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Universidades Lusíada
Branco, Rogério André Moreira, 1991-
Estratégias efémeras : o caso LIKEarchitects®http://hdl.handle.net/11067/2703
Metadata
Issue Date 2017-01-26
Abstract A arquitectura efémera acompanha o ser humano desde a criaçãodo primeiro abrigo, “a cabana”. A partir daí tem-se desenvolvido,começando-se a apresentar-se como uma arquitectura que pontuavamomentos de festa, mantendo esse intuito até aos dias de hoje e tambémpara marcar acontecimentos culturais, para dar resposta a catástrofesnaturais etc. Pretende-se apresentar a presente dissertação como umestudo do enquadramento histórico da arquitectura efémera, até àcontemporaneidade, contrapondo-o ...
Keywords Edifícios temporários, LIKEarchitects - Crítica e interpretação
Type masterThesis
Peer Reviewed No
Collections [ULL-FAA] Dissertações
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U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A
F a c u l d a d e d e A r q u i t e c t u r a e A r t e s
Mest rado Integrado em Arqu i tectura
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Realizado por: Rogério André Moreira Branco
Orientado por: Prof.ª Doutora Arqt.ª Helena Cristina Caeiro Botelho
Constituição do Júri: Presidente: Prof. Doutor Horácio Manuel Pereira Bonifácio Orientadora: Prof.ª Doutora Arqt.ª Helena Cristina Caeiro Botelho Arguente: Prof.ª Doutora Arqt.ª Maria João dos Reis Moreira Soares
Dissertação aprovada em:
19 de Janeiro de 2017
Lisboa
2016
U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A
F a c u l d a d e d e A r q u i t e c t u r a e A r t e s
M es tra do I n te grad o em A rq u itec t u ra
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco
Lisboa
Novembro 2016
U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A
F a c u l d a d e d e A r q u i t e c t u r a e A r t e s
M es tra do I n te grad o em A rq u itec t u ra
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco
Lisboa
Novembro 2016
Rogério André Moreira Branco
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Dissertação apresentada à Faculdade de Arquitectura e
Artes da Universidade Lusíada de Lisboa para a
obtenção do grau de Mestre em Arquitectura.
Orientadora: Prof.ª Doutora Arqt.ª Helena Cristina
Caeiro Botelho
Lisboa
Novembro 2016
Ficha Técnica
Autor Rogério André Moreira Branco
Orientadora Prof.ª Doutora Arqt.ª Helena Cristina Caeiro Botelho
Título Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Local Lisboa
Ano 2016
Mediateca da Universidade Lusíada de Lisboa - Catalogação na Publicação
BRANCO, Rogério André Moreira, 1991-
Estratégias efémeras : o caso LIKEarchitects / Rogério André Moreira Branco ; orientado por Helena
Cristina Caeiro Botelho . - Lisboa : [s.n.], 2016. - Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura,
Faculdade de Arquitectura e A rtes da Universidade Lusíada de Lisboa.
I - BOTELHO, Helena Cristina Caeiro, 1970-
LCSH
1. Edifícios temporários
2. LIKEarchitects - Crítica e interpretação
3. Universidade Lusíada de Lisboa. Faculdade de Arquitectura e A rtes - Teses
4. Teses – Portugal - Lisboa
1. Buildings, Temporary
2. LIKEarchitects - Criticism and interpretation
3. Universidade Lusíada de Lisboa. Faculdade de Arquitectura e A rtes - Dissertations
4. Dissertations, Academic – Portugal - Lisbon
LCC
1. NA8480.B73 2016
AGRAD EC IMENTO
Nunca um trabalho desta envergadura poderia ser concretizado sem os mais variados
apoios e incentivos.
Primeiro agradeço à minha orientadora, a Professora Doutora Arquitecta Helena
Cristina Caeiro Botelho, que se prontificou e assumiu o papel desde o primeiro
momento em orientar e ajudar com a investigação.
Aos meus pais e irmã, pelo apoio incondicional e acima de tudo incentivo par a
terminar o presente trabalho.
À Diana Anjos, amiga de sempre para sempre, agradeço todo apoio que me deu
desde o inicio do curso até esta fase final, bem como as suas pressões para terminar
a investigação.
À equipa da mediateca da Universidade Lusíada de Lisboa, em especial à Catarina
Graça pela com ajuda e paciência na formatação do trabalho bem como para as
referências gráficas, também à Susana Tomé.
À Sara David, José Piteira, Margarida Braz, Tiago de Figueiredo e Melissa Diogo, sem
os quais a sobrevivência ao longo, e do curso não teria sido a mesma, pelos
constantes auxílios, ajudas, incentivos e companheirismo. Pelos jantares, almoços,
saídas fracassadas, mudanças etc. estiveram sempre presentes, e dedicados em
ajudar e apoiar.
À Ana Silva um agradecimento especial, pelo auxílio e ajuda que deu na conclusão e
finalização do presente trabalho.
Não obstante à Liudmila Almeida, Sara Araújo , Jeanne Seixas, Jessica Ferreira e
Neuza Figueiredo as minhas “kambas”, um obrigado por todo o arrimo e pela amizade .
Para terminar a todas as joanas da minha vida, pelo companheirismo, apoio e
incentivo. Aos restantes amigos, não mencionados, peço as minhas desculpas mas
devo ser breve, e colegas, agradeço o apoio demonstrado nos momentos mais
difíceis.
“Restam da história: a página impressa, a
evanescência da imagem, sempre
fragmentária sempre omitindo parte do peso
da experiência .”
SERRA, Richard. (1995) – Peso e medida: Richard Serra.
Fundação Calouste Gulbenkian (1995). P. 3.
APR ESEN TAÇÃ O
Estratégias Efémeras: O Caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco
A arquitectura efémera acompanha o ser humano desde a criação do primeiro abrigo,
“a cabana”. A partir daí tem -se desenvolvido, começando-se a apresentar-se como
uma arquitectura que pontuava momentos de festa, mantendo esse intuito até aos dias
de hoje e também para marcar acontecimentos culturais, para dar resposta a
catástrofes naturais etc.
Pretende-se apresentar a presente dissertação como um estudo do enquadramen to
histórico da arquitectura efémera, até à contemporaneidade, contrapondo -o e
constituindo um consenso da evolução com os casos de estudo, quatro obras da
marca LIKEarchitects®. Demonstrando que a impermanência da arquitectura efémera
foi e é palco de experimentações na arquitectura e no seu campo, ao longo dos
séculos.
A dissertação encontra-se dividida em duas partes. A primeira consiste num
enquadramento histórico da arquitectura efémera, desde meados do Séc. XIX até aos
dias de hoje. A segunda parte é o contraponto de toda a história, com o estudo de
quatro obras da marca LIKEarchitects®. Apresenta -se em apêndice o enquadramento
histórico das obras efémeras construídas por Portugal e em Portugal (pavilhões
portugueses nas exposições universais, exposiçõ es históricas e industriais em
Portugal e outras manifestações efémeras em Portugal).
Palavras-chave: Arquitectura Efémera, Exposições Universais, Pavilhões,
LIKEarchitects®, Temporário, Experimental, Impermanente.
PRESEN TATION
Ephemeral Strategies: The Case of LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco
The ephemeral architecture accompanies the human being since the creation of the
first shelter, “the hut”, it has developed since then, it started to be an architecture that
punctuates the festivities, keeping that meaning until our days, and to punctuate
cultural happenings, as a response to natural causes etc.
It is intended to present the following dissertation as a study of the historical framew ork
of ephemeral architecture, until the contemporary times, opposing and constituting a
consensus of the evolution with the case studies, four projects of the brand
LIKEarchitects®. Proving that the impermanence of the ephemeral architecture was
and it is a stage of experiments in the architecture and it field, over the centuries.
The dissertation it’s divided in two parts. The first consists of a historical framework of
ephemeral architecture, since the middle of the 19 th century until our days. The second
it’s the counterpoint of the whole history, with the study of four projects belonging to the
brand LIKEarchitects®. It’s presented in appendix the historical framework of
ephemeral architecture made by Portugal and in Portugal (Portuguese pavilions on th e
universal expositions, historical and industrial expositions in Portugal and other
ephemeral works in Portugal).
Keywords: Ephemeral Architecture, Universal Expositions, Pavilions, LIKEarchitects®,
Temporary, Experimental, Impermanent.
L ISTA D E ILUSTRA ÇÕES
Ilustração 1 – Palácio de Cristal, exterior, Londres 1851. (Merin, 2013). .....................53
Ilustração 2 - Palácio de Cristal, interior, Londres 1851. (Merin, 2013)........................53
Ilustração 3 – Planta Palácio de Cristal, Londres 1851. (Merin, 2013).........................53
Ilustração 4 – Esquissos de Joseph Paxton. ([Adaptado a partir de:] Merin, 2013)......53
Ilustração 5 – Palácio de Cristal, Nova Iorque 1853. (Sinclair, 1854). .........................54
Ilustração 6 – Palais de L’ industrie, Paris 1855. (Tholozany, 2011). ...........................55
Ilustração 7 – Planta do Palais de L’ industrie, Paris 1855. (Tholozany, 2011). ...........55
Ilustração 8 – Palácio de Cristal, Porto 1865. (Hermana, 2015). .................................58
Ilustração 9 – Palácio de Cristal, Porto 1865. (França, 1994, p. 38). ...........................58
Ilustração 10 – Planta Exterior Palácio de Cristal, Porto 1865. (França, 1994, p. 56). .58
Ilustração 11 – Plantas Palácio de Cristal, Porto 1865. (França, 1994, p. 76). ............58
Ilustração 12 – Palais du Champ de Mars, perspectiva, Paris 1867. (Richmond,
2015?). .......................................................................................................................60
Ilustração 13 - Palais du Champ de Mars, corte e planta, Paris 1867. (Richmond,
2015?). .......................................................................................................................60
Ilustração 14 - Palais du Champ de Mars, Paris 1867. (Richmond, 2015?). ................60
Ilustração 15 - Palais du Champ de Mars, Paris 1867. (Richmond, 2015?). ................62
Ilustração 16 - Palais du Champ de Mars, Paris 1867. (Richmond, 2015 ). ..................62
Ilustração 17 – Palácio da Indústria, Viena 1873. (Old -Print, 1873). ............................63
Ilustração 18 - Palácio da Indústria, Viena 1873. (MAK – Österreichisches Museum für
angewandte Kunst, 2013). ..........................................................................................63
Ilustração 19 – Main Building, Filadélfia 1876. (Bureau International des Expositions,
2016). .........................................................................................................................64
Ilustração 20 – Panorama Exposição Universal 1878, Paris. (Dessapt, 2012).............65
Ilustração 21 – Palácio do Trocadéro, Paris 1878. (University of California Press,
2004). .........................................................................................................................66
Ilustração 22 – Palácio da Indústria, Paris 1878. (Art Nouveau, 2012). .......................67
Ilustração 23 – Palácio da Indústria, Paris 1878. (Quinet, 1879). ................................67
Ilustração 24– Plano da exposição universal de Paris 1878. (Ferguson, 2008). ..........67
Ilustração 25 – Rue des Nations, Paris 1878. (Tholozany, 2011). ...............................68
Ilustração 26 - Rue des Nations, Paris 1878. (Art Nouveau, 2001). .............................68
Ilustração 27 – Plano Exposição Universal de Paris, 1889. (Japan. National Diet
Library, 1889). ............................................................................................................70
Ilustração 28 – Perspectiva Exposição Universal de Paris 1889. (Ory, 2015). .............70
Ilustração 29 – Palácio no Champ de Mars, Paris1889. (National Gallery of Art, 1889).
...................................................................................................................................72
Ilustração 30 – Galeria das maquinas, Paris 1889. (Janberg, 2015)............................72
Ilustração 31 – Interior Galeria das Maquinas, Paris 1889. (Brown University Library
Center for Digital Scholarship, 1889 ). .........................................................................72
Ilustração 32 – Pormenor da Galeria das Maquinas, Paris 1889. (University of
Pennsylvania, 1889). ..................................................................................................72
Ilustração 33 – Construção da Torre Eiffel, Paris. ([Adaptado a partir de:] Monteil,
2015). .........................................................................................................................74
Ilustração 34 – Torre Eiffel, Paris 1889. (United States of America. Library of Congress,
1889a). .......................................................................................................................74
Ilustração 35 - Torre Eiffel, Paris 1889. (United States of America. Library of Congress,
1889b). .......................................................................................................................74
Ilustração 36 - Torre Eiffel, Paris 1889. (Liébert, 1880 -1890). .....................................74
Ilustração 37 – Plano Quay d’Orsay, Paris 1889. (Lemaire, 2016a). ...........................75
Ilustração 38 – Quay d’Orsay, Paris 1889. (United States of America. Library of
Congress, 1889c). ......................................................................................................75
Ilustração 39 – Quay d’Orsay, Paris 1889. (United States of America. Library of
Congress, 1889d). ......................................................................................................75
Ilustração 40 – Esplanade des Invalides, Paris 1889. (United States of America. Library
of Congress, 1889e). ..................................................................................................76
Ilustração 41 – Esplanade des Invalides, Paris 1889. (United States of America. Library
of Congress, 1889f). ...................................................................................................76
Ilustração 42 – Esplanade des Invalides, Paris 1889. (United States of America. Library
of Congress, 1889g). ..................................................................................................76
Ilustração 43 – Exposição de Chicago, 1893, perspectiva. (Lemaire, 2016b). .............77
Ilustração 44 – Edificio de transportes, Chicago 1893. (Lemaire, 2016c). ...................77
Ilustração 45 - Plano Exposição de Chicago 1893. (Lemaire, 2016d)..........................77
Ilustração 46 – Plano Exposição Paris 1900. (Lemaire, 2016e). .................................78
Ilustração 47 – Ponte Alexandre III, Paris 1900. (Lemaire, 2016f). ..............................78
Ilustração 48 – Portico de Entrada Salamandra, Paris 1900. (National Gallery of Art,
1900). .........................................................................................................................79
Ilustração 49 – Petit Palais, Paris 1900. (Lemaire, 2016g). .........................................80
Ilustração 50 – Grand Palais, Paris 1900. (Lemaire, 2016h). ......................................80
Ilustração 51 – Vista da Ponte Alexandre III para a Esplanade des Invalides, Paris
1900. (Lemaire, 2016i). ..............................................................................................81
Ilustração 52 – Palacio da Electricidade e Água, Paris 1900. (Lemaire, 2016j). ..........82
Ilustração 53 - Palacio da Electricidade e Água, Paris 1900. (Lemaire, 2016l). ...........82
Ilustração 54 – Salão de Festas, Paris 1900. (Lemaire, 2016m). ................................82
Ilustração 55 – Trocadéro, Paris 1900. (Lemaire, 2016n)............................................82
Ilustração 56 – Tour du Monde, Paris 1900. (Lemaire, 2016o). ...................................83
Ilustração 57 – Exposição Rio de Janeiro, 1922. (Kamita, 2009).................................84
Ilustração 58 – Entrada Exposição Rio de Janeiro, 1922. (Maia, 2014). ......................84
Ilustração 59 – Plano Geral exposição Paris 1925. (Lemaire, 2016p). ........................84
Ilustração 60 – Portico de entrada, Paris 1925. (Lemaire, 2016q). ..............................85
Ilustração 61 – Pórtico de entrada Porte d’Orsay, Paris 1925. (Chandler, 2000?) .......85
Ilustração 62 – Pavilhão URSS, Paris 1925. (Wolfe, 2013). ........................................87
Ilustração 63 - Pavilhão URSS, Paris 1925. (Wolfe, 2013). .........................................87
Ilustração 64 - Pavilhão URSS, Paris 1925. (Wolfe, 2013). .........................................87
Ilustração 65 - Pavilhão URSS, Paris 1925. (Wolfe, 2013). .........................................87
Ilustração 66 – Pavilhão L’ Espirit Nouveau, Planta piso térreo, Paris 1925.
(Eaadiproyectos, 2014). .............................................................................................88
Ilustração 67 - Pavilhão L’ Espirit Nouveau, Planta primeiro piso, Paris 1925.
(Eaadiproyectos, 2014). .............................................................................................88
Ilustração 68 - Pavilhão L’ Espirit Nouveau, Paris 1925. (Ozdoba, 2012). ...................88
Ilustração 69 - Pavilhão L’ Espirit Nouveau, Paris 1925. (Chandler, 2000?). ...............88
Ilustração 70 – Pavilhão Diamond Dealers, Paris 1925. (Lemaire, 2016r). ..................89
Ilustração 71 – Plano Exposição Sevilha 1929. (Rodrigues, 2012)..............................90
Ilustração 72 – Praça de Espanha, Sevilha 1929. (Rubio, 2014). ................................91
Ilustração 73 - Praça de Espanha, Sevilha, 1929. .......................................................91
Ilustração 74 –Pavilhão Brasil, Sevilha 1929. (Rodrigues, 2012).................................92
Ilustração 75 – Plano Exposição Barcelona 1929. (Lemaire, 2016s). ..........................93
Ilustração 76 – Perspectiva Exposição Barcelona 1929. (Lemaire, 2016t). .................93
Ilustração 77 – Vista nocturna, iluminação exterior, Barcelona 1929. (Simón, 2014). ..94
Ilustração 78 - Vista nocturna, iluminação exte rior, Barcelona 1929. (Arxiu Fotogràfic
de Barcelona, 2016). ..................................................................................................94
Ilustração 79 – Palácio Nacional, Barcelona 1929. (Miralles, 2007). ...........................94
Ilustração 80 - Planta Pavilhão da Alemanha, Barcelona 1929. (Martignago, 2013). ...95
Ilustração 81 – Planta Pavilhão da Alemanha, Barcelona 1929. (Kroll, 2011)..............95
Ilustração 82 - Pavilhão da Alemanha, Barcelona 1929. (Martignago, 2013). ..............95
Ilustração 83 - Pavilhão da Alemanha, Barcelona 1929. (Martignago, 2013). ..............95
Ilustração 84 – Plano Exposição Antuérpia 1930. (Lemaire, 2016u)............................96
Ilustração 85 – Plano Exposição Colonial Internacional de Paris 1931. (Lemaire,
2016v). .......................................................................................................................97
Ilustração 86 - Exposição Colonial Internacional de Paris 1931. (Art Nouveau, 2004). 98
Ilustração 87 - Panorâmica Exposição Colonial Internacional de Paris 1931. (Rodrigue,
2010a). .......................................................................................................................98
Ilustração 88 – Cidade das Informações Exposição Colonial Internacional de Paris
1931. (Ωméga, 2009)..................................................................................................98
Ilustração 89 – Plano da Exposição Internacional de Bruxelas 1935. (Lemaire, 2016x).
...................................................................................................................................99
Ilustração 90 – Grand Palais, Bruxelas 1935. (Lemaire, 2016z). ...............................100
Ilustração 91 – Interior do Grand Palais, Bruxelas 1935. (Lemaire, 2016aa). ............100
Ilustração 92 – Palácio de Arte Antiga, Bruxelas 1935. (Lemaire, 2016ab). ..............100
Ilustração 93 – Antiga Vila de Bruxelas, Bruxelas 1935. (Lemaire, 2016ac). .............100
Ilustração 94 – Soukhs, Bruxelas 1935. (Lemaire, 2016ad). .....................................100
Ilustração 95 – Plano Exposição Internacional de Paris 1937. (Lemaire, 2016ae). ....101
Ilustração 96 – Palacio Chaillot, Paris 1937. (Rodrigue, 2010b). ...............................102
Ilustração 97 – Pavilhão Alemanha, Paris 1937. (Lemaire, 2016af). .........................103
Ilustração 98 – Pavilhão URSS, Paris 1937. (Lemaire, 2016ag)................................103
Ilustração 99 – Pavilhão Finlândia, Paris 1937. (Galvão, 2012). ...............................104
Ilustração 100 – Pavilhão do Ar, Paris 1937. (Oliveira, 1996, p. 55). .........................104
Ilustração 101 – Plano Feira Mundial de Nova Iorque 1939. (Leite, 2014).................105
Ilustração 102 – Panorâmica Feira Mundial de Nova Iorque 1939. (Leite, 2014). ......106
Ilustração 103 – Pavilhão General Motors, Nova Iorque 1939. (Prophecy Panic Button,
2012). .......................................................................................................................107
Ilustração 104 - Pavilhão General Motors, Nova Iorque 1939. (Guillemot, 2015). ......107
Ilustração 105 – Planta piso térreo Pavilhão do Brasil, Nova Iorque 1939. (Fracalossi,
2014). .......................................................................................................................108
Ilustração 106 - Pavilhão do Brasil, Nova Iorque 1939. (Fracalossi, 2014). ...............108
Ilustração 107 - Planta primeiro piso Pavilhão do Brasil, Nova Iorque 1939. (Fracalossi,
2014). .......................................................................................................................108
Ilustração 108 - Pavilhão do Brasil, Nova Iorque 1939. (Fracalossi, 2014). ...............108
Ilustração 109 - Planta segundo piso Pavilhão do Brasil, Nova Iorque 1939.
(Fracalossi, 2014). ....................................................................................................108
Ilustração 110 – Pavilhão URSS, Nova Iorque 1939. ([Adaptado a partir de:] Шама,
2014). .......................................................................................................................109
Ilustração 111 - Pavilhão Finlândia, Nova Iorque 1939. (Galvão, 2012). ...................109
Ilustração 112 – Trylon e Perisphery, Nova Iorque 1939. (Prophecy Panic Button,
2012). .......................................................................................................................111
Ilustração 113 - Trylon e Perisphery, Nova Iorque 1939. (Wallender, 2 013). .............111
Ilustração 114 - Trylon e Perisphery, Nova Iorque 1939. (Ptak, 2011).......................111
Ilustração 115 – Plano Exposição Golden Gate International Exposition, São Francisco
1939. (Shell, 1939). ..................................................................................................112
Ilustração 116 - Golden Gate International Exposition, São Francisco, San Francisco
History Center, San Francisco Public Library, 1939. (Shea, s.d.). .............................112
Ilustração 117 - Golden Gate International Exposition, São Francisco 1939. (Shea,
s.d.). .........................................................................................................................112
Ilustração 118 – Pavilhão de Música, Exposição Federal Alemã de Jardinagem, Kassel
1955. (Higa, 2015). ...................................................................................................113
Ilustração 119 – Pavilhão de Música, Exposição Federal Alemã de Jardinagem, Kassel
1955. (Aimar, 2015). .................................................................................................113
Ilustração 120 – Plano Exposição Universal de Bruxelas, 1958. ([Adaptado a partir
de:]Lemaire, 2016ah). ..............................................................................................114
Ilustração 121 – Atomium, Bruxelas 1958. (Lemaire, 2016ai). ..................................115
Ilustração 122 - Atomium, Bruxelas 1958. (PKMN, 2012). ........................................115
Ilustração 123 – Pavilhão URSS, Bruxelas 1958. (Lemaire, 2016aj). ........................116
Ilustração 124 – Pavilhão Philips, Bruxelas 1958. (Fracalossi, 2013). .......................117
Ilustração 125 – Pavilhão Philips, Bruxelas 1958. (Fracalossi, 2013). .......................117
Ilustração 126 – Pavilhão Philips, Bruxelas 1958. (Fracalossi, 2013). .......................117
Ilustração 127 – Plano da Exposição Universal de Montreal 1967. (Lemaire, 2016al).
.................................................................................................................................118
Ilustração 128 – Habitat 67, Montreal 1967. (Merin, 2013). .......................................119
Ilustração 129 – Habitat 67, Montreal 1967. (Merin, 2013). .......................................119
Ilustração 130 – Habitat 67, Montreal 1967. (Merin, 2013). .......................................119
Ilustração 131 – Corte Pavilhão Estados Unidos da América, Montreal 1967. (Langdon,
2014). .......................................................................................................................120
Ilustração 132 – Exterior Pavilhão Estados Unidos da América, Montreal 1967.
(Dunphy, 2012).........................................................................................................120
Ilustração 133 – Interior Pavilhão Estados Unidos da América, Montreal 1967. (Miller,
2010). .......................................................................................................................120
Ilustração 134 – Interior Pavilhão Alemanha, Montreal 1967. (Langdon, 2015). ........121
Ilustração 135 – Exterior Pavilhão Alemanha, Montreal 1967. (Langdon, 2015). .......121
Ilustração 136 – Exterior Pavilhão Alemanha, Montreal 1967. (Langdon, 2015). .......121
Ilustração 137 – Plano Exposição Universal Osaka 1970. (Lemaire, 2016am). .........122
Ilustração 138 – Praça Central e Torre Sol vista aérea, Osaka 1970 . (Dickens, 2013).
.................................................................................................................................123
Ilustração 139 – Praça Central e Torre Sol, Osaka 1970. (Pink Tentacle, 2010). ......123
Ilustração 140 – Pavilhão Toshiba IHI, Osaka 1970. (Stott, 2016).............................124
Ilustração 141 – Pavilhão Takara, Osaka 1970. (Basulto, 2010). ..............................124
Ilustração 142 – Pavilhão Takara, Osaka 1970. (Pink Tentacle, 2010)......................124
Ilustração 143 – Pavilhão Fuji, Osaka 1970. (phamvan_tan29, 2004). ......................125
Ilustração 144 – Pavilhão URSS, Osaka 1970. (Basulto, 2010). ...............................126
Ilustração 145 – Pavilhão Estados Unidos da América, Osaka 1970. (phamvan_tan29,
2008). .......................................................................................................................126
Ilustração 146 – Pavilhão Estados Unidos da América, Osaka 1970. (Claire, 2013). 126
Ilustração 147 – Plano Exposição Universal de Sevilha 1992. (Lemaire, 2016an). ....127
Ilustração 148 – Exterior Pavilhão Kuwait, Sevilha 1992. (Pabellón, 2015). ..............128
Ilustração 149 – Interior Pavilhão Kuwait, Sevilha 1992. (Pabellón, 2015). ...............128
Ilustração 150 – Exterior Pavilhão Japão, Sevilha 1992. (Japan, 2015). ...................130
Ilustração 151 – Exterior Pavilhão Japão, Sevilha 1992. (Japan, 2015). ...................130
Ilustração 152 – Interior Pavilhão Japão, Sevilha 1992. (Japan, 2015). ....................130
Ilustração 153 – Plano Exposição Internacional de Lisboa 1998. ([Adaptado a partir
de:] Lemaire, 2016ao). .............................................................................................131
Ilustração 154 – Porta Sul, Lisboa 1998. (Contemporânea Lda, s.d.a). .....................133
Ilustração 155 – Esquisso da Porta Sul, Lisboa 1998. (Contemporânea Lda, s.d.a). .133
Ilustração 156 – Porta Sul, Lisboa 1998. (Contemporânea Lda, s.d.a). .....................133
Ilustração 157 – Porta Norte, Lisboa 1998. (Associação Internacional de Críticos de
Arte, 2016). ..............................................................................................................134
Ilustração 158 – Porta Norte, Lisboa 1998. (Ateliermob, 2012). ................................134
Ilustração 159 – Vista aérea Pavilhão do Futuro, Lisboa 1998. (Lemaire, 2016ap). ..135
Ilustração 160 – Pavilhão do Futuro, Lisboa 1998. (Miguel Gue des Arquitectos, s.d.).
.................................................................................................................................135
Ilustração 161 – Pavilhão do Futuro, Lisboa 1998. (Miguel Guedes Arquitectos, s.d.).
.................................................................................................................................135
Ilustração 162 – Zona Internacional Norte, Lisboa 1998. (Lemaire, 2016aq). ............136
Ilustração 163 – Zona internacional Sul, Lisboa 1998. (Lemaire, 2016ar). ................136
Ilustração 164 – Fun Palace, Londres 1964. (Glynn, 2005). ......................................139
Ilustração 165 – Fun Palace, Londres 1964. (Haus, 2013). .......................................139
Ilustração 166 – Plug-in-City, Archigram 1964. (Merin, 2013a). ................................140
Ilustração 167 – Plug-in-City, Archigram 1964. (Merin, 2013a). ................................140
Ilustração 168 – Plug-in-City, Archigram 1964. (Merin, 2013a). ................................140
Ilustração 169 – Instant City, Archigram 1968. (Terán, 2010)....................................141
Ilustração 170 – Instant City, Archigram 1968. (BigMat International Architecture
Agenda, 2015). .........................................................................................................141
Ilustração 171 – Squales, Aerolande 1968. (Jungmann, 1976). ................................142
Ilustração 172 – Squales, Aerolande 1968. (Jungmann, 1976). ................................142
Ilustração 173 – Cidade Intantânea Plano. (PKMN, 2008). .......................................143
Ilustração 174 – Cidade Instantânea, Ibiza 1971. (Pohl, 2012). ................................143
Ilustração 175 – Planta e Alçado, Teatro do Mundo Veneza 1979 -80. (The Red List
Society, 2016). .........................................................................................................145
Ilustração 176 – Teatro do Mundo Veneza, 1979-80. (The Red List Society, 2016). .145
Ilustração 177 – Teatro do Mundo Veneza, 1979-80. (The Red List Society, 2016). .145
Ilustração 178 – Teatro do Mundo, Veneza 1979-80. (The Red List Society, 2016). .145
Ilustração 179 – Arcadian Machine 1984. (Renzo Piano Building Workshop, s.d.). ...146
Ilustração 180 – Arcadian Machine 1984. (Renzo Piano Building Workshop, s.d). ....146
Ilustração 181 – Arcadian Machine 1984. (Renzo Piano Building Workshop, s.d). ....146
Ilustração 182 – Palco da Tour STEEL WHEELS dos Rolling Stones 1989. (Stufish,
2015). .......................................................................................................................147
Ilustração 183 – Palco da Tour STEEL WHEELS dos Rolling Stones 1989. (Perkins,
2015). .......................................................................................................................147
Ilustração 184 – Palco da Tour STEEL WHEELS dos Rolling Stones 1989. (Stufish,
2015). .......................................................................................................................147
Ilustração 185 – Planta Casa Usoniana a ser erguida nos jardins do MoMA, Nova
Iorque 1940. (Frank Lloyd Wright Foundation, 1940). ...............................................150
Ilustração 186 – Planta DDU erguida nos jardins do MoMA, Nova Iorque 1941.
(Fracalossi, 2013a). ..................................................................................................152
Ilustração 187 – DDU Interior, Nova Iorque 1941. (Kaal, 2016). ................................153
Ilustração 188 – DDU exterior. (Kaal, 2016)..............................................................153
Ilustração 189 - DDU Interior, Nova Iorque 1941. (Kaal, 2016). ................................153
Ilustração 190 - DDU Interior, Nova Iorque 1941. (Kaal, 2016). ................................153
Ilustração 191 – Planta Casa no Jardim do MoMA Marcel Breuer, Nova Iorque 1949.
(Allen, 2009). ............................................................................................................155
Ilustração 192 - Casa no Jardim do MoMA Marcel Breuer, Nova Iorque 1949. (Aldana,
2012). .......................................................................................................................156
Ilustração 193 - Casa no Jardim do MoMA Marcel Breuer, Nova Iorque 1949. (Mattern,
2012). .......................................................................................................................156
Ilustração 194 - Casa no Jardim do MoMA Marcel Breuer, Nova Iorque 1949. (Archives
of American Art, 1949). .............................................................................................156
Ilustração 195 – Exhibition House Gregory Ain no jardim do MoMA, Nova Iorque 1950.
(Goodman, 2008). ....................................................................................................158
Ilustração 196 – Pavilhão para albergar a exposição Frank Lloyd Wright: Sixty Years of
Living Architecture, Nova Iorque 1953. (Furuto, 2012). .............................................159
Ilustração 197 - Japanese Exhibition House, Nova Iorque 1954. (Shofuso, 2016). ....161
Ilustração 198 - Japanese Exhibition House, Nova Iorque 1954. (The Subject of Place,
2009). .......................................................................................................................161
Ilustração 199 - Japanese Exhibition House, Nova Iorque 1954. (Pogrebin, 2007)....161
Ilustração 200 – Três Estruturas de Buckminster Fuller no jardim do MoMA, Nova
Iorque 1959. (Gray, 2015). .......................................................................................163
Ilustração 201 – Plano Exposição Internacional de Hannover 2000. (Lemaire, 2016as).
.................................................................................................................................164
Ilustração 202 – Pavilhão Países Baixos, Hannover 2000. (MVRDV, 2016). .............165
Ilustração 203 – Pavilhão Países Baixos, Hannover 2000. (Lemaire, 2016at). ..........165
Ilustração 204 – Pavilhão Países Baixos, Hannover 2000. (MVRDV, 2016). .............165
Ilustração 205 – Vista Aérea Pavilhão da Suiça, Hannover 2000. (Etherington, 2009).
.................................................................................................................................166
Ilustração 206 – Pavilhão da Suiça, Hannover 2000. (Hall, 2014). ............................166
Ilustração 207 – Pavilhão da Suiça, Hannover 2000. (Hall, 2014). ............................166
Ilustração 208 – Plano Exposição Internacional de Xangai 2010. (Lemaire, 2016au).
.................................................................................................................................167
Ilustração 209 – Pavilhão Dinamarca, Xangai 2010. (BIG, 2010). .............................168
Ilustração 210 – Pavilhão Dinamarca, Xangai 2010. (BIG, 2010). .............................168
Ilustração 211 – Pavilhão Dinamarca, Xangai 2010. (BIG, 2010). .............................168
Ilustração 212 – Pavilhão Dinamarca, Xangai 2010. (BIG, 2010). .............................168
Ilustração 213 – Planta Pavilhão Reino Unido, Xangai 2010. (Heatherwick Studio, s.d.).
.................................................................................................................................169
Ilustração 214 – Corte Pavilhão Reino Unido, Xangai 2010. (Heatherwick Studio, s.d.).
.................................................................................................................................169
Ilustração 215 – Pavilhão Reino Unido, Xangai 2010. (Heatherwick Studio, s.d.). .....169
Ilustração 216 – Pavilhão Reino Unido, Xangai 2010. (Heatherwick Studio, s.d.). .....169
Ilustração 217 – Pavilhão Reino Unido, Xangai 2010. (Heatherwick Studio, s.d.). .....169
Ilustração 218 – Palco da Bigger Bang World Tour dos Rolling Stones 2005. (Stufish,
2015b). .....................................................................................................................170
Ilustração 219 – Palco da Bigger Bang World Tour dos Rolling Stones 2005. (Stufish,
2015b). .....................................................................................................................170
Ilustração 220 – Museu Temporário de Arte Contemporânea, Berlim 2008. (Space
Invading, 2009).........................................................................................................171
Ilustração 221 – Museu Temporário de Arte Contemporânea, Berlim 2008. (Architekt
Krischanitz, s.d.). ......................................................................................................171
Ilustração 222 – Planta Museu Temporário de Arte Contemporânea, Berlim 2008.
(Architekt Krischanitz, s.d.). ......................................................................................171
Ilustração 223 – Museu Temporário de Arte Contemporânea, Berlim 2008. (Architekt
Krischanitz, s.d.). ......................................................................................................171
Ilustração 224 – Airscape, de Helena Willemeit, 2008. (Display-Max, 2008). ............172
Ilustração 225 – Airscape, de Helena Willemeit, 2008. (Display-Max, 2008). ............172
Ilustração 226 – Fresh Flower Pavilion de Tonkin Liu, Londres 2008. (Tonkin Liu,
2015). .......................................................................................................................172
Ilustração 227 – Fresh Flower Pavilion de Tonkin Liu, Londres 2008. (Tonkin Liu,
2015). .......................................................................................................................172
Ilustração 228 – Between Cathedrals, Alberto Campo Baeza, Cádis 2009. (Baeza,
s.d.). .........................................................................................................................173
Ilustração 229 – Between Cathedrals, Alberto Campo Baeza, Cádis 2009. (Bae za,
s.d.). .........................................................................................................................173
Ilustração 230 – Between Cathedrals, Alberto Campo Baeza, Cádis 2009. (Baeza,
s.d.). .........................................................................................................................173
Ilustração 231 – Palco 360º da Tour Mundial dos U2, 2009 -2011. (Stufish, 2015c). ..174
Ilustração 232 – Palco 360º da Tour Mundial dos U2, 2009 -2011. (Stufish, 2015c). ..174
Ilustração 233 – Cenário para Teatro Grego de Massimiliano e Doriana Fuksas,
Siracusa 2009. (Fuksas, s.d.). ..................................................................................175
Ilustração 234 – Cenário para Teatro Grego de Massimiliano e Doriana Fuksas,
Siracusa 2009. (Fuksas, s.d.). ..................................................................................175
Ilustração 235 – Cenário para Teatro Grego de Massimiliano e Doriana Fuksas,
Siracusa 2009. (Fuksas, s.d.). ..................................................................................175
Ilustração 236 – Cenário para Teatro Grego de Massimiliano e Doriana Fuksas,
Siracusa 2009. (Fuksas, s.d.). ..................................................................................175
Ilustração 237 – Restaurante Temporário Nomiya, Paris 2009. (Grasso, 2009). .......176
Ilustração 238 – Restaurante Temporário Nomiya, Paris 2009. (Grasso, 2009). .......176
Ilustração 239 – Restaurante Temporário Nomiya, Paris 2009. (Grasso, 2009). .......176
Ilustração 240 – Restaurante Temporário Nomiya, Paris 2009. (Grasso, 2009). .......176
Ilustração 241 – Esquema Prada Transformer OMA, Seul 2009. (Walker, 2014). .....177
Ilustração 242 – Prada Transformer OMA, Seul 2009. (Walker, 2014). .....................178
Ilustração 243 – Prada Transformer OMA, Seul 2009. (Walker, 2014). .....................178
Ilustração 244 – Prada Transformer OMA, Seul 2009. (Walker, 2014). .....................178
Ilustração 245 – Prada Transformer OMA, Seul 2009. (Walker, 2014). .....................178
Ilustração 246 – Abrigos Temporários, Porte-au-Prince 2010. (Shigeru Ban Architects,
s.d.). .........................................................................................................................179
Ilustração 247 – Abrigos Temporários, Porte-au-Prince 2010. (Shigeru Ban Architects,
s.d.). .........................................................................................................................179
Ilustração 248 – Planta Studio East Dining, Londres 2010. (Carmody Groarke, s.d.).
.................................................................................................................................180
Ilustração 249 – Studio East Dining, Londres 2010. (Carmody Groarke, s.d.). ..........180
Ilustração 250 – Studio East Dining, Londres 2010. (Carmody Groarke, s.d.). ..........180
Ilustração 251 – Studio East Dining, Londres 2010. (Carmody Groarke, s.d.). ..........180
Ilustração 252 - Planta Pavilion 21 Mini Opera Space, Munique 2010.
(CoopHimmelb(l)au, 2010). ......................................................................................181
Ilustração 253 - Corte Pavilion 21 Mini Opera Space, Munique 2010.
(CoopHimmelb(l)au, 2010). ......................................................................................181
Ilustração 254 - Pavilion 21 Mini Opera Space, Munique 2010. (CoopHimmelb(l)au,
2010). .......................................................................................................................181
Ilustração 255 - Pavilion 21 Mini Opera Space, Munique 2010. (CoopHimmelb(l)au,
2010). .......................................................................................................................181
Ilustração 256 - Pavilion 21 Mini Opera Space, Munique 2010. (CoopHimmelb(l)au,
2010). .......................................................................................................................181
Ilustração 257 - Giant Ice-Cube, Roma 2010. (Peralta, 2013). ..................................182
Ilustração 258 - Giant Ice-Cube, Roma 2010. (Peralta, 2013). ..................................182
Ilustração 259 - Giant Ice-Cube, Roma 2010. (Peralta, 2013). ..................................182
Ilustração 260 - Giant Ice-Cube, Roma 2010. (Peralta, 2013). ..................................182
Ilustração 261 – Altar para Papa Bento XVI, Freiberg 2011. (Frearson, 2012 ). .........183
Ilustração 262 – Altar para Papa Bento XVI, Freiberg 2011. (Frearson, 2012). .........183
Ilustração 263 – 4xM2 Gallery, Londres 2011. (Quay 2c Architects, 2011). ...............183
Ilustração 264 – Esquisso The Merlion Hotel, Singapura 2011. (Hackethal, 2011). ...184
Ilustração 265 – The Merlion Hotel, Singapura 2011. (Nishi, 2011). ..........................184
Ilustração 266 – The Merlion Hotel, Singapura 2011. (Nishi, 2011). ..........................184
Ilustração 267 – The Merlion Hotel, Singapura 2011. (Nishi, 2011). ..........................184
Ilustração 268 – The Merlion Hotel, Singapura 2011. (Nishi, 2011). ..........................184
Ilustração 269 – Coca-Cola Beat Box, Londres 2012. (Khan, 2012). .........................185
Ilustração 270 – Coca-Cola Beat Box, Londres 2012. (Khan, 2012). .........................185
Ilustração 271 – Coca-Cola Beat Box, Londres 2012. (Khan, 2012). .........................185
Ilustração 272 – Coca-Cola Beat Box, Londres 2012. (Khan, 2012). .........................185
Ilustração 273 – Estação de Caminho de Ferro São Pedro, Gent 2012. (Nishi, 2012).
.................................................................................................................................186
Ilustração 274 – Hotel Gent, Gent 2012. (Nishi, 2012). .............................................186
Ilustração 275 – Hotel Gent, Gent 2012. (Nishi, 2012). .............................................186
Ilustração 276 – Hotel Gent, Gent 2012. (Nishi, 2012). .............................................186
Ilustração 277 – Peace Pavilion, Londres 2013. (Howarth, 2013). ............................187
Ilustração 278 – Peace Pavilion, Londres 2013. (Grazia, 2013). ...............................187
Ilustração 279 – Peace Pavilion, Londres 2013. (Howarth, 2013). ............................187
Ilustração 280 – Peace Pavilion, Londres 2013. (Howarth, 2013). ............................187
Ilustração 281 – The Shed, Londres 2013. (Delaqua, 2013). ....................................188
Ilustração 282 – The Shed, Londres 2013. (Delaqua, 2013). ....................................188
Ilustração 283 – The Shed, Londres 2013. (Delaqua, 2013). ....................................188
Ilustração 284 – Rjukan Town Cabin, Rjukan 2013. (Rallar Arkitekter, 2013). ...........188
Ilustração 285 – Rjukan Town Cabin, Rjukan 2013. (Rallar Arkitekter, 2013). ...........188
Ilustração 286 – Rjukan Town Cabin, Rjukan 2013. (Rallar Arkitekter, 2013). ...........188
Ilustração 287 – Alçados e Planta Wing of Glory Pavilion, Rio de Janeiro 2014.
(Mekene Architecture, 2013).....................................................................................189
Ilustração 288 – Wing of Glory Pavilion, Rio de Janeiro 2014. (Mekene Architecture,
2013). .......................................................................................................................189
Ilustração 289 - Wing of Glory Pavilion, Rio de Janeiro 2014. (Mekene Architecture,
2013). .......................................................................................................................189
Ilustração 290 – Pavilhão Serpentine Gallery Zaha Hadid, Londres 2000. (Hobson,
2015). .......................................................................................................................191
Ilustração 291 – Pavilhão Serpentine Gallery Zaha Hadid, Londres 2000. (Hobson,
2015). .......................................................................................................................191
Ilustração 292 – Pavilhão Serpentine Gallery Zaha Hadid, Londres 2000. (Hobson,
2015). .......................................................................................................................191
Ilustração 293 – Pavilhão Serpentine Gallery Daniel Libeskind, Londres 2001. (Studio
Libeskind, 2001). ......................................................................................................192
Ilustração 294 – Pavilhão Serpentine Gallery Daniel Libeskind, Londres 2001. (Studio
Libeskind, 2001). ......................................................................................................192
Ilustração 295 – Pavilhão Serpentine Gallery Daniel Libeskind, Londres 2001.
(Hobson, 2015a).......................................................................................................192
Ilustração 296 – Pavilhão Serpentine Gallery Daniel Libeskind, Londres 2001. (Studio
Libeskind, 2001). ......................................................................................................192
Ilustração 297 – Pavilhão Serpentine Gallery Toyo Ito, Londres 2002. (Helm, 2013).193
Ilustração 298 – Pavilhão Serpentine Gallery Toyo Ito, Londres 2002. (Toyo Ito &
Associates, Architects, s.d.). .....................................................................................193
Ilustração 299 – Pavilhão Serpentine Gallery Toyo Ito, Londres 2002. (Helm, 2013).193
Ilustração 300 – Pavilhão Serpentine Gallery Toyo Ito, Londres 2002. (Helm, 2013).193
Ilustração 301 – Planta piso superior Pavilhão Serpentine Gallery Oscar Niemeyer,
Londres 2003. (Fundação Oscar Niemeyer, 2003)....................................................194
Ilustração 302 – Planta piso inferior Pavilhão Serpentine Gallery Oscar Niemeyer,
Londres 2003. (Fundação Oscar Niemeyer, 2003)....................................................194
Ilustração 303 – Cortes Pavilhão Serpentine Gallery Oscar Niemeyer, Londres 2003.
(Fundação Oscar Niemeyer, 2003). ..........................................................................194
Ilustração 304 - Pavilhão Serpentine Gallery Oscar Niemeyer, Londres 2003. (Hobson,
2015b). .....................................................................................................................194
Ilustração 305 - Pavilhão Serpentine Gallery Oscar Niemeyer, Londres 2003. (Hobson,
2015b). .....................................................................................................................194
Ilustração 306 - Pavilhão Serpentine Gallery Oscar Niemeyer, Londres 2003. (Hobson,
2015b). .....................................................................................................................194
Ilustração 307 - Corte Pavilhão Serpentine Gallery MVRDV, Londres 2004. (Hobson,
2015c). .....................................................................................................................195
Ilustração 308 - Render Pavilhão Serpentine Gallery MVRDV, Londres 2004. (Hobson,
2015c). .....................................................................................................................196
Ilustração 309 - Render Pavilhão Serpentine Gallery MVRDV, Londres 2004. (Hobson,
2015c). .....................................................................................................................196
Ilustração 310 - Pavilhão Serpentine Gallery Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de
Moura, Londres 2005. (Hobson, 2015d). ..................................................................197
Ilustração 311 - Pavilhão Serpentine Gallery Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de
Moura, Londres 2005. (Hobson, 2015d). ..................................................................197
Ilustração 312 - Pavilhão Serpentine Gallery Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de
Moura, Londres 2005. (Madsen, 2014). ....................................................................197
Ilustração 313 - Pavilhão Serpentine Gallery Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de
Moura, Londres 2005. (Hobson, 2015d). ..................................................................197
Ilustração 314 - Pavilhão Serpentine Gallery Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de
Moura, Londres 2005. (Hobson, 2015d). ..................................................................197
Ilustração 315 - Pavilhão Serpentine Gallery Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de
Moura, Londres 2005. (Hobson, 2015d). ..................................................................197
Ilustração 316 - Pavilhão Serpentine Gallery Rem Koolhaas, Londres 2006. (Ho bson,
2016). .......................................................................................................................198
Ilustração 317 - Pavilhão Serpentine Gallery Rem Koolhaas, Londres 2006. (Hobson,
2016). .......................................................................................................................198
Ilustração 318 - Pavilhão Serpentine Gallery Rem Koolhaas, Londres 2006. (Hobson,
2016). .......................................................................................................................198
Ilustração 319 - Pavilhão Serpentine Gallery Rem Koolhaas, Londres 2006. (Hobson,
2016). .......................................................................................................................198
Ilustração 320 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson, Londres 2007. (Eliasson,
2007). .......................................................................................................................199
Ilustração 321 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson, Londres 2007. (Eliasson,
2007). .......................................................................................................................199
Ilustração 322 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson, Londres 2007. (Eliasson,
2007). .......................................................................................................................199
Ilustração 323 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson, Londres 2007. (Eliasson,
2007). .......................................................................................................................199
Ilustração 324 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson, Londres 2007. (Eliasson,
2007). .......................................................................................................................200
Ilustração 325 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson, Londres 2007. (Fairs,
2007). .......................................................................................................................200
Ilustração 326 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson, Londres 2007. (Fairs,
2007). .......................................................................................................................200
Ilustração 327 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson, Londres 2007. (Fairs,
2007). .......................................................................................................................200
Ilustração 328 – Zaha Hadid, Estrutura/Pavilhão de festa da Serpentine Gallery,
Londres 2007. (Zaha Hadid Architects, 2007). ..........................................................200
Ilustração 329 – Zaha Hadid, Estrutura/Pavilhão de festa da Serpentine Gallery,
Londres 2007. (Zaha Hadid Architects, 2007). ..........................................................200
Ilustração 330 – Zaha Hadid, Estrutura/Pavilhão de festa da Serpentine Gallery,
Londres 2007. (Zaha Hadid Architects, 2007). ..........................................................200
Ilustração 331 – Pavilhão Serpentine Gallery Frank Ghery, Londres 2008. (Hobson,
2016a). .....................................................................................................................201
Ilustração 332 – Pavilhão Serpentine Gallery Frank Ghery, Londres 2008. (Hobson,
2016a). .....................................................................................................................202
Ilustração 333 – Pavilhão Serpentine Gallery Frank Ghery, Londres 2008. (Hobson,
2016a). .....................................................................................................................202
Ilustração 334 – Pavilhão Serpentine Gallery Frank Ghery, Londres 2008. (Hobson,
2016a). .....................................................................................................................202
Ilustração 335 – Pavilhão Serpentine Gallery Frank Ghery, Londres 2008. (Hobson,
2016a). .....................................................................................................................202
Ilustração 336 – Pavilhão Serpentine Gallery SANAA, Londres 2009. (Basulto, 2009).
.................................................................................................................................203
Ilustração 337 – Pavilhão Serpentine Gallery SANAA, Londres 2009. (Basulto, 2009).
.................................................................................................................................203
Ilustração 338 – Pavilhão Serpentine Gallery SANAA, Londres 2009. (Basulto, 2009).
.................................................................................................................................203
Ilustração 339 – Pavilhão Serpentine Gallery SANAA, Londres 2009. (Hobson, 2016b).
.................................................................................................................................203
Ilustração 340 – Pavilhão Serpentine Gallery Jean Nouvel, Londres 2010. (Turner,
2010). .......................................................................................................................204
Ilustração 341 – Pavilhão Serpentine Gallery Jean Nouvel, Londres 2010. (Hobson,
2016c). .....................................................................................................................204
Ilustração 342 – Pavilhão Serpentine Gallery Jean Nouvel, Londres 2010. (Hobson,
2016c). .....................................................................................................................204
Ilustração 343 – Pavilhão Serpentine Gallery Jean Nouvel, Londres 2010. (Hobson,
2016c). .....................................................................................................................204
Ilustração 344 – Pavilhão Serpentine Gallery Jean Nouvel, Londres 2010. (Hobson,
2016c). .....................................................................................................................204
Ilustração 345 – Pavilhão Serpentine Gallery Jean Nouvel, Londres 2010. (Hobson,
2016c). .....................................................................................................................204
Ilustração 346 – Pavilhão Serpentine Gallery Peter Zumthor, Londres 2011. (Basulto,
2011). .......................................................................................................................206
Ilustração 347 – Pavilhão Serpentine Gallery Peter Zumthor, Londres 2011. (Basulto,
2011). .......................................................................................................................206
Ilustração 348 – Pavilhão Serpentine Gallery Peter Zumthor, Londres 2011. (Basulto,
2011). .......................................................................................................................206
Ilustração 349 – Pavilhão Serpentine Gallery Peter Zumthor, Londres 2011. (Basulto,
2011). .......................................................................................................................206
Ilustração 350 – Planta Cobertura Pavilhão Serpentine Gallery Herzog & De Meuron e
Ai Weiwei, Londres 2012. (Basulto, 2012). ...............................................................207
Ilustração 351 – Planta Pavilhão Serpentine Gallery Peter Herzog & De Meuron e Ai
Weiwei, Londres 2012. (Basulto, 2012). ...................................................................207
Ilustração 352 – Pavilhão Serpentine Gallery Herzog & De Meuron e Ai Weiwei,
Londres 2012. (Frearson, 2012a). ............................................................................208
Ilustração 353 – Pavilhão Serpentine Gallery Herzog & De Meuron e Ai Weiwei,
Londres 2012. (Portilla, 2012)...................................................................................208
Ilustração 354 – Pavilhão Serpentine Gallery Herzog & De Meuron e Ai Weiwei,
Londres 2012. (Portilla, 2012)...................................................................................208
Ilustração 355 – Pavilhão Serpentine Gallery Herzog & De Meuron e Ai Weiwei,
Londres 2012. (Portilla, 2012)...................................................................................208
Ilustração 356 – Pavilhão Serpentine Gallery Sou Fujimoto, Londres 2013. (Furuto,
2013). .......................................................................................................................208
Ilustração 357 – Pavilhão Serpentine Gallery Sou Fujimoto, Londres 2013. (Quintal,
2013). .......................................................................................................................208
Ilustração 358 – Pavilhão Serpentine Gallery Sou Fujimoto, Londres 2013. (Furuto,
2013). .......................................................................................................................209
Ilustração 359 – Pavilhão Serpentine Gallery Sou Fujimoto, Londres 2013. (Furuto,
2013). .......................................................................................................................209
Ilustração 360 – Pavilhão Serpentine Gallery Sou Fujimoto, Londres 2013. (Quintal,
2013). .......................................................................................................................209
Ilustração 361 – Pavilhão Serpentine Gallery Sou Fujimoto, Londres 2013. (Furuto,
2013). .......................................................................................................................209
Ilustração 362 – Pavilhão Serpentine Gallery Smiljan Radić, Londres 2014. (Stott,
2014). .......................................................................................................................210
Ilustração 363 – Pavilhão Serpentine Gallery Smiljan Radić, Londres 201 4. (Stott,
2014). .......................................................................................................................210
Ilustração 364 – Pavilhão Serpentine Gallery Smiljan Radić, Londres 2014. (Stott,
2014). .......................................................................................................................210
Ilustração 365 – Pavilhão Serpentine Gallery Smiljan Radić, Londres 2014. (Stott,
2014). .......................................................................................................................210
Ilustração 366 – Pavilhão Serpentine Gallery Smiljan Radić, Londres 2014. (Stott,
2014). .......................................................................................................................210
Ilustração 367 – Pavilhão Serpentine Gallery Smiljan Radić, Londres 2014. (Stott,
2014). .......................................................................................................................210
Ilustração 368 – Pavilhão Serpentine Gallery SelgasCano, Londres 2015. (Basulto,
2015). .......................................................................................................................211
Ilustração 369 – Pavilhão Serpentine Gallery SelgasCano, Londres 2015. (Basulto,
2015). .......................................................................................................................211
Ilustração 370 – Pavilhão Serpentine Gallery SelgasCano, Londres 2015. (Frearson,
2015). .......................................................................................................................211
Ilustração 371 – Pavilhão Serpentine Gallery SelgasCano, Londres 2015. (Basulto,
2015). .......................................................................................................................212
Ilustração 372 – Pavilhão Serpentine Gallery SelgasCano, Londres 2015. (Basulto,
2015). .......................................................................................................................212
Ilustração 373 – Pavilhão Serpentine Gallery SelgasCano, Londres 2015. (asulto,
2015). .......................................................................................................................212
Ilustração 374 – Pavilhão Serpentine Gallery SelgasCano, L ondres 2015. (Basulto,
2015). .......................................................................................................................212
Ilustração 375 – BusStopSymbiosis, Porto 2010. (Jordana, 2010). ...........................214
Ilustração 376 – Frozen Trees, Lisboa 2011. (Furuto, 2012a). ..................................214
Ilustração 377 – Party Animal, Lisboa 2011. (Likearchitects, 2011). ..........................214
Ilustração 378 – Party Animal, Lisboa 2011. (Likearchitects, 2011). ..........................214
Ilustração 379 – Fountain Hacks, Guimarães 2012. (LIKEarchitects, 2015a). ...........214
Ilustração 380 – Fountain Hacks, Guimarães 2012. (LIKEarchitects, 2015a). ...........214
Ilustração 381 – Fountain Hacks, Guimarães 2012. (). .............................................214
Ilustração 382 – Shell.ter Pavilion, Vila Nova de Cerveira 2012. (Furuto, 2012b). .....214
Ilustração 383 – Shell.ter Pavilion, Vila Nova de Cerveira 2012. (Furuto, 2012b). .....214
Ilustração 384 – Constell.ation, Lisboa 2013. (Castro, 2014). ...................................214
Ilustração 385 – Constell.ation, Lisboa 2013. (Castro, 2014). ...................................214
Ilustração 386 – playLAND, Paredes de Coura 2014. (Likearchitects, 2014). ............214
Ilustração 387 – playLAND, Paredes de Coura 2014. (Likearchitects, 2014). ............214
Ilustração 388 – Constel.ation II, Amesterdão 2014. (Ilustração nossa, 2014)...........214
Ilustração 389 – Constel.ation II, Amesterdão 2014. (Ilustração nossa, 2014)...........214
Ilustração 390 – Tripod, Porto 2015. (LIKEarchitects, 2016a). ..................................215
Ilustração 391 – Tripod, Porto 2015. (LIKEarchitects, 2016a). ..................................215
Ilustração 392 – Localização a partir de orto -fotomapa. ([Adaptado a partir de:] Apple
Inc., 2016) ................................................................................................................215
Ilustração 393 – Planta da Localização, Porto 2008. ([Adaptado a partir de:] Aguiar;
Otto, 2010). ..............................................................................................................215
Ilustração 394 – Temporary Bar e bares envolventes, Porto 2008. (Aguiar; Otto, 2010).
.................................................................................................................................216
Ilustração 395 – Temporary Bar e bares envolventes, Porto 2008. (Aguiar; Otto, 2010).
.................................................................................................................................216
Ilustração 396 – Temporary Bar e bares envolventes, vista nocturna, Porto 2008.
(Aguiar; Otto, 2010). .................................................................................................216
Ilustração 397 – Temporary Bar, Porto 2008. (Aguiar; Otto, 2010). ...........................216
Ilustração 398 – Painel do concurso, Temporary Bar, Porto 2008. (Anastasiadi, 2010).
.................................................................................................................................218
Ilustração 399 – Temporary Bar, vista diurna e nocturna, Porto 2008. (Aguiar; Otto,
2010). .......................................................................................................................218
Ilustração 400 – Esquema da construção modular, Temporary Bar, Porto 2008.
(Aguiar; Otto, 2010). .................................................................................................218
Ilustração 401 – Planta e Corte, Temporary Bar, Porto 2008. (Aguiar; Otto, 2010)....219
Ilustração 402 – Planta Temporary Bar, verificando-se a planta quadrada de 3x3m.
([Adaptado a partir de:] Aguiar; Otto, 2010). .............................................................220
Ilustração 403 – Corte Temporary Bar, verificando-se o enquadramento do rectângulo
raiz-de-três (√3) na proporção da altura do bar. ([Adaptado a partir de:] Aguiar; Otto,
2010). .......................................................................................................................220
Ilustração 404 – Planta Temporary Bar, largura das caixas. ([Adaptado a partir de:]
Aguiar; Otto, 2010). ..................................................................................................221
Ilustração 405 – Corte Temporary Bar, altura das caixas, largura e altura total de cada
modulo. ([Adaptado a partir de:] Aguiar; Otto, 2010). ................................................221
Ilustração 406 – Esquema construtivo e de materiais necessário para a construção dos
módulos do Temporary Bar. (Aguiar; Otto, 2010). .....................................................222
Ilustração 407 – Esquema dos quatro tipos de módulos existentes no Temporary Bar.
([Adaptado a partir de:] Aguiar; Otto, 2010). .............................................................222
Ilustração 408 – Módulo 4x3 Temporary Bar, verificando -se o enquadramento do duplo
quadrado na proporção da altura com o comprimento do módulo. ([Adaptado a partir
de:] Aguiar; Otto, 2010). ...........................................................................................223
Ilustração 409 – Módulo 3x3 Temporary Bar, verificando -se o enquadramento do
rectângulo raiz-de-três (√3) na proporção da altura com o comprimento do módulo.
([Adaptado a partir de:] Aguiar; Otto, 2010). .............................................................223
Ilustração 410 – Módulo 2x3 Temporary Bar, verificando -se o enquadramento do
quadrado na proporção da altura com o comprimento do módulo. ([Adaptado a partir
de:] Aguiar; Otto, 2010). ...........................................................................................223
Ilustração 411 – Módulo 1x3 Temporary Bar, verificando-se o enquadramento do duplo
quadrado na proporção da altura com o comprimento do módulo. ([Adaptado a partir
de:] Aguiar; Otto, 2010). ...........................................................................................223
Ilustração 412 – Abertura da Porta Temporary Bar. ([Adaptado a partir de:] Aguiar;
Otto, 2010). ..............................................................................................................224
Ilustração 413 – Abertura janela balcão Temporary Bar. ([Adaptado a partir de:] Aguiar;
Otto, 2010). ..............................................................................................................224
Ilustração 414 – Localização a partir de orto -fotomapa. ([Adaptado a partir de:] Apple
Inc., 2016). ...............................................................................................................224
Ilustração 415 – Localização e eixos viários de acesso a partir de orto -fotomapa.
([Adaptado a partir de:] Apple Inc., 2016). ................................................................224
Ilustração 416 – Planta Centro Comercial Colombo, com localização de acessos e
percursos até à praça central por acessos pedonais exteriores. ([Adaptado a partir de:]
Sonae Sierra, 2016). ................................................................................................225
Ilustração 417 – Planta Cobertura, localização Andy Warhol Tempora ry Museum,
Lisboa 2013. (LIKEarchitects, 2013). ........................................................................225
Ilustração 418 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013. (LIKEarchitects,
2013). .......................................................................................................................227
Ilustração 419 – Planta Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013.
(LIKEarchitects, 2013). .............................................................................................227
Ilustração 420 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013. (LIKEarchitects,
2013). .......................................................................................................................227
Ilustração 421 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013. (LIKEarchitects,
2013). .......................................................................................................................227
Ilustração 422 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013. (LIKEarchitects,
2013). .......................................................................................................................228
Ilustração 423 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013. (LIKEarchitects,
2013). .......................................................................................................................228
Ilustração 424 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013. (LIKEarchitects,
2013). .......................................................................................................................228
Ilustração 425 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013. (LIKEarchitects,
2013). .......................................................................................................................228
Ilustração 426 – Planta museu, com dimensões exteriores. ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2013). ..............................................................................................229
Ilustração 427 – Fachadas museu, com dimensões. ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2013). ..............................................................................................229
Ilustração 428 – Corte museu, com dimensões. ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects,
2013). .......................................................................................................................229
Ilustração 429 – Planta museu, verificando-se a sucessão de salas e as diferentes
formas existentes. ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013). ............................230
Ilustração 430 – Planta museu, verificando-se o enquadramento do rectângulo raiz-de-
três (√3) na proporção do comprimento da sala. ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects,
2013). .......................................................................................................................231
Ilustração 431 – Planta museu, verificando-se o enquadramento de um quadrado.
([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013)...........................................................231
Ilustração 432 – Planta museu, verificando-se o enquadramento do rectângulo raiz-de-
cinco (√5) na proporção do comprimento da sala. ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2013). ..............................................................................................231
Ilustração 433 – Planta museu, verificando-se o enquadramento do rectângulo raiz-de-
três (√3) na proporção do comprimento da sala. ([Adaptado a partir de:] LIKEarchit ects,
2013). .......................................................................................................................231
Ilustração 434 – Fachadas museu, verificando-se a inscrição do rectângulo.
([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013)...........................................................232
Ilustração 435 – Fachada museu, verificando-se o enquadramento do rectângulo raiz-
de-treze (√13) na proporção do comprimento da fachada. ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2013). ..............................................................................................232
Ilustração 436 – Fachada museu, verificando-se o enquadramento do rectângulo raiz-
de-vinte e um (√21) na proporção do comprimento da fachada. ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2013). ..............................................................................................232
Ilustração 437 – Porta de entrada do museu, verificando -se a proporção altura com a
largura e o enquadramento do rectângulo raiz-de-dois (√2) na proporção da altura.
([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013)...........................................................232
Ilustração 438 – Pormenor Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013.
(LIKEarchitects, 2013). .............................................................................................234
Ilustração 439 – Montagem Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013.
([Adaptado a partir de:] Heap, 2013). ........................................................................234
Ilustração 440 – Montagem Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013.
([Adaptado a partir de:] Heap, 2013). ........................................................................234
Ilustração 441 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013. (LIKEarchitects,
2013). .......................................................................................................................236
Ilustração 442 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013. (LIKEarchitects,
2013). .......................................................................................................................236
Ilustração 443 – Montagem Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013.
([Adaptado a partir de:] Heap, 2013). ........................................................................236
Ilustração 444 – Localização a partir de orto -fotomapa. ([Adaptado a partir de:] Apple
Inc., 2016). ...............................................................................................................237
Ilustração 445 – Localização e eixos viários de acesso a partir de orto -fotomapa.
([Adaptado a partir de:] Apple Inc., 2016). ................................................................237
Ilustração 446 – Planta Centro Comercial Colombo, com localização de acessos e
percursos até à praça central por acessos pedonais exteriores. ([Adaptado a partir de:]
Sonae Sierra, 2016). ................................................................................................237
Ilustração 447 – Planta Cobertura, localização wonderWALL, Lisboa 2014.
(LIKEarchitects, 2015b). ...........................................................................................237
Ilustração 448 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects, 2015b). .....................239
Ilustração 449 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects, 2015b). .....................239
Ilustração 450 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects, 2015b). .....................239
Ilustração 451 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects, 2015b). .....................239
Ilustração 452 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects, 2015b). .....................240
Ilustração 453 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects, 20 15b). .....................240
Ilustração 454 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects, 2015b). .....................240
Ilustração 455 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects, 2015b). .....................240
Ilustração 456 – Planta wonderWALL, Lisboa 2014. ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2015b). ............................................................................................241
Ilustração 457 – Fachada wonderWALL, Lisboa 2014. ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2015b). ............................................................................................241
Ilustração 458 – Corte wonderWALL, Lisboa 2014. ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2015b). ............................................................................................241
Ilustração 459 – Corte pormenorizado wonderWALL, Lisboa 2014. ([Adaptado a partir
de:] LIKEarchitects, 2015b). .....................................................................................241
Ilustração 460 – Planta wonderWALL, verificando-se a circunferência da planta.
([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2015b).........................................................242
Ilustração 461 – Planta wonderWALL, verificando-se o círculo interior, área útil.
([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2015b).........................................................242
Ilustração 462 – Fachada wonderWALL, verificando-se o enquadramento do
rectângulo raiz-de-doze (√12) na proporção do diâmetro com a altura. ([Adaptado a
partir de:] LIKEarchitects, 2015b)..............................................................................242
Ilustração 463 – Detalhes construtivos, wonderWALL. (LIKEarchitects, 2015b). .......243
Ilustração 464 – Planta wonderWALL, marcação das vigas. ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2015b). ............................................................................................244
Ilustração 465 – Montagem wonderWALL, Lisboa 2014. (Powell, 2015). ..................244
Ilustração 466 – Montagem wonderWALL, Lisboa 2014. (Powell, 2015). ..................244
Ilustração 467 – Montagem wonderWALL, Lisboa 2014. (Powell, 2015). ..................244
Ilustração 468 – Montagem wonderWALL, Lisboa 2014. (Powell, 2015). ..................244
Ilustração 469 – Localização a partir de orto -fotomapa. ([Adaptado a partir de:] Apple
Inc., 2016). ...............................................................................................................245
Ilustração 470 – Localização e eixos viários de acesso a partir de orto -fotomapa.
([Adaptado a partir de:] Apple Inc., 2016). ................................................................245
Ilustração 471 – Planta Centro Comercial Colombo, com localização de acessos e
percursos até à praça central por acessos pedonais exteriores. ([Adaptado a partir de:]
Sonae Sierra, 2016). ................................................................................................246
Ilustração 472 – Planta Cobertura, localização Salvador Dalí Temporary Museum,
Lisboa 2015. (Stevens, 2015). ..................................................................................246
Ilustração 473 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (Ilustração nossa,
2015). .......................................................................................................................247
Ilustração 474 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (LIKEarchitects,
2016b). .....................................................................................................................247
Ilustração 475 – Planta Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (Stevens,
2015). .......................................................................................................................247
Ilustração 476 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (LIKEarchitects,
2016b). .....................................................................................................................247
Ilustração 477 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (LIKEarchitects,
2016b). .....................................................................................................................249
Ilustração 478 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (Ilustração nossa,
2015). .......................................................................................................................249
Ilustração 479 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (LIKEarchitects,
2016b). .....................................................................................................................249
Ilustração 480– Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (LIKEarchitects,
2016b). .....................................................................................................................249
Ilustração 481 – Axonometria Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015.
(Stevens, 2015). .......................................................................................................250
Ilustração 482 – Planta Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. ([Adaptado a
partir de:] Stevens, 2015). ........................................................................................250
Ilustração 483 – Fachada Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. ([Adaptado
a partir de:] Stevens, 2015). .....................................................................................251
Ilustração 484 – Corte Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. ([Adaptado a
partir de:] Stevens, 2015). ........................................................................................251
Ilustração 485 – Axonometria museu antes da abertura de vãos. (Ilustração nossa,
2016). .......................................................................................................................251
Ilustração 486 – Axonometria museu com a abertura dos vãos. (Ilustração nossa,
2016). .......................................................................................................................251
Ilustração 487 – Planta Salvador Dalí Temporary Museum com marcação das três alas
temáticas. ([Adaptado a partir de:] Stevens, 2015)....................................................252
Ilustração 488 – Planta Salvador Dalí Temporary Museum com marcação das salas
interiors (planta quadrada). ([Adaptado a partir de:] Stevens, 2015) .........................252
Ilustração 489 – Planta museu, verificando-se a planta quadrada. ([Adaptado a partir
de:] Stevens, 2015). .................................................................................................252
Ilustração 490 – Planta museu, verificando-se o enquadramento do rectângulo raiz-de-
oito (√8) na proporção da largura com o comprimento das alas temáticas. ([Adaptado a
partir de:] Stevens, 2015). ........................................................................................252
Ilustração 491 – Fachada museu, verificando-se o enquadramento do rectângulo ra iz-
de-dezassete (√17) na proporção do comprimento da fachada. ([Adaptado a partir de:]
Stevens, 2015). ........................................................................................................253
Ilustração 492 – Fachada museu, verificando-se o enquadramento do rectângulo raiz-
de-dois (√2) na proporção da altura do vão central com a largura. ([Adaptado a partir
de:] Stevens, 2015). .................................................................................................253
Ilustração 493 – Corte museu, verificando-se o enquadramento do rectângulo raiz-de-
oito (√8) na proporção da altura dos vãos dos topos e interiores com a largura.
([Adaptado a partir de:] Stevens, 2015). ...................................................................253
Ilustração 494 – Corte em detalhe Salvador Dalí Temporary Museum. ([Adaptado a
partir de:] Stevens, 2015). ........................................................................................254
Ilustração 495 – Axonometria Montagem museu, Lisboa 2015. ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2016b). ............................................................................................254
Ilustração 496 – Axonometria Montagem museu, Lisboa 2015. ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2016b). ............................................................................................254
Ilustração 497 – Axonometria Montagem museu, Lisboa 2015. ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2016b). ............................................................................................254
Ilustração 498 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (Ilustração nossa
2015). .......................................................................................................................255
Ilustração 499 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (Ilustração nossa
2015). .......................................................................................................................255
Ilustração 500 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (Ilustração nossa
2015). .......................................................................................................................255
Ilustração 501 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (Ilustração nossa
2015). .......................................................................................................................255
Ilustração 502 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015. (Ilustração nossa
2015). .......................................................................................................................255
Ilustração 503 – Pavilhão de Portugal, Paris 1867. (Pereira, 2000, p. 355). ..............303
Ilustração 504 – Pavilhão de Portugal, Viena 1873. (Souto, 2011. p. 143). ...............304
Ilustração 505 – Pavilhão de Portugal, Filadélfia 1876. (Souto, 2011. p. 143). ..........305
Ilustração 506 – Pavilhão de Portugal na Rue des Nations, Paris 1878. (Pereira, 2000,
p. 357). .....................................................................................................................305
Ilustração 507 – Pavilhão de Portugal, Interior da Rue des Nations, Paris 1878.
(Pereira, 2000, p. 356). .............................................................................................305
Ilustração 508– Pavilhão de Portugal na Rue des Nations, Paris 1878. (Pereira, 2000,
p. 357). .....................................................................................................................305
Ilustração 509 – Pavilhão das Colónias Portuguesas, Paris 1878. (Pereira, 2000, p.
358)..........................................................................................................................306
Ilustração 510 – Pavilhão de Portugal, Antuérpia 1885. (Pereira, 2000, p. 359). .......307
Ilustração 511 – Planos Pavilhão de Potugal rejeitado de Leidenfrost para Paris 1889.
(Nogueira, 2016). .....................................................................................................307
Ilustração 512 – Pavilhão de Portugal, Paris 1889. (Souto, 2011, p. 219). ................308
Ilustração 513 – Desenho de reprodução da entrada da Secção Portuguesa de Rafeal
Bordalo Pinheiro na Exposição Histórico -Americana em Madrid 1892. (Souto, 2011, p.
229)..........................................................................................................................309
Ilustração 514 – Pavilhão de Raul Lino para a Exposição Universal de Paris em 1900
na Rue des Nations. (Pereira, 2000, p.366). .............................................................311
Ilustração 515 – Pavilhão das Colónias Portuguesas, Paris 1900. (Pereira, 2000, p.
364)..........................................................................................................................311
Ilustração 516 – Reclame do Pavilhão das Colónias Portuguesas, Paris 1900. (Souto,
2011, p. 254). ...........................................................................................................311
Ilustração 517 – Pavilhão de Portugal na Rue des Nations de Miguel Ventura Terra,
Paris 1900. (Pereira, 2000, p. 366). ..........................................................................312
Ilustração 518 – Pavilhão de Portugal na Rue des Nations de Miguel Ventura Terra,
Paris 1900. (Souto, 2011 p. 255). .............................................................................312
Ilustração 519 – Pavilhão Portugês das Indústrias, Rio de Janeiro 1922. (Leite, 2015).
.................................................................................................................................313
Ilustração 520 – Pavilhão Portugês das Indústrias, Rio de Janeiro 1922. (Leite, 2015).
.................................................................................................................................313
Ilustração 521 – Pavilhão Portugês de Honra, Rio de Janeiro 1922. (Leite, 2015). ...314
Ilustração 522 – Pavilhão Portugês de Honra, Rio de Janeiro 1922. (Leite, 2015). ...314
Ilustração 523 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1929. (Figueiredo, 2010). .................315
Ilustração 524 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1929. (Figueiredo, 2010). .................315
Ilustração 525 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1929. (Figueiredo, 2010). .................316
Ilustração 526 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1929. (Figueiredo, 2010). .................316
Ilustração 527 – Pavilhões de Portugal, Paris 1931. (Figueiredo, 2010). ...................317
Ilustração 528 – Pavilhões de Portugal, Paris 1931. (Figueiredo, 2010). ...................317
Ilustração 529 – Pavilhões de Portugal, Paris 1931. (Figueiredo, 2010). ...................318
Ilustração 530 – Pavilhões de Portugal, Paris 1931. (Figueiredo, 2010). ...................318
Ilustração 531 – Pavilhão de Portugal, Bruxelas 1935. (Lemaire, 2016av). ...............319
Ilustração 532 – Pavilhão de Portugal, Paris 1937. (Figueiredo, 2010). ....................321
Ilustração 533 – Pavilhão de Portugal, Paris 1937. (Figueiredo, 2010). ....................321
Ilustração 534 – Pavilhão de Portugal, Paris 1937. (Figueiredo, 2010). ....................321
Ilustração 535 – Pavilhão de Portugal Fachada Virada para o Rio, Paris 1937. (Leite,
2011a). .....................................................................................................................322
Ilustração 536 – Pavilhão de Portugal Fachada Virada para o Rio, Paris 1937.
(Figueiredo, 2010). ...................................................................................................322
Ilustração 537 – Pavilhão de Portugal Fachada Lado Avenida, Paris 1937. (Figueiredo,
2010). .......................................................................................................................322
Ilustração 538 – Vestíbulo de Entrada do Pavilhão de Portugal, Paris 1937. (Leite,
2011a). .....................................................................................................................323
Ilustração 539 – Sala de Honra do Pavilhão de Portugal, Paris 1937. (Leite, 2011a).
.................................................................................................................................323
Ilustração 540 – Pavilhão de Portugal, Paris 1937. (Leite, 2011a). ...........................323
Ilustração 541 – Planta Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939. (Telmo, 1939, p. 324).
.................................................................................................................................324
Ilustração 542 – Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939. (Leite, 2014). ..................324
Ilustração 543 – Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939. (Figueiredo, 2010). .........324
Ilustração 544 – Hall de Entrada do Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939. (Telmo,
1939, p. 308). ...........................................................................................................325
Ilustração 545 – Hall de Entrada do Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939. (Telmo,
1939, p. 309). ...........................................................................................................325
Ilustração 546 – Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939. (Telmo, 1939, p. 323)......326
Ilustração 547 – Pavilhão de Portugal Alegoria O Mundo de Amanhã, Nova Iorque
1939. (Telmo, 1939, p. 323). ....................................................................................326
Ilustração 548 – Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939. (Figueiredo, 2010). .........326
Ilustração 549 – Pavilhão de Portugal Estátua da Raça, Nova Iorque 1939.
(Figueiredo, 2010). ...................................................................................................326
Ilustração 550 – Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939. (Telmo, 1939, p. 304)......327
Ilustração 551 – Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939. (Telmo, 1939, p. 305)......327
Ilustração 552 – Planta Pavilhão da Sala de Honra de Portugal no Hall das Nações,
Nova Iorque 1939. (Telmo, 1939, 328). ....................................................................328
Ilustração 553 – Pavilhão da Sala de Honra de Portugal no Hall das Nações, Nova
Iorque 1939. (Telmo, 1939, 328)...............................................................................328
Ilustração 554 – Sala de Honra de Portugal no Hall das Nações, Nova Iorque 1939.
(Telmo, 1939, 326). ..................................................................................................328
Ilustração 555 – Sala de Honra de Portugal no Hall das Nações, Nova Iorque 1939.
(Telmo, 1939, 327). ..................................................................................................328
Ilustração 556 – Planta Pavilhão Hall das Nações, São Francisco 1939. (Telmo, 1939,
p. 330). .....................................................................................................................329
Ilustração 557 – Pavilhão Hall das Nações, São Francisco 1939. (Telmo, 1939, p. 330).
.................................................................................................................................329
Ilustração 558 – Pavilhão Hall das Nações, São Francisco 1939. (Telmo, 1939, p. 330).
.................................................................................................................................329
Ilustração 559 – Planta Esquema expositivo Pavilhão de Portugal, Bruxelas 1958.
(Leite, 2011b). ..........................................................................................................331
Ilustração 560 – Planta Esquema expositivo Pavilhão de Portugal, Bruxelas 1958.
(Leite, 2011b). ..........................................................................................................331
Ilustração 561 – Pavilhão de Portugal, Bruxelas 1958. (Le ite, 2011b). ......................331
Ilustração 562 – Pavilhão de Portugal, Bruxelas 1958. (Leite, 2011b). ......................331
Ilustração 563 – Restaurante, Bruxelas 1958. (Leite, 2011b). ...................................331
Ilustração 564 – Pavilhão de Portugal, Bruxelas 1958. (Leite, 2011b). ......................332
Ilustração 565 – Pavilhão de Portugal, Bruxelas 1958. (Leite, 2011b). ......................332
Ilustração 566 – Pavilhão de Portugal, Bruxelas 1958. (Leite, 2011b). ......................332
Ilustração 567 – Pavilhão de Portugal, Osaka 1970. (Lemaire, 2016ax). ..................333
Ilustração 568 – Planta Pavilhão de Portugal, Sevilha 1992. (Contemporânea Lda,
s.d.a). .......................................................................................................................334
Ilustração 569 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1992. (Contemporânea Lda, s.d.b). ..334
Ilustração 570 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1992. (Contemporânea Lda, s.d.b). ..334
Ilustração 571 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1992. (Contemporânea Lda, s.d.b). ..334
Ilustração 572 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1992. (contemporânea Lda, s.d.b)....334
Ilustração 573 – Pavilhão de Portugal, Hannover 2000. (Afaconsult, 2013). .............335
Ilustração 574 – Pavilhão de Portugal, Hannover 2000. (Escada, 2015). ..................335
Ilustração 575 – Pavilhão de Portugal, Hannover 2000. (Associação Portuguesa da
Cortiça, 2015). ..........................................................................................................335
Ilustração 576 – Pavilhão de Portugal, Xangai 2010. (Bastos; Menezes, 2013). .......336
Ilustração 577 – Pavilhão de Portugal, Xangai 2010. (Jehmlich, 2010). ....................336
Ilustração 578 – Pavilhão de Portugal, Xangai 2010. (Jehmlich, 2010). ....................336
Ilustração 579 – Planta da Exposição industrial na Avenida da Liberdade, Lisboa 1888.
(Souto, 1997, p. 178). ...............................................................................................336
Ilustração 580 – Pavilhão Real, Exposição industrial na Avenida da Liberdade, Lisboa
1888. (Pereira, 2000, p. 360). ...................................................................................337
Ilustração 581 – Pavilhão da Exposição industrial na Avenida da Liberdade, Lisboa
1888. (Pereira, 2000, p. 372). ...................................................................................337
Ilustração 582 – Feira Franca na Avenida da Liberdade, Lisboa 1898. (Pereira, 2000,
p. 379). .....................................................................................................................338
Ilustração 583 – Pórtico de entrada da Exposição Caldas da Rainha, 1927. (Leite,
2011c). .....................................................................................................................339
Ilustração 584 - Pórtico de entrada da Exposição Caldas da Rainha, 1927. (Leite,
2011c). .....................................................................................................................339
Ilustração 585 – Expositor da Companhia Industrial Portuguesa, Caldas da Rainha
1927. (Leite, 2011c)..................................................................................................339
Ilustração 586 – Expositor Nestlé, Caldas da Rainha 1927. (Leite, 2011c)................339
Ilustração 587 - Expositor, Caldas da Rainha 1927. (Leite, 2011c). ..........................339
Ilustração 588 – Plano I Exposição Colonial Portuguesa, Porto 1934. (Figueiredo,
2014). .......................................................................................................................342
Ilustração 589 – Fachada Palácio de Cristal I Exposição Colonial Portuguesa, Porto
1934. (Figueiredo, 2014). .........................................................................................343
Ilustração 590 – Planta Palácio de Cristal I Exposição Colonial Portuguesa, Porto
1934. (Figueiredo, 2014). .........................................................................................343
Ilustração 591 – Interior Palácio de Cristal Nave Lateral, Porto 1934. (Figueiredo,
2014). .......................................................................................................................344
Ilustração 592 - Interior Palácio de Cristal Nave Central, Porto 1934. (Figueiredo,
2014). .......................................................................................................................344
Ilustração 593 - Interior Palácio de Cristal Nave Lateral, Porto 1934. (Figueiredo,
2014). .......................................................................................................................344
Ilustração 594 – Aldeia Guiné, Porto 1934. (Figueiredo, 2014). ................................345
Ilustração 595 – Aldeia Moçambique, Porto 1934. (Figueiredo, 2014).......................345
Ilustração 596 – Casa de Chá de Macau, Porto 1934. (Figueiredo, 2014).................345
Ilustração 597 – Exposição da Revolução Nacional, Lisboa 1936. (Leite, 2015). ......346
Ilustração 598 – Exposição-Feira de Angola, Luanda 1938. (Pomar, 2014a). ...........350
Ilustração 599 – Entrada Exposição Luanda 1938. (Pomar, 2014b). .........................350
Ilustração 600 – Avenida Principal Exposição Luanda 1938 . (Pomar, 2014b). ..........350
Ilustração 601 – Pavilhão de honra, Luanda 1938. (Pomar, 2014b). .........................351
Ilustração 602 – Pavilhão Caminhos de Ferro de Benguela, Luanda 1938. (Pomar,
2014b). .....................................................................................................................351
Ilustração 603 – Pavilhão Banco de Angola, Luanda 1938. (Pomar, 2014b). ............351
Ilustração 604 – Plano Exposição O Mundo Português, Lisboa 1940. (Leite, 2012). .353
Ilustração 605 - Exposição O Mundo Português panorâmica da Praça do Império,
Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006). ..........................................................353
Ilustração 606 - Exposição O Mundo Português Pavilhão de Honra e de Lisboa, Lisboa
1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006).......................................................................356
Ilustração 607 - Exposição O Mundo Português Pavilhão de Honra e de Lisboa, Lisboa
1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006).......................................................................356
Ilustração 608 - Exposição O Mundo Português Interior Pavilhão de Honra e de Lisboa,
Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006). ..........................................................356
Ilustração 609 - Exposição O Mundo Português Interior Pavilhão de Honra e de Lisboa,
Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006). ..........................................................356
Ilustração 610 – Exposição O Mundo Português Pavilhão Portugueses no Mundo,
Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006). ..........................................................357
Ilustração 611 – Exposição O Mundo Português Pavilhão Portugueses no Mundo,
Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006). ..........................................................357
Ilustração 612 – Exposição O Mundo Português Pavilhão Porta da Fundação, Lisboa
1940. (Leite, 2012). ..................................................................................................357
Ilustração 613 – Exposição O Mundo Português PEntrada Sul, Lisboa 1940. (Leite,
2012). .......................................................................................................................357
Ilustração 614 – Exposição O Mundo Português Arcos Ogivais Secção Histórica,
Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006). ..........................................................358
Ilustração 615 – Exposição O Mundo Português Cúpula dos Descobrimentos, Lisboa
1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006).......................................................................358
Ilustração 616 – Exposição O Mundo Português, Lisboa 1940. (Estúdio Horácio
Novais, 2006). ..........................................................................................................358
Ilustração 617 – Exposição O Mundo Português, Lisboa 1940. (Estúdio Horácio
Novais, 2006). ..........................................................................................................358
Ilustração 618 – Exposição O Mundo Português Pavilhão do Brasil, Lisboa 1940.
