DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO
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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO
SESSÃO: 011.2.55.O DATA: 23/02/16 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Ordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 19h58min
DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador
Incluídos os seguintes discursos: do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Deliberativa Ordinária nº 209, realizada em 4 de agosto de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Deliberativa Ordinária nº 335, realizada em 3 de novembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Deliberativa Extraordinária nº 359, realizada em 19 de novembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates nº 361, realizada em 23 de novembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates nº 381, realizada em 7 de dezembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates nº 399, realizada em 21 de dezembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates nº 4, realizada em 4 de fevereiro de 2016.
Ata da 11ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliberativa Ordinária,
Vespertina, da 2ª Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª Legislatura, em 23 de
fevereiro de 2016.
Presidência dos Srs.:
Eduardo Cunha, Presidente.
Gilberto Nascimento, 2º Suplente de Secretário.
Carlos Manato, Capitão Augusto, Delegado
Edson Moreira, Dr. Sinval Malheiros, nos termos
do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno.
ÀS 14 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.:
Eduardo Cunha
Waldir Maranhão
Giacobo
Beto Mansur
Felipe Bornier
Mara Gabrilli
Alex Canziani
Mandetta
Gilberto Nascimento
Luiza Erundina
Ricardo Izar
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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I - ABERTURA DA SESSÃO
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A lista de presença registra na Casa o
comparecimento de 173 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.
Está aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos
trabalhos.
II - LEITURA DA ATA
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Fica dispensada a leitura da ata da
sessão anterior.
III - EXPEDIENTE
(Não há expediente a ser lido)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Passa-se ao
IV - PEQUENO EXPEDIENTE
Dando início ao período de Pequeno Expediente, informo que na primeira
meia hora desta sessão cada orador falará por 1 minuto.
Concedo a palavra ao primeiro orador inscrito, o nobre Deputado João Daniel,
do PT de Sergipe.
V.Exa. tem até 1 minuto.
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O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr.
Presidente. Queria registrar o nosso agradecimento ao querido Deputado Padre
João e a todos os que participaram do grande trabalho histórico do Núcleo Agrário
do Partido dos Trabalhadores, aqui na bancada, e dizer que, com muito prazer,
vamos ajudar a coordenar esse Núcleo histórico, por onde passaram vários
Deputado Federais, a exemplo de Adão Pretto e tantos outros. Temos, ainda, o
prazer de dizer que nós, este ano, não o faremos apenas como membro do Núcleo
Agrário, mas como detentores de um mandato.
Junto com todos os movimentos, temos a obrigação de lutar por um grande
projeto para a agricultura brasileira, de defendê-lo, em especial para a agricultura
familiar camponesa: a produção de alimento saudável e a soberania alimentar, que
faz parte da soberania nacional.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, trago a esta tribuna uma discussão
que temos tratado no âmbito do Núcleo Agrário do PT, no que se refere à questão
da segurança alimentar do nosso povo.
A produção agrícola brasileira não pode ser submetida, exclusivamente, a
uma lógica econômico-capitalista, visando exclusivamente à produção para a
formação de superávit de exportação, sem que se tenha uma preocupação com a
qualidade de vida para a nossa população.
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A safra brasileira de 2015/2016 está estimada em 211 milhões de toneladas
de grãos, ou seja, superior em 3 milhões de toneladas em relação à safra anterior.
Contudo, a produção de soja deverá ser a maior responsável por este incremento,
com previsão de aumento da ordem 6,2 milhões de toneladas.
Juntos, soja e milho responderão por 88% do volume total de grãos
produzidos na próxima safra. Enquanto isso, a produção de arroz tem uma quebra
prevista de 515 mil toneladas, enquanto a produção de trigo, na melhor das
hipóteses, se manterá em nível da safra anterior. Com isso estamos importando
arroz da China e, consequentemente, impondo maiores custos à cesta básica dos
brasileiros.
Em consonância com as propostas do nosso Núcleo Agrário, para o qual fui
hoje escolhido Coordenador, uma das instâncias mais consolidadas no Partido dos
Trabalhadores na Câmara dos Deputados e também de acordo com as demandas
dos movimentos sociais do campo, como a CONTAG, o MST, a FETRAFI e outras
entidades, é que defendemos uma revisão da política conservadora da produção
agrícola brasileira.
É inadmissível que, com a pujança do nosso campo e com a disposição dos
nossos trabalhadores, fiquemos a importar comida para nossa mesa, enquanto
exportamos soja para a produção agrícola de outros países, permitindo, inclusive,
que o agronegócio fique a dizer aos quatro cantos que é a única atividade produtiva
que está dando resultados no País.
Temos, isto sim, que promover cada vez mais a nossa soberania nacional na
produção de alimentos saudáveis e garantir que, com a produção brasileira,
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possamos levar alimento a todas as mesas brasileiras, sem a necessidade de
importação.
Precisamos ter a garantia também de uma alimentação sem uso de venenos
que garanta a saúde dos trabalhadores e de todo o nosso povo. Além disso,
defendemos também que essa produção não seja submetida a critérios de
patenteamento de sementes produzidas por multinacionais que cada vez mais têm
ganhado espaço em nosso mercado, inclusive com a tentativa de aprovação de leis
que protejam as suas pesquisas, como são a das sementes Terminator e as novas
regras que querem nos impor pela Lei de Proteção dos Cultivares.
Precisamos de assistência técnica voltada para os nossos produtos,
precisamos de crédito para a produção e precisamos de uma política mais arrojada
de um programa de aquisição de alimentos e de formação de estoques reguladores.
Essa é a nossa luta, que, junto com os companheiros Parlamentares e com as
entidades que compõem o Núcleo Agrário do PT, vamos defender.
Aproveito para agradecer a confiança dos companheiros de terem me
escolhido Coordenador do Núcleo Agrário e vamos à luta.
Obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Gonzaga Patriota, do PSB de Pernambuco. S.Exa. dispõe de 1 minuto na tribuna.
O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero encaminhar um pronunciamento parabenizando o Governo do
Estado de Pernambuco e o Coronel Humberto Viana pelo Programa Chapéu de
Palha, que só na região do São Francisco já atende mais de 10 mil trabalhadores da
fruticultura.
Eu quero aproveitar a oportunidade para dizer que estivemos agora no
Palácio do Planalto para ver o problema das emendas, que é uma enganação. Nós
estamos, Deputado Luiz Couto, com emendas de 2013, 2014 e 2015 empenhadas.
A Prefeitura faz a metade do trabalho, e não pode fazer o resto, porque não pagam.
Já cortaram quase a metade das emendas de 2016. Então, é preciso acabar com
esta enganação, emenda impositiva. Impositiva por quê, se não pagam? Eu acho
que nós vamos ter que apertar esse Governo: ou resolve o problema dos
Municípios, dos Estados, ou vai levar cacete aqui.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Chapéu de Palha da Fruticultura
Irrigada cadastrou 9.934 trabalhadores rurais nos sete Municípios — Petrolina,
Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Cabrobó, Belém de São Francisco
e Petrolândia — que são atendidos pelo Programa no Sertão do Estado. As
inscrições foram finalizadas no dia 22 de janeiro, nos 14 pontos de atendimento
instalados na região.
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O Coordenador do Programa, Coronel Humberto Viana, faz um balanço
positivo sobre o cadastramento. “Nossa avaliação é de que todo o processo
aconteceu de forma tranquila, atendendo a todos os trabalhadores que procuraram
os locais de cadastramento”, afirma. Ele destaca a parceria realizada entre o
Governo do Estado e a Prefeitura de Petrolina, Município que conta com o maior
número de inscritos.
“A Prefeitura foi um importante parceiro nessa etapa de cadastramento,
ajudando com a infraestrutura e, principalmente, com a ação paralela de combate ao
Aedes aegypti”, comenta. O Coordenador também ressalta que foram gerados cerca
de 200 empregos temporários para o atendimento dos trabalhadores.
A primeira parcela do benefício será paga em março. Cada trabalhador
receberá quatro parcelas de até R$246,45, complementares ao Bolsa Família. Além
disso, os cadastrados participarão de cursos de qualificação profissional, que devem
ter início a partir de março. Os cursos são realizados numa parceria entre a
Secretaria de Planejamento e Gestão e as Secretarias da Mulher, de Educação, da
Agricultura e Reforma Agrária, de Meio Ambiente e de Trabalho e Qualificação
Profissional.
O Chapéu de Palha atua em três frentes: fruticultura irrigada, zona canavieira
e pesca artesanal. Ainda neste semestre, será dado o início para o cadastramento
dos trabalhadores da palha da cana da Zona da Mata e dos pescadores de todo o
Estado no Programa.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz
Couto, do PT da Paraíba. S.Exa. dispõe de 1 minuto na tribuna.
O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu
quero dar como lidos dois pronunciamentos.
O primeiro é sobre o roubo de água do Canal da Redenção, que está sendo
desviada para o favorecimento de várias fazendas que praticam esse crime.
O segundo é sobre o show midiático, a ação espetaculosa para prender
pessoas que, na realidade, já se colocaram à disposição para prestar depoimento.
Então, eu gostaria que esses dois pronunciamentos fossem considerados
como lidos e publicados nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz
do Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores aqui presentes,
estimado povo brasileiro e em particular ilustres cidadãos e cidadãs do Estado da
Paraíba, a quem tenho grande orgulho em representá-los aqui nesta Casa, no dia 19
de novembro de 2015, fiz um pronunciamento, encaminhando um pedido muito
importante, feito através do Manifesto Açude para Todos. Este Manifesto era
especificamente em defesa do Complexo Coremas-Mãe D’Água, que é uma
barragem que fica na região do Vale do Piancó e que beneficia 112 Municípios
espalhados pelo Sertão paraibano.
Portanto, nele existia um pedido de grande importância e que transformaria
ainda mais a vida das pessoas daquela região por meio do aproveitamento do
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potencial hídrico da Paraíba. Todavia, o pedido dividia-se em seis partes. São elas:
1 - Desassoreamento do açude: retirada de resíduos sólidos para aumentar a
capacidade hídrica do Complexo; 2 - Reformas estruturais na parede do açude:
rachões, calçamento adequado, calçada, entre outras; 3 - Reforma na Barragem
Mãe D’Água: estrada de acesso até a barragem, revitalização da ponte de madeira
caída, da pracinha da barragem para o turismo, entre outros; 4 - Transformação das
localidades da Barragem da Mãe D’Água em uma área de ecoturismo ou turismo
ecológico; 5 -Transformação da parede do açude em uma área de promoção de
saúde e lazer, fechando-se a parede nos finais da tarde para o translado de motos e
carros, sendo somente liberada para pedestres e ciclistas (das 16h30min às
18h30min); 6 - Transparência na gestão das águas do Complexo e do Canal da
Redenção, sendo mais bem administrado para o uso da água e desenvolvimento
social e humano.
Sras. e Srs. Deputados, a situação em que se encontra aquela região é
precária. No dia 21 de fevereiro deste ano, o programa Fantástico anunciava o
pesadelo em que vivem aquelas famílias, onde denúncias feitas pelo Ministério
Público e pequenos agricultores comprovam o desvio de água para grandes
fazendas e até para comercialização em cidades que estão com escassez de água.
Segundo a reportagem, várias são as fazendas que praticam este crime. Em
uma das investigações feitas pelo Fantástico, encontram-se envolvidas a fazenda do
ex-Prefeito Fábio Tyrone e a fazenda do proprietário Thiago Isis.
Portanto, além do clamor feito pelos jovens coremenses, através do Manifesto
Açude para Todos, em que pedem um olhar mais minucioso sobre o Canal e o
Açude Mãe D’Água, o que mais me chamou atenção e veio à minha mente, quando
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assisti à reportagem do Fantástico, foi o último item pedido por eles, que era:
“Transparência na gestão das águas do Complexo e do Canal da Redenção, sendo
mais bem administrado para o uso da água e desenvolvimento social/humano”.
Entretanto, falta fiscalização, que é um papel exclusivo dos governantes e
representantes políticos do Estado da Paraíba.
Enfim, firmo o compromisso, através deste pronunciamento, com a sociedade
coremense, bem como com todos os beneficiados pelo Canal da Redenção, de que
estou enviando um oficio ao Governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e ao
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, na intenção de intensificar a
fiscalização naquela região e punir todos os que estão cometendo este terrível crime
ambiental e desumano.
Era o que tinha a dizer.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores aqui presentes,
estimado povo brasileiro e em particular ilustres cidadãos e cidadãs do Estado da
Paraíba, a quem tenho grande orgulho em representá-los aqui nesta Casa, eis o que
diz o Sr. Nilson Condé, poeta e militante do PT, na Paraíba:
“Qual a ética e a moral política que o PSDB tem
para exigir o ‘impeachment’ de Dilma? Ora, o Procurador-
Geral da República, Rodrigo Janot, apresenta parecer
contrário à cassação da Presidente. Algumas autoridades
no assunto afirmam: ‘Não existe absolutamente nada que
venha a comprometer o governo petista’. O PSDB se
assemelha com a melodia de Lupicínio Rodrigues: ‘Nervo
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de Aço’. O PSDB não tem sangue nas veias, nem
coração, nem projeto político que venham solucionar os
problemas que atingem a sociedade brasileira. Além do
mais, vem acusando de corrupção o PT, Lula e Dilma sem
provas. É público e notório que há processos
engavetados no STF com denúncia seríssima envolvendo
políticos filiados ao PSDB. Por que os processos não
saem das gavetas? Acredita-se que a Corte da Suprema
Justiça dará uma resposta contundente a essa
interrogação. Apesar da crise política e econômica,
continuo acreditando que o Brasil será a nação do futuro.
A imoralidade política jamais vencerá os políticos
honestos e que realmente têm sentimento de brasilidade.
Em suma: a corrupção, o entreguismo e a falta de amor
pelo Brasil não vencerão a verdade.”
Recebemos saraivadas de acusações desde a reeleição democrática da
Presidenta Dilma. Vejamos: ao apoiarmos Lula para as eleições presidenciais de
2018, somos perseguidos e caluniados por setores retrógrados da mídia, da elite e
da Oposição brasileira.
O jornalista Paulo Nogueira intitulou um artigo como: “Um país que protege
Cunha e persegue Lula é um pais doente”.
Desde a condução das políticas de Lula e Dilma, na Presidência da
República, em defesa de um país mais justo e democrático, virou por parte de
setores da Oposição, setores retrógrados da mídia, empresários falaciosos e uma
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partícula de brasileiros a caça ao “poder presidencial”, claro, no sentido estrito, como
se fosse uma perseguição de um animal irracional a outro, normalmente com
intenção de abate.
No reino animal, isso é uma prática usada pelos animais carnívoros ou
onívoros para obtenção de alimento. Cada espécie conta com a sua técnica
especializada, levando-se em conta as características físicas do predador (o animal
que caça) e da presa (o animal caçado). Geralmente usam emboscadas,
perseguição em velocidade e/ou trabalho em grupo. Os mais frágeis, como animais
velhos, doentes ou recém-nascidos, são os mais facilmente caçados. Mas, no reino
animal racional, isso tem sido uma prática usada para a busca do “poder”. Ao
contrário dos outros animais irracionais, a intenção de muitos é derrubar um
governo, por motivos gananciosos e imorais.
Só que, nesta perseguição, Lula, que está sendo caçado, não é velho demais
para sentar novamente na cadeira presidencial, muito menos doente, e menos ainda
recém-nascido na política. Por isso não se deixará abater. Aliás, o predador nunca
olha quem sustenta a “presa”. Então, “ainda que Lula tenha alimentado os seus
próprios predadores na esperança inútil de que, fazendo concessões estratégicas, a
elite permitiria um governo popular, ir às ruas defendê-lo é um dever de todos
aqueles com um mínimo de educação política e de perspectiva histórica. A
perseguição implacável que sofre é um indicativo das suas virtudes, não dos seus
defeitos. Lula não é atacado porque fez menos do que o Brasil precisa, mas sim
porque ousou arranhar a centenária estrutura hierárquica do País, trazendo os
pobres para o debate nacional”.
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“Não parece razoável o que estão fazendo com o Lula.” “Esta frase do tucano
Luiz Carlos Bresser Pereira poderia ser o sinal da tão esperada distensão política,
mas não é por um único motivo: Lula não é adversário, é inimigo. Ao adversário se
estende a mão, reconhece-se a sua dignidade humana e se respeitam as regras do
jogo. Lula nunca foi aceito. Desde o primeiro dia do primeiro mandato, Lula tem sido
submetido a um ataque sistemático. A ‘Folha de S. Paulo’ investigou uma tal
propensão genética da família Silva ao álcool, a revista ‘Veja’ já celebrou o 'câncer
do presidente', e o ‘Globo’ já apresentou Lula como presidiário em suas charges.
Tudo isso, sem falar na violência sanitarizada dos telejornais da ‘Globo’ com seus
apresentadores cinicamente consternados com a corrupção no País, enquanto o
nome emissora (agora a RBS) aparece em mais um escândalo fiscal.”
Parafraseando o articulista do Blog 247, Marcelo Zero, “A caçada é contra a
esperança e pelo ódio. A caçada é contra o Estado Democrático de Direito, contra o
Brasil. A caçada não é contra Dilma. Não é contra Lula. Não é contra o PT. A caçada
é, sobretudo, contra você”.
Era o que tinha a dizer.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Delegado Edson Moreira, por 1 minuto.
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (Bloco/PTN-MG. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho hoje à tribuna desta Casa,
primeiro, prestar uma homenagem póstuma, em meu nome e em nome do
Procurador de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo Edgard Moreira
da Silva, ao mestre internacional de xadrez que tanto defendeu nosso País o MI
Hélder Câmara, falecido neste mês de fevereiro, sobrinho do Arcebispo D. Hélder
Câmara.
E quero também, Sr. Presidente, falar sobre a insegurança pública, que
infelizmente ceifa vidas diuturnamente no Estado de Minas Gerais.
No último fim de semana, uma mãe colocou o filho dentro de um saco de lixo
e o jogou, acabando por matar a criança, de apenas 8 meses.
Outra, Sr. Presidente...
(Desligamento automático do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, caros ouvintes da Rádio e da TV
Câmara, venho à tribuna desta Casa prestar homenagem póstuma, em meu nome e
em nome do Procurador de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo
Edgard Moreira da Silva, ao mestre internacional de xadrez MI Hélder Câmara,
sobrinho do Arcebispo D. Hélder Câmara, com o texto a seguir.
O adeus ao MI Hélder Câmara.
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Hélder Câmara nasceu no dia 7 de fevereiro de 1937 e faleceu no dia 20 de
fevereiro de 2016, portanto com 79 anos de idade. Era sobrinho do notável
Arcebispo D. Hélder Câmara (interessante que, ao ser campeão de xadrez e
sucesso nas canções musicais, muitos jornalistas atribuíam tais feitos ao arcebispo,
pois desconheciam o sobrinho).
Começou a se destacar no xadrez ainda bem jovem: com apenas 17 anos, já
era campeão cearense. Também foi tricampeão carioca, campeão paulista e
bicampeão brasileiro (1963 e 1968). Em outras quatro ocasiões, o enxadrista ficou
com o vice-campeonato brasileiro. Disputou, com destaque, diversos campeonatos
sul-americanos e pan-americanos de xadrez.
Integrou a equipe olímpica brasileira em Lugano (Suíça), em 1968; Siegen
(Alemanha), em 1970; Skopje (Iugoslávia), em 1972; Nice (França), em 1974; La
Valetta (Malta), em 1980; e Thessaloniki (Grécia), em 1984.
Além de excelente enxadrista — o que lhe rendeu o título de Mestre
Internacional (MI) — Câmara também era um excelente escritor. Manteve, por
muitos anos, uma coluna no jornal O Estado de S.Paulo e no Diário de S.Paulo e
escreveu as importantes obras: Caíssa: 64 Crônicas de Xadrez (2006), 100 Crônicas
de Xadrez e Diagonais: crônicas de xadrez (1996), consagradas no meio
enxadrístico.
Amante da boa música — compôs mais de cinquenta canções, algumas delas
interpretadas por cantores famosos como Altemar Dutra —, do cinema, do esporte
(em especial o xadrez, é claro!) e das letras, o Mestre era considerado uma pessoa
humilde, de uma inteligência e talento brilhantes... um verdadeiro artista.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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Seu dom criativo o levou a criar uma variante de abertura para as peças
pretas que leva seu nome, a Defesa Câmara.
Respeitado e admirado por toda a comunidade enxadrística e também fora
dela, o MI Hélder Câmara será sempre lembrado com reverência em virtude do
legado deixado à cultura nacional.
É o que tenho a dizer, Sr. Presidente!
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Décio Lima, por 1 minuto.
O SR. DÉCIO LIMA (PT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero
saudar a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital — FENAFISCO pelo belo
evento realizado em Florianópolis, Santa Catarina, que reuniu auditores fiscais de
todo o País, onde pudemos debater a questão da sonegação num workshop em que
eu tive a honra de proferir uma palestra. Lá definimos uma pauta propositiva para o
País que deverá ter palco nesta Casa, com várias medidas para o combate à
sonegação.
A sonegação é hoje 80% de tudo aquilo que identificamos como corrupção, é
um flagelo que, infelizmente, persegue o Brasil. Calcula-se que algo em torno de 500
bilhões de reais por ano sejam sonegados só em tributos federais.
Sr. Presidente, solicito a V.Exa. a divulgação deste registro.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no final da última semana, estive na
Capital do meu Estado, Florianópolis, onde participei, a convite da Federação
Nacional do Fisco Estadual e Distrital — FENAFISCO, do workshop Pacote
Antissonegação. O evento teve como objetivo discutir os prejuízos decorrentes dos
crimes de ordem tributária, além de sugerir estratégias para fortalecer o combate à
sonegação fiscal e fraudes.
Durante o encontro, que aconteceu nos dias 17 e 18 deste mês, foram
abordados temas como: Processos tributários e seus problemas — Visões do
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Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil; O Judiciário e as ações de
execução fiscal e penais por crimes tributários; Aspectos econômicos e políticos da
sonegação fiscal; e Evasão fiscal no mundo e no Brasil.
Durante o workshop, tive a oportunidade de palestrar sobre projeto de
emenda à Constituição de minha autoria que define as normas aplicáveis à
Administração Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
A Proposta de Emenda à Constituição nº 186, de 2007, é considerada a mais
importante para os servidores das carreiras fiscais, pois assegura autonomia
administrativa, financeira e funcional às administrações tributárias da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dentro dos limites estabelecidos na
Lei de Diretrizes Orçamentárias.
A sonegação de impostos é um problema recorrente em todas as grandes
potências econômicas do planeta. No Brasil, a previsão é que deixaram de ser
recolhidos 500 bilhões de reais em tributos no ano de 2014.
Durante o evento, destaquei a importância da aprovação dessa PEC. Se
aprovada, a Constituição Federal passa a prever a edição da lei orgânica nacional
das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. Com isso, a Federação Nacional dos Fiscos estima que poderia haver
um acréscimo de 18% na arrecadação de tributos do Brasil, o que significaria 321
bilhões de reais a mais para os cofres públicos brasileiros, ou 6,64% do Produto
Interno Bruto do País.
Sras. e Srs. Deputados, as administrações tributárias da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios são atividades essenciais ao funcionamento do
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Estado e são exercidas por servidores especiais. A modernização da administração
tributária de todos os entes federativos está atrelada à necessidade de que os
órgãos que a compõem usufruam de autonomia funcional, administrativa e
orçamentária. Esta autonomia se concretizará com a capacidade de definir as
próprias políticas, de organizar os próprios serviços, de dispor dos próprios recursos
e de estabelecer as próprias propostas orçamentárias.
Assim o poder constituinte reformador promoverá melhorias no sistema
tributário pátrio, uma vez que as normas de regência serão unificadas, o que
permitirá uma melhor compreensão dos direitos e obrigações fiscais, além de
fortalecer a administração tributária por intermédio da concessão de autonomia.
Quero louvar a Federação Nacional dos Fiscos (FENAFISCO) pelo evento e
pela importância do tema discutido. O que se pretende com esta autonomia dos
Fiscos é assegurar que as atividades tributárias exercidas pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios possam ser desempenhadas exclusivamente com
caráter técnico, impossibilitando que pressões de qualquer natureza tenham força
para determinar os rumos da atividade arrecadatória dos entes políticos.
Sr. Presidente, eu gostaria que estas minhas palavras fossem aproveitadas e
divulgadas nos Anais e nos veículos de comunicação desta Casa de Leis, em
especial no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado!
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Em permuta com este Presidente, tem
a palavra o nobre Deputado Washington Reis, por 1 minuto.
O SR. WASHINGTON REIS (Bloco/PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu quero deixar registrado nos Anais desta Casa que, na próxima sexta-
feira, estaremos no Município de Comendador Levy Gasparian, inaugurando um
grande complexo urbanístico com praça, calçadão e um minidestacamento da
Polícia Militar, junto com o nosso querido Governador Pezão e com o nosso Prefeito
Cláudio Mannarino.
E quero registrar a presença aqui do meu irmão, o Deputado Estadual
Rosenverg Reis, que está abrilhantando esta nossa Casa na tarde de hoje.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Deputada Alice
Portugal, do PCdoB da Bahia, por 1 minuto.
A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, quero pedir que seja noticiado nos órgãos de comunicação desta Casa
que, no fim de semana passado, realizou-se em Salvador o Seminário Nacional
sobre o Emancipacionismo da Mulher e a Identidade de Gênero.
Trago desse encontro, extremamente representativo, deste partido que
respeita as mulheres do Brasil, a posição completamente contrária à aprovação
daquela emenda que retirou a perspectiva e a orientação de gênero da criação da
Secretaria Nacional de Direitos da Mulher.
Essa é uma visão obtusa, absolutamente ultrapassada! Em nada agride
princípios individuais, religiosos, ter a perspectiva de gênero nos textos políticos
deste País. Não é possível que os diplomas políticos ignorem a necessidade da luta
milenar da mulher em buscar o seu espaço na sociedade humana, porque sabemos
que essa é a primeira forma de preconceito de que a humanidade tem notícia: o
preconceito contra a mulher.
Nós somos diferentes, mas somos iguais.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputada.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Valmir
Assunção, do PT da Bahia, por 1 minuto.
O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer quatro registros.
O primeiro é sobre o encontro da tendência interna do PT Esquerda Popular
Socialista, que se realizou sexta e sábado, em Uruçuca, na Bahia. Lá firmamos
nossa posição contra a reforma da previdência social e a favor da auditoria da
dívida, uma posição importante.
Outro registro é sobre os 19 anos do Assentamento Beira Rio, que fica na
Chapada Diamantina, em Boa Vista do Tupim. Participei das comemorações junto
com os assentados — 400 famílias. Faço este registro para felicitar os assentados
pela data.
O terceiro registro que quero fazer é sobre o Vereador Becão, de Iramaia,
Presidente da Câmara de Vereadores, que se filiou ao Partido dos Trabalhadores.
E o último registro é sobre a associação dos moradores da Ecovilas, em Serra
Grande, Município de Uruçuca, na Bahia, que está necessitando da titulação das
terras — participei da assembleia junto com o Governo da Bahia.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nos dias 19 e 20 de fevereiro, a
Esquerda Popular Socialista, tendência petista do qual eu faço parte, reuniu-se em
Uruçuca, na Bahia, para discutir a conjuntura política do País e traçar um plano de
ações para o ano de 2016. Tivemos a presença de membros da EPS de todo o
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Brasil, oriundos de 15 Estados. O tema manifestado na maioria dos debates foi
justamente a política econômica adotada pelo nosso Governo.
Quero enfatizar a opinião do Deputado Estadual licenciado e atual Secretário
de Relações Governamentais do Governo de Fernando Haddad, Zé Américo, do PT
de São Paulo. Para ele, a dívida pública trava a economia do Brasil. A defesa de
uma auditoria da dívida pública, que nossa corrente apresentou durante o
Congresso do PT, foi reafirmada como ação urgente a ser realizada pelo Governo.
Outro assunto abordado foi a defesa do Governo da Presidente Dilma
Rousseff e a necessidade de se garantirem os direitos dos trabalhadores. Nesse
sentido, tenho acordo com o companheiro Deputado Federal João Daniel (PT-SE),
que defende que a discussão é mais ampla e envolve diretamente a sociedade e os
movimentos sociais. É preciso defender, sim, o projeto vitorioso do PT, sempre
afirmando e reafirmando as nossas bandeiras (movimentos LGBT, negro, feminista e
trabalhadores rurais), que permeiam a própria EPS, para citar aqui a opinião da
Secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, Vera Lúcia Barbosa.
Para o atual momento político, em que a oposição ainda não aceitou a derrota
nas urnas, é preciso que o PT construa uma unidade inabalável. A direita não
reconheceu a derrota e partiu para o ataque com o debate do impeachment da
Presidenta Dilma Rousseff e com projetos que enfraquecem a nossa economia e
tentam tirar direitos dos trabalhadores brasileiros.
Mas temos chances de vencer mais uma vez essa disputa política. Temos a
consciência de que somos de um campo da esquerda e precisamos apresentar para
a sociedade valores e debates de esquerda. Assim, a sociedade vai decidir de que
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lado está. Temos uma grande responsabilidade com um programa de governo
participativo e que expresse os anseios da sociedade.
Finalizo cumprimentando a Sra. Fernanda Silva, membro da EPS e Prefeita
de Uruçuca, sede do nosso encontro. Saúdo ainda Sheila Oliveira, integrante da
Direção Nacional do PT e membro da EPS, que também esteve presente ao nosso
encontro, além dos vereadores, prefeitos e pré-candidatos a prefeito de diversos
Municípios.
Vida longa à EPS!
Sr. Presidente, eu gostaria que este pronunciamento fosse registrado nos
meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado!
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero parabenizar os moradores do
Assentamento Beira Rio, que no último fim de semana comemorou seus 19 anos
com uma grande festa.
Estiveram presente às comemorações o Superintendente do INCRA na Bahia,
Carlos Borges; o Vereador Alexandro Barreto; o Secretário de Saúde de Boa Vista
do Tupim, Hilgo Rafael; a Secretária de Assistência Social de Boa Vista do Tupim,
Karina Trabuco; o Prefeito do Município de Boa Vista do Tupim, João Durval
Trabuco (Gidu); e o Prefeito do Município de Marcionílio Souza, Adenilton Meira.
Cumprimento cada assentado e cada assentada na pessoa do presidente da
Associação dos Moradores do Assentamento Beira Rio, Deli.
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O Beira Rio é um assentamento da reforma agrária composto de 400 famílias
e cuja produção de milho, feijão, abóbora e hortaliças é vendida em feiras livres da
cidade de Boa Vista do Tupim, onde está localizado.
No assentamento, destaca-se a escola, que atende desde o ensino infantil até
o ensino médio, além da presença de um médico cubano oriundo do Programa Mais
Médicos.
Parabéns ao Assentamento Beira Rio! A resistência e o trabalho das famílias
mostram a cada dia a importância da reforma agrária para a região.
Sr. Presidente, eu gostaria que este pronunciamento fosse registrado nos
meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado!
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero cumprimentar publicamente o
Becão, Vereador de Iramaia, que neste fim de semana consolidou sua filiação ao
Partido dos Trabalhadores, na Bahia.
Becão, antes filiado ao PSB, é Presidente da Câmara de Vereadores de
Iramaia e é assentado da reforma agrária na região. Sua decisão foi firmada após
conversas e reuniões com os militantes do assentamento Boa Sorte, que decidiram
que o Vereador e integrante do assentamento deveria se filiar ao PT. Seja bem-
vindo, Becão, à trincheira de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e da
Bahia.
Sr. Presidente, eu gostaria que este pronunciamento fosse registrado nos
meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado!
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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último fim de semana, estive em
Serra Grande, Uruçuca, onde participei de assembleia da Associação Ecovilas, que
reúne cerca de 400 famílias há mais de 20 anos em um loteamento que antes
pertencia à empresa Unilisa. A questão é que a Câmara de Vereadores de Uruçuca
decretou a área como Área de Proteção Ambiental (APA), e, mesmo que já
houvesse famílias morando no local, é preciso que o poder público encontre uma
solução para elas, ao mesmo tempo em que respeite o meio ambiente.
A Prefeitura de Uruçuca, o Ministério Público Estadual e a associação de
moradores trabalham na construção de um consenso que não prejudique as famílias
nem a APA. As famílias reivindicam a regularização fundiária do loteamento, com a
criação de regramentos para a ocupação da área e a devida titulação dos lotes onde
vivem as famílias.
A esta assembleia esteve presente o Coordenador-Executivo de
Desenvolvimento Agrário da Bahia, que se comprometeu em regularizar a área para
as famílias, o que já é um passo importantíssimo. O que se espera é que, com o
consenso construído entre a associação de moradores e o poder público, nós
possamos proteger as famílias que ali residem, mas de acordo com um projeto
ecológico que respeite a Área de Proteção Ambiental.
Sr. Presidente, eu gostaria que este pronunciamento fosse registrado nos
meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado!
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra, por 1 minuto, ao
Deputado Marcon, do PT do Rio Grande do Sul.
O SR. MARCON (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e
Srs. Deputados, eu quero dar como lido meu discurso.
A Justiça brasileira deveria fazer todas as investigações que têm que ser
feitas neste País. A Operação Lava-Jato parece só denunciou a militância e os
dirigentes do PT. Há do PP, antigo PDS, 32 políticos denunciados, e nenhum está
sendo investigado; do PMDB são 11, e acontece o mesmo.
A Operação Zelotes envolve uma porção de recursos públicos federais, e o
Ministério Público, a Justiça e a Polícia Federal não estão fazendo nada. Percebe-se
que estão juntos com a direita e com aqueles do golpe.
Deixo registrado o meu repúdio, Sr. Presidente, e solicito a divulgação do meu
pronunciamento no programa A Voz do Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, conforme bem disse nosso Líder do
PT na Câmara o Deputado Afonso Florence, da Bahia, há agentes públicos
“vestindo a camisa do PSDB” e isso compromete a imagem das instituições de
investigação e fiscalização do Estado. Existe uma distorção com foco no PT,
cometida por membros do Judiciário e do Ministério Público, nas contas da
Presidenta Dilma e do ex-Presidente Lula, e “vistas grossas” em relação a provas
contundentes contra o PSDB. Hoje, temos uma blindagem do PSDB e uma
condenação prévia, sem provas, do PT.
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Sempre defendemos a independência dos órgãos de controle, mas está muito
óbvio para opinião pública que há parcialidade e interesses políticos conduzindo o
trabalho de alguns agentes públicos. Quando uma pessoa é aprovada em um
concurso, ela tem que agir em defesa do Estado, mas alguns indivíduos estão
agindo em nome de interesses políticos específicos, porque há acobertamento.
O ataque ao Presidente Lula é vil e é ilegal. Há tão somente uma busca de
pistas tendenciosas, pois não há nenhum indício da participação do Presidente Lula
em ato ilegal. Já contra Aécio Neves há acusações em três delações premiadas,
mas não há investigação. A Lava-Jato não investiga nenhum tucano.
Esta semana, por exemplo, o foco poderia ter sido uma parente de FHC, que
disse que recebeu dinheiro de empresa no exterior, mas logo no início da semana se
produz um noticiário que abafa isso. A imprensa prefere voltar à pauta da
perseguição ao PT e trás à tona o publicitário João Santana.
Existe, portanto, um claro exagero. Nós vamos agora tornar regra que prisão
provisória terá como referência a delação premiada a gente do PT? Porque quando
a delação premiada é contra o PSDB não há investigação. É lamentável que
pessoas que fizeram concurso público para representar o Estado brasileiro estejam
incorrendo em erros tão crassos, que comprometem as instituições onde atuam. O
instituto da delação premiada está sendo desmoralizado.
Os defensores da democracia, independentemente de ideologia política, não
devem aceitar que o voto popular, que é o que erige as instituições democráticas e
determina os rumos do País, seja submetido a artifícios ilegais, mesmo que com
recursos articulados por agentes públicos.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Paulo Foletto, do PSB do Espírito Santo.
O SR. PAULO FOLETTO (PSB-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente
Deputado Carlos Manato, eu quero usar este 1 minuto para lamentar um fato que
vem acontecendo na cidade em que resido, Colatina.
Um vídeo que circula na Internet desde o final de semana mostra a situação
de abandono em que se encontra o Estádio Municipal de Colatina, que foi palco de
decisões de campeonatos estaduais, de prática de outros esportes e da Taça
Cidade de Colatina. Houve decisões memoráveis naquele gramado!
Hoje, seu muro está caindo e seu gramado está totalmente abandonado. A
estrutura interna, embaixo das arquibancadas, onde estão os vestiários, está sem
nenhuma condição de uso.
Enfim, faço este registro, este lamento, para que os gestores municipais e a
Prefeitura de Colatina ponham a mão na consciência e recuperem o Estádio
Municipal, onde Colatina viu grandes espetáculos. Ele está absolutamente
abandonado! É uma vergonha a situação do Estádio Municipal de Colatina!
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Edmilson Rodrigues, do PSOL do Pará. S.Exa. dispõe de 1 minuto.
O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, um programa se faz cada vez mais necessário, depois que um
levantamento do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público Federal
constatou a necessidade de pelo menos 32.700 professores no ensino médio. É de
quase 10 mil o déficit de professores de Física no País, e, no momento em que o
estudante dos cursos de licenciatura em Física pode se beneficiar de uma bolsa de
R$ 400,00 reais para aperfeiçoamento, o Governo, em 2015, corta 50% dos
investimentos do PIBID, que é o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à
Docência. E agora o Governo ameaça cortar ainda mais, o que inviabilizará um
programa tão importante.
Sr. Presidente, não se pode pensar em futuro soberano, em democracia, em
justiça social, sem investimentos estratégicos em educação.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como professor público há quase 40
anos, sei que não haverá país soberano sem que a educação seja prioridade
nacional, o que significa romper com a atual política, que condena o Brasil ao atraso
e à dependência. É por isso que venho denunciar, com veemência, os efeitos dos
cortes feitos pelo Governo Federal na área de educação que começaram no ano
passado e reverberam ainda neste ano.
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Em todo o Brasil, professores se mobilizam em defesa do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência — PIBID. Este importantíssimo
programa está ameaçado desde o ano passado, com cortes de recursos da ordem
de 50% e atrasos no repasse dos recursos.
O PIBID é visto como um programa estratégico para a melhoria da educação
básica, por se propor a fazer a ponte entre o mundo universitário e o banco da sala
de aula. Nele, os bolsistas são orientados por coordenadores na graduação e têm
seu desempenho acompanhado por supervisores nas escolas onde atuam. Para o
estudante, a bolsa é de R$ 400,00.
Este programa está sintonizado com a realidade brasileira apontada por uma
auditoria feita pelo Tribunal de Contas há mais de 1 ano: o Brasil tem hoje um déficit
de pelo menos 32,7 mil professores no ensino médio, concentrado especialmente na
área de exatas, sendo mais de 9 mil apenas em Física. A investigação descobriu
ainda que boa parte dos Estados tem um número significativo de contratos
temporários. Em média, 30% dos professores do País estão contratados nessa
modalidade precária, e esse índice pode passar de 60% em Estados como o Espírito
Santo (66,6%), Mato Grosso (64,8%) e Mato Grosso do Sul (61%).
Enquanto enfrentamos este cenário e já temos em mãos uma das políticas
necessárias para revertê-lo, o que faz o Governo Federal? Reduz drasticamente as
verbas voltadas para o PIBID. Não é possível construir uma nação soberana, justa,
sem desigualdades sociais, se a educação está na mira dos cortes em tempos de
ajustes fiscais, se o dinheiro público enche os bolsos de banqueiros como nunca.
Reitero meu irrestrito apoio ao PIBID e à mobilização que acontece hoje em
todo o País em defesa do programa.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Angelim, do PT do Acre, por 1 minuto.
O SR. ANGELIM (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e
Srs. Deputados, estive recentemente em audiência com o Diretor do DNIT
reclamando das péssimas condições de trafegabilidade na BR-317 e na BR-364.
Visitei cinco Municípios da região do Alto Acre, e é notório o perigo e a falta de
manutenção dessas BRs. O DNIT dá manutenção a essa rodovia federal, que, aliás,
faz parte da Rodovia Interoceânica, que liga o Brasil ao Porto de Ilo, no Peru.
Foi reivindicado que o DNIT, em vez de manutenções episódicas, faça uma
manutenção permanente na estrada, para evitar acidentes e, principalmente, para
garantir a trafegabilidade de milhares de pessoas que moram nos seguintes
Municípios: Assis Brasil, Epitaciolândia, Brasileia, Xapuri, Plácido de Castro e
Capixaba.
Sr. Presidente, faço aqui um apelo, para que o DNIT e o Ministério dos
Transportes atuem com responsabilidade e efetivem um bom trabalho na
manutenção dessas rodovias federais.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores que nos
acompanham neste momento pelos canais de comunicação da Câmara dos
Deputados, o Estado do Acre possui duas rodovias federais de vital importância para
a economia local e também muito importantes para o Brasil, por serem importantes
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vias de ligação com o Centro-Oeste e o Sudeste brasileiro e de acesso à fronteira da
Bolívia e do Peru, interligando o Brasil à Rodovia Interoceânica.
Refiro-me à BR-317, rodovia federal que vai do Município de Boca do Acre,
localizado no Estado do Amazonas, passando por Rio Branco, nossa Capital, até
Assis Brasil, no chamado Baixo Acre, na tripla fronteira Brasil-Peru-Bolívia; e à BR-
364, que liga o Acre ao resto do Brasil.
Notem como são importantes as duas rodovias: uma liga o Sudeste e o
Centro-Oeste do Brasil a Rio Branco, a outra liga Rio Branco à fronteira com dois
países vizinhos, importantes parceiros comerciais do Brasil.
As características do clima no Acre, com períodos de chuvas que se
estendem por quase 6 meses, associadas à composição dos solos pouco
pedregosos da região, fazem da conservação destas estradas um problema que
demanda constante atenção das autoridades.
Recentemente estive visitando o Alto Acre, realizando reuniões com
lideranças dos Municípios de Xapuri, Brasileia, Assis Brasil e Epitaciolândia, quando
pude constatar o péssimo estado de conservação da BR-317, que necessita de
imediata intervenção do DNIT no sentido de providenciar sua recuperação, em
benefício do escoamento da produção e, principalmente, da proteção e segurança
dos seus usuários.
Ontem fui recebido em audiência pelo Presidente do DNIT, que garantiu já
estar tomando as providências necessárias para a pronta recuperação destas
importantes vias de acesso, para assegurar a trafegabilidade durante todo o ano e,
principalmente, para dar a todos que delas precisam a segurança necessária em
seus deslocamentos.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Misael
Varella, por 1 minuto.
O SR. MISAEL VARELLA (DEM-MG. Sem revisão do orador.) - Sras. e Srs.
Deputados, as chuvas do verão recuperaram boa parte dos reservatórios de água e
de hidrelétricas no Brasil. Passado o susto, chegou o momento de o poder público
rever suas políticas de prevenção, para evitar danos maiores de uma nova estiagem.
Um país com dimensões continentais e abundância de recursos naturais não pode
submeter sua população a rodízios de um bem vital para todos nós.
De acordo com matéria do Estado de Minas, edição desta terça-feira, dos 41
Municípios abastecidos pela COPASA (Companhia de Saneamento de Minas
Gerais) que restringiram o consumo de água, só dois mantêm rodízio, Montes Claros
e Capitão Enéas. O primeiro planeja repensar já nos próximos dias a manutenção do
rodízio. A crise hídrica só foi contornada na reta final do verão e do período chuvoso.
Mais uma vez, o Brasil deu mostras de que o planejamento do setor público
consiste apenas em paliativos, em reparar danos. O bom aproveitamento dos
recursos naturais é de extrema importância para o abastecimento de água para
consumo e para geração de energia hidrelétrica no País. O momento é ideal para
discutirmos o que fazer para que no fim deste ano o Brasil não fique com sede e no
escuro.
Sr. Presidente, peço a V.Exa. que determine a divulgação deste
pronunciamento no programa A Voz do Brasil e nos demais meios de comunicação
da Casa.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre
Deputado Chico Lopes, do PCdoB do Ceará, por 1 minuto.
O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
peço divulgação nas nossas emissoras de rádio e de televisão deste discurso em
que comunico à Casa a presença do Ministro Aloizio Mercadante, na sexta-feira
passada, juntamente com representantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e
de estudantes e professores da rede oficial do Ceará, na Capital e no interior do
nosso Estado, para tratar de ações de combate ao Aedes aegypti, essa coisa ruim
que vem atingindo o nosso País e trazendo muitos transtornos para a família
brasileira.
O Governador e o Ministro fizeram um acordo com todos os professores e
com todas as pessoas ligadas à educação no Estado, para que estejam
permanentemente orientando e fiscalizando, de modo que possamos nos livrar o
mais rápido possível do Aedes aegypti, que está matando pessoas indistintamente.
Ficamos felizes em saber que haverá uma campanha em prol do Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Marcus Pestana, do PSDB de Minas Gerais. S.Exa. dispõe de 1 minuto.
O SR. MARCUS PESTANA (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Brasil, envolto nesta grave crise, vivencia uma
armadilha fiscal. O sintoma mais pronunciado desse estrangulamento que abraça
todo o setor público é o déficit nominal de 10% do PIB, mais grave que o de países
europeus no auge da crise.
Quando se tem um déficit crônico, uma situação aguda de crise fiscal, não há
receita com invencionismo: ou se corta despesa, ou se amplia receita, ou se vende
patrimônio para pagar o rombo, ou se contrai dívida. Todas essas vias estão
fechadas para o Brasil. O endividamento já é muito grande; a taxa de juros é
escandalosa; a flexibilidade de corte de despesa é muito difícil; e a população não
quer aumento de impostos, porque não confia no setor público, nem na sua
honestidade nem na sua competência.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, um dos aspectos centrais da atual
crise brasileira é o estrangulamento fiscal a que está submetido o conjunto do setor
público. O Brasil fechou 2015 com um grave desequilíbrio, traduzido no déficit
nominal próximo a 10% do PIB, indicador pior que o dos países europeus que
mergulharam em recessão.
A árida linguagem dos economistas às vezes obscurece o entendimento da
população sobre o funcionamento da economia e seus impactos no cotidiano de
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cada cidadão. A administração das finanças públicas, no entanto, se assemelha
muito à do orçamento familiar. Não é difícil para o mais simples trabalhador ou para
qualquer dona de casa entender que não é possível gastar mais do que se ganha
indefinidamente. Há receitas, há despesas e elas têm que conviver em razoável
equilíbrio. Há ainda a possibilidade de se financiar determinadas despesas com a
contração de empréstimos. Mas o processo de endividamento também tem seus
limites. É preciso ter capacidade de pagamento e não agigantar a conta de juros.
Portanto, quando o desequilíbrio se instala de forma grave e crônica é preciso
ajustar as contas. Isto vale para famílias, empresas e governos. Quando o
orçamento é desequilibrado, não há mágicas, as alternativas são claras: aumentar
receitas, cortar despesas, aumentar o endividamento ou vender patrimônio para
tapar o rombo no fluxo corrente. A economia não é um saco sem fundo; existem
restrições e o ajuste às vezes é complexo.
O setor público, desde que o mundo é mundo, supre necessidades sociais
que a sociedade e o mercado não resolvem por si: defesa nacional, educação e
saúde pública, parte dos investimentos em infraestrutura, segurança e justiça. Para
sustentar essas atividades, extrai uma parte da renda dos cidadãos através da
cobrança de impostos. Complementa os recursos com endividamento.
A atual situação das finanças públicas no Brasil é uma verdadeira tragédia.
Os déficits são altos e a dívida pública brasileira ameaça bater nos 70% do PIB.
Quanto maior a dívida, maiores os juros, maior a desconfiança sobre a capacidade
de pagamento, mais difícil rolar a dívida. A sociedade não está disposta a pagar
mais impostos, até porque acha que o retorno é baixo e a corrupção é grande. A
estrutura de despesas é bastante rígida e a margem de manobra curta. As receitas
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de privatização podem ajudar, mas não adianta também “vender a geladeira para
comprar comida”.
O Governo Dilma vem aumentando uma série de impostos. Vários Estados,
como Minas Gerais, aumentaram substancialmente tributos, como o ICMS. Agora,
Dilma e o PT querem ressuscitar a CPMF. No atual ambiente político, dificilmente
isso passará no Congresso Nacional.
Na verdade, o período dos ajustes pontuais e periféricos se esgotou.
Precisamos de um novo Governo, com força e disposição para promover mudanças
estruturais no papel do Estado, nas finanças públicas e na organização da
Federação.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Chico Alencar, do PSOL do Rio de Janeiro. S.Exa. dispõe de 1 minuto.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Quero fazer
dois registros, Sr. Presidente. O primeiro é sobre o seminário anual de planejamento
estratégico do nosso mandato, que realizamos habitualmente para pensar as
perspectivas para o bom exercício do mandato para 2016.
O segundo é uma denúncia, grave. O pequeno Município de Itaocara, cuja
gestão é liderada pelo Prefeito Gelsimar Gonzaga, vive um conflito absurdo: a
Câmara de Vereadores acusa o Prefeito de impedir o seu funcionamento. Na
verdade, eles estavam acostumados com um sistema de toma lá dá cá, inclusive
com compartilhamento de cargos na Prefeitura, feito pelo Executivo, e isso foi
corretamente cortado.
Esta já é a terceira tentativa que cassar o mandato de Gelsimar. Mas a
população tem se mobilizado. Ontem mesmo, o Deputado Glauber esteve presente
a um ato com mais de 500 pessoas — a cidade tem pouco mais de 20 mil habitantes
— em defesa desse mandato popular e democrático, que continuaremos a defender
contra o golpe.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e todos e todas que assistem a esta
sessão ou nela trabalham: como é da boa prática dos mandatos que exerci e exerço,
acabamos de realizar, no último fim de semana, o seminário de planejamento
estratégico da nossa atuação neste ano de 2016. Durante 2 dias, 20 e 21 de
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fevereiro, precedidos, no dia 19, da prestação de contas que semanalmente
realizamos no Centro do Rio, reunimos nossa equipe para debater e planejar nossa
ação política: analisamos a conjuntura nacional e internacional, nossa atuação
legislativa stricto sensu e a organização administrativa do mandato.
Passamos quase 15 horas em regime de “internato”, para afirmar nossas
linhas de atuação no campo dos direitos humanos, da utopia socialista e
democrática e dos avanços dos direitos sociais.
Também nos nutrimos da leitura e discussão de textos teóricos ou sobre a
atual conjuntura, de Michel Foucault, Frei Betto, Leonardo Boff, Hamilton Octavio de
Souza e Eliane Brum, entre outros.
Em síntese, nosso mandato, dentro dos princípios e das linhas programáticas
do PSOL, a quem devemos fidelidade, pautar-se-á por algumas linhas derivadas de
uma releitura do prefácio de Michel Foucault ao livro O Anti-Édipo, de Deleuze e
Guattari:
1. Liberar a ação política de toda forma de paranoia unitária, ortodoxa;
2. Fazer crescer a ação, o pensamento e os desejos por proliferação e
justaposição, não por subdivisão e hierarquização piramidal;
3. Livrarmo-nos das velhas categorias negativas, priorizando o que é positivo
e múltiplo: a diferença à uniformidade, os fluxos à unidade, os agenciamentos
móveis aos sistemas rígidos. Tudo o que é de fato produtivo não é sedentário, mas
nômade;
4. Jamais imaginar que é preciso ser triste para ser militante, mesmo se o que
se combate é tristíssimo, abominável. A ligação do desejo com a realidade possui
força revolucionária;
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5. Não utilizar o pensamento para dar a uma prática política valor de verdade
absoluta; a ação política não pode desacreditar um pensamento, e sim ser um
intensificador dele. Toda análise deve ser multiplicadora das formas e dos domínios
de intervenção da ação política;
6. Não exigir da política que ela restabeleça os “direitos” do indivíduo tal como
a filosofia os definiu. O “indivíduo” é produto do poder. O que é necessário é
“desindividualizar” pela multiplicação e pelo agenciamento de combinações
diferentes. O grupo não deve ser o liame orgânico que une indivíduos
hierarquizados, mas um constante gerador de “desindividualização”, de espírito
gregário, coletivo, compartilhado;
7. Não se apaixonar pelo poder, mas exercê-lo com austeridade e
transparência.
Agradeço a atenção.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e todos e todas que assistem a esta
sessão ou nela trabalham: transcrevo carta que enviei ao Prefeito de Itaocara,
Estado do Rio de Janeiro, Gelsimar Gonzaga, que tem sido perseguido em razão de
sua atuação contrária aos interesses de uma casta aferrada aos privilégios. Quem o
persegue são os vereadores da Câmara Municipal de Itaocara, que antecipou para
hoje a apreciação da possível cassação de Gelsimar, por “atrapalhar seu
funcionamento”.
O povo promete acompanhar e pressionar os vereadores. Ontem, ato de rua
reuniu centenas de pessoas em defesa do administrador do PSOL.
Agradeço a atenção.
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CARTA A QUE SE REFERE O ORADOR
Caro prefeito GELSIMAR:
Impossibilitado de estar aí hoje, envio, através dos companheiros de minha
equipe, Fábio e Ricardo, e de toda nossa delegação, um abraço solidário a você e
sua equipe. Somo minha voz ao grito da praça pública em defesa do governo
popular de Itaocara.
Sua gestão não é perfeita, como nenhuma no país e no mundo é. Mas negar
os avanços na transparência, na prioridade aos mais necessitados, na relação
aberta da Prefeitura com a população e a dedicação e espírito público de cada um
de vocês seria não reconhecer a claridade do dia ou o escuro da noite. Seria não ver
a realidade.
Mas há os que, justamente por enxergar os avanços, ficam incomodados com
eles. Por isso, buscam o tempo todo modos e meios de tirá-lo da vida política do
município! Vai que você disputa a reeleição e vence? E os privilégios de sempre,
não voltarão? E aquele velho acerto entre poderes, o toma-lá-dá-cá que faz a
política ficar tão rebaixada no conceito do povo, acaba de vez?
Resistam, companheiro e equipe de servidores a serviço do povo de Itaocara!
Dialoguem sempre, claro, inclusive com os do Legislativo que os atacam: isso é
norma republicana. A força dos argumentos pode derrotar o argumento da força e
dos interesses mesquinhos. Mas jamais abram mão de princípios! Vou relatar na
Câmara dos Deputados, em Brasília, o que está acontecendo em Itaocara. Que, na
verdade, não é muito diferente das grandes chantagens e embates que ocorrem no
plano nacional.
Força! Como disse Gonçalves Dias, “A vida é luta renhida, que aos fracos
abate e aos fortes exalta”.
O abraço fraterno, extensivo a todas as pessoas de bem da nossa querida
Itaocara,
Do Chico Alencar, professor e deputado federal (PSOL/RJ)
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Max
Filho, do PSDB do Espírito Santo.
O SR. MAX FILHO (PSDB-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu
quero registrar, com muito pesar, o falecimento do ex-Prefeito Ruzerte de Paula
Gaigher, do Município de Alfredo Chaves, Estado do Espírito Santo.
Ruzerte foi Deputado Estadual. Foi um líder da resistência democrática no
Estado do Espírito Santo. Foi um dos primeiros prefeitos eleitos pelo MDB, ainda em
1982. Muito jovem, liderou os prefeitos do Estado em algumas ocasiões que
ajudaram a mudar a história política do Espírito Santo.
Estive lá no último sábado e pude assistir à comoção que tomou conta da
cidade, do Município de Alfredo Chaves.
Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que dê divulgação deste registro nos Anais e
nos órgãos de comunicação da Casa.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço, nobre Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Espírito Santo perdeu na última sexta-feira
um de seus maiores homens públicos, o grande político Ruzerte De Paula Gaigher,
que faleceu em Cachoeiro de Itapemirim, onde estava internado desde o início da
semana passada, após sofrer um enfarte.
Ruzerte De Paula Gaigher foi Prefeito do histórico Município de Alfredo
Chaves e Deputado Estadual pelo então Movimento Democrático Brasileiro (MDB),
um dos principais movimentos de resistência contra a ditadura militar. Ruzerte foi
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eleito Prefeito de Alfredo Chaves pela primeira vez em 1982, e posteriormente em
2000. Entre 1993 e 1996, foi Vice do Prefeito Narcizo Grassi, sempre em Alfredo
Chaves. Ele também foi Deputado Estadual em 1990, o terceiro mais votado
naquela eleição, quando atuou na Legislatura 1991/1994, vindo a ser posteriormente
Diretor-Geral daquela Casa Legislativa em 1995.
Sua morte levou o Poder Legislativo capixaba a decretar luto oficial por 3 dias.
Em meu segundo mandato como Prefeito de Vila Velha, entre 2006 e 2008,
tive a honra de contar com a colaboração de Ruzerte Gaigher, que ocupou o cargo
de Secretário de Governo da Prefeitura.
Ruzerte foi um político importante na história do Estado e deu grande
contribuição pessoal para a democratização do País. Leal e competente, elegeu-se
Prefeito de Alfredo Chaves no mesmo ano em que meu pai, Max Mauro, tornou-se
Presidente do Diretório Regional do PMDB no Espírito Santo e foi eleito o Deputado
Federal mais votado do Estado, no mesmo pleito que também elegeu Gerson
Camata Governador, impondo aos candidatos ligados ao regime militar uma
fragorosa derrota tanto nos cargos majoritários como nos proporcionais.
Posteriormente, quando meu pai governou o Espírito Santo, entre 1987 e
1990, Ruzerte Gaigher atuou como Secretário de Estado do Interior, onde
desempenhou suas funções até se desincompatilizar para disputar a eleição para a
Assembleia em 1990.
Durante sua atuação no Governo como Secretário do Interior, implantou 8 mil
quilômetros de eletrificação rural no Estado. Foi Presidente interino da Companhia
Espiritossantense de Saneamento (CESAN) e Presidente do Conselho de
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Administração da mesma CESAN, além de Presidente da Companhia Habitacional
do Espírito Santo (COHAB-ES), de janeiro de 1989 a maio de 1990.
Nascido em 10 de junho de 1956, era filho caçula do ex-Prefeito de Alfredo
Chaves e ex-Deputado Estadual Darcy de Paula Gaigher, que governou o Município
de 1970 a 1972.
Ruzerte fez o curso primário no Colégio Camila Motta e, depois, na Escola Pio
XII, em Alfredo Chaves, e o nível médio no Colégio Estadual, em Vitória. Em 1977,
mudou-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou os estudos de Engenharia Civil.
Formou-se pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES). Anos depois, iniciou um curso de Direito na UFES, de onde se transferiu
para a Universidade de Vila Velha (UVV).
Em seu primeiro mandato como Prefeito, quando tinha 26 anos, Ruzerte
preocupou-se com o êxodo rural, incentivou a agricultura familiar fazendo
investimentos em eletrificação rural, estradas, pontes, saúde e educação. Investiu
também em saneamento básico e no calçamento de ruas do interior. Conseguiu
levar a telefonia rural aos Distritos de Alfredo Chaves e implantou o ensino de
segundo grau nos Distritos de Matilde e São João, em convênio com o Estado.
