ESTUDO AMBIENTAL PRELIMINAR - CGH Castro
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SUMÁRIO
1. INFORMAÇÕES GERAIS .......................................................................... 20
1.1 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR .................................................. 20
1.2 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO ......... 20
1.3 CONTATOS RELATIVOS AO EAP ............................................................ 20
1.3.1 Identificação da equipe técnica ............................................................... 21
1.3.1.1 Equipe técnica complementar .................................................................... 22
2. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 23
3. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ....................................................................... 26
3.1 AVALIAÇÃO COMPATIBILIDADE COM PLANOS E PROGRAMAS ......... 31
3.2 EMPREENDIMENTOS SIMILARES ........................................................... 35
4. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO .................................................... 38
4.1 FASES DO EMPREENDIMENTO .............................................................. 38
4.1.1 Fase de planejamento .............................................................................. 38
4.1.2 Fase de implantação ................................................................................ 39
4.1.2.1 Intersecção na rodovia ............................................................................... 43
4.1.3 Fase de operação ..................................................................................... 45
4.1.4 Fase de repotencialização ....................................................................... 45
4.1.5 Fase de desativação ................................................................................. 46
4.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA .................................................................. 46
4.3 ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS E/OU LOCACIONAIS ........................ 47
4.4 DESCRIÇÃO DAS TECNOLOGIAS EMPREGADAS ................................. 47
4.4.1 Potencial energético ................................................................................ 47
4.4.1.1 Vazão regularizada ..................................................................................... 48
4.4.1.2 Vazão assegurada e vazão máxima de engolimento ................................. 48
4.4.1.3 Níveis d’água – queda bruta e líquida ........................................................ 49
4.4.1.4 Potência instalada e energia média gerada................................................ 49
4.4.1.5 Energia média gerada para o histórico de vazões (energia assegurada) ... 50
4.4.2 Barragem ................................................................................................... 52
4.4.3 Desvio do rio ............................................................................................. 53
4.4.4 Circuito hidráulico .................................................................................... 55
4.4.4.1 Canal adutor ............................................................................................... 55
4.4.4.2 Câmara de Carga ....................................................................................... 56
4.4.5 Casa de força ............................................................................................ 56
4.4.5.1 Número de unidades e tipo de turbina ........................................................ 57
4.4.6 Reservatório .............................................................................................. 57
4.4.6.1 Sedimentologia ........................................................................................... 59
4.4.6.2 Vida útil do reservatório .............................................................................. 60
4.4.7 Subestação ............................................................................................... 62
4.4.8 Linha de Transmissão .............................................................................. 63
4.4.9 Equipamentos elétricos ........................................................................... 63
4.4.9.1 Geradores e acessórios ............................................................................. 63
4.4.9.2 Transformadores elevadores ...................................................................... 64
4.4.9.3 Acessórios .................................................................................................. 65
4.4.9.4 Fonte auxiliar de corrente alternada ........................................................... 65
4.4.9.5 Fonte auxiliar de corrente contínua ............................................................ 65
4.4.9.6 Medições .................................................................................................... 66
4.4.9.7 Proteção dos geradores ............................................................................. 66
4.4.9.8 Proteção da subestação e saída em alta tensão ........................................ 67
4.4.9.9 Malha de aterramento ................................................................................ 67
4.4.9.10 Sistema de comunicações .......................................................................... 68
4.4.9.11 Providências em caso de curto-circuito com aves ...................................... 68
4.5 INFRAESTRUTURA NECESSÁRIA PARA A IMPLANTAÇÃO E
OPERAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .................................................................... 69
4.5.1 Interferências em sistemas de infraestrutura e acessos futuros ......... 70
4.5.2 Resíduos e efluentes gerados na obra ................................................... 71
4.6 ÍNDICE DE CUSTO X BENEFÍCIO DO APROVEITAMENTO .................... 72
4.6.1 Comparação Custo Unitário Relativo (CUR) com Índice Custo-Benefício
(ICB) ................................................................................................................ 73
4.6.2 Análise financeira do empreendimento .................................................. 74
4.6.3 BENEFÍCIOS DO EMPREENDIMENTO .................................................... 77
5. FICHA TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO .............................................. 79
6. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO (AIP) ........................................... 80
6.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) ................................................... 81
6.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) ...................................................... 82
6.3 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) .................................................... 83
6.4 VARIÁVEIS DIRETAS E INDIRETAS NAS DIFERENTES FASES DO
EMPREENDIMENTO ................................................................................................ 85
6.4.1 Fase de Planejamento .............................................................................. 85
6.4.2 Fase de instalação .................................................................................... 87
6.4.3 Fase de operação ..................................................................................... 90
6.4.4 Fase de desativação ................................................................................. 92
7. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA ...................... 92
7.1 MEIO FÍSICO ............................................................................................. 93
7.1.1 Caracterização Climática ......................................................................... 93
7.1.1.1 Contexto Geral ........................................................................................... 93
7.1.1.2 Precipitação .............................................................................................. 103
7.1.2 Caracterização da qualidade do ar e dos níveis de ruído ................... 106
7.1.2.1 Qualidade do ar ........................................................................................ 106
7.1.2.2 Fontes de ruído ........................................................................................ 112
7.1.3 Estudos Geológicos e Geotécnicos ..................................................... 115
7.1.3.1 Geologia Regional .................................................................................... 115
7.1.3.2 Aspectos Fisiográficos Da Bacia Hidrográfica .......................................... 125
7.1.3.3 Características fisiográficas locais ............................................................ 130
7.1.3.4 Materiais Para Construção ....................................................................... 130
7.1.4 Riscos Geoambientais ........................................................................... 133
7.1.5 Caracterização Topográfica ................................................................... 136
7.1.5.2 Levantamento Topográfico ....................................................................... 138
7.1.5.3 Datum Utilizado ........................................................................................ 138
7.1.5.4 Compensação da ondulação Geoidal ....................................................... 139
7.1.5.5 Monografias dos Marcos Geodésicos Implantados .................................. 139
7.1.6 Estudo de Viabilidade Hídrica ............................................................... 139
7.1.6.1 Contexto Hidrográfico Regional ................................................................ 139
7.1.6.2 Contexto Hidrográfico Local ..................................................................... 149
7.1.7 Recursos hídricos .................................................................................. 177
7.1.7.1 Qualidade das águas superficiais ............................................................. 177
7.1.8 Metodologia de amostragem ................................................................. 178
7.1.9 Análise de dados .................................................................................... 180
7.1.9.1 Parâmetros físicos, químicos e microbiológicos ....................................... 180
7.1.9.2 Parâmetros biológicos .............................................................................. 182
7.1.10 Resultados .............................................................................................. 183
7.1.10.1 Parâmetros físicos, químicos e microbiológicos ....................................... 183
7.1.10.2 Índice de qualidade da água “IQA” ........................................................... 186
7.1.10.3 Índice de Estado Trófico “IET” .................................................................. 186
7.1.10.4 Considerações .......................................................................................... 193
7.1.10.5 Relatório fotográfico ................................................................................. 194
7.1.10.6 Laudos analíticos ...................................................................................... 195
7.1.10.7 Usos da água ........................................................................................... 206
7.2 MEIO BIÓTICO ......................................................................................... 211
7.2.1 Estudo da Flora ...................................................................................... 212
7.2.1.1 Objetivo .................................................................................................... 212
7.2.1.2 Materiais e Métodos ................................................................................. 213
7.2.1.3 Parâmetros avaliados ............................................................................... 217
Biomas...................................................................................................... 224
Áreas de Reconhecida Importância .......................................................... 229
Levantamento fitossociológico .................................................................. 236
7.2.1.1 Relatório Fotográfico ................................................................................ 252
Avifauna.................................................................................................... 253
Herpetofauna ............................................................................................ 272
Mastofauna ............................................................................................... 282
Ictiofauna .................................................................................................. 297
7.3 MEIO ANTRÓPICO .................................................................................. 326
7.3.1 Aspectos metodológicos ....................................................................... 327
7.3.2 Área de influência indireta ..................................................................... 327
7.3.2.1 Caracterização do município de Paranaíba .............................................. 327
7.3.3 Áreas de Influência Direta e Diretamente Afetada – AID E ADA ......... 343
7.3.3.1 Caracterização do uso e ocupação do solo na AID .................................. 343
7.3.3.2 Áreas passíveis de desapropriação e/ou remoção da população para a
implantação do empreendimento ............................................................................ 343
7.3.3.3 Cadastro das famílias e propriedades rurais ............................................ 344
7.3.3.4 Relatório fotográfico ................................................................................. 345
7.3.3.5 Vestígios arqueológicos, históricos ou artísticos ...................................... 346
7.3.3.6 Unidades de conservação ........................................................................ 347
7.3.3.7 Comunidades indígenas, quilombolas e tradicionais ................................ 347
7.3.4 Considerações ........................................................................................ 348
8. IMPACTOS AMBIENTAIS E PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS
................................................................................................................. 348
8.1 PARÂMETROS PARA AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ............................ 349
8.2 IDENTIFICAÇÃO, AVALIAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS.. 351
8.2.1 Meio Físico .............................................................................................. 351
8.2.1.1 Alteração da qualidade da água ............................................................... 351
8.2.1.2 Poluição do corpo hídrico e do solo por efluentes .................................... 353
8.2.1.3 Contaminação do solo .............................................................................. 355
8.2.1.4 Alteração da dinâmica hídrica .................................................................. 356
8.2.1.5 Aceleração dos processos erosivos e assoreamento ............................... 357
8.2.1.6 Alteração no uso do solo e na paisagem .................................................. 359
8.2.1.7 Geração de resíduos sólidos .................................................................... 360
8.2.2 Meio Biótico ............................................................................................ 362
8.2.2.1 Perda e fragmentação de habitat ............................................................. 362
8.2.2.2 Alteração da composição e diversidade da fauna terrestre ...................... 363
8.2.2.3 Alteração da composição e diversidade da fauna aquática ...................... 365
8.2.2.4 Interferência na migração da fauna aquática............................................ 366
8.2.2.5 Aumento da caça predatória e risco de atropelamento da fauna ............. 367
8.2.2.6 Perda de cobertura vegetal ...................................................................... 369
8.2.2.7 Manutenção da área florestal do entorno ................................................. 371
8.2.2.8 Aumento do conhecimento técnico-científico da região ........................... 372
8.2.3 Meio Antrópico ....................................................................................... 374
8.2.3.1 Geração de Empregos ............................................................................. 374
8.2.3.2 Interferências no cotidiano das populações vizinhas ................................ 375
8.2.3.3 Geração de expectativa ............................................................................ 376
8.2.3.4 Riscos de acidentes com a população local e operários .......................... 377
8.2.3.5 Aumento da oferta de energia elétrica ...................................................... 379
8.2.3.6 Aumento do potencial turístico e áreas de lazer ....................................... 379
8.2.3.7 Aumento da demanda na saúde ............................................................... 380
8.2.4 Matriz de classificação meio físico ....................................................... 382
8.2.5 Matriz de classificação meio biótico ..................................................... 385
8.2.6 Matriz de classificação meio antrópico ................................................ 388
8.3 CARACTERIZAÇÃO DOS PROGRAMAS AMBIENTAIS ......................... 392
8.3.1 Programa de gestão ambiental integrada ............................................ 393
8.3.1.1 Introdução................................................................................................. 393
8.3.1.2 Objetivo .................................................................................................... 394
8.3.1.3 Metodologia .............................................................................................. 394
8.3.1.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização ........................................ 394
8.3.2 Programa de comunicação social e educação ambiental................... 395
8.3.2.1 Introdução................................................................................................. 395
8.3.2.2 Objetivo .................................................................................................... 396
8.3.2.3 Metodologia .............................................................................................. 396
8.3.2.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização ........................................ 397
8.3.3 Programa de monitoramento das águas superficiais ......................... 397
8.3.3.1 Introdução................................................................................................. 397
8.3.3.2 Objetivo .................................................................................................... 398
8.3.3.3 Metodologia .............................................................................................. 398
8.3.3.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização ........................................ 399
8.3.3.5 Subprograma de monitoramento de macrófitas aquáticas ....................... 400
8.3.4 Programa de afugentamento, resgate e salvamento da fauna terrestre e
aquática .............................................................................................................. 402
8.3.4.1 Introdução................................................................................................. 402
8.3.4.2 Objetivo .................................................................................................... 402
8.3.4.3 Metodologia .............................................................................................. 403
8.3.4.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização ........................................ 403
8.3.5 Programa de monitoramento e manejo da fauna terrestre e aquática ....
.............................................................................................................. 404
8.3.5.1 Introdução................................................................................................. 404
8.3.5.2 Objetivo .................................................................................................... 404
8.3.5.3 Metodologia .............................................................................................. 404
8.3.5.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização ........................................ 405
8.3.6 Programa de monitoramento de taludes e contenção de processos
erosivos .............................................................................................................. 405
8.3.6.1 Introdução................................................................................................. 405
8.3.6.2 Objetivo .................................................................................................... 406
8.3.6.3 Metodologia .............................................................................................. 406
8.3.6.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização ........................................ 407
8.3.7 Programa de gestão e controle ambiental dos resíduos .................... 408
8.3.7.1 Introdução................................................................................................. 408
8.3.7.2 Objetivo .................................................................................................... 408
8.3.7.3 Metodologia .............................................................................................. 408
8.3.7.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização ........................................ 408
8.3.8 Programa de supressão vegetal e limpeza das áreas ......................... 409
8.3.8.1 Introdução................................................................................................. 409
8.3.8.2 Objetivo .................................................................................................... 409
8.3.8.3 Metodologia .............................................................................................. 409
8.3.8.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização ........................................ 410
8.3.9 Programa de recuperação das Áreas de Preservação Permanente .. 411
8.3.9.1 Introdução................................................................................................. 411
8.3.9.2 Objetivo .................................................................................................... 412
8.3.9.3 Metodologia .............................................................................................. 412
8.3.9.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização ........................................ 414
8.3.10 Programa de recuperação de áreas degradadas (PRAD) ................... 414
8.3.10.1 Introdução................................................................................................. 414
8.3.10.2 Objetivo .................................................................................................... 415
8.3.10.3 Metodologia .............................................................................................. 416
8.3.10.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização ........................................ 417
9. ANÁLISE, AVALIAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RISCOS .................. 417
9.1 HISTÓRICO DE ACIDENTES .................................................................. 418
9.1.1 Acidente na PCH Apertadinho – RO (2008) .......................................... 419
9.1.2 Acidente na UHE Espora – GO (2008) ................................................... 420
9.1.3 Acidente na CGH Vacaro – SC (2014) ................................................... 422
9.1.4 Acidente na PCH Inxú – MT (2015) ........................................................ 424
9.1.5 Acidente na PCH Verde 4A – MS (2017)................................................ 425
9.2 AVALIAÇÃO DE RISCOS ......................................................................... 426
9.2.1 Análise dos principais riscos ................................................................ 427
9.2.1.1 Cheia maior que a capacidade do vertedouro .......................................... 428
9.2.1.2 Rompimento da barragem ........................................................................ 428
9.2.1.3 Falha na tomada d´água........................................................................... 428
9.2.2 Análise das consequências ................................................................... 429
9.3 MEDIDAS PARA REDUÇÃO DE RISCOS ............................................... 433
9.4 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS – PGR ...................... 434
9.4.1 Considerações Iniciais ........................................................................... 434
9.4.2 Justificativa ............................................................................................. 435
9.4.3 Objetivos ................................................................................................. 436
9.4.3.1 Objetivos específicos ................................................................................ 436
9.4.4 Metodologia ............................................................................................ 437
9.4.5 Informações de segurança de processo .............................................. 438
9.4.6 Revisão dos riscos de processo ........................................................... 438
9.4.7 Gerenciamento de modificações .......................................................... 439
9.4.8 Manutenção e garantia da integridade de sistemas críticos .............. 439
9.4.9 Procedimentos operacionais ................................................................. 440
9.4.10 Capacitação de recursos humanos ...................................................... 440
9.4.11 Investigação de acidentes ..................................................................... 441
9.4.12 Conclusão ............................................................................................... 441
9.5 PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA – PAE .......................................... 442
9.5.1 Responsabilidade pelo Programa ......................................................... 444
10. CONCLUSÕES ........................................................................................ 445
11. REFERÊNCIAS ........................................................................................ 448
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1: Atual situação das Faixas Ciliares nas proximidades do empreendimento.
Fonte: Construnível, 2018. ........................................................................................ 36
Figura 3.2: Déficit de faixa ciliar no entorno do Rio Santana e UHE Ilha Solteira. .... 37
Figura 4.1: Protocolo de projeto de construção da galeria encaminhado ao DNIT para
fins de aprovação e autorização. ............................................................................... 44
Figura 4.2: Imagem ilustrativa do barramento semelhante ao ser construído na CGH
Castro. ....................................................................................................................... 53
Figura 4.3: Exemplo de desvio do rio, primeira fase. ................................................ 54
Figura 4.4: Exemplo de desvio do rio, segunda fase. ................................................ 55
Figura 4.5: Cálculo de volume do reservatório da CGH Castro. ................................ 58
Figura 4.6: Mapa de produção de sedimentos do Brasil. .......................................... 60
Figura 4.7: Cálculo da vida útil do reservatório da CGH Castro. ............................... 61
Figura 4.8: Esquema de desvio da rodovia e acesso futuros. ................................... 71
Figura 6.1: Esquematização das áreas de influência. ............................................... 81
Figura 6.2: Área Diretamente Afetada - ADA da CGH Castro. .................................. 82
Figura 6.3: Área de Influência Direta - AID da CGH Castro. ..................................... 83
Figura 6.4: Área de influência indireta do meio biótico e físico.................................. 84
Figura 6.5: Área de influência indireta - AII do meio socioeconômico, município de
Paranaíba. ................................................................................................................. 85
Figura 7.1: Mapa climático do Brasil. ........................................................................ 94
Figura 7.2: Temperatura média anual do Brasil. ....................................................... 95
Figura 7.3: Massas de ar atuantes no Brasil. ............................................................ 97
Figura 7.4: Mapa de Insolação anual no Brasil. ........................................................ 98
Figura 7.5: Mapa da Umidade relativa anual do Brasil. ............................................. 99
Figura 7.6: Mapa da direção predominante do vento no Brasil. .............................. 102
Figura 7.7: Precipitação Média Anual. ..................................................................... 104
Figura 7.8: Variação da precipitação média mensal na bacia. ................................ 106
Figura 7.9: Emissões de Monóxido de Carbono (CO) em ppm, para a data base de
09/11/2018, horário de medição 18 horas. .............................................................. 107
Figura 7.10: Limite da área de influência da CGH Castro. ...................................... 113
Figura 7.11: Tectônica das Placas. ......................................................................... 116
Figura 7.12: Escudo do Atlântico. ............................................................................ 116
Figura 7.13: Bacia do Paraná. ................................................................................. 118
Figura 7.14: Seção Geológica Esquemática da Bacia do Paraná. .......................... 118
Figura 7.15: Coluna Estratigráfica da Bacia do Paraná. .......................................... 119
Figura 7.16: Arcabouço Estrutural da Bacia do Paraná. ......................................... 121
Figura 7.17: Mapa Sismológico do Brasil. ............................................................... 123
Figura 7.18: Mapa de Domínios Morfoestruturais do Brasil. ................................... 125
Figura 7.19: Localização da área com incidência de processos erosivos. .............. 135
Figura 7.20: Articulação da Carta Geográfica (Sem escala). .................................. 137
Figura 7.21: Divisão da regiões hidrográficas do estado de Mato Grosso do Sul. .. 140
Figura 7.22: Regiões Hidrográficas do Brasil em conformidade com a Resolução nº
32/2003 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos. ........................................... 142
Figura 7.23: Unidades de planejamento e gerenciamento - UPG. .......................... 145
Figura 7.24: Sistemas aquíferos da UGH Santana-Aporé (MS). ............................. 146
Figura 7.25: Mapa hidrográfico da área de drenagem do rio Córrego Boa Vista e da
área de drenagem da CGH Castro. ......................................................................... 150
Figura 7.26: Representação do Método para a classificação hierárquica de Bacias
Hidrográficas. .......................................................................................................... 153
Figura 7.27: Vista parcial do P1. ............................................................................. 179
Figura 7.28: Vista parcial do P2. ............................................................................. 179
Figura 7.29: Vista parcial do P2. ............................................................................. 179
Figura 7.30: Coleta de água. ................................................................................... 194
Figura 7.31: Adição de conservantes. ..................................................................... 194
Figura 7.32: Coleta de invertebrados. ..................................................................... 194
Figura 7.33: Disco de Secchi. .................................................................................. 194
Figura 7.34: Estação de captação superficial de água da SANESUL. .................... 209
Figura 7.35: Outorga preventiva do empreendimento CGH Castro. ........................ 211
Figura 7.36: Trena utilizada para demarcação das unidades amostrais. ................ 215
Figura 7.37: Medição da Circunferência a altura do peito das árvores. .................. 215
Figura 7.38: Espécies florestais coletadas para identificação. ................................ 216
Figura 7.39: Relatório fotográfico para identificação. .............................................. 216
Figura 7.40: Distribuição das unidades amostrais da flora na região de implantação da
CGH Castro. ............................................................................................................ 223
Figura 7.41: Mapa de Biomas do Brasil. ................................................................. 224
Figura 7.42: Mapeamento das fitofisionomias conforme legenda do GeoMS Vegetação
para AII. ................................................................................................................... 228
Figura 7.43: Mapeamento das fitofisionomias conforme legenda do GeoMS Vegetação
para AID e ADA. ...................................................................................................... 228
Figura 7.44: Localização das Unidades de Conservação próximas a CGH Castro. 233
Figura 7.45: Áreas Prioritárias para Conservação na região do empreendimento. . 236
Figura 7.46: A – B) Fisionomia ao longo do Canal Adutor – Primeira Campanha
(Setembro, 2016). ................................................................................................... 238
Figura 7.47: C – D) Fisionomia ao longo do Canal Adutor – Segunda Campanha
(Janeiro, 2017). ....................................................................................................... 238
Figura 7.48: E – F) Antigas estruturas de barramento. ........................................... 238
Figura 7.49: G –H) Antigas estruturas da casa de força. ........................................ 239
Figura 7.50: Fisionomia da vegetação nas áreas de influência. .............................. 239
Figura 7.51: Faixa da vegetação ciliar. .................................................................... 239
Figura 7.52: Caracterização de antropização na Área de Influência Direta (AID). .. 239
Figura 7.53: Características do estudo no empreendimento CGH Castro. ............. 251
Figura 7.54: Fisionomia da vegetação na Área Diretamente Afetada (ADA). ......... 252
Figura 7.55: Athene cunicularia (Molina, 1782). ...................................................... 270
Figura 7.56: Theristicus caudatus (Boddaert, 1783). ............................................... 270
Figura 7.57: Monasa nigrifrons (Spix, 1824)............................................................ 270
Figura 7.58: Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789). .......................................... 270
Figura 7.59: Psittacara leucophthalmus (Statius Muller, 1776). .............................. 270
Figura 7.60: Tangara sayaca (Linnaeus, 1766). ...................................................... 270
Figura 7.61: Ramphastos toco (Statius Muller, 1776). ............................................ 271
Figura 7.62: Ara ararauna (Linnaeus, 1758)............................................................ 271
Figura 7.63: Columbina talpacoti (Temminck, 1811). .............................................. 271
Figura 7.64: Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758). .................................................. 271
Figura 7.65: Nemosia pileata (Boddaert, 1783). ...................................................... 271
Figura 7.66: Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788). ................................................ 271
Figura 7.67: Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766). ....................................................... 272
Figura 7.68: Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764). ............................................ 272
Figura 7.69: Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766). ................................................. 272
Figura 7.70: Busca ativa diurna. .............................................................................. 281
Figura 7.71: Busca ativa noturna. ............................................................................ 281
Figura 7.72: Tupinambis merianae Duméril & Bibron, 1839. ................................... 282
Figura 7.73: Tropidurus oreadicus Rodrigues, 1987. .............................................. 282
Figura 7.74: Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826. .................................................. 282
Figura 7.75: Leptodactylus fuscus Schneider, 1799. ............................................... 282
Figura 7.76: Instalação de armadilha fotográfica. .................................................... 295
Figura 7.77: Iscas para armadilha fotográfica. ........................................................ 295
Figura 7.78: Instalação de armadilha Sherman. ...................................................... 295
Figura 7.79: Instalação de armadilha Tomahawk. ................................................... 295
Figura 7.80: Registro de vestígios - pegadas. ......................................................... 296
Figura 7.81: Registro de vestígios - toca. Fonte: Construnível, 2017. .................... 296
Figura 7.82: Cabassous unicinctus. ........................................................................ 296
Figura 7.83: Cebus libidinosus. ............................................................................... 296
Figura 7.84: Cerdocyon thous. ................................................................................ 296
Figura 7.85: Sylvilagus brasiliensis. ........................................................................ 296
Figura 7.86: Didelphis albiventris. ........................................................................... 297
Figura 7.87: Myrmecophaga tridactyla atropelado na rodovia na AID. .................... 297
Figura 7.88: Dasypus novemcinctus atropelado na rodovia na AID. ....................... 297
Figura 7.89: Mazama gouazoubira atropelado na rodovia na AID. ......................... 297
Figura 7.90: Principais áreas para a ictiofauna. ...................................................... 299
Figura 7.91: Instalação de rede. ............................................................................. 307
Figura 7.92: Uso da tarrafa...................................................................................... 307
Figura 7.93: Astyanax altiparanae. .......................................................................... 308
Figura 7.94: Leporinus friderici. ............................................................................... 308
Figura 7.95: Hoplosternum littorale. ........................................................................ 308
Figura 7.96: Hypostomus sp 1. ................................................................................ 308
Figura 7.97: Hypostomus sp 2. ................................................................................ 308
Figura 7.98: Hypostomus sp 3. ................................................................................ 308
Figura 7.99: Imagem com a localização dos pontos amostrais da Ictiofauna. ........ 309
Figura 7.100: Instalação de Redes de Espera. ....................................................... 311
Figura 7.101: Retirada das redes de espera. .......................................................... 311
Figura 7.102: Uso de tarrafa nos pontos amostrais. ................................................ 311
Figura 7.103: Uso de tarrafa nos pontos amostrais. ................................................ 311
Figura 7.104: Retira e obtenção de dados biométricos da Ictiofauna coletada. ...... 312
Figura 7.105: Soltura das espécies coletadas. ........................................................ 312
Figura 7.106: Ponto amostral PX_06. ..................................................................... 317
Figura 7.107: Jusante do PX_06. ............................................................................ 317
Figura 7.108: Montante do PX_06. .......................................................................... 317
Figura 7.109: Locais possíveis de alimentação, refúgio e reprodução de espécies
reofilicas. ................................................................................................................. 322
Figura 7.110: Ponto 01. ........................................................................................... 323
Figura 7.111: Ponto 02. ........................................................................................... 323
Figura 7.112: Ponto 03. ........................................................................................... 323
Figura 7.113: Ponto 04. ........................................................................................... 323
Figura 7.114: Ponto 05. ........................................................................................... 323
Figura 7.115: Ponto 06. ........................................................................................... 323
Figura 7.116: Ponto 07. ........................................................................................... 324
Figura 7.117: Ponto 08. ........................................................................................... 324
Figura 7.118: Método com tarrafa. .......................................................................... 324
Figura 7.119: Método com tarrafa. .......................................................................... 324
Figura 7.120: Instalação de Redes de Espera. ....................................................... 324
Figura 7.121: Instalação de Redes de Espera. ....................................................... 324
Figura 7.122: Retirada e revisão das Redes. .......................................................... 324
Figura 7.123: Retirada e revisão das Redes. .......................................................... 324
Figura 7.124: Soltura dos exemplares coletados após obtenção de dados biométricos.
................................................................................................................................ 325
Figura 7.125: Soltura dos exemplares coletados após obtenção de dados biométricos.
................................................................................................................................ 325
Figura 7.126: Registro de Apareiodon affinis. ......................................................... 325
Figura 7.127: Registro de Apteronotus ellisi. ........................................................... 325
Figura 7.128: Registro de Astyanax altiparanae. ..................................................... 325
Figura 7.129: Registro de Crenicichla sp. predada. ................................................ 325
Figura 7.130: Registro de Gymnotus carapo. .......................................................... 326
Figura 7.131: Registro de Hoplias sp. ..................................................................... 326
Figura 7.132: Registro de Hypostomus aff. oculeus. ............................................... 326
Figura 7.133: Registro de Hypostomus aff. ancistroides. ........................................ 326
Figura 7.134: Registro de Pimelodella sp. ............................................................... 326
Figura 7.135: Registro de Serrasalmus maculatus. ................................................. 326
Figura 7.136: Localização do município de Paranaíba. ........................................... 328
Figura 7.137: Principais acessos ao município de Paranaíba. ................................ 329
Figura 7.138: Pirâmide etária município de Paranaíba – MS. ................................. 330
Figura 7.139: Composição do PIB de Paranaíba de 1999 a 2012. ......................... 337
Figura 7.140: Proporção de famílias beneficiadas pelo bolsa família - Município de
Paranaíba/MS. ........................................................................................................ 341
Figura 7.141: Pórtico de entrada do município. ....................................................... 342
Figura 7.142: Igreja Matriz de Paranaíba - MS ........................................................ 342
Figura 7.143: Entrevista com o Proprietário 1. ........................................................ 345
Figura 7.144: Entrevista com o Proprietário 2. ........................................................ 345
Figura 7.145: Entrevista com o Proprietário 3. ........................................................ 345
Figura 7.146: Vista da propriedade 3. ..................................................................... 345
Figura 9.1 Local após ruptura da PCH Apertadinho. ............................................... 420
Figura 9.2: Estruturas danificadas após ruptura da PCH Apertadinho. ................... 420
Figura 9.3: Fazendas alagadas após ruptura da UHE Espora. ............................... 422
Figura 9.4: Meandros alagados após ruptura da UHE Espora. ............................... 422
Figura 9.5: Ponte sobre GO-178 alagada. .............................................................. 422
Figura 9.6: Afluente afetado pelo rompimento da barragem. .................................. 422
Figura 9.7: BR alagada com a ruptura da CGH Vacaro. ......................................... 423
Figura 9.8: Barragem Vacaro depois da cheia. ....................................................... 423
Figura 9.9: Barragem Vacaro depois da cheia. ....................................................... 423
Figura 9.10: Alto nível do Rio Irani. ......................................................................... 423
Figura 9.11: Destruição da casa de força da PCH Inxú. ......................................... 425
Figura 9.12: Rompimento da barragem PCH Inxú. ................................................. 425
Figura 9.13: Alagamento na casa de máquinas na PCH Verde 4A. ........................ 426
Figura 9.14: Distância da cidade de Paranaíba até a CGH Castro. ........................ 430
Figura 9.15: Vista à jusante da CGH Castro. .......................................................... 431
Figura 9.16: Vista do local do barramento. .............................................................. 432
Figura 9.17: Esquema dos principais tópicos para segurança de barragens. ......... 434
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Empreendimentos similares para o estado do Mato Grosso do Sul. ...... 25
Tabela 4.1: Atividades realizadas na fase de planejamento do empreendimento. .... 38
Tabela 4.2: Gerenciamento da Obra da CGH Castro para a etapa de Implantação. 41
Tabela 4.3: Série de vazões médias mensais em m³/s na CGH Castro. ................... 51
Tabela 4.4: Motorização e resumo energético na CGH Castro. ................................ 52
Tabela 4.5: Dados do gerador selecionado adotado. ................................................ 63
Tabela 4.6: Dados do transformador elevador. ......................................................... 64
Tabela 4.7: Correção do IGP-DI. ............................................................................... 74
Tabela 7.1: Estações pluviométricas - informações específicas. ............................ 105
Tabela 7.2: Níveis de crédito de avaliação NCA para ambientes externos em dB(A).
................................................................................................................................ 113
Tabela 7.3: Limites de ruído para motocicletas e similares. .................................... 114
Tabela 7.4: Limites de ruído para veículos novos. .................................................. 115
Tabela 7.5: Relação de cartas topográficas utilizadas. ........................................... 137
Tabela 7.6: Relação dos marcos RBMC utilizados nos levantamentos topográficos.
................................................................................................................................ 138
Tabela 7.7: Unidades de planejamento e gerenciamento a partir da unidade física
natural. .................................................................................................................... 144
Tabela 7.8: Principais problemas de qualidade identificados nas águas subterrâneas.
................................................................................................................................ 148
Tabela 7.9: Classificação da bacia quanto à ocorrência de cheias em função do kc.
................................................................................................................................ 151
Tabela 7.10: Classificação da bacia quanto à ocorrência de cheias. ...................... 152
Tabela 7.11: Classificação da bacia quanto à densidade de drenagem. ................ 154
Tabela 7.12: Estações fluviométricas selecionadas no estudo hidrológico. ............ 156
Tabela 7.13: Disponibilidade de Dados nas Estações fluviométricas selecionadas no
estudo hidrológico. .................................................................................................. 156
Tabela 7.14: Vazões Médias Mensais da Estação Aporé, utilizada como estação base
dos estudos hidrometeorológicos. ........................................................................... 157
Tabela 7.15: Vazões Médias Mensais da Estação Campo Alegre. ......................... 158
Tabela 7.16: Vazões Médias Mensais da Estação Cassilândia. ............................. 159
Tabela 7.17: Características das estações utilizadas no estudo. ............................ 160
Tabela 7.18: Vazões médias mensais em m³/s da estação Aporé com falhas
completadas. ........................................................................................................... 169
Tabela 7.19: Vazões médias mensais em l/s.Km² da estação Aporé com falhas
completadas. ........................................................................................................... 170
Tabela 7.20: Série de Vazões Médias Mensais da CGH Castro. ............................ 171
Tabela 7.21: Vazões máximas observadas na Aporé. ............................................ 174
Tabela 7.22: Vazões máximas observadas na Aporé. ............................................ 174
Tabela 7.23: Vazões máximas observadas na CGH Castro. .................................. 175
Tabela 7.24: Vazões Extremas na CGH Castro, método de Gumbell. .................... 176
Tabela 7.25: Vazões Instantâneas na Estação Aporé. ............................................ 176
Tabela 7.26: Vazões Instantâneas na CGH Castro. ................................................ 177
Tabela 7.27: Caracterização dos pontos amostrais para análise da qualidade da água.
................................................................................................................................ 178
Tabela 7.28: Parâmetros utilizados para o cálculo do Índice de Qualidade da Água
(IQA) com seus respectivos pesos. ......................................................................... 181
Tabela 7.29: Classificação do estado trófico de rios e reservatórios, segundo Índice
de Carlson modificado. ............................................................................................ 182
Tabela 7.30: Pontuações designadas as diferentes famílias de macroinvertebrados
aquáticos ................................................................................................................. 183
Tabela 7.31: Resultado das análises dos parâmetros físicos, químicos e
microbiológicos dos pontos amostrais. .................................................................... 184
Tabela 7.32: Índice da qualidade de água (IQA) dos pontos amostrais na área de
influência. ................................................................................................................ 186
Tabela 7.33: Valores de classificação do corpo de água com base no cálculo do IQA
(Cetesb)................................................................................................................... 186
Tabela 7.34: Estado trófico dos pontos amostrais na área de influência. ............... 187
Tabela 7.35: Estado trófico e suas características principais, segundo Lamparelli
(2004). ..................................................................................................................... 187
Tabela 7.36: Resultado quantitativo do fitoplâncton registrado na área de influência.
................................................................................................................................ 188
Tabela 7.37: Resultado quantitativo do zooplâncton registrado na área de influência.
................................................................................................................................ 191
Tabela 7.38: Resultado quantitativo de organismos bentônicos na área de influência.
................................................................................................................................ 192
Tabela 7.39: Pontuação do índice de BMWP’ de Zoobentos na área de influência.
................................................................................................................................ 192
Tabela 7.40: Classes de qualidade, valores do BMWP’ e cores representativas. ... 192
Tabela 7.41: Empreendimentos hidrelétricos identificados na UGH Santana-Aporé.
................................................................................................................................ 208
Tabela 7.42: Dados da cobertura vegetal do Cerrado. ............................................ 225
Tabela 7.43: Unidades de Proteção Integral. .......................................................... 230
Tabela 7.44: Unidades de Conservação de Uso Sustentável. ................................ 230
Tabela 7.45: Demonstrativo de superfície protegida por unidades de conservação de
proteção integral no MS. ......................................................................................... 232
Tabela 7.46: Demonstrativo de superfície protegida por Reserva Particular do
Patrimônio Natural no MS. ...................................................................................... 232
Tabela 7.47: Demonstrativo de superfície protegida por Áreas de Proteção Ambiental
no MS. ..................................................................................................................... 232
Tabela 7.48: Espécies florestais e suas respectivas famílias botânicas encontradas na
Área Diretamente Afetada pela CGH Castro. .......................................................... 237
Tabela 7.49: Espécies ameaçadas de extinção e respectiva classificação. ............ 244
Tabela 7.50: Parâmetros fitossociológicos das espécies florestais amostradas. .... 246
Tabela 7.51: Relação das unidades amostrais e das espécies florestais. .............. 249
Tabela 7.52: Categorias de habitat da avifauna. ..................................................... 255
Tabela 7.53: Categorias de guilda trófica da avifauna. ........................................... 255
Tabela 7.54: Avifauna registrada para a área de influência indireta do
empreendimento. .................................................................................................... 256
Tabela 7.55: Lista da avifauna registrada na área de influência do empreendimento.
................................................................................................................................ 260
Tabela 7.56: Contingência da relação entre estrutura trófica e habitat preferencial da
avifauna registrada na área do empreendimento. ................................................... 268
Tabela 7.57: Lista da herpetofauna com potencial ocorrência na área de influência do
empreendimento. .................................................................................................... 275
Tabela 7.58: Lista da herpetofauna registrada na área de influência do
empreendimento. .................................................................................................... 279
Tabela 7.59: Lista de mamíferos com potencial ocorrência para a região do
empreendimento. .................................................................................................... 286
Tabela 7.60: Lista da mastofauna registrada na área de influência do
empreendimento. .................................................................................................... 289
Tabela 7.61: Caracterização das áreas amostrais da ictiofauna. ............................ 301
Tabela 7.62: Detalhamento técnico dos petrechos de pesca utilizados. ................. 301
Tabela 7.63: Lista de espécies com ocorrência para a região do empreendimento.
................................................................................................................................ 301
Tabela 7.64: Lista da ictiofauna registrada na área de influência do empreendimento.
................................................................................................................................ 303
Tabela 7.65: Caracterização dos Pontos Amostrais da Ictiofauna. ......................... 310
Tabela 7.66: Detalhamento Técnico dos Petrechos de Pesca Utilizados. .............. 310
Tabela 7.67:Software Past. ..................................................................................... 312
Tabela 7.68: Lista da Ictiofauna registrada na área deinfluência da CGH Castro. .. 314
Tabela 7.69: Lista de espécies registradas nas campanhas amostrais da Ictiofauna
para a CGH Castro. ................................................................................................. 319
Tabela 7.70: População total, por gênero, rural/urbana no município de Paranaíba -
MS. .......................................................................................................................... 330
Tabela 7.71: Longevidade e mortalidade infantil – 1991 até 2010. ......................... 332
Tabela 7.72: Estabelecimentos de saúde em Paranaíba – MS em abril de 2016. .. 333
Tabela 7.73: Matrícula inicial por zona e dependência administrativa – 2015. ....... 334
Tabela 7.74: Escolas, salas de aula existentes e utilizadas – educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio – 2015. ...................................................................... 334
Tabela 7.75: Índice de educação básica IDEB-2013. .............................................. 335
Tabela 7.76: Indicadores de saneamento básico para Paranaíba entre 1991 e 2010.
................................................................................................................................ 336
Tabela 7.77: Produto Interno Bruto de Paranaíba - 2014. ....................................... 336
Tabela 7.78: Estabelecimento industriais por ramos de atividade – CNAE (2014-2015).
................................................................................................................................ 337
Tabela 7.79: Contribuição das MPEs à geração de emprego - Município de
Paranaíba/MS. ........................................................................................................ 339
Tabela 7.80: Área colhida, produção, rendimento médio e valor da produção agrícola
temporária por tipo de cultura em 2015 para o município de Paranaíba. ................ 339
Tabela 7.81: Área colhida, produção, rendimento médio e valor da produção agrícola
permanente por tipo de cultura em 2015 para o município de Paranaíba. .............. 340
Tabela 7.82: Produção da Pecuária – 2015. ........................................................... 340
Tabela 7.83: Levantamento socioeconômico das propriedades.............................. 344
Tabela 7.84: Escolaridade dos entrevistados. ......................................................... 344
Tabela 7.85: Atividades econômicas desenvolvidas nas propriedades. .................. 345
Tabela 7.86: Sítios arqueológicos encontrados em Paranaíba. .............................. 346
Tabela 8.1: Matriz específica de classificação do impacto de alteração na qualidade
da água. .................................................................................................................. 352
Tabela 8.2: Matriz específica de classificação do impacto de poluição do corpo hídrico
e do solo por efluentes. ........................................................................................... 354
Tabela 8.3: Matriz específica de classificação do impacto de contaminação do solo.
................................................................................................................................ 355
Tabela 8.4: Matriz específica de classificação do impacto de alteração da dinâmica
hídrica. .................................................................................................................... 357
Tabela 8.5: Matriz específica de classificação do impacto de aceleração dos
processos erosivos e assoreamento. ...................................................................... 358
Tabela 8.6: Matriz específica de classificação do impacto de alteração no uso do solo
e na paisagem. ........................................................................................................ 360
Tabela 8.7: Matriz específica de classificação do impacto de geração de resíduos
sólidos. .................................................................................................................... 361
Tabela 8.8: Matriz específica de classificação do impacto de perda e fragmentação de
habitat. .................................................................................................................... 363
Tabela 8.9: Matriz específica de classificação do impacto de alteração da composição
e diversidade da fauna terrestre. ............................................................................. 364
Tabela 8.10: Matriz específica de classificação do impacto de alteração da
composição e diversidade da fauna aquática.......................................................... 365
Tabela 8.11: Matriz específica de classificação do impacto de interferência na
migração da fauna aquática. ................................................................................... 366
Tabela 8.12: Matriz específica de classificação do impacto de aumento da caça
predatória e riscos de atropelamento da fauna. ...................................................... 368
Tabela 8.13: Matriz específica de classificação do impacto de perda de cobertura
vegetal. .................................................................................................................... 370
Tabela 8.14: Matriz específica de classificação do impacto da manutenção da área
florestal ao entorno. ................................................................................................. 372
Tabela 8.15: Matriz específica de classificação do impacto de aumento do
conhecimento técnico-científico da região. ............................................................. 373
Tabela 8.16: Matriz específica de classificação do impacto de geração de empregos.
................................................................................................................................ 374
Tabela 8.17: Matriz específica de classificação do impacto de interferências no
cotidiano das populações vizinhas. ......................................................................... 375
Tabela 8.18: Matriz específica de classificação do impacto de geração de expectativa.
................................................................................................................................ 377
Tabela 8.19: Matriz específica de classificação do impacto de riscos de acidentes com
a população local e operários. ................................................................................. 378
Tabela 8.20: Matriz específica de classificação do impacto de aumento da oferta de
energia elétrica. ....................................................................................................... 379
Tabela 8.21: Matriz específica de classificação do impacto de aumento do potencial
turístico e áreas de lazer. ........................................................................................ 380
Tabela 8.22: Matriz específica de classificação do impacto de aumento da demanda
na saúde.................................................................................................................. 381
Tabela 8.23: Procedimentos para revegetação da cobertura ciliar através do plantio
de mudas................................................................................................................. 413
Tabela 9.1: Centrais Hidrelétricas em operação no Brasil. ..................................... 417
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 4.1: Gráfico de seleção de turbina da CGH Castro. ...................................... 57
Gráfico 4.2: Curva Cota x Área x Volume do reservatório da CGH Castro. .............. 58
Gráfico 7.1: Temperatura na estação Paranaíba. ..................................................... 96
Gráfico 7.2: Insolação na estação Paranaíba............................................................ 98
Gráfico 7.3: Umidade relativa na estação Paranaíba .............................................. 100
Gráfico 7.4: Umidade relativa média. ...................................................................... 100
Gráfico 7.5: Evapotranspiração real. ....................................................................... 101
Gráfico 7.6: Evaporação na estação Paranaíba. ..................................................... 101
Gráfico 7.7: Velocidade Média do Vento na estação Paranaíba. ............................ 103
Gráfico 7.8: Velocidade Máxima do Vento na estação Paranaíba. ......................... 103
Gráfico 7.9: Concentração de CO, referente ao período de 09 de novembro a 12 de
novembro. ............................................................................................................... 108
Gráfico 7.10: Emissões de Compostos Orgânicos Voláteis (ppb), data de 09/11/2018,
horário 18 h. ............................................................................................................ 109
Gráfico 7.11: Concentração de Compostos Orgânicos Voláteis, referente ao período
de 09 de novembro a 12 de novembro. ................................................................... 110
Gráfico 7.12: Concentração de material particulado (ug/m3), data de 09/11/2018,
horário 9 h. .............................................................................................................. 111
Gráfico 7.13: Concentração Material Particulado (ug/m3), referente ao período de 09
de novembro a 12 de novembro. ............................................................................. 112
Gráfico 7.14: Reta de regionalização das estações. ............................................... 160
Gráfico 7.15: Vazão x Leituras do posto fluviométrico Aporé. ................................. 162
Gráfico 7.16: Vazões mensais do posto fluviométrico Aporé. ................................. 162
Gráfico 7.17: Vazões mensais do posto fluviométrico Aporé. ................................. 163
Gráfico 7.18: Vazões x Leituras do posto fluviométrico Campo Alegre. .................. 163
Gráfico 7.19: Vazões mensais do posto fluviométrico Campo Alegre. .................... 164
Gráfico 7.20: Leituras das cotas mensais do posto fluviométrico Campo Alegre. ... 164
Gráfico 7.21: Vazões x Leituras do posto fluviométrico Cassilândia. ...................... 165
Gráfico 7.22: Vazões mensais do posto fluviométrico Cassilândia. ........................ 165
Gráfico 7.23: Leituras das cotas mensais do posto fluviométrico Cassilândia. ....... 166
Gráfico 7.24: Correlação entre a estação fluviométrica Aporé e Cassilândia. ......... 168
Gráfico 7.25: Correlação entre a estação fluviométrica Aporé e Campo Alegre. .... 168
Gráfico 7.26: Curva de permanência da CGH Castro. ............................................ 173
Gráfico 7.27: Índices ecológicos espaciais do fitoplâncton na área de influência. .. 191
Gráfico 7.28: Composição relativa das demandas setoriais por água (vazões
retiradas). ................................................................................................................ 206
Gráfico 7.23: Famílias com maior número de indivíduos amostrados. .................... 240
Gráfico 7.24: Famílias com maior número de espécies amostradas. ...................... 241
Gráfico 7.25: Classes de diâmetros dos indivíduos amostrados ............................. 242
Gráfico 7.26: Classes de altura dos indivíduos amostrados. ................................... 242
Gráfico 7.27: Classes de altura dos indivíduos amostrados. ................................... 246
Gráfico 7.28: Espécies com maior densidade absoluta. .......................................... 247
Gráfico 7.29: Espécies florestais com maior distribuição no fragmento florestal
estudado.................................................................................................................. 248
Gráfico 7.30: Espécies florestais com maior dominância na floresta estudada. ...... 248
Gráfico 7.31: Famílias registradas na área de influência do empreendimento. ....... 265
Gráfico 7.32: Guildas tróficas da avifauna registrada na área de influência do
empreendimento. .................................................................................................... 265
Gráfico 7.33: Habitat da avifauna registrada na área de influência do empreendimento.
................................................................................................................................ 267
Gráfico 7.34: Habitat preferencial da mastofauna. .................................................. 291
Gráfico 7.35: Guildas tróficas da mastofauna.......................................................... 292
Gráfico 7.36: Hábitos da mastofauna. ..................................................................... 293
Gráfico 7.37: Representatividade numérica e em biomassa das espécies registradas.
................................................................................................................................ 304
Gráfico 7.38: Índices ecológicos espaciais da ictiofauna registrada. ....................... 305
Gráfico 7.39: CPUE para malhadeiras obtidas durante o levantamento ictiofaunístico
da área de influência. .............................................................................................. 306
Gráfico 7.40: Representatividade numérica e em biomassa das espécies registradas.
................................................................................................................................ 315
Gráfico 7.41: Índices ecológicos espaciais da ictiofauna na área de influência. ..... 316
Gráfico 7.40: Gráfico do IDH comparado. ............................................................... 332
LISTA DE QUADROS
Quadro 7.1: Média histórica de temperaturas para cada mês do ano. ...................... 96
Quadro 7.2: Precipitações médias nas estações selecionadas............................... 105
Quadro 7.3: Informações CGH Castro e estação Aporé. ........................................ 167
Quadro 7.4: Resumo das correlações utilizadas para completar o período de vazões
médias mensais da estação Aporé. ........................................................................ 169
Quadro 7.5: Pessoas com 10 anos ou mais, economicamente ativas e não ativas.
................................................................................................................................ 341
Quadro 26.1: Matriz de Periculosidade (P) para barramentos. ............................... 427
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Estudo Ambiental Preliminar CGH Castro – Rio Santana
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CONSTRUNÍVEL Rua Odílio Alves, nº 127, Bairro Primo Tacca, Xanxerê (SC), CEP 89.820-000 Contato (49) 3433 1770 | (49) 9 9962 2372 [email protected] | [email protected] www.construnivelenergias.com.br
1. INFORMAÇÕES GERAIS
O empreendimento de geração de energia é de pequeno porte, classificado como
central geradora hidrelétrica (CGH), adotando o nome de CGH Castro. Se enquadra
na legislação vigente por apresentar potência máxima instalada de 5,0 MW, por
critério da Lei 13.360, de 17 de novembro de 2016.
1.1 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR
Nome Completo / Razão Social: Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
CPF/ CNPJ nº: 13.378.968/0001-06
CTF IBAMA n°:
End.: Rua Otacílio Gonçalves Padilha, n° 131, sala 03, bairro Primo Tacca
CEP: 89.820-000 Município: Xanxerê – SC
Representante legal: Cleber Antonio Leites
006.357.309-10
1.2 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO
Nome Completo / Razão Social: Construnível Energias Renováveis Ltda.
CPF/ CNPJ nº: 16.456.838/0001-24
CTF IBAMA n°: 5628579
End.: Rua Odílio Alves, n° 127, bairro Primo Tacca
CEP: 89.820-000 Município: Xanxerê – SC
Representante legal: Cleverson Luiz Leites
084.845.949-04
1.3 CONTATOS RELATIVOS AO EAP
Endereço para correspondência: Rua Odílio Alves, n° 127, bairro Primo Tacca
CEP: 89.820-000 Município: Xanxerê – SC
e-mail: [email protected]
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1.3.1 Identificação da equipe técnica
RESPONSÁVEIS TÉCNICOS
PROFISSIONAL ASSINATURA
Marcos Coradi Favero
Engenheiro Civil Esp. em engenharia de segurança do trabalho CREA-SC 122582-5 Coordenação do projeto básico, estudos geodésicos, planialtimétricos e batimetria, prognósticos e programas ambientais
Joiris Manoela Dachery
Engenheira de Energia Especialista em eficiência energética Mestranda em ciências ambientais CREA-SC 120525-0 Estudos hidrológicos e energéticos, prognósticos e programas ambientais
Renata Cavalheiro
Engenheira Florestal Pós-graduanda em auditoria e perícia ambiental CREA-SC 132327-3 Estudo socioeconômico, fitossociológico, prognósticos e programas ambientais
Amanda Flor Ulbinski
Bióloga CRBio 83669/07-D Estudos da avifauna, prognósticos e programas ambientais
Daiane Trombeta
Bióloga CRBio 81687/03-D Estudos da qualidade da água, prognósticos e programas ambientais
Tiago Lazzaretti
Biólogo CRBio 75744/03-D Estudos da ictiofauna e mastofauna, prognósticos e programas ambientais
Vanderlei F. de Araújo
Biólogo CRBio 83866/07-D Estudos da herpetofauna, prognósticos e programas ambientais
Willian Zapani Roman
Arquiteto e Urbanista Especialista em engenharia de estruturas CAU-BR A73051-3 Estudos de prognósticos e programas ambientais
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RESPONSÁVEIS TÉCNICOS
PROFISSIONAL ASSINATURA
Dailana Detoni Sampaio
Arquiteta e Urbanista Especialista em engenharia da construção civil CAU-BR A109898-5 Estudos de prognósticos e programas ambientais
1.3.1.1 Equipe técnica complementar
EQUIPE TÉCNICA COMPLEMENTAR
NOME CONSELHO
PROFISSIONAL FORMAÇÃO PROFISSIONAL / FUNÇÃO
Cleber Antonio Leites CREA-SC 084660-3 Engenheiro Civil
Gabriela Locatelli CREA-SC 150682-0 Engenheira Florestal
Alessandra Vidi Melo Aguardando CREA Engenheira Civil
Juliana Baccin CRBio 110570/03-D Bióloga
Cleiton Silva da Silveira Arqueólogo
Éberson Martins do Couto Arqueólogo
Clediane Leites Matemática Diretoria
Cleverson Leites Graduando em Engenharia Florestal Diretoria
Mauro Antonio Fusinatto Projetista
Welinton Michel de Vicentin Nunes Graduando em Engenharia Florestal Projetista
Danrlei Wrunsch Graduando em Engenharia Florestal Projetista
Renato Luzzi Técnico em Eletromecânica Projetista
Rudinei Welter Graduando em Arquitetura e Urbanismo Projetista
Jaqueline Warta Auxiliar no setor ambiental
Ilanes Leite Administração e logística
Vilson Leites Gerente de execução de obras
Elisabeth Garghetti Mulinari Financeiro
Wilson Thiago Boschetti Operador de perfuratriz
Sidnei Coradi Levantamento topográfico
Emerson Lucas dos Santos Levantamento topográfico
Rodinaldo de Oliveira Martins Levantamento topográfico
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2. INTRODUÇÃO
O presente relatório tem como objetivo apresentar o Estudo Ambiental Preliminar
(EAP) para o empreendimento Central Geradora Hidrelétrica (CGH) Castro, sendo
este solicitado pelo Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (IMASUL) como
instrumento para concessão do licenciamento ambiental prévio.
A composição do documento baseia-se no termo de referência disponibilizado pelo
Instituto especificamente para este empreendimento, sendo produto da Declaração
Ambiental de nº 156/2017.
O aproveitamento hidrelétrico CGH Castro foi projetado pela empresa Construnível
Energias Renováveis conjuntamente com a empresa Flamboyant Energias
Renováveis visando a geração de energia com o menor impacto possível ao meio
ambiente.
O projeto está localizado no rio Santana, onde há estruturas antigas existentes de um
empreendimento similar. Neste local é possível identificar a estrutura do canal adutor
e da antiga casa de máquinas. Como o local já foi alterado pela presença destas
estruturas, além de estar às margens da rodovia, a área já apresenta grande alteração
nos componentes ambientais.
O empreendimento tem como principal objetivo a geração de energia elétrica de forma
interligada ao Sistema Integrado Nacional (SIN), através do mercado cativo ou livre,
visando contribuir para o atendimento da demanda por energia elétrica no país, e em
conformidade com estudos e planejamentos governamentais para o setor.
As barragens já eram construídas na antiguidade com os objetivos de suprir a água
das cidades, desenvolver a irrigação e controlar as inundações. Com o início do uso
da energia elétrica no final do século XIX, as barragens passaram a ser utilizadas
também para geração da eletricidade, utilizando o potencial hidráulico dos rios. Essa
forma de energia gerou importantes transformações nos processos produtivos e na
vida cotidiana das sociedades industrializadas.
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No Brasil, a produção e o consumo de energia elétrica intensificaram-se a partir dos
anos 1950, com o aumento da importação de eletrodomésticos e o anseio nacional à
industrialização. O incentivo governamental à indústria automobilística, que tem como
característica o intenso consumo energético, fez com que o governo ampliasse a
oferta de energia. Esta opção de industrialização nacional promoveu o aumento das
vendas de carros e houve a necessidade da ampliação do sistema rodoviário nacional.
O surgimento das metrópoles alavancou a indústria da construção civil e do cimento
e de outras energo-intensivas. Tal acontecimento fez o setor de energia elétrica ser o
centro das atenções das autoridades governamentais, porque produz e disponibiliza
um bem indispensável ao desenvolvimento da nação (FILHO & CAMARGO, 2003, p.
92).
O consumo de eletricidade por habitante no Brasil tem aumentado acentuadamente
desde 1970. Deve-se ressaltar que o consumo de eletricidade está ligado à qualidade
de vida da população, pois reflete a utilização de bens e serviços essenciais à
sociedade, como o uso de eletrodomésticos, iluminação pública, saúde, educação,
transporte, saneamento e comércio. Além disso, a produção de energia elétrica é
assunto conexo à questão ambiental.
De acordo com o Banco de Informações da Geração (BIG) da Aneel, em outubro de
2017, existem em operação 618 CGH’s, com potência total de 562.368 kW; 431 PCH’s
com 4.970.991 kW; e 219 UHE’s com capacidade total instalada de 101.188.678 kW.
Nesta data as usinas hidrelétricas, independentemente de seu porte, respondem por
61,18% da potência total instalada no país.
Assim, para que haja um crescimento constante do parque gerador de energia, das
alternativas hoje incentivadas, sob uma perspectiva de proteção ao meio ambiente,
se destacam as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH) e as Pequenas Centrais
Hidrelétricas (PCH). Esses dois tipos de empreendimento apresentam prazos de
construção mais curtos, ocupando menor espaço territorial e, de certa maneira,
apresentando impactos ambientais de menor magnitude e abrangência.
A necessidade de suprir a demanda de energia exigida pelo crescente
desenvolvimento econômico faz com que os investimentos voltados para geração de
energia, seja ela para consumo próprio ou para comercialização, tenham um mercado
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promissor, que aliado ao baixo impacto ambiental da instalação de uma CGH, torna
esses empreendimentos viáveis, em termos ambientais e econômicos.
Este tipo de empreendimento contribui para a maior estabilidade energética de acordo
com a demanda de regiões de grande consumo e para a descentralização locacional
das fontes produtoras de energia, no contexto nacional. Pode-se desta forma
visualizar as CGH’s como promotoras dos seguintes benefícios:
Geração de emprego e renda de forma descentralizada;
Segurança energética;
Geração de energia descentralizada;
Menor impacto ambiental quando vistas isoladamente;
Fonte de energia limpa e renovável.
O estado do Mato Grosso do Sul dispõe, atualmente, de 15 CGH’s, que juntas
possuem uma potência instalada de 6.507 kW; 10 PCH’s, com potência de 183.166
kW e 2 UHE’s, com 77.500 kW. Ainda, possui em construção 2 PCH’s, que farão o
incremento de 47.000 kW, e outras 2 PCH’s, com construção ainda não iniciada, com
mais 45.150 kW de potência instalada para o estado (ANEEL, 2017).
As CGH’s ainda não ocupam uma posição de destaque no que se refere à exploração
de seu potencial hidrelétrico. Na tabela a seguir foram destacados os
empreendimentos que se enquadram como CGH no estado, ou seja,
empreendimentos de até 5 MW de potência.
Tabela 2.1: Empreendimentos similares para o estado do Mato Grosso do Sul.
Usina Potência
(kW) Proprietário Município
Cassilândia 500 Pantanal Energética Ltda Cassilândia - MS
Aquarius 4.200 Aquarius Energética S.A Sonora – MS Itiquira - MT
São João I 664 São João Energia Ltda Ponta Porã - MS
São João II 600 São João Energia Ltda Ponta Porã - MS
Coxim 400 Coxim Energia Ltda Coxim - MS
Aporé 1.000 Reichert Agropecuária Ltda Chapadão do Sul - MS
Santa Izabel 1.000 Usina Hidrelétrica Santa Izabel
Ltda Jaraguari - MS
Campo Grande - MS
Córrego São Luiz 688 Renato Eugênio de Rezende
Barbosa Laguna Carapã - MS
Amambaí - MS
Energia Maia Ltda 600 Energia Maia Ltda Campo Grande - MS
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Usina Potência
(kW) Proprietário Município
Fazenda Concórdia 58 Valdir José Zorzo Nova Alvorada do Sul
- MS
Fazenda Marcela 58 Valdir José Zorzo Campo Grande - MS
Rio Formoso 50 Não identificado Bonito - MS
Bela Miragem 225 São Gabriel Hidroenergia Ltda São Gabriel do Oeste -
MS
Ribeirão 144 Iaco Agrícola S.A. Chapadão do Sul - MS
Agropecuária São Marcos
504 Agropecuária São Marcos Ltda Costa Rica - MS
Fazenda Cachoeira Arantes
16 Sérgio Eduardo Tormin
Arantes Costa Rica - MS
Fonte: Matriz Energética do Brasil – ANEEL (2017).
Analisando os dados disponibilizados pela ANEEL, nota-se que os empreendimentos
são de baixa potência instalada, além disso, 8 dos 15 empreendimentos são de
operação anterior ao ano de 2000. Nestes critérios verifica-se a baixa inclusão deste
tipo de empreendimento na contribuição de energia para o estado, o que corrobora a
importância da viabilização destes projetos.
Visando ampliar a geração de energia a partir de fontes limpas, o Governo Federal
criou, através da Lei nº 10.438/2002, o Proinfa - Programa de Incentivo às Fontes
Alternativas de Energia Elétrica com o objetivo de aumentar a participação de fontes
alternativas renováveis (pequenas centrais hidrelétricas, usinas eólicas e
empreendimento termelétrico a biomassa) na produção de energia elétrica. Além
disso, disponibilizou incentivos que variam de financiamentos pelo BNDES e garantia
de compra da energia gerada.
Desta forma, há um conjunto de incentivos governamentais para o crescimento do
setor que se justifica pela importância e demanda por energia elétrica no país, além
das vantagens comparativas das CGH’s.
3. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia onde o órgão ambiental
autoriza a localização, instalação e operação de empreendimentos ou atividades
utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente
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poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental.
A premissa fundamental do licenciamento ambiental consiste na exigência de
avaliação de impacto ambiental para os empreendimentos e atividades passíveis de
licenciamento, de forma a prevenir e/ou mitigar danos ambientais que venham a afetar
o equilíbrio ecológico e socioeconômico, comprometendo a qualidade ambiental de
uma determinada localidade, região ou país.
Uma vez constatado o perigo ao meio ambiente, deve-se ponderar sobre os meios de
evitar ou minimizar o prejuízo. A Lei 6.938/81 estabeleceu a “avaliação dos impactos
ambientais” (Art. 9º, III) como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente.
A Resolução 01/86 do CONAMA, em seu Art. 1º, considera impacto ambiental:
“Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente afetam: I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II – as atividades sociais e econômicas; III – a biota; IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V – a qualidade dos recursos ambientais.”
As principais leis, decretos, resoluções e portarias associadas ao licenciamento
ambiental de empreendimentos hidrelétricos, bem como os mais importantes
dispositivos legais na área do meio ambiente, estão dispostos a seguir.
DISPOSITIVO LEGAL
DESCRIÇÃO DATA DA
PUBLICAÇÃO
Constituição Federal
No Capítulo I, Artigo 5º, fica determinado que qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 05.10.1988
Constituição Federal
O Capítulo VI, Artigo 225, determina que "Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações."
05.10.1988
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DISPOSITIVO LEGAL
DESCRIÇÃO DATA DA
PUBLICAÇÃO
Constituição Federal
O Capítulo II, Art. 20, Inciso III, determina como bens da União: "os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio...". No mesmo artigo, Inciso XI, Parágrafo 1º, "é assegurada, nos termos da
Lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo e gás natural, de recursos hídricos para fins de
geração de energia elétrica..., ou compensação financeira por essa exploração."
05.10.1988
Lei Complementar nº
140
Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum
relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à
preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.
08.12.2011
Lei Federal nº 3.824
Torna obrigatória a destoca e consequente limpeza das bacias hidráulicas dos açudes, represas e lagos artificiais.
23.11.1960
Lei Federal nº 5.197
Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências. 03.01.1967
Lei Federal nº 6.938
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional de Meio Ambiente-SISNAMA e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. A Lei estabelece, ainda, como instrumentos da Política Nacional de Meio
Ambiente, o licenciamento pelo órgão competente, a revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras e o Cadastro Técnico
Federal de atividades potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais (atualizado pela Lei nº 7.804/89).
31.08.1981
Lei Federal nº 7.990
Institui, para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação financeira pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, de recursos minerais em seus respectivos territórios, plataformas continentais, mar
territorial ou zona econômica exclusiva, e dá outras providências. Estabelece em seu Art. 4º os casos de isenção, incluindo instalações
geradoras com capacidade até 10 MW.
28.12.1989
Lei Federal nº 9.433
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras providências.
Altera, parcialmente o Código das Águas. 08.01.1997
Lei Federal nº 9.605
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências.
12.02.1998
Lei Federal nº 9.984
Dispõe sobre a Criação da Agência Nacional de Água - ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de
coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
17.07.2000
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DISPOSITIVO LEGAL
DESCRIÇÃO DATA DA
PUBLICAÇÃO
Lei Federal nº 9.985
Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza e dá outras providências. 18.07.2000
Lei Federal nº 10.438
Dispõe sobre a expansão da oferta de energia elétrica emergencial, recomposição tarifária extraordinária, cria o Programa de Incentivo às
Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), dispõe sobre a universalização do
serviço público de energia elétrica, dá nova redação às Leis n o 9.427, de 26 de dezembro de 1996, nº 9.648, de 27 de maio de 1998, n o 3.890-A, de 25 de abril de 1961, n o 5.655, de 20 de maio de 1971, n o 5.899, de 5
de julho de 1973, n o 9.991, de 24 de julho de 2000, e dá outras providências.
26.04.2002
Lei Federal nº 11.428
Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.
22.12.2006
Lei Federal nº 12.651
Dispõe sobre o novo código florestal, estabelecendo normas gerais com o fundamento central da proteção e uso sustentável das florestas e
demais formas de vegetação nativa em harmonia com a promoção do desenvolvimento econômico.
25.05.2012
Lei Federal nº 13.360
Altera a Lei nº 5.655, de 20 de maio de 1971, a Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, a Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, a Lei nº 12.111, de 9 de dezembro de 2009, a Lei nº 12.783, de 11 de janeiro de 2013, a Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de
1989, a Lei nº 9.491, de 9 de setembro de 1997, a Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, a Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, a Lei nº
11.488, de 15 de junho de 2007, a Lei nº 12.767, de 27 de dezembro de 2012, a Lei nº 13.334, de 13 de setembro de 2016, a Lei nº 13.169, de 6 de outubro de 2015, a Lei nº 11.909, de 4 de março de 2009, e a Lei nº
13.203, de 8 de dezembro de 2015; e dá outras providências.
17.11.2016
Decreto Federal nº 4.339
Institui princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade.
22.08.2002
Decreto Federal nº 4.541
Regulamenta os arts. 3º, 13, 17 e 23 da Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, que dispõe sobre a expansão da oferta de energia elétrica
emergencial, recomposição tarifária extraordinária, cria o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA e a
Conta de Desenvolvimento Energético – CDE, e dá outras providências.
26.03.2003
Decreto Federal nº 6.660
Regulamenta dispositivos da Lei no 11.428, de 22 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma
Mata Atlântica. 21.11.2008
Decreto Federal nº 99.274
Regulamenta a Lei nº 6.902/81 e a Lei nº 6.938/81, que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de
Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências.
06.06.1990
Lei Estadual nº 2.257
Dispõe sobre as diretrizes do licenciamento ambiental estadual, estabelece os prazos para a emissão de Licenças e Autorizações
Ambientais, e dá outras providências. 09.07.2001
Lei Estadual nº 2.406
Institui a Política Estadual dos Recursos Hídricos, cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos e dá outras
providências. 29.01.2002
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DISPOSITIVO LEGAL
DESCRIÇÃO DATA DA
PUBLICAÇÃO
Lei Estadual nº 3.709
Fixa a obrigatoriedade de compensação ambiental para empreendimentos e atividades geradoras de impacto ambiental negativo
não mitigável, e dá outras providências. 16.07.2009
Lei Estadual nº 3.886
Dispõe sobre a pesca e a aquicultura e estabelece medidas de proteção e controle da ictiofauna, e dá outras providências.
28.04.2010
Lei Estadual nº 3.992
Altera e acresce dispositivos à Lei nº 2.257, de 9 de julho de 2001, que dispõe sobre as diretrizes do licenciamento ambiental, e dá outras
providências. 16.12.2010
Lei Estadual nº 4.163
Disciplina, no âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul, a exploração de florestas e demais formas de vegetação nativa, a utilização de matéria
prima florestal, a obrigação da reposição florestal e altera dispositivo da Lei nº 3.480, de 20 de dezembro de 2007.
02.01.2012
Lei Estadual nº 13.550
Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Cerrado no Estado, e dá providências correlatas
02.07.2009
Decreto Estadual nº 10.600
Dispõe sobre a cooperação técnica e administrativa entre os órgãos estaduais e municipais de meio ambiente, visando ao licenciamento e à
fiscalização de atividades de impacto ambiental local. 19.12.2001
Decreto Estadual nº 11.408
Disciplina o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades localizados nas áreas de preservação permanente, e dá outras
providências. 23.09.2003
Decreto Estadual nº 12.909
Regulamenta a Lei Estadual nº 3.709, de 16 de julho de 2009, que fixa a obrigatoriedade de compensação ambiental para empreendimentos e
atividades geradoras de impacto ambiental negativo não mitigável, e dá outras providências.
29.12.2009
Decreto Estadual nº 13.990
Regulamenta a outorga de direito de uso dos recursos hídricos, de domínio do Estado de Mato Grosso do Sul.
02.07.2014
Resolução CONAMA nº 01
Define os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. 23.01.1986
Resolução CONAMA nº 06
Estabelece os modelos de publicação de pedidos de licenciamento, em qualquer de suas modalidades, sua renovação e respectiva concessão
de licença. 24.01.1986
Resolução CONAMA nº 06
Regulamenta o licenciamento ambiental para exploração, geração e distribuição de energia elétrica.
16.09.1987
Resolução CONAMA nº 09
Regulamenta a Audiência Pública. 03.12.1987
Resolução CONAMA nº 01
Estabelece critérios e procedimentos básicos para a implementação do Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental, previsto na Lei nº 6.938/81 16.03.1988
Resolução CONAMA nº 30
Define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica, a fim de orientar os
procedimentos de licenciamento de atividades florestais no Estado do Mato Grosso do Sul.
30.12.1994
Resolução CONAMA nº 09
Define "corredores entre remanescentes" citado no artigo 7º do Decreto nº 750/93 e estabelece parâmetros e procedimentos para a sua
identificação e proteção. 24.10.1996
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DISPOSITIVO LEGAL
DESCRIÇÃO DATA DA
PUBLICAÇÃO
Resolução CONAMA nº 237
Revisão dos procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de licenciamento
como instrumento de gestão ambiental. 19.12.1997
Resolução CONAMA nº 279
Estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental simplificado em empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto
ambiental. 27.06.2001
Resolução CONAMA nº 302
Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do
entorno. 20.03.2002
Resolução CONAMA nº 303
Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.
20.03.2002
Resolução CONAMA nº 357
Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
padrões de lançamento de efluentes. 17.03.2005
Resolução SMA nº 64
Dispões sobre o detalhamento das fisionômicas da vegetação do cerrado, e de seus estágios de regeneração.
10.09.2009
Resolução SEMADE nº 09
Estabelece normas e procedimentos para o licenciamento ambiental estadual, e dá outras providências.
13.05.2015
Instrução Normativa
IBAMA nº 065
Estabelece os procedimentos para o licenciamento de Usinas Hidrelétricas-UHE e Pequenas Centrais Hidrelétricas-PCH, consideradas
de significativo impacto ambiental e cria o Sistema Informatizado de Licenciamento Ambiental Federal-SISLIC.
13.04.2005
Portaria MMA nº 09
Reconhece áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira.
23.01.2007
Portaria IMASUL nº 142
Estabelece as instruções gerais e rotinas para divulgação de Audiências Públicas como parte do Licenciamento Ambiental no âmbito do Instituto
de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul - IMASUL e dá outras providências.
26.10.2010
3.1 AVALIAÇÃO COMPATIBILIDADE COM PLANOS E PROGRAMAS
Os governos federal, estadual e municipal desenvolvem uma série de políticas
públicas para incentivar o desenvolvimento econômico e social das regiões brasileiras.
Empreendimentos energéticos, que utilizam como fonte os potenciais hídricos, são
temas que sempre recebem atenção, tanto por serem obras de utilidade pública, bem
como por seus impactos sobre o meio ambiente.
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Quando se implanta um empreendimento como é o caso da CGH Castro, são
desenvolvidas uma série de ações que buscam criar ações de recuperação ambiental,
bem como participação social da comunidade do entorno, com o apoio de recursos
privados em atendimento às exigências do Órgão Ambiental.
Desta forma, a seguir serão abordados os principais planos, programas e projetos
existentes ou em desenvolvimento na região do projeto e que possam apresentar
compatibilidade com o empreendimento em estudo.
No âmbito municipal, conforme o plano diretor do Município de Paranaíba/MS, Lei
Complementar nº 023 de 05 de outubro de 2006, capítulo IV, que se refere à
Infraestrutura, em seu art.30, que define as diretrizes relativas a infraestrutura,
destaca-se o item:
“V- Assegurar e potencializar a utilização de recursos hídricos do município”;
Neste sentido, destaca-se que a CGH Castro se enquadra no plano diretor municipal,
uma vez que não teve nenhum óbice quanto à instalação do empreendimento por
parte do município, outro fator é a emissão da certidão de uso e ocupação de solo
emitido pela Prefeitura de Paranaíba, atestando a conformidade da instalação do
empreendimento de acordo com as Leis e Posturas Municipais, documento
apresentado a seguir.
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No âmbito Estadual, o Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Santana - Aporé – CBH
SANTANA-APORÉ. Trata-se de um órgão colegiado deliberativo, normativo e único
no âmbito da respectiva bacia hidrográfica, articulado com o Conselho Estadual de
Recursos Hídricos – CERH, nos termos que dispõe a Lei 2.406, de 29 de janeiro de
2002. A área de atuação do CBH SANTANA-APORÉ, abrange as UPG’s Santana e
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Aporé definida pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Mato Grosso
do Sul aprovado pela RESOLUÇÃO CERH/MS Nº 011, de 05 de novembro de 2009.
A CBH SANTANA-APORÉ, tem por finalidade:
I. Realizar o planejamento dos usos múltiplos dos recursos hídricos visando o
uso racional dos mesmos,
II. Apoiar a integração da gestão ambiental e dos recursos hídricos;
III. Articular a viabilidade técnica, econômica e financeira de programas e projetos
de investimento na Bacia;
IV. Apoiar a integração entre as políticas públicas e setoriais, visando o
desenvolvimento sustentável da bacia como um todo;
V. Apoiar a articulação e a integração entre os sistemas nacional e estadual de
gerenciamento de recursos hídricos, inclusive integrando as políticas
municipais e as iniciativas regionais nas sub-bacias, de estudos, planos,
programas e projetos às diretrizes e metas estabelecidas para a Bacia
Hidrográfica dos Rios Santana e Aporé, com vistas a garantir a sustentabilidade
ambiental, econômica e social dos recursos hídricos.
VI. Apoiar a execução das ações e exercer as atribuições definidas no âmbito da
Política e do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos e do
Plano Estadual de Recursos Hídricos, implementando e integrando as ações
previstas na Lei 2406/02 e em normas complementares supervenientes.
VII. Apoiar a criação e a integração de instâncias regionais de gestão de recursos
hídricos da Bacia, tais como: os comitês de sub-bacias, consórcios
intermunicipais, associações de usuários, organizações de ensino e pesquisa,
organizações não governamentais e outras formas de organização.
No âmbito federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, o
BNDES, aprovou o financiamento a implantação da PCH Porto das Pedras. O
financiamento do BNDES, de R$ 93,6 milhões, equivale a 71% dos investimentos
totais de R$ 132 milhões e prevê, além da usina, a construção de 21 quilômetros de
linha de transmissão interligando a PCH Porto das Pedras ao sistema elétrico da
Empresa Energética do Mato Grosso do Sul - ENERSUL. A PCH Porto das Pedras
terá capacidade instalada de 28,03 MW.
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Para a PCH Castro, serão implementados programas ambientais de importância para
manutenção e melhoria da qualidade ambiental, dentre eles:
Programa de Gestão Ambiental Integrada;
Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais;
Programa de Monitoramento de Taludes e Contenção de Processos Erosivos;
Programa de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente – APP;
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD; e,
Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental.
Nas imediações do empreendimento, em um raio de mais de 40 km, nenhuma
atividade relacionada à Assentamento Rurais, Terras Quilombolas ou Indígenas, bem
como Unidades de Conservação ou Áreas Prioritárias de Conservação foram
registrados, demonstrando que o empreendimento se encontra compatível com a
legislação ambiental vigente.
3.2 EMPREENDIMENTOS SIMILARES
Através de pesquisas bibliográficas realizadas na bacia do Rio Santana, não foram
registrados empreendimento similares à CGH Castro, que pudessem servir de
comparativo em relação aos problemas existentes, provenientes dos
empreendimentos hidrelétricos.
Observa-se, no entanto, que em praticamente toda a extensão do Rio Santana, desde
a nascente até a foz, as perdas ambientais resultantes das más práticas agrícolas e
pecuárias, diminuíram consideravelmente a faixa ciliar, deixando lacuna para o
surgimento de áreas com erosão e assoreamento do leito do rio. A falta de vegetação
acaba nesses casos desencadeando graves problemas ambientais, principalmente
sobre a qualidade da água do Rio.
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Figura 3.1: Atual situação das Faixas Ciliares nas proximidades do empreendimento. Fonte: Construnível, 2018.
Este problema persiste ao longo do Rio Santana, até a foz no Reservatório da UHE
Ilha Solteira, onde a Faixa Ciliar é inexistente em vários pontos ou com uma faixa
mínima de APP, como pode ser observada na imagem a seguir:
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Figura 3.2: Déficit de faixa ciliar no entorno do Rio Santana e UHE Ilha Solteira.
Este problema ambiental é recorrente em praticamente todas as bacias hidrográficas
brasileiras, salvo algumas exceções, a grande maioria sofre com estes problemas
ocasionados pela ação humana.
Para a CGH Castro, pretende-se através da implantação de medidas preventivas e
compensatórias, a reparação de parte destes passivos ambientais, com a ampliação
das APP’s no entorno do Lago que será formado pelo empreendimento.
Além disso, a implantação de programas ambientais com a comunidade local, irá
incentivar o uso de boas práticas ambientais nas áreas ribeirinhas ao curso de água
em estudo, buscando uma melhora significativa nas condições vegetais da faixa ciliar,
promovendo e incentivando desta forma, um desenvolvimento sustentável da região.
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4. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
4.1 FASES DO EMPREENDIMENTO
4.1.1 Fase de planejamento
Nesta etapa são realizados os estudos de viabilidade física, técnica e ambiental do
projeto. É prevista a duração 5 meses. As atividades realizadas nesta fase estão
listadas na abaixo.
Tabela 4.1: Atividades realizadas na fase de planejamento do empreendimento.
Após identificado o potencial, são realizados os levantamentos topográficos,
caracterização ambiental e socioeconômica da área de estudo, através do
levantamento de dados primários e secundários.
Os dados coletados a campo são processados e a partir dos mesmos, é definido o
arranjo geral das estruturas, levando em consideração os fatores ambientais,
energéticos e econômicos.
Nesta etapa também é solicitado os documentos, como uso e ocupação do solo (junto
a prefeitura) e outorga de água. Após os estudos prontos e documentação, é
solicitada a Licença de operação, a qual é concedida na fase preliminar do
planejamento do empreendimento. Com a finalidade de atestar a viabilidade ambiental
e estabelecer os requisitos básicos e as condicionantes a serem atendidas nas
próximas fase de licenciamento.
ATIVIDADES QUE PRECEDEM O INÍCIO DA OBRA Responsabilidade mês 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5
Início do projeto executivo proprietário
Revisão e otimização do projeto básico projetista
Orçamentação - planilha de quantitativos projetista
Elaboração dos desenhos/projetos civis com detalhamento suficiente projetista
Elaboração de documento de contrato - especificações finais projetista
Seleção do empreiteiro prop/proj
Seleção do empreiteiro restante das obras civis e montagens prop/proj
Seleção dos fornecedores dos equip. eletromecânicos incl. automação prop/proj
Obtenção de licenciamento junto ao órgão ambiental para início das obras proprietário
Definição do projeto financeiro proprietário
Serviços de locação do reservatório/ desapropriações prop /eng residente
Contato com fornecedores de materiais de construção (exec.própria) prop /eng residente
Contato com fornecedores de equipamentos prop /eng residente
Infraestrutura básica no acampamento - energia e acessos prop /eng residente
Celebração dos contratos para execução da obra proprietário
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Concedida a primeira licença. São realizadas as adequações se exigidas, e
posteriormente, solicitada a Licença de Instalação. Obtida está licença são celebrados
os contratos para execução da obra, já com todas as outras etapas, concluídas, para
assim dar início às obras.
4.1.2 Fase de implantação
Esta fase compreende toda e qualquer obra para construção e instalação dos
componentes para operação do empreendimento. É previsto a duração de 1 ano e 8
meses para esta etapa.
É no decorrer desta fase, que são preparados os documentos e encaminhado junto
ao órgão ambiental para solicitação da Licença de Operação.
As fases do planejamento da construção estão descritas a seguir, e na abaixo pode
ser visualizado as etapas e a duração das mesmas.
Primeira etapa
Esta etapa é caracterizada pela permanência do rio em seu leito natural, permitindo
dessa forma o início imediato das obras em todas as frentes de serviços na margem
direita:
a) Início das escavações para implantação das vias de acesso e melhoramento
das vias existentes;
b) Instalação de cercas de proteção e porteiras de obra;
c) Construção da ponte de serviço.
Segunda Etapa
Nesta etapa os serviços previstos são:
a) Construção da ensecadeira 1 (barramento);
b) Desvio da água de sucção da CGH Castro;
c) Construção do muro de contenção do reservatório à jusante da CGH Castro;
d) Limpeza das fundações junto à barragem;
e) Construção de parte do barramento;
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f) Construção da tomada d'água;
g) Construção da descarga de fundo;
h) Construção das adufas de desvio;
i) Início da construção do circuito de adução e de geração.
Terceira Etapa
Na terceira etapa os serviços previstos são:
a) Término da construção do circuito de adução e de geração;
b) Construção da subestação;
c) Retirada da ensecadeira 1 e construção da ensecadeira 2;
d) Construção do restante da barragem;
e) Retirada da ensecadeira 2.
Quarta Etapa
Os serviços conclusivos da obra serão:
a) Fechamento das comportas do barramento e abertura da tomada d’água à
direita do barramento para enchimento do reservatório;
b) Montagem dos equipamentos hidrogeradores;
c) Testes, comissionamento e junção comercial.
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Tabela 4.2: Gerenciamento da Obra da CGH Castro para a etapa de Implantação.
jul/19 ago/19 set/19 out/19 nov/19 dez/19 jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20 out/20 nov/20 dez/20 jan/21 fev/21 mar/21 abr/21
ATIVIDADES QUE PRECEDEM O INÍCIO DA OBRA Responsabilidade mês 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês 6 mês 7 mês 8 mês 9 mês 10 mês 11 mês 12 mês 13 mês 14 mês 15 mês 16 mês 17 mês 18 mês 19 mês 20 mês 21 mês 22
Início do projeto executivo proprietário
Revisão e otimização do projeto básico projetista
Orçamentação - planilha de quantitativos projetista
Elaboração dos desenhos/projetos civis com detalhamento suficiente projetista
Elaboração de documento de contrato - especificações finais projetista
Seleção do empreiteiro prop/proj
Seleção do empreiteiro restante das obras civis e montagens prop/proj
Seleção dos fornecedores dos equip. eletromecânicos incl. automação prop/proj
Obtenção de licenciamento junto ao órgão ambiental para início das obras proprietário
Definição do projeto financeiro proprietário
Serviços de locação do reservatório/ desapropriações prop /eng residente
Contato com fornecedores de materiais de construção (exec.própria) prop /eng residente
Contato com fornecedores de equipamentos prop /eng residente
Infraestrutura básica no acampamento - energia e acessos prop /eng residente
Celebração dos contratos para execução da obra proprietário
INÍCIO DA OBRA
Executivo da Obra - desenvolvimento, detalham. e acompanhamento
Instalação do canteiro e empreiteiro empreiteiro
Serviços preliminares
Limpeza , desmatamento e destocaInstal. dos gabaritos de locação e RN nas frentes de obra principais estruturasAbertura dos acessos, revest. c/ cascalho incl. bueiros de serviço e drenagens empreiteiro
Instalação de cercas de proteção e porteiras de obra
Desvio do rio 1ª fase - Barramento empreiteiro
Avanço, fechamento da ensecadeira margem direita e alteamento
Desvio da água na Sucção - 1ª fase empreiteiro
Avanço, fechamento da ensecadeira margem direita e alteamento
Construção do muro de contenção do reservatório
Construção da adufa e galeria de desvio / muro de encontro empreiteiro
Escavação, limpeza das fundações junto a barragem
Armadura, formas e concret. primeiro estágio dos contrafortes, inclusive inserts
Concretagem da laje de montante nas seções tipo vertedor soleira livre
Construção do muro de encontro vertedor/dique ombreira direita empreiteiro
Escavação das fundações em solo, rocha e tratamentos / injeções
Armadura, formas posicionamento da junta e concretagem dos contrafortes
Construção dos muros laterais em gabião na calha de descida do vertedor
Desvio do rio 2ª fase - Barramento empreiteiro
Remoção parcial ensecadeira primeiro estágio
Avanço, fechamento da ensecadeira segundo estágio e alteamento
Fechamento das adufas
Fechamento da comporta/stop logs
Enchimento do reservatório e início operação do vertedor
Desvio da agua na Succao - 2ª fase empreiteiro
Remoção parcial ensecadeira primeiro estágio
Alteamento ensecadeira de segundo estagio
Construção restante do muro de contenção do reservatorio
GERENCIAMENTO DA OBRA CGH CASTRO - RIO SANTANA - PR - CRONOGRAMA
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CONSTRUNÍVEL Rua Odílio Alves, nº 127, Bairro Primo Tacca, Xanxerê (SC), CEP 89.820-000 Contato (49) 3433 1770 | (49) 9 9962 2372 [email protected] | [email protected] www.construnivelenergias.com.br
Barragem vertedor empreiteiro
Escavação, limpeza das fundações junto a barragem
Tratamento de fundações , injeções e tirantes no plinto e contrafortes
Armadura, formas e concretagem dos contrafortes com esperas para a laje
Armadura, formas e concretagem da laje de montante
Canal adutor e Tomada d' água empreiteiro
Escavação em solo
Escavação em rocha
Impermeabilização aplicação argamassa aditivada / injeções / aplicação PEAD
Reaterro compactado laterais
Construção e acabamento da estrada lateral
Armadura, formas e concret. da tomada d`água stop log na entrada do canal
Posicionamento e concretagem das peças fixas
Montagem mecânica painéis stop logs
Câmara de carga empreiteiro
Serviços de escavação e limpeza e fundações
Armadura e concretagem primeiro estágio
Montagem peças fixas
Concretagem segundo estágio, acabamentos e montagem juntas
Comissionamento e teste
Construção da casa de força empreiteiro
Desmatamento e demarcação da obra
Construção do acesso e pátio de manobra
Escavação em rocha a céu aberto
Limpeza e tratamento das fundações
Armadura e concretagem primeira fase - laje de vedação
Montagem das peças de fixação dos equipamentos - bases
Paredes estruturais
Concretagem enchimento (ciclópico)
Alvenaria e esquadrias
Cobertura e acabamentos (elétrica, hidráulica e pinturas)
Montagem equip. mecânicos (turbina, valv. Borb., valv. Alivio e unid. Hidr.) 1° maq.
Concretagem fixação dos equipamentos
Montagem elétrica cablagem e paineis e gerador 1° maquina
Automação - montagem
Canal de fuga empreiteiro
Serviços de escavação em solo e readequação das drenagens
Escavação em rocha a céu aberto
Construção de ensecadeira junto ao rio
Subestação prop./fornec.
Obras civis
Fornecimento
Montagem elétrica/ conexão com o sistema
Linha de transmissão
Projeto prop./fornec.
Obras civis
Montagem elétrica
Start - up prop./fornec.
Treinamento
Testes operacionais
Comissionamento 1° maquina
Início da operação comercial 1° maquina
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4.1.2.1 Intersecção na rodovia
De acordo com o projeto de desvio da rodovia BR 158, justifica-se o uso da
transposição do canal em forma de galeria, pois assim, o trânsito poderá ser liberado
de acordo com o avanço das obras.
A opção da construção da Ponte em substituição a galeria, quando estudada se
mostrou tecnicamente inviável, visto que não há opção para desvio do fluxo de
veículos.
A seguir, em anexo, é apresentado o projeto de construção da galeria encaminhado
ao DNIT para fins de aprovação e autorização, conforme recibo do protocolo com data
de 09 de maio de 2018, protocolo apresentado abaixo.
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Figura 4.1: Protocolo de projeto de construção da galeria encaminhado ao DNIT para fins de aprovação e autorização. Fonte: Construnível, 2018.
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4.1.3 Fase de operação
As atividades referentes a essa fase têm relação com a geração de energia
propriamente dita e com a manutenção e conservação dos equipamentos, estruturas
e reservatório da PCH.
Deve ser feito o acompanhamento ambiental das condições do reservatório, com
vistas à renovação da Licença de Operação (LO) no intervalo de alguns anos, a critério
do órgão licenciador. O monitoramento ambiental é fundamental para resguardar o
empreendedor, que normalmente é considerado o único responsável por prejuízos
ambientais posteriores à implantação do empreendimento. O monitoramento deve
começar no início da obra e continuar durante a operação da usina, garantindo que
seja possível a adoção permanente de medidas preventivas e mitigadoras a impactos
negativos associados ao empreendimento.