(Leite, 2012). ............................................................................................................358
Ilustração 619 – Exposição O Mundo Português Pavilhão do Brasil, Lisboa 1940.
(Leite, 2012). ............................................................................................................358
Ilustração 620 – Exposição O Mundo Português Secção das Aldeias Portuguesas,
Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006). ..........................................................359
Ilustração 621 – Exposição O Mundo Português Secção das Aldeias Portuguesas,
Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006). ..........................................................359
Ilustração 622 – Exposição O Mundo Português Jardim Colonial, Lisboa 1940. (Leite,
2012). .......................................................................................................................359
Ilustração 623 – Exposição O Mundo Português Jardim Colonial, Lisboa 1940. (Estúdio
Horácio Novais, 2006). .............................................................................................359
Ilustração 624 – Exposição O Mundo Português Jardim Colonial, Lisboa 1940. (Leite,
2012). .......................................................................................................................359
Ilustração 625 – Exposição O Mundo Português Jardim Colonial, Lisboa 1940. (E stúdio
Horácio Novais, 2006). .............................................................................................359
Ilustração 626 – Decoração da fachada da igreja de São Domingos, Lisboa 1858.
(Pereira, 2000, p. 333). .............................................................................................362
Ilustração 627 – Arco Rua do Ouro, entrada Terreiro do Paço , Lisboa 1858. (Nogueira
da Silva, 1858, p. 344). .............................................................................................362
Ilustração 628 - Arco Rua do Ouro, entrada Praça D. Pedro IV, Lisboa 1858. (Nogueira
da Silva, 1858, p. 345). .............................................................................................362
Ilustração 629 – Pavilhão para entrega das chaves da cidade a D.Luis I, Praça do
Comércio, Lisboa 1851. (Pereira, 2000, p. 346). .......................................................363
Ilustração 630 – Pavilhão de recepção de D. Maria Pia de Saboia, Praça do Comércio,
Lisboa 1862. (Pereira, 2000, p. 350). ........................................................................363
Ilustração 631 – Arco do Comércio, Largo do Corpo Santo, Lisboa 1862. (Pereira,
2000, p. 337). ...........................................................................................................364
Ilustração 632 – Arco do Concelho de Belém, Alcântara, Lisboa 1862. (Pereira, 2000,
p. 348). .....................................................................................................................364
Ilustração 633 – Pavilhão de honra do 3º centenário de Camões, Praça do Comércio,
Lisboa 1880. (Pereira, 2000, p. 373). ........................................................................365
Ilustração 634 – Iluminação Avenida da Liberdade, Lisboa 1903. (Pereira, 2000, p.
410)..........................................................................................................................366
Ilustração 635 – Coreto na visita de Afonso XIII, Lisboa 1903. (Pereira, 2000, p. 412).
.................................................................................................................................366
Ilustração 636 – Pavilhão de honra para Afonso XIII, Terreiro do Paço, Lisboa 1903.
(Pereira, 2000, p. 413). .............................................................................................366
Ilustração 637 – Pavilhão na visita de Eduardo VII, Terreiro do Paço, Lisboa 1903.
(Pereira, 2000, p. 414). .............................................................................................367
Ilustração 638 – Pavilhão na visita de Eduardo VII, Terreiro do Paço, Lisboa 1903.
(Pereira, 2000, p. 414). .............................................................................................367
L ISTA D E ABR EVIATU RA S, SIGLA S E A CRÓNIMOS
AEFAUP - Associação de Estudantes da Faculdade de Arquitectura na
Universidade do Porto
BIE - Bureau International des Expositions (Comité Internacional das
Exposições)
DDU - Dymaxion Deployment Unit
E.U.A. - Estados Unidos da América
MIT - Massachusetts Institute of Technology
MoMA - Museum of Modern Art (Museu de Arte Moderna, Nova Iorque)
PE - Pedro e Estefânia
SPN - Secretariado de Propaganda Nacional
SUMÁRIO
1. Introdução .............................................................................................................45
2. Evolução histórica da arquitectura efémera............................................................49
2.1. Meados do séc. XIX ........................................................................................49
2.1.1. Exposições universais ..............................................................................49
2.2. Séc. XX as novas preocupações .....................................................................78
2.2.1. Exposições universais ..............................................................................78
2.2.2. Outras manifestações efémeras .............................................................137
2.2.3. O caso do MoMA....................................................................................148
2.3. Séc. XXI a contemporaneidade .....................................................................163
2.3.1. Exposições universais ............................................................................163
2.3.2. Outras manifestações efémeras .............................................................169
2.3.3. O caso Serpentine Gallery Pavilion ........................................................189
3. LIKEarchitects® estudo de 4 projectos.................................................................213
3.1. Temporary Bar ..............................................................................................215
3.2. Andy Warhol Temporary Museum .................................................................224
3.3. wonderWALL ................................................................................................236
3.4. Salvador Dalí Temporary Museum ................................................................245
4. Considerações finais............................................................................................257
Referências ..............................................................................................................261
Apêndices ................................................................................................................297
Lista de apêndices................................................................................................299
Apêndice A .......................................................................................................301
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 45
1. INTRODUÇÃO
Desde o início do percurso académico, que os projectos de arquitectura efémera
despertam interesse, pela sua audácia e por serem respostas eficazes a programas
muito específicos. Tornando-se assim uma área de interesse, apresentando-se este
trabalho como um estudo de uma arquitectu ra que tem o seu tempo contado.
A arquitectura efémera existe desde que o Homem é Homem, apareceu da
necessidade básica deste criar um abrigo, na caverna encontrou o primeiro abrigo,
mas existiam uma série de desconfortos como refere Marc-Antoine Laugier “Allí se
encuentra en tinieblas, respira un aire malsano y sale de allí resuelto a suplir mediante
su destreza las desatenciones y negligencias de la naturaleza.” (1753, p. 22).
Mediante estes desconfortos o Homem sai da caverna e inicia -se na arte de criar um
abrigo que o retire da escuridão e que o abrigue sem ter de o suportar. Cria assim o
abrigo.
“Algunas ramas caídas en el bosque constituyen los materiales aptos para su desígnio.
Elige entre ellas cuatro de las más fuertes, las hinca perpendicularmente y las dispone
en un cuadrado, sobre las mismas coloca otras atravessadas y sobre éstas dispone
otras inclinadas a ambos lados y confluyentes en una punta. Esta espécie de techo es
cubierto con hojas lo suficiente apretadas de modo que ni el sol ni la lluvia puedan
atraversalo, y he aqui al hombre alojado.” (Laugier, 1753, p. 22).
Nasce assim o primeiro abrigo edificado pelo homem.
Este abrigo tem sido associado ao nomadismo e a tendas que no início eram feitas
com peles animais. A arquitectura efémera ainda hoje é associada aos primórd ios do
homem e tem evidenciado o nomadismo, continuando a ter repercussões até aos
nossos dias através das peregrinações, festivais etc. Desde a época medieval até
hoje, tornou-se numa arquitectura que pontua e assinalava momentos de glória e
festivos. Contudo há que evidenciar que sempre foi, e continua a ser um, “palco” de
experimentações arquitectónicas para uma arquitectura perene, e tem acompanhado
paralelamente a sociedade.
O efémero, Segundo Manuel Gausa é “Acción o acontecimiento cuya duración es, en
primera instância, de un solo día. Por extensíon, fenómeno, presencia o fabricación
breve, fugaz, impermanente o inestable: de corta duración.” (s.d., p. 182). Querendo
assim dizer que a arquitectura efémera é uma arquitectura impermanente, em que o
início e o fim está pré-datado. Podendo durar um dia, semanas ou meses mas sempre
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 46
algo com uma data de término traçada, e consequentemente um desaparecimento que
apenas deixa rasto na memória de quem a presenciou.
Esta arquitectura é caracterizada maioritar iamente pelo emprego de materiais
incomuns/pobres, dado o seu curto tempo de vida e para uma maior facilidade de
concepção e economia de meios. Na contemporaneidade tem a sua mais variada
maneira de se manifestar, sendo como espaços expositivos (pavilhões), palcos de
espectáculos (festivais), colóquios etc. e ainda hoje serve como resposta de abrigo
quer em festivais, peregrinações ou em resposta a catástrofes naturais. “A obra
efémera é assim uma acção espacio-temporal, ou seja, é ela mesma a representação
da sua presença: “Tem lugar num aqui, e o seu tempo é um agora”” (Ventosa, 2010).
Com isto surge a questão crucial da presente dissertação: como evoluiu a
arquitectura efémera até aos dias de hoje, de que modo moldou o pensamento
arquitectónico ao longos dos séculos estudados.
A investigação na presente dissertação, assenta na procura de dados bibliográficos e
fontes gráficas, de maneira a apresentar de modo descritivo os factos.
Pretende-se com esta investigação estudar a evolução histórica da arquitectura
efémera, o contexto para a qual era usada , e formar um contraponto e consenso da
evolução, com o estudo de quatro obras da marca LIKEarchitects®, como peças de
arquitectura efémera contemporânea nacional.
LIKEarchitects® era uma marca de arquitectura, que cessou actividade em 2015.
Tinha como práctica as arquitecturas efémeras mas não só, também acontecimentos
espontâneos que eram propostos, tendo em conta o clima sócio-económico, e como
meio de reactivar o espaço público com o propósito de aumentar as experiências
espaciai. Nestas eram empregues materiais do dia a dia e fora do contexto habitual,
são essas estratégias que aqui vão ser estudadas.
A presente dissertação, encontra-se dividida em duas partes, na primeira será
estudada e contextualizada a evolução da arquitectura efémera desde a primeira
exposição internacional até aos dias de hoje, casos de arquitectura efémera feitos no
MoMA e os Pavilhões da Serpentine Gallery . Na segunda parte será feita uma leitura
crítica da estratégia e do projecto de quatro obras da marca LIKEarchitects®.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 47
A narrativa da presente dissertação é iniciada com um enquadramento histórico da
arquitectura efémera, base fundamental de modo a perceber todas as evoluções quer
técnicas quer projectuais até aos dias de hoje. Este capítulo encontra-se dividido em
três subcapítulos.
No primeiro subcapítulo são abordadas as primeiras exposições universais no séc.
XIX, iniciando mais concretamente em 1851 data da primeira exposição universal, e
demonstrando como a revolução industrial teve influência nesta ve rtente da
arquitectura, em virtude de esta servir como uma base demonstrativa dos avanços
técnicos da altura.
No segundo subcapítulo é tratada, e contextualizada, a evolução da arquitectura
efémera no séc. XX, demonstrando as preocupações da altura e soluções de como
esta servia também para mostrar o novo pensamento arquitectónico para além dos
avanços técnicos.
No terceiro subcapítulo surge o estudo desta arquitectura no séc. XXI, desde o início
até aos dias de hoje, dando casos concretos de como esta arquitectura é hoje
concebida e pensada, mas nunca deixando de ser um palco de experimentações para
a arquitectura perene.
No segundo capítulo é composto por um estudo de quatro projectos de arquitectura
efémera, da marca LIKEarchitects®, examinando as estratégias adoptadas para cada
projecto, e de como, a sua breve vida, se possa ter tornado em algo que se perpetua
nas memórias de quem os presenciou.
Em primeiro será estudado o projecto Temporary Bar (2008), como o nome indica, um
bar temporário concebido para a semana académica do Porto.
Em segundo The Andy Warhol Temporary Museum (2013), um espaço expositivo
temporário para expor, como o nome indica, obras do artista Andy Warhol num centro
comercial.
Em terceiro wonderWALL (2014), espaço expositivo desenhado para acolher a
instalação de luzes “The Pool” da artista Jen Lewis.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 48
Em quarto Salvador Dalí Temporary Museum (2015), espaço expositivo para a
exposição de aguarelas de Salvador Dalí inspiradas na obra de Dant e Alighieri “A
divina comédia”.
Em apêndice encontra-se, a evolução da arquitectura e fémera portuguesa, em
primeiro os pavilhões de Portugal nas Exposições Universais, em segundo exposições
industriais e históricas que usaram arquitecturas efémeras e por último outros tipos de
manifestações de arquitectura efémera como festas régias e recepções de
personalidades importantes no país. Considerou-se oportuno excluir e passar esta
parte para apêndice, porque se considerou que a mesma não seria relevante no
contexto dos casos de estudo.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 49
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ARQUITECTURA EFÉMERA
A arquitectura efémera sempre esteve presente e acompanhou a sociedade e a
arquitectura de génese perene. A reflexão da arquitectura efém era e arte efémera é
um estudo de um evento em específico, devido à particularidade de cada evento
requerer o seu simbolismo e mensagem a transmitir à população.
É falar do perecível, do que já não existe, do que só pode ser conhecido por registo,
em segunda mão. É também lembrar estruturas e decorações preferencialmente
realizadas a partir da utilização de materiais pobres, rapidamente construídas para
prover uma utilização concreta e imediata. É mergulhar num universo cénico onde o
trompe l’oeil impera. (Leal, 2000, p.329)
2.1. MEADOS DO SÉC . XIX
2.1.1. EXPOSIÇÕES UNIVERSAIS
A par de celebrações de festas reais, em Londres, em 1851, realizou-se a primeira
Exposição Universal, sendo apenas possível devido à revolução industrial e aos
engenhos usados nas festas reais.
O emprego do ferro como material de construção vem do ultimo quartel do séc. XVIII
(V. Louis, no Teatro Francês de Paris 1786) e tornou-se frequente nas primeiras
décadas de oitocentos, em estruturas de galerias cobertas […], estufas […], mercados
[…], estações de caminho de ferro[… ] (França, 2006, p. 107)
A revolução industrial iniciou-se nos finais do séc. XVIII motivando várias alterações na
cidade como era conhecida , devido ao aumento demográfico , ao incremento de
produção industrial e à mecanização dos sistemas de produção,
proporcionando/obrigando à cidade a uma grande melhoria das infraestruturas,
garantindo uma maior higiene e salubridade.
La industrialización es una de las respuestas posibles al incremento de población, y
depende de la capacidad de intervenir eficazmente sobre las relaciones de producción,
al objeto de adaptarlas a las nuevas exigencias. (Benevolo, 1999, p. 18)
Com a revolução industrial vem também uma mudança da técnica construtiva, os
materiais de construção tradicional são trabalhados de modo mais racional e o
comércio destes é mais liberal. Unem-se a estes, novos materiais como o ferro e o
vidro que, apesar de já empregues em menor quantidade, sofreram um incremento na
sua produção com a chegada da revolução, “sólo a partir de esta época los progresos
técnicos permiten extender sus aplicaciones, al introducir conceptos totalmente nuevos
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 50
en la técnica constructiva.” (Benevolo, 1999, p. 31). Como exemplo relevante do
emprego de ferro antes da revolução apresenta-se a cobertura do Teatro Francês de
Bordéus de Victor Louis1 em 1786, e só apenas no final do século é que “En Inglaterra
tienen lugar los avances decisivos, q ue permiten, a fines del siglo, aumentar la
producción de hierro hasta el nivel necesario para las nuevas exigencias.” (Benevolo,
1999, p. 31).
Até à primeira Exposição Universal em Londres, no ano de 1851, a aplicação do ferro
era já bastante difundida. Enquanto o uso do ferro é generalizado, adopta -se também
o uso para os edifícios “columnas y vigas de este material forman el esqueleto de
muchos edificios industriales” (Benevolo, 1999, p. 32). A aplicação nestes tipos de
edifícios deve-se ao seu carácter não inflamável e à capacidade que apresenta para
alcançar grandes vãos, mantendo a estruturas relativamente leves. Estas aplicações
do ferro só foram possíveis devido ao desenvolvimento da indústria metalúrgica. O
emprego do ferro vê assim a sua maior expansão no séc. XIX, quer a nível de
métodos de aplicação, quer na sua difusão pelos vários países. Também usado na
cobertura do mercado de Madeleine em França (1824).
O aumento da produção do vidro e a evolução da técnica de produção d o mesmo veio
também possibilitar uma maior oferta e maior amplitude de aplicação “en 1806 está
capacitada para producir hojas de vidrio hasta 2,50 X 1,70 metros.” (Benevolo, 1999,
p. 39). Com o aumento da produção e o aumento do consumo do vidro, o preço
diminui e universaliza-se o seu uso. Começam-se assim a experimentar novos modos
de aplicação e associação deste com o ferro “asociando el vidrio al hierro para obtener
cubiertas translúcidas.” (Benevolo, 1999, p. 39).
Começam também a aparecer as coberturas envid raçadas como é o exemplo das
Galerias d’Orléans do Palais Royal de Percier2 e Fontaine3, em estufas/jardins de
1 Victor Louis (1731-1800) foi um arquitecto francês, em 1755 ganha o prémio de Roma, mudando -se
para Itália em 1756 para estudar onde permaneceu até 1759. Após ter ofendido o Director da Academia
muda-se para a Polónia onde permanece até 1765, ano em que retorna a França, e começam a ser -lhe
encomendadas obras, como o Grand-Théâtre de Bordéus, seguindo-se a este outras obras. 2 Charles Percier (1764-1838) arquitecto e decorador francês, nasceu em Paris. Foi discípulo de Antoine-
François Peyre e de David Leroy. As obras do arquitecto aparecem sempre juntamente com o arquitecto
Fontaine, o qual foi seu colaborador durante 30 anos. Em 1786 ganhou o Pr émio de Roma, no portfólio
consta uma vasta obra de residências em Roma, Itália. Para além de arquitectura desenhava também
móveis. Foi o principal criador do estilo Imperial na França. 3 Pierre-François-Léonard Fontaine (1762-1853) foi um arquitecto e decorador francês, nascido em
Pontoise, França. Formou-se na escola de Joseph Peyre, tendo vivido em Itália pelo seu interesse em
arqueologia. Durante 30 anos colaborou com Charles Percier com o qual contribuiu para a criaç ão do
estilo Imperial. Das obras destaca-se a Chapelle Expiatoire no cemitério de la Madeleine, em Paris, onde
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 51
Inverno como o Jardin des Plantes em Paris em 1833 e em estações de caminho de
ferro.
As primeiras Exposições Universais, surgem devido à revolução industrial e com a
abertura das barreiras aduaneiras abrindo -se assim uma possibilidade de comércio
internacional, reflectindo a relação entre produtores e consumidores, de maneira a
haver comparação e mostra de produtos a nível mundial. “Coube à Inglaterra vitoriana,
industrial e livre-cambista, tomar a iniciativa de organizar o primeiro certame mundial.”
(Martins; Souto, 2000, p. 353). Anteriormente já existiam exposições mas de carácter
nacional, cada país organizava uma exposição nac ional onde apenas produtores
nacionais participavam, como é o caso da “Première Exposition des Produits de
l’Industrie Française”, em 1798, realizada no Champ de Mars em Paris.
A ideia das Exposições Universais surge em 1850, quando se cria a primeira
Exposição Universal, a “Great Exhibition of the Works of the Industries of All Nations ”.
Procedendo-se a um concurso para um edifício com sede no Hyde Park em Londres.
Com um total de 245 projectos participantes, destaca-se como vencedor o francês
Horeau4 com um pavilhão de ferro e vidro, mas, contudo, nenhum dos projectos
propostos em concurso, mesmo o do vencedor, eram viáveis, sendo caracterizados
por grandes estruturas de elementos não recuperáveis/reutilizáveis depois da sua
desmontagem. Posto isto o comité organizador da exposição elabora o projecto do
pavilhão que vem a servir o primeiro certame, deste carácter universal, convidando
várias empresas de construção para fornecer um orçamento e sugerir eventuais
mudanças no projecto.
É aqui que aparece Joseph Paxton5, “Paxton se asocia con los contratistas Fox y
Henderson y presenta su proyecto al concurso de contrata, como si fuera una variante
del proyecto del Comité.” (Benevolo, 1999, p. 129). Contudo o projecto apresentado
por Paxton é arriscado devido às grandes quantidades de ferro, vidro e madeira ,
repousam os restos mortais do Rei Louis XVI e da Rainha Marie-Antoinette e a escadaria da ala
Montpensier. Acabando por morrer em Paris. 4 Hector Horeau (1801-1872) arquitecto francês, nascido em Versalhes e fa leceu em Paris, formou-se na
escola de Belas-Artes de Paris. É conhecido principalmente pelos estudos feitos ao longo da vida sobre
estruturas e a aplicação de ferro e vidro na arquitectura. Com isto o arquitecto era um dos mais solicitados
para executar projectos com estes materiais. 5 Joseph Paxton (1803-1865) nasceu em Bedfordshire, Reino Unido e faleceu em Sydenham. Não era
formado em arquitectura nem em engenharia, mas levou a cabo experiências da aplicação do ferro e do
vidro em estufas, tendo construído e projectado entre 1836 e 1840 o Jardim de Inverno de Chatsworth.
Mas foi com o Crystal Palace da Exposição de Londres em 1851 que se tornou famoso. Após este Paxton
foi nomeado membro do parlamento, e começou a interessar-se por urbanismo, concebendo o plano da
Great Victorian Way em 1855.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 52
encarecendo o projecto devido ao preço destes materiais. Previa-se uma economia de
meios no projecto do pavilhão da exposição que dependia de vários factores “ la
prefabricación total, la rapidez del mon taje, la posibilidad de recuperación y la
experiencia técnica que Paxton adquirió en la construcción de invernaderos.”
(Benevolo, 1999, p. 131).
Assim nasce o Palácio de Cristal da primeira Exposição Universal, designado deste
modo pelas suas dimensões, e construção inteiramente em ferro, vidro e madeira.
Para J. Ruskin6, surge com o Palácio de Cristal “Un orden arquitectónico enteramente
nuevo, que produce los efectos más maravillosos y admirables con medios de
inalcanzable habilidad técnica acaba de nacer para la realización de un edificio .”
(Benevolo, 1999, p.131), isto porque surge com ele uma nova construção em que a luz
é tida como um novo material de construção . Sendo este espaço completamente
revestido de vidro, das paredes à cobertura, a luz, com o surgimento do palácio de
cristal, segundo Rui Barreiros Duarte7 “[...] é o elemento dominante, factor que tinha
tido aplicação nas estufas, uma vez que as paredes são desreificadas, acusando -se a
estrutura como lógica construtiva modular.” (1992, p. 27).
O Palácio de Cristal suscitou na altura admiração por entre os visitantes e críticos da
época, não pelo material usado nem pela técnica, pois já era empregue noutras
construções como os jardins de Inverno e estações de caminho de ferro, suscitou
admiração sim pelas dimensões do edifício, “la mirada se pierde de una perspectiva
sin fin que desaparece en el horizonte.” (Benevolo, 1999, p. 134). O palácio era de tal
dimensão que era impossível ver o edifício todo num só olhar e a dimensão dos
elementos arquitectónicos, em comparação com os elementos de outros edifícios com
a mesma técnica construtiva e material, eram superiores.
A sua planta em cruz, com área de 243840m2, tinha 564m de comprimento mas uma
nave principal de apenas 21m de largura com uma cobertura em arco que , como
Giedion refere, “was less than that of many med ieval buildings.” (1982, p. 251).
6 John Ruskin (1819-1900) foi um crítico de arte britânico, nascido e falecido em Londres. Ruskin foi uma
grande influência na sociedade Victoriana, tendo sido ele um dos grandes impuls ionadores do
Reviva lismo Gótico e um grande propagandista das artes. Providenciou ainda a inspiração para a criação
do movimento Arts and Crafts. Em vida editou vários livros, onde se destaca a obra Sete Lâmpadas da
Arquitectura editado em 1848. 7 Rui Barreiros Duarte (1948-) Arquitecto Português, estudou na Escola Superior de Belas -Artes de
Lisboa em 1973. É Doutorado pela Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa em 1993 com a
tese A Arquitectura do Efémero. Com a sua social foi autor do projecto de ampliação da Faculdade de
Direito de Lisboa (2000-2001), da Biblioteca do Instituto Superior de Agronomia (2000). É ainda autor de
livros como: Arquitectura, Representação e Psicanálise (2012), O voo da fénix (2008).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 53
Ilustração 1 – Palácio de Cristal, exter ior, Londres 1851. (Merin,
2013).
Ilustração 2 - Palácio de Cristal, inter ior, Londres 1851 . (Merin,
2013).
Ilustração 3 – Planta Palácio de Cristal, Londres 1851. (Merin,
2013).
Ilustração 4 – Esquissos de Joseph Paxton .
([Adaptado a partir de:] Merin, 2013).
O palácio de cristal de Paxton teve uma grande importância devido “a la nueva
relación que establece entre los medios técnicos y las finalidades representativas y
expresivas” (Benevolo , 1999, p. 131), foi também o primeiro edifício de grande
dimensão a ser construído inteiramente através de elementos pré-fabricados,
começando a contribuir para o surgimento de um novo pensamento , tendo este
servido de pavilhão para uma amostra industrial internacional numa época em que “as
invenções mecânicas e as máquinas estavam a permitir a aceleração da mudança.”
(Duarte, 1992, p. 28). Com ele surgem também as primeiras ruas cobertas, onde as
pessoas podem entrar, percorrer e ver os produtos, estando sempre num único
espaço fechado.
Com o fim da exposição o palácio foi desmontado e novamente erguido em
Sydenham, Londres, num local idealizado pelo próprio Paxton, onde permaneceu até
ao incêndio que o destruiu em 1937.
Dois anos mais tarde em 1853 a cidade de Nova Iorque acolheria este tipo de
certame, construindo a sua exposição no Brynt Park, num pavilhão semelhante ao que
anteriormente fora erguido em Londres, em 1851. A espectacularidade do Palácio de
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 54
Cristal fora tanta que havia a necessidade de o reproduzir, um modelo a seguir ao
longo dos tempos, sempre tentando ultrapassá-lo.
Ilustração 5 – Palácio de Cristal, Nova Iorque 1853. (Sinclair, 1854).
Desde 1798 que França organizava exposições, de carácter nacional, propondo-se a
uma exposição universal apenas a partir de 1849, proposta pelo Ministro do Comércio
da altura. A exposição desse ano, ao contrário do habitual carácter nacional, seria uma
exposição universal. Sem, no entanto, nunca se ter procedido a tal, pois as câmaras
do comércio de França não quiseram abrir as fronteiras aduaneiras e do comércio
nesse ano. Sendo só em 1855 que finalmente a cidade de Paris organizou a sua
primeira Exposição Universal, a “Exposition Universelle des Produits de l’Industrie”,
segunda a nível mundial. Promovida por Napoleão III com o objectivo de “consolidar el
prestigio del Imperio y para mostrar los progressos de la industria francesa ” (Benevolo,
1999, p. 135) que na altura entrava em preparação para competir com a industria
estrangeira, determinando que fosse construído um único edifício para albergar toda a
exposição.
Os Campos Elísios foram o palco para receber o grande pavilhão para a realização
deste certame internacional localizado perto da margem direita do rio Sena. Chamado
de Palais de L’industrie, com projecto do arquitecto J. M. V. Viel8 e cobertura de Alexis
Barrault9, este pavilhão não fora, à semelhança do de Londres, construído todo em
ferro e vidro, não estando a industria francesa preparada e evoluída na época para dar
8 Jean-Marie-Victor Viel (1796-1863) foi um arquitecto francês, que ficou conhecido pela construção do
Palácio da Indústria na Exposição Universal de Paris em 1855. 9 Alexis Barrault (1812-1867) foi um engenheiro francês, que ficou conhecido pela construção do Palác io
da Indústria na Exposição Universal de Paris em 1855, em colaboração com o arquitecto Jean -Marie-
Victor Viel.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 55
resposta a tais exigências. Inicialmente fora proposto, em 1852, por Fr. A. Cendrier10 e
Alexis Barrault, um pavilhão grande completamente feito de ferro e vidro , como o
Palácio de Cristal em Londres, a ideia acabou abandonada devido à falta de
capacidade de resposta da indústria do país. Decidindo-se então “cubrir el edifício con
un revestimento de fábrica limitando el hierro a la cobertura de la sala;” (Benevolo,
1999, p. 135). Este palácio estendia-se ao longo do rio Sena, tendo sido erguido no
seguimento deste a Galerie des Machines, uma galeria dedicada à mostra das
máquinas industriais feitas na época. Devido à grande afluência de expositores
inscritos houve a necessidade de se estender a exposição para esta galeria, tendo
como ponto de conexão a Rotonde du Panorama, um edifício de 1838.
O Palais de L’industrie organizava-se numa planta rectangular, com uma galeria
central de grande pé direito e uma largura de 48m e, à semelhança do Palácio de
cristal de Londres, um arco como cobertura abobadada em toda a sua extensão. O
que constituía na época a maior área abobadada construída em ferro e vidro, sem
suportes centrais. Executada com vigas de ferro, com um comprimento total de 192m,
era ladeada por uma galeria de dois pisos suportada por pilares de ferro fundido. A
galeria central ligava-se à Galeria das Máquinas, que tinha uma extensão de 1200m e
altura de 17m, apoiando-se em 400 pilares de ferro que se iam repetindo ao longo da
sua extensão. Este pavilhão para a altura fora um retrocesso do que já fora feito em
Londres não sendo inteiramente feito de ferro e vidro, apenas a sua cobertura era
composta por estes materiais. As paredes exteriores foram erguidas em alvenaria de
pedra, fazendo da entrada principal um grande arco triunfal.
Ilustração 6 – Palais de L’ industrie, Paris 1855 . (Tholozany,
2011).
Ilustração 7 – Planta do Palais de L’ industrie, Paris 1855 .
(Tholozany, 2011).
10 François Alexis Cendrier (1803-1893) foi um arquitecto francês, nascido e falecido em Paris. Formou-
se na Escola de Belas-Artes de Paris, foi o arquitecto chefe da Companhia de Caminhos de Ferro de
Paris a Lyon e da Companhia de Caminhos de Ferro de Paris a Orleães. Tendo sido o responsável pela
construção da Gare de Lyon em Paris. Foi também o autor de muitas outras gares de caminho de ferro
em França como a de Dijon e Fontainebleau et Sens.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 56
O Palais de L’industrie , erguido para a exposição de 1855 , continuaria a ser usado nas
seguintes exposições universais bem como para festas cívicas, militares e cerimónias
públicas em França. Tendo assim, a partir do ano 1855, “all the great exhibitions, all
those that had any historical importance, were held in France.” (Giedion, 1982, p. 255),
até ao ano de 1900, quando o palácio é destruído para dar lugar ao Grand Palais,
“During this period, as in Gothic times, France was the scene of the most audacious
constructions.” (Giedion, 1982, p. 255).
Paris 1855 dá réplica com um Palácio das Belas-Artes que ambiciona a nada menos do
que equiparar-se ao Palácio das Máquinas, deixando bem claros pontos de vista
contrários: a pintura, a arte por excelência, reencontra aí o seu lugar dominante.
Importa, acima de tudo, preservar a afirmação dos valores estéticos tradicionais no seio
da sociedade materialista. Atitude de algum preconceito da França que não deixa, no
entanto, de tornar patente o seu desejo de supremacia nacional [...](Galopin, 1997, p.
21)
Em 1862 Londres organiza novamente uma Exposição Universal , tendo sido
projectado um pavilhão novo que veio substituir o já desmantelado Palácio de Cristal ,
na altura já reerguido em Sydenham. O Palácio de Kesington, projectado pelo
engenheiro Francis Fowke11, ocupava uma área de 6,5 hectares e fora rodeado por
jardins, albergando nesta exposição 37 países. Acontece assim a última exposição
universal promovida por Inglaterra, a partir deste ano, e deste ponto em diante os
Ingleses decidiram começar a focar-se na cultura, dedicando-se à museologia, criando
museus permanentes dedicados à ciência e à industria.
Deram assim lugar para que a França se apoderasse, e pudesse dar continuidade a
estes certames mundiais, fazendo-o de modo esplêndido, como anteriormente
referido, que todas as Exposições Universais de maior relevo e importância histórica
aconteceram em França, nomeadamente em Paris.
Portugal organizou a sua primeira Exposição U niversal, no ano de 1865. Por iniciativa
do rei D. Pedro V, tinham já acontecido exposições de carácter nacional, na cidade do
Porto anteriormente, em 1857, a primeira exposição agrícola , por iniciativa da
sociedade agrícola do Porto, fundada em 1852, em 1861, inaugurada pelo rei D. Pedro
V a grande exposição da indústria Portuguesa. E antes de falecer , numa visita ao
11 Francis Fowke (1823-1865) foi um engenheiro ing lês, Capitão do Corpo de Engenheiros Reais, tendo-
se formado na Royal Military Academy em Woolwich, Londres. Das obras sob a sua alçada destacam -se
o The Royal Albert Hall em Londres, o The Victorian and Albert Museum em Londres e o The Scottish
Museum em Edimburgo.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 57
Porto, o rei lança a primeira pedra do que viria a ser o Palá cio de Cristal daquela
cidade. Estas exposições e o Palácio de Cristal Portuense, deve m-se ao rei D. Pedro
V e às “lições tiradas de suas viagens ao estrangeiro” (Leitão, 1974, p. 52).
O grande pavilhão erguido no Porto, para a ocasião da Exposição Universal, fora
inaugurado a 18 de Setembro de 1865, pelo rei D. Luís I, devido ao seu irmão , o então
rei D. Pedro V, ter falecido. O Palácio de Cristal aparecera “anunciando uma nova
situação da economia nacional” (França, 1994, p. 28). Construído entre 1861-1865
com projecto do Inglês Th. Dillen Jones12, o edifício “prolongava o espírito neoclássico”
(França, 1994, p. 33), isto devido a ter o seu nome traduzido do inglê s e ter por base o
Crystal Palace de Londres.
O Palácio de Cristal Portuense tinha 187m de comprimento, 25m de largura, com uma
nave central de 19m de pé-direito com um arco de volta perfeita , feito em ferro e vidro,
o que representava uma “vitória do ferro, em Portugal” (França, 1994, p. 34). Duas
naves laterais, e duas galerias superiores em cima das naves laterais . Com dois
corpos laterais na fachada principal que eram rematados com dois torreões cada u m,
as paredes exteriores deste palácio, à semelhança com o Palais de L’industrie, eram
de alvenaria caiada e as cantarias em granito. A cobertura das naves era de ferro e
vidro, tal como a dos corpos laterias que era de duas águas.
[…] a planta geral do edifício, oblonga, com grande área de ocupação, com pavimento
térreo e galerias superiores. O rés -do-chão mostra um esquema racional de desenho e
circulações com uma nave central e duas naves laterais, articuladas estas com áreas
contíguas de serviços; as galerias desenvolvem -se ao longo das naves [...] com
escadas de acesso implantadas no primeiro terço da grande nave. [...] um corpo central
sobrelevado, correspondente à nave central, conformado por um arco de volta perfeita
e amplo janelão [...] sobre a cornija que remata superiormente as três portas, com arco
de volta perfeita, [...] Os dois corpos laterais, levemente recuados, desenvolvem -se em
dois pisos com uma teoria de portas e janelas de idênticas aberturas, [...] com varanda
corrida a meia altura, com guardas de ferro e (sobre) colunas do mesmo material. Um
jogo de torreões duplos remata lateralmente o alçado principal [...](Cardoso, 1994, p.
45)
12 Thomas Dillen Jones (?) foi um arquitecto inglês, após pesquisa não foram encontrados dados
biográficos do arquitecto.
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Rogério André Moreira Branco 58
Ilustração 8 – Palácio de Cristal, Porto 1865 . (Hermana, 2015).
Ilustração 9 – Palácio de Cristal, Porto 1865. (França, 1994, p.
38).
Ilustração 10 – Planta Exterior Palácio de Cristal, Porto 1865.
(França, 1994, p. 56).
Ilustração 11 – Plantas Palácio de Cristal, Porto 1865. (França,
1994, p. 76).
Este palácio na cidade do Porto foi mais tarde demolido, por causa dos elevados
custos de manutenção.
“Demolido em 1951-52, [...] (e como foram igualmente o Crystal Palace de Londres [...],
também com protestos inoperantes e inúteis arrependimentos póstumos), grave perda
sofreu com isso o património portuense e nacional.” (França , 1994, p. 36).
Este foi o primeiro certame deste tipo em Portugal, no séc. XIX, sendo o próximo 133
anos depois em Lisboa. A próxima Exposição Universal que se seguiu , depois do
Porto, foi em Paris em 1867, como anteriormente referido. Foi a França o país que
dinamizou este tipo de certames, depois de Inglaterra ter deixado de organizar estes
eventos.
Localizada no Champ de Mars, tendo como director da exposição, nomeado por
Napoleão III, o engenheiro e economista Frédéric Le Play 13. Foi ele também o
responsável por idealizar a primeira planta do palácio a ser construído, q ue fora
13 Pierre Guillaume Frédéric Le Play (1806-1882) era um economista e engenheiro francês, nasceu em
La Rivière, Normandia, França e faleceu em Paris. Para além de economista e engenheiro era também
um sociologista, tendo estudado as estruturas familiares e as condições operárias. Formou-se na Escola
Politécn ica Collège St. Louis e torna-se professor na Escola de Minas. Foi também o organizador das
Exposições Universais de Paris em 1855 e 1867.
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Rogério André Moreira Branco 59
primeiramente, circular mas devido ao local de implantação, houve uma mudança de
planos, construindo assim um palácio provisório com uma forma elíptica e de grandes
dimensões, o maior eixo tinha 490m e o menor 386m e que viria a ocupar a planície do
Champ de Mars.
Este palácio denominado de Palais du Champ de Mars, foi projectado pelo engenheiro
Jean Baptiste Krantz14 com o auxilio do arquitecto Leopold Hardy15 e por Gustave
Eiffel16 que fora contratado por Krantz para a construção.
Este Grand Palais, como acima referido, fora um pavilhão provisório, e de piso térreo.
Consistia numa sucessão de sete galerias concêntricas, a primeira que era a exterior,
era a Galerie des Machines destinada para a mostra das máquinas industr iais, era a
maior em extensão, largura e altura, atingindo uma largura de 35m e com um arco
como cobertura que atingia uma altura de 25m no ponto mais alto. As seguintes
galerias em direcção ao centro organizavam-se em mostra de vestuário, mobiliário e
materiais em bruto, belas artes, a história do trabalho (temática da exposição dada por
Le Play), e no centro “A palm garden with statues occupied the innermost ” (Giedion,
1982, p. 261), estas galerias iam aumentando de tamanho conforme se andava para a
exterior. Ao centro havia um pátio composto por um jardim como acima referido e com
um pavilhão onde estavam expostas moedas e unidades de medida. Pelas sete
galerias concêntricas foram rasgados 16 corredores transversais , “Transverse walks
divided this building into separate segments.” (Giedion, 1982, p. 261) delimitando
assim os países por sectores. Aí encontravam-se as secções dos 30 países que se
faziam representar, mostrando os seus produtos de acordo com a galeria onde se
encontravam, podendo o espectador visualizar os produtos e a ev olução de um
determinado país e comparar com os de outro que ocupavam o mesmo segmento “ a
spectator could trace without effort the developments within a single country and
compare them with the displays of other countries occupying adjacent segments.”
(Giedion, 1982, p. 261). Devido a cada galeria ter o seu tema e conter nele exposto os
14Jean Baptiste Krantz (1817-1899) foi um engenheiro francês, em 1870 dirigiu o serviço de navegação
do rio Sena, em 1871 foi eleito deputado e em 1875 foi eleito Senador. Participou na Exposição Universal
de 1878 como comissário geral. 15 Leopold Hardy (1829-1894) foi um arquitecto francês, conhecido pelo Pala is du Champ de Mars
construído para a Exposição Universal de Paris em 1878, foi também arquitecto diocesano do
departamento Meurthe-et-Moselle. 16 Gustave Eiffel (1832-1923) foi um engenheiro francês, formou-se na École Centrale de Arts et
Manufactures, terminou o curso em 1855. Dedica-se no início de carreira na construção de pontes de
ferro para caminhos de ferro. Em 1866 inicia a sua própria empresa de construção e engenha ria, com
uma vasta obra construiu em Portugal no Porto a Ponte Maria Pia entre 1875 e 1877, mas fica conhecido
pela construção da torre com o seu nome, a Torre Eiffel para a exposição Universa l de Paris em 1889 e
pela construção da Estátua da Liberdade, Nova Iorque inaugurada em 1886.
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Rogério André Moreira Branco 60
produtos de cada país representado, e ao facto de o pavilhão ser de forma elíptica,
considerou-se na altura que visitar cada galeria era como dar a volta ao mundo, onde
as nações inimigas coexistiam em paz num único lugar.
Ao permitir uma leitura temática e transnacional, a filosofia do projecto traduzia uma
manifesta vontade de concretizar uma exposição sistemática: o espaço arquitectónico
foi resultado e instrumento de uma estruturação enciclopédica que procurava classificar
a complexidade da realidade numa lista ordenada de tipologias. (Martins; Souto, 2000,
p. 354)
Como acima referido a galeria das máquinas era a maior e mais larga, era feita
inteiramente de ferro e vidro, com as medidas acima referidas, suportada por pilares
que se estendiam para além da altura do arco, tinham 28m de altura os pilares. Estes
pilares estendiam-se para além da altura do arco de modo a que se pudesse erguer
sem suportes intermédios interiores, e sem fazer um arco com um perfil mais alto ,
suportando-o com auxilio de tirantes no exterior. Estes pilares foram na altura
considerados hediondos, e “an attempt was made to disguise them as flag poles .”
(Giedion, 1982, p. 261). Isto só foi possível com a arte e o engenho de Gustave Eiffel
que foi contratado para ajudar.
Ilustração 12 – Palais du Champ de Mars, perspectiva, Paris
1867. (Richmond, 2015?).
Ilustração 13 - Palais du Champ de Mars, corte e planta, Paris
1867. (Richmond, 2015?).
Ilustração 14 - Palais du Champ de Mars, Paris 1867 . (Richmond,
2015?).
Neste ano, a Exposição Universal consubstanciou um novo marco nestes certames,
com a criação de pavilhões de cada nação, “foi no parque envolvente do Palais du
Champ de Mars que nasceu um novo conceito com a criação de Pavilhões Nacionais”
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Rogério André Moreira Branco 61
(Souto, 2007, p. 203). Para se aceder ao grande pavilhão da exposição, tinha -se de
atravessar o parque envolvente, onde apareceram estes novos dispositivos, que
significavam um novo processo expositivo, a partir desse ano os pavilhões nacionais
tomaram uma grande importância, e seriam uma característica fundamental para as
futuras exposições até à contemporaneidade . A partir desta época estes “tornar-se-
iam em particular motivo de atracção e entusiasmo para os visitantes, a quem
ofereciam a ideia de museu do mundo.” (Martins; Souto, 2000, p. 354). Desde o
aparecimento dos pavilhões a parte industrial das exposições foi perdendo
protagonismo.
a indústria foi perdendo protagonismo nas grandes exposições universais, em favor da
arquitectura, e estes certames experimentaram e desenvolveram a noção Hegeliana
em que a arquitectura se apresenta como archè – origem e lei – das outras artes.
(Souto, 2007, p. 203)
Para além dos pavilhões nacionais o parque envolvente ao palácio tinha também
outras construções de carácter lúdico, tornando o parque como numa espécie de
parque de divertimentos para a época “Imperava no parque o ambiente próprio dos
recintos de diversão, onde o carácter sensacionalista oferecido ao visitante se
sobrepunha ao educativo” (Souto, 2007, p. 204). Estes pavilhões eram concebidos
tendo em conta arquitecturas nacionais, cada nação optou por estilos arq uitectónicos
historicistas, de modo a mostrarem aos visitantes e representarem o que de melhor
havia de cada nação “arquétipos de imagens facilmente reconhecíveis no exterior.”
(Martins; Souto, 2000, p. 354). Tornando assim as exposições locais onde se podia
acompanhar a evolução dos historicismos e eclectismos, que foram uma grande
característica da segunda metade do séc. XIX. Permitiam também reviver o passado e
serviam de laboratório para experimentarem novos materiais e modos de construção,
permitindo aos arquitectos novas manipulações. “Pela sua natureza efémera, os
arquitectos usufruíram nestes grandes certames de uma liberdade impensável noutras
manifestações arquitectónicas, o que lhes permitia um discurso mais desenvolto”
(Souto, 2007, p. 204).
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Ilustração 15 - Palais du Champ de Mars, Paris 1867 . (Richmond,
2015?).
Ilustração 16 - Palais du Champ de Mars, Paris 1867 . (Richmond,
2015).
O aparecimento dos pavilhões nacionais, veio reforçar a ideia de volta ao mundo que
era latente no palácio da exposição “Um museu vivo que colocava ao alcance de todos
uma visão panorâmica de várias arquitecturas do globo” (Souto, 2007, p. 204).
Finda a exposição de 1867, em Paris, foi o ano de Viena de Áustria, em 1873
organizar este tipo de certame. O sítio de implantação do pavilhão que receberia os
produtos para a mostra seria o Prater, um espaço muito maior que o Champ de Mars
em Paris. Conjugar num único lugar os produtos das várias nações era difícil, elações
tiradas da exposição anterior, foi então mandado construir um Palácio da Industria,
uma Galeria das Máquinas, Agricultura e Belas-Artes separados.
O Palácio da Industria , nesta mostra, tinha 907m de comprimento e 206 de largura, e
ocupava a parte central do Prater, com uma parte central circular de 102m de diâmetro
encimada por uma cúpula atingindo os 72m de altura, projectada pelo engenheiro
Inglês John Scott Russell17, era inteiramente feito de ferro e vidro e no topo com um
lanternim. O resto do palácio à semelhança com outras exposições era feito de
alvenaria, ferro e vidro, e a entrada principal com um arco triunfal.
A construção desta parte central, distribuía uma série de galerias paralelas que
estavam ligadas por arcadas ou pátios, e estas desembocavam para a parte central. A
Galeria das Máquinas situava-se paralelamente a norte do palácio e o Kunsthalle (a
Galeria das Belas-Artes) a Oeste. Na restante área do Prater, à semelhança da
exposição de Paris em 1867, foram edificados pavilhões nacionais, cafetarias,
restaurantes.
17 John Scott Russell (1808-1882) foi um engenheiro civil britân ico e arquitecto naval, conhecido por
estudos de construção naval. Estudou na Universidade de Glasgow em 1824, torna-se professor de
Filosofia em 1832 na Universidade de Edimburgo onde inicia um estudo sobre a natureza das ondas de
água e os seus efeitos nos cascos dos barcos. Em 1844 torna-se construtor de barcos em Londres.
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Ilustração 17 – Palácio da Indústria, V iena 1873 . (Old-Print,
1873).
Ilustração 18 - Palácio da Indústria, Viena 1873 . (MAK –
Österreichisches Museum für angewandte Kunst, 2013).
Em 1876 os Estados Unidos voltariam a receber este certame, desta vez na cidade de
Filadélfia. Esta Exposição Universal fora a provada em congresso em 1871, dando
tempo suficiente para eleger o local, e obter resposta das várias nações quanto às
suas representações. O ano fora escolhido por ser o ano em que se celebrava o
primeiro centenário da Independência Americana. O sítio escolhido para acolher esta
exposição foi o Fairmount Park, que na altura era o maior parque urbano no país. Em
1873 procedeu-se a um concurso para escolher o projecto para a implantação da
exposição, e, à semelhança do que sucedera em Londres em 1851, o projecto
vencedor foi considerado demasiado dispendioso. Coube ao Comité da exposição,
escolher um arquitecto para elaborar o plano geral e projecto da mostra. Aparece
assim o arquitecto Alemão, que estava emigrado naquele país, Hermann
Schwarzmann18 que para além do plano geral do parque, que tinha uma área total de
1150000m2 e deste 289000m2 era área coberta com um total de 249 edifícios,
projectou também 34 edifícios. Destes, os mais emblemáticos, eram o Memorial Hall
completamente feito de granito, não sendo uma peça efémera, serviria depois da
exposição como uma galeria de arte e o Horticultural Hall feito em ferro e vidro, estes
eram dois pavilhões dos cinco principa is que constituíam esta mostra.
O pavilhão principal era o Main Building, que se dedicava à exposição dos produtos da
indústria do país organizador e das nações representadas. Havendo também uma
galeria das maquinas o Machinery Hall, com a mostra das máquinas industriais,
apresentando assim as mais recentes maravilhas da tecnologia.
18 Hermann Schwarzmann (1846-1891) foi um arquitecto alemão, estudou na Real Academia M ilitar de
Munique, e emigrou para Filadélfia, E.U.A., em 1868. Em 1877 funda um escritório o Schwarzmann &
Kafka, com Hugo Kafka, parceria que durou pouco tempo. Mudou -se para Nova Iorque em 1881 onde
abre a firma H. J. Schwarzmann &Co. cessando actividade em 1888.
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Ilustração 19 – Main Building, Filadélfia 1876. (Bureau International des Expositions, 2016 ).
Passados 11 anos da ultima exposição, Paris volta a org anizar uma Exposição
Universal, 1878 foi o ano em que este certame voltou à cidade. Veio para mostrar ao
mundo que França tinha recuperado da guerra , que sofrera entretanto, e que o país
estava pronto a reassumir o “papel de potência civilizadora.” (Souto, 2007, p. 205).
Com isto as autoridades organizadoras, e devido à grande exp ectativa, e afluência da
ultima mostra em território nacional, consideraram que o Champ de Mars não era
suficientemente grande para albergar esta mostra. Estendendo-se assim o parque
desta exposição para a outra margem do rio Sena, para a colina de Chaillo t onde foi
erguido o que ficou conhecido por Palácio do Trocadéro, projectado por Gabriel
Davioud19 e Jules Bourdais20, e no Champ de Mars fora erguido um novo Palácio da
industria, abandonando a ideia de um palácio de forma elíptica “The elipsoidal shape
was abandoned because it had proved very difficult ” (Giedion, 1982, p. 265), pelas
mãos de Léopold Hardy.
19 Gabriel Davioud (1823-1881) foi um arquitecto francês, formou-se na Escola de Belas-Artes de Paris e
ganhou um Prémio de Roma. Foi o inspector geral das obras de arquitectura de P aris e colaborou com
Haussmann, com ele foi responsável pelo desenho do mobiliário urbano de Paris na reforma feita por
Haussmann. 20 Jules Bourdais (1835-1915) foi um arquitecto francês, estudou na École Centrale des Arts et
Manufactures de Paris em 1857. Para além do palácio do Trocadéro da Exposição Universal de Paris em
1878, desenhou também a igreja Saint-Pierre-ès-Liens em Nègrepelisse.
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Ilustração 20 – Panorama Exposição Universal 1878, Paris . (Dessapt, 2012).
O Palácio do Trocadéro foi pensado como uma estrutura permanente, para que
resistisse depois da exposição21. Foi feito inteiramente de alvenaria de pedra,
reservando assim a aplicação do ferro para a cobertura. Este era constituído por um
imenso volume central de fo rma oval, que tinha 2 torres, uma em cada lado, com uma
altura de 60m. Na cobertura existia uma cúpula que ocupava a parte central deste
volume e cobria uma sala de festas circular, com 50m de diâmetro, e poderia albergar
4500 espectadores estando disposta como um anfiteatro com 50m de altura. Este
volume central tinha também “una frondosa decoración eclética ” (Benevolo, 1999, p.
140), o que desde a sua conclusão sempre suscitou discórdias mesmo entre os mais
ávidos defensores do eclectismo. Do volume central surgiam duas colunatas, uma de
cada lado do volume, com uma forma curvilínea e tinham uma extensão de 400m,
apareciam “como gigantescos braços “protectores” dos pavilhões internacionais que
algumas nações mandaram edificar na colina do Trocadéro.” (Souto, 2007, p. 206).
Este lado do parque, que compunha a exposição, assumira uma menor dimensão
comparativamente ao que fora visto na exposição anterior, querendo evitar-se o
ambiente de feira que tivera . Deixava-se assim aquele lugar reservado para
restaurantes e um aquário , e reservava-se um lugar para as nações que quisessem
edificar um segundo pavilhão nacional. A zona dos pavilhões nacionais ficara
reservada para a outra secção da exposição no interior Palácio da Indústria.
21 Algo que não aconteceu pois 56 anos depois seria demolido para dar lugar ao que se pode ainda hoje
ver o Palais de Chaillot
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Ilustração 21 – Palácio do Trocadéro, Paris 1878. (University of California Press, 2004 ).
O Palácio da Indústria, como acima referido abandonara a ideia de tomar uma forma
oval, surge com uma forma rectangular de 706m de comprimento e 350m de largura,
ocupando quase a totalidade do Champ de Mars. Este fora concebido como uma
estrutura provisória, e era feito de ferro e vidro como já era habitual ver-se nestes
certames. Era composto por uma série de galerias paralelas que se estendiam
longitudinalmente, e estas eram ladeadas por outras quatro , de maior dimensão, que
compunham o perímetro do palácio, duas longitudinais/perpendiculares ao rio Sena
onde estavam as galerias das máquinas, e outras duas paralelas ao rio que
funcionavam como vestíbulos.
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Ilustração 22 – Palácio da Indústria, Paris 1878 . (Art Nouveau,
2012).
Ilustração 23 – Palácio da Indústria, Paris 1878 . (Quinet, 1879).
Ilustração 24– Plano da exposição universal de Paris 1878 . (Ferguson, 2008).
A Galeria das Máquinas fora de novo um dos lugares de maior inovação, quer ao nível
das máquinas expostas, quer ao da construção, que atingiu neste ano um novo feito.
Usando arcos de perfil ogival obra do engenheiro Henry De Dion 22. “The barrel vault
had disappeared. The gallery resembled in form the Hull of an overturned ship.”
(Giedion, 1982, p. 266). Este feito viera de um extenso estudo “of the tensile strength
of materials” (Giedion, 1982, p. 267) levado por De Dion. Estes arcos ogivais vieram
fazer com que não fosse preciso tirantes, como anteriormente, para suportar a
cobertura que tinha uma largura de 35m. Os estudos que Dion levou a cabo
determinou que nas galerias a cada 60m houvesse uma junta que permitiria a
contracção e dilatação, que é natural no ferro devido às variações de temperatura.
Every sixty meters along the ridge of the roof where the pairs of lattice columns met,
there was a complicated system of bolts set in oval holes which automatically provided
for the expansion and contraction of the whole skeleton. (Giedion, 1982, p. 268)
22 Henry De Dion (1828-1878) foi um engenheiro civil francês, responsável pela construção de diversas
pontes em ferro em Espanha, desenvolveu um estudo sobre a força tênsil dos materiais e foi professor de
Gustave Eiffel.
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A fachada do edifício fora na época também um feito audacioso, sendo que a metade
inferior era feita com painéis cerâmicos coloridos, e a parte superior era composta por
vitrais. Esta composição da fachada estava “recargada con decoraciones ecléticas, ya
que evita atribuir al hierro un carácter estilístico tradicional” (Benevolo, 1999, p. 138).
Esta fachada foi sem dúvida um repto para construções futuras, não só no séc. XIX
mas no séc. XX.
But if we carry our attention beyond the temporarily favoured shapes it embodied, we
shall find that the building exemplifies many constituent elements of architecture after
1900. The courage shown by the glass façade was an augury of the future . (Giedion,
1982, p. 266)
Os pavilhões nacionais desde 1867 que se torna ram presença habitual neste tipo de
certames, e, neste ano, não foram excepção. Mas como acima referido estaria
reservado no Palácio da Indústria no Champ de Mars o local para tais estruturas.
Tendo cada nação uma secção naquele pavilhão para edificar o se u próprio
testemunho arquitectónico nacional. Nasce assim a Rue des Nations. “A Rue des
Nations confirmava as reconstituições histórico-artísticas como um terreno dos mais
complexos em toda a história destas exposições” (Martins; Souto, 2000, p. 356). Esta
rua localizava-se no pátio central do Palácio da Indústria, e estendia -se por 600m, no
seu comprimento. Ali era possível ver uma sucessão aleatória de nações com as suas
respectivas expressões, criando assim “uma montagem ecléctica de sucessivas
fachadas, cada uma desenhada de acordo com a imagem estética pretendida por
cada nação” (Souto, 2007, p. 207). Produzindo assim um efeito de panorama, pois os
visitantes nesta rua tinham um panorama geral de países e continentes que estavam
reduzidos à carga simbólica da fachada, que era , na maioria, devido ao fruto de
ensaios e sínteses de vários monumentos emblemático s de cada nação.
Ilustração 25 – Rue des Nations, Paris 1878. (Tholozany, 2011).
Ilustração 26 - Rue des Nations, Paris 1878. (Art Nouveau, 2001).
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Rogério André Moreira Branco 69
Finda a exposição de 1878, as Exposições Universais multiplicam -se, devido ao
grande aparato que causam e ao estatuto que davam e representavam. A seguinte foi
em Sidney em 1879, depois Melbourne 1880 , nestas Portugal não se fez representar
devido a não haver verba financeira para tal investimento. Amesterdão apresenta-se
em 1883 e Portugal também não esteve presente pelo mesmo motivo .
Antuérpia seria a cidade seguinte a organizar o certame, depois de Amesterdão,
realizando-se em paralelo com uma Feira em Nova Iorque . Fora primeiramente
apresentada a proposta ao governo Belga em 1884 de iniciativa particular, por um
comité constituído por industriais e armadores da cidade de Antuérpia tendo sido
aprovada. O director do Comité Central da Exposição fora , o então Presidente do
Conselho de Ministros Belga, Auguste Beernaert23. A exposição teria a duração de
seis meses exactos, sendo inaugurada a 2 de Maio de 1885 pelo rei Leopoldo II, e
encerrada a 2 de Novembro do mesmo ano.
O sítio de implantação para este certame foi ao longo do rio Escaut e próximo da gare
do sul, ocupando uma área de total de 225000m 2. O palácio construído para receber o
certame tinha 325m de comprimento e 35m de largura. A fachada deste , segundo
descrições da época, não pertencia a estilo nenhum dando ideia de um monumento
indiano dominado por fantasia, o pórtico era encimado por uma esfera que
representava o mundo e tinha uma altura total de 66m, de cada lado tinha duas torres,
que tinham uma plataforma onde funcionavam dois faróis eléctricos. Este certame teve
a participação de 26 países, uma grande redução em relação a mostras anteriores.
Barcelona, Copenhaga e Bruxelas organizaram certames universais em paralelo, em
1888.
No ano de 1889, França celebrava o Centenário da Revolução (a toma da bastilha),
para além de organizar pela quarta vez uma Exposição Universal. Esta mostra foi um
dos maiores marcos feitos neste país, na cidade, e a de maior relevância na época
oitocentista, celebrando-se para além das artes e industria esse mesmo centenário. O
que fez com que muitas monarquias, que resistiram a esses tempos tempestuosos da
23 Auguste Beernaert (1829-1912) foi um jurista e político belga, estudou direito na Universidade de
Louvain, Bélgica, iniciando o curso em 1846 e terminando-o em 1851. Em Outubro de 1884 toma posse
como Ministro da Agricultura, Indústria e Obras Públicas. Após quatro meses no governo e devido a
resignações, o rei Leopoldo II nomeia Beernaert Primeiro Ministro e Ministro das Finanças. Beernaert
chefiaria assim o governo e o país por dez anos.
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Rogério André Moreira Branco 70
revolução francesa, não se fizessem representar oficialmente, estas foram feitas
através de iniciativas particulares.
Nesse ano o certame, para além de ocupar, como anteriormente o Champ de Mars e o
terreno do Trocadéro da exposição de 1878, estendeu -se através do Quai d’Orsay na
margem esquerda do rio Sena até à Esplanade des Invalides.
No Champ de Mars foi erguido um palácio com planta em U, e no extremo ao lado do
rio Sena a eixo com a ponte que dá ligação para os terrenos do Trocadéro foi erguida
o que se tornou o símbolo desta exposição e mais tarde da cidade a Torre Eiffel, e no
extremo oposto do Champ de Mars, a encimar o palácio, ficava a Galeria das
Máquinas. Estas duas construções, uma em cada ponta deste terreno, constituiram as
grandes inovações da arquitectura e engenharia feitas na época, e foram as obras de
maior envergadura, devido às dimensões e aos materiais aplicados, ferro e vidro,
também vieram apresentar novos problemas arquitectónicos.
Ilustração 27 – Plano Exposição Universal de Paris, 1889 . (Japan.
National Diet L ibrary, 1889).
Ilustração 28 – Perspectiva Exposição Universal de Paris
1889. (Ory, 2015).
O palácio como acima referido de planta em U, fora desenhado por J. Formigé24, que
albergava numa ala a exposição de Belas-Artes na oposta as artes liberais, estas alas
encontravam-se perpendicularmente ao rio, a unir estas duas alas estava a zona que
albergaria exibições gerais, consistindo numa série de galerias , esta secção estava
paralela ao rio, aparecendo na parte de trás a grande Galer ia das Máquinas.
There were two wings, one housing the beaux -arts, the other the arts liberaux, which
were joined together by a section devoted to general exhibits . The [...] Galerie des
24 Jean Camille Formigé (1845-1926) foi um arquitecto e pintor francês, formou-se na Escola Imperial de
Belas-Artes de Paris, como arquitecto foi o autor do projecto do Jardin des Serres d’Auteuil em Paris. Em
1920 torna-se membro da Academia das Belas-Artes de Paris.
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Rogério André Moreira Branco 71
Machines rose in the background to dominate the wole complex . (Giedion, 1982, p.
269)
O palácio tinha na entrada principal uma grande cúpula que era sobrecarregada de
decoração, e, à semelhança de mostras anteriores, era feita de ferro e vidro,
mostrando as inovações da construção até à época. Mas estas estariam mais
evidentes/latentes, nas outras duas estruturas erguidas naquele terreno do Champ de
Mars, a torre e a galeria das máquinas.
A galeria das máquinas teve como autor o arquitecto Ferdinand Dutert25, com o auxílio
do engenheiro Victor Contamin26. Dutert projectou uma estrutura de grande
envergadura, o Palais des Machines assim denominado, tinha uma largura de 115m
por 420m de comprimento, e os seus arcos ating iam uma altura de 45m. Constituíndo
o arco mais largo feito até à época, foram apenas precisos 20 arcos metálicos , sem
suportes intermédios em toda a extensão, para suportar toda a cobertura inteiramente
de vidro. Este feito foi possível pelo auxilio de Contamin e de Pierron e Charton, que
ajudaram Dutert a criar um sistema de treliças que suportasse a cobertura em toda a
extensão, feitas de aço e não em ferro, foi a primeira aplicação em grande escala do
aço na época. Estas treliças tinham 3 articulações de ferro uma no topo o ponto
central, e as outras duas na base. Permitindo assim os movimentos da estrutura e as
dilatações do material devido à térmica , inclusivé as da base que não era já
rigidamente conectada à fundação. Este sistema tinha já sido experimentado nas
estações de caminho de fe rro Alemãs. E fora influenciada por Gustave Eiffel, que
introduziu este tipo de estruturas nas suas pontes pênsil (entre elas a ponte D. Maria
Pia no Porto) e resultava do extenso estudo, que permitiu realizar o palácio da mostra
anterior naquela cidade, do engenheiro De Dion já falecido . Para o fecho das paredes
dos topos desta grande galeria das máquinas o arquitecto optou usar o vidro, fazendo
com que a galeria fosse uma extensão do espaço exterior e vice -versa e evidenciando
a estrutura. “But the glass end walls do not, strictly, close up the building; they
constitute only a thin transparent membrane between the interior and outer space .”
(Giedion, 1982, p. 270).
25 Ferdinand Dutert (1845-1906) foi um arquitecto francês, conhecido pelo projecto da Galeria das
Máquinas na Exposição Universal de Paris em 1889, em colaboração com Victor Contamin. 26 Victor Contamin (1840-1893) arquitecto e engenheiro francês, ficou conhecido por ter colaborado com
Ferdinand Dutert no projecto da Galeria das M áquinas na Exposição Universal de Paris em 1889.
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Rogério André Moreira Branco 72
Ilustração 29 – Palácio no Champ de Mars, Paris1889 . (National
Gallery of Art, 1889).
Ilustração 30 – Galeria das maquinas, Paris 1889 . (Janberg,
2015).
Ilustração 31 – Interior Galeria das Maquinas, Paris 1889 . (Brown
University Library Center for D igital Scholarship, 1889).
Ilustração 32 – Pormenor da Galeria das Maquinas, Paris 1889 .
(University of Pennsylvania , 1889).
O grande pavilhão que era a galeria das máquinas introduziu uma nova dimensão à
arquitectura pelo seu grande espaço vazio, revestido de luz. Este vazio fora ocupado
pelas máquinas industriais que também eram de grandes dimensões, para tal foi
concebido um sistema de pontes móveis, “It transported spectators over the length of
the immense hall and enabled them to inspect all the machinery [...] which was
displayed on the floor below .” (Giedion, 1982, p. 269), que se deslocavam em toda a
extensão da galeria para transportar os visitantes e dar a estes uma nova perspectiva
de visão das máquinas.
Esta medida no fue tomada únicamente por necesidades de circulación, sino que
influye en el carácter del ambiente, como puede juzgarse por los grabados y fotografías
de la época; de hecho, la amplitud del vacío queda animada y reducida a la escala
humana, no por la configuración de las paredes, sino por los objetos y por las personas
en movimiento que en él se hallan, y sólo es comprensible con relación a éstos. [...] el
visitante no juzga ya el conjunto de la sala como un ambiente cerrado, sino como un
ambiente ilim itado, definido por un ritmo repetido que se pierde de vista, como las
calles de Haussmann. (Benevolo, 1999, p. 146).
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Rogério André Moreira Branco 73
Esta galeria seria mais tarde demolida em 1910, apenas sobrevivendo a to rre erguida
para a celebração do mesmo certame , pensada para mais tarde ser também demolida.
Mas sobreviveu ao tempo, tornando-se o mais importante símbolo do certame, e do
triunfo da evolução tecnológica da altura, e mais tarde da cidade. A Torre Eiffel, com
300m de altura, projectada como o nome indica por Gustave Eiffel, com ajuda de dois
engenheiros da sua empresa Nouguier27 e Kœchlin28 e na parte de projecto de
arquitectura pelo arquitecto Sauvestre29. Esta torre foi uma das estruturas de maior
envergadura, inteiramente feita de ferro. O perfil da torre fora calculado de maneira a
resistir a força do vento este feito foi “o coroar de toda uma nova técnica de fabrico e
construção” (Souto, 2007, p. 208). Esta torre veio dar uma nova dinâmica à exposição
em que “o visitante conseguia desprender-se da realidade para melhor poder formar
um “mapa mental” não só da exposição, como também da cidade de Paris.” (Souto,
2007, p. 208). Com os seus 300m de altura a torre, para além da vista panorâmica que
dava para a cidade, veio dominar a paisagem de Paris podendo ser vist a de qualquer
bairro da cidade, isto suscitou na época protestos por grupos de artistas e escritores,
que fizeram mostrar o seu desagrado numa ca rta aberta, ao comissário geral da
exposição Jean-Charles-Adolphe Alphand30, alegando que era uma torre monstruosa e
inútil, que seria vertiginosa, ridícula e que dominaria Paris como uma chaminé de uma
fábrica e humilharia todos os outros monumentos da cap ital. Protestavam em nome do
gosto francês, destes assinantes da carta, pode -se contar com Garnier31, Meissonnier,
Maupassant, Zola e muitos mais. O que é certo é que finda a construção m uitos dos
que protestavam no início mudariam de ideias e opinião, aceitando a nova estrutura
que veio dominar os céus de Paris.
27 Emile Nouguier (1840-1898) foi um engenheiro francês, formou-se na École des Mines de Paris, em
1876 torna-se colaborador na empresa de Gustave Eiffel, trabalhando em projectos em Portugal, Espanha
e Hungria. A 6 de Maio de 1889 recebe o titulo de Cavaleiro da Cruz da Legião de Honra, dada pelo
governo francês. 28 Maurice Kœchlin (1856-1946) foi um engenheiro franco-suíço, nascido na Alsác ia. Formou-se na
Escola Politécnica de Zurique, foi um dos maiores colaboradores na empresa de Gustave Eiffel, tendo
feito os cálculos todos para a Torre Eiffel. 29 Stephen Sauvestre (1847-1919) foi um arquitecto francês, formou-se na Escola de Arquitectura de
Paris fundada por M. Emile Trélat. Participou nos trabalhos d e reconstrução do Teatro de Brest, e dirigiu o
departamento de arquitectura na empresa de Gustave Eiffel, tendo um papel importante na concepção
arquitectónica da Torre Eiffel em 1889. 30 Jeam-Charles-Adolphe Alphand (1817-1891) foi um egenheiro e urbanista francês, formou-se na
École de Pont et Chausséess de Paris, e participou como urbanista no plano de reconstrução de Paris, o
Plano de Haussmann. 31 Charles Garnier (1825-1898) foi um arquitecto francês, formou-se na Escola de Belas-Artes de Paris
em 1842. Em 1848 ganha o Prémio de Roma, e em 1860 ganha o concurso da Opera de Paris, edifício
pelo qual se tornou conhecido, a obra fica completa em 1875, na Exposição Universal de Paris em 1889
desenhou a secção da História do Habitat Humano, que se tornou o objeto de estudo do seu livro
L’Habitation humaine.
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Rogério André Moreira Branco 74
Ilustração 33 – Construção da Torre Eiffel, Paris . ([Adaptado a partir de:] Monteil, 2015).
Ilustração 34 – Torre Eiffel, Paris 1889.
(United States of America. Library of
Congress, 1889a).
Ilustração 35 - Torre Eiffel, Paris 1889.
(United States of America. Library of
Congress, 1889b).
Ilustração 36 - Torre Eiffel, Paris 1889.
(Liébert, 1880-1890).
Do alto da torre podia ver-se toda a cidade de Paris e apreciar também a obra de
restruturação da cidade que foi o plano de Haussmann, e mais importante ver toda a
extensão da exposição, admirando-se do alto a zona do Quai d’Orsay e Esplanade
des Invalides. O Quai d’Orsay era ocupado por uma exposição etnográfica, era a zona
onde os países construíam os seus pavilhões, o equivalente à Rue des Nations na
mostra anterior, aqui foi dedicado o tema “Histoire de l’Habitat Humain”. As
construções foram erguidas junto à margem do rio Sena, esta secção teve como autor
Charles Garnier, ali foram erguidas 44 construções, que reproduziam fielmente as
diferentes construções ao longo da história da humanidade , começando na idade da
pedra seguindo a ordem cronológica, idade do bronze, ferro, construções fenícias,
assírias, israelitas e antiga Grécia, mais à frente um edifício que estava tripartido e
conjugava fachadas de Roma da idade média e do renascimento. N esta secção da
exposição o espectador tinha uma nova visão quanto à casa, deixando esta de ser
apenas um símbolo dos valores familiares, vendo todo o processo evolutivo quer a
nível de estilos quer de construção, que se foi sofisticando ao longo dos tempos.
Aqui ao contrário da Rue des Nations de 1878, que se realizou encerrada no palácio
da industria, a proximidade dos edifícios das diferentes nações criava “uma radical
montagem visual.” (Souto, 2007, p. 209), neste ano tornou-se numa mostra
cronológica de tempos distantes anulando assim o panorama dos séculos, e a
“representação de lugares geograficamente distintos eliminava a noção de espaço.”
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Rogério André Moreira Branco 75
(Souto, 2007, p. 209). Estas construções estavam traçadas de modo a seguirem uma
trajectória linear da evolução da humanidade. Aqui fora o local ideal para cada nação
apresentar os seus produtos e invenções, e forjar ainda a imagem que queriam
representar.
Ilustração 37 – Plano Quay d’Orsay, Paris 1889 . (Lemaire, 2016a).
Ilustração 38 – Quay d’Orsay, Paris 1889 . (United States of
America. Library of Congress, 1889c).
Ilustração 39 – Quay d’Orsay, Paris 1889. (United States of
America. Library of Congress, 1889d).
A zona da Esplanade des Invalides era dedicada a albergar a secção colonial deste
certame. A Exposition Coloniale estava dividida em quatro zonas a árabe, oceânica,
africana e asiática. Nesta secção encontravam -se nativos das colónias africanas e
asiáticas, que se tornaram a maior sensação desta mostra, vinham dos mais distintos
países africanos, chineses e japoneses. Os nativos empregavam os trajes tradicionais
e fabricavam e vendiam produtos de artesanato, pra cticavam ainda os rituais diários
perante um vasto público. Esta secção contrastava com a que estava no Quai d’Orsay,
aqui os espectadores eram transportados para lugares remotos onde era latente o
atraso construtivo e cultural em relação à Europa que estava presente na restante
exposição.
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Rogério André Moreira Branco 76
Ilustração 40 – Esplanade des Invalides,
Paris 1889. (United States of America.
Library of Congress, 1889e).
Ilustração 41 – Esplanade des Invalides,
Paris 1889. (United States of America.
Library of Congress, 1889f).
Ilustração 42 – Esplanade des Invalides,
Paris 1889. (United States of America.
Library of Congress, 1889g).
Em 1892, em Madrid, festejou-se um marco importante na história da humanidade.
Este era o ano do quarto centenário da descoberta da América por Cristóvão
Colombo. Para tal realizou-se a Exposição Histórico-Americana, era uma exposição
histórica não industrial.
Com a exposição de Chicago em 1893, começou um breve declínio na história das
exposições universais. Esta foi a época em que na cidade se verificava m as obras de
arquitectura mais audaciosas, desafiadoras e originais, com a construção de edifícios
de escritórios e de habitação. A World’s Columbian Exhibition em Chicago, fora um
início do mercantilismo classicista. Ao contrário das mostras efectuadas em Paris,
especialmente a de 1889, foram criadas estruturas que abriam novos horizontes e
novas aplicações para a arquitectura, algo que em Chicago não aconteceu. Esta não
foi toda ela um regalo de inovações arquitectónicas e de engenharia, foi apenas
pontuada com alguns edifícios de alguma relevância, como é o caso do edifício
projectado por Louis Sullivan 32 o edifício de transportes e as docas cobertas que se
estendiam pelo lago Michigan dentro. Esta mostra apresentou -se com um ambiente da
Itália renascentista, fazendo muitas referências a Florença no tempo dos Médicis, e
havendo cópias de colunas francesas de estilo academicista. As docas acima referidas
foram um ponto de relevância, mas não pelo modo como foram erguidas, o encanto foi
por causa de gôndolas e gondoleiros importados de Veneza, que deliciaram os mais
audazes. Suscitando assim contestações, por não se verificar nenhum a inovação
construtiva e arquitectónica nos edifícios da exposição, tal como era esperado e
32 Louis Sullivan (1825-1898) foi um arquitecto americano, estabelecido em Chicago, iniciou os estudos
de arquitectura no MIT (Massachusetts Institute of Technology), em 1872 abandonando no final do ano o
curso, com pensamento em ir estudar para a Escola de Belas -Artes de Paris, mas nunca acontecendo.
Em 1881 começa a trabalhar no atelier de Dankmar Adler onde trabalha durante 14 anos, e onde
elaborou mais de 100 projectos que foram uma grande influência e mar cos na história da arquitectura
americana. Foi professor de Frank Lloyd Wright durante seis anos, e em 1895 funda a sua firma de
arquitectura com a qual assina o projecto da loja Schlesinger&Mayer em Chicago, agora a Sullivan
Center.
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Rogério André Moreira Branco 77
estava a acontecer no resto da cidade. Com os edifícios de escritórios e de habitação
que estavam a ser erguidos naquele momento. Havendo registo de um construtor
belga, Vierendeel33 que alegou, que os pavilhões desta mostra não eram nada mais
nada menos que imitações, do que já era conhecido na Europa há muito tempo.
Esperava algo mais grandioso, audaz e espectacular vindo do povo do novo mundo
(americano), mas que ficou aquém das espectativas.
Ilustração 43 – Exposição de Chicago, 1893, perspectiva .
(Lemaire, 2016b).
Ilustração 44 – Edificio de transportes, Chicago 1893. (Lemaire,
2016c).
Ilustração 45 - Plano Exposição de Chicago 1893. (Lemaire, 2016d).
33 Arthur Vierendeel (1852-1940) foi um engenheiro civil belga, foi o inventor e patenteou o que ficou
conhecida como Viga Vierendeel, viga usada em pontes e em edifícios de grande altura. Esta viga
apresenta-se como uma viga reticulada sem diagonais, capaz de aguentar grandes v ãos.
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Rogério André Moreira Branco 78
2.2. SÉC. XX AS NOVAS PREOCUPAÇÕES
2.2.1. EXPOSIÇÕES UNIVERSAIS
Na viragem do século em 1900, Paris organizaria a sua quinta exposição universal,
esta representaria a apoteose destes certames na capital francesa, seria uma síntese
do séc. XIX e determinaria o mote/filosofia para o século que começava, era a
apoteose de todas as exposições universais feitas até à data. O fechar de um ciclo e
início de outro. Para tal houve um incremento de área da exposição, invadindo os
Campos Elísios onde se erguem dois palácios expositivos, o Grand Palais e o Petit
Palais, para os ligar à outra margem do rio Sena à Esplanade des Invalides é feita
uma majestosa e monumental ponte com 40m de largura, executada com um só arco
de 107m e adornada de candelabros de estilo rococó, a ponte Alexandre III. Este
incremento de área fez com que no total se ocupasse 108 hectares mais 26 que na
exposição anterior. Havendo ainda anexos da exposição no bosque de Vincennes.
Ilustração 46 – Plano Exposição Paris 1900 . (Lemaire, 2016e).
Ilustração 47 – Ponte Alexandre III, Paris 1900 . (Lemaire, 2016f).
Para esta exposição, como já era hábito, foi lançado um concurso para arquitectos e
engenheiros para elaborarem o plano da exposição e dos palácios, para tal
estipularam que poderiam suprimir, conservar ou modificar os edifícios existentes da
mostra anterior, excepto o Palácio do Trocadéro e a Torre Eiffel. O palácio do
Trocadéro seria convertido no Museu de Etnografia e da Escultura Compa rada, a
galeria das máquinas do ano de 1889 fora dissimulada pelo palácio da electricidade e
convertida parcialmente em sala de festas. O palácio da industria perderia o estatuto
de usufruir das exposições de Belas-Artes para os novos palácios erguidos nos
Campos Elísios o Grand e Petit Palais, que estariam unidos à restante exposição pela
Ponte Alexandre III. Na área ocupada pela exposição ergueu -se uma porção de cidade
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Rogério André Moreira Branco 79
efémera, e “a nova cidade efémera dentro da cidade apresentou -se como um cenário
mirífico, construído para dar forma a todos os delírios da imaginação e subtrair aquele
espaço às leis do reconhecimento e da verosimilhança.” (Guerreiro, 1995, p. 30).
Nesta porção de cidade efémera havia uma dezena de portas de entrada, mas a
principal encontrava-se na Praça da Concórdia, depois de transpostas as portas de
entrada não havia um percurso definido nem um edifício central. Deixando -se assim
ao visitante a práctica da errância dentro do recinto da exposição. A porta principal
fora baptizada pelos parisienses de Salamandra e ocupava uma área de 2800m 2,
projectada pelo arquitecto René Binet34, era composta por três grandes arcos iguais
que se dispunham em triângulo, com 50m de altura no ponto mais alto, para dar
suporte a uma cúpula que ocupava uma área de 500m2 e era pintada de dourado e
vermelho. O fio condutor e eixo principal deste re cinto era o rio Sena. Encontrava -se
no lado direito o Grand e Petit Palais, o Palácio do Trocadéro como museu e ainda na
margem do rio ao longo de 300m alinhavam -se cabarets, casas de diversão e de
espectáculos e a delimitar esta zona encontrava -se um Palácio de Congressos e da
Economia Social e o Pavilhão da Cidade de Paris que tinha 100m de comprimento e
28 de largura. No lado esquerdo encontrava m-se, na Esplanade des Invalides, vários
edifícios para a industria, a galeria das máquinas, Palácio da Electricidade e o antigo
Palácio da Industria reconvertido e, na margem do rio no Quai d’Orsay , a já
consagrada Rue des Nations com os seus pavilhões nacionais, esta área de pa vilhões
nacionais era delimitada pela Pont de l’Alma e a Pont des Invalides.
Ilustração 48 – Portico de Entrada Salamandra, Paris 1900 . (National Gallery of Art, 1900).
34 René Binet (1866-1911) foi um arquitecto e decorador francês, formou-se na Escola de Belas-Artes de
paris, as obras de arquitectura eram todas dentro do estilo Art Nouveau. Ficou conhecido pelo pórtico de
entrada da Exposição Universal de Paris em 1900.
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Rogério André Moreira Branco 80
O Grand e o Petit Palais eram dedicados como anteriorm ente referido às exposições
das Belas-Artes, estes dois eram palácios gémeos, mas como o nome indica de
dimensões diferentes. O Grand Palais teve vários arquitectos como autores do
projecto, para a fachada principal de 200m de comprimento “e escandida por enormes
colunas jónicas” (Guerreiro, 1995, p. 61) teve a mão do arquitecto Deglane 35, pelas
mãos de Thomas36 é projectada a fachada posterior, e a ligar estas duas fachadas foi
projectado o palácio em si, um grande hall central projectado pelo arquitecto Lou vet37,
com planta em cruz que unia as duas fachadas perpendicularmente, feito de pedra e
cobertura como já tinha vindo a ser habitual de ferro e vidro. O Petit Palais teve um
único autor de projecto, este foi o arquitecto Girault38, que supervisionou as obras do
Grand Palais também. Estas duas obras feitas num gosto ecléctico que figurava na
altura, mas que ia dando espaço cada vez mais para a nova corrente arquitectónica , a
Art Noveau, que nesta exposição estava patente nas entradas das estações de metro.
Este fora realizado de maneira a oferecer uma melhor rede de transportes de acesso à
cidade e à exposição. O autor destas entradas de metro que co roaram toda a rede do
metro de Paris, a primeira da cidade tinham a mão de Hector Guimard 39.
Ilustração 49 – Petit Palais , Paris 1900. (Lemaire, 2016g).
Ilustração 50 – Grand Palais, Paris 1900. (Lemaire, 2016h).
35 Henri Deglane (1855-1931) foi um arquitecto francês, formou-se na Escola de Belas-Artes de Paris.
Ganhou o prémio de Roma em 1881 e entre 1882 e 1885 foi bolsista da Academia de França em Roma.
