNovaes ãe Brito, servindo de secretario ad-juncto.

Exposição geograpliicaSociedade Auxiliadora da Industria Nacional

Rio de Janeiro, 24 de Maio de 1888.Illm. Exm. Sr. — Tenho a honra de re-

metter a V. Ex., com destino á exposição daSociedade de Geographia do Rio de Janeiro,as seguintes publicações ; Noções de Coro-graphia do Brazil, Acclimação do Dromeãa-rio, Ctdtura da Tamareira, Memória sobre aSericultura no Brazil, Catechismo Agricola,Manuaesc.e Chimica Agricola, Chimica Orga-nica, do Pastor, da Preparação do Tabaco,do Tratamento dos Porcos, da Folha ão Café,Monographias: do Algodoeiro, da Canna deAssucar ; 0 Visconde ão Rio Branco, elogiohistórico e uma collecção do Auxiliaãor daIuãnstria Nacional de 1866 a 1887.

Deus guarde a V. Ex.Illm. Exm.Sr. Dr. D. Francisco de Assis

Mascarenhas, M. D. Secretario da Sociedadede Geographia do Rio de Janeiro.— O pre-sidente, Dr. Nicolau Joaquim Moreira.

Exposição de Paris em 1889HISTÓRICO

Na sessão do conselho administrativoda Sociedade Auxiliadora da Industria Na-cional, que teve logar a 2 de Abril, apresen-tou o Sr. Dr. Pessoa de Barros uma propostapara que a Sociedade envidasse os esforçosconvenientes para que o Brasil figurasse naexposição de Paris em 1889.

A proposta foi remettida com urgênciaao director das exposições o Sr.commendadorSattamini.

Em data de 12 de Abril a Socidade dosExpositores da Industria Brazileira officíaá Sociedade Auxiliadora da Industria Nacio-nal offerecendo-se trabalhar conj une tamente

com a Auxiliadora afim de levar-se a effeitoa idéa de uma exposição preparatória nestacapital e serem depois escolhidos os pro-duetos que devão figurar em Paris.

Sobre a proposta e officio deu parecer ocommendador Sattamini em data de 25 deAbril.

Em sessão de 1 de Maio discutirão-seos pareceres que fôrão inseridos no Aixxi-liaãor, resultando da discussão nomear-seuma coramissão composta do presidente, se-cretario geral e commendador Sattamini,para, ouvido o Sr. senador Diogo Velho, de-legado da commissão franco-brazileira emParis e o governo imperial, conhecer do pro-gramma da exposição,das intenções doSr.de-legado e do apoio moral, official e pecuniárioque o governo dispensaria á Sociedade.

A commissão,depois de entender-se como Sr.senador Diogo Velhojulgou convenienteconvocar uma sessão extraordinária para quoS. Ex. expendesse perante o conselho ciaSociedade tudo quanto so passara em Tarisrelativamente á exposição, e o modo por quese dispuzera a trabalhar a commissão franco-brazileira, da qual ora S, Ex. delegado.

Teve logar a 9 de Maio a sessão extra-ordinária da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional, achando-se presente oExm. Sr. senador Diogo Velho.

Dadas as convenientes informações pelodito Sr. conselheiro e ouvidas diversas ob-servações sobre o interessante assumpto, re-solveu-se convocar as directorias das diver-sas sociedades e associações industriaes exis-tentes na corte, assim como as classes inte-ressadas, que quizessem fazer-se representarpor meio de commissões ou de delegados,em uma nova sessão que se effectuaria nocorrente mez no salão verde do Lyceu deArtes e Officios.

Para esta sessão também fôrão convi-dados os Srs. representantes da imprensa dacorte.

Não podendo haver convites especiaesos Srs. commercientes, capitalistas, indus-triaes, artistas e homens de lettras nempor isso deixarião de comparecer no dia dasessão.

No dia 15 de Maio, no salão verde daSociedade Propagadora das Bellas-Artes,verificou-se uma esplendida reunião de cujostrabalhos se faz menção na acta publicadano Auxiliaãor.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 109

No dia 22 de Maio, em uma das salasdo edifício em que trabalha a Sociedade Pro •pagadora das Bellas-Artes estiverão reuni-dos os membros da commissão eleita nareunião de 15 do corrente.

Resolveu-se que se nomeasse uma com-missão de tres membros, incumbida de soli-citar de S. A. a Princeza Regente e dogoverno imperial todoo apoio para a idéa dede ser auxiliada a iniciativa particular noempenho de promover condigna representaçãodo Brazil na exposição universal de Paris.

Para esta commissão fôrão nomeados osconselheiros Beaurepaire Rohan, Nicoláo Mo-reira e commendador Hermida Pazos.

No dia 26 de Maio', de conformidadecom as deliberações anteriores, constitnio-sea commissão central brazileira nesta corte,para a exposição universal de Paris em 1889,da fórma seguinte : presidente, o Sr. sena-dor Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque;vice-presidente, o Sr. conselheiro Dr. Ni-coláo Joaquim Moreira ; membros, os Srs.barão de S.Francisco e commendador Tobias;secretario geral, Dr, Agostinho José deSouza Lima; thesoureiro, commendador JoséBotelho de Araujo Carvalho.

Deliberou-se communicar a organisaçaoda commissão ao governo, aos presidentesde provincias, chefes de repartições publi-cas, a associações particulares, solicitando-se dos ministros autorisação para que as re-partições respectivas se facão representarna exposição.

Deliberou-se também organisar uma ex-posição preparatória nesta corte, cuja aber-tura se effectuará no dia 11 de Novembro docorrente .anno, convidando-se as provinciasque á mesma quizerem comparecer.

Para os trabalhos preparatórios destaexposição, foi nomeada uma commissão com-posta dos Srs. commendadores AlexandreAffonso da Rocha Sattaroini, Francisco Joa-quim Bethencourt da Silva e André Gon-çalves de Oliveira.

As outras commissões serão opportuna-mente nomeadas.

No dia 28 de Maio o Dr. Nicolau Mo-reira presidente da Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional, entregou ao Exm. Sr.deputado Affonso Celso Júnior a repre-sentação que ao corpo legislativo, havia-seconcordado dirigir, impetrando apoio officiale pecuniário para que as associações colli-gadas pudessem emprehender a tarefa defazer com que o Brasil figure no certamemuniversal de Paris em 1889.

Ninguém melhor do que o Exm. Sr.Dr. Affonso Celso Júnior podia accudir aosreclames das associações quando fora S. Ex.quem em 28 de Maio, cheio de patriotismo,apresentou â Câmara o seguinte projecto:

« A Assembléa Geral resolve:« Artigo único. E' o governo autori-

zado a despender até a quantia de 300:000$para auxiliai* os expositores brazileiros queconcorrerem á Exposição Universal de Parisem 1889, ficando revogadas as disposiçõesem contrario.

« Sala das sessões, 21 de Maio de 1888.—Affonso Celso Júnior.»

Em 29 de Maio S. Ex. o Sr. AffonsoCelso Júnior pronunciou-se do modo se-guinte na câmara dos Srs. deputados.

— Pedi a palavra, Sr. presidente, paraenviar á mesa, afim de que siga os tramitesregimentaes, uma representação da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional, soli-citando do Poder Legislativo uma subvençãopara que o Brasil passa figurar dignamentena exposição universal de Paris de 1889.

Esta petição está feita nos seguintestermos (lê):

Augustos e Digníssimos Senhores Re-presentantes da Nação.

A. Sociedade Auxiliadora da IndustriaNacional e diversas outras associações destaCorte, representadas pelos abaixo assignados,convencidas da alta conveniência, senão ver-dadeira necessidade do comparecimento doBrazil na exposição universal de Parissem1889, no interesso não só do patentearem-sealli os nossos ricos e vários productos, di-ariamente augmentados e aperfeiçoados';mas também de poupar-se a este vasto eflorescente Império a pungente humilhação

íNiitu) Km Ui de Abril reunlo-se a sessão brazileirado « Comitê franeo-brazileiro» para ouvir o relatórioda suh-conimissão encarregada de avaliar as despezasnecessárias para realizar-se a exposição do Brazil noCampo de Marte, A sessão foi presidida pelo Sr. barãode S.aboia. Como jâ annuncici, o relatório avalia asdespezas om 625 mil francos, cerca de 250:000tda nossa moeda, ao cambio de 400 réis por umfranco, repartindo-as do modo seguinte, de confor-..lidado com .is indicações do Sr. Millas, alto funecio-nario da directoriada exposição:Despezas de construcção 400,000 francos

» » ajardinamento e instai-lação 150,000 »

» » pessoal durante umanno. 25,000 »

» » propaganda e pulilici-dada 50,000 »

Nesse calculo não estão couiprelicndidas as despezasde transporte dos portos de chegada até Paris. Mas,aceroscenta o relatório : « é, sem termo de comparação,muito menos que o votado pela generalidade doslistados da America, os quaes todos, com excepçãoúnica do Brazil, até este momento jã aduorirão ofli-cialmente ao appello da republica.»

110 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

de ser a única de entre as nações cultas doglobo que se abstenha de tomar parte naqueilafesta de paz e civilisação, adherirão ao pen-samento patriótico de dar-se á iniciativa par-ticular a honrosa tarefa de levar ao campode Marte, com o glorioso symbolo da nossanacionalidade, o contingente, embora mo-modesto, do nosso esforço, da nossa activi-dade, do nosso trabalho na obra do progressosocial pelas manifestações industriaes, ar-tisticas e litterarias, de certo as que maisnobilitão o homem neste século.

Por motivos, sem duvida, muito ponde-rosos, deliberou o Governo Imperial não sefazer representar oficialmente na exposiçãode Paris, mas não ficou nem está por issoinhibido de prestar apoio á iniciativa parti-cular. Tem felizmente affirmado este propo-sito o illustrado gabinete actual, e dentro efora do paiz levanta-se vigoroso movimentode animação á realização daquelle pensa-mento.

Entreranto esmorecem os propugnadoresdo nobre emprehendimento perante a diffi-culdade de obterem-se os indispensáveismeios materiaes na quantidade e com a bre-vidade que as circumstancias requerem.

Os subsídios individuaes ou das corpora-ções administrativas são escassos na quadrapresente, e chegarão tarde ; ao passo que aabertura da exposição está fixada para o dia5 de Maio de 1889, devendo os produetosque nella tiverem de figurar ser recolhidosaos respectivos locaes até 31 de Março domesmo anno.

A' vista do disposto disptinhão-se as as-sociações reunidas a vir solicitar da corpo le-gislativo uma subvenção, quando virão-seju-bilosamente antecipadas por um dos maisdistinetos membros da câmara dos Srs. depu-tados que apresentou o projecto de lei au-torisando o governo para

' despender até a

quantia de 300:000*? como auxilio aos expo-sitores brazileiros.

Esta quantia, com os subsídios e faci-lidades administrativas que sem duvidaprestará o governo, parece sufficiente paraa representação decente e condignado Brazil,se fôr, como deve ser, exclusivamente ap-plicada á i»arte material da sua exposiçãoem Paris e de uma preparatória aqui nacorte, como é indispensável para a collecta,sálecção e remessa dos objectos destinadose primeira. Com o pessoal, excei ção feitado indispensável aos serviços que ordinária-mente são feitos a salário, nada se despen-dera.

Aqui, assim como em Paris, os collabo-radores da exposição brasileira não querem,

não desejão outra retribuição que não seja aintima satisfação de prestarem ao Brazil umbom serviço.

E' portanto, para pedir prompto anda-mento e favorável decisão do alludido pro-jecto,que os abaixo assignados,em commissãodas sociedades que representão, vêm respei-tosamente á vossa presença, invocando ovosso reconhecido civismo e alta compre-hensão dos interesses do paiz que dignamenterepresentais.

E. R. M.Rio, 25 de Maio de 1888.— Pela Socie-

dade Auxiliadora, Dr. Nicolau Joaquim Mo-reira. — Pela Associação Industrial, JoséAmérico dos Santos. — Pela Sociedade Pro-pagadora das Bellas Artes e Lyceu de Arteso Officios, Francisco Joaquim Bethencourtda Silva. — Pela Sociedade Central de Im-migração, Henrique de Beaurepaire Rohan.

Pelo Jornal do Commereio, João Carlos deSouza Ferreira. — Pelo Centro da Lavourae Commereio, Honorio Augusto Ribeiro. ¦—Pela Sociedade Geographica do Rio de Ja-neiro, D. Francisco de Assis Mascarenhas.

Pela Reunião dos Expositores da Indus-tria Brazileira, Miguel Calmon Menezes deMacedo.

Está assignada por cidadãos, cujos no-mes dispensão qualquer elogio, como (lê)conselheiro Nicolau Joaquim Moreira, Dr.José Américo dos Santos,commendador Fran-cisco Joaquim Bethencourt da Silva, maré-chal Henrique de Beaurepaire Rohan, com-mendador João Carlos de Souza Ferreira,Dr. Honorio Augusto Ribeiro, D. Franciscode Assis Mascarenhas e Miguel Calmon Me-nezes de Macedo, todos cavalheiros conspi-cuos e illustres.

Aproveito o ensejo para pedir á illustrecommissão a quem foi remettido o projecto.que apresentei, autorizando o governo agastar 300:000$ para auxiliar os expositoresque concorressem' á referida exposição, quedê seu parecer com bre vidade,porque o tempourge. Temos apenas pouco mais de um annopara nos prepararmos, afim de dignamentecomparecer ao grande concurso internacionaldo campo de Marte.

Vem á mesa, é lida e remettida ás com-missões de orçamento e fazenda a represen-tação a que se referira o Sr. Affonso CelsoJúnior.

29 de Maio de 1888. Câmara dos Depu-tados.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 111

Chimica IndustrialNova falsificação do vinho ; novo processo

para reconhecel-a

Começa o vinho a ser falsificado comuma nova substancia designada pelo nomede violeta de genciana.

Mr. Bernade indica o processo seguintepara descobrir a falsificação, servindo aomesmo tempo para reconhecer-se o vinhoque contém fuchsina.

Introduzem-se em um provête 10 centi-metros cúbicos do vinho suspeito e conjunc-tamente 6 centímetros cúbicos de ether phe-nicado que se prepara, dissolvendo 12 gram-mas de ácido phenico liquido (ácido phenicodissolvido em um décimo de álcool) em 60grammas de ether sulphurico a 65°.

Agita-se e depois deixa-se em repousoa solução e então o ether sobrenada incolorse o vinho é puro, colorando-se, pelo, con-trario, fortemente de roxo se contém facha-na e de roxo violeta se a violeta de gen-ciana sophisticon o produeto.

A reacção é de tal modo sensível querevela a quantidade infinitesimal da matériacorante.

Agitando em um provête 10 centi-metros cúbicos de vinho contendo 1 mille-simo de milligramma ou 1 millionesimo defuchsina correspondendo a dez millesimosde gramma por litro, com 5 centímetroscúbicos de ether phenicado, dentro de 1 mi-mito de repouso o ether sobrenada coloridode roxo.

Actuando sobre 10 centímetros cúbicosde um vinho que contenha por litro 1 mil-lesimo de gramma de violeta de gencianae até mesmo meio millesimo, ainda assim oether toma uma bella côr arroxada caracte-ristico de falsificação.

Na presença porém do sulfo fuchsina edo roxo de Bordeos, as reacções são nega-tivas.

(Associacion Rural).

Café colorido

Na Europa estão os falsificadores colo-rindo o café para encobrir-lhe ás alteraçõesou dar-lhe melhor aspecto.

Segundo a Nature o Chimico Sykoreanalysou quatro amostras de preparadosservindo para colorir o café.

O Io constava deíndigo chromato de chumboCarvão Argila

O 2° continha approximadamente.índigo 5 %Carvão 10 °/0Chromato de chumbo.. 64 Va °/0Argila....; 65 Va

°/0Ultra-mar 15 °/o

O 3o continha pouco mais ou menosíndigo 5 •/.Substancia corante or-

ganica (gomma gutta)Carvão 3 °/oChromato de chumbo.. 8 °/oArgila 82 "/„Ultra-mar 2 °/0

O 4o constava deíndigo 12 %Substancia corante or-

ganicaCarvão 5 Va %Chromato de chumbo.. 4 Va „/„Argila 6,6 •/,Ultra-mar 12 °/„

Ainda o mesmo chimico encontrou bagasde café coloridas de ocre amarello.

Industria FabrilA industria fabril e a lavoura do algodão

AO EXM, SR. JOÃO ALFREDO, MINISTRO DAFAZENDA

Agora que se acha no poder o digno Sr.João Alfredo, e nesta época em que as ca-maras começão os seus trabalhos,' uma dascausas que mais deve merecer a sua atten-ção é a industria nacional; as idéas a esterespeito do muito digno ministro da fazendasão conhecidas e espera-se que elle faça jus-tiça aos prejudicados pela nova tarifa, comoa tecelagem de lã e linho. Este ultimo bemmerece sua attenção pois a nova tarifa fezsubir os direitos da matéria prima e abaixaros direitos no canhamaço liso e entrançadopara sacos de café, até então importadosem reclamação do commercio de que os di-reitos fossem onerosos. Isso não é a maneirade chamar capitães estrangeiros ao paiz, ea verdadeira maneira de engrandecer o paize desenvolver a industria está nas mãos dosdignos representantes da nação. Qual éella?

Augrnentar na nova farifa os direitos,sobre todo e qualquer tecido de algodão, lãe linho, 50%.

Dito isto, passamos a chamar a atten-ção deSS. EIíx, sobre o presente estado da

112 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

industria têxtil de algodão. Possue o paizcerca de 110 fabricas de tecidos; tomando omédio do capital de cada uma a 300:000*,temos a avultada quaôtia, de 33.000:000*empregados nesta industria; e tendo quasitodas as fabricas seus capitães em acções,representam, portanto, . os interesses deuma grande parte da população brazi-leira.

Considerando que as 110 fabricas exis-tentes dão emprego á média de 150 pessoas,o que não é exagerado, quando temos fabri-cas como o Brazil Industrial e Carioca com osseus 1,000 operários, Petropolitana, Juiz deFóra e Valença (Bahia) com 600 cada uma ;Alliança, Villa Isabel, Rink, S. João, com400, e outras muitas, segue-se que temos16,500 pessoas sustentadas pelas fabricas detecidos. Considerando que cada um dessesoperários sustenta sua familia, dando pelomenos tres pessoas de cada familia, temos50,000 pessoas que vivem da protecção dasfabricas de tecidos.

Encarando pelo lado financeiro e dandoa média de 1*500 diários de ordenado acada uma pessoa, temos um total de pertode 7:500:000* annnaes, pagos em ordena-dos pelas fabricas de tecidos.

Pelo que já citou-se, vê-se, mesmo nopresente estado da industria, quanto é ellaimportante. Desde que seja protegida aindamais pela tarifa, vem a duplicar ou triplicarem muito poucos annos, pois as fabricas exis-tentes se" augtnentaráõ e novas se crearáõ embeneficio da grandeza e desenvolvimento daindustria.

Se VV. EEx. lançarem os olhos sobreas mercadorias presentemente fabricadas,verão que são quasi todas as mercadoriasgrossas de muito peso, pois qtie a tarifa pre-sente não protege as mercadorias leves,razão por que não existe já entre nôs a ma-nufactura de cassas, cambraias,morins, etc,etc; sendo augmentados os direitos actuaessobre todo o tecido de algodão e linho, im-mediatamente se crearáõ fabricas para essefim, pois toda e qualquer espécie de tecidospôde ser fabricada no paiz, desde que entrenós já existe grande numero de operáriosbrazileiros habilitados. Daqui a cinco annosnão haveria necessidade de importar do es-trangeiro mais tecidos de algodão e linho.

Examinando a questão pelo lado dalavoura, vê-se logo que os preços dos algo-does ea rama nacionaes augmentarião, ani-mando o seu cultivo, e igualmente se inicia-ria a cultura do linho, que augmenta perfei-tamente entre nós.

Quanto ao desenvolvimento, não seriamuito de admirar que daqui a cinco annos

tivéssemos um pessoal empregado em fabri-cas de tecidos de 50,000 almas—um verda-deiro exercito.

A industria de tecidos é o verdadeiroamparo da pobreza, pois mulheres, moças ecrianças se empregão honestamente.

Qual a razão da prosperidade da Ingla-terra e sua industria? Vêm-se cidades intei-ras, como Manchester, onde vivem 400,000almas, unicamente de manufactura de algo-dão.

Tomando, portanto, as medidas queapontamos de augmentar de 50 a 80 °/„ nosdireitos, não ha razão porá duvidar de quedentro de bem poucos annos o Brazil nãoimportará um só metro de tecidos, comotambem fornecerá ás republicas vizinhas,onde não existe a cultura do algodão, poden-do competir talvez com a Europa, pois que,apezar da carestia da mão de obra entre nósteremos a favor o facto de ter a Europa depagar fretes e despezas de importar a suamatéria prima, como igualmente o frete damercadoria fabricada de regresso.

Para concluir: SS. EÈx. lendo o ex-posto, naturalmente dirão que á proporçãoque progredir a industria, diminuirão asrendas da alfândega; se isso se der, fácilserá lançar um imposto sobre as fabricas,imposto compensativo, pois com a protecçãoda tarifa, estarão ellas em condições de sup-portar um imposto.

(O Industrial).

INDUSTRIA VINHATEIRAAgradável noticia pudemos dar hontem

quanto ao desenvolvimento que vai tendo nomunicípio de Sorocaba, da provincia de S.Paulo, esta nossa incipiente industria, certa-mente destinada a importante papel no or-ganismo econômico do Brazil. Não é aquella,entretanto, a única circumscripção de S-Paulo onde a cultura da videira tende a ex-pandir-se cora a fabricação do vinho, e pos-to que os methodos do fabrico sejão no geral,ainda rudimentares, o produeto vai achandosahida em condições que tem animado os vi-ticultores.

A este respeito são interessantes os se-guintes dados officiaes, que testemunhãomais uma iniciativa intelligente e enérgicada laboriosa provincia.

No município da capital, além de achar-se muito desenvolvida a cultura da videiranos núcleos coloniaes das cercanias, ha fun-dadas seis lavouras de importância. A dous

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 113

kilometros de Agua:Branca cultiva o Dr.Braulio Urioste 60,000 videiras, achando-sea plantação a cargo de 10 famílias tyrole-zas, com 26 adultos, mediante repartiçãodos lucros. Na fazenda do Murnmby, de B.Friederickan, contão-se 50,000 exemplares,sendo de 120 pipas de vinho a producção an-nual. Na de Tremembé, de Carlos Muller,ha 50,000 videiras, produzindo 180 a 200pipas; na da Bella-Vista, do capitão AntônioBernardo Quartira, 50,000 produzindo 80 a100 pipas. Na do Conde de Milleville ha10,000 exemplares, produzindo lá pipas.Da de Cláudio Rossi não ha informações,predomina a cultura da uva-Isabel, achando-se em experiência outras espécies.

No municipio do Tietê ha 200,000 vi-deiras, das quaes 50 a 00,000 estão produ-zindo. As principaes fazendas, que já pro-duzem, são a de Antônio Corrêa de MoraesSilveira (50 pipas); a de Theophilo Corrêade Abreu & C., (4o); a de Olegario Albertode Camargo Penteado (20); e a de JoaquimAntônio Corrêa (70); A venda tem sido elie-ctuada no logar da producção, nos preçosde 22$ por décimo de vinho tinto e 32$ pordécimo de vinho branco, fabricados de uva-Izabel. Quanto aos produetos de uva de ou-trás qualidades, o preço tem variado de 355a 50$ por décimo.

— Em Mogy das Cruzes o maior etilti-vador, tenente-coronel Antônio Mendes daCosta, couta 70,000 exemplares de videira— Izabel, tendo produzido no ultimo anno100 pipas de vinho tinto, ao qual impoz a de-nominação de Vinho Ypiranga. Este agri-cultor tem vendido a 200$ a pipa de VinhoYpiranga e a 400$ a dos vinhos brancos quedenominou Flor de uva e Lagrimas de uva.Usa de apparelhos dos typos mais aperfei-coados que vio na Europa e nos Estados-Unidos.

Ha em Mogy das Cruzes outros cultiva-dores, entre os quaes o barão de Jacegnay,José Honorio Silveira da Motta, major JoséFrancisco de Camargo o capitão Manoel Can-dido de Toledo Bibas.

—No município do Cunha, que pela apti-dão particular do solo está destinado a con-stitnir-se grande empório de viticultura, hanumerosos plantadores que produzem de umaaté doze pipas de vinho. Nesta circumscri-pção a nova cultura vai mostrando desenvol-vimento notável, esmerando-se intelligente-mente os lavradores na escolha das espéciespelo meio de experimentações culturaes.

A viticultura, pois, passou já em 8.Paulo da phase de aspiração vaga para iui-ciar a de industria vivaz que rasga com es-

15

forço a sua estrada, ainda tacteando e expe-rimentando, mas cheia de confiança no futuroe nas suas condições de existência. A inicia-tiva dos vinicultores do Brazil não revelaunicamente o louvável desejo de organisartrabalho remunerador, mas constitue.aomesmo tempo bom serviço offe:-ecido á pa-tria.

(Jornal ão Commercio.)

AgriculturaExtracto do relatório do presidenta da

provincia da Bahia

E' sensível e torna-nos apprehensivo odesanimo que lavra nas fileiras do trabalhorural,'em presença das difficuldades quece:cão os horizontes da propriedade agri-cola.

Entretanto quando a cerração entene-brece o futuro, devem a coragem e o valorindividual duplicar de esforços para conju-rar os effeitos da tormenta prognosticada.

Não ha impossíveis nas mais gravessituações, desde que a aotividade se inspireno dever e caminhe pelos trilhos da justiçae da moralidade, em busca da salvação.

A fé que transpõe montanhas e eleva asfraquezas terrenas ató as supremas abnega-ções, pôde também vencer os obstáculos ma-teriaes que cerceão hoje as expansões dotrabalho, e converter os próprios elementosdo mal em alavanca do bem almejado.

A verdadeira chaga que vai corroendoa vida agricola actual, é a descrença daspróprias forças, e mais do que tudo a quasiimmobilidade, á que se reduzirão os maisdirectamente interessados no seu desenvol-vimento.

Si a aorricultura em alguns pontos daprovincia desfallece, não é porque a terranegue os fruetos ao explorador, mas sim porque a organisação por este estabelecidaacha-se em antagonismo com as idéas dotempo e as exigências crescentes da civi-lisação.

O mercado, reflexo da actividade agri-cola e industrial que alimenta a vida dospovos, é o thermometro e indicador das re-spectivas habilitações para o trabalho. Emsua marcha intransigente elle não pôde fa-vorecer interesses isolados, porque é domi-nado pelo principio da concurrencia appa-rentemente egoísta em suas manifestações,

s. A.

*Í!

114 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

porém fecundo em seus resultados, desde queé dirigido pelo instincto das necessidadesgeraes, e expresso na conhecida formulaeconômica da offerta e da procura.

E' imprescindivei que cada um se es-force por attingir o nivel sempre progressivoda producção, hoje estribado nas conquistasda sciencia e nos inventos industriaes; oque redunda em asseverar que toda a para-iysação ou entibiamento acarretará adeses-perança e a conseqüente ruina das fortunas.

Nessa luta pela existência, luta pacificamas afanosa e incessante, quem hesita ouse retrahe diante dos obstáculos será intei-ramente esmagado por elles, e, o que é ainda

lamentável, não lhe restará siquer odas vicissitudes que

maisdireito de queixar-senão soube affrontar.

Si todos os interesses legítimos são liar-monicos, como dizia um illustre economista,é á liberdade das respectivas expansões quese deve pedir a solução das crises previstas,e o equilíbrio pei turbado pela deducção lo-gica dos acontecimentos.

E' por isso que os systemas prohibi-tivos, verdadeiros leitos de Procusto, vãosendo banidos da economia dos povos, limi-tando-se a protecção official a garantiratodos o livre accesso e a concurrencia.

Alliviem-se os encargos aos que são re-conhecidamente impotentes para suppor-ta-los, sem fazer porém pesar sobre os querompem a cerração a responsabilidade dasfraquezas condemnaveis.

E' facto que a agricultura nesta pro-vincia luta com sérios embaraços, devidos ástradições herdadas, que já não estão emharmonia com as exigências da época. Osauxiliares transformão-se abandonando ovelho campo das suas lutas forçadas, a pro-ducção estacionaria nem melhora, nem sim-plifica os seus processos regulando-os pelaprudente e efficaz divisão do trabalho.

As propriedades ruraes vacillão em suasbases e ameação desmoronar-se quando soara ultima hora do elemento servil.

A grande lavoura, que tem sido um ira-portanto esteio da ordem social, e a fontemais abundante da riqueza publica, quasi

A miragem tem sempre mais amplasproporções do que a realidade, e é o isola-mento a causa determinante daquella nosespíritos aterrados.

E' contra ella, pois. que cumpre arcarcom a sobranceria que dá a consciência dodever e a convicção da tarefa . imposta pelasalvação commum,

Si a lavoura da canna de assucar que foiaté bem pouco tempo a predominante nasexplorações do solo, acha-se em condiçõesde inferioridade absoluta, não succede omesmo com as lavras do café e cacáo, que sedesenvolvem e medrão em larga escala, tendomercado mais fixo e menor somma de concur-rentes na producção universal.

A primeira terá inevitavelmente de ca-recer de auxilio para acclimar em seu seionovos trabalhadores, desde que não lhe restacredito, e estão quasi exhaustos os meios detrabalho ; as duas outras, porém, não estãoem idênticas condições, o podem passar pelastransformações de que necessitão, sem re-correr a grandes favores.

A pequena lavoura tem progredidoquanto ao numero de exploradores, mas imi-tando os processos da grande, com a qual seindustriara nas diversas peripécias doplan-tio, ressente-se da mesma insufficiencia nosresultados. Faltando-lhe o exemplo, nãopôde estender-se como d«vêra ; viverá sem-pre débil e vacillante.

No entretanto, esta provincia vastis-sima e enriquecida pela natureza tem emseu seio germens de reconhecida grandeza.

Ha nella tres zonas bem distinctas deproducção, cada uma offerecendo generosaremuneração aos esforços exploradores ;—orecôncavo que durante tres séculos sustentoupor si só todo peso das contribuições provin-ciaes,—o sertão, onde a industria pastorilencontra elementos de vida larga e pujante,e o sul, que pela suas margens alagadiças,cortadas por grandes rios e protegidas pormattas colossaes, apresenta condições ex-cepcionaes ao plantio do cacáo e dos ce-reaes.

Por toda parte o solo é fértil, e presta-se, quer a uma, quer a outra das applicações

que está asphyxiada pelo emperramento no! apontadas. O recôncavo, já trabalhado porpassado, podendo, aliás, recorrer ao pode- lavras suecessivas e despido dessas arvoresroso meio da associação para contrabalançar. seculares que assombrão o trabalhador, pres-pelo agrupamento das forças individuaes, as ta-se admiravelmente aos contratos de par-difficuldades naturaes, mas não invencíveis. ceria,aos arrendamentos parciaes, e á divisão

A própria acção official, tão solicitada das culturas, facultando a todos os recursospelos que soffrem os influxos da adversidade, e a todas as aptidões espaço para se instai-teria maior energia e melhor efficacia, se larem e florescerem, de accordo com as exi-pudesse actuar sobre um centro organisado, gencias do consumo.que exprimisse os desejos e as necessidades A região do sul,, em conseqüênciageraes. ¦ mesmo das immensas florestas que entretem

I

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 115

a constante humidade da atmosphera, exce-pcionalmente fértil e com uma vegetação lu-xuriante, impressiona o colono isolado earrefece-lhe o ardor pelo trabalho, não po-dendo elle por si só vencer a pasmosa uber-dade dos terrenos.

A zona do sertão, ainda tão mal expio-rada, mesmo pela industria pastoril que fezdella seu emporio,não podendo pela distanciaexplorar outro qualquer ramo da actividadehumana, virá sempre a ser um podorosissimoauxiliar do engrandecimento e riqueza daprovincia, quando mesmo conserve os seushábitos tradicionaes. Basta-lhe melhorar desystema, aperfeiçoando a criação.

Alli poder-se-hia estabelecer fazendas-modelos com animaes reproductores d.j raçasescolhidas^ e apropriadas ás condições dopaiz. O leite tratado convenientemente ali-mentaria as industrias filiaes, constituindo-se um ramo de exploração de grandes lucros;e abastecendo o mercado mais vantajosa-

n mente do que agora, quando tudo é impor-tado do estrangeiro sobrecarregando o con-sumo com elevados direitos.

São problemas estes que devem oecupara attenção de todos que lamentão a rotinaque nos tem impedido de avantajar-nos aoutros paizes e nos retardado no caminho doprogresso.

O Governo tem sido solicito em promo-ver os meios de communicação que estabe-leção e facilitem as relações entre os diversospontos, approximando-os do mercado com-mum. Neste grande commattimento de civi-lisação novos horizontes têm sido devassa-dos, regiões inteiras de liberdade sem rivaltêm sido postas ao alcance dos capitães edas actividades agrícolas. O que convém éaproveita-las ou com os recursos da popu-lação local ou com a introducção de auxi-liares estrangeiros, que melhores vantagenssaibão auferir das riquezas por explorar.

Como vedes, se a situação agricola éafflictiva, porque tem sido mal comprehen-dida ou interpretada pelo desanimo, os ele-mentos são favoráveis e não justificãoexageradas apprehensões.

Para encaminhar a agricultura nos va-riados ramos da respectiva exploração, temosna provincia uma escola agricola que, melhororganisada, e predominando e ensino pra-tico, poderia incumbir-se da tarefa comproveito geral remunerando ao mesmo tempoos sacrifícios para mante-la.

E' sensível, porém, que aos cultidadoresda terra falte o credito real e o credito agri-cola. A falta de capitães é o verdadeiro fia-geUo que persegue a agricultura da provin-cia.Não ha entre nós instituições semelhantes

aos bancos americanos e escossezes, quetantos prodígios têm operado no desenvolvi-mento do trabalho, permittindo ás operaçõesagrícolas alimentarem um credito de cirer.-lação.

Na grande Republica Americana quandose inaugura em uma região até então desço-nhecida, um começo de exploração, funda-seao lado da escola que deve formar o cidadão,o banco que lhe permitte dispor de recursospara realisa-la com intetro suecesso.

Entre nós,infelizmente,o immenso capi-tal empregado nas construcções e utensíliosagricolas, as lavras feitas e prestes a seremcohidas, a terra roteada e melhorada em suaconstituição intima pelos amanhos, só tem ovalor official dos inventários.Os seus possui-dores não podem contar que tudo isto será re-cebido em garantia de qualquer empréstimo,aindaquando solicite quantia vinte vezes in-ferior á avaliação judicial.

Comprehende-se bem que não ha lavouraque prospere ou se mantenha em semelhantescondições.

A responsabilidade de tudo isto nãodeve de modo algum ser imputada á incúriaou indifferença do Governo, mas sim á faltade iniciativa daquelles que não souberão ounão procurarão prevenir-se contra as even-tualidades, vivendo sem vínculos de sociabi-lidade que facilitassem o estudo dos malescommuns e a obtenção dos remédios appro-priados.

Além de tudo isto, o habito dos jurosaltos avassallou entre nós todos os estabele-cimentos de credito, convertendo este eminstrumento privativo do commercio, únicocapaz de affrontar as elevadas taxas e osprazos impostos pelas respectivas organi-sações.

Alguns arguem os empréstimos públicosde desvia: em os capicaes de emprezas parti-ciliares.

Não ha justiça nessa aceusaçao, quesomente pôde referir-se aos títulos da dividafundada, cuja taxa por uma média sabia epatriótica fois aliás reduzida a 5%.

Nestas condições não pôde a concurren-cia do Estado ter prejudicado á lavoura, quedevendo satisfazer-se com os juros de 6 %,não lhe será impossível conseguir, creando-se estabelecimentos especiaes.

O Estado, parece-me, não duvidariaconceder-lhes o auxilio ou protecção possi-veis.

Aos lavradores que se utilisarem docredito, cumpre porém não malbaratar assommas pedidas, dando-lhes destino diffe-rente do da reforma dos respectivos meiosde acção, ou deixando de emprega-los no

116 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL__

melhoramento dos processos de trabalho, sobpena de conjurarem uma crise passageira,cavando ainda mais fundo a sua ruína efrustrando as suas legitimas esperanças.

Actualmente o que se me afigura ur-gente para vir em soccorro dos productoresde assucar, que lutão contra a invasão dogênero similar nos mercados do mundo emcondições mais vantajosas, é liberta-los dodireito de exportação.

Isto permittirá ao comprador elevar opreço da mercadoria sem quebra no proveitopróprio.

Essa idéa foi já abraçada pelo Centroda Industria e do Commercio do Rio de Ja-neiro, e exarada na circular de 18 de Fe-vereiro do corrente anno, por elle dirigidaá esta Presidência.

A corrente de immigração, sendo en-caminhada para esta Provincia, determinarána sua agricultura uma revolução benéfica,quer nas propriedades constituídas, quernos núcleos que se installarem. As primeiras,imitando as do Sul do Império, poderão me-diante contractos sob bases equitativas ad-quirir trabalhadores idôneos, limitando-seo exercício do senhorio á rendado solo, ouao aproveitamento industrial, se para istohouver logar.

Os segundos encontrarão variadas con-dições nos terrenos devolutos campo suffi-ciente para estenderem as respectivas appli-cações, multiplicarem os gêneros de_ pro-ducção e crearem outras industrias agrícolasreputadas de primeira necessidado^ masque ainda não fôrão tentadas na Provincia.

Taes são em desalinho as consideraçõesque entendi dever apresentar-vos sobre oestado da Agricultura Bahiana.

Com a vossa experiência e o perfeitoconhecimento que tendes das localidades,avaliareis de sua procedência e suscitareisos meios de animar e engrandecer a agri-cultura de vossa Provincia.

Reconheço que mais do que nunca a agri-cultura requer toda a solicitude dos poderespúblicos.

Em um Paiz como o nosso, em que nãoé ainda pujante a iniciativa particular, cabeao Estado, incitando á esta por todos osmeios, promover a prosperidade e desenvol-vimento da principal fonte das rendas e dariqueza particular.

Embora retardado, o futuro agrícola davossa provincia é seguro.

Garante-o a riqueza do seu solo, a in-telligencia de seus filhos, e a protecção quenão faltará dos poderes do Estado.

Koticias industriaes

\

Processo para colorir o cobre e todos osobjectos nickelados

Obtem-se facilmente sobre o cobre, bemlimpo, onze cores diversas e oito sobre anickelagem de todos os metaes por meio deuma immersão na seguinte composição :

Acetato de chumbo 20 grammasHyposulfito de soda 60 »

Dissolvem-se estes dous produetos em 1litro d'agua, aquecendo-se até á fervura eimmergindo-se depois as peças de cobre bemlimpas.

Obtem-se ao principio uma côr cinzentaque passa, continuando a immersão, ao vio-Mo: e suecessivamente ás cores marrou,vermelho, etc, chegando por fim ao cwwqueé o ultimo tom.

E' necessário um certo habito para ob-ter uma côr intermediária determinada, que,uma vez obtida, passa-se por cima uma ca-mada de verniz mixto branco para conser-vação.

Os produetos que entrão na composiçãodeste banho não custando mais de 5 centnnospor litro, o lucro basea-se inteiramente namão de obra e nos cuidados exigidos.

Emprega-se este processo, principal-mente no fabrico de botões.

Progressos de engenharia

A perfuração do grande túnel de S. Go-thardo, tendo de comprimento 14,920 me-tros, levou a fazer-se sete annos e meio in-completos, quando o do Monte Cenis com12,220 metros gastou mais de 13 annos,sendo além disto o custo deste 25 % maisdo que o daquelle.

Na perfuração do túnel de S. Gothardocaminhava-se mensalmente 167metros quandono do Monte Cenis não passava o trabalhode 77 metros.

Vermelho de polimentoO vermelho de polimento, vermelho

inglez,de Inglaterra ou colcothar é um oxydode forro que se pôde obter de diversos modosporém quasi sempre calcinando o sulfato deferro oi: vitriolo verde, Neste caso convémnotar que não se calcinando completamenteo vermelho de polimento fica ácido, sendoeste o motivo porque os objectos polidos comesta substancia perdem rapidamente o bri-lhantismo.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 117

Na fabricação. do colcothar emprega-sesempre o ammoniaco afim de neutralisar oácido que aquelle possa conter.

Verniz á prova d'aguaObtem-se um bom verniz para tornar o

papel impermeável, fazendo digerir por es-paço de 15 dias uma parte de gomma Darnare seis partes de acetone em um frasco bemarrolhado. Decanta-se o liquido e ajunta-sequatro partes de colodio.

Deixa-se clarear pelo repouso.Este verniz pôde ser empregado em

utensis domésticos.

Verniz para o ferroResina 750 grammasSandaraca 1 kilogrammaLacca em grão 375 grammasHydrocarbono de ethyle

(dissolvente) 10 litros

Verniz de ouro para metaesPrepara-se separadamente uma solução

de gomma-gutta a uma de sangue de dragoe ajuntão-se até obter-se a côr desejada paraum verniz composto de:

Lacca em giãos 2 partesSandaraca 4 »Resina elemi 4 »Álcool 40 »

Verniz negro para o ferroBetume da Judéa 1 kilo 250Óleo 1 litroEssência de terebinthina 3 litros

Verniz negro para os metaesBreu de óleo de hulha 1 parteÓleo em hulha leve 3 »

Todos estes vernizes devem soffrer umpolimento para ficarem lisos e brilhantes, Opolimento se faz com feltro molhado em pedraponce levigada, depois com tripoli levigado,com óleo de oliveira e finalmente com polvi-Iho de trigo para tirar o óleo.

Verniz cinzento transparente para os metaes

Pulverisa-se uma pequena quantidadede azul da China com o duplo de chromatode potassa finamente pulverisado ; addicio-na-se-lhe uma quantidade suííiciente degomma copai dissolvida em essência de te-rebinthina e obtem-se um bello verniz cujascores podem variar segundo a quantidadedas substancias empregadas. *

Verniz para impedir a ferrugemToma-se verniz gordo de gomma copai

de bôa qualidade e mistura-se com duas vezesde sen volume de essência de terebinthina ecom uma esponja de pincel fino nnta-se oobjecto qu9 se quer proteger da ferrugem.

Dados estatísticosProducção de lã

Suja LimpaAnnos Austrália, Rio da Prata, Austrália,Rio da Prata

Milhões de libras1860 60 401800 300 2201885 372 327188G 400 303

Milhões de libras35 15

168 77208 213235 100

Producção do trigohectolitros

por hectareGrã-Bretanha 24,42Paizes-Baixos 22,80Bélgica 18,18Dinamarca 17,36França 16,20Rouniania e Servia 15,20Allemanha 14,80Suissa 14,80Itália, 13,60Noruega 11,60Áustria e Hungria 11,90Suécia 80,76Grécia 10,50Hespanha 10,50Turquia 9,50Manitoba nos Est. Unidos 28,00

Consumo de comestíveis por cada umhabitante de Paris

PopulaçãoPãoPeixeOstrasGallinha e caça...Carne de vacca...

» de porco Sal-chicha etc

ManteigaOvosQueijo SuecoOvosVinho .,Cidra poirê etc....Cerveja

1881 1886Habitantes

2,269,023 2,344,550146 148 kilogs.

12,652 10,502 »2,294 3,461 >»

10,704 10,298 »68,604 64,833 »

9,578 10,301 »7,465 7,660 »8,907 8,837 dúzias2,217 2,307 »

178 176 »224 186 litros

2,48 12,78 »1,327 1,161 »

'•¦:y.;--:'. ..::¦,-. -.,'!'"-.:-. y

118 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Animaes existentes em França em Dezembrode 1886

Raça cavallar 2,938,489 cabeçasmuar 242,763 »azinina 382,110 »bovina 13,275,025 »ovino 22,698,230 »suina 5,774,024 »caprina 1,420,152 »

Producção do ouro e da prataDo inquérito da commissão real Britan-

nica para estudar a producção do ouro e daprata em todo o mundo extractámos os se-guintes dados:

CALCULO DA PRODUCÇÃO DO OURO DODR. SOITHEER

1851186118711881

1851186178711881

1851186118711881

1851186118711881

Media annual1860 .... Libras1870 »1880 »1884 »

28,650,00026,600,00023,000,00019,500,000

Exportações para a índiaMedia annual

1860 Libras 2,140,0001870 5,900,0001880.. 1,470,0001884 4,700,000

Ouro disponível para cunharMedia annual

1860 Libras 22,780,0001870 14,069,0001880 10,255,0001884 4,050,000

França de 2,000,000, na Inglaterra e Hol-landa de 3,000,000.

A índia amortisou, segundo Pixley,nos 20 annos decorridos de 1865 a 18853,200,000 libras annualmente para occul-ta-los e 5,000,000 para emprega-los na in-dustria e artes.

Não falíamos, entretanto, do que sepassa na Allemanha, Hespanha, America doSul e outros pontos da Ásia, e além daíndia.

A respeito da prata Mr. Pixley cal-cuia englobadamente a producção total em25,000,000 de libras por anno; 10,000,000produzem os Estados-Unidos, 6,000,000 oMéxico e 3,000,000 os outros paizes.

O professor Fawcets subministra o cal-culo da quantidade de ouro e prata em moedacirculante em todo o mundo durante o annode 1883.

Esse calculo marca 670,734,750 librasem ouro e 524,153,750 libras em prata.

Calculo do Dr. Stewart RixleyMedia annual

a 1860 Libras 27,600,000a 1870.' 17,600,000a 1880 18,700,000a 1884 11,200,000

Metaes preciososO calculo de Mr. Rixley a respeito da

quantidade de ouro empregada em adornos eescondida excede consideravelmente ao deMr. Soetheer.

Sua estatística funda-se principalmenteem pormenores obtidos do Instituto dos Ban-queiros e confirmados por Mr. John Martin.

Segundo esses dados o consumo do ouronas artes, manufacturas, etc., é nos Estados-Unidos do 2,000,000 libras sterlinas; em

Producción do ouro Producción de prata1852—85 1852—85

1852. £36.000,000 1852. £8,120.0001853. 31.000,000 1853. 8.000,0001854. 25.000,000 1854. 8.120,0001855. 27.000,000 1855. 8.120,0001856. 29.000,000 1856. 8.130,0001857. 26.500,000 1857. 8.130,0001858. 24.900,000 1858. 8.130,0001859. 24.900,000 1859. 8.150,0001860. 23.800,000 1860. 8.160,0001861. 12.650,000 1861. 8.540,0001862. 20.412,950 1862. 9.040,0001863. 20.733,580 1863. 9-840,0001864. 17.887,220 1864. 10.340,0001865. 13.886,280 1865. 10.390,0001866. 24.035,850 1866. 10.145,0001867. 15.980,160 1867. 10.845,0001868. 19.141,900 1868. 10.045,0001869. 13.333,370 1869. 9.500,0001870. 18.420,230 1870. 10.315,0001871. 22.874,340 1871. 12.210,0001872. 19.239,340 1872. 13.050,0001873. 31.300,000 1873. se ignora1874. 19.239,340 1874. se ignora1875. 22.363,680 1875. se ignora1876. 36.663,680 1876. se ignora1877. 15.215,050 1877. 16.208,0001878. 20.738,470 1878. 18.976,0001879. 13.110,240 1879. 19.234,0001880. 9.346,100 1880. 10.234,0001881. 9.962,790 1881. 20.433,0001882. 14.375,750 1882. 21.190,0001883. 7.733,800 1883. 22.843,0001884. 10.720,860 1884. 23.000,0001885. 13.373,940 1885. 17.500,000

£668.945,280

•"- - y- ' -." ¦fp:-y

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 119

SaladeirosA matança de gado para o preparo da

carne secca regulou nos ultimo quatriennopelo modo seguinte :

1887 1886 1885 1884Buenos-Ayres. 43,900 173,000 276,100 85 000Los Itios 427,600 563,000 (,09,108 530,000Montevidéu... 146,300 263,800 239,000 285,000Bio ti. do Sul. 316,000 285,000 2.0,000 215,000

BibliograpliiaRecebemos e agradecemos :Revista ãe Engenharia, ns. 184 e 185.Monitor Sul-Mineiro, ns. 903, 904, 905

e 906 de Maio.Industria Harinera, n. 1G2.Sumario,—Las harinas mejicanas ylas

narinas extranjeras.—El calentaraiento delas harinas. Explicaciones á propósito de Iaexplosión dei silo-elevardor «Nuevo molinodei Weser», em Hameln. —Opusculo deMolineria moderna. Barrote de las muelas yIa cazoleta. — Noticias sueltas. Lámparaelécrica. Sasores com luz eléctrica. Nuevoscâmbios de periódicos. —Revistas Agricolay Comercial.— Sección de Anúncios.

The Rio News, ns. 13, 14,e 15 de Maio.Boletim ão Departamento Nacional ãe

Buenos-Ayres, n. 6.Boletim ãa Alfândega do Rio de Janeiro

ns. 9 e 10 de Maio.Revista dos Constructores n. 2.Association Rural ns. 8 e 9 de Maio.Anales dei Instituto Agronômico Vete-

rinario ns. 42 e 43 e Maio.0 Município. São Paulo ns. 8 e 9 de

Maio.

MERCADO DE CAFÉEntrarão durante o mez: Saccaa

Pela estrada de ferro D. Pedro II 78,545Por cabotagem 26,136Do interior 12,346

Total 117,027Vendêrão-se durante o mez Saccas

Para os Estados-Unidos 106,227a Europa 13,290o Cabo da Bôa E-perança 5,800diversos portoB 24,960

Total 150,277Despacharão-se 177,436Emba.rca.3o durante o mez Saccas.

Para os Estados-Unidos 106,120o Canal c Norte da Europa 8,244

» o Mediterrâneo 5,120¦ diversos portos 48,786

Total 168,270

VALORESCafé lavado máximo 6*400

superiorrbôa

» 1° regular1* ordinária

. 2o bôa=. 2o ordinária 5*040

por peso de 10 kilogrummas

Nominal.6*3806*0605*650

MERCADO DE CARNE SECCAExistência no dia 31 de Maio:

Do Rio-Grande do Sul 250,000 kilos.Do Rio da Prata 4,235,000 »

Total 4,485,000 »O preço máximo da carne do Rio-Grande attingio

a 280 rs. por kilo. A do Rio da Prata subio a 370 rs.por kilo.

GÊNEROS TRAZIDOS AO MERCADO PELA ESTRADADE FERRO D. PEDRO II

Kcndas Fiscaes c Revista dos Mercados

ALFÂNDEGAImportação 3.162:737*422Exportação 286:723*936Despacho maritimo 15:180*190Extraordinária 2:940*730

3.467:582*278Depósitos 22:800*745

3.490:38300235 7o 168:642*523

Total 3.659:025*546

Reeebedoria 473:157*526Mesa Provincial 112:610*619

Aguardente.Algodão ....ArrozAssucarCafé.

198 pipas.12,942 kilos.

1,310144,820

.712,731Carvão vegetal 1.060,115Couros salgados c seccos.Farinha de mandiocaFeijãoFumoMadeirasMilhoPolvilhoQueijosTapiocaToucinhoDiversos

388,7273,480

21,261425,22348,712

205,89115,968

141,2745,920

248,494955,805

GÊNEROS VINDOS AO MERCADO PELA ESTRADADE FERRO LEOP0LDINA

Aguardente 15,920 litros.Arroz 1,060 kilos.Assucar 22,820 »Café 820,915 »Farinha de mandioca 237,807 >

120 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL^

FeijãoFubáMadeirasMilhoTelhas e tijol«-Toucinho.....Diversos

71,829 kilos.16,124 »86,518 .

514,112 »87,514 »

626 •107,148 »

Madeiras.

GÊNEROS LEVADOS AO MERCADO PORCABOTAGEM

Abóboras...Aguardente.

Algodão em fio> em rama.. •

AlhosAlpiste ... • •AmendoimArreiosArrozA ssucarAzeite de amendoim

» de n oco!ó. ..Baga de muuonn —BambusBanhaBatataBBetasBiscoutosC ibellosCacau

OjurubebaCamarõesCambaráCangicaCarne salgadaCascasCavallosCebolas 123,140 resteas

, 59 sacos.Cera....'.'."..CharutosChifresCoeos

6,232 unidades.1,339 pipas.

20 barris.• 42 caixas.

84 volumes318,501 kilos.

12 volumes.44 kilos.

454 sacos.10 volumes.

1,742 sacos.20,672 »

63 volumes.2157 sacos.

1 volume.165,588 kilos.

318 volumes.1,504 peças.

3 volumes.5

125 kilos.10 sacos.21 volumes.3973

189 sacos.767 kilos.

53 volumrs.2 unidades.

Manteiga. ...MateMel

> de fumo.MilhoOvosPainaPalhaPalmitoPeixePellesPiassaba.. ..PimentaPinhõesPlantasPlumasPolvilhoRepolhosSabàoSabonetes.. ..SalSanga SalsaSeboTapiocaTecidosTomatesToucinho....VelasVinhoDiversos....

2,618 ds. taboas18 ds. dorin.

3.842 peças.4,500 unidades.

800 dúzias.6,807 kilos.1,332 volumes.

2 pipas.4 volumes.

20,999 sacos.104 volumes.

ColhiConservaCouros preparados...

• seceosCrinaDocesErvilhasFarinha de mandioca.FavasFazendasFeijãoFlechasFrutasFumo

» em folhaGarrasGergelimGomma.GraxaGuaranáJahorandiJacarandá ¦ •.JurubebaLenhaLinguasLingüiçaMacella,..,,

3,270 kilos.523,775 unidades.

1935,238

210 sacos.3 volumes.

10 >27

135 unidades.2 volumes.

135 sacos.

13,1631,050

• 1,695 volumes.8,537 sacos.

15,000 unidades.5 volumes.

30,530 kilos.28,450 •

48 volumes.150 kilos.

19 volumes.30,849 kilos.

15 volumes.150 kilos.136 couç.

4 volumes.154,600 achas.

285 volumes3564

3310

134' 20750

24

5517366

9,8249029

1.974,76373

3947,858

4644

32117,817

2218

60

dúzias,volumes.unidades,rolos.volumes.

unidades,volumes.

»litros.voluii.es.

Ikilos.sacos,volumes.

*kilos.volumes,barris,volumes.

MERCADO MONETÁRIOMetaes

Soberanos.

FUNDOS PÚBLICOSApólices de 5 °/o ;••Empréstimo Nacional de 1868.

1879.

976^0001:190W01:110,3000

LETRAS HYPOTHECARIASBanco de Credito Real do Brazil 4 °/0. 75#í_00

, de S.Paulo.... 88^)00, Predial <**«»

ACÇÕESBanco do Brazil

. Commercialde S. Paulo...

« Commercio4* serie

Credito Real do Brazil...» de S. Paul««.

» IndustrialInternacional. com 20%..Rural

» Mercantil de Santosi Popular

de Lavoura de S. Paulo..

CÂMBIOSSobre Londres....

j Paris• Hamburgo.> Itália

Portugal.

232 «5000240£000705000

224$00064|00075|00O68#00Q

170ÜOOO2454000630000

290^000212í3( OO

18100040I0OO

24i/4393 franco.480 marco.395 lira.223 •/„

Nova-York _..____ 21020 dollar.~Typograpliia~Laemmert & C.— inválidos, "71.

SOaiEID-A-IDIE

AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONALSl.lt

N. 6.-JUNHO DE 1888PARTE OFFICIAL

Sessão do Conselho Administrativo em1 de Junho de 1SSS

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho:conselheiro Dr. Nicolau J. Moreira, Drs.Nascentes Pinto, Pessoa de Barros, RochaBarros, Portugal, Jacy Monteiro e Xavierda Veiga, commendadores Botelho, Satta-mini, Hermida Pazos, Teixeira de Azevedoe Henrique Nascentes, capitão Camillo deLellis, Pinto Serqueira, Valentim e MottaTeixeira, o Sr. presidente declarou abertaa sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente, effe-ctuada em 15 de Maio de 1888.

EXPEDIENTE

Communicárão não poder comparecer ásessão por justo impedimento os Srs.: Dr.Souza Lima e André de Oliveira. Ficou oconselho inteirado.

Fôrão recebidas com agrado e envia-das á Bibliotheea as seguintes publicações:

Boletin de Ia Sociedad de Fomento Fa-Imln. 3, Março de 1888.

Gazeta da Bahia de 11 a 25 de Abrilde 1888.

Revista do Instituto Polytechnico Bra-zileiro. Tomo XVIII;

Revista da Sociedade de Geographia doRio de Janeiro. Tomo III. 4° Boletim eTomo IV. Io Boletim;

TÀberdade Espiritual e o Exercido daMedicina;

Noticia sobre o Estado da Agriculturae da Zootechnia no Brazil por Arthur Getuliodas Neves.

16

Lerão-se duas propostas para sócioseffectivos.

O Sr. presidente communicou ao con-selho, que a commissão nomeada na sessãoanterior para representar a sociedade noprestito civico por oceasião dos festejos aoDecreto que abolio a escravidão no Brazil,tinha cumprido o seu dever.

O Sr. Dr. Évaristo Xavier da Veiga,agradecendo a sua eleição para membro doconselho e designação para presidente daSecção de Industria Fabril, apresentou asrazões que o tinhão impedido de comparecerás sessões, o que faria d'ora em diante.

Ficou o conselho inteirado.O Sr. commendador Teixeira de Aze-

vedo motivou e apresentou a seguinte pro-posta :

* Proponho que a Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, tomando emconsideração o artigo editorial do jornal—O Paiz—de 31 do mez próximo findo, sob arubrica « Conferência Aduaneira »; inter-ponha seu valimento junto ao governo impe-rial afim de que este influa no espirito dosdelegados que compõem a commissão quetem de mandar publicar em diversas línguastodas as tarifas das nações que se fizerãorepresentar na Conferência Aduaneira réa-Usada na Bélgica, não se realise a exclusãoda lingua portugueza como parece estarassentado pela referida commissão. »

O Sr. Pinto Serqueira lembrou a con-veniencia de pedir-se á Secção de Estatis-tica Industrial urgência para o parecer, quetem de dar, sobre a proposta do Sr. Com-mendador Teixeira de Azeredo, para a or-ganização da estatística industrial de todoo Império. Assim resolveu o conselho.

O Sr. presidente deu conta do que seha feito até agora para que o Brazil sejarepresentado na Exposição Universal de

s. A.

I2â O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

1889 em Paris, e leu a representação feitapara esse fim ao corpo legislativo; devendodar conta ainda á sociedade do que occor-resse posteriormente.

Ficou o conselho inteirado.

ORDEM DO DIAPor se ter vencido a urgência pedida

para este fim, fôrão postas em discussão eunanimemente approvadas as seguintes pro-postas, que acima já fôrão mencionadas ebem assim a do Sr. commendador Teixeirade Azevedo. « Proponho para sócio effectivodesta sociedade o Sr. José Francisco NicolauJúnior, negocionte, com fabrica de calçadoestabelecida á rua da Alfândega n. 139.

Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional em 9 de Maiode 1888.—M. C. Menezes de Macedo. »

« Proponho para sócio effectivo da So-ciedade Auxiliadora da Industria Nacionalo Sr. Dr. Amaro Ferreira da Neves Armond,medico, sub-director da 2a secção do MuseuNacional.

Sala das sessões da Sociedade em 15de Maio de 1888.—José Botelho de AraújoCarvalho.

Por nada mais haver a tratar, o Sr.presidente encerrou a sessão.

Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional em 1 de Junhode 1888. — Dr. Nicolau Joaquim Moreira,presidente. — Carlos Rezende, servindo desecretario geral .—Henrique Eduardo Nas-cente Pinto, servindo de secretario adjunto.

Sessão do Conselho administrativo em15 de Maio de 1888

PRESIDÊNCIA. DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho:conselheiro Dr. Nicolau T. Moreira, Drs.Nascentes Pinto, Carlos de Rezende, Por-tugal e Silva Telles, commendadores Bo-telho, Hermida Pazos, Teixeira de Azevedo,Nascentes Pinto e André de Oliveira, capi-tães Camillo de Lellis e Motta Teixeira,Pinto Serqueira, Bernardino de Barcellos eJ. da Motta Teixeira, o Sr. presidente de-clarou aberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente, effe-ctuada em 1 de Junho de 1888.

EXPEDIENTE

Fôrão recebidas com agrado e enviadasas seguintes publicações:

Revista do Observatório. Anno IIL Maiode 1888.

Gazeta da Bahia de 22 de Maio a 7 deJunho.

II Brazile. Revista Mensal e Agrícola,Commercial, Industrial e Financeira. AnnoII. 15 do mesmo mez.

O Sr. commendador Bethencourt daSilva communicou não poder comparecer ásessão por se achar doente.—Ficou o con-selho inteirado, fazendo votos pelo seu res-tabelecimento.

Lerão-se os dous officios seguintes:Da presidência da provineia das Ala-

gôas, de 28 de Maio ultimo, remettendo umexemplar da exposição dos negócios da pro-vincia, com que o Dr. Antônio Caio da SilvaPrado passou a administração da mesmaprovíncia em 16 de Abril ao Dr. ManoelGomes Ribeiro, actual presidente.—Rece-bido com agrado e enviado á bibliotheca. Dodirector dos cursos da Sociedade, de 14 deJunho do corrente anno, remettendo osmappas de freqüência dos alumnos das es-colas a seu cargo durante o 1° trimestre docorrente anno lectivo. — A' Redacção doAuxiliador.

O Sr. presidente deu conta ao conselhodos trabalhos da commissão Central Brazi-leira para a Exposição Universal de Paris,em 1889 ; tendo-se esta oecupado nas suasultimas reuniões da formação das commis-soes de propaganda e de catalogo, e dascommissões consultivas para os diversosgrupos e classes dos produetos que se desti-naremá exposição; tendo sido sempre lem-brados para estas commissões, de prefe-rencia, os sócios desta Sociedade e da deExpositores visto acharem-se nas condiçõesrequeridas ; bavendo por sua parte o go-verno imperial expedido as providencias re-clamadas pela Commissão Central, depen-(lendo o resto a fazer-se do credito pedidoao Parlamento.

O Sr. Dr. Silva Telles chamou a atten-ção do conselho para a industria da «Ramie»,tentada pelo Sr. Bellissime, que se achadesanimado por falta de recursos; e pare-cendo-lhe estar isso de accordo com os finsa que se propõe a Sociedade Auxiliadora,propoz que fosse a Secção de IndustriaFabril incumbida de entender-se com o Sr.Bellissime a tal respeito, afim de informarcom o seu parecer sobre o modo pelo qual aSociedade poderia ir em auxilio desse indus-trial.

Assim tendo resolvido o conselho, de-clarou o Sr. presidente que officiaria nestesentido ao presidente da Secção de IndustriaFabril, e encerrou a sessão.

\m

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 123

Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional em 15 de Junhode 1888.—Dr. Nicolau Joaquim Moreira,presidente.—Agostinho José de Souza Lima,secretario geral.— Carlos de Rezende, ser-vindo de adjunto.

Escola Nocturna de AdultosDirectoria dos Cursos da Sociedade Auxilia-

dora da Industria Nacional, em 14 de Junhode 1888.

Illm. e Exm. Sr.—Passo ás mãos deV. Ex. osmappas de freqüência dos alumnos

das Escolas Nocturna de Adultos e Indus-trial, durante o primeiro trimestre do cor-rente anno lectivo.

Deus Guarde á V. Ex.

Illm. e Exm. Sr. conselheiro Dr. Ni-colau Joaquim Moreira, mui digno presi-dente da Sociedade Auxiliadora da IndustriaNacional.

O Director,

Francisco Antônio Pessoa de Barros.

MAPPA DEMONSTRATIVO DA FREQÜÊNCIA DIÁRIA DOS ALUMNOS DAS DIFFERENTES CLASSES DOCURSO NOCTURNO DA SOCIEDADE AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONAL, DURANTE O

PRIMEIRO TRIMESTRE DO CORRENTE ANNO

MARÇO

Dias 12 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

l.a. Classe. 51 51 51 .. 50 50 51 53 50 4!» .. 48 48 .. 47 49 50 .. 50 49 49 45 45 45

2.« Classe. 7 7 7 .. 7 8 8 8 8 6 .. 6 7 .. 7 6 6 .. 7 6 7 8 7

3." Classe. 333.. 454323.. 32.. 433.. 432333

Desenho.... 8.. 8.... 8.. 8.. 7.... 7.... 8..

ABRIL

1." Classe. .. 50 45 47 47 40 47 .. 47 47 35 35 38 42 .. 42 35 35 16 48 40 .. 42 37 37 36 38 34 .. 35 ..

2.- Classe. .. 8 8 8 9 9 9.. 9 8 8 8 9 10 .. 10 10 9 10 10 10 .. 10 10 10 9 10 10 .. 9 ..

3.' Classe. .. 444344.. 334335..

Desenho 7 .. 8 .. 7 .. .. 7 .. 6 .. 6 ..

43543.. 545585.. 5

8 .. 8 .. 7 .. .. 7 . 8 .. 8 .....

MAIO

1.. Classe. 32 30 30 30 25 .. 32 32 32 .. 32 30 .. 32 32 30 30 30 30 ..

2." Classe. 8 9 9 8 10 .. 10 10 10 .. 10 12 .. 11 11 10 9 8 10 ••

3.» Classe. 5 5 6 6 5 .. 5 3 4 .. 5 5 .. 5 4 6 3 3 ..

Desenho... o .. 7 .. 5 .. .. 3 .. .. 3 .. 8 ..

Curso Nocturno da Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional, em 1 de Junhode 1888.

José Pinto da Silva Leal, porteiro.

124 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Exposição Universal de Paris1889

Histórico(Continuação)

Paraná.— O presidente da provinciaorganisou uma commissão composta dosabaixo mencionados, no intuito de promove-rem a representação desta provincia na ex-posição industrial que ae effectuará em Parisno anno de 1889.

Eis como ficou constituída a commissãocentral: Dr. Generoso M. dos Santos, com-mendador Ildefonso Pereira Corrêa, Dr.JoséPereira dos Santos Andrade, Antônio deBarros, Dr. Ismael Rocha, commendadorFrancisco F. Fontana e Drs. João Laza-rini,Jorge Desmarus e Justiniano de Mello.

Pelo Sr. conselheiro Manoel Portella,presidente da Bahia, foi deliberado fazer re-presentar a provincia na Exposição Uni-versai de Paris, tendo sido para este fimdesignada uma commissão incumbida de di-rigir os trabalhos referentes a objeeto detanta monta.

A referida commissão ficou assim com-posta: Dr. .Toãodos Reis de Souza Dantas,presidente; commendador Augusto Silvestrede Faria, Dr. Augusto Alvares Guimarães,Barão de S. Thiago, conselheiro José Luizde Almeida Couto,Miguel Rodrigues Moraes,commendador Manoel Francisco de AlmeidaBrandão, Dr. Manoel Víctorino Pereira,Dr. Eduardo Pires Ramos, Dr. Virgílio Cli-maço Damasio, Dr. Joaquim Ignacio Tosta,conselheiro Antônio Carneiro da Rocha, Dr.,Jacome Martins Baggi, Visconde de Oliveira,Dr. Francisco Muniz Barreto de Aragão,Dr.Leopoldo Baptista Madureira,Dr. Manoelde Assis Souza, commendador José Pinto deSouza Moreira, Franz Wagner, FranciscoAlves de Souza, Sidney Fischer, Luiz Ro-drigues Dutra, Luiz Tarquinio, Horacio Au-gusto Lopes, Pedro de Alcântara, ManoelJosé do Conde e João Francisco Lopes Ro-drigues.

A commissão central brazileira para aExposição Universal de 1889 em Pariz, reu-nida sob a presidência do Visconde de Ca-valcante, foi hontem informada pelo conse-lheiro Dr. Nicoláo Moreira, vice-presidente,que, com o Visconde de Beaurepaire Rohan,commendador José Hermida Pazos, tinha sedirigido ao Paço Imperial, onde S. A. Im-perial Regente se dignara receber a commis-são que ia pedir a sua protecção, afim de le-var-se a effeito a representação do Brazil naExposição Universal de Paris, em 1889 ; e

que S. A. Imperial respondera com palavrasde animação, fazendo votos que tão patrióticocommettimento fosse coroado do mais felizresultado.

O Visconde de Cavalcante fez as se-guintes commuiiicações:

Que os Srs. ministros da guerra e damarinha, respondendo aos officios que lhestinhão sido dirigidos, declararão ter auto-risado ás repartições que lhes são subor-dinadas a concorrer á exposição.

Que o Dr. João de Saldanha da Gama,director da Bibliotheca Nacional, responderaigualmente promettendo o seu auxilio e queenviaria opportunamente uma collecção dosAnnaes da Bibliotheca.

Que o conselheiro Manoel do Nasci-mento Machado Portella, presidente da pro-vincia da Bahia, participara ter transmittidoá commissão, que alli promove a represen-tação da provincia na expo.sição, cópia doofiicio que recebera, prompto a expedir asnecessárias providencias logo que a ditacommissão as solicitar.

Que o commendador João AntônioMendes Totta, presidente e gerente da Com-panliia Nacional, de Navegação a vapor, aofferecêra-se para mandar transportar, gra-tnitamente, nos vapores da companhia, dequalquer dos portos por estes servidos, osartigos que tiverem de figurar na exposição.

O!'ficiou-se agradecendo tão valioso offe-recimento e acertadas providencias.

Communicou ainda o visconde de Ca-valcante:

Que o Dr. Francisco Sá, deputado áassembléa provincial de Minas-Geraes, apre-sentara a essa assembléa um projecto delei, o qual já tinha passado em 2a discussão,consignando 40:000$ para auxilio a todas aspessoas que quizerem concorrei* á exposição.

Que o Dr. H. Gorceix,director da Escolade Minas de Ouro-Preto, dispnnha-se a pre-parar uma interessante collecção de mineraesmatérias textís, medicamentosas e outrasempregadas natinturaria e varias industrias,plantas oleoginosas, etc, necessitando deum auxilio para o respectivo transporte.

Que o Sr. Bellisime dispunha-se a pre-parar uma exposição completa da—Ramie,desde a sua plantação, extracção da fibraaté a sua appiicação, para o que precisavatambém de auxilio.

Que o Sr. F. J. Le Page, chimico epharmacentico em Barbacena, propunha-sea preparar para a exposição uma importantecollecção de tinturas, extractos e outrosproductos de sua especialidade, pedindoigualmente transporte para os mesmos.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 125

Respondeu-se que opportunamente sesohcitanão do governo imperial os meios ne-cessanos.

Sob a presidência do Sr. visconde deCavalcante reunio-se a 19 do corrente acommissão central brazileira para a exposiçãoUniversal de Paris, e entre outras provi-dencias tomadas, continuou no trabalho deorganização de commissões consultivas paraos diversos grupos e classes dos produetosque se destinarem á exposição.

Resolveu-se crear uma commissão indus-trial de propaganda, a qual ficou compostados seguintes senhores, aos quaes se officiaráem tempo opportuno :

Drs. José Augusto Nascentes Pinto,Miguel Calmon Menezes de Macedo, JoséAlbano Cordeiro Júnior, capitão Luiz Ribeirode Souza Rezende, Dr. Antônio FernandesPereira Portugal, Henrique Eduardo Nas-centes Pinto, Alfredo Michel, José FranciscoNicoláo Júnior, Manoel Gomes MonteiroChaves, Manoel Francisco Dias da SilvaJúnior, José de Bittencourt, commendadorFrancisco Antônio Maria Esberard, IgnacioTavares de Souza, Manoel Antônio de Mello,Custodio da Costa Ferreira, Manoel JoaquimMoreira e Emilio de Saint Dénis.

A' casa da moeda, á Imprensa Nacio-nal e á alfândega do Rio de Janeiro recom-mendou o ministério da fazenda que concor-rão, na proporção do seu trabalho e forças,para a Exposição Universal de Pariz, ficandointeiradas as sobreditas repartições de queem Novembro próximo haverá nesta corteuma Exposição Nacional, afim de que de en-tre os objectos expostos sejão escolhidos osque merecerem ser exhibidos naquella festauniversal do trabalho e do progresso.

Foi expedida esta recommendação a pe-dido da Commissão Central Brazileira, quetomou a si a realisação daquelle patrióticocommettimento.

Sob a presidência do Visconde de Ca-valcante, reunio-se a 26 do corrente a Com-missão Central Brazileira para a ExposiçãoUniversal em 1889 em Pariz.

S. Ex. apresentou um officio da presi-dencia de Santa Catliarina, declarando que,para melhor corresponder aos intuitos mani-festados pela commissão no officio a que res-ponde, resolvera promover na provinciauma exposição, que será aberta a 30 deSetembro próximo futuro, e encerrada a 15de Outubro, afim de se escolherem os obje-ctos que devem ser enviados á ExposiçãoPreparatória desta corte.

O commendador Oliveira Castro parti-cipou ter-se dirigido, na qualidade de presi-dente da Associação Commercial do Rio deJaneiro, aos presidentes das AssociaçõesCommerciaes das provincias, solicitando oseu concurso á Exposição Preparatória dacorte, de conformidade com o que se resol-veu na reunião anterior.

Continuando a Commissão Central emseus trabalhos ficarão por emquanto organi-sados a commissão de catalogo e tres gruposdas cammissões consultivas, do seguintemodo :

Commissão de catalogo—Srs. Dr. Do-mingos Jacy Monteiro, José Pinto Serquei-ra, Drs. Augusto Alvaresde Azevedo, CarlosMaria da Motta, Ribeiro de Resende e Leo-poldo da Rocha Barros.

Io grupo.—Obras de artei Ia classe,pintura a óleo; 2a classe, pintura diversas edesenhos; 3a classe, esculpturas e gravurasde medalhas; 4a classe, desenhos e modelosde architectura e 5a classe, gravuras e litho-graphias ; Srs. commendador João Maximi-ano Mafra e Francisco Joaquim Bethencourtda Silva, Pinto Corneiro e Paulo Robin.

2o grupo.—Ensinoeeducação: 6a cias-se.—Educação da infância, ensino primário,ensino de adultos; 7a classe, organisação ematerial do ensino secundário ; 8a classe,organisação, methodos e material do ensinosuperior; 9a classe, impressão e livraria; 10"classe, papelaria, encadernação, materialdas artes de pintura e desenho ; 11a classe,Applicaçao usual das artes de desenho e daplástica; 12a classe, provas e apparelhos dephotographias ; 13a classe, instrumentos demusica ; 14a classe , medicina e cirurgia,medicina veterinária e comparada; 15a cias-se,instrumentos de precisão; 16a classe, car-tas e apparelhos de geographia, cosmographiaetopographia Srs.Di-s. J. J. Menezes Vieira,Francisco Antônio Pessoa de Barros e con-selheiro João Capistrano Bandeira de Mello,Henrique Lombaerts, Arthur Sauer, ConradoJacob Niemeyer, commendador .1. F. Gui-raarães, João dos Santos Couceiro, Drs. JoséPereira Guimarães e João Baptista de La-cerda, conselheiro Dr. Epiphanio Cândidodos Santos Pitanga, D. Francisco de AssisMascareuhas e commendador José HermidaPazos.

3.° grupo.—Mobílias e accessorios:17a classe, moveis baratos e de luxo ; 18aclasse: tapeçaria e decoração; 19a classe,crystaes e obras de vidro; 20a classe, ce-ramica; 21a classe, póde-se incluir na 18*;

126 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

22» classe, papeis pintados; 23" classe,cutelaria; 24a classe, ourivesaria decora-tiva; 25a classe, bronzes artísticos, etc. ;26a classe, relujoaria; 27a classe, appa-relhos e processos de aquecimento ; 28 classe,perfumarias; 29a classe, marroquins, cestos,escovas e marchetaria; Srs. Bernardo Pe-reira de Carvalho, João Martins, JoaquimVieitas Jacomo, Alipio Dias Machado, JoãoMarques Saldanha, Augusto Lecouflé, Ber-nardo Ribeiro da Cunha e Antônio Carneiroda Rocha.

Em 30 do corrente a commissão centralbrazileira para a Exposição Universal de1889, em reunião presidida pelo Sr. vis-conde de Cavalcante, encarregou a com-missão executiva de escolher o local para aexposição preparatória e nomeou as seguintescommissões .parciaes: para o 4" grupo, osSrs. commendador José Maria Teixeira deAzevedo, José Rodrigues Sucena, Noel De-cap, Manoel Joaquim Valentim, M. da MottaTeixeira e J osé Alves Guimarães Cotia; epara o 5° grupo, os Srs. Drs. Luiz RaphaelVieira Souto, Dr. W. Alves Leite O. Bello,S. Sampaio Leite, Augusto César Diogo,Dr. Theodoro Peckolt, Rodrigo V. da RochaVianna e João Domingos Vieira.

Reunião dos Expositores da IndustriaBrazileira

Sob a presidência do Sr. commendadorJosé Hermida Pazos, effectuou esta Socie-dade sua sessão em 28 de Junho, perantegrande numero de sócios e de visitantes, namaior parte industriaes. Foi dispensada aleitura da acta anterior. O expediente con-stou do officio do Sr. Miguel CalmonMe-nezes de Macedo, passando temporariamentea presidência ao Sr. Io vice-presidente,visto retirar-se do Rio de Janeiro.

Fôrão acceitos diversos ? ocios effectivos,sob propostas dos Srs. Albano Cordeira Ju-nior e Francisco Pinto Brandão.

O Sr. Io secretario occupou por longotempo a attenção do auditório, noticiandominuciosamente todo o trabalho da Com-missão Central da Exposição.

Disse que coube á Reunião dos Expo-sitores, principalmente a grande commissãode propaganda, que, além de quatro dis-tinctos cavalheiros sócios da Sociedade Au-xiliadora, faz parte della toda a directoriada Reunião e vários sócios, todos em nu-mero de quatorze ; figurando tambem nascommissões consultivas os 'demais membrosdesta sociedade; que o programma da ac-

alcançada, visto contar em todas as com-missões pelo menos um seu representante.

Foi approvada a escolha da directoria emembros desta Sociedade para a grandecommisão de propaganda, a qual trabalharátambem por parte desta Sociedade.

Seguio-se depois larga discussão, emque tomarão parte muitos sócios, sobre as-sumptos referentes á exposição.

A's directorias das estradas de ferro doEstado ordenou o ministério da agriculturaque facão transportar gratuitamente paraesta capital, os objectos que se destinarem ásupramencionada exposição.

Tambem á Inspectoria Geral das Terrase Colonisação, ao Imperial Instituto Flumi-nense de Agricultura e ao administrador dojardim da praça da Acclamação, recom-mendou o mesmo ministério que procuremconcorrer, na proporção das suas forças,para condigna representação do Brazil na-quelle certamen do trabalho universal.

Ao presidente da Commissão CentralBrasileira expedio o ministro do império, emdata de hontem o seguinte aviso :

lllm. e Exm. Sr.—Accuso o recebi-mento do officio de 2 do corrente mez, emque a commissão presidida por V. Ex., soli-cita que sejão outorisadas as repartiçõespublicas subordinadas ao ministério a meucargo para que concorrão á Exposição Uni-versai de Pariz de 1889.

Em resposta declaro a V. Ex. quenesta data dirijo-me aos presidentes de pro-vincia e ás repartições dependentes desteministério, bem como é lllm. câmara muni-cipal da corte, recommendando-lhes que,pelos meios a seu alcance, auxiliem a inicia-tiva da commissão, concorrendo na medidade suas forças, para que tenha bom êxitoessa patriótica tentativa.»

Aos presidentes de provincia, na mesmadata, a seguinte circular :

lllm. e Exm. Sr. — Pela iniciativa dedistinctos e prestantes cidadãos organisou-senesta corte uma Commissão Central Brazi-leira, cujo fim é conseguir por todos os meiosa seu alcance e esforços de particulares queo Brazil concorra à Exposição Universal dePariz em 1889.

Tendo a mencionada commissão soli-citado para aqnelle fim a intervenção desteministério em referencia ás repartições pu-blicas que lhe são subordinadas, cabe-merecommendar a V. Ex. que, secundandoas vistas do governo Imperial, o qual prestatual exposição é perfeitíssimo : que saudavãol todo apoio aos patrióticos intuitos da mesma

a Reunião dos Expositores e pela victoria J commissão, salvo dispendios, para que nao

- . • -'

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 127

se acha autorisado, empregue sua bôa vontadeem cooperar para esta obra digna de animação,nâo só estimulando a iniciativa particular,como convidando as autoridades locaes erepartições dependentes deste ministério, eespecialmente as câmaras municipaes afim deque concorrão na medida das respectivasforças e meios de acção.

Para a conveniente escolha dos artigosque devem figurar na exposição de Pariz,effectuar-se-ha nesta corte uma exposiçãopreparatória, cuja abertura está marcadapa a o dia 11 de Novembro próximo futuro

— No mesmo seutido á Illm. câmaramunicipal e ás diversas repartições depen-dentes do ministério do império.

PROJECTO n. 7 A— 1888

Auxilio aos expositores brazileiros que con-correrem á Exposição Universal de Pariz,em 1889.

A' commissão de orçamento foi presenteum projecto do deputado Sr. Affonso CelsoJúnior auctorisando o governo a despenderaté á quantia de 300:000$ para auxiliar osexpositores brazileiros que concorrerem áExposição Universal de Pariz, em 1889.

A' mesma commissão foi também re-mettida uma petição da Sociedade Auxi-liadora da Industria Nacional e outrasassociações representadas pelos seus pre-sidentes, reclamando da Câmara a appro-vação do dito projecto.

A commissão, considerando :1." Que a exposiçã,o que se tem de re-

alisar em Pariz no anno vindouro, além deser um grande certamen industrial, ao qualcomparecerão todas as nações civilisadas dovelho e novo mundo, é também uma gran-diosa commemoração dos principios queconstituem as bases das constituições dospovos livres ;

2." Considerando que, si o governo ira-perial não pôde oficialmente incurabir-se,por motivos de ordem econômica, da re-presentação do Brazil nessa grande exposiçãosão patentes as vantagens moraes e ma-teriaes que colherá o paiz, apresentando aomundo, mais uma vez, os seus variadosproductos naturaes e industriaes, sobretudoagora que tratamos, por todos os meios, dechamar para o nosso vasto e despovoadoterritório emigrantes europeus;

3.° Considerando que, tendo-se orga-nisado em Pariz uma commissão centralpara promover e auxiliar a exposição dosproductos brazileiros, composta de cava-lheiros merecedores, pela sua reconhecidacompetência e honorabiiidade, de toda a

' confiança e que se encarregão offi ciosa e gra-tuitamente de todo o trabalho, de maneiraque as despezas se limitarão apenas aosgastos de construcção dos edifícios e acces-sorios precisos para a decente exposição dosproductos e sua conservação, a despezas depublicidade e propaganda e ao pagamentode salário aos guardas indispensáveis para oserviço, despezas que em sua totalidadeestão orçadas em 250:000^000;

4.° Considerando que a arrecadação nopaiz e a remessa dos productos exigem tam-bem despezas que nem sempre poderão serfeitas pelos expositores nacionaes :

E' de parecer que o projecto entre emdiscussão assim redigido e seja finalmenteapprovado :

A Assembléa Geral resolve:Art. 1." E' o governo au.orizado a des-

pender até á quantia de 300:000$ para au-xiliar a commissão central brazileira para aexposição universal de Pariz, e os exposi-tores brazileiros que concorrerem a essa ex-posição.

Art. 2." O governo poderá realisar paratal fim as necessárias operações de credito.

Art. 3o Revogão-se as disposições emcontrario.

Sala das commissões, 11 de Junho de1888.—A. J. Henriques, presidente. - Mat-ta Machado, relator. — Carneiro da Cunha-

Duarte de Azevedo.— Rodrigues Alves.Mattoso Câmara. — Lourenço de Albu-

querque, Affonso Penna e Olympio Vallaãão,com voto em separado.

N. 7—1888Auxilio aos expositores brazileiros que con-

correrem á Exposição Universal deParis,em 1889.

A Assembléa Geral resolve :Artigo único. E' o governo autorizado

a despender até á quantia de 300:000$ paraauxiliar os expositores brazileiros que con-correrem á Exposição Universal de Pariz em1889; ficando revogadas as disposições emcontrario.

Sala das sessões, 21 de Maio de 1888.— Affonso Celso Júnior.

Voto em separadoPosto que não desconheçamos as vanta-

gens das exposições e a conveniência de sero Brazil representado na que tem de ceie-brar-se em Pariz no próximo anno de 1889,divergimos todavia do parecer da com*missão.

128 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Para justificar uma despeza não é bas-tante que a comporte o estado do thesouro;é indispensável ainda que ella seja necssariaou, pelo menos, reconhecidamente útil.

Ora, o Sr. ministro da agricnltura,perante a commissão, foi explicito quanto aoprimeiro ponto; mas, quanto ao segundo, li-mitou-se a declarar que a despeza de que setrata não era — inconveniente.

Os abaixos assignados não se julgãoautorizados a votar uma despeza que só serecommenda, na opinião do governo, pelamencionada circumstancia, mormente quandoé destinada á represenção do Brazil no ex-terior, de cuja responsabilidade o governo sequer eximir.

Por estes motivos assignão— vencidos— o parecer de seu illustres collegas.

Sala das commissões, 11 de Junho de1888. — Lourenço de Albuquerque. —AffonsoPenna.—Olympio Valladão.

EDITORIAL DO « JORNAL DO COMMERCIO »

O Brazil e a Exposição Universal de Pariz

Quando o governo nacional, agrade-cendo o convite que havia recebido, declarounão poder o Brazil, por falta de meios decre-tados pelo poder competente, fazer-se repre-sentar na Exposição Universal de Pariz,projectada para 1889, fizemos sentir que arazão invocada, posto que pudesse ser oppor-tunamente removida, era daquellas que im-põem silencio a todos quantos prezão oregimen representativo, no qual nenhumadespeza, salvo casos extraordinários, pôdeser effectuada por deliberação exclusiva dopoder executivo. Após este facto occorrêrãooutros que merecem ser levados em conta.Ao passo que dentro do Império motivouaquella resolução manifestações de desgosto,brazileiros residentes ou de passagem porPariz, ligados a estrangeiros illustres eamigos do nosso paiz, constituirão-se em as-sociação para incitar a iniciativa particulara promover condigna representação do Brazilna festa universal do trabalho.

S. M. o Impera íor, então em Cannes,compartindo patrioticamente do generosopensamento, assegurou como podia, resalvadoo respeito pelas formulas constitucionaes, oapoio moral do governo do Brazil árealisaçãoda idéa; e, organizado o ministério de 10 deMarço, o Sr. presidente do conselho deu-sepressa a dar á associação testemunho deadhesão.

Em duas provincias, S. Paulo e Bahia,a iniciativa achou acolhimente prompto, enenhuma razão ha para receiar que desigual

seja o sentimento de todas as outras cir-cumscripções do Império. Nesta Corte umadas nossas mais antigas e úteis associações,a Sociedade Auxiliadora ãa Industrial Na-cional, tomou a si a tarefa de fazer chegarao poder legislativo respeitosa representação,testemunhando-lhe o vivo interesse com quepor numerosos aspectos é para ser conside-rada a representação do Brazil no grandecertamen do trabalho humano.

E' em taes circumstacias que a câmarados deputados toma conhecimento do projecto,pelo qual é concedido ao governo um creditode 300:000??, destinado a auxiliar os expo-,sitores brazileiros que desejarem concorrer áexposição de Pariz.

Não se trata de representação com Ca-racter official, mas de coadjuvar a iniciativaparticular. Em oceasiões análogas a acçãodo governo tem sido directa e quasi exclusiva,e portanto, a despeza tem se elevado muitoacima do uantum proposto. Agora será in-directa ou ao muito parallela da obra da ini-ciativa, o que naturalmente desaggravará oônus do Estado.

Sempre valiosa, a consideração da des-peza publica é para ser attendida com grandeescrupulo"na*phase que vamos atravessar.A deslocação de* numerosos trabalhadoresagrícolas, comquanto possa ser attenuadanos seus effeitos pela utilisação de braçoslivres, nacionaes e estrangeiros, e dentro dealgum tempo, deva achar-se completamentesanada, terá de acarretar conseqüências quehão de repercutir na renda do actual e dopróximo exercício. Tão felizes não seremosque possamos affrontar sem nenhuma pertur-bação das fontes produetoros transformaçãotão profunda. Nestas condições nenhumaprecaução será em demasia para impedir oaugmento' das despezas publicas, já que aesperança de reduzi-las, tantas vezes mal-lograda, não mais seduz ninguém.

Exigências ha todavia a que impossívelé resistir. As nações do nosso continente nãonos levão nenhuma primazia pelo estado dasua fazenda. As suas responsabilidades sãograndes e os seus orçamentos não são paradesafiar-nos inveja pelos resultados definiti-vos da liquidação. Todas, no emtanto, achar-se-hão representadas na exposição de Pariz.Todas entenderão que, ainda mesmo comsacrifício, não devião desaproveitar oceasiâode ostentar as suas riquezas de toda a sortee de assignalar o gráo do seu desenvolvi-mento industrial no inventario da actividadedo mundo. A abstenção do Brazil, a monar-chia única da America, além de romper esteconcerto dos povos sul-americanos poderiaser interpetrada de modo não favorável à

'Ve.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 129

sympathia profunda que nos liga á Françae a nossa adhesão, tão bellamente represemtada pelas instituições do Brazil, aos resul-tados práticos do grande acontecimento quea Exposição Universal é destinada a com-memorar.

Mesmo na França espíritos notáveis,entre os quaes Beaulieu, impugnarão o pro-jecto da axposiçâo. Entre nós não faltaráquem lamente o que tenhamos de despendercom a nossa representação, mormente emquadra na qual todos os esforços devem con-vergir para refreiar a tendência do augmentodos gastos públicos. Respeitando este modode vêr, não desejamos compartir da respon-sabilidade da abstenção do Brazil ante ascircumstancias a que acabamos de alludir.

A representação do Brazil não será decerto faustosa,mas ser-nos-ha util.A exhibi-ção das nossas riquezas naturaes e dos nossosproduetos industriaes de todo o gênero nãoserá indifferente á apreciação exacta dascondições econômicas do Império, e estaaffirmação da nossa vitalidade valerá semduvida como obra efficaz de propaganda abem da expansão das nossas relações com-merciaes e do povoamento do nosso ter-ritorio.

Paiz que está reclamando immigraçãoem grande escala não deve manter-se inerte,quando todos os seus competidores buscãoattrahir para os seus elementos de prosperi-dade a attenção do mundo.

O relatório sobre a necessidade doBrazil comparecer á Exposição Universal dePariz foi enviado ao Sr. conselheiro JoãoAlfredo pela mesa do comitê, a qual com-municou á S. Ex. que « o terreno posto ádisposição do Brazil será como tal conside-rado até 20 de Maio próximo vindouro, dataalém da qual, por conveniências obvias daorganisação do serviço geral, o alludido es-paço será empregado para outro fim e emdifferente beneficio,»

A mesa do comitê pedio tambem aoseu illustre delegado no Brazil, o Sr. con-selheiro Diogo Velho, e ao Sr. Antonio deLacerda Franco, presidente da AssociaçãoCommercial de Santos, que procurem mos-trai* as vantagens que pôde auferir a provin-cia de S. Paulo, confiando ao mesmo comitêa organisação da sua secção, que ficariafazendo parte da secção geral do Brazil, em-boi a nella oecupasse logar preponderante,economisando assim a metade da verba de200:0003/1 que votou para a sua exposição.

Fez ainda mais o comitê: sem poupardespezas, mandou um telegramma ao Sr.conselheiro Diogo Velho, pedindo-lhe que

17

communicasse ao governo imperial a impor-tancia da verba requerida.

Quando lá chegai* esta carta, o governosó terá poucos dias para tomar uma decisãodefinitiva. A situação é clara. Temos apenasum anno para nos prepararmos a comparecerno Campo de Marte, se porventura fôr affir-mativa a resposta do Sr. conselheiro JoãoAlfredo.

S. M. o Imperador, que, nesta sualonga excursão pela Europa, tem podidoaquilatar quanto precisamos vêrvulgarisadasnoções exactas acerca do nosso progresso,manifestou-se solemnemente em favor docomparecimento do Brazil á exposição uni-versai de 1889. O alto commercio francez,que está em relações com o nosso paiz, quesabe que as permutas entre a França e oBrazil sobem annualmente a uns 180 mi-lhões de francos, tomou a dianteira, e nãotem poupado nem trabalho nem dinheiropara vêr o Brazil representado nesse pacificocertamen de todas as nações. A mór partedos brazileiros aqui residentes tomou a peitocoadjuvar os iniciadores da idéa.

O Sr. conselheiro Diogo Velho que,nestes tres annos de residência na Europa,tem tido ensejo de estudar mais de perto asnecessidades do Brazil na Europa, dignou-se advogar a causa do «comitê franco-bré-silien».

Agora, sem mais ambages, compete aogoverno imperial resolver a tal respeito.

Se, a 20 de Maio, uns 10 dias depoisda publicação desta carta, não houver umadecisão favorável, estará dado o espaçoque nos foi reservado nò Campo de Marte aquem delle melhor se aproveite. Se, pelocontrario, o governo imperial annuir aopedido do «comitê», será mister que todosse unão para que o Brazil aqui se apresentede modo a dar uma idéa condigna dos seusrecursos e do seu adiantamento.

{Correspondência do Jornal do Commercio).

« A 31 de Maio, reunio-se a mesa dacommissão franco-brazileira para deliberaracerca da construcção do palácio destinadoá secção brazileira no campo àe Marte. As-sentou em confiar a uma sub-commissão todosos pormenores relativos á construcção e re-digir um projeeto abrindo concurso para aedificação do palácio, que deve compôr-sede um aposento térreo e de dous andares,oecupando uma área de 400 metros qua-drados pelo menos, ficando reservado o es-paço restante para um jardim, no qual acommissão deseja que figurem variados espe-cimens da flora brazileira. O concurso fi-

s. A.

130 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

cará aberto até 5 de Julho, e as plantasapresentadas serão julgados por um jurycomposto dos Srs. Lourdelet, Pector, E.Prado, SanfAnna Nery, Amédié Prince ePra, membros da mesa, e barões de Saboia,da Estrella e de Albuquerque, conselheiroRodolpho Dantas, engenheiro Teixeira, com-mendador Adolpho Klingelhoeffer e EduardoFerreira Cardoso, membros da snb-commis-são. Haverá 3 prêmios : um de 3, outro de2 e de 1,000 francos. A commissão ficaráproprietária dos objectos premiados e po-dera mandar executar o edifício por quemmelhores vantagens offerecer.

« Communicou-se á mesa uma carta doafamado botânico Linden, a quem um dosvice-presidentes se dirigio por intermédio doSr. Conde de Villeneuve. Linden se declaraprompto para emprehender a ornamentaçãodo jardim da secção brazileira, onde,se foremacceitas as suas propostas, apresentará osmais bellos especimens da flora tropical.»

Commissão central para a Exposição Uni-versai de Pariz em 1888

Presidente.- Visconde de Cavalcante.Vice-presidente. — Conselheiro Dr. Nicoláo

Joaquim Moreira.Secretario.—Dr. Agostinho José de Souza

Lima.Membros adjuntos :

Barão de S. Francisco.Commendador Tobias R. Figueira de Mello.Commendador José Mendes de Oliveira

Castro.Commendador A. Gfomes de Mattos.Èscripturario.—João da Motta Teixeira.Continuo.—João Gonçalves Pereira Garcia.

Commissão executiva dos trabalhos para aexposição preparatória

Commendador Alexandre Affonso da RochaSattamini.

Commendador Francisco J. Bethencourt daSilva,

Dr. Commendador Carlos de Carvalho.Commendador André A. de Oliveira.Dr. João Nery Ferreira.

Economia PoliticaA PHOPRIEOADE

Prelecção feita no Musêo Nacional em 1882.Numerosas têm sido as instituições

creadas desde os primitivos tempos com o

fim de beneficiar a humanidade, fazendo pro-gredir a civilisação ; quasi todas, porém,envelhecendo perderão-se por anachronicas,ou porque erão instáveis as bases, em quese firmavão.

Das instituições que escaparão através-sando os séculos a que aetualmente ostenta-sefirme por seu direito e inabalável pelo ele-mento democrático que a alimenta,dando-lhevigor e energia, é a propriedade.

A propriedade não é, como bem dizemos economistas, um systema e muito menosuma pretenção; ella é o direito natural appli-cado ás relações do homem com a matéria.

Ora o direito natural é um ponto lixona sociedade, e pois, quer as sociedadessejão democráticas,despoticas, aristocráticasetc, e no interesse de suas combinaçõespolíticas modifiquem esse direito, é da natu-reza do elemento democrático não exigir dodireito natural nenhum sacrifício, e, por-tanto, respeitar o principio da propriedade.

Foi sob a influencia do espirito demo-cratico que o domínio da pioptiedadc que,ao principio, fora todo político e de con-venção, estabeleceu-se em toda a sua pleni-tude.

A propriedade do homem sobre o homemfoi ferida de morte e a igualdade das terrasacompanhou a dos cidadãos, abrindo-setodas as portas até então trancadas á liber-dade do trabalho.

Em uma palavra : a lei natural substi-tuio á lei politica.

O principio de direito de piopriedadeestá incainado em nós; elle não é o resultadode uma convenção humana nem de uma leipositiva. Está na constituição do nosso serena relação com os objectos que nos cereão.

Alguém parece admirar-se de que ohomem possa tornar-se proprietário de umaporção do solo que não é sua obra, que devedurar annos mais do que elle,e,finalmente,quenão é submettida a leis que elle creára. Esteequivoco, porém, cessa desde o momento emque sereflexiona sobre o que a industria dohomem podia acerescentar á obra da natureza.

E' por nossa industria que conquistamoso solo em que existimos; é por ella quetornamos a terra mais habitavel e apro-priada ao nosso bem estar.

Pertence ao homem aperfeiçoar porassim dizer a obra da creação.

Debaixo deste ponto de vista a proprie-dade é um direito natural; o prêmio do tra-balho humano. O homem encontra a matériabruta, trata de poli-la, de confecciona-lasegundo as suas necessidades da vida, e pois

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 131

a fertilisa por seu trabalho. Ella pertence-lhe em nome da liberdade, em nome dotrabalho.

Não ha lei positiva que. marque a origemda propriedade individual. O império da lei,como causa de propriedade, é uma usur-pação.

O estado não é proprietário supremo,assim como querem certas escolas influen-ciadas pelas idéas orientaes. O direito indi-vidual é o único verdadeiro, legitimo eracional. O estado somente influencia politica-mente no direito de propriedade. Comosoberano tem o direito de imposto; comoadministrador faz leis para regular as trans-missões e em proveito dos interesses dosindivíduos.

Estas leis, porém, são unicamente leisde protecção e de garantia; o legislador nãointervém como senhor, actúa como arbitro eregulador da bôa ordem.

Dahi nasce uma conseqüência fatal e lo-gica —a propriedade privada é sagrada.

Considerando assim, a theoria é a home-nagem da liberdade do homem, é a eliminaçãode todo o elemento despotico; é a propriedadelivre dos vicios das constituições tyrannicas ;é, finalmente, a propriedade segundo o di-reito natural, e repousando sobre o principiodo respeito á sociedade e ao indivíduo.

Não se pôde fallar da propriedade,sem fallar na liberdade, porque, segundo odireito natural, a propriedade é a matériadominada pelo homem; e, pois, o direitode liberdade impõe o dever de respeitar ainviolabilidade desse domínio.

Por toda a parte em que os princípiosde liberdade náo se achão bem definidos,é impossível obter uma idéa clara do queseja a propriedade. Tanto a liberdade como apropriedade, vivendo em intima harmonia,seguem a mesma sorte.

O direito de propriedade, dorivando-seda liberdade de dominar a matéria, não po-deria exercer-se entre os homens a não sesoccorrerem também da igualdade. Se ali-herdade funda a propriedade, é a igualdadeque a torna sagrada e inviolável. Todos oshomens, sendo igualmente livres, devem re-conhecer reciprocamente a soberana inde-pendência do seu direito.

Um indivíduo que nâo gozasse desse di-reito não seria igual aos outros.

Da liberdade, portanto, sahe a proprie-dade ; da igualdade o dever ; do dever a in-violabilidade do direito.

A igualdade ainda offerece um outro re-sultado ; não só ella proteje a propriedade

adquirida, como ainda garante a todos in-distinctamente a actividade do direito dequem trabalha para adquirir.

Ella dá a todos a liberdade do trabalho,a liberdade de acquisição, o livre accesso ápropriedade.

Assim comprehendida a propriedade é amais democrática de todas as instituições,porque ella se basêa nos diversos elementosessenciaes da democracia, igualdade e li-berdade.

Tirai a liberdade, e a propriedade per-dera suas vantagens; o direito desapparecerá,porque só existe direito com liberdade deexerce-lo e fruir seus gozos.

Tirai a igualdade, a propriedade tornar-se-ha o apanágio de meia dúzia de famílias,o privilegio da aristocracia.

Somente quando a propriedade repousana harmonia entre a liberdade e a igualdade,é que ella se acha comprehendida nos princi-pios do direito natural.

Assim vemos nos governos absolutos apropriedade dependente, porque o homemnão é livre. Vemos nos estados aristocráticosa propriedade plena, inteira, soberana,apanágio de alguns indivíduos.

Vemos nos paizes, onde a liberdade e aigualdade imperão e vivem congraçadas, apropriedade expandida, recompensada e eco-nomica, vivendo da intelligencia e do traba-lho e de todas as virtudes laboriosas,physico-intellectuaes.