Ainda, segundo as diretrizes da Eletrobrás, a manutenção programada das obras e
equipamentos de qualquer usina hidrelétrica é fundamental, com vistas a garantir,
além do desempenho, a segurança do empreendimento. Os serviços de inspeção e
manutenção devem ser realizados, periodicamente, segundo “check-lists”
padronizados. A periodicidade varia, para cada obra e equipamento da usina, em
função da idade da usina e de critérios e normas específicas.
4.1.4 Fase de repotencialização
A potência da usina foi dimensionada para maximizar o aproveitamento energético
disponível, sendo que o mesmo foi explorado respeitando os aspectos financeiros do
mercado energético, bem como os aspectos ambientais do local.
A possibilidade de repotencialização pode ser um aspecto variável em virtude que as
tecnologias para a produção de energia vêm tendo inovações contínuas. Em muitos
casos a repotencialização de usinas pode ocorrer mediante a um expresso aumento
no preço da energia elétrica.
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4.1.5 Fase de desativação
A fase de desativação tem início após o fim do período de vida útil do reservatório. O
período de concessão dado pela ANEEL para empreendimentos hidrelétricos PCH’s
e CGH’s é de 30 anos. Porém, não se tem uma previsão definida para que seja feita
a desativação da usina. Esse processo deverá obedecer aos critérios operacionais
como a condição e manutenção das estruturas e equipamentos da usina.
A desativação de uma PCH pode ser feita com a remoção total das estruturas
construídas, restabelecendo-se o leito natural do rio, ou com a simples interrupção na
operação, mantendo as estruturas construídas com adaptações para assegurar o
fluxo da água nas diferentes condições de vazão. O primeiro caso resulta em um
impacto ambiental maior e, no segundo caso, ainda é necessária a realização de
vistorias e manutenção dos equipamentos e estruturas desativadas, a fim de evitar a
deterioração dos mesmos.
Em todos os casos, caso não seja possível a realização de manutenção no
reservatório e estruturas que possibilite expandir a vida útil da PCH, a desativação
deve se dar mediante plano de desativação a ser aprovado pelo órgão ambiental
licenciador, contemplando diagnóstico e medidas de acordo com o cenário encontrado
no momento.
4.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
O empreendimento CGH Castro é localizado no município de Paranaíba, na porção
leste do estado do Mato Grosso do Sul, ao sul da região Centro-Oeste do Brasil.
Um dos acessos à CGH Castro é realizado partindo do município de Paranaíba pela
Avenida Juca Pinhé, seguindo pela BR-158 até o aproveitamento. A localização
geográfica e acessos ao empreendimento é demonstrada nos mapas PBE-CAS-01 e
PBE-CAS-01A, disponível no caderno Desenhos-Volume III.
O empreendimento é localizado pelas seguintes coordenadas geográficas:
Eixo do barramento: 19°42’44.46”S / 51°08’42.65”W;
Eixo da casa de força: 19°42’38.29”S / 51°08’32.41”W.
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4.3 ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS E/OU LOCACIONAIS
É caracterizado como “aproveitamento ótimo” todo o potencial hidrelétrico definido em
sua concepção global pelo melhor eixo do barramento, arranjo físico geral, níveis
d'água operativos, reservatório e potência. Desta forma, foram exploradas todas as
variantes cabíveis em termos de motorização, posicionamento das estruturas, traçado
do circuito hidráulico e aspectos construtivos e operacionais, sempre levando em
consideração as condições e restrições de ordem geotécnica, econômica e ambiental.
No que se refere a seleção do eixo do barramento, foram considerados diversos
fatores, dentre eles sua localização, seu tipo, o traçado de circuito hidráulico a ser
instalado, a topografia, a disponibilidade de materiais, as condições de fundação e a
altura do barramento. Como premissa inicial, o trecho central foi definido como
vertedouro do tipo soleira livre, permitindo o escoamento das águas excedentes sem
equipamentos de controle, reduzindo custos de implantação e manutenção.
Na escolha das turbinas também foi considerado diversos fatores. Segundo Flórez
(2014), as turbinas Kaplan podem ser definidas como turbinas de fluxo axial de reação
e admissão total, possuindo como principal característica seu rotor, o qual possui pás
de perfil de asa de avião orientáveis (móveis), o que confere boa eficiência dentro de
uma ampla faixa de vazão. Considerando os valores de queda bruta e queda líquida
projetados, nota-se que a turbina tipo Kaplan é a mais indicada ao empreendimento.
4.4 DESCRIÇÃO DAS TECNOLOGIAS EMPREGADAS
4.4.1 Potencial energético
Os estudos energéticos procuram quantificar os benefícios de um aproveitamento,
embasados nos estudos hidrológicos que fornecem a série cronológica de vazões no
local do sítio, objetivando a estatística de projeções futuras de geração da usina.
Observa-se que a sazonalidade das vazões de um rio não permite uma avaliação
precisa, haja vista que as vazões não se repetem com certa regularidade para o
mesmo mês ao longo dos anos. Entretanto, estudos e observações práticas
confirmam que em se tratando de uma usina a fio d’água, sem o benefício de
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regularização, uma motorização próxima da faixa da vazão média de longo termo
otimiza o aproveitamento.
Embora pareça uma avaliação singular, somente a operação de vários anos poderá
balizar o fator de capacidade de uma usina a fio d’água. É de se ressaltar que o critério
da média de longo termo poderá criar certa frustração ao empreendimento se for
avaliado num curto período, ou seja, se o início de operação coincidir com um ano
seco que poderá ocorrer aleatoriamente, mesmo considerando a tecnologia de
previsões meteorológicas disponíveis na atualidade.
4.4.1.1 Vazão regularizada
A variabilidade temporal das vazões fluviais tem como resultado visível à ocorrência
de excessos hídricos nos períodos úmidos e a carência nos períodos secos. Nada
mais natural que seja preconizada a formação de reservas durante o período úmido
para serem utilizadas na complementação das demandas na estação seca, exercendo
um efeito regularizador das vazões naturais.
Em geral, os reservatórios são formados por barragens implantadas nos cursos de
água. Suas características físicas, em especial a capacidade de armazenamento,
dependem das características topográficas do vale no qual estará situado.
No entanto, a CGH Castro operará totalmente a fio d’água, desprovido de barragem
de regularização. Isto foi considerado pelo rio e pelas condições do arranjo, bem como
por se tratar de uma CGH que estará inserida no sistema interligado (mercado livre)
como produtor independente de energia, garantindo assim uma energia assegurada
ao sistema.
4.4.1.2 Vazão assegurada e vazão máxima de engolimento
Todo estudo prévio de determinação da potência de projeto de uma CGH em um
determinado local tem como primeiro passo a determinação da vazão de projeto,
obtida através da Curva de Permanência de Vazões – CPV formada com dados
históricos de vazão do curso de água onde será implantado o empreendimento.
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Entre os diferentes métodos para a determinação prévia de vazão de projeto de uma
CGH, um dos mais utilizados é o método expedito, que relaciona as vazões de projeto
com as vazões médias de modo a se obter a vazão de projeto de implantação. Pela
utilização direta e rápida, o método expedito leva em consideração apenas as
variáveis hidrológicas na determinação da vazão de projeto. Entretanto existem
métodos mais realistas que tomam em conta também as variáveis econômicas e
demandam um nível mais detalhado de estudo, como por exemplo, o método do
máximo benefício líquido.
No presente estudo procurou-se uma vazão de projeto obtida pelo método expedito,
diante da base de dados da ANA, pela sua rapidez e de certa forma exatidão perante
a uma estimativa preliminar.
Achou-se por bem limitar o engolimento total das turbinas da CGH Castro em 42,43
m³/s. Com esta vazão turbinada chegou-se a uma potência instalada de 3,00 MW.
Nesta avaliação foi considerada a média do aproveitamento com base nos estudos
hidrológicos.
4.4.1.3 Níveis d’água – queda bruta e líquida
Seu arranjo geral determinou um aproveitamento com um desnível bruto de 8,50 m,
sendo que este é dado a partir dos níveis de montante na el. 343,50 metros e de
jusante na el. 335,00 metros, montante menos o valor de jusante é igual ao desnível
bruto. A queda líquida é dada a partir do desnível bruto de 8,50 metros, descontado
4,00% pelo fato de possuir perda hidráulica no circuito adutor, totalizando uma queda
líquida de 8,16 m.
4.4.1.4 Potência instalada e energia média gerada
A potência instalada prevista neste aproveitamento é de 3,00 MW, com energia média
de 2,37 MWmed. O critério de motorização adotado nesta etapa resulta em fator de
capacidade de 0,79, o que sinaliza um bom aproveitamento do potencial.
Para o cálculo da potência mecânica e elétrica disponível na CGH Castro foram
utilizadas as seguintes equações:
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Potência mecânica
Pturbinas = 9,81 x Qturbinada total X Hliquida x hturbina
Dados:
Qturbinada total = 42,43 m³/s Hlíquida. = 8,16 m η = 92,0 % (eficiência da turbina) Pturbinas = 9,81 x 42,43 x 8,16 x 0,92 = 3.124,78 kW
Potência elétrica
Pelétrica = Pturbinas X hgerador
Dados:
Pturbina = 3.124,78 kW
ηgerador= 96,0 % (eficiência do gerador)
Pelétrica = 3.124,78 x 0,96 = 2999,79 kWPelétrica ≈ 3,00 MW
4.4.1.5 Energia média gerada para o histórico de vazões (energia assegurada)
Para efeito de motorização foi considerada uma potência instalada com um
engolimento, depois de descontada a vazão sanitária, próxima da média de longo
termo do rio, o que corresponde a um fator de capacidade médio da ordem de 0,79 (E
média / P instalada). No cálculo da potência foi utilizada a seguinte fórmula:
PGerada = .9,81.Qt.Hlíq. TIFP (em kW)
Onde:
= rendimento do conjunto turbina/gerador, sugerindo-se o valor final de 0,79,
considerando-se os rendimentos da turbina (0,92), e (0,96) do gerador;
Qt = vazão turbinada (m³/s);
Hlíq = queda líquida (m);
TIF = Taxa de indisponibilidade forçada e programada.
Os parâmetros gerais considerados nos estudos energéticos foram:
a) Estimativa energética pela série de vazões médias mensais;
b) Considerações sobre a curva de rendimentos típicos das turbinas Kaplan;
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c) Perda de carga na adução 4,0%;
d) Fator de indisponibilidade forçada e programada de 0,97 (01 unidade).
As tabelas a seguir apresentam a série de vazões considerada no local do
aproveitamento, a energia média gerada em função desta série de vazões e o resumo
da motorização, com os valores de potência e energia firme da alternativa
selecionada.
Tabela 4.3: Série de vazões médias mensais em m³/s na CGH Castro.
1972 * * * * * 23,37 24,17 22,75 22,69 27,34 40,64 37,64 28,37
1973 36,22 40,86 37,75 41,60 32,88 28,35 26,83 24,68 24,00 31,64 37,81 35,49 33,17
1974 43,69 39,62 61,69 54,56 42,05 35,99 31,07 29,88 29,88 32,03 28,41 47,65 39,71
1975 47,60 43,30 47,31 44,03 35,49 30,73 31,69 28,75 28,47 32,99 45,05 44,88 38,36
1976 45,33 59,99 60,22 46,86 44,14 40,69 34,30 33,50 35,77 39,73 43,75 49,01 44,44
1977 58,29 60,56 50,77 46,18 41,77 43,80 34,24 30,79 40,64 36,90 49,07 51,56 45,38
1978 69,05 49,80 59,42 45,39 45,79 42,16 37,13 33,39 38,65 36,05 45,16 51,16 46,10
1979 74,71 60,56 55,52 45,22 42,62 37,58 37,69 34,58 43,41 36,56 40,86 56,43 47,14
1980 62,25 63,39 51,90 47,82 40,86 38,20 35,32 32,26 36,67 33,73 38,99 47,31 44,06
1981 48,33 45,84 52,75 42,28 35,20 37,07 32,26 30,90 30,28 33,62 44,99 49,01 40,21
1982 53,32 50,21 86,49 56,73 46,68 45,21 38,70 38,42 39,51 43,76 43,93 55,32 49,86
1983 78,49 64,57 53,39 54,14 45,46 44,70 42,86 37,47 38,19 43,90 47,72 60,11 50,92
1984 64,20 53,61 53,87 59,25 54,41 40,86 36,70 43,49 39,65 35,72 41,74 55,24 48,23
1985 60,50 62,65 73,51 57,16 49,09 45,81 42,96 38,47 36,64 36,91 37,53 36,75 48,17
1986 53,33 55,64 61,31 48,77 47,57 42,53 37,52 41,47 36,43 31,56 31,67 46,90 44,56
1987 59,89 72,54 64,44 51,15 46,60 39,86 35,81 35,49 36,16 40,07 41,91 49,02 47,75
1988 54,55 69,64 90,14 72,74 52,98 45,57 40,52 36,93 33,49 37,51 43,19 50,99 52,35
1989 65,94 81,81 78,72 63,54 53,56 41,43 38,98 43,22 40,96 38,11 55,24 59,52 55,09
1990 59,89 45,41 42,08 41,96 44,38 39,18 35,61 34,54 38,36 49,00 45,76 48,13 43,69
1991 64,48 72,25 74,30 61,63 47,45 40,89 37,47 34,00 33,98 44,40 34,61 39,71 48,76
1992 62,74 59,70 51,62 48,89 45,93 37,73 35,67 34,02 45,40 44,64 49,29 48,87 47,04
1993 49,05 51,86 47,30 54,08 45,89 44,21 38,42 35,22 37,40 44,66 38,29 49,05 44,62
1994 69,25 58,21 64,21 54,36 44,03 38,84 32,14 26,55 27,77 36,49 39,13 44,19 44,60
1995 48,98 75,02 65,42 56,41 44,65 41,77 37,74 34,05 34,53 36,93 41,04 43,98 46,71
1996 58,16 60,09 78,24 55,53 49,89 43,43 40,65 37,87 43,98 39,94 53,67 61,30 51,90
1997 75,29 62,33 49,79 49,92 46,86 52,54 41,01 38,36 38,99 40,18 52,85 60,78 50,74
1998 51,17 71,79 71,76 65,92 51,81 49,32 41,99 43,02 40,32 46,49 46,00 55,72 52,94
1999 70,21 58,28 62,97 54,66 45,58 42,49 40,10 37,68 38,48 35,43 39,73 42,21 47,32
2000 57,07 64,90 76,09 54,53 49,50 42,06 40,76 41,65 45,15 40,00 42,49 57,52 50,98
2001 54,93 58,64 61,86 51,92 47,53 42,47 39,17 36,30 40,04 39,64 47,19 65,04 48,73
2002 72,39 77,14 74,37 54,56 49,74 45,02 47,43 42,94 44,70 43,35 46,91 48,78 53,94
2003 61,88 61,98 76,18 75,20 50,28 44,33 40,96 41,83 38,10 45,28 49,23 56,91 53,51
2004 77,41 65,58 47,33 52,47 49,50 43,84 41,60 36,97 34,62 48,54 57,66 80,77 53,03
2005 86,02 66,14 57,23 47,61 48,95 42,05 38,24 35,80 36,50 38,07 44,72 58,01 49,95
2006 57,25 47,03 61,72 62,69 48,13 42,11 40,83 37,95 39,59 47,63 54,96 49,69 49,13
2007 74,95 65,06 60,57 53,06 52,18 45,15 41,66 38,60 36,56 39,79 40,05 49,52 49,76
2008 47,96 67,77 69,06 61,99 47,96 42,26 38,16 35,65 33,14 40,75 48,51 45,06 48,19
2009 43,98 59,35 51,32 50,70 36,63 37,88 35,93 34,01 38,48 42,26 47,32 69,71 45,63
2010 68,09 71,97 76,50 57,83 47,39 43,66 39,86 36,98 33,73 41,19 43,11 50,02 50,86
2011 53,90 56,12 90,56 60,03 46,63 45,14 39,34 37,58 33,93 39,27 40,32 34,88 48,14
2012 53,68 49,07 46,93 43,58 44,90 42,54 34,98 30,58 32,59 33,87 43,86 41,23 41,48
2013 52,84 60,30 58,22 * * * * * * * * * 57,12
Máxima: 86,02 81,81 90,56 75,20 54,41 52,54 47,43 43,49 45,40 49,00 57,66 80,77 90,56
Mínima: 36,22 39,62 37,75 41,60 32,88 23,37 24,17 22,75 22,69 27,34 28,41 34,88 22,69
Média: 59,69 60,01 62,31 53,67 46,07 41,29 37,52 35,58 36,53 39,17 44,01 50,86 47,22
CGH CASTRO
SÉRIE DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS CGH CASTRO (m³/s) - A.D. = 2286,44 km²
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Tabela 4.4: Motorização e resumo energético na CGH Castro.
4.4.2 Barragem
O projeto prevê um barramento misto (concreto/enrocamento) com comprimento total
de crista de 151,80 m. O trecho central do barramento será construído de concreto e
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servirá como um vertedouro tipo Soleira Livre. Este foi inicialmente dimensionado para
uma vazão de 255,88 m³/s, vazão referente a TR 1.000 anos.
A extensão do vertedouro ficou estabelecida em 53,00 metros e altura máxima de 2,90
metros sobre as fundações, havendo proteção de 3,00 metros neste barramento.
Assim, a cota da soleira vertente e a cota máxima do barramento ficaram
estabelecidas em 343,50 m e 346,50 m, respectivamente.
A planta e perfil do barramento proposto são detalhados no desenho PBE-CAS-05B,
disponível no Volume III.
Figura 4.2: Imagem ilustrativa do barramento semelhante ao ser construído na CGH Castro. Fonte: Construnível (2016).
4.4.3 Desvio do rio
O desvio do rio para a implantação do barramento deverá ocorrer em duas fases,
utilizando-se de ensecadeiras e uma estrutura com adufas e galeria de desvio, locada
sobre a margem direita. Os esquemas de desvio do rio nas duas fases estão
detalhados nos desenhos PBE-CAS-06 e PBE-CAS-06A (Desenhos-Volume III).
A primeira fase se compõe da instalação de ensecadeira de argila e enrocamento.
Será construída uma ensecadeira com crista na cota 343,80 m, enlaçando a margem
direita, possibilitando a construção a seco do bloco das adufas e galeria de desvio. A
vazão de desvio considerada neste caso será a vazão para tempo de retorno de 25
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anos de recorrência, correspondente a 175,42 m³/s. O esquema de desvio foi
verificado para suportar vazões superiores a TR 25 anos na primeira fase, garantindo
assim segurança necessária para o tempo de recorrência considerado para este
dimensionamento.
Figura 4.3: Exemplo de desvio do rio, primeira fase.
Fonte: Construnível (2016).
A segunda fase de desvio do rio inicia-se com a construção de uma ensecadeira
transversal a partir da margem esquerda até a elevação 343,80 m, direcionando o
fluxo natural do rio para as adufas de desvio que já se encontraram na margem direita,
de modo que a calha do rio seja interrompida, liberando a região para a implantação
da barragem central (soleira vertente e margem esquerda).
O cordão de ensecadeira de primeira fase será removido à medida que se avançe a
ensecadeira de segunda fase, com lançamento em ponta de aterro em um nível inicial
mais baixo, permitindo a compactação e garantindo a vedação do material argiloso.
Um cordão menor de ensecadeira também será lançado por jusante, impedindo o
retorno de água.
O fluxo d’água durante a segunda fase passará pelas adufas e também pela galeria
de desvio, esta dotada de uma comporta para a fase final de fechamento.
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Figura 4.4: Exemplo de desvio do rio, segunda fase.
Fonte: Construnível (2016).
4.4.4 Circuito hidráulico
O circuito hidráulico foi pré-dimensionado para transportar a vazão turbinada com uma
perda de carga de 4,0%, visando menor perda de energia do fluxo desde o
reservatório até seu ponto de restituição ao curso natural do rio, dentro de um traçado
exequível e com custos compatíveis.
No caso da CGH Castro variantes determinam a utilização de trecho inicial em canal
adutor, seguido de câmara de carga e o canal de fuga, que restitui a água ao seu
curso natural na calha do rio Santana.
4.4.4.1 Canal adutor
O canal de adução será executado em solo/rocha, sendo uma seção o corte pleno em
todo o trecho, revestido em toda sua extensão. O traçado do canal adutor terá 241,00
metros de extensão e deve encontrar uma fundação estável em todo o trecho, livre de
problemas de escorregamento típicos em encostas acentuadas.
O revestimento do canal será com a aplicação de manta de polietileno de alta
densidade - PEAD - material de alta resistência mecânica e às intempéries, com vida
útil prolongada. Sob a manta, será colocada uma camada de proteção com material
de granulométrica fina.
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A seção adotada foi do tipo trapezoidal, com base de 10,00 metros, altura de lâmina
d’água de 4,00 metros e taludes laterais com inclinação de 0,25H : 1,00V e serão
revestidos na sua totalidade. O coeficiente de rugosidade adotado, número de
manning, foi de 0,0167.
O nível de água no início do canal adutor é 343,50 m e o nível dinâmico na chegada
da câmara de carga deve se estabelecer na cota 343,50, metros. As seções do canal
adutor são detalhadas no desenho PBE-CAS-05G, disponível no volume III.
4.4.4.2 Câmara de Carga
A câmara de carga, neste caso, é a estrutura de transição entre o canal adutor e a
casa de força. Sua função é provisionar o fluxo d’água sem ocorrência de turbulências,
vórtices e arraste de ar para as estruturas. Outra função da câmara é abastecer as
estruturas em regime de partida, atuando como um “pulmão” de água.
Ainda, a câmara de carga é dotada de comporta Vagão com acionamento por Pistão
Hidráulico para paradas e manutenção do conduto e o equipamento Limpa Grades
automático, as quais impedem a entrada de objetos nocivos diretamente para a
turbina, tais como galhos e lixo em geral.
4.4.5 Casa de força
A casa de força será do tipo abrigada, localizada próxima à margem direita do rio
Santana. Abriga 1 (uma) turbina tipo Kaplan de acoplamento direto ao gerador. Devido
aos aspectos de proteção contra enchentes a estrutura da casa deverá ser ancorada
e atarantada para garantir fator de flutuação e estabilidade. A casa de força ainda será
envelopada pelo concreto até a cota de enchentes. Os acessos devem ser
implantados em cotas livres das enchentes, buscando espaço adequado.
A planta e perfil da casa de força é detalhado nos desenhos PBE-CAS-05I e PBE-
CAS-05J.
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4.4.5.1 Número de unidades e tipo de turbina
Foi estimado através dos pré-dimensionamentos hidráulicos uma perda de carga de
4,00%, desta forma tem-se uma queda líquida de 8,16 metros do aproveitamento e a
vazão turbinada adotada de 42,43 m³/s. Verificou-se a curva de rendimento das
turbinas Kaplan para o aproveitamento em questão, decidindo-se em adotar uma
máquina Kaplan, conforme apresentado no gráfico a seguir.
Gráfico 4.1: Gráfico de seleção de turbina da CGH Castro.
Fonte: Construnível (2017).
4.4.6 Reservatório
Foi elaborada a curva Cota x Área x Volume do reservatório a partir do processamento
dos dados topográficos e hidrológicos, utilizando o método Planimetria das Curvas
Batimétricas e Processo de Áreas Médias.
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Gráfico 4.2: Curva Cota x Área x Volume do reservatório da CGH Castro. Fonte: Construnível (2017).
Figura 4.5: Cálculo de volume do reservatório da CGH Castro.
Fonte: Construnível (2017).
Através do cálculo do volume do reservatório foi possível determinar o volume útil do
reservatório, que é de 10.585,13 m³, e o volume morto, que é de 9.844,07 m³, sendo
o volume total do reservatório de 20.429,19 m³.
Rio de estudo: RIO SANTANA
Dados de entrada Resultado
Volume Útil 10.585,13
343,00 19688,13 9.844,07 9.844,07 Volume Morto 9.844,07
343,50 22652,38 10.585,13 20.429,19
VOLUME TOTAL DO
RESERVATÓRIO (m³) =20.429,19
CÁLCULO DO VOLUME DO RESERVATÓRIO DA CGH CASTRO
Método Utilizado : Planimetria das Curvas Batimétricas
Processo Utilizado : Processo das Áreas Médias
Fonte: CARVALHO, Newton de Oliveira et al. Guia de Avaliação de Assoreamento de Reservatórios. Brasília - ANEEL,
SIH, 2000. páginas 70 e 71.
COTA (m) Área (m²) Volume (m³)
Volume
Acumulado
(m³)
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4.4.6.1 Sedimentologia
A avaliação sedimentológica é o estudo dos processos de erosão, transporte e
deposição dos sedimentos. Estes processos são naturais ou provocados por
atividades antrópicas. A primeira fase desse processo está ligada à produção natural
de sedimentos (erosão geológica) e/ou provocada (atividade agrícola, urbanização,
desmatamentos, mineração, alteração do regime dos cursos de água, etc.). A
segunda fase está ligada ao transporte dos sedimentos em suspensão e arraste pelas
correntes líquidas. A terceira e última parte do processo é a deposição ou
sedimentação, que é o processo oposto da erosão. O produto da erosão pode
depositar-se nos canais dos rios, nas planícies fluviais, nos reservatórios, etc.
Os efeitos indesejáveis causados pelos sedimentos nos reservatórios são,
principalmente, a destruição das comunidades aquáticas, interferências nos
processos de fotossíntese, turbidez e diminuição da vida útil nos reservatórios dos
aproveitamentos hidrelétricos, comprometendo a operação regular da usina.
O estudo da sedimentologia se faz necessário para realizar a estimativa do volume de
sedimentos que se depositam no reservatório para determinar seu tempo de
assoreamento e propor medidas para solucionar o problema.
De acordo com o “Inventário de Estações Fluviométricas” publicado pela ANEEL, a
área em estudo não dispõe de estações sedimentométricas, fato que impossibilita a
determinação mais precisa do transporte de sedimentos na região. Frente à
insuficiência de dados para a determinação do transporte de sedimentos da bacia,
apoiaram-se os trabalhos no estudo de regionalização da produção de sedimentos no
Brasil, através de trabalho conduzido pela Eletrobrás.
A figura abaixo apresenta uma síntese do trabalho desenvolvido com a classificação
regional da degradação do solo.
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Figura 4.6: Mapa de produção de sedimentos do Brasil. Fonte: IPH/ELETROBRÁS (1992).
Desta forma verifica-se que a bacia se situa na zona (O0; N4), o que aponta para uma
produção média de sedimentos da ordem de 100 a 150 t/km² ano, devendo os cálculos
referentes à estimativa de assoreamento se apoiar no limite mínimo desta faixa. A
favor da segurança, para o eixo em questão foi adotada uma produção de 150t/Km².
Por se tratar de barragem sem regularização, muitos sedimentos são levados pelo rio
sobre o vertedouro, o que é mostrado adiante na análise do reservatório.
4.4.6.2 Vida útil do reservatório
Um reservatório constitui um meio de retenção de sedimentos em virtude da
modificação do regime de escoamento. A redução da velocidade pode ocasionar a
deposição de material em suspensão e do material arrastado no fundo do rio.
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No presente estudo foram utilizadas as metodologias de Churchill, utilizadas para
pequenos reservatórios (volumes inferiores a 10x106 m³) (CARVALHO et al., 2000).
A seguir são apresentados os cálculos da vida útil do reservatório da CGH Castro.
Figura 4.7: Cálculo da vida útil do reservatório da CGH Castro.
Fonte: Construnível (2017).
Nesta curva, o eixo das ordenadas representa a porcentagem do sedimento afluente
do reservatório, ou seja, a fração que passa para jusante da barragem. Na curva de
Churchill, apresentada por Morris/Fan (1997), Strand (1974) e Vanoni (1977) apud
RIO SANTANA DADOS
CÁLCULOS
REFERÊNCIA: ESTUDO DE REGIONALIZAÇÃO DE PRODUÇÃO ANUAL DE SEDIMENTOS
ÁREA DE DRENAGEM AD km² 2286,44
VAZÃO MÉDIA DE LONGO TERMO Qmlt m³/s 47,23
VOLUME ÚTIL Vútil m³ 10585,13
VOLUME MORTO DO RESERVATÓRIO Vmorto m³ 9844,07
VOLUME TOTAL Vt m³ 20429,20
Pse (Região S4) t/km².ano 25,00
DESCARGA SÓLIDA ANUAL Dst t/ano 57161,00
VOLUME ANUAL AFLUENTE Qanual m³ 1.489.445.280,00
COMPRIMENTO DO RESERVATÓRIO L m 420,00
ÍNDICE DE SEDIMENTAÇÃO - entrar no gráfico de churchill per.ret/Vmed 4,45E+02
PORCENTAGEM DE SEDIMENTOS EFLUENTE % % 99,00%
RETENÇÃO DE SÓLIDOS NO RESERVATÓRIO - DIFERENÇA ER % 1,00%
PESO ESPECÍFICO γ kg/m³ 1600
VOLUME DE SÓLIDOS ANUAL E EFLUENTE Vsol=Dst/γ m³ 35725,63
VOLUME DE SÓLIDOS RETIDO Vret=VsolxEr m³ 357,26
VIDA ÚTIL DO RESERVATÓRIO (comprometimento do volume morto) anos 27,55
VIDA ÚTIL DO RESERVATÓRIO (comprometimento do volume total) anos 57,18
AVALIAÇÃO SEDIMENTOLÓGICA - CGH CASTRO
99%
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Carvalho et al. (2000), o eixo das abscissas corresponde ao índice de sedimentação
do reservatório, que é igual ao período de retenção, dividido pela velocidade média
no reservatório.
Como pode-se observar, os resultados revelam que o tempo de vida útil do
reservatório da CGH Castro, considerando o volume máximo operativo de 57,18 anos
e o volume mínimo operativo de 27,55 anos, não será crítica, porém é necessário ser
feito um acompanhamento periódico do reservatório, um controle do assoreamento e
uma operação regular da descarga de fundo de maneira a se manter a usina operando
normalmente por tempo indeterminado.
4.4.7 Subestação
As canaletas de cablagem partem diretamente da sala de comando para a subestação
através de eletrocalhas aéreas.
A subestação elevadora da CGH deve se localizar próximo à casa de força em um
pátio na cota 344,60 m. Será empregado um transformador com tensão primária de
6,90 kV e secundária de 34,50 kV.
Os cabos em tensão de 6,90 kV derivados do gerador chegarão à subestação através
de canaletas no piso, chegando a uma caixa de passagem na base do transformador
elevador, onde serão conectados nas buchas flangeadas de baixa do transformador.
Após o transformador, será instalado o disjuntor de 34,50 kV, podendo este ser isolado
através de chaves seccionadoras. Após o conjunto de seccionadoras, serão
instalados transformadores de corrente (TC’s) e transformadores de potencial (TP’s),
além de para-raios para proteção da saída da linha de transmissão. Também serão
instalados quatro para-raios tipos Franklin sobre a estrutura da SE e casa de
máquinas, aumentando ainda mais a proteção quanto a descargas atmosféricas.
A subestação deve ser protegida por cerca de tela padrão e piso de brita. Da
subestação parte a linha de transmissão que se conectará à CGH Castro e
posteriormente ao ponto de interligação. Pode-se verificar o detalhamento da planta e
perfil da casa de força no desenho PBE-CAS-08, disponível o volume III.
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4.4.8 Linha de Transmissão
A CGH Castro será composta de uma unidade geradora e terá capacidade total
instalada de 3,00 MW. A conexão com o Sistema Elétrico Nacional poderá ser na
subestação Paranaíba em Paranaíba, a qual possui tensão de 138 kV, 34,5 kV e 13,8
kV.
Estimando-se, a extensão a construir de linha de transmissão é de aproximadamente
4,00 km, sendo demonstrado no desenho PBE-CAS-08A, volume III.
A consulta de ponto de conexão foi realizada na Energisa para se obter da
concessionária o ponto mais adequado para conexão, porém ainda não foi obtida
resposta sobre esta ligação.
4.4.9 Equipamentos elétricos
O projeto CGH Castro possui potência instalada de 3,0 MW, tensão de geração 6,90
kV e transmissão 34,5 kV. A seguir são apresentados os equipamentos.
4.4.9.1 Geradores e acessórios
Será utilizado um gerador síncrono trifásico de eixo horizontal, com as seguintes
características:
Tabela 4.5: Dados do gerador selecionado adotado.
Dados do gerador
Posição do eixo Horizontal Número de Unidades 01 Potência Nominal Unitária 3.500 kVA Tensão Nominal 6.900 V Rotação Nominal 720 rpm Frequência 60 Hz Número de Fases 3 Proteção IP21 Conexão do Estrator Estrela Fator de Serviço Contínuo Regime de Serviço S1 Classe de isolamento do Estrator e Rotor F Eficiência (100% carga, cos ɸ= 0,9) 96,50%
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4.4.9.1.1 Ligação dos geradores aos quadros elétricos
A ligação do gerador síncrono ao disjuntor de média tensão nos quadros elétricos de
saída do gerador será feita na tensão de 6,90 kV, através de cabos de cobre de média
tensão com isolação em XLPE. Estes cabos serão rigidamente conectados a
isoladores apropriados em suas extremidades e abrigados em eletrocalhas ventiladas
especiais ao longo das paredes.
4.4.9.2 Transformadores elevadores
No projeto da SE elevadora considerou-se apenas um transformador elevador, opção
esta que se mostrou como o melhor custo-benefício para o aproveitamento em
questão.
A adoção de apenas um transformador elevador não fragiliza a usina uma vez é
possível evitar sua falha através de um bom plano de manutenção preditiva, o qual
deve incluir o acompanhamento do estado do óleo eletro-isolante, a troca periódica
da sílica-gel, análise termográfica e inspeções visuais.
Através destes procedimentos consegue-se minimizar os efeitos de envelhecimento
do transformador e aumentar sua vida útil.
Um estoque permanente com as peças sobressalentes mais suscetíveis a falhas,
como buchas de alta e baixa tensão, terminais, sensores, entre outros, será mantido
na usina de modo que uma falha possa ser prontamente corrigida em campo, sem a
necessidade de envio do transformador para manutenção na fábrica. Na subestação
estão projetados sistemas de caixas subterrâneas para separação do óleo dos
transformadores em um possível vazamento.
Tabela 4.6: Dados do transformador elevador.
Transformador Elevador
Quantidade 01 Tipo Trifásico imerso em óleo Potência 5,0 MVA ONAN Baixa tensão 6,90 kV ligado em delta Alta tensão 34,5 kV ± 2x2,5% ligado em estrela aterrada Frequência 60 Hz Buchas de AT Na tampa Buchas de BT Flangeadas Isolante Óleo mineral Terminais de aterramento Conector duplo para cabo nu de cobre de 25 a 120 mm²
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4.4.9.3 Acessórios
a) Indicador magnético de nível de óleo com dois contatos;
b) Indicador da temperatura do óleo com dois contatos;
c) Relé de gás tipo Buchholz com dois contatos;
d) Secador de ar sílica gel;
e) Dispositivo de alívio de pressão sem contatos tipo tubo de explosão;
f) Caixa de ligação de acessórios;
g) Comutador de derivações sem carga e sem tensão;
h) Radiadores fixos soldados ao tanque;
i) Válvula de drenagem do óleo;
j) Dispositivo para ligação de filtro-prensa;
k) Dispositivo para retirada de amostra do óleo;
l) Meios para suspensão do transformador, incluindo parte ativa, tampa;
m) Rodas lisas bidirecionais para trilho perfil U;
n) Apoio para macacos;
o) Abertura para inspeção;
p) Placa de identificação.
4.4.9.4 Fonte auxiliar de corrente alternada
Para permitir maior segurança ao funcionamento do sistema elétrico da central, está
prevista a instalação de uma fonte auxiliar de corrente alternada, através de um
transformador de serviços auxiliares ligado ao barramento de 34,5 kV da CGH. A
ligação dos bornes de baixa tensão (380/220 v) do transformador dos serviços
auxiliares ao quadro dos serviços auxiliares, na Sala de Comando, será feita com 4
cabos de cobre (3 fases + neutro).
4.4.9.5 Fonte auxiliar de corrente contínua
Com o objetivo de tornar a alimentação do sistema de proteção, comando e
sinalização independente e confiável, previmos a instalação de um banco de baterias
chumbo-ácidas com carregador (retificador), em tensão nominal 125 Vcc. A bateria
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terá 60 elementos, com capacidade mínima de 75 Ah em regime de descarga de 10
horas.
O banco de baterias será instalado na parte interna da casa de máquinas, próximo
aos quadros onde será preparada uma ventilação permanente para o exterior do
prédio, para a saída dos gases liberados pelas baterias.
4.4.9.6 Medições
Está prevista a medição na unidade geradora e na alta tensão da subestação
elevadora. Será tomada medidas instantâneas de corrente (A), tensão (V), potência
ativa (W), potência reativa (VAr), potência aparente (VA), fator de potência (cos Φ), e
frequência (Hz) dos geradores. Na saída do transformador elevador em alta tensão,
estão previstas as medições instantâneas de corrente (A), tensão (V), potência ativa
(W), potência reativa (VAr), potência aparente (VA), energia ativa (Wh) e energia
reativa (VArh) em alta tensão. Na saída geral de alta tensão, estará localizado o
disjuntor geral de proteção em alta tensão, uma chave seccionadora de abertura do
circuito de alta tensão.
4.4.9.7 Proteção dos geradores
Quanto as unidades geradoras, as mesmas serão protegidas por relés multi-função
com as seguintes proteções:
a) Relé de sincronismo;
b) Relé de sub-tensão;
c) Relé de potência inversa;
d) Relé de excitação de campo;
e) Relé de desbalanceamento de corrente de fase;
f) Relé térmico;
g) Relé instantâneo de sobre-corrente;
h) Relé de sobre-corrente com restrição por tensão;
i) Relé de sobre-corrente de neutro;
j) Relé de sobre-tensão;
k) Relé de frequência;
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l) Relé diferencial.
4.4.9.8 Proteção da subestação e saída em alta tensão
A subestação elevadora e instalações em alta tensão serão protegidas por relés multi-
funções com as seguintes proteções:
a) Relé de temperatura do óleo do transformador elevador;
b) Relé de sub-tensão;
c) Relé anunciador;
d) Relé térmico dos enrolamentos do transformador;
e) Relé instantâneo de sobre corrente;
f) Relé de sobre corrente com retardo de tempo;
g) Relé de sobre corrente de neutro;
h) Relé de sobre tensão;
i) Relé de desequilíbrio de tensão;
j) Relé Buchholz;
k) Relé direcional de sobre corrente CA;
l) Relé direcional de sobre corrente CA do neutro;
m) Relé de nível de óleo;
n) Relé de proteção contra defasagem;
o) Relé de frequência;
p) Relé diferencial do transformador.
4.4.9.9 Malha de aterramento
Será necessária uma malha de aterramento, para a ligação do neutro do
transformador elevador e dos para-raios da subestação. Será executada utilizando-se
hastes de aterramento cobreadas e condutores de cobre nu. A resistência de
aterramento deverá ser inferior a 10ohms em qualquer época do ano. Também
deverão ser ligados à malha de aterramento, os neutros do gerador, os para-raios e
varistores, e todos os componentes metálicos da usina não energizados.
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4.4.9.10 Sistema de comunicações
Além da telefonia convencional, recomenda-se a instalação de um aparelho de
radiocomunicação, do tipo Spread Spectrun para transmissão de dados e voz se
necessário. Os rádios devem usar a frequência de 5,8 GHz e antenas parabólicas de
60 cm de diâmetro. Um sistema de baterias e no-break deve ser utilizado para garantir
a energização dos rádios mesmo em faltas de energia. Os rádios e suas respectivas
antenas devem ser instaladas em torres autoportantes de 18 m de altura.
4.4.9.11 Providências em caso de curto-circuito com aves
A mortalidade por curto-circuito ocorre quanto uma ave toca em dois fios elétricos com
tensões diferentes de uma linha elétrica aérea, o que provoca a passagem de
correntes em seu corpo causando queimaduras gravíssimas e paralisias podem
ocasionam quedas graves. De acordo com Tessmer e Port (1996) as principais
interferências de aves que ocorrem em linhas de aéreas de transmissão, podem ser
agrupadas em três causas básicas que são, a construção de ninhos nas estruturas, o
pouso em pontos críticos pelo distanciamento entre partes vivas e aterradas e a
colisão em pleno voo com condutores.
No caso das construções de ninhos nas estruturas, uma medida comumente usada é
adoção de retirada programada de ninhos, nesse caso é adotado com uma certa
periodicidade a retirada dos ninhos que são instalados em áreas críticas, além de
reduzir o índice de mortalidade essa medida possibilita menor prejuízo diante das
falhas na transmissão causadas pela ocorrência de curtos-circuitos.
Quanto ao distanciamento dos cabos elétricos é aconselhável adoção de medida para
evitar curto-circuito entre fases, principalmente no caso de aves de grande porte,
sendo recomenda nesse caso o afastamento entre os condutores. De acordo com
Tessmer e Port (1996) em estruturas de MT tipo N1 rebaixar a cruzeta em 1,0 m, e
em estruturas tipo HC afastar os isoladores em 1,0 m. O afastamento dos condutores
também pode variar de acordo com a disposição e tipo de poste utilizado pode-se
realizar um distanciamento de 1,40 m entre os cabos.
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No caso de aves que pousam em bando quando ocorrem o voo repentino pode ocorrer
a colisão entre fases. Como principal medida neste caso são instalados na rede de
BT espaçadores de PVC para evitar curtos-circuitos por colisão de condutores
(TESSMER e PORT, 1996).
Sabe-se que é frequente as interferências de aves nas redes aéreas de transmissão
de energia. Além do volume de prejuízos causados, essa questão tem grande
importância técnico-econômica, bem como ambiental. A adoção de medidas simples,
através do planejamento e adaptações na fase de projeto, possibilitará benefícios e
mais qualidade da energia fornecida, como também melhorias nas questões
ecológicas (TESSMER e PORT, 1996).
4.5 INFRAESTRUTURA NECESSÁRIA PARA A IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO
Para a implantação da central geradora hidrelétrica está prevista a instalação do
canteiro de obras (civil e eletromecânico), bem como de escritório administrativo da
obra, na margem direita do rio Santana.
Devido à topografia favorável do local, o canteiro de obras será instalado próximo às
estruturas do canal adutor. As instalações do canteiro fornecerão condições
adequadas para o desenvolvimento das construções de forma funcional, segura e com
qualidade, sem a desnecessária interferência com propriedades inseridas na região.
Além disso, serão devidamente sinalizadas, com áreas e acessos contemplando
sistemas de drenagem apropriadas ao local, e com o mínimo de pontos de entrada e
saída, os quais terão monitoramento contínuo.
Para a implantação do empreendimento está prevista a construção das instalações
listadas a seguir.
a) Oficina de manutenção dos equipamentos pesados e leves;
b) Pátio para estacionamento;
c) Escritório principal de administração, apoio à engenharia e frentes de trabalho;
d) Refeitório;
e) Banheiros;
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f) Bancada de carpintaria;
g) Local para armação;
h) Depósito de materiais;
i) Local equipado com instrumentos de primeiros socorros;
j) Sistema de água potável;
k) Sistema de energia elétrica;
l) Sistema de saneamento básico;
m) Local de bota fora e almoxarifado.
4.5.1 Interferências em sistemas de infraestrutura e acessos futuros
Referente a interferência do empreendimento sobre sistemas de infraestrutura,
destaca-se a locação do canal adutor já existente (estrutura antiga) sob a BR-158.
Devido à expansão do canal supramencionado, em função das modificações
previstas, serão necessárias intervenções na rodovia, porém, destaca-se que as
atividades serão realizadas em conformidade com o DNIT (Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transporte) e regularizadas pelo mesmo.
Considerando a localização favorável do empreendimento, ou seja, às margens da
rodovia, não será necessária a abertura de longos acessos. O projeto prevê um
acesso direto da rodovia BR-158, à margem direita do canal, tendo em vista a área de
campo onde foi locado o canteiro de obras e bota-fora, o que diminui os riscos de
erosão, compactação do solo, retirada de vegetação e outros impactos ocorrentes da
abertura de novos e longos acessos.
A imagem a seguir apresenta o esquema de desvio proposto para a rodovia, além da
indicação do acesso previsto. O desenho em escala adequada encontra-se disponível
no volume III – Desenhos (PBE-CAS-06B).
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Figura 4.8: Esquema de desvio da rodovia e acesso futuros. Fonte: Construnível, 2017.
4.5.2 Resíduos e efluentes gerados na obra
As fases de implantação e operação do empreendimento produzem resíduos e
efluentes de diversas tipologias.
Os resíduos oriundos das atividades da construção e operação do empreendimento
(plástico, papel, metal, restos de madeira, vidro, não recicláveis, etc.) serão dispostos
em lixeiras próprias e identificadas locadas em pontos estratégicos do
empreendimento, que serão destinadas posteriormente, sempre que haja
necessidade, às empresas de coleta de resíduos específicas.
Caso se verifique adiante outro resíduo gerado, o mesmo obterá o tratamento
adequado, caso necessário, e sua correta disposição final, sendo as medidas cabíveis
definidas pelos técnicos responsáveis.
O projeto prevê que para os efluentes oriundos das edificações, como refeitório e
banheiros, terão como disposição final o sistema fossa-filtro-sumidouro, composto
pela fossa séptica, filtro anaeróbico e sumidouro. Este sistema será adotado para
evitar o lançamento de qualquer efluente diretamente no rio. No anexo PBE-CAS-07A
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(Desenhos-Volume III) se apresenta o detalhamento do sistema de tratamento de
esgoto do empreendimento.
4.6 ÍNDICE DE CUSTO X BENEFÍCIO DO APROVEITAMENTO
O índice de custo x benefício corresponde à relação entre os custos associados ao
empreendimento e o benefício decorrente da valorização da sua energia firme anual.
Este custo é expresso pela seguinte fórmula:
CT x FRC + COM x PI ICB = _________________________
8760 EM
Sendo:
ICB = Custo da energia média gerada pela CGH Castro; (Expresso em US$ /
MWh);
CT = Custo total do aproveitamento (R$ 12.440.301,00);
PI = Potência instalada (MW) (3,00 MW);
COM = Custo anual de operação e manutenção (R$50.000/MW/ano);
FRC = Fator de recuperação do capital (10% ao ano):
FRC = _____________
(1+j)z -1
j = Taxa de juro anual (10% ao a. a);
z = Vida útil da usina, (admitido 30 anos);
EM = Energia média gerada pela usina em MW médios (2,37 MW);
ICB = _____________________________________ = R$ 67,15/MWh
8.760 x 2,37 MW
j (1 + j)z
R$ 12.440.301,00 x 0, 10 + R$ 50.000 x 3,00
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O Índice de Custo x Benefício para a Energia firme (ICB), seria:
ICB =R$ 67,15/MWh
A este custo, deverão ser adicionados os custos do sistema de transmissão associado
e os seguintes impostos e taxas: COFINS/PIS/ANEEL, contribuição social sobre o
lucro antes do imposto de renda, imposto de renda sobre o lucro real e o adicional
sobre o lucro excedente.
A seguir é apresentado estudo financeiro incluindo mais variáveis, a fim de consolidar
a viabilidade econômica do empreendimento.
4.6.1 Comparação Custo Unitário Relativo (CUR) com Índice Custo-Benefício
(ICB)
Para análise de um empreendimento, é necessária a análise dos benefícios
agregados ao custo de investimento.
O Custo Unitário de Referência - CUR é definido no item 2.6 – Parâmetros
Econômicos do Manual de Inventario (ELETROBRAS), com base no Custo Unitário
de Referência de Energia – CRE e no Custo de Referência de Ponta – CRP, que serão
fornecidos pelo poder concedente. Recomenda-se o uso do Custo Unitário de
Referência determinado pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE com base no
Plano Nacional de Expansão – PNE. O último valor divulgado é de R$ 143,70/MWh,
conforme indicado na Nota Técnica EPE-DEE-re-077/2008, de 10/06/2008. Este valor
deve ser corrigido até a data base dos estudos, sendo recomendado o uso do IGP-DI
(Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) como fator de correção.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas – FGV o último dado disponível do IGP-DI de
Outubro de 2018 foi estabelecido em 1,9408. Atualizando o CUR por este índice
chegamos ao valor de R$ 278,90/MWh.
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Tabela 4.7: Correção do IGP-DI.
Fonte: FGV, 2018.
Para que um empreendimento seja competitivo no horizonte de longo prazo deve-se
comparar o seu ICB ao CUR corrigido. Devem ser paralisados empreendimentos que
o seu ICB fique acima do CUR. Caso isso aconteça o arranjo deve ser alterado, com
mudanças na posição de seu barramento, formas de circuito hidráulico até achar seu
ICB abaixo do CUR.
Conforme o cálculo demonstrado do ICB, o empreendimento encontra-se abaixo do
CUR, com um bom índice custo-benefício, já que este ficou em apenas R$ 67,15, bem
abaixo dos R$ 278,90.
Desta forma, do ponto de vista econômico, a CGH Castro apresenta boa viabilidade
econômica.
4.6.2 Análise financeira do empreendimento
A implantação da CGH Castro tem como objetivo gerar benefícios econômicos e
ambientais que compensem os investimentos a serem realizados. Os benefícios
econômicos da implantação da CGH vão recompensar financeiramente os
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investimentos realizados, garantindo ao investidor o retorno do capital aplicado e
ainda gerando receitas positivas por longa data.
Os benefícios ambientais significam as melhorias no padrão de vida da população que
usufruirá da energia a ser produzida, principalmente no caso da CGH Castro, que vai
ser implantada em região agrícola, com poucas opções de atividades econômicas. Os
reflexos sobre todos os setores da economia regional são imediatos, incluindo
também os associados às condições de saúde da população.
As melhorias, em alguns casos, são quantificáveis através de previsões, como, por
exemplo, o aumento da produção agrícola e industrial e, ainda, na oferta de empregos
locais, diretos e indiretos.
A análise financeira do empreendimento foi feita considerando o resultado dos
Estudos Energético e de Viabilidade relacionada à Motorização, com inclusão do OPE.
Com base em todos os custos estimados, montou-se o diagrama de fluxo de caixa do
empreendimento, considerando-se as receitas e despesas.
Para a análise financeira foi utilizado o método do fluxo de caixa descontado e
calculado o valor presente líquido (VPL) e a taxa interna de retorno do investimento
(TIR), o apontamento desses indicadores para um futuro positivo garante a
determinação viabilidade ou não do empreendimento.
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Figure 4.1: Fluxo de caixa da CGH Castro - primeiros anos.
O valor presente líquido indica os lucros gerados além da expectativa inicial do
empreendimento, para a CGH Castro a VPL apresentou valor positivo de R$
10.544.153,84, isso significa que a CGH tem lucro médio aquém das expectativas
traçadas no estudo de viabilidade de motorização, onde foi estimada uma taxa de
retorno do empreendimento de 12% ao ano.
A taxa interna de retorno visa encontrar uma tarifa de equilíbrio do fluxo de caixa, que
com a taxa de retorno i%, resulte numa receita anual, capaz de equilibrar os custos
anuais envolvidos na implantação e operação da usina, no horizonte de planejamento
de 30 anos, ou seja, que leva a um VPL igual a zero. Para a CGH Castro a TIR
encontrada foi de 42,99% ao ano, maior que a taxa de desconto esperada, de 12% ao
ano.
0 1 2 3
(+) Receita de venda de Energia (R$200,00/MWh) 4.152.240,00R$ 4.193.762,40R$ 4.235.700,02R$
(+) Aporte de Capital Próprio (30%valor da CGH ) 3.732.090,30R$
(+) Entrada do Financiamento (70% da CGH ) 8.708.210,70R$
(-) Operação e Manutenção / Monitoramento Ambiental/Contabilidade 150.000,00R$ 153.000,00R$ 156.060,00R$
(-) Depreciação
(-) Despesas Financeiras (Juros) 870.821,07R$ 839.692,51R$ 805.451,08R$
(-) Impostos e Taxas
RGR (Uso de Bem Público - UBP) -R$ -R$ -R$
Fiscalização ANEEL - RFSEE -R$ -R$ -R$
Compensação Finaceira (ISENTO) -R$ -R$ -R$
PIS / COFINS (6,35%) 263.667,24R$ 266.303,91R$ 268.966,95R$
Outros -R$ -R$ -R$
(-) Encargos de Transmissão (TUSD 5%) 207.612,00R$ 209.688,12R$ 211.785,00R$
(-) Seguros -R$ -R$ -R$
(=) Resultado Operacional Bruto 2.348.854,05R$ 2.382.663,65R$ 2.416.781,36R$
(-) Provisões para Imposto de Renda 427.224,00R$ 431.376,24R$ 435.570,00R$
(=) Resultado Operacional Líquido 1.921.630,05R$ 1.951.287,41R$ 1.981.211,36R$
(+) Depreciação
(+)Subsídio da C.C.C.
(-) Contribuição Social
(-) Investimentos Fixos (valor da PCH ) 12.440.301,00R$
(-) Amortização 311.285,64R$ 342.414,21R$ 376.655,63R$
(+) Valor Residual do Empreendimento -R$ -R$ -R$ -R$
(=) Fluxo de Caixa do empreendimento 3.732.090,30-R$ 1.610.344,40R$ 1.608.873,21R$ 1.604.555,73R$
(=) Fluxo de Caixa Acumulado do Acionista 3.732.090,30-R$ 2.121.745,90-R$ 512.872,69-R$ 1.091.683,04R$
Valor Presente Líquido (VPL) R$ 10.544.153,84
Taxa Interna de Retorno 42,99%
ITENS
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Com base nos valores encontrados para o valor presente líquido e taxa interna de
retorno pode-se concluir que o empreendimento CGH Castro tem viabilidade
econômica.
4.6.3 BENEFÍCIOS DO EMPREENDIMENTO
Os benefícios das energias renováveis, em especial os empreendimentos
hidrelétricos, são inúmeros, dentre eles podemos descartar alguns:
Promove uma energia limpa e renovável sem emissão de gases poluentes; como o
CO2, altamente prejudicial à saúde.
Geração de energia de qualidade e confiabilidade na entrega da energia próximo a
geração;
Fomento na economia local e regional, através de serviços, insumos e mão de obra.
Baixo impacto ambiental, por ser usina a fio d´água
Curto prazo de construção;
Empreendimentos localizados próximo aos centros de consumo, aliviando a
sobrecarga nos sistemas de transmissão e distribuição;
Possuem ótima compensação ambiental;
Recuperação das APPs ;
Regularização do regime hidrológico do rio;
Proteção do ambiente aquático; através dos programas de monitoramento
ambientais
Redução de riscos de erosão, desmoronamento e assoreamento do rio;
Monitoramento permanente das características físico-químicas da água.
As PCHs e CGHs atuam como filtros nos rios com suas grades retirando
toneladas de lixo e entulho jogamos pelo homem e que são destinados ao seu
devido local.
Além de promover o monitoramento ambiental eterno na bacia hidrográfica
como inúmeros programas ambientais que jamais seriam realizados se não
houvesse a CGH no local.
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Os programas ambientais, sócio econômicos e educacionais que serão desenvolvidos
quando da implantação da CGH, trarão desenvolvimento e crescimento para região,
incentivo à preservação e melhoria da fauna aquática, cuidado e controle da pesca
local.
A empresa Construnível desenvolve diversos programas de educação, controle e
monitoramento ambiental em seus empreendimentos.
As CGHs são fomentadoras de crescimento regional, aumentando o IDH, índice de
desenvolvimento humano na região, trazem benefícios dos programas ambientais que
serão realizados eternamente na bacia, geram emprego direto e indireto, além de
assegurar uma eficiente e segura estabilidade de energia na região.
No caso em questão, ainda, podemos citar os seguintes benefícios diretos que a
construção da CGH Castro poderá trazer ao Município de Paranaíba e toda sua
população:
Durante a construção do empreendimento, serão gerados aproximadamente
57 (cinquenta e sete) empregos diretos, com geração, consequentemente, de
outros tantos indiretos;
Após a conclusão do empreendimento, por sua vez, na fase de operação, serão
gerados aproximadamente 10 (dez) empregos indiretos;
O valor inicialmente orçado e previsto para a implementação da usina é de
cerca de R$ 4.146.767,00 (quatro milhões cento e quarenta e seis mil
setecentos e sessenta e sete reais) por megawatt (MW) de potência instalada,
considerando que o projeto apresentado demonstrou a viabilidade de 3,00 MW
de potência, destarte, o que gerará um investimento de aproximadamente
R$12.440.301,00 (doze milhões quatrocentos de quarenta mil e trezentos e um
reais).
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5. FICHA TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO
FICHA TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO CGH CASTRO
Bacia de drenagem
Área de drenagem da bacia 2.464,83 km²
Área de drenagem da bacia no eixo do
barramento 2.286,44 km²
Vazão média de longo período 47,23 m³/s
Vazão firme (Q95%) 31,68 m³/s
Vazão ecológica (vazão no TVR) 9,50 m³/s
Reservatório
N.A. de montante 343,50 m
Máximo maximorum 345,50 m
Área de inundação 5.600 km² (0,56 ha)
Volume máximo do reservatório 20.429,19 m³
Tempo de assoreamento previsto Volume máximo operativo de 57,18 anos
N.A. de jusante 335,00 m
Normal 343,50 m
Barragem
Tipo Misto (concreto/enrocamento)
Cota de crista 343,50 m
Comprimento 151,80 m
Altura da máxima 2,90 m
Vertedouro
Tipo Soleira livre
Capacidade máxima de vertimento (QTR1000) 255,88 m³/s
Comprimento 53,00 m
Tomada d’água
Tipo Gravidade
Estrutura de desvio
Tipo Ensecadeiras e adufas de desvio
Seção 30m²
Dimensões Altura: 3,80
Base: 12 metros
Vazão 175,42 m³/s
Canal de adução
Comprimento 241,00 m
Seção Trapezoidal
Vazão aduzida 42,43 m³/s
Revestimento Manta de polietileno de alta densidade - PEAD
Condutos forçados
Número de condutos Não se aplica
Diâmetro Não se aplica
Comprimento Não se aplica
Tipo Não se aplica
Vazão por conduto Não se aplica
Casa de força
Tipo Abrigada
Geradores 01
Potência instalada 3.500 kVA
Potência unitária 3.500 kVA
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FICHA TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO CGH CASTRO
Turbinas
Tipo Kaplan horizontal
Número de unidades 01
Vazão máxima turbinada 42,43 m³/s
Estudos energéticos
Queda bruta 8,50 m
Queda líquida 8,16 m
Potência instalada 3,00 mW
Energia firme 2,37 mWh
Energia média 2,37 mWh
6. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO (AIP)
A delimitação das áreas de influência de um empreendimento consiste em definir os
limites geográficos a serem afetados e os efeitos relativos à sua implantação e
operacionalização, considerando a bacia hidrográfica na qual o empreendimento se
localiza, conforme a Resolução CONAMA nº 001/86, que em seu Art. 5º, trata:
“III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pela implantação, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza. ”
Essa delimitação é de fundamental importância para cada objeto do estudo,
considerando os níveis de inter-relação com o empreendimento pretendido, em
termos de diagnóstico socioambiental, de identificação de prováveis impactos e
aplicação dos programas ambientais propostos.
Para a definição das áreas de influência foram levadas em consideração as
interferências sobre os meios físico, biótico e antrópico. Em relação ao meio físico
foram consideradas as influências que poderão incidir sobre os componentes do
clima, geologia, geomorfologia, solos e recursos hídricos.
Para o meio biótico consideram-se as condições da vegetação e da fauna, definições
sobre biodiversidade, espécies raras e ameaçadas e possibilidades de aparecimento
das espécies exóticas.
Por fim, para o meio antrópico, a definição baseou-se nas interferências que o
empreendimento poderá gerar sobre os modos de vida das comunidades. E assim
foram estabelecidos três ambientes geográficos diferenciados em função dos níveis
de influência aos quais são submetidos, conforme descritos a seguir.
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Conforme determina as diretrizes, para o presente estudo, as Áreas de Influência do
Projeto, foram definidas em: Área Diretamente Afetada - ADA; Área de Influência
Direta – AID e Área de Influência Indireta - AII.
Cada um desses subespaços recebe impactos nas fases de planejamento,
construção, operação e desativação do empreendimento, algumas vezes com
relações causais diretas, outras vezes indiretas. A delimitação destas áreas ocorre a
partir das características e abrangência do empreendimento, e pode variar de acordo
com a diversidade e especificidade dos ambientes afetados, sendo que a AII
circunscreve a AID e esta, da mesma forma, engloba a ADA, onde se localiza o
empreendimento propriamente dito, como mostra a figura abaixo.
Figura 6.1: Esquematização das áreas de influência.
6.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA)
Área que sofre diretamente as intervenções de implantação, operação e desativação
da atividade, considerando alterações físicas, biológicas, socioeconômicas e das
particularidades da atividade.
Meios Físico, Biótico e Socioeconômico: Corresponde os limites da área de
implantação do empreendimento, as quais irão suportar interferências diretas,
discriminadas como as estruturas permanentes (barramento, reservatório, condutos
forçados, casa de força, acessos) ou temporárias (canteiro de obras, áreas de
empréstimo, bota fora), além das áreas onde haverá supressão de vegetação e da
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consequente área de preservação permanente - APP, considerando como a ADA, o
entorno imediato das estruturas.
Figura 6.2: Área Diretamente Afetada - ADA da CGH Castro.
Conforme a figura anterior, a ADA da CGH Castro, abrange o entorno imediato das
estruturas do empreendimento, onde haverá intervenção de máquinas e
movimentação de pessoas. A ADA possuirá uma área total de 7,49 ha.
6.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID)
Área sujeita aos impactos diretos da implantação, operação e desativação da
atividade. A sua delimitação deverá ser em função das características sociais,
econômicas físicas e biológica dos sistemas a serem executados e das características
da atividade.
Meios Físico, Biótico e Socioeconômico: Para a delimitação destes itens,
determinou-se como AID, uma área com raio de 500 metros, a partir dos limites da
ADA, onde poderá haver alterações no uso e cobertura do solo, qualidade do ar, água,
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além de possíveis impactos sobre a fauna e a flora, bem como na economia e
desenvolvimento local.
Considerando a área delimitada na figura abaixo, a AID, representa uma área de
179,04 ha.
Figura 6.3: Área de Influência Direta - AID da CGH Castro.
6.3 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII)
Na área de influência indireta - AII são compreendidos os efeitos indiretos da
implantação, operação e desativação do empreendimento, abrangendo os
ecossistemas e o sistema socioeconômico que podem ser impactados por alterações
ocorridas na área de influência direta – AID e na área diretamente afetada - ADA. Ou
seja, a AII está relacionada aos impactos previstos para AID e ADA, na hipótese que
os mesmos excedam para o seu entorno, em maior ou menor grau.
Área Total da AID =
179,04Hectares
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Meios Físico, Biótico e Socioeconômico: Considerando o empreendimento,
adotou-se como AII, para os meios físico e biótico, a área correspondente à bacia
hidrográfica do Rio Santana. Para o meio antrópico adotou-se como AII o município
de Paranaíba, como pode ser observado nas imagens abaixo e como mostra o Mapa
EAP-CAS-02, em anexo.
A área total compreendida pela bacia hidrográfica do Rio Santana, compreende uma
área de AII, portanto, possuirá uma área de 2.464,83 ha.
Figura 6.4: Área de influência indireta do meio biótico e físico.
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Figura 6.5: Área de influência indireta - AII do meio socioeconômico, município de Paranaíba.
6.4 VARIÁVEIS DIRETAS E INDIRETAS NAS DIFERENTES FASES DO
EMPREENDIMENTO
6.4.1 Fase de Planejamento
Nesta etapa, além de comprovar a eficácia do potencial hídrica, observou-se que a
região no entorno do empreendimento encontra-se bastante alterada devido às
atividades antrópicas, com áreas instáveis e suscetíveis à erosão e áreas com
instabilidade do solo proveniente da falta de vegetação.
A descontinuidade das florestas ocorreu em função dos usos do solo para atividades
agrícolas e pecuárias. O mau uso destas áreas além de provocar as perdas vegetais
permitiram o surgimento de áreas suscetíveis à erosão, como constatado próximo ao
barramento, que de acordo com os moradores antigos, é um problema que ocorre a
muitos anos e vem aumentando com o passar do tempo.
Sede do Município Paranaíba
CGH Castro
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No início dos trabalhos de planejamento, são realizados contatos com entidades
públicas, órgãos ambientais, e com a população do entorno, através de busca de
informações para a elaboração dos estudos, além de estudos de levantamento de
campo, buscando a viabilidade do projeto e do empreendimento.
Com a realização dessas atividades, é inevitável que ocorra a disseminação de
informações sobre o empreendimento, que de forma oficial ou extraoficial, acaba
gerando expectativas sobre o tema na população, trazendo algumas incertezas, caso
haja falta de informações concretas.
Para que o processo de implantação seja feito de forma equilibrada e sem conflitos
com a população local, é de suma importância, desde a base do planejamento,
estabelecer estratégias de comunicação social que apresentem de forma clara as
informações sobre o processo, construindo, assim, a confiança da população da área
afetada e dos órgãos públicos em relação à implantação do empreendimento.
Com o intuito de manter a comunidade e órgãos municipais informados a respeito do
empreendimento, o empreendedor, ao longo da etapa de planejamento e estudos
ambientais, já vem adotando ações neste sentido, atuando com cautela nos estudos
prévios da região, divulgando informações a respeito do empreendimento para os
interessados por meio de contato dos profissionais responsáveis pelos trabalhos de
campo de topografia, avaliação fundiária, socioeconômica e ambiental.
Sabe-se que nem sempre as expectativas das populações são boas, pois muitas
vezes são criadas desinformações ao longo do processo de licenciamento do
empreendimento e a população acaba sendo levada a pensar apenas em malefícios
que as obras podem causar para o seu cotidiano.
No processo da CGH, a equipe técnica multidisciplinar fez contatos com os moradores
e proprietários afetados ao longo do processo, com o intuito de blindá-los quanto às
desinformações que poderiam surgir ao longo do processo da usina
Nesta fase também ocorrem especulações, sobretudo em relação às questões
fundiárias, que acabam provocando alguns efeitos negativos, como o aumento na
valorização das áreas.
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Vale destacar que essa etapa de acordo com proprietários foi cumprida, estando todos
de acordo com a instalação do empreendimento.
6.4.2 Fase de instalação
Nesta etapa, são esperados passivos ambientais nas diferentes variáveis, meios
físico, biótico e antrópico. Os impactos derivados do empreendimento nessa fase do
empreendimento poderão ser tanto negativos como positivos.
São esperadas modificações no solo, como movimentação e compactação, em função
das escavações e trânsito de máquinas e equipamentos no canteiro de obras. Os
riscos de contaminação do solo por óleos e graxas serão minimizados com a
implantação de programa de controle de empreiteiras, que busca a excelência no
controle das atividades da obra.
A inserção da CGH, desde a etapa de implantação até a operação mudará
permanentemente as características da paisagem da área em virtude das mudanças
de uso do solo do espaço existente, com principal contribuição da formação do
reservatório, a presença de estruturas e a supressão e recomposição da vegetação.
Algumas áreas da ADA tornar-se-ão alagadas ou de vegetação nativa após a
instalação do empreendimento. Outras alterações são de cunho temporário, como na
área do canteiro de obras e áreas de bota-fora, que devem ser recuperadas
posteriormente para integração paisagística ao contexto local.
Em relação à presença das estruturas, os efeitos são considerados inevitáveis.
Quanto à supressão vegetal, o impacto será compensado com a desmobilização e a
recuperação das áreas de canteiro de obras e um adensamento das APPs nos locais
onde se encontra descaracterizada.
Nesta etapa também, são realizadas atividades de supressão de vegetação nas áreas
atingidas, como na borda da APP, canal adutor e casa de força, que embora seja
considerado de pequenas proporções, irá trazer alguns prejuízos ambientais. Esse
passivo ambiental será mitigado e compensado com a implantação de programas
ambientais que buscam a recuperação de áreas desflorestadas.
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Sobre a fauna, aumentará os riscos em função da movimentação de máquinas e
pessoas. Esse risco pode ser também voltado para os funcionários, já que animais
peçonhentos podem oferecer risco aos mesmos. Para tanto, serão implantados
programas ambientais voltados para a prevenção de acidentes, tanto para animais
como para os funcionários. Planeja-se a instalação de placas de sinalização na
rodovia, que busque a conscientização em relação ao atropelamento de fauna bem
como a diminuição da velocidade na via em função da obra.
Nas fases de implantação e operação do empreendimento os procedimentos
construtivos e a concentração de pessoal implicam na geração de resíduos sólidos
diversos. A disposição incorreta pode ocasionar poluição do solo e águas, o que pode
ser minimizado por estratégias estabelecidas em um programa/plano de
gerenciamento de resíduos.
O aumento na emissão de ruídos também é esperado durante a fase de implantação
do empreendimento. O impacto é decorrente das atividades construtivas da obra,
movimentações de equipamentos, caminhões, máquinas e de trabalhadores que vão
gerar este aumento nos ruídos nas imediações da obra.
Nesta fase do empreendimento, aumenta-se o conhecimento científico regional, tendo
em vista que a realização dos estudos incrementa o conhecimento das espécies da
flora, fauna e qualidade da água da região do empreendimento.
Durante as atividades de levantamento de campo, meios físico, biótico e antrópico,
para a elaboração do EAP, são obtidos dados primários sobre os diferentes aspectos
regionais e locais, dentre eles, fauna, flora, qualidade da água, aspectos sociais e
culturais, entre outros, que servem de acervo técnico-científico para a comunidade.
Sendo que estes dados são apresentados ao órgão ambiental e possivelmente
publicados, o embasamento científico da região permite o aprimoramento de técnicas
de conservação e também o incentivo à novas pesquisas em diversas áreas do saber.
A implantação da CGH, ocasionará a remoção de área de uma estreita faixa
vegetação nativa em APP. Com a formação do reservatório uma nova faixa de
vegetação deverá ser preservada em toda a sua extensão, sendo que, está foi
previamente definida em 50 m para cada uma das margens, bem acima das condições
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atuais. As áreas compostas por vegetação herbácea e gramíneas, bem como pela
faixa inexistente, serão modificadas através da reposição de espécies florestais
nativas. A área de APP, em sua totalidade, será cercada com arame liso, a fim de
evitar a passagem de animais, como gado bovino, por exemplo.
Espera-se com isso, que a nova faixa ciliar promova o aumento da fauna na área do
empreendimento, resultando em um impacto de natureza positiva.
A CGH será responsável pela geração de 3,0 MW de energia elétrica e esse aumento
da capacidade instalada é positivo em diferentes sentidos. Primeiramente, a oferta
adicional de energia elétrica possibilita a atração de investidores e a implantação de
novos empreendimentos de diferentes naturezas na região, proporcionando dessa
maneira o desenvolvimento socioeconômico do município.
Além disso, a injeção da potência gerada pelo empreendimento no sistema interligado
nacional traz melhorias para todo o sistema local e regional, tanto no que se refere à
geração, como também para o sistema de transmissão e distribuição de energia
elétrica. A adição de energia no sistema possibilita remanejamentos no sistema
elétrico, proporcionando redução de perdas e melhor aproveitamento da energia
elétrica.
Estima-se que durante a construção do empreendimento sejam gerados empregos
diretos e indiretos, única e exclusivamente pela construção do empreendimento.
Estima-se que durante a fase de construção do empreendimento serão gerados 50
empregos diretos e 150 indiretos. Os empregos serão gerados em todas as etapas
do processo, em diversificadas áreas, com funções e qualificações específicas. A fase
de planejamento é a que exige profissionais com maior capacitação, porém a fase de
maior geração de empregos é a da construção, que contará com profissionais em
diferentes níveis de capacitação e qualificação, variando em superior, técnico e
operacional. Apesar de serem empregos temporários, trata-se de um impacto de
natureza positiva e muito importante em termos locais, dado o grande número de
trabalhadores atuantes no mercado informal, sendo que parte dessa mão de obra
pode ser obtida no próprio local, ou seja, proveniente do município de Paranaíba.
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6.4.3 Fase de operação
A implantação e operação de uma CGH gera um impacto ambiental menor do que
uma usina hidrelétrica de grande porte, no entanto, a mudança na dinâmica hídrica da
região, por menor que seja, é inevitável. Com a construção do barramento haverá
redução na velocidade de escoamento do fluxo natural do rio, o que implicará em
alteração de ambiente lótico para lêntico e a redução da vazão a jusante do
barramento. Na fase de operação da CGH será necessário realizar o monitoramento
da vazão a jusante, e do nível do reservatório a montante, a fim de garantir o uso
múltiplo desses recursos hídricos e preservar os ecossistemas aquáticos.
Toda operação de aproveitamentos hidrelétricos promove alterações no ambiente
natural onde ele será construído, pois geralmente ocorre a supressão de vegetação e
a remoção de consideráveis volumes de terra e rocha. Essas alterações podem
causar mudanças na qualidade das águas superficiais a jusante do empreendimento
devido a movimentação do solo e rochas facilitar a chegada de material fino
(sedimento) às vias de drenagem, que, por consequência, irão atingir o corpo hídrico
receptor. Este aumento da carga sólida em suspensão afeta diretamente a qualidade
da água pelo aumento da turbidez e carreamento de outras substâncias.
Diante do exposto, é esperado que as interferências causadas pelo empreendimento,
relativo as alterações da qualidade das águas superficiais, não sejam de grande
intensidade, uma vez que o empreendimento apresentará um pequeno lago artificial
e no trecho de vazão reduzida será mantida vazão remanescente suficiente para a
manutenção das condições sanitárias e ambientais.
Mesmo assim, será realizado o monitoramento limnológico do curso da água,
principalmente durante a implantação do empreendimento e durante a operação, a fim
de avaliar e acompanhar o comportamento dos parâmetros físicos, químicos e
biológicos da água. O monitoramento torna possível prognosticar as alterações que
possam ocorrer no sistema hídrico, possibilitando ações imediatas em caso de
alterações significativas, tais como medidas preventivas e/ou corretivas, objetivando
restabelecer a qualidade da água e ecológica do ambiente.
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Sabendo da existência da ETA – Estação de Tratamento de Água da SANESUL, que
atende ao município Paranaíba, o projeto prevê durante a operação do
empreendimento, a manutenção de água suficiente para as condições sanitárias e
ambientais e de consumo da ETA.
A geração de resíduos na fase de operação, se aplicam aqueles associados à
presença de colaboradores nas instalações, que possuem volume reduzido, os quais
devem ser destinados a empresas licenciadas ou ao serviço público de coleta, caso
disponibilizado.
A mitigação de processos erosivos identificados ainda na fase de planejamento, que
podem ser agravados na fase de instalação, terão ações mitigadoras/reparadoras
iniciadas ainda na fase de instalação e estendem-se até a fase inicial da operação.
Posteriormente será realizado a manutenção e controle dos processos erosivos e das
condições ambientais das áreas recuperadas no entorno do empreendimento.
A composição da fauna na futura APP do empreendimento, em função das melhorias
ambientais tenderá a aumentar em números de espécies e de indivíduos, visto que a
área verde no entorno do lago proporcionará bons sítios de reprodução e alimentação,
em local seguro e protegido.
Em relação à Ictiofauna, o levantamento primário identificou algumas espécies que
apresentam comportamento migrador. Assim, buscando a mitigação do impacto, será
inicialmente utilizada coleta manual de espécies a jusante e liberadas a montante do
lago. Esta prática além de ser mais eficiente, possibilitará o conhecimento e o controle
das espécies que utilizam este local. A necessidade da implantação de mecanismos
para a transposição de peixes, deve ser estudada e planejada a melhor opção perante
as características apresentadas pela ictiofauna nos estudos de monitoramento, sendo
que a eficiência de alguns métodos (escada para peixes por exemplo) ainda é muito
questionada por diferentes pesquisadores no que se refere à sua efetividade.
Durante o enchimento do lago e o fechamento das comportas da CGH Castro, será
realizado acompanhamento por equipe técnica habilitada e treinada, para as
atividades de resgate e salvamento da ictiofauna no Trecho de Vazão Reduzida –
TVR. A atividade de fechamento de comportas é realizada sempre com
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acompanhamento de equipe ambiental. Prioriza-se o enchimento em dias de maiores
volumes de chuva, onde a quantidade de água do rio é maior, acelerando o
enchimento do lago. Além disso o fechamento das comportas acontece de maneira
lenta, diminuindo assim as interferências sobre a comunidade aquática.
Após a formação do lago da CGH Castro, a velocidade de escoamento da água é
reduzida. Assim, os sedimentos mais pesados tendem a se depositar na nas
proximidades do barramento. No entanto, durante a deposição de sedimentos não
comprometerá a operação da CGH, exigindo apenas sua manutenção regular.
6.4.4 Fase de desativação
Como descrito em capítulos anteriores, não se tem uma previsão para que seja feita
a desativação da usina. No entanto, após decorridos os anos da Licença de Operação,
caso não haja renovação da licença e nem interesse em preservar as estruturas da
CGH, o empreendimento será desativado e efetivado o desmonte programado das
estruturas.
Desta forma, caso seja necessária a desativação do empreendimento, as estruturas
serão retiradas do local, sobretudo as estruturas que interfiram diretamente sobre o
meio biótico, como o barramento por exemplo.
Qualquer movimentação de máquinas e equipamentos gera instabilidade nas
variáveis ambientais. Assim, para todas as ações de desmonte será empregado
técnicas de recuperação ambientais, devolvendo ao ambiente, condições iguais ou
melhores das que foram encontradas antes da instalação das estruturas
7. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
O diagnóstico do Estudo Ambiental Preliminar (EAP) da CGH Castro foi desenvolvido
com base no Termo de Referência para Estudo Ambiental de Pequena Usina
Hidrelétrica.
Para a realização do diagnóstico ambiental a partir da delimitação das áreas de
influência, foram feitos estudos com a utilização de diversas metodologias: pesquisas
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bibliográficas; entrevistas; trabalhos de campo; registros fotográficos; análises de
água, etc., as quais serviram de base para ser realizada uma análise de dados concisa
e adequada a respeito da situação ambiental atual do local em seus diversos meios
(físico, biótico e antrópico) e antever as possíveis alterações que a instalação da CGH
Castro possa ocasionar.
7.1 MEIO FÍSICO
7.1.1 Caracterização Climática
7.1.1.1 Contexto Geral
O Brasil possui uma ampla variedade climática devido ao seu extenso território, sendo
influenciada pela sua configuração geográfica, sua significativa extensão costeira, seu
relevo e a dinâmica das massas de ar sobre seu território. Esse último fator atua
diretamente sobre as temperaturas e os índices pluviométricos nas diferentes regiões
do país. As massas de ar que interferem diretamente no Brasil são a Equatorial, a
Tropical, e a Polar Atlântica, proporcionando as diferenciações climáticas.
O estado do Mato Grosso do Sul segundo a classificação de Köppen é caracterizada
por 3 tipos climáticos: o subtropical úmido quente, com verão quente e inverno seco
(Cwa), o subtropical úmido com verões suaves (Cfb) e o tropical com inverno seco
(Aw). Nota-se que a CGH Castro localiza-se na região com Clima Tropical Semi-
Úmido (Aw), com a estação de inverno seca e verão chuvoso.
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Figura 7.1: Mapa climático do Brasil.
Para a caracterização climatológica específica do local de estudo buscou-se estações
climatológicas localizadas no entorno do local onde será implantado o
empreendimento. Foi identificada a Estação Convencional 83565 – Paranaíba/MS, de
responsabilidade do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, localizada no
município de Paranaíba, nas seguintes coordenadas geográficas: Latitude: -19,75 e
Longitude: -51,18, (INMET, 2016), estando a uma distância de seis quilômetros,
aproximadamente, do empreendimento.
Com base nesta estação ocorreu a caracterização dos parâmetros climáticos que
seguem abaixo. Esta estação entrou em operação na data de 07/07/1971 e ainda
encontra-se ativa.
Temperatura Local
A estimativa da temperatura na região do aproveitamento é feita com base na Estação
Convencional 83565 – Paranaíba/MS. Conforme figura a seguir, nota-se que a
CGH
CASTRO
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estação está localizada numa região com temperatura média anual semelhante ao
local do empreendimento.
No município de Paranaíba onde localiza-se a CGH Castro a melhor classificação
climática a ser usada para a caracterização de bacias é a de Köppen, que leva em
conta fatores como relevo, regime de chuvas, temperatura entre outros, e representa
com letras características de temperatura e regime de chuvas nas diversas estações
do ano. No qual o clima predominante que caracteriza o estado de Mato Grosso do
Sul é o Tropical Semiúmido.
A temperatura média na região do aproveitamento fica em torno de 24 a 26 °C como
mostra abaixo, sendo esta determinada com o auxílio de mapas climáticos fornecidos
pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Figura 7.2: Temperatura média anual do Brasil.
Fonte: INMET, 2016.
Avaliando os dados históricos de Temperatura Máxima Média, Temperatura
Compensada Média e Temperatura Mínima Média no período entre julho de 1971 a
dezembro de 2015, é possível confirmar as informações obtidas através do mapa
CGH
CASTRO
Estação
Paranaíba
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acima. No quadro e gráfico abaixo podem-se visualizar os valores históricos obtidos
para cada mês do ano.
Quadro 7.1: Média histórica de temperaturas para cada mês do ano.
Mês Temperatura Máxima
Média °C Temperatura
Condensada Média °C Temperatura Mínima
Média °C
Janeiro 31,55 25,66 21,35
Fevereiro 31,84 25,82 21,39
Março 31,57 25,57 21,06
Abril 30,82 24,49 19,53
Maio 28,51 21,64 15,93
Junho 28,21 20,88 14,8
Julho 28,81 20,81 14,23
Agosto 31,32 22,98 15,84
Setembro 31,93 24,66 18,36
Outubro 32,81 25,9 20,19
Novembro 31,92 25,69 20,48
Dezembro 31,57 25,63 21,02
Fonte: INMET, 2016.
Gráfico 7.1: Temperatura na estação Paranaíba. Fonte: INMET, 2016.
Conforme se observa nos resultados apresentados, o trimestre mais frio na região
ocorre em junho/julho/agosto, enquanto o trimestre mais quente ocorre em
setembro/outubro/novembro.
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Massas de ar
As massas de ar que interferem diretamente no Brasil são a Equatorial, tanto
Continental como Atlântica; a Tropical, também Continental e Atlântica; e a Polar
Atlântica, proporcionando as diferenciações climáticas.
Na região da Bacia Hidrográfica do Rio Santana as massas de ar que influenciam de
maneira mais acintosa no clima são a massa Tropical Atlântica (mTa) e a massa
Equatorial continental (mEc).
De ar quente e úmido, a mTa origina-se no atlântico sul. Formadora dos ventos alísios
de sudeste, atua na faixa litorânea brasileira, que se estende da região sul à região
nordeste, e é praticamente constante no período de Inverno na região da bacia
hidrográfica em estudo. Durante o período de verão a região em estudo é fortemente
influenciada pela mEc, a qual exerce maior influência no Brasil atinge praticamente
todas as regiões durante o verão no hemisfério sul, provocando chuvas.
Figura 7.3: Massas de ar atuantes no Brasil.
Insolação
A duração solar do dia, período de visibilidade do sol ou da claridade varia
dependendo da região e do período do ano. Em alguns pontos do Brasil mais próximos
a linha do Equador chega-se há oito horas diárias de sol, em comparação a outras
regiões que apresentam cinco horas.
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Analisando o Estado do Mato Grosso do Sul, na região onde está presente o Rio
Santana e a CGH Castro, percebe-se a incidência anual de 2.200 à 2.900 horas, o
que corresponde à seis horas diárias de sol em média.
Realizando uma pesquisa mais específica na região de implantação da CGH Castro,
foi localizada a estação Paranaíba (OMM: 83565), citada anteriormente, onde existe
registro de insolação entre julho de 1971 a dezembro de 2015.
Figura 7.4: Mapa de Insolação anual no Brasil. Fonte: CRESESB, 2016.
No gráfico a seguir pode-se visualizar a insolação mínima, média e máxima para cada
mês do ano considerando todo o histórico disponível.
Gráfico 7.2: Insolação na estação Paranaíba.
CGH
CASTRO
Estação
Paranaíba
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Umidade relativa
De acordo com Mapa da Umidade Relativa Anual do país é possível observar que
para a região da bacia hidrográfica do Rio Santana a porcentagem fica na faixa de 30
a 40%, no estado do Mato Grosso do Sul esta porcentagem varia de 30 a 85%.
Figura 7.5: Mapa da Umidade relativa anual do Brasil. Fonte: INMET, 2016.
Esta informação foi confirmada avaliando os dados de umidade relativa média da
Estação Convencional do INMET – Paranaíba (OMM: 83565), onde foi obtido o
histórico de umidade relativa média mensal no período compreendido entre julho de
1971 e dezembro de 2015, conforme se pode visualizar no gráfico abaixo.
CGH
CASTRO
Estação
Paranaíba
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Gráfico 7.3: Umidade relativa na estação Paranaíba Fonte: INMET, 2016.
Observando o gráfico anterior, percebe-se que a menor umidade relativa média foi de
38,78%, ocorrida em setembro de 2007, enquanto a maior umidade relativa média foi
de 86,65%, ocorrida em março de 1974.
No gráfico abaixo verificam-se os valores médios, máximos e mínimos do histórico
disponível de umidade relativa para cada mês do ano.
Gráfico 7.4: Umidade relativa média. Fonte: INMET, 2016.
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Paranaíba – MS 101
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Evapotranspiração e Evaporação
A evapotranspiração vem a ser o fenômeno associado à perda conjunta de água do
solo pela evaporação e da planta pela transpiração (OMETTO, 1981). A
Evapotranspiração real corresponde à quantidade de água que nas condições reais
se evapora do solo e transpira das plantas.
Foi realizada uma pesquisa junto ao INMET e verificado que a estação Paranaíba
(83565) possui dados de Evapotranspiração Real entre janeiro de 2003 e novembro
de 2016 e Evaporação entre julho de 1971 e julho de 2014. Os registros podem ser
visualizados nos gráficos a seguir.
Gráfico 7.5: Evapotranspiração real. Fonte: INMET, 2016.
Gráfico 7.6: Evaporação na estação Paranaíba. Fonte: INMET, 2016.
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Ventos
Os ventos são classificados de acordo com sua intensidade, velocidade e direção, de
modo que os mesmos são originados através da associação entre a energia solar e a
rotação do planeta. Para a região do rio Santana a direção do vento se comporta
predominantemente no sentido leste – oeste, conforme mostra o mapa da figura
abaixo.
Figura 7.6: Mapa da direção predominante do vento no Brasil. Fonte: CRESESB, 2016.
Na estação Paranaíba os registros de ventos históricos ocorrem no período de 1971
a 2015, e apontam uma velocidade média do vento de 1,02 m/s. A seguir, nos gráficos
abaixo, pode-se observar a velocidade média do vento e velocidade máxima do vento,
respectivamente.
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Gráfico 7.7: Velocidade Média do Vento na estação Paranaíba. Fonte: INMET, 2016.
Gráfico 7.8: Velocidade Máxima do Vento na estação Paranaíba. Fonte: INMET, 2016.
7.1.1.2 Precipitação
O termo "precipitação" é definido como qualquer deposição d’água em forma líquida
ou sólida proveniente da atmosfera, incluindo a chuva, granizo, neve, neblina,
chuvisco, orvalho e outros. A precipitação é medida em altura, normalmente expressa
em milímetros. Uma precipitação de 01 mm é equivalente a um volume de 1 litro de
água numa superfície de 1,00 m².
A precipitação é o elemento que mais afeta a produtividade agrícola em todo o mundo.
A quantidade e a distribuição da precipitação que incide anualmente sobre certa
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Paranaíba – MS 104
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região é de suma importância, determinando o tipo de vegetação e influenciando a
programação das atividades agrícolas. Assim, épocas de plantio e colheita, atividades
mecanizadas e mesmo a escolha de espécies e variedades de plantas estão
intimamente relacionadas com o padrão de precipitação local.
Com relação às precipitações, o Estado apresenta uma distribuição relativamente
equilibrada das chuvas ao longo de todo o ano, em decorrência das massas de ar
oceânicas que penetram no Estado. O volume de chuvas, no entanto, é diferenciado,
variando de 1.000 a 2.000 mm no estado. No local onde se encontra a CGH Castro a
precipitação média varia entre 1.000 e 1.400 mm, como pode ser visualizado na figura
abaixo.
Figura 7.7: Precipitação Média Anual. Fonte: INMET, 2015.
Para a realização dos estudos pluviométricos na bacia, concentraram-se as atenções
para as estações pluviométricas Paranaíba, Fazenda Pindorama, Inocência e
Aparecida do Taboado. As informações referentes a cada uma das estações são
detalhadas na tabela abaixo.
CGH
CASTRO
Estação
Paranaíba
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Tabela 7.1: Estações pluviométricas - informações específicas.
ESTAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
COORDENADAS MUNICÍPIO
*DISTÂNCIA DO EMPREENDIMENTO
PERÍODO DE DADOS LAT. LONG.
Paranaíba 19°39'49" 51°11'27" Paranaíba 8,0 km jan/75-nov/15
Fazenda Pindorama
19°23'27" 51°36'32" Paranaíba 38,0 km fev/83-jun/16
Inocência 19°44'11" 51°56'1" Inocência 61,0 km fev/83-jun/16
Aparecida do Taboado
20°4'6" 51°6'13" Aparecida do
Taboado 83,0 km fev/83-jun/16
*Distância aproximada em linha reta.
Os dados pluviométricos médios, máximos e mínimos mensais para cada estação,
demostrados abaixo, foram avaliados em um período médio de 35 anos.