Tornou-se conhecido pela fachada principa l do Grand Palais. Em 1918 é ele ito membro da Academia de
Belas-Artes de Paris. 36 Albert-Félix-Théophile Thomas (1847-1907) foi um arquitecto francês, formou-se na Escola de Belas-
Artes de Paris. Em 1870 ganha o Prémio de Roma, entre 1871 e 1874 é bolsista da Academia d e França
em Roma. Torna-se conhecido pela fachada posterior do Grand Palais da Exposição de Paris em 1900. 37 Albert Louvet (1860-1936) foi um arquitecto francês, formou-se na Escola de Belas-Artes de Paris,
teve como professor o pai Louis-Victor Louvet e Paul-René-Léon Ginain. Em 1886 ganha o Prémio de
Roma, torna-se conhecido pelo projecto do Grand Palais. 38 Charles Louis Girault (1851-1932) foi um arquitecto francês, estudou na Escola de Belas -Artes de
Paris, tornou-se conhecido pelo projecto do Petit Pala is e por ter supervisionado as obras do Grand
Palais. 39 Hector Guimard (1867-1942) foi um arquitecto francês, iniciou o curso de arquitectura em 1885 na
Escola de Belas-Artes de Paris, onde estudou as teorias de Viollet -le-Duc e mais tarde se tornou
professor. Foi o principal arquitecto do movimento Art Nouveau em França. As sus obras mais conhecidas
são: as entradas das estações de metro de Paris como a da Estação Porte Dauphine (1900), Hotel
Guimard (1912) e Hotel Mezza (1911), ambos em Paris.
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Rogério André Moreira Branco 81
Ilustração 51 – Vista da Ponte Alexandre III para a Esp lanade des Invalides, Paris 1900 . (Lemaire, 2016i).
O palácio da Electricidade que suprimia a já existente Galeria das Máquinas, ficava em
frente da Torre Eiffel encimando assim o imenso jardim do Champ de Mars. Tinha uma
fachada de ferro e vidro com um comprimento de 420m e ocupava uma largura de
60m e tinha no total uma altura de 70m. Este palácio fora concebido pelo arquitecto
Eugène Henard40 e combinava uma fachada totalmente iluminada por lâmpadas
eléctricas, este palácio “não era mais do que uma simples fachada, um décor”
(Guerreiro, 1995, p. 55), este palácio formava com o Castelo da Água uma única
unidade. Este tinha uma altura de 40m e a mbos “apresentavam uma sobrecarga
ornamental formada por frisos e pórticos, terminando ambos com cúpulas imponentes
e encimados por conjuntos escultóricos” (Guerreiro, 1995, p. 34). Estes dois estavam
associados um ao outro e funcionavam como se fossem um único edifício.
O Castelo da Água tinha uma cobertura em abóboda de aresta e prolongava -se “sob
as bacias superiores da cascata” (Guerreiro, 1995, p. 56), que ligava directamente
para a nave principal do Palácio da Electricidade. Que era local de espectácu lo e
exposição para a luz eléctrica “Por isso quer fosse visto do interior ou do exterior, era
completamente luminoso: mais de doze mil lâmpadas habilmente dispostas forneciam
um dilúvio de luz a todo o edifício.” (Guerreiro, 1995, p. 56). Este pavilhão re presentou
o triunfo da luz eléctrica e o concluir do século das luzes “A electricidade materializava
o ideal do iluminismo francês, e Paris transformava -se para sempre em cidade das
luzes.” (Souto, 2011, p. 236).
Os efeitos luminosos eram cada vez mais sensacionais e, no interior do Palácio da
Electricidade, o público apinhava -se para poder ver os enormes dínamos de vapor que
produziam toda a imensa energia que iluminava feericamente o espaço da exposição.
40 Eugène Henard (1849-1923) foi um arquitecto e urbanista francês, formou-se na Escola de Belas-Artes
de Paris em 1880. No inicio do novo século em 1900 inicia um estudo dos problemas urbanos de Paris, e
acaba por publicar um livro em 1903 Etudes sur les transformations de Paris. Foi o primeiro presidente da
Sociedade Francesa de Arquitectos Urbanistas.
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Rogério André Moreira Branco 82
A própria fachada do Palácio resplandecia com 5000 lâmpadas incandescentes e
multicolores que acendiam intermitentemente; a encimar o edifício uma estátua do
“Espirito da Electricidade” lançava raios de luz sobre toda a exposição. (Souto, 2007, p.
213)
Ilustração 52 – Palacio da Electricidade e Água, Paris 1900 .
(Lemaire, 2016j).
Ilustração 53 - Palacio da Electricidade e Água, Paris 1900 .
(Lemaire, 2016l).
Ilustração 54 – Salão de Festas, Paris 1900. (Lemaire, 2016m).
Ilustração 55 – Trocadéro, Paris 1900. (Lemaire, 2016n).
O pavilhão Tour du Monde, fora dedicado para dar uma vista panorâmica do mundo,
em que o visitante poderia fazer uma viagem à volta do mundo num dia percorrendo o
interior deste pavilhão. Este pavilhão “parecia constituído pela colagem de uma série
de edifícios de estilo exótico, evocando ou mesmo s imulando realidades tão diferentes
como um pagode japonês ou um templo indiano.” (Guerreiro, 1995, p. 46). No ano em
que a exposição mostrava um grande encantamento por tudo o que fosse panorâmico,
este êxtase era apresentado por panoramas tal cmo tinha acontecido com a Torre
Eiffel e nesta mostra fora introduzido um novo elemento para garantir uma nova vista
panorâmica da exposição, a roda gigante que fora instalada no Champ de Mars.
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Ilustração 56 – Tour du Monde, Paris 1900. (Lemaire, 2016o).
A já consagrada Rue des Nations, com os seus pavilhões nacionais, voltaria a ser
palco de mostras de arquitecturas de cada nação mostrando o que melhor se fazia ao
nível arquitectónico.
Com o terminar de um século e o inicio do outro estavam lançados os motes para um
novo rumo, em que à medida que o tempo corria as exposições iam-se mecanizando,
tornando-se cada vez mais em espectáculos urbanos devido às tecnologias de ponta
que eram empregues nas exposições. Era nestes eventos que encontravam um palco
para se mostrarem ao mundo. Sendo que a Exposição de Paris em 1900 não fora
excepção, com a introdução de espectáculos luminosos devido à electricidade e as
visões panorâmicas que eram oferecidas pela roda gigante, Torre Eiffel e em alguns
pavilhões, dando cada vez mais um carácter feérico às exposições, oferecendo
diversões várias aos visitantes como um pequeno parque de atracções.
Entretanto em 1902 Itália organiza o seu primeiro certame de carácter mundial e m
Turim. Organizando a primeira Exposição Internacional das Artes Decorativas
Modernas, “Como consequência da diversificação infinita das actividades, certas
exposições internacionais tendem a especializar -se” (Galopin, 1997, p. 32),
organizando-se assim uma exposição especializada apenas numa área. Esta tomava
uma atitude de liderança na matéria das artes decorativas, que passaria mais tarde
para a cidade de Milão. E só voltaria para a cidade impulsionadora destas mostras de
artes decorativas, Paris, em 1925.
A primeira Exposição Universal a ser organizada no Brasil realizou -se no ano de 1922,
ano em que se celebrava o centenário da independência. Para tal pontuou -se esse
centenário com a organização deste certame. A cidade brasileira que recebeu esta
efeméride mundial foi o Rio de Janeiro.
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Ilustração 57 – Exposição Rio de Janeiro, 1922 . (Kamita, 2009).
Ilustração 58 – Entrada Exposição Rio de Janeiro , 1922. (Maia,
2014).
Como anteriormente referido, em 1925 Paris reclamaria outra vez a organização de
um certame universal. Sendo aberto em Abril desse ano a Exposition Internacionale
des Arts Décoratifs et Industriels Modernes e encerrando em Outubro do mesmo ano.
Seria assim o derradeiro regresso das exposições universais à capital francesa, e para
tal deu também repercussão ao estilo Art Déco. Esta exposição já tinha sido planeada
para ter sido realizada em 1907, mas fora sucessivamente adiada até 1925.
O certame ocupava o Grand e Petit Palais da exposição de 1900 e estendia -se daí
para a ponte Alexandre III e pelo Cours de La Reine e para a Esplanade des Invalides.
O plano para este certame foi feito pelo arquitecto Charles Plumet41, decidindo nesta
exposição não erguer equipamentos de génese p erene como anteriormente, apenas
ocupar os palácios feitos para a exposição de 1900 e conceber nos jardins da
Esplanade des Invalides e Cours de La Reine pavilhões temporários para a exposição.
Ilustração 59 – Plano Geral exposição Paris 1925. (Lemaire, 2016p).
41 Charles Plumet (1861-1928) foi um arquitecto e decorador francês, com Tony Selmersheim fundou o
Groupe des Cinq em 1896, alterando o nome mais tarde para L’Art dan s Tout, este era um movimento
artístico que encorajava os artistas a participarem na criação de mobiliário para as casas e peças de uso
quotidiano.
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Rogério André Moreira Branco 85
A entrada principal do recinto fazia -se pela Porte d’Honneur, que fora riscada pela
empresa de Favier42 e Ventre43, esta simulava ser feita de pedra e tinha elementos de
bronze e ferro, e de noite era iluminada com luzes néon, e por cima dos pórticos de
entrada haviam relevos feitos de ferro fundido que simbolizavam a dignidade do
trabalho. Mas esta era apenas uma das entradas da exposição , a principal, havia mais
12 sendo que a mais relevante era a Porte d’Orsay projectada por Louis-Hippolyte
Boileau44. Este pórtico de entrada era feito com aço ao estilo Art Déco para suportar e
servir de moldura para um mural.
Ilustração 60 – Portico de entrada, Paris 1925 . (Lemaire, 2016q).
Ilustração 61 – Pórtico de entrada Porte d’Orsay, Paris 1925 . (Chandler, 2000?)
42 Henry Favier (1888-1971) foi um arquitecto e decorador francês, conhecido pelo projecto da Porte
d’Honneur da Exposição de Paris em 1925 e pelo edifício de escritórios Edgar Brandt (1919) em Paris. 43 André Ventre (1874-1951) foi um arquitecto francês, formou-se na Escola de Belas-Artes de Paris
entre 1891 e 1902. Foi o autor do projecto de restauro do Hotel Ma nsard na Place Vendôme em Paris, e
co-autor da Porte d’Honneur da Exposição de Paris em 1925. 44 Louis-Hippolyte Boileau (1898-1948) foi um arquitecto francês, filho do arquitecto Louis -Charles
Boileau. No seu portfólio para além da Porte d’Orsay da exposição de Paris em 1925, foi autor do
pavilhão do Togo e Camarões na Exposição Colonial de Paris em 1931 no Bosque de Vincennes e co -
autor do Palácio de Chaillot.
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Rogério André Moreira Branco 86
Depois de transpostas as portas de entrada os visitantes encontrariam um recinto
vasto ocupado por pavilhões de várias nações. Sendo que os mais relevantes foram o
da antiga U.R.S.S. do arquitecto Konstantin Melnikov 45, com uma proposta num estilo
construtivista, o Pavillon de L’Espirit Nouveau de Le Corbusier 46 e também o pavilhão
Diamond Dealers desenhado por Lambert47, Saacké48 e Bailly49. Não se podendo
contar com a presença de um pavilhão português, pois o país não se fizera
representar quer oficialmente quer por iniciativa privada.
O pavilhão russo ocupava uma área rectangular e era composto por dois volumes de
planta “triangular” unidos por um vão de escadas exterior central que ocupava a
diagonal do lote onde se inseria, criava assim um eixo de simetria no lote. Os dois
volumes eram revestidos maioritariamente por vidro, introduzindo assim à arquitectura
as grandes fachadas de vidro, existindo ainda uma torre feita de madeira empregando
as novas técnicas construtivas da altura. Este pavilhão mostrava ao mundo uma nova
maneira de construir e a nova construção russa.
45 Konstantin Melnikov (1890-1974) foi um arquitecto e pintor russo, estudou na Faculdade de Pintu ra,
Escultura e Arquitectura de Moscovo, terminando o curso de arquitectura em 1917. Iniciou a curta carreira
de arquitecto num estilo neoclássico, mas abandonou-o mais tarde e tornou-se num dos principais
representantes do Construtivismo Russo nos anos 20. As suas principais obras foram: o Pavilhão da
URSS na Exposição de Paris em 1925, a Casa Meln ikov (1928) e o Clube de Operários de Rusakov
(1927-1929). 46 Le Corbusier (1887-1965) nascido como Charles-Édouard Jeanneret, em Chaux-de-Fonds, Suíça. Foi
um arquitecto franco-suíço. Começa em 1900 a estudar gravação de relógios na Escola de Artes de
Chaux-de-Fonds, em 1904 inic ia o Curso Avançado de Artes Decorativas na mesma escola, tendo como
director Charles L’Eplattenier, que fomenta o gosto pela arquitectura a Le Corbusier. Em 1907 começa
uma série e viagens pela Europa, onde vai conhecendo e trabalhando com os mais variados arquitectos,
nesse ano em Viena na Áustria conhece Josef Hoffmann. Em 1908 em Paris conhece Auguste Perret e
trabalhou com ele largos meses, no mesmo ano em Lyon conhece Tony Garnier. Em 1910 muda-se para
Berlim e começa a trabalhar com Peter Behrens, conhece Walter Gropius e Mies Van der Rohe. Após
estes anos a viajar, conhecer e trabalhar com arquitectos, Le Corbusier começa a trabalhar como
arquitecto. Construindo a sua primeira obra em 1912 a Villa Jeanneret-Perret em Chaux-de-Fonds, tendo
esta dado o mote para as obras seguintes. Tornando-se num dos arquitectos mais importantes do séc. XX
e do movimento moderno, com as suas ideias, estudos e obras reconhecidas mundia lmente. Le Corbusier
foi o inventor dos cinco pontos da arquitectura moderna, o sistema Domino em 1915, e das casas
Citrohan em 1920, editou vários livros como o Vers une Architecture em 1923. Para além da obra
construída e teórica participou nos vários CIAM e em 1943 foi o principal redactor da Carta de Atenas. 47 Georges Jacques Lambert (1891-1947) foi um arquitecto francês, formou-se na Escola de Belas-Artes
de Paris, aluno de Victor Laloux e Charles Lemaresquier. Ficou conhecido pelo Pavilhão Diamond Dealers
na Exposição de Paris em 1925, mas recebe vários prémios na área da arquitectura. Em 1932 é nomeado
Cavale iro da Legião de Honra. 48 Jean Baptiste Marie Gustave Saacké (1884-?) foi um arquitecto francês, formou-se na Escola de
Belas-Artes de Paris e teve Victor Laloux e Char les Lemaresquier como professores, acabou o curso em
1929. Com Jacques Lambert abriu um atelier entre 1921 e 1925. E à semelhança de Lambert foi
nomeado Cavale iro da Legião de Honra. 49 Félix Pierre Victor Bailly (1889-1973) arquitecto francês, formou-se na Escola de Belas-Artes de
Paris, foi aluno de Albert Louvet. Em 1910 expõe a sua obra no Salão de Artistas Franceses em Paris.
Tornou-se membro da Association des Architectes Anciens Combattants e da Societé des Artistes
Français. Em 1936 recebe a condecoração de Cavaleiro da Legião de Honra.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 87
Ilustração 62 – Pavilhão URSS, Paris 1925. (Wolfe, 2013).
Ilustração 63 - Pavilhão URSS, Paris 1925. (Wolfe, 2013).
Ilustração 64 - Pavilhão URSS, Paris 1925. (Wolfe, 2013).
Ilustração 65 - Pavilhão URSS, Paris 1925. (Wolfe, 2013).
No seguimento do mesmo pensamento, mas com uma nova preocupação, a habitação
surge o pavilhão projectado por Le Corbusier, em que iniciava o novo paradigma do
século XX a Habitação e iniciava o Movimento Moderno. O Pavillon de L’Espirit
Nouveau tinha um aspecto inacabado em comparação com os restantes expositores e
pavilhões desta exposição. Apresentava -se como uma caixa estéril e rígida
contrastando com os outros pavilhões, mas este pavilhão reflectia o novo pensamento
arquitectónico emergente na época e era um protótipo de uma casa familiar.
O interior era apresentado como a reinvenção do habitáculo doméstico, a sala de estar
tinha duplo pé direito, e tinha como referência os ateliers de artistas parisienses, tinha
também um grande vão com caixilharia de aço à semelhança do pavilhão russo. Os
quartos e casas de banho encontravam-se no piso superior. Já a sala de jantar,
cozinha e zona de serviços, como o quarto de empregada, ocupava toda a área
debaixo/inferior do piso dos quartos no piso térreo. Existia também um pátio coberto
no piso térreo com duplo pé direito também, onde se encontrava uma árvore que
trespassava a cobertura, para tal fora feito uma abertura circular. Todo o mobiliário e
equipamentos expostos na casa eram da autoria do arquitecto. Com este pavilhão era
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Rogério André Moreira Branco 88
apresentado uma nova maneira de habitar, em que se materializava usando várias
escalas necessárias para uma vivência agradável em casa.
Les dimensions absolues de chaque élément pratique considère, la porte par laquelle
on entrera, la fenêtre où l’on se penchera, l’objet qu’on prendra dans la main, la toile sur
laquelle se poseront les yeux, toutes les dimensions seront justement p roportionnées,
non seulement aux dimensions du corp humain, au mécanism e des gestes, mais plus
profondément aux registres sensoriels et à la sensibilité elle-même. (Pierrefeu, 1932, p.
9)
Ilustração 66 – Pavilhão L’ Espirit Nouveau, Planta piso térreo,
Paris 1925. (Eaadiproyectos, 2014).
Ilustração 67 - Pavilhão L’ Espirit Nouveau, Planta primeiro piso,
Paris 1925. (Eaadiproyectos, 2014).
Ilustração 68 - Pavilhão L’ Espirit Nouveau, Paris 1925 . (Ozdoba,
2012).
Ilustração 69 - Pavilhão L’ Espirit Nouveau, Paris 1925 .
(Chandler, 2000?).
O pavilhão Diamond Dealers fora feito muito à semelhança da casa de vidro do
arquitecto Bruno Taut50, que fora anteriormente exposta em Colónia em 1914.
50 Bruno Taut (1880-1938) foi um arquitecto alemão, formou-se em Berlim, Alemanha. Em 1910 abre o
seu próprio atelier. Faz uma viagem a Inglaterra para estudar as cidades jardim do país, que
influenciaram a obra de Taut. As suas principais obras são: o Pavilhão Casa de Vidro da Exposição de
Colónia, Alemanha em 1914, edifício Hufeisensiedlung em Britz, Alemanha e o Conjunto Habitacional
Schiller Park em Wedding, Alemanha.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 89
Ilustração 70 – Pavilhão Diamond Dealers, Paris 1925 . (Lemaire, 2016r).
Com o fim desta exposição verificou-se que surgiam novos pensamentos e novas
preocupações, como o da habitação “Esta exposição marcou um ponto de viragem
entre o velho e o novo, onde este representava a produção industrial, a
experimentação” (Duarte, 1993, p. 35).
Em 1928 surge o Bureau International des Expositions, de agora em diante designado
como BIE, com sede em Paris. O desejo de criar um órgão central que
regulamentasse as exposições universais já vinha do século passado, mas só no séc.
XX é que se começa a chegar a um acordo com os vários países interessados em
subscrever a convenção do BIE. Este aparece para regulamentar as exposições,
hierarquizando-as de modo a defini-las em exposições gerais ou de especialidades, e
regulamentou a periodicidade, determinando tempos de rotação e de duração de cada
exposição, deveria haver um intervalo de três anos entre cada exposição
independentemente do local onde acontecia e de dez em dez anos no mesmo país, e
a duração máxima de seis meses. É certo que no início foram maioritariamente os
países europeus a subscrever, mas mais tarde foram -se juntando os restantes países
do mundo.
Para a exposição de Barcelona em 1929 e a de Sevilha do mesmo ano, o BIE não
interferiu, pois os trabalhos já se encontravam em curso.
A ideia de organizar uma exposição colonial em Sevilha deveu -se a um industrial da
cidade, Luis Rodriguez Caso, que elaborou o plano da exposição em 1909 e com o
mote de reforçar os laços espanhóis com as ex-colónias. Dado o mote esta exposição
foi sofrendo diversos atrasos até à sua realização em 1929, inaugurada a 9 de Maio.
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Rogério André Moreira Branco 90
O local de implantação da exposição foi a sul do centro urbano da cidade, ao longo do
canal Afonso XIII e nos jardins Maria Luisa, que pertenciam ao Palácio San Telmo,
este sítio de implantação da exposição incitaria uma futura expansão da cidade. Este
jardim seria a zona central da exposição.
O projecto do parque foi pela mão do paisagista francês Jean -Claude-Nicolas
Forestier51, e o plano geral fora projectado pelo arquitecto sevilhano Aníbal
González52, este projectou também os edifícios que se perpetuariam até aos dias de
hoje. O plano de Forestier para o parque adoptou uma linha de pensamento francês,
com um traçado cartesiano e ortogonal.
Ilustração 71 – Plano Exposição Sevilha 1929. (Rodrigues, 2012).
A Praça de Espanha e a Praça da América traçadas em conjunto com os dois
arquitectos apareceriam para a exposiçã o, tornando-se novas centralidades da cidade,
delimitando o recinto da exposição, a Praça da América era o limite sul e a Praça de
Espanha o limite nordeste. Nestas duas praças apareceram também os equipamentos
centrais da exposição. A exposição teve de se estender mais para sul ao longo do
canal, zona que fora entregue aos países participantes para construírem os seus
pavilhões.
51 Jean-Claude-Nicolas Forestier (1861-1930) foi um arquitecto paisagista e urbanista francês. Formou-
se na Escola Politécnica de Paris em 1880. Iniciou a sua vida profissional como engenheiro chefe das
ruas de Paris, ao encargo de Jean-Charles Alphand. Ficou conhecido pelo parque expositivo das
exposições espanholas no ano de 1929, Sevilha e Barcelona. Em 1911 com Henri Prost funda a
Sociedade Francesa de Arquitectos e Urbanistas. 52 Aníbal González Álvarez Ossorio (1876-1929) foi um arquitecto espanhol, foi o principal
representante da arquitectura regional andaluz. Estudou na Escola Superior de Arquitectura de Madrid,
terminou o curso em 1902. Os seus projectos tinham todos uma grande influência de vários estil os
arquitectónicos. Destancando-se da sua obra a Praça de Espanha e o Grande Palácio desenhados para a
Exposição de Sevilha em 1929.
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Rogério André Moreira Branco 91
Como acima referido em torno do parque apareceram os dispositivos principais do
parque expositivo, estes foram desenhados por González, que respeitou o traçado
geométrico do parque de Forestier. Na Praça da América , no limite Sudeste do recinto,
foram construídos três palácios que encerram a praça em três frentes, apenas ficando
a frente virada para o canal aberta.
Os edifícios construídos para a exposição nesta praça eram o Palácio das Belas-Artes
que estava no topo Sudeste da praça, fazia o fecho do recinto, no lado oposto
implantado para o lado do parque é construído em simetria o Palácio de Arte Antiga,
no eixo com o canal o Pavilhão Real.
Cada um destes edifícios foi projectado com um estilo arquitectónico diferente, mas
que reforçava uma identidade nacional. O Pavilhão Real adoptou um estilo gótico, o
Palácio de Arte Antiga num estilo árabe e o Palácio das Belas -Artes em plateresco
(estilo existente em Espanha que consiste na fusão do estilo renascentista italiano
com elementos decorativos góticos).
O extremo Nordeste na Praça de Espanha fora inicialmente pensado para construções
independentes de vários edifícios, até que Gonzá lez projecta uma construção
monumental, que consistiria em cinco edifícios unidos numa só co mposição: a escola
industrial de artes e ofícios, porta de Aragão, edifício central, porta Navarra e o museu
do livro.
Ilustração 72 – Praça de Espanha, Sevilha 1929 . (Rubio, 2014).
Ilustração 73 - Praça de Espanha, Sevilha , 1929.
Nos extremos desta composição monumental encontram -se o museu do livro e a
escola que se constituem por duas torres de 80m. Ao longo do edifício existe uma
galeria de colunatas que descreve um percurso concêntrico, e na praça um canal de
água concêntrico. Todo o edifício foi feito num estilo ecletista em que se funde o estilo
árabe e renascentista, podendo-se encontrar várias citações de edifícios históricos de
Espanha.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 92
A zona dos pavilhões nacionais estava disposta em três sectores do parque
expositivo, estes encontravam-se nos extremos do recinto. E por ordem do comité
organizador os pavilhões deveriam adoptar arquitecturas nacionais.
Ilustração 74 –Pavilhão Brasil, Sevilha 1929. (Rodrigues, 2012).
O ano de 1929, foi o grande ano espanhol para exposições, para além da de Sevilha
que viria reforçar os laços com as ex-colónias, como acima referido organizou -se
também em Barcelona uma Exposição. Mas esta era uma Exposição Universal a
segunda que esta cidade organizava, a primeira fora em 1888, esta já vinha a ser
planeada para muito antes, mas só aconteceu no ano de 1929 por causa da I Guerra
Mundial.
Este certame teve lugar no parque Montjuic, um vasto parqu e que se encontrava na
zona limítrofe do Plano de Cerdá. Esta localização fora escolhida por ser um parque
grande, e por se encontrar próximo do centro da cidade, e era uma zona não
consolidada, a construção do recinto expositivo em Montjuic viria dar o mote para a
cidade crescer para aqueles lados e devolver um grande parque que era “proibido” à
população catalã. Este certame inaugurou a 19 de Maio dez dias depois da exposição
Ibero-Americana de Sevilha. E encerrou mais de um ano depois a 15 de Julho de
1930.
A transformação do parque foi feita sob a alçada do mesmo paisagista que fez o
parque Maria Luisa para a exposição do mesmo ano em Sevilha, Forestier. Para o
parque de Montjuic este fugiu um pouco à formação racionalista francesa e funde esta
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Rogério André Moreira Branco 93
com a tradição inglesa de jardinagem. O edifício central da exposição o Palácio
Nacional foi projectado por Josep Puig i Cadalfalch 53.
No total a exposição ocupava uma área de 116 hectares e tinha uma superfície
edificada de 240000m2 sem constar com os pavilhões nacionais. Os países
convidados podiam construir um pavilhão, ou apresentar os seus produtos nos
edifícios gerais e podiam também fazer as duas coisas.
O certame desenvolvia-se em três núcleos: núcleo da indústria, dos desportos e de
arte espanhola. E tinha a entrada principal na Praça de Espanha recentemente
formulada e para marcar a avenida e entrada no recinto foram edificadas duas torres
de cada lado da avenida em estilo veneziano , como a que está presente na Praça de
S. Marcos em Veneza.
Ilustração 75 – Plano Exposição Barcelona 1929 . (Lemaire,
2016s).
Ilustração 76 – Perspectiva Exposição Barcelona 1929. (Lemaire,
2016t).
O núcleo industrial desenvolvia -se em 11 pavilhões, que se dedicavam à agricultura,
indústria, comércio e inovações científicas aplicadas à indústria. O das artes de
Espanha era composto por dois edifícios o Palácio Nacional e o Palácio de Arte
Moderna. Os desportos estavam principalmente representados pelo estádio construído
com um campo de jogos e capacidade para 60 mil espectadores.
Fora dos edifícios dos núcleos destacam-se alguns pavilhões, o pavilhão da Cidade de
Barcelona, que se representava para demonstrar os feitos históricos da cidade e o seu
quotidiano, o pavilhão do Estado Espanhol e o Pueblo Oriental, que era constituído por
53 Josep Puig i Cadalfalch (1867-1956) foi um arquitecto catalão, formou-se na Escola de Arquitectura
de Barcelona, no Curso Arquitectura e Ciências Exactas. Foi um dos principais arquitectos do
modernismo catalão. Foi arquitecto municipa l em Mataró, Município de Barcelona, onde trabalhou durante
cinco anos. Posteriormente foi nomeado Professor Catedrático da Escola de Arquitectura de Barcelona
onde leccionou Hidráulica e Resistência dos Materiais. As suas principais obras são: a Casa Amatller em
Barcelona e a Casa de Les Punxes em Barcelona.
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Rogério André Moreira Branco 94
pavilhões num estilo oriental. Havia ainda no recinto um teatro grego feito no fundo de
uma pedreira, e com capacidade para 2000 espectadores, uma piscina de natação e
numerosos restaurantes espalhados pelo parque co mo já vinha sendo habitual nestes
certames.
[…] um dos aspectos de maior impacto da exposição foram as iluminações concebidas
por Carlos Buigas y Sans. A aposta do autor foi no jogo de vastas superfícies
iluminadas, em conjugação com linhas de água luminos as e em contrastes de cores e
formatos. A possibilidade de conjugar luzes e construções aquáticas, bem como
iluminações de edifícios e obras a partir de um posto central, permitiu criar
espectáculos variados e diversificar o espectro das iluminações. (de A lmeida, 1995, p.
40)
Ilustração 77 – Vista nocturna,
iluminação exterior, Barcelona 1929 .
(Simón, 2014).
Ilustração 78 - Vista nocturna, iluminação
exterior, Barcelona 1929. (Arxiu Fotogràfic
de Barcelona, 2016).
Ilustração 79 – Palácio Nacional, Barcelona
1929. (Miralles, 2007).
Para ajudar na circulação no recinto foram feitas escadas rolantes, elevadores, uma
pequena linha férrea que circulava entre os pontos principais da Exposição.
Esta Exposição a nível de estilos arquitectónicos não correspondeu m uito ao
Movimento Moderno que já singrava em panorama internacional. Os edifícios
principais exceptuando os pavilhões adoptaram todos um estilo barroco e clássico.
O racionalismo da arquitectura moderna como acima referido só ap arece nos
pavilhões nacionais, como o da Suécia, e o mais inovador e de maior importância de
todos eles neste certame o pavilhão da Alemanha, projectado pelo arquitecto
autodidacta Mies van der Rohe54.
54 Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969) foi um arquitecto alemão da época modernista, um dos
arquitectos mais influentes do Movimento Moderno. A sua obra caracterizava -se por um racionalismo
extremo e pureza formal, onde procurava uma simplificação de volumes geométricos e plantas livres.
Entre 1905 e 1907 trabalha com Bruno Paul em Berlim, mais tarde entre 1909 e 1911 trabalha com Peter
Behrens em Berlim. Iniciando actividade sozinho depois da Primeira Guerra, aplicando as suas teorias e
estudos. Entre 1926 e 1932 foi presidente da Deutscher Werkbund e organizou uma exposição em
Estugarda onde se ergueu o Bairro Weissenhof Siedlung (1927), onde Mies projecta um quarteirão de
vivendas. Em 1930 sucede a Meyer na direcção da Bauhaus até 1932. Em 1938 exila -se nos E.U.A. por
causa da Segunda Guerra, estabeleceu-se em Chicago, onde se torna Director da Secção de Arquitectura
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Rogério André Moreira Branco 95
O pavilhão de Mies van der Rohe na Exposição de Barcelona, em 1929, traduz o seu
quase total vazio programático numa organização espacial onde o interior e o exterior
se interpenetram duma forma magistral, conseguindo um espaço fluido e ambíguo,
construído por planos que rompem com a caixa e soltando-se do plano da cobertura.
Esta síntese geométrica e espacial fez repensar em termos espaciais a arquitectura,
tendo-se tornado um modelo de referência. (Duarte, 1994, p. 32)
Este pavilhão embora feito de betão e revestido a mármore, feito num platô tectónico
de travertino, foi destruído após a exposição. Foi mais tarde erguido, no mesmo sítio
da exposição, isto devido ao facto do pavilhão ter sido um grande contributo
arquitectónico e constituir uma re ferência no mundo da arquitectura, mas desta ficou
com o nome de Pavilhão de Barcelona.
Ilustração 80 - Planta Pavilhão da Alemanha, Barcelona 1929 . (Martignago,
2013).
Ilustração 81 – Planta Pavilhão da Alemanha,
Barcelona 1929. (Kroll, 2011).
Ilustração 82 - Pavilhão da Alemanha, Barcelona 1929 .
(Martignago, 2013).
Ilustração 83 - Pavilhão da Alemanha, Barcelona 1929 .
(Martignago, 2013).
Portugal neste certame não se fez representar oficialmente, optando pela exposição
de Sevilha, porque para Portugal o colonial era vital na altura. Na exposição de
do Instituto Politécnico de Illinois até 1958. Em paralelo com isto tinha o seu atelier onde projectou
arranha céus em estrutura metálica e betão e habitações unifamiliares. As suas obras mais emblemáticas
são: a Casa Tugendhat em Brno (1930), Seagram Building (1948 -1958), Crown Hall (1956), Casa
Farnsworth (1945-1950) e a sua ultima obra em vida e em território alemão a Neue Nationalgalerie em
Berlim (1962-1968).
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Barcelona apresentou-se com iniciativas privadas principalmente por industriais que
foram por conta própria com o apoio da Câmara do Comércio e do Consulado
Português em Barcelona. E expuseram os seus produtos nos edifícios gerais do
recinto.
Passados 63 anos este parque seria reaproveitado e adaptado para receber o
complexo olímpico para os Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992.
Para celebrar o centenário da Independê ncia da Bélgica, o país organizou duas
exposições, a Exposição Internacional da Grande Indústria, Ciência e Aplicações e
Arte Valã, em Liége. E a Exposição Internacional C olonial, Marítima e de Arte
Flamenga, em Antuérpia em 1930. A exposição colonial de Antuérpia contou com um
parque expositivo com 50 hectares, e dos quais 70000m 2 eram ocupados só com
pavilhões belgas, “com efeito, por ocasião da exposição foi inaugurado o novo porto
de Antuérpia, aspecto que sublinha a importância que os belgas reconheciam à
exposição.” (da Silva, 2000, p. 150), esta importância devia -se aos colonos que
estavam sob a posse da Bélgica.
Ilustração 84 – Plano Exposição Antuérpia 1930 . (Lemaire, 2016u).
Um ano depois da exposição colonial de Antuérpia, França reclamaria para si o papel
de país organizador destes certames. E inauguraria em 1931 a Exposição Colonial
Internacional de Paris, organizada no Bosque de Vincennes.
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Ilustração 85 – Plano Exposição Colonial Internacional de Paris 1931. (Lemaire, 2016v).
Com uma entrada principal monumental com uma fonte luminosa em forma de cacto
gigante, transposta esta entrada, podia-se encontrar no lado esquerdo o Palácio da
secção metropolitana pela mão de Roger-Henri Expert55 que desenhara também a
fonte luminosa da entrada, e o Museu das Colónias este projectado pelos arquitectos
Albert Laprade56 e Léon Jaussely57 numa síntese do estilo art déco, este feito de betão
para permanecer depois da exposição e o betão estava disfarçado,
[…] sob uma decoração elaborada: um pórtico simétrico e monumental de pilares com
falsos capitéis jónicos, suportando uma delgada cobertura plana, em lembrança da
arquitectura dos trópicos. [...] Sob o pórtico admiravam -se relevos de Janniot e, no
interior, salões decorados por Rhulmann e Eugène Printz. (dos Santos, 1994, p. 105)
No lado direito a Cidade das Informações que era composta po r um conjunto de
palácios homogéneos, num estilo moderno fazendo remissão à exposição de artes
decorativas de Paris em 1925.
55 Roger-Henri Expert (1882-1955) foi um arquitecto francês, iniciou os estudos em pintura na Escola de
Belas-Artes de Bordéus, mudando-se para Paris para estudar arquitectura na Escola de Belas-Artes de
Paris, terminando o curso em 1920. Em 1922 torna-se professor na Escola de Belas-Artes de Paris, abre
um atelier com Edmond André Granet. Em 1921 é nomeado arquitecto de edifícios civis e palácios
nacionais. No portfólio consta a Câmara Municipal de Reims (1924-1927) e a decoração interior da
Embaixada de França em Londres (1946-1949). 56 Albert Laprade (1883-1978) foi um arquitecto francês, formou-se na Escola de Belas-Artes de Paris
em 1907. Em 1920 funda o seu próprio atelier, anteriormente tinha trabalhado em Marrocos como adjunto
de Henri Prost, participando no projecto da Vila Indígena de Casablanca. Em 1960 é eleito membro da
Academia de Belas-Artes. 57 Léon Jaussely (1875-1932) foi um arquitecto francês, estudou na Escola de Belas-Artes de Toulouse,
mas terminou o curso na Escola Nacional de Belas-Artes de Paris em 1903. No mesmo ano recebe o
Prémio de Roma. Foi co-fundador em 1911 da Sociedade Francesa de Urbanistas com Henri Prost.
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Rogério André Moreira Branco 98
Ilustração 86 - Exposição Colonial
Internacional de Paris 1931. (Art Nouveau,
2004).
Ilustração 87 - Panorâmica Exposição
Colonial Internacional de Paris 1931.
(Rodrigue, 2010a).
Ilustração 88 – Cidade das Informações
Exposição Colonial Internacional de Paris
1931. (Ωméga , 2009).
Dentro do pavilhão geral da Cidade das Informações, que tinha uma área de 19000m 2,
e nele havia salas de leitura, bilheteiras de agencias de turismo, de bancos, de
caminhos de ferro, de correios, telégrafos e telefones, partes reservadas a cada país,
tinha ainda uma sala de conferências com capacidade de 1500 lugares. Este era um
local onde os países podiam facultar informações sobre os objectos expostos.
Depois destes dispositivos para dentro do parque encontravam -se as secções
nacionais e os pavilhões das colónias francesas “Para criar uma imagem do império
colonial francês” (da Silva, 2000, p. 166), encontrava -se ainda no fim do recinto um
jardim zoológico. Todos os dispositivos deste certame tinham como objectivo dar uma
atmosfera exótica, “Outros elementos de referência eram a “flora e fauna” que deviam
ser vistos no zoológico, a “vida da aldeia” onde se reproduziam a vida familiar” (da
Silva, 2012, p. 163).
Com todos estes dispositivos, pavilhões, espectáculos, restaurantes havia a
possibilidade de como era publicitado dar a visitar o mundo num só dia, e criavam
também a atmosfera exótica acima referida.
A Exposição Internacional de Bruxelas, abriria portas a 27 de Abril de 1935. Voltando
assim neste ano à capital Belga um certame deste carácter, mas desta vez
sancionado pelo BIE, embora segundo as regras deste organismo previssem que não
podia haver uma exposição universal no mesmo país no espaço de dez anos, após
negociações e devido à rivalidade de Bruxelas com Antuérpia, o BIE decide aprovar
este certame.
Esta exposição implantou-se em Heysel junto ao parque público Laeken, e ocupou
uma área total de 105 hectares. No recinto expositivo ergueram -se cinco palácios
permanentes, que ocupam uma área total de 45000m 2. A entrada para o recinto fazia-
se através de um pórtico monumental a entrada do Centenário que desembocava para
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Rogério André Moreira Branco 99
a Boulevard du Cinquentenaire. No topo deste boulevard ergueram-se os cinco
palácios permanentes. Sendo reaproveitados mais tarde para a exposição de Bruxelas
em 1958 e hoje em dia como centro de exposições.
Ilustração 89 – Plano da Exposição Internacional de Bruxelas 1935 . (Lemaire, 2016x).
Estes cinco formam uma praça, no lado direito aparece o Palácio de Festas, com
5500m2 de área, de planta rectangular e com uma capacidade de 3600 pessoas, e no
lado contrário à esquerda o Palácio de Arte Antiga com a mesma área e planta
rectangular, este tinha ainda os escritórios da administração da exposição.
No topo a rematar a praça estão os Grand Palais, o palácio central ocupa uma área de
14220m2, de planta rectangular com 90m de largura e 160m de comprimento.
Executado num estilo art déco, na fachada principal destacam-se quatro colunas de
pedra monumentais, que acompanham a altura total do palácio e definem a entrada
principal deste, ao lado aparece de cada lado um volume feito em caixilharia
escalonado.
De cada lado deste Grand Palais central, compondo os equipamentos centrais da
exposição e os que permaneceram pelo tempo, estão dois palácios com uma área de
10800m2, também de planta rectangular com 65m de largura e 166m de comprimento,
e apenas com piso térreo e um superior.
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Rogério André Moreira Branco 100
A praça criada por estes cinco palácios tem uma área de 20000m 2, é maior que a
famosa Grand Place de Bruxelas, e nela fez-se um espelho de água na parte superior,
e abaixo uma grande fonte luminosa com jatos de água, que à noite executavam
espectáculos de água luminosos, com 12 cores diferentes.
Ilustração 90 – Grand Palais, Bruxelas 1935.
(Lemaire, 2016z).
Ilustração 91 – Interior do Grand Palais,
Bruxelas 1935. (Lemaire, 2016aa).
Ilustração 92 – Palácio de Arte
Antiga, Bruxelas 1935. (Lemaire,
2016ab).
No resto do recinto expositivo, havia um parque de diversões que já se tinha tornado
popular em outras exposições, um jardim zoológico, pavilhões próprios de países e de
empresas privadas, e o que foram as grandes atracções da exposição uma aldeia
indiana, souks árabes e uma reconstituição de quarteirões das cidades mais
importantes do país do século XVIII e anteriores, eram construções efémeras de
Antuérpia, Gent e Liége. Estas reconstituições representavam as heranças da
Flandres, Valónia e Brabante, que agora eram u m único país, a Bélgica e constituíam
também uma síntese destas regiões belgas.
Ilustração 93 – Antiga Vila de Bruxelas, Bruxelas 1935 . (Lemaire,
2016ac).
Ilustração 94 – Soukhs, Bruxelas 1935. (Lemaire, 2016ad).
Dois anos antes do inicio do maior conflito bélico que foi a Segunda Guerra Mundial,
Paris acolhe outra vez um certame internacional em 1937, sendo o sétimo certame
deste tipo na capital francesa, e o último. Planeado em 1929 para acontecer em 1935,
com a finalidade de suster e proteger os ofícios artísticos, fora adiada em 1934 para o
ano de 1937, esta exposição “foi a encenação final da habitual celebração de paz e
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Rogério André Moreira Branco 101
progresso antes do dilúvio.” (de Oliveira, 1996, p. 7). Inaugurada a 1 de Maio de 1937,
com atrasos na construção, a Exposição Internacional das Artes e Técnicas na Vida
Moderna abriria as portas aos visitantes, que tinham para ver 240 pavilhões em 105
hectares de terreno, e com 44 nações estrangeiras representadas.
A exposição era mais uma vez realizada no centro de Paris, nomeadamente na Colina
de Chaillot onde em 1934 fora destruído o Palácio do Trocadéro, e erguido um novo o
Palácio de Chaillot, a Pont Léna que fora alargada, o Champ de Mars, funcionando
como espinha dorsal o rio Sena ocupado em ambas as margens fazia ligação com o
terreno da Esplanade des Invalides e com o Grand e Petit Palais nos Campos Elísios.
Os 105 hectares ocupavam os terrenos desde o Champ de Mars e Colina de Chaillot
até à Esplanade des Invalides e do outro lado do rio a Praça da Concórdia, os
mesmos terrenos do certame universal de 1900.
Ilustração 95 – Plano Exposição Internacional de Paris 1937 . (Lemaire, 2016ae).
O Palácio de Chaillot foi o único legado deixado desta exposição. Construído no lugar
do Palácio do Trocadéro, o novo palácio “deveria ser assim a vingança triunfante do
presente sobre o passado.” (de Oliveira, 1996, p. 59). Aberto concurso para a
construção deste novo palácio, que tinha como directriz de acordo com a organização
“a linguagem do novo edifício deveria ser de um modernismo moderado, ajustando -se
à tradição monumental francesa de um Ledoux ou de um Pe rcier.” (de Oliveira, 1996,
p. 59). Tendo vencido o projecto de Jacques Carlu58, Louis-Hippolyte Boileau e Léon
58 Jacques Carlu (1890-1976) foi um arquitecto francês, a sua obra foi essencialmente feita num estilo
Art Déco. Carlu trabalhou com Victor Laloux, em 1919 venceu o Prémio de Roma. Foi director da Escola
de Belas-Artes de Fointainebleau e entre 1924 e 1934 professor de arquitectura no M.I.T. (Massachusetts
Institue of Technology). Com as suas experiências transatlânticas tronou -se num embaixador da
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Rogério André Moreira Branco 102
Azéma59, com uma linguagem classicista e modernista, apresentando uma tensão
entre estes dois estilos, disposto em duas alas semicirculares, separadas por um
grande platô que serviria como palco e miradouro da paisagem urbana, para um lado a
Praça do Trocadéro e a agitação da cidade de Paris , para o outro os jardins da Colina
de Chaillot o rio Sena, a Torre Eiffel e o Champ de Mars. Esta obra “Encarna o espírito
de 1937 no que foi caracterís tico de um bom número de pavilhões” (de Oliveira, 1996,
p. 60). Nos jardins foram feitos espelhos de água e fontes que à noite eram
iluminadas.
Ilustração 96 – Palacio Chaillot, Paris 1937. (Rodrigue, 2010b).
Os pavilhões das várias nações encontravam-se nos terrenos da Colina de Chaillot e
no Champ de Mars. A directiva do arquitecto chefe da exposição para os pavilhões era
que estes não transmitissem a ideia de perenidade, mas que tomassem uma
linguagem provisória nunca tomando uma aparência de definitivo. Com isto em mente
cada país queria também exibir o seu melhor “de modo a mostrar ao mundo a
superioridade do seu sistema político e económico” (de Oliveira, 1996, p. 47). Com
esta directiva, e a vontade de cada país mostrar a sua soberania apareceram
pavilhões com linguagens mais tradicionais e nacionais, com linguagens mais
racionalistas e outros totalitaristas, “As formas arquitectónicas testemunham a
coexistência de tendências diferentes: classicismo no Palácio de Chail lot [...], e
modernismo na maior parte dos pavilhões.” (de Oliveira, 1996, p. 52).
arquitectura streamline. Das suas obras destaca-se o Palácio de Chaillot que foi co-autor em Paris (1937)
e o edifício da Nato em Paris (1957) agora Universidade Paris Dauphine. 59 Léon Azéma (1888-1978) foi um arquitecto francês, ingressou na Escola Nacional de Belas -Artes em
Paris em 1902 como aprendiz, foi aluno de Gaston Redon. Em 1912 é chamado para o serviço militar,
não terminando os estudos, durante do serviço militar esteve em cativeiro por cinco anos, onde expressou
a sua paixão pelo desenho. Em 1919 reingressa na Escola de Belas -Artes de Paris para terminar os
estudos. Em 1921 ganha o Prémio de Roma. Da sua obra destaca-se o Palácio de Justiça de Cairo,
concurso que ganha, e desenha unidades de habitação em Alexandria, Egipto.
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Rogério André Moreira Branco 103
Deste modo podem-se destacar os pavilhões da Alemanha e da Rússia (antiga
U.R.S.S.), o pavilhão de Itália do arquitecto Piacentini60, o pavilhão de Espanha onde
se encontrava exposto pela primeira vez a pintura Guernica de Picasso. Estes quatro
pavilhões eram a representação de um totalitarismo, representando assim a força
magma do estado de cada nação. Os dois primeiros pavilhões erguidos na Colina de
Chaillot ao lado da Pont Léna, frente a frente, o pavilhão da Rússia projectado por
Boris Iofan61 “o pavilhão soviético era um complexo de perfil aerodinâmico, rematado
por uma torre de oito andares que sustinha “O Operário e a Kolkhosiana”, colossal
grupo escultórico” (dos Santos , 1994, p. 179), o da Alemanha por Albert Speer62 que
era uma imensa torre de 35m de altura, “com uma monumental e gelada ordem de
pilastras caneladas coroada pelo símbolo do Estado, a águia sobre a suástica.” (dos
Santos, 1994, p. 179).
Ilustração 97 – Pavilhão Alemanha, Paris 1937 . (Lemaire,
2016af).
Ilustração 98 – Pavilhão URSS, Paris 1937. (Lemaire, 2016ag).
De outro lado, fora de uma mostra de totalitarismos encontravam -se pavilhões que
pretendiam mostrar “o génio de um país em registo contemporâneo” (de Oliveira,
60 Marcello Piacentini (1881-1960) foi um arquitecto e urbanista italiano, filho do arquitecto Pio
Piacentin i. A obra de Piacentin i incidiu maioritar iamente em Itália, trabalhou de perto com o governo
fascista, tendo sido este um grande comissário de Piacentini. A sua obra caracterizava -se pelo
depuramento do classicismo, tornando as suas obras numa arquitectura fascista e totalitarista
comissionada por Benito Mussolini. Da sua obra destaca-se o novo Campus Universitário da Univers idade
de Roma (1935) e o plano urbano e edifícios do que era para ser a Exposição Universal de Roma em
1942 que não se realizou, onde se encontra o Palácio da Civilização Ital iana agora sede da Marca de
artigos de luxo romana Fendi. 61 Boris Mihailovich Iofan (1891-1976) foi um arquitecto russo, conhecido por uma arquitectura
estalinista, e um dos impulsionadores do movimento moderno no leste da europa. Estudou em Itália no
Instituto Superior de Belas-Artes de Roma terminando o curso em 1916. O seu primeiro trabalho de
grande envergadura foi um sanatório em Barvikha, Rússia (1929), este projecto fez com que Iofan se
lançasse no mundo da arquitectura e apresentou o arquitecto a gr andes clientes. Em 1932 ganha o
concurso para o Palácio dos Soviéticos, projecto que foi interrompida a construção devido à Segunda
Guerra Mundial. Iofan Projectou também o pavilhão da U.R.S.S. da Exposição de Nova Iorque em 1939. 62 Albert Speer (1905-1981) foi um arquitecto alemão e Ministro do Armamento do Terceiro Reich,
Governo de Hitler, terminou os estudos em 1927 na Universidade de Berlim. Em 1931 Speer adere ao
Partido Nacional Socia lista e trona-se membro do corpo do partido, onde mostra os seus do tes de
arquitecto que agradam Hitler. Tornando-se o arquitecto do Reich, projectando assim as obras feitas pelo
governo alemão, obras totalitárias que passavam pela aprovação de Hitler.
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Rogério André Moreira Branco 104
1996, p. 51). Como é o caso do pavilhão da Finlândia projecto de Alvar Aalto63 feito
todo em madeira.
Ilustração 99 – Pavilhão Finlândia, Paris 1937 . (Galvão, 2012).
Ilustração 100 – Pavilhão do Ar, Paris 1937. (Oliveira, 1996, p.
55).
É de destacar ainda o Pavilhão do Ar que adoptou uma linguagem marcadamente
modernista, e ainda um Planetário.
Para a celebração do 150º aniversário da tomada de posse de George Washington em
1939, realizou-se um certame mundial em Nova Iorque, a Feira -Mundial de Nova
Iorque sob o tema “O Mundo de Amanhã”, este que ofuscou a celebração que originou
o certame, que acontecia 83 anos depois da primeira exposição universal nesta cidade
e que não atingiu o sucesso desejado.
Esta feira tomou lugar no Parque de Flushing Meadow, entre o bairro de Queens e
Corona, ocupou um área de 486 hectares, dividida em nove zonas: Divertimentos,
Comunicações e Sistemas Empresariais, Interesses Comunitários, Comida, Governo,
Medicina e Saúde Pública, Produção e Distribuição, Ciência e Educação e por fim
Transportes.
Este parque fo i construído no lugar de um aterro existente naquela zona, conhecida
até à época como Corona Dumps. Embora a exposição tivesse o apoio da Câmara de
63 Alvar Aalto (1898-1976) foi um arquitecto finlandês, licenc iou-se na Escola Técnica de Helsínquia em
1921. Aalto foi um grande impulsionador da arquitectura finlandesa, através de uma actividade crítica
participando em conferencias. No seu país participou e ganhou numerosos concursos entre eles para a
Bilioteca de Viipuri (1927-1935), Sanatório de Paimio (1928-1933). Aalto torna-se num dos arquitectos
mais importantes do movimento moderno e da Finlândia. Participa em 1933 no CIAM, colabora na
elaboração da Carta de Atenas. A obra de Aalto caracteriza -se pela procura de novos elementos, o uso
de materiais loca is e pelas linhas orgânicas, desenha também o mobiliário das suas obras. Destacando -
se a Villa Mairea (1938-1939), onde a atenção ao detalhe de toda a obra era rigoroso. Depois da Segunda
Guerra Mundial Aalto dedica-se ao urbanismo, na tarefa de reconstrução do país. Onde elabora o Plano
Regional de Imatra (1947-1953) e da Lapónia (1950-1955). Em 1956 desenha o Pavilhão F inlandês da
Bienal de Veneza, desenha também a sua conhecida obra para Louis Carré a Maison Louis Carr é (1956-
1959), já como arquitecto consagrado na Europa e E.U.A.
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Rogério André Moreira Branco 105
Nova Iorque, o comissário dos parques públicos de Nova Iorque, tinha declarado que
não iria ceder nenhuma zona verde já existente. A exposição tinha sido idealizada
para acontecer em Queens, e a não cedência de espaços públicos verdes pela
câmara, fez com que as atenções fossem para a lixeira de Corona que está à porta do
bairro de Queens. E este sítio apesar do trabalho que teria de ser feito para se
converter num parque público tinha as suas vantagens: estava próximo do East River
que daria um bom acesso fluvial, e estava próximo também da ilha de Manhattan.
Feitas as obras para tornar uma lixeira em parque verde, começa-se as obras da feira.
Esta feira organizava-se a partir de um centro. “A estrutura urbana da Exposição,
marcadamente centralizada, desenvolvia -se sectorialmente de uma forma radial. O
centro emergia de todo o conjunto” (Duarte, 1993, p. 35). A p artir desta centralidade da
exposição era possível ter uma fácil leitura da exposição e da sua organização e
localização de cada uma das nove zonas.
Ilustração 101 – Plano Feira Mundial de Nova Iorque 1939 . (Leite, 2014).
Este certame à semelhança dos anteriores, era marcado por um estilo de arquitectura,
a Arquitectura Streamline 64, que vinha da estética aerodinâmica cruzada com a Art
Déco, esta nova arquitectura com origem nos Estados Unidos da América.
[...] impunha uma imagem com grande impacto visual, tendo dominado a Exposição de
Nova Iorque de 1939, onde os pavilhões eram desenhados com cantos arredondados e
64 Arquitectura Streamline era uma arquitectura que teve origem nos E.U.A. caracterizava -se por ter
uma estética aerodinâmica, fluída e contínua. Resultava do cruzamento da arquitectura Art Déco com
elementos aerodinâmicos e fluídos, substituindo linhas horizontais por linhas arredondadas e contínuas.
Esta arquitectura associava-se a um futurismo e à vertente tecnológica.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 106
os vãos substituídos por linhas horizontais, atribuindo a todo o desenho um continuum
estético [...] (Duarte, 1993, p. 35)
Este tipo de arquitectura, estava aliada a um futurismo e à vertente tecnológica, de
modo a antever um futuro.
Ilustração 102 – Panorâmica Feira Mundial de Nova Iorque 1939. (Leite, 2014).
Este novo estilo arquitectónico estava fortemente representado na zona dos
transportes, onde os pavilhões constituíam “verdadeiros paradigma s da arquitectura
“streamlined”” (dos Santos, 1994, p. 208). Aqui se destaca o Pavilhão da General
Motors, projectado pelo arquitecto Albert Kahn65. Neste pavilhão estava patente uma
das atracções que foi das mais concorridas da exposição, o Futurama, onde se
apresentava um futuro próximo, como seria a urbe a sociedade e a vida em casa em
1960. Este espectáculo fora realizado por Norman Bel Geddes66 com ajuda do
arquitecto Albert Kahn.
65 Albert Kahn (1869-1942) foi um arquitecto americano, nascido na Alemanha emigrou com os pais mais
os cinco irmãos para os E.U.A. em 1880, com 11 anos. Iniciou a práctica de arquitectura como aprendiz
na firma Mason and Rice em Detroit. Em 1891 recebe uma bolsa de estudo para viajar pela Europa,
durante a viagem conheceu Henry Bacon, com o qual viaja até Itália, França, Alemanha e Bélg ica. Em
1896 abre atelier com George W. Nettleton e Alexander B. Towbridge. Em 1902 inicia a práctica a solo.
Em 1903 Kahn é eleito arquitecto da fábrica de automóveis Packard Motor Co., para a qual desenhou
nove fábricas entre 1903 e 1905. Devido à proximidade com a indústria automóvel Kahn acabou por
desenhar várias fábricas para esse segmento e edifícios para companhias de automóveis como o edifício
da General Motors em Detroit. 66 Norman Bel Geddes (1893-1958) foi um designer industrial e cenógrafo americano. Ficou conhecido
como cenógrafo de teatro com 30 anos, criou cenários para produções de cinema e para a peça Hamlet.
Desde os anos 20 do séc. XX desenhava comboios, carros e interiores de a viões. Bel Geddes foi o
primeiro a desenhar a primeira máquina de escrever eléctrica. Devido à produção de cenários, utilizava a
luz e movimentos mecânicos eximiamente, isso tornou-se evidente pelo Futurama, espectáculo
multimédia presente no Pavilhão da G eneral Motors na Exposição de Nova Iorque 1939.
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Rogério André Moreira Branco 107
Ilustração 103 – Pavilhão General Motors, Nova Iorque 1939 . (Prophecy
Panic Button, 2012).
Ilustração 104 - Pavilhão General Motors, Nova
Iorque 1939. (Guillemot, 2015).
Para além da arquitectura Streamline amplamente divulgada na exposição, pelos 60
países representados no certame, podia -se ver uma vasta gama de estilos
arquitectónicos. Desde o classicismo do pavilhão da U.R.S.S. projectado por Iofan,
com uma estrutura semicircular “com duas «asas» laterais onde sobressaíam os
baixos-relevos de Lenine e de Estaline.” (Martins, 1996, p. 56) executado com peças
separadas e esculpidas de mármore vermelho de Gasgan (o mesmo com que foi
elaborado o túmulo de Lenine). O modernismo podia -se encontrar no pavilhão do
Brasil, projecto de Oscar Niemeyer67, Lúcio Costa68 e Wiener69, que riscaram um
67 Oscar Niemeyer Soares Filho (1907-2012) foi um arquitecto brasileiro, o principal arquitecto do
movimento moderno no Brasil. Niemeyer inicia os estudos na Escola Nacional de Belas -Artes do Rio de
Janeiro em 1929, terminou o curso como engenheiro arquitecto em 1934. Em 1935 começa a trabalhar no
atelier de Lúcio Costa, onde integra a equipa do projecto do Ministério da Educação e Saúde. O seu
primeiro projecto construído foi um Jardim de Infância da Instituiç ão Obra de Berço em 1937. Em 1949
recebe o título de membro honorário da Academia Americana de Artes e Ciências. Em 1956 é convidado
para projectar a nova capital do país, Brasília, é nomeado director da Novacap, empresa responsável pela
construção da nova capital. Para além de ser juiz no concurso do plano de Brasília desenha também
diversos edifícios para a nova capital. Entre 1957 e 1958 aparecem os edifícios pro jectados por Niemeyer
o Palácio da Alvorada, Palácio do Congresso Nacional, Palác io do Planalto, a Praça dos Três Poderes
entre outros. Em 1962 é nomeado director da Escola de Arquitectura da Universidade de Brasília,
demitindo-se por oposição e a conflitos com o estado militar em 1965. Ano em que viaja até Paris para a
exposição no Louvre “Oscar Niemeyer, L’architecte de Brasília”. Em 1967 é impedido de trabalhar no
Brasil, instala-se em Paris, onde Charles De Gaulle lhe concede uma autorização para exercer a sua
actividade em território francês, abrindo um atelier em 1973 nos Champ Elysées. Em 19 75 é nomeado
comendador da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal, em 1988 recebe o prémio Pritzker.
Continuando a exercer actividade até morrer. A arquitectura de Niemeyer caracteriza -se pelo uso de
linhas curvas contrastando com as linhas horizontais, e o emprego de rampas. 68 Lúcio Costa (1902-1998) foi um arquitecto brasileiro, um dos mais importantes arquitectos na difusão
do Estilo Internacional no Brasil. Em 1924 termina os estudos e associa -se a Warchavchik. Em 1931 é
nomeado director da Academia de Belas-Artes e da Escola de Arquitectura do Rio de Janeiro. Entre 1936
e 1943 é o arquitecto principal do projecto do Ministério da Educação e Saúde, formando equipa com
Oscar Niemeyer, Le Corbusier assessor deste projecto. Entre 1948 e 1954 executa uma d as suas
maiores obras o Conjunto Residencial do Parque Guinle no Rio de Janeiro. Em 1956 participa no
concurso do plano de Brasília a nova capital do Brasil. 69 Paul Lester Wiener (1895-1967) foi um arquitecto alemão, formou-se na Academia Real de Berlim. Em
1913 emigrou para os E.U.A. e tornou-se cidadão Americano em 1919. Viaja para a Europa para estudar
e trabalhar como arquitecto até 1927. Em 1928 funda a empresa Contempora e em 1934 faz o projecto da
sede da empresa a Contempora House nos E.U.A. Em 1942 associa-se a José Luis Sert e fundam uma
empresa de planeamento urbano, que encerra em 1959. Com a empresa elabora o p lano d irector do
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Rogério André Moreira Branco 108
pavilhão segundo princípios de Le Corbusier, com um piso térreo livre, uma
construção separada do solo com dois pisos. Tinha uma planta em L, e o acesso era
realizado por uma rampa que desembocava para uma esplanada, de onde se podia
olhar para um jardim tropical no piso térreo, do lado direito encontrava -se um auditório
e do esquerdo a zona expositiva. No piso térreo livre, encontrava-se um restaurante,
uma cafetaria e o jardim tropical no pátio com um lago e um reptilário.
Ilustração 105 – Planta piso térreo Pavilhão do Brasil, Nova Iorque
1939. (Fracalossi, 2014).
Ilustração 106 - Pavilhão do Brasil, Nova Iorque 1939 .
(Fracalossi, 2014).
Ilustração 107 - Planta primeiro piso Pavilhão do Brasil, Nova Iorque
1939. (Fracalossi, 2014).
Ilustração 108 - Pavilhão do Brasil, Nova Iorque 1939 .
(Fracalossi, 2014).
Ilustração 109 - Planta segundo piso Pavilhão do Brasil, Nova Iorque
1939. (Fracalossi, 2014).
Bogotá, Colômbia. Wiener desenvolveu o seu trabalho maioritariamente na América Latina com planos
urbanos para vários países.
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Rogério André Moreira Branco 109
Também com uma linguagem modernista era o pavilhão da Finlândia, da autoria de
Alvar Aalto, patente no Hall das Nações. Feito em madeira como o pavilhão da mostra
anterior em Paris. Mas onde apresentou um elemento amplamente elogiado devido à
audácia, e a de ter libertado a arquitectura da rigidez. Este elemento encontrava -se no
interior, em que a parede fora feita de forma ondulante inclinada em madeira e
fraccionada em níveis, que correspondiam á altura de três pisos. Este interior veio “dar
a impressão de um movimento contínuo, permitindo ao mesmo tempo criar um melhor
ângulo de visão das macrofotografias [...], articulava o espaço interior de uma forma
dinâmica e fluida, inimaginável pela visão do exterior.” (Duarte, 1993, p. 38).
Ilustração 110 – Pavilhão URSS, Nova Iorque 1939 . ([Adaptado a
partir de:] Шама , 2014).
Ilustração 111 - Pavilhão Finlândia, Nova Iorque 1939 .
(Galvão, 2012).
No centro do recinto expositivo encontravam -se as estruturas que ficaram como os
símbolos da exposição, e as que mais massas moveram. Devid o à irreverência delas e
à exposição patente, eram o Trylon e o Perisphere. O primeiro era como um obelisco
piramidal com base triangular, e atingiu uma altura de 183m, o segundo era uma
grande esfera, com 55m de diâmetro e uma altura equivalente a 18 andares, este
encontrava-se suspenso por um conjunto de oito pilares de aço que estavam assentes
num anel de betão. Os dois executados com uma estrutura de aço e revestido s de
gesso. Estes foram projectados por Wallace K. Harrison70 e J. André Fouilhoux71, para
70 Wallace K. Harrison (1895-1981) foi um arquitecto americano, formou-se após a primeira guerra
mundial, na qual serv iu, na Escola de Belas-Artes de Paris. Voltando para Nova Iorque em 1923, cidade
onde residia até ir para a guerra. Em 1927 junta -se à firma Helme & Corbett que muda de nome mais
tarde para Corbett, Harrison & MacMurray, empresa responsável pelo Rockefeller Center em Nova Iorque.
A partir dessa obra Harrison é chamado para projectar os mais variados edifícios como o aeroporto de
LaGuardia, Nova Iorque, o Lincoln Center. Torna-se assim num dos mais importantes arquitectos
americanos do Séc. XX e do movimento moderno nos Estados Unidos. 71 Jacques André Fouilhoux (1879-1945) foi um arquitecto e engenheiro francês que emigrou para os
E.U.A. onde se estabeleceu e abriu um atelier em 1924 com o sócio Raymond Hood. Atelier responsável
por várias obras como o asilo St. Vincent de Paul, Nova Iorque (1924), o edifício McGraw -Hill, Nova
Iorque (1930-1932). Com a morte de Hood em 1934 Fouilhoux integra na firma de Harrison onde trabalha
no Rockefeller Center, e noutros projectos da firma.
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além de serem os símbolos da exposição com acima referido, tinham exposto no
Perisphere a Democracity (Democracidade), que e ra o tema principal do certame. O
Trylon apenas servia para “oferecer uma experiência utópica do futuro, pois não tinha
recheio de interesse.” (Martins, 1996, p. 24) e era o local de acesso ao Perisphere,
através de uma escada rolante eléctrica dando acesso a duas plataformas móveis no
grande globo. A Democracity era uma grande maqueta montada no Perisphere, em
que fazia a antevisão de uma cidade americana no ano de 2039. Este fora um projecto
de Henry Dreyfuss72, era uma cidade para um milhão de habitantes, para além desta
maqueta havia um espectáculo com luzes e som, a simularem o nascer do dia e o
anoitecer na grande abóbada do Perisphere, com um coro a cantar um poema. Esta
Democracity representava assim uma utopia social, pela organização da urbe e à
organização laboral, esta utopia concorria com a que era mostrada no pavilhão da
General Motors acima descrito. À noite esta grande esfera tornava -se num grande
ecrã cinematográfico, com projecções de nuvens em movimento.
Estas estruturas, para além de serem símbolo, davam também uma visão panorâmica
sob o recinto expositivo devido à altura que colocavam as pessoas e à centralidade. E
estavam ligadas pelo que ficou chamado de Helicline, uma grande rampa, construída
com um sistema de arcos.
72 Henry Dreyfuss (1904-1972) foi um designer industrial americano, aos 17 anos começou a desenhar
cenários para espectáculos da Broadway e para filmes. Em 1929 abre o seu próprio escritório de Design
Industrial, no ano seguinte começa a trabalhar para a empresa de telefones Bell Laboratories,
desenhando vários modelos de telefones. Dreyfuss e o seu escritório foram responsáveis também pelo
design de vários modelos da câmaras fotográficas Polaroid como a J33 Land Camera (1961), Swinger
(1965) e a SX-70 (1970). O trabalho do escritório inc idiu sempre no design de produtos industriais como
telefones, frigoríficos, aspiradores etc.
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Ilustração 112 – Trylon e Perisphery, Nova Iorque 1939 .
(Prophecy Panic Button, 2012).
Ilustração 113 - Trylon e Perisphery, Nova Iorque 1939 .
(Wallender, 2013).
Ilustração 114 - Trylon e Perisphery, Nova Iorque 1939 . (Ptak,
2011).
Ao mesmo tempo que decorria a exposição de Nova Iorque, decorria a Golden Gate
International Exposition em São Francisco, nos Estados Unidos. Este certame
inicialmente fora pensado para celebrar a inauguração da ponte Golden Gate, mas
acabara por celebrar o contributo do passado das nações que descobriram a costa do
Pacífico.
Este certame teve lugar numa ilha artificial de forma geométrica, na baía de São
Francisco, a Treasure Island. O recinto expositivo ocupava metade da área do certame
nova iorquino contemporâneo. Nele podiam-se ver erguidas “estruturas marcadas por
arquitectura onírica, num Art Déco evocativo de paraísos pré -colombianos, do Sudeste
Asiático ou da Oceânia.” (dos Santos, 1994, p. 232). Como é o caso da torre dos
elefantes da entrada oeste, que eram marcadamente inspiradas nos templos maias. À
noite o certame era totalmente iluminado, com luzes indirectas nos pavilhões, e spots
luminosos de várias cores, davam ao certame um ar feérico, todo o aparato luminoso
fazia com que a ilha consegu isse ser avistada a uma grande distância, sendo
chamada de The Magic City.
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Ilustração 115 – Plano Exposição Golden Gate International Exposition, São Francisco
1939. (Shell, 1939).
Ilustração 116 - Golden Gate International
Exposition, São Francisco , San Francisco
History Center, San Francisco Public Library ,
1939. (Shea, s.d.).
Ilustração 117 - Golden Gate International
Exposition, São Francisco 1939 . (Shea, s.d.).
A Exposição Federal Alemã de Jardinagem em Kassel no ano de 1955 apresentou aos
visitantes e introduziu na arquitectura uma nova maneira de construir e um novo
material, este novo tipo de construção estava presente no Pavilhão de Música,
projectado por Frei Otto73 fora a primeira obra construída com membrana pré -
esforçada.
Este pavilhão marcou o começo de uma construção ligeira, “A cobertura, de tela de
algodão com espessura inferior a um milímetro, tinha uma distância entre vértices
opostos de dezoito metros, sendo esta dimensão máxima possível para uma cobertura
de tela com estas características.” (Duarte, 1992, p. 95). Para poder absorver os
esforços devido à tracção dos mastros cilíndricos foram construídos blocos de betão, e
73 Frei Otto (1925-2015) foi um arquitecto alemão, começou a trabalhar como aprendiz de escultor com o
pai que era escultor. Em 1943 é chamado para servir o exército alemão na Segunda Guerra Mundial e em
1945 é capturado pelas milícias francesas e levado para um campo de prisioneiros de Guerra pe rto de
Chartres, França. Onde permanece por dois anos e torna-se em arquitecto do campo onde aprende a
trabalhar em estruturas temporárias. Com o fim da Guerra volta a Berlim, cidade onde residia, em 1948 e
inicia o curso de arquitectura na Universidade Técnica de Berlim. Entre 1950 e 1951 viaja para os E.U.A.
para estudar Planeamento Urbano e Sociologia na Universidade de Virgínia e para vis itar obras icónicas
de arquitectura de: Frank Lloyd Wright, Eero Saarinen, Richard Neutra e do Casal Eames. Regressou a
Berlim em 1952, ano em que abre o seu próprio atelier, e onde começa a desenvolver um estudo sobre
estruturas tênseis. Em 1954 trona-se doutorado pela Universidade Técnica de Berlim em Engenharia Civ il
com a dissertação “Cobertura Suspensa, Forma e Estrutura”, que mais tarde é publicada em vários
idiomas. A partir daí Otto começa a desenvolver as suas estruturas de membranas tensionadas,
estruturas feitas por membranas de algodão esticadas e tensionadas por cabos de aço, que caracteriza a
maioria do seu trabalho. Em 2015 ano da morte recebe também o prémio Pritzker.
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a cobertura feita de tela de algodão fora calculada tendo em conta os esforços
produzidos pelo vento e de acordo com as normas em vigor.
Ilustração 118 – Pavilhão de Música, Exposição Federal Alemã
de Jardinagem, Kassel 1955. (Higa, 2015).
Ilustração 119 – Pavilhão de Música, Exposição Federal Alemã
de Jardinagem, Kassel 1955. (Aimar, 2015).
Este projecto só fora possível realizar, po rque provinha de uma investigação que o
arquitecto vinha a desenvolver sobre membranas tensionadas.
“A exploração do principio da tenda, desenvolvida pelas investigações de Frei Otto,
encontra nesta “pele” de abrigo um potencial de desenho de carácter temporário ou
permanente.” (Duarte, 1992, p. 86). Depois deste primeiro pavilhão e do sucesso da
estrutura, esta multiplica-se em cenários efémeros ou permanentes, como acima
referido.
Em 1958 voltariam os périplos dos certames universais, com a Exposição Universal de
Bruxelas 1958. A predecessora de Nova Iorque em 1939 e a primeira do pós-guerra.
Organizada no parque de exposições de Heysel, o mesmo local da anterior exposição
na mesma cidade em 1935.
Para albergar esta exposição em 58, houve um incremento de área, acrescentando -se
o Parque de Laecken, o Bosque de Ossegan e o Palácio d e Belvedere, compondo
uma área total de 200 hectares, dos quais 27 eram dedicados a pavilhões de nações
estrangeiras, 12 para a exposição colonial composta por jardins tropicais e por sete
pavilhões, 5 para uma aldeia típica Belga do inicio do século, tal como acontecera em
1935, onde se mostrava a vivência e ambiente de uma aldeia, contando com três ruas,
seis praças, 150 casas, 50 cabarés, 5 teatros e vários jardins.
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Ilustração 120 – Plano Exposição Universal de Bruxelas, 1958. ([Adaptado a partir de:]Lemaire, 2016ah).
O palácio central da exposição de 1935 fora transformado em centro de acolhimento
dos visitantes, sendo feito um hotel no interior, os outros dois palácio s, que
compunham a Praça da Bélgica , foram reaproveitados e usados para a secção de Arte
e Ciência cada um. A secção de arte tinha o tema Cinquenta Anos de Arte Moderna, e
contou com obras de arte de 48 países.
O grande símbolo da exposição, o Atomium fora idealizado em 1954 pelo engenheiro
A. Waterkeyn74, este edifício, que se tornara símbolo da exposição, era a
representação de uma molécula de ferro que fora ampliada 150 mil milhões de vezes.
E encontrava-se no cruzamento das quatro avenidas principais do recinto expositivo.
Foi uma das únicas peças que permaneceram depois do fecho e desmantelamento da
exposição, é composta por uma estrutura de aço de elevada elasticidade e revestida
por alumínio. No total de nove esferas com um diâmetro de 18m e interligadas por
tubos de 29m, atingindo uma altura de 110m. Na esfera inferior encontrava -se a
recepção e uma exposição onde se apresentava m projectos de desenvolvimento de
centrais nucleares nas colónias belgas. A ligação com as restantes esferas superiores
era feita através de escadas rolantes, as mais longas até à época na Europa, e nas
esferas podia-se encontrar exposições nacionais e de várias empresas. A existência
de um elevador, dá acesso à esfera do topo, tal como as escadas rolantes, onde se
desfruta de uma vista panorâmica sobre o recinto e há um restaurante que ainda
74 André Waterkeyn (1917-2005) foi um engenheiro belga, era director económico de um empresa de
metalurgia, quando em 1954 é convidado para desenhar um edifício para a Exposição de Bruxelas em
1958, que simbolizasse a Bélgica. Concebendo o Atomium, até ao ano 2000 Waterkeyn foi o detentor dos
direitos de autor e dos desenhos originais do edifício até trespassa -los para a organização que detém o
edifício.
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Rogério André Moreira Branco 115
funciona. O Atomium tal como a Torre Eiffel da exposição parisiense de 1889 torna -se
um símbolo não só da exposição mas também da cidade.
Ilustração 121 – Atomium, Bruxelas 1958. (Lemaire, 2016ai).
Ilustração 122 - Atomium, Bruxelas 1958. (PKMN, 2012).
Os pavilhões dos vários países que se fizeram representar seguiam a directiva de
Marcel van Goethem75, arquitecto chefe da exposição que “determinara que o estilo
dos pavilhões principais deveria ser «modernista» [...] mas, para além dessa
recomendação genérica [...] não se verificou qualquer tentativa de impor fórmulas
rígidas” (Cardoso, 1997, p. 40). Podendo cada um interpretar, à sua maneira, o
modernismo e tirar partido de novas possibilidades oferecidas pelos materiais
construtivos como o betão armado e estruturas metálicas.
Caso disto fora o pavilhão da URSS, composto como uma enorme caixa de vidro,
“conseguia o efeito paradoxal de parecer maciça e pesada, apesar de construída com
materiais leves: chapa de alumínio e vidro, constituindo uma estrutura reticular
suspensa por cabos de aço.” (Cardoso, 1997, p. 42), abandonando a rigidez que era
característica dos pavilhões dos certames anteriores.
75 Marcel van Goethem (1900-1960) foi um arquitecto belga, formou-se na Academia de Belas-Artes de
Bruxelas, mais tarde muda-se para Paris para terminar os estudos na Escola de Belas -Artes de Paris,
terminando o curso em 1925. Regressa a Bruxelas e começa a trabalhar com Alexis Dumont com o qual
desenha vários edifícios, públicos e privados como o edifício para a companhia de seguros Assurances
Générales de Trieste (1936). Em 1929 torna-se professor de arquitectura na Escola de Desenho Saint -
Josse e em 1937 até 1945 é o director da escola. Em 1940 foi nomeado como arquitecto do Banco
Nacional Belga, mas devido à guerra as obras do banco apenas foram iniciadas em 1946, após a guerra.
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Ilustração 123 – Pavilhão URSS, Bruxelas 1958. (Lemaire, 2016aj).
Outro pavilhão que fora feito com recurso às novas possibilidades dos materiais e
numa interpretação do modernismo fora o Pavilhão Philips, projecto de Le Corbusier e
Iannis Xenakis76, este pavilhão demonstrava uma alteração da estética utilizada por Le
Corbusier.
era composto totalmente por superfícies em parabolóide hiperbólico autoportantes, da
autoria de Iannis Xenakis, constituindo um espaço destinado a projecções nas paredes
empenadas, onde se apresentava um poema electrónico do próprio Corbusier, com
música de Edgard Varèse. (Duarte, 1993, p. 39)
76 Iannis Xenakis (1922-2001) foi um compositor e matemático francês, nascido na Roménia. Foi o
criador da música stochastic, música composta com auxílio de computadores baseada em sistemas de
probabilidades matemáticos. Xenakis graduou-se em 1947 no Instituto de Tecnologia de Atenas. Mais
tarde exila-se em Paris devido às suas posições e activ idades políticas. Em Paris a ssocia-se a Le
Corbusier por 12 anos, com o qual desenha o Pavilhão da Philips para a Exposição de Bruxelas 1958.
Com 30 anos inicia-se na música e começa a aprender com Darius Milhaud, e estuda composição com
Olivier Messiaen no Conservatório de Paris, desde 1950 até 1962. Foi por sugestão de Messiaen que
Xenakis começou a usar os sistemas de probabilidades matemáticas para compor música, em 1954,
criando a música stochastic.
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Ilustração 124 – Pavilhão Philips, Bruxelas 1958 . (Fracalossi,
2013).
Ilustração 125 – Pavilhão Philips, Bruxelas 1958 . (Fracalossi,
2013).
Ilustração 126 – Pavilhão Philips, Bruxelas 1958 . (Fracalossi,
2013).
Em 1967, aquando da celebração dos 100 anos da Confederação Canadiana, no
Canadá, coincide no mesmo país a exposição universal organizada em Montreal. A
Exposição Universal de Montreal 1967, erguida em duas ilhas que compõem Montreal,
a Ilha de Santa Helena e Notre -Dame, ocupando uma área de 400 hectares, e com a
participação de 62 países, a circulação no recinto para além de pedonal podia ser feita
por duas linhas de minirail, a amarela a linha mais curta, e a azul que era mais extensa
e passava pelo pavilhão dos Estados Unidos.
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Ilustração 127 – Plano da Exposição Universal de Montreal 1967 . (Lemaire, 2016al).
As estruturas mais emblemáticas desta exposição foram os pavilhões da Alemanha e
dos Estados Unidos da América, por terem sido desenhados por investigadores de
estruturas na arquitectura, e o que os caracterizava era uma arquitectura de pele
caracterizada pela transparência e imaterialidade.
Ainda se destaca o chamado de Habitat 67 do arquitecto Moshe Safdie 77, que era um
grande complexo de 158 apartamentos standard, que compunham um complexo
habitacional onde os apartamentos foram empilhados uns nos outros de modo a dar
privacidade, luz, ventilação. Resultando num conjunto desordenado de
paralelepípedos empilhados, que criam grandes aberturas ent re eles e ruas interiores
de circulação e acesso.
77 Moshe Safdie (1938-) é um arquitecto israelita com cidadania israelita, canadiana e norte-americana,
formou-se na Escola de Arquitectura da Universidade McGill em Montreal. Em 1962 começa a trabalhar
como arquitecto no escritório de Louis Kahn, mais tarde em 1964 volta para Montreal e abre o seu próprio
escritório de arquitectura. Com 25 anos aprece a obra pela qual se tornaria conhecido o Habitat 67 para a
Exposição de Montreal 1967. Depois deste projecto começa a projectar edifícios para o mundo inteiro,
como o Habitat Puerto Rico (1968-1972). Em 1970 abre uma dependência do escritó rio em Jerusalém e
onde desenha a Escola de Rabinos Yeshivat Porat Joseph (1971 -1979), com dormitórios, salas de aula,
biblioteca e sinagoga. Em 1978 abre dependência em Boston e em Toronto em 1985. Foi professor de
Arquitectura e Design Urbano entre 1984 e 1989 na Escola de Design da Universidade de Harvard. As
obras mais recentes de Safdie são a ampliação do Aeroporto Internacional de Toronto (2007), a sede
para o Instituto da Paz dos Estados Unidos (2011), em 2007 abre uma dependência em Singapura e em
2011 em Xangai.
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Ilustração 128 – Habitat 67, Montreal 1967. (Merin, 2013).
Ilustração 129 – Habitat 67, Montreal 1967. (Merin, 2013).
Ilustração 130 – Habitat 67, Montreal 1967. (Merin, 2013).
O pavilhão dos Estados Unidos fora desenhado por Buckminster Fuller78, e estava na
ilha de Santa Helena. Era um Domo Geodésico de 80m de diâmetro com 61m de
altura que ocupava uma área de aproximadamente 14000m 2, feito com uma estrutura
de tubos de aço, este domo/cúpula tinha como revestimento painéis de acrílico.
[...] constituiu uma permanência no imaginário arquitectónico, recriando agora, a um
novo nível, um imenso espaço interior que os engenheiros dos Palácios de Cristal já
tinham tentado e conseguido, formulando uma espacialidade, com um método
construtivo inovador que escapava às regras que até ai se utilizavam na construção. A
extensão deste sistema podia ser indefinida e o espaço etéreo ultrapassava o campo
de visão. O sistema geodésico de Fuller contém características idênticas, sendo um
imenso espaço envolvente, cuja escala poderá aumentar quase sem limite. (Duarte,
1993, p. 39)
O interior do pavilhão era provido de várias exposições, contando com exposição de
Belas Artes com peças de Pop Art e Op Art, exposição sobre o cinema americano, e
78 Richard Buckminster Fuller (1895-1983) foi um engenheiro e arquitecto Americano. Fuller iniciou os
estudos na Universidade de Harvard mas foi expulso duas vezes nunca terminando os estudos. Na
Primeira Guerra Mundial serviu a Marinha Americana e após a Guerra com o arquitecto James Monroe
Hewlett abriu uma companhia de construção. Em 1927 a companhia abre falência e Fuller fica
desempregado, o que faz com que inicie uma pesquisa nos padrões sociais, o que faz com que apareça a
Dymaxion House em 1928, e primeiro protótipo em 1933, com esses estudos cria também o Dymaxion
Car. A partir destes estudos Fuller desenvolve estruturas habitáveis modulares e pré -fabricadas, para dar
resposta a uma sociedade emergente. O que constituiu o grosso do seu trabalho, uma das estruturas
mais emblemáticas de Fuller são as cúpulas geodésicas.
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de astronautas. Estas exposições estavam distribuídas em várias plataformas e m
níveis diferentes e interligadas por escadas e esca das rolantes no interior da cúpula,
havia ainda um cinema com 300 lugares, o acesso era feito através de um minirail.
Ilustração 131 – Corte Pavilhão Estados Unidos da América, Montreal
1967. (Langdon, 2014).
Ilustração 132 – Exterior Pavilhão Estados Unidos da
América, Montreal 1967. (Dunphy, 2012).
Ilustração 133 – Interior Pavilhão Estados Unidos da
América, Montreal 1967. (Miller, 2010).
Esta estrutura durante o período diurno brilhava com o sol, e à noite tornava -se num
enorme candeeiro.
