Edição de novembro de 2012
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Universidade Federal da Bahia
Samuel Luporini Letícia Suñe
Operações Unitárias da Indústria Química I
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 1
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
SUMÁRIO
1. Escoamento de Fluidos Incompressíveis
1.1 Unidades e dimensões
1.2 Normas de tubulações
1.3 Perdas de cargas em escoamentos internos
1.4 Sistemas de tubulações simples
1.5. Sistemas de tubulações ramificadas
2. Bombas
2.1 Descrição do equipamento.
2.2 Curvas características do sistema (AMT e SCS).
2.3 Curvas características das bombas.
2.4 Ponto de operação de uma bomba centrífuga.
2.5 Fatores que influenciam as curvas características de uma bomba:
velocidade de rotação, diâmetro do rotor, densidade e viscosidade.
2.6 Casos especiais.
2.7 Perda de carga variável.
2.8 Altura estática variável.
2.9 Associações de bombas: Série e paralelo
3. Escoamento de Fluidos Compressíveis 3.1 Definições e equações básicas
3.2 Processos de escoamento compressível
3.3 Escoamento isentrópico através de esguichos
3.4 Escoamento adiabático
3.5 Escoamento isotérmico
4. Ventiladores, Sopradores e Compressores
4.1 Introdução
4.2 Equação para sopradores e compressores.
4.3 Compressão adiabática.
4.4 Compressão isotérmica.
4.5 Compressão politrópica.
5. Caracterização da Partícula Sólida
5.1 A partícula sólida.
5.2 Tamanho de partícula.
5.3 Distribuição de tamanhos das partículas: Análise granulométrica –
modelos de distribuição de tamanhos. Fator de forma – esfericidade.
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 2
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6. Dinâmica da Partícula Sólida
6.1 Formulação básica e equações empíricas para partículas isométricas.
6.2 Elutriação.
6.3 Dinâmica da partícula que se desloca em um fluido entre placas paralelas
sob a ação do campo gravitacional: Sedimentador lamelado e separador de
poeira.
6.4 Dinâmica de uma partícula que se desloca em um fluido sob ação do
campo centrífugo: centrífuga e ciclone.
6.5 Centrífugas industriais e suas aplicações: Teoria da sedimentação
centrífuga. O conceito Sigma – fator teórico de capacidade. Eficiência
teórica de captura de partículas em centrífuga tubular.
6.6 Ciclones: Aspectos gerais. Teoria do ciclone. O ciclone Lapple.
Hidrociclone.
7. Sedimentação
7.1. Sedimentadores contínuos e industriais.
7.2. Cálculo da área e da altura do sedimentador contínuo.
8. Escoamento de Fluidos através de Meios Porosos Rígidos
8.1. Teoria.
8.2. Aplicação para fluidos Newtonianos.
8.3. Equação empírica de Forchheimer.
8.4. Correlações empíricas e o fator adimensional c; Equações de Kozeni e
Ergun
8.5. Filtração: Tipos de filtros. Aplicação industrial. Filtros a pressão e a
vácuo. Meios filtrantes. Auxiliares de filtração. Teoria da filtração com
formação de torta incompressível. Teoria aproximada da filtração com
formação de torta compressível. Filtração a pressão constante e a vazão
constante. Dimensionamento e otimização do filtro prensa.
9. Operações de Contato e/ou Transporte
9.1. Fluidização: Descrição do fenômeno de fluidização. Aplicações
industriais. Teoria da fluidização. Equações de projeto para a avaliação da
velocidade do fluido e da queda de pressão no leito em condições de
mínima fluidização. Correlações empíricas para a fluidização homogênea.
9.2. Leito de jorro
9.3. Transporte hidráulico de partículas.
9.3. Transporte pneumático de partículas.
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 3
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10. Agitação e Mistura
10.1 Agitação de líquidos
10.2 Equipamentos de agitação
10.3 Escoamento padrão em tanques agitados
10.4 Projeto de turbinas “standard”
10.5 O número de escoamento
10.6 Potencia consumida
10.7 Agitação de líquido newtoniano
10.8 Agitação de líquido Newtoniano contendo bolhas
10.9 Potência consumida em líquidos não Newtonianos
10.10 Mistura
10.11 Scale-up
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 4
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
Capítulo 1
Escoamento de Fluidos Incompressíveis
1.1 Unidades e dimensões
A medida de qualquer grandeza física pode ser expressa como o produto de dois
valores, sendo um a grandeza da unidade escolhida e o outro o número dessas
unidades. Assim, a distância entre dois pontos pode ser expressa com 1 m, ou
como 100 cm ou então como 3,28 ft. O metro, o centímetro e o pé (foot) são
respectivamente as grandezas das unidades e 1, 100 e 3,28 são os
correspondentes números de unidades. Quando a magnitude da quantidade
medida depende da natureza da unidade escolhida para se efetuar a medida, diz-
se que a quantidade em questão possui dimensão.
Dimensões: são conceitos básicos de medidas tais como: comprimento (L),
massa (M), força (F), tempo (T) e temperatura ().
Unidades: são as diversas maneiras através das quais se pode expressar as
dimensões.
Exs: Comprimento – centímetro (cm), pé (ft), polegada (in)
Massa – grama (g), libra massa (lbm), tonelada (ton)
Força – dina (di), grama força (gf), libra força (lbf)
Tempo – hora (h), minuto (min), segundo (s)
Regra para se trabalhar corretamente com as unidades: Tratar as unidades
como se fossem símbolos algébricos.
Não se pode somar, subtrair, multiplicar ou dividir unidades deferentes entre si e
depois cancela-las.
1 cm + 1 s é 1 cm + 1s
No entanto, em se tratando de operações cujos termos apresentam unidades
diferentes, mas com as mesmas dimensões, a operação pode ser efetuada
mediante uma simples transformação de unidades.
1 m + 30 cm (dois termos com dimensões de comprimento)
1 m = 100 cm
então, 1 m + 30 cm = 100 cm + 30 cm = 130 cm
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 5
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
SISTEMAS DE UNIDADES
As grandezas básicas e as derivadas podem ser expressas nos vários sistemas de
unidades.