A concentração aristocrática da pro-priedade não pôde ser tão útil á sociedadecomo a sua divisão sensata e regular. Aterra,cahindo em poder do operário pela força dotrabalho que lhe endurecera as mãos e quelhe enrugara a fronte pelas lutas do espirito,enriquece o paiz, porque adquire mais umverdadeiro cidadão e vê desapparecer maisum proletário, e então a occiosidade não po-dera influir sobre obreiros que se tornarãoinfatigaveis e econômicos, não expoliando apropriedade alheia, porém procurando obte-lapor contratos livremente constituídos elargamente pagos.

Nos estados autocraticos aspira-se for-mar grandes propriedades perpetuando afortuna entre poucas famílias. Prefere-se afixidade do capital á sua diffusâo e devida-mente progressiva.

Nas sociedades democráticas dá-se ocontrario: promove-se o apparecimento domaior numero possivel de proprietários,tornando o capital movei para que em seugyro execute transformações rápidas e enri-queça o maior numero possivel de cidadãos.

Não havendo cousa alguma tão sujeitaã |devastação como o solo, não existe

132 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

nenhuma outra mais disposta a sustentar aordem social.

A sociedade terá portanto,maior numerode defensores quanto maior fôr o numerode proprietários ruraes.

« Deixai que os proprietários se multi-pliquem, a tranqíiillida ie permanecerá ina-balavel porque elles não desejão que o ter-reno trema ».

As leis da antiga aristocracia feudalnão estavão em relação com o principio deque. a agricultura é a profissão por excel-lencia do gênero humano e que a terra devepertencer a um maior numero possivel.

Na situação aristocrática da proprie-dade territorial não só este principio é des-conhecido porém ainda o solo pertenceaquelles que o não cultivão.

E' sabido que o proprietário dos gran-des domínios não pôde cultiva-los e queentrega-os a administradores, rendeiros ouescravos, e, portanto, jamais a terra poderáchegar ao gráo de valor que lhe daria a pre-sença efficaz de seu proprietário.

Quando o proprietário opulento habitaseus domínios, o mal se attenua, porque ellesnão podem ser indifferentes á cultura; o in-teresse e o prazer o levão a emprehendervigorosamente o trabalho, contribuindo parao bem estar de seus operários com dis-posições equitativas, por isso que desseselementos depende a prosperidade de suasfazendas ou herdades.

Se, ao contrario, o proprietário residefora de seu domínio, então não conhecendoas palpitantes necessidades que convém sa-tisfazer, nem os recursos de que deve dispore vendo somente uma fonte de renda nessaspropriedades, aliás por elle desconhecidas,despende o menos possivel, exigindo aomenos tempo a mais exagerada producção.No Oriente não havia e não ha proprie-dade, porque ahi o indivíduo é absorvido pelafamília, a familia pelo Estado e este peloprincipe. Ora, onde uma inflexível unidadeencadêa o movimento livre da personalidadehumana, não pôde haver proprietário alémdo principe, e se o indivíduo possue é ape-nas por concessão real,

Na Grécia também não se podia consti-tuir a verdadeira propriedade, porque se aliberdade politica era immensa, a civil eralimitada. Ahi se reconhecia a existência daescravidão, o estado penetrava no lar do-mestiço, regulava os actos da vida privada,disputava aos pais a educação dos filhos,marcava a alimentação necessária á mulhergrávida. As instituições gregas restringiãoo direito de propriedade do solo como sepôde vêr consultando as obras de Platão e

de Aristóteles, e é mesmo digno de attençãoo que se passava em Sparta em relação adesproporção nas propriedades, na yenali-dade dos Ephoros, na corrupção dos sena-dores e no funesto desregramento das mu-Iheres.

Se no Oriente a propriedade era theo-cratica,na Grécia politica e philosophica, emRoma foi por muito tempo aristocrática, poisque derivava-se das conquistas, sendo Numao que distribuio o solo, sob a garantia da re-ligião e das autoridades publicas, estabele-cendo as transmissões.

Alais tarde vierão as leis agrárias queagitarão a Republica, e que não tiverão emvista despojar os proprietários de suas terraspara da-la,s aos pobres.

O systema das leis agrárias tinha umfim benéfico. Havião immensos domínios per-tencendo privativamente ao Estado e for-mando o Ager publicas, inteiramente diffe-rente do Agerprivatus. .

Estes domínios estavão nas mãos dospatrícios que se adjudicavão a posse em-quanto o povo, que contribuíra com seu san-gue para conquista-los, era excluído da par-tilha. A classe plebéa pedia que o Ager-pu-blicus fosse distribuído pelos cidadãos paraformar propriedades privadas e dar nasci-mento a uma classe de medianos e pequenosproprietários capazes de contrabalançar ainfluencia das riquezas dos patrícios,

Foi este o plano de Licinio e dosGracchos, mas esta idéa justa, util e demo-cratica foi odiosamente calumniada, e Romateve de succumbir sob o peso da grande pro-priedade, da degradação das classes inferio-res e corrupção das elevadas.

Foi Plinio o Antigo que vendo a ma-neira pela qual a grande propriedade inva-dia a Itália, exclamou que os latifúndiosperderião a Itália.

Será conveniente que a propriedadeconcentre-se nas mãos de um pequeno nu-mero de pessoas, ou pelo contrario se devafavorecer a divisão da propriedade ?

Os economistas que se deixão levarpelas idéas aristocráticas, apoiando-se noexemplo da França antes da Revolução de 93,e no estado actual da Inglaterra, sustentão aprimasia da grande propriedade, declarandoque o fraccionamento da propriedade traza ruina da sociedade ; que a grande culturanão se pôde erigir senão nos grandes domi-nios, dando em resultado uma grande sommade productos. Accrescentão ainda que sendoo ponto objectivo da vida social o seu bemestar e o desenvolvimento da riqueza pu-blica é á grande propriedade que a lei deveproteger para beneficio commum.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 133

Entretanto estes economistas não pro-vão que a grande cultura seja necessáriaconseqüência da grande propriedade, de-monstrando os factos o contrario ; que a ri-queza excessiva de um pequeno numero deindivíduos eqüivale em producção á riquezalimitada e methodicamente adquirida de umgrande numero.

Aos sectários exclusivistas da grandepropriedade pertence explicar a razão pelaqual a Irlanda não tirou as proclamadas van-tagens dessas grandes propriedades.

Ahi se encontravão apenas algunsmedia-nos e pequenos proprietários nas cercaniasdas cidades, o resto do reino se achava divi-dido em domínios de 10.000 a lOO.OOOalmasmas o que era de lastimar é que quantomaiores erão os domínios mais vicios e desça-labros se encontravão.

Mas por que razão a"grande propriedadeirlandeza não produzia os bellos frnctos queofferece em outras localidades ?

A razão era por que os lands-lords seachavão fóra de seus domínios, ausentes desuas herdades, consumindo longe dellas osrendimentos que lhes forneciào.

Muitos vezes alugavão estes terrenos áespeculadores, e estes sublocavão-nos a suo-rendeiros conhecidos pelo nome de midlemens.

Imprevidentes e dissipadores, como sãotodos aquelles que despendem dinheiro semconhecerem o quanto custa ganha-lo,passavãovida larga,fruindo todos os prazeres das ca-pitaes e compromettendo por este modotanto o seu presente como o futuro de suasfamílias.

Comparada a grande propriedade com agrande cultura a Irlanda desmente o argu-mento dessa supposta effectiva união. Ahinão se contavão menos de 300,000 casaescom domínios inferiores a 2 hectares, 250,000de 2 a 6, 80,000 de 6 a 12, e 50,000 de12 hectares e em algumas dessas herdadesos rendeiros apenas tiravão para comer.

Se exceptuarmos Londres, as estradas,as minas, os rios e os domínios da coroa,vêr-se-ha que mais de 1/4 da Inglaterra per-tence a 710 indivíduos e que estes absor-vem ao mesmo tempo a T parte da rendatotal do solo.

Nas planuras de Weltz, de Lincoln, deDorset e de York encontrão-se exploraçõesruraes de centenares ou mesmo de milharesde hectares; em outros districtos, porém, sãotriviaes os de 19 e 12 hectares e em Chesterha muitos de quatro. Dos 200,000 rendeiros i nglezes metade trabalha a terra por suas propriasmãos e com as de suas famílias.

Logo a grande cultura não é privativada grande propriedade ingleza.

A respeito de riqueza, sem duvida,parecem fabulosos os haveres que os lordsinglezes auferem, mas dahi para o bem es-tar da população em geral ha um abysmo.O pauperismo na Inglaterra é hediondo econstitue,em phrase medica, o noli me tangereda sociedade ingleza.

Na Escossia a propriedade está menosdividida do que na Inglaterra e é mais se-vero o uso das substituições.

Dous terços da extensão do solo escos-sezpertencem á grande propriedade,cabendoo restante á media e á pequena lavoura.

Encontrão-se 50,000 rendeiros que pa-gão 80 libras annuaes de renda.

Os receios inspirados pela divisão dapropriedade, como já temos visto, são todosimaginários, além de que existem circum-stancias que se tornão verdadeiros obsta-eulos ao fraccionamento do solo.

Em primeiro logar a morte do chefe deuma familia traz pela lei moderna a divisãoda propriedade entre seus filhos, por outrolado o casamento reúne de novo aquillo que amorte dividio.

Em segundo logar, os pequenos capitãesfogem sempre de se lançarem na industriaagricola e pois não procurão a propriedadeterritorial, pelo contrario atirão-se ao gyrocommereial. Em terceiro logar, muitos indi-viduos que começarão por commerciantes oumanufactureiros acabão,depois de accumularcapitães, por fazerem-se lavradores.

Ainda ha uma outra força que actúasobre este facto e vera a ser que os peque-nos proprietários muitas vezes se deixão ab-sorver na média propriedade, espécie queninguém combate.

Na França, como se sabe, a Revoluçãode 89 matou a feudalidade acabando com osmorgadios; proclamou a igualdade e alienouos dominios da nação.

Dez annos maís tarde, 1800, a popu-lação franceza de 24 milhões chegou a £8.O numero dos proprietários territoriaes su-bio de 1 milhão a 4 milhões, comprehen-dendo suas famílias.

Hoje o numero de proprietários é de uns 8milhões ou 30 milhões de indivíduos.

E por ventura desta destribuição dapropriedade nasceu o empobrecimento daFrança? De certo que não, e a guerra prns-siana o demonstrou ; o imposto enorme lan -çado pela Allemanha foi pago no dia apra-sado e a França levantou-se fazendo aindao inventario de suas riquezas e industrias.

134 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Além disso basta vêr que o valor venaldo solo francez que era de 39 biliões é ac-tualraente de 100 biliões e que as vendas de1 milhão e 500 mil attingem presentementea 3 milhões.

Attendendo que nem todos os meios deconfortabilidade se achem disseminados portoda a França,ninguém dirá que os meios deque dispunhão os francos das idades que jáse forão se assemelhassem com os dos cida-dãos da actualidade.

Ajuize-se agora o seguinte facto :A França vê o seu thesouro receber an-

nualmente para mais de 150 milhões de fran-cos pela transmutação da propriedade terri-torial, cuja venda não excedera em grandeparte o preço de 1,200 francos. Estas com-pras não podião ser feitas senão por culti-vadores que economisavão esse pequeno ca-pitai para transforma-lo em terras.

Eis o frueto grandioso para o Estadodessas tênues economias dos pequenos la-vradores.

O estudo aprofundado desta questãomostra que a propriedade tem seus titu-los indestruetiveis na permuta da matériapelos fructos do trabalho, e quando nós sa-bemos que a adquisição da matéria é um di-reito natural, podemos considerar o direitode propriedade como repousando nas grani-ticas columnas da verdade e da legitimidade.

Nas antigas sociedades em que reinavaa doutrina da intervenção do estado na distribuição da riqueza, a oppressão do direitode propriedade engendrou somente systema:que causarão o empobrecimento do povo e adecadência da civilisação. No Baixo-Imperioa propriedade evaporou-se.

A doutrina moderna, pelo contrario,apresentando a propriedade livre e indepen-dente elevou incessantemente o nivel da ri-queza, conservando o bem-estar das classesinferiores da sociedade.

N. J. Moreira.(*)

ZootechniaEmprega-se a coudelaria em redil afim

de que os animaes estejão mais facilmentesujeitos a intelligente direcção do criador.

Para o redil devem ser preferidas ascollinas e pastagens medianas quando setratar de cavallos de sella.

Os pastos excessivamente gordos ser-vem maravilhosamente para a criação deéguas. ,

(*) Esta prelecç3o foi baseada no «jue de mais im-nortanle «ítcreverào sobre o assumpto os mais dis-linctos economistas.

100 éguas reclamão 423,200 braças qua-dradas divididas em 10 redis, oecupadoscinco em cada semestre alternadamente.

A distribuição das éguas e potros sefaz segundo a raça, a qualidade e a idade.

Nas coudelarias em redil convém sub-stituir o gado vaceum ao cavallar por causado pasto.

O cruzamento da raça indígena pelaandaluza, como propunha Emile Adêt, nãoparece trazer melhoramento algum, porqueao cavallo andaluz falta a força, o vigor e ofôlego dos cavallos orientaes e inglezes,con-(lições estas superiores á graça, á belleza eflexibilidade que se notão naquelles.

A alimentação immoderada torna o ani-mal livre e achacoso. Os maiores inimigosdo cavallo, dizem os árabes, são o repouso ea gordura.

Vacca AyrshireA vacca Ayrshire é o resultado do cru-

zamento do gado da Escossia com o dosPaizes Baixos.

Os caracteres da vacca Ayrshire são :cabeça pequena e fina, ossos delgados porémduros, chifres finos, couro solto e delgado,quadril largo, conduetos lactiferos excessi-vãmente desenvolvidos, corpo quadrado. Acôr da raça é vermelha amarellada e ás vezesmanchada de castanho. Uma boa qualidadedesta raça é não reclamar meios artificiaespara subsistência. A alimentação regularnão lhe tira a faculdade de fornecer leite emquantidade considerável.

Vacca SuissaSe as vaccas Hollandeza, Ayrshire, Du-

rham etc. convém ás localidades marítimas,para o interior e logares elevados convirásem duvida alguma a raça suissa.

As vaccas Schwiz são mui corpulentas;têm a cabeça grande, porém bem conformada,as orelhas grandes e amplas, fronte larga,chifres bem collocados, pescoço regular,couro solto, peito amplo, lombo largo e di-reito,quadril largo,costelías arqueadas, bar-riga em fôrma de barril, pernas principal-mente as trazeiras verticaes.

Esta raça caracterisa-se por uma côrde café esenra, sendo o interior das orelhasmais claro, focinho azulado e listras brancasao correr do lombo.

Excedentes leiteiras são as vaccas daraça de que tratamos.

Raça EssexO porco de raça Essex é considerado

como o mais refinado dos animaes suinos, e

V

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 135

em contrario da lei geral dos animaes deraça fina serem pouco reproductores o porcoEssex multiplica-se facilmente.

Os signaes característicos da raçaEssexsão : côr achumbada e algumas vezes apre-sentando as partes dianteira e trazeira ne-gras e o lombo e a barriga de côr branca.

O corpo descansa sobre pernas maiscurtas do que as do Berkshire; os ossos sãodelgados e duros, a cabeça é pequena e comfortes queixadas com o focinho adunco e re-virado para cima.

As orelhas são pequenas e delgadas, apelle é muito fina e quasi sem cerdas, tendosob o pescoço campainhas ou brincos caracte-risticos.

O porco Essex engorda maravilhosa-mente, encontrando-se freqüentemente ani-mães de 18 mezes de idade, pesando 32 ar-robas.

O cruzamento dos porcos da raça Essexcom animaes de outras raças ordinárias pro-duz os melhores resultados.

Raça SuffolkO porco Suffolk é maior que o Berkshire,

desenvolve-se rapidamente, chegando a terem peso vivo 36 arrobas ; é pouco precoce eás vezes apresenta o lado trazeiro um poucofraco, defeito que desapparece cruzando araça Suffolk com a Berkshire.

Raça BerkshireE' muito apreciada esta raça, originada

do cruzamento da raça china e napolitana.O porco Berkshire é sempre preto, de

pernas extraordinariamente curtas, corpolargo, orelhas pequenas, cabeça pequena,e queixadas muito pronunciadas.

A raça Berkshire é muito precoce, en-tretanto chegão a ter na idade de 18 mezes 24arrobas; o engordamento neste animal se fazde tal modo que. algumas vezes, auguientãodiariamente de peso libra e meia.

Carneiro Negrette (Iufantado)Os caracteres do carneiro Negrette são:

corpo robusto, pernas curtas e grossas, pes-coco curto, cabeça estreita, fronte qua-drangular, chifres retorcidos e apertados deencontro á cabeça, pelle grossa e solta, for-mando rugas em todo corpo ; extremidades,pernas, barriga e cabeça cobertas de lã umtanto unctuosa.

O Negrette é animal activo, rústico efácil de manter-se.

Seu nome deriva-se do Conde de Ne-grette, na Hespanha, cavalheiro que nostempos passados cultivou sempre ovelhas la-nudas, robustos e rústicas.

GallinhasDepois do terceiro anno de idade as gal-

linhas começão a pôr de menos em menos.Muitos criadores são de opinião que as

gallinhas de mais de tres annos de idadedevem ser engordadas para o corte.

Marca-se a idade da gallinha pondo noprimeiro anno um annel de panno na pernadireita; no segundo na esquerda e no ter-ceiro retira-se o annel.

Outras pessoas mais praticas não pre-cisão deste meio; ellas conhecem a gallinhanova pela pata lisa de escamas finas e luzi-dias, por uma pennugem longa, leve efinissi-ma que existe entre as pennas e pela pelleclara e macia ; nas gallinhas velhas a pataé rugosa, não existe pennugem e à pelle, énegra e de um branco-mate.

Economia EnralSciencias, Industria, Commercio

e Agricultura(')

A sciencia posta ao serviço da Agricul-tura é um resplendente pharól; respeitável,fecunda e sublime quando estuda as leis eprocura conhecer os meios empregados pelanatureza na realisação dos phenomenos agri-colas, torna-se, porém, perigosa quando sejulga com direito de impor á força creadoraum âmbito restricto prestabelecido.

A industria liga-se também estreita-mente á agricultura, não só porque lhe be-neficia os produetos, como também lhe for-nece os instrumentos e meios de acção deque precisa a lavoura.

Releva notar que muitos confundemalgumas industrias com a agricultura; odistillador d'aguardente, o engordador deanimaes são verdadeiros industtiaes e com-merciantes; desde que comprão produetos eos vendem melhorados desapparece a agricul-tura ficando a industria e o commercio.

A agricultura não pôde dispensar ocommercio ; ella então não progrediria nemseus produetos terião sahida nos differentesmercados do mundo.

Entretanto o commercio se lhe tornaprejudicial toda a vez que este por seu in-teresse impõe á lavoura a cultura de umprodueto exclusivo.

A agricultura deve dominar a sciencia,a industria e o commercio, mostrando sefirme em seu posto como a primeira, mãi e

(1) Este artigo parece escripto para o Brazil que sejulga simples cafeeiro e grande proprietário.

N.M.

136 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

nutridora do gênero humano e pat a cami-nhar independente e mostrar sua valia deveprover largamente o consumo local em re-lação a todas as necessidades a satisfazer—o pão, vinho, carne, legumes, fructos, etc,porque se ella satisfizer apenas uma neces-sidade sobre cinco, terá de pagar bem caroas quatro não satisfeitas e de modo tal quenão lhe valerá o único producto exportado,visto como este terá baixo valor sendo offe-recido, e os outros valores duplos por seremreclamados.

Tal é a moralidade da offerta e da pro-cura, principio que está em relação como trabalho útil despendido no fabrico doproducto e por este representado.

Não ha 30 annos corava-se ao querer-se ganhar 30 ou 40 °/„ sobre um objecto;actualmente exigi-se 50 re mesmo 100 %daquelle que precisa, quando apenas se re-clama 10 % do que não tem necessidade.

São a usura e exacção erigidos em prin-cipio.

Tal é o meio em que se acha collocadaa agricultura por um certo commereio epela especulação apoiada por umas tantastheorias econômicas.

E' pois necessário que a agriculturapeça o menos possível, nada se puder ser.

O pequeno lavrador trabalhando comsua familia em sua pequena propriedadeofferece um bello exemplo de prudência e deeconomia domestica ; tambem a pequenapropriedade, 1 a 6 hectares, é a única queprospera e felizmente para a França as fa-milias dos pequenos agricultores constituemos dous terços da população agrícola, oceu-pando os tres quartos do solo cultivado.

Se a França tivesse, como únicos re-cursos seu», ns produetos da grande culturaindustrial, especialisada e concentrada em140,000 propriedades de 250 hectares ellasahiria arruinada e faminta dentro de 10annos a vista das aventuras e especulaçõesde todos os dias.

Industria NacionalJV. 5/7.—Relatório descriptivo da invenção Formicida

Iioiiiariz

Sereníssima Senhora.— Joaquim Fer-reira Romariz, cidadão brazileiro, agricultor,domiciliado na cidade de Silveiras, provínciade S. Paulo, ha mais de 30 annos, obtevecom o preparado de seu invento FormicidaRomariz, privilegiado por decreto do go-verno imperial n. 6464 de 18 de Janeirode 1877, satisfactorios resultados contra a

formiga saúva, graças ao emprego da se-guinte fórmula:

Enxofre pulverisado 230 grammasVerniz de gaz 57 »Breu em pó 172 »Azeite de peixe 57 »Kerozene 57 »Essência de therebintina... 57 »Ácido acetico puro 29 »Camphora 20 »Cascas de café 100 »

Estas substancias reunidas dão um pro-dueto que torna-se consistente com ajuneçãode 71 grammas de serragem de qualquermadeira, socada em pilão com 100 grammasde cal de pedra e 50 ditas de verde-Pariz ;esta massa humida, embora compacta e con-sistente, tem o peso de um kilogramma.

A sua applicação faz-se do modo se-guinte:— Em um apparelho de ferro ou debarro de fórma cylindrica ou quadrada, comum conductor ou cano em uma das extremi-dades, colloca-se sobre madeira ou carvãoem combustão a massa para ser consumida;introduz-se pelo orifício mais pronunciado doformigueiro o cano do apparelho acima des-cripto, de sorte que fique perfeitamente ada-ptado ao buraco e com um folie insuffla-separa o formigueiro a fumaça ou gaz que sedesenvolve com a combustão da massa dentrodo apparelho, asphyxiando-se todas as for-migas que se acharem no formigueiro.

Este processo deve durar por 20 minti-tos, procedendo-se para melhor êxito domesmo modo nos principaes orifícios do for-migueiro, afim de que a fumaça ou gaz des-prendido inhale-se pelos mais recônditos lo-gares, onde permanecem as formigas que seachão em estado embryonario.

Pela perseverante observação dos habi-tos tão curiosos desses insectos, ora acompa-iihando-os no regresso de suas chamadas cor-rações para distinguir os orifícios de movi-mento ordinário dos de simples ventilação;ora desmanchando formigueiros em variasquadras do anno para estudar a sua strueturainterior e conseguintemente o caminho maisseguro em ordem a levar os gazes asphyxi-antes ás cellulas da residência e da procria-ção ia, formiga saúva, reconheceu o suppli-cante ser o processo acima descripto paraesse desideratum um tanto moroso e incom-pleto e neste empenho requer novo privilegio,porque trata-se de melhoramento que tornamais fácil o fabrico e o producto e uso do in-vento privilegiado, augmentando-se-lhe autilidade, caso capitulado no § 3° da lein. 3129 de 14 de Outubro de 1882.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 137

_. Assim, o supplicante reinvidica os se-guintes melhoramentos introduzidos na fór-mula e modo de empregar Formicidà Ro-mariz:

Melhoramento na formula do Formicidà Ro-mariz

(Os novos elementos da fórmula vão as-signalados com o signal (?)Enxofre pulverisado 200 grammasBreu, idem 100 »Alcatrão (*) 50 »Pixe de gaz (*) 100 »Azeite de peixe 50 »Agua raz (*) 25 »Kerozene 200 »Serragem de madeira 275 »

Todas estas substancias reunidas for-mão uma massa humida, mas compacta econsistente, do peso de um kilogramma.

Como facilmente evidencia-se, a alte-ração na fórmula não só operou-se quantoaos elementos chimicos, como na quantidadedelles, como se deduz da comparação dasduas : nova e antiga fórmula.

No moão ãe empregar o produeto aosformigueiros é notória a differença paramelhor, como se demonstra abaixo :

Procure-se o centro do formigueiro, ondeestão os orificios principaes, que são os quedecem mais a prumo. Ahi raspa-se a terrafofa até chegar ao terreno firme, pondo-se adescoberto as entradas que se communicãocom as galerias; faz-se um buraco de cercade dous palmos de largura, tres de compri-mento e dous mais ou menos de profundidade.

Enche-se o buraco com lenha secca edura depois applica-se o cano do ventiladormecânico ou folie á parede mais estreita eao comprido do buraco; atea-se fogo á lenhaedepois desta bem accesa deposita-se a massaformiciãa em cima da lenha e em quanti-dade sufficiente ao tamanho do formigueiro ;em seguida fecha-se hermeticamente a partede cima do buraco e bem assim todos osoutros orificicios do formigueiro, com qual-quer madeira verde e barro ; sob a acção dofogo desenvolve-se gazes que, por seremmais pesados do que o ar, são impellidospela ventilação (do folie ou ventilador meca-nico), precipitão-se nas galerias do formi-gueiro, onde asphyxião as formigas a 25 ou30 metros de distancia.

A applicação deste processo para queimara massa, gasta meia hora nos maiores formi-gneiros, sem causar o menor damno ás pessoasencarregadas de emprega-lo.

18

As principaes vantagens do ingredienteRomariz são : que nada inflamma, que nadatorna por isso perigoso nem o seu empregocontra a saúde, nem o seu transporte, alémde que o seu custo é extraordinariamentemenor do que outros agentes conhecidos.

Neste empenho appella o supplicantepara a lettra do § 3o da lei n. 3129 de 14 deOutubro de 1882, pedindo a Vossa AltezaImperial a graça solicitada.

Rio de Janeiro, 17 de Outubro de 1887.—Joaquim Ferreira Romariz

N. 566. — Relatório de um melhoramento para ofabrico dc brochas de pita e de cabello para pinturae caiaçüo.

Brocha N. 1.Cabo : comprimento 235"""; parte que

27mm ; de diâmetro, peso 22 grammas.Arruela: diâmetro 44"""; altura 17""";

ferro de um lado 21"""; de outro 25°"°;peso 14 grammas.

Folha: diâmetro 46"""; altura 33""";peso 12 grammas.

Pita : peso 70 grammas, comprimento105""": breu.

Breu : tres grammas ; barbante 3""";pesando seis grammas.

Leva uma ponta de 25""" ; da folha aocabo.

Peso total 127 grammas.

N. 2.Cabo: comprimento 235"""; diâmetro

da parte que segurão a pita 27""°;A arruela de madeira com furo conico,

que entra no mesmo cabo tem 44""°; dediâmetro e 17"""; de altura, o furo tem deum lado 21""" ; de diâmetro e de outro25"""; peso 17 grammas.

A argola de folha que aperta o cabo áarruela e a pita tem 46"""; de diâmetro,33"""; de altura e 12 grammas de peso.Leva esta argolla 68 grammas de pita como comprimento de 100"°"'; e mais tres gram-mas de breu. Sobrepõe a argola 3™ de bar-bante, pesando tres grammas.

Leva esta brocha duas pontas de25°""; da folha ao cabo.

Peso total 133 grammas.

N. O.Cabo: comprimento 240"""; diâmetro

da parte que segura 30""°; peso 24 grammas.Arruela: diâmetro47""°; altura 14°"°;

ferro por um lado 23°""; por outro 26°"°:peso 17 grammas.

Folha: diâmetro 49"°; altura 38°"°;peso 15 grammas.

s. A.

m O. AUXILIADOR DA INDUS T B1A NACIONAL

dl4™Pita: peso 105 grammas, comprimento

cabo.

Breu : oito grammas.Leva uma ponta de 25"

).Peso total 177.

da folha ao

N. 2/0Cabo : comprimento 24mra; diâmetro

30mm ; peso 21 grammas.Arruela,: diâmetro 47mm; altura 14""";

ferro por um lado 23'"'"; por outro 26""";peso 16 grammas.

Folha : diâmetro 4"""; altura 38ram;peso 16 grammas.

Pita: comprimento 120"""; peso 108grammas.

Barbante: 3 e 25mra ; peso 8 grammasBreu : 5 grammas.Leva tres pontas de 25"""; da folha ao

cabo.Peso total 173 grammas.

N. 3/0Cabo : 250 """, de comprimento, dia-

metro 35 """, peso 35 grammas.Arruela : diâmetro 50 "'"', altura 14 °"°,

ferro por um lado 23 """, por outroJ 26 """,peso 11 grammas.

Folha: diâmetro 52 """, altura 80 """,peso 16 grammas

Pita: comprimento 128 °"°, peso 112grammas.

Barbante: 3ra, e 35 """, peso novegrammas e uma camada de breu de oitogrammas.

Leva duas pontas de 25""", da folhaao cabo.

Peso total 191 grammas.

Brochas de pita com argola de ferroN. O.

Cabo : comprimento 240 """, diâmetro30 nn, peso 24 grammas.

Arruela : diâmetro 45 """, altura 12 """,ferro por um lado 26 """, por outro 23 """,peso 8 grammas.

Argola de ferro : grossura 1 """, dia-metro 48 """, altura 31 mm, peso 50 gram-mas.

Pita: comprimento 115 """/peso 98grammas, breu 7 grammas.

A argola é pintada com a côr verme-lha.

Peso total 187 grammas.N. 2/0

Cabo : comprimento 240 mm, diâmetro30 """, peso 24 grammas.

Arruela: diâmetro 47 mm, altura 12""", ferro por um lado 26 """, por outro 23 mm,peso 12 grammas.

Argola de ferro: grossura 1 °"°, diâmetro50""", altura 31 """, peso 54 grammas.

Pita: comprimento 123 """, peso 110grammas.

Breu: 7 grammas.A argola é pintada com a côr verme-

lha.Peso total 207 grammas.

N. 3/0Cabo : comprimento 240 """, diâmetro

30 """, peso 24 grammas.

Arruela diâmetro 49""", altura 12ferro por um lado 26 """, por outro 23peso 15 grammas.

Argola de ferro : grossura 1 """, dia-metro 33 """, altura 31 '"'", peso 56 grammas.

Pita : comprimento 130 """, peso 130grammas.

Breu : 7 grammas.A argola é pintada com a côr vermelha.Peso total 232 grammas.

nun)

ITIIU

Brochas curvas de caiarN. M.

Cabo : comprimento 370 """, peso 265grammas.

Argola de ferro: grossura 1""", dia-metro 52 mm, altura 18""".

Pita: comprimento 120 """, peso 150grammas.

Leva tres pontas: sendo uma de 50 """,e duas de 45""", no cabo para segurar abrocha.

Peso total 442 grammas.As brochas até aqui descriptas levão

uma mão de colla fervida sobre o barbante, ena parte da argola de madeira que está adescoberto uma mão de verniz de pincel,que também abrange o cabo â altura de umdedal.

Brochas de cabello para caiaçãoN.O.

Cabo : comprimento 240""", diâmetro 30""", peso 24 grammas.Arruela: diâmetro 47 mm, altura 14 """,

ferro por um lado 26 """, por outro 23 """,peso 12 grammas.

Folha: diâmetro 49 """,altura 38""", peso15 grammas.Cabello, comprimento 115 """, peso 85

grammas.Barbante: 3""", e 25""",peso8 grammas.Breu: 6 grammas.

.....,!._. ;..".,,. ..,:¦,,

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 139

Leva uma ponta de 25 °"°, da folha aocabo.

Peso total 150 grammas.N. 2/0

Cabo : comprimento 240ram, diâmetro 30°"°, peso 26 grmmas.Arruela : diâmetro 47 °"°, altura 14°"°,

ferro por um lado, por outro 23 mra, peso 15grammas.

Folha: diâmetro 49mra, altura 38mm, peso15 grammas.

Cabello: comprimento 123 mm, peso 110grammas.

Barbante 3m, e 256 """, peso 8 grammas.Leva duas pontas de 25 °"°, da folha

ao cabo.Peso total 182 grammas.

N. 3/0Cabo: comprimento 240 m'", diâmetro

35 'nm, peso 22 grammas.Arruela: diâmetro 50 """

ferro por um lado 26 ""Folha: diâmetro

sido inteiramente desconhecido fabrico ai-gumpor este processo.

Rio de Janeiro, 10 de Março de 1888.—Manoel de Bastos Soares.—Martinho Eu-gênio Lopes Cardozo.

altura 14"1', por outro 23 """.52 mm, altura 40 "

Hoticias MustriaesPurolina

A purolina é uma preparação adhesivaou colla que se apega com tanta força que osobjectos grudados por esta substancia não seseparão mais, qualquer que seja o esforçoempregado, não influenciando em cousa ai-guma o gráo de humidade que possa existir.

A purolina é um composto de substan-cias mineraes.

A cimitolina é outro adhesivo que sub-stitue perfeitamente a gomma.

A laguerina é um composto que servepara tornar impermeável a água, oleo, etc,

peso 16 grammas. Pezo da arruela acima 15 os objectos de papel, cartão, madeira, etc.grammas.

Cabello: peso 115 prammas, compri-memto 130""".

Barbante: 3 m, 6 350°"", peso 9 gram-mas.

Breu: 8 grammas.Leva tres pontas de 25 mm.Estas brochas levão como as anterio-

res uma mão de colla fervida que cobre obarbante e na parte da argola de madeira,que está a descoberto, uma mão de verniz,como já ficou indicado.

Peso total 185 grammas.

ObservaçãoOs cabos de todas as brochas serão de

madeira clara do paiz, aqui torneados. Asarruelas serão igualmente de madeira dopaiz, de qualquer côr.

O barbante é de linho encerado, as ar-golas de ferro são batidas, a folha é de Flan-dres, porém aqui preparadas para essefim.

Estes productos levaráõ a sua marcaS. C. (travessão), pela qual devem ser re-conhecidos.

CaracterísticoEstas brochas levão pontas dePariz

para maior segurança e solidez e argolas defolha de Flandres, em logar das de zinco ordinariamente empregadas. Ás brochas comargola de ferro traduzem melhoramento ex-clusivamente nosso, visto que até hoje tem

A Interina é empregada para grudar ro-tulos e fragmentos de objectos de crystal.

A texina egypcia acha-se no mesmo casoque as antecedentes, substituindo perfeita-mente a colla. Composta de mucilagem ecimento e de aroma agradável, ella não fer-menta azedando.

Temperas

A água misturada com o gelo dá umatempera ao aço.

Assegura-se que as ferramentas de açotemperadas com o gelo puro adquirem umaresistência e elasticidade extraordinárias, epara o que se cobrem bem os objectos que sequer temperar com gelo triturado como fazemos joalheiros e relojoeiros cobrindo de lacrederretido certos objectos.

Affirma-se também que o oleo é melhordo que a água para temperas, porque não seevapora tão facilmente.

As folhas ou lâminas damasquinaes setemperão melhor em uma corrente mui fortede ar frio, passando através de um tubo curtoe estreito.

A tempera dada por este modo é maisuniforme do que a obtida com água.

De todos os meios empregados para tem-perar, julga-se mais efficaz o emprego deum liquido metallico—mercúrio—que sendoum bom conduetor de calorico é o mais apro-priado para os instrumentos e ferramentasde aço cortantes.

140 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

TabacoO Dr. Kureling fez algumas experien-

cias curiosas com o tabaco, collocando emum aspirador cigarros puros e accesos, cujafumaça passava por um tubo de crystal paracincobotelhas postas em communicação pelomesmo tubo.

A primeira e a terceira das botelhasnão continhão cousa alguma, a segunda es-tava cheia de álcool, a quarta de ácido sul-phurico e a quinta de soda cáustica.

Quatro experiências consecutivas, dasquaes na primeira se consumirão cincoentacigarros puros, quarenta e dous na segunda,cento e trinta e dous na terceira e cem naquarta, derão em resultado em nicotina3,75 °/o na primeira, igual quantidade nasegunda, 0,255 na terceira e 0,19 na quarta.

Em uma quinta experiência empregarão-se algumas pontas de cigarros; dando 2,51 J°de nicotina.

Destas esperiencias coneluio o Dr. Ku-reling que os constituintes venenosos maisactivos do tabaco, quando se emprega parafumar, são o oxydo de carbono, o ácido sul-phurico, prussico, bases da picolina e nico-tina.

Os tres primeiros se encontrão em quan-tidade minima e como são em extremo vo-lateis não affectão muito o organismo ; asbases de picolina são tambem insignificantes,e, portanto, de effeitos quasi nullos. Assim,pois, a substancia mais prejudicial que o ta-baco contém é a nicotina.

A maior ou menor quantidade destasubstancia depende geralmente da quali-dade do tabaco e da ponta mais ou menosextensa que o fumante abandona, porquequanto menor é tanto maior é a quantidadede nicotina que contém, pelo motivo dacombustão consumir muito pouco dessa sub-stancia.

A nicotina, sendo muito solúvel no al-cool, é provável que pouca influencia tenhasobre os indivíduos que se entregão ás be-bidas alcoólicas, visto aquella substancianão se accumular no organismo.

Com estas idéas está de accordo o Dr.Twitzshy, o qual por sua vez verificou ainfluencia do tabaco sobre o systema ner-voso, a temperatura e o pulso.

Em mais de seiscentos casos elle ob-servou os resultados da influencia maléficado fumo, dando logar a tremores nervosos eataques epilépticos quando se abusa dofumar.

Força explosivaUma tonelada de dynamite pôde sus-

pender um peso de 45,665 toneladas. Uma

tonelada de nitro-glycerina suspende o pesode 65,452 toneladas e uma libra de gelatinaexplosiva 71,050 toneladas.

Avivamento da letra velha

Para fazer aclarar a tinta de escripturasantigas, molha-se o papel em agua, passan-do-se depois por cima com uma brocha maciauma solução de sulphureto de ammoniaco.

Conservação de substancias

Conservão-se manteiga e outras sub-stancias alteraveis, cobrindo-os com uma so-lução forte de sulphato de cálcio de uma poi-legada de espessura.

SedaO fio da seda é o mais comprido que se

conhece.Cada casulo contém um único fio, cujo

comprimento varia de 1,000 a 1,200 metros.

Papel impermeávelPara etiquetas e rótulos de papel que

se tem de grudar sobre latas ou garrafas devidro pôde fazer-se o papel empregado im-permeável pelo seguinte processo : Dissolve-se em uma pequena quantidade de agua umaclava de ovo e com uma brocha ou pincel co-brem-se ôs rótulos,passando-se logo por cimauma plancha quente,interpondo-se uma folhade papel branco.

A quantidade de agua para a dissoluçãodeve ser metade da clara de ovo.

Cathedraes da EuropaAs principaes cathedraes européas são :

S. Pedro em Roma podendoconter 54,000 pessoas

Cathedral de Milão 37,000 »S. Paulo era Roma 25,000 »N.S. de Pariz 25,000 »Cathedral da Pisa 13,000 »S. Marcos em Veneza... 7,000 »

JogosOs jogos de damas, xadrez, solitário de

que se tornão para os jogadores motivos depassatempo, ou vicio de jogatina pecuniária,para os mathematicos constituem objectos deestudos ás vezes bem árduos.

Para prova do que dizemos apresenta-mos o seguinte exemplo.

Qual é o numero de combinações quepodem produzir os 28 números do dominó.

Um mathematico, o Dr. Rein de Fran-cfoit, achou que a cifra pedida era de 284,528, 211, 840>mbinações !

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 141

Isto quer dizer que, jogando-se o dominó10 horas por dia, necessita-se de 118milhõesde annps para obòter-se todas as combinaçõesdos números do jogo.

Fabrico de queijos na SuissaA producção de queijos na Suissa cal-

cula-se em 165,000 quintaes métricos, repre-sentando um valor de 30,000,000 de francos.

O numero de vaccas que produzem oleite para o fabrico do queijo regula por100,000.

Cada uma das vaccas fornece annual-mente 2,555 litros de leite, e cada 100 litrosproduz 8 1/2 kilogrammas de queijo.

As 100,000 vaccas representão o valorde 40,000,000 de francos.

Sementes do algodoeiroUma tonelada de caroços de algodão

fornece 36 galões de óleo, valendo de 14 a18 dollars.

A casca e o residio pesão 140 libras novalor de 17 dollars por tonelada.

E, pois, uma bala de algodão somentedo caroço dá de lucro ao productor 9 dollars.

Potelina

Misturando glycerina, gelatina e tanninoe addicionando-se depois sulfato de baryta,alvaiade e zinco e matérias corantes fórma-seopotelina, substancia liquida ou solida; nestesegundo caso é susceptível a potelina de sermodelada, limada, polida, etc.; no primeirocaso serve para cápsula de garrafas e con-ser vação de substancias animaes.

Extensão dos mais notáveis parques daEuropa o da America

VindsorForeit. Inglaterra. 1,537 hectaresPrater Vienna 2,087 »Fairmount par-

ck Philadelphia 1,210 »Bois de Bou-

logne França 883 »Phoenix Dublin 709 >Petit pare Versailles 508 »Central Park.. Nova-York. 329 »Gros Garten.. Dresda 324 »Hof Garten... Munich.... 202 »Jardind'E'té.. S.Peters-

burgo— 194 »Hyde Park Londres.... 157 »Retiro Madrid.... 143 »ChampsElysées Pariz 54 »Boboli Florença... 85 >Cristal Palace. Sydinham.. 81 »Tier Garten... Berlim 81 »

Mascaras de micaA mica é empregada em fôrma de mas-

caras para garantir o rosto das canteiros,fundidores de metal, vidro e outros traba-lhadores expostos a diversos accidentes comoa perda de vista, aspiração de vapores no-civos, etc.

Com as mascaras de mica se vê perfeita-mente tudo, podendo ainda os myopes usa-rem óculos.

A vide-gouaiA vide, conhecida pelo nome de gouai, na

opinião de um distineto professor de agri-cultura resiste maravilhosamente a carie,anthracnosis e outras moléstias. Esta videé rústica vigorosa, produz grandes cachosde uvas magníficas de côr preta e violacea,fornecendo um vinho de bastante força ai-coolica.

Extracção do estanho da folha de FlandresExistem differentes processos para apro-

veitar o estanho dos resíduos da folha deFlandres, parecendo ser o melhor delles ode Manheins, tendo por base a acção doácido chlorhydrieo sobre os resíduos da folha,encerrados em um vaso e sob a temperaturade 400 gráos.

Obtem-se o chlorureto do estanho que sedistilla em um condensador.

No processo Sely, em logar de ácido chio-rhydrico emprega-se o chloro.

No processo Molin e Dolé não se distilla ochlorureto de estanho; obtem-se em água porsimples lavagem.

Neste caso encontra-se o chlorureto deestanho que convém reparar, facto que nãose dá no processo Manhein.

(Industrial.)

Dados estatísticosIndustria saccharina na Austria-Hungria

Durante as safras de 1883 e 1884 exis-tião, neste paiz as seguintes fabricas deassucar em actividade :

Fabricas pelo systema de moendas :

Na Austria-baixa —Na MoraviaNa Hungria

1881 1883246

12 12

142 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Fabricas empregando a diffusão:

Na Austria-baixa.... 2Na Bohemia 150Na Silesia...Na Galitzia.Na Hungria.Na Moravia,

919

47

18831

152819

47

217 218

Total 227 230

Segundo o Sr. Lichat, a producção é:Em toneladas 540,000 445,000Em bar ricas de 100

kilos 23,580 193,047Na safra de 1885 a 1886 trabalharão

215 fabricas, parando 12; daquellas 203empregarão a diffusão e 12 o systema demoendas.

A superfície cultivada na Bohemia, em1885, representa uma média de 47,3 comrelação ao anno de 1884, representando umãeficit de 53,3 p. c.

O Prager Zuchermark, segundo a com-missão dos mandatários das secções regionaesda Sociedade dos Fabricantes de Assucar, naBohemia, dá para superfície cultivada embeterraba, em 1884, um ãeficit de 53,5 p. c.com relação ao anno anterior.

A quarta parte dos habitantes do globovive em grandes povoações.

A vida média do homem é de 33 annos.Das pessoas que nascem a quarta parte

morre antes dos 7 annos e a metade antesdos 17 de modo que a metade das pessoasque sobrevivem goza do que nâo alcança aoutra metade do gênero humano.

Sobre 10.000 indivíduos um apenaschega a 100 annos. Sobre 100, 6 chegão a 66annos, de cada 500 attinge l a 80 annos.

Contaudo-se sobre a terral,000,000,000de habitantes morrem todos os annos33,333,333 pouco mais ou menos, cada dia91, 324, cada hora 3,880, cada minuto 63 ecada segundo ura indivíduo, perda compen-sada pelos nascimentos cujo numero sobre-puja de um vigésimo dos mortos.

O maior gráo de vitalidade é de 1 °/„*Os casados vivem mais tempo do que os

solteiros.Os que têm uma vida activa, sobre-

vivem muito mais tempo.Os homens de estatura elevada vivem

mais do que os de pequeno vulto.As mulheres vivem menos que os homens

até os 30 annos de idade que atravessada

0 homem e a sociedadeO homem existe era todos os climas e

sob todas as temperaturas, é portanto cos-mopolifa.

Avalia-se em 1,000,000,000 o numerode habitantes da terra.

Contâo-se tres gerações em cada séculosuppondo-se aquellas de 33 annos, e, poistem existido até o presente 175 geraçõesdesde o principio do mundo, sendo 55 daera vulgar.

Para um espaço de terreno igual ao emque existe um homem na Sibéria, existemtres na Noruega, 14 na Suécia, 36 na Tur-quia, 52 na Polônia, 66 na Hespanha, 99 naIrlanda, 114 na Suissa, 127 na Allemanha,152 na Inglaterra, 153 em França, 172 naItália Septentrional, 192 na Itália Meridio-nal, 224 na Hollanda e 1.103 em Malta.

Fallão-se 3,043 línguas : 587 na Eu-ropa, 937 na Ásia, 276 na África 1,264 naAmerica.

O numero de homens e mulheres é quasiigual; entretanto para 40 crianças nascem21 meninos, guardando a mortalidade a mes-ma proporção.

dá direito a mulher viver muito mais do queo ordinário.

O numero de matrimônios está em cadapaiz como de 1,755 para 1,000.

O maior numero de nascimentos se ve-rifica no mez depois do equinoxio do Outono.

Os que nascem na primavera são homensfortes e bem constituídos.

Os partos são mais freqüentes á noitedo que de dia na relação de 5,3.

Morre maior numero de pessoas du-rante a noite do que de dia na relação 5, 3.

Em toda a povoaçáo pode-se avaliar aquarta parte dos homens em estado de tomararmas e de supportar os trabalhos da guerra.

(El Mercantil d'Havanne.)

BibliograpMaRecebemos e agradecemos :Boletin de Ia Sociedad de Fomento Fa-

bril do Chile n. 24.Correio Officiál,i\& Goyaz n. 21.O Pombense,ie Minas ns. 11,12,13.La Industria harinera modemaa. 164.

SumarioRebaja de tarifas ferro-viárias.— Aler-

ta, Gobiernos espaholes, portugueses f ame-Explicaciones á propósito de Iaricanosl-

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL Wlexplosión dei silo-elevador « Nuevo molinode.1 Weser » en Hameln.— Fabricación decafé higos tostados. Horno de torrefacción.Molínillo.—Noticias sueltas. Sociedad ita-liana de molineros. Molinería de máquilaen grande escala Rectificación. Pan faltode peso.— Revistas agrícola y comercial.—Correo.—Sección de anúncios.

Revista de Engenharia ns. 186 e 187.O Tempo ns. 1,.2 e 3.Boletim do departamento Nacional de

Agricultura de Buenos-Ayres n. 19.Revista dos Constructores n. 3.Associacion Rural de Monte-Videu ns.

10 e 11, 1888.A Immigração n. 44, 1888.Monitor Sul Mineiro ns. 907, 908, 909

e 910.O Município (Cunha,S. Paulo) ns. 10,

11, 12 e 13.The Rio New'sns. 16, 17 e 18.Relatório do Club Dramático Litterario

de Carangola.Anales dei Instituto agronômico veteri-

nario n. 44.Preços correntes da Fundição Laem-

mert & C.Boletim da Alfândega do Rio de Janeiro

n. 12.União Ibero-americaua n. 35, 1 de Ju-

nho de 1888.

Rendas Fiscaes e Revista dos Mercados

ALFÂNDEGA

Importação 3.860:2890869Exportação 391:9450522Despacho marítimo 17:4710492Extraordinária 3:3740840

4.273:0810723Depósitos 29:7480938

4.302:83006615 •/„ 193:9740857

Total 4.496:8050518

Recebedoria 698:1970569Mesa Provincial ' 133:9080064

MERCADO DE CAFÉ

Entrarão durante o mez SaccasPela estrada de ferro D. Pedro II 173,423Por cabotagem 49,179Do interior 32,669 i

.Total ~WW\

Vendêrão-se durante o mez SaccasPara os Estados-Unidos 125,499

» a Europa 47,481o Cabo da Bôa-E «perança 2/0)

¦ diversos portos 23,506

Total 198,986Embarcarão durante o mez Saccas.

Para os Estados-Unidos 125,27.)» o Canal e Norte da Europa 35,768» o Mediterrâneo 11,681

diversos portos 151,871

Total 324,095Sahirào durante o mez 264,906 saccas

Stock Em 1* mão 102,43ÍEm 2* mão 35,103

137,531VALORES

Café lavado máximo 60130

: ié:::::::::::::::::::::|«»»'*. Ia regular 60130

1" ordinária 50Í-3O. 2'bôa 50450. T ordinária 400*10

por peso de 10 kilogrammas.

GÊNEROS TRAZIDOS AO MERCADO PELA ESTRADADE FERRO D. PEDRO II

Aguardeute 99 pipas.Algodão 68,531 kilos.Arroz 3,366 »Assucar 9,904 >Café 10.485,355 .Carvão vegetal 1.050,459 »Couros salgados e seccos 273,632 •Farinha de mandioca 3,435 »Feijão 29,146 .Fumo 380,945 »Madeiras 102,888 »Milho 361,644 »Polvilho 12,860 .Queijos 126,063 .Tapioca «%214 »Toucinho 346,310 »Diversos 1,369,153 »

GÊNEROS VINDOS AO MERCADO PELA. ESTRADADE FERRO LEOPOUDINA

Aguardente 7,200 litros.Arroz 107" kilos.Assucar 9,310 »Café 1.529,496 »Farinha de mandioca 172,135 >Feijão 134,517 .Fubá 6,006 »Madeiras 31,937 •Milho 313,422 »Polvilho 700 .Telhas e tijolos 84,750 »Toucinho 1,915 »Diversos 124,053 »

GÊNEROS LEVADOS AO MERCADO PORCABOTAGEM

Abóboras 3,450 unidades,Aguardente 474 pipas.

48 barria.

144 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Algodão ( c iroços de) 40 volumes.« em fio 45 ,

em rama 259,199 kilos.• tecido 18 volumes.

Alhos 402 resteas.Alpiste. 94 kilos.Amendoim 636 volumes.Araruta 19 kilos.Arreios 2 volumes.Arroz 3,147 sacos.Assucar 26,372 .Azeite de amendoim 20 volumes.

• de balêa 28 »Baga 37 >Banha 396,805 kilos.Batatas 657 volumes.Betas 50U peças.Biscoutos 2 volumes.Cacau 151 kilos.

55 sacos.Calçado 2 volumes.Camarões 25 »Cangica 84 sacos.Carne de porco 8 volumes.

. salgada 1,570 kilos.Cannas 1 volume.Capim 4 ,Cascas 196 .Cebolas 61,376 resteas.

36 sucos.Cera 13 volumes.Cerveja 12 .Cevada 14 .Chapéus de feltro 10 .

» de palha 77 .Charutos 1.508,200 unidades.Cocos 5,500 .

» 295 volumes.Couros preparados 55 •Couve-flor 955 unidades.Doces 34 volumes.Drogas 17 .Ervilhas 3 sacos.Espanadores 10 volumes.Farinha de centeio 5 sacos.

. de mandioca 21,924 •Favas 1,132Fazendas 71 volumes.Feijão 11,117 sacos.Feno 10Flechas. 11,000 unidades.Fubá 2 sacos.Fumo 43,718 kilos.

» emfolha 28,802 .Gergelim 100Gomma. 193 volumes.Graxa 115,639 kilos.Guaraná 182 .Jacarandá 42 duz. couç,Lenha 69,000 achas.Licores 121 volumes.Linguas 347 .Lingüiça 6 >Livros 4 dMacella 340 >Madeiras 2,050 ds. taboas

6 ds. dorm.8,182 peças.» 2,700 unidades.

Manteiga 6,229 kilos.Mantimentos 80 volumesMate 793Mel 15Milho 13,694 sacos.

Nabos 170Ovos 170Paina 57Palha 30Pedra de afiar 5Peixe 171Pelles 13Piassaba 553Pinhões 2Plantas 53Polvilho 120Queijos 2Repolhos 12,750Sabão 233Sabonetes 9Sal 1.127,000Sanga., 57Salsa 41Sebo 231,241Sola 7,073Tapioca 395Tecidos 5Tomates 505Toucinho 21,970Tucum 16Vassouras 35Velas 150Vinho 192

• de caju 26Diversos produetos 566

MERCADO MONETÁRIO

Metaes

unidades,volumes.

unidades,volumes.

»litros,volumes.

»kilos.unidades,kilos.volumes.

1

kilos.volumes,dúzias,volumes.

Soberanos.

FUNDOS PÜBLICOS

Apólices de 5 Empréstimo Nacional de 1868.

1879.

LETRAS HYPOTHECARIAS

Banco de Credito Eeal do Brazil.¦ Predial .

ACÇÕESBanco Auxiliar

» do BrazilCommercialCommercioCredito Eeal de S. Paulo.IndustrialInternacional

com 20 70...RuralMercantil de Santos ,Del CredereUnião de Credito

CÂMBIOSSobre Londres....

» Paris» Hamburgo.• Itália ,

Portugal.

95810001:15010001:092^000

a

9367

193^000248,8000239^000217íS00058°/.

1751000245|00060^000

290H00O200ÍOOO205100064#000

25V*380 franco.472 marco.382 lira.216 7„Nova-York 2,8000 d°ollar.

Typographia Laemmert & C— Inválidos, 71.

SOCIEID_A.ID_E3

AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONAL

N. 7.-JULH0 DE 1888

PARTE OFFICIAL

Sessão do Conselho Administrativo cm3 dc Julho dc 1888

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho :conselheiro Dr. Nicolau Joaquim Moreira,Drs. Souza Lima, Carlos de Rezende, Pessoade Barros, Portugal, Jacy Monteiro e Xa-xier da Veiga, commendadores Botelho, Her-mida Pazos e André de Oliveira, capitãesCamillo de Lellis e Motta Teixeira, PintoSerqueira e J. da Motta Teixeira, o Sr. pre-sidente declarou aberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente, effectuadaem 15 de Junho de 1888.

EXPEDIENTE

Foi recebida com agrado e enviada ábibliotheca uma collecção da Gazeta daBahia de 9 a 24 de Junho de 1888.

Lerão-se os seguintes officios :Da presidência da provincia de Santa

Catharina, de 4 do mesmo mez, pedindo di-versas publicações com o fim de melhorar oestado da Bibliotheca Publica da capital.—A' mesa para satisfazer.

Da directoria do commercio do minis-erio da agricultura, commercio e obraspublicas, de 22 do mesmo mez, remettendoa informar, de ordem de S. Ex. o Sr. mi-nistro, o officio da presidência da provinciade Santa Catharina, de 2 de Abril do cor-rente anno acerca da lei da referida pro-vincia promulgada sob o n. 1173, de 31 deDezembro da, 1887 sobre fabricas de tecerse(ja._A' Secção de Industria Fabril parainformar com urgência.

19

O Sr. presidente deu conta ao conselhodos trabalhos da commissão central brazi-leira para a Exposição Universal de 1889,em Pariz.

Ficou o conselho inteirado; e por nadamais haver a tratar o mesmo Sr. presidenteencerrou a sessão.

Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, em 2 de Julhode 1.888.—Dr. Nicolau Joaquim Moreira,presidente.— Dr. Souza Lima, secretariogeral.—Augusto Alvares de Azevedo.

H Sl.ll. I)

Sessão do Conselho administrativo1« dc Julho de 1888

em

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho:conselheiro Dr. Nicolau Joaquim Moreira,Drs. Nascentes Pinto, Souza Lima, Alvaresde Azevedo, Carlos de Rezende, Pessoa deBarros, Xavier da Veiga e Portugal, com-mendadores Teixeira de Azevedo e HenriqueNascentes, capitão Camillo de Lellis, Andréde Oliveira, Bernardino de Barcellos eMotta Teixeira, o Sr. presidente declarouaberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e apçro-vada a acta da sessão antecedente effectuadaem 2 de Julho de 1888.

EXPEDIENTE

Fôrão recebidas com agrado e enviadasá bibliotheca as seguintes publicações :

Gazeta da Bahia de 9 de Junho a 11 deJulho de 1888.

Revista da Sociedade Geographica doRio de Janeiro. Tomo IV 2o Boletim.

Industria Agricola-Fabril da seda noBrazil.

S. A,

146 O AUXILIADOR, DA INDUSTRIA NACIONAL

Relatório dos trabalhos da Commissãodo Ministério da Agricultura, Commercio eObras Publicas na Europa e nos Estados-Unidos da America do Norte.

Lêrão-se as seguintes propostas:Proponho para sócio effectivo da Socie-

dade Auxiliadora da Industria Nacional oExm. Sr. Dr. Affonso Celso de Assis Fi-gueiredo Júnior, deputado á assembléa gerallegislativa. Rio de Janeiro, 16 de Julho de1888. — José Augusto Nascentes Pinto.

Proponho para sócio effectivo da Socie-dade Auxiliadora da Industria Nacional oSr. Affonso Herculano de Lima, directordo Collegio Universitário Fluminense. Rio,16 de Julho de 1888. —F. A. Pessoa deBarros.

ORDEM DO DIAPor se ter vencido a urgência pedida,

fôrão estas duas propostas em seguida postasem discussão e approvadas unanimemente.

O Sr. presidente communicou ao con-selho, que a Commissão Central Brazileirapara a Exposição Universal de 1889, emPariz, continuava em seus trabalhos; lu-tando, porém, com difficuldades em encon-trar local apropriado á Exposição Prepara-toria da corte ; tendo sido votado o creditopedido; apezar de ter soffrido algumas im-pugnaçõese terminou convidando os membrosdo conselho que se achavão presentes parauma reunião de assembléa geral da Commis-são de Propaganda e das pessoas que se in-teressão pelo assumpto, afim de resolver-sesobre a reexportação dos artigos que, tendofigurado na Exposição Universal de Pariz,ahi não tenhão destino.

Ficou o conselho inteirado.Nada mais havendo a tratar, o Sr. pre-

sidente encerrou a sessão.Sala das sessões da Sociedade Auxilia-

dora da Industria Nacional eml6 de Julhode 1888. — Dr. Nicolau Joaquim Moreira,presidente.—José Pinto Serqueira, servindode Io secretario.— Henrique Eduardo Nas-centes Pinto, servindo de secretario adjunto.

Sociedade Auxiliadora da Industria Nacionalem 3 de Julho de 1888

Illm. Exm. Srselho Administrativo

— Em sessão do Con-da Sociedade Auxilia-

dora da Industria Nacional, verificada em 1de Junho do corrente anno, o membro do con-selho, Commendador José Maria Teixeira deAzevedo, apresentou a seguinte indicação:— Jndico que a Sociedade Auxiliadora da

Industria Nacional, tomando em considera-ção o artigo editorial do jornal—O Paiz—de 31 do mez próximo findo, sob a rubricaConferência Aduaneira, interponha seu va-limento junto ao governo imperial, afim deque este influa no espirito dos delegadosque compõem a commitsão que tem de man-dar publicar, em diversas línguas, todas astarifas das nações que se fizerão representarna conferência aduaneira da Bélgica paraque não se realize a exclusão da lingua por-tugueza, como parece estar resolvido pelareferida commissão.

Discutida a indicação, resolveu o con-selho, depois de aprova-la, que o presidenteda Sociedade levasse ao conhecimento de V.Ex. a importância do assumpto relativa-mente aos industriaes brazileiros e portu-guezes residentes no Império, os quaes,certos do modo pelo qual V. Ex. se dignaattender aos interesses do paiz, aguardãoum benigno acolhimento.

Em cumprimento, pois, do dever queme foi imposto tenho a honra de dirigir-mea V. Ex. sujeitando ao seu elevado critérioa resolução do conselho administrativo daSociedade Auxiliadora da Industria Nacionale á qual V. Ex. dará a consideração que me-recer.

Deus Guarde a V. Ex. — Illm. Exm.Sr. conselheiro João Alfredo Corrêa de Oli-veira, ministro e secretario de Estado dosNegócios da Fazenda e presidente do con-selho. O presidente da Sociedade.—Dr. Ni-colau Joaquim Moreira.

Exposição Universal de ParizHistórico

Continuação

O projecto n. 7 A, apresentado acâmara dos deputados pelo Exm. Sr. Dr.Affonso Celso Júnior, afim de auxiliar ostrabalhos necassarios para que os indus-triaes brazileiros possão remetter os seusproduetos aquelle certamen universal, de-pois de passar pelos tramites da lei e delarga discussão, foi approvado por grandemaioria em ultima discussão no dia 3 deJunho, votando contra, com declaração devoto, o Exm. Sr. deputado Carlos Peixoto.

Nesse dia lêu-se no Jornal do Commer-cio (Gazetilha), o Beguinte artigo:

\

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 147

« Exposição Universal de Pariz,—Deve ser votado hoje, 2 de Junho, na câmarados deputados o projecto de lei concedendoo credito de 300:000$ para auxilio aos ex-positores brazileiros. A alguns parece insufíi-ciente esta quantia ; e o deputado Dr. Joa-quim Nabuco offweceu emenda elevando-a al.000:000$000.

« Se o caso fosse da representação offi-ciai do Brazil, deficiente seria aquella quan-tia. Trata-se, porém, de coadjuvar a inicia-tiva particular patrioticamente despertadadentro e fora do Império por distincfissimosnacionaes e estrangeiros comnoseo relacio-nados, a cujo appello já tem acudido o go-verno imperial, promettendo seu valiosoapoio moral e todas as facilidades adminis-trativas; as administrações provinciaes, vo-tando créditos e animando os respectivosexpositores ; diversas associações e muitoscapitalistas industriaes, negociantes, lavra-dores e outros particulares, prestando oconcurso importantíssimo de seus serviçospessoaes gratuita e desintoressadamente.

«Em Pariz a commissão franco-brazileiro,composta de honrados compatriotas nossos ede qualificados cidadãos francezes, tem adian-tado sob sua responsabilidade,os actos prepa-torios indispensáveis á realização do útil em-prehendimento, já retendo a superfície neces-saria ao pavilhão brazileiro no Campo deMarte, já preparando os planos e orçamentodas obras e serviços da nossa exposição dentrodos prazos fataes marcados pela adminis-tração franceza, tudo isto na esperança deser em tempo soecorrida pelos poderes pu-blicos do Brazil.

« Foi a secção brazileira na dita commis-são, sob a presidência do conselheiro Ro-dolpho Dantas, que determinou o local eestimou as despezas imprescindíveis, com omaterial somente, em 250:000$ para trans-portes.

« Aqui, pela iniciativa da mais antiga euma das mais laboriosas associações parti-culares, a Sociedade Auxiliadora da Indus-tria Nacional, organizou-se a commissãocentral brazileira, de cuja actividade o es-forço somos testemunhas. A ella tem-seassociado prestimosos auxiliares, traballiandotodos pessoalmente na propaganda e na ob-tenção de favores e coadjuvação, tanto dogoverno como das companhias e associaçõescommerciaes, industriaes e outras, no em-penho de nossa representação universal, or-ganizando-se uma preparatória nesta cortepara exhibição, escolha e remessa dos nossosproduetos á primeira.

« Para tudo isto solicitão-se apenas

50:000$, que com os 250:000$ acima decla-rados perfazem os 300:000$ sobre que versao projecto pendente da deliberação do poderlegislativo.

« Nestas condições a subvenção emquestão parece sufficiente para o nosso com-parecimento na grande festa internacionalde maneira, senão faustosa, sem duvida de-cente e condigna nos limites de uma obra deiniciativa particular, corno é de esperar daincontestada honorabilidade e civismo dosque estão á frente do patriótico empréhen-dimento.»

Remettido o projecto ao Sen. do apezarde encontrar forte opposição da p£ te dos il-lustres senadores, Barão de Cotegipe, Beli-sario,Luz e Silveira Martins sendo defendidopelos Srs. Conselheiros Prado, ministro daAgricultura e visconde de Ouro Preto, foiaprovado em 11 de Junho e sanecionado em21 do corrente mez.

A commissão central brazileira para aexposição universal de 1889, em Pariz, reu-nida no sabbado 30 de Julho, sob a presi-dencia do Sr. Visconde de Cavalcante, tomouconhecimento dos seguintes officios:

Dos presidentes das provincias do Es-pirito-Santo e Pernambuco, aceusando re-cebido o officio da commissão e dando contadas providencias que tomarão, afim de con-correrem aquellas provincias á exposiçãopreparatória da Corte e mais tarde á expo-sição universal de Pariz; do Dr. João PiresFarinha, offerecendo com destino á exposição48 exemplares dos Boletins de demographiamedica da cidade ão Rio de Janeiro e pondoá disposição da commissão seus serviços pes-soaes afim de angariar livros nacionaes parafigurarem na secção brazileira da exposiçãouniversal de Pariz.,

Continuando a commissão na formaçãodas commissões consultivas, nomeou ainda :

Para o 6o grupo — Instrumentos e pro-cessos das industrias mecânicas. Electrici-dade — 48a classe - Material e processos deexploração das minas e da metallurgia—49aclasse—Material e processos de exploraçõesruraes e florestaes — 50a classe — Material eprocessos das fabricas agrícolas e das indus-trias alimentares—51a classe — Material dasartes chimicas, da pharmacia e dos cortumes- h2" classe — Machinas e apparelhos demecânica geral —53° classe — Machinas eutensis—54a classe— Material e processo defiação e cordoaria — 55" classe—Material eprocessos de tecelagem—56a classe—Mate-rial e processos de costura e confecção devestimenta s— 57a classe — Material e pro-cessos de confecção de objectos de mobília e

148 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

habitações—58" classe—Material e processosde_fabrico de papel, tinturas e impressões-59a—classe—Machinas, instrumentos e pro-cessos empregados em diversos trabalhos —60a classe—Carros e seges. Trabalhos decorreeiro e selleiro — 61a classe—Materialdas estradas de ferro— 62a classe—Electri-cidade—63a classe—Material e processos deengenharia civil, de trabalhos públicos e dearchitectura—64a classe — Hygiene e assis-tencia publicas—65a classe—Material de na-vegaçãoe de salvação- 66a classe—Materiale processos da arte militar. Os Srs. Drs. An-dré Rebouças, José Américo dos Santos,Evaristo Xavier da Veiga, conselheirosFrancisco Carlos da Luz, Joaquim MonteiroCaminhoá, capitão Camillo de Lellis e Silva,Joaquim Paulo de Castro, Pedro Steel e An-tonio José de Amorim.

Para o V grupo—Productos alimentares—67aclasse— Cereaes, productosfeculentose seus derivados—68a classe—Productos depadaria e pastelaria — 69a classe — Corposgraxos alimentares, lacticinios e ovos—-70aclasse—Carnes e peixes —71a classe —Le-gume e frutas —72a classe — Condimentosestimulantes, assucares e productos de con-feitaria—73a classe—Bebidas fermentadas.Os Srs. Drs. Augusto Carlos da Silva Telles,W.Michler eLuiz Godofredo de EscragnolleTaunay.

Para o 8o grupo—Agricultura, viticul-tura e piscicultura — 73a classe, bis—Agro-nomia. Estatisca agricola—73a classe, ter.—Organização, methodo e material do ensinoagricola—74a classe — Specimens de expio-rações ruraes e usinas agrícolas—75a classe—Viticultura—76a classe—Insectos úteis eprejudiciaes—77" classe—Peixes, crustáceose molluscos. Os Srs. Dr. Ladisláo de SouzaMello e Netto, Visconde de BeaurepaireRohan, Dr. Honorio Augusto Ribeiro, Dr.João Martins da Silva Coutinho e Dr. PedroDias Gordilho Paz Leme.

Para o 9o grupo — Horticultura — 78aclasse—Estufas e material de horticultura—79a classe — Flores e plantas de ornamento— 80' classe—Hortaliças—81a classe —Plantas e arvores fructiferas — 82a classe—Grãos e plantas de essências florestaes—83aclasse—Plantas de estufas. O Sr. Dr. Au-gusto Francisco Maria Glaziou.

Do ministério do Império, de 30 de Ju-nho ultimo, chamando a attenção da câmarano sentido de auxiliar a commissão centralbrazileira na Exposição Universal de Parizem 1889.

Em relação a essa portaria, o Sr. Dr.

«residente, feitas alguns observações pelor. Rosário e J. do Patrocínio, nomeia uma

commissão especial, composta dos Srs. ve-readores Drs. Constante Jardim, AlexandreFontes, commendador Rosário, Gonçalves,Dr. Torquato Couto eDr. secretario, parapromover, pela Illm. Câmara, o que fór con-veniente para a Exposição Universal de 1889em Pariz.

Reunião dos Expositores da IndustriaBrazileira.— Esta sociedade, sob a presi-deneia do commendador José Hermida Pazos,effectuou sua segunda sessão de propagandano dia 12 do corrente mez, perante numerosaconcurrencia de sócios e de visitantes in-dustriaes.

O conselheiro Dr. Nicolau Moreira,sócio effectivo desta sociedade e vice-presi-dente da commissão central de exposição apedido geral e por insistência do Sr. presi-dente, oecupou a cadeira presidencial.

Foi lida a acta da sessão de 9 do mezultimo, qae sem debate foi approvada. O Sr.2o secretario pedio desculpa de não lêr a actada sessão de 27 também do mesmo mez, quenão pôde ser redigida por excesso de tra-balho; no que foi attendido.

Por proposta do Sr. Io secretario Al-bano Cordeiro Júnior fôrão acceitos sócioseffectivos os Srs. Frederico Pinheiro da Silvae Kenri Lowndes, donos da fabrica de teci-dos Formoza, e Luiz Gross, fabricante demoveis. E por proposta do Sr. FranciscoPinto Brandão fôrão também acceitos sóciosos Sr. Sebastião Antônio de Paiva e EduardoMagnin, fabricantes.

O expediente constou do officio da So-ciedade Auxiliadora da Industria Nacional,em resposta ao que esta sociedade lhe en-viou convidando-a para trabalharem de com-mum accôrdo, afim de que seja o Brazil re-presentado na grande exposição de Pariz,declarando nesse officio a Sociedade Auxi-liadora não poder para este fim dispensar oauxilio cooperativo da Reunião dos Expo-sitores. O Sr. Io secretario explicou maisuma vez o motivo da demora da leitura dodo dito officio, já contido nas actas das ses-soes anteriores, declarando que a SociedadeAuxiliadora não demorou a resposta do offi-cio desta sociedade.

O Sr. Francisco Martins Torres, emcarta ao Sr. Io secretario, pedio desculpade não comparecer ás sessões por motivo demoléstia, declarando adherir a toda e qual-quer resolução da sociedade, e oferecendoseu prestimo a favor da propaganda da ex-posição.

O Sr. 1° secretario propoz que, apro*veitando-se o disposto do artigo único do§ 4o do capitulo 2o dos estatutos em vigor,

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 149

sejão elevadas as mensalidades dos sócios de ¦mais 500 rs., attendendo-se á necessidadede meios precisos para a propaganda da so-ciedade ; propoz mais que o Sr. thesoureirofosse autorizado a transferir a sala das ses-soes para outro logar, por ser péssimo o localem que está actualmente e máo o estado damesma sala.

Sobre a primeira proposta fallárão osSrs. Monteiro Chaves e Pinto Brandão, e oSr. 1° secretario fez largas consideraçõesbaseadas no fim que tem em vista a socie-dade. Não havendo mais quem pedisse a pa-lavra, submettidas á votação, fôrão ambasas propostas approvadas.

Obtendo a palavra o Sr. Monteiro Cha-ves declarou que a S. B. Colônia Portugueza, offerecia sua sala, na rua Sete deSetembro, completamente mobiliada e comgaz, podendo o Sr. secretario obter umachave para com franqueza poder nella teringresso, tudo pela quantia de 22$. Foi unanimemente acceito.

Obtendo a palavra o conselheiro Dr.Nicolau Moreira, na qualidade de sócio destasociedade e de vice-presidente da commissãocentral de exposição, que tem de promovero modo de ser bem representado o Brazil naExposição Universal de Pariz, que se ef-fectuará no anno vindouro, occupou a atten-ção do auditório, referindo tudo o que temfeito a dita commissão pedindo em nome deliatodo o auxilio dos Srs. industriaes.

O Sr. Io secretario, em nome dos indus-triaes brazileiros, agradeceu ao conselheiroNicolau Moreira os seus relevantes serviçosem prol das nossas nascentes industrias, epedio que comparecesse assiduamente á salasocial, afim de se tornar mais efficaz o fimpatriótico que a reunião dos expositores temem vista a respeito da representação doBrazil na Exposição Universal de Pariz.

Desejando auxiliar quanto possível, aExposição Universal de Pariz, a qual pro-jecta levar a effeito nesta capital uma Expo-sição Nacional, preparatória daquella, re-commendou o ministério da agricultura áspresidências de província, por circular deante-hontem, procurem obter nas emprezasde viação férrea e de navegação transportegratuito para os produetos e outros objectosque se destinarem ás referidas exposições.

Ao lado da commissão franco-brazileirapara a Exposição Universal de Pariz for-mou-se naqueila capital, a 16 de Junho, umsyndicado civilmente responsável, sendo ocontrato assignado no cartório do tabelliãoHatin, e devidamente legalisado. Deste

syndicado, que se propõe contratar com oGoverno Imperial toda a organização e de-mais serviços da secção brazileira fazemparte os seguintes quatorze cavalheiros :Barão de Albuquerque, Carlos de Almeida,Eduardo Ferreira Cardoso, conselheiro Ro-dolpho Dantas, barão da Estrella, viscondede Figueiredo,'Adolpho Klingelhoefer, Lour-delet, Pector, Pra, Eduardo Prado, Sant'Anna Nery e Manoel Augusto Teixeira,

O sócio visconde de Figueiredo recebeuprocuração do syndicado para representa-lono Rio de Janeiro durante a ausência ou im-pedimento do Sr. visconde de Cavalcante, eespecialmente para assignar o contrato como Governo Imperial, se assim fôr necessário

Sob a presidência do Exm. Sr. viscondede Cavalcante, reunio-se sabbado 14 docorrente a commissão central brasileira,para a Exposição Universal de 1889 emPariz.

S. Ex. communicou ter recebido umofficio do ministério da agricultura, com-mercio e obras publicas, declarando ter ex-pedido as ordens necessárias para o trans-porte gratuito de todos os objectos desti-nados á exposição preparatória pelas estradasde ferro do governo e pelas companhias depaquetes e estradas subvencionadas pelomesmo governo.

Idem da presidência da província daBahia, declarando que a assembléa provin-ciai votara um credito de vinte contos deréis para auxiliar os expositores dessa pro-vincia que concorrerem á exposição.

Idem do ministério da agricultura,commereio e obras publicas, communicandoter autorizado porte franco no correio paratoda a correspondência dirigida da com-missão central brazileira ou para ella.

Communicou mais S. Ex. que a com-missão franco-brazileira enviou á commissãocentral um officio do director geral da Ex-posição de Paris, acompanhando uma listade expositores brazileiros, pedindo uns in-formações, sobre a mesma exposição, eoutros offerecendo obiectos para ella, afimde dar-se conhecimento aos interessados; eque tinha sido informado de ter-se organi-zado ao lado da commissão franco-brazileiraum syndicato incumbido de contratar com ogoverno brazileiro a construcção do edificiodestinado á exposição e mais trabalhos cor-relativos, syndicato de que faz parte eéprocurador o Sr. visconde de Figueiredo.

O Exm. Sr. conselheiro Dr. NicolauJoaquim Moreira propoz, e assim se re-solveu, que se convocasse a commissão de

:"i :¦¦¦'¦¦ ¦¦-.': ¦:'. -

150 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

propaganda, e em geral a todos os interes-sados na próxima Exposição Universal, afimde em assembléa geral, que se realisaráquinta-feira, 19 do corrente, resolver-sesobre o modo de se effectuar a reexportaçãodos produetos expostos, que lá não tenhãodestino.

Reunidos em assembléa geral, a 19 docorrente, sob a presidência do Sr. viscondede Cavalcante, a commissão de propagandae os interessados na próxima Exposição Uni-versai de Pariz, que acudirão ao convite dacommissão central brazileira, afim de se re-solver se sobre o modo de se effectuar a re-exportação dos produetos expostos, que lánão tenhão destino, depois de encerrada aexposição, e não tendo sido adoptados ne-nhum dos alvitres lembrado, nem podendo acommissão central fazer tal despeza com ocredito que lhe foi concedido, nem sobre-carregar a commissão franco brazileira commais este ônus, além de tanto que já hafeito ; havendo, entretanto, tempo bastantepara que os expositores resolvão a questãode accordo com a commissão de propagandadeclarou o Sr. presidente, por lhe parecerser esta a opinião da maioria, que convo-caria nova reunião, logo que houvesse ai-guma cousa assentada entre a commissão eos expositores.

Sob a presidência do Exm. Sr. viscondede Cavalcante, reunio-se sabbado, 21 do cor-rente, a Commissão Central Brazileira paraa Exposição Universal de 1889, em Paris etomou conhecimento dos seguintes officios :

Da presidência da provincia de Per-nambuco, communicando a nomeação dacommissão para promover o comparecimentoda provincia na Exposição Universal de Pa-riz, de que é presidente o visconde da SilvaLoyo; e bem assim ter expedido circularesás câmaras municipaes e autoridades da pro-vincia para auxiliarem a commissão.

Da Illm. câmara municipal da corte,communicando ter nomeado uma commissãoespecial de seu seio, composta dos Srs. vere-adores : Dr. Constante da Silva Jardim,vice-presidente, Dr. Alexandre Cardoso Fon-tes, Dr. Torquato José Fernandes Couto,commendador João Carlos de Oliveira Rosa-rio, José Francisco Gonçalves e secretarioDr. José Antonio de Magalhães Castro So-brinho para de accordo com a commissãocentral, promover o que fôr convenientepara a Exposição Universal.

Da directoria da estrada de ferro D.Pedro II, communicando que, tendo obtidoautorisação de S. Ex. o Sr. ministro daagricultura, prepara-se para fazer o que

estiver ao seu alcance, afim de fazer-se re-presentar na exposição.

Da directoria do Diário Official, offe-recendo as columnas do mesmo para a publi-cação dos actos e deliberações da commissãocentral. Mandou-se agradecer.

O Sr. commendador José Mendes deOliveira Castro deu cópia de um officio dadirectoria da associação commereial deCampos á associação commereial da corte,communicando que envidará os maiores es-forços para que esse município e os vizinhoscontribuão para a Exposição Universal dePariz, enviando especimens dos produetosde sua rica zona.

Foi presente à commissão o pedido deJosé de Freitas para a compra de uma suacolleccão de madeiras, afim de ser levada áExposição Universal de Pariz ; a este res-peito resolveu-se não acceitar propostasnestas condições, nem auxiliar pessoas quepretendão apresentar-se como expositores,mediante auxilio pecuniário, fornecido pelacommissão.

Para a commissão consultiva do 2o gru-po da classificação geral «educação e ensinomaterial e processos das artes liberaes» foiproposto pelo Exm. Sr. visconde de Cavai-cante e approvado pela commissão central oDr. Joaquim Abilio Borges.

Reunio-se, no dia 24 do corrente, acommissão central brazileira para a Expo-sição Universal de Pariz em 1889, afim decontinuar em seus trabalhos.

O Sr. presidente, viscondede Cavalcante,coramunicou que o Sr. Dr. Leopoldo GomesLeitão, engenheiro brazileiro, que fez seusestudos na Europa, para onde volta de novo,offereceu seus serviços pessoaes á commissãotanto aqui como em Pariz, podendo encarre-gar-se lado trabalho que fôr necessário paraa reexportação dos objectos que não tive-rem destino.

O Sr. presidente agradeceu por si eem nome da commissão, resolvendo-se darconhecimento aos expositores.

Communicon mais o mesmo senhor, querecebeu do Sr. Eduardo Prado, presidenteda commissão de trabalhos, annexa á FrancoBrazileira, umacartadirigidapor M. Berger,director geral da Exposição Universal, decla-rando que, quanto ás machinas, ivagons eoutras peças de grandes dimensões desti-nadas á Exposição, convém enviar o maisbrevemente possivel a sua nomenclatura eo espaço que exigem ; manifestando mais omesmo JI. Berger a vantagem de que taespeças sejão antes representadas por modelosreduzidos, portáteis, attenta á exequidade

*t* ::_:¦. f

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 151

da área qne poderá ser concedida para taesobjectos.—Ficou a commissão inteirada, parafazer as devidas communicações.

Em seguida, o Sr. conselheiro Dr. Ni-colau Moreira lêu as instrucções, que foiincumbido de organizar para conhecimentodos expositores e mais interessados, sobredetalhes relativos á remessa dos objectos,sua guarda, seu destino, etc.—Fôrão appro-vadas, com pequenas alterações, e vão aemprimir-se para a competente distribuição.

Reunião dos Expositores da IndustriaBrazileira

Sob a presidência do commendadorJosé Hermida Pazos, effectuou ante-houtemesta sociedade a sua 3" sessão de propa-ganda perante numeroso concurso de sóciose convidados industriaes.

Houve larga discussão a respeito daExposição de Pariz, e o interesse mani-festado pelos oradores mostrou enthusiasmode que os industriaes se achão possuídospara que a exposição preparatória se torneuma realidade, e o Brazil seja dignamenterepresentado naquella exposição.

A presidência da provincia nomeouuma commissão incumbida de promover arepresentação da provincia de Minas naExposição Universal de Pariz.

Compõe-se esta commissão dos Srs:Dr. Henrique Gorceix, director da escolade minas desta capital, Dr. Costa Senna,Dr. Modesto de Faria Bello, Dr. JoãoVictor de Magalhães Gomes, Dr. FranciscoLuiz da Veiga, commendador Carlos Ga-briel de Andrade e coronel Antônio Alber-garia.

MetallurgiaFerro coado

O ferro coado, ferro de fonte, ferro fun-dido, etc, é o carbureto de ferro que resultado tratamento dos minereos deste metal pelocarvão em altos fornos. Ao desprender-se ooxygeneo uma pequena parte de carvãoune-se ao ferro, formando um produeto maisfusível que o metal puro.

Distingue-se o ferro coado do ferro for-jado em ser menos maleavel, mais quebradiçoe não se poder forjar tanto a frio como aquente. Não se solda comsigo mesmo; émenos tenaz, porém, presta-se melhor aoachatamento.

Com estas qualidades o ferro coado nãopôde ser trabalhado a martello, empre*gando-se apenas fundido e modelado.

Segundo as proporções de carbono quecontém sua côr e propriedade varião, distin-guindo-se o ferro coado branco, acinzmtadoe mesclado.

O ferro coado branco é o que contêmmenos carbono, oscillando a proporção entre2.3%. Então é duro, quebradiço, es-Mando rapidamente o que fa-lo imprópriopara modelos; a côr vai do branco-prata aocinzento-claro.

O ferro coado cinzento contém de 3 a5 % de carbono"; é doce, maleavel e de côrentre cinzento-claro e cinzento-escuro.

O ferro mesclado é uma mistura dosdous precedentes, apresentando em sua fra-ctura manchas cinzentas sobre um planobranco.

O ferro coado cinzento não resiste tantocomo o branco, porém é, mais tenaz e menosduro, permittindo trabalha-lo com facilidadeperfura-lo, corta-lo, etc.

Seu valor é muito maior.A natureza chimica dos ferros fundidos

não foi ainda bem determinada, sendo o quese encontra freqüentemente no mercado umamescla de carbureto de ferro com outroscompostos fusíveis.

A seguinte tabeliã indica a média denumerosas analyses, effectuadas em diversasclasses de ferros coados:

Perro coado cinzento Ferro coado brancoA carvão A coke A carv&o A cokevegetal vegetal —

Perro 94,64 93,65 94,94 93,31Carbono 4,30 4,42 2,52 9,ft3Silício 0,91 1,35 0,40 0,97Phosph.,mang.etc. 0,15 0,58 2,14 2,76

100,00 100,00 100,00 100,00

São as qualidades de resistência do ferroque mais devem prender a attenção do con-struetor.

O ferro coado resiste mal á tracção,pois que rompe-se sob uma carga de 16 kilo-grammas por millimetro quadrado de seccão,e isto quando o ferro doce resiste a um esforçode 35 kilogrammas, indo até 60 se o ferro éde bôa qualidade.

O verdadeiro papel dos ferros fundidosnas construcções é o de resistir & compressão,esforço a que se presta muito melhor do queo ferro forjado.

Quando em um prisma de ferro coado arelação entre a altura e a dimensão trans-versai varia de 1 a 5 admitte-se como resis-tencia ao achatamento 100 kilogrammas pormillimetro quadrado.

Havendo, porém, grandes differençasnas variedades de ferro coado segue-se dever

152 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

tomar-se uma cifra menor, em geral 95 kilo-grammas e como carga de segurança a de-cimo, isto é, 75 kilogrammas.

As condições que geralmente se exigemdo ferro coado nos trabalhos de construcção,cifrão-se nas seguintes :

l.a As peças serão exclusivamente dasegunda fundição.

2." Apresentarão em sua fraetura grãoscinzentos apertados, regulares, sem oiifi-cios, gretas etc, circumstancias que podemalterar a sua resistência ou perfeição.

3.a Deveráõ ser tenazes e fáceis detrabalho de buril, lima, martello etc.

4." As peças fundidas devem ser limpas6 perfeitamente modeladas, tirando-se álima todas as rebarbas que possão apre-sentar.

5.a Uma barra procedente da mesmafusão das peças para um serviço que tenha0,,o20 de comprimento e 0,m4 de esquadria,collocada horizontalmente sobre supportesde aço separados 0*»,16 deverá soffrer, semquebrar-se, o choque de doze kilogrammasde peso, cahindo livremente de uma alturade 0ra,40 sobre o ponto médio.

6." Um lingote de 0"',4 de esquadriasubmettido pelo apparelho de Monge a umesforço de flexão deverá resistir sem quebrara um peso de 140 kilogrammas.

Se algumas das barras submettídas ásprovas enunciadas romperem-se, todas aspeças da mesma fusão são incapazes, ouimprestáveis.

Não precisa dizer que estas provas,garantidas na construcção devem ser feitassob a vigilância de pessoa habilitada, paraque possa aquilatar os defeitos e os resultadosdos exames, sendo sufficiente muitas vezesos defeitos perceptíveis á vista para in-dicar a qualidade péssima do material e doprocesso empregado.

O emprego do ferro coado é variadis-simo ; com elle se fazem columnas, arma-duras, telhados, estatuas, fontes, etc.

A fragilidade deste metal ea difficul-dade de dar-lhe fôrma mui regular impossi-bilitão o enlace e reunião das peças por meiode verdadeiras soldaduras, recorrendo-se aoemprego de passadores para sujeitar as peçasfundidas nas construcções.

A facilidade com que se pôde obterpeças de fôrma determinada moldando-se oferro coado, faz com que o seu emprego sejafreqüente nas construcções civis como nofabrico de peças de machinas ; empregan-do-se até no de peças de artilharia.

p ferro coado cinzento é o mais empre-gado, para jppdelar, sendo sobretudo de ga-nulação fina.

Conservando-se por muito tempo liquidotoma perfeitameute a fôrma dos moldesalém de que não endurecendo facilmentepor um resfriamento que não seja brusco,apresenta boas condições para o trabalhoulterior de torno, buril, lima etc, a quedevem ser as peças submettídas.

Como não é possivel contar com as con-dições do ferro que se obtém nos altos fornosé mais correcto não moldar com o ferroextrahido á primeira sangria, e sim lin-gotes convenientemente classificados e cuja3condições sejão apropriadas á obra que seintenta, e para o que não se perderá devista os fornos chamados cubilotes.

Fundido o metal enchem-se os moldesfeitos de areia e terra, ou areia e carvãopulverisado, sendo esta ultima mistura apreferida.

Construindo os moldes é bom não es-quecer que o metal, ao solidificar-se, soffreuma con tracçao de 1 por 1,000 do volume doobjecto e por este motivo costuma-se tomarregras ou medidas cuja longitude é de 101centímetros divididos em 100 partes.

Tomando com estas regras as dimen-soes dos modelos, como se as devisões fôs-sem em centímetros, augmenta-se em umcentezimo as dimensões lineares do objecto,que, ao contrahir-se na proporção enunciada— 1 por 1,000—fica sem duvida alguma comas que deve ter.

Quando se fundem rodas para carrosde estradas de ferro, cylindros, laminado-res, polias e, geralmente, toda a classe depeças destinadas a soffrerem grande friecio-namento com outros corpos duros, é neces-sario que a superficie seja tambem dura.

Antigamente o fundidor obtinha, á von-tade, um material duro, empregando ferrovelho que houvesse passado por diversasfusões evertendo-o em molde ainda frio re-sul tando o ferro coado branco e duro.

Tambem se aconselhava desfazer deprompto o molde, separando a peça por meiod'agua fria.

Todos estes processos estão banidos porcaros e perigosos, tratando-se de grandespeças.

Depois da invenção de fundir-se o ferroem concha processo que consiste em moldara roda sobre uma chapa de ferro preparado,ao cahir nella, o metal contrahe-se tempe-rando-se,

Ultimamente inventou-se o processo decollocação de canaes contendo uma misturafrigorifera e rodeando os modelos.

Quando se quer obter uma peça fundidabranda e fácil de ser trabalhada á lima ouao torno emprega-se-ha areia ; secc&o-se

t

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 153

bem os moldes, emprega-se bom ferro deprimeira fusão, deitando-o no molde muitoquente.

Além disto longe de tirar as peças dosmoldes para arejal-as, convém tapar os res-piradores, pondo terra em cima e deixai-osassim até que espontaneamente esfriem.

FERRO COADO BRANCO

Fonte branca. Ferro cru brancoO ferro branco é uma variedade de fer-

ro coado resultante umas vezes do esfria-mento brusco do ferro cinzento; outras vezesda marcha forçada dos fornos com excessode carga e ainda finalmente da combinaçãodo ferro com differentes corpos entre osquaes conta-se o carbono.

As diversas variedaies de ferro existentes no mercado apresentão propriedadesespeciaes conforme sua composição e o meiepelo qual fôrão obtidas, sendo os principaes—o ferro especular ou laminoso e o de sobre-carga.

O ferro especular obtein-se quando noforno alto não se produzem outras reacçõesalém da reducção do mineral e da carbona-tação do ferro.

Este ferro contem, ordinariamente,muito manganez e provém de mineraes quenão contem phosphoro nem arsênico e nosquaes existe pequena quantidade de pyritesde ferro e cobre.

O ferro especular fabricado com carvãovegetal tem uma contextura crystallina muitonotável, semelhante á do zinco; uma côr ar-gentina e brilhante.

A variedade de ferro conhecida pelonome de sobre-carga como o está indicandoé o resultado de um excesso de mineraesno forno, produzindo uma boa quantidadede oxydo de ferro nas escorias.

O carbono que este ferro contem é muitovariável, oscillando entre o correspondente aoaço o mais carburetado e o que foi indicadopara o ferro especular.

Além disto costuma conter silica, enxo-fre, phosphoro, arsênico e algumas vezesalumínio, cálcio e magnesio. Sua contex-tura é granular, radiada e brilhante.

A densidade deste ferro é de 7,44 a7,84 ; extremamente tenaz e tão duro, quesalta ao beter do martello sem que este façamossa em sua superfície. O cinzel não pôdecorta-lo,estando no mesmo caso a lima e a ta-lhadeira ; entretanto é mais fuzivel do queo ferro cinzento e liquifica-se entre 1,050 a1,100 gráos.

Os ferros coados brancos, tratados pelos20

ácidos, deixão um resíduo de graphita muitomenor do que depositão os cinzentos, oxy-dando-se mais promptamente do que estesquando expostos ao ar.

Ferro coado cinzentoEsta qualidade procede geralmente de

mineraes de bôa qualidade e de um perfeitotrabalho dos fornos.

O ferro coado cinzento é sempre granu-loso, poroso e incapaz do polimento.

A côr varia do cinzento claro ao cin-zento escuro. A densidade varia entre 6,79e 7,05; cede bem á lima e á talhadeira.

Tratado o ferro coado cinzento pelosácidos deixa um considerável deposito degraphito, contendo grande porção de silica.

Esta qualidade de ferro é muito refra-etária fundindo-se a 1,200 gráos.Exposta aoar oxyda-se com extrema facilidade, pois queé mui porosa.

Quando depois de fundido submette-seo ferro coado cinzento a um resfriamentobrusco, a parte que fica em contacto com omolde torna-se branca e dura emquanto aparte interior ou centro da peça permanececinzenta e macia, facto este importantíssimopara certos trabalhos industriaes como sejao fabrico de cylindros laminadores cuja su-perficie deve ser dura.

Ferro coado mescladoVariadade de ferro proveniente da mis-

tura do ferro branco e cinzento. A superfíciedeste ferro é manchada de pintas brancase cinzentas. E' um metal reunindo as pro-priedades dos ferros coados de que já tra-támos.

Ferro coado negroEsta variedade é constituída pelo ferro

coado cinzento, obtido por meio do carvão depedra. E' um ferro mais forte e consistentedo que o cinzento, sendo por esse motivo muiapreciado pelo commereio e pela industria.

(Vertido por N. J. M.).

Viticultura« Ministério dos Negócios da Agri-

cultura, Commereio e Obras Publicas. Ga-binete.— Rio de Janeiro, 10 de Julho de1888.

« Illm. Sr.— A viticultura está empre-gando no Brazil esforços dignos de louvor,particularmente na provincia de S. Paulo,

s. a,

154 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

S

onde tentativas têm sido feitas em maiorescala, augurando éra prospera semelhanteramo da producção agrícola que o governoimperial deseja fomentar e auxiliar, quantocouber nas suas attribuições, com o que semduvida cooperará para desenvolvimento denova fonte de riqueza nacional.

« Um dos meios de mais efficaz auxilio áreferida industria será impedir com summadiligencia que a videira venha a ser accom-mettida de pragas, ou que os germens acasoexistentes se desenvolvão e propaguem, bemcomo colligir dados experimentaes que sirvãoa orientar os plantadores quanto a questõesque desinteressão tanto mais quanto importaevitar causas de mallogro que poderião de-terminar abandono de tentativas tão úteis.

«Para este effeito interromperá Vm.,pelo em quanto, os seus estudos acerca daprophylaxia e therapia da moléstia do ca-feeiro, os quaes, no estado em que se achão,carecem da acção do tempo para chegar aconclusões de maior segurança ficando in-cumbido de estudar primeiramente na pro-vincia de S. Paulo, as pragas da videira edevendo dirigir attenção mui particular parao facto de haver ou não Phylloxera vastatrixprincipal flagello da planta, invadido o ter-ritorio da mesma provincia.

« Para chegar a este resultado procederáa exame dos vinhedos no maior numero pos-sivel de localidades, reservando para futurainspecção as regiões que o tempo lhe não per-mittir visitar desde já.

« Com a primeira phase da invasão desteflagello não se manifesta nos órgãos super-ficiaes da parreira, a ausência actual dasfolhas não será obstáculo ao começo da tarefaque, por agora, versará principalmente sobreo estado das raizes.

« Quando as parreiras se houverem re-vestido de folhas, tornará Vm. ás regiõespara, pela apparencia da planta, verificar apresença ou ausência de focos phylloxericos.

t« Parece que mais benignos ou menosterríveis são os effeitos da phylloxera vas-tatrix na America do Norte do que na Eu-ropa e tem sido preconisado, para obstar amanifestação do flagello, o enxerto de mudaseuropéas (vitis vicifera) sobre cepas indi-genas do norte do continente americano (vitisaestivalis, vitis cordifera, menos a vitis la-brusca). Muito con virá, pois, que Vm.examine com a perícia e competência es-pecial de quem já fez parte da commissãoofficial phylloxerica na Europa.

« I.— Si a importação realizada de par-reiras européas envolve ou não grave pe-rigo da invasão da phylloxera vastatrix naprovincia de S. Paulo ;

«IL— Si os effeitos ia, phylloxera vas-tatrix no Brazil, por virtude da influenciados agentes exteriores que aotuão na vidado insecto, serão tão benignos quanto naAmerica do Norte ;

«III.—Si é ou não recommendavel desdejá o enxerto preindicado, utilisando paraeste fim cepas resistentes da America doNorte, e, no caso affirmativo, quaes as es-pecies ou variedades preferíveis.

«Examinará também Vm., si acaso nasparreiras de S. Paulo existem cogumellosdestruidores e quaes a sua intensidade eextensão, attendendo principalmente a po-rosnopora viticola que em alguns paizes eu-ropeus é quasi tão temida quanto a phyl-loxera.

« Ser-lhe-ht indicado um projecto deitinerário ás principaes localidades viticolase da sua experiência e aptidão confio a in-dagação de outras questões que lhe parecerúteis estudar bem como estou certo de que,quanto permittir o tempo, aproveitará Vm.as suas excursões pela provincia paraampliar a área das suas observações e examescom referencia ás condições de vida docafeeiro.

«Deus guarde a Vm.—Antônio Prado.— Sr, E. A. Goldi.»

A Videira Americana em S. Paulo

Estando o governo e a lavoura de certasprovíncias na intenção de desenvolverem aindustria vinifera, julgamos útil espalhar asobservações feitas com todo o critério, porFogge e que em 1877 fôrão publicadas noCorreio Paulistano.

A importância do fabrico de vinho dauva Isabella nesta provincia tem feito comque todos os annos se estenda mais a plan-tação desta videira. Comquanto tenha provadoexcellente para este fim, que a porção ven-dida cada anno pôde mostrar, o conheci-mento de outras variedades superiores aindaé pouco vulgar, provavelmente por falta deuma descripção dellas e uma prova de suaprospera cultura aqui.

Nos Estados-Unidos temos nove espéciesdistinctas das indigenas que dão frueto co-mestivel; destas quatro estão em cultivaçãoe approvadas muitos annos.

São: Vitis Labrusca, V. ^Estivalis, V.Cordifolia e V. Vulpina.

A uva Isabella conhecida aqui por to-dos como a americana, pertence á espécieVitis Labrusca. E' conhecida desde 1818, e

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 155

em 1845 á vista da grande quantidade defructo que produüio, foi plantada em umaporção maior e em 1846 foi feito o primeirovinho, que agradou a todos pela sua bôaqualidade. Logo depois appareceu a Catawbae outras superiores, e abandonarão alsabella,por esta lavoura, porém ainda é cultivadaem logares favoráveis, para a mesa e para omercado, mas eu estou persuadido que emnenhuma parte é melhor ou produz mais doque em S. Paulo.

Da espécie V. Labrusca existem maisde vinte e tantas variedades, destas tenhoaqui em cultivação a Catawba, Diana,Union,Village, Martha, Maxatawney, Concord,Ives, lona e Creveling.

A Catawba tem a fruta redonda, ver-melho-escura, pelle um pouco grossa, carnecom pouca polpa, doce, succosa, de gostorico, vinhoso e alguma cousa almiscarada ;cachos grandes e moderadamente compactos.A planta cresce com vigor e é muito produ-ctiva em terreno próprio, terra barrentacom pedregulho, ou arenosa, é a mais apro-priada.

Esta videira foi introduzida em S. Pauloha mais de vinte annos passados pelo falle-cido Sr. João Rudge e plantada no sitiochamado Morumby, porém em logar impro-prio, e assim custou a crescer e produzir.Neste tempo ninguém acreditava no fabricode vinho da uva americana e o Sr. Rudge,que foi o primeiro a emprehender a culturadesta videira como industria, á vista da im-mensa colheita annual da Isabella e poucodesenvolvimento de Catawba, não cuidounesta ou antes a conservava como uma va-riedade curiosa.

Foi a primeira plantada nos Estados-Unidos em grande escala para o fabrico de

arenoso, é preferível para esta

vinho, onde enriqueceu muitas pessoas eainda hoje onde a estação favorece a suaperfeita maduração, é julgada superior paraum vinho branco semelhante ao champagne.

Sete annos passados eu plantei algunsbacellos dessa videira vinda mesmo do Mo-rumby, fructificárão no terceiro anno e esteanno produzirão muita fruta que, apezar dotempo chuvoso,araadureceu bem e por igual.

Propaga-se com facilidade plantandoem estacas e facilmente por enxerto.

Diana.—Uva redonda, tamanho media-no, côr vermelho-clara, carne macia comalguma polpa, doce, succosa com gosto almis-carado, bagos medianos compactos e ás ve-zes alados. A planta é sadia crescendo commuito vigor, requer muito espaço e a podacomprida, e melhora-se na producção e qua-lidade do fructo ao envelhecer. Terreno fracoe secco, de terra barrenta com pedregulho

ou alluviãovideira.

