DISPERSÃO ESPACIAL DAS ATIVIDADES PRODUTIVAS E ALOCAÇÃO DO EMPREGO NA MESORREGIÃO CENTRO-...

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Toledo, 12 a 14 de novembro de 2013 ENCONTRO PARANAENSE DE ECONOMIA DISPERSÃO ESPACIAL DAS ATIVIDADES PRODUTIVAS E ALOCAÇÃO DO EMPREGO NA MESORREGIÃO CENTRO- ORIENTAL PARANAENSE EM 2002 E 2011 Raquel Aline Schneider 1 Jonas da Silva Henrique 2 Área 5 População e Mercado de Trabalho Paranaense. Resumo: Esse artigo tem como objetivo identificar o padrão de localização e evolução das atividades econômicas e a alocação do emprego nos municípios da Mesorregião Centro- Oriental Paranaense nos anos de 2002 e 2011. O padrão de localização das atividades é identificado através do quociente locacional, do coeficiente de localização e do coeficiente de reestruturação. A Mesorregião em estudo teve sua participação no total do emprego do Estado do Paraná reduzida nesse período e não apresentou mudanças na sua produção baseando sua economia na indústria do papel e do papelão, na agricultura e no agronegócio. Palavras-chave: Emprego, Atividades produtivas, Desenvolvimento regional. Abstract: This papper aims to identify the location and pattern of development of economic activities and the allocation of employment in the counties of East-Central Meso Paranaense in 2002 and 2011. The localization pattern of the activities is identified by the location quotient of the location coefficient and the coefficient restructuring. The Meso study had its share of total employment in the State of Paraná reduced in this period and showed no changes in their production basing its economy on industry paper and cardboard, in agriculture and agribusiness. Key Words: Employment, Productive Activities, Regional Development 1 Raquel Aline Schneider -Graduanda do curso de Ciências Econômicas da UNIOESTE / Campus Toledo/PR. Endereço eletrônico: [email protected] 2 Jonas da Silva Henrique Graduando do curso de Ciências Econômicas da UNIOESTE / Campus Toledo/PR. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica PIBIC/CNPq. Endereço eletrônico: [email protected]

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Toledo, 12 a 14 de novembro de 2013 ENCONTRO PARANAENSE DE ECONOMIA

DISPERSÃO ESPACIAL DAS ATIVIDADES PRODUTIVAS E

ALOCAÇÃO DO EMPREGO NA MESORREGIÃO CENTRO-

ORIENTAL PARANAENSE EM 2002 E 2011

Raquel Aline Schneider1

Jonas da Silva Henrique2

Área 5 – População e Mercado de Trabalho Paranaense.

Resumo: Esse artigo tem como objetivo identificar o padrão de localização e evolução das

atividades econômicas e a alocação do emprego nos municípios da Mesorregião Centro-

Oriental Paranaense nos anos de 2002 e 2011. O padrão de localização das atividades é

identificado através do quociente locacional, do coeficiente de localização e do coeficiente

de reestruturação. A Mesorregião em estudo teve sua participação no total do emprego do

Estado do Paraná reduzida nesse período e não apresentou mudanças na sua produção

baseando sua economia na indústria do papel e do papelão, na agricultura e no

agronegócio.

Palavras-chave: Emprego, Atividades produtivas, Desenvolvimento regional.

Abstract: This papper aims to identify the location and pattern of development of economic

activities and the allocation of employment in the counties of East-Central Meso Paranaense

in 2002 and 2011. The localization pattern of the activities is identified by the location

quotient of the location coefficient and the coefficient restructuring. The Meso study had its

share of total employment in the State of Paraná reduced in this period and showed no

changes in their production basing its economy on industry paper and cardboard, in

agriculture and agribusiness.

Key Words: Employment, Productive Activities, Regional Development

1 Raquel Aline Schneider -– Graduanda do curso de Ciências Econômicas da UNIOESTE / Campus

Toledo/PR. Endereço eletrônico: [email protected] 2 Jonas da Silva Henrique – Graduando do curso de Ciências Econômicas da UNIOESTE / Campus

Toledo/PR. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq. Endereço eletrônico: [email protected]

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1 - INTRODUÇÃO

O objetivo da pesquisa é identificar o padrão de localização das atividades

produtivas e verificar a dinâmica da mão de obra nos municípios da Mesorregião Centro-

Oriental Paranaense, para tanto serão utilizados métodos de análise regional que buscam

comparar a importância dos setores econômicos para a região analisada. Desde Adam

Smith a especialização regional em alguns setores econômicos é tida como condição

necessária ao desenvolvimento, porém não se deve apostar em um ou poucos segmentos,

mas sim em uma multiespecialização. Nota-se que as regiões que são mais solidificadas

economicamente possuem uma diversificação produtiva maior (PAIVA, 2006).