Foi Ruzerte Gaigher quem criou o Congresso Geral do Povo Alfredense, que
reunia associações, comunidades, comerciantes, órgãos públicos e escolas.
Preocupado com o incentivo à educação, desenvolveu, de 1983 a 1984, o
Projeto Macrina, que fornecia cestas básicas aos moradores carentes que tinham os
filhos frequentando as escolas do Município.
Em 1985 e em 1987 viajou à Itália, a convite da representação diplomática
italiana, e lá representou os prefeitos capixabas de Municípios onde funcionavam
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escolas do Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (MEPES), uma
proposta pedagógica voltada para os alunos do meio rural, com a finalidade de
garantir aprendizado e, ao mesmo tempo, evitar o êxodo rural.
Quero registrar, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que Ruzerte Gaigher, que
nos deixou precocemente, aos 59 anos de idade, no último dia 19 de fevereiro, foi
um homem à frente do seu tempo, que deixou a marca de homem público solidário e
empreendedor por onde passou em sua vida pública.
Era o que eu tinha a dizer.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Geraldo Resende, do PMDB de Mato Grosso do Sul.
O SR. GERALDO RESENDE (Bloco/PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós vamos ter nesta semana, definitivamente, a
oportunidade de dizer se estamos a favor ou contra a saúde pública no País.
O Presidente da Casa, Deputado Eduardo Cunha, assumiu conosco o
compromisso e colocou na pauta desta semana a votação da Proposta de Emenda à
Constituição nº 1, de 2015, apresentada pelo Deputado Vanderlei Macris e relatada
pela Deputada Carmen Zanotto. A Comissão Especial foi presidida por este
Deputado.
Nesse quadro de crise da saúde pública no País, que se expressa agora pelo
número alarmante dos casos de crianças que nascem com microcefalia, devido à
epidemia do zica vírus, nós estamos apontando para a correção daquilo em que a
Casa falhou...
(Desligamento automático do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Davidson Magalhães, do PCdoB da Bahia, por 1 minuto.
O SR. DAVIDSON MAGALHÃES (PCdoB-BA. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós recebemos a visita de representantes de
entidades de funcionários, técnicos e pesquisadores da Comissão Executiva do
Plano da Lavoura Cacaueira — CEPLAC, órgão fundamental, criado na década de
50 para o desenvolvimento da cacauicultura em nosso País. A Bahia, que tem 80%
da produção de cacau do Brasil, juntamente com o Pará e Rondônia, tem sido
extremamente afetada pela participação e presença da CEPLAC.
Portanto, nós estamos aqui com os Deputados do Pará e da Bahia para dizer
que a CEPLAC não pode ser desmontada, não pode ser esvaziada. A CEPLAC é
um órgão técnico da maior qualidade e tem o maior germoplasma de cacau do
mundo. Nós queremos a reforma da CEPLAC, a sua modificação e restruturação,
mas também a sua ampliação e fortalecimento, para permitir, exatamente, com esse
grau de excelência, que a CEPLAC desenvolva ainda mais a defesa da
cacauicultura de nosso País, e não só da cacauicultura, mas também das culturas
tropicais.
Portanto, “não” à extinção da CEPLAC.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Comissão Executiva do Plano da
Lavoura Cacaueira — CEPLAC está correndo sério risco de extinção, se forem
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implantadas novas diretrizes do Ministério da Agricultura, que pretendem transformar
o órgão federal em Coordenação de Secretaria.
A CEPLAC vem atuando no desenvolvimento das regiões produtoras de
cacau há 58 anos e, durante este período, colaborou para que a elevação da
produção nacional de cacau crescesse em 310%, comparando-se os períodos de
60/65 a 80/85, para o aumento da produtividade do cacau de 220 kg/ha, em 1962,
para 740 kg/ha, atualmente e para a geração, através do Programa de Expansão da
Cacauicultura — PROCACAU, de 80 mil empregos diretos. Só para citar algumas
conquistas.
A CEPLAC vem também lutando arduamente pela recuperação da economia
da região cacaueira, combalida desde que a praga da vassoura de bruxa começou a
atingir as plantações de cacau da região.
Quando há problemas para a atividade cacaueira, há resultados negativos em
relação à economia, à geração de emprego e renda, ao meio ambiente e a toda
atividade agropecuária da região.
A CEPLAC tem trabalhado com o apoio à implantação de agroindústrias, em
ações de proteção ao meio ambiente, expansão de novos cultivos por meio de
novas técnicas e trem buscado o apoio de ONGs e órgãos públicos para o
desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis.
Transformar este órgão federal em coordenação de secretaria com certeza
terá como resultado a diminuição de investimentos, a perda de quadros qualificados,
o sucateamento e, num futuro próximo, a extinção desta importante instituição e do
seu trabalho pela atividade relacionada ao cacau no Brasil. Este direcionamento do
Ministério da Agricultura está sendo arquitetado e implantado sem nenhuma
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discussão com a comunidade interessada e com a sociedade brasileira, afinal, o
cacau e sua rede social é um patrimônio cultural que se transformou em recurso
econômico e turístico, principalmente para as populações desta região.
Quero aqui pedir, como Vice-Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da
Cacauicultura e da CEPLAC, ao Governo Federal, ao Ministério da Agricultura, à
Ministra Kátia Abreu, que tomem as rédeas desta situação e que abram o debate,
com discussões mais amplas com a sociedade brasileira, com a sociedade regional,
sobre o futuro da CEPLAC, instituição que é responsável pelo maior conhecimento e
pela tecnologia acumulada sobre a realidade da cultura cacaueira na Bahia e no
Brasil. Nós temos certeza de que aqueles que têm interesse pelo Brasil, pelo
trabalhador brasileiro e pelas instituições que trabalham pelo desenvolvimento do
Brasil darão valor ao trabalho realizado pela CEPLAC.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Vanderlei Macris, do PSDB de São Paulo, por 1 minuto.
O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, acaba de falar o Deputado Geraldo Resende, que foi Presidente da
Comissão Especial que tratou da Proposta de Emenda à Constituição nº 1, de 2015,
de minha autoria, que estabelece o financiamento da saúde, cuja relatoria é da
Deputada Carmen Zanotto.
Como defendeu o Presidente Eduardo Cunha, é preciso colocar a matéria na
pauta, para este Plenário discuti-la e votá-la. É muito importante que este Plenário
tenha consciência da grave crise da saúde brasileira hoje. Com a aprovação dessa
proposta de emenda à Constituição, vão se recuperar os investimentos na saúde em
nosso País.
É fundamental que este Plenário tenha consciência de que, pautada essa
PEC, imediatamente nós poderemos iniciar o debate, a discussão sobre a crise da
saúde em nosso País. E é essencial que os Deputados de todos os partidos
participem desse debate, como, de resto, todos os segmentos da sociedade ligados
à saúde estão mobilizados para apoiar e aprovar essa Proposta de Emenda à
Constituição nº 1, de 2015.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Leo
de Brito, do PT do Acre, por 1 minuto.
O SR. LEO DE BRITO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, o Plano Nacional de Educação prevê a erradicação do
analfabetismo até 2014. O Estado do Acre colocou como meta em seu plano
estadual a erradicação do analfabetismo até 2018.
Ontem estive com o Governador Tião Viana e com o Secretário-Adjunto de
Educação do Acre, Moisés Diniz, em audiência com o Ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, ocasião em que foi firmado pelo Governo da Presidenta Dilma o
compromisso de apoiar o Programa Quero Ler, do Governo Estadual, para
erradicação do analfabetismo no Acre até 2018.
O Estado do Acre é um dos que têm os melhores resultados em erradicação
do analfabetismo: em 1999 tínhamos 24% de analfabetismo, hoje temos 10%. E
certamente o Acre será o primeiro Estado das Regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste a erradicar o analfabetismo.
Sr. Presidente, eu gostaria que meu pronunciamento fosse divulgado nos
meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre
Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Arnaldo Jordy, do PPS do Pará, por 1 minuto.
O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, população que nos assiste pelos veículos de comunicação,
foram divulgados ontem os dados do Mapa da Violência 2016. Deputado Padre Luiz
Couto, são estarrecedores os números revelados.
Nos últimos 35 anos, o número de vítimas de disparos de arma de fogo no
Brasil cresceu de 8.710 para 44.861, em 2014, um aumento de quase 500%. Isso
significa que todos os dias há 156 mortes: uma vez e meia o número de mortos no
massacre do Carandiru, que constrangeu a todos. Todos os dias, há um massacre
do Carandiru e meio sendo cometido nas ruas do Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
O pronunciamento de V.Exa. será divulgado no programa A Voz do Brasil.
O SR. ARNALDO JORDY - Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Rogério Marinho, do PSDB do Rio Grande do Norte.
O SR. ROGÉRIO MARINHO (PSDB-RN. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, quero dizer que todos nós
estamos extremamente preocupados, mas não surpresos, com o que aconteceu
hoje. Não é surpresa para ninguém, porque estamos diante de um padrão: o que
aconteceu no mensalão se repete no petrolão. Estamos assistindo novamente a um
espetáculo ruim para o País, que é a derrocada deste Governo e dos agentes que o
sustentam, com a prisão, agora, do marqueteiro da campanha.
E quero também anunciar a esta Casa que estamos dando entrada a um
projeto de lei para obrigar o Governo Federal a trazer para o Congresso um dos
documentos mais importantes para o País nos próximos anos, nas próximas
décadas, que é a Base Nacional Comum Curricular. Após a votação do Plano
Nacional de Educação — PNE, o Governo, assessorado pelo Conselho Nacional de
Educação, está elaborando um documento que nos preocupa muito e que vai
determinar o futuro da nossa educação. Temos obrigação de analisá-lo por aqui,
para que os legítimos representantes...
(Desligamento automático do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
O discurso de V.Exa. será divulgado no programa A Voz do Brasil.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Capitão Augusto.
O SR. CAPITÃO AUGUSTO (Bloco/PR-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores que nos assistem pela TV
Câmara, em especial meus assessores aqui de Brasília e de Ourinhos, minhas
saudações.
Nós temos muito com que nos preocupar nas próximas semanas. Foi
apresentada no Senado Federal a Proposta de Emenda à Constituição nº 51, de
2013, do Senador petista Lindbergh Farias, que prevê a desmilitarização das
Polícias Militares do Brasil.
Ora, nós sabemos que o cunho dessa PEC é a extinção da Polícia Militar,
instituição que mais promove segurança e mais promove os direitos humanos no
País. Essa PEC pode provocar um caos na segurança pública de todo o Brasil.
Vamos brigar, e muito, para que sequer seja votada a PEC 51, do Senador
petista Lindbergh Farias.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Átila
Lins.
O SR. ÁTILA LINS (Bloco/PSD-AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
quero apenas registrar que hoje, às 19 horas, no Centro de Convenções Ulysses
Guimarães, tomará posse a nova Diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil para
o período de 2016 a 2019, tendo na sua Presidência o Sr. Cláudio Pacheco Prates
Lamachia, da OAB do Rio Grande do Sul, que será guindado à Presidência dessa
respeitável instituição.
Quero aproveitar para registrar o trabalho profícuo, correto e sério que foi
desenvolvido pela gestão anterior, sob a Presidência do advogado Marcus Vinícius
Furtado Coêlho, piauiense de grande tradição e advogado brilhante, que soube atuar
com muito êxito no comando da OAB e que passará, a partir de hoje, o comando da
Ordem para esse gaúcho, que também será capaz de dinamizá-la.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Registro com muito pesar e muita
tristeza o falecimento de um amigo de turma, médico do Município de Muniz Freire, o
Dr. Jaider Alves Nogueira. A sua morte muito entristeceu a nossa turma.
Todos os amigos da Comissão de Formatura — COMFOR deixam um abraço
carinhoso para a família. Estamos à disposição!
Que Deus o tenha!
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Max Filho,
do PSDB do Espírito Santo.
V.Exa. dispõe de 5 minutos.
O SR. MAX FILHO (PSDB-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, nós estamos estarrecidos com o crescimento de zika,
dengue e chikungunya no Brasil.
É preciso que o combate ao mosquito seja enfrentado como se fosse uma
guerra. Lamentavelmente, o Governo brasileiro e os Governos de pelo menos 17
Estados da Federação cortaram recursos do Orçamento da União do ano passado,
comparado com o ano anterior.
Sr. Presidente, eu fui Prefeito da cidade de Vila Velha, no Espírito Santo. Vila
Velha tem uma particularidade em relação a mosquito, porque foi o único Município
brasileiro que, numa eleição suplementar, em 1987, elegeu o mosquito como
Prefeito daquela cidade. Vila Velha tem experiência no combate ao mosquito. E nós
precisamos entender que é importante o combate ao mosquito. No caso de Vila
Velha, o mosquito Culex, no passado, foi eleito o Prefeito daquela cidade.
Hoje em dia o mosquito é outro, o Aedes aegypti, mas que requer tecnologia
e método similares para o seu combate: o mosquito nasce na água parada, em via
pública ou no interior das nossas residências. É preciso que haja conscientização da
população.
O Governo brasileiro, que deveria liderar todo esse movimento, esse
processo com investimentos maciços, cortou recursos exatamente na antevéspera.
O ovo da serpente foi chocado! Ou seja, o Governo foi negligente, cortou recursos
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que deveriam ter ajudado a combater o mosquito que transmite a dengue. Hoje, o
Brasil tem padecido com essa situação.
Tem razão o Ministro da Saúde quando reconhece publicamente que o Brasil
está perdendo a guerra para o mosquito. Aliás, foi até ameaçado de demissão por
ter dito o óbvio. Há um ditado que diz que quem fala a verdade não merece castigo.
Realmente, o Brasil está perdendo esta guerra, e, muitas vezes, o inimigo
está se aliando ao Governo que temos, na medida em que o Governo Federal corta
recursos que deveriam ter sido aplicados na vigilância epidemiológica no Brasil.
Sr. Presidente, trago aqui dados do jornal O Estado de S.Paulo, que falam do
corte de recursos do ano passado. Trago também a matéria divulgada no jornal
Folha de S.Paulo, do último dia 16 de fevereiro. Trago os números — os números,
Sr. Presidente —, porque combater mosquito com Ministro voando de avião de um
Estado para o outro não irá resolver o problema. O problema será resolvido com
medidas efetivas para priorização do combate, para que todos nós brasileiros
possamos nos irmanar nessa luta contra o mosquito que transmite a dengue.
Faço este apelo para que haja campanhas insones, campanhas de orientação
social. E o que o Governo tem feito? O Governo demitiu o Ministro da Saúde para
que ele pudesse vir aqui ao Parlamento votar e eleger o novo Líder de um partido
político. Dessa forma, o Governo continuaria a controlar a maioria da bancada de um
dos partidos da base do Governo.
Sr. Presidente, no momento em que a situação se agrava, o Ministro licencia-
se do Ministério, deixa-o à deriva e vem aqui dar o seu voto. Sei que não foi de
moto-próprio. Certamente, foi mandado pela sua chefe, a Presidente da República.
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Ficam aqui o meu protesto e o meu registro. É importante que o Brasil faça
essa campanha insone. Que nós possamos nos conscientizar, sempre tocando
nessa tecla, porque ou o Brasil vence a guerra contra o mosquito, ou o mosquito o
derruba e vence a guerra.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado Max Filho.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no ano em que o Brasil bateu
recordes em óbitos devido à dengue e ao avanço do zika, a guerra contra o
mosquito mostra o descompasso de um Governo enredado entre cortes
irresponsáveis nos recursos destinados às políticas de prevenção e controle de
doenças e os números assustadores da expansão da epidemia.
Assistimos a um esforço desesperado do Governo em relação à campanha
contra o Aedes aegypti, que a Presidente Dilma Rousseff transformou em tábua de
salvação de seu Governo, aparentemente voltado para uma efetiva operação de
enfrentamento ao mosquito por causa da tragédia humana que é a epidemia de zika
vírus.
Verdadeiro, sincero ou não esse esforço e escopo, isso não exime o Governo
de suas responsabilidades quanto à situação dramática a que chegamos. De forma
sintética registre-se: no ano em que os casos e os óbitos por dengue bateram
recorde no País e teve início um surto de microcefalia associada ao zika vírus, o
Ministério da Saúde reduziu pela metade a verba extra repassada às Prefeituras
para ações de combate ao mosquito Aedes aegypti em comparação com 2013, ano
que, até então, havia registrado a pior epidemia de dengue.
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A afirmação está amparada na reportagem de Fabiana Cambricoli, publicada
pelo jornal O Estado de S.Paulo (21 de janeiro de 2016). Conforme a reportagem, a
verba se refere ao piso variável de vigilância em saúde, recurso adicional do
Governo Federal destinado a Estados e Municípios para ações de prevenção e
promoção de saúde, o que inclui medidas de combate ao Aedes.
Em dezembro de 2013, após o Brasil registrar 1,4 milhão de casos de dengue
e 674 mortes, a União autorizou o repasse extra de R$ 363,4 milhões para os
Municípios. Entretanto, em dezembro de 2014, o volume de recursos caiu para R$
150 milhões e, em 2015, quando o número de pessoas infectadas chegou a 1,6
milhão, com 863 mortos, o valor voltou a cair, desta vez para R$ 143,7 milhões.
O piso variável não é a principal fonte de financiamento das ações de
combate ao mosquito nos Municípios. O recurso permanente e mais volumoso é o
do piso fixo de vigilância em saúde, que, no período de 2 anos analisado, teve
pequeno crescimento, passando de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,27 bilhão. Somados os
valores dos dois pisos, no entanto, houve queda nos recursos, de R$ 1,56 bilhão em
2013 para R$ 1,41 bilhão em 2015.
Informações corroboradas pelo levantamento feito pela Folha de S.Paulo, que
em matéria publicada em 16/02/16, apontam que os gastos do Governo Federal e da
maioria dos Estados com vigilância epidemiológica caíram, ou seja, além da União
assistimos à queda dos investimentos em pelo menos 17 Estados e no Distrito
Federal.
Os números levantados pela Folha mostram que os desembolsos federais
para combater epidemias diminuíram 9,2%. Traduzindo: em valores corrigidos e
efetivamente pagos pelo Ministério da Saúde somaram R$ 4,6 bilhões em 2015
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contra R$ 5,1 bilhões do ano anterior. Números dramáticos, quando se sabe que o
número de cidades com epidemia no País aumentou 4 vezes, ou seja, o número de
Municípios que viviam uma epidemia de dengue, conforme os registros mais
recentes (de dezembro de 2015), é 4,2 vezes maior do que o apresentado em
dezembro de 2014.
De acordo com o Ministério da Saúde, em dezembro de 2014, 32 cidades
apresentavam mais de 300 casos por 100 mil habitantes. Em dezembro passado,
esse número subiu para 135.
Diagnóstico que demonstra a irresponsabilidade e o descaso do Governo com
políticas públicas de prevenção e controle de epidemias, uma vez que essas
doenças tropicais estão associadas a mudanças que ocorreram nas últimas
décadas, como a migração de grandes contingentes populacionais para as áreas
urbanas, sem que esse processo fosse acompanhado de investimentos
fundamentais para que as pessoas não fossem obrigadas a viver em áreas de
crescimento desordenado, favelas e ambientes insalubres.
Esse ambiente urbano se tornou ideal para vetores, porque eles evoluíram:
o Aedes aegypti está evoluindo e amoldando de forma cada vez mais rápida ao
ambiente urbano e degradado, porque boa parte da população não tem acesso a
saneamento básico, isso somado à incrível capacidade do mosquito de adaptar-se
ao ambiente doméstico para viver e reproduzir. Um quadro conhecido que aponta
para a irresponsabilidade do Governo, pois as epidemias são cíclicas e previsíveis,
e, em havendo recursos, vontade política e planejamento, podem ser combatidas de
forma sistemática e com a necessária antecedência.
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Embora a Presidente continue a confundir insetos, vírus e ovos na forma de
transmissão, todos sabemos que o zika vírus é responsável pela microcefalia, e é
transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, contra o qual Oswaldo Cruz travou guerra
mortal no início do século XX. O mosquito transmite dengue, chikungunya e zika,
que se tornaram doenças epidêmicas no Brasil.
A descoberta de que o zika, quando infecta mulheres grávidas, pode provocar
a microcefalia deu à doença relevância internacional.
Como dito anteriormente, assistimos a uma espécie de esforço desesperado
do Governo em relação à campanha contra o Aedes aegypti, que a Presidente Dilma
Rousseff transformou em tábua de salvação de seu Governo, todo ele
aparentemente voltado para uma efetiva operação de enfrentamento ao mosquito
por causa da tragédia humana que é a epidemia do zika vírus.
Em face dos discursos e aparente boas intenções, os números do
efetivamente gasto em políticas de prevenção e combate nos trazem de volta à triste
realidade de um governo que perde a guerra contra o mosquito e confessa
publicamente o fracasso de suas políticas na área da saúde pública.
É a tragédia brasileira que evolui no esquisito dialeto que vai da identificação
da mulher sapiens à descoberta da “mosquita”.
Durante o discurso do Sr. Max Filho, o Sr. Carlos
Manato, nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento
Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada
pelo Sr. Capitão Augusto, nos termos do § 2° do art. 18 do
Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Com a palavra o Deputado
Vicentinho, do PT de São Paulo. S.Exa. tem 5 minutos.
O SR. VICENTINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.
e Srs. Deputados, eu ontem estive visitando algumas empresas na região do ABC,
em especial a fábrica Arteb, uma empresa de autopeças. Essa empresa, que
mandou embora 370 pais de famílias, está envolta por uma quebradeira.
É claro que existem vários aspectos. Os bancos hoje não estão querendo
estimular o desenvolvimento e o investimento para as empresas; há uma crise
econômica em função da estagnação das compras do nosso Brasil; e há também
incompetência de determinadas empresas num momento como este.
O problema é que, seja lá qual for a razão, o trabalhador está pagando.
Nesse caso da Arteb, eu vi muitos pais de família demitidos. E sabemos o quanto é
duro para um pai de família, quando chega a segunda-feira, não ter onde trabalhar;
o quanto é duro para um pai de família, quando chega o dia do pagamento, não
receber dinheiro para comprar o pão de cada dia para a sua família; o quanto é duro
para um País tão rico como este nosso ter que viver esse ciclo, em média a cada 7
anos, do capitalismo, que tem sempre como objetivo a superexploração.
Evidentemente, cabe ao Governo — e fica aqui a minha mensagem à
Presidenta Dilma — se esforçar para que saiamos desse problema urgentemente.
Tivemos graves problemas na região e no Brasil, em setores inteiros da
construção civil e da produção naval. A questão do desemprego para nós passa a
ser a mais importante, porque o resto nós enfrentamos. Vamos debater a crise
política aqui e agora; vamos debater com os derrotados, quando o Lula ganhar as
eleições em 2018; vamos debater a questão do impeachment até o fim. Não há nada
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que implique na derrubada da Presidente Dilma, mas a questão do desemprego é
séria, porque atinge seres humanos.
Nesta Casa, eu tenho alguns projetos. Primeiro, eu me envolvi de cabeça,
como Relator, na proposta de emenda à Constituição pelas 40 horas semanais.
Deputado Bebeto, o projeto foi aprovado em várias instâncias: na Comissão de
Constituição e Justiça e na Comissão Especial. Veio para o Plenário. Os
empresários vieram aqui e fizeram lobby para não aprovarmos esse projeto que
poderia minimizar o problema do emprego, já que a jornada do Brasil ainda é uma
das maiores do mundo.
Também sou autor de um projeto que envolve diretamente os trabalhadores
que lidam com o setor automotivo. O projeto de lei já aprovado em todas as
Comissões, que já está tramitando no Senado, proíbe o poder público de comprar
carro importado. É um absurdo haver tantas fábricas no Brasil, e o Poder Executivo,
o Poder Judiciário, Assembleias Legislativas comprarem carro importado, gerarem
emprego na China, seja lá onde for. Eu espero que o Senado se toque e o aprove
logo esse projeto.
Há outro projeto que tem a ver diretamente com o setor de autopeças.
Portanto, os meus irmãos da Arteb que foram demitidos ainda têm esperança. Há
um projeto que estabelece que pelo menos 70% das peças dos carros fabricados no
Brasil sejam fabricadas no Brasil. Esse importante projeto está pronto.
Nós precisamos efetivamente que esta Casa se debruce sobre essas
questões. Não basta só criticar o Governo. Nós podemos contribuir com propostas
concretas.
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Caros Deputados, caros colegas, não há dor maior do que a do desemprego.
O desempregado perde os amigos; o desempregado perde a cidadania; o
desempregado, no dia de sua demissão, chega a casa para dizer aos seus filhos:
“Meu filho, eu fui demitido”. E a família muitas vezes nem sabe por que ele foi
demitido.
E às vezes a primeira medida que o empresariado toma em momentos
difíceis como este é mandar pais de família embora. É o desemprego estrutural
correndo permanentemente, junto ao desemprego conjuntural.
É hora de esta Casa reagir. Por isso, meus companheiros das várias
empresas demitidos pelo Brasil afora, vamos seguir lutando e não desanimar,
porque esta Casa também tem esta responsabilidade.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado Vicentinho.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado
Edmilson Rodrigues, por 1 minuto.
O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria apenas de dizer que hoje
há uma manifestação em Canaã dos Carajás. Cerca de 600 famílias de
trabalhadores rurais sem terra, que estão acampadas, tiveram a sua terra invadida e
não foi por ação da Justiça e da Polícia cumprindo seu papel constitucional, não!
Pessoas realmente pagas pela Vale do Rio Doce, verdadeiros capangas, sem
nenhum poder de polícia, a não ser o poder real das armas, invadiram as terras e
queimaram a produção — arroz, feijão, milho —, criando um problema social muito
grande na região, que é uma região rica. A mina de cobre realmente transformou o
Brasil em um país superavitário na produção de cobre. Até 2004, o Brasil importava
do Chile e de outros países.
Então, meu apoio aos trabalhadores do sul do meu Estado do Pará, uma
região que produz tanto para o Brasil. Infelizmente, os que contribuem com a
produção de riqueza são vítimas da violência estrutural.
Muito obrigado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaríamos de registrar em Plenário
que trabalhadores rurais sem terra de sete acampamentos, cerca de 600 famílias,
paralisam, desde as 2 horas da manhã de ontem, 22 de fevereiro, a estrada que dá
acesso ao Projeto S11D da Vale, no Município de Canaã dos Carajás.
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Entre outras razões, a ocupação foi motivada pelos recentes despejos
promovidos pela Vale, que atingem mais de 1.500 famílias sem terra e sem teto de
terras publicas no Município.
Segundo informações fornecidas pelos trabalhadores que estão no local,
apenas na área rural mais de 100 hectares de roças com produção de arroz, feijão,
milho, mandioca, abóbora, entre outros produtos agrícolas foram destruídas pelos
guardas de segurança privada da Vale quando do despejo das famílias do
acampamento Grotão do Mutum.
Esse e outros acampamentos fazem parte de um conjunto maior de áreas
ocupadas por trabalhadores e trabalhadoras sem terra que legitimamente
reivindicam terras concentradas pela Vale desde os anos 2000. Sabe-se que desde
então a Vale se tornou dona de grande parte das terras agricultáveis do Município,
ocupando ainda uma série de áreas publicas na região.
Apesar da chuva forte que tem assolado a região, o movimento afirma que
permanecerá no local até que o INCRA e o Programa Terral Legal se posicionem
sobre o levantamento das terras publicas adquiridas pela Vale, bem como, da
indenização por parte da empresa dos prejuízos causados aos trabalhadores
despejados.
Nosso mandato se coloca à disposição do movimento, reconhecendo a
legitimidade e a importância da luta dos trabalhadores e trabalhadoras rurais sem
terra, tanto na defesa do direito incondicional à moradia como na defesa do direito
ao trabalho rural digno e sustentável.
É a terra que queremos e sonhamos ver dividida. Como diz o poeta, é de bom
tamanho, nem largo, nem fundo. É a parte que nos cabe deste latifúndio.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra à Sra. Deputada
Janete Capiberibe. S.Exa. disporá de 1 minuto.
A SRA. JANETE CAPIBERIBE (PSB-AP. Pronuncia o seguinte discurso.) -
Sr. Presidente, um paciente do Instituto de Nefrologia do Amapá está acorrentado e
em greve de fome, em frente ao Hospital de Clínicas Doutor Alberto Lima, para
denunciar a falência da saúde pública no Governo Waldez.
Ele está há 1 ano e 2 meses sem medicamento. As sessões de hemodiálise
atrasam e a duração é reduzida.
No referido hospital, o lixo se acumulou por 1 semana e o mau cheiro tomou
conta, porque o Governador não paga pelo serviço. Só hoje de manhã a empresa
recolheu o lixo hospitalar.
Os trabalhadores de empresas terceirizadas de segurança, limpeza e
manutenção estão há 4 meses sem salário — que pai ou mãe de família vive assim?
—, os da enfermagem fizeram greve. Waldez rompeu o acordo e não paga os
atrasados da Gratificação de Assistência à Saúde. Os mais pobres sofrem. É caso
de intervenção!
Sr. Presidente, peço a V.Exa. que meu discurso seja divulgado no programa
A Voz do Brasil.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - V.Exa. será atendida.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra à Deputada
Alice Portugal, madrinha da Polícia Rodoviária Federal. S.Exa. dispõe de 1 minuto.
A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Madrinha, com muito orgulho, dessa grande corporação, que enaltece o
Brasil com uma polícia cidadã.
Sr. Presidente, faço uso deste minuto para parabenizar o jovem Rui Costa,
Governador do meu Estado, a Bahia, pelas iniciativas tomadas para combater o
Aedes aegypti.
Nós sabemos que esse conjunto de epidemias que acomete o País tem tudo
a ver com saneamento básico, tem tudo a ver com saúde pública e prevenção. E,
sem dúvida, a falta de trato nessa área durante muitos e muitos anos levou o Brasil
a novamente ser infestado por esse mosquito, vetor de uma série de doenças.
Essas são as que conhecemos, mas outras poderão ser disseminadas por esse
agente.
E, nesse sentido, o Governador reuniu SENAI CIMATEC, empresários, o
movimento social e agentes de saúde, o que tem estimulado muito as Prefeituras.
Espero que finalmente a Prefeitura de Salvador também se estimule a
combater as endemias, porque está a vida do nosso povo em jogo, especialmente a
saúde das grávidas e de seus filhos.
Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigada, Deputada.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Com a palavra o Deputado
Vicentinho.
O SR. VICENTINHO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, não usarei nem 1 minuto. Quero apenas pedir a V.Exa. que o
pronunciamento por mim proferido anteriormente seja divulgado no programa A Voz
do Brasil e nos meios de comunicação da Casa.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - O pronunciamento de V.Exa. será
divulgado.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Com a palavra o Deputado Marx
Beltrão, por 5 minutos.
O SR. MARX BELTRÃO (PMDB-AL. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.
Presidente, o ano de 2015 foi duro economicamente para o nosso País.
Enfrentamos uma grande crise econômica, enfrentamos cortes e medidas de ajuste
fiscal, enfrentamos a maior alta do dólar da história, desde que temos o real como
moeda.
E, infelizmente, a perspectiva para este ano que se inicia não é de
prosperidade ou de melhora. As previsões dos economistas e das instituições
financeiras são de recessão, retração do PIB e aumento da inflação para este e para
o próximo ano.
Para quem não lida constantemente com economia, pode parecer complicado
de compreender, mas é o tipo de dificuldade que está mais próxima do que
imaginamos.
A inflação é o aumento constante e a instabilidade nos preços de bens e de
serviços. É o aumento súbito no preço do tomate, do feijão, a variação no preço de
eletrodomésticos de um mês para o outro, a oscilação no preço das roupas das
crianças, e o reajuste constante de passagens, por exemplo.
A inflação hoje no Brasil está na casa dos 11%. Enquanto isso, o salário do
trabalhador não acompanha essa ascensão. Essa é a primeira consequência trágica
da alta da inflação: a desvalorização da moeda. A equação não fecha, o dinheiro
não dá conta de comprar tudo o que precisa e nem paga o que comprava antes.
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O segundo problema é que, enquanto a moeda do País se desvaloriza, as
outras fazem o movimento inverso. Os produtos importados aumentam de preço, o
que alimenta ainda mais a inflação em um círculo vicioso.
E aí se segue uma série de implicações na economia do País. Num ambiente
de inflação elevada, muitos investidores preferem deixar o dinheiro aplicado em
bancos a assumirem o risco de investir no setor produtivo.
A avaliação do mercado internacional é negativa, e os investidores acabam
optando por retirar o investimento ou deixar de investir em nosso País. Esses dois
fatores, combinados, têm um resultado terrível: o fechamento de milhares de vagas
de emprego.
Por fim, o Governo tem optado por elevar as taxas de juros como estratégia
de redução do consumo e para combater a inflação, com o objetivo de forçar os
preços a caírem. Porém, a alta dos juros prejudica o mercado imobiliário, dificulta os
financiamentos e o crédito ao consumidor. Mais uma vez, quem paga a conta é o
trabalhador, que enfrenta dificuldades para quitar suas dívidas.
Tudo isso já é realidade em nosso País. E, como eu disse há pouco, o cenário
tende a piorar. Pelo menos é o que os especialistas e o próprio Banco Central
apontam.
Os economistas do mercado financeiro estimaram ainda mais inflação, com
um aumento de 7,56% para 2016 e de mais 6% para 2017. Foi a sexta elevação
seguida para 2016 e a quarta para a previsão de 2017.
São diversos fatores que, juntos, dificultam a vida do brasileiro e impedem a
saúde econômica de milhares de famílias. E as escolhas do Governo têm sido
erradas em diversos aspectos.
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Elevar as taxas de juros, a meu ver, só beneficia os bancos. É injusto que um
País com inflação de 11% ainda tenha uma taxa de juros de 200% ao ano no
cheque especial e de 400% ao ano no cartão de crédito. Que trabalhador dá conta
desse cenário? Nessa situação, ele não consegue nem fechar as contas e nem
colocar comida na mesa.
Precisamos buscar novos caminhos, caminhos que não penalizem a parte
mais fraca da balança, que é o trabalhador.
É preciso investir de maneira sustentada e não deixar de fazer investimentos
importantes. É preciso reduzir a carga tributária e não aumentá-la. É preciso diminuir
as taxas de juros e não aumentá-las. É preciso, acima de tudo, pensar no cidadão
comum antes de tomar medidas econômicas, cuidar para não prejudicá-lo ainda
mais.
Minha sugestão ao Presidente da Casa e aos meus colegas Deputados é que
formemos um grupo de trabalho, para que possamos ouvir especialistas e
desenvolver novas opções, soluções e caminhos de saída da crise que o Brasil
enfrenta, para que o Legislativo tenha um papel mais ativo nesse processo.
É este o meu apelo, nobres colegas: que não fiquemos de braços cruzados;
que não deixemos passar nesta Casa medidas que só prejudicam o cidadão e que
não trazem soluções reais; que façamos a nossa parte e cumpramos o nosso papel;
que tenhamos sempre em mente quem nós representamos: o trabalhador.
Essa é a minha visão, a minha orientação e o meu compromisso.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra à Deputada
Maria do Rosário, por 1 minuto.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, eu quero neste momento dizer que um dos aspectos mais importantes
da educação brasileira foi a criação, ao longo dos últimos anos, dos Institutos
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, as antigas escolas técnicas.
Na última semana, tomou posse o Presidente do CONIF, com a sua nova
diretoria, o qual cumprimento em nome da Frente Parlamentar Voltada para a
Modalidade de Educação Profissional e Tecnológica da Câmara dos Deputados. O
Reitor Marcelo Bender Machado, do Instituto Federal Sul-rio-grandense, tomou
posse com a nova diretoria. São 562 campi e mais de 1 milhão de matrículas de
estudantes em todo o Brasil em 38 institutos federais. Vida longa aos institutos
federais!
Deixo meus cumprimentos ao Conselho Nacional das Instituições da Rede
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia — CONIF. Tenho certeza de que essas
instituições contribuem muito com o Brasil e seguirão contribuindo muito para o
sentido mais amplo de desenvolvimento nacional.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputada.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Passo a palavra ao Deputado
Geraldo Resende. S.Exa. tem 1 minuto.
O SR. GERALDO RESENDE (Bloco/PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, somente quero registrar a nossa participação na belíssima cerimônia
ecumênica de lançamento da Campanha da Fraternidade deste ano. A cerimônia foi
celebrada pelo novo Bispo, D. Henrique Aparecido de Lima, e também pelo Pastor
Eugênio Lins, que é Presidente do Conselho dos Pastores Evangélicos de
Dourados, junto com o Pastor Sergio Nogueira.
O tema da Campanha, muito pertinente, Casa Comum, Nossa
Responsabilidade, chama a atenção para o saneamento básico. E o lema Quero Ver
o Direito Brotar como Fonte e Correr a Justiça qual Riacho que não Seca aponta
caminhos para que a sociedade possa buscar de fato acesso a saneamento básico
em todo o País.
Nós, Deputados Federais, que temos atuação nesse cenário, que levamos
tantos recursos para Mato Grosso do Sul, em especial Dourados, ficamos muito
felizes em participar dessa cerimônia.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, após as festividades do carnaval, o
Brasil se volta para o calendário cristão, juntando-se ao povo de Deus para o
período da Quaresma. É nesse tempo de orações e fé em Jesus que a
Confederação Nacional dos Bispos do Brasil — CNBB e o Conselho Nacional das
Igrejas Cristãs lançaram no início do mês a Campanha da Fraternidade Ecumênica
2016. E por oportuno, participei de uma linda celebração, liderada pelo nosso bispo
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Dom Henrique Aparecido de Lima, da Diocese em Dourados, e pelo Pastor Eugênio
Lins e o Vereador Pastor Sérgio Nogueira.
A campanha vai alertar sobre o direito constitucional de todas as pessoas ao
saneamento básico e a debater políticas públicas e ações que garantam a
integridade e o futuro do meio ambiente. Ela também vai tratar do desenvolvimento,
da saúde integral e da qualidade de vida dos cidadãos.
Sr. Presidente, um dos maiores desafios do Governo Federal, dos Estados e
Municípios é oferecer cobertura total de coleta e de tratamento de esgoto. De acordo
com o último ranking do Instituto Trata Brasil, 82,5% dos brasileiros são atendidos
com abastecimento de água tratada. No entanto, 35 milhões de pessoas ainda não
têm acesso a esse serviço básico.
No Centro-Oeste, 45,9% do esgoto é tratado. A região tem o melhor
desempenho, porém a média de esgoto tratado não atinge nem a metade da
população.
Nos últimos anos, o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul, através da
SANESUL, vem realizando investimentos na ordem de R$ 420 milhões em todos os
Municípios. E, como médico e Parlamentar sul-mato-grossense, eu também tenho
feito o meu dever de ofício que é destinar emendas e priorizar recursos para
investimentos em saúde e infraestrutura urbana, sobretudo em saneamento básico.
De 2003 até 2014, foi liberado, através do envolvimento e participação do nosso
mandato, o valor de R$ 209 milhões, desde elaboração de planos municipais de
saneamento básico até obras mais complexas como construção, ampliação e
melhorias em sistemas de abastecimento e tratamento sanitário em Municípios sul-
mato-grossenses, distritos, assentamentos e aldeias indígenas. O valor, embora seja
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quase a sua totalidade, é pouco visto aos olhos da população, em função de as
obras de saneamento básico normalmente estarem enterradas e não aparecerem.
Mas o resultado delas é esplêndido e recompensador.
Para terem uma ideia, quando comecei minha trajetória política, Dourados
tinha apenas 20% de cobertura de saneamento básico, e hoje o Município já
ultrapassa a barreira dos 90%, figurando entre as cidades do Brasil que oferece um
tratamento melhor de esgoto e de distribuição de água limpa. Tudo isso graças ao
trabalho visionário e que hoje a população de Dourados reconhece sim, através do
uso de água potável e o fim do esgoto correndo na porta de casa.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, discutir saneamento básico é falar sobre água
potável, esgoto sanitário, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos, o controle
de meios transmissores de doenças e a drenagem de águas pluviais, medidas
necessárias para que as pessoas tenham saúde e vida descentes. É um dos
caminhos mais importantes no que diz respeito ao combate do mosquito Aedes
aegypti, que tem arruinado famílias inteiras e assombrado as mulheres grávidas que
fogem da multiplicação sem controle do mosquito transmissor do vírus da zika,
dengue e chikungunya.
Embora a população tenha direito de cobrar responsabilidades das
autoridades de saúde e dos governos, é fundamental que o povo brasileiro se
envolva nos esforços para não permitir a proliferação do mosquito. É nessa linha
que diz assim o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica: Casa Comum,
Nossa Responsabilidade, e o lema do capítulo bíblico de Amós (5,24): “Quero ver o
direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”.
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Portanto, investir no correto abastecimento de água e na destinação do
esgoto sanitário é um dos pilares essenciais na formatação de uma sociedade mais
limpa e livre de doenças, é respeitar um dos direitos mais essenciais do ser humano,
enfatizando a sua condição essencial de ter acesso à água potável como fonte
primordial vida. Por isso, essa é uma causa que vai além das questões religiosas.
Ela deve ter o apoio e o esforço incondicional de todos contra o mosquito.
Por fim, cumprimento e parabenizo a CNBB, na pessoa do bispo da Diocese
de Dourados, Dom Henrique Aparecido de Lima, e ao Conselho Nacional das Igrejas
Cristãs, representado pelo Pastor Eugênio Lins e Vereador Pastor Sérgio Nogueira,
pela brilhante e nobre iniciativa de aprofundar esse tema tão importante e que
precisa necessariamente da participação de todos os irmãos, em nome de Jesus.
Sr. Presidente, peço a V.Exa. meu pronunciamento seja divulgado pelos
meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado
Simão Sessim, por 1 minuto.
O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, agora parece que o Governo do Estado do Rio de Janeiro deve acabar
com o flagelo da falta de água que atinge 2,5 milhões de pessoas na Baixada
Fluminense.
Parece que, finalmente, o Governo do Estado do Rio de Janeiro sinaliza boas
notícias para a população dessa região tão mal assistida. Ele está iniciando um
projeto que está orçado em 3,4 bilhões de reais, financiado pela Caixa Econômica
Federal, e engloba os programas Água para Todos e Guandu 2. Tal projeto já está
sendo executado pela CEDAE — Companhia Estadual de Águas e Esgotos, do Rio
de Janeiro, e deverá atender toda a região da Baixada Fluminense.
Por isso, quero reiterar os meus sinceros agradecimentos ao Presidente da
CEDAE, Dr. Jorge Briard, e ao Governo Pezão, pela sua sensibilidade e dedicação à
causa pública, bem como por sua vontade constante de atender aos anseios da
população da Baixada Fluminense. S.Exa. sempre esteve ao nosso lado,
acompanhando de perto a nossa luta, as nossas reivindicações, dedicando-nos,
igualmente, sempre uma palavra de apoio, carinho e esperança.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pelo menos 2,5 milhões de pessoas
que residem na Baixada Fluminense não dispõem de água potável para consumo
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em suas casas. Para quem mora na região, tão certo quanto as altas temperaturas
do verão são as torneiras secas e a triste rotina de ter que carregar água em baldes
e bacias na cabeça.
Atualmente, a rede de abastecimento de água da CEDAE deixa de atender
formalmente 25% do Município de Japeri, 30% de Seropédica e Magé, 26% de
Paracambi, 15% em Itaguaí, 20% de São João de Meriti, 33% de Belford Roxo, 17%
de Queimados, 29% de Duque de Caxias, 6% de Nova Iguaçu, 4% de Mesquita e
por aí afora.
Por isso mesmo, é comum vermos mangueiras esticadas em quintais,
atravessando ruas em direção a poços artesanais, de salubridade duvidosa, solução
geralmente encontrada por moradores indefesos.
Eu, pessoalmente, tenho me empenhado ao máximo, aqui, em Brasília, junto
ao Governo Federal, através desta Casa, na tentativa de pelo menos amenizar o
sofrimento daquele povo que de forma inexplicável se vê privado do sagrado direito
de acesso a uma das maiores fontes da vida, que é a água potável.
Foi com muita luta e investimentos de mais de R$ 150 milhões, obtidos em
Brasília, que consegui universalizar o abastecimento de água em Nilópolis.
Construímos na cidade um reservatório com capacidade para 13 milhões de litros de
água, uma nova adutora com 1,6 mil metros de extensão e 600 milímetros de
diâmetro, além de um booster com pressão suficiente para atender um sonho antigo
de toda a população.
Agora, finalmente, Sr. Presidente, o Governo do Estado do Rio de Janeiro
sinaliza boas notícias para o restante daquela população tão desassistida nas suas
necessidades básicas: a CEDAE está iniciando um ambicioso projeto, já em
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execução, que, segundo garantem seus diretores, tem como objetivo dar fim ao
problema crônico da falta d’água que atinge milhões de pessoas na região da
Baixada Fluminense.
O projeto, orçado em R$ 3,4 bilhões, financiados pela Caixa Econômica
Federal, engloba os programas Água para Todos e o Guandu 2. O primeiro trecho
contempla um conjunto de nove obras; a segunda etapa se destina à construção da
estação de tratamento do Guandu 2, com capacidade de 12 metros cúbicos por
segundo; e a terceira envolve a construção de adutoras, subadutoras e
reservatórios.
O pacote de obras engloba, na verdade, 18 grandes elevatórias, 18 novos
reservatórios e a reforma de outros nove, com a ampliação de alguns, além de mil
quilômetros de tubulação.
Ficamos felizes com esta boa notícia para uma região tão carente de grandes
projetos de infraestrutura. Até porque, a dura realidade da ação lesiva por conta do
crônico problema da falta d’água é que este martírio já se arrasta por várias
décadas, gerando indignação e sofrimento.
Reitero, portanto, os meus sinceros agradecimento ao Presidente da CEDAE,
Sr. Jorge Briard, e ao Governador Pezão, pela sua sensibilidade, dedicação à causa
pública, bem como a vontade constante de atender aos anseios da população da
Baixada Fluminense. S.Exa. sempre esteve ao nosso lado, acompanhando de perto
a nossa luta, as nossas reivindicações, dedicando-nos igualmente sempre uma
palavra de apoio, carinho e esperança.
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Isto posto, Sr. Presidente, faço torcida para que o programa Água Para Todos
venha de fato saciar a sede de investimentos que o povo da Baixada Fluminense
tanto clama e suplica como resgate do respeito e da própria cidadania.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado
Laudivio Carvalho.
V.Exa. tem 5 minutos.
O SR. LAUDIVIO CARVALHO (Bloco/PMDB-MG. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, minha amiga dona de casa, meu
amigo trabalhador, todos os que estão acompanhando a TV Câmara e a Rádio
Câmara neste momento, muito boa tarde.
Sr. Presidente, ando muito preocupado com a saúde e a segurança pública
em nosso País.
No meu Estado, Minas Gerais, um dos maiores da Federação, o Governo —
ouçam bem — contingenciou 2 bilhões de reais no Orçamento deste ano. Ou seja,
cortou 2 bilhões de reais do Orçamento de 2016.
Na saúde, foram cortados 198 milhões de reais, no momento em que há uma
epidemia de dengue, chikungunya e agora do zika vírus, que apavora todos nós.
Foram cortados 198 milhões de reais!
Imaginem os hospitais de Minas Gerais superlotados, as policlínicas sem
condição de atender, o sistema de saúde no CTI e o corte de 198 milhões de reais!
No ano passado, o Governo de Minas Gerais criou três Secretarias, mais 500 cargos
comissionados e gastou 850 mil reais em fretamento de jatinhos, em aluguel de
aviões.
Sr. Presidente Capitão Augusto, a segurança pública do Brasil, que é a sua
área, também está no CTI. V.Exa. sabe muito bem disso. E o Governo do meu
Estado cortou 360 milhões de reais da segurança pública.
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Em Minas Gerais, faltam viaturas, faltam homens. Muitas vezes, o
combustível é regrado. Não existem delegacias em todas as cidades de Minas
Gerais.
Muitas vezes, um policial militar tem que entrar na sua viatura levando um
preso, testemunhas e vítima e anda 100, 120, 150 quilômetros para registrar uma
ocorrência. Na maioria das vezes, naquela cidade, só há uma viatura, só há uma
guarnição. E, quando ela se ausenta, a população fica entregue nas mãos dos
bandidos, entregue à própria sorte.
Não é possível que façam isso com a segurança pública do Estado de Minas
Gerais. Em muitas delegacias, falta uma cadeira para uma testemunha se sentar,
para uma vítima ter um mínimo de conforto, e, mais do que isso, falta toner, por
exemplo, para uma impressora. Policiais civis, em Minas Gerais, fazem cotização
muitas vezes para fazer uma reforma na cozinha de uma delegacia e ter ali um lugar
para esquentar uma marmita. As dependências são as piores possíveis. E cortam
360 milhões de reais da segurança pública no meu Estado!
Existem cidades na situação da minha cidade natal, Bocaiúva. Ela tem um
distrito chamado Alto Belo, onde há apenas um policial militar para cuidar de uma
extensa zona rural, em que os assaltos, arrombamentos e furtos acontecem à luz do
dia. Esse policial trabalha de segunda-feira a sexta-feira. Sábado e domingo, não há
ninguém da polícia. Esse é o retrato da segurança pública no Estado de Minas
Gerais.
Não é possível continuarmos a concordar com cortes. Por que o Governo de
Minas não cortou da própria carne, não diminuiu Secretarias? Por que mais 500
cargos comissionados? Por que alugar aviões?
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Temos que cuidar primeiro do nosso povo. Temos que cuidar da nossa gente.
Minas Gerais, Sr. Presidente, não pode ficar relegada a segundo plano na saúde e
na segurança pública. São dois temas recorrentes e que chamam a atenção de todo
o País.
É preciso ter mais responsabilidade, porque se morre por falta de hospital,
mas se morre também por falta de polícia nas ruas para prevenir o crime. A Polícia
Militar de Minas faz o que pode, porque tem homens valorosos, mas está sendo
deixada de lado, assim como a Polícia Civil.
Gostaria que a minha fala fosse registrada no programa A Voz do Brasil e
pelos meios de comunicação da Casa.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Eu que agradeço, Deputado
Laudivio Carvalho. O pedido de V.Exa. será atendido.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Com a palavra o Deputado Luiz
Sérgio. S.Exa. tem 1 minuto.
O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, uso
meu tempo para lamentar o falecimento de Carlos Manoel, ex-Presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, ex-dirigente da CUT — Central Única
dos Trabalhadores e ex-diretor da Confederação Nacional dos Metalúrgicos.
Estive com ele na sexta-feira no Município de Maricá, quando conversamos
sobre projetos. Ele se encontrava muito empolgado. E hoje, logo cedo, tive a notícia
triste do seu falecimento.
Deixo aqui meu abraço a todos os seus familiares. Eu lamento essa perda.
Rendo minhas homenagens a essa pessoa. Carlos Manoel era um jovem militante
entusiasmado. Todos nós do movimento sindical e social do Rio de Janeiro nos
encontramos tristes com essa notícia.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado
Marcus Pestana, do PSDB de Minas Gerais.
O SR. MARCUS PESTANA (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o Brasil vive um impasse: a inflação está acima de 10%; a economia
recuou 4,1%; a indústria, 8,4%; o endividamento das famílias é alto; a qualidade de
vida caiu; a perspectiva é de 11 milhões de desempregados no final do ano; e o
sistema político não consegue dar um norte, uma porta de saída.
Não há luz no final do túnel. Não há a menor possibilidade de tirar o País da
crise no Governo Dilma, porque a mudança depende de um governo com força, com
apoio, com convicção. Isso o Governo Dilma não tem mais.
Só há três saídas: a renúncia, o impeachment ou o processo no Tribunal
Superior Eleitoral. Como tudo isso está em banho-maria e algumas hipóteses são
distantes, nós vivemos uma angústia. O povo brasileiro pensa: “Qual será o caminho
do Brasil diante de uma crise tão profunda e sem perspectiva de melhora?”.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, agora que o último folião guardou a
fantasia, é possível encarar 2016 e seus desafios.
O horizonte não é nada animador. O desemprego ronda a casa dos 9%,
podendo bater na porta de 11 milhões de brasileiros até o final de 2016. Vivemos
provavelmente a maior recessão de nossa história com 3 anos seguidos de
crescimento negativo. No ano passado, demos marcha ré de 3%. A produção
industrial despencou 8,3%. Nossa indústria está indo pelo ralo, perdendo
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competitividade e posições na economia global. Mesmo com todo esse
desaquecimento, a inflação persistiu alta, muito acima das metas traçadas pelo
Banco Central. O IPCA fechou acusando uma alta de 10,67% nos preços. Até a
notícia boa não é tão boa. A balança comercial registrou um superávit de quase 20
bilhões de dólares. Mas, quando se vê com lupa, se enxerga que não foi um
vigoroso aumento das exportações que produziu o resultado. Ao contrário, as
exportações recuaram 14,1% em 2015. Acontece que as importações caíram muito
mais, 24,3%.
O cenário fiscal é uma tragédia. Governo Federal, Governos Estaduais e
Prefeituras são abraçados por um quadro de escassez completa. Dívida e déficits
são crescentes. O corte de despesas não é fácil, dada a rigidez dos orçamentos
públicos e a tolerância da sociedade com novos aumentos de impostos é próxima de
zero. Consumo e investimento devem continuar ladeira abaixo.
O Governo Dilma tenta encobrir seus erros imputando a crise ao quadro
mundial derivado do tsunami econômico de 2008. Essa tentativa não resiste a um
sopro. Embora haja incertezas no cenário global, o mundo cresceu mais de 3% em
2015, enquanto amargávamos um recuo equivalente. Apesar da queda do preço das
commodities, nossa economia poderia estar com uma trajetória de crescimento
como outros países latino-americanos ou como os BRICS — Índia, China e África do
Sul. Bastava ter feito o dever de casa, com reformas estruturais, responsabilidade
fiscal e melhoria do ambiente institucional. A crise é made in Brazil, e não adianta o
PT tentar se desvencilhar de sua obra e seus desastrosos resultados.
Diante de tudo isso, o que esperar de 2016?
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O Governo Dilma já revelou sua incapacidade de liderar a retomada. A crise é
grave e exige mudanças. Precisaríamos de um choque de confiança e reformas
como as que estão sendo promovidas por Macri na Argentina. Mas isso exige
liderança, pulso, convicção, apoio, credibilidade. Tudo o que Dilma e o PT não
dispõem no momento.
O ideal seria a convocação de novas eleições. Mas, no presidencialismo, os
mandatos são rígidos. O impasse brasileiro é esse. Precisamos de mudanças
urgentes, mas o impeachment ficou mais distante após as decisões do Supremo
Tribunal Federal. O Tribunal Superior Eleitoral não julgará rapidamente a cassação
da chapa Dilma/Temer por abuso do poder político e econômico, e a renúncia não
parece fazer parte do repertório de nossa desgastada Presidente.
Infelizmente, o Brasil está perdendo o fio da meada!
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado
Marcelo Aro.
O SR. MARCELO ARO (Bloco/PHS-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há pouco, ouvi atentamente o discurso de um
colega nosso aqui falando dos cortes na segurança pública em Minas Gerais.
Quero deixar claro aqui, Presidente, que esse contingenciamento, e não esse
corte, não oferece nenhum prejuízo à segurança do cidadão. Não está cortando de
armamento, não está cortando policial da rua. Absolutamente nada disso!
Trata-se de um contingenciamento na questão da previdência e, ainda assim,
não quer dizer que não irá pagar. Pelo contrário, o que agora está fazendo é
tentando equilibrar aquilo que se arrecada com aquilo que se gasta. Não pode haver
um gasto desproporcional, irresponsável. Então, o que o Governador está fazendo é
equilibrar essas contas.
Tenho certeza de que, no momento em que ele equilibrá-las, a arrecadação
irá aumentar, e, aí, sim, ele poderá pagar todos esses contingenciamentos.
Isso é um contingenciamento. Não há corte, não há nada que abale a
segurança do cidadão mineiro.
Quero deixar isso claro, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado
Bebeto.
V.Exa. tem 5 minutos.
O SR. BEBETO (PSB-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, quero abordar nesta tarde um tema importante não só
para a Bahia, enquanto zona produtora do cacau, mas também para Rondônia e
para o próprio Pará.
Ato praticado pela Sra. Ministra da Agricultura, Kátia Abreu, pegou de
surpresa a Bahia e acredito que também os demais Estados produtores de cacau.
Há uma proposta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — MAPA
dispondo sobre a reestruturação de importante órgão vinculado a uma unidade
ministerial, a um gabinete ministerial: a Comissão Executiva do Plano da Lavoura
Cacaueira — CEPLAC.
A CEPLAC, Sr. Presidente, está presente em seis Estados e 223 Municípios,
com abrangência em 22 territórios rurais. Ela tem como missão promover o
desenvolvimento rural do País, visando à promoção sustentável das áreas e das
regiões produtoras de cacau.
A CEPLAC firmou a sua trajetória sobretudo no desenvolvimento de ações
voltadas para o produto cacau. Na sua história, ela acumulou essa expertise, essa
vocação.
O cacau tem ajudado a gerar divisas para este País. Ele tem sido um
importante instrumento, um importante ativo da economia rural do nosso Brasil.
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Pois bem, Sr. Presidente, a CEPLAC vem desde 2006 numa trajetória de
reorganização, com um quadro de servidores prestes a se aposentar, o que, em
ocorrendo, acabará por matar de inanição aquela instituição.
No ano passado, nós tivemos o cuidado de procurar a Sra. Ministra e pedir-
lhe que avaliasse a condição da CEPLAC, analisasse o seu quadro funcional e,
sobretudo, estabelecesse um novo concurso público, a fim de se dar continuidade à
pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologia que aquela entidade vem realizando.
Mas, lamentavelmente, nós recebemos a notícia de que a Ministra e o MAPA e
estão propondo uma reforma, sem que nós, as organizações de trabalhadores, os
produtores de cacau, as bancadas dos Estados produtores de cacau, inclusive da
Bahia, tenhamos pleno conhecimento do que se trata. Isso pegou todos de surpresa.
Não podemos aceitar isso, Sr. Presidente! E por que não? A CEPLAC tem na
sua historicidade, além da expertise, uma transversalidade na sua atuação. As
ações por ela realizadas, por meio de seus diversos programas, são conhecidas e
reconhecidas mundialmente e fazem parte da estrutura de um plano plurianual, com
secretarias do MAPA.
A CEPLAC está presente em órgãos descentralizados, na execução de
políticas públicas de defesa sanitária e vegetal. Agora, por exemplo, ela adotou uma
nota técnica relativamente à importação do cacau, contra a monilíase, que poderia
contaminar toda a produção cacaueira. A entidade é, sem sombra de dúvidas, parte
determinante na produção de ciência e tecnologia neste País.