Eu plantei esta variedade em 1871,logo deu fructo e este anno com abundância.

E' uma das melhores uvas para a mesae para guardar ; faz um vinho branco seme-lhante aos vinhos do Rheno.

A propagação por estaca é muito fácil;tambem por enxerto.

Union-Village.—De todas as uvas ame-ricanas é a maior; cachos compactos alados;bagos muito grandes, pretos e oblongos,pelle fina, carne doce e agradável, sendobem madura.

Tambem plantei esta videira em 1871;produzio fructo no terceiro anno e continuasempre em maior porção. Não é uva pro-pria para bom vinho, mas pelo tamanho eboniteza do fructo e cacho, deve ser sem-pre bôa para o mercado.

A planta cresce muito ; pega facilmentede estaca e assim produz melhor do que porenxerto.

Martha.—Uva branca de bom tamanho;redonda, sendo bem madura tem côr ama-rello clara, carne notovelmente doce e semácido, com pouca polpa e macia, cachosmedianos, moderadamente compactos e ala-dos. Faz nm vinho de uma côr clara e desabor muito delicado.

A commissão franceza, na exposição devinhos americanos, em Montpellier, 1874,pronunciou este vinho « approximando-o aosde Pique-poul, produzidos no Herault. »

Eu recebi esta dos Estados-Unidos emDezembro de 1873 em estacas, plantei nomez de Junho seguinte, deu fructo pela pri-meira vez o anno passado. Este anno cadabroto deu três e quatro cachos e algunscinco; parecia termais fruetos do que folhas;amadureceu perfeitamente.

Propaga-se bem por estaca, melhor doque por enxerto ; a planta é forte mas nãocresce tanto como a Isabella.

Maxatawney.—Tem o fructo acima damédia, oblonga, de côr amarello clara comuma tinta de alambre ao lado exposto aosol; carne macia sem polpa, e deliciosa comaroma fino; cachos compridos não muitocompactos ; em qualidade é excellente tantopara vinho como para a mesa; amadurecetarde e parecem com a chassellas branca daEuropa. A planta e sadia e forte crescendomuito.

Esta eu recebi junto com a Martha em1873 e plantei no mesmo tempo; o annopassado produzio fructo á primeira vez ; temcrescido tanto que seis pés ou plantas co-brem uma latada de trinta por cincoenta

156 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

palmos em quadro, e derão este anno maisde duzentos cachos de uvas. Faz um vinhobranco muito delicado.

Pega de estaca e de enxerto com muitafacilidade. Algumas das estacas que planteio anno passado derão dous cachos de frueto.

Concorã.—Uva preta, cacho grande ai-guma cousa compacto; bagos grandes, glo-bulares, pelle fina, carne doce com polpa masmacia. Planta muito forte crescendo comvigor. E' considerada nos Estados-Unidosuma das melhores para um vinho de pastoleve, de que fazem annualmente grandesquantidades, tambem um dos melhores parao mercado pela sua belleza.

Recebi esta em 1873, fruetificou esteanno pela primeira vez, mas pouco; como asplantas são pequenas, vindas dos Estados-Unidos em estacas muito miúdas, sendo seudesenvolvimento pouco, mas eu já vi estavideira muito frondosa e com muita frutaem Campinas em um quintal do fallecidoDr. José Cooper Reinhardt e creio que esteterreno deve ser mais próprio, do que o daminha chácara.

( Foi o Dr. Rheinhardt que introduzioem S.Paulo a Delawara, Dianna, Union,Village e Lenoir ).

Ives.—Cachos de bom tamanho, com-pactos, freqüentemente alados ; bagos me-dianos, pouco oblongos, de côr rôxo-escura,carne doce, suecosa com alguma polpa. Estauva não é considerada bôa para a mesa,mas em alguns logares é excellente paravinho tinto.

A planta é notavelmente forte e sadia,mas no principio produz pouco, porém es-tando mais velha com muita abundância.

Tenho esta desde 1872, plantada comraiz, tem crescido pouco, apenas deu umcacho de fruta este anno, que achei muitobôa.

lona—Uva grande, um pouco oval, pellefina mas resistente, vermelho-clara, quandomadura coberta com veias de côr vermelho-escura, carne macia e de caracter e consis-tencia uniforme até o centro,cachos grandes,compridos, alados e soltos ; gosto rico, docee vinhoso, qualidade optima para a mesa epara vinho.

O Pleasant Vally Wine Comp. faz usodesta uva em grande quantidade, para ofabrico dos seus excellentes vinhos scintil-lantes.

Tenho esta desde 1873, mas tem crês-cido pouco e ainda não deu fruta, as estacaserão bem miúdas e talvez a planta care-cesse outro terreno.

Creveling.—Uva preta, bagos grandeslevemente ovaes, carne macia, suecosa edoce, cachos compridos e soltos, a plantacresce bem eé sadia, a fruta é excellentepara a mesa e faz um vinho semelhante aoBordeaux.

Plantei esta em 1874 em estacas muitomiúdas, este anno deve fruetiflear.

Vitis JEstivalis.—Esta espécie pouco co-nhecida, aqui, merece a maior attenção dovinicultor.

DizW. Saunders, superintendente dojardim experimental em Washington, quea fruta desta espécie é preeminente para ofabrico de vinho, e destituída de polpa e osumo contém maior porcentagem de assucardo que de qualquer das outras, as folhas nãosão tão sujeitas á moléstia e á podridão, écomparativamente desconhecida. «E, diz J.E. Planchos, Les Vignes Americains: nestegrupo se acha a fruta com o gosto approxi-mando a maior parte da nossa, e que faz umvinho tinto de bom corpo e de bouquet, suf-ficientemente delicado, em todo o caso mon-foxé.

As variedades desta classe preferemgeralmente terreno secco e não muito forte,misturados com pedras decompostas e cal, eresistem á maior secca, embora produzãocolheitas immensas nas terras baixas de ai-luvião, a fruta não alcança a mesma per-'feição como nos altos.

Resistem perfeitamente á Phylloxera,isto tem sido provado em França nos vinhe-dos no Heraul onde as videiras francezas,juntas estão morrendo dos ataques deste in-secto.

Desta espécie são cultivadas e appro-vadasmais de 15 variedades, das quaes tenhoNorton's Virginia, Cunningham, Cynthiana,Herbemont, Ruland, Lenoir e Alvey.

Norton's Virginia.—Tem a fruta preta,pequena com o sueco vermelho, muito escuro,quasi azul, sem polpa e sendo bem madura,doce e aromatica,cachos compactos e alados.

A planta é muito vigorosa e forte, crês-cendo extraordinariamente e accommoda-seem qualquer terreno.

Eu recebi esta em 1872, planta comraiz, no principio custou muito a crescer,mas nestes tres annos tem-se desenvolvidotanto, que pretendo mudar a plantação queeu fiz o anno passado, para 20 palmos dedistancia, um pé a outro em logar de 14que está, como necessita de muito espaço epoda muito comprida para produzir á von-tade.

Este anno as plantas originaes e os en-xertos que eu fiz a tres annos, derão muita

V

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 157

frueta e estou certo que a colheita desta vi-deira deve ser sempre igual á da Isabella ede.ve dar a mesma quantidade de vinho ;como"a fruta amadurece igualmente em todoo cacho, não ha uvas verdes, meio madurase nem podres, e sei por uma experiência quefiz, este anno, que a mesma quantidade deuvas por peso, dá a mesma quantidade devinho.

O vinho é tinto quanto pôde ser, parecealguma cousa com o Borgonha, não precisaconfeição; contém de parte saecharina douspor cento mais do que a Isabella.

A propagação é diffieil por estaca,' masmuito fácil por enxerto de mergulhia.

Cuningham.—Uva preta, pequena esuecosa, cachos compactos, medianos e ásvezes alados. Amadurece tarde e faz umvinho dos mais aromaticos e deliciosos, decôr amarello-escura, semelhante á madeira.

Recebi esta em 1873, em estacas, umenxerto que fiz logo que chegarão ; no se-gundo anno cresceu mais de duzentos palmose apresentou mais de duzentos cachos deuvas. As plantas este anno produzirãopouco, mas crescerão extraordinariamentedevido á poda, que foi muito curta. Carecepoda muito comprida, e muito espaço, sendoa planta muito sadia e forte, e deve ser umdos mais produetivos.

Cijnthiana.—Hya. menos de medianaredonda, preta, doce, aromatica e suecosa ;sueco vermelho muito escuro, e em parte sac-charina superior á Norton's Virgínia. Cachosmedianos pouco compactos e alados. A plantamuito vigorosa, forte e produetiva. E' con-siderada a primeira uva para vinho tinto,rivalizando com as melhores da Europa.

Diz o Sr. Bush no seu catalogo descri-ptivo de 1875: nosso vinho Cynthiana ganhouo primeiro medalhão de mérito na exposiçãonacional em Vienna—1873, e a commissãodo Congresso em Montpellier, França, 1874,pronunciou a Cynthiana de Mr. Bush, umvinho tinto, côr muito fina, rico em corpo eespirito, faz-nos lembrar do vinho velhoRoussillon. E diz o mesmo do Cynthianaexposto por Paeschel e Scherer.

Tenho esta videira desde 1873: deufruta pela primeira vez este aqno. A plantaé muito semelhante o Norton's Virgínia ecresce da mesma fôrma, a fruta é superior,porém em gosto, sendo menos adstringente,e mais doce, amadurecendo bem e perfeita-mente por igual. Pega de estaca com muitadificuldade mais, facilmente por enxerto, edá-se bem em qualquer terreno. Plantei muitodesta o anno passado e pretendo estendermais a plantação.

Herbemont.—Uva preta, pequena, carnedoce sem polpa, summarenta, pelle fina,cachos grandes alados e compactos.

A planta é muito vigorosa com folhasmuito bonitas e não é sujeito ao oidium nempodridão. Faz um vinho branco, espremendoas uvas sem as pizar, que parece com vinhosdelicados de Rheno; fermentando com obagaço o vinho é tinto muito fino de côrvermelha clara. Os peritos francezes emMontpellier julgarão o vinho agradável, fa-zendo lembrar o gosto dos vinhos do Oestede França.

Plantei esta em 1873, este anno deufruta, e uma das plantas que deixei crescerpor cima de uma latada, podando pouco deucom abundância extraordinária, cada brotocom tres ou quatro cachos, emquanto as outrasque podei muito curtas pouco derão, senãovaras de 20, 30 e 40 palmos, que mostra anecessidade de bastante logar para estender-se, epoda comprida. A fruta é excellentepara a mesa, e seria diffieil conhece-la deeuropéa, deve ser considerada uma das maisimportantes para a vinicultura aqui. E' se-rodia, amadurece por igual e muito produ-duetiva. Propaga-se bem por estaca e en-xerto. Por um pouco de vinho que fiz esteanno, vejo que contém 2 por cento mais deassucar do que a Izabella.

Lenoir.—Uva pequena, redonda, de côrroxa escura, quasi preta, carne tenra, sempolpa, summamente doce e vinhosa.

A planta é muito sadia e cresce commuito vigor em qualidade superior.

Eu plantei esta em 1874 ; tem crescidomuito, mas mostra muito pouco frueto.

E' representada como das mais tardiaspara fruetificar, mas eu já a vi em Campinascom o Dr. Reinhardt, com muita fruta ; asminhas plantas vierão de lá, por isso póde--sesuppôr que a differença na producção é mo-tivada pela differença do terreno.

Rulander.—Uva pequena, preta, sempolpa, suecosa, doce e deliciosa ; cacho nãomuito grande, compacto e alado ; não é su-jeita a oidium, nem podridão.

Esta plantei em 1874, vinda dos Estados-Unidos em estacas, muito miúdas ; ainda nãotem crescido bem, apenas deu um cacho defruta este anno. Faz um bom vinho, excel-lente como o Xerez de qualidade superior, omosto contém muito assucar. Propaga-sebem por estacas.

Eumelan.—Uva preta,grandeeredonda;carne macia, gosto puro e vinhoso, muitaassucarada e rica; cachos de bom tamanho efôrma elegante ; pouco compactos.

A planta é sadia, forte e produetiva.

158 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Faz um vinho tinto dos melhores; o mostocontém muito assacar com muito pouco ácido.

Plantei esta em 1874, vindo também emestacas miúdas, têm custado vigorar, maseste anno deu alguma fruta que me pareceuser a melhor de todas as uvas pretas ameri-canas para comer. Propaga-se bem por es-taças e enxerto, e merece muita attenção.

(Continua).

Industria Nacionaltf. SOI.--Memorial descriptivo acompanhando um

pedido de privilegio; durante 15 annos, no Im-peno do Brazil, para « aperfeiçoamentos intro-amidos nas prensas ». Invenção de FranciscoMeschini, filho de Eugênio, residente em Galarate¦província de Lombardia (Itália),

Os meus aperfeiçoamentos referem-seessencialmente ás prensas conhecidas pelonome de prensas Mabille, nas quaes a rodade furos, fixa á porca, que produz a pressão,recebe o movimento por meio de dous trin-quetes articulados com a alavanca motriz.

A potência da prensa Mabille é ne-cessariamente limitada porque a cada voltada roda de furos corresponde uma diminuiçãode volume da matéria, que se pretende com-primir, medida por um cylindro, cuja secçãoé a mesma da caixa, que contém a dita ma-teria e cuja altura é igual ao passo do para-fuso da prensa. Ora, este passo não pôde serdiminuído além de um certo limite, já porcondições de construcção, já para evitar umaugmento excessivo de attritos.

As disposições até hoje propostas com ofim de augrnentar a potência da prensaMabille, que consistem geralmente na ad-dição de systema de rodas exteriores, nãotêm dado resultado por causa de sua com-plicação, excessivo custo e principalmentepelas difficuldades de seu emprego.

Eu comsigo aquelle fim por meio de umanova combinação dos trinquetes da prensaMabille com uma roda epicycloidal.

gráo de pressão, interromper o funcciona-mento ordinário á maneira das prensas. Ma-bille, para reduzir o deslocamento angularda porca na relação que se pretende afim dese obter um gráo de pressão muito mais con-sidera vel.

Pretendo principalmente pelo pedidodo privilegio proteger, além da disposiçãodescripta e representada no desenho, o quese pôde deduzir delia, communicando áspeças do systema de rodas epicycloidal ummovimento addícional, o qual é contrario aode uma de suas peças, de modo a reduziresta ao repouso e obter movimentos diffe-rentes para as outras.

Assim, por exemplo, obter-se-hião sys-temas de rodas cuja combinação com ostrinquetes de Mabille para servirem nasprensas, se devem considerar como com-prehendidos no meu pedido de privilegio,reduzindo-se o movimento do carrete N auma translação simples e supprimindo omovimento de rotação, de que elle se achaanimado ou communicando um movimento detranslação ás coroas dentadas e tornandopor conseqüência o carrete N concentricocom o parafuso, ou ainda por outros processosanálogos. Reivindico também os aperfeiçoa-mentos introduzidos nas prensas Mabille deum modo análogo ao que se descreve norelatório e se acha representado* nos de-senhos juntos.

Rio de Janeiro, 5 de Setembro de 1887.— Como procurador Júlio Géraud.

N. US.—Abridor Mecânico

K

Em resumo, reivindico como invençãominha:

A applicação a uma prensa Mabille emque o eixo da roda de furos não é interior-mente enroscado de um systema de rodasdifferencial ou epicycloidal, em que uma dasmesmas rodas contém no seu cubo a porcado parafuso da prensa, systema que estáocculto no interior do supporte e por meiodo qual se pôde, quando se attinge um certo

O Abridor Mecânico tem por fim abriras chavesdas linhas de carris urbanos.Consiste em uma caixa rectangular deferro com 0,m40 de comprimento, 0m,20 delargura e (T,02 de espessura. (Fig. l-a)A caixa tem dous tampos e entre ellesum espaço por onde passa o trilho, isto é odesvio. No interior da caixa está o meca-nismo que permitte o abrir a chave. O meca-nismo é simples e compõe-se de diversas pe-ças, sendo a principal a representada pelafig. 3", que denominamos balancim.Descrevamos cada uma das peças.Na parte interna do fundo da caixa, as-sentao-se duas peças de ferro com a fórmae dimensões da fig. 2a e na parte circulardessas peças assenta-se por uma vez o eixodo balancim (peça principal do aparelho).Para prender as hastes do balancim e deter-minar o movimento do garfo do balancim,tem-se a chapa de ferro representada pela-ng.4.A ng. 5 representa um dos tampos

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 159

da caixa ou, melhor das chapas. Essas cha-pas são presas na caixa por meio de parafu-sos, afim de se baixarem ou levantarem con-forme se fizer pressão sobre ellas ou não.

Além dessas peças que fazem parte doAbridor Mecânico, temos duas que lhe sãoaccessorias e sem as quaes o apparelho nãopreenche o fim para que foi feito.

Essas peças accessorias, representadaspelas íigs. 6a e 7a, são : a chapa que seprende na plataforma do bond e que servepara indicar a direcção em que estão colloca-dos os tampos da caixa, e a haste com aqual o cocheiro abre a chave.

O apparelho deve ser collocado no ter-reno de fórma que os tampos da caixa ou,melhor, as chapas fiquem a O"',05 abaixo donivel superior do trilho ou da cabeça do tri-lho e á 0m,20 distante da ponta da agulha.

Collocado o Abridor Mecânico conve-nientemente, para que o phenomeno se dê,basta que o cocheiro prenda a haste na cha-pa de maneira que a roda da haste passepela chapa do abridor. No momento em quea roda passar pela chapa esta abaixa-se,emquanto a outra levanta-se, porque o ba-lancim move-se, e o garfo que está constan-temente preso á agulha,mudando de posição,faz afortiore a agulha mover-se e dar assimportanto passagem franca ao bond.

As peças devem ser todas de ferro.A haste é dotada de uma corrediça que

apoia-se na chapa do bond, em conseqüênciadestes não terem todos a mesma altura daplataforma ao trilho.

Com a applicação do Abridor Meca-nico, torna-se necessário fazer um accresci-mo na agulha, isto é, collar uma chapazinhade ferro no ponto em que ella deve ficarpresa ao garfo do balancim.

Por esta descripção, vê-se que o appa-relho nada tem de complicado e torna-se omais simples de ser usado.

Constituem os característicos de meuinvento, o Abridor Mecânico, o seguinte:

1. ° Ter a caixa dous tampos e entreelles um intervallo por onde passa o desvio;

2. ° Em ser o movimento determinadopelo balancim;

3." Mobilidade dos tampos da caixa;4." Em necessitar das peças accesso-

rias: chapa e haste;5.. Em ser aberta a chave pela pres-

são, sobre um dos tampos da caixa, exercidapelo movimento da roda da haste;

6.° Ser a haste manejada pelo cocheirodo bond.

Rio de Janeiro, 15 de Abril de 1887. —José de Almeida Bastos.

N. 551.—Relatório do processo para a fabricação dosabão por meio de ossos

O fabrico do sabão de ossos, conformeos apparelhos descriptos no meu relatório, edestinado ao aproveitamento dos ossos, queficão da carne verde consumida nos centrospopulosos da provincia do Rio-Grande doSul, é de grande importância para a indus-tria da provincia e essencialmente creadora.

E' notável que os ossos provenientesdo consumo da carne verde nas casas defami-lia, pela insufficiencia do calor empregado,fiquem sobrecarregados de mais de 30 °l degorduras, que não podem ser extrahidaspela simples cozedura da carne que, no em-tanto, quando elles-são submettidos pelo pro-cesso do novo apparelho de quebrar, ficãoreduzidos a uma massa homogênea que fácil-mente se seponifica com o auxilio da lixiviados saboeiros, approvado em nosso appare-lho de evaporação, alimentado por umaforça motriz de seis cavallos, que fornece ovapor para o apparelho destruidor, para aconfecção do sabão; eis o processo quetenho de empregar para o referido fabrico.

E' sabido que os ossos, pela suacompo-sição de phosphatos e saes calcareos, sãoperfeitamente assimiláveis ao fabrico dosabão, muito principalmente os de que tra-tamos, por conterem mais de 30 °/_ de gor-duras, como já assim dissemos.

Finalmente, a industria de sabão deossos é mais um esforço de iniciativa parti-cular, que não pede aos poderes públicossenão a garantia do emprego de seus capi-taes, contra a especulação dos invejosos.

Rio de Janeiro, 24 de Dezembro de1888. — Por procuração, José Vieira ãaCosta.

CaracterísticosA invenção do sabão de ossos consiste

no seguinte:1.° Um motor da força de seis cavallos.2.° Um esmagador e moinho por meio

de vapor para quebrar os ossos.3." Um terno de tinas de ferro fundido,

com fundo duplo, para receber os vaporesfornecidos pela caldeira do motor, afim decozer a massa e reduzir ao ponto de sabão.

Rio de Janeiro, 20 de Abril de 1888.-—José Vieira da Costa, procurador de IrineuFrancisco de Souza e Silva.

Helatorio da invenção de um barco em fdrtna dechalupa pira pesca de peixe fora da barra do Riode Janeiro e transporte do mesmo peixe vivo parao mercado, ¦

Pelo presente relatório, segundo o dis-posto no art. 22 do Decr. n. 8820, de 30 de

160 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Dezembro de 1882, passa o inventor abaixoassignado a descrever a sua invenção, osseus fins e modo de usa-la.

O barco em fôrma de chalupa seráconstruído com as seguintes dimensões: com-primento entre perpendiculares 15 metros ;boca moldada 4,80; pontal 2,40; callado semdifferença 1,80; deslocamento total 60,m000;capacidade do tanque 30,m000.

Este barco assim construído presta-separa a pesca de peixe—barra, fora—e parareceber em seu tanque e conservar vivo,por espaço de tempo illimitado com alimentoe sem este por mais de 15 dias, todo o peixeque no referido tanque for lançado, e istopelas seguintes razões:

O tanque representa um quadrilongo nocentro do navio de popa á proa, na parte devante como na de ré este quadrilongo é ter-minado ou ligado a diversos tubos de 0,m9de diâmetro os quaes são destinados parareceberem e expellirem a água na proporçãodo seguimento ao navio, quando porém, esteestiver fundeado os referidos tubos prestão-se ao mesmo fim pelo fluxo e refluxo dasmarés.

No fundo do referido tanque serão col-locados tantos ralos quantos sejão os vãosdas cavernas. Estes ralos prestão-se não sópara auxiliarem a remoção das águas ope-radas pelos tubos, como tambem para oescoamento dos detrictos que os peixes ex-pellem de si e outras impurezas, e que seficassem na água que enche o tanque serianocivo ao referido peixe e contrario á suaconservação.

Este tanque assim disposto não só con-serva a limpeza dentro delle como tambem amesma temperatuaa na água, de fôrma queo peixe não se resente da falta dos elementosnecessários á sua vida, pois que esse fluxoerefluxo constante que se opera dentro docitado tanque concorre para que o peixe seconserve vivo, ponto essencial da presenteinvenção.

Ainda mais—quando o navio jogar emsentido vertical, estes ralos, collocados nosvãos das cavernas, tambem dão entrada esahida ás águas, e assim tambem concorrempara a constante pureza e necessária tempe-ratura dentro do tanque.

Estes navios serão armados á vela aremos, e empregados na pesca de barra-fóra.Serão construídos com madeiras do paiz áexcepção dos tanques que o serão de ferropela utilidade do fim a que são destinados.

Finalmente são pontos constitutivos dainvenção do abaixo assignado os tanquesconstruídos por uma fôrma até hoje desço-nnecida e que nunca foi usada em navios

destinados ao fim a que se propõe o abaixoassignado—isto é conservação do peixe sem-pre vivo dentro dos referidos tanques desua invenção, — cujos tanques, pelo modopor que devem ser construídos, prestão-seperfeitamente para o transporte de qualquerpeixe vivo dos logares em que fôr pescadopara o logar ou mercado em que tiver de serentregue ao consumo.

Rio, 11 de Setembro de 1886.—ManoelLuiz da Câmara.

AgriculturaExtractos do Relatório do Ministério da

Agricultura

VITICULTURA

A presidência de Pernambuco, tendoouvido a Sociedade Auxiliadora da Agricul-tura, enviou-me algumas informações, emboranão haja na provincia a industria do vinho deuva, de que tratão muitos dos quisitos dacircular de 18 de Fevereiro. Por essas in-formações, vio o governo que, nos arrabaldesda capital, fabricara ultimamente um estran-geiro certo numero de litros de vinho, doqual apresentara algumas garrafas na ultimaexposição do Lyceu de Artes e Officios.

A cultura M vinha existe alli na- pro-vincia desde tempos immemoriaes, nos ter-renos de alluvião antigos e modernos do lit-toral da provincia, sob a fôrma de parreiraes,provenientes de cepas vindas de Portugal edas ilhas, e dispostas em latadas. Os par-reiraes das ilhas deltamaracá e do Abreu deUna erão os que gozavão de maior fama pelaabundância e qualidade das uvas, que nãoerão inferiores ás de Portugal, e davão duascolheitas por anno, em sendo conveniente-mente tratados. De 1850 para cá multiplicou-se a cultura da uva nos quintaes dos bairrosnovos e chácaras dos arrabaldes do Recife.Ha tambem plantações de videiras em Ga-ranhuns, S. Bento, Triumpho e outros lo-gares do centro ; e a producção já permitteexportar uvas. Cepas americanas já têm sidointroduzidas, especialmente a denominadaIzabella de que se fez o vinho exposto. Nãoconsta aos informantes que tenhão apparecidoas moléstias especiaes ás videiras, como ophyloxera, o mildew e outras; mas tambemnão podem affirmar a negativa. As infor-mações são contestes em notar que ha faltade iniciativa e de pessoas praticas.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 161

Da província de S. Paulo as noticias re-colhidas são mais animadoras. A presidênciaremetteu-me apenas as informações de algunsmunicípios. Uma daquellas, prestada pelocidadão Joaquim Carlos Bernardino Silva,responde de um modo geral a todos os qui-sitos da circular de 18 de Fevereiro. Pareceque a uva de procedência européa não cor-responde aos esforços como a de procedênciaamericana. Esta, ao contrario, já constitueum ramo de agricultura da província, bemdesenvolvido nos arredores da capital. Detodas as uvas a preferida, por sua robustez efecundidade, é a Izabella.

Naquelles mesmos arredores ha muitaspropriedades em que a uva é cultivada emcerta escala, calculando ao todo cerca de240,000 plantas. O próprio informante cui-tiva de ha tres annos a esta parte, e tevecolheita abundante capaz de produzir bomvinho ; e effectivamente extrahio um, bemcolorido, sem ácido e bastante agradável aopaladar. A producção geral do vinho naspropriedades situadas nos arredores dacapital é approximadamente a seguinte : —fazenda Murumby, 180 pipas; fazenda Tre-membé, de 180 a 200 pipas ; fazenda Bella-Vista, de 80 a 100; outras propriedades, de100 a 130.

Em geral, o vinho produzido é consu-raido na província ; pouco sahe para outras.O preço varia de 100$ a 200$, por pipa.

As informações do municipio de Cunhaconfirmão as anteriores, e assim as de Soro-caba, Mogy das Cruzes, Tietê. No primeiro,depois de 1885, fôrão introduzidas espéciesnovas da Europa, umas directamente, outras(3,973 bacello) por intermédio do ministérioda agricultura. Muitas vierão tambem daRepublica Argentina. Da uva Izabella têmalguns obtido um vinho semelhante ao deBordéos. A pipa deste é vendida por 250$ emLorena, Cachoeira e Silveiras. Pouco vinhotem sido fabricado, mas ha preparo paragrande fabrico, porquanto estão plantadas117,620 videiras; vão ser plantadas esteanno 211,000. Ao todo, 368,620.

A única moléstia é a de ferrugem. E'opinião do presidente da câmara municipalque, pela variedade das aptidões viticulasdo solo, quasi todas as variedades de videirasestrangeiras popem ali ser cultivadas.

No municipio de Mogy das Cruzes é avideira Izabella a que produz melhor. Trata-se, entretanto, de ensaiar outras; mas sobreestas não ha ainda dados seguros. Em geral,as videiras européas no fim de alguns annosreaentem-se de moléstia. O Barão de Jace-guay mandou vir de Buenos-Ayres alguns ba-cellos. O estabelecimento mais importante é o

21

do tenente-coronel Antônio Mendes da Costa,que tem 50,000 pés de vinha, e fabrica maisde 100 pipas annualmente. Esse, vinho évendido em S. Paulo e no Rio de Janeiro.Ha ainda outros plantadores, como o citadoBarão de Jaceguay,os cidadãos José HonorioSilveira da Motta, Manoel Cândido de To-ledo Ribas e outros. O preço vai de 200$ a400$, por pipa.

Em Sorocaba, a producção é aindapouca e irregular. Haverá cerca de 160,200vedeiras. As que mais produzem são a Iza-bella e a bastardinha. As européas estragão-se ao fim de alguns annos. O preço do vinhotem sido de 150$ a 160$, por pipa.

No municipio de Tietê ha cerca de200,000 videiras. Nenhuma moléstia pre-sentemente as ataca. As mais productivassão a, Izabella, Norte, Jacques, Argentina,Virginia, Delaware e Catauba. O preço dovinho é de 200$ a 300$ a pipa.

Outras informações fôrão prestadas porvários cultivadores, tanto dos arredores dacapital, como das localidades indicadas, con-firmando as que deixo expostas. A impressãogeral é que esta cultura é de grande porvir.Sobre os processos do fabrico do vinho nãoha uniformidade, mas, em geral, é aindarudimentar. Ha noticia de que a uva é cui-ti vada com muito proveito em S. Roque,Capivary, Campinas, Itatiba, Mogy-mirim eoutros municípios.

Uma daquellas informações é a queprestou o Dr. Luiz Pereira Barreto, cujaalta competência é por todos reconhecida naprovíncia de S. Paulo.

O trabalho do Dr. Barreto é uma mo-nographia da cultura da uva na província.Por elle se vê que, a principio, e desde muitosannos, o viticultor paulista só se occupoucom a espécie Izabella (americana), robustae apta para lutar com a inclemencia dostempos, graças á sua rusticidade. Começarão,porém, a vir outras variedades americanas,e depois ainha outras, em menor escala; per-tencendo todas essas tentativas, feitas du-rante uns vinte annos, ao pericdo que oDr. Barreto chama « phase instinctiva danossa viticultura ». De quatro a cinco annospara cá é que começou a phase experimentale scientifica. Entrarão novas e numerosascastas, entre ellas algumas que, pelo tempoem que amadurecem, são de todas as cepasamericanas as que se podem vindimar foradas grandes chuvas de Abril. Entrarão cepaseuropéas, desenvolveu-se o cultivo; e o pro-prio Dr. Barreto possue hoje uma collecçãode 410 variedades, sendo 350 européas e 60americanas.Segundo este viticultor,á medidaque cresce a producção do vinho, recua o

s. A.

¦ I

162 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

consumo da aguardente e outras bebidasanálogas, resultando sensível melhora noshábitos e costumes populares.

A creação de escolas de viticultura ealgumas subsidiárias poderão ser objecto davossa meditação e deliberação.

Entre essas medidas, citarei a de umlazareto, logo que fôr copiosa a introducçãode bacellos. O governo, além de secundar aacção dos particulares, já fazendo encom-mendas, já removendo difficuldades para aintroducção destas, poderá crear um lazaretoem logar apropriado, onde os bacellos che-gados fiquem de observação, afim de não in-troduzir qualquer praga no paiz, por modoque se propague ás demais videiras e asdeteriore.

ESTAÇÃO AGRONÔMICA

Chegou a esta Corte, no mez de Junho,o professor Francisco Dafert, contratado naAllemanha para fundar uma estação agrono-mica no Brazil. Segundo ficou dito no rela-torio do anno passado, o logar escolhido pelogoverno para aquelle estabelecimento foi omunicipio de Campinas, provincia de S.Paulo.

Pouco depois, em Julho, dirigio-me esteprofissional o relatório que encontrareis novolume dos documentos annexos, e no qual,depois de expor cuidadosamente as condi-ções de uma bôa estação agronômica, assimcomo os fins e utilidade scientifica e indus-trial dessa espécie de institutos, orçou asdespezas annuaes.

Já este ministério havia nomeado (16de Julho) um ajudante para o Dr. Dafert, oengenheiro agrônomo Gervasio Pires Fer-reira. A' vista das informações do Dr.Dafert, abri na thesouraria de Fazenda deS. Paulo um credito de 15:000$, para com-pra de um terreno e começo da execução dasobras do edifício. Ultimamente (9 de Feve-reiro) abri outro credito de 23:000$, sendo10:000$ para pagamento de ordenados aopessoal da commissão e 13:000$ para asabras acima indicadas.

Já estão encommendados na Allemanhaos apparelhos necessários ao estabeleci-mente.

Esta éfundada no

a primeira estação agronômicaBrazil. O governo velará pela

bôa execução do ensaio, e tratará de o re-produzir, com o vosso consentimento, emoutras regiões do império.

Mais detalhadas informações encontra-reis no relatório do professor Dafert, annexosobre a lettra II.

ENGENHOS CENTRAES

Este ramo de serviço teve pouca alte-ração no anno que findou.

Sabeis que, por decreto de 26 de Feve-reiro de 1887, foi prorogado á companhiaNorth Brasilian Sugar Factories, Limited,o prazo para o começo da moagem do engc-nho central de S. Lourenço da Matta (Per-nambuco). Chegado o termo da prorogação,e começando o engenho a trabalhar, foi esteacceito pelo fiscal do governo, embora com areserva indicada no relatório, que achareisno volume dos documentos annexos. A con-cessão, porém, que a mesma companhiatinha, para o estabelecimento de dous en-genhos centraes nos municípios de S. Joséde Mipibú (Rio-Grande do Norte), e Paud'Alho (Pernambuco), foi declarada caducapor decreto n. 9789 de 14 de Outubro.

Também foi declarada caduca (Decreton. 8912 de 3 de Dezembro) a concessão dadaá companhia London anã Brasilian Sugarpara o estabelecimento de tres engenhoscentraes nos municípios de Itaborahy e deS. João da Barra (Rio de Janeiro) e de Ita-pemirim (Espirito-Santo).

Foi concedida prorogação de prazo paraa conclusão de todas as obras dos engenhoscentraes da companhia Engenhos Centraesãas Provincias da Parahyba do Norte e Ser-gipe. A prorogação, constante do decreton. 9858 de 8 de Fevereiro, vai a 31 deAgosto do corrente anno.

Mencionarei ainda tres actos.O primeiro é o decreto n. 9887 de 7 de

Março, concedendo á companhia Lavoura,Industria e Colonisacão garantia de juro de0 % ao anno sobre o capital de 1.500:000$effectivamente empregado no engenho cen-trai estabelecido na Barra do Pirahy (Riode Janeiro). Esse engenho está concluído eem actividade.

O segundo é o de n. 99*9 de lideAbril ultimo, concedendo a José da SilvaLoyo Júnior a garantia de juro ü % ao annosobre o capital de 1.850:000$ effectivamenteempregado nos engenhos centraes que estabe-lecer em Tracunhaem, Serigí e Itambé, pro-vincia de Pernambuco. Os dous últimos en-genhos só poderão ser principiados depoisque o primeiro estiver funccionando e se re-conhecer pela sua renda que é inteiramentenominal a garantia concedida pelo Estado.

O terceiro é o decreto n. 9785 de 22 deSetembro que acceitou a desistência feitapelo bacharel Francisco Teixeira de SouzaAlves da concessão constante do decreton. 9242 de 12 de Julho de 1884, para o es-tabelecimento de um engenho central na

V«*«<i»»

".-¦', V, Vv

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 163

freguezia de Campo Grande (município neu-tro).

A isto accrescentarei que as compa-nhias Central Sugar Factories of Brazil eBahia Sugar Factories continuão em liqui-dação.

A primeira ainda quiz tentar accordocom os fornecedores da canna para a for-mação de nova companhia, mas nada alcan-çou. Os lavradores conseguirão, entretanto,fazer moer as cannas na fabrica central daEscada, Água Preta e Palmeiras, exigindoa companhia uma retribuição de 1 % doassucar, e impondo-lhes a obrigação de con-servar os apparelhos e machinas.

Do movimento operado nas' concessõesrelativas a engenhos centraes resulta que oseu numero ficou reduzido a 28, sendo :

Com garantia de juros 25Sem garantia de juros 3

sob numero II, tem o Estado despendidocom a fiscalisação e juros garantidos aosdiversos engenhos centraes a importânciade 2.011:908*379, que foi calculada se-gundo os documentos examinados no The-souro Nacional, pela commissão que paraesse e outros fins nomeei.

Mais amplas informações acerca dos en-genhos centraes com garantia de juro en-contrareis nos dous relatórios annexos sobas lettras C e D.

28

As vinte e cinco concessões garantidasrepresentão a responsabilidade tomada peloEstado sobre o capital de 18.000:000$,aproveitando a diversas provincias, a saber:

Províncias Fabricas

Rio-Grande do Norte. 1Parahyba 1Pernambuco 9Sergipe 1BahiaRio de Janeiro 3S.Paulo 1Minas-Geraes 1

Capital garantido

1.000:000»000700:000*000

5.900:000*000500:000*000

8 5.600:000*0003.500:000*000

500:000*000300:000*000

O capital subdivide-se em:

Capital garantido...» afiançado...

A garantia é conce-dida a typo de7 % sobre

A garantia é conce-dida a typo de6 % sobre

A fiança é concedidaa typo de 6 %sobre

25 18.000:000*000

17.500:000*000500:000*000

18.000:000*000

2.400:000*000

15.100:000*000

500:000*00018.000:000*000

noO que tudo se acha desenvolvidoquadro immediato sob numero I.

Como vereis detalhadamente do quadro

gti ¦ • §xaooot-.Oi-.i-.i-, t-~ 2 5a. o m »rt frt ctí ¦*") c" rf rt ^ • £ **" -;S t O O O 3 O 3 3 3 S-tü-tB-j-S 9 S-S 3rt O m&JS* -Sf </> — a: -flf/iriítirtrte-j fl ,d «3 flUffl^<j-^-<<|^»al^taUUUfaCs.U^Cii

f-sOieflO

in!o.o-3XIoup*

cs5aa'3 a4 o

Ss"

T3 <U ¦

'•'•§ '¦ ã

as

o aS o

_s5 3

T3 "3""a O *-,s-i 3 ?5

•3.8

•8 ?

(/¦T3

g S3fl 3a-o o

Wicíj

bo .

oo a s *•* .s jí -«aSS^"3„'S"*"a

Ss a.ss2

6s,U

O st- .,.,.. .1

S^jsP«f á | o a'!S2»|"

lifílkliis i, S 2<¦* 5

U, ísl, u — u.

S I;tn : s3S :» o

£¦'Sb

CO 03

OiS 3 Sá?3

-a

W s/s V, •!, Oh « *3

Noticias IndustriaesNovo meio de vulcanisação do caoutchou

Pulverisa-se a peça de caoutchou comuma mistura de 4 partes de enxofre e 50 decal por 100 de caoutchou, e mantem-se emum banho de 40 gráos por espaço de hora e meia.

Neste processo não ha desprendimentode gaz que prejudique o operário, conser-vando-se melhor o caoutchou.

(R. Sáentifiqw-)

164 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Oxydação do ferro e açoMr. Grunner, praticando numerosasexperiências relativas a oxydabilidade com-parativa do ferro fundido, do ferro doce edoaçosnbmettidos á influencia do ar humi-ao, da agua do mar e da agua acidulada,obteve os seguintes resultados.Com o ar humido, as pranchas de acoperderão em 20 dias de 3 a 4 grammas porcada dous decimetros quadrados de super-hcie perdendo o aço chromo mais porque seoxyda mais depressa que o aço ordinário.O ferro fundido perde metade menos queo aço cinzento mnito menos do que aquelleA agua do mar dissolve rapidamente oterro, atacando-o com mais força do oueao aço. *

Em nove dias perderão as pranchas deaço perto de dous decimetros quadrados deuma a duas grammas emquanto em igualtempo o aço de Bessemer perdeu de tres acinco grammas, perdendo o ferro porphiri-sado cinco grammas, e sendo menos atacadoo aço temperado e mais o aço de dupla tem-pera e o ferro doce menos que o aço chromo.

A fl.O*lia fl.Aif.nlaJn ^ino-l... _ />— -;o-u "¦"»a-.iu)u.ti lUoSuive o ierro íun-dido mais rapidamente do que o aço ordi-mino •Dessas experiências, diz Gruner, re-solta que as pranchas de magogavier não sedevem empregar no ferro de quilhas denavios.

O emprego do processo dos sábios fran-cezes não teve a aceitação que actualmenteestá alcançando na industria assucareiraeuropéa.

A stronciana, que naquella época erade preço elevado, hoje com a descoberta dejazidas de stronciana, na Westphalia, na Si-cilia, na Grécia, na Escossia, Saxonia etc.baixou excessivamente o preço daquelle rea-gente, tornando-se por este motivo maisfácil o seu emprego.

A proporção da stronciana para obter omáximo de assucar dos xaropes regula, se-gundo Scheibler, 3 moléculas do agente por1 de assucar, sendo necessário nos xaropesaugmentar maior quantidade.

No processo de que tratamos, em um xa-rope obtido de uma operação a tríplice effeitoe marcando 30 gráos B, a analyse encontrou:Assucar 53,30Glycose 0'19Cinzas ' ] j' 9Matéria orgânica ..,.'.' r/32ASoa 44,'80

O quociente de pureza é 56,550.

Bolor do vinho

0 que produz uma tonelada de carvãodo pedra

Uma tonelada de carvão de pedra pro-duz 8,000 pés cúbicos de gaz e 1500 librasUo COJCG ¦

A purificação do gaz fornece 45 galõesde agua ammonical da qual obtem-se sulfatode ammoma para a agricultura e perto de 130libras de alcatrão; sendo que deste ultimoprodueto retirão-se 70 libras de petch- 18de creosote, 9 de naphtha, 13 de deos gra-,xos, 6 de naphtalina, 4 de naphtholl 2deahzanna e 1 de phenol, ainina, anilína '10 onças de toleidina, 6 de anthracena e 12de toluena.

«i.norÍ?.f-mente C,onvem 1ue os Photogra-phos saibao que o hydroquinon de que tantose tem fallado recentemente e que se obteveda cmchona, pôde se obter do carvão de pe-dra por novos processos industriaes.Scientifique American.

StroncianaA applicaçao da stronciana no fabricodo assucar é uma idéia devida a Dubrun-taut e Leplay. 1

Muitas vezes o vinho toma o gosto debolor prejudicando a sua venda e compro-mettendo a saude. p

litros^!? «°T •6fra"Se da Pipa aI^unsítros, 7 a 8, do vinho e mtroduz-se em seulogar 600 grammas de bom azeite.Bate-se bem o vinho e por diversaso

e0Teoafim de mistura'10 completamente com

, Depois desta operação deixa-se assentaro vinho em conseqüência do que sobe todo ooleo a superfície trazendo comsigo as impu-Toma-se então vinho bom e vai-selattestando a pipa por meio de um largofunil de modo a fazer com que todo o oleo seescorra pelos lados, cahindo em uma vasilhacollocada na parte inferior da pipaO vinho perde o máo gosto e o oíeo pôdeser empregado na lubrificação de machinas.

Apisoamento da baga

««riflfl.T.80™6,*0 è- uma °PeraÇã0 neces-sana ao <>Vico do vinho por que a baga sele pedace; amisturase faz mais intimamenteentre as partes aquosas da polpa de modoque as substancias assucaradas e coranteshcao igualmente submettidas a acção dos

V

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 165

O apisoamento a pés é preferível aoesmagamento por meio de machinas, porqueestas esmagão os grãos, os quaes contêm umoleo que altera o vinho.

Gomma elásticaFoi depois no conhecimento do processoda vulcanisação da gomma elástica, 1842,

que esta substancia começou a ter variadasapplicaçoes na industria, nas artes e nassciencias.

A África, a Oceania, a Ásia e a Americaproduzem gomma elástica extrahida de vege-taes de diversas famílias, gêneros e espécies,sendo a melhor a procedente do Amazonasseguindo-se a da Bolívia, Peru e Equador.

A gomma elástica da África é poucoapreciada pelo máo cheiro que desprende.

As regiões donde se exporta maiorquantidade de gomma elástica são : Guiné,Gabon, Angola, Benguella, sendo a de Ma-dagascar considerada a melhor.

Na Oceania extrahe-se bastante gommaelástica sendo de regular palidade a dasilhas Malarias.

Na Ásia ; sahe muito bôa gomma elas-tica da índia.

Na America são o Brazil as Guyanas,Equador, Venezuela, Columbia e AmericaCentral que fornecem este tão útil producto.

Dados estatísticosImmigração

Entrarão durante o anno de 1887.Indivíduos

No Rio de Janeiro 31.310Em Santos 22.227No Rio Grande do Sul 815Em Santa Catarina 430Na Bahia 199No Paraná 9

Total 54.990Neste total não estão incluídos os qae

entrarão directamente nos portos do Recife,Pará e outros, para onde costuma dirigir-seannualmente uma corrente de immigrantesportuguezes. Comparado o movimento doanno de 1887 como do ultimo decennio, vê-sequão lisongeiro é o resultado obtido das re-soluções ultimamente tomadas.

Immigrantes1878 22.4231879 22.1891880 29.7291881 H.0541882 27.1971883 28.6701884 20.0871885 30.1351886 25.7411887 54.990

E' ainda lisongeiro consignar que dosimmigrantes entrados no porto do Rio deJaneiro 24,009 vierão por sua própria conta.

Illuminação da cidadeA máxima distribuição do gaz teve lo-

gar na noite de 29 de Julho e foi de 34.572metros cúbicos.

Fôrão distillados 2.536.900 kilogrs. decarvão durante o anno, que produzirão10.490.0851"3 de gaz, 20.675.830 kilogrs. decoke e 1.772.214 kilogrs. de abatrão, tendosido, pois, a média obtida por tonelada decarvão:Gaz 355™3,15Coke 70 %Alcatrão 6 %

O carvão empregado consistio em 34,82 %de Best Duke of'Hamilton's Leskmagow Can-nel Coal, e o restante em carvão Bridgewa-ter Trustees Cannel Coal.

O gaz distribuio-se da seguinte fôrma :„ msCombustores publicos 2.514.535,04Jardins públicos 35.014,58Repartições publicas 479.013,04Consumo particular 5.874.181,81Perdas 1.588.763,53

Total 10.491.608,00A differença entre o gaz produzido e o

distribuído é devido a sobras do anno an-terior.

Receita arrecadada pelos seguintes Estados

Nomes Popu lação

Allemanha 46.844.95*6Inglaterra 37.064.052Austria-llungria. 39.407.041Hespanha 17.268.690França S8.138.546Itália 29.699.785Rússia 103.912.640

Tots. e média... 312.335.579

Receites effe-ctuadas

Franco*2.383.057.6282.326.471.6811.900.344.883

836.166.3653.011.745.5321.409.097.0193.062.839.473

¦3Frfcncot

50.8762.7748.2248.4278.9047.4429.47

%

14.929.722.581 47.80

166 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Despezas obrigatórias dos mesmos EstadosDespezas obrigatórias(Divida publica e do-iação do chefe do es-

paizes tado e das câmaras por cabeçaFrança 1.282.198.0:17 frs. 33.61 frs.«USSia 967.154.056 »» 9.30 »Inglaterra 785.194.908 21.18 »Austria-Himgria 715.791025 18 92 »Itália 007.857.7J7 20.47 »Allemanha 5U.2I2.866 11.55 »Hespanha 331.456.806 19.19 »

Commercio especial da FrançaAnnos Exportação Exportação das Porcen-

franceza colônias e pos- tagem.SPSSfífS

1880 3,467,000,000 frs. 223,000,000 frs. 6 501881*.... 2,561,000,000 221,000,000 6,281882 4,571,000,000 227,000,000 6,331883 3,452,000,000 »» 221,000,000 0 101884 3,238,000,000 240,000,000 6 391885 3,088,000,000 224,000,000 7,21

Commercio especial das Ilhas BritannicasAnnos Exportação Exportação das Porcen-

ingleza colônias e pos- lagom.sessões

1880 7,160,000,000 frs. 2,028,000,000 frs. 28 461881 9,427,000,000 »> 2,167,000,000 » 29 191882 7,667,000,000 2,308,000,000 » 30 101883 7,636,000,000 2,260,000,000 » 29 601884 7,390,000,000 2,207,000,000 » 29M1885 6,785,000,000 2,090,000,000 » 30,92

Bibliog-raphiaRecebemos e agradecemos:Exposição Histórica do Lycêo de Artes

e Officios pelo secretario geral, Sr. cora-mendador F. J. Bethencourt da Silva.

Não ha necessidade de encarecer denossa parte o valor do estabelecimento diri-gido pelo competentissimo Sr. commendadorBethencourt da Silva.

Os serviços prestados ao paiz pelo Lycêode Artes e Officios, fundado pela beneme-rita Sociedade Propagadora das Bellas-Ar-tes, patenteão-se, á toda a luz, no grandiosofacto deterem alli recebido educação e en-sino profissional 27,244 alumnos nacionaese estrangeiros e sem distincção de côr, alémde 4,234 meninas que adquirirão e aindaadquirem os conhecimentos apropriados aseu sexo, tanto sob o ponto de vista intel-lectualcomo artístico, accrescendo ainda queos cursos livres de physica e chimica orga-nica e inorgânica são frequentadissimos nãosomente por moços que desejão instruir-se

como ainda por cavalheiros provectos econhecedores dos assumptos referentes áquel-les cursos.

E toda essa luz é diffundida por 73professores que caprichão no cumprimentode seus deveres.

Compenetrados do valor do Lycêo deArtes e Officios fazemos votos para que, emuma época de tibieza e descrença como aactual, não esmoreça o animo do beneméritocidadão que consubstanciando-se naquelleestabelecimento e amando-o como ao maisquerido dos filhos vota-lhe o mais estreme-cido zelo e cuidados; e aos poderes do Es-tado e aos nossos concidadãos pedimos queconcorrão com os seus esforços em favor doLycêo de Artes e Officios, cujo auspiciosofuturo está garantido pelo seu brilhantepassado.

Nicoláo Joaquim Moreira.Industria Agricola-Fabril da seda, pro-

jecto apresentado á Assembléa Geral pelosSrs. Capitão Luiz Ribeiro de Rezende & C.

A competência do Sr. capitão Rezendee de sua Exma. Sra. D. Maria da Motta Re-zende não pôde ser contestada depois dobrilhante suecesso que obtiverão, na Expo-sição de Philadelphia em 1876, trabalhando,em cirgos de sua criação, perante os com-missarios de todas as nações alli reunidos efazendo-se admirar do grande povo ameri-cano que visitava o departamento sericulo-brazileiro.

E, pois, estamos convencidos de que aAssembléa Geral não deixará de attender ássolicitações dos autores do projecto, promo-vendo por sua parte o desenvolvimento deuma das mais importantes e rendosas indus-trias para o paiz, principalmente se o tra-balho industrial fôr estabelecido conformeos estudos que tivemos oceasião de exami-nar, facto devido á gentileza do Sr. Rossi,um dos cavalheiros que, na actualidade,mais se tem esforçado em prol da sericicul-tura brazileira.

Nicoláo Joaquim Moreira.

Relatório sobre as moléstias da vinha,conhecidas pelos nomes de Milden e Black-root, trabalho importantíssimo devido á com-missão encarregada de estudar as referi-das moléstias.

Estados-Unidos, Washington.Reforma da Escola Polytechnica. Tra-

balho dos Exms. Srs. professores da mesmaescola Drs. Ennes de Souza e A. J. deSampaio.

Este trabalho nos parece de grandeimportância, pois que, pela _sua [leitura

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 167

adquire-se perfeito conhecimento do modopelo qual funccionão as escolas industriaesmanufactureiras e scientificas da Suissa,Alie-manha, etc.

Sul ão Brazil, ns. 14, 17, 28.Barão de Macahubas (Bahia), n. 30.El Economista Americano, n. 5.Agrário (do Pará), n. 55.Publicador Goyano, 169 e 170.Monitor Sul-Mineiro, ns. 911, 912, 913

e 914.Revista ãe Engenharia, ns. 188, 189 e

190.Anules ãel Instituto Agronômico - Veteri-

nario, de Buenos-Ayres, ns. 45, 46 e 47.The Rio New's, ns. 19, 20 e 21.O Município (Cunha, S. Paulo), ns. 14,

15el6.Boletin ãel Departamento Nacional ãe

Agricultura, n. 11.Club ãe Engenharia, n. 6.Revista ãos Constructores, n. 4.Scientific American, n. 23.II Br asile, n. 9.Sociedad Scientific Antônio Alzato (Me-

xico), n. 10.Associacion Rural, de Monte vidéo, ns.

12el3.Boletin da Alfândega do Rio de Ja-

neiro.Reme Universelle de Ia distillerie, ns.

757 e758.O Tempo, n. 13.La Industria Harinera (Vienna)n. 166.

Rendas Fiscacs e Kevísla «los Mercados

ALFÂNDEGAImportação 4.002:810*667Exortação 555:9 0*026Despacho marítimo ^-'i¦>ty•>-Extraordinária 3:774*503

4.583:01-1*1)47Depósitos 27:024*508

4.010:039*1555 ,j 201:274*092

Total 4.811:913*847

Eecebedoria ZZ. f™X\Mesa Provincial 168:720*074

MERCADO DE CAFÉ

Entrarão durante o mez „??c,Si.Pela estrada de ferro D. Pedro II 254,000Porcabotagem ÀnsuDo interior _____

Total 352,139

Vendêrão-se durante o mez SaccasPara os Estados-Unidos 150,221

. a Europa .135,707

. o Cabo da Ilôa-E3perança 3,E00diversos portos 23,657

Total 313,085

Embarcarão durante o mez Saccas.Para os Estados-Unidos 149,515

» o Canal e Norte da Europa 70,424» o Mediterrâneo 54,102

diversos portos 25,573

Total 299,614Saliirão durante o mez 338,305 saccas

Saccas.Stock 184,878

VALORESCafé lavado máximo 5*450

superior .Nominal.. l*boa 1. 1* regular 4*970. 1" ordinária 4*700. 2" bôa 4*290. 2" ordinária 3*810

por peso do 10 kilogn.mmas.

MERCADO DE CARNE SECCA

Existência :Rio-Grande do Sul 300,000 kilos.Kio da Prata 3,921,400 .

Total 4,221,400 .

VALORES

Carne do Rio-Grandc do Sul máximo 240 kilo.. do Rio da Prata 340 .

GÊNEROS TRAZIDOS AO MERCADO PELA ESTRADA

DE FERRO D. PEDRO II

Aguardente 208 P'Pa9-Algodão 60,048 kilor".Arroz 2,332 •Assucar 116,760 .C.lfé 15.240,019 .Carvão' vegetal, VcJMl8 'Couros salgados e seccos 520,995 •i>;ií_o 58,844 .Fui, 446,734 .Madeiras »,»* •Milho 897,701 ¦Polvilho 20,59b •Queijos 137444 .Tapioca f,903 »Toucinho .Koo *Diversos 1,406,402 .

8ENER0S VINDOS AO MERCADO PELA ESTRADA

DE FERRO LEOPOLDINA

Aguardente Sffi St"Assucar „_*Í__Café !•«*.»* "Farinha de mandioca íi'ÍXÍ 'Feijão 7f>994 •Fubá .§£» 'Madeiras 13.141 '

168 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Milho-•¦•-..• 315,797 kiloslelhas e tijolos 8 600Toucinho. 130 ,Diversos; ]'.. 141,250 ,

GÊNEROS LEVADOS AO MERCADO PORCABOTAGEM

Abóboras 850 unidades.Aguardente 1,222 pipas.' 113 barris.., ,*„ , 46 garrafões.Algodão ( caroços de) 40 volumes.

« em fio 60 .• em rama 132,899 kilos.

Alhos 76 resteas.Alpiste 25 kilos.Amêndoas 8 volumes.Amendoim 272 >Araruta 374 kilos.

' 40 volumes.Arreios 3 ,Arroz 5,245 sacos.Assucar 43,485 ,Azeite de amendoim 72 volumesBanha 135,167 kilos.Batatas 271 volumes.Betas 38G peças.Biscoutos 9 volumes.Cacau 97 kilos.Cadeiras 14Calçado 1 volume.Camarões 60 »Cambará 168 .Cangica 636 sacos.Carne salgada 375 kilos.Cascas 181 ,Cebolas 12,300 resteas.C«ra 35 volumes.Cerveja 47 ,CháChapéos de feltro 3 ,

» de palha 85 .Charutos 554,650 unidades.Chifres 3 volumes.Cigarros 4,000 unidades.Cocos 576 volumes.Colla 90Conservas 20 vidros.Couros preparados 47 volumes.Doces 84 ,Égua 1Ervilhas 17 8acos_Esteiras.. 24 volumes.* annha de mandioca 15,705 sacos.Pavas.. ¦ • 49 volumes.b azendas 100 ,feijão 7,390Flechas 10,000 unidades.Fum0 17,938 kilos.» emfolha 120,406 »Gergelim 100 volumes.Goiabada 9 ,Gomma 322 ,Graxa • ¦ • • - 33,276 kilos.lpecacuanha 2 volumes.Jacarandá 688 duz. couç.í*:- 30 volumes.{-J?nha 70,200 achas.iim?u.as 322 volumes.Madeiras 1,162 ds. taboas35 da. dora.' 56 peças.., I . 1,450 ds. ripas.Manteiga 10,440 kilos.

Mate 140 volumes.Mel 12 .

• de fumo 2(i ¦Milho 6,976 sacos.Oleo de mocotó 62 volumes.Ovos 198 ,Paina 244 »Parasitas 4 ,Peixe 121 ,

• 2401 kilos.Piassava 312 ,Plantas 5 ,Polvilho 322 volumes.Repolhos 4,700 unidades.Sabão 203 volumes.Sabonetes 24 »Sal 3.693,664 litros.Salame 2 volumes.Sanga 24 »Salsa 10 *Sebo 29,098 kilos.Sola 8,143 peças.Tapioca 999 kilos.Tecidos 44 volumes.Tintas 5 „Tomates 15 ,Toucinho.^ 29,452 kilos.Velas....; 6 volumes.Vinho 184

de laranja 1 ,Diversos productos 517 >

MERCADO MONETÁRIO

MetaesSoberanos.... 9^40

FUNDOS POBLICOSApólices de 5 9540000Empréstimo Nacional de 1868 1 • 1320000

¦ 1879 1:0450000

LETRAS HYPOTHECARIASBanco de Credito lieal do Brazil... 6°/ e 71 7> Predial 66°/

ACÇÕESBanco Auxiliar 2180000

" do Brazil. 2700000. Commercial 2460000' Commercio 2200000'

„ -? „ 4 °/° 400000» U-edito Real «lo Brazil 600000

• deS. Paulo 540000'

, ,\ .,' • ¦ w>7. 11*000Industrial 1750000Internacional 2920000

" d ,.', com 20% 600000

' £ml!al 640000" STÍ,"* •" 2700000Del Credere 1830000

CÂMBIOSSobre Londres 26 2/' Pm*»..*' '.'.'.'.; 360 franco.' líamburgo 446 marco_'

ÍJaI'a*'; 3601ira.rortugal 205 7' Nova-York....... ..'.'..*..'.'.'.' X$m «foliar.Typographia Laemmert & C—inválidos, 71.

.«..;

¦-,-'.' ¦¦

SOOrE3IDAZDB

AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONAL

N. 8.-AG0ST0 DEI1888

PARTE OFFICIAL

Sessão do Conselho Administrativo em1 de Agosto de 1« . H

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho:conselheiro Dr. Nicolau J. Moreira, Drs.Nascentes Pinto, Portugal, commendadoresBotelho, Hermida Pazos e Henrique Nas-centes, Pinto Serqueira, capitão MottaTeixeira, Valentim, J. da Motta Teixeira,e os Srs. sócios effectivos: Morris Kohn eFrancisco Nicolau Júnior, o Sr. presidentedeclarou aberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente, effe-ctuada em 16 de Julho de 1888.

EXPEDIENTE

Foi recebida com agrado e enviada áBibliotheca—A Immigração, Boletim n. 45.

Lerão-se dous ofícios o Io do Sr. Dr.,1. Avelino Gurgel do Amaral, commu-nicando ter sido em 12 de Julho ultimo no-meado Director do Diário Official, e offere-cendo, para as publicações mandadas poresta Sociedade, as columnas daquelle órgão,o 2o do Sr. commendador Teixeira de Aze-vedo, participando não poder comparecer ásessão por estar extraordinariamente sobre-carregado de serviço.— Ficou o conselhointeirado, agradecendo e acceitando o oft'e-ricimento.

Leu-se ainda a seguinte proposta:«Proponho para Sócio Effectivo da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional o Sr. Dr.Sabino lgnacio Nogueira da Gama, CirurgiãoDentista, estabelecido á rua de Gonçalves

22

Dias n. 71 (sobrado). Sala das Sessões em 1de Agosto de 1888— Morris N. Kohn.»

ORDEM DO DIAPor se ter vencido a urgência pedida

para este fim, foi em seguida posta em dis-cussão e approvada a proposta acima trans-cripta.

O Ex. Sr. conselheiro presidente,dando conta dos trabalhos da CommissãoCentral Brasileira para a Exposição Uni-versai de 1889, em Paris, communicou aoconselho que a difficuldade, que se apre-sentava até agora, parecia vencida, vistoter a Commissão concordado em que a ex-posição preparatória se realisaria no edificiodo Cassino Fluminense. Outra difficuldade,que também parecia removida, era encon-trar um indivíduo • que, em Paris, se encar-regasse de conduzir os productos que fossemremettidos á Exposição Universal, e de re-envia-los depois de encerrada a Exposição.Fará esse fim offereceu-se o Sr. Dr. Leo-poldo Gomes Leitão, engenheiro, que tendofeito seus estudos na Europa, para lá voltaem breve; com o mesmo fim offereceu-seainda o Sr. Dr. Glaziou que, bastante co-nhecido entre nós e muito competente,também pretende achar-se em Paris poroccasião da Exposição.

Inteirado o Conselho e nada maishavendo a tratar, o Sr. presidente encerroua Sessão.

Sala das Sessões da Sociedade Auxi-liadora da Industria Nacional em 1 de Agostode 1888.— Dr. Nicolau Joaquim Moreira,presidente.— Antônio Alvares de Azevedo,Secretario adjunto.— Carlos Rezende, se-cretario adjunto.

s. A,

170 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Exposições Industriaes

Discurso pronunciado na sessão de posse danova directoria da Sociedade Reunião dosExpositores Brazileiros.

roaF. J. Bethencourt da Silva

em 20 de Fevereiro de 1888Meus Senhores.

*» 0 século XIX, grande pela renovaçãosoientiflca, pelas aspirações políticas,pelas vastas applicações industriaes,transformou a consciência moderna, eassignala uma éra nova na marcha ciahumanidade.

Theophilo Braga.

As collectividades humanas, que seconstituirão alcançando foros de cidade, nãoo fizerão somente por se acharem vinculadasa um maior ou menor pedaço de terra, nempara obedecer a um mesmo código, a umamesma lei orgânica, civil ou politica.

Sem pátria viverão os judeus, errantesmas unidos; e a Polônia, grande comogrande era Babylonia em suas ruínas, es-cravisada, oppressa, retalhada, não se ex-tingue, não morre, não desapparece.

Um sentimento sagrado, uma cohesãomoral, o sangue derramado de seus filhos, avoz dos seus antepassados, tudo a une, vivi-fica e perpetua.

Não é mais uma nacionalidade politica,mas é ainda uma nação a lutar pela sua in-dividualidade e que sobreeleva-se, como umphantasma implacável á oppressão terríveldos dominadores, que não pôde esmaga-la,trucida-la, nos ergastulos dos seus cárceres,sob as patas da cavallaria dos seus Cos-sacos.

As collectividades que se erigem na-Ções, que se civilisão, têm uma missão acumprir, uma necessidade moral que exercena vida dos povos ou na vida do universo.

Ha uma força latente no coração ou nocérebro de cada pvoo; desenvolve-la é dar-lhe autonomia e unidade, característico eluz, que vão além das barreiras do terri-torio.

Os interesses pessoaes, as ambiçõespróprias de cada zona exercem uma activi-dade especialissima, formando uma ficção,um ponto objectivo, uma idéa, a que subor-dinão-se todos os homens de uma mesmaraça, todos os seis filhos.

Assim de um accôrdo uniforme, sentido,systhematizado mais tarde se constitue ummodo de vêr, de sentir tão próprio, tão pe-cuhar, tão seu, que depois se erige em uma

açcumulação tradicional, privativa de suaentidade orgânica, typo consciente de suaforça, do seu passado do seu presente e atédo seu futuro.

A. effectividade desses elementos entraprimitivamente na vida individual, no egois-mo, no conchego da familia, no lar domes-tico, para em seguida vir reflectir-se nosentir da collectividade, na vida exclusivada nação, imprimindo a todos os seus actos,a todas as suas obras um cunho, um—guiei—que estabeleça a feição de todos os fruetosde sua industria.

Ora, para isto é indeclinável, absoluta-mente indispensável que todos os cidadãos,—sentinellas almenaras do futuro da pátria,tomem parte implícita, real, na acção davida publica, nos trabalhos de sua existen-cia politica, artística, commercial e produ-ctiva, intervindo no presente que é seu, paraa prosperidade do porvir que é a esperançade seus filhos.

Para cuidar do engrandecimento dopaiz, alargando a esphera dos seus conhe-cimentos profissionaes, da sua poesia e daarte, não ha grandes nem pequenos, não hapobres nem deficientes; todos podem e devemconduzir a sua pedra para o grande edifíciocathedral, da felicidade publica.

Todas as aptidões são precisas, todas asvontades aproveitáveis e úteis, porque todosrepresentão um valor real, uma nota harmo-niosa desse conjuneto uniforme,' inseparável,que vive e cresce sem se cuidar, sem se pre-sentir, e que é a máxima potência de umanação realmente constituída:—o trabalho dopovo.

Quando o esforço dos que reflectem seune aos esforços dos que trabalhão ; quandouma voz autorisada, um espirito superior,fallando ás classes laboriosas, mostra isentode perigo o caminho que ha para seguir ogrande prestito cívico da industria, a vi-ctoria é certa e irresistível o triumpho.

A civilisação moderna cogitou no modode tornar sensível, palpável a vida dos povos,não ante a divisão material do poder egoistae ferrenho ; da politica ao contrario fazen-do-a precisa para o bem de uns e de outros,isto é, para a pátria e para a humanidade.E' o poder da sciencia e da arte emtavor da vida social do universo.São as sementes uberrimas de uma re-voluçao que se evidencia, se engrandece ese abençoa pelos fruetos incruentos de suavictoria.A luz espalha-se de todos os lados ; nãoha mais trevas ; é um sol universal alu-miando um dia perenne, sublime, immensoe ímmortal.

V

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 171

Unificão-se os horizontes, ligão-se osmares a todos os continentes; não ha maisdistancias; romperão-se as barreiras, com-municão-se os pólos, chegou a nova éra dautilidade geral: — a instrucçâo para todos,uma lingua universal.

Synthese de educação popular, todas asforças convergindo para o mesmo fim que é obem commum, é o saber publico no pre-domínio da vida industrial, da vida moral,da vida política e nacional.

O empenho constante e invencível dotrabalho apura-se, eleva-se, constitue-se umaforça indomita; é a conquista do bello, su-prema aspiração da creatura.

Estudar é reflectir ; e a sciencia quereflecte, e a arte que sente e crea, vê abertaa todas as suas aspirações o novo mumdo, oslargos horizontes, o altar no capitólio de suafutura grandeza.

O cosmos, o homem e a divindade.São as exposições, são os congressos, são

os centenários, essa trilogia invencível doséculo XIX, que avassalla, que domina, quenas azas do livre pensamento attinge as as-pirações tradicionaes de civilisação mo-derna.

Epopéas da liberdade dos povos inspi-radas no espantoso, no sempiterno heroísmode 1789, em que a força se glorificou noprincipio immortal da igualdade e confra-ternidade dos povos.

E' a confederação do trabalho, a as-piração do presente, o culto do passado notributo commemorativo dos grandes bem-feitores da humanidade.

E' o homem pelo homem: a virtudecomo dogma, a sociedade como familia, opoder um principio de todas as prerogativase a liberdade um direito geral, imperterrito,immutavel.

As exposições a luta pelo progresso, oprogresso pela utilidade, pelo bem, pela for-tuna, e todas a mostrar perante a lógicareverente dos factos qual é o estudo da arte.

E' a justificação do esforço dos ar-tistas na concepção maravilhosa do bello naindustria ; é o testemunho do movimento davida social, deixando claramente justificadoo espirito publico, as paixões e os desejos,as ambições e os gosos.

Além disto cada época tem suas idéase suas fôrmas.

No processo summario dos factos his-toricos vê-se o principio evolutivo do pro-gresso implicito das conquistas humanas.

A natureza do homem é assim; se nãose altera na sua essência, modifica-se.

A collectividade que se erigio em naçãoprecisa viver de si e para si; ella tem uma

missão a exercer, um horizonte a seguir,um mundo a devassar.

Os judeus errantes não esquecerão asua crença, nem a sua arte; os polacos,perseguidos, não abandonarão sua religião,nem seus costumes.

O homem tem deveres a cumprir, com-pativeis e forçados á esphera, em que secollocou, á altura a que attingio.

Si a experiência da luta é amarga, si,como Gceth affirmava viver é soffrer, a liçãoé proveitosa, e não devemos esquece-la.

Si na vida egrégia das nações, na ca'ligem dos tempos encontrão-se heróes devirtudes santas, martyres das verdades doChristianismo, levitas de magnânimas de-dicações sobrehumanas, a arte e a sciencia,a actividade e o movimento, nas suas ma-ravilhas assombrosas, tambem têm os seuscrentes, os seus sacerdotes e os seus pon-tifices.

Consttituir-se em sociedade com o nobrefim de reunir em um mesmo ponto todos osfructos do seu labor, todos os produetosindustriaes de um povo, que se não é aindauma nacionalidade de primeira ordem, se-lo-hadentro em pouco, é aspiração por certo dignae nobre e merecedora do applauso de todos osque prezão o bem-estar e a gloria da nação,em que nascerão ou em que vivem.

Tal é o dedicado, o ardente, o constanteempenho da Sociedade Reunião dos Exposi-tores de Industria Brazileira, que hoje ceie-bra a sua auspiciosa sessão de posse da novadirectoria, e que no árduo labor da sua missãoha de desempenhar-se airosamente da con-fiança recebida.

O exercicio das virtudes sociaes não éprivilegio de ninguém ;.pertence a todos.

O bem e o mal, o justo e o injusto, otrabalho e a gloria, são partilha imperterritada humanidade.

O movimento natural da civilisação nãopára.

Ha em cada povo um calor latente, umfogo, uma força motriz, que o anima e im-pelle para frente.

A civilisação sumptuaria da humani-dade quando pára, morre.

Em um paiz como o Brazil, em que asriquezas naturaes obrigão a trabalho novo,fecundante, de novas industrias, as desço-bertas, os produetos deste solo abençoado,mais do que ontros já apreciados e conhe-cidos, necessitão de um confronto, de umjury, de um louvor, de um prêmio que ani-mando o trabalho feito, seja um incentivo aúteis e prestimosos commettimentos.

Duvidar do progressso nestas condiçõesé um crime.

172 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

As exposições são exemplos salutares,são espelhos da sciencia e da arte.

As leis mais puras, as animações maisyehementes de uma constante protecção áindustria não as substitue.

Ellas ligão as idéas e os sentimentos;o trabalho e os interesses; o espirito e amatéria. .„

A confrontação, o parallelo, o encontrode uma idéa um ciúme, um orgulho offen-dido, até a vaidade em luta com o trabalhosão recursos, que aproveitados convenien-temente produzem específicos mais prodi-giosos do que o favor individual de um reiou de um governo.

_ Nesses torneios sublimes chamados ex-posições universaes os paladinos vestem suasmais custosas galas, empunhão as melhoreselmose com escudo de fina tempera entrãode viseira erguida no campo de bataiha,para vencer, conquistando a gloria.

« Cruzada civilisadora, revolução paci-fica; é um Te Deum ao poder da divindade,que assim revela sua omnipotencia, nas pro-ducções da creatura. Para o bem geral, paraa felicidade publica, para as grandes quês-toes de século nada pôde ser equiparado auma exposição universal, a grande festainternacional do trabalho, foiça cosmopolitados grandes problemas da confraternisaçãoreal, legitima e pomposa de todas as nacio-nalidades.

« Nos paizes novos, principalmente, dizum escriptor, o Sr. barão de Penedo, são asexposições mais necessárias para conhecer ereunir os specimens dos seus produetos na-turaes, da sua cultura contemporânea, dosseus recursos verificados nas próprias loca-lidades ; para tornar conhecido o custo daproducção, constrastar e dar o padrão dosproduetos existentes. E' nesses transumptosgeraes das exposições locaes que se faz oinventario mais ou menos exacto da forçaproduetiva de cada provincia e do Estado ;e quando o acerto e a experiência presidemá sua apreciação, é dahi que sabem as folhasde partilha, que afianção com justiça o bem-estar da Familia Nacional.

« Nessas grandes confrontações acha oprogresso de todas as industrias, a sua melhortutella pela influencia considerável e benéficaque elles exercem sobre a solução das altasquestões econômicas do tempo, fornecendoelementos novos de comparação que faltavão.

« Por meio dellas se podem corrigir comsegurança os vicios e defeitos da legislaçãodesvairada, que favorece uma industria comdetrimento de outra, amesquinhando ouestancando as fontes da riqueza publica sob

a illusão de um favor indiscreto ou da perti-nacia de um preconceito.

« A novidade da apreciação, a variedadedosphenomenosque as exposições da industriafornecem á sciencia econômica pelas compara-ções instruetivas sobre o custo e os elementosda producção, são os dados preciosos paraa judicativa do estadista, e para a decisãodo legislador ; e o meio seguro de embargarmão temerária na decretação de medidas per-turbadoras do bem-estar nacional, que atacãoa industria desde o berço, envenenão-lhe avitalidade e trancão-lhe a entrada para acirculação do mundo.

« As exposições, em summa, são umanecessidade do século, elevadas pelo con-senso geral á cathegoria das grandes in-stituições. »

Emfim, senhores, as associações entrenós já fazem parte dos costumes brazileiros.Concilios de actividade nacional hão de termais tarde os seusjubileus industriaes, scien-tificos e artísticos.

Em um paiz, onde as sociedades já per-durão 30, 40 e 50 annos, sem outro interesseque não seja o bem publico, não ha quetemer. Esta é a terra querida da Providencia.

A união faz a força, diz a divisa daBélgica, e esta philosophica sentença ser-vir-nos-ha de sanfelmo em dias borrascosossi soubermo-nos conservar firmes no desem-penho dos nossos deveres, com os olhos fitosno futuro do povo, que éo futuro da pátria.Contra a verdade, que é Deus, não haforças invencíveis; tudo é pratica vel noBrazil, porque entre nós, assombro da hu-manidade, ha grandes talentos, grandesdedicações e grandes philantropias.

A Sociedade Reunião dos Expositoreslevantando-se hoje, cheia de vida e decrenças, procurando corresponder aos finspara que se constituio, disciplinada na phi-losophia do apostolado da sciencia e do bomsenso, só pede uma cousa, e só aspira umbem : é a firmeza no valor do vosso apoio, éa certeza de que trabalhais para a felicidadepublica.

Na terra do Cruzeiro, na pátria da luz,onde um novo mundo de trabalho pede umanova manifestação da poesia e da arte, nãohão de ficar improduetivas as geniaes, ashomericas aspirações da mocidade.

O' trabalho, officina, bazilica de paze de luz, abre as tuas portas ao povo bra-zileiro; acolhe e lê-lhe as' paginas santasda tua biblia de amor!Arvore frondosa, fruetifera e bella, átua sombra benéfica vive-se, gosa-se edorme-se o somno tranquillo da única feli-cidade do mundo.

S.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 173

Trabalhar é viver.No teu seio está a pratica das virtudes

da nosso religião, a fé, a esperança, a ca-ridade.

O que hoje é presente amanhã serápassado ; e si na actualidade não temos astradições que ensinão a caminhar no mundoimmenso da liberdade civil e industrial,sejão-nos prodigiosas realidades as espe-ranças do futuro.

Exposição Universal de ParizHistórico da exposição preparatória

no Brazil.

(Continuação.)A commissão central brazileira para a

Exposição Universal de 1889, em Paris,reunio-se, sob a presidência do Exm. Sr.visconde de Cavalcanti, no dia 28 do Julho,para tratar dos negócios relativos á exposi-ção. Foi lido um officio do presidente dasAlagoas, dizendo, em resposta ao da com-missão, que, tomando em consideração o em-penho da mesma, dirigio-se sem perda dotempo ás principaes corporações e autorida-des da provincia, recommendando-lhes colla-borassem na proporção de ?uas forças parao lisongeiro resultado da representação doBrazil na Exposição Universal de Paris.

Outro do presidente da provincia do Es-pirito Santo, transmittindo o pedido da So-ciedade Espirito-Santense de Immigração,afim de reservar uma secção para os produ-ctos que a mesma sociedade pretende expor.

Deliberou-se responder, declarando quea commissão fica scientc e pede permissãopara lembrar a conveniência de serem osproduetos que a provincia tiver de mandarpara a Exposição Universal remettidos antespara a exposição preparatória d'esta corte,de onde opportunmente seguirão seu destino,uma vez que para isso se pôde contar com otransporte gratuito, offerecido pelas com-panhias de navegação subvencionadas pelogoverno.

Outrosim julgou conveniente declararque, nem na exposição preparatória daquinem na universal de Paris, podem ser reser-vados locaes especiaes para os produetos decada provincia, visto como elles serão ex-postos conforme o plano dos grupos e cias-ses constantes do regulamento geral e dosystema de classificação geral da exposição.

Leu-se também um officio do Club deEngenharia, communicandoJ[que nomeara

uma commissão composta dos Drs. PedroBetim, Rademaker e Del Vechio, para en-tender-se com a commissão central sobretudo o que fôr conveniente á exposição.

Inteirada, a commissão agradece.Foi proposto e aprovado que se convi-

dasse os expositores de machinas e em geralpeças pesadas ou de grandes dimensões, acommunicarem-o dentro de 15 dias, a contardesta data, afim de que se possa resolversobre sua collcação.

Quanto ao local em que deve effectuar-se a próxima exposição preparatória em No-vembro, nesta corte, o Sr. presidente par-ticipa que está em trato com a -commissão li-quidante do Cassino Fluminense, afim deobter este edifício para aquelle fim.

O Sr. conselheiro Nicoláo Moreira leuum addendo ás instrucções já approvadas,tratando das condições impostas aos exposi-tores pela administração geral da ExposiçãoUniversal. — Resolveu-se mandar imprimirem avulsos e nos jornaes.

Reunida esta commissão no dia 31 deJulho, o Dr. João Nery Ferreira coramuni-cou que estava autorisado a declarar á com-missão que a Sociedade Anonyma de Gaz sepropoz a fornecer gratuitamente o gaz neces-sario para a illuminação do Cassino Flumi-nense durante o próxima exposição prepara-toria que alli se vai realizar e a melhorar ereforçar os apparelhos que carecerem de re-paros. — Foi recebido com especial agradotão generoso offerecimento, que o Sr. presi-dente agradeceu em nome da commissão.

O mesmo Sr. presidente fez também ai-gumas commvinicações, e apresentou ao co-nhecimento da commissão os termos do con-tracto celebrado com a commissão liquidantedo Cassino, para o aluguel deste edifícioafim de nelle se effectuar a supradita expo-sição. Foi alugado por 2:000$ mensaes,além de 150$ mensaes ao empregado já in-cumbido da guarda do edifício.

Foi lido um officio do ministério da agri-cultura, commercio e obras publicas partici-pando ter-lhe sido communicado pelo presi-dente de Pernambuco que nesta provinciafoi nomeada uma commissão, sob a presi-dencia do Visconde da Silva Loyo, afim depromover a representação da mesma provin-cia na exposição universal de Pariz.

« A 5 de Julho encerrou-se o concursoaberto pela commissão franco-brazileira parao pavilhão do Brazil no Campo de Marte.Apresentarão-se oito eoneurrentes, complantas de edifício muito bem estudadas ede excellente effeito architectonico em geral.A 7, reunio-se o jury para conferir os pre-mios, e, nessa primeira sessão, deliberou

174 O AUXHiIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

ouvir os pareceres dos Srs. Maré Millas, se-cretario das secções estrangeiras, e Sédille,architecto da exposição, pedindo ao mesmotempo ao engenheiro Fernandes Pinheiro, re-presentante do ministério das obras publicasna Europa, que se dignasse fazer parte dojury. A 9, proferio a sentença, depois deouvir as apreciações dos Srs. Millas e Sé-dille, e depois da leitura de um relatório —primor de bom senso e de espirito — do Sr.Fernandes Pinheiro.

« O jury compunha-se dos seguintescavalheiros, que todos se achavão presentes:Lourdelet, Pector, E. Prado, SanfAnnaNery, vice-presidentes; Amadéo Prince, se-cretario; Pra, thesoureiro ; Barões da Es-trella e de Albuquerque, Carlos de Almeida,Fernandes Pinheiro e Manoel Augusto Tei-xeira.

« Foi classificado em 1° logar, quasiunanimemente, o projecto do Sr. Luiz Dau-vergne, licenciado em direito, perito juntoda Prefeitura do Sana, architecto da igrejade Neuilly e do paço da câmara municipalde Maisons-Laffitte. Obteve o 2o prêmio oprojecto do Sr. Lequeux ; e foi conferido o3o prêmio ao projecto do Sr. Esquié. O pro-jecto premiado em primeiro logar é verda-deiramente sumptuoso ; mas não o descrevoainda porque o jury exige que o autor o mo-difique em alguns pontos.

« Os tres projectos fôrão expostos, o 10,nos salões do hotel Continental, por oceasiãodo banquete em honra da abolição do ele-mento servil no Brazil,e os autores receberãoos parabéns das pessoas presentes.»

«Reunio-se no dia 4 do corrente a com-missão central brazileira, constando o expe-diente do seguinte:

« O Sr. presidente, visconde de Cavai-canti, deu conhecimento da eommunicaçãorecebida da commissão franco-brazileira, emParis, de que tendo sido aberto concursopara a apresentação de projectos para a con-strucção do edifício destinado á exposiçãobrazileira, no campo de Marte, havia já sidoescolhido o mais conveniente,a juizo do jury,auxiliado pelo engenheiro Dr. FernandesPinheiro.

«Communicou mais o Sr, presidente terrecebido uma circular do vice-presidente dasecção 8a da exposição sobre economia social,lembrando a conveniência de se fazerem re-presentar todos os paizes nessa secção, es-pecialmente na parte relativa ás caixas eco-nomicas e estabelecimentos congêneres, comos diversos systemas e os resultados que têmproduzido; assumpto que será objecto doscongressos e conferências que lá se hão derealizar por oceassião da' exposição.

«Insiste sobre tudo pela remessa de no-ticias, quadros e traçados graphicos das refe-ridas instituições.

«Continuando,o Sr. presidente apresen-tou uma carta do Sr. M. Millas, secretariogeral da exposição universal, pedindo umacollecção completa de amostras de matériasprimas úteis e produetos naturaes do Brazil,para figurarem no museu industrial e com-mercial que elle pretende organizar em Parise que será depois offerecido ao governo fran-cez, ou á cidade de Paris, ou a alguma in-stituição publica; lembra a necessidade dese fixar a époea aproximada da remessadessa collecção, afim de poder providenciarem tempo sobre sua collocação. Finalmente,acompanha a carta um questionário indi-cando os esclarecimentos, que para o bomêxito da exposição devem acompanhar cadaprodueto, a saber: nome scientifico e vulgar,sede da producção, nome e endereço dos pro-prietarios, altura e temperatura média, im-portancia da producção annual, vias de com-municaçãoatéo porto mais próximo,distanciae preço da transporte, preço médio ¦ da mãode obra no logar da producção, preço e con-dições de venda da mercadoria, condições edestino da exportação, analyses que sobreella tenhão sido feitas, onde e por quem ;emfim, noticias e observações que foremconvenientes.

«Deliberou-se tomar na devida conside-ração e dar publicidade a esta communi-cação.

«Foi também lido um officio do Sr. Dr.H. Gorceix, participando que foi nomeadapelo Exm. Sr. presidente de Minas Geraesnma commissão composta de sete membrosafim de promover a representação dos pro-duetos naturaes e industriaes desta provinciana Exnosição Universal de Paris.

« Em outro officio que foi lido, o mesmoDr. Gorceix, como presidente dessa com-missão, consultou a commissão central sobrea natureza dos auxílios com que pôde contarpara levar a effeito a sua incumbência, alémde outros esclarecimentos que pede.— Res-pondeu-se.

« Fôrão mais lidos os officios seguintes:«Do ministério da agricultura, commercio

e obras publicas, communicando que o presi-dente das Alagoas participara terencontradofranco acolhimento o pedido feito ás empre-zas de navegação de lagoas e outras vias detransporte daquella provincia, afim de seremconduzidos gratuitamente os objectos que sedestinarem á exposição.

«Do ministério dosnegocios estrangeiroscommunicando que havia recommendado âlegação e ao consulado brazileiro em Paris'

*/...< ¦

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA. NACIONAL 175

que facilite pelos meios á sua disposição orecebimento e entrega alli dos produetos quedaqui forem enviados para a exposição uni-versai.

«Do presidente do Piauhy,participandoque já se havia dirigido á câmara municipalda capital, para, por si, e por intermédio dasdemais câmaras, remetter para a próximaexposição preparatória nesta corte os artigosda provincia que possão figurar na ExposiçãoUniversal de Paris.

«Da Illm. câmara municipal da cortescientificando que, por engano, deixou de serincluído na commissão municipal o nome dovereador Souto Carvalho,que delia faz parte.

Sessão no dia 14 do corrente, presi-dente o Exm. Sr. Visconde de Cavalcanti.Foi lido um officio do presidente da provin-cia do Rio de Janeiro communicando, emresposta ao desta commissão,haver já dirigidocirculares ás Câmaras Municipaes da prff-vincia, afim de coadjuvarem, na medida dosmeios a seu alcance, os esforços da mesmacommissão, no intuito de ser dignamenterepresentado o Brazil, na Exposição Uni-versai de Paris.

Officio do presidente da piovincia deSanta Catharina, aceusando o recebimentodos exemplares do regulamento geral daEx-posição Universal e do systema geral de cias-sificação para os objectos a ella destinados.

Officio do gerente da Companhia Bra-zileira de Navegação a Vapor,communicandoter ordenado ás agencias da companhia, quedessem transporte livre aos volumes desti-nados aquella exposição.

Officio do Dr. João Capistrano Ban-deira de Mello, declarando acceitar o cargode membro da commissão consultiva do 2"grupo, agradece esta nomeação e propõe-se a prestar os serviços que nessa qualidadelhe forem exigidos.

Officio do Io secretario da reunião dosExpositores da Industria Brazileira, com-municando que o sócio desta Sociedade o Sr.Henrique Germack Possolo, despachantegeral da Alfândega, offerece á commissãoos serviços gratuitos do seu cargo, para aremessa dos produetos brazileiros, que tive-rem de figurar na Exposição Universal dePariz.

Officio do Sr. bacharel Eduardo Pa-checo no mesmo sentido. — Agradece-se aambos.

Resolveu-se convidar as commissões es-peciaes da Câmara Municipal, do Club deEngenharia, bem como a directoria da reu-nião dos Expositores da Industria Brazi-loira, a comparecerem semanalmente a uma

das sessões realisadas pela Commissão Cen-trai Brazileira, afim de trabalharem juntas,no desempenho da tarefa a que se impu-zeram.

Sessão em 25 do correnteO expediente constou de um officio da

secretaria do Império, cobrindo outro dopresidente do Amazonas, declarando que temempenhado os seus esforços para que estaprovincia seja dignamente representada naExposição Universal.

Officio do presidente da provincia doRio de Janeiro, declarando que já haviarecommendado ás Câmaras Municipaes damesma, que empregassem toda a solicitude,no sentido de serem os respectivos muni-cipios dignamente representados na referidaexposição.

Officio da Secretaria do Império, trans-mittindo as copias e officios que dão contado modo pelo qual os presidentes das pro-vincias de Pernambuco, Alagoas, Sergipe eEspirito Santo têm procurado corresponderás vistas e recommendações do governo,relativamente á representação do Brazil nadita exposição.

Uma carta do Sr. engenheiro LeopoldoGomes dos Santos, actualmente emS. Paulo,communicando que a commissão paulista, daqual é delegado, já deu principio aos seustrabalhos, tendo declarado vários cidadãos,que enviarão para esta Corte os produetosdestinados á Exposição Universal.

Reclama o mesmo senhor engenheiropor nova remessa dos regulamentos e instruo-ções relativas á Exposição Universal, vistoque não foram recebidos os exemplares re-mettidos.

Inteirada das communicações, a com-missão determinou nova remessa de regula-mentos ao secretario da commissão paulistao Exm. Sr. conselheiro Leon-io de Car-valho.

Expositores da Industria BrazileiraActa da sessão de 28 de Agosto de 1888.

—Aberta ás 7 1/2 horas da tarde a sessão,sob presidência do Sr. commendador H.Pazos, declara este Senhor que fica adiadaa leitura das actas da ultima e penúltimasessão por não estarem ainda lançadas nolivro.

Expediente : — Officio da CommissãoCentral para a Exposição Universal de Pa-riz, convidando a directoria desta associaçãoa comparecer ás sessões, que a mesma com-missão celebra aos sabbados.

O Sr. Io secretario declara que recebeu

Í76 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

mais um officio do Sr. 2° secretario partici-pando que se ausenta da Corte por dias, ávista do que officiou ao Sr. secretario adjun-cto ; bem como que levou ao conhecimentoda Commissão Central o offerecimento donosso consocio o Sr. H. Possolo com relaçãoá remessa dos objectos para a Europa.

Ficou deliberado que esta sociedadenfferecesse á Commissão de propaganda daExposição a sala de suas sessões para nellase reunir.

Nada mais havendo a tratar encerrou-se a sessão ás 8 1/2 horas da noite.

Commissão central brazileira para a Expo-sição Universal de Pariz

Esta commissão reunio-se a 28 de Agos-to, e o expediente constou do seguinte :

Officios :Do Sr. Dr. Gorceix, presidente da

commissão mineira, declarando que pelaescassez de tempo e a grande extensão daprovíncia lhe parecia impossível estaremnesta corte os produetos destinados á Expo-sição Universal, a tempo de figurarem napreparatória de 11 de Novembro e fazendooutras consideraçãos relativas á mesma —respondeu-se, solicitando o esforço da com-missão mineira para a remessa, ao menos,das producções naturaes das zonas servidaspelas estradas de ferro, as quaes fornecendotransporte gratuito, poderão traze-las a tem-po. Declarou-se mais que, de conformidadecom as communicações anteriores, os obje-ctos destinados á Exposição Universal dePariz não podem ser expostos por provin-cias, levando, entretanto, indicações clarasde sua procedência; e bem assim que a com-missão central não se incumbe de receber eenviar para Pariz senão os objectos que figu-rarem na Exposição preparatória destacorte, ficando, porém, aos expositores afaculdade de os enviarem directamente porsua conta e responsabilidade.

Do presidente da commissão pernambu-cana para a exposição, declarando tambemque por falta de tempo e porque era pensa-mento dos expositores daquella- provínciafazerem alli uma exposição preparatória,havia dificuldade na remessa dos respecti-vos produetos a tempo de figurarem nadesta corte, marcada para 11 de Novembropróximo futuro. — Respondeu-se no mesmosentido.

Dos Srs. Drs. Silva Cõutinho e MenezesVieira, declarando que acceitavão a nomea-ção de membro da commissão consultiva.

Instrucções para a Exposição preparatóriados produetos que têm de figurar naExposição Universal de Pariz em 1889.

i"Abrir-se-ha no dia 11 de Novembro do

corrente anno, em o logar que fôr escolhidoe annunciado, uma exposição preparatóriados produetos agrícolas e industriaes quedevem ser levados á Exposição Universal dePariz em 1889.

IIA exposição preparatória encerrar-se-

ha opportunamente, afim de que os produ-ctos escolhidos possão ser enviados, a tempo,para Pariz.

IIIOs trabalhos reclamados para a expo-

sição dos produetos serão dirigidos pelacommissão executiva, a qual attenderá,tant,oquanto fôr possível, aos membros da com-missão de propaganda, ouvindo tambem acommissão central todas as vezes que ascircumstancias reclamarem.

IVCompete á commissão executiva decidir

da admissão e classificação dos produetos,seguindo as presentes instrucções e o regu-lamento e programma fermulados para aExposição Universal de Pariz.

VPoderão concorrer á exposição prepa-ratoria todos os industriaes nacionaes eestrangeiros, contanto que os produetossejão fabricados no paiz.

VITodos os produetos naturaes e os resul-tantes da industria humana poderão seradmittidos, exceptuando-se, porém as mate-rias explosivas, fulminantes e geralmenteconsideradas perigosas.

VIIOs expositores entregarão á commissãoexecutiva os produetos de sua industria den-tro do prazo fatal de Setembro a 31 de Ou-tubro.Uma guia, em duplicata, acompanharáo objecto, indicando não só o nome do expo-sitor (ou firma social), como tambem osnomes dos cooperadores que hajão porqualquer fórma contribuído para o meritodo

producto exposto; a localidade em que func-ciona o industrial; a natureza do objecto, oseu valor e, sendo possível, o capital indu-zido na industria, a força motora empregada,o numero de operários, a producção mé-dia, etc.

V

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 177

VIIINas guias é imprescindível que o expo-

sitor declare se o producto levado a Parizdeve ser vendido ou reembarcado para oBrazil.

A omissão de qualquer destas decla-rações denotará que o expositor abre máodo producto, podendo a commissão resolvercomo melhor lhe aprouver.

IXEm um livro de talão competentemente

aberto e de paginas numeradas serão lan-çados, em duplicata, os dizeres das guias,sendo deste livro cortado o conhecimento que,assignado pelo membro da commissão exe-cutiva, será entregue, como recibo ao ex-positor.

XOs expositores poderão exhibir os seus

productos em vitrinas de sua propriedade ;no caso contrario, será a exhibição feita aarbítrio da commissão executiva.

XIDurante o tempo que durar, a exposição,

os expositores ou seus propostos terão entradapor bilhete gratuito afim de velarem sobreseus productos e darem aos visitantes asexplicações que forem pedidas.

XIIA commissão executiva velará sobre a

a bôa guarda dos objectos expostos, nãoresponsabilisando-se, porém, por qualquerdamno que possa sobrevir.

XIIIO visitante que damnificar qualquer

objecto será responsável pela indemnizaçãodo prejuízo causado.

XIVO objecto exposto não poderá ser reti-

rado definitivamente antes do encerramentoda exposição.

XVTodas as communicações relativas á

exposição dos productos serão dirigidas ácommissão executiva pelo próprio expositorou por qualquer dos membros da commissãode propaganda, sendo depois levadas ao co-nhecimento da commissão central.

XVIOs membros da commissão de propa-

ganda são competentes para se entenderemcom a commissão executiva em todos osassumptos aos interesses dos expositoresda Corte ou de qualquer Provincia do Im-perio.

23

XVIIDurante a exposição, as commissões con-

sultivas, collectivameute ou por cada um deseus membros, em seus respectivos grupos eclasses, examinarão os objectos expostos,fazendo a respeito delles um succinto rela-torio, indicando os motivos que os tornãodignos de figurar na Exposição Universal dePariz.

Os relatorios"serão enviados á commissãocentral,

XVIIINão se concedendo, na exposição pre-

paratoria, menções honrosas, medalhas oudiplomas, a escolha do objecto exposto e orelatório patenteando suas boas qualidadesconstituirão prêmios de alta valia.

XIXSendo o fim da exposição preparatória

fazer o Brazil figurar na Exposição Uni-versai de Pariz, e sendo neste sentido que aAssembléa Geral votou o auxilio de 300:000$o objecto exposto, uma vez escolhido pelosrespectivos juizes, não poderá deixar deseguir o seu destino.

XXEncerrada a exposição,os objectos serão

acondicionados com assistência ou não doexpositor ou seu preposto, e remettidos ácommissão franco-brazileira em Pariz, a qualos exhibirá do modo mais imponente possivel,velando sobre sua guarda até o encerra-mento da exposição franceza.

XXIOs expositores receberão prévio aviso

para prepararem os productos escolhidos,podendo substituir por novas as amostrasantigas.

XXIISerá nomeado um agente auxiliar que

se encarregue de dirigir e acompanhar osproductos até o Campo de Marte, e dereembarca-los para o Brazil, terminadaexposição.

XXIIIA commissão central não se respon-

sabilisa pelas avarias que casualmente sederem na ida e volta dos productos.

XXIVNos casos omissos nestas instrucções a

commissão central resolverá segundo osarestos estabelecidos nas exposições ante-riores.

AddendoPara conhecimentos dos Srs. exposi-

tores transcrevemos os seguintes trechos das. a.

178 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

circular da directoria da Exposição Universalde Pariz datada de 28 de Maio do correnteanno.

« A administração concede aos commis-sarios estrangeiros, ou aos expositores,formados em syndicatos nacionaes, o direitode imprimir e publicar em seus idicmas e ásua custa os catálogos particulares dos pro-duetos expostos nas secções respectivas,reservando-se o direito de regulamentar avenda desses catálogos e de perceber umacontribuição do producto dessas vendas.»

Relativamente ao catalogo geral emfrancez diz a circular :

« Cada expositor dos grupos :2o, 3o, 4o,5", 6°, 7o, 8o, e 9o, tem direito gratuita-mente a duas ou tres linhas se as duas pri-meiras não forem sufficientes :

1." Para a inscripção do nome ou firmasocial;

2.° Para a denominação dos productosexpostos;

3. ° Para a indicação do local em queesses productos se achão.

«O expositor tem ainda direito aomesmo numero de linhas em cada uma dasclasses em que os seus productos foremadmittidos.

« Quanto ao 1° grupo (classe 1 a 5), oexpositor terá direito gratuitamente, porexcepção e segundo o uso, a duas ou treslinhas se as duas primeiras não forem suffi-cientes para indicação de seus nomes epronomes, logar de nascimento, nomes deseus mestres e recompensas obtidas.

« Uma outra linha ou duas linhas, nãosendo sufficiente a primeira, são devidasainda ao expositor do Io grupo para a indi-cação e descripção summaria de cada umadas obras expostas.

« Além das linhas gratuitas mencio-nadas, a administração concede ao impressordo catalogo o direito de inscrever em seguidaás duas ou tres linhas mencionadas um certonumero de linhas supp1 ementar es, destinadasa completar a nomenclatura dos objectosexpostos e a relatar, sob a responsabilidadedo expositor, as recompensas por elle obtidasnas precedentes exposições universaes inter-nacionaes.

« O numero de linhas supplementaresnão excederá a 10, pagando o expositor10 francos por cada uma.

« No fim de cada volume ou fasciculoadmittem-se annuncios em papel de côr.O custo dos annuncios será fixado pelo jm-pressor.

« Guias (fichas) serão distribuídas pelosexpositores admittidos definitivamente, afimde que, cheios os dizeres, sejão remettidas

á directoriade 1888.»

geral até 31 de Dezembro

Disposições especiaes para as obras de arte

(regulamento francez)Art. 22. São admittidas á exposição as

obras dos artistas francezes e estrangeirosexecutadas depois do dia Io de Maio de1878.

Art. 23. Estas obras comprehendem ossete gêneros seguintes:

Io. Pintura.2." Desenho, aquarella, pastel, minia-

tura, esmaltes, porcellanas, cartões paravidraça, com exclusão dos que não represen-tão senão objectos de ornamentação.

3." Esculptura.4.° Gravura em medalhas e sobre pe-

dras finas.5.° Architectura.6.° Gravura.7.° Litographia.Art. 24. São excluídos:1. ° As cópias, ainda quando reproduzão

uma obra em genero differente do do ori-ginal.

2.° Os quadros ou desenhos que nãovenhão emmoldurados.

3. ° As esculpturas em terra não cota(non cuite).

Art. 25.A attribuição de resolver sobrea admissão dos objectos de arte será dele-gada a um jury especial.

SericiculturaIndustria Agrícola Fabril da seda do BrazilJUSTIFICAÇÃO DO REQUERIMENTO APBESEN-

TADO AO CORPO LEGISLATIVO POR

Luiz Ribeiro de Souza Rezende.J. J. Antunes Braga.C. Amo Gierth.

L. F. Lavagnino.Augustos e Digníssimos Senhores Repre-

sentantes da Nação.Luiz Ribeiro de Souza Rezende, indus-

trial, cidadão brazileiro, Joaquim José An-times Braga, negociante, cidadão brasileiro,e os engenheiros civis C. Arno Gierth,subdito allemão, e L. F. Lavagnino, sub-dito italiano, no intuito de promover, di-ffundir e perpetuar o cultivo da amoreirae a criação do bicho da seda nas províncias

_

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 179

do Brazil a que se adaptar, e estando veri-1ficado por dados officiaes, que a culturasericicola é nm facto realisado nas provin-cias do Rio-Grande do Sul, Santa Catharina,S. Paulo, Espirito-Santo e outras, vêm soli-citar do Poder Legislativo, para que oauxilio indispensável, para que possâo fundaruma empreza industrial e estabelecer umamanufactura de seda, por si ou pela compa-nhia que organizarem.