Segundo Souza (1993) as mudanças nos padrões de localização de

industrialização e modernização agrícola e o crescimento acelerado especializam as

cidades e propiciam rápida expansão urbana e, é a partir da concentração de atividades que

surgem as hierarquias entre as cidades. A Mesorregião Centro-Oriental, juntamente com a

Metropolitana de Curitiba, a região Sudeste e a Centro-Sul formam o Paraná Tradicional.

Nessas regiões os ciclos econômicos do tropeirismo, da erva-mate e da madeira estiveram

intimamente relacionados com a formação econômica que se desenvolveu, inicialmente, em

grandes latifúndios com caráter extrativo e pecuário (FLEISCHFRESSER, 1984).

Posteriormente instala-se na Mesorregião a indústria do papel e do papelão atraída

pelas florestas e matas naturais da região e hoje funcionando através de reflorestamento. Já

em meados de 1970 a agricultura passou por uma modernização e organização de

cooperativas na região, o que possibilitou a superação dos problemas de baixa fertilidade do

solo e a região se transformou em uma bacia leiteira, produtora de derivados de leite e de

componentes da alimentação de rebanhos como de soja, milho e trigo (IPARDES, 2004a).

Outro fator importante para o fortalecimento da região é sua proximidade com o Porto de

Paranaguá e seus entroncamentos rodoferroviários com Ponta Grossa que possibilitaram a

instalação de agroindústrias, entre elas a de maior destaque é a de esmagamento de soja

(IPARDES, 2004a).

2 – REVISÃO DA LITERATURA

O desenvolvimento econômico está ligado à dinâmica das atividades e os dois, por

sua vez, estão relacionados com as capacidades e limites de expansão das empresas e

também com as políticas adotadas pelo governo que interveem no desenvolvimento de uma

região (DUMAIS; MALO e RAEFFLET, 2005). O perfil de localização e de especialização de

uma região permite identificar características importantes sobre como estão distribuídas e

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como são estruturadas as atividades econômicas espacialmente. Conhecer como ocorrem

esses processos é importante para identificar o crescimento econômico das regiões

(FERRERA, 2006).

A estrutura de um mercado de trabalho mostra quais são as dinâmicas e as

possiblidades de produção que impulsionarão a economia de uma região e são as

possibilidades de inclusão em um processo produtivo que tem maior relevância na qualidade

de vida da população (IPARDES, 2004a). Uma região remonta a ideia de que áreas

geográficas têm características semelhantes e, por conta disso, são tratadas da mesma

maneira. Essas semelhanças se dão através de suas estruturas produtivas, ou pelos seus

padrões de consumo, de distribuição da mão de obra e por outros fatores como sociais e

políticos, e são essas características que irão determinar a estrutura produtiva de uma

região. (FERRERA at all, 2007).

Segundo Carvalheiro e Schallenberger (2009) uma mesorregião é uma área,

situada em alguma unidade de federação, que possui um espaço definido por sua estrutura

social, produtiva e que tem em suas atividades econômicas uma articulação espacial. Esses

processos acontecem ao longo da história conforme se dá o poder de articulação entre os

agentes nesse determinado espaço, assim a mesorregião passa a ter uma identidade única.

Contudo, para facilitar pesquisas é adotado como mesorregião o recorte territorial

definido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1976, que foi

determinado, principalmente, pela estrutura de produção da época, para demonstrar, de

maneira simples, as diferenças entre relações sociais e políticas que existem em todo o

país. Com isso estudos podem ser realizados em esferas maiores, agregando-se municípios

(IPARDES, 2004).

A Mesorregião Centro-Oriental é baseada em grandes fazendas advindas dos

ciclos econômicos do tropeirismo, da erva-mate e da madeira. Aos poucos as atividades de

extração e de pecuária foram se inovando e uma produção agropecuária articulada com o

mercado tanto nacional como internacional se desenvolveu, porém, esse processo

desencadeou uma grande concentração de terra (IPARDES, 2004). A região tem recebido

incremento populacional, desde a década de 70, principalmente destinado a Ponta Grossa

(quarto município em tamanho de população urbana do Paraná), junto a isso ocorrem

perdas da população rural e crescimento das áreas urbanas e, atualmente, os únicos

municípios que permanecem rurais são o de Ortigueira e Reserva, principalmente por

possuírem reservas indígenas e assentamentos rurais. Entre os 14 municípios da

Mesorregião, apenas o polo de Ponta Grossa é considerado de alto desenvolvimento

(IPARDES, 2004).

