GABRIEL DE SOUZA PONTES

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GABRIEL DE SOUZA PONTES

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA REDE DE PETRI PRODUTIVA � ESTUDO

DE CASO: SISTEMA DE TRANSPORTE.

2013

GABRIEL DE SOUZA PONTES

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA REDE DE PETRI PRODUTIVA � ESTUDO

DE CASO: SISTEMA DE TRANSPORTE.

Relatório Final de Iniciação Tecnológica

Área de concentração:Engenharia Mecatrônica

Orientador:Paulo Eigi Miyagi

2013

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

4 CONCEITOS FUNDAMENTAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

4.1 EMPRESAS VIRTUAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

4.2 REDE DE PETRI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

4.2.1 Formalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

4.2.2 Algumas características importantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

4.3 REDE DE PETRI PRODUTIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

4.3.1 Formalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

4.4 BOUDERY REPRESENTATION . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

5 DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

5.1 CAIXA DE INSTRUÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

5.2 CATEGORIZAÇÃO DO TRANSPORTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

5.2.0.1 Caracteristicas básicas por industria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

5.2.0.2 Sub-categorização dos produtos químicos perículosos [18] . . . . . . . . . . . 23

5.3 ESTUDO DE CASO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

5.3.1 Sistema �exível de montagem automatizada (SFMA) . . . . . . . . . . 24

5.3.2 Subsistema de alimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

5.3.3 Subsistema de inspeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

5.3.4 Subsistema de montagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

5.3.5 Subsistema de transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

5.3.6 Padronização de linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

6 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

3

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, as empresas são constantemente desa�adas a inovar para se manterem competi-

tivas no mercado global. Exigências por aumento de qualidade, redução de custos e tempos

de produção são algumas das barreiras a serem superadas [1] [2]. Associado a tais exigências,

há o crescimento da procura por produtos personalizados [1] que impõem novos requisitos às

companhias que, para atenderem a essa nova demanda, precisam adotar sistemas produtivos

mais �exíveis e re-con�guráveis [1] [2] [3].

Nesse senário, as empresas, normalmente organizadas em estruturas hierárquicas e centra-

lizadas, são forçadas a colaborar umas com as outras [1]. Conseguir responder às rápidas

mudanças do mercado e atender as sua expectativas são os objetivos desse ambiente de co-

laboração e cooperação, no qual cada parceiro autônomo se especializa em suas principais

competências. A produção em que há colaboração entre empresas que se especializam em

suas principais competências é aqui chamado de ambiente colaborativo. Esse ambiente cola-

borativo é o contexto que envolve o surgimento das atuais empresas virtuais [1] [4] .

No ambiente colaborativo, os processos de produção tem características diversi�cadas de

acordo com a classe do processo.O Transporte de produtos é uma das classes de processos

produtivos que envolve o deslocamento de recursos materiais e produtos de uma origem a um

destino, através da utilização de instalações, recursos humanos, energia, modais de transporte e

máquinas [1]. Os processos produtivos de transporte podem ser abordados como uma sucessão

de tarefas independentes que devem ser realizadas para a conclusão do trajeto de�nido. Uma

interpretação para a sucessão de tarefas é considerá-la como um sistema a eventos discretos,

ou seja, um sistema de eventos independentes do tempo [1] [5]. Tal interpretação permite

a utilização de uma ferramenta já bem difundida para a modelagem e análise de sistemas a

eventos discretos, a rede de Petri (RdP)[1] [5] [6].

A tarefa de compor as etapas dos processos produtivos não é simples. A inserção dos

processos produtivos de transporte em um ambiente colaborativo vem acompanhada do surgi-

mento de novos problemas em planejamento e agendamento de atividades. Para resolver tais

problemas, uma nova ferramenta desenvolvida pode ser utilizada para modelar e analisar os

processos produtivos em ambientes colaborativos, a rede de Petri produtiva (RdPP), derivada

da RdP. Entretanto, a utilização de tal ferramenta requer uma padronização de linguagens

para descrição dos processos produtivo para as empresas incluídas no ambiente colaborativo

[1] .

A tarefa de compor as etapas dos processos produtivos não é simples. A inserção dos

processos produtivos de transporte em um ambiente colaborativo vem acompanhada do surgi-

mento de novos problemas em planejamento e agendamento de atividades. Para resolver tais

4

problemas, uma nova ferramenta desenvolvida pode ser utilizada para modelar e analisar os

processos produtivos em ambientes colaborativos, a rede de Petri produtiva (RdPP), derivada

da RdP. Entretanto, a utilização de tal ferramenta requer uma padronização de linguagens

para descrição dos processos produtivo para as empresas incluídas no ambiente colaborativo

[1].

No LAS (Laboratório de Sistemas de Automação) da EPUSP, pesquisas sobre a descrição dos

processos produtivos em ambientes colaborativos utilizando a RdPP estão sendo conduzidos

na formação de empresas virtuais. Apesar de ainda não existir uma linguagem padrão para os

processos de transporte, esses trabalhos são a base para a solução do problema de planejamento

e agendamento dos processos de forma colaborativa, pois estabelecem uma uniformização dos

elementos existentes para que cada empresa incluída no ambiente colaborativo tenha um

mesmo entendimento de um processo, tarefa ou produto a ser realizado.

5

2 OBJETIVOS

O objetivo do projeto consiste na veri�cação da e�ciência da ferramenta RdPP em sistemas

de transporte, através de um estudo de caso, dentro do contexto de ambientes colaborativos.

No presente projeto realizou-se um levantamento bibliográ�co de soluções já implementadas

em outras pesquisas, reunindo todos os aspectos teóricos necessários para o desenvolvimento

de algumas propostas de padronização de linguagens. Padronizações essas essenciais para a

descrição de processos produtivos através da RdPP e que foram utilizadas no estudo de caso

em questão. Assim, os objetivos especí�cos do projeto são:

• Propor uma forma padronizada de descrever as instruções da RdPP;

• Propor uma forma padronizada de descrever processos de transporte utilizando a RdPP;

• Fazer um estudo de caso de um processo de transporte que comprove a e�ciência da

RdPP em sua descrição;

6

3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada no presente projeto aborda a pesquisa como um processo de desenvol-

vimento (�gura 1) que possui três aspectos bases integrados: teoria, ferramentas e aplicações.