Para levar a effeito o seu intuito ospeticionarios se propõem:

1. ° A fornecer aos agricultores nacio-naes e estrangeiros, mediante contratos emque fiquem estipuladas as garantias reci-procas de direitos e obrigações entre o pro-ductor e a empreza, as mudas necessáriasde amoreira e o sirgo para a criação doBombix.

2. ° A estabelecer nos centros de pro-ducção, fabricas de desdobrar casulos (Fi-lande, Maisons de decoconage) e observa-torios serviços para reproducção do sirgo ;

3.° A fundar desde já na cidade doRio de Janeiro, uma fabrica de fiação e teci-dos de seda para um consumo annual de 20mil kilogrammas de seda crua, que serãoimportados do estrangeiro, com a taxa actualde importação, durante os cinco primeirosannos, tempo sufficiente para que a lavouranacional possa desenvolver-se e alimentara fabrica com os seus produetos;

4. ° A levantar o capital de dous milcontos mediante os juros de 6% ao anno,garantidos pelo Estado, durante 15 annos,por prestações semestraes;

5." A entregar ao Estado, a titulo deindemnisação pelas quantias que adiantarna fôrma da cláusula antecedente e pelosseus juros compostos, todo o excesso do lucrode 8 % que a empreza auferir ;

6." A deixar, a titulo gratuito e semindemnisação alguma em poder dos agricul-tores que cumprirem os seus contratos,todas as mudas de amoreira quejhes foremfornecidas na formada cláusula Ia.

7.° A fundar uma escola theorica epratica, onde e quando convier, sobre ocultivo da amoreira e a criação do bicho daseda. ,

Não podendo nos estreitos limites deium requerimento expor e discutir as varia-das questões e vantagens que a industriasericicola suggere, e as razões de grandemomento que provocão ejustificão a fundação

' de igual empreza no Brazil; mas tendo feitoa respeito do assumpto proposto o maisaturado estudo theorico e pratico dentro efora do paiz, os peticionarios pedem licençapara offerecer ás luzes e experiência dos

Augustos e Digníssimos Senhores Represen-tantes da Nação, como prova de seu cons-ciencioso labor e dedicado interesse pelaempreza que se propõem realisar, o folhetoannexo em que é ella explanada e discutidaem sua maior plenitude.

Nesse folheto fôrão aventadas, desen-volvidas e justificadas: As vantagens geraesdo estabelecimento das industrias sericicolae serica no Brazil;— O cultivo da amoreiracomo base da industria da producção daseda;— Criação do bicho e producção decasulos ;—Desdobação e manufactura daseda;—Meios práticos para introducção eestabelecimento da industria setifera ; -Condições para fundação da empreza;—Custoda matéria-prima e mão de obra dos estofos eoutros produetos manufacturados com 20 milkilogrammas de seda crua em cada anno;—Custo de um kilogramma de seda crua pro-duzida no paiz; - Orçamento para fundaçãoda fabrica de tecidos e generalisação daparte agricola da industria, e finalmentedemonstração da receita e despeza.

E assim estudado o assumpto debaixode todas as suas faces, e conhecidas ascausas permanentes que paralisão e impedemseu desenvolvimento, com o valioso subsidioque vossas luzes e acrysolado patriotismohão de supprir, os peticionarios aguardãofavorável deferimento.

Rio de Janeiro, 27 de Junho de 1888.Luiz Ribeiro de Souza Rezende.Joaquim José Antunes Braga.Carlos Amo Gierth.Lourenço Fieschi Lavagnino,

Elementos para a fundação das industriassericicola e serica no Brazil

« Quando o Brazil quizer, quando oseu governo entender, ha de ser estanação, a respeito da cultura serica,iqual a China; porque ja excede aFrança e á Itália no numero das co-lheitas de casulos que faz annual-mente. »

Dn. A. Chavanne.

VANTAGENS GERAES DO ESTABELECIMENTODAS INDUSTRIAS SERICICOLA E SERICA

Na actual época de transformação eco-nomica pela qual passa o Brazil, é intuitivaa vantagem e até a necessidade da creaçãode novas industrias, de novas fontes de ri-

queza nacional; não com o fim de substituiras já existentes, mas antes no intento de ascoadjuvar e com ellas contribuir para o pro-eresso do paiz.

I Até á saciedade provarão-se os perigos

180 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

econômicos que resultarão inevitavelmente,'mantendo poucas e peculiares culturas ouproducções como base do desenvolvimentoeconômico do paiz. No mesmo tempo mostra-rão-se os prejuízos derivantes, não somentedas mais colheitas, das pragas ou moléstiasque podem sobrevir a uma, ou simultânea-mente a varias destas poucas culturas; masficou tambem patente—o que aliás é intui-tivo,—que a superabundancia dos seus pro-duetos, teria por conseqüência directa adepreciação rápida, e, portanto uma criseeconômica geral.

A polycultura tem sido apregoada porquantos se dedicão ao estudo das condiçõeseconômicas do Brazil, como o alvitre maispróprio, o meio mais genuino para prevenirdesastres. A incessante e sempre crescentecorrente imigratória, que da Europa pro-cura as terras brazileiras, vem trazer novose mais potentes argumentos aos fautores dapolycultura.

Os economistas puros, os capitalistas— verdadeiros economistas práticos — pro-curão desde alguns annos produetos novosou empregos novos do capital. E, como ocapital quer renda, sob pena de suicidar-se,carece procurar culturas ricas, remunera-doras, que possão facilmente lutar com ascongêneres estrangeiras e para as quaes oônus do transporte não sempre leve, sejainsignificante.

A cultura dos cereaes nobres, comotirgo, arroz, cevada, etc, e a producção dovinho, são tentados mesmo já em larga es-cala.

Sem embargo destes patrióticos esfor-ços, não haverá, porém, quem não se con-vença, qne as culturas alludidas poder-se-hão tornar somente remuneradoras, quandoestabelecidas perto dos grandes centros con-sumidores ; pois, além de certos limites enas condições actuaes de população no Im-perio, a despeza de transporte destes pro-duetos constituirá um pesadíssimo encargo,um constante empecilho para competir van-tajosamente com os importados do estran-geiro.

Se este facto não fosse por si claro,bastaria fazer menção de algumas ex-colo-nias do Rio-Grande do Sul, onde a pro-ducção do vinho é por tal fórma abundantequo o seu preço local, a varejo, varia entre40 a 60 réis cada garrafa; apezar disso, opróprio mercado de Porto-Alegre é abaste-cido pelos vinhos importados do estrangeiro,porque as despezas de transporte impedemaos nacionaes toda e qualquer concurrencia.

Ha um producto agrícola, porém, cujoaltíssimo valor torna insensíveis os encargos

dependentes do seu transporte, por maisonerosos que possão ser.

E' a seda.Seu valor mercantil nas praças euro-

peas, quando prompta para a torção, geral-mente denominada fiação, importa na média,em 60 francos ou 24$000 por kilogramma.

No Brazil o preço de um kilogrammade seda aqui produzida será mais ou menosigual, custando a tonelada cerca de 23:500$.Este avultado valor demonstra, que qual-quer augmento dependente de transporteficará sempre diminuto e desapercebido.

A industria da seda é daquellas, quemais se subdividem, conforme os meios eaptidões individuaes, proporcionando umajusta remuneração a cada pessoa que nellase oecupa, e constitue uma série continua deoperações, a começar do rude trabalho docampo até ás maravilhas da tecelagem.

Otferece além disso tamanhas vanta-gens aos capitães que para ella concorrerem,e produz tão notável incremento na riquezae trabalho nacional, que se impõe hoje comoquasi uma necessidade.

¦ Ainda mais : a industria da seda já estáaclimatada no Brazil.

Relatórios officiaes de engenheiros en-carregados de inspeccionar as ex-coloniasdo Rio-Grande do Sul, Santa Catharina,Paraná, S. Paulo e Espirito Santo, provãoque estas províncias temperadas do Brazil(como todas as demais, cujos phenomenosclimatologicos têm muita analogia com osda Itália, Sul da França, etc, onde a me-lhor seda é produzida)— se prestão vanta-josamente para o cultivo da amoreira ecriação do bicho da seda, e que na mór partedestas ex-colonias, se dedicão camponezesahi estabelecidos, especialmente os immi-grados italianos, a estes misteres. Assig-nalão mais a grande importância que po-deria alcançar esta riquíssima industriaagrícola no paiz, indicando como principalcausa de seu estado estacionario, e até deregresso, a falta de fabricas para manu-facturarem a seda bruta.

A producção da seda é tradicional entreos camponios italianos, tanto do Norte comodo S;il daquella península, cuja principalfonte de riqueza é a seda, que rende o qua-druplo de todas as outras industrias.

Todo camponio italiano conhece a cul-tura da amoreira e do bicho da seda pro-fundamente , e, como este elemento imigra-torio é aquelle que hoje mais avulta noBrazil, possuímos com elle, por conseqüênciao mais importante factor dailludida cultura:o produetor da matéria prima.

Accresce que será facilmente ensinado

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 181

e promovido entre os lavradores nacionaeseste ramo de industria, que proporcional-mente carece de pouco trabalho e dá muitoproveito; ainda mais, porque particular-mente a criação dos bichos pôde ser en-tregue, como acontece nos paizes sericicolasda Europa, ao cuidado das mulheres doslavradores e meninos de ambos os sexos, quede nenhum modo acharáõ occupação tão fácile vantajosa ao mesmo tempo. E, por serassim, deve - na sua mór parte— a Lom-bardia e a Liguria á esta admirável in-dustria a sua extraordinária população de160 a 170 habitantes por kilom. quadrado ;porque é uma incontestável verdade, quecada occupação que dá interesse e auferelucros, contribue mais que outra qualquercircumstancia para o augmento da popu-lação.

Uma outra ordem de considerações,mui a propósito, se nos impõe, que entendeao mesmo tempo com o valor da sericiculturasob o ponto de vista econômico, social e po-litico.

Em substituição do muito que pode-riamos dizer a esse respeito, seja-nos per-mittido— para não alongar demasiadamenteas dimensões deste trabalho — transcreveraqui alguns períodos de um escriptor, que,na phrase eloqüente de um publicista mo-derno, não é economista, nem historiador,nem agrônomo, nem estadista, mas que étudo isso, porque é um philosopho profundo.

M. Aimé Martin, demonstrando na suaprimorosa obra La education de Ia mêre_ defamille, a influencia da cultura sobre a civi-lisação da mulher e mãi de familia, e aacção desta sobre os destinos das povoações,diz:

« Aux sommets de ses montagnes vol-caniques (*), dans les entrailles même deses volcans, sur des torrents de laves sansculture et presque sans végétation, onvoyait encore, il y a peu d'annés, les restesde quelques peuplades á demi— sauvages,dont Ia grossièreté et Ia férocité rappelaientles mceurs des vieux clans de 1'Ecosse. Lespeuplades ne marchaient qu'armées, et leurmisère était si grande que Ia religion mêmen'avait pu les adoucir. Tous les dimancheson les voyait sortir avec leurs habits de lainnoirâtre, semblables à ceux des lorses, degros sabots épais de pliisieurs pouces, et lefusil sur 1'epaule. Ainsi equipes ils allaientàTéglise, deposaient leur armes à Ia porte ;puis, après avoir prié dans un profond re-cueillement, ils reprenaient leurs fusils et serendaient à Ia taverne. Lá une joie féroce

0 Vlvaras.

succédait soudain à Ia prière et à Ia com-ponction: je les ai vu trente à table, chacunun pistolet à côté de soi, se disputant,criant, ei se livrant à des' orgíes, qui flnis-saient toujours par le meurtre de quelques—uns d'entre eux. -

« Telle était Ia situation de quelquesparties du haut Vivarais en 1770.

« Aujourd'hui tout est changé. Plusd'hommes armes, plus de sauvages, plusd'homicides, mais aussi plus de terres enfriche, plus de misère, plus dUsolement.Des chemins faciles se devoilent sur toutesles montagnes, des riches villages s'éléventsur les debris des plus miserables hameaux.Partout vous trouvez 1'aisance à Ia place de1'indigence, 1'humanité à Ia place de Ia bar-barie. On dirait un nouveau peuple ; ce n'estcependant qu'une génération née à 1'abrid'un arbre inconnu des générations an-cígtlügs

« Cet arbre c'est le múrier. Pour opérertant des prodiges, il a suffi de Ia cultured'un vegetal et de 1'éducation de sa che-nille.

« Une culture nouvelle a changé le sortdes femmes, et par les femmes s'est adoucieIa brutalité des homes. Voulez-vous civiliserun pays, donnez-lui une plante utile auxpays voisins, d'une culture aisée, et quipuisse occuper les femmes dans leurs mai-sons. Avec cette plante vient le commerce,avecle commerce viennent les chemins,avecles chemins, viennent idées. Le commerceenrichit, les chemins civilisent.»

Os períodos que deixámos transcnptosnão carecem de commentarios. E' um quadroaltamente instructivo que nos mostra comouma industria commoda e lucrativa, agricolae caseira ao mesmo tempo, vulgarisada con-venientemente em um paiz, pôde resolversatisfactoriamente os mais difficeis problemassociaes e realisar uma grande obra civi-lisadora. .

Para as industrias fabris consecutivasda producção de matéria prima não fal-tão tão poucos os elementos precisos. Os pro-prios camponios italianos, no seu maior nu-mero, são excellentes desdobadores (trattoredecoconeurs) e muitos são fiadores e tece-

No Rio de Janeiro encontra-se crescidonumero destes últimos operários,actualmenteoccupados na tacelagem de algodão em va-rias fabricas ou em outros misteres; contandodesde já os peticionarios por um convêniopreviamente estipulado, com um directorpara a fabrica manufactureira de seda e umadistincta mestra tecedora, ambos aqui resi-dentes.

182 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Evidenciadas, assim, estas vantagenstodas, e as condições propicias, que se offe-recém á implantação desta opulenta industriaentre nós, estudemos o meio pelo qual a pro-dncção e manufactura da seda passe a serum facto real, uma industria nacional, quepossa garantir aos capitães nella empregadosum lucro certo e avultado.

Antes, porém, de expor o nosso pro-jecto e no intuito de melhor o esclarecer, pa-rece-nos necessário descrever em breves tra-ços, as operações agrícolas e industriaes queconstituem a producção e manufactura serica.

(Continua).

ViticulturaA vinha na provincia de S. Paulo

(Conclusão)Alvey.—Uva preta, pequena, redonda

cachos medianos, soltos e alados.Esta plantei em 1874 e pouco tem-se

desenvolvido. E' representada como excellente em qualidade, fazendo um dos melhoresvinhos tintos; necessita de terra forte dealluvião com arêa.

Vitis Cordi/olia.—A fruta desta espécieé considerada excellente para vinho, mas de-pois de vinificado deve ser guardado bastantetempo para aperfeiçoar.

Ultimamente recebi umas dos Estados-Unidos, mas ainda tenho certeza que vin-garáõ. Tenho visto algumas na cidade vindaspara o governo provincial que tem crescidoperfeitamente.

Vitis Vulpina.—Desta tenho o Scup-pernong que plantei o auno atrazado, vindode Mogy das Cruzes. Esta espécie é muitodifferente das outras; tem as folhas pe-quenas, reluzentes e verdes em ambos oslados, a casca do páo é liza, nunca solta; afruta é grande, verde, pelle grossa, dá empequenos cachos e em proporção que ama-durece cahe.

A planta não necessita a poda, devecrescer à vontade sobre latadas e asssimproduz grandes colheitas annuaes sem tra-balho senão á cultivação ordinária do solo;é completamente isenta do oidium e ataquesde insectos. A fruta é muito doce, mas não éjulgada das melhores para vinho.

Além destas espécies, em cultivaçãoexistem varias místicas ou hybridas, algumasaccidentaes, outras artificiaes; das acciden-taes tenho a Delaware, Alvey e Creveling.

A Delaware é hybrida entre V. La-brusca e V. Vinifera ou ^Estivalis ; tem ca-chos pequenos, compactos, ás vezes alados ;bagos pequenos, redondos, pelle fina, masresistente, carne doce e macia, sueco abun-dante, vinhoso, com a parte saecharina muitoabundante, côr vermelha clara e muito trans-luzente.

Eu plantei esta videira em 1871 e certa-mente é mais sadia e produetiva das novasque tenho até o presente, e pôde ser plan-tada mais junta de que as outras, oito pai-mos de distancia, sendo sufficiente, nos pri-meiros annos tem pouca fruta, mas em quatroou cinco, produz tanto o mais do que qualqueroutra. Em qualidade é optima, tanto para amesa como para vinho.

Tenho feito vinho absolutamente purodesta uva que achei igual aos melhores doRheno, é temporão vindo mais cedo que osoutros algumas semanas. Propaga-se bem porenxerto ; também por estaca tomando maiscuidado um pouco do que com a ordinária.

A Greveling e Alvey são mencionadasnas famílias iEstivalis e Labrusca ás quaessão julgadas pertencentes.

Das hybridas artificiaes tenho a Aga-wan, Senasqua, Wilder, Croton e Walter.

Agawan.—Mestiça entre a V. Labruscae V. Vinifera : uva vermelha escura,grande,redonda, pelle grossa, polpa macia, doce,com um sabor aromatico, cachos grandescompactos,frequentementealados,productivae de grande vigor.

Plantei esta o anno passado e um en-xerto que fiz no mesmo tempo deu um pe-queno cacho de fruta. Pega bem de estaca.

Senasqua.—Hybrida entre Concord, Lab:e Bleck Prince. Vinifer: cachos e bagos entremedianos e grandes, côr preta, qualidadeoptima. A fruta tem o caracter carnudopeculiar a certas uvas europeas, com saboresperto e vinhoso. A planta é vigorosa e pro-duetiva em terra bôa.

Esta plantei em 1874 em estaca, esteanno apenas deu um pequeno cacho defruta.

Wilder.—Hybrida entre a americana eeuropea,éuvapreta,grande e globular,carnemacia, pouca polpa, suecosa, rica, agrada-vel e doce. Planta vigorosa, forte, sadia eproduetiva.

Também apenas deu um pequeno cachode fruta este anno.

Croton.—Hybrida entre a Delaware eChasselass de Fontaineblau, cachos de 8 apollegadas de comprido, fruta de tamanhomédio, côr verde-amarello, transluzente e

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 183

notavelmente delicada, doce, qualidade op-tima, com o sabor e caracter de Chasselass,amadurece cedo.

Ainda não fruetificou, mas promettepara o anno.

Walter.—Hydra entre a Delaware eDianna, cacho e bago de tamanho médio, côrvermelha-clara,carne macia, rica e doce, comum gosto aromatico muito agradável.O aromae bouquet dessa uva é considerado superiora todas as outras americanas e é a única comque se tem feito passas, amadurece cedo.

Plantei esta em 1872, planta com raiz,tem crescido muito pouco, com excepção deum enxerto que fiz o anno passado, de queespero provar a fruta este anno.

A hybridação da uva americana com aeuropea tem sido exclusivamente, póde-sedizer—para o fim de produzir fruta para amesa para e o mercado igual a esta, com aplanta tão vigorosa, forte e capaz de resistiros extremos e vicissitudes do clima comoaquelia, não para o fabrico de vinho ; e souda opinião de um dos melhores vinhateirosnos Estados-Unidos que havendo variedadesde tanto valor já conhecidas, como a Cyn-tiana, Cuningham, Herbemont, etc, etc. emuitas outras novas de muita promessa,obtidas por sementes da espécie JSstivalis,não precisamos este recurso para melhorar aqualidade.

Tenho pedido a publicação;deste artigo,por força imperfeita, para incitar desde jápara o fabrico de vinho a plantação de outrasvideiras americanas, além da ordinária,certo que esta industria se tornará umadas mais importantes na provincia.

E' preciso lembrar-se que as experien-cias feitas com parreiras, occupão annos enão mezes ; as que tenho mencionado aquisão approvadas nos Estados-Unidos depoisde muitos annos de cultura por pessoas de-dicadas a este trabalho, com toda a at-tenção. . .

Ha seis annos passados eu mandei virdos Estados-Unidos os melhores livros pu-blicados sobre as uvas americanas, e porestes escolhi melhores variedades já co-nhecidas, e estas não haver engano nasplantas, mandei-as vir em direitura, e tenhoverificado que são exactamente como repre-sentadas nestes livros, e estou certo quequalquer dellas entre nós pôde ser ainda su-perior e produzir melhor em quantidade equalidade do que lá aonde estão sujeitas amesma inconstância de tempo, mudança re-pentina do calor para o frio, grandes chuvastorrenciaes e logo depois sol ardente; com adifferença porém que aqui os extremos sao

menores e escolhendo localidades e terraspróprias, as que lá dão vinho semelhante aoda Europa, aqui podem produzir igual.

A uva Izabella mostra isso. Pelas des-cripções que tenho, ella aqui é muito melhor,amadurece com mais perfeição, é menosatacada de moléstias e cada anno dá frutaprogressivamente melhor, em qualidade ; ovinho é bem regular,sendo puro comaaddicçãosomente da porcentagem de assucar ne-cessario ; não é possivel delia (como algunsquerem) fazer vinho Bordeaux, Porto, Xe-rez, etc, etc, sem uma mistura tão ruimcomo nos vêm nos vinhos de fora.

A videira europea ninguém tem podidoplantar aqui com vantagem, todas as expe-riencias tem demonstrado que é de umaconstituição muito fraca para resistir muitotempo a inconstância de nosso clima, é ne-cessario obriga-la dos ventos e chuvas e jáparece uma planta (mesmo na Europa)exhausta, modificada, ^tanto pela cultivaçãode milhares de annos sempre nos mesmosterrenos e clima, que é sujeita a quantamoléstia ha, e já é tempo de substitui-lapor outra variedade mais robusta e forte,como as videires do novo mundo.

Em seguida darei algumas experiênciasa respeito da plantação e propagação destasvideiras.

S. Paulo, 18 de Abril de 1877.Horacio Tower Fogg.

Terras próprias

(Conclusão)Terras silicosas e calcareas com algum

barro são julgadas as melhores, mas se esteultimo ingrediente fôr em superabundancia,tornão-se as terras pesadas e compactas ;recebendo agua com facilidade, conservão-sehumidas por muito tempo e conseqüente-mente frias. Terras quentes, antes leves doque pesadas e não fortes de mais, mas fofasou pulverisadas bastante que o calor possapenetrar facilmente e que as raizes possãodilatar-se e estenderem-se sem embaraçosem procura da nutrição necessária, são asmelhores.

Terras novas são preferíveis as de muitotempo em cultivação sendo sempre muitodifficil suppri-la artificialmente das matériasque faltão, tão perfeitamente adaptadas asnecessidades das plantas como ellas pos-suem originalmente.

Terras ordinariamente férteis que pro-duzem uma bôa colheita de feijão ou milhopodem produzir uvas sem ajuntar estrume

'•' ;^:^-'.-r f.:r, - V ~V- ' - ** -"'¦¦• ' ' >j; ¦

184 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

algum. O estrume animal é prejudicial avinha e nunca deve ser posto janto a plantaou em contacto com as raizes, somente deve-se usar para fertilizarem a terra seis mezesou um anno antes da plantação.

Localidades e prefação da -terraAs terras devem estar situadas mais

altas aos rios e córregos de 20 a 30 palmos,para facilitar o esgoto das águas, e não sendode qualidade em que as águas penetrem efiltrem com facilidade, é preciso fazer es-gotos com 5 ou 6 palmos de fundo em dis-tancia de 30 a 60 palmos um a outro, cominclinação sufficiente para descarregar aságuas na direcção dos terrenos mais baixos ;e sendo a terra bastante filtrante, estes es-gotos podem ser dispensados. As ruas entreas parreiras devem ser preparadas maisbaixas no centro com inclinação que, duranteuma chuva grande a água não pare, e logodepois fiquem enxutos.

Deve-se escolher terrenos mansamenteinclinados; embora na Europa as faces dosmorros altos são por alguns julgados molho-res, aqui esta posição não convém, as gran-des chuvas lavão e carregão toda a terra etodas as matérias necessárias para o sus-tento da planta, e isto, geralmente em umtempo em que estes elementos são mais pre-cisos no tempo em que a uva está acabandode amadurecer perfeitamente.

O terreno sendo de matto não só é preciso derrubar todo, como também arrancartodas as raizes, e depois revolver e pulveri-sar a terra o mais profundo possivel com oarado ou enxada.

Poucas são as terras, que uma pessoaentendida na lavoura pôde escolher que pre-cisarão outra preparação senão esta, e muitasvezes o successo nesta cultura depende maisda perfeita pulverisação mecânica da terrado que dos ingredientes que contém.

A preparação da terra deve ser com-pleta antes de plantar a videira; a planta-ção é feita uma só vez na vida, não se esperauma só colheita, deve-se esperar muitas sue-cessivas, mais ou menos abundantes depen-dendo em grande parte este trabalho no prin-cipio.

AS MUDAS PARA PLANTAR

Todos os vinhateiros americanos recom-

do bacello, bem rente ao ultimo botão eplanto, de maneira que a ponta cortado fiquebem apertada na terra firme que está nofundo, (isto é essencial), encho depois acova com terra bem apertada, e deixo umapequena bacia a roda da ponta do bacelloque deve fazer face com a superfície da terraenchendo esta bacia logo que principia acrescer o broto. As plantas devem ser cober-tas com palha ou alguma cousa para que seconserve sempre fresca mas não humida demais.

Algumas pessoas preferem plantas deum a dois annos com raizes, e principiáo porfazer viveiros com os bacellos, escolhem terrabôa, bem estrumada, e nesta abrem regosde sete a oito pollegadas de fundo e de trespalmos distante de uma á outra; e nestesplantão os bacellos juntos de tres em trespollegadas. No anno seguinte são mudadospara os logares onde tem de ficar. Assimpóde-se colher as plantas todas do mesmotamanho e força, o que é uma vantagem. Noplantar, cortão-se as raizes deixando-as deseis a sete pollegadas de comprido.

As covas não devem ter mais de seispollegadas de fundo, estende-se as raizesseparadas uma da outra, enche-se bem comterra apertada, deixando-se uma bacia razacomo para os bacellos. Na mudança dasplantas, as raizes devem ser conservadassempre humidas até plantar.

A distancia em que se deve plantar avideira depende da variedade; as que crês-cem de vagar, como a Delaware e Catawbapodem ser de oito palmos, mas as que sãomuito viçosas como Norton's Virgínia, Her-bemont, Cunningham e quasi todas da fami-lia iEstivalis devem ter quatorze a dezeseispalmos para produzirem bem á vontade.

O anno passado os pés da Herbemont ede Cunningham que podei curta, pouca frutaderão, quando as que deixei crescer acimadelatada, podando pouco, produzirão commuita abundância.

POSIÇÃO ou FACE

Em um clima como este onde em todaa parte a estação do calor é bastante prolon-gada para poder amadurecer toda a uva atéas mais serodicas, a posição ou face não é de

mendâo de preferencia bacellos com dois ou tanta consideração como muitos suppoem.tres botões somente de comprimento de um j Contra a opinião de muitos, aqui a uvapalmo mais ou menos. | não deve apanhar o sol, o é calor demais, por

São estes que tenho plantado, e sem- isso em logar de a descobrir, tirando as fo-precomoptimo resultado, e planto da ma- lhas, deve-se as deixar,neira seguinte: | Eu tenho visto uvas, quando expostas

Faço a cova nâo mais de sete para oito ao sol todo o dia, depois das chuvas, que pa-pollegadas de fundo, corto a ponta inferior recém litteralinente cozidas; e todos devem

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 185

ter observado que a fruta que está demo-lrada e fica na parreira depois que cahem asfolhas, nunca amadurece, conserva-se sem-pre meio verde, azeda e dura.

O terreno, porém, onde estendem-seas raizes uma vez conservado em bôa cul-tura, não pôde ter sol e calor demais, prin-cipalmente quando a fruta está promptapara se colher; por isso a largura das ruasentre as carreiras, deve ser de dez a dozepalmos, e estas ruas conservadas livre dematto, carpidos ao menos de quinze emquinze dias; as raizes estão logo embaixo, ese o esgoto é perfeito, que as águas logo des-appareção, ainda que haja grandes chuvaspouco antes e na oceasiâo da colheita, a dif-ferença na parte saecharina não será tão sen-sivel.

Desejando criar as videiras sobre cer-cas, que é o mais conveniente, é melhor queestás estejão alinhadas na direcção que tor-não os ventos fortes, ao contrario muitasvezes estando carregadas com fruta, osventos derrubão as cercas causando umaperda considerável. Havendo abrigo, porém,tenho achado preferível as cercas de leste aopstô

Para abrigar a videira, nada melhor do

que o bambu, e como esta planta é quasi in-dispensável ao vinhateiro para cercas e es-taças, todos devem planta-la; mas paraabrigo, não deve ser muito perto as vinhas.

PROPAGAÇÃO

Quasi todas as videiras americanas pe-gão de estaca com facilidade, mas duas dasmelhores para vinho tinto, a Norton's Vir-ginia e Cynthiana carece maior cuidado.

O anno passado eu fiz uma plantaçãodestas com pouca perda, do modo seguinte:mandei arrancar raizes da uva ordinária,com grossura de meia pollegada quasi; corteiestas em pedaços de 3 a 4 pollegadas de cora-prido, e nestas enxertei os bacellos, assimcomo qualquer enxerto de garfo, amarrandosimplesmente com barbante, como mostra odesenho Fig. 3, e plantei logo, deitandoestas dentro de uma vasilha de agua, paraconservar a raiz humida até plantar, o queé muito necessário ; devem ser plantadascom o enxerto ao menos duas pollegadas dofundo para assim o garfo criar raizes. _

Estas duas videiras são das mais laceis

para pegar de enxerto, e também de mer-gulhão. _..*_.

Tenho uns mergulhões destas leito oanno passado com seis a oito plantas emcada vara. , .

Os mergulhões fazem-se extendendouma vara do anno passado dentro de um rego

24

perto da planta, tendo duas ou tres pollega-das de fundo, e cobrindo a vara com terrade maneira q*ae fique presa no logar dei-xando a connexão com o pé velho intacto,até o anno seguinte, quando muda-se aplanta,então separando-se uma da outra.

Também se pôde propagar estas comoestá representado no desenho abaixo, en-xertando-as em bacellos da uma ordinária,depois plantando bastante fundo que o garfopuxa raiz.

Este systema tem sido usado ultima-mente na França em grande escala,'paraproduzir plantas com raizes que resistem osataques de Phylloxera, enxertando as eu-ropéas nas americanas, mas plantando com oexerto fora da terra.

Estes enxertos podem-se fazer em casaem qualquer tempo conveniente, guardandoelles em musgo humido ou em arêa, em logarescuro, até a oceasiâo de plantar.

O desenho mostra também as duas qua-lidades de bacellos que se usão ordinária-mente para plantar, são um pouco compridosde mais, isto é, têm mais botões do que éne-cessario, o n. 1 é bacello de madeira do annopassado com um pedaço de madeira do anuoanterior na parte inferior ; o n. 2 ê simples-mente madeira do anno passado.

Tenho usado de ambas, sem perceberdifferença alguma.

O tempo da plantação e desde o prm-cipio de Junho até Setembro, mas eu achoqne quanto mais cedo melhor, como ha maistempo para a terra assentar bem junto á

planta, e assim a criação de raízes principiaantes de crescer a brota. (Tenho verificadoisto no presente anno, que o melhor tempo énos fins de Maio e principio de Junho.)

Para o fabrico de vinho, plantem as daespécie _Estivalis, como recommendei emoutro artigo ; estou cada vez mais persuadidonue destas havemos de fabricar o melhorvinho e são as videiras mais adaptadas a este

Tenho notado que qnando as outras or-dinarias estão com a segunda vegetação (comopresentemente), e algumas com fruta a se-gunda vez, estas conservão-se sem brotasnovas, como deve ser para não enfraquecer a

Pan Fazem sete annos que estou cuidando

nesta cultura e ainda não augmentei a plan-tação da Izabella por um pé só.

Sei desta o vinho propriamente feito êbem regular, e muito superior ao que vem defora mas é vinho para beber logo; póde-seo guardar, mas passando mais de um anno

perde muito o gosto agradável que tem-nãotem aroma. s. a.

186 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Isto não acontece com o vinho feito dasoutras acima mencionadas, cada anno estetorna se melhor, mais saboroso e com maisaroma—e o producto é igual a uva ordinária.

De sete pés da Norton' s, Viginia, en-xertos de tres annos, eu fiz este anno 42 gar-rafas de vinho limpo e puro, e de um pé daHerbemont, ha tres annos plantado de es-taça, 3 garrafas de vinho. Espero que esteanno a quantidade dobrará.

Quem, porém, já tem uma plantaçãoantiga da ordinária e não quer muda-la, masdeseja melhorar o vinho, deve plantar em Ca-tawba e misturar pelo menos uma terça parte.Esta uva dá um aroma excellente ao vinho,e também a lona.

Para dar todas as explicações neces-sarias para a cultura da vinha seria precisoescrever um livro, não pequeno.

Espero, porém, que estas linhas podemforneceralgumas idéas úteis aos interessados,e estarei sempre prompto a dar qualquer in-formação a repeito, que estiver a meu ai-cance.

Sinto não haver pessoa mais habilitadapara se ter encarregado de dar esclareci-mentos sobre assumpto tão importante.

S. Paulo, 8 de Junho de 1877.Horacio Tov.hr Fogg.

Chimica agricolaPAINÇO OU MILHO DE ITÁLIA

Transformado em feno a analysemonstrou a existência de

Substancias azotadas 8,31» graxas 3,30

Glycoides 56,84Substancias lenhosas 16,80Saes, etc 12,30Água 12,45

100,00ALFAFA

Albumina 2,00Fecula 2,50Assucar 1,78Gomma 3,53Graxa e resina 1,38Lenhoso 13,88Água 74,93

100,00

de-

Segundo o Dr. Sacc esta analyse de-monstra que em 100 kilogrammas de fenoencontrãose:

kilogrammasCarne 8Fecula 10Assucar 7Gomma 15Graxa e resina 5Lenha 55

100CEVADA humida

Amido 53,8Dextrina 4,5Matérias cellulares 7,7Substancias albuminosas... 9,7Matérias graxas 2,1Cinzas 2,5Água 18,1

98,4(Ouãemans).

CEVADA SECCAAmido 66,43Dextrina 10,00Matérias cellulares 4,75Substancias albuminosas.. 12,96Matérias mineraes 2,76Cinzas 3,10Água

100,00(Payen).

CENTEIOAmido 61,0Glúten 9,5Albumina 3,3Glycose 3,3Dextrina 11,0Matéria graxa 4,0Fibra vegetal 4,4Perda e matérias mineraes. 3,5

100,0(Dumas).

AVEIAAmido 59,00Dextrina 2,50Assucar e principio amargo 8,25Óleo graxo 2,00Matéria graxa,albumino-glutinosa. 4,30Perdas e matérias mineraes 23,95

100,00(Vogel).

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 187

FEIJÃO

Legumina 26,9Amido e dextrina 48,8Substancias graxas 3,0Cellulose 2,8Substancias mineraes 3,5Água 15,0

100,0(BoussinguaU).

feijão (Flageolet secco)

Legumina (substancia-azotada) 27,0Amido, dextrina e assucar 60,0Matérias graxas 2,6Cellulose 2,0Substancias mineraes 3,3Água • 5,1

Azoto 5,90 7.(Girardin).

FEIJÃO BRANCO

25,5Leguminosa (substancia azotada).Amido, destrina e assucar 55,7Matérias graxas -*¦•*-¦Cellulose 2>9Substancias mineraes 3,2Água ••

Azoto %bi(Girardin).

9,9

ErvilhaÁguaCaseinaFéculaAssucarGommaMatéria graxaMatérias cellulares..Matérias mineraes.

14,1023,4037,00

2,009,002,00

10,002,50

100,0

A ervilha verde, segundo Pennetier,contém mais assucar e menos caseina do quea secca.

Milho

Albumina 12,30Fécula 71,20Oieo 9,9°Gomma e assucar 0,40Lenhoso O,50Saes 1,20Água 4;50

100,00(I. Pierre).

ArrozAlbumina 7,6Fécula 86,9Graxa 0,8Gomma e assucar..... 0,5Saes 0,9Lenhoso 3,4

100,0(I. Pierre).

Frueta de pãoÁgua 67,00Amido 21,76Albuminoides 0,91Cellulose e saes 10,33

100,00

Frueta completamente maduraÁgua ¦• 66,45Assucar reduzido 3,43Assucar cry stallisado. 8,58Amido 10*56Albuminoides 0,91Cellulose e saes 10,07

100,00

Semente de palmeira realÁgua 21,77Albuminoides 8,37Substancias graxas... 14,22Assucar, gomma ecel-

lulose 55,64

100,00

SylYiciilturaPODA

A poda tem por fim1.° Dar uma fórma symetrica e regular

ás arvores. .2.° Promover uma fructificação regular.3.° Auxiliar a formação dos fructos

CORTES

Os cortes devem ser bem lisos;Nas arvores de lenho duro, os cortes

fazem-se logo ao pé de uma gemma e pelaparte superior delia.

Nas plantas de lenho celluloso e frouxoo corte deverá ser mais afastado.

Os cortes devem ser feitos oblíqua-mente.

188 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Nunca cortando-se ramos deve-se deixarcotos.

Nos có tes e nas podas empregão-se opodão, o serrote e a tesoura.

Os galhos grossos, cortados a serrote,devem ter os cortes alisados.

O corte pela tesoura não é bem liso emachuca algum tanto a planta, entretanto éeste instrumento que deve ser usado pelosindividuos pouco hábeis neste gênero de tra-balho horticolo.

Quando se tem de fazer um corte emramo grosso deve-se fazer um entalhe nolado de baixo.

Não é conveniente despojar a plantaainda nova de seus ramos lateraes, porque di-minue-se o enraizamento, crescendo a plantarapidamente porém frágil e fina. Quandomuito se cortaráõ 3/4 do comprimento dosramos, de modo a deixar ao tronco a sua pre-ponderancia. Depois que o tronco se achargrosso e robusto cortão-se todas as ramifica-ções lateraes até 2m 50 de altura, cortando-setambem a extremidade da hastea principal.

Para que a arvore offereça uma coparegular não deve-se deixar crescer mais de4 ramificações, sacrificando as demais.

No anno seguinte os ramos devem sercortados de modo a ficarem com o compri-mento de 20 a 25 centímetros e com duasgemmas nas extremidades que fornecerão osramos secundários do anno seguinte. Todosos mais brotos serão sacrificados. Noanno seguinte procede-se do mesmo mododeixando-se porem os ramos com o compri-mento de 25 a 35 centímetros.

Quando as partes superiores dos ramoscomeção a seccar por não lhes chegar a seivadecota-se a arvore em alturas apropriadas,porem, de modo que os ramos fiquem re-gularmente espaçados e symetricos.

Decote.

Quando o tronco da arvore acha-se car-comido e esfuracado corta-se redondamentea parte da arvore superior á moléstia ecobre-se o corte com cera da terra. Destemodo rebentão novidades que se deixãovigorar para escolher a que deve ficar.

Rolagem.

Quando o tronco de arvore tem de sersubstituído por qualquer motivo, corta-se aarvore um pouco acima do collo da raiz.

Decepagem.O arrancamento das gemmas cujo desen-

volvimento queremos evitar para que outrasse avigorem chama-se.

Cegagem.Os rebentões adventicios, aprumados e

vigorosos devem ser arrancados salvo quandose quer substituir o tronco antigo.

Esladroagem.

Na vinha a suppressão dos galhos semindicação de fructos, das gavinhas deve serfeita parcialmente para não expor os novosfructos aos ardores do sol.

Espoldras.

Para dar força ás gemmas que nascemna parte inferior dos ramos e na vinhaquando os fructos se achão formados, prati-ca se a exponta.

Para fazer a arvore produzir pratica-seo entalhe ou a incisão.

O entalhe faz-se na base do ramo umannel de 4 a 6 millimetros de largura inte-ressando apenas a casca.

O entalhe tambem póde-se fazer emfôrma A

As incisões fazem-se longitudinalmentequando a casca acha-se muito sêcca e for-mando pretuberancias comprimindo o corpoda arvore.

Fazem-se com uma faca interessandotoda a espessura da casca.

Quando se quer obter maior quantidadede flores e fructos praticão-se a empa e ator são.

Quando a arvore é fraca a poda deveser curta ; quando forte, longa.

Deixando na planta fraca muitos ramose longos, nasceráõ muitos fructos porém,ordinários, morrendo muitas vezes a planta.

Actuando de modo contrario serãopoucos os fructos, porém bons e a plantatomará vigor.

Quando o ramo foliar apresenta-se débile convier robustece-lo deixa-se longo ; se oramo mostra-se forte poda-se curto.

Sendo os fructos esgotadores do vigordo vegetal não convém deixar muitos nosramos fracos.

As gemmas ou botões collocados pertodas extremidades dos ramos dão os melhoresfructos, porque para as extremidades dasplantas, dos ramos e dos galhos é que sedirige a seiva.

Quanto mais fácil e rápida fôr a circu-lação da seiva mais vigorosa será a planta,mais folhagem terá e mais lenho, porém poucosfructos.

Embaraçando a circulação da seiva,esta se concentrará em diversos pontosproduzindo fructos.

E' por isso que os horticultores podão,torcem ou cortão as extremidades dos ramospara obter maior quantidade de flores ou defructos.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 189

Quando se quizer atrazar um ramo fortepara fortalecer o fraco é bastante fazer umaincisão na casca do ramo. forte em baixo eoutra no ramo fraco em cima ou o que émelhor levantar o ramo fraco approximan-do-o da vertical e dirigindo o forte na hori-zontal.

Ainda obtêm-se os mesmos resultadoscortando as extremidades das gommos produ-zidos pelo ramo forte ou tirando-lhes asfolhas.

N.M.

Noticias IndustriaesPò para pratear todos os objectos de ferro,

cobre, etc.Limpa-se previamente o objecto, friccio-

na-se depois com um panno molhado e im-pregnado do pó da seguinte composição ;

grammasNitrato de prata 1Cyanureto de potássio 2Grêda 5Depois de bem friccionado o objecto

enxuga-se com um panno secco para dar-lhebrilho.

Trasformação do ferro em açoLeva-se o ferro á temperatura rubra,

temperando-o depois com prussiato de po-tassa em pó.

O prussiato cede o carbono ao ferro,transformando-o em aço.

Nickelisação dos objectosO processo consiste em fazer passar uma

corrente electrica por um banho em que seacha emergido o objecto.

O banho deve compor-se de :grammas

1,000Sulfato de nickel puro....Tartarato neutro de amo-maco '*°

Ácido tannico ethereo 5Agua 20,000

O tartarato neutro de ammoniaco obtém-se saturando com ammoniaco uma solução deoleo tartrico.

Dessolvem-se aquelles elementos em3 ou 4 kilogrammas d'agua, mantendo-seem ebulição durante 15 minutos, filtra-sedepois e assim obtem-se a agua para obanho.

A corrente electrica n&o precisa serenérgica.

Assucar em crystaes e pulverisadoAté o presente, que saibamos, não se

têm ainda oecupado os chimicos em elucidara seguinte questão. Porque motivo o assucarem crystaes é mais doce do que depois depulverisado ?

Será porque o friecionamento produzaa transformação de uma parte do assucarem glycose, emdextrina ou mesmo em amido?

Será porque o friecionamento durantea pulverisação do assucar desenvolvendocalorico queime parte daquella substancia ?

Gesso—Pedra artificial

O gesso pôde ser trasformado em pedrafazendo-o temperar,já cozido,em uma soluçãosaturada de alumen durante 5 a 6 horas.

Depois de secco o gesso aluminado aque-ce-se até á temperatura vermelho-escura.

O gesso assim preparado pôde substituira pedra pela dureza que offerece.

Utensílios de Folha de Flandres

Para limpar utencilios de folha de Flan-dres mistura-se azeite com cinza e distribue-se uma camada da massa resultante sobre asuperfície do objecto a limpar. Depois dealgum tempo frieciona-se o objecto primeira-mente com um panno e depois com flanella.

Falsificação da sola

Na Allemanha falsificação muitas vezesa sola juntando glycose e outras substanciasao couro, que em uma solução feita com oselementos necessários é immergido durante30 horas, findas as quaes secca-se o couro ásombra e ao ar livre.

Com este processo augmenta-se pormuito o peso da sola, aparentando, ao mesmotempo, um melhor aspecto e por conseguintevendendo-se por maior preço.

Não era somente o logro que levava ocomprador por pagar mais a vista de umabelleza artificial, aceresce ainda que de pre-ferencia empregão-se para o preparo da solasophisticada, couros ordinárias.

Carvão mineral

Differentes experiências fôrão prati-cadas sob a inspecção do general Meigsafim de conhecer-se qual dos carvões conhe-cidos era o mais econômico. Fôrão 32 asamostras experimentadas chegando-se áconclusão de que 1 libra de anthracito eva-

porá 9 1/2 libras de agua no mesmo tempo

que o carvão bituminoso evapora 8 3/4.

190 O AUXHalADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Dados estatísticosDistancias entre algumas cidades europèas

Bruxellas de Paris..Berlim de Vienna...Paris de Amsterdam.

» de Marselha...Bruxellas de Berlim.

» » Vienna.

kilometros320550600700700950

1,4001,400

S. Petersburgo de

RomaMadridS. Petersburgo 2,200Constantinopla 2,500

Moscow 650Constantinopla. 2,200

Immigração no Império

Ha, pois, em favor da exportação dastres províncias, no anno passado, uma diffe-rença de 7,698,537 kilogrs. no valor de1.693:794$164, resultado que domonstra odesenvolvimento da exportação da herva-matte.

Producção do assucar em CubaTotal

855,597631,588

Me laço187,064119,892115,552

1878 22,4231879 22,1891880 29,7291881 11,0541882 27,1971883 28,6701884 20,0871885 30,1351886 25,7411887 54,980

Em 10 annos.. 272,205

Exploração do matteDo officio dirigido ao governo imperial

pelo presidente da provincia do Matto- Grossoextrahimos o seguinte:

Pelas informações até hoje recebidas,conhece-se apenas a importância da expio-ração das províncias do Paraná, Santa Catha-rina e Rio-Grande; nada consta por ora daprovincia de Matto-Grosso.

A do Paraná exportou, durante o annopróximo passado, segundo os dados recolhi-dos, 16,600,000 kilogrs. de herva-matte,cujo valor official attingio a 2.600:000$;a de Santa Catharina 2,934,954 kilogrs.calculados em 421:467$930 e a do Rio-Grande 604,147 kilogrs. na importânciade 93:496$237.

O valor total da exposição destas tresprovíncias na importância de 3.118:154$167,é maior que dos tres últimos exercicios deqae dei-vos noticia no anterior relatório, eque importou em 12,440,564 kilogrs. novalor de 1.424:270$ como melhor podereisvêr do seguinte quadro :

Annos Assucar1886 668,5331885 512,6961884 473,0741883 408,2551882 535,8591881 449,0671880 495,8311879 623,9341878 474,4201877 460,568

(Do Jornal dos Fabricantes de Assucar)

100,292101,22396,746

114,224146,33490,55598,013

588,626508,647640,082545,813610,055770,268573,784558,581

Exportação do Ceará

CARNAÚBA, GOMMA ELÁSTICA, CERA, ETC.

1845—1850.1850—1855.1855—1860.1860—1865.1865—1870.1870-1875.1875—1880.1880-1885.

79:524$695356:213$604962:715$859

1.878:610$0703.692:717$0004.108:566$0001.583:245$0002.418:522$000

1882—1883..1883—1884..1884—1885.

3,887,6855,955,5022,597,377

667:018$000325:942$000421:310$000

Somma.. 12,440,5641886 20,139,101

1.424:270$O0O3.118:154$167

Bibliographia

Recebemos e agradecemos:The Rio New ns. 22, 23 e 24.Relatório dei departamento Nacional de

Agricultura de Buenos Ayres, ns. 12, 13el4.

OGoyanons. 175 e 179.Revista dos constructores n. 5.Correio Official de Goyaz ns.31,32, 33,

e34.Scientific American n. 26, vol. LVIII

e 1, 2, 3, 4, 5, do vol. 59.Município (Cunha S. Paulo)— 1.La industria Harinera ns. 167, 168.

Anno VII.Summario.—El peligro de explosión y

Ias companias de aseguros austro-húngares.—El trigo chino.—El insecto dei colorado

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 191

ó Doriforadela patata.—El sulfato dehierrocomo abono.—Discurso pronunciado en Iainformación Agraria.—Importación do es-piritus alemanes y suecos en Espana.—Consultus. Preguntas. — Noticias sueltas.Espana. Nuevo impuesto. Nuevo procedi-miento para calentar hornos de panaderia.Venta de los cereales por peso. Correas sinfin. Nuevos câmbios de periódicos.—Fórmu-Ias. Preceptos prácticos. Arcilla como parteconstitutiva natural de harina de trigo. Pro-cedimiento etc—Revistas agrícola y comer-ciai.—Sección de anúncios.

— Empleo de Ias máquinas en Ia pana-deria.—La sal en el pan.—Tres pleitos ga-nados.— Extracción de Ia harina de pasto.—Consultas. Preguntas.—Noticias sueltas.Un gran molino, No mas détención de vinosfalsificados. Nuevo procedimiento parahacerpapel. El jérmen. Triturado por un molino.—Revistas agrícola y commercial.—Seccionde anúncios.

170. —El pan extranjero.—Las causasde Ia crise molinense en Bélgica.—La crisisagrícola y el arancel.—Câmaras de Comer-cio.—Motores hidráulicos.—Noticias suei-tas. Para purificar el agua potable. Losalcoholes alemanes. Reloj curioso. Congresoagrícola en Paris. Mercado XVI internado-nal de granos en Viena. Chile. Estados Uni-dos de America.—Revistas agrícola y comer-ciai.—Sección de anúncios.

O trabalho 288, 289.Boletim da Alfândega ão Rio de Ja-

neiro ns. 15 e 16.Assoáacion rural dei Uruguay ns. 14

el5.Anales ãel Instituto Agronômico Vete-

rinario de Buenos Ayres n. 48 do anno 3o.O monitor sul Mineiro ns. 917 e 918.IlBrazilen. 8.Relatório sobre a transformação do tra-

balho na provincia de S. Paulo pelo Sr. Dr.F. P. Lázaro Gonçalves, director da Asso-ciação promotora da immigração em Minas.Trabalho eminentemente pratico e de actua-lidade e digno de ser lido attentamente peloslavradores.

Memórias de Ia Socieãad cientifica An-tonio Alzate n. 11.

Revista ãe engenharia n. 191.Bolhetin Associazione industria La-

niera n. 7—2o anno.OPombensena. 19,20 e21.Corríere ítalo Americano n. 62.

Rendas Fiscaes e Revista dos Mercado»ALFÂNDEGA

Importação 3.556:605*490Exportação 787:8440531Despacho marítimo 19:547*870Extraordinária 3:331.4647

4.367:329*53824:918*245Depósitos

5 70 addicionaes.4.392:247*783

178:836*516

Total 4.571:084"3299

Recebedoria 1.243:270*772Mesa Provincial 305:322*160

MERCADO DE CAFÉ

Entrarão durante o mez SaccasPela estrada de ferro D. Pedro II 311,848Por cabotagem 68,202Uo interior 50,282

Total 430,332Vendêrão-se íurante o mez Saccas

Para os Estados-Unidos 259,472. a Europa 129,605. o C.ibo da Bôa E<pevan?a 9,244

diversos portos 17,437

Total 415,758Despachíirão-se durante o mez Saccas.

Para os Estados-Unidos 257,752. o Canal e Norte da Europa 107,875» o Mediterrâneo 2a,742

diversos portos 26,293

Total 415,262

Sahirão durante o mez 219,467 saccasSaccas.

Stock 199.422

VALORESCafé lavado máximo 5*420

. superior I Nominal.

. l*bôa f . „

. 1* regular 4*970. 1" ordinária 4*700. 2*bÔa 4*360. 2" ordinária 3*810

por peso de 10 kilogrammas.

MERCADO DE CARNE SECCA

Existência no dia 31: ......Rio-Grande do Sul 280,000 kilos.Rio da Prata 3,856,720 ¦

Total 4,136,720 .

VALORESKilos

Carne do Rio-Grande do Sul máximo.... 220 reis.do Rio da Prata. 340

GÊNEROS TRAZIDOS AO MERCADO PELA ESTRADADE FERRO D. PEDRO II

Aguardente _,„ 345 pipas.Algodão 322™"'Assucar 471,054 .C°fé 18.710,878 .Carvão vegetal 1.084,829 »

192 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

266,241 kilos.270 »

125,617 .400,899 •29,908 »

170,055 .17,298 »

Couros salgados e seccosFarinha de mandiocaFeijãoFumoMadeirasMilhoPolvilho uir A-i,-Queijos 10fif6Tapioca 3,284 »Toucinho ,£E'™

'Diversos 1,397,001 •

GÊNEROS VINDOS AO MERCADO PELA ESTRADA

DE FERRO LEOPOLDINA

Aguardente 12,000 litrosAssucarCaféFarinha de mandiocaFeijãoFubáMadeirasMilhoTelhas e tijolosToucinhoDiversos

78,720 kilos.2.157,793 .

148,262 •92,205 ¦8,822 ¦

14,256 ¦117,448 .

66,159 >1,403 .

153,289 »

GÊNEROS LEVADOS AO MERCADO PORCABOTAGEM

700 unidades.Abacaxis...Aguardente

Algodão em fioem rama

Alhos.AmendoimArreiosArrozAssucar _• ••Azeite de amendoim.

i de baleiade potro....

BanhaBatatasBetasBiscoutos CacauCajurubeba....CalçadoCambaráCangicaCarnaúbaCarne salgada.,CaronasCebolas

FazendasFeijãoFlechasFrutisFumo

• em folha.» em rolo..

GergelinGommaGraxaJacarandá .....LenhaLinguasMadeiras

CeraChapéos de feltro.

>. da palha.CharutosCocos

CilaCrinaCouros preparados...

> seccosDocesEsteirasEstopa ;.. • •Farinha de mandioca..Favas

2,354 pipas,110 barris.

6 caixas.80 garrafões.

103 volumes.481,191 kilos.

7 volumes.420 sacos.

42,945 sacos.

57,957 .14 volumes.8111 volumes.4

99,203 kilos.33 volumes.

940 peças.6 voíumes.

110 kilos.36 volumes.12

150151 sacos.

20 volumes.208

45,500 resteas.

30 sacos.88 volumes.

4116

762,820 unidades.404 volumes.

12,112 unidades.36 volumes.31 »3428 unidades.71 volumes.2190 »

11,382 sacos.1,067 .

Manteiga..MateMel

. defumoMilhoOvosPainaPalhaPannoPeixePennas....Piassaba..Polvilho...RicinoSabãoSabonetes...

50 volumes.11,564 sacos.10,750 unidades.

1 volume.7,449 kilos

96,111 •1 volume.

150 kilos.545 volumes.

4,800 kilos.96 ds. couç.

122,000 achas.161 volumes.

1,675 ds. taboas498 peças.

1,760 ds. ripas3,720 kilos.

309 volumes.4819

5,829 sacos.251 volumes.3230

395

1481

6298 caixas.40 volumes.22

gál .'.,'. 3.430,664 litrosSalsaSeboSolaTapioca..Tecidos...Toucinho.Varas ....Vinho ....Diversos.

22 volumes.12,833 kilos.

8,469 meios.714 volumes.275

20,7224 »

39201

MERCADO MONETÁRIO

MetaesSoberanos.

FUNDOS POBLICOS

Apólices de 5 •/„ 9580000Empréstimo Nacional de 1868 1:1350000

LETRAS HYPOTHECARIASBanco de Credito Real do Brazil...

• Predial

ACÇÕESBanco Auxiliar

» do BrazilCommercial

Commercio• 4 7. •.;•••

i Credito Real do Brazn...• de S. Paulo.

Industrial• Internacional

com 20 7„...Rural

União de Credito. Del Credere

Mercantil de Santos

7365

2180000267000025000002210000

950000600000410000

18000002800000690000

2904000650000

21000001400000

Typographia Laemmert & C— Inválidos, 71.

SOGIE3DA.IDE

AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONAL

N. 9.-SETEMBR0 DE 1888

PARTE OFFICIAL

Sessão do Conselho Administrativo em3 de Setembro de 1S88

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho:conselheiro Dr. Nicolau Joaquim Moreira,Drs. Nascentes Pinto, Alvares de Azevedo,Carlos de Rezende, Pessoa de Barros, Por-tugal e Xavier da Veiga, commendadoresBotelho, Teixeira de Azevedo, HenriqueNascentes e André de Oliveira, capitãesCamillo de Lellis e Motta Teixeira, PintoSerqueira, J. da Motta Teixeira e o sócioeffectivo Nicolau Júnior, o Sr. presidentedeclarou aberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente, effe-ctuada em 1 de Agosto de 1888.

EXPEDIENTE

Fôrão recebidas com agrado e enviadasá bibliotheca as seguintes publicações:

Boletin de Ia Sociedad de Fomento Fa-briln. 6, de Junho de 1888.

Revista do Observatório n. 7, Julho domesmo anno.

Gazeta da Bahia de 13 de Julho a 13de Agosto idem.

Monitor Sul Mineiro de 19 a 26 deAgosto idem.

A Immigração, Boletim n. 46 idem.Relatório da Companhia Agrícola de

Campos idem.Officio de 16,de Agosto do corrente

anno, do Dr. José Cesario de Miranda Mon-feiro de Barros, presidente da província dasAlagoas, remettendo um exeplar do relatóriocom que o Io vice-presidente passou-lhe a

25

administração em 10 de Julho do correnteanno.

Idem do coronel Augusto Fausto deSouza, presidente da provincia de SantaCatliarina, de 24 do mesmo mez, remettendoum exemplar do relatório com que o Dr.Francisco José da Rocha abrio a 2a sessãoda 26 legislatura da respectiva assembíéaa 11 de Outubro do anno passado, e outro daexposição com que o mesmo senhor passou aadministração da provincia ao actual presi-dente em 20 de Maio do mesmo anno.—Re-cebidos com agrado e enviados os exemplaresá bibliotheca.

Officio de 28 de Julho do mesmo anno,da commissão do Instituto Histórico e Geo-o-raphico Brazileiro, pedindo cópia de qual-quer inédito de proporções convenientes paraser inserto no volume da Revista Trimensal,consagrado a commemorar o jubileu do In-stituto em 15 de Setembro próximo futuro.— A' mesa para resolver.

Idem do vice-presidente do CentroAgrícola Industrial de Pelotas, do Io deAgosto do mesmo anno, remettendo umexemplar dos Estatutos daquella associação,cuio fim é cooperar para o progresso da in-dustria nacional, considerande que todas asassociações industriaes do Brazil devem es-tabelecer entre si relações afim de, unidas,conseguirem reformas na tarifa das altan-degas a bem dos interesses nacionaes, e rea-nimar a iniciativa particular, e entendendoque a Sociedade Auxiliadora é a que, porsua posição e outras condições, está maisno caso de ser o ponto convergente de todasas outras associações congêneres, vem pro-pôr a federação de todas ellas, sendo esta ocentro, e caso seja acceita a idéa, a dire-ctoria daquella promoverá a organização deassociações, que tenbão o mesmo fira, nascidades doRio-Grande.Porto-Alegre eBage.

S. A,

194 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Idem, idem, de 14 do mesmo mez, soli-citando a cooperação desta Sociedade paraque ella, tomando em consideração o que oCentro Agricola Industrial expôz ao corpolegislativo em 24 de Julho ultimo, se pro-nuncie em favor de uma reforma radical navigente tarifa aduaneira, e da suppressãodos impostos decretados pelas assembléasprovinciaes.

Resolveu o conselho que fossem ambosestes _ officios remettidos a uma commissãoespecial, a qual ficou composta dos membrosda Secção de Industria Fabril; incumbindo-se o Sr. presidente de informar ao CentroAgricola Industrial do interesse que o con-selho tinha tomado pelos assumptos deambos os officios, e do resultado da dis-cussão exigida por lei, á vista do parecerda commissão para esse fim nomeada ; lem-brando-lhe tambem que, a respeito do novoregulamento de impostos, já a presidênciada Sociedade Auxiliadora, na sessão de 15de Março, chamava a attenção do Conselhopara. a pressão que aquelle regulamentoexerceria sobre as industrias do paiz, e pe-dia á Secção de industria Fabril que, estu-dando tão importante assumpto, expendessesuas idéas á cerca da posição que a Socie-dade deveria tomar em uma tal emergen-cia.

Officio da secretaria do Instituto Poly-technico Brazileiro, de 9 do mesmo mez,convidando a Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional para se fazer representarna commissão geral das sociedades scien-tificas, afim dc receber Suas MagestadesImperiaes no dia de sua chegada a estaCorte. O Sr. presidente informou que, paraeste fim tinha nomeado uma commissão com-posta dos Srs: Pinto Serqueira, commen-dadores Hermida Pazos e André de Oli-veira, a qual declarou ter cumprido seudever.

Informou ainda S. Ex. que elle, o Sr.Dr. secretario geral e o Sr. commendadorThesoureiro tinhão, por parte da Sociedade,apresentado felicitações a Suas Magestadespelo seu feliz regresso á pátria. —Ficou oConselho inteirado.

Lêrão-se ainda as duas propostas se-guintes:

«O abaixo assignado propõe para sócioeffectivo da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional o Sr. Arthur Maria Tei-xeira de Azevedo, industrial, morador ápraia de S. Christcvão 193.

Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, em 3 de Setem-bro de 1888.—/. M. Teixeira de Azevedo. »

« A Sociedade Auxiliadora da IndustriaNacional não pôde deixar de louvar e applau-dir a provincia de Santa-Catharina por vêrque sua Assembléa Legislativa comprehendequanto importa para o desenvolvimento daindustria nacional a promulgação de leis,que favoreção os qne a isso se propuzereme, embora reconheça que os favores são muitofracos e ficão áquem dos que se devem offe-recer para se conseguir esse desideratum,crê possivel a creação de uma fabrica.' nascondições da lei, principalmente se a presi-dencia (hoje exercida por autoridade muitocompetente) favorecer aquelles que nessaprovincia produzirem a matéria prima dessatão auspiciosa industria. Sala das Sessões daSociedade Auxiliadora da Industria Nacio-nal, em 17 de Agosto de 1888.— EvaristoXavier da Veiga —Teixeira de Azevedo.»

Por se ter vencido a urgência pedidapara este fim, passou-se á

ORDEM DO DIA

Fôrão postas em discussão e approvadasas duas propostas acima transcriptas, de-vendo a segunda servir de resposta ao officioda Directoria do Commercio do Blinisterioda Agricultura, n. 46, de 22 de Junho docorrente anno, que mandou a informar, deordem deS. Ex. o Sr. Ministro, o officio daPresidência de Santa Catharina, de 2 deAbril, acerca da lei da referida provinciapromulgada sob n. 1173, de 31 de Dezembrodo anno próximo passado sobre fabricas detecer seda

Antes de entrar-se em outra ordem detrabalhos, o Sr. presidente communicou aoConselho o fallecimento do Dr. João Evan-gelista de Negreiros Sayão Lobato Sobrinho,sócio prestante, que occupou diversos cargosdo Conselho administrativo desta Sociedade,e bem assim que tinha nomeado uma com-missão, de que fizera parte, a qual assistiraá missa do 7" dia, e apresentara, em nomoda Sociedade, condolências á familia do fi-nado ; parecendo estar isso de accordo comas intenções dos Membros do Conselho pre-sentes, suspendeu os trabalhos e encerrou asessão, em signal de pezar por tão tristeacontecimento.—Sala das Sessões da Socie-dade Auxiliadora da Industria Nacional, em3 de Setembro de 1888 José Augusto Nas-centes Pinto, 2° vice-presidente.— FranciscoA. Pessoa de Barros,—Camillo de Lellis, se-cretario adjunto.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 195

Sessão do Conselho Administrativo em15 de Setembro de 1 888

Presidência do sr. dr. josé augusto nasôentespinto. 2o vice-presidente

Presentes os Srs. membros do conselho:Drs.' Nascentes Pinto, Pessoa de Barros eXavier da Veiga, capitães Camillo de Lellis eMotta Teixeira, commendadores Sattamini,Teixeira de Azevedo, Henrique Nascentes eAndré de Oliveira, Pinto Serqueira, Valen-tim e Bernardino de Barcellos, o Sr. Presi-dente declarou aberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente, effectuadaem 3 de Setembro de 1888.

EXPEDIENTEFôrão recebidos com agrado e enviados

á Bibliotheca diversos números do MonitorSul-Mineiro e da Gazeta da Bahia.

Lêrão-se os dous officios seguintes:Do Exm. Sr. conselheiro Dr. Nicoláo

Joaquim Moreira, presidente da sociedade,communicando não poder comparecer á ses-são.—Inteirado.

Do Sr. Dr. Pessoa de Barros, directordos Cursos, remettendo o mappa da fre-quencia dos alumnos das escolas a seu cargodurante o segundo trimestre do correnteanno lectivo.,—A' Redacção do Auxiliador.

O Sr. Dr. Evaristo Xavier da Veiga,presidente da commissão especial nomeadana sessão antecedente para estudar o as-sumpto de que tratão os officios da directoria

do Centro Agrícola Industrial, de Pelotas 1e 14 de Agosto do corrente anno, depois defazer diversas considerações, apresentou oparecer da commissão, que foi lido e ficousobre a mesa para entrar na ordem dos tra-balhos.

Nada mais havendo a tratar, o Sr. pre-sidente encerrou a sessão.

Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, em 15 de Se-tembro de 1888.—Dr. Nicoláo Joaquim Mo-reira.—Dr. Souza Lima, secretario geral.—Henrique Eduardo Nascentes Pinto, ser-vindo de secretario adjunto.

Escola Nocturna de AdultosDirectoria dos Cursos Nocturnos da Sociedade

Auxiliadora da Industria Nacional em Iode Setembro de 1888.lllm. e Exm. Sr.—Passo ás mãos de

V. Ex. o mappa de freqüência dos alumnosdas escolas nocturnas de Adultos e Indus-trial, durante o segundo trimestre do cor-rente anno lectivo.

Deus guarde a V. Ex.lllm. Exm. Sr. conselheiro Dr. Nicoláo

Joaquim Moreira, mui digno presidente daSociedade Auxiliadora da Industria Nacional.

O DirectorFrancisco Antônio Pessoa de Barros.

MAPPA DEMONSTRATIVO DA FREQÜÊNCIA DIÁRIA DOS ALUMNOS DAS DIFFERENTES CLASSES DOSCORSOS NOCTURNOS DÁ SOCIEDADE AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONAL, DURANTE O

SEGUNDO TRIMESTRE DO CORRENTE ANNO DE 1888

JUNHO

Dias 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

l.> Classe. 25 25 .. 21 24 24 26 20 25 .. 16 10 18 25 25 25 .. 25 26 26 26 21 20 .. 23 23 2i 20 .. 23 ..

2.» Classe. 10 7.. 988898.. 99 9 887.. 777878.. 7787.. 8..

3.« Classe. 3 5.. 744555.. 333776.. 655 44 3.. 4565.. 5..

Desenho 8.... 8.. 8.. 8.... 8.. 7.. 8.... 8.. 8.. 6.... 8..

JULHO

1 .¦ Classe. .. 22 23 23 22 2« 22 .. 22 23 23 25 25 24 20 .. 20 20 20 20 20 .. 20 24 23 23 23 23 .. 20 20

2.1 Classe. .. 9 9 9 9 9 8.. 9989899.. 9 9 10 10 10 .. 10 IO 9 10 10 10 .. 10 10

3.* Classe. .. 555544.. 4447764.. 3445 5.. 565553.. 44

Desenho 7 .. 8 .. f, .. .. 8 .. 7 .. 5 .. .. 8 .. 8 .. 7 .. .. 7 . 8 .. 8 .. .. 8

196 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

AGOSTO"ias 12 3 4 5 6 7 8 0 10 1112 13 14 15 16 17 18 19 20 2122 23 2125 28 27 28 29 30 31

1.» ClasSO. 19 19 23 22 .. 23 23 25 25 25 25 .. 21 21 .. 21 21 21 .. 21 23 7 7 7 .. .. 23 22 22 22 22

2.* Classe. 10 10 10 IO .. IO 9 lO^lO 10 9 .. 10 9 .. 9 9 9 .. 9 '.. 7 8 9 9 9

3." Classe. 5 4 4 3.. 5 4 4 4 3 3.. 5 5.. 4 4 0.. 6 4 3 4 3 3

Desenho 8.. 8.... 8.. 7.... 7.. 6 6.... 5.. 8.. 8....

CursoNocturno da Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional, em 1 de Setembrode 1888.

José Pinto da Silva Leal, porteiro.0 Director,

Francisco Antônio Pessoa de Barros.

Officio dirigido ao Centro Agricola Industrialde Pelotas

Sociedade Auxiliadora da IndustriaNacional, 6 de Setembro de 1888.

Tenho a honra de levar ao conhecimentode V. Ex. que os dous officios dirigidos emdata de 1 e 14 de Agosto á Sociedade Auxi-liadora da Industria Nacional pelo CentroAgricola Industrial de Pelotas e do qual éV. Ex. muito digno vice-presidente, fôrão re-cebidos com aprazível interesse e remettidosás respectivas secções afim de consultaremcom seus pareceres sobre os assumptos a queos ditos officios se referem, sendo, depoisda discussão exigida por lei, o resultadotransmittido ao Centro Agricola Industrial.

Releva notar que, a respeito do novoregulamento de impostos, já a presidência daSociedade Auxiliadora da Industria Nacional,na sessão de 15 de Março, chamava a attençãodo conselho administrativo, para a pressãoque aquelle regulamento exerceria sobre asindustrias do paiz e pedira á secção de In-dustria Fabril que, estudando tão importanteassumpto, expendesse suas idéas acerca daposição que a Sociedade deveria assumir emuma tal emergência.

Deus Guarde a V. Ex.

lllm. e Exm. Sr. Pedro Ignacio Fer-nandes, Vice-presidente do Centro AgricolaIndustrial.

o presidente,Dr. Nicoláo Joaquim Moreira.

Exposição Universal de ParizHistórico da exposição preparatória

no Brazil.SESSÃO NO DIA 4 DO CORRENTE. PRESIDENTA DO

SU. CONSELHEIRO VISCONDE DE CAVALCANTI

Constou o expediente do seguinte :Officio do presidente da provincia de

Matto-Grosso declarando que ella não pôde,por falta de recursos, fazer-se representarna exposição.

Officio do ministério do império cape-ando dous outros dos presidentes do Mara-nhão e do Piauhy: o primeiro declarandoque tem ligado todo o empenho em corres-ponder ás vistas do governo imperial no intuito de poder a respectiva provincia con-correr dignamente á exposição universal.Para isso, convocou em palácio uma reuniãode negociantes, lavradores e capitalistaspara tratar deste assumpto; dirigio uma cir-cular á commissão que nomeou, composta de16 membros, sob sua presidência, afim deencarregar-se da acquisição de produetosque attestem o progresso industrial e artis-tico da provincia. Dirigio também no mesmosentido uma circular ás câmaras municipaessolicitando a sua cooperação para esse desi-deratum. Finalmente communica que as com-panhias de navegação a vapor da provinciaofferecêrão-se para fazer transportar gratui-tamente, em seus barcos os referidos pro-duetos. O presidente do Piauhy communicaque o seu antecessor já havia se dirigido ásdifferentes câmaras da provincia pedindo-lhes que se esforçassem por obter produetos

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 197

destinados á exposição ; por sua vez dirigio-se também ás repartições publicas e a parti-culares no mesmo sentido.

Officio do Sr. A. Michel pedindo umespaço de 12 metros na exposição para o seuapparelho e material destinado á fabricaçãode produetos chimicos.

Officios dos Srs. conselheiro Pitanga,Drs. Theodoro Peckolt e José Américo dosSantos e do pharmaceutico Augusto CésarDiogo, acceitando e agradecendo os cargospara que fôrão nomeados, de membros dacommissão consultiva.

A commissão brazileira de propagandapara a exposição universal de Pariz em 1889reunio-se, no dia 6 do corrente, no salão daReunião dos Expositores e deliberou elegeruma directoria para dirigir os seus trabalhos,a qual ficou assim constituída : presidente,Alfredo Michel; vice-presidente, Emilio deSaint-Denis; Io secretario, José Albano Cor-deiro Júnior ; 2o dito, J. F. Nicoláo Júnior;thesoureiro, José de Bittencourt.

Ficou deliberado enviarem-se circularesa todos os Srs. expositores pedindo trabalhospara a exposição de Pariz; outrosim que adita commissão prestaria iodos os esclareci-mentos aos Srs. expositores todos os dias das3 ás 6 da tarde na sala da mesma sociedade.

Ouvidas as queixas dos expositoresquanto a exposição preparatória, foi a dire-ctoria encarregada de apresenta-las á com-missão central; assim representada a com-missão de propaganda pelo seu presidente eIo secretario, foi apresentada á central umpedido para que fossem premiados os Srs.expositores, ficando marcada uma sessão es-pecial da mesma commissão para sabbado,para decidir o assumpto.

SESSÃO EM 15 DO COERENTE.—PRESIDÊNCIA DOSlt. VISCONDE DE CAVALCANTI

O expediente constou do seguinte :Officio do presidente do Maranhão, no

mesmo sentido daquelle que havia dirigidoao Ministério do Império e consta da actada sessão anterior.

Officio do presidente de Pernambuco,transmittindo por cópia outro da commissãopernambucana para a representação da pro-vincia na exposição de 1889, em que de-clara ter já providenciado para aquelle fim,na fórma pedida por esta presidência.

Officio da câmara municipal da villa deItaborahy, communicando que já foram dadastodas as providencias no sentido de seremsatisfeitos os desejos da commissão.

Officios dos Srs. Dr. Pedro Dias Gor-dilho Paes Leme e H. Lombaerts, bem comouma carta do Sr. Sampaio Leite, acceitandoe agradecendo a nomeação de membro dacommissão consultiva.

Officio do Sr. Joaquim Paulo de Castro,no mesmo sentido, declarando, porém, maisque, devendo achar-se em Pariz dous mezesantes da inauguração da exposição univer-sal e demorar-se ainda dous a tres mezesdepois, e dispondo naquella cidade de algu-mas relações de amizade e commercio, offe-rece ahi o seu prestimo e serviços á com-missão central.

Officio do presidente da commissão depropaganda, por parte da mesma, recla-mando contra a falta de recompensas paraos produetos expostos na Exposição prepa-ratoria desta Corte, as quaes serão umgrande incentivo para os industriaes e eus-tarião a pequena despeza necessária para aimpressão de diplomas de honra, de pro-gresso e de mérito. No interesse, pois, dobom êxito da referida exposição, pede re-visão do § 18das instrucções respectivas.EMcou sobre a mesa para ser discutido evotado na próxima sessão.

SESSÃO UM 25 DO COnilENTE.—PnESIDENCIA DOSH. VISCONDE DE CAVALCANTI

Foi lida uma acta da commissão franco-brazileira em Pariz, communicando entreoutros assumptos, que o syndicato realizou aadjudicação dos trabalhos de construcção dopavilhão brazileiro, sendo adjudicataria aimportante casa F. H. Michau e Douane.

Em outra carta posterior, da mesma pro-cedencia, communica a secretaria geral dareferida commissão que serão reservados parao Brazil, na classe 61 (material das estradasde ferro) 150 metros quadrados, correspon-dendo a 50 metros correntes de extensão delinha.

Outrosim: que a companhia de navega-ção Chargeurs Réunis propõe-se a fazer oabatimento de um terço no preço dos fretespara os artigos destinados á exposição, nãotendo por ora conseguido o mesmo favor dacompanhia do Oeste. Finalmente previne aomesmo secretario geral que vai ser dirigidaa esta commissão uma carta explicando anecessidade de centralizar no Rio de Janeirotodos os produetos que devem figurar na ex-posição, attendendo ao espaço reservado ásecção brazileira, guardando, entretanto,algum logar para as provincias que, pela suagrande distancia do Rio de Janeiro, podemenvia-los directamente para Pariz,

198 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Leram-se dous officios, um do Sr. Dr.Lacerda, outro do Sr. conselheiro FranciscoCarlos da Luz, acceitando e agradecendo,ambos, a nomeação de membros da commissãoconsultiva.

Foi também lido um officio do secretarioda Commissão Mineira, enviando o conheci-mento de duas caixas com 20 garrafas devinho nacional fabricado e remmettido paraa exposição, pelo Dr. Leandro FranciscoArantes, fazendeiro no Morro da AguaQuente, provincia de Minas-Geraes. Acom-panha uma carta do mesmo senhor, contendoexplicações sobre esse produeto de sualavoura e industria.—Accusou-se o recebi-mento.

Em seguida discutio-se e foi acceita aproposta do Dr. Ferro Cardoso relativa aoprocesso completo de preparação do café, queelle deseja e pretende expor, desde a exhi-bicão dos fruetos respectivos, empregandona sua torrefacção o apparelho de sua in-venção já privilegiado em França.

Por ultimo, discutio-se também o re-querimento da commissão de propaganda,reclamando premios para os objectos que fi-gurarem na exposição preparatória, comoum meio mais efficaz de estimulo ao concurso.Depois de algumas ponderações judiciosasdo conselheiro Nicoláo Moreira, foi approvadaa proposta, por elle apresentada, para que,em vez de constituir-se um jury especial in-cumbido dessa tarefa, que assim levariamuito tempo, servissem nessa qualidade osmesmos membros das commissões consultivasdos respectivos grupos, quando procedessemá escolha dos objectos destinados á Ex-posição Universal.

ZooteohniaA fauna do Brazil e os meios de melhora-la

O grande naturalista Buffon, já tinhanotado que o numero de quadrúpedes naAmerica Meridional, era muito pequeno,attribuindo isso, á falta de força creadoranesta parte da terra.

_ Na época do grande naturalista, não sehavia ainda feito a descoberta dos fosseis, omais forte argumento para combater hoje asua opinião. Se a America Meridional, hojenão tem grandes quadrúpedes, já os possuio,taes como : mastodontes, megatherius, ma-craucherúos e outros colossos e nada menosde quatro espécies de solipedes, que os sábiosDr. Lund e Clausen constatarão. Era umafauna exuberante, como a da África hodi-ema, em numero e em corpuleucia. A razão

dessa destruição? A sciencia aqui ha decontentar-se com o mytho de Saturno, porquetem escapado á sua sagacidade, quaes ascondições para a vida das espécies. Queremalgunsque sejadevida á faltade cruzamentos,e outros, que a vida das espécies tem umprazo marcado; qualquer das opiniões chegaao mesmo resultado que é mostrar a necessi-dade de se formarem novas espécies, sem oque as existentes se hão de extinguir semdeixar uma ou mais que as substituão. Nestecaso se acha o boi aqui no paiz. Os animaesimportados pelos europêos vierão repovoaros mesmos campos, onde tinhão sido destru-idas espécies idênticas, em época que não sepôde precisar; mas que parece não ter sidomuito remota, porque muitas ossadas aindacontêm matérias nitrogeneas.

Os nossos immensos campos do interior,verdadeiros parques naturaes, resentem-sede falta de vida, relativamente aos outroscontinentes. As nossas montanhas tambémtêm falta desses typos característicos dasgrandes alturas e dos penhascos vertiginososque abundão nos outros continentes e namesma America do Sul, mas que faltão aoBrazil; como sejão dos Andes (America Me-ridional); O Lama e os seus congêneres daAmerica Septentrional, o muflão e outros ;da Ásia uma espécie de muflão, o nemoredgorai e outros; da Europa, o cabrito monteze o muflão; da África, o oreotrago saltador,o muflão e outros.

A nossa fauna terrestre é pobre e aaquática não o é menos. Os nossos rios sãopoucos piscosos e a falta de palmipedes vemprovar o que avançamos. Não temos gansos,nem cysnes; para darem vida aos rios elagoas, quando todos os outros continentesos têm em abundância.

Sobre a terra um ou outro quadrúpedevê-se isolado em uma amplidão onde centenasde milhares poderião pastar juntos sem semolestarem; sendo ainda esses poucos quetemos impróprios para a alimentação e o queé ainda mais irrisório, é a variedade dereptis dos quaes algumas espécies são asmaiores do globo e com que a natureza dotouo nosso paiz.

A África só no gênero antibpede, pos-sue mais de 30 espécies, desde o tamanhode uma cabra, até o de um boi dos maiores quepossuímos, vivendo em rebanhos mais oumenos numerosos. O Springbock euchore é aespécie mais abundante. Gordon Cuming,Anderson e outros avalião os seu rebanhosde 50,000 a 100,000 cabeças cada um. Essesnemrods, que a Inglaterra sempre envia áÁfrica para dar pasto á sua paixão pelaarte venatoria, abandonão o conforto da vida

V

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 199

no seu paiz, em troco de uma vida errante ede perigos, tendo por abrigo um carro debois coberto e por única compensação o pra-zer das, caçadas e uma alimentação das maisvariadas. Elles são concordes, em que aÁfrica é de uma força creadora que assom-bra. Diz um viajante allemão: « Essa di-versidade de fôrmas vivas, dá aos campose aos bosques onde ella apparece, alguma• cousa de fascinação do sonho.»

As manadas errantes de Springboclcs,seguidas por numerosos animaes carnívoros,levão a abastança ás tribus por onde passão.O caçador, não pôde temerariamente pene-trar n'aquella torrente animada ; mesmo umleão expôr-se-hia a ser arrebatado e levadomorto ou semimorto á grande distancia.

Alguns casaes desses prolíficos animaes,obtidos no cabo da Bôa-Esperança ou emjardins zoológicos virião mudar a scena danossa natureza, desde o norte até o sul doImpério, com a sua fabulosa fecundidade.Tem algumas dessas espécies* africanas agrande vantagem sobre o boi de poderemsupportar as seccas, como as cabras.

Uma das grandes espécies é o Bosela-phus canna, que em estado selvagem pezamais ou menos 500 kilos. A sua carne é deprimeira qualidade; pois é servida nasmesas dos inglezes ricos. Já se vêm osseus rebanhos pastando ao lado do gado, nosparques de Inglaterra.

Não devemos descuidar de fazer ac-qtúsição destes e outros animaes, que osjardins zoológicos, quando têm duplicatas,trocão, vendem ou dão. Vamos que umaepizootia affecte o gado nos centros criado-res, que abastecem estas e outras cidades ;qual o animal de que se lia de lançar mãopara substituir o boi, se desde já não se tra-tar de domesticar outras espécies, que semostrem aptas para a domesticação, repro-ducção e cruzamentos, para no futuro opaiz contar com outros recursos ? Pois, comos meios de que dispomos hoje, havemos detrilhar nas pegadas daquelles, que tinhãopor único invento uma lasca de silex, quelhes deparou o acaso e não havemos de alar-gar o horizonte das nossas conquistas, paracingirmo-nos ao limitado numero de espécies,que aquelles nossos antepassados da idadede pedra na Europa nos legarão, sem nadalhes addicionarmos ? Ponha-se termo ácrença errônea, de que as espécies fôrãocreadas independentemente. Nada de escru-pulos em questões de utilidade geral.

Em um estado tão grande como a Eu-ropa inteira, que é o Brazil, qual é o animalque se domesticon de tão vasta zona, queseja muito prolífico ? Apenas citaremos o

pato (cairina moschata). Todos os paizesestão tratando de augmentar o numero deespécies domesticas ; com esse fim tem jar-dins de acclimação ou zoológicos, só o nossomostra-se indiferente a esse progresso !nenhum outro paiz está mais no caso deprocurar conquistar o que a natureza lhenegou, do que o Brazil, quando tudo parecepropicio se não fosse a indiferença dos ho-mens ricos, que não visão senão lucros imme-diatos, ou que se arruinão na politica, outratão de enriquecer e levantar templos.A variedade na alimentação testemunhaum alto gráo de cultura physica e uma altadose de elevação moral, crea uma distincçãoreal entre os Estados e o gráo de civilizaçãoa que tem chegado cada um. Quem tem via-jado pôde melhor apreciar esta observação.

Hoje sentimos escassearem os meios desubsistência, por falta de leis para a caça epara a pesca, substituindo-os por péssimas ecaras conservas estrangeiras, com excepçãodas francezas, inglezas e allemãs.

Um prazer quasi desconhecido no paizé o da caça, que é um excellente exercíciode tiro. Tão raros são os animaes, que jánão se diz caçar, mas, passarinhar. A grandevantagem desse util passatempo sobresahiona guerra dos inglezes contra os boers, emque estes tiverão vantagem, pela justeza dotiro. Os boers habitão na África Meridional,a zona mais rica de caça, região essa que asmanadas de springbockes atravessão.

Quanto mais breve tratar o Governo deintroduzir novas espécies, mais nos approxi-maremos da época de utilizarmo-nos dellas,o que certamente ha de levar algumas deze-nas de annos.

Sealguem lembrar-se de nos apostropharcom o máo successo dos dromedariosno Ceará,replicaremos ; que, essa experiência nãopodia ter tido outro resultado,porque o drome-dario requer climas de seccas quasi absolu-tas e invernos frios. O Ceará só é secco du-rante as seccas e não sendo esse estadoanormal na meteorologia dessa provincia,o seu clima é relativamente humido.

Segundo os viajantes (oDr. Richardsone outros) que têm penetrado no Soudan, odromedário não resiste por muitos dias, nospontos mais humidos daquelle território.

Chamamos a attenção dos poderes, dasociedade auxiliadora e de todos os homensde vistas largas, que se interessão pelosmelhoramentos materiaes do paiz, para ummal que tem passado desapercebido portermos nascido e creado com elle, mas que abôa vontade pôde debellar para que se con-siga maior numero de gozos, que nos tiredesta sobriedade obrigada em que vivemos,

200 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Se a companhia pastoril não se limitarsomente á criação do gado commum, ha decertamente alargar a zona das suas opera-ções, do que pôde tirar maior proveito.

A seguinta lista, é das espécies deantílopes de maior tamanho, de que noslembramos:

Antílope oreas.» leucophea.» nigra.» caama.> defassa.» megaloceros.» scripta.» addax.» senegalensis.» madoqua.» gri>oi&ia.» ellipsiprymna.

Boselaphus canna.Springbock euchore.Antílope Cucotis.

» arundinacea.O Brazil occupa uma posição entre os

mesmos parallelos, que a parte meridionalda África; os climas de ambos muito se as-semelhão, o que attesta a vegetação que émuito semelhante.

YiticulturaCultura da vinha

C.0MMENTARI0S E AMPI.IFICACÕES FEITAS PELA HEOACCÃOHO « MUNICÍPIO* » AO ARTIGO PUBLICADO NO AUXI-LIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL.

As planas e terras quando não sãoácidas, ou humidas, ou demasiado azotadas,servem para os vinhos grossos de «pasto».

As encostas nas margens dos ribeirõese dos rios Jacuhy, Parahytinga e Parahy-buna são as melhores, já porque os nevoeirosque durante a noite, ahi se formam as pro-tegem contra as geadas da primavera, jáporque a atmosphera, conservando-se ahium pouco humida, torna abundante a pro-ducção dos fructos, sem eomtudo alterar abôa qualidade dos vinhos que delles resultão,como acontece com a humidade fornecidapelo solo. Ahi a uva se torna mais volumosa,mais sumarenta e mais macia.

As cercas, as cepas e os giráos ineli-nados devem ser dispostos de maneira queos cachos só recebam directamente o sol damanhã; os raios solares da tarde só lhes

Cunha, município da provincia de s. Paulo.

devem fornecer calor, através uma camadade folhagem, que os proteja contra a acçãochimica desse astro. Tem-se observado aquique a acção directa e immediata do sol datarde cozinha-lhes os bagos dando-lhesuma côr de vinagre e empobrecendo-os dematéria saecharina.

Também são bons os terrenos silico-argilosos, os calcareos gredosos ou de sub-solo de greda, os calcareos magnesianos, osde schisto-argilosos e até os de granito.Cada um destes terrenos requer as castasque lhe são apropriadas, por isso é de summaconveniência que o Governo ou os nossoslavradores, ao introduzirem neste municípionovas castas de videira, côlhão do paizde onde são importadas, informações acercado solo que mais lhes convém. As fornecidaspelas ampelographias não bastão, nem estãoao alcance dos nossos lavradores •

Este ultimo terreno excessivamentecalcareo convém especialmente ás videirasbrancas. Os argilosos quando vermelhos ouescuros e temperados de uma certa porcen-tagem de cascalho e siliea, são magnificospara as que produzem os vinhos tintos ; poisque, pelas propriedades physicas dessascores e as do cascalho, armazenão duranteo dia calor que, sendo emittido durante anoite, favorece a maturação dos fructos,dando-lhes um alto gráo glucometrico.

Isto se faz (lavras profundas) para castasvigorosas que produzem vinhos communs eabundantes. Para as capazes de produziremvinhos generosos, a lavra é menos profundapara que, assim, suas radiculas fiquem maisexpostas á acção do calor solar. Quando osub-solo é de rocha fendilhada, torna-setambém inútil a lavra profunda, porquantoas raizes por si se incumbem de procurarnessas fendas o frescor necessário ao vigorda sua vegetação.

Sendo humido o terreno, abrem-se deespaço a espaço vallas mais profundas doque a lavra, as quaes ficaráõ servindo parao esgottamento das águas.

Na lavra dos solos ha tres cousas impor-tantissimas a observar-se : Io, convém notarse a camada aravel é melhor do que a sub-solo, não sendo este susceptível de melhorarexposto á acção do ar ; 2°, se o sub-sólo,sendo inferior em qualidade, é susceptível demelhorar com essa exposição; emfim, se osub-solo é melhor do que a camada aravel.No Io caso, abertos os sulcos deixa-se nofundo o sub-solo, depois de revolvido ; no 2o,inverte-se a ordem das camadas ; no 3o,misturão-se as duas.

A melhor época para as lavras é o fimdo outomno e o começo do inverno.

V

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Esta questão de distanoia depende muitoda qualidade de vinhos que se deseja obter.Quando se trata de castas de videiras, pro-ductoras de vinhos generosos, a plantaçãopôde ser feita até a distancia menor á acimaindicada ; quando, uão se olhando a quali-dade dos vinhos, só se attende á sua abun-dante producção, lançando-se mão de videsvigorosas européas ou mesmo das americanasIzabella e Jacques, a distancia pôde entãoser de uma braça, de braça e meia, ou mesmoduas braças, porque o desenvolvimento dasridículas, contribuindo para o das raizes pro-fundas, mais robustas serão as que tiveremmaior, superfície para o desenvolvimentodaquellas. Quando, porém, se plantarem ba-cellos destinados a virem a servir de cavallospara a enxertia de castas finas, a distanciaentre elles deve ser a mesma que teríamosde dar ás estacas destas ultimas castas.

As castas differentes não devem serplantadas promiscuamente, mas sim separa-damente, para assim se facilitar o tratamentode cada uma dellas, quando atacadas dequalquer enfermidade.

Assim se deve praticar todas as vezesque os terrenos não forem extremamenteseccos. Neste caso, não só a escava deve serser mais funda, até 50, 60, 70 e 80 centi-metros mesmo, como ainda deveráõ os ba-cellos ser plantados verticalmente, depois dacompetente unhada. Torna-se, então conve-niente, para evitar a desseccação, cobrir comum monticulo de areia a parte do bacello quefica fora da terra.

Em qualquer dos dous casos não se devecalcar muito a parte mais superficial do solopara não asphixiar a planta, impedindo apermeabilidade ao ar e á humidade.

Ha entre nós o condemnavel systemade se plantarem os bacellos em uns apertadosburacos abertos com alavancas, em terrenosnão lavrados de antemão. Este processo deveser para sempre abandonado, pois tem ogrande inconveniente de retardar o des-envolvimento dos vinhedos, que, pelo methododos eovachos, mantas e lavras, estão comple-tamente formados no fim de dous annos.

Este rigor na selecção dos bacellos éutilissimo, não só para obtenção de vinhedoscastiços como para a bôa e uniforme qualidadedos vinhos a colher-se delles.

Torna-se, entretanto, dispensável,quando, tratando-se do plantio da Izabella,que por natureza é selvagemente vigo-rosa, os lavradores por carência de meios nãopodem mandar vir de fora a quantidade debacellos necessária á formação de seus vi-nhedos, sendo obrigados assim a cingirem-seaos bons e ruins, que lhes podem fornecer os

26

201

parreiraes existentes nos municípios viticolasem que residem.

Além disso; tendo de ser multiplicadaspela enxertia as castas estrangeiras que ogoverno tão solicitamente está aqui introdu-zindo, torna-se inútil tamauha precaução naescolha dos bacellos, que têm de produzir oscavallos sujets para esses enxertos.

Não quer isto, todavia, dizer que se nãofaça essa selecção, quando fôr ella possível.

Pretendeu-se já introduzir aqui o pre-conceito de que a estaca era imprestável,devendo-se plantar somente o cabeçudoou malleão; houve até quem, sem nuncase ter dedicado a experiências culturaes, af-firmasse levianamente que as estacas dascastas portuguezas aqui introduzidas, porpedido da nossa câmara municipal, não che-garião a enraizar. Aconteceu, porém, o con-trario ; a porcentagem de bacellos perdidosfoi quasi nulla para as estacas, sendorelativamente grande para os cabeçuãos.

Ha ainda outros tres processos de mui-tiplicação : — o da sementeira, o da enxertiae o das gemmas, dos quaes trataremos nologar competente.

Não obstante, de accordo com a opiniãodo Conde Odart e a de D. Simon de RoxasClemente y Rubio, não acreditamos na de-generaçâo dos individuos obtidos pela se-menteira; sentimo-nos, comtudo, em vista dademora no crescimento de produetos assimobtidos, privado de aconselhar esse processode reproducção, que tem inestimável van-tagem de fornecer individuos vigorosíssimospara cavallos.

Ha, entretanto, individuos selvagensda tribu Vitis Riparia que, plantados de se-mente, estão no fim de um anno aptos areceberem enxertia.

O processo da sementeira, trazendo-nosao bico da penna os cruzamentos artificiaesobtidos por Underhill, Roger, Allen, Arnol,Adlum,Biill,Ric__ett, etc.,e os naturaes rea-lisados pelos insectos, nos força a exararmosaqui a nossa desapprovação ao enthusiasmoque alguns illustiados ampolographos pau-listas têm ultimamente manifestado pelosproduetos hybridos alcançados, pelos supra-citados norte-americanos, por meio do cruza-mento, de individuos da Vitis Vinifera comos da V. Labrusca, V. Estivalis, V. Ripariae V. Rupestris.

Não sabemos por que motivo levam esteseu enthusiasmo ao exagero de recommenda-rem aos nossos lavradores das zonas viticolasa cultura desses cruzamentos, com exclusãoda dos individuos da tribu Vitis Vinifera.

Se, mais práticos do que theoricos, pro-curassem esses eruditos cavalheiros colher,

s. A,

202 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

no campo das experimentações, dados possi-tivos com que pudessem alargar os horizontesda nascente viticultura nacional, mais relê-vantes serviços prestarião á nossa agricul-tura e a si próprios, afastando de si a suspeitade que o que lhes move a penna não é o lou-vaveldesejo de contribuírem para o progressode uma nova industria agricola introduzidaentre nós, mas sim a preoccupação de se mos-trarem omniscios.

Quem, tornando-se mero reflectidor doque colhe na leitura dos seus livros, repe-tisse o que dizem ampelographos estrangeirosacerca da precosidade da queda das folhas daIzabella, arriscar-se-hia a ser desmentidopelo mais indouto dos viticultures cunhenses,acostumados a verem os seus viridentes par-reiraes despirem-se da sua abundante rou*pagem côr de esperança, só depois de colhidosos seus fructos em completo estado de ma-turação.

Os ensinamentos mais razoáveis a co-lhermos da leitura desses louvores ás castasamericanas, devem ser unicamente aquellesque nos possa habilitar a produzir pornosso turno e por meio de hybridações, indi-viduos puramente brazileiros, que melhor sepossão adaptar ao nosso clima e á naturezado nosso solo.

Rickett, Arnol e Roger, quando tives-sem de explorar os aptos viticulas do nossosolo, em vez de se empenharem em intro-duzir aqjii os produetos já por elles alcan-çados pelo cruzamento de indivíduos da VitisVinifera com os das V. Labrusca, V. Esti-valis, etc, etc, se desvelarião antes emfecundarem os indivíduos da nossa flora in-digena com os mais perfeitos typos da V.Vinifera ; pois que aquelles produetos norte-americanos estão para nós quasi nas mesmascondições dos europeus, se compararmos onosoo clima com o de diversas zonas dosEstados-Unidos, em que alguns delles sedesenvolvem nas condições que os tornão re-commendaveis aos ampelographos que no-losdescrevem com tantos gabos.

O que ha a concluir é que emquantonão temos indivíduos puramente nacionaes,tanto devemos explorar as castas europeascomo aa americanas, preferindo sempreaquellas que, depois de experiências cul-turaes, nos derem melhores resultados vini-ficos.

Para habilitarmos os nossos lavradoresa obterem por bi os cruzamentos de indivi-duos indígenas com os mais perfeitos da V.Vinifera, no próximo numero faremos a de-scripção do methodo empregado na Europa enos Estados-Unidos para a fecundação arti-li ciai.

Dissemos e repetimos, que por meio dasementeira não pôde uma individualidadevetiera degenerar; quando isto se dá é por-que nas proximidades existem indivíduos deoutras variedades, mas neste caso já a se-mente é o producto de um cruzamento reali-sado na risonha quadra dos amores flori-sinos; é um como que adultério inconscienteprovocado pelos insectos floriphagos, ou pelotraquinar das camadas aéreas.

Não ha por tanto indivíduo novo pro-vindo de um fructo, no qual não entrou ele-mento masculino extranho, fortuitamentetransportado até o verticillo central da florpor esses dous vehiculos de fecundação, ouintroduzido propositalmente pela mão do ho-mem no estigma do seu pistillo.

E' justamente deste ultimo caso de fe-cundação que havíamos promettido oecupar-nos.

Como o meu intuito é orientar somenteos lavradores que, por carência de uma ins-trucção preparatória, nem sempre nos pode-rião comprehender, se não fôssemos chão nanossa exposição, vamos entrar em explica-ções que em outras circumstancias se torna-rião supérfluas e até ridículas.

A flor davideiraé hermaphrodita, istoé, é a um tempo macho e fêmea, pois quetem cinco órgãos masculinos e um feminino,este ultimo é o ovario que no ápice se apertaem uma espécie de collo, formando o picilloque termina em uma cavidade, chamada es-tigma, por onde o elemento fecundante pe-netra até o interior do ovario, por um modoespecial que não vem ao caso agora descre-ver; aquelles outros cinco órgãos cereão,com a denominação de estamens, o ovario ;têm elles a fôrma de filetes, sustentaudo nassuas extremidades superiores uns corpus-culos, imitando a configuração de grãos detrigo, que, com o nome de antheras, se fen-dem para darem passagem ao pollen, umaespécie de poeira seminal destinada a fecun-dar o ovario pelo contacto com o estigma.

Se por qualquer circumstancia, o pollennão chega a penetrar no interior de um dosovarios, este mirra-se, secca e cahe, sem setransformar em fructo.

Daqui decorre que para o cruzamentode duas variedades, é necessário que um in-dividuo fecunde o outro,,antes deste estarfecundado por si próprio. E preciso, portanto,retirar as antheras, antes de abertas, do con-tacto natui al em que se achão com os es-tigmas dos picillos.

Quem lida com parreiraes, por mais leigoque seja em botânica, ha ter notado que aflor da videira tem a particularidade deabrir-se de baixo para cima, mantendo-se as

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 203

pétalas colladas por algum tempo na partesuperior dos órgãos sexuaes, como se lhesfôrão o docel nupcial; este, é o momento phy-siologico da fecundação. E justamente estephenomeno que devemos a todo transe im-pedir, quando tenhamos de proceder a hybri-dação.

No próprio desabrochar da flor ella nosestá a ensinar como lhe havemos de despir atúnica de pétalas quando ainda em botão,para lhe cortarmos os estamens com asantheras ainda por abrir.

Depois de lhe tirarmos o petalino capa-cete de baixo para cima e lhe havermos ex-aminado o estigma para verificar se nelle hao indicio do contacto do pollen, porque nestecaso a flor já não serve para a operação,depois de feito isto, arrancão-se os estamens,conservando-se intacto o ovario. Colhem-seentão no outro indivíduo, que tem de fornecero pollen fecundante, flores completamentedesabrochadas e procede-se ao hyraeneu,sacudindo-as sobre os ovarios desprovidosde estamens.

Ha pessoas tão peritas neste trabalhoque dispensão para o executar qualquer instrumento, entretanto, vendem-se nas lojasde ferragem pequenas espátulas de osso oumarfim, contra as quaes os mais vacillantesencostão os pequenitos estamens para osdescollarem pela base, sem offenderem ocorpo do ovario.

Terminada estaoperação, resguardão-seos cachos das flores fecundadas com un-saquinhos de gaze para assim estorvar queo pollen de outras variedades venha alteraro cruzamento que se deseja obter.

Quando entre os dous indivíduos,a hybri-darem-se, houver discordância na época dasrespectivas, fiorescencias póde-se apressar odesenvolvimento do mais tardio, cobrindo-ocom uma pequena estufa, e retardar a flores-cencia do mais precoco, envolvendo-lhe oscachos floraes em sacos de papel branco ecriando-lhe em torno um ambiente mais frescopor meio de taboas e esteiras.