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A Mesorregião Centro-Oriental Paranaense é uma das que menos tem participação

relativa de empregos na agropecuária em todo o Estado. Porém, sua base industrial está

calcada em recursos agropecuários e florestais, possuindo a terceira maior participação

nessa indústria (considerando-se o total de ocupações). Atualmente sua economia está

abancada na indústria de papel e papelão que se instalou na região no começo do século

XX, na bacia leiteira que está atrelada a agroindústria da região e ao grupo agroquímico-

moageiro, principalmente para moagem de soja e produção de fertilizantes (IPARDES,

2004a).A distribuição das atividades produtivas no espaço e seu grau de especialização

refletem a forma de produção tanto agropecuária como industrial e de prestação de

serviços. Portanto, é através dos métodos de análise regional que se busca compreender o

comportamento das atividades produtivas e suas influências na dinâmica da Mesorregião

Centro-Oriental Paranaense

3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A área estudada nesse trabalho é a Mesorregião Centro-Oriental Paranaense, com

enfoque nos seus municípios, como destaca a Figura 1 abaixo. O método usado será o

comparativo, pois permite ressaltar as semelhanças e diferenças entre as estruturas

produtivas de cada município analisado, considerando períodos diferentes (GIL, 2000).

Figura 1: Municípios da Mesorregião Centro-Oriental Paranaense em 2013

Fonte: Elaboração do autor.

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Esse trabalho visa compreender a dispersão das atividades econômicas na região e

suas alterações entre 2002 e 2011, para tanto serão realizados os cálculos do quociente

locacional, do coeficiente locacional e do coeficiente de reestruturação.

O quociente locacional (QL) é usado para medir a localização das atividades no

espaço. O QL demonstra quais setores são mais estabilizados na região estudada

comparando com uma região de referência. Neste caso, far-se-á o estudo dos 25 sub-

setores do IBGE entre os municípios da Mesorregião Centro-Oriental Paranaense tendo

como referência o Estado do Paraná para os anos de 2002 e 2011 (ALVES, 2012).

O QL compara a participação percentual de uma região em um setor particular com

a participação percentual da mesma região no total do emprego da economia nacional. Para

ser mais específico na análise, utiliza-se a seguinte legenda: se QL ≥ 1 há localização

significativa; se 0,50 ≥ QL ≤ 0,99 a localização é média e; se QL ≤ 0,49 a localização é fraca.

O QL se preocupa com a localização das atividades entre as regiões (FERRERA DE LIMA,

2006).

O cálculo do QL é feito a partir da seguinte fórmula:

QL = Empregados do setor i da mesorregião j / Empregados do setor i do Paraná (1)

Empregados total da mesorregião j / Empregados total do Paraná

Para identificar o grau de dispersão dos setores e sua concentração espacial utiliza-

se o calculo do Coeficiente de Localização (CL). Segundo Alves (2012) o coeficiente soma a

participação, em percentual, de cada setor de toda a região em estudo sobre a região de

referência (nesse caso a região de estudo é a Mesorregião Centro-Oriental Paranaense e a

região de referência o Paraná), menos a participação percentual do total da região sobre a

de referência e, por fim, divide-se o valor por dois, como demonstra a fórmula abaixo:

(| |)

2

ei ei

i

j j

CL

(2)

Onde:

eij = Participação percentual da atividade i na região de análise j

ei

i

j = Somatório para todas as regiões da participação percentual do setor i na região j.

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O valor do CL varia entre zero e um e mede a dispersão das atividades; os setores

próximos de um são muito concentrados e os próximos a zero são bem distribuídos

espacialmente.

Por fim, o coeficiente de reestruturação será usado para medir as alterações

ocorridas na estrutura produtiva da região entre 2002 e 2011. Segundo Alves (2012) o

coeficiente de reestruturação (CReest) é a soma, em todos os setores, da participação

percentual de determinado setor em determinado município no ano de 2002 (ano inicial),

menos a participação do mesmo setor na mesma região no ano de 2011 (ano final), após

divide-se esse valor por dois, como demonstra a equação a seguir:

∑(|

|)

(3)

Onde:

( ).

( ).

Sendo que o setor i é cada um dos setores, analisados separadamente, e a região j

é cada município da Mesorregião Centro-Oriental Paranaense, também analisados

individualmente. O coeficiente de reestruturação também varia entre zero e um, e quanto

mais próximo de zero mais parecido terá ficado a composição setorial da região entre os

anos analisados e, quanto mais próximo de um, mais as mudanças ocorridas nesse tempo

foram importantes para mudar a estrutura produtiva da região (ALVES, 2012).