É uma abordagem de engenharia que, considerando os aspectos formais associados à de�nição

do modelo e dos métodos de análise aplicáveis (teoria), utiliza as aplicações existentes como

motor de desenvolvimento para ferramentas de suporte à aplicação prática considerada.

Figura 1 - Desenvolvimento da pesquisa

No escopo deste projeto foi realiazada uma categorização das necessidades no transporte

dos produto desenvolvidos nas industrias em destaque no desenvolvimento nacional, a se saber

: industria automobilistica [14], petroquímica [15], alimentícia [16], cargas indivisiveis [17] e

produtos quimicos perigoso [18].

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4 CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Neste capítulo, apresentam-se os conceitos fundamentais utilizados nessa pesquisa.

4.1 EMPRESAS VIRTUAIS

Atualmente, mudanças signi�cativas no mundo dos negócios são cada vez mais frequentes

e ocorrem com extrema rapidez. A estruturação do mercado, fundamentada em um mundo

globalizado e cada vez mais digital, cria um ambiente empresarial extremamente dinâmico e

competitivo, no qual apenas empresas que possuem capacidade de adaptação conseguem se

manter no mercado [4].

A crescente demanda por produtos personalizados representa mais um desa�o para as em-

presas, que necessitam possuir estruturas de produção �exíveis e adaptáveis para conseguirem

atender a essa demanda, além de inovarem constantemente. Associado a essas características,

a exigência dos clientes pressionam as empresas por menores custos, aumento de produtividade,

redução dos tempos de entregas [1].

Nesse contexto de pressão e competitividade, no qual a capacidade de resposta às mudanças

é fundamental, empresas são forçadas a colaborarem e cooperarem entre si. Muitas vezes,

uma empresa sozinha não consegue atender as expectativas criadas pelo mercado, porém se

ela formar uma parceria com outra(s) empresa(s) conseguirá desfrutar daquela oportunidade

de negócio [4].

Desta forma, as empresas, que normalmente possuem estruturas hierárquicas e centralizadas,

necessitam rever suas estruturas produtivas para a criação de um ambiente colaborativo [1].

Nesse cenário, cada empresa participante contribui com suas �competências essenciais�, seja

essa competência na área de projeto, manufatura, distribuição, para que uma meta comum

seja cumprida. Essa colaboração cooperação entre empresas autônomas distintas é chamada

de empresa virtual (EV) [4].

O motivo pelo qual empresas com organizações estruturais e produtivas distintas, locali-

zadas geogra�camente distribuídas e com campos de atuação diversos realizam uma parceria

com outras empresas se deve ao fato que essa parceria irá lhe proporcionar vantagens com-

petitivas para atender uma demanda do mercado que, sozinho, ela não conseguiria atender.

Em um ambiente de colaboração/cooperação, todas as empresas são bene�ciadas pelo acordo

realizado, que, via de regra, é temporário [4].

Nesse contexto, cada empresa parceira, que são empresas que participam colaborando umas

com as outras em um mesmo processo produtivo, se especializa em uma ou mais etapas

do processo produtivo de acordo com o que ela pode oferecer de melhor. Assim, tarefas

8

como planejamento, coordenação, projeto, logística, fornecimento, manufatura, montagem,

distribuição, armazenagem e venda, podem, cada uma, ser realizadas por uma empresa inde-

pendente diferente. Focada em tarefas especi�cas, a empresa pode se especializar e melhorar

a qualidade e e�ciência do serviço prestado para a EV [4].

Dentro do ciclo de vida de uma EV, as empresas podem ser classi�cadas de acordo com

as funções desempenhadas: coordenador da EV ou empresa nó. O coordenador da EV é

a empresa responsável por regular e controlar as atividades relacionadas à aliança. Essa

empresa pode ser responsável apenas pela coordenação ou pode ser também uma empresa nó.

Registrar novas atividades, manter informações do diretório de rede da EV, supervisionar e

coordenar as diferentes atividades empresariais de acordo com o objetivo comum são algumas

das responsabilidades especí�cas do coordenador da EV. Já a empresa nó, ou empresa membro,

são empresas constituintes da EV e que possuem habilidades especi�cas. Estabelecer contato

e integração segura com outros nós, cumprir as atividades de�nidas em contrato de acordo

com o objetivo comum são algumas funções desse tipo empresa [9].

Uma indústria automotiva, por exemplo, representada simpli�cadamente pelo esquema da

�gura 2, pode ser considerada como uma empresa virtual. Nesse ambiente colaborativo,

podemos destacar diversas empresas distintas, com �competências essenciais� diferentes (for-

necimento, execução da manufatura, montagem, distribuição, coordenação) e que possuem

um objetivo comum, a produção e a venda de automóveis.

Figura 2 - Esquema de uma EV

No exemplo da Figura 2, existe uma empresa responsável pela coordenação do processo pro-

dutivo e diversas empresas parceiras especializadas em uma etapa do processo: os fornecedores

são responsáveis por disponibilizar a matéria prima necessária, as empresas de manufatura são

9

responsáveis pela usinagem das peças, a montadora é responsável por montar o automóvel, a

distribuidora é responsável pelo transporte dos produtos prontos para os clientes, no caso as

concessionárias. Nesse ambiente colaborativo, é possível destacar a transferência de materiais

e o compartilhamento de informações entre as empresas parceiras.

Alguns exemplos de empresas virtuais que podem ser citados: cooperação temporária entre

a Apple Computer e a Sony para a fabricação do Power Book; parceria entre a IBM, Apple

Computer e Motorola para o desenvolvimento de sistema de operação e microprocessador para

uma nova geração de computadores; criação de um consórcio de construtoras para projetar e

construir uma ponte; entre outros [4].

A duração da aliança estabelecida em um ambiente colaborativo pode variar bastante,

dependendo do objetivo acordado pelas empresas parceiras. Uma EV pode ser estabelecida

apenas para aproveitar uma única oportunidade de negócio existente no mercado e durar

poucos meses, sendo dissolvida ao �nal do processo, ou pode ser uma aliança de longo prazo,

que pode durar um número indeterminado de processos ou por um longo período de tempo

pré-estabelecido [9].