A chuva acarretando o pollen, e osresfriamentos accidentaes da atmospherapodem motivar a ressiccação dos ovariosEstes dous inconvenientes se obvião, _ entre-tanto, enfunaudo-se com uma carcaça internadearames ou taquaras,á maneira dos antigosbalões de senhoras,os saquinhos degaze,aco-bertando-os com um tejadílho de papel bemconsistente embebido em óleo de linhaça.

Os fructos resultantes desta fecundaçãoartificial, podem ser aproveitados na facturados vinhos, uma vez que se evite o esmaga-mento das sementes apizoando as uvas apés e mãos e não com prensas."

A experiência tem mostrado serem asgrainhas do pé fermentado, tão boas para asementeira como as extrahidas das uvas bemmaduras e guardadas.

E' preciso haver certo capricho naescolha dessas grainhas; repudiando as que,lançadas em- uma vasilha com água, conser-varem-se nadantes no liquido.

As que se mantiverem no fundo do vasosão guardadas de ura anno para o outro;sendo extratificadas em local no qual possãoestar ao abrigo da seccura e da humi-dade.

A estractificação se faz da seguintefôrma: collocam-se as sementes em camadasalternativas em terra ou areia fresca, emuma adega ou ao pé de um muro de expo-si ção septentrional, na profundidade de 30a 40 centímetros, de modo que as geadasnão as possão attingir, nas zonas sujeitas aellas como é o nosso município.

Quando propriciada a época, proce-de-se a sementeira, se a germinação estájá em trabalho, quíindo não deve-se expor asgrainhas directamente á acção do sol e doar para que ella se accelere; uma vez mani-festada são cobertas com uma bôa camadade palha e de folhas seccas.

Se o terreno, a que forem confiadas suassementos, estiver competente e intelligen-temente laborado e estrumado, as plantasresultantes dellas serão vigorosas, férteis ede grande longevidade.

As temperaturas mais convenientes parauma bôa germinação acham-se entre os dousextremos 0° e 45", podendo ir mesmo até50°, mas nunca abaixo de 0o.

Em Cunha a épocha mais apropriadapara a sementeira vai dos meiados de Agostoa fins de Setembro.

As grainhas semeadas aqui em Feve-reiro, logo depois da colheita, chegão agerminar, mas não todas, nem com unifor-midade, amor parte vem a germinar no annoseguinte.

SericiculturaIndustria Agrícola Fabril da seda no Brazil

(Continuação.)DO CULTIVO DA AMOREIRA COMO BASE DA IN-

DUSTRIA DA PRODUCÇÃO DA SEDA

A seda é o producto da secreção de umlepidotero, o Bombyx mori, commummenteconhecido pela denominação de bicho daseda.

204 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Este lepidoptero nutre-se das folhas daamoreira (morus), e é criado em casa. Suapatna de origem foi provavelmente o ex-tremo Oriente, onde talvez exista ainda, emestado sylvestre, na' fôrma primitiva, que,modificada pela domesticação, pela seleeçãoíorçada, pela mão do homem emfim, con-stitue as variedades actualmente criadas.

O bicho da seda é, desde tempo imme-moravel, a base da riqueza da China e doJapão, e, introduzido na Europa, chegou aser a maior fonte de prosperidade do Sul daFrança e da Itália, concorrendo também po-tentemente para o augmento do patrimônionacional da Áustria, Rússia, Grécia e Hes-panha.

A familia dos Bombyces não é comtudoespecial do extremo Oriente; acha-se, aocontrario, espalhada na superfície do globo.O Brazil, por exemplo, possue espéciespróprias,entre as quaes o Satumia heurota,que se nutre das folhas do ricinus communise produz um casulo aberto formado de umaseda, cuja qualidade é muito inferior a dobombyx mori. Relativamente á conveniênciada criação do Satumia heurota, achamo-nos em perfeito accordo com a opinião emit-tida a este respeito pelo iilustre autor dosApontamentos para o estabelecimento das in-dustrias sericicola e serica no Brazil, na—Secção Industria — do Jornal do Commerciode 2 de Dezembro de 1887 (transcripto noDiário Official em 1 de Abril de 1888)que diz /;

« O Saturnia Heurota, achando-se noestado natural no Brazil, poderia com otempo fornecer um produeto que, embora in-ferior á seda commum, não deixaria de terum valor relativo. Deve-se considerar, po-rém, que, antes de se estabelecerem indus-tnas para a exploração deste produeto indi-gena, é indispensável preventivamente umestudo scientifico aprofundado e demoradosem o qual todas as tentativas serião bal-dadas, dando unicamente como resultadodesastres financeiros.

« O bombyx mori, ao contrario, acha-sejá chmado no Brazil; a seda produzida, em-bora em pequena quantidade, em todas asprovincias meridionaes do Império, é umaprova exuberante de que, na pratica, oproblema de sua criação se aba completa ecabalmente resolvido.*

A base da industria serica é a culturada amoreira. A pratica demonstrou, que avariedade da amoreira mais própria, é aamoreira branca (morus albá) e desta a anã(nana).

Com a amoreira branca obtem-se seda

mais fina, e a subvariedade nana offerecemaior facilidade na colheita da folha.

No Brazil, a amoreira acha-se já perfei-tamente aclimada em muitos logares e atéera certa abundância ; predomina, porém, avariedade nigra, e é, geralmente, uma ar-vore de grande estatura.

Para uma bem entendida producção deseda, carece, portanto, generalizar, em pri-meiro logar, o plantio desta arvore e substi-tuir por enxerto a nigra pela alba.

Na Europa, o commercio das mudas deamoreira constitue um ramo de industriaagricola, que presentemente pôde fornecermudas de 15 centímetros de circumferencia.

Estas mudas, conduzidas aquém doAtlântico, precisão cerca de um anno parase aclimarem ; esgotado este prazo, se de-verá proceder á poda, e, no terceiro anno, aodecote para a reproducção por estaca.

Nos terrenos onde existirem plantaçõesde amoreira preta, logo procedida a poda dasamoreiras brancas, será conveniente passar-se ao seu enxerto nas aqui existentes, adian-tando desfarte de um anno o desenvolvi-mento das novas plantações.

Nos logares onde não houver ainda plan-tações de amoreiras, a reproducção por de-cote e estaca fornecerá, depois do terceiroanno, ou ao máximo, depois do quarto anno,um numero de pés viçosos, igual pelo menosao decuplo do das mudas importadas apezardas reproducções tardias e perdidas, já pre-vistas no calculo anterior.

Podemos, portanto, concluir, que, ten-do-se importado p. e. 200.000 mudas deamoreira branca, em quatro annos, no ma-ximo, pelas operações de arboricultura aci-ma indicadas, se conseguirá obter 2.000.000de pés de amoreira viçosos.

Um pé de amoreira fornece, na média,2 7-2 kilogrammas de folha.

Para produzir 4 kilogrammas de sedasão necessários 1.000 kilogrammas de folhadonde se deduz serem necessários 100 pésde amoreira para produzir um kilogrammade seda.

A amoreira não deve ser podada todosos annos sob pena de se haver definhar; naEuropa estabeleceu-se a pratica de a deixardescansar um anno cada tres ou quatro, eno calculo acima, este facto tem sido toma-do na devida conta.

Considerada a industria serica na suabase fundamental, que é o cultivo da amo-rena, pas;aremos a expor a sua segundapliase: a criação do bicho, que transforma afolha desta arvore em seda, elaborando-a noseu próprio organismo.

W

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 205DA CRIAÇÃO DO BICHO DA SEDA E PRODUCÇÃO

DE CASULOS

Esta segunda phase, a criação, é sue-cinta e claramente exposta no acima citadoartigo do Jornal do Commercio, cujo trechotranscrevemos por inteiro:

« O bombyx, como todos os insectos doseu genero, é sujeito a quatro metamor-phoses.

« A incubação do ovo (sirgo) produzuma lagarta (bicho) que com o crescer mudatres ou quatro vezes a pelle e transforma-sedepois em crysalida.

« A lagarta prepara-se para esta trans-formação segregando, por meio de duasglândulas que tem sobre a cabeça, um liqui-do denso e viscoso em forma de dous fios,que se reúnem depois em um só, chato eduplo. A lagarta fixa a extremidade do fio aum graveto, a uma fita de madeira ou aunia tira de papel, e com movimento inces-sante forma um casulo de figura ovoidal,mais ou menos deprimido no sentido de seucirculo equatorial.

« Os criadores distinguem nesta ope-ração duas é| ocas : a subida ao bosque,quando ella procura o logar para assentarseu casulo ; e a fiação, quando procede aformação do mesmo.

« Concluído o casulo, a lagarta trans-forma-se em crysalida, e esta depois de ai-gum tempo em borboleta (falena).

Neste ultimo estado segrega pela boceaum liqüido que amollece o casulo ; a falenadepois o fura e esvoaça em liberdade.

« Não tarda a verificar-se a conjuneçãodos sexos e a deposição dos ovos. O cyclovital do bombyx é completo com a repro-ducção, e a falena morre.

« O fio que forma o casulo consti tue aseda pelo que não se permitte que o bombyxchegue a sua quarta metamorphose. Paraeste fim as crysalidas são asphyxiadas antesde transformarem-se em borboletas. Algunscasulos, porém, não são submettidos á asphy-xia, mas sim conservados para a reproduccãodo sirgo, que deve fornecer os casulos dacolheita subsequente. »

O trabalho da criação consiste nos cui-dados, que devem ser prestados aos bichosdurante o tempo necessário á transformaçãoda lagarta em crysalida.

Demasiadamente demorado e talvezocioso seria, na presente exposição, tratarde todas as particularidades da phase decriação dos bichos, e descrever como as la-gartas mudão quatro vezes a pelle, e o es-tado de lethargia on somno, a que são su-jeitas, antes de cada muda.

Bastará acerescentar que, depois daquarta muda e passados alguns dias, as la-gartas tornão-se transparentes e começão aprocurar logar para fazer o seu casulo; é aépoca dá subida ao bosque.

O bosque é feito com galhos de arvo-res.

As lagartas são criadas sobre canniça-das e requerem a mais assídua limpeza, epara este fim são mudadas de uma canniçadapara outra o que se chama vulgarmente mu-dança de cama, feita em geral por meio deredes apropriadas.

A asphyxia das crysalidas faz partetambém da criação.A reproduccão dos bombyces devia per-tencer também ás attribuições do cria lor;

reconheceu-se, porém, a conveniência de aseparar e entrega-la a especialistas para im-pedir a deterioração da raça e moléstias,que de geração em geração se transmittem,e que têm sua origem nos defeitos orgânicosdos genitores.

O autor dos Apontamentos para o esta-belecimento desta industria no Brazil, doJornal do Commercio, repetidas vezes cita-dos nesta exposição, mostra mui judiciosa-mente que a criação do bicho deve, no Bra-zil, ser deixada á industria caseira, pres-cindindo dos custosos estabelecimentos sero-pedicos.

Como já advertimos, o elemento comque se deve contar para iniciar a producçãoda seda no Brazil é constituído principal-mente pela população italiana dos núcleosagrícolas e ex-colonias nas províncias doSul.

O facto de ser a criação do bicho daseda industria caseira, é incontestável argu-mento em seu favor ; pois, por ser assim,aquelles camponios continuarão também en-tre nós nos seus hábitos e trabalhos pátrios,em que consiste, a nosso vêr, em grandeparte, a economia da industria.

Com a producção dos casulos está con-cluida a segunda phase da sericultura, quecom a primeira, a cultura da amoreira, fôr-mão o periodo agrícola da industria serica,seguindo-se as que são directamente indus-triaes e mecânicas.

DA DESDOBAÇAO DOS CASULOS E MANUFACTORADA SEDA

A seda do casulo deve ser desfiada ou,para melhor dizer, desdobada. Para este fimos casulos são immergidos em agua quente,quasi a ferver, para dissolver a camada deuma substancia gommosa (sericina), que os

206 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

cobre e que, á temperatura normal, aglutinaos fios de seda.

O fio de um casulo é continuo e as des-dobadeiras (trattrici, ãecoconeuses) apanhãocom facilidade a extremidade do fio de dousou mais casulos que se aglutinão, formandoum só, e que, mediante apparelhos mecânicosespeciaes, passa sobre uma grande roda(dobador), para formar as meadas de seda.Pelo seu comprimento, os fios ficão tambemunidos um ao outro, constituindo a meada umsó fio continuo.

A habilidade do operário ou operaria,consiste em escolher os casulos de modo tal,que o fio de seda resulte de grossura uni-forme.

Da desdobação, tintura, fiação ou torçãoe da tecelagem afinal, tratou clara e con-cisamente o autor da já citada publicaçãodo Jornal do Commereio, na parte que noslimitámos a reproduzir :

« Na média 10 kilogrammas de casulosfrescos fornecem 1 kilogramma de seda cies-dobada ou crua, (grezza, grège) e mais umacerta quantidade de produetos inferiores(cascami), constituídos pela parte do casuloque não pôde ser desdobada e pelos casulosgastos ou refugados : estes restos, depoisde limpos, são cardados e fiados como a lãou o algodão, constituindo o que os italianoschamão fioretto.

« Na Europa a desdobação fórma umaindustria á parte, os industriaes (filandieri,decoconeurs) comprão os casulos aos criado-res, os desdobão e vendem a seda bruta e osmais resíduos, cardados ou não aos fiadores.

« Em geral, os estabelecimentos de des-dobar (filande, maisons de decoconage) sãosituados nos centros sericolas e aproveitãoa estação hibernai para produzir a maiorquantidade de seda bruta; pois nessa época,achando-se os trabalhos agrícolas paraly-sados, os homens, mulheres e crianças,que se empregão neste mister, contentão-secom um jornal diminuto, tanto mais que,aproveitando o calor artificial das filande,poupão o combustível, sempre caro na Eu-ropa, que lhes seria necessário gastar emcasa para se aquecerem.

« Na China e no Japão, a desdobação e,muitas vezes, a fiação e a tecelagem até sãoindustrias caseiras.

« O progresso, porém, já subdividio otrabalho mesmo no extremo do Oriente, e,desde rlguns annos, apparecêrão nos mer-cados europeos sedas brutas preparadas áeuropéa em estabelecimentos apropriados.

« O fio de seda bruta somo é produzidopela desdobação, ainda é coberto de sericina,e, por isso, impróprio para certos misteres.

« Por isso a desdobação segue na mórparte dos casos uma serie de operações quetem por fim libertar a seda bruta da sericina,amacia-la e enbranquece-la.

« De conformidade com os usos a queos fios são destinados, elles passão por todaa série de manipulações ou somente por ai-guma. Assim as sedas que devem recebercores escuras, basta que sejão ãesgommadas,mediante lavagem de água e sabão. As quedevem ser tingidas com cores fracas carecemser amaciadas por meio de coeção, e, final-mente, as destinadas a tecidos especiaesdevem ser esbranqueadas mediante o ácidosulphuroso: outras, emfim, tratadas comácido chlorico e álcool.

« Estas manipulações constituem nospaizes sericultores uma industria á parte : alavagem, alguma vez unida com a desdobaçãoou mais geralmente com a da tintura.

« A seda bruta ou lavada é transfor-mada em fios aptos á tecelagem ou a outrosmisteres, mediante a torção, impropriamentechamada fiação.

« Ha diferentes qualidades de sedatorcida, e são: o organzim, a trama a umou mais fios, o marabut, opello e o retroz.

« Na desdobação já se prepárão fiospróprios para produzir cada uma destas qua-lidade de torcidos.

« Para obviar as falsificações e adulte-rações, na Europa determinou-se um titulopara a seda.

« O titulo de um fio de seda é a relaçãoentre uma unidade de peso determinada oum comprimento tambem determinado de fio.

« Além disso, estabeleceu-se a condição daseda, isto é, a quantidade de agita hygros-copica que ella contém. Esta determinação étanto mais necessária, quanto a hygroscopi-cidade da seda é grande, e pôde acontecerter absorvido até a quarta parte de seu pesod'agua, sem que isso possa ser apercebido doaspecto exterior ouse reconheça aotacto,etc.

« Na Europa, a condição da seda é deter-minada por peritos juramentados, ou pelasrepartições publicas especiaes.

« Muitos são os processos para tingir aseda que não é aqui a oecasião de descrever;bastará indicar que alguma vez procede-se átintura antes da torção, outras vezes de-pois.

« Em geral, as tintas escuras, a base depão-campeche, saes de ferro, substanciastannicas,bicr ornato potassico, cr ornato cupricoe oxalato de anilina, têm por effeito augmen-tar o peso da seda, de 20 até 200 %; o quemostra que os celebres estofos de seda es-curos, muito encorpados e pesados, contêmpelo menos tantos tannatos quanta fibroina,

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 207

e que, neste caso, como em outros mais, asapparencias enganão.

« Haveria immensa vantagem em tingir aseda no acto de desdobar os casulos ; as ten-tativas feitas para este fim fôrão muitas,mas ainda não se alcançarão resultados pra-ticos satisfactorios.

« Parece, porém, pelas noticias deSetem-bro ultimo das revistas especiaes La Maniffa-tura Serica e Giornale deli'industria Serica,publicadas em Turim e Como, que o Sr. Re-baglio Ambrosio tem obtido bons resultadosde um seu methodo de tintura de seda namesma bacia de desdobar, e que em brevepossa ser applieado á industria em grandeescala.

« A manufactura dos estofos de seda pou-co differe da tecelagem das fazendas de ai-godão, linho ou lã; requer, porém, cuidadose habilitações especiaes, relativas ao valorda materia empregada e dos estofos a pro-duzir. »

(Continua).

Chimica AgricolaAnalyse das cinzas do café

(Peligot)São numerosas as substancias mineraes

que se deve procurar e dosar nas cinzas dosvegetaes. Contêm ellas ou podem conterácido carbônico, silica, carvão, ácido phos-phorico, alumina, oxydo de ferro, potassae soda.

Escrevemos em seguida a ordem obser-vada para a determinação e dosagem sueces-sivas de cada um destes corpos.

l.° Ácido carbônico.— Examina-se, pormeio de ensaio piévio, se as cinzas contêmcarbonatos de cal e magnesia. No caso affir-inativo, como estas bases perdem uma partedo seu ácido carbônico durante a iminera-ção, restitue-se-lh'o molhando-se as cinzascom uma dissolução saturada de carbonato deammoniaco ; seccão-se depois lentamente ;aquecem-se até a incandescencia rubra, ten-do-se o cuidado de não deixar decomporem-seos carbonatos em questão, e calcula-se o pesoque a materia ganhou. Dosa-se então a to-talidade do ácido carbônico por meio do ap-parelho de Mohr, fazendo actuar açido chio-rhydrico sobre um peso dado de cinzas ma-nipuladas como acabamos de indicar.

2." Silica ecarvão.—Lança-se o resíduoda operação precedente em um filtro depapel Berzelius, com a dissolução chlorhy-drica. Evapora-se a secco o licor filtrado, eextrahe-se o resíduo da evaporação, que con-tém ainda um pouco de silica,por meio d'aguaacidulada com ácido chlorhydrico. Lança-setudo no primeiro filtro, lava-se bem e sec-ca-se. Toma-se o peso da materia secca ecalcina-se ao contacto do ar com o filtro emcadinho previamente tarado até que ellatorne-se perfeitamente branca. Deixa-se es-Mar e pesa-se novamente. A differença dopeso mostra a proporção de silica e decarvão.

3." Phosphato ãe ferro.— Ao licor, deque fôrão extrahidos o carvão e a silica,junta-se um pequeno excesso de ammoniacoe depois ácido acetico. Os phosphatos ter-reos, a principio precipitados, dissolvem-senovamente sob a influencia deste ácido, aopasso que o phosphato sexquioxydo de ferroconserva-se indissolúvel. Contém elle todo oferro das cinzas e uma pequena porção apenasde ácido phosphorico.

4.° Cal.— Precipita-se a cal deste ul-timo licor filtrado por meio de oxalato deammoniaco. Pesa-se depois esta base emfôrma de carbonato de cal, ou antes no es-tado de cal viva, submettendo-se o oxalatode cal precipitado á calcinação até o ver-melho claro.

5." Magnezia e acião phosphorico.—Aolicor, de que extrahio-se a cal, concentradapor exaporação e já fria, junta-se um grandeexcesso de ammoniaco. Obtem-se por estafôrma um precipitado de phosphato ammo-niaco-magneziano que calcina-se para trans-forma-lo em phosphato de magnesia e pe-sa-se; mas o ácido phosphorico existentenas cinzas deve achar-se em estado de phos-phato tribasico, aliás seria necessário cal-cina-lo com um excesso de carbonato de soda.O peso do pirophosphato de magnesia dá,umas vezes, toda a magnesia incluída nascinzas e uma parte somente do ácido phos-phorico; outras vezes, todo o ácido phospho-rico e uma parte da magnesia. No primeirocaso completa-se a precipitação do ácidophosphorico, juntando-se sulphato de magne-sia ammoniacal ao licor de que extrahio-se osulphato ammoniaco-magnesiano. No segundocaso, termina-se a precipitação da magnesiacom o auxilio do phosphiito de soda.

6" Alumina.—-Seguindo-se o methodoindicado, precipita-se a alumina com phos-phato ammoniaco-magneziano quando sejunta ammoniaco ao licor de que extrahiu-se.o oxalato de cal.

208 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

O phosphato de magnezia e a alumina,resultantes da calcinação deste precipitado,devem ser levados á incandescencia rubracom carbonato de soda. O produeto da calei-nação, extrahido pela agua, abandona aalumina, que torna-se solúvel, por meio dealcali descarbonatisado. Neutralisa-se o licorcom ácido acetico, e precipita-se a aluminacom sulphydrato de ammonea.

7.° Ácido sulphurico e chloro.—Toma-se um peso conhecido de cinzas, que se põeem contacto com agua, contendo em disso-lução o mesmo peso do carbonato de sodapura, proveniente da calcinação do acetadode soda crystalhsado. Evopora-se a secco eextrahe-se o resíduo com agua. O produetoinsoluvel contém a totalidade dos compostostérreos, ao passo que a parte dissolvida con-tém as.saes alcalinos, além do chloro e ácidosulphurico. Divide-se esta solução, previa-mente filtrada, em duas partes iguaes—A.B.Acidula-se a parte A com ácido azotico eprecipita-se primeiramente o ácido sulphu-rico com azotato de baryta e depois o chlorocom azotado de prata. Deduz-se do peso dosdous precipitados, por meio de calculo, opeso do ácido sulphurico e o do chloro.

8." Potassa.—Dosa-se a potassa eva-porando-se a secco e em presença de umexcesso de ácido chlorhydrico a parte B, dasolução precedente.

Se a silica estiver separada, junta-seao licor filtrado chlorureto de platina. Eva-pora-si a secco novamente, lava-se o resdiuocom álcool e toma-se o peso do chloro-plati-nado de potassa formado, que representa opeso da potassa.

9." Soda—A investigação e dosagemdesta base consistem em submetter-se umpeso dado de cinzas á acção de ácido chio-rhydrico para separar-se a silica pelo modoordinário. Precipita-se depois a solução fil-trada, a cal, com oxalato de ammoniaco, amagnezia com ammoniaco, e no caso denecessidade com phospato de ammoniaco.Evapora-se a secco o licor de que foram ex-trahidas estas bases. Disssolvendo-se entãoem agua o resíduo calcinado, precipita-se apotassa com chlorureto de platina e lava-secom álcool o precipitado de chloro-platinadode potassa formado. Submettem-se os licores,que contêm um excesso de chlorureto de pia-tina á aceção do sulphydrato de ammoniacoe depois de filtrados submettem-se á evapo-ração a secco. O produeto obtido, repre-sentando o resíduo pela agua, contém a sodaque é necessário crystallizar-se até o estadode sulphato e dosar-se sob esta fórma.

(Extr.)

SorghoAs sementes fornecem : ,

Agua Amido e dextrinaSubstancia albuminosa

« graxasSubstancias mineraes (cinza).Cellulose, perda etc

Carnaúba

KC K2 so4K2 coParte insoluvelAgua hygroscopica.

SAL

HumidadeAmido....Cinzas . ..Cellulose ..

Farinha de Carnaúba

13,6459,1815,252,821,577,54

100,00

79,2716,041,020,772,90

100,00

16,7938,78

2,5441,89

100,00Componentes do trigo, centeio e farello

de trigoTrigo14,4

13,011,5

Centeio

14,3

11,02,0

67,43,51,8

Farellode trigo

13,1

14,03,8

46,017,85,4

AguaSubstancias azo-tadas

« gordas« hydro car-

bonados 66,4Cellulose bruta.. 3,0Cinzas 1,7

O farello é mais rico em substancias gor-das e azotadas, o trigo e o centeio em sub-stancias amilaceas.

(J. Pratique)

Analyse da cinza da Nicotiana Rústica

Arêa e carbonoPhosphato de alumen eferro

Ácido silicico« cliloridrico« sulfurico« phosphorico

PotassaSodacai ...'.¦;MagnesiaÁcido carbônico, perdas.

Porcenlagem14,08

1,84 2,804,60 7,004,29 6,612,58 3,982,71 4,18

13,76 21,193,10 4,28

46,07 36,382,00 3,00

19,05 10,58100,00 100,00

Sw

'¦--'¦¦¦ -.

*.'¦.- "¦" ¦

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 209

GommaÁgua (humidade) 15,13'Amido

(C 6, H 10, 0 81,66Substancia mineral (cinza) .... 0,37Cellulose etc 2,84"lOO.OO

Sabugo de milho17,626 grms. derão:

Óleo 0045 grs.=02627„27,094 grms. derão :

Albumina 0,106%Cellulose 12,57°/0

Industria NacionaliV. 490. — Memorial descripto acompanhando um pe-

dido de certidão de melhoramento sobre a patenten. 490, concedido a Carlos Accioli de AzevedoBasto em 28 de Julho de 1887.

Consiste o melhoramento, em fazer deferro, inteiriça, a caixeta que era de bronzeem duas metades, levando, internamente,cinco buchas deste ultimo metal, dentro dasquaes trabalharão os cinco cylindros de aço,conicos nos extremos, como se vê pelafig. 8. Buchas P1, Ps, P3, P4, P5, e cylindrosa, b, c, d, e.

Esta caixeta levará, pela parte poste-rior, uma tampa aparafusada nas margensimpedindo a sahida das ditas buchas, que semauterão sempre firmes.

No espaço comprehendido entre os dou-cylindros see, levará uma escova lubrificasdora, cujo óleo occupará todo o vácuo infe-rior da caixeta e será por ella conduzida aoeixo que por seu turno levará aos cylindroscom quem está em contacto directo.

A utilidade deste melhoramento está,não só no custo que será muito inferior, comotambém a considerável durabilidade do appa-relho que neste caso tornará facilimo a subs-tituição de qualquer peça interna deterio-rada, sem sacrifício de toda a caixeta comoantes.

Resumo : os caracteres e pontos com.ti-tutivos do melhoramento consistem :

1. ° Em fazer de ferro a caixeta queera de bronze;

2." Em fazer inteiriça a mesma cai-xeta;

3. ° Em por buchas de bronze para nellastrabalhar os cylindros ;

4.' Em levar uma escova lubrificadora.Tudo como acima explicado referindo-se

as desenho annexo.Rio de Janeiro, 6 de Fevereiro de 1887.

— Como procurador, Jules Géraud.27

N. 35$. — Memorial descriptivo acompanhando vmpedido de privilegio,d»rante 15 annos,no Império

do Brazil, para «um systema completo de tracçãoelectrica e apparelhos apropriados» Invenção deEdmond Julien, engenheiro em Bruxellas.

O presente pedido de privilegio tem porobjecto um conjuncto de disposições e meios,que constituem um systema completo detransformação da energia electrica em ener-gia mecânica notavelmente no que diz res-peito á applicação da electricidade á tracçãode vehiculos de toda a espécie, de rodar, es-corregar e fluctuar.

Descreverei em primeiro logar o systemade um modo geral, ficando entendido que asdisposições indicadas podem variar em certasproporções, segundo o vehiculo a que se ap-plicão.

Descripçãodo systema. -O conjuncto dosystema, comprehende essencialmente : A,uma bateria de accumuladores, dividida emmuitas series, independentes uma da outra,ficando cada uma das mesmas series collocadaem uma gaveta movei, e ligada por dous con-ductores ao commutador de commanda ; B,um commutador especial, que serve paraactuar o vehiculo; a este commutador ligam-se, por meio de conductores isolados, cadauma das series da bateria e a machina rece-ptora ; C, uma machina dynamo ; receptoraou motor electrico de duplo circuito de exci-tação ; este motor está isolado e fixado sobreum supporte seguro nos longerões ou no cai-xilho do vehiculo por meio de carrinhos ouparafusos de chamada, de modo a permittirum certo movimento da machina no sentidoda transmissão ; o eixo do motor traz umaou duas polias lisas ou concavas; as vas-souras esfregadoras, em numero de quatro,estão dispostas de maneira que podem _ serinvertidas á vontade ; D, uma disposiçãoelectrica para mudar o sentido da marcha dovehiculo, actuada por um pequeno commu-tador collocado em um ponto qualquer dovehiculo, e operando a inversão das vassou-ras esfregadoras ; o que muda o sentido derotação da machina.

Para operar e3ta mudança de marcha,reservo-me também a faculdade de empregaruma alavanca, fazendo mover um varão queacciona os porta-vassouras. E, um eixo in-terno diário seguro nos longerões ou qualqueroutra parte do vehiculo, do mesmo modo queo supporte da machina ; traz este eixo :_ Io,uma ou duas polias lisas ou concavas, diffe-renciaes ou não, com ou sem movimento deparada ; 2o, uma ou duas rodinhas dentadas;F, uma ou muitas correias, cordas ou cabos,transmittindo o movimento de rotação domotor electrico ao eixo intermediário, e uma

8. A.

210 O AÜXILLADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

ou duas cadeias especiaes transrnittindo omovimento deste ultimo aos eixos motoi es;G, uma ou duas rodas dentadas fixas sobreos eixos motores, e immersas em um banhode azeite.

O systema comprehende mais : um registro de electricidade, o qual permitte aosagentes conductores tomar conta da despezado corrente; a illuminação dos vehiculos pelaelectricidade dos accumuladores, e a possi-bilidade de manobrar os freios pelo mesmomeio. Emfim póde-se também aquecer osvehiculos, empregando a mesma fonte deenergia. Os desenhos annexos completâoesta descripção geral.

Passo agora a descrever o funcciona-mento muito simples dos órgãos mencionadosacima : quando o commutador de commandafecha o circuito, a corrente fornecida pelosaccumuladores põem a machina em movi-mento; esta actúa o eixo intermediário detransmissão,o qual por sua vez actúa os eixosmotores: o vehiculo anda então com uma velo-cidade mais ou menos rapida,segundoa resis-tencia para vencer, e o numero de series deaccumuladores que se tiverem posto em cir-cuito por meio do commutador.

_ Para fazer parar o vehiculo, basta abriro circuito, manobrando o commutador ; paramudar o sentido da marcha, inverter as vas-souras esfregadoras, quer por meio da ala-vanca, quer por meio da disposição electrica.

Apezar de serem as disposições, queacabo de indicar, as mais simples, e ao mesmotempo, as mais econômicas, reservo-me, en-tretanto, a faculdade, quando as circumstan-cias o exigirem, de substituir, por quaesqueroutros órgãos de transmissão conhecidos,taespor exemplo, como engrenagens, polias defricção, parafusos sem fim, etc, as correias,cordas e cadeias, e de supprimir o eixo inter-mediano.

A dynamo também pôde, em certos casos,fixar-se sobre uma grade supportada pelascaixas de graxa dos eixos, ou suspender-seAs travessas do caixilho. As gavetas ou cai-xas, que contém as series de accumuladores,ficão guainecidas com peças de cobre ou ou-tro metal, bom conduetor de electricidade,as quaes estabelecem automaticamente o con-tacto com os conductores ligados aos do com-mutador, quando estas gavetas são postas emlogar; evita esta disposição uma manobrae facilita o serviço.

Os accumuladores pôde, entretanto,collocar-se em logar fixo em certos vehiculos.

Tenho dito que a machina electrica oumotor tinha um duplo circuito de excitação,e vou agora explicar esta disposição. O fio

dos electro-imans, formando o primeiro cir-cuito, está atravessado pela corrente for-necida á machina, segundo o methodo ordi-nario, e a corrente de excitação constantedeve ser sufficiente para a marcha normal;porém, neste estado, quando a machina en-contra uma resistência para vencer maisforte do que a da marcha normal, se, porexemplo, o vehiculo deve subir uma rampa,o numero de voltas da armadura diminuiriatanto mais quanto maior se tornasse o tra-balho; para remediar este inconveniente,faço então passar uma corrente excitadorano segundo circuito do fio dos electro-imans,eo acerescimento de magnetismo, que re-sulta dahi, vem restabelecer a velocidadeda armadura.

Realiza-se facilmente esta disposição,tomando directamente a corrente de ex-citação do segundo circuito sobre os aceu-muladores; póde-se realizar também obtendoesta excitação em derivação. Quando nãofôr necessário, póde-se supprimir o circuitoduplo excitador.

Commutador de commanda.— No meusystema a manobra de um vehic:ilo electricofaz-se unicamente por meio de um commu-tador de emparelhamentos múltiplos, o quetorna esta manobra muito simples e fácil,'Compõe-se este apparelho (ngs. 8, 9 e 10) :De um cylindro de ebonite ou outra matériaisoladora, atravessado por um eixo metallicoque leva a manivelle; no interior do cy-lindro eu colloco as peças de connexão A,B, C, D, E, etc, de modo que fiquem iso-ladas umas das outras; cada uma destaspeças têm tantos marcos ou bornes exte-riores quantas series existem na bateria;estes bornes, collocados sobre uma mesmalinha vertical a superfície do cylindro, sãodestinados a vir encontrar os esfregadoresfixos (f) que estão ligados aos pólos dasseries de accumuladores ; dons outros bornes(g) estão reunidos aos extremos (e) de cadalinha, e encontrão dous esfregadores fixosque estão ligados á dynamo.

Faço notar aqui que os bornes (e) jun-tão-se entre si, de differentes modos, sobrecada linha de contacto. Os esfregadorestrazem conductores que terininão todos emuma peça preparada (p), de tal sorte queestes conductores são promptamente ligadosaos dous accumuladores e do motor que ter-minão igualmente em uma peça semelhantep', basto, pois, encaixar aquellas duas peçasuma em outia para formar os circuitos.

O cylindro traz em sua base um circuloq, de aço temperado, no qual eu corto tantosentalhos mais um quantas linhas de con-tacto existem.

..ysyy^yyXX: :'-'-,:yyy>:y--y'

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 211Para fazer comprehender o mecanismo

do apparelho, supponho que a bateria deaccumuladores esteja dividida em quatroseries™, 1, 2, 3 e 4: haverá, por conse-quencia oito esfregadores f 1, f 2f 3, f 4, etc.O esfregador f 1, está ligado ao polo + +da serie 1, e o esfregador f 2 ao polo - damesma serie; da mesma maneira, os esfre-gadores f 3 e f 4 estão ligados aos pólos daserie 2 e assim por diante.

Os dous esfregadores extremos ff estãorespectivamente ligados aos bornes -f- (e)da machina.

Quando o commutador está fixado noentalho de descanço O, como indica a figura9, os esfregadores não estão em contactocom os bornes e, e o circuito fica aberto ;fazendo-se, porém, gyrar o cylindro emfrente dos esfregadores até virem estes emcontacto com os mesmos bornes, o circuitofecha-se sobre a linha de connexão A, quereúne as quatro series em quantidade; con-tinuando o movimento de rotação, o cylindrotraz a linha de connexão em contacto com osesfragadores; e o circuito fecha-se entãosobre as series 1- 2 e 3—4 associadas porduas, em quantidade, e reunidas por duas,em tensão.

No entalho seguinte C, o commutadorreúne as duas series intermediárias em quan-tidade e emparelha tres series em tensão.Concebe-se que, no 3o entalhe, as series 2 e3 não fornecem cada uma senão a metade dacorrente pedida as duas outras ; afim de quea quantidade de electricidade fique sendofinalmente, a mesma em todas as series, eudisponho no circulo q do cylindro um ultimoentalho correspondente a uma ultima linha deconnexão. E, que ajuuta no ponto de descançoos pólos semelhantes de todas as series, detal sorte qne o equilíbrio se restabelece emtodos os elementos. Esta ultima linha decontacto não traz os bornes (g), correspon-dentes com os esfregadores, ligados á ma-china. Por meio deste commutador de empa-relhamentos múltiplos, obtenho á vontadevariações de força electro-motora, e, porconseguinte, variações proporcionaes de velo-cidade de marcha; obtenho ainda este resul-tado pratico que todos os elementos trabalhãoao mesmo tempo, e a despeza de electrici-dade fica equilibrada nelles, o qne permittede to -nar a carregar uniformemente as bate-rias.

Esta condição é de tão grande impor-tancia na pratica, que se deveria depressarenurciar no emprego dos accumuladorespara a tracção, se não fosse possível reali-zal-a. As figs. 8, 9 e 10 mostrão os detalhesdo commutador ; Vê-se pela fig. 8 çne é nm*

vista de frente, e pela fig. 9, a qual é umavista de lado, que o cylindro está seguro porsupportes em uma peça de madeira, e semove, por meio de uma manivella, contra osesfregadores que estão fixos sobre esta peça ;A fig. 10 representa um corte transversaldo cylindro e o desenvolvimento dos planosinteriores e exteriores deste apparelho ; aspartes riscadas das peças de connexão sãovistas na superfície em que constituem osmarcos ou bornes (e) e (g). Quando o cylindrogyra em frente dos esfregadores, e estesdeixão uma linha de contacto, produzem-sefaíscas de ruptura que tendem a deteriorar ocorpo do cylindro e as peças esfregadoras ;para obviar este inconveniente, tenho dis-posto uma alavanca pequena, o excêntricoR, que corta automaticamente o circuito damachina em zz, antes de deixarem os esfre-gadores a linha de contacto e o restabeleceno momento preciso : a faisca de rupturaproduz-se então nas peças z, as quaes podemser substituídas facilmente e cora poucadespeza. O movimento automático destaalavanca R obtem-se por entalhos cortadosno circulo que fórma a base do cylindro, efaço observar que estes entalhos servem aomesmo tempo de guias para quem manobrao apparelho. Posso também attentiar afaisca de ruptura por meio de resistênciasque a alavanca introduziria, automática-mente, no circuito. O commutador, acimadescripto, tem ainda por effeito supprimiras bobines de resist-meia artificial, que sãoindispensáveis nos outros systemas, e cujoemprego se traduz por despeza e inconve-nientes.

Cadeia de transmissão. — Concebe-sequanto é indispensável, empregar comomeio de transmissão, cadeias que não se es-tendem, e de deterioração muito lenta.Ainda que qualquer systema de cadeia, quepreencha estas condições possa-se empregar,prefiro servir-me de uma cadeia especial.

As cadeias Gall e Vaucanson, que sãoas mais usadas, tem o defeito grave de seestender muito rapidamente, em conse-quencia da deterioração que se produz naspartes esfregadoras que têm extensão muitopequena; remédio este inconveniente peladisposição representada na fig. 11.

Os anneis da cadeia representada sãode uma só peça e reunidos por meio de umpino (a) fixado em uma das partes; destemodo, o fuso (b) gyra com fricção doce sobreo pino; esta apresenta uma grande super-ficie, e impede assim a deterioração rápida eas incisões que têm logar cora as outras ca-deias conhecidas; no demais, trabalhãoestes drg&us em nm banho de a^etoe, e, com

212 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

o fim de facilitar a lubrificação do pino,pratico uma abertura no fuso.

Mudança de marcha. — Tenho já ditoque obtinha a mudança do sentido da marchapor uma alavanca ou por uma disposiçãoelectrica. As figs. 1 e 2 fazem facilmentecomprehender o primeiro meio; por issodescreverei o segundo somente, o qual ficarepresentado na fig. 12, por uma vista defrente. Seja A, a secção de um collector ;B, os porta-vassouras, oscillantes sobre eixosfixados no supporte da machina; C e C. asvassouras. Os dous porta-vassouras B ficãosolidários por uma hastea E, a qual estáisolada nos pontos de contacto.

Um destes porta-vassouras está guar-necido com um braço de bronze F, que trazuma peça de ferro doce G, solicitada alter-nativamente por dous electro-imans H e H'.Por meio de um commutador pequeno, col-locado em um ponto qualquer do vehiculo,envio uma corrente tomada sobre a bateriade accumuladores, em um ou no outro doselectro-imans. Comprehende-se o que sepassa então: a acção magnética produzidapela corrente no electro-iman H, por exem-pio, attrahe o braço F, e faz oscillar os porta-vassouras sobre seu eixo, até que as vas-souras C toquem o collector em que se man-tém ; o vehiculo andará então no sentido dafrecha marcada avante, assim como indica afigura. Para obter a marcha para trás, aacção da corrente produz-se sobre o electro-imanH', e tem logar o movimento inverso.

_ Afim de manter as vassouras em umaposição dada, em C, por exemplo, faço usode uma peça I, fixada livremente na hasteaF, sobre um eixo H, e que, seguindo o mo-vimento deste braço, vem cahir por seu pesoem frente do cunho O, onde se mantém;quando para mudar a posição C das vas-souras, faço passar uma corrente no carreteiH , este attrahe a peça I, que se acha desiin-pedida, e a peça I' opera então contra ocunho o' mantendo as vassouras C em con-tacto com o collector. Estando o commutadorno ponto neutro, nenhuma acção fica produzida, e as vassouras não tocão o collector.Os electro-imans e os cunhos estão fixados nosupporte da machina.

Tendo assim descripto o meu systemade um modo geral, vou indicar exemplos dassuas applicações aos carros automotores, k<locomotiva* de tramways e estradas de ferree á navegação.

; compõe de uma caixa suspensa sobre douseixos, e cujos bancos são lone-itudinaes,como indicão os cortes e plantas das figs. 1,2 e 3. Vou principalmente considerar o casode applicação de meu. systema de tracçãoelectrica a um dos carros, actualmente emserviço por tracção animal; é de grandeimportância este caso, porque demonstra apossibilidade de transformar com pouca des-peza, o material rodante considerável, empre-gado no serviço dos tramways. Para rea-lizar esta transformação, deve-se, sendopreciso (o queé o caso mais geral), levantara caixa do carro de alguns centímetros, afimde que as rodas não penetrem mais no soalhodo mesmo ; a caixa, assim levantada, fixa-sedepois sobre um caixilho formado por longe-rões de ferro e madeira, com travessas,como o representão as figs. 1, 2 e 2 ; a parteexterior dos caixilhos, que fechão o espaçoque se tornou livre por baixo dos bancos,faz-se inovei como uma portinhola, e dis-ponho assim de uma espécie de caixa emque colloco os accumuladores ou reservato-rios da energia electrica; os accumuladores,sendo dispostos por series em gavetas mo-veis, podem, em conseqüência, ser mudadosá vontade, e rapidamente quando está esgo-tada a energia electrica.

As figs. 1, 2 e 3, mostrão estas disposi-ções e a dos órgãos do movimento para o casole transmissão por cordas e cadeias. A, são

-fi— Carro automotor ei vtricoTomarei como exemplo o typo mai-

commummente empregado actualniente noserviço dos tramways,. isto ê, o carro que se

os accumuladores divididos em quatro seriesindependentes, com os conduetores que ligãocada serie ao commutador ; B, os commuta-dores de commanda collocados sobre cadaplataftrma sob a mão do conduetor, com asalavancas de mudança de marcha D ; a dis-posição electrica, para operar esta mudançanão está figurada aqui, por ficar represen-t ido na fig. 12 ; C, é o motor electrico seguronas peças longitudinaes ou longerões por umsupporte movei; elle pôde igualmente segu-rar-se na caixa e se suspender nas travessas.E, é um eixo intermediário com polia e rodi-nha dentada ; este eixo está seguro nos lon-gerues, podendo tambem segurar-se nas tra-vessas por uma grade. G, é o eixo motor comuma roda dentada ; F e F', são as cordase uma cadeia de transmissão : o registro nãoestá indicado ; colloca-se em um ponto con-venieiite no circuito.

Afim de que as fricções da cadeia sobrea roda dentada sejão tão fracas quanto pos-dvel, immerjo as partes em contacto em urabanho de azeite, servindo-me para este-ffeito de ura reservatório H, que envolveaquellas jc.as, e que disponho de maneiraA servir tambem de expellidor de corposestranhos, para proteger os mesmos órgãos.

k

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 213

Quando fica necessária uma grandeadherencia, emparelhão-se os eixos por meiode cadeias, cordas, ou qualquer outro pro-cesso ; póde-se tambem actuar cada eixo dasrodas pelo eixo intermediário. O freio nãoestá representado ; emprego o freio ordinário,ou o freio electrico, ou o freio de cordas,indifferentemente, sendo entretanto, prefe-rivel o ultimo. O carro anda nos dous sen-tidos á vontade do conduetor; está illu-minado pela electricidade por meio de duaslâmpadas de incandescencia que não estãorepresentadas.

II. — Locomotiva electricaPara applicar meu systema a uma lo-

comotiva electrica, teuho a possibilidade decollocar as baterias de accumuladores comose desejar; e aproveito esta particularidadepara dar á minha locomotiva uma disposiçãoespecial, que difere essencialmente da dostypos conhecidos nas estradas de ferro.Minha locomotiva compõe-se principalmente,como mostrão as figs. 4 e 5 em cortes longi-tudinal e transversal, e a fig. 6 em planosvistos em differentes alturas: (A), de umcaixilho de ferro formando longerão, comduas plataformas, e tudo suspenso sobre oseixos e trazendo o motor electrico e os or-gãos de transmissão ; (B), de uma caixa fixaou rodante, com caixilhos que se abrem ounão, collocada sobre o caixilho principal, econtendo os accumuladores divididos emseries ; esta caixa traz um banco duplo, afimde poder-se utilisar o próprio rebocadorpara o transporte de um certo numero depassageiros, ou pa-a outros usos. Quando osaccumuladores ficão esgotados, muda-se acaixa, no caso de ser movei, ou renovão-seos accumuladores, se a caixa fôr fixa e delados que se abrem, como no carro automotor;(C), dos órgãos electricos e de transmissão,assim como dos diversos apparelhos actua-dores, que são semelhantes aquelles des-criptos acima para o carro automotor, comesta differença qne o eixo motor é, comoexemplo, actuado por duas cadeias.

As figuras representão uma locomotivade dous eixos; o mesmo typo, porém, pôdeter tres eixos ou mais ; neste caso, dous doseixos são actuados pelas transmissões, etodos podem ser emparelhados. A locomotivaelectrica, como o carro automator, anda ávontade nos dous sentidos, e fica illuminadapor discos, por meio da electricidade do re-servatorio; o freio não está representado.

i nos tramways e estradas de ferro, afim deJIL—Outros vehiculos | servir para a tracção electrica, como ficou

Concebe-se que o systema se pôde ap- i descripto e está representado nas figs. 1,2plicar com facilidade a quaesquer outros e 3 dos desenhos annexos.

vehiculos, taes como os que servem paratransporte sobre estradas, calçadas, aos tri-cyclos, etc.

Em cada caso, os detalhes varião neces-sariamente com a fórma do vehiculo, porémo conjuneto do systema fica o mesmo.

IV.—Navios e barcasPara applicar o systema á navegação,

empregão-se ainda as disj^sições geraes les-criptas acima, quando se trata de navios derodas; tractando-se, porém, de navios dehelice, a machina electrica poderá, em mui-tos casos, actuar directamente o eixo da he-lice. Para as barcas de pequenas dimensões,colloco os accumuladores contra os costados,por baixo dos bancos longitudinaes, comoindica a fig. 7. E' para notar que o peso dabateria é útil e serve de lastro.

Em resumo: tendo assim descrip o omeu systema, e fornecido exemplos de t. nasapplicações, reivindico como pontos e cara-cteres constitutivos :

1." O systema completo, descripto aci-ma, de tracção electrica, por meio dos aceu-muladores, applicavel aos vehiculos de qual-quer natureza, e compreliendendo essencial-mente : uma bateria de accuniukdoiesdivididos em series independentes; um com-mutador de emparelhamentos múltiplos ;uma dynamoreceptora simples ou de duplocircuito de excitação ; um registro de electricidade; uma disposição de mudança demarcha e as transmissões necessárias; e aomesmo tempo, e pelo meio da mesma fontede electricidade, a illuminação e o aqueci-mento dos vehiculos, assim como a manobrados freios.

2.° A combinação das baterias secun-darias em series independentes, e de umcommutador de commanda com uma machinaou motor electrico, e os órgãos de trans-missão de escriptos, para a tracção doscarros ou locomotivas em tramways, estra-das de ferro, estradas ordinárias, etc. ;assim como para a dos navios ou barcas.

3.° As disposições e meios mecânicos,descriptos acima, representados nos dé-senhos annexos, ou quaesquer outras dispo-sições análogas, para transmissão do movi-mento ás rodas motoras dos vehiculos, e aoseixos motores dos navios ou barcas.

4.° Os meios e disposições para utilizaromateiial rodante actualmente empregado

214 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

5." Um carro automotor electrico con-struido segundo as disposições descriptas erepresentadas nos desenhos, figs. 1, 2 e 3,podendo estas disposições variar conforme odestino e a fôrma do carro.

_ 6.° Uma locomotiva electrica estabcle-cida segundo as plantas das figs. 4, 5 e 6, eas descripções do presente pedido de privi-legio, com caixa levando viajantes e permit-tindo renovar facilmente os accumuladores.7.° Uma barca ou navio electrico, cujoeixo motor está actuando por um dynamo oumotor electrico, em combinação com accumu-ladores e outros órgãos essenciaes, descriptosno presente pedido.

_ 8.° Em um vehiculo electrico, a dis-posição dos accumuladores, collocados porbaixo dos bancos, por series independentescollocadas em gavetas moveis de contactosautomatidos.

9." Em um vehiculo electrico, umamachina dynamo ou motor de duplo cir-cuito de excitação, para realizar o fimdescripto.10. Em um vehiculo electrico, a illu-minação, o aquecimento e a manobra dosfreios por meio da fonte que alimenta omotor.11. Um commutador de commanda deemparelhamentos múltiplos, permittindo re-

guiar á vontade a marcha dos vehiculos sememprego de resistências artiliciaes, quandose faz uso de muitas fontes electricas, quese devem combinar entre si de differentesmaneiras ; sendo as disposições deste appa-relho descriptas e representadas no pre-sente pedido de privilegio. (Fiffs 8 9e 10). '12. A disposição mecânica indicada nosdesenhos, figs. 1 e 2, e que permitte mudaro sentido da marcha de um vehiculo electrico

por meio de uma alavanca collocada sob amão do conductor.13. A disposição electrica descripta erepresentada no desenho 12 para mudar ávontade o sentido da marcha de um ve-hiculo.14. Um systema de cadeia de transmis-são, com anneis de uma só peça, supprimindoos inconvenientes das cadeias Gall e Vau-canson, como ficou descripto acima e estárepresentado na fig. 11.15. A disposição descripta e represen-tada para lubrificar os órgãos de trammis-sao, protegendo-os, ao mesmo tempo, contrao choque dos corpos estranhos.16. A combinação dos diversos meiosacima descriptos, das diversas applicaçõesda electricidade aos vehiculos de toda a na-tu reza. i

17.0 emprego dos apparelhos e meios,acima descriptos, quer juntos,quer separada-mente, para as applicações geraes da electri-cidade e notavelmente para a transmissãoda força.

18. Quando emprego o parafuso sem fimcomo órgão de transmissão, e para o casoparticular em que os eixos devem ser empa-relhados, colloco então um motor único entreestes dous eixos, e disponho o eixo deste mo-tor de tal maneira que as duas extremidadesdo mesmo sejão dous parafusos, que actuãodirectamente sobre rodas dentadas fixadassobre os eixos das rodas.

Rio de Janeiro, 4 de Maio de 1886.—Como procurador, Jit.es Géraud.

Dados estatísticosO assucar nos Estados-Unidos

Em 1886 fôrão importados nos Estados-Unidos 1,149,684 toneladas de assucar con-tra 1,082,929 toneladas em 1885 e 1,032,871toneladas em 1884.

Quasi metade da importação procedeude Cuba 643,288 toneladas em 1886, 505,129em 1885 e 456,085 em 1884.O México forneceu 218 toneladas em1886, 167 em 1885 e 98 em 1884.Depois de Cuba, os principaes paizesque remettêrão assucar para os Estados-

Unidos fôrão as Ilhas Filippinas e o Brazil,figurando este pelo modo seguinte:.A™°s Toneladas1888 ¦• 91,2431885 126,7121884 142,348

Nas Ilhas Filippinas figurão por estemodo :!__°s Toneladas88° 140,033!88° 107,9451884 85,248

SericiculturaExistem presentemente (1887 ), emFrança, 135,000 creadores de bichos de seda,e destes 100,000 pelo menos ainda educão obombyx pelo methodo antigo ; não sabendo

que em vez de 20 a 30 kilogrammas de casu-los por onça, póde-se colher de 60 a 60 comalguns cuidados, porém sem maior despeza.Ha 15 annos, a França produz annual-mente a média de 600,000 kilogrammas deseda grega; entretanto, para as fabricas deLyon, Saint Etienne, Pariz, Tonrs, etc,recolhe-se muita seda da Itália, do Le-vante, etc.

'¦¦¦' ¦•:

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 215

LãDesde o principio deste século tem qua-druplicado a producção da lã.Em 1,800 apenas se obtinhão 2,000,000

de kilogrammas de lã, em 1880 a estatísticademonstrou que a producção da lã attingia a8,000,000 de kilogrammas, formando a Aus-tralia quasi a quarta parte da cifra indi-cada.

MERCADO DB CAFÉEntrarão durante o mez Saccas

Pela estrada de ferro 1). Pedro II 277 lulPor cabotagem 86^068Uo interior 45,963

BibliographiaRecebemos e agradecemos:Revista de Engenharia ns. 162 e 193.O Trabalho ns. 290, 291, 292, e 293.Corriere ítalo-Americano n. 64.The Rio Naw's ns. 25, 26 e 27.O Pombense ns. 22, 23, 24 e 25.Monitor Sul-Mineiro ns. 921, 922 e 923.Boletim da í. Ifandega do Rio de Janeiro

ns. 17 e 18.Revista dosConstructores, íllustrada, n. 6.Boletim do Departamento Nacional de

Agricultura de Buenos-Ayres, ns. 15 el6.Correio Official de Goyaz, ns. 36, 37 e

38.OPublicador Goyano ns. 180,181 e 183.La Industrie Harinera ns. 121 e 122.Associassão Rural dei Urnguay n. 16.União Ibero-Americana n. 38.Revista Mensal do Club de Engenharia

n. 7. ^Memórias da Sociedad Scientifica-An-

tonio Algaten. 12, vol. Io.Scientijie-Americana ns. 6, 7, 8 e 9.Anales dei Instituto Agronômico Vete-

rinario de Buenos-Ayres, n. 3, vol. 3°.O Sul do Brazil n. 2 do 2° anno.

Total 409,138Vendêrão-se furaute o mez Saccas

Para os Kstados Unidos 23«,6fc2a Europa 117,9í-G

» o C bo da Bôa E peranja 22,901> diversos portos 14,426

Total 393,806Despacharão-Be durante o mez Saccas.

Para os Estados-Unidos 245,005» o Canal e Norte da Europa 65,806

o Mediterrâneo 46,082» diversos portos 221,530

TotalSahirão durante o mez.

Stoek.,

.... 578,423447,880 saccas

Sacc. s.220,722

VALORESCafé lavado máximo 5*450

» superior ) „ . ,. l*bôa \ Nominal.

1* regular 64240¦ 1* ordinária 5^040

2'bôa 4*710» 2* or inaria 4*480

por peso de 10 kios.

MERCAnO DE CARNE SECCAExistenc:a no dia 30:

Rio-Grande do Sul 160,0' 0 kilos.Rio da Prata 2,'J05,000 .

Total 3,065,01,0 .A carne do Rio Grande attingio o preço de

240 rs. por kilo e a do Rio da Pr.ta 330.

Rendas Fiscaes e Revista dos Mercados

ALFÂNDEGAImportação 3.591:911*661ExportaçãoDespacha marítimoExtraordinária....

789.938*97019:462*8422:709.8890

Depósitos.4.094:013*169

27:421*866

GENEHOS TRAZIDOS AO MERCADO PELA ESTRADADE FERRO D. PEDRO II

Aguardente 224 pipas.Algodão 105,717 kilos.Assucar 458,779 .C-ifé 16.626,110 ,Carvão vegetal 1.098,759 .Couros salgados e seccosFeijão...Fumo...MadeirasMilho...Polvilho.Queijos..Tapioea.,ToucinhoDiversos.

428,71262,844

420,67a1,520

83,50915,10357,827

7,545293,349

1,439,526

5 % addicionaes.4.421:435*035

179:774^207

Total 4.601:209*212

Recebedoria....Mesa Provincial.

550:238*729219:875*132

OENEROS VINDOS AO MERCADO PELA ESTRADADE FERRO LEOPOLDINA

Aguardente 15,100 litros.Anaucar 74,700 kilos.Café 2.192,243 »Farinha de mandioca,Feijâ>...Fubá.Madeiras

j MilhoI Diversos

187,59440,107 .6,095 •

(-0,683 .111,115 .123,983 i

216 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

GÊNEROS LEVADOS AO MERCADO PORCABOTAGEM

Abaeax-s 1,500 unidades.Agua florida 200 volumes.Aguardente 1,418 pipas.98 barris.

* 31 caixas.* 55 gairafôes.Algodão em fio 72 volumes.

» em rama 328,833 kilos.* 6 sacos.¦ tecido 39 volumes.

Alpiste 15 .Amendoin 136 sacos.Anil 17 volumes.Arreios 7 ,Arroz 6,795 sacos.Assucar 65,720 .Aieite de amendoim 28 volumes.

> de baleia 146 •Baeta 29 .Bag 43 sucos.Banha 281,953 ki.os.B 'rbatanas 3 volumes.Batatas 100 .Bettas 963 peças.Biscoutos 7 volumes.Cacau 78 .Cambará 256 ¦Cangica 182 sacos.C ,n amaro 46 volumes.Carne salgada 310 .Cera 16 »

de carnaúba 17 «Cerveja 12 «Chapéos de feltro 9 >

» de palha 43 •de > carnaúba. 110 •

Charutos 1.075,800 unidades.Cocos 70,500

337 sacos.Cnlla. 40 volumes.Conservas 36 .Couros preparados 35 >

» seccos 229 unidades.Doces 47 volumes.Ervilhis 10 sacos.Esteiras 22 volumes.Estopa 101 ,Farello 100 .Farinha 29,264 sacos.Favas 4,480 .Fazendas 21 volumes.Feijão 14,731 sacos.Fumo 7,836 kilos.

» em Folha 118,077 .Garras 67 volumes.Gewlin 150 .Gomma 483 .Goiabada 24 .Graxa 100,066 kilos.Jacarandi 601 ds. de couç.L' 266 volumes.Lenha ;. 64,000 achas.Línguas 80 volumes.LiugiiiçHs 35 ,Madeiras 3,15!) ds. taboas.

• 6 i/í d», dorinents.' 237 peças.

„ * 4,264 ds. de ripas.

Manteiga 3,668 kilos.Marmelada 11 volumes«ate 722Me» 25pipaa.

Mel de fumo 27 pipas.Milho 7,860 sacos.Mostarda 13 volumes.(lleo de banha 24 »Ovos 231 »Paina 182Palha 60Paln.itos 60 unidades.Panno 50 volumes.Peixe 531 »Piassaba 560 ¦Pnaya 24 »Polvilho 859 sacos.Redes 6 volumes.Eicino 62 ¦Sabão 416 >Sibonetes 141 >Sal 2.343,419 litros.Salsa 14 volumes.Seb 47,823 kilos.Sola '. 12,^32 meios.Tapioca 579 volumes.Tecidos 211 »Toucinho 28,500 kilns.Tu» um 10 volumes.Vassouras 27 dúzias.Vinho 37 barris.

« de laranja 6 volumes.

MERCADO MONETÁRIO

MetaesSoberanos 9*240

FUNDOS PÚBLICOSApólices de 6 7„ 9701000Empréstimo Nacional de 1868 1:1104000

LETRAS HYPOTHECARIASBanco de Credito Eeal do Brazil... 74 "j

» .. 87 „l°Predial 66 "/„

ACÇÕESBanco Auxiliar 202*000

» do Brazil 268*000• i "/« 26540 '0

¦ Commercial 2504000• deS. Paulo 801000

» Commercio 2314000' 4 serie 120*000

» Credito Eeal de S. Paulo 61*000

Industrial 1804000» Internacional 2744000

com 20 7, 70*000» Rural 2864000Mercantil de Santos 236*000

Industrial de Minas 130*000» Popular 21*0(0

Unia" <'e Credito 20 .000. Del Credere 2054000

CÂMBIOSSobre Londres 26 5/8

F.'riz ;;; 357 franco.Hamburgo 442 marco.«alia 359 lira.» Portugal 208 °l

' Nova-York .'.'.'.' 1*880 dollar.

\

Typographia Laemmert & C—Inválidos, 71.

*-, '¦;'¦¦¦•'¦¦¦¦¦::¦¦ «

' •

, < «7A-'fl flA ¦¦'¦:

SOCIEDADE

AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONAL

N. iO.-OUTUBRO DE 1888PARTE OFFICIAL

Sessão do Conselho Administrativo em1 de Outubro de 1SSSPRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRO

DR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. membros do conselho *conselheiro Dr. Nicoláo J. Moreira, Drs.Nascentes Pinto, Souza Lima, Pessoa deBarros, commendadores Botelho, Teixeirade Azevedo e Henrique Nascentes, capitãoCamillo de Lellis, Pinto Serqueira, Bernar-dino de Barcellos e Motta Teixeira e os Srs.sócios effectivos: Arthur Teixeira de Aze-vedo e Nicoláo Júnior, o Sr. presidente de-clarou aberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente, effe-ctuada em 15 de Setembro de 1888.

EXPEDIENTEFôrão recebidos com agrado e enviadas

á Bibliotheca as seguintes publicações:A Immigração Boletim n. 47 ;Monitor Sul Mineiro, de 16 e 23 de Se-

tembro ;Gazeta da Bahia, de 6 a 26 do mesmo

mez.Leu-se um efficio da secretaria do go-verno da provincia do Rio Grande do Sul,

do Io de Setembro do corrente anuo, trans-mittindo de ordem da vice-presidência umexemplar do Relatório com que o Dr. Ro-drigo de Azambuja Villanova, 2° vice-presi-dente, passou a administração da provinciaao Dr. Joaquim Jacintho de Mendonça em27 de Outubro do anno próximo findo, e dafalia por este dirigida á assembléa provin-ciai, por occasião da installação da Ia sessãoda 23a legislatura no dia Io de Novembro

28

seguinte; bem como um exemplar do relato-no apresentado pelo referido Dr. Mendonçaao seu suecessor em 27 de Janeiro ultimo.

Recebido com agrado e enviados osexemplares á bibliotheca.

ORDEM DO DIAPosto em discussão o parecer da com-

missão especial sobre os officios de 1 e 14de Agosto do corrente anno da Directoriado Centro Agrícola Industrial de Pelotas, epapeis relativos, ficou adiada essa discussãoa pedido do secretario da commissão, por nãose achar presente o respectivo presidente.

O Exm. Sr. conselheiro presidente deuconta ao conselho dos trabalhos da commissãoCentral Brazileira para a exposição Uni-versai de Pariz, em 1889 ; fazendo vêr a in-sistencia dos expositores de algumas provin-cias em quererem remetter seus productosdirectamente á Pariz, ao que a commissãoCentral não se pôde oppôr ; não se respon-sabilisando, porém, por qualquer accidenteque se possa dar na remessa e regresso dosmesmos productos. Declarou mais que acommissão Central modificou as instrueçõespara a exposição preparatória na parte rela-tiva á concessão de prêmios, resolvendo queos membros da commissão Consultiva decada grupo, no acto da escolha dos productosdiferenciem o gráo de perfeição delles, pre-miando os com qualquer dos prêmios seguiu-tes : diploma de honra, diploma de mérito ediploma de progresso.

Nada mais havendo a tratar, o mesmoSr. presidente encerrou a sessão.

Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, em 1 de Outubrode 1888.—Dr. Nicoláo Joaquim Moreira.—José Pinto Serqueira secretario adjunto.—Augusto Alvares de Azevedo, adjunto.

S. A.

218_0AUXILIAD0R DA INDUSTRIA NACIONAL

Instituto Histórico Geographico e Ethnographico Erazileiro de 21 de Outubro de 1888

A Sociedade Auxiliadora, da IndustriaJNacional nao poude deixar de regosijar-se,assistindo á solemnisação do Jubilêo do quin-quagenano de um de seus mais dilectostíllios, o Instituto Histórico Geographico eEthnographico Brazileiro, e como as gloriasdos filhos, em parte, revertem aos pais, aSociedade Auxiliadora da Industria Nacionalcontinuará a fazer votos para que o InstitutoHistórico, de mais em mais, se avantage nasublime missão a que tão ardentemente se temdedicado e chegue ao centenário de sua fun-dação coroado de virentes louros por haverpatenteado ao mundo civilisado as riquezasde nossa historia pátria.

O Auxiliador da Industria Nacionalcommettena um acto passível de censura senao pedi sse venia para abrilhantar as suaspaginas com a trauscripção do eloqüentediscurso do Exm. presidente e o relatório doExm.Sr. 1" secretario do Instituto Histórico,pronunciados no solemne acto do Jubilêo, etanto mais quanto nessas sublimes peçasoratórias dignarão-se seus autores expargiralguns conceitos, relembrando os serviçosda Sociedade Auxiliadora da Industria Na-cional e o elevado mérito de seus antigosassociados.

Em nome da Sociedade o redactor doAuxiliador e presidente da sociedade agra-decem a SS. EEx. oferecendo ao mesmotempo, por sua parte, os protestos do maisprofundo reconhecimento.

Discurso de abertura da sessão do Ju-bileo pelo presidente o Sr. commendadorJoaquim Norberto de Souza Silva.

Senhores !-0 grito de-Terra! soltadode bordo das náos de Pedro Alvares Cabralá vista do Monte Pascoal, illuminado pelosúltimos raios do sol que se escondia no occi-dente, não encheu de mais alegria e enthu-siasmo as suas intrépidas tripolações do queo marco quinquagenario que se nos deparana estrada que percorremos.Suspendamos a marcha e deseancemos

para levarmos retrospectivamente os olhospela senda aberta aos nossos estudos, não sósemeada de flores, como as mais das vezesarrepiada de contrariedades e desgostos.

Houve tempo que o incompleto e qiiasinullo conhecimento de nossa historia eramero privilegio dos curiosos de nossas cousas.Us próprios sábios a ignoravão ou a sabiãosem discriminaria dos erros com que a sobre-carregarão e das lendas e superstições em

que a envolverão os nossos historiadores—nacionaes ou estrangeiros.

A prehistoria, que tanta tenção merecepresentemente dos americanistas, era des-conhecida ; e por demais desprezado o inte-ressalte estu :1o da ethnographia para o co-nhecimento dessas raças authotonicas ouemigrantes que ao tempo da conquista po-voavão magníficas florestas, pois não figuranas obras de nossos autores que, como RochaPita, esquecerão que muitas tribus fôrãonossas alliadas, combaterão por nós e fundi-rão-se afinal em nossas populações.

Poucos erão os subsídios que possuímospara as indagações da historia e para o co-nhecimento de tão extenso território.

Os livros que se imprimirão durantetres séculos nas officinas de além mar e queversão sobre as guerras que sustentamoscom os aventureiros de varias nações, osquaes nos disputarão a integridade de ta-manha herança—sobre os combates que tra-vamos com os índios que pelejarão pela suaautonomia — sobre as descobertas das minasde ouro, de esmeraldas e diamantes—sobrea invasão de todo o paiz pelos bandeirantes—sobre as missões dos jesuítas e suas lutascom os colonos a prol da liberdade dos in-digcnas, erão quasi todos devidos á pennade escriptores portuguezes e nacionaes queadoptárão o custoso in folio ou então publi-cados em línguas estrangeiras que não es-tavão ao alcance da coraprehensão de todos,e geralmente de difficil acquisição.

Os numerosos escriptos que jazião pri-vados da luz da imprensa, sobretudo os ro-teiros, cuja publicação era prohibida notempo colonial, estavão em mãos avaras,extingui ;o-se no podas bibliothecas de nossasconventos, achavão-se recolhidos aos archivosde nossas repartições em sacos cozidos elacrados. Não poucos e importantes docu-mentos pertencião aos governos de Portugal,de Hespanha, da Hollanda e de Roma quenão permittião facilmente o seu exame.

_ A conveniência da divulgação dessesvaliosos subsídios era geralmente conhecidae desejada. A infância, que deve ser incitadaao amor da pátria e da gloria, que tantoennobrecem o homem, começara a lêr nasescolas primarias a historia nacional no re-sumo que o governo da minoridade recom-mendára ás câmaras municipaes,- e o enthu-siasmo pelas nossas cousas foi pouco e poucodespontando em todos os corações. A historianacional estava ao menos divulgada.

Possuíamos um começo brilhante de lit-teratura e nós mesmos o ignorávamos, e foipreciso que Ferdinand Denis o annunciasseá Europa. Ao riso da incredulidade da

L

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACÍONAL 219França responderão Eugênio de Monglave eoutros com as traducções dos poemas verda-deiramente americanos de Basilio da Gamae de Sailta Rita Durão, e quando mais tardeo conego Januário da Cunha Barbosa publi-con o Parnaso Brazileiro, grande foi a ad-miração ante tantos e tão insignes cultoresdas niusas, e o distinto litterato portuguezFreire de Carvalho disse—O Brazil possuemais de quarenta poetas dignos de seremlidos.

A corte portugueza transportada paraas nossas plagas enchera-se de assombrovendo uma phalange de pregadores, reis daoratória, dominando o púlpito brazileiro,emquanto que José Maurício regia com asua modesta batuta uma orchestra esplen-dida que executava as suas composiçõesgeniae.s, ouvidas respeitosamente por MarcosPortugal, Newcom e outros.

O theatro nacional, nascido nos adrosdas igrejas quando doniinavão os jesuítas eque depois mereceu a protecção do Marquezde Lavradio, que o chamou para o seu pa-lacio, apresentava as producções de nossosautores dramáticos e até as operas cômicasde Antônio José tiverão tanta voga no paiz,que erão representadas em cumprimento deverbas testamentarias.

Não era o talento brazileiro um fogofattto. Elle brilhava nas lettras, nas artes esciencias.

O que, pois, cumpria fazer para aprovei-tar as disposições de um povo dotato de tantotalento e ávido da çloria dos triumphos lit-terarios? Era infíleira-lo em torno da ban-deira da pátria e conduzi-lo ao pantheon daslettras e das sciencias.

Começar pela historia e geographia dopaiz pareceu o mais acertado passo, reconhe-cido e elogiado pelos estrangeiros, e os ve-lhos, nos quaes boje mal se confia, collocarão-se á frente da juvende, de que fiz parte.

Assim tornou-se uma realidade a funda-ção do Instituto Histórico, graças ao pátrio-tismo de dous illustres varões que não con-tárão com as difficuldades inherentes ao tiro-cilito das associações e as nações dadas aostrabalhos da intelligencia applaudirão comacuroçoamento a nascente instituição. Abrio-se para logo através dos mares a correspon-dencia littçraria e scientifíca e, pois, fornosnós o primeiro povo da America do Sul queestabelecemos as permutações bibliogra-phicas internacionaes.

Lutarão os fundadores eiu seus dez pri-meiros annos com precária existência. Sur-girão de todos os lábios obstáculos que seriãoinvencíveis a não ser a grande, a generosaprotecção que encontrarão uu Imperador,

que entre nós assaz tem protegido as lettrase as sciencias, como não ha exemplo entremuitos povos.

Desde então tem prosperado o InstitutoHistórico. Com a sua protecção, com o seuacolhimento, com o seu exemplo ganhou alítteratura que teve um famoso periodo, noqual fulgurárão notáveis talentos, cujosnomes não esquece a pátria.

E hoje se completão 50 annos de suaexistência — e hoje o seu jubileu é a provamais cabal da constância da nossa actividadeuo trabalho emprehendido por nosses prede-cessores e continuado por nós com os me-lhores resultados para a pátria, embora onegue a inveja que nos desconsidera pelaconsideração que merecemos,

Ahi estão esses bustos que representãoos seus fundadores, que recordão os obreirosdesapparecidos da vida durante a nossa mar-cha e que tanto investigarão o passado, escla-recendo numerosas duvidas, e que á luz daphilosophia da historia restituirão ao povoas lendas com que a phantasia de nossos Íris-toriadores havia amenisado as suas paginas,convertendo a hermenêutica dos factos empura poesia popular.

Ahi está a nossa Revista Trimensal,valioso repositório de documentos perteu-centes a todos os ramos de nossos estudos, aqual não deixa descontente a quem a cou-.sulta, e que hoje figura nas bibliothecas daAmerica e da Europa, que lhe dão a devidaimportância.

O periodo que acaba de percorrer oInstituto Histórico e que festejamos uo diade hoje, á mesma hora de sua inauguração,foi verdadeiramente interessante por todasas faces por que seja examinado. Útil, con-sciencioso e constante em suas lides, acom-panhou a par e passo o presente reinado,cuja narativa patenteia paginas dignas dasepopéas da historia, a que assistem ou tomãoparte não menos de duas gerações.

Aos futuros historiadores cumpre, maisdo que a nós, burila-la em lettras de ouro, epraza a Deus que as novas gerações conti-nuem animadas e fervorosas na missão nãoinglória que lhes legamos. Tenhão ellas amesma dedicação, o mesmo desinteresse comque até aqui havemos dado provas evidentesde nosso patriotismo. E a ser possivel, comoserá trabalhem ainda com mais persistênciae colhão magníficos resultados para o com-plemento dos estudos históricos e geogra-phicos, acompanhando a prosperidade dapátria, que se encaminha k supremacia, queo Omnipotente lhe destina, pois, quandocontemplarmos a immensa grandeza do paiz,

Í2Ò O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

vemos entre as suas maravilhas indescripti-veis um império talhado para um povo degigantes, cuja imprensa, como o pharol daliberdade, illuminará o mundo.

Senhores! A' gratidão do Instituto His-torico não pôde ser indifferente tão illustradaconcurrencia, pois as festas litterarias nàotem por certo a amenidade attractiva dasreuniões que fazem o encanto da sociedade.

Nem pôde prendei* a vossa attençãoquem vos falia aqui desta cadeira, sempregloriosamente ocupada por distinctos varies.Imperioso-dever me força a vir ante vós darprovas de minha insufflciencia, e só cabe ávossa bondade o desculpa-la pela attenuantedos bons desejos com que durante quarentao sete annos sirvo a illustre associação queme admittio em seu grêmio—enganando-se...pois tomou por talento o amor da parria emque sempre ardeu meu peito.Assim, limito-me a estas simples apre-ciações, do contrario fora abusar da vossaattenção, antecipando-me ao que maisminu-ciosamente tem de expor o illustrado Io se-cretario interino, que substituo as duasvagas do Io e 2o secretários — um colhidopela morte quando mais ardente ia o senenthusiasmo pelos nossos trabalhos, outro-ausente em honrosa commissão — e bemassim o nosso eximio consocio honorário quetão talentosa e eloqüentemente abrilhanta atribuna legislativa do senado com o encargode orador de nossa associação.

Senhora:Vós sois o anjo tutelar do Império que

realizastes as esperanças de um grande povo,o qual unisono vos acclama — Izabel a Re-demptora.

Ao glorioso acontecimento, que applau-dirão enthusiasticas as nações do velho enovo mundo e que abençoou o chefe daChris-tandade, não podia mostrar-se indifferente oInstituto Histórico e a nobre effigie de VossaAlteza Imperial realça a medalha que nestemomento fazemos cunhar para commemo-vação da áurea lei que eternisa o vosso nomenos annaes da humanidade.

Honrando esta reunião com a vossagraciosa presença nos enlevais com a maiorsatisfação e não temos palavras de agradeci-mento para quitação de tamanha divida.

E vós, Senhor Príncipe, que tantotendes ennobrecido as nossas sessões duranteo impedimento de nosso protector, nos ani-mando em nossos estudos, recebei em penhorda vossa benevolência o nosso reconheci-mento.

Aos representantes da impremsa flumi-nense, que tão relevantes serviços tem pres-tado ao paiz.

A todas as associações litterarias, artis-ticas e scientificas representadas aqui pelassuas commissões e sobretudo a SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional, a quemtanto deve o Instituto Histórico._' A's distinetas pessoas do clero, do exer-cito e da armada.

Aos dignos membros do ministério;Aos augustos representantes da nação ;Aos membros do corpo diplomático;A todas as senhoras presentes;Emfim, a todo este illustrado auditório;Apresenta o Instituto Histórico as suascordiaes homenagens.

A Vossa Alteza, Principe, folga o Insti-tuto Histórico de vos vêr pela primeira vezhonra-lo com a vossa sereníssima presença

\

Senhora!Vós sois o enlevo dos BrazileirosI Viveis

em nossos corações admirada pelas virtudesque mais do que os diamantes tanto brilhodão ao diadema imperial que vos cinge afronte, e ainda mais pela dedicação com queultimamente vos assignalastes ante a Europavos interessando santa e desveladamentepela saúde de vosso esposo como um verda-deiro anjo de caridade.

O comparecimento de V. M. Imperial aesta festa das lettras mais e mais augmentao seu prestigio, e nos é grato, porque nuncavos mostraes indifferente ás nossas reuniões,que tão generoso abrigo encontrão nestepaço.

Senhor!Tudo nesto mundo é providencial e o

dedo de Deus guia as nações em sua marcha— as fortalecendo em suas provações —as preparando para o logar condigno a quedestina a humanidade, e a sua missão con-fere Elle a seus escolhidos. Então ao baterda hora suprema nos campanários celestesresôa na immensidade a sua voz potente erealizão-se os seus decretos.

Uns livres — outros escravos, era amaior desigualdade que reinar podia em umimpério que proclamara a sua independênciaá luz do sol do Ypiranga, constituindo-se tãolivre como as nações mais livres do universo.Dolorosamente depois da nossa emancipaçãopolitica, que comprehende o espaço dif ses-senta e seis annos, e apezar do solemne pro»

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 221

testo dos mais eminentes brasileiros, senão respigar o que houvesse de flores ede toda a nação, conservou-se isolada no fruetos na méssemeio da nossa liberdade uma décima partede sua população, como se essa mancha quefigura no céo do Brazil ao lado do Cruzeiro,prophetizasse a eterna escravidão da raçanegra na terra da Cruz.

Fomos os últimos povos da America namissão liberal e civilisadora, mas na phrasedivina são os últimos os primeiros e a evo-lução humanitária — santa — divina, nosdeu a supremacia entre os outros povos, poisnão nos custou uma gotta de sangue, nemnos arrancou um lamento sequer, a não servago queixume que felizmente não se des-prende da pureza das consciências.

E para gloria do Instituto Histórico foio estudo da extineção da escravidão anteci-padamente uma de nossas memoráveis tare-fas, e o illustrado conselheiro Perdigão Ma-lheiro mereceu a honra de ser ouvido porV. M. Imperial, quando leu em nossas ses-soes paginas magistraes consagradas áredempção dos captivos.

Deus inspiiou o Pai, o Pai inspirou aFilha e a bandeira auri-verde luzio sem anodoa do passado, e desde então os derra-deiros e opprimidos filhos dessas bemditas emagníficas plagas puderão vêr compensadosna balança da igualdade os seus deverespelos seus direitos.

Assim fechou-se com a extineção daescravidão o primeiro cyclo do InstitutoHistórico ; assim abre-se o novo cyclo com aliberdade de todos.

umde

laborar deopima demeio século.

A morte o emmndeceu... e elle, o inde-fesso e probídoso operário das lettras, elle oiniciador da festa de hoje, elle a alma, porassim dizer, ultimamente do instituto, faltou-nos no momento fatal.

_ E quiz a sorte, irrisões do acaso ! que ohábil e esclarecido secretario fosse suppridopelo mais incompetente dos seus confrades:que um supplente de secretario viesse oceu-par cadeira onde sentárão-se vultos da esta-tura intellectual de Januário, Lagos, Ma-cedo, Porto-Alegre e Pinheiro, para só com-memorar os mortos, e onde ultimamente Ta-vora desenvolvia toda a pujança do seu bellotalento e intemerata dedicação. Por umdever que hei a cumprir, oecupo o seuposto... Oxalá fosse-me dado acompanha-lona extensão de seu entendimento, na profun-deza de suas concepções e na sua aptidão aotrabalho.

Senhor ! O Instituto Histórico saudou aV. M. Imperial nesse solemne dia de comple-mento á liberdade transmitindo pelo fio elec-tricô através dos abysmos do Oceano Atlan-tico as suas congratulações. E se infelizmente V. M. Imperial ngonisava no leito docruel infermidnde, a extineção da escravidãono Brazil applaudida pelo mundo enthusias-mado, vos despertou da lethargia — e vós,Senhor, e vós resuscitastes pai a a igualdadede todos aos brados da pátria.

O que mais nos cumpre fazer se nãoainda uma vez nos curvarmos agradecidosante a presença deVossa Majestade, o maiorrealce desta f-sta, que d'ora avante serápara nós de gratas e saudosas recordações:

Relatório apreerttado pelo Io secretariointerino Dr. João Severiano da Fonseca. —Senhor! Franklin Tavora, o malogradosecretario, era quem, deste posto, deviafazer, perante V. M. Imperial, o transumptohistórico do passado do Instituto; e, na-quelle verbo nervoso e terso em que primava

Delle partio, senhores, a idéa desta so-lemnidade. De ha um anno que era todo oseu pensamento, todo o seu afan, esta com-memoração do quinquagenario do instituto,este jubiléo acadêmico da mais antiga e maisconsiderada das sociedades scientificas daAmerica do Sul.

Não queria elle que, em 1888, passassedesapercebida a data em que, ha 50 annos,o instituto appareceu: e foi elle quem, emsessão de 23 de Novembro passado, apresen-tou esta proposta, perfilhada pelos condignossócios os Srs.Fausto de Souza e Marques deCarvalho, e unanimemente acceita :

« Completando-se em 21 de Outubro,próximo vindouro, 50 annos da fundação doinstituto, propomos que se nomeie uma com-missão, incumbida de apresentar, em umadas primeiras sessões de 1888, o plano ouprogramma que lhe parecer mais apropriadoá commemoração daquella data; — sobre abase de serem representadas todas as pro-vincias do Império. »

Ha meio século, senhores, dous homensesforçados, o marechal de campo RaymundoJosé da Cunha Mattos e o conego Januárioda Cunha Barbosa, pregador imperial echronista do império, idearão a creação doinstituto.

Erão ambos secretários da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional, fundadaem 1824, e já, então, uma das mais pres-tantes e beneméritos do paiz : — e foi emuma de suas sessões, a 19 de Agosto de 1838,

222 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAÍ,

que os dous apresentarão a proposta da fun-dação, em projecto que traz a éra de 16 dessemez.

São essas as primeiras datas da gênesedo instituto.

Acceita a proposta,reunirão-se para essefim 27 membros daquella sociedade, na salade suas sessões, no muzeu nacional, em umdomingo, — como hoje, 21 de Outubro, eahi instituirão, installárão e organizarão suadirectoria.

Presidi a sociedade, e a essa sessãopresidio, o marechal de campo FranciscoCordeiro da Silva Torres, depois Visconde deJerumerim e os sócios presentes fôrão : oVisconde de S. Leopoldo seu vice-presidente;os dous secretários acima nomeados, odesembargador Cândido José de AraujoVianna, depois Marquez de Sapucahy, mestredo Imperador, presidente da mamara dos de-putados ; os engenheiros coronel ConradoJacob de Niemeyer e major Pedro de Alcan-tara Bellegarde, lente da academia militar ;os professores do collegio de Pedro II Drs.Joaquim Caetano da Silva e Emílio Joaquimda Silva Maia ; o conselheiro e deserabarga-dor José Antônio da Silva Maia, procuradorda coroa e soberania nacional; o senadorCaetano Maria Lopes Gama, depois Vis-conde de Maranguape ; os deputados, con-selheiros e desembargadores José ClementePereira, Aureliano de Souza Oliveira Cou-tinho, depois Visconde de Sepetiba ; Diogode Souza da Silva Pontes, Francisco GéAcayaba de Montezuma, depois Visconde deJequitinhonha, e Joaquim Francisco Viannacontador geral do thesouro; os officiaes-mores da secretaria de estrangeiros conse-lheiro Bento da Silva Lisboa, da do impérioAntônio José de Paiva Guedes de Andrade,e Alexandre Maria de Mariz Sarmento, dacontadoria geral da revisão do thesouro; osconselheiros Ignacio Alves Pinto de Almeidasecretario da junta do commercio, fabricas enavegação; João Fernandes Tavares, phy-sico-mór de Portugal, depois Visconde dePonte-Fereira; e José Antônio Lisboa, depu-fado da junta do commercio ; os Drs. JoséLins de Moura, contador da caixa da amor-tizaçâo; José Marcellino da Rocha Cabral eAntônio Alves da Silva Pinto, advogados, eo negociante José Silvestre Rebello.

Já vedes, senhores, de que esphera erãoos societários — e o que se podia esperar dehomens da sua tempera e .Ilustração.

representação. Para presidir á novel socie-dade foi chamado o Visconde de S. Leopoldo,coadjuvado por dous vice-presidentes. CunhaMattos e Araujo Vianna; Januário e EmílioMaia fôrão os secretários ; Bellegarde, oorador; José Lino o thesoureiro. Estabele-cêrão-se commissões de historia, de geogra-phia, de redacção de revista, e de fundos deorçamentos, cada uma de dous membros emais, presididas na* ordem em que vão apon-tadas pelos vice-presidentes, o 1" secretarioe o thesoureiro.

Em 25 de Novembro erão lidos e appro-vados os estatutos. Em I de Dezembro en-trava o Instituto na carreira de seus tra-balhos, celebrando a sua 1." sessão ordinária.

O marechal Torres, recebeu elle o pri-meiro titulo honroso de sócio honorário, con-Armação e delicada consagração á sua idadeprovecta, consuramado saber e distincta

Entretanto, senhores, o estabelecimentodessa agremiação de homens de foros ele-vados nas lettras e sciencias, e na represou-tação social,—não foi escoimado de tropeços,nem de malsinamentos. Os homens práticosda época, os velhos de então, rememoravãoo quão precária a estabilidade das associa-ções de lettras portnguezas.

Quantas nascião hoje, tantas morriãoo cedo...,—agora pela desanimo, inércia

e descrença ;—como outr'ora—pela pressãodo pensamento sob o plúmbeo terror da in-quisição. Que o nefando tribunal de sangueefogo, de avareza e luxuria, matava as so-ciedades como matava as idéas e as crenças,nos cérebros e corações dos associados.

Nenhuma imaginação era livre, nemmesmo nos vôos da inspiração... O pensa-mento tinha as azas cortadas, uma normapara guiar-se, uma bitola para medir-se emais uma trilha marcada a percorrer! E, aidos que lhe ultrapassassem os limites; aimesmo, dos quo lhe acotovelassem as raias...Os condes de Rezende erão implacáveis,—eos condes de Rezende reproduzião-se. Socie-dades de lettras erão companhias de conspi-radores. A clareza dos seus trabalhos enco-bria o tenebroso dos seus-intuitos. Os estudos(ltie fazião era uma mascara dos crimes queprojectavão. Devião ser aniquiladas, des-tinidas. Para isso não era mister o delicto,bastava a suspeita. A convicção e as provascodião logar á duvida e áhypothese. O sicvolo, sicjubeo sempre supprio a razão.

E, quando as associações não erão sup-priraidas á força, morrião anêmicas, estio-ladas da monotomia e insipidez do seus tra-balhos, enfesados productos de pensamentosmanietados, de idéas torcidas.

VA civilisação de um paiz anda pari

pam; de mãos dadas com a sua illustração.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 223O querer-se um povo civilisado e polido, im-plica tê-lo instruído esculto, A intensidadeportanto, dessa civilisaçao será o dynamo-metro da sua intelectualidade.

E. ha cincoenta annos, comquanto nãojá houvesse os tropeços dos tempos coloniaes,havia a rotina ;— também ainda,— osespi-ritos claros e alevantados—mal começavãoa repousar das lidas políticas—que, deke aindependência, lhes absorvião as idéas. -

Era na Sociedade Auxiliadora onde sereunião os espíritos mais cultos da época.Bem o demonstra a brilhande pleiade queconstituio o instituto. Seu convívio traziaem paz aos trabalhos sociaes, confabulaçõesscientificas, onde a pátria, o Brazil, era oprincipal thema.

_ Não era desconhecido o gráo de elevadacivilisaçao da America occidental, em eraspre-colombianas. Comprehendia-se qual opolimento intellectual dos Aztecas e Tol-tecas, senão dos povos que os precederão,— pelos seus conhecimentos de architectura,esculptura, astronomia, poesia e escripta.

Erão maravilhas de construcção,—-emterras desconhecidas do mundo antigo—suas cidades, suas estradas calçadas, seuscanaes, seus monumentos; suas pontes deadmirável ousadia, arrojadas sobre torrenteslargas eimpetuosas;—seus templos epalácios,cuês e teócalis; seus chilampas, ou jardinsfiuctuantes, mais poéticos e encantadores queos suspensos de Semiramis, nas sotéas deBabilônia ; os esplendores e a etiqueta dacorte dos incas: taes como admirárão-os,estupefactos, os hespanhoes em Cusco eTenochttilan; taes como os viajantes mo-dernos descobrirão, maravilhados, as ruinasescondidas nas florestas cerradas de Palenquede Ocozingo e de Uxman.

— Tanta grandeza e adiantamento, emcontraposição á mais barbara ignorância, áestupidez animal dos americanos de Oriente !

Nada encontrarão descobridores e via-jantes que attestasse a mais pequena idéade civilisaçao nos nossos authocthones.

Nem um vestígio, um resto de ruínas,uma simples indicação!

Apparecêrão as itacoatearas, pedras pin-tadas... surgirão as lendas, pastos do phan-tasticos sonhos, de mentes propensas aomaravilhoso; on quiçá, forgicações deembus-teiros que, naquellas eras de superstição efanatismo, iãoembebendono espirito do povoa crença do conhecimento da America atlan-tica, por povos do Oriente: africanos oueuropeus, antes, muitos séculos antes davinda de Colombo.

Na ausência de indicios—succedêrão-seas tradições, em que fanáticos crião, ou

fíugião crer, dolosos. Aqui, erão sçandi-navos, por invias serras e florestas; allierão, no interior dos sertões, os cultos povosda Tyro e da Sydonia.

Rochas de certa maneira gretadas;pedras fragmentadas de certa fôrma; confi-gurações suppostas de animaes.— erão esta-tuas, restos de armas, caracteres, hyerogli-phos—a inscripção sagrada.

Erão vestígios pre-historicos, pegadasconfusas dos passos de uma civilização perdidanas brumas do tempo; tão longe, tão apagada- que nem deixa\ a idear quem seus autores.Já havia, porém, quem os suppuzesse—aquicaracteres runicos, alli symbolos da Pbe-nicia.

E' de notar que não tinhão ainda inven.tado as lettras, — os Sydonios, — quandoapraiárão ao Brazil ; o que, em honra aoslendeiros recua-lhes a emigração voluntáriaou forçadas uma distancia de vinte séculos.

Sim, que aindausavão da escripta sym-bolica—que se estudava nas officinas de pin-tura e de gravuras; sim, que ainda aescôpro, escrevião em monumentos a historia.Estavão no segundo passo da arte manualde transmittir pensamentos. Se já tinhãodeixado atrás a pintura, o primeiro passo,que copia os factos e os deixa simples es-corço, cópia insuffíciente para a traducçãodo que a mente concebeu, aindo usavão dosemblemas sagrados da escripta que repre-sentava as cousas por symbolos, mais extensono sentido que na fôrma : traducção imper-feita de idéas mal desenvolvidas.

Nãs tinhão, ainda, as lettras, isto é, aexpressão fácil e completa; a realidadepintando o facto com todas as suas cores,em todas as suas peripécias : a verdade natraducção. Não tinhão as lettras, espelho queguarda e reflecte eternamente as cousas, esempre com o mesmo cunho, a mesma feiçãoe o mesmo rigor philologico; o que vence asdistancias e os evos, apresentando-seá huma-nidade sempre novo, sempre actual,—- comopensamento intimo e inteiro de cada um.

Passão vivas ás gerações e—intelli-gentes—traduzem aos povos a vida dos povos—que se historiava nos monumentos;—-que,estes sim inertes e firmes, não se abalão,não se movem, não percorrem o mundo, paradar a lêr nas suas faces o que a historiaahi burilou.

Poucos, bem poucos farão a viagem dogranito de Lucsor, da agulha de Cleopatraou dos mármores de Arundel, indo mostrarao Gallo e ao Bretão os seus 20 a 30 séculosde datas e de factos. Monumentos mudarãoapenas de localidade; nas marges do Niloou do Sena, em Paros ou em Oxford, sua

224 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

estabilidade é a mesma; são moles depedra.

Foi a Fama que os fez conhecidos doresto do mundo : e as 100 tubas da Fama dehoje, mais promptas, mais fortes e maissonoras do que as da fama antiga, são as 25lettras fundidas, do serralheiro da Mo-guncia!

Gutenberg calcando os seus typos, mo-vendo a sua prensa, dando ao publico emhoras centos de livros, promoveu no mundo amais assombrosa e a mais generosa das revo-luções. Guerra sublime entre as trevas e aluz, a immortallidade e a morte, entre ofinito e o infinito, a eternidade e o homem....—soldados os typos, a intelligencia o chefe,campo de acção o Universo !

E, desde então, o pensamento não tevepor laboratório de acção o creb.ro—só—decada homem. Já uão lhe foi preciso grandeesforço para vencer o tempo e as distancias,oceanos e cordilheiras—para ir ao infinitodevanear, de campanha com o intellecto domundo. Já pôde, livre e veloz circumvolvero orbe e ir, integro e verdadeiro irromper—mil léguas longe—, como se o cérebro que oproduzira, elle próprio lá estivera !

A imprensa deu-lhe azas ao pensa-mento : mais tarde viria dar-lh'as o vaporao corpo. Mas não voava veloz—ainda ! nãoestava satisfeito— ainda;... e enfrenou aelectricidade ; e centesimou as distanciasao mesmo tempo que centuplicava as forças

(Continua).

a firma liquidante desse edifício, no qual jáse recebem produetos destinados á próximaexposição preparatória. Este documento estáassignado por tres membros da commissãoexecutiva e um dos da referida firma.

Em seguida foi lida a carta seguinte di-rígida á Commissão Brazileira para a Expo-sição Preparatória no Rio de Janeiro :

ExposiçõesHistórico dos trabalhos da Exposição prepa-ratoria para a Exposição universal de

Paris.

COMMISSÃO CENTRAL BRAZILEIRA r-AIU A EXPOSIÇÃOUNIVERSAL DE PARIZ DE 1880. ' '

Reunio-se no dia 29 do passado estacommissão, sob a presidência do Sr Vis-conde de Cavalcanti.Foi lido um officio do Dr. Pereira Gui-maraes declarando acceitar e agradecendo

a nomeação de membro da commissão con-sultiva.A commissão executiva apresentou orelatório sobre o estado do Cassino Flumi-nense, moveis e outra objectos neile exis-tentes para servir de base á responsabilidade

que assumio a commissão central para com

. Comitê Franco Brésilien pour V Expo-sition Universelle de 1889, rueLafayette 3f>,Pariz, 8 de Setembro de 1888.

Illms. e Exm. Srs. — Ao constituir-se,em Março deste anno, a Commissão Franco-Brazileira de Pariz tomou a si o encargo depromover o comparecimento do Império doBrazil á Exposição Universal de 1889. Graçasás diligencias de seu eminente delegado noRio de Janeiro, Sr. conselheiro Visconde deCavalcante ; graças ao benevolo concurso degrande numero de personagens quer da capi-tal do Império, quer das províncias ; graças,afinalmente, ao zelo de seus membros, amencionada commissão teve afortuna de vêrrealizado o seu pensamento.

Era essa a nossa principal ambição, e nasatisfação com que fomos informados de queo logar do Brazil não ficaria vasio no Campode Marte, encontrou cada um de nós o ga-lardão de seiis esforços. O governo imperial,dando-uos >ima prova de confiança que nospenhora íwreniodo e da qual procuraremos serdignos, assentou em confiar ao syndicato dada commissão Franco-Brazileira de Pariza organisação da secção brazileira, pondo ásua disposição uma verba de 250:000$, pagaem tres prestações, a ultima das quaes só sedeve effectuar quando os objectos que fi-gurarem no pavilhão do Campo de Marte ti-verem sido reeiiviíidos ao Brazil. Essa reso-lução do governo imperial, que assim nosencarrego? de facto de levar a cabo toda aorganisação da secção brazileira, veio fazersobresahira responsabilidade que assumi-riamos junto do próprio governo e junto dosinteressados se, desde já, não tomássemos adeterminação de definir claramente o modo

por que entendemos desempenharmo-nosdessa missão.

Desse assumpto, Exms. Srs. é quedesejamos fallar-vos, persuadidos de que po-demos contar com o concurso dessa illustradacommissão para realizarmos a exposição Bra-zileira em Paris, de modo a justificarmos aconfiança do governo imperial e a dos inte-ressados.Por communicação de seu illustre dele-

gado especial no Rio de Janeiro, foi infor-mada a commissão Franco-Brazileira dePariz de que se formou nessa capital uma

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 225commissão central brazileira destinada a re-unir todos os objectos destinados á exposiçãouniversal de 1889 para lh' os remetter de-pois de exhibidos ahi em uma exposição na-cional.

A commissão Franco-Brazileira de Parizapplaude reconhecida semelhante iniciativae toma a liberdade de aprensentar a essanobre directoria algumas indicações praticaspara o desempenho cabal do mandato queambas acceitárão no interesse dos exposi-tores do Império.Primeiro que tudo cumpre ter em vistao espaço limitado e o curto prazo de que dis-

põe a commissão._ Daqui a pouco mais de sete mezes es-tara inaugurada solemnemente a Exposição

Universal de Paris, e é mister que os obje-ctos destinados á secção brazileira no Campode Marte cheguem aqui no mez de Feve: eirode 1889, afim de que, nos dous mezes segui-tes, possão ser convenientemente installadosno pavilhão que já se está edificando.

A planta deste edifício será remettidabrevemente a essa illustre directoria comtodos os pormenores technicos relativos ás su-perficies disponíveis. Habilitada assim paramedir exactamente o espaço que pôde seraproveitado no pavimento térreo e nos dousandares do pavilhão, poderá a commissãocentral proceder a um rrranjo dos objectosdestinados á Secção Brazileira ; de modo quecada um delles occupe o logar indicado pelasua_ importância, chegando a obter, para oconjuneto da secção, uma installação artis-tica, digna de prender a attenção.

Torna-se necessário, outrosim, dividiros objectos, expor por grupos e classes, deconformidade com o Regulamento da Expo-sição de que temos a honra de enviar váriosexemplares.

Assim classificados os objectos poderãomais facilmente ser encaixotados e remet-tidos para Pariz em tempo opportuno, tra-zendo cada volume uma inscripção exteriorrelativa ao grupo e á classe a que pertence ocontendo de sorte que aqui seja bastantedesencaixotar os objectos para proceder ácompetente installação.

Se essa commissão central, preferir, ávista das plantas que teremos a honra de re-metter-lhe, proceder de per si ao arranjo detoda a Secção Brazileira, é certo que as suasindicações nos serão muito úteis, visto como,mais do que nós, conhece ella a natureza eimportância dos objectos que têm de figurarna respectiva secção.

Já sabemos que diversas províncias doImpério tencionão figurar na Exposição de1889. Seria de bom conselho que, em vez de

29

procederem a exhibições particulares, remet-tessem as melhores amostras de seus produ-ctos e artefactos á commissão central do Riode Janeiro, a qual no-los enviaria já classificados, depois de fazê-los sobresahir na Ex-posição Nacional que está preparando nessacapital. Com effeito é para receiar que, pro*cedendo cada uma de por si, sem accordoprévio com a commissão central do Rio de«laneiro, venhamos a ter dificuldades mate-riaes, no ultimo momento, para dar bôa e di-gna colloeação aos seus productos, cujo nu-mero e importância não nos é possível co*nhecer.

Pelo contrario facilitarão ellas a nossatarefa e terão certeza de oecuparem o logarque lhes compete no pavilhão Brazileiro, seadoptarem o arbítrio que aconselhamos.Nesse sentido dirigimos hoje mesmo uma cir-cular aos Srs. presidentes de províncias.

Em summa, Exms. Srs., o nosso únicoalvo é facilitar a installação dos objectosque nos forem enviados do Brazil no formosopavilhão do Campo de Marte, conseguindoque cada provincia occupe o logar que lhecompete , e, para esse fim, parecem-nos acer-tadas as seguintes, medidas que resumimos :

Concentração na Exposição Nacional doRio de Janeiro de todos os objectos que tive-rem de figurar na secção Brazileira do Cam-po de Marte;

Classificação e encaixotamento dos ditosobjectos por parte da commissão centraldo Rio de Janeiro, por grupos e classes, comindicação bem apparente dessa classificação.