Já os setores abrangidos nesse estudo são: indústria extrativa mineral; indústria de

produtos minerais não metálicos; indústria metalúrgica; indústria mecânica; indústria do

material elétrico e de comunicações; indústria do material de transporte; indústria da

madeira e do mobiliário; indústria do papel, papelão, editorial e gráfica; indústria da

borracha, fumo, couros, peles, similares e indústrias diversas; indústria química de produtos

farmacêuticos, veterinários, perfumaria; indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos;

indústria de calçados; indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico; serviços

industriais de utilidade pública; construção civil; comércio varejista; comércio atacadista;

instituições de crédito, seguros e capitalização; administradoras de imóveis, valores

mobiliários, serviços técnicos profissionais, auxiliar atividade econômica; Transportes e

comunicações; serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação;

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serviços médicos, odontológicos e veterinários; ensino; administração pública direta e

indireta e; agricultura, silvicultura, criação de animais, extrativismo vegetal.

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme a Tabela 1 nota-se que a Mesorregião Centro-Oriental tinha 104.567

postos de trabalho no ano de 2002 e, em 2011, esse valor passou para 159.528, portanto

houve aumento de 52,56%. O município que mais gerou empregos foi Ponta Grossa,

computando um total de 30.942, o que representa 56,29% do total de empregos gerados

nesses nove anos em toda a Mesorregião, demonstrando ser o polo mais fortalecido.

O município que mais criou empregos, relativamente, foi o de Reserva com um

aumento de 156,88%, o que representou para ele um acréscimo de 2.085 empregos até

2011, dos já 1.329 existentes em 2002. Toda a região era responsável, em 2002, por 5,77%

de todo o emprego do Paraná, porém, em 2011, ela perdeu um pouco de representatividade

e ficou responsável por 5,46%.

O município de Ventania foi o único que perdeu empregos entre os anos

analisados, de 1.757 empregos em 2002 caiu para 1.710 em 2011, o que indica que a

região está perdendo postos de trabalhos para outras regiões.

Tabela 1: Variação do emprego nos município da Mesorregião Centro-Oriental entre 2002 e 2011

Município 2002 2011 Variação Variação %

Arapoti 3.720 5.264 1.544 41,50

Carambeí 6.008 10.011 4.003 66,63

Castro 10.079 14.256 4.177 41,44

Imbaú 700 1.282 582 83,14

Jaguariaíva 5.180 8.088 2.908 56,14

Ortigueira 2.206 2.266 60 2,72

Palmeira 3.826 6.649 2.823 73,78

Piraí do Sul 2.703 3.216 513 18,98

Ponta Grossa 50.155 81.097 30.942 61,69

Reserva 1.329 3.414 2.085 156,88

Sengés 4.027 4.058 31 0,77

Telêmaco Borba 10.769 15.449 4.680 43,46

Tibagi 2.108 2.768 660 31,31

Ventania 1.757 1.710 -47 -2,67

Total da Mesorregião 104.567 159.528 54.961 52,56

Total do Paraná 1.812.631

2.920.277

1.107.646

61,11

Fonte: Fonte de dados da RAIS (2013).

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A Microrregião de Ponta Grossa foi responsável, no primeiro ano analisado, por

cerca de 67% de todo o emprego da Mesorregião Centro-Oriental, enquanto que a

Microrregião de Jaguariaíva por 14,95% e a de Telêmaco Borba por 18,04%. Em 2011 a

Microrregião de Ponta Grossa aumentou esse percentual para 70,22%, enquanto que a

Microrregião de Jaguariaíva caiu para 12,93% e a de Telêmaco Borba para 16,86%.

4.1 - Padrão de localização das atividades nos municípios da Região Oeste

Paranaense

Para identificar o padrão de localização dos municípios da Mesorregião Centro-

Oriental Paranaense, apresentam-se inicialmente os dados do quociente locacional (QL)

referente, respectivamente, as indústrias dinâmicas, as indústrias tradicionais as indústrias

não tradicionais, dos setores do comércio e serviços e das atividades de ensino, serviço

técnico, administração pública e agricultura.

O setor que mais se destaca na Mesorregião da indústria dinâmica é o da indústria

do papel, papelão, editorial e gráfica. Como demonstra a Figura 2, sua localização

permaneceu a mesma nos dois períodos analisados em todos os municípios, sendo

fortemente localizada nos municípios de Arapoti, Jaguariaíva, Sengés, Piraí do Sul,

Telêmaco Borba, Tibagi e Palmeira e moderadamente localizada em Castro e Ponta Grossa.

Os municípios de Telêmaco Borba e Piraí do Sul são os que mais se

especializaram nesse setor, apresentado um QL, respectivamente, de 10,58 e 10,28. O

município de Telêmaco Borba também foi o que mais empregou pessoas nesse setor, em

2002 eram 1.767 vagas e, em 2011 de 2.583.