Porém independente do tempo de duração, todas as empresas virtuais possuem um ciclo de

vida básico, representado pelo esquema da �gura 3, que passam pelas seguintes fases [9] :

• Fase de criação: é a fase em que a empresa virtual é iniciada e con�gurada. As metas da

EV são determinadas, as empresas parceiras são recrutadas, seus contratos são assinados,

o planejamento estratégico é feito e se iniciam as atividades.

• Fase de operação: é a fase em que cada empresa parceira está realizando sua atividade

a �m de que a meta proposta na fase de criação seja alcançada. As características

da EV podem ser observadas nessa etapa, como o compartilhamento de informações,

gerenciamento de pedidos e processos, coordenação da associação.

• Fase de evolução: nessa fase, pequenas mudanças rotineiras são implementadas nos

papeis das empresas parceiras para a manutenção do bom funcionamento da EV dentro

das metas estabelecidas. Devido a participação dinâmica das empresas parceiras, algumas

delas podem sair da EV, ser substituídas ou mesmo novas empresas podem entrar na

associação.

• Fase de metamorfose: essa fase existe apenas se grandes mudanças ocorrerem na EV,

como alterações dos objetivos e princípios básicos. Se isso acontecer, considera-se que

uma nova empresa virtual foi formada

• Fase de dissolução: é a fase �nal da EV, na qual ela encerra as suas atividades. Tal

estágio pode ser alcançado quando a EV conseguiu cumprir suas metas estabelecidas

10

com sucesso e a oportunidade de negócio foi aproveitada ou devido a incidentes que

impeçam a manutenção do funcionamento da EV.

Figura 3 - Ciclo de vida das Evs

4.2 REDE DE PETRI

A rede de Petri (RdP) é uma ferramenta grá�ca e matemática utilizada para a modelagem

de sistemas a eventos discretos, ou seja, eventos independentes do tempo. Através de uma

interface visual de fácil comunicação, a RdP provê um ambiente uniforme para modelagem,

análise formal e projeto desses sistemas [10] .

A RdP oferece a vantagem de utilizar um mesmo modelo para análise de propriedades

comportamentais e avaliação de desempenho, assim como para a especi�cação de soluções de

controle. Com ela é possível à identi�cação de características de sistemas como sincronização

de processos, eventos assíncronos, operações concorrentes, con�itos ou compartilhamento de

recursos, entre outros [6].

Por ter uma representação grá�ca simples a ferramenta permite fácil interpretação e nítida

identi�cação de estados e ações. Tal facilidade se deve a utilização de marcas grá�cas que

permitem uma simulação dinâmica das atividades do sistema [10].

Desde que foi proposta por Carl Adam Petri, em 1962, a RdP vem ganhando espaço em

diversas áreas de aplicações devido a sua generalidade. Nos últimos anos, diversos trabalhos

e artigos publicados trazem como referência bibliográ�ca a tese defendida por Petri [10].

Entretanto, apesar das diversas possibilidades de aplicação da ferramenta devido a sua

generalidade, a análise de modelos complexos como os de processos produtivos de transporte

não são tarefas simples. Alguns cuidados devem ser tomados entre a formulação do modelo

do problema em questão e sua análise, pois, na maioria dos casos, quanto mais genérico é o

modelo utilizado, mais difícil ele é de ser analisado. A aplicação de RdP implica na necessidade

11

de modi�cações e restrições adequadas para cada tipo de aplicação, como a descrição de

processos produtivos em ambientes colaborativos [6].

Desta forma, o conhecimento teórico da ferramenta e de suas principais características é

fundamental para que se possa utilizar a RdP de forma prática e e�ciente.

4.2.1 Formalização

A rede de Petri é composta por quatro elementos estruturais básicos (lugares, transições,

marcas e arcos orientados) [6], cada qual representado por um símbolo, de acordo com a �gura

4, e de�nido da seguinte maneira:

• P = p1, p2, p3, ..., pn é um conjunto �nito de elementos passivos, chamados de lugares;

• T = t1, t2, t3, ..., tn é um conjunto �nito de elementos ativos, chamados de transições;

• FCE ⊆ (P x T)∪ (T x P) é o conjunto de relacionamentos entre os elementos ativos e

passivos, chamados de arcos orientados;

• MCE = [m1, m2, m3, ..., mn] é um vetor de recursos, chamados de marcação, isto é,

um vetor de números no qual cada elemento mi indica o número de marcas existentes no

lugar pi.

Figura 4 - Representação grá�ca dos elementos da RdP

Os estados do sistema ou processo são representados pela distribuição de marcas pelos

lugares da rede. Assim, a dinâmica da ferramenta consiste na alteração de estados da RdP, ou

seja, no �uxo de marcas pela rede. Tais alterações ocorrem devido a disparos das transições,

que são a passagem das marcas de um lugar para outro através dos arcos orientados [6].

A regra que rege os disparos da rede de Petri é simples, porem apresenta consequências

profundas e complexas sobre a dinâmica do sistema. Para que um disparo seja habilitado, pré-

condições e pós-condições devem ser atendidas. Quando todas essas condições são veri�cadas,

ao mesmo tempo, a transição está apta para realizar o disparo, momento este denominado de

passo [11].

12

• Pré-condições: para que uma marca �ua de um lugar para uma transição, através de um

arco orientado que sai do lugar e vai para a transição, esse lugar deve possuir uma marca.

• Pós-condições: para que uma marca �ua de uma transição para um lugar, através de um

arco orientado que sai da transição e vai para o lugar, esse lugar não pode possuir marcas.

A �gura 5 ilustra um exemplo de um processo de manufatura em três estados diferentes. A

passagem de um estado para outro ocorre através dos disparos realizados, que possibilitam a

transição das marcas pela rede.

Figura 5 - Representação de três estados (A, B e C) diferentes de um mesmo processo

No processo ilustrado, inicialmente a rede encontra-se no estado A. As pré-condições e

pós-condições necessárias para o disparo �Usinagem� estão satisfeitas, portanto esse disparo é

realizado entre os estados A e B. Já a transição �Montagem�, por exemplo, não possui todas

as condições veri�cadas para a ocorrência do disparo (as pré-condições não estão satisfeitas)

e, portanto, não há �uxo de marcas por essa transição nesse momento.