Devemos prevenir a VV. EEx. de que,além do espaço de que dispomos no pavilhãobrazileiro, a directoria da exposição uni-versai nos concedeu, para a exposição domaterial de vias-ferreas em uma galeria es-pecial, 150 metros quadiados, correspon-dentes 50 metros correntes de extensão devia. Ficamos á disposição dessa directoriapara qualquer esclarecimento ulterior, e so-mos com a mais perfeita estima e conside-ração de VV. EEx. attentos veneradores ecriados. — Os membros da mesa da com-missão, F. J. de SanfAnna Nery. — E.Prado — E. Lourdeles. — Amedêe Prince.

Exposição de 1889Os Srs.Dr. Joaquim Leonel de Rezende

Alvim, Dr. Francisco Honorio FerreiraBrandão e commendador Bernardo Saturninoda Veiga fôrão nomeados para, em commis-são, promoverem a representação do muni-cipio desta cidade na grande festa da expo-sição de Pariz em 1889.

s, A.

236 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Os Srs. expositores nenhuma despezafaraó com a. remessa do que fôr destinado áexposição e a elles se previne que a com-missão Brazileira de Propaganda tem deabrir no Rio de Janeiro, no dia 11 do pro-ximo mez, a Exposição Preparatória, e quenella jerão conferidos diplomas de honra,mérito e progresso aos que melhores produc-tos apresentarem.

Cidade da Campanha. Minas Geraes.

Commissão Central Brazileira para a ExposiçãoUniversal de Paris em 1889

Esta commissão reuniu-se no sabbadoultimo, 6 do corrente, no Cassino Fluminenseque já foi posto á disposição para receber osproduetos destinados á exposição prepara-toria.

Não tendo podido comparecer, por in-commodos de saude, o Sr. Visconde de Ca-valcanti, presidio a sessão o Si', conselheiroDr. Nicoláo Moreira.

_ Foi lido um officio do Sr. Dr. Joaquim JAbilio Borges,declarando acceitar e «grado-cendo a nomeação do membro da commissãoconsultiva.

O Sr. José Carlos de Carvalho commu-nica o que a commissão executiva tem feitoem desempenho de sua tarefa; convidou jápessoa de sua confiança para encarregar-sedo reparo do edificio e outras pequenas obrasque nelle são necessárias, não tendo, porém,sido apresentado ainda o respectivo orça-mento.

_ Trata-se em seguida do projecto deexhibição do órgão orchestra, fabricado pelo jSr. Gustavo Engelke, que veio expressa-mente do Pará, para expor aqui esse ins-trumento e deseja expol-o em Pariz, nãotendo, porém, recursos que o habilitem aessa viagem, aliás necessária para a mon-tagem e o funecionamento de sua curiosapoça. Resolveu-se acceita-lo em exposiçãoaqui, mediante esportula voluntária dos vi-sitantes, não se responsabilisando a com-missão central pela quantia precisa, no casode nao chegar a que fôr recolhida por aquellacontribuição, e dependendo, além disso aremessa do instrumento do juizo da respectiva commissão consultiva.

Fallou em seguida o engenheiro CatãoJardim, sendo ambos os oradores extraordi-nariamente applaudidos.

A enorme onda de povo que assistio áconferência, acompanhou o Sr. deputadoFrancisco de Sá á casa de sua residência,sendo durante o trajecto erguidos animadosvivas.

O illustre conferente offereceu ao povodiamantinense que o acompanhou um profusocopo d'agua, tendo reinado sempre até altahora da noite, grande alegria e enthusiasmo.

(Hedacçào da Propaganda).

Diamantina, IO.A convite da redacção desta folha fezhontem á noite o deputado provincial, Fran-cisco de Sá, uma brilhante conferência no

paço da câmara municipal, convidando osdiamantinenses a concorrerem á exposiçãouniversal de 1889.

Exposição universal de Pariz.Tendo a assembléa legislativa de Mi-

nas-Geraes decretado verba destinada árepresentação da província na exposiçãouniversal de Pariz, constituio a presidênciauma commissão incumbida de angariar,classificar e remetter paia esta corte pro-duetos que dêm a conhecer, por todos osaspectos, aquella grande circumscripção doImpério. A commissão ficou assim composta :Henrique Gorceix,- presidente; JoaquimCândido da Costa Senna, Francisco Luiz daVeiga, João Victor de Magalhães Gomes,Modesto de Faria Bello, Antônio Luiz MariaSoares de Albergaria e Carlos Gabriel An-drade.

_ A julgar pelos trabalhos preliminares,será das mais numerosas e das mais úteis ecompletas a representação de Minhas-Geraes.Em cada um dos 106 municípios da provínciafoi constituída uma sub-commissão de tres aquatro membros e de muitas localidades tema commissão central recebido testemunhosdo adhesão, sendo geral a actividade que,quasi pur toda a parte, está sendo desenvol-vida.

A commissão central não deseja única-mente colligir produetos e amostras. Elladistribuio bem organisados questionáriosacerca de cada um dos ramos de cultura,contando por este modo reunir dados úteisque poderão constituir, no Brazil e fora doBrazil, copiosos elementos de informação.Espera a mesma commissão que, pelo aspectoda sua grande riqueza mineral, a provínciade Minas-Geraes será condignamente repre-sentada, offerecendo bellissima exposição depedras preciosas, brutas e lapidadas, e deouro e diversos mineraes.

O Dr. Catão Gomes Jardim, engenheirodas obras da província, está organisandouma carta topographica do districto de Dia-mantina na qual serão indicadas, com asespecificações convenientes, todas as jazidas

^AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 227de diamantes a de ouro da privilegiadaregião,

Não será preciso estimular a iniciativae o concm-sq dos bons cidadãos da provinciade Minas-Geraes para a execução de pro-jecto tão útil quanto é para considerar aexposição das riquezas de região tão vastado Império. Não vai nisto somente empenhode- patriotismo, mas sim do interesse indivi-dnal. Quanto melhor forem conhecidos oselementos de vitalidade e de riqueza dagrande provincia, mais facilmente atrahiráella os braços e capitães de que carece parafomento e segurança da sua prosperidade.

Commissão C. Brazileira para a ExposiçãoUniversal de Pariz.

No dia 9 do corrente, houve sessão soba presidência do Visconde de Cavalcanti.

Foi lido um officio do conselheiro mi-lustro da agricultura, commercio e obraspublicas cobrindo cópia de um officio do pre-sidente da provincia de Santa Catharina,acompanhando um requerimento em queAugusto Geriner, residente em Blumenau,pede uma subvenção de 3:500*0 isenção defrete de lá até Pariz, para os objectos quedestina para a próxima exposição universal.Junto a estes papeis vem a lista dos referidosobjectos. Respondeu-se explicando a altitudee os compromissos da commissão central edeclarando que ella sente muito não puderabrir excepção para o peticionario mas ob-serva que, tendo o seus produetos transportegratuito para esta corte nos paquetes na-cionaes, e estando a commissão centralprompta para recebê-los, fucil será obter oauxilio, de que realmente necessita por sub-scripção entre os particulares, ou peloscofres provinciaes, se o presidente da pro-vincia tiver uma verba de despezas even-tnaes.

Foi lida também uma eommunicação doDr. Leopoldo Gomes Leitão, mostrando quotem feito tudo que lhe é possivel para que aprovincia de S. Paulo seja dignamenterepresentada na grande exposição. Nesteintuito, tem-se entendido com vários indiis-triaes e fazendeiros de seu conhecimento dosquaes espera valioso contingente. O mesmofez com a commissão de colonisação, com afabrica nacional de Ipanema e com o enge-nheiro das obras do Ypiranga para obterobjectos das respectivas oecupações ou tra-balhos.

Respondeu-se agradecendo a valiosacooperação a bons officios que está pres-tando e promptte continuar a prestar á com-missão central.

Leu-se um officio de Dr. A. Glaziou,communicando que acceita e agradece o logarde membro da commissão consultiva e põeos seus serviços á disposição da commissãocentral, tanto aqui como em Pariz, ondepretende achar-se por oceasião da exposiçãouniversal.

Leu-se um requerimento de GustavoEngelke, pedindo a intervenção da commis-são junto á Companhia Brazileira de Nave-gação a Vapor para lhe ser restituido o im-porte do frete que pagou pelo seu orgão-or-chestra do Pará até esta corte, para ondeveio com destino á exposição; frete que pagoupor ignorar o generoso offerecimento feitopela dita companhia. Resolveu-se encaminhara petição á companhia para attender comolhe parecer de equidade.

Foi apresentado e adiado para ser op-portunamente considerado um requerimentode Josó Palha de Faria Lacerda, solicitandologar sufficiente na exposição para 50 amos-trás de café de 15 kilos cada uma, que pre-tende expor, além do espaço de 30 metrosquadrados, preciso para montar uma machinade moer e coar café diante dos visitantes.

Fôrão recebidos, para figurarem naexposição preparatória, os seguintes ob-jectos :

Cinco volumes da obra intitulada TheBrazilian language and its aglutination,offorecidos pelo seu autor o Dr. Amaro Ca-valcanti.

Vinte e quatro boletins de demographiamedica da cidade do Rio de Janeiro, nosannos de 1886 a 1887, pelo seu autor o Dr.João P. Farinha.

A commissão executiva da exposiçãobrazileira preparatória' para a ExposiçãoUniversal de Pariz ein I889 encetou hontemos seus trabalhos e achar-se-ha todos osdias, das 10 ás 3 horas da tarde, no edifíciodo Cassino Fluminense, onde se ha de rea-lizar, inaugurando-se a 11 de Novembro areferida exposição.

Os Srs. expositores deverão dirigir seusproduetos á designada commissão executivaenviando também os conhecimentos ou guiasde estradas do ferro e vapores, afim deserem reclamados na respectiva estação osobjectosremettidos.

Reunião dos Expositores da IndustriaBrazileira

Esta sociedade, sob a presidência doSr. Miguel Calmon Menezes de Macedo,effectuou sua sessão ordinária, no dia 9 docorrente mez,

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

A's 7 1/2 horas da noite, presente nu-mero legal de sócios, o Sr. presidente abrioa sessão. Antes da leitura da acta o mesmosenhor declarou que depois de longa ausênciada pátria, pois que teve de retirar-se paraPariz, afím de tratar-se, acha-se agorarobustecido e prompto para retomar os seusencargos nesta sociedade. O Sr. 1° Secretarioem nome da sociedade, interpretando fiel-mente os seus sentimentos, manifestou oprazer e o contentamento de que todos seachavão possuídos pelo feliz restabeleci-mento do Sr. presidente.

Foi lida a acta da sessão anterior eapprovada com uma rectificação do Io secre-tario, declarando-se a favor delia os Srs.Mello, commendadores Pazos e Azevedo.

O Sr. Io secretario requer urgênciapara serem nesse dia discutidas tres pro-postas de sócios, o que foi unanimementeapprovado.

Fôrão acceitos sócios por unanimidadede votos os seguintes Srs; Raphael José Mar-tins, artista; Arthur Adolpho de Rezende,idem, e Mariano Ignacio Bittencourt, idem.

O Sr. Io secretario, na qualidade demembro da commissão brazileira de propa-ganda para a Exposição Universal de Parizem 1889, participa ter sido deliberado pelacommissão central conferir-se diplomas dehonra, mérito e progresso ; que a commissãoexecutiva, no edifício da exposição prepa-ratoria, estava prompta para a recepção dosobjectos ; e mais uma vez convida os Srs.associados a concorrerem para o brilhanteêxito da representação do Brazil na expo-sição universal.

Foi em seguida dada a palavra aosSrs. sócios, fallando por essa oceasião arespeito da exposição preparatória, osSrs. Mello, commendadores Azevedo ePazos.

Ninguém mais pedindo a palavra oSr. presidente declarou que na próximasessão apresentava um projeeto para a obten-ção e transporte para aqui do nosso pavilhãoque tem de figurar na exposição de Pariz ;que sobre tal projeeto entendeu-se em Parizcom membros da commissão Franco Brazi-leira, os quaes lhe declararão ser fácil opreparo da construcção para esse fim, bas-tando para isso definitiva noticia do con-cessão do governo brazileiro. Que sendopossível obter-se e transportal-o para estacidade, estavão assim em parte satisfeitasas aspiraçõesda reunião dos expositores, umadas quaes era o estabelecimento de umaexposição permanente.

A enunciação desse projeeto foi arden-temente applaudida, fallando o commeu-

dador Azevedo e o 1* secretario, que propozque fosso abreviado o tempo para a seguintesessão, o que foi approvado.

Não havendo mais nada a tratar-se oSr. presidente levantou a sessão, marcandoo dia 18 para a próxima sessão, e para aordem do dia a leitura e discussão do projeetopara obtenção e transporte do pavilhão bra-zileiro, que tem de figurar na ExposiçãoUniversal de Pariz.

Commissão Central Brazileira paraa Exposição universal de Pariz, em 1889.

Reunio-se no sabbado, 20 e na terça-feira, 23 do corrente, sob a presidência doSr. Visconde de Cavalcanti.

Foi lida uma carta do secretario geralda commissão franco-brazileira, em Pariz,acompanhando os desenhos e uma explicaçãodos planos organizados pelo architecto dame»ma, referentes ao pavilhão brazileiro,bem como uma carta a Mr. Berger com acircular do presidente da 61a classe, relativaaos expositores de material de estradas deferro, aos quaes, no Brazil, será dirigidaa dita circular logo que tenha aquella com-missão conhecimento de quem elles sejão;pelo que pede que lhe seja enviada, o maisbreve possível, uma relação nominal dos ex-positores brazileiros desta classe.

Em carta posterior, o mesmo Mr. Ber-ger faz ainda algumas considerações sobreeste assumpto, acabando por dizer que sentemuito declarar não ser mais possível reser-var, nas salas das machinas, espaços de queelle não saiba com a precisa antecedêncianem o destino, nem a importância. — Intei-rada.

Resolveu-se dar publicidadeao assumptopara conhecimento dos interessados

Officio do presidente de Santa Catha-rina, communicando que, no dia 7 do cor-rente, abrio-se na capital uma exposição deproduetos, dentre os quaes devem ser esco-lhidos os que forem julgados dignos de figu-rar na próxima exposição preparatória destaCorte, começando o seu acondicionamento eremessa depois do dia 20 do mesmo mez, emque será encerrada aquella exposição. — In-teirada.

Officio do presidente do Amazonas,dando conhecimento do que tem feito emfavo;- da representação dessa provincia napróxima exposição. - Inteirada.

O.ficio do gerente da companhia brazi-leira de Navegação a Vapor, em resposta aoque lhe foi dirigido sobre a pretençâo daGustavo Engelke& comp., declarando que

O AUXILIADOR DA ÍNDUSTRÍA NACIONAL 229"

attenderiaao seu pedido, se a commissão in-formasse conterem os tres volumes o órgãoorchestra de invenção e propriedade dosmesmos senhores. — Respondeu-se que sim.

Fôrão lidos e acceitos com pezar ospedidos de demissão dos Srs. coramendadoresCarvalho e Sattamini e Dr. João Nery, demembros da commissão executiva, allegandonão poderem continuar no serviço da com-missão: o Io, por ter de ausentar-se da Corte,os dous últimos por çe tornarem incompati-veis com o dito serviço as funeções dos car-gos públicos que oecupão, no período deactividade em que se acha já a referida com-missão.

Officio do agente geral da sociedadeanonyma Chargeurs Réunis, declarando quea companhia decidio fazer a reducção de 1/3sobre a tarifa dos fretes em vigor, na ocea-sião do embarque para os produetos desti-nados á Exposição Universal de Pariz, em1989, que forem expedidos directamentepela comniissão central. — Agradeceu-se.

Tambem leu-se uma carta do Sr. Joa-quim Ferreira Romariz, acompanhando umacaixa com 12 garrafas de vinagre de cannapara a exposição. —A' commissão execu-tiva.

Outra carta do Sr. P. Steele, pedindodispensa de membro da commissão cônsultiva, para que fora nomeado, allegando suapermanência fóra da cidade, além de muitis-simos afazeres que o inhibem de prestarserviços á exposição — Foi acceita.

Finalmente, apresentou-se o Sr. CarlosWalter Klein, do Tubarão, em Santa Catha-rina, propondo-se a armar no local destinadoá Exposição Brazileira era Pariz, uma casaprimitiva dos colonos, no Brazil, toda depalmito, coberta de palha, e unidas as peçascom sipó sera ferragem alguma e dentrodessa casa offerecer café e matte aos visi-tantes. Discutindo-se a matéria, resolveu-se que a proposta fosse feita por escripto.

Sericicultura(Continuação)

Meios práticos de generalizar e estabelecer aindustria

Com os apontamentos que precederão,tivemos somente em vista frizar os pontosprincipaes que dizem respeito ás industriassericicola e serica, para poder colligir e for-mar os princípios geraes sobre que deve

basear-se a fundação destas industrias noBrazil.

Como advertimos nas proviueias do Sul,e ahi, especialmente entre os iinmigradositalianos, a sericicultura já se acha iniciadadesde muito tempo.

Estes camponezes, porém, não encon-trando no paiz -consumo para o produeto deseu trabalho, abandonarão pouco a poucoaquella lucrativa industria, que, em casocontrario, podia importar hoje em uma avul-tada renda publica.

Devido, pois ao estado decadente delia,os capitães recuarão e não se puderão fun-dar manufacturas sericas por falta de ma-teria-prima.

Achamo-nos, assim, em um verdadeirocirculo vicioso. O camponez se abstem deproduzir, porque o seu produeto não encon-tra comprador ; e os capitalistas não estabe-lecem as manufacturas, porque lhes falta amatéria prima, isto é—a seda crua.

Poderia parecer razoável e intuitivo, áprimeira vista, resolver o problema no sen-tido, de que sejam exportados os casulos pro-duzidos pelos camponios para os paizes ma-nufactureiros.

A experiência encarregou-se de provarexuberantemente a inefücacia de todos ostentamens relativos, e mostrou, mais umavez, que a industria agricola, para serren-dosa, requer necessariamente o concurso im-mediato da industria nianufactureira local,que é seu complemento natural.

Reproduzimos aqui quanto escrevia em1869 —Manuel Guerra Tenreiro— em seuimportante relatório, como membro da Asso-ciação Promotora da Industria Fabril emPortugal, publicado por Fradesso da Silveiranasua obra A Sericicultura em Portugal, fal-lando da venda da seda em casulo a praçasestrangeiras:

« Procurarei demonstrar que nos devemerecer urgente e serio cuidado a questãoda fiação : para aproveitarmos as grandesvantagens que annualmente proporcionamosa paizes estranhos ; para estimular a plan-tação de amoreiras e augmentar a producçãoda seda ; para honrar a nossa dignidade na-cional perante o mundo industrial ; e por ul-timo para garantir a nossa industria do malque pôde vir-lho. das colheitas regulares nospaizes sericicolas, ou de nm fácil artificio,que ponha o produetor á mercê do com-prador.

« Portugal, se está longe da cathegoriade paiz sericicola, tem já em seda uma pro*ducção de algum vulto.

« Ha dez annos vendemos (e ainda bemque assim succede) á França e à Itália quasi

.' -t . , », - '¦,¦'¦'%*:¦:¦

230 ^AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

todc o casulo, que produzimos, comprando-lhes depois por grossas somraas a seda ma-nuíacturada.« Vejamos o prejuízo enorme que eslaordem de cousas nos occasiona.M. Seringe na sua obra —Dmription

et cultura des müriers—eleva a 312 milhõesde francos o produeto total da-industria seri-cicola em França, e fôrma esta importantesomma com as seguintes addições :

19,000:000 ir,

V

Valor da folha da amoreira....Valorrepresentado pela crianio dobicho de seda 23,000:000 »Manufactura da seda 27ti,noo:00o »

Total 312,000:000 »

« Segundo esta distribuição, o valor dafolha das amoreiras representa 0,06 da som-ina total; o da criação do bicho de seda 0,08 ;e, finalmente, o da manufactura 0,86.« Applicando este calculo ao que se está

passando entre nós, e tomando em conside-ração que só produzimos a folha e o casulo,emquanto que a manufactura da seda é obrada França e da Itália, chegamos á dolorosaconclusão, de que Portugal apenas fica com0,14 do produeto total da sua industria seri.cola, preparando a estranhos os meios delucrarem 0,8fi!

« Para nós, a parte do trabalho maislaboriosa, mais pesada e mais rude, com asétima parte do produeto total da operação !Para a França e para a Itália, o trabalhomais commodo, móis leve e mais intelligente,com um quinhão seis vezes maior na distri-buição das vantagens !

« Ahi fica definida em termos claros adeplorável situação em que nos encontramos,pela falta de bons processos de fiação.»

Servem-nos estes dados para demons-trar o minguado lucro que aufere a culturada amoreira e producção de casulos comexclusão da parte manufactureira da seda, eas funestas conseqüências econômicas queresultariam daquella industria, querendo-sefazer do casulo da seda unicamente umprodueto de exportação. Se additarmos maisas despezas inherentesao transporte e acon-dicionamento dos casulos, muito maioresaqui do que em Portugal, e os estragosmuito mais fáceis em longas viagens mari-timas, chegamos á conclusão, que pouco,bem pouco restaria ao productor como remu-neração do seu trabalho e capital; explican-do-se, portanto, o mallogro de todas astentativas até hoje neste sentido feitas.

Ainda mais, a sericicultura no Brazil,lutando até hoje«om a ignorância,— porquepoucos avaliam bem a importância destapreciosa industria e conhecem as assom-brosas proporções que tem em alguns paizes

da Europa e Ásia,—com a pobreza dos meios,e com a falta de mercado sério, não podiaprogredir e tomar um principio robusto.

Nas condições actuaes em que se acha acultura da seda entre nós, todos os inconve-nientes anteriormente alludidos aggravam-seainda mais, por serem as plantações deamoreiras, que existem, insuficientes parauma forte e continua producção de seda.

Uma manufactura em escala pequenacorreria todos os ricos iuherentes ás indus-irias novas, e teria contra si, ainda mais aprobabilidade, para não dizer a certeza, queos preços da seda crua se levantassem nosprimeiros annos de fôrma tal, a não lhopermittir lutar vantajosamente com a con-currencia dos mauufactos importados.

Não duvidamos que o equilíbrio haviade restabelecer-se; aconteceria isso, porém,•íómente depois de um período critico,durante o qual a nova industria achar-se-hiafortemente ameaçada e exposta a abalos, aosquaes fosse impotente resistir.

Occorre lembrar tambem, que as novasplantações de amoreira para se prestarácriação do bicho, precisão ter, pelo menos,quatro annos de vida; o que canstitue umencargo demasiadamente pesado para o cam-ponez; encargo a que, com certeza, não sesubmetterá, emquanto a existência de fabri-cas fiadeiras não lhe garantirem no futuro acompra do casulo.

Na presença destes factos e inconve-nientes fica demonstrada a necessidade deserem ligados entre nós os dous ramos daindustria da seda : a agrícola e a fabril ;para que ellas possão ter incremento e futuroprospero, contribuindo ampla e vantajosa-mente para o augmento da fortuna nacional.

A outras causas não pôde ser attri-buido o estado de decadência em que se achano Brazil uma industria que ha mais de dezannos se annunciava cheia de vida e de espe-ranças, _ como pro vão os trechos abaixotranscriptos extrahidos da these de concursoa uma das cadeiras vagas da segunda secçãodo curso de sciencias physicas e naturaes,apresentada á congregação da Escola Polyte-clinica pelo Dr. Arthur Getulio das Neves,era 1880 :

«Em 1875 o espirito publico loi agra-davelmente despertado por oceasião de nossaexposição nacional.« A sericicultura foi ahi representada

pelos esforços intelligentes do Sr. LuizRibeiro de Souza Rezende e sua Exma. se-nhora, e igualmente pelos do muito illustradoeconsciencioso naturalista o Sr. Dr. NicoláoMoreira. A parte que dizia respeito aos pro-duetos sencicolas attrahio vivamente a atteu-

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 231

ção geral; a imprensa toda se occupou desteacontecimento, devendo-se notar os excel-lentes artigos do nosso illustrado mestre oSr. Dr. Saldanha da Gama e dos distinctoslitteratos Dr Rozendo Muniz e Augusto E.Zaluar.

« A seda do bomdyx mori produzida noBrazil é de excellente qualidade, e paraprova-lo, basta citar a resposta que obteve oSr. Luiz de Rezende quando, enviando paraos Estados-Unidos uma porção da que for-necia a—Seropedica de Itaguahy,—recebeutres lenços fabricados com a matéria primaremettida, e acompanhados das seguintespalavras: « Mande mais seda e da mesmaqualidade ; não ha superior no mundo !»

« Em 1876 comparecemos á ExposiçãoUniversal de Philadeiphia, e o modo por queabi foi'apreciada a seda do Brazil sei á des-cripto pelo nosso distineto mestre o Sr.Dr. Saldanha da Gama, um dos membros dacommissão brazileira—« O brilhante trium-pho obtido pelo Brazil na exposição da sedado bombix mori, devido aos esforços docapitão Luiz de Rezende, ser vio de incen-tivoparao estudo comparativo com a sedade outras regiões emquea seriei cultura tantose tem engrandecido.

« Até 1876 ninguém attribuia ao nossopaiz a cultura avançada do bicho da seda, enada se dizia quanto ás excellentes quali-dades do fio têxtil. Em Philadeiphia o sue-cesso subia de ponto quando as pessoas babi-litadas neste assumpto emittião sua opinião.A seda da Seropedica de Itaguahy pôde com-petir com as primeiras sedas de qualquernação, e supposto que a producção cresça deanno em anno, este produeto exportado paraas manufacturas européas ha de ser equipa-rado aos typos mais estimados de outrasprocedências.

« Fica tudo dependente de uma só con-dição, cultura em grande escala e abundan-cia de matéria prima. Em côr branca eamarella, tenacidade do fio, comprimento daseda, brilho e outros característicos, a expo-sição da seda na secção brazileira era umadas mais interessantes. Nem as secções fran-ceza e italiana no Main Bulding puderãodesmerecer a victoria do expositor brazileiro!no Machinery Háll. \

« Para este brilhante resultado muitis-1simo contribuio a Exma. senhora do Sr.Luizde Rezende,a respeito de quem citaremos as !palavras do illustre secretario da commissãobrazileira o Sr. Dr. Silva Coutinho como umahomenagem aos grandes esforços desta nossadistineta patrícia:

« A sala das sedas, perfeitamente arran-jada pelo capitão Rezende, foi uma das mais

concorridas. Como na exposição nacionalda Corte, trabalhou ahi a Sra. Rezende napreparação do fio e dobagem da seda, coad-juvada por seus filhos, e durante as feriaspor muitos jovens brazileiros que estudãonas diversas Universidades dos Estados Uni-dos. O exemplo do amor ao trabalho, quedurante cinco mezes deu aquella senhorabrazileira em meio de um povo que mais amae honra ao trabalho, muito concorreu parasubirmos no conceito delle ».

« De tudo o que escrevemos, nos pareceque duas grandes conclusões finaes se pôdetirar:

1.° A grande importaucia da industriasericicola.

_ 2." A perfeita possibilidade e conveni-enciade sua vulgarisação entre nós.

« Terminaremos, pois, parodiando aspalavras dc um de nossos eloqüentes tribu-nos:

« No dk em que nos compenetrarmossuficientemente de que a riqueza e a prós-peridade do Brazil dependem principalmenteda elevação do nosso nivel intellectual e dodesenvolvimento das artes e de industriascomo esta, nesse dia sim, é que raiará aaurora da regeneração nacional ».

industria AgrícolaViticultura

Ministério dos Negócios da Agricultura,Commercio e Obras Publicas.— Rio de Ja-neiro, 19 de Setembro de 1888.

lllm. e Exm. Sr.—Tendo vários agri-cultores manifestado desejo de cultivar aplanta têxtil vulgarmente conhecida pela de-nominação de— Ramic—, e convindo que osseus esforços sejão orientados por informa-ções seguras que lhes poupem, quanto pos-sivel, tentativas estéreis, espero do zelo deV. Ex. que colligirá e me remetterá todosos dados úteis aquelle fim, entre os quaes:

I.—Designação característica da varie-dade mais geralmente cultivada e estimadana França, e condições da cultura, abran-gendo solo, clima, natureza do terreno, se-menteira, methodos de plantação, etc;

IL—Methodo empregado para o desfi-bramento com indicação do mais usual sys-tema de machina, preço dos seus diversostypos, custo da collocação e o mais que inte-ressar a este objeeto ;

III. —Valor commercial das fibras, mer-cados, e informações acerca da possibilidadeda venda da matéria prima não desfibrada,suas condições, etc. *

2_2 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

A estas informações juntará V. Ex.quaesquer outras que julgar convenientes álavoura nacional com referenciaa semelhanteramo de trabalho, tendo em particular atten-ção que taes informações sejam sobretudopraticas.

Aproveito a oceasiao para reiterar aV. Ex. as seguranças da minha alta estimae distinctaconsideração.—-Antônio Prado.—AS.Ex. Sr. Enviado Extraordinário eMinistro Plenipotenciario do Brazil em Pariz.

_ —Mutatis mutandis ao enviado extra-ordinário e ministro plenipotenciario doBrazil nos Estados-Unidos.

RamieMinistério dos Negócios da Agricultura,

Commercioe Obras Publicas.—Rio de .Ta-neiro, 19 de Setembro de 1888.Mm. e Exm. Sr.— Nos avisos juntospor cópia, que nesta data dirijo ás legações

do Brazil em Pariz e Washington, relativa-meute á planta têxtil vulgarmente conhecidapela denominação de Ramie, bem como noque tem por fim obter informações acerca decultura do mesmo vegetal na colônia doGrão-Pará, está patente o desejo que nutreo governe imperial de colligir dados flde-dignos que orientem a lavoura nacional arespeito da mesma cultura.

Confio do zelo dessa associação queconsiderando devidamedte este objecto, pro-curará pela sua parte corresponder ao pensa-mento manifestado por aquelles avisos, tra-zendo ao conhecimento do ministério a meucargo, para que hajam a conveniente publi-cidade quaesquer informações e esclareci-mentos que por este aspecto possam inte-ressará agricultura nacional.Deus guarde a V. Ex. - Antônio Praelo.~-A b.Ex. oSr.VeadorPedro Dias GordilhoBaes Leme, presidente interino da Directoriado Imperial Instituto Fluminense de Aeri-cultura. 6

II.—Qual o systema da machina de des-íibramento alli introduzido, seu custo, e re-sultados obtidos ;

III. —Dados relativos â acceitação quehajam tido as fibras em fabricas européas,preço oferecido, etc.

A estas informações juntará o mesmodirector quaesquer outras que possam serúteis á iniciação da cultura da referidaplanta.

Deus guarde aV. Ex.— Antônio Prado.Sr. presidente da provincia de Santa Catha-rina.

Industria NacionalPatente de invenção

iV. 600.—Relatório em duplicata depositado no ir-clavo Publico por Gregorio de Abreu & C. paruobterem privilegio exclusivo por 15 annos naforma da lei 3129 de 14 de Outubro de 1882 parao processo de sua invenção, destinado á fabri-cação eie chinelas de tranca.

Ministério dos Negócios da Agricultura,Commercio e Obras Publicas.—Rio de Ja-neiro, 19 de Setembro de 1888.lllm. eExm. Sr.—Sirva-se V. Ex. deexigir do director da colônia do Grão-Paráinformações minuciosas acerca da plantatêxtil vulgarmente denominada— Ramie -

que alh é cultivada, devendo abranger asmesmas informações.I.—Designação característica da varie-dade ou variedades cultivadas, numero ap*

proximado de exemplares existentes, methodode plantio, natureza do terreno, temperaturanormal, sementeira, colheita, época de cadauma destas duas operações, etc;

O processo, cujo privilegio se requer,passa por 15 phases essenciaes que vamosdescrever:—Obtido o fio, seja de lã, algo-dao ou juta, que são as matérias primas atéhoje empregadas, é elle preparado em mea-das; depois passa elle para uma machinadobadoura, que o enrola em grandes carre-teis ; dahi passa para outra machina con-tendo carreteis menores: collocam-se estespequenos carreteis já cheios de fio nos teares— 13 carreteis em cada tear— obtendo-seassim a transformação do fio em trança ; emseguida enrola-se a trança formando novel-los ; estes novellos são então entregues aosoperários, que, com fôrmas e ferramentasadequadas, preparam o tecido, como se vêpela amostra.

Fica assim terminado o processo de fa-bricação do tecido e passa-se ao fabrico dasola. Para isso empregão-se tiras de diversaslarguras, passando por cylindros; obtidaassim a sola com a rigeza necessária, é ellacortada por facas de aço de diversos tama-nhos e especiaes para esse fim ; em seguidaleva-se a sola a duas machinas, uma dasquaes tem por fim abrir fendas em circumfe-reríciaea outra preparar os contrafortes •adapta-se em seguida o tecido á sola sem o'auxilio do grude, como se tem feito até hoiemas por um processo de exclusiva invençãonossa, que consiste no engrampamento pormem de molas de aço, que prendem o tecidoa sola conforme a amostra; cose-se antãoperfeitamente a sola e o tecido e em seguida

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 200

trata-se de aperfeiçoar o trabalho, escon-dendo-se a costura no fendido que se abriona sola, por meio de um machinismo de nossaexclusiva invenção, que consta de um eixocom diversos roletes adequados á grossurade cada sola, com os quaes, por meio do at-trito produzido pela extrema velocidade derotação dos roletes e ao mesmo tempo com oauxilio do martello, consegue-se fazer occul-tar a costura; faz-se depois disto seccar asola, que havia sido molhada, para os pro-cessos anteriores, em uma estufa de nossainvenção, em seguida trata-se do embelleza-mento da sola, que fica limpa e lixada com oemprego de machinas melhoradas por nós;e finalmente procura-se ainda aperfeiçoar asóla,dando-se-lhe fórma elegante e commoda,conseguindo-se obter uma chinela perfeita-mente acabada, como se vê pela amostrajunta.

Caracteres essenciaes da invençãoA presente invenção consiste na appli-

cação, para o fabrico de chinelas de trança,de todo o processo acima descripto, mas prin-cipalmente:

a) na adaptação do tecido á sola peloengrampamento por meio de molas de aço;(b no emprego da estufa, de nossa in-

venção, para seccar a sola ;c) no emprego da machina de nossa in-

venção, que consta de um eixo com diversosroletes adequados á grossura de cada sola,com os quaes, por meio do attrito produzidopela extrema velocidade de rotação dos ro-letes e ao mesmo tempo com o auxilio deum martello, consegue-se fazer occultar acostura;

d) no emprego das machinas com o me-lhoramento por nós introduzido e que con-siste na substituição dos roletes de aço ana-valhados por outros de madeira, de abrir efechar, sobre os quaes se colloca a lixa paralimpar e lixar a sola.

Rio de Janeiro, 14 de Julho de 1888.—Gregorio de Abreu & C.

45Í. — Descripção dos processos de nova appiicação doamianto, inventados por Alberto Leopoldo RibeiroGuimarães para serem applicados ds artes e in-dustrias

Amianto (do grego) a, sem e miainein,estragar, isto é, immaleavel indestructivel,não é mais do que um silicato de magnesia,substancia mineral, apresentando-se sobfórma de massa divisiveis em filamentos na-carados, com um reflexo esbranquiçado na-tural, setineos, incombustiveis, infusiveis.E' um grande isolador do calorico.

Foi completamente desconhecida sua30

existência no Brazil até pouco tempo, e suasapplicações ás artes e industrias, com algu-ma excepção, ainda hoje o são na velha e adi-antada Europa, e no Brazil, inteiramente.

Foi assim que, após perseverante es-tudo e repetidas experiências, o supplicantechegou a resultados satisfactorios quanto ásua appiicação e introducção nas artes e in-dustrias, como passa a descrever:

Sua appiicação aos tecidos consiste em-prega-lo, ou misturado ou mesmo em estadonatural, com qualquer matéria prima tecivel,como sejão o algodão, alã, a seda, o linho, asfibras e pellos, quer sejão de animaes ou ve-getaes_ também em seu estado natural, ouem tecidos fabricados com estas matérias, ounas tintas e gommas destinadas e applicaveisaos mesmos tecidos, quer seja esta appiicaçãofeita nos fios antes ou depois de fabricados ostecidos.

E' duplo, neste caso, seu effeito: tornaos tecidos incombustiveis e isentos da accãoda humidade.

Sua appiicação ás tintas, liquidos, óleose vernizes destinados ás pinturas de casas,edifícios e quaesquer outros objectos, com ofim de torna-los resistentes e inalteráveis áacção destruidora do tempo, da humidade edo fogo, é feita da maneira seguinte:

Esmagado o amianto e em seguida pe-nerado, mistura se, em quantidade propor-cionada, com as diversas massas, com que,reduzidas á tinta, se pretende junta-lo, demodo que as mesmas tintas e liquidos, quersejão oleosos, de benzina, alcatrão ouvernizes, e outros quaesquer vehiculos, poucopercão de sua consistência e liquidificação.Assim applicado o amianto, é tríplice o seneffeito: Io, torna os objectos a que se oapplica mais solidificados, dando-se a inter-rupção porosa dos mesmos; exemplo.- nasmadeiras, nas pedras, no barro, etc ; 2o, servede meio poderoso á bôa conservação e dura-ção dos mesmos objectos a que o applica re-petidamente; 3o, finalmente, quer seja ma-deira, tecido ou outro qualquer objeeto sujeitoa queimar-se, torna-os impenetráveis á accãodo calor e, portanto, incombustiveis em altatemperatura.

Como experiência deste ultimo effeitodo amianto, tomou o peticionario tres la-minas das seguintes madeiras: pinho, cedroe vinhatico, de O",25 de comprimento, 0m,01de grossura, sobre O™,05 de largura cadauma dellas, as quaes fez pintar e seccar ao arlivre, e repintar por vezes com tinta prepa-rada com amianto. A lamina de vinhaticofoi posta em um forno, cuja temperatura eraaceusada de 200 gráos centígrados: a decedro foi posta em um brazeiro que abrangia

s. A.

234 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

toda a sua dimensão, posta longitudinal-mente; e, finalmente, a de pinho, madeiramenos consistente e mais resinosa, foi porsua vez lançada no loco incandescente deuma forja de que se servem os ferreiros.

As duas primeiras lâminas perma-necêrão inalteráveis a acção do calor e dofogo, e a terceira (de pinho) apresentou pe-quenas intumescencias ou bolhas, em nu-mero de cinco, variando uma das outrasentre 0m,010 eOm,025, pouco mais ou menos,postas de um e outro lado e occupadas daresina de que é rico o pinho, porém conser-vando-se em estado inalteralvel e perfeito,como as demais, por espaço de 30, 15 e 5minutos.

As applicações do amianto inventadaspelo peticionario são de tres espécies: ex-terior, interiormente e intermedia.

1." Exteriormente. — E' applicadopuro, em roassi ou misturado com cal, ci-mento, areia, gesso, barro ou outra qualquersubstancia; em tintas, aleatrão, óleos ououtros quaesquer líquidos adaptáveis á pin-tura ou como meio de conservação e preser-vativo contra incêndio nas construcções, re-rebocamentos, muralhas, tapamentos, casas-fortes, fabrico de papel, etc, ou mesmopara conservação de quaesquer outrosobjectos destinados á construecão de docas,navios e seus apparelhos e machinas, isen-tando-os de incendiar-se ao contato de qual-quer chamma.

2.* Interiormente. — Esta applicaçãopouco differe da precedente; sendo, porém,feita em sentido cortrario (interior), trazendo,porém, benefícios e vantagens ainda maiores.

_ Não somente esta applicação de massase tintas de amianto é de natureza a preser-var os objectos da ação do fogo e da humi-dade, como ainda, aproveitando-se da grandeforça isoladora do calorico, de que é rico oamianto, traz vantagens de ordem econômicaaos diversos ramos da industria e das artes.E' assim que, applicado na construecão deparedes lateraes internas dos fornos parapadeiros para derreter metaes, mineraes,etc, fogões, fornalhas e outros apparelhossemelhantes, ás massas destinadas ás con-strucções das suas paredes, não só tornaosmais efficazes, como concentra-os, conservae demora-lhes o calor, á vontade do artista,trazendo economia no combustível.

N. 552. — Relatório da Invenção de Arens Irmãos deum novo separador de café.

DESCRIPÇÃO :

Consiste o separador em um cylindro,composto de centros com aspas e esteiras

especiaes de arame, arame achatado ou tirasde metal ao qual é dado o movimento gyra-torio por meios conhecidos, e por cima doqual trabalha de um modo especial umaescova com movimento alternativo.

Na planta junta representa :A — Secção de separador ;B •— Vista lateral do mesmo ;C — Vista lateral do arame grosso,mostrando os cortes transversaes abertos e

outro com arames finos nelle rebotados ousoldados;

D — Corte do mesmo ;E — Esteira de arame prompta.A invenção refere-se principalmente :A' esteira especial E, que é composta

de arames, arames achatados ou tiras demetal mais grossas e outras mais finas, con-sistentes, porém flexíveis ; nas mais grossasse fazem, por meio de seria circular ou outroapparelho cortante, pequenos cortes em dis-tancias exactamente determinadas para osarames finos, que nellas são cravados, rebi-tados ou rebitados (ou) e soldados, formandoassim a esteira chata, que com facilidade sepôde envergar ou curvar na fazenda ou outrologar para formar a parte cylindrica do sepa-rador e por entre cujas aberturas separa ocafé.

As esteiras chatas assim fabricadas,depois de curvadas na fôrma cylindrica, sãoconservadas no logar e justadas umas ásoutras por meio de fortes anneis de ferro,que dão muita solidez e rigidez a todo oseparador.

A' escova oscillante, á qual podemosdar, além do movimento oscillante, ao mesmotempo um movimento rotativo, quando que-remos; ella recebe esse movimento por meio(d c) de polias e excêntricos, e este movi-mento de vai-vem tem por fim expellir me-lhor e com mais perfeição os grãos presosuos orifícios entre os fios de arame, aper-tando toda a circumferencia do cylindro ai-ternativamente e em todos os logares. Esseultimo resultado alcançamos pela applicaçãode um jogo de engrenagem que tem relaçãoespecial de dentes de um para com outropara produzir esse fim.

Ao modo de fabricar as esteiras chatase que consiste no seguinte :Juntão-se os arames ou tiras mais

grossas e direitas firmando-as nma perto daoutra sobre uma chapa; nessa posição fazem-se nas mesmas, por meio de uma serra cir-cular ou outro instrumento cortante, rasgosnas distancias que hão de ter um dos outrosos arames finos, que formaráõ os vãos paraa separação do café. Esses rasgos são feitosatravés dos arames mais grossos dando-se o

•V

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 235

movimento ao instrumento cortante ou dan-do-se um movimento na direcção dos rasgosá chapa, na qual se achão firmados os ara-mes grossos.

Em ambos os casos dá-se, por meiosconhecidos, um movimento lateral automa-tico aos arames ou apparelho cortante, igualá distancia exacta que devem ter os rasgosuns dos outros, depois de cada rasgo oucorte feito através dos arames.

Depois de ter-se feito este trabalho,deitão-se os arames rasgados em uma outrachapa da largura das mesmos.

Esses regos correspondem ás distanciasem que hão de ficar os arames mais grossosda esteira e a profundidade des regos é talque deitando-se nelles os arames ficará ofundo dos ragos em um nivel com a superfícieda chapa entrando a parte dos arames nãorasgada nos regos da chapa.

Achando-se desta fôrma os arames maisgrossos deitados nos regos, estendem-se osarames mais finos nos regos dos mesmos e osarrebita ou crava ou solda em seguida nelles;ficando dessa forma completada a esteira.

VantagensTodos os separadores cylindricos inven-

tados até hoje podem ser classificados quantoá construcção de cylindro propriamente dito:

a) em separadores de chapas com orifi-cios produzidos por puncção ou perfuração ;b) em separadores de tecido de fitassoldadas umas sobre as outras, formandoentre si os vãos;

c) em separadores de arame formandoos arames, que entre si têm os vãos, um te-cido, o qual ainda é amarrado por fios dearame mais finos para impedir treslocaçãodas peneiras, sendo tudo ainda ás vezes sol-dado;

d) em separadores de arame e tiras maisgrossas, sendo os primeiros rebitados ou era-vados nas tiras já envergadas no acto de seformar o cylindro e que nessa fôrma cylin-drica rigida sahem das officinas;

e) em separadores de arame nos quaesesses são presos sobre molas longitudinaesespiraes, constituindo logo no acto de sefabricar um cylindro, o que também nessafôrma cylindrica rigida sahem das officinas.

As chapas e o tecido dos separadoresabe, que formão o cylindro, são fabricadosna fôrma chata, remettidos dessa maneira aoseu destino e lá curvados para formarem ocylindro, porém os separadores a b têm pou-eos vãos para effectuarem a separação e oseparador e não tem duração sufficiente e aformação igual dos vãos é diffieil. Os sepa-radores d e, {sendo a formação da esteira e da

espiral no ultimo produzidos formando-se nomesmo tempo já o cylindro inteiro, ficãocaros pela fabricação diffieil e tomão grandeespaço no transporte, sendo esse mesmo ásvezes impossivel.

A esteira de nosso separador novo fabrica-se em fôrma chata e assim pôde serfabricada mais facilmente e com grandeigualdade nos vãos e no transporte poupa-semuito nas despezas, principalmente paraos separadores de grandes diâmetros, facili-tando ao mesmo tempo a montagem dosmesmos.

Por conseguinte o nosso separador temtodas as vantagens dos separadores dearame d e, quanto á capacidade de separare grande solidez do separador d, não tendoas desvantagens desses quanto á difficuldadeda fabricação e grande volume e os incon-venientes dos a b.

A escova oscillante é superior a todasas inventadas para limpar o separador dosgrãos e outras partículas presas nos vãos :

a) porque dá aos grãos presos nos vãosum choque mais violento, que os joga paradentro do separador e assim limpa o sepa-rador com mais perfeição, do que as escovasaté hoje conhecidas;

b) a escova adapta-se mais a qualquerdesigualdade da fôrma cylindrica do sepa-rador;

c) pôde tocar mais vezes os grãos, se aprimeira não conseguio deslocalo-os;

d) não se gasta com tanta facilidadecomo as conhecidas;

e) o movimento ou oscillação delia pôdeser mais ou menos violento conforme se quer,podendo ser graduado para esse fim ;

/) a escova oscillante toca o separadoralternativamente em todos os logares da cir-cumferencia, o que se consegue dando aosrodetes uma proporção irregular de dentes;

g) a escova mesma conserva-se maislimpa ella mesma;

h) demanda menos força havendo menosattrito.

Resumo

Declaramos ser nossa invenção :1°. Esteira especial de arame, arame

achatado ou tiras de metal rebitadas, crava-da ou rebitada e soldada umas nas outraspara formarem a esteira, fabricada em fôrmachata de material consistente, porém flexívele que podem ser remettidas chatas para asfazendas, para serem alli envergadas emfôrma cylindrica;

2o. O modo especial de fabricar estasesteiras de arame, fazendo rasgosmes consistentes e nelles prender

nos ara-o arame

236 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

fino antes de envergalo-os, pelo modo des-cripto;

3o. A escova oscillante ou com movi-mento de vai-vem para melhor limpar o se-parador;

4o. O modo de fabricar separadores dearame, de esteiras de arame consistentesremettidas chatas para as fazendas, onde sãoenyergadas em fôrma cylindrica, compondoassim o separador.

Rio de Janeiro, 16 de Novembro de1887. — Arens Irmãos.Reconheço a assignatura supra. Rio de

Janeiro, 16 de Novembro de 1887. Em tes-temunho de verdade. — Antônio Joaquimde Cantanheda Júnior.

Noticias IndustriaesVerniz para moveis preciosos

A formula é a seguinte:Sandaraco l25 grams_Gomma-lacca 62 »Mastique _ 62 »Rezina elemi 31 »

Dissolvem-se em banho-maria em 1litro de espirito de vinho, juntando-se porhm Terebinthina de Veneza.. 62 grams.

Azul UltramarDe todos os kaolins japonezes empre-

gados na preparação do ultramar o deShiraye é o que melhor resultado apresentaPela analyse o kaolin de Schirayemostra ser composto deSilica.. 47 74Alumina '.'.'. 36.68Peroxydo de ferro o,42£»!¦¦•; 0,'99Magnesia O 99Potassa q'24Soda 0'i2iPerda pela calcinação.... 13,64Relação da alumina para asilica 12,25Para obter o

seguinte maneira:ultramar procede-se da

KaolinCarbonato de soda..EnxofreCarvão de madeira.

505630

0

Calcina-se a mistura durante 3 horas eobtem-se uma substancia verde e homogênea,lava-se tritura-se e trata-se pelo enxofre.O ultamar obtido regula 3 % da misturaprimitiva.

(Gentle).

Processo para Nickelisar o ferroNickelisa-se o ferro sem empregar a ele-

ctricidade pelo processo seguinte : em umasolução de um sal de zinco de 5 a 10% dis-solve-se um sal de nickel de maneira a obtera coloração ondinaria dos banhos de nickel.

Os objectos a nikelisar, depois de bemlimpos, são immergidos durante meia horano liquido, ao qual addiciona-se constante-mente água em substituição da que se ava-pora.

O sal de nikel deve ser puro e não con-ter cobre algum.

Tinta de escreverMr. Payen propõe fazer macerar durante

trinta e seis horas em 10 litros d'agua fil-trada:

Noz de galha contusa..... 2 kilgs.Páo de campeche 150 »

Convém manter a temperatura quasi nográo de ebulição durante duas horas, depoisfiltrar e addiccionar:

Sulfato de ferro— 1000 grammas.Gomma arábica 1000 »que previamente são dissolvidas em 5 litrosd'agua pouco mais ou menos.

Agita-se bem a mistura deixando-sedepois por tres dias exposta ao ar. Decanta-se por fim, aromatisa-se com 50 a 60 gram-mas de óleo essencial de alfazema e engar-rafa-se.

Tinta vermelhaToma-se uma infusão de páo Brazil eaddicionãose-lhe:

Sal de estanho 200 grammas.Gomma arábica 5 »Toma-se 3 lj2 litros de água filtrada atéreduzir-se á metade, filtra-se adecocçãoe

junta-se-lhe 5 decigrammas de gomma ara-bica.

Tinta azulPiepaia-se uma bôa tinta azul dissol-vendo-se o azul da Prússia no ácido oxalicoe addicionando-lhe água aluminosa.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 237Canna de assucar

Encontra-se no Jornal de Acclimação,de Fevereiro do corrente anno, o seguinte :« Imagina-se facilmente que a canna deassucar cresce naturalmente em todas aslatitudes callidas e que por esse motivo ésufficiente planta-la para que se obtenhãoricas colheitas.

Este engano em que se achão os euro-peos convém desfazer.

Ha muito tempo que a canna de assucartornou-se objecto de incessantes iavestiga-Ções de parte dos cultivadores.

Ainda actualmente se fazem ensaiospara acclimatar as variedades mais produ-ctivas e persistentes, mandando-se vir se-mentes de Java, das ilha de Sonda e dascolônias do Oceano Indico ou das Antilhas,estudando-se ao mesmo tempo os differentessystemas de cultura, e tendo muito em vistaa relação, o effeito dos estrumes, chegando-sefinalmente a obter por hectare 100,000 kilo-grammas de cannas produzindo 10% de as-sucar.

CaféNo mesmo jornal a que nos referimos,

tratando da canna de assucar, emitte-se oseguinte juizo sobre as tres espécies de café—Commum, Moka e da Libéria.

As tres espécies de café cultivadasem Guadeloupe são — o café ordinário, oMoka e da Libéria.

Não nos pronunciaremos sobre as quali-dades destas tres variedades, porque as opi-niões se achão muito divididas, sendo suffi-ciente dizer que o café ordinário e o Moka dacolônia, são produetos de uma superioridadeincontestável em todos os mercados.

Seria talvez prematuro emittir um juizosobre o futuro do café da Libéria.Os conhecedores não lhe reconhecem

todas as qualidades que elles eneontrão nofino Moka.

Os plantadores que preferem a quanti-dade á qualidade, defendem exhuberante-mente o Libéria.

O Libéria foi introduzido em Guade-loupe ha poucos annos e goza de muitopouca sympathia. Os cultivadores inglezesda Jamaica, Trindade, Dominique, etc, sãomais fáceis de contentarem-se, e por issoplantão o Libéria eom todo o ardor.

Com effeito o café da Libéria é umaplanta muito mais desenvolvida do que ocafé ordinário; attinge rapidamente as di-mensões de uma arvore; é mais vigoroso,menos delicado, parecendo insensível á fer-rugem, o flagello dos cafesaes.

As sementes, amêndoas, são maiores,mais pesadas, e a colheita é mais fácil e dahia preferencia que os inglezes, bebedores dechá, dão ao Libéria sobre todas as sortes decafé, porque as propriedades daquelle pro-dueto traduzem dinheiro, pouca importânciamerecendo o delicado aroma que os conhe-cedores tanto aprecião no Moka e mesmo nocafé commum.

Companhia Agrícola de Campos

ENGENHO BARCELLOSA moagem começou a 4 de Julho, ter-

minando a 30 de Novembro ; funecionou afabrica por 89 dias e um quarto.Moerão-se 16.253,294 kilogs. de cannas,

sendo 4,000 kilogs. sujeitos á diffusão.As cannas produzirão 1.241,700 kilo-

grammas de assucar dos tres jactos (2,456%)e 197,299 litros de aguardente (1,184%).As cannas custarão 4$400 por tonelada ea despeza com o fabrico 5$262 por 1,000kilogrammas.

O assucar foi vendido por 123rs. o kilo.Temos, portanto :

Em assucar 1.241,700 kilogsEm aguardente 1Ü7,299 litros.

Liquidando ambos os produetos 171:078^119Deduzindo o custo das cannas 73:2761890» a desp. ger.da safra 93:962#010169:538,2900

Saldoa favor 4:5391219(Extr.)

Dados estatísticosGado em' França

Cavallos inteiros....» castrados...

EgoasPotrosMulasAsnosBoisVaccasTourosGarrotesNovilhosBezerrosCarneiros, ovelhas etcPorcosLeitões

1887Impor tação

4867,1701,1201,415

2992,474

21,35434,261

2,2544,7003,464

30,6301,253,434

56,98384,987

1888Exportação

3,32118,2588,8454,098

18,291629

29,41140,079

1,3991,5136,540

14,08948,73241,400

4,975

238 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONALOrçamento da despeza do Ministério da gri-cultura Francez 1888

Tratamento do minstro e pessoaladministrativo 700 000Material e diversas despezasda administração central

ImpressõesMérito agrícolaPessoal das escolas veterinárias.Material »

Incêndios de theatros

PLANO N. 1

100,000107,500

6,300432,800

c, . 566,000berviços de episootias 157 800Corte de animaes 460,'000Pessoal do ensino agrícola 736570Material » 94o'135Subvenções a instituições agri-colas 1 154 400Inspecção da agricultura 'l20^300

Animação á agricultura e ádre-nagem 4 869 500Phylloxera, donphora, nulldew. 1.70O,'o0O

Desstruicção de lobos 66,000

Oleo de sementes de algodoeirosOs Estados-Unidos produziram em:

;8;!4-l875 3,S,S6001^-1876 5 242 5001876-1877 4,504,0001877-1878 6,687,2001878—1879 7,800,0001879-1880 10,000,0001880—1881 8,098,3001881—1882 * .... 12,000,0001882-1883 -.... lolooO.OOO1883—1884 14,000,000

Em Geral o valor do oleo representa aterça parte da colheita do algodão.

Importação de vinhos ordinários em França

Incêndios em theatros desde16° século17° »

o 16° século até hoje.... 2 incêndios

18"19° de 1800 a 1810.

1810» 1820.1820 . 183Ò..1830 . 1840 .1840 » 1850..1850 » 1860..1860 . 1870..1870 . 1880..

165916143133447498

100

dos espectalf res.

Vinhos ordinários1875 8,351,7411876 18,468,8111877 22,593,9891878 50,204,1451879 107,479,8991880 297,917,2481881 346,516,4251882 295,207,9171883 360,000,0001884 319,664,3261885 361,476,9791886 489,985,1941887 545,000,000

Parras5,755,6145,447,2048,649,482

14,829,09640,807,04362,631,97037,364,28931,903,08839,000,00049,644,90995,350,82488,422,44198,000,000

Francos. 322,866,504 577,805,984

PLANO N. 2incêndio durante o dia.

3 uma hora antes da entradadurante a representação.

6,8 duas horas depois.3,4 durante a noite.

Incêndios que fizeram maior numero de victimasÉpoca doincêndio Victimas

Amsterdam. .. 1772 25 mortosSaragossa 1778 137 .Pariz 1781Capo d'Istria.. 1784Richmond 1811S. Petersbourg 1836Cantào 1845Quebec 1846Carlsruhc 1847Livourne..... 1857Philadelphia.. 1867Shang-Hai 1871Tient-Sin 1872Sacramento... 1876Brooklin 1876índia 1873Montpellier... 1878Nice 1881Vienna (RingTheater) 1,100

21 .1.000 »

72 .800 ..

1.670 » e 1.700 feridos200 .100 »100 .29 »

126 .600 .110 .380 ,40 »

400 .80 »

Em 19^ incêndios fal-lecêrâo g,

Paizes984 .

População

Itália FrançaHespanhaAllemanhaÁustriaGrtin-BretanliaRússiaBélgicaHollandaSuissa 2 7Portugal 4('eBrazil in fihuecia 42Dinamarca 19Grécia 1*5Turquia 2J3Roumania 53Egypto 2Servia, i(6

milhões

Numero detheatros

3483371601941521504434222016141010

44331

T^àUXILLlDOR DA INDUSTRIA NACIONAL 239

Gado vivo importado em FracaAnnos1875187618771878187918801881188218831884188518861887

Bois

33,54470,694104,994134,738107,12068,384.54,13377,61276,43156,08149,11240,80921,524

Vaccas50,42260,60075,33393,41979,91965,43144,09350,10462,98151,33645,60647,81334,241

Carneiros1,294,3601,574,8501,519,0312,343,2882,023,7492,078,4711,111,9642,156,0162,277,8272,099,5101,949,2831,625,6401,253,454

Rendas Fiscaes e Revista dos MercadosALFÂNDEGA

Importação 3.679:241*962Exportação 602:727*916Despacho marítimo 20:088*162extraordinária 4:0015970

Carne consumida annualmente em Pariz

Annos18791880188118821883188418851886

População21,441,0002,204,0002,269,0002,284,0002,299,0002,314,0002,329,0002,345,000

PORC.de vacca

kilo64,666,668,668,564,784,464,264,8

(J. de A

TotalINDIVÍDUOSCde C.de

porco cavallokilo

11 — -10,5 — —9,5

10,211,310,810,610,3

Depósitos

5 °/o addicionaes.

4.306:060*01026:548*916

4.338:608*926188:927*254

0,87 79,61,16 77,21,20 76,41,33 76,11,44 76,5

Total 4.527:536*180

Recebedoria 2.763:556*750Mesa Provincial 140:920*228

MERCADO DE CAFÉEntrarão durante o mez Saccas

Pela estrada de ferro D. Pedro II 242 460Por cabotagem 88'494Uo interior 4õ'253

,r Total 376,207Venderao-se durante o mez Saccas

Para os Estados-Unidos 228 346• a Europa 84^736> diversos portos 18 085

Pratique).

BibliograpMaRecebemos e agradecemos:Revista ãe Engenharia, ns. 194, 195

e 196.Monitor Sul-Mineiro, ns. 924, 925, 926

e927.The Rio News, ns. 28, 29 e 30.Revista dos Constructores, n. 7, 2o anno.Associacion Rural d'el Uruguay, ns. 17

el8.Correio Official de Goyaz, ns. 39, 40

e 41.11 Brasile, ns. 10, anno 2°.O Sul ão Brazil, ns. 3 e 4.O Trabalho (Alagoas), ns. 297, 298 e

299.Sáentific American, ns. 10, 11 el2.El Economista Americano, ns. 7 e 8.Union Ibero-americano, Io do Outubro

n. 39.Boletim da Alfândega do Rio de Ja-

neiro, n. 20.Revista de Medicina e Pharmacia

(Pariz), n. 38.Anales dei Instituto Agronômico- Veteri-

nario de Buenos-Ayres.

_, To"*1,- 331,167Embarcarão durante o mez Saccas.

Para os Estados-Unidos 235 172o Canal e Norte da Europa 48,608

» o Mediterrâneo 32 147» diversos portos 16 017

_ ,. . TotaI 331,944oahirao durante o mez 310,083 saccasStock 265,950 »

VALORESCafé lavado máximo 5*480

' superior .. 1* bôa [ Nominal.

l8regular "". 50580• 1* ordinária 5*380' 2'bôa 5$iio

2" ordinária 4*770por peso de 10 kilos.

MERCADO DE CARNE SECCAExistência no dia 31 de Outubro •

Buenos-Ayres 2.687,000 kilos.Valores máximos 340 a 380 por kilo.

GÊNEROS LEVADOS AO MERCADO PORCABOTAGEM

150 volumes.Agua floridaAguardente .

Águas mineraes...Algodão em fio....

• em rama.tecido...

AlhosAmendoimArreinsArrozAssucar

1,692 pipas,66 barris.52 garrafões.

6 volumes.28

449,901 kilos.105 volumes.

11105

53,899 sacos.

53,274 .

.

240 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Azeite de amendoim..> de baleia» de potro

Baga de mamonoBanhaBettasBiscoutosCabeça de negroCacàoCamarõesCambaráCangieaCanliamaçoCarne salgadaCaronasCenteioCêráCervejaChapéos de carnaúba.

»> do Chile» de feltro

CharutosCocosCollaConservasCouros preparados...CouvesDocesErvilhasEsteirasEstopaFarinha

FavasFazendasFeijãoFlechasFumo

» em folhaGergelinGoiabadaGommaGraxaJacarandáLenhaLicoresLinguasMadeiras

ManteigaMateMelMilhoÓleo de algodãoOvosPainaPedras de amolar....PeixePennas de emaPiassavaPolvilhoRicinoSabonetes.Sal .'SalsaparrilhaSangaSeboSolaTapioca ,Tecidos ,,ToucinhoVinho

» de jurubeba

85 volumes.105

115 sacos.

478,250 kilos.868 peças.

15 volumes.129210

20025 sacos.18 volumes.9735

187

1246

10810,146 unidades.

731 volumes.201237 fardos.11 volumes.43 volumes.12

561

24,354 sacos.81,650 litros.

964 sacos.68 fardos.

6,715 sacos.22,000 dúzias.13,584 kilos.65,814 »

200 volumes.18

2.11279,222 kilos.

18 ds. de couç.130,600 achas.

10 volumes.154

3,171 ds. taboas.282 peças.

1,500 dúzias.4,171 kilos.1,336 volumes.

2721,860 sacos.

363134

19400 'unidades.

41 .1 volume.

17,500 volumes.62

12315

507,218 litros.75 volumes.13

58,353 kilos.11,546 meios.

68 volumes.59

23,030 kilos.130 volumes.

6

GENEP OS TRAZIDOS AO MERCADO PELA ESTRADADE FERRO D. PEDRO II

Aguardente 267 pipas.Algodão 59,452 kilo..Assucar 599,255 •Café 14.547,635 »Carvão vegetal 1.133,899 >Couros salgados e seccos - 429.e00 .Feijão 43J999 »Fumo 428,338 »Madeiras 7,150 »Milho 41,326 .Polvilho 19,794 •Queijos 127,630 .Tapioca 240 »Toucinho 351,858 ,Diversos 1,369,873 .GÊNEROS VINDOS AO MERCADO PELA ESTRADA

DE FERRO LEOP0LDINAAguardente 17,940 litros.Arroz 300 kilos.Assucar 79,632 »Café 1,890,932 •Farinha de mandioca 148,952 »Feijão 68,012 .Fubá 7,050 .Madeiras 183,826Milho 127,879 »Telhas e tijolos 24,000Toucinho 106 »Diversos 110,939 »

MERCADO MONETÁRIOMetaes

Soberanos 9*020FUNDOS PÚBLICOS

Apólices de 5 •/„ 975*000Empréstimo Nacional de 1868 1:150*000

de 1879 1:045*000LETRAS HYPOTHECARIAS

Banco de Credito Eeal do Brazil 5 »/„ 83 "/' 4 »/_. 78 °/°

• de S. Paulo 84 •/Predial 68 i/jj 7,

ACÇÕESBanco do Brazil 265*000

> Commerciai 240*000» Commercio 2341000» » 4 serio 115*000» Credito Real de S. Paulo 65*000

_ , ' , 20 «/o 11*500

- Industrial 275*000» Internacional 270*000

__ ao 7....' 70*000Predial tOfOÍXj«ural 289*000

Del Credere 210*000União de Credito 46*000

Popular 62*000• de S. Paulo 30*000

» Industrial de Minas 125*000Caixa Credito Commerciai 27*000

CÂMBIOSSobre Londres 27 dinheiros.£•"•¦? 350franco.

Hamburgo 436 marco.' «"lia 353 lira.Portugal 1990,_~l...._OTa-*ork-••_.••. 1*850 dollar.

Typographia Laenimert & C—Inválidos", 71.""'

-"-. .. ,.^;.^^.-,.„, ,._,,.

SOCIEDADE

AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONAL

N. 11.-NOVEMBRO DE 1888PARTE OFFICIAL

Sessão do Conselho Administrativo em1 5 de Outubro de 1S-SS8

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRODR. NICOLÁO JOAQUIM MOREIRA

PresentesòsSrs. membros do conselho:conselheiro Dr. Nicolau Joaquim Moreira,Drs. Nascentes Pinto, Alvares de Azevedo,Pessoa de Barros, Xavier da Veiga, Portugale W. de Oliveira Bello, coramendadoresBotelho, Teixeira de Azevedo, HerraidaPazos, Henrique Nascentes, Pinto Serqueira,capitão Camillo de Lellis, Bernardino deBarcellos, Motta Teixeira e o sócio effectivoArthur M. Teixeira de Azevedo, o Sr. presi-dente declarou aberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da sessão antecedente, effe-ctuada a 1 de Outubro de 1

EXPEDIENTE

Foi recebido com agrado e enviado ábibliotheca o Monitor Sul Mineiro de 30 deSetembro e de 7 de Outubro do correnteanno.

Leu-se um convite da directoria doInstituto Histórico Geographico Brazileiro áesta Sociedade para animar com sua pre-sença o jubilêo que celebra o Instituto doquinquagenario de sua fundação no dia 21de Outubro, presença tanto mais agradávelquanto será a da Sociedade a que o Institutodeve a sua origem.

O Sr. presidente convidou os membrosdo conselho para comparecerem á solemni-dade.

O Sr. Pinto Serqueira motivou e apre-sentou a seguinte proposta:

31

« Proponho que a Secção de IndustriaFabril, estudando a convenção celebradaentre a Allemanha, a Austria-Hungria, aBélgica, a Grã-Bretanha,a Itália, os Paizes-Baixos e a Rússia para importação e expor-tação de assucares em seus respectivos terri-torios, a qnal se acha publicada integral-mente no Jornal do Commercio de 5 deOutubro corrente, informe ao conselho :

1." Se, á vista da disposição do art. 7o,pelo qual as altas partes contractantes seobrigão a banir de seus territórios os assu-cares provenientes de paizes que mantenhamo systema de prêmios abertos ou disfarçadosconferidos á fabricação ou exportação, achão-se comprehendidos na exclusão os assucaresdo Brazil, onde o Estado tem garantido capi-taes empregados no estabelecimento de en-genhos centraes para o seu fabrico epreparo ;

2." No caso affirmativo, o que será aameaça de morte a esse ramo de industrianacional, quaes as medidas de que develançar mão esta Associação no intuito deevitar o mal que ameaça a industria saecha-rina.»

A' Secção de Industria Fabril para in-formar com urgência.

O Sr. presidente leu um officio quedirigio á directoria do Centro Agricola Indus-trial de Pelotas, que se acha publicado noultimo numero do Auxiliador e em um jornaldaquella localidade.

Ficou o conselho inteirado.

ORDEM DO DIALeu-se o parecer da Secção de Industria

Fabril sobre dous officios da mesma Asso-ciação, apresentado na sessão anterior, edepois de uma discussão em que tomarão

s. A,

vtSJJt S)

242 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

parte diversos membros, do conselho, foi porproposta do Sr. Dr. Pessoa de Barros, remet-tido de novo o mesmo parecer aquella Seccão.

Achando-se a hora adiantada, e nadamais havendo a tratar, o Sr. presidenteencerrou a sessão.

Sala das Sessões da Sociedade Auxi-liadora da Industria Nacional, em 15 deOutubro de 1888.—Dr. Nicolau JoaquimMoreira, presidente. — Augusto Alvares ãeAzevedo, secretario-adjunto. — Carlos Re-zenãe.

Instituto HistóricoJubilêo do quinquagenario do Instituto

RELAT3RIO DO SECRETARIO

(Conclusão)Erão essas as palestras na Auxilia-

dora—, erão esses os assumptos de conversanas horas de lazer entre as occupações so-ciaes e as lides da politica. Vinhão de moldeos lettreiros das rochas, as estatuas amazo-nicas, as lendas do povo ; discutia-se a pos-sibilidade das emigrações ou arribadas dehomens do velho mundo.

Esmiuçavão as tradições, em busca doque haveria de sério nas fábulas, que toma-vão corpo—pois já havia crentes que iãoafiançando ter visto, não já inscripções ouesculpturas, mas cidades abandonadas ; nãomais restos de armas—das eras da pedralascada, mas—a celebrada estatua que apon-ta o polo ártico e que a Sociedade Real dosAntiquarios do Norte suppõe obra dosréos Scandinavos, mostrando o ponto dondevierão !

Com um pequeno esforço de imaginaçãomais e, já ao descerem os rios, ao atravessa-rem as mattas, ao galgarem as serranias, jáouvirião, mesmo em patois, as endeixas sen-tidas dos Niebe-lungen, ou dos sagas deLodbrog.. . Talvez mesmo enxergassem nassombras das cavernas, nas fraguas das mon-tauhas, na espessidão das florestas, nas ca-choeiras, nas pororocas, as phantasticasscenas dos filhos da Noite, que Wagner ceie-brou na hypnotica musica do futuro.

E, mais indícios como esses, e as Wal-kyrias, e as Ondinas, Wallala, Odin e Thor,a tudo o queOssian e os scaldas e os bardoscantarão virião povoar a amplidão immensados nossos sertões.

Mas verdadeiras ou falsas, algumasinscripçjfts havia. Umas de cunho moderno,como a dos Mondurucús, attestavão factos

quasi contemporâneos, onde occupavão logardistineto as figuras dos missionários jesuítas.Outras como a de Anabastabia, como o let-treiro da Juahyba, parecião com memorarbatalhas, hegiras, factos—não direi datas—factos notáveis.

Essas não desvendavão a idade, maserão dos authocthones. Outras, como as let-trás do diabo, em Cabo-Frio, e aqui bemperto as do morro da Gávea, parecião mos-trar caiacteres—qne uns dizião cuneiformes,outros cananêos ou carthaginezes.

O resultado dessas controvérsias, se-nhores,—foi o melhor, o mais louvável, omais proveitoso dos alvitres : a fundação deuma sociedade para o estudo da historia eda geographia pátria,—e o Instituto Histo-rico e Geographico Brazileiro foi fundado.

E ao misantropisrao solitário, á indiffe-rença e difficuldade de expandirem e derra-marem observações e conhecimentos suecedeuo altruísmo no estudo commum. Já não maisencerrados nos seus gabinetes de observação— ahi desvendarião arcanos, que com ellesdescerião á tumba,—por não deixarem aposteros escriptos, nem diffundirem nos coe-vos o conhecimento dos factos, a observação,a experiência, a sciencia.

Agora, reunidos e permutando as luzes,—aprendendo e ensinando, colleccionando etransmittindo dos passados aos vindouros,—divulgavão as noções do saber, tornavão-nasmais fáceis de evolverem, de proliferarem,de se constituírem immoredouras.

E, quando a morte ceifasse a vida desseshomens—já seus conhecimentos não erãoperdidos. Ficavão sementes germinando emmentes fecundas ; que brotarião, crescerião,e produetoras, também, ao cahirem ás mãosdo tempo, deixarião tantos novos germensquantos fruetos produzissem.

Desde sua primeira sessão ordináriauma idéa do máximo alcance appareceu noInstituto. Visava-se ao seu futuro ; temia-sea adversidade nos exemplos dissolventes dopassado ; pretendia-se um arrimo, um am-paro, uma garantia para o porvir.Essa garantia era o monarcha ; eaquella aspiração, vós o sabeis, senhores,como foi correspondida.

Era Elle, então, um menino.. . mas querevelava dotes extraordinários e intelligen-cia e applicação. Seu mestre, Araújo Vian-na, dava disso testemunho ; sabia-o a maiorparte dos sócios.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 243

Por proposta de Januário, o Instituto so-licitou e obteve a augusta protecção: e maisuma data memorável ficou indelével nos fas-tos da sua historia :—19 de Março de 1839.

O que foi a protecção do menino impe-rador todos o sabem : o prenuncio—nas suasforças, de que viria a ser—em futuro breve,o interesse, o amor, a dedicação pelas lettrase pelo Instituto, do homem esclarecido, hojecidadão do mundo : Elle, cujo cabedal desabedoria o mundo inteiro respeita, Elle,cujos dotes d'alma o mundo todo acata;Elle, a única magestade verdadeira queVictor Hugo encontrou.

, O imperador tornou-se a incarnação doInstituto; e a vida deste depende toda da doseu protector.

Felizmente, senhores, todos confirmãoessa verdade-sem peccado de lisonja.

E vai para 40 annos que o imperadordo Brazil, presidente honorário do Instituto— tem sido o seu sócio mais activo, o maisassíduo, presente a todas as sessões ordina-rias desde 15 de Dezembro, de 1849, em quese declarou, por palavras, o seu primeirosócio e o mais interessado nos seus progressos;só faltando ás sessões quando ausente dacapital, ou quando infelizmente enfermo.

Desde o primeiro anno, desde 3 de Ou-tnbro de 1839, que o Instituto celebra suassessões magnas e anniversarias em salas dopaço imperial.

Ahi se inaugurou em 6 de Abril de 1848os bustos dos venerandos creadores do Ins-tituto; ahi teve domicilio effectivo desde1854 ; e ahi, em novas salas especialmentepreparadas para as sessões, para a biblio-theca, musêo e archivo, vio no dia 15 deDezembro de 1849, o seu augusto protectorassumir, e dirigir, até hoje a presidênciaos trabalhos sociaes.

Quando no segundo anno creou o Insti-tuto tres prêmios, medalhas de ouro, dovalor de 200$ para quem melhor dissertasse:

1°, sobre a historiada legislação peculiardo Brazil em quanto colônia ;

2°, sobre o mais acertado plano de umahistoria do Brazil ;

3o, sobre o gráo de veracidade do epi-sódio do Caramurú e Paraguassú, na cortede Henrique II de França; o Sr. D. PedroII, em 11 de Janeiro de 1842 instituiooutros tantos prêmios, iguaes para todos osannos, para os melhores trabalhos sobrehistoria, geographia e estatística das pro-vincias;

Obtiverão esses prêmios: o Io, o enge-nheiro Conrado, por sua excellente cartachorographica do Brazil, o 2o, Machado de

Oliveira, o director e amigo dos Índios deS. Paulo, por sua noticia relacionai sobreesses índios; e o 3o, Magalhães, o alto poeta,o bom philosopho, o regular diplomata, pelahistoria documentada da revolução doMaranhão em 1839-1840.

Os do instituto couberão ao sábio Mar-tius, a Warnhagem, o erudito historiador, o3o e o 2o aquelle que, único, actualmentenos guarda sua recompensa dada ao nume-roso cultor das lettras, que por seu talentoinnegavel e emérita applicação—é o nossopresidente effectivo.

O estudo das cousas pátrias tornounecessária uma subdivisão ao trabalho ; eem 22 de Setembro de 1849—Porto Alegre,Lagos e o Joaquim José Norberto—propõema creação de uma secção de etnographia.Constituída em próxima sessão eleitoral,ficou composta do sábio botânico FreireAllemão, de Joaquim Caetano, o eruditopolygrapho e de Machado de Oliveira. Parapresidi-la creou-se mais um cargo de vice-presidente—para o qual foi chamado PortoAlegre.

E o Instituto—progredia e adquiriarenome.

Em 16 de Feverairo de 1850 o presi-dente lê essa indicação do próprio punho deSua Magestade—« Convindo reunir todas asnoticias que existão a respeito da linguaindígena, interessante por sua originalidadee poesia,—e pelos preciosos dados que po-dera subministrar á etnographia do Brazil,—lembro ao Instituto que encarregue algumde seus sócios da investigação do que houversobre essa matéria, em suas respectivas pro-vincias.

« Os trabalhos que assim tiverem feitoserão remettidos ao instituto ; enviando-oseste a uma commissão a qual se incumbirá deapresentar a grammatica e diccionario geralda lingua indígena, com as alterações dediversos dialectos. Afim de animar os que sededicão a tão áridas pesquizas, offereço aoInstituto uma medalha de prêmio, paraaquelle que concorrer com o melhor trabalho.»

Gonçalves Dias, Lagos, os Srs. Coutode Magalhães, Taunay e outros mais oumenos buscavão satisfazer os patrióticoscálculos do augusto consocio, mas sobretodos o eminente authochonologo BaptistaCaetano tão prematuramente roubado ássciencias e ás lettras pátrias,—no seuesmeradissimo vocabulário das palavras gua-ranys usadas pelo traductor da Conquista Es-piritual, do padre A. Rodrigues de Montoya,este sim, verdadeiro thesouro da lingua gua-rany. Talvez que fosse essa indicação doImperador que deu origem a proposta de

PT' **-¦?*¦' *Tt>

244 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Lagos, em sessão de 30 de Maio de 1856,'representasse á assembléa geral sobre apara uma commissão de engenheiros e hatu- conveniência e necessidade de levar-se á conralistas nacionaes ir explorar algumas dasprovincias e formür collecções de historianatural de tudo quanto entendesse com acivilisação, industria, usos e costumes dosindígenas. O governo acceitou a idéa e deixouao instituto o cuidado de indicar a commissão—que foi confiada a direcção do provectobotânico Freire Allemão, tendo por auxilia-res, Lagos para a zoologia, Cabaglia paraastronomia e geographia, Gonçalves Diaspara ethnographia, e narrativa da viageme o Sr. Capanema para geologia e mineralo-gia. Em 30 de Julho de 1858—preparava-secom uma bibliotheca especial e os instrtimen-tos necessários aos estudos physicos, astro-nomicos, geológicos e geodesicos: em prin-cipios de 59 parte para as provincias doNorte, e dous annos passados, comparece ásessão de 26 de Julho dc 1861, a dar contasdos seus trabalhos. Em verdade, não cor-responde á bôa vontade, esforços e tempoempregados... Mas, culpa não foi da com-missão—e sim de eventualidades impossíveisde prever e obviar.

Em 1854 começou o Instituto a ser au-xiliado pelo governo imperial para a publi-cação da Revista. Essa subvenção a princi-pio de 1:000$, elevou-se em 56 a 4:000$ a5:000$ a 58, a 7:000$ em 61, e em 1882 a9:000$000.

A bibliotheca do instituto enriquecia-sedia a dia, por importantes e múltiplos pre-sentes de livros e documentos valiossissiinos,attinentes a seus fins; vindos da Europa,vindos de todas as provincias do Império,—aponto de hoje não ter competidora em assum-ptos relativos ahistoria e geographia pátria.-Inútil é dizer quem primava em magnificen-cia entre os generosos doadores. Registre-seapenas a dádiva, presente de rei, de uma bi-bliotheca completa, a bibliotheca Americanade Martius, de cerca de 800 volumes, rece-bida no Instituto em 17 de Outubro do 1856.

clusão o monumento do Ypiranga; — deerguer-se uma estatua eqüestre ao fundadordo império, na praça da Constituição ; le-vantar-se uma cruz colossal em Porto-Se-guro, restaurando a que ahi Cabral erigiraem 1" de Maio de 1500. A de José Bonifáciofoi ainda proposta do Sr. Norberto em 14 deJunho de 1861.

Deve-so ao instituto em grande parte aimmensa cópia de conhecimentos históricoscolhidos nos archivos da Europa a esforçosde seus sócios Gonçalves Dias, Warnhagen,Joaquim Caetano, João Francisco Lisboa ePorto Alegre e ultimamente o Sr. JoséHygino.

Deve-se ao instituto a idéa das estatuasdo fundador do Império e do patriarcha d;iindependência. Foi em 12 de Maio de 1851 oSr. Joaquim Norberto quem propoz que se

A revista trimensal completa tambemo seu quinquagenario. O que ella é di-lo aopinião do mundo scientifico, di-loo afan comque é procurada, - ella— valioso repositóriode noticias da pátria.

Desde os mais antigos documentossobre a invenção do Brazil até factos ho-diernos, — é copioso o numero dos que ahificão archivados.

Ahi estão a instrucção do rei D. Manoelao descobridor, as cartas de Mestre Joãode Affonso Braz, de Diogo de Mujor, de Perode Góes, de Diogo Leite, de Antônio Pires,de Nobrega, sobre os principios do Brazil, oDiário da navegação de Pero Lopes, a His-toria da província de Santa Cruz e a infor-mação do Brazil e suas capitanias de Gandour,a nova descoberta do rio das Amazonas deChristovão da Cunha, o Tratado descriptivodo Brazil, por Gabriel Soares, as Chronicasde Jaboatão, as informações de Nobrega,de Anchieta, as Memórias e Noticias deGaspar da Madre de Deus, de AlexandreRodrigues Ferreira, de Ricardo Franco,de La.erda, Balthazar Lisboa, Accioli,Baena Saques, Gay, Cândido Mendes, Ma-chado de Oliveira, Florence e, as eruditis-simas questões americanas e o Oyapoc e oAmazonas de Joaquim Caetano, a corogra-phia de Goyaz, de Cunha Mattos, as viagensao sertão do Bispo D. José os Annaes deGoyaz de Alencastro, as noções de historiapátria de Cândido Mendes, os valiosissimostrabalhos do numeroso Gonçalves Dias, osmuitos e conscienciosos trabalhos de Melgaço—para somente citar contribuição dos quesão mortos.

Os vivos—esses vão seguindo a trilhados que passarão... sobre a pressão dupla,honrosa e difficil de não desmerecerem daestimação que seus antecessores lograrão denão rebaixarem o instituto das alturas a quesubio.

líis em encurtados traços a vida semi-centenária do Instituto Histórico e Geogra-phico do Brazil.

«*.. - ¦. sp-. -r^p^™^^. i-W. .«m»?*--^ s.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 245

Lamentai, senhores, a falta daquelleque, não em descosidas phrases, mas em ale-vantado estylo, seria o historiador. Náoveio... não veio rejubilar-se comnosco nobanquete litterario.

No livro dos mortos, no Pantheon socialque elle levantara em apotheose aos sóciosdesapparecidos nas sombras do sepulchro,foi elle, fatalidade, também se inscrever,elle o primeiro... Franklin Tavora.

Não, não é uma festa completa a quecelebramos hoje. Faltou-nos tempo, faltarão-nos forças. Apezar do immenso desejo e dosmais accurados esforços, reunimo-nos apenaspara saudar o dia do quinquagenario :—quea consagração operosa que ideámos para essadata de glorias, só mais tarde poderá appa-recer. Queríamos condensar em um volumecontribuição de todas as províncias em ho-menagem a esse anniversario.

Causa inamovivel e inesperada sustou-nos o esforço... vossa moléstia, Senhor.—Depois, chegando Vossa Magestade são esalvo, faltou-nos o tempo—por faltar-nos obraço herculeu—que podia supprirotempo—o daquelle cujos últimos dias, cujas horasultimas fôrão labutações ainda para a festade hoje,—pela honra do Instituto e também,Senhor, por honra vossa que elle sabia oquanto vós, Senhor, -a encarnação do In-stituto, havieis de apreciar essa festa.

pátria, receiosa de perder-vos. De terdes,em vida, a prova—livre de adulação e bai-xeza dos servis—do quanto o povo do Brazil,nacionaes e estrangeiros, quer, estremece erespeita—o guia dos destinos da pátria; quer,estremece e respeita o homem justo,' honestoe são, o justam ac tenacem propositi viram,que ha perto de 50 annos, também, o dirigee conduz na trilha de todos os progressos,—apresentando-se como o espelho do maiorpatriotismo e dos maiores devotamentos.

Sois um predestinado, Senhor ! Nessaluta pela vida, não vos acompanharão ascondolências obrigadas da adulação official.O povo anciã va pelas noticias -não pelo es-pirito de reportagem, da novidade mexeri-queira—não tanto pela dedicação ao bommonarcha ; mas muito pelo sentimento depuro affecto por um ente caro—o Pai—umirmão, o enfermo agonisante.

E é inútil agradecer-vos, Senhor, nemcabe ao secretario do Instituto o direito deagradecer a Magestades e Altezas presentesa honia dessa presença.

Mas, cabe-lhe o direito de expressarsentimentos, que são os do Instituto, que sãoos dos assistentes aqui, que são os dos bonsBrazileiros.

Não fallará á Soberana, por todos ap-pellidada—a Mãi dos Brazileiros. Que titulomais simples e mais grandioso, mais doce emais santo—para um coração de mulher !

Não fallará á Princeza que o povo chris-mou e a historia consagrará - com o sublimequalificativo de Redemptora dos captivos.

Não fallará aos Príncipes, homens sãose honestos e em tudo dignos na nossa au-gusta respeitabilidade.

Não. Concretisará em Vós, Magestadn,os seus sentimentos e os seus dizeres. Eisto basta.

Fostes feliz Senhor. Deus deu-Vos osupremo favor—por nenhum outro jamaisgozado,—de ouvirdes em vida o juizo que devós a posteridade fará: De presenciardes,vivo, os sentimentos de dôr e desolação da

E foi essa anciedade, foi esse terror queentibiárão, sem dar tempo a remédio, o ju-bilêo de boje.Esmorecerão nossos esforços as noticias

desoladoras de vossa moléstia, da qual—hojese o pôde dizer—chegamos a desesperar, porsuppô-la irresistível aos mais fortes combatesda medicina, mesmo aos esforços sublimes deMotta Maia e dos outros procéres da scienciaeuropéa.

Só recuperamos a calma e a conscien-cia do dever social quando Vos vimos resti-tuido á pátria são e salvo.

Mas, já era tarde para atavios do jubi-lêo. O livro, homenagem litteraria que deviaser hoje lido, só mais tarde virá.

Mas, que importa esse pezar, se prazernos contenta ?

Vieste salvo e são ! Deus vos conservea vida e saude por longos annos—VenerandoProtector do Instituto, para bem da nossaassociação, e, mais que tudo, para o pro-gresso e gloria do nosso Brazil.—João Seve-riano da Fonseca, Io secretario.

Discurso do orador do Instituto Histórico oSr. senador Alfredo Escragnotte Taunay

Senhor.— Este anno de 1888 tem sidopara o Brazil o anno das grandes emoções !

Violentos e encontrados abalos de con-tinuo salteárão a alma da pátria, exalçan-do-a ás alturas da mais intensa alegria ouentão mergulhando-a nos mais affiictivostranses, que felizmente findarão todos porestrepitosa e inolvidavel exaltação.

246 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

E jamais, em todas as paginas da nossahistoria, laços mais íntimos, nem ligaçõesmais estreitas prenderão o nobre povo brazi-feiro, que os experimentava, ao excelsothrono em que se assenta a augusta familiade V. M. Imperial.

Foi, Senhor o anno da abolição; e bastãopor certo, estas simples palavras paraeloqüentemente representarem' á mente doscontemporâneos ou da mais remota poste-ridade o delírio que ss apoderou desta gene-rosa nação e fez do seu solo irromper espon-taneo e enthusiastico hymno de gratidão aDeus, por havermos, sem effusão do sanguede_ irmãos, sem candentes lagrimas, semódios inextinguiveis, mas entre flores, con-gratulações e vivas festas, podido prestar ácivilisação e a humanidade o preito com-pleto e definitivo, que ellas de nós impacien-temente esperavão.

No meio, porem, do inebriamento, eisque echoa, vinda de bem longe, uma notaplangente, que repercutio logo, fundo emtodos os corações e nelles de chofre sopitoue enregelou as expansões do orgulho e dojúbilo.

A milhares de léguas do estremecidoBrazil jazia prostrado no leito, em perigo devida, o Imperador, e seus olhos prestes, comosuppunlia, a cerrarem-se á luz terrena, nãopodião, como suprema consolação, contem-

Regente, aqui tão distante, tão afastada dotheatro daquellas decisivas scenas a passardós extremos da confiança mais fundada aosdesalentos da mais sombria desesperança !Enotorvelinho de todos esses sacudimentos,os implacáveis deveres do chefe de Estado aamargurarem, mais e mais, os ímpetos eexigências do amor de Filha !

Assim se arrastarão pesados e penososm horas e os dias, voltados todos para esseponto da Itália, tão formosa e garrida, masque para nós brazileiros só então sigificavasombras perplexidades e duras inquietaçõesaté ao momento em que delia nos Veio alfimgrata e fagueira segurança !

Estava salvo o Imperador, e dentro embreve esta capital e o Brazil em peso comoque se atiravão ao seu encontro, cobrindode bênçãos e flores os monarchas que regres-savão !

Ao saltar na terra americana pisouVossa Magestade um solo novo. Fosse aquino centro da sociedade e da política brazi-leira, fosse no mais obscuro ponto destavastíssima costa de 2.000 léguas, acari-ciada pelas ondas do Atlântico, por toda aparte havia desapparecido a mancha daescravidão, motivo, durante tantos e tantosannos, entre todas as vossas instantes preoc-cupações, de continuo e gravoso pesadello.

E' que já raiara a grande aurora, pois,plar os céos brazileiros e fitar aquella mística j vossa inclyta Filha, intimamente identificadae formosa constellação do cruzeiro, que é o com a maior das aspirações destalabaro do seu império !

Conturbou-se de súbito o espirito dapátria, e da explosão do sentimento nacionalna sinceridade de augustiosa espera por noti-ticias, fossem ellas quaes fossem, emergiapura e intemerata a mais esplendida home-nagem que jamais um povo livre e altivooffereceu a um homem, ao seu monarcha !

_ Com toda a sna rapidez vertiginosa nãopodia a electricidade satisfazer a soffre-guidão publica, e a imminencia de soluçãofatal arrancava lagrimas de muitos, já delonga data affeitos á dôr e ás agruras davida.

Nesses cruéis momentos de anciedade,todo o brazileiro em intima resenha, recor-dava de si para si, já a sommá enorme,incalculável de esforços e sacrifícios feitospor Vossa Magestade em prol deste paiz nasua longa e afanosa existência, já as acerbastribulações da consorte heróica, a encararsem pavor a morte, que adejava por sobre oleito do adorado esposo, para melhor ajudara sublime batalha da seiencia empenhadacontra a terrível mensageira da destruição.

E quantas ancias, que iudiziveis afflic-ções, quantos embates no peito da Princeza

nação,puzera o ultimo termo á paciente evoluçãopasso a passo preparada com tamanha soli-citude, cautela, patriotismo e philantropiapelo alevantado espirito do estadista e dosoberano.

No meio de mil problemas novos suscita-dos de mo-nento por essa grandiosa solução,tirara-se a limpo, sem contradicta possível,radiosa e offuscante verdade, desconhecidapela eloqüência de Castellar, quando affir-mava aos mundos que o throno brazileiroassentava os alicerces nos negros e repulsivospaúes da escravidão.

Ao grande republicano europêo dêrão osmonarchistas americanos a mais formal, ir-respondivel e estrondosa contestação. Ei-losbem patentes, ei-los bem á vista do mundointeiro esses esteios, e de certo não se alteiãode terras encharcadas e águas estagnadas epodres, mas se firmão no applauso da naçãoe na vontade e no amor do povo.

Pelo contrario—delle se afastão apres-sados, hoje, como condensadas nevoas, sinãodeletérios miasmas, sentimentos que tudopodem representar—despeites, furores, des-alentos justos ou não, desconfianças, tris-tezas,vacillações—tudo,tudo pôde significar,

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 247

menos a sincera aspiração republicana, queneste caso se transformaria em dolosa arma,a ferir como envenenado punhal em plenopeito a lealdade do tribuno da Hespanha,propugnador acerrimo dos grande direitosdo homem da confraternidade universal!

_ E porque tantos aggravos, separaçõesradicaes, odientas retaliações ante um factoque a civilisação nos impunha imperiosa paradeixarmos de ser lamentabilissima excepçãoe nos libertarmos do deprimente parallelismocom as instituições caducas da corrupta edecrepta Ásia ou com o barbarismo incon-sciente da boçal e ingênua Afiica?

Para que esse alarde em despedaçarsólidos e respeitáveis laços políticos, quandoda nossa ordem de cousas, já consagrada pelotempo só proveio para o Brazil: ordem, paze dignidade ?

Para que romper com um passado hon-roso e nobre que, é a segurança de porvirprospero e glorioso ? Por que o isolamento, afúria, a violência, quando o mal soífrido compaciência e na communhão dos sentimentosjustos e sympathicos, depressa minora, di-minue e se extingue, surgindo do allivio e,afinal, da cessação da dor, benefícios in-esperados e compensações não previstas que,de certo, substituirão as maldições porbênçãos e lethal desanimo por inopinavelconfiança em radiante futuro ?

Na effusão das nossas esperanças, se-nhores, rodiemos compactos o throno doBrazil. Elle não assenta no obscurantismo,nem em ferrenhas tradições. Eis porque éúnico em todo o mundo; eis porque é possivele vive e perdurará nesta America, em queas auras da liberdade perpassão pujantes denorte a sul, sem encontrarem obstáculos, nemanteparo.

Não precisa—não por certo — dessesmeios artificiaes, pueris, ás vezes, outrasperniciosos, com que o fanatismo religioso emedieval, em suas más inspiradas cogitações,pretende amparar os soberanos da terra,apregoando-os parcellas emanadas de umaDivindade que fazem tão rancorosa e sombria,quanto futil e desarrazoada em seus conti-nuos e pretendidos milagres e contrários aosprogressos e á perfeição da humanidade.

Não; saberemos conquistar todas as po-derosase imprescindíveis garantias sociaes,e do throno brazileiro, estejamos certos, nosha de partir benéfico e constante influxo,deixando burlados os cálculos do ambiciosoe absorvente clericalismo que, vencido emtodo orbe civilisado, ainda busca travar aquibatalha campal, aproveitando a inércia dosindiferentes e apavorando o pensamento dosfracos!

A liberdade, a honra e razão, tres forçasincoerciveis estão comnosco, e Deus-isto é—o espirito immenso, a influição Suprema,a Intelligencia universal que impelle o homemá perfectibilidade protegerá a regeneradoraempreza e grandioso commettimento.

Conseguidos os almejados fins poderá amonarchia confiantemente perguntar á re-publica : Que mais quereis ? Que horizontesnovos mostrais ao patriotismo e ao des-interesse? Apontai-m'os e em busca delleslogo partirei!

Talvez até um dia—permitia a sortebem longe dos tempos de agora—algum des-cendente de Pedro II, inspirado nos senti-mentos de honestidade e altaneria da suaegrégia origem e styrpe não se lhe dará dedescer os gráos do solio imperial para fazersubir essa mulher symbolica que tanto fana-tisa os paladinos deste ideal, não raramenteenganoso e mystificador.

Ainda ahi, os republicanos do futurohão de sentir a obcessão da monarchia, comoqne ponta de remordimento a pungir-lhes oseio por a terem tanto combatido e tamanhasinjustiças lhe irrogado. Nessa mulber fasci-nadora que exaltarão, verão, como que emgraciosa apparição, a physionomia meiga ebondosa daquella que redimio os desgroçadosescravos e ao seu lado se alteará, sombraaugusta e gigante, o vulto solemne e calmodo Senhor D. Pedro II, o grande patriota !

Esboçados, senhores, largos traços osinesquiciveis episódios pátrios que tantopreencherão os mezes que acabão de passar,seja-me agora licito perscrutar as impressõesperduraveis tambem, desta festa que hojecelebramos e reconheceríamos modesta, casonão lhe incutisse brilho excepcional a pre*sença do seu protector perpetuo, cercado,para melhor honral-a, dos mais caros penho-res do seu coração de esposo e pai.

Ha, 50 annos, dia por dia, hora por horaum grupo de litteratos e homens de sciencia,illustrçs por muitos títulos e impulsionadospelo mais acendrado amor a pattia e áslettras, reunia-se em uma das salas do museunacional e fundava este Instituto Históricoe Geographico Brazileiro, determinando-lheos fins a que se destinava, e, com segurançade vistas, assentando os modos de fazel-oalcançar o escopo que devia sempre colinar

Tem, pois, a solemnidade de hoje cara-cter especial e grande significação, repre-sentando uma parada nos nossos trabalhoshabituaes e annuos, afim de consultarmoscom sinceridade a nossa própria consciência,abrindo nella debate com escrupuloso zelo,

248 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

se porventura malbaratámos a preciosa he-rança ou nos mostrámos dignos do honrosolegado.

Constitua-se um tribunal sem appello enelle se assentem os mais eminentes funda-dores e membros do Instituto, que tantotrabalharão pelos vindouros, para poderemdelles muito exigir!

Eil-os aqui presentes, como eloqüentessymbolos!

Em nome dos vivos, continuadores davossa obra, eu vos conjuro, illustres mortos,proclameis o veredictum que esperamos entrereceiosos e certos de nós mesmos; sentençaque, ou tem de nos fazer curvar a cabeça,enleiados de vexame, ou então nos levantaráno conceito publico, intundindo-nos indo-mavel coragem para todas as contigencias,desde o menoscabo da indifferença até arisota da injustiça e da Ingratidão !

Vós, Visconde de S. Leopoldo, fallaiantes de todos com a autoridade de nossoprimeiro presidente, vós que nos destes olema deste Instituto, proclamando-o « repre-sentante das idéas de .Ilustração, que emdifferentes épocas se manifestarão em nossocontinente» (1); vossas longas e sérias pes-quizas de profundo historiador, vossos inde-fessos serviços á pátria vos dão prestigioinexcedivel!»

Fallai, Januário da Cunha Barbosa, amente infiammada, de onde surgio a creaçãodesta Sociedade, « o seu maior apoio, aunun-ciava Porto-Alegre a 8 de Março de 1846,a columna monumental da sua fundação (2)um dos organisadores desta pátria que pos-suimos, um dos constituidores da nova mo-narchia, e constante sustentacnlo da ordeme da liberdade ! »

Fallai, Raymundo da Cunha Mattos,luzeiro nas armas e na sciencia, heróe aos14 annos na camponha de Roussillon (3);viajante incansável, observador agudo esempre verídico, « homem na phrase do seupanegyrista Raposo de Almeida, que sabiaharmonisar a idolatria politica com os senti-mentos mais suaves da família > almaardente de brazileiro em corpo de velhoportuguez !

Agora a vós a palavra, Barão de SantoÂngelo, essa palavra, arrebatadora comouma torrente, imaginosa, ductil, promptapara todos os assumptos e victoriosa sempre,que vos deu por tantos annos foros do nossoprimeiro orador, até que Joaquim Manoel de

(1) Programma histórico— Tomo 1» da RevistaTnmensal—2- trimestre de 1839, a, 2.(2) Revista Trimensal— Tomo VIII, pag. 151.(3) Revista Tr imensal— Tomo I, pag. 73.

Macedo (ei-lo também presente!) senão vosexcedeu, pelo menos comvosco hombreou,enchendo os ecos deste recinto com a magiada sua maviosa eloqüência, doce como o melque decorria dos lábios dos velhos sábios daGrécia!

Fallai, Barão de Porto-Seguro, caracterinquebrantavel, ó aonstructor de imperecivelmonumento em um simples livro de historia!

E vós também, conego Fernandes Pi-nheiro — a synthese da dedicação mais com-plèta e ininterrompida por muitos lustros aeste Instituto que tanto vos deve e de vóstanto se lembra!

Agora.. . preludiem sonoras lyras, fira-se canoro plectro e nos ares resoem a har-monia e cadência de versos inimitáveis :Gonçalves Dias, o cantor das grandezas eseduccões da nossa natureza virgem, o poetadas dores intimas, a alma vibratil por excel-lencia, deve tambein fallar.

E, ao erguer-se a voz do Marquez deSapucahy, funda saudade se alvoroça emtodos nós que o conhecemos tão meigo, tãolhano, tão despretencioso no meio de esplen-dores da intelligencia e das posições a quesubira — e essa vos repercute, insinuantee branda, uo coração do Monarcha, recordan-do-lhe de momento os ensinamentos do velhomestre e os dourados tempos daquella infan-cia, que a Nação Brazileira em peso ampa-rava, zelosa e vigilante, como resposta con-digna ao sublime rapto de D. Pedro I, quan-do entregou uma criança ao cavalheirismo eaos cuidados de um Povo inteiro!

Fallai, fallai! Eu vos conjuro!Mas só o silencio nos responde.Das vossas marmóreas e glaciaes pu-

pillas, a fitar-nos insistentes, desce o incita-mento e o applauso, ou a censura e a repro-vação ?

Vede, vede o que temos feito, pesaibem os nossos esforços, avaliai as nossas in-tenções, as lutas que tivemos que sustentaro desanimo que foi preciso vencer ; compulsaios nossos trabalhos espalhados por 50 copio-sos volumes de uma collecção que todas asbibliothecas se empenhão em possuir e pres-surosas de todos os pontos do mundo nospedem erequisitão.