As indústrias de materiais elétricos e de materiais de transporte não foram

significativas para nenhum município nos dois anos analisados. A indústria metalúrgica se

demonstrou significativa apenas para Ponta Grossa e Palmeira e a indústria mecânica, em

2011, apenas para os municípios de Piraí, Castro e Telêmaco Borba. Por fim, a indústria

química (composta pelos seguintes sub-setores: indústria química, produtos farmacêuticos,

sabões, velas e materiais plásticos) em 2002 era significativa em Piraí do Sul e Palmeira, e

em 2011 passou a ser significativa também para Arapoti e Sengés.

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Figura 2: Quociente Locacional das Indústrias Dinâmicas dos Municípios da Mesorregião Centro-Oriental de 2002 e 2011

Indústria Metalúrgica Indústria Mecânica

Indústria de Materiais Elétricos e de Comunicação

Indústria do Material de Transporte

Indústria do Papel, Papelão, Editorial e Gráfica

Indústria Química de Produtos Farmacêuticos, Veterinários e Perfumaria

Fonte: Resultado da Pesquisa.

A Figura 3 apresenta os quocientes locacionais das indústrias tradicionais que

compreende as seguintes indústrias: da madeira e do mobiliário, de produtos têxteis, de

calçados, de produtos alimentícios e de extração de minerais. A indústria da madeira e do

mobiliário foi responsável por empregar, na Mesorregião Centro-Oriental, 11.773 pessoas

em 2002 e 11.800 pessoas em 2011, demonstrando uma estabilidade do setor nesse

período de nove anos.

O quociente locacional da indústria da madeira e do mobiliário, como mostra a

Figura 3, era significativo em oito dos 14 municípios. Na Microrregião de Telêmaco Borba o

setor era significativo para Reserva, Imbaú e Telêmaco Borba, na Microrregião de

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Jaguariaíva apenas o município de Arapoti não apresentava alta localização e, por fim, na

Microrregião de Ponta Grossa a indústria da madeira não é significativa para Palmeira e

Carambeí.

Os maiores quocientes locacionais da indústria da madeira e do mobiliário, em

2011, foram de 10,72 e 10,38, respectivamente de Sengés e Ventania. Em Sengés o setor

empregava 1.792 pessoas em 2002 e 1.182 em 2011, mas apesar da queda no número

absoluto de empregados o setor representou, no último ano, mais de 29% de todo o

emprego. Já para Ventania houve uma queda no setor de mais de 500 empregos (de 1059

empregos em 2002 foi para 485 em 2011), e a representatividade do setor no total de

empregos caiu de 60% para 28%.

Outro setor importante para a Mesorregião Centro-Oriental Paranaense das

indústrias tradicionais é a indústria de extração de minerais que, em 2002, já era significativo

para Telêmaco Borba, Sengés, Jaguariaíva, Castro e Ponta Grossa e, em 2011 esses

municípios permaneceram significativos e os municípios de Arapoti, Tibagi e Carambeí

passaram de uma fraca localização em 2002 para forte.

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Figura 3: Quociente Locacional das Indústrias Tradicionais dos Municípios da Mesorregião Centro-Oriental em 2002 e 2011

Indústria da Madeira e do Mobiliário Indústria Têxtil do Vestuário e Artefatos de Tecidos

Indústria de Calçados Indústria de Produtos Alimentícios e

Bebidas

Extração Mineral

Fonte: Resultado da Pesquisa.

As indústrias não tradicionais (Figura 4) não são muito significativas para a

Mesorregião como um todo se comparado com as demais indústrias. A indústria de produtos

minerais não metálicos, em 2002 foi significante para Ortigueira (QL = 8), Piraí do Sul (QL =

1,32), Castro (QL = 1,59) e Palmeira (QL = 1,24), já em 2011 o setor perdeu localização,

caindo de alta para média nos municípios de Arapoti, Castro e de alta para baixa localização

em Piraí do Sul. Os únicos municípios que criaram empregos entre os dois períodos

analisadas, para esse setor, foram: Ponta Grossa (gerou 261 empregos nesse período);

Telêmaco Borba (de 16 empregos em 2002 foi para 59 em 2011); Arapoti (criou 23

empregos) e; Imbaú (aumentou 35 empregos nesse setor).

A indústria da borracha (que engloba também a do fumo, de couros, peles,

produtos similares e indústria diversa) só se tornou significativa no ano de 2011 e apenas

para o município de Sengés e Ponta Grossa. Em Ponta Grossa, no ano de 2002, haviam

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232 pessoas empregadas nesse setor e, em 2011, chegou a 1.205 pessoas. Já Sengés não

empregava nenhuma pessoa no primeiro ano analisado e, em 2011, passou a empregar 41

pessoas. A construção civil era significativa, em 2002, para Ponta Grossa e Jaguariaíva e,

em 2011, Jaguariaíva deixou de apresentar localização significativa para o setor. O setor

empregou um total de 3.311 pessoas no primeiro ano e 6.504 pessoas no último ano, ou

seja, mesmo que o setor tenha perdido significância para a Mesorregião ele cresceu quase

50% em questão de postos de trabalho.