A CEPLAC cuida do desenvolvimento científico e tecnológico. Ela é um dos
mais importantes centros de pesquisas do mundo em cultivos tropicais, tendo um
portfólio de projetos na área de genética, biologia molecular, fitossanidade, manejo e
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fisiologia da produção, solos e nutrição de plantas. Portanto, trata-se de um órgão
reconhecido, com credibilidade mundial, com credibilidade neste País.
Nós não podemos aceitar isso passivamente. E faço aqui um chamamento à
bancada da Bahia.
Eu inclusive tentei conversar com o Ministro Jaques Wagner, da Casa Civil,
para exigir do Governo Federal respeito pela Bahia, respeito pelos Estados e pelas
áreas produtoras de cacau e garantir que, seja qual for a reforma a ser feita, ela seja
discutida com as bancadas no Senado, com a bancada federal, com os agricultores,
com os cacauicultores, com os órgãos de pesquisas. Afinal, não se trata de uma
instituição qualquer.
Neste sentido, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, trago aqui a minha
fala, fazendo uma concitação pública aos cacauicultores, à nossa bancada de
Deputados da Bahia, de Rondônia e do Pará. Que nós nos somemos no esforço de
dialogar com o Ministério da Previdência Social para evitar que se perpetre esse
golpe contra os interesses da cacauicultura, dos produtores, dos trabalhadores e da
comunidade científica.
O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado
Flavio Nogueira. (Pausa.)
Com a palavra a Deputada Moema Gramacho. (Pausa.)
Com a palavra o Deputado Zé Geraldo. (Pausa.)
Com a palavra o Deputado Bohn Gass.
O SR. BOHN GASS (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.
e Srs. Deputados, em dezembro de 1989, o jornal O Globo publicou um editorial
sobre a campanha presidencial daquele ano. O título era: Direito de saber. Tratava
da acusação de que Lula teria tentado induzir sua ex-mulher, Mirian, a abortar.
Dizia o texto: “...a primeira reação do público terá sido de choque...”
E, logo abaixo:
“...se for verdadeiro, cabe indagar se o eleitor deve ou não
receber um testemunho que concorre para aprofundar o
seu conhecimento sobre aquela personalidade que lhe
pede o voto...”
A personalidade que pedia voto era Lula. E a verdade que o jornal O Globo
considerava importante era a de o eleitor se aprofundar no sentido de apurar se ele
havia pago um aborto.
Passam-se quase 30 anos... O jornal é a Folha de S.Paulo. Uma ex-amante
de Fernando Henrique conta que ele pagou não um, mas dois abortos. E que — ora
vejam! — ele lhe mandava dinheiro, por meio de um paraíso fiscal e através de uma
empresa que detinha concessões públicas federais.
Abro um parênteses aqui para concordar com Fernando Henrique Cardoso.
Quando a Folha de S.Paulo lhe pergunta se era verdade que ele pagara para a ex-
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repórter da TV Globo, Mirian Dutra, fazer dois abortos, ele disse: “Questões de
natureza íntima, minha ou de quem quer que sejam, devem se manter no âmbito
privado a que pertencem.” E eu concordo com ele. É isso mesmo. Os abortos da ex-
amante de Fernando Henrique Cardoso não são tema da política.
Mas eu não vim aqui falar disso. Eu vim falar sobre a diferença de tratamento
que se deu ao caso de Lula, em 1989, e ao caso de agora, de Fernando Henrique
Cardoso. Seria uma evolução da imprensa brasileira, que finalmente compreendeu
que isso não é mesmo uma pauta política? Bom se assim o fosse. Mas eu,
sinceramente, penso que o que mudou não foi a imprensa, mas simplesmente o
personagem.
Imaginem se uma ex-amante de Lula declarasse à Folha de S.Paulo o que diz
a ex-amante de Fernando Henrique Cardoso:
“E aí tem uma história muito cabeluda nisso tudo,
que ele, por meio de uma empresa, mandava um dinheiro
para mim. Tenho como provar: Tenho contrato. Tudo
guardado aqui. É muito sério. Por que ninguém nunca
investigou isso? Por que ninguém nunca investigou as
contas que ele tem aqui fora?”
“Aqui fora”, no caso, é fora do Brasil.
Ou imaginem se uma ex-amante de Lula tivesse perguntado: “Como ele deu,
em 2015, um apartamento de 200 mil euros” — cerca de 900 mil reais — “para o
filho que ele agora diz que não é dele?”
Nesse caso, tenho certeza de que a gangue midiática não faria apenas um
editorial, mas algum procurador prontamente chamaria a imprensa e, em tom
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acusatório, declararia: “Estamos abrindo uma investigação sobre as contas de Lula
no exterior. Queremos saber de onde ele tirou dinheiro para comprar um
apartamento de 1 milhão de reais”.
Na mesma noite veríamos algum prócer da Oposição enchendo a boca no
Jornal Nacional: “Consideramos grave que um ex-Presidente tenha sido acusado de
ter contas no exterior e, o que é pior, de ter repassado dinheiro a uma ex-amante por
meio de um paraíso fiscal.” E, no dia seguinte, a manchete: “Empresa que Lula usou
para pagar ex-amante tinha concessões públicas.”
É disto que se trata, senhoras e senhores: da diferença de tratamento pela
imprensa e das acusações de que Fernando Henrique usou paraísos fiscais para
mandar dinheiro à amante, não de abortos. É por isso que estamos pedindo ao
Ministério da Justiça e à Procuradoria-Geral da República que abram uma
investigação sobre as declarações da Sra. Mirian Dutra a respeito do modo como o
ex-Presidente Fernando Henrique lhe enviava dinheiro. É essa a exigência da
sociedade brasileira, porque as investigações são seletivas.
O tema das concessões públicas era fachada, pois, provavelmente, Fernando
Henrique Cardoso, ex-Presidente da República, usava disso no exterior, em conluio
com a imprensa, para manter abafada essa denúncia gravíssima de envio de
dinheiro de empresas que mantinham serviços com o Estado para uso particular.
É isto que nós estamos solicitando: investigação. Todos precisam ser
investigados. Não há investigação seletiva como esta que está sendo feita.
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O Sr. Capitão Augusto, nos termos do § 2° do art.
18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,
que é ocupada pelo Sr. Delegado Edson Moreira, nos
termos do § 2° do art. 18 do Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao
próximo orador inscrito, o Deputado Flavio Nogueira.
O SR. FLAVIO NOGUEIRA (PDT-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, com muita alegria e satisfação, faço o registro
dos 65 anos de um dos jornais mais importantes do Nordeste, da nossa Capital
Teresina, no Piauí, que foi fundado ainda no início da década de 50 pelo Sr.
Mundico Santídio.
Como sempre, todo jornal começa pequeno, feito num galpão. Mas esse já
nasceu aguerrido, dando opinião, combatendo as mazelas do Estado à época,
naquela década, e foi crescendo graças a essa linha editorial. O editorial contava
com a presença de grandes articulistas, como o grande intelectual Arimatea Tito
Filho, Pedro Conde, Valdemar Sandes, Olimpio Costa e tantos outros que passaram
pelas redações desse já longevo diário, que, aliás, passou a ser diário.
No início, saía às quintas e aos domingos cedinho pela manhã. Depois, com a
entrada na direção, o Coronel Octávio Miranda fez com que esse jornal tivesse um
parque gráfico mais moderno, com mais presença na sociedade, porque passou a
ser um jornal diário.
Então, ao longo desse tempo, esse jornal tem guardado não só a história do
Piauí. Ele é um acervo histórico não só da nossa terra, o Piauí. Ele acompanhou
toda a política e toda a história do Brasil, como os problemas da década de 50 com
Getúlio Vargas e o período militar, sempre atuando e informando o nosso Estado, os
nossos ouvintes.
Mas há uma parte do jornal que foi importantíssima. No Nordeste sempre
houve, ao longo daquele tempo, o chamado “crime organizado”. E no Piauí não era
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diferente, pois o Estado vivia quase sob a égide de uma organização criminosa. Mas
o jornal O Dia foi para a frente, combativo, e desmantelou essa organização
criminosa, evidentemente que auxiliado pelo Ministério Público, com o grande
Promotor Afonso Gil Castelo Branco, e pela Polícia Federal, com Robert Rios, tendo
à frente do seu corpo editorial o jornalista Arimateia Azevedo.
E hoje o jornal tem sido conduzido também pelo seu dinâmico Presidente, o
Sr. Valmir Miranda, que informatizou sua redação, servindo até de modelo para as
muitas redações de jornais, inclusive do Sul do País, que mandaram seus jornalistas
a Teresina para verem a organização de um jornal moderno, como é hoje o jornal O
Dia.
Então, eu gostaria de deixar esse registro, que é muito importante para a
história do jornalismo não só do Piauí, mas também do Brasil.
E para que V.Exas. vejam como é bem organizado, o jornal ainda hoje
mantém colunas antigas, como as colunas esportivas de Deusdeth Nunes,
carinhosamente chamado de Garrincha, e a de Arimateia Azevedo, que há muito
tempo trabalham lá, inclusive com a sua linha editorial.
Assim, eu peço, Sr. Presidente, que este discurso seja registrado nos Anais
da Casa e também divulgado no programa A Voz do Brasil, para que todos possam
saber que hoje, no Piauí, estamos festejando o 65º aniversário do importante jornal
O Dia.
Muito obrigado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último dia 1º de fevereiro, o jornal
O Dia, no Piauí, completou 65 anos. São mais de seis décadas informando os
piauienses com credibilidade. O periódico foi criado pelo coronel e empresário
Octávio Miranda, que conseguiu fazer de O Dia o primeiro diário do Piauí, numa
época em que os jornais eram publicados duas a três vezes por semana.
Quando da fundação do jornal, Teresina era ainda uma cidade provinciana.
Na época, o Estado era governado por Pedro Freitas — dos quadros do Partido
Social Democrático (PSD). Fundado por Raimundo Leão Monteiro, mais conhecido
como Mundico Santídio, de apelido Mão de Paca, O Dia era um jornal
eminentemente político, como os outros que surgiram anteriormente. Infiltrado nos
meios políticos e empresariais do Estado, Mundico Santídio era um homem temido
por muitos pela coragem de enfrentar qualquer situação, sem se intimidar:
incorporou-se à história do jornalismo piauiense com um jornal apreciado, lido e
discutido em todas as rodas.
O Dia, inicialmente, se apresentou de tamanho pequeno, circulando na
quinta-feira e domingo, de manhã cedo. Com um corpo de colaboradores, pois
Mundico, proprietário e diretor, não dispunha de dinheiro para remuneração, o jornal
funcionava no fundo do quintal da residência dele, num galpão, na Rua Lisandro
Nogueira, centro da cidade. Na época, colaboravam Arimatea Tito Filho, Pedro
Conde, Valdemar Sandes, Olimpio Costa e outros, cada qual no seu devido tempo.
Mundico Santídio publicava os artigos com pseudônimo. De acordo com o jornalista
Arimatea Tito Filho, de saudosa memória, os comentários publicados não levavam
assinatura, mas pseudônimos, como Desidério Quaresma, alatinados (Petrus
Mauricius), à moda russa (Edgaroff) e outros inventados pelo editor.
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Foi então que, em fevereiro de 1964, o coronel e empresário Octávio Miranda
adquire O Dia no início dos anos 60. Numa atitude pioneira, coloca O Dia nas ruas,
em 10 de fevereiro de 1964, como o primeiro jornal diário do Piauí, mesmo com as
investidas contrárias do período ditatorial. O periódico continuou avançando e se
modernizando, tornando-se uma das primeiras redações informatizadas do Brasil no
início dos anos 90. As atenções dos jornais do Sul do País se voltaram para O Dia,
que chegou a enviar profissionais de suas redações para conhecer o funcionamento.
No final dos anos 90 começa o desbaratamento do crime organizado no Piauí
e O Dia mostra sua força, abraça a campanha e publica a notícia da prisão de
coronéis, de juiz de Direito, de advogados, de prefeitos, de empresários e de outros
envolvidos no intricado mundo do crime.
Em 2002, com a morte de Octávio Miranda, o empresário Valmir Miranda
volta a dirigir a empresa, trabalhando mudanças básicas para que o jornal
acompanhe as exigências do mercado, mesmo em meio a crises de cunho
financeiro.
Entretanto, a necessidade de associar o jornal às novas mídias faz com que o
diretor-presidente de O Dia, Valmir Miranda, amplie o leque no ramo das
comunicações com a implantação do Portal O Dia e da TV O Dia. Sob a chefia de
redação da jornalista Elizângela Carvalho, O Dia tem um quadro eclético de
jornalistas — uma mesclagem de novos profissionais com outros mais experientes
—, entretanto todos unidos com o mesmo ideal: o de informar com precisão,
compromisso e responsabilidade.
É em O Dia que temos a coluna mais antiga em atividade: a coluna do
cronista esportivo Deusdeth Nunes, o Garrincha, que relata diariamente os causos
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do nosso esporte. Por lá temos a coluna Roda Vida, uma das mais antigas, a Coluna
do Arimateia Azevedo, que já circula, diariamente, há mais de 15 anos. O titular, por
sinal, também já foi editor chefe do jornal. Aos domingos, o nosso querido amante
das letras, Cineas Santos, também deixa sua contribuição aos piauienses.
Para comemorar uma data tão importante, o jornal iniciou um novo projeto
gráfico, mais leve, dinâmico, que tem priorizado elementos leves e modernos.
Parabenizo a toda equipe, ao mesmo tempo em que desejo vida longa a esse
importante meio de comunicação do meu Estado.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao
Deputado Danilo Forte.
O SR. DANILO FORTE (PSB-CE. Sem revisão do orador.) - Obrigado,
Deputado Nilson Leitão. Obrigado, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o tema que me traz aqui hoje refere-
se a algo que tem maltratado muitas famílias cearenses. Hoje, o Estado do Ceará
tem marcado em sua história um momento muito difícil com relação ao crescimento
da criminalidade e da violência. Fortaleza tem hoje o título de cidade mais violenta
do Brasil, e isso nos tem trazido um transtorno muito grande. A própria polícia está
com medo da insegurança que vem permeando o nosso Estado.
Para que V.Exas. tenham uma ideia, de janeiro a dezembro de 2015, foram
assassinados 14 policiais no Ceará — 14 policiais foram assassinados no ano
passado! — e, este ano, até o dia 19 de fevereiro, nós tivemos mais quatro
assassinatos de policiais no Estado. Em 2014 foram 13 policiais.
O que me chamou a atenção foi a morte do Subtenente Carlos Herbênio
Almeida Bezerra, que respondia como Delegado em Jaguaretama e cuja história foi
de eficiência e de compromisso exatamente com a segurança pública do nosso
Estado.
Na minha cidade, Itapajé, durante os últimos 12 meses, nós tivemos 26
assassinatos, Deputado Nilson Leitão, o que demonstra uma total falência da
segurança pública no nosso Estado. É necessário não só uma política de
crescimento do efetivo da Polícia Militar, para fortalecimento da ação coercitiva com
relação ao crescimento da marginalidade, mas também uma política pública capaz
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de fazer com que a sociedade assuma o compromisso de criar um ambiente propício
para esse enfrentamento.
Diante desse fato, eu venho aqui trazer um problema cearense, que é
também um problema brasileiro. E para isso nós precisamos encontrar uma solução
o mais rápido possível, porque a população brasileira não pode ficar com a
insegurança que está hoje.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Passa-se ao
V - GRANDE EXPEDIENTE
Concedo a palavra ao primeiro orador inscrito, o Sr. Deputado Nilson Leitão,
por 25 minutos.
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O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Sem revisão do orador.) - Quero
cumprimentar o Presidente deste expediente, as Sras. e os Srs. Deputados, e dizer
como é difícil preparar um discurso em momentos e tempos como este. Você
anoitece preparando uma fala e amanhece com muitas novidades no Brasil.
Este Brasil não é mais o País do planejamento e também não é mais o País
das boas notícias. É um País que deixa de ocupar as páginas da economia, do
desenvolvimento e das boas notícias para ocupar as páginas policiais. Há uma
máxima em política que diz que um governo somente se sustenta se tiver a seu
favor o apoio da opinião popular. Caso contrário, terá que se valer de meios
antidemocráticos para se manter no poder.
No caso de Dilma, o País todo sabe que ela não conta com a aprovação da
população. Ao contrário, seu índice de rejeição chegou a 71% em agosto de 2015, a
pior avaliação para um Presidente em toda a história. Se Dilma não conta com o
apoio da maioria da população, então somente lhe resta, para poder continuar no
cargo, adotar práticas contrárias aos princípios da boa governança e que contrariam
os deveres a que está submetido quem ocupa o mais alto cargo da República.
É somente com o objetivo de permanecer no poder que a Presidente tem
pautado sua atuação na Presidência da República. São dela a propaganda
enganosa, as pedaladas fiscais, as mentiras de que manteria o nível de emprego e
as promessas solenes de que não aumentaria a conta de luz. Tudo isso para se
reeleger; tudo falso. Garantiu também que não cortaria os programas sociais e não
mexeria nos direitos trabalhistas. Mais enganação! Insistiu, apesar dos dados
extremamente contrários, que o País iria bombar em 2015. O que bombou mesmo
foi a corrupção que impera nos governos petistas desde 2003, como ficou provado
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nos casos de desvio de dinheiro público no mensalão e agora, no escândalo cada
vez mais aprofundado e cada vez mais atual investigado pela Polícia Federal na
Operação Lava-Jato.
Nós temos inúmeros temas para lamentar do País em que estamos vivendo.
A Presidente Dilma mobiliza todos os Ministérios para discutir o caso do zika vírus,
mas não os mobiliza para discutir o saneamento básico, a prevenção à saúde, a
melhoria nos hospitais filantrópicos, nas Santas Casas, na vida de uma mãe ou das
pessoas mais pobres.
A Presidente Dilma faz, na verdade, um grande palco, inclusive no caso do
zika vírus. É um absurdo o Governo não ter um caminho, um rumo. Pelo contrário,
está na defesa o tempo todo, chutando para escanteio, para a lateral, porque não
consegue enxergar o gol nem o ataque.
É lamentável o que o País vive hoje. Cada dia se reforça a má notícia de que
somos governados por alguém que governa sem ter o apoio de ninguém, seja do
Congresso, da sua base ou da população, que seria, sim, o mais importante. A
Presidente se equilibra apenas pensando no poder e não pensa no País nem no seu
povo.
O desemprego prossegue fazendo milhares de vítimas no Brasil e caminha
para uma desocupação em massa. Agora já são 9,2 milhões de desempregados em
todo o País. A estimativa é de superar os 11 milhões já no meio de 2016.
A indústria está totalmente sucateada, o que vai colaborar com o desemprego
ainda mais, é claro. Apesar disso, a Presidente Dilma fala em mais impostos.
Como pode uma Presidente querer aumentar impostos para um setor que
está desempregando, está quebrando, que não aguenta a carga tributária atual? É
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um contrassenso. Chega ao ponto de ser imbecil essa proposta de aumentar
impostos.
Enquanto o Presidente da Argentina, nosso vizinho, está reduzindo impostos
para gerar empregos, a Presidente Dilma quer aumentar impostos para pagar a
conta da corrupção do PT. Não há outra explicação.
Qual seria a melhor forma para recuperar o País numa situação como essa?
Seria fazer as coisas mais simples, que é o que as pessoas mais simples fazem
dentro da sua casa, dentro do seu pequeno comércio: reduzem os seus custos para
enxugar a máquina, bem como as suas despesas para sobrar dinheiro para investir
naquilo que for necessário.
A Presidente Dilma não tem capacidade de entender um país tão plural, tão
continental como o nosso que de fato hoje sobrevive da base primária, que é a
produção — a exportação da soja, do algodão, do milho, do arroz, da carne —, que
é importantíssima. Mas ela também não investe nesse setor.
A Presidente Dilma foi campeã de lançamento de obras de infraestrutura.
Aliás, o PT como um todo é craque em lançar palavras, chavões e frases de impacto
para programas que não darão certo.
Vamos recordar aqui o Programa Fome Zero. Esse programa foi o grande
mote do ex-Presidente Lula. O que virou o Programa Fome Zero? Nada, zero
mesmo! Zero foi o que ocorreu com o Fome Zero! Não houve nenhum resultado
para a sociedade porque não foi um programa que saiu do papel, ficou apenas nas
telas de televisão, nas rádios, nos jornais, na imprensa, porque foi apenas uma peça
publicitária.
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A irresponsabilidade de um Governo como esse chega a ponto de inventar
programas e não os tirar da gaveta, propagá-los, divulgá-los, fazer campanha
eleitoral, falando de forma forte, com voz brava, que esse programa acabaria com a
miséria. Mas era tudo mentira.
A Pátria Educadora! Num país como o nosso, é só ver os números dos
últimos anos, o que decaiu, o que perdemos na educação. Cada vez perdemos
mais. Uma geração inteira está sendo empobrecida com a miséria da desinformação
e a mentira política, porque criam programas, mas não criam fatos.
O PAC — Programa de Aceleração do Crescimento. Não precisamos procurar
um lugar específico, em qualquer lugar do Brasil o PAC ficou empacado, o PAC não
rodou, e o que rodou foi superfaturado, virou programa policial, virou matéria do
Ministério Público e do Tribunal de Contas da União, que, no seu relatório apontou
100% de obras superfaturadas, obras com sobrepreço, obras com projeto ruim,
obras que não levaram a nada.
A Sra. Shéridan - V.Exa. me permite um aparte?
O SR. NILSON LEITÃO - Concedo um aparte a nossa querida Deputada
Shéridan.
A Sra. Shéridan - Deputado Nilson Leitão, quero interrompê-lo e lhe pedir
esse aparte na intenção de parabenizá-lo pela sua atuação, pela forma ponderada,
democrática, extremamente competente com que V.Exa. desempenha suas
atividades neste Parlamento. Ao assumir como Deputada Federal, tive oportunidade
de pessoalmente constatar o que eu já acompanhava à distância, através do nosso
partido, dos Parlamentares que aqui representam o PSDB. V.Exa. foi Líder e
Presidente de CPI da qual fiz parte. Pude acompanhar o seu desempenho tão
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talentoso, competente e responsável na CPI da demarcação de terras indígenas.
Como Relator de projetos tão importantes e como nosso Líder aqui da nossa
bancada, V.Exa. inspira não apenas os seus, sua atuação é suprapartidária.
Inspiramo-nos em Parlamentares como V.Exa., que desenvolvem nesta Casa um
trabalho que está acima de qualquer coisa, comprometido com o País. V.Exa. tem a
minha admiração e o meu respeito.
O SR. NILSON LEITÃO - Eu agradeço.
O Sr. Alfredo Kaefer - Deputado Nilson Leitão, quero aqui fazer um aparte.
Primeiro, quero cumprimentá-lo pelo combate intenso que tem feito nesta Casa.
Quero falar ao colega do orgulho que eu tenho em ser, já por dois mandatos, seu
companheiro. V.Exa. foi Prefeito de Sinop, é uma das lideranças políticas
emergentes do Mato Grosso. Tenho certeza de que galgará postos importantes
naquele Estado. Sua defesa da agricultura, do agronegócio tem sido muito
combativa. Compartilho de todas as teses de V.Exa. e de todos os discursos que
aqui faz, sempre no sentido de fazermos o bom combate. Nós precisamos, sim, de
mudanças importantes neste País. Eu também tenho reiterado o que V.Exa. disse: a
decadência existente na educação, por exemplo. A cada dia nos distanciamos de
países que historicamente estavam muito atrás de nós. Nós aplicamos muitos
recursos na área assistencial, mas foram apenas, entre aspas, “aparentes”, e, na
verdade, não deram resultado positivo para a nossa população. Eu cumprimento
V.Exa. Continue com sua luta por um Brasil melhor.
O SR. NILSON LEITÃO - Agradeço a V.Exa., Deputado Alfredo Kaefer, do
Paraná. Agradeço especialmente à Deputada Shéridan por suas palavras. Tenha o
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nosso carinho e respeito pelo seu trabalho. Aliás, V.Exa. já chegou aqui inaugurando
e está fazendo um belo trabalho com toda a bancada do PSDB.
Eu falei dos programas que não aconteceram. Esses programas de fato são
peças publicitárias a que o Brasil assistiu durante todo o tempo. Aliás, o Partido dos
Trabalhadores é competentíssimo em criar programas e fazer com que o brasileiro
acredite que ele está acontecendo. Mas não estão acontecendo.
O Brasil desacelerou em tudo nos últimos anos, não apenas porque o PT
criou ou inventou peças publicitárias, mas porque o PT não governou. Preocupou-se
mais em ser animador de picadeiro. Preocupou-se mais em ficar animando o público
com discursos fáceis, com programas fáceis, com falas fáceis do que de fato exercer
o papel de gestor num país como o nosso, com responsabilidade fiscal, com
responsabilidade de gestão.
Vejam que houve um corte de R$ 10,5 bilhões em 2015 só na educação,
nesta Pátria educadora. Cada real cortado significa uma criança a menos
alfabetizada, significa um adulto que não recuperará seu tempo — talvez o recupere
numa escola de jovens e adultos. Também está ali o jovem que perdeu a sua
faculdade porque o FIES também foi cortado, rasgando o seu sonho de futuro.
Para que existe um governo se não para cuidar das pessoas? Para que existe
um governo se não para de fato cuidar daqueles que mais precisam, daqueles que
necessitam dos programas sociais, que necessitam do Governo?
O problema é que o Governo de fato abandonou 100% do seu projeto de
governo, do seu projeto de planejamento do País, para abraçar com todas as forças
um projeto de poder. E esse projeto de poder, levado à frente à base do custe o que
custar, ele o abraçou com tanta força que perdeu os escrúpulos, perdeu seus
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valores, perdeu qualquer tipo de sentimento, atropelando todo mundo e dizendo:
“Nós vamos ficar no poder o tempo que for preciso.” Isso pode custar a vida das
pessoas, pode custar a realidade de cada um, o sonho, o trabalho, o estudo ou
mesmo a comida da mesa de cada um. Não interessa! Foi esse estado de coisas
que, de forma inescrupulosa, o PT instalou no País — a luta pelo poder custe o que
custar —, gastando mais para defender os companheiros depois.
Isso tem que acabar. Não é uma perseguição pessoal. Não é uma briga entre
Situação e Oposição. Não é mais isso! É um momento em que a sociedade está
pedindo socorro: “Pelo amor de Deus, parem com isso! Chega! Nós não suportamos
mais o que o País está vivendo!” Não se trata mais apenas da corrupção. A
corrupção chegou ao seu teto, mas há algo que superou a corrupção: a mentira. A
mentira superou a corrupção. E, quando um governante mente ao seu povo, iguala-
se a um pai e a uma mãe que mentem para o seu filho, que enganam o seu filho. É
uma coisa sórdida! É uma coisa desumana, que tem que ser mudada em nosso
País!
É por isso que esse sentimento das ruas, às vezes um pouco mais aquecido,
às vezes um pouco menos aquecido, volta toda vez. O impeachment não é apenas
um debate de Oposição e Situação. A saída da Presidente Dilma não é um pedido
apenas de uma meia dúzia. A ação que corre no TSE não é ação proposta pela
Oposição apenas, mas são investigações: uma parte vem de denúncias da
Oposição, outra parte é extraída da Operação Lava-Jato, que foi investigada pela
Polícia Federal e pelo Ministério Público. E agora foi compartilhada pelo Juiz Sérgio
Moro com o TSE, que disse que houve caixa dois. E houve, sim, é claro que houve
caixa dois! Lá há dois tesoureiros presos.
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No meio disso há uma Presidente. Na outra ponta há um marqueteiro, que
acabou de ser preso hoje. Alguém arrecadou esse dinheiro de forma ilegal. Alguém
pagou de forma ilegal para beneficiar um terceiro, que foi a Presidente da República
na campanha eleitoral. Temos mais de 180 Prefeitos cassados no País, que foram,
de forma legítima, eleitos em 2012, mas foram cassados porque cometeram crime. E
foram cassados pela Justiça Eleitoral.
A Presidente Dilma não está acima do bem e do mal. O PT não pode estar
acima do bem e do mal, e acima da lei. Essa é a grande diferença que tem que ser
levada em consideração. Levar em consideração é entender que somos todos iguais
perante a lei. A diferença é que não ficamos esperneando quando somos atacados.
O Aécio foi denunciado e foi julgado. O processo foi arquivado. Foi arquivado pela
segunda vez. Com o Anastasia, a mesma coisa. Existem denúncias contra todos, de
alguma forma.
Nós não nos importamos de ser julgados. Nós não viemos aqui para propagar
que somos inocentes ou não antes de a Justiça se pronunciar.
O PT não, o PT se envolve, atrapalha, não deixa o Ministério Público
trabalhar, não deixa o juiz trabalhar. Desqualifica o STF quando é contra ele;
qualifica o STF quando é a favor dele. Desqualifica o TCU quando é contra ele;
quando é a favor, qualifica-o. Trata-se de um partido bipolar, de um Governo bipolar:
conforme a sua vontade, conforme o seu benefício, acaba aplaudindo ou vaiando.
O PT tem que parar de tentar fazer de massa de manobra a nossa população.
Chega de mentiras! Já foi dado um basta, pois o País não aguenta mais! O ano de
2016 será, sim, muito sério.
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Quero continuar com outra parte, mas antes vou passar a palavra ao
Deputado Rogério Marinho, que me pediu um aparte.
O Sr. Rogério Marinho - Deputado Nilson Leitão, eu pedi um aparte a V.Exa.
após escutar atentamente boa parte do seu pronunciamento. Quero corroborar o
que V.Exa. está afirmando com tanta veemência e com tanta verdade da tribuna.
Todos nós estamos assustados como povo, como Nação, porque o crime tem um
padrão. Dizem os policiais e os peritos que o criminoso repete sempre o mesmo
procedimento. Em 2005 o Brasil foi assustado pelo fantasma do mensalão. Naquela
oportunidade, o principal personagem que emergiu daquela história foi o então
marqueteiro Duda Mendonça. Agora a história se repete. Mudam os personagens,
mas o roteiro é o mesmo. E a corrupção que está entranhada no partido que está no
Governo nos assusta a todos, porque corrói o País, desestrutura a Nação. Então, o
discurso que V.Exa. faz é importante para marcar posição e dizer que o PSDB, a
Oposição deste País tem a postura muito firme de combater esse tipo de situação,
que quer nivelar todos nós. Os Deputados da base do Governo, principalmente do
PT e do PCdoB, têm-se sucedido nesta tribuna para dizer que “há roubo, sim, mas
todos roubam”, numa tentativa de nos jogar numa vala comum. Isso nós não
aceitamos. Aquele partido que defendia a ética hoje defende o roubo como uma
coisa comum a todos. Não é possível continuar assim! Agradeço a V.Exa. o aparte.
Quero deixar registado o elogio que faço à posição que V.Exa. assume da tribuna.
O SR. NILSON LEITÃO - Agradeço ao Deputado Rogério Marinho, esse
grande Deputado que representa o Rio Grande do Norte, esse grande companheiro,
defensor da educação neste País.
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Sras. Deputadas e Srs. Deputados, acho que o Brasil poderia não estar mais
debatendo o impeachment ou que o Congresso poderia não estar mais debatendo
só a questão política. É o sonho de todos nós. Quem é que quer tratar todo o dia do
mesmo assunto, indo e voltando com a mesma informação? Mas não dá para
discutir economia neste País, não dá para discutir planejamento neste Congresso,
não dá para discutir as obras importantes e estruturantes com o comando como
está.
Eu ouvi de certo palestrante de economia que aumentar impostos neste País
seria o mesmo que, fazendo a analogia, dobrar a mesada para um filho drogado: ele
vai comprar mais droga. Não adianta melhorar a questão fiscal e arrecadatória de
um país como o nosso, sob o comando de Dilma Rousseff.
Para que vai servir esse dinheiro, se ela não faz a tarefa de casa, se ela não
reduz os seus custos, se ela não moderniza a máquina, se ela não repassa, fundo a
fundo, os recursos que poderiam estar, sim, melhorando as nossas estradas, em
parceria com os Estados, ou resolvendo o problema da saúde, com repasses cada
vez maiores a Municípios e Estados? Isso não acontece. Ela isola os outros entes
da Federação. Ela simplesmente corta todos os recursos da saúde e da educação
de modo fortíssimo.
Isso vai piorando cada vez mais a qualidade do País, porque as pessoas
moram nos Municípios. É lá que as coisas acontecem. Mas parece que o País está
de costas para os Municípios brasileiros, parece que a União está de costas para os
Estados brasileiros. Não há nenhuma sensibilidade de querer modernizar essa
máquina.
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Seria simples: se a Presidente Dilma quisesse aprovar urgentemente, em vez
da CPMF, um novo pacto federativo. Nós o aprovaríamos. Se ela quisesse de fato
aprovar a reforma da Previdência, com sua base comprometida não com uma
ideologia, mas com o País, a Oposição estaria aqui à sua disposição. Se a
Presidenta Dilma quisesse discutir o País, nós o estaríamos aqui discutindo. Mas ela
está discutindo poder, uma forma de se manter no poder. Como ela se defende?
Atacando. Não há problema, mas traga para cá aquilo de que o País precisa.
Eu vejo muitos segmentos cobrarem: “Mas a Oposição não vai trazer para
nós uma proposta alternativa?” Como é que nós vamos propor uma nova estrada
para aquele motorista embriagado? Nós temos que tirá-lo do carro, trocar o carro,
trocar o motorista e, a partir daí, sim — quem sabe? —, apresentar uma nova
proposta para o Brasil, para quem está preocupado em fazer gestão.
O Brasil está neste nível exatamente porque não pensaram no País. Faz-se
uma defesa exaustiva de um país que precisa de tanto, de um país que é tão rico e
tem tanto a oferecer para os seus brasileiros, mas que não tem quem possa pelo
menos oferecer isso de forma altiva, de forma transparente.
O Brasil sabe que o seu modelo venceu. O modelo presidencial acabou. Se o
nosso modelo fosse o parlamentarismo, automaticamente já teria caído o Primeiro-
Ministro diante de tanta coisa errada cometida tanto no âmbito da gestão como no
âmbito da ética e da moral.
O nosso problema é que nós esbarramos na Constituição. Esta Casa não
consegue instalar um impeachment; não consegue fazer andar aquilo que é direito,
que é constitucional. Esta Casa não consegue fazer nada porque está impedida por
um sistema vencido, que tem de ser mudado.
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Mas o que o brasileiro quer? O brasileiro suporta todo esse debate? Não.
Como foi citado, estamos chegando a quase 10 milhões de brasileiros
desempregados. Isso desencadeia um problema social fantástico de segurança e de
tantas outras coisas.
Este seria o momento, sim, de um pacto a favor do País, mas um pacto com
quem de fato tenha condições morais, éticas e conhecimento de gestão, que esteja
preocupado com o País e que esteja querendo aplicar no País aquilo que ele
precisar.
O Sr. Arnaldo Faria de Sá - Nobre Deputado Nilson Leitão, V.Exa. fala de
uma coisa importante: este País precisa de um pacto. Como não pode fazê-lo, o
povo paga o pato.
O Sr. Fábio Sousa - Deputado Nilson Leitão, V.Exa. me concede um aparte?
O SR. NILSON LEITÃO - Pois não.
O Sr. Fábio Sousa - Deputado Nilson Leitão, nos momentos difíceis que nós
estamos vivendo no Brasil — V.Exa. os enumera muito bem — podemos ver ainda
Deputados como V.Exa., ciosos de sua obrigação no Parlamento, ciosos da
necessidade de mostrar à população não só tudo de podre e de ruim que está
acontecendo, mas também de apresentar propostas. Parabéns, Deputado! Fico feliz
em fazer parte da bancada com V.Exa.
O SR. NILSON LEITÃO - Agradeço o aparte ao Deputado Fábio Sousa e ao
Deputado Arnaldo Faria de Sá.
Sr. Presidente, para finalizar, quero registrar, com felicidade, a notícia de que
o nosso sempre Líder Deputado Duarte Nogueira — hoje Secretário de Logística e
Transportes de São Paulo —, acusado de forma leviana no episódio da merenda de
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São Paulo, hoje viu a retratação de quem o acusava, limpando seu nome. Nós
sabemos da sua lisura, da sua transparência, da sua honestidade. S.Exa. é, acima
de tudo, um dos homens públicos mais respeitados deste País.
Assim como o colega Duarte Nogueira, tantos outros, às vezes, têm seu
nome jogado na lama, mas depois não conseguem resgatá-lo. Nesse caso vai ser
diferente. O Brasil vai ser passado a limpo. E vai ser passado a limpo exatamente
porque a sociedade quer.
Por isso, a Oposição, junto com todos os partidos que querem o bem do
Brasil, está, sim, abraçando todos os movimentos de rua. E, no dia 13 de março,
vamos, sim, para as ruas gritar contra o modelo que está aí. Vamos, sim, levantar a
nossa voz, junto com a nossa família, com a sociedade brasileira, e pedir o
afastamento da Presidente Dilma.
Só depois disso poderemos apresentar para o País um novo modelo, um
novo projeto, que seja bom para o Brasil e para os brasileiros, e não para uma meia
dúzia. O que nós queremos é um Brasil bom.
Portanto, peço à população: vamos para as ruas no dia 13!
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há uma máxima em política que diz
que um governo somente se sustenta se tiver a seu favor o apoio da opinião
popular. Caso contrário, terá que se valer de meios antidemocráticos para se manter
no poder. No caso de Dilma, o País todo sabe que ela não conta com a aprovação
da população. Ao contrário, seu índice de rejeição chegou a 71% em agosto de
2015, pior avaliação para um Presidente brasileiro em todos os tempos, superando
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até mesmo Fernando Collor. Se Dilma não conta com o apoio da maioria da
população, então somente lhe resta, para continuar no cargo, adotar práticas
contrárias aos princípios da boa governança e que contrariam os deveres a que está
submetido quem ocupa o mais alto cargo da República. E é somente com o objetivo
de permanecer no poder que a Presidente tem pautado sua atuação na Presidência
do Brasil. São dela a propaganda enganosa, as pedaladas fiscais, as mentiras de
que manteria o nível de emprego e a promessa solene de que não aumentaria a
conta de luz. Tudo isso para se reeleger, tudo falso. Garantiu ainda que não cortaria
os programas sociais e não mexeria nos direitos trabalhistas. Mais enganação.
Insistiu, apesar dos dados extremamente contrários, que o País iria “bombar” em
2015. O que “bombou” mesmo foi a corrupção, que impera nos governos do PT
desde 2003, com ficou provado nos casos de desvio de dinheiro público do
mensalão e da Operação Lava-Jato.
A tapeação e a corrupção no Governo Dilma não têm fim, como não têm fim
as denúncias de irregularidades envolvendo pessoas diretamente ligadas à
Presidente. Agora o Ministério Público Federal e a Polícia Federal descobriram
transferências de US$ 7,5 milhões de investigados da Lava-Jato para a conta de
empresa controlada por João Santana e sua esposa e sócia, Mônica Moura,
vinculando dinheiro de propina à campanha da Presidente em 2014.
Com governos sucessivamente envolvidos em denúncias de corrupção,
incompetência administrativa, fisiologismo, descuido para com os interesses da
população, não é de se admirar que o País se encontre em um caos profundo, sem
nenhuma perspectiva de melhora com esse governo que está aí. Pelo contrário, as
previsões são as mais aterradoras possíveis.
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Em seguida, destacamos alguns dos muitos pontos que mostram por que
Dilma enterrou o Brasil.
A proliferação do mosquito que transmite a dengue, a chikungunya e o vírus
zica é um dos fatos mais exemplares do descaso do Governo Dilma com a saúde
pública. Escancara o desleixo em relação à expansão e melhoria dos sistemas de
abastecimento de água tratada, de coleta e tratamento de esgotos.
Os recursos destinados à área de saneamento pelo Governo Federal estão
despencando: neste ano — a queda é de mais de 60%, na comparação com 2015.
Desde 2011 R$ 11 bilhões que deveriam ter sido investidos foram para o lixo.
O resultado de todo esse descaso é que o Brasil ocupa hoje o 112° lugar
entre 200 países quando se trata de saneamento básico. Cinquenta e dois por cento
da população brasileira sequer possuem serviço de coleta de esgotos. São 35,5
milhões de moradias nessas condições. E apenas 39% do que é recolhido recebem
tratamento adequado. Esse é mais um recorde mundial negativo do Governo Dilma.
A epidemia que aflige o País exige uma competente execução do Orçamento,
com a correta e adequada aplicação dos recursos. Mas isso o PT e Dilma são
incapazes de realizar.
O desemprego prossegue fazendo milhares de vítimas no Brasil e caminha
para uma desocupação em massa. Agora são 9,2 milhões de desempregados em
todo o País, com a estimativa de até superar os 11 milhões já no meio deste ano.
Também estamos assistindo à redução do número de pessoas trabalhando
com carteira assinada. Nos últimos 12 meses, 1,1 milhão deixaram de ser
empregados registrados. Como consequência, temos um aumento do trabalho
menos qualificado e com menores salários.
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Além disso, estão diminuindo as ofertas para profissionais com ensino
superior. Essa é a face mais cruel da maior recessão da história da economia
nacional, que, sem nenhuma perspectiva de melhora, vai aumentar o desemprego.
Não é a toa que a cada 100 brasileiros em idade de trabalho só 53 trabalham.
As políticas econômicas equivocadas do Governo Dilma fizeram uma vítima
fatal para o desenvolvimento do País: a indústria nacional, que está sucateada. Os
noticiários de hoje revelam que as montadoras de veículos demitiram 14.800
funcionários em 2015. Com a queda de 27% nas vendas de veículos, esse processo
de demissão só tende a piorar. É importante lembrar que a indústria é o setor da
economia que melhor paga a seus empregados e é extremamente importante para a
agregação de valores.
Não existe nenhum exemplo de país desenvolvido que tenha consolidado sua
economia sem um setor industrial forte. Agora, perguntem a Dilma se ela apresentou
um programa estratégico dando prioridade à indústria. Perguntem à Presidente o
que o seu Governo tem feito para enfrentar o principal gargalo que impede o
desenvolvimento do setor, o chamado Custo Brasil, o que ela faz para reverter a alta
carga tributária, a deficiência na infraestrutura, a baixa escolaridade dos
trabalhadores, os encargos sociais e a burocracia, fatores que impedem o aumento
da produtividade industrial.
O Governo Dilma é só retrocesso. E não é discurso da Oposição, mas a triste
realidade de um País que há mais de uma década tem o PT como seu condutor. Por
exemplo, os brasileiros estão retomando o hábito de estocar alimentos, o que era
comum há mais de 20 anos e que tinha acabado com o fim da hiperinflação, uma
conquista do Plano Real. O objetivo é economizar um pouco com as compras em
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tempos de inflação descontrolada e consequente perda do poder aquisitivo dos
salários dos trabalhadores.
Só para lembrar: desde 2011, quando Dilma tomou posse, a inflação está em
alta. Em 2015, atingiu 10,67%, a maior em 13 anos.
Como não consegue reduzir suas despesas, o Governo só tem como solução
para melhorar a arrecadação o aumento de impostos. A volta da CPMF é o novo
mantra de Dilma. Além de atacar o bolso do contribuinte brasileiro, que é quem mais
paga impostos no mundo, a CPMF, como qualquer tributo, é a forma mais recessiva
de aumentar a arrecadação pública. Ao insistir na CPMF, Dilma deixa claro, mais
uma vez, que não tem a menor competência para o cargo que ocupa. O País não
aceita mais aumento de impostos!
A recessão é outra marca do Governo Dilma. O País está ameaçado de
voltar, até 2017, aos mesmos níveis de retração dos anos 1980. Entre 2014 e 2017
o Brasil poderá ter, pela primeira vez na história, 4 anos seguidos de queda no PIB
per capita, com um encolhimento acumulado de 11%.
Os péssimos resultados das contas do Governo Dilma mostram claramente a
sua péssima forma de administrar. Sem reformas estruturais e redução de gastos,
não temos a menor chance de sair da crise atual.
Com indefinições e retrocessos, o Governo que prometia corte de R$ 50
bilhões nas despesas decidiu que a economia será de menos da metade do que ele
próprio havia estimado. A política de Dilma é de corte nos investimentos, que
aquecem a economia, e manutenção de gastos desnecessários. Cadê o corte de 3
mil cargos prometidos na suposta reforma administrativa? A medida provisória que
tratou do assinto cortou só nove cargos!
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Sem nenhum compromisso com o Brasil, as despesas continuam subindo e
as receitas em baixa por causa da recessão econômica. Assim, a meta de
economizar 0,5% do PIB em 2016 para pagar juros da dívida foi para as calendas.
Era mais uma mentira.
O slogan que o PT tentou vender para o País de que é um Governo voltado
para uma Pátria educadora revelou-se uma das maiores propagandas enganosas da
gestão Dilma. De uns anos para cá os supostos avanços na educação brasileira vêm
caindo assustadoramente. Esse é o resultado de seguidos cortes em programas,
atrasos em pagamentos e outros problemas variados causados pela má
administração petista.
Em 2015 o MEC sofreu corte de R$ 10,5 bilhões, o maior entre todos os
Ministérios. A agravante é que no finzinho de 2015 R$ 31 bilhões de royalties do
petróleo que deveriam ser aplicados em educação e saúde foram usados para quitar
as pedaladas fiscais.
O FIES e o PRONATEC foram os programas mais afetados pelos erros do
Governo na área de educação. As vagas oferecidas pelo FIES caíram a menos da
metade em 2015.
Já em relação ao PRONATEC, o Governo cortou pela metade a expansão
prevista até 2018: de 12 milhões para 6 milhões de novas vagas. Já o orçamento
para o programa sofreu corte de 55% neste ano.
Para piorar, o programa Ciência sem Fronteiras foi congelado. Os valores
previstos para este ano são suficientes apenas para manter o número de bolsistas,
sem qualquer ampliação.
Os recursos para o programa sofreram corte de 58% no OGU deste ano.
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O resultado de todo esse desgoverno é que o Brasil vive hoje uma séria crise
de confiança. O descontrole das contas públicas impede o País de reduzir a dívida
pública federal, que deu um salto de 21,7% em 2015, chegando a R$ 2,793
trilhões. É o maior patamar desde 2004. E a dívida deve continuar crescendo. Para
2016 o Tesouro trabalha com a perspectiva de uma dívida entre de R$ 3,1 trilhões e
R$ 3,3 trilhões.
Diante de um cenário econômico extremamente preocupante, contas públicas
totalmente desorganizadas e falência ética, o Governo Dilma não tem nenhuma
credibilidade para alterar o rumo decadente que o PT tem dado para o País.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao
Deputado Chico Lopes, por 1 minuto.
O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu quero fazer um apelo ao Prefeito de Fortaleza: apelo que que procure
uma solução para o aumento de 11,3% no salário dos professores.
Num país que tem como lema Pátria Educadora, não podemos tratar o
professor dessa maneira. Sou apoiador do Prefeito, mas solicito a S.Exa. procure
uma solução para os meus colegas professores.
Muito obrigado, Sr. Presidente, pela sua compreensão.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, retorno à tribuna desta
Casa para mais uma vez destacar a importância da categoria dos professores para
garantir o avanço no desenvolvimento do País. Apesar de muitos avanços e
conquistas nos últimos anos, ainda temos enfrentado alguns desafios que exigem de
nós muito diálogo e negociação, como o de garantir que a valorização dos
profissionais da educação seja exercida plenamente.
A educação é prioridade para o governo da Presidenta Dilma, a partir do lema
Pátria Educadora e da consciência da necessidade de seguir avançando e buscando
novas vitórias, como as significativas conquistas que tivemos nos últimos 12 anos de
governos populares e democráticos. Entre essas vitórias tivemos a conquista
histórica da lei do piso salarial nacional do magistério, bandeira transformada em
realidade após décadas de luta, inclusive contando com emenda de nossa autoria,
que garantiu aos professores direito a um terço da carga horária de trabalho para
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atividades extraclasse. Tal medida vem contribuindo para melhorar a qualidade da
educação, além da qualidade de vida dos professores.
Tivemos ainda o FUNDEB, que garantiu que os recursos da educação
cheguem até a base, aos Municípios, além do Plano Nacional de Educação, o PNE,
aprovado nesta Casa após muitos debates e também com emendas de nossa
autoria. E, ainda, a garantia de destinação de recursos do pré-sal, dos royalties do
petróleo, para a educação, batalha em que muito lutamos nesta Casa e neste
Congresso como um todo, ao lado de Parlamentares combativos em favor da
educação, como o então Senador Inácio Arruda, hoje secretário de Ciência e
Tecnologia do Estado do Ceará.
Contribuímos também para democratizar o acesso dos brasileiros — inclusive
dos professores — ao ensino superior com emenda de nossa autoria à lei do FIES,
que garantiu financiamento de até 100% de curso superior, em contraste com o
antigo limite, de financiamento de no máximo 60%.
Sempre atentos à situação dos professores, queremos hoje nos referir
especificamente a uma situação vivenciada, na atualidade, no Município de
Fortaleza, onde os professores entraram em greve no último dia 12. Acreditamos na
capacidade de se encontrar uma solução e fazemos um apelo à Prefeitura de
Fortaleza para que busque, o mais rápido possível, esse entendimento, com o
retorno às aulas e com a valorização da categoria sendo colocada como prioridade.
A principal bandeira de luta dos professores da rede municipal de Fortaleza,
neste momento, é o reajuste integral de 11,36% previsto pelo Ministério da
Educação — MEC, com base na lei que regulamenta o piso salarial do magistério,
que aqui mencionamos. Em negociação com a categoria, a Prefeitura de Fortaleza
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fez uma contraproposta: pagamento de 5,5% na folha de março retroativo a partir de
janeiro, e os 5,86% restantes entrariam no contracheque dos professores a partir da
folha de agosto, sem pagamento retroativo.
Outro ponto de reivindicação da categoria é a destinação da verba oriunda do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização
do Magistério — o FUNDEF, atual FUNDEB —, que também citamos aqui. A
Prefeitura de Fortaleza recebeu R$ 289 milhões do recurso no último mês de
novembro, devendo ser repassados 60% desse valor para o reajuste dos
professores e os 40% restantes para melhorias de infraestrutura das escolas da rede
pública.
Sabemos da seriedade e empenho dos gestores da cidade de Fortaleza, nas
pessoas do Sr. Prefeito Roberto Claudio e do Secretário de Educação Jaime
Cavalcante, e acreditamos firmemente no pronto interesse dos gestores em
solucionar esses impasses. Sendo assim, fazemos um apelo para que estas
questões sejam resolvidas com a maior celeridade, garantindo que os direitos dos
professores sejam respeitados e preservados, inclusive fazendo-se valer o que já
prevê a lei do piso salarial nacional do magistério, quando estipula a data-base da
categoria para janeiro.
Nós nos colocamos à disposição para contribuir com esse diálogo, em nome
do melhor para os professores, para Fortaleza e para toda a sociedade,
principalmente para os estudantes e pais de alunos de nossa rede pública municipal.
Podemos e vamos superar este momento e chegar a uma solução viável e justa
para todos.
Muito obrigado.
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O SR. MANOEL JUNIOR - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão
de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. MANOEL JUNIOR (Bloco/PMDB-PB. Questão de ordem. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, trago uma questão de ordem em relação ao Conselho
de Ética e Decoro Parlamentar da Casa e queria justamente submetê-la à
Presidência.
Vou iniciar a leitura e, em seguida, eu a encaminharei a V.Exa.
Formulo questão de ordem, Sr. Presidente, com base no art. 95 do Regimento
Interno da Câmara dos Deputados, quanto à interpretação do inciso XVII do art. 41 e
do caput do art. 40, ambos do Regimento Interno, em relação ao inciso LXXVIII do
art. 5º da Constituição Federal, pelas seguintes razões: na reunião do dia 9 de
dezembro de 2015 do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o Sr. Deputado
Carlos Marun, do PMDB de Mato Grosso do Sul, arguiu o impedimento do
Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Sr. Deputado José Carlos
Araújo, do PSD da Bahia, como se colhe do seguinte trecho das notas taquigráficas:
“O SR. PRESIDENTE (Deputado José Carlos
Araújo) - É uma questão de ordem?
O SR. DEPUTADO CARLOS MARUN - É uma
questão de ordem, sim, Sr. Presidente, pedindo o
impedimento de V.Exa.
O SR. PRESIDENTE (Deputado José Carlos
Araújo) - Recolho a questão de ordem de V.Exa.”
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Sr. Presidente, em outra oportunidade, no dia 17 de fevereiro, o Deputado
Wellington Roberto fez uma questão de ordem similar, que também foi recolhida
pelo Presidente, mas não respondida.
Por isso, Sr. Presidente, formulo a questão de ordem pautada nesses artigos.
Solicito à Mesa a análise e a deliberação quanto a esta questão de ordem
oportunamente.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Perfeitamente. Recebo a
sua questão de ordem e a encaminho à Mesa Diretora para decisão.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao
Deputado Arnaldo Faria de Sá, do Bloco/PTB de São Paulo, por 1 minuto.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, eu queria registrar que a nova Presidente do Tribunal
Regional Federal da 3ª Região, Cecília Marcondes, tomou posse ontem. Eu tenho
certeza de que ela fará um brilhante mandato ao lado do Vice-Presidente Mairan
Maia e da Corregedora Therezinha Cazerta.
Eu estive presente na posse representando a nossa Casa, que, sem dúvida
nenhuma, foi extremamente concorrida. A posse foi um grande trabalho realizado
pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
No Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, tomou posse o novo
Presidente, Dimas Ramalho, que foi Deputado Federal, nosso colega nesta Casa; o
Vice-Presidente Sidney Beraldo; e o Corregedor Renato Martins. Foi uma posse
também bastante concorrida no Largo São Francisco, como a do TRF, na
Assembleia Legislativa, mostrando efetiva participação.
Sr. Presidente, eu quero aproveitar a oportunidade para lamentar que se
queira culpar a Previdência por toda essa crise econômica que estamos vivendo. Os
responsáveis pela crise são a PETROBRAS e os fundos de pensão e não os
trabalhadores
Hoje há quase 10 milhões de desempregados. Se eles estivessem
empregados, haveria recurso suficiente para a manutenção da Previdência. Nós não
podemos prejudicar ainda mais os trabalhadores. Eles não deram causa a nada. A
culpa é da situação econômica. Não se pode querer culpar os aposentados e
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pensionistas por essa situação. Lamento que alguns pares desta Casa acabem
embarcando nessa canoa furada.
Eu queria cumprimentar a bancada do PT, que, mesmo sendo da base do
Governo, já disse que não aceita essa reforma. Nós não podemos compactuar com
isso. Infelizmente, aqui há muito filho de chocadeira, que não deve ter pai nem mãe.
Não à reforma da Previdência! Não à CPMF!
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Antes de conceder a
palavra ao Deputado Hugo Motta — com a permissão de S.Exa. —, vou conceder a
palavra à Deputada Maria do Rosário, por 1 minuto. Em seguida falará o Deputado
Kaio Maniçoba.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente e Deputado Hugo Motta, eu quero deixar registrado um
pronunciamento que destaca a composição, na última semana, de uma Comissão
Externa destinada a acompanhar as ações referentes à epidemia de zika vírus e à
microcefalia no Brasil.
Sr. Presidente, essa Comissão destina-se a acompanhar várias questões, tais
como: as ações de prevenção, que mobilizam o País; as pesquisas, nas quais o
Brasil tem sido tão importante, uma vez que houve a identificação do nexo entre o
vírus e a microcefalia. E há uma terceira questão fundamental: o atendimento às
crianças que estão nascendo com microcefalia.
Há necessidade de termos uma rede de atendimento adequada para acolher
as famílias, as mães que, muitas vezes, estarão sozinhas no cuidado com essas
crianças, com esses jovens ao longo das suas vidas.
Há necessidade de destacarmos ainda as ações realizadas, através do Plano
Viver sem Limite, para o diagnóstico imediato da doença. Isso porque, quanto antes
for feito o diagnóstico de uma criança com microcefalia, mais rápido se poderá atuar
a partir de protocolos de vigilância e de notificação neonatal.
Foi também tratado no âmbito da Comissão que o Brasil inteiro precisa ter o
mesmo padrão de notificação.
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Quero dizer também que as crianças que nascem com microcefalia, muitas
delas com cegueira, com surdez congênita, são brasileiras e brasileiros que estão
sob a nossa responsabilidade, não exclusivamente das suas mães. Essas mães e
essas famílias devem contar com o nosso total apoio a partir de programas de ação,
como benefícios de prestação continuada, programas que estimulem o
desenvolvimento.
A vida das pessoas com deficiência, Deputado Hugo Motta, é algo em aberto
quando nós as estimulamos, quando nós as incentivamos, quando nós as apoiamos.
Eu creio nisso e nós podemos apoiar...
(Desligamento automático do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Obrigado, Deputada.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Com a palavra o Deputado
Kaio Maniçoba.
O SR. KAIO MANIÇOBA (Bloco/PHS-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, quero registrar que ontem a Prefeita do Município de
Floresta, Rorró Maniçoba, fez um grande evento no esforço de combate ao zika
vírus. Ela visitou o hospital e levou mais médicos e atendentes na área de
enfermagem para o enfrentamento de diversas situações que vêm se alastrando no
Município.
Temos combatido o problema com muita coragem e com muita humildade na
tentativa de conseguirmos, junto com a população de Floresta, melhorar a situação.
Temos que cobrar do Ministro um programa efetivo junto aos Municípios, porque não
podemos deixá-los da forma como estão.
As Prefeituras estão à míngua, esperando por remédios para o combate a
esse vírus que se tem alastrado por todo o Estado de Pernambuco e por todo o
Brasil.
Portanto, eu quero mais uma vez parabenizar a Prefeita pelo seu grande
gesto e pela grande atitude de enfrentamento, de combate ao zika vírus e por estar
perto da população neste momento difícil que temos enfrentado no Município de
Floresta.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Com a palavra o Deputado
Danilo Forte.
O SR. DANILO FORTE (PSB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, acabamos de ter uma grande vitória agora —
nós, que somos do Nordeste, eu e o Deputado Hugo Motta —, na Comissão Mista,
na votação do texto substitutivo à Medida Provisória nº 694, de 2015, que trata de
vários temas das áreas financeira e fiscal do Governo.
Nós conseguimos incluir e aprovar a normatização para a renegociação das
dívidas dos pequenos e microprodutores rurais do Nordeste, que tiveram prorrogado
o prazo de pagamento da renegociação das suas dívidas de dezembro de 2015 para
2016 — não havia o ato normativo que possibilitasse essa renegociação.
Agora, com a aprovação da Medida Provisória nº 694 neste momento na
Comissão Mista, passa a dispor o art. 8º:
“Art. 8º Fica autorizada a concessão de rebate para
liquidação, até 31 de dezembro de 2016, das operações
de crédito rurais de valor originalmente contratado até R$
100.000,00 (cem mil reais)”
O § 12 dispõe:
Ҥ 12 Ficam suspensos o encaminhamento para
cobrança judicial, as execuções judiciais” (...)
E também dilata o prazo de prescrição dessas dívidas rurais. É uma grande
vitória, de muita importância para os pequenos produtores do Nordeste, que
estavam sufocados, tendo seus bens executados pelos bancos públicos,
principalmente pelo Banco do Nordeste e pelo Banco do Brasil, por falta de uma
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orientação normativa capaz de possibilitar aos bancos a renegociação dessas
dívidas.