I. Dimensões básicas MLT (sistema absoluto)
I.a – Sistema Internacional de Unidades (S.I.)
Este sistema está sendo adotado internacionalmente e baseia-se no anterior
sistema metro-quilograma-segundo (M. K. S.) no qual as unidades básicas são as
seguintes:
Comprimento – metro (m) L
Massa – quilograma (kg) M
Tempo – segundo (s) T
Temperatura – Kelvin (K)
Este sistema é uma modificação do sistema C.G.S. em que se usam unidades
maiores.
A unidade de força, chamada Newton, é a que dará uma aceleração de 1 metro
por segundo por segundo e uma massa de 1 quilograma.
A unidade de energia, o Newton-metro, é 107 ergs e chama-se joule.
A unidade de potência, igual a 1 joule por segundo, é o watt.
I.b – Sistema pé-libra-segundo (F.P.S.)
Neste sistema usam-se as seguintes unidades básicas:
Comprimento – pé (ft) L
Massa – libra massa (lbm) M
Tempo – segundo (s) T
Temperatura – Rankine (R)
A unidade de força, o poundal, é a força que provocará uma aceleração de 1 pé
por segundo por segundo a uma massa de 1 libra massa, ou seja:
1 poundal = 1 (libra massa) (pé) (segundo)-2
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 6
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I.c – Sistema Métrico Absoluto ou C.G.S.
Neste sistema as unidades básicas são as seguintes
Comprimento – centímetro (cm) L
Massa – grama (g) M
Tempo – segundo (s) T
Temperatura – Kelvin (K)
A unidade de força é a força que dará a uma massa de 1 grama aceleração de 1
centímetro por segundo por segundo e chama-se dina.
Portanto, 1 dina = 1 (grama) (centímetro) (segundo)-2
A unidade de energia correspondente é o dina-cm que se chama erg.
II. Dimensões básicas FLT (sistema gravitacional)
II.a. Sistema Britânico Gravitacional
Este sistema usa também o pé e o segundo para unidades de comprimento e
tempo, mas emprega a libra força para terceira unidade fundamental.
A libra força é definida como a força que imprime à massa de uma libra uma
aceleração de 32,174 pé por segundo por segundo.
Portanto, as unidades fundamentais são:
Comprimento – pé (ft) L
Força – libra força (lbf) F
Tempo – segundo (s) T
Temperatura – Rankine (R)
A unidade de massa neste sistema chama-se slug e é a massa que recebe uma
aceleração de 1 pé por segundo por segundo com a aplicação de 1 libra força,
isto é:
1 slug = 1 (libra força) (pé)-1
(segundo)2
A unidade de energia é o pé-libra força, mas se designa sempre como o pé-libra.
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II.b – M.K.S. técnico ou gravitacional
Este sistema tem como unidade de força o quilograma força (kgf), que é a força
que dará uma aceleração de 9,81 metro por segundo por segundo a uma massa
de 1 quilograma.
Sua unidades são:
Comprimento – metro (m) L
Força – quilograma força (kgf) F
Tempo – segundo (s) T
Temperatura – Kelvin (K)
A unidade de massa neste sistema é a U.T.M. (unidade técnica de massa).
No sistema absoluto, a unidade de força é definida pela lei de Newton em
termos de massa e aceleração, ou seja:
F = m a (F) = (ML/T2)
Então o quilograma (kg) e a libra massa (lbm) são definidas independentemente
da lei de Newton, enquanto que o Newton (N) e o poundal são unidades de força
derivadas pela própria lei.
Já no sistema gravitacional a unidade de massa é que passa a ser definida pela
lei de Newton em termos de força e aceleração. Então:
m = F/a (M) = (FT2/L)
Desse modo resulta que o quilograma força (kgf) e a libra força (lbf) são
definidas independentemente da lei de Newton enquanto que UTM e slug são
unidades derivadas.
Como unidades de força e massa podem ser definidas independentemente da lei
de Newton, surge a necessidade de utilizar-se um fator de conversão para tornar
a equação dimensionalmente consistente.
F = K m a ou mag
1F
c
Então: cg
1
ma
FK
No sistema internacional de unidades S.I. por exemplo, a unidade de força é o
Newton então:
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N1sm1kg1smkg
N1F
:modo Deste
sN
mkg1g ou
smkg
N1K
2
2
2c2
No sistema C.G.S. a unidade de força é a dina, portanto:
dina1scm1g1scmg
dina1F
:assim Sendo
sdina
cmg1g ou
scmg
dina1K
2
2
2c2
III. Dimensões básicas FMLT (sistema híbrido)
III.a. No sistema Inglês de Engenharia (English Engineering System), a unidade
de força é a libra força (lbf), a unidade de massa é a libra massa (lbm), a unidade
de comprimento é o pé (ft), a unidade de tempo é o segundo (s) e a unidade de
temperatura o grau Rankine (R).
Neste sistema exige-se que o valor numérico da força e da massa sejam os
mesmos na superfície terrestre.
Então:
F = K 1 lbm g ft/m2 = 1 lbf
e
2sftlbm
lbf
g
1K
O valor numérico escolhido para o K é de 1/32,174 que é o mesmo valor da
aceleração da gravidade em ft/s2 ao nível do mar e a 45 de latitude.
Resulta que: cg
1K ,
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onde 2c
slbf
ftlbm17432g ,
III.b. Da mesma forma é definido o gc para um outro sistema híbrido que tem
como unidade de força o quilograma força (kgf), de massa o quilograma (kg), de
comprimento o metro (m), de tempo o segundo (s) e de temperatura o grau
Kelvin (K).
Portanto, 2c
skgf
mkg819g ,
SISTEMA Dimensõe
s
básicas
Unidades
Compriment
o
Força Massa Tempo Temperatura
SI
FPS
CGS
MLT
Metro
Pé
Centímetro
Newton*
poundal*
dina*
Quilogram
a
libra massa
grama
segundo
segundo
segundo
Kelvin
Rankine
Kelvin
British
Gravitacion
al System
MKS
técnico
FLT
Pé
Metro
libra força
quilograma
força
Slug*
UTM*
segundo
segundo
Rankine
Kelvin
* - unidades derivadas pela lei de Newton.