Figura 4: Quociente Locacional das Indústrias Não Tradicionais dos Municípios da Mesorregião Centro-Oriental Paranaense em 2002 e 2011

Indústria de Produtos Minerais Não Metálicos

Indústria da Borracha, Fumo, Couros e Similares

Construção Civil

Fonte: Resultado da Pesquisa.

A Figura 5 apresenta o QL do comércio e dos serviços. O comércio varejista, em

2002, tinha significância fraca para o município de Carambeí, moderada para os municípios

de Sengés, Jaguariaíva, Arapoti, Ventania, Piraí do Sul, Tibagi e Imbaú e, forte para os

municípios de Ortigueira, Telêmaco Borba, Reserva, Castro, Ponta Grossa e Palmeira. O QL

mais significativo foi o do município de Ponta Grossa, que empregou 19.382 indivíduos do

total de 31.962 que trabalhavam nesse setor em toda a região.

O comércio atacadista sofreu transformações no período de 2002 a 2011, sendo

que apenas os municípios de Tibagi e de Arapoti permaneceram com uma localização forte

desse setor, sendo que em 2002 ele era significativo, também, para Piraí do Sul, Carambeí

e Palmeira. Em 2011, ele passou a ser significativo para Sengés, Castro e Imbaú, mas

mesmo com esse rearranjo produtivo espacial o setor cresceu 67% (foi de 2903 empregos

em 2002 para 4.301 em 2010).

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Outro setor de destaque para a região é o dos transportes e comunicação que em

2011 passou a ser significativo para cinco municípios (Telêmaco Borba, Ventania,

Jaguariaíva, Castro e Ponta Grossa), e de localização moderada para sete (Arapoti, Sengés,

Piraí do Sul, Imbaú, Reserva, Carambeí e Palmeira). O total de empregos no setor, em

2011, foi de 6.924, o que representa uma queda de, aproximadamente, 59%. O setor de

serviços médicos, odontológicos e veterinários só apresentou localização significativa, no

último ano analisado para o município de Ponta Grossa. Com relação ao setor de

instituições financeiras (instituições de crédito, seguro e de capitalização) não houve

nenhum município considerado com localização significativa para o setor.

Figura 5: Quociente Locacional dos Setores do Comércio e Serviços dos Municípios da Mesorregiões Centro-Oriental Paranaense em 2002 e 2010 Comércio Varejista Comércio Atacadista

Serviços Médicos, Odontológicos e

Veterinários Instituições Financeiras

Alojamento e Serviços de Alimentação Transporte e Comunicações

Fonte: Resultado da Pesquisa.

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As atividades mais significativas, da Figura 6, são as da administração pública e da

agricultura. O quociente locacional da administração pública direta e indireta apresentou

uma localização significativa, em 2002, em sete municípios da Mesorregião: Arapoti,

Ortigueira, Imbaú, Reserva, Tibagi, Castro e Palmeira. Em 2011 os municípios de Arapoti e

Palmeira caíram para uma localização média, já os municípios de Jaguariaíva, Piraí do Sul e

Ventania passaram de localização média para forte. O setor da Administração pública direta

e indireta foi o segundo setor que mais empregou pessoas na Mesorregião Centro-Oriental

em 2011, chegando a criar 18.762 postos de trabalho (3.971 a mais do que em 2002), o que

representa 11,76% de todos os postos de trabalho da Mesorregião.

Assim, no último ano analisado a Administração era especializada em,

aproximadamente, 57% da região analisada, com destaque para o município polo da

Microrregião de Ponta Grossa que empregou, em 2011, 7.051 pessoas (37,58% de todo o

emprego existente nesse setor no ano analisado), seguido de Castro com 2.248

empregados no setor e do município polo da Microrregião de Telêmaco Borba que chegou a

empregar 1.949 indivíduos.

O setor agrícola (Figura 6) compreende além da agricultura a silvicultura, criação de

animais, extração vegetal e pesca. Em 2002 a agricultura foi responsável por empregar

9.161 pessoas, já em 2011 esse número passou a 12.486, chegando a um aumento de mais

de 73%. Em 2002 apenas o município de Telêmaco Borba apresentava localização fraca

para esse setor e dois municípios apresentavam localização moderada (Ponta Grossa e

Jaguariaíva), mas em 2011 apenas o município de Ponta grossa também não apresentavam

alta localização para a agricultura.