Quadro 7.2: Precipitações médias nas estações selecionadas.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
ESTAÇÃO PARANAÍBA – CÓDIGO 01951002
Méd. 205,8 142,9 146,2 132,9 117,9 116,1 117,5 92,4 128,7 189,3 150,4 182,3 1722,4
Mín. 489,3 335,5 462,0 279,4 282,2 321,0 273,8 252,0 380,2 427,8 399,8 410,3
Máx. 57,1 36,6 54,2 10,8 6,4 1,8 0,0 0,0 1,4 24,8 59,4 29,9
ESTAÇÃO FAZENDA PINDORAMA – CÓDIGO 01951003
Méd. 288,1 207,0 194,6 73,2 57,2 24,4 19,2 16,9 56,4 103,8 147,9 256,5 1445,2
Mín. 577,7 509,4 391,0 187,1 156,6 95,8 91,2 107,2 164,7 199,1 282,8 528,5
Máx. 38,2 43,6 13,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 14,2 67,9 57,8
ESTAÇÃO INOCÊNCIA – CÓDIGO 01951005
Méd. 308,8 265,9 229,1 95,0 65,6 24,4 17,8 28,2 72,9 101,8 150,1 245,3 1605,0
Mín. 729,4 603,4 515,6 282,1 183,2 131,8 130,6 181,6 310,1 303,1 379,7 659,4
Máx. 36,3 79,0 19,7 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 0,0 14,3 18,5 64,0
ESTAÇÃO APARECIDA DO TABOADO – CÓDIGO 02051046
Méd. 233,7 167,8 163,7 77,4 58,2 27,4 15,2 18,1 59,1 90,7 114,3 185,6 1210,9
Mín. 490,4 420,8 555,3 167,9 176,3 141,8 113,4 72,1 168,5 197,2 209,4 424,8
Máx. 88,6 30,0 59,9 5,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 20,0 29,5 39,9
MÉDIA MENSAL GERAL
259,1 195,9 183,4 94,6 74,7 48,1 42,4 38,9 79,2 121,4 140,7 217,4
Através do estudo pluviométrico das 4 (quatro) estações selecionadas observa-se
uma média mensal de precipitação na bacia de 124,7 mm e um total anual de 1495,9.
Verifica-se que o menor índice pluviométrico se concentra nos meses junho, julho e
agosto.
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Figura 7.8: Variação da precipitação média mensal na bacia.
7.1.2 Caracterização da qualidade do ar e dos níveis de ruído
7.1.2.1 Qualidade do ar
Para o levantamento das condições da qualidade do ar na região onde será
implantado o empreendimento, foram utilizados os dados disponibilizados pelo Centro
de Previsão do Tempo e Estudo Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais – CPTEC/INPE.
Primeiro dado analisado, foi o índice de monóxido de carbono (CO) e de acordo com
a figura 01, a cidade de Paranaíba apresenta nível de concentração de CO que variam
entre 125 a 150 ppm.
Mês Prec. (mm)
Jan 259,10
Fev 195,90
Mar 183,40
Abr 94,63
Mai 74,74
Jun 48,07
Jul 42,43
Ago 38,89
Set 79,24
Out 121,40
Nov 140,68
Dez 217,42
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
PRECIPITAÇÃO MENSAL DA BACIA
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Figura 7.9: Emissões de Monóxido de Carbono (CO) em ppm, para a data base de 09/11/2018, horário de medição 18 horas. Fonte: INPE/CPTEC, 2018.
Os dados também foram apresentados em um gráfico indicando a variação da
concentração de CO, durante o dia. Analisando os dados apresentados no gráfico,
identifica-se que os maiores índices são observados no horário das 18 horas, e os
menores a zero hora. E que todos os valores se encontram na faixa considerada como
boa
Cidade de Paranaíba
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Paranaíba – MS 108
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Gráfico 7.9: Concentração de CO, referente ao período de 09 de novembro a 12 de novembro.
Os índices de Compostos Orgânicos Voláteis estão apresentados na figura 02. Para
este parâmetro na região de estudo o nível de concentração fica na faixa de 125 a 150
ppm.
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Gráfico 7.10: Emissões de Compostos Orgânicos Voláteis (ppb), data de 09/11/2018, horário 18 h. Fonte: INPE/CPTEC, 2018.
Para melhor visualização da variação da concentração de Compostos Orgânicos
Voláteis, os dados foram apresentados em apresentados em um gráfico. O qual
apresenta variação da concentração em função do tempo. Analisando os dados,
identificou-se que os maiores índices são observados no horário das 18 horas e os
menores a zero hora. E que todos os valores se encontram na faixa considerada como
boa.
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Gráfico 7.11: Concentração de Compostos Orgânicos Voláteis, referente ao período de 09 de novembro a 12 de novembro. Fonte: INPE/CPTEC, 2018.
A concentração de material particulado na região de implantação do empreendimento
pode ser vista na figura 03. Os dados apresentados na figura são das 9 horas, por ser
o período que apresenta o maior índice. Para este parâmetro na região de estudo o
nível de concentração fica na faixa de 10 a 20 (ug/m³).
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Gráfico 7.12: Concentração de material particulado (ug/m3), data de 09/11/2018, horário 9 h. Fonte: INPE/CPTEC, 2018.
A variação da concentração material particulado durante o dia, pode ser visualizada
no gráfico 03. Analisando os dados, identifica-se que os maiores índices são
observados no horário de zero hora até as 6 horas e os menores as 18 horas. E que
todos os valores se encontram na faixa considerada como boa.
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Gráfico 7.13: Concentração Material Particulado (ug/m3), referente ao período de 09 de novembro a 12 de novembro.
7.1.2.2 Fontes de ruído
Foram caracterizadas as fontes de ruído, no entorno do local onde será implantado o
empreendimento. Foi considerado como limite para avaliação a Área de Influência
Direta do Empreendimento, apresentado na figura 4.
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Figura 7.10: Limite da área de influência da CGH Castro.
Avaliando situação atual do empreendimento a principal de ruído, é proveniente do
trafego de carros da BR-180 a qual é próxima do empreendimento, ficando uma
distância de 45 metros da casa de força.
Os níveis de ruídos permitidos variam de acordo com o uso do solo, conforme
especificado na norma NBR 10.151:200. Os mesmos podem ser vistos na tabela
abaixo.
Tabela 7.2: Níveis de crédito de avaliação NCA para ambientes externos em dB(A).
A área onde localiza-se o empreendimento, é considerada como áreas de sítios e
fazendas, apresentando níveis aceitáveis diurnos com 40 dB(A) e 35 dB(A).
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No estudo de avaliação ambiental do ruído perimetral, realizou-se a medição do ruído
proveniente da estrada ao lado ao empreendimento. Neste estudo, verificou-se
oscilações de ruído devido a passagem de veículos. O valor médio neste ponto ficou
em tono de 61,5 dB(A). O valor mínimo em torno de 54 dB(A) e máximo em 73 dB(A)
devido a passagem de veículos médios. A passagem de caminhões pesados neste
ponto pode elevar o nível de pressão sonora a valores superiores a 94 dB (A) (3R
Brasil Tecnologia Ambiental, cultura, serviços e comercio Ltda. 2011).
A emissão de ruído por veículos – automóveis, motocicletas, caminhões e ônibus – foi
objeto de estudos por parte da CETESB que acabaram por estabelecer as bases do
Programa Nacional de Controle de Ruído Veicular. Tal programa, lançado a partir das
Resoluções CONAMA 01 e 02 de 1993, e atualizado pelas Resoluções CONAMA 08
de 1993, 17 de 1995, 20 de 1996, 242 de 1998, 268 e 272 de 2000, estabelece limites
máximos de ruído para veículos novos comercializados no Brasil.
A tabela abaixo mostra os limites de ruído para motocicletas e similares, em
aceleração.
Tabela 7.3: Limites de ruído para motocicletas e similares.
Fonte: CETESB (2018).
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Tabela 7.4: Limites de ruído para veículos novos.
Fonte: CETESB (2018).
7.1.3 Estudos Geológicos e Geotécnicos
7.1.3.1 Geologia Regional
A área de interesse para o presente estudo localiza-se na Província/Bacia do Paraná,
cujo está inserida sobre a Placa Sul Americana.
Segundo a teoria da Tectônica de Placas observada por Alfred Wegener no início do
século XX, e desenvolvida por Robert Palmer e Donald Mackenzie no final da década
de 60, a Placa Sul Americana estende-se para leste até a Dorsal Média Atlântica. A
fronteira leste é um limite divergente com a placa africana, formando a parte meridional
da Dorsal Média Atlântica. A fronteira sul é um limite com a placa Antártica e com a
placa de Scotia. A fronteira oeste é um limite convergente com a placa de Nazca, que
se afunda sob a sul-americana. A fronteira norte é um limite com a placa caribenha.
Ao ocidente, localiza-se a placa de Farallon, a qual tem vindo a afundar-se sob a placa
sul-americana desde o período Jurássico. Os restos dessa placa (hoje conhecidos por
placa de Cocos) e a placa de Nazca continuam ainda hoje a afundar-se sob o bordo
ocidental da placa sul-americana.
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Segundo Almeida et al. (1976) a Placa Sul Americana em sua porção continental é
subdividida em duas grandes unidades que são a (A) Cadeia Andina/Bloco da
Patagônia e a (B) Plataforma Sul Americana, na qual é subdividida em (a) Coberturas
Fanerozóicas e (b) Embasamento Pré-Cambriano. Este último ainda é dividido em três
escudos: I – Escudo das Guianas; II – Escudo do Brasil Central e III – Escudo do
Atlântico.
A área de estudo localiza-se na Província Paraná, constituindo uma das seis
províncias que formam o escudo do Atlântico.
Figura 7.11: Tectônica das Placas. Figura 7.12: Escudo do Atlântico.
7.1.3.1.1 A Província/Bacia Do Paraná
A Bacia do Paraná é uma ampla região sedimentar do continente sul-americano que
inclui porções territoriais do Brasil meridional, Paraguai oriental, nordeste da Argentina
e norte do Uruguai, totalizando uma área que se aproxima de 1,5 milhões de
quilômetros quadrados. A bacia tem uma forma ovalada com eixo maior N-S, sendo
seu contorno atual definido por limites erosivos relacionados em grande parte à
história geotectônica meso-cenozóica do continente. O flanco leste da bacia, aí
compreendido o trecho entre o Sudeste brasileiro e o Uruguai, foi profundamente
modelado pela erosão em função do soerguimento crustal associado ao rifte do
Atlântico sul, tendo a remoção de seção sedimentar sido estimada em até 2.500 m
(ZALÁN, 1990). Já o flanco ocidental é definido por uma feição estrutural positiva
orientada a norte-sul, um amplo bulge flexural relacionado à sobrecarga litosférica
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imposta ao continente pelo cinturão orogênico andino (SHIRAIWA, 1994). Sobre o
bulge inserem-se a região do Pantanal Mato-Grossense e o Arco de Asunción. Para
sul-sudoeste, a bacia prolonga-se ao Uruguai e Argentina, enquanto a borda norte-
nordeste parece representar um limite deposicional original, o que é sugerido pela
natureza persistentemente arenosa das diferentes unidades sedimentares da bacia
naquele domínio.
O arranjo espaço-temporal das rochas que preenchem a Bacia do Paraná constitui
tema entre os mais presentes na bibliografia geocientífica brasileira, contando-se
certamente em alguns milhares os trabalhos já publicados abordando os diferentes
aspectos desta questão. Desde o último quarto do século passado, inúmeros
pesquisadores envolveram-se com a geologia da bacia, destacando-se o relatório de
White (1908), que é considerado o “marco zero” na sistematização estratigráfica da
Bacia do Paraná. Na história de investigação geológica da bacia, algumas obras
assumiram particular relevância como sínteses de caráter regional, aí incluídos os
trabalhos de Sanford e Lange (1960), Northfleet et al. (1969), Schneider et al. (1974),
Soares et al. (1978), Almeida (1980), Fulfaro et al. (1980) e Zalán et al. (1990).
O registro estratigráfico da Bacia do Paraná compreende um pacote sedimentar-
magmático com uma espessura total máxima em torno dos 7 mil metros, coincidindo
geograficamente o depocentro estrutural da sinéclise com a região da calha do rio que
lhe empresta o nome. Um indiscriminado número de unidades foram formalizadas
neste século de estudos da bacia no intuito de descrever-lhe o arcabouço
estratigráfico e compreender seu desenvolvimento geológico. O cumulativo de
trabalhos produziu um quadro hoje bem amadurecido em seus aspectos
litoestratigráficos. O posicionamento cronoestratigráfico dos sedimentos da Bacia do
Paraná, entretanto, ainda encerra uma série de questões pela falta de efetivos
elementos bioestratigráficos de amarração às escalas internacionais de tempo
geológico.
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Figura 7.13: Bacia do Paraná.
Figura 7.14: Seção Geológica Esquemática da Bacia do Paraná.
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Milani (1997) reconheceu no registro estratigráfico da Bacia do Paraná seis unidades
de ampla escala ou supersequências (VAIL et al., 1977), na forma de pacotes
rochosos materializando cada um deles intervalos temporais com algumas dezenas
de milhões de anos de duração e envelopados por superfícies de discordância de
caráter inter-regional: Rio Ivaí (Ordoviciano-Siluriano), Paraná (Devoniano),
Gondwana I (Carbonífero-Eotriássico), Gondwana II (Meso a Neotriássico),
Gondwana III (Neojurássico-Eocretáceo) e Bauru (Neocretáceo). As três primeiras
supersequências são representadas por sucessões sedimentares que definem ciclos
transgressivo-regressivos ligados a oscilações do nível relativo do mar no Paleozóico,
ao passo que as demais correspondem a pacotes de sedimentos continentais com
rochas ígneas associadas. As unidades formais da litoestratigrafia, quais sejam os
grupos, formações e membros comumente utilizados na descrição do arranjo espacial
dos estratos da bacia, inserem-se como elementos particularizados neste arcabouço
aloestratigráfico de escala regional.
Figura 7.15: Coluna Estratigráfica da Bacia do Paraná.
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7.1.3.1.1.1 Características estruturais
Os lineamentos do arcabouço estrutural na área de estudo, assim como no restante
da Bacia do Paraná, podem ser reunidos em duas direções principais: NE-SW (N40º-
70ºE) e NW-SE (N30º-50ºW). Nos lineamentos visíveis na Bacia do Paraná pode-se
observar um marcante padrão de feições lineares em forma de “X”, podendo ser
divididas em três grupos de acordo com suas orientações (NW-SE, NE-SW e E-W).
As duas mais importantes são as orientações NW-SE e NE-SW, as quais constituem
zonas de fraqueza antigas que foram reativadas durante a evolução da bacia (ZALÁN
et al. 1987). Segundo Zalán et al. (1987), as falhas de direção NE-SW são geralmente
constituídas por uma única falha larga ou uma zona de falha retilínea, com frequentes
evidências de movimentações transcorrentes. Já os diversos lineamentos de direção
NW-SE estão normalmente preenchidos por diques de diabásio dos arqueamentos
estruturais relacionados ao vulcanismo fissural continental da Bacia do Paraná. As
formações pertencentes ao Grupo São Bento têm densidade baixa de fraturamento,
não apresentando um padrão definido. As fraturas têm pequenas aberturas
apresentando descoloração devido à lixiviação. São geralmente de persistência e
regularidade variáveis.
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Figura 7.16: Arcabouço Estrutural da Bacia do Paraná.
7.1.3.1.1.2 Aspectos Sismotectônicos
O território brasileiro está localizado no interior da Placa Sul-Americana do globo
terrestre; onde a movimentação da crosta é relativamente baixa. A movimentação da
crosta terrestre se dá em regiões preferenciais de limite de placa, onde os esforços
para esta são menores. Sendo assim, a movimentação das placas e a consequente
geração de sismos não é um caso que esteja presente em nosso cotidiano, diferente
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de países como o Japão e a região oeste dos Estados Unidos que estão localizados
nas bordas das placas tectônicas.
Apesar da localização geográfica privilegiada do Brasil (em relação às placas
tectônicas), não o livra totalmente dos riscos sísmicos, que ocasionam transtornos à
população e podem chegar, em alguns casos, a levar pânico incontrolável às pessoas.
Dezenas de relatos históricos sobre abalos de terra sentidos em diferentes pontos do
país e eventos como o do Ceará (1980/mb=5.2) e a atividade de João Câmara, RN
(1986/mb=5.1) mostram que os sismos podem trazer danos materiais, riscos as
construções civis e até as PCH’s. Afortunadamente, tremores maiores como o de Mato
Grosso (1955/mb=6.6), litoral do Espírito Santo (1955/mb=6.3) e Amazonas
(1983/mb=5.5) ocorreram em áreas desabitadas.
Mas os terremotos podem surgir a qualquer momento e em qualquer lugar. Assim,
não é impossível que algum dia um sismo de consequências graves acabe por atingir
uma hidrelétrica. A sismologia ainda não consegue predizer com sucesso os
terremotos, eles podem acontecer a qualquer hora e lugar.
Comparativamente, o Acre é o estado que apresenta o maior nível de atividade, tanto
em número quanto no tamanho dos sismos, mas sua origem é distinta da sismicidade
do restante do país. Para explicar este fato é preciso considerar que, o movimento
relativo entre a Placa de Nazcar, que mergulha por debaixo da Placa Sul-Americana,
produz constantes terremotos cujos focos vão se aprofundando da costa do Pacífico,
em direção ao interior do continente. Na área correspondente ao limite entre o Peru e
o estado do Acre, os terremotos acontecem a grandes profundidades e têm seus
efeitos na superfície do terreno.
A grande parte dos sismos brasileiros é de pequena magnitude (4.5). Comumente eles
ocorrem à baixa profundidade (30 km) e, por isso, são sentidos até poucos quilômetros
do epicentro. Este é, quase sempre, o padrão de sismicidade esperado para regiões
de interior de placas. No entanto, a história tem mostrado que, mesmo nestas “regiões
tranquilas”, podem acontecer grandes terremotos. O leste dos Estados Unidos, com
nível de atividade sísmica equivalente à do Brasil, foi surpreendido, no século
passado, pela ocorrência de superterremotos com magnitudes em torno de 8.0.
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Figura 7.17: Mapa Sismológico do Brasil.
O conhecimento do nível de atividade sísmica no Brasil é muito heterogêneo como se
mostra no mapa sismológico do Brasil. Mesmo na região sudeste, onde se têm um
conhecimento da sismicidade menos incompleto, as informações sobre a sismicidade
estão longe do ideal para efetuar estudos de perigo sísmico e avaliações dos riscos,
com a confiança que seria desejável. Em outras regiões o conhecimento do nível real
de atividade sísmica é mais incompleto ainda que na região Sudeste. Em regiões onde
têm ocorrido sismos com magnitudes superiores a 5,0 (mb), como na região Nordeste,
onde serão construídas algumas usinas de energia nuclear, ou ainda de magnitude
maiores que 6,0 (mb) como na porção norte do Estado de Mato Grosso, onde serão
construídas hidrelétricas importantes e dezenas de PCH’s, os levantamentos do nível
de risco sísmico são mais difíceis, porém extremamente necessários.
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A avaliação do perigo sísmico utilizando o método probabilístico, que considera as
incertezas dos epicentros e das magnitudes dos sismos ocorridos, pode ser realizada
apenas na região sudeste do Brasil. Nas demais regiões, devido á essa falta de
conhecimento do nível real de atividade sísmica a avaliação mais adequada do perigo
sísmico é realizada com o método determinístico.
Portanto, levando em consideração a localização da CGH Castro, em relação às
grandes falhas brasileiras e os registros sismológicos desde 1720, o local é estável;
sendo que, conforme o Mapa Sismológico do Brasil, o empreendimento está afastado
das grandes falhas brasileiras, bem como não há registros de sismos na região de
estudo.
7.1.3.1.1.3 Aspectos Morfoestruturais
Os Domínios Morfoestruturais compreendem os maiores táxons na compartimentação
do relevo. Ocorrem em escala regional e organizam os fatos geomorfológicos segundo
o arcabouço geológico marcado pela natureza das rochas e pela tectônica que atua
sobre elas. Esses fatores, sob efeitos climáticos variáveis ao longo do tempo
geológico, geraram amplos conjuntos de relevos com características próprias, cujas
feições embora diversas, guardam, entre si, as relações comuns com a estrutura
geológica a partir da qual se formaram.
Tendo como base os conceitos morfoestruturais, IBGE (2009) definiu quatro domínios
para todo o Brasil, os quais refletem implicações geocronológicas sobre o modelado.
Conforme apresentado no mapa abaixo, morfoesculturalmente o terreno onde se
localiza a CGH Castro é classificado como Bacias e Coberturas Sedimentares
Fanerozóicas, que compreendem planaltos e chapadas desenvolvidos sobre rochas
sedimentares (ou ígneas exteriores) horizontais a sub-horizontais, eventualmente
dobradas e/ou falhadas, em ambientes de sedimentação diversos, dispostos nas
margens continentais e/ou no interior do continente.
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Figura 7.18: Mapa de Domínios Morfoestruturais do Brasil.
7.1.3.2 Aspectos Fisiográficos Da Bacia Hidrográfica
7.1.3.2.1 Geologia
O arcabouço geológico da bacia hidrográfica em estudo, conforme apresentado no
Mapa Geológico da Bacia Hidrográfica é constituído por 3 (três) unidades geológicas.
7.1.3.2.1.1 Formação Serra Geral
A Formação Serra Geral é constituída por rochas ígneas efusivas, oriundas de
derrames de lava básica a média, pouco viscosa. De modo genérico, esses derrames
de lava formam camadas sub-horizontais de rochas, com camadas de 5 a 40 metros
de espessura.
Estas rochas são classificadas como basaltos e basalto-andesitos de filiação toleítica,
bem como de riolitos e riodacitos, intercalando com camadas de arenito, litoarenito e
sedimentos vulcanogênico.
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A Formação Serra Geral é subdividia por diversos autores em Fácies; sendo que cada
autor adota critérios distintos como geoquímica, petrologia, entre outras.
7.1.3.2.1.2 Formação Marília
Arenito grosso a fino, imaturo, amarelado e vermelho, conglomerático com clastos de
quartzo, quartzito, calcedônia, nódulo carbonático retrabalhado, arenito, pelito, basalto
e fragmento de ossos; Lamito marrom; calcirudito, calcarenito e calcilitito; arenito fino
a médio, imaturo, com fração areia grossa a grânulos subordinada. Ambiente
continental desértico, leque aluvial médio a distal.
7.1.3.2.1.3 Formação Vale do Rio do Peixe
É a unidade com maior área de afloramento do Grupo Bauru, estendendo-se desde a
borda oriental da Bacia até os vales dos rios Paraná e Paranaíba. Sua continuidade a
oeste do rio Paraná, em território do Estado de Mato Grosso do Sul, ainda não está
cartografada. Sua seção de referência é encontrada no km 87 da rodovia SP-457,
entre as localidades de Rancharia e Iacri, no vale do Rio do Peixe (FERNANDES,
1998). Constitui-se por camadas tabulares de arenitos muito finos a finos, com cor
marrom, rosa e alaranjado, exibindo dominantemente seleção boa a moderada,
maciços ou exibindo estratificação cruzada tabular e acanalada de pequeno a médio
porte, ou laminação plano-paralela incipiente ou laminação de migração de
ondulações (ripples transladantes). Intercalam-se camadas também tabulares de
siltitos maciços de cor creme a marrom. Localmente podem ocorrer lentes de arenito
conglomerático com estratificação cruzada de pequeno porte contendo intraclastos
argilosos ou carbonáticos. Em Mato Grosso foi identificada na sua extremidade sul,
sob a forma de camadas tabulares constituídas por arenito fino a muito fino, coloração
amarronzada, rosada e alaranjada, mostrando estratificações plano paralela cruzada
tabular e acanalada de pequeno porte, seleção boa a moderada. Subordinadamente
tem-se intercalações de camadas tabulares de siltito maciço, cor creme a marrom e
lentes de arenito conglomerático com intraclastos argilosos ou carbonatados. O
ambiente deposicional é caracterizado por Fernandes (1998) e Fernandes e Coimbra
(2000) como essencialmente eólico, constituído por lençóis de areia pequenas dunas
e depósitos de loess. Depósitos associados a deposição sub-aquosa, correspondente
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a fluxos de lagos efêmeros gerados por enxurradas, estariam representados pelos
arenitos conglomeráticos e lamitos. As paleocorrentes para os depósitos eólicos
indicam ventos soprando para sudoeste. O conteúdo fossilífero está composto por
fragmentos de ossos de répteis, moluscos a artrópodes. Ocorrem ainda moldes de
raízes, oogônios de algas caráceas e, possivelmente, tubos de pequenos animais.
Suas relações de contato com as demais unidades deste grupo se faz de forma
transicional ou então através de diastemas. Na porção ocidental da Bacia, o contato
com unidades do Grupo Caiuá também se faz de maneira transicional.
7.1.3.2.2 Características Geomorfológicas
7.1.3.2.2.1 Classificação Geomorfológica
O Mapa Geomorfológico da Bacia Hidrográfica do Rio Santana foi elaborado a partir
do mapa geomorfológico do Mato Grosso do Sul. Através deste mapa afirmar que a
geomorfologia da bacia hidrográfica do Rio Santana é formada por 1 (uma) unidade
geomorfológica.
7.1.3.2.2.2 Planalto e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná
A unidade compreende dois compartimentos topográficos distintos. Um mais elevado,
comportando altimetrias que variam entre 650 a 1000 metros. Outro mais rebaixado,
abrangendo cotas de 350 a 650 metros de altitude.
7.1.3.2.3 Características Pedológicas
A diferenciação vertical entre os horizontes, que definem o perfil de solo, tem sido
utilizada como principal critério de classificação e mapeamento do solo. Esta
diferenciação também se verifica lateralmente, ao longo das vertentes, sendo
fundamental considera-la nos estudos das relações genéticas entre o solo e os demais
elementos que constituem o meio natural: substrato geológico, o relevo, a vegetação,
o comportamento hídrico e, consequentemente, interpretar os processos da dinâmica
superficial e os fenômenos e comportamentos do meio físico. A espessura dos
horizontes e a transição vertical e lateral entre estes são atributos igualmente
importantes, utilizados na caracterização, classificação e mapeamento dos solos.
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Conforme o Mapa Pedológico, a Bacia Hidrográfica possui 2 (duas) associações de
unidades pedológicas distintas.
7.1.3.2.3.1 Argissolos
Solos que apresentam horizonte B textural com argila de atividade baixa
imediatamente abaixo do horizonte A ou E, com argila de atividade baixa ou com argila
de atividade alta conjugada com saturação por bases baixa e/ou caráter alítico na
maior parte do horizonte B, e satisfazendo, ainda, os seguintes requisitos:
Horizonte plíntico, se presente, não satisfaz os critérios para Plintossolo;
Horizonte glei, se presente, não satisfaz os critérios para Gleissolo.
7.1.3.2.3.2 Latossolo
Apresentam sequência de horizontes A-B-C, com pouca diferenciação textural entre
os horizontes A e B. O horizonte B é, em geral, muito espesso, nunca inferior a 50 cm,
homogêneo, com estrutura, em geral, do tipo granular, microagregada ou maciça-
porosa. Não apresentam minerais primários facilmente intemperizáveis e a fração
argila, com alto grau de floculação, é constituída predominantemente por óxidos de
ferro (hematita, goetita), óxidos de alumínio (gibsita) e argilominerais do grupo 1:1
(caolinita). Apresenta baixa relação sílica/sesquióxidos de ferro e alumínio. O
horizonte C é, em geral, espesso, refletindo as características texturais e
mineralógicas do material de origem.
Os latossolos tendem a ocorrer em relevos suaves, de vertentes pouco declivosas.
No entanto, ocorrências destes solos têm sido observadas em outras unidades de
relevo, especialmente em terrenos de rochas cristalinas, como as de Latossolo
Vermelho-Amarelo nas regiões serranas do Sul e Sudeste do Brasil. É comum a
associação dos latossolos com os podzólicos, dispondo-se, os primeiros, nas porções
menos declivosas das vertentes e, os segundos, nas porções mais declivosas. Esta
tendência em se dispor em topografias suavizadas do relevo deve-se ao fato dos
latossolos desenvolverem-se, especialmente, por ação das águas de infiltração, que
promovem a alteração dos minerais presentes no substrato pedogenético e a
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remoção, por lixiviação, de substancias solúveis (principalmente bases e sílicas),
deixando in situ substâncias menos solúveis (especialmente ferro e alumínio) na forma
oxidada, condições favoráveis para a formação de argilominerais do grupo caolinítico.
É evidente o importante papel do substrato e das condições físico-químicas do meio,
de maneira a permitir a percolação da água e a alteração hidrolítica dos minerais
constituintes.
Algumas das características de interesse geotécnico dos solos com horizonte B
latossólico podem ser apresentadas:
Horizonte A geotecnicamente desprezível pela reduzida espessura, em
relação ao B;
Textura dos horizontes B e C varia com a natureza mineralógica das
rochas, fontes do material de origem;
Horizonte B é geotecnicamente conhecido por solo maduro;
Horizonte B pode constituir fonte natural de materiais para aterro e
núcleos argilosos impermeáveis;
Horizonte B apresenta alta porosidade;
Fração argila do horizonte B é constituída por misturas de argilominerais
do grupo da caolinita e óxidos/hidróxidos de ferro e de alumínio, podendo
haver a predominância de argilominerais ou de componentes de ferro e
de alumínio;
Lençol freático profundo, situado abaixo do horizonte B, em geral
próximo ao contato do horizonte C com a rocha subjacente;
Horizonte C é geotecnicamente denominado solo residual jovem ou solo
saprolítico, exceto quando originado por colúvios e capeamentos ou
coberturas sedimentares diversas;
Horizonte C, quando formado pela decomposição de rochas quartzo-
feldspáticas, forma ocorrência de saibro;
Horizonte C apresenta comportamento geotécnico variável em função
das características mineralógicas/estruturais das rochas de origem.
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No conjunto, os latossolos apresentam baixa erodibilidade. Entretanto, quando
submetidos à concentração d’água proveniente da ocupação antrópica, podem
desenvolver ravinas profundas e, quando interceptado o lençol freático, boçorocas.
7.1.3.3 Características fisiográficas locais
Para a identificação dos aspectos geológicos e geotécnicos da área diretamente
afetada pela CGH Castro, foram realizados trabalhos de levantamento bibliográfico,
fotointerpretação e mapeamento de campo. Através destes trabalhos foi possível
elaborar o Mapeamento Geológico Local, bem como os Perfis Geológicos da
barragem e do Conduto Forçado.
Conforme o Mapeamento Geológico Local, a área da CGH Castro está inserida
geologicamente sobre as rochas da Formação Serra Geral. O maciço rochoso
encontrado no local é constituído por basaltos.
O relevo é predominantemente pouco dissecado e a camada de solo encontrado na
região é constituída por solos de textura argilossiltosa e coloração marrom
avermelhado.
7.1.3.4 Materiais Para Construção
A importância e a utilização das rochas e dos depósitos naturais de sedimentos como
materiais de construção em obras de engenharia são intensa, seja como agregado
para confecção de concreto, como blocos para revestimentos, proteção de taludes ou
ainda para calçamentos de ruas e vias, etc.
A exploração de uma pedreira ou de um depósito de argila/areia/cascalho, depende
de 3 fatores básicos:
Qualidade do Material;
Volume de material útil;
Transporte, ou seja, a localização da jazida.
A investigação de toda jazida é feita através de um reconhecimento geológico
superficial, complementado por prospecção através de sondagens, poços, furos a
trado, e até mesmo por método geofísico.
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No tocante a qualidade do material, inclui-se a sua finalidade. Para utilização pra
confecção de concreto, o material (areia, cascalho) não poderá ter elementos reativos
com o cimento.
O volume do material estudado é calculado pelos métodos usuais em geologia. É claro
que é de fundamental importância a localização do depósito, uma vez que distâncias
consideráveis do depósito à obra, podem tornar o material antieconômico.
Para a extração da rocha para pedra brita ou blocos, é necessário abrir-se uma
pedreira, e para tanto deve ser seguido algumas especificações mínimas, como as
que seguem:
Ser rocha durável e estar inalterada;
Apresentar pequena espessura de solo no local;
Possuir topografia favorável, isto é, encostas ou faces íngremes que
facilitem o desmonte;
Não possuir lençol freático elevado.
7.1.3.4.1 Materiais Terrosos
Os materiais terrosos a serem utilizados deverão ser previstos, principalmente para
execução das porções de vedação das ensecadeiras, zonas de transição (como
filtros) e camadas finais de estradas de acessos de serviço e até as definitivas.
De modo geral, podem-se enquadrar solos de textura argilossiltosa, de coloração
avermelhada, os quais apresentam condições ótimas de compactação, baixa
permeabilidade e boa capacidade de suporte.
Conforme apresentado no Mapa Pedológico da Bacia hidrográfica, bem como
resultados obtidos na campanha de sondagem e reconhecimento em campo, a região
do aproveitamento apresenta condições favoráveis a extração deste tipo de material.
Pela análise tátil-visual a argila da região é de boa qualidade, no entanto para a
aplicação na execução da obra, deverão ser realizados no mínimo os seguintes
ensaios e análises para a caracterização dos materiais, conforme as normas da
ABNT.
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Granulometria;
Densidade dos grãos;
Limite de liquidez;
Limite de plasticidade;
Compactação Procto Normal;
Umidade natural;
Resistência ao Cisalhamento;
Permeabilidade.
7.1.3.4.2 Material Arenoso
O material arenoso é indispensável para a construção da obra. Este material é
utilizado como agregado miúdo no concreto (cerca de 40% do concreto), bem como
nas porções de transição/filtro das ensecadeiras, camadas de aterro e na manutenção
das estradas de acesso.
Na área da CGH Castro, não possui áreas de solos arenosos. Porém nas regiões
adjacentes é possível encontrar áreas próprias para extração de material arenoso.
Pela distância da jazida, existe a alternativa da produção de areia artificial a partir da
britagem das rochas do local, o que se torna uma alternativa mais viável.
Para a avaliação destes materiais, quanto à aplicabilidade como insumo na
construção da hidrelétrica, deverão ser realizados no mínimo os seguintes ensaios e
análises para a caracterização dos materiais, conforme as normas da ABNT.
Granulometria;
Material pulverulento;
Análise mineralógica.
7.1.3.4.3 Materiais Rochosos
O material rochoso também é um material indispensável para a construção da obra.
Este material é utilizado como agregado graúdo no concreto (cerca de 40%), bem
como nas porções de transição das ensecadeiras, camadas de aterro e na
manutenção das estradas de acesso.
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O maciço rochoso presente em toda a extensão da bacia em estudo é constituído por
rochas ígneas efusivas da Formação Serra Geral, rochas com qualidade adequada
para utilização na obra. Em toda a extensão da bacia, inclusive nas áreas próximas
aos aproveitamentos, podem ser encontrados pontos ideais para extração deste
material.
Para a aplicação destes materiais na execução da obra, deverão ser realizados no
mínimo os seguintes ensaios e análises para a caracterização dos materiais, conforme
as normas da ABNT.
Densidade e absorção;
Massa específica;
Porosidade aparente;
Análise petrográfica;
Abrasão Los Angeles;
Sanidade ao sulfato;
Sanidade ao etileno-glicol;
Esmagamento;
Cisalhamento direto;
Reatividade álcali-agregado.
A reação álcali-agregado (RAA) é uma reação lenta, que ocorre entre os álcalis do
cimento e alguns agregados reativos, resultando em um gel expansivo que, dispondo-
se em vazios do concreto e na interface pasta-agregado, pode promover fissurações
generalizadas, com consequente comprometimento da qualidade da estrutura. Tal
reação ocorre quando o concreto é mantido em contato com a água, por exemplo,
caixas d`água, barragens, canais revestidos entre outras obras civis.
7.1.4 Riscos Geoambientais
Os riscos geoambientais da região em que se pretende implantar o empreendimento,
assim como em qualquer outro local, são condicionados principalmente pelas formas
de relevo, solo e seus usos, associado ao regime hídrico.
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No contexto operacional do empreendimento, após a formação do reservatório, é
esperada a instalação de processos de assoreamento e também de erosão marginal,
tendo em vista elevação do nível d’água, ação do fluxo hídrico do rio e disponibilidade
de sedimentos nas encostas. Contudo, são processos comuns na implantação e
operação deste tipo de empreendimento e que serão tratados no âmbito dos
programas ambientais.
Na área de influência direta do empreendimento foram identificados na fase de
levantamento prévio e na fase de levantamento de campo para a elaboração do
presente estudo, áreas com processos erosivos em desenvolvimento. Abaixo, as
imagens indicam a localização, bem como a situação da área com erosão, sendo que
o local indicado refere-se ao ponto onde será instituído o futuro barramento da CGH
Castro. Ressalta-se que as fotos aéreas foram tiradas em fevereiro do ano de 2015,
demostrando a ocorrência do problema no local, antes mesmo da realização dos
estudos de campo.
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Figura 7.19: Localização da área com incidência de processos erosivos.
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A ausência de vegetação no local pode compreender um dos fatores que tenham
cooperado com a evolução dos processos erosivos, junto com as características
edáficas e de regime hídrico, que predominam no local, como supramencionado.
Quanto aos elementos temporários da obra como o canteiro, áreas de empréstimo e
bota-fora, estes deverão ser monitorados quanto aos riscos geoambientais durante a
fase de obras, sendo necessária a adoção de medidas de controle para prevenção à
formação dos processos erosivos.
7.1.5 Caracterização Topográfica
Considerou-se oportuno obter um mapa da bacia do Rio Santana, onde se encontram
informações hidrográficas, relevo, acessos, entre outras informações. Estes mapas
foram obtidos através das cartas do mapeamento sistemático do Brasil, em escala
1:50.000, e 1:100.000 executadas pela diretoria de serviço Geográfico, Ministério do
Exército - DSG/ME.
O serviço topográfico planialtimétrico de precisão foi desenvolvido para formar a base
de dimensionamento do projeto, considerando suficiente às determinações de volume,
dimensionamentos e orçamentos. Os estudos da topografia dos locais do barramento,
do circuito adutor e da casa de força foram feitos através de levantamento topográfico,
feito com estação total (Leica TS02), partindo dos marcos implantado.
Inicialmente foram procurados marcos oficiais próximos ao aproveitamento, para
transporte de cotas e coordenadas, porém estes não foram localizados ou
encontravam-se destruídos.
Para determinar as cotas e coordenadas dos marcos de apoio do aproveitamento,
utilizou-se o transporte de coordenadas da Rede Brasileira de Monitoramento
Contínuo (RBMC), sendo os marcos de primeira ordem do levantamento. Enquanto
isso, os receptores GNSS VIVA L1/L2 (base e rover) ficaram posicionados sobre os
marcos do levantamento topográfico, com a Estação Total TS02, localizados no
barramento e na casa de força do aproveitamento, sendo que estes são os marcos de
segunda ordem. Desta forma, foi possível transportar as cotas e coordenadas precisas
para os marcos implantados através do Programa “Leica Geo Office” e transformação
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das cotas elipsoidais em cotas ortométricas, através dos programas “Posição” e
“MapGeo 2010”.
7.1.5.1.1 Levantamento de Dados
No decorrer dos estudos, foram utilizados para o seu desenvolvimento, documentos
existentes e disponíveis de fontes oficiais, tais como: imagens de satélite, fotografias
aéreas, mapas em diferentes escalas, informações geodésicas e topográficas. Todos
estes dados e materiais utilizados, passaram por um processo criterioso de verificação
da qualidade e precisão das informações, bem como a metodologia empregada na
sua geração. A pesquisa sobre os dados cartográficos disponíveis para a região
indicou a existência das informações a seguir apresentadas.
7.1.5.1.2 Cartas Topográficas
A região onde está localizado o rio Santana é coberta por 4 cartas topográficas, como
mostram a tabela e a figura abaixo.
Tabela 7.5: Relação de cartas topográficas utilizadas.
CÓDIGO/NOME MI ENTIDADE ESCALA
SE.22-Y-D-II/Cassilândia - Exército 1:100.000
SE.22-Y-D-III/Cachoeira - Exército 1:100.000
SE.22-Y-D-V/Inocência - Exército 1:100.000
SE.22-Y-D-VI/Paranaíba - Exército 1:100.000
Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.20: Articulação da Carta Geográfica (Sem escala).
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7.1.5.2 Levantamento Topográfico
As coordenadas e altitudes dos pontos escolhidos foram estabelecidas através de
posicionamento geodésico por GPS, tendo sido aplicado o método diferencial estático.
Para o ajustamento das coordenadas e cotas do vértice geodésico foram utilizadas
bases da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo, de onde foram transportadas
as coordenadas e cotas para os marcos geodésicos implantados nos oito
aproveitamentos. A seguir seguem os relatórios de todos os marcos RBMC utilizados
nos levantamentos.
Tabela 7.6: Relação dos marcos RBMC utilizados nos levantamentos topográficos.
Estação Última
atualização Inscrição
Código internacional
Coordenadas geodésicas oficiais
Ilha Solteira - ILHA 20/09/2010 - 96037 Lat.: -20°25’40.0252”
Long.: -51°20’36.18.52”
Araçatuba - SPAR 30/05/2014 - 99540 Lat.: 21°11’4.7980” S Long.: 50°26’23.73” W
A seguir são detalhados os métodos utilizados no levantamento topográfico.
7.1.5.3 Datum Utilizado
Datum Horizontal: SIRGAS 2000 (Sistema de referência geocêntrico para as
Américas). Os parâmetros do SIRGAS segundo a resolução nº 23, de 21 de fevereiro
de 1989 do IBGE são os seguintes:
a) = + 67,35 m
b) Y = – 3,88 m
c) Z = + 38,22 m
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba – SC
7.1.5.3.1 Ajustamentos
Logo ao término do rastreio, as coordenadas foram ajustadas pelo método dos
mínimos quadrados (MMQ) utilizando-se o programa LeicaGeo Office.
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7.1.5.4 Compensação da ondulação Geoidal
A compensação geoidal foi realizada a partir do software MAPGEO 2004 com o auxílio
da formula:
)()( RNPONTORNPONTORNPONTO NNhhHH
Onde:
HPONTO = altitude ortométrica do ponto;
HRN = altitude ortométrica do RN (IBGE);
hPONTO = altitude elipsoidal do ponto;
hRN = altitude elipsoidal do RN;
NPONTO = ondulação geoidal do ponto (MAPGEO 2010);
NRN = ondulação geoidal do RN (MAPGEO 2010).
7.1.5.5 Monografias dos Marcos Geodésicos Implantados
Para o levantamento da CGH Castro foram implantados 03 (três) marcos geodésicos,
os quais estão identificados no desenho PBE-CAS – 01 (Volume III).
7.1.6 Estudo de Viabilidade Hídrica
7.1.6.1 Contexto Hidrográfico Regional
No Mato Grosso do Sul configuram-se duas Regiões Hidrográficas do Brasil, conforme
a Resolução do CNRH n° 32/2003: a Região Hidrográfica do Paraguai, constituída
pela bacia do rio Paraguai e a Região Hidrográfica do Rio Paraná, constituída pela
bacia do rio Paraná. Esta configuração delimita claramente no Estado o divisor de
águas (SEMAC E IMASUL, 2010).
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Figura 7.21: Divisão da regiões hidrográficas do estado de Mato Grosso do Sul. Fonte: Plano Estadual de Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul
A Região Hidrográfica do Paraná ocupa área total de 169.488,663 km², o que
representa aproximadamente 47,46% da área do Estado. Nesta região destacam-se
os rios Aporé, Sucuriú, Verde, Pardo, Ivinhema, Amambai e Iguatemi, à margem
direita do rio Paraná (SEMAC E IMASUL, 2010).
O rio Paraná tem como principais formadores os rios Paranaíba e Grande, no tríplice
limite entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
A Região Hidrográfica do Paraguai em Mato Grosso do Sul ocupa área de
187.636,301 km² que representa 52,54% da área total do Estado. Destacam-se nessa
Região os rios Taquari, Miranda, Negro e Apa à margem esquerda do rio Paraguai.
Nesta região, que compreende o Pantanal Mato Grossense, “a dinâmica das águas
superficiais está vinculada a fatores como declividade e descarga dos principais rios
que atravessam a área, aliados ao regime climático, natureza dos solos e suporte
geológico.” (BRASIL, MME, 1982).
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De acordo com Semac e Imasul (2010) a complexa drenagem da planície pantaneira
é constituída por pequenos cursos de água (córregos), linhas de drenagem de
declividade moderada, mas sem canal bem desenvolvido (vazantes), com seção
definida (corixos e corixões), lagos e lagoas (baías) e lagoas ou antigos meandros
marginais.
A região em estudo neste relatório faz parte da Região Hidrográfica do Paraná, de
acordo com a Resolução nº 32 de 15 de outubro de 2003, do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos, o qual faz a divisão de regiões por grupo de bacias contínuas que
possuam características naturais, sociais e econômicas semelhantes, com vistas a
orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos (BRASIL, 2003).
A região hidrográfica do Paraná apresenta uma área de aproximadamente 880.000
km², abrangendo os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal, onde se concentra cerca de um terço
da população nacional e o maior desenvolvimento econômico do país (ANA, 2013).
Originalmente, essa região apresentava cinco tipos de cobertura vegetal: Cerrado,
Mata Atlântica, Mata de Araucária, Floresta Estacional Decídua e Floresta Estacional
Semidecídua. O crescimento dos grandes centros urbanos acarretou grandes
transformações no uso do solo da região, o que ocasionou um grande desmatamento,
além de ter gerado uma grande pressão sobre os recursos hídricos, pois ao mesmo
tempo em que aumentam as demandas, diminui a disponibilidade de água (ANA,
2013).
A região hidrográfica do Paraná possui a maior demanda por recursos hídricos do
País, com valores correspondentes a 30% da demanda nacional. A irrigação é o maior
usuário destes recursos (42%), seguido do abastecimento industrial (27%) (ANA,
2013). Além de abastecer cidades, fábricas e o campo, os recursos hídricos desta
região também são empregados na geração de energia elétrica.
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Figura 7.22: Regiões Hidrográficas do Brasil em
conformidade com a Resolução nº 32/2003 do Conselho
Nacional de Recursos Hídricos.
Fonte: BRASIL, 2003.
O estado do Mato Grosso do Sul instituiu a Lei nº 2.406, de 29 de Janeiro de 2002,
onde estabelece a Política Estadual de Recursos Hídricos, que objetiva assegurar, em
todo o território do Estado, a necessária disponibilidade de água, para os atuais
usuários e gerações futuras, em padrões de qualidade e quantidade adequados aos
respectivos usos. A Lei ainda dispõe sobre os instrumentos para gestão, descritos a
seguir, de acordo com IMASUL (2013).
Plano Estadual de Recursos Hídricos – estabelece orientações técnicas, estratégicas
e de cunho político-institucional, para subsidiar as ações do Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos. Aponta programas a serem implementados e
bacias prioritárias a serem contempladas.
Do Enquadramento dos Corpos de Água em Classes – o enquadramento, segundo
seus usos preponderantes, visa assegurar às águas qualidade compatível com os
usos mais exigentes a que forem destinadas, subsidiando o processo de concessão
de outorga de direitos de uso dos recursos hídricos, diminuindo os custos de combate
à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes.
Da Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hídricos – trata-se de um ato
administrativo mediante o qual a entidade responsável pelos recursos hídricos faculta
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ao outorgado o uso de um recurso hídrico, por prazo determinado, nos termos e nas
condições expressas no respectivo ato. A outorga tem como objetivo assegurar o
controle quantitativo e qualitativo da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso
a este recurso, disciplinando a sua utilização, compatibilizando demandas e
disponibilidade hídrica.
Da Cobrança pelo Uso dos recursos hídricos – o instrumento da cobrança visa
racionalizar o uso dos recursos hídricos outorgados, baseado em critérios e
mecanismos a serem aprovados pelos Comitês de Bacias Hidrográficas.
Do Sistema Estadual de Informações dos Recursos Hídricos – trata-se de instrumento
de apoio à tomada de decisões do Conselho, Comitês e Agências de Bacias
Hidrográficas. O Sistema gerencia a coleta, o tratamento, o armazenamento, a
recuperação e a disseminação de dados básicos e informações sobre recursos
hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.
O Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIEGRH) é composto
por várias organizações em um conjunto de instâncias de deliberação:
O Conselho Estadual de Recursos Hídricos é o colegiado consultivo e
deliberativo superior.
A Secretaria de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da
Ciência e Tecnologia (SEMAC) é o órgão de administração pública
responsável pela gestão de recursos hídricos.
O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL) é o órgão
executor da política.
Os Comitês das Bacias Hidrográficas são colegiados deliberativos a
serem estabelecidos em cada bacia e as Agencias de Água devem atuar
como secretaria executiva das decisões dos colegiados regionais.
Como supramencionado, existem duas Regiões Hidrográfica no Mato Grosso do Sul
a Região Hidrográfica do Paraná e a Região Hidrográfica do Paraguai. Foram
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definidas 15 unidades de Planejamento e Gerenciamento (UPGs), sendo 9 situadas
na Região Hidrográfica do Paraná e seis na Região Hidrográfica do Paraguai.
A gestão de recursos hídricos por bacias hidrográficas, incorporada pela Política
Nacional de Recursos Hídricos, através da Lei 9.433 de 09 de janeiro de 1997,
descentraliza as tomadas de decisão para o âmbito da unidade física natural onde
encontramos municípios, usuários dos recursos hídricos e toda a sociedade civil
organizada. Foram estabelecidas 12 Regiões Hidrográficas para a descentralização
da gestão dos recursos hídricos. As Regiões Hidrográficas 9 e 10 Paraná e Paraguai
estão presentes no Mato Grosso do Sul, ao Leste e ao Oeste respectivamente. A
Região Hidrográfica Paraná RH.9 é formada pelos principais rios Paraná, Grande e
Paranaíba, enquanto a Região Hidrográfica Paraguai RH.10 tem o rio homônimo como
principal rio de toda Região.
A Integração das políticas públicas ambientais faz referência as ações coordenadas
que contemplem a sustentabilidade dos recursos naturais, tanto na preservação
ambiental quanto à equidade social e à viabilidade econômica. O Plano Estadual de
Recursos Hídricos aprovado em 2009 e publicado em 2010, instrumento da Gestão
de Recursos Hídricos, descentralizou o Estado de Mato Grosso do Sul em 15
Unidades de Planejamento e Gerenciamento a partir da unidade física natural bacia
hidrográfica, conforme abaixo:
Tabela 7.7: Unidades de planejamento e gerenciamento a partir da unidade física natural.
I. Região Hidrográfica do Paraná II. Região Hidrográfica do Paraguai
I.1 UPG Iguatemi II.1 UPG Correntes
I.2 UPG Amambai II.2 UPG Taquari
I.3 UPG Ivinhema II.3 UPG Miranda
I.4 UPG Pardo II.4 UPG Negro
I.5 UPG Verde II.5 UPG Nabileque
I.6 UPG Sucuriú II.6 UPG Apa
I.7 UPG Quitéria
I.8 UPG Santana
I.9 UPG Aporé ou do Peixe
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Figura 7.23: Unidades de planejamento e gerenciamento - UPG. Fonte: SEMA, 2013.
7.1.6.1.1 Águas subterrâneas
As unidades hidrogeológicas ou sistemas aquíferos do Estado de Mato Grosso do Sul
são identificados por dois grandes grupos, em decorrência do modo com que
armazenam e transmitem água, conhecidos como domínio poroso e fraturado. A bacia
do rio Paranaíba foi subdividida em 10 Unidades de Gestão Hídrica – UGHs, entre
elas a UGH Santana-Aporé, que engloba o rio Santana, objeto deste estudo. Na UGH
Santana-Aporé, os aquíferos porosos conhecidos na bacia são o Bauru, Guarani e
Cachoeira e o aquífero Serra Geral, que compreende o aquífero fraturado (ANA/SPR,
2013). Conforme mapa abaixo que apresenta os sistemas aquíferos da UGH Santana-
Aporé, a CGH Castro localiza-se sob domínio do aquífero fraturado Serra Geral, sob
influência do aquífero poroso Bauru. A UGH Santana-Aporé é composta pelas sub-
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bacias sul-mato-grossenses afluentes do rio Aporé e as bacias dos rios Santana, dos
Barreiros e Formoso.
Figura 7.24: Sistemas aquíferos da UGH Santana-Aporé (MS). Fonte: ANA/SRP, 2013.
O sistema aquífero Serra Geral refere-se aos basaltos da Serra Geral, do Grupo São
Bento. O potencial hídrico no aquífero é variável, com o armazenamento de água
relacionado, além das fraturas tectônicas, às de resfriamento, as zonas vesiculares e
as disjunções colunares do basalto. Na Unidade Santana-Aporé o presente sistema
possui área de afloramento restrita a alguns vales, porém também pode ser captado
em profundidade abaixo do aquífero Bauru. Na UGH a vazão média dos poços é de
51 m³/h (ANA, 2013).
Em relação ao aquífero Bauru e aos que encontram-se vinculados, estes ocupam a
maior porcentagem da unidade. Estes aquíferos referem-se a espessos pacotes de
sedimentos compostos por arenitos finos a médios dos grupos Bauru e Caiuá,
intercalados por camadas de siltitos e argilitos, depositados em duas fases distintas
sobre os basaltos da Formação Serra Geral. São classificados como do tipo poroso e
livre, podendo apresentar-se localmente semiconfinados. Este sistema possui grande
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importância hidrogeológica com relação as funções filtro e reguladora e na
regularização das vazões dos rios. Quanto a produtividade média dos poços da
Unidade de Gestão Hídrica Santana-Aporé é de 23 m³/h.
7.1.6.1.1.1 Qualidade das águas subterrâneas
Em relação a qualidade da água dos aquíferos abrangentes da área em estudo,
ambos de modo geral, apresentam-se com boa qualidade. Os dados hidroquímicos
das águas subterrâneas do sistema aquífero Serra Geral, apontam a existência de
uma composição diversificada, com as águas bicarbonatadas cálcico-sódicas,
bicarbonatadas cácico-magnesianas, bicarbonatadas sódio-cálcicas, bicarbonatadas
sódicas, bicarbonatadas cálcicas, sulfatadas e cloretadas sódicas. O campo das
águas bicarbonatadas cálcicas é prodominante, com maior frequência de cloretadas
e sulfatadas, possuindo um nítido controle litoquímico, já que suas características
químicas estão correlacionadas com os processos de intemperismo que atuam sobre
as rochas vulcânicas. Cabe ainda destacar que, em algumas regiões, as águas sofrem
restrições de uso devido às altas concentrações de ferro e manganês, provavelmente
de origem não-antrópica (ANA, 2007).
No aquífero Bauru as águas deste sistema são, de modo geral, do tipo bicarbonatadas
cálcicas e cálcio-magnesianas. Apesar de atenderem aos requisitos de consumo
humano, demandam para alguns tipos de usos industriais a correção da dureza e do
pH, em especial no domínio das águas bicarbonatadas cálcicas. Em relação ao teores
de carbonatos e bicarbonatos que associam-se ao magnésio, apesar da não
toxicidade, necessitam de tratamento para seu uso, devido a serem responsáveis por
incrustações e deposição de sedimentos, que podem ter como consequência o
comprometimento de tubulações e redes de distribuição. Por ser um sistema aquífero
classificado como livre e por apresentar grande área de afloramento. Possui maior
vulnerabilidade à contaminação por atividades potencialmente poluidoras, em
especial aquelas decorrente do desenvolvimento agrícola e industrial (ANA, 2007).
Quanto a avaliação da qualidade das águas subterrâneas no local onde encontra-se
projetado o empreendimento, esta não foi realizada em virtude da baixa significância
da área destinada ao reservatório (área alagada), sendo de apenas 0,36 ha na
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margem direita e de 0,20 ha na margem esquerda, totalizando uma área de alague de
0,56 ha ou 0,0056 km². O volume de água represado será extremamente baixo quando
comparado ao de empreendimentos hidrelétricos de maior porte (PCH’s e UHE’s), não
havendo aumento significativo da carga hidráulica sobre a superfície do solo.
Ressalta-se ainda, que serão baixos os impactos sobre as águas superficiais, devido
ao porte do empreendimento, como já mencionado, além de ser diminuta a elevação
do nível da água, uma vez que este será praticamente mantido em seu leito regular.
Deste modo, às interferências aos recursos hídricos subterrâneos serão as mesmas
existentes no local e na região. A maioria dos problemas referentes a qualidade das
águas subterrâneas, do mesmo modo que acometem as águas superficiais, são de
origem antrópica. A deposição inadequada de resíduos domésticos industriais, de
mineração, a utilização de pesticidas, inseticidas e fertilizantes, constituem as
principais fontes de contaminação das águas subterrâneas (SOUZA, 2008). Entre as
atividades humanas geradoras de contaminantes as águas subterrâneas, as que são
ocasionadas pelos sistemas de saneamento in situ, são as de maior relevância e que
merecem maior atenção. A tabela abaixo apresenta as principais fontes de
concentrações anômalas às águas subterrâneas.
Tabela 7.8: Principais problemas de qualidade identificados nas águas subterrâneas.
PROBLEMA CAUSAS PRINCIPAIS CONTAMINANTES
Contaminação natural
Relacionada à evolução química natural (ou induzida por
contaminação antrópica ou abstração excessiva) das águas subterrâneas e na dissolução de
minerais
Ferro e flúor solúvel, algumas vezes magnésio, sulfatos,
arsênio, manganês, selênio e outros elementos inorgânicos
Contaminação de aquíferos
Proteção inadequada de aquíferos vulneráveis contra descargas e efluentes de origem antrópica oriundos de fontes urbanas, atividades industriais e de
atividades agrícolas intensivas
Patógenos, nitratos e amônio, cloretos, sulfatos, boro, arsênio,
metais pesados, carbono orgânico dissolvido,
hidrocarbonetos aromáticos e halogênicos, certos tipos de
pesticidas
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PROBLEMA CAUSAS PRINCIPAIS CONTAMINANTES
Contaminação de poço
Desenho e construção inadequada permitindo ingresso de águas superficiais ou subsuperficiais
contaminadas
Basicamente patógenos
Fonte: Kirchheim, 2008.
7.1.6.2 Contexto Hidrográfico Local
Foi investigada inicialmente a Bacia do rio Santana, observando-se as cartas
topográficas e as fotografias disponíveis, visando identificar as quedas e corredeiras
naturais, propícias para a implantação dos aproveitamentos.
Também foram feitas análises e estudos das bacias que circunscrevem a bacia do rio,
a fim de conhecer mais a respeito do comportamento das bacias da região. Para o
trecho de interesse definido foi levantado o perfil da linha d’água do rio utilizando-se
para isso os dados do levantamento topográfico executado (GPS RTK), bem como as
cartas planialtimétricas e demais mapas disponíveis, identificando as quedas naturais
que segmentavam a declividade do curso d’água.
No anexo EAP-CAS – 02 (Volume II) pode-se visualizar a área de drenagem total do
rio Santana e do aproveitamento CGH Castro, sobre base cartográfica, bem como na
figura abaixo.
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Figura 7.25: Mapa hidrográfico da área de drenagem do rio Córrego Boa Vista e da área de drenagem da CGH Castro. Fonte: Construnível, 2017.
7.1.6.2.1 Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica
Forma da Bacia
Segundo ELETROBRÁS (2000), a determinação da Forma da Bacia Hidrográfica
auxilia na interpretação dos resultados dos Estudos Hidrológicos e permite
estabelecer relações e comparações com outras bacias conhecidas. Esse aspecto
também tem influência direta no comportamento Hidrometeorológico da bacia em
estudo e, consequentemente, no regime Fluvial e Sedimentológico do Curso D’Água
principal, além de estar relacionado ao Tempo de Concentração da Bacia.
Dos índices existentes para a determinação da Forma da Bacia foram calculados
Coeficiente de Compacidade e o Fator de Forma, apresentados a seguir.
Área de drenagem total do Rio Santana
Área: 2.464,83 km²
Área de drenagem total da CGH Castro
Área: 2.286,44km²
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Coeficiente de Compacidade – Kc
O Coeficiente de Compacidade ou de Gravelius – Kc, define a relação entre o
perímetro da bacia e a circunferência equivalente a um círculo de área igual à da
bacia.
“Desde que outros fatores não interfiram quanto mais próximos da unidade for o índice
de compacidade maior será a potencialidade de ocorrência de picos elevados de
enchentes” (ELETROBRÁS, 2000).
Para a bacia do rio em questão obteve-se os seguintes valores:
A
Pkc 28,0
Área total da bacia (A) = 2.464,83 km²
Perímetro da bacia (P) = 256,33 km
A relação do perímetro de uma bacia hidrográfica e a circunferência do círculo de área
igual à da respectiva bacia constitui o Índice de Compacidade. Desde que outros
fatores não interfiram, valores menores do índice de compacidade indicam maior
potencialidade de produção de picos de enchentes elevados, os valores do coeficiente
de compacidade com relação à ocorrência de cheias na bacia são indicados na tabela
abaixo.
Tabela 7.9: Classificação da bacia quanto à ocorrência de cheias em função do kc.
Intervalo (kc) Classificação
1,0 – 1,2 Ocorrência de cheia
1,2 – 1,5 Situação média
>1,5 Baixa propensão
Fonte: Construnível, 2017.
O coeficiente do Índice de compacidade resultou em um valor igual a 1,45. Logo, a
Bacia do rio Santana oferece riscos medianos de produções frequentes de picos de
enchentes elevados.
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Fator de Forma
O fator de forma define uma relação entre a largura média e os seus comprimentos
axiais, medidos ao longo do rio principal. A largura média é obtida quando se divide a
área pelo comprimento da bacia. A equação que representa este fator é a seguinte:
2L
AKf
Onde:
A = Área de drenagem da bacia (2.464,83 Km²);
L = Comprimento da bacia (96,39 km);
A Tabela abaixo ilustra a classificação dos coeficientes da bacia quanto à ocorrência
de cheias.
Tabela 7.10: Classificação da bacia quanto à ocorrência de cheias.
Intervalo (kf) Classificação
0,8 – 1,0 Ocorrência de cheia
0,5 – 0,8 Situação média
< 0,5 Baixa propensão
Fonte: Construnível, 2017.
O valor obtido para este coeficiente foi de 0,27 para bacia do rio Santana. Logo, este
valor indica que a forma da bacia não influência na ocorrência de enchentes.
Esses índices servem como referência na tentativa de compreender a tendência a
enchentes na bacia. Contudo, são dados preliminares e não devem ser tomados como
determinantes na caracterização das tendências dentro da bacia.
Sistema de drenagem
O sistema de drenagem de uma bacia é constituído pelo rio principal e seus tributários.
O estudo das ramificações e do desenvolvimento do sistema é importante, pois indica
a maior ou menor velocidade de escoamento.
Para melhor caracterizar o sistema de drenagem da bacia em estudo, foram
calculados os índices a seguir descritos.
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Ordem dos cursos d'água
De acordo com Strahler (1952) os menores canais fluviais, sem tributários, são
considerados como de primeira ordem; os canais de segunda ordem surgem da
confluência de dois canais de primeira ordem e só recebem afluentes de primeira
ordem. Os canais de terceira ordem surgem da confluência de dois canais de segunda
ordem, podendo receber afluentes de segunda e de primeira ordem; os canais de
quarta ordem se originam a partir da união de dois sistemas de terceira ordem e assim
subsequentemente. A representação deste procedimento é apresentada na figura a
seguir.
Figura 7.26: Representação do Método para a classificação hierárquica de Bacias Hidrográficas.
Portanto, a ordem do rio é uma classificação que reflete o grau de ramificação da
bacia. Este valor para o rio Santana estudado no local do aproveitamento é 6 (seis).
Densidade da drenagem – Dd
“A Densidade de Drenagem, Dd, é a relação entre o comprimento total dos cursos
d’água de uma bacia e a sua área total. Este índice fornece uma indicação da
eficiência da drenagem, ou seja, da maior ou menor velocidade com que a água deixa
a bacia hidrográfica” (ELETROBRÁS, 2000).
A equação utilizada para o cálculo é a seguinte:
Dd = L / A
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Onde:
L = Comprimento total dos cursos d’água da bacia (2.629,61 km);
A = Área de Drenagem (2.464,83 km²);
Ainda segundo Eletrobrás (2000), desde que outros fatores não interfiram se numa
bacia houver um número grande de tributários, tal que a densidade de drenagem seja
superior a 3,5 km/km², o deflúvio atingirá rapidamente o curso d'água principal e
haverá, provavelmente, picos de enchentes altos e deflúvios de estiagem baixos. Diz-
se que essas bacias são bem drenadas. Quando este índice for da ordem de 0,5
km/km² ou menor, a drenagem é considerada pobre. Os valores base para o índice
de densidade de drenagem da bacia estão indicados na tabela baixo.
Tabela 7.11: Classificação da bacia quanto à densidade de drenagem.
Intervalo (Dd) Classificação
>1,5 Drenagem Boa
0,75 – 1,5 Drenagem Média
< 0,75 Drenagem Pobre
Fonte: Construnível, 2017.
Para a bacia do rio Santana, calculou-se o valor de 1,06 km/km² para o índice em
questão, sendo considerada uma drenagem mediana.
Tempo de Concentração
O Tempo de Concentração de uma bacia é o tempo necessário para que toda
a bacia contribua no escoamento superficial para a seção considerada, ou seja, é o
tempo em que a gota que se precipita no ponto mais distante da seção exutório de
uma bacia, leva para atingir esta seção. Para o cálculo do tempo de concentração
adotou-se a fórmula do Soil Conservation Service:
𝑡𝑐 = 57(L³/H)0,385
Onde:
tc= tempo de concentração, em minutos;
H= desnível até o ponto considerado, em metros (405,00 m);
L= Comprimento do Curso d’água principal, em km (154,54 km).
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O tempo de concentração calculado para a bacia hidrográfica da CGH Castro é de
31,78 horas.
7.1.6.2.2 Determinação das Séries de Vazões Médias Mensais do Aproveitamento
Os estudos fluviométricos são de suma importância para se obter dados de vazões
mínimas, médias e máximas, sendo estes necessários para os dimensionamentos do
aproveitamento hidrelétrico. Os estudos de vazão foram desenvolvidos com base em
informações obtidas junto a Agência Nacional de Águas – ANA, em contato com a
entidade nas páginas eletrônicas mantidas pela mesma: Hidroweb e Portal SNIRH.
7.1.6.2.2.1 Base de Dados
Para determinar as séries de vazões médias mensais do aproveitamento, efetuou-se
um levantamento das Estações Fluviométricas, extintas e em operação, localizadas
no rio Santana e nos afluentes, ou em bacias circunvizinhas ao rio.
A primeira etapa do trabalho consistiu na obtenção de informações relacionadas direta
ou indiretamente à hidrologia da região. A documentação adquirida foi objeto de
avaliação, de forma a permitir uma seleção dos dados de maior relevância para os
estudos.
Os dados foram obtidos junto à Agência Nacional de Águas – ANA (HIDROWEB). Foi
realizada uma análise de consistência dos dados, tendo em vista a necessidade de
se trabalhar com dados de longo histórico (equivalente mínimo de 30 anos) e que
estejam compatíveis com as características físicas e geológicas da região em estudo.
Após consulta aos postos constantes do boletim Fluviométrico da ANEEL, foram
selecionadas inicialmente algumas estações Fluviométricas com base em critérios de:
Localização da estação fluviométrica;
Proximidade da bacia em estudo;
Período de dados disponíveis (consistência de dados);
Área de drenagem compatível com a região observada;
Características físicas – geologia, relevo, declividade, cobertura vegetal.
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A seguir são apresentadas as séries de vazões médias mensais do Posto Base e dos
demais postos fluviométricos utilizados para o estudo do rio Santana e da CGH Castro.
Tabela 7.12: Estações fluviométricas selecionadas no estudo hidrológico.
DISPONIBILIDADES DE DADOS HIDROLÓGICOS
Posto Selecionado
Código (DNAAE)
Rio Município Resp. Operadora Latitude Longitude A.D. (km²)
Aporé 60965000 Aporé Aporé ANA ANA 18°59'09"S 51°54'47"O 4040
Campo Alegre 60940000 Corrente Aporé ANA CPRM 18°30'58"S 52°05'47"O 3190
Cassilândia 60968000 Aporé Cassilândia ANA CPRM 19°06'27"S 51°43'15"O 4700
Todas as estações selecionadas estão instaladas na sub-bacia 60, no rio Santana e
proximidades. Conforme apresentado na tabela acima, foram localizadas as estações
fluviométricas nas proximidades do empreendimento (CGH Castro). Na tabela a seguir
pode-se observar a disponibilidade de dados em cada estação selecionada.
Tabela 7.13: Disponibilidade de Dados nas Estações fluviométricas selecionadas no estudo hidrológico.
Postos Selecionados
Ano
19
51
19
52
19
53
19
54
19
55
19
56
19
57
19
58
19
59
19
60
19
61
19
62
19
63
19
64
19
65
19
66
19
67
19
68
19
69
19
70
19
71
19
72
Aporé
Campo Alegre
Cassilândia
Postos Selecionados
Ano
19
73
19
74
19
75
19
76
19
77
19
78
19
79
19
80
19
81
19
82
19
83
19
84
19
85
19
86
19
87
19
88
19
89
19
90
19
91
19
92
19
93
19
94
Aporé
Campo Alegre
Cassilândia
Postos Selecionados
Ano
19
95
19
96
19
97
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
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Aporé
Campo Alegre
Cassilândia
Período Completo
Falhas no Período de Observação
Sem Observação
Empreendedor:
Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
Estudo Ambiental Preliminar
CGH Castro – Rio Santana
Paranaíba – MS
157
CONSTRUNÍVEL Rua Odílio Alves, nº 127, Bairro Primo Tacca, Xanxerê (SC), CEP 89.820-000 Contato (49) 3433 1770 | (49) 9 9962 2372 [email protected] | [email protected] www.construnivelenergias.com.br
As tabelas a seguir apresentam as séries de vazões médias mensais das estações
fluviométricas empregadas nos estudos hidrológicos da CGH Castro.
Tabela 7.14: Vazões Médias Mensais da Estação Aporé, utilizada como estação base dos estudos hidrometeorológicos. ESTAÇÃO: APORÉ CÓDIGO: 60965000 BACIA: RIO PARANÁ A.D (Km²): 4040
RIO: APORÉ ESTADO: GOIÁS Q (l*s/km²): 20,48
SÉRIE DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS (m³/s)
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ MÉDIA
1972 * * * * * 41,3 42,7 40,2 40,1 48,3 71,8 66,5 50,13
1973 64,0 72,2 66,7 73,5 58,1 50,1 47,4 43,6 42,4 55,9 66,8 62,7 58,62
1974 77,2 70,0 109,0 96,4 74,3 63,6 54,9 52,8 52,8 56,6 50,2 84,2 70,17
1975 84,1 76,5 83,6 77,8 62,7 54,3 56,0 50,8 50,3 58,3 79,6 79,3 67,78
1976 80,1 106,0 * 82,8 78,0 71,9 60,6 59,2 63,2 70,2 77,3 86,6 75,99
1977 103,0 107,0 89,7 81,6 73,8 77,4 60,5 54,4 71,8 65,2 86,7 91,1 80,18
1978 122,0 88,0 105,0 80,2 80,9 74,5 65,6 59,0 68,3 63,7 79,8 90,4 81,45
1979 132,0 107,0 98,1 79,9 75,3 66,4 66,6 61,1 76,7 64,6 72,2 99,7 83,30
1980 110,0 112,0 91,7 84,5 72,2 67,5 62,4 57,0 64,8 59,6 68,9 83,6 77,85
1981 85,4 81,0 93,2 74,7 62,2 65,5 57,0 54,6 53,5 59,4 79,5 86,6 71,05
1982 94,2 88,7 152,8 100,2 82,5 79,9 68,4 67,9 69,8 77,3 77,6 97,8 88,09
1983 138,7 114,1 94,3 95,7 80,3 79,0 75,7 66,2 67,5 77,6 84,3 106,2 89,97
1984 113,4 94,7 95,2 104,7 96,1 72,2 64,8 76,9 70,1 63,1 73,8 97,6 85,22
1985 106,9 110,7 129,9 101,0 86,7 80,9 75,9 68,0 64,7 65,2 66,3 64,9 85,11
1986 94,2 98,3 108,3 86,2 84,1 75,2 66,3 73,3 64,4 55,8 56,0 82,9 78,73
1987 105,8 128,2 113,9 90,4 82,3 70,4 63,3 62,7 63,9 70,8 74,1 86,6 84,36
1988 96,4 123,0 159,3 128,5 93,6 80,5 71,6 65,3 59,2 66,3 76,3 90,1 92,51
1989 116,5 144,5 139,1 112,3 94,6 73,2 68,9 76,4 72,4 67,3 97,6 105,2 97,33
1990 105,8 80,2 74,3 74,1 78,4 69,2 62,9 61,0 67,8 86,6 80,9 85,0 77,20
1991 113,9 127,7 131,3 108,9 83,8 72,2 66,2 60,1 60,0 78,4 61,2 70,2 86,16
1992 110,8 105,5 91,2 86,4 81,2 66,7 63,0 60,1 80,2 78,9 87,1 86,3 83,12
1993 86,7 91,6 83,6 95,6 81,1 78,1 67,9 62,2 66,1 78,9 67,7 86,7 78,84
1994 122,4 102,8 113,5 96,0 77,8 68,6 56,8 46,9 49,1 64,5 69,1 78,1 78,80
1995 86,6 132,6 115,6 99,7 78,9 73,8 66,7 60,2 61,0 65,2 72,5 77,7 82,53
1996 102,8 106,2 138,3 98,1 88,1 76,7 71,8 66,9 77,7 70,6 94,8 108,3 91,70
1997 133,0 110,1 88,0 88,2 82,8 92,8 72,5 67,8 68,9 71,0 93,4 107,4 89,66
1998 90,4 126,8 126,8 116,5 91,5 87,1 74,2 * * * * * 101,92
1999 * * * 96,6 80,5 75,1 70,9 66,6 68,0 62,6 70,2 * 73,80
2000 100,8 114,7 134,4 96,3 87,5 74,3 72,0 73,6 79,8 70,7 75,1 101,6 90,07
2001 97,1 103,6 109,3 91,7 84,0 75,0 69,2 64,1 70,8 70,0 83,4 114,9 86,10
2002 127,9 136,3 131,4 96,4 87,9 79,5 83,8 75,9 79,0 76,6 82,9 86,2 95,32
2003 109,3 109,5 134,6 132,9 88,8 78,3 72,4 73,9 67,3 80,0 87,0 100,6 94,56
2004 136,8 115,9 83,6 92,7 87,5 77,5 73,5 65,3 61,2 * * 142,7 93,67
2005 152,0 116,9 101,1 84,1 86,5 74,3 67,6 63,3 64,5 67,3 79,0 102,5 88,25
2006 * * * * * * * 67,0 69,9 84,2 97,1 * 79,56
2007 * * * 93,8 92,2 79,8 73,6 68,2 64,6 70,3 * 87,5 78,75
MÁXIMO 151,99 144,55 159,27 132,88 96,14 92,83 83,81 76,85 80,22 86,58 97,61 142,72
MÉDIA 106,26 106,33 109,25 94,07 81,66 72,66 66,10 62,64 64,90 68,26 76,97 90,84 82,74
MÍNIMO 64,00 70,00 66,70 73,50 58,10 41,30 42,70 40,20 40,10 48,30 50,20 62,70
Empreendedor:
Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
Estudo Ambiental Preliminar
CGH Castro – Rio Santana
Paranaíba – MS
158
CONSTRUNÍVEL Rua Odílio Alves, nº 127, Bairro Primo Tacca, Xanxerê (SC), CEP 89.820-000 Contato (49) 3433 1770 | (49) 9 9962 2372 [email protected] | [email protected] www.construnivelenergias.com.br
Tabela 7.15: Vazões Médias Mensais da Estação Campo Alegre.
ESTAÇÃO: CAMPO ALEGRE CÓD: 60940000 BACIA: RIO PARANÁ A.D (Km²): 3190
RIO: RIO CORRENTE ESTADO: GOIÁS Q (l*s/km²): 19,15
SÉRIE DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS (m³/s)
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ MÉDIA
1972 * * * * * * * 27,9 27,0 34,0 51,7 51,0 38,31
1973 45,2 51,3 47,7 52,0 43,0 36,2 34,2 30,4 30,0 39,6 47,6 48,0 42,10
1974 58,7 55,6 85,7 70,9 61,1 50,2 43,3 42,0 39,8 42,4 39,8 55,7 53,78
1975 70,4 60,1 72,2 66,8 55,0 44,6 44,6 39,3 37,5 42,7 49,9 57,2 53,37
1976 58,8 71,7 78,5 68,7 56,4 52,4 43,9 44,1 43,3 46,7 53,3 62,7 56,70
1977 68,3 87,3 65,6 65,3 56,7 56,4 46,7 41,7 50,9 47,7 57,9 58,5 58,56
1978 82,3 63,8 74,5 57,1 54,5 57,8 46,1 42,0 47,7 44,0 56,6 72,9 58,29
1979 92,7 80,6 72,6 60,7 55,5 48,2 47,3 44,8 54,2 48,2 48,3 64,6 59,80
1980 76,6 78,1 73,1 65,5 52,8 49,9 47,0 42,6 46,4 47,4 52,5 61,8 57,82
1981 82,2 64,4 70,8 56,6 52,5 49,2 43,0 41,5 38,7 44,0 54,1 65,9 55,25
1982 72,4 75,1 92,9 87,9 63,1 59,6 51,9 51,4 51,5 55,4 58,2 75,6 66,24
1983 88,4 89,3 83,5 76,3 60,1 57,1 52,7 48,5 51,8 55,1 61,6 78,2 66,88
1984 75,3 77,9 70,2 79,7 67,4 53,4 48,9 53,1 55,5 51,2 53,3 77,5 63,62
1985 75,7 93,1 85,9 73,5 59,6 51,9 50,1 46,9 44,3 43,4 44,2 45,2 59,50
1986 64,9 66,6 67,6 55,0 50,1 44,1 40,4 42,9 42,9 39,3 43,3 52,4 50,81
1987 64,7 85,7 82,9 67,4 56,9 48,6 44,1 41,6 42,2 43,6 51,7 63,6 57,74
1988 73,3 72,3 104,3 88,8 70,7 60,8 53,8 49,7 45,6 46,0 56,3 63,8 65,46
1989 79,7 84,7 87,9 75,7 64,6 57,7 54,4 54,7 53,4 50,9 73,8 77,7 67,93
1990 77,7 67,2 66,5 61,0 62,2 51,6 49,0 47,1 53,6 65,8 60,2 58,8 60,06
1991 69,8 92,1 100,1 85,6 68,7 60,9 55,9 51,3 49,0 61,9 53,5 59,4 67,36
1992 68,4 74,0 69,1 67,1 57,6 50,2 46,9 44,7 57,7 58,3 65,2 68,0 60,61
1993 60,7 76,1 74,2 81,5 54,3 56,0 49,0 46,5 50,7 56,0 53,9 68,2 60,60
1994 82,7 77,9 78,3 76,2 61,1 56,9 57,2 53,1 46,7 48,4 56,4 63,5 63,21
1995 61,5 97,5 81,4 73,0 66,6 55,5 52,4 47,1 45,9 51,6 55,7 61,6 62,49
1996 78,1 74,0 92,0 74,6 61,1 56,6 52,1 49,2 55,2 51,0 65,7 76,7 65,52
1997 88,0 81,1 67,8 65,8 64,6 73,2 57,1 52,2 51,3 55,4 67,0 85,9 67,45
1998 68,5 79,4 95,0 86,9 63,9 62,3 55,5 58,4 54,0 61,3 61,9 75,0 68,49
1999 102,5 81,9 93,7 77,0 63,0 56,1 51,9 47,1 47,0 47,7 61,4 63,4 66,05
2000 83,3 96,8 92,8 72,6 65,2 57,2 52,6 51,5 58,3 55,3 57,3 87,8 69,22
2001 78,5 72,2 78,6 68,3 60,2 56,7 51,1 48,9 49,3 54,7 58,5 72,8 62,48
2002 79,7 83,8 84,6 71,4 56,8 53,9 51,9 54,2 52,6 47,1 55,1 64,9 63,02
2003 61,3 95,1 82,8 80,2 65,3 60,2 54,1 51,4 51,3 56,3 58,5 59,1 64,64
2004 67,1 77,5 74,9 66,5 64,6 57,0 52,0 48,4 44,9 56,1 68,0 67,2 62,02
2005 85,8 83,1 60,4 61,1 59,6 53,6 50,4 48,5 48,0 49,0 56,3 80,2 61,32
2006 74,5 60,7 80,5 81,8 62,1 54,0 52,3 48,0 50,5 60,1 74,0 65,5 63,66
2007 76,8 80,2 73,2 59,7 60,5 55,1 49,8 46,9 44,0 50,1 59,9 61,4 59,81
2008 71,0 97,7 91,5 96,5 70,7 61,5 56,6 51,9 48,9 57,2 58,4 63,4 68,77
2009 63,8 87,5 76,3 82,5 57,7 56,0 51,7 48,8 53,0 54,4 69,6 89,4 65,89
2010 73,1 79,6 84,5 72,6 61,1 54,2 50,9 48,0 44,5 52,7 56,3 58,6 61,35
2011 70,5 69,3 96,5 71,4 57,1 56,5 49,3 45,7 42,4 48,1 49,8 53,1 59,14
2012 64,8 64,3 62,6 54,3 49,2 43,3 40,6 38,8 44,0 * * * 51,32
2013 64,6 82,6 * * * * * * * * * * 73,61
MÁXIMO 102,53 97,73 104,33 96,52 70,74 73,25 57,23 58,35 58,25 65,77 73,95 89,41
MÉDIA 73,23 77,79 79,33 71,39 59,84 54,42 49,57 46,65 47,45 50,50 56,92 65,91 61,08
MÍNIMO 45,16 51,33 47,69 51,96 42,99 36,18 34,24 27,89 26,98 33,97 39,78 45,24
Empreendedor:
Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
Estudo Ambiental Preliminar
CGH Castro – Rio Santana
Paranaíba – MS
159
CONSTRUNÍVEL Rua Odílio Alves, nº 127, Bairro Primo Tacca, Xanxerê (SC), CEP 89.820-000 Contato (49) 3433 1770 | (49) 9 9962 2372 [email protected] | [email protected] www.construnivelenergias.com.br
Tabela 7.16: Vazões Médias Mensais da Estação Cassilândia.
ESTAÇÃO: CASSILÂNDIA CÓDIGO: 60968000 BACIA: RIO PARANÁ A.D (Km²): 4700
RIO: RIO APORÉ ESTADO: MATO GROSSO DO SUL Q (l*s/km²): 20,66
SÉRIE DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS (m³/s)
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ MÉDIA
1984 144,7 112,1 116,0 122,7 116,1 85,6 77,9 90,5 83,3 76,1 89,4 113,7 102,3
1985 130,7 132,1 175,5 115,9 96,4 86,7 82,7 75,1 73,2 74,1 75,9 72,3 99,2
1986 109,0 114,8 134,1 93,2 91,4 79,7 72,4 79,8 73,2 70,3 66,2 98,7 90,2
1987 124,3 148,0 132,5 107,9 95,0 81,4 74,1 71,6 73,5 87,3 90,7 104,1 99,2
1988 114,1 141,7 182,2 149,7 111,7 97,7 87,8 81,3 74,8 82,6 92,9 107,4 110,3
1989 135,3 165,7 159,5 130,7 111,2 100,2 94,6 89,3 85,7 80,6 112,6 152,0 118,1
1990 126,9 105,9 97,1 94,9 93,7 78,2 76,2 73,6 81,0 100,7 94,7 99,1 93,5
1991 124,5 139,3 143,2 118,3 90,9 85,5 79,1 73,1 72,6 92,5 74,2 83,5 98,1
1992 127,5 121,1 122,2 111,4 93,8 79,8 76,1 73,1 96,0 88,4 107,7 121,7 101,6
1993 104,3 133,4 119,2 115,0 93,5 91,8 81,3 75,2 79,3 92,2 80,7 106,0 97,7
1994 139,1 117,5 129,3 110,5 91,1 91,0 80,7 70,3 61,4 75,0 81,4 88,8 94,7
1995 98,0 142,5 126,6 111,5 96,3 84,7 73,7 62,4 73,2 74,0 74,6 83,6 91,8
1996 113,0 119,0 155,1 105,8 96,5 86,5 75,8 70,9 77,3 68,4 110,8 114,4 99,5
1997 140,7 109,6 95,3 94,6 89,4 104,5 68,2 68,9 70,6 78,3 106,3 125,4 96,0
1998 100,7 143,7 139,1 130,9 102,5 94,9 81,5 84,7 78,9 92,1 91,0 111,8 104,3
1999 142,7 117,3 127,3 99,1 85,4 80,3 74,3 67,6 69,9 65,5 83,3 83,0 91,3
2000 107,4 121,6 149,2 102,6 89,3 78,2 75,9 75,1 87,9 72,9 82,5 108,0 95,9
2001 101,2 111,0 111,2 93,8 89,9 79,9 71,4 65,0 70,3 72,0 86,4 118,1 89,2
2002 122,7 152,9 134,4 97,3 94,8 80,4 84,7 74,7 78,8 70,6 81,2 84,6 96,4
2003 113,6 110,9 110,6 109,0 81,6 77,0 87,2 83,9 81,8 91,1 97,6 111,1 96,3
2004 135,0 124,9 102,7 105,4 106,1 91,6 85,7 74,8 69,2 96,5 115,9 124,7 102,7
2005 165,1 132,7 117,1 103,3 96,7 88,6 80,6 62,2 63,0 65,0 81,0 113,3 97,4
2006 * * * * * * * 67,0 69,9 87,6 99,8 98,9 84,7
2007 152,8 131,7 122,1 95,8 94,7 82,1 76,3 69,2 62,7 71,7 80,1 89,5 94,1
2008 * * * * 106,6 92,3 80,6 72,4 66,7 79,8 96,4 89,0 85,5
2009 86,7 119,5 102,4 101,1 71,0 73,7 69,6 65,4 85,8 87,0 94,0 134,6 90,9
2010 143,2 150,3 168,3 117,1 94,0 86,0 77,9 71,8 64,9 80,8 84,9 99,6 103,2
2011 107,9 112,6 186,2 121,0 92,4 89,2 76,8 73,1 65,3 76,7 78,9 67,3 95,6
2012 107,4 97,6 93,0 85,9 88,7 83,6 67,5 58,1 62,4 65,1 86,5 80,9 81,4
2013 105,6 121,6 117,1 * * * * * * * * * 114,8
MÁXIMO 165,1 165,7 182,2 149,7 116,1 104,5 94,6 90,5 96,0 100,7 115,9 152,0
MÉDIA 124,9 128,2 130,5 109,5 96,0 86,4 79,0 74,1 75,3 80,2 89,9 104,7 97,12
MÍNIMO 98,0 105,9 95,3 93,2 81,6 77,0 68,2 62,2 61,4 65,0 66,2 72,3
Como é possível observar algumas estações apresentam período de registro com
algumas falhas e com período inferior a 30 anos. Sendo assim, é necessário completar
as falhas de registros com estações próximas e com características semelhantes.
7.1.6.2.3 Regionalização
A partir dos dados obtidos no banco de dados da ANA (Hidroweb) foi realizada a
regionalização das bacias dos postos fluviométricos selecionados para análise
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energética do local de estudo. Foi desenvolvida esta análise dos dados a fim de validar
as informações e confirmar a semelhança hidrológica entre os postos utilizados.
As figuras a seguir apresentam os dados mais relevantes para a definição da Reta de
Regionalização, assim como o gráfico e a equação da reta de regionalização.
Tabela 7.17: Características das estações utilizadas no estudo.
ESTAÇÃO RIO Q MLT DRENAGEM PERÍODO
[m³/s] [km²] INICIAL FINAL
APORÉ RIO APORÉ 82,74 4040 jun/1972 dez/2007
CASSILÂNDIA RIO APORÉ 97,12 4.700 jan/1984 mar/2013
CAMPO ALEGRE RIO CORRENTE 61,08 3.190 ago/1972 mar/2013
Gráfico 7.14: Reta de regionalização das estações.
A Reta de Regionalização resultou na equação "y = 0,0239x - 14,902", onde "y"
representa a vazão média de longo termo, em m³/s, e "x" representa a área de
drenagem do posto, em km², a equação apresentou ótima correlação, R² = 0,9981,
portanto, a reta demonstra um excelente grau de alinhamento das variáveis. Isto
revela uma tendência marcante de homogeneidade hidrológica e de consistência das
vazões médias de longo termo entre a estação selecionada como base e as demais
verificadas na região.
Com base na regionalização, também podemos afirmar que o método de transposição
direta entre as bacias hidrográficas do local de estudo e do posto selecionado,
utilizando-se da mesma vazão específica do posto fluviométrico selecionado, é o
melhor método para obtenção das vazões médias mensais nos eixos de interesse do
y = 0,0239x - 14,902R² = 0,9981
20
40
60
80
100
120
300 3000 30000
Q M
LT
[m
³/s]
Drenagem [km²]
Curva de Regionalização
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estudo, pois o tamanho da área de drenagem do rio Santana é muito semelhante às
demais áreas de drenagem dos postos fluviométricos utilizados.
7.1.6.2.4 Tratamento e Consistência dos Dados Básicos
Com o objetivo de se avaliar a qualidade das séries fluviométricas recebidas, foi
elaborado um estudo de consistência dos dados.
A análise de consistência dos dados fluviométricos teve início com a verificação das
vazões diárias fornecidas pela ANA (Agência Nacional de Águas) para os postos
fluviométricos selecionados destacados. Para esta verificação, foram elaborados os
hidrogramas dos postos. A análise destes permitiu constatar algumas inconsistências,
bem como identificar as datas onde ocorreram alterações nos postos fluviométricos
como, por exemplo, deslocamento da régua limnimétrica.
Posteriormente, foram verificadas as correlações entre as cotas e vazões médias
diárias fornecidas pela ANA para os postos fluviométricos selecionados. Para esta
verificação, foram elaborados os gráficos com a correlação entre as cotas e as vazões
médias diárias.
A seguir encontram-se os resultados para as principais estações utilizadas neste
estudo.
7.1.6.2.4.1 Estação Aporé (Estação Base)
No gráfico a seguir está apresentada a curva-chave do rio Aporé na estação Aporé
(estação base). Trata-se de uma curva bem definida, com as medições apresentando
pequena dispersão.