Com a aprovação da Medida Provisória nº 694 na Comissão Mista, ela virá ao
plenário na próxima semana e nós poderemos, com isso, dar a esses produtores
rurais aquilo que tanto facilitará a sua reinserção no mundo dos negócios, a
capacidade de ter novos financiamentos e também a possibilidade de inserção em
novos programas de Governo, tirando a inadimplência, tirando a execução judicial.
Essa é uma grande vitória da bancada do Nordeste!
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao
Deputado Paulo Feijó.
O SR. PAULO FEIJÓ (Bloco/PR-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, rapidamente, antes de o Deputado Hugo Motta nos brindar com seu
discurso no Grande Expediente, eu quero encaminhar pronunciamento, para que
seja dado como lido e publicado, em que eu faço um apelo ao Governador Pezão
em relação à violência no Estado do Rio de Janeiro.
Quero registrar também a presença do Marcelo Delaroli, 1º Suplente do
Partido da República, do Município de Maricá. Ele será também ou Deputado ou
Prefeito daquela cidade e está acompanhado do Vereador Felipe.
Agradeço ao Deputado Hugo Motta por esse espaço.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Obrigado, Deputado.
Está deferido o pedido.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. Deputadas; Srs. Deputados, senhoras e senhores
presentes, senhoras e senhores, crianças, jovens, pessoas com deficiência que me
acompanham pela Rádio Câmara, TV Câmara, Internet, redes sociais, inclusive pela
Língua Brasileira de Sinais — LIBRAS, em particular os ilustres cidadãos do meu
Estado, Rio de Janeiro, a quem tenho o orgulho de aqui representar, retorno à
Câmara de Deputados para falar em nome das famílias, dos pais, dos cidadãos de
bem do interior do Estado do Rio, que cada vez mais se deparam com notícias de
uma escalada acelerada da violência em cidades de pequeno e médio porte.
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Tenho afirmado que é preciso que o Governador do Estado do Rio de Janeiro,
Luiz Fernando Pezão, adote medidas mais efetivas em benefício da melhoria da
estrutura pública fluminense, com melhores salários para os policiais e detetives,
com equipamentos e veículos, delegacias e batalhões operacionais, entre outros.
É lamentável que o Governo do Estado do Rio de Janeiro se comporte de
maneira cada vez mais equivocada, revelando ausência de política de segurança
pública, o que tem contribuído para a não produção de resultados e o mascaramento
da violência nas comunidades.
Eu tenho me perguntado quantas vezes teremos que nos deparar com
notícias de sequestros em cidades de médio e pequeno porte, de homicídios, guerra
do tráfico, atentado contra menores, entre as notícias ruins que tomam conta do
noticiário de forma crescente, sem que o Governo do Estado do Rio de Janeiro
consiga gerar uma alteração no quadro de insegurança pública.
Ao longo de meus últimos mandatos como Deputado Federal, Sr. Presidente,
me manifestei várias vezes sobre a forma como a violência aumenta nas cidades do
interior fluminense sem que o Estado consiga combatê-la com eficiência.
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, houve um aumento de
55,3% no primeiro semestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano
passado.
É preciso registrar que, apesar de assustadores, os números ainda estão
aquém da real situação da segurança pública no Rio de Janeiro.
Na conclusão deste discurso, reitero a cobrança das ações necessárias do
Governo do Estado para corrigir as distorções de sua política de segurança pública
para que as famílias do interior fluminense possam voltar a viver dias de paz.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao
Deputado Hugo Motta. S.Exa. dispõe de 25 minutos.
O SR. HUGO MOTTA (Bloco/PMDB-PB. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em tempos de crise, seja social, seja
institucional ou econômica, a exemplo dessa pela qual o Brasil passa, urge a
necessidade de se promoverem alterações nas formas de lidar com os problemas,
assim como nas formas de intervenção dos mais diversos atores sociais nas esferas
da sociedade.
No Brasil, há muita discussão em torno do que pode ser feito para extirpar de
vez condutas corruptivas, avaliar e descobrir a origem dessas ações que lesam o
patrimônio público. As acusações sem provas ou a falta de apresentação de fatores
determinantes de causa têm estimulado, mesmo que quase sem querer, a
compreensão equivocada do que realmente é passível de punição e de quais tipos
de punição agentes envolvidos em atos ilícitos podem sofrer.
Vivemos em um tempo de crises. E todas as crises pelas quais estamos
passando estão interligadas, também, por um elo desinformante. A falta de
entendimento da realidade do País, do seu desenvolvimento histórico e das
reconfigurações que acontecem no cotidiano fazem com que o abismo entre os
indivíduos que pensam de maneira diferente, mesmo que esta maneira seja advinda
do processo de formação da sociedade democrática, fique maior, gerando
instabilidade emocional e insegurança física e psicológica.
Por muitas vezes, encontramos acusações, xingamentos e ameaças nas
redes sociais virtuais e nos mais diferentes lugares, como praças, filas de
supermercado, universidades, calçadas. Há uma generalização do mau humor
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permeando o nosso dia a dia, de uma necessidade de cobrança por consertos na
política, na economia, nas religiões e em outras expressões culturais. Essa cobrança
por consertos é um dos pontos importantes para aprimorarmos os mecanismos de
convivência em sociedade. No entanto, não significa em si, enquanto forma, a
maneira adequada de promoção de mudanças.
Temos acompanhado a sofreguidão do Governo Federal, nos últimos meses,
para retomar o crescimento econômico e, consequentemente, o social. Essa falta de
rumo vem sendo bem representada nos gestos da Presidente da República, Dilma
Rousseff.
Estamos vivendo um momento no qual há um Governo com um partido
repartido, com cacos de base espalhados por todos os lados, para todas as
direções, menos em direção ao fortalecimento de sua legitimidade. E esse fato não
está se dando por mero capricho dos componentes da antes chamada base aliada,
mas pela ingerência político-administrativa que permeia todos os atos de
interlocução do Governo Federal.
Além disso, os pronunciamentos vazios dos diversos líderes políticos
alimentam apenas os noticiários. E ações que tragam resolução em pequeno, médio
e longo prazo para os problemas não existem de maneira concreta, não são postas
em prática. O rebaixamento da nota brasileira pelas agências de risco, fazendo com
que o País perca o selo de bom pagador e não seja visto como um lugar confiável
para novos investimentos, é um fato que demonstra com mais clareza a perda de
credibilidade econômica pela qual passa o País, trazendo à tona a incapacidade
técnica do Governo Federal em agir de maneira rápida e eficaz para retomar o
crescimento. A partir disso, tenhamos certeza, pipocam pelos quatro cantos
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discursos inflamados e generalistas que em nada acrescentam à resolução dos
problemas econômicos.
Mais uma vez, veremos um espetacular desfile de opiniões sobre o que
poderia ter sido feito, muitas afirmações do tipo: “Eu avisei que isso ia acontecer” e
nada de proposta concreta que venha a reduzir os impactos negativos no dia a dia
do brasileiro.
Sim, o Brasil vive uma crise institucional! E não é uma crise inteiramente entre
instituições, mas, e principalmente, entre instituições e cidadãos. O olhar da
população voltado para as instituições está carregado de valores negativos.
Naturalmente, surge a ideia de que todos os políticos são corruptos e de que todos
os membros do Judiciário manobram suas decisões em consonância com o
interesse político — interesse político dos próprios políticos e/ou dos outros agentes
e situações. É como se o sistema societário do qual fazemos parte não tivesse uma
fluidez que aponte para o positivo, que gere bem-estar para os cidadãos, mas um
fluidez sempre para a obtenção do poder pelo poder. Aí, acredito eu, reside o
sentimento brasileiro atual de descontentamento.
Aqueles que obtiveram a confiança depositada nas urnas para representar a
sociedade e promover mudanças são os que estão sendo estampados com
expressividade nos noticiários negativos, que estão sendo desnudados em suas
reais intenções diante do Erário.
O Sr. Manoel Junior - Deputado Hugo Motta, V.Exa. me permite um aparte?
O SR. HUGO MOTTA - Pois não, Deputado Manoel Junior.
O Sr. Manoel Junior - Deputado Hugo Motta, é uma alegria muito grande,
como seu conterrâneo e seu correligionário, fazer um aparte a V.Exa., pela primeira
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vez na tribuna desta Casa. V.Exa., que já é um Deputado experiente, de segundo
mandato, tem uma folha extraordinária nesta Casa, prestando serviços não só à
Paraíba, mas também ao Brasil, e traz um discurso maduro e profundo sobre o
momento que o nosso País vive. Há 1 ano, eu dizia justamente isso, que nós
estávamos travando uma luta não só contra a crise política, a crise econômica, a
crise ética e moral que estamos vivendo — e vem se arrastando —, mas,
principalmente, contra a crise de confiança para dentro e para fora em nosso País.
É, sem dúvida nenhuma, um momento de reflexão para estancarmos essa sangria
absurda que leva ao desemprego, que leva ao descrédito do Brasil lá fora e faz com
que nos apequenemos diante do agigantamento dessa crise de confiança nas
nossas instituições. Parabéns a V.Exa., que, com certeza, terá um futuro
extraordinário na política. Quem sabe, no futuro, estarei como seu eleitor, votando
em V.Exa. para governar o meu Estado, a Paraíba. Parabéns!
O SR. HUGO MOTTA - Agradeço a V.Exa., Deputado Manoel Junior,
Deputado experiente, que já foi Prefeito, Deputado Estadual, Deputado Federal e
haverá de ser o próximo Prefeito da Capital do nosso Estado, João Pessoa,
representando tão bem o nosso partido, o PMDB.
Ouço o Deputado Danilo Forte.
O Sr. Danilo Forte - Deputado Hugo Motta, vejo com alegria que o povo
brasileiro tem hoje uma esperança. E a esperança reside exatamente nos jovens,
assim como V.Exa., que pensam num Brasil para frente. Nós não podemos nos
acovardar diante de um momento tão aflitivo da vida nacional. Por um lado, há um
descrédito, um desgoverno que é incapaz de resolver os nossos problemas do
cotidiano e de sinalizar alguma alternativa para recolocar o Brasil na trilha do
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desenvolvimento, seja econômico, seja social. Por outro lado, há a omissão dos
homens públicos, na sua maioria, que não têm a capacidade de harmonizar
exatamente um projeto capaz de retirar o País desta crise. Eu espero que este
Congresso Nacional, que esta Câmara siga o exemplo das suas palavras e possa
agora, buscando exatamente as pessoas de bem que têm compromisso com a
Nação, construir um projeto político capaz de tirar o Brasil da monotonia, da crise, da
deflação, do desespero que muitas vezes acomete as pessoas por falta de
perspectiva. É um país grande, um país rico, um país maravilhoso, de um povo
muito carinhoso, de um povo afetivo, mas que precisa de energia. E a energia está
na sua juventude. Parabéns, Deputado Hugo Motta!
O SR. HUGO MOTTA - Agradeço a V.Exa.
Deputado Danilo Forte, Deputado Fernando Monteiro e Deputado Kaio
Maniçoba, aqui presentes, foi justamente o que nós procuramos trazer em um
momento difícil que o País vive. É em um momento como este que o Deputado tem
a oportunidade de trazer as suas preocupações. Diante deste cenário, nós não
poderíamos aqui debater outro assunto. É uma crise que assola desde o menor
Município até o maior partícipe das receitas, que é o Governo Federal. Nós
precisamos aqui, no Congresso Nacional, ter essa agenda. Nós precisamos não
apenas — quem faz oposição — apostar que as coisas têm que dar errado para
poderem dar certo, para o projeto político de alguns, ou que as coisas têm que
continuar dando certo, para que outros partidos mantenham o poder. Ao largo de
tudo isso está a população, olhando para nós, sofrendo muito mais do que nós e
esperando respostas rápidas, porque o País não aguenta sangrar por muito tempo.
O desemprego está crescendo, a inflação está batendo à porta das pessoas, a
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recessão está chegando a todos os setores produtivos, e nós, aqui, sem encontrar o
mínimo de entendimento para tirar o País da crise.
Foi justamente com essa preocupação, Deputado Danilo Forte — e eu
agradeço a V.Exa. o aparte —, que nós trouxemos este tema à tribuna.
Ouço o Deputado Alberto Filho.
O Sr. Alberto Filho - Deputado Hugo Motta, quero, primeiramente,
parabenizá-lo pelo seu pronunciamento, que narra a pura realidade do nosso País.
Eu tenho certeza, Deputado, de que está em nossas mãos a responsabilidade,
juntamente com o Poder Executivo, de tirar o nosso País dessa crise, de salvar o
nosso País. Eu tenho certeza de que aqui existem homens e mulheres sérios. Nós
temos um Governo Federal que também busca caminhar de forma correta. Eu tenho
certeza de que logo mais nós tiraremos o nosso País do buraco em que ele está.
Nós temos que acabar aqui no Congresso Nacional com aquele discurso do “quanto
pior, melhor”. Nós temos, sim, que avançar, olhar para o futuro, debater e trazer
ideias novas, para que possamos ver o nosso País continuar com o crescimento que
tinha em anos anteriores, um País que se vinha destacando entre as maiores
potencias mundiais. Eu tenho certeza de que vamos voltar àquela realidade em que
o povo brasileiro tinha orgulho do seu País e tinha orgulho dos políticos que os
representavam no Congresso Nacional. Assim, nós vamos caminhar no rumo certo.
Parabéns, Deputado Hugo Motta! Parabéns pela sua trajetória política aqui no
Congresso Nacional! V.Exa. se vem destacando nesta Casa, como Presidente da
CPI da PETROBRAS, com a apresentação de projetos visando ao desenvolvimento
do nosso País e, recentemente, com a disputa na eleição pela Liderança do nosso
partido, o PMDB, o maior partido desta Casa. E eu tenho certeza de que foi um
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aprendizado muito grande para V.Exa. Então, parabenizo-o aqui mais uma vez.
V.Exa. sabe do carinho e da amizade que eu tenho por V.Exa. Nós estaremos
sempre juntos como jovens políticos aqui nesta Casa. Apesar de jovem, V.Exa. está
no segundo mandato, assim como eu, mas nós temos todo um futuro pela frente
para poder ajudar o nosso Brasil a se desenvolver ainda mais. Parabéns! Muito
obrigado.
O SR. HUGO MOTTA - Eu agradeço a V.Exa. É uma honra ser Deputado
aqui, pela segunda vez, ao lado de V.Exa., que tão bem representa Bacabal e o
Maranhão nesta Casa.
Concedo um aparte ao Deputado Augusto Coutinho e, em seguida, aos
Deputados Fernando Monteiro e Kaio Maniçoba.
O Sr. Augusto Coutinho - Deputado Hugo Motta, serei rápido. Não vou
subtrair o pouco tempo que V.Exa. tem. Veja a demonstração de carinho de todos
estes companheiros que aqui estão para lhe fazer um aparte. Quero só fazer uma
constatação. Eu privo da sua amizade, tenho convicção disso, nós somos sofredores
nordestinos, e eu quero apenas registrar que, nesta Casa, apesar da pouca idade,
V.Exa. tem desenvolvido um trabalho muito sério, muito dedicado e que orgulha, eu
tenho certeza, toda a Paraíba. Então, fica só o registro a V.Exa., pelo seu perfil de
político, por ser uma pessoa que, eu tenho certeza, tem muito ainda a produzir pelo
Brasil e pela Paraíba. Parabéns, Deputado!
O SR. HUGO MOTTA - Muito obrigado, Deputado Augusto Coutinho. A
admiração e a amizade são recíprocas, pode ter certeza disso.
Concedo um aparte ao Deputado Fernando Monteiro.
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O Sr. Fernando Monteiro - Deputado Hugo Motta, eu fico muito orgulhoso de
participar do seu ciclo de convívio. Uma vez eu ouvi um poeta francês dizer uma
frase que se iniciava assim: “Se os novos soubessem e se os velhos pudessem...”. E
fico feliz porque vejo nessa frase que V.Exa. hoje, mesmo novo, tem a experiência
na condução política. V.Exa. é um líder nato, é um líder que traz, neste momento,
nesse seu discurso, a palavra que precisamos. O ano de 2015 foi muito difícil, um
ano de muita divergência, um ano do “quanto pior, melhor”. Mas, em 2016, nós
Parlamentares temos a obrigação de, junto com o Governo, trocar divergência por
convergência. Digo convergência porque, acima de qualquer projeto político tem que
estar o povo. Por isso, Deputado Hugo Motta, fico feliz quando V.Exa. aborda este
assunto. Mesmo na sua juventude, V.Exa. traz experiência, diálogo. Isso significa
que V.Exa. tem capacidade para liderar. Então, continue liderando a Paraíba,
continue liderando os jovens e continue liderando seus amigos. Com certeza, o
futuro o espera. V.Exa. já sabe que será Governador da Paraíba! E eu quero ser seu
secretário! (Riso.) Tenha sucesso. E que seu caminho continue nesse sentido.
O SR. HUGO MOTTA - Eu agradeço a benevolência das palavras de V.Exa.,
que tão bem representa o Estado de Pernambuco. Eu não tenho dúvida de que, pelo
trabalho que vem fazendo, V.Exa. vai ter não só o reconhecimento da população,
como também vai ajudar Pernambuco, alçando voos ainda maiores na política.
Ouço o Deputado Kaio Maniçoba e, em seguida, o meu conterrâneo
Deputado Marcondes Gadelha.
O Sr. Kaio Maniçoba - Deputado, como seu amigo e admirador, eu não
poderia deixar de vir aparteá-lo, no momento em que V.Exa. traz um assunto tão
importante para a sociedade brasileira e tem a grandeza de fazer esse debate nesta
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Casa. V.Exa. demonstra sua qualidade de homem público e seu espírito público, ao
vir trazer este debate, propor este diálogo à Casa. Quero aqui registrar o meu
carinho e a minha admiração por V.Exa., que vem fazendo um grande trabalho nesta
Casa, um sofredor nordestino como eu, que entende de seca, entende das mazelas
por que o Brasil vem passando e que nós sentimos na pele, sendo V.Exa. do Sertão
da Paraíba, e eu, do Sertão pernambucano. Venho acompanhando o crescimento de
V.Exa. nesta Casa, já no seu segundo mandato. Nós que começamos agora tivemos
o prazer de estar ao lado de V.Exa. numa das mais importantes CPIs desta Casa.
Sei do trabalho e da qualidade de V.Exa. à frente daquela CPI. Deixo aqui meu
abraço, meu carinho e minha admiração. Com certeza, como disseram outros pares
aqui, queremos vê-lo no Governo da Paraíba para chegar a voos mais altos. Um
forte abraço.
O SR. HUGO MOTTA - Agradeço ao Deputado Kaio Maniçoba, que está no
seu primeiro mandato, mas demonstra grande desenvoltura aqui, representando o
povo pernambucano.
O motivo de trazer à tribuna este discurso, Deputado Kaio Maniçoba —
V.Exa. convive numa mesma realidade em que eu convivo —, é justamente para
mostrar o que o Sertão nordestino tem passado com essa crise, agravada ainda
mais pela falta de recursos, e que, muitas vezes, os gestores que estão na ponta
não têm condições de responder à população na rapidez que merece e precisa. Nós
temos a responsabilidade de discutir a crise aqui, sempre buscando uma solução
para os problemas.
Muito me honra ouvir o ex-Senador, Deputado por vários mandatos, meu
conterrâneo e homem por quem tenho grande admiração, Marcondes Gadelha.
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O Sr. Marcondes Gadelha - Nobre Deputado Hugo Motta, eu quero louvar a
iniciativa de V.Exa. de trazer à colação este tema maior, mais importante e que mais
aflige a nacionalidade neste momento, a crise econômica, social, política e moral
que se abate sobre a Nação. Eu quero me acostar a esses cuidados e
preocupações que V.Exa. vem revelando ao longo do seu discurso e acrescentar um
a mais, nobre Deputado Hugo Motta, que é o custo financeiro da administração: 47%
do Orçamento deste País vão para juros e amortização da dívida pública interna do
Brasil. Isto é mais de três vezes o orçamento da saúde, da educação e da
segurança, somados. Sei que V.Exa. vai detalhar toda essa temática, mas eu já lhe
antecipo esse cuidado e essa preocupação. No mais quero revelar a minha
admiração pelo desempenho de V.Exa., pela seriedade e pelo senso de
responsabilidade com que se tem aplicado ao seu mister de Deputado, de
representante da nossa Paraíba, e, sobretudo, por ver V.Exa. apresentar-se como
uma das mais gratas revelações da política no cenário nacional. Espero que V.Exa.
continue e cresça sempre. E eu sigo o caminho ainda há pouco apontado pelo
Deputado Manoel Junior: espero que um dia possa votar em V.Exa. também para
Governador do nosso Estado.
O SR. HUGO MOTTA - Muito obrigado, Deputado Marcondes Gadelha.
Recebo suas palavras como a mais alta congratulação.
Eu não tenho dúvida de que essa discussão sobre o enxugamento do
tamanho do Estado é, sem dúvida alguma, fundamental para que tenhamos um País
em crescimento e em desenvolvimento.
Muito grato pelo seu aparte!
Concedo um aparte ao Deputado Cabo Sabino.
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O Sr. Cabo Sabino - Deputado Hugo Motta, eu o parabenizo pelo
posicionamento. Agora nós perguntamos ao povo brasileiro e a esta Casa: será que
nós não temos dado a nossa contribuição aqui, muitas vezes sobrepondo ao povo
brasileiro também essa ajuda, quando autorizamos mudanças nos direitos
trabalhistas dos trabalhadores, quando aqui temos votado medidas impopulares
para ajudar o Governo a reerguer a economia do nosso País? Temos feito isso
muitas vezes a contragosto, mas acreditando que quem está à frente, dirigindo esse
trem chamado Brasil, vai ter condição de colocá-lo nos trilhos novamente, no
caminho do crescimento. Mas nos parece que o pedir não tem medida, porque está
sempre pedindo mais. E isso impõe ao povo brasileiro uma sobrecarga e uma
divisão, um pagamento de uma conta, de uma fatura de uma dívida que o povo não
contraiu.
O SR. HUGO MOTTA - É verdade.
O Sr. Cabo Sabino - Prova disso, Deputado Hugo Motta, é a volta da CPMF.
Eu sei que os Municípios querem que a alíquota chegue a 0,38%, porque é interesse
dos Municípios ficarem com 0,18%. Mas o povo merece pagar por um erro
administrativo? Eu não tenho como historiar os 4 anos anteriores, porque não estive
nesta Casa na Legislatura passada. Mas, nesta Legislatura, eu tenho presenciado e
participado do que esta Casa tem feito. E ela tem feito, sim, o seu papel como
coadjuvante e como ajudador do Governo Federal em tudo aquilo que ele manda
para esta Casa, votando, sob o pretexto de que vai melhorar as condições do povo
brasileiro. Mas eu só tenho visto pesar essas condições ao povo brasileiro.
Parabenizo V.Exa. pelo pronunciamento e pela concessão do aparte.
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O SR. HUGO MOTTA - Agradeço a V.Exa. o aparte e concordo em número,
gênero e grau com as suas afirmações.
Concedo um aparte ao Deputado Marcelo Aro. Em seguida, concederei um
aparte ao Deputado Mauro Pereira.
O Sr. Marcelo Aro - Deputado e colega Hugo Motta, foi com alegria que corri
pelos corredores desta Casa, agora, em direção a este plenário, para fazer um
aparte ao pronunciamento de V.Exa. Fiz questão de vir aqui, pessoalmente,
parabenizá-lo por tudo o que tem feito, por todo o trabalho que V.Exa. tem feito, não
só pelo povo do seu Estado, mas também pelo povo brasileiro. Deputado Hugo
Motta, eu tenho a alegria de dizer que, independentemente das siglas partidárias,
hoje V.Exa. é um grande líder nesta Casa. É o nosso líder nesta Casa. Nós não
somos do mesmo partido, mas tenho em V.Exa. um líder. Converso com V.Exa.,
peço-lhe sugestões, compartilho dificuldades, conversamos sobre méritos de
projetos que passam por aqui e sempre escuto a voz de V.Exa., levando nossos
colegas partidários àquilo em que V.Exa. nos instrui. V.Exa. sai do episódio da
semana passada muito maior do que entrou. Eu não tenho dúvida disso. E já lhe
disse que verei V.Exa. não só como Governador do seu Estado, mas, tenho certeza,
em breve, ali no Planalto, representando todos nós como Presidente da República.
Falo isso não para lhe agradar, mas pela sua qualidade, pela sua postura ética e
moral nesta Casa, além do dom da liderança, um dom dado por Deus a V.Exa.
Parabéns, Deputado Hugo Motta! Conte comigo e com o nosso partido e vamos
juntos mudar o nosso País!
O SR. HUGO MOTTA - Deputado Marcelo Aro, agradeço a V.Exa. as
palavras. V.Exa. chegou a esta Casa recentemente e já lidera tão bem o PHS, num
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papel de protagonismo, sempre ao lado do povo mineiro e do povo brasileiro, com a
experiência de Vereador, representando o belo Estado de Minas Gerais, motivo de
orgulho do povo mineiro. Agradeço a V.Exa. o aparte.
Concedo um aparte ao Deputado Mauro Pereira.
O Sr. Mauro Pereira - Deputado Hugo Motta, sou do PMDB do Rio Grande
do Sul e tive a oportunidade, desde fevereiro de 2015, de conhecer e de trabalhar
com V.Exa. Eu quero dizer ao povo da Paraíba que, quando se trata de uma pessoa
que fala olhando no olho, que respeita os colegas e que se preocupa com os
problemas do País, com os problemas do Estado, com os problemas da cidade, este
é, sem sombra de dúvida, um político que merece todo o respeito. E V.Exa. é isto:
uma pessoa que se preocupa não só com o seu Estado, com os seus Municípios,
mas também com os demais Estados da Federação, inclusive já me ajudou a
resolver demandas do meu Estado. Eu quero dizer que é um orgulho, um privilégio
ter uma pessoa como V.Exa. fazendo parte do nosso PMDB. Eu tive a oportunidade
de votar em V.Exa., mas nós não chegamos lá, nós que, com certeza, queremos o
melhor para o PMDB e o melhor para o nosso País. Vamos olhar para frente, porque
o futuro precisa do nosso trabalho e da nossa dedicação. Muito obrigado. Parabéns!
O SR. HUGO MOTTA - Eu agradeço a V.Exa., um Deputado de Caxias do
Sul que tão bem representa aqui o povo gaúcho. Eu tive a honra de contar com seu
apoio na nossa caminhada.
Eu quero só pedir ao Presidente um pouquinho de paciência — já estava
terminando o discurso —, diante do grande volume de apartes, para concluir aqui
rapidamente o meu pensamento.
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O cansaço bateu à porta do brasileiro. Ele pesa nos ombros e na consciência,
sendo a prova de que confiar e delegar autoridade não foi boa escolha. Talvez — e
aqui abro um tema que julgo importante buscarmos compreender e aprimorar — a
forma de representação dos Poderes esteja arraigada e sendo desenvolvida única e
exclusivamente no sentimentalismo de reconhecer no outro a capacidade de
administrar nossos males. A representatividade política do Brasil está diretamente
ligada aos cidadãos individualmente aptos a satisfazer as necessidades de uma
determinada sociedade. É o Vereador das causas comunitárias, o Prefeito herói, o
Presidente pai dos pobres, o Senador experiente, o jovem e seus novos ideais e
assim por diante, personificando-se em um e em outro a solução dos nossos
problemas.
Todos os perfis trabalhados com a intenção de conquistar o voto através dos
déficits identificados nas mais diversas regiões do País, camuflando em solução
absoluta o indivíduo que é componente de um todo, que deveria interagir e ser
harmônico, é um dos componentes do elo desinformante.
É necessário o debate, na mesma medida em que é necessário começarmos
o processo contínuo de educação. Nossa sociedade já sabe do que precisa. Agora,
precisamos construir, objetivamente, os meios para alcançar o nosso alvo.
A união da classe política brasileira em torno dos temas que afligem o nosso
País é necessária. O diálogo, mais do que nunca, deve ser a arma principal a ser
usada por nós. E aí me incluo. Mais uma vez, peço que cada um de nós coloque a
mão na consciência. Peço isso com o desejo de mudarmos verdadeiramente o
cenário político no qual estamos inseridos.
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A população está cansada de receber dos jornais e compartilhar nas redes
sociais as misérias que assolam nosso Brasil. E, neste momento, reafirmo a
necessidade de tomarmos uma atitude com relação aos rumos que queremos para o
País.
É preciso uma sinalização real, positiva, do Poder Executivo sobre as
decisões que ele deve tomar para combater a crise econômica e moral. Se nós aqui
no Legislativo não fomos ouvidos e não participamos das decisões equivocadas que
nos trouxeram a esta condição na qual vivemos hoje, acredito que devemos nos
dispor, além de ser nosso papel, a dialogar em favor de encontrarmos soluções que
beneficiem a população.
Não se pode admitir que os gastos públicos cresçam acima da renda
nacional. Precisamos estancar o crescimento da dívida, tornar o Brasil um país
sustentável, com real crescimento econômico, com verdadeiro combate à pobreza e
melhor distribuição de renda.
O Estado precisa estar presente ativamente na realização de mudanças
necessárias à retomada do crescimento. Não se pode, simplesmente, não ter
alternativas e jogar no colo dos que não participaram, repito, das tomadas de
decisão que afundaram o País em grave recessão a responsabilidade de sugerir
algo novo.
Ora, o que pretendo é chamar a atenção para aquilo que é basilar em todo e
qualquer Estado democrático: que a ponte para o diálogo esteja aberta. Só assim
conseguiremos construir um futuro promissor para nossa Nação.
Meu muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao
Deputado Gilberto Nascimento, pastor e delegado, por 1 minuto.
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O SR. GILBERTO NASCIMENTO (Bloco/PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria que V.Exa. autorizasse a divulgação nos
órgãos de comunicação da Casa de discurso que encaminho por escrito, tratando do
problema da taxa de homicídios no Brasil, que, infelizmente, é superior à taxa de
crescimento da população. Temos uma população que cresce a uma taxa de 2%,
mas temos os homicídios crescendo a uma taxa de 5% a 6% ao ano.
É profundamente lamentável vivermos em um país no qual 58 mil pessoas
estão perdendo a vida a cada ano, vítimas das armas de fogo, vítimas da violência
que se alastrou totalmente no País, onde, infelizmente, não existe política pública de
segurança. Isso, volto a dizer, é profundamente lamentável.
Quero também parabenizar a polícia de São Paulo, que tem feito um grande
trabalho. Hoje, inclusive, o Secretário de Segurança Pública anunciou a redução do
número de homicídios em São Paulo. Enquanto, infelizmente, no País nós temos de
38 a 40 homicídios a cada 100 mil habitantes; em São Paulo, felizmente —
infelizmente ainda, porque o ideal seria zero —, temos de 7 a 8.
Sr. Presidente, peço a V.Exa. que o meu discurso seja divulgado nos meios
de comunicação desta Casa.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Está deferido o pedido de
V.Exa.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no Brasil, apesar da nossa poderosa
estrutura eletrônica, leva-se até 3 anos para ministrar uma informação de homicídio.
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O Mapa da Violência que dispomos hoje é fruto do esforço de organizações para se
obter dados confiáveis sobre óbitos, para que possamos estudar e analisar suas
causas e a reincidência dessas causas. As informações mais confiáveis que
obtemos vêm da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Organização
Mundial de Saúde (OMS), juntamente com informações sobre mortalidade do
Ministério da Saúde. Essa foi a conclusão da palestra realizada em abril de 2015, na
Câmara dos Deputados, pelo Dr. Waiselfisz, representante da UNESCO.
Com o cruzamento de dados levantados pelo IBGE, cuja margem de erro está
em mais ou menos 2%, a taxa de homicídios no Brasil vem aumentando entre 5% e
6% ao ano, sendo o aumento da violência rural um dos principais motivos. Sua
maior reincidência continua sendo verificada nas capitais e regiões urbanas.
Entre 1980 e 2012, um período de 32 anos passados: pessoas vítimas de
homicídio foram 1 milhão 202 mil 245, sendo que, dessas, 637.296 eram jovens
(53%), tendo a taxa de homicídios passado de 11,7 em cada 100 mil habitantes para
29 em cada 100 mil. E na década de 1993 a 2002 houve um incremento de 5,5% ao
ano na taxa de homicídios, muito superior à de aumento da população; depois se
manteve estável.
De 1980 a 2012, pessoas vítimas de acidentes de transporte foram 1 milhão
41 mil 335, sendo que, dessas, 347.894 eram jovens (33,4%), tendo essa taxa
passado de 17,1 para 23. Pessoas que se suicidaram foram 216.211, sendo que,
dessas, 71.301 eram jovens (33%), tendo a taxa passado de 3,3 para 5,3.
O total de vítimas das 3 causas somadas foi de 2 milhões 459 mil 791, sendo
que, dessas, 1 milhão 56 mil 991 eram jovens, ou 43% do total. (Fonte: Dr. Julio
Jacobo Waiselfisz — UNESCO.)
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Atualização de dados.
O Mapa da Violência do Governo Federal, divulgado em 2015, mostra que em
2014 o Brasil teve 25,81 mortes por 100 mil habitantes. Para a OMS — Organização
Mundial da Saúde, o índice acima de 10 por 100 mil é considerado epidêmico. Mais
de 143 pessoas morreram por dia, em média, vítimas de homicídios dolosos,
aqueles em que há a intenção de matar, somando só no ano de 2014 um total de
52.336 assassinatos registrados, número 3,8% superior ao do ano de 2013 —
50.413. Nesse mesmo ano houve ainda 2.061 latrocínios, o roubo seguido de morte.
Além disso, 2.368 pessoas morreram em confrontos com a Polícia Militar.
Comparações internacionais realizadas pela UNESCO entre 67 países
indicam que o Brasil encontra-se em 4º lugar nas taxas de homicídios da população
geral e em 5º na da sua população jovem, ficando atrás somente de Colômbia, El
Salvador e Federação Russa. E os homicídios cresceram mais rapidamente no
interior dos Estados, justamente por causa do aumento da violência rural, do que
nas capitais ou nas regiões metropolitanas.
Uma análise pormenorizada sobre as causas de mortalidade no Brasil nos
leva à conclusão de que o quadro é complexo e preocupante. Nosso País ocupa
posições avançadas entre as nações mais violentas do mundo, e é entre os jovens
que as diferenças internacionais tornam-se realmente dramáticas.
As taxas demonstradas no trabalho da UNESCO são 100 vezes superiores às
de países como Áustria, França, Japão, Bahrein ou Luxemburgo.
No Rio de Janeiro, Espírito Santo e Pernambuco, os homicídios são
responsáveis por mais da metade das mortes dos jovens. Nesses Estados, houve
incremento na taxa de homicídios superior ao aumento da população, vitimando
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principalmente jovens e adultos do sexo masculino e de raça negra. Em finais de
semana é que se constatam os maiores números.
Óbitos por acidentes de trânsito também voltam a aumentar nesse período e
afetam fundamentalmente homens, em sua absoluta maioria jovens (83,5%), com
maior incremento em finais de semana, assim como ocorre com a taxa de
homicídios.
Em termos internacionais, nossas taxas de óbitos por acidentes de transporte
são ainda elevadas — ocupamos a 16ª posição entres os 67 países pesquisados, e
na população jovem, a 30ª posição. Nossas maiores proporcionalidades nesse
quesito encontram-se em Vitória, no Espírito Santo; Boa Vista, em Roraima; Goiânia,
em Goiás; Cuiabá, em Mato Grosso; e Palmas, no Tocantins.
A utilização de armas de fogo como instrumento de letalidade vem crescendo
assustadoramente ao longo do tempo, principalmente entre a população jovem. Aqui
devemos considerar dois períodos, ou seja, antes e após a Campanha do
Desarmamento.
O desarmamento não conseguiu reverter o nível de homicídios no Brasil, mas
conseguiu frear uma tendência crescente e acelerada.
No campo dos suicídios, mortes procuradas de livre e espontânea vontade ou
por falta de discernimento, nossas taxas são relativamente baixas, quando
comparadas com as dos outros países do mundo. Ocupamos o posto 57, dentre os
67 países pesquisados. As taxas de suicídios aumentam concomitantemente com a
idade e afetam principalmente os homens (3 em cada 4 suicidas são homens).
Conclusões finais e indicação de mudanças.
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Confrontando todos esses dados, devemos nos perguntar: por que os jovens
na plenitude da vida se suicidam mais que os velhos? Onde estão suas
vulnerabilidades?
O índice de elucidação dos crimes de homicídio é baixíssimo no Brasil.
Pesquisas realizadas, inclusive pela Associação Brasileira de Criminalística,
demonstram que são elucidados entre 5% e 8% dos crimes no País. Esse
percentual é de 65% nos Estados Unidos; 90% no Reino Unido; e 80% na França. E
a elucidação é somente uma etapa. Necessário seria considerarmos outros fatores,
como: rigorosa padronização nos registros de mortes, em todos os Estados e no
Distrito Federal; homicídios não registrados — cemitérios clandestinos, cadáveres
em locais inacessíveis, etc. —, que na estimativa da OMS e do Ministério da Saúde
estariam em algo em torno de 5% e 10% do total; boletins de ocorrência que não
originaram inquérito; flagrantes; toda a etapa posterior à denunciada pelo Ministério
Público, no processo judicial. Se considerarmos todas essas etapas, esse percentual
cai para apenas 3%.
Impera entre setores da mídia e também da segurança pública a visão de que
a violência homicida é resultante do uso de drogas, mas as evidências existentes
apontam em sentido contrário.
Pesquisa realizada em 2012 pelo Conselho Nacional do Ministério Público em
inquéritos policiais de homicídios dolosos concluiu que em nove Estados
preponderam como motivo as afirmações “por impulso” e/ou “motivos fúteis”: São
Paulo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Acre, Santa Catarina, Amapá, Pará, Mato
Grosso, Goiás. Em sete Estados preponderam os crimes realizados por
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profissionais: Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Sul, Espírito Santo,
Distrito Federal e Paraná.
Reconhecendo que essas informações não são totalmente fidedignas, fica em
nós a preocupação com a tolerância e a aceitação do problema por parte das
instituições encarregadas de enfrentá-lo. Faltam mecanismos institucionais que
permitam neutralizar a violência dirigida aos setores vulneráveis ou subalternos da
sociedade. É a culpabilização das vítimas. É necessária ação direta no interior das
instituições encarregadas de fazer cumprir as leis e prevenção contra milícias,
grupos de extermínio, autos de resistência, etc.
Entre a população jovem, os dados são sempre mais agudos. Dividindo a
população em dois grandes grupos — jovens e não jovens —, percebemos que o
panorama da vitimização do jovem é muito maior. Para cada morto não jovem
existem três mortos jovens, ou seja, de cada quatro mortos, três são jovens.
Considerando aqui o fato de que a violência é extremamente masculinizada, há uma
disparidade enorme entre o número de mortos homens e o número de mortas
mulheres.
Seletividade discriminatória.
Outra questão muito significativa é a da cor. Somente a partir da virada do
século, a partir do ano 2000, teve início a caracterização da vítima pela cor, e é
enorme a letalidade da população negra em relação à população branca. A morte da
população negra é duas vezes e meia maior que a da população branca. E entre os
jovens esse dado é ainda mais drástico. Homicídio de jovens brancos representa
30% e de jovens negros está acima de 80%.
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Entre os anos de 2002 e 2012, cai o número de homicídios de brancos e
aumenta o número de homicídios de negros, configurando-se, mais uma vez, a
seletividade dos negros na mortalidade por homicídio.
Nenhuma taxa de homicídio é aceitável. No Brasil, sem nenhum conflito de
fronteiras, sem conflitos étnicos, sem conflitos de línguas, sem conflitos religiosos,
morreram muito mais pessoas do que em conflitos armados ocorridos em sete
países. Aqui temos a Secretaria Nacional da Juventude, o Estatuto da Juventude,
existem programas de enfrentamento à violência, etc. Os programas podem ser
eficientes, mas não são suficientes. Temos que colocar a culpa do crescimento da
violência nos “remédios”. Temos que mobilizar a sociedade e o Governo, de modo
geral, no sentido de modernizar as políticas públicas e incrementar o que já existe.
A verdade é que os homicídios continuam aumentando o extermínio
crescente da população negra, conforme dados disponibilizados pelo próprio
Ministério da Saúde.
É necessário mais rigor nos registros de sepultamento. O óbito deve ser
comprovado com a certidão de registro correspondente, emitida por um médico ou,
na falta deste, por duas pessoas qualificadas que tenham presenciado ou
constatado a morte. Esse documento deve conter idade, sexo, estado civil,
profissão, naturalidade e local de residência do morto, dados indispensáveis na
realização do diagnóstico, informações básicas descritas em lei e que vêm sendo
omitidas em muitos casos de homicídio e, como temos conhecimento, também no
caso das clínicas clandestinas de aborto, situação sobre a qual já estou elaborando
levantamento e vou discorrer sobre ela em outra oportunidade.
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Não podemos citar violência sem antes admitirmos que temos irmãos
excluídos da comida, do remédio, da moradia, da educação, etc. Há que se
considerar nossa realidade social no contexto geral da segurança pública, procurar
saber de que os brasileiros necessitam, deixando-os em paz, sem torná-los
vulneráveis a outras formas de violências e dependências.
Haverei de questionar sempre todos esses quesitos como sendo os principais
mecanismos que levarão a uma correta política de segurança pública.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao
Deputado Paulão, que disporá de 3 minutos.
O SR. PAULÃO (PT-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, colegas Parlamentares, é importante neste Parlamento verificarmos o
processo contraditório no discurso.
O Prefeito Rui Palmeira, de quem tive a oportunidade de ser colega na
Assembleia Legislativa, e que depois foi Deputado Federal nesta Casa, é um dos
arautos contrários à política econômica do Governo. Aliás, faz constantes discursos
contra o novo tributo, que, para mim, é o mais eficaz, principalmente para taxar o
andar de cima, que é a CPMF. O mesmo Prefeito, no entanto, reajusta o tributo do
IPTU na ordem de 10%. Ou seja, é aquela velha máxima de faça o que eu digo... O
Prefeito Rui Palmeira, do PSDB, faz esse processo contraditório. Além disso, ele
implantou agora vários pardais para, em tese, fazer o controle relativo ao fluxo de
carros na capital, só que, com um detalhe, sem fazer o processo licitatório. Mesmo
assim, o debate aqui é pela transparência.
Espero que o Ministério Público Estadual de Alagoas tenha celeridade,
porque neste momento está dormitando ao não fazer o processo, a abertura
legislativa.
Em relação à grave situação da saúde, nós temos, nesses últimos 30 anos,
um aglomerado urbano próximo ao aeroporto, chamado Complexo Benedito Bentes,
com uma população acima de 120 mil habitantes, que só possui uma maternidade
para atender aquele público periférico e carente. O Prefeito, por sua incompetência,
fechou-a recentemente. Não é diferente em relação à educação: ontem, ocorreram
filas, que viraram a madrugada, sem que a Prefeitura desse uma resposta.
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Por último, apresentei, sem ter uma visão sectária, emenda para a Praça da
Juventude, com previsão de recursos próxima a 2 milhões de reais. Mesmo sendo
adversário político, entendi a importância dessa gestão. Mas esse recurso da
emenda está sob risco de se perder, porque não houve uma otimização de gestão
por parte do Prefeito.
Sr. Presidente, deslocando o eixo para outro debate, eu queria registrar a
perda, hoje, do jovem José Cleyton Pinheiro de Souza, dirigente do Sindicato dos
Rodoviários de Alagoas e da Central Única dos Trabalhadores de Alagoas, vítima de
um AVC. Ele tinha acima de 30 anos. O seu enterro será hoje, às 17 horas, no
Cemitério Parque das Flores. Lamento o falecimento desse jovem militante, desse
transformador social. Nós prestamos solidariedade não só aos familiares de Cleyton,
mas a todo o movimento sindical alagoano.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, vivemos tempos muito confusos, de muitas contradições, e
uma delas é o PSDB atacar duramente o ajuste fiscal e a proposta de criação da
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e, por outro lado,
aumentar tributos e outros encargos em suas administrações locais.
A crítica só vale quando o assunto é condenar o Governo Federal, mas nos
Estados não é bem assim. Rui Palmeira, Prefeito tucano de Maceió, por exemplo,
reajustou o IPTU de 2016 em praticamente 10%; ou seja, o maceioense vai pagar a
mais este ano 9,93% em seu IPTU, um forte impacto nas contas do cidadão, que
começa o ano com muitas obrigações a pagar.
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Esse reajuste, num momento de crise da economia, é um dízimo que se dá à
Prefeitura de nossa bela capital, que pretende arrecadar R$100 milhões com o
IPTU.
Na verdade, Rui Palmeira arrochou o bolso do contribuinte, aumentando
todos os tributos da Prefeitura este ano. Quem for pagar o IPTU vai sentir na pele
esse drama. Isso sem falar na fábrica de multas que ele acaba de instituir em
Maceió com a instalação dos pardais.
O Prefeito também precisa explicar exatamente os custos desses pardais.
Conforme denunciou o Vereador Silvânio Barbosa, do PSD, os cofres municipais
estão gastando R$9 milhões com 10 pontos de pardais, com o agravante de não ter
sido feita licitação. Eis, portanto, uma questão para o Ministério Público investigar.
Ano eleitoral é assim mesmo! O Prefeito do PSDB está atacando por todos os
lados, exatamente para tentar esconder seu fraco desempenho como gestor público,
uma vez que a administração de Maceió está paralisada e o que ele tem feito é
pintar faixas na orla, inaugurar lixeira na mesma área e ponto de ônibus.
Falando nisso, houve em Maceió uma licitação de transportes para atrair
novas empresas para atender a demanda da capital; porém, estranhamente, ficaram
as mesmas empresas de ônibus que operavam antes. Até agora a população não vê
melhoria alguma no sistema de transporte coletivo da cidade.
Rui Palmeira precisa ter bom senso e sensibilidade com as demandas da
população e não castigar tanto o contribuinte de Maceió, que já é bastante
prejudicado. É bom lembrar, também, que ele deixou a saúde de Maceió num caos
total, até a maternidade Denilma Bulhões fechou.
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Rui também não se preocupou em construir a Praça da Juventude no
Benedito Bentes, equipamento de quase R$ 2 milhões, cuja verba coloquei à
disposição do Governo do PSDB, e até agora nada foi feito.
A Praça da Juventude é um instrumento de inserção social, pois trabalha com
vários programas de assistência aos jovens e de acolhimento às demandas dos
idosos. Mesmo com os recursos dos Ministério do Esporte à disposição da Prefeitura
de Maceió, o projeto emperrou porque o Prefeito não cumpriu as exigências legais.
Como vimos, falar da Presidenta Dilma e do ajuste fiscal é fácil, agora
apresentar uma gestão realmente competente e comprometida com a população é
algo raro, principalmente quando analisamos os “combativos” tucanos. O cidadão
maceioense está revoltado. Falta tudo, não só sensibilidade, mas principalmente
coerência da Prefeitura Municipal!
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao
Deputado Reginaldo Lopes.
O SR. REGINALDO LOPES (PT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Obrigado, Sr. Presidente. Vou ser bem rápido.
Quero só registrar aqui o sucesso do Dia Z de combate ao mosquito Aedes
aegypti, na luta contra a dengue e o vírus zika, organizado pelo Ministério da
Educação na sexta-feira.
Tive a oportunidade de lecionar em uma escola de Belo Horizonte, no Bairro
do Barreiro, em um antigo Centro de Atenção Integral à Criança — CAIC, a Escola
Municipal Lucas Monteiro Machado. Quero agradecer à Diretora Cida Braga.
Essa ação é extremamente importante. A comunidade acadêmica do Brasil —
os estudantes e os profissionais, o corpo docente e os técnicos — corresponde a
uma população de 60 milhões de indivíduos. A partir dela, nós podemos mudar essa
dura realidade no combate ao mosquito no País.
Quero registrar também que a Casa criou, sob a Coordenação do Deputado
Osmar Terra, a Comissão Externa que vai estudar a questão da microcefalia. Isso
ocorreu após requerimento de minha autoria. Então, agradeço a esta Casa por mais
essa oportunidade.
O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - V.Exa., como sempre,
inteligente e perspicaz.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao
Deputado Capitão Augusto.
O SR. CAPITÃO AUGUSTO (Bloco/PR-SP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Obrigado, Sr. Presidente, Deputado Delegado Edson Moreira.
Na sessão de quinta-feira, o Exmo. Deputado Jean Wyllys utilizou o microfone
do plenário desta Casa para me dirigir críticas em razão do meu pronunciamento
sobre o programa Tá no ar: a TV na TV, da Rede Globo de Televisão, que,
irresponsável e caluniosamente, mais uma vez, ofendeu todos os policiais militares.
Inconformado com as verdades por mim proferidas contra a intocável Rede
Globo, que se considera acima do bem e do mal, o ilustre Deputado Jean Wyllys
saiu em defesa da emissora que construiu a sua imagem como BBB
intelectualizado, o que, aliás, ele cultiva até hoje. É a criatura agora defendendo o
seu criador.
Se já não bastasse, o Deputado Jean Wyllys foi ainda mais longe nos seus
devaneios. Como na sua perspectiva a Rede Globo parece estar acima das leis e da
Constituição, censurou-me por ter requerido o exercício do direito constitucional de
resposta em razão das cenas veiculadas no programa Tá no Ar: a TV na TV,
afirmando que, se fosse assim, deveria então fazê-lo contra todos os órgãos de
imprensa, que, nas suas palavras, “quase todos os dias” relatam atos de corrupção
e de extermínio praticados por policiais militares.
Somente quem é incapaz ou não quer enxergar é que vai dizer que as cenas
do epigrafado programa não foram ofensivas e caluniosas contra todos os policiais
militares. Aliás, a Rede Globo, abusando do seu poderio econômico e desvirtuando-
se do legítimo exercício da liberdade de imprensa, é recorrente em denegrir a
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imagem das polícias militares em seus programas, conduzindo parte da população a
desacreditar estes homens e mulheres que oferecem suas vidas em prol da
segurança pública.
Os ataques desferidos pela Rede Globo e seus fiéis defensores contra as
polícias militares fazem parte da sua estratégia de alienação popular e de imposição
dos seus valores como forma de perpetuação da sua ditadura do mal. Os princípios
e valores cultuados pelas polícias militares brasileiras não se coadunam com os
seus interesses, e, por isso, somos vítimas preferenciais dos seus golpes ardilosos.
O pronunciamento do Deputado Jean Wyllys no plenário desta Casa confirma
o ranço que nutre pelas polícias militares. O seu sorriso sarcástico e dissimulado, ao
afirmar que “quase todos os dias” os noticiários veiculam matérias de corrupção e de
atos de extermínio praticados por policiais militares, demonstra claramente o seu
ódio e preconceito contra aqueles que todos os dias oferecem suas vidas em favor
da segurança pública.
Mas tudo isto é compreensível, posto que, sendo ele um produto criado pela
Rede Globo, as suas palavras nada mais são do que o fruto de uma
pseudointelectualidade desmoralizada e desmoralizante que encontra nos valores
policiais, nos valores militares um cediço obstáculo ao seu projeto de desconstrução
da família e da sociedade brasileira.
E, antes que me sobrevenham acusações de homofobia, quero deixar claro
que tudo o que estou falando nesta tribuna não tem nenhuma relação com opções
sexuais privadas. Na falta de argumentos, esse será o caminho escolhido por
alguns, mormente daqueles que atacam raivosamente e que, ao serem confrontados
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na tentativa torpe de impor a sua visão de mundo, alegam ser vítimas de
preconceito. Este é o recurso dos fracos.
Sr. Presidente e nobres colegas Deputados, nós, policiais militares, sabemos
do nosso valor e da nossa importância para a democracia e não vamos mais nos
aquietar diante dos ataques que caluniosamente nos são desferidos por quem quer
que seja. E faremos isso não só por nós, mas especialmente para o bem deste País.
Contra a Polícia Militar não há o que se dizer, porque a nossa instituição é,
sem dúvida nenhuma, a grande defensora dos direitos humanos no Brasil.
Obrigado, Sr. Presidente.
O Sr. Delegado Edson Moreira, nos termos do § 2°
do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da
Presidência, que é ocupada pelo Sr. Gilberto Nascimento,
2° Suplente de Secretário.
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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Antes de chegarmos ao Piauí,
com o Deputado Heráclito Fortes, esta Presidência tem grande alegria e satisfação
de anunciar a presença do nosso jovem advogado Thiago Diaz, Presidente da OAB
do Maranhão, que disputou lá uma eleição difícil e hoje está aqui em Brasília
tomando posse.
Junto ao Dr. Thiago Diaz está também a sua Diretoria, Dr. Pedro Alencar, Dr.
Gustavo Mamede, Dr. Gustavo Villas Boas, que se faz acompanhada nesta tarde do
grande representante do Maranhão nesta Casa, Deputado Zé Carlos.
Nós saudamos todos os senhores e os parabenizamos pela grande vitória no
Maranhão. Sejam felizes e representem, da melhor maneira possível, a nossa OAB
do Estado do Maranhão! Parabéns!
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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Concedo a palavra ao Deputado
Delegado Edson Moreira, do Estado de Minas Gerais.
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (Bloco/PTN-MG. Pela ordem. Sem
revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, V.Exa. estava falando
sobre segurança pública. Realmente, em nosso País a segurança pública está
caótica. Ela está caótica!
Agora, em relação a essas estatísticas, eu tenho minhas dúvidas, porque a
matança em São Paulo é muito grande. São latrocínios, homicídios... Todos os dias,
nos noticiários, vemos mortes e mais mortes.
Em Minas Gerais também não é diferente. O pessoal lá está matando, está
sequestrando. Inclusive, ontem, Sr. Presidente, estive em Nova Lima visitando e
percorrendo aquela cidade para ver as suas demandas na área de segurança, e elas
não são poucas. Nova Lima está com o presídio superlotado. Isso nos mostra que a
segurança pública, realmente, em matéria de investigação, em matéria de
repressão, está bem, porque a cadeia está lotada.
Durante um sequestro relâmpago — vou até parabenizar a equipe da Dra.
Valéria, lá de Nova Lima, em Minas Gerais, pelo desfecho desse crime —, haviam
sido feitos saques em bancos, mas a Polícia Civil de Minas Gerais conseguiu lograr
êxito e prender cinco sequestradores que estavam com o refém, mandando-os para
a cadeia.
A criminalidade, realmente, está assustadora porque os criminosos não estão
respeitando mais nada. O País está numa total falta de leis, porque a lei não é
cumprida. A Lei nº 7.210, de 1984 — Lei de Execução Penal —, beneficia
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demasiadamente os presos. Com isso, a sensação de impunidade que reina neste
País incentiva a criminalidade.
A sensação de impunidade incentiva ao ponto de o criminoso, mesmo com a
vítima entregando-lhe tudo o que tem, ainda ter a capacidade de dar um tiro na testa
da pessoa, dar um tiro por atirar, só para ver a pessoa morrendo.
Exemplos estão diariamente aí. A pessoa saca o revólver e atira por atirar,
como no caso daquela moça em São Paulo.
Sr. Presidente, em outro caso, um menor de idade sacou o revólver e atirou
no carro só porque o rapaz estava saindo. Veja bem, ele vai à porta do outro e mata,
e o pessoal diz que não está acontecendo nada.
Portanto, é preciso fazer uma revisão geral nas leis, contra a criminalidade, na
lei processual penal e na Lei de Execução Penal. A situação econômica atual do
País só vem a agravar ainda mais o problema da violência.
Ainda veremos, Sr. Presidente, mais e mais violência neste País. Então,
alguma coisa precisa ser feita.
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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Tem a palavra o Deputado
Renato Molling, do Rio Grande do Sul.
O SR. RENATO MOLLING (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Muito obrigado, Presidente Gilberto Nascimento.
Eu queria registrar aqui a inauguração, ontem, na cidade de Sapiranga, de
uma Unidade de Pronto Atendimento — UPA 24 horas.
A Prefeita Municipal, Corinha Molling, minha esposa, teve coragem,
juntamente com sua equipe e o Secretário Emerson, de abrir essa casa, que com
certeza vai atender muito bem a população de Sapiranga e da região.
Nessa época de dificuldades, esperamos a parceria dos Governos Federal e
Estadual para a sua manutenção. Saúde sempre é importante. Para que essa casa
funcione, tem que haver bastantes médicos, enfermeiras, profissionais. A casa, que
tem instrumentos adequados, ficou bonita e foi bem construída. Por isso, parabenizo
a administração.
Eu acho que a saúde no País precisa muito da parceria e do envolvimento
dos Governos Federal e Estadual e das Prefeituras, porque ela é de extrema
importância. Uma pessoa com recursos ou não, quando fica doente, precisa de um
hospital, de uma UPA, de um posto de saúde.
Então, aquele que investe em saúde, com certeza, está ajudando as pessoas.
E a política precisa ajudar principalmente quem precisa.
Sr. Presidente, eu gostaria que meu discurso fosse divulgado no programa A
Voz do Brasil e nos meios de comunicação desta Casa.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Muito obrigado, Deputado
Renato Molling.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, participei na tarde da última segunda-
feira, dia 22, da cerimônia de inauguração da Unidade de Pronto Atendimento —
UPA de Sapiranga.
O novo espaço, com capacidade para atender até 150 pessoas por dia,
encontra-se devidamente equipado e preparado para o acolhimento de pacientes.
Durante a cerimônia, autoridades presentes parabenizaram a prefeita Corinha e
destacaram a sua coragem de dar andamento à obra.
Parabenizo a gestão da Prefeita Corinha e reafirmo o meu compromisso de
continuar trabalhando junto com a Prefeitura em busca de mais recursos para o
Município. Fui Prefeito de Sapiranga por 8 anos e lembro que as inaugurações eram
algo a se festejar. E nestes tempos difíceis, em que as verbas são poucas, isso é
ainda mais significativo e tem que ser destacado.
Sr. Presidente, é importante ressaltar que a obra iniciada em setembro de
2013 e finalizada em fevereiro de 2015 cumpriu o prazo de exigência para
construção de Unidade de Pronto Atendimento; porém, devido ao atraso nos
repasses de verbas do Governo Federal para aquisição de equipamentos, somente
1 ano depois de pronta foi possível ser inaugurada.
A partir desta terça-feira, 23 de fevereiro, os sapiranguenses passam a contar
com um espaço privilegiado para saúde. A UPA funcionará 24 horas, com
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profissionais devidamente qualificados, para prestar um excelente atendimento à
população de Sapiranga, que faz jus a mais essa conquista.
Sr. Presidente, essas eram as minhas considerações. Peço a V.Exa. que se
dê conhecimento pelos veículos de comunicação internos da Casa, bem como pelo
programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Agora, vamos continuar no Rio
Grande do Sul, com o Deputado Afonso Motta.