Notas Complementares
CRANE – Nomenclature, pags. 3-2, A-3, A-6, A-23, A-24, A-25, A-26, A-27,
A-28, A-29, A-30, B-10, B-11, B-16, B-17, B-18, B-19.
RIVETED STEEL – aço rebitado
CONCRETE – concreto
WOOD STAVE – madeira aparelhada
CAST IRON – ferro fundido
GALVANIZED IRON – ferro galvanizado
ASPHALTED CAST IRON – ferro fundido asfaltado
COMMERCIAL STEEL – aço comercial
DRAWN TUBING – tubo estirado (tubulação moldada por extrusão)
CARBON STEEL – aço carbono
ALLOY STEEL – aço liga
STAINLESS STEEL – aço limpo inoxidável
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 10
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GATE VALVES – válvula gaveta
WEDGE DISC, DOUBLE DISC, PLUG DISC – disco de cunha, disco duplo,
tipo plug
GLOBE AND ANGLE VALVES – válvulas globos e válvula ângulo
SWING CHECK VALVES – válvulas de retenção de portinhola
LIFT CHECK VALVES – válvulas de retenção de levantamento
TILTING DISC CHEC VALVES – válvulas de retenção de disco inclinado
STOP-CHECK VALVES – válvulas de retenção tipo bloqueio
FOOT VALVES WITH STRAINER – válvulas de pé com crivo
BALL VALVES – válvulas esferas
BUTTERFLY VALVES – válvulas borboleta
PLUG VALVES AND COCKS – válvulas plug e registro
STRAIGHT-WAY – passagem reta
3-WAY – três vias
MITRE BENDS – curvas em gomos
STANDARD ELBOWS – cotovelos ou joelhos padrões
STANDARD TEE – te padrão
90 PIPE BENDS – curvas de 90
FLANGED OR BUTT-WELDING 90 ELBOWS – joelho de 90 (flangeado ou
soldado)
POPPET DISC – disco corrediço
HINGED DISC – disco com articulação
FLOW THRU RUN – com fluxo direto
FLOW THRU BRANCH – com fluxo ramal
1.2 Normas de tubulações
FONTE: “Tubulações Industriais” – Pedro C. Silva Telles
Os diâmetros comerciais dos “tubos para condução” de aço-carbono e de
aço-liga estão definidos pela norma americana ANSI.B.36.10 e para os tubos de
aços inoxidáveis pela norma ANSI.B.36.19. Todos esses tubos são designados
por um número chamado “Diâmetro Nominal” ou “Bitola Nominal”.
A norma ANSI.B.36.10 abrange tubos desde 1/8” até 36” e a norma
ANSI.B.36.19 abrange tubos de 1/8” até 12”. De 1/8” até 12” o diâmetro
nominal não corresponde a nenhuma dimensão física dos tubos; de 14” até 36” o
diâmetro nominal coincide com o diâmetro externo dos tubos.
Para cada diâmetro nominal fabricam-se tubos com várias espessuras de
parede. Entretanto para cada diâmetro nominal, o diâmetro externo é sempre o
mesmo variando apenas o diâmetro interno, de acordo com a espessura dos
tubos. Por exemplo os tubos de aço de 8” de diâmetro nominal, tem todos um
diâmetro externo de 8,625”. Quando a espessura deles corresponde à série 20, a
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 11
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mesma vale 0,250” e o diâmetro interno vale 8,125”. Para a série 40, a espessura
vale 0,322” e o diâmetro interno 7,981”, para a série 80, a espessura vale 0,500”
e o diâmetro interno 7,625”, e assim por diante.
A série completa de 1/8” até 36” inclui um total de cerca de 300
espessuras diferentes. Dessas todas, cerca de 100 apenas são usuais na prática e
são fabricadas corretamente. As demais espessuras fabricam-se apenas por
encomenda. Os diâmetros nominais padronizados pela norma ANSI.B.36.10 são
os seguintes: 1/8”, 1/4", 3/8”, 1/2", 3/4", 1”, 1 1/4”, 1 1/2", 2”, 2 1/2”, 3”, 3
1/2”, 4”, 5”, 6”, 8”, 10”, 12”, 14”, 16”, 18”, 20”, 22”, 24”, 26”, 30”, 36”.
Os diâmetros nominais de 1 ¼”, 2 ½”, 3 ½” e 5”, embora constem nos
catálogos, não são usados na prática, exceto em casos muitos especiais.
Antes da norma ANSI.B.36.10 os tubos de cada diâmetro nominal eram
fabricados em três espessuras diferentes conhecidas como: “Peso Normal”
(Standard-STD), “Extra Forte” (Extra-strong-XS) e “Duplo Extra Forte”
(Double extra-strong-XXS). Estas designações apesar de obsoletas, ainda estão
em uso corrente.
Pela norma ANSI.B.36.10 foram adotadas as séries Schedule Number
para designar a espessura (ou peso) dos tubos. O número de série é um número
obtido aproximadamente pela seguinte expressão:
Série (Schedule Number) = 1000 P/S
em que: P = pressão interna de trabalho em psig
S = tensão admissível do material em psia
A citada norma padronizou as séries 10, 20, 30, 40, 60, 80, 100, 120, 140
e 160 sendo que, para a maioria do diâmetros nominais apenas algumas dessas
espessuras são fabricadas. A série 40 corresponde ao antigo “peso normal” nos
diâmetros até 10” e são espessuras mais comumente usadas na prática para os
diâmetros de 3” ou maiores. Para os tubos acima de 10”, a série 40 é mais
pesada do que o antigo peso normal. Para os tubos até 8” a série 80 corresponde
ao antigo XS. Fabricam-se ainda os tubos até 8” com a espessura XXS, que não
tem correspondente exato nos números de série, sendo próximo da série 160.