Após o primeiro passo do processo, a rede passa do estado A para o estado B. Este novo

estado passa a atender às pré-condições necessárias para o disparo da transição �Montagem�,

fazendo com que esse disparo seja realizado (as pós-condições já estavam atendidas e não

foram alteradas do estado A para o estado B). Feito um novo disparo, a con�guração do

processo passa a ser o estado C.

O exemplo em questão permite ainda a observação de dois detalhes importantes em relação

às transições. Quando uma transição não possuir um lugar de entrada, como é o caso da

transição �Fornecedor�, ela é considerada como uma fonte de marcas, ou seja, não necessita

de pré-condições para ser disparada. Quando uma transição não possuir lugar de saída, como

é o caso da transição posterior ao lugar �Cavaco�, ela é considerada como um sorvedouro de

marcas, ou seja, não necessita de pós-condições para ser disparada [6].

Dois novos conceitos podem ser introduzidos na rede de Petri a �m de simpli�car a sua

representação:

• • Capacidade de marcas C(p): é um número que representa o número máximo de marcas

que um lugar pode ter, representado de acordo com a �gura 6 A.

13

• • Peso de arcos W(f): é um número que representa a quantidade de marcas que é

transferida pelo arco, representado de acordo com a �gura 6 B

Figura 6 - Representação da capacidade de marcas (A) e de peso de arcos (B)

Com esses conceitos introduzidos, novas condições para que um disparo ocorra são acres-

centados [6]: para que marcas �uam de um lugar para uma transição, através de um arco

orientado, esse lugar deve possuir, no mínimo, o número de marcas determinado no peso do

arco; para que marcas �uam de uma transição para um lugar, através de um arco orientado,

esse lugar deve possuir capacidade de receber o número de marcas determinado no peso do

arco. Quando não existirem numerações indicando a capacidade de marcas de um lugar ou o

peso dos arcos, assume-se que eles valem 1.

4.2.2 Algumas características importantes

Na descrição de um processo produtivo podem existir algumas relações importantes entre

as atividades envolvidas, tais como sequência, paralelismo, sincronização, con�ito, comparti-

lhamento de recursos, entre outros [6].

• Sequência é uma característica que indica a relação de uma ordem de execução de ativi-

dades em um processo. Neste caso, representado pela �gura 7, para que uma transição

execute sua tarefa uma atividade anterior deve ter sido concluída anteriormente.

Figura 7 - Representação da sequência

• Paralelismo é uma característica que indica que duas (ou mais) atividades podem ser exe-

cutadas simultaneamente sem que haja interferência entre elas, assim como representado

14

na �gura 8. É importante destacar que ambas as atividades devem possuem uma origem

em comum.

Figura 8 - Representação do paralelismo

• Sincronização é uma característica indica a dependência de uma tarefa em relação a

outras. Neste caso, representado pela �gura 9, uma determinada transição só poderá

iniciar sua tarefa após atividades anteriores terem sido concluídas. É importante destacar

que a sincronia pode ocorrer entre atividades de origem comum (paralelismo) ou entre

atividades com origens distintas.

Figura 9 - Representação do sincronismo

• Con�ito é a uma característica que indica a existência de uma escolha, assim como

representado na �gura 10. Quanto duas ou mais atividades se encontram em con�ito,

apenas uma delas poderá ser realizada, ao passo que a realização das demais será inibida.

• Compartilhamento de recursos é uma característica que indica que um recurso, um equi-

pamento, por exemplo, está sendo utilizado por dois (ou mais) processos distintos, assim

como representado pela �gura 11. É importante destacar que este recurso só pode ser

utilizado por um processo de cada vez.

15

Figura 10 - Representação do con�ito

Figura 11 - Representação do compartilhamento de recursos

4.3 REDE DE PETRI PRODUTIVA

A produção em ambientes colaborativos é cada vez mais comum. As empresas pressionadas

por redução de custos e aumento da qualidade de seus produtos e serviços, além do aumento

da demanda por produtos personalizados, são desa�adas a inovarem constantemente para se

manterem competitivas no mercado global. Assim, as empresas são forçadas a colaborarem

umas com as outras [1] , levando em muitos casos ao surgimento de empresas virtuais [4].

Em ambientes como estes, nos quais as empresa participante possuem diversidades em suas

estruturas, como a forma de se organizar, o sistema produtivo adotado, as máquinas utiliza-

das, entre outros, a comunicação se torna um aspecto extremamente relevante. Para que um

produto ou serviço seja executado por um conjunto de empresas e�cientemente, cada parti-

cipante deve ter o mesmo entendimento do processo a ser executado, ou seja, independente

da máquina utilizada, do sistema produtivo adotado ou de qualquer outra diferença que possa

existir entre as empresas parceiras, o produto �nal obtido deve ser o mesmo [1].

Dessa forma, a adoção de uma linguagem padrão torna-se necessária para que as empresas

contidas dentro de um ambiente colaborativo possam ter o mesmo entendimento do processo.

É importante também que essa linguagem seja �exível no sentido de permitir que duas empresas

16

diferentes possam, com a mesma descrição do processo, realizar as atividades designadas da

melhor maneira possível para ela. Em outras palavras, é importante que essa linguem permita

que a empresa adapte a descrição do processo de acordo com suas especi�cidades de produção

[1].

Recentemente, com o objetivo de fornecer subsídios para a descrição de processos produtivos

em ambientes colaborativos, uma nova ferramenta, proposta por Caio Fattori, foi elaborada: a

�rede de Petri produtiva�. Baseada na tradicional rede de Petri, essa nova abordagem introduz

novos conceitos à RdP, tornando-a descrição de um processo mais �exível [1].

4.3.1 Formalização

A rede de Petri produtiva (RdPP) é uma extensão da tradicional rede de Petri. Com base nos

mesmo elementos básicos (lugar, marca, transição e arco orientado), regras e propriedades,

a RdPP propõem dois novos conceitos que �exibilizam a descrição do processo produtivo,

permitindo uma melhor adaptação de um processo para diferentes empresas [1].