O SR. AFONSO MOTTA (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente Gilberto Nascimento, Sras. e Srs. Parlamentares, hoje, na Frente
Parlamentar da Agricultura, recebemos a Ministra Kátia Abreu. Ela e a sua equipe
fizeram uma apresentação de um plano estratégico para o agronegócio brasileiro,
com a visão de ampliar não somente os espaços de comercialização da nossa
produção internamente, como também internacionalmente, porque todos nós
sabemos que o nosso País ocupa posição exponencial.
A sua apresentação foi caracterizada pelo profissionalismo e por um esforço
muito grande de qualificação da gestão pública. O que nós todos sabemos é de um
sentimento generalizado com relação ao Estado brasileiro e aos seus espaços
públicos. Por isso, mereceu toda a nossa consideração.
Na oportunidade, nós registramos que atualmente há dois aspectos
fundamentais no agronegócio brasileiro. Em primeiro lugar, num momento de crise e
de grandes desafios, ele é o setor da atividade econômica que responde com mais
efetividade e mais rapidez para a recuperação. Por isso, ele é essencial — as
nossas exportações têm grande expressão — para a balança do pagamento, para o
processo de desenvolvimento e para a atividade econômica do nosso País.
Em segundo lugar, defendemos desde longe na nossa atividade profissional a
visão de que toda a política pública, toda a estratégia do Governo brasileiro para o
agronegócio brasileiro deve ser compartilhada com a sociedade.
É claro que a representação política, a Frente Parlamentar, que tem um
compromisso segmentado, os produtores rurais, as empresas vinculadas ao
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agronegócio são fundamentais, mas é a sociedade brasileira, que é consumidora,
que precisa compreender esse papel estratégico do agronegócio. Por isso, nós
precisamos fazer com que todo esse plano, princípios, regras e questões
importantes para a soberania nacional sejam compartilhados com a sociedade
brasileira.
Viva o agronegócio brasileiro, nossa esperança neste momento de grande
desafio que vive a nossa atividade econômica!
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. JAIR BOLSONARO - V.Exa. me concede 1 minuto, Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Deputado Jair Bolsonaro, V.Exa.
tem a palavra.
O SR. JAIR BOLSONARO (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu quero cumprimentar o orador que me antecedeu pelo
discurso sobre o agronegócio, bem como quero dizer que não resta a menor dúvida
de que esse setor é a locomotiva da economia do Brasil.
Infelizmente, é uma palavra satanizada por parte daqueles que não conhecem
o heroísmo desses que labutam no campo. Nós temos problemas sérios na
agricultura: da porteira para fora, não há qualquer apoio governamental — essas
pessoas precisam desse apoio!
Por exemplo, o potássio: em grande parte, a agricultura precisa do potássio, e
somos totalmente dependentes de qual país? Da Rússia! Temos uma enorme mina
de potássio na região do Rio Madeira que não é explorada por vários motivos:
licença ambiental — um Presidente com pulso resolveria o problema; questões de
reserva indígena. E mais outra: essas reservas de potássio foram acertadas via
PETROBRAS — Deus lá sabe como! — e estão nas mãos de uma empresa
canadense. Ou seja, não podemos explorar o nosso próprio potássio!
Só com um Presidente da República que pense no agronegócio nós
poderemos sonhar com os investimentos na agricultura!
Obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Com a palavra o Deputado Alex
Manente, representante da nossa grande São Bernardo do Campo.
O SR. ALEX MANENTE (PPS-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu gostaria de fazer aqui uma moção de pesar pelo falecimento do
grande empreendedor da Região do Grande ABC paulista empresário Eloi Carlone.
Ele foi um dos fundadores da Estância Alto da Serra — uma das maiores casas de
atração, shows e eventos —, gerou muitos empregos, renda, desenvolvimento.
Nós queremos registar o seu falecimento, que ocorreu na madrugada de
domingo para segunda-feira, e a nossa presença no velório ocorrido ontem.
Aproveito também para deixar, em nome de toda a Câmara dos Deputados, à
família do Eloi Carlone os nossos sentimentos. Em nome do Névio Carlone, que foi
Vereador de São Bernardo do Campo, quero estender a toda a família o nosso
sentimento de pesar.
Sr. Presidente, gostaria que meu pronunciamento fosse registrado no
programa A Voz do Brasil. Agradeço a V.Exa. a oportunidade.
O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Deputado Alex Manente, o
pedido de V.Exa. será atendido. Nós daremos toda a divulgação à nota de
falecimento, inclusive no programa A Voz do Brasil.
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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Vamos, então, à Bahia, com o
Deputado Valmir Assunção.
O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último final de semana, precisamente no
sábado, eu estive no Município de Boa Vista do Tupim, no Assentamento Beira Rio,
que completou 19 anos, onde moram 400 famílias.
Estiveram presentes à comemoração os Prefeitos de Marcionílio Souza e de
Boa Vista do Tupim, juntamente com Vereadores e Secretários. A festa, que
envolveu todo o assentamento, foi organizada pela diretoria da associação e pelo
presidente da associação de defesa de direitos sociais, Deli, um grande
companheiro, que unificou o assentamento, a quem quero parabenizar.
O assentamento tem escola, da creche ao ensino médio; Garantia-Safra; PSF
— Programa de Saúde da Família e uma médica cubana, do Programa Mais
Médicos, para atender aquela população. Está sendo construída uma quadra de
esportes — nós assumimos o compromisso de levar um trator para lá. Ou seja, a
administração e o Prefeito Gidu têm feito um grande esforço para atender à
demanda dos assentados e tem mantido o diálogo com todas as famílias.
Esteve presente também Marcinho, ex-dirigente do Movimento Sem-Terra.
Domingas, da direção da regional da Chapada Diamantina, não compareceu porque
estava muito doente. Foi uma festa organizada por ela e pelos companheiros e
companheiras do Assentamento Beira Rio, em Boa Vista do Tupim, na Chapada
Diamantina.
Eu quero parabenizar todos que participaram da festa, sobretudo a direção da
associação e os assentados. Eles trabalham muito para comercializar seu produto.
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Esse é um dado importante, uma vez que moram numa região semiárida, à beira do
Rio Paraguaçu.
O apoio da Prefeitura também tem sido decisivo para o fortalecimento
daquele assentamento. Para terem ideia, Sr. Presidente, o Prefeito Gidu está
construindo nove escolas no Município, sete dentro de assentamentos. Enquanto a
maioria dos Prefeitos fecha escola, em Boa Vista do Tupim estão abrindo,
construindo escolas. Isso é importante para o processo de reforma agrária e para o
desenvolvimento desse Município.
Quero parabenizar toda a direção do MST, o Prefeito e todos que
organizaram a festa. É possível trabalhar no Semiárido com organização,
determinação e convicção. Isso é fundamental para fortalecer a luta pela reforma
agrária e para mostrar que a reforma agrária dá certo.
Quero parabenizar o Prefeito Gidu e todos que apoiam e que construíram
aquele assentamento nesses últimos 19 anos, cujo nível de organização também é
referência. Isso mostra que esta Casa deve apoiar mais a reforma agrária, com
recursos e estrutura para podermos produzir.
Parabenizo todos os assentados, todos que apoiam a luta pela reforma
agrária em Boa Vista do Tupim, na Chapada Diamantina, na Bahia, no Brasil.
Era isso, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Da Bahia, vamos a São Paulo,
com o Deputado Marcio Alvino, que também falará por 1 minuto.
O SR. MARCIO ALVINO (Bloco/PR-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Obrigado, Presidente.
Solicito que seja dado como lido o meu pronunciamento.
O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - O.k. Solicitaria que V.Exa.
entregasse o seu discurso à Assessoria da Mesa, para que pudéssemos dar o seu
encaminhamento.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a crise sem precedentes atravessada
por nosso País tem gerado uma espécie de efeito dominó, mediante o qual a
instabilidade se precipita da macroeconomia para a o dia a dia do cidadão. Questões
macroeconômicas são de difícil compreensão para a maioria das pessoas; suas
consequências na vida real, entretanto, são de uma clareza gritante: recessão,
inflação, desemprego, entre outras.
Exemplo disso está ocorrendo na Baixada Santista, no Estado de São Paulo,
com o anúncio da USIMINAS, maior produtora nacional de aços planos, de
suspender esse ramo de suas atividades na usina de Cubatão. Segundo alerta que
recebi do Vereador Murilo Barletta, da Câmara Municipal de Santos, essa medida
pode deixar mais de 4 mil famílias desassistidas, o que intensificaria os já graves
problemas sociais da região.
Esse anúncio da USIMINAS foi feito no mesmo dia em que a empresa
divulgou um prejuízo de US$1,04 bilhão no terceiro trimestre deste ano, atribuído,
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em grande parte, à queda de 11,6% no volume de aço vendido no mercado interno.
Tais números estão em sintonia com estudos do Instituto Aço Brasil, que
demonstram a perda de participação da indústria de transformação no PIB nacional,
o qual, por sua vez, vem registrando sucessivas quedas.
A direção da empresa alega que a suspensão anunciada é uma tentativa de
adequação ao contexto de crise, ao qual veio somar-se ainda recente sentença de
dissídio coletivo, determinando a concessão de reajuste de 8,34%, mais abono de
R$1,6 mil, além da estabilidade no emprego até o dia 23 de dezembro, para os seus
funcionários.
Em um primeiro momento, portanto, as demissões devem atingir os
terceirizados, mas, passado o período de estabilidade, tendem a se generalizar. O
ajuste no quadro funcional acontecerá com mais vigor no início de 2016,
acompanhando o cronograma de desligamento dos equipamentos, cuja conclusão
se dará em 3 ou 4 meses. E, como a USIMINAS mantém contratos com mais de
cem empresas, essas também podem vir a ser afetadas, com reflexos econômicos e
sociais de dimensões incomensuráveis na Baixada Santista.
Por isso, faço, atendendo ao pleito do Vereador Murilo Barletta, do Partido da
República, e do Presidente da OAB de Santos, Dr. Rodrigo de Farias Julião, e em
articulação com o Deputado Estadual André do Prado, um apelo ao Governo Federal
e ao Governo do Estado de São Paulo, no sentido de que estudem providências
para ajudar a USIMINAS e todo o setor siderúrgico nacional a enfrentar a crise e a
preservar empregos.
É importante estimular nossas empresas a atingir patamares de produtividade
que lhes permitam competir com as congêneres estrangeiras, mas nunca se pode
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perder de vista o compromisso fundamental com as pessoas que delas dependem
para assegurar a própria sobrevivência e a de suas famílias.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Agora, vamos ao Tocantins,
com o Deputado Carlos Henrique Gaguim, do PMB.
O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (PMB-TO. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, falo pelo PMB — Partido da Mulher Brasileira. Tive a
oportunidade de ser eleito Líder desse partido, por unanimidade. Vamos trabalhar
aqui na Casa votando as medidas em benefício do povo.
Sr. Presidente, mais uma vez, volto a esta tribuna para falar sobre a questão
da saúde no Tocantins. Na semana passada, o Secretário de Saúde, por meio de
um acordo com enfermeiros e médicos, pediu mais 60 dias para resolver a questão
da saúde do Estado.
Mas, Sr. Presidente, há gente morrendo a cada dia. A saúde não pode
esperar. As pessoas que precisam de tratamento estão morrendo na fila à espera de
atendimento. Milhares e milhares de vítimas estão morrendo. Não podem esperar 60
dias.
Conclamo o Governo do Estado a tomar uma providência. Governador,
V.Exa. é autoridade máxima! Não pode um Secretário ir à televisão pedir 60 dias
para resolver o problema da saúde! O povo está morrendo! Se fosse o seu filho, se
fosse a sua mãe, como você faria?
Eu não aceito isso! Vou estar aqui nesta tribuna 24 horas. Vou ao Ministério
Público. Não pode ser dado esse tempo de 60 dias para resolver a questão da
saúde. Saúde é prioridade, e há verba para tal.
Vamos cobrar também um hospital. Cobraremos que o próximo Prefeito da
cidade de Palmas assuma o compromisso com a sociedade de fazer um hospital.
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Tem que haver um hospital de urgência do Município. Não pode ser só em cima do
Governo do Estado, porque ele não dá conta.
Os repasses do Governo Federal para os Estados também estão baixos. Ele
tem que aumentar esses repasses, tem que rever a tabela do SUS — Sistema Único
de Saúde, que estamos cobrando aqui.
Nós Deputados temos o compromisso de lutar pela melhoria de vida do
cidadão. Estou falando aqui em nome de milhares e milhares de cidadãos
tocantinenses e do Brasil. Saúde é prioridade. E não vou me calar por ninguém. Não
importa se o Governador vai achar bom ou não. Vou estar aqui cobrando, fazendo
as críticas, mas também arrumando recursos para aquele Estado. Já destinei 100%
das minhas emendas para a saúde, principalmente para a cidade de Palmas, onde
existe o maior fluxo.
Nesse sentido, eu gostaria de conclamar a bancada do Tocantins, da qual sou
Coordenador, para que juntos possamos todos, aqui em Brasília, cobrar do Governo
Federal uma ajuda ao Governador, a fim de que ele possa imediatamente resolver a
questão da saúde do Estado.
Também amanhã vou falar de uma emenda impositiva que destina recursos
para a construção da Ponte de Xambioá. Temos que fazer logo a licitação. Senão
daqui a alguns dias acaba o dinheiro, e não vai haver mais obra, não haver nada.
Temos que aproveitar esse dinheiro para fazer a grande obra de Xambioá, que
beneficiará o Pará e Tocantins.
Peço que o nosso pronunciamento seja registrado pelos meios de
comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado, meu querido Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Sua solicitação será
deferida.
Durante o discurso do Sr. Carlos Henrique Gaguim,
o Sr. Gilberto Nascimento, 2º Suplente de Secretário,
deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr.
Delegado Edson Moreira, nos termos do § 2° do art. 18 do
Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo 1 minuto ao
Deputado Ronaldo Nogueira, do PTB do Rio Grande do Sul.
O SR. RONALDO NOGUEIRA (Bloco/PTB-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.
Quero dar como lido meu pronunciamento e pedir sua devida divulgação nos
órgãos de comunicação da Casa. Ele trata do Projeto de Lei nº 4.305, de 2016, de
minha autoria, que proíbe a denominação idêntica ou muito similar de diferentes
logradouros localizados no interior de um mesmo Município.
Essa proibição diz respeito inclusive à segurança da população. Pessoas
podem ser expostas a riscos. Há casos de assassinatos por causa de logradouros
com identificação similar. Em razão da tecnologia, principalmente do GPS, pessoas
foram conduzidas a locais inadequados.
Sr. Presidente, seria isso.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Está deferido seu pedido.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna proferir discurso
acerca do Projeto de Lei nº 4305, de 2016, de minha autoria, que proíbe a
denominação idêntica ou muito similar de diferentes logradouros localizados no
interior de um mesmo Município.
A precisão da localização de estabelecimentos ou espaços em uma cidade
tem se tornado cada dia mais importante, diante das necessidades modernas. As
aceleradas trocas de informações proporcionadas pela tecnologia, bem como a
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exigência por respostas e serviços rápidos e precisos nos processos citadinos
diários tornam imprescindível a possibilidade de identificar, de forma rápida e
precisa, o local desejado.
A impossibilidade de realizar essa identificação de forma adequada, que
envolve tanto a não identificação quanto a identificação equivocada, possui diversas
implicações negativas, algumas compostas inclusive por significativos riscos à
segurança dos cidadãos.
Dentre os problemas causados por endereços de difícil identificação está a
demora na entrega de correspondências pelos serviços de correios, causando os
mais diversos transtornos aos destinatários. Questões como contas atrasadas,
desconhecimento de notificações importantes e não recebimentos de produtos
encomendados estão entre os problemas enfrentados.
A mídia tem veiculado esses problemas, fato que ratifica a importância de
equacioná-los. Cita-se, por exemplo, reportagem veiculada pela Globo, em que são
apresentadas as diversas dificuldades enfrentadas pelos moradores e comerciantes
de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em virtude da dificuldade na identificação
de alguns endereços. A dificuldade teria origem na similaridade entre nomes de
algumas ruas da cidade.
No que se refere a identificações equivocadas, ou seja, que identificam um
local no lugar de outro em virtude de problemas no endereço, tem-se, além dos
mesmos problemas já citados, problemas relacionados à segurança da população.
Ao acessarem locais que não correspondem ao seu verdadeiro destino, as
pessoas podem ser expostas a riscos que não conhecem e para os quais não se
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prepararam. Alguns desses riscos terminam por se concretizar em eventos
indesejados e criminosos, como roubos, assaltos, sequestros e até assassinatos.
Tem-se ainda, por exemplo, caso de cidadã que foi assassinada após entrar
por engano na comunidade do Caramujo, em Niterói, Região Metropolitana do Rio
de Janeiro. Com a pretensão de alcançar a Avenida Quintino Bocaiúva, em São
Francisco, o sistema de GPS a direcionou à Rua Quintino Bocaiúva, dentro da favela
do Caramujo.
Como observado, muitos desses equívocos e problemas são originados em
virtude da similaridade na denominação de logradouros situados dentro de um
mesmo Município.
Como forma de equacionar essa questão e proporcionar mais segurança e
eficiências às cidades brasileiras, propõe-se a modificação da Lei nº 6.454, de 24 de
outubro de 1977, para incluir proibição de denominação idêntica ou muito similar de
diferentes logradouros localizados no interior dentro de um mesmo Município.
Propõe-se ainda o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para que os Municípios
que possuem logradouros com denominações idênticas ou similares se adequem
aos termos da lei.
Certo da importância desse projeto de lei para o País, conclamo os nobres
pares a votarem pela sua aprovação.
Era o que eu tinha a dizer.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao
Deputado Rocha.
O SR. ROCHA (PSDB-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, a população brasileira assistiu no início desta semana ao desfecho de
mais uma fase da Operação Lava-Jato. A 23ª fase, aquela que a Polícia Federal
denominou Operação Acarajé, culminou com a prisão de várias pessoas, entre elas
o braço direito das campanhas do PT, Sr. João Santana.
Eu quero parabenizar o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Polícia
Federal, pelo Ministério Público Federal e pelo Poder Judiciário. Essas instituições
têm resgatado a confiança do povo brasileiro no sentido de que a Justiça não existe
só para os pequenos, mas que todos, inclusive o ex-Presidente Lula, estão sujeitos
à aplicação da lei.
É bom que se diga que aqui muito se duvidou que essa operação chegaria a
bater às portas da casa do ex-Presidente Lula. Pelo visto, nas suas últimas fases, as
dúvidas são incontroversas — aliás, não existem mais. Depois de todos os
escândalos, de todos os episódios envolvendo a cúpula petista, finalmente ela bate
às portas daquele que o País aponta como sendo o líder dessa instituição que
saqueou o Brasil.
Lembro que certa vez, sem citar nomes, fiz essa referência e que, no
momento em que a fiz, fui repreendido por um Parlamentar do PT, que textualmente
disse: “Olhe, não fale do Lula!” Hoje a Polícia Federal está falando dos 11
caminhões que saíram do Palácio da Alvorada, e alguns foram ao sítio em Atibaia.
A Operação Zelotes aponta o envolvimento da família, dos filhos do ex-
Presidente Lula, com o tríplex e intermediações, os lobbies feitos com recursos do
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BNDES. O fato é que há mais esta fase da Operação Lava-Jato. A população
brasileira se questiona: “Vai sobrar alguém no PT para apagar a luz?”
Nesses dias eu conversava com um militante antigo do Partido dos
Trabalhadores, que se dizia envergonhado com seu partido, envergonhado com
aquilo que, segundo ele, ajudou a construir e que, nas suas palavras, se traduziu
numa organização criminosa que envergonha o povo brasileiro.
Sr. Presidente, era isso. Peço a V.Exa. que meu pronunciamento seja
divulgado nos meios de comunicação da Casa.
O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - O pedido de V.Exa. será
deferido.
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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Com a palavra o próximo
orador, o Deputado Mauro Pereira.
O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente Delegado Edson Moreira, eu gostaria de dizer a todos os
colegas que no dia 18, última quinta-feira, foi aberta a Festa Nacional da Uva, em
Caxias do Sul, à qual esteve presente, representando a Presidente Dilma Rousseff,
o Ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto.
Com certeza, a Festa da Uva representa o Estado do Rio Grande do Sul, a
Serra Gaúcha. Em 3 dias, 166 mil pessoas já visitaram Caxias do Sul, cidade
hospitaleira, que produz uva de qualidade, com 480 expositores de frutas e
verduras, cuja comunidade recebe com carinho e respeito quem nos visita.
A Festa da Uva termina em 6 de março. Todos os dias ocorrem shows
nacionais. É o local ideal para quem quer ver o que a imigração italiana fez pelo
nosso País.
Para mim, foi uma grata satisfação quando o Ministro Miguel Rossetto
anunciou, em nome da Presidente Dilma, a redução do Imposto sobre Produtos
Industrializados — IPI, para vinhos e espumantes, pela qual lutamos tanto, e a
aprovamos na Comissão Mista da Medida Provisória nº 690, de 2015.
Ao mesmo tempo, aprovamos no plenário da Casa, em sessão do Congresso
Nacional, que o IPI seria de 6% em 2016 e de 5% em 2017. A Presidente Dilma
vetou. Tivemos muito trabalho, inclusive como Presidente da Frente Parlamentar de
Defesa e Valorização da Produção Nacional de Uvas, Vinhos, Espumantes e seus
Derivados. Não tive recesso, fiquei trabalhando, tive reuniões com os Ministros
Ricardo Berzoini e Jaques Wagner e com Giles Azevedo.
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O Ministro Miguel Rossetto anunciou que um decreto reduzirá o IPI do vinho
em 2016 para 6% e em 2017 para 5%. Isso é de extrema importância. Nós temos
que começar a levar medidas e atitudes positivas para a sociedade.
Quero agradecer a presença ao Ministro Miguel Rossetto, que, de forma
cordial, ficou até meia-noite participando dos eventos, do desfile. S.Exa. foi muito
cobrado sobre o seguro agrícola dos produtores rurais, que não foi pago. Mas,
juntamente com a equipe econômica, ele está comprometido em achar uma solução
para o pagamento, porque não é justo que agricultores que trabalhem de sol a sol
paguem uma dívida que é do Governo Federal.
Espero que a Ministra Kátia Abreu, com sua sensibilidade, tenha
consideração com a Serra Gaúcha, com o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Espero que ela tenha a mesma intenção de Giles Azevedo e dos Ministros Ricardo
Berzoini, Miguel Rossetto e Jaques Wagner de tratar bem, com respeito total, a
região da serra e o povo gaúcho e catarinense, para que possamos fazer justiça e
ajudar quem trabalha a se manter no campo.
Era isso, Sr. Presidente Eduardo Cunha.
Muito obrigado.
Durante o discurso do Sr. Mauro Pereira, o Sr.
Delegado Edson Moreira, nos termos do § 2° do art. 18 do
Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é
ocupada pelo Sr. Eduardo Cunha, Presidente.
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O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA - Sr. Presidente, peço a palavra pela
ordem.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu quero comunicar à Casa o falecimento do ex-Deputado
Federal Milton Reis, figura ilustre neste plenário.
Milton Reis foi líder, Secretário de Estado de Tancredo Neves, membro da
Academia Mineira de Letras, um homem de grande valor intelectual, e prestou a
Minas Gerais e ao Brasil serviços nobres, com sua presença nesta Casa.
Peço a V.Exa. o registro desta comunicação, que é uma homenagem ao povo
de Minas Gerais.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, V.Exa. será atendido.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado
Domingos Sávio.
O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, colegas Parlamentares, inicialmente eu gostaria de saudar o povo de
Nova Serrana, onde hoje se inicia uma das maiores feiras de calçados do Brasil.
Entra crise, sai crise, Nova Serrana, que tem um povo batalhador, é uma das
cidades que mais geram emprego e desenvolvimento.
Em segundo lugar, quero mais uma vez registrar o apelo que venho fazendo
desde o ano passado, e felizmente tenho obtido retorno do Governo, especialmente
dos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e das Relações
Exteriores, sobre matérias com relação às barreiras tributárias.
Precisamos ter essas barreiras para impedir que produtos entrem no Brasil
através do dumping, da concorrência predatória desleal, inadequada, especialmente
da China, e destruam a indústria nacional. Ou seja, nosso apelo é para que seja
mantida uma tarifa diferenciada, a fim de se evitar importação predatória de
calçados.
Fiz esse requerimento no ano passado. Estamos acompanhando o assunto
de perto, para que não haja a abolição dessa sobretaxa para cada par de calçado
que chega ao Brasil. Com isso, salvamos o emprego no País neste momento crítico
e caótico em que a economia brasileira mergulha no desemprego e na recessão.
Nós temos que defender o emprego dos brasileiros.
Portanto, meus cumprimentos ao povo de Nova Serrana, em Minas Gerais,
para nós mineiros, a capital do calçado esportivo.
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Antes de encerrar, Sr. Presidente, quero fazer outro registro. Preocupa-me
muito a tentativa de alguns agora, no apagar das luzes, no final do trabalho da
Comissão Mista de Orçamento, quererem aprovar rapidamente as contas de 2014
da Presidenta Dilma Rousseff, as mesmas que foram rejeitadas por unanimidade no
Tribunal de Contas da União, em que pese haver na CMO matérias relativas aos
Governos dos Presidentes Fernando Collor de Mello, José Sarney, Luiz Inácio Lula
da Silva e Fernando Henrique Cardoso.
Agora, querem fazer um esforço para votar, no finalzinho do mandato da
Comissão Mista de Orçamento, da qual sou membro, de forma rápida, um relatório
absurdo, que contraria tudo que o Tribunal de Contas da União, de maneira técnica,
apontou, e simplesmente dizer que está tudo bem, que as contas de 2014 da
Presidenta Dilma estão aprovadas. Não é possível! Ela cometeu crime de
responsabilidade, e a vítima desse crime é o povo brasileiro, que tanto está sofrendo
com a inflação e o desemprego, por conta do atual desgoverno que aí está.
Apresentei voto em separado, junto com o Deputado Izalci, pela rejeição das
contas da Presidenta Dilma, porque essa é a verdade dos fatos. Não se trata de
Oposição ou Situação, mas de moralizar o Brasil. Se aprovarmos, o que será da Lei
de Responsabilidade Fiscal?
Este é o apelo que faço a todos os partidos: não vamos cometer mais esse
crime contra o Brasil e aprovar as contas da Presidenta Dilma, que já foram
rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado
Alceu Moreira.
O SR. ALCEU MOREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Eu queria registrar neste momento, Sr. Presidente, Srs. Parlamentares,
nossos mais profundos parabéns a Feliz, no Rio Grande do Sul, Município de
migração alemã, que conseguiu ser consagrado com o menor índice de
analfabetismo do País. Uma cidade pequena, linda, com pequenos produtores
rurais, com um povo absolutamente dedicado, que tenho orgulho de ser votado.
Eu queria, então, deste microfone, mandar nosso abraço, nossos parabéns ao
querido Prefeito, a toda sua administração, aos Vereadores, aos moradores daquela
cidade. Que eles possam se sentir abraçados e ter orgulho dessa construção
magnífica de produzir uma educação de qualidade invejável em todo o País.
Parabéns a nossa Feliz.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado Luis
Carlos Heinze.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, colegas Parlamentares, a Ministra Kátia Abreu esteve
conosco na Frente Parlamentar Mista da Agropecuária ao meio-dia.
Nas semanas passada e retrasada trabalhamos junto à Organização das
Cooperativas do Paraná — OCEPAR, à Federação das Cooperativas Agropecuárias
do Estado do Rio Grande do Sul — FECOAGRO, à Federação da Agricultura do
Estado do Paraná — FAEP e à Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande
do Sul — FARSUL e cobramos definição urgente sobre o seguro do trigo para a
safra de 2016, sobre o percentual dos limites, do preço mínimo, enfim, os detalhes
do financiamento.
O Paraná começa a plantar trigo praticamente na semana que vem e o Rio
Grande do Sul daqui a 40 dias, mas ainda não tivemos o anúncio, a definição, por
parte do Ministério da Agricultura, das regras para o financiamento. Isso é
extremamente importante para Paraná, o maior produtor, e Rio Grande do Sul, o
segundo maior produtor do trigo que o Brasil planta.
Precisamos da definição dessas regras para o financiamento do trigo na safra
de 2016.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Arnaldo
Faria de Sá, do PTB de São Paulo.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, quero deixar aqui registrada e lamentar a posição do
novo Superintendente Regional do Trabalho e Emprego em São Paulo, um
ex-sindicalista, o ex-Deputado Marcolino, que deseja acabar com as subdelegacias
regionais do trabalho sul, leste, oeste e norte da cidade de São Paulo, que atendem
muito bem os trabalhadores, principalmente neste momento em que o desemprego
atinge mais de 10 milhões de pessoas. Não dá para admitir que um sindicalista
queira complicar o atendimento ao trabalhador. Conversei com vários auditores
fiscais do trabalho e sei que ele vem a Brasília hoje para fazer essa proposta.
Espero que o Ministro Miguel Rossetto acorde para a realidade e não
concorde com essa proposta de acabar com as subdelegacias sul, leste, oeste e
norte, que atendem de forma exemplar os trabalhadores, neste momento em que
principalmente o seguro-desemprego é muito importante.
Portanto, Sr. Presidente, quero aqui lamentar e deixar registrado que somos
contra a desativação de subdelegacia regional do trabalho.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Arnaldo Faria de Sá,
aproveito a presença de V.Exa. e, antes que se inicie a Ordem do Dia, indago se há
requerimento seu sobre retirada de pauta, etc. Foi feito um acordo no Colégio de
Líderes sobre a forma de votação desta matéria. Pergunto se vai manter os
requerimentos, porque o Bloco parlamentar de V.Exa. fez parte do acordo.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, logicamente, vou consultar
o meu Líder. Em havendo a participação dele nesse acordo, vou retirar meu
requerimento. Mas vou lutar para que o que está sendo apresentado pelo Relator
não seja levado totalmente em consideração.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Roberto
Freire.
O SR. ROBERTO FREIRE (PPS-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, venho comunicar à Casa que os partidos de oposição com
representação no Congresso Nacional lançaram nota de apoio às manifestações
que vão ocorrer no Brasil no próximo dia 13 de março. Estamos conclamando
nossos militantes e simpatizantes para que, em todos os Municípios e cidades
brasileiras, onde puder, se manifestem pela campanha do impeachment ou pela
votação do Tribunal Superior Eleitoral. O que é fundamental é que o Brasil não
continue sangrando, com um governo incompetente e corrupto, como este de Dilma.
Estamos conclamando a sociedade brasileira para que vá às ruas, até porque, se
não for, ela fica.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O.k.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Miro
Teixeira.
O SR. MIRO TEIXEIRA (Rede-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, um projeto que apresentei apresentado está, do jeito que se procede
aqui na Casa. Mas eu decido falar porque de repente o Governo toma a ideia para
si, e até por medida provisória pode fazê-lo.
Eu chamo a atenção também dos Parlamentares ligados à área da agricultura
para o fato de que estou buscando livrar de impostos, taxas e contribuições os
equipamentos de tecnologia avançada, como o bombardeio por isótopo radioativo,
que permite a esterilização de moscas e mosquitos. Isso já é usado, de certa
maneira.
Eu fiquei aturdido quando vi na GloboNews a notícia de que uma instituição
internacional de controle do uso de energia atômica doou ao Brasil um equipamento
que, por conta de burocracia, só chegará aqui lá para agosto. Então, apresentei o
Projeto de Lei nº 4.499, de 2016, criando essa isenção. Porém, diante da urgência
de todos esses fatos, e já que tantas medidas provisórias o Governo encaminha ao
Congresso, talvez ele possa editar e enviar mais essa. Aí nós consideraríamos até
prejudicado o projeto.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado
Heráclito Fortes.
O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, em toda a minha vivência nesta Casa,
nunca vi um retorno das atividades parlamentares tão caótico quanto este que
iniciamos esta semana. Não há esperança; não há sequer por parte da base do
Governo propostas para que possamos ordenar os trabalhos.
Nós estamos, e não podemos negar à Nação brasileira, vivendo um País em
liquidação — literalmente em liquidação! As fábricas estão fechando, o desemprego
e acima de tudo a falta de esperança estão crescendo. Por falta de comando, de um
lado, a miséria está batendo à porta do assalariado, o dinheiro do Programa Bolsa
Família está começando a faltar; de outro, os escândalos estão estourando, com
milhões de dólares pagos a marqueteiros.
O povo brasileiro não entende o que está acontecendo. Ele não suporta ver
uma empresa como a PETROBRAS, orgulho desta Nação, de repente se encontrar
na bancarrota, o Brasil sendo rebaixado, e acima de tudo a falta de respeito que se
começa a se ter para com nosso País para quem vê de fora o que acontece aqui. O
povo brasileiro não compreende isso.
É lamentável, Sras. e Srs. Deputados, mas é dentro desse quadro que nós
vamos ter que enfrentar este semestre. Vamos ver a que ponto chega a paciência
do povo brasileiro, quando a grande discussão no momento é a compra de um
tríplex e de um sítio de luxo por um ex-Presidente da República.
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Encerro, caros companheiros, esta minha breve participação, deixando a
V.Exas. a noção da gravidade da situação que o Brasil enfrenta neste momento. E
alguma coisa deverá ser feita.
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VI - ORDEM DO DIA
PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS:
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A lista de presença registra o
comparecimento de 260 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Passa-se à apreciação da matéria
sobre a mesa e da constante da Ordem do Dia.
Item 1.
PROJETO DE LEI Nº 3.123, DE 2015
(DO PODER EXECUTIVO)
Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº
3.123, de 2015, que disciplina, em âmbito nacional, a
aplicação do limite máximo remuneratório mensal de
agentes políticos e públicos de que tratam o inciso XI do
caput e os § 9º e § 11 do art. 37 da Constituição; tendo
parecer da Comissão de Trabalho, de Administração e
Serviço Público, pela aprovação deste e das Emendas de
Plenário de nºs 8 a 12, 16 e 17, pela aprovação parcial
das Emendas de Plenário nºs 1, 3, 4, 6, 7 e 14, com
substitutivo; e pela rejeição das Emendas de Plenário de
nºs 5, 13 e 15 (Relator: Deputado Lucas Vergílio); e da
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, pela
constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa deste
e das Emendas de Plenário nºs 1, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11,
12, 14, 16 e 17/2015, na forma do Substitutivo da
Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público;
e pela inconstitucionalidade e injuridicidade das Emendas
de Plenário nºs 5, 13 e 15 (Relator: Deputado André
Fufuca). A Emenda de Plenário nº 2 foi retirada pelo
autor. Pendente de parecer da Comissão de Finanças e
Tributação.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há requerimento de retirada de
pauta do Projeto de Lei nº 3.123, de 2015, do Deputado Arnaldo Faria de Sá.
“Senhor Presidente,
Requeiro a Vossa Excelência, nos termos do art.
83, parágrafo único, II, ‘c’, combinado com o art. 117,
caput, do Regimento interno da Câmara dos Deputados, a
retirada de pauta do PL 3.123 de 2015.
Salas das Sessões, em 23 de fevereiro de 2015
Arnaldo Faria de Sá
Deputado Federal - São Paulo
Vice-Líder PP/PTB/PSC/PHS”
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor, concedo a palavra
ao Deputado Arnaldo Faria de Sá.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nosso requerimento de retirada de pauta
é porque até agora não se conhece o substitutivo. E, pelo que se comenta aqui e ali,
o substitutivo corta tudo. Na verdade, o servidor, que já não tem nenhum tipo de
reajuste, que tem abate-teto, ainda vai perder uma série de condições.
É preciso conhecer antecipadamente qual é o substitutivo, porque depois de
iniciada a discussão, encaminhada e encerrada regimentalmente, sabe-se que o
Governo terá facilidade de fazê-lo — e aí é o atropelo —, e se votará segundo os
interesses do Governo.
Aliás, a Presidente anunciou ainda no ano passado de forma bastante
esplendorosa que ia reduzir os seus salários. Eu pergunto: até agora ela os reduziu?
Não os reduziu! Ficou apenas naquela promessa. Aliás, de promessas esse
Governo é bem competente, e bem incapaz.
Na verdade, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nós precisamos
poder falar aquilo que é a expectativa maior de todos aqueles que aguardam uma
definição da crise econômico-financeira deste País. Só se fala em aprovar a DRU —
Desvinculação de Receitas da União, para tirar 120 bilhões das contribuições
sociais, em aprovar a CPMF — Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira, para que o aumento da carga tributária seja suportado por todas as
pessoas, na reforma da Previdência, como se ela fosse a culpada de todos os
problemas do Brasil. Os culpados dos problemas do Brasil são os escândalos e
roubos da PETROBRAS e dos fundos de pensão. Aliás, ainda hoje estivemos numa
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reunião da CPI dos Fundos de Pensão. Há casos escabrosos de que se tem
conhecimento.
Então, Sr. Presidente, não é cortando ainda mais na situação dos servidores,
limitando, criando abate-teto e uma série de limitações que nós vamos resolver a
situação. Ela precisa ser discutida, mas, para ser discutida, precisa ser colocada
claramente. O que nós vamos discutir? Ninguém conhece o assunto. O relatório vai
ser apresentado agora pelo Relator, um relatório pronto, acabado. Vai nos restar
espernear aqui ou ali. Por isso eu gostaria que tivéssemos a oportunidade de
debater.
Respeitando aquilo que está estabelecido no chamado acordo de Lideranças,
a discussão será iniciada. Ela não será encerrada! Ela não será encerrada! Eu vou
concordar com o bom andamento dos trabalhos, no sentido da retirada deste
requerimento, mas vou me inscrever para encaminhar o requerimento que trata do
adiamento da discussão. Eu não admito que possamos neste momento querer
buscar culpados, quando os verdadeiros culpados estão lá no Palácio do Planalto e
na Esplanada dos Ministérios.
Não são os servidores os culpados pela crise em que este País está metido.
Ontem vimos pelas novas ações da Operação Lava-Jato onde estão os culpados, os
que venderam feericamente uma maravilha, uma solução inimaginável, e vimos o
buraco em que estamos.
Repetindo aquilo que já coloquei, Sr. Presidente, não vou aceitar, em hipótese
nenhuma, que os previdenciários, os segurados da Previdência sejam
responsabilizados por esta crise em que está metido o País e da qual será duro sair.
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Respeitando o jogo parlamentar, vou retirar este requerimento, para colaborar
com os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O requerimento foi retirado.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para oferecer parecer ao projeto, ao
substitutivo adotado pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público
e às Emendas de Plenário nºs 1 e 3 a 17, pela Comissão de Finanças e Tributação,
concedo a palavra ao Deputado Ricardo Barros.
O SR. ROBERTO BRITTO (Bloco/PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - O Deputado Ricardo Barros está ausente, Presidente. S.Exa. está na
Liderança do PP.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - S.Exa. passou há pouco, avisando
que estava aqui.
O SR. ROBERTO BRITTO - Mas está na Liderança.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu peço para chamá-lo. (Pausa.)
Ele está vindo. Vamos aguardá-lo. (Pausa.)
Eis que surge o Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para oferecer parecer ao projeto, ao
substitutivo adotado pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público
e às Emendas de Plenário nºs 1 e 3 a 17, pela Comissão de Finanças e Tributação,
concedo a palavra ao Deputado Ricardo Barros.
O SR. RICARDO BARROS (Bloco/PP-PR. Para emitir parecer. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, quero primeiramente dizer que se trata de matéria
relevante, muito importante para o ajuste fiscal. É uma das medidas do ajuste fiscal
anunciadas pelo Governo. Por isso está tramitando em regime de urgência
constitucional, veio para o Congresso com a previsão de reduzir em 800 milhões de
reais por ano a despesa pública e recebeu, na Comissão de Trabalho, um relatório
que, atendendo a várias solicitações, acabou aumentando a despesa pública em 1,5
bilhão.
Então, nós temos o texto do Governo, que se propõe a regularizar, a
moralizar e a dar transparência ao teto do servidor público, em especial às verbas
indenizatórias, e temos o projeto que foi aprovado na Comissão de Trabalho, que,
da mesma forma, procurou atender a diversas solicitações de categorias, de
corporações, mas acabou abrindo muito a possibilidade de acúmulo de funções, de
furos no teto, o que implica uma despesa a maior de 1,5 bilhão.
Nós estamos falando, portanto, de 2,3 bilhões por ano de diferença na
aplicação de um texto e de outro. Por isso eu quero pedir aos Srs. Líderes
preferência para a aprovação do meu substitutivo, que é, na verdade, o texto
enviado pelo Governo, para que nós possamos, então, discutir a matéria com
absoluta clareza e transparência.
Trata-se da aplicação do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, que diz:
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“Art. 37. ............................................................
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
cargos, funções e empregos públicos da administração
direta, autárquica e fundacional, dos membros de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não (...).”
Notem o termo “percebidos cumulativamente ou não”. Isso foi emendado em
1998, para deixar muito claro que o teto é um só —”cumulativamente ou não”! Isso
não havia no texto original da Constituição, e foi emendado para deixar claro que
não há como separar. Não há nem três tetos, é um teto só, mesmo que o servidor
tenha dois vínculos.
Continua:
“(...) incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer
outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito
do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
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e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
Defensores Públicos;”
Diz o inciso XVI:
“Art. 37 .............................................................
XVI - é vedada a acumulação remunerada de
cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade
de horários, observado, em qualquer caso, o disposto no
inciso XI.”
Isso é o teto, que diz da cumulatividade. Podem se acumular dois cargos de
professor, um cargo de professor e outro técnico-científico e um cargo ou dois
cargos de empregos privativos de profissionais da saúde, com profissões
regulamentadas. Ou seja, um médico tem dois vínculos. Muito bem. É permitido
acumular, mas não é permitido passar do teto.
Eu começo dando um destaque muito claro ao texto da Constituição porque
nós estamos regulamentando o teto. Então, é preciso que as pessoas tenham
entendimento de que o teto é um por servidor. Em essência, o teto é um limite
remuneratório limitado ao salário, à remuneração do Ministro do Supremo Tribunal
Federal, por cidadão brasileiro. É isso.
Dentro desse princípio, existem exceções, que são as verbas indenizatórias.
Verbas indenizatórias se referem ao exercício da função, aos custos que ele tem
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para cumprir sua obrigação funcional: diárias, auxílio-transporte, gratificações de
função eleitoral, hora extra.
Benefícios de indenizações concedidas sem necessidade de comprovação de
despesa: auxílio-moradia, auxílio-creche, assistência médica e odontológica e
auxílio-saúde.
Aqui nós estamos definindo que é indenizatória aquela verba que é paga e
ressarcida ao funcionário público — ele gasta e é ressarcido. Só as verbas que são
ressarcidas são indenizatórias. Estamos colocando um limite na lei, que decidirá
anualmente até que valores haverá dispensa da comprovação. Então, de uma diária
de 500 reais, pode ser dispensada a comprovação. Agora, se a diária daquele Poder
é de 1.500 reais, tem que se comprovar a despesa, ou, se não comprovar a
despesa, a diferença dos 1.500 reais para os 500 reais vai para o teto, porque fica
remuneratório. Paga-se e não tem a comprovação da despesa.
Auxílio-creche. O auxílio-creche é remuneratório porque o fato de o
funcionário ter filhos não tem nada a ver com a atividade dele. Então, se a Câmara
dos Deputados, o Senado Federal, o Poder Judiciário estabeleceram o auxílio-
creche, ele é remuneratório porque não tem caráter indenizatório. Não há razão para
o Poder Público indenizar o servidor porque ele tem filhos, porque isso não tem a ver
com o exercício da função pública.
O nosso relatório essencialmente trata dos temas seguintes.
Linhas gerais do substitutivo.
Ele vale para União, Estados, Distrito Federal e Municípios, entidades dos
Três Poderes, Ministério Público, empresas dependentes do Tesouro e entidades
privadas que sejam mantidas por recursos públicos — ONG, OSCIP e OS. Ou seja,
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toda empresa que tenha mais da metade da receita advinda do Poder Público é
considerada empresa dependente do Poder Público. E aí se sujeita ao teto, porque é
remunerada com recursos públicos.
O teto inclui o somatório dos subsídios, salários, remunerações, proventos,
soldos, reformas e pensões, percebidos cumulativamente ou não, pagos pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios. Então, no teto, incluem-se todas as
remunerações.
A remuneração compreende a soma dos vencimentos com os adicionais de
caráter individual e demais vantagens, sejam elas permanentes ou eventuais: cargos
comissionados, funções de confiança, participação de agente público em conselho
de administração ou fiscal de empresas estatais mantidas pelo Poder Público,
gratificação eleitoral, gratificação por encargo de curso ou concurso, adicional de
insalubridade, adicional noturno, hora extra; auxílios, benefícios ou indenizações
concedidos sem a necessidade de comprovação da despesa, tais como auxílio-
moradia, auxílio-creche e assistência médica e odontológica. Tudo isso é somado
para o teto, a não ser aquelas despesas comprovadamente de ressarcimento.
Nós tratamos do abono de permanência. O projeto do Governo não
contemplou o abono de permanência, colocou-o dentro do teto. Mas, quando o
servidor público que tem o direito de se aposentar não se aposenta, quando
continua prestando serviço, ele recebe 11% — que seria a sua contribuição para a
previdência — como indenização. Como o abono não é um não desconto — ou seja,
o funcionário não deixa de pagar a previdência, ele recebe esse valor e paga, com
esse valor, a previdência —, esse valor tem que estar acima do teto. Então, nós
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alteramos o projeto original do Governo, para excluir do teto o abono de
permanência.
A questão das parcelas que são consideradas indenizatórias.
A verba indenizatória tem uma característica. Qual é a característica? Não se
incorpora à remuneração nem gera acréscimo patrimonial. O seu objetivo é
reembolsar os agentes públicos por despesas efetuadas no exercício de suas
atividades diárias. Isso é que é verba indenizatória. Auxílio-moradia concedido na
forma de ressarcimento por despesa comprovada; auxílio-transporte; abono
pecuniário de férias, limitado a 10 dias por exercício; indenização de férias não
gozadas, limitada a dois períodos adquiridos; licença prêmio convertida em pecúnia
em razão da não fruição do direito, limitada a 6 meses.
As parcelas serão consideradas de caráter indenizatório somente quando
estiverem devidamente suportadas por documentação comprobatória do gasto. Só é
indenizatório aquilo cujo gasto é comprovado e, portanto, ressarcido, porém, como
eu disse, respeitados os limites que estabeleceremos em lei para a dispensa da
exigência da documentação comprobatória, a exemplo do auxílio-alimentação, das
diárias e do auxílio-transporte, diante do caráter antieconômico do controle dessas
despesas. É muito mais caro controlar as diárias do que o valor da diária. Então, nós
vamos estabelecer em lei, porque hoje cada ente paga como quer, o valor que quer;
cobra ou não a documentação de comprovação. Então, nós vamos padronizar essa
questão, para que as verbas indenizatórias igualmente possam atender a todos os
nossos funcionários que recebem do Erário.
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O teto será proporcional à jornada de trabalho: jornada de 20 horas, meio
teto; jornada de 40 horas, um teto. Não há nenhuma possibilidade de haver mais de
um teto.
O 13º salário e o terço constitucional de férias são considerados isoladamente
das demais remunerações, portanto não estão no teto.
Aplica-se o limite remuneratório previsto à remuneração percebida no exterior
por agentes públicos em moeda estrangeira, utilizando-se o critério de paridade do
poder de compra entre o real e o dólar norte-americano, nos termos do regulamento.
Então, há uma gratificação por atividade no exterior que nós vamos contemplar,
porque o servidor que está no exterior tem que manter lá um padrão de vida de
acordo com o custo do país onde ele está estabelecido. Existe uma lei que
determina isso, que tem a ver com o cargo do servidor do Itamaraty e com sua
remuneração. Então, estabelece-se uma proporcionalidade, e nós estamos
garantindo aqui a paridade do dólar americano para todos que trabalham fora do
País, na questão da referência do teto.
A lei de 2004 criou o Sistema Integrado de Dados. Municípios, Estados e
União têm que alimentar esse sistema, para que as pessoas, quando forem
trabalhar no Poder Público, tenham a possibilidade de verificação de quanto elas já
recebem de cada ente público, para que o último vínculo possa fazer a glosa do teto.
Existe uma regra proposta no projeto de lei sobre essa questão.
O relatório do projeto é esse.
Eu vou fazer, no voto, o exame de adequação financeira e orçamentária.
“De acordo com a Mensagem nº 379, de 2015, que encaminhou a proposta de
redução, em 10%, dos subsídios dos Ministros de Estado...” (Pausa.)
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Nós votaremos hoje ainda, por uma urgência dos Líderes, o corte de 10% dos
subsídios dos Ministros de Estado, do Vice-Presidente da República. Também foi
proposta a regulamentação do teto remuneratório, que produzirá uma economia de
até 800 milhões por ano.
“Portanto, ao propor a redução de despesas de natureza obrigatória, a
proposição apresenta compatibilidade com as normas do Plano Plurianual, da Lei de
Diretrizes Orçamentárias, da Lei Orçamentária Anual e das demais disposições
legais em vigor e apresenta-se adequada, uma vez que abrangida pela Lei
Orçamentária Anual.
Quanto às emendas de plenário apresentadas ao projeto, à exceção das de
nos 6, 10 e 16, as demais provocam aumento de despesa em relação ao projeto, pois
pretendem excluir parcelas remuneratórias do limite previsto no projeto, excluir
agentes públicos da aplicação da lei, impedir que o limite remuneratório inferior a 40
horas seja reduzido proporcionalmente à jornada, permitir aos Estados e Distrito
Federal fixar limites de remuneração distintos ao do projeto ou incluir categorias num
limite remuneratório maior que o previsto. Destarte, as Emendas nºs 1, 3, 4, 5, 7, 8,
9, 11, 12, 13, 14, 15 e 17 são incompatíveis orçamentária e financeiramente, por
contrariarem o art. 63, inciso I, da Constituição Federal, nos termos do art. 113, § 6°,
inciso I, da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2016 (Lei n° 13.242, de 30
dezembro de 2015).
Além disso, a Emenda n° 01/2015 propõe excluir da incidência do teto o
‘auxílio-moradia no exterior, disciplinado em regulamento’, da retribuição dos
agentes públicos que estejam a serviço da União no exterior. No entanto, tal auxílio-
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moradia não consta da Lei nº 5.809, de 1972, que disciplina essas retribuições, e
não poderia ser instituído por lei regulamentadora de teto constitucional.
O Substitutivo aprovado pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço
Público subverte completamente o sentido original do projeto enviado pelo Poder
Executivo, ao separar da remuneração mensal, para efeitos de comparação com o
teto, parcelas como retribuição pelo exercício de cargo ou função de confiança;
retribuição decorrente da participação em órgãos colegiados sem vínculo com a
realização de reuniões em seu âmbito; gratificação pelo exercício de função eleitoral,
prevista nos arts. 1º e 2º da Lei nº 8.350, de 28 de dezembro de 1991; e outras
parcelas de qualquer denominação, origem ou finalidade atreladas a circunstâncias
específicas e pagas com continuidade, de forma que não justifique a incorporação
do respectivo valor à retribuição do cargo efetivo sujeito à vitaliciedade, do emprego
permanente, do posto ou da graduação, inclusive quando decorrentes da
equiparação entre a remuneração de cargos em comissão ou de funções de
confiança a título de isonomia; pagamentos decorrentes da participação em
processo de capacitação profissional na qualidade de instrutor, efetivados em razão
da participação em concurso público, provenientes da atuação em comissão de
inquérito disciplinar ou decorrentes da participação em outros órgãos colegiados,
quando atrelados à efetiva realização de reuniões no respectivo âmbito; prêmios;
honorários de sucumbência.”
O projeto da CTASP quis deixar tudo isso fora do teto. Por isso estou dizendo
que o projeto aumenta em 1,5 bilhão a despesa. Dessa forma, a adoção do
Substitutivo da CTASP acarretaria aumento não pretendido pelo projeto, que quer
reduzir a despesa.
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“Assim, com exceção das Emendas nºs 6, 10 e 16, as demais emendas e o
Substitutivo aprovado pela CTASP resultam em aumento da despesa prevista no
projeto original, também contrariando o disposto no art. 63, inciso I, da Constituição
Federal (...).
As Emendas nºs 6, 10 e 16 propõem alterações que não resultam em
implicação orçamentária e financeira, uma vez que buscam apenas aperfeiçoar o
texto do projeto, sem acarretar aumento de despesa.
II.2. Análise de mérito
O projeto de lei em apreço almeja uniformizar, em nível nacional, o
regramento do teto remuneratório para os agentes públicos, previsto na Constituição
Cidadã de 1988, buscando dar plena eficácia ao comando constitucional, além de
pacificar inúmeras questões que têm sido objeto de acaloradas discussões nos
tribunais judiciais e na própria administração pública.
Apesar de reconhecermos os avanços contidos na proposta, estamos
convictos de que há espaço para melhorias, a fim de que o limite remuneratório
imposto pela Constituição tenha o alcance pretendido (...).
Nosso Substitutivo contempla modificações necessárias para abranger
agentes privados que devem ser submetidos ao teto, uma vez que prestam serviços
a entidades mantidas com recursos públicos, as quais necessariamente devem se
submeter aos princípios constitucionais da administração pública (...).
Em respeito à literalidade do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal,
entendemos que o teto remuneratório deve abranger subsídios, salários,
remunerações, proventos, soldos, reformas e pensões, percebidos cumulativamente
ou não, pagos pela União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios.
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Da mesma forma, em homenagem ao texto constitucional, o teto deve cotejar,
de modo conjunto, e não isolado, vencimentos com adicionais de caráter eventual e
demais vantagens, sejam elas permanentes ou eventuais (...).
Optamos também por preservar determinados conceitos remuneratórios,
constantes da Lei nº 8.852, de 1994, que estavam sendo revogados pelo projeto
original, mas cuja manutenção consideramos ser de grande relevância, a fim de
melhor qualificar as parcelas incluídas e excluídas do teto remuneratório.
(...)
Quanto ao 13º salário e ao terço constitucional de férias, a lógica inerente ao
pagamento das parcelas impõe o seu são cômputo isolado em relação à
remuneração, salário ou subsídio a que elas se referem, o que, aliás, já constava do
projeto oriundo do Poder Executivo (...).”
Quanto à categorização de cada parcela retributiva, registro que promovi, em
uma análise criteriosa, a fim de diferenciar as de indisfarçável natureza regulatória
daquelas de essência verdadeiramente indenizatória.
Para alcançar tal objetivo, adotamos parcialmente o conceito das parcelas
indenizatórias proposto pelo Projeto de Lei nº 6.922, de 2013, de autoria de
Comissão Mista destinada a consolidar a legislação federal e a regulamentar
dispositivos da Constituição Federal, em trâmite nesta Casa Legislativa. A ideia foi a
de normatizar as balizas da natureza jurídica das verbas indenizatórias (...).”
Ainda quanto a esse tema, propomos que auxílios e indenizações sejam
considerados de caráter indenizatório quando estiverem devidamente suportados
por documentação comprobatória do gasto efetuado em seu benefício.
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Por outro lado, em determinadas situações em que a comprovação desses
gastos se mostre antieconômica, a exemplo do auxílio-alimentação, das diárias e do
auxílio-transporte, proponho que as Leis de Diretrizes Orçamentárias de cada
entidade federativa estabeleçam determinados limites, abaixo dos quais as referidas
parcelas poderão ser consideradas indenizatórias, independente de suporte
comprobatório dos gastos.
“Relativamente ao abono de permanência, optei por excluí-lo do teto
remuneratório (...).
Em síntese, as parcelas que mantivemos fora do teto remuneratório foram
estritamente aquelas que promovem o justo reembolso dos agentes públicos por
despesas efetuadas no exercício de suas atividades funcionais (...).
Ainda, para que ocorra o intercâmbio das informações que permitirão a
integral aplicação do projeto, propomos o prazo de 365 dias a contar da publicação
da lei, para que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituam
sistema integrado de dados relativos às remunerações (...).”
Tudo isso para que nós possamos ter uma informação adequada, correta de
quanto cada cidadão recebe de qualquer um dos entes da Federação. Dessa forma,
nós vamos ter a possibilidade real de saber e de fazer a glosa daqueles vínculos
que, sendo em qualquer uma das esferas, excedem o teto remuneratório.
“Por fim, em relação às emendas parlamentares, acatamos:
a) a Emenda n° 6, a fim de especificar as moedas (real e dólar
norte-americano) usadas para o cálculo dos ajustes necessários para a manutenção
da paridade do poder de compra entre as remunerações percebidas pelos
servidores no Brasil e no exterior (...);
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b) parcialmente a Emenda n° 10, uma vez que resguarda a prerrogativa
prevista no art. 37, § 12, da Constituição Federal, que faculta aos Estados e ao
Distrito Federal fixar, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do
respectivo Tribunal de Justiça;
c) parcialmente a Emenda nº 16, que dá mais clareza ao art. 12, parágrafo
único, do projeto original, ao explicar que, na hipótese de parcelas pagas em atraso,
quando somadas às demais parcelas do período de competência, para cálculo do
limite da remuneração, os juros e a correção monetária somente incidirão sobre o
valor que for efetivamente pago.”
Por outro lado, fizemos um projeto que esclarece cada um dos pontos, para
facilitar a implementação do teto.
“Por todo o exposto e confiantes de que estamos propondo o
aperfeiçoamento do projeto original, o voto:
I - pela constitucionalidade, adequação orçamentária e financeira do Projeto
de Lei nº 3.123, de 2015;
II - pela incompatibilidade e inadequação orçamentária e financeira de
Emendas das Plenário nºs 1, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 11, 12, 13, 14, 15 e 17, e do substitutivo
aprovado pela Comissão do Trabalho, de Administração e Serviço Público;
III - pela não implicação orçamentária e financeira das Emendas de Plenário
nºs 6, 10 e 16; e
IV - no mérito, pela aprovação do Projeto de Lei nº 3.123, de 2015, e pela
aprovação parcial das Emendas de Plenário nºs 6, 10 e 16, na forma do substitutivo.
Esse é o relatório.
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Agradeço aos Relatores que atuaram nas Comissões de Trabalho, de Justiça
e de Finanças e Tributação, que aperfeiçoaram o texto, cujos aperfeiçoamentos
podemos incluir neste relatório.
Estou certo, Sr. Presidente, de que votar este relatório é um serviço que
prestamos à Nação brasileira, para que todos os brasileiros que pagam, através dos
seus impostos, o salário dos servidores públicos tenham clareza absoluta de quais
são os benefícios que estão incluídos no teto, portanto verbas remunetórias, e quais
são aqueles que estão como verbas indenizatórias liberadas para serem recebidas
acima do teto constitucional.
A Constituição tem quase 30 anos, e em 1998 foi emendada para se incluir o
termo “cumulativamente ou não”, que foi para ficar muito claro que é um único teto
que temos no nosso sistema jurídico.
Quero agradecer a todos os órgãos de administração com os quais me reuni
— Tribunais, Câmara, Senado, Ministério Público da União —, a todos aqueles
chefes de recursos humanos, diretores, que se reuniram conosco ali na Consultoria
da Câmara, a todas as associações de magistrados, promotores, médicos e a todos
aqueles que vieram aqui trazer sua contribuição.