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 12
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UNIDADES E DIMENSÕES
Quantidade
Física
Dimensões Sistemas métricos
Sistema
MLT
Sistema
FLT
Sistema
CGS
Sistema
Internacional
comprimento L L cm m
área L2
L2
cm2
m2
massa M FL-1
T2 g kg
volume L3 L
3 cm
3 m
3
tempo T T s s
vazão L3T
-1 L
3T
-1 cm
3/s m
3/s
velocidade LT-1
LT-1
cm/s m/s
aceleração LT-2
LT-2
cm/s2
m/s2
força MLT-2
F g cm/s = dina kg m/s2 = N
impulso MLT-1
FT g cm/s = dina s kg m/s = N s
energia, trabalho ML2T
-2 FL g cm
2/s
2 =
dina cm = erg
kg m2/s
2 =
N m = Joule
potência ML2T
-3 FLT
-1 g cm
2/s
3 =
dina cm/s = erg/s
kg m2/s
3 =
Joule/s = Watt
densidade ML-3
FL-4
T2
g/cm3
kg/m3
velocidade
angular
T-1
T-1
rad/s rad/s
aceleração
angular
T-2
T-2
rad/s2
rad/s2
torque ML2T
-2 FL
g cm
2/s
2 =
dina cm
kg m2/s
2 =
N m
momento angular ML2T
-1 FLT
g cm
2/s kg m
2/s
momento
de inércia
ML2 FLT
2 g cm
2 kg m
2
pressão ML-1
T-2
FL-2
g/(cm s2) =
dina/cm2
kg/(m s2) =
N/m2
viscosidade () ML-1
T-1
FL-1
T
g/(cm s) =
1 poise =
1 dina s/cm2
kg/(m s) =
N s/m2
viscosidade
cinemática ()
L2T
-1 L
2T
-1 cm
2/s m
2/s
pressão
superficial
MT-2
FL-1
g/s2 = dina/cm kg/s
2 =
N/m
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 13
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CONVERSÃO DE UNIDADES
Comprimento
1 Km = 1000 m
1 m = 100 cm = 39,37 in = 3,28 ft
1 cm = 10-2
m
1 mm = 10-3
m
1 = 10-6
m
1 m = 10-9
m
1 Å = 10-10
m
1 in = 2,54 cm
1 ft = 30,48 cm = 12 in
Area
1 mm2 = 10
-6 m
2
1 cm2 = 10
-4 m
2
1 m2 = 1,55 x 10
3 in
2
1 Km2 = 10
6 m
2
1 in2 = 6,45 cm
2
1 ft2 = 92,9 x 10
-3 m
2
Volume
1 ml = 10-3
l
1 l = 103 cm
3
1 mm3 = 10
-3 cm
3
1 cm3 = 1 ml
1 dm3 = 10
3 cm
3
1 m3 = 10
9 mm
3 = 10
6 cm
3 = 10
3 l
1 in3 = 16,39 cm
3
1 ft3 = 28,32 x 10
3 cm3
Massa
1 g = 10-3
Kg
1 Kg = 103 cm
3 = 2,2 lbm
1 ton = 103 Kg
1 lbm = 453,6 g
1 slug = 32.17 lbm = 14,59 Kg
1 onça = 28.35 g (avdp)
Velocidade
1 Km/h = 0.2778 m/s = 0,9113 ft/s = 27.78 cm/s
1 mm/s = 3.6 m/h
1 cm/s = 26 m/h
1 m/s = 3600 m/h = 100 cm/s
1 m/min = 60 m/h = 0,017 m/s = 3.28 ft/min
1 m/h = 3,28 ft/h = 0,0109 in/s
1 in/s = 91.44 m/h = 1,524 m/min = 2,54 cm/s .
1 ft/s = 1097,28 m/h = 18,288 m/min = 0,3048 cm/s = 12 in/s
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 14
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Densidade
1 g/cm3 = 1000 Kg/m
3 = 62.43 lbm /ft
3 = 1 g/ml = 0.003613 lbm /in
3
1 Kg/cm3 = 32,13 lbm/in
3
1 Kg/m3 = 0,001 g/cm
3 = 0.06243 lbm /ft
3 = 3.61 lbm /in
3
lbm/in3
= 27,68 g/cm3
lbm/ft3 = 5.79 x 10
-4 lbm/in
3
Vazão
1 l/s = 3600 l/h = 60 l/min = 61,02 in3/s = 2,12 ft
3/min = 0,035 ft
3/s
1cm3/s = 2.12 x 10
-3 ft
3/min
1 m3/min = 1000 l/min = 35,31 ft
3/min
1 in3/s = 58,99 l/h = 0,03472 ft
3/min
1 f t3/s = 101940,26 l/ h = 28 , 32 cm
3/s = 3600 ft
3/h = 1728 in
3/s = 60 ft
3/min
Tensão superficial
1 dina/cm = 10-3
N/m
1 gf/cm = 98.07 N/m
1 Kgf/m = 9,81 N/m
1 lbf/ft = 14.59 N/m
Pressão
1 dina/cm2 = 0,01 Kgf/m
2 = 0,001 cm H20 = 7,5 cm de Hg = 4 x 10
-4 in de H20 =
= 2,09 x 10-3
lbf/ft2 = 1,45 lb /in
2 = 2,95 x 10
-5 in de Hg = 10
-8 atm
1 N/m2 = 1 pasca1 = 0,101 Kgf/m
2 = 7,5 x 10
-3 m de Hg = 1.45 x 10
-4 lbf/in
2 = 10
-7 atm
1 gf/cm2 = 981 din/cm
2 = 98,07 N/m
2 = 10 Kgf/m
2 = 0,736 mm de Hg = 2,048 lb /ft
2 =
= 0.029 in de Hg = 1,4 x 10-2
lbf/in2 = 9,68 x 10
-4 atm
1 Kgf/cm2 = 981 x 10
3 din/cm
2 = 10
5 Kgf/m
2 = 10
3 gf/cm
2 = 981 x 10
4 N/m
2 =
= 104 mm de H2O = 736 mm de Hg, = 2,05 x 103 lbf/ft
2 = 14.22 lbf/in
2 =
= 0,968 atm
1 m de H2O = 9806,6 N/m2 = 10
3 Kgf/m
2 = 73,6 mm Hg = 0,1 Kgf/cm
2 = 204,8 lbf/ft
2 =
= 3,28 ft de H20 = 2.9 in de Hg = 1,42 lbf/in2 = 0,097 atm
1 mm de Hg = 1 torr = 1333,2 din/cm2 = 13,59 Kgf/m
2 = 1,36 gf/cm
2 = 133,32 N/m
2 =
= 13,59 mm de H20 = 2,78 lbf/ft2 = 0,54 in de H20 = 0,045 ft de H20 =