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Gráfico 7.15: Vazão x Leituras do posto fluviométrico Aporé.
A curva-chave resultou na equação “y = 7E-05x² + 0,5348x – 15,479”, onde “y”
representa a vazão em m³/s e “x” a cota em cm. A equação da curva apresentou
excelente correlação, R² = 0,9485, confirmando a consistência dos dados e dando
confiabilidade ao uso da estação, como estação base dos estudos hidrológicos do Rio
Santana.
Foi elaborado um hidrograma com as vazões diárias observadas na estação Aporé e
um limnigrama com as cotas diárias observadas, apresentados a seguir.
Gráfico 7.16: Vazões mensais do posto fluviométrico Aporé.
y = 7E-05x2 + 0,5348x - 15,479R² = 0,9485
20
40
60
80
100
120
140
160
180
50 100 150 200 250 300 350
Vazão
(m
³/s)
Cotas (cm)
Curva-chave Estação Aporé
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
VA
ZÃ
O (
m³/
s)
Hidrograma
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Gráfico 7.17: Vazões mensais do posto fluviométrico Aporé.
7.1.6.2.4.2 Estação Campo Alegre
No gráfico a seguir está apresentada a curva chave do rio Corrente na estação Campo
Alegre. Trata-se de uma curva bem definida, com as medições apresentando pequena
dispersão.
Gráfico 7.18: Vazões x Leituras do posto fluviométrico Campo Alegre.
Foi elaborado um hidrograma com as vazões diárias observadas na estação Campo
Alegre e um limnigrama com as cotas diárias observadas, apresentados a seguir.
0
50
100
150
200
250
300
350
Co
tas
(c
m)
Limnigrama
y = -0,0034x2 + 1,8756x - 157,84R² = 0,9381
0
20
40
60
80
100
120
50 100 150 200 250 300
Vazão
(m
³/s)
Cotas (cm)
Curva-chave Estação Campo Alegre
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Gráfico 7.19: Vazões mensais do posto fluviométrico Campo Alegre.
Gráfico 7.20: Leituras das cotas mensais do posto fluviométrico Campo Alegre.
7.1.6.2.4.3 Estação Cassilândia
No gráfico a seguir está apresentada a curva chave do rio Aporé na estação
Cassilândia. Trata-se de uma curva bem definida, com as medições apresentando
pequena dispersão.
0
20
40
60
80
100
120
VA
ZÃ
O (
m³/
s)
Hidrograma
0
50
100
150
200
250
300
Co
tas (
cm
)
Limnigrama
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Gráfico 7.21: Vazões x Leituras do posto fluviométrico Cassilândia.
Foi elaborado um hidrograma com as vazões diárias observadas na estação
Cassilândia e um limnigrama com as cotas diárias observadas, apresentados a seguir.
Gráfico 7.22: Vazões mensais do posto fluviométrico Cassilândia.
y = 0,0027x2 + 0,322x + 7,4442R² = 0,9521
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
50 100 150 200 250
Vazão
(m
³/s)
Cotas (cm)
Curva-chave Estação Cassilândia
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
VA
ZÃ
O (
m³/
s)
Hidrograma
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Gráfico 7.23: Leituras das cotas mensais do posto fluviométrico Cassilândia.
7.1.6.2.5 Descrição da Metodologia empregada para a obtenção da série de vazões
no local do aproveitamento
Para finalidade de análise energética do aproveitamento estudado neste projeto
básico buscou-se obter uma série de vazões médias mensais representativas do
regime do Rio Santana no maior período possível, conforme disponibilidade das
estações fluviométricas existentes na região.
A partir da série básica dos postos nos rios vizinhos, buscou-se inicialmente
complementar os fragmentos de séries existentes, calculando-se em planilhas Excel
a série do eixo de interesse no Rio Santana. Comparando-se a bacia do Rio Santana
com as estações fluviométricas selecionadas, pode-se notar que a que mais se
assemelha morfologicamente é a estação Aporé, no rio Aporé.
Justifica-se o uso da estação Aporé (código 60965000) como base para os estudos
devido aos principais fatores descritos a seguir:
A estação encontra-se próxima ao rio estudado;
Área de drenagem compatível com o indicado nos manuais da Eletrobrás;
A série de vazões contém poucas falhas;
Devido às bacias hidrográficas estarem no mesmo local de estudo, elas
possuem as mesmas regiões geológicas, além de parâmetros físicos de
0
50
100
150
200
250C
ota
s (
cm
)Limnigrama
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declividade do terreno, cobertura vegetal, uso do solo, tipo de solos etc.,
semelhantes;
Na bacia, onde estão situados o posto e o local do estudo, a configuração
climática apresenta praticamente as mesmas características, tanto para
pluviosidade quanto para vazões específicas.
A seguir serão apresentadas as variáveis geológicas, pluviométricas e de cobertura
vegetal que provam a semelhança entre as duas bacias hidrográficas, a do posto
fluviométricos e do Rio Santana, e justificarão de uma forma mais aprofundada o a
escolha da estação Aporé, como posto hidrológico base para o estudo:
Quadro 7.3: Informações CGH Castro e estação Aporé.
Variáveis CGH Castro Estação Aporé
Geologia Rampa dos Rios Verde/Pardo Rampa dos Rios Verde/Pardo
Pluviometria 1000 a 1400 mm 1000 a 1400 mm
Cobertura Vegetal Estepe Estepe
Com base nessas informações, optou-se por adotar a hipótese básica de que a vazão
específica do Rio Santana no eixo de referência pode ser determinada, em princípio,
a partir dos dados disponíveis na estação Aporé, no rio Aporé, através da transposição
direta da mesma vazão específica.
Paralelamente, a série de vazões da Aporé pode ser estendida ou corrigida suas
falhas nos meses em que não há leituras, utilizando-se de correlações matemáticas
estabelecidas com estações localizadas em rios vizinhos, dando-se preferência aos
melhores ajustes. Uma vez estendida à série de vazões específicas na estação Aporé,
conforme colocado na hipótese básica, a mesma série deverá ser transposta e
assumida para o Rio Santana.
A seguir são apresentadas as correlações calculadas entre os postos e, em
sequência, a série de vazões médias mensais específicas, em l/s.km², obtida para o
posto base e complementada nos períodos com falhas de observação.
Apresentam-se a seguir as correlações calculadas entre os postos, bem como as
equações de transferência.
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Gráfico 7.24: Correlação entre a estação fluviométrica Aporé e Cassilândia.
Gráfico 7.25: Correlação entre a estação fluviométrica Aporé e Campo Alegre.
7.1.6.2.6 Séries de vazões médias mensais do aproveitamento e curvas de
permanência
A partir das equações das curvas chaves foram obtidas as vazões mensais médias
da estação Aporé, a metodologia utilizada foi substituir a variável das equações pelos
valores das cotas diárias em metros, encontradas as vazões diárias, foram feitas
médias mensais que seguem na tabela abaixo.
A vazão específica média na estação Aporé resultou 20,65 l/s∙km² a partir das
equações acima estabelecidas, estendendo-se do ano de 1972 até 2013,
y = 0,963x + 1,4649R² = 0,863
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00vazão
Esta
ção
Ap
oré
(l
/s/m
²)
Vazão Estação Cassilândia (l/s/Km²)
Correlação Estação Aporé x Cassilândia
y = 1,0318x + 0,9521R² = 0,798
0,005,00
10,0015,0020,0025,0030,0035,0040,0045,0050,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00vazão
Esta
ção
Ap
oré
(l/s/K
m²)
Vazão Estação Campo Alegre(l/s/Km²)
Correlação Estação Aporé x Campo Alegre
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completando um período de 42 anos de dados. As figuras a seguir apresentam
respectivamente o resumo das correlações utilizadas.
Quadro 7.4: Resumo das correlações utilizadas para completar o período de vazões médias mensais da estação Aporé.
Cor Origem dos Dados Equação R²
Cotas y = 8E-05x² + 0,0799x - 0,9457 0,9559
Cassilândia y = 0,963x + 1,4649 0,863
Campo Alegre y = 1,0318x + 0,9521 0,798
Tabela 7.18: Vazões médias mensais em m³/s da estação Aporé com falhas completadas.
ESTAÇÃO: APORÉ CÓDIGO: 60965000 BACIA: Rio Uruguai A.D (Km²): 4040
RIO: APORÉ ESTADO: Goiás Q (l/s/km²): 20,65
SÉRIE DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS (m³/s)
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ MÉDIA
1972 * * * * * 41,3 42,7 40,2 40,1 48,3 71,8 66,5 50,1
1973 64,0 72,2 66,7 73,5 58,1 50,1 47,4 43,6 42,4 55,9 66,8 62,7 58,6
1974 77,2 70,0 109,0 96,4 74,3 63,6 54,9 52,8 52,8 56,6 50,2 84,2 70,2
1975 84,1 76,5 83,6 77,8 62,7 54,3 56,0 50,8 50,3 58,3 79,6 79,3 67,8
1976 80,1 106,0 106,4 82,8 78,0 71,9 60,6 59,2 63,2 70,2 77,3 86,6 78,5
1977 103,0 107,0 89,7 81,6 73,8 77,4 60,5 54,4 71,8 65,2 86,7 91,1 80,2
1978 122,0 88,0 105,0 80,2 80,9 74,5 65,6 59,0 68,3 63,7 79,8 90,4 81,5
1979 132,0 107,0 98,1 79,9 75,3 66,4 66,6 61,1 76,7 64,6 72,2 99,7 83,3
1980 110,0 112,0 91,7 84,5 72,2 67,5 62,4 57,0 64,8 59,6 68,9 83,6 77,9
1981 85,4 81,0 93,2 74,7 62,2 65,5 57,0 54,6 53,5 59,4 79,5 86,6 71,1
1982 94,2 88,7 152,8 100,2 82,5 79,9 68,4 67,9 69,8 77,3 77,6 97,8 88,1
1983 138,7 114,1 94,3 95,7 80,3 79,0 75,7 66,2 67,5 77,6 84,3 106,2 90,0
1984 113,4 94,7 95,2 104,7 96,1 72,2 64,8 76,9 70,1 63,1 73,8 97,6 85,2
1985 106,9 110,7 129,9 101,0 86,7 80,9 75,9 68,0 64,7 65,2 66,3 64,9 85,1
1986 94,2 98,3 108,3 86,2 84,1 75,2 66,3 73,3 64,4 55,8 56,0 82,9 78,7
1987 105,8 128,2 113,9 90,4 82,3 70,4 63,3 62,7 63,9 70,8 74,1 86,6 84,4
1988 96,4 123,0 159,3 128,5 93,6 80,5 71,6 65,3 59,2 66,3 76,3 90,1 92,5
1989 116,5 144,5 139,1 112,3 94,6 73,2 68,9 76,4 72,4 67,3 97,6 105,2 97,3
1990 105,8 80,2 74,3 74,1 78,4 69,2 62,9 61,0 67,8 86,6 80,9 85,0 77,2
1991 113,9 127,7 131,3 108,9 83,8 72,2 66,2 60,1 60,0 78,4 61,2 70,2 86,2
1992 110,8 105,5 91,2 86,4 81,2 66,7 63,0 60,1 80,2 78,9 87,1 86,3 83,1
1993 86,7 91,6 83,6 95,6 81,1 78,1 67,9 62,2 66,1 78,9 67,7 86,7 78,8
1994 122,4 102,8 113,5 96,0 77,8 68,6 56,8 46,9 49,1 64,5 69,1 78,1 78,8
1995 86,6 132,6 115,6 99,7 78,9 73,8 66,7 60,2 61,0 65,2 72,5 77,7 82,5
1996 102,8 106,2 138,3 98,1 88,1 76,7 71,8 66,9 77,7 70,6 94,8 108,3 91,7
1997 133,0 110,1 88,0 88,2 82,8 92,8 72,5 67,8 68,9 71,0 93,4 107,4 89,7
1998 90,4 126,8 126,8 116,5 91,5 87,1 74,2 76,0 71,2 82,2 81,3 98,5 93,5
1999 124,1 103,0 111,3 96,6 80,5 75,1 70,9 66,6 68,0 62,6 70,2 74,6 83,6
2000 100,8 114,7 134,4 96,3 87,5 74,3 72,0 73,6 79,8 70,7 75,1 101,6 90,1
2001 97,1 103,6 109,3 91,7 84,0 75,0 69,2 64,1 70,8 70,0 83,4 114,9 86,1
2002 127,9 136,3 131,4 96,4 87,9 79,5 83,8 75,9 79,0 76,6 82,9 86,2 95,3
2003 109,3 109,5 134,6 132,9 88,8 78,3 72,4 73,9 67,3 80,0 87,0 100,6 94,6
2004 136,8 115,9 83,6 92,7 87,5 77,5 73,5 65,3 61,2 85,8 101,9 142,7 93,7
2005 152,0 116,9 101,1 84,1 86,5 74,3 67,6 63,3 64,5 67,3 79,0 102,5 88,3
2006 101,2 83,1 109,1 110,8 85,0 74,4 72,1 67,0 69,9 84,2 97,1 87,8 86,8
Empreendedor:
Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
Estudo Ambiental Preliminar
CGH Castro – Rio Santana
Paranaíba – MS
170
CONSTRUNÍVEL Rua Odílio Alves, nº 127, Bairro Primo Tacca, Xanxerê (SC), CEP 89.820-000 Contato (49) 3433 1770 | (49) 9 9962 2372 [email protected] | [email protected] www.construnivelenergias.com.br
ESTAÇÃO: APORÉ CÓDIGO: 60965000 BACIA: Rio Uruguai A.D (Km²): 4040
RIO: APORÉ ESTADO: Goiás Q (l/s/km²): 20,65
SÉRIE DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS (m³/s)
2007 132,4 115,0 107,0 93,8 92,2 79,8 73,6 68,2 64,6 70,3 70,8 87,5 87,9
2008 84,7 119,7 122,0 109,5 84,7 74,7 67,4 63,0 58,5 72,0 85,7 79,6 85,1
2009 77,7 104,9 90,7 89,6 64,7 66,9 63,5 60,1 68,0 74,7 83,6 123,2 80,6
2010 120,3 127,2 135,2 102,2 83,7 77,1 70,4 65,3 59,6 72,8 76,2 88,4 89,9
2011 95,2 99,2 160,0 106,1 82,4 79,8 69,5 66,4 60,0 69,4 71,3 61,6 85,1
2012 94,8 86,7 82,9 77,0 79,3 75,2 61,8 54,0 57,6 59,8 77,5 72,8 73,3
2013 93,4 106,5 102,9 * * * * * * * * * 100,9
MÁXIMO 152,0 144,5 160,0 132,9 96,1 92,8 83,8 76,9 80,2 86,6 101,9 142,7
MÉDIA 105,5 106,0 110,1 94,8 81,4 73,0 66,3 62,9 64,6 69,2 77,8 89,9 83,4
MÍNIMO 64,0 70,0 66,7 73,5 58,1 41,3 42,7 40,2 40,1 48,3 50,2 61,6
Tabela 7.19: Vazões médias mensais em l/s.Km² da estação Aporé com falhas completadas.
ESTAÇÃO: APORÉ CÓDIGO: 60965000 BACIA: RIO PARANÁ A.D (Km²): 4040
RIO: APORÉ ESTADO: GOIÁS Q (m³/s): 83,43
SÉRIE DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS (l*s/km²)
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ MÉDIA
1972 * * * * * 10,2 10,6 10,0 9,9 12,0 17,8 16,5 12,4
1973 15,8 17,9 16,5 18,2 14,4 12,4 11,7 10,8 10,5 13,8 16,5 15,5 14,5
1974 19,1 17,3 27,0 23,9 18,4 15,7 13,6 13,1 13,1 14,0 12,4 20,8 17,4
1975 20,8 18,9 20,7 19,3 15,5 13,4 13,9 12,6 12,5 14,4 19,7 19,6 16,8
1976 19,8 26,2 26,3 20,5 19,3 17,8 15,0 14,7 15,6 17,4 19,1 21,4 19,4
1977 25,5 26,5 22,2 20,2 18,3 19,2 15,0 13,5 17,8 16,1 21,5 22,5 19,8
1978 30,2 21,8 26,0 19,9 20,0 18,4 16,2 14,6 16,9 15,8 19,8 22,4 20,2
1979 32,7 26,5 24,3 19,8 18,6 16,4 16,5 15,1 19,0 16,0 17,9 24,7 20,6
1980 27,2 27,7 22,7 20,9 17,9 16,7 15,4 14,1 16,0 14,8 17,1 20,7 19,3
1981 21,1 20,0 23,1 18,5 15,4 16,2 14,1 13,5 13,2 14,7 19,7 21,4 17,6
1982 23,3 22,0 37,8 24,8 20,4 19,8 16,9 16,8 17,3 19,1 19,2 24,2 21,8
1983 34,3 28,2 23,4 23,7 19,9 19,5 18,7 16,4 16,7 19,2 20,9 26,3 22,3
1984 28,1 23,4 23,6 25,9 23,8 17,9 16,1 19,0 17,3 15,6 18,3 24,2 21,1
1985 26,5 27,4 32,2 25,0 21,5 20,0 18,8 16,8 16,0 16,1 16,4 16,1 21,1
1986 23,3 24,3 26,8 21,3 20,8 18,6 16,4 18,1 15,9 13,8 13,9 20,5 19,5
1987 26,2 31,7 28,2 22,4 20,4 17,4 15,7 15,5 15,8 17,5 18,3 21,4 20,9
1988 23,9 30,5 39,4 31,8 23,2 19,9 17,7 16,2 14,6 16,4 18,9 22,3 22,9
1989 28,8 35,8 34,4 27,8 23,4 18,1 17,0 18,9 17,9 16,7 24,2 26,0 24,1
1990 26,2 19,9 18,4 18,4 19,4 17,1 15,6 15,1 16,8 21,4 20,0 21,1 19,1
1991 28,2 31,6 32,5 27,0 20,8 17,9 16,4 14,9 14,9 19,4 15,1 17,4 21,3
1992 27,4 26,1 22,6 21,4 20,1 16,5 15,6 14,9 19,9 19,5 21,6 21,4 20,6
1993 21,5 22,7 20,7 23,7 20,1 19,3 16,8 15,4 16,4 19,5 16,7 21,5 19,5
1994 30,3 25,5 28,1 23,8 19,3 17,0 14,1 11,6 12,1 16,0 17,1 19,3 19,5
1995 21,4 32,8 28,6 24,7 19,5 18,3 16,5 14,9 15,1 16,2 18,0 19,2 20,4
1996 25,4 26,3 34,2 24,3 21,8 19,0 17,8 16,6 19,2 17,5 23,5 26,8 22,7
1997 32,9 27,3 21,8 21,8 20,5 23,0 17,9 16,8 17,1 17,6 23,1 26,6 22,2
1998 22,4 31,4 31,4 28,8 22,7 21,6 18,4 18,8 17,6 20,3 20,1 24,4 23,2
1999 30,7 25,5 27,5 23,9 19,9 18,6 17,5 16,5 16,8 15,5 17,4 18,5 20,7
2000 25,0 28,4 33,3 23,8 21,7 18,4 17,8 18,2 19,7 17,5 18,6 25,2 22,3
2001 24,0 25,6 27,1 22,7 20,8 18,6 17,1 15,9 17,5 17,3 20,6 28,4 21,3
2002 31,7 33,7 32,5 23,9 21,8 19,7 20,7 18,8 19,5 19,0 20,5 21,3 23,6
2003 27,1 27,1 33,3 32,9 22,0 19,4 17,9 18,3 16,7 19,8 21,5 24,9 23,4
Empreendedor:
Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
Estudo Ambiental Preliminar
CGH Castro – Rio Santana
Paranaíba – MS
171
CONSTRUNÍVEL Rua Odílio Alves, nº 127, Bairro Primo Tacca, Xanxerê (SC), CEP 89.820-000 Contato (49) 3433 1770 | (49) 9 9962 2372 [email protected] | [email protected] www.construnivelenergias.com.br
ESTAÇÃO: APORÉ CÓDIGO: 60965000 BACIA: RIO PARANÁ A.D (Km²): 4040
RIO: APORÉ ESTADO: GOIÁS Q (m³/s): 83,43
SÉRIE DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS (l*s/km²)
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ MÉDIA
2004 33,9 28,7 20,7 22,9 21,6 19,2 18,2 16,2 15,1 21,2 25,2 35,3 23,2
2005 37,6 28,9 25,0 20,8 21,4 18,4 16,7 15,7 16,0 16,7 19,6 25,4 21,8
2006 25,0 20,6 27,0 27,4 21,0 18,4 17,9 16,6 17,3 20,8 24,0 21,7 21,5
2007 32,8 28,5 26,5 23,2 22,8 19,7 18,2 16,9 16,0 17,4 17,5 21,7 21,8
2008 21,0 29,6 30,2 27,1 21,0 18,5 16,7 15,6 14,5 17,8 21,2 19,7 21,1
2009 19,2 26,0 22,4 22,2 16,0 16,6 15,7 14,9 16,8 18,5 20,7 30,5 20,0
2010 29,8 31,5 33,5 25,3 20,7 19,1 17,4 16,2 14,8 18,0 18,9 21,9 22,2
2011 23,6 24,5 39,6 26,3 20,4 19,7 17,2 16,4 14,8 17,2 17,6 15,3 21,1
2012 23,5 21,5 20,5 19,1 19,6 18,6 15,3 13,4 14,3 14,8 19,2 18,0 18,1
2013 23,1 26,4 25,5 * * * * * * * * * 25,0
MÁXIMO 37,6 35,8 39,6 32,9 23,8 23,0 20,7 19,0 19,9 21,4 25,2 35,3
MÉDIA 26,1 26,2 27,3 23,5 20,2 18,1 16,4 15,6 16,0 17,1 19,2 22,2 20,7
MÍNIMO 15,8 17,3 16,5 18,2 14,4 10,2 10,6 10,0 9,9 12,0 12,4 15,3
Com base na série de vazões médias mensais em l/s.km² obtida para a estação Aporé
e transposta para o Rio Santana foi possível obter a série de vazões médias mensais
em m³/s para a CGH Castro, através da transposição de Bacias Hidrográficas,
conforme a metodologia exposta anteriormente. As séries obtidas assim como a curva
de permanência do aproveitamento encontram-se a seguir.
De acordo com Eletrobrás (2000), a curva de permanência relaciona a vazão ou nível
d’água de um rio com a sua probabilidade de ocorrerem valores iguais ou superiores.
Ela pode ser estabelecida com base em valores diários, semanais ou mensais para
todo o período da série histórica disponível, ou ainda, se necessário, para cada mês
do ano.
“Essas curvas permitirão a identificação de valores
característicos de níveis ou vazões, associados a diferentes
probabilidades de permanência no tempo, importantes para
estudos de enchimento de reservatórios, operação da usina e,
em alguns casos, para o estudo do desvio do rio e estudos
energéticos, dentre outros” (ELETROBRÁS, 2000, p. 50).
Tabela 7.20: Série de Vazões Médias Mensais da CGH Castro.
CGH CASTRO
SÉRIE DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS CGH CASTRO (m³/s) - A.D. = 2286,44 km²
1972 * * * * * 23,4 24,2 22,8 22,7 27,3 40,6 37,6 28,4
1973 36,2 40,9 37,7 41,6 32,9 28,4 26,8 24,7 24,0 31,6 37,8 35,5 33,2
1974 43,7 39,6 61,7 54,6 42,1 36,0 31,1 29,9 29,9 32,0 28,4 47,7 39,7
1975 47,6 43,3 47,3 44,0 35,5 30,7 31,7 28,8 28,5 33,0 45,0 44,9 38,4
1976 45,3 60,0 60,2 46,9 44,1 40,7 34,3 33,5 35,8 39,7 43,7 49,0 44,4
1977 58,3 60,6 50,8 46,2 41,8 43,8 34,2 30,8 40,6 36,9 49,1 51,6 45,4
Empreendedor:
Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
Estudo Ambiental Preliminar
CGH Castro – Rio Santana
Paranaíba – MS
172
CONSTRUNÍVEL Rua Odílio Alves, nº 127, Bairro Primo Tacca, Xanxerê (SC), CEP 89.820-000 Contato (49) 3433 1770 | (49) 9 9962 2372 [email protected] | [email protected] www.construnivelenergias.com.br
CGH CASTRO
SÉRIE DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS CGH CASTRO (m³/s) - A.D. = 2286,44 km²
1978 69,0 49,8 59,4 45,4 45,8 42,2 37,1 33,4 38,7 36,1 45,2 51,2 46,1
1979 74,7 60,6 55,5 45,2 42,6 37,6 37,7 34,6 43,4 36,6 40,9 56,4 47,1
1980 62,3 63,4 51,9 47,8 40,9 38,2 35,3 32,3 36,7 33,7 39,0 47,3 44,1
1981 48,3 45,8 52,7 42,3 35,2 37,1 32,3 30,9 30,3 33,6 45,0 49,0 40,2
1982 53,3 50,2 86,5 56,7 46,7 45,2 38,7 38,4 39,5 43,8 43,9 55,3 49,9
1983 78,5 64,6 53,4 54,1 45,5 44,7 42,9 37,5 38,2 43,9 47,7 60,1 50,9
1984 64,2 53,6 53,9 59,2 54,4 40,9 36,7 43,5 39,7 35,7 41,7 55,2 48,2
1985 60,5 62,7 73,5 57,2 49,1 45,8 43,0 38,5 36,6 36,9 37,5 36,8 48,2
1986 53,3 55,6 61,3 48,8 47,6 42,5 37,5 41,5 36,4 31,6 31,7 46,9 44,6
1987 59,9 72,5 64,4 51,1 46,6 39,9 35,8 35,5 36,2 40,1 41,9 49,0 47,7
1988 54,6 69,6 90,1 72,7 53,0 45,6 40,5 36,9 33,5 37,5 43,2 51,0 52,4
1989 65,9 81,8 78,7 63,5 53,6 41,4 39,0 43,2 41,0 38,1 55,2 59,5 55,1
1990 59,9 45,4 42,1 42,0 44,4 39,2 35,6 34,5 38,4 49,0 45,8 48,1 43,7
1991 64,5 72,3 74,3 61,6 47,5 40,9 37,5 34,0 34,0 44,4 34,6 39,7 48,8
1992 62,7 59,7 51,6 48,9 45,9 37,7 35,7 34,0 45,4 44,6 49,3 48,9 47,0
1993 49,0 51,9 47,3 54,1 45,9 44,2 38,4 35,2 37,4 44,7 38,3 49,0 44,6
1994 69,2 58,2 64,2 54,4 44,0 38,8 32,1 26,6 27,8 36,5 39,1 44,2 44,6
1995 49,0 75,0 65,4 56,4 44,7 41,8 37,7 34,1 34,5 36,9 41,0 44,0 46,7
1996 58,2 60,1 78,2 55,5 49,9 43,4 40,6 37,9 44,0 39,9 53,7 61,3 51,9
1997 75,3 62,3 49,8 49,9 46,9 52,5 41,0 38,4 39,0 40,2 52,9 60,8 50,7
1998 51,2 71,8 71,8 65,9 51,8 49,3 42,0 43,0 40,3 46,5 46,0 55,7 52,9
1999 70,2 58,3 63,0 54,7 45,6 42,5 40,1 37,7 38,5 35,4 39,7 42,2 47,3
2000 57,1 64,9 76,1 54,5 49,5 42,1 40,8 41,7 45,2 40,0 42,5 57,5 51,0
2001 54,9 58,6 61,9 51,9 47,5 42,5 39,2 36,3 40,0 39,6 47,2 65,0 48,7
2002 72,4 77,1 74,4 54,6 49,7 45,0 47,4 42,9 44,7 43,4 46,9 48,8 53,9
2003 61,9 62,0 76,2 75,2 50,3 44,3 41,0 41,8 38,1 45,3 49,2 56,9 53,5
2004 77,4 65,6 47,3 52,5 49,5 43,8 41,6 37,0 34,6 48,5 57,7 80,8 53,0
2005 86,0 66,1 57,2 47,6 49,0 42,0 38,2 35,8 36,5 38,1 44,7 58,0 49,9
2006 57,3 47,0 61,7 62,7 48,1 42,1 40,8 37,9 39,6 47,6 55,0 49,7 49,1
2007 75,0 65,1 60,6 53,1 52,2 45,2 41,7 38,6 36,6 39,8 40,1 49,5 49,8
2008 48,0 67,8 69,1 62,0 48,0 42,3 38,2 35,6 33,1 40,7 48,5 45,1 48,2
2009 44,0 59,4 51,3 50,7 36,6 37,9 35,9 34,0 38,5 42,3 47,3 69,7 45,6
2010 68,1 72,0 76,5 57,8 47,4 43,7 39,9 37,0 33,7 41,2 43,1 50,0 50,9
2011 53,9 56,1 90,6 60,0 46,6 45,1 39,3 37,6 33,9 39,3 40,3 34,9 48,1
2012 53,7 49,1 46,9 43,6 44,9 42,5 35,0 30,6 32,6 33,9 43,9 41,2 41,5
2013 52,8 60,3 58,2 * * * * * * * * * 57,1
Máxima: 86,0 81,8 90,6 75,2 54,4 52,5 47,4 43,5 45,4 49,0 57,7 80,8 90,6
Mínima: 36,2 39,6 37,7 41,6 32,9 23,4 24,2 22,8 22,7 27,3 28,4 34,9 22,7
Média: 59,7 60,0 62,3 53,7 46,1 41,3 37,5 35,6 36,5 39,2 44,0 50,9 47,2
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Gráfico 7.26: Curva de permanência da CGH Castro.
7.1.6.2.7 Vazões extremas
7.1.6.2.7.1 Vazões Máximas
Os valores de vazões máximas que devem ser obtidos são aqueles necessários ao
dimensionamento dos vertedouros e obras de desvio.
Estes valores devem ser avaliados a partir da análise estatística de vazões diárias
extremas, sempre que existirem registros confiáveis desses dados. Na falta dessas
informações, os parâmetros requeridos podem ser estimados por correlação com
bacias semelhantes, das quais se conheçam os dados, ou por análise aproximada da
relação precipitação-deflúvio. Como sugestão, o Ministério de Minas e Energia cita as
distribuições: Exponencial de dois parâmetros e Gumbell.
Pinto et al. (2000) afirma que para valores de assimetria menores ou iguais a 1,5 é
preferível à utilização do Método de Gumbell, já para valores maiores que 1,5 convém
utilizar Exponencial a Dois Parâmetros.
Com base nestas informações, adotou-se neste estudo o método estatístico de
Gumbell, pois o coeficiente de assimetria encontrado para a estação Aporé foi inferior
a 1,5.
A fórmula de Gumbell está apresentada a seguir.
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TRQ
11lnln
Onde:
M = média da amostra
σ = desvio padrão
α = 0,78* σ
μ = M – (0,577 * α)
TR = tempo de retorno (anos)
Nas tabelas apresentam as vazões máximas obtidas, assim como os resultados do
ajuste estatístico por Gumbell aplicado para a estação.
Tabela 7.21: Vazões máximas observadas na Aporé.
APORÉ - AD.: 4040 km² APORÉ - AD.: 4040 km²
ANO HIDROLÓGICO Qmáxima (m³/s) ANO HIDROLÓGICO Qmáxima (m³/s)
1972 97,0 1990 142,5
1973 119,0 1991 253,6
1974 170,0 1992 196,3
1975 125,0 1993 113,5
1976 145,0 1994 204,8
1977 171,0 1995 169,9
1978 170,0 1996 161,6
1979 176,0 1997 175,0
1980 179,0 1998 159,8
1981 99,1 1999 120,5
1982 246,8 2000 180,5
1983 147,6 2001 158,0
1984 156,2 2002 184,0
1985 175,4 2003 173,5
1986 133,8 2004 163,4
1987 200,3 2005 169,0
1988 232,7 2006 132,7
1989 247,8 2007 128,1
Tabela 7.22: Vazões máximas observadas na Aporé.
VAZÕES EXTREMAS (m³/s)
TR (anos) Q (m³/s) ESTAÇÃO
APORÉ (AD=4040 km²) Q (l/s/Km²) APORÉ
2 159,67 39,52
5 194,12 48,05
10 216,92 53,69
25 245,74 60,83
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VAZÕES EXTREMAS (m³/s)
TR (anos) Q (m³/s) ESTAÇÃO
APORÉ (AD=4040 km²) Q (l/s/Km²) APORÉ
50 267,12 66,12
100 288,34 71,37
500 337,38 83,51
1.000 358,46 88,73
5.000 407,39 100,84
10.000 428,46 106,05
Para estimar a vazão máxima foram determinadas as vazões máximas observadas
através da transposição direta de Bacias Hidrográficas, utilizando-se das vazões
máximas diárias observadas na estação Aporé, e com aplicação do método de
Gumbell, foi possível determinar as vazões extremas, diárias e instantâneas.
Nas tabelas apresentam as vazões máximas obtidas, assim como os resultados do
ajuste estatístico por Gumbell aplicado para a estação.
Tabela 7.23: Vazões máximas observadas na CGH Castro.
CGH CASTRO - AD.: 2286,44 km² CGH CASTRO - AD.: 2286,44 km²
ANO HIDROLÓGICO Qmáxima (m³/s) ANO HIDROLÓGICO Qmáxima (m³/s)
1972 54,90 1990 80,64
1973 67,35 1991 143,51
1974 96,21 1992 111,12
1975 70,74 1993 64,24
1976 82,06 1994 115,88
1977 96,78 1995 96,15
1978 96,21 1996 91,46
1979 99,61 1997 99,04
1980 101,31 1998 90,44
1981 56,09 1999 68,20
1982 139,68 2000 102,15
1983 83,53 2001 89,42
1984 88,43 2002 104,13
1985 99,27 2003 98,19
1986 75,70 2004 92,48
1987 113,36 2005 95,65
1988 131,70 2006 75,12
1989 140,23 2007 72,48
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Tabela 7.24: Vazões Extremas na CGH Castro, método de Gumbell.
VAZÕES EXTREMAS (m³/s)
TR (anos) Q (m³/s) CGH CASTRO
(AD=2286,44 km²) CGH CASTRO
Q (l/s/Km²)
2 90,36 39,52
5 109,86 48,05
10 122,77 53,69
25 139,08 60,83
50 151,18 66,12
100 163,19 71,37
500 190,94 83,51
1.000 202,87 88,73
5.000 230,56 100,84
10.000 242,48 106,05
A partir da tabela acima foi possível calcular as vazões para o tempo de recorrência
da CGH Castro. Para a transformação dos valores máximos médios diários em valores
instantâneos utilizou-se a fórmula de Füller para correção das séries. A equação está
apresentada abaixo:
diáriatâneains QAQ 3,0
tan 66,21
Onde:
A = área de drenagem, em km².
As tabelas a seguir apresentam os valores das vazões máximas diárias e das vazões
máximas instantâneas majoradas a partir da fórmula de Füller.
Tabela 7.25: Vazões Instantâneas na Estação Aporé.
VAZÕES DIÁRIAS E INSTANTÂNEAS NA ESTAÇÃO
AD: 4040 Km²
TR (anos) ESTAÇÃO APORÉ
Q diária (m³/s) Q instantânea (m³/s)
2 159,67 194,84
5 194,12 236,88
10 216,92 264,71
25 245,74 299,87
50 267,12 325,96
100 288,34 351,86
500 337,38 411,69
1.000 358,46 437,42
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VAZÕES DIÁRIAS E INSTANTÂNEAS NA ESTAÇÃO
AD: 4040 Km²
TR (anos) ESTAÇÃO APORÉ
Q diária (m³/s) Q instantânea (m³/s)
5.000 407,39 497,13
10.000 428,46 522,83
Tabela 7.26: Vazões Instantâneas na CGH Castro.
VAZÕES DIÁRIAS E INSTANTÂNEAS NOS APROVEITAMENTOS
AD: 2286,44 Km²
TR (anos) CGH CASTRO
Q diária (m³/s) Q instantânea (m³/s)
2 90,36 113,98
5 109,86 138,57
10 122,77 154,85
25 139,08 175,42
50 151,18 190,68
100 163,19 205,83
500 190,94 240,83
1.000 202,87 255,88
5.000 230,56 290,81
10.000 242,48 305,85
7.1.6.2.7.2 Vazões Mínimas
A vazão mínima que deverá ser mantida à jusante do aproveitamento CGH Castro
deverá seguir as normas ambientais estaduais. Para o aproveitamento em questão,
optou-se por adotar a vazão de 30% da Q95, como remanescente do aproveitamento.
Portanto, o valor da vazão remanescente do aproveitamento CGH Castro ficou
definido como 9,50 m³/s.
7.1.7 Recursos hídricos
7.1.7.1 Qualidade das águas superficiais
Visando conhecer e registrar a situação da qualidade das águas superficiais com
algum potencial de vulnerabilidade em função das atividades previstas na área do
empreendimento foi realizada campanha de amostragem, tendo como objetivo auxiliar
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na caracterização da área através de avaliações dos dados primários e da utilização
de índices de qualidade ambiental.
7.1.8 Metodologia de amostragem
A amostragem da qualidade de água, fito, zooplâncton, bentos, foram realizadas
concomitante com o estudo da ictiofauna, entre os dias 04 e 05 de dezembro de 2018,
em dias característicos da estação chuvosa, onde o Rio Santana apresentava volume
de água maior que o seu volume natural.
Procurando amostrar trechos que apresentarão características distintas após a
instalação do empreendimento, foram delimitados três pontos amostrais, os quais são
descritos a seguir.
A definição precisa dos locais de coleta levou em consideração a disponibilidade de
acesso, considerando a necessidade de coletas rápidas e eficientes para transporte
ao laboratório, dada a necessidade de preservação das amostras. Ressalta-se ainda
que a seleção dos pontos justifica-se em função das alterações que ocorrerão nos
locais, ficando o ponto 01 (P-1) definido no local onde encontrar-se-á o barramento,
havendo futuramente a alteração de um ambiente lótico para lêntico. O ponto 02 (P-
2), está localizado no trecho de vazão reduzida e próximo à rodovia (ponte), fator que
indicará a presença de contaminantes ou não nas águas superficiais devido ao tráfego
de veículos constante no local. O ponto 03 (P-3) está localizado a jusante da casa de
força. A atual localização dos pontos permitirá uma precisa comparação dos
resultados obtidos antes, durante e após a implementação do empreendimento, em
função das modificações supracitadas.
Tabela 7.27: Caracterização dos pontos amostrais para análise da qualidade da água.
Ponto Coordenada geográfica Características do Ambiente
P-1 19°42'52.89"S 51° 8'39.16"O
Área de preservação permanente reduzida em ambas as margens; substrato arenoso; ambiente semi-lêntico;
P-2 19°42'34.27"S 51° 8'33.27"O
Área de preservação permanente reduzida em ambas as margens; substrato rochoso; ambiente lótico.
P3 19°42'41.21"S 51° 8'28.32"O
Área de preservação permanente reduzida na margem direita e conservada na margem esquerda; substrato
arenoso/rochoso; ambiente lótico.
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Figura 7.27: Vista parcial do P1. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.28: Vista parcial do P2. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.29: Vista parcial do P2. Fonte: Construnível, 2017.
I. Parâmetros físicos, químicos e microbiológicos
Para diagnosticar o ambiente foram monitoradas variáveis físicas, químicas e
microbiológicas da água de modo sistemático. Para os parâmetros não aferidos "in
loco" coletou-se amostras de água que foram acondicionadas em recipientes
apropriados, conservadas, identificadas e encaminhadas ao laboratório especializado.
As metodologias adotadas seguiram as recomendações do Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater of AWWA 22th Edition.
II. Parâmetros biológicos
Fitoplanctôn
Para a análise quantitativa da comunidade fitoplanctônica foram empregados arrastos
com rede de abertura de malha de 20 μm, sendo o material acondicionado em frascos
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específicos e armazenados em caixa térmica com gelo. Os organismos encontrados
foram identificados ao menor nível taxonômico possível por laboratório especializado.
Zooplanctôn
Para a análise quantitativa serão empregados arrastos horizontais. As amostras serão
filtradas em rede com abertura de malha de 68 μm sendo o material acondicionado
em frascos específicos e armazenados em caixa térmica com gelo. A identificação
taxonômica dos organismos será realizada até menor nível taxonômico possível por
laboratório especializado. Os dados coletados serão armazenados em planilhas
eletrônicas para posterior análise e interpretação dos resultados.
Macroinvertebrados bentônicos
Para a análise quantitativa da comunidade de macroinvertebrados bentônicos foram
empregados arrastos horizontais. As amostras foram filtradas em rede com abertura
de malha de 68 μm sendo o material acondicionado em frascos específicos e
armazenados em caixa térmica com gelo. A identificação taxonômica dos organismos
foi realizada até o menor nível taxonômico possível por laboratório especializado.
7.1.9 Análise de dados
7.1.9.1 Parâmetros físicos, químicos e microbiológicos
A escolha dos parâmetros seguiu como princípio as necessidades de informações
para contemplar um diagnóstico mais completo da qualidade de água nos pontos
amostrais, subsidiando a obtenção dos índices de qualidade apresentados no estudo.
Além disso, procurou-se seguir as recomendações do termo de referência para estudo
de pequena usina hidrelétrica da IMASUL, que contempla as análises físico, químicas
e biológicas para águas superficiais.
Os resultados obtidos foram comparados com os limites estabelecidos pela legislação
vigente (Resolução CONAMA 357/2005) objetivando comparar com os limites
determinados para rios de Classe 2. Para parâmetros que não apresentam limites
estabelecidos na resolução, consideraram-se os apresentados na Portaria 2.914/2011
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do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância
da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
Ainda, foram aplicados índices de qualidade de água, visando resumir as variáveis
analisadas em um número que possibilite avaliar a evolução da qualidade de água no
tempo e no espaço. Estes índices facilitam a interpretação de extensas listas de
variáveis ou indicadores.
Para a determinação do Índice de Qualidade da Água (IQA) (SILVA et al., 2003), são
utilizados nove parâmetros, com pesos relativos, que são apresentados na tabela a
seguir. O IQA baseia-se em cinco categorias que classificam as águas em: Ótima,
Boa, Regular, Ruim e Péssima (CETESB, 2014).
Tabela 7.28: Parâmetros utilizados para o cálculo do Índice de Qualidade da Água (IQA) com seus respectivos pesos.
Parâmetros Peso
Oxigênio dissolvido (mg/L) 17
Coliformes termotolerantes (NMP/100 ml) 15
pH 12
Fósforo total (mg/L) 10
Nitrogênio total (mg/L) 10
DBO (mg/L) 10
Temperatura (°C) 10
Turbidez (UNT) 08
Sólidos totais (mg/L) 08
Também foi utilizado o Índice do Estado Trófico (IET) com a finalidade de classificar
os locais amostrados em diferentes graus de trofia, ou seja, avaliar a qualidade da
água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento
excessivo das algas. Para o cálculo foram aplicadas duas variáveis, clorofila-a e
fósforo total, de acordo com Lamparelli (2004). Os limites estabelecidos para as
diferentes classes de trofia em rios e reservatórios estão descritos na tabela a seguir.
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Tabela 7.29: Classificação do estado trófico de rios e reservatórios, segundo Índice de Carlson modificado.
Classificação do estado trófico – rios
Categoria Ponderação Secchi (m) P total (mg.m-3) Clorofila a (mg.m-3)
Ultraoligotrófico IET ≤ 47 P ≤ 13 CL ≤ 0,74
Oligotrófico 47 < IET ≤ 52 13< P ≤ 35 0,74 < CL ≤ 1,31
Mesotrófico 52 < IET ≤ 59 35 < P ≤137 1,31 < CL ≤ 2,96
Eutrófico 59 < IET ≤ 63 137< P ≤296 2,96 < CL ≤ 4,70
Supereutrófico 63 < IET ≤ 67 296 < P ≤640 4,70 < CL ≤ 7,46
Hipereutrófico IET> 67 640 < P 7,46 < CL
Classificação do estado trófico – reservatórios
Categoria Ponderação Secchi (m) P total (m.m-3) Clorofila (mg.m-3)
Ultraoligotrófico IET ≤ 47 S ≥ 2,4 P ≤ 8 CL ≤ 1,17
Oligotrófico 47 < IET ≤ 52 2,4 > S ≥ 1,7 8 < P ≤ 19 1,17 < CL ≤ 3,24
Mesotrófico 52 < IET ≤ 59 1,7 > S ≥ 1,1 19 < P ≤ 52 3,24 < CL ≤ 11,03
Eutrófico 59 < IET ≤ 63 1,1 > S ≥ 0,8 52 < P ≤ 120 11,03 < CL ≤ 30,55
Supereutrófico 63 < IET ≤ 67 0,8 > S ≥ 0,6 120 < P ≤ 233 30,55 < CL ≤ 69,05
Hipereutrófico IET> 67 0,6 > S 233 < P 69,05 < CL
7.1.9.2 Parâmetros biológicos
Para a avaliação de macroinvertebrados bentônicos utilizou-se o índice BMWP
(Biological Monitoring Working Party score system), o qual foi criado na Europa na
década de 60 e adaptado no Brasil por Loyola (2000), incluindo 12 famílias, umas por
equivalência ecológica e outras por semelhança quanto ao nível de tolerância de
poluição, e Alba-Tercedor e Sánchez-Ortega (1988).
Para a avaliação e classificação da qualidade da água, o índice BMWP’ atribui a cada
família um score específico que varia de 1 a 10 dependendo do grau de tolerância dos
organismos quanto à poluição orgânica. O resultado da pontuação foi utilizado para
classificação da qualidade da água, segundo tabela do índice BMWP’.
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Tabela 7.30: Pontuações designadas as diferentes famílias de macroinvertebrados aquáticos para obtenção do Índice BMWP’.
Famílias Pontuação
Siphlonuridae, Heptageniidae, Leptophlebiidae, Potamanthidae, Ephemeridae, Taeniopterygidae, Leuctridae, Capniidae, Perlodidae, Perlidae, Chloroperlidae, Aphelocheiridae, Phryganeidae, Molannidae, Beraeidae, Odontoceridae, Leptoceridae, Goeridae, Lepidostomatidae, Brachycentridae, Sericostomatidae, Calamoceratidae, Helicopsychidae, Megapodagrionidae, Athericidae, Blephariceridae
10
Astacidae, Lestidae, Calopterygidae, Gomphidae, Cordulegastridae, Aeshnidae, Corduliidae, Libellulidae, Psychomyiidae, Philopotamidae, Glossosomatidae
8
Ephemerellidae, Prosopistomatidae, Nemouridae, Gripopterygidae, Rhyacophilidae, Polycentropodidae, Limnephelidae, Ecnomidae, Hydrobiosidae, Pyralidae, Psephenidae, Neritidae, Viviparidae, Ancylidae, Thiaridae, Hydroptilidae
7
Unionidae, Mycetopodidae, Hyriidae, Corophilidae, Gammaridae, Hyalellidae, Atyidae, Palaemonidae, Trichodactylidae, Platycnemididae, Coenagrionidae, Leptohyphidae, Oligoneuridae, Polymitarcyidae, Dryopidae, Elmidae, Helophoridae, Hydrochidae, Hydraenidae, Clambidae
6
Hydropsychidae, Tipulidae, Simuliidae, Planariidae, Dendrocoelidae, Dugesiidae, Aeglidae, Baetidae, Caenidae, Haliplidae, Curculionidae, Chrysomelidae
5
Tabanidae, Stratyiomyidae, Empididae, Dolichopodidae, Dixidae, Ceratopogonidae, Anthomyidae, Limoniidae, Psychodidae, Sciomyzidae, Rhagionidae, Sialidae, Corydalidae, Piscicolidae, Hydracarina
4
Mesoveliidae, Hydrometridae, Gerridae, Nepidae, Naucoridae (Limnocoridae), Pleidae, Notonectidae, Corixidae, Veliidae, Helodidae, Hydrophilidae, Hygrobiidae, Dytiscidae, Gyrinidae, Valvatidae, Hydrobiidae, Lymnaeidae, Physidae, Planorbidae, Bithyniidae, Bythinellidae, Sphaeridae, Glossiphonidae, Hirudidae, Erpobdellidae, Asellidae, Ostracoda
3
Chironomidae, Culicidae, Ephydridae, Thaumaleidae 2
Oligochaeta (toda a classe), Syrphidae 1
7.1.10 Resultados
7.1.10.1 Parâmetros físicos, químicos e microbiológicos
Na tabela a seguir estão apresentados os resultados dos ensaios analíticos
das variáveis analisadas e dos dados aferidos em campo referente a qualidade da
água do rio Santana, trecho de interesse do empreendimento. Além disso, exibe os
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limites estabelecidos pela resolução CONAMA 357/2005 para as águas superficiais
de rios de Classe II, os quais são utilizados como referência.
Tabela 7.31: Resultado das análises dos parâmetros físicos, químicos e microbiológicos dos pontos amostrais.
Parâmetros P-1 P-2 P-3 Conama 357/2005
% Saturação de Oxigênio 111,6 108,6 106,3 -
Alcalinidade total (mg/L) 316,4 307,5 308,6 -
Clorofila a (µg/L) <4,7 <4,7 <4,7 ≤ 30 µg/L
Condutividade (μS/cm) 69,00 63,7 64,1 -
Contagem de Coliforme termotolerantes UFC/100 ml) 500 500 400 ≤ 1000/100mL
DBO (mg/L) <2,79 <2,79 <2,79 ≤ 5 mg/L
DQO (mg/L) 12,0 10 <10 -
Fósforo total - com P (mg/L) 0,07 0,06 0,05 Vide (*)
Nitrato (mg/L) 2,4 1,6 2,2 ≤ 10,0 mg N/L
Nitrito (mg/L) 0,113 0,115 0,123 ≤1,0 mg N/L
Nitrogênio Kjeldahl (mg/L) <2,0 <2,0 <2,0 -
Oxigênio dissolvido (mg/L) 8,72 8,48 8,3 ≥ 5 mg/L
pH 7,20 7,3 7,27 6,0 a 9,0
Sólidos suspensos totais (mg/L) 70 30 90 -
Sólidos totais (mg/L) 150 130 160 -
Temperatura da amostra (°C) 27,7 27,9 28,1 -
Turbidez (NTU) 55,1 55,8 57,8 ≤ 100 NTU
Temperatura ambiente (°C) 28,0 29,5 32 -
Transparência (m) 0,25 0,25 0,30 - *Concentração de Fósforo total: ≤ 0,030 mg/L para ambientes lênticos; ≤ 0,050 mg/L para ambientes intermediários com tempo de residência entre
2 e 40 dias e tributários diretos de ambientes lênticos; ND: Não Detectado.
1ª Legislação: CONAMA - Resolução nº 357/2005 - Água Doce Classe II - Artigo 15.
Durante a coleta das amostras de água e medição dos parâmetros in loco, é também
realizada uma avaliação do local de amostragem, o que permite verificar indícios de
causas externas que possam interferir nas análises laboratoriais. No que tange esta
avaliação, tem-se as seguintes observações:
No momento da coleta o tempo era ensolarado e a água no Rio
Santana apresentava cor marrom;
Não foi verificada a presença de algas, nem de odores perceptíveis em
nenhum dos pontos de amostragem;
Não foi verificada a presença de materiais (folhas e galhos), nem de
substâncias estranhas (óleos) em nenhum dos pontos de amostragem;
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A área de preservação permanente encontrava-se reduzida em ambas
as margens.
Os resultados obtidos pelas diferentes avaliações revelam, de modo geral, a qualidade
regular da água do rio Santana, no trecho de interesse da CGH Castro, pois verificou-
se que a maior porcentagem dos parâmetros avaliados permaneceu dentro dos imites
estabelecidos pela legislação. A única exceção acontece em relação ao parâmetro
clorofila a que excedeu os limites aceitáveis, especificados pela legislação Conama
357/2015.
Nos três pontos amostrais o parâmetro clorofila a atingiu um alto valor indicando
presença destas bactérias, 4,7 em todos os pontos amostrais, enquanto o limite
permitido é de ≤ 30 µg/L.
O monitoramento destes parâmetros durante a implantação e operação do
empreendimento se torna importante, visto que caso persista ou haja alguma
alteração preocupante nestes níveis, a origem da contaminação deverá ser
identificada, sendo planejada e implantada alguma medida mitigadora para a
resolução do problema.
Quanto aos demais parâmetros, a alcalinidade apresentou bons valores, indicando a
capacidade da água de resistir às alterações de pH (VIGIL e CORAIOLA, 2010), sendo
este um bom indicativo para a qualidade da vida aquática. Também assim se
apresenta o oxigênio dissolvido e o pH, com valores adequados para a manutenção
da vida aquática e seus processos de autodepuração.
O parâmetro Coliforme termotolerantes apresentou-se baixo em todos os pontos,
sendo que o nível de concentração deste na água está diretamente associado à
contaminação fecal. Corroborando a esta análise estão os baixos níveis de DBO e
DQO, que também podem ser indicativos da baixa poluição local, além das baixas
concentrações de fósforo e de compostos nitrogenados, sendo que estas
contribuições são derivadas de atividades antropogênicas na área da bacia.
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7.1.10.2 Índice de qualidade da água “IQA”
O índice de qualidade da água (IQA) é um número simples que expressa à qualidade
geral da água em certo local e tempo, baseado em várias variáveis de qualidade da
água. O objetivo de um índice é transformar dados de qualidade da água em
informação que pode facilmente ser entendida e utilizada. É utilizado pela CETESB
desde 1975 e constitui-se pelas variáveis físicas (temperatura, turbidez e resíduo
total), químicas (pH, nitrogênio total, fósforo total, demanda bioquímica de oxigênio
“DBO” e oxigênio dissolvido) e microbiológicas (coliformes termotolerantes), refletindo
a contaminação dos corpos hídricos causada pelo lançamento de esgoto doméstico
e/ou lixiviação de agrotóxicos (CETESB, 2014). A qualidade da água enquadrou-se
como “boa”, nos três pontos amostrais, conforme tabela a seguir.
Tabela 7.32: Índice da qualidade de água (IQA) dos pontos amostrais na área de influência.
Ponto amostral IQA
P-1 67
P-2 67
P-3 68
Tabela 7.33: Valores de classificação do corpo de água com base no cálculo do IQA (Cetesb).
Categoria Ponderação
Ótima 79 < IQA ≤ 100
Boa 51 < IQA ≤ 79
Regular 36 < IQA ≤ 51
Ruim 19 < IQA ≤ 36
Péssima IQA ≤ 19
7.1.10.3 Índice de Estado Trófico “IET”
A eutrofização das águas significa seu enriquecimento por nutrientes, principalmente
nitrogênio e fósforo, levando ao crescimento excessivo das plantas aquáticas, tanto
planctônicas quanto aderidas, com consequente desequilíbrio do ecossistema
aquático e progressiva degeneração da qualidade da água.
O Índice de Estado Trófico (IET) de Carlson (1977), modificado por Lamparelli (2004),
classifica os corpos aquáticos em diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade
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da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao
crescimento excessivo das algas, ou o potencial para o crescimento.
O IET demonstrou que os pontos amostrais se apresentam oligotróficos que indicam
corpos d’água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências
indesejáveis sobre os usos da água, decorrentes da presença de nutrientes e
mesotrófico que indica corpos d’água com produtividade intermediária, com possíveis
implicações sobre a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis, na maioria dos
casos, conforme tabela a seguir.
Tabela 7.34: Estado trófico dos pontos amostrais na área de influência.
Ponto amostral IET
P-1 52,43
P-2 52,03
P-3 51,56
Tabela 7.35: Estado trófico e suas características principais, segundo Lamparelli (2004).
Classificação Ponderação Descrição
Ultraoligotrófico IET ≤ 47 Corpos d’água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre os usos da água, decorrentes da presença de nutrientes.
Oligotrófico 47 < IET ≤ 52 Corpos d’água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre os usos da água, decorrentes da presença de nutrientes.
Mesotrófico 52 < IET ≤ 59 Corpos d’água com produtividade intermediária, com possíveis implicações sobre a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis, na maioria dos casos.
Eutrófico 59 < IET ≤ 63
Corpos d’água com alta produtividade em relação às condições naturais, com redução da transparência, em geral afetados por atividades antrópicas, nos quais ocorrem alterações indesejáveis na qualidade da água decorrentes do aumento da concentração de nutrientes e interferências nos seus múltiplos usos.
Supereutrófico 63 < IET ≤ 67
Corpos d’água com alta produtividade em relação às condições naturais, de baixa transparência, em geral afetados por atividades antrópicas, nos quais ocorrem com frequência alterações indesejáveis na qualidade da água, como a ocorrência de episódios florações de algas, e interferências nos seus múltiplos usos.
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Classificação Ponderação Descrição
Hipereutrófico IET> 67
Corpos d’água afetados significativamente pelas elevadas concentrações de matéria orgânica e nutrientes, com comprometimento acentuado nos seus usos, associado a episódios florações de algas ou mortandades de peixes, com consequências indesejáveis para seus múltiplos usos, inclusive sobre as atividades pecuárias nas regiões.
7.1.10.3.1 Parâmetros biológicos
7.1.10.3.1.1 Fitoplâncton
O fitoplâncton constitui a base da maioria das cadeias alimentares aquáticas,
assumindo papel fundamental na ciclagem de nutrientes. Sua sensibilidade específica
às condições ambientais, bem como sua diversidade, sustenta seu potencial de
fornecer avaliações precisas sobre condições físicas, químicas e biológicas dos mais
variados ambientes, sendo largamente usada como indicadora da qualidade da água
(indicador de grau de trofia). A análise da sua estrutura permite avaliar alguns efeitos
decorrentes de alterações ambientais (STEVENSON & SMOL, 2003). Na tabela
abaixo segue a lista das espécies encontradas na área de estudo.
Tabela 7.36: Resultado quantitativo do fitoplâncton registrado na área de influência.
Grupo Fitoplanctônico Táxon n° indivíduos
P-1 P-2 P-3
Baccillariophyta Achnanthidium minutissimun 10 32
Baccillariophyta Navicula sp. 7 4
Baccillariophyta Trebouxia cladoniae 4
Bacillariophyta Achnanthes sp. 21
Bacillariophyta Pennales 10
Bacillariophyta Rhoicosphenia abbreviata 14 9
Bacillariophyta Aulacoseira spiralis 9
Bacillariophyta Surirella linearis 3
Bacillariophyta Fragilaria capucina 8
Bacillariophyta Melosira varians 14
Chlorophyceae Desmodesmus communis 14 5
Cyanobacteria Ausência 0 0 0
Euglenophyceae Euglena acus 5
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As bacilariófitas (diatomáceas), depois das bactérias, são os organismos aquáticos de
distribuição mais ampla, exercendo um papel muito importante como produtores
primários. Estima-se que as diatomáceas marinhas são responsáveis por 25% do total
da produção primária na Terra. Poucas diatomáceas são prejudiciais aos humanos
por produzirem neurotoxinas que são transmitidas na cadeia alimentar.
As diatomáceas são cosmopolitas, considerado o grupo mais diversificado de algas,
geralmente constituem entre 80 e 90% da comunidade perifítica. São organismos que
apresentam resposta rápida às mudanças do ambiente em locais com maior carga de
nutrientes, porém são pouco sensíveis a pressões hidromorfológicas (mudanças no
regime hidrológico, à continuidade do rio e as condições morfológicas). Em sua
maioria dependem do turbilhonamento da água, pois devido a sua carapaça de sílica
estas algas sedimentam muito mais rapidamente que as dos demais grupos (DIA e
REYNAUD, 1982), corroborando com a característica encontrada na área estudada,
ainda é um ambiente lótico. Outro fator que pode selecionar este grupo, conferindo‐
lhe vantagem sobre os demais, é a presença de resíduos sólidos inorgânicos em
suspensão.
As Chlorophyceae representam o grupo mais diverso de algas, considerando os
ecossistemas aquáticos continentais. Cerca de 90% têm como habitat as águas doces
e somente 10% as águas marinhas. Algumas espécies podem ter como habitat solos
úmidos, troncos de árvores e rochas úmidas.
As Chlorophyceae representam o grupo mais diverso de algas, considerando os
ecossistemas aquáticos continentais. Cerca de 90% têm como habitat as águas doces
e somente 10% as águas marinhas. Algumas espécies podem ter como habitat solos
úmidos, troncos de árvores e rochas úmidas. Os organismos pertencentes a esses
grupos são ecologicamente importantes, pois constituem grande parte da biomassa
fitoplanctônica, interferindo diretamente na produção dos níveis tróficos dos
ecossistemas (HENTSCHKE & PRADO, 2012).
Os representantes do grupo Euglenophyceae apresentam ampla distribuição em todo
o mundo, notadamente em ecossistemas aquáticos continentais (Alves-da-Silva &
Bridi 2004). Um dos gêneros deste grupo as Euglenas no escuro perdem a cor e no
claro são verdes. Podem apresentar movimento metabólico ou através de flagelo. O
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habitat preferencial são ambientes ricos em matéria orgânica, sendo desta forma,
consideradas bioindicadoras de ambientes poluídos. (PORTAL DA ECOLOGIA
AQUÁTICA, 2019).
Distribuição Espacial
Os índices ecológicos apresentaram maior semelhança nos quesitos
riqueza nos pontos P-2 e P-3, localizado no trecho de vazão reduzida e a jusante da
casa de força. O ponto P-3 foi responsável pela maior abundancia de indivíduos isso
pode ser explicado pelo fato dos organismos fitoplanctónicos crescerem nas suas
taxas máximas em corpos de água altamente equilibradas como em regiões
oligotróficas.
O ponto P-2 e P-3 também foram responsáveis pela maior diversidade de
espécies.
A equitabilidade por sua vez foi maior nos pontos P-1, localizados
excepcionalmente no futuro Lago.
0
1
2
3
4
5
6
7
P1 P2 P3
Riq
ueza
0
10
20
30
40
50
60
70
80
P1 P2 P3
Abundância
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
P1 P2 P3
Div
ers
idade
0,8
0,82
0,84
0,86
0,88
0,9
0,92
0,94
P1 P2 P3
Equitabili
dade
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Gráfico 7.27: Índices ecológicos espaciais do fitoplâncton na área de influência.
24.1.3.4.1.1 Zooplâncton
O zooplâncton é constituído de muitos tipos de organismos, havendo uma
resposta rápida em relação a mudanças ocorridas no ambiente, como por exemplo,
mudanças climáticas (temperatura, vento), concentração de nutrientes, pH, entre
outros fatores, podendo ser de grande utilidade como indicador biológico para
avaliação da qualidade da água, por exemplo, variações na comunidade com relação
ao grau de eutrofização do meio. (PORTAL DA ECOLOGIA AQUÁTICA, 2019). Na
tabela abaixo segue a lista das espécies encontradas na área de estudo.
Tabela 7.37: Resultado quantitativo do zooplâncton registrado na área de influência.
Grupo zooplanctônico Táxon n° indivíduos
P-1 P-2 P-3
Copepoda Copepodito de Calanoida - 26
Copepoda Thermocycclops minutus - 15
Os copépodos podem ser utilizados como bioindicadores, sendo bastante conhecida
a proporção Calanoida/Cyclopoida como um indicador de estado trófico, onde no geral
quanto maior a quantidade de Cyclopoida, mais eutrófico é o ambiente.
Em relação ao zooplâncton, não foram avaliados os parâmetros ecológicos riqueza,
equitabilidade, diversidade e abundância, devido à baixa ocorrência de resultados.
7.1.10.3.1.2 Zoobentos
Os organismos bentônicos possuem grande diversidade de espécie, diversas formas
e modos de vida, podendo habitar fundos de corredeiras, riachos, rios, lagos e
represas (SILVEIRA et al., 2004). Em geral se situam numa posição intermediária na
cadeia alimentar, tendo como principal alimentação algas e microrganismos, sendo os
peixes e outros vertebrados seus principais predadores (SILVEIRA, 2004). Na tabela
abaixo segue a lista das espécies encontradas na área de estudo.
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Tabela 7.38: Resultado quantitativo de organismos bentônicos na área de influência.
TAXONOMIA n° indivíduos
P1 P2 P3
Mollusca Hydrobiidae Ausência Ausência 1
A fauna bentônica identificada no estudo pode nos apresentar algumas informações.
A presença de moluscos da família Hydrobiidae servem de alimento aos peixes e aves
e, juntamente com Ampullariidae, Ancylidae, Planorbidae, Physidae e Chilinidae, são
indicadores de qualidade ambiental. (DIAS, T.O, 2013)
Os organismos aquáticos, principalmente invertebrados, são os que melhor
respondem às mudanças das condições ambientais. Ambientes fortemente
impactados mostram poucas espécies que, se estiverem bem adaptadas, podem
exibir ótimo desenvolvimento e o monitoramento de estações a montante e a jusante
da fonte poluidora, pode identificar as consequências ambientais para a qualidade de
água e saúde do ecossistema aquático (MATSUMARA-TUNDISI, 1999).
Em relação ao Zoobentos, não foram avaliados os parâmetros ecológicos riqueza,
equitabilidade, diversidade e abundância, devido à baixa ocorrência de resultados.
7.1.10.3.1.2.1 Índice de BMWP’
Após a identificação das espécies de Zoobentos, relaciona-se a pontuação a cada
família. Com a somatória desta pontuação, caracteriza-se a qualidade da água
daquele trecho de rio.
Tabela 7.39: Pontuação do índice de BMWP’ de Zoobentos na área de influência.
FAMÍLIA PONTUAÇÃO
Hydrobiidae 3
Total 3
Tabela 7.40: Classes de qualidade, valores do BMWP’ e cores representativas.
CLASSE QUALIDADE VALOR SIGNIFICADO COR
I ÓTIMA > 150 • Águas muito limpas (águas pristinas) LILÁS
II BOA 121 - 150 • Águas limpas, não poluídas ou sistema
perceptivelmente não alterado AZUL ESCURO
III ACEITÁVEL 101 - 120 • Águas muito pouco poluídas, ou
sistema já com um pouco de alteração AZUL CLARO
IV DUVIDOSA 61 - 100 • São evidentes efeitos moderados de
poluição VERDE
V POLUÍDA 36 - 60 • Águas contaminadas ou poluídas
(sistema alterado) AMARELO
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CLASSE QUALIDADE VALOR SIGNIFICADO COR
VI MUITO
POLUÍDA 16 - 35
• Águas muito poluídas (sistema muito alterado)
LARANJA
VII FORTEMENTE
POLUÍDA < 16
• Águas fortemente poluídas (sistema fortemente alterado)
VERMELHO
O índice de BMWP’ no trecho do rio Santana apresentou Classe VII, caracterizando
águas fortemente poluídas (sistema fortemente alterado).
7.1.10.4 Considerações
De acordo com as análises físicas, químicas e microbiológicas realizadas a qualidade
da água de área de influência apresenta-se regular, com exceção do parâmetro
clorofila a, que se apresentou bastante alterado nos três pontos amostrais. Através do
IQA a qualidade da água enquadrou-se como “boa”. Quanto ao IET, demonstrou um
ponto amostral como oligotróficos, indicando “corpos d’água limpos, de baixa
produtividade, em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre os usos da água,
decorrentes da presença de nutrientes” e dois pontos como mesotrófico que indicando
corpos d’água com produtividade intermediária, com possíveis implicações sobre a
qualidade da água, mas em níveis aceitáveis, na maioria dos casos.
Com a instalação do empreendimento ocorrerão algumas alterações na dinâmica do
rio, como profundidade, nível de água, alteração no tempo de residência, ocasionando
assim maior retenção de nutrientes, o que acarretará alterações nos parâmetros
avaliados e também na comunidade fitoplanctônica, zooplanctônica e bentônica.
Rodrigues & Bicudo (2001) citam que distúrbios de baixa a moderada intensidade
promovem o aparecimento de novas espécies, bem como a substituição de outras.
Para o fitoplâncton são diversas as causas que podem interferir na sua distribuição
como: concentrações de nutrientes, fatores físicos (precipitação, temperatura e
luminosidade) e eutrofização. Após a formação do reservatório, a classe
Euglenophyceae que serão favorecidos pelo aumento de matéria orgânica oriunda da
lixiviação do solo inundado e da decomposição da matéria orgânica remanescente
inundada, uma vez que essas algas apresentam heterotrofia facultativa (BICUDO et
al., 2005). Também poderão ocorrer florações de algas devido à maior retenção de
nutrientes a montante. A perda da qualidade de água pode propiciar condições
ecológicas para o maior desenvolvimento de cianobactérias (DOKULIL e TEUBNER,
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2000). A avaliação ambiental funciona como uma ferramenta através do qual se pode
avaliar o estado de preservação ou grau de degradação dos ecossistemas, visando
fornecer subsídios para a implementação de estratégias de conservação de áreas
naturais e planos de recuperação do ecossistema degradado. A análise da água de
um manancial pode evidenciar o uso inadequado do solo, os efeitos do lançamento
de efluentes, suas limitações de uso e seu potencial de autodepuração, isto é, sua
capacidade de restabelecer o equilíbrio após o recebimento de efluentes (VON
SPERLING, 2005). Dessa forma, o contínuo monitoramento da qualidade das águas
superficiais do empreendimento se faz indispensável, permitindo criar subsídios para
avaliação e implementação de medidas de controle e conservação, quando
necessárias.
7.1.10.5 Relatório fotográfico
Figura 7.30: Coleta de água. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.31: Adição de conservantes. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.32: Coleta de invertebrados. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.33: Disco de Secchi. Fonte: Construnível, 2017.
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7.1.10.6 Laudos analíticos
Os laudos analíticos com os resultados dos parâmetros físicos, químicos e
biológicos analisados das amostras do rio Santana são exibidos a seguir.
Ponto 01 – montante do barramento
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Ponto 02 – trecho de vazão reduzida
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Ponto 03 – Jusante da casa de força
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7.1.10.7 Usos da água
O Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paranaíba (PRH-Paranaíba) (ANA,
2013) foi criado para ser um instrumento de planejamento e gestão de recursos
hídricos realizado dentro dos preceitos instituídos pela Política Nacional de Recursos
Hídricos, a Lei Federal nº 9.433. A bacia do rio Paranaíba foi subdividida em 10
Unidades de Gestão Hídrica – UGHs, entre elas a UGH Santana-Aporé, que engloba
o rio Santana, objeto deste estudo.
Em relação aos usos da água, as atividades desenvolvidas na bacia resultam em uma
demanda crescente por água. A demanda de água (vazão retirada) para atendimento
dos diversos usos presente na UGH Santana-Aporé é de 5,4 m³/s, segundo dados de
referência para o ano de 2010. As atividades agrícolas (irrigação) e dessedentação
animal, fazem uso da vazão retirada de 71,9% e 13,0%, respectivamente,
representando 84,9% da demanda total. Os setores industrial e de abastecimento
humano, possuem participações inferiores, de 9,7% e 5,4%, respectivamente.
Ressalta-se que no período avaliado não foram constatadas demandas associadas
ao setor de mineração.
Gráfico 7.28: Composição relativa das demandas setoriais por água (vazões retiradas). Fonte: ANA, 2013.
Abastecimento Humano: a demanda total para o abastecimento da população rural
e urbana da UGH Santana-Aporé é de 0,3 m³/s, com consumo efetivo de 0,1 m³/s. A
demanda rural é significativamente menor, representando 4,6% da demanda total.
71,90%
9,70%
13,00%
5,40%
UGH Santana-Aporé
Agricultura
Indústria
Mineração
Dessedentação Animal
Abastecimento Humano
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Tanto na demanda urbana como na rural, o município mais populoso da unidade,
Paranaíba (cidade objeto de estudo), faz uso correspondente a 35% do total,
aproximadamente.
Indústria: a demanda de água pela indústria no Plano de Recursos Hídricos
Paranaíba baseou-se no Cadastro Nacional de Usuários da Agencia Nacional de
Águas e nos dados de outorga dos órgãos gestores do estado. A consulta a estas
fontes, destacou a captação estimada para esta finalidade, de 0,5 m³/s e 0,1 m³/s em
toda a UGH.
Pecuária: a demanda de água para a dessedentação animal é de 0,7 m³/s na UGH,
com consumo de 0,6 m³/s. o município de Paranaíba, possui a segunda maior
demanda hídrica da bacia no setor pecuário (captação de 0,3 m³/s).
Agricultura irrigada: a fim de estimar a demanda de irrigação, foram considerados
dados de uso da água nos meses mais críticos, que correspondem a agosto e
setembro, e alcançam um total de 3,9 m³/s. A área irrigada na unidade, conforme
dados do ano de 2010, foi de 15.566 ha. Quanto ao uso por pivôs centrais, foram
identificados cinco, ambos no município de Paranaíba (local de estudo), abrangendo
uma área de 300 ha.
Mineração: A demanda de água para mineração utilizou as mesmas fontes de
pesquisas utilizadas para a indústria, bem como o Portal da Compensação Financeira
pela Exploração de Recursos Minerais (DNPM, 2011b) e do Anuário Mineral Brasileiro
(DNPM, 2006), não tendo sido identificadas demandas do setor na UGH Santana-
Aporé.
Demais usos na UGH Santana-Aporé:
Aquicultura: refere-se a produção em cativeiro de animais e vegetais, que
apresentam como habitat predominante o meio aquático. Em observação a dados
desagregados dos municípios da UGH Santana-Aporé, Paranaíba ocupa a primeira
posição no ranking dos municípios produtores da bacia: 3.004 toneladas distribuídas
por seis estabelecimentos, isto significa que o município é responsável por 47% de
toda a produção da bacia do Paranaíba no Setor.
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Geração de energia: em relação a geração de energia, a UGH Santana-Aporé não
possui UHE’s em operação. Entretanto, encontram-se 10 empreendimentos, sendo 8
Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCH e 2 Centrais Geradoras Hidrelétricas – CGH’s.
Mediante consulta a Matriz Energética Brasileira disponibilizada pela Agência
Nacional de Energia Elétrica – Aneel foram identificados na unidade os seguintes
empreendimentos:
Tabela 7.41: Empreendimentos hidrelétricos identificados na UGH Santana-Aporé.
Município(s) Empreendimento Potência (kW)
Cassilândia - MS CGH Cassilândia 500
Cassilândia - MS e Aporé - GO PCH Planalto 17.000
Cassilândia - MS PCH Indaiá Grande 19.998
Cassilândia - MS PCH Indaialzinho 12.500
Cassilândia e Chapadão do Sul - MS PCH Lajeado 8.838
Água Clara e Chapadão do Sul - MS PCH Buriti 30.000
Água Clara e Chapadão do Sul - MS PCH Alto Sucuri 29.000
Água Clara e Chapadão do Sul - MS PCH Porto das Pedras 28.030
Chapadão do Sul - MS CGH Aporé 1.000
Chapadão do Sul - MS CGH Ribeirão 144
Fonte: Aneel, 2017.
Navegação: a calha principal do rio Paranaíba no trecho da UGH Santana-Aporé,
estabelecendo o limite com o Estado de Minas Gerais, faz parte do trecho IV da
Hidrovia do Rio Paraná. Este é o único trecho da hidrovia que pertence (parcialmente)
à bacia do Paranaíba. Desta forma, o trecho na UGH é classificado como navegável
(classe 3), estando localizado junto à calha principal de um rio que liga grandes
centros produtores de commodities aos maiores centros consumidores e aos
principais portos exportadores (ANA, 2013).
Pesca: os municípios da UGH Santana-Aporé possuem importância no contexto
pesqueiro regional, com um total de 641 licenças expedidas neste período. Verificando
os dados desagregados por município Paranaíba aparece com 190 licenças (29,7%
da UGH).
Turismo e Lazer: Na UGH Santana-Aporé não são identificados atrativos turísticos e
de lazer de expressão regional.
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O rio Santana não possui informações disponíveis sobre suas demandas específicas,
no que se refere às modalidades citadas para a bacia, tendo em vista a pouca
informação gerada sobre este tema. Sendo assim, através de identificação in loco, foi
constatado somente um uso do curso hídrico.
O uso da água identificado para o rio Santana foi a unidade de abastecimento público
da Sanesul - Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul, a qual realiza o
abastecimento de água de todo o município de Paranaíba. Esta estação de
abastecimento está localizada no trecho de vazão reduzida do empreendimento,
conforme apresentado na imagem a seguir.
Figura 7.34: Estação de captação superficial de água da SANESUL. Fonte: Adaptado de SNIRH-ANA, 2017.
A ETA Sanesul de Paranaíba possui uma demanda hídrica média de 92 L/s, de acordo
com dados do ano de 2015. Na tabela a seguir pode-se verificar alguns dados
referentes às demandas médias e à população local.
Manancial Tipo População Demanda média (L/s)
2005 2015 2025 2005 2015 2025
Rio Santana Superficial 33.588 36.475 38.333 85 92 96
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Embora a ETA Sanesul esteja no trecho de vazão reduzida do empreendimento, o
desvio da água para a geração de energia no potencial hidrelétrico não comprometerá
a demanda necessária para o abastecimento público. Esta vazão fica condicionada à
outorga do uso hídrico, a qual viabiliza os usos dentro de um mesmo curso com base
em cálculos das vazões históricas e demandas necessárias. Após a sua instalação
será garantida a vazão sanitária ou remanescente, a qual, além de suprir a demanda
para o abastecimento público, também viabiliza a manutenção de vida dos
ecossistemas aquáticos no TVR.
A utilização de vazão hídrica para a operação do empreendimento hidrelétrico
proposto depende da outorga desse recurso pelo órgão competente, o qual avalia se
a utilização do recurso é compatível com a situação do curso hídrico, suas vazões
históricas e a concomitância com outros usos existentes para o rio.
Para o empreendimento proposto foi solicitada e concedida a outorga preventiva para
o órgão competente, a qual aprova previamente o uso da vazão solicitada, o que
comprova que esta demanda não comprometerá os demais usos da água no rio
Santana.
Cabe ressaltar que a outorga preventiva não confere direito de uso do recurso hídrico,
apenas o reserva para planejamento do empreendimento, cabendo ao empreendedor
solicitar a outorga de direito anteriormente à operação do empreendimento
hidrelétrico.
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Figura 7.35: Outorga preventiva do empreendimento CGH Castro.
7.2 MEIO BIÓTICO
O Brasil é um país de proporções continentais, composto por 8,5 milhões km² que
abrangem quase a metade da América do Sul e abarcam várias zonas climáticas.
Evidentemente, as diferenças climáticas levam a grandes variações ecológicas,
formando zonas biogeográficas distintas ou biomas (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE, 2017).
A variedade de biomas reflete a enorme riqueza da flora e da fauna brasileira,
mostrando que o Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta. Esta abundante
variedade de vida (traduz em mais de 20% do número total de espécies da Terra)
eleva o Brasil ao posto de principal nação entre os 17 países megadiversos ou de
maior biodiversidade (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2017).
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O valor da biodiversidade é incalculável, às drásticas reduções que vem acometendo
a biodiversidade compromete a sustentabilidade, a disponibilidade de recursos
naturais e, em consequência, a própria vida na Terra. Sua conservação e uso de modo
sustentável, em contrapartida, resultam em imensuráveis benefícios à humanidade.
7.2.1 Estudo da Flora
Obter um conhecimento das espécies florestais e de suas relações com os meios
bióticos e abióticos, busca a conservação da biodiversidade, possibilitando uma
produção econômica e sustentável. Realizar um estudo de comunidades florestais, é
possível através da aplicação de métodos de amostragem estatística. Dessa forma, o
emprego de metodologias que visam caracterizar a estrutura de uma floresta nativa,
assim como seu desenvolvimento, torna-se de fundamental importância para
conservação e utilização adequada dos recursos genéticos existentes (SILVEIRA,
2014).
O conhecimento da organização estrutural das populações de espécies arbóreo-
arbustivas, por meio de estudos fitossociológicos, é utilizado para a definição de
estratégias de manejo e conservação de remanescentes florestais e restauração de
áreas degradadas (PINTO, 2005).
O presente estudo da flora foi realizado em função do Licenciamento Ambiental Prévio
da CGH Castro, que está projetada no Rio Santana, no estado do Mato Grosso do
Sul. O levantamento da flora foi realizado nas áreas destinadas a implantação do
empreendimento (reservatório, barramento, canal adutor, conduto forçado e casa de
força). Na oportunidade, foram avaliados os diferentes estratos da tipologia vegetal,
caracterização florística, fisionômica e estrutural das formações vegetacionais, bem
como as diferentes conformações do Cerrado em contraste com a Mata Atlântica e
seu estado atual de conservação.
7.2.1.1 Objetivo
O estudo relacionado à flora tem como principal objetivo caracterizar o ambiente
diretamente afetado pelo empreendimento, levando-se em consideração as
características da paisagem local e sua composição. Busca, consecutivamente, a
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disponibilidade de informações para a análise da viabilidade ambiental do
empreendimento. Nas áreas influenciadas pela CGH Castro direcionou-se o foco para
a caracterização do aspecto vegetacional, definição do estágio sucessional, bem
como no detalhamento dos impactos já existentes.
7.2.1.1.1 Objetivos Específicos
Buscar dados para a confecção do mapa de uso e ocupação do solo;
Estudar quali-quantitativamente a formação vegetal localizada na área do
empreendimento;
Identificar espécies raras, endêmicas e/ou ameaçadas de extinção;
Inventariar a flora, preferencialmente de hábito arbóreo;
Coletar dados para subsidiar a proposição e adoção de medidas
mitigadoras/compensatórias, referentes aos possíveis impactos ambientais;
Locar parcelas e coletar de dados para levantamento fitossociológico,
volumétrico e da composição florística do estrato arbóreo.
7.2.1.2 Materiais e Métodos
A vegetação da área do projeto foi caracterizada com base em dados primários e
secundários. Para este estudo foram realizadas duas campanhas, sendo a primeira
entre os dias 08 à 09 de setembro de 2016, onde foi realiza a caracterização da
cobertura vegetal e a segunda campanha realizada entre os dias 18 a 20 de janeiro
de 2017. Em complementação foram executados estudos de campo que certamente
serão úteis na ocasião dos projetos de reflorestamento e adensamento da Área de
Preservação Permanente e até para o de supressão florestal na fase de implantação
do empreendimento.
Para a caracterização da cobertura vegetal da Área Diretamente Afetada (ADA), foram
executados os métodos de levantamento rápido e instalações de unidades amostrais.
O levantamento rápido (LR) tem como objetivo coletar dados qualitativos de forma
expedita, cujos princípios são similares ao método do "caminhamento" descrito por
Filgueiras et. al. (1994) e Ratter et. al. (2000), que está baseado em levantamentos
designados "Wide patrolling”.
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Basicamente, o LR empregado no presente estudo consistiu na realização de pelo
menos três caminhadas em linha reta na vegetação, anotando-se durante intervalos
de tempo regulares (intervalos que variam entre 5 a 15 minutos, dependendo da
densidade da cobertura vegetal encontrada e consecutivos), as espécies inéditas que
eram visualizadas.
Em seguida foram instaladas as unidades amostrais que tiveram como objetivo a
quantificação da composição arbórea, estrutura, funcionamento, dinâmica e
distribuição arbórea encontrada ao longo do Rio Santana. Para o levantamento da
vegetação foi utilizado o método de amostragem de área fixa, com parcelas
retangulares de 10 x 20 m (200 m²) distribuídas ao longo do Rio Santana.
No presente estudo optou-se por parcelas de área fixa, onde a seleção de indivíduos
é feita proporcional à área da unidade, facilitando o trabalho a campo, devido à fácil
operacionalidade em sua instalação à campo. O trabalho de instalação das parcelas,
resume-se em um eixo central junto com uma trena utilizada de maneira perpendicular
à picada para verificar as árvores que fazem parte da parcela. O modelo de
abordagem e controle das árvores utilizado foi do tipo ocasional ou temporário, sendo
realizado em duas campanhas. Péllico Netto e Brenna (1997), baseados em extensa
revisão bibliográfica, reportaram que os tamanhos das unidades amostrais de área
fixa variam, geralmente, entre 20 e 1.000 m². Não há um consenso sobre o tamanho
das parcelas, este tem que ser decidido com base na experiência prática e com base
em um confronto entre precisão e custos.
Em cada uma das parcelas, foram catalogadas informações referentes a
circunferência a altura do peito (CAP) e altura total (h) de todos os indivíduos
considerados arbóreos, ou seja, que apresentavam circunferência a altura do peito
maior ou igual a 12,5 cm, além da identificação das espécies.
Os indivíduos arbóreos que apresentavam bifurcação abaixo da altura de 1,30 m
foram mensurados independentemente. Para a medição da altura total dos indivíduos
arbóreos utilizou-se o hipsômetro eletrônico Haglof e para a medição da circunferência
a altura do peito das árvores fez-se o uso de uma fita métrica com comprimento total
de 150,0 cm.
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Figura 7.36: Trena utilizada para demarcação das unidades amostrais.
Figura 7.37: Medição da Circunferência a altura do peito das árvores.
A identificação botânica das árvores foi realizada, por Engenheiro Florestal com base
em literatura específica sobre a vegetação local, inventários florísticos anteriores e
consulta a coleções de herbários, sendo que as mesmas foram identificadas através
do nome comum, nome científico e família botânica.
Quando as espécies não podem ser identificadas no campo, são feitos relatos
fotográficos, coletadas partes da planta como galhos, folhas, frutos, sementes, para
posterior identificação.
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Figura 7.38: Espécies florestais coletadas para identificação.
Figura 7.39: Relatório fotográfico para identificação.
Para Sobral (2006) é importante também checar uma dada característica em mais de
uma folha de diferentes ramos. Ao coletar um ramo de espécie vegetal, para exame
posterior, deve-se certificar de que sejam de indivíduos adultos e bem formados.
Rebrotes basais no caule, ramos excessivamente sombreados ou atacados por
pragas ou enfermidades, geralmente, não são representativos da condição normal da
espécie, podendo levar a uma identificação incorreta.
Os dados foram coletados, processados por meio de cálculos e posteriormente
analisados, com o objetivo de quantificar e caracterizar a população em estudo,
podendo analisar quais espécies florestais compõem o fragmento.
Para a realização dos cálculos do levantamento fitossociológico, a circunferência a
altura do peito (c) foi transformada em diâmetro à altura do peito (d), por meio da
expressão matemática a seguir:
𝑑 =𝑐
𝜋
Onde:
d = diâmetro à altura do peito (cm);
c = circunferência à altura do peito (cm);
π = 3,1416.
A área transversal dos indivíduos arbóreos mensurados nas parcelas (g) foi obtida
pelas seguintes expressões matemáticas:
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𝑔 = 𝜋 ∗ 𝑑2
4
Onde:
g = área transversal da espécie 𝑖 (m²);
d² e π = definidos anteriormente.
7.2.1.3 Parâmetros avaliados
7.2.1.3.1 Estrutura horizontal
A estrutura horizontal compreende a organização e distribuição espacial dos
indivíduos na superfície do terreno. Para expressar a estrutura horizontal da
comunidade vegetal foram determinados os seguintes parâmetros fitossociológicos:
densidade, dominância e frequência (tanto na forma relativa como absoluta), Índice
do Valor de Cobertura (IVC) e Índice do Valor de Importância (IVI).
Densidade
A densidade diz respeito ao número de indivíduos de cada espécie ou do somatório
de espécies vegetais que compõe uma comunidade vegetal por unidade de área. A
densidade é calculada na forma absoluta e relativa pelas seguintes expressões
matemáticas:
Densidade absoluta:
𝐷𝐴𝑖 = 𝑚𝑖 ∗ 10000
𝑎
Densidade relativa:
𝐷𝑅𝑖 = 𝐷𝐴𝑖
𝐷𝑇∗ 100
Onde:
𝐷𝐴𝑖 = Densidade Absoluta para a espécie 𝑖 (árv./ha);
𝐷𝑅𝑖 = Densidade Relativa para a espécie 𝑖 (%);
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𝐷𝑇 = Densidade total, em número de indivíduos por hectare (soma da densidade
absoluta de todas as espécies amostradas);
𝑚𝑖 = Número de árvores da espécie nas unidades amostrais;
𝑎 = Área total mensurada (m²).
Dominância
A dominância é definida com um parâmetro que apresenta a finalidade de expressar
a influência de cada espécie na comunidade, por meio das formas absoluta e relativa.
A dominância absoluta é a soma das áreas seccionais dos indivíduos pertencentes a
uma mesma espécie, por unidade de área. Assim, maiores valores de DoA indicam
que a espécie exerce dominância na floresta amostrada em termos de área basal por
hectare. A dominância relativa corresponde a participação, em porcentagem, em
relação a área basal total. O parâmetro foi obtido pelas seguintes expressões
matemáticas:
Dominância absoluta:
𝐷𝑜𝐴𝑖 =(∑ 𝑔𝑗𝑖)
𝑚𝑖
𝑗=1∗ 10000
𝑎
Dominância relativa:
𝐷𝑜𝑅𝑖 =𝐷𝑜𝐴𝑖
(∑ 𝐷𝑜𝐴𝑖)𝑘
𝑗=1
∗ 100
Onde:
𝐷𝑜𝐴𝑖= Dominância Absoluta para a espécie (m²/ha);
𝐷𝑜𝑅𝑖 = Dominância Relativa para a espécie (%);
a = Definido anteriormente (m²);
𝑔𝑗𝑖 = Área transversal da árvore j da espécie i (m²).
Frequência
O parâmetro frequência expressa a ocorrência de uma determinada espécie nas
diferentes parcelas. Valores elevados para o parâmetro indicam que a espécie está
bem distribuída ao longo da floresta amostrada.
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A frequência se dá nas formas absoluta e relativa, pelas seguintes fórmulas
matemáticas:
Frequência absoluta:
𝐹𝐴𝑖 = 𝑢𝑖
𝑁 ∗ 100
Frequência relativa:
𝐹𝑅𝑖 = (𝐹𝐴
∑ 𝐹𝐴𝑛𝑖=1
) ∗ 100
Onde:
𝐹𝐴𝑖 = frequência absoluta da espécie na comunidade vegetal;
𝐹𝑅𝑖= frequência relativa da espécie na comunidade vegetal;
𝑢𝑖= número de unidades amostrais em que a espécie ocorre;
𝑁 = número total de unidades amostrais realizadas.