Agradeço a todos porque sei que esse diálogo permitiu, sem nenhuma
dúvida, a melhoria do Projeto de Lei nº 3.123, de 2015, que ora estamos relatando.
É o voto, Sr. Presidente.
PARECER ESCRITO ENCAMINHADO À MESA
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(PARECER A SER INSERIDO PELO SERAT)
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O SR. SARNEY FILHO - Deputado Ricardo Barros, peço um esclarecimento.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Questão de ordem, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vamos organizar o debate, para que
ele possa florescer.
Tem a palavra o Deputado Arnaldo Faria de Sá, que havia pedido primeiro, e,
em seguida, o Deputado Sarney Filho.
O SR. RUBENS BUENO - Eu peço também, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Questão de ordem. Sem
revisão do orador.) - Sr. Presidente, mesmo em urgência, no art. 152, há claramente,
no § 1º, inciso II, uma exigência que tem que ser cumprida:
“Art. 152 ...........................................................
§ 1º Não se dispensam os seguintes requisitos:
..............................................................................
II - pareceres das Comissões ou de Relator
designado;”
Esse é o caso. O Relator foi designado. O seu parecer foi oral, mas tem que
ser distribuído antes de se votar, até porque nós temos várias matérias
extremamente complexas.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, eu vou relatar o acordo
que foi feito no Colégio de Líderes, o que facilita este debate. O nosso acordo foi de
que seria lido o relatório dessa matéria, promoveríamos a discussão, e a votação
seria somente a partir de amanhã de manhã. Esse foi o acordo que nós fizemos.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Então a discussão não ocorrerá agora?
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Nós vamos encerrar a discussão
hoje, porém, sem o requisito do encerramento formal, para que se permita a
apresentação de emendas.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Mas o que eu estou propondo na questão
de ordem, Sr. Presidente, é que não se inicie a discussão enquanto não for
distribuído o parecer. Eu não conheço o parecer.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Será apresentado o parecer. Nós
vamos adiantando a discussão para ganhar tempo.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - A minha questão de ordem é que eu não
sei nem...
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, houve um acordo de
procedimento.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - O acordo não pode superar o Regimento.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu sei, mas não está superando. Já
vão distribuir. Se V.Exa. quiser, nós vamos parar 15 minutos aqui e esperar que ele
seja distribuído. Não vai alterar o acordo que nós já fizemos. Então, isso é para que
possamos cumprir o acordo e permitir que todos tenham condições inclusive de
emendar, de destacar, de fazer o que for possível. Eu me comprometi a fazer o
maior número possível de votações nominais, mesmo que seja fora do interstício.
Então, não há o espírito de atropelar. Nós vamos votar, mas não há nenhum
espírito de atropelamento.
V.Exa. fique tranquilo, haverá ainda algumas questões, vamos começar a
discussão. A discussão não será formalmente encerrada, mas nós vamos esgotá-la,
para que se permitam emendas e destaques.
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O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Até o início da votação?
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Até o início da votação de amanhã,
certo? Fique tranquilo, porque foi esse o acordo.
O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente...
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente...
O SR. SARNEY FILHO - Deputado Ricardo Barros!
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deixe-me dar a palavra primeiro ao
Deputado Zequinha.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, mesmo havendo o acordo,
a minha questão de ordem é procedente. Eu vou respeitar o acordo, mas a questão
de ordem é procedente.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu não disse que a questão de
ordem de V.Exa. é procedente. Eu disse que, se V.Exa. exigir o cumprimento, nós
vamos interromper por 10 ou 15 minutos, até que se providenciem as cópias para
todos. Não vai haver um ganho, é só uma obstrução desnecessária. É isso o que eu
estou falando.
O SR. ANDRÉ MOURA - Sr. Presidente, peço só um esclarecimento,
rapidamente.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não, eu cedo. Primeiro, o Deputado
Zequinha.
O SR. SARNEY FILHO - Sr. Presidente, deixe-me primeiro pedir o meu
esclarecimento.
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O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, peço atenção a V.Exa. Eu
quero pontuar que são 17h54min. Se dentro de 15 minutos não houver o relatório,
eu voltarei com a questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não.
O SR. SARNEY FILHO (PV-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Deputado Ricardo Barros, V.Exa. leu o relatório, o mesmo relatório que foi
distribuído hoje na reunião de Líderes? Houve alguma mudança?
O SR. RICARDO BARROS (Bloco/PP-PR. Sem revisão do orador.) - Eu li o
relatório. Não há alteração no texto da lei que foi distribuído. Nós decidimos manter
o texto que está distribuído nas Lideranças desde as 15h30min. Todas as
Lideranças têm o texto. Está mantido aquele texto, e faremos as alterações aqui, por
acordo com S.Exas.
O SR. SARNEY FILHO - Muito bem.
Sr. Presidente, Deputado Eduardo Cunha, V.Exa. acabou de dizer o que eu
acho sensato. Vamos iniciar a discussão; no entanto, só vamos encerrá-la
formalmente amanhã, para que se dê tempo de que possamos fazer os destaques e
as emendas devidas. É isso, Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - É isso.
O SR. SARNEY FILHO - Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado
Silvio Costa e, em seguida, ao Deputado André Moura.
O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, quero informar a V.Exa. que o PTdoB já tem cinco
Parlamentares: este Deputado que está falando, os Deputados Luis Tibé, Uldurico
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Junior, Macedo e Pastor Franklin. Portanto, nós somos cinco Parlamentares, e eu
gostaria que V.Exa. aplicasse ao PTdoB o que o Regimento da Casa manda, como,
por exemplo, a representação da Liderança no painel. O Líder do PTdoB vai ser o
Deputado Luis Tibé.
Então, gostaria que V.Exa. abrisse o seu coração para o PTdoB e aplicasse o
Regimento para o partido.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Se em alguma coisa não estiver
sendo aplicado o Regimento, será consertado para amanhã.
Concedo a palavra ao Deputado André Moura.
O SR. ANDRÉ MOURA (Bloco/PSC-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, já tirei a minha dúvida. Era a mesma do Deputado Sarney Filho.
Portanto, já estou contemplado.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado
Fernando Francischini.
O SR. FERNANDO FRANCISCHINI (SD-PR. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, nós do Solidariedade temos nos reunido. O Deputado
Lucas Vergilio foi o autor de um voto aprovado na Comissão do Trabalho, e o
Relator é o Deputado Ricardo Barros.
O assunto é muito polêmico, Sr. Presidente. Não há um desígnio dos
Deputados do Solidariedade nem de outros que estão aqui debatendo sobre o
assunto, extremamente polêmico. Concordamos com boa parte do texto, pois é
preciso haver moderação em relação ao teto e aos salários, mas esse projeto está
generalizando. Hora extra dentro do teto constitucional, direito trabalhista... Vamos
acabar com a função eleitoral!
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Portanto, Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que peça ao Governo para retirar a
urgência constitucional desse projeto, para que o debate seja mais bem realizado.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vamos deixar o Deputado Ricardo
Barros concluir o parecer, porque me parece que sequer acabou.
Por gentileza, Deputado Ricardo Barros, V.Exa. concluiu?
O SR. RICARDO BARROS (Bloco/PP-PR. Sem revisão do orador.) - Para
atender o Deputado Sarney Filho e o Deputado André Moura, eu li no meu relatório,
e de fato, não estava no texto, uma linha que é “Indenização de Representação no
Exterior e Auxílio-Familiar, previstos no art. 8°, inciso III, alíneas ‘a’ e ‘b’, da Lei n°
5.809, de 10 de outubro de 1972”.
Nós incluímos isso no rol das indenizatórias e também incluímos:
“Respeitados os limites estabelecidos nas leis de diretrizes orçamentárias, a
exigência de apresentação de documentos comprobatórios não se aplica às
indenizações previstas nas alíneas ‘b’, ‘e’, ‘f’, ‘g’, ‘i’, ‘j’ e ‘p’ do inciso III — que é essa
que eu incluí.
Então, a única alteração do quadro que V.Exas. receberam às 15h30min em
todas as Lideranças e desse texto é a línea “p” do art. 4º, que trata da representação
no exterior e do auxílio-família do Itamaraty. É a única alteração que foi colocada no
relatório.
Eu relatei aqui, mas o Deputado Sarney Filho perguntou se havia alteração, e
eu não havia incluído isso no texto.
Então, daquele quadro que todas as Lideranças têm desde a tarde de hoje,
logo após a reunião de Líderes, a alínea “p” do art. 4º é a única alteração que foi
estabelecida.
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Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou pedir a V.Exa., Deputado
Ricardo Barros, que solicite a distribuição das cópias, para que não haja nenhum
questionamento.
O SR. RICARDO BARROS - A Mesa já está providenciando isso, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Por gentileza, o Deputado Arnaldo
Faria de Sá me deu a condescendência de os 15 minutos serem contados a partir de
agora.
Indago aos Líderes do DEM, do PSDB e do PT, que têm requerimentos de
adiamento de discussão, se, conforme o acordo, retiram os requerimentos.
O SR. EFRAIM FILHO (DEM-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o Democratas retira o requerimento.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O PSDB e o PT também? (Pausa.)
O SR. DANIEL COELHO (PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
O PSDB retira.
A SRA. PROFESSORA MARCIVANIA (PT-AP. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - O PT retira também, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Retira. (Pausa.)
Então, estão retirados os requerimentos.
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O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, como eu tenho muitos mais mandatos que V.Exa., estou
aqui há 25 anos, gostaria de saber por que V.Exa. tirou a Relatoria do Deputado
Nelson Marchezan e designou outro Relator. É uma praxe respeitar o trabalho dos
Parlamentares.
O Deputado Nelson Marchezan é um Parlamentar dedicado.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Sem dúvida.
O SR. LUIZ CARLOS HAULY - S.Exa. fez um trabalho exaustivo, debatendo
a matéria. Eu fui surpreendido. Estava lendo o relatório do Deputado Nelson
Marchezan quando percebi que havia outro Relator em nome da Comissão de
Finanças e Tributação. Isso é algo anormal na vida do Parlamentar.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, os exemplos aqui são
vários. Eu poderia apresentar pelo menos vinte projetos de plenário aqui e dizer que
as relatorias de plenário não batem com as relatorias das Comissões, principalmente
porque houve um relatório da Comissão que não foi votado. A Comissão, neste
momento, não existe, está desativada até a sua instalação nesta Legislatura, não
existe relatório. Então, obviamente, nós colocamos um Relator de plenário, o que é
uma prerrogativa da Presidência, com o intuito de facilitar.
A Comissão de Constituição e Justiça votou, a Comissão de Trabalho votou,
infelizmente a Comissão de Finanças não votou. Certamente, essa prerrogativa é
adotada em todos os projetos que vão a plenário, e eu dou a V.Exa. vários
exemplos. Foram sempre escolhidos Relatores de plenário.
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A Presidência entendeu, dentro do conjunto da Casa, neste momento, ser o
mais facilitador, com o intuito de aprovação. Foi este o critério, e usamos o critério
de chamar o Relator do Orçamento, porque a matéria tem muita afinidade com isto.
O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Sr. Presidente, nós vivemos um tempo muito
difícil.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Está certo.
O SR. LUIZ CARLOS HAULY - O Governo legisla por medida provisória; o
Supremo Tribunal Federal, assim como todo o Judiciário, também legisla; os
Conselhos de Contribuintes também legislam. Agora, nessa questão, que V.Exa. diz
que tem sido uma praxe, com todo o respeito, eu, como Parlamentar, não gostaria
de ter o dissabor de ver V.Exa. retirar uma relatoria minha, na Comissão de
Finanças, Comissão em que estou há 25 anos.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Se a Comissão estivesse em
andamento, mas ela não está em andamento, eu não sei nem se continuaria.
O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Com todo o respeito, eu não faria isso com
V.Exa. e com nenhum Deputado, nem da Oposição, nem do Governo.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu farei chegar a V.Exa. o
levantamento com todas as matérias que vieram a plenário, os Relatores
designados em plenário diferentes dos que estavam em Comissão. Garanto a
V.Exa. que passam de 20.
Passa-se à discussão da matéria.
Concedo a palavra ao Deputado Luiz Carlos Hauly, que falará contra a
matéria.
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O SR. EFRAIM FILHO (DEM-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, enquanto o Deputado Hauly se dirige à tribuna, aproveito para registrar a
presença de ilustres visitantes nas galerias. São aposentados, pensionistas,
beneficiários e trabalhadores dos fundos de pensão. (Palmas nas galerias.)
A Comissão Parlamentar de Inquérito que trata dos desvios nos fundos de
pensão tem feito um trabalho que tem ajudado a resgatar a credibilidade do
Parlamento junto a esse segmento da sociedade, que estava desesperançoso com
os desvios que se acumulavam e que levam a um déficit hoje de 46 bilhões de reais.
Faço um rápido apelo a V.Exa. A nossa Comissão deliberou por maioria, 16 a
11, pela prorrogação dos trabalhos. (Palmas nas galerias.) Essa prorrogação é
simbólica na Comissão e encontra-se sobre a mesa de V.Exa.
Temos até a semana que vem para que, dentro do cronograma de trabalhos
do Parlamento, V.Exa. possa pautá-lo, para que esses aposentados acompanhem
essa votação.
Agradeço a atenção de V.Exa. e do Deputado Luiz Carlos Hauly.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A Presidência pautará a matéria
oportunamente. (Palmas nas galerias.)
Com a palavra o Deputado Luiz Carlos Hauly.
O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, com certeza tem meu apoio essa moção feita
agora para atender os aposentados que estão aqui presentes.
Sr. Presidente, na verdade, quando me inscrevi, não tinha a posição do novo
Relator, nem do Relator da Comissão de Finanças, que nós vimos acompanhando
— Deputado Nelson Marchezan, do Rio Grande do Sul, do PSDB, brilhante
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Deputado, jovem, destemido, combativo, estudioso da matéria —, e vinha me
posicionando favoravelmente ao projeto, porque havia uma linha de entendimento.
Fui surpreendido hoje com o novo Relator, nesse atropelamento que acabou
acontecendo por parte da Presidência, o que para mim é algo bastante difícil.
Como Deputado singular, Deputado que representa o povo do meu Estado —
e cada um aqui representa a população do seu Estado —, ver um projeto seu sendo
usurpado, uma relatoria sendo usurpada é algo não desejável, e, na vida do
Parlamento em qualquer país do mundo, não é aceitável que aconteça isso.
Espero que haja um disciplinamento por parte da maioria da base do Governo
e da Oposição para que o Presidente da Casa não tenha essa prerrogativa
monocrática de tirar e pôr Relator, como deseja. Assim foi no caso do acolhimento
ou não do impeachment. V.Exa. tinha só 48 horas para deliberar sobre a matéria e
levou mais de 2 meses, e acabou ocasionando toda a confusão que houve no Brasil.
Na verdade, a questão do teto é antiga. O Constituinte já havia definido, por
emenda constitucional, que há um teto. Então, constitucionalmente já há um teto.
Eu, na década de 80, fui Secretário da Fazenda do Estado, quando o
Governador era Álvaro Dias. Nós aplicávamos o teto para o funcionalismo limitado
ao salário de Secretário de Estado. Então, houve muitas ações judiciais, muita
discussão.
A verdade é que no País existe o “jeitinho”. Tem-se o teto, ele não é aplicado
e é preciso uma lei para regulamentar. O Brasil é complexo, cheio de nuanças, cheio
de jeitinho brasileiro, por isso nós estamos aqui com a União, os Estados e os
Municípios quebrados, debruçados em um projeto de lei, já que ninguém cumpre um
dispositivo constitucional.
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A minha tendência é votar favoravelmente à matéria, desde que eu conheça o
relatório profundamente.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar favoravelmente, concedo
a palavra ao Deputado Max Filho. (Pausa.)
Para falar favoravelmente, concedo a palavra ao Deputado Glauber Braga.
(Pausa.)
Para falar favoravelmente, concedo a palavra ao Deputado Betinho Gomes.
(Pausa.)
Para falar favoravelmente, concedo a palavra ao Deputado Rodrigo de
Castro.
O SR. RODRIGO DE CASTRO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho aqui lamentar a situação da ciência e
tecnologia em nosso País, antes de entrarmos no mérito da matéria propriamente.
Hoje assistimos a uma crise financeira sem precedentes no Brasil. Temos a
inflação, o desemprego, o arrocho e, principalmente, a falta de perspectiva, pois
somos vítimas de um Governo que tem virado as costas para as boas práticas da
política, não tem valorizado o Congresso Nacional, não tem valorizado o diálogo e
tem adotado práticas erradas. Não vou aqui nem falar da corrupção generalizada,
mas esses problemas hoje realmente assolam todo o País.
Um das soluções para o Brasil sair da crise, sem dúvida nenhuma, seria
valorizar o empreendedorismo, valorizar a economia digital, valorizar a ciência e
tecnologia. Mais uma vez, o Governo do PT, o Governo da Presidente Dilma
caminha na contramão dos fatos.
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Aquilo a que assistimos hoje, primeiramente nas universidades, é um crime
cometido por um Governo que se diz defensor da Pátria educadora e que leva agora
as universidades à maior crise de sua história. Além disso, os órgãos de pesquisa
têm sofrido também com o contingenciamento de recursos. Então, o Governo prega
uma coisa e, mais uma vez, a realidade dos fatos o desmente.
Nós assistimos hoje, por exemplo, ao debate presidencial dos Estados Unidos
em que a questão da nova economia, em que a questão da ciência e tecnologia é
colocada em primeiro lugar, e, inclusive, é apontada como uma das saídas para
aquela nação tão poderosa crescer ainda mais e gerar emprego de qualidade, gerar
renda.
E nós aqui, Sr. Presidente, não estamos valorizando um contingente de
centenas de milhares de jovens que gostariam de ter uma oportunidade, jovens que
estão fazendo a sua graduação, a pós-graduação, o mestrado, o doutorado e que
poderiam ter todo esse potencial aproveitado. No entanto, não encontram um
mínimo respaldo, não recebem realmente nenhum incentivo por parte do Governo.
Além da crise, ainda se deparam com a falta de perspectivas, com a falta de apoio
do Governo Federal.
Temos que dar um grito de socorro. Esta Casa sempre tem que estar ao lado
dos interesses do Brasil. Esta Casa tem que estar ao lado desses jovens. Esta Casa
tem que participar mais ativamente desse debate. Esta Casa tem que realmente
cobrar medidas firmes do Governo Federal, primeiro, para parar com essa
indecência, esse corte de recursos para as nossas universidades, esse corte de
recursos para pesquisa e a inovação em nosso País. Devemos valorizar a pesquisa
de base e também a pesquisa aplicada. Devemos valorizar, sobretudo, as startups,
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as incubadoras das universidades, enfim, aqueles que verdadeiramente enfrentam o
dia a dia com estudo e com determinação, querem empreender neste País, querem
gerar mais empregos, querem contribuir com o nosso Brasil e são fundamentais
para a saída dessa crise.
Esta é a nossa opinião, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar contra, tem a palavra o
Deputado Rocha. (Pausa.)
Para falar contra, tem a palavra o Deputado Otavio Leite. (Pausa.)
Para falar contra, tem a palavra o Deputado Davidson Magalhães. (Pausa.)
Para falar contra, tem a palavra o Deputado Moroni Torgan. (Pausa.)
Para falar contra, tem a palavra o Deputado Cabo Sabino.
O SR. CABO SABINO (Bloco/PR-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o projeto, na sua essência, é excelente, porque
visa moralizar essa questão do teto salarial no País. Porém, quando vamos verificar
amiúde o que foi relatado pelo Relator, vê-se que ele acaba ferindo principalmente
os profissionais da saúde, os médicos, e até alguns Deputados desta Casa.
Aquele Deputado já aposentado e que contribuiu com a Previdência em outra
esfera, seja na área da educação, como professor, seja na área da segurança
pública, seja em qualquer outra área, se já é aposentado, não vai mais receber,
porque ele vai receber o teto, que é o salário de Deputado.
O projeto também diz que, para quem trabalhe menos de 40 horas semanais,
o limite remuneratório será proporcional à jornada estabelecida. Esquece-se de que
neste País várias categorias lutaram e adquiriram o direito de jornada de trabalho de
20 horas, como é o caso dos médicos, e outras, de 30 horas. Imagine só um médico
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do PSF, cujo limite de corte de teto será o salário do Prefeito! Se o Prefeito recebe
um salário de 15 mil reais e trabalha 20 horas, ele só vai receber 7.500 reais. Vai ter
muito médico nos PSFs no interior, realmente! Em algumas grandes capitais, o
médico que trabalha para o Estado, por exemplo, vai optar, é claro, se trabalha 20
horas e precisa trabalhar 40 horas, pelo teto do Estado, porque é bem maior o teto
do Governador do que o dos Prefeitos.
Alguns Deputados estão esquecendo que, quando nós chegamos a esta
Casa pela primeira vez ou mesmo vindo de outro mandato, recebemos uma ajuda
para fazermos a mudança de vinda; quando não está mais no mandato, recebe uma
ajuda para fazer a mudança de volta. Esqueceram? Também não vão mais receber.
Esse projeto vai atingir também outros lugares. No Judiciário, juízes que, às
vezes, trabalham em uma, duas, três, quatro, cinco comarcas e recebem algo a
mais, 20% a 30% por isso, não vão mais receber. Se eles não vão receber, eles
também não vão para a comarca. Nós não vamos ter mais juízes em muitas
comarcas do interior, e o povo vai pagar o preço, assim como vai pagar um preço na
saúde. Temos que moralizar, sim! Mas nós não podemos adotar isso de maneira
genérica e geral, porque muitos casos são específicos.
Espero que esta Casa, Sr. Presidente, só para concluir, reflita bem sobre o
projeto. Ele precisa ser mais discutido. Da maneira como está, espero que os meus
pares, as senhoras e os senhores, votem contra.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor, concedo a palavra
ao Deputado Caio Narcio.
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O SR. CAIO NARCIO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Primeiro, Sr.
Presidente, acho que esta pauta é muito importante para o Brasil e deve ser tratada
com muita correção, cuidado, análise, debate, discussão. Trata-se de uma pauta
que interessa a todos. É necessário conter os exageros, não cometer equívocos,
para não inviabilizarmos, muitas vezes, a profissão de alguns profissionais.
Por outro lado, também não se pode criar supersalários que alimentem uma
sociedade desigual e que quebrem o Brasil, que precisa se ajustar de maneira
correta e organizada.
Portanto, é fundamental que seja feito um debate de alto nível aqui, que
sejam colocadas as posições e que sejam debatidos os critérios deste projeto. Este
é o momento oportuno para discuti-lo, para colocar o dedo na ferida. Muitas vezes,
em outros momentos, esse assunto foi deixado de lado por estar em um ambiente
espinhoso de ser trabalhado. É importante que o Brasil, em um momento como este,
possa discuti-lo de forma correta, e o ambiente para que isso seja feito é aqui no
Parlamento.
Eu espero sair dessa discussão com um Brasil mais igual, mais correto, com
menos diferenças e distorções, em que se tenham oportunidades garantidas. E
espero que os supersalários não se sobreponham aos momentos de tanta diferença
que nós estamos vivendo.
Fica o alerta de quem está vendo o País ir por água abaixo, tomando
decisões equivocadas, aumentando impostos quando as empresas estão falindo,
desempregando cada dia mais. Ao oportunizar essa situação, tem fechado as portas
daqueles que ainda empregam, num momento de dificuldade.
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Aumentar os impostos não resolve. Fazendo isso, aumenta-se a sonegação e
diminui-se a receita. Aí, o Brasil vai por água abaixo. Nós propomos: vamos acabar
com os supersalários, vamos diminuir os impostos, vamos fazer crescer o País,
vamos fazer crescer a receita, gerar empregos e dar dignidade ao País.
Mais empregos e menos impostos!
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar contra, tem a palavra o
Deputado Rocha. (Pausa.)
Tem a palavra o Deputado Delegado Edson Moreira.
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (Bloco/PTN-MG. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós assistimos, desde 2009, a
erros e a mais erros na economia deste País. Vimos um déficit de 120 bilhões, no
ano passado, e agora o Governo quer jogar em cima dos aposentados e dos
trabalhadores, em cima do povo brasileiro o pagamento dessa conta — é claro!
Quem vai pagar a conta desse déficit, de um desvio que já vem desde os idos
de 2003? Todo o povo? Como aprovar um projeto desses, que fere até direitos
adquiridos, direitos conquistados com muito suor? Foi paga uma fatura, pagou-se a
conta, e agora o Governo vem com este projeto e não quer pagar a conta, quer dar
calote.
É claro, Sr. Presidente, que nós temos de votar contra este projeto, que vai
prejudicar a maioria do povo brasileiro, os funcionários que desde 1973 vêm
pagando os seus impostos, como é o meu caso.
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E vem o Governo aqui, na mão grande, tomar o dinheiro do povo brasileiro e,
ainda por cima, enfiar imposto para aumentar a carga tributária. Vem devagarzinho,
tomando todas as conquistas suadas do povo.
Nós temos que votar contra este projeto, Sr. Presidente.
Então, eu concito todos os Deputados a votar contra.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor da matéria,
concedo a palavra ao Deputado Edmilson Rodrigues.
O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, por princípio é importante o estabelecimento de
teto remuneratório para os trabalhadores, os servidores públicos.
São servidores pagos pelo Erário, pagos por muitos cidadãos que não têm
emprego, muitos trabalhadores subassalariados e, inclusive, por muitos servidores
públicos que não conseguem sequer ter acesso a um piso salarial.
Eu vou pedir licença ao Deputado Alberto Fraga, porque conversei com ele, e
ele ia se referir à Proposta de Emenda à Constituição nº 300, de 2008. Há Estados
— é o caso do Distrito Federal, pela especificidade de ser Distrito Federal e Capital
— em que o policial militar inicia a carreira com uma remuneração bastante acima da
maioria dos policiais do País. No entanto, a maioria dos Estados paga um salário
aviltante a um agente da segurança.
Há muitos anos, esta Casa evita debater e transformar em lei a PEC,
inicialmente nominada como PEC 300, que estabeleceria um piso salarial aos
policiais militares. E me parece que, tão cedo, não vamos vê-la aprovada, porque
sempre há o argumento de que o Erário não tem como bancar o piso — o piso!
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Eu estou aqui com um pronunciamento que eu não pude fazer na primeira
etapa da nossa sessão, que é um manifesto do sindicato que eu tenho a honra de
ter sido o fundador e primeiro Presidente, o Sindicato dos Trabalhadores em
Educação. A Confederação da qual eu fui dirigente, a Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação do Brasil — CNTE, teve uma vitória importante, que foi
a aprovação da Lei nº 11.738, de 2008.
Mesmo aprovada, Deputado Arnaldo Faria de Sá, pela unanimidade desta
Casa e do Senado Federal, muitas autoridades executivas questionaram a lei. O
Supremo Tribunal Federal, depois de anos, consolidou: “É constitucional. Pague-se
o piso”. Sabe quanto é o piso para 40 horas de trabalho, 8 horas por dia dando aula,
de um professor? É 2.135 reais!
No caso do Pará, o Governador Jatene diz que não pode pagar. Não quer
cumprir a lei. Ele não quer cumprir uma lei absolutamente constitucional, segundo o
Supremo Tribunal Federal. Mas nós estamos discutindo aqui não piso, Sr.
Presidente, estamos discutindo teto.
Eu não quero acreditar que alguns Deputados falaram a verdade para mim
quando disseram que há magistrado ganhando até 185 mil reais. Eu não quero
acreditar nisso, porque, num País como o nosso, não é admissível, mesmo que haja
base legal — e não há —, que um professor não receba 2.135 reais, e que alguém
que tem responsabilidade de definir a Justiça do nosso País perceba quase 200 mil
reais ao mês. Eu não quero acreditar que isso seja verdade.
No entanto, houve constrangimentos durante o debate da Proposta de
Emenda à Constituição nº 443, de 2009, porque os advogados colocaram o dedo na
ferida, quando discursos diziam que eles não tinham direito a serem considerados
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como integrantes de carreira de Estado. Eles diziam, mostrando dados, que 60 mil
reais, portanto o dobro do teto, do que a Presidente da República ganha, era o que a
grande maioria dos juízes percebia neste País tão cheio de desigualdades. Então, é
necessário debater o assunto.
Amanhã devemos aprofundar a discussão. A lei é necessária, mas não
podemos permitir equívocos.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Peço que conclua, Deputado, por
gentileza.
O SR. EDMILSON RODRIGUES - Se a Constituição permite dois vínculos, é
necessário que não façamos injustiça. Ao mesmo tempo, nós temos que ter a
preocupação de não avacalhar o teto, quando o discutimos, a fim de permitir que
seja burlado o princípio de um limite para os que trabalham no serviço público.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar contra a matéria, concedo
a palavra ao Deputado Marcus Pestana. (Pausa.)
Para falar contra a matéria, concedo a palavra ao Deputado Arnaldo Faria de
Sá.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, a proposta inicialmente pode até ser
boa, mas muitas coisas complicadas estão embutidas nela.
Na verdade, não se resolve a questão do teto numa canetada. Há detalhes
com os quais precisamos tomar cuidado. Por exemplo, quando se quer limitar o
salário dos auditores, que são tratados de forma sub-reptícia nesta matéria, não se
pode esquecer que são eles que conseguem melhorar a arrecadação deste País.
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Sr. Presidente, nós criamos o abono de permanência: a pessoa que pode se
aposentar e continua trabalhando está dando lucro para o Estado, para a União.
Esse parecer proíbe essa condição! É uma coisa absurda, inimaginável!
E vem o Relator e considera quase todas as emendas inadequadas
financeiramente! Por que ele as considera assim? Nem o termo inadequado ele
usou. Ele usou o termo “incompatível”; deveria ser “inadequada”, para, dessa forma,
ser impedida de ser destacada!
Na verdade, Sr. Presidente, nós precisamos responsabilizar o açodamento
por uma situação extremamente esdrúxula! A lei permite, por exemplo, que os
advogados da União tenham verba honorária, e aqui, da forma como está, acabou a
verba honorária; deixou de existir!
O parâmetro para o teto nos Estados é o salário do Governador! O
Governador abaixa o seu salário e, ao abaixar o seu salário, ele reduz o salário de
todo O mundo! Os AFs, os agentes fiscais de renda, por exemplo, estão totalmente
prejudicados, mas o Governador pode, maliciosamente, abaixar o seu salário,
porque ele tem as suas verbas de representação. Dessa forma, ele consegue
resolver a sua sustentabilidade, e aquele servidor público estadual estará
irremediavelmente perdido!
Eu acredito que é preciso, sim, nós resolvermos a questão do teto, mas não
pode um Governo sem teto querer resolver a questão do teto! Este Governo não tem
moral, não tem credibilidade para resolver a questão do teto desta maneira!
E esta Casa não pode entrar de roldão nesta questão — e há uma situação
econômico-financeira extremamente difícil no País — e achar que, com essa
questão de abate-teto, vai resolver a situação econômico-financeira!
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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, na Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania, várias inconstitucionalidades foram corrigidas. Mas agora o
Relator de Plenário supera o Relatório da CCJ, o Relatório da CTASP — sepulta
esses Relatórios —, vem aqui com outro Relatório, adrede preparado, e quer que
tudo seja aprovado. Inclusive, Sr. Presidente, no momento oportuno, no começo da
votação, eu vou apresentar uma questão de ordem sobre as inconstitucionalidades
que estão contidas neste relatório.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, já disse e repito: a maior
inconsistência que está aqui é aquela que não permite que o abono seja
considerado um ganho do Estado ou da União, colocando-o na bacia geral das
almas. É isso que estabelece este projeto.
A emenda que eu apresentei foi declarada incompatível financeiramente.
Então, fica incluída a possibilidade de se admitir a minha proposta de excluir o
abono, mas a emenda foi considerada incompatível. Ou está errado aqui ou está
errado ali. É preciso que essa questão seja resolvida. Se ela é incompatível, ele não
pode acolhê-la no texto. Se ele a acolher no texto, ele tem que retirar a
incompatibilidade do seu relatório.
Na verdade, quase nada se percebe daquilo que está aqui contido, porque o
relatório foi distribuído há cerca de 20 minutos, para discutirmos matérias tão
importantes, tão relevantes.
Eu tenho certeza, Sr. Presidente, de que a possibilidade de se votar “não” no
dia de hoje estabelece pelo menos a oportunidade de se apresentarem destaques à
emenda aglutinativa, várias oportunidades de mudarmos este relatório.
Este relatório, Sr. Presidente, não é adequado.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor, concedo a palavra
ao Deputado Pompeo de Mattos. (Pausa.)
O SR. DAVIDSON MAGALHÃES - Sr. Presidente, peço a palavra pela
ordem.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado
Davidson Magalhães. S.Exa. dispõe de 1 minuto.
O SR. DAVIDSON MAGALHÃES (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de fazer o registro, nesta Casa, da presença do
Vice-Governador do Estado da Bahia, o ex-Deputado João Leão, e também dos
representantes de entidades e funcionários da Comissão Executiva do Plano da
Lavoura Cacaueira — CEPLAC, que neste momento estão participando de uma luta
importante pela reformulação do órgão, e não pela sua extinção, essa proposta que
está sendo urdida pelo Ministério da Agricultura e que não conta com o apoio dos
Deputados e Senadores da Bahia, Estado que tem 80% da produção de cacau do
Brasil, assim como não conta com apoio de Deputados do Pará e de Rondônia.
Todas essas bancadas vão se levantar contra a extinção da CEPLAC!
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar como Líder, tem a palavra
o Deputado Maurício Quintella Lessa. (Pausa.)
Concedo a palavra ao Sr. Deputado Rubens Bueno, para uma Comunicação
de Liderança, pelo PPS.
O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os partidos de oposição — PSDB, DEM, PPS e
Solidariedade — e Parlamentares de outros partidos manifestam apoio à
mobilização nacional pelo afastamento da Presidente Dilma Rousseff e conclamam
a população brasileira para ocupar as ruas no dia 13 de março, domingo, para
protestar contra a corrupção e contra a grave crise econômica que assola o Brasil,
causadas pelos Governos petistas que há 13 anos comandam o País com mentiras,
irresponsabilidade, incompetência e total ausência de planejamento.
O afastamento da Presidente Dilma é a única perspectiva de melhora para o
grave quadro que enfrentamos. Isso pode ocorrer tanto por meio do Congresso
Nacional, no processo de impeachment, em tramitação na Câmara dos Deputados,
quanto pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral — TSE, que avalia ações pela
cassação da chapa petista eleita em 2014.
Reiteramos nossa confiança no Supremo Tribunal Federal — STF, que deve
reavaliar o mais brevemente possível os pontos divergentes do julgamento que
paralisou o impeachment.
As últimas revelações e ações da Operação Lava-Jato, que apreenderam
bens e documentos, e a decretação da prisão temporária de João Santana,
responsável pelo marketing das últimas três campanhas petistas, demonstram
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cabalmente que recursos de propina do petrolão abasteceram as campanhas
eleitorais do PT.
Após a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari, a ligação do marqueteiro de
Dilma com os desvios reforça ainda mais as ações já em curso no TSE pela
cassação da Presidente Dilma Rousseff por abuso do poder econômico e uso de
recursos ilícitos na campanha e dão força para a mobilização popular pelo
impeachment.
Ressaltamos, por fim, que os partidos de oposição confiam na recuperação
do Brasil, a partir do afastamento da Presidente Dilma. Permanecemos firmes na
fiscalização dos desmandos do Governo Federal e comprometidos com a defesa
dos interesses dos cidadãos, que, na última década, foram colocados de lado, em
favor de um projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, que anunciou, sem
cerimônia, que faria o diabo para ganhar as eleições de 2014 — e o fez.
Não à toa, o Brasil vive mergulhado numa crise econômica sem precedente,
com recessão, queda sistemática do PIB, inflação em disparada, desemprego
galopante e total falta de credibilidade do País junto à comunidade internacional.
Somente a saída de Dilma do Governo abrirá caminho para que possamos
voltar a trilhar o rumo do desenvolvimento sustentável, responsável, planejado e
longe da corrupção.
Convocamos todos os que lutam por um País melhor para que se juntem, se
unam, deem as mãos e saiam às ruas no próximo dia 13 de março para exigir um
novo Brasil, sem Dilma e sem o PT. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar como Líder, pelo DEM,
concedo a palavra ao Deputado Pauderney Avelino.
O SR. PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM. Como Líder. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, acabamos de ouvir o Líder do
PPS, Deputado Rubens Bueno, que leu um manifesto dos partidos de oposição. Nós
não podemos aceitar que o Brasil veja o que está acontecendo e que o Congresso
Nacional, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, não tome providências.
Nós não podemos compactuar com tudo isso. Precisamos dar uma resposta à
sociedade.
É uma vergonha o que vimos acontecer ontem na chamada Operação
Acarajé. O Governo gastou para eleger a sua Presidente 90 milhões de reais. Esse
valor é o que está na contabilidade apenas para o marqueteiro João Santana, que
foi preso hoje — 90 milhões de reais! Aonde nós vamos chegar com isso? E os 90
milhões de reais não foram suficientes! Mais de 7,5 milhões de reais já estão
consagrados, já foram identificados pela Polícia Federal, pelos procuradores da
República como dinheiro do petrolão, dinheiro de corrupção, dinheiro que foi tirado
do povo brasileiro com compras bilionárias.
A PETROBRAS pagou em torno de 6 bilhões de reais para uma empresa nas
Filipinas, dinheiro de que esse lobista que pagou ao João Santana em contas no
exterior usou e abusou.
Nós não podemos concordar com isso. Precisamos que o Supremo Tribunal
Federal reveja de imediato sua decisão, publique o acordão de dezembro e aceite os
embargos da Câmara dos Deputados, sem entrar nas questões internas da Câmara
como entrou. Precisamos repor a autonomia do nosso Poder.
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Nós do Democratas entramos com duas petições para mostrar aos Ministros
do Supremo que nesta Casa, neste mesmo plenário, em 1992, o Presidente Ibsen
Pinheiro respondeu ao Deputado Adylson Motta que era possível, sim, a candidatura
avulsa e, depois, ao Deputado Roberto Jefferson sobre a eleição secreta daquela
Comissão.
As petições estão lá, já fazem parte dos autos desse processo. Queremos
que o Supremo julgue os nossos embargos, para que nós possamos dar
prosseguimento ao processo de impeachment, com a comissão processante
instalada.
O povo brasileiro não aceita mais ver de braços cruzados a roubalheira que
se impôs ao Brasil. Nós não podemos aceitar isso. O Congresso Nacional tem o
dever, tem a obrigação de se pronunciar. Nós estamos fazendo a nossa parte.
Vamos continuar fazendo. Queremos instalar a comissão processante, com
candidaturas avulsas e com o voto secreto. Que o Supremo respeite a nossa
decisão, porque nós seguimos o Regimento Interno e a lei que ampara o processo
de impeachment.
Portanto, a Câmara precisa dar uma resposta. Digo ao povo brasileiro que
nós vamos dar a resposta. A nossa agenda comum — nós dos partidos de oposição
e do povo brasileiro — é fazer o impeachment, é tirar o PT do Governo, porque o PT
não tem mais condições de governabilidade, perdeu a capacidade de trazer de volta
a normalidade política, a normalidade social e a normalidade econômica.
Durante o discurso do Sr. Pauderney Avelino,
assumem sucessivamente a Presidência os Srs. Dr.
Sinval Malheiros, nos termos do § 2º do art. 18 do
Regimento Interno, e Eduardo Cunha, Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar como Líder, concedo a
palavra ao Deputado Antonio Imbassahy. (Pausa.)
Para falar como Líder, concedo a palavra ao Deputado José Guimarães.
(Pausa.)
Para falar como Líder, pelo PMDB, concedo a palavra ao Deputado Carlos
Henrique Gaguim.
O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM - Sr. Presidente, já com o ofício pronto
e encaminhado, eu gostaria que o Deputado Major Olimpio usasse o tempo de
Liderança.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O.k.
Pela Liderança do PMB, tem a palavra o Deputado Major Olimpio.
O SR. MAJOR OLIMPIO (PMB-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, população brasileira que nos
acompanha, eu venho debater esse projeto, e tenho moral para debater teto, porque
luto de forma intransigente para que haja um piso digno.
Muito embora o Governo tenha pedido urgência constitucional e muitas vezes
se diga que eventuais categorias do serviço público poderiam receber muito mais do
que o teto constitucional, nós precisamos nos colocar de forma que não haja
absurdo, mas que também não haja hipocrisia.
Srs. Deputados, neste momento, uma Deputada que seja aposentada como
professora e receba 3 mil reais de aposentadoria vai perder essa aposentadoria,
porque já tem o provento de Deputada.
O Deputado Moroni Torgan, meu amigo, uma das referências desta Casa,
Delegado de Polícia Federal que conquistou há muitos anos a sua aposentadoria,
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por recolher na própria fonte o seu custeio, veio do serviço público, agora vai perder
a sua aposentadoria.
Nós tínhamos as ressalvas, que já estavam feitas quando o Relator era o
Deputado Lucas Vergilio. No seu relatório estavam feitas justas ressalvas em
múltiplas áreas. Inúmeros servidores públicos, Deputado Eduardo Bolsonaro, vão
perder a sua aposentadoria porque trabalharam a vida toda e foram ser Deputados
Estaduais, Vereadores de capitais. No seu caso, que é o de um profissional da
segurança pública, escrivão da Polícia Federal, V.Exa. será penalizado exatamente
porque ousou pertencer ao serviço público.
Temos alguns tetos que estão embasados, nos Estados, por exemplo, no teto
do salário de Governador. Esse é um ente político diferente daqueles que têm
carreira pública, que vão angariando quinquênios, que ganham, muitas vezes,
vantagens conquistadas em ações judicias, por erros da estrutura de Governo. E os
seus proventos são “capados”, são arrancados, porque muitos desses
Governadores, na sua hipocrisia, dizem: “Eu sobrevivo com muito menos”. Não
consegue, mesmo o mais honesto deles, no exercício do mandato de Governador,
pagar um café em 4 anos! O transporte, a alimentação, tudo o que é feito, tudo o
que se faz se torna um ato público.
Encareço aos Srs. Parlamentares uma reflexão. O Governo se posicionou:
“Não vamos retirar a urgência constitucional.” Vamos ao debate. É necessário se
fazer o devido aperfeiçoamento para que não se cometa injustiça, para que não se
retire daqueles servidores o que eles conquistaram.
Sou da reserva da Polícia Militar no meu Estado. Posso dizer que nunca o
meu salário chegou próximo ao teto salarial.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Peço que conclua, Deputado.
O SR. MAJOR OLIMPIO - Mas há aqueles que o conquistaram por seus
méritos. Não podemos fazer o jogo demagógico sujo do Governo. Ele quer mostrar à
população: “Olhe, nós estamos economizando com os gastos públicos e com a folha
de pagamento de pessoal”. Mas ele está “capando” daqueles que conquistaram
aquilo a que hoje fazem jus. É diferente. E repito: quem não é mensaleiro, quem não
recebe caixinha mensal, quem vive dos seus proventos, Srs. Deputados, faz questão
de receber as suas justas aposentadorias.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Prorrogo a presente sessão por 1
hora.
Concedo a palavra ao Deputado Ronaldo Fonseca.
O SR. RONALDO FONSECA (Bloco/PROS-DF. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho, desta tribuna, dar a minha opinião sobre
esse projeto de lei, que vem em boa hora para moralizar a questão dos salários dos
servidores públicos do País.
Agora, Sr. Presidente, estou um pouco preocupado com algumas vertentes
desse projeto de lei. V.Exa. acertou ao ampliar o debate. Nós não podemos votar a
toque de caixa um projeto que vai mexer com a estrutura dos salários dos servidores
públicos.
Existem pelo menos duas situações — obviamente, existem outras — que eu
gostaria de pontuar aqui. A primeira é a dos médicos. No momento em que estamos
precisando de mais médicos no Brasil, vamos dizer a eles o seguinte: “Não importa
se a Constituição Federal lhes autoriza o acúmulo de funções, vocês vão ter que
ganhar o teto.” Lamentavelmente, nos Estados, o teto está vinculado ao salário do
Governador, que pode mudá-lo na hora que quiser.
Acho que o teto tem que ser vinculado, então, ao salário dos
Desembargadores dos Estados, e não ao do Governador.
Não é lógico votarmos aqui um projeto que vai desestimular os médicos a
trabalharem no serviço público. Nós estamos precisando de médicos no serviço
público e vamos colocar uma carga em cima dos médicos de forma absolutamente
injusta? A Constituição Federal lhes autoriza a acumulação de funções e salários
separados.
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Obviamente, se votarmos favoravelmente a essa matéria, haverá uma
inconstitucionalidade, que será derrubada no Supremo Tribunal Federal.
A outra situação sobre a qual precisamos também nos debruçar é a dos
advogados públicos. Nós nesta Casa autorizamos, por força de lei, que os
honorários dos advogados públicos possam ser somados aos seus salários. Agora
os honorários, que, diga-se de passagem, são oriundos de dinheiro privado, vão se
acumular ao salário para fins de limitação de teto, lamentavelmente.
Isso é um equívoco. Os advogados públicos e os procuradores precisam ser
estimulados também, porque é através do seu trabalho que o Estado arrecada mais,
que o Executivo arrecada mais. Isso vai acarretar um desestímulo para o servidor
público, para os advogados públicos, para os procuradores, que precisam trabalhar
de forma mais efetiva para aumentar a arrecadação do Executivo.
E nós estamos fazendo o seguinte: de acordo com a lei que votarmos aqui,
agora nós vamos dar com uma mão e vamos tomar com a outra.
Então, penso, Sr. Presidente, que precisa ser ampliado o debate dessa
matéria. Nós não podemos...
(Desligamento automático do microfone.)
O SR. RONALDO FONSECA - Vou concluir, Sr. Presidente.
Eu entendo que V.Exa. acertou ao ampliar o debate. Acho que nós temos que
chamar o Relator para essa conversa. Precisamos sensibilizá-lo para esses
detalhes.
Eu mencionei aqui apenas a situação dos médicos e dos advogados públicos.
Mas temos ainda a situação dos policiais, por exemplo.
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Vamos colocar o teto, nos Estados, vinculado ao salário do desembargador, e
não do Governador. O Governador mexe no seu salário da forma que quiser e
quando quiser. E ele vai achatar o salário dos nossos servidores públicos.
Nós precisamos aumentar a arrecadação, mas não em cima dos salários dos
servidores públicos, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar favoravelmente ao projeto,
com a palavra o Deputado Aliel Machado. (Pausa.)
Para falar favoravelmente ao projeto, com a palavra o Deputado Silas Freire.
(Pausa.)
Para falar favoravelmente ao projeto, com a palavra a Deputada Luiza
Erundina. (Pausa.)
Para falar favoravelmente ao projeto, com a palavra o Deputado Giovani
Cherini. (Pausa.)
Para falar favoravelmente ao projeto, com a palavra o Deputado Rubens
Pereira Júnior. (Pausa.)
Para falar favoravelmente ao projeto, com a palavra o Deputado Daniel
Coelho.
O SR. DANIEL COELHO (PSDB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esse projeto é de extrema relevância para o
País, não somente pela economia que será feita com a sua aprovação, mas também
pelo sentimento de justiça que precisa permear a nossa Nação.
O PSDB, como sempre tem agido nesta Casa naqueles momentos — e são
poucos, infelizmente — em que sentimos que o Governo toma alguma medida
positiva, não vai se furtar a apoiar, a colaborar, a aperfeiçoar e a discutir matérias
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importantes para o País. Nós não podemos aceitar, de forma alguma, que o teto
constitucional continue a ser tratado como uma farsa, como uma ficção, que
servidores públicos ganhem 3, 4, 5, 6 vezes o que é hoje o teto constitucional.
Temos informações de servidores ganhando mais de 100 mil reais por mês. Este
Parlamento não pode aceitar isso como se fosse normal, ainda mais quando temos
uma discrepância tão grande, quando o salário mínimo é tão pequeno, quando a
maioria da população brasileira, se não está desempregada, está sobrevivendo de
subempregos, com remunerações irrisórias.
Não está aqui a solução, mas há, sim, um passo e um avanço em se
estabelecer um teto constitucional com regras claras para que seja absolutamente
cumprido por todos. Esse avanço é inegável e merece contar com o apoio deste
Plenário, com o apoio dos partidos políticos.
É evidente que ainda há espaço para discussão. O adiamento da votação que
foi feito hoje, que permite que o debate aconteça, é uma medida positiva e foi
acordado hoje no Colégio de Líderes exatamente para que as emendas possam ser
feitas e o projeto possa ser aperfeiçoado. Mas que o seu objetivo final seja
cumprido. Que a partir da aprovação desse projeto nenhum servidor, nenhum
brasileiro possa ganhar dos cofres públicos mais do que o teto constitucional, que já
é alto demais se comparado à remuneração da maioria da população brasileira. É
por isso que, ressalvados os destaques e as discussões que ainda vão acontecer,
nós vamos votar a favor e tentar aprovar o projeto para dar esse ganho à população
brasileira.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor, concedo a palavra
ao Deputado Domingos Sávio. (Pausa.)
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Para falara a favor, concedo a palavra à Deputada Eliziane Gama. (Pausa.)
Para falar a favor, concedo a palavra ao Deputado Chico Alencar. (Pausa.)
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sras. e Srs.
Deputados, servidores, todos que acompanham esta sessão, não dá para discutir
teto, remuneração máxima dos servidores públicos sem olhar o contexto do País.
O que mais escandaliza, naquilo que a Operação Lava-Jato agora apura, são
as somas vultosas. É próprio do fascínio do capitalismo e da degeneração do
socialismo real, em muitos lugares do mundo, esse afã por dinheiro.
Um publicitário — jamais marqueteiro —, que 36 anos atrás, quando da
criação do PT, pensava muito na realidade humana e na realidade brasileira,
chamado Carlito Maia, mineiro de Lavras, que se radicou em São Paulo, dizia o
seguinte: “Quando a Esquerda começa a contar dinheiro, já deixou de ser
esquerda”. E o velho Marx falava do “poder dissolvente do dinheiro”.
Quando discutimos teto, que já tarda em ser respeitado — até existe, mas é
burlado pelos três Poderes com muita frequência, por uma casta, por uma cúpula,
por um grupo restrito de servidores —, nós temos que olhar a realidade do País.
Portanto, a proposta é absolutamente justa. Estabelecer um teto para ser
respeitado é algo fundamental que já tarda. É bom lembrar que a análise desse
projeto na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público fez algumas
ressalvas justas, excluindo, por exemplo, desse limite remuneratório — justo,
reiteramos — a conversão de férias em abono, ajuda de custo, diárias, alguns
auxílios, alimentação, moradia, invalidez.
Portanto, temos de ir ao detalhe agora, para votar amanhã, mas adianto aqui
a posição do PSOL, que consideramos serena e equilibrada. A maioria dos
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servidores públicos essenciais ao atendimento da população tão sofrida ganha muito
mal, está sub-remunerada. E há uma pequena casta que extrapola, vai além.
Alguém dizer que com 20 ou 25 mil reais não dá para viver está mentindo, ou então
tem um padrão burguês suíço, de quem tem conta na Suíça. Não é o caso da média
dos servidores públicos brasileiros.
Portanto, defendemos a proposta do teto para valer. Estamos abertos a
discutir a emenda. Queremos analisar, inclusive, a proposta que o Relator trouxe
agora, há pouco tempo, há pouco mais de 1 hora. Estamos debruçados com a nossa
competente assessoria sobre isso, mas não podemos contribuir para a desigualdade
abissal remuneratória existente neste País, inclusive para uma diferença muito
grande entre os servidores públicos. Todos são essenciais, todos são fundamentais.
Não pode haver castas no serviço público, embora haja diferença remuneratória, de
acordo, inclusive, com as responsabilidades.
Vamos operar, portanto, analisando as emendas. Mas, no mérito, a votação
do PSOL é favorável.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Silvio Costa, pela Liderança do Governo.
O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Como Líder. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quem tem aqui, Deputado Zeca,
entre 55 e 60 anos lembra que em 1970, na Copa do Mundo do México, havia um
narrador esportivo que dizia: “Por muito pouco, muito pouco, pouco mesmo o Brasil
não fez um gol.”
Eu quero começar, Deputado Domingos Sávio, parafraseando esse locutor,
esse narrador — se não me engano, o nome dele era Geraldo José —, dizendo o
seguinte: muito pouco, muito pouco mesmo deste Plenário, sobretudo, Deputado
Domingos, da Oposição, tem moral, e a palavra é esta mesmo — moral, qualidade
ética para ousar criticar a história, a dignidade, a honra da Presidente Dilma.
Desde ontem eu estou ouvindo e lendo as provocações, e eu não tenho outra
palavra, da Oposição. Vejam bem: eu vou começar e eu vou citar nomes. Primeiro,
está aqui Fernando Henrique. Deputado Moroni Torgan, eu não digo que vou fazer
as coisas e não faço, não. Eu acabo de vir de um encontro com o Procurador, a
minha assessoria foi lá — está aqui o protocolo. Eu entrei na Procuradoria-Geral da
República pedindo ao Procurador Rodrigo Janot para investigar Fernando Henrique
Cardoso. Eu sei que já caiu a metade da dosimetria dele. Por quê? Porque ele tem
mais de 80 anos. Quando se tem mais de 80 anos, a penalidade, a dosimetria, cai
pela metade. Sei também que alguns crimes que ele praticou prescreveram,
Deputado Andres Sanches.
Sinceramente, Deputado Jean Wyllys e Deputado Chico Alencar, entre a
versão de Fernando Henrique, a versão do dono da empresa Brasif e a denúncia da
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jornalista Miriam Dutra, eu prefiro ficar com a de Miriam. Sabem por quê? Eu quero
dizer à senhora que mora lá em Quixabá, no alto do Ceará, em Pernambuco ou na
periferia de São Paulo que veja a história.
A empresa Brasif é dona de free shop em aeroporto. Como Lula botou o
pobre para andar de avião, todo pobre hoje sabe o que é free shop. E Fernando
Henrique, quando era Presidente, arrumou uma boquinha, Deputado Glauber Braga.
Foi uma boquinha mesmo, uma safadeza, com essa Brasif. Ele fez essa safadeza e
deu os free shops à Brasif. Aí ele teve um caso com a jornalista Miriam Dutra. Desse
caso nasceu um filho, no qual ele botou o nome de Tomás. E ele disse: “Meu amigo,
como é que eu vou me livrar desse negócio?” Ele falou com o dono da Brasif. E ele
pagava a pensão do menino. Isso é uma verdade histórica! Agora, esse cidadão
está dizendo que não é verdade, e o dono da Brasif, também diz que não é.
Sei que a dosimetria da pena, para ele, cairia pela metade, mas eu fui a
Rodrigo Janot. Eu quero que o Procurador Rodrigo Janot diga que prescreveu o
crime de Fernando Henrique, e que ele também o diga.
Eu agora vou falar sobre o Aécio Neves, Deputado Domingos Sávio —
V.Exa., que é da base dele. Eu até gosto de Aécio Neves, sabia? É um cara no trato,
gente boa, agradabilíssimo. O problema é que, quanto mais eu o conheço, mais eu
tenho certeza de que o Brasil acertou em não deixá-lo ser Presidente. Falta a Aécio
inclusive uma coisa chamada “liturgia”. Ah, mas ontem à noite, no Jornal Nacional e
no Jornal da Globo, ele estava indignado: “Temos que investigar o João Santana;
temos que ir para cima”. Mas, rapaz, Aécio tem a cara de pau de falar isso? É um
desrespeito ao povo. E sabe por que é um desrespeito? A campanha de Aécio
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recebeu mais de 200 milhões de reais; a campanha da Presidente Dilma também
recebeu mais de 200 milhões de reais.
Então, os caras da Odebrecht faziam o seguinte: “Meu irmão, meu amigo,
esse dinheiro aqui vai para o Aécio. Agora, preste atenção, o dinheiro que vai para o
Aécio tem que ser limpo. Agora, esse aqui vai para a Dilma; este aqui tem que ser
sujo”. Quer dizer, o dinheiro de Aécio não era de propina; o dinheiro do PT era de
propina.
Ô, Aécio, quem é você para estar falando em propina? Sabe por que, Aécio?
Um delator — e o jornal Folha de S.Paulo não foi correto; segundo Vera Magalhães,
a ouvidora, ele não foi correto —, que mudou a versão algumas vezes, disse o
seguinte: “Lá em Furnas, Aécio recebia um toco, uma propina, de um terço”. O
delator disse isso! Aécio recebia um terço de propina em Furnas. Aí Aécio diz que
isso é mentira. Não é mentira, não! Eu prefiro ficar com a versão do delator.
Todo mundo sabe que Aécio já foi eclético — eclético! Todo mundo sabe que
Aécio jogava na política. Quando Lula era Presidente, ele fazia as gracinhas dele
aqui, trocando voto por apoio. Fazia, sim, e pediu para fazer indicação em Furnas,
sim! E eu fico com o delator. Entre Aécio e o delator, eu fico com o delator. Sabem
por quê? Porque o delator sabe que, se mentir, não vai pegar 40 anos, não, vai
pegar 100 anos. E eu prefiro acreditar no delator.
Aí eu fico indignado — vou cometer aqui uma redundância — com a
indignação seletiva. É o seguinte: João Santana foi preso ontem. Amigo velho, se
João Santana tiver culpa, que pague! Mas, a favor de todo brasileiro, há uma coisa
chamada “presunção de inocência”. Para a Oposição, a presunção de inocência só
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vale para eles: “Ah, não, Fernando Henrique tem a presunção de inocência. Aécio
tem a presunção de inocência”.
O Presidente do DEM — eu já o disse aqui — agora é Líder da Oposição. O
homem apareceu no Fantástico — e nesse dia o Fantástico “bombou” na audiência
—, porque lá em Natal ele tinha feito uma trela de 1 milhão de reais, o cara
denunciado. Ele está lá, meu irmão, no Supremo, com um processo! E aí fica
posando...
(Desligamento automático do microfone.)
O SR. SILVIO COSTA - Eu queria pelo menos...
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Peço que conclua, Deputado. Já dei
1 minuto a V.Exa.
O SR. ROSSONI - Presidente...
O SR. SILVIO COSTA - Calma! Vou concluir, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - V.Exa. já falou durante 10 minutos.
Nós estamos com a sessão...
O SR. SILVIO COSTA - Eu vou... Calma, Presidente!
O SR. ROSSONI - Sr. Presidente...
O SR. PASTOR EURICO - Sr. Presidente...
O SR. ROCHA - Sr. Presidente...
O SR. SILVIO COSTA - Presidente! Presidente, eu vou...
(Tumulto no plenário.)
O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, não falei o nome de ninguém da
Oposição, a não ser que Aécio e Fernando Henrique estejam aqui para se defender.
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Mas, quando houver uma sessão do Congresso, eu vou falar o nome do Aécio para
ele se defender.