Em um sistema produtivo, algumas sequências de atividades se assemelham muito devido à

utilização dos mesmos tipos de sinais para os mesmo tipos de equipamentos. Essas sequências

podem agrupadas, de acordo com a �gura 12, em uma única estrutura, chamada de instrução.

Figura 12 - Sequência de atividade sendo descrita por uma instrução

Uma instrução nada mais é do que a descrição de uma sequência de atividades, ou seja,

uma sequência de lugares e transições da RdP sintetizadas em uma única informação. Com a

utilização de uma linguagem de alto nível, a instrução possibilita uma descrição padronizada

das atividades envolvidas no processo, permitindo equipamentos com diferentes controladores

consigam traduzir a informação [1].

Uma maneira simpli�cada de representar uma ou mais instruções de transição é agrupá-las

em uma caixa de instruções [1]. A �gura 13 ilustra a representação grá�ca das instruções e

da caixa de instruções dentre dos elementos já conhecidos da RdP.

Na RdPP, para que uma marca �ua de um lugar para outro, através dos arcos orientados,

além das pré-condições e pós-condições necessárias, a(s) instrução(s) presente(s) na caixa de

17

Figura 13 - elementos de rede de petri produtiva

instrução deve(m) ser obedecida(s) para que o disparo seja efetuado.

Uma característica importante da caixa de instruções é que não existe uma ordem de exe-

cução prioritária das instruções presentes na caixa, ou seja, a realização das instruções pode

ser feita arbitrariamente. Entretanto, só é possível a realização de uma instrução por vez,

assim como pode ser observado pela representação da �gura 14. Conforme as instruções vão

sendo realizadas para que uma transição seja disparada, a caixa de instruções vai veri�cando a

realização ou não de cada uma das instruções. Após todas terem sido executadas a transição

esta apta para o disparo [1].

Figura 14 - Representação da sequência arbitrária interna à caixa de instruções

Essa estruturação de instruções agrupadas em uma caixa sem ordem prioritária de execução

permite uma maior �exibilidade do processo produtivo por parte das empresas. Isso ocorre

pois, tendo uma descrição de um processo em mãos, a empresa responsável pela execução de

uma certa etapa do processo pode adaptar a RdPP a �m de conseguir uma descrição que lhe

proporcionará uma maior produtividade no processo. Isso ocorre devido possibilidade de se

realizar combinações e re�namentos nas caixas de instruções de uma transição.

Assim, uma transição, que possui uma caixa de instruções associada, pode ser dividida

18

em duas ou mais transições em sequência com suas respectivas caixas de instruções. Esse

processo de separação é denominado de re�namento de uma caixa de instruções. O processo

inverso, a junção de duas ou mais transições sequenciais em apenas uma transição com sua

respectiva caixa de instruções, também é possível e é denominado de combinação de caixas

de instruções. Esses dois processos são reversíveis, ou seja, pode-se passar de estrutura para a

outra a qualquer momento, dependendo das vantagens que a mudança trará para a empresa

[1]. A �gura 15 ilustra esses processos.

Figura 15 - Re�namento e combinação de caixas de instruções

4.4 BOUDERY REPRESENTATION

Nesta forma clássica de representação, os objetos são representados como sendo um con-

junto de faces poligonais planas. A Boundary Representation (representação pela fronteira)

tem esse nome, devido ao fato de de�nirmos o objeto através de suas bordas ou fronteiras,

utilizando polígonos. Outros nomes comuns dados a essa técnica são Polygonal Representation

e B rep [19].

Esta é a forma mais importante e utilizada de modelagem geométrica nos sistemas grá�cos

atuais. Pode ser exibido como imagem de maneira e�ciente, utilizando-se programas de ren-

derização implementados em hardware. O efeito visual na fronteiras dos polígonos pode ser

suavisado utilizando-se algoritmos de sombreamento. Porém, a criação de objetos demanda

árudo trabalho; superfícies curvas devem ter mais polígonos área para termos uma boa repre-

19

Figura 16 - : representação de sólido em B-Rep

sentação. A estrutura de dados do projeto para essa representação é simples, para construção

de um objeto utilizando B rep [19] basta especi�car todos os planos que compõem o objeto.

20

5 DESENVOLVIMENTO

O entendimento dos conceitos fundamentais levantados no capítulo anterior é fundamental

para a obtenção dos resultados que serão apresentados nesse capítulo, pois eles dão o embasa-

mento teórico necessário para as propostas que serão apresentadas para a análise da e�ciência

da rede de Petri produtiva em um sistema de transporte em ambiente colaborativo.

A utilização da RdPP na descrição de um processo de transporte requer uma padronização de

linguagem para que todas as empresas parceiras tenham um mesmo entendimento do produto

a ser transportado [1]. Dessa forma, as caixas de instruções, responsáveis por descrever o

conjunto de atividades que devem ser atendidas para que um disparo seja realizado na RdPP,

devem possuir uma estrutura que seja capaz de englobar as linguagens de alto nível que

já existem atualmente e que possibilitem a sua utilização para a descrição de um processo

produtivo qualquer, seja ele de manufatura, transporte, armazenagem.

Atualmente, inexiste uma padronização de linguagem no que tange a descrição de processos

de transporte de cargas em linguagem de alto nível [um dos resultados do presente trabalho,

fora veri�car esse dé�cit de conhecimento, para que em trabalhos vindouros tal problema seja

sanado]. Para poder facilitar o estudo desta gama do conhecimento tão vasta (transporte), fora

feita neste trabalho um levantamento de algumas industrias brasileiras, a se saber :industria

automotiva, industria alimentícia, industria química, industria de peças de grandes dimensões

e petroquímica; Com posterior categorização das cargas usualmente transportadas nos ramos

industriais citados com a �nalidade de conhecer quais são as necessidades básicas no transporte

de cada ramo industrial citado com algumas restriçoes de modelo posteriormente explicados.

Nesse ponto é importante ressaltar a inexistênica de uma linguagem padronizada de descri-

ção de processos produtivos em linguagem de alto nível. Dessa forma, a caixa de instruções

deve ter uma estrutura que seja capaz de absorver novos padrões de linguagens que venham

a ser desenvolvidas. Para exempli�car como novos padrões de descrição de processos produ-

tivos em linguagem de alto nível podem ser desenvolvidos de tal forma que se enquadrem a

estrutura proposta para a caixa de instruções, uma proposta de padronização de linguagem

será apresentada para operações de transporte no estudo de caso, que será um processo de

transporte relativamente simples de ser descrito.