Índice de Valor de Importância
O parâmetro do Índice Valor de Importância de cada espécie na floresta estudada foi
obtido através do somatório dos parâmetros relativos de densidade, dominância e
frequência das espécies amostradas, informando a importância ecológica em termos
de distribuição horizontal. O índice de valor de importância foi obtido pela seguinte
expressão matemática.
𝑉𝐼𝑖 = 𝐷𝑅𝑖 + 𝐷𝑜𝑅𝑖 + 𝐹𝑅𝑖
𝑉𝐼𝑖(%) = 𝑉𝐼𝑖
3
Onde:
𝑉𝐼𝑖 = Valor de importância;
𝐷𝑅𝑖,, 𝐷𝑜𝑅𝑖, 𝐹𝑅𝑖= definidos anteriormente.
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Índice de Valor de Cobertura
O parâmetro do Índice Valor de Cobertura nada mais é do que o somatório dos
parâmetros relativos de densidade e dominância das espécies amostradas,
informando a importância ecológica da espécie em termos de distribuição horizontal,
baseando-se, contudo, apenas na densidade e na dominância. O índice de valor de
cobertura foi obtido pela seguinte expressão matemática.
𝑉𝐶𝑖 = 𝐷𝑅𝑖 + 𝐷𝑜𝑅𝑖
𝑉𝐶𝑖 (%) = 𝑉𝐶𝑖
2
Onde:
𝑉𝐶𝑖,= Valor de cobertura;
𝐷𝑅𝑖 , 𝐷𝑜𝑅𝑖= Definidos anteriormente.
7.2.1.3.1.1 Índices de diversidade
Além dos parâmetros fitossociológicos básicos, os índices de diversidade são de
extrema importância para o entendimento e a caracterização de uma comunidade
vegetal. A diversidade alfa compreende a diversidade local, sendo o número total de
espécies em um habitat.
Os índices de diversidade alfa utilizados foram Shannon-Wiener (H’) e Equabilidade
de Pielou (J’).
Índice de Shannon-Wiener
O Índice de Shannon-Wiener (H’) representa a diversidade de espécies na área em
estudo. Neste índice a contribuição de cada espécie em uma determinada área é
pesada por sua abundância relativa, que significa a proporção do número total de
indivíduos numa comunidade que pertence àquela espécie. O índice é obtido pela
seguinte expressão matemática.
𝐻′ = −∑ pi ∗ ln pi
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Onde:
pi = ni/N, isto é, densidade relativa da i-ésima espécie por área;
ni = Número de indivíduos da espécie i;
N = Número total de indivíduos.
Equabilidade de Pielou
Este índice compreende o padrão de distribuição dos indivíduos dentro das espécies.
Refere-se a um índice de dominância ecológica, indicando a homogeneidade de
distribuição dos indivíduos amostrados. O valor de J’ pertence encontra-se em um
intervalo de 0 a 1, sendo que o valor máximo representa a situação em que todas as
espécies possuem a mesma abundância (MAGURRAN, 1988). É derivado do índice
de Shannon.
J’ = H′ (Observado)
H′máximo
Onde:
H′ = Máximo ln (S);
J = Equabilidade de Pielou;
S = Número total de espécies amostradas.
H′ = Índice de diversidade de Shannon- Weaver.
7.2.1.3.1.2 Definição de estágio sucessional
Para a classificação da cobertura florestal da área da de impacto direto (AID) em
relação ao seu estágio de regeneração atendeu-se o previsto na resolução 30/1994
do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA que “Define vegetação primária
e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata
Atlântica, a fim de orientar os procedimentos de licenciamento de atividades florestais
no Estado do Mato Grosso do Sul”.
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7.2.1.3.2 Processo de Amostragem
7.2.1.3.2.1 Descrição
A maneira economicamente viável de quantificar a diversidade de um ambiente ocorre
por meio da amostragem. Para Krebs (1999) uma análise representativa da população
pode ser obtida quando se mede corretamente uma amostra. Por isso, a decisão sobre
um método de amostragem deve ser fundamentada nas peculiaridades da população
alvo.
A obtenção de boas estimativas a baixo custo é um dos objetivos da amostragem,
podendo ser influenciada pelas técnicas empregadas, como, por exemplo, a
determinação da localização das amostras, bem como seu tamanho e forma (SPURR,
1952).
Uma espécie vegetal normalmente apresenta grande ocorrência em uma determinada
área, porém, sua distribuição espacial, nas diferentes classes de tamanho, pode ser
bastante irregular. O grau de agregação pode gerar diferentes valores, com as plantas
das menores classes de tamanho, apresentando tendência ao agrupamento e as
plantas das maiores classes de tamanho, podendo ocorrer de maneira fortemente
agrupada (CARVALHO, 1983).
Processo de amostragem caracteriza-se por ser um instrumento que possibilita um
conhecimento científico da realidade, estudando as relações existentes entre a
população e as amostras extraídas da mesma. É um processo de determinação,
através de pesquisa de dados, amostrando estatisticamente uma população.
7.2.1.3.2.2 Caracterização
O processo de amostragem utilizado para a estimativa dos parâmetros
fitossociológicos, foi o sistemático, onde foram fixadas um total de 4 unidades
amostrais distribuídas no local de formação do reservatório e implantação das
estruturas do empreendimento.
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Quanto a supressão vegetal necessária a implantação, foram quantificadas as áreas
com vegetação nativa, as quais deverão ser submetidas ao corte na fase de
implantação do empreendimento. Estas áreas somarão 1,00 ha e, estão distribuídas
na margem esquerda do reservatório (0,20 ha), margem direita do reservatório (0,24
ha), barramento e canal adutor (0,49 ha), casa de força (0,05) bem como os locais
destinados a novos acessos, ao canteiro de obras e área de bota fora (0,02 ha).
A figura a seguir apresenta o esquema de como as unidades amostrais da flora foram
distribuídas no levantamento de campo e no anexo EAP-CAS – 10 (Volume II) pode
ser analisado o mapa de localização das unidades amostrais da flora, sobre uma
imagem de satélite.
Figura 7.40: Distribuição das unidades amostrais da flora na região de implantação da CGH Castro. Fonte: Construnível, 2017.
Através do presente estudo da flora, foi possível obter um conhecimento científico da
realidade, estudando as relações existentes entre a população florestal e as amostras
extraídas dessa população, buscando assim resultados verdadeiramente
significativos para o estudo do local do empreendimento.
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Biomas
O Brasil é considerado um país megadiverso contendo a flora mais rica do mundo,
estima-se que existam mais de 56.000 espécies de plantas, fazendo com que ocupe
uma posição de destaque no que se refere ao tema das florestas. Com 478 milhões
de hectares de floresta em seu território (12% de toda a cobertura florestal mundial) e
abrigando de 15 a 20% de toda biodiversidade e 16% de toda água doce superficial
do planeta (BRASIL, 2012).
No local de implantação da CGH Castro a vegetação predominante encontra-se no
limite do Bioma Cerrado, sendo fortemente influenciada pela vegetação do Bioma
Mata Atlântica, apresentando espécies vegetais que desenvolvem-se em ambos. O
mapa abaixo apresenta a localização do empreendimento junto aos biomas.
Figura 7.41: Mapa de Biomas do Brasil. Fonte: IBGE, 2004
7.2.1.1.1 O Bioma do Cerrado
O Cerrado é caracterizado como uma vegetação de savana na classificação
Internacional. Segundo Ferreira (2005) o cerrado é uma formação vegetal que
caracteriza o Centro Oeste Brasileiro. É a segunda maior formação vegetal brasileira
CGH Castro
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em extensão, cerca de 2 milhões de km², representando mais de 23% do território
nacional; não é um bioma somente brasileiro, existem pequenas áreas no leste da
Bolívia e nordeste do Paraguai (LEHN et al., 2008).
Segundo o IBGE, o bioma Cerrado ocupa a totalidade do Distrito Federal, mais da
metade dos estados de Goiás (97%), Maranhão (65%), Mato Grosso do Sul (61%),
Minas Gerais (57%) e Tocantins (91%), além de porções de outros seis estados,
correspondendo a 23,92% do território nacional. Neste espaço encontram-se as
nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul
(Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em um elevado potencial
aquífero favorecendo sua biodiversidade.
Tabela 7.42: Dados da cobertura vegetal do Cerrado.
Vegetação Remanescente
2002 2008
Área original do bioma (km²)
Km² % em relação à área
original Km²
% em relação à área original
2.039.386,85 1.136.521 55,73 1.053.966,85 51,54
Fonte: Brasil – Ministério do Meio Ambiente, 2009.
Ainda conforme o Ibama, entre 2002 e 2008, o Cerrado perdeu 7,5% de sua cobertura
vegetal remanescente, indicando uma taxa média anual efetiva de desmatamento na
ordem de 0,69% ao ano.
Considerado como um dos hotspots mundiais de biodiversidade, o Cerrado apresenta
extrema abundância de espécies endêmicas e sofre uma excepcional perda de
habitat, do ponto de vista da diversidade biológica. Este bioma brasileiro é
reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de
plantas nativas já catalogadas. Existe uma grande diversidade de habitats, que
determinam uma notável alternância de espécies entre diferentes fitofisionomias.
Ribeiro e Walter (2008) apresentam uma classificação fitofisionômica para o Cerrado,
dividida em três formações paisagísticas:
Formações Florestais: englobam os tipos de vegetação com predominância de
espécies arbóreas, com a formação de dossel contínuo ou descontínuo. Dentro dessa
formação existe uma vegetação florestal que acompanha os rios de médio porte da
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região do Cerrado, em que a vegetação arbórea não forma galerias e não ocorre
fechamento do dossel acima do curso (mata ciliar).
Formações Savânicas: refere-se a áreas com árvores e arbustos espalhados
sobre um estrato de gramíneas, sem a formação de dossel contínuo. Dentro dessa
formação existe uma vegetação savânica formada pela presença de árvores baixas,
inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas, geralmente com
evidências de queimadas.
Formações Campestres: refere-se a áreas com predomínio de espécies
herbáceas e algumas arbustivas, que podem ou não apresentar árvores e arbustos
esparsos.
7.2.1.1.2 O Bioma Mata Atlântica
O bioma Mata Atlântica é uma das 25 áreas espalhadas pelo mundo, que, com apenas
1,4% da superfície da terra concentra 44% de espécies de plantas vasculares. Estas
áreas são consideradas como prioritariamente estratégicas para a preservação da
biodiversidade e prevenção ao risco de extinção das espécies (MYERS et al., 2000).
Desmatamentos para estabelecimento de pastagens e culturas, crescente processo
de urbanização, comércio ilegal de espécies da fauna, retirada de madeira e a
introdução de espécies exóticas são elementos contribuintes de toda a agressão
sofrida pelo bioma (RIBEIRO, 2009). A falta de manejo pode gerar a perda de espécies
e da qualidade dos habitats, ao permitir que pessoas invadam as suas áreas e
realizem extração dos recursos naturais de maneira indiscriminada (PRIMACK et al.,
2001).
A flora constituinte deste bioma apresenta uma numerosa quantia de espécies,
divididas em diversas formação vegetais. O grupo das angiospermas para este bioma
contempla aproximadamente 20.000 mil espécies, compreendendo de 33 a 36% das
existentes no Brasil (CAMPANILI, SCHÄFFER, 2010). As plantas vasculares, de
acordo com as autoras, são 50% endêmicas deste bioma, ou seja, não apresentam
ocorrência em nenhum outro local do planeta. Quando avaliado em relação a sua
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extensão, o bioma apresenta a terceira maior área da superfície brasileira, depois dos
biomas Amazônia e Cerrado. Abriga uma significativa parcela da vegetação brasileira,
podendo ser comparada a Amazônia (SFB/MMA, 2009).
Atualmente sua vegetação encontra-se em fragmentos, sendo que destes, apenas 7%
possuem área superior a 100 ha. A conservação do bioma vem avançando, havendo
aumento no número de unidades de conservação nos últimos anos, tendo-se grande
auxílio por parte do governo. A criação da Lei 11.428 de 2006 e o decreto 6.660/2008
para a regulamentação da mesma, constituem um importante instrumento de
conversão do bioma Mata Atlântica (MMA, 2017).
7.2.1.1.3 Caracterização da Vegetação Local
A distribuição das espécies vegetais no globo terrestre sofre influência de
diversificados fatores ecológicos, sendo levados sempre em consideração nos
sistemas de classificação da vegetação. Dentre os fatores que contemplam tal
influência têm-se fatores das próprias plantas, estes morfológicos e fisiológicos e os
fatores ambientais, divididos em edáficos, climáticos e geográficos.
O mapeamento das fitofisionomias no local destinado ao empreendimento, objeto
deste estudo, ocorreu conforme a legenda do GeoMS Vegetação. O mapeamento foi
realizado para as áreas de Influência Indireta, Direta e Diretamente Afetada.
A área de influência indireta, delimitada pela bacia do Rio Santana, compreende cinco
fitofisionomias. Nesta, foram identificadas áreas de agricultura, agropecuária,
vegetação arbóreo aberta, encraves/formações e vegetação secundária, conforme
indicado na imagem abaixo e no anexo EAP-CAS – 06 (Volume II), apresentado em
escala adequada.
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Figura 7.42: Mapeamento das fitofisionomias conforme legenda do GeoMS Vegetação para AII. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.43: Mapeamento das fitofisionomias conforme legenda do GeoMS Vegetação para AID e ADA. Fonte: Construnível, 2017.
A área diretamente afeta pelo empreendimento é composta por apenas uma
fitofisionomia, a agricultura, conforme consta na imagem acima. Já a área de
influência direta compreende em grande porcentagem, de modo semelhante, áreas
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de agricultura e um pequeno fragmento de áreas de encrave/formações. O mapa em
escala adequada encontra-se em anexo (Volume II – Desenhos: EAP-CAS – 06A).
Áreas de Reconhecida Importância
Uma estratégia fundamental na Conservação da Biodiversidade é a criação e
implementação de Unidades de Conservação – UCs, que conforme a Lei nº
9.985/2000 diz que UCs “são porções do território nacional, incluindo as águas
territoriais, com características naturais de relevante valor, de domínio público ou
privado, legalmente instituídas pelo Poder Público com objetivos e limites definidos e
sob regimes especiais de gestão, às quais aplicam-se garantias adequadas de
proteção”.
Considerando todo o elenco de objetivos de conservação e uso adotados por um país,
será necessário um conjunto de categorias de manejo de unidades de conservação,
organizadas em um sistema que deve visar a conservação da diversidade biológica a
longo prazo, centrando-a como eixo fundamental do processo conservacionista.
(MILANO et al., 1993).
No Brasil, o SNUC, foi instituído em 18 de julho de 2.000, através da Lei Federal nº
9.985, sendo regulamentada através do Decreto Federal de nº 4.340, de 22 de agosto
de 2002. Os principais objetivos do SNUC, de acordo com o disposto na Lei, são os
seguintes:
Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos
genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de
ecossistemas naturais;
Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza
no processo de desenvolvimento;
Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
Proteger as características de natureza geológica, geomorfológica,
espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
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Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica,
estudos e monitoramento ambiental.
A consolidação do SNUC busca a conservação in situ da diversidade biológica em
longo prazo, centrando-a em um eixo fundamental do processo conservacionista.
Estabelece ainda a necessária relação de complementariedade entre as diferentes
categorias de Unidades de Conservação, organizando-as de acordo com seus
objetivos de manejo e tipos de uso: Proteção Integral e Uso Sustentável.
Tabela 7.43: Unidades de Proteção Integral.
Unidades de Proteção Integral
Categoria Objetivo Uso
Estações Ecológicas
Preservar e pesquisar. Pesquisas científicas, visitação pública
com objetivos educacionais.
Reservas Biológicas (REBIO)
Preservar a biota e demais atributos naturais, sem interferência humana direta ou modificações ambientais.
Pesquisas científicas, visitação pública com objetivos educacionais.
Parque Nacional (PARNA)
Preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e
beleza cênica.
Pesquisas científicas, desenvolvimento de atividades de educação ambiental,
recreação em contato com a natureza e turismo ecológico.
Monumentos Naturais
Preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza
cênica. Visitação pública.
Refúgios de Vida Silvestre
Proteger ambientes naturais e assegurar a existência ou
reprodução da flora ou fauna. Pesquisa científica e visitação pública.
Fonte: WWF, 2012.
Tabela 7.44: Unidades de Conservação de Uso Sustentável.
Unidades de Uso Sustentável
Categoria Característica Objetivo Uso
Área de Proteção
Ambiental (APA)
Área extensa, pública ou privada, com atributos
importantes para a qualidade de vida das populações humanas
locais.
Proteger a biodiversidade, disciplinar o processo de ocupação
e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
São estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma
propriedade privada localizada em uma APA.
Área de Relevante Interesse
Ecológico (ARIE)
Área de pequena extensão, pública ou
privada, com pouca ou nenhuma ocupação
humana, com características naturais
extraordinárias.
Manter os ecossistemas naturais e regular o uso
admissível dessas áreas.
Respeitados os limites constitucionais, podem
ser estabelecidas normas e restrições para utilização de uma
propriedade privada localizada em uma ARIE.
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Unidades de Uso Sustentável
Floresta Nacional (FLONA)
Área de posse e domínio público com cobertura vegetal de espécies predominantemente
nativas.
Uso múltiplo sustentável dos recursos florestais
para a pesquisa científica, com ênfase em métodos
para exploração sustentável de florestas
nativas.
Visitação, pesquisa científica e manutenção
de populações tradicionais.
Reserva Extrativista (RESEX)
Área de domínio público com uso concedido às
populações extrativistas tradicionais.
Proteger os meios de vida e a cultura das
populações extrativistas tradicionais, e assegurar
o uso sustentável dos recursos naturais.
Extrativismo vegetal, agricultura de
subsistência e criação de animais de pequeno
porte. Visitação pode ser permitida.
Reserva de Fauna (REFAU)
Área natural de posse e domínio público, com populações animais
adequadas para estudos sobre o manejo
econômico sustentável.
Preservar populações animais de espécies nativas, terrestres ou
aquáticas, residentes ou migratórias.
Pesquisa científica.
Reserva de Desenvolvimento
Sustentável (RDS)
Área natural, de domínio público, que abriga
populações tradicionais, cuja existência baseia-se
em sistemas sustentáveis de
exploração dos recursos naturais.
Preservar a natureza e assegurar as condições
necessárias para a reprodução e melhoria
dos modos e da qualidade de vida das
populações tradicionais.
Exploração sustentável de componentes do
ecossistema. Visitação e pesquisas científicas
podem ser permitidas.
Reserva Particular do Patrimônio
Natural (RPPN)
Área privada, gravada com perpetuidade.
Conservar a diversidade biológica.
Pesquisa científica, atividades de educação
ambiental e turismo.
Fonte: WWF, 2012.
A fauna e a flora, os rios, os mares, as montanhas. Cada um dos elementos da
natureza tem um papel a desempenhar. E para que isso ocorra é preciso haver
equilíbrio. Muitos povos e civilizações reconheceram, ao longo da história, a
necessidade de proteger áreas naturais com características especiais, pelos motivos
mais diversos: estas áreas podiam estar associadas a mitos, fatos históricos
marcantes e à proteção de fontes de água, caça, plantas medicinais e outros recursos
naturais (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2010).
7.2.1.2.1 Unidades de Conservação Próximas ao empreendimento
O Estado do Mato Grosso do Sul conta atualmente com 10 Unidades de Conservação
Estaduais, sendo que o setor responsável pelo gerenciamento destas áreas é a
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Gerência de Unidades de Conservação (GUC). A GUC, junto com a Diretoria de
Desenvolvimento, tem como objetivo principal criar unidades de conservação e
demais áreas protegidas, principal ferramenta de conservação in situ da diversidade
biológica, bem como sua implementação e gestão.
As tabelas abaixo demonstram a superfície das áreas protegidas no Estado, nas
esferas federal, estadual e municipal, por categoria de manejo, considerando os
grupos definidos pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), com
destaque para as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), bem como
para as Áreas de Proteção Ambiental (APAs).
Tabela 7.45: Demonstrativo de superfície protegida por unidades de conservação de proteção integral no MS.
Categorias de Unidades de Conservação
Número Área (ha) Part.
Relativa/grupo (%)
Part. Relativa/Estado
(%)
Parques Nacionais 3 92.886,59 30,32 0,26
Parques e Monumentos Naturais Estaduais
7 182.876,19 59,70 0,51
Parques e Monumentos Naturais Municipais
15 30.651,95 9,98 0,09
Total de Unidades Proteção Integral
25 306.324,73 100 0,86
Fonte: IMASUL, 2017.
Tabela 7.46: Demonstrativo de superfície protegida por Reserva Particular do Patrimônio Natural no MS.
Categorias de Unidades de Conservação
Número Área (ha) Part.
Relativa/grupo (%) Part.
Relativa/Estado (%)
RPPN Federal 12 81.234,30 56,87 0,23
RPPN Estadual 38 61.610,61 43,13 0,17
Total de RPPNs 50 142.844,91 100 0,40
Fonte: IMASUL, 2017.
Tabela 7.47: Demonstrativo de superfície protegida por Áreas de Proteção Ambiental no MS.
Categorias de Unidades de Conservação
Número Área (ha) Part.
Relativa/grupo (%) Part.
Relativa/Estado (%)
APAs Federais 1 713.370,43 14,63 2,00
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Categorias de Unidades de Conservação
Número Área (ha) Part.
Relativa/grupo (%) Part.
Relativa/Estado (%)
APAs Estaduais 2 25.548,50 0,53 0,07
APAs Municipais 37 4.135.558,6173 84,84 11,57
Total de APAs 40 4.874.558,6173 100 13,64
Fonte: IMASUL, 2017.
OBS.: Total geral de superfície do MS protegida por unidades de conservação: 14,90%
Com relação à presença de Unidades de Conservação (UCs) nas proximidades da
CGH Castro, pode-se dizer que não existem unidades na área de amortecimento do
empreendimento. As unidades mais próximas são o Parque Natural Municipal do
Pombo, localizado a 166,34 km. A Reserva Biológica de Andradina a 130,71 km e a
Estação Ecológica Paulo de Faria a 169,88 km do empreendimento. A localização das
Unidades de Conservação pode ser observada no desenho EAP-CAS – 07,
encontrando no Volume II, em anexo a este.
Figura 7.44: Localização das Unidades de Conservação próximas a CGH Castro. Fonte: Construnível, 2017.
Parque Natural Municipal do Pombo: O Parque Natural Municipal do Pombo
se trata de um dos mais importantes remanescentes de cerrado do estado do
Mato Grosso do Sul, com mais de 3.300 hectares, ele abriga diversos
representantes da flora e fauna regional. Localizado ao lado da BR-262 entre
Três Lagoas e Campo Grande, no km 97, sendo uma Unidade de Proteção
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Integral, de posse e domínio público, sob a categoria de Parque Natural
Municipal foi criada por meio de decreto (n° 105/06).
Reserva Biológica de Andradina: A Reserva Biológica de Andradina localiza-
se no município de Andradina, na região noroeste do Estado de São Paulo.
Abrange uma área de 168 hectares, pertencente ao bioma Mata Atlântica
(Floresta Estacional Semidecidual) em transição para a vegetação de Cerrado.
Apesar de ser considerada pequena, pelo tamanho de sua área, a reserva
biológica é a única que apresenta maior significância na região, abrigando
inúmeras espécies prioritárias de proteção.
Estação Ecológica Paulo de Faria: A Estação Ecológica de Paulo Faria foi a
primeira do gênero no estado de São Paulo, sendo criada pelo decreto estadual
n° 17.724 de 23 de setembro de 1981. Sua criação deu-se devido a
desapropriação originada pela CESP, em março de 1979, para oferecer refúgio
a fauna e flora da região e o reassentamento de animais oriundo das áreas
utilizadas para a formação do reservatório Hidrelétrico de Água Vermelha. Visa
a conservação dos poucos remanescentes de Floresta Estacional
Semidecidual, devido a seu grande valor cultural e científico.
O fato de não haver nenhuma APC’s e nenhuma UCs na zona de amortecimento do
empreendimento, ou muito próxima ao mesmo, faz com que a instalação do
empreendimento não comprometa de forma a modificar ou interferir a estrutura do
ambiente preservado.
7.2.1.3.3 Áreas prioritárias
A escolha de áreas prioritárias para a conservação (APC’s) é um mecanismo
de política pública para apoiar a tomada de decisão no planejamento e implementação
de ações para conservação da biodiversidade brasileira, tais como a criação de
unidades de conservação (UC), licenciamento, fiscalização e fomento ao uso
sustentável. As regras para a identificação de tais Áreas e Ações Prioritárias foram
instituídas formalmente pelo Decreto nº 5.092/2004 no âmbito das atribuições do
MMA.
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De acordo com a Portaria MMA nº 09/2007, foram indicadas 880 áreas
prioritárias para a Mata Atlântica, distribuídas em 428.409 km², o que correspondeu a
37,9% do bioma, sendo 30,6% de áreas sem proteção e, somente 7,3% de áreas que
de alguma forma estão protegidas – UCs ou terras indígenas (TIs). Segundo o MMA
(2007) a distribuição das ações prioritárias definidas para as áreas foi uma resposta
clara aos principais problemas do bioma: a fragmentação de habitats e a perda de
biodiversidade.
Para o Bioma Cerrado, foram indicadas 431 áreas prioritária, sendo 181 áreas
protegidas e 250 áreas novas, representando um incremento substancial em relação
às 68 áreas propostas em 1998. Observando-se um aumento na extensão das áreas
prioritárias de cerca de 37% na área de abrangida. Indicando que são necessários
investimentos em pesquisa a respeito da biodiversidade assim como estudos
antropológicos na região.
Segundo Mezzomo (2013, p. 49), as finalidades da conservação da natureza
são: “manutenção dos processos ecológicos e sistemas vitais”; “reciclagem de
nutrientes e purificação das águas” e “preservação da diversidade genética”. Sendo
esta última relacionada com o aproveitamento inesgotável de espécies e do
ecossistema, que indica a necessidade do conservacionismo exploratório, assim a
natureza existe para suprir as vontades do homem.
As APC’s possuem importância para efeito de formulação e implementação de
políticas públicas, programas, projetos e atividades voltadas à:
I – Conservação in situ da biodiversidade;
II – Utilização sustentável de componentes da biodiversidade;
III – Repartição de benefícios derivados do acesso a recursos genéticos e ao
conhecimento tradicional associado;
IV – Pesquisa e inventários sobre a biodiversidade;
V – Recuperação de áreas degradadas e de espécies sobre-exploradas ou
ameaçadas de extinção; e
VI – Valorização econômica da biodiversidade.
Com base nos mapas gerados das áreas prioritárias de conservação do estado,
foi possível sobrepor as áreas e identificar a ocorrência de APC’s nas áreas do
empreendimento. Conforme imagem abaixo.
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Figura 7.45: Áreas Prioritárias para Conservação na região do empreendimento. Fonte: Construnível, 2018.
Conforme demonstrado no mapa a região onde está localizado o empreendimento
CGH Castro, não compreende nenhuma APC’s. A área prioritária mais próxima
encontra-se a 41,14 km.
Levantamento fitossociológico
A estrutura horizontal permite a determinação da densidade, dominância, frequência
e importância das espécies na floresta; e a estrutura vertical analisa o estágio de
desenvolvimento desta floresta, com base na distribuição das espécies nos diferentes
estratos (LONGHI et al., 2000). A estrutura horizontal da floresta pode ser avaliada,
de acordo com Schneider e Finger (2000), a partir dos seguintes índices: densidade
absoluta, densidade relativa, dominância absoluta, dominância relativa, índice de valor
de cobertura, frequência absoluta, frequência relativa e índice de valor de importância.
Com relação a síntese das análises fitossociológicas, foram instaladas 4 unidades
amostrais de 200 m², totalizando uma área de amostragem de 800 m². Com relação
ao levantamento florístico através do método de caminhamento rápido e pelo método
de amostragem de área fixa foram identificadas 10 espécies, pertencentes a 6
famílias. As respectivas espécies estão relacionadas na tabela a seguir, com nome
vulgar, nome científico e família botânica.
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Tabela 7.48: Espécies florestais e suas respectivas famílias botânicas encontradas na Área Diretamente Afetada pela CGH Castro.
Nome Popular Nome Científico Família
Aroeira Myracrodruon urundeuva Allemão Anacardiaceae
Breu-branco Protium heptaphyllum Burseraceae
Esporão-de-galo Celtis pubescens Cannabaceae
Grandiúva Trema micrantha (L.) Blume Cannabaceae
Embaúba Cecropia pachystachya Trécul Cecropiaceae
Leiteiro Sebastiania brasiliensis Spreng. Euphorbiaceae
Sangra-d'água Croton urucurana Baill. Euphorbiaceae
Angico-branco Anadenanthera colubrina Fabaceae
Ingá Inga vera Willd. Fabaceae
Maricá Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze Fabaceae
Por meio do estudo de campo foi possível notificar que a estrutura e a fisionomia
aparente da vegetação apresentaram alta intervenção antrópica ocorrida na área em
anos passados, sendo encontrados pequenos fragmentos esparsos. Destaca-se
ainda a proximidade do curso d’água a rodovia (BR-158). No local onde será instalada
a CGH Castro encontram-se estruturas de um aproveitamento hidrelétrico antigo,
construído no ano de 1963.
Para a CGH serão reaproveitadas algumas estruturas deste empreendimento, tal
como o canal adutor. Essa atividade resultará na não supressão da vegetação para a
construção do mesmo e para a instalação das demais estruturas haverá baixa
remoção de espécies vegetais havendo menor impacto a biodiversidade local,
conforme apresentado no início deste capítulo. As figuras abaixo apresentam as
estruturas antigas do empreendimento, bem como as que demostram o cenário do
canal adutor no período de realização das campanhas de levantamento de dados.
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Figura 7.46: A – B) Fisionomia ao longo do Canal Adutor – Primeira Campanha (Setembro, 2016).
Figura 7.47: C – D) Fisionomia ao longo do Canal Adutor – Segunda Campanha (Janeiro, 2017).
Figura 7.48: E – F) Antigas estruturas de barramento.
A B
C D
F E
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Figura 7.49: G –H) Antigas estruturas da casa de força.
As figuras abaixo mostram a fisionomia da vegetação nas áreas de Influência do
empreendimento e também na faixa ciliar do Rio Santana.
Figura 7.50: Fisionomia da vegetação nas áreas de influência. Fonte: Construnível, 2015.
Figura 7.51: Faixa da vegetação ciliar. Figura 7.52: Caracterização de antropização
na Área de Influência Direta (AID).
H G
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De acordo com o método de área fixa, onde instalou-se 4 parcelas, foram mensurados
117 indivíduos obtendo como diâmetro médio 13,0 cm e altura média de 6,0 m. Com
os dados analisados é possível descrever as características fitossociológicas do local
através de gráficos com número de indivíduos amostrados e as respectivas famílias
as quais pertencem.
As famílias que mais se destacaram com relação ao número de indivíduos amostrados
foram: Fabaceae (52 árvores), Euphorbiaceae (25 árvores), Cannabaceae (19
árvores), Anacardiaceae (09 árvores), Cecropiaceae (09 árvores) e Burseraceae (03
árvores). A figura abaixo apresenta as principais famílias em relação aos indivíduos
encontrados.
Gráfico 7.23: Famílias com maior número de indivíduos amostrados.
A família que apresentou maior riqueza de espécies neste levantamento foi Fabaceae
(03 espécies). Em seguida Cannabaceae e Euphorbiaceae (02 espécies). As demais
famílias encontradas (50%) apresentaram somente 01 espécie amostrada. O gráfico
abaixo apresenta as principais famílias em relação às espécies encontradas.
52
2519
9 93
0
20
40
60
Famílias com maior número de indivíduos amostrados
Famílias Botânicas
N°
de indiv
iduos
am
ostr
ados
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Gráfico 7.24: Famílias com maior número de espécies amostradas.
De acordo com o levantamento fitossociológico realizado, foi possível analisar que a
vegetação peculiar da região foi bastante degradada, deixando o local com
características distintas da original. Com a construção do empreendimento
hidrelétrico, será necessário o cumprimento das obrigações legais e morais quanto à
manutenção de florestas remanescentes e recuperação de áreas de Preservação
Permanente a níveis inteiramente proporcionais à vegetação retirada para a
construção.
No que diz respeito ao diâmetro das árvores, a maioria dos indivíduos amostrados
encontram-se com valores de diâmetros baixos, sendo que 74,36% dos indivíduos
amostrados possuem no máximo 15 cm de DAP. O gráfico a seguir, apresenta as
classes de diâmetro dos indivíduos amostrados.
3
2 2
1 1 1
0
2
4
Famílias com maior número de espécies amostradas
Famílias Botânicas
N°
de e
spécie
s
am
ostr
adas
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Gráfico 7.25: Classes de diâmetros dos indivíduos amostrados
Na sequência está apresentado o gráfico demonstrando a divisão por classe de altura
de todas as espécies encontradas, podendo ser visualizado que as árvores as quais
apresentam o maior número de indivíduos amostrados concentram-se entre 4,1 a 8 m
de altura.
Gráfico 7.26: Classes de altura dos indivíduos amostrados.
Laudo de Estágio Sucessional
As condições sucessionais de espécies estão presentes em três fases, porém pouco
a pouco alteradas, predominando espécies pioneiras no estágio inicial e espécies
clímax tolerantes à sombra na floresta primária; a diversidade de espécies é crescente
nessa sequência de fases, tanto no estrato da regeneração natural, quanto no estrato
arbóreo superior.
59
28
137 4 6
00
20
40
60
Classes de Diâmetro dos Indivíduos Amostrados
Classes de Diâmetro (m)
N°
de indiv
iduos
encontr
ados
35
64
18
00
40
80
Classes de Altura dos Indivíduos Amostrados
Classes de Altura (m)
Nú
me
ro d
e in
div
idu
os
en
co
ntr
ad
os
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Os processos dinâmicos da vegetação ocorrem com intensidades diferentes, de
acordo com a fase de desenvolvimento. A mortalidade, o ingresso, assim como a
relação ingresso/mortalidade são maiores nos estágios iniciais e diminuem aos
poucos com o desenvolvimento da vegetação.
A Resolução CONAMA nº 30 de 1994 define vegetação primária e secundária nos
estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica, a fim de orientar
os procedimentos de licenciamento de atividades florestais no Estado do Mato Grosso
do Sul. Justifica-se o uso da presente resolução em virtude da vegetação na área de
implantação da CGH Castro encontrar-se sob domínio dos biomas Mata Atlântica e
Cerrado, e não existir nenhuma Resolução para a classificação vegetacional do bioma
Cerrado. Sendo assim a classificação do estágio sucessional da vegetação arbórea
na área de influência direta do empreendimento foi realizada mediante a análise dos
seguintes itens:
A) Estágio Inicial: fisionomia herbáceo/arbustiva; espécies lenhosas ocorrentes
variando entre uma a dez espécies; altura das espécies lenhosas do dossel de
até 10 m, área basal variando entre 7 a 20 m²/ha, distribuição diamétrica variando
até 15 cm. As epífitas são raras, as lianas herbáceas abundantes, lianas
lenhosas ausentes e espécies gramíneas abundantes.
B) Estágio médio: fisionomia arbustiva e/ou arbórea; espécies lenhosas
ocorrentes variando entre 10 e 30 espécies; altura das espécies lenhosas do
dossel variando entre 10 e 18 metros; área basal variando entre 15 e 30 m²/ha;
distribuição diamétrica variando entre 10 e 35 cm. As epífitas são poucas, lianas
herbáceas poucas, lianas lenhosas raras e espécies gramíneas são poucas.
C) Estágio avançado: fisionomia arbórea fechada, tendendo a ocorrer
distribuição contígua de copas, podendo o dossel apresentar ou não árvores
emergentes; espécies lenhosas ocorrentes apresentam número superior a 30; a
amplitude de diâmetro e altura das espécies lenhosas do dossel é superior a 18
m, com área basal (m²/ha) superior a 30 m²/ha, com distribuição diamétrica
variando entre 20 a 50 cm, e média de amplitude do DAP de 30 cm; as epífitas
são abundantes, as lianas herbáceas raras e as lianas lenhosas encontram-se
presentes. As gramíneas são raras.
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Com base nos dados levantados e analise in loco da área, foi possível levantar
características que possibilitaram a classificação da vegetação presente na área do
empreendimento. Contudo é possível concluir que a vegetação predominante na
região do estudo encontra-se em Transição de Estágio Inicial para Estágio Médio
de Regeneração Natural, por apresentar as seguintes características:
Número de espécies lenhosas igual a 10;
Área basal 24,06 estando entre 15 a 30 m²/ha;
Altura média das espécies lenhosas igual a 6,00m, sendo a máxima
encontrada de 12,0m;
Distribuição diamétrica média de 13 cm, sendo a máxima encontrada de
35 cm;
Espécies indicadora encontradas Croton urucurana Baill. (estágio inicial)
e Myracrodruon urundeuva Allemão (estágio médio).
Os parâmetros relevantes para caracterização podem apresentar diferenciações em
função das condições de relevo, clima e solos locais; e do histórico do uso da terra.
Da mesma forma, estes fatores podem determinar a não ocorrência de uma ou mais
espécies indicadoras.
Espécies Ameaçadas
Analisando a Lista Vermelha de Espécies da Flora Brasileira ameaçada de extinção
do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora) foram identificados
indivíduos das espécies Myracrodruon urundeuva e Protium heptaphyllum. A
classificação referente à categoria da espécie encontra-se detalhada abaixo.
Tabela 7.49: Espécies ameaçadas de extinção e respectiva classificação.
Espécie N° de indivíduos Categoria¹
Myracrodruon urundeuva Allemão 09 LC
Protium heptaphyllum 03 DD
¹ LC – Menos preocupante; DD – Dados insuficientes.
Menos preocupante: espécies que no momento não se qualificam como ameaçadas.
São incluídas nesta categoria espécies abundantes e amplamente distribuídas.
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Dados insuficiente: espécies que não possuem informações suficientes para sua
categorização de risco de extinção baseada na distribuição e/ou status populacional.
Uma espécie nesta categoria pode ser bem estudada, mas com deficiência de dados
de abundância e/ou distribuição.
As espécies acima citadas estão presente na lista vermelha, porém suas
classificações não apresentam ameaças in situ das espécies, mesmo assim deverá
ser atendido a legislação vigente. Segundo a Instrução Normativa nº 2 de 25/04/2017
do estado do Mato Grosso do Sul que estabelece o procedimento para apresentação
de medidas mitigatórias e compensatórias de que trata o Artigo 27 da Lei nº
12.651/2012, em seu Artigo 2º inciso III declara que para cada um indivíduo abatido
deve ser efetuado o plantio de 10 mudas da mesma espécie, garantindo com isso a
preservação e perpetuação das espécies.
É importante ressaltar também, que o número mínimo de parcelas utilizadas para este
levantamento fitossociológico, levou em consideração a diversidade florística da área,
através do uso da curva espécie/área, onde o número acumulado de espécies
encontradas em relação ao aumento progressivo da área amostrada foi registrado em
um sistema de eixos coordenados, para a determinação da área mínima de
levantamento.
Assim, a área mínima corresponde ao ponto, onde a curva torna-se praticamente
horizontal, ou seja, um aumento da área de amostragem não implica em um acréscimo
significativo no número de espécies. Conforme pode ser observado no gráfico abaixo,
a partir da segunda parcela, ou de 400 m² de área amostrada, houve uma
estabilização do número de espécies novas encontradas.
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Gráfico 7.27: Classes de altura dos indivíduos amostrados.
Estrutura da Vegetação
A estrutura horizontal permite a determinação da densidade, dominância, frequência
e importância das espécies na floresta e, a estrutura vertical analisa o estágio de
desenvolvimento desta floresta, com base na distribuição das espécies nos diferentes
estratos (LONGHI et al., 2000).
Na tabela abaixo estão apresentados os parâmetros fitossociológicos dos indivíduos
da vegetação amostrada na área diretamente afetada pela CGH Castro, organizada
em ordem decrescente ao IVI.
Tabela 7.50: Parâmetros fitossociológicos das espécies florestais amostradas.
Nome Científico Frequência Densidade Dominância
IVC % IVI (%) Abs. Rel (%) Abs. Rel (%) Abs. Rel (%)
Inga vera Willd. 75 12,00 288 19,66 4,71 27,68 47,34 59,34
Myracrodruon urundeuva Allemão 50 8,00 113 7,69 4,18 24,57 32,26 40,26
Anadenanthera colubrina 50 8,00 175 11,97 2,75 16,14 28,11 36,11
Celtis pubescens 100 16,00 188 12,82 1,20 7,05 19,87 35,87
Cecropia pachystachya Trécul 75 12,00 113 7,69 1,30 7,62 15,32 27,32
Croton urucurana Baill. 75 12,00 113 7,69 1,20 7,05 14,75 26,75
Sebastiania brasiliensis Spreng. 75 12,00 200 13,68 0,00 0,00 13,68 25,68
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze 25 4,00 188 12,82 1,19 6,98 19,80 23,80
Trema micrantha (L.) Blume 75 12,00 50 3,42 0,34 1,98 5,39 17,39
Protium heptaphyllum 25 4,00 38 2,56 0,16 0,93 3,49 7,49
TOTAL 625 100 1463 100 17 100 200 300
0
5
10
15
0 1 2 3 4
Suficiência Amostral
Número de parcelas medidas
N°
de e
spécie
s e
ncontr
adas
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De acordo com os parâmetros fitossociológicos apresentados na tabela abaixo, a
densidade da vegetação foi de 1.463 árvores por hectare. A densidade das espécies
na floresta foi: Inga vera com 288 árvores/ha, Sebastiania brasiliensis com 200
árvores/ha, Celtis pubescens e Mimosa bimucronata com 188 árvores/ha,
Anadenanthera colubrina com 175 árvores/ha, Myracrodruon urundeuva, Cecropia
pachystachya e Croton urucurana com 113 árvores/ha, Trema micranta com 50
árvores/ha e Protium heptaphyllum com 38 árvores/ha. O gráfico a seguir apresenta
as espécies com maior densidade absoluta no remanescente florestal estudado.
Gráfico 7.28: Espécies com maior densidade absoluta.
A espécie florestal que apresentou a melhor distribuição na vegetação estudada foi
Celtis pubescens com 100% de frequência das unidades amostrais. Em seguida com
75% de frequência destacam-se Cecropia pachystachya, Trema micranta, Inga vera,
Sebastiania brasiliensis, Croton urucurana. As espécies Anadenanthera colubrina e
Myracrodruon urundeuva apresentaram valor de 50% para o parâmetro. As demais
espécies Protium heptaphyllum e Mimosa bimucronata representaram valores de
Frequência Absoluta igual a 25%.
288
200 188 188 175
113 113 113
50 38
0
50
100
150
200
250
300
Densid
ade A
bsolu
ta
(Árv
./ha)
DENSIDADE DAS ESPÉCIES FLORESTAIS
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Gráfico 7.29: Espécies florestais com maior distribuição no fragmento florestal estudado.
Conforme demonstrado abaixo, a dominância total absoluta da vegetação foi de 24,07
m²/ha. As espécies apresentaram dominância na floresta de: Sebastiania
brasiliensis com 7,1 m²/ha, Inga vera com 4,7 m²/ha, Myracrodruon urundeuva com
4,2 m²/ha, Anadenanthera colubrina com 2,7 m²/ha, Cecropia pachystachya com 1,3
m²/ha, Croton urucurana, Celtis pubescens e Mimosa bimucronata com 1,2 m²/ha,
Trema micrantha com 0,3 m²/ha e Protium heptaphyllum com 0,2 m²/ha. O gráfico
abaixo apresenta a dominância absoluta das dez (10) espécies na floresta estudada.
Gráfico 7.30: Espécies florestais com maior dominância na floresta estudada.
A tabela seguir mostra a relação entre as 04 unidades amostrais e as espécies
florestais distribuídas nas mesmas. Conforme a tabela é possível analisar que a
100
75 75 75 75 75
50 50
25 25
0
20
40
60
80
100F
requência
Absolu
ta
(%)
FREQUÊNCIA DAS ESPÉCIES FLORESTAIS
7,1
4,7 4
,2
2,7
1,3
1,2
1,2
1,2 0
,3
0,2
0
2
4
6
8
Dom
inância
Absolu
ta
(m²/
ha)
DOMINÂNCIA DAS ESPÉCIES FLORESTAIS
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espécie Cecropia pachystachya (embaúba) pode ser encontrada em todas as
unidades.
Das 10 espécies encontradas, 80% está distribuída na unidade amostral 03, sendo
que ao menos 01 indivíduo aparece na unidade, demonstrando que esta parcela
apresentou maior frequência do que as outras analisadas.
Tabela 7.51: Relação das unidades amostrais e das espécies florestais.
ESPÉCIES
AMOSTRA 01 AMOSTRA 02 AMOSTRA 03 AMOSTRA 04
N° ÁRV. % N° ÁRV. % N° ÁRV. % N° ÁRV. %
Anadenanthera colubrina 13 33% - - - - 1 4%
Cecropia pachystachya Trécul 1 3% 6 17% 1 5% 2 9%
Celtis pubescens - - 9 26% 3 15% 2 9%
Croton urucurana Baill. - - 4 11% 2 10% 3 13%
Inga vera Willd. - - 11 31% 4 20% 8 35%
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze 15 38% - - - - - -
Myracrodruon urundeuva Allemão 7 18% - - - - 2 9%
Protium heptaphyllum 3 8% - - - - - -
Sebastiania brasiliensis Spreng. - - 4 11% 8 40% 4 17%
Trema micrantha (L.) Blume - - 1 3% 2 10% 1 4%
TOTAL 39 100 35 100 20 100 23 100
As espécies no remanescente florestal estudado apresentaram os seguintes valores
para o Índice de Valor de Importância: Sebastiania brasiliensis (IVI: 18,33%), Inga
vera (IVI: 17,08%), Celtis pubescens (IVI: 11,27%), Myracrodruon urundeuva (IVI:
11,02%), Anadenanthera colubrina (IVI: 10,46%), Cecropia pachystachya (IVI:
8,36%), Croton urucurana (IVI: 8,23%), Mimosa bimucronata (IVI: 7,25%), Trema
micrantha (IVI: 5,61%) e Protium heptaphyllum (IVI: 2,41%).
O índice de diversidade Shannon (H´) para as espécies encontradas na área de
implantação da CGH Castro, gerou um valor de 2,30 nats/ind. A diversidade florística
registrada neste estudo foi semelhante à observada em outros estudos realizados em
comunidades lenhosas do cerrado com valores de 2,8 nats/ind (SANTOS-DINIZ et al.,
2012) e 2,79 nats/ind (UHLMAN et al., 1998) sendo possível comprovar uma baixa
diversidade de espécies na área de estudo. O índice de Equabilidade de Pielou
pertence ao intervalo [0,1], onde 1 representa a máxima diversidade, ou seja, todas
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as espécies são igualmente abundantes (MAGURRAN, 1988). Para o presente estudo
o índice encontrado na área foi de 0,41, mostrando que o local apresenta uma co-
dominância ecológica.
Na figura abaixo é possível analisar a localização de cada unidade amostral, com as
devidas coordenadas geográficas, podendo também ser destacada a espécies a qual
apresentou o maior IVI, sendo esta a Sebastiania brasiliensis (leiteiro). A escolha dos
pontos amostrais priorizou as áreas onde possivelmente haverá supressão, bem como
onde há uma maior ocorrência de indivíduos para melhor representatividade do
fragmento vegetacional e ainda visando abranger os diferentes locais de estruturas.
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Figura 7.53: Características do estudo no empreendimento CGH Castro.
Bioma: Cerrado e Mata Atlântica
Caracterização da cobertura vegetal: levantamento rápido e parcelas de área fixa
Área das unidades: 200 m²
Localidade: Rio Santana
Município: Paranaíba - MS
1ª Campanha: 08 a 09 de setembro de 2016
2ª Campanha: 18 a 20 de janeiro de 2017
Barramento
Barramento
UNIDADE AMOSTRAL 04:
Área alagada
CGH CASTRO
UNIDADE AMOSTRAL 01:
Coordenadas Geográficas: Latitude: 19°42'37.82"S | Longitude: 51° 8'32.64"OCasa de Força
Coordenadas Geográficas: Latitude: 19°42'45.83"S | Longitude: 51° 8'41.84"O
Espécie com maior IVI - Sebastiania brasiliensis Spreng.
Croqui de Localização: Google Earth, 2017.
UNIDADE AMOSTRAL 02:
UNIDADE AMOSTRAL 03:
Coordenadas Geográficas: Latitude: 19°42'46.18"S | Longitude: 51° 8'40.43"O
Coordenadas Geográficas: Latitude: 19°42'55.98"S | Longitude: 51° 8'38.09"O
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7.2.1.1 Relatório Fotográfico
Figura 7.54: Fisionomia da vegetação na Área Diretamente Afetada (ADA).
Com o imenso território e pela grande variação de ecossistemas, o Brasil é
considerado o país com o maior patrimônio de biodiversidade mundial, sendo o
Cerrado um dos hotspots mundiais de biodiversidade.
O bioma Cerrado é considerado o segundo maior bioma brasileiro (ocupa cerca de
23% do território nacional), representando 30% da diversidade do Brasil, o que o torna
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uma das ecorregiões mais importantes do país, tendo, entre outras, a característica
de apresentar um mosaico de vegetação que vai desde plantas lenhosas até
herbáceas, tornando-se assim uma região peculiar e muito diversificada
fisionomicamente (RIBEIRO & WALTER, 1998 apud PAGOTTO & SOUZA, 2006).
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, no bioma ocorrem cerca de 199
espécies de mamíferos, 837 espécies de aves, 1200 espécies de peixes, 180 de
répteis e 150 de anfíbios. Em estudo recente realizado pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade, verificou-se que o Cerrado possui 307 espécies
ameaçadas e 123 espécies endêmicas ameaçadas de extinção no bioma (ICMBIO,
2016).
Os estudos para a caracterização da fauna local visaram avaliar os principais grupos
de fauna silvestre (avifauna, herpetofauna, mastofauna e ictiofauna) através da
Autorização Ambiental – AA nº 027/2016, emitida pelo IMASUL. As amostragens
foram realizadas no período de 30 de novembro a 02 de dezembro de 2016, e de 18
a 20 de janeiro de 2017. Ambas as campanhas foram realizadas no período
compreendido como estação chuvosa, porém, a primeira campanha apresentou
características de estação seca, com período de estiagem, o que pode diferenciar as
duas campanhas.
Avifauna
Nas últimas décadas, tornou-se frequente os estudos com a avifauna em ambientes
naturais para avaliação e monitoramento de qualidade ambiental. Autores indicam a
adequação das aves como ferramenta de trabalho para avaliação de ambientes por
apresentarem as seguintes características: 1) as espécies são primordialmente
diurnas, detectáveis pela visualização ou pelos cantos específicos; 2) grande parte
das espécies já foi catalogada cientificamente; 3) existem sistemas de trabalho em
campo padronizados em escala global; 4) as aves têm seu papel nos ecossistemas
relativamente bem compreendido (ANTAS; ALMEIDA, 2003); 5) são sensíveis
indicadores das condições dos ecossistemas, principalmente os florestais, porque
cada espécie de ave possui seu próprio requisito de território e habitat, além de
ocuparem muitos nichos ecológicos e tróficos das florestas (TOLEDO, 1993;
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ALMEIDA; ALMEIDA, 1998); 6) por possuírem exigências específicas de
sobrevivência, há espécies que se beneficiam e outras que são prejudicadas pelas
alterações ambientais (DAJOZ, 2005; ATCHINSON & RODEWALD, 2006).
São vários os fatores ambientais que influenciam o número e a composição de
espécies de aves de um local, bem como são muitas as modificações sobre o
ambiente provocadas pela fragmentação (ANJOS; GIMENES, 2003). A degradação
provocada pelo homem influencia diretamente esses ecossistemas reduzindo
drasticamente a vegetação existente, tornando assim os sítios de reprodução
pequenos para espécies animais que necessitam de um ambiente mais amplo para
sua sobrevivência. Segundo Sick (2001), não é possível preservar a avifauna
oferecendo-lhes apenas sobras de habitat.
Desta forma, o conhecimento da estrutura da comunidade avifaunística, sua biologia
e ecologia, permite inferir hipóteses sobre sua resposta diante de determinadas ações
humanas e pode subsidiar ações de manejo e conservação de ecossistemas (ANJOS,
1998; SILVA, 1998).
7.2.1.4.1 Metodologia para amostragem da avifauna
As amostragens foram realizadas através de método qualitativo e não-interventivo,
que consiste em percorrer transectos nas áreas de influência do empreendimento
registrando em planilha todas as espécies de aves, independente da forma de contato
(visual e/ou auditiva).
O transecto pode ser definido como uma faixa amostral de uma comunidade com
comprimento e largura variáveis – a serem definidos de acordo com o interesse do
pesquisador. Tal método é indicado para ambientes heterogêneos, uma vez que
possibilita ao pesquisador ajustar o tamanho e a localização da transecção, de modo
a incorporar todos os habitats do local. O uso de transectos é extremamente útil em
pesquisas que visem caracterizar áreas ecotonais ou áreas em diferentes estádios
sucessionais (BROWER; ZAR, 1984). Millikin (1988) ainda defende que os transectos
lineares permitem contatos duradouros e, se traçados de forma correta, podem incluir
os principais habitats da área de estudo com mínimo tempo percorrido e máximo
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tempo de registro, possibilitando assim observações ao longo de cada transecto em
um mesmo período de atividade das aves.
O levantamento da avifauna ocorreu nas primeiras horas da manhã e nas últimas
horas da tarde, momento de maior atividade das aves, pelo período de
aproximadamente 8 horas/dia, totalizando 48 horas/campo/homem de amostragem.
Para o registro dos contatos visuais foram utilizados binóculos Nautika (8x40 mm),
além de gravador de voz Powerpack (DVR 2928N) para registro dos contatos
auditivos. As seguintes referências foram utilizadas para auxiliar na identificação das
aves: Sick (1997) e Sigrist (2009).
Para determinar o habitat preferencial das espécies foi considerado o proposto por
Sick (1997) (tabela a seguir).
Tabela 7.52: Categorias de habitat da avifauna.
Categorias Habitat
Florestal - FLO Espécie que ocorre no interior de áreas florestadas, evitando habitar locais desmatados e abertos.
Áreas abertas - AA Espécie generalista que habita o campo e locais que sofreram alguma forma de degradação.
Borda de mata – BOR Espécie que habita ambientes florestados, porém também pode ser encontrada em locais com vegetação degradada.
Lagos, rios e banhados - LRB Espécie que ocorre em lagos, rios ou banhados.
Fonte: SICK (1997).
As espécies registradas foram distribuídas em sete grupos ecológicos distintos
baseados em hábitos alimentares. A dieta predominante das aves foi determinada de
acordo com revisão bibliográfica de Motta-Júnior (1990), Sick (1997), Krügel e Anjos
(2000) e Scherer et al. (2005). A divisão de categorias tróficas foi baseada em Krügel
e Anjos (2000) e Scherer et al. (2005) (tabela a seguir).
Tabela 7.53: Categorias de guilda trófica da avifauna.
Categorias Guilda trófica
Nectarívoro – NEC Alimentação composta em sua maior parte por néctar.
Granívoro – GRA Alimentação composta em sua maior parte por grãos.
Frugívoro – FRU Alimentação composta principalmente por frutos.
Insetívoro – INS Alimentação composta por insetos.
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Onívoro – ONI Dieta mista que pode incluir sementes, frutas, folhas, flores, brotos, néctar, invertebrados e pequenos vertebrados.
Carnívoro - CAR Alimentação composta por pequenos e médios vertebrados.
Detritívoro – DET Alimentação composta principalmente por carcaças animais.
Piscívoro - PIS Alimentação composta por peixes.
Fonte: MOTTA-JÚNIOR (1990), SICK (1997), KRÜGEL e ANJOS (2000) e SCHERER et al. (2005).
7.2.1.4.2 Resultados
Para o levantamento de espécies ocorrentes na área de influência indireta do
empreendimento foi realizada consulta em referenciais bibliográficos disponíveis
buscando dados obtidos em locais de mesma fitofisionomia encontrada no local de
estudo, a qual resultou na lista apresentada a seguir. O estudo ainda sugere algumas
informações importantes sobre a ecologia das espécies, as quais também estão
compiladas na tabela apresentada.
Tabela 7.54: Avifauna registrada para a área de influência indireta do empreendimento.
Ordem Família Espécie Importância
econômica e/ou ecológica
RHEIFORMES Rheidae Rhea americana 1
TINAMIFORMES Tinamidae Crypturellus undulatus 1,2
Crypturellus parvirostris 1,2
Rhynchotus rufescens 1,2
Nothura maculosa 1,2
ANSERIFORMES Anatidae Dendrocygna viduata 3
Dendrocygna autumnalis 3
Cairina moschata 4
Amazonetta brasiliensis 4
GALLIFORMES Cracidae Crax fasciolata 1,2
CICONIIFORMES Ciconiidae Mycteria americana 3
PELECANIFORMES Ardeidae Tigrisoma lineatum -
Butorides striata -
Bubulcus ibis 4
Ardea alba 3
Syrigma sibilatrix -
Pilherodius pileatus -
Egretta thula -
Threskiornithidae Mesembrinibis cayennensis 4
Theristicus caudatus -
Platalea ajaja 3
CATHARTIFORMES Cathartidae Cathartes aura -
Coragyps atratus -
ACCIPITRIFORMES Accipitridae Circus buffoni -
Heterospizias meridionalis -
Urubitinga urubitinga -
Empreendedor:
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Ordem Família Espécie Importância
econômica e/ou ecológica
Rupornis magnirostris -
FALCONIFORMES Falconidae Ibycter americanus -
Caracara plancus -
Milvago chimachima 5
Falco sparverius -
Falco femoralis -
GRUIFORMES Rallidae Aramides cajaneus -
CARIAMIFORMES Cariamidae Cariama cristata -
CHARADRIIFORMES Charadriidae Vanellus chilensis -
COLUMBIFORMES Columbidae Columbina minuta -
Columbina talpacoti -
Columbina squammata -
Columba livia 6
Patagioenas picazuro 3
Patagioenas cayennensis -
Zenaida auriculata -
Leptotila verreauxi -
Leptotila rufaxilla -
PSITTACIFORMES Psittacidae Ara ararauna 7
Ara chloropterus 7
Orthopsittaca manilatus 7
Diopsittaca nobilis 7
Psittacara leucophthalmus 7
Eupsittula aurea 7
Forpus xanthopterygius 7
Brotogeris chiriri 7
Pionus maximiliani 7
Amazona amazonica 7
Amazona aestiva 7
CUCULIFORMES Cuculidae Piaya cayana -
Crotophaga ani -
Guira guira -
Tapera naevia -
STRIGIFORMES Tytonidae Tyto furcata -
Strigidae Glaucidium brasilianum -
Athene cunicularia -
CAPRIMULGIFORMES Caprimulgidae Hydropsalis albicollis -
Chordeiles nacunda 3
APODIFORMES Trochilidae Phaethornis pretrei -
Eupetomena macroura -
Anthracothorax nigricollis 3
Amazilia fimbriata -
TROGONIFORMES Trogonidae Trogon surrucura -
CORACIIFORMES Alcedinidae Chloroceryle americana -
Momotidae Momotus momota -
GALBULIFORMES Galbulidae Brachygalba lugubris -
Galbula ruficauda -
Bucconidae Monasa nigrifrons -
Chelidoptera tenebrosa -
PICIFORMES Ramphastidae Ramphastos toco 2
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Ordem Família Espécie Importância
econômica e/ou ecológica
Pteroglossus castanotis 2
Picidae Picumnus albosquamatus -
Melanerpes candidus -
Veniliornis passerinus -
Colaptes melanochloros -
Colaptes campestris -
Campephilus melanoleucos -
Dryocopus lineatus -
PASSERIFORMES Thamnophilidae Dysithamnus mentalis -
Thamnophilus doliatus -
Thamnophilus torquatus -
Thamnophilus pelzelni -
Taraba major -
Dendrocolaptidae Campylorhamphus trochilirostris 2
Lepidocolaptes angustirostris 2,8
Furnariidae Furnarius rufus -
Phacellodomus ruber -
Pipridae Pipra fasciicauda -
Antilophia galeata 8
Rhynchocyclidae Phylloscartes ventralis -
Todirostrum cinereum -
Poecilotriccus latirostris -
Hemitriccus margaritaceiventer -
Tyrannidae Camptostoma obsoletum -
Elaenia flavogaster -
Casiornis rufus -
Myiarchus ferox -
Pitangus sulphuratus -
Philohydor lictor -
Machetornis rixosa -
Megarynchus pitangua -
Myiozetetes cayanensis 3
Myiozetetes similis 3
Tyrannus albogularis 3
Tyrannus melancholicus 3
Tyrannus savana 3
Empidonomus varius 3
Pyrocephalus rubinus 3
Fluvicola albiventer -
Arundinicola leucocephala 4
Gubernetes yetapa 3
Xolmis cinereus 3
Xolmis velatus 3
Vireonidae Cyclarhis gujanensis -
Corvidae Cyanocorax cristatellus 8
Cyanocorax cyanopogon -
Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca 3
Stelgidopteryx ruficollis 3
Progne tapera 3
Progne chalybea 3
Tachycineta albiventer 3
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Ordem Família Espécie Importância
econômica e/ou ecológica
Troglodytidae Cantorchilus leucotis -
Donacobiidae Donacobius atricapilla -
Polioptilidae Polioptila dumicola -
Turdidae Turdus rufiventris -
Turdus leucomelas -
Turdus amaurochalinus 3
Mimidae Mimus saturninus -
Thraupidae Saltator maximus 8
Saltatricula atricollis 8
Cypsnagra hirundinacea -
Lanio cucullatus -
Lanio penicillatus -
Tangara sayaca -
Tangara palmarum -
Tangara cayana -
Dacnis cayana -
Hemithraupis guira -
Porphyrospiza caerulescens -
Sicalis flaveola 7
Emberizoides herbicola -
Volatinia jacarina 3
Sporophila caerulescens 3
Charitospiza eucosma -
Passerellidae Zonotrichia capensis -
Ammodramus humeralis 4
Arremon taciturnus -
Cardinalidae Piranga flava -
Parulidae Myiothlypis flaveola -
Icteridae Cacicus haemorrhous -
Icterus cayanensis -
Gnorimopsar chopi 7
Pseudoleistes guirahuro -
Molothrus bonariensis 4
Sturnella superciliaris 3
Fringillidae Euphonia chlorotica -
Passeridae Passer domesticus 6
Legenda: (1) espécie cinegética; (2) bioindicadora; (3) migratória intracontinental; (4) nômade; (5) controle de parasitas em bovinos; (6) exótica; (7) visada para tráfico; (8) endêmica do cerrado. Fonte: ROCHA et al. (2015).
Através das metodologias utilizadas para o levantamento primário das espécies da
avifauna na área de influência direta, pode-se chegar a um total de 64 espécies
registradas, pertencentes a 18 ordens e 32 famílias. Esta riqueza equivale a 7,65%
das espécies com ocorrência no estado do Mato Grosso do Sul. A relação de espécies
registradas, juntamente com aspectos ecológicos específicos é apresentada a seguir.
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Tabela 7.55: Lista da avifauna registrada na área de influência do empreendimento.
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TINAMIFORMES
Tinamidae
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó x x x x LC - - bor gra a
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) perdiz x x x x LC - - aa ins a
ANSERIFORMES
Anatidae
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) pé-vermelho x x x LC - - lbr oni av
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato x x x LC - - lbr oni v
GALLIFORMES
Cracidae
Penelope superciliaris Temminck, 1815 jacupemba x x x LC CR CR bor fru a
Crax fasciolata Spix, 1825 mutum-de-penacho x x x x VU CR CR bor oni av
SULIFORMES
Phalacrocoracidae
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) biguá x x LC - - lbr pis v
PELECANIFORMES
Ardeidae
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira x x x LC - - aa ins v
Threskiornithidae
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca x x x LC - - aa ins av
CATHARTIFORMES
Cathartidae
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha x x LC - - aa det v
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta x x x LC - - aa det v
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Táxon Nome comum
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ACCIPITRIFORMES
Accipitridae
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó x x LC - - bor car av
CHARADRIIFORMES
Charadriidae
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero x x x LC - - aa ins av
COLUMBIFORMES
Columbidae
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa x x x LC - - bor gra av
Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou x x LC - - aa oni av
Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-picui x x LC - - aa oni v
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) pombão x x x LC - - bor gra a
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando x x x LC - - aa gra av
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu x x x LC - - flo oni a
CUCULIFORMES
Cuculidae
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto x x x LC - - aa car av
Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco x x x LC - - aa car av
STRIGIFORMES
Strigidae
Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato x x LC - - bor ins a
Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira x x x LC - - aa car v
APODIFORMES
Trochilidae
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Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) besourinho-de-bico-vermelho
x x LC - - bor nec v
CORACIIFORMES
Alcedinidae
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno x x x LC - - lbr pis av
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande x x LC - - lbr pis av
GALBULIFORMES
Momotidae
Momotus momota (Linnaeus, 1766) udu-de-coroa-azul x x LC - - flo ins av
Bucconidae
Monasa nigrifrons (Spix, 1824) chora-chuva-preto x x LC - - flo ins v
PICIFORMES
Ramphastidae
Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu x x x LC - - aa fru v
Pteroglossus castanotis Gould, 1834 araçari-castanho x x x x LC - - aa fru av
Picidae
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca x x LC flo ins v
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado x x x LC - - bor ins v
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo x x x LC - - aa ins a
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho-anão x x LC - - aa ins v
FALCONIFORMES
Falconidae
Caracara plancus (Miller, 1777) caracará x x x LC - - aa oni av
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro x x x LC - - aa oni av
PSITTACIFORMES
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Psittacidae
Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé x x x LC - - aa fru av
Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) maracanã-pequena x x x x LC - - aa fru av
Psittacara leucophthalmus (Statius Muller, 1776)
periquitão-maracanã x x x LC - - aa fru av
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) choca-barrada x x x LC - - bor ins v
Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 choca-da-mata x x x LC - VU bor ins a
Furnariidae
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro x x x LC - - aa ins a
Tyrannidae
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi x x x LC - - aa ins av
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri x x x LC - - bor ins av
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha x x - LC - - bor oni a
Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesourinha x x x LC - - aa ins v
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari x x x LC - - bor ins a
Corvidae
Cyanocorax cristatellus (Temminck, 1823) gralha-do-campo x x x LC - - bor oni av
Hirundinidae
Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo x x x x LC - - aa ins a
Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-doméstica-grande
x x x x LC - - aa ins v
Troglodytidae
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BIO
Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra x x x LC - - aa ins a
Turdidae
Turdus rufiventris Vieillot, 1818 sabiá-laranjeira x x x LC - - aa ins av
Mimidae
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo x x x LC - - aa oni av
Icteridae
Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) tecelão x x x LC - - flo oni a
Icterus pyrrhopterus (Vieillot, 1819) encontro x x LC - - flo oni v
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) vira-bosta x x x LC - - aa oni v
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna x x x LC - - bor oni av
Thraupidae
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento x x x LC - - aa fru av
Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu-preto x x LC - - aa fru av
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho x x x x LC - - aa gra a
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra x x x LC - - aa gra av
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu x x x LC - - aa gra a
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha x x LC - - bor fru v
Fringillidae
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim x x x LC - - flo fru av
Legenda: LC – pouco preocupante; CR – crítico; EM – em perigo; VU – vulnerável; aa - áreas abertas; flo - florestal; bor - borda de mata; oni - onívoro; gra – granívoro; fru – frugívoro; ins – insetívoro; car – carnívoro; nec – nectarívoro; det – detritívoro; pis – piscívoro; a – auditivo; v – visual; av – auditivo e visual.
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As famílias registradas com maior número de espécies foi Columbidae e Thraupidae,
com seis espécies cada, seguidos de Picidae, Tyrannidae e Icteridae, com quatro
espécies cada.
Gráfico 7.31: Famílias registradas na área de influência do empreendimento.
As guildas tróficas da avifauna registrada que apresentaram maior riqueza de
espécies foram as insetívoras (34,4%), seguida das aves onívoras (23,4%) e
frugívoras (15,6%).
Gráfico 7.32: Guildas tróficas da avifauna registrada na área de influência do empreendimento.
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A estrutura trófica da avifauna foi similar ao padrão encontrado por outros autores em
áreas perturbadas (ARGEL-DE-OLIVEIRA, 1995; SCHERER et al., 2005; TELINO et
al., 2005; VALADÃO et al., 2006), com predomínio de insetívoros e onívoros.
Espécies insetívoras e onívoras geralmente conseguem aproveitar os recursos
fornecidos por ambientes alterados, já que habitats abertos associados a culturas
diversas podem favorecer aves que se alimentam de insetos ou recursos diversos,
tais como grãos e outras sementes. A predominância de hábito alimentar insetívoro
pode indicar um ambiente mais alterado (ALMEIDA, 1982). A importância de espécies
insetívoras está no controle biológico que elas exercem para manter o equilíbrio do
ambiente onde frequentam. (VOLPATO et al., 2009). Já as espécies onívoras são
favorecidas pela presença da borda florestal e pela heterogeneidade proporcionada
pelos ambientes perturbados (ANJOS, 1990; ALEIXO, 2001), onde conseguem obter
grande variedade de alimento (D’ANGELO NETO et al., 1998).
Embora a alta degradação do local, obteve-se um representativo registro de espécies
frugívoras. Espécies desta guilda trófica possuem íntima relação com espécies
vegetais, principalmente árvores frutíferas, o que denota que o ambiente pode ofertar
recursos de subsistência que estes seres precisam. Importante também mencionar a
ocorrência de frugívoros de médio porte, representantes da família Psittacidae. Estas
aves em geral dependem de um ambiente mais conservado para poderem sobreviver
e encontrarem os alimentos de que precisam (SICK, 1997). Este fato pode ser um
indicativo de que a área amostral ainda está apresentando condições ambientais de
sustentar espécies com maiores exigências ecológicas. Porém, deve-se levar em
consideração a grande área de vida da avifauna, podendo estes terem sido encontros
ocasionais, em momentos de forrageio ou deslocamento.
A categoria de habitat com maior riqueza de espécies foi áreas abertas (54,7%). Em
segundo lugar se tem as categorias de borda de mata (26,6%). Espécies de ambiente
florestal e de lagos, rios e banhados obtiveram menor representatividade (10,9% e
7,8%, respectivamente). A maior representatividade das espécies em habitat alterado
demonstra a descaracterização dos ambientes disponíveis para a avifauna.
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Gráfico 7.33: Habitat da avifauna registrada na área de influência do empreendimento.
Habitats florestais, devido à sua complexidade e estrutura de vegetação, fornecem
uma maior possibilidade de microambientes a seres explorados e, consequentemente,
estão relacionados a uma maior diversidade de avifauna. A elevada riqueza de aves
de áreas abertas em relação às florestais é um indicativo de ambiente alterado, pois
as aves de áreas abertas em geral são mais adaptadas aos ambientes alterados,
sofrendo menos com as modificações de habitat (SICK, 1997).
Em torno de 80% das espécies (somando espécies de habitat de borda de mata e
áreas abertas) exploram habitats que ficam mais evidentes em paisagens alteradas,
sendo espécies de baixa sensibilidade ambiental. Tais espécies podem ser
representadas por aquelas chamadas de sinantrópicas, ou seja, geralmente
associadas a ambientes urbanos ou com alto grau de alteração tais como Theristicus
caudatus, Zenaida auriculata, Pitangus sulphuratus, Fumarius rufus e Troglodytes
musculus. A presença dessas espécies decorre da expansão das áreas abertas
devido a atividades antrópicas, o que tem beneficiado diferentes grupos de animais
devido à redução de predadores e competidores e também ao aumento de áreas de
nidificação para espécies que se reproduzem em áreas abertas.
Relacionando os parâmetros guildas tróficas e habitat preferencial verifica-se que a
maioria das guildas ocorrem em ambientes abertos, pois estes ambientes oferecem
uma maior variedade de alimentos, principalmente as insetívoras, o que corrobora a
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informação de que aves desta categoria trófica são mais generalistas quanto ao
habitat, pois sua alimentação é facilitada nos diversos ambientes. De acordo com
Willis (1979), alterações ambientais possivelmente podem levar a uma tendência de
aumento de aves insetívoras menos especializadas.
Tabela 7.56: Contingência da relação entre estrutura trófica e habitat preferencial da avifauna registrada na área do empreendimento.
Categoria trófica
Habitat preferencial
Áreas abertas Borda de mata Florestal Lagos, rios e
banhados
Carnívoro 3 1 0 0
Frugívoro 7 2 1 0
Granívoro 4 3 0 0
Insetívoro 13 6 3 0
Nectarívoro 0 1 0 0
Onívoro 6 4 3 2
Detritívoro 2 0 0 0
Piscívoro 0 0 0 3
A formação de uma comunidade de aves é decorrente do processo evolutivo, em que
cada espécie é dependente de certas características da vegetação e das interações
biológicas que determinam onde ela poderá existir (MACARTHUR & WHITMORE,
1979). Esse processo classifica as aves de acordo com seus hábitos, se generalistas
ou especialistas, sendo isso também uma característica bioindicadora do ambiente.
No levantamento primário foram classificadas, por suas características ecológicas, 21
especialistas e 43 generalistas. Através desta informação pode-se inferir que a
dominância de espécies generalistas se dá pela grande descaracterização do habitat
natural no local estudado, além da proximidade de áreas antropizadas, o que favorece
a ocorrência de espécies que se adaptam à disponibilidade de recursos para sua
subsistência.
O Cerrado se caracteriza como o terceiro maior bioma em riqueza de aves, sendo que
das 837 espécies registradas, 36 são endêmicas e 48 estão em algum nível de
ameaça.
Foram identificadas no estudo com algum grau de ameaça as espécies Penelope
superciliaris (Temminck, 1815) e Crax fasciolata (Spix, 1825), consideradas em estado
crítico pelo MMA e ICMBIO, sendo a segunda também classificada como vulnerável
pela IUCN, e Thamnophilus caerulescens (Vieillot, 1816), considerada como
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vulnerável pelo ICMBIO. Em relação ao endemismo foi identificada a espécie
Cyanocorax cristatellus (Temminck, 1823).
Avaliando os resultados obtidos no levantamento da avifauna, pode-se inferir que o
grupo no local de estudo apresenta uma alteração em sua composição original. Sabe-
se que a perda e a fragmentação de habitat representam as principais ameaças para
a avifauna. Historicamente este fato vem ocorrendo há décadas na região, em função
da colonização do município e das atividades agropecuárias. O ambiente no local
proposto para o empreendimento é bastante descaracterizado pelas áreas utilizadas
para agropecuária e também pela antropização na área urbana, visto que está
localizado a uma curta distância da sede do município e também da principal rodovia
de acesso a ele.
Dessa forma, todas as espécies registradas já se apresentam adaptadas ao ambiente
atual, ou seja, a avifauna local já se apresenta em harmonia ao habitat. Assim, pode-
se dizer que o local ainda oferece boas condições para a comunidade de aves mais
adaptada a estes tipos de habitat, oferecendo subsídio para a sobrevivência das
espécies.
Mesmo acarretando alguns impactos relevantes sobre a avifauna, as medidas
mitigadoras e programas ambientais os compensarão, visto que serão realizadas
melhorias nas áreas de preservação permanente, por exemplo, além dos programas
de monitoramento e resgate.
O cumprimento da legislação ambiental brasileira no que tange a conservação das
áreas de preservação permanente (APPs) e a recuperação de matas ciliares pode
contribuir para a conservação de espécies que dependem do habitat florestal, servindo
ainda como abrigo e locais para reprodução de espécies que habitam ambientes
abertos.
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7.2.1.4.3 Registro fotográfico
Figura 7.55: Athene cunicularia (Molina, 1782).
Figura 7.56: Theristicus caudatus (Boddaert, 1783).
Figura 7.57: Monasa nigrifrons (Spix, 1824). Figura 7.58: Phalacrocorax brasilianus
(Gmelin, 1789).
Figura 7.59: Psittacara leucophthalmus (Statius Muller, 1776).
Figura 7.60: Tangara sayaca (Linnaeus, 1766).
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Figura 7.61: Ramphastos toco (Statius Muller, 1776).
Figura 7.62: Ara ararauna (Linnaeus, 1758).
Figura 7.63: Columbina talpacoti (Temminck, 1811).
Figura 7.64: Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758).
Figura 7.65: Nemosia pileata (Boddaert, 1783).
Figura 7.66: Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788).
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Figura 7.67: Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766).
Figura 7.68: Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764).
Figura 7.69: Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766).
Herpetofauna
A herpetofauna é considerada um grupo bioindicador devido à sua alta sensibilidade
diante de perturbações ambientais e também devido à sua restrição de habitat
utilizado (MAESTRI et al., 2011). Devido à sua baixa mobilidade, requerimentos
fisiológicos e especificidade de habitat, anfíbios e répteis são considerados modelos
ideais para estudos sobre os efeitos da fragmentação (SILVANO et al., 2003).
A modificação de habitat, sem dúvida, é a mais documentada causa do constante
declínio das populações de anfíbios, pois reduz sua diversidade e abundância nas
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áreas afetadas (ROSS; STEPHEN, 1999). As mudanças climáticas globais (CAREY;
ALEXANDER, 2003), a substituição da vegetação original por áreas de pastagem ou
monocultura, a perda e a descaracterização de ambientes pelo homem
(desenvolvimento urbano, desmatamento, drenagens de banhados), as alterações na
qualidade ambiental, decorrentes da utilização de pesticidas e fertilizantes, a poluição
das águas (DUELLMAN; TRUEB, 1994), a introdução de espécies exóticas, o avanço
da fronteira agrícola, da mineração e o aumento na intensidade de raios ultravioleta
devido a destruição da camada de ozônio (BLAUSTEIN et al., 2003) são agentes
observados como causadores deste declínio.
Atualmente são descritas 7.383 espécies de anfíbios no mundo (FROST, 2015) e no
Brasil há o registro de 1.080 espécies (SEGALLA et al., 2016). O Cerrado apresenta
141 espécies de anfíbios, sendo 42 endêmicas.
Consideram-se esses animais de extrema importância para o equilíbrio da natureza,
visto que a maioria tem hábitos alimentares insetívoros, e assim controlam a
população de pragas, de insetos e de outros animais invertebrados, além de servirem
de presa para muitas espécies de répteis, aves e mamíferos, com evidente
importância na cadeia alimentar (WOEHL, 2006).
Os répteis em sua maioria são especialistas em habitat, sendo que a grande maioria
de espécies de florestas tropicais brasileiras que não conseguem sobreviver em
ambientes alterados como pastos, plantações de diversos tipos e até de florestas
monoespecíficas para extração de madeira e celulose, como eucaliptais e pinheirais.
Por outro lado, algumas espécies parecem se beneficiar da alteração de habitat pela
ação humana, como é o caso da cascavel (MARQUES et al., 2004).
Existem no mundo cerca de 10.178 espécies de répteis (UETZ; HOSEK, 2015), das
quais 773 são registradas no Brasil, sendo 374 endêmicas (COSTA e BÉRNILS,
2015). No bioma Cerrado são registradas mais de 150 espécies, sendo 5 espécies de
crocodilianos, 10 de tartarugas, 16 de anfisbenas (oito endêmicas), 47 de lagartos (12
endêmicas) e 107 espécies de serpentes (11 endêmicas) (CARDOSO, 1998; COLLI
et al., 2002 apud PAGOTTO & SOUZA, 2006).
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São vários os fatores de ameaça para os répteis, podendo citar como principal causa
do declínio das populações a perda e fragmentação de habitat e interferências por
parte do homem no habitat natural para uso agrícola, criação de gado e construções
civis. As espécies que mais sofrem com esse tipo de ameaça são as mais comuns de
serem observadas, como os lagartos e as serpentes (RODRIGUES, 2005).
7.2.1.5.1 Metodologia para a amostragem da herpetofauna
O estudo da herpetofauna desenvolveu-se no período diurno, nos horários mais
quentes do dia para répteis e anfíbios (4 horas/campo) e no período noturno, para
anfíbios (2 horas/campo), totalizando 36 horas/campo entre campanhas. A área de
estudo compreende a área de influência direta, além de registros esporádicos na área
de influência indireta.
De acordo com Zanela et al. (2013) as maiores abundâncias de anfíbios são
encontradas quando as temperaturas mínimas são maiores. Como em anfíbios, os
répteis também são encontrados com maior abundância em períodos de maiores
temperaturas, visto que são animais ectotérmicos. Todos os métodos utilizados foram
escolhidos a fim de propiciar maior chance de encontro com os animais. Estes foram
determinados de forma a contemplar diversos ambientes em diferentes estratos e
formações, sendo selecionadas as metodologias descritas a seguir.
7.2.1.5.1.1 Revisão de literatura
Foram direcionados esforços através de consulta de dados secundários em artigos
científicos publicados em revistas e/ou periódicos eletrônicos, bem como relatórios
e/ou inventários disponíveis de outros órgãos e empreendimentos próximos. Este
levantamento fornece uma listagem básica das espécies já registradas ou de possível
ocorrência na região do empreendimento, além de informações de fitofisionomias que
apresentam aspectos ecológicos semelhantes à região de estudo.
7.2.1.5.1.2 Busca ativa
Realizou-se busca ativa por indivíduos em fases larvais (anfíbios) ou adultos,
investigando os microambientes potencialmente ocupados por estes animais. Tal
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metodologia foi aplicada durante o dia e à noite em ambientes aquáticos como as
margens dos arroios, açudes e banhados, bem como ambientes florestados, onde
foram vasculhados troncos, epífitas, rochas e serapilheira.
Também foram percorridos trechos sendo registradas as espécies em atividade de
vocalização (exclusivo para anfíbios). Esta metodologia foi aplicada nas primeiras
horas da noite, próximo a corpos d’água, interior da mata e estradas de acesso ao
empreendimento.
A busca ativa de répteis ocorreu nos horários mais quentes do dia. A maior parte dos
registros de répteis ocorre no período diurno, momento em que os espécimes estão
termorregulando, ou em atividade de forrageamento. Já a busca por espécies de
anfíbios ocorreu nos períodos crepuscular e noturno. Para o levantamento no período
noturno utilizaram-se lanternas de mão para exploração do ambiente e gravador de
voz para anotação dos registros sonoros.
7.2.1.5.2 Resultados
Através da revisão de literatura pôde-se elaborar as listas de herpetofauna com
potencial ocorrência para a área do empreendimento. Os dados foram obtidos dos
relatórios de monitoramento da UHE São Domingos, que compreende os estudos
entre os municípios de Ribas do Rio Pardo e Água Clara e o Inventário da Diversidade
Biológica do Complexo Aporé/Sucuriú (PAGOTTO & SOUZA, 2006), que compreende
o município de Paranaíba. Não foram localizadas publicações confiáveis diretamente
para o local do empreendimento, optando por adotar informações de fontes seguras,
em locais aproximados e de mesma fitofisionomia.
Tabela 7.57: Lista da herpetofauna com potencial ocorrência na área de influência do empreendimento.
Táxon Nome Comum
Categoria de ameaça
ICMBIO IUCN
AMPHISBAENIA
Amphisbaenidae
Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 - LC
Amphisbaena roberti Gans, 1964 - LC
SAURIA
Gekkonidae
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Táxon Nome Comum
Categoria de ameaça
ICMBIO IUCN
Hemidactylus mabouia Moreau de Jonnès, 1818 lagartixa - DD
Coleodactylus bachystoma Amaral, 1935 lagartinho - LC
Gymnophthalmidae
Cercossaura schreibersii Wiegmann, 1834 lagartinho-de-chão - LC
Colobosaura modesta Reinhardt & Luetken, 1862 lagartinho-liso - LC
Micrablepharus atticolus Rodrigues, 1996 lagarto-da-cauda-azul - DD
Bachia bresslaui Amaral, 1935 lagartinho-sem-patas-do-cerrado
- VU
Vanzosaura rubricauda lagartinho-do-rabo-vermelho
- LC
Anguidae
Ophiodes striatus Spix, 1824 cobra-de-vidro - DD
Mabuyidae
Copeoglossum nigropunctatum calango-liso - LC
Sphaerodactylidae
Coleodactylus brachystoma lagartixa-escorpião - LC
Iguanidae
Iguana iguana Linnaeus, 1758 iguana - DD
Teiidae
Ameiva ameiva Linnaeus, 1758 calango - LC
Cnemidophorus ocellifer Spix, 1825 calango - DD
Tupinambis merianae Duméril & Bibron, 1839 teiú - LC
Polychrotide
Anolis cf. meridionalis Boettger, 1885 - VU
Tropiduridae
Tropidurus torquatus Wied, 1820 calango - LC
SERPENTES
Boidae
Boa constrictor jiboia - LC
Eunectes murinus Linnaeus, 1758 sucuri-preta - LC
Typhlopidae
Typhlops brongersmianus Vanzolini, 1976 - DD
Colubridae
Spilotes pullatus caninana - LC
Philodryas olfersii cobra-cipó - LC
Xenodon merremii boipeva - LC
Oxyrhopus sp. falsa-coral - LC
Oxyrhopus trigeminus Duméril, Bibron & Duméril, 1854
falsa-coral - LC
Helicops angulatus Linnaeus, 1758 - DD
Liophis poecilogyrus Wied, 1824 - DD
Liophis meridionalis Schenkel, 1901 - DD
Waglerophis merremii Wagler, 1824 cobra-chata - DD
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Táxon Nome Comum
Categoria de ameaça
ICMBIO IUCN
Dipsadidae
Hydrodynastes gigas surucucu-do-pantanal - LC
Xenodon merremii boipeva - LC
Leptotyphlopidae
Epictia sp. cobra-cega - LC
Viperidae
Bothrops moojeni Hoge, 1966 jararaca - LC
Bothrops alternatus urutu-cruzeiro - LC
Crotalus durissus Linnaeus, 1758 cascavel - LC
CROCODYLIA
Alligatoridae
Caiman latirostris jacaré-do-papo-amarelo - LC
Paleosuchus palpebrosus Cuvier, 1807 jacaré-coroa - LC
QUELÔNIOS
Chelidae
Phrynops sp. cágado-de-barbicha - LC
ANURA
Bufonidae
Bufo granulosus Spix, 1824 sapo-cururu - LC
Bufo schneideri Werner, 1894 sapo-cururu - LC
Hylidae
Dendropsophus sp.
Dendropsophus elianeae Napoli nad Caramaschi, 2000
perereca - LC
Dendropsophus minutus Peters, 1872 perereca - LC
Dendropsophus nanus Boulengerm 1889 perereca - LC
Dendropsophus cruzi Pombal & Bastos, 1998 perereca - LC
Dendropsophus rubicundulus Reinhardt & Lütken, 1861
perereca - LC
Dendropsophus sanborni perereca - LC
Dendropsophus jimi Napoli nad Caramaschi, 2000 perereca - LC
Dendropsophus soaresi Caramaschi & Jim, 1983 perereca - LC
Hypsiboas albopunctatus Spix, 1824 perereca - LC
Hypsiboas lundii Burmeister, 1856 perereca - LC
Hypsiboas punctatus Schneider, 1799 perereca-verde - LC
Hypsiboas raniceps Cope, 1862 perereca-amarela - LC
Phyllomedusa azurea perereca - LC
Pseudis bolbodactyla A. Lutz, 1925 rã d´água - LC
Pseudis paradoxa Linnaeus, 1758 rã-paradoxal - LC
Scinax sp. gr.ruber perereca - DD
Scinax fuscomarginatus A. Lutz, 1925 perereca - LC
Scinax fuscovarius A. Lutz, 1925 perereca - LC
Scinax nasicus Cope, 1862 perereca - LC
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Táxon Nome Comum
Categoria de ameaça
ICMBIO IUCN
Trachycephalus venulosus Laurenti, 1768 rã-comum - LC
Leptodactylidae
Eupemphix nattereri Steindachner, 1863 rã - LC
Leptodactylus chaquensis rã-manteiga - LC
Leptodactylus diptyx rãzinha - LC
Leptodactylus fuscus Schneider, 1799 rã-bicuda - LC
Leptodactylus labyrinthicus Spix, 1824 rã-pimenta - LC
Leptodactylus ocellatus Linnaeus, 1758 rã-comum ou rã-manteiga
- LC
Leptodactylus latrans rã-manteiga - LC
Leptodactylus mystacinus rã-tijolo - LC
Leptodactylus podicipinus Cope, 1862 rã-gota - LC
Physalaemus centralis Bokermann, 1962 rã - LC
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 rã-cachoro - LC
Physalaemus nattereri rã-do-cerrado - LC
Physalaemus fuscomaculatus Steindachner, 1864 rã - LC
Pseudopaludicola cf. falcipes Hensel, 1867 rãzinha - LC
Pseudopaludicola mystacalis Cope, 1887 rãzinha - LC
Pseudopaludicola saltica rãzinha - LC
Pseudopaludicola sp. rãzinha - LC
Microhylidae
Elachistocleis cesarii rãzinha - LC
Elachistocleis cf. ovalis Schneider, 1799 rã-guarda - LC
Dermatonotus muelleri Boettger, 1885 rã - LC
Legenda: LC - não ameaçada; DD – dados insuficientes; VU – vulnerável. Fonte: INVENTÁRIO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA DO COMPLEXO APORÉ/SUCURIÚ; UHE SÃO DOMINGOS.
Através da metodologia de busca ativa, realizada nas áreas de influência do
empreendimento, foi possível elaborar a lista de espécies confirmadas na área
amostral, obtendo um resultado de 14 espécies, sendo 12 anfíbios e 02 répteis.
No desenho EAP-CAS-11B (Volume II) encontra-se detalhado o local de registro das
espécies na AID do empreendimento.
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Tabela 7.58: Lista da herpetofauna registrada na área de influência do empreendimento.