O pavilhão da Alemanha, fora projectado por Frei Otto, concebido como uma grande
tenda para dar abrigo colectivo a uma grande concentração de pessoas. Como o
pavilhão da música da exposição de Kassel em 1955, este pavilhão apenas fora
possível devido às investigações de Otto sobre estruturas tênseis. Construído com
cabos de aço, e suportada por oito colunas estava e stendida e tensionada uma rede
plástica, que dava abrigo a toda a exposição alemã. A solução do pavilhão permitiu
“manter uma leveza formal e um discurso pacifico que traduzisse apenas a aposta
tecnológica de ganhar o futuro.” (Duarte, 1992, p. 85). Este sistema fora mais tarde
reproduzido na cobertura do pavilhão olímpico de Munique.
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Ilustração 134 – Interior Pavilhão Alemanha, Montreal 1967 .
(Langdon, 2015).
Ilustração 135 – Exterior Pavilhão Alemanha, Montreal 1967 .
(Langdon, 2015).
Ilustração 136 – Exterior Pavilhão Alemanha, Montreal 1967 .
(Langdon, 2015).
As investigações de Frei Otto sobre estruturas tênseis permitiam dar uma dimensão
tecnológica ao conceito de tenda. A R.F.A. rompia com todas as referências anteriores,
pesquisando ela própria os caminhos do futuro. Todos os pavilhões em estruturas
tênseis que se fizeram a seguir, [...], derivaram destas pesquisas. (Duarte, 1993, p. 40)
A primeira Exposição Universal num pais asiático teve lugar em Osaka no Ja pão no
ano de 1970, a 20ª exposição universal, inaugurada a 14 de Março de 1970. A cidade
de Suita foi a escolhida dentro da província de Osaka para albergar a exposição, a
16km da cidade Osaka.
A exposição ocupava uma área de 330 hectares, dos quais 186 h ectares estavam
ocupados por pavilhões de nações estrangeiras, num total de 78 países, incluindo o
Japão.
O arquitecto chefe responsável pelo plano do recinto expositivo foi Kenzo Tange 79,
este dividira o recinto em três zonas, a zona N orte era constituída por um jardim
79 Kenzo Tange (1913-2005) foi um arquitecto japonês. Formou-se em Engenharia na Univers idade de
Tóquio em 1938. Ano em que começa a trabalhar no escr itório de Kunio Maekaw a. Em 1942 volta a
estudar na universidade Planeamento Urbano, nesse ano recebe também o primeiro prémio do Instituto
de Arquitectura Japonês. A sua primeira obra a ser completa foi um pavilhão para a Feira da Industria de
Kobe em 1950. Tange foi o autor da reconstrução de Hiroshima depois da Segunda Guerra Mundial e do
Memorial de Hiroshima (1950). Foi autor também de vários edifícios públicos no Japão. Projectou o
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japonês, com 1,3km de comprimento e 200 m de largura, com três lagos artificiais onde
eram apresentadas as técnicas e história da jardinagem japonesa.
Ilustração 137 – Plano Exposição Universal Osaka 1970 . (Lemaire, 2016am).
A zona Sul era a Expolândia, um parque de diversões com carroceis, barraquinhas,
rodas gigantes e a Daidossauro, uma série de montanhas russas entrelaçadas com
cinco percursos diferentes, que percorriam a Expolândia inteira.
A zona central era a zona onde se encontravam todos os pavilhões, nacionais , quer
pavilhões de províncias japonesas como também de empresas japonesas, novidade
nesta exposição em que a participação do sector privado aparece com pavilhões
particulares a concorrer com os pavilhões nacionais.
A arquitectura japonesa neste certame adoptou um traço muito característico, o
Metabolismo, este certame era dotado de uma arquitectura metabólica. Esta era uma
arquitectura apoiada em superestruturas, com soluções estruturais modulares e
estruturas leves. Este tipo de arquitectura adoptado pelos arquitectos nipónicos teve
uma grande divulgação no certame, principalmente nos pavilhões do sector privado.
Dentro da corrente metabolista estava a grande cobertura da praça central, r iscada por
Kenzo Tange. Uma cobertura com um total de 31536m 2 de área e 30m de altura, esta
cobertura era sustentada por seis pilares e feita com sistema de treliças. Esta mega
estádio nacional e anexos para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 1964 e o plano de ampliação d e
Tóquio. Em 1987 é laureado com o prémio Pritzker.
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estrutura albergava debaixo dela duas áreas: a área Símbolo e a Praça Festival. A
área símbolo era composta pela Torre Sol, de Taro Okamoto 80, e a Praça tinha
capacidade para 27 mil pessoas, com vários palcos. A Torre Sol tinha 70m de al tura
ultrapassando e trespassando a cobertura de Tange, e tinha 2 braços, “uns
hospitaleiros braços abertos recebiam os visitantes. Imagine -se um abraço, mesmo
figurado, de 50 metros de envergadura a iniciar uma visita a Osaka!” (Fontoura, 1997,
p. 33).
Ilustração 138 – Praça Central e Torre Sol vista aérea, Osaka
1970. (Dickens, 2013).
Ilustração 139 – Praça Central e Torre Sol, Osaka 1970 . (Pink
Tentacle, 2010).
O interior da torre era dotado de um percurso expositivo que constituía uma viagem
cronológica e histórica da humanidade. Feito em três níveis distintos, o primeiro o
Mundo do Mistério no subsolo da torre, o segundo o Mundo da Harmonia no nível
térreo e o terceiro o Mundo do Progresso a 30m de altura, sob a cobertura de Tange.
Este percurso com os seus três níveis mostrava o inicio da humanidade e as primeiras
invenções, o momento em que se vivia na época com as descobertas científicas, e por
ultimo o progresso o que seria o futuro.
Kisho Kurokawa81, riscou dois pavilhões neste certame, integrados no metabolismo, o
pavilhão da Toshiba IHI e o pavilhão da Takara. Ambas empresas, que decidiram
participar no certame.
80 Taro Okamoto (1911-1996) foi um artista japonês, que com 18 anos mudou-se para Paris para estudar
pintura com os mestres. Em 1938 começa a estudar Filosofia na Universidade de Paris pede transferência
depois de v isitar o museu do homem para o departamento de etnologia da universidade onde estuda com
Claude Lévi-Strauss. Abre o seu próprio estúdio em Montparnasse onde trabalhou por mais de 10 anos
até regressar ao Japão em 1940. As suas obras eram no iníc io abstractas até se dedicar ao surrealismo,
por vias da filosofia. 81 Kisho Kurokawa (1934-2007) foi um arquitecto japonês, licenc iado em arquitectura na Univers idade
de Quioto em 1957, completou o mestrado na Universidade de Tóquio e teve como professor K enzo
Tange, em 1959 e completou o doutoramento em 1964 em Tóquio também. Kurokawa foi um dos
membros fundadores nos anos 60 do Movimento Metabolista com Kenzo Tange, Isozaki Arata e Kikutake
Kiyonori, este movimento privilegiava uma arquitectura da era da máquina, onde era favorecida a pré-
fabricação e elementos de produção em massa. Kurokawa foi o mais radical dos metabolista, os seus
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O pavilhão da Toshiba IHI tinha a forma de uma concha, composto por uma estrutura
com 1476 tetraedros, que compunham a área coberta com 52,8m de comprimento.
Toda a estrutura assentava num conjunto de seis pilares de betão, que davam
também suporte à cobertura do Cinema de Visão Global. Este era composto por uma
plataforma giratória com a capacidade para 500 espectadores, o acesso ao auditório,
com nove ecrãs, era feito através de uma plataforma elevatória, que se elevava até à
cúpula do auditório, selando-a e transformando-a no cinema. Existia ainda uma torre
de 55m feita com o mesmo sistema de tetraedros que sustentava a cúpula do cinema,
que quebrava a horizontalidade do pavilhão.
Ilustração 140 – Pavilhão Toshiba IHI, Osaka
1970. (Stott, 2016).
Ilustração 141 – Pavilhão Takara, Osaka
1970. (Basulto, 2010).
Ilustração 142 – Pavilhão Takara,
Osaka 1970. (Pink Tentacle, 2010).
O Pavilhão Takara, era radicalmente diferente do da Toshiba, mas com semelhante
inovação, com uma estrutura de tubos de metal colocados em seis direcções,
repetitiva, formando uma estrutura em árvore quando juntos, podendo estender-se em
todos os sentidos, era a característica fundamental da estrutura, o poder estender -se
tanto para cima como para os lados, conforme as necessidades. Esta deixava um
espaço livre, onde se colocavam cápsulas/blocos, com 3 m por 3m e com 3m de altura
“o que permitia satisfatoriamente jogar com alturas e larguras para exposições não
desvirtuando a própria estrutura concebida por Kurokawa.” (Fontoura, 1997, p. 45).
Neste certame houve também uma grande divulgação de construçõe s pneumáticas,
exemplo destas foi o pavilhão da empresa Fuji. projecto de Yukata Murata82, e pelo
engenheiro Kawaguchi. Era um grande auditório constituído por 16 tubos de borracha,
em forma de arco e insuflados com ar quente. Estes tubos tinham cada um 4m de
edifícios tinham uma parte central à qual depois eram agregados módulos e cápsulas. Como é o caso da
Torre de Cápsulas Nakagin, Tóquio (1970-1972) e a torre Sony, Osaka (1972-1976). Nos anos 80
Kurokawa abandona os aspectos metabolistas e começa a pensar na arqu itectura com mais sensibilidade
e significado, como se pôde ver pelo Museu de Arte Contemporânea de Hiroshima (1988 -1989).
Kurokawa editou também vários livros de arquitectura como o: Metabolismo na Arquitectura (1977) e Do
Metabolismo à Simbiose (1992). 82 Yukata Murata (1917-1988) foi um arquitecto japonês, ficou conhecido pelo Pavilhão da Fuji na
Exposição de Osaka 1970.
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Rogério André Moreira Branco 125
diâmetro e 78m de comprimento, e eram interligados cintas horizontais com 50
centímetros de largura e distanciadas 4m entre si.
Os arcos formados pelos tubos, atingiam uma altura máxima de 40m, mas a geometria
do pavilhão era variável “uma vez que ao centro o arco era semicircular, aumentando
progressivamente em altura para as extremidades, à medida que os arcos diminuíam
de largura.” (Duarte, 1992, p. 255). Na extremidades encontravam -se as entradas com
10m de largura, e no interior encontrava -se um palco rotativo.
Ilustração 143 – Pavilhão Fuji, Osaka 1970. (phamvan_tan29, 2004).
Os tubos coloridos que davam a forma do pavilhão era m feitos de PVA, o exterior era
revestido em Hypalon e o interior em PVC.
Fora da vertente metabolista, apareciam os pavilhões das nações estrangeiras,
embora não se apresentassem como megaestruturas, adoptavam soluções
pertinentes.
Como o pavilhão da URSS “Uma gigantesca bandeira em cimento e aço, ao vento,
com 110 metros de altura e o edifício mais alto de toda a Exposição. No cume, uma
foice e um martelo marcavam toda a construção.” (Fontoura, 1997, p. 36). O pavilhão
era completamente feito com um esqueleto de aço revestido com painéis em aço
pintados de branco. O interior era dividido em trê s pisos, o térreo com a recepção,
primeiro piso e segundo onde se distribuíam as áreas expositivas.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 126
Ilustração 144 – Pavilhão URSS, Osaka 1970. (Basulto, 2010).
Por outro lado, aparecia o pavilhão dos Estados Unidos da Amér ica, apresentava-se
como o mais baixo de toda a exposição. Isto porque o pavilhão era semienterrado,
com uma área total de 11857m 2, e com uma cobertura insuflável a maior até à data.
Esta cobertura ligava-se às paredes por meio de 92 cabos de aço. O interior escavado
também, as paredes interiores eram resultado disso, em terra e revestidas por um
plástico reflector. “Este Pavilhão/Concha era, provavelmente, o edifício mais resistente
a tremores de terra existente na Exposição de Osaka: na verdade, quase nem era um
edifício, mas sim uma bacia escavada na terra e coberta, engenhosamente, por uma
superfície plástica.” (Fontoura, 1997, p. 40). O interior era dividido em sete secções
expositivas.
Ilustração 145 – Pavilhão Estados Unidos da América, Osaka
1970. (phamvan_tan29, 2008).
Ilustração 146 – Pavilhão Estados Unidos da América, Osaka
1970. (Claire, 2013).
Os restantes pavilhões apresentavam também semelh antes soluções sempre
inovadoras, e todos os pavilhões foram concebidos de maneira a poderem integrar
uma planificação de uma cidade do futuro.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 127
Após 63 anos da primeira exposição em Sevilha (a exposição Ibero-Americana no ano
de 1929) em 1992 esta cidade seria o palco desse grande evento festivo que eram, e
são, as Exposições Universais. A decisão fora oficialmente comunicada em 1986 pelo
BIE, e o ano de 1992 voltaria a marcar a Espanha como um centro de actividades
internacional, para além da Exposição Universal de Sevilha, Barcelona albergaria o s
Jogos Olímpicos e Madrid fora eleita como Capital Europeia da Cultura nesse ano.
Reuniram-se assim, mais uma vez como em 1929, todos os esforços para fazer
prosperar esses eventos.
A Exposição de Sevilha tinha como tema a Era dos Descobrimentos, o local onde foi
implantado este certame foi a Isla de La Cartuja (Ilha da Cartuxa), uma ilha com 500
hectares e rodeado de um lado pelo rio Guadalquivir e por outro pelo canal Afonso
XIII, e o local escolhido era uma área deserta onde apenas existia um Mosteiro da
ordem Cartuxa, este mosteiro integrou-se na exposição como Pavilhão Real, e juntou-
se à restante urbe feita de raiz, que aparecia para o certame com 215 hectares.
Este certame divid ia-se por cinco tipos de pavilhões: pavilhões de nações
estrangeiras, pavilhões temáticos, pavilhões das comunidades autónomas de
Espanha, pavilhões de organizações nacionais e internacionais e pavilhões de
empresas, como já tinha acontecido em Osaka em 19 70.
Ilustração 147 – Plano Exposição Universal de Sevilha 1992 . (Lemaire, 2016an).
Contando com cinco pavilhões temáticos e 112 países participantes dos quais 63
participavam com pavilhão próprio. Os restantes agrupavam -se num único edifício
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Rogério André Moreira Branco 128
como o caso do edifício chamado de Praça Africana onde estavam representados 15
países africanos numa área de 15000m 2, aqui estava Angola, Cabo Verde, Congo,
Costa do Marfim, Camarões, Gabão, Guiné -Bissau, Guiné Equatorial, Quénia,
Moçambique, São Tomé e Príncipe, Nigéria, Senegal, Zâmbia e Zimbabwe. Na maior
área coberta do recinto com 30000m 2, estavam agrupados os países Sul Americanos,
num total de 16 países, era o edifício Praça da América. E em conjunto num único
espaço estavam também o Egipto, Jordânia, Síria, os Países da Liga Árabe e os dos
Emirados Árabes Unidos.
Dos pavilhões de nações estrangeiras destaca -se o pavilhão do Kuwait, desenhado
por Santiago Calatrava83, tinha dois pisos e o que o marcava era a praça coberta com
a forma de barril, o acesso a esta era feito por dois lances de escadas , um de cada
lado que ocupam toda a lateral do pavilhão e as paredes de topo são curvas. O
pavimento desta praça era feito com uma fina camada de mármore encimada por uma
camada de vidro laminado estrutural, que permitia uma luz difusa na área expositiva
que se encontrava por debaixo da praça.
Ilustração 148 – Exterior Pavilhão Kuwait, Sevilha 1992.
(Pabellón, 2015).
Ilustração 149 – Interior Pavilhão Kuwait, Sevilha 1992.
(Pabellón, 2015).
Mas era na praça que se encontrava o ponto atractivo do pavilhão, este era a maneira
como fora resolvida a cobertura. Que era feita com um sistema de 17 “costelas”, cada
uma com 25m de comprimento, nove de um lado e oito do outro. Esta cobertura era
83 Santiago Calatrava (1951-) é um arquitecto espanhol, estudou arquitectura na Escola Superior
Técnica de Arquitectura de Valência, terminando em 1974, em 1979 acaba o curso de engenharia na
Eidgenössische Technische Hochschule em Zurique. Abre o seu primeiro atelier em 1981, um atelier de
engenharia e arquitectura, mais tarde abre um em Paris em 1989 e em 1991 em Valência. A obra de
Calatrava é marcada pela sua formação em engenharia, onde a arquitectura é marcada pelo dramatismo
visual causado pelos elementos arquitectónicos e estruturais. Na vasta obra do arquitecto engenheiro
pode-se destacar: a Ponte Alamillo, Sevilha (1992), a Torre de Telecomunicações de Montjiuc, Barcelona
(1992), a Estação de Caminhos de Ferro do Aeroporto Lyon-Saint Exupéry (1994), a Gare do Oriente,
Lisboa (1998) e recentemente o World Trade Center Transportation Hub (2016).
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Rogério André Moreira Branco 129
articulada, po is cada “costela” era controlada por computador, separadamente para
abrir ou fechar. E estavam programadas para 15 posições diferentes entre o
completamente fechado e aberto até uma posição vertical. Quando fechada a
cobertura cada elemento entrelaçava -se um no outro, conferindo unidade à cobertura.
Estas “costelas” era feitas de madeira, para serem leves, e pintadas de branco para
formarem com o restante pavilhão uma unidade devido ao uso de betão branco.
Outro pavilhão que se destacou neste certame, foi o pavilhão do Japão, projecto de
Tadao Ando84. O pavilhão ocupava uma área de 5660m2, e era a maior construção
feita inteiramente em madeira , do mundo. O pavilhão era um grande volume com 60m
de comprimento, 40m de profundidade e 25m de altura, todos os elementos
construtivos, pavimentos, pilares, vigas, era m feitos com madeira laminada. A grande
fachada frontal do pavilhão era curva, e como as restantes era feita com tábuas de
madeira. Apenas a cobertura era feita de Teflon de maneira a iluminar de modo difuso
o primeiro piso expositivo que tinha um pé direito de 17m. O ingresso ao pavilhão era
feito através de uma ponte encurvada na parte central do pavilhão elevando os
visitantes até ao quarto e ultimo piso do pavilhão, mas onde se iniciava a visita
expositiva de cima para baixo. Este ingresso marcava também o pavilhão por ser um
grande vão central.
84 Tadao Ando (1941-) é um arquitecto japonês, antes de se dedicar à arquitectura Ando era Boxer, e
tornou-se em arquitecto por si próprio com uma formação autodidacta, nunca tendo estudado arquitectura
na universidade. Em 1969 abriu o seu atelier em Osaka, e entre 1970 e 1980 Ando concebe obras
pequenas, maioritariamente habitações como a Casa Azuma (1975-1976) e a Casa Koshino (1979-1981).
A obra de Ando caracteriza-se pelo uso do Betão e a iluminação natural, concebendo um ambiente
minimalista à sua obra, estética sempre presente na obra de Ando o que fez com que em 1995 recebesse
o prémio Pritzker.
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Rogério André Moreira Branco 130
Ilustração 150 – Exterior Pavilhão Japão, Sevilha 1992. (Japan, 2015).
Ilustração 151 – Exterior Pavilhão
Japão, Sevilha 1992. (Japan, 2015).
Ilustração 152 – Interior Pavilhão
Japão, Sevilha 1992. (Japan, 2015).
Longe da memória estava a primeira Exposição Universal em Portugal, quando em
1998, teve lugar em Lisboa este tipo de certame, sob alçada do BIE. A Exposição
Internacional de Lisboa 1998 a segunda em território português, sob o tema Os
Oceanos. Um Património para o Futuro, 133 anos após a primeira.
Esta exposição teve lugar na zona oriental de Lisboa, antiga zona industrial que
sofrera um reconversão urbanística para albergar o certame. Como pretexto para uma
reconversão daquela zona da cidade, a Expo 98 int roduziu também mudanças na
maneira de conceber o recinto expositivo, com o reaproveitamento do espaço no final
da efeméride. Que, ao contrário do que fora feito até à data noutras exposições, em
que os recintos “converteram -se numa espécie de sonhos efémeros para alguns, e em
pesadelos permanentes para as estruturas urbanas que as acolheram, incapazes de
as assimilar e defrontando-se, após as suas celebrações, com pavilhões vazios” (Sat,
1996, p. 8), estes pavilhões vazios apresentavam uma difícil reutilização e um custo de
manutenção alto, foi o que aconteceu com a exposição anterior em Sevilha, onde
permanecem como carcaças, bastantes pavilhões, sem uso aparente.
Para combater esse abandono de equipamentos, dos 350 hectares de território
reconvertido, apenas 50 hectares seriam recinto expositivo, e metade do sobrante
para zonas de habitação, comércio e serviços que ocupam 53% da área desta cidade
dentro da cidade, ob jectivo de reconversão desta área era também ligar as frentes
ribeirinhas.
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Rogério André Moreira Branco 131
Ilustração 153 – Plano Exposição Internacional de Lisboa 1998. ([Adaptado a partir de:] Lemaire, 2016ao).
Esta zona da cidade fora escolhida por apresentar uma oportunidade para a
requalificação ambiental e urbanística daquela parte de Lisboa, e também como
estratégia de renovação, internacionalização e modernização da cidade. Recorrendo -
se a equipamentos colectivos como um pavilhão multiusos, áreas que quando
terminado o certame seria utilizado para novas industrias urbanas, empresas de
serviços etc., e também um sistema de transportes, onde se destaca o projecto de
Santiago Calatrava, a estação ferroviária e terminal de autocarros a Gare do Oriente,
que faz a barreira da cidade com o rio.
Dentro do recinto apenas se ergueram cinco pavilhões permanentes, o Pavilhão de
Portugal do arquitecto Álvaro Siza Vieira 85, o Pavilhão da Utopia que se tornaria no
pavilhão multiusos agora MEO Arena, o Pavilhão do Conhecimento dos Mares do
arquitecto João Carrilho da Graça86, o Oceanário e o Teatro Júlio Verne agora Teatro
85 Álvaro Joaquim de Melo Siza Vieira (1933-) arquitecto português. Estudou arquitectura na Escola
Superior de Belas Artes do Porto entre 1949 e 1955, tendo sido aluno de Fernando Távora e com o qual
trabalhou entre 1955 e 1958. Em 1954 constrói a primeira obra a cozinha da casa da avó. Entre 1966 e
1969 foi professor na Escola Superior de Belas Artes do Porto, em 1976 volta a lecc ionar na escola como
professor assistente da disciplina Construção. Até 2003 foi professor na Faculdade de Arquitectura da
Universidade do Porto. Na sua vasta obra é notória a influência de vários arquitectos como Adolf Loos e
Alvar Aalto, tendo-os sempre como referências. Siza Vie ira é o arquitecto português com mais visib ilidade
internacional, devido à sua obra tanto em território nacional como em território internacional onde se
inclu i: a Casa de Chá da Boa Nova, Leça da Palmeira (1963), a Piscina das Marés, Leça da Palmeira
(1966), Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (1986), Museu de Arte Contemporânea de
Serralves, Porto (1999), Igreja de Marco de Canaveses (1996), Est ação de Metro Baixa-Chiado (1998),
Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre (2008), Biblioteca de Viana do Castelo (2008), edifício Bonjour
Tristesse, Berlim (1984), Bairro da Malagueira, Évora (1997), Escritório Parque Industrial Químico
Shihlien, Jiangsu, China (2014), entre tantas outras. Em 1992 é premiado com o prémio Pritzker. 86 João Carrilho da Graça (1954-) arquitecto português, licenciou-se em arquitectura na Escola Superior
de Belas Artes de Lisboa em 1977. E entre 1977 e 1992 foi professor assistente na faculdade de
Arquitectura da Universidade de Lisboa anteriormente Universidade Técnica de Lisboa. E desde 2001 é
professor no Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa, em 2005 começa a
leccionar na Universidade de Évora. Carrilho da Graça é um dos mais conhecidos arquitectos
portugueses contemporâneos, tem uma vasta obra construída e vários concursos ganhos. Da sua obra
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 132
Camões. Estes equipamentos exceptuando o teatro com o efémero Pavilhão do Futuro
compunham os cinco pavilhões principais. E das presenças perma nentes conta-se
também a porta Oeste ligada à Gare do Oriente, com a sua reconversão num centro
comercial já prevista para o final do certame.
Aos países participantes era destinado uma porção d e terreno dentro de um recinto
coberto, de modo a reaproveitar-se o espaço no futuro e para não acontecer como
com as exposições anteriores. As zonas internacionais estavam divididas em duas a
Zona Sul próxima da efémera porta Sul e a zona Norte próxima da também efémera
porta Norte, a zona internacional norte tornou-se no final do certame e já previsto , para
a construção da Feira Internacional de Lisboa (FIL). Parte integrante do projecto foram
também os jardins, neste certame não foram pensados como marginalidades do
projecto mas sim como partes integrantes dele, e também pequenos equipamentos
espalhados pelo recinto efémeros e permanentes.
Dos equipamentos e pavilhões efémeros conta -se as portas de entrada a porta Sul e a
Norte, o já referido Pavilhão do Futuro, pavilhões dos países representados, pavilhões
de organizações e quiosques.
A portal Sul, localizada a Sul do recinto, e ponto de partida deste lado por quem ali
passava, era da autoria de Manuel Graça Dias87 e Egas José Vieira88. Em que estes
decidiram aproveitar a torre de cracking da antiga refinaria à qual adossaram uma
rampa para peões que se enrola á volta da torre. Este elementos após o certame
continuam de pé como memória do que fora aquela zona e da efeméride e
funcionando como um arco para a alameda que ali se inicia. O pórtico propriamente
era como que um enorme barco, segundo os autores do projecto, pintado na cor de
construída consta a Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa (1993), Piscina Municipal de
Campo Maior (1990), Escola Superior de Música de Lisboa (2008), Data Center da Portugal Telecom,
Covilhã (2013). Dos concursos ganhos destaca-se o novo Terminal de Cruzeiros de L isboa a inda por
construir. 87 Manuel Graça Dias (1953-) arquitecto português, licenciou-se em arquitectura na Escola Superior de
Belas Artes de Lisboa em 1977. Começou a trabalhar na área como colaborador do arquitecto Manuel
Vicente em Macau entre 1978 e 1981. Entre 1985 e 1996 foi professor assistente na Faculdade de
Arquitectura da Universidade de Lisboa, e até 2015 professor auxiliar na Faculdade de Arquitectura da
Universidade do Porto, ano em que se torna professor associado da mesma faculdade. Em 1990 abriu
com Egas José Vieira em Lisboa o atelier Contemporânea, com o qual assina as obras de arquitectura
como é o caso do Teatro Municipal de Almada (Teatro Azul, 2005). 88 Egas José Vieira (1962-) arquitecto português, graduou-se em arquitectura na Faculdade de
Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa em 1985. Entre 1997 e 2001 foi professo r auxiliar
convidado pela actual Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, e desde 1998 é professor
auxiliar convidado no Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa. Em 1990 com
Manuel Graça Dias funda o atelier Contemporânea, com o qual assina os projectos de arquitectura.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 133
salmão, feito com vários planos em ripas de madeira para albergar os serviços da
porta.
Ilustração 154 – Porta Sul, Lisboa 1998. (Contemporânea Lda,
s.d.a).
Ilustração 155 – Esquisso da Porta Sul, Lisboa 1998 .
(Contemporânea Lda, s.d.a).
Ilustração 156 – Porta Sul, Lisboa 1998. (Contemporânea Lda,
s.d.a).
A porta Norte dos arquitectos Manuel Tainha89 e Alexandre Marques Pereira90, era
feita como uma sequência de três tempos, o primeiro era a chegada à praça em frente
ao pórtico um espaço infinito, segundo era a passagem pelo pórtico onde o espaço era
89 Manuel Tainha (1922-2012) foi um arquitecto português, formado em arquitectura na Escola Superior
de Belas Artes de Lisboa, terminou o curso em 1950. Começou a trabalhar inicialmente com o arquitecto
Carlos Ramos e na Câmara Municipal de Lisboa até 1954. Foi um dos mais importantes arquitectos
portugueses da segunda metade do séc. XX, com a sua obra onde se destaca a Pousada de Santa
Bárbara (1971), Escola Agro-Industrial de Grândola (1963) e a Torre dos Olivais (1967). Foi em 1958 co-
fundador da Revista Binário onde trabalhou até à décima edição. Publicou vários textos de arquitectura.
Foi também co-fundador, director e professor do curso de Formação Artística da Sociedade Nacional de
Belas Artes de Lisboa entre 1965 e 1974. Foi docente em várias instituições, entre 1976 e 1992 no
Departamento de Arquitectura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, e na Faculdade de
Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa desde 1993 até 2012. 90 Alexandre Marques Pereira (1962-) é um arquitecto português, iniciou a formação em arquitectura em
1981 na Escola Superior de Belas Artes do Porto, actual Faculdade de Arquitectura do Porto, onde
permaneceu por dois anos, mudando-se para a Faculdade de Arquitectura da Univers idade Técnica de
Lisboa, actual Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, em 1983 terminando o curso em
1986. Ano em que começa a trabalhar com Manuel Tainha no seu atelier. Em 1996 abre o seu próprio
atelier, mas continua a colaborar com Tainha. Desde 1993 é professor de Arquitectura na Faculdade de
Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa. Foi com Manuel Tainha co -autor de vários
projectos como o Master Plan da parte este de Loures (2000 -2006), Master Plan do Bom Sucesso (1993).
Em nome próprio é autor da Reabilitação do Palacete do Relógio, Lisboa (2005 -2007), Biblioteca
Municipal de Sintra (2004), Casa na R. Saraiva de Carvalho, Lisboa (2001 -2007). Colaborou também
como responsável pela selecção de projectos na revista Arquitectura e Vida entre 2007 e 2009.
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Rogério André Moreira Branco 134
finito, delimitado, apertado em comparação à praça anterior, este segundo tempo onde
estavam os torniquetes, este espaço era conf inado pelos dois volumes dos serviços da
porta. E o terceiro tempo a entrada no recinto, outra praça , coberta. Esta praça de 15m
de altura e com uma fenda no meio, era feita com uma estrutura metálica e revestida
com tabuado de madeira, que tinha um intervalo de 3 centímetros, promovendo o
ensombramento, e entrada de luz natural que era coada pelas frestas, e de noite é a
luz eléctrica que saía deste espaço para o exterior, construindo-se uma dicotomia.
Depois de desmontada a porta, ainda permanece no espaço a estrutura metálica do
ensombramento da praça interior, como memória da efeméride ali celebrada.
Ilustração 157 – Porta Norte, Lisboa 1998. (Associação
Internacional de Críticos de Arte, 2016 ).
Ilustração 158 – Porta Norte, Lisboa 1998. (Ateliermob, 2012).
O Pavilhão do Futuro, outra presença efémera do certame, erguido no lote onde hoje
se encontra o casino de Lisboa, da autoria de Paula Santos91, Rui Ramos92 e Miguel
Guedes93. Este pavilhão servia para a instalação de uma grande exposição, para tal o
edifício fora dividido em três volumes, cada um albergava uma componente temática.
91 Paula Santos (?) é uma arquitecta portuguesa, licenciou-se na Faculdade de Arquitectura da
Universidade do Porto em 1986. Entre 1997 e 2006 foi docente de Projecto na Universidade Lusíada do
Porto e de 2008 a 2013 professora convidada do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências
e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Em 1999 abriu o seu próprio atelier no Porto onde desenvolve
vários projectos desde reabilitações, planos urbanos e peças efémeras. Como o Altar Exterior do
Santuário de Fátima (2016), reabilitação de um Edifício da R. Alexandre Braga, Porto (2015), Casa em
Ovar (2008-2011), Residência de Estudantes em Coimbra (2001-2007). 92 Rui Ramos (1961-) é um arquitecto português, formou-se na Escola Superior de Belas Artes do Porto,
terminando a licenciatura em arquitectura na recém -criada Faculdade de Arquitectura da Universidade do
Porto em 1986. Nesse ano torna-se assistente estagiário na faculdade e em 2005 passa a professor
auxiliar e só em 2013 é professor associado. Colaborou na elaboração do Plano Estratégico de Viana do
Castelo entre 1994 e 1995, foi assessor do Plano Director de Matosinhos entre 1988 e 1989. Com Paula
Santos foi sócio fundador da empresa Sátira Design que esteve em actividade entre 1996 e 2003. Desde
2014 que é Vice-Reitor da Universidade do Porto. 93 Miguel Guedes (1956-) é um arquitecto português, formou-se em arquitectura na Escola Superior de
Belas Artes do Porto, como estudante é convidado por Siza Vie ira para ser cola borador no seu atelier,
onde permanece por 10 anos. Em 1981 é convidado para colaborar com os arquitectos Olivier Girard e
Laurent Israel em Paris no projecto de 140 apartamentos em Reims. Quando regressa a Portugal
reingressa no atelier de Siza Vieira até 1985. Ano em que inicia actividade independente, em 1987 funda
o gabinete Arquitectos Reunidos, Lda. onde é sóc io gerente até 1993 ano em que funda a sua própria
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Rogério André Moreira Branco 135
Ilustração 159 – Vista aérea Pavilhão do Futuro, Lisboa 1998 . (Lemaire, 2016ap).
Para garantir a unidade dos três volumes, foi executada uma fachada falsa, feita com
lâminas horizontais de alturas diferentes em policarbonato metalizado, estas eram
fixas a uma estrutura metálica. No interior estavam os três volumes com configurações
diferentes, um paralelepípedo, um cilindro, e um triangular o teatro.
O volume cilíndrico era revestido a madeira, e o interior com piso térreo e primeiro
piso, este volume servia de hall de entrada para cada um dos outros volumes, o teatro
era acedido pelo piso térreo onde o pé direito era de 19m, e o primeiro piso dava
ligação ao volume paralelepipédico onde se encontrava a área expositiva.
Ilustração 160 – Pavilhão do Futuro, Lisboa 1998 . (Miguel
Guedes Arquitectos, s.d.).
Ilustração 161 – Pavilhão do Futuro, Lisboa 1998 . (Miguel
Guedes Arquitectos, s.d.).
O teatro tinha a capacidade para albergar 500 pessoas, o volume da exposição tinha
50m por 40m com 19m de altura, em que apenas fora definido o involucro, o conteúdo
expositivo, e organização interior era da responsabilidade da exposição.
empresa com o seu nome, Miguel Guedes, arquitecto, Lda. no seu portfólio tem vários projectos como a
Escola de Música Valentim de Carvalho, Porto (2007), Turismo Rural Casa de Santa Cruz, Trás -os-
Montes (2001) entre outros.
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Rogério André Moreira Branco 136
Como este pavilhão era efémero, o sistema construtivo adoptado era misto,
recorrendo-se a betão moldado e pré-fabricado e a estruturas metálicas, para um
desmantelamento mais fácil, e para um reaproveitamento de materiais.
As zonas internacionais, como referido acima, estavam divididas em duas, a zona
Norte e zona Sul. A cobertura da zona Norte que albergaria os pavilhões estrangeiros,
fora construída com intuito de mais tarde vir a ser a Feira Internacional de Lisboa (FIL).
Esta fora riscada por António Barreiros Ferreira 94, num total de quatro sistemas de
cobertura, que ocupavam o tamanho de um quarteirão cada, e construindo quatro
praças cobertas, onde cada pais tinha a obrigação de constru ir um pavilhão efémero,
de modo a que quando finda a exposição aquele espaço fosse reconvertido para a
FIL, que se pode ver nos dias de hoje.
Ilustração 162 – Zona Internacional Norte, Lisboa 1998 . (Lemaire,
2016aq).
Ilustração 163 – Zona internacional Sul, Lisboa 1998 . (Lemaire,
2016ar).
A zona sul, foi erguida com um sistema modular, projecto de Manuel Salgado 95,
Marino Fei96 e Pierluigi Cerri97. Nesta zona internacional os módulos construíam o
invólucro dos pavilhões e desenhavam a organização espacial da zona, definindo
percursos exteriores e pequenas praças. Com um total de quatro percursos, dois
paralelos ao rio e dois transversais, no cruzamento destes apareciam praças com
94 António Barreiros Ferreira (1952-) é um arquitecto português, formou-se em arquitectura no ano de
1977 na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Desde 1978 que lecciona na área da arquitectura, até
1983 foi professor na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, de 1983 a 1993 na Faculdade de
Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. E desde 1998 que é professor no Ins tituto Superior
Técnico. Iniciou a carreira de arquitecto como colaborador de Júlio Sottomayor Neuparth desde 1970 até
1971, com Bartolomeu Costa Cabral de 1971 a 1984. Em 1991 funda o seu próprio atelier TECTRACTYS
Arquitectos onde desenvolve o seu trabalho. 95 Manuel Salgado (1944-) é um arquitecto português, formou-se na Escola Superior de Belas Artes de
Lisboa em arquitectura no ano de 1968. Em 1984 adquire a empresa de Design Gráfico e Industrial Risco,
fundada em 1974, e transforma-a em atelier de arquitectura e planeamento urbano, onde trabalha e lidera
até 2007 ano em que abandona o atelier para assumir o papel de Vereador da Câmara Municipal de
Lisboa. Entre as suas obras feitas no atelier está o Centro Cultural de Belém. Desde 2002 é professor
catedrático convidado de Projecto no Instituto Superior Técnico. 96 Marino Fei (?) é um arquitecto italiano, colaborou com Manuel Salgado no projecto da Zona
Internacional Sul da Exposição de Lisboa 1998. 97 Pierluigi Cerri (1939-) é um arquitecto italiano, formou-se na Universidade Politécnica de Milão. Em
1974 fundou o atelier Gregotti &Associatti, onde inicia activ idade. Em 1976 é o responsável pe la produção
da Bienal de Veneza. Em 1998 com Alessandro Colombo funda o Studio Cerri &Associatti, empresa que
se dedica à arquitectura, Design Industrial, Gráfico, de exibições e interiores.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 137
sombra. Era nestas praças e debaixo do sistema de ensombramento que se
formalizavam as entradas para os pavilhões. Dentro do invólucro a organização
espacial ficava a cabo de cada país, apenas o exterior e ra definido, de foram a garantir
um unidade arquitectónica daquela zona.
2.2.2. OUTRAS MANIFESTAÇÕES EFÉMERAS
Até aos anos 50 quando atingiu o apogeu com superproduções e com inúmeras
recriações históricas, o cinema usou a construção de arquitecturas efémeras como
cenários, “A presença da arquitectura efémera tem grande importância na construção
dos ambientes cénicos. [...] Construíram-se assim cenários e arquitecturas efémeras
que reinventavam o passado para um público consumidor de sonhos.” (Duarte, 1992,
p. 212).
Esta arquitectura permitia assim a recriação de espaços, temas e ambientes do
passado no cinema. Isto porque até esta época “era mais fácil construir em estúdio do
que deslocar toda a equipa para o local.” (Duarte, 1992, p. 212), e para além disso
outra vantagem do recurso a arquitecturas efémeras como cenário , era que poderiam
ser reutilizados, ou apenas partes, a mobilidade deles também era um importante
factor a ter em conta para o seu uso e a redução de custos a ela inerentes. Recorria -
se assim a fachadas ou a estrutu ras desmontáveis que obedeciam às condições,
necessidades e objectivos do filme.
Nos anos 60 a arquitectura adopta a sua vertente mais tecnológic a, e aparecem
colectivos de arquitectos que se inspiram nas vivências nómadas e aplicam-nas numa
sociedade sedentária e cada vez mais ligada à tecnologia, da qual não se consegue
desfazer e dos seus pertences e comodidades.
Aparecendo a preocupação com a mobilidade na arquitectura, o que produziu um
grande estimulo na comunidade arquitectónica para dar uma resposta eficaz a esse
problema.
Os anos sessenta marcam início das utopias de base tecnológica com carácter
efémero, associando progresso e felicidade, conquistados através das facilidades
técnicas e do bem-estar que ofereciam. [...] A arquitectura consumível “para deitar fora
depois de usar” ia ao encontro do ritmo de vida acelerado da civilização dos tempos
livres, e dava resposta aos novos hábitos de v ida. (Duarte, 1992, p. 278)
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 138
Assim começou Cedric Price 98, com uma arquitectura de raiz tecnológica. Tendo em
conta essa raiz tecnológica na obra de Price, em 1961 fora encomendado por Joan
Littlewood, directora de teatro e produtora, o que ficara chamado como Fun Palace.
Um espaço destinado a funções lúdicas, teatro, cinema, música etc. Uma estrutura
cujo objectivo principal era de ser um edifício mutável de maneira a dar resposta aos
desejos dos utilizadores/espectáculos. O projecto fora desenvolvido em 1964 mas
nunca se materializou devido a nunca ter obtido permissões.
O Fun Palace era um espaço-grelha de 855 pés por 375, composta por 15 torres de
aço que eram interligadas por trilhos no topo, proporcionando a mobilidade de
guindastes para estes transportarem equipamentos a todas as partes do complexo, e
que tinha o tamanho equivalente a um estaleiro. As 15 torres de suporte continham
todos os serviços necessários e eram as únicas partes fixas do projecto, escadas,
rampas, escadas rolantes, paredes, tectos, pavimentos eram impermanentes/móveis.
Tudo o que fosse um ambiente, espaço especifico era previsto que durasse horas ou
poucos dias. “Este espaço [...] salvaguardava a heterogeneidade das funções e a vida
tal qual ela é.” (Duarte, 1992, p. 260).
98 Cedric Price (1934-2003) foi um arquitecto inglês, formou-se me arquitectura na Universidade de
Cambridge em 1955. Entre 1958 e 1964 leccionou na Architectural Association. D epois de se formar Price
trabalhou para Erno Goldfinger, e em 1960 inicia actividade por conta própria desenvolvendo projectos
como o Fun Palace (1961), Potteris Thinkbelt (1964), Interaction Centre, Londres (1971).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 139
Ilustração 164 – Fun Palace, Londres 1964. (Glynn, 2005).
Ilustração 165 – Fun Palace, Londres 1964. (Haus, 2013).
No mesmo ano em 1964, pelo colectivo Archigram 99 formado em 1960, que
apresentava propostas arrojadas e futuristas de raiz tecnológica. Nos seus projectos
utópicos aglutinavam-se cápsulas espaciais, robots, computadores, nas suas cidades
era “aplicada a lógica da sociedade de consumo e da era da informa ção
metamorfoseando a arquitectura com as situações mais banais do quotidiano, onde a
mudança e a rápida caducidade das coisas passaram a fazer parte da vivência
quotidiana.” (Duarte, 1992, p. 259). Aparece a Plug-in-City, de Peter Cook100, membro
do colectivo.
99 Archigram é um grupo formado em 1960, por seis arquitectos britânicos: Warren Chalk, Peter Cook,
Dennis Crompton, David Greene, Ron Herron e Michael Webb. Este grupo fora criado para criticar a
produção arquitectónica da época, reflectindo sobre uma arquitectura utópica e futurista. Desde 1961 que
começaram a editar uma revista com o nome do grupo Archigram. 100 Peter Cook (1936-) é um arquitecto inglês, foi um dos membros fundadores do grupo Archigram e da
revista com o mesmo nome. Em 2004 cook e os restantes membros do Archigram foram laureados com o
Royal Medal do Royal Institute of British Architects (RIBA). Dentro dos Archigram desenvolveu o projecto
da Plug-in-City. Para além dos projectos dentro grupo Cook desenvolveu obras que se encontram
construídas como a Biblioteca Trondheim (1977), Casa Lutzowplatz, Berlim (1989) e o Estádio Olímpico
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 140
Esta era uma cidade, composta por módulos residenciais que seriam unidos (plu g in) a
uma infraestrutura de máquinas central. Compondo uma mega estrutura evolutiva e
mutável, que incorporava residências, transportes e serviços essenciais, em que tudo
era móvel através de gruas. Aplicava-se assim o nomadismo a uma nova sociedade
que prezava as suas comodidades e pertences, “era uma cidade efémera e insuflável
relacionada com o mundo têxtil e metálico que se identifica com os circos ambulantes.”
(Duarte, 1992, p. 98).
Ilustração 166 – Plug-in-City, Archigram 1964.
(Merin, 2013a).
Ilustração 167 – Plug-in-City, Archigram 1964. (Merin, 2013a).
Ilustração 168 – Plug-in-City, Archigram 1964. (Merin, 2013a).
No ano de 1967 em Praga inicia -se o maior evento de cenografia e arquitectura para
teatro, organizando-se de quatro em quatro anos, a Quadrienal de Cenografia e
Arquitectura Teatral de Praga. Neste evento começaram a reflectir-se as
transferências do âmbito arquitectónico para a cenografia, que já aconteciam mas com
pouca repercussão. Aparece assim a arquitectura de cenografias , uma arquitectura
efémera, que apenas existe no tempo de encenação.
de Londres 2012. Cook lecciona na University College of London e foi professor na Hochschule fur
Bildende Kunste em Frankfurt.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 141
O Archigram tornou-se verdadeiramente revolucionário na arquitectura pela perspectiva
que introduziu anunciadora do fim das ideologias. A substituição das utopias pela ficção
faz vacilar os modelos únicos, os dogmas cristalizados em doutrinas, para se
construírem alternativas possíveis de acção e a possibilidade de se poder jogar dentro
delas. (Duarte, 1992, p. 265)
Com este pretexto e a proposta de cidades de ficção, aparece em 1968 a Instant City
do colectivo. Uma cidade nómada, que utilizava um dirigível para se deslocar de
região em região, e utilizava têxteis como tendas, balões e insufláveis, para se fixar
numa localidade nova com os seus serviços fixos, e trazia a esta serviços temporários
que aglutinava aos fixos. Os meios de transporte infectavam as sim as localidades
contaminando-as com tecnologia, levando a elas estímulos que só eram possíveis
com a electricidade. Esta cidade instantânea aproveitava -se de “uma infraestrutura de
transportes motorizados e dos recursos eléctricos e electrónicos, explor a o sentido de
maravilhoso que faz parte do aparato visual do circo e do mundo da publicidade.”
(Duarte, 1992, p. 266).
Ilustração 169 – Instant City, Archigram 1968. (Terán, 2010).
Ilustração 170 – Instant City, Archigram 1968. (BigMat
International Architecture Agenda, 2015 ).
Tratando-se de uma cidade efémera, e inserida nos pensamentos de um novo
nomadismo, a Instant City “era fácil de montar e desmontar. As reflexões neste
domínio conduzem à necessidade de resolver as referências culturais que o sentido do
ter implica.” (Duarte, 1992, p. 98).
Para além de quebrarem doutrinas, este colectivo introduziu uma nova visão na
arquitectura, mesmo não passando de meras utopias ou ficções. O colectivo
Archigram “através de um tratamento metafórico num sentido ad hoquista, redefine as
interacções entre os objectos existentes enquanto criadores de situações que, por
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 142
extensão conceptual, tendem a ser apropriados pela arquitectura.” (Duarte, 1992, p.
265).
Nos anos 60 surge o grupo Aerolande101, que desenvolve pesquisas com a finalidade
de produzir alternativas arquitectónicas baseadas nas estruturas tênseis, introduzidas
por Frei Otto, para darem resposta a um conjunto de propósitos diversificados.
Em 1968 aparece, a partir do conceito de criarem lugares efémeros e mobilidade, um
sistema modular de elementos os Squales, que formavam abrigos desmontáveis feitos
com uma membrana/pele tênsil de poliéster reforçado por PVC, que era suportada por
aros metálicos.
Podendo erguer-se e dar-se as mais variadas formas, sendo um modelo infinito pela
sua repetição e devido à configuração dos componentes, a pele podia ser opaca,
translúcida ou colorida, a estrutura permitia também a abertura de vários tipos de
vãos.
Ilustração 171 – Squales, Aerolande 1968. (Jungmann, 1976).
Ilustração 172 – Squales, Aerolande 1968. (Jungmann, 1976).
Isto permitia uma polivalência de usos, desde cobertura para piscinas, teatros
ambulantes, stands de feiras, abrigos temporários etc.
Dentro das novas preocupações na arquitectura aparece em 1968, a Casa Para
Queimar ou Casa para Um só Dia de Guy Rottier102, que propunha usar de maneira
101 Aerolande grupo francês formado nos anos 60 por três estudantes: Jean Aubert, Jean -Paul
Jungmann e Antoine Stinco, em 1970 junta-se ao grupo Dietrich-Sainsaulieu. O grupo explora uma
arquitectura que se possa erguer com materiais sintéticos. Aplicam as teorias de David Georges
Emmerich, e com elas elaboram uma arquitectura com estruturas tênseis. Construindo assim uma
arquitectura pneumática. 102 Guy Rottier (1922-2013) foi um arquitecto francês. Entre 1947 e 1955 foi colaborador de Le Corbusier
e de Jean Prouvé. Em 1955 abre o seu próprio atelier em Paris até ao ano de 1957. Em 1958 até 1969
abre em Nice. Entre 1970 e 1978 é professor na Universidade de Damasco na Síria e entre 1979 e 1987
na Universidade de Marrocos. Desde 1987 que estabeleceu -se em Belvedere onde trabalhou até à morte.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 143
eficaz o transporte, reduzindo ao mínimo o material que serviria para conferir
alojamento.
A Casa para Queimar, era erguida com um sistema baseado no enchimento de um
balão que tinha pelos menos quatro metros de diâmetro, que endurecia passados
poucos minutos, depois era facilmente cortado para permitir o uso desejado com a
abertura de vãos. Mais tarde o desmantelamento era apenas necessária uma bomba
com dissolvente para fazer desaparecer. Isto reduzia o espaço ocupado no transporte
sendo apenas necessário um tubo, compressor e a bomba.
Em 1971 para um congresso em Ibiza, e de modo a dar abrigo aos estudantes
congressistas, aparece a Cidade Instantânea de José Miguel de Prada Poole 103. Esta
cidade instantânea socorria-se de experiências anteriores do arquitecto , no campo de
estruturas pneumáticas, “possibilitando criar uma estrutura organizadora da
intervenção, onde cada um poderia acoplar a sua unidade com um desenho livre,
embora sujeitando-se aos pormenores de construção utilizados na estrutura
pneumática.” (Duarte, 1992, p. 127).
Ilustração 173 – Cidade Intantânea Plano. (PKMN, 2008).
Ilustração 174 – Cidade
Instantânea, Ibiza 1971. (Pohl,
2012).
Aparecia assim uma mini urbe, capaz de dar alojamento aos congressistas, e dar
oportunidade de estes desenharem a sua unidade livremente dentro das restrições da
103 José Miguel de Prada Poole (1938-) é um arquitecto espanhol, formou-se na Escola Superior
Técnica de Arquitectura de Madrid no ano de 1965, como arquitecto urbanista. No ano de 1966 começa a
leccionar na mesma instituição de ensino onde se graduou. José Miguel pertence a uma geração de
arquitectos que nos anos 60 propunham obras utópicas, formas alternativas de conceber cidade s sempre
com relação com o meio ambiente natural. A ideia de José Miguel era melhorar o habitat a partir do uso
inteligente do meio ambiente, materiais novos e reciclagem, caso disso são os projectos concebidos por
ele nos anos 70 o recinto Pneumático, Pam plona (1972), Hie lotrón, Sevilha (1975). A sua arquitectura era
marcada pelo uso de elementos tênseis e insufláveis como nos projectos acima referidos e no Pavilhão
de Palenque na Exposição de Sevilha 1992.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 144
estrutura pré determinada, que, à semelhança do Pavilhão da Fuji de Osaka 70, era
uma estrutura plástica que era insuflada.
Para a Bienal de Veneza de 1979-1980, Aldo Rossi104 projecta o Teatro do Mundo. Um
objecto que marcava o limite entre a terra e o mar, conseguia relacionar -se com a
envolvente, composta de cúpulas e torres. “As referências à arquitectura da cidade e
às suas próprias referências arquitectónicas, foram um fa ctor determinante na eleição
do modelo do teatro.” (Duarte, 1992, p. 191).
Ao contrário do que acontecia na cidade no séc. XVI com pavilhões festivos e teatros
na urbe, abertos para a cidade e que tinham a cidade como espaço teatral, este Teatro
do Mundo era fechado sobre si. “O teatro passa -se no seu interior mas não se
exterioriza. A cidade vive uma outra realidade, não se marcando nenhuma relação
visual enquanto acontecimento urbano.” (Duarte, 1992, p. 192). No interior encontrava -
se um anfiteatro para 250 pessoas, que se distribuíam em volta do palco central, este
anfiteatro encontrava-se no volume central, que era ladeado por “dois prismas laterais,
onde se desenvolviam as escadas, enquadravam a composição, rematada por uma
pequena torre octogonal metálica, com uma altura máxima de 11m e uma base
quadrada de 9,5m de lado” (Duarte, 1992, p. 192).
Todo ele era feito com uma estrutura metálica tubular revestida a madeira, numa
composição de volumes facilmente identificáveis. Este teatro era móvel e efémero,
estava sob uma plataforma de flutuação de maneira que percorreu “as costas
dálmatas dos antigos territórios da república de S. Marcos até Dubrovnic antes de ser
desmantelado.” (Duarte, 1991, p. 192), durante a bienal permaneceu na Ponta de
Dogona.
104 Aldo Rossi (1931-1997) foi um arquitecto italiano, estudou entre 1949 e 1959 na Faculdade de
Arquitectura do Politécnico de Milão, como estudante trabalhou como colaborador na revista Casabella
Continuità. Em 1963 inicia a carreira de docente na Escola de Urbanismo de Arezzo, em 1965 é
convidado pela Faculdade de Arquitectura do Politécnico de Milão para ser professor, e a partir daí
leccionou noutras instituições a nível mundial. Os projectos de Rossi apresentavam uma tendência para a
redução dos edifícios às formas mais simples, como cubos, paralelepípedos etc., com influência do
classicismo. Para além de um aclamado arquitecto, que em 1990 ganhou o prémio Pritzker, Rossi editou
vários livros como A Arquitectura da cidade (1982).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 145
Ilustração 175 – Planta e Alçado, Teatro do Mundo Veneza 1979-
80. (The Red List Society, 2016).
Ilustração 176 – Teatro do Mundo Veneza, 1979-80. (The Red
List Society, 2016).
Ilustração 177 – Teatro do Mundo Veneza, 1979-80. (The Red
List Society, 2016).
Ilustração 178 – Teatro do Mundo, Veneza 1979-80. (The Red
List Society, 2016).
Convidado pela IBM em 1984, para a divulgação dos computadores pessoais, e em
que os postos de trabalho poderiam localizar-se em qualquer lado, o arquitecto Renzo
Piano105 riscou um pavilhão itinerante para dar resposta e demonstrar esses
propósitos.
105 Renzo Piano (1937-) é um arquitecto italiano, estudou no Politécnico de Milão graduando-se em 1964,
enquanto estudante trabalhou no atelier de Franco Albini. Em 1971 abre em Londres o escritório Piano &
Rogers com Richard Rogers, e foi com Rogers que ganhou o concurso para o Centre Pompidou em Paris.
Com isso mudou-se para Paris, e em 1981 abre o escritório com o seu nome: Renzo Piano Building
Workshop, com escritório em Paris, Génova e Nova Iorque. Em 1998 é galardoado com o prémio Pritzker.
Desde 2004 que fundou e trabalha para a Renzo Piano Foundation, uma organização sem fins lucrativos
que se dedica à promoção da profissão da arquitectura através de programas e actividades educacionais.
No seu portfólio destaca-se o Centre Pompidou, Paris (1971-1977), Aeroporto Internacional Kansai,
Osaka (1988-1994), Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou (1991-1998), Maison Hermès, Tóquio (1998-
2006) e o novo edifício do Whitney Museum em Gansevoort, Nova Iorque (2007-2015).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 146
O Arcadian Machine, feito com uma estrutura desmontável de peças leves em
laminado de madeira, revestido com pirâmides de policarbonato que se articulavam
“com a estrutura através de um sistema de peças metálicas que permitissem absorver
as dilatações dos diferentes materiais.” (Duarte, 1992, p. 107).
Ilustração 179 – Arcadian Machine 1984. (Renzo Piano Building Workshop, s.d.).
Ilustração 180 – Arcadian Machine 1984. (Renzo Piano Building
Workshop, s.d).
Ilustração 181 – Arcadian Machine 1984. (Renzo Piano Building
Workshop, s.d).
Para manter uma temperatura ambiente , no interior, agradável, implantava-se o
pavilhão em parques de maneira a aproveitar as sombras das árvores como protecção
solar.
Esta embalagem arquitectónica integra -se assim nos códigos da mensagem
publicitária. Assim, a celebração da chegada do computador “Arcadia”, com um
involucro espacial tecnologicamente sofisticado, chamava a atenção para o produto
que se apresentava ao público. (Duarte, 1992, p. 108)
Nos anos 60 os concertos de rock rompiam as barreiras das salas de espectáculo para
estádios, mas para tal as bandas tinham d e desenvolver condições de modo a
envolverem o público no espectáculo.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 147
A atitude da música rock e a rebeldia do seu público, a par do grande poder catalizador
de massas destes espectáculos, e da excitação que provoca nas audiências, levou a
que as velhas salas de espectáculos e danças se tornassem o bsoletas. O
desenvolvimento dos instrumentos electrónicos e do seu potencial sonoro, rapidamente
projectaram estes concertos, nos princípios dos anos 60, para os estádios de futebol.
(Duarte, 1992, p. 200)
Esta preocupação de envolvência com o público é no tória em 1989 na tour STEEL
WHEELS dos Rolling Stones, em que estes se apresentavam num palco em que o
design reflectia as novas preocupações estéticas de proximidade e envolvência.
[...] o palco desenvolve o tema de uma sociedade pós-industrial, evidenciando
apocalípticas visões do futuro através de uma maquinal ruina que é o suporte de
contínuas transfigurações feitas de luz, como se fosse “... um edifício que é visto do
nascer ao pôr do sol em duas horas”, marcando a transição duma sociedade pós -
industrial para a idade da informação. (Duarte, 1992, p. 200)
Iniciava-se assim o recurso da arquitectura a espectáculos musicais, em que os
estádios se transformaram com o recurso à arquitectura efémera em verdadeiras
mecas, voltando ao estado original no final de tudo.
Ilustração 182 – Palco da Tour STEEL WHEELS dos Rolling
Stones 1989. (Stufish, 2015).
Ilustração 183 – Palco da Tour STEEL WHEELS dos Rolling
Stones 1989. (Perkins, 2015).
Ilustração 184 – Palco da Tour STEEL WHEELS dos Rolling
Stones 1989. (Stufish, 2015).
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Rogério André Moreira Branco 148
2.2.3. O CASO DO M OMA
Em 1929, nasce em Nova Iorque o Museu de Arte Moderna (MoMA), com o intuito de
mostrar aos americanos esta nova corrente artística que ainda era bastante
desconhecida pelo público americano. Nasce com a perspectiva de ser um museu
pluridisciplinar e não focar-se só em arte. Para tal em 1932 aparece o departamento
de arquitectura com a promoção da primeira exposição de arquit ectura sobre
Arquitectura Moderna, e com o lançamento do livro Estilo Internacional de Henry -
Russell Hitchcock106 e Philip Johnson107. Esta exposição e livro vinham para dar a
conhecer ao público americano essa nova corrente arquitectónica a inda desconhecida
pela maioria.
Com a criação do departamento de arquitectura, e as mostras levadas a cabo por ele
o MoMA tornou-se numa instituição, e a mais influente na difusão da arquitectura
moderna. Depois desta exposição sucederam -se mais focando-se em obras
especificas de arquitectos, ou em retrospectivas.
Como é o caso da exposição de 1940, que lança a grande retrospectiva da obra de
Frank Lloyd Wright108, que na altura tinha 71 anos, com o nome Two Great Americans:
architecture Frank Lloyd Wright fifty years of the wo rk of america’s greatest living
architect; films and career of D. W. Griffith. Como o nome indica era a grande
retrospectiva da obra de Wright, onde constaram maquetas, desenhos e fotos das
mais variadas obras, mas principalmente de habitações, sendo a maioria de
106 Henry-Russell Hitchcock (1903-1987) foi um historiador de arquitectura americano, estudou na
Universidade de Harvard. Foi professor no Smith College. Em 1930 realiza uma viagem com Philip
Johnson à Alemanha para estudar a arquitectura moderna, a cargo do MoMA para realizar uma
exposição, dessa viagem resulta a primeira exposição de arquitectura moderna no museu e onde
Hitchcock empregou o termo Estilo Internacional para caracterizar a arquitectura moderna. Tornando -se
assim num defensor da arquitectura moderna e num dos importantes historiadores de arquitectura do séc.
XX. 107 Philip Johnson (1906-2005) foi um arquitecto americano, estudou na Universidade de Harvard onde
conheceu Hitchcock. Antes de conceber a sua primeira obra de arquitectura com 36 anos, foi crítico,
historiador e director do Departamento de Arquitectura do MoMA. Concebe ndo no ano de 1949 a sua
primeira obra uma residência para ele próprio em New Canaan em Connecticut. Em 1967 até 1987 forma
sociedade com John Burgee com quem realiza o grosso da sua obra. Em 1979 é presenteado com o
prémio Pritzker. 108 Frank Lloyd Wright (1867-1959) foi um arquitecto americano, começou a estudar engenharia na
Universidade de Wisconsin, não terminando o curso pela atracção que tinha pela arquitectura. Em 1887
muda-se para Chicago onde começa a trabalhar no escritório Adler & Sullivan, com quem aprende o oficio
e considerando Sullivan o seu mestre. Abandona o escritório em 1892 e começa a trabalhar por conta
própria, demonstrando uma preocupação pela envolvente e pelos materiais empregues na obras. Entre
1916 e 1922 muda-se para o Japão onde estuda a arquitectura tradicional japonesa, que influenciaria a
sua obra. Tornando-se num dos mais importantes arquitectos americanos do Séc. XX e da arquitectura
moderna, tendo uma vasta obra reconhecível, o seu último projecto foi o Museu Solomon Guggenh eim
em Nova Iorque.
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Rogério André Moreira Branco 149
habitações a que Wright apelidara de Usonian Houses. Estas eram habitações
focadas no que o arquitecto considerava ser o problema fundamental do arquitecto
moderno, as habitações de baixo custo, as casas usonianas eram feitas a partir de
pré-fabricação, com novos materiais e métodos de fabricação.
No total de 18 maquetas, 11 eram de habitações unifamiliares, havia ainda maquetas
da casa Robie e Herbert Johnson, as restantes correspondiam a produções dos
últimos anos que correspondiam à tipologia usoniana.
Com esta grande exposição Wright apresentara ao MoMA a necessidade de construir
um protótipo à escala real no jardim de esculturas, como peça chave, transcendendo
as maquetas e desenhos, de maneira a mostrar e explicar o edifício à escala real.
[…] los problemas para exponer la arquitectura resultan evidentes, el grado de
dificuldad es mucho mayor cuando se trata de ejemplos tan ricos espacialmente como
los de la arquitectura de Frank Lloyd Wright. En este caso, parecía particularmente
necesario complementar toda aquella documentación con una demostración real de
cómo Wright manejaba el espacio [… ] (Dalmau, 2010, p. 51)
Ao construir um modelo de casa usoniana, como meio de exibir de maneira mais
completa e palpável o trabalho de investigação feita ao longo dos anos sobre a
habitação de baixo custo, o modelo escolhido, para se construir no jardim,
correspondia às exigências da nova sociedade, e era um modelo para satisfazer as
necessidades de uma família jovem com filhos, desenhando assim uma casa com u m
esquema idêntico ao da casa de Herbert Jacobs em Madison. Wright optara por um
esquema idêntico por esta ser uma casa para um casal com uma filha, e que tinha
custado no total 5500 dólares onde estavam incluídos os honorários do arquitecto.
Adaptando assim o modelo da casa ao jardim.
Tanto a casa Herbert Jacobs, a casa para o jardim do MoMA, e as restantes casas
usonianas, assentavam sobre a máxima da pré -fabricação, feitas com painéis de
sanduiche de madeira, onde apenas a casa de banho, cozinha, chaminé e um quarto
de instalações eram feitos na maneira tradicional. Com o sistema de pré -fabricação a
casa tornava-se modular, dependendo das dimensões do material, e libertava -se
tempo de obra e diminuía-se o custo. Estas habitações usonianas vieram para libe rtar
a construção dos materiais desnecessários , e para dar resposta às famílias que
optavam por uma habitação unifamiliar, despendendo menos dinheiro, devido à crise.
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Rogério André Moreira Branco 150
O projecto para a casa no jardim, era idêntico ao da casa H erbert Jacobs, com planta
em L, de maneira a abraçar o jardim e demarcando-o. Com os quartos e a sala de
estar abertos para o jardim, e a parte dianteira da casa virada para a rua totalmente
cega, apenas com vão superior como uma faixa para deixar entrar luz zenital. A casa
tinha a zona central que era composta pela cozinha, casa de banho, nos extremos
ficavam os quartos dois com um escritório no topo podendo ser convertido em mais
um quarto, noutro extremo separada pela zona central a sala de estar, onde se erguia
uma lareira e a chaminé. A cozinha era separada da sala de estar, e a sa la de jantar
aparecia contigua à cozinha e à sala de estar. Toda a fachada estava condicionada às
dimensões dos painéis, “La composición de los alzados está determinada por el
despiece vertical de los tab leros de madera, la llaga des ladrillo y la losa de la cubierta,
todos ellos dimensionados según un módulo fijo.” (Dalmau, 2010, p. 60).
Ilustração 185 – Planta Casa Usoniana a ser erguida nos jardins do MoMA, Nova Iorque 1940. (Frank Lloyd Wright Foundation, 1940 ).
Apesar de todos os esforços, e ânimos para erguer este protótipo e nova maneira de
expor arquitectura, foi cancelada a construção da habitação nos jardins. Por
impedimento de John D. Rockefeller Jr.109, que doara os terrenos para o jardim, e
impusera que não poderia ser erguida alguma construção naquele terreno, mesmo
expondo a situação, Rockefeller Jr. estava “en completo desacuerdo con la idea de la
109 John D. Rockefeller Jr. (1874-1960) foi um filantropo americano, filho de John D. Rockefeller o
fundador da empresa Standard Oil, Rockefeller Jr. elevou o nome da família como filantropo e por ajudar
a estabelecer várias instituições como a Universidade de Nova Iorque, a Organização das Nações Unidas
(ONU) durante a segunda guerra mundial e foi e le o impuls ionador e criador do Rockefeller Center em
Nova Iorque.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 151
construcción de un prototipo a escala real como método expositiv o.” (Dalmau, 2010, p.
61). Sendo aberta a exposição na mesma mas sem a construção no jardim.
Para celebrar os dez anos da abertura do MoMA, em 1939, e juntando a abertura de
um novo edifício do museu, houve uma grande celebração com uma exposição sob o
nome Art in Our Time, onde os quatro departamentos do museu se apresentaram com
mostras independentes. O departamento de Arquitectura e Arte Industrial organizou a
exposição House and Housing: Industrial Arts, onde mostrava os avanços da
arquitectura moderna no campo da habitação. Onde aparece a casa Dymaxion de
Buckminster Fuller, que fora projectada em 1927.
Mais tarde em 1941, quando os Estados Unidos entram no conflito bélico que decorria,
o museu optou por alterar os programas, mesmo mantendo muitas das actividades já
programadas. Sendo que a maioria das exposições era relacionada com a guerra.
Com isso surge a primeira construção de um protótipo no jardim do museu, a DDU
(Dymaxion Deployment Unit) de Richard Buckminster Fuller, marcando assim o
regresso deste a uma exposição no MoMA. O término Dymaxion que sempre foi uma
constante na obra de Fuller, vem da conjugação de Dynamic, Maximum e Ion
significando dinâmica e máxima eficiência.
A DDU erguida nos jardins do museu, era um protótipo de uma casa para os tempos
de guerra/emergência sob a premissa de ser produzida industrialmente, rapidez de
instalação, facilidade de montagem e desmontagem, mobilidade e baixo custo feita em
aço galvanizado. Inspirada nos silos de cereais, que Fuller observara numa viagem no
Missouri, devido a estes, segundo palavras de Fuller serem uma unidade de
engenharia eficiente e susceptível de se tornarem numa casa pré -fabricada, a forma
circular permitia uma boa relação entre superfície e perímetro, aplicando -se ao espaço
habitável dava um máximo volume com o mínimo material possível.
La construcción con envolvente metálica suponía integrar la estructura con los
cerramientos y la eliminación de los soportes interiores. La tapa original des contenedor
de grano es sustituida aquí por una cubierta formada por paneles radiales de plástico,
rematados con un ventilador ajustable y translúcido que proporcionaba iluminación
cenital y ventilación. (Dalmau, 2010, p. 97)
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 152
Ilustração 186 – Planta DDU erguida nos jardins do MoMA, Nova Iorque 1941 . (Fracalossi, 2013a).
A cobertura da unidade ganhava uma forma mais aerodinâmica, e permitia aumentar a
altura no interior, construída com um suporte central que , quando finalizada a
construção, era retirado, para além da luz zenital que vinha da parte central do
cobertura, eram abertos vãos circulares e clarabóias na cobertura também circulares
feitas com plexiglás, que até à época só era aplicado nos aviões. O pavimento era
feito com semelhante ideia de ser desmontável, feito com tabuas de madeira que
podiam ser postas em qualquer tipo de superfície.
O modelo exposto no museu era uma habitação para seis p essoas, este protótipo
propunha a sua possibilidade de ampliação de unidade básica, ao adossar outras
unidades para poder dar as mais variadas respostas, como a que estava exposta que
que era para uma família com quatro filhos.
O protótipo exposto era composto por dois cilindros, um com um diâmetro
aproximadamente de 4,5m onde se encontravam os serviços todos : cozinha, casa de
banho e serviam para delinear um dos três quartos, a outra unidade com 6m de
diâmetro encontravam-se os outros dois quartos e uma sala de estar que eram
separados por cortinas podendo converter-se num único espaço quando abertas.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 153
Ilustração 187 – DDU Interior, Nova Iorque 1941. (Kaal, 2016).
Ilustração 188 – DDU exterior. (Kaal, 2016).
Ilustração 189 - DDU Interior, Nova Iorque 1941 .
(Kaal, 2016).
Ilustração 190 - DDU Interior, Nova Iorque 1941 .
(Kaal, 2016).
A DDU apesar de estar exposta nos jardins do museu, não fazia parte de nenhuma
exposição.
Nove anos após a grande retrospectiva de Wright e a sua ideia de transpor uma
exposição de arquitectura para outros cânones construindo um modelo nos jardins do
MoMA, é construída a primeira casa no jardim do museu. Embora em 1941 se tenha
exposto a DDU de Fuller, este como já referido não era parte integrante de uma
exposição, nem oficial. Em 1949 é que isso acontece na realidade, a construção de
um protótipo no jardim, oficial e integrado numa exposição a The House in the
Museum Garden, uma exposição em que o protagonista era a habitação.
Em 1945 com o pós guerra o museu dedicou uma exposição chamada de Tomorrow’s
Small House, que vinha de um concurso de uma revista de arquitectura americana que
mensalmente publicava uma habitação na qual tinha a condicion ante de ser uma casa
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 154
para uma família típica, de baixo custo para dar resposta à grande procura de casas
nesses anos pós guerra. Com isso o MoMA decidiu dedicar uma exposição apoiada
em maquetas feitas por profissionais para expor alguns p rojectos publicados na
revista.
A exposição de 1949 vinha a dar continuidade à exposição feita em 1945, mas
também para dinamizar as mostras de arquitectura do museu, que naquele ano eram
a grande preocupação dos accionistas do museu, porque desde 1947 não havia uma
grande exposição de arquitectura que desse lucro ao museu e de spertasse interesse
no público.
A casa no jardim, veio para “mostrar un ejemplo de arquitectura residencial
caracterizado por la excelencia de su diseño, que, al fin y al cabo, era lo único que
cabría esperar de un museo dedicado al arte.” (Dalmau, 2010, p. 154). Esta exposição
em relação ás anteriores, não tinha o intento de mostrar um protótipo que concorresse
com as casas pré-fabricadas, nem edifícios de produção em série. Era m valorizados
os detalhes, materiais e equipamentos a um nível económico, sendo que a casa
deveria ter um preço médio mas com todos os detalhes de uma casa normal, para
poder sim competir com outras casas com semelhante nível arquitectónico.
Para isso pôs-se o problema que arquitecto convidar para construir o seu protótipo no
jardim.
Se encargarían a arquitectos de prestigio del momento; los diseños serían originales y
proyectados expresamente para la exposición. [...] El objetivo era presentar ante el
público una vivienda-laboratorio, una vivienda nacida con un valor experimental y de
ensayo, un ejemplo de lo que debía ser una vivienda de bajo o medio coste destinada a
un cliente tipo, trabajador, y que quisiera vivir en una zona suburbana próxima a una
gran ciudad. (Dalmau, 2010, p. 155)
Marcel Breuer110, fora o escolhido para dar resposta a esta nova iniciativa, eleito pelo
departamento de arquitectura para desenhar uma habitação unifamiliar, para quatro
110 Marcel Breuer (1902-1981) foi um arquitecto húngaro, estudou na Bauhaus na Alemanha em 1920,
onde estudou Le Corbusier e Mies van der Rohe, e foi aluno de Walter Gropius. Em 1922 torna -se
professor de Desenho de Mobiliário na Bauhaus e desde 1928 que in icia carreira em Berlim como
arquitecto e designer de mobiliário. Em 1935 va i com Gropius para Londres já como reconhecido designer
de mobiliário na Europa com os seus móveis em estrutura tubular metálica. Mais tarde passado dois anos
muda-se para os E.U.A. para se juntar a Gropius em Harvard, durante a segunda guerra Breuer e Gropius
revolucionam a arquitectura na América principalmente as casas americanas. Em 1946 estabelece -se por
conta própria onde desenvolve habitações e começa a desenvolver grandes edifícios para instituições
como a Sede da UNESCO em Paris (1952). Na sua obra é evidente a influênc ia dos mestres que estudou
na Bauhaus. Das suas obras destaca-se o Whitney Museum em Nova Iorque e o Laboratório da IBM La
Gaude.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 155
pessoas. Breuer fora escolhido por ainda ser um desconhecido do público americano,
pelo trabalho arquitectónico e de mobiliário moderno que tinha no currículo, sendo
considerado pelo departamento, de estar à altura de Le Corbusier, Mies van der Rohe
e Frank Lloyd Wright, e porque estes mestres já tinham sido expostos no museu.
A proposta de Breuer para ser construída não ocupava mais que um lote similar aos
que existiam no mercado imobiliário americano no tempo pós guerra. A casa tinha
uma planta rectangular, e era proposto um núcleo central composto pela cozinha, sala
de serviços que poderia ser adaptado para quarto de criada, casa de banho e uma
zona de brincar para crianças que mais tarde poderia ser adaptada. Nos extremos
estavam os quartos e a sala de estar, com os quartos dos filhos num extremo, a sala
de estar e quarto dos pais no outro que tinha a sua casa de banho privativa e closet,
sendo que o quarto dos pais encontrava -se por cima da garagem que estava ao lado
da sala no piso térreo. O jardim da casa encontrava -se nas traseiras e fora também
parte integrante do projecto, sendo um extensão da casa e com os mais variados
usos. Para diferenciar essas valências eram usados gradeamentos como separadores
físicos mas não visuais, a fachada posterior onde se encontravam os vãos de maior
dimensão, enquanto os vãos para a rua eram de menor dimensões.
Ilustração 191 – Planta Casa no Jardim do MoMA Marcel Breuer, Nova Iorque 1949. (Allen, 2009).
O sistema construtivo do protótipo obedeceu à técnica mais habitual entre os
construtores no país, era composto por uma estrutura reticulada de madeira, as
paredes feitas com painéis do mesmo material só o chão do piso térreo que mais tarde
receberia o pavimento é que era feito de betão e a chaminé. No resto da casa eram
empregues os materiais mais tradicionais como pedra, madeira aço e vidro.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 156
Nesta casa estava presente uma ideia sempre constante na obra do arquitecto “es la
posibilidad de ampliación de la vivienda para responder a los cambios producidos por
la evolución de la vida familiar, mediante la inco rporación de un nuevo dormitorio y
baño” (Dalmau, 2010, p. 163), ou então um alpendre.
Um dos grandes atractivos da habitação era a maneira como o arquitecto resolvera a
cobertura, que marcava o perfil da habitação, com dupla inclinação, convergindo para
um único ponto, a parte central da casa. Esta resolução de cobertura proporcionou “un
desarrollo espacial más rico y variado que el de un pabellón con cubierta plana.”
(Dalmau, 2010, p. 163). Permitia também a diferenciação das zonas da casa através
das alturas, os quartos com maior pé direito nos extremos da casa e o núcleo da casa
a parte central com pé direito mais baixo, esta resolução conferia também uma
assimetria ao perfil da casa.
Ilustração 192 - Casa no Jardim do MoMA Marcel Breuer, Nova Iorque 1949 .
(Aldana, 2012).
Ilustração 193 - Casa no Jardim do MoMA Marcel
Breuer, Nova Iorque 1949. (Mattern, 2012).
Ilustração 194 - Casa no Jardim do MoMA Marcel
Breuer, Nova Iorque 1949. (Archives of American Art,
1949).
Com o fim da exposição, Breuer ganhara adeptos entre o público americano , sendo
contratado para elaborar vários projectos de habitações, em que alguns optavam po r
um design original, novo, outros preferiam casas baseadas na da exposição do MoMA.
A casa erguida nos jardins do museu fora comprada por Nelson Rockefeller e
transportada e reconstruída noutro sítio.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 157
A exposição vinha então mostrar ao público que a arquitectura moderna não implicava
necessariamente um custo maior, que qualquer um poderia ter uma casa de
arquitectura moderna. E vinha assim confirmar e dar continuidade a um departamento
em que o enfoque era a divulgação da arquitectura moderna, mostrando as novas
preocupações e premissas a que a arquitectura deveria dar resposta.
Com o sucesso da exposição de 1949, o MoMA decide no ano seguinte em 1950
repetir a experiencia, desta vez sob o nome Exhibition House. Elegendo Gregory Ain 111
para desenvolver um protótipo residencial para ser erguido no jardim da instituição.
Continuando assim a promoção e intuito de mostrar e fazer chegar a arquitectura d a
habitação moderna ao público.
A escolha de Ain fora feita devido às experiencia do arquitecto no mercado imobiliário,
pelo trabalho de investigação no campo da habitação de baixo custo em que era
considerado um profissional inovador no desenvolvimento de soluções para este tipo
de habitações, e também pela experiência que tinha no desenho de
bairros/urbanizações para empresas de construção.
Ao contrário da casa de Breuer, a de Gregory Ain era menor e tinha uma planta mais
compacta, e estava destinada a um lote menor, construída num lote com um total de
670m2, com 18,3m de profundidade e 36,5m de largura.
A proposta desta casa respeitava a ideia de esta poder ser repetida, construindo um
bairro de habitações geminadas.
[…] las decisiones fundamentales en el diseño de la casa responden a su condición de
vivienda agrupada en pares de edificios simétricos, de manera que las estancias
principales se abran a un lado y los dormitorios al opuesto, dejando que la cocina y el
garaje ocupen un ala paralela al muro medianero. La casa tendrá, por tanto, sólo tres
fachadas en lugar de las cuatro de un edificio exento, ya que la cuarta es prácticamente
un muro ciego que sólo permite ventilaciones de los servicios pero no vistas. (Dalmau ,
2010, p. 185)
111 Gregory Ain (1908-1988) foi um arquitecto americano, começou a estudar arquitectura em 1927 na
University of Southern California School of Architecture deixando os estudos em 1928, pela inadaptação
da universidade para leccionar. Entre 1930 e 1935 trabalhou e aprendeu o oficio com Richard Neutra, um
dos arquitectos que influenciaram a obra de Ain assim como Schindler. Em 1935 começa a trabalhar por
conta própria onde desenvolve casas para a classe operária. Durante a segunda guerra trabalha como
engenheiro chefe para Charles e Ray Eames, tendo em 1940 através de uma bolsa de estudo, estudado
casas pré-fabricadas. Com o casal Eames ajudou a desenvolver as cadeiras de madeira laminada.
Depois de deixar de trabalhar para o casal Eames volta a exercer o papel de arquitecto, constando da sua
obra várias habitações espalhadas pelos E.U.A.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 158
Era uma casa para uma família típica de quatro pessoa s constituída por dois corpos
adossados um mais quadrangular e maior e depois um rectangular mais estreito onde
se articulava o programa da casa. O s quartos e casas de banho numa ponta, na parte
que se adossaria à casa seguinte, no meio a sala de estar e s ala de jantar estes
compartimentos estavam no corpo quadrangular, no outro extremo o corpo mais
estreito era composto pela cozinha e garagem.
Ilustração 195 – Exhibition House Gregory Ain no jardim do MoMA, Nova Iorque 1950. (Goodman, 2008).
Devido a esta ter uma planta mais compacta, foram suprimidos certos aspecto s, como
a sala de jantar que era pequena e estava condicionada apenas para quatro pessoas,
por estar num espaço de circulação, estava contigua à co zinha mas era também o
espaço de entrada principal, e apenas um pequeno móvel de livros a separava da sala
de estar. Tornando a sala de jantar no espaço mais pequeno da casa.
Toda a casa fora construída com um sistema de estrutura de madeira, o chão de betão
e a chaminé feita em tijoleira, apresentava um pé direito de três metros, coisa que não
era habitual na época para aquele tipo de habitações.
O projecto exposto apresentava um conceito de flexibilidade espacial, algo que era
recorrente na obra do arquitecto, mas desta vez pelas possibilidades de ampliação do
espaço e divisão através de painéis móveis. A sala de estar e o quarto principal
dispunham destas paredes móveis, permitindo vários usos conforme as horas do dia ,
e em função das necessidades/ocasiões. O mesmo acontecia com o quarto das
crianças, podendo haver continuidade ou separação dos quartos, ou então a c riação
de um quarto de brincar.
Com o fim da exposição e avaliada a arquitectura da habitação, foi consensual que
esta não estivera à altura da que fora feita no ano anterior por Breuer, nem estava à
altura para uma exposição num jardim de um museu de arte. Não correspondendo às
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 159
intenções do MoMA, nem às dos críticos, esta seria a última casa no jardim a ser
exposta como protótipo. Deixando assim para trás a vocação de uma continuidade,
ficando reduzido a apenas duas manifestações nos jardins do museu, em duas
temporadas sucessivas.
Frank Lloyd Wright teve a sua primeira peça de arquitectu ra efémera exposta em
1953, por ocasião de uma exposição de arte americana que serviria para mostrar a
liberdade artística e cultural dos Estados Unidos, sendo que Wright foi considerado o
elemento fundamental para esta exposição. Organizando -se assim a exposição sob o
nome: Frank Lloyd Wright: Sixty Years of Living Architecture, com apoio de várias
instituições dentro e fora do país.
Para marcar a inauguração construiu-se assim o primeiro edifício efémero de Wright
em Nova Iorque, que teve como promotor o Museu Guggenheim, “cuyo solar de la
esquina de la calle 89 y la Quinta avenida se levantó un pabellón para albergar la
exposición, que, a su vez, mostraba en su interior una pequeña viv ienda de ladrillo
rojo” (Dalmau, 2010, p. 65), dando assim oportunidade aos habitantes de Nova Iorque
e demais visitantes da exposição, presenciarem e testemunharem a obra do arquitecto
não só em papel e maquetas mas em tamanho real, que fora considerado pelo
arquitecto a raiz da exposição.
Ilustração 196 – Pavilhão para albergar a exposição Frank Lloyd Wright: Sixty Years of Living Architecture, Nova Iorque 1953 . (Furuto,
2012).
Passados quatro anos o departamento de arquitectura do MoMA, voltaria a erguer
uma casa efémera no jardim do museu em 1954. Desta vez era um complexo
residencial tradicional japonês dos séculos XVI e XVII, este estava integrado na
exposição: Japanese Exhibition House.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 160
A ideia de erguer uma casa japonesa no jardim do museu remonta a 1950, e apenas
toma forma em 1953 pela viagem ao Japão de Arthur Drexler112, que ocupava o cargo
de conservador de arquitectura no MoMA, e de Blanchette Rockefeller113, esposa de
John D. Rockefeller III114 principal accionista do museu e presidente da American -
Japan Society em Nova Iorque, que aproveitaria assim a exposição para reforçar as
relações dos dois países.