5.1 CAIXA DE INSTRUÇÕES

A caixa de instruções, como já detalhado anteriormente, é um elemento da rede de Petri

produtiva que reúne uma ou mais instruções associadas a uma transição. Essas instruções

são sequências de atividades que devem ser atendidas, uma de cada vez, mas sem nenhuma

21

ordem especí�ca, para que uma marca �ua de uma lugar para outro na RdPP, através dos

arcos orientados [1].

Um sistema produtivo em ambiente disperso que utiliza o conceito de EV possui equipamen-

tos diversos que realizam funções especí�cas dentro do processo produtivo, como uma solda,

uma fresagem, um torneamento ou um transporte. Para otimizar o uso da linguagem em

equipamentos com funções diferentes, ela deve possuir uma estrutura particular que dependa

da função que o equipamento desempenha.

Atualmente, quase inexistem pesquisas que se focam na descrição dos processos de trans-

porte em linguagens de alto nível e padronizadas.Para sanar esse dé�cit de conhecimento

técnico, o presente estudo cria um modelo de linguagem generalista, teórico e que consiga

corresponder com as necessidades das RdPP[1].

Para atender a tais requisitos, englobando as tecnologias atuais existentes, um padrão de

Caixa de Instruções é aqui proposto, de acordo com a �gura 17. Tal estrutura é composta

por 3 classes de informação: função, categoria do produto transportado e característica da

operação.

Figura 17 - : Classes de informações presentes na caixa de instruções

A primeira classe de informações, chamada de Função, inclui dados da função do equipa-

mento. Por essa informação detecta-se qual o tipo de equipamentos que podem executar as

instruções da caixa de instruções descrita, como uma fresa, um torno, um veículo de trans-

porte, entre outros. A estrutura das informações das demais classes depende diretamente da

informação da função, pois suas estruturas devem ser otimizadas para cada função especí�ca

desempenhada no processo produtivo.

A segunda classe de informações, chamada de categoria do produto transportado, inclui

dados da categoria de transporte da peça ou outros produtos de entrada para a etapa do

processo de transporte descrito. Essa informação é comum para todos as instruções presen-

tes na caixa de instruções pois a ordem da execução das instruções dentro de uma caixa de

instruções é arbitrária. Essa informação é necessária para determinar a capacidade do equipa-

mento para realizar o processo, pois contém dados de dimensões do material/peça, formato

do material/peça, composição do material/peça, condições de armazenamento, condições de

transporte e outras informações relevantes para cada função especí�ca a ser desempenhada

na etapa do processo de transporte descrito, conforme a categoria na qual o produto a ser

transportado se encontre.

22

A terceira classe de informações, chamada de Característica da operação, inclui dados de

como deve ser feita a operação dentro de cada instrução da caixa de instruções.Possui ele-

mentos de operações básicas dos equipamentos de mesma função, como um furo em uma

fresa, um chanfro em um torno, a rota em um transporte, entre outros. Para as caixas de

instruções, cada instrução pode ser compreendida como uma característica de operação e deve

ser independente das demais instruções na mesma caixa de instruções.

5.2 CATEGORIZAÇÃO DO TRANSPORTE

No inicio do trabalho de veri�cação da e�ciência do transporte utilizando a RdPP, proposta

por C. Fatori [1]; Depara-se com uma di�culdade muito grande em achar pontos gerais nas

diversas formas de transporte existentes, sobretudo nas diversas áreas industriais brasileiras.

Visando mitigar esse problema de de�nição de estudo, fora feito um levantamento de refe-

rências bibliográ�cas do modus operandis adotados pelas empresas, nas mais diversas áreas

de bene�niciamento industrial brasileiro.

Posteriormente, Fez-se uma escolha de algumas industrias para focar os estudos, a se sa-

ber : Industria automobilística, industria alimentícia, industria de grandes peças indivisiv eis,

petroquímica e industria química[com foco no transporte de produtos perigosos].

Para cada área industrial estudada foram extraídas as variáveis que devem ser levadas em

consideração na análise e, posterior, desenvolvimento do plano de transporte a ser executado.

Tais variáveis impactam diretamente no tipo de veículo que fará o transporte; Mas como a

ideia que dá o norte ao trabalho é a �exibilidade nos processos produtivos, Não se especi�ca o

tipo de veículo que realizará o transporte, bem como os procedimentos de amarrações. Desde

que as variáveis apontadas na categorização sejam atendidas com segurança.

5.2.0.1 Caracteristicas básicas por industria

Insdustria automobilistica : O serviço de transporte deve se atentar à: dimensões do

veículo e peso por unidade do veículo[14].

Indústria Petroquímica : Tipos de produtos e volume [15].

Indútria Alimentícia : Dimensões do produto, peso, necessidade de circulação de ar,

temperatura e vedação [16].

Indústria de Grandes peças indívisiveis : Dimensões, peso, forma geométrica da peça

e vias pelas quais passará a peça [17].1.

1: A caracterização da forma geométrica da peça em linguagem de alto nível é feita em B-rep[19] , de�nido

anteriormente no presente trabalho nas de�nições fundamentais. Essa caracterização facilita o projeto logístico

23

Indústria química com foco em produtos perículosos. : por tratar-se de um ramo

muito diverso, contendo diversos estados da matérias (gasoso, líquido e sólido) e diferentes

efeitos que precisam ser levados em consideração (ex. Elementos corrosivos e explosivos. );

foi feita uma sub-categorização elencando tais efeitos e estados e colocando as características

básicas de seu transporte.

5.2.0.2 Sub-categorização dos produtos químicos perículosos [18]

Sólidos.

Cargas explosivas: controle de faísca, controle de choque e temperatura.

Gases.

In�amáveis : controle de faísca e controle de temperatura.

Pressão: Controle de temperatura, rigidez do veículo, que suporte a pressão do gás.

Líquido.

Líquido in�amáveis: controle de faíca, temperatura e vazamento.