= 0.019 lbf/in2 = 1,31 x 10-3
atm
1 lbf/in2 = 6,89 x 10
4 din/cm
2 = 6.89 N/m
2 = 703,07 Kgf/m
2 = 703,07 mm de H20 =
= 70,31 gf/cm2 = 0,7031 m de H20 = 0,0703 Kgf/cm
2 = 144 lbf/ft
2 =
= 0,1701 ft de Hg = 6.8 x 10-2
atm
1 atm = 1.013 x 106 din/cm
2 = 1,013 x 10
5 N/m
2 = 1,033 x 10
4 Kgf/m
2 =
= 1,033 x 104 mm de H2O = 1,033 x 103 gf/cm
2 = 10,13 N/cm
2 =
= 1,033 Kgf/cm2 = 14,7 lbf/in
2 = 14,7 psi
1 psia = 1 psi + 1 psig
Força
1 N = 105 dina = 0,1020 Kgf = 0,2248 lbf
1 pound force (lbf ) = 4,448 N = 0,454 Kgf = 32,17 pounda1s
1 Kgf = 2,205 lb = 9,81 N
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 15
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
Energia
1 joule = 1 N.m = 107 ergs = 0,7376 lbf.ft = 0,2309 cal = 9,481 x 10
-4 Btu
1 cal = 4,186 joules = 3,968 x 10-3
Btu
1 KWh = 3,6 x 106 joule = 860 Kcal
1 eV = 1,602 x 10-3
joule
Potência
1 Watt = 1 joule/s = 107 erg/s = 0,2389 cal/s
1 hp = 745,7 Watt
1 KW = 1,341 hp = 0,9483 Btu/s
Viscosidade cinemática, difusividade e difusividade térmica
1 m2/s = 10
4 cm
2/s = 3,875 x 10
4 ft
2/h = 10
6 centistokes
Constante dos gases
R = 1,987 cal g.mole-1
K-1
= 82,05 cm3 atm g.mole
-1K
-1 = 8,314 x 10
7 g cm
2 s
-2 g.mole
-1 K
-1 =
= 8,314 x 103 Kg m
2 s
-2 Kg.mole
-1 K
-1 = 4,968 x 10
4 Lbm ft
2 s
-2 lb.mole
-1 °R
-1 =
= 1,544 x 103 lbf lb.mole
-1 K
-1 °R ft
Condutividade térmica
1 g cm s-3
K-1
= 1 ergs s-1
cm-1
K-1
= 10-5
Kg m s-3
K-1
= 10-5
Watts m-1
K-1
=
= 4,0183 x 10-5
lbm ft s-3
°F-1
= 1,2489 x 10-6
lb s-l °F
-1 =
= 2,3901 x 10-8
cal s-l cm
-1 K
-1 = 5,7780 x 10
-6 Btu h
-1 ft
-1 °F
-1
1 Kg m s-3
K-1
= 105 ergs s
-1 cm
-1 K
-1 = 4,0183 lb ft s
-3 °F
-1 = 1,2489 x 10
-1 lbf s
-1 °F
-1 =
= 2,3901 x 10-3
cal s-l cm
-1 K
-1 = 5,7780 x 10
-1 Btu h
-1 ft
-1 °F
-l
1 lbm ft s-3
°F-1
= 2,4886 x 104 g cm s
-3 K
-1 = 2,4886 x 10
-1 Kg m s
-3 K
-1 =
= 3,1081 x 10-2
lbf s-1
F-1
= 5,9479 x 10-4
cal s-1
cm-1
K-1
=
= 1,4379 x 10-1
Btu h-1
ft-1
°F-1
1 lbf s-1
°F-1
= 8,0068 x 105 g cm s
-3 K
-1 = 8,0068 Kg m s
-3 K
-1 = 3,2174 x 10
1 lb ft s
-3 °F
-1 =
= 1,9137 x 10-2
cal s-1
cm-1
K-1
= 4,6263 8tu h-1
ft-1
°F-1
1 cal s-1
cm-1
K-1
= 4,1840 x 107 g cm s-3
K-1
= 4,1840 x 102 Kg m s
-3 K
-1 =
= 1,6813 x 103 lb ft s
-3 °F
-1 = 5,2256 x 10
1 lbf s
-1 °F
-1 = 2,4175 x 10
2 Btu h
-1 ft
-1 °F
-1
1 Btu h-1
ft-1
°F-1
= 1,7307 x 105 g cm s
-3 K
-1 = 1,7307 Kg m s
-3 K
-1 = 6,9546 lbm ft s
-3 °F
-1 =
2,1616 x 10-1
lbf s-1
°F-1
= 4,1365 x 10-3
cal s-1
cm-1
°K-1
Coeficiente de transferência de calor
1 g s-3
K-1
= 10-3
Kg s-3
K-1
= 10-3
Watts m-2
K-1
= 1,2248 x 10-3
lbm s-3
°F-1
=
= 3,8068 x 10-5
lbf ft-1
s-1
°F-1
= 2,3901 x 10-8
cal cm-2
s-1
K-1
= 10-7
Watts cm-2
K-1
= 1, 7611 x 10-4
Btu ft-2
h-1
°F-1
1 Kg s-3
K-1
= 103 g s
-3 K
-1 = 1,2248 lbm s
-3 °F
-1 = 3,8068 x 10
-2 lbf ft
-1 s
-1 °F
-1 =
= 2,3901 x 10-5
cal cm-2
s-1
K-1
= 10-4
Watt cm-2
K-1
= 1,7611 x 10-1
Btu ft-2
h-1
°F-1
1 lbm s-3
°F-1
= 8,1647 x 102g s
-3 K
-1 = 8,1647 x 10
-1 Kg s
-3 K
-1 = 3,1081 x 10
-2 lb ft
-1 s
-1 °F
-1 =
= 1,9514 x 10-5
cal cm-2
s-1
K-1
= 8,1647 x 10-5
Watts cm-2
K-1
=
= 1,4379 x 10-1
Btu ft-2
h-1
°F-1
1 lbf ft-1
s-l °F
-1 = 2,.6269 x 10
1t g s
-3 K
-1 = 2,6269 x 10
1 Kg s
-3 K
-1 = 3 ,1740 lbm s
-3 ° F
–1 =
= 6,2784 x 10-4
cal cm-2
s-l K
-1 = 2,6269 x 10
-3 Watts cm
-2 K
-1 = 4,6263 Btu ft
-2 h
-1°F
-1
1 cal cm-2
s-l K
-1 = 4,1840 x 10
7 g s
-3 K
-1 = 4,1840 x 10
1 Kg s
-3 K
-1 = 5,1245 x 10
4 lbm s
-3 °F
-1
= 1,5928 x 103 lbf ft
-1 s
-l °F
-1 = 4,1840 Watts cm
-2 K
-1 = 7,3686 x 10
3 Btu ft
-2 h
-1 °F
-1
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 16
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
1 Watts cm-2
K-1
= 107 g s
-3 K
-1 = 10
4 Kg s
-3 K
-1 = 1,2248 x 10
4 lbm s
-3 °F
-1 =
= 3,8068 x 102 lbf ft
-1 s
-l °F
-1 = 2,3901 x 10