A viagem servia para se poder definir o modelo a erguer no museu, visitando palácios
imperiais, e edifícios clássicos do Japão em Quioto, Nara o castelo de Nagoya, no final
da viagem fora decidido que o modelo a tomar lugar no jardim do museu teria as linhas
de uma habitação dos séculos XVI e XVII, marcada pelo estilo Shoin -Zukuri, tendo
como modelo Kojo-in, edifício de 1600 que faz parte do templo Onjo-in.
A exposição fora também realizada devido ao desenho das cas as tradicionais
japonesas terem influenciado a arquitectura moderna ocidental.
[…] la importante influencia y destacada notabilidad que el diseño japonés había
alcanzado en la arquitectura moderna fue la justificación principal a la hora de elegir un
edificio japonés como tema para una de las exposiciones temporales [...] la presencia
de un modelo de vivienda japonesa en el jardín del museo proporcionaría la
oportunidad de entender y de comprobar de primera mano la relación existente entre la
arquitectura tradicional japonesa y la arquitec tura moderna. Esta influencia se
argumentó basándose en cuatro principios fundamentales: la estructura reticular de
madera, la flexibilidad de la planta, la estrecha relación entre interior y exterior y el valor
ornamental del sistema estructural. La conce pción de la arquitectura moderna que se
desprende de estos principios difiere considerablemente de la que había sido
proclamada en la exposición del MoMA de 1932 y en el libro de Hitchcock y Johnson
sobre el Estilo Internacional. (Dalmau, 2010, p. 215)
Escolhido o modelo a seguir, foi escolhido o arquitecto Junzo Yoshimura115, para
projectar a casa, reinterpretando o edifício do templo com aspectos de uma concepção
112 Arthur Drexler (1925-) foi o director do Departamento de Arquitectura do MoMA desde 1951 até 1985.
Antes de ser director no museu foi associado no escritório de George Nelson e era editor de arquitectura
na revista americana Interiors, estudou na Escola Superior de Música e Arte, foi professor em várias
universidades nos E.U.A. e no Canadá como a Universidade de Nova Iorque, Yale, Harvard, Pratt
Institute, MIT, em 1985 abandona o cargo de director que ocupava no MoMA, onde desenvolveu um papel
importante na divulgação da arquitectura e com um aumento do espólio do museu. 113 Blanchette Rockefeller (1909-1992) esposa de Rockefeller III, foi uma filantropa americana,
participando em várias actividades de caridade em Nova Iorque. 114 John D. Rockefeller III (1906-1978) filantropo americano, descendente directo da família Rockefeller. 115 Junzo Yoshimura (1908-1997) foi um arquitecto japonês, estudou na Universidade Nacional de Belas
Artes e Música de Tóquio, terminando o curso de arquitectura em 1931, no mesmo ano em que começa a
trabalhar na firma de design de Antonin Raymond. Em 1941 abre atelier com o sue nome, no qual
desenvolve as suas obras. Em 1962 torna-se professor de arquitectura na universidade onde se graduou.
Na sua obra consta para além da casa japonesa feita nos jardins do MoMA, o Museu de Arte Japonesa
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Rogério André Moreira Branco 161
moderna, e supervisionar a obra. Havia também um jardim japonês como parte
integrante da casa, o qual fora feito por Tansai Sano116, especialista no desenho de
jardins japoneses.
A casa feita no jardim, era tal como as casas tradicionais japonesas, respeitava a ideia
de planta livre que promovia a continuidade entre exterior e interior, a ligação e ntre
estes dois era feita subtilmente, primeiro com um alpendre depois uma faixa estreita
ao ar livre, descendo estava o jardim. O alpendre e a faixa sem cobertura serviam de
intermediários, peças de união entre o interior e exterior, mas estes não pertenc iam a
nenhum dos dois.
Ilustração 197 - Japanese Exhibition House, Nova Iorque
1954. (Shofuso, 2016).
Ilustração 198 - Japanese Exhibition
House, Nova Iorque 1954. (The
Subject of Place, 2009).
Ilustração 199 - Japanese
Exhibition House, Nova Iorque
1954. (Pogrebin, 2007).
A planta livre era conseguida também devido ao sistema de construção, as dimensões
são regidas pelo Tatami, e as paredes feitas com painéis móveis, podendo-se diminuir,
aumentar, unir ou suprimir certos espaços da casa. Isto advinha do pensamento
budista que o universo é indefinível, mutável, fugaz e transitório, estes pensamentos
eram reflectidos na casa. A única parte do complexo da casa que não era possível ser
modificado era a casa de banho e a casa de chá. Que são construções feitas à parte
da casa, e no MoMA estavam unidas à casa através de uma ponte sob o jardim. Mas
estes dois elementos exteriores da casa eram construídos de modo tradicional, com
todos os aspectos tradicionais inerentes, sempre com significados religiosos.
El lugar donde se celebra la ceremonia, la sala de té o residencia de la fantasía, es una
estructura efímera, intencionadamente inacabada, construida sin ningún orname nto y
conteniendo un único cuadro o arreglo floral. También llamada residencia del «vacío» y
de lo «asimétrico», ya que lo asimétrico sugiere movimiento e inconclusión y estimula la
Tokotin (1959), Palác io Imperial de Tóquio (1968), as alas Este e Oeste do Museu Nacional de Nara
(1972) e a Embaixada da Noruega em Tóquio (1977). 116 Tansai Sano (?) foi um arquitecto paisagista japonês de Quioto. Foi quem desenhou o jardim que
envolvia a casa japonesa feita nos jardins do MoMA. Sano era descendente da família que tratava e criou
o jardim no templo Ryoan-ji em Quioto.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 162
imaginación del que contempla, responde a la búsqueda de un espacio que traduzca lo
transitorio de este mundo y de las cosas que lo conforman. (Dalmau, 2010, p. 220)
Atingido o sucesso com esta exposição, ela fora prolongada realizan do-se uma
segunda temporada no Verão de 1955, prolongando-se por 1956, sendo
desmantelada em Dezembro desse ano. Esta fora definitivamente a ultima exposição
que viera da série iniciada em 1949 com Marcel Breuer e depois com Gregory Ain .
Aconteceu por se tratar de uma casa que era um exercício e uma demonstração dos
conceitos e características da concepção de arquitectura moderna , sem nunca ter em
conta custos e pré-fabricação. A casa fora erguida como uma obra de arte, num
museu de arte.
No Verão de 1952, Buckminster Fuller voltaria ao MoMA, para exibir pela primeira vez
uma maqueta do Domo Geodésico, numa exposição titulada: Two Houses: New Ways
to Build. Nesta exposição estava patente também o proje cto da Casa sem Fim
(Endless House) de Frederick Kiesler117. O primeiro protótipo do domo geodésico fora
feito em Junho de 1948, por Fuller e alunos de Black Mountain College, e a maqueta
da exposição por alunos do MIT.
Em ambos os casos, nesta exposição, tinham como ponto de partida a intenção de
uma ruptura da concepção racional e cúbica do Estilo Internacional, do espaço
tradicional e da arquitectura de caixas deste estilo.
A maqueta de Fuller consistia numa cúpula de 25m de diâmetro, feita em estrutura de
alumínio tubular e coberta com uma pele plástica transparente para proteger o int erior,
em que a superfície da esfera fora fragmentada em triângu los tornando-a mais
resistente à pressão interior, e com uma rede externa de tetraedros para dar mais
resistência à pressão exterior. Este modelo mostrava que as formas circulares
encerram um máximo de espaço com o mínimo de superfície , e que este domo/cúpula
poderia ser feita em qualquer material, alcançar qualquer tamanho. Embora
apresentada como habitação, nesta exposição demonstrava que poderia servir para
qualquer propósito, era um espaço neutro, indeterminado, sem programa afecto.
117 Frederick Kiesler (1890-1965) foi um arquitecto e artista Austro-Húngaro, formou-se na Universidade
Técnica de Viena e na Academia de Belas Artes de Viena. Em 1925 foi convidado por Josef Hoffmann
para desenhar e organizar a secção de Teatro Austríaco na Exposição de Artes Decorativas e Industrias
Modernas de Paris 1925. Em 1926 muda-se com a esposa para Nova Iorque, obtendo autorização e a
licença de arquitecto pelo Estado de Nova Iorque em 1930, ano em que estabelece o seu escritório o
Planners Institue Inc. Iniciando carreira na cidade de Nova Iorque, onde desenvolveu os seus projectos,
maioritariamente utópicos e de arte, expressando as suas ideias através da arquitectura como é o caso
da Endless House apresentada no MoMA em 1952.
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Rogério André Moreira Branco 163
Sete anos mais tarde a 22 de Setembro de 1959, pela exposição Three Structures by
Buckminster Fuller in The Garden of The Museum of Modern Art, New York , tal como o
nome indica, foram erguidas no jardim três estruturas de Fuller a Tensegrity Mast,
Octet Truss que eram demonstrações de princípios desenvolvidos por Fuller e um
Domo Geodésico, a materialização do que fora apresentado em 1952 , em maqueta,
para demonstrar a pluralidade da estrutura, podendo ser habitação, pavilhão de
exposições, etc.
Ilustração 200 – Três Estruturas de Buckminster Fuller no jardim do MoMA, Nova Iorque 1959. (Gray, 2015).
2.3. SÉC. XXI A CONTEMPORANEIDADE
Neste novo século, com a arquitectura high-tech, e com o abandono dos sistemas
representativos analógicos dando lugar aos sistemas digitais, a arquitectura toma
novas formas e ideologias, verificando -se um grande assalto à arquitectura. Em que
esta aparece cada vez mais difundida, seja como obras perenes, ou como obras
efémeras. Este novo século apresenta -se como um palco criativo, em que as crises,
eventos, catástrofes etc. vêem na arquitectura um novo registo e maneira de pensar,
com propostas cada vez mais arrojadas, mas sem nunca esquecer o peso da história.
2.3.1. EXPOSIÇÕES UNIVERSAIS
Passados quase 150 anos da primeira Exposição Universal, e grandes mudanças na
arquitectura, em que se abandonou a ideia de grandes halls feitos em ferro e vidro ,
adoptando-se as tipologias de pavilhões individuais, conferindo uma imagem feérica e
heterogénea às exposições, com a multiplicidade, variedade, disparidade e inovação
das propostas. Apenas na Expo 98 em Lisboa, com a ideia de criar dois polos
internacionais, de modo a conferir homogeneidade, se voltou ao modo original tal
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Rogério André Moreira Branco 164
como tinha surgido a primeira Exposição Universal em 1851 em Londres. Neste inicio
de século, foi a vez da Alemanha organizar pela primeira vez uma exposição universal,
a Exposição Internacional de Hannover no ano de 2000.
Esta exposição ocupou uma área de 160 hectares, dos quais 100 já tinham
infraestruturas que foram reutilizadas, construindo -se apenas 60 hectares e reduzindo
o impacte ambiental. No parque expositivo os 155 países participantes optaram por
utilizar pavilhões já existentes no parque , como pavilhão nacional, construir de raiz um
pavilhão temporário, ou então construir de raiz um pavilhão que permaneceria após o
fim da exposição para ser integrado no parque industrial que surgiu com o fim da
exposição.
Ilustração 201 – Plano Exposição Internacional de Hannover 2000 . (Lemaire, 2016as).
De entre os pavilhões nacionais destaca -se o pavilhão dos Países Baixos, projecto do
atelier MVRDV118, este pavilhão atingiu uma altura de 50m, no total de seis pisos, este
pavilhão com o carácter de uma arquitectura de mente aberta era na sua essência o
empilhamento de seis paisagens do país, uma paisagem diferente em cada piso desde
campos de tulipas, floresta, até aos moinhos tão característicos do país. O pavilhão foi
118 MVRDV (1993) é um atelier de arquitectura fundado em 1993 por Winy Maas, Jacob van Rijs e
Nathalie de Vries em Roterdão, Países Baixos. O nome do atelier vem da junção das primeiras letras dos
apelidos dos fundadores M(aas) V(an) R(ijs) D(e) V(ries). O atelier apresenta -se com uma política de
design e para fornecer soluções de arquitectura contemporânea e de urb anismo. No portfólio têm várias
obras espalhadas pelo mundo desde habitações privadas, blocos habitacionais a ed ifícios empresariais
como o Silodam, Amesterdão (2003), Mirador, Madrid (2005), Mercado Coberto de Roterdão (2014),
Wozoco, Amesterdão (1997), Ypenburg MAster Plan, Haia (2005), Didden Village, Roterdão (2006), Huas
AM Hang, Estugarda (2005) entre tantos outros.
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Rogério André Moreira Branco 165
construído na área de pavilhões permanentes, sendo que este ainda se pode ver
implantado no mesmo local.
Ilustração 202 – Pavilhão Países Baixos, Hannover 2000 .
(MVRDV, 2016).
Ilustração 203 – Pavilhão Países Baixos, Hannover 2000 .
(Lemaire, 2016at).
Ilustração 204 – Pavilhão Países Baixos, Hannover 2000 .
(MVRDV, 2016).
O efémero pavilhão Suíço foi projectado por Peter Zumthor119, este caracterizava-se
por ser uma estrutura de refúgio a todos os estímulos dos outros pavilhões, com
50x50m e uma altura de 9m. Este pavilhão era feito completamente de madeira
empilhada num total de 40000 vigas de madeira vinda s da Suíça. O pavilhão
apelidado de Sound Box por ter performances de música no interior, era como que um
labirinto com várias ruas e praças interiores, concebido para uma práctica da errância
era completamente permeável, sendo o acesso feito por qualquer lado do pavilhão. O
arquitecto aliou assim um espaço de refúgio e descanso com a criação de várias
atmosferas no interior, tendo o visitante contacto com música, cozinha suíça e onde a
luz e o som eram trabalhados também.
119 Peter Zumthor (1943-) é um arquitecto suíço, formou-se na Kunstgewerbeschule em Basileia em
1963, continuando os estudos em Nova Iorque no Pratt Institute terminando no ano de 1966. Em 1979
estabelece-se em Haldenstein, Suíça onde abre o seu atelier, com uma práctica que respeita o sítio e o
uso de materiais locais, dando à sua obra uma aparência austera, minimalista e atenta aos pormenor es,
isto também devido a ter começado por aprender carpintaria com o pai. Zumthor preocupa -se que a sua
obra ofereça experiências espaciais d iversas e em criar atmosferas diferentes nas suas obras, com o
emprego dos materiais e da iluminação natural. Do seu portfólio consta a Capela de São Benedicto,
Sumvitg, Suíça (1988), Termas de Vals, Vals, Suíça (1996), Museu de Arte Kunsthaus, Bregenz, Áustria
(1997) entre outros. A obra desenvolvida por Zumthor valeu -lhe em 2009 o prémio Pritzker. Zumthor
leccionou também em várias universidades, na Universidade Técnica de Munique, na Southern California
Institute for Architecture em Los Angeles e na Tulane University em Nova Orleães.
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Rogério André Moreira Branco 166
Ilustração 205 – Vista Aérea Pavilhão da Suiça,
Hannover 2000. (Etherington, 2009).
Ilustração 206 – Pavilhão da Suiça, Hannover 2000 . (Hall, 2014).
Ilustração 207 – Pavilhão da Suiça, Hannover 2000 .
(Hall, 2014).
No ano de 2010 foi o ano de Xangai, receber e organizar uma exposição internacional,
localizada nas margens do rio Huangpu, esta foi a maior exposição internacional
organizada até à data, contando com 73 milhões de visitantes, que percorreram um
imenso e diverso parque expositivo.
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Rogério André Moreira Branco 167
Ilustração 208 – Plano Exposição Internacional de Xangai 2010 . (Lemaire, 2016au).
Dos pavilhões a destacar deste certame, foi o pavilhão da Dinamarca, projectado pelo
atelier BIG120. Com 3000m2, este pavilhão era uma enorme espiral percorrível a pé ou
por uma das 300 bicicletas que eram facultadas, onde se podia admirar famosa
estátua da Pequena Sereia. O conceito do pavilhão estava relacionado com a estátua,
e o de ela ser o centro do pavilhão e tudo ser percorrível à sua volta, daí a forma da
espiral com a estátua ao centro num lago artificial, “A forma em espiral permite que
sejam introduzidas diversas atmosferas e actividades que constituem uma experiência
contínua para os visitantes, concentrada, uma vez mais, na estátua da Pequena
Sereia.” (Jodidio, 2011, p. 97), o percurso culminava num ponto mais alto do pavilhão,
de onde se podia admirar a estátua de outra perspectiva que a habitual, e ter uma
vista panorâmica do parque expositivo. O pavilhão foi todo executado com uma
“estrutura de aço monolítica [...] pintada de branco para reduzir os ganhos de calor no
Verão.” (Jodidio, 2011, p. 94).
120 BIG (Bjarke Ingels Group) (2005) é um grupo de arquitectos, designers e criativos que operam no
ramo da arquitectura, urbanismo, design de interiores, paisagismo, design de produto, fundado por Bjarke
Ingels (1974-), arquitecto dinamarquês, em 2005. Bjarke antes de fundar o grupo trabalhou no escritório
OMA em 2001. Bjarke desenvolveu reputação por desenhar edifícios inovativos a nível programático e
técnico. Para além de exercer o papel de arquitecto chefe do grupo, ser sócio -fundador do grupo,
leccionou na Universidade de Harvard, Yale, Columbia e é professor honorário na Escola de Ar quitectura
da Academia Real de Artes de Copenhaga. No portfólio o grupo tem várias obras realizadas e não
realizadas a nível mundial. O grupo tam também dois escritórios um em Copenhaga e em Nova Iorque.
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Rogério André Moreira Branco 168
Ilustração 209 – Pavilhão Dinamarca, Xangai 2010 . (BIG, 2010).
Ilustração 210 – Pavilhão Dinamarca, Xangai 2010 . (BIG, 2010).
Ilustração 211 – Pavilhão Dinamarca, Xangai 2010 . (BIG, 2010).
Ilustração 212 – Pavilhão Dinamarca, Xangai 2010 . (BIG, 2010).
O pavilhão do Reino Unido, era uma ode física ao Banco de Sementes do Milénio de
Kew Gardens em Londres, projectado pelo Atelier Heatherwick Studio 121. O pavilhão
apelidado de Catedral de Sementes tinha uma área de 105m 2, e era um enorme
paralelepípedo, feito com 60000 varas, finas de fibra óptica, cada uma com 7,5m de
comprimento e com uma ou várias sementes nas extremidades. O pavilhão foi todo
executado com “uma estrutura compósita de aço e madeira que segura as hastes de
fibra óptica, o pavilhão acabado é na verdade definido com mais clareza pela sua
aparência hirsuta.” (Jodidio, 2011, p. 204). As hastes que compunham e
materializavam o pavilhão, durante o dia tinham também o propósito de deixar entrar a
luz natural para o interior, à noite iluminavam -se tornando-se em fontes de luz, e
tornando o pavilhão num enorme candeeiro. A área exterior era um enorme espaço
público com 4490m2, com relva artificial executado com formas irregulares, em que se
criou uma nova topografia na enorme planície que era o parque expositivo.
121 Heatherwick Studio (1994) atelier fundado por Thomas Heatherwick (1970-), designer inglês. O
atelier é reconhecido por desenvolver trabalho na área da arquitectura, infraestruturas urbanas, escultura
design e pensamento estratégico. É composto por uma equipa de 180 pessoas, de sde arquitectos,
designers e construtores. O trabalho do atelier é realizado com comprometimento em achar soluções
inovativas, sempre com carácter artístico e tendo em atenção aos materiais usados e à construção. Isto é
conseguido através do processo de pesquisa e experimentação levado pelo atelier. No portfólio constam
várias obras para o todo o mundo como o interior da loja da Longchamp em Nova iroquê (2006),
quiosques em Londres, café de praia em Littlehampton, a Rolling Br idge em Londres, o novo design dos
Double Deckers de Londres (2010), Pacific Place edifício híbrido em Hong Kong, entre outros.
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Rogério André Moreira Branco 169
Ilustração 213 – Planta Pavilhão Reino Unido, Xangai
2010. (Heatherwick Studio, s.d.).
Ilustração 214 – Corte Pavilhão Reino Unido, Xangai 2010 . (Heatherwick
Studio, s.d.).
Ilustração 215 – Pavilhão Reino Unido, Xangai 2010 .
(Heatherwick Studio, s.d.).
Ilustração 216 – Pavilhão Reino Unido,
Xangai 2010. (Heatherwick Studio, s.d.).
Ilustração 217 – Pavilhão
Reino Unido, Xangai 2010.
(Heatherwick Studio, s.d.).
2.3.2. OUTRAS MANIFESTAÇÕES EFÉMERAS
Em 2005 os Rolling Stones, com a digressão A Bigger Bang World Tour, recorreram
ao arquitecto Mark Fisher122, para desenhar o palco e cenário para a tour. Este palco
tinha 60m de comprimento por 20m de largura e atingia uma altura de 24m.
Fora inspirado em cenários de operas do séc. XIX, o que deu origem à criação de
duas alas de varandas para o público atrás da ban da, três de cada lado e em três
pisos, e ao centro um ecrã, estas varandas constru íam a parede traseira do palco de
maneira fluida e tinham também ecrãs de led que evidenciavam a forma e a silhueta
do publico, toda a estrutura era metálica e demorava 30 horas a montar o
palco/cenário inteiro.
122 Mark Fisher (1947-) é um arquitecto britânico e designer de produção de espectáculos ao vivo e
eventos, formou-se na Architectural Association (faculdade de arquitectura Londrina), em 1971. Em 1994
funda o atelier no qual ainda trabalha o Stufish, do qual saem palcos e cenários para as mais variadas
bandas de rock, como a digressão mundial Pompmart dos U2 entre 1997 e 1998, concebeu também
cerimónias de abertura de Jogos Olímpicos como dos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008.
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Rogério André Moreira Branco 170
Ilustração 218 – Palco da Bigger Bang World Tour dos Rolling
Stones 2005. (Stufish, 2015b).
Ilustração 219 – Palco da Bigger Bang World Tour dos Rolling
Stones 2005. (Stufish, 2015b).
No ano de 2008 é construído em Berlim um Museu Temporário de Arte
Contemporânea, projectado por Adolf Krischanitz 123. Este museu foi instalado na
Schlossplatz, e ocupava uma área de 1125m 2, com 20m por 56,25m de lado com 11m
de altura. No interior o programa separava -se em três zonas, nos topos encontravam-
se a bilheteira, foyer de entrada e livraria no topo oposto uma cafetaria, ao centro
estava a área expositiva com um comprimento de 30m e 20m de largura, tinha um pé
direito de 10,5m. A estrutura desta peça temporária era de madeira, que depois fora
revestida com painéis de fibrocimento no interior e exterior , que fora pintado de azul e
branco. Este museu durou dois anos, encerrado actividade em 2010.
123 Adolf Krischanitz (1946-) é um arquitecto austríaco, nascido em Schwarzach/Pongau, Áustria.
Estudou arquitectura na Universidade de Viena, entre 1991 e 1995 foi o Presidente de Secessão de
Viena. Desde 1992 que lecciona a disciplina de Projecto e revitalização Urbana na Universidade de Artes
de Berlim, leccionou ainda como professor convidado na Universidade de Viena, Munique e Karlsruhe. No
portfólio de arquitectura conta com o projecto do laboratório de pesquisa da Novartis em Basileia, Suíça
(2003-2008) e a ampliação do Museu Rietberg em Zurique, Suíça (2002-2007).
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Ilustração 220 – Museu Temporário de Arte Contemporânea, Berlim 2008 .
(Space Invading, 2009).
Ilustração 221 – Museu Temporário de Arte
Contemporânea, Berlim 2008. (Architekt Krischanitz,
s.d.).
Ilustração 222 – Planta Museu Temporário de Arte Contemporânea, Berlim
2008. (Architekt Krischanitz, s.d.) .
Ilustração 223 – Museu Temporário de Arte
Contemporânea, Berlim 2008. (Architekt Krischanitz,
s.d.).
Também em Berlim nesse ano H elena Willemeit124 apresenta o Airscape, um sistema
de coberturas/abrigo, composto por arcos insufláveis, podendo ocupar áreas de 70m2,
um só arco, ou 300m2, com uma composição e agregação de vários arcos. Este
sistema é semelhante à cidade instantânea de José Miguel Prada de 1971 e aos
Squales do grupo Aerolande, um sistema modular infinito, em que basta agregar os
vários arcos para construir uma mega cobertura, conforme as necessidades.
124 Helena Willemeit (1975-) arquitecta nascida em Lilongwe, Malawi. Estudou arquitectura na
Universidade de Künste entre 1991 e 2001. Trabalhou no atelier de Daniel Libesk ind em 2003, em 2008
cria o atelier AIRSCAPE, atelier que se dedica à arquitectura temporária e mobiliário.
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Rogério André Moreira Branco 172
Ilustração 224 – Airscape, de Helena Willemeit, 2008. (Display-
Max, 2008).
Ilustração 225 – Airscape, de Helena Willemeit, 2008 . (Display-
Max, 2008).
Para o Festival de Arquitectura de Londres em 2008, aparece o Fresh Flower Pavilion
projectado por Tonkin Liu125, este pavilhão servia para receber eventos do festival, e
de abrigo. Era composto por 11 arcos, que construíam as pétalas, em volta de um
ponto central onde aparecia um palco, estes arcos construíam o abrigo e a entrada
para o interior podia ser feita de qualquer ponto da estrutura, feita com peças
metálicas e uma membrana plástica, toda a estrutura tinha a cor amarela.
Ilustração 226 – Fresh Flower Pavilion de Tonkin Liu, Londres
2008. (Tonkin Liu, 2015).
Ilustração 227 – Fresh Flower Pavilion de Tonkin Liu, Londres
2008. (Tonkin Liu, 2015).
Alberto Campo Baeza126 projecta em 2009 uma plataforma contemplativa em Cádis,
com o propósito de protecção de uma escavação arqueológica. O Between
125 Tonkin Liu (2002) atelier fundado por Mike Tonkin e Anna Liu em 2002 em Londres. Mike Tonkin é
um arquitecto inglês, formou-se no Colégio Real de Arte em Londres e é professor na Universidade de
Bath, Anna Liu arquitecta, formou-se na Universidade Columbia, trabalhou anteriormente em escritórios
na China, Japão, E.U.A. e Londres, até formar em 2002 ate lier com Mike Tonkin, juntos leccionaram por
quatro anos na Architectural Association School of Architecture. O atelier desenvolve soluções de
edifícios, habitações, espaços públicos e peças de arte que se tornam em marcos. Tendo obras em vários
pontos do mundo e devido à qualidade das obras já foram presenteados sete vezes com o prémio RIBA. 126 Alberto Campo Baeza (1946-) arquitecto espanhol, nasc ido em Valhadolid. Estudou arquitectura em
Madrid e é doutorado pela mesma instituição onde se formou no ano de 1982. Leccionou na ETSAM em
Madrid, na ETH em Zurique, Suíça, na Universidade de Cornell e na Universidade da Pensilvânia, nos
Estados Unidos da América. Dos seus trabalhos como arquitecto destacam-se a Câmara Municipal de
Fene, Espanha (1980), diversas casas particulares como a casa De Blas em Sevilha de la Nueva, Madrid,
Espanha (2000), casa Olnik Spanu em Garrison, Nova Iorque, E.U.A. (2005-2007).
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Cathedrals, esta plataforma e sistema de protecção foi construída entre a catedral
Velha e a catedral nova de Cádis e em frente do mar. O objectivo inicial era proteger
as escavações, depois foi acrescentado ao programa um miradouro na cobertura,
criando-se assim uma nova zona pública a 2,5m do solo com acesso em rampa. Este
novo e temporário miradouro oferecia uma vista para o mar sem
interferências/interrupções que existem no nível do solo com um eixo viário. Nesta
plataforma foram feitas clarabóias de modo a iluminar as escavações por baixo e
também para o público poder acompanhar os trabalhos. Existia ainda uma grande
cobertura/pérgula na plataforma para proteger o público dos elementos, com seis
metros de altura e suportada por oito pilares. Toda a construção era feita com uma
estrutura de aço pintado de branco, vidro e o pavimento de mármore branco.
Ilustração 228 – Between Cathedrals, Alberto Campo Baeza, Cádis 2009 . (Baeza, s.d.).
Ilustração 229 – Between Cathedrals, Alberto Campo Baeza,
Cádis 2009. (Baeza, s.d.).
Ilustração 230 – Between Cathedrals, Alberto Campo Baeza,
Cádis 2009. (Baeza, s.d.).
A digressão mundial da Banda U2 entre 2009 e 2011, foi marcada por um palco 360º,
projectado por Mark Fisher. A banda andou com uma estrutura arquitectónica atrás,
em que tinha um palco 360º interior e um anel, construindo assim uma área interior
para o publico. Contando com uma grande estrutura em aranha com quatro pernas
que cobria o palco e o anel, e onde estava todo o sistema de som, luzes e ainda no
centro um enorme ecrã 360º.
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Rogério André Moreira Branco 174
Ilustração 231 – Palco 360º da Tour Mundial dos U2, 2009 -2011.
(Stufish, 2015c).
Ilustração 232 – Palco 360º da Tour Mundial dos U2, 2009-2011.
(Stufish, 2015c).
Massimiliano e Doriana Fuksas127 em 2009 desenharam um cenário para teatro grego
em Siracusa, Itália. Para a encenação de duas peças, a Medeia de Eurípedes e para
Édipo em Colono de Sófocles. O cenário para estas duas peças era baseado na ideia
do horizonte, em que este era tapado por uma superfície/lâmina côncava reflectora,
reflectindo o horizonte atrás dos espectadores, os espe ctadores e actores de forma
amorfa, envolvendo o publico na peça. Esta estratégia tinha como intuito a não
recriação das construções antigas para a peça.
127 Massimiliano e Doriana Fuksas (1989) gabinete fundado em Roma, Itália no ano de 1967, por
Massimiliano Fuksas, nascido em Roma em 1944 e formado em arquitectura na Universidade La
Sapienza em Roma em 1969. Funda atelier em Paris em 1989, em 1985 Doriana Mandrelli Fuksas
começa a trabalhar no gabinete, Doriana frequentou a Faculdade de Arquitectura da Universid ade La
Sapienza, e torna-se a responsável pela parte de design do atelier em 1997. Das obras do atelier
destacam-se a Torre Armani em Ginza, Tóquio, Japão (2005-2007), a loja Emporio Armani na Quinta
Avenida em Nova Iorque, E.U.A. (2009) e uma igreja em Fo ligno, Itália (2001-2009).
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Rogério André Moreira Branco 175
Ilustração 233 – Cenário para Teatro Grego de Massimiliano e
Doriana Fuksas, Siracusa 2009. (Fuksas, s.d.).
Ilustração 234 – Cenário para Teatro Grego de Massimiliano e
Doriana Fuksas, Siracusa 2009 . (Fuksas, s.d.).
Ilustração 235 – Cenário para Teatro Grego de Massimiliano e
Doriana Fuksas, Siracusa 2009. (Fuksas, s.d.).
Ilustração 236 – Cenário para Teatro Grego de Massimiliano e
Doriana Fuksas, Siracusa 2009 . (Fuksas, s.d.).
Nomiya128 foi um restaurante temporário no ano 2009, erguido em Paris na cobertura
do Palais de Tokyo, desenhado por Laurent Grasso e Pascal Grasso 129. Este
restaurante oferecia uma vista panorâmica de Paris para 12 comensais, durante a
refeição as pessoas podiam apreciar as vistas de Paris e observar a Torre Eiffel nas
imediações. No total este restaurante tinha 18m de comprimento, “Em essência é uma
cabina de vidro com um resguardo de metal perfurado que cobre a área central da
cozinha. O interior do restaurante, com o seu mobiliário de Corian branco [...] é
«minimalista»” (Jodidio, 2011,p. 190).
128 Nomiya palavra japonesa que significa restaurante muito pequeno. 129 Laurent Grasso e Pascal Grasso (2005) Laurent Grasso é um artista multimédia, nascido em
Mulhouse, França em 1972, estudou na Escola Nacional de Belas -Artes em Paris entre 1994 e 1999,
trabalhou com o irmão em vários projectos. Pascal Grasso é um arquitecto francês, irmão de Laurent
Grasso, nasceu em 1976 e licenciou-se em arquitectura na Faculdade de Arquitectura Paris -Belleville em
2002. Entre 2002 e 2004 trabalhou no atelier de Jean Nouvel, e em 2005 funda o seu próprio atelier,
Pascal Grasso Architectures em Paris.
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Rogério André Moreira Branco 176
Ilustração 237 – Restaurante Temporário Nomiya, Paris 2009 .
(Grasso, 2009).
Ilustração 238 – Restaurante Temporário Nomiya, Paris 2009 .
(Grasso, 2009).
Ilustração 239 – Restaurante Temporário Nomiya, Paris 2009 .
(Grasso, 2009).
Ilustração 240 – Restaurante Temporário Nomiya, Paris 2009.
(Grasso, 2009).
Neste século as marcas de luxo começaram -se a associar a arquitectos/ateliers de
arquitectura, como estratégia de comunicação da marca. Caso disso é a marca Prada
que detém uma longa relação de colaboração com o atelier de Rem Koolha as130, o
OMA. A marca recorre à arquitectura como maneira de expansão e comunicação da
marca, caso disso foi o pavilhão Prada Transformer em 2009, uma peça efémera feita
na Coreia do Sul, na capital Seul, o local escolhido por Rem Koolhaas um jardim em
frente ao palácio Gyeonghui. Este pavilhão faz parte da estratégia da marca, em
comunicar e transmitir a sua imagem, com objectivo de ser um espaço de exposições,
eventos de modo a projectar e dar a conhecer a marca Prada no país.
130 Rem Koolhaas (1944-) é um arquitecto neerlandês, estudou na Architecture Association School em
Londres terminando o curso em 1972, ano em que recebe a bolsa de estudo para via jar e pesquisa nos
E.U.A. Harkness Fellowship. No período da bolsa e da viagem Rem escreve o que veio a ser uma das
suas maiores obras publicadas o Nova Iorque Delirante, um manifesto retroactivo de Manhattan. Em 1975
com Elia e Zoe Zenghelis abre escritório em Londres o Office for Metropolitan Architecture, comummente
conhecido como OMA, onde até aos dias de hoje Rem desenvolve trabalho na área da arquitectura. Foi
com o escritório que Rem ganhou o primeiro concurso para o novo Parlamento dos Países Baixos na
capital do país, Haia. A partir daí o escritório cresceu e começou a desenvolver trabalho
internacionalmente, expandindo o escritório também por todo mundo tendo dependências espalhadas
pelo mundo em Roterdão, Hong Kong, Nova Iorque, Pequim, Dubai e Doha (Qatar). No ano 2000 Rem é
presenteado com o prémio Pritzker pelo seu trabalho na área da arquitectura.
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Rogério André Moreira Branco 177
Ilustração 241 – Esquema Prada Transformer OMA, Seul 2009 . (Walker, 2014).
O pavilhão era uma megaestrutura mutável, com quatro espaços diferentes para
quatro programas diferentes, um para exposição de moda, um para festival de cinema,
outro para exposição de arte e o quarto para desfiles de moda. Estes quatro
programas foram acomodados dentro de um único espaço, apenas conseguido devido
à forma de tetraedro do pavilhão, em que cada uma das suas quatro faces
correspondia um programa, e estas eram possíveis de acomodar através de uma
rotação do pavilhão auxiliada por três gruas. Cada face do tetraedro tinha uma forma
geométrica diferente, um circulo, rectângulo, hexágono e uma cruz, cada uma das
formas era o pavimento para cada programa, a s formas das faces foram pensadas
também para dar resposta adequada a cada programa. O sistema construtivo do
pavilhão era simples e leve, feito com uma estrutura metálica que compunha as faces
depois todas revestidas por uma membrana em PVC para manter um a continuidade,
os vãos de entrada eram simples aberturas no PVC com um fecho para as encerrar.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 178
Ilustração 242 – Prada Transformer OMA, Seul 2009 . (Walker, 2014).
Ilustração 243 – Prada Transformer OMA, Seul 2009 .
(Walker, 2014).
Ilustração 244 – Prada Transformer OMA, Seul 2009 .
(Walker, 2014).
Ilustração 245 – Prada Transformer OMA, Seul 2009 .
(Walker, 2014).
De modo a dar resposta à catástrofe que foi o sismo em Porte -au-Prince no Haiti em
2010, Shigeru Ban131 pôs mãos à obra e desenvolveu abrigos temporários, feitos em
tubos de papel e revestidos de poliuretano, com juntas de contraplacado, construindo
num total de 37 abrigos todos feitos à mão, e erguidos pela população e pelo
arquitecto para oferecer um albergue às vitimas do sismo que abalou a cidade.
131 Shigeru Ban (1957-) é um arquitecto japonês, estudou entre 1977 e 1980 na Southern California
Institute of Architecture, mudando-se para a Cooper Union School of Architecture em 1980 onde terminou
o curso em 1982, nesse ano começa a trabalhar com Arata Isozaki em Tóq uio. Em 1985 abre atelier com
o seu nome em Tóquio onde desde então desenvolve os seus projectos e estudos maioritariamente em
estruturas feitas com tubos de papel. Em 1994 propõe ao Alto Comissário para os Refugiados das
Nações Unidas, abrigos temporários feitos com estruturas em tubos de papel, para serem erguidos para
os refugiados da guerra civil em Ruanda. A partir de 1995 até 1999 é Consultor do Alto Comissário para
os Refugiados das Nações Unidas, e começa a desenvolver mais estruturas temporárias, e interessa em
ajudar as pessoas que sofreram com catástrofes naturais viajando e erguendo as suas estruturas
temporárias. Em 2014 é presenteado com o prémio Pritzker.
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Rogério André Moreira Branco 179
Ilustração 246 – Abrigos Temporários, Porte -au-Prince 2010.
(Shigeru Ban Architects, s.d.) .
Ilustração 247 – Abrigos Temporários, Porte-au-Prince 2010.
(Shigeru Ban Architects, s.d.) .
Construído apenas para durar seis semanas, o restaurante temporário Studio East
Dining em 2010, projectado por Carmody Groarke132. Este restaurante foi feito na
cobertura de um estaleiro de obra a 35m de altura, e tinha vista para o complexo
olímpico de Londres 2012, de onde se podia observar as obras do complexo. O
restaurante fora montado em quatro semanas e foi executado com andaimes e tábuas,
revestido com polietileno termorretráctil industrial. O restaurante foi conc ebido a partir
de um espaço central onde se desenvolviam e estendiam vários braços com cobertura
inclinada, como que a abrirem-se para a envolvente, e para proporcionarem vistas
para pontos chave do complexo olímpico em construção.
132 Carmody Groarke (2006) é um atelier fundado em Londres em 2006 por Kevin Carmody e Andy
Groarke. Kevin Carmody estudou arquitectura no Royal Melbourne Institute of Technology e na
Universidade de Canberra, trabalho anteriormente a fundar o atelier com David Chipperfield. Andy
Groarke formou-se na Universidade de Sheffield e trabalhou em vários ateliers antes de estabelecer
atelier com Kevin Carmody, trabalhou com Haworth Tompkis e David Chipperfield.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 180
Ilustração 248 – Planta Studio East Dining, Londres 2010 . (Carmody Groarke, s.d.).
Ilustração 249 – Studio East Dining, Londres
2010. (Carmody Groarke, s.d.).
Ilustração 250 – Studio East Dining, Londres
2010. (Carmody Groarke, s.d.).
Ilustração 251 – Studio East Dining, Londres
2010. (Carmody Groarke, s.d.).
Em 2010 para o Festival de Ópera em Munique, foi instalado na Marstallplatz um
pequeno espaço de espectáculos temporário, com capacidade para 300 pessoas. O
Pavilion 21 Mini Opera Space projectado pelo arquitecto Coop Himmelb(l)au 133. Este
mini auditório tinha no interior um espaço com 21m de comprimento por 17m de
largura, a forma exterior vinha do conceito da materialização de música na
133 Coop Himmelb(l)au (1968) é um atelier fundado por Helmut Swiczinsky, Michael Holzer e Wolf D.
Prix, em Viena, Áustria em 1968. O atelier dedica-se à área da arquitectura, planeamento urbano, design
e arte. Em 1988 é aberta uma dependência do atelier em Los Angeles, E.U.A. depois deste espalham o
atelier abrindo mais duas dependências em Frankfurt e Paris. Michael Holzer abandona o ate lier em 197 1
e Helmut Swiczinsky reforma-se em 2001, deixando o atelier nas mãos de Wolf D. Prix que o dirige até
aos dias de hoje. No portfólio o atelier constam vários projectos como a Restless Sphere, Basileia (1971),
The House with the Flying Roof, Londres (1973) , BMW Welt, Munique (2007), Musée de Confluences,
Lyon (2014) entre tantos outros.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 181
arquitectura, o arquitecto inspirou -se na música Purple Haze de Jimy Hendrix, dando
origem às formas piramidais que se encontravam na fachada.
Ilustração 252 - Planta Pavilion 21 Mini Opera Space, Munique
2010. (CoopHimmelb(l)au, 2010).
Ilustração 253 - Corte Pavilion 21 Mini Opera Space, Munique 2010 .
(CoopHimmelb(l)au, 2010).
Ilustração 254 - Pavilion 21 Mini Opera
Space, Munique 2010.
(CoopHimmelb(l)au, 2010).
Ilustração 255 - Pavilion 21 Mini Opera
Space, Munique 2010. (CoopHimmelb(l)au,
2010).
Ilustração 256 - Pavilion 21 Mini Opera
Space, Munique 2010.
(CoopHimmelb(l)au, 2010).
Integrado no Festival de Cinema de Roma em 2010, estava o pavilhão apelidado de
Giant Ice-Cube, na Piazza Apollodoro. Este pavilhão destinou -se a promover a região
alpina de Valle d’Aosta, ocupava uma área de 42m2, era feito em policarbonato com
uma estrutura metálica e tinha 6m de altura. O policarbonato semi-transparente no
exterior conferia ao pavilhão a aparência de um cubo de gelo.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 182
Ilustração 257 - Giant Ice-Cube, Roma 2010. (Peralta, 2013).
Ilustração 258 - Giant Ice-Cube, Roma 2010. (Peralta, 2013).
Ilustração 259 - Giant Ice-Cube, Roma 2010. (Peralta, 2013).
Ilustração 260 - Giant Ice-Cube, Roma 2010. (Peralta, 2013).
Numa visita papal do Papa Bento XVI a Freiberg na Alemanha em 2011, foi concebido
um altar para a assinalar, projecto de Werner Sobek134. O altar ocupou uma área de
2030m2, e era uma mega estrutura totalmente reciclável, pois todos os elementos
estavam aparafusados à estrutura, estes eram laminados de madeira, e a cobertura
era revestida por PVC. O altar era composto por uma escadaria que compunha um
platô onde se encontrava a cobertura de ensombramento em consola. Esta consola
tinha 20m de comprimento e fora apenas possível devido ao sistema construtivo, feito
com peças metálicas.
134 Werner Sobek (1992) atelier fundado por Werner Sobek em 1992 em Estugarda. Werner Sobek é um
arquitecto e engenheiro alemão, nasceu em 1953, entre 1974 e 1980 estudou enge nharia civil e
arquitectura na Universidade de Estugarda, o que permitiu com que a empresa fundada com o seu nome
se dedique à engenharia, arquitectura e design, desenvolvendo projectos nestas áreas. O atelier
encontra-se com vários escritórios espalhados pelo mundo no Dubai, Frankfurt, Istambul, Londres,
Moscovo e Nova Iorque. No portfólio constam vários projectos de engenharia e arquitectura, na área da
engenharia o Heydar Aliyev Center, Baku (2012) e projecto de arquitectura de Zaha Hadid, Torre de
Chamas, Baku (2012) projecto de arquitectura dos HOK Architects. Na área da arquitectura consta a
montra da marca Hermès em Nova Iorque (2011), altar em Estugarda (2006) entre outros.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 183
Ilustração 261 – Altar para Papa Bento XVI, Freiberg 2011 .
(Frearson, 2012).
Ilustração 262 – Altar para Papa Bento XVI, Freiberg 2011 .
(Frearson, 2012).
A 4xM2 Gallery dos Quay2c Architects135, era uma galeria aberta 24 horas por dia, no
ano de 2011 na cidade de Londres. Tinha 6m2 no total, e era feita exclusivamente de
materiais reciclados e doados, “The raised area around it provided extra structural
stability while also offering right angled benches at each corner to sit and contemplate
the work or simply have a chat.” (Baker, 2014, p. 160), a exposição era visível através
de quatro janelas, uma de cada lado do pequeno pavilhão.
Ilustração 263 – 4xM2 Gallery, Londres 2011. (Quay 2c Architects, 2011).
No ano de 2011 aparece na marina de Singapura um hotel a envolver o monumento
Merlion, o The Merlion Hotel projectado por Tazu Rous136. Este hotel era um simples
quarto que envolvia o celebre monumento existente na marina de Singapura, erguido
acima do solo, de maneira a apenas a envolver a cabeça do monumento, com um
135 Quay2c Architects (2000) é um atelier fundado em 2000, em Inglaterra. O atelier apoia-se numa
práctica multidisciplinar, trabalhando nas áreas da arquitectura, design, design urbano, arte pública,
paisagismo, interiores e educação. No corpo do atelier e composto por arquitectos, designers e artistas,
que desenvolvem os projectos nestas áreas. 136 Tazu Rous (1960-) é um pseudónimo com que Tatzu Nishi assina alguns pro jectos. Tatzu é um artista
japonês, que trabalha e v ive, divid ido ente Ber lim e Tóquio, estudou na Universidade de Arte Musashino
entre 1981 e 1984.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 184
sistema de andaimes. O hotel tinha apenas uma recepção, um quarto e uma
instalação sanitária, no total tinha uma área de 100m 2.
Ilustração 264 – Esquisso The Merlion Hotel, S ingapura 2011.
(Hackethal, 2011).
Ilustração 265 – The Merlion Hotel, Singapura 2011. (Nishi,
2011).
Ilustração 266 – The Merlion Hotel, Singapura 2011. (Nishi,
2011).
Ilustração 267 – The Merlion Hotel, Singapura 2011. (Nishi, 2011).
Ilustração 268 – The Merlion Hotel, Singapura 2011. (Nishi,
2011).
Integrado nas celebrações dos Jogos Olímpicos, e construído no parque Olímpico de
Londres em 2012, o Coca-Cola Beat Box projecto de Asif Khan137 e Pernilla
Ohrstedt138 era um pavilhão interactivo com 1000m 2. Patrocinado pela empresa Coca-
Cola para oferecer ao público uma visita sensorial, onde era combinado som, luz e
toque. Neste pavilhão a visita era feita através de duas rampas que o percorriam até
137 Asif Khan (?) é um arquitecto inglês, estudou arquitectura na Bartlett School e na University College
of London, terminando o curso em 2004, como melhor aluno sendo -lhe oferecida uma bolsa de estudos
na Architectural Association para continuar os estudos. Com atelier em Londres desenvolve trabalho na
área da arquitectura e design industrial e de mobiliário. 138 Pernilla Ohrstedt (1980-) é uma arquitecta sueca, sediada em Londres. Estudou na Bartlett School of
Architecture, em 2012 funda o atelier Pernilla Ohrstedt Studio em Londres, onde desenvolve trabalhos na
área da arquitectura e design.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 185
ao topo, estas estavam dissimuladas por 200 almofadas que compunham a fachada
do pavilhão feitas com EFTE verme lho e branco, nelas era embutido um sistema de
som de modo a garantir uma interactividade do visitante ao percorrer as rampas.
Ilustração 269 – Coca-Cola Beat Box, Londres 2012. (Khan,
2012).
Ilustração 270 – Coca-Cola Beat Box, Londres 2012. (Khan,
2012).
Ilustração 271 – Coca-Cola Beat Box, Londres 2012. (Khan,
2012).
Ilustração 272 – Coca-Cola Beat Box, Londres 2012. (Khan,
2012).
Depois do Merlion Hotel, o mesmo arquitecto projectou um hotel temporário em Gent
na Bélgica, de maneira a celebrar os 100 anos da estação de caminho de ferro de São
Pedro em Gent, o Hotel Gent no ano de 2012. Este hotel era composto apenas por um
quarto, recepção e instalação sanitária, construído a 23m de altura a envolver o relógio
da torre da estação, estava organizado em volta do relógio que era o ponto central do
quarto, oferecia assim uma vista panorâmica de Gent aos visitantes durante o dia e
aos hóspedes à noite, tinha uma área de 50m 2.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 186
Ilustração 273 – Estação de Caminho de Ferro São Pedro, Gent
2012. (Nishi, 2012).
Ilustração 274 – Hotel Gent, Gent 2012. (Nishi, 2012).
Ilustração 275 – Hotel Gent, Gent 2012. (Nishi, 2012).
Ilustração 276 – Hotel Gent, Gent 2012. (Nishi, 2012).
Em Londres no ano 2013, no Museum Gardens é construído um pavilhão como local
de descanso, contemplação e abrigo, o Peace Pavilion desenhado pelo AZC Atelier139.
Neste pavilhão com 62m 2 a noção de interior e exterior foi trabalhada de maneira a ser
indefinível, este pavilhão era uma simples cobertura plástica transparente moldável
que descia em três pontos até ao solo de forma ondulante, “The beauty of the shape
lay in its perfect symmetry and fluidity; [...]. The geometry of the pavilion blurred the
motion of inside and outside, the simple act of moving through the exterior and interior
spaces brought an understanding to the visitor.” (Baker, 2014, p. 134).
139 AZC Atelier (2001) atelier fundado em 2001, por Gregoire Zündel e Irina Cristea em Paris. O atelier
desenvolve projectos na área da arquitectura, propondo-se me não inventar conceitos mas sim em criar
edifícios para as necessidades da vida real.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 187
Ilustração 277 – Peace Pavilion, Londres 2013. (Howarth, 2013).
Ilustração 278 – Peace Pavilion, Londres 2013. (Grazia, 2013).
Ilustração 279 – Peace Pavilion, Londres 2013. (Howarth, 2013).
Ilustração 280 – Peace Pavilion, Londres 2013. (Howarth, 2013).
The Shed, foi um teatro temporário construído em Southbank em Londres em 2013,
pelas mãos de Haworth Tompkins140. Este teatro veio prover um auditório extra ao
National Theatre, construindo um terceiro auditório com capacidade para 225 pessoas
sentadas, com uma área de 628m 2. Feito em madeira e aço, era um enorme
paralelepípedo forrado a madeira pintada de vermelho, simulando uma construção de
betão, nos quatro cantos encontravam-se torres que ventilavam o interior do auditório
temporário. “the rough sawn timber cladding was a reference to the National Theatre’s
iconic board-marked concrete, and the modeling of the auditorium and its corner
towers complemented the bold geometrics of the National Theatre i tself.” (Baker, 2014,
p.229 ).
140 Haworth Tompkins (1991) é um atelier inglês fundado por Graham Haworth e Steve Tompkins em
1991 em Londres. Graham formou-se na Universidade de Nottingham e Cambridge, terminando o curso
em 1984. Antes de formar atelier trabalhou nos E.U.A. e na Bennetts Associates em Inglaterra. Steve
estudou na Univers idade de Bath, trabalhou inic ialmente em Londres na Arup Assoc iates, em 1987 foi um
dos membros fundadores da Bennets Associates, deixando este atelier em 1991 para formar o actual
Hawoth Tompkins com Graham.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 188
Ilustração 281 – The Shed, Londres 2013.
(Delaqua, 2013).
Ilustração 282 – The Shed,
Londres 2013. (Delaqua, 2013).
Ilustração 283 – The Shed, Londres 2013.
(Delaqua, 2013).
Na cidade de Rjukan na Noruega no ano de 2013, aparece um modesto pavilhão para
promover e proporcionar encontros entre a população e como museu com imagens da
região do passado ao presente. O Rjukan Town Cabin desenhado pelo atelier Rallar
Arkitekter141, tinha uma área de 60m 2, e fora construído em apenas duas semanas.
Feito com traves de madeira de pinho aparafusadas umas às outras construindo uma
grelha, “The pavilion is built of pine wood, screwed together in a three dimensional grid.
The façade is covered with clear Plexiglass, which offers protection form the wind.”
(Baker, 2014, p. 75). Esta construção era semelhante ao pavilhão da Serpentine
Gallery desse ano de Sou Fujimoto 142, a grelha através das várias camadas oferecia
opacidade e transparências ao pavilhão.
Ilustração 284 – Rjukan Town Cabin,
Rjukan 2013. (Rallar Arkitekter, 2013).
Ilustração 285 – Rjukan Town Cabin,
Rjukan 2013. (Rallar Arkitekter, 2013).
Ilustração 286 – Rjukan Town Cabin,
Rjukan 2013. (Rallar Arkitekter, 2013).
Para o mundial de futebol no Brasil em 2014, foi construído no Rio de Janeiro o Wing
of Glory Pavilion pelo atelier Mekene143. Este era um pavilhão e sistema de
ensombramento com uma área de 400m 2, onde existia um sistema de projecção de
vídeo para o acompanhamento dos jogos do evento. O local para esta construção
141 Rallar Arkitekter (?) grupo de estudantes de arquitectura da Dinamarca. 142 Sou Fujimoto (1971-) é um arquitecto japonês, estudou na Universidade de Tóquio terminando o
curso em 1994. Fujimoto iniciou carreira cedo por conta própria conduzindo projectos de pequena
envergadura até formar atelier em 2000 em Tóquio. Na sua obra contam -se várias casas como a Casa T,
Casa de Madeira e Casa O entre outras. Também desenvolveu edifícios de maior enve rgadura como o
Centro Infantil para Reabilitação Psiquiátrica em Hokkaido e a Biblioteca da Universidade de Arte de
Musashino. 143 Mekene (?) atelier de arquitectura sediado em Paris.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 189
temporária foram os Arcos da Lapa, a construção encontrava -se adossada ao
aqueduto no Largo da Lapa no Rio de Janeiro, este ajudou a definir a forma do
sistema de ensombramento, em arcos projectados para o exterior como asas e por
debaixo dos arcos foram encaixados os espaços interiores. “The wing profile stems
from the regular, semi-circular arches shapes and then evolves freely as it gets further
from the aqueduct.” (Baker, 2014, p. 203), as asas era feitas com uma moldura de
alumínio envolvida numa membrana plástica insuflada, na asa central estava o
sistema de projecção dos jogos.
Ilustração 287 – Alçados e Planta Wing of Glory Pavilion,
Rio de Janeiro 2014. (Mekene Architecture, 2013).
Ilustração 288 – W ing of Glory Pavilion, Rio de Janeiro 2014 . (Mekene
Architecture, 2013).
Ilustração 289 - W ing of Glory Pavilion, Rio de Janeiro 2014 . (Mekene
Architecture, 2013).
2.3.3. O CASO SERPENTINE GALLERY PAVILION
No inicio do século inicia-se uma nova práctica de arquitecturas efémeras por parte da
Serpentine Gallery em Londres, os Pavilhões de Verão da Serpentine Gallery, obras
efémeras nos jardins da galeria . Em que, em cada ano é convidado um arquitecto que
não tenha obra construída no Reino Unido, para projectar um pavilhão que dura
apenas os meses da temporada de veraneio nos jardins.
Esta nova ideia expositiva e práctica veio com os anos 90 do século passado, em que
as exposições para além de ocuparem as galerias da Serpentine Gallery, saltavam
para o jardim com pavilhões/obras de artistas. O primeiro fora em 1992 de Dan
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 190
Graham144 com um pavilhão de vidro, em 1996 aparece no jardim uma peça de
Richard Wilson145, nesse ano com as renovações levadas a cabo no edifício da
galeria, são convidados artistas para conceberem obras para serem expostas no
relvado do jardim. Aparecendo assim a ideia de expandir os programas expositivos
para fora do edifício, ocupando os jardins da galeria.
Em 1997 como celebração da renovação da galeria, fora convidada a Princesa Diana,
que era a patrona da galeria, para um jantar, não havendo espaço físico para tal
acontecimento, optaram pela construção de um espaço efémero.146
We wanted to build something that resolutely reflected our exhibition program but cost
no more than a readymade tent. W e commissioned Zaha Hadid because we knew that
she would design something that was resolutely about the future of architecture and
mirrored what the Serpentine stood for. (Peyton-Jones, 2010, p. 10)
A escolha dos arquitectos para desenhar os pavilhões é feita da mesma maneira como
os artistas. Da mesma maneira como se comissaria um artista assim é comissariado
um arquitecto, é escolhido um que não tenha obra no Reino Unido de modo a dar uma
hipótese à população britânica de presenciar/ver uma obra desse arquitecto no país,
esta escolha é feita pelos curadores. Que procuram também arquitectos que tenham
contribuído de maneira significante para o panorama arquitectónico, “we are looking
for architects who have made a significant contribution to the field through the
uniqueness of their architectural language. ” (Peyton-Jones, 2010, p. 14).
Escolhida a personalidade do mundo da arquitectura, a única directriz dada para o
projecto do pavilhão é que seja um exemplo da linguagem arquitectónica do próprio
arquitecto/a. Estes pavilhões livres, são concebidos como obras de arte, eles são a
exposição, a peça expositiva, e também dão abrigo ao programa Park Nights
desenvolvido pela Serpentine Gallery.
144 Dan Graham (1942-) é um artista norte americano, Dan é um artista autodidacta não tendo formação
em arte de nenhuma universidade. Iniciou carreira no mundo da arte em 1964 quando fundou a Galeria
de Arte John Daniels em Nova Iorque. Em 1965 abandona a galeria e in icia carreira como artista,
elaborando desde então as suas insta lações em vários pontos do mundo. 145 Richard Wilson (1953-) é um escultor britânico, trabalha essencialmente com intervenções feitas para
espaços específicos. 146 Este jantar nunca aconteceu, devido à morte da Princesa em Agosto do mesmo ano. Ficando o
projecto apenas em papel, ganhando vida no ano 2000, ano em que se inicia a práctica dos pavilhões de
Verão, e que se tem perpetuado.
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O primeiro pavilhão, que foi o repto em 2000, foi como acima referido desenhado pela
Zaha Hadid147, primeiramente para servir apenas para um jantar de gala, mas
prolongando-se pelo Verão.
Este pavilhão ocupava uma área de 600m 2, executado com uma estrutura de aço,
coberta depois com uma membrana tens ionada, “the pavillion with its triangulated roof
and steel structure was planar and angular.” (Jodidio, 2011, p. 30), todo o mobiliário foi
desenhado também por Zaha Hadid seguindo também a linha do pavilhão, dand o uma
harmonia a todo o design.
Ilustração 290 – Pavilhão Serpentine Gallery Zaha Hadid,
Londres 2000. (Hobson, 2015).
Ilustração 291 – Pavilhão Serpentine Gallery Zaha Hadid,
Londres 2000. (Hobson, 2015).
Ilustração 292 – Pavilhão Serpentine Gallery Zaha Hadid,
Londres 2000. (Hobson, 2015).
Em 2001, é convidado o arquitecto Daniel Libeskind 148, que projectou o pavilhão ao
qual apelidou de 18 turns, este era feito com uma estrutura metálica, coberta com
painéis de alumínio presos à estrutura no exterior com rebites, deixando o interior com
147 Zaha Hadid (1950-2016) foi uma arquitecta iraquiana, sediada em Londres Inglaterra. Formou -se me
arquitectura na Architectural Association (AA) entre 1972 e 1977. Depois de terminar o curso torna -se
sócia de Rem Koolhaas no OMA, deu aulas na AA, Harvard, Universidade de Chicago e Universidade de
Columbia. Zaha Hadid tem uma obra reconhecida pelo seu traço, espalhada pelo mundo in teiro. Em 2004
foi a primeira mulher a ser galardoada com o prémio Pritzker. 148 Daniel Libeskind (1946-) é um arquitecto nascido na Polónia, mas tornado cidadão americano em
1965. Libeskind estudou música em Israel e Nova Iorque antes de se formar em arquit ectura em 1970 na
Cooper Union em Nova Iorque. Em 1989 abre com a sua esposa Nina Libeskind,o atelier Studio Daniel
Libeskind em Berlim, depois de ganho o concurso para o museu judaico em Berlim. Em 2003 muda o
estúdio para Nova Iorque, onde desenvolve trabalho até aos dias de hoje.
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a estrutura aparente. O desenho do pavilhão tinha inspiração na arte japonesa do
origami, daí o resultado final aparentar uma sequencia de planos, como um papel
dobrado, alternando em aberturas, por onde se efectuava o acesso ao interior com um
pavimento em madeira, e planos fechados, “Using his vocabulary of sharply angled
surfaces, the architect actually challenges the idea of inside and outside, letting one
flow into the other” (Jodidio, 2011, p. 70). Esta sequência dava origem também às
paredes e à cobertura, e conferia movimento a todo o pavilhã o.
Ilustração 293 – Pavilhão Serpentine Gallery Daniel Libeskind, Londres 2001 .
(Studio Libeskind, 2001).
Ilustração 294 – Pavilhão Serpentine Gallery
Daniel Libeskind, Londres 2001 . (Studio Libeskind,
2001).
Ilustração 295 – Pavilhão Serpentine Gallery
Daniel Libeskind, Londres 2001. (Hobson, 2015a).
Ilustração 296 – Pavilhão Serpentine Gallery
Daniel Libeskind, Londres 2001 . (Studio Libeskind,
2001).
No ano seguinte, em 2002, o pavilhão de Verão foi desenhado por Toyo Ito149. O
pavilhão era um grande “cubo”, que ocupava uma área de 309m 2, com 17,5m por
17,5m de lado e um altura de 5,3m. Este pavilhão tomou a forma de um “cubo” porque
149 Toyo Ito (1941-) é um arquitecto sul coreano, formou-se na Universidade de Tóquio em arquitectura
entre 1965 e 1969. Terminado o curso Toyo Ito começa a trabalhar no atelier de Kiyonari Kikutake. Em
1971 abre o seu atelier com o nome Urban Robot (URBOT) em Tóquio, cidade onde se estabelece, em
1979 muda o nome do atelier par ao nome actual Toyo Ito & Associates, Architects, onde desenvolve
trabalho desde então. Em 2013 foi laureado com o prémio Pritzker.
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o arquitecto teve como conceito criar um espaço aberto sem colunas, para se usar
como café e para receber eventos.
Isto apenas foi possível devido ao sistema construtivo do pavilhão. Feito com “steel
grillage of flat bars” (Jodidio, 2011, p. 90), este sistema de barras de aço espalmadas,
como se fossem folhas, fez com que fosse possível a não uti lização de colunas no
interior.
The concept was to create a column-less structure that was not dependent on an
orthogonal grid system, making an open space to be used during the summer months
[...]. The seemingly random structure was determined by an algorithm derived from the
rotation of a single square. Each piece of the structure functioned so that all elements
combined to form a complex, mutually interdependent whole. (Jodidio, 2011, p. 90)
A estrutura derivou assim da rotação de um quadrado, esta determinou a imagem final
do pavilhão, como que uma teia de aranha que fora coberta com painéis de alumínio
pintados de branco, vidro, e pontualmente sem revestimento nenhu m tornando-se
numa fenestração.
Ilustração 297 – Pavilhão Serpentine Gallery Toyo Ito, Londres
2002. (Helm, 2013).
Ilustração 298 – Pavilhão Serpentine Gallery Toyo Ito, Londres
2002. (Toyo Ito & Associates, Architects, s .d.).
Ilustração 299 – Pavilhão Serpentine Gallery Toyo Ito, Londres
2002. (Helm, 2013).
Ilustração 300 – Pavilhão Serpentine Gallery Toyo Ito, Londres
2002. (Helm, 2013).
Oscar Niemeyer teria a sua primeira obra no Reino Unido em 2003, mesmo sendo
uma peça efémera, o arquitecto mostrou-se no inicio relutante, mas acabou por aceitar
o desafio. Projectando um pavilhão saído dos desenhos que elaborava, em que tinha
como ideia fazer um pro jecto diferente, audaz e livre.
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O pavilhão da Serpentine Gallery desse ano fora o único a ser feito em betão,
assemelhando-se a uma estrutura perene e não efémera. Para além do betão, o
pavilhão era construído com aço, alumínio e vidro. Num resultado final em que tal
como o arquitecto queria ser um pavilhão que estive sse como que a flutuar do chão.
Ilustração 301 – Planta piso superior
Pavilhão Serpentine Gallery Oscar
Niemeyer, Londres 2003. (Fundação
Oscar Niemeyer, 2003).
Ilustração 302 – Planta piso inferior
Pavilhão Serpentine Gallery Oscar
Niemeyer, Londres 2003. (Fundação
Oscar Niemeyer, 2003).
Ilustração 303 – Cortes Pavilhão Serpentine
Gallery Oscar Niemeyer, Londres 2003 .
(Fundação Oscar Niemeyer, 2003).
Este pavilhão tinha dois níveis, o superior a parte que estava a flutuar, e o inferior o
térreo, mais pequeno de maneira a dar a ilusão do superior flutuar. O acesso era feito
através de uma rampa e de escadas que ligavam ao piso superior, e pelo interior
acedia-se ao piso inferior através de escadas.
O perfil do pavilhão, fora elaborado a partir de um desenho de Niemeyer de uma
mulher reclinada, que deu origem às curvas da cobertura do piso principal “The ideas
of a mountain landscape or the form of a reclining woman are sublimated in the roof
design.” (Jodidio, 2011, p.139), debaixo do qual funcionava um bar, “Dramatic curves
and a main level that appears to float in the air recall that many of Niemeyer’s buildings
feature dramatic cantilevers and solid built forms with few visible means of support.”
(Jodidio, 2011, p. 130). Estas consolas tinham oito metros e foram executadas com
perfis metálicos. O que permitiu dar a ilusão de flutuação.
Ilustração 304 - Pavilhão Serpentine Gallery Oscar
Niemeyer, Londres 2003. (Hobson, 2015b).
Ilustração 305 - Pavilhão Serpentine
Gallery Oscar Niemeyer, Londres 2003 .
(Hobson, 2015b).
Ilustração 306 - Pavilhão
Serpentine Gallery Oscar
Niemeyer, Londres 2003.
(Hobson, 2015b).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 195
O pavilhão de Verão da Serpentine Gallery de 2004, desenhado pelo atelier MVRDV,
apresentava-se bastante complexo e uma proposta completamente diferente do que
vinha a acontecer. Propunha-se em cobrir todo o edifício da galeria, com uma
montanha artificia l de relva, que atingia uma altura de 23m e tinha uma área de
2475m2, feita com aço galvanizado.
Ilustração 307 - Corte Pavilhão Serpentine Gallery MVRDV, Londres 2004 . (Hobson, 2015c).
Este pavilhão visava a criação de percursos, de modo a percorre-lo pelo exterior e
subir a colina até se atingir o ponto mais alto sob a cúpula da galeria, onde o
pavimento funcionava como um lanternim dando iluminação natural ao interior e
ventilação, “public would have been allowed quite literally to stand on a platform above
the cupola of the old Serpentine Gallery.” (Jodidio, 2011, p. 159). No interior era
proposto um café-auditório para os eventos do programa Park Nights.
O atelier propusera cobrir todo o edifício da galeria, para ser um antítese do que
acontecera anteriormente, em vez de ser um a obra exterior à galeria, um apêndice,
seria como que uma extensão, que cobria o edifício da galeria, criando um espaço
interior cavernoso, onde seria também possível ver a estrutura metálica, e sta estava
aparente. E o edifício da galeria seria como que um espaço misterioso dentro da
caverna. Devido a ser uma proposta audaz e complexa este pavilhão nunca foi
erguido.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 196
Ilustração 308 - Render Pavilhão Serpentine Gallery
MVRDV, Londres 2004. (Hobson, 2015c).
Ilustração 309 - Render Pavilhão Serpentine Gallery MVRDV, Londres
2004. (Hobson, 2015c).
Em 2005, foi o ano de dois arquitectos de renome portugu eses, desenharem o
pavilhão de Verão, o arquitecto Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura 150. Este
pavilhão projectado por este duo português ocupava uma área de 380m 2, num
rectângulo de 22m por 17m com uma altura de 5,4m, a proposta fora semelhante ao
pavilhão de Toyo Ito, criar um espaço sem colunas, um espaço livre para albergar a
cafetaria e os eventos do Park Nights.
Totalmente executado em madeira com cobertura de policarbonato s emitransparente,
cada elemento de madeira era diferente, isto porque a forma do pavilhão veio de um
grelha reticulada, o que proporcionou o não uso de colunas, e esta grelha fora mais
tarde distorcida para dar dinâmica/curvas á forma final, o que fez com q ue cada
elemento da estrutura tivesse a sua dimensão e nunca havendo dois iguais, “ The
structure of the pavilion was derived from a rectangular grid, which was then “distorced
to create a dynamic curvaceous form.” It was made of interlocking timber beams ”
(Jodidio, 2011, p. 182).
150 Eduardo Souto de Moura (1952-) é um arquitecto português, formou-se na Escola Superior de Belas
Artes do Porto em arquitectura, terminando o curso em 1980. Entre 1974 e 1979 trabalhou no atelier de
Siza Vieira, no ano em que termina o curso abre o seu próprio atelier, em 1980, onde desenvolve trabalho
até hoje. No ano 2011 foi galardoado com o prémio Pritzker.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 197
Ilustração 310 - Pavilhão Serpentine Gallery Álvaro Siza
Vieira e Eduardo Souto de Moura, Londres 2005 . (Hobson,
2015d).
Ilustração 311 - Pavilhão Serpentine Gallery Álvaro Siza
Vieira e Eduardo Souto de Moura, Londres 2005 . (Hobson,
2015d).
Ilustração 312 - Pavilhão Serpentine Gallery Álvaro Siza
Vieira e Eduardo Souto de Moura, Londres 2005 . (Madsen,
2014).
Ilustração 313 - Pavilhão Serpentine Gallery Álvaro Siza
Vieira e Eduardo Souto de Moura, Londres 2005 . (Hobson,
2015d).
O interior, para além de iluminação natural, pelos painéis de policarbonato, tinha
também 250 lâmpadas alimentadas por energia solar, para iluminar à noite o espaço e
todo o mobiliário fora desenhado pelos arquitectos.
Ilustração 314 - Pavilhão Serpentine Gallery Álvaro Siza V ieira e
Eduardo Souto de Moura, Londres 2005 . (Hobson, 2015d).
Ilustração 315 - Pavilhão Serpentine Gallery Álvaro Siza V ieira e
Eduardo Souto de Moura, Londres 2005 . (Hobson, 2015d).
Rem Koolhaas e Cecil Balmond151, foram as personalidades escolhidas para projectar
o pavilhão de Verão da Serpentine Gallery no ano de 2006. Este pavilhão consistia
num volume cilíndrico feito com policarbonato translúcido, com 18m de diâmetro e
151 Cecil Balmond (1943-) é um engenheiro de estruturas, nascido e formado no Sri Lanka, mudou -se
para Londres para fazer uma pós-graduação. Em 1968 integra o grupo de trabalho da Arup, desde 2004
que é vice-presidente da Arup. Desde que começou a trabalhar na empresa Cecil tem colaborado com
arquitectos de renome como Rem Koolhaas, Siza Vieira no pavilhão de Portugal na Expo 98, Daniel
Libeskind, Anish Kapoor entre outros.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 198
uma altura de 5m, encimado por um enorme balão branco de poliéster coberto com
PVC que atingia uma altura de 10m, que construía a cobertura. Feito como os
anteriores para albergar um café e os eventos do Park Nights, tinha a capacidade para
albergar 300 pessoas nesses eventos.
A ideia deste pavilhão era de ser uma estrutura translúcida , e ter um físico leve,
podendo entre a parede dupla de policarbonato, ver-se a silhueta do edifício da galeria
e de fora as silhuetas de pessoas no interior “Seen looming up behind the Serpentine
or through it own translucent ground -level walls, the pavilion makes a strong statement:
the variable shape of the construction contrasts with the more staid shapes of the older
architecture.” (Jodidio, 2011, p. 210). O grande balão que era a cobertura, também
tinha essa ideia inerente, para além de servir como um atractivo a quem passasse
perto da galeria, pois ultrapassava em altura a altura da galeria e das copas das
árvores envolventes, de noite transformava-se num enorme candeeiro, “Glowing from
within at night, the pavilion was meant, as Cecil Balmond stated, to provoke a debate
on architecture ” (Jodidio, 2011, p. 207).
Ilustração 316 - Pavilhão Serpentine Gallery Rem Koolhaas,
Londres 2006. (Hobson, 2016).
Ilustração 317 - Pavilhão Serpentine Gallery Rem Koolhaas,
Londres 2006. (Hobson, 2016).
Ilustração 318 - Pavilhão Serpentine Gallery Rem Koolhaas,
Londres 2006. (Hobson, 2016).
Ilustração 319 - Pavilhão Serpentine Gallery Rem Koolhaas,
Londres 2006. (Hobson, 2016).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 199
Em 2007, a Serpentine Gallery convida o artista Olafur Eliasson 152, que se associa ao
arquitecto Kjetil Thorsen153, para desenhar o pavilhão de Verão desse ano. Em que o
resultado final fora um pavilhão que reflectia o movimento das pessoas no espaço,
para tal o pavilhão tinha uma rampa em espiral exterior, reconsiderando a ideia de um
único nível dos pavilhões adicionando -lhe uma terceira dimensão a altura, havendo
assim uma circulação horizontal no piso térreo, e uma circulação vertical dada através
da rampa, contendo a ideia de circulação vertical num único espaço.
Ilustração 320 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson,
Londres 2007. (Eliasson, 2007).
Ilustração 321 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson,
Londres 2007. (Eliasson, 2007).
Ilustração 322 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson,
Londres 2007. (Eliasson, 2007).
Ilustração 323 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson,
Londres 2007. (Eliasson, 2007).
Este pavilhão fora construído com uma estrutura metálica revestida por painéis
triangulares de madeira escura, e a rampa em espiral “makes two complete turns
around the single-level pavilion, allowing visitors to climb the outside of the structure all
the way to the top.” (Jodidio, 2011, p. 237). Este pavilhão tinha a forma de um cone
inclinado, e o topo era cortado constituind o um lanternim para iluminação no interior,
“The inclination of the ramp and of the cone-like shape of the pavilion itself give an
152 Olafur Eliasson (1967-) é um artista dinamarquês, formou-se na Real Academia de Belas Artes de
Copenhaga entre 1989 e 1995. Findo o curso e em inicio de carreira Olafur estabelece-se em Berlim onde
abre o Studio Olafur Eliasson, um laboratório experimental onde cria as suas instalações. Olafur divide
trabalho e vive entre Berlim e Copenhaga. No ano de 2003 foi o responsável pela representação
dinamarquesa na Bienal de Veneza. 153 Kjetil Trædal Thorsen (1958-) é um arquitecto norueguês, um de três membros fundadores do atelier
de arquitectura Snøhetta, fundado no ano de 1987. No portfólio o atelier conta com a Opera Nacional de
Oslo (2007) e a Biblioteca de Alexandria, Egipto (2001), entre outros, para além da arquitectura o atelier
trabalha em paisagismo, arquitectura de interiores e design de marca.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 200
impression of movement, which is heightened by the visitors who are walking either up
or down the surface of the building.” (Jodidio, 2011, p. 241).
Ilustração 324 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson,
Londres 2007. (Eliasson, 2007).
Ilustração 325 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson,
Londres 2007. (Fairs, 2007).
Ilustração 326 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson,
Londres 2007. (Fairs, 2007).
Ilustração 327 - Pavilhão Serpentine Gallery Olafur Eliasson,
Londres 2007. (Fairs, 2007).
Também nesse ano Zaha Hadid teve uma estrutura erguida nos jardins da galeria.
Uma estrutura feita pra receber a festa de Verão da galeria, essa estrutura/pavilhão
era composto por três estruturas de pára-sol idênticas, feitas com uma estrutura
metálica interior e revestidas por PVC tensionado, atingiam uma altura de 5,5m e
estavam dispostas em redor de um ponto central numa plataforma com 350m 2, mas
nunca se tocavam.
Ilustração 328 – Zaha Hadid,
Estrutura/Pavilhão de festa da
Serpentine Gallery, Londres 2007 . (Zaha
Hadid Architects, 2007).
Ilustração 329 – Zaha Hadid,
Estrutura/Pavilhão de festa da Serpentine
Gallery, Londres 2007. (Zaha Hadid
Architects, 2007).
Ilustração 330 – Zaha Hadid,
Estrutura/Pavilhão de festa da Serpentine
Gallery, Londres 2007. (Zaha Hadid
Architects, 2007).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 201
Estes três pára-sol assemelhavam-se a cogumelos, ou pétalas de flores com uma
base estreita e topo largo para dar abrigo à plataforma, mas garantindo
permeabilidade.
A primeira obra do Frank Gehry154 no Reino Unido, foi o pavilhão de Verão da
Serpentine Gallery no ano de 2008. Este era um anfiteatro para receber os eventos do
Park Nights, com a capacidade para 275 pessoas, e funcionava também como uma
rua coberta que ligava o parque ao edifício da galeria.
Ilustração 331 – Pavilhão Serpentine Gallery Frank Ghery, Londres 2008 . (Hobson, 2016a).
Contando apenas com quatro colunas metálicas, a restante estrutura e revestimentos
eram de madeira, feitos com pranchas de madeira, criando um espaço aberto com
uma cobertura elaborada com vários planos com inclinações diferentes em vidro. “The
partially covered, open space beneath the dramatically angled glass and wood canopy
allows a full and free program to take place on the lawn in front of the Serpentine .”
(Jodidio, 2011, p. 275).
154 Frank O. Gehry (1929-) é um arquitecto canadiano, sediado nos E.U.A., estudou na Universidade de
Southern California em Los Angeles entre 1949 e 1951 e em Harvard entre 1956 e 1957. Em 1962 funda
o atelier Frank O. Gehry and Associates, Inc. em Los Angeles, onde desde então desenvolve trabalho,
podendo-se ver da sua obra o Guggenheim de Bilbao (1997) e o Walt Disney Concert Hall, Los Angeles
(2003), duas das suas obras mais imponentes e conhecidas entre outr as. A obra de Frank Gehry valeu-
lhe em 1989 o prémio Pritzker.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 202
Ilustração 332 – Pavilhão Serpentine Gallery Frank Ghery,
Londres 2008. (Hobson, 2016a).
Ilustração 333 – Pavilhão Serpentine Gallery Frank Ghery,
Londres 2008. (Hobson, 2016a).
Ilustração 334 – Pavilhão Serpentine Gallery Frank Ghery,
Londres 2008. (Hobson, 2016a).
Ilustração 335 – Pavilhão Serpentine Gallery Frank Ghery,
Londres 2008. (Hobson, 2016a).
O atelier SANAA155, em 2009, foi o autor do pavilhão de Verão para a Serpentine
Gallery, em que desenhou um pavilhão contínuo, espelhado e respeitante com as
árvores do parque. Esta pavilhão era uma simples cobertura ondulante pelo parque,
feita a partir de uma grande folha de alumínio com 26mm de espessura e su portada
por colunas colocadas aleatoriamente de 50mm de diâmetro, pontualmente existiam
paredes divisórias curvas de acrílico que definiam o espaço do café e auditório, “The
SANAA Pavilion reaches for the most extreme lightness that can be imagined in
architecture. A series of very thin posts support a freely curving mirrored roof, which
reserves and reflects the green environment as well as visitors. ” (Jodidio, 2011, p.
298).
Este pavilhão aparecia assim como um espaço de livre circulação e uma cobertura n o
jardim reflectiva, visto de cima era como que um lago posto no meio do relvado que
espelhava o céu e as árvores circundantes, “A flat, floating sheet of reflective
155 SANAA (1995) atelier japonês fundado em Tóquio, por Kazuyo Sejima e Ryue Nish izawa em 1995.
Kazuyo Sejima, é uma arquitecta japonesa nascida em 1956. Formou -se na Universidade de Mulheres
em 1981 no Japão, no mesmo ano começa a trabalhar no atelier de Toyo Ito em Tóquio. Em 1987 lança -
se em nome próprio com o atelier Kazuyo Sejima and Associates em Tóquio. Ryue Nishizawa, é um
arquitecto japonês nascido em 1966. Formou-se na Universidade Nacional de Yokohama em 1990, no
ano em termina o curso começa a trabalhar no atelier de Sejima e com Sejima, formando com ela em
1995 um novo atelier o agora conhecido SANAA. Onde os dois arquitectos desenvolvem trabalho a nível
mundial. No ano de 2010 o par de arquitectos foram laureados com o prémio Pritzker.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 203
aluminium appears not to contrast with the environment, but to absorb it while offering
some shelter from the elements.” (Jodidio, 2011, p. 302).
Ilustração 336 – Pavilhão Serpentine Gallery SANAA, Londres
2009. (Basulto, 2009).
Ilustração 337 – Pavilhão Serpentine Gallery SANAA, Londres
2009. (Basulto, 2009).
Ilustração 338 – Pavilhão Serpentine Gallery SANAA, Londres
2009. (Basulto, 2009).
Ilustração 339 – Pavilhão Serpentine Gallery SANAA, Londres
2009. (Hobson, 2016b).
O pavilhão de Verão da Serpentine Gallery do ano de 2010, teve a autoria de Jean
Nouvel156. O pavilhão era completamente vermelho, isto porque segundo o arqui tecto,
o vermelho é o calor do Verão, cor complementar do verde, existente no relvado, é
visível e provocativo, para além de ser uma cor bastante presente em Londres e no
Reino Unido como nos autocarros Double-Decker e nas cabinas telefónicas.
Assim este pavilhão aparecia como um grande maciço vermelho que contrastava com
o verde do relvado, fazendo-o parecer ainda mais verde, e evidenciava -se na
paisagem. Feito com estrutura metálica pintada de vermelho e com tecido e
policarbonato a construir os paramentos, também vermelhos, “Playin g on the strong
contrast between the green of the park and his own bright red, Nouvel orchestrates
156 Jean Nouvel (1945-) é um arquitecto francês, formou-se na Escola de Belas Artes de Paris entre 1964
e 1972. Entre 1967 e 1970 Nouvel trabalhou como assistente dos arquitectos Claude Parent e Paul Vir ilio.
Em 1970 ano em que termina o curso abre atelier em Paris com François Seigneur, que encerra
actividade mais tarde. Em 1994 abre o atelier com o qual se torna conhecido, o Atelier Jean Nouvel, onde
desenvolve e desenvolveu a maioria do seu trabalho na área da arquitectura. No ano de 2008 Jean
Nouvel foi presenteado pela sua obra com o prémio Pritzker.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 204
entrances and exits, voids and transparency that alternates with solid forms and, [...],
glass that reflects the whole.” (Jodidio, 2011, p. 336).
Ilustração 340 – Pavilhão Serpentine Gallery Jean Nouvel,
Londres 2010. (Turner, 2010).
Ilustração 341 – Pavilhão Serpentine Gallery Jean Nouvel,
Londres 2010. (Hobson, 2016c).
Para além do todo vermelho, e dos espaços abertos que poderiam ser tapados com
um sistema de ensombramento “Retractable fabric awnings dip down to the ground at
the rear (Serpentine) side of the pavilion ” (Jodidio, 2011, p. 346), havia uma grande
parede inclinada, que era independente de todo o pavilhão, vermelha também e o
elemento mais alto do todo, com uma altura de 12m executada com policarbonato
alveolar.
Ilustração 342 – Pavilhão Serpentine Gallery Jean Nouvel,
Londres 2010. (Hobson, 2016c).
Ilustração 343 – Pavilhão Serpentine Gallery Jean Nouvel,
Londres 2010. (Hobson, 2016c).
Ilustração 344 – Pavilhão Serpentine Gallery Jean Nouvel,
Londres 2010. (Hobson, 2016c).
Ilustração 345 – Pavilhão Serpentine Gallery Jean Nouvel,
Londres 2010. (Hobson, 2016c).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 205
No ano de 2011, a equipa responsável pelo pavilhão de Verão da Serpentine Gallery,
convida o arquitecto Peter Zumthor, para desenhar a construção efémera, que figurará
nos jardins da galeria para os programas de Verão, como se tornou hábito em todos
os Verões. O arquitecto desse ano decide elaborar o projecto segundo o conceito de
um jardim dentro do jardim, o pavilhão era isso mesmo uma construção com um jardim
interior, um espaço abstracto e alheio do mundo exterior, construiu um jardim
contemplativo.