O maior Quociente Locacional, ou seja, o município que apresentou a maior

especialização nessa atividade na Mesorregião foi o de Tibagi; onde 972 pessoas

trabalhavam no setor agrícola de um total de 2.768 pessoas empregadas, ou seja,

aproximadamente 35% de todo o trabalho do município foi gerado na agricultura. Já o

município que mais empregou nesse setor foi o de Castro com um total de 2.845 empregos,

com um aumento de 1.550 vagas de 2002 para 2011.

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Figura 6: Quociente Locacional das Atividades de Ensino, Serviço Técnico, Administração Pública e Agricultura nos Municípios da Mesorregião Centro-Oriental

em 2002 e 2011 Ensino Atividade Técnica Profissional

Administração Pública Agricultura

Fonte: Resultados da Pesquisa.

As figuras demonstram que a região apresenta um quociente locacional

significativo, de modo geral, para a indústria do papel, da madeira e do mobiliário, da

extração de minerais e para o comércio, tanto varejista como atacadista. Porém, também

apresenta grande importância para a Mesorregião à administração pública e a agricultura, o

que demonstra que muitos empregos são ligados a esse setor em cada município o que

geralmente indica pouca industrialização.

4.2 - Coeficiente de Localização

O coeficiente de localização (CL) mede o grau de dispersão das atividades

econômicas, relativamente, para identificar as atividades que teriam menores tendências de

concentração no espaço, seu valor varia de zero a um (ALVES, 2012). Quanto mais próximo

de um mais forte é o padrão de localização da atividade na região analisada, nesse caso a

região de referência é todo o Estado do Paraná.

Em 2002, como demonstra a Tabela 2, os maiores CL ficaram a cardo da Indústria

de calçados e a extrativa mineral, a Mesorregião Centro-Oriental é especializada na

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indústria do papel e do papelão, que em todo o Estado não possui um padrão de localização

forte, possuía um CL de 0,15 em 2002 e 0,33 em 2011. Outro setor significativo para a

região é o da agricultura que em todo pais passou de um CL de 0,27 para 0,53, aumentando

quase em 50%.

O maior aumento do CL ficou a cargo da indústria química, que aumentou em 60%,

passando de 0,24 em 2002 para 0,40 em 2011. O maior CL, no último ano analisado foi o da

indústria de calçados que obteve 0,70, fato que não representa a Mesorregião estudada, já

que o setor só é de localização significativa para Tibagi.

Tabela 2: Coeficiente de Localização dos Municípios da Mesorregião Centro-Oriental Paranaense em 2002 e 2011

Atividade 2002 2011 Variação Variação %

Ind. extrativa mineral 0,32 0,60 0,28 53%

Ind. prod. mineral não metálico 0,24 0,54 0,30 45%

Ind. Metalúrgica 0,17 0,36 0,19 48%

Ind. Mecânica 0,15 0,32 0,17 48%

Ind. de mat. elétrico e de comunicação 0,20 0,38 0,19 51%

Ind. de material de transporte 0,23 0,47 0,24 48%

Ind. da madeira e mobiliário 0,27 0,54 0,27 49%

Ind. do papel papelão, editorial e gráfica 0,15 0,33 0,18 46%

Ind. da Borracha, Fumo, couros e similares 0,18 0,31 0,13 58%

Ind. química 0,24 0,40 0,16 60%

Ind. Têxtil 0,27 0,56 0,29 48%

Ind. Calçados 0,40 0,71 0,31 57%

Ind. alimentícios, bebidas e álcool etílico 0,23 0,42 0,19 55%

Serviço Utilidade Pública 0,26 0,53 0,27 49%

Construção Civil 0,09 0,20 0,11 45%

Comércio Varejista 0,06 0,12 0,06 52%

Comércio Atacadista 0,10 0,21 0,11 49%

Instituição Financeira 0,11 0,24 0,13 47%

Adm. Técnica Profissional 0,14 0,28 0,14 49%

Transporte e Comunicações 0,08 0,20 0,12 42% Serv. de alojamento, alimentação, manutenção 0,09 0,20 0,11 44% Serviços médicos, odontológicos e veterinários 0,12 0,21 0,09 57%

Ensino 0,12 0,24 0,12 51%

Administração Pública 0,12 0,22 0,10 52%

Agricultura 0,27 0,53 0,26 50%

Fonte: Resultados da Pesquisa.

A Tabela 2 demonstra que o CL é menor do que 0,5 em todos os setores em 2002,

já em 2011 indústria extrativa mineral, a indústria de produtos minerais não metálicas,

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indústria de madeira e de mobiliário, indústria têxtil, indústria de calçados, serviços de

utilidade pública e agricultura obtiveram CLs maiores que 0,5 o que demonstra que esses

setores estão se consolidando como estruturas produtivas no Paraná.