Perigo à saúde : controle de vazamento. 2

5.3 ESTUDO DE CASO

O estudo de Caso baseou-se em um exercício realizado em sala de aula do curso de gra-

duação em engenharia mecatrônica na Universidade de São Paulo, na disciplina PMR2460 -

Modelagem e Controle de Sistemas Discretos .

Segue o enunciado completo 3.

Comportamento dinâmico de modelos.

Considera-se aqui conjuntos de dispositivos eletromecânicos e eletrônicos que emulam um

sistema produtivo disperso chamado de sistema �exível de montagem automatizado (SFMA).

Este SFMA é composto de 4 subsistemas (ou estações de trabalho) com funções especí�cas

e cada um desses subsistemas pode ser entendido como um sistema produtivo (SP).

Cada subsistema do SFMA tem um conjunto de sensores e atuadores mais adequados ao seu

funcionamento, isto é, execução de um processo produtivo. Estes subsistemas do SFMA são

integrados tanto do ponto de vista lógico como físico. No presente caso, o processo produtivo

do transporte, no que se refere ao planejamento da rota, bem como o tipo de veículo transportador [17]

2Obs 1 : Está é uma sub-categorização modelo, não abrangendo o todo da industria química de produtos

periculosos. Não mencionando produtos radioativos entre outros.

Obs 2: Os veículos devem estar sinalizados conforme a orientação da ANTT [18].

3O foco será unica e exclusivamente no transporte

24

global considerado é para a montagem de um produto que pode ser de 3 tipos:

• base prata com pino preto, mola e tampa;

• base preta com pino prata, mola e tampa; e

• base rosa com pino preto, mola e tampa.

5.3.1 Sistema �exível de montagem automatizada (SFMA)

Figura 18 - Subsistemas do SFMA.

5.3.2 Subsistema de alimentação

O subsistema de alimentação do SFMA emula uma instalação que provê matéria prima

para outros sistemas produtivos (SPs). Essa matéria prima deve ser retirada do seu estoque e

transportada para outras instalações e a função deste subsistema de alimentação é armazenar

de forma otimizada e conservar as matérias primas, além da retirada dessas do estoque.

No subsistema de alimentação do SFMA, a matéria prima armazenada é a base que pode

ser de vários tipos, de acordo com as cores e dimensões. O armazenamento das bases é feito

em um bu�er na forma de �la em que o subsistema de alimentação não é capaz de identi�car

a cor nem as dimensões das bases. Um pistão pneumático é acionado para retirar a base do

bu�er quando o subsistema de alimentação recebe a requisição de nova base. Após completar

a remoção da base, um braço pneumático remove a base (prendendo-a por sucção) deste

subsistema e a transporta para outro subsistema.

25

No caso do subsistema de alimentação, os atuadores presentes são o pistão e o braço

pneumáticos. Há apenas um sensor, do tipo capacitivo, neste subsistema para detectar a

presença de bases no bu�er. Esses elementos podem ser vistos na Figura 19 que mostra uma

representação esquemática da planta do subsistema de alimentação.

Figura 19 - Representação esquemática do subsistema de alimentação do SFMA

5.3.3 Subsistema de inspeção

O subsistema de inspeção do SFMA emula uma instalação que mede e quali�ca a base a

ser usada em outros SPs. A base tem que atender as especi�cações dos clientes que solicitam

o produto �nal.

No subsistema de inspeção do SFMA, são avaliadas a cor e a altura da base que chega.

Inicialmente, a base é trazida pelo braço pneumático (ou outro meio de transporte) para a

bancada de inspeção, que é o local onde estão todos os dispositivos de inspeção. Então, é

feita uma inspeção de cor que utiliza para isso a informação de 3 sensores: um capacitivo, um

indutivo e um óptico. O sensor capacitivo identi�ca a presença de uma base na bancada de

inspeção. O sensor indutivo identi�ca se uma base na bancada de inspeção possui metais em

sua composição (inclusive acabamentos metálicos). O sensor óptico identi�ca se uma base

possui cor (diferenciando apenas as bases coloridas das peças sem cor). A bancada de inspeção

possui ainda uma plataforma que eleva a base até um sensor piezoelétrico capaz de medir a

altura da peça. Após essas medições, o sistema de inspeção determina se a base atende aos

requisitos do pedido. Caso estes não estejam atendidos a base é empurrada por um pistão

pneumático para um bu�er chamado de �lixo� e caso as especi�cações estejam atendidas a

base é empurrada para uma rampa que coloca a base num pallet (do sistema de transporte)

e que leva a outro subsistema do SFMA.

No caso do subsistema de inspeção, os atuadores presentes são o pistão pneumático e a

plataforma móvel (de elevação). Quatro sensores compõem o sistema, um capacitivo, um

indutivo, um óptico e um piezoelétrico. A Figura 20 mostra uma foto dos subsistemas de

alimentação e inspeção, além de uma representação esquemática da planta do subsistema de

inspeção.

26

Figura 20 - Foto dos subsistemas de alimentação e de inspeção; e a representação esquemática

do subsistema de inspeção do SFMA

5.3.4 Subsistema de montagem

O subsistema de montagem do SFMA emula uma instalação que fabrica um produto a partir

das matérias primas recebidas. Num subsistema como o de montagem existem equipamentos

e manipuladores que permitem manusear, encaixar, posicionar e outras funções que alteram

os estados das matérias primas inicialmente recebidas.

No subsistema de montagem do SFMA, o manipulador é um braço robótico com 3 jun-

tas prismáticas (ou robô cartesiano) acionadas por motor elétrico e o end-e�ector, isto é a

ferramenta-garra tem uma válvula pneumática para a sua abertura e fechamento. O robô

cartesiano inicialmente retira a base que está num pallet e a coloca em uma bancada que

possui um mecanismo para prendê-la e impedir qualquer movimentação da mesma. Neste

subsistema tem-se um bu�er de outra matéria prima, isto é, a mola. Neste bu�er existe

também um dispositivo acionado por um pistão pneumático para retirar uma mola do bu�er

e o posicioná-lo para ser retirada pelo robô. A mola é retirada pelo robô e levada colocada

dentro da base. Neste subsistema tem-se ainda dois bu�ers de pinos, um para cada cor. A

cor do pino é escolhida de acordo com a cor da base em que ele será acoplado. Um atuador

pneumático de rotação remove o pino escolhido do bu�er e posiciona-o para retirada pelo

robô. O robô cartesiano então retira o pino e o coloca sobre a mola dentro da base. Por �m,

um pistão pneumático remove uma tampa de um bu�er de tampas. As tampas são iguais

para qualquer peça e o robô cartesiano retira a tampa e a coloca de forma alinhada com o

pino e com a mola, para que os elementos se encaixem perfeitamente. A ferramenta-garra do

robô cartesiano então gira a tampa para fechar o produto �nal. O robô remove da bancada o

produto �nal e posiciona-o sobre o pallet que vai retirá-lo do subsistema de montagem.