O pavilhão aparecia assim como um paralelepípedo negro, com um pátio interior onde
estava o jardim, a estrutura do pavilhão era toda de madeira, coberta por gaze pintada
de preto. Apenas existiam entradas exteriores que davam para um corredor para
depois se encontrar as saídas para o jardim no interior, onde na parte descoberta
estavam as plantas e na coberta um banco corrido protegido dos elementos.
Materializou-se assim um espaço de contemplação, meditação, convívio etc. neste
pavilhão não houve espaço de cafetaria, pois n ão o era pretendido pelo autor.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 206
Ilustração 346 – Pavilhão Serpentine Gallery Peter Zumthor, Londres 2011.
(Basulto, 2011).
Ilustração 347 – Pavilhão Serpentine Gallery Peter
Zumthor, Londres 2011. (Basulto, 2011).
Ilustração 348 – Pavilhão Serpentine Gallery Peter
Zumthor, Londres 2011. (Basulto, 2011).
Ilustração 349 – Pavilhão Serpentine Gallery Peter
Zumthor, Londres 2011. (Basulto, 2011).
Tendo já obra no Reino Unido, Herzog & de Meuron157 associam-se ao artista Ai
Weiwei158, para projectarem o pavilhão de Verão de 2012, sendo uma obra não só do
atelier mas do atelier e do artista, só assim foi possível este pavilhão ter sido erguido.
157 Herzog & de Meuron (1978) atelier de arquitectura suíço fundado em 1978, por Jacques Herzog e
Pierre de Meuron. Jacques Herzog, nascido em 1950, é um arquitecto suíço. Formou-se no Instituto
Federal de Tecnologia de Zurique entre 1970 e 1975, foi aluno de Aldo Rossi e Dolf Schnebli. Pierre de
Meuron, arquitecto suíço nascido em 1950, formou-se também no Instituto Federal de Tecnologia de
Zurique entre 1970 e 1975. Jacques e Pierre só formam uma dupla três anos após a conclusão dos
estudos, em 1978, quando fundam o atelier onde a inda hoje trabalham com projectos para todo o mundo.
No ano de 2001 o trabalho desenvolvidos pela dupla valeu- lhes o prémio Pritzker. 158 Ai Weiwei (1957-) é um artista e activista chinês, começou os estudos superiores em Pequim em
1978, a estudar Animação na Academia de Filmes de Pequim, nesse mesmo ano funda o grupo de
artistas “Stars”, originando um movimento artístico com ele e term inando em 1983. Entre 1981 e 1993 Ai
Weiwei viveu nos E.U.A. onde passou pela Parsons School of Design e pela Art Students League of New
York entre 1983 e 1986. Em 1999 volta para o país natal a China onde abre um estúdio e desenvolve as
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 207
A ideia original do pavilhão era este ser semienterrado, até se achar o nível de água,
que aconteceu a 1,5m abaixo da cota do solo, mas este processo trouxe ao de cima
os vestígios dos antigos pavilhões, como que um trabalho de arqueologia, decidindo -
se neste pavilhão evidencia r-se essas antigas construções.
Ilustração 350 – Planta Cobertura Pavilhão Serpentine Gallery
Herzog & De Meuron e Ai Weiwei, Londres 2012 . (Basulto, 2012).
Ilustração 351 – Planta Pavilhão Serpentine Gallery Peter Herzog
& De Meuron e Ai Weiwei, Londres 2012 . (Basulto, 2012).
Assim o pavilhão era um enorme círculo, onde no interior estava visível o trabalho de
uma sobreposição e reconstrução dos pavilhões anteriores, isto definia também os
espaços no interior, para além disso a cobertura era sustentada por 12 colunas, 11
representavam os 11 pavilhões anteriores e estavam colocadas onde elas existiram
nos pavilhões anteriores. A 12ª coluna era a do pavilhão actual, que servia também
para a drenagem da água da cobertura, para a transformar num palco. Esta cobertura
estava ligeiramente descentrada para ser como que uma tampa aberta que
desvendava o interior arqueológico dos pavilhões de Verão. Todo o pavilhão tinha um
único revestimento, a cortiça, que fora de uma fábrica portugue sa, apenas a cobertura
era metálica.
suas instalações, o seu interesse pela arquitectura fez com que em 2003 abrisse um atelier o FAKE
Design.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 208
Ilustração 352 – Pavilhão Serpentine Gallery Herzog & De
Meuron e Ai Weiwei, Londres 2012 . (Frearson, 2012a).
Ilustração 353 – Pavilhão Serpentine Gallery Herzog & De
Meuron e Ai Weiwei, Londres 2012 . (Portilla, 2012).
Ilustração 354 – Pavilhão Serpentine Gallery Herzog & De
Meuron e Ai Weiwei, Londres 2012 . (Portilla, 2012).
Ilustração 355 – Pavilhão Serpentine Gallery Herzog & De
Meuron e Ai Weiwei, Londres 2012 . (Portilla, 2012).
O 14º pavilhão de Verão da Serpentine Gallery em 2013, foi projectado por Sou
Fujimoto, uma estrutura completamente elaborada com aço, o pavilhão era uma
enorme grelha tridimensional de aço, que ocupava uma área total de 357m 2, mas
apenas 142m2 internos/úteis.
Ilustração 356 – Pavilhão Serpentine Gallery Sou Fujimoto,
Londres 2013. (Furuto, 2013).
Ilustração 357 – Pavilhão Serpentine Gallery Sou Fujimoto,
Londres 2013. (Quintal, 2013).
A grelha construía módulos de 40cm por 40cm, esta fora escavada no interior para
definir um espaço de anfiteatro outro de café, e exteriormente conferia uma aparência
etérea, este processo evidenciava as relações de interior/exterior e de transparência,
associando-se ao policarbonato transparente colocado para servir de cobertura em
alguns espaços e no anfiteatro para as bancadas, como assento na grelha de aç o que
materializava o pavilhão.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 209
Ilustração 358 – Pavilhão Serpentine Gallery Sou Fujimoto,
Londres 2013. (Furuto, 2013).
Ilustração 359 – Pavilhão Serpentine Gallery Sou Fujimoto,
Londres 2013. (Furuto, 2013).
Ilustração 360 – Pavilhão Serpentine Gallery Sou Fujimoto,
Londres 2013. (Quintal, 2013).
Ilustração 361 – Pavilhão Serpentine Gallery Sou Fujimoto,
Londres 2013. (Furuto, 2013).
Em 2014, a Serpentine Gallery convidou Smiljan Radić159 para ser o autor do pavilhão
de Verão desse ano. O pavilhão fora inspirado na obra “O Gigante egoísta” de Oscar
Wilde160, e consequentemente numa maqueta de papel-machê que o arquitecto
executara quatro anos antes inspirada nessa obra.
159 Smiljan Radić (1965-) é um arquitecto chileno, estudou na Univers idade Católica do Chile. Em 1995
abre o seu próprio atelier, onde desenvolve desde então as suas obra s. A maioria dos projectos de Radić
encontram-se no Chile, onde o arquitecto aproveita para usar materiais de produção artesanal, evitando
os de produção em massa. 160 Oscar Wilde (1854-1900) foi um escritor inglês, um dos mais importantes dramaturgos da época
vitoriana. Wilde foi o criador do movimento Dândi, movimento que defendia o culto da beleza. A sua
primeira obra a ser publicada foi um livro de poemas no ano de 1881. O percurso de escritor iniciou -se
efectivamente em 1887, publicando vários livros como: “A Importância de se Chamar Ernesto ”, “O Retrato
de Dorian Grey” e “Um Marido Ideal”, para além dos romances Wilde produzia comédias de salão. Em
1895 é envolv ido num processo judic ial, que levou-o à prisão e a dois anos de trabalhos forçados. Após
cumprida a sentença muda-se para Paris onde viria a morrer.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 210
Ilustração 362 – Pavilhão Serpentine
Gallery Smiljan Radić, Londres 2014 . (Stott,
2014).
Ilustração 363 – Pavilhão Serpentine
Gallery Smiljan Radić, Londres 2014 . (Stott,
2014).
Ilustração 364 – Pavilhão Serpentine
Gallery Smiljan Radić, Londres 2014 .
(Stott, 2014).
Assim apareceu o pavilhão, como uma concha no meio do relvado, feita com a mesma
técnica de construção de cascos de barcos, para ter uma aparência crua, bruta, feito
de fibra de vidro, era translúcido e não tinha armadura interior devido à técnica
construtiva. Era também uma infinita rampa, em torno de um centro/pátio que apenas
era acedido pelo exterior, pelo interior apenas se abriam vãos para se poder ver. Este
pavilhão estava assente em pedras que davam a inclinação, e estavam postas como
se todas elas fizessem parte do terreno, e apenas fora colocado de cima um a grande
concha de papel-machê.
Ilustração 365 – Pavilhão Serpentine
Gallery Smiljan Radić, Londres 2014 .
(Stott, 2014).
Ilustração 366 – Pavilhão Serpentine
Gallery Smiljan Radić, Londres 2014 .
(Stott, 2014).
Ilustração 367 – Pavilhão Serpentine
Gallery Smiljan Radić, Londres 2014 .
(Stott, 2014).
O pavilhão de Verão da Serpentine Gallery no ano de 2015, foi projectado pelo atelier
SelgasCano161, no que resultou um pavilhão multicolorido no qual os arquitectos
queriam que as pessoas experimentassem a arquitectura através da luz, estrutura,
transparência, sombras, leveza, cor e materiais.
161 SelgasCano (1998) atelier espanhol, fundado por José Selgas e Lucía Cano em 1998. José Selgas,
arquitecto espanhol nascido em 1965, formou-se na Escola Superior Técnica de Arquitectura de Madrid,
terminando o curso em 1992. Antes de abrir o atelier trabalhou com Francesco Venecia em Nápoles.
Lucía Cano, arquitecta espanhola, nasceu em 1965, formou-se no mesmo ano e na mesma instituição
que José Selgas. Lucía trabalhou com Julio Cano Lasso até 2001, mas em 1998 formou equipa com José
Selgas, abrindo o atelier SelgasCano. O atelier encontra -se sediado em Madrid e tem desenvolvido
projectos para todo o mundo.
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Rogério André Moreira Branco 211
O resultado final, foi um pavilhão com quatro braços, feito com uma estrutura metálica
à qual se embrulhou plástico ETFE, altamente resistente, de várias cores e que ia
desde transparente a opaco, tendo em certos sítios uma dupla pele construindo dois
corredores, todos para chegar a um espaço central onde os quatro braços se
cruzavam, o desenho do pavilhão fora inspirado na rede de metro londrina.
Ilustração 368 – Pavilhão
Serpentine Gallery
SelgasCano, Londres 2015.
(Basulto, 2015).
Ilustração 369 – Pavilhão
Serpentine Gallery
SelgasCano, Londres 2015.
(Basulto, 2015).
Ilustração 370 – Pavilhão Serpentine Gallery SelgasCano, Londres
2015. (Frearson, 2015).
Cada um dos braços era uma entrada, que dava para o espaço central, e cada um
deles proporcionava um espaço e percepção diferente, isto era caracterizado pelo uso
da cor e das opacidades e também pela cor do p avimento que era branco de maneira
a não absorver a cor mas a reflect ir, para enriquecer o ambiente.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 212
Ilustração 371 – Pavilhão Serpentine Gallery SelgasCano ,
Londres 2015. (Basulto, 2015).
Ilustração 372 – Pavilhão Serpentine Gallery SelgasCano,
Londres 2015. (Basulto, 2015).
Ilustração 373 – Pavilhão Serpentine Gallery SelgasCano,
Londres 2015. (asulto, 2015).
Ilustração 374 – Pavilhão Serpentine Gallery SelgasCano,
Londres 2015. (Basulto, 2015).
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Rogério André Moreira Branco 213
3. LIKEARCHITECTS® ESTUDO DE 4 PROJECTOS
LIKEarchitects® é uma marca fundada em 2010 no Porto, tendo sob seu carimbo
projectos com data anterior, esta marca tinha como práctica a arquitectura efémera, e
tal como os projectos da marca, esta cessou actividade a 31 de Dezembro de 2014,
tendo ainda projectos em curso que se materializariam no ano de 2015.
Os membros fundadores da marca são Teresa Otto e Diogo Aguiar, que em conjunto
com João Ferreira Marques formavam o colectivo que trabalhava para a marca a partir
do Porto. Teresa Otto formou-se na Faculdade de Arquitectura da Universidade do
Porto e tem no currículo colaborações com ateliers de arquitectura estrangeiros como
os RCR Arquitectes em Olot, Espanha, Diogo Aguiar formou-se na mesma faculdade e
colaborou com UNStudio em Amesterdão, Países Baixos.
Este colectivo dedicou-se principalmente à práctica de arquitectura efémera
carimbando os projectos com a marca criada, afirmando haver um lapso n este
mercado a nível nacional. Sempre atentos à situação socioeconómica corrente,
usavam a transitoriedade, espontaneidade e arte urbana como premissas par a os
projectos, com o objectivo de reactivar e impulsionar os espaços públicos assim como
envolver a sociedade a participar de maneira crítica no espaço urbano, instigando
diálogos e realçando experiências através do uso de objectos comuns.
O uso destes objectos do dia-a-dia tinha como propósito a exploração de novas
materialidades e estéticas de modo a reprogramar espaços públicos, em que criavam
usos incomuns e provocativos, cativando assim a população para o diálogo e uma
nova experiência do espaço. Esta subversão dos objectos comuns para a arquitectura
encorajou também uma reinterpretação destes, e uma metodologia de DIY (Do It
Yourself), que envolvia uma prototipificação e testes de partes à escala 1:1, de
maneira a testar a estrutura, o detalhe e a textura.
Dentro dos projectos da marca podem-se enumerar alguns, todos eles dentro da
perspectiva da reprogramação do espaço público, como o BusStopSymbiosis, 2010 na
cidade do Porto, Frozen Trees, 2011 em Lisboa, Party An imal, 2011 em Lisboa,
Fountain Hacks, 2012 em Guimarães, Shell.ter Pavilion, 2012 em Vila Nova de
Cerveira, Constell.ation, 2013 em Lisboa, playLAND, 2014 em Paredes de Coura,
Constell.ation II, 2014 em Amesterdão e a ultima obra do colectivo Tripod, 2015 no
Porto.
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Rogério André Moreira Branco 214
Ilustração 375 – BusStopSymbiosis, Porto
2010. (Jordana, 2010).
Ilustração 376 – Frozen Trees, Lisboa
2011. (Furuto, 2012a).
Ilustração 377 – Party Animal, Lisboa
2011. (Likearchitects, 2011).
Ilustração 378 – Party Animal, Lisboa
2011. (Likearchitects, 2011).
Ilustração 379 – Fountain Hacks,
Guimarães 2012. (LIKEarchitects, 2015a).
Ilustração 380 – Fountain Hacks,
Guimarães 2012. (LIKEarchitects, 2015a).
Ilustração 381 – Fountain Hacks,
Guimarães 2012. ().
Ilustração 382 – Shell.ter Pavilion, Vila
Nova de Cerveira 2012. (Furuto, 2012b).
Ilustração 383 – Shell.ter Pavilion, Vila
Nova de Cerveira 2012. (Furuto, 2012b).
Ilustração 384 – Constell.ation, Lisboa
2013. (Castro, 2014).
Ilustração 385 – Constell.ation, Lisboa
2013. (Castro, 2014).
Ilustração 386 – playLAND, Paredes de
Coura 2014. (Likearchitects, 2014).
Ilustração 387 – playLAND, Paredes de
Coura 2014. (Likearchitects, 2014).
Ilustração 388 – Constel.ation II,
Amesterdão 2014. (Ilustração nossa,
2014).
Ilustração 389 – Constel.ation II,
Amesterdão 2014. (Ilustração nossa,
2014).
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Rogério André Moreira Branco 215
Ilustração 390 – Tripod, Porto 2015.
(LIKEarchitects, 2016a).
Ilustração 391 – Tripod, Porto 2015.
(LIKEarchitects, 2016a).
3.1. TEMPORARY BAR
Localização
O projecto Temporary Bar162 sob a marca LIKEarchitects®, foi realizado no ano de
2008, data anterior à criação da marca. Este implantou-se no recinto da Queima das
Fitas na Universidade do Porto, no Parque da Cidade no Porto.
Ilustração 392 – Localização a partir de orto -fotomapa. ([Adaptado a
partir de:] Apple Inc., 2016)
Ilustração 393 – Planta da Localização, Porto 2008 .
([Adaptado a partir de:] Aguiar; O tto, 2010).
Como se pode observar, Ilustração 392 e 393, o projecto inseriu-se num grande
terreiro pertencente ao Parque da Cidade, no Porto, onde todos os anos se realiza a
Queima das Fitas. Este terreiro encontra -se na parte Norte do parque, tendo a Oeste a
praia de Matosinhos e a Via do Castelo do Queijo. A entrada para o recinto é feita
através da Estrada da Circunvalação na parte Norte do parque, a Sul encontra-se a
zona verde do parque e a Avenida da Boavista.
162 O projecto recebeu o prémio de Projecto do Ano pelo s ite de arquitectura ArchDaily, na cate goria
Hotéis e Restaurantes no ano de 2010.
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Rogério André Moreira Branco 216
Programa
O projecto Temporary Bar resultou de um concurso académico de bares temporários,
organizado todos os anos pela Associação de Estudantes da Faculdade de
Arquitectura da Universidade do Porto (AEFAUP), para representar a faculdade na
Queima das Fitas, este no ano de 2008.
Com apenas 9m2 de área, o bar era um espaço único, com uma entrada pelas
traseiras e um balcão na parte frontal para a venda de bebidas. O interior estava
equipado com bancadas para auxiliar a preparação das bebidas, refrigeração e
armazenamento. Encontrava-se ladeado por outros bares de modelo standard, este
tinha uma altura total de 4,70m (crescendo para esta altura depois de ganho o
concurso), destacando-se dos bares que o circundavam em todo o recinto.
Ilustração 394 – Temporary Bar e bares envolventes, Porto 2008 . (Aguiar; Otto,
2010).
Ilustração 395 – Temporary Bar e bares
envolventes, Porto 2008. (Aguiar; Otto, 2010).
Ilustração 396 – Temporary Bar e bares envolventes, vista nocturna, Porto 2008 .
(Aguiar; Otto, 2010).
Ilustração 397 – Temporary Bar, Porto 2008.
(Aguiar; Otto, 2010).
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Rogério André Moreira Branco 217
Conceito
Este projecto tinha como premissas a construção rápida, a área reduzida e o
orçamento reduzido. Estes princípios permitiam construir de maneira rápida , tinha que
ser erguido em apenas uma semana.
Dadas estas premissas, os arquitectos inspiraram -se na lógica construtiva da IKEA o
“faça-você-mesmo”, surgindo assim também a referência do Cubo Mágico/Cubo de
Rubik, apostando em criar um cubo de luz. O bar foi feito inteiramente com caixas
IKEA iguais, pontualmente haviam caixas de profundidades diferentes, de maneira a
dar textura e dinâmica às fachadas do bar, com o lado convexo na parte exterior e o
côncavo na interior. Construindo módulos, feitos a partir das caixas, Ilustração 398 e
400, que no geral davam a aparência de um grande volume abstracto de dia e caixa
de luz de noite, Ilustração 399.
Durante o dia era um enorme paralelepípedo branco, abstracto e fechado, e de noite
transformava-se num grande candeeiro iluminado, uma caixa de luz, Ilustração 399.
Tirando assim partido de as caixas serem translúcidas, instalaram uma rede de luzes
led no interior, parte côncava das caixas criando uma nova utilidade, para se
iluminarem de noite, estas luzes eram dinâmicas também mudando de cor conforme a
música que o DJ passava. Com estas estratégias e com o acréscimo na altura o bar
tornou-se num ponto de referência visual dentro do recinto.
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Rogério André Moreira Branco 218
Ilustração 398 – Painel do concurso, Temporary Bar, Porto 2008 .
(Anastasiadi, 2010).
Ilustração 399 – Temporary Bar, vista diurna e nocturna, Porto
2008. (Aguiar; Otto, 2010).
Ilustração 400 – Esquema da construção modular, Temporary
Bar, Porto 2008. (Aguiar; Otto, 2010).
Estudo Forma(l) e Espacial
O projecto Temporary Bar apresenta uma planta quadrada, de 3x3m de lado
perfazendo uma área total de 9m 2, e uma área útil de 5,76m 2 com 2,40x2,40m de lado
no interior (zona útil), Ilustração 401. A altura inicial do projecto era de 3m, constituindo
assim um cubo, que era a referência e ideia origin al, como se pode verificar nas
Ilustrações 398 e 400.
Depois de ganho o concurso, o projecto cresce e m altura 1,70m ficando no total com
4,70m de altura, tornando-se num paralelepípedo, Ilustração 401. O acrescento de
altura do bar tornou-se relevante para destacar o bar na área do recinto, como
anteriormente referido.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 219
Ilustração 401 – Planta e Corte, Temporary Bar, Porto 2008 . (Aguiar; O tto, 2010).
Dentro do pensamento da tradição clássica verifica -se que o projecto tinha uma planta
quadrada, como acima referido, Ilustração 402, e desenvolvia-se em altura até metade
do rectângulo √3, como se encontra identificado a linha azul na Ilustração 403, não se
apurando o rectângulo √3.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 220
Ilustração 402 – Planta Temporary Bar, verificando-se a planta
quadrada de 3x3m. ([Adaptado a partir de:] Aguiar; Otto, 2010).
Ilustração 403 – Corte Temporary Bar, verificando-se o
enquadramento do rectângulo raiz-de-três (√3) na proporção da
altura do bar. ([Adaptado a partir de:] Aguiar; O tto, 2010).
A partir dos módulos criados com as caixas e com as dimensões das caixas, é
possível verificar que a abertura de vãos foi feita a partir dessa lógica, respeitando as
dimensões das caixas. A porta de entrada tinha a largura de duas caixas, Ilustração
402, e uma altura de seis caixas, 0,80m de largura e 1,80m de altura. O vão para o
balcão de serviço tinha a largura de cinco caixas , Ilustração 402, e altura de seis
caixas, Ilustração 402, 2m de largura por 1,80m de altura, este vão tinha uma distância
do solo de três caixas, 1m, Ilustração 403 .
Técnica Construtiva
Tirando partido do conceito acima referido de “faça -você-mesmo”, o bar foi construído
tendo como lógica um sistema de módulos, criados a partir das dimensões das caixas
usadas, num total de 420 caixas da IKEA modelo TROFAST. Cada caixa tinha 0,3 0m
de altura e 0,42m de largura, Ilustração 404 e 405 , feitas de polipropileno translúcido.
Estas caixas construíam as fachadas e as paredes exteriores.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 221
Ilustração 404 – Planta Temporary Bar, largura das caixas . ([Adaptado
a partir de:] Aguiar; Otto, 2010).
Ilustração 405 – Corte Temporary Bar, altura das caixas,
largura e altura total de cada modulo . ([Adaptado a partir de:]
Aguiar; Otto, 2010).
A construção dos módulos era simples, rápida, leve e fazia com que a construção total
do bar fosse rápida. As caixas eram aparafusadas a uma es trutura de madeira MDF,
de maneira a construir os módulos, Ilustração 406, num total de quatro tipo de
módulos, e 46 módulos construídos todos eles sempre com 0,9m de altura o
equivalente a três caixas, Ilustração 405 , 16 módulos compostos por quatro caixas de
largura por três de altura (1,68x0,90m), assinalado a linha vermelha na Ilustração 407,
20 módulos de três caixas de largura por três de altura (1,26x0,9 0m), assinalado a
linha azul na Ilustração 407 , seis módulos de duas caixas de largura por três de altura
(0,84x0,90m), assinalado a linha verde na Ilustração 407, e quatro módulos de uma
caixa de largura por três de altura (0,42x0.9 0m), assinalado a linha amarela na
Ilustração 407.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 222
Ilustração 406 – Esquema construtivo e de materiais necessário para a
construção dos módulos do Temporary Bar. (Aguiar; Otto, 2010).
Ilustração 407 – Esquema dos quatro tipos de módulos
existentes no Temporary Bar. ([Adaptado a partir de:]
Aguiar; Otto, 2010).
Dentro do pensamento da tradição clássica pode -se verificar que o módulo de quatro
caixas por três, não verifica a proporção da altura com o comprimento o duplo
quadrado, Ilustração 408 assinalado a linha azul. O Módulo de três caixas por três,
não apura a proporção da altura com o comprimento o rectângulo raiz -de-três,
Ilustração 409 assinalano a linha azul, o módulo de duas caixas por três caixas
apresenta-se como um quadrado. Ilustração 410. E o módulo e uma caixa por três a
proporção da altura com a largura não verifica o duplo quadrado, Ilustração 411
assinalado a linha azul.
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Rogério André Moreira Branco 223
Ilustração 408 – Módulo 4x3 Temporary Bar, verificando-se o
enquadramento do duplo quadrado na proporção da altura com o
comprimento do módulo. ([Adaptado a partir de:] Aguiar; Otto, 2010).
Ilustração 409 – Módulo 3x3 Temporary Bar, verificando-se o
enquadramento do rectângulo raiz-de-três (√3) na proporção
da altura com o comprimento do módulo . ([Adaptado a partir
de:] Aguiar; Otto, 2010).
Ilustração 410 – Módulo 2x3 Temporary Bar, verificando-se o
enquadramento do quadrado na proporção da altura com o
comprimento do módulo. ([Adaptado a partir de:] Aguiar; Otto, 2010).
Ilustração 411 – Módulo 1x3 Temporary Bar, verificando-se o
enquadramento do duplo quadrado na proporção da altura
com o comprimento do módulo . ([Adaptado a partir de:] Aguiar;
Otto, 2010).
Os módulos foram construídos fora do recinto, devido a serem leves foram depois
transportados para serem fixos à estrutura principal esta feita no lugar.
A estrutura principal era uma estrutura metálica feita a partir de vigas e pilares
metálicos tubulares de secção quadrada, à qual se fixaram os módulos. Erguendo
assim o bar num processo de assemblagem de unidades para chegar a um todo,
Ilustração 398 e 400.
Os vãos existentes no projecto como acima referido respeitavam a lógica criada pelas
caixas, como referido anteriormente, para estes funcionarem foram aplicadas
dobradiças metálicas, na porta que abre para o exterior , Ilustração 412, e a janela do
balcão que abria em fole para o exterior, fixando-se a meio vão, Ilustração 413.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 224
Ilustração 412 – Abertura da Porta Temporary Bar. ([Adaptado a
partir de:] Aguiar; Otto, 2010).
Ilustração 413 – Abertura janela balcão Temporary Bar.
([Adaptado a partir de:] Aguiar; O tto, 2010).
O interior era um espaço alto e vazio, tendo apenas duas bancadas para a
preparação, armazenamento e refrigeração das bebidas. A rede de luzes LED foi fixa
no interior do bar, instalando luzes em cada caixa, na parte côncava, conseguindo
assim o efeito requerido de uma caixa de luz. À excepção da porta e da janela do bar
todas as caixas tinham luzes instaladas.
3.2. ANDY WARHOL TEMPORARY MUSEUM
Localização
O projecto Andy Warhol Temporary Museum, realizado no ano de 2013, implantou -se
na Praça Central no Rés-do-Chão, dentro do Centro Comercial Colombo em Lisboa,
Ilustração 417.
Ilustração 414 – Localização a partir de orto -fotomapa.
([Adaptado a partir de:] Apple Inc., 2016).
Ilustração 415 – Localização e eixos viários de acesso a partir de orto -
fotomapa. ([Adaptado a partir de:] Apple Inc., 2016).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 225
Como se pode observar, Ilustração 414 e 415, o Centro Comercial Colombo encontra-
se a Norte da Rua Galileu Galilei e Avenida Lusíada, a Sul da Rua Albert Einstein, a
Oeste da Rua Aurélio Quintanilhas e a Este da Avenida do Colégio Militar e Avenida
Eusébio da Silva Ferreira. Encontrando -se ainda a Sul do Terminal Rodoviário Colégio
Militar, oferecendo assim um bom acesso ao centro comercial, pela rede de
transportes públicos que fazem paragem no terminal, e com a ligação à rede do metro
de Lisboa (Linha Azul, estação Colégio Militar). A Este do centro comercial encontra -
se ainda o Estádio da Luz, com todas as redes viárias existentes que o circun dam e a
rede de transportes públicos que efectuam paragem perto do centro comercial,
oferecem bons acessos a este.
Ilustração 416 – Planta Centro Comercial Colombo, com
localização de acessos e percursos até à praça central por
acessos pedonais exteriores. ([Adaptado a partir de:] Sonae
Sierra, 2016).
Ilustração 417 – Planta Cobertura, localização Andy Warhol
Temporary Museum, Lisboa 2013 . (LIKEarchitects, 2013).
O ingresso pedonal para o centro comercial no Rés-do-Chão pode ser feito por quatro
portas de entrada, pela Porta Ocidente na Rua Galileu Galilei, por duas portas que dão
acesso à estação de metro Colégio Militar e pela Porta Oriente na Avenida do Colégio
Militar, Ilustração 416.
O acesso mais curto pelo Rés-do-Chão à Praça Central, pela Porta Ocidente encontra -
se assinalado a linha vermelha, pelas portas que dão acesso à estação de metro
encontram-se assinalados com linha verde e azul e pela Porta Oriente encontra -se
assinalado a linha amarela, Ilustração 416.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 226
O acesso à Praça Central apenas pode ser feito no Rés-do-chão, podendo ser acedida
para quem entra a partir dos parques de estacionamento por qualquer outro corredor
que liga a Praça Central ao Corredor Central a ssinalado a azul, Ilustração 416. No piso
um e piso dois apenas se tem ligação visual com a Praça Central.
Programa
O projecto Andy Warhol Temporary Museum apresentou -se como uma estrutura
museológica, resultado de um concurso por convite promovido pela Sottart, Sonae
Sierra. Era uma pequena galeria/museu de arte temporário que expôs obras do artista
Andy Warhol, dentro do Centro Comercial Colombo e inserido na iniciativa “A Arte
Chegou Ao Colombo”. Era um espaço de cultura dentro de um espaço comercial,
concebido para expor a exposição “Andy Warhol – Icons | Psaier Artworks and the
Factory”, com um total de 32 obras de Andy Warhol e curadoria de Maurizio Vanni.
Este museu temporário tinha 75m 2 de área, era espaço fluido, com quatro “salas”
expositivas, onde se expunham e distribuíam as 32 obras de Andy Warhol, tinha ainda
duas entradas, uma em cada extremo para garantir a fluidez do percurso do visitante.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 227
Ilustração 418 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013 .
(LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 419 – Planta Andy Warhol Temporary Museum,
Lisboa 2013. (LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 420 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013 .
(LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 421 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa
2013. (LIKEarchitects, 2013).
Conceito
O Andy Warhol Temporary Museum, foi criado para expor 32 obras do artista de Pop
Art Americano. Para tal o colectivo inspirou -se nas obras do artista, criando um
pequena galeria de 75m 2, que recriava um ambiente entre o Pop e o Industrial, pelo
uso de uma materialidade diferente. Foram empregues objectos do uso quotidiano,
subtendo-os independentemente da forma e da função. Neste caso fora m latas de
tinta em alumínio, criando assim com este objecto uma relação com a obra do artista.
O uso das latas de tinta remetiam também para a afamada obra de Andy Warhol
“Campbell’s Soup Can”, assumindo assim ao museu um carácter iconográfico, ligando-
se à obra do artista. Esta subversão foi pensada também para criar um espaço
museológico que não fosse abstracto e branco, mas sim um espaço de re flexos e
reflexão para o visitante, estas foram também determinantes na métrica do museu, as
latas funcionaram como elemento modular em todo o museu determinando a métrica
deste e a definição de vãos.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 228
O interior era um espaço contínuo, fechado, introspectivo e limitado, devido às
paredes continuas de latas. Havia apenas ligação visual através da cobertura que era
transparente. Para permitir a entrada de luz e a relação visual entre o espaço cultural e
o espaço comercial e vice-versa de maneira a confrontarem-se.
O emprego das latas e as relações criadas entre os dois espaços reflectiam assim a
obra do artista e relacionavam-se, pela crítica à sociedade consumista, e por sua vez a
sociedade de consumo era reflectida literalmente nas latas de forma amorfa.
As obras estavam assim distribuídas no interior por uma sucessão de quatro salas
expositivas, que se organizavam por temáticas, no que resultou num novo corredor,
que se implantou no meio da Praça Central do centro comercial, que desafiava a
simetria e a racionalidade daquele espaço comercial, e que tinha todo o centro
comercial como espaço de ingresso.
Ilustração 422 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013 .
(LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 423 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013 .
(LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 424 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013 .
(LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 425 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013.
(LIKEarchitects, 2013).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 229
Estudo Forma(l) e Espacial
O projecto Andy Warhol Temporary Museum, apresentava uma planta de forma
irregular, que resultava na sucessão de quatro salas expositivas, com uma área total
de 75m2, com 15,3m na fachada de mais comprida e outra com 12,7m, Ilustração 426
e 427, e tinha uma altura total de 3,3m, Ilustração 427 e 428 .
Ilustração 426 – Planta museu, com dimensões exteriores.
([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 427 – Fachadas museu, com dimensões. ([Adaptado a
partir de:] LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 428 – Corte museu, com dimensões. ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013).
As quatro salas tinham dimensões diferentes, havendo três salas com a forma de
rectângulo e uma sala quadrada, Ilustração 426 , o que fazia com que as fachadas na
totalidade se apresentassem como um rectângulo, ou vários rectângulos, Ilustração
427. Os cantos eram redondos suavizando as formas das salas e a forma total do
museu.
Dentro do pensamento da tradição clássica verifica -se que o projecto era uma
sucessão de três salas rectangulares e uma quadrada, como se pode observar na
Ilustração 429.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 230
Ilustração 429 – Planta museu, verificando-se a sucessão de salas e as diferentes formas existentes . ([Adaptado a partir de:]
LIKEarchitects, 2013).
Cada sala desenvolvia-se de maneira diferente, a sala 1, Ilustração 430, dentro do
pensamento da tradição clássica não verificava o rectângulo √3, como se encontra
identificado a linha azul na Ilustração 430. A sala 2, Ilustração 431 , apresenta-se como
um quadrado assinalado a linha vermelha na Ilustração 431, a sala 3, Ilustração 432,
não verifica o rectângulo √5, ass inalado a azul na Ilustração 432. A sala 4, Ilustração
433 não verifica o rectângulo √3, ass inalado a azul na Ilustração 433.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 231
Ilustração 430 – Planta museu, verificando-se o enquadramento
do rectângulo raiz-de-três (√3) na proporção do comprimento da
sala. ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 431 – Planta museu, verificando-se o enquadramento
de um quadrado. ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 432 – Planta museu, verificando-se o enquadramento
do rectângulo raiz-de-cinco (√5) na proporção do comprimento da
sala. ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 433 – Planta museu, verificando-se o enquadramento
do rectângulo raiz-de-três (√3) na proporção do comprimento da
sala. ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013).
No desenvolvimento das fachadas, verifica-se que todas elas se apresentam como
rectângulos, Ilustração 434, mas não apuravam, as regras do pensamento da tradição
clássica. A fachada da Ilustração 435 , não verifica o rectângulo √13, assinalado a linha
azul, Ilustração 435, a fachada da Ilustração 436 , não verifica o rectângulo √21,
assinalado a linha azul, Ilustração 436.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 232
Ilustração 434 – Fachadas museu, verificando-se a inscrição do rectângulo . ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 435 – Fachada museu, verificando-se o
enquadramento do rectângulo raiz-de-treze (√13) na
proporção do comprimento da fachada . ([Adaptado a partir
de:] LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 436 – Fachada museu, verificando-se o enquadramento do
rectângulo raiz-de-vinte e um (√21) na proporção do comprimento da
fachada. ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013).
A partir das latas, que criaram toda a métrica e serviram de sistema modula r é
possível verificar que a abertura dos vãos de entrada foi feita tendo em conta as
dimensões destas. As duas portas tinham a largura de seis latas e a altura de cinco
latas, Ilustração 437, dentro do pensamento da tradição clássica, a altura dos vãos de
entrada não verificam o rectângulo √2, ass inalado a azul na Ilustração 437 .
Ilustração 437 – Porta de entrada do museu, verificando -se a proporção altura com a largura e o enquadramento do rectângulo raiz -de-
dois (√2) na proporção da altura . ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2013).
O espaço interior era contínuo, fluído e sem interrupções, Ilustração 426 , com a
existência de dois vãos de entrada nos topos para garantir um percurso contínuo e
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 233
fluido. A cobertura transparente permitia uma comunicação visual com o espa ço
comercial e a entrada de luz, Ilustração 421 , 423 e 425.
Técnica Construtiva
A construção do museu temporário tirou partido de um único ob jecto, que serviu de
módulo, a lata de tinta, que definia toda a métrica do museu, num total de 1500 latas
de alumínio, de 25L usadas, que construíram todas as paredes.
A partir deste módulo, pode-se verificar que o museu tinha uma altura equivalente a
oito latas, 3,30m, Ilustração 438. Para resolver os problemas de estabilidade que oito
filas de latas poderiam causar, nas três primeiras filas as latas estavam cheias de
areia, identificado com o número 3 na Ilustração 438, tornando-as assim as fundações
do museu, e capacitando assim o suporte das seguintes cinco filas de latas. Para as
latas não se moverem foram fixas umas às outras através de uma soldadura,
identificado com o número 2 na Ilustração 438 e Ilustração 439, a soldadura garantiu a
estabilidade e fixação dos elementos.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 234
Ilustração 438 – Pormenor Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013 . (LIKEarchitects, 2013).
O pavimento, foi resolvido com uma borracha pitonada preta de 3mm, identificado com
o número 5 na Ilustração 438, que por sua vez assentava sobre placa s de MDF de
16mm, identificado com o número 6 na Ilustração 438 e Ilustração 440, estas placas
por sua vez encontravam-se assentes cobre barrotes de madeira com 80x80mm,
identificado com o número 7 na Ilustração 438, construindo assim o toque no solo, as
latas de tinta foram depois empilhadas sobre o pavimento.
Ilustração 439 – Montagem Andy Warhol Temporary Museum,
Lisboa 2013. ([Adaptado a partir de:] Heap, 2013).
Ilustração 440 – Montagem Andy Warhol Temporary Museum,
Lisboa 2013. ([Adaptado a partir de:] Heap, 2013).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 235
A cobertura transparente estava presa entre a última fila de latas e a penúltima fila, e
era uma tela de PVC Cristal, identificado com o número 4 na Ilustração 438. No interior
as obras estavam presas às paredes através de uma corrente metálica, cada obra,
identificado com o número 10 na Ilustração 438, havia ainda um pequeno ponto de
luz/foco LED com mola para cada obra, que se prendia nos rebordos das latas de
tinta, identificado com o número 11 na Ilustração 438.
As portas feitas em latas, tinham a dimensão de cinco latas de altura por seis de
largura, com sistema de abertura pivotante. O qual era feito através de um pivot onde
foram empilhadas seis latas, Ilustração 443.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 236
Ilustração 441 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013 .
(LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 442 – Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013.
(LIKEarchitects, 2013).
Ilustração 443 – Montagem Andy Warhol Temporary Museum, Lisboa 2013 . ([Adaptado a partir de:] Heap, 2013).
3.3. WONDERWALL
Localização
O projecto wonderWALL, realizado no ano de 2014, implantou -se na Praça Central no
Rés-do-Chão, dentro do Centro Comercial C olombo em Lisboa, Ilustração 447 .
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 237
Ilustração 444 – Localização a partir de orto -fotomapa.
([Adaptado a partir de:] Apple Inc., 2016).
Ilustração 445 – Localização e eixos viários de acesso a partir de orto -
fotomapa. ([Adaptado a partir de:] Apple Inc., 2016).
Como se pode observar, Ilustração 444 e 445, o Centro Comercial Colombo encontra -
se a Norte da Rua Galileu Galilei e Avenida Lusíada, a Sul da Rua Albert Einstein, a
Oeste da Rua Aurélio Quintanilhas e a Este da Avenida do Colégio Militar e Avenida
Eusébio da Silva Ferreira. Encontrando -se ainda a Sul do Terminal Rodoviário Colégio
Militar, oferecendo assim um bom acesso ao centro comercial, pela rede de
transportes públicos que fazem paragem no terminal, e com a ligação à rede do metro
de Lisboa (Linha Azul, estação Colégio Militar). A Este do centro comercial encontra -
se ainda o Estádio da Luz, com todas as redes viárias existentes que o circundam e a
rede de transportes públicos que efectuam paragem perto do centro comercial,
oferecem bons acessos.
Ilustração 446 – Planta Centro Comercial Colombo, com
localização de acessos e percursos até à praça central por
acessos pedonais exteriores. ([Adaptado a partir de:] Sonae
Sierra, 2016).
Ilustração 447 – Planta Cobertura, localização wonderWALL, Lisboa
2014. (LIKEarchitects, 2015b).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 238
O ingresso pedonal para o centro comercial no Rés-do-Chão pode ser feito por quatro
portas de entrada, pela Porta Ocidente na Rua Galileu Galilei, por duas portas que dão
acesso à estação de metro Colégio Militar e pela Porta Oriente na Avenida do Colégio
Militar, Ilustração 446.
O acesso mais curto pelo Rés-do-Chão à Praça Central, pela Porta Ocidente encontra -
se assinalado a linha vermelha, pelas portas que dão acesso à estação de metro
encontram-se assinalados com linha verde e azul e pela Porta Oriente encontra -se
assinalado a linha amarela, Ilustração 446.
O acesso à Praça Central apenas pode ser feito no Rés-do-chão, podendo ser acedida
para quem entra a partir dos parques de estacionamento por qualquer outro corredor
que liga a Praça Central ao Corredor Central a ssinalado a azul, Ilustração 446. No piso
um e piso dois apenas se tem ligação visual com a Praça Central.
Programa
O projecto wonderWALL era um espaço desenhado para albergar a instalação “The
Pool” da artista Jen Lewin, uma instalação que constava de 100 discos interactivos de
luzes LED. Este espaço foi o resultado da encomenda por parte da entidade Sottart,
Sonae Sierra. Era um espaço cilíndrico suspenso e de pele abstracta com 153,94m 2
de área, onde a artista apresentou a sua instalação em Lisboa. Não havendo nenhum
vão de entrada demarcado, o interior podia ser acedido por qualquer parte do
perímetro da circunferência do pavilhão. Tornando o projecto completamente
permeável, devido à materialidade escolhida, também a este não tocar no solo,
apresentando uma faixa de luz de modo a cativar a atenção de quem passava ao que
se passava no interior.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 239
Ilustração 448 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects, 2015b).
Ilustração 449 – wonderWALL, Lisboa 2014.
(LIKEarchitects, 2015b).
Ilustração 450 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects, 2015b).
Ilustração 451 – wonderWALL, Lisboa 2014.
(LIKEarchitects, 2015b).
Conceito
O projecto wonderWALL foi criado para expor uma instalação da artista Jen Lewin,
como acima referido. A natureza da instalação “The Pool” ditou as premissas para o
desenho e materialização do pavilhão, em que o colectivo decid iu criar um espaço
imersivo, que quem o visitava/entrava estava consciente dessa vontade de descobrir o
que havia no interior.
Para tal o projecto era completamente permeável, não existindo um ponto de entrada
específico, feito a partir de tiras de tecido, que construíam uma p ele abstracta e
sensível aos fluxos de ar e à circulação das pessoas. Foi concebido como um espaço
cilíndrico para enfatizar a centralidade da instalação e de maneira a não criar barreiras
interiores, para uma apropriação do espaço e uma maior interacção c om a instalação.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 240
As cores das faixas de tecido fizeram também parte integrante das premissas iniciais,
devido a ser uma instalação de luzes, a fachada era feita com tiras pretas, e o interior
não era visível do lado de fora para o controlo da luminosidade da instalação, era um
espaço completamente fechado, das galerias superiores podia -se ver a cobertura que
funcionava como uma tela circular suspensa a partir da clarabóia existente na Praça
Central do centro comercial, e onde era evidenciado o processo cons trutivo do
pavilhão. As tiras de tecido não tocavam no chão de maneira a cativar os visitantes ao
interior do espaço.
O interior era completamente branco, de modo a fazer sobressair a instalação e
enfatiza-la, tirando partido de esta reflectir as cores nas faixas de tecido branco
criando assim ambiências diferentes e um espaço em constante mutação.
Ilustração 452 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects,
2015b).
Ilustração 453 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects,
2015b).
Ilustração 454 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects,
2015b).
Ilustração 455 – wonderWALL, Lisboa 2014. (LIKEarchitects,
2015b).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 241
Estudo Forma(l) e Espacial
O projecto wonderWALL, apresentava -se em planta como uma circunferência, com
14m de diâmetro, 7m de raio, com uma área total de 153,94m 2, Ilustração 456. A altura
total era de 4m, e a altura útil no interior de 3,35m, Ilustração 457, 458 e 459.
Ilustração 456 – Planta wonderWALL, Lisboa 2014 . ([Adaptado a
partir de:] LIKEarchitects, 2015b).
Ilustração 457 – Fachada wonderWALL, Lisboa 2014 . ([Adaptado
a partir de:] LIKEarchitects, 2015b).
Ilustração 458 – Corte wonderWALL, Lisboa 2014 . ([Adaptado a
partir de:] LIKEarchitects, 2015b).
Ilustração 459 – Corte pormenorizado wonderWALL, Lisboa
2014. ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2015b).
O espaço apresentava-se como um cilindro pelo exterior, adoptando esta forma para
melhor expor a instalação da artista, o interior era um círculo percorrível de qualquer
ponto para qualquer ponto, o ingresso era feito a partir de qualquer parte da
circunferência criada pelas faixas de tecido, que materializavam o espaço. Não
existindo vãos de entrada definidos, intenção de projecto dos arquitectos, de modo a
ser um espaço acessível e cativante para o visitante, isto era aliado a outra estratégia,
as faixas de tecido não tocavam no chão como se pode ver na Ilustração 459. O
espaço era completamente fechado e branco no interior, reflectindo as cores das luzes
dos discos que compunham a instalação e criando um ambiente interior sempre em
mutação e envolvendo este num processo de descoberta.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 242
Dentro do pensamento da tradição clássica, verifica -se que o espaço tinha uma
circunferência como planta, Ilustração 460, e o espaço interior era um círculo,
Ilustração 461. A proporção do diâmetro da circunferência com a altura total, verifica-
se que não apura o rectângulo √12, como se encontra identificad o a linha azul na
Ilustração 462.
Ilustração 460 – Planta wonderWALL, verificando-se a
circunferência da planta . ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects,
2015b).
Ilustração 461 – Planta wonderWALL, verificando-se o círculo
interior, área útil. ( [Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2015b).
Ilustração 462 – Fachada wonderWALL, verificando-se o enquadramento do rectângulo raiz-de-doze (√12) na proporção do diâmetro
com a altura. ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2015b).
Técnica Construtiva
O espaço wonderWALL materializou -se e ganhou forma, a partir de faixas de tecido,
pretas e brancas, num total de 20000 faixas de tecido. Estas faixas estavam presas à
estrutura principal do espaço, que se encontrava suspensa por cabos de aço de 8mm
de diâmetro, identificado com o número 9 na Ilustração 463, à cúpula existente na
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 243
Praça Central do centro comercial. A estrutura principal era feita através de vigas de
aço inoxidável de secção em C com 100x50x3mm, identificado com o número 1 na
Ilustração 463. No total foram usadas 96 vigas, 32 vigas dispostas no raio da
circunferência e 64 dispostas no perímetro, Ilustração 464 marcado com linha
vermelha. As vigas estavam todas aparafusadas umas ás outras.
Ilustração 463 – Detalhes construtivos, wonderWALL . (LIKEarchitects, 2015b).
Sobre as vigas de aço em ambas as faces no perímetro foi preso um painel de PVC de
5mm, para conferir o formato de uma circunferência, identificado com o número 3 na
Ilustração 463, e sobre o círculo para construir a cobertura e isolar o interior da luz, f oi
colocada uma membrana de PVC têxtil perfurado, os furos tinham 5mm de maneira a
passar as faixas de tecido, identificado com o número 2 na Ilustração 463, as faixas
eram presas à estrutura através dessa membrana com um nó , as faixas de tecido
preto eram as faixas exteriores para garantir um melhor isolamento da luz e as
brancas no interior para o reflexo da luz. O nó prendia as faixas à estrutura e deixava -
as sensíveis à deslocação de ar, e tornava a fachada totalmente permeável.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 244
Ilustração 464 – Planta wonderWALL, marcação das vigas . ([Adaptado a partir de:] LIKEarchitects, 2015b).
Ilustração 465 – Montagem wonderWALL, Lisboa 2014 . (Powell,
2015).
Ilustração 466 – Montagem wonderWALL, Lisboa 2014 . (Powell,
2015).
Ilustração 467 – Montagem wonderWALL, Lisboa 2014 . (Powell,
2015).
Ilustração 468 – Montagem wonderWALL, Lisboa 2014 . (Powell,
2015).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 245
3.4. SALVADOR DALÍ TEMPORARY MUSEUM
Localização
O projecto Salvador Dalí Temporary Museum , realizado no ano de 2015, implantou-se
na Praça Central no Rés-do-Chão, dentro do Centro Comercial Colombo e m Lisboa,
Ilustração 472.
Ilustração 469 – Localização a partir de orto -fotomapa.
([Adaptado a partir de:] Apple Inc., 2016).
Ilustração 470 – Localização e eixos viários de acesso a partir de orto-
fotomapa. ([Adaptado a partir de:] Apple Inc., 2016).
Como é possivel observar, Ilustração 469 e 470, o Centro Comercial Colombo
encontra-se a Norte da Rua Galileu Galilei e Avenida Lusíada, a Sul da Rua Albert
Einstein, a Oeste da Rua Aurélio Quintanilhas e a Este da Avenida do Colégio Militar e
Avenida Eusébio da Silva Ferreira. Encontrando -se ainda a Sul do Terminal Rodoviário
Colégio Militar, oferecendo assim um bom acesso ao centro comercial, pela rede de
transportes públicos que fazem paragem n o terminal, e com a ligação à rede do metro
de Lisboa (Linha Azul, estação Colégio Militar). A Este do centro comercial encontra -
se ainda o Estádio da Luz, com todas as redes viárias existentes que o circundam e a
rede de transportes públicos que efectuam paragem perto do centro comercial,
oferecem bons acessos a este.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 246
Ilustração 471 – Planta Centro Comercial Colombo, com
localização de acessos e percursos até à praça central por
acessos pedonais exteriores. ([Adaptado a partir de:] Sonae
Sierra, 2016).
Ilustração 472 – Planta Cobertura, localização Salvador Dalí
Temporary Museum, Lisboa 2015 . (Stevens, 2015).
O ingresso pedonal para o centro comercial no Rés-do-Chão pode ser feito por quatro
portas de entrada, pela Porta Ocidente na Rua Galileu Galilei, por duas portas que dão
acesso à estação de metro Colégio Militar e pela Porta Oriente na Avenida do Colégio
Militar, Ilustração 471.
O acesso mais curto pelo Rés-do-Chão à Praça Central, pela Porta Ocidente encontra-
se assinalado a linha vermelha, pelas portas que dão acesso à estação de metro
encontram-se assinalados com linha verde e azul e pela Porta Oriente encontra -se
assinalado a linha amarela, Ilustração 471.
O acesso à Praça Central apenas pode ser feito no Rés-do-chão, podendo ser acedida
para quem entra a partir dos parques de estacionamento por qualquer outro corredor
que liga a Praça Central ao Corredor Central a ssinalado a azul, Ilustração 471. No piso
um e piso dois apenas se tem ligação visual com a Praça Central.
Programa
O projecto Salvador Dalí Temporary Museum era uma estrutura museológica
temporária dentro de um espaço comercial, resultado de um concurso privado,
promovido pela Sottart, Sonae Sierra. Este museu foi criado para expor 100 aguarelas
de Salvador Dalí, inspiradas na obra literária de Dante Alighieri “A Divina Comédia”.
Esta mostra inseria-se na iniciativa “A Arte Chegou Ao Colombo”, promovida pela
Centro Comercial Colombo.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 247
Tal como o projecto Andy Warhol Temporary M useum, este projecto era um espaço
cultural dentro de um espaço comercial, no qual o objectivo era expor a colecção de
aguarelas intitulada de “A Divina Comédia Salvador Dalí”, com um total de 100
aguarelas do artista catalão.
O museu era um espaço labiríntico, com 153,76m2 de área, com nove salas
expositivas todas interligadas, permitindo um percurso no interior livre tornando-se
labiríntico, no decorrer destes percursos distribuíam-se e expunham-se as 100 obras
do artista.
Ilustração 473 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015 .
(Ilustração nossa, 2015).
Ilustração 474 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015 .
(LIKEarchitects, 2016b).
Ilustração 475 – Planta Salvador Dalí Temporary Museum,
Lisboa 2015. (Stevens, 2015).
Ilustração 476 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015 .
(LIKEarchitects, 2016b).
Conceito
O projecto Salvador Dalí Temporary Museum, foi criado para expor 100 aguarelas do
artista catalão Salvador Dalí, inspiradas na obra “A Divina Comédia” de Dante
Alighieri, como referido anteriormente. Inspirando-se na obra de Dante e no universo
surrealista da obra de Dalí, o co lectivo criou o museu com 153,76m2, com um
ambiente surrealista.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 248
A organização do museu, vinha da composição estrutural da Obra de Dante,
inspirados no simbolismo do número três da obra de Dante, que era visível no layout
do espaço a referência a essa composição da obra literária, organizando-se em três
alas temáticas: Inferno, Purgatório e Paraíso, cada uma com três salas, num total de
nove salas interligadas. Assumindo também um layout labiríntico, que permitia ao
visitante deambular no interior do museu e dar à obra de Dante aliada com as
aguarelas de Dalí, a sua própria interpretação. Isto devido à racionalidade da planta e
à abertura dos vãos, que ocorria da intersecção de duas paredes, onde era deixado
um vazio para servir de ligação entre as salas e o exterior, espaço comercial.
O ambiente surrealista era dado através da construção das paredes, feitas por uma
superimposição de camadas de esferovite, a sucessão de camadas horiz ontais de
espessuras diferentes que definiam as paredes, e a deslocação das camadas a partir
de um eixo, assumiam uma estratificação irregular, que evidenciava as linhas
horizontais e criava sombras mutáveis ao longo do dia. Ligando assim o espaço ao
universo surrealista do artista e seduzindo o espectador para esse universo.
O pavimento de fibra de coco contribuía para um momento de descanso no centro
comercial, e fazia com que o projecto se assumisse como um espaço cultural e um
refúgio onde as pessoas podiam alhear-se do frenesim diário.
A não existência de cobertura servia para que das galerias superiores do ce ntro
comercial se pudesse verificar as várias rotas possíveis no interior do museu e as
rotas dos visitantes, evidenciando a liberdade de leitura . Permitia também uma ligação
visual com o museu e do museu para o espaço comercial, e o museu usufruía também
de entrada de luz natural, pela clarabóia existente na Praça Central.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 249
Ilustração 477 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015 .
(LIKEarchitects, 2016b).
Ilustração 478 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015 .
(Ilustração nossa, 2015).
Ilustração 479 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015 .
(LIKEarchitects, 2016b).
Ilustração 480– Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015 .
(LIKEarchitects, 2016b).
Estudo Forma(l) e Espacial
O museu Salvador Dalí Temporary Museum, apresentava uma planta quadrada de
12,40x12,40m de lado, perfazendo uma área total de 153,76m 2, e no interior
subdividia-se em nove salas expositivas de planta quadrada, cada uma com
3,60x3,60m (zona útil) com uma área útil de 12,96m 2, Ilustração 482.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 250
Ilustração 481 – Axonometria Salvador Dalí Temporary Museum ,
Lisboa 2015. (Stevens, 2015).
Ilustração 482 – Planta Salvador Dalí Temporary Museum,
Lisboa 2015. ([Adaptado a partir de:] S tevens, 2015).
A altura total do museu era de 3m, e a altura do s vãos de 2,20m, Ilustração 483 e 484.
Como os vãos resultava da intersecção de duas paredes, os vãos dos topos e tinham
0,80m de largura e os vãos centrais nas fachadas 2m de largura, Ilustração 482, 483 e
484, no interior a largura dos vãos de sala para sa la era de 0,80m, Ilustração 484. As
paredes feitas de esferovite tinham 0 ,40m de espessura, Ilustração 484.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 251
Ilustração 483 – Fachada Salvador Dalí Temporary Museum,
Lisboa 2015. ([Adaptado a partir de:] S tevens, 2015).
Ilustração 484 – Corte Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa
2015. ([Adaptado a partir de:] Stevens, 2015).
Ilustração 485 – Axonometria museu antes da abertura de vãos .
(Ilustração nossa, 2016).
Ilustração 486 – Axonometria museu com a abertura dos vãos .
(Ilustração nossa, 2016).
O interior foi dividido em três alas temáticas, que ditaram a organização da exposição:
Inferno, Purgatório e Paraíso, cada ala com três alas expositivas, Ilustração 487. No
total como acima referido o interior do museu estava dividido em nove salas
expositivas, de planta quadrada, como anteriormente referido, Ilustração 488. Esta
organização das salas proporcionava um deambular das pessoa s no interior e um
layout labiríntico, deixando o espectador percorrer a exposição como queria.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 252
Ilustração 487 – Planta Salvador Dalí Temporary Museum com
marcação das três alas temáticas. ([Adaptado a partir de:]
Stevens, 2015).
Ilustração 488 – Planta Salvador Dalí Temporary Museum com
marcação das salas interiors (planta quadrada). ([Adaptado a
partir de:] S tevens, 2015) .
Dentro do pensamento da tradição clássica, verifica -se que o projecto tinha uma planta
quadrada, como acima referido, Ilustração 489. Este quadrado foi dividido em três para
criar as alas temáticas, e pode-se verificar que cada ala temática apura o rectângulo
raiz-de-oito, Ilustração 490 assinalado a linha azul, na proporção da extensão com a
largura.
Ilustração 489 – Planta museu, verificando-se a planta quadrada.
([Adaptado a partir de:] Stevens, 2015).
Ilustração 490 – Planta museu, verificando-se o enquadramento
do rectângulo raiz-de-oito (√8) na proporção da largura com o
comprimento das alas temáticas. ([Adaptado a partir de:] Stevens,
2015).
A proporção da altura total com o comprimento do museu, pode -se verificar que não
apura o rectângulo raiz-de-dezassete, Ilustração 491 assinalado a linha azul. E a
proporção da altura dos vãos centrais da fachada verifica -se que não apuram o
rectângulo raiz-de-dois, Ilustração 492 assinalado a linha azul, e a proporção da altura
dos vãos dos topos e interiores, não verificam o rectângulo raiz-de-oito, Ilustração 493
assinalado a linha azul.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 253
Ilustração 491 – Fachada museu, verificando-se o enquadramento do rectângulo raiz -de-dezassete (√17) na proporção do comprimento
da fachada. ([Adaptado a partir de:] S tevens, 2015).
Ilustração 492 – Fachada museu, verificando-se o
enquadramento do rectângulo raiz-de-dois (√2) na proporção
da altura do vão central com a largura . ([Adaptado a partir
de:] Stevens, 2015).
Ilustração 493 – Corte museu, verificando-se o enquadramento do
rectângulo raiz-de-oito (√8) na proporção da altura dos vãos dos topos
e interiores com a largura . ([Adaptado a partir de:] Stevens, 2015).
Técnica Construtiva
A construção do museu temporário para as obras de Dalí, foi feito inteiramente de
placas de esferovite. Ele materializou-se pelo empilhamento de várias placas de
esferovite com espessuras diferentes. Criando camadas horizontais diferentes, estas
placas embora de espessuras diferentes tinha m todas a mesma largura de 0,40m,
Ilustração 494.
Ao empilhar as placas, estas foram todas deslocadas a partir de um eixo,
evidenciando assim linhas horizontais e dando a aparência requerida de um
estratificação, de modo a criar-se um ambiente ligado ao unive rso surrealista da obra
de Dalí, Ilustração 498, 499, 500, 501 e 502.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 254
Ilustração 494 – Corte em detalhe Salvador Dalí Temporary Museum . ([Adaptado a partir de:] Stevens, 2015).
O pavimento era uma simples alcatifa de fibra de coco, que preenchia a área útil
interior, circundando as placas de esferovite que tocavam no solo. Foram instalados
focos de luzes LED sob as obras, estando o sistema eléctrico escondido no interior do
esferovite que foi escavado. Havia ainda monitores com projecção de vídeo no início
de cada ala temática, que estavam presos a uma estrutura no interior das paredes de
esferovite, Ilustração 495, 496 e 497.
Ilustração 495 – Axonometria Montagem
museu, Lisboa 2015. ([Adaptado a partir
de:] LIKEarchitects, 2016b).
Ilustração 496 – Axonometria Montagem
museu, Lisboa 2015. ([Adaptado a partir
de:] LIKEarchitects, 2016b).
Ilustração 497 – Axonometria Montagem
museu, Lisboa 2015. ([Adaptado a partir
de:] LIKEarchitects, 2016b).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 255
Ilustração 498 – Salvador Dalí Temporary Museum, Lisboa 2015 .
(Ilustração nossa 2015).
Ilustração 499 – Salvador
Dalí Temporary Museum,
Lisboa 2015. (Ilustração
nossa 2015).
Ilustração 500 – Salvador
Dalí Temporary Museum,
Lisboa 2015. (Ilustração
nossa 2015).
Ilustração 501 – Salvador
Dalí Temporary Museum,
Lisboa 2015. (Ilustração
nossa 2015).
Ilustração 502 – Salvador
Dalí Temporary Museum,
Lisboa 2015. (Ilustração
nossa 2015).
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 257
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para efémero existem vários termos, esta palavra provém do grego ephêmeros, que
tinha como definição: que dura um dia. Algo que no passar do tempo se manteve
inalterado e só veio a acrescentar mais sinónimos como: algo de curta duração, breve,
passageiro, temporário, transitório, impermanente. Aplicado na arquitectura estes
termos são sinónimos de “arquitectura efémera”. Imperm anente vem de
impermanência que segundo Cristina Díaz e Efrén García :
“Las arquitecturas no permanentes, vinculadas a un lim itado espacio de tiempo tras el
cual desaparecen, se proponen como alternative operative real asociada a las prácticas
derivadas de la movilidad y la deslocalización especial. […] Son arquitecturas que
estabelecen una relación con el paisaje lim itada temporalmente y se manifiestan como
un acontecimiento, una proposición que no permanence y que no modifica tras de sí el
lugar donde se asienta.” (1999, p. 322)
Com isto a arquitectura efémera surge com o mito da cabana e acompanha o homem
desde a fase do nomadismo até ao sedentarismo em que aparece a arquitectura de
índole perene. Nas seguintes fases a arquitectura efémera pontuava momento s de
festa e glória como os arcos de triunfo, festas de casamentos reais, festas religiosas
etc. com o intuito de reforçar a crença e respeito na sociedade.
Com a revolução industrial em plena época de revivalismos e ecletismos, a
arquitectura efémera elevou-se e passou para além de uma arquitectura meramente
festiva para um mostruário das evoluções técnicas da altura. Sendo a própria
arquitectura a evolução com a introdução de novos materiais, com a introdução do
ferro e do vidro com os palácios de cristal e também como pavilhões temporários que
albergavam máquinas inovativas para a época. Assim começou o certame das
exposições universais que continuaram nos anos seguintes com o mesmo
pensamento de mostruário das inovações técnicas. C om as exposições de Paris
começou-se também a organizar as exposições por pavilhões de vários países, cada
país um construía o pavilhão de acordo com os movimentos artísticos e
arquitectónicos em vigor, utilizando estruturas de madeira e cobrindo estas com
estafe.
No séc. XX existe uma mudança de paradigma, a arquitectura efémera continua a
servir de mostruário e a manifestar-se nas exposições universais mas com outras
questões inerentes a ela , começa-se a experimentar novas materialidades e novas
formas. Neste século é abandonado definitivamente a ideia de halls gerais nas
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 258
exposições universais e passa-se a apresentar com pavilhões nacionais e privados . A
arquitectura efémera salta também das exposições para o quotidiano da sociedade,
mas sempre como base de experimentação em busca de soluções para a sociedade
emergente e para o pensamento arquitectónico, como é o caso da exposição “casas
no jardim” no MoMA. Este despegar das exposições universais fez com que a
sociedade despertasse interesse para a arquitectura não só perene como efémera.
Na sociedade contemporânea o recurso à arquitectura efémera é cada vez mais
recorrente. Isto porque ela serve e tem capacidade de dar resposta às mais variadas
exigências e necessidades do quotidiano. Serve como uma resposta a catástrof es
naturais, é uma arquitectura reactivadora do espaço público com diversas abordagens,
desde espaços expositivos, pavilhões que albergam uma série de eventos. Hoje em
dia manifestam-se como obras de arte, espaços de mostruário como é o caso do
Prada transformer do arquitecto Rem Koolhaas, um pavilhão multifacetado
desenvolvido para a marca de produtos de luxo Prada, ou como os pavilhões da
Serpentine Gallery que tiveram inicio no ano 2000 e albergam actividades culturais nos
meses de Verão. Está presente também como pavilhões para marcas de luxo mas
para os eventos de moda do mundo inteiro, como espaços espontâneos que
aparecem nas cidades ou integrados em eventos.
Toda a evolução da arquitectura efémera encontra denominadores comuns, o de ser
uma arquitectura cultural, experimental, que pontua momentos de celebração, servir
como uma arquitectura para mostras, de constituir espaços de fruição e pelo emprego
de novos materiais.
A marca LIKEarchitects®, era uma marca de arquitectura contemporânea, que teve
grande destaque, por criarem espaços temporários expositivos, participarem em
eventos performativos criando arquitecturas performativas sempre com o intuito de
reactivação do espaço público, usando materiais do dia a dia e invulgares para as
suas obras, sempre com a ideia de experimentar e de criar novos espaços de fruição.
A marca criou assim o contraponto com a evolução histórica e um consenso,
demonstrando que a arquitectura efémera é um processo de experiências sempre na
vanguarda da arquitectura. Mas estas experimentações podem-se relacionar com a
tradição clássica como foi demonstrado, actual mas sempre com denominadores
comuns com toda a arquitectura.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 259
À medida que a sociedade evoluiu a arquitectura efémera a par da perene também
teve a sua evolução, tal como o pensamento inerente a ela. Os aspectos formais e o
propósito alteram-se e continuaram em constante mutação, é esse o desejo da
sociedade e dos arquitectos que caminha m para um pensamento cada vez mais de
mutabilidade, impermanência, nomadismo. Esta arquitectura torna-se apetecível
porque é experimental, de rápida execução e vem sempre com o intuit o de
desassossegar a sociedade.
É a arquitectura da memória, porque mesmo desaparecendo continuará na memória
colectiva da sociedade e perpetua -se apenas em relatos e imagens. Embora existam
edifícios que primeiramente foram pensados como efémeros mas que ficaram no
tempo e ainda hoje podem ser vistos e visitados.
A arquitectura efémera continua a ser um meio de experimentação, uma base de uma
procura para algo que poderá vir a ser erguido posteriormente como perene.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 261
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Rogério André Moreira Branco 299
L ISTA D E A PÊNDICES
Apêndice A - Os casos portugueses.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 303
Os casos portugueses
Nas exposições universais
Com a criação dos Pavilhões Nacionais em 1867, nas Exposições Universais, Portugal
adoptou e passou a fazer-se representar com estas construções temporárias, tal como
os demais países, fora dos grandes halls expositivos mas tendo sempre parte
expositiva neles. Este modelo fora tão apreciado e apelativo tornando assim os
Pavilhões Nacionais em dispositivos obrigatórios nas Exposições Universais, tornando
a ideia de halls gerais obsoleta.
A primeira representação de Portugal com um pavilhão nacional foi na exposição de
1867 em Paris, a primeira exposição em que se realizaram estes dispositivos como
anteriormente referido, encontrando-se este no parque envolvente ao Palais du
Champ de Mars. Projectado pelo arquitecto Rampin Mayor163, foi erguido num estilo
neomanuelino, e tinha como objectivo a apresentação de produtos coloniais
pretendendo dar uma imagem de fausto e de exotismo, que era associável aos tempos
idos de glória do império português.
[…] de planta centralizada, era dominada por um torreão octogonal, com cúpula e
lanternim de remate bolboso, com uma torre de minarete. O corpo principal, ladeado
por duas outras cúpulas bolbosas de menores dimensões, era envolvido por uma galilé
com abundante ornamentação goticizante. A volumetria e o gosto evocam -nos o novo
palácio de Monserrate, em Sintra, cuja a obra antecede num par de anos a Exposição
de Paris. (Martins; Souto, 2000, p. 354)
Ilustração 503 – Pavilhão de Portugal, Paris 1867 . (Pereira, 2000, p. 355).
A presença portuguesa na área do parque expositivo da Exposição de 1873 em Viena
de Áustria não foi como em Paris na mostra anterior, “muitos foram os países que
optaram não por estruturas representativas das suas arquitecturas nacionais” (Souto,
2011, p. 141). Portugal optou por mostrar um modelo de uma escola primária,
completamente pré-fabricada em madeira, em Lisboa, isto porque “se enquadrava
numa prática de contenção de custos defendida por Fradesso da Silveira” (Souto, 1
201, p. 142), com isto o pavilhão português contribuiria para uma menor despesa de
pessoal, tornando-se à noite depois do fecho, o local de repouso para os empregados
do comissário de Portugal na exposição. Esta decisão partira do Comissário Português
para a exposição de Viena como acima referido, Fradesso da Silveira 164, de maneira a
163 Rampin Mayor (?) foi um arquitecto, não existe nenhuma informação biográfica do arquitecto. A não
ser que é a ele dada a autoria do pavilhão de Portugal na Exposição Universal de Paris em 1867. 164 Joaquim Henriques Fradesso da Silveira (1825-1875) foi Lente de Física e Química na Escola
Politécn ica de Lisboa com 19 anos, e Director do Obsevatório Meteorológico da mesma escola. Foi
fundador e presidente da Associação Promotora da Indústria Fabril e sócio honorário das Associações
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 304
combater a já grande despesa que era a deslocação de tudo para Vien a e dois
escritórios um na cidade e outro no Prater, para isso os quartos no piso superior que
era a residência do professor da escola primária serviriam para então acomodar o
pessoal, dando uma habitação decente, porque os vencimentos do pessoal não
permitia também o pagamento de elevadas rendas.
Ilustração 504 – Pavilhão de Portugal, Viena 1873 . (Souto, 2011. p. 143).
Portugal como nas restantes exposições fez-se representar nas várias secções da
exposição de Filadélfia em 1876, distribuindo os produtos agrícolas e industriais pelas
suas secções e nos respectivos “halls” que constituíam os edifícios principais da
exposição. Ainda teve um pavilhão no recinto da exposição com projecto do arquitecto
H. J. Schwarzmann165 e Hugh Kafka166, feito inteiramente de madeira, não era
destinando à mostra de produtos mas sim para acomodar o comissariado de Portugal
e visitantes, sendo que ficou com a designação de Portuguese Government Building.
Comerciais de Lisboa e do Porto. Desempenhou importantes cargos públicos como Chefe da Repatição
de Pesos e Medidas, membro do Conselho Geral das Alfândegas entre outros. Fradesso da Silveira
recebeu várias distinções da coroa portuguesa e colaborou com jornais como o Diário de Notícias e o
Jornal do Commercio entre outros. 165 Hermann J. Schwarzmann (1846-1891) foi um arquitecto alemão, formou-se na Real Academia
Militar de Munique. Em 1868 muda-se para os E.U.A. para Filadélfia, onde começa a trabalhar. Em 1876
abre atelier com George Pohl mas acaba por fechar, no ano seguinte abre com Hugo Kafka o
Schwarzmann & Kafka e o Schwagerl & Co. com Edward Schwagerl, cessando as parcerias em pouco
tempo. Em 1881 muda-se para Nova Iorque onde abre o H. J. Schwarzmann & Co. com Albert Buchman
até ao ano de 1888 quando se reforma. Schwarzmann ficou conhecido por ser o arquitecto chefe e
principal criador dos edifícios principais da Exposição Universa l de Filadélfia em 1876. 166 Hugh Kafka (?) foi um arquitecto norte americano, não há grandes dados biográficos do arquitecto.
Apenas que é filho do arquitecto austro-húngaro Hugo Kafka que se mudou para os E.U.A. para ajudar
Schwarzmann na exposição de Filadélfia. Hugo estabeleceu-se me Nova Iorque com um escritório. Hugh
sucedeu ao pai na chefia do escritório de arquitectura.
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Rogério André Moreira Branco 305
Ilustração 505 – Pavilhão de Portugal, F iladélfia 1876 . (Souto, 2011. p. 143).
Portugal não se excluiu de construir um pavilhão nacional na exposição de Paris em
1878. Um pavilhão em que o arquitecto Jean Louis Pascal167, projectara uma síntese
do mosteiro dos Jerónimos e da Batalha, estando o pavilh ão entre o dos Países
Baixos e do Luxemburgo. O pavilhão tinha uma fachada para a Rue des Nations e
outra para uma rua perpendicular a esta, este pavilhão “apresentou uma complexidade
invulgar ao desenvolver uma síntese que envolveu uma relação exterior/interior”
(Souto, 2007, p. 207) reproduzindo no interior os clau stros de ambos os mosteiros. O
arquitecto reproduziu fielmente a fachada do pórtico sul dos Jerónimos virado para a
Rue des Nations.
O prolongamento da fachada da secção portuguesa ao longo da galeria perpendicular
à rua das Nações definia um pórtico/diafragma que conciliava o estudo e o interesse
que os mosteiros de Belém e da Batalha haviam despertado em Pascal. (Martins;
Souto, 2000, p. 358)
Ilustração 506 – Pavilhão de Portugal na Rue des
Nations, Paris 1878. (Pereira, 2000, p. 357).
Ilustração 507 – Pavilhão de Portugal, Interior
da Rue des Nations, Paris 1878 . (Pereira,
2000, p. 356).
Ilustração 508–
Pavilhão de Portugal na
Rue des Nations, Paris
1878. (Pereira, 2000, p.
357).
A fachada nesta rua perpendicular era composta por duas partes distintas, uma por
dois arcos do claustro do Mosteiro dos Jerónimos fielmente reproduzidos, a outra parte
reproduzindo um fragmento do claustro do Mosteiro da Batalha. Esta fachada era uma
das mais originais de entre os vários pavilhões naquela rua, e foi alvo de grande
167 Jean Louis Pascal (1837-1920) foi um arquitecto francês, estudou na Escola de Belas-Artes de Paris,
começou a trabalhar no atelier de Gilbert, depois no de Questel. Em 1866 ganha o prém io de Roma, e em
1872 sucede a Questel na chefia do atelier tronando-se professor na Escola de Belas-Artes de Paris.
Pascal colaborou com Charles Garnier na Opera de Paris (1875) e com Henri Labrouste na sala de le itura
da antiga Biblioteca Nacional de Par is (1875). Entre os seus trabalhos destaca-se a Faculdade de
Medicina de Bordéus.
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Rogério André Moreira Branco 306
admiração por entre os espectadores, que fez com que fosse obtido um
reconhecimento pela representação de Portugal.
Já fora do palácio nos terrenos do Trocadéro, as nações poderiam erguer um segundo
pavilhão nacional se assim o pretendessem. No caso de Portugal ergueu -se um
pavilhão das colónias, fora do Palácio da Indústria numa porção de terreno que estava
destinada a plantações no seu extremo.
Ilustração 509 – Pavilhão das Colónias Portuguesas, Paris 1878 . (Pereira, 2000, p. 358).
Este Pavilhão das Colónias combinava ecleticamente elementos manuelinos com
azulejos policromados neo-mudéjares e bastantes detalhes de fantasia. A composição
convencional e estática, dominada por um volume térreo paralelepipédico encimado
por cúpula central, resultava temperada por um sabor vagamente orientalizante.
(Martins; Souto, 2000, p. 362)
Portugal fora representado na exposição de Antuérpia em 1885 por iniciativa privada,
tendo como impulsionador a Sociedade de Geografia de Lisboa com apoio financeiro
do Banco Ultramarino que era o “principal agente do comércio africano português”
(Souto, 2011, p. 192), a Sociedade de Geografia depois de garantido o apoio
financeiro contou também com o apoio do Ministro da Marinha e das Colónias Manoel
Pinheiro Chagas168. Posto isto fora negociado com a Comissão Belga e com
representantes do banco a área para o pavilhão português, sendo requisitada e dada
uma área de 2000m2. O pavilhão fora erguido com “um carácter mourisco” (Souto,
2011, p. 196), uma decisão tomada devido a este aspecto oriental ser na altura muito
bem recebido e apreciado pelo público em geral, e estes modelos serem bem
recebidos e terem sucesso nestes certames, pois estes registos correspondiam nas
exposições universais “à vertente de “parque de atrações” que estas adquiriram em
especial a partir de 1867.” (Martins; Souto, 2000, p. 362). Este pavilhão tinha uma
planta rectangular, e usava arcos em ferradura na fachada, o corpo central era mais
elevado e encimado por um grande arco em ferradura que no centro tinha
representado as armas do reino português. Este corpo era ladeado por duas torres -
minaretes estreitas que tinham como remate cúpulas bolbosas, enquadrando assim o
volume central e dando inicio a uma “arcaria de cada lado” (Martins; Souto, 2000, p.
362) que pelo seu ritmo davam destaque ao corpo central.
168 Manoel Pinheiro Chagas (1842-1895) foi um político e escritor português, destacou-se como Ministro
da Marinha e das Colónias e como romancista, historiador e dramaturgo. Tendo publicado vários
romances e escrito várias peças de teatro que se mantiveram em encenação por um longo período de
tempo.
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Rogério André Moreira Branco 307
Ilustração 510 – Pavilhão de Portugal, Antuérpia 1885. (Pereira, 2000, p. 359).
A representação portuguesa no certame de Paris em 1889, foi preparada pela
Associação Industrial Portuguesa, presidida por João Crisóstomo Melício 169. Que
iniciara a preparação finda a exposição nacional na Avenida da Liberdade em 1888.
Inicialmente foram encomendados a Leidenfrost170 dois pavilhões que foram
rejeitados. Cabendo assim a Hermant171 de projectar o pavilhão a erguer-se no Quai
d’Orsay colado ao Pavilhão da Alimentação. O pavilhão português encontrava -se rente
ao rio Sena, por isso o arquitecto procurou remeter o pavilhão para a frente ribeirinha
lisboeta, fazendo referência a vários elementos que evocavam a Torre de Belém.
Ilustração 511 – Planos Pavilhão de Potugal rejeitado de Leidenfrost para Paris 1889 . (Nogueira, 2016).
A composição dos alçados, a decoração das varandas, das guarnições dos vãos, da
platibanda – com abundância de elementos neo-barrocos (e neo-rococó) – buscavam
sugerir um palácio urbano “da época faustosa de D. João V”. O torreão por outro lado,
169 João Crisóstomo Melício (1837-1899) foi um político português, estudou Direito na Universidade de
Coimbra. Terminado o curso muda-se para Lisboa onde começa uma carreira jornalística e política,
afiliando-se em 1860 ao Partido Progressista. Em 1880 foi um dos fundadores da Associação de
Jornalistas e Escritores Portugueses. Em 1886 co-fundador do jornal Gazeta do Povo, no qual exerceu o
papel de redactor principal. Em 1888 é nomeado Visconde pelo rei D. Luis I, pelos serviços prestados na
realização da Exposição Industrial Portuguesa em 1888. 170 Leidenfrost (?) foi um arquitecto francês, após uma pesquisa não foram encontrados mais dados
biográficos do arquitecto. 171 Jacques-René Hermant (1855-1930) foi um arquitecto francês, formou-se na Escola de Belas-Artes
de Paris em 1874, trabalhou com o pai, o arquitecto Pierre -Antoine Achille Hermant em 1884 na Caserna
da Guarda Republicana de Paris. Entre 1914 e 1920 foi presidente da Sociedade de Arquitectos
Diplomados do Governo, enquanto desempenhava o cargo de arquitecto chefe da Vila de Paris,
reformando-se em 1924.
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Rogério André Moreira Branco 308
numa clara alusão à torre dos Clérigos no Porto, procurava os seus modelos no
barroco religioso. Ao nível do primeiro piso, no ângulo mais saliente uma guarita
cilíndrica de cobertura gomosa reclamava ainda a memória dos “monumentos de
Belém”. [...] Mas, muito embora a glória das especiarias estivesse ainda presente, era o
fausto do ouro e dos diamantes a referência dominante. (Martins; Souto, 2000, p. 363)
Ilustração 512 – Pavilhão de Portugal, Paris 1889 . (Souto, 2011, p. 219).
A decoração do interior do pavilhão ficara a cargo de Rafael Bordalo Pinheiro 172,
decorando o interior, com o que para ele era a mais importante expressão da
nacionalidade portuguesa. Este era dividido em três pisos, o térreo estava dividido em
quatro com um vestíbulo de entrada, a sala central com a exposição dos vinhos do
Porto e para a direita a exposição florestal e para a esquerda a de minerais e loiça das
Caldas. No primeiro andar existia um anexo que albergava a exposição de vinhos e
azeites, este pavilhão tinha uma abertura central que trespassava os três andares de
modo a iluminar a sala central, e dando uma alusão a um claustro com varandas
duplas ao redor. No total a exposição portuguesa distribuiu-se por 16 salas, sendo que
apenas cinco eram de produtos de Portugal, as restantes 11 era m dedicadas ás
colónias portuguesas. Os materiais de construção do pavilhão foram a madeira, lona e
gesso com vista a que este pavilhão fosse totalmente efémero. Em que a estrutura de
madeira foi revestida com lona e pintada de branco de maneira a sugerir um edifício
de pedra.
Apesar do carácter eclético do conjunto, inaugurava-se aqui uma nova genealogia nos
estilos revivalistas portugueses, um modelo que teria abundante descendência ao
longo do século seguinte. [...] agora pelo barroco nacional, era imediata a identificação
com a família das arquitecturas civilizadas, indubitavelmente ocidentais, modernas.
(Martins; Souto, 2000, p. 363)
Em Portugal foi constituída uma comissão para preparar a representação do país na
Exposição Histórico-Americana, em Madrid no ano de 1892, tendo ficado a Academia
Real das Ciências encarregue dos preparativos para se fazer representar Portugal. A
representação portuguesa organizava -se em quatro secções a secção documental e
bibliográfica, de etnografia americana, arte ornamental e marítima.
172 Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) foi um artista português, dedicou m aior parte da vida à
cerâmica. Nasceu numa família de artistas, dedicou-se em inícios de carreira ao desenho e à caricatura.
Rafael Bordalo Pinheiro integrou na primeira geração de naturalistas portugueses, fez parte do Grupo do
Leão com artistas como: Silva Porto, José Malhoa, João Vaz e o seu irmão Columbano Bordalo Pinheiro
entre outros. Em 1884 assume a direcção do sector artístico da Fábrica de Faianças das Caldas da
Rainha, onde se dedicou à criação de cerâmicas decorativas de temática naturalista e h umorística, onde
realizou a sua obra mais icónica, a personagem do Zé Povinho, realizada em 1875.
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Rogério André Moreira Branco 309
A recolha dos objectos a expor foi levada a ca bo pela academia, procurando no
Arquivo Nacional documentos dos navegadores portugueses, averiguando o paradeiro
de relíquias de modo a documentar este período dos descobrimentos. Ramalho
Ortigão173 fora nomeado o delegado português em Madrid, e foi a quem coube a tarefa
de selecção dos objectos a expor, de entre estes existiam tapeçarias, peças de
ourivesaria, móveis de inspiração indiana, livros, encadernações etc. Todos os
objectos foram feitos no séc. XV até meados do séc. XVI, e pela primeira vez houve a
oportunidade de se organizar uma mostra com um programa claro, ao contrário dos
restantes certames universais, sendo esse programa traduzido na selecção dos
objectos, compondo-se assim uma mostra com um programa puramente manuelino.