Táxon Nome comum
1ª
cam
pan
ha
2ª
cam
pan
ha
Ecologia Ameaça
Hab
itat
Háb
ito
Gu
ild
a t
rófi
ca
Reg
istr
o
Gen
era
lista
Esp
ecia
lista
En
dêm
ica
Exó
tica
IUC
N
ICM
BIO
ANURA
Hylidae
Dendropsophus cruzi Pombal & Bastos, 1998 perereca x x LC - aa arb ins a
Dendropsophus minutus Peters, 1872 perereca-de-ampulheta x x x LC - aa/bor arb ins a
Dendropsophus rubicundulus Reinhardt & Lütken, 1861
pererequinha-verde x x x LC - aa arb ins a
Hypsiboas albopunctatus Spix, 1824 perereca-cabrinha x x x LC - aa/bor arb oni a
Hypsiboas raniceps Cope, 1862 perereca-do-chaco x x LC - aa arb ins a
Scinax fuscovarius A. Lutz, 1925 perereca-de-banheiro x x x LC - aa arb ins a
Leiuperidae
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 rã-cachorro x x x LC - aa ter ins av
Leptodactylidae
Leptodactylus aff. latrans Steffen, 1815 rã-manteiga x x x LC - aa/bor ter oni a
Leptodactylus fuscus Schneider, 1799 rã-assobiadora x x LC - aa/bor ter ins av
Leptodactylus marmoratus Steindachner, 1867 rã x x LC - bor/flo ter ins a
Leptodactylus mystacinus Burmeister, 1861 rã-estriada x x LC - aa/bor ter ins a
Physalaemus gracilis Boulenger, 1883 rã-chorona x x LC - aa/bor ter ins a
SAURIA
Teiidae
Tupinambis merianae Duméril & Bibron, 1839 teiú x x LC - aa ter oni v
Tropiduridae
Tropidurus oreadicus Rodrigues, 1987 calango x x x LC - aa ter ins v
Legenda: aa - áreas abertas; bor – borda de mata; flo - ambiente florestal; ter - terrestre; arb - arborícola; ins – insetívoro; oni – onívoro; a – auditivo; v – visual; LC - pouco preocupante.
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Foram registradas doze espécies de anfíbios anuros, distribuídos em três famílias. A
família mais representada foi Hylidae (Dendropsophus cruzi, Dendropsophus minutus,
Dendropsophus rubicundulus, Hypsiboas albopunctatus, Hypsiboas raniceps, e
Scinax fuscovarius), devido provavelmente às condições do ambiente. As demais
espécies pertencem às famílias Leiuperidae (Physalaemus cuvieri) e Leptodactylidae
(Leptodactylus aff. latrans, Leptodactylus fuscus, Leptodactylus marmoratus,
Leptodactylus mystacinus e Physalaemus gracilis).
Com relação ao registro de répteis realizado em campo por meio de visualizações
destaca-se a ocorrência da família Teiidae (Tupinambis merianae) e Tropiduridae
(Tropidurus oreadicus).
Avaliando a quantidade de indivíduos por família, podemos observar que a família
Hylidae e Leptodactylidae foram as mais abundantes, podendo ser explicado por
serem famílias com espécies muito comuns no bioma e nos habitats existentes no
local. As duas famílias se constituem de indivíduos com alimentação
predominantemente insetívora, hábitos terrestres, semiaquáticos e arborícolas e que
possuem modos de vida e reprodutivos variados, adaptando-se assim aos mais
diversos locais.
As espécies registradas são consideradas generalistas, ocorrendo em áreas abertas,
de bordas de mata e em áreas florestadas, sendo que a maioria apresenta hábitos
terrícolas e arborícolas. Todas as espécies encontradas vocalizam em brejos e/ou
lagos, temporários e/ou permanentes.
Répteis e anfíbios, principalmente o segundo grupo, têm sido muito caracterizados
como espécies bioindicadoras. Ponderando sobre os aspectos ecológicos das
espécies registradas, é possível concluir que não foram identificadas espécies
consideradas mais sensíveis a alterações ambientais, sendo todas elas comuns a
ambientes alterados, aos quais foram sendo adaptadas, sendo assim, não se pode
considerá-las como espécies bioindicadoras do ambiente.
Nenhuma das espécies registradas para a AID do empreendimento encontra-se em
listas de fauna ameaçada de nível estadual ou nacional. Cabe ressaltar que as
alterações ambientais acabam reduzindo drasticamente os locais de reprodução,
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alimentação, sobrevivência ou abrigo de espécies, levando a inserção de muitas delas
nas listas de animais ameaçados de extinção.
Das espécies registradas, podem ser consideradas endêmicas para o bioma Cerrado:
Dendropsophus rubicundulus, Hypsiboas albopunctatus e Tropidurus oreadicus.
Avaliando-se a situação atual da região de abrangência do empreendimento, verifica-
se uma acentuada descaracterização das condições naturais, representadas
principalmente pelas atividades agropecuárias, que modificaram o entorno em
aspectos ambientais, além da modificação da cobertura vegetal nativa e pelo impacto
antrópico direto. A ocorrência de espécies endêmicas ou de grande relevância
ecológica tem seu poder extremamente reduzido em face as características da área
de entorno e do próprio empreendimento.
Segundo Moraes et al. (2007), a riqueza de espécies da anurofauna, principalmente,
é maior em área preservada, se comparada com regiões antropizadas, o que
demonstra a importância da presença de áreas preservadas para a manutenção da
diversidade faunística local. Como a área atualmente já está bastante fragmentada,
as ações mitigatórias e programas ambientais propostos originarão um espaço
positivo em relação ao existente, possibilitando uma maior conservação das espécies
da herpetofauna.
7.2.1.5.3 Relatório fotográfico
Figura 7.70: Busca ativa diurna. Figura 7.71: Busca ativa noturna.
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Figura 7.72: Tupinambis merianae Duméril & Bibron, 1839.
Figura 7.73: Tropidurus oreadicus Rodrigues, 1987.
Figura 7.74: Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826.
Figura 7.75: Leptodactylus fuscus Schneider, 1799.
Mastofauna
Estudos sobre mamíferos vem crescendo cada vez mais, pois a presença destes
animais demostra a grande importância na preservação, manutenção e regeneração
dos sistemas biológicos em ecossistemas tropicais (CUARÓN, 2000), embora a
maioria das espécies seja de pequeno porte e dificilmente observada. Mamíferos
geralmente vivem camuflados entre a vegetação, iniciando suas atividades no início
da noite e diminuindo gradativamente até ao amanhecer. O grupo dos mamíferos de
pequeno porte e dos primatas são os mais representativos, englobando 83%, cerca
de 440 espécies, da mastofauna do país (FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS, 2005).
Apesar de numerosos e diversificados, muitas espécies encontram-se ameaçadas,
seja pela fragmentação de seus ambientes, o que é um grande problema para aquelas
espécies que necessitam de grandes áreas de vida e muitos recursos para a
sobrevivência (PARDINI et al., 2003), ou pela pressão da caça (CÁCERES et al.,
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2008). Neste sentido, a preocupação com os efeitos da fragmentação de habitat nas
comunidades biológicas é ainda mais urgente com relação aos mamíferos de médio
e grande porte, que necessitam de áreas comparativamente maiores, possuem
reduzidas densidades populacionais e estão mais sujeitos à caça (SHAFFER, 1981;
PARDINI et al., 2003).
A redução dos ambientes florestados em uma paisagem influencia a biota local, pois
tende a formar fragmentos, o que representa uma diminuição da quantidade de habitat
e recursos disponíveis para as espécies restritas a esse ecossistema. A distribuição
das espécies e a manutenção de processos ecológicos dependem não apenas da
quantidade e disposição da vegetação remanescente, mas também dos usos da terra
que, em conjunto, constituem a matriz de uma paisagem fragmentada (LAURANCE,
2008) que atua como filtro seletivo para o movimento das espécies, podendo inibir o
deslocamento ou ocupação dos organismos do habitat original.
O Cerrado é caracterizado por ser um mosaico de fitofisionomias que vão desde
formações campestres até formações florestais (RIZZINI, 1979; OLIVEIRA-FILHO &
RATTER, 2002), os quais tem sido alvo de constante e intensa exploração
agropecuária (FONSECA et al., 1999; MMA, 2000 apud PAGOTTO & SOUZA, 2006),
principalmente a criação extensiva de gado e monocultivos como o de soja,
constituindo-se na mais recente fronteira agrícola do país. No Mato Grosso do Sul,
especialmente na porção nordeste, há uma zona de transição entre os interesses
pecuários e agronômicos, mas sem diminuir a intensidade do uso da terra, o que tem
diminuído muito as áreas naturais (PAGOTTO & SOUZA, 2006).
Atualmente, a maioria dos fragmentos restantes é da ordem de 10 a 200 hectares,
que são considerados pequenos para sustentar uma mastofauna que inclui mamíferos
de médio e grande porte. Além disso, muito dos fragmentos de cerrado e matas
ciliares não estão devidamente conservados, sendo descaracterizados pela entrada
do gado, ou mesmo o desflorestamento. Destaca-se também na região a falta geral
de conexão entre os poucos fragmentos restantes, seja através de matas ciliares,
normalmente falhas ao longo dos cursos d'água, ou através de manchas/mosaicos de
cerrado (PAGOTTO & SOUZA, 2006).
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O Cerrado é considerado um hotspot mundial por apresentar altas taxas de
endemismo ameaçadas por um elevado grau de perda de habitat (MYERS et al.,
2000). Das 688 espécies de mamíferos registradas para o Brasil (REIS et al., 2011),
o Cerrado possui representatividade em quase 40% da desse grupo, contendo 251
espécies, das quais 32 espécies são exclusivas desse bioma (PAGLIA et al., 2012).
7.2.1.6.1 Metodologia para a amostragem da mastofauna
O levantamento da mastofauna na área de influência direta do empreendimento foi
realizado através de diferentes metodologias, tendo em vista que os mamíferos
possuem hábitos e modos de vida distintos entre si. Desta maneira, a escolha das
metodologias foi direcionada de modo a contemplar o maior número possível de
mamíferos ocorrentes no local do empreendimento.
7.2.1.6.1.1 Revisão de literatura
Como complementação ao inventário realizado in loco, a revisão bibliográfica para
registro das espécies foi elaborada a partir do levantamento de dados secundários,
publicados para a região do empreendimento. O critério para escolha das fontes foi
optar por dados de base científica, órgãos governamentais e demais instituições de
cunho técnico-cientifico. De posse desses dados foi possível obter uma lista das
espécies confirmadas para a região e assim inferir as espécies da área de influência
indireta (AII) do empreendimento.
7.2.1.6.1.2 Busca ativa
Os mamíferos possuem hábitos crípticos ou noturnos, sendo assim, sua observação
na natureza torna-se difícil (BECKER; DALPONTE, 1991), o que é agravado pelo
predomínio de grandes áreas de vida e densidades populacionais baixas,
principalmente em alguns grupos de animais como tatus, cutias, porcos-do-mato,
veados e carnívoros (PARDINI et al., 2003).
A metodologia de busca ativa baseou-se na visualização direta dos animais em suas
atividades naturais e pela escuta de vocalizações. Além disso, foram registrados
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vestígios deixados no ambiente, tais como rastros, fezes, pêlos, carcaças, padrão de
mordidas em sementes, marcas odoríferas, tocas e restos alimentares.
Os registros foram obtidos através de transecções nas áreas amostrais a pé ou com
veículo automotor, em diferentes horários. Para cada caso foram anotados os dados
pertinentes, como tipo de vestígio, espécie ou gênero, data, local de registro, etc.
Sempre que possível, foram tomadas fotografias do vestígio com uma escala de
referência. Tal amostragem foi realizada no período diurno (08 horas/campo) e no
período noturno (02 horas/campo), totalizando 60 horas/campo ao fim das
campanhas.
7.2.1.6.1.3 Entrevista
Buscando complementar e enriquecer o presente estudo, foi realizado o método de
entrevista, no qual o pesquisador aplica uma série de perguntas para o entrevistado a
respeito da ocorrência de espécies para a região de influência do empreendimento.
Este método é bastante eficiente para registro de espécies popularmente conhecidas
pelos moradores da região onde se pretende implantar o empreendimento. Em alguns
casos, para esclarecer dúvidas, solicitou-se uma descrição do animal e das
características que o distinguem de outros animais semelhantes. Para tanto, utilizou-
se guias de campo com imagens e informações ecológicas de mamíferos.
7.2.1.6.1.4 Armadilha fotográfica
Método bastante indicado e utilizado em levantamento de algumas espécies difíceis
de capturar, recapturar ou observar, como grandes felinos e espécies de hábitos
crípticos (KARANTH et al., 2003).
A armadilha fotográfica foi estrategicamente posicionada a uma altura de
aproximadamente 50 cm do solo, onde se verificou a presença de indícios indiretos
como tocas, pegadas, latrinas e restos de alimentação. Com o intuito de potencializar
a chance de obter os registros foram utilizadas iscas (sardinha, banana, laranja e
baunilha). Foi realizado o registro das coordenadas geográficas, o microambiente, a
data e a hora de instalação. No momento da revisão foi anotada a hora, data e as
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espécies registradas. O método de armadilha fotográfica obteve um esforço amostral
de aproximadamente 96 horas.
7.2.1.6.1.5 Armadilhas de captura
Foram instaladas armadilhas (modelo Sherman e Tomahawk) distribuídas em postos
amostrais. Estes postos foram lineares e distanciando 15 metros uma da outra. As
armadilhas foram dispostas no chão e em árvores, oscilando a cada posto. As
armadilhas permaneceram abertas durante duas noites consecutivas, sendo
vistoriadas todas as manhãs.
7.2.1.6.2 Resultados
O levantamento de dados por revisão de literatura indicou a presença de 75 espécies
da mastofauna para a região do empreendimento, o que representa 30% das espécies
registradas para o estado.
Para a revisão de literatura foram utilizados os trabalhos elaborados por Pagotto &
Souza (2006), Eisenberg e Redford (1999), Emmons & Feer (1990), Schaller (1983),
Oliveira & Cassaro (1999) e Rodrigues et al. (2002), os quais resultaram em uma lista
preliminar de espécies com possível ocorrência para as áreas de influência direta e
indireta do empreendimento.
Tabela 7.59: Lista de mamíferos com potencial ocorrência para a região do empreendimento.
Táxon Nome Comum Categoria de ameaça
ICMBIO IUCN
DIDELMORPHIA
Didelphidae
Caluromys lanatus Olfers, 1818 cuíca-lanosa - LC
Caluromys philander Linnaeus, 1758 mucura-chichica - LC
Chironectes minimus Zimmermann, 1780 cuíca-d’água - LC
Didelphis albiventris Lund, 1840 gambá-de-orelha-branca - LC
Didelphis marsupialis Linnaeus, 1758 gambá-de-orelha-preta - LC
Gracilinanus agilis Burmeister, 1854 catita - LC
Lutreolina crassicaudata Desmarest, 1804 - LC
Micoureus constantiae O. Thomas, 1904 catita-pálida - LC
Marmosa murina Linnaeus, 1758 cambazinha - LC
Thylamys macrurus Olfers, 1818 catita EN NT
Marmosops notivagus Tschudi, 1845 catita-noturna - DD
Metachirus nudicaudatus Desmarest, 1817 cauica-rabo-de-rato - LC
Monodelphis domestica Wagner, 1842 rato-cachorro - LC
Philander opossum Linnaeus, 1758 jupati - LC
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Táxon Nome Comum Categoria de ameaça
ICMBIO IUCN
XENARTHRA
Dasypodidae
Cabassous unicinctus Linnaeus, 1758 tatu-rabo-mole - LC
Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha - LC
Tolipeutes matacus Desmarest, 1804 tatu-bolinha - NT
Dasypus kappleri Krauss, 1862 tatu-quinze-quilos - LC
Dasypus septecinctus Linnaeus, 1758 tatu-mirim - LC
Priodontes maximus Kerr, 1792 tatu-canastra VU VU
Myrmecophagidae
Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758 tamanduá-bandeira VU VU
Tamandua tetradactyla Linnaeus, 1758 tamanduá-mirim - LC
PRIMATES
Cebidae
Alouatta caraya Humboldt, 1812 bugio - LC
Cebus apella Linnaeus, 1758 macaco-prego - LC
CARNIVORA
Canidae
Cerdocyon thous Linnaeus, 1766 lobinho - LC
Chrysocyon brachyurus Illiger, 1815 lobo-guará VU NT
Pseudalopex vetulus Lund, 1842 raposinha VU LC
Speothos venaticus Lund, 1842 cachorro-vinagre VU NT
Felidae
Puma yaguarondi Geoffroy, 1803 gato mourisco - LC
Oncifelis colocolo Molina, 1810 gato palheiro VU NT
Oncifelis geoffryi d'Orbigny & Gervais, 1844 gato do mato grande VU LC
Leopardus tigrinus Schreber, 1775 gato do mato pequeno EN VU
Leopardus pardalis Linnaeus, 1758 jaguatirica - LC
Leopardus wiedii Schinz, 1821 gato maracajá VU NT
Panthera onca Linnaeus, 1758 onça-pintada VU NT
Puma concolor Linnaeus, 1771 onça-parda VU LC
Mustelidae
Eira barbara Linnaeus, 1758 irara - LC
Galictis sp. furão - LC
Lontra longicaudis Olfers, 1818 lontra - NT
Pteronura brasiliensis Gmelin, 1788 ariranha VU E N
Conepatus sp. jaritataca - DD
Procionidae
Nasua nasua Linnaeus, 1766 quati - LC
Procyon cancrivorus G. Cuvier, 1798 mão-pelada - LC
PERYSSODACTYLA
Tapiridae
Tapirus terrestris Linnaeus, 1758 anta VU VU
Tayassuidae
Pecari tajacu Linnaeus, 1758 cateto - LC
Tayassu pecari Link, 1795 queixada - VU
ARTIODACTYLA
Cervidae
Mazama americana Erxleben, 1777 veado-mateiro - DD
Mazama gouazoubira G. Fischer, 1814 veado-catingueiro - LC
Ozotocerus bezoarticus Linnaeus, 1758 veado-campeiro VU NT
RODENTIA
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Táxon Nome Comum Categoria de ameaça
ICMBIO IUCN
Muridae
Akodon sp. rato-do-mato - LC
Bolomys lasiurus Lund, 1841 rato-do-mato - LC
Calomys sp. rato-do-mato - LC
Calomys tener Winge, 1887 rato-do-mato - LC
Neacomys espinosuss Thomas, 1882 rato-do-mato - LC
Nectomys squamipes Brants, 1827 rato-espinho - LC
Oryzomys megacephalus Fischer, 1814 rato-d’água - LC
Oecomys bicolor Tomes, 1860 rato-do-mato - LC
Oligoryzomys eieurus Olfers, 1818 rato-do-mato - LC
Oryzomys subflavus Wagner, 1842 rato-do-mato - LC
Oryzomys utiaritensis Allen, 1916 rato-do-mato - LC
Pseudoryzomys simplex Winge, 1887 rato-do-mato - LC
Erethizontidae
Coendou prehensilis Linnaeus, 1758 ouriço-cacheiro - LC
Cavidae
Cavia aperea Erxleben, 1777 preá - LC
Hydrochaeridae
Hydrochaeris hydrochaeris Linnaeus, 1766 capivara - LC
Agoutidae
Agouti paca Linnaeus, 1766 paca - LC
Dasyproctidae
Dasyprocta azarae Lichtenstein, 1823 cutia - DD
Ctenomidae
Ctenomys cf. nattereri Wagler, 1848 tuco-tuco - NT
Echimydae
Carterodon sulcidens Lund, 1841 rato-do-mato - LC
Clyomys laticeps Thomas, 1909 rato-espinho-cavador - LC
Isothryx bistriata Wagner, 1845 rato-arbóreo-espinhoso - DD
Proechimys roberti Thomas, 1901 sauiá - LC
Proechimys longicaudatus Rengger, 1830 sauiá - LC
Trichomys apereoides Lund, 1839 sauiá - LC
LAGOMORPHA
Leporidae
Sylvilagus brasiliensis Linnaeus, 1758 tapiti - LC
Legenda: LC – pouco preocupante; DD – dados insuficientes; EN – em perigo; VU – vulnerável; NT – quase ameaçada. Fonte: Pagotto & Souza (2006); Eisenberg e Redford (1999); Emmons & Feer (1990); Schaller (1983); Oliveira e Cassaro (1999); Rodrigues et al. (2002).
O levantamento de dados pelos métodos primários resultou no registro de 09 espécies
da mastofauna para a região do empreendimento, o que representa 3,6% das
espécies registradas para o Mato Grosso do Sul. No desenho EAP-CAS-10A (Volume
II – Desenhos) encontra-se detalhado o local de registro das espécies na AID do
empreendimento.
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Tabela 7.60: Lista da mastofauna registrada na área de influência do empreendimento.
Táxon Nome comum
1ª
cam
pan
ha
2ª
cam
pan
ha
Ecologia Ameaça
Háb
ito
Hab
itat
Gu
ild
a t
rófi
ca
Reg
istr
o
Gen
era
lista
Esp
ecia
lista
En
dêm
ica
Bio
ind
icad
ora
Exó
tica
IUC
N
MM
A
ICM
BIO
CARNIVORA
Canidae Cerdocyon thous Linnaeus, 1766 cachorro-do-mato x x x LC - - ter aa oni v ARTIODACTYLA
Cervidae
Mazama gouazoubira G. Fischer, 1814 veado-catingueiro x x LC - - ter aa her v PILOSA
Myrmecophagidae
Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758 tamanduá-bandeira x x VU VU VU ter bor ins v CINGULATA
Dasypodidae
Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha x x x LC - - sf aa ins v Cabassous unicinctus Linnaeus, 1758 tatu-de-rabo-mole x x LC - - sf aa ins v PRIMATA
Cebidae
Cebus libidinosus Spix, 1823 macaco-prego x x x LC - - sar flo fru v DIDELPHIMORPHIA
Didelphidae
Didelphis albiventris Lund, 1840 gambá-de-orelha-branca x x x LC - - sar bor oni v LAGOMORPHA
Leporidae
Sylvilagus brasiliensis Linnaeus, 1758 tapiti x x LC - - ter bor her v RODENTIA
Caviidae
Hydrochaeris hydrochaeris Linnaeus, 1766 capivara x x x LC - - saq bor her ve
Legenda: LC - pouco preocupante; VU – vulnerável; saq - semiaquático; sar - semiarborícola; sf – semifossorial; ter - terrestre; aa - áreas abertas; bor – borda de mata; flo - ambiente florestal; lrb - lagos, rios e banhados; her - herbívoro; oni - onívoro; ins - insetívoro; ve - vestígios; v - visual; ent - entrevista.
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Considerando as características de especialidade das espécies, pode-se verificar que
oito espécies são consideradas como generalistas. De especialista foi considerado
somente Sylvilagus brasiliensis, por ser uma espécie nativa do Brasil, solitária e de
habitat mais específico.
Muitos mamíferos de médio e grande porte no cerrado são considerados generalistas
no uso do habitat (MARINHO-FILHO et al., 2002), entretanto o uso desses ambientes
difere entre as espécies em decorrência de sua utilização como abrigo, forrageamento
e proteção contra predadores (DOTTA, 2005; LYRA-JORGE et al., 2010 apud
BOCCHIGLIERI, 2010). Uma maior diversidade de ambientes representa uma maior
disponibilidade e variedade de recursos necessários à sobrevivência das espécies
(FARIA-CORRÊA et al., 2009 apud BOCCHIGLIERI, 2010).
Em relação às ameaças sobre a mastofauna, destaca-se que somente
Myrmecophaga tridactyla apresenta status de ameaça, sendo considerado vulnerável
de acordo as listas de espécies ameaçadas consultadas. Em relação ao endemismo,
a única espécie endêmica é Cebus libidinosus.
Em relação ao habitat, pode-se observar que as espécies foram caracterizadas em
mais de um ambiente. Isto se deve pelo fato de não possuírem especialidade quanto
ao habitat, apresentando características mais generalistas, podendo então utilizar
diferentes ambientes, seja pela busca por alimento, abrigo, deslocamento ou
reprodução.
Alguns animais do cerrado são limitados a determinados tipos de habitat, o que pode
ser explicado pelo determinismo ambiental através dos recursos alimentícios, que
condicionam os animais especialistas a viverem em determinadas áreas em função
do hábito alimentar. Um exemplo é da espécie Myrmecophaga tridactyla, que se
alimenta basicamente de cupins terrestres e formigas, abundantes em ambientes
campestres (MALHEIROS, 2016).
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Gráfico 7.34: Habitat preferencial da mastofauna.
Neste parâmetro, os ambientes abertos e de borda de mata foram os que obtiveram
maior representatividade, 88,8%. Estes ambientes se caracterizam por apresentarem
maior disponibilidade dos itens necessários à manutenção da vida de animais
generalistas, oferecendo maior quantidade de alimento e locais de abrigo. Nessas
áreas foram registradas principalmente espécies que são frequentemente
encontradas em ambientes abertos, naturais e antropizados, como cervídeos, tatus e
canídeos (BOCCHIGLIERI, 2010).
A única espécie considerada de ambiente florestal foi Cebus libidinosus, por
necessitar do estrato arbóreo para suas atividades, porém, esta mesma espécie
ocorre em áreas abertas, de onde se utiliza da disponibilidade de alimento oferecida.
Este padrão é coerente com o mosaico encontrado na área de influência direta do
empreendimento, indicando que a comunidade é bastante diversificada.
Em relação às guildas tróficas, observa-se a predominância de espécies insetívoras e
herbívoras, com 33,3% cada, seguidas por espécies onívoras e frugívoras, com 22,2
e 11,1%, respectivamente. Dotta e Verdade (2007), citados por Bocchiglieri (2010),
citam que uma alta heterogeneidade na paisagem comporta uma maior diversidade
de categorias tróficas.
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Gráfico 7.35: Guildas tróficas da mastofauna.
Os herbívoros se adaptam melhor a dietas e habitats menos preservados, já que os
mesmos utilizam alimentos cultivados pelo homem (milho, soja, trigo, restos de
alimentos e rações de animais domésticos) para se alimentar e manter sua prole. As
espécies de herbívoros inventariadas neste estudo foram: Mazama gouazoubira,
Sylvilagus brasiliensis e Hydrochaeris hydrochaeris.
Os mamíferos herbívoros de médio e grande porte estão entre as espécies mais
ameaçadas por atividades antrópicas, como a caça e redução das florestas. Além dos
impactos diretos destas atividades sobre suas populações, impactos indiretos sobre a
vegetação podem também ocorrer, tendo em vista a grande biomassa representada
por estes animais e a sua alimentação composta essencialmente de frutos, sementes
e folhas. A presença ou ausência destes animais pode afetar a comunidade vegetal
por alterar diretamente o sucesso reprodutivo de plantas através de reduções na
dispersão, predação de sementes e/ou nos níveis de herbivoria; ou indiretamente,
alterando o sucesso reprodutivo de plantas de espécies que sofrem interações com
as espécies diretamente afetadas por estes animais (COSTA, 2004).
O registro de insetívoros também se apresentou representativo, pela presença de
Myrmecophaga tridactyla, Dasypus novemcinctus e Cabassous unicinctus. Mamíferos
desta guilda trófica possuem uma ampla disponibilidade de alimento, tendo em vista
que os insetos são comuns e abundantes em todos os ecossistemas.
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Os onívoros são oportunistas e generalistas, aproveitando o que existe de alimento
disponível nos seus atuais habitats (frutas, brotos, folhas, outros animais e carniças).
Dispõe um organismo adaptado para digerir estes tipos alimentos. Isso proporciona
maior diversidade alimentar a disposição na natureza. As espécies de onívoros
inventariadas neste estudo foram: Cerdocyon thous e Didelphis albiventris.
Como espécie frugívora destaca-se Cebus libidinosus que, apesar da baixa
representatividade e de ter como habitat o ambiente florestal, tem sua alimentação
favorecida pelas áreas antropizadas, devido a grande disponibilidade de seus
alimentos nestas áreas.
Observa-se o não registro de espécies carnívoras. Por estarem no topo da pirâmide
alimentar têm uma grande importância ecológica, pois podem regular a população de
presas naturais e desta forma, influenciar toda a dinâmica do ecossistema em que
vivem. Na ausência de predadores, suas presas naturais como mamíferos herbívoros,
roedores, aves, répteis e insetos tendem a se multiplicar exponencialmente, podendo
trazer sérios prejuízos à agricultura e consideráveis perdas financeiras (PITMAN et
al., 2002).
Por possuírem características distintas, os mamíferos também possuem hábitos
diversificados, como podemos observar no gráfico a seguir. Esta diversidade é
positiva, indicando a consolidação da dinâmica na área amostral.
Gráfico 7.36: Hábitos da mastofauna.
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Quando ao modo de vida, os mamíferos apresentam comportamentos sociais
variados. No levantamento, 07 das espécies possuem hábitos solitários, o que pode
caracterizar uma maior mobilidade do animal em relação ao ambiente. Somente 02
espécies vivem em grupos, Cebus libidinosus Spix, 1823 e Hydrochaeris hydrochaeris
Linnaeus, 1766.
Estas variáveis consideradas fazem parte da gama de padrões que exibe o grupo da
mastofauna. O não registro de uma espécie não significa que a mesma não venha a
ter representantes no local, ou vice-versa. Sabe-se que o grupo dos mamíferos,
principalmente os de médio e grande porte, necessitam de ambientes que dispunham
de condições para sua subsistência, a chamada área de vida, que é definida como a
área percorrida pelo animal em suas atividades normais por busca de alimentos,
acasalamento e cuidado parental (BURT, 1943 apud MELLO, 2012).
Cada espécie tem sua área de vida de forma e tamanho influenciada por suas
necessidades metabólicas, categoria trófica, estrutura social, densidade populacional
e produtividade. Para que populações viáveis de mamíferos sejam mantidas dentro
de fragmentos florestais, realizando suas funções naturais, é necessário que haja
ambientes específicos relacionados à dispersão natural e adaptação dos animais
(ROSHIER e REIDI, 2003 apud MELLO, 2012).
A mastofauna atua como um elo importante da cadeia alimentar, herbívoros e
frugívoros, como grandes roedores, veados, porcos e antas, têm papel importante na
dispersão de sementes e na predação de sementes e plântulas, enquanto que
carnívoros podem atuar no controle de populações de outras espécies, por exemplo.
Através do levantamento de mastofauna realizado na AID da CGH Castro foram
registradas nove espécies de mamíferos. Este resultado é pouco satisfatório, porém
esperado, pois leva-se em consideração a fragmentação e o grau de antropização do
local, o que dificulta a estadia das espécies deste grupo.
Sabe-se que a fragmentação do habitat corresponde a uma séria ameaça para a
mastofauna, pois o mosaico formado influencia o padrão de atividade das espécies, a
estruturação de guildas tróficas e a disponibilidade e variedade de recursos. Outra
grave ameaça ao grupo é o atropelamento de animais nas rodovias. Na AID do
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empreendimento a rodovia sobrepõe o rio, sendo um local de grande encontro de
espécies. Três das espécies registradas no levantamento foram encontradas
atropeladas na rodovia, inclusive a única espécie registrada ameaçada de extinção,
Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758.
Espera-se que com os programas de adensamento de APP’s se possa criar mais
locais e abrigo e disponibilidade de recursos, auxiliando na manutenção da
mastofauna. Além disso, os dados obtidos com os programas de monitoramento
podem auxiliar na tomada de decisões públicas e privadas de medidas protetivas para
as espécies deste grupo.
7.2.1.6.3 Registro Fotográfico
Figura 7.76: Instalação de armadilha fotográfica. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.77: Iscas para armadilha fotográfica. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.78: Instalação de armadilha Sherman. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.79: Instalação de armadilha Tomahawk. Fonte: Construnível, 2017.
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Figura 7.80: Registro de vestígios - pegadas. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.81: Registro de vestígios - toca. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.82: Cabassous unicinctus. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.83: Cebus libidinosus. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.84: Cerdocyon thous. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.85: Sylvilagus brasiliensis. Fonte: Construnível, 2017.
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Figura 7.86: Didelphis albiventris. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.87: Myrmecophaga tridactyla atropelado na rodovia na AID. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.88: Dasypus novemcinctus atropelado na rodovia na AID. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.89: Mazama gouazoubira
atropelado na rodovia na AID. Fonte: Construnível, 2017.
Ictiofauna
O Brasil é considerado o país com maior diversidade de ictiofauna do mundo, fato
relacionado à grandiosa rede de bacias hidrográficas existentes no país. Das espécies
existentes no mundo, 40% são de água doce. Os peixes são importantes
componentes dos ambientes aquáticos, pois seu ciclo de vida está totalmente
vinculado aos rios e as bacias hidrográficas e, consequentemente, expostos a
diversas pressões, produzidas principalmente pela ação do homem.
O conhecimento da composição da ictiofauna e a compreensão dos seus mecanismos
funcionais constituem condições imprescindíveis para a avaliação das possíveis
alterações ambientais e a definição de medidas mitigadoras dos impactos sobre o
ambiente e seus diversos componentes.
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Os ecossistemas aquáticos são frequentemente expostos a estresses ambientais, que
muitas vezes passam despercebidos. Dessa forma, verifica-se a necessidade de
considerar a ictiofauna em discussões que envolvam os recursos hídricos, enfatizando
a sua importância no equilíbrio do ecossistema em que vivem.
Para que essa abordagem possa ser de fato implementada faz-se necessário ampliar
o conhecimento sobre as espécies de peixes que habitam uma determinada região,
de modo que seja possível produzir base científica para o desenvolvimento de ações
para o gerenciamento racional e sustentável dos recursos hídricos.
A CGH Castro está localizada no rio Santana, a 5,80 km de sua foz. Pertence à sub-
bacia do Paranaíba e bacia do Rio Paraná, sendo afluente direto pela margem direita
do rio Paranaíba.
Nos corpos d’água do cerrado estão presentes cerca de 1.200 espécies de peixes
(KLINK & MACHADO, 2005). Entretanto, apesar do escasso conhecimento da fauna
de peixes, a bacia do Rio Paranaíba é a segunda maior em riqueza de espécies no
estado, apesar da baixa taxa de endemismo (GODINHO & VIEIRA; in COSTA et al.,
1998). Ainda segundo os autores, esta bacia apresenta cerca de 112 espécies de
peixes.
De acordo com o Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paranaíba observa-se,
a partir da imagem abaixo, que o rio Santana não está localizado em áreas de alto
endemismo e biodiversidade, nem em remanescentes de ambientes lóticos para
migração, o que torna o empreendimento mais viável, do ponto de vista da fauna
ictiológica.
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Figura 7.90: Principais áreas para a ictiofauna. Fonte: ANA, 2013.
Os cursos d'água de menor porte, que formam as cabeceiras dos rios maiores, são
locais com grande potencial para a ocorrência de endemismos. Muitas das espécies
de pequeno porte, principais habitantes de riachos, apresentam baixa capacidade de
deslocamento (CASTRO, 1999) e distribuição relativamente restrita (CASTRO &
MENEZES, 1998), quando comparadas às espécies de médio a grande porte que
habitam os cursos maiores. Esses riachos são os ambientes mais ameaçados pela
ação antrópica, pois são muito frágeis, deteriorando-se rapidamente após a retirada
da vegetação ciliar que fornece alimento para a manutenção das comunidades
aquáticas e protege-os de assoreamento, um dos principais efeitos da retirada da
vegetação ripária.
Várias atividades antrópicas vêm alterando as condições naturais dos ambientes
aquáticos, representando sérias ameaças à diversidade de peixes. De acordo com
Agostinho et al. (2005), as principais ameaças aos ecossistemas aquáticos
continentais brasileiros são a poluição, o desmatamento, a construção de barragens,
a pesca predatória e a introdução de espécies exóticas. Segundo ainda os mesmos
autores, esses problemas são mais conspícuos nas regiões mais desenvolvidas do
Brasil, ou seja, no sudeste e sul do país.
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7.2.1.7.1 Metodologia para a amostragem da ictiofauna
O levantamento ictiofaunístico foi realizado durante a estação chuvosa em três pontos
estratégicos no rio Santana. No desenho EAP-CAS-10C (Desenhos-Volume II)
encontra-se detalhado o local de registro das espécies.
As capturas foram realizadas com petrechos de pesca diversificados (redes de espera
e tarrafas), porém idênticos em todos os pontos amostrais, sempre respeitando as
particularidades de cada ponto e a padronização do esforço para comparações entre
as áreas amostrais. Dessa forma, buscou-se representar fidedignamente a
comunidade nos diferentes locais afetados pelo empreendimento e as fases do ciclo
de vida dos peixes. As redes foram instaladas ao entardecer e retiradas ao
amanhecer, contemplando um esforço de 12 horas por noite. As tarrafas foram
empregadas pela manhã, com cinco passadas em cada ponto amostral.
Os exemplares capturados foram separados em recipientes apropriados. Os dados
biométricos (peso e comprimento total) foram obtidos ainda no local, sendo os
exemplares devolvidos ao rio imediatamente após a obtenção dos dados. As espécies
foram fotografadas a fim de documentar a diversidade específica. Cabe ressaltar que
não foi realizada a fixação de nenhum espécime para coleções zoológicas.
A identificação das espécies foi realizada seguindo manuais apresentados por
Oyakawa e Mattox (2009); Graça e Pavanelli (2007); Zaniboni Filho et al. (2004);
Nakatani et al. (2001); Britski et al. (1988) e Ringuelet et al. (1967). Após o processo
de identificação, a nomenclatura das espécies foi conferida de acordo com Check List
of the Freshwater Fishes and Central América (Reis et al., 2003).
Os dados coletados foram armazenados em planilhas eletrônicas para posterior
análise e interpretação dos resultados. Com base nas informações de captura das
diferentes espécies calculou-se a diversidade, equitabilidade e a riqueza das
espécies, utilizando-se o software Past (HAMMER et al., 2003). O índice de
diversidade representa o número de espécies presentes e a uniformidade com que os
indivíduos são distribuídos no ambiente. A equitabilidade indica se os indivíduos têm
ou não a mesma abundância numa unidade amostral. A riqueza representa o número
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de espécies identificadas em cada ponto amostral. A abundância remete ao número
de indivíduos em uma unidade amostral.
Tabela 7.61: Caracterização das áreas amostrais da ictiofauna.
Ponto Localização Características do ambiente
Ictiofauna 1 Montante do barramento Margens com vegetação ciliar reduzida,
pincipalmente ao lado direito; ambiente semi-lótico.
Ictiofauna 2 Trecho de vazão reduzida Margens com vegetação ciliar pouco satisfatória;
ambiente semi-lótico.
Ictiofauna 3 Jusante da casa de força Margens com vegetação ciliar pouco satisfatória;
ambiente semi-lótico.
Tabela 7.62: Detalhamento técnico dos petrechos de pesca utilizados.
Petrechos Malha1 (cm) Comprimento (m) Altura (m) Esforço
Malhadeira 1,5 10 1,5 12 horas/noite
Malhadeira 2,5 10 1,5 12 horas/noite
Malhadeira 3,5 10 1,5 12 horas/noite
Tarrafa 1,5 15 2,1 5 passadas
7.2.1.7.2 Resultados
A seguir é apresentada uma compilação de dados sobre as espécies com ocorrência
na área de influência do empreendimento. Como não se possui dados pulicados para
o rio Santana, foram utilizados estudos da ictiofauna do rio Paranaíba e da bacia do
Alto Paraná.
Tabela 7.63: Lista de espécies com ocorrência para a região do empreendimento.
Táxon Nome comum I II III IUCN Observação
CHARACIFORMES
Characidae
Astyanax paranae Eigenmann, 1914 lambari-prata x x
Astyanax altiparanae Garutti & Britski, 2000 lambari x x x
Astyanax fasciatus Cuvier, 1819 lambari-do-rabo-vermelho
x x
Astyanax aff. Eigenmanniorum x
Bryconamericus cf. iheringii x
Bryconamericus stramineus x
Bryconamericus turiuba x
Charax leticiae lambari-cachorro x
Galeocharax Knerri cigarra, peixe-cadela x
Hemigrammus marginatus x
Moenkhausia aff. Intermedia x
Moenkhausia sanctaefilomenae x
Odontostilbe pequira x
Oligosarcus pintoi Campos, 1945 x x
Oligosarcus paranensis peixe-cachorro x
Piabina argentea x
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Táxon Nome comum I II III IUCN Observação
Piaractus mesopotamicus Holmberg, 1887 caranha x x exótica
Salminus hillari Valenciennes, 1850 tabarana x x
Serrapinnus notomelas x
Serrapinnus heterodon x
Serrasalmus spilopleura pirambeba x
Lebiasnidae
Pyrrhulina australis x
Cynodontidae
Rhaphiodon vulpinus cachorra x
Prochilodontidae
Prochilodus costatus Valenciennes, 1850 curimba x exótica
Curimatidae
Cyphocharax modestus x
Cyphocharax vanderi x
Steindachnerina insculpta Férnandez-Yépez, 1948
turrú x x
Anostomidae
Leporellus amblyrhynchus Garavelho & Britski, 1987
papa-folha x
Leporellus vitatus Agassiz, 1829 papa-folha x
Leporinus sp. piau-açu x x x
Leporinus friderici Bloch, 1794 piau-três-pintas x x x
Leporinus octofasciatus Steindachner, 1915 flamengo x x
Leporinus engolatus Valenciennes, 1850 piapara x exótica
Schizodon sp. x
Crenuchidae
Characidium gomesi Travassos, 1956 marizinha x x
Parodontidae
Parodon nasus Kner, 1859 canivete x x
Erythrinidae
Hoplias malabaricus Bloch, 1794 traíra x x x
Hoplerythrinus unitaeniatus x
SILURIFORMES
Pimelodidae
Pimelodella sp. x
Pimelodus maculatus Lütken, 1874 bagre x x
Pimelodus fur mandi-prata x
Pinirampus pirinampu barbado x
Callichthyidae
Callichthys callichthys x
Loricariidae
Hypostomus Sp. cascudo x x
Hypostomus albopuntatus Regan, 1908 cascudo amarelo x x
Hypostomus ancistroides Ihering, 1911 cascudo x x
Hypostomus affinis La Cepède, 1803 cascudo amarelo x
Hypostomus nigromaculatus x
Hypostomus regani x
Megalancistrus parananus cascudo-abacaxi x
Neoplecostomus paranensis x
Hisonotus sp. x
Hisonotus insperatus x
Pseudopimelodidae
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Táxon Nome comum I II III IUCN Observação
Pseudopimelodus cf. pulcher x
Cetopsidae
Cetopsis gobioides x
Heptapteridae
Rhamdia quelen Quoy & Gaimard, 1824 bagre x x
Cetopsprhamdia iheringi x
Imparfinis sp. x
PERCIFORMES
Sciaenidae
Plagioscion squamosissimus curvina x exótica
Cichlidae
Oreochromis niloticus Linnaeus, 1758 tilápia x exótica
Tilapia rendalli Boulenger, 1897 tilápia x x exótica
Geophagus surinamensis acará x exótica
Cichla piquiti Kullander & Ferreira, 2006 tucunaré paca x exótica
Cichla monoculus Bloch & Schneider, 1801 tucunaré x x exótica
Cichla sp. tucunaré x exótica
Cichlasoma paranaense acará x
Cichlasoma dimerus x
Satanoperca pappaterra zoiúdo x exótica
Crenicichla sp. x
Crenicichla britskii x
GYMNOTIFORMES
Gymnotidae
Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 sarapó x
Gymnotus sp. x
Sternopygidae
Eigenmannia trilineata x
Eigenmannia virescens x
SYNBRANCHIFORMES
Synbranchidade
Synbranchus marmoratus x
CYPRINODONTIFORMES
Poeciliidae
Poecilia vivipara Bloch & Schneider, 1801 barrigudinho x
Rivulidae
Rivulus aff. Punctatus x
Fonte: I - Sampaio et al., 2012; II - Pagotto & Souza, 2006; III - Neves, 2006.
No levantamento primário da ictiofauna foi registrada a ocorrência de 06 espécies,
pertencentes a 2 ordens e 4 famílias. Em termos numéricos a ordem Siluriformes
apresenta a maior abundância numérica, conforme pode-se observar na tabela a
seguir. A presença das ordens Characiformes e Siluriformes concordam com o padrão
esperado para ambientes neotropicais de água doce (GONÇALVES & BRAGA, 2008).
Tabela 7.64: Lista da ictiofauna registrada na área de influência do empreendimento.
Táxon Nome comum Espécies Biomassa
CHARACIFORMES
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Táxon Nome comum Espécies Biomassa
Characidae
Astyanax altiparanae lambari 18 0,287
Anostomidae
Leporinus friderici piau-três-pintas 8 0,989
SILURIFORMES
Callichthyidae
Hoplosternum littorale tamoatá 3 0,240
Loricariidae
Hypostomus sp. cascudo 14 0,822
Hypostomus sp2. cascudo 6 0,366
Hypostomus sp3. cascudo 17 0,955
Totais 06 espécies 66 indivíduos 3,659 kg
Os Siluriformes, conhecidos popularmente como peixes de couro, mandis, bagres,
cascudos, entre outros, representam mais de 35% do total de espécies neotropicais,
com 1.647 espécies descritas (REIS et al., 2003). Espécies da família Loricariidae, de
modo geral, possuem hábitos crepusculares e noturnos, habitando o fundo dos rios e
permanecendo entre rochas e a vegetação (FERRARIS, 1998 e 2007 apud
RODRIGUES, 2010).
Os Siluriformes têm se adaptado a uma série de condições ambientais, refletindo em
sua morfologia e habitat (DE PINNA, 1993 apud RODRIGUES, 2010) conferindo à
ordem a condição de apresentar uma distribuição cosmopolita.
Gráfico 7.37: Representatividade numérica e em biomassa das espécies registradas.
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Em relação à representatividade, a espécie Astyanax altiparanae foi a que obteve
maior número de indivíduos capturados (27,3%), enquanto Leporinus friderici obteve
o maior peso entre as capturas (27,0%).
7.2.1.7.2.1 Distribuição Espacial
O conhecimento da distribuição espacial é importante para verificar como os
diferentes habitats são explorados pelos peixes auxiliando a compreensão da partilha
de recursos no ambiente. Além disso a identificação de padrões de distribuição e
abundância de alimentos e predadores ao longo de riachos pode responder várias
questões fundamentais (ESTEVES; ARANHAS, 1999).
Comparando-se os gráficos pode-se dizer que a área amostral 01 obteve os melhores
índices ecológicos, embora a equitabilidade tenha sido mais alta na área amostral 02.
Gráfico 7.38: Índices ecológicos espaciais da ictiofauna registrada.
Nas áreas amostrais pode-se observar que a composição da ictiofauna teve
variações, as quais podem ser influenciadas por uma série de fatores que contribuem
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para a alocação das espécies nos habitats. A composição da ictiofauna é influenciada
por uma série de variações nas condições ambientais (UIEDA e CASTRO, 1999)
modificadas ao longo do rio, como a morfologia (volume, declividade e profundidade),
velocidade de correnteza, substrato, tipo e quantidade de partículas em suspensão na
água (VANNOTE et al., 1980).
Devido a pequena amostragem não se pode determinar a tendência de espécies ao
longo dos pontos amostrados, no rio Santana.
7.2.1.7.2.2 Captura por unidade de esforço (CPUE)
A CPUE (captura por unidade de esforço) permite inferir sobre a estruturação da
comunidade, possibilitando avaliar alterações ocasionadas por mudanças ambientais
ou mesmo advindas de alterações comportamentais.
A CPUE média, considerando o esforço das redes malhadeiras apresentou-se baixa:
0,0285 Kg/m² ou 0,0024 Kg/m²/hora (gráfico a seguir), estando relacionada ao
pequeno porte dos indivíduos capturados nas áreas amostrais.
Gráfico 7.39: CPUE para malhadeiras obtidas durante o levantamento ictiofaunístico da área de influência.
Quanto as espécies amostradas, a espécie mais representante em número de
indivíduos foi Astyanax altiparanae. Essa espécie apresenta ampla distribuição na
bacia do Alto Rio Paraná. Em relação às ameaças, nenhuma espécie registrada ou
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com potencial ocorrência para a região encontra-se em listas de espécies ameaçadas
de extinção. Por possuir hábitos migradores pode-se considerar a espécies Leporinus
friderici.
O empreendimento não irá formar reservatório expressivo, uma vez que a maior parte
do reservatório permanecerá na calha natural do rio Santana. Mesmo assim, apesar
de causar menos impactos em relação a outros empreendimentos de maior porte, o
local terá algumas influências da instalação das estruturas, uma vez que o trecho terá
redução da velocidade da água que pode afetar a comunidade aquática, sendo
indicada a adoção de monitoramento da ictiofauna, sobretudo após a instalação do
empreendimento.
A ictiofauna da área de influência caracteriza-se por uma riqueza baixa, contudo não
se deve basear conclusões apenas nesse índice, uma vez que o mesmo depende
excepcionalmente da amostragem. Portanto maiores discussões a certa da dinâmica
e estrutura da comunidade aquática somente será possível com a realização de mais
amostragens no trecho pretendido na próxima fase do empreendimento.
7.2.1.7.3 Relatório fotográfico
Figura 7.91: Instalação de rede. Figura 7.92: Uso da tarrafa.
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Figura 7.93: Astyanax altiparanae. Figura 7.94: Leporinus friderici.
Figura 7.95: Hoplosternum littorale. Figura 7.96: Hypostomus sp 1.
Figura 7.97: Hypostomus sp 2.
Figura 7.98: Hypostomus sp 3.
Atendendo à solicitação do ofício nº 372/GLA/IMASUL, foi solicitado a realização de
um novo levantamento de ictiofauna, durante esta estação chuvosa, entre os meses
de novembro e dezembro de 2018.
Desta forma, foi solicitado nova Autorização de Ambiental para Manejo de Fauna in
situ para a CGH Castro, com o intuito de realizar o inventário completar da ictiofauna.
Após a emissão da Autorização Ambiental de nº 33/2018, a equipe ambiental
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deslocou-se até o local do empreendimento onde realizou o inventário ictiofaunístico
da CGH Castro.
7.2.1.7.4 Metodologia e Área de Estudo
O levantamento ictiofaunístico foi realizado durante a estação chuvosa em 8 pontos
estratégicos do trecho do rio Santana, onde pretende-se instalar o empreendimento.
O estudo foi realizado entre os dias 04 e 05 de dezembro de 2018, em dias
característicos da estação chuvosa, onde o Rio Santana apresentava volume de água
maior que o seu volume natural.
A escolha destes locais foi realizada in loco, após observação das condições do Rio
Santana. Em atendimento ao TR, foram realizadas coletas em diferentes pontos
amostrais, em ambientes lênticos e lóticos, com condições de amostragem, como
mostra a imagem a seguir.
Figura 7.99: Imagem com a localização dos pontos amostrais da Ictiofauna.
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Tabela 7.65: Caracterização dos Pontos Amostrais da Ictiofauna.
Ponto Localização Coordenadas
UTM Características do Ambiente
PX_01 Montante
Barramento - Lago
X=484886.88; Y=7820080.36
APP Reduzia na Margem Esquerda e Inexistente na Margem Direita; ambiente lêntico; substrato arenoso
PX_02 Montante
Barramento - Lago
X=484868.43; Y=7820154.87
APP Reduzia na Margem Esquerda e Mínima na Margem Direita; ambiente lêntico; substrato arenoso
PX_03 Montante
Barramento - Lago
X=484845.44; Y=7820205.53
APP Reduzia na Margem Esquerda e Mínima na Margem Direita; ambiente lêntico; substrato arenoso
PX_04 Trecho de
vazão reduzida X=484828.08; Y=7820330.05
APP Reduzia em ambas as Margens; ambiente semi-lótico; substrato arenoso
PX_05 Trecho de
vazão reduzida X=484926.00; Y=7820767.00
APP Conservada na Margem Esquerda e Reduzida na Margem Direita; ambiente semi-lótico; substrato
rochoso
PX_06 Trecho de
vazão reduzida X=485065.00; Y=7820655.00
APP Conservada na Margem Esquerda e Reduzida na Margem Direita; ambiente lótico; substrato
rochoso
PX_07 Jusante a Casa
de Força X=485124.00; Y=7820519.00
APP Conservada na Margem Esquerda e Reduzida na Margem Direita; ambiente semi-lótico; substrato
rochoso
PX_08 Jusante a Casa
de Força X=485199.44; Y=7820438.76
APP Reduzia em ambas as Margens; ambiente lótico; substrato rochoso
As capturas foram realizadas com petrechos de pesca diversificados (redes de espera
e tarrafas), porém idênticos em todos os pontos amostrais, sempre respeitando as
particularidades de cada ponto e a padronização do esforço para comparações entre
as áreas amostrais. Dessa forma, buscou-se representar a comunidade nos diferentes
locais afetados pelo empreendimento.
As redes foram instaladas ao entardecer e retiradas ao amanhecer, contemplando um
esforço de 12 horas por ponto. As tarrafas foram utilizadas pela manhã, juntamente
com a retirada das redes de espera. Para cada ponto amostral, foram realizados 05
lances de tarrafa.
Tabela 7.66: Detalhamento Técnico dos Petrechos de Pesca Utilizados.
Petrechos Malha1 (cm) Comprimento (m) Altura (m) Esforço
Malhadeira 1,5 10 1,5 12 horas/dia
Malhadeira 2,5 10 1,5 12 horas/dia
Malhadeira 3,5 10 1,5 12 horas/dia
Tarrafa 1,5 15 2,1 5 lances
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Figura 7.100: Instalação de Redes de Espera.
Figura 7.101: Retirada das redes de espera.
Figura 7.102: Uso de tarrafa nos pontos amostrais.
Figura 7.103: Uso de tarrafa nos pontos amostrais.
Para cada rede de espera retirada da água, no caso de captura de peixes, os mesmos
eram acondicionados em baldes com água, onde obteve-se os dados biométricos
(peso e comprimento total) ainda no local, sendo os exemplares devolvidos ao rio
imediatamente após a obtenção dos dados. As espécies também foram fotografadas
a fim de documentar a diversidade específica. Cabe ressaltar que não foi realizada a
fixação de nenhum espécime para coleções zoológicas.
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Figura 7.104: Retira e obtenção de dados biométricos da Ictiofauna coletada.
Figura 7.105: Soltura das espécies coletadas.
Além disso, é válido mencionar que um exemplar apresentou predação por outros
peixes. Este foi lançado ao rio após registro, para que sirva de alimento para espécies
carnívoras, além do mais, não apresentava condições de uso científico (Figura 24.38).
A identificação das espécies foi realizada seguindo manuais apresentados por
Oyakawa e Mattox (2009); Graça e Pavanelli (2007); Zaniboni Filho et al. (2004);
Nakatani et al. (2001); Britski et al. (1988) e Ringuelet et al. (1967). Após o processo
de identificação, a nomenclatura das espécies foi conferida de acordo com Check List
of the Freshwater Fishes and Central América (Reis et al., 2003).
Os dados coletados foram armazenados em planilhas eletrônicas para posterior
análise e interpretação dos resultados. Com base nas informações de captura das
diferentes espécies calculou-se a diversidade, equitabilidade, similaridade e a riqueza
das espécies, utilizando-se o software Past (HAMMER et al., 2003).
Tabela 7.67:Software Past.
Diversidade Representa o número de espécies presentes e a uniformidade com que
os indivíduos são distribuídos no ambiente.
Equitabilidade Indica se os indivíduos têm ou não a mesma abundância numa unidade
amostral.
Riqueza Representa o número de espécies identificadas em cada ponto amostral.
Abundância Remete ao número de indivíduos em uma unidade amostral.
Fonte: HAMMER et al., 2003.
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7.2.1.7.5 Resultados
No levantamento primário da ictiofauna para esta campanha, foi registrada a
ocorrência de 10 espécies, pertencentes a 04 ordens e 09 famílias. Em termos
numéricos a ordem Siluriformes apresentou a maior abundância numérica, conforme
pode-se observar na tabela a seguir. A presença das ordens Characiformes e
Siluriformes concordam com o padrão esperado para ambientes neotropicais de água
doce (GONÇALVES; BRAGA, 2008).
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Tabela 7.68: Lista da Ictiofauna registrada na área deinfluência da CGH Castro.
Ordem/Família Espécie Nome popular Número Biomassa Captura FO%
Characiformes Família Characidae
Astyanax altiparanae Lambari 5 0,062 P1,P4,P6 38% Família Erythrinidae Hoplias sp. Traíra 3 0,894 P1,P3,P4 25% Família Parodontidae Apareiodon affinis Canivete 2 0,061 P6 13% Família Serrasalminae
Serrasalmus maculatus Piranha 2 0,067 P2,P4 0% Gymnotiformes Família Apteronotidae
Apteronotus ellisi Ituí-cavalo 3 0,127 P6 25% Família Apteronotidae
Gymnotus carapo Tuvira 2 0,050 P2,P3 0% Perciformes Família Cichlidae
Crenicichla sp. Joaninha 1 0,014 P7 25% Siluriformes Família Pimelodidae
Pimelodella sp. Bagre 2 0,047 P4,P6 13% Família Loricariidae
Hypostomus aff. ancistroides Cascudo 6 0,263 P2,P3,P5,P6,P8 25% Hypostomus aff. oculeus Cascudo 8 0,168 P2,P3,P5,P6,P7 63%
04 ordens/09 famílias 10 espécies 34 indivíduos 1,753
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Os Siluriformes, conhecidos popularmente como peixes de couro, mandis, bagres,
cascudos, entre outros, representam mais de 35% do total de espécies neotropicais,
com 1.647 espécies descritas (REIS et al., 2003). Espécies da família Loricariidae, de
modo geral, possuem hábitos crepusculares e noturnos, habitando o fundo dos rios e
permanecendo entre rochas e a vegetação (FERRARIS, 1998 e 2007 apud
RODRIGUES, 2010).
Os Siluriformes têm se adaptado a uma série de condições ambientais, refletindo em
sua morfologia e habitat (DE PINNA, 1993 apud RODRIGUES, 2010) conferindo à
ordem a condição de apresentar uma distribuição cosmopolita.
Gráfico 7.40: Representatividade numérica e em biomassa das espécies registradas.
Em relação à representatividade, a espécie Hypostomus aff. Oculeus foi a que obteve
maior número de indivíduos capturados (23,5%), enquanto que a Hoplias sp. obteve
o maior peso entre as capturas (51,0%).
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Astyanax altiparanae
Hoplias sp.
Apareiodon affinis
Serrasalmus maculatus
Apteronotus ellisi
Gymnotus carapo
Crenicichla sp.
Pimelodella sp.
Hypostomus aff. ancistroides
Hypostomus aff. oculeus
Número (%)
Es
pé
cie
s
Biomassa % Número %
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7.2.1.7.5.1 Distribuição Espacial
Os índices ecológicos apresentaram maior semelhança nos quesitos riqueza e
abundância nos pontos PX_06, localizado no trecho de vazão reduzida. O ponto PX-
06 também foi responsável pela maior diversidade de espécies.
A equitabilidade por sua vez foi maior nos pontos PX_01, PX_05 e PX_08, localizados
excepcionalmente no futuro Lago, TVR e jusante a Casa de Força.
Gráfico 7.41: Índices ecológicos espaciais da ictiofauna na área de influência.
O PX_06, que neste estudo apresentou os maiores e melhores índices ambientais,
possui características distintas dos demais pontos analisados. Trata-se de um
ambiente lótico, porém com um pequeno remanso, que proporciona uma local para
uma pausa das espécies que seguem o rio de encontro com a correnteza.
0
1
2
3
4
5
6
7
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8
Riq
ue
za
0
2
4
6
8
10
12
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8
Ab
un
dân
cia
00,20,40,60,8
11,21,41,61,8
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8
Div
ers
idad
e
0,7
0,75
0,8
0,85
0,9
0,95
1
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8
Equ
itab
ilid
ade
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Figura 7.106: Ponto amostral PX_06.
Figura 7.107: Jusante do PX_06.
Figura 7.108: Montante do PX_06.
7.2.1.7.5.2 Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H’)
O índice de Shannon é amplamente utilizado em ecologia de comunidades para
avaliar a diversidade de espécies. Neste estudo, para analisar a comunidade de
peixes, foi considerado o número de vezes que a espécie foi registrada nos diferentes
pontos amostrais (0-8 pontos).
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Assim sendo, o índice apresentou um coeficiente de 1,8039. Este número indica que
o local não apresenta uma boa diversidade de espécies, já que o número mínimo é 0,
e o número máximo depende da diversidade de espécies, ou seja, quanto maior a
diversidade, maior é o número (SOUTO, et al., 2008). O resultado obtido era esperado,
já que a velocidade da água do Rio Santana estava acima do normal nos dias em que
o estudo foi desenvolvido, em função da precipitação ocorrida nos dias anteriores.
Ainda assim, apesar das condições não serem favoráveis para a obtenção de um
número maior do índice de diversidade, o índice de riqueza pode ser considerado
bom, visto que o número total de registros nesta campanha chegou a 10 espécies.
Ainda conforme Souto et al. (2008) a diversidade de espécies está interligada a uma
relação entre o número de espécies e a distribuição do número de indivíduos entre as
espécies, sendo assim, quanto maior o índice de Shannon, menor a variação da
riqueza de espécie. Neste caso, a variação da Riqueza foi maior e o índice de
Shannon foi menor.
7.2.1.7.5.3 Índice de Similaridade de Jaccard (Sj)
O Índice Similaridade de Jaccar foi obtido através da comparação das espécies
registradas em cada campanha amostral. Neste caso, comparou-se os dados desta
campanha com a campanha realizada no ano de 2017.
Assim, o coeficiente de similaridade entre as campanhas amostrais foi de 0,2308. Em
uma escala que vai de 0 (comunidades totalmente diferentes quanto à composição de
espécies) a 1 (comunidades totalmente semelhantes quanto à composição de
espécies), o Índice de Similaridade de Jaccard indicou que as espécies registradas
entre as campanhas, diferem entre si, em nível médio a baixo, visto que na primeira
campanha, foi amostrado 06 espécies e na segunda campanha 10 espécies. No total,
entre as campanhas, foram registradas 14 espécies de peixes na Área de Influência
da CGH Castro, localizada no Rio Santana, Paranaíba, MS.
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Tabela 7.69: Lista de espécies registradas nas campanhas amostrais da Ictiofauna para a CGH Castro.
Ordem/Família Espécie Nome popular Campanha
01 Campanha
02
Characiformes Família Characidae
Astyanax altiparanae Lambari X X Família Erythrinidae
Hoplias sp. Traíra X Família Parodontidae
Apareiodon affinis Canivete X Família Serrasalminae
Serrasalmus maculatus Piranha X Família Anostomidae
Leporinus friderici Piau-três-pintas X Gymnotiformes Família Apteronotidae
Apteronotus ellisi Ituí-cavalo X Família Apteronotidae
Gymnotus carapo Tuvira X Perciformes Família Cichlidae
Crenicichla sp. Joaninha X Siluriformes Família Callichthyidae
Hoplosternum littorale Tamoatá X Família Pimelodidae
Pimelodella sp. Bagre X Família Loricariidae
Hypostomus sp3. Cascudo X
Hypostomus aff. ancistroides
Cascudo X X
Hypostomus aff. oculeus Cascudo X X
Nenhuma das espécies registradas encontram-se listadas como ameaçadas de
extinção. Além disso, não foram registradas espécies exóticas da bacia do Rio
Paraná.
Das espécies registradas, 02 espécies são classificadas como migradoras de
pequeno porte e curtas distâncias, sendo:
Apareiodon affinis;
Leporinus friderici.
A migração é um ato muito diferenciado pois, as espécies podem realiza-las de forma
diárias, sazonais e anuais, mas geralmente realizam para sua reprodução. Sabe-se
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também que a mesma pode estar relacionada com a predação, proteção e
disponibilidade de alimentos (GARCIA, 2018).
Ao longo de diversos pontos do rio Paranaíba e de seus tributários, em especial
aqueles situados na margem direita, pode-se observar a existência de áreas de
inundação e canais com pequenas lagoas intermitentes. O que de acordo com
Nascimento e Nakatani (2006) e Agostinho et al. (2001), estes remanescentes de
várzeas, tem importância fundamental na manutenção das espécies de peixes
reofilicos de pequeno porte.
Este processo de inundação das planícies amplia o espaço vital da ictiofauna,
aumenta a disponibilidade de abrigo e alimento, eleva a produtividade do corpo d’água
e reduzem fatores denso-dependentes, como competição e predação das
comunidades e constituem locais importantes para o crescimento e alimentação das
formas larvais e juvenis. (COBRAPE, 2011; NASCIMENTO e NAKATANI, 2006).
Segundo Agostinho e colaboradores (1997) o regime de cheia favorece o aumento de
biomassa para espécies onívoras e algumas espécies herbívoras, e as lagoas e
canais favorecem o aumento de biomassa para peixes dessas categorias tróficas,
independentemente do regime de cheia.
As três espécies com características reofílicas registradas em campo, destaca-se o
Leporinus friderici, espécie que se caracteriza como um peixe de desova total e
migrador. É uma espécie que predomina em ambiente lótico, caracteristicamente
migradora, porém pode reproduzir-se em ambientes lênticos e semilóticos em planície
de inundação e em pequenos canais (AGOSTINHO et al., 1997; NASCIMENTO e
NAKATANI, 2006). Segundo Braga (2001), Balassa e colaboradores (2004), essa
espécie tem se reproduzido com grande abundância em diversas represa da bacia do
rio Paranaíba com ambientes tipicamente lênticos. E ainda os mesmo a autores
relatam que esta espécie é regularmente utilizada para repovoar reservatórios de
usinas.
Para as espécies de peixes reofílicos, que realizam migrações ao longo do rio
Paranaíba, com o objetivo de encontrar um local em que as condições da água sejam
ideais para que ocorra a reprodução, pequenas mudanças na estrutura do rio e na
qualidade da água, privam esses organismos de alcançar áreas necessárias para
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completar seu ciclo de vida (NASCIMENTO; NAKATANI, 2006). Tais condições para
espécies reofilicas de grande porte acabam sendo prejudicadas em anteparo as UHE
já existentes na bacia. Porém espécies de menor porte como Leporinus friderici e
Apareiodon affinis, ambas migratórias, são espécies que, se sobressaem, uma vez
que conseguem migrar para outras áreas, e adaptam-se facilmente a ambientes tanto
lóticos como lênticos (BALASSA et al.,2004).
Godoy (1975), verificou que em espécies reofilicas, suas desovas ocorrem em
ambientes lóticos onde as condições se mostram favoráveis e que seus ovos são
carreados rio abaixo. Porém Thomaz et al. (1997), menciona que, após a eclosão, as
larvas são levadas para as lagoas marginais (ambientes lênticos) onde se dispersam
na busca de abrigo e de alimento. O que faz com que, a vegetação aquática marginal
presente nas lagoas atue como biótopo preferencial para a reprodução de espécies
lênticas, desenvolvimento inicial e alimentação de várias espécies, reforçando a
importância das lagoas marginais e da planície de inundação para a preservação e a
manutenção da fauna de peixes para todo o ecossistema (BIALETZKI et al., 1999;
NASCIMENTO; NAKATANI, 2006).
Desta forma, é possível afirmar que o empreendimento em estudo, não irá
proporcionar perdas para estas espécies, pois o são espécies que adaptam facilmente
às mudanças no ambiente aquático. Além do mais, será realizado a transposição de
peixes a montante do futuro barramento, seja através de mecanismos de
transposição, como escada de peies ou até mesmo manualmente, com coleta de
jusante e soltura a montante, de acordo com a necessidade e eficácia do método a
ser empregado.
Ao longo de diversos pontos do rio Paranaíba, em especial aqueles situados na
margem direita (Figura A, abaixo), pode-se observar a existência de áreas de
inundação e canais com pequenas lagoas intermitentes, oriundos das usinas a jusante
do rio Paranaíba. O empreendimento está situado no rio Santana, um desses
tributários do rio Paranaíba. A 6 km a jusante do empreendimento em sua foz, o rio
Santana apresenta pontos característicos de áreas de inundação temporárias com
presença de mata ciliar (Figura B, abaixo) no qual tem suma importância para diversas
espécies, inclusive as reofílicas, pois proporcionam abrigo e alimentação. O que de
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acordo com Nascimento e Nakatani (2006) e Agostinho et al. (2001), estes
remanescentes de várzeas, tem importância fundamental na manutenção das
espécies de peixes reofílicos de pequeno porte.
Figura 7.109: Locais possíveis de alimentação, refúgio e reprodução de espécies reofilicas. Legenda: A: Tributários do rio Paranaíba, locais de possível interesse de espécies reofilicas. B: Rio Santana, locais próximos do empreendimento com áreas de interesse de espécies reofilicas. Fonte: Google Earth Pro, 2018.
7.2.1.7.6 Relatório Fotográfico
A
B
Tributários do rio Paranaíba com
possível interesse de espécies
reofilicas.
CGH Castro
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Figura 7.110: Ponto 01.
Figura 7.111: Ponto 02.
Figura 7.112: Ponto 03.
Figura 7.113: Ponto 04.
Figura 7.114: Ponto 05.
Figura 7.115: Ponto 06.
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Figura 7.116: Ponto 07.
Figura 7.117: Ponto 08.
Figura 7.118: Método com tarrafa.
Figura 7.119: Método com tarrafa.
Figura 7.120: Instalação de Redes de Espera.
Figura 7.121: Instalação de Redes de Espera.
Figura 7.122: Retirada e revisão das Redes.
Figura 7.123: Retirada e revisão das Redes.
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Figura 7.124: Soltura dos exemplares coletados após obtenção de dados biométricos.
Figura 7.125: Soltura dos exemplares coletados após obtenção de dados biométricos.
Figura 7.126: Registro de Apareiodon affinis.
Figura 7.127: Registro de Apteronotus ellisi.
Figura 7.128: Registro de Astyanax altiparanae.
Figura 7.129: Registro de Crenicichla sp. predada.
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Figura 7.130: Registro de Gymnotus carapo.
Figura 7.131: Registro de Hoplias sp.
Figura 7.132: Registro de Hypostomus aff. oculeus.
Figura 7.133: Registro de Hypostomus aff. ancistroides.
Figura 7.134: Registro de Pimelodella sp.
Figura 7.135: Registro de Serrasalmus maculatus.
7.3 MEIO ANTRÓPICO
O estudo do meio socioeconômico abrange os aspectos culturais, sociais, históricos,
de infraestrutura, econômicos e arqueológicos visando a caracterização das áreas
afetadas pelo empreendimento. Através dessa caracterização e análise é possível
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mensurar os impactos que sua implantação poderá causar, de acordo com as
peculiaridades verificadas.
Neste capitulo busca-se caracterizar a área de influência indireta (AII), correspondente
ao município de Paranaíba, a área de influência direta (AID), constituída pelas
propriedades rurais no entorno imediato do empreendimento e a área diretamente
afetada (ADA), que corresponde ao barramento, casa de força, reservatório e área de
preservação permanente (APP).
7.3.1 Aspectos metodológicos
A metodologia utilizada baseou-se em um levantamento de dados primários, através
de visitas a campo e de dados secundários, através de pesquisa bibliográfica referente
aos municípios afetados e busca de informações em órgãos e instituições locais.
Foram caracterizadas, a partir de dados primários, as famílias que possuem
propriedades próximas ao local onde será instalado o empreendimento, as quais
compreendem o que classificamos como área de influência direta (AID). Nesta seção,
caracterizaram-se as unidades familiares e produtivas, buscando apresentar a
dependência das famílias em relação à propriedade atingida, seu modo de vida, meios
de produção, usos do rio, dentre outros. O principal instrumento de pesquisa de campo
empregado foi um questionário único aplicado aos entrevistados. Com os dados
extraídos dos questionários e com registro fotográfico do local, elaborou-se o presente
cadastro socioeconômico.
7.3.2 Área de influência indireta
7.3.2.1 Caracterização do município de Paranaíba
7.3.2.1.1 Localização e acessos
Paranaíba está situada na região do Bolsão do Mato Grosso do Sul, na mesorregião
Leste do estado. A mesorregião é formada pela união de 18 municípios agrupados em
quatro microrregiões (Cassilândia, Nova Andradina, Paranaíba e Três Lagoas).
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Figura 7.136: Localização do município de Paranaíba. Fonte: Sebrae, 2015.
O município de Paranaíba está distante 414 quilômetros de Campo Grande, capital
de Mato Grosso do Sul. O acesso ao município ocorre pelas rodovias BR-158 e MS-
497. Quanto a localização do município destacando a malha viária em escala
adequada está disponível no anexo EAS-CAS–01, incluso no Volume II.
A figura abaixo apresenta as principais rodovias que cortam o município. Paranaíba
apresenta ligação rodoviária com estrada pavimentada para os municípios de
Inocência, Aparecida do Taboado e Cassilândia. Ainda, o município apresenta como
fator favorável a boa ligação asfáltica com a capital do estado e com a região do
Bolsão (Três Lagoas).
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Figura 7.137: Principais acessos ao município de Paranaíba.
Fonte: Google Earth, 2017.
A área total do município é de 5.402,778 km² e a posição geográfica acontece nas
coordenadas Latitude 19º40’37”S e Longitude 51°11’27”W, encontrando-se a uma
altitude de 474 m. Seus limites são: ao norte com os municípios de Cassilândia (MS),
Lagoa Santa (GO) e Itajá (GO), ao sul com o município de Aparecida do Taboado, a
leste com o município de Carneirinho (MG) e a oeste com o município de Inocência
(MS).
7.3.2.1.2 Aspectos demográficos
O município de Paranaíba contava com uma população de 40.192 habitantes no ano
de 2010. Para o ano de 2017 o IBGE estima a população do município em 41.755.
Observando os dados populacionais de 2010, verifica-se que o município possui uma
população em sua maioria urbana, com cerca de 35.754 habitantes, correspondente
a 89% da população e 4.438 na área rural que corresponde a 11% da população do
município.
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Analisando os dados dos últimos censos apresentados na tabela a seguir observa-se
que no período de 1991 a 2010, houve um acréscimo populacional. Este aumento
pode estar relacionado com a oferta de empregos.
Tabela 7.70: População total, por gênero, rural/urbana no município de Paranaíba - MS.
População Ano % do total
(1991)
Ano % do total (2000)
Ano % do total (2010) 1991 2000 2010
População total 36.780 100% 38.406 100% 40.192 100%
População residente masculina 18.684 51% 19.359 50% 19.957 50%
População residente feminina 18.096 49% 19.047 50% 20.235 50%
População urbana 28.491 77% 32.027 83% 35.754 89%
População Rural 8.289 23% 6.379 17% 4.438 11%
Fonte: IBGE, Censos demográficos 1991 a 2010.
7.3.2.1.2.1 Estrutura etária da população
A pirâmide etária da população refere-se à distribuição dos indivíduos de uma
população, de acordo com distintos grupos de idade (classes etárias). A estrutura
etária da população de Paranaíba pode ser dividida em três grandes grupos: jovens
de 0 a 12 anos (22%), adultos de 15 a 60 anos (65%) e idosos, acima de 60 anos
(13%). De acordo com dados do Censo Demográfico de 2010 a grande porcentagem
de moradores está na faixa adulta, composta por 49% de homens e 51% de mulheres.
Segundo o IBGE (2010) apud Sebrae (2015), aproximadamente 89% dos
paranaibanos com idade superior a cinco anos são alfabetizados.
Figura 7.138: Pirâmide etária município de Paranaíba – MS. Fonte: Sebrae (2015).
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Segundo Nasri (2008), a transição demográfica é o principal fenômeno demográfico
do século 20 e é caracterizado pelo envelhecimento populacional e pela redução nas
taxas de fecundidade, ou seja, há aumento na produção de indivíduos idosos e uma
diminuição na proporção de indivíduos jovens.
7.3.2.1.3 Aspectos sociais
7.3.2.1.3.1 Indicadores de desenvolvimento humano
O conceito de desenvolvimento humano nasceu definido como um processo de
ampliação das escolhas das pessoas para que elas tenham capacidades e
oportunidades para serem aquilo que desejam ser. Diferentemente da perspectiva do
crescimento econômico, que vê o bem-estar de uma sociedade apenas pelos recursos
ou pela renda que ela pode gerar, a abordagem de desenvolvimento humano procura
olhar diretamente para as pessoas, suas oportunidades e capacidades (PNUD, 2017).
Sendo assim o conceito de desenvolvimento humano também parte do pressuposto
que para mensurar a qualidade de vida de uma população é necessário ir além dos
aspectos puramente econômicos e considerar outras características, sociais, culturais
e políticas.
Já o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criado por Mahbub ul Haq com a
colaboração do economista indiano Amartya Sem, tem o objetivo de estabelecer um
contraponto ao indicador do PIB, que considera apenas a dimensão econômica do
desenvolvimento, sendo um indicador utilizado mundialmente apesar de não abranger
todos os aspectos do desenvolvimento humano (PNUD, 2017).
O IDH de Paranaíba tem valor de 0,721, o que é considerado alto, sendo o 8º no
estado do Mato Grosso do Sul e o 1.266º no ranking dos municípios do Brasil. No
gráfico a seguir é demonstrado o IDH, comparado a outros indicadores.
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Gráfico 7.40: Gráfico do IDH comparado. Fonte: IBGE – Censo demográfico 2010.
7.3.2.1.3.2 Saúde
O sistema de saúde atualmente vigente no Brasil é baseado na prevenção. Neste
sentido observa-se a estruturação do sistema de saúde através de unidades
descentralizadas, como de saúde e unidades básicas; campanhas preventivas, como
as de vacinação; implantação de programas que estabelecem contato direto com a
população, como o Programa de Saúde da Família, dentre outros.
7.3.2.1.3.2.1 Longevidade e mortalidade infantil
O município de Paranaíba, no que se refere a mortalidade infantil, passou de 34,5
óbitos a cada mil nascidos vivos no ano de 1991 para 18,9 óbitos por mil nascidos
vivos no ano de 2010. A taxa de mortalidade infantil para o Estado do Mato Grosso do
Sul para o ano de 2010 é 18,14 (ATLAS, 2013).
Com relação a mortalidade de crianças de até cinco anos de idade observa-se o
decréscimo significativo no número de mortes, passando de 40,4 no ano de 1991 para
22,7 em 2010. A avaliação da mortalidade infantil e longevidade em um período de
tempo de 19 anos, para o município em estudo, pode ser observada na tabela abaixo.
Tabela 7.71: Longevidade e mortalidade infantil – 1991 até 2010.
Parâmetros 1991 2000 2010
Esperança de vida ao nascer 66,7 70,1 74,4
0 0 00
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0 0 0
Valo
r ID
H
Comparativo
Indice de Desenvolvimento Humano
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Parâmetros 1991 2000 2010
Mortalidade infantil 34,5 25,1 18,9
Mortalidade até 5 anos de idade 40,4 29,5 22,7
Fonte: IBGE - Censo Demográfico.
A esperança de vida ao nascer é o indicador utilizado para compor a dimensão
Longevidade do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). No município,
a esperança de vida ao nascer cresceu 4,3 anos na última década, passando de 70,1
anos, em 2000, para 74,4 anos, em 2010. Em 1991, era de 66,7 anos. No Brasil, a
esperança de vida ao nascer é de 73,94 anos, em 2010, de 68,6 anos, em 2000 e, de
64,7 anos em 1991.
7.3.2.1.3.2.2 Unidades de saúde no município
A Secretaria Municipal de Saúde tem como missão planejar e executar as ações de
saúde e integralidade, sempre buscando o compromisso com a defesa da vida.
Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da
continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da
humanização, da equidade e da participação social.
O município de Paranaíba conta com 111 unidades de saúde ao total (SEMADE,
2016). A quantificação do número, bem como a tipologia dos estabelecimentos de
saúde no município em estudo para abril de 2016, apresenta-se na tabela abaixo.
Tabela 7.72: Estabelecimentos de saúde em Paranaíba – MS em abril de 2016.
Especificação Quant.
Total 111
Centro de saúde/unidade básica 14
Poli Clínica 6
Hospital Geral 2
Hospital Especializado 1
Clínica/Centro de Especialidade 65
Consultório Isolado 6
Unid. de apoio diagnóstico e terapia 10
Unid. Móvel de nível pré-hospitalar na área de urgência 1
Farmácia 1
Centro de Gestão em Saúde 2
Centro de Atenção Hemoterapia/Hematologia 1
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Especificação Quant.
Centro de Atenção Psicossocial 1
Central de Regulamentação de Acesso 1
Leitos 194
Fonte: SEMADE, 2016.
7.3.2.1.3.3 Educação
Os dados sobre a educação contribuem para avaliar a vida da população. Na área de
estudo observa-se duas realidade distintas, tanto no que diz respeito à demanda
quanto na oferta de acesso à educação. Estas diferenças ocorrem em função do
coeficiente populacional observado.
O desenvolvimento de um povo é diretamente proporcional aos esforços dispensados
para educação. A seguir apresenta-se o número de matrículas no ensino regular
segundo matriculas iniciais por zona e dependência administrativa para o ano de
2015, assim como o número de escolas e salas de aulas existentes e utilizadas.
Tabela 7.73: Matrícula inicial por zona e dependência administrativa – 2015.
Dependência administrativa
Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio
Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural
Federal - - - - - - - - -
Estadual - - - 2.836 2.836 - 1.262 1.262 -
Municipal 1.424 1.378 46 1.937 1.667 270 - - -
Particular 433 433 - 657 657 - 168 168 -
Total 1.857 1.811 46 5.430 5.160 270 1.430 1.430 -
Fonte: SEMADE, 2015.
Tabela 7.74: Escolas, salas de aula existentes e utilizadas – educação infantil, ensino fundamental e ensino médio – 2015.
Dependência administrativa
Números de escola Salas de Aula
Existentes Utilizadas
Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural
Federal - - - - - - - - -
Estadual 6 6 - 106 106 - 92 92 -
Municipal 10 7 3 106 74 32 126 103 23
Particular 6 6 - 82 82 - 75 75 -
Total 22 19 3 294 262 32 293 270 23
Fonte: SEMADE, 2015.
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7.3.2.1.3.3.1 Índice da Educação Básica – IDEB
O IDEB é calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento escolar
(aprovação) e médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo
INEP. Este índice permite traçar metas de qualidade educacional para a educação.
Na tabela a seguir é possível visualizar o IDEB do município de Paranaíba para um
período de 10 anos, bem como as metas estabelecidas para este.
Tabela 7.75: Índice de educação básica IDEB-2013.
IDEB 2015 2005 2007 2009 2011 2013 2015
Paranaíba 3.4 4,2 4.6 5.0 4,9 5.3
Meta Municipal -- 3.5 3.8 4.2 4.5 4.8
Fonte: IDEB, 2017.
7.3.2.1.3.4 Saneamento
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle de
todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos
nocivos sobre o bem-estar físico, mental e social. De outra forma, pode-se dizer que
saneamento caracteriza o conjunto de ações socioeconômicas que tem por objetivo
alcançar salubridade ambiental, sendo elas: abastecimento de água; coleta,
tratamento e disposição ambientalmente adequada e sanitariamente segura de águas
residuárias; acondicionamento, coleta, transporte e destino final dos resíduos sólidos;
controle de vetores de doenças transmissíveis; e controle da poluição ambiental –
água, ar, solo, acústica e visual (RIBEIRO; ROOKE, 2010).
Trata-se de serviços que podem ser prestados por empresas públicas ou, em regime
de concessão, por empresas privadas, sendo esses serviços considerados
essenciais, tendo em vista a necessidade imperiosa destes por parte da população,
além da sua importância para a saúde de toda a sociedade e para o meio ambiente.
A tabela abaixo apresenta os indicadores referentes ao saneamento básico para o
município em estudo, em um período de 19 anos, segundo dados do IBGE. Observa-
se que a população residente em Paranaíba, em 2010, em quase todos os domicílios
tem-se água encanada, energia elétrica e coleta de lixo.
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Tabela 7.76: Indicadores de saneamento básico para Paranaíba entre 1991 e 2010.
População Ano Ano Ano
1991 2000 2010
% da população em domicílios com água encanada 66,77 86,96 99,02
% da população em domicílios com energia elétrica 83,81 94,77 99,87
% da população em domicílios com coleta de lixo 87,12 93,61 97,83
Fonte: ATLAS, 2013.
7.3.2.1.3.5 Transporte
A frota de veículos cresceu no município de Paranaíba mais rapidamente que a
população. Entre os anos 2002 e 2014, a população aumentou 7%, enquanto a frota
total de veículos cresceu 175%, em especial de motocicletas, que apresentou um
aumento de 239%. O aumento de automóveis no período foi de 129% (DENATRAN,
2014). Esse crescimento aqueceu o mercado de produtos e serviços direcionados à
venda, manutenção e conserto de veículos.
7.3.2.1.4 Aspectos econômicos
7.3.2.1.4.1 Produto Interno Bruto
O Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma, em valores monetários, de todos os
bens e serviços finais produzidos em uma determina região durante o ano. O PIB Per
Capita do município de Paranaíba, segundo dados de 2014, é de 24.464,37 reais,
sendo que os setores mais representativos são de serviços, seguido de indústria e
administração pública, como pode ser observado na tabela abaixo.
Tabela 7.77: Produto Interno Bruto de Paranaíba - 2014.
Ramos de atividades Valor (R$ 1000,00)
Agropecuária 124.038
Indústria 194.469
Serviços 407.673
Administração Pública 183.443
Impostos 102.297
Total 909.622
Fonte: IBGE, 2017.
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Figura 7.139: Composição do PIB de Paranaíba de 1999 a 2012. Fonte: SEMADE/MS e IBGE.
Em comparação aos dados apresentados para o ano de 2014, observa-se que no
período de 1999 a 2012, o PIB de maior representatividade foi o Industrial, assim
como para o ano supracitado. Mantêm-se ainda, de modo semelhante, os baixos
valores para o PIB referente aos impostos.
7.3.2.1.4.2 Número de empresas
A seguir é demonstrada a tipologia dos estabelecimentos industriais no município de
Paranaíba, por ramo de atividade. No município as indústrias que mais se destacam
são as do ramo alimentício (laticínios) com 16 unidades e metalúrgicas (produtos de
metal) com 11 unidades, dados para o ano de 2015 (SEMADE, 2016).
Tabela 7.78: Estabelecimento industriais por ramos de atividade – CNAE (2014-2015).
Atividades Quantidade
2014 2015
Celulose, Papel e Produtos de Papel 1 -
Confecção Artigos de Vestuários Roupas Íntimas 4 4
Confecção calçados, artigos viagem, bolsas de qualquer material - 1
Confecção de Roupas e Artigos do Vestuário, Exc. Roupas Íntimas 7 6
Construção - Outras Obras de Engenharia Civil 3 3
Construção de Edifício 4 6
Construção de Estações e Redes de Distrib.de Energia Elétrica 6 1
Impressão e Reprodução de Gravações 9 8
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Atividades Quantidade
2014 2015
Indústria da Construção - Obras de Infraestrutura em Geral - 6
Indústria Diversas 8 7
Indústria Metalurgia, Exc. Máq. Equipamentos - Estruturas Metálicas 3 2
Máq., Aparelhos e Materiais Elétricos 3 3
Metalurgica - Exc. Máq. Equipamentos - Art.de Serralheria, Exc. Esquadrias 1 1
Metalurgica - Exc. Máq. Equipamentos - Esquadrias de Metal 5 5
Metalurgica - Exc. Máq. Equipamentos – Outros Produtos de Metal 13 11
Minerais não Metálicos - prod. de concreto, cimento, gesso e semelhantes 4 4
Minerais não-metálicos - cerâmica e barro cozido p/ construção 1 1
Minerais não-metálicos - extração de areia, cascalho ou pedregulho 3 3
Minerais não-metálicos - extração, britamento e aparelhamento de pedras 1 1
Móveis com Predominância de Madeira 7 8
Móveis com Predominancia de Metal 2 2
Preparação de Couros e Artefatos - Artigos Para Viagem e Calçados 3 3
Preparação de Couros e Artefatos - Calçados de Couro 7 8
Preparação de Couros e Artefatos - Curtimento e Outras Preparações 2 2
Produtos alimentícios - outros produtos 1 1
Produtos Alimentícios - Abate de Bovinos 1 1
Produtos Alimentícios - Açúcar 1 1
Produtos Alimentícios - Farinha de Milho e Derivados, Exc. Oleos de Milho 1 -
Produtos Alimentícios - Laticínios 14 16
Produtos Alimentícios - Moagem e Fabricação de Prod.Origem Vegetal 5 5
Produtos Alimentícios - Sorvetes e Outros Gelados Comestíveis 3 3
Produtos Alimentícios - Torrefação e Moagem de Café 3 3
Produtos de Borracha e de Material Plástico 5 6
Produtos de Madeira - Serrarias Sem Desdobramento 6 6
Produtos Químicos - 1
Produtos Têxteis - Produtos diversos 1 1
Veículos Automotores, Peças e Acessórios - Reboques e Carrocerias 2 2
Total 140 142
Fonte: Sebrae (2015).
Evolução recente dos pequenos negócios
Segundo a Relação Anual de Informações Sociais – RAIS, para dados do ano de
2013, eram existentes no município de Paranaíba 2.643 empresas, gerando um total
de 9.624 empregos com carteira assinada. Os maiores números de empresas no
período pertenciam aos setores de comércio/serviços e agropecuários.
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Em análise a todos os setores de atividade, 99,3% das empresas de Paranaíba são
Micro ou Pequenas Empresas (MPE). Embora, individualmente, as micro e pequenas
empresas contratem um número menor de funcionários, o número torna-se
significativo, devido a quantidade de empresas deste gênero.
Tabela 7.79: Contribuição das MPEs à geração de emprego - Município de Paranaíba/MS.
Ano Total de empregos Empregos em MPEs Participação
das MPEs Pessoas Variação Anual Pessoas Variação Anual
2010 8.447 3.164 37,46%
2011 8.666 2,59% 3.350 5,88% 38,66%
2012 9.626 11,08% 3.548 5,91% 36,86%
2013 9.624 -0,02% 3.805 7,24% 39,54%
Fonte: RAIS/Ministério do Trabalho e Emprego in NIT (Núcleo de Inteligência Territorial).
Entre 2010 e 2013, o número de empregos nas empresas de Paranaíba aumentou
13,93%, enquanto em nível estadual aumentou, em média 13,34% no mesmo período.
A contribuição dos pequenos negócios apresentou leve aumento.