Então, veja bem, para concluir, quero dizer o seguinte: nós, da base do
Governo, vamos radicalizar o enfrentamento com vocês. Vocês, da Oposição
brasileira, 99% — vou baixar, dar um abatimento —, 95% não têm moral. A maioria é
cheia de processos, cheia de bronca, o diabo a quatro, e posam aqui de paladinos
da ética. (Palmas.) Vocês não têm moral para nada! Ninguém vai aguentar lição de
moral de vocês.
(O microfone é desligado.)
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O SR. ROCHA - Sr. Presidente...
O SR. PASTOR EURICO - Sr. Presidente...
O SR. ROSSONI - Presidente Cunha, é o Deputado Rossoni...
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Um momento. Eu vou chamar.
Depois temos o seu Líder para falar como Líder. Vou chamar aqui na ordem. Não dá
para...
O SR. ROSSONI - É só um comunicado, Presidente!
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Domingos Sávio...
O SR. ROSSONI - Presidente, é só um comunicado do Deputado Rossoni,
por favor. Posso?
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Mas, Deputado, há o momento. Eu
concedo a palavra a V.Exa. mais tarde.
O SR. ROSSONI - Um minuto só, Presidente!
O SR. SILVIO COSTA - Se alguém citar meu nome, haverá resposta.
O SR. ROSSONI - Sr. Presidente, quando ouço determinados
pronunciamentos aqui, continuo admirando muito mais os cachorros lá de casa.
(Palmas.)
Segundo: os homens de bem deste País precisariam ter a coragem dos
canalhas que aqui fazem pronunciamentos.
O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente...
O SR. PASTOR EURICO - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Domingos Sávio...
O SR. SILVIO COSTA - Não, não, não! Presidente, espere aí! Eu, quando
escuto alguns pronunciamentos...
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(Tumulto no plenário.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - V.Exa. já falou. Ele não citou V.Exa.
O SR. TONINHO PINHEIRO - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Domingos Sávio, V.Exa.
tem a palavra.
O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, colegas Parlamentares, eu vou me manifestar a respeito do projeto que
estamos discutindo. Nós somos a favor de que se moralize, de que haja tetos,
limites, para não haver abusos, para não haver aqueles que ganham salários
absurdos num país que, às vezes, não remunera dignamente sequer o professor.
Mas, antes, sem dúvida, é necessário mostrar a que situação está chegando este
Governo.
Eu acredito que até boa parte da base do Governo possa sentir-se indignada
de ver alguém subir àquela tribuna, como Líder do Governo, para dizer que esta
Casa não tem homens e mulheres com condições morais de discutir este ou aquele
assunto ou de se posicionar nesta ou naquela investigação. Foi isso que os
senhores e as senhoras acabaram de ouvir.
O pior é que ele adota a tática daqueles criminosos que, para se defenderem,
saem por aí fazendo acusações — as mais falsas, as mais vis — contra pessoas
íntegras, corretas, que têm história de serviço prestado a este País, como o
Presidente Fernando Henrique e o Senador Aécio Neves.
Portanto, o Deputado que me antecedeu não merece resposta. O que ele traz
aqui mostra o nível baixo em que se coloca este Governo, porque ele fala como
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Líder do Governo. Em vez de se preocupar em debater soluções para o País, baixa
o nível de maneira vergonhosa.
Sr. Deputado, recolha-se à sua insignificância! (Palmas.) O desprezo que
V.Exa. merece — e digo “V.Exa.” porque prezo o trato com respeito nesta Casa —
todos aqui já demonstram ao ver a maneira irresponsável com que, com frequência,
V.Exa. faz questão de tumultuar debates sérios e importantes.
Agora V.Exa. tenta enxovalhar o nome de um homem digno que deu boa
parte da sua vida à luta por este País, que tem uma história íntegra: Fernando
Henrique. V.Exa. disse depois que admira o Senador Aécio Neves, mas, ao mesmo
tempo, tenta enxovalhar o seu nome, numa postura irresponsável, medíocre,
mesquinha, covarde!
V.Exa. não está à altura do povo de Pernambuco! V.Exa. não representa a
dignidade desse bravo povo, que o conhece bem, que conhece as suas histórias,
que conhece as suas festas fantasmas. Recolha-se à condição de quem tenta
prestar serviço fazendo bajulação, porque não tem história, não tem grandeza, não
tem referência que possa colocá-lo na condição de dizer que representa este País.
V.Exa. sobe à tribuna com a chancela que lhe é dada pela Sra. Dilma. Ela,
senhores brasileiros — pasmem —, coloca esse senhor, que muitas vezes é
ridicularizado neste plenário, porque não trata com seriedade dos temas nacionais,
como seu Líder! É esse o Líder do Governo? É, o Líder que merece este Governo,
um Governo irresponsável. É por isso que o País tem, sim, salvação, mas este
Governo, não! Este Governo tenta encobrir a quadrilha! Portanto, ela é responsável,
sim!
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Não venha nos dizer da moral de alguém que encobre uma quadrilha que
usou dinheiro roubado da PETROBRAS para financiar a sua campanha e para
patrocinar e pagar ao seu marqueteiro. Recolha-se à sua quadrilha, Sr. Deputado
Silvio Costa! Não venha nos acusar! (Palmas.)
O SR. IZALCI - Sr. Presidente, cada Governo tem o Líder que merece!
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Antonio
Imbassahy, pela Liderança do PSDB.
O SR. ANTONIO IMBASSAHY (PSDB. Como Líder. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero falar sério, fazer uma narrativa. A
tribuna deve ser usada para isso. É para isso que os brasileiros esperam que os
Deputados e Deputadas desta Casa a usem, e não para dizer coisas desprezíveis,
que não constroem absolutamente nada.
Sr. Presidente, eu quero me referir à 23ª fase da Operação Lava-Jato, que
prendeu, entre outros, um dos mais influentes membros do PT, o marqueteiro João
Santana, aliás, mais do que marqueteiro: conselheiro, Deputado Rossoni,
conselheiro da Presidente Dilma Rousseff, um homem de grande influência junto à
Presidente Dilma Rousseff, de tanta influência, Deputado Izalci, que, na campanha
de 2014, mandou a Presidente mentir, e a Presidente obedeceu-lhe.
Veja a importância que a Presidente dá a esse cidadão que frequenta o
Palácio do Planalto e a intimidade do Palácio da Alvorada, a residência oficial da
Presidente.
O marqueteiro foi preso porque foi encontrado nas contas dele no exterior
dinheiro sujo do petrolão, o maior escândalo de corrupção do planeta. Esse dinheiro
estava lá, abrigado, protegido, mas, graças à Operação Lava-Jato, pôde ser
localizado. Está agora o marqueteiro preso em Curitiba.
Quero dizer também que, dentro desse contexto, o PT tem que esclarecer a
Nação brasileira, tem que dizer o motivo por que esse dinheiro do petrolão foi parar
nas contas de João Santana. O PT também tem a obrigação de dizer por que João
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Santana recebeu essa dinheirama de propina do petrolão. Enfim, o partido tem que
esclarecer essa corrupção que enlameou o Governo do PT.
Agora, o que nos deixa estarrecidos é que, tão logo foi noticiada a prisão do
marqueteiro, vem o Presidente Nacional do PT, na maior desfaçatez, dizer o
seguinte: “João Santana não é marqueteiro do PT. O PT contrata apenas pessoas
para produzirem seus programas partidários”. Tenha a santa paciência!
Nem os próprios próceres do PT e companheiros do Presidente Rui Falcão
podem acreditar nessa baboseira. Eu lamento esta frase infeliz do Líder do PT, o
Deputado Afonso Florence: “Corre o risco de cair em descrédito quem insiste na
busca de pistas contra o Presidente Lula. A Operação Lava-Jato corre risco de cair
em descrédito”.
Deputado Afonso Florence, a Operação Lava-Jato é homenageada por toda a
Nação brasileira. Se hoje há uma coisa em que as pessoas acreditam, confiam e
têm uma esperança muito grande, é o resultado da Operação Lava-Jato, conduzida,
inclusive, pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e pelo Juiz Sérgio
Moro, a quem rendemos as nossas homenagens. A tentativa de desqualificar a
Operação Lava-Jato, que o PT tenta mais uma vez fazer, diminui o partido, que já
está se apequenando.
João Santana, por sinal, não foi o primeiro grande líder do PT a ser preso. O
primeiro foi o Vaccari. Aliás, antes do Vaccari, houve outros. O Vaccari, tesoureiro
nacional, foi condenado a 15 anos de prisão.
Fica muito clara, depois do que aconteceu ontem, uma afirmativa que o
Senador Aécio Neves fez no início do ano passado. Ele disse, em alto e bom som,
que perdeu as eleições não para uma agremiação partidária. Os brasileiros que
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votaram contra o PT foram derrotados por uma ação de organização criminosa que
se instalou no Governo. O que o Senador Aécio disse está mais do que
comprovado: perdemos as eleições para uma organização criminosa.
Agora, resta saber, depois do que disse o Sr. Rui Falcão e o Deputado Afonso
Florence, o que o marqueteiro vai fazer. Ele tem que tomar muito cuidado para não
entrar na situação em que entrou Marcos Valério, que vacilou, não fez a colaboração
premiada e vai passar o resto da vida na cadeia. O marqueteiro, que já está
abandonado à própria sorte, pode ter o mesmo destino de Marcos Valério, pode virar
o Marcos Valério de Dilma.
Há outro agravante. O STF decidiu que condenado em segunda instância vai
direto para a cadeia e, depois, pode fazer as suas apelações. Então, é preciso que o
Sr. João Santana reflita muito sobre essa etapa da Operação Lava-Jato, Deputado
Fernando Francischini, colega e amigo, porque o Departamento de Justiça dos
Estados Unidos está colaborando com a investigação. Isso tem um grande
significado. Agora o Governo americano passa a acompanhar tudo o que aconteceu
na Operação Lava-Jato. Em território americano, cometeu-se ilícito, cometeu-se
crime; a Justiça é implacável.
A situação de João Santana se agrava mais ainda, porque agora, além da
Justiça brasileira, através do Juiz Sérgio Moro, do STF, enfim, de todas as
instâncias, também o Departamento de Justiça dos Estados Unidos está no encalço
desse dinheiro que saiu da propina do petrolão para abastecer as campanhas do
PT, notadamente da Presidente Dilma.
Eu quero dizer que o TSE já tinha recolhido provas suficientes de que a
campanha da Presidente foi irrigada com dinheiro sujo do petrolão. Aliás, é uma
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afirmativa, é uma declaração do próprio Juiz Sérgio Moro. Além disso, nessas ações,
existem delações premiadas que vão na mesma direção.
É inevitável o afastamento da Presidente, até porque o principal problema do
País chama-se Dilma Rousseff. O Brasil não vai conseguir reconstruir a economia
destroçada por Lula, Dilma e PT com a presença da criatura de Lula no Palácio do
Planalto. Não teremos salvação. Queremos o afastamento da Presidente, que pode
ser estabelecido por decisão do TSE ou pelo impeachment aqui.
Sr. Presidente, encerro pedindo aos Líderes do PT, ao Governo, à Presidente
Dilma que, em respeito à população brasileira, diga por que esse dinheiro do
petrolão, essa propina foi parar nas contas do seu marqueteiro amigo e conselheiro
e diga também qual foi o serviço que ele prestou para receber essa recompensa
indecorosa.
Muito obrigado.
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O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado Silvio Costa foi citado e
tem o direito de contestar.
O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Eu fui citado, e, por uma questão de inteligência, modéstia à parte, não
vou citar o nome do Deputado que me citou.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Agradeço.
O SR. SILVIO COSTA - Eu não quis aqui realçar o que eu vou realçar agora.
Quando eu digo que 95% da Oposição não tem moral, o ex-Presidente do PSDB —
eu estou até com pena dele —, o Azeredo, pegou 20 anos de cadeia.
Então, eu quero dizer a qualquer cachorro da Oposição ou a qualquer animal
de chifres da Oposição que eu estou pronto para o debate.
O SR. DOMINGOS SÁVIO - Não merece resposta mesmo! Não merece!
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Alberto
Fraga. (Pausa.)
O SR. TONINHO PINHEIRO - Sr. Presidente, deixe-me só...
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo 1 minuto a V.Exa.,
enquanto o Deputado Alberto Fraga se dirige à tribuna.
O SR. TONINHO PINHEIRO (Bloco/PP-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria que tanto a Oposição quanto a Situação não
fizessem acusações mútuas, brigando uma com a outra. Estamos aqui eleitos pelo
voto popular. Poderíamos, sim, pedir a Deus sabedoria para conseguirmos achar o
caminho que o povo está esperando: o caminho para acabar com os ladrões e
acabar com a corrupção. Aí, sim, vamos unir as nossas forças. Vamos deixar de
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lado as acusações e pedir a Deus sabedoria para acabarmos com a corrupção, a fim
de que o Brasil possa ser feliz.
Obrigado pela oportunidade.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Alberto
Fraga.
O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta Casa não teve coragem de fixar um teto
para os policiais no Brasil inteiro. Votou a Proposta de Emenda à Constituição nº
300, de 2008, e, depois, por força do Governo e dos Governadores, escondeu essa
PEC. Não tivemos a capacidade de sequer votar uma PEC que dava um piso
mínimo aos policiais.
Esse projeto do teto parece aquela história da vaca com carrapato: em vez de
tratar do carrapato, querem matar a vaca. Nós sabemos que existem vários e vários
casos absurdos de servidores que ganham 100 mil reais, mas, vamos ser claros,
esse projeto está direcionado para atingir o Poder Judiciário.
Vejamos algumas incorreções, para não usar um adjetivo, que esse projeto
carrega consigo. Ele penaliza o servidor ao colocar na soma para o teto — vejam
V.Exas. — o adicional de fronteira. Quem é que vai querer servir na fronteira, se não
tiver uma gratificação? O inteligente Governo PT coloca no teto o adicional de
fronteira e — vai mais além — também o de periculosidade.
Eu fico triste quando vejo o PSDB, um partido de oposição, com os
Deputados enganados, querendo dar fôlego ao Governo do PT, aprovando um
projeto mentiroso como este! Será possível que V.Exas. não perceberam que quem
construiu tudo isso que está acontecendo com o servidor público foi o PT? E agora
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eles mandam um projeto dizendo que vão economizar 10 bilhões de reais e que
esse projeto vai ajudar o ajuste fiscal, à custa de V.Exas., à custa de V.Exas.!
Dizem aqui que há juiz que ganha 180 mil reais. Tragam o nome e vamos
então cortar esses salários absurdos. Mas não mintam. Não se deixem enganar.
Mentiras estão sendo ditas aqui, e os Deputados de oposição estão se deixando
levar!
Ainda há pouco conversei com mais ou menos oito desembargadores, e eles
citaram que muitos deles, em 25 anos de serviço, receberam diárias — um não tinha
recebido diária!
V.Exas. estão querendo acabar com a classe médica! Ou será que há médico
suficiente no País? Ou será que o teto vai alcançar todos os médicos do País?
Sr. Presidente, eu teria muito mais coisa para falar, mas, para concluir, falarei
sobre a Justiça Eleitoral. V.Exas. acham que os desembargadores ou juízes vão
trabalhar para a Justiça Eleitoral sem ganhar nada? A maioria dos magistrados já
está no teto. Eles vão fazer a eleição a troco de quê? Dos olhos azuis de V.Exas.?
Vamos pensar!
O Governo está aplicando um golpe em cima de V.Exas. E eu lamento
profundamente que até mesmo o direito adquirido esteja sendo jogado na lata do
lixo, como no caso das aposentadorias. Quem mais vai querer ser Deputado, se não
houver uma aposentadoria? Os Prefeitos ou Vereadores? V.Exas. pensem nisso e
façam um exame de consciência.
Ainda bem que a matéria não será votada hoje, porque a tragédia seria muito
pior. Muitos aqui vão votar e depois vão se arrepender.
O SR. IVAN VALENTE - Sr. Presidente, peço a palavra como Líder.
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O SR. SARNEY FILHO (PV-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, solicito um esclarecimento: quantos ainda estão inscritos na discussão?
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Faltam apenas três oradores.
O SR. SARNEY FILHO - Obrigado.
O SR. IVAN VALENTE - Sr. Presidente, peço a palavra como Líder.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O.k. Há uma fila de Líderes aqui. Eu
vou esgotá-la, chamar os Líderes.
Para falar a favor, concedo a palavra ao Deputado Izalci.
O SR. IZALCI (PSDB-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e
Srs. Parlamentares, é evidente que esse projeto visa limitar alguns abusos, mas nós
temos uma realidade concreta. Todo mundo acompanha, não só no DF, mas no
Brasil todo, a questão dos médicos.
Aprovado este projeto, em torno de 1.300 médicos possivelmente se
afastarão do serviço público aqui em Brasília. Aqui nós não temos hospitais geridos
por entidades filantrópicas, como há em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Goiás. Em Brasília, os hospitais são estatais. Os médicos trabalham nos hospitais
públicos e têm duplo vínculo, já previsto na Constituição. Já temos decisões,
inclusive do STJ, com relação a essa matéria.
Nós precisamos verificar que, com a implantação imediata da forma que está
no relatório, nós iremos prejudicar, com absoluta certeza, de imediato, todo o
sistema de saúde do Distrito Federal. Eu, como Parlamentar do DF, não poderia
deixar de alertá-los disso.
Será que nós queremos trazer mais médicos de Cuba para abastecer o
mercado, para que possamos ter realmente médicos aqui? Vejo uma situação que
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não pode ser resolvida dessa forma, da noite para o dia. Tem que ser de forma
gradual. Não é possível, do dia para a noite, extinguirmos um direito que já funciona
há 30 anos. Esses médicos já recebem há muitos anos. Por quê? Por que têm carga
horária de 60 horas. Não se pode estabelecer um teto, na mesma proporção, de 40
horas e de 60 horas.
Portanto, quero fazer este alerta aos nossos Deputados e pedir apoio para o
caso dos médicos, tendo em vista a situação da saúde pública, em especial em
alguns Estados.
E há o detalhe dos Municípios: quero ver qual Município — cujo Prefeito
ganhe 5 mil reais, 6 mil reais ou 7 mil reais — vai conseguir um médico, porque o
seu teto não é o teto federal, é o teto municipal, é o teto estadual. Nós não teremos
médico nos Municípios, principalmente no interior deste País.
Portanto, adiar para amanhã a votação é muito importante para que todos
aqui presentes possam analisar e avaliar o seu Município e o seu Estado.
Era o que tinha a dizer.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concederei a palavra ao Deputado
Arlindo Chinaglia. Em seguida, vou chamar os Líderes, com o último orador.
Não há mais inscrição. Está encerrada a inscrição de qualquer orador com
relação à discussão da matéria. Não vamos encerrar formalmente a discussão, para
permitir o prazo de emendamento.
Com a palavra o Deputado Arlindo Chinaglia.
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O SR. DARCÍSIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, antes que o Deputado inicie sua fala, eu indago a V.Exa.
se as emendas...
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Até amanhã. Até a hora que eu
declarar encerrada a discussão, que será amanhã.
O SR. DARCÍSIO PERONDI - Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado
Arlindo Chinaglia.
O SR. ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente e demais pares, a discussão do teto constitucional não é fácil. Como
muitos aqui observaram, se nós raciocinássemos a partir das corporações, não
conseguiríamos evitar aquilo que determinadas corporações fazem. Exemplo:
podem ter direito a férias, mas, quando fazem algum tipo de substituição, o salário
extrapola o teto e aquilo é transformado em dias — 1 ou 2 dias, e, às vezes, no final
do ano, 90 a 100 dias. Isso é transformado em remuneração e, ao mesmo tempo,
gozam-se as férias. Ou o inverso: vende-se as férias e pega-se a licença a partir
daqueles dias.
Eu não vou nominar, porque não quero ser deselegante a esse ponto, mas o
fato é que o teto constitucional é rompido por categorias importantes. Isso acaba
sendo uma verdadeira fraude, porque o teto vale para alguns servidores, mas não
vale para outros.
Eu faço questão de citar uma situação. Quem já foi da Mesa da Câmara sabe
disto. No Tribunal de Contas da União, que tem o papel de fiscalizar — que,
inclusive, atuou de forma dura, no seu papel, no que diz respeito aos servidores da
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Câmara, do Senado e de outros espaços públicos —, centenas ou mais de milhar de
servidores que ganham acima do teto.
Gostaria, a propósito, de ouvir a palavra pública do Procurador do Tribunal de
Contas da União, que é um homem que costuma se posicionar com aparente
coragem.
Agora, para não ir além do meu tempo, eu quero fazer uma observação, visto
que registrei de início que não venho aqui para falar em nome de corporação
alguma. Eu sou favorável ao teto, mas não consigo concordar com o fato de aqueles
que fizeram escolha por só trabalhar no serviço público, passados 20 anos, 25 anos
ou mais, terem tolhida a sua carreira justamente por essa escolha feita e porque
poderiam ter feito outra opção.
Então, eu acho que devemos ter cuidado com a expectativa de direito
daqueles que estão trabalhando e garantir o direito adquirido daqueles que se
aposentaram com base nas regras pelas quais não só trabalharam, mas também
contribuíram. Não creio que isso quebre a lógica de se impor um teto para valer, o
que, na minha opinião, vai no sentido de se fazer justiça.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Fernando Francischini, para uma Comunicação de Liderança, acumulando o tempo
de inscrição.
O SR. FERNANDO FRANCISCHINI (SD-PR e como Líder. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, meus cumprimentos a todos neste dia especial, em que a
Operação Lava-Jato completa 2 anos. Mas, nós, infelizmente, votaremos amanhã o
projeto de lei que vai justamente contra as carreiras típicas de Estado que estão
dando repercussão internacional ao nosso País.
Sr. Presidente, eis os resultados da Operação Lava-Jato sem a 22ª e a 23ª
operação: 941 procedimentos instaurados, 360 buscas e apreensões, 88 mandados
de condução coercitiva, 112 mandados de prisão, sendo 61 preventivas e 51
temporárias, 85 pedidos de cooperação internacional, 35 acordos de colaboração
premiados, 4 acordos de leniência.
Valor total do ressarcimento: 14,5 bilhões recuperados. Os crimes
denunciados já envolvem o pagamento de propina no valor de 6,4 bilhões, sendo
que 1,8 bilhão já entrou na conta do nosso Governo novamente, por intermédio da
Justiça.
Sr. Presidente, por que trago hoje esses resultados? Para dizer que nós,
assim como todas as pessoas de bem do nosso País, apoiamos o trabalho de
recuperação fiscal. Mas não podemos transferir para as carreiras típicas de Estado,
como as do Poder Judiciário, do Ministério Público dos Estados, do Ministério
Público Federal, da Polícia Federal, das Defensorias Públicas e das Procuradorias, o
peso da incompetência, da roubalheira que aconteceu na PETROBRAS, em
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Ministérios e em outros lugares. Muitas pessoas estão respondendo criminalmente,
mas nós não podemos ir em cima do que nós temos assistido.
Então, amanhã, temos que ter responsabilidade. É claro que há abusos e
excessos nesses órgãos, assim como há aqui e em outros lugares, mas vamos
cortar na pele daqueles que abusam, daqueles que cometem ilegalidades.
O projeto que vai ser votado amanhã nivela por baixo todos esses grandes
profissionais, que, na iniciativa privada, seriam pessoas de grande repercussão,
estudadas, que têm um grande apelo popular, dada a aceitação do seu trabalho.
Amanhã, vamos justamente jogar contra quem já recuperou mais de 14 bilhões para
o nosso País.
Sr. Presidente, entendo que um dos pontos nevrálgicos do projeto é a Justiça
Eleitoral. Eu tenho aqui o relatório do Desembargador Xisto Pereira mostrando os
dados da Justiça Eleitoral do Paraná nos últimos 4 anos: 206 juízes trabalharam em
alistamentos e transferências de mais de 3 milhões de pessoas. Em 2012, foram
analisados 115 mil processos; em 2013, 24 mil; em 2014, 14 mil; e, em 2015,
13.600.
Amanhã nós vamos votar o corte da função eleitoral; função essa que nós
votamos no ano passado, reconhecendo a importância do Poder Judiciário,
reconhecendo a importância do Ministério Público em nosso País, que trabalha além
do seu horário normal para estruturar um poder, que é a Justiça Eleitoral.
É da Justiça Eleitoral que vêm os nossos mandatos, que vem a democracia,
que respeita os votos que foram dados corretamente. E aqueles votos que foram
comprados tirariam um dos senhores que aqui estão representando a população
brasileira.
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Eu apresentei um destaque, para o qual vou pedir preferência amanhã, Sr.
Presidente, a fim de recuperarmos, no mínimo, nesse processo todo, na votação
desse projeto, a questão da Justiça Eleitoral.
Nós Parlamentares, que vivemos do relacionamento com a Justiça, com o
Ministério Público Eleitoral, e que sabemos da importância deles para a democracia
em nosso País, votamos, no ano passado, o ofício eleitoral, a função eleitoral para
promotores e juízes. Neste ano, em função da crise econômica, teremos que fazer
cortes justamente na área desses profissionais que conduzem a Operação Lava-
Jato — cito essa só como exemplo, porque há milhares de outras operações
acontecendo em nosso País.
É claro que problemas existem, e eu os reconheço em todos os órgãos, mas
vamos nos ater especificamente aos locais onde existem problemas. Não vamos
generalizar, estender para todas as carreiras que fazem com que a democracia seja
exercida tanto no Poder Judiciário, como no Ministério Público, na Polícia Federal e
em outros órgãos.
Sr. Presidente, para terminar, o nosso Partido Solidariedade acompanha o
PSDB, o Democratas e o PPS na assinatura do manifesto pelo impeachment da
Presidente Dilma, pelo afastamento dela, através da cassação do mandato eletivo
pelo TSE. Por que, Sr. Presidente? Desta mesma tribuna, eu fiz a primeira denúncia,
ao ler um relatório da Polícia Federal que dizia que Pasadena tinha uma
organização criminosa por trás e que estava “lincada” nos fatos apurados pela CPMI
da PETROBRAS — a primeira CPMI instaurada. Isso veio com demonstrações de
várias pessoas importantes, que estão presas, condenadas, que estão devolvendo
dinheiro, fazendo acordos, mostrando que aquele dinheiro é do povo brasileiro.
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Por isso, o Solidariedade, junto com o PSDB, o PPS e o Democratas,
manifesta a sua indignação com o que vem acontecendo nos últimos dias em nosso
País.
Nós pedimos, independente do partido político — pois nós sabemos que em
todos os partidos há pessoas indignadas com o que vem ocorrendo no País —, que
juntos possamos trazer de volta a governabilidade a este País. Ninguém mais
investe no Brasil porque não confia na administração atual. O País tem sido
rebaixado sistematicamente nas notas internacionais de investimento. O País não
tem mais direção, não tem mais rumo.
Então, o Solidariedade mantém a posição firme de fazer uma oposição
consistente neste ano, Sr. Presidente.
Obrigado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado
Raul Jungmann, para uma Comunicação de Liderança, pela Minoria.
O SR. RAUL JUNGMANN (PPS-PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o que garante a um homem ter reconhecida
a sua dignidade e a sua honra é ele parecer e ser, de fato, digno e honrado.
O Presidente Fernando Henrique Cardoso não apenas se comporta como tal,
mas também tem comportamento absolutamente ilibado. E, quando tentam atingir a
sua honorabilidade e a sua honra, todos nós somos atingidos, porque ele é um
homem de bem. Ele tem laços de relação moral e ética com todos aqueles que têm
dignidade e que têm honra.
Quero dizer que o ridículo humilha mais do que a ignomínia.
Portanto, não cabe aqui ir a este debate, que resvala tanto quem
defendemos, quanto quem o faz, no baixo nível, e, sem a menor sombra de dúvida,
não nos faz devidamente qualificados para travar o debate neste subnível.
Isto posto, Sr. Presidente, quero chamar a atenção deste Congresso
Nacional, desta Câmara, Líder Pauderney Avelino, para um fato gravíssimo. A
Controladoria-Geral da União entrou com mandado de segurança, que foi deferido
pelo Supremo, para evitar que o Tribunal de Contas da União fiscalize os acordos de
leniência. Talvez V.Exas. não saibam, Deputado Capitão Augusto, mas existem
aproximadamente 7 ou 8 acordos de leniência bilionários com grandes empresas
envolvidas na Operação Lava-Jato, que estão sendo processadas, acordos esses
celebrados pela Controladoria-Geral da União no âmbito do Executivo.
O Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar do Congresso Nacional —
portanto parte do Congresso Nacional, Deputado Miro Teixeira —, está sendo
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impedido de fiscalizar e acompanhar esses acordos. Isso se reveste da maior
gravidade. Em primeiro lugar, porque o Governo, em muitos casos, é réu nesses
acordos que estão sendo firmados. Em segundo lugar, porque a Controladoria-Geral
da União não tem independência, nem sequer mandato para fazer com que esses
acordos sejam fechados. Na verdade, a Controladoria-Geral da União está
usurpando um mandato constitucional da Advocacia Pública. De acordo com a com
a Lei Complementar nº 73, incisos IV e VI, a Advocacia Pública é que pode transigir,
acordar e reduzir multas. Não compete à CGU fazê-lo. Ela está atravessando, está
desrespeitando a Advocacia Pública deste País.
Além disso, a Medida Provisória nº 703, de 2015, em vigor, afigura-se
absolutamente inconstitucional, uma vez que já dispõe a Constituição, no art. 62,
resultante da Emenda Constitucional nº 32, que matéria de direito processual civil
não pode ser regulada por medida provisória, como se fez na Medida Provisória nº
703.
Ademais, colocar os órgãos internos de controle como responsáveis pelos
acordos de leniência é, na verdade, desconhecer a estrutura e a capacidade que
têm esses órgãos; é desconhecer que eles são parte nesses acordos, porque muitos
governos municipais e estaduais aparecerão no radar, como cúmplices ou como
réus.
A verdade é que o Palácio do Planalto atropela esta Casa, que vinha
discutindo aqui o Projeto de Lei nº 3.636, oriundo do Senado Federal, ao editar uma
medida provisória, na calada da noite e no apagar das luzes deste Congresso
Nacional. E faz isso para quê? Para exatamente afrouxar os laços que permitem o
controle penal por parte do Judiciário, o controle administrativo por parte do TCU. Se
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nós coonestarmos isso estaremos impedidos de ter fiscalização, Deputado Benito
Gama, a respeito desses mega-acordos que estão sendo fechados nos porões, às
escondidas, dentro da Controladoria-Geral da União.
Foi por isso que o nosso partido se insurgiu contra essa medida provisória, e,
através de ADI, propôs que ela fosse declarada inconstitucional. Foi por isso que, na
mesma linha do Procurador de Contas da União, Dr. Júlio Marcelo, que pediu ao
TCU inspeção na Controladoria-Geral da União — também é preciso lembrar e
louvar a atitude do Ministro Bruno Dantas, que deu 24 horas para que a CGU
informasse ao TCU e a esta Casa o andamento dos acordos de fiscalização —, nós
entramos com pedido para que o TCU requeresse a suspensão e o afastamento do
Ministro Controlador-Geral da União.
Essa é uma questão central para a continuidade da Operação Lava-Jato.
Essa é uma questão decisiva para que possamos passar o País a limpo, e ela se
reveste sobretudo de uma preocupação republicana: a de que não venhamos a ter,
nos acordos de leniência, acordos que na verdade possam favorecer o
relançamento e a ampliação da corrupção.
Se essa medida provisória continuar vigendo, se porventura ela passar, nós
teremos centenas, talvez milhares de Operações Lava-Jato espalhadas pelos
Municípios e Estados de todo o País.
Por tudo isso, peço a atenção de V.Exas.
Amanhã, nós entregaremos uma carta ao Ministro Walton, pedindo a ele que
julgue rapidamente esse processo, a fim de que possamos ter o retorno da
legalidade, do respeito ao TCU, da transparência necessária, e a fim de que os
acordos de leniência não sejam a caixa-preta da República que visa sufocar,
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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enterrar e definitivamente afastar a Operação Lava-Jato dos seus objetivos e não
passar o País a limpo.
Muito obrigado.
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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO
O SR. DR. SINVAL MALHEIROS (PMB-SP. Pronunciamento encaminhado
pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Município de Severínia,
situado no norte do Estado de São Paulo, completou 62 anos no dia 19 de fevereiro.
Quero registrar a data nos Anais da Casa e, com muita satisfação, enviar meus
cumprimentos às lideranças e a toda a população severinense.
O nome de Severínia faz menção às origens da cidade, homenageando José
Severino de Almeida, antigo proprietário de terras na região. Em 1914, ele doou 50
alqueires para a instalação da nova localidade e custeou a construção ali de uma
estação da Estrada de Ferro São Paulo-Goiás. Com esse impulso, a pequena
Severínia passou a se desenvolver mais rapidamente e, já em 1921, foi elevada à
categoria de vila. Sua emancipação política veio em 1954.
O Município faz divisa com Cajobi, Olímpia, Barretos, Colina e Monte Azul
Paulista. Tradicionalmente dedicado à agricultura, cultivando laranja e cana-de-
açúcar, viu surgir nos anos 40 um pequeno engenho, que foi ampliado na década de
60 e hoje, com instalações modernizadas, integra um dos principais grupos
produtores de açúcar do mundo.
Severínia tem quase 17 mil habitantes, sem perder as características de
cidade pacata e segura. Chama a atenção a melhoria constante do seu Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal, que no ano de 2010 atingiu 0,715, um número
considerado alto. Isso indica que a cidade está no bom caminho, o do crescimento
econômico com melhoria social.
Parabéns, portanto, ao povo de Severínia e votos de sucesso a todos.
Muito obrigado.
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O SR. CARLOS BEZERRA (Bloco/PMDB-MT. Pronunciamento encaminhado
pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desde 2010, portanto, há
mais de 5 anos, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes — DNIT
repassa à ELETRONORTE cerca de R$ 18 milhões anualmente, para custear a
manutenção e o funcionamento das estruturas operacionais das eclusas de Tucuruí.
Não consideraríamos esse montante como desperdício se as eclusas estivessem
cumprindo suas funções de modo efetivo.
O problema, Sr. Presidente, é que poucas embarcações têm utilizado o
moderno sistema de passagem de nível edificado no interior da Amazônia, porque
uma obra fundamental para a navegabilidade da Hidrovia Tocantins-Araguaia não foi
executada até hoje.
Para que as eclusas cumpram com o propósito de alavancar o escoamento
da produção agrícola, industrial e mineral pelos portos do Pará, é necessário o
derrocamento, ou seja, a retirada de rochas do leito do Rio Tocantins numa
extensão de 43 quilômetros entre os Municípios de Marabá e Tucuruí. Essa região,
conhecida como Pedral do Lourenço, é inviável para a navegação de embarcações
de grande porte durante os meses em que o nível do rio está baixo.
A direção do DNIT reconhece que a obra deveria ter sido tocada
simultaneamente à construção das eclusas. Sem a remoção das pedras, todo o
investimento feito na hidrovia deixa de ser justificado.
Em reportagem publicada em novembro passado, o jornal O Estado de
S.Paulo revelou que, nos últimos anos, já foram feitas algumas tentativas de
licitação para solucionar o problema, mas nenhuma prosperou. O derrocamento do
Pedral do Lourenço já entrou e saiu da lista de obras do PAC, já teve projetos feitos
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e refeitos, com valores reduzidos e majorados, mas continua apenas no papel.
Não se trata de uma obra simples, tampouco barata. Na melhor das
hipóteses, poderá ser concluída em 5 anos, com custos em torno de R$ 600
milhões. Contudo, sua concretização viabilizará o tráfego contínuo de embarcações
e comboios em um trecho de 500 quilômetros, desde Marabá até a foz do Rio
Tocantins. Isso fará com que seja aberta uma nova rota de transporte de produtos
oriundos do Centro-Oeste e do Norte, barateando os custos do frete e aumentando a
competitividade brasileira nos mercados internacionais.
Para Mato Grosso, a operação integral da hidrovia representaria um ganho
enorme. O transporte de grãos por essa rota poderia saltar de 1 milhão de toneladas
por ano para 70 milhões de toneladas, com redução significativa do custo de carga.
Essa seria a única forma de fundamentar a vultosa quantia de R$ 1,6 bilhão gasta
na construção das eclusas de Tucuruí.
Não obstante todas as dificuldades orçamentárias que o Governo Federal
deverá enfrentar neste e nos próximos anos, investimentos em infraestrutura de
transportes devem ser mantidos entre as prioridades, pois são fundamentais para a
retomada do crescimento e para a superação da grave crise pela qual passamos.
Ressalto ainda que a Hidrovia Tocantins-Araguaia está situada em uma
região com enorme potencial econômico, mas com uma população extremamente
carente de oportunidades de emprego. As riquezas transportadas por aquelas
águas, com toda a certeza, proporcionarão melhorias na qualidade de vida de
muitos brasileiros, além de tornarem viável a criação e consolidação de inúmeros
negócios nos setores agrícola, industrial, comercial e de serviços.
A única forma de minimizar os prejuízos causados pela subutilização das
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eclusas de Tucuruí — uma obra magistral! — é acelerando ao máximo o processo
de licitação e execução das obras no Pedral do Lourenço.
Muito obrigado.
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O SR. KAIO MANIÇOBA (Bloco/PHS-PE. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar, com muita alegria,
o transcurso do aniversário do Município pernambucano de Trindade, que ocorreu
no dia 20 de dezembro. Tive oportunidade de visitá-lo há alguns meses e pude
constatar o esforço e o entusiasmo com que seus habitantes trabalham pelo
desenvolvimento econômico e social da cidade e da região.
As origens de Trindade remontam a 1830, quando suas terras começaram a
ser exploradas para a pecuária e a agricultura. Mais de um século depois, em 1948,
agricultores locais se reuniram e organizaram uma feira de seus produtos,
chamando a atenção de viajantes e moradores de localidades próximas. Assim,
ativou-se o comércio, o povoado cresceu e, em pouco tempo, iniciou-se a luta pela
emancipação política, afinal obtida por lei estadual de 20 de dezembro de 1963.
O Município completou, portanto, 52 anos, e compõe, ao lado de Araripina,
Ipubi, Ouricuri e Bodocó, o maior polo produtor de gesso do Brasil.
A região do Araripe, no extremo oeste de Pernambuco, onde se localizam
esses Municípios, detém 18% das reservas nacionais de gipsita e fornece 97% do
gesso utilizado no Brasil. Com mais de 40 minerações ativas, 180 calcinadores e
450 fabricantes, o setor gera em torno de 14 mil empregos diretos e 69 mil indiretos.
Em Trindade se realiza periodicamente a EXPOGESSO — Exposição e Feira
Internacional da Indústria de Gesso, que recebe milhares de visitantes e proporciona
grande volume de negócios. De fato, as perspectivas para o polo de Araripe são
muito boas, pois há estimativas de que a demanda por gesso no País deverá
duplicar até o ano de 2030.
Quero, por tudo isso, cumprimentar os habitantes da Capital do Gesso, a
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querida Trindade, por mais um aniversário.
Muito obrigado.
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O SR. LUCIANO DUCCI (PSB-PR. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Hospital do Trabalhador (HT),
unidade do Governo do Paraná que atende exclusivamente pelo Sistema Único de
Saúde, está passando por dificuldades financeiras pelo atraso constante de
repasses da Prefeitura de Curitiba. A dívida do Município com o hospital chega a
R$7,5 milhões.
O financiamento do hospital é composto por diversas fontes. Seu custo
mensal chega a R$11 milhões, sendo que R$5,5 milhões são repassados pelo
Governo do Estado. Esses recursos são destinados para o custeio da unidade, em
despesas de manutenção, pagamento de pessoal e compra de insumos. Já a
produção hospitalar, correspondente aos outros R$ 5,5 milhões, é responsabilidade
do Governo Federal, que deposita os valores devidos no Fundo Municipal de Saúde
de Curitiba para repasse imediato ao HT.
A Prefeitura deveria quitar a produção mensal logo após a apresentação dos
relatórios de execução e da análise da Comissão de Acompanhamento de Metas de
Contratualização, responsável pela auditoria dos dados apresentados.
Outros hospitais que estão sob a gestão de Curitiba, como Santa Casa,
Cajuru e Pequeno Príncipe, também sofrem com os constantes atrasos nos
repasses da Prefeitura. Entre 2013 e 2014, depois de diversas reuniões com a
Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba e sem solução de regularização, as três
instituições recorreram ao Ministério Público Estadual para alertar que, sem os
repasses, os atendimentos aos cidadãos seriam comprometidos. O MP abriu uma
ação civil pública e, por força de liminar, o Município passou a fazer os pagamentos
com maior regularidade.
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Para continuar cumprindo sua função social e não causar desassistência, os
hospitais recorreram a empréstimos, que têm altos custos financeiros. Essas dívidas
comprometem a gestão hospitalar e põem em risco a manutenção dos serviços à
população.
Sr. Presidente, que este pronunciamento seja inserido no programa A Voz do
Brasil e nos canais de comunicação desta Casa.
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A SRA. LAURA CARNEIRO (Bloco/PMDB-RJ. Pronunciamento encaminhado
pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as políticas públicas de
inclusão do jovem devem ser ampliadas para reduzir a violência no País.
Os números do Mapa da Violência de 2015 são alarmantes. Quase 60% dos
homicídios por arma de fogo ocorridos em 2012 tiveram um jovem de 15 a 29 anos
como vítima. Esse número vem registrando crescimento exponencial. Enquanto
pouco mais de 3000 jovens perderam a vida em razão dessa modalidade criminosa
em 1980, em 2012, foram quase 24 mil.
É importante destacar que, além desse viés etário, a violência tem preferência
racial. Para cada branco vítima de homicídio por arma de fogo, quase três negros
encontram esse destino fatal. Assim, a violência brasileira é muito seletiva à
juventude negra.
Em reconhecimento dessa realidade, esta Casa criou a CPI da Violência
contra Jovens Negros. Seus trabalhos terminaram em julho do ano passado, e o
relatório aprovado é rico subsídio para pensar políticas públicas contra a violência no
Brasil.
A primeira ideia que o senso comum tem acerca da violência é a de que
constitui problema de segurança pública. Apesar disso, suas raízes são muito mais
profundas e diversificadas. O que se verifica é que tudo o que leva a qualquer forma
de marginalização contribui para o aumento e manutenção da violência.
Nesse sentido, vale notar que, em audiência pública da CPI de que falei há
pouco, o Chefe da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina afirmou que a chave
para o sucesso no combate à violência reside em investimentos em educação. Muito
mais do que aumentar o policiamento nas ruas e reprimir a juventude, é preciso dar-
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lhe condições para que não vejam no caminho fácil do crime a solução para suas
angústias.
É nesse contexto que se destaca a importância das políticas públicas de
inclusão de jovens. O Plano Juventude Viva, por exemplo, reúne inúmeras ações de
prevenção para reduzir a vulnerabilidade a situações de violência física e simbólica
que atingem jovens negros.
São ações que articulam 11 Ministérios e priorizam 142 Municípios brasileiros
para reduzir a marginalização em que se encontra boa parte de nossa juventude.
São combatidas vulnerabilidades com causas muito variadas. O resultado é que,
com mais autonomia e oportunidades de inclusão social, o crime passa a atrair cada
vez menos adeptos.
Nesse mesmo sentido, há a importante iniciativa do PROJOVEM, criado por
lei em 2005 e aperfeiçoado, também por via legislativa, em 2008. Por meio de
auxílios financeiros e apoio técnico, são dadas aos jovens brasileiros mais
oportunidades de inclusão social ao longo de todo o território nacional.
A CPI da violência contra o jovem negro apurou que inúmeros especialistas
entendem que o combate à violência deve se dar por políticas inclusivas como
essas. Apesar de isso ser praticamente consensual, a violência brasileira não está
diminuindo. É forçoso concluir, portanto, que o Brasil está avançando muito
timidamente na inclusão social de sua juventude.
Assim, se realmente queremos viver em um País pacífico, precisamos ser
muito mais arrojados na ampliação das políticas públicas de inclusão da juventude.
O senso comum está certo em ver nos jovens o futuro das sociedades. Desse modo,
ampliando as políticas públicas inclusivas da juventude, esta Casa trabalha por um
futuro mais promissor para o Brasil.
Muito obrigada.
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O SR. JEFFERSON CAMPOS (Bloco/PSD-SP. Pronunciamento
encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, colocando-me a
par das notícias diárias, deparei-me com uma que me alertou: “Ecstasy pode ser
testado em tratamento de traumas no Brasil”.
Logo pensei sobre o grande trabalho que temos para erradicar drogas no
País, depois fui me aprofundando para compreender melhor a iniciativa.
Quem, ao se deparar com as terríveis notícias de estupros, assaltos,
sequestros, nunca se pegou imaginando como essas vítimas retomaram suas vidas
normais. O fato é que elas não retomam. Fica muito difícil, depois deste tipo de
trauma, conseguir dormir tranquilamente novamente, sair às ruas se torna um
desafio. Nada mais é normal.
Considerando esta dificuldade, em 2016, o Brasil se tornará campo de estudo
utilizando metilenodioximetanfetamina — MDMA, popularmente conhecido como
ecstasy ou droga do amor, em pessoas que desenvolveram o Transtorno de
Estresse Pós-Traumático — TEPT e que não se curam com a terapia tradicional.
O TEPT acontece com pessoas que sofreram grandes traumas e por conta
disso ficam anos tendo pesadelos e convivendo com o medo. Muitos abandonam a
vida social e passam a sofrer de ansiedade e depressão ou cometem suicídio.
Em outros países, a pesquisa vem sendo realizada há pelo menos 10 anos e
conta com o apoio da ONG norte-americana Multidisciplinary Association for
Psychedelic Studies (Associação Multidisciplinar para Estudos Psicodélicos),
coordenada por psiquiatras que têm estudado os efeitos do MDMA principalmente
em veteranos de guerra.
Nos Estados Unidos, Canadá, Suíça e Israel, 20 pacientes foram estudados
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e, segundo resultados da pesquisa, o sucesso do tratamento com MDMA atingiu a
marca de 83% contra 25% no grupo que recebeu placebo. Segundo o estudo,
depois de 4 anos, os pacientes que usaram o MDMA não mostraram retorno do
TEPT.
Depois de aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa —
CONEP, no Brasil, a pesquisa será liderada pelo neurocientista Eduardo Schenberg,
Diretor do Instituto Plantando Consciência, uma ONG que estuda efeitos de drogas
psicoativas como a ibogaína, LSD e ayahuasca no cérebro. Este trabalho terá um
custo de R$ 100 mil para tratar ao menos quatro pacientes.
Contudo, devemos considerar que existe um grande preconceito em torno da
droga, considerando o fato de que a substância é muito confundida com a droga
ecstasy, que foi muito difundida nas festas raves dos anos 90. Porém, o MDMA
usado na terapia é puro, o ecstasy geralmente tem fórmula misturada com
substâncias tóxicas, além de cafeína e cocaína.
No cérebro, o MDMA diminui a ação da amígdala, região responsável pelas
emoções, reduzindo o medo e a ansiedade e aumentando a confiança e a empatia.
Os sintomas clássicos do uso de ecstasy, que são a euforia ou a hipertermia não
foram relatados.
Porém, quem utilizou ecstasy por mais de dez vezes nos últimos 10 anos não
pode participar do tratamento. Deve-se pensar também nos efeitos farmacológicos,
pelo fato do funcionamento do cérebro ser muito complexo, o efeito oposto pode
ocorrer e a memória traumática pode ficar até mais fixa.
Em tudo há que se usar bom senso. Esta substância não foi criada para “dar
barato” e sim para curar doenças e, com o uso e acompanhamento correto, ela não
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precisa ser combatida.
Solicito, Sr. Presidente, que meu pronunciamento seja divulgado pelos meios
de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado.
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O SR. VALTENIR PEREIRA (PMB-MT. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho do meio jurídico. Sou
defensor público de carreira, com muito orgulho. Sempre fui parceiro do Judiciário
brasileiro, em especial no meu Estado.
Portanto, é com muita honra que participo desta solenidade e assumo a
Presidência da Frente Parlamentar Mista para o Aperfeiçoamento da Justiça
Brasileira.
A separação dos poderes é fruto da construção teórica de pensadores como
Platão, Aristóteles, Locke e Montesquieu. Todavia, a doutrina majoritária atribui a
este último a formulação do modelo de tripartição de poderes, em sua obra intitulada
O Espírito das Leis. Nela, o Poder Judiciário apresenta-se como atividade
fundamental e essencial do Estado.
A nossa Constituição da República consagrou esse modelo como princípio ao
preconizar, em seu art. 2º, que: “São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. No âmbito dos
Estados Federados, essa tripartição é replicada.
No entanto, há que se assinalar que o poder do Estado é uno, indivisível e
indelegável. O que existe não é separação de “poderes”, mas de “atividades”. É a
forma encontrada pelo legislador para criar o mecanismo de freios e contrapesos, de
modo a evitar a concentração de poderes e estabelecer um controle mútuo entre os
órgãos.
No citado art. 2º da Constituição da República vê-se duas palavras mágicas e
caras que, de certa forma, estabelecem a essência do Estado Democrático de
Direito do Brasil, qual seja: “independentes” e “harmônicos”.
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Ser independente é relativamente fácil, basta que cada poder fique, como
diria o dito popular, “no seu quadrado”, fazendo aquilo que lhe é de competência. No
caso do Judiciário, agir dentro do livre convencimento dos juízes, cujas decisões
devem ser cumpridas, sem interferência externa. Doa a quem doer! A Lava-Jato é a
prova viva dessa independência.
Todavia, ser harmônico é muito mais complicado. Afinal, onde termina a
harmonia e começa a intromissão não republicana de um poder no outro? Difícil de
precisar, mas temos que exercitar.
Na vida cotidiana, viver em harmonia não significa subsumir-se ao outro, mas
respeitar o direito de cada um. Na convivência forçada dos órgãos, mutatis
mutandis, não é diferente. O Poder Executivo há que respeitar os poderes
Legislativo e Judiciário, e a recíproca há que ser verdadeira. Ninguém está acima ou
abaixo. Todos estão no mesmo andar, lembrando que o povo está acima de todos.
Afinal, é dele que emana o verdadeiro e único poder.
Agora, voltando à concretude desta Frente Parlamentar, temos que traçar
objetivos e persegui-los, de modo que ela possa justificar sua razão de existir. Caso
contrário, será apenas “sonho de uma noite de verão”.
Nessa linha, enquanto Presidente, conclamo todos para aqui, numa espécie
de grande “concertação” social, estabelecer para a Frente Parlamentar Mista para o
Aperfeiçoamento da Justiça Brasileira as seguintes diretrizes:
- aprimoramento da legislação, pois o juiz não pode ser “escravo” das leis. Ele
precisa de instrumentos legais para resolver com justiça as demandas que lhes são
submetidas;
- celeridade na solução dos conflitos judiciais, todavia, sem comprometer a
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segurança jurídica;
Ser célere não quer dizer ser atropelado. A qualidade das decisões judiciais
não pode ficar comprometida em nome de uma pretensa agilidade. Os princípios do
contraditório e da ampla defesa não podem ser mitigados e tampouco transigidos.
Há que se buscar o “caminho do meio” neste quesito, pois, como bem afirma Rui
Barbosa, “A justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”.
- necessidade do apoio de toda a comunidade jurídica, em especial dos
tribunais, da OAB e das associações de magistrados e de serventuários. Juntos
podemos ir muito longe. Separados, vamos continuar fazendo apenas “voos de
galinhas”;
- reconhecer e instrumentalizar a Justiça para o papel de poder moderador,
como verdadeiro pilar de uma democracia sólida, onde crises podem até aparecer,
porém, sem jamais comprometer o funcionamento das instituições;
Coincidentemente, estamos vivendo este momento. Há tormentas política,
econômica e judicial. Porém, os órgãos estão se comportando, até aqui, dentro da
normalidade. Oxalá continue assim!
- Processo judicial eletrônico, pois, da forma como está, não pode continuar.
A sua adoção há que ser política de Estado capitaneada pelo Conselho Nacional de
Justiça — CNJ;
Não adianta querer desenvolver uma ferramenta trabalhando em “ilhas”. Por
óbvio, esse formato de condução não vai chegar a lugar algum e, se chegar, será
por um preço muito acima do que deveria ter sido. Precisamos centrar recursos no
CNJ para que aquele órgão comande, de modo ordenado, a revolução tecnológica
de que tanto a Justiça precisa. Caso contrário, ela se tornará uma Justiça
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anacrônica, perdulária e incompatível com a modernidade do Séc. XXI.
Enfim, “alea jacta est!” — ou seja, em bom português, a sorte está lançada!
E, assim, devemos aproveitar a oportunidade desta Frente Parlamentar Mista
para buscar o efetivo aperfeiçoamento da Justiça brasileira, sem descurar jamais
que tudo deve ser feito em nome (e pelo) povo.
Muito obrigado!
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O SR. ALFREDO NASCIMENTO (Bloco/PR-AM. Pronunciamento
encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero hoje
parabenizar o Ministério da Defesa, em especial o Exército Brasileiro, que lidera a
implantação do Programa Amazônia Conectada, um megaprojeto estratégico de
comunicação que vai levar Internet de banda larga e de qualidade a dezenas de
cidades amazônicas que ainda hoje estão desassistidas pela rede mundial de
computadores ou têm acesso a uma conexão instável e a custo elevadíssimo.
O Programa prevê a instalação de aproximadamente 7,8 mil quilômetros de
cabos de fibra óptica nos leitos dos Rios Negro, Solimões, Madeira, Juruá e Purus,
para interligar 52 Municípios e atender 3,8 milhões de pessoas. Esse é um programa
audacioso, de custo estimado em R$ 500 milhões, mas que está sendo implantado
de forma eficiente e deve receber o reconhecimento de todos os brasileiros.
O Amazônia Conectada é de aplicação militar e civil e possibilitará a
integração da região ao disponibilizar serviços de Internet de alta velocidade para a
população. O Programa também é estratégico, porque dá segurança para as
informações das Forças Armadas, garantindo mais capacidade de monitoramento da
região, especialmente das áreas de fronteira, com tráfego de informações seguro e
veloz. E além disso terá impacto positivo para milhares de amazônidas, que
passarão a contar com serviços de telemedicina, de telesaúde, de ensino a
distância, o que beneficiará o cidadão comum, ribeirinhos, indígenas, escolas e
outros órgãos públicos.
Sr. Presidente, o Programa começou a ser implantado no ano passado. Sua
primeira etapa foi inaugurada em julho, com o primeiro trecho de 10 quilômetros por
meio do leito do Rio Negro, ligando o 4º Centro de Telemática de Área (4º CTA) à 4ª
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Divisão de Levantamento Geográfico (4ª DL). O segundo trecho, ligando Coari a
Tefé, está em fase de implantação. No último dia 15 de fevereiro, atracou em
Manaus o navio Layla, trazendo 390 toneladas de cabo de fibra ótica que serão
utilizadas na interligação dessas duas cidades amazonenses. Os cabos foram
produzidos na Noruega e viajaram 37 dias pelo Mar do Norte, pelo Oceano Atlântico
e pelo Rio Amazonas. A operação de desembarque dos cabos foi acompanhada
pessoalmente pelo Comandante Militar da Amazônia, o General de Exército
Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, um dia importante para a sequência
do Programa.
A estimativa do Exército é que até final de 2019 todos os 7,8 quilômetros de
cabos estejam interligados. Faço aqui um apelo à Presidente Dilma Rousseff, para
que preserve esse programa dos cortes orçamentários, tamanha a sua importância
militar e civil. É uma iniciativa que deve ter sua programação mantida, para o bem do
País, para o bem dos amazônidas.
Era o que eu tinha a dizer.
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O SR. ROBERTO ALVES (Bloco/PRB-SP. Pronunciamento encaminhado
pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos aguardando
ansiosamente a sanção do Projeto de Lei nº 6.998, de 2013, muito oportunamente
considerado o Marco Legal da Primeira Infância, que no último dia 18 chegou à mão
da Presidente. Alterando e acrescentando artigos ao Estatuto da Criança e do
Adolescente, o PL tem por objetivo conferir especial atenção às crianças de 0 a 6
anos em suas circunstâncias e necessidades específicas, tendo em vista a
importância crucial dessa etapa no desenvolvimento emocional e cognitivo da
pessoa humana.
Segundo o projeto, o ECA passa a conter um novo título, denominado Da
Primeira Infância, em que se definem alguns conceitos e se estabelecem alguns
princípios. Entre eles, destaca-se o interesse superior da criança, a ser priorizado a
partir da análise de cada caso concreto. Tal priorização, conforme o projeto, implica
que o critério decisório na prestação de serviços e ações voltados à criança devam
contemplar o direito ou a necessidade dela.
Em nosso entendimento, aí reside o coração do projeto, na medida em que o
verdadeiro interesse da criança é legalmente contemplado. O princípio decorre da
compreensão de que a criança em tenra idade, em um processo definitivo de
formação emocional, merece atenção e cuidados especiais, centrados na ideia de
respeito à sua individualidade, à sua necessidade de afeto e proteção, à constituição
de uma autoimagem positiva e confiante, essenciais à construção de um adulto
equilibrado, seguro, altruísta e capaz de interagir socialmente em favor da
coletividade.
Por conseguinte, qualquer prática de violência, desrespeito ou desprezo,
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ainda que oriunda de suposta autoridade, torna-se assim não apenas inaceitável,
mas sobretudo ilegítima, porque incompatível com os direitos estabelecidos em favor
da criança pequena, na perspectiva de sua ampla e complexa formação.
Para favorecer a consolidação de uma nova visão acerca da primeira infância,
o projeto definiu os princípios norteadores de políticas públicas a respeito. São eles
o fortalecimento do papel da família, a centralidade da criança como sujeito e
cidadão, a escuta respeitosa de suas necessidades e interesses, a conjugação das
visões humanista, científica e técnica na formação e desenvolvimento da criança, a
ser adotada em casa e nas escolas, e também a valorização do profissional
especializado, capaz de colaborar nesse longo processo de reeducação dos adultos
para a lida com os pequenos.
Sr. Presidente, não temos dúvidas de que se trata de uma proposta
revolucionária, a qual, se efetivamente aplicada, deverá redundar em profundas
modificações no comportamento dos futuros adultos e nas próprias dinâmicas
sociais. Podemos finalmente sonhar com uma sociedade humanizada,
verdadeiramente civilizada, que se apoie nas descobertas da psicologia e da
neurociência para pensar a condição de cada indivíduo, porque hoje, de fato, toda a
experiência consolidada na prática terapêutica e psicanalítica vem sendo respaldada
pela ciência.
Já se comprovou, cientificamente, que uma infância descuidada, vítima de
violência, abuso ou abandono, é marcada por um forte estresse, com importantes e
variadas repercussões na saúde física e mental. Segundo o Dr. Jack Shonkoff,
diretor e pesquisador do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de
Harvard, há nítida correlação entre o estresse infantil e comportamentos
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desajustados na juventude e na vida adulta, diretamente decorrente dos danos
causados aos circuitos neuronais formados na infância. Não bastasse o sofrimento
individual e familiar associado aos diversos transtornos psíquicos, sabe-se que o
custo social deve ser cada vez mais alto, não apenas pela repetição de padrões e
comportamentos violentos, mas pelos gastos públicos com educação corretiva,
tratamento clínico e assistência social. Daí a importância da disseminação do
conhecimento, do envolvimento institucional, da efetivação de políticas públicas em
ações preventivas, sempre em favor da proteção à primeira infância.