Ilustração 513 – Desenho de reprodução da entrada da Secção Portuguesa de Rafeal Bordalo Pinheiro na Exposição Histórico -
Americana em Madrid 1892. (Souto, 2011, p. 229).
Rafael Bordalo Pinheiro, ficou outra vez incumbido da decoração das instalações
portuguesas, “elaborou um exercício completo de composição e os seus desenhos
revelam de forma clara a inspiração em motivos arquitectónicos nacionais da época
dos Descobrimentos.” (Souto, 2011, p. 228). Compondo assim as nossas instalações,
a porta de entrada da sala principal era uma reprodução do pórtico de entrada da
Igreja de Madre de Deus em Lisboa, e no interior a ornamentação do tecto, das
molduras das portas, janelas e escaparates foram usado os temas frequentes nas
construções portuguesas dos séc. XV e XVI, mas desta usando cabos verdadeiros
armados com bóias de cortiça verdadeiras que foram executados por marinheiros da
Real Armada Portuguesa. Os azulejos usados na decoração foram todos produzidos
na fábrica das Caldas da Rainha e eram reproduções de azulejos existentes em
edifícios nacionais do séc. XVI.
Bordalo deu à reinterpretação do manuelino um sentido cenográfico inédito: procedeu
como que a uma “despetrificação” da arquitectura, para assumir plenamente o carácter
espectacular e efémero da intervenção, ao enfatizar a relação desses motivos
ornamentais com as suas fontes marinheiras, através de recusa na imitação da pedra
pelo gesso, tirando partido expressivo da natureza dos materiais empregues. (Souto,
2011, p. 229)
173 Ramalho Ortigão (1836-1915) foi um escritor português, estudou Direito na Universidade de Coimbra
em 1850. Começou a trabalhar como professor de francês no colégio dirigido pelo pai, o Colégio da Lapa
no Porto. Foi critico literário no Jornal do Porto, iniciando aí uma carreira como jornalista. Em 1870
começa a publicar textos no Diário de Notícias, e em 1871 inicia a carreira de escritor, com Eça de
Queirós com a publicação “As Farpas”, uma crónica mensal de política, letras e costumes. No mesmo ano
lança o seu primeiro romance “O Mistério da Estrada de Sintra”.
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Rogério André Moreira Branco 310
Os pavilhões feitos por Portugal para representar o país na Exposição Universal em
Paris no ano de 1900, foram palco de controvérsias nacionais, quer o pavilhão na Rue
des Nations no Quai d’Orsay quer o pavilhão das colónias no parque do Trocadéro.
Para a representação de Portugal na Rue des Nations e na secção colonial no
Trocadéro, foi lançado um concurso, para os pavilhões representativos do país. Foi
aberto em Maio de 1899 e o resultado dos vencedores saíra em Novembro do mesmo
ano, tendo como vencedor para ambos os locais da exposição o arquitecto Miguel
Ventura Terra174. Mas esta decisão ficou envolta em discórdias por parte de outros
arquitectos e críticos portugueses considerando que Raul Lino 175 merecia ser vencedor
e não o grande vencido. Esta escolha do vencedor e do vencido foi tomada pelo júri do
concurso que era composto pelo arquitecto José Luís Monteiro 176 e José Geraldo da
Silva Sardinha177, que leccionavam respectivamente nas Academias de Belas -Artes de
Lisboa e Porto, pelo presidente da associação de engenheiro s civis portugueses.
Para o concurso foram dados os programas, áreas e exigências a respeitar, como a
área máxima para o pavilhão colonial deveria ser de 350m2 para o pavimento térreo e
o pavimento superior de 150m em galeria, o pavilhão da Rue des Nations deveria ter
35m de comprimento e 10 de largura este deveria ainda na parte superior ter um piso
com 50m2 para escritórios do comissariado, ainda nestas exigências foram
concedidas plantas do sítio de implantação de cada pavilhão que serviriam não para
traçar o projecto mas também para respeitar as árvores existentes nos sítios.
Como acima referido a escolha para a representação portuguesa ficou acesa em
discórdias, havendo favoritismos para os projectos de Raul Lino, os apoiantes deste
foram Rafael Bordalo Pinheiro e José de Figueiredo178. Este ultimo edita um livro sobre
174 Miguel Ventura Terra (1866-1919) foi um arquitecto português, começou a estudar na Academia de
Belas-Artes do Porto em 1881, em 1884 torna-se por intermédio de concurso em arquitecto pensionista
do Estado de Paris. Para onde parte em 1886, onde retoma os estudos na Escola de Belas-Artes de Paris
e teve como professores Jules Louis André e Victor Alexandre Laloux. Em 1895 termina o curso em Paris,
e em 1896 regressa a Portugal, ano em que ganha o concurso para a remodelação das cortes de Lisboa
no Convento de S. Bento. Uma das suas maiores obras. 175 Raul Lino (1879-1974) foi um arquitecto português, em 1890 por decisão do pai foi v iver e estudar
para Inglaterra, mudando-se para a Alemanha em 1893 onde acabou o curso em 1897 na Handwerker
Kunstgewerbeschule em Hanover. Trabalhou no atelier de Albrecht Haupt, até voltar para Portugal onde
começa a carreira de arquitecto, recebeu o Diploma de Arquitecto apenas em 1926. A sua obra destaca -
se pela sensibilidade na inserção da obra no sítio e pela procura de uma arquitectura moderna
aliada/inspirada na habitação tradicional. Ventura Terra desempenhou um papel a ctivo no mundo da
arquitectura com uma vasta obra edificada e vários livros publicados. Foi também membro fundador em
1832 da Academia de Belas-Artes, e ocupou vários cargos como director em várias repartições publicas. 176 José Luís Monteiro (1848-1942) foi um arquitecto português, estudou na Real Academia de Belas -
Artes de Lisboa entre 1860 e 1868. Em 1873 muda-se para frança para estudar Arquitectura Civil na
École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts de Paris, tendo como mestre Jean Louis Pascal. Em 1878
conclui o curso e começa a trabalhar com o mestre. Em 1880, após ganho o concurso para o lugar de
Arquitecto-Chefe da 1ª Secção da Repartição Técnica da Câmara Municipa l de Lisboa, toma posse nesse
cargo. Desenvolvendo projectos como arquitecto camarário. Como arquitecto liberal foi autor do projecto
do Hotel Avenida Palace e de residências particulares. 177 José Geraldo da Silva Sardinha (1845-1906) foi um arquitecto português, estudou na Academ ia de
Belas-Artes do Porto entre 1863 e 1867. Em 1867 vai para Paris, para a Academia de Belas-Artes,
fazendo exame de admissão em 1870. Aí frequenta as aulas de Questel. Regressando no mesmo ano a
Portugal devido à guerra Franco-Prussiana, nesse ano em Portugal começa a leccionar Arquitectura Civil
na Academia de Belas-Artes do Porto. Em 1872 regressa a Paris para terminar os estudos, concluídos em
1873. A sua obra edificada encontra-se maioritariamente no Porto como o Palácio Episcopal entre outras.
Em 1878 torna-se regente da cadeira Arquitectura Civ il na academia e foi professor de Miguel Ventura
Terra. 178 José de Figueiredo (1872-1937) foi um escritor, crítico e historiador de arte português, estudou direito
na Universidade de Coimbra em 1893. Ocupou o cargo de Director do Museu Nacional de Arte Antiga
entre 1911 e 1937, e foi presidente da Academia Nacional de Belas-Artes entre 1932 e 1937. Na sua obra
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a ida de Portugal à exposição de 1900 sob o nome “Portugal na Exposição de Paris”
no ano de 1901, nele traça duras críticas aos pavilhões de Ventura Terra, nunca
escondendo o seu favoritismo pelo projecto de Raul Lino, criticava a escolha dos
estilos arquitectónicos dos pavilhões. Considerando que o projecto vencedor não era
um bom representante de arquitecturas nacionais ao contrário dos projectos levados a
concurso de Raul Lino.
Ilustração 514 – Pavilhão de Raul Lino para a Exposição Universal de Paris em 1900 na Rue des Nations . (Pereira, 2000, p.366).
O pavilhão das colónias nos terrenos do Trocadéro evidenciava uma clara influência
da arquitectura ecléctica francesa que se vivia na altura, não tivesse Ventura Terra
estudado em Paris, nos pavilhões ele “revelava os efeitos da sua permanência em
Paris, como destacado aluno de Laloux, na École Impériale des Beaux -Arts.” (Martins;
Souto, 2000, p. 365). Este pavilhão era constituído por:
[…] planta cruciforme inscrita num quadrado, acentuava a dupla simetria repetindo em
cada uma das fachadas o tema do grande pórtico em arco. Os ângulos resolviam -se
em volumes cilíndricos, coroados por esferas armilares e a cobertura elevava-se em
zimbório sobre todo o centro de edifício numa preferência nítida pela linha curva.
(Souto, 2011, p. 253).
Ilustração 515 – Pavilhão das Colónias Portuguesas, Paris 1900 .
(Pereira, 2000, p. 364).
Ilustração 516 – Reclame do Pavilhão das Colónias Portuguesas,
Paris 1900. (Souto, 2011, p. 254).
Ocupava uma área total de 395m2 e era feito com Madeira e gesso. O interior do
pavilhão era rodeado por uma galeria ao nível do primeiro piso “deixando a parte
central aberta e livre até ao intradorso da cúpula, onde João Vaz pintou uma alegoria
às descobertas marítimas portuguesas.” (Souto, 2011, p. 253). E no exterior existiam
um grupo de estátuas de mulheres que ornamentavam a fachada principal que
como escritor e historiador de arte destaca-se o seu estudo “O Pintor Nuno Gonçalves” e “Arte portuguesa
primitiva” (1910).
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simbolizavam as colónias portuguesas e sustentavam o escudo com as armas
nacionais.
A representação portuguesa na Rue des Nations, era dedicada à exposição de matas,
caça, pesca e industrias químicas, e fazia -se com um pavilhão de planta rectangular,
com uma forma que evocava a tipologia de chalet. Tinha um telhado projectado que se
apoiava numa estrutura aparente de madeira e num dos topos existia /elevava-se um
piso que estava disposto perpendicularmente ao corpo do piso térreo, este piso fora
feito para albergar os escritórios do comissariado da representação portuguesa.
No piso térreo “um envasamento era decorado com azulejos apresentando motivos
alusivos à marinhagem.” (Souto, 2011, p. 254). O acesso ao interior fazia -se por uma
escadaria que estava disposta contiguamente à via transversal. O interior do pavilhão
que apresentava um vasto piso térreo, estava dividido em duas salas, a primeira
localizada na direcção da Pont des Invalides, que tinha seis painéis de João Vaz179
neles representados os seis portos de pesca de maior relevância em Portugal e era a
sala da exposição de pesca marítima. A sala seguinte era onde estavam os produtos
da caça, florestas e indústrias diversas, ainda no piso superior havia uma galeria que
se unia ao piso térreo através de duas escadas circulares. Todo o pavilhão tinha como
materiais a madeira, gesso e estafe pronunciando -se assim uma vez mais como um
pavilhão efémero e de rápida execução e ocupando uma área de 350m2.
Ilustração 517 – Pavilhão de Portugal na Rue des Nations de
Miguel Ventura Terra, Paris 1900 . (Pereira, 2000, p. 366).
Ilustração 518 – Pavilhão de Portugal na Rue des Nations de
Miguel Ventura Terra, Paris 1900 . (Souto, 2011 p. 255).
Os pavilhões que representaram Portugal nestas duas secções, foram como acima
referido, de influência francesa, mas nunca deixando de referir que os pavilhões
projectados por Raul Lino, o grande vencido do concurso, que ficara em terceiro lugar,
eram marcados pela formação germânica e romântica do arquitecto. Nesses pavilhões
o arquitecto “p rocurava a combinação de fragmentos da arquitectura tradicional,
vernacular e erudita, para exprimir uma imagem e valores nacionais.” (Martins; Souto,
2000, p. 365). Este apoiado por Rafael Bordalo Pinheiro e José de Figueiredo como
acima referido, este ultimo referia que o projecto obedecia ao principio de
regionalidade, e Bordalo Pinheiro faria uma sátira ao apelidar o pavilhão da Rue des
Nations de Ventura Terra de “Water-Closet cosmopolita” e o pavilhão colonial de
“jazigo das Colónias portuguesas” enquanto que o projecto de Raul Lino era o um
lindo projecto de casa típica portuguesa.
Portugal para a exposição realizada no Rio de Janeiro em 1922 fez -se representar
oficialmente com dois pavilhões, neles era desejada uma arquitectura que
179 João Vaz (1859-1931) foi um pintor português, formou-se na Academia de Belas-Artes de Lisboa,
tendo sido aluno de Tomaz Anunciação. João Vaz fez parte do Grupo do Leão. Em 1897 fo i nomeado
Académico de Mérito da Academia Nacional de Belas-Artes. Foi sócio-fundador do Grémio Artístico e da
Sociedade Nacional de Belas-Artes. A sua obra é na sua maioria pinturas de paisagens marítimas.
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representasse e identificasse a arquitectura nacional, e ao mesmo te mpo que fosse
aparatosa de maneira a integrarem-se e que tivessem destaque dos outros pavilhões
com arquitecturas de outras nações estrangeiras que se representavam neste certame
também. Estes eram um Pavilhão das Indústrias, que tiveram como autores de
projecto os irmãos Rebelo de Andrade180, o outro era o Pavilhão de Honra que fora
projectado por Cottinelli Telmo 181 e Carlos Ramos182. Ambos os pavilhões foram feitos
num estilo barroco joanino (barroco nacional).
O Pavilhão das Indústrias era composto por “dois grandes torreões laterais, ligados
por dois pórticos a um corpo central com portal de gala, sacada e frontão
contracurvado.” (dos Santos, 1994, p. 18). O interior deste pavilhão era dotado de um
grande átrio central de planta quadrangular com arcadas e entradas de luz zenital, e
um primeiro piso com uma galeria de circulação, nas torres laterais seria reproduzido o
mesmo sistema mas mais simplificado. Este ocupava uma área total de 4000m2.
Ilustração 519 – Pavilhão Portugês das Indústrias, Rio de Janeiro
1922. (Leite, 2015).
Ilustração 520 – Pavilhão Portugês das Indústrias, Rio de Janeiro
1922. (Leite, 2015).
Já o Pavilhão de Honra, tinha uma área total de 400m2, era constituído por um único
volume de planta quadrangular “com portal e janelões festivos, sobrepujado pelo
tradicional torreão octogonal” (dos Santos, 1994, p. 18), apresentando -se assim um
pavilhão com uma linguagem da arquitectura civil do tempo de D. João V, no interior
era parecido com o pavilhão das indústrias com uma galeria superior a circundar o hall
central, mas esta galeria tinha uma abertura circular e foi o sítio onde se expuseram os
objectos de arte de pequenas dimensões.
180 Rebelo de Andrade foi uma dupla de arquitectos, que eram irmãos. Composta por Carlos Rebelo de
Andrade (1887-1971) e Guilherme Rebelo de Andrade (1891-1969). Os irmãos assinavam sempre os
projectos em conjunto destacando-se da sua obra a Fonte Luminosa na Avenida Dom Afonso Henriques
(1938), Museu Nacional de Arte Antiga (1940) e uma moradia na Av. Columbano Bordalo Pinheiro, Lisboa
que recebeu o prémio Valmor em 1939. 181 Cottinelli Telmo (1897-1948) foi um arquitecto e cineasta português, estudou arquitectura na Escola
de Belas-Artes de Lisboa, terminando o curso em 1920. Enquanto estudava co laborou na produção de
filmes de Leitão de Barros em 1918. Entre 1923 e 1943 foi arquitecto da CP, sendo autor da estação Sul
Sueste no Terreiro do Paço (1931), da Colónia de Férias da CP na Praia das Maçãs (1943) e do
Sanatório para Ferroviários das Penhas da Saúde (1945), agora uma pousada de Portugal, entre outros.
Com A. P. Richard em 1932 foi autor do estúdio da Tobis, onde realizou o filme A Canção de Lisboa.
Entre 1938 e 1942 foi director da revista Arquitectos. Cottinelli de ixou uma vasta obra edificada. 182 Carlos Ramos (1897-1969) foi um arquitecto português, estudou na Escola de Belas-Artes de Lisboa,
no curso de Arquitectura Civil. No curso conheceu Cottinelli Telmo, Paulino Montês, Pardal Monteiro,
Cristino da Silva e Carlos Rebelo de Andrade. Carlos Ramos pertenceu à primeira geração de arquitectos
modernistas portugueses.
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Rogério André Moreira Branco 314
Ilustração 521 – Pavilhão Portugês de Honra, Rio de Janeiro
1922. (Leite, 2015).
Ilustração 522 – Pavilhão Portugês de Honra, Rio de Janeiro
1922. (Leite, 2015).
Ambos os pavilhões foram feitos com uma estrutura de ferro, estafe, gesso e madeira.
E o Pavilhão das Indústrias seria mais tarde trazido de volta para Portugal, e fora
voltado a erguer onde é agora o Parque Eduardo VII, tendo sido usado como um
pavilhão de festas e depois transfo rmado num pavilhão desportivo, que é conhecido
como tal hoje em dia.
A representação portuguesa na exposição colonial em Sevilha em 1929 ocupou um
lote próximo da Praça de Espanha, no extremo do recinto. O concurso para o pavilhão
português foi lançado a 8 de Janeiro de 1928, e os resultados saíram em Março do
mesmo ano. Para este pavilhão era requisitado o seguinte programa: zona cultural
com 200m2, artes 500m2, colonial 500m2, comércio e indústria 500m2, agricultura
500m2, salão de projecções, festas e co nferências, salas ou galerias de vendas,
escritórios de administração, turismo e propaganda e dependências acessórias 500m2
este era o programa definido em concurso com as áreas que cada secção deveria ter.
Havia também uma cláusula que o orçamento do pavilhão deveria prever que uma
parte do edifício fosse permanente e outra provisória, sendo ainda hoje possível de
visitar a parte permanente, local onde se encontra o consulado geral de Portugal em
Sevilha. Para a construção deste edifício “dever -se-ia utilizar, tanto quanto possível,
materiais, ornamentações e partes de construção executadas em Portugal que se
transportariam por via marítima.” (da Silva, 2000, p. 109).
Sob o ímpeto de o pavilhão adoptar uma arquitectura nacional, o vencedor do
concurso foram os irmãos Rebelo de Andrade com uma proposta num revivalismo do
barroco nacional de D. João V. A concurso foram ainda Paulino Montês183 e Cristino
da Silva184 com pavilhões em estilo neomanuelino, e Cottinelli Telmo com um pavilhão
em estilo barroco também.
O pavilhão erguido dos irmãos Rebelo de Andrade era composto por um volume
principal o que acabou por permanecer até aos dias de hoje, que tem um “portal de
gala e cobertura bolbosa – a rotunda das artes” (dos Santos, 1994, p. 57) atrás deste
183 Paulino Montês (1897-1988) foi um arquitecto português, formou-se na Escola de Belas-Artes de
Lisboa em 1926. Pertenceu à primeira geração de arquitectos modernistas portugueses. Entre 1949 e
1967 foi professor de urbanismo e director da instituição de ensino onde se formou. Cabe a Paulino
Montês a autoria do plano do Bairro da Encarnação (1946) e do Bairro do Alvito (1947). 184 Luís Cristino da Silva (1896-1976) foi um arquitecto português, neto do pintor João Cristino da Silva.
Luís formou-se na Escola de Belas-Artes de Lisboa, terminando o curso em 1918. Em 1920 muda-se para
Paris para estudar nos ateliers de Léon Azéma e de Victor Laloux, regressando a Portugal em 1925. No
mesmo ano assina o projecto do cinema Capitólio. A partir de 1927 começa a colab orar com a Câmara
Municipal de Lisboa. Sob a alçada de Duarte Pacheco foi autor da Praça do Areeiro (1949), Plano da Av.
António Augusto Aguiar entre outras obras.
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corpo principal desenvolvia-se longitudinalmente em U invertido um claustro que era
rematado por cúpulas onde se encontravam as secções do comércio, colónias
agricultura, salão de festas e indústria que faziam também o fecho de um grande
pórtico central. O interior do pavilhão fora decorado com painéis decorativos de Abel
Manta185, Jorge Barradas186 e Lino António187 e com esculturas de Ruy Gameiro188. O
salão nobre do pavilhão tinha uma configuração “poligonal, com paredes pontuadas
por pilastras jónicas aos pares e revestidas de enormes tapeçarias heráldicas,
rasgadas de portais joaninos e, como cobertura, um tecto de caixotões ornamentados
com relevos de estuque dourado” (dos Santos, 1994, p. 59), já o claustro era decorado
com painéis de azulejo de Alves de Sá com grinaldas n eorrococó da autoria de João
da Silva189.
Ilustração 523 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1929 . (Figueiredo,
2010).
Ilustração 524 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1929 . (Figueiredo,
2010).
A secção das colónias ocupava a totalidade da ala esquerda do pavilhão, e era
rematada pelas secções do comércio e agricultura que ficavam no extremo do
pavilhão.
185 Abel Manta (1888-1982) foi um pintor português, formou-se em pintura em 1916 na Escola de Belas-
Artes de Lisboa. Entre 1919 e 1925 muda-se para Paris, onde expôs as suas obras nos salões e viajou
pela Europa. Regressando a Portugal em 1926, em 1932 torna -se professor na Escola de Belas-Artes de
Lisboa. A sua obra fora influenciada por Cézanne e pelo movimento impressionista. Os retratos,
naturezas mortas e paisagens compõem a sua obra como pintor. 186 Jorge Barradas (1894-1971) foi um pintor, ceramista, ilustrador e caricaturista português, iniciou a
formação na Escola Machado de Castro e na Escola de Belas-Artes de Lisboa, não terminando o curso.
Entre 1910 e 1920 dedicou-se ao desenho humorístico. Em 1930 e ao longo dessa década dedicou -se à
cenografia, elaborando cenários para o teatro de revista. Em 1945 começa a dedicar-se à cerâmica. 187 Lino António (1898-1974) foi um pintor português, iniciou o curso de pintura na Escola de Belas-Artes
de Lisboa,mas foi mais tarde transferido para a do Porto em 1915 onde terminaria o curso. Lino António
pertenceu à segunda geração de pintores modernistas portugueses, tendo uma vasta obra espalhada
pelo país como é o caso da Tapeçaria Olissipo no Hotel Ritz em Lisboa, os vitrais da Casa do Douro em
Peso da Régua entre outras, para além das pinturas. 188 Ruy Gameiro (1906-1935) foi um escultor português, estudou na Escola de Belas-Artes de Lisboa
terminando o curso em 1928. Ruy Roque Gameiro era filho de Roque Gameiro, artista português, e
discípulo de José Simões de Almeida. Apesar da morte prematura, Ruy Gameiro deixou alguma obra
feita, o que contribuiu para que seja considerado uma figura de referencia da segunda geração de artistas
portugueses. 189 João da Silva (1880-1960) foi um escultor, ourives e medalhista português, formou -se me Paris na
Escola de Belas-Artes, quando terminou o curso de medalhista foi trabalhar para a casa Fleuret como
cinzelador. Em 1901 muda-se para genebra onde começa a frequentar o curso de ourives e gravador na
Escola de Belas-Artes. De volta a Portugal iniciou carreira como escultor, ourives e medalhista. Foi o autor
da primeira moeda de ouro da república em 1916. Entre 1911 e 1914 foi professor de Arte Plicada,
Ourivesaria e de Desenho na Escola Marquês de Pombal.
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Ilustração 525 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1929 . (Figueiredo,
2010).
Ilustração 526 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1929 . (Figueiredo,
2010).
Toda esta parte posterior ao volume principal fora mais tarde destruída, deixando
apenas o corpo principal, obra que ainda hoje se pode visitar e como referido acima é
o lugar onde funciona o consulado de Portugal em Sevilha.
Portugal fez-se representar na exposição de Antuérpia no ano de 1930, mas devido à
proximidade do evento com a exposição de Sevilha do ano anterior, optou pelo
reaproveitamento de material dessa exposição, para a mostra de Antuérpia. Devido à
necessidade de uma rápida execução o comissário português optou por ocupar “um
espaço numa das galerias já construídas pelas entidades organizadoras do certame”
(dos Santos, 1994, p. 78). Nessa galeria foi construída uma fachada desenhada pelo
decorador Ventura Ferreira190 que era,
[…] uma modesta estrutura contrafortada de linhas ortogonais em dois andares, o
superior rasgado de janelões rectangulares moldurados por platibanda, rema tada por
um frontão recto escalonado. Sob este frontão improvisado surgia uma discreta cartela
rectangular com esferas armilares e cruzes de Cristo, enquanto a parte inferior da
fachada era rematada por duas medíocres esculturas representando Camões e o
Infante D. Henrique. (dos Santos, 1994, p. 79)
Esta fachada num estilo art déco, era modesta o que caracterizava também o interior,
que fora organizado de uma maneira muito limpa sem grandes luxos, e aparatos.
Apareciam apenas vitrines e paredes com mapas, fotografias e objectos vindos
directamente da exposição sevilhana. Vigorando assim no interior muito o gosto
oitocentista.
Como em Sevilha cada colónia teve uma representação própria, com gráficos
ilustrativos da sua administração, e produtos locais. Expostos em dispositivos
desenhados por Ventura Ferreira também feitos em madeira e de linhas ortogonais.
Apesar do pouco tempo para organizar a representação de Portugal numa mostra
deste carácter, o país abandonou o “gosto áulico de D. João V em representaçõe s
oficiais no estrangeiro” (dos Santos, 1994, p. 80), deixando assim de lado o
revivalismo de arquitecturas nacionais e adoptando uma linguagem estética cada vez
mais moderna.
A representação portuguesa na Exposição Colonial Internacional de Paris em 1931 foi
bem recebida, o mesmo acontecendo um ano após à de Antuérpia. Para tal foi aberto
um concurso para o pavilhão português, como já era habitual. Este concurso terminou
190 Ventura Ferreira (?) decorador português, após uma pesquisa não foram encontrados mais dados
biográficos.
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a 23 de Julho de 1929, sendo apresentados à Sociedade Nacional de Belas Artes
nove projectos, pertencentes aos arquitectos como: Raul Lino, os irmãos Rebelo de
Andrade, Norte Júnior191, Cassiano Branco192 entre outros.
Sendo o grande vencedor Raul Lino. E os grandes Vencidos os irmãos Rebelo de
Andrade.
O pavilhão de Portugal seria erguido num terreno difícil dentro do Bosque de
Vincennes como definiu a imprensa na altura, localizado na margem esquerda do lago
Doumesnil e perto da entrada principal, existência de árvores no sítio , que tinham de
ser respeitadas e de uma rua , não foi possível a construção de um pavilhão
monumental, sendo separadas as varias secções em quatro pavilhões.
Os pavilhões construídos, desenhados por Raul Lino, consistiam em dois pavilhões
históricos, que eram entendidos pelo arquitecto num estilo inspirado na época das
primeiras navegações. Um pavilhão metropolitano num estilo mais formal e inspirado
nos monumentos feitos no fim do séc. XVI. E por ultimo um pavilhão etnográfico onde
se encontravam expostos produtos, mapas etc. de Angola e Moçambique e este
pavilhão era baseado em arquitecturas destes mesmos países.
Ilustração 527 – Pavilhões de Portugal, Paris 1931 . (Figueiredo,
2010).
Ilustração 528 – Pavilhões de Portugal, Paris 1931 . (Figueiredo,
2010).
Os grandes vencidos, os irmãos Rebelo de Andrade concorreram novamente com um
pavilhão desenhado num estilo D. João V.
Os pavilhões históricos encontravam-se junto à margem do lago, desenvolviam -se
longitudinalmente e era visível pelos alçados a existência de um piso superior, tinham
uma fachada composta por paredes brancas e lisas que eram apenas rasgadas por
janelas e frestas. Com torreões cilíndricos rematados por coruchéus cónicos. Cada um
dos pavilhões em cada extremidade tinha um vestíbulo/galilé de p lanta quadrangular
191 Norte Júnior (1878-1962) foi um arquitecto português, começou a estudar Arquitectura Civil na Escola
de Belas-Artes de Lisboa em 1892, terminando o curso em 1900. Teve como professor José Monteiro,
que fez com que Norte Júnior de mudasse para Paris como bolsista p ara frequentar a Escola de Belas-
Artes. Quando regressa a Portugal começa a leccionar um curso livre de arquitectura. Em 1904 assina a
primeira obra, a Casa Malhoa em Lisboa, com ela ganha o seu primeiro prémio Valmor em 1905. Esta
obra foi a impulsionadora da sua carreira. O arquitecto deixou uma vasta obra edificada, principalmente
nas Avenidas Novas em Lisboa, desde residências a ed ifícios de habitação e de empresas,
estabelecimentos comerciais como o Café Nicola na Praça D. Pedro IV em Lisboa. 192 Cassiano Branco (1897-1970) foi um arquitecto português, matriculou-se na Escola de Belas-Artes
de Lisboa com 15 anos, mas apenas terminou o curso em 1932 com 35 anos. Tendo trabalhado enquanto
fazia o curso, os seus primeiros trabalhos datam de anos antes de ter minar o curso, e são eles alterações
ao Éden Teatro e para o Coliseu de Lisboa e o projecto de urbanização da Costa de Caparica. Cassiano
levou a cabo alguns estudos teóricos também e os seus últimos projectos datam de 1969.
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com arcos ogivais e encimado com ameias e merlões e as arestas eram compostas
por “torreões” cilíndricos iguais aos que existiam nos pavilhões.
Um dos pavilhões tinha planta quadrangular, mas no exterior os cantos chanfrados,
tornando o pavilhão num octógono irregular, este apresentava uma fachada virada
para a avenida, onde encontrava-se um pórtico em estilo neomanuelino.
O outro pavilhão tinha também planta quadrangular, os dois eram idênticos, mas este
sem os cantos chanfrados. Neste destacava -se uma torre de 35m com uma
terminação com coruchéus e em cada uma das faces uma cruz luminosa. Esta para
evidenciar a secção portuguesa que tinha como seus vizinhos árvores centenárias.
Neste pavilhão havia no piso superior uma ponte que atravessava a avenida e ligava -
se ao pavilhão etnográfico. A ponte era constituída por u ma estrutura pergolada, de
modo a evidenciar o aspecto meridional. Este elemento servia não só para ligar os
dois pavilhões, mas para também prender a atenção dos visitantes.
Ilustração 529 – Pavilhões de Portugal, Paris 1931 . (Figueiredo,
2010).
Ilustração 530 – Pavilhões de Portugal, Paris 1931. (Figueiredo,
2010).
O pavilhão metropolitano desenvolvia -se longitudinalmente, e tinha também um piso
superior que era visível na fachada. Esta no piso térreo era composta por uma galeria
que formava um vestíbulo composta por arcos de volta perfeita, moldurados por
pilastras, no piso superior encontrava -se uma loggia que era pontuada por colunas
rematadas por esferas. Nos extremos do pavilhão apareciam dois torreões iguais, com
uma janela e sob esta um frontão recto. Estes torreões eram rematados com uma
balaustrada, e tinham pilastras monumentais que eram coroadas por pináculos.
O pavilhão etnográfico, comummente conhecido como pavilhão de Angola e
Moçambique, por nele estarem expostas as cartografias e objectos desses países.
Tinha uma planta rectangular e uma cobertura plana. Na extremidade esquerda existia
um torreão “estilizado, com silhares apilastrados coroados de urnas e remate superior
de balaustrada” (dos Santos, 1994, p. 109). Seguindo -se-lhe um corpo rectangular
mais baixo em que a fachada era dividida “em três panos por pilastras lisas” (dos
Santos, 1994, p. 109), aparecendo ainda de seguida um pano mais estreito onde se
fazia a ligação da ponte que vinha do pavilhão histórico. Por fim o extremo oposto ao
do torreão era composto por um volume rectangular onde estava o pórtico de acesso,
a fachada deste era também dividida em três por pilastras monumentais que eram
coroadas por urnas. O sector central era rematado por uma balaustrada, e no piso
térreo tinha três arcos iguais de volta perfeita que eram moldurados por pilastras que
se estendiam para cima da balaustrada. E sob esta aparecia o escudo de Portugal.
Pelo despojo de ornamentos apenas tendo os elementos essenciais este pavilhão
adopta uma linguagem da arquitectura chã.
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Apesar das diferentes épocas em que o arquitecto de inspirou para cada um dos
pavilhões, é de notar que mantêm uma linguagem claramente uniforme, diferentes
mas parecidos, deixando transparecer uma imagem de unidade que daria para
perceber que os quatro pavilhões pertenciam a um único país, Portugal.
Para além dos pavilhões, Portugal ainda teve representantes no pavilhão geral da
Cidade das Informações. Com representação das colónias do oriente que fora
escolhido pelo governador de Moçambique, e das colónias do ocidente escolhido o
representante pelo governador de Angola. Havendo ainda publicidade e produtos de
empresas privadas como a Companhia Nacional de Navegação, Companhia Colonial
de Navegação, Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.
Para a Exposição Internacional em Bruxelas no ano de 1935 a representação
portuguesa ficou a cargo da Casa de Portugal em Antuérpia, devido a Portugal não ter
tempo nem dinheiro para a construção de um pavilhão que pudesse competir com os
das outras nações.
Para além da Casa de Portugal em Antuérpia, juntaram-se a esta o Secretariado de
Propaganda Nacional, a Agência Geral das Colónias porque o certame tinha um cariz
colonial também, e o Instituto do Vinho do Porto. Estes organismos subsidiaram a
presença de um pavilhão português e a Casa de Portugal para além da recolha de
fundos para o pavilhão disponibilizou também o mobiliár io das suas instalações de
maneira a diminuir as despesas.
O projecto do pavilhão português foi do arquitecto David Lopes193, que então estudava
na Escola de Arquitectura de Bruxelas. Para além do pavilhão de Portugal havia ainda
um outro pertencente ao Instituto do Vinho do Porto.
O pavilhão de Portugal tinha “uma fachada já dominada por um grande escudo
português, visível a grande distância” (dos Santos, 1994, p. 150), tendo apenas uma
única sala onde se organizavam vários stands, do Secretariado da Propaganda
Nacional, da Agência Geral das Colónias, da Sociedade de Geografia de Lisboa, do
Instituto do Vinho do Porto, do Grémio do Comércio de Expor tação de Vinhos etc. A
decoração interior ficou a cargo de Alberto Cardoso 194, que o fez num estilo naturalista.
Executando um friso que articulava painéis com motivos regionais portugueses como
pescadores e varinas à beira mar, as vindimas no Douro, bairros populares de Lisboa
com arraiais etc. (dos Santos, 1994, p. 152).
Ilustração 531 – Pavilhão de Portugal, Bruxelas 1935 . (Lemaire, 2016av).
193 David Lopes (?) arquitecto português, estudou na Escola de Arquitectura de Bruxelas, após uma
pesquisa não foram encontrados mais dados biográficos do arquitecto. 194 Alberto Cardoso (?) foi um pintor português, após uma pesquisa não foram encontrados dados
biográficos do Pintor.
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O Instituto do Vinho do Porto para além do stand dentro do pavilhão construiu um
pavilhão para degustação do vinho do Porto, como acima referido. Da autoria de David
Lopes também, aparecia próximo da entrada principal, e ocupava uma área de 100m2
tinha uma planta semicircular e era encimado por uma garrafa com 6m de altura.
A representação portuguesa foi motivada também porque tal como a Bélgica, Portugal
também tinha um império colonial e ambos países tinham “laços espirituais e
económicos, que convinha desenvolver.” (da Silva, 2000, p. 204). Daí todo o esforço
destes organismos para que Portugal estivesse presente na exposição mesmo não
sendo oficialmente.
A presença de Portugal na Exposição Internacional de Paris em 1937, a sétima na
capital francesa, fora organizada pelo Secretariado de Propaganda Nacional (SPN)
com fiscalização do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Com o intuito de mostrar o
que fora o país antes de 1926 e no que se tinha tornado nos dez anos de Estado
Novo. Para a construção do pavilhão fora aberto um concurso para o anteprojecto
deste, e o primeiro classificado seria depois encarregado de elaborar o projecto
definitivo do pavilhão.
O júri deste concurso foi constituído por António Ferro 195 que representava a SPN,
Paulino Montês como representante do Ministro da Educação, Pardal Monteiro 196
como presidente do Sindicato Nacional dos Arquitectos, Cristino da Silva a representar
a Escola de Belas Artes de Lisboa, António do Couto 197 pela Sociedade de Belas Artes
e por Francisco Franco198, escultor, que fora nomeado pelo Director da Secção
Portuguesa. O vencedor deste concurso fora Francisco Keil do Amaral199, que
195 António Ferro (1895-1956) foi um jornalista, cronista e político português, começou a estudar direito
em 1913 na Universidade de L isboa, abandonando o curso em 1918. Em 1914 torna -se editor da revista
Orpheu a pedido do seu amigo Sá Carneiro. A carreira de jornalista começa como redactor principal no O
Jornal, foi também jornalista para o jornal O Século. António Ferro tornou -se num simpatizante do
fascismo e dos regimes autoritários, com o regime do Estado Novo abraça a carreira política, e trona -se o
Director do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN). Trabalhou na área da propaganda nacional,
mostrando os feitos e glórias do Estado Novo. 196 Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957) foi um arquitecto português, formou-se me 1919 na Escola de
Belas-Artes de Lisboa, tendo sido a luno de José Monteiro. Entre 1919 e 1922 foi Secretário da Direcção
da Sociedade de Arquitectos Portugueses, desempenhou ainda o papel de arquitecto chefe da Caixa
Geral de Depósitos por 10 anos. Porfírio teve um papel activo como arquitecto , quer pela sua obra
construída, pela participação em colóquios, pelos cargos públicos ocupados. Foi membro do Royal
Institute of British Architects entre outros órgãos representantes de arquitectos no mundo. Da sua obra
construída destaca-se o Instituto Superior Técnico (1935), Instituto Nacional de Estatística (1935), Hotel
Ritz (1959) e o edifício do Diário de Notícias (1940) entre outros. 197 António do Couto (1874-1946) foi um arquitecto português, estudou na Escola de Belas -Artes de
Lisboa, tendo sido aluno de José Luís Monteiro, terminou o curso em 1899. Em 1907 ganhou o prémio
Valmor. 198 Francisco Franco (1885-1955) foi um escultor português, estudou entre 1902 e 1909 na Escola de
Belas-Artes de Lisboa, partindo para Paris em 1909 para completar os estudos. Em Paris integra no grupo
dos Cinco Independentes, com a guerra volta para Portugal em 1914, onde começa a trabalhar,
esculpindo bustos e monumentos. Em 1921 volta para Paris e começa a expor a sua obra
internacionalmente em 1923 participa na exposição Cinco Independentes. Francisco expôs a sua obra em
Nova Iorque, Paris, Rio de Janeiro e em Boston. Em 1930 começa uma carreira publica como escultor,
afirmando-se como uma das referencias da escultura portuguesa. 199 Francisco Keil do Amaral (1910-1975) foi um arquitecto português, estudou na Escola de Belas -
Artes de Lisboa, concluindo o curso em 1934. Entre 1938 e 1947 foi arquitecto urbanista na Câmara
Municipal de Lisboa. Em 1946 foi co-fundador do ICAT (Iniciativas Culturais Arte e Técnica), este grupo
editou a revista Arquitectura. Para além de obra construída, Keil do Amaral participou no Inquérito à
Arquitectura Regional Portuguesa fazendo o levantamento das Beiras, ganhou o prémio Valmor em 1962
e publicou livros.
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supervisionara em Paris a construção do pavilhão com Jorge Segurado 200 que era o
assistente técnico da exposição.
O local escolhido para construir o pavilhão era a margem direita do rio Sena, perto da
Pont Léna, num terreno longitudinal, pretendia-se que o pavilhão fosse um cartaz de
Portugal nas margens do Sena. O pavilhão era composto por dois volumes, um corpo
longitudinal de planta rectangular e outro perpendicular a este também de planta
rectangular, o corpo principal, que era mais alto e que o piso superior se projectava
para o rio, ocupava uma área de superfície total de 1600m2. Para vencer o desnível o
pavilhão tinha dois andares um à cota da avenida e em baixo à cota do rio . Devido a
uma verba reduzida e um curto p razo, foi posto de parte que fosse um pavilhão
monumental, decidiu-se então “fazer antes uma obra discreta despretensiosa mas
equilibrada, sem querer inovar, mas também sem ficar demasiadamente para trás em
relação à época em que vivemos.” (Amaral, 1938, p . 21).
Ilustração 532 – Pavilhão de Portugal, Paris 1937 . (Figueiredo,
2010).
Ilustração 533 – Pavilhão de Portugal, Paris 1937 . (Figueiredo,
2010).
Ilustração 534 – Pavilhão de Portugal, Paris 1937 . (Figueiredo, 2010).
Feito com uma composição que conjugava o modernismo com características da
arquitectura tradicional portuguesa, e uma estrutura de superfícies lisas e depuradas
que valorizavam a função do edifício.
A fachada virada para o rio apresentava uma arcaria cega no piso à cota do rio no
corpo longitudinal, numa sucessão de cinco arcos que eram rematados por uma banda
de janelas horizontal, no piso superior a fachada deste corpo tinha no eixo de cada
arco cinco baixo relevos decorativos da autoria de Canto da Maya 201 e Barata Feyo202,
200 Jorge Segurado (1898-1990) foi um arquitecto português, começou a estudar na Escola de Belas -
Artes de Lisboa em 1918, conclu iu os estudos em 1924, tendo sido aluno de José Luís Monteiro.
Trabalhou com Pardal Monteiro na Caixa Geral de Depósitos. Em 1931 faz uma viagem pela Europa,
visitou a Alemanha, Países Baixos e França, nessa década começa a sua carreira de arquitecto.
Destacando-se da sua obra o Liceu D. Filipa de Lencastre (1940), a Casa da Moeda (1941) entre outras.
Segurado elaborou investigações de história da arte e arquitectura que resultaram em livros. Foi também
autor de várias gravuras surrealistas como a “Tentações de Sábio Computador” (1976), pertencente ao
Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. 201 Canto da Maya (1890-1981) foi um escultor português, em 10907 inicia a sua formação no Curso
Geral de Desenho na Escola de Belas-Artes de Lisboa. Terminando o curso em 1911, ano em que
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que representavam os egrégios avós de Portugal: Vasco da Gama, Fernão de
Magalhães, Infante D. Henrique, Camões e Alvares Cabral, aqui também rematada por
uma banda de janelas igual à do piso inferior. O andar superior do corpo principal que
estava projectado apoiava-se em dois pilares lisos, e tinha na fachada um enorme
escudo com as quinas que era ladeado por uma banda vertical de janelas de ambos
os lados e decorado por quatro mísulas de sustentação de mastros de bandeiras.
Ilustração 535 – Pavilhão de Portugal Fachada Virada para o Rio,
Paris 1937. (Leite, 2011a).
Ilustração 536 – Pavilhão de Portugal Fachada Virada para o Rio,
Paris 1937. (Figueiredo, 2010).
A fachada virada para a avenida era idêntica à do rio, a entrada do pavilhão
encontrava-se rematada por uma Cruz de Cristo, e o que correspondia ao corpo
longitudinal a fachada era igual à fachada virada para o rio, com os baixos relevos e a
banda de janelas a rematar.
Ilustração 537 – Pavilhão de Portugal Fachada Lado Avenida, Paris 1937. (Figueiredo, 2010).
começa o curso de arquitectura que abandonano pr imeiro ano. Em 1914 tendo já passado pela Escola de
Belas-Artes de Paris e na Academia Grand Chaumiére, começa a frequentar a Escola de Belas -Artes de
Genebra com o intuito de estagiar com o escultor James Vibert. Canto da Maya trabalhou em vários
ateliers de escultores europeus, e desenvolveu trabalho próprio na sua terra natal Ponta Delg a, Ilha de
São Miguel nos Açores. As suas obras caracterizam -se na sua maioria por serem feitas num estilo Art
Déco. 202 Barata Feyo (1899-1990) foi um escultor português, em 1923 começa a estudar na Escola de Belas -
Artes de Lisboa no curso de Pintura e Arquitectura, mudando-se para Escultura mais tarde, terminaria o
curso em 1929. Na década de 40 e 50 Barata Feyo ganha notoriedade e afirma -se como escultor,
ganhando vários prémios. Barata Feyo pronunciou-se como um dos escultores de referencia de Portugal.
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Rogério André Moreira Branco 323
A estrutura do pavilhão fora feita em betão armado, pilares, vigas e lajes, as paredes
em placas de estafe. O interior fora feito de modo cuidado e estudado, de modo a
assegurar a facilidade de circulação e uma sequê ncia lógica do percurso. O corpo
principal era composto por dois vestíbulos sobrepostos e uma Sala de Honra superior,
que estavam ligados por uma escadaria, o corpo longitudinal era onde se encontravam
as salas expositivas, com um total de oito salas divid idas nos dois pisos, quatro por
piso.
O vestíbulo de entrada, que dava ligação para o vestíbulo inferior e para as quatro
salas expositivas do piso superior e para a Sala de Honra em cima, era dotado de
iluminação zenital, e nele aparecia uma estátua de granito de Salazar, esculpida por
Francisco Franco.
Ilustração 538 – Vestíbulo de Entrada do
Pavilhão de Portugal, Paris 1937 . (Leite, 2011a).
Ilustração 539 – Sala de Honra do Pavilhão de
Portugal, Paris 1937. (Leite, 2011a).
Ilustração 540 – Pavilhão de
Portugal, Paris 1937. (Leite,
2011a).
Portugal na Exposição de 1939 em Nova Iorque, teve a sua representação mais uma
vez organizada por António Ferro, director do SPN, que, devido à escassez de tempo
para a realização de um concurso público, convidou o arquitecto Jorge Segurado, que
foi seu colaborador em Paris 1937, para elaborar o projecto do pavilhão português.
Desenhando o anteprojecto do pavilhão em dez dias.
Neste pavilhão transmitia -se a imagem do Passado, Presente e o Futuro de Portugal,
com o total de nove salas. Em que Salazar defendia que o futuro de Portugal não era a
máquina e o colossal, mas o regresso a uma vida simples enraizada nos costumes
populares. Definindo assim o programa do pavilhão, mostrando o passado que
Portugal teve como descobridor de novos continentes ocupando quatro salas, o
presente em que mostravam a obra no Estado Novo em Portugal com a revolução
nacional, ocupando duas salas e o futuro e mostrando os ideais proferidos acima , que
ocupava um anexo separado do pavilhão principal no jardim. Das nove salas estava
compreendida uma sala para turismo e artesanato, uma com um grande planisfério
que fora denominada como Sala do Planisfério.
O lote para a construção do pavilhão tinha uma área de 25000 pés quadrados
(aproximadamente 2322m2), e desta apenas 5000 pés quadrados eram ocupados
pelo pavilhão e anexos (aproximadamente 464m2).
O pavilhão era composto por dois corpos, “um primeiro corpo, definido por superfícies
planas, englobara as salas referentes aos três tempos discursivos [...]; e um segundo,
de forma circular, fora predestinado ao “Turismo” e à “Arte Popular”” (Acciaiuoli, 1998,
p. 86). Do outro lado do jardim aparecia um stand para produtos industriais e de
comércio e ainda o anexo que era a Sala do Futuro.
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Rogério André Moreira Branco 324
Ilustração 541 – Planta Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939 . (Telmo, 1939, p.
324).
O corpo circular servia de hall de entrada com um balcão de informações, e era o
único com um piso superior que se acedia através de uma escadaria localizada à
esquerda no hall que dava acesso à Sala do Turismo e Artesanato. A este volume
estava adossado, no exterior, uma montra-vitrine quadrangular, à qual correspondia a
caixa de escadas de acesso ao piso superior, onde estavam reproduzidos um
campino, uma lavadeira e uma varina concebidos por Maria Keil203.
Ilustração 542 – Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939 . (Leite,
2014).
Ilustração 543 – Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939 .
(Figueiredo, 2010).
A fachada deste primeiro corpo circular era “pontuada por estreitos contrafortes
vertica is entre bandas horizontais de janelas” (dos Santos, 1994, p. 218), a entrada
principal era feita neste volume, constituída por um arco de volta perfeita que era
encimado por um escudo nacional, no lado esquerdo deste volume aparecia um a
montra-vitrine e uma arcaria que dava acesso directo ao jardim do pavilhão.
Transposto o pórtico, entrava-se no hall redondo, que era caracterizado por uma
legenda que “resumia o espírito de todo o pavilhão: “Portugal grande Nação Colonial
num pequeno país”” (Acciaiuoli, 1998, p. 89), por cima desta inscrição corria uma
203 Maria Keil (1914-2012) foi uma pintora portuguesa, pertenceu à segunda geração de pintores
modernistas portugueses. Com 15 anos começou a estudar na Escola de Belas -Artes de Lisboa. Em 1936
torna-se membro do ETP (Estúdio Técnico de Publicidade). A obra de Maria Keil é diversificada, deixou
espólio que vai desde pinturas, desenhos, ilustrações, design gráfico, azulejos, design de mobiliário,
tapeçarias e cenografias.
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Rogério André Moreira Branco 325
sanca iluminada que era encimada por um largo friso decorado com mapas, caravelas,
rosas dos ventos, e na parede direita havia um espaço reservado a telas de pintores
nacionais, que anunciavam que eram mudada s todos os sábados. À esquerda como
acima referido estava a caixa de escadas, que dava acesso à sala de Turismo e
Artesanato. Nas paredes do vão das escadas foram escavados nichos onde se
expuseram bonecas com trajes regionais, e pendurados tapetes de Beir iz com motivos
tradicionais. Chegada à sala superior a exposição era composta pelos mesmos
objectos que foram usados na exposição de Paris.
Ilustração 544 – Hall de Entrada do Pavilhão de Portugal, Nova
Iorque 1939. (Telmo, 1939, p. 308).
Ilustração 545 – Hall de Entrada do Pavilhão de Portugal, Nova
Iorque 1939. (Telmo, 1939, p. 309).
Para trás aparecia o segundo corpo rectangular onde se concentravam as salas
expositivas, referentes à retórica discursiva da representação portuguesa.
Primeiramente a sala a seguir ao hall era a Sala da Exposição de Produtos Artísticos e
Industriais, depois desta começava em primeiro as salas referentes ao passado, com a
Sala Descoberta do Oceano Atlântico onde figuravam as descobertas dos portugueses
entre 1415 a 1600 podia-se encontrar uma réplica de um padrão de Diogo Cão
também. De seguida aparecia a Sala de Colombo sala dedicada aos navegadores
portugueses a Cristóvão Colombo, onde se podia ver uma montagem de fotos num
livro aberto monumental a casa de Colombo no Funchal, uma vitrine com documentos
referentes às descobertas e ainda um mural pintado com navegadores portugueses.
Depois desta era a Sala da Expansão Portuguesa no Mundo, onde se podiam v er
pinturas, legendas e maquetas que evocavam a presença e acção dos portugueses no
mundo.
Ao fundo desta sala aparecia perpendicularmente a Sala do Planisfério, o material
predominante nesta sala era a cortiça, e nela podia -se ver um grande planisfério como
acima referido, em relevo feito em cortiça. Este planisfério resumia as rotas feitas
pelos portugueses quer por terra, mar e ar. Havendo ainda uma vitrine com o
astrolábio usado nas primeiras navegações portuguesas e um sextante pertencente a
Gago Coutinho.
Após a visita ao passado, passa -se para o presente, em duas salas “adjacentes,
articuladas em L, as Salas do Estado Novo.” (dos Santos, 1994, p. 225). Estas salas
expunham a obra feita pelo estado, como renovador da nação e dos valores de
Portugal. Podia-se ver um baixo-relevo na primeira sala que representava a estrutura
do Estado Novo. Na segunda sala que era maior e estava perpendicular à anterior,
“apresentava quadros, gráficos, fotomontagens e maquetes alusivos à actividade
política, financeira e económica do Estado Novo.” (dos Santos, 1994, p. 226).
A visita ao pavilhão era concluída com esta sala, que depois dava ligação em linha
recta através do jardim à secção referente ao futuro. O acesso era feito através de um
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pórtico com um arco de volta pe rfeita que era rematado por uma esfera armilar, onde
se sucedia uma pequena escadaria para descer ao nível do jardim. No lado direito do
pórtico a fachada era composta por uma arcaria, e do lado esquerdo aparecia três
relevos concebidos por Barata Feyo onde figuravam as figuras de Camões, Alvares
Cabral e Vasco da Gama.
Atravessado o jardim aparece a alegoria “O Mundo de Amanhã ”, feita ao ar livre, e
sobre um platô que se acedia por uma escadaria. Ao lado desta alegoria aparecia um
pequeno volume para os produtores e comerciantes de Portugal.
Ilustração 546 – Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939 . (Telmo,
1939, p. 323).
Ilustração 547 – Pavilhão de Portugal Alegoria O Mundo de
Amanhã, Nova Iorque 1939. (Telmo, 1939, p. 323).
Pelo jardim era ainda possível admirar várias estátuas como a estátua que
representava a Raça de Barata Feyo, esta encontrava -se em frente de um pequeno
canal longitudinal de água revestido por mosaicos que era alimentado por uma bica.
Ilustração 548 – Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939 .
(Figueiredo, 2010).
Ilustração 549 – Pavilhão de Portugal Estátua da Raça, Nova
Iorque 1939. (Figueiredo, 2010).
Este pavilhão teve como decoradores: Bernardo Marques204, Fred Kradolfer205, Carlos
Botelho206, Canto da Maya, Emérico Nunes207, José Rocha208 e Tomaz de Melo209,
204 Bernardo Marques (1898-1962) foi um ilustrador e pintor português, pertenceu à segunda geração de
modernistas portugueses. Começou a estudar na faculdade de Letras de Lisboa em 1918, abandonando
em 1921 o curso, porque queria ser pintor. Mas não frequentou o ensino artístico, Bernardo tornou -se um
artista autodidacta. Com uma obra multifacetada, começou como ilustrador para jornais e revistas, nos
anos 40 começa a trabalhar nas artes gráficas e como decorador, nos anos 50 volta a dedicar -se
exclusivamente ao desenho e pintura, que desenvolve até à morte. 205 Fred Kradolfer (1903-1968) foi um pintor, ilustrador e decorador suíço, estudou em Zurique na Escola
de Artes Aplicadas e na Escola de Belas-Artes de Munique. Estabelece-se em Portugal em 1928, após ter
passado pela Alemanha, Bélgica e frança. Em 1933 integra o grupo de artistas e decoradores do SPN.
Kradolfer importou para Portugal uma nova linguagem das artes gráficas, que difundiu no país, tornando -
se numa referencia a nível nacional.
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Rogério André Moreira Branco 327
estes que pensaram e elaboraram a componente decorativa interior do pavilhão de
Segurado. Este pavilhão apresentava uma sobriedade das fachadas, onde era visível
referências ao estilo românico e à arquitectura chã. Todo pintado de branco, e as
partes de pedra não passavam nada ma is do que uma mera simulação.
Ilustração 550 – Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939 . (Telmo,
1939, p. 304).
Ilustração 551 – Pavilhão de Portugal, Nova Iorque 1939 . (Telmo,
1939, p. 305).
Este pavilhão fora claramente pensado de fora para dentro, e não como o arquitecto
defendia em 1930 que a arquitectura deveria ser pensada de dentro para fora , isto
apenas aconteceu devido às directrizes de Ferro, e de Salazar e de maneira a que ele
fosse concebido como o seu autor afirmava como um cartaz de Portugal.
Para além do pavilhão, Portugal tinha ainda uma Sala de Honra de 5000 pés
quadrados no hall das nações, desenhado também por Jorge segurado. Este salão era
destinado às recepções, festas, conferências, concertos e exibições cinematográficas.
Este pavilhão caracterizava-se por ser um único volume paralelepipédico, de planta
rectangular. O desenho não tinha nada de historicista como o pavilhão, a fachada
206 Carlos Botelho (1899-1982) foi um ilustrador, decorador e pintor português, começou a formação em
1919 na Escola de Belas-Artes de Lisboa, desistindo dois anos depois descontente com o ensino
académico ser classicista. Parte para Paris para estudar na Academia Chaumiére e na Academia
Colarossi. Na década de 30 publica os seus trabalhos em revistas e periódico s, em 1933 participou como
assistente de realização no filme A Canção de Lisboa de Cotinelli Telmo. Ao longo da sua carreira expõe
a sua obra em exposições nacionais e internacionais. Carlos Botelho é conhecido por ser uma referencia
da Pintura Modernista Portuguesa. 207 Emérico Nunes (1888-1968) foi um ilustrador português, começou a formação no Liceu Politécnico de
Lisboa no curso comercial, terminado o curso o seu pai inscreveu -o na Escola de Belas-Artes de Lisboa.
Em 1906 vai para Paris para a Academia Ju lien e para a Escola de Belas-Artes de Paris. Em 1910 inicia
uma viagem pela Europa, estabelecendo-se em 1911 em Munique onde começa estudar na
Kunstakademie. Emérico dedicou a sua carreira a trabalhar como ilustrador de periódicos e nas secções
de public idade. A partir de 1937 integra as equipas de decoração dos pavilhões portugueses nas
Exposições Universais de Paris (1937), Nova Iorque e São Francisco (1939) e na Exposição do Mundo
Português (1940). 208 José Rocha (1907-1982) foi um designer português, formou-se na Escola de Belas Artes de Lisboa.
Ainda como estudante começou a trabalhar com Bernardo Marques. Em 1936 funda o ETP (Estúdio
Técnico de Public idade), um atelier de design gráfico e marketing. Foi com este estúdio que José Rocha
desenvolveu todo o seu trabalho, o ETP foi responsável pela decoração dos pav ilhões de Portugal nas
Exposições Universais de Paris em 1937, Nova Iorque e São Francisco em 1939 e Bruxelas 1958. O
estúdio esteve também envolvido na Exposição do Mundo Português em 1940, e foi o primeiro
concessionário em 1959 da publicidade no Metropolitano de L isboa. José Rocha foi também um sócio-
fundador em 1976 da APD (Associação Portuguesa de Designers). 209 Tomaz de Melo (1906-1990) foi um pintor luso-brasile iro, nasceu no Brasil e estabeleceu-se em
Portugal em 1926, veio com a companhia de teatro de Leopoldo Fróis. Tomaz integrou a partir de 1937 a
equipa de decoradores do S.P.N. encarregues da decoração dos pavilhões de Portugal presentes nas
Exposições Universais.
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Rogério André Moreira Branco 328
tinha uma parte recuada, composta por um p ano quadrangular onde se inscreveu o
nome do país, e se pôs o escudo nacional e ainda um planisfério circular. Do lado
direito deste pano um pouco mais recuado estava o pórtico de entrada, que era
rematado por um grande janelão vertical. No extremo direito o volume avançava, e
numa mísula ergueu-se um escultura.
Ilustração 552 – Planta Pavilhão da Sala de Honra de Portugal no Hall das Nações, Nova Iorque 1939 . (Telmo, 1939, 328).
A entrada para a sala era antecedida por um vestíbulo de planta rectangular, onde
estava a representação das Colónias Portuguesas, este dava acesso a um piso
superior que era também um mezanino do salão, onde estava a parte do turismo da
Madeira.
A Sala de Honra tinha uma planta em elipse, era um grande espaço, ao fundo era
rematado por um palco circular. De cala lado da sala apreciam sobre plintos uma
estátua de Salazar e no extremo oposto de Carmona, por detrás de cada estátua as
paredes foram decoradas, com um painel vertical pintado de Kradolfer. De cada lado
dos painéis pintados, foram levantados painéis metálicos canelados, que eram
iluminados cenograficamente de baixo para cima, a rematar havia “dois frisos verticais
de brasões das cidades metropolitanas e das províncias coloniais completavam a
composição, em parábola universalista.” (dos Santos, 1994, p. 231).
Ilustração 553 – Pavilhão da Sala de
Honra de Portugal no Hall das Nações,
Nova Iorque 1939. (Telmo, 1939, 328).
Ilustração 554 – Sala de Honra de Portugal
no Hall das Nações, Nova Iorque 1939 .
(Telmo, 1939, 326).
Ilustração 555 – Sala de Honra de Portugal
no Hall das Nações, Nova Iorque 1939 .
(Telmo, 1939, 327).
Portugal mesmo tendo dado mais atenção à exposição de Nova Iorque em 1939, não
deixou de se fazer representar na Golden Gate International Exposition organizada em
São Francisco no mesmo ano. Tendo como comissário António Ferro, com um
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Rogério André Moreira Branco 329
pavilhão com projecto de Jorge Segurado, e apoiado pela mesma equipa de
decoradores do pavilhão nova iorquino.
Este pavilhão situado no Hall das Nações, era à semelhança do de Nova Iorque, um
volume paralelepipédico, que ocupava uma área de 230m2. Esta área era destinada à
Alemanha, mas devido à sanção que fora imposta a este país de não participar no
certame, a área fora cedida a Portugal.
Ilustração 556 – Planta Pavilhão Hall das Nações, São Francisco 1939 . (Telmo, 1939, p. 330).
O pavilhão fora projectado com uma feição tradicionalista, que era visível na fachada,
sendo visível nela um gosto neobarroco fundido com o românico do norte do país. A
fachada era “uma estrutura rectangular, moldurada por pilastras salientes, coroada por
um frontão contracurvado ladeado de aletas rematadas por enrolamentos.” (dos
Santos, 1994, p. 232). O pórtico de entrada era um arco de volta perfeita “articulando
três arquivoltas assentes em pilastras lisas.” (dos Santos, 1994, p. 232), rematado por
um escudo, que era ladeado de uma esfera armilar e uma cruz.
Ilustração 557 – Pavilhão Hall das Nações, São
Francisco 1939. (Telmo, 1939, p. 330).
Ilustração 558 – Pavilhão Hall das Nações, São Francisco 1939 . (Telmo,
1939, p. 330).
O interior era composto por uma sala de planta rectangular, “isenta de qualquer
modulação ou subtileza arquitectural.” (dos Santos, 1994, p. 233). Apenas a equipa de
decoração ofereceu um dinamismo ao interior do pavilhão, com pinturas, painéis
colocados ao longo das paredes feitos com relevos.
Este pavilhão fora erguido de maneira a demonstrar “apenas o que era a imagem
essencial da Pátria.” (Acciaiuoli, 1998, p. 100).
Como já era habitual para a representação de Portugal nas E xposições Universais,
procedeu-se a um concurso de um anteprojecto, para a representação do país na
exposição no ano de 1958 em Bruxelas. Em que era impo sto que o programa se
distribuísse em cinco sectores com as respectivas áreas: Sector I com 600m2,
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consistindo em átrio que serviria para recepções e festas para um total de 300
pessoas, gabinetes para o Comissário Geral e para reuniões, vestiários, i. s.,
escritórios; Sector II com 300m2, Síntese das riquezas espirituais da nação; Sector III
com 1050m2, Síntese das riquezas materiais de Portugal; Sector IV com 450m2,
Aspirações da Nação Portuguesa em plena evolução; Sector V com 700m2, O
Ultramar Português; Sector VI com 200m2, Construções anexas.
De entre os concorrentes, o vencedor foi Pedro Cid 210, ficando apenas no papel seis
anteprojectos igualmente bons, seleccionados de 20 que foram entregues em
concurso, estes sete projectos eram considerados pelo júri por terem as seguintes
qualidades: simplicidade, pureza, economia funcional das estruturas, clareza d a
distribuição dos vários sectores, facilidade dos recursos, equilíbrio dos espaços
internos, boa integração no meio ambiente natural, harmonia e sobriedade do jogo de
volumes, boa definição dos espaços, apuramento formal e correcta síntese plástica
dos elementos arquitectónicos.
Depois destes sete, foram seleccionados quatro para uma leitura crítica mais
pormenorizada, saindo desta Pedro Cid o vencedor, deixando para trás anteprojectos
de arquitectos como Manuel Tainha.
A proposta de Pedro Cid, fora escolh ida por este evidenciar a simplicidade, harmonia e
coerência de conjugação de todos os elementos da composição. Conseguindo uma
planta com uma distribuição clara, uma estrutura económica e com um reduzido
numero de pontos de apoio, um tratamento de tectos bom devido à solução estrutural
da cobertura. O pavilhão integrava -se perfeitamente no meio ambiente através das
aberturas, o exterior fora tratado com cuidado e também importante , todo o tratamento
do conjunto da representação tinha unidade.
Findo o concurso, e a elaboração do projecto e construção, o lote do recinto tinha
7100m2, e o pavilhão mais anexo ocupava uma área de 2870m2. Composto por dois
volumes o volume do pavilhão onde estavam os sectores expositivos e o anexo , um
volume mais modesto, mas ambos sóbrios transparentes e feitos num estilo
modernista, o anexo era composto por um restaurante, bar de vinho do Porto e loja de
artesanato, este anexo ligava-se ao pavilhão através de uma ponte que passava sobre
um espelho de água existente no jardim.
210 Pedro Cid (1925-1983) foi um arquitecto português, formou-se na Escola de Belas Artes de Lisboa,
terminando o curso de arquitectura em 1952. Trabalhou no Ministério da Administração Interna, onde foi
um dos colaboradores na criação e lançamento do Gabinete de Apoio Técnico, em 1978 assume a
direcção do Gabinete em Montemor-o-Novo. Como arquitecto as suas principais obras são os Blocos de
Habitação da Av. Estados Unidos da America, Lisboa (1957), a Sede Museu da Fundação Calouste
Gulbenkian, Lisboa (1969) na qual foi co-autor e o edifício Jean Monet, Lisboa (1974) entre outros
projectos.
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Ilustração 559 – Planta Esquema expositivo Pavilhão de
Portugal, Bruxelas 1958. (Leite, 2011b).
Ilustração 560 – Planta Esquema expositivo Pavilhão de
Portugal, Bruxelas 1958. (Leite, 2011b).
O pavilhão tinha como fundo uma colina densamente arborizada, estava dividido em
dois pisos, o térreo e superior em que este era um mezanino de onde se podia admirar
todo o conjunto do pavilhão e era por este piso que se tinha acesso pela ponte ao
anexo. O hall de entrada era um quadrado construído em ferro e vidro com 50m de
lado.
Ilustração 561 – Pavilhão de Portugal,
Bruxelas 1958. (Leite, 2011b).
Ilustração 562 – Pavilhão de Portugal,
Bruxelas 1958. (Leite, 2011b).
Ilustração 563 – Restaurante, Bruxelas
1958. (Leite, 2011b).
Depois do hall de entrada iniciava -se a visita, que era composta por um percurso
contínuo, com os primeiros quatro sectores no piso térreo, este percurso desenvolvia -
se numa linha helicoidal, depois prolongado por dois lances de rampa para aceder ao
piso superior onde estava exposto o se ctor cinco, depois deste acedia -se ao exterior
por uma ponte que dava acesso ao anexo como acima referido.
O tratamento das fachadas era simples e sóbrio, com grandes envidraçados feitos
com caixilharia metálica, a grelha na fachada poente era feita com grés cerâmico, e
onde se inscreveu o nome do país, as lâminas verticais quebra sol na fachada sul
eram feitas em alumínio pintado. Os pavimentos foram executados com pedra serrada,
assente numa camada betuminosa que fora aplicada sob elementos portantes de
chapa canelada, e toda a estrutura era composta por perfis metálicos o que permitia a
total recuperação dos materiais. Os tectos conferiam à fachada poente e nascente um
remate de uma cobertura de duas água invertida, que se reflectia no interior.
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Ilustração 564 – Pavilhão de Portugal,
Bruxelas 1958. (Leite, 2011b).
Ilustração 565 – Pavilhão de Portugal,
Bruxelas 1958. (Leite, 2011b).
Ilustração 566 – Pavilhão de Portugal,
Bruxelas 1958. (Leite, 2011b).
O produto final do pavilhão, embora não fosse o expoente máximo do modernismo,
não ficava aquém de outros pavilhões, integrando -se perfeitamente no meio ambiente
natural e no ambiente geral da exposição que seguia as directivas do arquitecto geral
de ser feito num estilo moderno, mas com as próprias interpretações e sem alguma
imposição.
O pavilhão de Portugal, pela sua arquitectura, enquadra-se assim no ambiente geral da
Exposição – francamente actual – conservando ao mesmo tempo as características
próprias do país de origem nitidamente meridionais. Com efeito a simplicidade dos
modos de expressão, a distribuição serena dos volumes e a observância constante de
uma escala humana nas suas proporções, são aspectos característicos da arquitectura
portuguesa, completados pelo emprego de alguns el ementos de acabamento: os
azulejos, a policromia dos paramentos rebocados as grelhas em ferro forjado, a grelha
cerâmica, etc. (Cid, 1958, p. 5)
Portugal com o seu longo historial de relações com o Japão, viu a sua representação
engrandecida na exposição de Osaka em 1970, não só com um pavilhão, mas
também contando com a organização de vários espectáculos. O pavilhão desenvolvido
por António Garcia211 e Frederico George212 e a decoração dos interiores de Daciano
da Costa213. Era composto por dois volumes, o primeiro tinha uma área de 1412m2, e
podia-se ver na fachada o nome do país tanto em caracteres do alfabeto latino, e
também em Kanji214. Neste volume era onde se encontrava toda a área expositiva,
dividida em dois sectores o primeiro era “Portugal de Hoje ”, onde se mostrava em
várias salas, variados temas desde a industria, transportes e comunicações, paisagem
etc. o segundo sector era o “Portugal de Amanhã ”, onde se mostrava as obras em
211 António Garcia (1925-2015) designer português, tirou o curso de desenhador litografo na Escola
António Arroio. Trabalhou com António Sena da Silva em projectos de design gráfico nos anos 50, até no
final da década abrir o seu próprio atelier na Avenida da Liberdade em Lisboa. Em 1974 associa -se a
Daciano da Costa, com quem abriu o atelier de design Risco. António Garcia foi o responsável pela
imagem dos maços de tabaco da SG, Ventil, Gigante e F iltro (1964), do Ritz (1970) e das cadeiras Osaka
(1970) e Gazela (1955). 212 Frederico George (1915-1994) foi um arquitecto e pintor português, formou-se em Pintura e
Arquitectura na Escola de Belas-Artes de Lisboa. Em 1958 foi docente de Arquitectura na Escola de
Belas-Artes de Lisboa. 213 Daciano da Costa (1930-2005) foi um designer português, entre 1943 e 1948 estudou na Escola de
Artes Decorativas António Arroio, tirando o curso de Pintura Decorativa. Entre 1950 e 1961 formou -se em
Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Daciano começou a trabalhar como designer sob
alçada de Frederico George, abrindo atelier em 1959. Onde desenvolveu projectos de arquitectura de
interiores, design de equipamento, mobiliário e de produto. 214 Kanji um de três alfabetos usados no Japão.
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curso em Portugal que vão contribuir para um futuro melhor do país. No prim eiro
sector podia-se ainda encontrar exposto o Biombo Namban215.
Ilustração 567 – Pavilhão de Portugal, Osaka 1970 . (Lemaire, 2016ax).
O interior do pavilhão decorado por Daciano da Costa, era ao contrário do exterior que
era branco.
[...] era completamente revestido a negro, desenvolvia -se uma composição plástica de
volumes cúbicos com dimensões variadas que constituía o suporte das fotografias
onde se apresentava o “Portugal de Hoje e de Amanhã”. A periferia era definida por
uma sucessão de ampliações fotográficas sobre faixas de tela translúcida [...] com
iluminação posterior. Os recursos usados eram pois relativamente tradicionais e os
resultados muito próximos da encenação teatral expositiva. (Martins, 2001, p. 98)
O segundo volume era um restaurante, à semelhança com o que fora feito em
Bruxelas em 1958, com 303m2.
A presença portuguesa na exposição de 1992 em Sevilha ficou a cargo de Manuel
Graça Dias e Egas José Vieira, com um pavilhão escolhido em concurso público. O
pavilhão alcançava segundo os arquitectos a altura do ponto mais alto de todo o
certame, o lote escolhido para este pavilhão era um lote de gaveto entre a Avenida
dos Descobrimentos e a Avenida das Comunidades, sendo construída nessa esquina
uma grande fachada curva. No total era um edifício com cinco pisos onde se
organizava a parte expositiva. Era rasgado por um percurso na diagonal para o centro
do lote onde existia uma praça em forma de elipse que dava ligação a um restaurante.
É uma estratégia urbana, a que utilizámos: uma praça, um lugar reconhecível e
nomeável, um grande meeting point no caos da feira, uma grande esplanada sob a
sombra de um apertado ripado de madeira e ferro, sobre o fresco regadio de tantos
quadrados, de tanta água que envolve e escor rega e murmura por meio cubo de ar
livre. Baixo, rodeando em tangências a praça, cristalizando sobre o eixo menor a
parabólica força de uma sala centralizada, empenada e alta, o restaurante eleva -se de
um podium, de uma base que o recebe, estendendo dois corpos laterais em desfasada
aproximação à elipse e às forças que capta. (Dias, 1992, p. 50)
O desenho do pavilhão tentava espelhar um simbolismo histórico abstracto, associado
a uma imagem de impacto, em que segundo o arquitecto os espaços eram
desenhados como quem deseja uma emoção.
215 Biombo Namban, biombo japonês do Séc. XVI, onde está representada a chegada dos portugueses
ao Japão, os primeiros ocidentais em terras nipónicas, reforçando as ligações entre os dois países.
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Rogério André Moreira Branco 334
Ilustração 568 – Planta Pavilhão de Portugal, Sevilha 1992 . (Contemporânea Lda, s.d.a ).
O pavilhão de Portugal, em Sevilha, tenta criar uma imagem nova de um Portugal
Europeu, conseguindo pela sua composição cativar o público e leva-lo a percorrer o
seus diferentes ângulos com um olhar fotográfico, onde a temporalidade é
manifestamente representada com um domínio formal que não encontra equivalência
na espacialidade interior. (Duarte, 1993, p. 44)
Este pavilhão tinha a intenção de ser temporário, efémero procedendo -se ao
desmantelamento no final do certame mas tal não foi possível devido à maneira como
foi construído.
Ilustração 569 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1992 .
(Contemporânea Lda, s.d.b).
Ilustração 570 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1992 .
(Contemporânea Lda, s.d.b).
Ilustração 571 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1992 .
(Contemporânea Lda, s.d.b).
Ilustração 572 – Pavilhão de Portugal, Sevilha 1992 .
(contemporânea Lda, s.d.b).
No aspecto construtivo, as opções concepcionais não tiveram a correspondência
técnica exigível, tendo-se tornado a execução complicada, morosa e sobretudo,
desadaptada aos objectivos de desmontagem. Era assim importante ter havido uma
sistematização de princípios, com um estudo das tecnologias a aplicar. O recurso à
soldadura, remete-nos para os primórdios da construção metálica, inviabilizando a
desmontagem do pavilhão, o que não aconteceria se se tivessem usado parafusos ou
encaixes. (Duarte, 1993, p. 44)
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 335
O recurso a parafusos e encaixes para a construção viabilizar ia a desmontagem do
pavilhão, que estava previsto voltar a erguer-se em Portugal, mas a falta de uma
tradição tecnológica no país, e uma investigação nesse no campo de estruturas
móveis, fez com que este pavilhão se perpetuasse no tempo e no espaço onde fora
construído.
No conjunto, a imagem da Exposição Universal de Sevilha, em 1992, caracteriza -se por
uma compósita gestualidade teatral de pavilhões que tentam afirmar, não só a
excelência e identidade de cada país na diversidade de culturas, como criar uma
preferencial atenção dos visitantes sobre si. Apesar de falta de articulação de uma
linguagem de conjunto, consegue -se uma cenografia fortemente expressiva, onde o
domínio da imagem se sobrepõe ao das formas, recriando memórias de um gigantesco
Luna Parque. [...] A atenção que a utilização da vegetação e da água tiveram no
tratamento dos espaços exteriores na Expo 92, para além da necessidade de baixar a
temperatura do meio-ambiente, veio realçar o tema do ambiente, agora através da
ecologia nas Exposições Universais. (Duarte, 1993, p. 42, 43)
A representação portuguesa na mostra de Hannover em 2000, ficou a cargo dos
arquitectos Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura. Estes projectaram um
pavilhão com um piso elevado e ortogonal, onde esta ortogonalid ade era rompida
apenas pela cobertura feita como ondas do mar. O ingresso ao pavilhão era feito por
uma praça, após a entrada podia -se ver a área expositiva no piso térreo, e o piso
superior era onde se encontrava os serviços administrativos e área VIP.
Este pavilhão pensado para ser efémero, foi executado com uma estrutura metálica
revestida com materiais nacionais, ecológicos e reutilizáveis. O exterior era revestido
com aglomerado de cortiça e a cobertura ondulante era feita com uma tela de fibra de
vidro translúcida, permitindo no interior a iluminação natural durante o dia, recorrendo -
se apenas à electricidade no período nocturno. Embora pensado para ser efémero
este voltou a reerguer-se em Coimbra, onde ainda hoje pode ser visitado e apreciado.
Ilustração 573 – Pavilhão de Portugal,
Hannover 2000. (Afaconsult, 2013).
Ilustração 574 – Pavilhão de Portugal,
Hannover 2000. (Escada, 2015).
Ilustração 575 – Pavilhão de Portugal,
Hannover 2000. (Associação Portuguesa
da Cortiça, 2015).
O pavilhão de Portugal na Expo Xangai 2010, teve a autoria do arquitecto Carlos
Couto216. Este ocupava uma área de 2000m2, e era inteiramente revestido em
aglomerado negro de cortiça, cedido pela Corticeira Amorim, tanto o exterior como o
interior tinham a cortiça como revestimento, num total de 5500m2 de cortiça aplicada
no pavilhão. Este material foi escolhido por ser um produto nacional, reciclável e
ecológico, fazendo sucesso em toda a exposição devido à curiosidade quanto ao
material da fachada.
216 Carlos Couto (?) arquitecto português, fundador do atelier CC, Atelier de Arquitectura, Lda. sediado
em Macau.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 336
Ilustração 576 – Pavilhão de Portugal,
Xangai 2010. (Bastos; Menezes, 2013).
Ilustração 577 – Pavilhão de Portugal,
Xangai 2010. (Jehmlich, 2010).
Ilustração 578 – Pavilhão de Portugal,
Xangai 2010. (Jehmlich, 2010).
Exposições industriais e históricas
Em 1888 Lisboa albergou uma exposição nacional, a Exposição Industrial e Agrícola
por iniciativa da Associação Industrial Portuguesa tendo como presidente e promotor
da ideia António Augusto de Aguiar217, que falecera a 4 de Setembro de 1887,
passando o cargo da presidência para João Crisóstomo Melício, ficando este
encarregue de fechar as negociações com a Câmara de Lisboa. Esta não era a
primeira exposição nacional na cidade, anteriormente em 1884 fora realizada uma na
Tapada da Ajuda, e sendo que a primeira fora em 1775 por iniciativa de Marquês de
Pombal no Terreiro do Paço. A mostra de 1888 fora primeiramente pensada para ser
realizada nos pavilhões anteriormente erguidos para a exposição de 1884, passando
depois para o Terreiro do Paço, à semelhança da primeira , mas fora feita uma
contraproposta à associação , pela Câmara de Lisboa, para se realizar nos terrenos do
que viria a ser o actual Parque Eduardo VII, efectuando -se neste local e alargando-se
o recinto da exposição “para além dos terrenos do parque em projecto, descendo a
meio da avenida” (Souto, 2011, p. 199), ocupando uma área tota l de 2664750m2 e
com um total de 1214 expositores, e tendo no extremo norte a secção expositiva de
pecuária como complemento da secção agrícola.
Ilustração 579 – Planta da Exposição industrial na Avenida da Liberdade, Lisboa 1888. (Souto, 1997, p. 178).
217 António Augusto de Aguiar (1838-1887) foi um cientista e político português, formou-se me Ciências
Naturais na Escola Politécnica de Lisboa, teve trabalhos no ramo das ciências pub licados em revistas
francesas e alemãs. Mas foi na política que se destacou, desempenhando vários cargos em instituições e
sociedades e cargos públicos. O mais importante foi o de Ministro das Obras Públicas, Comércio e
Indústria, no governo de Fontes Pereira de Melo. Foi responsável pela reforma do ensino técnico na
época, impulsionador do alargamento do porto de Lisboa, apenas executado após a morte. Foi também
membro da Academia de Ciências de Lisboa e da Sociedade de Geografia de Lisboa.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 337
Fora inicialmente pensado erguer um palácio de exposições permanente que
competisse com o Palácio de Cristal da cidade do Porto, algo que ficaria por se
concretizar. O projecto da exposição foi desenhado pelo arquitecto José Luís Monteiro,
que projectou desde o plano geral do parque expositivo, galerias e pavilhões diversos,
projectou também o pavilhão de entrada do parque, que se situava a meio da avenida.
Este fora desenhado na forma de um arco de triunfo, com um arco de volta perfeita
onde estava inscrito o nome da entidade promotora da exposição (Associação
Industrial Portugueza). Devido ao grande interesse que despertou esta mostra, houve
uma grande afluência de empresas privadas, que se fizeram representar, edificando
pavilhões próprios. De destacar a Empresa industrial Portuguesa que montou um
pavilhão pré-fabricado de ferro e vidro com uma entrada feita em chapa de ferro, e
com decorações e colunas em ferro fundido, este portal de entrada fora mais tarde
reutilizado na fachada principal da Empresa Tab aqueira em Braço de Prata. No topo
do parque fora erguido um pavilhão monumental. de planta quadrangular e
centralizada, utilizando uma ecléctica serliana em cada uma das fachadas, fechando
alguns vãos em arco com vidro.
O pavilhão estava assente numa base mais larga e balaustrada que compensava o
desnível do terreno. A estrutura era rematada com uma cobertura central decorada
com as armas reais e mastros para bandeiras, e outras quadradas, mais pequenas,
nos quatro ângulos. (Martins; Souto, 2000, p. 360)
Ilustração 580 – Pavilhão Real, Exposição industrial na Avenida
da Liberdade, Lisboa 1888. (Pereira, 2000, p. 360).
Ilustração 581 – Pavilhão da Exposição industrial na Avenida da
Liberdade, Lisboa 1888. (Pereira, 2000, p. 372).
Esta exposição nacional obtivera um grande êxito, sendo registado uma média diária
de visitas de 2250 pessoas, oferecendo um futuro promissor à associaç ão, fazendo
com que esta iniciasse a preparação para a representação portuguesa na Exposição
Universal de Paris em 1889.
Em Lisboa no ano de 1898, celebrou -se o quarto centenário da descoberta da Índia.
Para tal foi organizada no topo da Avenida da Liberdade uma feira franca, projectada
por José Luís Monteiro, que tinha sido o responsável pelo projecto da exposição
industrial nacional que acontecera anos antes no mesmo local.
Para tal celebração a avenida foi decorada com grinaldas e pendões franjados, onde
se podiam encontrar gravados os nomes dos mais ilustres percursores dos
descobrimentos. A feira no topo da Avenida tinha a forma de um hexágono ladeada
com muralhas ameadas, e com um castelo ao centro. Ali dentro das “muralhas”
estavam os vários divertimentos da altura, cafés, tascas, vacarias, teatros etc. Pela
avenida haviam quiosques e barracas de carácter neomanuelino e neoárabe, que
anunciavam o ponto fulcral da feira, de carácter revivalista.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 338
Encontrando-se no inicio já dentro do recinto da feira um coreto com forma de esfera
armilar, símbolo dos descobrimentos e símbolo da comemoração, e um elefante.
Existindo assim um exotismo no ar devido ao estilo arquitectónico da feira que
reafirmava também os símbolos da comemoração. O castelo ao centro da feira, tinha
como objectivo ser um polo de diversões, em que estava presente um forte sentido
nacionalista, este fora proposto por José Luís Monteiro que era também membro da
Comissão Central Executiva desta feira.
Ilustração 582 – Feira Franca na Avenida da Liberdade, Lisboa 1898 . (Pereira, 2000, p. 379).