Na balança do .vosso juizo entre, comovalioso peso, a assiduidade com que, seguindoos vossos passos, temos sempre celebrado asnossas sessões, rodeados da indifferença pu-blica, a que havemos sabido resistir, graçassobretudo ao influxo d'Aquelle que nos destespara protector perpetuo a 1 de Dezembrode 1838 : e que, no meio dos inuumeros de-veres magestaticos, jamais se esqueceu devigiar sobre a nossa sorte e nossos destinos,

W

-?:-M™_é_?0? DA INDUSTRIA NACIONAL 249Na apreciação dos serviços prestados,uao deixeis á margem essa teimosa tentativa

de ridículo, a que nos temos mostrado supe-riores, más que sem tregoas bnscãó contranós manejar a futilidade e a inconsideração,a ignorância e a fatuidade, como se náo esti-vessemos, pacientes obreiros, salvando dadestruição e do esquecimento ou reunindo ecoordenando os mais vastos e abundanteselementos para a litteratura brazileira, qusl-quer que seja o lado para que se volte ohomem de lettras e o campo que deseje umdia explorar.

Levai em linha de couta a vossa pos-sante estatura moral — não a compareis coma nossa, na generosidade de vossos intuitose vossa complacência...

Mas por que ? Acaso menos estremeci-mento sentimos, do que haveis sentido, poresta formosa terra ? Porventura não temos,com cioso afan, mantido intangíveis e iute-gros todos os thesouros de dignidade e honraque nos legastes ?

Recuamos alguma vez diante de quaes-quer sacrifícios? Não regamos o solo do des-pota que nos insultou com o sangue de10o.wo dos nossos irmãos e nelle não der-ramainos mais de 500 mil contos da nossafortuna publica ?

De menos respeito, ineuos gratidão aaffecto temos cercado esse menino de outrioraque, emballado ao sopro das revoluções, pre-parastes para o throno que elle ainda hojeoccupa com tanta magestade e serena gio-ria ?

Por circumstancias que raras vezes serepetem, é o Imperador o élo vivaz que nosprende a vós todos, vós que nas múltiplassituações da vossa existência, já nas lettras,já nas sciencias, já no magistério, já na di-ploraacia, já nos mais altos cargos do Es-tado, desftlastes, ante a sua presença e porelle fôstes julgados na medida do vosso saber'•- patriotismo.

Pois bem, o Sr. D. Pedro II é o vosso eo nosso juiz; e attentai bem — o seu com-parecimento hoje entre nós é o signal mais(«rto e precioso, mais irrecusável de que nãotemos desmerecido na missão que nos foiconfiada e soubemos salvaguardar todos osprincípios e tradições que formão o opulentorelicario desta nobre associação.

O Instituto Histórico e GeographicoBrazileiro inclina-se, pois, perante Vós, mo-narcha americano, cheio de nfania e reconhe-cimento, e vos apresettta essas virentes pai*mas, com que a justiç* dos posteros engri-nalda a fronte aos grandes pensadores edaquelles qne, no pinaculo do poder, derãoainda mais realço aos fulgurantes dotes da

32

intelligencia e aos elevados sentimentos quepujsão no peito do homem bom, leal e vevda-deiro, dignificando a um tempo a terra emque nascerão e a humanidade inteira que osacclama.

Alfredo de Escragnolle TaünayRio de Janeiro, 21 de Outubro de 1888.

ExposiçõesHistórico dos trabalhos da Commissão da

Exposição Preparatória para a Universalde Paris em 1889.Nos dias 27 e 30 de Outubro ultimo, sob

a presidência do Sr.Visconde de Cavalcanti,celebrou sessão esta commissão.

Foi lido um officio do presidente da Parahyba, .communicando ter reunido em pala-cio a commissão dessa provincia, incumbidade agenciar objectos para a exposição, afimde se occuparem âcti vãmente com este as-sumpto. — Inteirada.

Officio da Companhia Brazileira de Na-vegação a Vapor, communicando que, á vistado que informou a comiuissão central, resti-tuio ao Sr. Gustavo Engelke & C, a impor-taucia do frete pelo transporte de seu órgão-orchestra, do Pará a esta Corte. — Agra-deceu-sc.

Foi apresentada uma descripçãò inínii-ciosa do Sr. Carl Walter Cleine sobro os ar-tigos qne pretende expor.

Foi ao conselheiro Dr. Nicoláo Moreirapara examinar e dar sen parecer; este foidado na sessão do dia 30, opinando o relatorfavoravelmente a alguns pontos da preten-ção do Sr. Carl Kleine e contra outros quedependião de consulta á commissão FrancoBrazileira em Pariz. Resolveu-se, pois, fazeresta consulta, por telegramma, á custa doproponente,

Recebêráo-se as seguintes couuuuni-cações :

Da (Jompauhia de Minas de Carváu dePodra do Arroio dos Ratos, na provincia doRio-Grande do Sul, prevenindo a remessa deuma coílecção de mineraes extrahidos dasdatas pertencentes á companhia, Vêm 2 cai-xotes contendo o primeiro amostras de, variasespécies de ferro nativo, e o outros amostrasde carvão e de coke, bem como do schisto dacamada inferior ao carvão. Depois da expo-sição ficão á disposição do Musêo de Artes eOfficios de Pariz.

De V. Michel & C, estabelecido nacidade do Rio-Grande do Sul com fabrica a

s. a.

250 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

vapor de conservas alimentícias, acompa-nhando a remessa de 2 caixas contendo 117latas de doces de varias qualidades, massade tomates, camarões descascados e inteirose peixes em azeite, etc.

De Cardoso e Sierbnrger, estabelecidoscom fabrica de cortume e couros enverniza-dos, na cidade de Pelotas, acompanhando aremessa de 2 caixas contendo differentesamostras de seus produetos para a exposição.

As tres communicações, bem como osconhecimentos que vierão com as duas ulti-mas, fôrão entregues ã commissão executivapara os fins convenientes.

Igual destíno teve, para ser tomado naconsideração que merecer, um requerimentodo Sr. Morris Kohn, solicitando espaço noedifício da exposição preparatória para pre-parar e fornecer aos visitantes café, refres-eos, doces e até comidas frias.

Também foi lido um telegramma dacommissão de exposição provincial de SantaCatliarina, avisando que fôrão embarcados49 volumes com destino a esta corte.—Intei-rada. !

Finalmente foi apresentada e acceitauma proposta do Sr. Ignacio Tavares deSouza, estabelecido com serraria a vapornesta corte, offerecendo um mosaico todo demadeiras do paiz para assoalho do salão derecepção do pavilhão brazileiro no Campo deMarte. — Agradeceu-se

Commissão Central BrazileiraSessão no dia 3 de Novembro, presidida

pelo Sr. conselheiro Dr. Nicolau Moreira,feudo participado não poder comparecer oSr.Visconde de Cavalcanti.

Foi lida uma carta do Sr. conselheiroministro da justiça, pondo á disposição dacommissão executiva da exposição prepara-toria, conforme lhe foi pedido, para depositoprovisório, os cômodos do pavimento terreiodo edifício da secretaria da justiça, — lutei-rada, agradece-se.

Deu-se conhecimento de uma carta doagente geral da Sociedade Anonyma * Cliar-geurs Réunis » pedindo ser prevenido com5 ou 6 dias de antecedência sobre o embar-que de objectos que tiverem de ser enviadosá Exposição Universal, afim de reservar-lheso espaço necessário.—Inteirada.

Foi presente um officio dos Srs. MoreiraCarvalho & C, estabelecidos com fabrica demoveis á rua do Senador Pompêo, ns. 38 e48, nesta corte, offerecendo-se para mobiliaro gabinete de honra do pavilhão brazileirodo campo de Marte, voltando os moveis de-pois de flnda a exposição.— Agradeceu-se e

communicou-se á commissão franco-brazi-leira.

Sessão no dia 6 do corrente, presididapelo Sr. senador Visconde de Cavalcanti.

Fôrão lidos dous officios da commissãoprovincial de Santa Catliarina, acompa-nhando uma relação e conhecimentos dediversos volumes contendo produetos e arte-factos já exhibidos na exposição realizadanessa provincia e julgados dignos da figurarna que tem de effectuar-se nesta corte.

A commissão executiva' recebeu tam-bem um officio de engenheiro fiscal da estradade ferro D. Thereza Christina, na Laguna,ao presidente de Santa Catharina, communi-cando que remette pelo vapor Humayiú,para a exposição, amostras de carvão dasminas de Tubarão, dos veios BorelleBonito,bem como de barro tefractario do veio Barro-Branco. —Inteirada.

Por ultimo foi lida uinr carta do Sr.Gustavo Engelke agradecendo á commissãoo auxilio que lhe prestou, encaminhando combom existo o seu pedido á Companhia Brazi-leira de Navegação a Vapor, sobre o trans-porte de seu orgão-orchestra.

Commissão Central Brazileira para aExposição Universal de Pariz

Esta commissão reunio-se em sessãoem 10 do corrente, sob a presidência do Sr.senador Visconde de Cavalcanti.

O Sr. presidente comraunicou que S. M.o Imperador havia designado o dia 1° de De-zembro próximo futuro para a inauguraçãoda exposição preparatória.

Outrosim declarou que está resolvida,de accordo com a commissão liquidante doCassino Fluminense, a transferencia da ex-posição dalli para o Lyceo de Artes e Offi-cios, que foi posto á disposição da commissãocentral, como consta de ura officio diri-gido paio conselho administrativo da Socie-dade Propagadora das Bellas Artes.—Agra-deceu-se.

Leu-se um telegramma da commissãofiatico-brazileira em Pariz, declarando ^uedo conformidade com o regulamento geral daexposição, e attendfindo ao pequeno espaçode que dispõe a exposição brazileira no seupavilhão, os produetos das differentes pro-vincias serão expostos por grupos, conformeo systema de classificação do mesmo regula-mento, e nfto por provinciaSi — Inteirada.

ODr. Michel, na qualidade de presi-dente da commissão de propaganda,oecupou-se com um artigo inserido na Pátria, taxaüdode inexacto o que nelle se contém, visto terencontrado sempre da parte da commissão

Xé '%

<r

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 251

central a major benevolência em attender ásreclamações dos industriaes feitas por iuter-médio daquella de que é presidente.

Foi presente uma carta do secretariogeral dá commissão franco-brazileira emPariz, acompanhando os desenhos com a des-cripção ou explicação dos planos relativosao pavilhão brazileiro, organisados pelo ar-chitécto do mesmo pavilhão.—Agradeceu-se.

0 Brazil na Exposição de Pariz

Em data de 3 de Novelnbro escreve-noso nosso correspondente :

« Ha dias, o Srs. Barão de Ariuos, mi-nistro do Brazil, Eduardo Prado, AmadeuPrince e SanfAnna Nery, acompanhadospelo architecto Luiz Dauvergne, forão re-querer definitivamente, junto do Sr. Alphanddirector geral das obras da exposição, o lagoque fica situado ao lado do pavilhão dasecção brazileira, onde tenciona a com-missão franco-brazileira collocar especimensda flora brazileira, e especialmente « Victo-rias Regias » e grandes aroideas. Foi logodeferido esse seu pedido, graças á benevolaintervenção do Sr. Milías, secretario dassecções estrangeiras. De&s'arte a secçãobrazileira ficará composta: de um pavilhãode 400 metros quadrados, com pavimentotérreo e dous andares; de uma galeria, li-gando o pavilhão á elegante estufa, no qualfigurarão variados e ricos especimens daflora nacional, e com especialidade uma col-lecção rarissima de orchideas; de um jardim,com plaütas e arbustos do Brazil; de umavasta gruta, na qual se collocarão fetostranslúcidos e outras plantas de cavernas;de um lago bastante extenso. Toda a orna-mentação floral foi contractada com o afa-mado estabelecimento de horticultura diri-gído pelo Sr. Linden, de Bruxellas.

« Os livros de propaganda brazileiradevem ser editados pelo conhecido livreiroCarlos Delagrave, que editou a carta muraldo Sr. Levasseur.

« Na sessão de 30. o Dr. EduardoPrado apresentou um projecto que foi ado-ptado pelo syndicato com enthusiasmo. Trata-se de organisar, em uma das salas do pavi-lhão, uma exposição retrospectiva de histo-ria e geofffâphia do Brazil, destinada parti-cnlarmetlte a releíribtar as relações entre aFrança e o Brftzíl. abrangendo cartas emappas. roteiros, inscripçõea, gravuras, etc.A mór bàrte dos documentos será fornecidapelas bibliothecas da França. -

«A* paredes interiores da sala dessaexposição serão adornadas com quatro cartaspintadas à fresco, i répreseuUhdo o Brazil no

XVI, XVII, XVIII e XIX séculos. O cata-logo dessa exposição proporcionará, íháistarde, aos estudiosos abundaute copia ítefontes qara trabalhos interiores.

« O syndicato vio-se Ua necessidade derecusar á provincia de Minas, com muitopezar seu, a sala especial que requeria pataa sua exposição, e resolveu pedir mais úíilávez a todas as coramíssões provinciaes, mór-mente ás que forão constituídas nas provlti-cias do sul, que se enteudão com a commis-são central do Rio de Janeiro. »

Jornal do Commercio.Commissão Central Brazileira para a Expo-

sição Universal dé Paris, em 1889.

1'ltESIDENClA DO EXM. Slt. VISCONDE UECAVALCANTI.

Novembro 24Foi lido o seguinte expediente :Carta do Sr. engenheiro Leopoldo

Gomes Leitão, de S. Paulo, perguntando sios objectos enviados para a Exposição deParis estão sujeitos aos direitos de importa-ção, quando forem reenviados para o Brazil.—Respondeu-se negativamente, explicando-se que os objectos destinados á Exposiçãodevem ser declarados perante as alfândegascompetentes afim de poderem seguir semprévio pagamento dos direitos de exporta-ção a que estiverem sujeitos, direitos queserão cobrados posteriormente pelos artigosque não forem reenviados para o Brazil.

Telegramma do syndicato Franco-Bra-zileiro sobre a pretènção de Carlos WalterKleine, declarando que não era possivel aconcessão de terreno no jardim ailnexo aopavilhão brazileiro para a construcção deuma cabana rústica onde se expuzeSse _ávenda café e matte. preparados.—Communi-cou-se ao pretendente.

Outro telegramma do mesmo syndicatodeclarando que as companhias de navega-ção transatlânticas francezas não se pres-tavam a fazer reducção das suas tarifas emmais de um terço como já tinham conce-dido, convindo preferir a Chergeurs Reunispor ser menor o trajecto em estrada de ferrodo Havre a Paris.—Inteirada.

Carta official da commissão franco-bra-zileira sobre os seguintes assumptos :

1°. Que tendo Reymond Celerier pedidologar no pavilhão brazileiro paia expor ex-tracto de carne «cibils», lhe fora declaradoque se entendesse com a commissão centraldo Rio de Janeiro.

2". Que igual procedimento tivera rela-tivanieute à pretènção do eiigenheko Alfredo

252 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Michel para a exposição de apparelhos desua invenção._ 3o. Circular do director geral da expo-siçao de Paris, de 25 de Outubro, sobreexpedição, transporte, recebimento e reex-

pedição de productos, segundo a qual osremettentes de volumes destinados á Expo-sição devem juntar as declarações summariasexigidas para os transportes internacionaesou aos manifestos exigidos para os transpor-tes por mar, uma declaração em detalheindicando a marca, o numero e o peso de cadavolume, a espécie e o peso liquido das mer-cadorias, contidas em cada volume, o nomedo expositor e a secção a que pertencem osproductos, medida esta indispensável parafacilitar o exame dos volumes nas alfândegase prompta entrega dos mesmos.

4o. Projecto do engenheiro Ferro Car-doso para uma exposição completa do café,desde a colheita até a sua distribuição comobebida, com a declaração de que, no localreservado á secção brazileira, não ha espaçopara semelhante exposição.

5". Que tendo Mr. Rousseau notificadosua nomeação de delegado de uma commissãocentral da provincia de Minas-Geraes, epedido local para os productos respectivos,lhe fora declarado que, de conformidade comas decisões anteriores, convinha que a Com-missão Mineira se entendesse com a Centraldo Rio de Janeiro, visto que seria impossívelhaver trabalho methodico no interesse geraldo Império, si os objectos destinados á expo-sição não fossem enviados segundo aquellasdecisões.

6o. Que a secção brazileira tinha sidoaugmentada com a acquisição de uma grutae da parte do lago annexo ao terreno jáconcedido.

7°. Finalmente que a exposição da telado pintor Pedro Américo o «Grito doYpiran-ga» é assumpto para ser examinado, tendo-seem consideração a capacidade do pavilhãobrazileiro e as dimensões do dito quadro.

_ A commissão central deliberou dar pu-blicidade aos differentes tópicos desta cartapara intelligencia e governo dos interes-sados.

Sericicultura(Continuação)

Condições para a fundação da EmprezaPara desenvolver definitivamente o pro*blema industrial da sericicultura no Brazil,

propomos a fundaçfio de uma empreza indus*trial, cujo fim será:

1.' A generalisação do plantio da amo-reira com a conseguinte producção de casulose desdobação dos mesmcs;

2.° O estabelecimento de uma fabricade fiação com a manufactura de tecidossdeseda.

Observamos que a segunda parte, alémdas razões anteriormente expendidas, tem asua justificação numérica nos pesados direitosaduaneiros que onerão presentemente as fa-zendas de seda importadas, comparados coma baixa taxa que paga a matéria prima. Daultima tarifa da alfândega deve-se «jolligirque na sua confecção se teve em vista ani-mar o desenvolvimento das manufacturasda seda.

Tomamos, pois, como base a producçãoannual de 20,000 kilogrammas de seda crua,sem distincção de qualidade e incluindo oscascami (Annexo A).

Esta quantidade corresponde approxi-madamente a duas terças partes da seda in-troduzida no Brazil.

Calculando, que o total dos estofos efazendas sericas importadas em todo o Brazil

sem contar as que nos vem em obra, taescomo, chalés, franjas, vestidos confecciona-dos, gravatas, etc—seja igual ao dobro da-quellas que passão pela alfândega da Corte,verificamos que a importação total das refe-ridas fazendas será de cerca de 90,000 ki-logrammas por anno. Se descontarmos agora,as matérias que se costumão envolver nestesestofos sericos, como algodão, linho, lã e osvarios productos da tinturaria, chegamos áconclusão, que o peso da seda crua, corres-pondente ás fazendas importadas, deve sercerca de 30,000 kilogrammas.

Coutando ainda mais com o augmentocerto do consumo, em conseqüência imme-diata da diminuição do preço nos fabricados,julgamos ter procedido com acerto e semexageração na fixação da base da producçãoacima.

Pela descripção anterior se evidencia,que para produzir este peso de seda bruta,são necessários mais ou menos dous milhõesde pés de amoreira, e que, portanto, haviãode ser introduzidas e plantadas previamente200,000 mudas de amoreira branca. O nu-mero relativamente pequeno e ignoto, porfalta de estatísticas próprias, impede-nos deconsiderar neste calculo os pés jà existentesno paiz.

Estas mudas serão distribuídas pelaEmpreza ás famílias de lavradores nacionaese immigrados, já entendidos neste mister,sob as bases de um contracto bilateral.

A Empreza fornecerá gratuitamente,quatro annos mais tarde ao máximo—isto é,

ST

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 253

quando haja sufficiente plantação de amo-reiras—uma quantidade de sirgo para a cria-ção dos bichos, proporcional á plantação decada familia, com a obrigação, porém, devender, a ella unicamente, os casulos produ-zidos a um preço assás remunerador e quevaria de 1$ a 1$500 por kilogramma de ca-sulos frescos (Aunexo B).

Fundará nos centros de producção asfabricas de desdobação e os observatórios se-ricos, para zelara reproducção do sirgo, afimdo impedir entre os bichos o desenvolvi-mento de moléstias que, além de pôr em riscoas colheitas, podem causar a deterioraçãoda raça.

Passados quinze annos, cessarão todasas obrigações reciprocas entre a Empreza eos lavradores, ficando as plantas propriedadedestes últimos.

O capital necessário, correspondente aesta parte da Empreza, importa em cerca de500:000"$, como se demonstra no relativoorçamento (Annexo C).

Este capital, embora tenha de ser dis-pendido durante o espaço de quatro annos,mais on menos, teria neste tempo de se con-servar infructifero.

A este inconveniente, que obstaria in-feiramente o levantamento do capital, ajun-ta-se a inverosimilhança de acceitarem oscamponezes de bôa vontade os compromissosresultantes do contracto bilateral a que ai-ludimos, emquanto a existência de uma ma-nufactura não assegurar-lhes formalmente,de antemão, a compra da matéria prima;ou pelo menos elles não havião de ligar ánova cultura o interesse e affeição, que sãoindispensáveis para o bom êxito de commet-timentos desta ordem.

Para remediar taes difficuldades, a Em-preza estabelecerá desde já a fabrica defiação e manufatura deseda, importando pro-visoriamente a sua matéria prima do estran-geiro.

Por este meio proporciona-se aos capi-taes, que se empenharem nesta Empreza,desde logo um lucro a^sás remunerador : eo agricultor será melhor estimulado, paradedicar se com afinco ao trabalho destecultivo, porque se convence, que decorridosalguns annos, seus Labores serão equitatava-mente compensados.

Accresce a isso, que a fundação da ma-nufactura permitte o aproveitamento dapequena producção nacional da seda, jáexistente, constituindo assim um incentivomais para a generalisação da sericiculturano paiz.

O capital preciso para a Empreza, como

a planejamos, é de 2,000 contos de réis, oque demonstramos no orçamento annexo.

Que a manufacturn serica, mesmo du-rante os primeiros annos, emquanto se tiverde importar a matéria-prima, seja remunera-dora siifficiantemente, fica evidenciado peloquadro da receita e despeza (Annexo D),embora a verba —despeza—tenha sido car-regada com o juro do capital correspondenteá distribuição das mudas, sirgo, etc. Deve-mos, não obstante, notar, que na demons-tração relativa consideramos empregadodesde já este capital todo, o que, porém,acontece somente no quarto e quinto anno.

O niesmo quadro prova ainda mais, queo rendimento da industria serica, manu-facturando seda produzida no paiz, é de21,50 70, além de araortizar-se o capital emcerca de 15 annos.

Confiamos ter conseguido provar não sóa utilidade geral da fundação da industriaserica noBrazil, o que aliás não carece dedemonstração, mas tambem sua viabilidade,vantagens directas e indirectas, e o lucroque possam auferir os capitães, que a ellasconcorrerem.

Esperamos outrosim, o apoio dos po-«leves públicos aos quaes ora recorremos, soli-citando favores que amparem a industria,cuja implantação ijntentamos, no seu nasci-mento.

Muito discntio-se, no tempo especial-mente, sobre a conveniência de seremconcedidas pelo Estado garantias de juros aemprezas industriaes.

Comprehendemos, que se possa negarsemelhante auxilio ás industrias inviáveis, deresultado duvidoso, ou aquellas já existentesdesde muito no paiz.

Na industria da seda, porém, tudo estáainda por fazer ; ella tem um futuro certo egarantido, e os favores que o Estado conce-(ler-lhe, em vez de constituir um mero sub-sidios representa antes a confiança e appro-vação das poderes públicos; anima os capitães,nimiamente temerosos, quando se trata deindustrias novas, e lhe permitte passar docampo da theo,ia ao da pratica e realidade.

Terminaremos esta exposição com aapreciação e as phrases sensatas com que oautor dos—Apontamentos para o estabeleci-mento desta industria no Brazil—publicaçãodo Jornal do Commercio, já repetidas vezescitada, concluio sen bem elaborado trabalho:

« Calcula-se em mais de 10.000:000$ oconsumo annual de manufacturas diversasde seda no Brazil, e bem se pôde dizer queestá circumscripto ãs capitães de provln-cias e a poucos outros centros populosos.

« Quando a producção nacional fôr um

%¦:

254 Ò AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

facto, é obvio prever que o consumo, acti-vado pela barateza dos estofos, augmentaráem larguissimas proporções, e o incrementoadvindo á riqueza nacional poderá ser ava-liado pelo menos em 15.000:000*® e mais,cada anno.

« Um dos escriptores modernos, conhe-cido pela symetria e justeza do seu espirito—Alfonse Karr,— disse repetidas vezes,que Henrique IV em Franca não se impor-tava muito de plantar arvores da liberdade,mas sim pés de amoreira, e que ficou conhe-cidn ainda hoje como o typo de rei o maispopular e um dos maiores bemfeitores dahumanidade.

« Não é com vãs dechimaçôes maisou menos liberaes que se consegue o progressode um paiz, mas sim procurando desenvolvertodas os elementos de sua riqueza, aprovei-tando intelligentemente os capitans que anatureza tem fornecido e as aptidões de seushabitantes.»

Chimica agrícolaCafés

Corpos consliliilivos Venien.Agua i •¦,00ôcellulose 31,000Substancia oleosa la.oooHlyclosa vir,, sooPrincípios «izolailqsde-

ííuiniiia, cafeína,gliiUn»)

Cnlnmginatorii- potassaecafeina 5.000cafeína livre 0,803Sulistancia oleosa, in-

solúvel 11'ayua.. u.ooi» solúvel

e de cheiro suave 0,003Sitlistancins mineraes, <

obtidas por íncíne-ração

Potassa, soda,cal. ma-gnesia, oxydo deferro ( -, nor,

Ácidos , pliospliorioisulfurico, silicosochloro

lartlnica Bourbon313.5QQ0 13,80036,7540 3(1,(10010,9100 11,-.58Ki.iodo 15,750

13,00(1 11,1500 12,-350

«1,8000 4,5000,7550 0,80(1

0,0000

(I.IKIIII

0.70110

0,001

0,001

r.,ni(r

ioo.oüo ínn.iiim 100,000

CinzasCorpos conslitiillviPolassaSoila '.',,MagnesiaCal.Aluininao\v<lo de ferro...,Acirto carhonicn..

» phosphorico.» silicico» siilphin-ico...

chloroCarvão

Vfiincn. Marlinica itimrlionI8,.'):)5 17,650 18,208II, 10,(06 8,3509,145 11,350 8,4353,500 5,85(1 (1,3307,880 0,355 5,5101,85(1 3,200 1,225

31,85(1 111.350 20.12010,210 10,250 11,3000,135 (1,155 «.2153.005 1.130 1100-',150 4 32(1 (.1503,030 1,355 1,115

ino.ooo 100,000 loo.õõô

(Pavcn;

Sulíntó de -sido ncWq plios-- .jjxyfl^uProcedências potassa carbônico ptlorlcõ (le f;rro

CeylSo 53,12 18,10 '

8,01 0,07Costft Rica 49,13 20,02 8,83 0,8!Guatemala 52,33 15,10 7,78 \,H\Natal.. 78.18 1385 0,7H àMS. Paulo 20,107 8,338 18,017 ll'.,ãa'>i:ant«iffa|k! 30,810 11.123 1WJ6P pfw

Café Chá Cliopolah'Carhono 49,79 50,101 47,2]Hydrogeneo 5,33 5,214 f_Ti3Nitrogeneo 28,78 29,009 3^,38Oxygeneo 16,12 15,696 \2,W

A riqueza de matéria azotada faz $p -chocolate um alimento de primeira oretem.

John Holin. Chhpjco ile Edimhiirjjh.

CogumelosA composição dos cogumelos varia con-

forme a espécie; a dos comestíveisdisseccadosé a seguinte :

Agua 18,0" „Substancias mineraes 6.B*/n» lenhosas 5,6° u

graxosas 1 ,6%hydrocarbonata-

das 43,9%» azotadas,^,. 24,27,,

99,8%A quantidade de azoto regula 3,87

AspargosEI.IÍMENTOS CONSTITUTIVOS

Agua 83)3oAzoto 0 32Potassa o 12Cal o,06Magnesia o,02Ácido Phosphorico o,09

Worf.Esta analyse refere-se apenas á parteconvertivel do aspargo ; quanto aos caulese folhas do vegetal Gueymai d encontrou pelaanalyse.

Potassa o er,[f ¦ ¦ ¦: 0,80Magnesia 0'06Ácido phospliorico o. 16

J. de A . Pratique.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 255

Industria NacionalPatente de invenção

JV. 637.—Memorial descriplivoacompanhando mu pe-(lido da privilegio, durante 15 annos, no Império: do llrazil para— Aperfeiçoamentos na extracção doouro, ãaprnta ede outros metaes dos mineraes oucompomos que o\ contêm— invenção dc \lexaniUrJiqrkes, morador em Londres.

Este invento diz respeito ao trata-mento de certas qualidades de mineraes, oucompostos afim de lhes extrahir o ouro, prataou outros metaes que contiverem, e isto pormeio de um processo rápido e econômico noqual, ao passo que dispensa a torrefacçãopreliminar usual do minério, dá em resultadoa separação de quasi a totalidade dos metaespreciosos que neste existirem. Prescindir-se-ha tambem dos processos de amalga-mação e chlorinação.

No tratamento dos mineraes siliciososque, muitas vezes, além do ouro, contém aprata, o cobre e outros metaes, reduzo oo minério a um pó mais ou menos fino, e oderreto em um forno de reverb.ero ou outroforno competente, conjunetamente com umflux que pôde ser a cal virgem, ou pedracalcarea, com soda cáustica ou silicato desoda. Achando-se a mistura de minério fluxem completo estado de fusão addiciono-lhechumbo, metallico, que prefiro esteja emgrãosinho,, ou lithargirio, ou qualquer outrooxydo de chumbo ou carbonato de chumbo.Quando, porventura, o minério fôr pobreem chumbo, poderei addicionar-lhe, em vezdeste ultimo metal, cobre ou estanho, ou oscompostos oxydados destes dous metaes,juntamente com carbono em quantidade suffi-ciente para a reduecão do chumbo ; ou dosoutros metaes que existirem em combinaçãocom os metaes preciosos. Quando o minériocontém ferro, como acontece no que vem dasminas de Mount Morgan em Queesnsland, osos metaes preciosos e os ordinários poderãoser agglomerados sem o addicionamento dochumbo, empregando-se com o flux umape-quena quantidade de carbono, afim dereduzir tanto do ferro quanto seja sufficientepara formar com o ouro e os outros metaesum corpo metallico de um caracter adaptadoao tratamento econômico que deve depoissoffrer. Em alguns casos e, especialmentetratando-se de mineraes que não têm chumbo,prefiro addicionar-lhes, ferro, cobre ou es-tanbo, conjunetamente com o carbono, afimde formar," ou de auxiliar a formação de umcorpo metallico, no qual os metais preciososficão concentrados.

Pelo emprego dos fluxos on outros rea-gentes retro mencionados, alcanço umauma reduecão praticamente perfeita do ouro

(e da prata, si a houver) contido no minério;e a escoria ou resíduo fica praticamente, semmetal algum precioso.

O composto de chumbo aurifero resul-tante do processo retro descripto poderá serdepois submettido á cupellação e o ouroseparado sem o emprego do mercúrio. Se ocomposto metallico contém ouro e prata, osmetaes preciosos poderão ser separados dochumbo por meio do zinco metallico ou peloprocesso conhecido em Inglaterra comoParlies ãesüverising process.

Si o composto metallico contém cobreou estanho, quer da origem, quer resultantedo addicionamento destes metaes durante oprocesso de reduecão, poderão ser separadose recolhidos pelos methodos usuaes ou pelaelectrolyse.

Na applicação do meu processo aper-feiçoado aos mineraes auriferos que sãoessencialmente siliciosos e não sulfurosos,o flux que, de preferencia, emprego, é umamistura de cal virgem com soda cáustica,conjunetamente com o carbono.

Não ha perda apreciável de ouro ou deprata quer no forno quer na escoria ou re-siduo. No tratamento de minério tal como oque fornecem as minas de MountMorgan,em Queensland, emprego para cada milkilo-grammas de minério 150 até 250 kilogrammasdecai virgem (de preferencia) e 50até 75kilogrammas de soda cáustica, ou de sili-cato de soda conjunetamente com 25 até 50kilogrammas de carbono. A estes produetosaddicionar-se-ha 50 até 150 kilogrammas dechumbo ou de compostos oxydados dechumbo, ou, em vez destes 50 até 100 kilo-grammas de uma mistura de silicato dechumbo e soda em proporções iguaes. Asproporções retro exaradas darão resultadossatisfactorios com outros mineraes das classessiliciosas e não sulfurosas ; mas um ensaiodirecto com cada exemplar indicará modifica-ções vantajosas na fórmula.

Procedendo de modo que acabo de des-crever, chego o formar uma espécie de banhode liga metallica, no qual o ouro e a prataficão mergulhados, por assim dizer, e do

, qual facilmente se separa a escoria ou residim.Se o minério contém cobre ou outro metalreduzivel, esse metal on metaes ficará igual-mente mergulhado na liga, entendendo-si;valer a pena, poderá ser separado desta pormeio da electrolyse ou outro processo jáusado.

No tratamento de miner,aes refractariosda classe dos sulfu retos, reduzo o minério a pómais ou menos grosso, como no processo retrodescripto, e o derreto em um forno de rever-bero, ou outro competente, conjunetamente

-SK

25ti O AUXILIADOR DA INDÚSTRIA NACIONAL

com nm flux composto de cal virgem ou depedra calcam, com soda cáustica, ou sili-«ato de soda, ou com algum dos compostosde enxofre e soda, tal como o sulfato on obi-sulfato, e que contenha carbono, ou aoqual ,se addicione a carbono.

A' mistura de minério e de flux addi-ciono chumbo metallico, ou algum dos com-postos oxydados ou snlfurados desse meta-,afim de reunir e chamar a si todos os metaespreciosos ou outros que se deseja separar,bicando estes, com effeito, separados daescoria ou resíduo, e tendo-se retirado este,fica nm composto metallico em condiçõesfavoráveis para ser tratado pelo processoconhecido com Parkes desilverimig process,ou por outros processos já usados para isuaífim.

Casos ha em que o mineral no estadonativo contém chumbo em quantidade suffi-ciente para tornar desnecessário o addicio-namento do chumbo metallico ou dos com-postos oxydados ou snlfurados desse metal,acima estipulados ; succedendo então queuma quantidade sufficiente do chumbo na-tivo contido no minério é reduzida e reúneo ouro (ou a prata si a houver) que o minériocontém, e fórma liga com elle. Em vez de sefazer o addicionamento do chumbo dentro doforno, como adiante se descreve, poder-se-haalcançar um regulo de minério eflux, e tra-ta-lo mais tarde com o chumbo ou os com-postos de chumbo já mencionados.

A massa que resulta da fusão de mine-taes SHllurosos com o flux composto dosacima descriptos possuo a qualidade espe-ciai de se desintegrar e cahir em pó finoapós uma exposição de poucas horas ao arlivre'. Este resultado, que bastante se asse-melha ao que se alcança com a cal virgemtorna-se mais rápido, borrifando-se a massaemquanto quente, com água, e noste estadode pulverisação a massa mais se presta áacção do chumbo ou a qualquer outro pro-cesso dos já usados (a amalgamaoâo ou a jchlonnaçao, por exemplo) para a separação!do ouro e outros metaes qne, por ventura, ícontenha. Ainda mais, estando os snlfuretos!metallicos reunidos on concentrados emmassa, a quantidade desta, que tem de sersubmettida ao segundo proce so, é relativa-mente pequena.Tomando como exemplo aapplicaçftoHo meu processo tio minério extrahido dasminasRavenswood, em Queensland, empreso

para cada mil kilogrammas desse minério150 ate Joit kilogiammas de cal virgem (depreferencia) e juntamente 50 kilogrammasde soda cáustica, ou igual quantidade desulfato ou bi-sulfato de soda ou metade

daquella quantidade de silicato de soda, epor fim ajimto-lhe 25 até 50 kilogrammasde carbono. Sendo o minério muito refrae-tario, será de vantagem addicionar-lhe umapequena proporção de oxydo de ferro, afimde auxiliar a fusão das substancias térreas.

Não só considero desnecessária, masaté prejudicial, a calcinação prévia do mi-neriopara a expulsão do enxofre que contém.Tenho achado que, sem essa calcinação, osmetaes reduzidos separão-se perfeitamenteda escoria ou resíduo, ficando este notável-.mente limpo dos metaes preciosos. Assim,usando-se do meu processo aperfeiçoado^evita-se tanto a amalgamação como a chlori-nação, como resultados superiores.

Em logar do forno de reverbero, nmforno de cnpola ou de grande tiragem po-dera ser empregado para a fusão do minério.Antes de entrar no forno, é vantajoso que ominério seja britado em tamanho regular,mas a moagem ou a reducção a pó finíssimoé desnecessária.

Considero uma das feições caracteris-tícas do meu invento o emprego da calvirgem juntamente com a soda cáustica comoflux, de que resulta evitar-se a perda deouro ou prata. Estas substancias, quandoempregadas em proporções taes como acabode especificar, reagem sobre uma a outra,de fórma que produzem uma grande fluideze permittera o tratamento de uma proporçãomaior de minério em relação ao flux, do queme consta seja possivel por outro processo.

Quando, porventura, o carbonato debaryta, o flúor Spata ou a chrysoli sejão defácil alcance poderão, com vantagem, seraddicionados, em pequenas porções, á mis-tura de cale soda.

E' com os minérios altamente silieiososque o flúor spath se torna sobretudo efficazporque torna a massa fundida muito maisliquida, tal qual como o oxydo de ferroquando empregado com os mineraes alta-mente, aluminosos. O carbonato ou o nitratode soda poderão, também servir quando ocusto assim o permittir.

Entender-se-ha que não me cinjo ásproporções dos reagentes retro exaradas;porque estas necessariamente têm de variarsegundo o caracter physico e chimico dommerio.

Em ívííoíío—-reivindico como pontos ecaracteres constitutivos da invenção :1-- O processo aperfeiçoado para o tra-tamento de mineraes auriferos da classe«le silieiosos, que sulfurosos quer não, afimde lhes extrahir o ouro e os outros metaes quecontiverem, e isto pela fusio do minério, emum tomo conveniente com fluxos compostos

^

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 257de cal e dc soda, approximadamente nasproporções acima especificadas para cada••lasse de minério, addicionando-se-lhe em

uma massa fundida que tem uma tendênciapara se desfazer em pó ao ar livre e qneassim presta-se especialmente para ser

SS? „25l ? a hCi° 0U 00n?postos ox>r- tratad0 raPida « economicamente pelos pro«aaos deste. »rodnziivI<..i.A nsaim nm __.« k„„„-. a .._i...:j -.3 5. . _*__deste, produzíndo*se assim um com-posto metallico adaptado a ser tratado pelosmethodos conhecidos para a separação do ouroe outros metaes que encerra;

8.* Para o tratamento de mineraesanriferos da classe de siliciosos e não sulíh-rosos, contendo ferro, a modicação do pro-cesso de que trata a cláusula antecedente,modificação esta que consiste em prescin*dir-se do emprego do chumbo metallico paraa reunião dos metaes preciosos, aprovei-tando-se o ferro contido no mineral paraesse fim juntamente com carbono que seaddiciona, com ou sem oxydo de ferro, afimde se conseguir a reducçao dos ditos metaes;3." Para o tratamento dos raineraeanriferos da classe dos siliciosos e não sulfurosos, e, em especial, os que não contêmchumbo; a outra modificação acima de-scripta do processo primeiro indicado, na

qual o ferro, o cobre ou o estanho, ou com-postos oxydados destes, são lançados noforno e foimão ou auxilião a formação de umcorpo metallico que attrahe e envolve osmetaes preciosos;

4." Para o tratamento dos mineraesanriferos da classe de sulfuretos, a modifi-cação acima descripta, do processo primeiroindicado, que consiste em se derreter ominério era forno competente, juntamente,com fluxos composto de cal e soda de queresulta uma massa de substancia que lera

cessos já conhecidos e usados para a sepa-ração do ouro e outros metaes (pie o mineralcontém.

Rio de Janeiro, 30 de Novembro de1887.— Como procurador, Jtdes Gérand.

.V. 5-3-1. — Re Ia torio da invenção deMarcolino da SilvaAyres dn seu ventilador <. Marcolina ¦-• para café.

Descripção.—Os andaimes do ventiladorbem como o tambor e ventaneira n. 7, nodesenho junto, não apresentão novidade nemdifferem em geral dos já conhecidos.

A construcção especial consiste nasmineraes partes numeradas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 do desenhojunto, a saber :

As partes 1, 2 e 3 são registros espe-ciaes com depósitos para apanhar as diflfe-rentes qualidades de café, no n. 1, cahe ocafé despolpado on marinheiro ; no n. 2,cahe café solto e os grãos pretos ; no n. a,cahem corpos estranhos mais leves, que nãoconseguem pela ventilação ser lançados parafora junto com a casca.

As partes 4, 5 e 6, constituem a in-venção especial do autor ; estas partes formaouma peneira cylindrica com movimento rota-tivo ou gyratorio, em logar de jogo de pe-neiras com movimento de vai-vem ou ai*ternativo horizontal, usado até hoje em

nma tendência natural para se desintegrar ventiladores de café. A parte 4 desta peneiraao ar livre e que, depois de assim se desfazer gyratoria é formada de arame e serve para

apartar do café, pequenos elementos es-tranhos, qne o vento não pôde expellir ; aparte 5, é feita de chapas com furos, que

pôde facilmente ser tratado pelo chumbo onpor outro qualquer processo dos já conhe-cidos para a separação dos metaes quecontém I deixão vasar o café limpo ou em coco, que

5.' A combinação, approximadamente'transita pela mesma e que não pôde nemnas proporções indicadas, da cal virgem deve escapar na parte 4 ; n«- pai te 6 cahemcom a soda cáustica ou com o silicato on cai- j corpos estranhos de maior volume e peso dobonato de soda, para servir como flux con- que o café, como sejão : pedras, páos, sa-junetamente com carbono, no tratamento bugos, etc. Esta peneira rotativa ou gyra-de mineraes auriferos da classe de siliciosos toria recebe o seu movimento por nma correiae não sulfurosos i guiada por roldanas e que é tocada por uma

6." A combinação, approximadamente,11)olift no eixo da ventaneira.nas proporções indicadas, da cal virgem oua pedra calcarea, com a soda cáustica, oucom o nitiato, o silicato ou o carbonato desoda, ou com os compostos snlfurosos de sodaafim de servir como flux na fusão de mine-raes auriferos da classe de snlfnretos;como acima se descreve ;

7." Na reducç&o de mineraes anriferosda classe dos sulfuretos, a producção de

33

O fim e modo dc usar esta invenção:O fim do ventilador é limpar o café de

todos os corpos estranhos, com mais per-feição do que se pôde conseguir com os ven-tiladores até agora conhecidos. Além distodemanda de menos força do qüe aquellas,devido ao movimento alternativo das pe*neiras dos antigos, que ftzia-os estremecerconsideravelmente.

8. A.

258 O AUXILIADOR DA IMPUTO A NACIONAL

Béderse eousti-wp este vefltHador paratopar $ mão ou por qualquer fflotar • O gafedeitivsflna m^ ,g pflm phamadíír, eahepela abertura S^nde r^eebe o vento queaparta delle as partes leves e as leva parapa on deposita naslogares 1, | e 3 ; o cafébom e corpos mais pesados seguem para a pe-neira giratória 4, ç> e 6, onde na partp 4 sãoáP^ÍSflOS os porpos pequenos estranhos ; em5 vasa o café bom, qne segue para as outrasmachinas de beneficiar e em 6 accumulão-seOS corpos estranhos, de maior volume ep-aso.

Conclusão :Neste Ventilador Marcolina, eonstitue

invençãq minha :V). A appWcação 4qs registros 1, 2 e 3,com rlepiisitos especiaes para a divisão dó

2°). A applicação de uma peneira gyra-toria ou rotativa 4, 5 e 6 em ventiladores decafé.

í-stas Invenções são devidas a invés-tigações laboriosas, aturadas observaçõese custosas experiências.

Campinas, 16 de Abri}de 1887 .-Mar-remo da Silva Ayres.Reconheço verdadeira a firma supra |}eMarpol no da Sijva Ayres, e dQU, fé. Cam-

pinas, 16 de AJjril de 1887. -Em testemunho<ia verdade» ^4%mw Luiz ^rinms.

Not4oii>s IndustriaesPapel á prova «4'aajua e de fogo

Misturão-se 25 partes de fibras de ami-anto eom 25, en 30 partes de siiipbato dealumina; linmedeee-se esta massa com cltfo-rnueto de zinco e lavasse bem n'aifna.Tr-ata-ae depois a substancia por uma so-lução de sabão resiuosq (j parte) e 8 a 10partes de sulphato de alumina puj*p, fazendodepois en^ar este preparado ua massa comqtie se vai fabrjçaro papel.

(-""?. Scient).

Seis libras de farinha" produzirão oitode pão; porém se das seis libras de íarjnjiatres ferem de triga a tref tdj fecula 48 í»-tatas, o resultado será seis, libras de p|of

A razão deste facto esta em qne a suh-stancia estranha não absorve tanta aguacomo o glúten de farinha de trigo.

(Inâ. Harinera.)

Cimento Gaston PlanteO cimento Gastão, muito empregado Postrabalhos de mecânica industriai; compõe-se

de:Resina arcaneosa 1,000 grams.Sebo. —, io ».Pípumã i,5 »

Prata nova e velhaPara dar á prata nova o aspecto de

yelba immerge-se aquella em agua contendouma pequena quantidade de sulphidrato deammoniaco.

Tambem se faz do cobre noyo cobrevelho esverdiníiado, enipregandq-se q ácidoacetico*

J&roprego da serragem da madeiraA serragem da madeira serve para «i

depuração chimica das fabricas de gaz ; éempregada, distjllapdp-se, para produzir gazde illuminação com os apparelhos de T.Schreidei- de Saint Qtiinten • contribue parao fabrico do acetato de soda ; entra em com-binação com o gnano, diminuindo-lhe a acçãocorrosiva sobre os vegetaes e aMa fornepeassnpar por processos especiaes.

«-*?. Falsificação da farinha de trigoAi substancias estranhas da farinhadiir

rainuem a capacidade de absorver agua eoon-verter-se em pão.

Cimento para aquáriosO melhor cimento para a constrnceãu de

aquários prepara*^ fundindo em banho, mana 50 partes de asfalto, 50 de resina ej 10 dea reia. A applipação deverá ser aijJIHWl-i

Oieo de uvasi Depois de apisuadas as »v» retinio-se; as sementes para sujeital-as á aoçiP. de umforte moinho.

Da massa resultante obtem-se um oieoadocicado e que ss conserva em estado fluidomesmo em baixa temperatura; produz umalua clara e brilhante não desprendendo cheiroalgum desagradável.

¦«*¦-

i*

-MBTO^âêJ^fiM^è Mc?QiJAL «59Arrolharn^io Jjfrji|ctp de garrafasMisturando-se a gelatina com a glyce-iina< obtem-se «ma massa, liquida, quando

quente, a endurecendo pelo resfriamento,porém sem prejuízo de sua duetilidade, po-dendo por este motivo substituir as cápsulasmetallicas no arrolhamento hermético dasgarras,

O modo de operar é o seguinte:Hydrata-se a gelatina immergindo-a

ii'agua por espaço de 12 horas, fundindffi-sedeppis em b^nhp-m»ria, íidâicionaudo-se-lheglyçeriiia na proporção de 45 grammas destapara 50Q de gelatina.

Iptroduz-se o gargalo da garrafa de-pois de arrplha4a na dissolução quente da•í»ÍStrtr$ e reürft-se para esfriar a camadadeposta no gargalo, apepas seçca immerge-se de novo, deixa-se esfriar ainda mais ai-gumas vezes conforme a espessura que sedeseja.

Fabrico do gelo

PROCESSO PICTET

Emprega-se o ácido sulplmrosn no estadoliquido por úma pressão considerável volati-lisando-se em um reservatório que o resfria.

O vapor é absorvido á proporção que sedesenvolve e condemsado em outro cylindro equando Ijpp ficado, torna a passar no re-servatorio e assim por diante.

E' tal o frio qne, apezar da presençadas machinas de vapor, e de qualquer tem-peratura que houver, cobrem-se de neve todosos tubos.

Obtem-se assim e sem dificuldade de 4a1200 kilogrammas de gelo por hora, a 10gráos centígrados abaixo de zero.

2 o Processo Giffard

Em virtude da theoria mecânica docalor, todas as vezes que se comprime ar nocorpo 4e uma bomba, rescalda-se este gaz aodjlatar-se, resfria-se de uma quantidadeexactamente igual. D'ahi segue-se que, se,emquanto se acha o ar rescaldado pela com-pressão se lhe tirar o calor por meio de umacorrente d'agna, e se, depois for dilatado,abaixa-se atemperatura, de modo, por assimdizer, indefinido.

Por putras palavras: neste systema ofrio é produzido por trabalho mecânico portnpiç* df ngia machúia a vapor, de nm mofnpo,(Jè uma machina folar, póde-se ar>ai|ar a

temperatura de npa mpsj, d'agua até 50,60, ou 80 gráos abaixo de zero.

Este systema, além de produzir frio maisintenso, tèm a vaptagejn; iporçtesfWGj denão exigir o emprego de snhfituncja ehiaiioadifficil de preparar etransportar.

Rodas de coiiro

Coni discos de couro de hRfftlji, pompri-midos fortemente por meio de uma prensahydraulica, constitiiein-se rodas sólidas eresistentes uma vez que as cinjão com ai osde ferro.

O couro 4o bufalq ijãQ (leve ser m\M°-$*'-&»¦'!',

Calçado impermeável

Os materiaes empregados no fabripQ docalçado podem ficar impei meaveis imnter-gindo-os por algum tempo em uma misturacomposta de

Oleina 24grms.Sabão anmonical....... 18 »Ácido stparico 6 »Extraio de tjiiipipo.... 3 »Agw '........,.. §4 ».

A ole_iia, funde-se çóm a stenrjna, addi-ciojiapdp-se depois o sabão amnoniàçal logoapós o extracto e poi fim a agwt.

O sabão, aminonical se obtém tratan-do-se o carbonato de ammpniacq pejq apiçíooleico até não se aperceber cheiro ^1 g,lin) deammoniaco, revolvendo-o bem.

Se o industrial quizer obter uma misturade côr negra intensa não tem IMS (*e Pejuntar uma solução de 6 Rartes de sulfatode ferro e uma de água.

fosecticid*

Emprega-se com grfipde vantflgem con-tra os insectos* que infestão as plptf1*. <*aseguinte formula :

Petróleo 30 gims.Sal commum. 25 »Água commum. ..¦•*.•« 1000 »

Esta formula pôde, ser substituída pelaseguinte:

í' ''fi •'

T. ';¦

Petrele© *r#n»< M fRW-Sabão amarello • -jí> *Água commum 2000 »

260 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Piolho lanigero

Destróe-se esta parasita dos arvoredosuntando-se a pincel as partes atacadas coma seguinte mistura :

Colla de peixe 20 grms.Aloes 100 »Sub carbonato de soda 100 »Ácido phenico puro... 20 »Água morna i litro

Acaro do gallinheiroDeranissus gallinus. Esta insecto vive

escondido nas paredes e á noite ataca osanimaes sugando-lhes o sangue.

Lavagem do gallinheiro com água eácido sulfurico na proporção de 10 grammaspor litro. Collocão-se caixões contendo areiae flor de enxofre para as galinhas porem elivrarem-se do parasita.

Bordo assucarado

E' uma arvore de madeira branca, ve-no..a e um tanto dura, vegetando «abundante-mente nos Estados-Unidos e no Canadá,contentando-se com terrenos regulares. Amadeira fornece matéria prima para trabalhos :de marchetaria e a seiva extrahida por meiodeincisãono tronco e sem que offendão oâmago da

* arvore, deixa por meio de pro-longada fervura, depositar crystaes de um

bom assucar muito em uso nos Estados daUnião Americana.

Um hectrolitro da seiva fornece 5 kilo-grammas de assucar; em geral cada pé debordo pôde dar 3 hilogrammas de assucar.

O bordo, é em taxonomia botânica, oaver saccharinus.

Dados estatísticosExportação dos productos agrícolas manu

facturados de minas, florestas e pesca dosEstados-Unidos da America.

VALOR EM DOLLARS

Productos agrícolas, productos manafUcturadosproductos de minas florestas e pesca

1860.. .. 206,560,972 45,658,873 14,022,5281880.... 685,561,091 79,561,417 53,474,8151881.... 730,394,913 89,219,380 61,311,6211882 558,219,819 103,132,181 77,887,4321883 619,268,449 111,830,001 73,001,1831881 536,315,318 111,330,212- 77,319,2921885 530,172,966 117,259,810 79,250,1701886 481,854,595 106,419,69. 74,590,2121887 5.3,073,798 136,535,105 43,914,020

Total1860 314,242,4231880 823,946,3531881 883,925,9471882 733,239.7321883 804,223^6321884 724,964,8521885 724,682,9461886 065,966,5291887 703,022,923

Cera de abelhas

A cera de abelhas compõe-se de ácidocerotíco e myricina; o primeiro solúvel noálcool fervendo, e a segunda insoluvel, o quepermitte separa-las facilmente.

O ácido cerotíco é uma substancia branca,dura,quebradiça. A myricina, pelo contrario,'é mais ou menos gordurosa e de côr verdeescura ou amarella. '

Os caracteres do ácido azotico são per-sístentes, os da myricina variao segundo aclasse das abelhas e o modo de alimentação(dr. sacc.) «

Producção agrícola da BahiaAssucar

Exercícios Kilog. am.1874—1875 50,815,4231875-1876 25,816,2051876-1877 36,929,9281877-1878 32,865,8111878-1879 40,8314881879-1880 34,443,8111880-1881 55,130,4221881-1882 54,306,6021882-1883 41281,935•883-1884 -. 76,503 2301884-1885 31,8647601885-1886 17,618.304'"' 28,474,1211886—1887

FumoKxercicios1874—18751875—18761876—18771877-1878 ;. íufóMJ1878-1879 16 785 7561879-1880 U,706,5J91880-1881..- 15,244 443

Kilogram.14,728,80216,029,59114,270,984

JLMXIUADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 361

il«fd1««o Ki,ogram-1881-1882 17,970,9921882-1883 16,439 8791883-1884... 20,738,8981884-1885..... 17 5717401885—1886 22,932,1371886-1887..... 17,436,807

CaféKxercicios Kilogram.

1874-1875 6,094,6441875-1876 7,155 1911876-1877 7,292,5061877—1878 4,498,0361878—1879 5,473,4941879-1880 8,086,2061880—1881 7,608,6251881-1882 8,848,6281882—1883 6,513,8611883—1884 5,494,2011884—1885 4,783,9531885—1886 ,. 6,778,0801886—1887 11,646,224

Exercícios1874^-1875.1875—1876.1876—1877.1877—1878.1878—1879.1879—1880.1880—1881.1881—1882.1882—1883.1883—1884.1884—1885.1885—1886.1886—1887.

ÜacáoKilogram.1,220,0781,614,9211,249,1401,976,6841,817,7111,665,3902,191,8871,903,5941,490,2892,862,7262,676,7892,531,8913,486,446

Ovelhas na AustráliaNova Galles do Sul 24,000,000Victoria 9,300,000Austrália Meridional 9,300,000Queensland 9,000,000Austrália Occidental 1,550,000Tasmauia 1,860,000NovaZelandia 17,000,000

72,010,000Estes rebanhos fornecem 1,200,000

fardos dela.O termo médio da producção por pro-

vincia é o seguinte:Nova Gallesdo Sul 23 %Queensland 8%Victoria 31%Austrália do Sul 11%

» Occidental 3%Tasmandia 4"Nova Zelândia 20

A producção total é equivalente a175,000,000 de kilogrammas de lã suja ou90,000,000 de kilogtammas de lã lavada.

(Associacion Rural).

Importação no BrazilLONGO CURSO

1870 a 1871 137,264:0003ÍOOO1871 a 1872 158,318:2O0?JO001872 a 1873 156,730:600*9000

Média 150,771:000?iM)00

1884 a 1885 178,431:015#00Ò1885 a 1886 197,504:530?50001886 a 1887 209,406:6948000

Média 185,113:080St.OO

Exportação1870 a 1871 166,149:400-50001871 a 1872 193,418:900-50001872 a 1878 215,893:100^000

Média 192,087:100?f0ÕÕ

Cabotagem1870 a 1871 152,323,4005)50001871 a 1872 204,086,000#0001872 a 1873. 208,087,600*5000

Media 188,166,000*0000

1884 a 1885 132,562,500*50001885 a 1886 136,796,600*50001884 a 1887 166,209,101*5000

Media 146,852,800?X)00

Exportação de trigo, milho e farinha da Re*publica Argentina nodecenniode 1878a 1887.

Anno

1878187918801881188218831881

Trigokilo*

100.6117,017.438

25,669.3171,165.6SH

157.0781,705.292

60,754.677

MUliokilo»

19,061.01429,521.31715,032.01.'.25,052,189

107,327.15518,634.351

113,710.088197,859.612231,860.300361.157.705

1885 108*499.2281886 37,864.1131887 237,865.925

íot.1 181,338.607 },109,318,Tf6 270,117.92* 38,172,650

Liuhokilo-

104.277Í16.034967.999

6,391.61823,351.79423,061.73633,991.65069,426.10137)689, G6781,183.742

Kariuhiklloe

2,919.773, 1,605.0*5

1,428.0461,287 390

548.7794,811.3853,743.3897,447.0775,262.2223,386.118

262 O AÜXtLIÀlitíl Ü tí".DÜST«ÍA tikÚímAL

Illuminaçfto electrica nos Estados-Unidos

A íaaSètrta dâ iilüiíltíação éléctrícános Est^clóíiiUnidos âchêt*'se nas mãos de 40sociedades geraes, e de 700 sociedades lo-cães.

Cada noite accendem-se cêrcade 140,000lâmpadas de arco, 500,000incandescentes deEdison e 150,000 da companhia Westhin-ghóuse.

Avaliasse em cerca de 280 milhões ou112 fflü .couros o custo destas installaçõesdestinadas â illuminação publica e parti-cular, sendo 210 milhões para as lâmpadasde arco e apenas 70 para as incandesceu-téã.

, Ü Viítír (tos edifícios e terrenos, perten-cètiteB àà sbeiôdades, elevão-se a 50 milhõese àm&Ü dè 110 iiíilhões a importância ernpre-gada no fabrico das duas grandes espéciesde apparelhos de illutninaçftb.

Levando eni conta os capitães euipre-gados nás industrias accessorias, como car-vões-lampadas, machinas, conduòtdrés, etc,póde-sò avaliar ém 750 milhões ou 300 milcontos a somma total empregada na industriaelectrica na repubüca.

As principaes sociedades são : Ecidon,Brusli, Tnornson, Haeston e Weston.

Os cc-ndnctores, que pertéiicein a. estassociedades èvx suas installações dé iilumi-nação nas cidades, têm um comprimento de55 kilomètrtiâ para Os fios aéreos e 50 kilo-metros para conductores enterrados.

Trinta cidades são também illuminadaspor focas elevados, cuja altura âobrè o iôlovaria dè 58 a 7 metros, sendo espaçado**! de240 a 880 metros! Alguns desses focos com-portam 4 lâmpadas.

Ós serviços dos traurways eleetricos éfeito em mais de 100 kilometros de linha.

804.O trabalho, ns. 300, 301, 302, 303 e

»X» (Diário Official)£.-r%-¦•4,-V*'*

sm

Bibliographia

A Confederação Artística, de Belém(Hfi.), ns. ã6, Í1,31 e 32. .

Tlw Rio New's, ns. 3l, 32 e 33.' Monitor (kl-MintirOi ns. 990 e 980.T ô Sul in Mrasil, a. 6. ;

Scientific American,, ns. 13, 1.4 8 15.Èoldiü Mensual, do MexicO, lis. 6 ê f:Revista dos CônstrUctorps, ü. i_.Boletim da Alfândega do Rio de Janeiro,

lis, 22 e 24.Correio Official, de Goyaz, ns. 42, 43,

44, 45 e 46.O PuUkador Goyano, ns. 190, 191,

192 e 193.Botetín de Ia Industria Arifentinct, íí.

85.Associacion Rural dei Urugúay, ns. 19,

20 é 21.Annales dei Instituto Agrinomivo Vete-

rinario de Buenos Aires, ns. 6 e 7. Anno III.O Póinbense, us. 26, 27 e 28.Il Br asile, n. 11.Revista de Engenharia, ns. 194 e 197.Union Ibero-Americana, n. 40.La Espaíta Artística, ns. 19 e 20.La Industria Harinera, n. 176.Gazeta de Victoria, ns. 175 e 176.Revista do Club de Èngenhariaj n. 10.

Anno II.

ttendas Kiscae» «í Itevista dos Mercados

ALFÂNDEGA

Importaçío 3.297:6tí7êõ51Expoi-toçilo 1.098:5951742Ik-r.pac.-o marítimo I8:988fllíiOExtràol-íllilári* 8:8_I2*200

-1.413:508^957Depo.ito. 23:2741513

4.4B6:84â*a:0705 % e sello 168:804^896

Total 4.605*447-S966

y.;. JJK. í (*-¦

ftaeebedoria 448*885J485Btt Provincial ifcitt$. -/920:211it39

il ' '**- •¦'¦"•¦ ''f\f/\;'' •ClSrfj.';1

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 263

MERCADO DE CAFÉ

Entrarão durante o meu Saccâl)Pela estrada de ferro D. Pèdi-o II ;... 318,888Por cabotagem i)8jâ7'ÍDo intétlòt- 511,48(7

Total 478,640

Vond èrào-sc durante o mez Saccas

Para os Estados-Unidos 210 -70:1a Europa 180,188Cybti da Boa Esperança DjSJBP

» dlvèrebs portos ... 10,778

Total 4Í7.0Í3

Embarcarão durante o mez Saccas.

Pára os Estados-Unidos i.17,'268» o Canal e Norte da Europa 113,325

o Mediterrâneo 22,602» diversos pOttos 20,204

Total.... 373,389

Sahirão durante o mez 235,507 saccasStock 261,078 .

. '7L á

VALORES

Café lavado máximo 5 "920

1|W*>* •••••iNomiual.» l*boa (» ls regular 5£510

1* ordinária 6 '310

. 2*bôa 5|0402* orslinaria 4

"700

por peso de 10 kilogfam.nas.

MERCADO DE CAhft-fc SÉCCA

Existência:

Í"-B (Jt-ande do Sul 42,0'0 kilos,ttl-j da Prata;....... ....- 2,lT0,C«0 .

«ENEROS TRAZIDOS AO MERCADO 1'BI.A¦ESTRADA DE FBRRO 1). PEDRO II

¦¦ -4'¦",--

Total

VALORES

Unriie tio Rio Grande maximum.» systema platino

Bio da Prata..> emmaiila-, .,..l......

**•••«¦••

2,21*-,000

200's. okilb

m L.m f.

AguardenteAlgodiíoArrozAssucarCaféCarvilo vegetalCoúiòs snlgados e seccos.FeijãoFumoMaleira»MilhoPolvilho....QueijosTapiòcaToucinhoDiversos

1

103 pipas.54,4$ Mos.

Ui i55,080 1

19.133,101 i881,5*"? .•J-3,54.-

85,908384,14157,838

9,b0üft»,Éo

128,045400

218,8201.200,875

GÊNEROS TRAZIDOS AO MERCAÜO PELAESTRADA DE FERRO Í-EOPOLDI NA

AguardenteAssucarCafé 2.301,558Farinha de mandiocaFeijão ,i FubáMadeiras......MilhoTelhas è tijolosToucinho-,..;Diver-ios..

9,800 litros.12-tW kllós.

.301,558 .75,880 -81,014 111,245 »3,552 **¦•¦

113,098 .28,000 >

1,800 .120^586 •

OENERÓS LEVAD08 AO MERCADO PORCABOTAG-BÍU

Água florida.Aguardente .

Algodão em ramaAlhos...AlpistèAmendelt»ArralsArrozAssucarAzeite de amendoim...

I de baleiaBagnsBanlS......BatHtáft.BettaáBiscodtoeCabeçl de negroCaeàoCadeiras d" pioCajurubeba

408 vólsliiiOil.1,215 pipas*.

mil. p!pas78 barriu.

4 garrafüe-s.424,173 Mloí.

Tohiuios.12 i

13i4

3-105 sacos.460..671 »

36 T*c.lttmw.40 i18 s-ico",

117,585 kilos.800 volume401 peças.

1» volume-.12 f*

j||'»s .1íf*t.'>4

18

364 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA. NACIONAL

Camarões ........; i 53 TOjUn,ea.Cambará;.....<.,.,.;./;.'%; a« a!80 . >Cangica 199 8aC0SiCarnaúba.. '..." 12 volumes.Carne salgada ' V"40 »Cannas... 3 ' ,Cascas 25 »Cavallo ,........'. l ¦ ¦ • 'Ctíbolaü...., 1,850 resteas.Cera..,....,. 51 volumes.Cerveja,.. 25 »Chapéos de carnaúba...'.' 96 ¦

> de feltro........ 125 .» de palha........ 10 • (;

Charutos 564,125 unidades.Cigarres 5 volumes.Cocos 5,378 unidades.

¦ 637 volumes.Colla 117Couros preparados 92 ¦

» seccos 230 unidades.I>oces 5 volumes.Ervilhas.... . 18 sacos.Especiarias 25 volumes.Farellu 500 sacos.Farinha 7,461 ,Favas 1,377 »Fazendas 75 fardos.Feijão 4,861 sacos.flechas 3,000 unidades.Frutas 25 volumes.Fumo 7,876 kilos.

» em folha 50,455 ».Garrafas vaaiaa 18 volumes.Garras 50 »Gergelin ' 150Goiabada 17 ,Goram», ;" 403 .Graxa 54,809 kilos.Lcnba.. 45,000 achas.Línguas 87 volumes.Lingüiças 190 ,Madeiras 1,053 ds. taboas.

* 264 doruientos.' ••¦• 147 peças.

•< 2,800 ds. de ripasManteiga 5,007 kilos.Mate '¦• 239 volumes.Mel 122 .Mel de fumo io volumes.Miu»° 7,461 sacos.Óleo de copabiba l volume.

» de mocotó 48 volumes°™ 147 ,p*u« ;;•" 5 ,Peixe '228', »Peana*de ema " ""'

T|TV »'.-"¦Perfi}aamn ;,. 100 T'Pi»8«v« 5B0 ,

Plantas • 8 volumes.Polvilho....RicinoSabãoSabonetes...Sal.........SalsaSangaSeboSolaTapiocaTecidosTomates....Toucinho...,Vinho.......Diversos

*--A216

9

:' 17'' ;.

:973,246 «tros."5 Volumes..53 .

24,525 kilos.9,278 meios.

53 volumes.192

. .2 ,->-r11,291 kilos.

193 barria.14 volumes.

Soberauos.

MERCADO MONETÁRIOMetaes

91000

FUNDOS POBLICOSApólices do57,.'.'..... .'..' 9800000Empréstimo Nacional dé 1868..... 1:150*000

» . de 1879 1:045*000

LETRAS HYPOTHECARIAS

Banco dc Credito Heal do Brazil 76 °/0» de S. Paulo 63 7,

. Predial 66 7,

AOÇOESBanco Auxiliar

do BrazilCommercial..,'.........,.Commercio 1.,'.',

• 4» serieCreáito Real de S. Paulo.

20 o/0IndustrialInternacional

20 7oRuralDel CredereMercantil do CamposPopularCredito commercialTerritorial de MinasPopular de 8. Paulo

210,00002650000245/00022300001420000650000110500

27500002630000670000030000002190000410000M20OOO380000

126*000

CÂMBIOSSobre Londres 27 i/„dí. por 10

P»riz 352franco.» Hamburgo... 437mareo.

I**» 352U».» Portugal. ...,., l$97o. Noft-Ywk:... 10852 dolkr.

I —«*¦!¦¦¦<¦TypoRraphiai.aemmert & C -mnUos, 71.

*

SOai___!_Djí_.IDE

AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONALP SUL s]

N. 12.-DEZEMBRO DE 1888

PARTE OFFICIAL

Sessão ilo Conselho Administrativo emir» de Novembro «le isss

PRESIDÊNCIA DO EXM. Sit. CONSELHEIRODR. NICOLAU JOAQUIM MOREIRA

Presentes os Srs. Membros do Conselho :conselheiro Dr. Nicolau J. Moreira, Drs.Nascentes Pinto, Alvares de .Azevedo, Carlosde Rezende, Pessoa de Barros, Portugal eOliveira Bello, capitães Camillo de Lellis eMotta Teixeira, commeudadores HermidaPazos e Henrique Nascentes Pinto, Ser-queira e J. da Motta Teixeira, o Sr. presi-ilente declarou aberta a sessão.

Leu-se, foi posta em discussão e appro-vada a acta da cessão antecedente, effe-ctuada em 15 de Outubro de 1888.

EXPEDIENTE

Fôrão recebidos com agrado e enviadosá Bibliotheca: á Gazeta da Bahia de 27 deSetembro a 5 de Outubro, e o Monitor Sul-Mineiro de 28 de Outubro a 11 de Novem-bro de 1888.

Fôrão presentes ao conselho o seguinteAviso do Ministério da Fazenda e a cópiado dos Negócios Estrangeiros a que aquellese refere.

Ministério dos Negócios da Fazenda.Rio de Janeiro, 31 de Outubro de 1888.Trausmitto a V. S. para os fins convenientesa inclusa cópia do Aviso do Ministério dosNegócios estrangeiros, n. 45 de 22 do cor-rente mez, relativamente ao pedido cons-tante do seu Officio de 3 de Julho próximopassado, no sentido de interpor o GovernoImperial o seu valimento afim de que a con-ferencia Aduaneira de Bruxellas não exclu-isse a língua portugueza da traducção das

34

tarifas das .Alfândegas, que tem de ser porella publicada. Deus Guarde V. S. — J.Alfredo Corrêa de Oliveira. — Sr. conse-lheiro presidente da Sociedade -Auxiliadorada Industria Nacional.

CÓPIAN" 45. Riu de Janeiro. Ministério dos

Negócios Estrangeiros, 22 de Outubro 1888.¦>" Secção. Illm. Exm. Sr., V. Ex. remet-teu-me com o seu Aviso de 3 do corrente oofficio, que incluso lhe devolvo, e no qual oPresidente da Sociedade Auxiliadora daIndustria Nacional pede que o Governo Im-perial interponha o seu valimento para que alingua portugueza não seja excluída da tra-dneção das tarifas aduaneiras. Creio que V.Ex. sabe o que se passou a este respeito naConferência de Bruxellas, mas como serviu-se communicar-me aquelle officio, julgo cou-venieiite dar-lhe a seguinte informação. E'evidente que, para evitar excesso de des-peza, a conferência teve de reduzir o nu-mero, escolhendo as mais importantes parao objecto que tinha em vista. Ao principioresolveu-se que o Bulletin International desDouanes fosse publicado em allemão, inglez,hespânhol e francez ; mas depois, por justaexigência da Itália, acerescentou-se a sualingua. O Brazil não estava representado naconferência, mas o delegado portuguez fez oque lhe foi possivel no interesse de seu própriopaiz. Respondendo-lhe, disse o presidenteBarão Lamberinont : « Si 1'entreprise réus-sit, il y aura moyen de donner par Ia suitesatisfaction aux demandes qui se produi-ront». Demais, no artigo 2" do Regulamentose attendeu quanto foi possivel ao interessedas linguas excluídas. Diz elle : « Chaqueétat faisant partie de 1' Union, dont Ia langtien'est pas au nombre de celles adoptées pour

s. A.

266 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

Ia traduction, a Ia faculte de faire traduireet de publier, à ses frais, dans sa languenationale, tout ou partie du bulletin. »Tenho a honra de renovar a V. Ex. asseguranças de minha alta estima e mais dis-tincta consideração. AS. Ex. o Sr. con-selheiro Ministro e Secretario de Estado dosNegócios da Fazenda (Assignado) RodrigoA, .da.Silva. Confere — O official maiorAugusto F. Colin.

O Sr. conselheiro presidente informouao conselho que, pelas razões de convenien-cia taes como falta de espaço, de luz e outras,a exposição não se fará mais no edifício doCassino Fluminense, mas sim no do Lyceude Artes e Officios, posto á disposição daCommissão Central Brazileira pela SociedadePropagadora das Belles-Artes ; devendoinaugurar-se no dia Io de Dezembro próximofuturo, dia para esse fim designado por S.M. o Imperador.

Ficou o conselho inteirado, e nada maishavendo a tratar-se, o Sr. presidente encer-rou a sessão.

Sala das sessões da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, em 15 de Novem-bro de 1888.—Josá Augusto Nascentes Pinto,2° vice-presidente. — Augusto Alvares ãeAzevedo, secretario adjunto. — Manoel ãaMotta, servindo de secretario adjunto.

Escola Nocturna de AdultosExm. Sr.—Tendo-se encerrado as aulas

dos Cursos da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional em data de hontem, e tendode começar os exames em 3 do corrente mez,ua fórma do Regulameuto dos Cursos, soli-cito de V. Ex. a nomeação de dous Mem-bros do Conselho da Sociedade, para emcommissão presidirem os ditos exames nafórma do art. 6? § 2o do referido Regula-mento.

Deus Guarde a V. Ex.Directoria dos Cursos, 1° de Dezembro

de 1888.Exm. Sr. Conselheiro Dr. Nicolau Joa-

quim Moreira, D. Presidente da Sociedade.O Director

Francisco Antônio Pessoa de barros.

O piesidente nomeou os Srs. Dr. JoséAugusto Nascentes Pinto, e José Pinto Ser-queira.

Exm. Sr.—Tenho a honra de comum-nicar á V. Ex., que no dia6do corrente mezencerraram-se os exames dos alumnos dosCursos Nocturnos desta Sociedade, cujoresultado foi o seguinte. —Escola Nocturnade Adultos —

Ia classe — Approvados plenamente :Manoel José dos Passos, de 23 annos, cigar-reiro; Carlos Alves de Brito, de 19 ditos,estudante ; Cândido Alves de Brito, de 14ditos, dito ; Antônio Custodio Peres, de 21ditos, dito ; Eurico Henrique Raposo, de 14ditos, dito ; Álvaro Antônio de Oliveira, de14 ditos, Modelador; Raul Leite dos Santos,de 17 ditos, Encadernador ; e SebastiãoGomes Coutinho, de 17 ditos, dito.

Approvados :—João Nolasco de Car-valho, de 14 annos, Estudante.

2a- Classe—Approvados com distineção:—Miguel Pereira Rangel, de 14 annos, Es-tudante ; Pedro Celso Lima Verde, de 17annos, dito; João Ernesto Claude Sampaio,de 14 ditos dito.

—Escola Industrial—Aula de Desenho—Approvados plenamente : CyriacoRibeiro,de 29 annos, Carpinteiro, e Carlos GaldinoLeal, de 15 ditos, Machinista ;—Approva-dos : Francisco Severiano de Souza, de 34annos, Serralheiro ; Romeu Sabino de Cai-valho, de 29 ditos, Carpinteiro, e EduardoJosé da Motta, de 16 ditos, Limador.

Directoria dos Cursos da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional, 7 deDezembro de 1888.

Illm. e Exm. Sr. Conselheiro Dr. Ni-coláu Joaquim Moreira, D. Presidente damesma Sociedade.

O DirectorFrancisco Antônio Pessoa de Barros.

Directoria dos Cursos Nocturnos dada Sociedade Auxiliadora da IndustriaNacional, em 15 de Dezembro de 1888.

Illm. e Exm. Sr.—Passo ás mãos deV. Ex. os mappas de freqüência dos alumnosda Escola Nocturna de Adultos e Industrial,durante o terceiro trimestre do corrente annolectivo.

Deus Guarde a V. Ex.Illm. e Exm. Sr. Conselheiro Dr. Ni-

coláu Joaquim Moreira, M. D. Presidente daSociedade Auxiliadora da Industria Na-cional.

O DirectorFrancisco Antônio Pessoa i>e Barkos.

OJJJXILIADOR DA INDUSTJ8IA NACIONAL WNo anno lecfcivo de 1888 matricula-vSLomm» mwkâ da, Sociedade Auxiliadora

da industria Nacional 162 alumnos, sendobrasileiros 137, portuguezeá 20, italiano 1hespanhóes 2, francezas 2. 'Os quaes forão assim distribuídos pelasdiftereutes classes : V classe 120, 2a classe

20, 3* classe 9, aula de desenho linear 13.

A abertura das ftlllas terá logar no dia10 de Fevereiro do anno vindouro.

_ Cursos Nocturnos da Sociedade Auxi-hadora da Industria Nacional m Io, deDezembro de 1888.

O PorteiroJosé Pinto pa Silva Leal.

M'VP™R™N™r^!A\n^QÜKN014 DURU D°S ALÜMN0S DAS WWMWM CLASSES «03CURSOS N0C10RNOS DA SOCIEDADE AUXILIADORA DA INDUSTRIA NACIONAL, DURASfE OTERCEIRO TRIMESTRE DO CORRENTE ANNO DE 1888

Dias1." Classe.2.» Classe.3.' Classe.Desenho,..

SETEMBRO1 11111111 ll üíl ll1 liw ul8 lláJ 2['i2ií H r'2i 27 iS ?;) :J0 3i2!) .. 30 30 30 28 .. .. .. 25 30 27 27 23 2ij .. 30 30 SU 2} 27 32

"

'¦> • • 8 9 10 10 9 9 10 9 9 95 .. 1 3 2 1 .. ..

8 .. .. !_)

33 33 33 33 30 30 .. .,9 10 10 9 10 10 .. 9 10 10 10 9 9 .. ..

1 10(5 0 0.. 5Í5550.. Ü55455., ..8 " •• 8 •• 8 •• 8 ., .. 9 .. 9 .. 8 .. ..

1.» Classe 30 30 28 28 25 2j2/ Classe.3.' Classe.Desenho....

10 IO ll) IO 8 1(10 I 0 (i ú 57 .. .. 7 .. ..

OUTUBRO2121 2li 27 27 30 .. 25 25 25 20 2« 20 .. 26 2(3 30 30 28 2810 '•' '•> '¦> 0 10 .. !) 10 0 10 10 10 .. 0 10 !) 8 9 9

1 4 ° '•> ' '1 •• 4 •') 2 4 .. (5 (i 6 0 5 5!) " ¦¦ 8 •• •¦ 8 .. .. .. .. 8 .. .. 7 .. ..

. 8 .. ..

. 28 28 28. 10 9 9.5109 8 ... ..

NOVEMBRO'•' Clíssc •'' " 2,i m * *J 'i:> -'•>•• 28 20 2« 20 20 21 .. 21 21 25 20 22 26 .. 26 26 % 20 26 ..2'* C,l,sso '•' '¦ 9 ° !l 9 '•' 1° .. 10 8 8 910 10 .. 9 10 9 10 8 9 .. 10 9 10 9 9 ..3'' Cl:,ss" •• (i « '¦> •"> B l •• & 5 1 5 5 J .. 3 3 3 2 2 2 .. 4 1 2 2 2 ..Desenho .. 8 .. .. 7 .. fl .. :,..,. 5 .. 4 .. 8 .. .. 8 .. 8 .. 8 .. , 8 8

Curso Noetiimo da Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional, em 30 de Novembrode 1888.

José Pinto da Silva Leal, porteiro.o Director,

Francisco Antônio Pessoa de Barros, , -

»

Imperial Instituto Histórico GeograpMcoBrazileiro

O Instituto, celebrando sua sessão ma-gua annual no dia 15 do corrente, ás 6 horasda tarde, no Paço Imperial, na presença deSS. MM. e AA. Imperiaes, tem a honrade convidar a Benemérita Sociedade Auxi-liadora da Industria Nacional a assistiraquelle acto, dando mais uma vez prova doseu interesse pela associação que se honrade ter delia nascido.

Secretaria, no Paço Imperial, em 4 deDezembro, de 1888.

A'S. Ex. o Sr. Conselheiro Dr. NicoláoJoaquim Moreira, Dig. Presidente da So-ciedade Auxiliadora da Industria Nacional.

Severiano da Foksbca1» Secrctaiio.

O presidente nomeou para representara Sociedade o Sr. Vãce-Presidente Dr, JoséAugusto Nascentes Pinto e secretários ad-junctosl).'. Augusto Alvares de Azevedoe m.Carlos Maria da Motta Ribeiro de Rezende.

268 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

ExposiçõesHistórico dos trabalhos da Exposição

Preparatória para a Universal de Pariz.

ÜOIIUIISSÃO CENTRAL BRAZILEIRA PARA A EXPOSIÇÃOUNIVERSAL BE PARIZ

Nas sessões de 1 e 4 do corrente, presi-didas pelo Sr. Visconde de Cavalcanti, foipor elle communicado que Sua Magestade oImperador havia designado o dia 10 destemez para a abertura da exposição prepara-toria, dignando-se honra-la com sua AugustaPresença.

Foi nomeada a commissão incumbida deconvidar Suas Altezas Imperiaes e o Sr.Principe D. Pedro á assistirem aquelle acto.

Leu-se um officio dirigido á CommissãoCentral pelo Dr. Gorceix, presidente dacommissão mineira, sobre questões relativasá exposição ; foi discutida a matéria desteofiicio, e, de accôrdo com o que então seresolveu, respondeu-se ao mesmo doutor.

Foi também lido um ofiicio dirigido pelacommissão de Maceió, encarregada de rece-ber e enviar productos para a ExposiçãoUniversal rie Pariz, remettendo um caixotecontendo diversos preparados de manipu-lação de Antônio Silva. — A' commissãoexecutiva.

No dia 10, no logar e hora annunciados,realizou-se a abertura solemne da exposiçãopreparatória, do modo porque derão noticiaas folhas diárias desta Corte.

No dia 11 houve sessão presidida peloSr. Visconde de Cavalcanti.

Foi lida nina carta do Sr. ministro chi-leno M. Villamil Blanco, communicando nãoter podido comparecer á abertura da expo*sição por motivo de moléstia.

Leu-se também um officio do Sr. presi-dente do Ceará, com data de 10 de Setembrotratando de assumptos relativos á exposiçãodessa provincia, já prejudicados em partepor communicações posteriores recebidasantes.

O Sr. presidente dá conta do que temoccorrido relativamente ao quadro do pintorPedro Américo e ao modelo reduzido do mo-numento representando o brado do Ypiranga,cuja remessa para a Exposição Universal éobjecto dos mais ardentes desejos de seusautores e também desta commissão; masestá dependente de tão grande responsabili-dade, de condições tão onerosas impostaspela commissão de construcção do referidomonumento, em 8. Paulo, que a commissãocentral nâo pôde de modo algum acceita-las,tanto mais quanto, não ha para o quadro,

tempo nem autorização para ser exposto pri-meiro aqui na Corte, nem espaço no pavilhãobrazileiro em Pariz, deven-lo o dito quadro,se chegasse a ser enviado, figurar na secçãointernacional de bellas artes.

Sobre este assumpto, assim como sobieoutros attinentes a diversas propostas, com-municações e certas resoluções tomadas pelacommissão Franco-Brazileira foi lida umaextensa carta dirigida pela mesma á commis-são central.

Entre estes assumptos está a delibe-ração tomada pelo syndicato sobre a expo-sição dos quadros, no sentido de, quandohouver afnuencia de trabalhos de artistas quese acham no Brazil e na Europa, ser conce-dido a cada um o direito de expor somenteaté dous desses trabalhos.

Outrosim refere-se a commissão Franco-Brazileira á concessão que fez ao conselheiroLadislau Netto para expor no pavilhão bra-zileiro diversos objectos de anthropologiaque figurarão no congresso dos America-nistas, ultimamente effectuado em Berlim.

Finalmente, declara a mesma commissão•ine é absolutamente impossível realizar atransferencia para esta Corte do edifício des-tinado á exposição brazileira, pela naturezae condições do contracto de sua construcção.

No dia 10 do corrente ás 11 horas damanhã, no edifício do Lyceo de Artes e offi-cios, conforme eslava annunciado, effectuou-se a inauguração solemne da ExposiçãoPreparatória para a Universal de Pariz em1889, na augusta presença de SS. MM. II edo Sr. principe D. Pedro.

Estiveram também presentes os Srs :Presidente do Conselho ministros da Fa-zenda, da Agricultura, e da Guerra e algunsrepresentantes do corpo diplomático.Compa-receiam os membros da commissão central,faltando com ;,usta causa o Sr. Secreta: iogeral e o Sr.Visconde de S Francisco,os dacommissão executiva, e o Presidente e ummembro, o secretario da commissão de pro-paganda.

O Sr. Visconde de Cavalcanti leu o dis-curso de abertura aliusivo aoacto,euiquehis-toriou os factos relativos á esta Exposição,salientando aparte que na sua realisação teveS. M, o Imperador, e o concurso e animaçãoque tem ella recebido quer dos poderes pu-blicos, quer dos particulares, de modo a sefazer representar condignamente o Brazil,como um paiz livre, naquella grande festainternacional.

Sua Magestade o Imperador dignou-sede responder:

« Associo-me sempre jubiloso ás festasdo trabalho, porque delle principalmente

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 269

virão a paz e a prosperidade da nossa pa-tria ».Concluído este acto Suas Magestades e

Alteza descerão a percorrer as salas demo-rando-se até perto de 1 hora da tarde emque se retirarão sendo acompanhados até áporta pelo presidente e demais membros dacommissão.

Estiverão também presentes os Srs»Presidente do Conselho e Ministros da Agri-cultura e da Guerra.

A concurrencia de convidados foi nume-rosa. A exposição conservou-se aberta até4 horas da tarde, reabrindo-se á noite eassim se conservando até 9 horas.

Eis o discurso do Sr. Visconde de Cavai-can ti.

Senhor! Quando em principio desteanno constou em Paris que o Brazil não sefaria representar oficialmente na ExposiçãoUniversal de 1889, varios negociantes fran-cezes, interessados no desenvolvimento dasrelações commerciaes entre a França e oTmperio e um grupo de brazileiros que allise achando mais sentião a lamentável au-sencia de sua pátria no grande convíviointernacional, resolverão provocar um mo-vimento no sentido de poupar a este flores-cente e rico paiz a humilhação de ser o únicoda America, senão do mundo civilisado, quedeixaria de comparecer aquella festa de paze civilisação. Foi assim que constituio-se aCommissão-Fran co Brazileira, iniciadora darepresentação ão Brazil na Exposição Uni-versai.

Vossa Magestade Imperial que estavaentão em Cannes, já, felizmente, resta-belecido da enfermidade que o forçara a sahirdo Império, foi por mim pessoalmente in-formado do que occorria; e com o anciosocuidado do seu encendrado patriotismo,ainda mais apurado, seé possivel, na ausênciada Pátria, dignou-se acolher calorosamenteaquelle pensamento, dispensando palavrasde animação.

Não havia tempo a pe. der O Campo deMarte em Paris, iinmeiiso como é, já estava '

repartido e tinhão sido attribuidas as res-,pectivas partes ás nações, que mais cuida-dosas dos próprios interesses, tinhão oppor-tunamente adherido á Exposição, official ouofficiosamente. A falta de local condigno árepresentação do Império, ainda mesmo emcaracter officioso, logo occorreu ao espiritoprevidente de vossa Magestade Imperial, eno intuito de obvia-la, fez-me a honra dedar uma carta autogiapho para o distinctoSr. G. Berger, director geral da exposição.

Esta carta foi para a commissão Franco-Brazileira o— abre-te, Sésamo!— no campode Marte; e, de concessão em concessão, allitemos hoje» uma secção que, se não competecom outras quanto ao tamanho dos edifícios,distingue-se pela elegância do pavilhão,grandeza e ornamentação dos jardins, lagoe gruta aiinexos como Vossa Magestade Ira-perial poderá vêr dos planos, embora muitoreduzidos, que lhes serão presentes.

Mas, Senhor! o bafejo vivificador deVossa Magestade Imperial, sobre a idéa denossa representação no grande concursoindustrial de 1889, em bôa hora atravessoutambém o Atlântico.

Aqui chegando tive a fortuna de en-contrar o franco apoio moral da ExcelsaPrinceza Imperial, então Regente, do go-verno e seus agentes das câmaras Legisla-tivas, dos mais conceituados órgãos daimprensa, da opinião publica, era summa.que por toda parte se foi manifestando pro-picia ao iniciado tentamen.

Nesta Corte, sob os auspícios de variasimportantes associações scientificas, litte-rarias, aitistiias e industriaes, a cuja frentecollocou*se a mais antiga dellas, a bene-merita Sociedade Auxiliadora da IndustriaNae 'anal, foi logo organizada a CommissãoCentral, que auxiliada pela Reunião dos Ex-positores da Industria Brazileira, tomoua árdua tarefa de organizar uma exposiçãoprévia dos produetos que se destinassem áUniversal de Paris. Em diversas provínciasoutras commissões fôrão constituídas e oesforço patriótico das classes produetorasnão se fez esperar.

Entretanto, differentes causas de esmo*recimento actuárão de modo sensível emprejuízo da exposição brazileira.

Mencionarei, em Io logar, a estreitezado tempo. Realmente, devendo estar emPariz até 31 de Março de 1889, os objectosdestinados á Exposição Universal, só grandesomma de aotividade e força de vontadepoderiam reunir, escolher eenviar opportuna-mente os múltiplos e variadissimos produ-ctos deste vasto Império,onde infelizmente aioproverbiaes a inércia e a falta de iniciativa.

Vem em 2° logar a escassez dos meiospara execução dos serviços e obras indis-pensaveis a uma exposição. Dos 300:000-9patrioticamente votados pelo nosso illustradoparlamento, 250 foram destinados á com-missão franco-brazileira para construcção deum pavilhão no Campo de Marte, exposiçãogratuita dos produetos brazileiros, propa-ganda, etc, conforme o contracto celebradopelo Ministério da Agricultura com o syndi-cato da mesma commissão.

"" +* ', -"^ "*« -;¦¦¦¦ ¦;¦¦-¦¦¦ ''" -1- - v -^mv^--- ¦"* '^PRS? ¦ ...,¦.,. '.-¦-¦•f. ..'¦-,. ,,'[^ . ¦*-» ¦' o.,,. ,,.,,..,„„. ,nn

970 0 AUXILÍADÒR DA INDUSTRIA NACIONAL

A Central Brasileira recebeu apenas48:000» para a exposição prévia, transportesde ida e Vinda dos objectos que lhe fossemcoflflttdos, propaganda e mais serviços., ,,Ptts Pfovitlcifts, somente as da Bahia ede MMlttfi-Geraès derão subvenção aos seusexpositores.

Em 3o logar mencionarei a crise daprincipal industria do paiz, a lavoura, emconseqüência do movimento evolucionario daabolição dft escravidão, que, embora contidoe resolvido com geral applauso pelo niemo-ravel acto legislativo de 13 de Maio, aindatroa perturbada a grande producção agrícola.

Vossa Magestade Imperial Veta como éescassa a representação delia nesta Expo-

Em 4o logar devo consignar o estado,era regra pouco lisongeiro, da industria na-cional, que, sem a precisa organisação, cami-nha ao simples impulso da exuberância desuas forças, esbarrando, porém, a cada passocom os estorvos provenientes da falta deorientação econômica. Conforme axiomatica-mente diz Oarey, quanto maior é a variedadedas aptidões mais considerável é a somma dovalor do trabalho e portanto da riquezasocial. Um paiz quasi exclusivamente agü-cola estará sempre em inferioridade em rela-ção aquelle onde a agricultura, a industria eo commercio, acharem-se felizmente combi-nados; cotóo deveria estar o Brazil. Apezardisto VoSBtt Magestade Imperial verá quesão os produetos da industria fabril e mauu-2? ** 0B qile melhor ^P^sentão a acti-Vidade e o progresso em que sensivelmentemarchamos.

Para Vencer estas e outras difficuldades,que por serem pequenas (algumas atê incon-fessaveis) não pouco iiifibifto o esforço dos(jue proctirão fazer qualquer cousa em bemdo paiz em que nascerão ou que vivem,sertão necessários meios e forças superioresaos dos modestos organizadores e Collabora-dores da Exposição. Entretanto, Senhor,elles confessâo, reconhecidos, que além dasubvenção legislativa, têm recebido do Illus-tfado governo de Vossa Magestade Imperial,nâo só o mais significativo apoio moral, masainda os subsídios administrativos compati-veisoom as faculdades ordinárias de cadaministério.

Igualmente, cheios de gratidão, decla-rão qne têm sido auxiliados pelas diversasrepartições publica, e alguns estabeleci-mentos particulares com o concurso teclmicoe os bons offloios de todos a que tem recor-rido; pelas emprezas de estradas de ferio ede navegação a vapor com o transporte gra»tuito dos produetos; pela Sociedade Anonyma

V

de Gaz com o fornecimento, sem retribuição,da illuminação necessária para este edifício,generosamente cedido pela illustre SociedadePropagadora das Bellas Artes; pelas admi-nistfaçOes das principaes folhas diárias daCorte, em cujas columnas têm sido gracio-samente inseridas as publicações mais impor-tantes, concernentes á Exposição.

A estes prestimosos auxiliares, VossaMagestade Imperial permittirà que eu renna,collocando-os na merecida evidencia, meusdignos companheiros da Commissão CentralBrazileira e os laboriosos membros das com-missões Executiva e de Propaganda. Docivismo e dedicação destes desinteressadosbatalhadores na impreza, que patriótica-mente tomarão a seus hombros, devo dartestemunho nesta solemne oceasião.

Destinada a servir de centro para a col-lecta e selecção dos produetos que tivessemde figurar na Secção Brazileira, como a conse-lha vam intuitivas conveniências, esta expo-sição preparatória, por algumas das causasjá mencionadas, falhou infelizmente, nestaparte, ao seu programma. Dos effeitos dei-a-gradaveis que dahi possão advir, attenta ápouca sufficiencia da área do pavilhão Bra-zileiro e a conseqüente necessidade de umacriteriosa escolha dos melhores especimens,próprios para representar utilmente as nos-sas riquezas naturaes e producções indus-triaes, nenhuma responsabilidade caberá áCommissão Central, que, de accordo com aCommissão Franco-Brazileira, fez opportu-namente quanto lhe foi possivel para attrahiro concurso das provincias.

Só a de Santa Catharina, tendo feito emtempo, graças a intelligente iniciativa dodigno presidente, sua exposição prévia,compareceu collectivamente. Das outras,alguns produetos fôrão-nos enviados pelospróprios expositores. As da Bahia, Pernam-buco e Ceará pretendem fazer seguir os seusdirectamente para Pariz, segundo consta.Minas-Geraes, ligada a esta Corte por tantasvias férreas que fornecião transporte gra-tuito, e auxiliada com a subvenção de40:000?, não preparou-se em tempo e pareceproblemática a sua representação.

Não se deve, portanto, avaliar, por estao que será a Exposição Brazileira, no certa-men universal de 1889.

Organizada differentemente de outrasanteriores, sem o apparato de numerosascoinmis.ões largamente remuneradas, sem oônus de viagens dispendiosas, servida porum pessoal que nada percebe nem pretendedos cofres públicos, ella não apresentaiá,

| esperamos em Deus, resultado menos provei-.toso para o Brazil. Como quer que seja,

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 271nossa pátria ganhará sempre em ser maisconhecida; e a bandeira auri-verde, desfral-dando-se garbosa entre as nações cultas quesé vão exhibir no Campo de Marte, annun-ciará, desta vez ao mundo inteiro, que — nagrande obra de nosso progresso e civilisaçãosó entra agora a nobre e fecunda cooperaçãodo homem livre.

Senhor! Agradecendo, em nome dosexpositores brazileiros, a protecçao queVossa Magestade Imperial se tem dignadodispensar-lhes, e em nome da CommissãoCentral Brazileira e dos seus prestimososauxiliares a subida honra da presença deVossa Magestade e da Augusta Familia Im-perial neste recinto, peço venia para declararaberta a Exposição Preparatória da Uni-versai de Paris em 1889.

Commissão central brazileira para a exposiçãouniversal de Paris

Houve sessão no dia 21 do corrente, soba presidência do Sr.Visconde de Cavalcanti.

Tendo apparecido na Bahia alguma du-vida sobre se serião ou não recebidos naexposição _ universal os produetos directa-mente enviados por essa provincia, resolveu-se communicar declarando que ficou assen-tado que serão recebidos, no prazo já esta-belecído e de conformidade com o systema declassificação adoptado para essa exposição.

Receberão-se e fôrão lidos dous officiosDr. Gorceix, acompanhando a remessa de2fi caixotes contendo nma collecção de amos-trás de mineralogia, destinados á exposiçãouniversal e que para ahi serão ehviados, semserem expostos aqui, por falta de tempo.

Leu-se uma carta do Sr. Carlos Kleine,de Sauta-Catharina, insistindo no seu desejode mandar para a exposição universal umacabana rústica, conforme o pedido já feitoanteriormente e rejeitado pela commissãofranco-brazileira. Desta vez contenta-se ellecom um espaço muito menor. — Resolveu-seresponder declarando que não se pôde atten,der e tomar nova deliberação a tal respeito,visto que já foi decidido pela commissão com-petente.

Leu-se um requerimento do continuo JoãoGonçalves Pereira Garcia,pedindo augmentode ordenado, sendo equiparado ao dos guar-das dos salões.—Ficou sobre a mesa para sertomado em consideração opportunamente.

Exposição Brazileira Preparatória Universalde Paris, em 1889

Reunio-se a respectiva commissão a14 de Dezembro ultimo, sob a presidênciado Exm. Sr. Visconde de Cavalcanti,

Receberão-se e fôrão lidos os seguintesofficios:

Do Sr. Dr. H, Gorceix, presidente dacommissão mineira, declarando que, no casode não serem expostos na Corte os objectosultimamente remettidos, as despezas de idae volta com o transporte destes á Parizserão pagos pela mesma commissão, visto jáhaver para isso a competente autorização.Inteirada.

Da mesmo senhor, remettendo cincocaixas destinadas á Exposição Universal,contendo amostras de mineraes e de vinho ;e declarando que se estão preparando, nestaCorte, amostras de mármore dos arredoresde Ouro Preto, para terem o mesmo destino.—A responder aceusando o recebimento.

Do Sr. director da estrada de ferro D.Pedro II, declarando já se acharem em nmadas salas da Exposição Preparatória os obje-ctos por aquella directoria destinados a Uni-versai de Paris.—Inteirada.

Do Sr. F. F. Fontana, de Curitiba,annunciando que, pelo vapor nacional RioGrande, reinette um caixão contendo 24amostras de folhas dessecadas de herva-matte, e uma planta geral das suas duas fo-bricas,para figurarem,juntamente cornos ob-jectos já remettidos,naExposição Universal.— A responder aceusando o recebimento.

Da commissão Franco-Brazileira, insis-tindo pela remessa do quadro do Dr- PedroAmérico, communicando ter sido concedidoao Sr. Alfredo Michelpela direcção da Expo-sição Universal, o espaço de 15 metros naclasse 51, éter recebido da mesma direcçãomuitas provas de consideração.—Idem.

O Sr. presidende communicou teremofficiado, pedindo desculpa por não terempodido comparecer á cerimonia da aberturada Exposição Preparatória da Corte, por mo-tivos independentes de .sua vontade, os Srs.ministros de Portugal, da Bélgica e da Repu-blica Argentina.—Inteirada.

Resolveu a commissão, que a ExposiçãoPreparatóriazembro.

se encerrasse a 31 de De-

Industria saecharinaDECRETO N. 10,100 DE l

1888DE DEZEMBRO DE

Approva novo Regulamento para concessão de engp-nlios centraes destinados ao fabrico de assucar de

Havendo a experiência demonstrado anecessidade de alterar algumas das bases

272 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

adoptadas para concessão de engenhos cen-traes destinados ao fabrico de assucar decanna, mediante garantia ou fiança de jurospor parte do Estado: Hei por bem Approvaro Regulamento que com este baixa para aexecução do art. 2" do Decreto ir 2fi87 de0 de Novembro de 1875, assignado por An-tonio da Silva Prado do Meu Conselho. Se-nador do Império, e Ministro e Secretariode Estado dos Negócios da Agricultura,Commercio e Obras Publicas, que assim te-nha entendido e faça executar.

Palácio do Rio de Janeiro, em ] deDezembro de 1888, 67° da Independência edo Império.

Com a rubrica de Sua Magestade oImperador.

Antônio da Silva Prado

Regulamento approvado pelo Decreto n.10,100desta data

CAPITAL

Art. 1." O capital de 30,000:000}?, aque se refere o art. 2o do Decreto u. 2687deli de Novembro de 1875, fica distribuído ásprovíncias produetoras de assucar na fôrmada tabeliã annexa, respeitadas as concessõesvigentes.

Poderá o governo alterar a distribuiçãosegundo as necessidades da lavoura da cannanas diversas provincias produetoras.

Art. 2.° O capita] garantido ou afian-çado para cada engenho central não exce-dera de :

400:000$—dada a capacidade para tra-balhar, em 24 horas, ] 50 toneladas de canna,durante a safra, calculada em cem dias;

550:000*5 —dada a capacidade para 200toneladas;

750:000*5 — para 300 toneladas ;900:000?? — para 400 toneladas;1,000:000?? — para 500 toneladas.

_ Art. 3.° Será constituído o referidocapital pelas quantias que forem empre-gadas:

1.° Em estudos prelimÍBares para orga-nização do plano e orçamento das obras,desenho dos apparelhos e descripção dosmethodos de fabricação, não excedendo de1 % do capital o custo total da despeza re-lativa a este objecto ;

2." Na construcção ou acquisicão deedifícios apropriados á fabrica e suas depen-dencias, e na compra de machinas, appa-íelhos, animaes, terrenos e accessoriosnecessários ao serviço;

3." Em vias-férreas e em outros meios

de transporte, por terra on agua, para tra*fego do engenho comprehendido o materiallixo rodante e fluetuante ;

4." Em empréstimo aos agricultores até1 <)% do capital garantido, pela fôrma decla-rada no artigo seguinte.