-1 cal cm
-2 s
-l K
-1 =
= 1,7611 x 103 Btu ft
-2 h
-1 °F
-1
1 Btu ft-2
h-1
°F-1
= 5,6782 x 103 g s
-3 K
-1 = 5,6782 Kg s
-3 K
-1 = 6,9546 lbm s
-3 °F
-1 =
= 2,1616 x 10-1
lbf ft-1
s-l °F
-1 = 1,3571 x 10
-4 cal cm
-2 s
-l K
-1 =
= 5,6782 x 10-4
Watts cm-2
°K-1
Temperatura
TR = 1,8 TK
TF = TR - 459,67
TF = 1,8TC + 32
TC = TK – 273,15
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 17
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
1.3 Perdas de cargas em escoamento interno
1.3.1 Adaptação do teorema de Bernoulli aos líquidos reais
Para um sistema de tubulação aplica-se a adaptação do teorema de Bernouilli
aos líquidos reais entre dois pontos:
f
222
2
211
1 hg2
VPZ
g2
VPZ
O termo hf é conhecido como perda de carga, representa a energia perdida pelo
líquido, por unidade de peso, para se deslocar do ponto 1 ao ponto 2. O termo hf
acarreta num abaixamento da linha de carga total.
Representação gráfica da perda de carga
fLfnf hhh
hfn – perda de carga normal, que ocorre em trechos retos da tubulação.
hfL – perda de carga localizada, que se verifica em acessórios (válvulas,
conexões, etc...)
g2
V
D
Lf
Ph
2
f
(equação de Darcy-Weisbach)
f é um fator conhecido como coeficiente de atrito, uma função da rugosidade
relativa (/D) e do número de Reynolds (Re) originando o diagrama de Moody.
/D ‘versus’ d (in) : A-23 Crane
Diagrama de Moody : A-24 Crane => Equação de Colebrook
onde: hf em m ou ft
f é adimensional
D, L em m ou ft
P1/
V12/2g
Z1
hf
P2/
V22/2g
Z2
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 18
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
V em m/s ou ft/s
g = 9,81 m/s2 ou 32,2 ft/s
2
Entretanto, em algumas situações, formulas preparadas em função da vazão (Q)
podem ser utilizadas:
a) Para unidades métricas:
5
2
fD
QLf08260h , , sendo: L em m, Q em m
3/s, D em m
D
Q2731,Re , sendo: em kg/m
3 , em Pa.s
b) Para unidades inglesas:
5
2
fD
QLf02520h , , sendo: L em ft, Q em ft
3/s, D em ft
c) Para unidades inglesas práticas:
5
2
fD
QLf03110h , , sendo: L em ft, Q em gpm, D em in
D
Q650,Re sendo: em lbm/m
3 , em cP
d) Coeficiente de atrito
Re
64f escoamento laminar (Re 3000)
250
3160f
,Re
, Blasius (tubos lisos e Re 10
5)
5050 f
512
73
De2
f
1,, Re
,
,log Colebrook (exata)
2
90
745
73
De250f
,Re
,
,log, Miler (desvio de 1%)
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 19
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
Exemplos:
1. O sistema abaixo indica uma bomba retirando água de uma lagoa de
abastecimento para um reservatório. Determinar a perda de carga entre a
lagoa e o tanque para uma vazão de 142 m3/h. A temperatura da água é 27
oC
e a tubulação de aço carbono.
2. Calcular a perda de carga entre os pontos (1) e (2) no sistema abaixo
Dados:líquido = água retenção = swing check valves
Temperatura = 60oF água = 62,371 lbm/ft
3
Diâmetro = 4” sch 40 água = 1,2 cp Perry 5-36
Material = aço carbono
Vazão = Q = 300 gpm
Ø = 6”sch 40
L = 75 ft
Ø = 6”sch 40
L = 200 ft
2 J 90o
1 válvula gaveta (aberta)
8 ft
lagoa
Redução 6” para 4”
Tanque6 ft
Ø =4”sch 40
L = 250 ft
3 J 90o
1 válvula gaveta (aberta)
L1 = 20’
Válvula de
retenção
Válvula
gaveta
L2 = 8’
L3 = 10’
L4 = 12’
L5 = 4’
(1)
(2)
Curvas de 90o de
raio longo.
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 20
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
Sistemas de tubulações
Sistemas de tubulações simples
Sistemas de tubulações ramificadas
Resolução de Problemas p/ Escoamentos em Tubulações (Fox: 8.8)
1.4 Sistemas de tubulações simples
A queda de pressão através de uma tubulação é função da (Q, z, ptotal)
caracterizada pela soma das perdas contínuas devidas ao atrito (trechos de área
constante) com as perdas locais devido às entradas, conexões, acessórios,
mudanças de seção, etc.