7.3.2.1.4.3 Agricultura
O setor agropecuário familiar é sempre lembrado por sua importância na absorção de
emprego e na produção de alimentos, especialmente voltada para o autoconsumo, ou
seja, focaliza-se mais as funções de caráter social do que as econômicas, tendo em
vista sua menor produtividade e incorporação tecnológica.
O desempenho das lavouras temporárias e permanentes existentes no município em
estudo, para o ano de 2015, é detalhado nas tabelas a seguir.
Tabela 7.80: Área colhida, produção, rendimento médio e valor da produção agrícola temporária por tipo de cultura em 2015 para o município de Paranaíba.
Produção Agrícola Municipal - Lavoura Temporária 2015
Produto Quantidade
(t) Valor (mil
reais) Área Plantada
(ha) Área Colhida
(ha) Rend. Médio
(kg/ha)
Cana-de-açúcar 350.000 21.700 5.000 5.000 70.000
Mandioca 750 450 50 50 15.000
Milho (em grão) 1.450 435 290 290 5.000
Fonte: IBGE, 2017.
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Tabela 7.81: Área colhida, produção, rendimento médio e valor da produção agrícola permanente por tipo de cultura em 2015 para o município de Paranaíba.
Produção Agrícola Municipal - Lavoura Permanente 2015
Produto Quantidade
(t) Valor (mil
reais) Área
Plantada (ha)
Área Colhida
(ha)
Rend. Médio (kg/ha)
Banana 1.800 2.133 225 225 8.000
Borracha 27 35 15 15 1.800
Fonte: IBGE, 2017.
7.3.2.1.4.4 Pecuária
A pecuária local encontra-se em franco desenvolvimento. Na tabela abaixo encontra-
se a produção detalhada da pecuária para município de Paranaíba – MS.
Tabela 7.82: Produção da Pecuária – 2015.
Pecuária 2015
Produto Und.
Bovino - efetivo dos rebanhos 521.511 Cabeças
Bubalino - efetivo dos rebanhos 210 Cabeças
Equino - efetivo dos rebanhos 10.512 Cabeças
Suíno - total - efetivo dos rebanhos 11.809 Cabeças
Suíno - matrizes de suínos - efetivo dos rebanhos 1.724 Cabeças
Caprino - efetivo dos rebanhos 759 Cabeças
Ovino - efetivo dos rebanhos 9.734 Cabeças
Galináceos - total - efetivo de rebanhos 201.232 Cabeças
Galináceos - galinhas - efetivo dos rebanhos 36.049 Cabeças
Vacas ordenhadas - quantidade 28.283 Cabeças
Ovinos tosquiados - quantidade 400 Cabeças
Leite de vaca - produção - quantidade 28.798 Mil litros
Ovos de galinha - produção - quantidade 125 Mil dúzias
Mel de abelha - produção - quantidade 750 kg
Lã - produção - quantidade 800 kg
Aquicultura - Pintado, cachara, cachapira e pintachara, surubim - quantidade 1.000 kg
Aquicultura - Tilápia - produção - quantidade 193.300 kg
Aquicultura - Alevinos - produção - quantidade 7.500 Milheiros
Fonte: IBGE, 2017.
7.3.2.1.4.5 População economicamente ativa
A população economicamente ativa representa os recursos humanos de uma
economia. Corresponde à parte da população residente que se encontra em idade de
trabalhar e disposta a trabalhar, esteja ou não empregada. Os dados censitário mais
recentes (2010) apontam que a População Economicamente Ativa do município de
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Paranaíba era de 21.354 pessoas, correspondente a 61% da população, sendo que a
média do Estado de MS é de 61%.
Quadro 7.5: Pessoas com 10 anos ou mais, economicamente ativas e não ativas.
Economicamente ativas
Total Homens Mulheres
21.354 12.364 8.990
Não Economicamente ativas
Total Homens Mulheres
13.521 4.873 8.648
Fonte: SEMADE/MS – Censo 2010.
Em relação as famílias assistidas pelo bolsa família, em 2014, haviam no município
2.133. Em Paranaíba, entre 2010 e 2014, a proporção de famílias beneficiadas pelo
programa reduziu de 21,3% para 17,2%. Essa proporção passou a ser inferior à média
do estado que passou de 19,2 para 19,6%.
Figura 7.140: Proporção de famílias beneficiadas pelo bolsa família - Município de Paranaíba/MS. Fonte: NIT/Sebrae.
7.3.2.1.5 Aspectos histórico e culturais
7.3.2.1.5.1 Histórico de Paranaíba
A cidade de Paranaíba situa-se na divisa de Mato Grosso do Sul com o estado de
Minas Gerais. Paranaíba é contemplada por uma grande quantidade de fazendas de
gado de corte e leiteiro, com seu setor industrial em plena expansão e
desenvolvimento.
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No início do século XVIII, a região onde hoje se localiza o município de Paranaíba era
habitada por índios caiapós, sendo devassada pelos bandeirantes paulistas. Entre
1739 e 1755, permaneceu sob a liderança de Antônio Pires de Campos, o conceituado
"Pai Pira", como era conhecido pela nação. O ano de 1830 é marcado pela vinda de
famílias imigrantes de Minas Gerais, sob liderança de José Garcia Leal, que
estabeleceram-se a “três léguas” da cidade de Paranaíba e aí começaram a
desenvolver atividades visando a subsistência.
Em 1836 erguia-se a primeira igreja, pela conjugação de esforços dos Garcia e do
Padre Francisco Sales de Souza Fleury. Sendo que, no dia 04 de junho de 1857 a
povoação foi denominada Sant´Ana do Paranaíba, em homenagem a Nossa Senhora
Santana, padroeira do lugar.
Na Guerra do Paraguai, Paranaíba teve uma participação muito importante, pois foi
na época, a rota de apoio logístico e de fuga dos civis envolvidos no conflito, tendo
como pontos máximos, a atuação de José Francisco Lopes em 1867, o Guia Lopes,
na célebre retirada da Laguna, e a documentação de Alfredo de Taunay, o Visconde
de Taunay, que atravessou a região neste ano registrando suas observações sobre
os habitantes, seus hábitos e sobre sua natureza, e a partir disto escrever o romance
Inocência, cujo drama se passa naquele universo, tornando a região conhecida em
grande parte do mundo.
Foi elevada a distrito pela Lei 04 de 19/04/1838, e o município criado pela Lei 05 de
10/07/1857.
Figura 7.141: Pórtico de entrada do município. Fonte: Prefeitura Municipal de Paranaíba - MS
Figura 7.142: Igreja Matriz de Paranaíba - MS Fonte: Construnível, 2016.
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7.3.2.1.5.2 Cultura, lazer, esportes e potencialidades turísticas
Quanto ao elementos do Patrimônio Natural e Cultural do município de Paranaíba,
destaca-se o Museu Histórico Municipal Dico Quirino. O museu municipal guarda
diversos artefatos históricos, de valores inestimáveis da história paranaibense. Ainda,
como potencialidade turística tem-se a Estância Turística Alencastro.
7.3.3 Áreas de Influência Direta e Diretamente Afetada – AID E ADA
7.3.3.1 Caracterização do uso e ocupação do solo na AID
A AID do empreendimento é delimitada em um raio de 500 metros a partir de suas
estruturas. Nesta, o uso do solo é caracterizado por um mosaico de diversificadas
paisagens, onde predominam áreas de campo de origem natural e antrópica. A área
de vegetação nativa é composta por fragmentos esparsos, com elevada interferência
humana, encontrando-se limitados a pontos no torno do curso da água. Constata-se
ainda, áreas de lavoura e de monocultivo de espécies florestais (silvicultura) no local,
sendo baixíssima a porcentagem de áreas edificadas.
7.3.3.2 Áreas passíveis de desapropriação e/ou remoção da população para a
implantação do empreendimento
Para o empreendimento, por se tratar de uma Central Geradora Hidrelétrica – CGH,
não cabe a desapropriação das terras afetadas. Como determina a ANEEL, para este
tipo de empreendimento, o interessado deve obter as terras por meio de compra e
venda ou arrendamento, por exemplo, caso o mesmo não seja proprietário das terras.
Cabe ressaltar que para a construção do empreendimento não será necessária a
remoção de nenhuma unidade familiar. A totalidade da área diretamente afetada é
composta por áreas de campo e pontos de vegetação nativa. As benfeitorias
existentes nas propriedades localizadas na AID estão distantes, a uma considerável
margem de segurança das estruturas do empreendimento. Sendo assim, nenhuma
família será removida ou realocada.
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7.3.3.3 Cadastro das famílias e propriedades rurais
Na AID foram identificadas três propriedades que serão afetadas pelas futuras
instalações da CGH Castro, as quais pertencem a área rural do município de
Paranaíba – MS.
Tabela 7.83: Levantamento socioeconômico das propriedades.
Entrevistado Município Localidade Margem Área Usos da água
Entrevistado 1 Paranaíba Foz Cascata Direita 30 ha Sim
Entrevistado 2 Paranaíba Fazenda Recanto das Águas Direita Não informado Não
Entrevistado 3 Paranaíba Sítio Nossa Senhora Aparecida Esquerda 840 ha Não
Quanto à habitação, verifica-se duas residências construídas em alvenaria
(propriedades 1 e 2) e uma do tipo mista (propriedade 2). A propriedade 1 possui
energia proveniente de gerador, sendo que as demais propriedades possuem energia
elétrica distribuída por rede de energia.
O uso da água do rio é realizado na propriedade 1, tendo como finalidade a
dessedentação animal. Para consumo humano a água é proveniente de rede de água.
Quanto a escolaridade esta pode ser observada na tabela abaixo.
Tabela 7.84: Escolaridade dos entrevistados.
Entrevistado Grau de Escolaridade
Entrevistado 1 Superior Completo
Entrevistado 2 Superior Completo
Entrevistado 3 2° Grau Completo
Cabe ressaltar que as propriedades não serão atingidas pela ADA, não havendo a
necessidade de realocação das famílias residentes ou de estruturas pertencentes a
estas, como já mencionado.
Atividades econômicas
Das atividades econômicas desenvolvidas nas propriedades, em ambas ocorre a
produção de bovinos, além da equinocultura, avicultura e produção de hortaliças na
propriedade 3. A tabela abaixo apresenta detalhadamente a produção nas
propriedades.
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Tabela 7.85: Atividades econômicas desenvolvidas nas propriedades.
Entrevistado Produção Animal Produção Vegetal
Entrevistado 1 Bovino -
Entrevistado 2 Bovino -
Entrevistado 3 Bovino, equino e avicultura Hortaliças
Usos da água
Quanto ao abastecimento de água, constatou-se que a propriedade 1 faz uso da água
do rio Santana para dessedentação dos animais. O abastecimento para o consumo
humano nesta propriedade conta com água proveniente de rede interligada pública de
água. Nas demais propriedades a água é advinda de nascentes e/ou poços
artesianos.
7.3.3.4 Relatório fotográfico
Figura 7.143: Entrevista com o Proprietário 1. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.144: Entrevista com o Proprietário 2. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.145: Entrevista com o Proprietário 3. Fonte: Construnível, 2017.
Figura 7.146: Vista da propriedade 3. Fonte: Construnível, 2017.
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7.3.3.5 Vestígios arqueológicos, históricos ou artísticos
Critérios de proteção aos sítios arqueológicos
Os bens culturais acautelados e valorados da União possuem uma legislação
específica para sua proteção e salvaguarda, em especial no que tange ao
licenciamento de obras com impacto ambiental.
Os sítios arqueológicos estão amparados conforme a legislação federal vigente sobre
a Proteção do Patrimônio Arqueológico, o Decreto de Lei nº 25/1937, que organiza a
proteção do patrimônio histórico e artístico nacional; Lei Federal nº 3.924/1961, que
dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos, proíbe a destruição ou
mutilação dos sítios arqueológicos; Decreto nº 3.551/2000 onde institui o registro de
bens culturais de natureza imaterial; Resolução CONAMA nº 001/1986 onde define as
responsabilidades e critérios básicos para implementação da Avaliação de Impacto
Ambiental; Portaria Interministerial nº 60 de 24 de março de 2015 que estabelece
procedimentos administrativos que disciplinam a atuação dos órgãos e entidades da
administração pública federal em processos de licenciamento ambiental; Portaria do
IPHAN nº 07/1988, que estabelece os procedimentos necessários aos pedidos de
comunicação prévia, permissão e autorização de pesquisas arqueológicas e em
especial a Instrução Normativa nº 001/2015 que revoga as portarias nº 230/2002 e nº
28/2003 e estabelece os procedimentos administrativos a serem observados pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional nos processos de licenciamento
ambiental dos quais participe.
Em complemento, através de consulta online no CNSA (Cadastro Nacional de Sítios
Arqueológicos), disponibilizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN), foram identificados 11 sítios arqueológicos no município de
Paranaíba – MS.
Tabela 7.86: Sítios arqueológicos encontrados em Paranaíba.
CNSA Sítio – Nome
MS00450 MS-PA-01
MS00451 MS-PA-02 – Casa de Pedra
MS00452 MS-PA-03
MS00453 MS-PA-04A
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CNSA Sítio – Nome
MS00454 MS-PA-04B
MS00455 MS-PA-04C
MS00456 MS-PA-05
MS00701 Rio Paranaíba 22 (RP 22)
MS00702 Rio Paranaíba 22 (RP 23)
MS00703 Rio Paranaíba 22 (RP 24)
MS00806 MS-PA-TRIÂNGULO DA SERRA
Fonte: CNSA, 2017.
Bens tombados
Em análise a lista de Bens Tombados e Processos de Tombamento em andamento
do Iphan, de novembro de 2016, o município de Paranaíba não apresenta bens
tombados catalogados.
7.3.3.6 Unidades de conservação
Com base no levantamento de unidades de conservação mais próximas ao
empreendimento, destaca-se a Reserva Biológica de Andradina, a uma distância de
130,71 km, o Parque Natural Municipal Pombo a 166,34 km e a Estação Ecológica
Paulo de Faria a 168,88 km. Não foram identificadas unidades de conservação
municipais ou particulares nas proximidades da área de influência direta. A descrição
das unidades de conservação encontra-se detalhada no item 7.1.3 (Áreas de
Reconhecida Importância), no capítulo referente ao meio biótico e no desenho EAP-
CAS-07, em anexo (Volume II – Desenhos).
7.3.3.7 Comunidades indígenas, quilombolas e tradicionais
Comunidades Indígenas: em consulta a Fundação do Índio – Funai, no município
de Paranaíba não foram identificadas áreas indígenas registradas. O mapa EAP-CAS-
08 em anexo a este documento, indica a ausência de comunidades indígenas em um
raio de 10 km, partindo da área do empreendimento.
Comunidades Quilombolas: Em consulta ao Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária – INCRA não foram obtidas informações para o município de
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Paranaíba. Neste não constam áreas quilombolas registradas ou em processo de
regularização.
7.3.4 Considerações
O presente relatório visou o atendimento dos objetivos do cadastro socioeconômico,
possibilitando futuras análises sobre o impacto do empreendimento nas condições de
vida das famílias diretamente relacionadas, além da identificação de potenciais,
demandas e necessidades das famílias e localidades. Para esta atividade, buscou-se
a identificação e reprodução sistemática da situação econômica, produtiva e social.
Através da análise das áreas, afirma-se a não existência de óbices para a instalação
do empreendimento no que se refere unidades de conservação, monumentos
naturais, bens tombados, áreas indígenas e quilombolas.
O levantamento socioeconômico da CGH Castro identificou três propriedades na área
de influência direta do empreendimento. A avaliação permitiu a identificação das
atividades produtivas das propriedades, indicando seu uso para a produção animal,
em grande porcentagem para fins econômicos, além de pequenas produções de
subsistência. O uso do solo das propriedades afetadas, caracteriza-se principalmente
pela incidência áreas de campo, sendo que as áreas destinadas à produção animal e
vegetal são baixas.
Ressalta-se que a expectativa para a construção do empreendimento por parte dos
entrevistados é positiva. Os entrevistados possuem pleno conhecimento da
possibilidade de instalação do empreendimento. Para tanto, destaca-se um impacto
socioeconômico de proporções não significativas.
8. IMPACTOS AMBIENTAIS E PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS
Entende-se por prognóstico ambiental o conjunto de atividades técnicas e científicas
de caráter multidisciplinar, as quais resultam em ações que servirão para análise dos
impactos ambientais do projeto e de suas alternativas. Dessa forma, a avaliação dos
impactos ambientais tem como objetivo básico oferecer subsídios para a tomada de
decisões em relação à execução do empreendimento, buscando primeiramente
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agregar dados estatísticos, bibliográficos, cartográficos e documentos, permitindo
análises extensas sobre a realidade socioambiental da região e áreas de influência do
empreendimento. Assim, as campanhas realizadas in loco enriqueceram e
transformaram os dados em elementos essenciais para a elaboração do diagnóstico
ambiental das áreas de influência direta e indireta. Sendo assim, a coleta de dados e
o estudo de revisão bibliográfica compreende em partes da caracterização das
transformações pelo qual a região lidará com a distinção dos impactos.
Conforme a legislação brasileira, considera-se impacto ambiental:
"qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a
segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e
econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio
ambiente; e V - a qualidade dos recursos ambientais" (Resolução CONAMA
001, de 23.01.1986).
8.1 PARÂMETROS PARA AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS
Após a identificação dos impactos ambientais ocorreu a classificação dos mesmos
conforme as recomendações da Resolução CONAMA 01/86, quanto: a natureza do
impacto (positivo ou negativo), forma como se manifesta o impacto (impactos diretos
ou impactos indiretos), duração do impacto (permanente, temporário ou cíclico),
temporalidade da ocorrência do impacto (curto prazo, longo prazo, temporário ou
permanente), reversibilidade (reversível ou irreversível), abrangência (local ou
regional), magnitude (alta, média ou baixa) e importância (pequena, média ou grande).
Natureza do impacto - Correspondendo à classificação da natureza dos impactos,
isto é, positivo ou negativo em relação aos componentes ambientais atingidos.
Forma como se manifesta o impacto - Diferenciando impactos diretos, decorrentes
de ações do empreendimento, dos impactos indiretos, decorrentes do somatório de
interferências geradas por outro ou outros impactos, estabelecidos direta ou
indiretamente pelo empreendimento.
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Duração do impacto - Nesta categoria de qualificação, o impacto será classificado
de acordo com suas características de persistência, tendo como momento inicial o
instante em que ele se manifesta. Assim sendo, ele pode ser: permanente, mantendo-
se indeterminadamente; temporário, desaparecendo por si próprio, após algum tempo;
ou cíclico, reaparecendo de tempos em tempos.
Temporalidade da ocorrência do impacto - Refere-se ao prazo de manifestação do
impacto, ou seja, se ele se manifesta imediatamente após a sua causa (curto prazo),
ou se é necessário que decorra um certo lapso de tempo para que ele venha a se
manifestar (longo prazo).
Reversibilidade - Se ele é reversível, se o fator alterado pode restabelecer-se como
antes, ou irreversível, podendo ser compensado, mas não mitigado ou evitado.
Abrangência - Se seus efeitos serão sentidos local ou regionalmente. Considera-se
como efeito local aquele que atinge, no máximo, a área diretamente afetada pelo
empreendimento e, como regional, aquele que afeta áreas mais amplas.
Magnitude - Expressa a variação de um fenômeno em relação à sua situação prévia,
ou seja, se o impacto vai transformar intensamente uma situação preexistente (alta);
se ele tem pouca significação em relação ao universo daquele fenômeno ambiental
(baixa); e se ocupa situação intermediária (média). A magnitude de um impacto é,
portanto, tratada exclusivamente em relação ao componente ambiental em questão,
independentemente de sua importância por afetar outros componentes ambientais.
Importância - Ao contrário da magnitude, expressa a interferência do impacto
ambiental em um componente e sobre os demais componentes ambientais. Para
efeito dessa classificação, tal categoria será subdividida em pequena importância,
quando o impacto só atinge um componente ambiental sem afetar, em decorrência,
outros componentes; média importância, quando o efeito de um impacto atinge outros,
mas não chega a afetar o conjunto do fator ambiental em que ele se insere ou a
qualidade de vida da população local; grande importância, quando o impacto sobre o
componente põe em risco a sobrevivência do fator ambiental em que se insere ou
atinge de forma marcante a qualidade de vida da população.
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8.2 IDENTIFICAÇÃO, AVALIAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS
A seguir serão apresentados os impactos ambientais referentes à implantação e
operação da CGH Castro, seguidos das medidas mitigatórias propostas com a
finalidade de diminuir os impactos negativos e potencializar os positivos.
8.2.1 Meio Físico
8.2.1.1 Alteração da qualidade da água
Segundo Tundisi e Tundisi (2008), a principal alteração na condição da qualidade de
águas superficiais é a formação de reservatórios, que provocam significativas
alterações nas características físicas, químicas e bióticas do curso da água afetado,
devido à mudança de um sistema lótico para um sistema lêntico. A redução na
velocidade de escoamento e a formação de uma maior coluna de água poderá
provocar o acúmulo de nutrientes e demais cargas poluidoras em determinados locais.
Com a instalação do empreendimento ocorrerão algumas alterações na dinâmica do
rio, como profundidade, nível de água, alteração no tempo de residência, fatores que
podem ocasionar maior retenção de nutrientes, acarretando assim alterações nos
parâmetros avaliados e também na comunidade fitoplanctônica e bentônica.
É relevante mencionar que o projeto dessa CGH não apresentará a formação de
reservatório expressivo, apenas 0,56 ha de área alagada total, incluindo a calha do rio
Santana. Esse fator é positivo, pois os impactos ocorrentes através da formação do
reservatório ficam atenuados em decorrência da pequena área de alague.
De acordo com as análises físicas, químicas e microbiológicas realizadas a qualidade
da água de área de influência apresenta-se regular, com exceção do parâmetro
coliformes totais, que se apresentou bastante alterado nos dois pontos amostrais.
Através do IQA a qualidade da água enquadrou-se como “boa”. Quanto ao IET,
demonstrou os dois pontos amostrais como oligotróficos, indicando “corpos d’água
limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre
os usos da água, decorrentes da presença de nutrientes”.
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Um ponto de interferência nestes empreendimentos são os fatores diretamente
relacionados com a sua construção, como a instalação de novos elementos de
infraestrutura, execução de atividades que acarretem na movimentação de materiais,
como a supressão da vegetação, bem como o empréstimo de materiais próximos ao
leito do rio. Estes fatores poderão acarretar na suspensão de material particulado,
possibilitando seu transporte ao rio, o que poderá provocar o aumento na turbidez,
decorrente do aumento de sólidos suspensos na água, e de modo associado um
aumento na concentração de sólidos suspensos totais e condutividade, além de
parâmetros agregados.
No que se refere ao empreendimento em questão, estas interferências podem ser
consideradas de baixa probabilidade, tendo em vista as medidas preventivas que
serão tomadas durante a instalação do empreendimento visando diminuir quase que
em sua totalidade o aporte de solo para o leito do rio, entre elas: suprimir a vegetação
ciliar de modo manual, sem o trabalho de máquinas de grande porte; a localização do
canteiro de obras e bota fora, a uma distância considerável da margem ciliar; a
utilização das estruturas já existentes.
Em um contexto geral, é esperado que as interferências causadas pelo
empreendimento, relativo as alterações na qualidade das águas superficiais, não
sejam de elevada intensidade, devido ao empreendimento não apresentar porte
elevado e a não significância de sua respectiva área alagada (reservatório). Para
tanto, torna-se imprescindível a realização do monitoramento limnológico do curso da
água, principalmente durante a implantação do empreendimento e nos dois primeiros
anos após sua operação, a fim de avaliar e acompanhar o comportamento dos
parâmetros físicos, químicos e biológicos da água. O monitoramento torna possível
prognosticar as alterações que possam ocorrer no sistema hídrico, possibilitando
ações imediatas em caso de alterações significativas, tais como medidas preventivas
e/ou corretivas, objetivando restabelecer a qualidade da água e ecológica do ambiente
(TUNDISI; TUNDISI, 2008).
Tabela 8.1: Matriz específica de classificação do impacto de alteração na qualidade da água.
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Categoria de Classificação Avaliação
Duração do Impacto Permanente
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Longo Prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Média
Importância do Impacto Alta
8.2.1.1.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza preventiva, se destinando aos
meios físico e biótico, tendo duração longa, devendo ser executado nas fases de
implantação e operação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação
das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
Adoção do programa de monitoramento e conservação da qualidade das
águas superficiais;
Adequação das áreas de preservação permanente no entorno do
reservatório;
Planejamento e dimensionamento adequado das atividades produtoras de
sedimentos, bem como para a supressão de vegetação (e limpeza) na área
de formação do reservatório;
Educação ambiental com moradores, com a finalidade de orientá-los a não
despejar efluentes e demais resíduos não tratados no rio;
Adoção de fossas sépticas no canteiro de obras.
8.2.1.2 Poluição do corpo hídrico e do solo por efluentes
Esse impacto está relacionado às alterações nos corpos hídricos e no solo resultantes
das descargas de esgoto sanitários. É recomendado que o canteiro preveja
instalações de tratamento compatíveis com a demanda a ser gerada, adequadamente
dimensionados conforme normas brasileiras (ABNT NBR 7229 e 13969) ou estações
comerciais com adequada eficiência. Em geral, o esgoto sanitário tratado é infiltrado
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em solo, mas caso opte-se pelo lançamento em corpo hídrico, o processo deve ser
precedido pela outorga de lançamento de efluentes e prever os procedimentos de
monitoramento previstos na legislação, para comprovação do atendimento aos
padrões de lançamento.
Estima-se que este impacto não terá grandes proporções, se levado em consideração
o porte do empreendimento e sua logística, tendo o seu pico durante a implantação
do empreendimento, tendo em vista a maior utilização de mão de obra. Além disso,
deverão ser empregadas medidas específicas para o controle da produção do
efluentes sanitários, com a implantação de tratamento para o esgoto dos banheiros
do canteiro de obras.
Tabela 8.2: Matriz específica de classificação do impacto de poluição do corpo hídrico e do solo por efluentes.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Temporário
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Curto prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Média
Importância do Impacto Média
8.2.1.2.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza preventiva, se destinando aos
meios físico e biótico, tendo duração longa, devendo ser executado nas fases de
implantação e operação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação
das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
Implantação de fossas sépticas de acordo com normas da ABNT;
Realizar procedimentos de controle e monitoramento;
Adoção de um programa de gestão de resíduos;
Educação ambiental com os colaboradores envolvidos.
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8.2.1.3 Contaminação do solo
A fase de implantação do empreendimento acontecerá de maneira contínua
à intensa movimentação de veículos e maquinário, instalação de oficinas no canteiro
de obras e implantação de locais para armazenamento de produtos de potencial
poluidor, como: óleos, graxas, tinta, cimento, combustíveis e afins. Os materiais
armazenados, assim como os provenientes dos tanques dos veículos, podem vazar e
atingir o solo, causando sua contaminação.
A fase de operação do empreendimento constitui-se de equipamentos
eletromecânicos, como transformadores elevadores, que operam com alta quantidade
de óleo. Alguns equipamentos como turbinas, também são dotados de unidades de
lubrificação. Estes equipamentos, em algum momento podem ser comprometidos,
resultando no vazamento do material, para tanto estes deverão encontrar-se em locais
com pisos impermeáveis.
Tabela 8.3: Matriz específica de classificação do impacto de contaminação do solo.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Temporário
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Curto prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Baixa
Importância do Impacto Pequena
8.2.1.3.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza preventiva e mitigadora, se
destinando aos meios físico e biótico, tendo duração longa, devendo ser executado
nas fases de implantação e operação do empreendimento. A responsabilidade pela
implementação das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente
orientado pela empresa consultora ambiental.
Manutenção periódica de máquinas e veículos;
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Armazenamento dos produtos com potencial poluidor em locais
impermeáveis, com cobertura e contenção de vazamentos;
Realização de treinamento com colaboradores sobre situações de risco;
Realização do abastecimento de máquinas e veículos em locais
impermeabilizados;
Remoção total do solo para um bota-fora permanente, caso se verifique
algum acidente com substâncias nocivas ao meio ambiente;
Aplicação do método de biorremediação, que método consiste no emprego
de microrganismos específicos capazes de converter substâncias tóxicas
em outras menos nocivas ao meio ambiente (HUTCHINSON &
SYMINGTON, 1997 apud SOTERO-MARTINS; VIANA; CARVAJAL, 2014),
ou fitorremediação, que compreende o processo de remediação da
contaminação do solo através do uso de plantas.
8.2.1.4 Alteração da dinâmica hídrica
A instalação da CGH Castro acarretará em uma pequena mudança na dinâmica
hídrica do rio Santana. Porém, por menor que seja a alteração, esta é inevitável. O
empreendimento, como mencionado na descrição do projeto, não irá fazer uso do
reservatório para o armazenamento de um grande volume de água, pois sua operação
será realizada de modo a fio d’água, fator que possibilita um fluxo contínuo da água.
Durante o período de obras, a etapa de desvio do curso d’água acarreta em um
pequeno trecho seco para construção das estruturas, onde a água afluente é desviada
através de adufas, resultando, consequentemente em uma pequena alteração da
dinâmica. Com a construção do barramento haverá redução na velocidade de
escoamento do fluxo natural do rio, o que implicará em alteração de um ambiente
lótico para lêntico e a redução da vazão a jusante do barramento. Ao término das
obras, com início do enchimento do reservatório, deverá ser mantido o dispositivo de
vazão remanescente, que tem como finalidade, a garantia de liberação de
determinada vazão, a jusante do reservatório. Na fase de operação, o mesmo
dispositivo permitirá a constante liberação de água, possibilitando que o rio mantenha
uma vazão apropriada, para a manutenção de suas condições ecológicas.
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Desta forma, deverá ser realizado na área do reservatório um monitoramento durante
o processo de enchimento, a fim de acompanhar a elevação do nível da água e os
seus efeitos, incluindo os usos da água a jusante e manutenção do fluxo estabelecido.
Já na fase de operação da CGH será necessário realizar o monitoramento da vazão
a jusante, e do nível do reservatório a montante, a fim de garantir o uso múltiplo desses
recursos hídricos e preservar os ecossistemas aquáticos.
Tabela 8.4: Matriz específica de classificação do impacto de alteração da dinâmica hídrica.
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Duração do Impacto Permanente
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Curto prazo
Reversibilidade do Impacto Irreversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Média
Importância do Impacto Alta
8.2.1.4.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza preventiva, se destinando ao
meio biótico, tendo duração longa, devendo ser executado nas fases de implantação
e operação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação das medidas
é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa consultora
ambiental.
Monitoramento do nível do reservatório a montante e da vazão remanescente
a jusante;
Acompanhamento e controle do processo de enchimento do reservatório;
Manutenção da vazão sanitária a jusante da barragem, durante a operação.
8.2.1.5 Aceleração dos processos erosivos e assoreamento
Na formação de relevos a erosão é um processo natural e importante quando é
resultante do transporte do solo pela água, gelo ou vento, porém, pode ser
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considerado um dos mais importantes problemas ambientais nos dias atuais quando
ocorre com a intervenção humana resultante das atividades como: destruição das
florestas, expansão desordenada das cidades e uso agrícola intensivo, entre muitos
outros usos que podem comprometer a integridade do solo.
Conforme demonstrado anteriormente, já se observa a ocorrência de processos
erosivos nas margens do rio Santana, tendo em vista a ação antrópica ocorrida ao
longo do tempo. Embora o local já sofra com este impacto, o mesmo passará por
interferências durante a obra quando da segunda fase de desvio do rio e construção
da peça esquerda do barramento. Desta forma, a implantação das estruturas poderá
acarretar no aumento da área erodida, bem como o maior carreamento de sedimentos
para o rio, sendo este o ponto mais preocupante na ocorrência deste impacto.
Outras áreas também podem apresentar a ocorrência de processos erosivos, como
as áreas destinadas à instalação do canteiro de obras, supressão da vegetação,
abertura do canal de fuga e casa de força, além de outros trabalhos de escavações,
deixando assim o solo exposto a processos físicos e climáticos. Para estes locais não
está prevista a ocorrência de processos erosivos que possuam uma grande
significância e possam causar um aumento degradante de sedimentos no leito do rio,
constituindo uma situação de causa e efeito para o assoreamento do mesmo, tendo
em vista o arranjo proposto para tal.
Tabela 8.5: Matriz específica de classificação do impacto de aceleração dos processos erosivos e assoreamento.
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8.2.1.5.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza preventiva e mitigadora, se
destinando aos meios físico e biótico, tendo duração média, devendo ser executado
nas fases de implantação do empreendimento. A responsabilidade pela
implementação das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente
orientado pela empresa consultora ambiental.
Implantação do programa de gestão ambiental e monitoramento dos taludes;
Confecção de taludes de acordo com escoamento pluvial adequado;
Utilização de métodos de controle de erosão como o plantio de cobertura do
solo após construção do empreendimento e drenagens;
Monitoramento dos locais susceptíveis à processos erosivos e assoreamento;
Monitoramento do nível de sedimentos em suspenso no rio do eixo da
barragem do empreendimento;
Realizar dragagem, caso necessário, para retirada de sedimentos no fundo
do curso d’água.
8.2.1.6 Alteração no uso do solo e na paisagem
A inserção da CGH, desde a etapa de implantação até a operação mudará
permanentemente as características da paisagem da área em virtude das mudanças
de uso do solo do espaço existente, com principal contribuição da formação do
reservatório, a presença de estruturas e a supressão e recomposição da vegetação.
Algumas áreas da AID e da ADA tornar-se-ão áreas alagadas ou de vegetação nativa
após a instalação do empreendimento, assim, enquadrando-se em outra classe de
uso do solo. Outras alterações são de cunho temporário, como na área do canteiro de
obras e áreas de bota-fora, que devem ser recuperadas posteriormente para
integração paisagística ao contexto local, considerando minimamente as
características da área previamente às alterações.
Em relação à presença das estruturas, os efeitos são considerados inevitáveis.
Quanto à supressão vegetal, o impacto será compensado com a desmobilização e a
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recuperação das áreas de canteiro de obras e um adensamento das APPs nos locais
onde se encontra descaracterizada.
Tabela 8.6: Matriz específica de classificação do impacto de alteração no uso do solo e na paisagem.
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Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Indireto
Duração do Impacto Permanente
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Médio prazo
Reversibilidade do Impacto Irreversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Média
Importância do Impacto Média
8.2.1.6.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza mitigadora, se destinando ao
meio físico, tendo duração média, devendo ser executado nas fases de implantação
do empreendimento. A responsabilidade pela implementação das medidas é do
empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa consultora
ambiental.
Adotar programa de recuperação de áreas degradadas;
Restringir as atividades de movimentação e compactação do solo ao
estritamente necessário;
Realizar desmobilização adequada das obras, eliminando passivos.
8.2.1.7 Geração de resíduos sólidos
Nas fases de implantação e operação do empreendimento os procedimentos
construtivos e a concentração de pessoal implicam na geração de resíduos sólidos
diversos. A disposição incorreta pode ocasionar poluição do solo e águas, o que pode
ser minimizado por estratégias estabelecidas em um programa/plano de
gerenciamento de resíduos.
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Na fase de obras a quantidade de resíduos é maior, dadas as grandes movimentações
de material como terra, concreto, pedras, madeira, ferragem e outros associados à
construção, vegetação decorrente da supressão, além daqueles associados à
presença humana (resíduos de característica domiciliar como papel, papelão, plástico,
orgânicos e rejeitos, decorrentes de embalagens, marmitas, material de escritório). Os
resíduos das obras são gerados em maiores quantidades, mas em geral apresentam
baixo potencial poluidor, entretanto, há material enquadrado como perigoso, como
óleos, graxas, tintas, que demandam gerenciamento específico pelo seu maior
potencial poluidor.
Na fase de operação os resíduos se aplicam àqueles associados a presença de
colaboradores nas instalações, que possuem volume reduzido, os quais devem ser
destinados a empresas licenciadas ou ao serviço público de coleta, caso
disponibilizado. O transporte e destinação devem ocorrer através de
empresas/instituições devidamente licenciadas, priorizando sempre os princípios de
não geração, o reuso e a reciclagem.
Em relação a vegetação proveniente das áreas de supressão, sua destinação dar-se-
á mediante a avaliação de acordo com o potencial do material, podendo ser utilizado
para finalidades nobres, ou reservado para lenha, ato aplicado a grande parte das
espécies mensuradas.
Tabela 8.7: Matriz específica de classificação do impacto de geração de resíduos sólidos.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Temporário
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Curto prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Baixa
Importância do Impacto Pequena
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8.2.1.7.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza mitigadora, se destinando ao
meio físico, tendo duração longa, devendo ser executado nas fases de implantação e
operação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação das medidas
é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa consultora
ambiental.
Adoção de programa de gerenciamento de resíduos;
Adoção de sistema de classificação de resíduos com a instalação de
lixeiras identificadas e adequadas para cada tipo, facilitando o descarte dos
mesmos;
Implantação de estruturas para armazenamento provisório dos resíduos da
construção civil.
8.2.2 Meio Biótico
8.2.2.1 Perda e fragmentação de habitat
As atividades antrópicas no ambiente causam inúmeras injúrias, onde a principal
consequência é perda de habitat, que modifica o ambiente natural e é uma das
maiores ameaças a biodiversidade. Com a implantação das estruturas da CGH Castro
e a consequente supressão de vegetação, ocorrerá a perda ou fragmentação de
habitat para espécies. Considerando a área de supressão de vegetação nativa (1,0
ha) e a posterior área de preservação permanente do reservatório (2,56 ha), pode-se
dizer que a conservação do espaço natural será maior do que a supressão realizada.
Sendo assim, a médio e longo prazo a preservação do local compensará os impactos
sofridos na etapa de implantação.
A perda de habitat possui maior significância a espécies consideradas endêmicas e/ou
ameaçadas de extinção e também as dependentes diretamente do ambiente florestal
ripário, o que reflete em uma baixa na disponibilidade de recursos das comunidades
faunísticas locais, ocasionando riscos para o desenvolvimento de algum ciclo de vida
e aumentando a competição por alimento e abrigo.
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Tabela 8.8: Matriz específica de classificação do impacto de perda e fragmentação de habitat.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Indireto
Duração do Impacto Temporário
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Médio Prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Média
Importância do Impacto Alta
8.2.2.1.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza mitigadora, se destinando ao
meio biótico, tendo prazo de duração longo, devendo ser executado nas fases de
implantação e operação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação
das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
Adoção de um programa de monitoramento da fauna, terrestre e aquática;
Realização do resgate e afugentamento da fauna terrestre durante a
supressão vegetal;
Realização do resgate da fauna aquática;
Adoção de plano de recuperação das áreas degradadas e adensamento
das APPs;
Realização de monitoramento de fauna para analisar a distribuição e os
impactos causados;
Promover ações de educação ambiental com a finalidade de sensibilização
ambiental e conservação da fauna local.
8.2.2.2 Alteração da composição e diversidade da fauna terrestre
Em situações de implantação de empreendimentos que causem algum tipo de dano
ao meio ambiente, principalmente na cobertura de vegetação nativa ripária, que é um
ambiente muito utilizado pela fauna silvestre, há o iminente impacto na composição e
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diversidade da fauna terrestre. Nestas situações, espera-se que ocorram substituições
faunísticas, tendo espécies que sofrem declínio, quanto outras podem ter um aumento
populacional, acarretando efeitos nas populações de espécies mais exigentes
ambientalmente, além da restrição de nicho.
No caso deste empreendimento, a área diretamente afetada já suporta fortes ações
antrópicas ao longo do tempo, ou seja, este impacto já vem ocorrendo e causando
alterações na fauna. Dessa forma, infere-se que a implantação do empreendimento
não acarretará diretamente nestas substituições, porém, não se pode ignorar a
ocorrência deste impacto, devendo o mesmo ter suas medidas mitigadoras para que
se possa realizar a conservação ambiental do local, no que se refere à composição
da fauna original.
Tabela 8.9: Matriz específica de classificação do impacto de alteração da composição e diversidade da fauna terrestre.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Indireto
Duração do Impacto Permanente
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Médio Prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Média
Importância do Impacto Média
8.2.2.2.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza mitigadora, se destinando ao
meio biótico, tendo prazo de duração médio, devendo ser executado nas fases de
implantação e operação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação
das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
Adoção de um programa de monitoramento da fauna terrestre;
Realização de resgate e afugentamento da fauna terrestre durante a
supressão vegetal;
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Adoção de plano de recuperação das áreas degradadas e adensamento
das APPs, que estabeleça condições de fluxo para a fauna terrestre.
8.2.2.3 Alteração da composição e diversidade da fauna aquática
Sabe-se que a construção de um empreendimento hidrelétrico causa interferências
na fauna aquática, modificando o ambiente de lótico para lêntico, o que ocasiona a
depleção de algumas populações e a explosão de outras, que se favorecem com a
modificação ambiental.
Para compensar os efeitos sobre a fauna aquática é aconselhável a adoção de um
programa de monitoramento da ictiofauna, ações de educação ambiental e informativa
no entorno do empreendimento em relação a pesca predatória com redes e tarrafas.
É de suma importância o acompanhamento das obras, sendo necessária realização
de resgate das espécies, durante a fase de construção, a fim de evitar a mortandade
de indivíduos e perca de espécies.
Tabela 8.10: Matriz específica de classificação do impacto de alteração da composição e diversidade da fauna aquática.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Indireto
Duração do Impacto Permanente
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Médio Prazo
Reversibilidade do Impacto Irreversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Médio
Importância do Impacto Médio
8.2.2.3.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza mitigadora, se destinando ao
meio biótico, tendo prazo de duração longo, devendo ser executado nas fases de
implantação e operação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação
das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
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Realização de resgate da ictiofauna no trecho ensecado nas fases de
desvio do rio e fechamento do reservatório;
Implantação do programa de monitoramento da ictiofauna;
Realização de ações de educação ambiental.
8.2.2.4 Interferência na migração da fauna aquática
A migração dos peixes ocorre nos sentidos jusante para montante (ascendente) e
montante para jusante (descendente). A migração ascendente é contrária ao fluxo
d’água e objetiva, basicamente, a reprodução em locais apropriados. A migração
descendente, isto é, na direção da foz do rio, objetiva a procura de locais favoráveis
quanto à alimentação, temperatura e às condições físico-químico-biológicas
(MARTINS, 2000).
Para Hilsdorf e Moreira (2008), a interrupção das rotas migratórias de algumas
espécies aliada à modificação do ambiente lótico para lêntico, devido a construção de
barragens, causa uma série de impactos sobre a comunidade aquática, interrompendo
a piracema e, consequentemente, a atividade reprodutiva das espécies migradoras,
sendo considerada, em grande parte, responsável pelo declínio destas espécies.
No trecho do rio Santana previsto para o empreendimento, apenas foi identificada uma
espécie, Leporinus friderici, que realiza migrações. O fato de a CGH ser localizada
próxima à foz do rio, sendo que o mesmo deságua em um reservatório de outro
empreendimento hidrelétrico, torna o impacto sobre a migração desta espécie de
menor intensidade.
Tabela 8.11: Matriz específica de classificação do impacto de interferência na migração da fauna aquática.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Permanente
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Médio Prazo
Reversibilidade do Impacto Irreversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Médio
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Categoria de Classificação Avaliação
Importância do Impacto Alta
8.2.2.4.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza mitigadora, se destinando ao
meio biótico, tendo prazo de duração médio, devendo ser executado nas fases de
implantação e operação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação
das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
Implantação do programa de monitoramento da ictiofauna;
Realização de ações de educação ambiental.
8.2.2.5 Aumento da caça predatória e risco de atropelamento da fauna
O local proposto para o empreendimento já suporta continuamente a grande pressão
da caça predatória, principalmente de mamíferos de médio e grande porte, além de
estar localizado tão próximo à rodovia, fato que acarreta no aumento da ocorrência de
atropelamento destes mesmos animais e de outros grupos da fauna terrestre.
O deslocamento da fauna para outros locais devido a supressão de vegetação e
movimentação de pessoas acarretará no aumento da movimentação de animais, o
que tende a chamar mais atenção da população, ocasionando a prática da caça para
alimentação ou simples perseguição, podendo resultar em decréscimos
populacionais.
Além dos moradores locais, podem ocorrer perdas resultantes de conflitos diretos da
fauna com funcionários da obra. Nesse caso é recomendável realizar a capacitação e
a educação ambiental com a população local e colaboradores da obra, objetivando a
sensibilização dos mesmos para evitar a caça e a predação da fauna que estará em
locomoção.
Além da caça, um dos grandes problemas da fauna no Cerrado é a mortalidade por
atropelamento. Sabe-se que esta é uma das principais causas de declínio
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populacional da fauna silvestre, podendo ser superior à mortalidade por causas
naturais (ex. predação e doença) (FORMAN et al., 2003).
Pela área atingida estar diretamente ligada à rodovia, já são comuns os
atropelamentos de animais, como foi apresentado no levantamento da fauna. De
maneira geral, pode-se dizer que este impacto já é ocorrente e não sofrerá
interferência do empreendimento, porém, não se excluirá esta possibilidade, sendo
realizadas medidas mitigadoras necessárias, tentando minimizar este impacto.
Tabela 8.12: Matriz específica de classificação do impacto de aumento da caça predatória e riscos de atropelamento da fauna.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Indireto
Duração do Impacto Temporário
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Curto prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Baixa
Importância do Impacto Pequena
8.2.2.5.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza mitigadora, se destinando ao
meio biótico, tendo prazo de duração médio, devendo ser executado nas fases de
implantação e operação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação
das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
Adoção de um programa de capacitação e educação ambiental com
colaboradores da obra e moradores locais, visando a conscientização para
a não realização das atividades de caça e também o cuidado com a fauna
na rodovia e acessos.
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8.2.2.6 Perda de cobertura vegetal
A vegetação é um dos constituintes bióticos dos ecossistemas que exerce importante
papel estruturador de habitat, quanto mais complexa for sua estrutura, maior a
possibilidade de estabelecimento de comunidades bióticas mais ricas e mais diversas.
O aspecto mais relevante a respeito deste impacto é que a perda de vegetação nativa
acarreta distintas consequências ao ecossistema de uma região, como a redução da
biodiversidade e do potencial genético, possível diminuição de abundância de
espécies, alteração na dinâmica de polinização e disseminação de sementes.
Na fase de construção das estruturas ocorrerá a supressão da vegetação ciliar
remanescente, considerada área de preservação permanente. Estima-se que na fase
de implantação da CGH Castro será necessário suprimir a vegetação de porte arbóreo
em uma área total de 1,00 ha, sendo esta correspondente aos locais destinados à
construção do barramento, circuito adutor, casa de força, área de alague e demais
estruturas temporárias e de apoio. Cabe salientar que a supressão de vegetação
nativa irá ocorrer somente mediante autorização para o devido corte emitida pelo
órgão ambiental competente, atendendo as metodologias e critérios exigidos.
A cobertura vegetal na área proposta para a instalação do empreendimento é
pertencente ao bioma Cerrado, porém em área de encrave, com grande influência do
bioma Mata Atlântica. No local foram encontradas espécies pertencentes a ambos os
biomas. Como já apresentado anteriormente, no local a vegetação sofre grande
influência de atividades antrópicas, estando bastante descaracterizada. Desta forma,
a vegetação local pode ser classificada como em transição de estágio inicial para
estágio médio de regeneração natural.
Com base nos dados oferecidos pelo GeoMS, a classificação da cobertura vegetal
indica áreas de agricultura, não havendo uma classificação exata do tipo da
fitofisionomia da vegetação.
A perda de recursos vegetais através da supressão da vegetação, por compreender
um impacto irreversível, necessita da adoção de ações mitigadoras e compensatórias
para neutralizar seus efeitos sobre os ecossistemas. Considerando a pequena
quantidade de vegetação a ser suprimida, o impacto causado pela implantação do
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empreendimento é de pequena significância, podendo ser neutralizada através de
medidas mitigadoras apropriadas.
Como medida mitigadora deverá ser implementado um programa de recuperação de
áreas degradadas, fazendo-se a devida recomposição da vegetação com espécies
nativas de desenvolvimento na área. A metodologia da recuperação das áreas ainda
deve levar em consideração a formação de corredores ecológicos, buscando
reconectar remanescentes florestais localizados no entorno deste rio e que hoje
estejam isolados para facilitar o fluxo gênico das atividades.
Outra medida compensatória será a realização da compensação ambiental e
reposição florestal referente à área de supressão, sendo que ambas deverão atender
aos critérios e métodos da legislação pertinente vigente para o tema.
Tabela 8.13: Matriz específica de classificação do impacto de perda de cobertura vegetal.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Permanente
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Médio Prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Média
Importância do Impacto Alta
8.2.2.6.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza mitigadora e compensatória,
se destinando ao meio biótico, tendo prazo de duração longo, devendo ser executado
nas fases de implantação e operação do empreendimento. A responsabilidade pela
implementação das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente
orientado pela empresa consultora ambiental.
Acompanhamento e demarcação das áreas a serem suprimidas para que
se faça o corte somente em áreas estritamente necessárias;
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Proposição de metodologia alternativa de corte da vegetação, buscando
minimizar o impacto sobre o solo e o curso hídrico (utilização de maquinário
manual);
Controle do destino adequado do material vegetal;
Implantação de um plano de recuperação de áreas degradadas;
Realização da reposição florestal e compensação ambiental de acordo com
a legislação pertinente vigente.
8.2.2.7 Manutenção da área florestal do entorno
A implantação da CGH Castro, conforme supracitado, ocasionará a remoção de área
de vegetação nativa em APP. Com a formação do reservatório, uma nova faixa de
vegetação será formada em toda a sua extensão, sendo previamente definida em 30
metros, resultando em uma área de preservação permanente de aproximadamente
2,56 ha. No local onde encontrar-se-á a nova faixa de preservação, tem-se o
predomínio de vegetação nativa e pontos com o desenvolvimento de atividades
agrícolas.
Ressalta-se que com a implantação do empreendimento ficará garantida a
preservação destas áreas (sob responsabilidade do empreendedor) e que os pontos
que se encontram descaracterizados e sem vegetação serão recompostos através do
plantio de espécies nativas, garantindo a composição das áreas verdes no entorno do
reservatório. O impacto é considerado extremamente positivo, pois sem a instalação
do empreendimento não haveria a recuperação dos locais antropizados, existindo a
possibilidade de uma maior pressão antrópica, por meio do aumento das áreas
agricultáveis.
O impacto terá ação apenas na ADA, após a implantação do empreendimento. O
reestabelecimento da vegetação ocorrerá a médio e longo prazo, considerando os
processos sucessionais envolvidos na formação da nova cobertura vegetal. Para a
potencialização deste impacto tem-se a necessidade da correta execução dos
programas relacionados a restauração florestal, adotando-se espécies
preferencialmente atrativas a fauna e com desenvolvimento local, além da realização
do adequado monitoramento, a fim de garantir que o ambiente volte a ter suas funções
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ecológicas. Ainda, é de extrema necessidade o cercamento das áreas de APP, com
arame liso, em sua totalidade, evitando a passagem de bovinos e demais animais
domésticos.
Tabela 8.14: Matriz específica de classificação do impacto da manutenção da área florestal ao entorno.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Positivo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Permanente
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Médio Prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Média
Importância do Impacto Alta
8.2.2.7.1 Medidas potencializadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza potencializadora, se
destinando ao meio biótico, tendo prazo de duração longo, devendo ser executado na
fase de operação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação das
medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
Recomposição da APP no entorno do reservatório;
Plantio de espécies nativas e atrativas para a fauna;
Cercamento da área de APP em sua totalidade;
Implantação do plano de recuperação de áreas degradadas.
8.2.2.8 Aumento do conhecimento técnico-científico da região
Sabe-se que o conhecimento da ocorrência, comportamento e distribuição das
espécies da fauna e da flora é de extrema importância para subsidiar ações de
proteção e tomada de decisões no que tange os quesitos ambientais.
Através dos estudos realizados durante o período de levantamento de campo prévio
e de programas de monitoramento posteriores, é possível obter uma sólida base de
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dados e também a avaliação dos mesmos perante as alterações ambientais
ocorrentes. Os dados obtidos serão apresentados ao órgão ambiental e
possivelmente publicados, sendo que o embasamento científico da região permite o
aprimoramento de técnicas de conservação e também o incentivo à novas pesquisas
em diversas áreas do saber.
Tabela 8.15: Matriz específica de classificação do impacto de aumento do conhecimento técnico-científico da região.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Positivo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Permanente
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Médio Prazo
Reversibilidade do Impacto Irreversível
Abrangência do Impacto Regional
Magnitude do Impacto Média
Importância do Impacto Alta
8.2.2.8.1 Medidas potencializadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza potencializadora, se
destinando ao meio biótico, tendo prazo de duração longo, devendo ser executado
nas fases de implantação e operação do empreendimento. A responsabilidade pela
implementação das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente
orientado pela empresa consultora ambiental.
Adoção de programa recuperação de áreas degradadas;
Adoção de programa de monitoramento da fauna terrestre;
Adoção de programa de monitoramento da fauna aquática;
Adoção de programa de monitoramento da qualidade das águas
superficiais.
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8.2.3 Meio Antrópico
8.2.3.1 Geração de Empregos
Segundo dados do Projeto Básico do empreendimento, estima-se que durante a
construção do empreendimento sejam gerados empregos diretos e indiretos, única e
exclusivamente pela construção do empreendimento. Calcula-se que durante a fase
de construção do empreendimento serão gerados 30 empregos diretos e indiretos,
aproximadamente.
Os empregos serão gerados em todas as etapas do processo, em diversificadas
áreas, com funções e qualificações específicas. A fase de planejamento é a que exige
profissionais com maior capacitação, porém a fase de maior geração de empregos é
a da construção, que contará com profissionais em diferentes níveis de capacitação e
qualificação, variando em superior, técnico e operacional.
Apesar de serem empregos temporários, trata-se de um impacto de natureza positiva
e muito importante em termos locais, dado o grande número de trabalhadores
atuantes no mercado informal, sendo que parte dessa mão de obra pode ser obtida
no próprio local, ou seja, proveniente do município de Paranaíba, em especial para as
diversas atividades que exigem um baixo nível de especialização que deverão ser
executadas durante as obras.
Tabela 8.16: Matriz específica de classificação do impacto de geração de empregos.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Positivo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Temporário
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Médio Prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Regional
Magnitude do Impacto Média
Importância do Impacto Alta
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8.2.3.1.1 Medidas potencializadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza potencializadora, se
destinando ao meio antrópico, tendo prazo de duração médio, devendo ser executado
nas fases de implantação e operação do empreendimento. A responsabilidade pela
implementação das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente
orientado pela empresa consultora ambiental.
Preferência na contratação de mão de obra local;
Implantação do programa de comunicação social, para manter a população
local informada a respeito do andamento das atividades da obra e fazer o
recrutamento de possíveis colaboradores locais.
8.2.3.2 Interferências no cotidiano das populações vizinhas
Durante as obras, a movimentação de máquinas, equipamentos, materiais e pessoas
implicam em mudanças na rotina da comunidade da área de influência direta. A cidade
sede do empreendimento será envolvida diretamente quando da implantação da
usina, principalmente no apoio de serviços terceirizados de alimentação, hospedagem
e acessos.
Tabela 8.17: Matriz específica de classificação do impacto de interferências no cotidiano das populações vizinhas.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Temporário
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Curto Prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Regional
Magnitude do Impacto Baixa
Importância do Impacto Pequena
Empreendedor: Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
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8.2.3.2.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza mitigadora, se destinando ao
meio antrópico, tendo prazo de duração médio, devendo ser executado nas fases de
implantação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação das
medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
Cadastramento dos potenciais colaboradores, priorizando a mão de obra
local e minimizando a migração temporária;
Orientação de motoristas e funcionários das obras em respeitar as
velocidades de tráfego, a colocação de placas e sinalizações ao longo das
vias de acesso, bem como a manutenção constante das mesmas;
Adoção do programa de gestão ambiental, para monitorar as ações e
relatar ao órgão ambiental.
8.2.3.3 Geração de expectativa
O planejamento de empreendimentos hidrelétricos e todas as atividades associadas
demandam períodos longos e apresentam mudanças e melhorias de projeto. Essas
prováveis mudanças contribuem para gerar expectativa na população diretamente
afetada e interessada, principalmente quando se trata de desapropriação das áreas.
Outro aspecto associa-se à concentração de pessoas na etapa de implantação do
empreendimento, claramente maior que nas outras fases. Logo, será significativa a
circulação de pessoas na região, fato que poderá causar estranheza e insegurança à
população local.
Para que o processo de implantação seja feito de forma equilibrada e sem conflitos
com a população local, é de suma importância, desde a base do planejamento,
estabelecer estratégias de comunicação social que apresentem de forma clara as
informações sobre o processo, construindo, assim, a confiança da população da área
afetada e dos órgãos públicos em relação à implantação do empreendimento.
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Com o intuito de manter a comunidade e órgãos municipais informados a respeito do
empreendimento, o empreendedor, ao longo da etapa de planejamento e estudos
ambientais, já vem adotando ações neste sentido, atuando com cautela nos estudos
prévios da região, divulgando informações a respeito do empreendimento para os
interessados por meio de contato dos profissionais responsáveis pelos trabalhos de
campo de topografia, avaliação fundiária e socioeconômica.
Tabela 8.18: Matriz específica de classificação do impacto de geração de expectativa.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Temporário
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Curto Prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Regional
Magnitude do Impacto Baixa
Importância do Impacto Pequena
8.2.3.3.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza mitigadora, se destinando ao
meio antrópico, tendo prazo de duração curto, devendo ser executado nas fases de
implantação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação das
medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
Adoção de um programa de comunicação social;
Orientação aos colaboradores sobre o meio ambiente, a segurança e ao
relacionamento com a comunidade local;
Priorização da contratação de mão-de-obra local.
8.2.3.4 Riscos de acidentes com a população local e operários
As atividades inerentes à construção do empreendimento e a circulação de veículos
e maquinários, mesmo que não ocorra de forma intensa, poderá causar acidentes
envolvendo a população residente na AID ou com os próprios operários dentro do
canteiro de obras. Estes estão frequentemente sujeitos a possibilidade de ocorrência
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de acidentes e traumas físicos. Ainda, deve-se avaliar sobre a possibilidade de
acidentes com animais peçonhentos.
Tabela 8.19: Matriz específica de classificação do impacto de riscos de acidentes com a população local e operários.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Temporário
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Curto Prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Baixa
Importância do Impacto Pequena
8.2.3.4.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza mitigadora, se destinando ao
meio antrópico, tendo prazo de duração médio, devendo ser executado nas fases de
implantação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação das
medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
Treinamento dos colaboradores sobre normas adequadas de conduta e
realização de conscientização interna;
Adoção de medidas de segurança a partir das condições e meio ambiente
de trabalho na indústria da construção;
Instalação de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Devem ser atendidas todas as disposições da NR4-Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT);
Adoção do programa de Prevenção dos Riscos Ambientais – PPRA, que é
obrigatória para todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados;
Adoção do Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, que monitora
por análises e exames laboratoriais a saúde dos trabalhadores, com
Empreendedor: Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
Estudo Ambiental Preliminar CGH Castro – Rio Santana
Paranaíba – MS 379
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objetivo de identificar precocemente qualquer desvio que possa
comprometer a saúde destes.
8.2.3.5 Aumento da oferta de energia elétrica
A CGH será responsável pela geração de 3,00 MW de energia elétrica e esse aumento
da capacidade instalada é positivo em diferentes sentidos. Primeiramente, a oferta
adicional de energia elétrica possibilita a atração de investidores e a implantação de
novos empreendimentos de diferentes naturezas na região, proporcionando dessa
maneira o desenvolvimento socioeconômico do município.
Além disso, a injeção da potência gerada pelo empreendimento no sistema interligado
nacional traz melhorias para todo o sistema local e regional, tanto no que se refere à
geração, como também para o sistema de transmissão e distribuição de energia
elétrica. A adição de energia no sistema possibilita remanejamentos no sistema
elétrico, proporcionando redução de perdas e melhor aproveitamento da energia
elétrica.
Tabela 8.20: Matriz específica de classificação do impacto de aumento da oferta de energia elétrica.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Positivo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Permanente
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Longo Prazo
Reversibilidade do Impacto Irreversível
Abrangência do Impacto Nacional
Magnitude do Impacto Baixa
Importância do Impacto Média
8.2.3.6 Aumento do potencial turístico e áreas de lazer
Com a área do reservatório da CGH haverá a alteração da paisagem local e, dentre
os efeitos, poderão surgir locais com beleza cênica e até mesmo a atração da
população e turistas. Deve-se planejar sistematicamente qualquer uso múltiplo do
futuro barramento, evitando conflitos durante a fase de operação (irrigação, geração
Empreendedor: Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
Estudo Ambiental Preliminar CGH Castro – Rio Santana
Paranaíba – MS 380
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de energia elétrica, demandas de usuários à jusante, etc.). Também devem-se
fomentar condições para que serviços de terceiros, como suprimento de alimentação
e ações relacionadas ao turismo sejam propiciados pela população na AID,
fomentando a melhoria da condição de vida da população afetada.
Tabela 8.21: Matriz específica de classificação do impacto de aumento do potencial turístico e áreas de lazer.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Positivo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Permanente
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Médio Prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Baixa
Importância do Impacto Pequena
8.2.3.6.1 Medidas potencializadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza potencializadora, se
destinando ao meio antrópico, tendo prazo de duração médio, devendo ser executado
nas fases de operação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação
das medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
Adoção de um programa de comunicação social.
8.2.3.7 Aumento da demanda na saúde
A migração temporária refere-se à migração da mão de obra especializada necessária
para a construção do empreendimento.
Em casos de emergência o município afetado possui uma infraestrutura adequada,
oferecendo unidades de saúde de nível pré-hospitalar/urgência/emergência. Em
virtude do empreendimento e do número de operários necessários para a construção
do empreendimento, não se espera um movimento de migração temporária que
comprometa o sistema estrutural urbano do município envolvido.
Empreendedor: Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
Estudo Ambiental Preliminar CGH Castro – Rio Santana
Paranaíba – MS 381
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Tabela 8.22: Matriz específica de classificação do impacto de aumento da demanda na saúde.
Categoria de Classificação Avaliação
Natureza dos Impactos Negativo
Forma Como se Manifesta Direto
Duração do Impacto Temporário
Temporalidade da Ocorrência do Impacto Curto Prazo
Reversibilidade do Impacto Reversível
Abrangência do Impacto Local
Magnitude do Impacto Baixa
Importância do Impacto Pequena
8.2.3.7.1 Medidas mitigadoras
As medidas propostas para este impacto têm natureza mitigadora, se destinando ao
meio antrópico, tendo prazo de duração médio, devendo ser executado nas fases de
implantação do empreendimento. A responsabilidade pela implementação das
medidas é do empreendedor, devendo ser tecnicamente orientado pela empresa
consultora ambiental.
Garantia de atendimento médico hospitalar e orientação aos operários;
Priorização da contratação de mão de obra local.
Visando realizar uma síntese dos impactos ambientais previstos e medidas
preventivas, mitigadoras e/ou potencializadoras aqui apresentados foi elaborada uma
matriz de classificação para cada meio afetado (físico, biótico e antrópico), as quais
podem ser visualizadas a seguir.
Empreendedor:
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8.2.4 Matriz de classificação meio físico
MEIO FÍSICO
Impacto
Fase Classificação dos impactos
Medidas preventivas, mitigadoras e/ou potencializadoras P
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Alteração da qualidade da água
• • ADA N DI PE LP RV LC M A
• Adoção do programa de monitoramento e conservação da qualidade das águas superficiais;
• Adequação das áreas de preservação permanente no entorno do reservatório;
• Planejamento e dimensionamento adequado das atividades produtoras de sedimentos, bem como para a supressão de vegetação (e limpeza) na área de formação do reservatório;
• Educação ambiental com moradores, com a finalidade de orientá-los a não despejar efluentes e demais resíduos não tratados no rio;
• Adoção de fossas sépticas no canteiro de obras.
Poluição do corpo hídrico e do solo
por efluentes • • ADA N DI TE CP RV LC M M
• Implantação de fossas sépticas de acordo com normas da ABNT;
• Realizar procedimentos de controle e monitoramento;
• Adoção de um programa de gestão de resíduos;
• Educação ambiental com os colaboradores envolvidos.
Contaminação do solo
• • ADA N DI TE CP RV LC B P
• Manutenção periódica de máquinas e veículos;
• Armazenamento dos produtos com potencial poluidor em locais impermeáveis, com cobertura e contenção de vazamentos;
• Realização de treinamento com colaboradores sobre situações de risco;
• Realização do abastecimento de máquinas e veículos em locais impermeabilizados;
• Remoção total do solo para um bota-fora permanente, caso se verifique algum acidente com substâncias nocivas ao meio ambiente;
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MEIO FÍSICO
Impacto
Fase Classificação dos impactos
Medidas preventivas, mitigadoras e/ou potencializadoras
Pla
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• Aplicação do método de biorremediação ou fitorremediação.
Alteração na dinâmica hídrica
• • AID N DI PE CP IR LC M A
• Monitoramento do nível do reservatório a montante e da vazão remanescente a jusante;
• Acompanhamento e controle do processo de enchimento do reservatório;
• Manutenção da vazão sanitária a jusante da barragem, durante a operação;
Aceleração dos processos erosivos e
assoreamento
• ADA N DI TE CP RV LC M P
• Implantação do programa de gestão ambiental e monitoramento dos taludes;
• Confecção de taludes de acordo com escoamento pluvial adequado;
• Monitoramento dos locais susceptíveis à processos erosivos e assoreamento;
• Utilização de métodos de controle de erosão como o plantio de cobertura do solo após construção do empreendimento e drenagens;
• Monitoramento do nível de sedimentos em suspenso no rio do eixo da barragem do empreendimento;
• Realizar dragagem, caso necessário, para retirada de sedimentos no fundo do curso d’água.
Alteração no uso do solo e na
paisagem • • ADA N IN PE MP IR LC M M
• Adotar programa de recuperação de áreas degradadas;
• Restringir as atividades de movimentação e compactação do solo ao estritamente necessário;
• Realizar desmobilização adequada das obras, eliminando passivos.
Geração de resíduos sólidos
• • ADA N DI TE CP RV LC B P
• Adoção de programa de gerenciamento de resíduos;
• Adoção de sistema de classificação de resíduos com a instalação de lixeiras identificadas e adequadas para cada tipo, facilitando o descarte dos mesmos;
• Implantação de estruturas para armazenamento provisório dos resíduos da construção civil.
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MEIO FÍSICO
Impacto
Fase Classificação dos impactos
Medidas preventivas, mitigadoras e/ou potencializadoras
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LEGENDA: Natureza do impacto: P (Positivo), N (Negativo); Forma como se manifesta: DI (Direta), IN (Indireta); Duração do impacto: PE (Permanente), TE (Temporário), CI (Cíclico); Temporalidade: CP (Curto Prazo), MP (Médio Prazo), Lp (Longo Prazo); Reversibilidade: RV (Reversível), IR (Irreversível); Abrangência: LC (Local), RG (Regional), NC (Nacional); Magnitude: B (Baixa), M (Média), A (Alta); Importância: P (Pequena), M (Média), G (Grande).
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8.2.5 Matriz de classificação meio biótico
MEIO BIÓTICO
Impacto
Fase Classificação dos impactos
Medidas preventivas, mitigadoras e/ou potencializadoras
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Perda e fragmentação de habitat
• AID N IN PE MP RV LC M A
• Adoção de um programa de monitoramento da fauna, terrestre e aquática;
• Realização do resgate e afugentamento da fauna terrestre durante a supressão vegetal;
• Realização do resgate da fauna aquática;
• Adoção do plano de recuperação das áreas degradadas e adensamento das APPs;
• Realização de monitoramento de fauna para analisar a distribuição e os impactos causados;
• Promover ações de educação ambiental com a finalidade de sensibilização ambiental e conservação da fauna local.
Alteração da composição e diversidade da fauna
terrestre • • AID N IN PE MP RV LC M M
• Adoção de um programa de monitoramento da fauna terrestre;
• Realização de resgate e afugentamento da fauna terrestre durante a supressão vegetal;
• Adoção de plano de recuperação das áreas degradadas e adensamento das APPs, que estabeleça condições de fluxo para a fauna terrestre.
Alteração da composição e diversidade da fauna
aquática • • AID N IN PE MP IR LC M M
• Realização de resgate da ictiofauna no trecho ensecado, nas fases de desvio do rio e fechamento do reservatório;
• Implantação do programa de monitoramento da ictiofauna;
• Realização de ações de educação ambiental.
• • AID N D PE MP IR LC M A • Implantação do programa de monitoramento da ictiofauna;
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MEIO BIÓTICO
Impacto
Fase Classificação dos impactos
Medidas preventivas, mitigadoras e/ou potencializadoras
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Interferência na migração da fauna aquática
• Realização de ações de educação ambiental.
Aumento da caça predatória e risco de
atropelamento da fauna • • AID N IN TE CP RV LC B P
• Adoção de um programa de capacitação e educação ambiental com colaboradores da obra e moradores locais, visando a conscientização para a não realização das atividades de caça e também o cuidado com a fauna na rodovia e acessos.
Perda de cobertura vegetal
• ADA N DI PE MP RV LC M A
• Acompanhamento e demarcação das áreas a serem suprimidas para que se faça o corte somente em áreas estritamente necessárias;
• Proposição de metodologia alternativa de corte da vegetação, buscando minimizar o impacto sobre o solo e o curso hídrico (utilização de maquinário manual);
• Controle do destino adequado do material vegetal;
• Implantação de um plano de recuperação de áreas degradadas;
• Realização da reposição florestal e compensação ambiental de acordo com a legislação pertinente vigente.
Manutenção da área florestal do entorno
• ADA P DI PE MP RV LC M A
• Recomposição da APP no entorno do reservatório;
• Plantio de espécies nativas e atrativas para a fauna;
• Cercamento da área de APP em sua totalidade;
• Implantação do plano de recuperação de áreas degradadas.
Aumento do conhecimento técnico-
científico da região • • AII P DI PE MP IR RG M A
• Adoção de programa recuperação de áreas degradadas;
• Adoção de programa de monitoramento da fauna terrestre;
• Adoção de programa de monitoramento da fauna aquática;
• Adoção de programa de monitoramento da qualidade das águas superficiais;
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387
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MEIO BIÓTICO
Impacto
Fase Classificação dos impactos
Medidas preventivas, mitigadoras e/ou potencializadoras
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LEGENDA: Natureza do impacto: P (Positivo), N (Negativo); Forma como se manifesta: DI (Direta), IN (Indireta); Duração do impacto: PE (Permanente), TE (Temporário), CI (Cíclico); Temporalidade: CP (Curto Prazo), MP (Médio Prazo), Lp (Longo Prazo); Reversibilidade: RV (Reversível), IR (Irreversível); Abrangência: LC (Local), RG (Regional), NC (Nacional); Magnitude: B (Baixa), M (Média), A (Alta); Importância: P (Pequena), M (Média), G (Grande).
Empreendedor:
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8.2.6 Matriz de classificação meio antrópico
MEIO ANTRÓPICO
Impacto
Fase Classificação dos impactos
Medidas preventivas, mitigadoras e/ou potencializadoras
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Geração de empregos • • • AID P DI TE MP RV RG M A
• Preferência na contratação de mão de obra local;
• Implantação do programa de comunicação social, para manter a população local informada a respeito do andamento das atividades da obra e fazer o recrutamento de possíveis colaboradores locais.
Interferências no cotidiano das
populações vizinhas • AID N DI TE CP RV RG B P
• Cadastramento dos potenciais colaboradores, priorizando a mão de obra local e minimizando a migração temporária.
• Orientação de motoristas e funcionários das obras em respeitar as velocidades de tráfego, a colocação de placas e sinalizações ao longo das vias de acesso, bem como a manutenção constante das mesmas.
• Adoção do programa de gestão ambiental, para monitorar as ações e relatar ao órgão ambiental.
Geração de expectativa
• • AID N DI TE CP RV RG B P
• Adoção de um programa de comunicação social.
• Orientação aos colaboradores sobre o meio ambiente, a segurança e ao relacionamento com a comunidade local.
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MEIO ANTRÓPICO
Impacto
Fase Classificação dos impactos
Medidas preventivas, mitigadoras e/ou potencializadoras
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• Priorização da contratação de mão-de-obra local.
Riscos de acidentes com a população local e operários
• • ADA N DI TE CP RV LC B P
• Treinamento dos colaboradores sobre normas adequadas de conduta e realização de conscientização interna;
• Adoção de medidas de segurança a partir das condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção;
• Instalação de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Devem ser atendidas todas as disposições da NR4-Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).
• Adoção do programa de Prevenção dos Riscos Ambientais – PPRA, que é obrigatória para todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados.
• Adoção do Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, que monitora por análises e exames laboratoriais a saúde dos trabalhadores, com objetivo de identificar precocemente qualquer desvio que possa comprometer a saúde destes.
Aumento da oferta de energia elétrica
• AII P DI PE LP IR NC B M
Empreendedor:
Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
Análise, Avaliação e Gerenciamento de Riscos
CGH Castro – Rio Santana
Paranaíba – MS
390
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MEIO ANTRÓPICO
Impacto
Fase Classificação dos impactos
Medidas preventivas, mitigadoras e/ou potencializadoras
Pla
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Aumento do potencial turístico e áreas de
lazer • AII P DI PE MP RV LC B P
• Adoção de um programa de comunicação social.
Aumento na demanda na saúde
N DI TE CP RV LC B P
• Garantia de atendimento médico hospitalar e orientação aos operários;
• Priorização da contratação de mão de obra local.
LEGENDA: Natureza do impacto: P (Positivo), N (Negativo); Forma como se manifesta: DI (Direta), IN (Indireta); Duração do impacto: PE (Permanente), TE (Temporário), CI (Cíclico); Temporalidade: CP (Curto Prazo), MP (Médio Prazo), Lp (Longo Prazo); Reversibilidade: RV (Reversível), IR (Irreversível); Abrangência: LC (Local), RG (Regional), NC (Nacional); Magnitude: B (Baixa), M (Média), A (Alta); Importância: P (Pequena), M (Média), G (Grande).
Empreendedor: Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
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Os programas ambientais propostos expressam diretrizes básicas julgadas
necessárias para a prevenção, mitigação ou compensação dos impactos a serem
gerados. Sabe-se que as característica0s destas influências identificadas conferem
aos programas uma diferenciação quanto ao seu tipo, tendo programas de natureza
preventiva, corretiva e compensatória.
Os programas de caráter preventivo abrangem ações relacionadas aos impactos que
podem ser evitados, reduzidos, ou controlados a partir da ação antecipada de medidas
de controle. Os programas de caráter corretivo visam uma mitigação dos impactos,
buscando a realização de ações de recuperação de condições ambientais satisfatórias
e aceitáveis, abrangendo ainda, as atividades de monitoramento destinadas a garantir
a eficácia das medidas a serem implementadas. Os programas de caráter
compensatório visam ações que compensem algum impacto considerado irreversível.
Considerando os artigos 6º e 9º da Resolução CONAMA 001/86, que apregoam que
um estudo de impacto ambiental desenvolverá programa de acompanhamento e
monitoramento dos impactos, os presentes programas abordam a necessidade da
supervisão e da gestão ambiental, de forma a permitir ao empreendedor, aos órgãos
setoriais, às instituições científicas e à sociedade em geral, o acompanhamento e a
supervisão da implantação e da operação do empreendimento.
As etapas da consolidação das obras, com a implantação do canteiro, mobilização de
operários, execução das obras propriamente ditas e, por fim, a operação do
empreendimento, pressupõe impactos em diferentes fatores ambientais e com
diferentes escalas de abrangência. Alguns dos impactos a serem causados pela
execução das obras são contemplados em programas específicos; entretanto, um
projeto que consolide e monitore, de forma integrada, as medidas diretamente
relacionadas às obras poderá propiciar resultados ambientais mais adequados, tendo
em vista que medidas, diretrizes e técnicas recomendadas, quando adotadas
preventivamente, podem minimizar, ou mesmo neutralizar, os possíveis impactos
ambientais das obras.
Os programas ambientais são realizados com o objetivo principal de dotar a empresa
responsável uma responsabilidade de gerenciar e conduzir, com eficiência, a
implantação de diversos programas ambientais (permitindo-lhe uma perfeita
Empreendedor: Flamboyant Energias Renováveis Ltda.
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articulação entre os setores responsáveis pela implantação do empreendimento), de
tal forma a:
Definir as regras e os procedimentos na gestão ambiental do
empreendimento;
Analisar alterações que venham a ocorrer ao longo do tempo, de modo a
avaliar continuadamente a probabilidade de impactos, a necessidade de
outras medidas e a validade das ações de mitigação propostas;
Planejar, supervisionar, coordenar e avaliar as ações e programas propostos,
de forma a garantir o correto equacionamento ambiental do empreendimento;
Definir as competências e responsabilidades na gestão ambiental,
estabelecendo uma política de conformidade ambiental e as atribuições de
planejamento, controle, registro e recuperação;
Responsabilizar-se perante os órgãos ambientais e de financiamento pela
prestação de esclarecimentos sobre o desempenho ambiental do
empreendimento, bem como pela incorporação de medidas indicadas por
estes.
8.3 CARACTERIZAÇÃO DOS PROGRAMAS AMBIENTAIS
A implantação de usinas hidrelétricas provoca impactos socioambientais relativos ao
meio físico, biótico e antrópico. Estes impactos têm motivado inúmeros estudos e
ações específicas por parte do setor elétrico, com o objetivo de compatibilizar os
empreendimentos aos requisitos de conservação do ambiente onde se inserem ações
mitigadoras.
Faz-se necessário, assim, que os responsáveis pelos programas tenham convivência
com o cotidiano da obra, de forma a assegurar eficiência operacional à gestão,
estando sempre próximos aos acontecimentos para evitar impasses decorrentes do
encaminhamento das ações, buscando sempre que os programas sejam
desenvolvidos de forma efetiva.
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8.3.1 Programa de gestão ambiental integrada
8.3.1.1 Introdução
O Programa de Gestão Ambiental Integrada da CGH Castro tem como objetivo
principal assegurar, de forma integrada, que as ações ambientais propostas no
presente EAP sejam implantadas de forma adequada e no tempo previsto no
cronograma do empreendimento, nas diversas fases e ao longo da AID. Também tem
por objetivo absorver algumas medidas, que por serem de pequeno porte, não
justificam a criação de um programa específico, como por exemplo medidas de
emergência, as quais podem ser discutidas e analisadas de forma separada, relatando
situações as quais podem ocorrer e que não estejam incluídas nos programas
previstos.
Com inspiração nos sistemas de gestão da qualidade, foi concebido o formato
fundamentado no chamado Ciclo PDCA - Planejar, Executar, Verificar e Agir (plan, do,
check and act).
Como os recursos financeiros precisam ser compatíveis com o cronograma físico da
obra e com os programas ambientais, as atividades são bastante diversificadas e
muitas têm prazos críticos que, quando não cumpridos, podem comprometer o
cronograma geral de construção do empreendimento. Assim, para tal, é necessária
que a equipe:
Promova a integração e a otimização das ações ambientais;
Resolva situações específicas, não previstas no RDPA;
Mantenha sistemas de acompanhamento físico-financeiro dos programas
ambientais;
Promova a integração do empreendimento com a sociedade civil, de forma
que os diversos grupos de interesse se situem como coparticipantes das
ações ambientais implementadas pelos diversos programas;
Demonstre e divulgue os resultados obtidos junto a terceiros;
Promova a integração dos aspectos ambientais com os aspectos de
engenharia do empreendimento.
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8.3.1.2 Objetivo
Cumprir a legislação ambiental aplicável;
Estabelecer preceitos, conferir responsabilidades ambientais as quais
serão observadas pelas empreiteiras e contratadas na execução das obras;
Conciliar as atividades da obra com a conservação e controle ambiental;
Buscar minimizar as possíveis alterações no meio ambiente durante o
processo de execução das obras;
Facilitar os trabalhos finais de recomposição das áreas da obra;
Garantir que os funcionários cumpram as normas e regras as quais lhes
foram expostas;
Acompanhar de forma integrada os programas estabelecidos, buscando
aplicar o que foi proposto nos mesmos.
8.3.1.3 Metodologia
Será efetivado o acompanhamento direto e indireto dos programas ambientais, por
sua articulação, pelo contato com os órgãos ambientais e pela elaboração de
relatórios, bem como o planejamento de gestão por meio da análise dos conteúdos
dos programas ambientais, objetivos, procedimentos metodológicos, ações previstas
e cronogramas.
Nesses relatórios ocorrerá uma análise das previsões de impacto feitas no estudo
ambiental preliminar, com a verificação se os programas de implantação estão tendo
os resultados esperados e se as atividades de implantação e operação estão em
conformidade com os requisitos legais ou outros previamente assumidos pelo
empreendedor, desse modo analisando de forma sintética o desempenho ambiental
do empreendimento.
8.3.1.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização
O desenho institucional evidencia que a preservação, conservação, defesa,
recuperação e melhoria do meio ambiente natural, artificial e do trabalho, são deveres
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, com a participação da
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coletividade, atendidas as peculiaridades regionais e locais e em harmonia com o
desenvolvimento social e econômico (IBAMA, 2002).
O programa de Gestão Ambiental Integrada possui medidas preventivas, as quais são
organizadas de forma a dispor todas as atividades de construção que serão adotadas
desde o início da obra, objetivando uma programação para evitar ou reduzir os
processos de degradação. Serão responsáveis pela implantação e execução das
instruções de controle ambiental o empreendedor, todos os gerentes, chefes de obras
e encarregados, coordenadores dos diversos serviços da construção, bem como a
consultora ambiental.
8.3.2 Programa de comunicação social e educação ambiental
8.3.2.1 Introdução
A construção de um empreendimento hidrelétrico provoca diversas alterações na
região de implantação, quais sejam, supressão de vegetação, alteração da paisagem,
readequação e reestruturação do sistema viário, aumento da mobilidade da população
residente nas áreas de influência, entre outras. Podem surgir diversas oportunidades
de trabalho advindas da construção deste, podendo gerar expectativas negativas
relacionadas as mudanças na paisagem do local, além de aspectos relacionados à
saúde e segurança.
Visando evitar esta situação é de suma importância estabelecer um canal de
comunicação constante entre a comunidade local, administração do município da área
de influência e os responsáveis pelo empreendimento. A medida em que o projeto
executivo esteja consolidado, a população diretamente afetada deve ser informada
sobre quaisquer alterações no projeto e suas implicações nos impactos levantados e
apresentados.
Dessa forma, a execução do programa de comunicação social e educação ambiental
justifica-se pela necessidade de divulgação das intervenções necessárias para a
implantação do empreendimento. Isto implica em comunicar e envolver a população
diretamente afetada nos esclarecimentos e discussões dos impactos positivos e
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negativos oriundos do empreendimento, bem como das medidas para atenuar ou
potencializar estes impactos.
8.3.2.2 Objetivo
Minimizar a insegurança relacionada à distorção de informações;
Contribuir no conhecimento da região como um todo, no âmbito de diminuir
os efeitos negativos dos impactos gerados;
Criar meios de comunicação sistemática entre o empreendedor, o poder
público e as entidades representativas das comunidades envolvidas,
podendo assim, discutir expectativas e anseios em relação às obras;
Repassar conhecimento adequado aos colaboradores envolvidos na obra
sobre riscos de incêndios, importância da manutenção dos ecossistemas
locais, ilegalidade da caça e de segurança quantos ao EPIs para evitar
acidentes com animais peçonhentos;
Informar aos moradores locais, além dos trabalhadores, sobre a
importância da conservação e recuperação do meio ambiente,
relacionando as alterações previstas com as fases de desenvolvimento do
empreendimento e as medidas mitigadoras a serem adotadas;
Orientar as pessoas, na fase de operação do empreendimento, quanto aos
limites das áreas de preservação permanente, através de sinalização e
fiscalização adequada.
8.3.2.3 Metodologia
No público alvo desse programa estão incluídos subgrupos que receberão atenção
especial, entre eles estão as pessoas relacionadas à mão de obra usada na fase de
implantação do empreendimento e a população local.
Os trabalhadores deverão receber as orientações cabíveis, podendo ser através de
palestras. As palestras devem conter as informações sobre saneamento do local,
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como destinação de lixo e efluentes, os cuidados com caça ilegal e a flora regional,
além de alertas sobre o comportamento com a população da região, acima de tudo
com as pessoas diretamente afetadas pelo empreendimento. A população do local do
empreendimento também receberá informações sobre a obra, a importância das
medidas mitigadoras, além de informações de caráter preventivo relacionadas à caça
ilegal e a preservação da flora.
As ações desse programa deverão se iniciar nos meses anteriores às obras e
persistirem enquanto as mesmas ocorrerem, sendo encerradas com o início da
operação do empreendimento.
8.3.2.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização
A implantação do programa de comunicação social e educação ambiental é de
responsabilidade do empreendedor, contando com a colaboração das empresas
contratadas e subcontratadas para execução das obras, todos os gerentes, chefes de
obras e encarregados, coordenadores dos diversos serviços da construção, bem
como a consultora ambiental, sendo de grande importância que todos os envolvidos
sigam métodos compatíveis visando o menor impacto ambiental possível ao meio
ambiente.
Além disso, o empreendedor deve se responsabilizar em atender as especificações
da empresa consultora no que tange a restrição de intervenção nas áreas estritamente
necessárias.
8.3.3 Programa de monitoramento das águas superficiais
8.3.3.1 Introdução
A caracterização e o monitoramento limnológico são essenciais para o conhecimento
da estrutura e funcionamento de ecossistemas aquáticos. Uma adequada avaliação
limnológica de um curso d’água ou de sua respectiva bacia hidrográfica depende
diretamente da avaliação de variáveis físicas, químicas e biológicas destes meios
aquáticos, sendo então possível entender as relações entres os elementos e as
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possíveis reações, bem como sua capacidade de absorver impactos em função de
ações externas.
Esta caracterização e monitoramento tornam possível prognosticar as alterações que
possam ocorrer no sistema hídrico, possibilitando ações imediatas em caso de
alterações significativas, tais como medidas preventivas e/ou corretivas, objetivando
restabelecer a qualidade da água e ecologia do ambiente (TUNDISI & TUNDISI,
2008).
8.3.3.2 Objetivo
Reconhecer os fatores que condicionam a qualidade da água no sistema
existente;
Acompanhar a evolução das alterações no sistema durante o
desenvolvimento de todas as fases de implantação da CGH;
Propor medidas de recuperação e controle da qualidade das águas em
áreas alteradas;
Prevenir a contaminação das águas ocorrentes no local;
Assegurar a adequação das medidas de manutenção da qualidade dos
usos da água.
8.3.3.3 Metodologia
Realização da coleta sistemática de amostras no campo, determinação de variáveis
físicas, químicas e biológicas nas fases de construção e operação do
empreendimento, avaliação da qualidade da água e a manutenção da vida aquática.
As coletas serão realizadas e acondicionadas de acordo com a NBR 9898, sendo
encaminhadas ao laboratório em menos de 24 horas e todas refrigeradas a 4ºC, com
seus devidos conservantes químicos. Em todos os pontos amostrais ocorrerá a
mensuração do potencial hidrogenionico (pH), transparência e temperatura
mensuradas in situ, sendo utilizado para tal o equipamento manual com sondas multi-
parâmetro da marca HANNA, modelo HI 9811-5. Ainda, serão realizadas análises em
laboratório, onde serão empregados os parâmetros já avaliados nas amostras
preliminares do EAP, sendo condutividade, DBO, DQO, dureza total, fósforo total,
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nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal total, nitrogênio total, nitrogênio Kjeldahl,
nitrogênio orgânico total, oxigênio dissolvido, sólidos suspensos totais, sólidos
dissolvidos totais, sólidos totais, turbidez, Escherichia coli e coliformes totais. A
escolha dos parâmetros pode sofrer alterações de acordo com o avaliado pela equipe
técnica, julgando a necessidade de inclusão ou exclusão de algum parâmetro de
análise. Para parâmetros biológicos deverão ser realizadas análises de fitoplâncton,
zooplâncton e macroinvertebrados aquáticos. As técnicas de análise das amostras
compreenderão as descritas no livro “Standart Methods For The Examination Of Water
And Wastewater” (AWWA, 1998).
A coleta de amostras iniciará após o início da implantação do empreendimento, sendo
que os resultados obtidos serão comparados com os limites estabelecidos pela
legislação vigente (Resolução CONAMA 357/2005) a fim de avaliar a qualidade
ambiental dos locais amostrados. Para parâmetros que não apresentam limites
estabelecidos na Resolução, consideraram-se os apresentados na Portaria
2.914/2011 do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e
de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
Será realizado o cálculo do Índice de Qualidade de Água (IQA) (SILVA et al., 2003),
visando resumir as variáveis analisadas em um número que possibilite avaliar a
evolução da qualidade de água no tempo e no espaço, e o Índice do Estado Trófico
(IET) (LAMPARELLI, 2004), que tem como finalidade amostrar os diferentes graus de
trofia, avaliando a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu
efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas. De posse desses índices será
possível obter informações durante e após a instalação do empreendimento, podendo
adotar medidas caso tenha alterações na qualidade da água do local.
8.3.3.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização
A implantação do programa de monitoramento da qualidade das águas superficiais é
de responsabilidade do empreendedor, contando com a colaboração das empresas
contratadas e subcontratadas para execução das obras, todos os gerentes, chefes de
obras e encarregados, coordenadores dos diversos serviços da construção, bem
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como a consultora ambiental, sendo de grande importância que todos os envolvidos
sigam métodos compatíveis visando o menor impacto ambiental possível ao meio
ambiente.
Além disso, o empreendedor deve se responsabilizar em atender as especificações
da empresa consultora no que tange a restrição de intervenção nas áreas estritamente
necessárias.