4.3 - Coeficiente de Reestruturação

O coeficiente de Reestruturação (CReest) varia entre zero e um, quanto mais

próximo de um mais mudanças significativas na composição dos setores na região terão

acontecido entre os dois períodos analisados (2002 e 2011), já quanto mais próximo de zero

menos mudanças terão sido feitas na composição setorial da Mesorregião Centro-Oriental

Paranaense.

A Tabela 3 apresenta os resultados do coeficiente de reestruturação para os 14

municípios da região analisada e nota-se que todos são mais próximos de zero (inferiores a

0,5). O maior valor, ou seja, o município que mais apresentou mudanças em sua estrutura

de produção foi o município de Ventania, único que passou de 0,3, (apresentou em CReest

de 0,3416207), do restante dos municípios cinco apresentaram um coeficiente maior que 0,2

sendo eles: Imbaú, Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul e Reserva. Os demais município

apresentaram um CReest menor que 0,2 destacando como o mais baixo o de Carambeí,

com o valor de 0,0982702, portanto, foi o município que menos alterou sua estrutura de

produção entre 2002 e 2011.

Tabela 3: Coeficiente de Reestruturação dos municípios da Mesorregião Centro-

Oriental no período de 2002 a 2011

Município CReest

Arapoti 0,1882958 Carambeí 0,0982702 Castro 0,1702486 Imbaú 0,2410631 Jaguariaíva 0,1655696 Ortigueira 0,2936323 Palmeira 0,2015895 Piraí do Sul 0,2183616 Ponta Grossa 0,1013126 Reserva 0,222872 Sengés 0,1985592 Telêmaco Borba 0,1148 Tibagi 0,1286484 Ventania 0,3416207

Fonte: Resultados da Pesquisa.

De maneira geral, podemos perceber que a Mesorregião não alterou sua estrutura

produtiva no período de nove anos analisados o que pode demonstrar certa estagnação

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produtiva, sem grandes alterações em sua produção, nem mesmo nos municípios polos de

suas Microrregiões, fato que pode ser corroborado pela dependência dos setores agrícolas

e da administração pública.

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste projeto foi identificar o padrão de localização das atividades na

Mesorregião Centro-Oriental e também a distribuição espacial das atividades econômicas na

região. Através dos dados do quociente locacional e dos coeficientes de localização e

reestruturação observou-se que, na maior parte dos municípios analisados, a localização

significativa de alguns setores é isolada e que, em geral, a estrutura produtiva é pouco

dinâmica. Para tanto, destaca-se a importância dos empregos do setor de administração

pública direta e indireta e do setor da agricultura.

Conclui-se com a análise do quociente locacional que o polo mais desenvolvido é o

da Microrregião de Ponta Grossa, com localização significativa para 11 dos 25 sub-setor

analisados no último ano, já nas Microrregiões de Telêmaco Borba e na de Jaguariaíva não

são os municípios polo que são mais diversificados. Na Microrregião de Telêmaco Borba

são os municípios de Imbaú e Tibagi que possuem mais QL significativos, ambos em seis

setores, enquanto o polo só apresenta cinco, já na Microrregião de Jaguariaíva o município

de Sengés tem sete setores significativos, enquanto que Jaguariaíva (município polo)

empata com Arapoti, apresentando localização forte para seis setores.

Juntos o coeficiente de localização e o de reestruturação demonstraram que a

região não apresenta um setor que seja mais importante, em termos gerais de todos os

setores, ou seja, a região tem um padrão espacial semelhante ao de todo o Estado do

Paraná. Além disso, a Mesorregião Centro-Oriental veio perdendo importância relativa na

geração de emprego com relação ao gerado em todo o Estado o que indica que a falta de

especialização na região esta fazendo com que ela perca importância relativa na expansão

das atividades econômicas.

Conforme IPARDES, (2004a) a estrutura econômica da região está baseada na

indústria do papel e do papelão conformando um dos mais importantes polos do país, na

agricultura, principalmente por ser uma bacia leiteira e de produção de alimentos derivados

de leite, onde produtos como soja, milho e trigo tiveram seus meios de produção

tecnificados por fazerem parte da nutrição dos animais e, por fim, o setor agroquímico-

moageiro se demonstra importante, principalmente pela moagem de soja e da produção de

fertilizantes graças a sua localização geográfica próxima ao Porto de Paranaguá.

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Portanto, políticas que favoreçam atividades promissoras para a região seriam

importantes para o crescimento econômico e para a geração de emprego da mesma.

Segundo IPARDES (2004), a região possui capacidade de se desenvolver em harmonia e

um setor importante seria o do turismo dado a importância do patrimônio histórico e cultural

e os atrativos naturais relacionados ao meio ambiente como o Canyon Guartéla e o Parque

Estadual de Vila Velha.

6 - REFERÊNCIAS

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