Queda de pressão pode ser escrita sob a forma funcional:
,sistema, do ãoconfiguraçzeDQLfp ,,,,,
As propriedades do fluido podem ser consideradas constantes para escoamento
de fluidos incompressíveis em tubos.
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 21
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
Também a rugosidade (e), a variação da cota (z) e a configuração do sistema
dependem da disposição dos tubos.
Considerando estes elementos fixos, para um dado sistema de fluido, logo:
D,Q,Lfp
Portanto temos quatro variáveis: qualquer uma delas pode ser uma grandeza
incógnita em uma situação prática de escoamento.
Quatro casos gerais:
(a) L, Q, D conhecidos p desconhecido
(b) p, Q, D conhecidos L desconhecido
(c) p, L, D conhecidos Q desconhecido
(d) p, L, Q conhecidos D desconhecido
• Casos (a) e (b) podem ser resolvidos pela aplicação direta das equações da
continuidade e a da energia, usando a definição de perda de carga.
• Resoluções dos casos (c) e (d) usam as mesmas equações e dados, mas
requerem interação.
Vamos analisar cada caso:
Caso (a) L, Q, D conhecidos Dp desconhecido
1. Calcular Re
2. Com Re e e/D encontrar ff (Moody)
3. Com ff calcular hLtotal (perdas contínuas + locais)
4. Na equação da energia, calcular Dp
Exemplo: Um trecho com 100 m de tubo liso horizontal está ligado a um grande
reservatório. Que profundidade, d, deve ser mantida no reservatório para que a
vazão em volume seja 0,0084 m3/s de água? O diâmetro interno do tubo liso é
75 mm. A entrada é de cantos vivos, 90o, e a água descarrega para a atmosfera.
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 22
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
Equações de cálculo: Balanço de energia entre os pontos 1 e 2:
mT lll2
22
22
1
21
11 hhhz
g2
Vpz
g2
Vp
onde: g2
VKhe
g2
V
D
Lfh
2
l
2
l m
Caso (b) Dp, Q, D conhecidos L desconhecido
1. Na equação de energia, calcular hlT
2. Determinar Re e e/D e encontrar ff (Moody)
3. Calcular L através da relação de perda de carga total hlT
Exemplo Uma furadeira de ar comprimido requer uma alimentação de ar de 0,25 kg/s a
uma pressão manométrica de 650 kPa na furadeira. A mangueira do compressor
de ar para furadeira possui um diâmetro interno de 40 mm. A pressão
manométrica máxima de descarga do compressor é 690 kPa. Desprezar as
variações na densidade e quaisquer efeito devido a curvatura da mangueira. O
ar deixa o compressor a 40°C. Calcular o maior comprimento da mangueira que
pode ser usado.
Caso (c) p, L, D conhecidos Q desconhecido
1. Combinar a equação da energia e a equação de Darcy para obter o V ou Q
em função de ff
2. Arbitrar ff através do gráfico de Moody
3. Com ff calcular a velocidade média
4. Com V, calcular Re e obter ff através do diagrama de Moody
5. Compara ff (2) e ff (4)
Compressor furadeira
VC
1 2D
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 23
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
Exemplo Um sistema de proteção contra incendio é suplido a partir de uma torre de água,
por meio de um tubo vertical com 80 ft de altura. O tubo mais longo do sistema
tem 600 ft e é feito de ferro fundido, com cerca de 20 anos de idade. O tubo
contem uma válvula de gaveta; outras perdas localizadas podem ser
desprezadas. O diâmetro do tubo é 4 in. Determine a vazão máxima em volume
(em gpm) através do tubo.
Caso (d) Dp, L, Q conhecidos D desconhecido
Duas possibilidades de resolução:
1° tentativa
1. Arbitrar ff
2. Calcular D pelo equação de Darcy
3. Com D, calcular Re
4. Com D, determinar e/D
5. Com Re e e/D encontrar ff por Moody
6. Comparar ff (5) e ff (1)
2° tentativa
1. Arbitrar D
2. Calcular Re e e/D
3. Encontrar ff
4. Calcular hLT
5. Resolver a eq. da energia e achar Dp
6. Comparar Dp (5) com o dado
no problema
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 24
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
Exemplo As cabeças borrifadoras num sistema agrícola de irrigação devem ser supridas
com água através de 500 ft de tubos de alumínio estirados, oriunda de uma
bomba acionada por motor de combustão interna. Na sua faixa de operação de
maior eficiência a vazão de descarga da bomba é 1500 gpm a uma pressão não
superior a 65 psig. Para operação satisfatória, os borrifadores devem trabalhar a
30 psig ou mais. As perdas localizadas e as variações de elevação podem ser
desprezadas. Determine o menor diâmetro de tubo-padrão que pode ser
empregado.
1.5 Sistema de tubulações ramificadas
Uma extensão do problema de tubulações em paralelo é um sistema em
rede similar ao ilustrado abaixo.
Em um sistema como este é praticamente impossível determinar, à
primeira vista, o sentido do fluxo nos diversos ramais. Entretanto, não
importando a complexidade da rede, as seguintes equações básicas devem ser
obedecidas:
a) a soma dos fluxos que entram em cada junção é igual a soma dos fluxos que
saem da junção, isto é:
L = 500 ft
1 2p1 65 psig p2 30 psig
Q = 1500 gpm
D
Bomba
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 25
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
saindoentrando mm
Pra fluidos incompressíveis:
saindoentrando QQ
b) a perda de carga em qualquer linha de tubulação é dada por:
2
52
2
f QD
L
g
8f
g2D
LVfh
c) a soma algébrica das perdas de carga em volta de qualquer circuito fechado
deve ser zero.
0h f
Logicamente, alguma convenção deve ser adotada com relação aos sinais da
perda de carga. Se o sentido do fluxo da tubulação é na direção dos ponteiros do
relógio, a perda de carga é considerada positiva. É considerada negativa se o
fluxo é em sentido oposto.