8.3.3.5 Subprograma de monitoramento de macrófitas aquáticas
8.3.3.5.1 Introdução
Para que haja um eficiente programa de monitoramento de macrófitas aquáticas é
importante apresentar duas etapas básicas:
1ª etapa - diagnóstico e mapeamento preliminar: Esta etapa consiste em um
diagnóstico preliminar da existência de macrófitas aquáticas com potencial de
proliferação na área diretamente atingida (ADA) dos empreendimentos, sendo estes
os locais aonde serão realizados os mapeamentos e mensuração de focos e a devida
identificação taxonômica.
2ª etapa - monitoramento contínuo: Para a realização dessa segunda etapa é
necessária a apresentação de dados obtidos após a conclusão de evento amostral na
1ª etapa do programa de monitoramento, sendo o trecho aonde será formado o
reservatório.
8.3.3.5.2 Objetivo
Identificar as alterações da comunidade de macrófitas aquáticas;
Determinar a relação da comunidade de macrófitas com as variáveis
limnológicas, na área de influência do empreendimento;
Gerar uma base de dados das comunidades e informações precisas sobre
as regiões com maior probabilidade de ocorrência;
Sugerir medidas de controle em caso de proliferação indesejada, que
resulte em prejuízo para a geração de energia e para os usos múltiplos do
reservatório;
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Promover interface com os demais programas de monitoramento e
complementar o conhecimento dos fatores que condicionam a qualidade
da água no sistema existente.
8.3.3.5.3 Metodologia
Serão identificados os ambientes favoráveis em que ocorre o desenvolvimento de
plantas no meio aquático, mantendo a população das macrófitas sob controle e
evitando o prejuízo na qualidade de água e da interferência nos equipamentos.
Para tanto, deverão ser executadas campanhas de campo durante a execução das
obras e após início do enchimento do reservatório (fase enchimento/início da
estabilização). Se for identificada a ocorrência de macrófitas aquáticas na área de
influência do empreendimento deverão ser realizadas análises de composição,
biomassa, dominância e riqueza destas espécies e, caso forem identificados
problemas de proliferação excessiva, deverá ser proposta ações de controle. Este
controle pode ser realizado através de diferentes métodos:
Métodos físicos ou mecânicos: são os que apresentam a vantagem de não
utilização de produtos ou organismos nocivos ou que persistem no ecossistema após
sua introdução. MacDonald e Langeland (2001) citam que o controle mecânico é um
método de baixo custo e na maioria das situações eficiente no controle de plantas
aquáticas, exceto em situações especiais como aquelas que se reproduzem por
sementes, o que compromete a possibilidade do uso de técnicas de controle
mecânico, sob pena de aumentar a população infestante.
Métodos químicos: são os menos aceitos pela sociedade, por utilizarem substâncias
cuja toxicidade a diferentes espécies e ao próprio homem nem sempre é inteiramente
conhecida. A utilização de herbicidas diretamente no ambiente aquático deve ser
precedida de uma série de medidas, que incluem testes de toxicidade, envolvendo
organismos nativos da região onde os herbicidas vão ser aplicados e acompanhados
pelo monitoramento dos possíveis impactos no ecossistema.
Controle biológico: tem aparecido como uma alternativa à aplicação de métodos
químicos. Vários tipos de organismos, como fungos (BARRETO et al., 2000), insetos
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(HARLEY & FORNO, 1990) e peixes (PIETERSE & MURPHY, 1990), podem ser
aplicados com esse intuito. Um dos problemas com esse método é que, na maioria
das vezes, utilizam-se espécies exóticas, que podem trazer severos prejuízos
ambientais. As alterações contribuem para a redução da biodiversidade de locais
colonizados por espécies introduzidas.
8.3.3.5.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização
O subprograma de monitoramento de macrófitas aquáticas tem como principal
objetivo o controle sobre proliferação dessas macrófitas, principalmente sobre o lago
o qual será formado. A execução desse programa é de responsabilidade do
empreendedor, devendo a parte técnica ser realizada por profissionais qualificados da
consultora ambiental.
8.3.4 Programa de afugentamento, resgate e salvamento da fauna terrestre e aquática
8.3.4.1 Introdução
Este programa relaciona-se aos impactos de afugentamento desordenado de animais
e consequente o aumento da densidade populacional em fragmentos remanescentes.
Prioriza a proteção à fauna frente aos processos de supressão vegetal e enchimento
do reservatório, através de afugentamento ordenado, resgate e salvamento de
espécimes.
8.3.4.2 Objetivo
Resgatar e/ou realocar para ambientes preservados exemplares da fauna
silvestre (incluindo ninhos ativos) que correrem risco de perda pelo
desmatamento prévio;
Formular medidas de mitigação e/ou compensação das possíveis
alterações sobre ambiente da fauna local;
Manejar a ictiofauna com fins conservacionistas (resgate e salvamento
durante as ações de desvio do rio e enchimento do reservatório).
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8.3.4.3 Metodologia
Com o início das obras e as atividades de supressão vegetal, a fauna sofre com a
perda de abrigo, momento em que se torna necessário realizar o resgate e salvamento
das espécies. Os métodos de trabalho preveem ações de afugentamento prévio à
supressão para aqueles animais com possibilidade de fuga (mamíferos de médio e
grande porte, aves, etc.), com atuação de equipe composta por biólogos e auxiliares.
Para os animais de pequeno porte, ninhos de aves, espécies da herpetofauna, etc.,
que não tem possibilidade de fuga espontânea, deverá ser realizado o resgate com
captura, destinando as espécies para locais com abrigo seguro.
Em relação a ictiofauna, durante o desvio do rio e o enchimento do reservatório, os
peixes poderão ficar isolados em poças d’água. Desta forma, uma ação coordenada
de salvamento da fauna de peixes, neste momento, torna-se obrigatória ao passo que
contribuirá na manutenção da diversidade biológica e conservação do patrimônio
genético das espécies que habitam o local.
Concluído o resgate, os espécimes coletados deverão passar por uma vistoria
realizada por profissionais habilitados. Após atestada as boas condições de
sobrevivência, os espécimes serão remanejados para as áreas com boas condições
de habitat. Animais que demandem tratamento veterinário poderão ser destinados
para clínicas ou hospitais veterinários parceiros.
8.3.4.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização
A implantação do programa de afugentamento, resgate e salvamento da fauna
terrestre e aquática é de responsabilidade do empreendedor, contando com a
colaboração das empresas contratadas e subcontratadas para execução das obras,
todos os gerentes, chefes de obras e encarregados, coordenadores dos diversos
serviços da construção, bem como a consultora ambiental, sendo de grande
importância que todos os envolvidos sigam métodos compatíveis visando o menor
impacto ambiental possível ao meio ambiente.
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Além disso, o empreendedor deve se responsabilizar em atender as especificações
da empresa consultora no que tange a restrição de intervenção nas áreas estritamente
necessárias.
8.3.5 Programa de monitoramento e manejo da fauna terrestre e aquática
8.3.5.1 Introdução
O programa de monitoramento e manejo da fauna terrestre e aquática está associado
aos impactos oriundos da alteração de ambientes naturais, para implantação do
empreendimento, cujas consequências se refletem na estrutura, composição e
diversidade da fauna. Neste contexto o foco do programa é promover um amplo
levantamento das espécies dos principais grupos da fauna terrestre (herpetofauna,
avifauna, mastofauna) e aquática (peixes) como forma de avaliar a real magnitude dos
impactos do empreendimento sobre a biota.
O monitoramento da fauna atua, em grande parte, como fonte geradora de
conhecimentos que podem ser utilizados para futuras ações de conservação de
espécies em áreas protegidas e ações a serem aplicadas nas medidas mitigatórias
previstas.
8.3.5.2 Objetivo
Gerar informações acerca da fauna local;
Analisar e avaliar a estrutura e dinâmica da comunidade faunística na AID;
Avaliar as condições de adaptabilidade mediante as transformações do
ambiente;
Avaliar qualitativamente e quantitativamente acerca da fauna nativa e
exótica, relacionando sua presença nos ambientes amostrados e a
importância destes no ciclo de vida das populações.
8.3.5.3 Metodologia
Para o programa de monitoramento e manejo da fauna propõe-se a manutenção de
metodologia não interventiva para fauna terrestre, consistindo o levantamento de
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dados por busca ativa através de visualizações, vestígios, armadilhas fotográficas,
etc., e de metodologia interventiva para ictiofauna (conforme avaliação do órgão
ambiental) utilizando redes de espera, tarrafas, puçás, etc., o que permitiria a geração
de dados mais aprofundados em relação à composição específica, estrutura, biologia
e o comportamento das comunidades frente às variações no ambiente aquático.
8.3.5.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização
A implantação do programa de monitoramento e manejo da fauna terrestre e aquática
é de responsabilidade do empreendedor, contando com a colaboração das empresas
contratadas e subcontratadas para execução das obras, todos os gerentes, chefes de
obras e encarregados, coordenadores dos diversos serviços da construção, bem
como a consultora ambiental, sendo de grande importância que todos os envolvidos
sigam métodos compatíveis visando o menor impacto ambiental possível ao meio
ambiente.
Além disso, o empreendedor deve se responsabilizar em atender as especificações
da empresa consultora no que tange a restrição de intervenção nas áreas estritamente
necessárias.
8.3.6 Programa de monitoramento de taludes e contenção de processos erosivos
8.3.6.1 Introdução
A abertura de acessos, construção do barramento, casa de força, do canteiro de
obras, supressão da vegetação e outras obras relacionadas com a implantação de
empreendimento alteram os processos naturais de escoamento das águas e
sedimentos, desestabilizando condições anteriores e criando instabilidade das
encostas.
Este programa possui natureza preventiva, e busca estabelecer estratégias e ações
de monitoramento para assegurar a estabilidade das encostas e evitar a aceleração
dos processos de assoreamento que possam ser gerados em função da erosão
marginal, bem como de trechos a jusante que podem ter estes processos favorecidos.
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8.3.6.2 Objetivo
Indicar as medidas de controle de processos erosivos e assoreamento
durante a etapa de implantação do empreendimento;
Realizar a identificação e caracterização das localidades naturalmente
suscetíveis à erosão e aquelas que poderão sofrer processos erosivos em
decorrência das atividades de obra;
Apresentar medidas cabíveis para a estabilização das áreas fragilizadas
para a prevenção de novas ocorrências;
Controlar os processos erosivos e monitorar, de forma que os ambientes
impactados mantenham as suas funções ecológicas.
8.3.6.3 Metodologia
Através de análises in loco deverão ser identificadas e caracterizadas as localidades
naturalmente suscetíveis à erosão e aquelas que poderão sofrer processos erosivos
em decorrência das atividades de obra. Depois de identificadas as áreas críticas serão
mapeadas com o objetivo de prevenir possíveis deslizamentos que possam ser
desencadeados com a implantação do empreendimento, garantindo assim maior
estabilidade das áreas marginais.
Sendo necessário, deverão ser apresentadas medidas para a estabilização das áreas
fragilizadas e para a prevenção de novas ocorrências, visando o controle dos
processos erosivos. Uma vez implementadas, as medidas propostas deverão ser
monitoradas de acordo com as práticas recomendadas neste programa, de forma que
os ambientes impactados mantenham as suas funções no conjunto da paisagem e
que contribuam para aumentar a diversidade ambiental.
8.3.6.3.1 Técnicas de controle de erosão do solo
O controle da erosão do solo, do carreamento de sedimentos, dos assoreamentos de
corpos d’água e da condução de águas pluviais pode ser realizado através das
seguintes formas:
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Construção de vias com infraestrutura: construções de valetas, bueiros,
canais com manilhas perfuradas e pontes. Tais obras têm por finalidade
retirar as águas recebidas das nascentes e da chuva.
Valetas: constitui-se de uma vala lateral que escoa a água da estrada,
conduzindo-a para as saídas de água, as obstruções são fáceis de verificar
e corrigir; proporciona o escoamento de um maior volume de água e a
manutenção é fácil.
Drenos: são usados lateralmente ou transversalmente à estrada. A
drenagem visa baixar o nível do lençol freático quando ele estiver muito
próximo da superfície, pois o lençol freático alto afeta a infraestrutura da
estrada, tornando o subleito mole e escorregadio, afundando com a
passagem de veículos.
Bueiros ou desaguadores: consiste na construção de um túnel com tubos
de concreto colocados transversalmente à estrada e tem como finalidade
permitir a passagem de água.
8.3.6.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização
A implantação do programa de monitoramento de taludes e contenção de processos
erosivos é de responsabilidade do empreendedor, contando com a colaboração das
empresas contratadas e subcontratadas para execução das obras, todos os gerentes,
chefes de obras e encarregados, coordenadores dos diversos serviços da construção,
bem como a consultora ambiental, sendo de grande importância que todos os
envolvidos sigam métodos compatíveis visando o menor impacto ambiental possível
ao meio ambiente.
Além disso, o empreendedor deve se responsabilizar em atender as especificações
da empresa consultora no que tange a restrição de intervenção nas áreas estritamente
necessárias.
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8.3.7 Programa de gestão e controle ambiental dos resíduos
8.3.7.1 Introdução
A gestão dos resíduos deverá considerar locais de acondicionamento apropriado,
métodos de coleta, disposição final e deve ser responsável por orientar os funcionários
sobre a real necessidade da correta disposição final dos resíduos. Os problemas
provenientes de um mau planejamento dos resíduos são a poluição do solo e das
águas.
8.3.7.2 Objetivo
Minimizar a degradação de rios, riachos, lagos e mananciais, pelo depósito
inadequado de entulhos;
Cuidar com a interferência desses materiais, que acumulados podem
causar possíveis desvios em rios, riachos, causando alagamentos e cheias;
Reduzir a destruição de fauna e flora;
Reduzir a poluição do ar ocasionado por poeiras e causada pelo acúmulo
de matérias provenientes da obra;
Minorar deslizamentos de encosta e barreiras provocados por entulhos.
8.3.7.3 Metodologia
As áreas propostas para a instalação e destinação dos efluentes e resíduos não
devem oferecer instabilidades, no caso de prevenção de deslizamentos. Estes locais
de armazenamento não devem estar próximos às áreas de nascente. Os veículos que
serão responsáveis pelo transporte dos resíduos deverão obrigatoriamente respeitar
a capacidade máxima de carga da caçamba, sendo necessário sempre que estiverem
trafegando estar coberto por lonas fixadas nas laterais do veículo.
8.3.7.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização
O programa de gestão e controle ambiental de resíduos busca como principal objetivo
minimizar a degradação ambiental por resíduos gerados na obra, caracterizando-os e
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separando-os. A responsabilidade sobre a plena execução do programa é do
empreendedor, que deverá contar com auxílio de profissionais habilitados.
8.3.8 Programa de supressão vegetal e limpeza das áreas
8.3.8.1 Introdução
A supressão da vegetação será realizada na ADA do empreendimento. Em relação
ao curso d’água, a biomassa florestal tem uma influência direta na qualidade da água,
sendo que a não retirada deste material ajudará na proliferação de plantas e a redução
do oxigênio dissolvido. Durante a obra serão transplantados os exemplares de
espécies consideradas não madeiráveis, de preferência para lugares próximos aos de
origem, sendo que deverão seguir estritamente as recomendações técnicas de
profissional capacitado.
O programa tem como finalidade programar e controlar aspectos técnicos da
supressão de vegetação, sendo eles: área efetivamente necessária de corte, volumes
retirados, métodos de corte, etc.
8.3.8.2 Objetivo
Mitigar os impactos diretos e indiretos da atividade de supressão sobre a
flora local;
Impedir o acúmulo de material orgânico, através da retirada da vegetação
das áreas inundáveis e remoção de benfeitorias;
Evitar o processo de eutrofização das águas;
Aproveitar os resíduos orgânicos na implantação do Programa de
Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).
8.3.8.3 Metodologia
O programa de desmatamento e limpeza irá indicar a área a ser usada durante o
período das obras, de forma a possibilitar a remoção de toda a vegetação antes do
início da construção do empreendimento. O desenvolvimento do programa iniciará
com a realização de vistorias as áreas amostradas, a fim de demarcar os pontos de
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supressão. Esta etapa será realizada com base no inventário florestal da área
diretamente afetada pelo empreendimento. Somente após a demarcação total e
correta das áreas, poderá dar-se início as atividades.
A empresa contratada para o processo deve seguir todas as recomendações técnicas
da consultora ambiental, ressaltando que o corte da vegetação só poderá ocorrer com
a devida autorização específica do órgão ambiental competente. Para que a
supressão da vegetação aconteça com eficácia e responsabilidade seu planejamento
deverá ser realizado de forma a se compatibilizar com o programa de resgate e
manejo da fauna terrestre.
Além deste aspecto, outros pontos de suma importância deverão ser levados em
consideração, como:
A altura de corte deverá ser realizada o mais rente possível ao solo;
Toda a galharia e folhas, mesmo aqueles que não terão aproveitamento
econômico deverão ser retirados da faixa de inundação e não deverão ser
queimados. Sugere-se a deposição deste material em áreas sem
vegetação;
Corte da vegetação realizado de forma manual, não havendo a
movimentação de máquinas no local para a remoção desta. Com a adoção
desta medida, evita-se de modo consecutivo o impacto sobre o curso
d’água, uma vez que não haverá a limpeza total da área, não havendo a
exposição completa do solo, reduzindo-se assim o carreamento direto de
sedimentos para o rio Santana.
8.3.8.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização
A implantação do programa de supressão de vegetação e limpeza de áreas é de
responsabilidade do empreendedor, contando com a colaboração das empresas
contratadas e subcontratadas para execução das obras, todos os gerentes, chefes de
obras e encarregados, coordenadores dos diversos serviços da construção, bem
como a consultora ambiental, sendo de grande importância que todos os envolvidos
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sigam métodos compatíveis visando o menor impacto ambiental possível ao meio
ambiente.
Além disso, o empreendedor deve se responsabilizar em atender as especificações
da empresa consultora no que tange a restrição de intervenção nas áreas estritamente
necessárias, sendo sempre auxiliado por um Engenheiro Florestal.
8.3.9 Programa de recuperação das Áreas de Preservação Permanente
8.3.9.1 Introdução
O reestabelecimento de Áreas de Preservação Permanente já é uma atividade
presente e consolidada em monitoramentos de instalação de empreendimentos
hidrelétricos. O Programa de Recuperação das Áreas de Preservação Permanente
deve ser adotado visando mitigar efeitos relacionados principalmente as tendências
de erodibilidade, perda de biodiversidade e habitats naturais.
As matas ciliares ou florestas de galeria que ocorrem nas margens dos cursos d’água
tem vegetação típica que surge em função das características específicas presentes
nestes ambientes, como: solos com elevados teores de umidade, maior umidade
atmosférica, temperaturas mais baixas e topografia variando em função de
características hidrológicas e geomorfológicas, proporcionando uma vegetação com
composição florística própria.
As matas ciliares estabelecidas às margens dos rios desempenham importantes
funções ecológicas e hidrológicas em uma bacia hidrográfica. Estabilizam as
ribanceiras do rio, pelo desenvolvimento de um emaranhado radicular, atuam na
filtragem do escoamento superficial impedindo o carreamento de sedimentos, e assim
controlando a erosão, contribuindo, desta forma, para a manutenção da qualidade da
água, auxiliam na manutenção da biodiversidade de flora e fauna local, e através de
suas copas, interceptam e absorvem a radiação solar, contribuindo para a estabilidade
térmica dos cursos d’água, servindo também de refúgio e corredores para a fauna
silvestre.
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Estas faixas ciliares são definidas pelo Código Florestal Brasileiro, Lei 12.651 de 25
de maio de 2012 em seu Art. 4º como Área de Preservação Permanente (APP),
devendo ser respeitada sua metragem de acordo com a dimensão do curso d’água,
neste caso ficando condicionado ao entorno do reservatório.
8.3.9.2 Objetivo
Recomposição da paisagem;
Implantar uma faixa de vegetação nativa em todo o perímetro do
reservatório;
Revegetar áreas com solo desnudo através do plantio de espécies
pioneiras;
Proteger as margens, evitando que sejam carreados sedimentos pela
água das chuvas, provocando o assoreamento do reservatório;
Preservar as espécies vegetais raras e/ou ameaçadas de extinção onde
poderão constituir banco genético;
Manter a qualidade da água do reservatório.
8.3.9.3 Metodologia
Inicialmente serão realizadas atividades de caracterização e mapeamento das áreas
a serem recuperadas, reconhecendo aspectos, tais como: situação do solo, vegetação
ocorrente (se houver) com listagem das espécies regionais de diferentes formas de
vida (árvores, arbustos, herbáceas, epífitas e outras), além de definir o estado de
conservação dos remanescentes mais próximos. Após realizado o processo de
caracterização a faixa ciliar deverá ser delimitada por marcos topográficos permitindo
a identificação dos limites das áreas ao redor do perímetro do reservatório, estando
em acordo com a legislação federal e ambiental vigente.
A restauração da cobertura vegetal ciliar dar-se-á através do processo de
revegetação, com o plantio de espécies arbustivas e arbóreas, nativas pioneiras e
secundárias iniciais e tardias, adotando-se ainda processos que visem um sistema
equilibrado, integrando componentes de diferentes funções. Sendo assim, serão
realizados métodos de restauração variados, tais como indução da regeneração
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natural, enriquecimento com o plantio de mudas, como mencionado, com diversidade
necessária para a restauração. É importante ressaltar que a definição das Áreas de
Preservação Permanente deve estar de acordo com a legislação ambiental federal e
estadual vigentes.
O processo de revegetação deve utilizar a maior variedade possível de espécies,
dessa forma, deverão ser observadas as seguintes diretrizes básicas:
Utilizar espécies nativas pioneiras, para áreas de solo desnudo e
secundárias iniciais e tardias em áreas cobertas por capoeirinhas;
Valorizar o plantio de espécies raras ou ameaçadas de extinção;
Utilizar espécies atrativas a fauna, visando alimento e auxílio na dispersão
de sementes, auxiliando no processo de regeneração natural.
Quando houver vegetação de porte arbóreo serão efetuadas apenas ações de
adensamento.
Para a execução do programa, procedimentos básicos deverão ser adotados, assim
como os listados na tabela abaixo.
Tabela 8.23: Procedimentos para revegetação da cobertura ciliar através do plantio de mudas.
ETAPAS ATIVIDADE DESCRIÇÃO
01 Procedimentos
preliminares
Limpeza geral da área, através do recolhimento de resíduos inorgânicos como: plásticos, metais e outros resíduos gerados durante as obras de construção civil.
02 Preparo do
solo
O preparo do solo será localizado, apenas na cova de plantio. O solo será revolvido o mínimo possível, apenas na quantidade necessária, mantendo-se os resíduos vegetais sobre o solo.
03
Coroamento, abertura de
covas e adubação
Coroamento: remoção da vegetação (se houver) ao entorno da futura cova.
Abertura de covas: dimensão de 30 x 30 x 30 (sugestão), abertas de forma manual.
Adubação: orgânica (esterco de bovino ou aves), além da terra retirada da camada superior no momento de abertura da cova.
04 Escolha das
mudas As mudas deverão apresentar porte entre 0,50 e 1,0 m, ser sadias, livre de pragas e doenças, com sistema de raízes bem desenvolvido.
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ETAPAS ATIVIDADE DESCRIÇÃO
05 Plantio
O plantio será realizado, em dias nublados ou com previsão de chuvas. As mudas deverão ser retiradas da embalagem, observando-se raízes enoveladas. A profundidade de plantio deverá ser ajustada para que as mudas permaneçam na mesma altura de colo que encontravam-se no recipiente. Atenção para que as mudas não fiquem tombadas e nem que o caule fique abaixo do solo.
06 Tutoramento Atividade realizada a fim de garantir a sustentação das mudas, evitando seu tombamento.
07 Manutenção
As atividades de manutenção consistem na realização de replantio das mudas em caso de mortalidade das mudas (superior a 5%), acompanhamento do controle da mato competição e controle em casos de ataque de pragas, principalmente formigas.
08 Monitoramento O monitoramento tem a finalidade de acompanhar a evolução do plantio nas áreas. Monitorar as áreas garantirá o ótimo estabelecimento das mudas, além de acelerar o processo de sucessão.
8.3.9.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização
A implantação do programa é de responsabilidade do empreendedor, contando com
a colaboração das empresas contratadas e subcontratadas para execução das obras,
todos os gerentes, chefes de obras e encarregados, coordenadores dos diversos
serviços da construção, bem como a consultora ambiental, sendo de grande
importância que todos os envolvidos sigam métodos compatíveis visando o menor
impacto ambiental possível ao meio ambiente.
Além disso, o empreendedor deve se responsabilizar em atender as especificações
da empresa consultora no que tange a restrição de intervenção nas áreas estritamente
necessárias.
8.3.10 Programa de recuperação de áreas degradadas (PRAD)
8.3.10.1 Introdução
O programa de recuperação de áreas degradadas (PRAD) é um programa que prevê
a mitigação dos impactos inerentes à instalação do empreendimento e/ou imprevistas.
Desta forma pretende-se identificar áreas degradadas e passivos ambientais
eventualmente gerados pelas atividades e definir ações de recuperação necessárias
a cada área em específico.
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As áreas identificadas no empreendimento que possuem a necessidade de
reabilitação devido à degradação provocada são as áreas do canteiro de obras, bota-
fora, jazidas de empréstimo, acessos desativados e terraplanagem. Estes locais
exigem recuperação devido ao aumento do seu potencial erosivo, pela falta de
cobertura vegetal, o que pode desencadear a geração de sedimentos aos mananciais
de superfície, prejuízo para a vegetação do entorno e a fauna associada, bem como
outras atividades socioeconômicas.
Devido à localização destas áreas no arranjo do empreendimento, a recuperação
viabilizará a interconexão com a mata ciliar do rio Santana, permitindo um aumento
dos locais vegetados e disponíveis para a fauna, aspecto essencial para a
conservação do ecossistema local.
O responsável técnico, devidamente habilitado, deverá avaliar as medidas específicas
para cada área degradada, considerando as fragilidades e particularidades de cada
local.
Ainda, serão realizadas vistorias periódicas para avaliar a eficiência das medidas, até
que se assegure o atendimento aos objetivos do programa e o pleno desenvolvimento
das medidas implantadas naquelas áreas em processo de recuperação.
8.3.10.2 Objetivo
Recompor a paisagem degradada pelas atividades referente à instalação
do empreendimento, minimizando seus efeitos negativos;
Controlar os processos erosivos e de degradação ambiental que ocorrem
durante o período de obras, recompondo as áreas alteradas após o término
das obras;
Reintegrar as áreas degradadas à paisagem local, contribuindo para
melhoria da qualidade ambiental existente;
Contribuir para a redução da carga sólida carreada pelas chuvas para os
cursos d’água e melhoria da qualidade das águas superficiais;
Desenvolver e implementar técnicas de reabilitação de áreas degradadas
específicas para áreas de empréstimo, canteiros de obra, bota-fora e
acessos desativados;
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Proceder à avaliação da eficácia dos métodos e procedimentos de
recuperação e reabilitação ambiental aplicados.
8.3.10.3 Metodologia
Para a efetiva recuperação das áreas degradadas, vários passos devem ser
conduzidos em diferentes etapas, a fim de que o Programa alcance o sucesso
desejado e que se possa restabelecer equilíbrio ambiental nos locais alterados,
visando assim garantir a dinâmica das funções ecológicas. Os procedimentos básicos
a serem adotados são:
a) Remoção e estocagem de solo: O processo de recuperação das áreas
degradadas é estabelecido antes mesmo do início das obras, sendo que o
primeiro procedimento adotado deverá ser a remoção e estocagem da
camada de solo superior das áreas que serão degradadas, para posterior
uso na composição da camada superficial do solo destinado a revegetação.
b) Limpeza das áreas a serem recuperadas: após o término das obras é
extrema necessidade a realização da limpeza das áreas a serem
recuperadas. Esta atividade deverá remover todos os vestígios da
construção ou da exploração ainda existente.
c) Reafeiçoamento e sistematização do terreno: encerradas as
intervenções e realizada a etapa de remoção de resíduos da obra, as áreas
deverão ser imediatamente reconstituídas em sua forma topográfica final,
sendo espalhados sobre elas o material de solo superficial estocado, pois
o projeto de recuperação, em primeira instância, visa a recuperação
estrutural do local.
d) Revegetação das áreas: em sequência, após a reestruturação do solo,
deve-se proceder a revegetação das áreas degradadas. De modo inicial
indica-se o plantio de gramíneas para cobertura do solo ou outras espécies
semelhantes. A cobertura inicial do solo é fundamental para diminuição do
carreamento de sedimentos (erosão) e servindo também, após o término
de seu ciclo, como fonte de nutrientes para o solo e demais plantas.
Após a cobertura do solo recomenda-se o plantio de espécies
arbóreas/arbustivas, nativas e com desenvolvimento local. Os
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procedimentos que deverão ser adotados para esta atividade encontram-
se descritos na metodologia do Programa de Recuperação das Áreas de
Preservação Permanente, citado anteriormente. A procedência das mudas
terá como base as informações do levantamento florístico e
fitossociológico.
8.3.10.4 Responsabilidade de Execução e Fiscalização
O programa de recuperação de áreas degradadas busca atender a legislação e a
reabilitação das áreas degradadas. A responsabilidade sobre a plena execução do
programa é do empreendedor, que deverá contar com suporte técnico realizado por
profissionais habilitados (eng. florestal, biólogos, etc.).
9. ANÁLISE, AVALIAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RISCOS
As barragens desempenham, desde o princípio das civilizações, uma função essencial
na evolução da infraestrutura humana, pois, propiciam a irrigação, controlam as
inundações, oferecem abastecimento público e industrial, geram atividades
recreativas e, o mais recente, produzem energia elétrica (LIMA, 2014).
O Brasil possui 4.733 Centrais Hidrelétricas em operação, totalizando 154.359.438 kW
de potência instalada. Para os próximos anos, há previsão de uma adição de
23.416.219 kW na capacidade de geração do País, proveniente dos 252
empreendimentos que estão em construção e mais 554 empreendimentos com
construção não iniciada. Destes, 618 se configuram como CGH’s (Centrais Geradoras
Hidrelétricas) e 431 PCH’s (Pequenas Centrais Hidrelétricas), conforme apresentado
na Tabela 01 (ANEEL, 2017).
Tabela 9.1: Centrais Hidrelétricas em operação no Brasil.
Fonte: Aneel, 2017.
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Em vista disso, com o aumento da instalação de novos aproveitamentos, cresce
também a preocupação com os fatores relacionados à segurança dos
empreendimentos e dos fatores que os circundam, principalmente aos eventos
críticos, como o colapso da estrutura de um barramento, fator esse primordial nos dias
atuais em razão das recentes tragédias ambientais.
9.1 HISTÓRICO DE ACIDENTES
A importância do conhecimento sobre colapsos de barragens provém da ocorrência
dos impactos causados ao meio ambiente e das consequências calamitosas para a
população que habita as proximidades das mesmas. Em vista disso, esses fatores
são suficientes para buscar compreender os fenômenos envolvidos nas rupturas, de
forma a evitá-los ou, minimizar seus efeitos.
A lei 12.334 de setembro de 2010 traz que a segurança de uma barragem consiste na
condição que visa manter a integridade estrutural, operacional, a preservação da vida,
da saúde, da propriedade e do meio ambiente (BRASIL, 2010). Dessa forma, estudar
os fatores de segurança envolvidos no dimensionamento de uma barragem é de suma
importância.
Os modos mais comuns de colapsos de barragens são por galgamento, que acontece
quando uma cheia ultrapassa a capacidade que a estrutura de extravasamento foi
dimensionada, passando por cima do topo ou do coroamento da barragem e, por
piping, que define-se como erosão tubular regressiva, ou seja, a água penetra no
maciço até encontrar um caminho de percolação e forma um tubo que arrasta
partículas de solo, ocorrendo assim a erosão regressiva de jusante para montante e
com o deslocamento das partículas, o equilíbrio de forças na matriz do solo é
desestabilizado e o fenômeno de piping é progressivo até a formação de brecha e
colapso da estrutura (LADEIRA, 2007).
A CGH Castro é um empreendimento de pequena dimensão e baixa significância de
impactos, portanto, serão apresentados alguns acidentes em barragens similares ao
empreendimento, para posteriormente analisá-los como medida preventiva. É
importante ressaltar que a magnitude de algumas barragens citadas a seguir difere
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um pouco do empreendimento em questão, pois observou-se que existe pouca
atenção aos desastres com pequenas barragens, e como não foi encontrado demais
casos similares, decidiu-se utilizar os mais próximos, conforme apresentado.
9.1.1 Acidente na PCH Apertadinho – RO (2008)
A barragem da Pequena Central Hidrelétrica Apertadinho, de propriedade do Grupo
privado CEBEL (Centrais Elétricas Belém S.A.), localizava-se a 30 km da cidade de
Vilhena/RO, aproximadamente 698 km de Porto Velho/RO, no rio Comemoração. A
PCH tinha potência instalada de 30 MW e sua barragem principal era de terra, com
altura de 40 metros (CUNHA, 2013).
O acidente aconteceu no dia 9 de janeiro de 2008, e a PCH Apertadinho ainda estava
em fase final de construção, onde ocorreu o seu rompimento e ocasionou a formação
de uma onda de cheia com velocidade de até 10 km/h na qual poderia atingir a região
de Pimenta Bueno e Cacoal. Porém, o fluxo d’água foi se dispersando no caminho até
ser contido pela barragem de outra usina, a Rondon 2, aproximadamente 73 km do
rompimento, e as características do terreno foram favoráveis para absorver as forças
da água (CUNHA, 2013).
As possíveis causas do rompimento seriam falhas na construção e problemas com
erosão na barragem (piping), pois a obra teria sido construída sobre solo arenoso. As
empresas construtoras da barragem alegam que a causa foi por falha no projeto e a
CEBEL alega que as empresas que executaram as obras cumpriram 80% dos
compromissos firmados no Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério
Público (SÃO PAULO, 2015).
Os maiores danos foram ambientais, nas matas ciliares que margeiam os cursos de
água no trajeto, destruindo mata nativa e a Fauna em áreas de preservação
permanente. Causou também assoreamento e deposição de detritos no rio e erosão
do solo, entre outros estragos (SÃO PAULO, 2015).
Logo após o colapso da barragem, o corpo de bombeiros começou a evacuação
imediata dos moradores porque existia o risco do volume de água acumulado e a força
da água comprometerem as estruturas de pontes e casas da cidade. Apesar disso,
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nenhuma cidade foi afetada e não teve nenhum desabrigado. Após a ocorrência,
foram pedidas ações para que fossem recompostas vegetação, solo e rio em um prazo
de cinco anos (CUNHA, 2013).
As figuras a seguir mostram uma vista do local após a ruptura da PCH Apertadinho.
Figura 9.1 Local após ruptura da PCH Apertadinho. Fonte: Cunha, 2013.
Figura 9.2: Estruturas danificadas após ruptura da PCH Apertadinho. Fonte: Cunha, 2013.
9.1.2 Acidente na UHE Espora – GO (2008)
O acidente da UHE Espora, de propriedade de Espora Energética S.A. aconteceu no
dia 30 de janeiro de 2008, pouco tempo depois do acidente da PCH Apertadinho, em
Rondônia. A UHE Espora se localizava no rio Corrente, entre os municípios de
Aporé/GO, Itarumã/GO e Serranópolis/GO e possuía potência de 32 MW, com um
lago de 36 km² de área (MIRANDA, 2008).
O grande volume de chuvas que atingiu a região fez com que a água do reservatório
transbordasse em cerca de 30 metros cúbicos (galgamento) e isso fez com que a
barragem rompesse, causando inúmeros estragos (MONTALVÃO, 2008). Fala-se
também que haviam rachaduras na usina, e que esse poderia ter sido o motivo do seu
rompimento (MONTEIRO, 2008).
O colapso da barragem deixou dezenas de pessoas isoladas e algumas perderam
suas casas. Pelo menos 7 fazendas ficaram inundadas, animais e pontes foram
arrastados pela água, deixando rastro de destruição ao longo de sua margem. A força
da chuva fez o rio transbordar em pelo menos 100 quilômetros da sua extensão, com
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uma faixa de 300 metros em cada margem do rio, ocasionando significativos impactos
ambientais, sociais e econômicos (MELO, 2009).
A ruptura da barragem atingiu ainda a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio
Natural) Cachoeira das Andorinhas, os municípios de Aporé, Itajá, Itarumã e Lagoa
Santa, destruindo APP’s (Áreas de Preservação Permanente), lavouras, residências,
postes, animais terrestres e aquáticos, entre outros desastres (MIRANDA, 2008).
Após o ocorrido, o Corpo de Bombeiros enviou duas equipes em 150 km das margens
do rio para um levantamento dos pontos alagados e identificar possíveis vítimas.
Outras autoridades locais sobrevoaram as áreas a fim de avaliar os impactos ocorridos
(MONTALVÃO, 2008).
Os responsáveis pela UHE espora montaram postos em Itajaí e Itarumã para atender
as vítimas do acontecido. Como algumas pontes foram destruídas, o acesso ao
município estava sendo feito através de balsa paga pela hidrelétrica (TORRACA,
2009).
Posteriormente a UHE Espora foi interditada para levantamento de provas e apuração
dos dados. Concluída esta etapa, a empresa foi autorizada a reconstruir a obra e mais
tarde foi interditada novamente. Segundo relatos do diretor superintendente da
empresa, após o acidente, foram realizadas melhorias no projeto inicial,
prolongamento do concreto do vertedouro que trouxe mais proteção no escoamento
da água, tratamentos especiais na estrutura de concreto, reforços na barragem em
geral e acompanhamentos permanentes de um técnico responsável por fazer
auditorias da barragem (FÉLIX, 2009). As figuras a seguir apresentam os desastres
ocorridos com a ruptura da barragem de Espora.
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Figura 9.3: Fazendas alagadas após ruptura da UHE Espora. Fonte: Melo, 2009.
Figura 9.4: Meandros alagados após ruptura da UHE Espora. Fonte: Melo, 2009.
Figura 9.5: Ponte sobre GO-178 alagada. Fonte: Melo, 2009.
Figura 9.6: Afluente afetado pelo rompimento da barragem. Fonte: Melo, 2009.
9.1.3 Acidente na CGH Vacaro – SC (2014)
A CGH (Central Geradora Hidrelétrica de Vacaro), situada no Rio Irani, em Ponte
Serrada/SC, aproximadamente 56 km da cidade de Arvoredo/SC, possuía 1,4 MW de
Potência instalada e a sua estrutura era considerada de pequeno porte (DEBONA,
2014).
O rompimento da barragem aconteceu no dia 27 de junho de 2014, devido ao grande
volume de chuvas que ocorreram na região. O volume de aproximadamente 8 milhões
de metros cúbicos que estavam contidos no reservatório da CGH poderia ter atingido
as cidades próximas, bem como o rompimento de outras barragens, porém, o nível da
água que subiu não foi suficiente pra causar grandes estragos (BORTOLI, 2014).
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Após o acidente, o nível do rio Irani subiu até 4 metros e isso ocasionou a interrupção
de uma BR principal de Santa Catarina, a 282. Além do alagamento de uma parte da
BR, mais de 30 casas foram evacuadas com a ajuda de 25 Bombeiros e o ginásio
municipal serviu de abrigo para essas famílias a fim de manter a segurança das
mesmas. Foi realizado também o monitoramento do nível da água para maior
segurança (BORTOLI, 2014).
O rio Lajeado Leão começou a ser represado pelo aumento do volume de água do rio
Irani e começou a alagar ruas da cidade de Arvoredo. O rio subiu cerca de 30
centímetros e estabilizou, atingindo apenas o porão de um supermercado (CARDIA,
2015). As figuras a seguir apresentam os desastres ocorridos com a ruptura da
barragem de Vacaro.
Figura 9.7: BR alagada com a ruptura da CGH Vacaro. Fonte: Bortoli, 2014.
Figura 9.8: Barragem Vacaro depois da cheia. Fonte: Debona, 2014.
Figura 9.9: Barragem Vacaro depois da cheia. Fonte: Bortoli, 2014.
Figura 9.10: Alto nível do Rio Irani. Fonte: Bortoli, 2014.
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9.1.4 Acidente na PCH Inxú – MT (2015)
A PCH Inxú, propriedade de Inxú Geradora e Comercializadora de Energia S/A,
possuía uma potência de 20,6 MW e ainda não estava em funcionamento quando
ocorreu o desastre. A barragem localizava-se entre os municípios de Campo Novo do
Parecis/MT e Nova Maringá/MT, região médio-norte do estado, aproximadamente 400
km da capital (APRÁ, 2015).
A fatalidade aconteceu no dia 06 de junho de 2015, após um problema na tubulação
na qual não suportou o volume de água represado no local. A proprietária da PCH foi
quem acionou a ANEEL e comunicou os fatos, conforme recomenda as regras do
edital de compra e venda de energia (SABINO e MARCEL, 2015).
O rompimento da barragem ocasionou prejuízos milionários, porém não houve
nenhuma vítima, somente danos na estrutura que comprometeu grande parte da usina
e necessitou ser reconstruída (SABINO e MARCEL, 2015).
Através de perícias, a ANEEL foi a responsável por investigar as possíveis causas do
desastre, avaliando a qualidade dos materiais utilizados que possam ter contribuído
ou não para o acidente e elaborar um relatório indicando se a empresa era passível
de alguma punição (APRÁ, 2015).
Devido ao fato, a SEMA (Secretaria de Meio Ambiente) decidiu pela suspensão da
Licença de Instalação do empreendimento e a Companhia questionou a suspensão
administrativamente, que além da punição, existia a solicitação de aplicação de multa.
Os advogados da Companhia avaliaram a causa como prognóstico de perda possível
(ASPLEMAT, 2016). As figuras a seguir apresentam os desastres ocorridos com a
ruptura da barragem de Inxú.
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Figura 9.11: Destruição da casa de força da PCH Inxú. Fonte: Aprá, 2015.
Figura 9.12: Rompimento da barragem PCH Inxú. Fonte: Aprá, 2015.
9.1.5 Acidente na PCH Verde 4A – MS (2017)
O acidente com a Pequena Central Hidrelétrica Verde 4A, localizada no rio Verde, em
Água Clara/MS e Ribas do Rio Pardo/MS, aconteceu no dia 13 de agosto de 2017. A
PCH irá possuir 28 MW de potência instalada e um reservatório de 11,25 km². Quem
conduz a obra é a Brookfield Energia, que forma consórcio com a Seta Engenharia
S.A para formar o grupo Phoenix Geração de Energia S.A, apontado pelo governo
federal como o executor do projeto (AGUA CLARA, 2017).
O caso aconteceu após um vazamento em um duto que inundou de água a casa de
máquinas do empreendimento, porém, através de uma análise preliminar, técnicos
alegaram que a barragem não foi afetada e que não existem indícios que
comprometam a segurança da estrutura nem a da sociedade que vive nas
proximidades (AGUA CLARA, 2017).
A proprietária da PCH divulgou nota que estão sendo tomados todos os
procedimentos necessários para solucionar a situação e técnicos especializados
estiveram no local para avaliar as possíveis causas do incidente, bem como as
devidas medidas de segurança (CÉSAR, 2017). As figuras a seguir apresentam o local
da casa de máquinas da PCH Verde 4A no momento em que estava sendo inundada.
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Figura 9.13: Alagamento na casa de máquinas na PCH Verde 4A.
Fonte: Viegas, 2017.
9.2 AVALIAÇÃO DE RISCOS
Essa é uma das etapas de maior relevância quando se trata da segurança de
barragens e ela deve ser perseguida desde o início do projeto, até a sua operação,
pois engloba fatores econômicos e o seu risco potencial representa a perda de vidas
humanas e grandes impactos ambientais.
Esses riscos são desde riscos individuais por eletrocussão, até riscos de grande
impacto, como a ruptura de uma barragem. Alguns exemplos de acidentes envolvendo
barragens similares à CGH Castro foram apresentados no item 1.1 (histórico de
acidentes). Em razão disso, a avaliação desses riscos tem por objetivo analisar,
identificar e gerenciar os eventos envolvidos em um empreendimento, com o intuito
de prevenir a ocorrência desses acidentes.
A fim de confirmar o potencial de risco da CGH Castro, verificou-se no Manual de
Segurança e Inspeção de Barragens, elaborado pelo Ministério da Integração
Nacional, um modelo alternativo de avaliação que estabelece parâmetros para
determinar o grau de Periculosidade de uma barragem, conforme apresentado no
Quadro 26.1.
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Quadro 26.1: Matriz de Periculosidade (P) para barramentos.
DIMENSÃO DA BARRAGEM (a)
VOL. TOTAL DO RESERVATÓRIO
(b)
TIPO DE BARRAGEM
(c)
TIPO DE FUNDAÇÃO
(d)
VAZÃO DE PROJETO (e)
Altura ≤ 10 m e Comprimento ≤ 200 m
(1)
Pequeno < 20 hm³ (3)
Concreto (4)
Rocha (1)
Decamilenar (1)
10 m < Altura < 20 m e
Comprimento ≤ 200 m (3)
Médio até 200 hm³ (5)
Alvenaria de pedra/CCR
(6)
Rocha alterada Saprolito
(4)
Milenar (2)
20 ≤ Altura ≤ 50 m ou 200 ≤ Comprimento <
300 m (6)
Regular 200 a 800 hm³
(7)
Terra Enrocamento
(6)
Solo residual/ Aluvião até 4 m
(5)
500 anos (4)
Altura > 50 m e Comprimento > 500
m (10)
Muito Grande > 800 hm³
(10)
Terra (10)
Aluvião arenoso
espesso/Solo orgânico
(10)
Inferior a 500 anos ou
Desconhecida (10)
Onde, P= Σ (a a e). Se P >30 – elevado; se 20 < P ≤30 – significativo e; se 10≤P ≤ 20 – baixo a moderado. Fonte: Mi, 2002.
Dados do empreendimento:
a) Dimensões da barragem: altura: 6,20 m e comprimento: 151,80 m (1)
b) Vol. Reservatório: 20.429,19 m³ = 0,0204 hm³ (3)
c) Tipo de barragem: Concreto (4)
d) Tipo de fundação: Rocha (1)
e) Vazão de projeto: Milenar (2)
Portanto, a somatória do grau de Periculosidade da CGH Castro é: 11, Baixo a
Moderado.
9.2.1 Análise dos principais riscos
Conforme descrito, a CGH Castro é um empreendimento de pequena dimensão e
baixa significância de impactos, porém, não está livre de eventuais acidentes. Os
principais riscos envolvidos no empreendimento serão descritos a seguir.
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9.2.1.1 Cheia maior que a capacidade do vertedouro
Um dos riscos identificados na CGH Castro seria a ocorrência do galgamento da
barragem quando uma cheia ultrapassasse a capacidade que a estrutura de
extravasamento foi dimensionada e a mesma fosse incapaz de verter esse volume.
Algumas barragens permanecem intactas até um limite de tempo após a ocorrência
do galgamento, porém, com esse fator acontecendo de forma gradativa, a propensão
é que a mesma venha a ruir (JANSEN, 1980 apud MASCARENHAS, 1990). A
consequência desse acidente aumentaria o volume à jusante do rio, afetando as
comunidades mais próximas, inundando certa quantidade de área e também chegar
a ruptura da barragem, causando prejuízos financeiros para o empreendimento.
9.2.1.2 Rompimento da barragem
Outro risco considerado de suma importância identificado na CGH Castro seria o risco
de ruptura da barragem. “Os fatores que levam a ruptura de uma barragem, podem
ser, entre eles, de origem hidrológica, sísmica, eventos a montante (deslizamentos de
terra e ruptura de outras barragens), atos de sabotagem, terrorismo ou vandalismo”
(BALBI, 2008).
Segundo Lauriano (2009), para saber as causas da ruptura de uma barragem é
preciso saber o seu tipo e sua finalidade. As barragens de concreto são mais
vulneráveis a problemas na fundação ou na estrutura, podendo ocorrer colapsos
quase instantâneos.
As consequências associadas à ruptura de uma barragem podem ser catastróficas
para a própria estrutura da barragem, bem como para as áreas a jusante, ao meio
ambiente, destruição da fauna e flora, perdas de vidas e inundações.
9.2.1.3 Falha na tomada d´água
Devido ao acontecimento de uma cheia imprevisível e o acionamento da tomada
d’água ser manual, um fator de risco que poderia acontecer na CGH Castro é o não
fechamento da tomada d’água a tempo e o canal adutor romper devido ao grande
volume de água que descarregaria nele. Outro fator prejudicial ao funcionamento da
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tomada d’água seria a sujeira que pode vir a acumular e não fechar corretamente com
o evento de uma cheia. Esses fatores podem causar a inundação da rodovia e das
áreas em torno do canal adutor, a deposição de detritos, assoreamento e erosão do
solo, entre outros danos.
9.2.2 Análise das consequências
As consequências envolvidas na CGH Castro em geral, são de pequenas proporções,
pois o volume de água contido no reservatório é baixo e, caso a barragem viesse a
romper, esse montante de água se dissiparia dentro do rio, pois o mesmo possui uma
calha grande, não ocorrendo uma grande inundação. O mesmo acontece para o caso
do galgamento da barragem.
No caso da falha na tomada d’água, somente haveriam danos para o
empreendimento, pois o canal se encontra numa cota aonde o volume de água
percorreria até se dissipar dentro do rio, não afetando consideravelmente nenhuma
propriedade vizinha, apenas a BR 158 seria afetada, causando o alagamento no
trecho que transpassa sobre o canal. É valido ressaltar que à jusante da barragem
não existe nenhuma propriedade próxima o bastante para que seja afetada. Em caso
de ruptura, o município de Paranaíba não seria afetado, pois o mesmo localiza-se à
uma altitude superior a barragem. As figuras a seguir exibem o local do barramento,
bem como a distância até a cidade de Paranaíba.
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Figura 9.14: Distância da cidade de Paranaíba até a CGH Castro. Fonte: Google Earth, 2016.
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Paranaíba à 2,3 Km
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Figura 9.15: Vista à jusante da CGH Castro. Fonte: Google Earth, 2016.
Rio Santana
CGH
CASTRO
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Figura 9.16: Vista do local do barramento. Fonte: Construnível, 2017.
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Os prejuízos econômicos poderiam ser desde a perda da própria barragem, até a
perda das propriedades atingidas na área inundada à jusante, porém, não foi elencado
nenhum prejuízo de grande monta. Já os impactos ambientais poderiam ser desde
alterações no habitat, a destruição da fauna e flora, modificações morfológicas dos
cursos de água, até desmatamentos e deterioração das matas. Por fim, riscos de
perda de vidas humanas, que incidem diretamente na segurança da população.
9.3 MEDIDAS PARA REDUÇÃO DE RISCOS
Algumas medidas podem ser decisivas para a redução de riscos de acidentes em
barragens, como por exemplo na fase de concepção do projeto, realizar estudos
eficientes, tanto hidráulicos, geológicos, como estruturais, são fundamentais para o
sucesso do empreendimento, uma vez que erros nesta etapa podem levar a
consequências futuras graves. Deve ser elaborado por uma equipe experiente e
comprometida.
Durante a construção, é de suma importância haver o controle de qualidade dos
materiais e uma fiscalização minuciosa para que seja seguido à risca o projeto, bem
como organizar de forma clara e correta a documentação do mesmo.
Na fase de operação, pode-se também implementar medidas não estruturais que
permitam detectar eventos perigosos em tempo seguro, como o monitoramento
através de observações periódicas de campo e coleta de dados com instrumentação,
na qual permite comparar o que está ocorrendo na estrutura, com o que foi previsto
em projeto e, principalmente, realizar manutenções periódicas no empreendimento.
Pelo lado da Defesa Civil, consiste no monitoramento de eventos causadores de
desastres, na elaboração e aplicação de leis de uso e ocupação dos solos, da
remoção de estruturas localizadas em área de risco, na criação de programas
educativos e de conscientização, entre outras medidas de segurança. A figura a seguir
exemplifica os principais tópicos do sistema de segurança de barragens.
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Figura 9.17: Esquema dos principais tópicos para segurança de barragens. Fonte: Fusaro, 2010.
Os procedimentos operacionais relacionados a esta etapa de prevenção serão
melhores exemplificados no (PAE) Plano de Ação de Emergência, onde o mesmo será
preparado para eventuais situações que possam causar graves danos econômicos ou
perigo para a vida humana.
9.4 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS – PGR
9.4.1 Considerações Iniciais
Ao se projetar um empreendimento hidrelétrico, deve-se levar ao máximo as suas
condições de segurança, fazendo com que o concessionário seja responsável pela
segurança da barragem em todas as fases, desde o seu projeto até o seu período de
operação comercial, isto é, durante toda a vida útil do empreendimento.
Desta forma, deverá ser desenvolvido um Programa de Gerenciamento de Riscos –
PGR para a CGH Castro, visando à gestão dos riscos sociais e ambientais
decorrentes das fases de construção e operação do empreendimento, através da
identificação de possíveis cenários acidentais e do estabelecimento de estratégias
para atuação, caso esses cenários se concretizem. Sendo assim, o Gerenciamento
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de Riscos compreende a identificação, classificação e avaliação dos riscos e a
formulação e implementação de medidas e procedimentos técnicos e administrativos,
tendo por objetivo prevenir, reduzir e controlar os riscos.
Além disso, deverá fazer parte do conjunto de elementos de segurança do
empreendimento, um Plano de Ações de Emergência − PAE, a ser desenvolvido e
detalhado em sua integralidade até a época que antecede o enchimento do
reservatório, anterior a obtenção da respectiva Licença de Operação – LO, e que se
constituirá em um documento onde serão abordadas as medidas preventivas e
corretivas de segurança da barragem, identificando e avaliando-as com o objetivo de
estabelecer as ações apropriadas a serem empreendidas para se garantir a
segurança global, dos pontos de vista ambiental, social e econômico.
A Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, que estabelece a Política Nacional de
Segurança de Barragens - PNSB e cria o Sistema Nacional de Informações sobre
Segurança de Barragens - SNISB, apresenta maiores disposições quanto ao tema,
sendo a principal referência no âmbito da legislação brasileira.
É importante ressaltar que o presente programa apresenta as diretrizes básicas do
PGR/PAE do empreendimento, devendo este ser complementado e detalhado com o
levantamento de informações e dados obtidos durante a fase de construção do
empreendimento.
9.4.2 Justificativa
O presente programa justifica-se uma vez que, independentemente da adoção de
medidas preventivas e mitigadoras, um empreendimento que envolva a realização de
atividades que possam causar acidentes socioambientais, como é o caso da CGH
Castro, deverá ser operado e mantido, ao longo de sua vida útil, dentro de padrões
considerados toleráveis, razão pela qual um PGR deve ser implementado e
considerado nas atividades, rotineiras ou não, de construção e operação da usina.
Além disso, a identificação dos riscos da atividade auxilia no correto direcionamento
dos recursos para a sua prevenção, mitigação e/ou compensação.
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No que diz respeito à elaboração do PAE, este se justifica para que sejam
estabelecidas antecipadamente as ações de intervenção operacional à ocorrência de
possíveis situações de emergência, buscando minimizar os possíveis impactos
decorrentes das mesmas.
9.4.3 Objetivos
O objetivo geral deste programa é apontar as principais diretrizes para o
desenvolvimento de um processo capaz de identificar, analisar e mitigar
continuamente os riscos durante a fase de construção e operação da CGH Castro,
bem como identificar os procedimentos e processos específicos para o
empreendimento e que deverão ser seguidos pelos operadores da barragem na
eventualidade de uma situação de emergência, possibilitando um planejamento
adequado pela municipalidade, polícia local, agências estaduais, companhias
telefônicas e de transporte, defesa civil e outras entidades.
9.4.3.1 Objetivos específicos
Os objetivos específicos são:
Propor a identificação dos possíveis cenários acidentais que poderão provocar
impactos negativos nos meios físico, social e/ou biótico durante as fases de
construção e operação do empreendimento;
Propor a realização de uma estimativa dos riscos associados a cada cenário,
bem como o estabelecimento de estratégias para gerenciamento desses riscos;
Propor o estabelecimento de medidas voltadas à prevenção e à contenção de
impactos socioambientais, nas áreas de influência do empreendimento;
Prevenir acidentes de trabalho decorrentes das atividades de construção e
operação da usina;
Propor a identificação, o controle e a extinção das situações de emergência, no
menor espaço de tempo possível;
Propor a definição de ações a serem executadas para atendimento às
emergências, nas fases de construção e operação do empreendimento, bem
como seu(s) responsável(eis).
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9.4.4 Metodologia
O Programa de Gerenciamento de Riscos − PGR é um documento que define a
política e diretrizes de um sistema de gestão, com vistas à prevenção de acidentes
em instalações ou atividades potencialmente perigosas.
O PGR baseia-se nos seguintes princípios:
A instalação deve ser projetada, construída e mantida de maneira compatível
com as normas e práticas de engenharia;
O gerenciamento dos riscos é parte do projeto, construção, manutenção e
operação da instalação;
O suporte da gerência executiva do empreendimento é essencial para o
sucesso do programa. A gerência local deve garantir que o sistema de gestão
estabelecido seja cumprido com clareza e responsabilidade;
O gerenciamento dos riscos deve ser mantido atualizado e validado através de
auditorias periódicas, a fim de garantir sua efetiva performance
Sendo assim, o PGR deve contemplar as seguintes atividades:
Informações de segurança do processo;
Revisão dos riscos de processo;
Gerenciamento de modificações;
Manutenção e garantia da integridade de sistemas críticos;
Procedimentos operacionais;
Capacitação de recursos humanos;
Investigação de incidentes;
Plano de Ação de Emergência − PAE;
Auditorias.
Este conteúdo cobre as principais etapas do processo de gerenciamento dos riscos,
as quais são:
Planejamento do Gerenciamento dos Riscos: estabelecimento de uma
estrutura para dirigir os riscos potenciais da instalação;
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Identificação dos Riscos: todos os eventos acidentais possíveis e que podem
causar danos à saúde das pessoas, às instalações (danos materiais) ou ao
meio ambiente devem ser identificados e documentados claramente;
Análise dos Riscos: os riscos identificados são avaliados de forma qualitativa e
os riscos mais significativos são avaliados de acordo com uma escala numérica
que associa a probabilidade da ocorrência e a severidade do dano;
Planejamento da Resposta aos Riscos: estratégias específicas são
estabelecidas para prevenir ou corrigir os riscos identificados;
Monitoramento e Controle do Risco: execução das medidas propostas para
prevenir ou corrigir os riscos;
Dessa forma, deverá ser apresentado um relatório contendo as diretrizes do PGR, no
qual deverão estar claramente relacionadas às atribuições, as atividades e os
documentos de referência, tais como normas técnicas, legislações e relatórios, entre
outros.
Todos os itens constantes do PGR devem ser claramente definidos e documentados,
aplicando-se tanto aos procedimentos e funcionários do empreendedor, como em
relação a terceiros (empreiteiras e subcontratadas) que desenvolvam atividades nas
fases de construção e operação do empreendimento.
9.4.5 Informações de segurança de processo
As informações de segurança de processo são fundamentais no gerenciamento de
riscos de instalações perigosas. O PGR deve contemplar a existência de informações
e documentos atualizados e detalhados sobre as substâncias envolvidas, tecnologia
e equipamentos de processo, de modo a possibilitar o desenvolvimento de
procedimentos operacionais precisos, assegurar o treinamento adequado e subsidiar
a revisão dos riscos, garantindo uma correta operação do ponto de vista ambiental,
de produção e de segurança.
9.4.6 Revisão dos riscos de processo
O estudo de análise e avaliação de riscos implementado durante o projeto inicial de
uma instalação nova deve ser revisado periodicamente, de modo a serem
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identificadas novas situações de risco, possibilitando assim o aperfeiçoamento das
operações realizadas, de modo a manter as instalações operando de acordo com os
padrões de segurança requeridos. A revisão dos estudos de análise de riscos deverá
ser realizada em periodicidade a ser definida no PGR, a partir de critérios claramente
estabelecidos, com base nos riscos inerentes às diferentes unidades e operações.
9.4.7 Gerenciamento de modificações
É imprescindível ser estabelecido um sistema gerencial apropriado para assegurar
que os riscos decorrentes de eventuais alterações possam ser adequadamente
identificados, avaliados e gerenciados previamente à sua implementação. Dessa
forma, o PGR deve estabelecer e implementar um sistema de gerenciamento
contemplando procedimentos específicos para a administração de modificações na
tecnologia e nas instalações.
9.4.8 Manutenção e garantia da integridade de sistemas críticos
Os sistemas considerados críticos devem ser projetados, construídos e instalados no
sentido de minimizar os riscos às pessoas e ao meio ambiente. Com isso, o PGR deve
prever um programa de manutenção e garantia da integridade desses sistemas, com
o objetivo de garantir o correto funcionamento dos mesmos, por intermédio de
mecanismos de manutenção preditiva, preventiva e corretiva.
Assim, todos os sistemas nos quais operações inadequadas ou falhas possam
contribuir ou causar condições ambientais ou operacionais inaceitáveis ou perigosas,
devem ser considerados como críticos.
Esse programa deve incluir o gerenciamento e o controle de todas as inspeções e o
acompanhamento das atividades associadas com os sistemas críticos para a
operação, segurança e controle ambiental. Essas operações iniciam com um
programa de garantia da qualidade e terminam com um programa de inspeção física
que trata da integridade mecânica e funcional.
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9.4.9 Procedimentos operacionais
Todas as atividades e operações realizadas durante a construção e operação do
empreendimento devem estar contempladas em procedimentos escritos, devendo ser
seguidos por todos os envolvidos e estar em conformidade com a legislação.
Os procedimentos operacionais deverão ser revisados sempre que houver alterações
durante a fase de construção, a fim de garantir que os mesmos reflitam a prática
operacional utilizada. Todas as revisões e mudanças nos procedimentos operacionais
devem ser documentadas. Nenhum novo sistema deve partir sem um procedimento
operacional escrito formalizado.
9.4.10 Capacitação de recursos humanos
O PGR deve prever um programa de treinamento para todas as pessoas responsáveis
pelas operações realizadas no empreendimento, de acordo com suas diferentes
funções e atribuições. Os treinamentos devem contemplar os procedimentos
operacionais, incluindo eventuais modificações ocorridas nas instalações e na
tecnologia de processo.
O objetivo deste elemento é garantir que os funcionários e contratados que atuam na
construção e operação do empreendimento sejam adequadamente treinados para
alcançarem e manterem o conhecimento e a experiência necessária, para realizarem
corretamente suas tarefas, sem colocarem em risco sua saúde, sua vida e a de
terceiros.
O treinamento e desenvolvimento de pessoas têm a finalidade de sanar deficiências
de conhecimentos, de habilidades e de atitudes de indivíduos, de grupos de trabalho,
de segmentos da organização ou mesmo, da organização inteira.
Ele deve ser realizado tendo como objetivo a aquisição de conhecimentos, habilidades
e atitudes necessárias às correções de discrepâncias entre o desempenho pessoal e
profissional esperado e o real, visando à implementação de mudanças nos métodos
e processos de trabalho.
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O programa de capacitação técnica deve ser devidamente documentado,
contemplando as seguintes etapas: treinamento inicial, treinamento periódico e
treinamento após modificações.
9.4.11 Investigação de acidentes
Todo e qualquer incidente de processo ou desvio operacional que resulte ou possa
resultar em ocorrências de maior gravidade, envolvendo lesões pessoais ou impactos
ambientais devem ser investigados. Assim, o PGR deve contemplar as diretrizes e
critérios para a realização dessas investigações, que devem ser devidamente
analisadas, avaliadas e documentadas.
As recomendações resultantes do processo de investigação devem ser
implementadas e divulgadas na empresa, de modo que situações futuras e similares
sejam evitadas. A documentação do processo de investigação deve contemplar os
seguintes aspectos: natureza do incidente, causas básicas e demais fatores
contribuintes, ações corretivas e recomendações identificadas, resultantes da
investigação.
9.4.12 Conclusão
O programa de gerenciamento de riscos da CGH Castro, deve ser desenvolvido
obedecendo a metodologia e recomendações acima apresentadas, porém o programa
deve ser construído em uma fase onde o nível de detalhamento das ações a serem
executas seja mais detalhada.
Então, recomenda-se que o programa seja refinado durante a elaboração do projeto
executivo da CGH Castro, ou seja, após obtenção da licença prévia e solicitação da
licença de instalação.
Vale ressaltar que o empreendimento demonstra baixo risco de acidentes que
ofereçam riscos as pessoas, as instalações e ao meio ambiente, isso se deve ao fato
de ser uma hidrelétrica com características de Central Geradora Hidrelétrica (CGH),
estes empreendimentos tem por características próprias causar baixos impactos, no
caso específico da CGH Castro, esta tem uma pequena barragem, que forma um
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pequeno reservatório e consequentemente um pequeno volume acumulado, estes
fatores levam a oferecer um pequeno a baixíssimo risco de acidentes de magnitude
considerável.
9.5 PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA – PAE
O PAE é um documento que define as responsabilidades, diretrizes e informações,
visando à adoção de procedimentos técnicos e administrativos, estruturados de forma
a propiciar respostas rápidas e eficientes em situações emergenciais.
Apesar da legislação específica (Art. 11, Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010)
dispor que o órgão fiscalizador poderá determinar a elaboração de PAE em função da
categoria de risco e do dano potencial associado à barragem, somente exigindo-o
sempre para a barragem classificada como de dano potencial associado alto,
considera-se que um PAE deve ser elaborado e considerado como parte integrante
do PGR.
Assim, de acordo com o Art. 12 da referida Lei, o PAE estabelecerá as ações a serem
executadas pelo empreendedor da barragem em caso de situação de emergência,
bem como identificará os agentes a serem notificados dessa ocorrência, devendo
contemplar, pelo menos:
Identificação e análise das possíveis situações de emergência;
Procedimentos para identificação e notificação de mau funcionamento ou de
condições potenciais de ruptura da barragem;
Procedimentos preventivos e corretivos a serem adotados em situações de
emergência, com indicação do responsável pela ação;
Estratégia e meio de divulgação e alerta para as comunidades potencialmente
afetadas em situação de emergência.
O PAE deve prever uma estrutura organizacional mínima necessária, a se formar no
caso de uma emergência. Essa estrutura deverá estar compatível com as ações
necessárias ao controle das emergências, de acordo com o tipo da emergência,
dimensões da emergência e cenários acidentais, permitindo a ampliação de sua
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capacidade de ação, em função da evolução da gravidade da emergência e o
acionamento de recursos externos que se façam necessários.
Os integrantes de cada equipe deverão ter o conhecimento prévio de suas atribuições,
devendo ser preparados para tal.
O PAE deve ser elaborado considerando os resultados do Estudo de Análise de
Riscos − EAR, com o objetivo de estabelecer uma sistemática de procedimentos e
ações que deverão ser seguidos pelos funcionários e contratados do empreendimento
em caso de ocorrências anormais ou que possam resultar em acidentes
socioambientais.
Desta forma, para a CGH Castro, após a determinação dos níveis de inundação e dos
tempos para o caminhamento da onda gerada por uma eventual ruptura da barragem
deve-se, considerando-se os impactos socioeconômicos e ambientais a jusante,
elaborar um Plano de Ação de Emergência – PAE, o qual deverá conter:
Identificação e avaliação de emergências;
Ações preventivas;
Procedimentos de notificação;
Fluxograma da notificação;
Sistemas de comunicação;
Acessos ao local;
Resposta durante períodos de falta de energia elétrica;
Resposta durante períodos de intempéries;
Fontes de equipamentos e mão de obra;
Estoques de materiais de suprimentos;
Fontes de energia de emergência;
Mapas de inundação;
Sistemas de advertência;
Apêndices.
O PAE deve ser implementado, testado, e regularmente atualizado, em termos das
instituições e pessoas que devem avisar ou serem avisadas, no caso de uma
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emergência com a estrutura da barragem. Esta etapa é de responsabilidade da
operadora da central hidrelétrica e deverá ser realizada continuamente.
Podem ser necessárias revisões dos cálculos e, por conseguinte, do próprio PAE, com
o intuito de aprimorar os cálculos desenvolvidos até aquele instante, introduzindo nos
cálculos as novas construções, as novas normas de projeto e de zoneamento,
alterações institucionais, e outras informações consideradas relevantes para a
proteção das populações ribeirinhas, bem como de sua economia.
Conforme determina o Art. 12, Parágrafo único, da Lei nº 12.334, de 20 de setembro
de 2010, o PAE deve estar disponível no empreendimento e nas prefeituras
envolvidas, bem como ser encaminhado às autoridades competentes e aos
organismos de defesa civil.
9.5.1 Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Gerenciamento de Riscos − PGR e Plano de Ação
de Emergência − PAE é de responsabilidade da Flamboyant Energias Renováveis
Ltda. e das empresas contratadas para as atividades relacionadas.
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10. CONCLUSÕES
O presente Estudo Ambiental Preliminar é apresentado pela Construnível Energias
Renováveis Ltda visando a elaboração da avaliação dos impactos ambientais
decorrentes da implantação do empreendimento CGH Castro, em atendimento às
Resoluções do CONAMA 001/86 e 237/97 e CONSEMA 001/06 e 003/08 e Termo de
Referência para Estudo Ambiental Preliminar – EAP.
O estudo refere-se ao projeto do empreendimento denominado CGH Castro,
localizado no Rio Santana, o qual está projetado para ser implantado no município de
Paranaíba, no estado do Mato Grosso do Sul. A potência instalada do
empreendimento será de 3,00 MW, o que corresponde a uma energia média de 2,37
MW. Para a realização dos estudos foram feitos levantamentos in loco com o intuito
de avaliar o local e diagnosticar as alterações que serão provocadas pela implantação
do empreendimento. Além disso, foram utilizados dados secundários para maior
complementação das informações.
Para a caracterização dos solos ocorrentes nos locais de implantação das principais
estruturas da CGH foram realizados estudos geológicos, auxiliando na decisão dos
projetos físicos. Além disso, foi realizado o diagnóstico da qualidade da água do trecho
do empreendimento, sendo parte fundamental do estudo de implantação. Assim,
através do IQA (índice de qualidade de águas) foi possível verificar que o ambiente
diagnosticado apresenta boas condições, uma vez que além deste índice, os demais
parâmetros avaliados demonstraram condições satisfatórias. A única exceção em
relação a qualidade da água acontece em relação ao parâmetro coliforme totais, que
excedeu os limites aceitáveis especificados pela legislação CONAMA 357/2015.
Porém, apesar do fato, o parâmetro Escherichia coli, também avaliado no locar de
estudo, não apresentou resultados significativos, estando abaixo do limite
determinado. Para tanto, se este último parâmetro apresentasse resultados elevados
este resultado poderia confirmar matéria de origem fecal de animais de sangue
quente, como bovinos, equinos e até mesmo humano. Porém, não se descarta a
presença de outro gênero de bactéria que possa a causar algum dano à saúde
humana ou animal.
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Em relação à flora local, foi possível verificar que a estrutura e fisionomia da vegetação
se apresenta em transição entre os estágios inicial e médio de regeneração,
contemplando uma baixo número de espécies. Como supramencionado, o local
apresenta-se com escassos fragmentos de vegetação nativa, com características de
elevada ação antrópica. Conforme já relatado no prognóstico ambiental, as medidas
compensatórias relativas ao impacto da supressão na fase de implantação serão
realizadas recuperando as áreas degradadas e atividades de enriquecimento
ambiental.
No levantamento da fauna ocorrente na área obteve-se um resultado satisfatório em
relação à diversidade de espécies, embora a maioria sejam consideradas espécies
generalistas em relação à exigibilidade ambiental. Analisando a composição dos
grupos inventariados, ligados à variabilidade ambiental local, pode-se determinar que
o local fornece condições básicas de sobrevivência para os animais, sendo um
mosaico de ambientes, torna a fauna local bastante diversificada. Em relação às
espécies ameaçadas foram identificadas Myrmecophaga tridactyla e Crax fasciolata,
ambas classificadas como vulnerável. Para a ictiofauna, não foram identificadas
espécies endêmicas e/ou ameaçadas de extinção, porém, observa-se o registro de
Leporinus friderici, que possui hábitos migradores.
Quanto ao levantamento socioeconômico, identificou-se três propriedades na AID do
empreendimento, sendo que nenhuma encontra-se localizada na ADA, não
acarretando na remoção de nenhuma unidade familiar ou estrutura para a
implementação do empreendimento. Quanto às atividades produtivas, as
propriedades indicam seu uso para a produção animal e vegetal, com finalidade
econômico e de subsistência. O uso do solo das propriedades afetadas, caracteriza-
se principalmente por áreas destinadas de campo, com predomínio de árvores
isoladas, com baixa incidência de remanescentes de vegetação nativa. Cabe ainda
ressaltar que os proprietários das terras não apresentam nenhum óbice quanto a
instalação do empreendimento, sendo que o processo já se encontra em fase de
negociação.
Comparando a possibilidade de instalação ou não instalação do empreendimento,
prevê-se que ocorrerão notáveis modificações no ambiente. Apesar disso, a
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instalação do empreendimento virá a contribuir para a futura reconstituição das áreas
do entorno que hoje não possuem vegetação, restaurando as áreas degradadas,
sendo que a não instalação do empreendimento implicará na não reconstituição
dessas áreas e, possivelmente, mais ação antrópica ao longo do tempo.
A implantação do empreendimento também implicará em estudos de monitoramento
para acompanhamento da situação da fauna local, sendo um aspecto positivo que
resultará no progresso do conhecimento biológico do local, além de facilitar a tomada
de decisões de cunho ambiental diante as medidas de reconstituição e preservação a
serem tomadas. A não instalação do empreendimento, por outro lado, resultará na
falta de estudo, bem como a falta de medidas para melhorar o ambiente.
Além dos estudos relacionados à fauna, o monitoramento da qualidade da água do
Rio Santana é fundamental para que o ambiente se mantenha preservado, esta é de
extrema importância para as comunidades faunísticas do local, além de ser
extremamente importante para a boa conservação dos mananciais, lençóis freáticos
e da bacia hidrográfica. Outro aspecto positivo do empreendimento será a implantação
de programas de comunicação social, bem como os voltados para a educação
ambiental, onde prevê promover a consciência ambiental da comunidade, tendo como
foco a preservação e melhoria do ambiente saudável e economicamente sustentável.
As análises supramencionadas demonstram que apesar das alterações ocorrentes
nos ecossistemas diretamente afetados pelo empreendimento, compondo-se em
impactos negativos, tem-se a perspectiva de que em médio prazo, as medidas de
monitoramento, preservação e melhorias da qualidade ambiental da região afetada
poderão reverter, em parte, através de diversas ações, os danos ambientais gerados,
se seguidas às orientações contidas no presente estudo.
Diante do exposto acima e mais claramente detalhado nos capítulos que compõem o
presente Estudo Ambiental Preliminar, conclui-se que não foram identificados
aspectos socioambientais restritivos para a implantação do empreendimento,
considerando a implementação das medidas mitigadoras e programas propostos, que
mitigam a maioria dos impactos negativos e, principalmente, promove ganhos
significativos em termos de conservação da biodiversidade local. Além disso, o
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empreendimento é compatível legal e socialmente com a política ambiental e com a
legislação vigente do estado do Mato Grosso do Sul e do país.
Sendo assim, conclui-se que o empreendimento CGH Castro possui viabilidade
socioambiental, tornando-se passível de ser licenciada pela IMASUL – Instituto de
Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul.
11. REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica. BIG – Banco de Informações de
Geração. Online. Brasília, DF. ANEEL, 2017. Disponível em: <
http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.cfm>.
FILHO, Ernesto Moreira Guedes; CAMARGO, José Márcio (orgs.). Setor elétrico
brasileiro: cenários de crescimento e requisitos para a retomada de
investimentos. Câmara Brasileira de Investidores em Energia Elétrica (CBIEE). São
Paulo: Parma Ltda, 2003.
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
BRASIL, Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 05.10.88.
BRASIL, Lei Complementar nº 140. Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 08.12.11.
BRASIL, Lei nº 3.824. Torna obrigatória a destoca e consequente limpeza das bacias hidráulicas dos açudes, represas e lagos artificiais. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 23.11.60.
BRASIL, Lei nº 5.197. Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 03.01.67.
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BRASIL, Lei nº 6.938. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 31.08.81.
BRASIL, Lei nº 7.990. Institui, para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação financeira pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, de recursos minerais em seus respectivos territórios, plataformas continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, e dá outras providências. (Art. 21, XIX da CF). Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 28.12.89.
BRASIL, Lei nº 8.001. Define os percentuais da distribuição da compensação financeira de que trata a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 13.03.90.
BRASIL, Lei nº 9.433. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 08.01.97.
BRASIL, Lei nº 9.605. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 12.02.98.
BRASIL, Lei nº 9.984. Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 17.07.00.
BRASIL, Lei nº 10.438. Dispõe sobre a expansão da oferta de energia elétrica emergencial, recomposição tarifária extraordinária, cria o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), dispõe sobre a universalização do serviço público de energia elétrica, dá nova redação às Leis n o 9.427, de 26 de dezembro de 1996, nº 9.648, de 27 de maio de 1998, n o 3.890-A, de 25 de abril de 1961, n o 5.655, de 20 de maio de 1971, n o 5.899, de 5 de julho de 1973, n o 9.991, de 24 de julho de 2000, e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 26.04.02.
BRASIL, Lei nº 11.428. Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 22.12.06.
BRASIL, Lei nº 12.651. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428,
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de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 25.05.12
BRASIL, Lei nº 13.360. ltera a Lei nº 5.655, de 20 de maio de 1971, a Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, a Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, a Lei nº 12.111, de 9 de dezembro de 2009, a Lei nº 12.783, de 11 de janeiro de 2013, a Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.491, de 9 de setembro de 1997, a Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, a Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, a Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, a Lei nº 12.767, de 27 de dezembro de 2012, a Lei nº 13.334, de 13 de setembro de 2016, a Lei nº 13.169, de 6 de outubro de 2015, a Lei nº 11.909, de 4 de março de 2009, e a Lei nº 13.203, de 8 de dezembro de 2015; e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 17.11.16.
BRASIL, Decreto Federal nº 4.339. Institui princípios e diretrizes para a implantação da Política Nacional da Biodiversidade. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 28.08.02.
BRASIL, Decreto Federal nº 4.541. Regulamenta os arts. 3º, 13, 17 e 23 da Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, que dispõe sobre a expansão da oferta de energia elétrica emergencial, recomposição tarifária extraordinária, cria o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA e a Conta de Desenvolvimento Energético - CDE, e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 26.03.03.
BRASIL, Decreto Federal nº 6.660. Regulamenta dispositivos da Lei no 11.428, de 22 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 21.11.08.
BRASIL, Decreto Federal nº 99.274. Regulamenta a Lei nº 6.902/81 e a Lei nº 6.938/81, que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 06.06.90.
MATO GROSSO DO SUL, Lei Estadual nº 2.257. Dispõe sobre as diretrizes do licenciamento ambiental estadual, estabelece os prazos para a emissão de Licenças e Autorizações Ambientais, e dá outras providências. Campo Grande – MS, 09.07.01.
MATO GROSSO DO SUL, Lei Estadual nº 2.406. Institui a Política Estadual dos Recursos Hídricos, cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos e dá outras providências. Campo Grande – MS, 29.01.02.
MATO GROSSO DO SUL, Lei Estadual nº 3.709. Fixa a obrigatoriedade de compensação ambiental para empreendimentos e atividades geradoras de impacto
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ambiental negativo não mitigável, e dá outras providências. Campo Grande – MS, 16.07.09.
MATO GROSSO DO SUL, Lei Estadual nº 3.886. Dispõe sobre a pesca e a aquicultura e estabelece medidas de proteção e controle da ictiofauna, e dá outras providências. Campo Grande – MS, 28.04.10.
MATO GROSSO DO SUL, Lei Estadual nº 3.992. Altera e acresce dispositivos à Lei nº 2.257, de 9 de julho de 2001, que dispõe sobre as diretrizes do licenciamento ambiental, e dá outras providências. Campo Grande – MS, 16.12.10.
MATO GROSSO DO SUL, Lei Estadual nº 4.163. Disciplina, no âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul, a exploração de florestas e demais formas de vegetação nativa, a utilização de matéria prima florestal, a obrigação da reposição florestal e altera dispositivo da Lei nº 3.480, de 20 de dezembro de 2007. Campo Grande – MS, 02.01.12.
MATO GROSSO DO SUL, Lei Estadual nº 13.550. Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Cerrado no Estado, e dá providências correlatas. Campo Grande – MS, 02.07.09.
MATO GROSSO DO SUL, Decreto Estadual nº 10.600. Dispõe sobre a cooperação técnica e administrativa entre os órgãos estaduais e municipais de meio ambiente, visando ao licenciamento e à fiscalização de atividades de impacto ambiental local. Campo Grande – MS, 19.12.01.
MATO GROSSO DO SUL, Decreto Estadual nº 11.408. Disciplina o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades localizados nas áreas de preservação permanente, e dá outras providências. Campo Grande – MS, 23.09.03.
MATO GROSSO DO SUL, Decreto Estadual nº 12.909. Regulamenta a Lei Estadual nº 3.709, de 16 de julho de 2009, que fixa a obrigatoriedade de compensação ambiental para empreendimentos e atividades geradoras de impacto ambiental negativo não mitigável, e dá outras providências. Campo Grande – MS, 29.12.09.
MATO GROSSO DO SUL, Decreto Estadual nº 13.990. Regulamenta a outorga de direito de uso dos recursos hídricos, de domínio do Estado de Mato Grosso do Sul. Campo Grande – MS, 02.07.14.
BRASIL, Resolução CONAMA nº 001. Diz respeito ao estabelecimento de definições, responsabilidades, critérios básicos e diretrizes gerais para o uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental. CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 23/01/1986.
BRASIL, Resolução CONAMA nº 06. Estabelece os modelos de publicação de pedidos de licenciamento, em qualquer de suas modalidades, sua renovação e respectiva concessão de licença. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 24.01.86.
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BRASIL, Resolução CONAMA nº 06. Regulamenta o licenciamento ambiental para exploração, geração e distribuição de energia elétrica. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 16.09.87.
BRASIL, Resolução CONAMA nº 09. Regulamenta a Audiência Pública. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 03.12.87.
BRASIL, Resolução CONAMA nº 01. Dispõe sobre o Cadastro Técnico Federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 16.03.88.
BRASIL, Resolução CONAMA nº 30. Define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica. Brasília – DF, 07.12.94.
BRASIL, Resolução CONAMA nº 09. “Considerando o disposto no artigo 225 da Constituição Federal, em especial a definição de Mata Atlântica como Patrimônio Nacional; Considerando a necessidade de dinamizar a implementação do Decreto nº 750/93, referente à proteção da Mata Atlântica; Considerando a necessidade de se definir "corredores entre remanescentes" citado no artigo 7º do Decreto nº 750/93, assim como estabelecer parâmetros e procedimentos para a sua identificação e proteção, Resolve:...” Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 24.10.96.
BRASIL, Resolução CONAMA nº 237. Revisão dos procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 19.12.97.
BRASIL, Resolução CONAMA nº 279. Dispõe sobre procedimentos de RAS para empreendimentos elétricos. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 27.06.01.
BRASIL, Resolução CONAMA nº 302. Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 20.03.02.
BRASIL, Resolução CONAMA nº 303. Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 20.03.02.
BRASIL, Resolução CONAMA nº 357. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 17.03.05.
SEMADE, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e do Desenvolvimento Econômico. Resolução SEMADE nº 09. Estabelece normas e procedimentos para o licenciamento ambiental Estadual, e dá outras providências. Campo Grande – MS, 13.05.15.
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SMA, Secretaria de Meio Ambiente. Resolução SMA nº 64. Dispõe sobre o detalhamento das fisionomias da Vegetação de Cerrado e de seus estágios de regeneração, conforme Lei Estadual n°13.550, de 2 de junho de 2009, e dá providências correlatas. São Paulo – SP, 10.09.09.
IBAMA, Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Instrução Normativa nº 065. “Considerando as disposições da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 e seu Decreto Regulamentador nº 99.274, de 6 de julho de 1990, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente e define licenciamento ambiental como um de seus instrumentos;...”. Ministério do Meio Ambiente. Brasília – DF, 13.04.05.
IMASUL, Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul. Portaria IMASUL nº 142. Estabelece as instruções gerais e rotinas para divulgação de Audiências Públicas como parte do Licenciamento Ambiental no âmbito do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul – IMASUL e dá outras providências. Campo Grande – MS, 26.10.10.
MMA, Ministério do Meio Ambiente. Portaria MMA nº 09. Define Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira ou Áreas Prioritárias para a Biodiversidade. Brasília – DF, 23.01.07.
DESCRIÇÃO DO PROJETO
CARVALHO, Newton de Oliveira; FILIZOLA JÚNIOR, Naziano Pantoja; SANTOS, Paulo Marcos Coutinho dos; LIMA, Jorge Enoch Furquim Werneck. Guia de avaliação de assoreamento de reservatórios. Brasília: ANEEL. 2000. 140p. ELETROBRÁS/IPH. Diagnóstico das condições sedimentológicas dos principais rios brasileiros. Eletrobrás Centrais Hidrelétricas S.A./UFRGS/IPH. 1992. 99 p. FLÓREZ, R. O. Pequenas centrais hidrelétricas. São Paulo: Oficina de Textos, 2014. TESSMER, Hélio; PORT, Dagoberto. Interferências de aves em redes aéreas - a experiência da CEEE no Rio Grande do Sul – Brasil. Congresso Internacional de Redes Elétricas de Distribuição Cired Argentina’96. Janeiro, 1996. ÁREAS DE INFLUÊNCIA
BRASIL, Resolução CONAMA nº 001/86. Diz respeito ao estabelecimento de definições, responsabilidades, critérios básicos e diretrizes gerais para o uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental. CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 23/01/1986.
MEIO FÍSICO
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AGUAS PARANÁ - Instituto das Águas do Paraná. Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos: diagnóstico das disponibilidades hídricas subterrâneas. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos / Governo do Estado do Paraná. Curitiba: 2010. ALBA-TERCEDOR, J. & SÁNCHEZ-ORTEGA, A., 1988 – Un método rápido y simple para evaluar la calidad biológica de las aguas corrientes basado en el Hellawell (1978). In ALBA-TERCEDOR, J., J, 1996 – Macroinvertebrados Acuaticos y Calidad de las Aguas de los Rios. ALMEIDA, F. F. M. Tectônica da Bacia do Paraná no Brasil. São Paulo, Paulipetro, 1980. 187 p. ALMEIDA, F.F.M.; HASUI, Y.; BRITO NEVES, B.B. - 1976 - The upper Precambrian of South America. Bol. Inst. Geoc., USP, 7: 45-80. ANA – Agência Nacional de Águas. Implementação de práticas de gerenciamento integrado de Bacia hidrográfica para o Pantanal e Bacia do Alto Paraguai. ANA/SPR. Plano de Ação de Recursos Hídricos da Unidade de Gestão Hídrica Santana-Aporé: PARH Santana-Aporé. PRH Paranaíba, 2013. ANA. Agência Nacional de Águas. Região Hidrográfica do Paraná: A maior demanda por recursos hídricos do País. 2013. Disponível em: <http://www2.ana.gov.br/Paginas/portais/bacias/parana.aspx>. Acesso em: 07 mar. 2017. ANA - Agência Nacional de Águas. Plano de recursos hídricos e do enquadramento dos corpos hídricos superficiais da bacia hidrográfica do rio Paranaíba: resumo executivo / Agência Nacional de Águas. Brasília: ANA, 2013. 77 p.: il. BICUDO, D. de C.; FERRAGUT, C. CROSSETTI, L. O.; BICUDO, C. E. M. 2005. Efeitos do represamento sobre a comunidade fitoplanctônica do Reservatório de Rosana, baixo Rio Paranapanema, estado de São Paulo. In: Nogueira, M. G.; 104 Henry, R.; Jorcin, A. (Org.). 2005. Ecologia de reservatórios: Impactos potenciais, ações de manejo e sistemas em cascata. São Carlos: RiMa: 472p. BRASIL, Governo Federal. Geografia: tipos de clima. Brasília: 2013. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/sobre/meio-ambiente/geografia/tipos-de-clima>. Acesso em: 07 mar. 2017. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Caderno da região hidrográfica do Paraná. Secretaria de Recursos Hídricos. Brasília: MMA, 2006b. BRASIL. MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Projeto Radambrasil. Folha SE . 21. Corumbá e parte da Folha SE. 20; Geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro, 1982. (Levantamento de Recurso Naturais, 27).
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BRASIL, Lei nº 12.651. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para assuntos Jurídicos, Brasília – DF, 25.05.12 BRASIL, Resolução CONAMA nº 001. Diz respeito ao estabelecimento de definições, responsabilidades, critérios básicos e diretrizes gerais para o uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental. CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 23/01/1986. BRASIL, Resolução CONAMA nº 357. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília – DF, 17.03.05. HARLEY, K. L. S.; FORNO, I. W. Biological control of aquatic weeds by means of arthropods. In: Aquatic weeds. The ecology and management of nuisance aquatic vegetation. New York: Oxford Science Publications, p. 177-185, 1990. IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Guia de Procedimentos do Licenciamento Ambiental Federal. Brasília: CELAF, 2002, 128 p. LAMPARELLI, M. C. Grau de trofia em corpos d’água do estado de São Paulo: avaliação dos métodos de monitoramento – São Paulo – Tese (Doutorado) – Instituto de Biociências – USP, p. 238, 2004. MacDONALD, E. G.; LANGELAND, A. K. Aquatic weed management alternatives for tropical areas. In: CONGRESSO DE LA ASOCIACION LATINOAMERICANA DE MALEZAS, Maracaibo. Anais. Maracaibo: p. 44-47, 2001. PIETERSE, A. H.; MURPHY, K. J. Aquatic weeds. New York: Oxford Science Publications, p. 593, 1990. SILVA, J.B.L.; MELO, E.C. e MATOS, A.T. Desenvolvimento de software para cálculo do IQA – Índice de Qualidade de Água. IV Congresso Brasileiro da Sociedade Brasileira de Informática Aplicada a Agropecuária e a Agroindústria – Monte pascoal Praia Hotel, Porto Seguro – Bahia, 17 a 19 de setembro de 2003. TUNDISI, J. G. TUNDISI, T. M. Limnologia. São Paulo, Edifício Oficina dos Textos, p. 631, 2008.