Art. 4." Do capital garantido será des-tinada, na fôrma do art. 2" § 3n da Lei n.2(i87 de 6 de Novembro de 1875, a quantiade 10% para constituir fundo especial quea empreza sob sua responsabilidade, em-prestará a prazos convencionados, e juro nãoexcedente de 8% ao anno, aos plantadorese fornecedores de canna, como adiantamentopara auxilio dos gastos de producção.

Este empréstimo, que não poderá ex-ceder de dous terços do valor presumívelda safra, será realizado a tempo de poderser utilisado desde a primeira colheita.

Na falta de accordo o valor presumivelda safra será fixado por árbitros, e parafiança do reembolso, terá a empreza, não sóos fructos pendentes, mas tambem certa edeterminada colheita futura, instrumentosde lavoura e qualquer outro objecto isentode ônus, todos os quaes deverão ser especi-ficados no contrato de empréstimo. No mesmocontrato serão estabelecidos o modo do paga-mento e a prohibição de serem retirados dopoder do devedor, durante o prazo de em-prestimo, os objectos dados á fiança.

Art. 5." As economias effectuadas naexecução das obras, e na acquisicão de ma-terial, serão applicadas á reducção equiva-lente do capital garantido.

FAVORES

Art. 6.° Para fundação e custeio dosengenhos centraes concederá o Estado osfaveres seguintes:

1." Garantia ou fiança de juros até6 % ao anno, durante 10 a 20 annos, sobreo capital effectivamente empregado ;

2." Direito de desapropriar, na fórmrda lei, os terrenos de domínio particular bemcomo prédios e bemíeitnrias que forem ne-cessados ás obras ;

3." Uso das madeiras e outros materiaesacaso existentes em terrenos devolutos domunicípio ou do mais próximo, e necessáriosá construcção, sujeitando-se a empreza áspresciipções que lhe furem estabelecidaspara gozo deste favor ;

4". Isenção de direitos de importaçãosobre as machinas, instrumentos, trilhos* emais objectos destinados ao serviço dafabrica. *

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 273

Esta isenção não se fará effectiva em-quanto a empreza não apresentar no The-souro Nacional a relação dos sobreditos ob-jectos, especificando a quantidade e quali-dade, que aquella repartição fixará annual-mente, conforme as instrucções do Minis-terio dos Negócios da Fazenda.

Cessará o favor, ficando a imprezasujeita á restituição dos direitos que teriade pagar, e á multa do dobro desses direitos,imposta pelo Ministério dos Negócios dáAgricultura, Commercio e Obras Publicas,ou pelo da Fazenda, quando se prove teralienado, por qualquer titulo, objecto impor-tado, sem preceder licença daquelles minis-terios ou da presidência da provincia. e pa-gamento dos direitos devidos ;

5". Preferencia para acquisição dosterrenos devolutos existentes no município,effectuando-se a venda pelos preços mínimosda Lei n. 001 de 18 de Setembro de 1850.dado que a empreza os distribua a immi-grantes que importar e estabelecer, náopodendo, porém, vendel-os a estes por preçoexcedente do que fôr autorizado pelo go-verno ;

Paragrapho único. Se a empreza fundarescola pratica de agricultura ou horto deexperimentação, mediante plano approvadopelo governo, terá direito aos favores que alei houver de autorizar como auxilio parataes estabelecimentos.

Art. 7o. A garantia ou fiança de jurosfar-se-ha effectiva, livre de impostos, pelafórma seguinte :§ 1°. Logo que forem concluídas e ac-

ceitas, em prazo nunca maior de 24 mezesapós a celebração do contrato, as obras dafabrica, pagará o governo, os juros do capi-tal garantido ou afiançado, e effectivamentedespendido, a contar da data do levanta-mento autorizado.

§ 2". As quantias levantadas serão reco-Iludas a estabelecimento bancário, sendocreditados á garantia ou á fiança os jurosabonados pelo mesmo estabelecimento bemcomo quaesquer rendas eventuaes cobradaspela impreza, quaes a taxa da transferenciade acções, e outras.

§3°. Depois que o engenho central,entrar em actividade, os juros serão pagospor anno financeiro á vista dos balanços deliquidação da receita e despeza do custeio,examinados por agentes do governo.

§ 4o. Serão creditados a favor da ga-rantia ou fiança os juros dos empréstimos aque se refere o art. 4".

§ 5°. Nas despezas de custeio sei áo tãosomente comprehendidas as que se effectna-rem com acquisição de cannas e material de

35

consumo, trafego, direcção da fabrica, ereparações ordinárias. Todos os outros gastoscorrerão por conta do fundo de reserva.

§ 0°. Na tomada de contas a impor-tancia da garantia será reduzida propor-cionalmente á quantidade de matéria primatrabalhada, salvo circumstancias de forçamaior, devidamente comprovadas e reco-nhecidas pelo governo.

§ 7". O capital destinado ao fundoespecial, de que trata o art. A", só entraráem conta depois de effectivamente empre-gaito em empréstimos aos agricultores e pelotempo da duração dos mesmos empréstimos.

§ 8o. Na falta de ajuste, em contrario,os juros serão pagos no Thesouro Nacional.

Art. 8o. Dentro dos limites fixados pelosarts. 1" e 2" poderá o go/erno afiançar, notodo ou em parte, os juros garantidos pelospoderes provinciaes para estabelecimento deengenhos centraes nas províncias contem-piadas na tabeliã annexa, ou conceder ga-rantia addicional. Neste, caso ficará sujeito oconcessionário ás disposições do presenteRegulamento e dependente de autorizaçãodo governo qualquer innovação do contraetoprovincial, sob pena de tornar-se de nenhumeffeito a fiança ou garantia por parte doEstado.

Art. 9o. Terão dire'to ao prêmio de10:0009 a 20:000$, a juizo do governo, asemprezas que de cada 100 kilogrammas decanna produzirem 12 de assucar de todas asqualidades.

DA FÓRMA DAS CONCESSÕES E SUAS CONDIÇÕES

Art. 10. Os favores acima declaradosser'o concedidos a agricultores ou compa-nhias nacionaes, legalmente incorporadas eautorizadas a funecionar, ou que o foremdentro de prazo determinado, com o fim deestabelecer engenhos centraes destinados aofabrico de assucar e de álcool de canna, me-diante eniptego de apparelhos e methodosmodernos dos mais aperfeiçoados.

Art. 11. Paia concessão dos favores serácondição essencial a apresentação de contra-ctos celebrados com agricultores para forneci-mento de cannas á fabrica.

Nas petições para aquelle fim sujeitadasao governo serão declarados :

I. O município escolhido para situaçã»da fabrica com informações acerca do estadoda lavoura, producção ile canna, assucar eálcool, quantidade de agita potável, lenha onoutro combustível, e viação interna ou exter-na, comprovados os dados com attestaçõesda camai a municipal ou do engenheiro fiscaldo districto ;

S. A,

274 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

II. Capacidade da fabrica.III. Extensão e systema das vias fer-

reas e de outros meios de transporte desti-nados a ligar a fabrica aos estabelecimentosíigricolas;

IV. Meios disponíveis para realisaçãoda empreza.

Art. 12. Terão preferencia :I. Os agricultores ou companhias que

houverem celebrado contractos com adminis-trações provinciaes para estabelcimento deengenhos centraes e provarem idoneidadepara levantamento de capital, acquisição depessoal apto e desempenho das obrigaçõescontrahidas;

II. Os que se propuzerem empregar omethodo da diffusão;

III. Os que se compiometterem, noscontractos celebrados para fornecimento decanna, a pagar nos primeiros quatro annos :por 10(1 kilogrammas de canna, quatro deassucar mascavado bom pelo preço correntedo mercado mais próximo ; cinco do mesmoassucar nos 10 annos posteriores; e seis deentão em diante, com tanto que a canna en-cerre, pelo menos, 12 % de saccharose.

Art. 13. A companhia deverá ser orga-nizada no prazo máximo de quatro mezes,contados da data da concessão, e dentro domesmo prazo deverão os estatutos ser sub-raettidos á approvação: tudo sob pena dehaver-se por caduca a concessão.

Art. 14. A companhia terá sua sede noBrazil e representante habilitado com plenospoderes na provincia onde fôr situada a fa-brica.

Art. 15. A concessão não poderá sertransferida senão depois que a fabrica estiverom construcrão, e precedendo autorização dogoverno.

Art. 16. O concessionário assignarácontracto com o Ministério dos Negócios daAgricultura, Commereio e Obras Publicasdentro do prazo de tres mezes. contado dadata da concessão, fazendo parte integrantedo mesmo contracto as condições e disposi-Ções do presente Regulamento, segundo serádeclarado no competente termo.

Art. 17. Nenhuma responsibilidadeassumirá o governo pelo capital despendidoalém do fixado pela concessão, seja qual fôra causa determinante do excesso.

Art. 18. Quando assim julgar conve-niente, poderá o governo abrir concurrenciapara construcção de um ou mais engenhoscentraes.

DAS OBRIGAÇÕES DO CONCESSIONÁRIO

Art. 19. São obrigações do concessio-nano :

I. Sujeitar á approvação do governo,dentro de seis mezes contados da data daconcessão, o plano e orçamento de todas asobras projectadas, desenhos dos apparelhos edescripção dos methodos da fabricação ;

II. Aceitar as modificações indicadaspelo governo, assim nos sobi.ditos trabalhospreparatórios, como nos contractos de fome-cimento de canna, plano de obras, e em todosos outros trabalhos que houverem de execu-tar posteriormente ao começo e á conclusãodas obras approvadas;

III. Concluir as obras de construcção ecollocação dos machinismos dentro do prazode 18 mezes, contado da data da approvaçãodo plano e do orçamento;

IV. Estabelecer, mediante approvaçãodo governo, os meios mais convenientes, porterraou agua,para transporte da canna desti-nada ao consumo da fabrica,não podendo des-pender com este serviço mais do que a quintaparte do capital garantido ou afiançado. Nafalta de ajuste em contrario, deverá a fabricacommunicar-se para os estabelecimentos agri-colas por meio de vias férreas de bitola e ma-terial proporcionados ás exigências do trans-porte, com paradas para recebimento dascannas em vagões apropriados que seriloarrastados por tracção animada ou de vapor;

V. Nâo exigir juro maior de 8 °/„ aoanno sobre os empréstimos que fizer aos agii-cultores nem impõr-lhes condições mais one-rosas do que as previstas no art. 4o ;

Vi. Produzir nn primeiro anno a quan-tidade miuima de sete kilogrammas de assu-car de todas as qualidades por cem de canna,;

VII. Constituir, pela dedneção annualda quota minima de. 5 % sobre os lucros daempreza, especial fundo de reserva destinadoá substituirão parcial ou geral das maçhinase do material, assim como a obras novas dequalquer natureza : tudo sem nenhum ônuspara a garantia ou fiança dos juros por partedo Estado;

VIII. Indemnizar o Estado de todas asquantias que d'elle houver recebido, bemcomo das despezas motivadas pela fiscali-sacão, com a renda liquida excedente de10%;

IX. Indemnizado o Estado, destinarmetade da renda liquida excedente de 10 %a augmentar o fundo de reserva até que re-presente a terça parte do capital garantidoou afiançado;

__

0 AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 975X. Contratar e manter pessoal idôneo

para dirigir as obras da fabrica, devendo omesmo pessoal exbibir documentos pvobato-nos da sua aptidão ou proval-o em exametheonco e pratico;XI. Manter na fabrica o seguinte pessoalcom vencimentos approvados pelo governo:DirectorChimicoChefe de fabricaçãoMecânicoGuarda-livros

e admittir como praticantes, gratuitamente,dous ou mais estudantes ou engenheiros queo governo designará.XII. Entregar ao fiscal, mensalmente,

relatório circumstanciado dos trabalhos eoperações da fabrica, abrangendo: pessoalempregado e salários despendidos, conibus-ti vel consumido, quantidade de canna esma-gada, seus productos e porcentagem obtidaem assucar e álcool, preço da matéria prima,e despeza e receita ;

_ XIII. Prestar com proinptidão os escla-recimentos e dados exigidos pelo governo,presidência da provincia e agente-fiscal ;

XIV. Effectuar a suas expensas o trans-porte das cannas, recebendo-as dos fornece-dores nos logares convencionados e conve-nlentemehte arrumadas nos vehiculos;

XV. Executar as ordens do fiscal comrelação á segurança e a melhoramentos com-pativeis com o especial fundo a que se refereo presente artigo, obrigação n. VII;

XVI. Não executar sem prévio consen-timento do governo obra alheia ao planoapprovado ;

XVII. Acceitar as redncçõesque houve-rem de ser feitas no capital garantido, assimpor virtude dos arts. 2U, 5" e 7", como pelasuppressão parcial ou total das vias férreasou de outras obras projectadas ;

XVIII. Registrar em livro especial,aberto, rubricado o encerrado pelo fiscal, oresultado diário das analyses necessárias aobom andamento das operações da fabrica;

XIX. Pagar, até ao dia 15 de cadamez, as contas de fornecimento de cannas,effectuado no mez immediatamente anterior,tendo os fornecedores, de então em diante,o direito de lhes serem abonados pela morajuros contados á razão de 8 ".'„ ao anno, eexcluída esta despeza da conta das decusteio;

XX. Conservar a fabrica em estadoperfeito.

Art 20. Nos seus contraetos com a

empreza é livre aos proprietários agrícolas,plantadores e fornecedores de catinft, ajus-tar as condições do forneciinento e o mododa indeinnisação, podendo esta consistir emdinheiro segundo o peso e qualidade dtt can-na, ou em quantidade de assucar de (Jltali-dades determinadas.

DAS GARANTIAS DO CONTRACTO

Art. 21. Nos contraetos pederá o go-verno exigir caução oü fiança para gafailtiada execução das obrigações e satisfação dasmultas, devendo a caucilo ser ilitegrada tioseu valor primitivo quando fòr diminuídapor qualquer deducção.

Art. 22. Poderá o governo designai-consultor technico, habilitado na theoHa epratica da industria saecharina, além dosauxiliares necessários á flscalisaçâo dás ope-rações, execução dos ajustes feitos cotn osfornecedores de canna, e tudo o mais queentender com a observância dos contraetose das disposições do presente regulamento.

A despeza dos vencimentos destes agen-tes será paga por conta do Estado.

Art. 23. O exame e ajuste das contasda receita e despeza serão incumbidos ácommissão composta pelo agente fiscal, umagente da empreza e ura empregado que seiádesignado pelo governo ou pela presidênciada província.

Art. 24. Caducará a concessão:I. Si o contracto não fôr assignado

dentro de tres mezes contados da (lata daconcessão;

II. Si a companhia não se incorporarou, incorporada, não se habilitar para preen-cher os seus fins, dentro dos prazos mar-cados ;

III. Si as obras não forem começadas econcluídas dentro dos prazos fixados;

IV. Ficão exceptuados os casos deforça maior, a juizo do governo.

Art. 25. Será suspensa a garantia otlfiança dos juros:

I. Si a fabrica não produzir asstlcaf nttproporção fixada pelo art. 19, §6";

II. Si deixar de trabalhar por espaçode anno ;

III. Ficão exceptuados os casos deforça maior, a juizo do governo.

Art. 26.- A caducidade da concessãoimportará para o Estado o direito de ser

276 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

indemnizado dos adiantamentos que houverfeito, ainda quanto a empreza não entre emliquidação immediata.

Art. 27. Pelas infracções do contracto,a que não couber pena especial, será admi-nistrativamente imposta a multa de 1:000$a 5:000$, e do dobro nas reincidências.

Art. 28. As questões suscitadas entre ogoverno e a impreza, bem como entre esta eos particulares, serão decididas, quando dacompetência do poder judiciário, pelos juizese tribunaes do Império e de accordo com alegislação brazileira.

Art. 29. As questões que se derivaremdo contracto celebrado entre o governo impe-rial e a companhia, serão resolvidas porárbitros, nomeando cada parte o seu. Nocaso de empate, cada parte designará paraterceiro arbitro um conselheiro de Estado,decidindo entre os dous a sorte.

DA DISSOLUÇÃO DA COMPANHIA

Art. 30. Incorrendo a companhia emqualquer caso de dissolução, proceder-se-haá liquidação na fórma das leis.

Palácio do Rio de Janeiro, 1 de Ue-zembro de 1888. -- Antônio da Silva Prado.

«s"8

8 5u<oaoCP--

«sa

vat-r«TJ

3tu

X)«8

saçooo30ooos:

?S§!

o©oooo,-3.",XOO

foooocooco o o o o o o *:O O 31 i?5 -W r?í 35 *

¦ -o «a sò ~I .—* -« «-H

55oofiSS

_JSSSooo o o• ' — óooooooo o o o o o oo o o o o o o

> oo o oooo o ooooooooooo—

Tjl '.O —> "N -*¦-*,—. _<

1 :lfÍ9, -ooo

I *fil8 :S|S«O ¦ .O or-

:S :

' C '03 •:©•¦_;•z . = :- *sc •

c ; «d

I :*3 :d,2l :2 : :«J|S<«4s.3*«Í S jIÍJ ;xer-=o«- a o «r b 3 a * =a. -q x r/i r/j ¦*¦ *c -*-. 0. o o. -j; X

Culturas Variadas

Ministério dos Negócios da Agricultura,Commereio e Obras Publicas. — Gabinete.— Circular. —Rio de Janeiro, 20 de Ou-tubro de 1888.

lllm. e Exm. Sr. — O antigo regimendo trabalho agrícola e a concentração dasforças na producção quasi exclusiva de pou-cos gêneros, em algumas das mais ricas pro-vincias do Império, determinarão de algummodo o abandono de muitas culturas pro-veitosas e colheita de produetos vegetaesque podem ser empregados na industria, comgrande vantagem.

Para promover o aproveitamento detaes gêneros, e mais tarde a cultura dos queforem de maior consumo, dando assim incre-mento ao commereio e variado emprego apopulação, resolveu o governo imperial man-dar proceder á analyse e ensaios para deter-minação do valor industrial desses produetos,publicando posteriormente os resultadosobtidos, para sciencia dos produetores oconsumidores.

Para esse fira, expedirá V. Ex. as con-venientes providencias no sentido de serparcialmente remettida a este ministério,uma collecção de fibras que já forem utili-zadas nessa província, e outras de reconhe-cida importância, devendo ter cada amostra40 kilos de peso ; igualmente uma collecçãode plantas medicinaes, tinturiaes e tanniferas,óleos vegetaes, gommas, resinas, e gommas-resinas, devendo ter cada amostra 15 kilos,se fôr possível.

As amostras devem ser acompanhadasde minuciosas informações sobre o aproveita-mento e emprego desses produetos, nasdiversas localidades, o preço, logares em quesão produzidos, quantidade que pôde serfornecida em determinado período, e outrasque pareção proveitosas.

Ligando o governo a maior importânciaa semelhante tentamen, conta que V. Ex.empregará todo o esforço afim de iniciar-se,quanto antes, o estudo das riquezas que pos-suimos e que ainda não forão devidamenteapreciadas.

Correrão por conta deste ministério asdespezas que se tornarem necessárias para odesempenho do serviço que, ora, a V. Ex.recommendo.

Deus guarde a V. Ex. - AntônioPrado. — Sr. Presidente da Província de...

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 277

SylviculturaInfluencia da cal

Nas derrubadas das florestas e no ro-teamento do solo recentemente descobertoa cal presta importantíssimos serviços, por-quanto desenvolvendo-se grande quantidadede ácidos, carbônico, tannico, etc, que po-dendo prejudicar as culturas ou mesmo per-derem-se na atmosphera a cal os fixa com-binando-se com elles e removendo todos osinconvenientes, além de que pela sua acçãocáustica mata todas as larvas e inutilisaos óvulos dos diversos insectos damninhosque nessa localidade poderião existir.

No estado de pureza a cal actua sobreos mineraes existentes no solo, facilitando adecomposição das rochas feldspathicas, e, so-bretudo, das argillas, contribuindo para queos vegetaes tenhão a seu dispor, além de si-lica solúvel, saes de potassa e soda.

As experiências de Boussingualt é deoutros agrônomos demonstrão que a águaabsorvida pelo solo durante um anno fôrmauma camada de espessura de 50 centímetros,sendo esta quantidade d'agt.a capaz de dis-solver 7,500 kilogrammas de cal.

Examinando a natureza dos elementosnutritivos que de preferencia procnrào certosvegetaes^ reconhece-se o valor da cal^ para' pei0 próprio vinagre não produzeffervescen

c;a, nem precipita pelo ácido carbônico ouoxalico.

As terras que parecem tirar maior pro

não resistem a elle ainda que em doses re-gulares.

Em um terreno, por exemplo, em queexista sulphato de cal (gesso), aliás elementonutritivo de primeira ordem, plantando-sevegetaes que possão fornecer ácido oxalico,esses morrem antes da florescência.

Assim o .remoço branco (lupinus-albus)desenvolve-se magnificamente em terrenoscalcareos até florescer; nessa época o pe-dunculo floral pende, murcha e morre e a es-piga não se fôrma. A razão está em que opedunculo elabora ácido oxalico que, combi-nando com a cal, fôrma oxalato de cálcio,obstruindo-se por este modo os canaes sei-vosos da planta.

O mesmo facto observarão com as aze-das, legumes freqüentes em nossas mesas derepasto.

Nos terrenos humidos a cal absorve ahumidade da camada subjacente do solo,fazendo o effeito da drenagem,e nos terrenosseccos, attrahindo a humidade do sub-solo,substitue até certo ponto a irrigação.

Conhecem -âe as terras que necessilãodo elemento calcareo pelos vegetaes queahi existem ; pela natureza do solo resul-tante da decomposição de rochas plutonicas,e em (pie abundão o quartzo, o feldspatho ea mica e que tratados por um ácido forte, ou

as leguminosas forrageiras e para o trigoUm hectare, por exemplo, de alfafa re-

clama 2,812 kilos de elementos calcareospaia fornecer 80,000 kilos de forragem ; sea cultura fôr de trevo, serão necessários150 kilos de calcareo para obter-se 9,000kilos de forragem.

Nos terrenos cretáceos em que o cal-careo se acha na proporção de 60 °/0 e a ar-gilla na de 10 °/0 as plantas vivazes nãovingão se o clima é quente e se as chuvassão excessivas ; desenvolvem-se, porém, com

veito da cal são as silicosas, argillosas, pau-tanosas e turfosas.

A cal gorda é a mais pura e mais activae por conseguinte a mais freqüentementeempregada, porém em pequena quantidade.

A cal magra é utilisada em proporçõesmaiores em conseqüência de sua fraca influ-encia.

Segundo as experiências de algunsagronomouos a cal magnesiana é muito maisexhuberancia, fornecendo uma pastagem!

lina e delicada, dando aos animaes carne su-; ,,,,•¦perior seo clima e as chuvas forem oppostas! fnergica e quando nao se llie addiciona ex-ás condições que já apontamos. jtrume abundante estraga o solo.

Também quando o terreno é humido e a i A cal animalisada que se compõe de calcamada humica é espessa, a cal convém, S^ràa, ourina e matérias fecaes, é conside-sendo entretanto prejudicial quando o terreno «*ada como o melhor íoitificante que se pôdeé secco e o húmus em pequena quantidade, I offerecer aos vegetaes. A quantidade de

No primeiro caso a cal absorve a humi-1 azoto que este corpo contém depende dadade e decompõe o excesso de húmus, resultados favoráveis á cultura; no segundo desseca ainda mais o solo e esgota o do elementohumioo, decompondo-o rápida e completa-mente.

Se, como acabamos de mostrar, a tota-lidade dos vegetaes não podem prescindir doelemento calcareo, todavia algumas plantas

natureza das substancias orgânicas que en-trão em sua composição e do tempo mais oumenos longo em que se fez a preparação.

Dos vegetaes os que mais reclamão apresença do elemento calcareo são as legu-minosas cujas hasteas conitém 68 % de car-bonato calcareo e magnesiano, seguindo-sedepois as grammineas.

278 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

O trigo de um terreno caldeado, metho-dicamente é sempre de bôa qualidade; a pa-lha ó firme, o grão claro, o farello poucoespesso, a farinha em grande quantidade emais clara do que o trigo de um solo nãocaldeado.

Não se limita a influencia da cal somenteao solo e ao vegetal, tambem as sementespara o plantio sendo caldeadas adquirempropriedades dignas de attenção, Ellas nãosão sujeitas ao bolor nem ao bicho.

A dose da cal que se deve empregar nasculturas varia segundo a natureza dos ter-renog, a espécie de cultura, ás caldeagensrepetidas. Em geral 12 a 16 alqueires cal-deão 100 geiras de terreno. Na Inglaterragastão-se por hectare de terras leves 120hectolitros, de terras argillosas 250 e deturfa 600.

Não devem estas proporções serviremde base para culturas regulares, porquantona Inglaterra procura-se sempre attingir omáximo de elementos productivos.

A cal, portanto, é um dos elementosnecessários ao desenvolvimento dos vegetaes.

Thaer attribuia os bons effeitos da calnas culturas, a propriedade que esse corpotem de reter o ácido carbônico da atmos-phera, tão útil a existência da planta. Ou-tros agrônomos explicão o effeito benéfico doalcali admittindo a formação do humato decálcio e diversos outros saes.

Boussingault pensa que a cal tem por fimúnico, formar o carbonato de cal que faltandoao solo este não pôde dar bôa colheita.

A applicação da cal nos solos araveistem por fim :

Io, Facilitar a decomposição das sub-stancias orgânicas tornando-as solúveis eassimiláveis ;

2°. Transformar as plantas adventiciase damninhas por meio de sua acção enérgicaem excellentes estrumes ;3o. Combater a aridez do solo ;4°. Facilitar a formação de nitratos eammoniaeos.

5". Destruir as larvas e os óvulos deinsectos prejudíciaes á cultura ;6". Fazer as vezes de drenagem ou deirrigação ;

7". Tomar os terrenos inoveis coiisis-

contrario predottfine a silica têm o nome demagros, estes são empregapos em terrenosarenosos para a cultura do trigo, sendoaquelles porém preferidos geralmente.

Os marnes influem physica e chimica-mente sobre o só]o ; physicamente, inter-pondo-se entre as moléculas compactas daterra e augmentando a faculdade absorventedo solo; chimicamente atacando as substan-cias orgânicas do solo e favorecendo por umacombustão lenta a formação de carbonatos enitratos.

Para reconhecer-se a quantidade decarbonato calcareo existente no marne, tra*ta-se este pelo vinagre ou pelo ácido nitrico;a parte cajcarea dissolve-se, precipitando-sea argilla e a areia, seccão-se e pesão-se osprecipitados e obtem-se o peso do carbonatona differença entre o peso do marne e o dosprecipitados.

tentes, e os compactos moveis.O mame ou mareja é composto de car-

bonato calcareo e argilla variando de côrsegundo a quantidade de oxydo de ferro quecontém.

O marne apresenta-se em pequenos pe-daços ou em pó por entre as camadas do soloDos marnes os que contêm 75 de argilla

são chamados gordos; aquelles em que pelo

Industria Nacional.V. :ií->.—l)i'seripçãa do processo e apparelho lujdrau-

lit-o destinado d transformar o movimento dosnavios de vela cm força motora para produzi,-eleclricidaelc, frio e outros misteres d bordo dosmesmos.

O meio de producção de electricidade,frio, etc., á bordo dos navios de vela em via-gem, ou submettidos, quando fundeados, áfortes correntes d'agua ou ao impulso dasvagas, é obtido do seguinte modo :

_ Na parte inferior e d'avante do casco donavio e na altura das amuras, si o navio devela fôr de madeira, ou directamente á proaou no eixo longitudinal, si o navio fôr deferro ou aço, abrem-se, no primeiro caso,dous orifícios de dimensões convenientes, ouum só no segundo caso, os quaes vão conver-gir, por meio de tubos, ou á um tubo centralde diâmetro duplo, que vai desembocar emuma turbina, ou directamente á" esta, si onavio fôr de ferro. Ficando a turbina collo-cada avante do mastro do traquete, em alturaconveniente, e sempre inferior ao nivel domar, o seu eixo terá na extremidade de cima,engrenagens appropriadas á transformação,do movimento. Na sua parte inferior eexterna têm a turbina umi caixa metallicacircularmente adaptada de modo a recebertoda a agua, que passou pela turbina, garan-tindo deste modo o funecionamento damesma. Por ante a ré da turbina e na parteinferior da caixa existe um tubo de diâmetroigual ou um pouco maior ao diâmetro do tubode entrada, o qual é destinado a receber as

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 27

águas da caixa da turbina. Este tubo grossoíorma uma volta para baixo, estabelecendodeste modo uma queda e permittindo que aságuas da turbina tenhão fácil sahida. Naextremidade inferior este tubo bifurca-se emoutros dous, que seguem em plauo horisontalpara a ré do navio, aos lados dos respectivosmastros, até a popa, onde penetram o eos-tado do navio.

Nestas aberturas da popa collocão-seduas válvulas, uma em cada uma dellas,sendo estas válvulas de fórma semi-espherica,de metal ôco e abrindo de dentro para fora,afim de impedir que a agua penetre no inte-nor-do apparelho pela ré do navio, quandoa pressão ahi fôr maior que nas aberturas áproa. Afim de garantir o trabalho da turbina,facilitando a sahida d'agua, além da quedaproduzida pelo tubo em fórma de / collocão-se dous tubos lateraes que repartindo do tubogrosso por onde entra a agua, vão ter áparte inferior do tubo em fórma de /, trans-mittindo deste modo a pressão externa áagua, que já passou pela turbina. No tubocentral, que dá entrada á agua na turbina,poderá se collocar um registro para regulara quantidade d'agua, que por ahi deve pas-sar, no mesmo tempo. Nos tubos de recepçãod'agua poderão também se collocar válvulasde abrir e fechar a vontade para interrompera sua passagem por dentro do navio.

Característicos da invençãoIo. A applicaçao nos porões dos navios

de vela de tubos, que ficão cheios d'agua napressão e velocidade, em conseqüência damarcha do navio, ou da força das correntezasneiles estabelecidas pelas mai és ou impulsodas vagas ;

2o. Applicaçao de turbinas nos porõesdos navios de vela para produzir força;

3o. Estarem os tubos de esgoto em planoinferior ao de recepção das águas, estabele-cendo-se deste modo uma queda d'agua pormeio do tubo em fórma de / no interior donavio ;

4o. Ser a pressão externa transmittidaás águas, que passarão pela turbina pormeio de dous tubos lateraes, garantindo-sedeste modo o trabalho da turbina;

5". Ter a turbina em sua parte inferioruma caixa metallica, destinada a receber aságuas, que passaráõ por ella ;

6o. Obtida a força pelo movimento daturbina, a sua applicaçao é mover machinasde producção de electricidade, de ar compri-mido, moinhos de cereaes e outros misteres ebem assim o próprio navio ou directamente

ou pela força electrica armazenada em accu-muladores ;

7o. A collocação de válvulas nos tubosde esgoto para assegurar o trabalho da tur-bina

Rio de Janeiro, 26 de Setembro de 1887:- Collatino Marques de Souza.

V". i:!.-,. _ iielalorio da inveneãn de um ttpparellwP-.rii a pesca, den ominudo— Pescador autômato-fluetuante.

Em observância ao disposto no art. 22do regulamento de 30 de Dezembro de 1882para execução da Lei n. 3129 de 14 de Ou-tubro de mesmo anno, vem o abaixo assi-gnado fazer a descripção do apparelho desua invenção que designou com o nome de —Pescador authcmato fluetuante — e que édestinado, como seu nome o indica, á pescarianas bahias, costas, enseadas, rios, etc.

Esse apparelho é fluetuante e moveisobre o systema de câmaras de ar ; e, comoelle seja susceptível de innumeras transfor-mações, mas todas baseadas no mesmo prin-cipio — fluetuação pelas câmaras de ar —predicado esse que constitue o principal ca-racteristico do invento para o qual o abaixoassignado solicita privilegio exclusivo, julgaelle conveniente depositar no Archivo Pu-qlico, além dos desenhos em duplicata de umsó typo, mais os de um outro inteiramentediverso na fórma e n»s disposições das cama-ras de ar, porém idêntico ao primeiro emtodos os seus effeitos e fundado no mesmosystema.

Para evidenciar-se a differença de fórmae de aspecto entre os dous specimens repre-sentados pelos desenhos com este deposi-tado, basta attender-se a que o typo n. 1 érectangular, com duas câmaras de ar, dis-postas ao longo de suas maiores faces quefechão e abrem pelos extremos e têm duasportas para entrada do peixe, divididas emduas secções (alta e baixa) correspondenteaos planos internos do aparelho.

O typo n. 2 é de fórma triangular, temtres câmaras do ar (uma em cada face) quefechão e abrem pelo centro e outras tantasportas para entrada do peixe, rasgadas dofundo ao tecto.

São, pois, dive-sos na fórma, porémconstituem ambos um só invento.Feita esta declaração indispensável

para a b! a comprehensão do presente rela-torio, pa sa o abaixo assignado a fazer a des-cripção dos dous typos, dizendo em primeirologar o que ha de commum em ambos, depoise que é privativo de cada um e finalmente omodo de utilisal-os.

Nenhum dos apparelhos está sujeito a

280 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

regras absolutas e invariáveis quanto aotamanho, que é unicamente limitado pelaforça ascensional das respectivas câmaras dear. As portas, porém, devem ter de largura,de poste a poste, no sentido horisontal, nomínimo um metro e no máximo um metro ecincoenta centímetros.

Ambos são construídos de tubos de ferrogalyanisados ou zincados e de madeira defácil fluctuação, coberta de uma camada deverniz metallico.

Os tubos, em pedaços de um metropouco mais ou menos, com tres diâmetros, osrepresentados nos desenhos têm lm,22 (ummetro e vinte dous centímetros) de compri-mento eOm, 27 5 (duzentos e setenta e cincomilímetros), 0m,I67 (cento e sessenta e setemilímetros) e om,087 (oitenta e sete milime-tros de diâmetro) são collocados, os dousprimeiros, perpendicularmente, os de maiorcircumferencia nos ângulos, unidos uns aoutros no mesmo sentido pelas tarrachas dasluvas dejuncçáo e em forma de i (cruz),como se vê nos desenhos (lettra Y), ada-ptando-se os seus lados extremos nas porcasque estão no fundo e no tecto do aparelho.

Nos braços horisontaes das luvas sãoatarachados a tubos mais finos, que, assimdispostos, apresentam nas faces lateraespequenos quadrados, como se vê nos dese-nhos (lettra G) correspondentes á extansãodos tubos empregados, a qual pôde variarpara mais ou para menos, conforme o diame-tro do arame da rede que cobre todo o appa-relho, excepto as portas de entrada para opeixe que é ligada ao mesmo por pequenoslaços de arame.

O tecto e o fundo de ambos os typos sãoconstituídos, quasi em sua totalidade, demadeira, empregando-se os tubos de ferro sóno sentido transverso, sendo toda a superfícieigualmente coberta por uma rede de arame.

A malha da rede terá as dimensões pres-criptas pelas posturas municipaes.As portas (cada uma em duas metades)

podem ser feitas de jiuico, canna da índia,barba de baleia, bambu, vime, etc, etc,ligados por cordéis de tucum ou linho, cober'tos de qualquer substancia que os faça impor-meaveis. Essas portas são presas por um deseus lados a postes, exactamente como sepratica nos curraes ou cercadas communs,usadas na bahia do Rio de Janeiro.

As câmaras de ar, em ambos os typos,estão collocadas na parte inferior, junto aófundo ; são providas de válvulas para regu-larisar a fluctuação e de bombas para aextracção d'agua e introducçâo de ar.Os cabrestautes motores estão, em

ambos os especimens, collocados na partesuperior sobre um estrado de madeira, muitosusceptível de augmento ou de diminuiçãona altura, porque os esteios são constituídospor pequenos pedaços, presos por parafusos.Os apparelhos são firmados por meio depostes de ferro cylindricos, que, passandopor anneis, (fig. R) vão cravar no fundo.

As espias, dispostas da mesma fôrmaem ambos os modelos, pelo systema commumdas cercadas, podem ser apoiadas em postesou âncoras.

Todos os tubos, luvas dejuncçáo, portas,redes, madeiras, etc, etc, do apparelho sãonumerados, circumstancia que permitte fa-cilmente augmentar ou diminuir a altura doapparelho, conforme exigirem as conve-niencias, bastando para isso addicionar ousuppriinir um dos pedaços dos tubos perpen-diculares, e collocar ou tirar a rede corre-spondente ao aecrescimo ou diminuiçãopraticada. E'claro que facilmente se poderádesarmar o apparelho e transporta-lo empequeno volume.

Também pôde ser transportado de umpara outro ponto armado, para o que serábastante desprende-lo dos postes e introduzirar nas respectivas câmaras por meio de ven-tiladores.

Para collocar-se qualquer peça do ap-parelho, lia armado na proa de uma lanchaum pequeno instrumento que serve ao mesmotempo de macaco para bater-se os postes que(irmão o pescador e as espias e de extractordestas, prestaudo-se ainda, como um verda-deiro guindaste, para concertos ou limpezano apparelho.

Como para este iustrumento, que émuito conhecido, não pede o abaixo assi-gnado privilegio, deixa elle de apresentar oscompetentes desenhos.

_ Ambos os typos têm pharoletes e ban-deiras^ para signaes de noite e de dia.Essas são as circunstancias communs aambos os modelos; agora passa o abaixoassignado a dizer o que ha de peculiar acada um.Typo n. 1.—E', como já ficou dito,rectangular e dividido interiormente em tressecções longitudinaes: uma no centro e asoutras aos lados, um metro acima, formando

dess'arte dous planos um baixo no centro,correspondente á largura das portas de en-trada do peixe, (lettras E e F), os outrosdois, aos lados deste, são parallelos ás face ¦externas do apparelho.

Por baixo desses planos altos estão ascâmaras de ar, uma de cada lado (lettrasD D), apoiadas ua parte inferior sobre um

-..,-:¦¦- pi -..¦ -yt-..?. ;.,,-v ri^^.f^wa^i.,..!. . im»!».» É I

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 281estrado de cylindros de madeira que rodãosobre eixos de cobre, em mancáes de bronze.

Essas câmaras apresentão o aspecto deuma gaita de folie e estão presas pelo centroao meio do apparelho. São feitas de lonaimpermeável, apoiadas pela parte internaem quadros de madeira e fechadas nas cabe-ceiras por placas metálicas que terminão emponta aguda, como uma columna de quatro

Nessas pontas existem argolas onde seadapta um cabo qne se vai prender pelaparte inferior á columna que se communicapela parte superior com o apparelho motor(lettra C), que recebe os movimentos im-pressos ao cabrestante (lettra A) pelo esforçode doüs homens trabalhando sobre a estrada(lettra U) e movendo as alavancas (lettraBeB).

O movimento circular do cabrestante étransmittido no mesmo sentido pelo appare-lho á columna onde está preso o cabo dosextremos das câmaras de ar, de modo que,por effeito desse movimento rotatório, o cabovaise enrolando na mesma columna e assimabrindo as câmaras que correm sobre oscylindros.

As lettras DD representão as câmarascompletamente abertas estando o pescadortodo fora d'agua.

Antes, porém, de fazer funccionar ocabrestante, é mister tirar os appendicesmetálicos em que terminão os tubos de bor-racha (j) que se adaptão aos tubos HH, com-municando com as câmaras ; no logar dellescolloca-se uma espécie de funil que servepara a introducção de ar por effeito daaspiração das câmaras na oceasião da aber-tura.

Se o ar introduzido nas câmaras em con-seqüência da aspiração das mesmas não ésufficiente para effectuar uma prompta ascen-são do apparelho, fecha-se a torneira queestá no bocal logo abaixo da rosca e tira-seo funil, afim de a/laptar-se a rosca do tubo deborracha a um pequeno ventilador, montadona proa da lancha de serviço. Abre-se emseguida a torneira e por meio de uma mani-vela faz-se funccionar o ventilador, afim deinsuflar ar no interior das câmaras até quese faça a fluetuação, fechando-se a torneiralogo depois disso.

Estando o apparelho completamentefluetuante, corre-se a chave e a pequenalingueta de ferro em fórma de S que vai-seprender á roda do cabrestante, em um dosseus dentes, afim de resistir á forte pressãocom que a agua actúa sobre os extremos dascâmaras no ponto onde se achão os cabosqne servem para abri-las.

36

Faz-se a tirada do peixe pelos postigoslateraes que existem no apparelho em diffe-rentes logares designados na planta com alettra G, pelos quaes pode-se penetrar nointerior do apparelho.

Para fazer submergir o apparelho bastaabrir a chave que prende a roda do cabres-tante e a torneira do bocal para dar sahidaao ar, expellido do interior pela compressãoda agua nos extremos das respectivas ca-maras.

Submergido o pescador, colloca-se nova-mente a tampa no bocal e prende-se o tubode borracha á boia I.

Para limpar-se o apparelho ou fazer-sealgum concerto no fundo (não querendo-sedesarma-lo), basta faze-lo fluetuar e abrirpor meio do fiel a válvula que ha nas cama-ras, deixando encher d'agua uma dellas econservando a outra cheia de ar comprimido.

Dessa operação resulta o desiquilibriodo apparelho, ficando um dos lados mais sub-mergido do qne o outro, como um navio emquerena.

Pode-se ainda augmentar essa ineli-nação, applicando-se a boia (lettra I) pelaparte inferior daquella parte que se querelevar mais, servindo para isso o guindasteda lancha.

A agua da câmara extrahe-se por meioda bomba de pressão que é atarrachada noextremo do tubo de borracha e firmada porparafusos no alto do apparelho (M) ou naproa da lancha em logar apropriado.

As espias são de rede de arame, deextensão indeterminada, conforme permit-tirem o logar e as circumstancias, collocadas,pelo mesmo systema usado nas cercadas com-muns e apoiadas em postes de ferro ou ma-deira ou ainda em âncoras.

O typo n. 2 é triangular e tem tres por-tas de entrada para o peixe, uma em cadaangulo, collocadas do fundo ao tecto (E) pelomodo por que se faz nas cercadas communs.

As tres câmaras de ar (D) de taboascobertas de verniz metallico em o tampo e ofundo é de lona competentemente impermea-vel nos lados, abrem por meio do parafuso, (C)que recebe movimentos do cabrestante A,apparelho idêntico ao já descripto no typo n.1 e que funcciona do mesmo modo que este.

Nas taboas acima referidas ha umavirolafeita com lâminas de cobre, de cerca decinco a seis centímetros de largura, pregadaspor cima da lona, de modo que, quando ascâmaras se achão fechadas no fundo d'agua,as duas lâminas se adaptão uma sobre outra,de fórma a proteger a lona contra os peixese molluscos.

0 mesmo se nota nas câmaras do typos. A,

282 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

n. 1, com a differença, porém, que alli asvirolas são em numero de tres, em cada ca-mara: uma no centro com a largura de 30 a36 centímetros e uma em cada extremidadecom metade daquella largura.

Fechada a câmara, as lâminas dos extre-mos adaptão-se á do centro, passando porbaixo desta, offerecendo assim segura pro-tecção contra os peixes.

Rio de Janeiro, 9 de Maio de 1884. —Antônio Barroso Péres.

Noticias industriaesSola e ferro

Para grudar a sola ao ferro emprega-sebôa cola dissolvida em água fria e á qual ad-diciona-se vinagre quente e depois uma terçaparte de seu volume de terebenthina de pinhobranco.

O ferro deve ser pintado previamentede alvaiade e fuligem de chaminé.

Branqueamento dos ossosPara dar aos ossos a apparencia do mar-

fim é sufficiente lava-los bem com ether ebenzina e depois de seccos immergi-los du-rante cinco horas em uma solução de ácidophosphorico, contendo 1 % de phosphoroanhidrico. Lavão-se e seccão-se.

Gravura sobre mármore, pedra ouxrystalMr. Browne inventou um apparelho

que se destina a gravar em relevo sobremármore, pedra on -crystal, consistindo oprocesso, mui econômico, em atacar a super-ficie da pedra, mediante moldes de ferro, porum jacto de vapor aquoso misturado deareia.

Marcas sobre objectos de metalCobre-se a parte, que se quer marcar,

com uma camada de sebo ou cera e traça-senessa camada com um puncção as iniciaesque deseja-se fixar; limpa-se o sebo ou a ceracom muito cuidado, empregando-se um trapofino e velho. Deitão-se sobre as iniciaesácido nitrico, deixa-se por algum tempo emrepouso, lavando-se depob com água quenteque dissolve o sebo ou a cera e mostra agravura.

Cimento de Oxychlornreto de ZincoPrepara-se este cimento misturando uma

parte de vidro finamente pulverisado com

tres partes de oxydo de zinco obtido pela com-binação do carbonato dezinco, conservando-seesta mistura em um vidro bemarrolhado.

Dissolve-se uma parte de borax namenor quantidade possivel de água, mistu-rando depois esta solução em uma outra dechlorureto de zinco, tendo por densidade 1,5a 1,6 e conserva-se também em um vaso bemfechado.

Querendo-se empregar o cimento, toma-se uma pequena quantidade do pó e mistura-se com quantidade sufficiente do liquido, e ocimento applicado ficará duro como pedra.

Uma preparação idêntica vende-se emPariz com o nome de cimento dentário.

Revue Scient.Creolina

Nova substancia antiseptica extrahidado carvão de pedra por um processo aindanão conhecido. E' liquida oleoginosa escura,de cheiro de alcatrao, e parecendo de algummodo com o ácido phenico puro, do qual dif-fere por sua solubilidade na água em todas asproporções. As soluções de teor superior aum centésimo tem um aspecto lactescente,simulando o café com leite. Segundo Esmarch,a creolina é mais procurada do que o ácidophenico no micróbio do cholera, febre ty-phoide, etc.

Colla e cimento de caseinaHa duas espécies de colla de caseina :uma empregada naimpressão dos tecidos paraa fixação mecânica de certas substancias co-rantes, taes como o carmim da cachonilha ou

pós metallicos como por exemplo a argentinaou estanho pulverisado; a outra é um verda-deiro cimento, servindo para a impermea-bilisação dos tecidos ou servindo para reunirdous diversos objectos.

A primeira espécie obtem-se dissolvendoa caseina pulverisada ou lactarina, em águaammoniacal, sendo as melhores proporções,as seguintes:Caseina pulverisada 200 grammasAmmoniaco liquido 40 »Água fria 1 ]jtro

Dissolve-se a caseina em água juntando-se pouco a pouco o ammoniaco. A caseinaque, ao principio fica em suspensão dissolve-se, formando uma colla homogênea que sepôde dissolver, conforme as necessidadesem água ordinária. Conserva-se esta espécie"de colla addicion ando-lhe um antisepticoqualquer como o arsenito de soda, o phenol,o sublimado, etc.

Esta colla é instantânea, fazendo-asoffrer a acção de um calor de 80 a 100°

%'"

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 283

quer por meio de um forno quente quer pormeio da estufa.O cimento de caseina prepara-se ope-rando como indicamos, porem, substituindo oammoniaco por uma quantidade dupla outríplice de leite de cal a 200 grammas porlitro.Para este cimento a acção do calor é in-

útil a dessecação pura e simples é sufficientepara endurece-lo.

Não precisa dizer que em logar dacaseina pôde ser empregado o queijo emproporção equivalente.

(O Piequet).Extinguidor de incêndios

O novo extinguidor de incêndios compõe-se de sal de cozinha, alumen, vidro solúvel etungilato de soda. Emprega-se na Áustria ena Suissa com successo favorável.

w Força e velocidade da baleiaUma baleia de 80 pés de comprimento,

pesando 74 toneladas, com uma cauda de 20pés de altura, caminha 22 kilometros porespaço de uma hora, necessitando empregaruma força de 145 cavallos-vapor.

Alimentando-se de harenques, e, ser-vindo estes de combustível a baleia devedevorar grande quantidade desses peixes

Immigração na Republica Argentina1882 ;.. 51,5031883 63,2421884 77,8051885 108,7221889 93,1161887.. 120,842

515,230Algodão de Pernambuco

Recifeno mercado do

1878.18791880.1881.1882.

Fardos32,48533,70284,970123,541148,695

1883 186,9581884 144,2701885 152,0191886 210,5691387 309,709

Em 10 annos.... 1,426,924O valor de exportação do produeto du-

rante o ultimo quinquennio de 1883 a 1887,foi 5.923:222*610.

AssucarSacos

Dados estatísticosCirculação monetária

Calcula-se approximadamente que exis-tem em circulação commercial:

DollarsMoedas de ouro 3,221,000,000

» de prata 2,538,000,000» papelmoeda 3,664,000,00o» de cobre 2,000,000

Total. 9,426,000,000Producção de cereaes

De todos os paizes que cultivão emlarga escala cereaes os Estados-Unidos for-necem annualmente perto de 600 milhões dehectolitros, mais de metade da producçãofornecida pelas nações europeâs.

Producção animalNos Estados-Unidos contão-se actual-

mente 45,000,000 de cabeças de gado bovino,quando a Europa apresenta 90,000,000.

O s Estados-Unidos fornecerão -lhe5o,000,000 de carneiros, a Austrália75,000,000, attingindo a Republica Argen-tina, quasi a mesma cifra.

1,068,9261,248,585

187818791880 1,960;7371881 2,225,9781882 1,672,9051883 1,863,0651884 1,800,8821885 1,550,3191886 1,529,655188f 2,254,844

Em 10 annos.... 17,206,006O valor da exportação no ultimo quin-

quenniode 1883 a 1887,foi 20.739:017*968.

Aguardente e álcool1883.1884.1885.1886.1887.

Total.

Pipas5,1206,8576,0136,6467,765

32,401Cada pipa media 480 litros e sendo o

valor dos dous produetos exportados duranteo quinquennio, foi 602:608*333, e o valortotal de toda a exportação de produetos em1887 foi 30,642:095*000.

284 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

BibliographiaMonitor Sul-mineiro ns. 633, 634 e

635.Industria Harinera ns. 176, 177 e

178.Revista de Engenharia n. 198.Rio New ns. 34, 35.Scientifique American, ns. 16, 17, 18,

19, 20, 21.Associacion Rural de Uruguay n. 22.Boletim da Alfândega do Rio de Janeiro

ns. 23 e 24 Anno VI.Correio Official de Goyaz ns. 48, 49

e 50.Anules dei Instituto Agronômico Veteri-

nario de Buenos Ayres ns. 8 e 9, Anno III.Boletin dei Departamento Nacional de

Agricultura de Buenos-Ayres, n. 21.Boletin de Ia União Industrial deBuenos

Ayres.Pombense, ns. 29 e 30.Union Ibero americana, n. 41.0 trabalho, ns. 307 e 308.O Commereio do Pará, ns. 273, 274 e

276.A Confederação Artística do Pará,

n. 40.Memórias de Ia Sociedad Cientifica An-

tonio Álzate (México) n. 2, Tomo II.El Economista Americano n. 14.

MERCADO DE CAFÉ

Entrarão durante o mez : SaccasPela estrada de ferro D. Pedro II 324,984Por cabotagem 80,329Do interior 50,818

Total 456,131

Vendêrào-se durante o mez SaccasPara os Estados-Unidos 182,294

a Europa 189,411Cabo da Bôa Esperança 12,074diversos portos 11,176

Total 334,955

Embarcarão durante o mez Saccas.Para os Estados-Unidos 183,098

| » o Canal e Norte da Europa 92,507o Mediterrâneo 35,370

» diversos portos 23,410

Total 334,385

Sahirão durante o mez 365,838 saccasStock 378,369 .

VALORESCafé lavado máximo 64120

» superior /. T . ,. 1-bôa > Nominal.» 1* regular .'.. 64200» 1* ordinária 64000• 2* bôa 5,0720» 2* ordinária 54380

por peso de 10 kilogrammas.

Rendas Fiscaes c Revista dos Mcreados

ALFÂNDEGAImportação 3.440:5704609Exportação 538:6194611Despacho marítimo 18:295#690

3:2004500

MERCADO DE CARNE SECCA

Existência no dia 31 do corrente:Rio Grande do Sul 70,0; 0 kilos.Rio da Prata 2,793,000 »

Total 2,863,000

VALORES

Carne do Rio da Prata (superior).» do Rio Grande420 rs. o kilo250

Extraordinária

Depósitos4.000:6864410

28:3904164

6 7.Interior.- Sello do papel.

Total....

4.029:0764574172:6564528

2:9654400

GÊNEROS TRAZIDOS AO MERCADO PELAESTRADA DE FERRO D . PEDRO II

Recebedoria....Mesa Provincial.

4.204:6974502

465:93046111101:64742821

AguardenteAlgodão AssucarCaféCarvão vegetalCouios salgados e seccos.Farinha de mandiocaFeijãoFumoMadeirasMilhoPolvilhoQueijosTapiocaToucinhoDiversos

214 pipas.59,308 kilos.15,765 .

19.499,009 .849,367 .278,227 •

1,390 .195,064 .300,511 .

4,966 .40,955 .7,815 .

113,194 .3,780 .

407,907 .1.230,826 .

\

- . ¦ .»,i-,w-'-i.L!",i!ijric, in

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA. NACIONAL 285

GÊNEROS TRAZIDOS AO MERCADO PELAESTRADA DE FERRO LEOPOLDINA

AguardenteCaféFarinha de mandioca.FeijãoFubáMilhoToucinho ,Diversos

4,800 litros.1.990,873 .

83,381 .11,689 .17,818 .

254,705 .254 <

154,200 »

Madeiras

GÊNEROS TRAZIDOS AO MERCADOCABOTAGEM

POR

Agua florida.Aguardente .

Algodão em fio> em rama..

AlhosAmendoimArreiosArrozAssucarAzeite de amendoim.

BanhaBettasBiscoutosCabelloCacàoCadeiras.,CamarõesCambaráCangicaCarnaúba..Carne salgadaCaronasCascasCebolasCeraCervejaChapéos de carnaúba.

> de Chile» de felpo

CharutosChifres ,Cocos

CollaCouros preparados....

> seccosCrinaElixir cabeça de negro..ErvilhasFarinha de mandioca,...FavasFazendasFeijãoFlechas ,FrutasFumo

» em folhaGarrasGergelinGommaGraxaJacarandáLã de barriguda........LenhaLingtiasLingüiçasMacella

150 volumes.1,171 pipas.

22 barris.30 gai-rafòcs.

120 volumes.351,552 kilos.

72 .olunies.305

31,310 sacos.

27,037 .113 volumes,

19 .100,333 kilos.

2,030 peças.25 volumes.4

12251450

... sacos.9 volumes.

10,1401121

73,692 resteas.19 volumes.64

11143

393,350 unidades.47 unidades.

2,000 sacos.25,000 unidades.

94 volumes.41 .

451 unidades.20 volumes.1517 sacos.

15,1252,693 ¦

13 volumes.15,179 sacos.17,000 unidades.

30 volumes.523 kilos.

70,984 »31 volumes.50 •22

11,248 kilos.317 ds. decouç.

4 volumes.74,300 achas.

112 volumes.76

MangasManteigaMateMilhoModaOvosPalhaPlantasPeixePennasPiassavaPolvilhoRedesRicinoSabãoSabonetesSal 2.244,560 litros.

1,579 ds. taboas.271 peças.

3,266 ripas.2,000 ds. de ripas

20 volumes.2,866 kilos.

608 volumes.7,902 sacos.

14 volumes.9930

2646

4,000 feixos.31 volumes.125

51431

SalsaSebo....Sola....Tapioca.Tecidos.ToucinhoVinho....

16 volumes.39,368 kilos.

6,969 meios.10 volumes.78

6,396 kilos.104 volumes.

Soberanos.

MERCADO MONETÁRIO

Metaes

FUNDOS PÚBLICOSApólices de 5 •/_,Empréstimo Nacional de 1868.

970*0001:130*000

LETRAS HYPOTHECARIAS

Banco do Brazil 100. de Credito Real do Brazil 5 83

. de S. Paulo 83%> Predial 737

ACÇÕESBanco do Brazil

» CommercialCommercio

» Credito Real de S. Paulo.20%

> Internacional„ , • »7.Rural

Del CrederePopular

Caixa de CreditoTerritorial do MinasUnião de Credito

263*000244*000235100062*00012*000

267*00070*0000291*000222*000

80*00033*000

140*00027*000

CÂMBIOS

Sobre Londres 27 1/4» Pariz 348 franco.> Hamburgo 432 marco.

Itália 249 Ura.Portugal 1987,

. Nova-York 1*840 dollar.

;- T.

'>.:¦¦ TV

ÍNDICE GERAL

Parte OfficialAugusto (Dr.) Cm rios da

Silva Telles 26Auxiliador da Industria N:i-cional 122

Bando precatório 53Carlos J. do Rosário 121Exames na Esc* Nocturna 265Exposição Rural Argentina

...145,169 c 171Finanças 73Immigração 194 o 268Instrueções para os CursosNocturnos 58

Luiz (Dr.) Grodoiíredo deEscragnolle Taunay.... 193

Medalha Joaquim Antônioele Azevedo 74

Nomeação de professores eadjmíctos 241 c. 265

Orçamento (discussão ri")., 73Paulo (Coronel) José IVreira 121

Prêmio Nicolau Moreira.. 171Receita e despeza da So-eiedade 73

Regulamento para a EscolaNocturna...26, 49, 50 e 53

Sociedade Central de Im-migração 122

Sociedade de Estatísticade Paris 172

Victor Hugo 12?

Chimica analyticaAnatysos de cannas de as-sucar 125

Chimica IndustrialInvestigações sobre os pro-

duetos naturaes do Brazil 56

Commercio e IndustriaFabril

Inquérito apresentado aoParlamento 224 e 274

Economia IndustrialProcessos de industria.... 86

Economia PolíticaLei do trabalho 196Liberdade do operário.... 197Salário 198Trabalho 196

Economia RuralA agricultura, a producção

e a propriedade d >s Es-tndos-Unilos 88

Ensino ProfissionalRegulamento do Asylo

Agrícola.. .'. .. 105

Escola Nocturna de AdultosDiscurso dc Abertira dn

aula pelo Director 58Estatística da freqüência

e movimento das esco-Ias 2, 146, 194 266

Exames 267Prêmios con'eridos 4Regulamento para os cursos 26Voto de louvor 268

ExposiçõesDiscurso do Ministro daAgricultura 199

> do Cônsul dosPaizes Baixos 199

Exposição do Amesterdam. 198Antuerpia217 e 269

Hygiene emLondres 125

dc Nice 198Republica Ar-

gentina 158 c 266Prêmios na Exposição Ar-gentina 147

Industria manufactureiraFabrica de tecidas dc Ta-tuhy 4

dc Uberaba C

Industria NacionalPrivilégios

AerifillroAparlarlor de pedrasApparelho electrico de si-gnaes

para lustrar foi-tro

CiuiaituCoco-burityCombustorDouglassCombustoresMorrisson... .Envergamento das madei-ras

Extracção de m taes «u seusminérios

¦ dos oxydos de c -balto

Evaporação e concentraçãodas matérias assucarada»

Descascador de arrozWilks

Formicida Paes Leme....Fornalhas para coaibu

l ivel volátil

Fornos para queimar ba-gaço....

Gaz comprimidoGuano ..Machina Eureka

» FluminenseManequins Naphtalina.Novo modo de fechar latas.

• systema de panifica-ção ,

Obturadores para frascos.. ..Oleo mineralPolimento de chapéosSeparador para caféSystema de transmissiioelectrica

Taboletas pharóesVentilador

• o aspirador

Industria serigenicaProducção, Commercio eln-

dustria da seda nos Es-lados Unidos

Physica AgrícolaAdubosEsgotosGradariiirasLavra Rolo Variedade do terras.

378584•20260

148111201

35¦ 181

64255235

80149149129

158

123124124124124122

TechnologiaArqueador

177 Barricas149 Barris

Batoque1 ;>0-#Bengalas

Bicos182 Bojo201 Brocha

85 Carruagens148 Cascos253 Chapéos de sol

» de china 2813 Chifres 'Coral

.'11 CortiçaCub.s

.13 CuboEixo

110 ElásticosEscovas

255 E«ponjas200 Madeira

Marcenaria112 Marfim

a 33

286 O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

OssosPeneiras....PinasPincéisPipasBaiosRolhasStereometria.Tartaruga...ToneisToAeiras...TrastesUnhasVehiculos....

>28a33

Ácido sulfurico.» sulfuroso.

Affinidade.. . ...AgathaAgua Marinha ..AlcalisAmálgamaAmethistaArAzotoBasesBerilBronzeCal vivaCalcedoniaCalciafcçãoCarvãoChimica

> inorgânica» orgânica

CombinaçãoCornalinaCrisopassaCrysoberilCrystallisaçãoDecantação .DiamantesDissolução IEsmeralda oriental \

• peruana >75 aExplosão IFerrugem [Piltração.. • Flor de enxofreHyacinthoHydrogeneoInfuzivelJaspeLatãoLigaLiqueficaçãoMadreperolaMalachites. MiniumNacarOnyxisOpala.OxydosOxygeneoPedras amarei Ias

76

sem cor.» verdes..

PeridotoPrecipitado,Quatzo hyalino.

. Bubim oriental..SaphiraSardoniaSaturação

Spinella. .,Sub. salSulfato de cobre. .

• • ferro...Sulfureto do ferro.TelesiaTopazio cyngalez.

» saxonio..TormalinaTurquezaVolatilisação

75 a76

Ácido aectico» pyrolenhoso..

AguardenteAlambiqueÁlcoolAssucar de Saturno.AttestarAzeite doceBombaBraçagcinCabreaCachaçaCepasCervejaCidraCubaDesaguadorDistillnçãoDrecheEngarrafamento... .EnxoframentoEspirito de vinho....Fazendas de linho.. .G2I0KirichwaserLagarLevaduraLiaLicorLupuloNevoeiro

Óleo de alfazemaamêndoas docoseanhamo

» > colza• dormideiras• gergelin• linhaça

» nabo silvestre..»» » nozes

ricino» tomilb ->virgem

Óleos brazileirosgordos

» seccativos» voláteis

OliveiraÓpioPoços artesianosPoliaRackSondagemTrepanadorVerdeteVinagreVindimalorVinhaVinhoVinho cozidoVinhos brancos

> tintos

)97al05

1 Acetato de aluminio.Aeido chlorhydrico..

» nitrico» oxalico» sulfurico

AerostatosAgua forteAlcali volátilAlumen...;Argilla .,Barrilhal5oraxCapa-rosa azul

» branca....» verde

ChloroChlorurctosColcotharColla ordináriaEnx&frcEspirito de nitro .. .PulminatosGelatinaGommaHydrogeneo. ,Oleodc vitrioloPedra-hiimc .........PhosphorosPó fulminante PólvoraPotassaPyrolusitoPyrophoròSabão Sal amoníaco

• vegetalSalitreSodaTartaroTintas synjpathicas..

Alcatrao.Alóes.Amido.Asphalto.Assafetida ,Astragalo..Azul da Prússia,Balsamo de Mecea.Betumes.Bile.BreuCaloriferosCaoutchouCarvão animal....

» de lenha..» pedra. .

ChaminéCoaltharColla forte

» dc peixeCombustiveisCopaiCordas de tripas...ElemiEuphorbiaFelFogãoFogos perpétuos..FoliesFuchsinaGomma adragante.

elástica.. .e resina...

Gutta-percha

132a

139

151

\

O AUXILIADOR DA ISDÜSTRIA NAOIOHAL 287

LaccaLenhaMadeiraNaphitaPavaphina , 151Petróleo I aPolvilho -\ 1 0 8RezinasSandaraqueSubstancias animaes

BugiasCandieirosGaz liquidollluminaçãoIscas KerozencLâmpadasLampeõcsLuz elfctiicn

ss de magnes'a...Meehasoxygenadas..Pedras de ferir fogo.PetróleoPhosphorosllòlos de c3raTochasYelas.-

172

1 77

AçafràoÁgua segundaAlmecegaAlambrc '¦ •Alvaiade : • •-.Amarello (le aiitimouio, m;

neral e dc Nápoles... •AnilAquarellaAzuldecobalio

. da Prússia. de Raymoml... .'...

. ThenardAzuliníiBalsamo de F.oravant,'. ,Banho-mariaBenzinaBetume da JudéaBistreBreuCarajurúCarmimCarvalho pretoChromato de chumbo . .CinabrcCsnz.is azuesCochonilhaCôr LucedcnioCores animaes

. mineraes

2 02a

210

vegetaes .Cré.CumatyCurcuma-EngraxamentoEncausticaEuchsinaGizGomma lacca

» copaiImpressão dc tecidos.Karobé. ._Lapislazui...........LentiscuslLythargirioMagentaMalva

Mini umMordentesNegro allemão. ..

» composto.s> marfim.. .

Nitro-benzina.. ,,NopalNoz de galha...OcaOuro pimentaPáo Brazil

• campechePastelPinturaPintura a 1-i.e

oleoPixe pretoPós de sapatosPurpura de carmim.RosalgarRosanilinaRozeina RuivaSal de chumboStyraxSuccnioSulferinoSum.gre Tempera envernizadsi.Terra Colônia

. de Itália» marita

d'Ombrede SicnneVerona

TiiituraríaUltramar .UrucúUrselaVerdete •.

> de Hungria...„ » montanha.

VermelhoZinabre

2 0*2a

210

Aço de espelhoAmálgamaBetumeEsmalte

. vidrado • •.EspelhosGarrafasKaolinLâmpada de csmaltador. .Louça commum

> tina1'orcel'anaSabão dc vidraceiroSknraVidro solúvelVidrosVitrificaçòcssAr atmosphorico AreometroBarometroCalorElectricidadeQalvanismo ¦Geometria (Noções de)...Lei de ArchimedesMagnetismoPesoPyrometroSyphão

| Thermometro ,- • • s

HoticiaslndustriaesA

AbsorpçãoÁgua de Lambary

» do mar, artificial....» . Eiod'Ouro

. » Sant'Anna . .. . S. Pedro. .. .

Águas j-otaveisAlgodãoAllemanhaAmmoniaAnalyse do assucar

• » vinho tinto. ...Arma (systema Guedes-),'. .Assucar

» de batatasAzotato de potássio

BBarra de aço

. • ferroBetumeBorrachaBronzeameuto de ferro....

CChaminé — . .ChloroCidraCimento para vidro ou ma-deira

Composto explosivo -.Compressão do açoConservação do ovosCyanogenco

1)Dentes (Fabrico dos)Distillação

22 2;l

2 2 4

242a

248

EElectrolyseEnvernizamento de moveis.Estanliamento de zinco....Exposição

FFarinhaForça explosivaFrutas seccasFumaça do carvão de ma-deira

Fumo G

GadjGaz econômico.Gesso endurecido.Gomma elástica

Iíndigo.Industri

. lampi-ta

. cm Venezuela..

LLãLeite aguado

» artificial» de cera> » mulher.......• » vacca

Linho.. .. ¦Liquefacção dos gazes. .Lythina

1041

1881631641641633940

21014100714

259139

185lt-5180

66115

401000

25791

139162117

18010

162111811117

13909

139

283185

25042

211180

257237114

91

3940

21265

213213

39259210

¦¦*.'.¦¦¦

;

m

288

M

Y*Machina de compor;'".,> » cozer

> • » fazer gelo. .ManteigaMassasMateMinas de carvão 181 e.. .Modo de calcularMoreina

NNodoas de ferrugemNova pólvora

• tinta

OObjtctos de ferro fundido.Óleo de grainha

» » margarinaÓleos OssosOuro

PL. Papel de calco

' -j- • imp m meavel ,.' Pedras Unas artifieiaos .. .<^f • Hthcgraphú-as....

I PhosphorosPintura sobro cera

PisciculturaPlantação de cannasPólvoraPontes

Prateamento rápidoProgresso dos Est.-Unidos.

R• Ramié

ReactivosReducçâodejard&sa metros.Rink

S

SabãoSalSeda

¦ do Rio-Grande do Sul.Separação dos óleosSodaSoldaSoloSystema métrico

T. Tecido impermeável......

_j_ Tinta invisívelT~ Tintura do couroTrigos

VVidrosVinho.

» de confecção ......*

' -V .-¦',-.,?'.. ¦

Typ.

ÉÉ9pmh'

0 AÜXILIADOK Dl INDUSTRIA NACIONAL

211114

1340

139113237185

39

184183213

18618440

117183

39

G715

28321025765

16492

162401591

«5210259185

95115

67257117210257115182

Dados Estatisticçs

Abastecimento d'agua nacorte

d'agua nascidades

Aguardente dos Estados-Unidos

Algodão nos Estados Uni-dos

Amazônia. .,Arame farpido..........Assucar de beterraba

» entrado no mer-cado rie 1884

BBahiaBens moveis

Unidos• de ra;z.

Beterraba...

nos Estados-

Gado na HungriaGêneros por cabotagem1884

pela Estrada deFerro de Cantagaüo....

pela Estrada dede D. Pedro II, 1884....

IIlluminação electrica em

New-York ¦..Immigração nos EstadosUnidos

>\ para a Ama-zonia^

17 ! Importação de farinha', Incendio3i Industria assncareira na

ÁustriaInstrueçào Publica

19

17

284

45lí-676

214

18'

70

17

17

140

70

260166187

4370

1818 L9q j Locomotivas (... 111

30139

18639

257

CCafé

» importado e 1884. .CalifórniaCarvão mineralCasa da moeda.Cerveja (Kabrieo de)

> nos Estados-UnidosChumboColheita de café em 1884..

» nos Estados-Uni-dos, em 1883

Commercio de couros... .*.Consumo annual em di-

versas colônias" do assucar......

DDireitos arrecadados pelaalfândega

E '

Escossia ,,,..¦?Estados da America latina.

» Unidos.,Exportaçào.pelá alfândega

do Rio de Janeirodo assucar de

1879dos produetos

nacionaes de 1884......Exposição de Anvers

MMarinha mercante daFrança

Média annual do consumodos ali isentos

JgQ i M eda de ótaro nos Estados-9j4 Unidoi"71 • papel

73 '¦ i

*° Ti213

701673

140

Paizes em que se falia alie-mão

» em que se falia fran -cez

1t7 i » em que se falia inglezíi | Regulação'' Producção da lã nos Esta-

dos-Unidos.da prata das colônia»

francezasdo algodão. ...» assucar.,;..

> cobre» ouro.. .19 c

• trigovinicola

Produetos de algodãodela

. Iinh6» seda)

diversos

1744

17

737043

262

20

261186

110

118

187188

262

261166262

4419

118139118

1814041

111166166166166166

- fFabricas de papel67 > • tecidos....69^-Fabrico de papel, 43 e.

Farinha de trigo

¦p

260 -Receita e despeza 18

Gado.G

70e.

na França» Prússia

nos Estados-Unidos

26274-+44

711818

213

Revistados mercados e Ren-das6scaes,23,47,94,119,143, 167, 191, 215, 239,£63e... ' ....

Riqueza publica nos Es-tados-Unidos ,'¦

SSellosSuperfície das farras

¦'.... <ff .,-?• * ¦

#*

283

71

11818

Universal de tAEMMERT & c„ rua dos I 71

í.» .

índice geral o

Parte officialBibliotheea 27Burgos coloniaes 219Carta do Sr. Carlos Bolle— 50Eleição do Conselho 1Encerramento das atilas— 212Exposição de Berlim 50, 74 e 98Gaz. 221Orçamento da Sociedade— 50Parecer da secção de Finan-

ças, 27 51Parecer do director das Ex-posições 50

Petição dirigida ao Corpo Le-gislativo 121

Proposta do Sr. Serqueirasob patentes de privilegio. 266

Restricção da verba polo mi-nisterio da agricultura.... 122

Serviços prestados pela So-ciedadeaopaiz

Sociedade Auxiliadora(Juizosobre a) 116

Morte do Visconde do Bom-Retiro 191

Morte do Conselheiro Sena-dor Josó Bonifácio 211

Escola Nocturna de AdultosDiscurso pelo director na

abertura das aulas 52Balancete ria despeza 53Exames 265Exposição 53Matricula d os 'alumnos 51Numero de alumnos desde1871 121

Freqüência dos alumnos,147 213

Professor Paulo Ta vares.... 265Agricultura Nacional

Discurso do Dr. Pedro G.Paes Leme na AssembléaProvincial do Rio de Ja-neiro, 237 245

Relatório do Director ilo Jar-dim Botânico, 198 265

Agricultura PraticaA agricultura em Ceylão... 76

Chimica IndustrialDiflerençaentreo âmbar na-

tural c artificial 228Economia Industrial

Combustíveis 210Industrial Nacional e tari-fas,l73e 194

Economia PoliticaImpostos sobre o álcool.... 227

Economia RuralCapital H7Conferências, 74 98

Economia SocialRespeitou propriedade 253

Educação profissionalA Inglaterra..... 256

Exposições-Exposição de Adelaide 126• » de Antuérpia... 77

Sul - Americana(Berlim) 103

» Industrial de Lon-dres 221

» internacional doscaminhos de ferro 275

Immigração e colonisaçãoContrato Vincenze & filhos. 211

Industria NacionalÁgua raz 87Apparelho Cavalcante 160Batedeira mecânica 57Baterias electricas 60Brazeiro 130Bancos 31Britador mecânico 180Caixa automática 224Canetas 278Carros de mascatear 87Charutos 10Cigarros 10Coador mecânico 58Cupim ''OEntalho na madeira 279Fogareiro econômico 130FolieForno SilvaForno para purilleação..Freios contínuosGomma araxinaLapizeirasLavadeira mecânica 277Lavagem de latrinas 221Limpadores de chaminé.... 160Líquidos voláteis 131Machinas para beneficiar o

Café 59,81,88,105,161,222eMachinas para boneliciar ti-bras

Machinas para lavar roupa..MalfeitoresMatérias orgânicas.Metaes, ligas etcMoldes (Novo systema do)...OleipoadorÓleos (Endurecimentodos) .Ponte lialneariaProdueto frigoríficoProjectis compostos IURefinação da banha 226Retinadores 108Soalhos sem pregos 257Suspensorios 35Torradordecafé 159Tubos de tiragem para lo-eomotivas 278

Vapor evtrahido de substan-cias gordurosas 220

897

109181

11278

277

39

1071292072231588580

225

Industria saecharinaÁcido sulfuroso na clarifica-

ção do assucar 13°

Mecânica AgricolaIrrigação 287

Ministério da agriculturaAlgodão 150Assucar 100Commercio 149Exposiçãoagricolaindustrial 153Garantias de juro» 280Gomma araxina 152Gomma elástica 152Industria 112Marcas de fabricas 157Mate. 152Mineraes 11°Privilégios H*Terras e colonisação 154

Pathologia vegetalMoléstia do cafeeiro... 212 e 266

Physioa agricolaOsolo 169e 194

Physica IndustrialFabrico artificial do gelo— 274

Sciencia applicadaTheoriathermica do trabalho 56

TechnologiaAlavanca 154Alcalis 6Anatomia vegetal 27Animaes 3Attrito 155Balança 178Batedores 181Betumes 7Bomba 206Broca 182Cabrea 179Cabrestante 156Cadernal 156Centro de gravidade 155Cetáceos 5Classes 3Combustíveis 6

» fosseis 7Crescimento 32Crustáceos 5Espécies 3Fecundidade 33Forças 154Gêneros 3Germinação 30Guindaste 156Insectos 5Joeiro 181Laminadores 180Macaco 156Machina de percussão 175

» » pressão 179Materiaes das plantas 36

: ¦

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA. NACIONAL 287

Metaes 6Mineraes 5Mineralogia 5Minérios 5Moitão 156Noções de Historia Nacional 3el54Nova 207Nutricção •.. 31Órgãos conservadores 27Parafuso de Archimedes.... 207

» serafim 157Physiologia vegetal 30Plano inclinado 155Pren sa hydraulica 180Psycodecinos 3Paiadar 180Relógios 182Reptis .'. 4Roda dentada 156Roldana 154Saes 6Seiva 31Serra 181Substancias ethereas...— 3

» imponderáveis. 3Technologia 127Terras alcalinas 6Torno .- 182Vegetaes 3Zoologia lZoophitos 5

ZootechniaIndustria p-.storil 101

Noticias IndustriaesA

Abelhas 165Acidez dos toneis 89Ácido phosphorico 6!)Aço 117e 187Agentes conservadores 163Aguasuja 19Álcool 66Algodoeiro 15Anhydrido de carvão 17Aros melallicos 211Assucar 65

» de beterraba 164» de canna 164» Maltsaws 91» de milho 185

Assucar novo 231Azeite 65

BBeterraba 166Bichromato de potassa 18Brazil Industrial 17

CCafé 67 259Calçado 19Caldeira de vapor 66Calor especifico 46Caminhos de ferro 85Carne (conservação da) 15 e. 229Carnes 15Caroços de algodoeiro 15Carvão de madeira 14Châda índia 229Cigarros 13ChlorhydMticodeammoniacoCimento 212Cogumellos 65Collagem U8Collonisação 19Contribuições 11Cores 281Correias 211Cortiça 186Courovelho 186

EEbano artificial UElectricidade 65 118Eucalyptus 66e 187

FFabrica de tecidos 17Ferro 187Ferragem 46Filtração 229Fogos artiliciaesFrutas 212Formação do Carvão H

GGallium nGalvanisação 117Gaz hydrogeneo 164Gelo artificial 281

IImpermeabilidade 19instalação electrica 92Immigração 19

KKaolin US

LLuir ie .Lã 18 231Ladrilhos.. 259Lavagem 18Leite de seringueira 230Liga(nova) 91Ligas 118 164Limpeza 230Linhas férreas 61

MMachinas para cigarro 13Madeira US

» (conservação da) 163Manchas 92Manteiga 16 259Marfim artificial 163Mármores I39Massa para grudar madeira 40

» » vidro.. 46Metaes belgas 67Milho IMMofo de gomma 46Moinho de vento 1*9

NNickel 144

OObjectos de pedra 186Oieode madeira 188

PPão 231Papel de madeira 180Parafuso 187Pedras de amollar 117Pelles 116Peso espeeilico dos gazes... 46

» das sementes 64Petróleo 137 229Püospliorescencia 71Pilha. 18Pinho do Paraná 185Pipas servidas 67Plantas 212

» tinctoriaes 223Platinai 164Pontes 61

» suspensas 15Poreellaiw 212

ERelinação de assucar 65Rolhas de cortiça 60

8Salários em Paris 161Sementes 67Sericicuitura 62Seringueira 230Soda cáustica 212

Soldadura 161Soldade zinco 90

TTannino 18Tinta communicativa 231

» para etiquetas 200» indelével 90» para pedras tumulares 188

Toalha mágica 92Toneis 89Trigo 66, 99

Velocidade kelo métrica 55Verniz 187 e 229Vem iz sinzento 230Verniz para cartões 281Vidrad os para de imitar tarta-ruga

Yidrador para oiro para ma-deira, metaes, etc

Vinho .67 e

281

282118

Dados estatísticasA

Accidentes 140Aço 70Agua (Destruição d') 21Aguardente 20Alagoas 111,189 201Alcoor 213Alfândega 69Algodiio 92 141Allemanha 189Amazonas 69, 189 202Assucar 18,23,141 282Anovaêpoca su

BBahia... 190Bancos americanos 118Beterraba 69Borracha 69

Cabos submarinos 188Cabotagem 20Café 19,68, 140, 166, 200Café brazileiro 110, 232Café nos Estados-Unidos.... 180Califórnia 141Caminhos de ferro 20Carne secca 20 180Carvão inglez 218Carvão mineral 70Carvão de pedra... 140, 212 213Carvâro 189Cerea 283Cidades européas 21Colheitas 19 140Colla 70Colônias 22e 261Combustores de gaz 282Commercio 68Comsumo geral dos princi-

pães paizes 282Consumo de Café 68

DDepósitos bancários 63üestrilmiçào d'agua 21Div ida das nações 93

EEmpréstimos 89Espirito-Santo 190Estados-Unidos 22 69Estradas de ferrados Estados-Unidos 69

Exportação 22Exportação das Alagoas 141Exportado de algodão 92

r í*-'%ta

288 V kxím^^B^^^^s^'Exportação de assucar.. .20 283Exportação de café..... iyExportação de borracha....Exportação de fumo •••••••• . „qExbosição Nacional.... 94 i«9Exposição de café •**"

PForça mecânica..França......-----Fundos públicos.

23268

165

G

Gêneros de cabotagem .... 20GenerosdeextrajlasdeFerro 20Gêneros de lavoura *10

llluminaçio electricalmmigraçao 69Imposto

M

N

Notas em circulação •

P

Pará 189Parahyba 1RqPernambuco *°Petróleo • • •••••'• • -o.População escrava, 70 e... MiX» hespanhola 213Prédios 7ftProducção de aço... '"

.agrícola l/M„ «assucar....... ;«»

_ café, .....68 166de carvão *i»

Teleeraphia »¦•»•Telegrapho electricoTTimpõrtà_ío'no'Ri()'de

Janeiro.

Valores de produetos expor- _tados peio Rio de Janeiro 283

VelocidadesViação FérreaVinho

' X

'

- ;

"*'

¦' -, "-¦'

• .¦'/'' ¦-

.

68232

do Pará.Provincias.

RRio-Grande do Norte.Rio de Janeiro.......

Marcas das Fabricas 69.*_.*_.,-, P.KAQOA LVÍ}

122282ttK&iMim m

Metaes preciosos.

Sergipe.Sello...

28292

18369

26292

Bibliographiaveia pags. 70, 94, 118,142,

166,190,214,238,2.8 6..

Rendas Fiscaes

Revista dos mercados, 23,47,71. 95, 119, 166, 167, 191,214,239, 243

Variedades

284

189 I A nova época 214Trabalho e ociosidade...... i«

X.v¦

'.. í _$»* .

C, ''"'; -¦

. '

¦

* •» %..

k¦<-;¦-¦

. .. w .."pr--m ,__m ^ 9

.':, *

_ **t

"ÍW;

ÍNDICE geral

Parte OfficialAssembléa geral em 1

de Março 49Assembléa Geral em31 de Dezembro de 1887 265

Auxilio a industria 6, 20,51, 54, 67, 73, 123, 147, 170

Caldeira a vap.ir 21Casas para prolectarios... 217Demonstração da receita

e despezasDespezas das escolas noc-turnas

Discursos do Sr. Commen-dador J. M.Teixeira deAzevedo, 6, 55,122 e....

Eleiçãodadirect' ria e con-selhn

Empreza ambulante d ornes-tica...

Escola NocturnaExposição de caminhos deferro

Fabrico de panellasMachina de tra çarMorle cio rons. Antão

» ri > Oonde de liae-pondy

Nomeação de adjuntos 25 eOrçamento da receita e despeza

Pedra sabãoPorcos °7Proposla para sócios 115 e 147Substituição de professoraTarifa dos Alfândegas 25 eTecidos de sodaTientoVoto ile louvor,....

58

318

268

981

12226

562

3146

AerostaticaResenha chronologica das

principaes invençõesrelativas aos balões eaos meios de dirigi-los

Escola NocturnaH, 27, 123, 147, a. ,

ãücíosadimttídosAyrosa dsJosé Botelho

valho.José Ribeiro da Silva.José Pereira Gomes de Oliveira.José da Silva Araújo.Francisco Borges da Silva.Joio C. Pereira Soares.

2fi7

220

Oar-

AgriculturaImprriiil Instituto Fluni-

iionsii tie Agricultura 124 155

Chimica analyticaPão Pereira 13Pereirina 13

Botânica IndustrialAclimação de plantas 106luta.... 108Ramier 108Ypadú 109 110

Commercio e IndustriaFrança 99

Economia RuralDiscurso do Exm. Sr. de-

i.utado Coelho 8 Cam-pos 226 214

Elementos de technologiaAutoclave 105Machina a vapor 104t)»da hydraulica 103

i 4ef raphia 2411 iilvula de segurança 105

Ensino Profissional¦Vsylo Agrícola 170Escola pratica de agricul-

tura e veterinária emEboli (Itália) 61 71

ExposiçãoExposição dos caminhos

de Ferro, 8 82

Industria carboniferaCarvão do Arroio dos Ra-

tos, 148, 176 204

Industria commercialTarifa das Alfândegas 98

Industria fabrilAos industriaes '61Chocolate 202

Industria farinaceaA fariuha de cylindros e demós 129

Industria manufactureiraPreparação dos couros.,.. 9

Industria MineralAmiantho do Goyaz 28

Industria NacionalAcmnulador electrico 185Amalgamação 182Aperfeiçoamento dos mo*taes 255

Apparelho de esgotamento 136» de segurança.. 256

Arrolhamento de garrafas 272Avisador de incêndio 214Batedor Ferreira 211Canhõei com reforços bi-conicus 38

Conservas 42Espoleta 275Fôrma de calçado Pereira 137Forno hyeienico doméstico 163Goiabada (Ac mdiciona-mento) 211

Fruetos nocivos 39Machina de picar. 85

» de sommar 134Matérias incombustiveis.. 39Nov> systhema* de Iam-palas 84

Oxydos meta'licos 256Peneira resfriadora 211Pilha primaria 183

¦'¦¦"' ¦¦ ; :..:..; ",:¦>¦ ".'V-;-

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 287M?"*

Preparação de café em grãono vácuo 16Presuntos 43Purificador __o..oinico degaz 41

Peritos de cobre 255Tecelagem de sacos 210Telhas de papelão 183Forno 183Wngou frigoríficos 144Water-closets automati-cos 233

Indu itria saccharinaCentro da Industria Com-

mercio de assucar 271Crise do assucar 196 e 221

Industria viniferaHygiene publica 31

Mecânica IndustrialCaldeira a vapor domes-tica 193

» Fan-.ot 194» Watt 194

Freio de waçon 193Inj.ctorGiffanMachina para extinguir in-ceudio 193

» » sommar,... 198

MetallurgiaSódio 154Ministério da AgriculturaSociedade Auxiliadora.... 121Parnsitismo vegetalMoléstia do cafeeiro 269

Physica geralExploração das forças danatureza, 79

Noticias IndustriaesA

Ácido si lfuroso 115AçoAlconl 200Alfalfa 279Animaes de gallinheiro... 278

BBanana 212Bolo de línhaça 278

CCalorias 66Cautelas (machinas) 258Cera amarella 138Carveja 90Clvmica do corpo humano. 187Cimento 165

» hydrofugo 89Cinemographo 90Cobre anlimoniado 115Coloração oo noiza 43

» do nickelConductibilidade dos cor-pos 165

Conductibilidade dos flui-do» electricos 165

Cores amarellas 187Correias 166 258Couro da Rússia 66Couros 21

DDermatite 138

EElementos de producção.. 117Eseulplnras 42listiunie artiücal 42

FFabricado ferro 260Farinha de cevada 278Farinha de coco ,. 258Ferro estanhado 20Frutas 139

GGorduras 89Graixa ingleza 187

HHectographo 239Henneqiieu (pita) 240

IIndicação de nivel 115Immigração 235Insectos (conservação de). 20

JJuta 187

LLã bruta 66

» pura 66Lacre 213Leite 213 278Linho 43

MMachinas de beneficiarcafé 14

Machina de Coignard 119» de cortar batatas. 19» (conservação de). 42

Madeira ( incombustibili-dade) 186

» (conservação de). 43Manteiga 439

» (falsificação da).. 20Marascliino 213

NNii-k-l 234

OObjectos de ferro 21Óleos 89O.sos 277Ovos (conservação dos).... 90

PPapel incombustivel 186Parasitismo 139, 258Pedras artificiaes 214Pelles (conservação das).. 26Plantas tanniferas 117Prados 278Prata (imitação da) 178Processo Jeanelle 258

RRevaslamenlo 166Rodas de papel 115Rolhas de parafina 43

SSaccharina 139Saes 67Seda 278

TTabaco 139Tecidos incombustiveis... 186Telhas de madeira 19Tinta autographica 117

» para marcar saccos. 259» roxa 236» violeta 235

Tinturaria 258

Tomates 278Trigos 43Typo telegrapho 218

VVerniz 43, 89, 138 e...Vestidos incombustiveis.. 90Vidro (desoração) 138Vinho 139

W"Wiscky 90

Dados EstatísticosA

Aço 68» nos Estados-Unidos... 117

Aguardente 22Agricultura 45Algodão, 46, 238, 262, 279 280Assucar, 22, 69 Í81Austrulia 261Asylo 190

BBorracha 69Brazil 140Buenos-Ayres 160

CCafé, 21,22, 70,142,189 e.. 238Caixas econômicas escolares 280Carnesecca 68Carvão econômico

» de pedra, 45 190Ceará 282Cerveja 45Cobre 118Colômbia 69Combustores, 69 70Commercio 190

» agricolas 214Construcções marítimas... 281Cultura da seda 139

EEmigração italiana 279Engenhos centraes 283Ensino Agricola 140

» nos Estados-Uni-dos 283

Espirito-Santo 238Es<alielecimentos indus-Iriaes 281

Estados-Unidos, 45, 188 189238

Estatísticas curiosas 45Estradas de Ferro, 67, 90 118Exportação.... 188,279 282

FFerro-carris 279

» nos Estados-Unidos 117França 214Fumo 46

GGaz Globo 280

» de illuminação 280H

Herva-mate 280 281I

Illuminação 69» electrica ... 69

Immigração, 45, 237 23SImportação' .,. 279Incêndio 280Indigencia 166Industria da seda 214Inglaterra 166

LLã, 190 236Laponia 90Locomotivas 68Lyon 188

288 O AÜXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL

A M ¦Machinas.*.,,Madeira lavradaMadrid .....Maranhão ¦¦,•••Marinha de guerra...-• mercantil...,Mate...::...:..:...Meiinos desvalidos..Meta»s «.'..,Met ali urgia..........Milho

-,y.M ¦Navegação mercantil.Notai em circulação.

Pará.....ParisPescaria...... •••Phosphor População»Porto-AlegreProducção agrícola, 140 e.

'&<¦

11870

26a91' 91.

281282142

9122

26168909068

238236

Producção de cobre.......» das plantas.....

A> mineral.!......».» Ao.Pará,...,....» do vinho

Produetos..,» agrícola*........

v . do 8,Esta dos-Unidos.,....,..........

Prússia..,'. ....• '» ei ¦ B.vy-, ¦¦'

Renda ...,.,,»... das Alfândegas» Fiícttósíf.'..........» das provincias» de Santos.... 69 e

Rio-GrmdedoSul. 280 eS

SalSaladeiros ••••Santa CatharinaSantosS. Paulo

118118261»261110

67140

18845

238214

22

280282

190238279238236

314Seda; 138 e. • fi*Sedas em Lyon,» --'........ i°°

udoSurdos-mudos.

Tabaco,

279

70'279Tri>2o214e -*¦¦»

,;gda%dífl..... i-Oe 280

Valores de exportação 22 e 281Vinho.

. Ipanema .(S. João de)...,, f

VariedadeParmentier ... • • • • •• • ••Biblioaraphia 23, 46. 71,

92,118, 142,166,190,315,239,2626 283. . A.A

Rendas Fiscaes 23,47, 71,95,119,143,167,191, S14,289,263 e284.

118

92

».A»A A'».'»

:\'-y .'-- : - ,••

, \%.-¦¦::.-

n-- ¦

*¦„¦¦J '¦-

. • ¦/. ¦¦ ¦,

\> • ¦':'yy-

f- **y'â?Mè >.. ¦¦'.'. ¦:...

--:¦:,..

¦y

:,'"-' 'kWír'1-*''? • ¦ • • *¦• ¦

;;*¦¦ A;. ¦";%¦¦¦-¦-. _• . ,_ . %,- .-¦', ' "'¦-, ;'"¦-:*¦

£. ., ¦» ¦¦

ÍT- m:M « .'

Typ. Univ. de Labmbert & C„ r. dos Inválidos, 71

•'•-¦¦ .-'Ai' ' ¦' ' '¦'.-' -'¦ . »A-' ¦»' .. fr ; „

"* A •¦

' y.:.

ÍNDICE GERAL

Parte OfficialAnimaes damninhos 4Auxiliador da Industria na-cional 1

Balanço 177Confederação das Associa-

ções Industriaes 193Conferência aduaneira 122 126Convenção internacional

sobre assucares 211Discurso do Exm. Sr. Vis-

conde de Cavalcanti '. 268Eleições da directoria e con-selho 7

Escola nocturna de adul-tos 20, 28, 195 266

Estatística industrial 250Exposição preparatória. 73,

76,103, 106, 145, 146. 208Impostos sobre industrias 50Instituto Histórico 267Lei de 13 de Maio. 97,98,

99, 100 101Nova Trento 3Orçamento 74Raphael e Galvão (Drs.)... 25Relatório dos trabalhos dasociedade 78

Secções 8Seda 3Tarifas 4

AgriculturaEngenhos centraes ig.Estações agronômicas 140Relatório do presidente daBahia na

Agricultura praticaCultura da vinha 85Culturas variadas 276Seringueira 31Viticultura leo

Chimica agricolaÁcido phosphorico 63» sulphurieo C3Alfaia ... 186Arroz 187Aspargos 254Avela 186

Cafés 254Carnaúba 208Centeio 186 208Cevada miúda 186

» secca 6Cinza do café 207Cinzas 251Cogumellos 201Ervilha 187Farello 208Feijão 187

» branco 187» flageolet 187

Frutadepão 187Gomma yo9Jaqueira 63Milho 187Nicoticiná 208Palmeira Real 187Pinhão de purga 63Ramie 62Sabugo 209Saes de potassa 63Sorgho 209Trigo 208

Chimica industrialCafé colorido.- irNovas falsificações do vinho 111

Chimica Physiologica0 que é manteiga artili-ciai 15

Economia PoliticaA propriedade 130

Economia ruralAlfaia 58Ksparceto 60Luzerna 58Milho branco." 60Moha 69Pimpinello 60Sciencia, industria, com-

mercio e agricultura.. 135Serradello 00

Ensino agricolaImperial Instituto Bahiano

de Agricultura Cl

ExposiçõesExposição geographica.... 108Sociedade reunião dos Ex.-positores 170

Industria AgricolaRamie 232Viticultura 231

Industria FabrilCerveja 78Lavoura de algodão 111

Industria FarinheiraMoinhos no Rio de Janeiro 38

Industria NacionalA hridor mecânico 158Amianto 23Aparelho hydraulico 278Banco 159Brochas 13Caixeta de ferro 209Campainhas vigilantes 90Chalupa 150chinetlas de lâ 232Chumby-caena 87Electricid.de como forçamotora 17

Extracção de metaes 255Filtro Castilho 65Força motriz 17Formicidà Romariz 136Lâmpada brazileira 86Machina frigorífica 17Materia nova para construc-çoes 34.

Nova pólvora 63Pescador automático 279Prensas 158Sabão de arroz 159Seccador Universal 64Separador de café 234Tracção electrica 208Ventilador Marcelino 255

Industria SaecharinaOjtTusão applícada no fa-

brico do assucar 11, 27,52 80

centraes 271

-.« ¦¦•¦-ve,,.,.

O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL 287

Industria viniferaAphorismos da Escola deSalerno 52

Circular do Ministério daAgricultura 00

Industria vinlialeira 112Vinhos de Hespanha 38Videira americana em S.Paulo 151 182

Viticultura. 153, 100, 200 231

Instituto HistóricoJubileu do quinquagenario218 2li>

MetallurgiaFerro coado 151

SericiculturaIndustria Fabril de seda no

Brazil... 178, 203, 220 e 2"j2

SylviculturaCal 277Poda 187

ZootechniaCarneiro Negrettes 135Crusamento 131Coudelaria 184Fauna do Brazil 13oGallinhas J35Porco Berkshire 13ó

» Essex 131» Suffolk 135

Vaccas A yrstiire 134» Suissas 134

Noticias IndustriaesA

Acaro do gallinheiro 260Acção corrosiva dos cimen-tos 39

Ácido salicylico 67Aço 161 189Algarobo 31)Arrolhamento 258Assucar 40 189Azul de ultramar 236

BBaga 164Bambu íoBatata ingleza 67Bolor do vinho 166Bond electrico 92Bordo assucarado 200Branqueamento dos ossos.. 2H2Bronze 19Bunty 67

CCafé 207Calçado impermeável 259Canna de assucar 237Carvão mineral 67 IMCathedraes 140Cera de abelhas .... 39 260Cimento para aquários 258

» Gaston Planto.... 258» de Oxychlorureto

de zinco 282Cinchonas 60Cobre 116Colla de caseina 282Conservas 140Creolina 282

EEdifícios 67Engenharia 116Estanho 141Esteiras 92Extinguidor de incêndios.. 283

FFalsificação da farinha 258Farinlia de trigo filFerro 161 189Folha de Flandres. 141 189Força explosiva 67 140

» e velocidade da baleia 283Frio 97

GGarrafas 259Gelo 259Gesso 189Goinma elástica 165Gravuras sobre mármore 282

IInsecticida 67 259

JJogos 111

KKola 93

LLã de carneiro 19Leite 33Lettras velhas lioLimpeza de Lagoas 07

MMaçhinas a vapor 92Madeiras 258Manteiga 07Marcas sobre objectos demetal 282

Mascaras de mica 141Matte 18Mercúrio 39Moagem 237

NMkelação 116,189 *05

OÓleo de algodão 90

» d uvas 258

PPapel impermeável 110Parques....- 141Pedra artificial 180Pelles 69Petróleo 107Piolho lanigero 2ü0Plantas meüicinaes 68Potelina 141Prata nova e velha 258Prateamento 159Processo Gillard 259

» Pictet 259Pulsometria 69PurificaíSo d'agua 92Purolina 139

QQueijos da Suissa 141Quinas 68

RRodas de couro,... 259

SSeda HO

» de bambu 20Sementes de algodão 141Serragem 258Sola 189Sola e ferro 282Stronciana 164

TTabaco 140Tabaquir 40Temperas 139Tinta azul 236

>: de escrever 236» vermelha 236

Turbina a vapor 92

UUtencifios 189

VVermelho de polimento 110Venizes 117 236Vulcanisação do Caoutchouc . 163

Dados EstatísticosA

Álcool 283Aguardente 283Algodão 69

» de Pernambuco... 283Allemanha 70Animaes 40Antilhas 41Assuccar 22, 69,70,160,211,260 283

BBuenos-Ayres 70

CCabotagem 21Cacáo 261Café 21,69 261Canadá 40Carvão 35Ceará 69Chile 41Circulação monetária 283Circulação postal 94Commereio especial daFrança 106

Commereio das ilhas bri-tannicas 166

Consumo da carne em Pariz 239» de comestíveis em

Pariz 117

DDespezas geraes 41

» com a instrucçãopublica -41

Despezas com o minjsteriodaagricultura em França. 230

Despezas obrigativas 166Despezas publicas curopéas 94Distancias entre cidades... 190

EEnsino publico 94Exportação do Brazil 261

» » Chile 41» de cereaes da

Republica Argentina 261Exportação dos Estados-Unidos 260

Exportação franceza &4» do matte 190» » Rio-Grande

do Sul 94Estrada de Ferro ». Pedro II 21

à»' ¦w

.w

p.

' *•

:'¦*¦¦¦'¦¦¦ -T

288 O AUXILIADOR DA INDÚSTRIA NACIONAL

Fumos.

Gado nos Estados Unidos..t> em França, 118, 237 e

GênerosGrilos...............Guadelupe.Guayana

\' \M -iHomem (o) e a sociedade. 112

105

94239

21704141

262190

283

Illuminacão» electrica nos Es-

tados Unidos 41 eImmigração no Brazil 165 e

» na RepublicaArgentina 70 e

Importação no Brazil 261Incêndios 238Industria metallurgica 90

» saccharina 141Inglaterra 41Instrucção primaria emFrança 69

Lâ. 117 e mM

Manteiga , 40Martlnica 41

Matte 190JJetaes preciosos 41 118

OOleo de algodão 238Ouro 70 e. 118Ovelhas da Austrália 281

Poimutação dnos

os Estados-Uni-População da Inglaterra...Prata 70 eProducção animal

» " das Antilhas» «lo Canadá» «le cereaes» da Bahia» do Ceará» da lã» metallurgica• do trigo 117

Propriedade franceza 84» ingleza....... 94

Prússia 91

2141

118283

4140

283260

6911794

Queijo.Q

RRaça cavallar.

» » allemã..ReceitaReuniãoRio Grande do Sul

10

2222

1654194

ssaladeircts.... •• B?

TSericicultura ..'•.- 214

Tabaco.Trigo...

22117

Vinhos 238

VariedadesExtractos economico-in-duslríaes 46

Os quatros maiores capita-listas. 15

Bibliographia 22, 42,71, 95, 119, 112,166,190,215, 239, 262 281

Rendas fiscaes e Revista dosmercados 23, 47, 71, 85,119, 143,167, 191, 215, 239262 e 281

Sócios admittidos em 1880Affonso Celso de Assis Figueiredo

Júnior, deputado geral.Affonso Herculano de Lima, m fgisterio.Arllnir Maria Teixeira de Azevedodoutor.

' T;í

&£', '

V : a ,

.. ,.fl>";l«ÍYÍ-.-7-

:""' "X¦i~

•iA •

-A-'-' .'-¦-" '¦

A.-" . ¦¦r:i>%-i,*\.-.* .

B#

-• 5 ¦ flfl-a.-iítí- - '-'YYA ¦>¦ i

B^k-k. M* fB'.-.", ¦:¦•.-¦'¦ àaa\sSLi

#¦'¦«*_.. i ^a\m- . ..... ^¦¦rW7" f^^^^BDk

'.ii.

Tyj. Univ. de Laemmert * C, r. dos inválidos, 71

"* *».* ¦

Sft--*. !

Ü