Assim sendo, o seguinte método pode ser usado na solução de redes:
1) Inspecionar o sistema e adotar uma distribuição de fluxo que atenda à
condição (a).
2) Calcular a perda de carga em cada linha de tubulação.
3) Verificar se 0h f em todos os circuitos fechados.
Dificilmente a condição (3) será atendida em primeira instância. A solução então
é determinar a correção (Q) a ser feita nas vazões previamente supostas, isto é,
um problema iterativo.
Esses sistemas são de importância industrial significativa e a figura abaixo
representa um exemplo simples:
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 26
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
Dois nós, três ramais: seguindo o procedimento já citado:
a) A vazão total entrando no sistema deve ser distribuída entre os ramais:
321A QQQQ
b) A perda de carga em qualquer linha de tubulação é dada por:
2
52
2
f QD
L
g
8f
g2D
LVfh
c) A soma algébrica das perdas de carga em volta de qualquer circuito
fechado deve ser zero.
0h f
A queda de pressão em cada ramal é a mesma, pA - pB
1fAB
BA hzzgpp
e zA - zB são comuns a todas as derivações
Esta equação prova que:
No primeiro circuito, temos 2f1f hh
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 27
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
No segundo circuito, temos 3f2f hh
Logo, neste caso: 3f2f1f hhh
Estas informações são suficientes para o calculo da vazão em cada ramal
O processo iterativo deste sistema, neste caso temos 3 equações não lineares
pode ser feito usando o Solver do EXCEL, procedendo da seguinte forma:
0)x,,x,(xf
0)x,,x,(xf
0)x,,x,(xf
n21n
n212
n211
A solução do sistema é o vetor x = (x1,x2,...,xn), que satisfaz as equações de tal
forma que o vetor f = (f1,f2,...,fn) se anule.
Tal procedimento é exemplificado numericamente a seguir:
Exemplo Por uma tubulação escoa um líquido com uma vazão Q igual a 60 m
3/h. Em
determinado ponto, essa tubulação se divide em três, resultando vazões Q1, Q2 e
Q3, respectivamente, conforme mostrado na figura abaixo. As perdas de carga
nos três ramos podem ser estimadas pelas seguintes relações:
233
222
211
Q74,2h
Q00133,0h
Q0857,0h
Para tal situação, estimar Q1, Q2 e Q3 em m3/h, nos respectivos trechos.
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 28
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
Solução
Como vemos anteriormente: 0hf em cada circuito h1 = h2 e h2 = h3,
portanto já temos 2 equações uma outra equação é do balanço de massa, ficando:
23
21
22
21
321
Q74.2Q00133.0
Q00133.0Q0857.0
60QQQ
Utilizando o Excel 2007 ou superior:
O sistema deve ficar na forma de f (Q1, Q2, Q3) = 0, logo, a partir das equações
acima, obtêm-se:
02.74Q0.00133Qf
00.00133Q0.0857Qf
060QQQf
23
213
22
212
3211
Nota: foi trocada a forma das variáveis para melhor ser introduzida no Excel.
Q = q. e f = f.
1) Construir uma planilha como mostrado a seguir:
A B C D E F
1 q1. q2. q3. f1. f2. f3.
2 1 1 1
Nota: os valores A2 = 1, B2 = 1 e C2 =1 são o primeiro chute atribuídos a q1.,
q2. e q3., respectivamente.
2) Selecionar a faixa A1:F2 e pressione CRTL+SHIFT+F3
Isto faz uma atribuição das variáveis da linha 1 com os valores ou fórmulas da
linha 2 nas suas respectivas colunas, isto é, atribui q1. = 1, q2. = 1 e q3. = 1, f1.
a fórmula do item 3), f2. a fórmula do item 4) e f3. a fórmula do item 5)
3) Introduzir a fórmula 60.3q.2q.1q em D2
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 29
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
4) Introduzir a fórmula ^20.00133q2.q1.^2*0.0857 em F2
5) Introduzir a fórmula 2^q3.*2.74q2.^2*0.00133 em E2
6) Selecionar menu Dados > Solver
7) Preencha o dialogo como na figura
8) Clicar Resolver: Solução q1 = 6,54; q2 = 52,3 e q3 = 1,16
Capítulo 1: Escoamento de Fluídos Incompressíveis 30
Samuel Luporini e Letícia Suñe – DEQ/UFBa
Referências:
1. Crane (Engineering Division), Flow of Fluids through Valves, Fittings,
and Pipe, Technal Paper No. 410, Crane Co, 1978.
2. Mattos, E. E., Falco, R., Bombas Industriais, 2a Edição, Editora
Interciência Ltda.,1998.
3. Moura, L.F., Excel para Engenharia, EduFSCar, São Carlos, 2007.
4. Fox, R.W., McDonald, A.T., Introdução à Mecânica dos Fluidos, LTC
editora, 5ª edição, 1998. Capitulo 8.
Problemas
1. Uma nova instalação industrial requer uma vazão de água de 5,7 m³/min. A
pressão manométrica na tubulação principal de água, localizada na rua a 50
m da fabrica, é de 800 kPa. A linha de suprimento exigirá à instalação de 4
cotovelos num comprimento total de 65 m. A pressão manométrica requerida
na fabrica é de 500 kPa. Que bitola de tubo de aço carbono deve ser
instalada?(8.127: Fox 5ª Ed.) (6 pol.)
2. Você esta regando o seu gramado com uma mangueira velha. Por causa dos
depósitos que se formaram ao longo dos anos, a mangueira de 0,75 pol. d.i.
tem agora uma altura media de rugosidade de 0,022 pol. Um comprimento de
50 pés de mangueira, ligado ao borrifador, fornece 15 gpm (60°F). Calcule a
pressão no borrifador em psi. Estime a vazão se dois comprimentos de 50 pés
forem conectados. Admita que a pressão no borrifador varie com a vazão e
que a pressão no distribuidor principal de água permanece constante em 50
psig. (8.123: Fox 5ª Ed.) (P = 35,9 psi; Q = 11,5 gpm)