No Porto em 1923 seria organizada uma exposição nacional com o nome de Feira do
Porto, este certame industrial teria lugar no Palácio de Cristal que fora erguido para a
exposição de 1865. O palácio fora ocupado por 123 stands que ocupavam toda a área
da nave central, estes stands iam desde perfumarias, moagens, metalurgia, vidraria,
artigos de viagem, mobiliário etc. Não havendo um programa regulador e critério
uniformizador para a execução dos stands.
Dos 123 stands existentes o mais notável fora o da empresa de massas e bolachas
alimentícias da Nacional, projectado por Raul Lino num estilo classicista francês, tinha
uma planta quadrangular composto por uma colunata lacada a branco, esta colunata
suportava um friso com medalhões ovais que tinham o monograma da empresa este
friso era rematado por uma cornija “encurvada ornada de acantos e por um alto
coruchéu piramidal” (dos Santos, 1994, p. 33). O interior do stand era todo branco, nos
cantos apareciam expositores rectangulares, existia ainda uma encenação de uma
sala de estar com um lambril a fingir madeira com um papel de parede com ramagens,
e o mobiliário D. José com a mesa posta para o chá. Considerado pela imprensa um
stand elegante em que os produtos eram apresentados com sobriedade.
Em 1927 pelas mãos do arquitecto Paulino Montês, e inspirado na exposição de Paris
em 1925, surge uma réplica em Portugal da exposição parisiense. A V Exposição das
Caldas da Rainha, organizada pelo arquitecto acima referido e que abriu as portas em
Agosto do mesmo ano. Esta fora a primeira exposição em que o arquitecto “presidiu
por completo à concepção dos pavilhões e ao delineamento do espaço.” (dos Santos,
1994, p. 38), estes pavilhões erguiam-se com estafe e papelão sendo totalmente
efémeros.
A entrada para o recinto da exposição fazia -se por um pórtico, num estilo art déco
quase como uma cópia do que Favier e Ventre fizeram para a exposição de Paris dois
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 339
anos antes. De planta ortogonal, onde se erguem pináculos com formato hexagonal
rematados por lanternins eléctricos. O pórtico em si era composto por um frontão
rectilíneo, uma metade de um hexágono, á noite o pórtico era iluminado por luzes
eléctricas captando o ar feérico que tanto era procurado nesta época. No mesmo ano
este pórtico influenciaria Cristino da Silva no desenho do pórtico de entrada do Parque
Mayer em Lisboa.
Ilustração 583 – Pórtico de entrada da Exposição Caldas da
Rainha, 1927. (Leite, 2011c).
Ilustração 584 - Pórtico de entrada da Exposição Caldas da
Rainha, 1927. (Leite, 2011c).
Os pavilhões no interior do recinto eram pintados de branco, e mantinham a mesma
linguagem de art déco do pórtico de entrada , mas adaptados à escala. De destacar o
pavilhão da Companhia Industrial Portuguesa que teve a mão do escultor João da
Silva, que tinha inspiração do pavilhão da mostra parisiense de 1925 da empresa
Christofle-Baccarat, o pavilhão da mostra portuguesa era de planta longi tudinal, “de
lintel recto assente sobre pilaretes de feixe de meias -colunas rematadas de esferas”
(dos Santos, 1994, p. 39). E no interior o escultor português acrescentou expositores
verticais com fundos espelhados, que estavam dispostos entre as pilares que tinham
uma secção quadrada.
Ilustração 585 – Expositor da Companhia
Industrial Portuguesa, Caldas da Rainha
1927. (Leite, 2011c).
Ilustração 586 – Expositor Nestlé, Caldas
da Rainha 1927. (Leite, 2011c).
Ilustração 587 - Expositor, Caldas da
Rainha 1927. (Leite, 2011c).
Esta exposição contou ainda com uma secção agrícola, promovida pelo Ministério da
Agricultura. Esta secção estava provida de pavilhões desenhados com o mesmo gosto
que o resto da exposição, num estilo art déco, mostrando assim um governo aberto a
uma nova estética. A exposição fora também fortemente elogiada pela imprensa, em
que foi reconhecida a inspiração na mostra parisiense de há dois anos atrás.
A 15 de Setembro de 1932 previa -se a inauguração em Lisboa da “Exposição
Industrial Portuguesa ”, mas devido a atrasos nas construções apenas abriu portas a 3
de Outubro, e terminaria a 15 de Novembro do mesmo ano. A iniciativa para esta
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 340
exposição partiu da Associação Industrial Portuguesa e fora apoiada também pela
Associação Industrial Portuense, juntando -se a estes mais tarde a Câmara Municipal
de Lisboa e Salazar, que legitimou a realização deste certame. D eixando ao encargo o
Ministério do Comércio , Indústria e Agricultura de nomear a Comissão Administrativa
da Exposição que incluiria órgãos do ministério.
O local onde decorreu esta mostra foi o Parque Eduardo V II, que na altura se
apresentava quase como um terreno baldio, ocupando-se uma área total de
112.500m2 desde a parte nascente do parque. Foi reaproveitado o pavilhão de
Portugal da mostra do Rio de Janeiro em 1922 , dos irmãos Rebelo de Andrade, para
servir como Pavilhão de Festas, voltado a erguer no Parque Eduardo VII, no lugar
onde ainda hoje se pode encontrar mas sob o nome de Pavilhão Carlos Lopes. Este
para a exposição de 1932 foi readaptado pelo engenheiro Diogo Sobral e pelo
arquitecto Taveira Santos para a exposição.
Para além do Pavilhão de Festas foram erguidos mais pavilhõe s gerais, e se fosse
necessário, dada a natureza da indústria, a empresa poderia erguer um pavilhão
próprio fora dos pavilhões gerais, mas a localização e o projecto do pavilhão estava
sujeita a uma aprovação prévia da comissão. Para este certame a Comissã o
Administrativa tinha de dirigir todos os trabalhos desde a preparação, organização,
instalação e para isso contava com uma comissão técnica e de estética, que seria este
o organismo responsável por supervisionar todas as construções no recinto expositivo ,
e dar o aval aos pavilhões das empresas.
Desta comissão técnica fazia parte o arquitecto Jorge Segurado, que era o arquitecto
responsável pela organização do recinto, e de projectar os pavilhões gerais. O recinto
expositivo dividia-se em três zonas: a zona norte onde se ergueram seis pavilhões
gerais, e 50 especiais/próprios, a zona central que compreendia o Pavilhão de Festas
e a zona sul que era reservada como zona de festas e divertimentos, onde s e ergueu
um parque de diversões e restaurantes.
Os pavilhões gerais desenhados por Segurado, e pelos colaboradores dos quais fazia
parte António Varela218 e Keil do Amaral, tinham a intenção de estabelecer um
conjunto harmónico e com unidade arquitectónica desenhados num estilo art déco.
Para tal os pavilhões apareciam diante da fachada norte do Pavilhão de Festas,
definindo uma avenida, com quatro pavilhões perpendiculares ao pavilhão de festas e
no fecho dispunham-se em hemiciclo dois pavilhões. Os primeiros quatro estavam
separados por uma rua perpendicular à a venida, os do fecho também definiam uma
rua perpendicular separando-se dos quatro primeiros, estas ruas perpendiculares
davam acesso à zona dos pavilhões próprios que se distribuíam a poente dos
pavilhões gerais.
Os primeiros quatro pavilhões gerais estava m erguidos sobre platôs para vencer o
desnível do terreno, tinham planta rectangular e distribuíam -se longitudinalmente,
eram compostos por “fachadas porticadas, numa simples articulação de pilares de
secção quadrada que sustentavam uma arquitrave lisa. Aq ui e ali, as fachadas
animavam-se com avanços e recuos, quebrando a arquitrave, num jogo dinâmico e
discreto de volumes.” (dos Santos, 1994, p. 117). As arquitraves eram percorridas por
relevos horizontalmente, e estavam pintados com cores contrastantes, n os extremos
havia pilares com a mesma linguagem que serviam de suporte para mastros de
bandeiras.
218 António Varela (1903-1962) foi um arquitecto português, colaborou com Jorge Segurado, é o autor da
Fábrica de Matosinhos e da Fábrica da Afurada.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 341
Os dois pavilhões dispostos em hemiciclo que faziam o remate da efémera avenida,
tinham uma planta que correspondia a um quarto de um circulo, e estavam ligad os por
um arco, e eram iguais aos quatro primeiros. O arco era a parte central , e unia os dois
pavilhões como acima referido, este arco avançava da fachada curva como “um corpo
triangular, assente também sobre pilares. A sua parte superior destacava -se da
arquitrave encurvada, como uma proa de navio, dominando o conjunto da avenida.”
(dos Santos, 1994, p. 117).
O Pavilhão de Festas readaptado, tinha um interior amplo e luminoso de dia, à noite
era iluminado por lampiões eléctricos neobarrocos, tinha um salã o nobre para festas e
conferências, um cinema. Uma secção de telefones e de correios, as instalações
sanitárias encontravam-se na cave. Este pavilhão com o seu estilo barroco fazia
contraste com os pavilhões gerais erguidos acima dele, num estilo art déco, com
linhas sóbrias e mais racionais.
Mas com a zona dos pavilhões próprios viriam provar que o pavilhão de festas estaria
enquadrado, pois nesta zona concentravam-se uma miscelânea de estilos, que davam
dinâmica e movimento ao recinto.
Dado o sucesso da exposição, foi realizado no ano seguinte um segundo ciclo, que
inaugurou-se a 1 de Junho de 1933 e encerrou a 15 de Outubro do mesmo ano.
Neste segundo ciclo o arquitecto responsável pela organização fora substituído pelos
irmãos Rebelo de Andrade, mas estes mantiveram os pavilhões gerais do ano anterior
na íntegra, e apenas acrescentaram mais dois pavilhões na zona dos pavilhões
próprios, com uma planta em U recto. Os pavilhões próprios distribuíam -se pelo
recinto, respeitando as ruas feitas para circulação.
Em 1934 teria lugar no Porto, a I Exposição Colonial Portuguesa com inauguração a
16 de Junho por Carmona e pelo Ministro das Colónias, no Palácio de Cristal
Portuense, pela inexistência de outros equipamentos que pudessem albergar um
certame destes. O interior e os jardins do palácio proveram -se de estruturas efémeras
para este acontecimento, que servia para demonstrar ao povo português a vastidão do
império português. Esta exposição tinha por objectivo mostrar o poder colonizador de
Portugal, a extensão do território colonizado (que era Portugal), e os efeitos da
colonização, estreitando as relações comerciais entre as várias partes na nação
portuguesa (Portugal continental e Portugal colónias).
As obras para a exposição começaram a Jane iro de 1934, e prolongaram-se por cinco
meses. Estas transformaram o Palácio de Cristal em Palácio das Colónias, que foi
adaptado também para o gosto que vigorava na altura, os jardins envolventes ao
palácio sofreram também transformações, em 1865 feitos n um estilo romântico,
receberam presenças efémeras de pequenos pavilhões que constituíam construções
típicas das várias colónias, e monumentos, tornou -se assim no Parque do Império.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 342
Ilustração 588 – Plano I Exposição Colonial Portuguesa, Porto 1934. (Figueiredo, 2014).
Para se converter o Palácio de Cristal em Palácio das Colónias, tapou -se as fachadas
existentes de ferro e vidro, com um projecto de Mouton Osório 219. Onde o estilo
revivalista e ecletista das linhas curvas, fora coberto com estafe, por uma nova
fachada composta por linhas mais racionais, rectas, compondo uma fachada num
estilo modernista. O interior do palácio sofrera também uma transformação
semelhante, revestindo-se de estafe. A arquitectura do século passado t ransformou-se
numa arquitectura do gosto presente.
A nova fachada principal era dividida em cinco panos, o central com o pórtico de
entrada recto, este era saliente e fora resolvido “como uma fachada -frontão Art Déco,
com pilastras laterais e o seu caracte rístico remate escalonado.” (dos Santos, 1994, p.
136). De cada lado deste pano , os outros dois panos eram compostos no piso térreo
com um sistema porticado, e no piso superior um vão com o comprimento do pano,
definindo assim uma galeria no piso térreo e no piso superior uma varanda interior
que era suportada por pilares. A rematar estes dois panos, surgiam dois torreões em
cada lado com formato cúbico. No torreão da esquerda, assemelhando a fachada a
uma moldura, foi feito um painel decorativo, com emblemas em imitação de azulejos.
Na cobertura plana deste encontrava -se ainda uma grande escultura em papelão de
um elefante. O torreão oposto, do lado direito, fora rasgado por três vãos, dispostos
assimetricamente. A parte superior era rematada por um friso decorativo. E a
cobertura era decorada também com um grande candeeiro, em estilo art déco,
executado com caixilharia metálica envidraçada. Composto por três plintos
sobrepostos, funcionando como um farol da colonização.
219 Henrique Mouton Osório (?) foi um engenheiro português, foi o responsável pela decoração e
fachada nova do palácio de cristal portuense para a Exposição Colonial em 1934.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 343
Ilustração 589 – Fachada Palácio de Cristal I Exposição Colonial
Portuguesa, Porto 1934. (Figueiredo, 2014).
Ilustração 590 – Planta Palácio de Cristal I Exposição Colonial
Portuguesa, Porto 1934. (Figueiredo, 2014).
A parte posterior do palácio manteve os perfis das abóbadas das naves, revestindo -se
a fachada com painéis decorativos, que foram pintados com motivos de inspiração
africana estilizados.
No interior a nave central, foi também transformada, as colunas metálicas foram
revestidas e convertidas em colunas lisas com um capitel cúbico e saliente, com a face
decorada com os brasões do império. As guardas da galeria superior foram
transformadas em lintéis rectos apoiados nas colunas, onde se inscreviam legendas
nacionalistas. A abóbada também sofrera destas transformações efémeras, no início
logo após os capiteis das colunas, era composta por oito painéis rectangulares de
cada lado de composições pictóricas do cenógrafo Manuel de Oliveira, e eram alusivas
à acção colonizadora, dispostos em sequência. Estes painéis funcionavam como dois
grandes frisos separados por uma clarabóia envidraçada. Nos extremos da abóbada
havia outros dois painéis um em cada extremo com formato semicircular.
Ao longo da nave no piso térreo no eixo d ela ergueu-se quatro postes de iluminação
desenhados também por Mouton Osório. Proporcionando luz directa e indirecta à nave
eram compostos por “um pilar rematado por um lampadário cilíndrico saliente, cortado
por anéis luminosos, por sua vez coroado por u ma corola invertida e escalonada,
construída com secções cilíndricas de diferentes tamanhos.” (dos Santos, 1994, p.
138).
O espaço expositivo da nave estava dividido em cinco partes temáticas por painéis
rectos e curvos e também por plintos, definindo assim um percurso pré-determinado.
Nas naves laterais debaixo da galeria apareciam frisos decorativos da autoria de
Octávio Sérgio220.
Ao lado das naves laterais, havia mais duas naves uma de cada lado, que faziam o
remate do palácio. Ali encontravam-se os expositores particulares, das colónias na
nave esquerda e os da metrópole na nave direita.
A nave da esquerda, onde estavam os expositores das colónias, foi decorada
inteiramente por Ventura Júnior221, num estilo art déco. Optando por uma estilização
de motivos decorativos de inspiração africana. “No espaço rectangular da nave,
perpendiculares às paredes, conjuntos simétricos de plintos escalonados e muretes
220 Octávio Sérgio (1896-1965) foi um pintor, caricaturista e decorador português, estudou desenho e
pintura na Escola de Belas-Artes do Porto. Trabalhou como jornalista, desenhador, pintor e decorador,
mas foi na área do jornalismo e pintura que se destacou mais e desenvolveu mais trabalho. 221 Ventura Júnior (?) foi um decorador português, após uma pesquisa não foram encontrados mais
dados biográficos sobre o decorador.
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Rogério André Moreira Branco 344
delimitavam os sectores destinados aos expositores individuais.” (dos Santos, 1994, p.
139), estes plintos foram pintados com cores lisas e os topos decoradas com motivos
geométricos de maneira abstracta, com linhas rectas quebradas, ziguezagues,
triângulos, losangos, pintados a preto sob um fundo branco, inspirados em motivos
africanos como acima referido. As paredes foram cobertas por painéis figurativos,
pintados também com cores lisas e eram separados por pilastras que tinham um
remate decorativo idêntico aos dos plintos. Toda a decoração da sala fora feita com a
vertente étnica, o que fez com que esta fosse a sala com a melhor decoração de toda
a exposição.
A nave da direita, onde se encontravam os expositores da metrópole, fora decorada
por José Luís Brandão222, recorrendo a painéis decorativos num estilo naturalista.
Ilustração 591 – Interior Palácio de Cristal Nave Lateral, Porto
1934. (Figueiredo, 2014).
Ilustração 592 - Interior Palácio de Cristal Nave Central, Porto
1934. (Figueiredo, 2014).
Ilustração 593 - Interior Palácio de Cristal Nave Lateral, Porto
1934. (Figueiredo, 2014).
Os jardins, sofreram transformações e receberam monumentos e construções
efémeras. O jardim na parte frontal tinha canteiros de relva organizados de forma
elipsoidal que eram rompidos por percursos radiais, no centro numa rotunda de
relvado foi erguido o Monumento ao Esforço Colonizador, de Ponce de Castro 223 e
Sousa Caldas224.
222 José Luís Brandão (?) foi um decorador português, para além de participar na decoração na
Exposição Colonial em 1934, participou na decoração de stands para a feira popular, juntamente com
Fred Kradolfer, Bernardo Marques, Carlos Botelho entre outros. 223 Alberto Ponce de Castro (?) foi um escultor português, após uma pesquisa não foram encontrados
dados biográficos sobre o escultor. 224 José Sousa Caldas (1894-1965) foi um escultor português, formou-se na Escola de Belas-Artes do
Porto, concluiu o curso de escultura com 17 anos. Desenvolveu trabalho de esculturas, onde procurava a
beleza e perfeição. Na sua maioria retratava figuras publicas e da cultura portuguesa. O seu espólio
encontra-se espalhado por território nacional, em vários espaços públicos e em museus, como o Museu
do Chiado e o Museu Nacional Soares dos Reis no Porto, entre outros.
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Rogério André Moreira Branco 345
Nos jardins à esquerda do palácio ergueu -se uma aldeia indígena de Moçambique,
este lado do recinto era também reservado para Angola. Do lado direito era dedicado a
expositores privados. Nas traseiras do palácio os jardins mantiveram o lago construído
para a exposição de 1865, onde instalaram maquinaria de modo a criarem jogos de
água e luz. Nas margens deste encontravam-se embarcações indígenas, e era onde
se podia encontrar aldeias de Timor e da Guiné replicadas.
Para além das réplicas de aldeias, havia ainda pelo parque pavilhões das províncias e
companhias particulares. O que teve maior destaque fora o pavilhão da Companhia de
Moçambique, desenhado por Leal da Câmara.
[…] era uma estrutura longitudinal, baixa, com um alpendre avarandado ao longo da
fachada delimitado por uma balaustrada improvisada com troncos e ramos de árvore
torcidos. Na larga cornija lisa corria um ziguezague pintado. (dos Santos, 1994, p. 141)
Projectado com um cariz oitocentista, e o exterior era marcado por uma preferência
pelo pitoresco. Devido ao terreno de implantação ser acidentado o arquitecto recorreu
a uma estrutura de vários níveis, que se ligavam através de escadarias. Toda a
decoração exterior e composição denunciava um gosto pela arquitectura dos trópicos.
O interior do pavilhão era composto por duas salas, que tinham uma cornija saliente
que servia de iluminação indirecta e plintos rectilíneos para expor a propaganda e
maquetas, de resto as paredes eram lisas de modo a expor mapas e documentação e
telas.
Os restantes pavilhões do recinto foram projectados também com um gosto exótico,
como o de Macau, que era uma casa de chá octogonal, que lembrava um pagode
chinês de três andares, o pavilhão Etnográfico que tinha referências africanas que se
misturavam com pormenores orientais. Compondo -se assim um recinto expositivo
pitoresco e semelhante ao da exposição de Paris em 1931 no Bosque de Vincennes.
Ilustração 594 – Aldeia Guiné, Porto
1934. (Figueiredo, 2014).
Ilustração 595 – Aldeia Moçambique,
Porto 1934. (Figueiredo, 2014).
Ilustração 596 – Casa de Chá de Macau,
Porto 1934. (Figueiredo, 2014).
Para comemorar os dez anos da instauração da ditadura militar, conhecida como
Estado Novo que se deu com o golpe militar em 1926. Em 1936 organizou -se, em
Lisboa, a Exposição da Revolução Nacional pela União Nacional, de modo a
comemorar o Ano X da Revolução Nacional, a comemoração de dez anos de Estado
Novo.
O local onde este certame se organizou foi o Parque Eduardo VII, utilizando o Palácio
de Festas, devido à inexistência de dispositivos para exposições em Lisboa. A
responsabilidade de elaborar o plano da exposição e dos arranjos do Palácio de
Festas joanino dos irmãos Rebelo de Andrade, foi de Paulino Montês.
Para o plano da exposição o arquitecto Paulino Montês inspirou-se na exposição do
mesmo género que acontecera quatro anos antes em Roma, a Mostra Della
Rivoluzione Fascita, que marcara em Itália os dez anos da Marcha sobre Roma de
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 346
Mussolini. Inspirado neste certame italiano Paulino Montês “gizou em imitação daquela
uma encenação monumentalista, de estilização greco -romana.” (dos Santos, 1994, p.
159).
Com a intenção de integrar o palácio joanino com o resto das construções erguidas,
lisas pintadas de branco e feitas em estafe e g esso, que criavam uma encenação, este
fora tapado com verdura e estandartes, ocultando assim a traça joanina e integrando-
se no conjunto das edificações de estilo clássico.
No recinto ergue-se uma entrada monumental à entrada do parque, em semicírculo e
interrompida no eixo central, lisa e pintada de branco. Era composta por uma colunata
de cada lado, rematada no topo por uma arquitrave e lateralmente a colunata e a
arquitrave eram rematadas por dois pilares quadrangulares. A arquitrave era
suportada por quatro colunas cilíndricas “lisas, sem bases nem capitéis” (dos Santos,
1994, p. 159). E os pilares centrais que rematavam este conjunto, eram mais altos e
tinham cada um, um escudo com as quinas portuguesas, e formavam a zona de
entrada que ao fundo tinha uma sucessão de colunas recta s e lisas, que tinham
inscrito na face o nome do certame “Revolução Nacional Ano X”.
Transposta a entrada monumental encontravam -se a ladear a artéria principal 18
padrões, que á noite iluminavam-se, compostos com uma base quadrangular, um fuste
cilíndrico e rematados por um capitel com quatro escudos com as quinas portuguesas,
constituindo as quatro faces do capitel. Estes padrões construíam um trajecto desde a
entrada até ao palácio e à tribuna de honra erguida no topo do recinto.
A tribuna de honra era “armada numa dupla colunata sobrepujada por um largo
entablamento, e inteiramente revestida com um material que imitava o mármore”
(Acciaiuoli, 1998, p. 21). De planta rectangular longitudinal, a colunata era composta
por oito colunas quadradas lisas. O acesso era feito por uma escadaria que rodeava
toda a tribuna. O entablamento era composto apenas por uma arquitrave rectangular.
O palácio de festas fora como acima referido coberto por verduras e estandartes, de
modo a que se enquadrasse com as restantes construções do recinto. O interior foi
tratado da mesma maneira “Montês trabalhara realmente o espaço como se de um
templo se tratasse” (Acciaiuoli, 1998, p. 22), tapando-se o interior barroco com painéis
rectangulares pintados, e tratando o interior como se cada sala fosse um pavilhão. No
total estabelecera-se um conjunto de nove salas.
A entrada era feita pelo lado esquerdo do palácio que fora convertido em átrio, e
depois apareciam numa sucessão seis salas de planta dodecagonal, ligadas por
pequenos corredores. Nestas primeiras seis salas estavam expostos os assuntos da
Defesa Nacional, Educação e Negócios Estrangeiros na primeira sala, a segun da era
Ilustração 597 – Exposição da Revolução Nacional, Lisboa 1936. (Leite, 2015).
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Rogério André Moreira Branco 347
das Corporações e da Justiça, Saúde e Assistência, de seguida a terceira tinha as
actividades nas Colónias às da Economia Nacional, a quarta sala era dedicada
inteiramente às Finanças, na quinta sala estava exposto as realizações no Comércio,
Indústria e Agricultura, as Obras Públicas apareciam na sexta sala.
Executadas como “uma espécie de antecâmaras que se percorriam para através delas
se chegar à sala central onde se consolidavam os propósitos.” (Acciaiuoli, 1998, p.
23). Estas salas tal como as restantes foram executadas com painéis, pintados,
formando uma planta centralizada dentro da ala do palácio. As paredes eram
dominadas “pelo principio da parede -esculpida de inspiração romana” (dos Santos,
1994, p. 160).
Seguindo o encadeamento destas seis salas chegava-se à sala central a sala sete,
espaço reservado para a Revolução Nacional, com uma planta rectangular, e também
com as paredes barrocas.
[…] ocultas por paredes falsas. Ao longo do salão, dispunham -se agora duas filas
paralelas de quatro colunas lisas, definindo uma nave central e duas naves laterais de
cinco tramos. Rodeando toda a sala, rasgavam -se nichos rectos nas paredes [...]
separados por pesadas pilastras lisas, como capelas de uma basílica antiga. (dos
Santos, 1994, p. 160)
Esta grande sala dedicada ao tema da exposição, tinha ao fundo uma grande estátua
com cinco metros de altura, representando a vitória da Revolução Nacional da autoria
de Maximiano Alves225. Conseguindo assim o intuito da exposição.
A seguir a esta grande sala apareciam mais duas de planta octogonal, ligadas por um
corredor como as seis primeiras. Estas eram dedicadas á região Norte a sala oito e a
nove à região Sul.
Ao longo das salas poligonais apareciam nos painéis de madeira e estuq ue pintados
de branco e inseridas em molduras rectangulares legendas propagandísticas
encimadas por pinturas, num total de 71 painéis.
Os dispositivos feitos para esta exposição, e os arranjos que ocultaram a traça barroca
do Palácio de Festas de Lisboa, compuseram um encenação e iniciaram um estilo de
arquitectura que se ligaria ao Estado Novo, tornando -a assim uma arquitectura
simbólica do estado. Que este replicaria nas suas construções.
Ofuscada pela exposição parisiense em 1937, nesse ano em Lisboa ocorreu a
Exposição Histórica da Ocupação no Século XIX. Esta passou relativamente
despercebida devido à azáfama e expectativa da exposição de Paris.
Esta exposição fora realizada no Palácio de Festas do Parque Eduardo VII, como já
era habitual para estes certames em Lisboa e pela falta de equipamentos na cidade
para albergar este tipo de exposições. Fora inaugurada a 19 de Junho de 1937, e tinha
como intenção mostrar o esforço da Nação no século passado na criação de um
Império Colonial. Para este certame o palácio fora mais uma vez m odificado, desta
abriram-se novas salas, e taparam-se galerias, e a traça barroca fora completamente
camuflada.
225 Maximiano Alves (1888-1954) foi um escultor português, formou-se em Desenho na Escola de Belas-
Artes de Lisboa, em 1908 inscreve-se no curso de Escultura Estatuária, ai teve como mestre José Simões
de Almeida, no curso conheceu Santa-Rita Pintor, Abel Manta e Francisco Franco.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 348
O arquitecto escolhido para a elaboração do plano expositivo e para a modificação do
palácio foi Artur Fonseca226, e o decorador da exposição Fred Kradolfer. O recinto
expositivo no Parque Eduardo VII constituíra mais uma vez um a encenação efémera.
O pórtico principal de entrada encontrava -se junto à praça do Marquês de Pombal,
constituído por:
[...] uma longa arquitrave encurvada, onde corria o nom e do certame, assente sobre
oito fustes de coluna, lisos, [...] Entre o par de colunas central, mais espesso, inseria -se
um relevo rectangular com o emblema da exposição [...] enquanto os outros sectores
recebiam canteiros com arbustos talhados em bola [.. .](dos Santos, 1994, p. 165)
Depois de transposto o pórtico, podia -se encontrar no parque uma fonte luminosa que
fora adaptada ao lago existente, no topo em frente do palácio apareciam duas fontes
luminosas e entre estas um globo terrestre com a indicação de Portugal e das
colónias.
O palácio fora ornamentado por panejamentos com as cores do império no exterior, ao
longo das platibandas. O interior em semelhança com o exterior sofrera alterações
disfarçando-se a traça original do palácio. A entrada para a e xposição dava-se através
de um vestíbulo que ligava directamente para a Sala Nobre, de planta rectangular “um
imenso espaço vazio com parquet de madeira” (dos Santos, 1994, p. 166), as paredes
eram lisas de modo a receberem a decoração feita com brasões, e eram separadas
por pilastras lisas e salientes, a meia altura das paredes corria uma arquitrave que
dividia assim a parede em partes iguais. O único elemento decorativo que não era um
brasão encontrava-se ao fundo da sala e era um nicho com remate em arco , onde
aparecia um painel pintado com a alegoria da chegada dos portugueses à Índia.
Esta primeira sala era “totalmente envolvida por uma larga cornija contracurvada,
articulando dezenas de mísulas recortadas, que sustentavam um tecto plano e
luminoso.” (dos Santos, 1994, p. 167).
Seguia-se a sala de Marrocos depois desta Sala Nobre, que consistia num longo
corredor despojado, com tecto envidraçado, ao longo das paredes apareciam os
expositores com documentação. Depois desta sala aparecia a Sala dos Monumen tos
Literários que consistia num corredor idêntico ao da sala anterior, sala onde os
expositores apresentavam livros raros portugueses como a primeira edição d’Os
Lusíadas.
A Sala do Brasil seguia-se e fora feita com semelhante estratégia, uma sala despojada
e funcional, com planta quadrangular, tecto plano e paredes lisas. Esta sala dividia -se
em dois momentos, a primeira parte onde se destaca um nicho rectangular onde se
expôs um tríptico pintado por Saúl de Almeida227, consistindo em três mapas
ilustrativos sintéticos da formação da unidade territorial do Brasil. O segundo momento
desta sala estava ilusoriamente separado por um pórtico recto, “sob cujo tecto muito
rebaixado se rasgavam estreitas vitrines horizontais nas três paredes envolventes”
(dos Santos, 1994, p. 168).
A contrastar com as salas anteriores, a Sala do Oriente fora feita com uma cuidada
encenação recorrendo a práticas Art Déco. De planta quadrangular, destacando -se os
candeeiros que apareciam nos quatro cantos da sala , candeeiros que eram
usualmente vistos nos cinemas, “cada um deles articulava seis corolas rectilíneas
226 Artur Fonseca (?) após uma pesquisa nao foram encontrados dados biográficos sobre Artur Fonseca. 227 Saúl de Almeida (?) foi um pintor português, após uma pesquisa não foram encontrados dados
biográficos do pintor.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 349
invertidas e sobrepostas” (dos Santos, 1994, p. 168). No tecto apareciam duas sancas
de iluminação, que se cruzavam a meio da sala, na parede do fundo aparecia um
nicho profundo como uma capela funerária.
Seguia-se para a Sala da Fé, nesta sala a luz revelou -se como o elemento ornamental
mais notável, fazendo-se uso de uma luz indirecta para iluminar a sala que se
encontrava numa penumbra de uma maneira difusa, destacando-se apenas a capela-
mor com luz intensa. Esta que foi a sala mais cenográfica desta exposição, consistindo
numa reconstituição de um templo românico.
[...] uma longa nave de três tramos envoltos por arcarias, coberta pela respectiva
abóbada de berço, rematada por uma réplica de capela-mor. [...] feixes de colunelos
adossados, rematados por capiteis românicos em estuque, sustentavam teorias de
arquivoltas; grandes arcos torais simulavam a descarga do peso da abóbada sobre
longas colunas; [...](dos Santos, 1994, p. 169)
Após esta mostra historicista e cenográfica, aparece a Sala da Marinha, de planta
rectangular, onde o modernismo dominava a decoração, com paredes lisas e tecto
plano, a parede do lado esquerdo da sala tinha um sistema porticado feito com quatro
pilares rectos adossados à parede, que definiam cinco nichos rectangulares, onde
apareciam expositores com cartografias raras. Em cima dos pilares corria uma cornija
arquitravada.
Seguindo-se a esta: duas Salas Militares, Sala do Drama da Ocupação, terceira Sa la
Militar, no piso superior apareciam as galerias que reforçavam o carácter didáctico da
exposição.
A visita desta exposição acabava na Sala do Acto Colonial, uma sala sóbria, um
espaço poliédrico com uma parede circular como um nicho, onde se ergueu uma
estátua de Salazar sob um plinto cúbico, com tecto plano e envidraçado proporcionava
uma iluminação zenital, nas paredes laterais lisas apareciam “quatro tábuas
rectangulares molduradas, nas quais se apresentavam, em letras salientes os
princípios da legis lação portuguesa sobre o Império Colonial.” (dos Santos, 1994, p.
176).
Recorrendo-se às mesmas estratégias, que foram aplicadas no certame realizado no
mesmo sitio, de tapar a traça original do palácio nesta mostra o “efeito global era o de
uma arquitectura de interiores modernista que oscilava entre o monumentalismo
comedido de uma sala de audiências e o mundanismo de um salão de chá” (dos
Santos, 1994, p. 167).
Um ano após esta exposição Lisboa, organiza -se em Luanda a Exposição-Feira de
Angola em 1938, com o objectivo de exibir o desenvolvimento de Angola desde a
colonização. Para tal foram representadas as cinco províncias de Angola: Luanda,
Malange, Benguela, Bié e Huila, com pavilhões para cada província e separados por
zonas no recinto expositivo, os lotes destinados às províncias delineavam a avenida
principal do recinto que dava ligação com o Pavilhão de Honra do certame que
encimava a avenida.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 350
Ilustração 598 – Exposição-Feira de Angola, Luanda 1938. (Pomar, 2014a).
Cada província tinha um Pavilhão de Honra e um Pavilhão do Comércio, Indústria e
Agricultura, e conforme as actividades das províncias existiam pavilhões dos caminhos
de ferro e de arte indígena. Fora dos lotes destinados às províncias, podia-se
encontrar um Pavilhão de Honra, uma aldeia indígena no topo do recinto, um pavilhão
do Banco de Angola, coretos, um pavilhão do Rádio Club de Angola, restaurantes etc.
O plano geral da exposição fora desenhado por Vasco Vieira da Costa 228, tal como
alguns pavilhões.
Os pavilhões e toda a decoração deste certame fora executada recorrendo a uma
linguagem Art Déco, “sucederam -se as propostas de um modernismo arquitectónico
monumentalizante, quer assumidamente Art Déco, quer ecleticamente tingido de
laivos triunfalistas ou de marcas historicistas.” (dos Santos, 1994, p.197).
Ilustração 599 – Entrada Exposição Luanda 1938 . (Pomar,
2014b).
Ilustração 600 – Avenida Principal Exposição Luanda 1938 .
(Pomar, 2014b).
228 Vasco Vieira da Costa (1991-1982) foi um arquitecto português, naturalizado angolano. Estudou
arquitectura na Escola de Belas-Artes do Porto em 1945. Muda-se para Angola, depois de ter trabalhado
com Le Corbusier em Paris. Em Angola nomeadamente na cidade de Luanda, fez carreira em arquitectura
e produziu obra, sendo um dos precursores da arquitectura moderna em Angola. Das suas obras destaca-
se o recém demolido Mercado do Kinaxixe, o edifício Anangola e o Bloco da Mutamba, todos em Luanda.
Estratégias efémeras: o caso LIKEarchitects®
Rogério André Moreira Branco 351
Dos vários pavilhões do recinto, é de destacar o Pavilhão do Banco de Angola,
projecto de Vasco Regaleira229, com uma planta rectangular de 20m por 25m e com
uma altura de 18m, transmitindo um aspecto monumental e belo que vinha do
cruzamento da arquitectura tradicional portuguesa com o modernismo, “tratava -se de
uma massa cúbica, percorrida por pilastras verticais, antecedida por uma escadaria
entre dois avanços laterais, cúbicos também. Na fachada principal, entre as pilastras,
rasgavam-se três portais em a rco quebrado, ditos ogivais” (dos Santos, 1994, p. 198).
No pórtico central havia um escudo nacional saliente que se apoiava em mísulas. As
fachadas laterais do pavilhão eram compostas por galerias de arcos ogivais, que eram
separados por coruchéus e rematados por merlões. A fachada posterior era
semelhante à principal, com acesso por uma escadaria que se encontrava entre dois
avanços existindo um único pórtico em forma de arco ogival. O interior deste pavilhão
apresentava semelhante exercício de cruzamento de estilos e de um historicismo
purista, a galeria de entrada tinha um tecto em abóbada, “coberta por uma abóbada de
barrete de clérigo feita em placas de estafe” (dos Santos, 1994, p. 198), o acesso à
sala de honra era feito por três pórticos idênticos aos da fachada, o tecto desta sala
era composto por 25 caixotões onde estavam pintadas as figuras dos governadores de
Angola, e à volta do tecto havia um friso com uma citação de Salazar sobre o Acto
Colonial.
Outro pavilhão a destacar, que constituía um exercício de intersecção de estilos é o
Pavilhão dos Caminhos de Ferro de Benguela, com uma planta rectangular, e um
volume paralelepipédico. A entrada encontrava -se numa esquina do pavilhão e fazia -
se por uma escadaria circular, onde apareciam três pilares cilíndricos que sustentavam
dois escudos em baixo relevo em cada face, estes eram separados “por uma
goticizante coluna torsa na empena.” (dos Santos, 1994, p. 199). A rematar o pavilhão
apareciam coruchéus cónicos, merlões e pináculos sobre o pórtico de e ntrada.
Fora dos pavilhões que adoptaram uma linguagem um tanto historicista, os restantes
pavilhões apresentavam uma linguagem Art Déco herdada da exposição parisiense de
1925. Como é o caso do Pavilhão do Sindicato de Pesca de Benguela que tinha uma
fachada-frontão, articulada por plintos escalonados simétricos. Com o mesmo estilo foi
projectado o Pavilhão Principal de Benguela, que apresentava dinamismo, com “uma
fachada de dois andares separados por uma pala saliente, com três janelões entre
pilastras caneladas na parte superior, e escultóricos torreões laterais associando
plintos e colunelos.” (dos Santos, 1994, p. 199).
Ilustração 601 – Pavilhão de honra,
Luanda 1938. (Pomar, 2014b).
Ilustração 602 – Pavilhão Caminhos de
Ferro de Benguela, Luanda 1938 . (Pomar,
2014b).
Ilustração 603 – Pavilhão Banco de
Angola, Luanda 1938. (Pomar, 2014b).
229 Vasco Regaleira (1897-1968) foi um arquitecto português, frequentou a Society of Architects em
Londres, onde se diplomou e terminou o curso em 1926. O título foi no mesmo ano reconhecido pela
Escola de Belas-Artes de Lisboa. A obra de Vasco Regaleira inc idiu maioritariamente em Sanatórios, e
grandes edifícios como igrejas, sedes e conventos. Parte da sua obra foi realizada no continente africano,
em Angola. Foi o autor da Igreja do Santo Condestável em Campo de Ourique, Lisboa e do edifício do
Banco Nacional de Angola em Luanda, entre outros.
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Rogério André Moreira Branco 352
Nesta mostra como acima referido, consubstanciou -se “as opções estéticas
oficialmente admitidas e praticadas pelos arquitectos no continente e nas colónias:
uma linguagem Art Déco” (dos Santos, 1994, p. 201). Mesmo nos pavilhões que
apresentavam uma linguagem mais historicista estava presente o cruzamento com
este estilo, conseguindo-se um produto final harmonioso.
Em 1940, em Portugal, celebrava-se mais um centenário da fundação do país, e da
restauração da independência. Para tal a capital Lisboa engalanou -se a rigor para
comemorar estes marcos, os 800 anos da fundação de Portugal po r D. Afonso
Henriques e 300 anos da restauração da independência.
Para as comemorações do duplo centenário, Fundação e Restauração de Portugal,
dada a índole aparece a ideia de realizar uma “Grande Exposição Histórica do Mundo
Português”, para além dos fes tejos que se faziam na cidade, este foi o fulcro das
comemorações.
Para tal Salazar vaticinara a exposição como uma obra efémera, desaparecendo sem
deixar rasto.
[...] manifestação absolutamente efémera e que, assentando embora num “máximo de
restrições materiais!, como Presidente do Conselho preconizara, tinha, em
contrapartida, “um mínimo de restrições de ordem espiritual” constituindo um maior
desafio para o arquitecto. Sendo uma obra para “desaparecer” quando cessasse a
razão que lhe dera origem [...](Acciaiuoli, 1998, p. 116)
Fora composta uma comissão organizadora das comemorações, da qual foram
nomeados para fazerem parte: Cottinelli Telmo, Paulino Montês, Pa rdal Monteiro e
Raul Lino. Estes encarregaram-se de engalanar a cidade para o festejo, com vários
polos de atracção, o castelo de S. Jorge recentemente reabilitado , fora um deles, a
Avenida da Liberdade tomou o cargo de funcionar como uma via sacra simbólica, isto
porque não era possível abrir-se uma via directa do castelo até Belém, local que
albergaria a Exposição do Mundo Português.
No topo da Avenida a estátua de Marquês de Pombal, encontrava -se desadequada
para as celebrações, para isso fora mascarada por um padrão ornamental e festivo “o
monumento seria “mascarado”, envolvido por uma estrutura provisória e iluminado”
(Martins, 1995, p. 323). Esta estratégia tinha o intuito de marcar e simbolizar o que se
festejava, servia também como um atractivo às comemorações. Os elementos
luminosos fizeram também parte importante no engalanamento da cidade, a Avenida,
Rua do Ouro e da Prata, Praça do Rossio (Praça D. Pedro IV), Praça dos
Restauradores receberam um tratamento de luz cuidado e adequado para dar tom ao s
festejos, com galhardetes, bandeiras e escudos.
A exposição aparecia para mostrar uma síntese da acção civilizadora dos portugueses
e do papel que teve Portugal na História Mundial, inaugurada a 23 de Junho de 1940.
Para a execução desta Cottinelli Telmo fora nomeado arquitecto chefe, ele fora o
responsável pela elaboração do plano geral da exposição.
O local de implantação da exposição foi em Belém, nos terrenos em frente à igreja dos
Jerónimos prolongando-se até ao rio, e desde a Praça Afonso de Albuque rque
passando pela Doca do Bom Sucesso até à Torre de Belém, estando já previsto as
demolições dos armazéns nos terrenos em frente aos Jerónimos, estas já estavam
previstas no plano de requalificação urbana daquela zona. Para além das demolições
já estava prevista a Praça do Império em frente dos Jerónimos, desde o tempo em que
Duarte Pacheco era Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, esta praça seria o
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Rogério André Moreira Branco 353
fulcro da exposição, era o átrio de Honra. A exposição ocupara no total uma área de
560 mil m2, e a localização impulsionaria o crescimento da cidade para o lado do
Restelo e Belém.
O plano da exposição fora elaborado rapidamente, um primeiro em que Cottinelli
apresentava inseguranças e timidez que fora refeito, aparecendo um mês depois de o
comissariado da exposição tomar posse, o plano final da exposição, este fora
publicado numa revista, com uma planta em perspectiva isométrica.
Ilustração 604 – Plano Exposição O Mundo Português, Lisboa 1940 . (Leite, 2012).
Ilustração 605 - Exposição O Mundo Português panorâmica da Praça do Império, Lisboa 1940 . (Estúdio Horácio Novais, 2006).
Ali podia-se ver que o centro do recinto seria a Praça do Império, que era “aberta ao
Tejo e definida pelo Mosteiro dos Jerónimos e por dois longos pavilhões” (Martins,
1995, p. 332), estes pavilhões eram os maiores da exposição e dispunham-se
perpendicularmente ao Mosteiro. Do outro lado da linha férrea, junto ao rio os
pavilhões teriam uma volumetria mais irregular, e eram envolvidos por espaços
exteriores que permitiam uma permeabilidade do conjunto.
Em semelhança com os certames mundiais, a exposição organizava -se por zonas
temáticas, dividindo-se por secções, respectivamente Secção Histórica que ficaria do
Lado de Lisboa (nascente), Secção de Etnografia Metropolitana no lado de Oeiras
(poente), esta era prolongada pelas “Aldeias Portuguesas”, no extremo oposto
encontrava-se dentro do jardim colonial a Secção de Etnografia Colonial. No outro lado
da linha férrea perto do rio fora feito um espelho de água simétrico à Doca de Belém,
este ainda existe, “o conjunto formado pela doca e pelo espelho de água “procurava
integrar o Tejo na Exposição, complementando o desejo de aproximar a exposição do
Tejo”” (Martins, 1995, p . 333). Havia ainda um parque de atracções, situado num
extremo do recinto, no lado esquerdo dos Jerónimos num plano recuado, e dispersos
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Rogério André Moreira Branco 354
pelo recinto havia restaurantes, salas de festas, um teatro, um parque infantil e um de
merendas.
A linha férrea que quebrava a continuidade e fruição da exposição apresentando -se
como um problema, foi resolvido de maneira simples, a solução foi feita com a
construção de passagens superiores de peões que “estabeleciam a ligação entre os
diversos sectores, ao mesmo tempo que marcavam as entradas monumentais da
Exposição” (Martins, 1995, p. 334).
Dentro do recinto os pavilhões tinham alguns o cunho de Cottinelli e equipamentos
também, estes foram o Pavilhão dos Portugueses no Mundo, os interiores do Pavilhão
dos Descobrimentos da autoria de Pardal Monteiro, a Porta da Fundação, as Ogivas
da Secção Histórica, a fonte luminosa da Praça do Império, Cottinelli fora também o
responsável pelo projecto da praça e Padrão dos descobrimentos.
Incumbidos por Cottinelli, houve uma vasta gama de arquitectos responsáveis pelos
restantes pavilhões, porta de entrada, jardins etc. O Pavilhão de Honra e de Lisboa era
da autoria de Cristino da Silva. Pavilhão da Colonização de Carlos Ramos 230,
Cassiano Branco encarregou-se do largo em frente da entrada da Secção Colonial,
Keil do Amaral do parque de atracções, primeiramente Raul Lino depois substituído
por Jorge Segurado o núcleo das Aldeias Portuguesas, a concepção do conjunto dos
pavilhões da Secção Etnográfica Metropolitana fora dada a Veloso d os Reis231 e João
Simões232, o parque infantil e o jardim dos Poetas Líricos perto da Doca do Bom
Sucesso era de António Lino233, envolvido por estes o teatro ao ar livre de Paulo
Cunha234, a Porta da Restauração riscada por Vasco Lacerda Marques 235, que ligava
directamente ao jardim e teatro. Rodrigues Lima 236 desenharia os pavilhões da Secção
230 Carlos Ramos (1897-1969) foi um arquitecto português, formou-se me arquitectura na Escola de
Belas-Artes de Lisboa, terminando o curso em 1921. Carlos Ramos pertenceu à primeira geração de
arquitectos modernistas portugueses, onde se destaca da sua obra o Instituto Português de Oncologia em
Lisboa e o edifício do Laboratório Pasteur (prémio Valmor em 1958), entre outros. Carlos Ramos
trabalhou também com vários arquitectos, com os quais foi co-autor de projectos, desse arquitectos e de
destacar a colaboração com Keil do Amaral e Manuel Tainha, embora os projectos nunca tenham sido
construídos. 231 Veloso dos Reis (1899-1985) foi um arquitecto português, a sua obra está associada
maioritariamente às obras do Estado Novo. Foi autor de várias agências da Caixa Geral de Depósitos
com a de Coimbra e Faro. Executou obras também como liberal das quais recebeu dois prémios Valmor. 232 João Simões (1908-1995) foi um arquitecto português, formado na Escola de Belas-Artes de Lisboa
em 1932. Apesar de apoiar os movimentos da oposição democrática contra Salazar e ser um
Republicano, João Simões não se privou de colaborar com Duarte Pacheco, elaborando projectos para
obras públicas, sendo o autor do Hospital de Santa Maria, da Escola de Enfermagem do IPO e da Casa
da Imprensa entre outros. Projectou desde igrejas a edifícios públicos e privados, exercendo em paralelo
com as obras públicas de Duarte Pacheco actividade liberal. 233 António Lino (1909-1961) foi um arquitecto português, estudou na Escola de Belas-Artes de Lisboa
terminando o curso de arquitectura em 1936. Começa a trabalhar com Cristino da Silva até 1940. António
Lino exerceu tanto como arquitecto liberal como colaborou com Duarte Pacheco em obras públ icas. Foi o
autor do Restaurante Espelho de Água, Lisboa, da Igreja São João de Deus, Praça de Londres, Lisboa e
do Monumento ao Cristo-Rei, Almada. 234 Paulo Cunha (?) foi um arquitecto português, estudou na Escola de Belas -Artes de Lisboa. Foi
estagiário no atelier de Carlos Ramos. Em 1946 foi um dos fundadores do grupo ICAT (Iniciativas
Culturais Arte e Técnica) e em 1948 foi Secretário Geral do I Congresso Nacional de Arquitectura. 235 Vasco Lacerda Marques (?) arquitecto português. Não foram encontrados registos biográficos do
arquitecto apenas que participou na elaboração da Exposição do Mundo Português em 1940, e que em
1934 foi co-autor, com o seu pai Tertuliano de Lacerda Marques, do edifício Rádio Clube Português. 236 Rodrigues Lima (1909-1980) foi um arquitecto português, insere-se na primeira geração de
arquitectos modernistas portugueses. Foi autor de inúmeras obras, na sua maioria projectos de carácter
público. Rodrigues Lima foi o autor do demolido Cinema Monumental em Lisboa (1951), do Palácio de
Justiça do Porto (1961) e do Cinearte a Barraca em Lisboa, entre outros. A sua obra foi também premiada
com um prémio Valmor em 1943.
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Rogério André Moreira Branco 355
Histórica, o pavilhão da Fundação, da Formação e Conquista e o da Independência,
para Gonçalo de Mello Breyner237, António Lino e Vasco Regaleira estariam os
pavilhões da Secção de Etnografia Colonial. Existindo ainda um bairro comercial e
industrial da autoria de Vasco Regaleira. Neste conjunto de pavilhões acrescentou -se
ainda o Restaurante Espelho de Água de António Lino, Pavilhão dos Correios e
Telecomunicações de Adelino Nunes238, pela mão de Cottinelli com colaboração de
Paulo Cunha o Pavilhão dos Caminhos de Ferro e dos Portos. Mais tarde o Brasil
decidira participar com um pavilhão autónomo, este pavilhão construído mais tarde
não constava dos planos, era um grande volume que fora desenhado por Raul Lino.
Para a elaboração dos projectos numa carta aberta escrita por António Ferro, este
pedira aos arquitectos e artistas que fizessem os possíveis para se chegar a uma
pintura, escultura e arquitectura, que fosse moderna, forte, no va, saudável, que tivesse
influências do passado, tornando-se no estilo Português de 1940. Com esse contexto
e repto os pavilhões tomavam características modernistas mas sem nunca perder as
heranças arquitectónicas do passado português de maneira suave. O resultado foram
pavilhões densos e pesados, regrados por eixos de simetria e com poucas aberturas
para o exterior, mas claramente com a tónica modernista fundida com o passado.
Para ajudar Cottinelli na coordenação do plano, realização, acompanhamento dos
projectos dos pavilhões e na concepção de pequenos equipamentos, vedações e
iluminações, foram nomeados como arquitectos adjuntos do comissariado António
Lino e Paulo Cunha.
Do conjunto dos pavilhões da exposição podem -se destacar quatro pavilhões e as
duas portas de entrada, devido à grandeza, eloquência, mestria e inovação com que
foram realizados.
O Pavilhão de Honra e de Lisboa, era composto por dois corpos distintos e
“perfeitamente definidos, na consciência dos seus volumes e na rigorosa articulaçã o
das suas estruturas” (Acciaiuoli, 1998, p. 134), erguido numa estreita faixa de terreno,
com 150m de comprimento. Na fachada era evidente o tratamento cuidado e a
distinção entre o “Pavilhão de Lisboa” e o “Pavilhão de Honra”, que se aglutinaram
numa só peça. No corpo mais avançado que era o Pavilhão de Lisboa, era notório as
influências de obras de arquitectura da cidade, como a Casa dos Bicos, as janelas
remetiam para a Torre de Belém com influências venezianas, a rematar o corpo do
pavilhão uma arcaria cega com semelhante discurso, a romper o conjunto no extremo
do pavilhão aparece uma torre rectangular de faces lisas, ornamentada com o brasão
de Lisboa, e rematada por um torreão que terminava em agulha, remetendo para a
arquitectura gótica. O corpo mais recuado correspondia ao Pavilhão de Honra, com
tratamento diferente, mais depurado e simplista, de face lisa, onde apenas salta à vista
o remate do corpo com esferas armilares e cruzes, como uma renda de inspiração
manuelina, relacionando-se com os ornamentos dos Jerónimos, a entrada era feita por
entre seis longas pilastras, no meio destas a entrada que era rematada por uma cruz,
237 Gonçalo de Mello Breyner (?) foi um arquitecto português, pertencente à primeira geração de
modernistas portugueses. Gonçalo era um grande amigo de Almada Negreiros, quem recebia várias
vezes na casa de família. Foi com o seu irmão José de Mello Breyner autor da Casa d’Orey em Cascais,
uma habitação para Frederico Guilherme d’Orey. 238 Adelino Nunes (1903-1948) foi um arquitecto português, trabalhou essencia lmente como arquitecto
dos CTT. Para além de arquitecto dos CTT exerceu actividade fora da empresa que o empregava,
participando no pro jecto da Emissora Nacional em Barcarena com Jorge Segurado e no projecto do L iceu
Júlio Henriques em Coimbra, actualmente a Escola Secundária José Falcão, também com Jorge
Segurado. Dentro dos CTT é o autor de várias estações dos correios como a Estação dos CTT de Beja e
o edifício dos CTT em Lisboa no Cais do Sodré.
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a porta e a cruz eram emolduradas por uma escultórica corda , remetendo para os
motivos manuelinos, no piso térreo era visível uma longa arcaria.
Ilustração 606 - Exposição O Mundo Português Pavilhão de Honra
e de Lisboa, Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006).
Ilustração 607 - Exposição O Mundo Português Pavilhão de Honra
e de Lisboa, Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006).
Franqueada a porta do Pavilhão de Honra, havia um átrio ornamentado pelas
bandeiras de todos os municípios do país, que dava acesso ás várias salas do
pavilhão, a Sala de recepções que as paredes foram forradas com tapeçarias, Sala de
Honra onde havia um fresco de Jorge Barradas, onde figurava a evocação das
mulheres ilustres da história do país, e o Teatro com uma concepção modernista.
Ilustração 608 - Exposição O Mundo Português Interior Pavilhão
de Honra e de Lisboa, Lisboa 1940 . (Estúdio Horácio Novais,
2006).
Ilustração 609 - Exposição O Mundo Português Interior Pavilhão
de Honra e de Lisboa, Lisboa 1940 . (Estúdio Horácio Novais,
2006).
O Pavilhão Portugueses no Mundo, que encerrava a Praça do Império no lado poente,
tinha um comprimento de 164m, um único corpo onde era visível uma linguagem
modernista, a fachada “jogava com as divisões provocadas pelas suas duas
superfícies curvas salientes” (Acciaiuoli, 1998. P. 136), e com uma reentrância no
centro do pavilhão onde se implantou a estátua da soberania, uma fiada de cachorros
que suportavam parte da fachada saliente que era encimada por um friso feito com os
brasões das grandes linhagens portuguesas. No extremo esquerdo para o lado do rio
ergueu-se em semelhança do Pavilhão de Honra e de Lisboa uma torre quadrangular,
que era encimada por um bloco com as quinas de Portugal nas suas quatro faces. No
interior o pavilhão dividia-se pelas mais variadas salas desde uma sala com uma
árvore genealógica com as nações católicas da Europa que descendiam de D. Afonso
Henriques e retratos de princesas portuguesas que se tornaram rainhas de outros
países europeus, sala de Marrocos, do Japão, China, Índia, o pavilhão espelhava a
acção dos portugueses no mundo inteiro.
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Ilustração 610 – Exposição O Mundo Português Pavilhão
Portugueses no Mundo, Lisboa 1940 . (Estúdio Horácio Novais,
2006).
Ilustração 611 – Exposição O Mundo Português Pavilhão
Portugueses no Mundo, Lisboa 1940 . (Estúdio Horácio Novais,
2006).
A Porta da Fundação, era a porta nobre do certame dava acesso ao recinto no lado
nascente e a quem vinha do centro de Lisboa, e ligava superiormente os dois lados da
exposição, que estavam quebrados pela linha férrea. Esta porta encontrava-se perto
da Praça Afonso de Albuquerque, e dava ligação directa à secção Histórica, de onde
se avistava os três grandes arcos ogivais de Cottinelli, que serviam para encerrar o
conjunto feito pelos pavilhões da Formação e Conquista, Independ ência e
Descobrimentos, construindo assim uma entrada para o jardim que dava acesso a
estes. Avistava-se ainda a grande Cúpula dos Descobrimentos pertencente ao
Pavilhão dos Descobrimentos.
Ilustração 612 – Exposição O Mundo Português Pavilhão Porta
da Fundação, Lisboa 1940. (Leite, 2012).
Ilustração 613 – Exposição O Mundo Português PEntrada Sul,
Lisboa 1940. (Leite, 2012).
Este pavilhão encerrava a Secção Histórica, de maneira harmoniosa, criando um
núcleo fechado com um jardim de acesso , que dava acesso aos pavilhões como acima
referido. Com uma planta em L acompanhava sem interrupções o discurso
arquitectónico dos pavilhões desenhados por Rodrigues Lima naquela secção. No
topo do corpo para o lado norte estava a cúpula, uma grande semiesfera, como uma
esfera armilar com os meridianos e paralelos e ornada pelos signos do zodíaco. Esta
apoiava-se em colunas cilíndricas, e o interior era uma vasta sala circular, em que
encenava brilhantemente um céu nocturno estrelado.
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Ilustração 614 – Exposição O Mundo Português Arcos Ogivais
Secção Histórica, Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006).
Ilustração 615 – Exposição O Mundo Português Cúpula dos
Descobrimentos, Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006).
Ilustração 616 – Exposição O Mundo Português, Lisboa 1940 .
(Estúdio Horácio Novais, 2006).
Ilustração 617 – Exposição O Mundo Português, Lisboa 1940 .
(Estúdio Horácio Novais, 2006).
O Pavilhão do Brasil, projectado por Raul Lino era um “notável trabalho de estilização
decorativa cujas sugestões, de enormes troncos de palmeiras sulcados de nós,
imprim iam uma evidente originalidade” (Acciaiuoli, 1998, p. 187). Os interiores foram
elaborados por Roberto Lacombe no Rio de Janeiro, dando um aspecto final ao
pavilhão onde se podia verificar uma estreita colaboração. A entrada para o pavilhão
era feita através de uma grande pérgula que era sustentada por colunas feitas nesse
exercício de estilização de troncos de palmeiras, o restante volume rectangular do
pavilhão era revestido em semelhante exercício, o extremo oposto era composto por
uma pequena torre, que fora feita como um pedestal quadrangular com vários degraus
encimado por um globo estrelado que é o brasão do Brasil.
Ilustração 618 – Exposição O Mundo Português Pavilhão do
Brasil, Lisboa 1940. (Leite, 2012).
Ilustração 619 – Exposição O Mundo Português Pavilhão do
Brasil, Lisboa 1940. (Leite, 2012).
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Rogério André Moreira Branco 359
No restante recinto, o jardim colonial era dotado de construções típicas das colónias
portuguesas, Pavilhão de Angola e Moçambique, construções alusivas a Macau e
China. A Secção das Aldeias Portuguesas era composta por construções vernac ulares
portuguesas. Construiu-se ainda o que ficaria como legado até aos dias de hoje o
restaurante Espelho de Água, o Pavilhão Vida Popular agora Museu de Arte Popular, e
o Padrão dos Descobrimentos, refeito em pedra mais tarde no mesmo local.
Ilustração 620 – Exposição O Mundo Português Secção das
Aldeias Portuguesas, Lisboa 1940 . (Estúdio Horácio Novais,
2006).
Ilustração 621 – Exposição O Mundo Português Secção das
Aldeias Portuguesas, Lisboa 1940 . (Estúdio Horácio Novais,
2006).
Ilustração 622 – Exposição O Mundo Português Jardim Colonial,
Lisboa 1940. (Leite, 2012).
Ilustração 623 – Exposição O Mundo Português Jardim Colonial,
Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006).
Ilustração 624 – Exposição O Mundo Português Jardim Colonial,
Lisboa 1940. (Leite, 2012).
Ilustração 625 – Exposição O Mundo Português Jardim Colonial,
Lisboa 1940. (Estúdio Horácio Novais, 2006).
A equipa dos colaboradores da Exposição do Mundo Português juntava, sem dúvida
alguma, os artistas e os técnicos mais qualificados do seu tempo, cuja participação
empenhada Cottinelli teve o privilégio de coordenar. A concepção e construção de um
projecto com uma tal escala e significado, desde as estruturas urbanas até ao mínimo
detalhe decorativo, representava, entretan to, uma oportunidade que não teria paralelo
na história da arquitectura contemporânea portuguesa. (Martins, 1995, p. 339)
Para além de os equipamentos e pavilhões terem sido feitos com uma estrutura
metálica e revestidos por gesso e estafe, esta exposição deixou as suas marcas na
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Rogério André Moreira Branco 360
cidade, não só com as construções que ainda são visíveis, fez com que fosse pensada
a expansão urbanística para aquela porção da cidade. E o maior legado deles todos a
Praça do Império.
Outras manifestações efémeras
As manifestações efémeras ao longo do tempo até às primeiras Exposições Universais
apresentavam-se apenas em festas régias e religiosas, as exposições eram também
momentos de festa mas com carácter de uma amostra ao mundo do que de melhor se
fazia nos vários países que se faziam representar. As festas régias e religiosas, muitas
vezes as duas em conjunto, tratando -se de casamentos reais ou eventos fúnebres da
realeza eram providas de arcos de triunfo, tribunas e pavilhões de recepção de
membros da realeza, eram uma constituição de uma imagem cénica do poder. Os
arcos de triunfo continham em si teatralidade e simbolismo onde segundo Rui
Barreiros Duarte “[...] a ostentação e exuberância temática deviam reflectir através da
sua pompa a grandiosidade e excelência do monarca.” (1992, p.171).
Em meados do séc. XIX em Portugal houveram festejos régios que mereceram a
presença de arquitecturas efémeras, foram eles as exéquias reais de D. Maria II em
1853 e nos casamentos dos filhos D. Pedro V em 1858 e D. Luís I em 1862.
Nesta época toda a vida privada da realeza, que anteriormente era tida como um
espectáculo principalmente na época do barroco, “cede lugar à reserva de intimidade
do núcleo familiar restrito” (Leal, 2000, p.331). A vida privada é separada da pública,
isto surgiu devido aos valores civilizacionais burgueses, para isso a família real faz -se
prover dos mecanismos necessários para a sua representação pública que iam desde
recepções e apresentações oficiais, casamentos e exéquias reais. Outrora no reinado
do Rei Absoluto tudo era acompanhado pela corte, deixando assim a vida privada para
o seio familiar, tudo o que era da intimidade dentro da residência real e na privacidade
da família.
As representações públicas serviam para exercer o poder real e iam desde coroações
a acontecimentos ligados à vida privada, mas estes eram tornados públicos , porque
espelhavam a supremacia institucional do trono e faziam parte destes acontecimentos
da vida privada real, casamentos, nascimentos, baptismos e funerais.
A imagem pública dos soberanos na vigência da monarquia constitucional mergulha as
suas raízes originárias numa esfera pública estruturada pela representação, típica da
sociedade de corte do Antigo Regime, mas transfigurou e acrescentou novos valores a
essa tradição representativa: primeiro porque a esfera do privado foi claramente
valorizada pela família real, passando a constituir-se como uma mais valia
comummente reconhecida; segundo porque as cerimónias que institucionalizam a
supremacia do trono surgem não só como encenações circunscritas no tempo e no
espaço, mas são também afectadas pela imagem “humanizada” da realeza, imagem
que só sobrevive pela visibilidade das “virtudes da vida privada”. O entrecruzamento
destas dimensões é, de um modo geral, visível no teor das arquite cturas e decorações
efémeras realizadas pelos diferentes profissionais que asseguraram a produção dos
“quadros de apresentação” da corte liberal, e torna -se particularmente evidente no
modo como na imprensa descrevia e comentava estes acontecimentos, enriq uecendo
os relatos com notas sobre as virtudes morais dos protagonistas. (Leal, 2000, p. 332)
É sob estes pretextos que o arquitecto Giuseppe Cinatti239 com colaboração de Achille
Rambois240 formaram “uma dupla de trabalho inseparável” (Leal, 2000, p.330). Des de
239 Giuseppe Cinatti (1808-1879) foi um cenógrafo italiano, formou-se em Milão mas por motivos
políticos abandonou o país e mudou-se para França para Lyon onde começou a trabalhar. Em 1931
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1836 que Cinatti fora contratado “como cenógrafo para o real teatro de S. Carlos”
(Leal, 2000, p.330) com Achille Rambois, a eles coube também a remodelação dos
interiores do Palácio das Necessidades.
Cinatti em parceria com Achille Rambois foi responsá vel pela construção de
arquitecturas efémeras tal como Pierre -Joseph Pézerat241 e o seu filho Carlos P. J.
Pézerat242 para assinalar as efemérides régias, os casamentos reais dos filhos de D.
Maria II e para as exéquias dela em 1853, também anteriormente em 18 46 as
cerimónias fúnebres do Papa Gregório XVI.
Em 1858 a capital volta a vestir-se a rigor para celebrar o casamento de D. Pedro V
com D. Estefânia, voltando assim a ver presenças efémeras que assinalaram esse
acontecimento. Celebrava-se a formação de um “novo núcleo familiar que reinaria e
garantiria a sucessão do trono” (Leal, 2000, p. 332). Passados quatro anos voltava -se
a celebrar as mesmas efemérides régias com o casamento de D. Luís I com D. Maria
Pia de Sabóia, que voltam a ter como cidade a capita l Lisboa. Ambos os
acontecimentos tiveram a colaboração da Câmara Municipal, de corporações e de
particulares.
Para ambos os casamentos há relatos e registos de pavilhões erguidos na Praça do
Comércio para a recepção das rainhas, ambos erguidos sob a direc ção e mandato da
Câmara Municipal de Lisboa. Neles foi privilegiado a visibilidade dos acontecimentos a
decorrer neles e ainda foram erguidas duas galerias laterais com o fim de ali serem
presenciadas as cerimónias a quem a câmara concede -se lugar.
Para a ocasião do casamento de D. Pedro V com D. Estefânia o pavilhão e galerias
laterais para a recepção da rainha na Praça do Comércio , foram projectados pelo
engenheiro-arquitecto Francês Pierre-Joseph Pézerat, que tiveram também o seu filho
arquitecto Carlos F. J. Pézerat, sob a sua direcção, com a tarefa de projectar arcos
triunfais nas Ruas do Ouro, da Prata, do Arsenal e da Alfândega. Da autoria de Pierre
Pézerat, foram erguidos quatro arcos, nas embocaduras das rua s acima referidas, na
Praça do Comércio, todos eles iguais sob colunas de ordem jónica. E um arco
decorado alternadamente com ambas as armas reais e medalhões com as cifras PE
(Pedro Estefânia), rematado no fecho com as armas de Portugal e um pendão ao
centro com as armas reais do casal. Projectad os pelo filho, Carlos F. J. Pézerat, são
erguidos dois arcos respectivamente na Rua do Ouro e na Rua da Prata voltados para
o Rossio ao gosto mourisco que se vivia na altura. Época dos revivalismos que eram
mais frequentes em Sintra. Estes arcos em estilo revivalista neoárabe,
muda-se apra Lisboa e é contratado pelo Conde de Farrobo para ser cenógrafo do Teatro São Carlo s,
constituindo dupla com Achille Rambois. 240 Achille Rambois (1810-1882) foi um cenógrafo italiano, formou-se em Milão na Academia
Cenográfica. Começou a trabalhar me Itália onde se destacou no Teatro della Scala, sendo contratado em
1834 por António Lodi, para trabalhar como cenógrafo do Teatro São Carlos em Lisboa, primeiro como
ajudante do actual cenógrafo, e mais tarde como principal cenógrafo formando dupla em 1836 com
Cinatti. 241 Pierre-Joseph Pézerat (1801-1872) foi um engenheiro francês, estudou Engenharia Civ il na Escola
Politécn ica de Paris, terminando o curso em 1821. Entre 1825 e 1831 mudou -se para o Brasil, onde
exerceu actividade de engenheiro e foi nomeado o engenheiro particular do imperador do Brasil D. Pedro.
De 1831 a 1840 v iveu e trabalhou na Argélia. Em 1840 muda-se para Lisboa, onde trabalhou a partir de
1841 como engenheiro da Câmara Municipal de Lisboa, exercendo actividade até morrer. 242 Carlos P. J. Pézerat (?) foi um engenheiro português, filho de Pierre-Joseph Pézerat. Trabalhou como
engenheiro em Lisboa e no Porto. Entre 1881 e 1883 foi o Director de Obras Públicas de Lisboa,
mudando-se em 1883 para o Porto, apresentando em 1889 na Câmara do Porto um projecto para uma
nova avenida, a que viria a ser mais tarde a Avenida dos Aliados mas sem o seu cunho, pois fora optado
projecto de outra pessoa e construída mais tarde.
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[...] com o seu arco em ferradura assente em colunas, [...] e vãos abertos em janela de
peitoril monogramado PE (Pedro e Estefânia), tendo, ainda, uma balaustrada em
acrotério. Eram profusamente pintados, em part, fingindo o trabalho de mosaico
azulejar [...]. Durante a noite eram iluminados, cada um, por quatrocentos vidros de
cores que acentuavam a sua policromia. (Leal, 2000, p. 345).
Ilustração 626 – Decoração da fachada
da igreja de São Domingos, Lisboa 1858.
(Pereira, 2000, p. 333).
Ilustração 627 – Arco Rua do Ouro,
entrada Terreiro do Paço , Lisboa 1858 .
(Nogueira da Silva, 1858, p. 344).
Ilustração 628 - Arco Rua do Ouro,
entrada Praça D. Pedro IV, Lisboa 1858.
(Nogueira da Silva, 1858, p. 345).
Estes dois arcos foram importantes na difusão do gosto revivalista em território
nacional.
A Cinatti e Rambois coube a decoração da fachada e do interior da igreja de S.
Domingos para as efemérides do casamento de D. Pedro V com D. Estefânia.
Projectando “um peristilo sustentado por oito colunas de ordem compósita” (Leal,
2000, p.334) com o branco como fundo, de modo a contrastar com dourados de
folhagens que compunham a decoração. O entab lamento fora dividido em três faces
decoradas ambas com as armas de cada trono e com escudos que apresentavam
também as cifras PE, suportando ainda oito mastros de bandeiras.
Um anos antes do seu casamento com D. Maria Pia de Sabóia, em 1861, a D. Luís I
foram dadas as chaves da cidade. Para assinalar este momento de festa foi erguido
um pavilhão na Praça do Comércio, traçado pelo arquitecto Pézerat, próximo do rio
Tejo ao estilo neoclássico, suportado por 26 colunas de ordem compósita e com uma
base sobrelevada com acesso por uma escadaria. Para a fachada virada a norte o
arquitecto desenhou uma serliana. “O seu interior foi [...] armado com cortinas e
sanefas franjadas, um dossel de veludo carmesim forrado de arminho [...], debaixo do
qual se colocou o trono, tendo ainda, suspenso ao centro do pavilhão um lustre.” (Leal,
2000, p. 346).
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Ilustração 629 – Pavilhão para entrega das chaves da cidade a D.Luis I, Praça do Comércio, Lisboa 1851 . (Pereira, 2000, p. 346).
Em 6 de Outubro de 1862 para o casamento real de D. Luís I com D. Maria Pia de
Sabóia foi erguido na Praça do Comércio um pavilhão para a recepção da rainha,
ladeado por duas galerias. O pavilhão fora projectado pelo desenhador da repartição
técnica municipal José Gerardo Felgueiras243 em estilo neoclássico. Estando assente
sobre uma base em cruz grega e sobrelevado, com duas escadarias de acesso uma
virada para o rio, para a recepção da rainha, e outra virada a norte, que servia de
saída para a igreja de S. Domingos. C om 44 colunas de ordem compósita que
sustentavam uma cobertura ecléctica com uma cúpula ao centro, o interior era pintado
de dourado com sanefas e cortinas de seda azul e branca. A fechar a praça ergueram -
se duas galerias projectadas por Pézerat, de 44m x 9m, com 32 colunas, reinventando
assim a praça por uns dias.
Ilustração 630 – Pavilhão de recepção de D. Maria P ia de Saboia, Praça do Comércio, Lisboa 1862 . (Pereira, 2000, p. 350).
Foram ainda construídos arcos de triunfo para assinalar estas efemérides. Um deles o
“Arco do Comércio”, projectado por Cinatti e Rambois, patrocinado pelo Corpo do
Comércio de Lisboa, foi erguido no Largo do Corpo Santo, local de passagem do
cortejo real, e manifestava o empenho dos comerciantes da cidade no
engrandecimento das cerimónias. Este arco em estilo neoclássico recupera a forma
dos arcos triunfais Romanos e fora decorado por oito estátuas de vulto feitas por Victor
243 José Gerardo Felgueiras (?) foi um desenhador da repartição técnica municipal de L isboa, após uma
pesquisa não foram encontrados dados biográficos acerca de José G erardo Felgueiras.
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Bastos244, pintado de branco para sugerir mármore. Longe do local da festa em
Alcântara fora mandado construir pelo Concelho de Belém nas Portas de Alcânta ra o
Arco do Concelho de Belém, comemorando o casamento régio que se fazia sentir na
Baixa Pombalina, em estilo neoclássico e com um entablamento decorado com
medalhões monogramados com L e M (Luís e Maria).
Ilustração 631 – Arco do Comércio, Largo do Corpo Santo,
Lisboa 1862. (Pereira, 2000, p. 337).
Ilustração 632 – Arco do Concelho de Belém, Alcântara, Lisboa
1862. (Pereira, 2000, p. 348).
Pelas comemorações do terceiro centenário da morte de Camões em 1880. Fora
erguido no Terreiro do Paço um pavilhão para albergar a família real e galerias laterais
para os convidados para assistirem à procissão cívica que marcaria esse momento
solene da festa. O pavilhão de honra e as galerias laterais semicirculares foram
riscadas pelo arquitecto José Luís Monteiro. O pavilhão com carácter ecletista, tinha
colunas altas e estavam aos pares de maneira a suportarem o entablamento e os
arcos, estas colunas remetiam para serlianas, pois o pavilhão tinha a forma de um
octógono. A cobertura era composta por uma cúpula que era rematada pela barca e
corvos, símbolo da cidade de Lisboa, local onde se erguia e prendia um mastro para a
bandeira. Neste pavilhão central, encontravam -se a formar uma cruz, quatro
escadarias simétricas que davam acesso ao pavilhão passando pelos arcos, no lado
norte, sul (o rio) e pelas laterais para as galerias. Esta tipologia do pavilhão fora
herdada pelos casamentos reais acima referidos.
As galerias semicirculares foram engalanad as por mastros para bandeiras, e a
cobertura era feita com toldos que se estendiam para os vãos para dar protecção. Este
pavilhão e galerias foram cuidadosamente enquadrados com a envolvente,
construindo-os o mais próximo do arco e tornando as galerias sem icirculares, fazendo
assim um acerto no enquadramento urbano da praça.
244 Victor Bastos (1830-1894) foi um escultor português, formou-se na Academia de Belas-Artes de
Lisboa. Pertenceu à geração de Romantistas portugueses. Foi o autor do Monumento a Luís de Camões
em Lisboa e da estatuária presente no Arco da Rua Augusta, a estátua de Vasco da Gama, Viriato,
Marquês de Pombal, D. Nuno Álvares Pereira e das estátuas do rio Tejo e Douro.
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Ilustração 633 – Pavilhão de honra do 3º centenário de Camões, Praça do Comércio, Lisboa 1880 . (Pereira, 2000, p. 373).
No início do séc. XX e com uma monarquia constitucional quase no fim, Lisboa assiste
e ainda é palco de recepções reais e de presidentes, que vêm em visita oficial ao país.
“em 1907, as visitas dos chefes de Estado a Lisboa ainda são, ao terminar da
monarquia constitucional, um grande espectáculo – que, no entanto, parece, de facto,
ir arrefecendo com o passar do tempo.” (Leitão, 2000, p. 404). Passado um ano em
1908 terminaria a monarquia com o regicídio do rei D. Carlos I e do príncipe.
Para tais recepções à semelhança como se tinha vindo a fazer ao longo dos séculos, e
como referido anteriormente, a cidade fazia -se prover de arquitecturas efémeras e
decorações, para essas ocasiões. Neste século devido ao avanço da engenharia e as
novas tecnologias, para além das chegadas pelo rio Tejo, que desembarcavam no
Terreiro do Paço no Porto das Colunas como já era hábito acontecer, chegavam e
partiam também de comboio na estação do Rossio ou de Santa Apolónia as novas
portas da cidade que estava em mudança. No Terreiro do Paço erguiam -se pavilhões
de honra, nas estações de caminho de ferro eram preparadas salas de recepção com
tapeçarias e flores.
No ano de 1903 recebeu-se a visita do rei de Espanha Afonso XIII e o rei de Inglaterra
Eduardo VII. Afonso XIII chegou a Lisboa de comboio, para esta recepção seriam
erguidos vários pavilhões pela cidade, tendo uma tribuna na Avenida da Liberdade,
para assistir ao fogo de artifício , e aqui esta nova avenida, símbolo da expansão da
cidade para norte foram encenadas arquitecturas com esse mesmo fogo de art ifício e
com a iluminação, constituída por uma tribuna central sobrelevada e galerias laterais,
copiando a tipologia das tribunas que foram anteriormente erguidas para os
casamentos régios anteriormente referidos, para a despedida da cidade, que seria por
via marítima, fora feito no Terreiro do Paço um pavilhão “poligonal, de cobertura
piramidal rematada por uma grande coroa, com varas de sustentação prolongadas em
paus de bandeira, acima da cobertura.” (Leitão, 2000, p. 413). Ainda na visita de
Afonso XIII fora feito um coreto na Praça do Município, num estilo neo-mourisco, de
gosto árabe. Este coreto seria mais tarde reutilizado para o regresso dos reis de
Portugal em 1904. Este coreto remetia para os tempos áureos das descobertas.
Nesse mesmo ano houve a visita do rei Eduardo VII, que chegou por via marítima e
partiu pela mesma via, para tal no Terreiro do Paço fora feito um pavilhão que se pode
atribuir ao arquitecto José Luís Monteiro, arquitecto do município, e fora traçada uma
rua efémera com uma passadeira vermelha que ligaria o Porto das Colunas ao
pavilhão de honra erguido para receber ilustre figura régia ”A passadeira conduz do
cais ao pavilhão real, traçando um caminho efémero, uma rua que logo deixará de
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existir [...] sublinhando a axialidade sim étrica da praça” (Leitão, 2000, p. 414). Este
pavilhão estava virado para o rio Tejo, centrado com a estátua e arco triunfal da Rua
Augusta, evidenciando ainda mais o eixo daquela praça que começa no Porto das
Colunas e estende-se para a Rua Augusta e dividindo simetricamente a praça. Era
constituído por:
Pilastras de um coríntio atarracado, de memória românica, sustentam o entablamento
de pesada cornija, sobre a qual arranca o arco redondo. O vão central entre as
pilastras recusa a grande curva vertical do arco, contido pelo entablamento recto. O
vão subdivide-se em três arcos desiguais sobre colunelos coríntios que continuam
acima do capitel [...] O arco central é mais largo e mais alto, como nos arcos triunfais
romanos [...] A composição inclui estatuária sobre cada extremo da cornija [...] sob o
arco, no seu eixo central, duas miguelangelescas figuras masculinas nuas e aladas [...]
No mesmo eixo, mas sobre o arco, está uma cabeça feminina entre ornamentação
vegetalista, de onde arranca um mastro de bandeira. Atrás desta fachada encontramos,
ligeiramente mais baixa e menos larga, uma abside, aberta em arcaria e coberta por
meia cúpula. À frene, a escadaria entre muretes e decorada com plantas envasadas
[...](Leitão, 2000. p. 415)
Ilustração 634 – Iluminação Avenida da Liberdade, Lisboa 1903 .
(Pereira, 2000, p. 410).
Ilustração 635 – Coreto na visita de Afonso XIII, Lisboa 1903 .
(Pereira, 2000, p. 412).
Ilustração 636 – Pavilhão de honra para Afonso XIII, Terreiro do Paço, Lisboa 1903 . (Pereira, 2000, p. 413).
Foram erguidos também coretos em algumas vias, em que o corso real passaria na
direcção ao palácio que acolheria o rei na sua estadia em Lisboa. Um no largo do
Pelourinho ou Praça do Município de traços clássicos, e na 24 de Julho foi erguido um
Chalet para Eduardo VII com uma inspiração mais exótica, remetia para um estilo mais
de arte nova que começava a entrar em voga na altura.
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Ilustração 637 – Pavilhão na visita de Eduardo VII, Terreiro do
Paço, Lisboa 1903. (Pereira, 2000, p. 414).
Ilustração 638 – Pavilhão na visita de Eduardo VII, Terreiro do
Paço, Lisboa 1903. (Pereira, 2000, p. 414).
Em 1905 receberíamos as visitas do Imperador Guilherme II da Alemanha, a rainha
Alexandra e o presidente francês Loubet. Para a ocasião da rainha Alexandra a cidade
ergueu vários arcos triunfais com iluminação eléctrica que era sustentada por mastros,
estes eram engalanados com grinaldas que se enrolavam em espiral neles. Loubet
chega a Lisboa por comboio na estação do Rossio e parte por via marítima, sendo que
para a partida tal como para a rainha Alexandra e para o Imperador Guilherme II
partem do Terreiro do Paço e usam um pavilhão muito semelhante ao que fora usado
para a despedida do rei Afonso XIII.
Em 1907 teríamos a visita do Frederico Augusto rei de Saxe (Polónia) , procedendo-se
ás mesmas medidas que anteriormente engalanando -se a cidade, com pavilhões de
recepção e despedida, fogo de artifício. Em 1910 seria a vez do presidente do brasil
Hermes da Fonseca. E mais tarde em 1920 os reis da Bélgica e o príncipe do Mó naco,
em que no Terreiro do Paço se ergueu um pavilhão de planta quadrangular, que
remetia para um pálio, esta planta e corpo eram protegidos por panejamentos e acima
destes erguiam-se mastros rematados por esferas, tinha ainda um lanternim falso de
forma cilíndrica que acabava como uma cúpula. Para os reis da Bélgica fora ainda no
hipódromo levantado e reutilizado um coreto, que aproveitava a cobertura do que tinha
sido feito para o rei Afonso XIII no Rossio.
Em suma aquando das visitas reais e de estadistas, a cidade de Lisboa veste-se a
rigor para além das decorações nas fachadas com panejamentos e flores, acrescenta-
se a iluminação e espectáculos de fogo de artifício. E o levantamento de pavilhões de
honra e coretos. A cidade torna -se numa cidade engalanada cheia de falsas
arquitecturas quer pela iluminação quer pelas arquitecturas efémeras.
Mas que Lisboa é utilizada neste espectáculo em que a cidade é, simultaneamente,
palco, cenário, actriz e espectadora? Tudo começa no Terreiro do Paço que funciona
como porta nobre da capital – porta, fachada, sala de visitas e parte integrante da
cidade áulica e prestigiada. (Leitão, 2000, p. 408)
E ao contrário do século anterior o uso da arquitectura efémera não tenta reinventar o
Terreiro de Paço, mas sim aceita simetria desta praça e evidencia -a mais, “O efémero
permanece, porque o efémero deixa marcas. O efémero é marcado pela nossa
vivência da cidade e o efémero marca a nossa vivência da cidade. [...] O efémero
deixa marcas.” (Leitão, 2000, p. 416).