No subsistema de montagem, tem-se um sensor capacitivo na bancada, para detectar a

presença de peça. Os atuadores são os três motores que acionam o robô cartesiano, a válvula

pneumática de abertura e fechamento da ferramenta, os dois pistões pneumáticos que removem

27

a mola e a tampa de seus bu�ers e o atuador pneumático de rotação, que retira o pino de

um dos bu�ers. A Figura 21 mostra uma foto do subsistema de montagem, além de uma

representação esquemática da planta do subsistema de montagem.

Figura 21 - Foto do subsistema de montagem; e a representação esquemática do subsistema

de montagem do SFMA

5.3.5 Subsistema de transporte

O subsistema de transporte do SFMA emula um SP que realiza serviços de transporte

de matérias primas ou produtos. Sistemas com essas características necessitam de veículos

especializados para cada tipo de material a ser transportado. SPs que fornecem esse tipo

de serviço devem se preocupar com especi�cações como o tempo de transporte, dimensões e

características do material a ser transportado, a segurança que precisa ser considerada para

evitar riscos de contaminação, explosão e outros e com a qualidade no manuseio para evitar

danos ao material transportado.

No subsistema de transporte do SFMA, os veículos de transporte são pallets que �cam

em contato com esteiras que se mantém em constante movimento. A parada do pallet num

certo local é feita por pistões elétricos colocados nos pontos de parada do subsistema de

transporte. Estes pistões impedem �sicamente o movimento dos pallets de acordo com sua

posição: aberto ou fechado. O transporte é feito entre as estações que estão associadas aos

subsistemas anteriormente citados e outros associadas a sistemas para a retirada do produto

�nal e de armazenagem de pallets.

Em todo o subsistema da transporte do SFMA, há sensores capacitivos que indicam a

presença dos pallets em cada estação. Os atuadores presentes nesse subsistema são pistões

elétricos que param os pallets em cada estação em duas possíveis posições: na �la de entrada

da estação e na área de trabalho da estação. A Figura 22 mostra uma foto do subsistema de

transporte, além de uma representação esquemática da planta do subsistema de transporte.

28

Figura 22 - Foto do subsistema de transporte; e a representação esquemática de uma estação

do subsistema de transporte do SFMA

5.3.6 Padronização de linguagem

Tratando-se de um processo produtivo em ambiente colaborativo, o objetivo da descrição do

processo de implementação de transporte dos produtos através da RdPP, é que o mesmo possa

ser compartilhado, via dados computacionais, com diversas empresas parceiras interessadas em

participar dessa oportunidade de negócio. Para que todas essas empresas tenham o mesmo

entendimento do processo, a padronização da linguagem torna-se essencial para a comunicação

efetiva do processo.

Como sugerido na formulação da RdP, é necessário uma padronização de linguagem de alto

nível para a implementação da mesma [1].

Nesta etapa do trabalho será feita uma proposta de padonização de linguagem generalista,

para que possa ser alterada e evoluida até que um padrão de linguagem de alto nivél no

desenvolvimento coletivo de projetos de transporte estabeleça-se e conduza mais pesquisas e

desenvolva a técnica internacional.

padrão proposto : Vamos propor um padrão trivial e facilmente replicável.

Para elaborar a linguagem para a caixa de instruções consideraremos

As informações serão dadas com o Padrão : FCOD.4

F: tem como referência na caixa de instrução a função, ou seja, elenca o material a ser

transportado.

C: tem como referência na caixa de instrução a categoria do produto transportado, ou seja,

a categoria do material conforme a categorização enunciada no desenvolvimento do presente

trabalho.

O e D : tem como referência na caixa de instrução a operação, ou seja, determinam

respectivamente a origem e destino do profuto a ser transportado.

4As variáveis necessárias constarão em banco de dados da empresa nó(a qual solicita o transporte de outra

empresa

29

Fica implicito que as condições de armazenagem nos veículos são de�nadas pela categoria

do produto e pela empresa transportadora; �exibilizando, assim seu trabalho.

exemplo : supondo um transporte de uma peça de Base prata com pino preto, mola e

tampa; Transportada da inspeção para a montagem e sabendo que sua categoria é de�nida

pela letra C temos:

Para a caixa de instrução a seguinte mensagem : SCIM 5.

5Lembrando que as informações com as letras utilizadas para cada elemento deverão estar em um banco

de dados

30

6 CONCLUSÃO

A divisão proposta para a caixa de instruções em classes de informações é uma estrutura

padronizada que atende as necessidades exigidas por empresas em ambientes colaborativos.

Com ela é possível a descrição de um processo produtivo de manufatura em alto nível e que

engloba as tecnologias atuais existentes.

A Padronização de uma linguagem de alto nível genralista e passível de evolução também

pode ser considerado um dos ganhos deste trabalho, bem como a categorização das necessí-

dades basícas de alguns ramos industriais brasileiro.

Tal estrutura, compatível com a demanda existente, será utilizada para a análise da e�ciência

da rede de Petri produtiva em sistemas de transporte de petróleo, que será realisado, na

continuidade do projeto, com um estudo de caso real.

Portanto, tem-se no presente trabalho apontamentos de relevante importância para a téc-

nica nacional, seja na discussão e proposição de um padrão de linguagem de alto nível para o

desenvolvimento colaborativo no projeto de transporte, cujas pesquisas estão pouco desenvol-

vidas;seja na categorização das necessidades básicas no transporte por setor industrial.

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