De nossa parte, Sr. Presidente, gostaríamos de acrescentar que é em torno
do afeto que se devem mobilizar todos os esforços, quando se fala em relação de
pais e filhos, educadores e alunos, ou médicos, terapeutas e assistentes sociais e
seus pacientes. Afeto verdadeiro, respeito e coerência, eis os elementos preciosos a
nortearem, desde o nascimento, os cuidados físicos, as relações familiares, as
práticas educativas, a inserção nos grupos sociais.
Com tal convicção, esperamos que a Presidência da República se mostre
sensível à importância do projeto, incorporando-o, definitivamente, a nosso
ordenamento jurídico. Esperamos, ainda, que as autoridades competentes efetivem
seu conteúdo, por meio de ações positivas, como campanhas educativas,
preparação de profissionais, assistência jurídica e social.
Não hesitamos em repetir, Sr. Presidente: a compreensão da primeira infância
como o período de maior transformação psicológica e cognitiva do ser humano e o
respeito à complexidade de tal processo serão conquistas definitivas e
revolucionárias para todas as sociedades contemporâneas.
Era o que tínhamos a dizer.
Muito obrigado.
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A SRA. IRACEMA PORTELLA (Bloco/PP-PI. Pronunciamento encaminhado
pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tivemos, nesta semana, uma
boa notícia na área da saúde pública. Na segunda-feira, dia 22 de fevereiro, a
Presidente Dilma Rousseff assinou um contrato entre o Ministério da Saúde e o
Instituto Butantan para o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue.
Segundo o Ministério, o contrato prevê investimentos iniciais da ordem de R$
100 milhões para o desenvolvimento do estudo nos próximos 2 anos. No total, os
valores devem chegar a R$ 300 milhões.
O investimento inicial do Ministério da Saúde vai financiar a terceira e última
fase de testes clínicos da vacina em voluntários. Essa etapa deve começar com a
vacinação de 1,2 mil voluntários pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo.
Essa instituição é uma das 14 credenciadas para a realização dos testes
clínicos no Brasil. Ao todo, 17 mil voluntários de todo o País devem receber a
imunização. Essa última fase da pesquisa servirá para comprovar a eficácia da
vacina.
Dois em cada três voluntários irão receber a vacina. O restante receberá
placebo, uma substância parecida com a vacina, mas sem o vírus. Ou seja, sem
efeito. Nem a equipe médica nem os participantes saberão se receberam vacina ou
placebo. O objetivo é descobrir se quem tomou a vacina ficou protegido e se quem
tomou placebo adquiriu a doença.
Os testes clínicos deverão durar um ano. A previsão do Instituto Butantan é a
de que a vacina esteja disponível no País a partir de 2018.
A vacina contra a dengue tem potencial para proteger contra os quatro vírus
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da doença com uma única dose. Ela é produzida com vírus vivos, geneticamente
enfraquecidos. Isso porque, com os vírus vivos, a resposta imunológica é maior ao
mesmo tempo em que a forma é atenuada, não oferecendo perigo de provocar a
doença.
Nossa missão agora é produzir uma imunização contra o zika vírus. A
Presidente Dilma garantiu que o Governo está centrando suas atenções nessa
medida que é necessária e urgente. “O desafio é chegar à vacina contra o vírus da
zika. Um dos caminhos é este: transformar a vacina da dengue de tetravalente em
pentavalente, que cobriria também o da zika, ou desenvolver uma exclusiva para
esse fim”, disse.
Todos os esforços devem ser feitos, no momento, para que seja possível
encontrar tratamentos eficazes de prevenção dessas doenças que, infelizmente, se
espalharam pelo Brasil, colocando em risco a vida de milhares de brasileiros.
A notícia de que o Governo está investindo pesadamente no desenvolvimento
dessas vacinas é, sem dúvida, um alento. Precisamos cobrar, das autoridades,
firmeza e dedicação a esse tema. E também estimular a população para que tome
os cuidados cotidianos de prevenção contra a ação do mosquito.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigada.
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O SR. ANTONIO BULHÕES (Bloco/PRB-SP. Pronunciamento encaminhado
pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vivemos um mundo em que
quase todo dia surge uma novidade. Graças à velocidade da tecnologia, parece que
as pessoas já não vivem no tempo presente. Tudo é mudança e expectativa de
progresso, a ponto de não se perceberem os valores sociais que nos trouxeram até
aqui.
Os “antenados” do mundo moderno vivem a idealização de um tempo como o
dos bons filmes de ficção. A diferença é que, quando assistimos a um filme, nós o
fazemos por recreação. Já os antenados idealizam a imagem para nos incluir nela.
Fico a pensar quão profetas eles se acham. Decretam novos comportamentos
sociais como se tivessem a chave da porta do futuro que mostra as novidades ainda
ocultas para os simples tocadores da vida.
Não sei se é falta de modéstia ou de cuidadosa análise histórica. Como já
disse um filósofo do século XX, não existe nada nos tempos modernos que já não
tenha sido pensado pelos gregos antigos.
Essa foi a primeira ideia que tive quando li a matéria da revista Veja intitulada
Amigues para Sempre. Terminei a leitura sentindo que vivia em um mundo que não
tem um passado, um mundo formado por uma mente moderna, que apaga o
resultado da contínua interação ao longo da história.
Nesse admirável mundo novo da matéria, que diz não existir mais os dois
sexos, descobri a existência de uma geração Z, uma geração moderna, porque é
formada por pessoas que não se importam de ter um sexo definido. Também
aprendi que a matéria define como binários aqueles que ainda usam o termo
“masculino e feminino” quando se referem às pessoas. Pelo menos isso me deixou
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aliviado, porque, se somos binários, temos maior propensão a ser bípedes.
Fiquei sabendo que, no magnífico novo mundo da geração Z, serão
ultrapassadas as desinências de gênero nas palavras, porque a natureza humana
não mais precisará ser um sistema binário de homem e mulher. As pessoas da nova
geração poderão sentir-se bissexuais, transexuais, homossexuais e até
heterossexuais.
A matéria apresenta o novo futuro pela decisão da direção do Colégio Pedro
II, do Rio de Janeiro, de suprimir as desinências de masculino e feminino dos
cabeçalhos das provas e substituir as palavras “aluna” e “aluno” por “alunx”.
O surpreendente na matéria é que ela afirma a chegada do novo mundo a
partir do conceito de determinismo histórico. Quando ela diz que a novilíngua nas
escolas pode não durar, mas o que sinaliza veio para ficar, o que faz é usar o velho
e refutado determinismo para induzir a certeza do futuro que chega.
Às vezes, a certeza é pouco cuidadosa. Como resgatar o determinismo
ascético se há exemplos de videntes sociais que perderam a credibilidade quando o
futuro idealizado não se provou? É o caso da emenda constitucional que reconhece
a união estável. Os videntes da época alarmaram que a emenda iria destruir a
instituição do casamento. Entretanto, o que se viu foi que os pedidos de registro de
casamento não diminuíram. Em alguns lugares até aumentaram.
São por esses questionamentos que um pensamento cuidadoso e
conservador permanece atual. Os conservadores não acham producente contestar
os valores que sobreviveram ao teste do tempo da civilização.
Depois de ler esse libelo de um pensamento desejoso, surge-nos o ceticismo.
Somos céticos a respeito de teses que não põem em dúvida mudanças de
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comportamento da natureza humana, como se isso fosse simples, como se fosse
uma troca de roupa.
A civilização que chegou até aqui também viu algumas teses
pseudocientíficas que alegavam a superioridade de uma raça ou que pregavam a
revolução de uma classe serem sepultadas. Elas foram derrotadas por não darem
importância à tradição dos séculos.
Se os brasileiros sensatos já viram todas aquelas ideologias florescer e
decair, como podem acreditar que agora não mais haverá diferença sexual entre as
pessoas? A partir dessas e outras teses, os conservadores alertam para que se
preze a razoabilidade das ideias. Como disse aquele sábio daquela velha Grécia, a
virtude está no meio.
Muito obrigado.
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O SR. STEFANO AGUIAR (PSB-MG. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o aquecimento global já causa
muitos prejuízos em todo o mundo. O calor, a seca e a fome geram sofrimento e
mortandade, levando multidões a abandonarem suas casas. O derretimento das
calotas polares pode fazer com que países inteiros, como as Ilhas Maurício,
desapareçam debaixo do mar.
Esses problemas começaram a ser discutidos em 1992, na convenção
climática do Rio de Janeiro. Naquela ocasião, concordou-se com a necessidade do
controle dos gases causadores do efeito estufa. Dois anos depois, 195 países
começaram a trabalhar num projeto que evite ou amenize as graves mudanças
climáticas causadas pela humanidade.
As negociações se arrastam, portanto, há mais de 20 anos. Em 2001, porém,
os negociadores estabeleceram este ano de 2015 como data limite. A COP 21,
agora realizada em Paris, é a vigésima primeira conferência anual sobre o assunto e
quer alcançar um compromisso legal entre os países, obrigando-os a manter o
aquecimento global dentro do limite máximo de dois graus centígrados acima da
temperatura medida em 1850.
Um grau acima, que é nossa situação atual, já está provocando o
derretimento de geleiras, a extinção de animais, inundações, secas e furacões de
dimensões inesperadas. Se não tomarmos alguma providência, o efeito pode ser
catastrófico, alterando dramaticamente o clima e a economia mundial.
Controlar a temperatura média de nosso planeta é o objetivo mais ambicioso
já proposto pela humanidade. Por isso, a Conferência é uma das maiores já
realizadas, reunindo cerca de 40 mil representantes de governos, organismos
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internacionais e ONGs. A COP 20, realizada no ano passado, em Lima, no Peru,
havia contado com 15 mil pessoas.
Para a COP 21, em Paris, alguns países mandaram só dois representantes,
mas outros mandaram centenas de funcionários públicos, inclusive Chefes de
Estado. Para tentar influenciá-los, há muitos representantes do setor industrial e
agrícola, bem como grupos de defesa do meio ambiente.
A Conferência começou no dia 30 de novembro e se estendeu até 11 de
dezembro. Os países desenvolvidos, que já começaram a transição para uma matriz
energética baseada em usinas atômicas, eólicas e solares, estão mais dispostos a
cortar radicalmente as fontes mais poluentes, como o carvão e o petróleo. Por outro
lado, os países em desenvolvimento alegam que tais fontes ainda são vitais para o
crescimento do PIB e foram usadas sem restrições durante dois séculos pelos
países ricos, permitindo sua industrialização.
A Conferência quer compensar, de alguma forma, os países menos
desenvolvidos e também aqueles mais afetados pelo aumento das temperaturas.
Todos os governos se comprometeram, de modo geral, a reduzir a queima de
combustíveis fósseis, embora seja difícil detalhar um acordo que agrade, de forma
consensual, a quase duas centenas de nações de todos os tipos.
A divisão entre países ricos e pobres, beneficiários ou prejudicados pela
poluição, não é tão fácil de fazer. Além disso, em casos como o do Brasil, o
desmatamento é um problema maior do que a poluição, do ponto de vista climático.
Ou seja, os fatores a serem considerados são muitos e variados.
Não se trata de uma discussão fácil. Mas, de qualquer forma, a tentativa de
chegar a um acordo tão ambicioso tem como pano de fundo o reconhecimento de
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que a sustentabilidade do crescimento econômico deve estar no centro de tudo o
que projetarmos para o futuro.
Eis a lição dessa Conferência, senhoras e senhores: o mundo não deseja
mais um modelo de crescimento que não seja sustentável, que cobre o seu preço
com o desconforto das gerações futuras. Qualquer matriz energética, qualquer plano
de desenvolvimento, regional, nacional ou internacional, deve aprender essa lição.
Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu pronunciamento seja divulgado
pelos órgãos de comunicação desta Casa Legislativa e pelo programa A Voz do
Brasil.
Muito obrigado.
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O SR. SANDES JÚNIOR (Bloco/PP-GO. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta semana se iniciou com uma
excelente notícia no campo da saúde. Refiro-me ao trabalho que vem sendo
desenvolvido no Estado de São Paulo pelo Instituto Butantan, onde a vacina contra
dengue desenvolvida por esta instituição renomada entrou em fase de testes com
voluntários.
Esta é uma grande vitória do Brasil e poderá beneficiar populações em todos
os cantos de nosso planeta, além de abrir perspectivas para a imunização contra o
vírus zika. No mesmo dia, a Presidente Dilma Rousseff anunciou um repasse de 100
milhões de reais do Ministério da Saúde para financiar essa que é a última fase da
pesquisa.
Este trabalho, sem dúvida, representa um avanço para o nosso País, porque
a vacina é contra os quatro sorotipos da dengue. Diferentemente de outras já
produzidas, a vacina desenvolvida no Brasil em parceria com o National Institutes of
Health — NIH dos Estados Unidos é tetravalente e poderá proteger a pessoa contra
os quatro tipos de vírus da doença com uma única dose. A previsão é de que sua
eficácia seja superior à alcançada, até agora, por produtos semelhantes.
O desenvolvimento do imunizador mostra que o País tem fortes instituições e
laboratórios de pesquisa. Também afirma o papel do Brasil como País que tem um
laboratório capaz de produzir uma vacina que seria usada por uma parte importante
da humanidade.
Na solenidade em São Paulo foi feita a inoculação da vacina nos dez
primeiros voluntários. Os testes iniciais serão realizados em São Paulo com 1.200
voluntários que foram recrutados pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de
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Medicina da Universidade de São Paulo, maior complexo hospitalar da América
Latina. O hospital é um dos catorze centros credenciados pelo Butantan para os
testes, que devem envolver 17 mil participantes de 13 cidades do País. O teste
clínico deve durar 1 ano e a expectativa do instituto é que a vacina esteja disponível
a partir de 2018 no País.
Agora, o desafio é desenvolver uma vacina contra o vírus zika. Um dos
caminhos seria transformar a vacina da dengue de tetravalente em pentavalente, o
que cobriria também o vírus da zika. Essa seria uma alternativa ao desenvolvimento
de uma vacina exclusiva para esse fim.
Este é um momento muito especial, porque nós estamos diante de um desafio
que tem expectativas mundiais. A atuação do instituto brasileiro será acompanhada
com extrema atenção em todo o mundo, já que estas doenças se espalham hoje por
dezenas de países e transformaram a zika num alerta mundial da OMS.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
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O SR. ALEXANDRE VALLE (PMB-RJ. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu recebi a notícia de que a
Marinha do Brasil já tem à disposição R$ 300 mil para a aquisição de embarcação
para a Capitania dos Portos de Itacuruçá, na região da Costa Verde do Estado do
Rio de Janeiro. O barco será um reforço primordial para a fiscalização e o
monitoramento da Baía de Sepetiba e Ilha Grande, no momento em que toda a
sociedade tomou conhecimento do risco de extinção do boto-cinza, conforme
reportagens veiculadas recentemente nos jornais e televisão.
Destinei a emenda no ano passado, ciente da degradação ambiental da Baía
de Sepetiba e Ilha Grande, especialmente da área entre Itaguaí e Mangaratiba. Os
botos estão sendo vítimas do crescimento da região. De acordo com o Ministério
Público Federal, os problemas começaram em 2010, quando teve início a ampliação
de portos e estaleiros. Em Sepetiba, os anos de 2013, 2014 e 2015 foram
responsáveis por 50% das mortes de botos-cinza registradas na última década: 170.
A situação é alarmante. Espero que a embarcação comece a operar o mais
breve possível, de forma que os agentes responsáveis pelo monitoramento da Baía
de Sepetiba e Ilha Grande possam intensificar o combate às práticas que ameaçam
a existência do boto-cinza e poluem o meio ambiente.
O rápido crescimento da região ameaça a sobrevivência do boto-cinza porque
a Baía de Sepetiba abriga três terminais portuários e um estaleiro da Marinha e
esses empreendimentos têm direito de operar uma zona de exclusão, na qual a
atividade pesqueira é proibida. Com isso, os pescadores são empurrados para a
área que os botos-cinza costumam habitar. Nas redes de pesca, em vez de espécies
como linguados e robalos, são os botos que acabam presos.
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O Ministério Público Federal já alertou que, se nada for feito de imediato, em
10 anos o boto-cinza desaparecerá de vez da região. Não podemos permitir essa
tragédia, Sras. e Srs. Deputados, justamente pelo fato de a Baía de Sepetiba ser
considerada a área com maior população da espécie no mundo. A população do
animal, que já foi de 1.290 exemplares em 2002/2003 na Baía de Sepetiba,
atualmente não chega a 800.
Mas não basta salvar o boto-cinza. Nós precisamos buscar uma solução para
o drama dos pescadores artesanais, que são vítimas também, ao ser empurrados
para os estuários. Precisamos criar mecanismos para que os pescadores artesanais,
que já sustentam suas famílias com grande dificuldade, não sejam ainda mais
penalizados. Eles não podem ser tratados como vilões, como responsáveis por esse
risco de extinção do boto-cinza. É necessário priorizar o combate à pesca
predatória, feita com traineiras e suas imensas redes.
A morosidade de ações tem custado a vida dos animais e o declínio da pesca
artesanal. Como Deputado e principal representante daquela sociedade civil nesta
Casa, estou empenhado na luta para salvar o boto-cinza e dar condições de
sustento aos pescadores artesanais. Precisamos de respostas do IBAMA, da Polícia
Federal, do Governo do Estado e das Prefeituras. Que o Ministério Público Federal
de fato mobilize todos esses agentes públicos, para que cumpram cada um com as
suas obrigações.
Pela primeira vez, a Capitania dos Portos de Itacuruçá foi contemplada com
emenda parlamentar. Que a embarcação adquirida possa contribuir o quanto antes
para o combate de práticas criminosas na Baía de Sepetiba e Ilha Grande.
Precisamos cessar a pesca predatória, crueldade cometida contra dezenas de
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espécies, entre elas o boto-cinza, animal que ornamenta a bandeira da cidade do Rio
de Janeiro. É necessário ainda oferecer condições aos pescadores artesanais, para
que possam continuar exercendo suas atividades em harmonia com o meio ambiente.
É o que eu gostaria de dizer.
Muito obrigado pela atenção, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.
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O SR. VINICIUS CARVALHO (Bloco/PRB-SP. Pronunciamento encaminhado
pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, demais presentes, caros
telespectadores da TV Câmara e ouvintes da Rádio Câmara, a venda casada é
considerada um crime contra a ordem econômica e contra as relações de consumo.
Esta imposição não pode e não deve ser aceita, porque interfere indevidamente na
vontade do consumidor, que fica enfraquecido em sua liberdade de opção. Por isso
mesmo, a venda casada é vedada em todas as transações comerciais.
Apesar da proibição, algumas empresas insistem em tal prática, e, como não
poderia deixar de ser, acabam sendo punidas. Recentemente, a operada de
telefonia TIM foi condenada a pagar 863 mil reais por danos morais coletivos pela
prática abusiva de venda casada. A empresa, segundo a ação movida pelo
Ministério Público de Minas Gerais, obrigava consumidores a adquirir um aparelho
telefônico ao contratar um serviço de telefonia fixa.
A sentença, da qual não cabe mais recurso, determina que o valor da
indenização seja revertido ao Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor,
criado para desenvolver projetos voltados às relações de consumo no Estado de
Minas Gerais.
De acordo com a decisão, a operadora também deverá comprovar, dentro de
30 dias, a venda isolada aos consumidores do serviço de telefonia e do aparelho
telefônico, com a demonstração de preços na forma de aquisição isolada e conjunta.
A venda casada é considerada prática abusiva, conforme o art. 39 do Código
de Defesa do Consumidor. É lamentável que algumas empresas ainda tentem burlar
a legislação. No afã de lucrar, esquecem que o consumidor hoje está bem
esclarecido sobre seus direitos.
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O art. 39 do CDC estabelece:
“Art. 39. “É vedado ao fornecedor de produtos ou
serviços, entre outras práticas abusivas:
I - condicionar o fornecimento de produto ou de
serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem
como, sem justa causa, a limites quantitativos;
II - recusar atendimento às demandas dos
consumidores, na exata medida de suas disponibilidades
de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e
costumes;
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem
solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer
serviço;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do
consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus
produtos ou serviços;
(...)”.
Só mesmo através de denúncias e da aplicação de multas pesadas será
possível acabar com essa prática recorrente e abominável de parte de algumas
empresas, que insistem em tentar burlar o Código de Defesa do Consumidor,
esquecendo que o cidadão está cada vez mais esclarecido e disposto a lutar por
seus direitos.
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O SR. PR. MARCO FELICIANO (Bloco/PSC-SP. Pronunciamento
encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com muita
honra que uso esta tribuna para atender ao apelo de milhares de policiais civis e
militares do Estado de São Paulo, na ativa e aposentados, que, por força da
necessidade do serviço, não gozaram em momento oportuno férias e licença-prêmio
e que agora pleiteiam pagamento em pecúnia.
Conclamo o Sr. Governador do Estado de São Paulo, Dr. Geraldo Alckmin, a
determinar que a Pasta da Segurança Pública, seja orientada a efetuar esses
pagamentos no âmbito administrativo, a fim de evitar demoradas demandas
judiciais, que de antemão, o resultado, devido à anteriores, julgados nos Tribunais
Superiores, em desfavor do Estado, são esperados.
É no mínimo injusto com valorosos policiais que deram toda a sua vida pela
sociedade e durante toda a carreira testemunharam ordens superiores suprimindo o
livre gozo de férias por absoluta necessidade do serviço público em datas que são
festivas para os cidadãos de outras categorias, mas de labor para aqueles que
vocacionados abraçaram a carreira policial.
Existem súmulas dos egrégios Tribunais Superiores, fundada na
responsabilidade objetiva do Estado, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição
Federal, no princípio que veda o enriquecimento ilícito da administração.
Finalizo, pedindo a Deus que continue a derramar as mais especiais bênçãos
dos céus a nossos valorosos policiais de todo Brasil.
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VII - ENCERRAMENTO
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Nada mais havendo a tratar, vou
encerrar a sessão. As inscrições de Líderes, começando a próxima sessão,
continuarão em sequência.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - COMPARECEM MAIS OS SRS.:
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DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Encerro a sessão, antes convocando
Sessão Deliberativa Extraordinária para hoje, terça-feira, dia 23 de fevereiro, às 20
horas, com a seguinte
ORDEM DO DIA
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(Encerra-se a sessão às 19 horas e 58 minutos.)
DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO
DESTINADO AO GRANDE EXPEDIENTE DA SESSÃO DELIBERATIVA
ORDINÁRIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 209, REALIZADA EM 4 DE
AGOSTO DE 2015 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:
O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu quero aqui parabenizar o Corregedor-Geral do Tribunal de Justiça
do meu Estado, o nobre e honrado Desembargador Sebastião Ribeiro Martins, pela
decisão que determinou investigação em dois cartórios no meu Estado.
Por coincidência, hoje, um Parlamentar do Paraná me pediu abertura de CPI
para apurar problemas de terras no meu Estado, na suspeita de que o próprio
Estado, através de seus órgãos públicos, estaria revendendo terras devidamente
registradas. Isso criaria insegurança jurídica aos proprietários de boa-fé, aos que
têm propriedades adquiridas de acordo com a lei. Eu pedi a ele que se dirigisse ao
CNJ.
O apelo que eu faço aqui, portanto, além de aplaudir o Desembargador
Sebastião Martins, é no sentido de que ele faça um exame de todos os cartórios, de
todos os registros dos cerrados do Piauí, porque, evidentemente, os abusos são
enormes, atentados ao direito, afronta à propriedade, à dignidade e a honestidade
daqueles que de boa-fé tentam negociar e ter propriedades e fazendas de produção
de grãos nos cerrados piauienses.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO
DESTINADO AO PEQUENO EXPEDIENTE DA SESSÃO DELIBERATIVA
ORDINÁRIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 335, REALIZADA EM 3 DE
NOVEMBRO DE 2015 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:
O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.
Presidente, em muitos aspectos, Brasil e França manifestam as suas congruências
históricas. Aqui, como no velho continente, o gênio latino expressa a sua riqueza
cultural, fruto da fundição com civilizações milenares, raças exóticas, povos
bárbaros, indígenas. A França — tomando emprestado as palavras de Afonso Arinos
em sua saudação ao Presidente Charles de Gaulle quando de sua visita oficial ao
Congresso Nacional em 1964 — “é a filha mais velha e guia secular do mundo
latino”. E nenhum país, como o nosso, acolheu tão bem essa herança latina da
miscigenação que lhe é nata, da integração cultural.
A influência francesa na nossa cultura é antiga e profícua, aliás, como no
mundo inteiro. A respeito, o grande Rui Barbosa já dizia que ela “foi a mãe
intelectual de todos nós”.
Tanto na Monarquia como na República, a cultura brasileira foi extremamente
influenciada por artistas, escritores e intelectuais franceses, no primeiro momento,
pela literal incorporação da cultura do País através da histórica missão artística, nos
tempos de D. João VI, que lançou bases para o nosso próprio desenvolvimento
cultural — vale lembrar o legado deixado por Debret, por exemplo, que nos
possibilitou documentar os usos e costumes da sociedade brasileira da época, os
comportamentos antiquados da corte portuguesa, as paisagens de um Brasil ainda
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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selvagem —, e, desde o período republicano até os dias de hoje, pelos
acontecimentos históricos que modernizaram a organização do Estado brasileiro.
Em 1883, a Aliança Francesa nasceu com a nobre missão educativa de
difundir não apenas a língua francesa, mas de ser escopo da expansão da
civilização francesa, sempre amparada pelos nortes maiores do País, os ideais de
liberdade, fraternidade, igualdade, o fio condutor de tudo o que parte daquele velho
continente para mudar o mundo. Basta olhar o nível das personalidades que deram
fruto à instituição, dentre as quais Paul Cambon, Ferdinand de Lesseps, Louis
Pasteur, Ernest Renan, Jules Verne e Armand Colin.
Em 1885, apenas 2 anos após seu nascimento, a Aliança Francesa chegou
ao Brasil, instalando-se no Rio de Janeiro, e rapidamente se expandiu por todo o
País. Durante os anos de 1960, por exemplo, foram implantados dez novos comitês
da escola.
Vale destacar também que, entre as décadas de 40 e 50 do século passado,
o ensino de línguas estrangeiras no Brasil era obrigatório; todos os alunos, desde o
ginásio até o científico ou clássico, estudavam latim, francês, inglês e espanhol.
Durante o Império, estudavam-se no mínimo quatro línguas, muitas vezes cinco e,
às vezes, até seis, quando a língua italiana era incluída.
A Aliança Francesa constituiu-se, então, como uma associação sem fins
lucrativos que reúne pessoas com o objetivo de difundir a cultura francesa pelo
mundo, através do ensino da língua, organismo vivo de uma sociedade. Como o
nome nos indica, é mesmo uma aliança, em vários sentidos, a união cultural entre
países, a integração de pessoas com interesses comuns.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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No Brasil, atualmente a Aliança Francesa conta com 39 associações e 8
centros, estando presente, dessa forma, em praticamente todos os Estados
brasileiros. Embora cada associação seja jurídica e administrativamente
independente, são coordenadas pela delegação geral, situada no Rio de Janeiro.
Em 2011, as Alianças uniram-se na FEBRAF (Federação das Alianças Francesas do
Brasil), para manter a unidade da instituição no País.
Em Brasília, a Aliança Francesa é parte protagonista da própria história da
capital federal. Em 25 de agosto de 1959, André Malraux, Ministro da Cultura do
governo francês, esteve em Brasília para a colocação da pedra fundamental da
Casa de Cultura Francesa e, frente ao então Presidente Juscelino Kubitschek,
coloca suas nobres palavras: “(...) o que se propõe hoje a França a este país é que,
para todos nós, seja a cultura a ressurreição da nobreza do mundo. É bom saber
que estamos unidos por um futuro fraterno ainda mais do que por um passado
comum”.
A Casa de Cultura Francesa viria a ser a Associação Brasileira de Cultura
Francesa, nome oficial da Aliança Francesa de Brasília, em 30 de junho de 1961.
Em 26 de setembro 1963, o primeiro edifício foi inaugurado, projetado por Oscar
Niemeyer.
Hoje, a Aliança Francesa está presente em mais de 130 países e, em 2015,
completa 130 anos de atividade no Brasil. Esses 130 representam o
desenvolvimento da missão de manter viva a cultura francesa pelo mundo, pelo
Brasil, uma verdadeira união entre culturas, signo da fraternidade entre os povos, do
futuro idealizado por Malraux.
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Sr. Presidente, peço a V.Exa. que divulgue em todos os meios de
comunicação, rádio e imprensa desta Casa o meu modesto pronunciamento, que
estou fazendo agora, em homenagem aos 130 anos da Aliança Francesa.
Muito obrigado.
DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO
DESTINADO ÀS BREVES COMUNICAÇÕES DA SESSÃO DELIBERATIVA
EXTRAORDINÁRIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 359, REALIZADA EM 19
DE NOVEMBRO DE 2015 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:
O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sra. Presidenta, ainda hoje eu falei a respeito de Parnaíba, reportando-me ao
Ministro da Saúde, o nobre Deputado Marcelo Castro.
Agora, Sra. Presidenta, eu quero aqui me regozijar com a posse de Aloizio
Mercadante e com seu retorno à Pasta da Educação. Acho que Aloizio tem o perfil
do homem certo no lugar certo. Ele é educador, professor universitário, conhece bem
as raízes da problemática educacional brasileira, distorcida ao longo de muitos anos.
Recordo que, no dia da posse dele — encontrava-se ao meu lado o Senador
Elmano Férrer —, na garagem do Palácio do Planalto, na Presidência da República,
quando Aloizio Mercadante se dirigia para a posse coletiva dos novos Ministros, eu
disse: “Sr. Ministro, de antemão, peço logo ao senhor que pense seriamente na
criação da Universidade Federal do Delta do Parnaíba”. Ele riu, achou graça.
Logo a seguir, 2 dias depois, foi visitar a cidade de Cocal dos Alves, para ver
a bela e vitoriosa experiência no ensino da Matemática e de Ciências. Passando por
Parnaíba, foi conhecer a cidade, porque ele disse que precisava conhecê-la, por ser
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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uma bela cidade e onde se localizava um campus universitário. Ele teve a
oportunidade de, durante o almoço, conhecer de perto o chefe do campus da
Universidade Federal do Piauí, em Parnaíba, o Prof. Alex Marinho.
Conversando com ele no café, disse: “Estive em Parnaíba, você não estava
presente”. “Eu não pude, Ministro.” “Mas lá estive com o Prof. Alex.” Gostei da
conversa com ele e disse: “Sr. Ministro, é importante o senhor sinalizar” — aliás, eu
o chamo de você, porque tenho essa intimidade — “essa criação da Universidade
Federal do Delta do Parnaíba”.
Ele se mostrou muito entusiasmado. Ao mesmo tempo, fiz a ele um apelo
para que mandasse publicar toda a obra de Anísio Teixeira — é mais um apelo que
faço a ele —, que é o maior educador deste País de todos os tempos. Eu estou
convencido de que, se houver condições objetivas, políticas e econômicas, Aloizio
Mercadante é o homem certo no lugar certo, para fazer uma grande transformação,
sobretudo em um ensino de qualidade, que é o forte do seu pensamento sobre o
ensino brasileiro.
Muito obrigado, Sra. Presidenta.
DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO
DESTINADO AO GRANDE EXPEDIENTE DA SESSÃO NÃO DELIBERATIVA DE
DEBATES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 361, REALIZADA EM 23 DE
NOVEMBRO DE 2015 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:
O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, a tragédia acontecida com a barragem da Samarco, em Minas Gerais,
repercute no Brasil e no mundo inteiro. Os jornais deste final de semana trouxeram
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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os mais variados artigos sobre a tragédia de Mariana. Inclusive o grande repórter, no
sofrimento, que é Sebastião Salgado, publicou também um importante artigo no
jornal Folha de S.Paulo de ontem, ele que é Vice-Presidente do Instituto Terra,
entidade preocupada também com o equilíbrio ecológico.
O que me preocupa, Sr. Presidente, é que uma lei complementar votada aqui
há cerca de 9 anos, salvo engano, querido Padre Luiz Couto, deferiu aos Estados a
competência para a concessão de licença ambiental. Isso é um grave erro. Meio
ambiente é uma questão de licenciamento federal, sobretudo em Estados com rios,
como o São Francisco e o Parnaíba, que transitam em outros Estados — Piauí,
Paraíba, Maranhão, um pouco da Bahia, um pouco do Tocantins. Não vejo razão por
que se dê essa autonomia do licenciamento ambiental aos Estados, porque a União
é que deveria se preocupar rigorosamente com os seus rios, com as suas
barragens, que são construídas com recursos federais.
Nesse sentido, Sr. Presidente, eu me recordo que visitei certa feita a
residência de Prudente de Morais, saudoso Presidente da República, o primeiro
Presidente civil deste País, que tinha um escritório em Itu, São Paulo — e ali chegou
a morar um certo tempo. No seu escritório, havia um retrato de Jefferson, o que
mostra a sua visão da liberdade, da democracia da América. Eu me recordo que eu
peguei um pequeno livro de relatórios do Império, Sr. Presidente, e constatei que
anualmente se fazia um estudo e uma avaliação sobre os rios do Brasil — Rio São
Francisco, Rio Amazonas etc. Hoje não há mais preocupação com os rios. Eles
estão se deteriorando, morrendo, com assoreamento, matas ciliares destruídas, falta
de respeito à natureza.
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Nesse sentido, talvez uma fiscalização federal mais ativa e mais presente seja
importante para a preservação desses rios e de todas as barragens federais. As
barragens construídas pelo DNOCS, por exemplo, ficam abandonadas, à mercê da
própria sorte. Já as da CODEVASF, não, justiça se faça; a empresa elabora um
ajuste produtivo para cada barragem e, ao mesmo tempo, tenta preservar o seu
equilíbrio ambiental, procura gerar renda e emprego em função da barragem. O
DNOCS entrega a barragem e vai embora; a CODEVASF fica presente nela, razão
pela qual eu acho que hoje o DNOCS é uma autarquia falida, e poderia ser entregue
à CODEVASF a responsabilidade pelo manejo dos açudes e das barragens federais
neste País. Por precaução, o Ministério do Meio Ambiente precisa tomar medidas no
sentido de uma fiscalização severa para se evitar danos como o que aconteceu
agora em Mariana.
Acho muito importante, Sr. Presidente, a publicação no jornal Correio
Braziliense de artigo da jovem mestranda da Universidade Católica de Brasília
Fabiana do Nascimento Prudente, sob o título Poder de Polícia Ambiental e
Precaução nas Barragens de Grande Mineradoras.
Ela diz, com muita propriedade, logo no início do seu artigo — é uma
abordagem interessante:
“Dentre os princípios dirigentes do meio ambiente
ecologicamente equilibrado destaca-se, como prioritário, o
princípio da precaução, a exigir posturas diligentes do
poder de polícia ambiental em defesa do meio ambiente
sadio e do desenvolvimento sustentável.”
E mais adiante diz:
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“O princípio da precaução está ligado à prudência e
à cautela, de modo a evitar possível risco de dano, ou
risco potencial. Paulo Affonso Leme Machado ressalta
que a precaução age no presente para não chorar e
lastimar no futuro, e que:
‘Não só deve estar presente para impedir o
prejuízo ambiental, mesmo incerto, que possa resultar das
ações ou omissões humanas, como deve atuar para a
prevenção oportuna desse prejuízo. Evita-se o dano
ambiental, através da prevenção no tempo certo.’
Na dúvida deve-se optar pela proteção imediata do
ser humano e conservação do meio ambiente (in dúbio
pro salute ou in dúbio pro natura).”
Sr. Presidente, interessante, ela cita duas jornalistas do Correio Braziliense,
que fizeram reportagem sobre a tragédia de Mariana, em que se diz com muita
dramaticidade: “O silêncio do lugarejo coberto pelo mar de lama em Bento
Rodrigues é quebrado apenas pelo canto dos passarinhos”.
Sr. Presidente, posso ressaltar que não é devidamente levado em conta pelas
autoridades ambientais do País, sobretudo dos Estados, o voto muito importante do
eminente e culto Ministro Celso de Mello, em 2006, quando diz:
“A incolumidade do meio ambiente não pode ser
comprometida por interesses empresariais nem ficar
dependente de motivações de índole meramente
econômica, ainda mais se se tiver presente que a
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atividade econômica, considerada a disciplina
constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros
princípios gerais, àquele que privilegia a ‘defesa do meio
ambiente’ (CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e
abrangente das noções de meio ambiente natural, de
meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial
(espaço urbano) e de meio ambiente laboral.”
Sr. Presidente, peço a V.Exa. autorização para que se registre nos Anais
desta Casa o importante artigo dessa jovem mestranda em Direito pela Universidade
Católica de Brasília Fabiana Nascimento Prudente, publicado hoje no Correio
Braziliense.
Ao mesmo tempo, faço um apelo ao Ministério do Meio Ambiente, para que
reestude a política de cerceamento ambiental, a fim de evitar que os Estados, às
vezes, manipulados pelos interesses políticos, sem levar em conta o interesse maior
da Nação, da preservação do meio ambiente, da preservação dos nossos rios,
possam ocasionar dramas e prejuízos lamentáveis, sacrificando vidas humanas,
como acabou de acontecer na cidade de Mariana e no Espírito Santo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR
Poder de Polícia Ambiental e Precaução nas Barragens de Grandes
Mineradoras
O princípio da precaução
Dentre os princípios dirigentes do meio ambiente ecologicamente equilibrado
destaca-se, como prioritário, o princípio da precaução, a exigir posturas diligentes do
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poder de polícia ambiental em defesa do meio ambiente sadio e do desenvolvimento
sustentável.
O princípio da precaução está ligado à prudência e à cautela, de modo a
evitar possível risco de dano, ou risco potencial. Paulo Affonso Leme Machado
ressalta que a precaução age no presente para não chorar e lastimar no futuro, e
que:
“Não só deve estar presente para impedir o prejuízo ambiental, mesmo
incerto, que possa resultar das ações ou omissões humanas, como deve atuar para
a prevenção oportuna desse prejuízo. Evita-se o dano ambiental, através da
prevenção no tempo certo.”
Na dúvida deve-se optar pela proteção imediata do ser humano e
conservação do meio ambiente (in dubio pro salute ou in dubio pro natura).
Em reportagem das jornalistas Márcia Maria Cruz e Sandra Kiefer do
conceituado Correio Braziliense (edição de 09/11/2015 - p. 6), destaca-se a grave
omissão do poder de polícia ambiental dos órgãos integrantes do SISNAMA, ao
concederem licenças ambientais para o funcionamento das barragens da
mineradora Samarco, em municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo, sem um
rigoroso estudo prévio de impacto ambiental, como garantia de eficácia do princípio
da precaução, com a narrativa seguinte:
“O silêncio do lugarejo coberto pelo mar de lama em Bento Rodrigues é
quebrado apenas pelo canto dos passarinhos. Esse contraste brutal evidencia a
desolação das casas encobertas pela massa escura e fétida no epicentro da
tragédia que se abateu sobre sete distritos de Mariana, na Região Central, e dois de
Barra Longa, na Zona da Mata. Quatro dias depois do rompimento das barragens do
Fundão e Santarém da mineradora Samarco, sócia da Vale e da australiana BHP,
jornalistas de alguns veículos entraram na “zona quente”, nome dado pelos
bombeiros ao perímetro onde realizam as buscas por sobreviventes. Enquanto os
militares seguiam na procura por desaparecidos, no distrito mais atingido pelo
lamaçal de minério, dois corpos foram encontrados — um perto da Barragem de
Fundão e outro no Rio Doce, em Acaiaca. Os corpos deverão passar por um
processo de identificação para confirmar se são de pessoas vitimadas pela onda de
destroços.”
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Nesse contexto, impõe-se destacar o alerta jurisprudencial da Suprema Corte
do Brasil, na inteligência de que “a incolumidade do meio ambiente não pode ser
comprometida por interesses empresariais nem ficar dependente de motivações de
índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade
econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada,
dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia a “defesa do meio ambiente”
(CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio
ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço
urbano) e de meio ambiente laboral. (ADI-MC nº 3540/DF - Rel. Min. Celso de Mello
- DJU de 03/02/2006)”.
Nessa linha de raciocínio, a Carta Encíclica Social — Ecológica Laudato Si,
do Santo Padre Francisco, datada de 24/05/2015, também nos adverte de que “a
proteção ambiental não pode ser assegurada somente com base no cálculo
financeiro de custos e benefícios. O ambiente é um dos bens que os mecanismos de
mercado não estão aptos a defender ou a promover adequadamente. Dentro do
esquema do ganho não há lugar para pensar nos ritmos da natureza, nos seus
tempos de degradação e regeneração, e na complexidade dos ecossistemas que
podem ser gravemente alterados pela intervenção humana”.
No espaço ambiental de barragens de grandes mineradoras, como a que ora
se desenha no aspecto ameaçador da mineradora Samarco, sob os comandos
dirigentes das multinacionais Vale do Rio Doce e da australiana BHP, em terras dos
Estados do Espírito Santo e de Minas Gerais, impõe-se, por imperativo de ordem
constitucional:
A realização de estudo prévio de impacto ambiental (EIA/RIMA), com ampla
publicidade (CF, art. 225, § 1º, inciso IV), antes de quaisquer licenças prévia (LP), de
instalação (LI) e de operação (LO) dessas obras e de atividades potencialmente
causadoras de significativa degradação do meio ambiente vocacionado a ser
ecologicamente equilibrado, mediante a permanente fiscalização do poder de polícia
ambiental dos órgãos integrantes do SISNAMA, no interesse difuso das presentes e
futuras gerações.
Fabiana do Nascimento Prudente é Mestranda em Direito, pela Universidade
Católica de Brasília.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO
DESTINADO ÀS COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES DA SESSÃO NÃO
DELIBERATIVA DE DEBATES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 381,
REALIZADA EM 7 DE DEZEMBRO DE 2015 — RETIRADO PELO ORADOR
PARA REVISÃO:
O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI e como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, viajei ontem pela BR-135, no trecho que vai de Barreiras, na Bahia,
até Eliseu Martins, no Piauí. Mais uma vez constatei — já denunciei isto nesta Casa
umas duas ou três vezes — que o Piauí tem a pior rodovia federal do Brasil.
A BR-135 foi recapeada várias vezes. Por ali trafegam caminhões pesados,
desgastando, evidentemente, o revestimento asfáltico. Mas o mais grave: ela está
praticamente sem sinalização e há curvas perigosas. No trecho Canto do Buriti a
Eliseu Martins têm ocorrido várias mortes por acidentes de trânsito. No trecho
Gilbués a Bom Jesus, praticamente com altos e baixos, fica difícil a movimentação
dos carros e, ao mesmo tempo, ocorrem desastres, como aconteceu há cerca de 2
anos com a minha querida e saudosa amiga Estelita Guerra.
Mas, Sr. Presidente, espanta-me que o companheiro não tenha reclamado da
BR-135, porque o trecho da Bahia é largo, amplo, com acostamentos, cheio de
sinalização, o que é uma discriminação muito forte contra o meu Estado. O nobre e
atual Ministro dos Transportes, um homem altamente competente e bem-
intencionado, informou a este Parlamentar que havia contratado uma empresa para
prestar consultoria a respeito do trecho Bom Jesus a Eliseu Martins, sobretudo, mas,
infelizmente, até agora, não se efetivou o contrato com a empresa vencedora da
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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licitação. Eu faço aqui um pedido de urgência para que essa licitação já realizada
efetivamente se concretize.
O que eu aconselharia ao DNIT, em particular ao Diretor-Geral, é que, através
de uma ouvidoria, ele pudesse se deslocar por essas rodovias federais do País, via
terrestre, e fazer um relatório embasado nos fatos, para que o Ministério tenha uma
situação precisa e objetiva do estado danoso e grave de algumas delas e tome as
providências cabíveis.
Também, Sr. Presidente, ao transitar ontem pelo trecho no Piauí da BR-135,
verifiquei que uma empresa encarregada de um projeto de energia eólica no Estado,
instalada na região do cerrado piauiense, finalizou os seus trabalhos e deixou
enormes dívidas na região, ocasionando pedidos de falência — ou quebradeira,
como se diz em uma linguagem mais comum — de alguns pequenos comerciantes
da região.
Eu queria ainda, Sr. Presidente, registrar um fato da maior importância, que
diz respeito à cultura do Cerrado piauiense. A cultura do Piauí tem sido parte natural.
Há cerca de 20 anos ou mais, fiz um pronunciamento nesta Casa sobre gaúchos,
paranaenses e mato-grossenses que para ali se deslocaram. Eles não levaram para
lá somente capital, mas grande experiência, know-how do Cerrado, dos Pampas
gaúchos, de Mato Grosso, de outros Estados e, sobretudo, uma disposição
fantástica para o trabalho. Isso enriqueceu o Cerrado piauiense.
Com o apoio do Banco do Nordeste, alavancou-se mais ainda a produtividade
da soja do Cerrado piauiense, embora alguns piauienses que se subsidiaram do
Banco do Nordeste não tenham cumprido os objetos idealizados nos contratos, e a
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185
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instituição, até hoje, não consegue tomar providências competentes e objetivas
contra esses maus pagadores.
Mas o que me espantou, Sr. Presidente, participando de um seminário
promovido pelo Senador Elmano Férrer, com o apoio do INTERLEGIS, do Senado
Federal e da Prefeitura de Bom Jesus do Gurgueia, no campus da Universidade
Federal do Piauí de Bom Jesus, é que alguns produtores me procuraram para
reclamar de um fato, no meu entender, da maior gravidade. É que a irrigação do
Piauí é a mais cara do Brasil, em termos de impostos, segundo esses gaúchos que
me procuraram no seminário ocorrido na semana atrasada. Eles, que têm
experiência em todos os Estados do Brasil, disseram que o sistema mais caro do
Brasil é a irrigação rural do Piauí.
Desta Casa, já denunciei, há algum tempo, que a irrigação rural do Estado é a
mais cara, em comparação com o Maranhão, o Ceará, etc., etc., porque o nosso
ICMS sobre a energia é o mais caro do Nordeste. Mas me espantei com o da
irrigação. Há cerca de 2 anos, procurei o Governador do Estado, Dr. Wilson Martins,
e lamentei que tivesse mandado suspender e não renovado a lei de incentivos para
a irrigação rural, feita pelo então Governador Freitas Neto, na década de 90. Ele
mandou chamar o Secretário de Agricultura de então, o Dr. Rubem Martins, seu
irmão, e este justificou que a suspensão dos incentivos ocorreu porque alguns
produtores rurais estavam usando o incentivo em piscinas rurais.
Sr. Presidente, o Piauí tem pouquíssimas piscinas rurais. Além do mais, é
problema de fiscalização. O que não pode acontecer é agentes produtivos sérios,
trabalhadores, idealistas, perderem o impulso do incentivo fiscal por causa de um,
dois ou três eventuais agricultores que estariam usando incentivos nas chamadas
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“piscinas rurais”. Sr. Presidente, imaginava que esse incentivo tivesse retornado ao
Governo, mas os produtores rurais se queixaram comigo, e continuam suspensos os
incentivos fiscais para a irrigação rural do meu Estado.
Aqui é o apelo que eu faço ao eminente Governador, Wellington Dias, para
que reestabeleça os incentivos. Se o Cerrado piauiense vem dando grande
contribuição à própria atividade de agricultura brasileira, ajuda a balança de
exportação brasileira — particularmente com a soja —, é preciso que seja mais
estimulado ainda, para que maiores sejam a produtividade dos produtores rurais e o
estímulo a eles. Os produtores rurais já pagam um preço muito alto pela energia
rural propriamente dita.
Eu fiquei um pouco perplexo no seminário que aconteceu em Bom Jesus do
Gurgueia. Estavam produtores rurais gaúchos e uma grande comunidade que está
sacodindo o cerrado do Piauí — região de Bom Jesus, Santa Rosa do Piauí,
Município de Uruçuí, enfim. Como eu disse aqui no início, se não levaram,
propriamente, muito capital, levaram know-how, levaram a grande experiência dos
seus Estados, levaram uma grande vontade trabalhar, o que, certamente,
contaminou o Piauí.
Os agricultores, de um modo geral, viviam abençoados pelas chuvas, que
agora estão escasseando pelo aumento do desmatamento do Cerrado —outro tema
da maior seriedade sobre o qual falarei aqui em outra oportunidade —, abençoados
pela fruticultura imensa, ilimitada, que também escasseia, e ficavam um pouco
acomodados diante daquele manancial de riqueza. Foi necessário que esses
produtores rurais de fora sacudissem o Cerrado piauiense, já agora com a presença
de piauienses também.
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É importante que o Governo Estadual faça a sua parte, estimulando-os a
produzir mais, consequentemente, gerando mais renda, mais emprego, mais bem-
estar e mais divisas para essa área especial do Brasil.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO
DESTINADO AO PEQUENO EXPEDIENTE DA SESSÃO NÃO DELIBERATIVA DE
DEBATES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 399, REALIZADA EM 21 DE
DEZEMBRO DE 2015 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:
O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu também queria aproveitar o final de ano e transmitir os meus
aplausos a essa figura que é o Deputado Miro Teixeira, um funcionário institucional,
um grande advogado, um grande jornalista, um grande líder político e que deveria
ser o procurador permanente desta Casa. Ninguém melhor do que S.Exa. para
representar esta Casa continuamente. S.Exa. fez falta na sessão final do Supremo
Tribunal Federal para dirimir dúvidas durante a votação do processo do PCdoB a
respeito de votação ocorrida nesta Câmara. O Deputado Miro Teixeira é uma figura
que realmente engrandece e que engrandeceria qualquer Parlamento do mundo.
Mas, Sr. Presidente, ocupo hoje esta tribuna num momento até de tristeza,
porque vou registrar duas mortes ocorridas na minha querida cidade de São João do
Piauí.
A primeira ocorreu há alguns dias, de uma distinta amiga de infância e
adolescência, Lélia Carvalho, filha do velho Simplício Carvalho e de D. Belina
Carvalho. Simplício teve quatro filhas, Ada, Ina, Clélia e Lélia, a caçula, que foi
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casada com um querido amigo meu — e aproveito para homenagear sua memória
hoje — Ribamar Caldas Coelho, figura humana singular. Lélia esteve em São Paulo.
Ficou viúva jovem. Voltou para São João do Piauí, onde deixa a sua família. A seu
irmão mais velho e a seu sobrinho querido, o Neto de Carvalho, meu dileto amigo,
os meus sentimentos.
Mas, Sr. Presidente, registro hoje também, com muito pesar, o falecimento de
um homem exemplar da minha cidade, por sua seriedade, dedicação ao trabalho,
dedicação à família, a sua Igreja Católica. Refiro-me à figura de Francisco
Cronemberger Santana, conhecido da minha cidade, onde foi comerciante e viveu
por cerca de 38 anos.
Nasceu em uma localidade de Simplício Mendes, cidade vizinha a minha,
exatamente em novembro de 1922, e chegou em São João do Piauí em 1934, aos
12 anos de idade. Casou-se com uma senhora distintíssima de uma família de
Simplício Mendes, Hilda Damasceno Cronemberger, com quem teve três filhos:
Francisco Cronemberger Santana Júnior, conhecido por Júnior; seu segundo filho, já
falecido, Marcus Damasceno Cronemberger; e Lígia Damasceno Cronemberger.
Hilda é distintíssima, a quem deixo aqui o meu profundo pesar. Em 1979
resolveu transferir-se para Teresina, a fim de melhor educar os filhos.
Vou aproveitar para contar um fato interessante: no sul do Piauí, naquela
época, não havia ligação com Teresina; nossa ligação toda era com a velha Bahia.
Era um momento de grande efervescência cultural. Seguia à capital da Bahia meu
pai, comerciante que vendia tecidos, comprava e revendia algodão, pele, essa coisa
toda. Ele ia todo ano para lá, claro, fazer compras ou fazer acerto de contas com os
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comerciantes baianos, e Cronemberger contou-me que a sua primeira viagem foi
feita à Bahia, em companhia do meu saudoso pai.
Era um homem muito devoto a São João Batista. Na época, a paróquia tinha
seu novenário, no mês de junho, e ele se dedicava a angariar fundos para as
festividades do padroeiro da cidade. Foi, a vida inteira, em São João do Piauí, o
único homem da comissão, exatamente por sua paixão pela cidade, por sua paixão
pela religião e como devoto de São João Batista.
Quero aqui deixar meu sentido pesar a todos os seus familiares,
especialmente aos seus filhos. Ao Júnior e à Lígia, pessoas distintíssimas, registro
todo o meu sentimento de solidariedade nesta saudade imensa deixada pela morte
de Francisco Cronemberger, acontecida aos 93 anos de idade.
Ele era muito amigo do meu pai, embora, em alguns momentos, tivessem
diferenças políticas de menor monta, mas era amigo, sobretudo, da minha mãe, que
era religiosa como ele, apaixonada pela Igreja como ele, e que morreu com a
mesma idade de Chico — 93 anos de idade —, 4 anos atrás.
Sr. Presidente, eu tenho certeza de que todo o São João do Piauí lamentou a
morte de Chico, como também a de Lélia, figura querida. Quero aqui também
transmitir meus sentimentos de pesar a seu genro, o Sebastião, que mora aqui em
Brasília.
DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO
DESTINADO ÀS COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES DA SESSÃO NÃO
DELIBERATIVA DE DEBATES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 4,
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REALIZADA EM 4 DE FEVEREIRO DE 2016 — RETIRADO PELO ORADOR
PARA REVISÃO:
O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Com revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quando nomearam o Sr. Cláudio Maretti para Presidente do Instituto
Chico Mendes, sabedor de que ele veio de uma ONG, eu fiquei com a melhor das
impressões. No entanto, a decepção foi grande. Ele desconhece o Brasil, é um
burocrata, aliou-se ao pior corporativismo do Instituto — talvez para se fortalecer
internamente — e, o que mais me espanta, é desconhecedor da realidade dos
parques nacionais do Nordeste brasileiro.
Conversando com ele, reclamando da falta de apoio ao Parque Nacional
Serra da Capivara, ele veio com a justificativa de que era o segundo ou o terceiro
parque que tinha mais vigilância. Meu Deus do céu! Eu disse: “Presidente Maretti, o
senhor sabe quantos sítios arqueológicos há no parque?” “Eu não tenho a menor
ideia.” “Há mais de 500 sítios. Quarenta ou cinquenta vigilantes vão fazer o quê? O
parque está sendo destruído. O trabalho da Dra. Niède Guidon vem sendo demolido
por falta de fiscalização, por falta de guaridas adequadas para controlar a entrada e
a saída de pessoas.” Então, foi decepcionante!
Agora eu soube, quando estive em Parnaíba, onde é a sede do Instituto Chico
Mendes para o Piauí, Ceará e, salvo engano, Maranhão, que ele quer extinguir
todas as superintendências do Instituto Chico Mendes nos Estados e deixar uma no
Nordeste. Ele é um desconhecedor do Brasil.
Vejam bem: Recife já tem uma grande consciência ambiental, com o SOS
Mata Atlântica e outros organismos. E o Piauí, Sr. Presidente, e o Maranhão têm o
Delta do Parnaíba — o único Delta das Américas — desprotegido, morrendo aos
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poucos, com a sua mata ciliar destruída. O Estado que tem mais parques no Brasil é
o Piauí. As nascentes do Rio Parnaíba estão morrendo. Ele vem sendo destruído,
assoreado em várias partes. Os afluentes já morreram. Falta uma política ambiental.
Então, esse cidadão desconhece o Brasil.
Eu espero que a Câmara dos Deputados suspenda esse decreto que está
sendo anunciado pelo Sr. Cláudio Maretti, que vai acabar com o Instituto Chico
Mendes no Estado do Piauí. Tenho certeza de que a Frente Parlamentar
Ambientalista e a Comissão de Meio Ambiente não vão aceitar isso.
Desde agosto e setembro, tentei falar com a Sra. Ministra do Meio Ambiente.
Passei três fax para ela, fiz vários telefonemas. Ela marcou comigo e desmarcou.
Por último, no dia da posse do Sr. Nelson Barbosa, encontrei-me com ela no Palácio
do Planalto, que foi inclusive grosseira comigo: “Não tenho tempo para falar com o
senhor, porque eu estou ocupada com Minas Gerais.” “Tudo bem, minha senhora.”
Eu só gostaria de 10 ou 15 minutos. Eu queria fazer uma série de ponderações
sobre o descaso com que o Ministério do Meio Ambiente trata o Parque.
Sr. Presidente, eu vou fazer um apelo à Sra. Presidente Dilma Rousseff: o
Parque poderia ser situado na órbita do Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele é um
parque ambiental, mas, sobretudo, científico, arqueológico. Eu tenho certeza de que
ele teria melhor guarida no Ministério da Ciência e Tecnologia do que na burocracia
atrasada e defasada do Ministério do Meio Ambiente, que não controla o País.
Inventaram o Instituto Chico Mendes e fragilizaram a política ambiental do País.
Uma lei deferindo aos Estados a política ambiental, em alguns casos, o
licenciamento ambiental, tem sido um desastre, sobretudo nos Estados mais
atrasados. O Cerrado está morrendo, vai ser um grande deserto daqui a 20 anos. O
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Parnaíba está morrendo, muitos dos seus afluentes já morreram. Eu já denunciei
aqui, várias vezes, o desmatamento do Cerrado e que a carvoaria tem destruído
este bioma. E nenhuma providência é tomada.
Ou se fundem os dois institutos novamente ou então que se crie uma política
séria, em razão das dificuldades que vêm atravessando as unidades ambientais no
Estado do Piauí, algumas até sem fiscalização nenhuma, como é o Parque Nacional
das Nascentes, onde nasce o Rio Parnaíba.
Alguns burocratas não conhecem o Brasil real. Os últimos Ministros do Meio
Ambiente que não visitaram o Parque, até hoje, foram a Sra. Marina e a Sra. Izabella
Teixeira. Esta foi uma grande decepção, porque é proveniente de Caatinga, mas
nega as suas origens e nunca visitou a região. E o Sr. Maretti vive, claro, de Brasília
a seus prados no sul do País, sempre com uma insensibilidade para com o
Nordeste, para com o Piauí.
Nesse sentido, o apelo que eu faria à Sra. Presidente Dilma Rousseff é no
sentido de que possamos criar um mecanismo para que o Parque passe a ser ligado
à estrutura do Ministério da Ciência e Tecnologia, sem embargo da presença da
política ambiental do País na sua fiscalização. É a única saída para a
sustentabilidade do Parque Nacional Serra da Capivara, Patrimônio Cultural da
Humanidade.
Espero que, com a construção do Aeroporto de São Raimundo Nonato, onde
se situa o Parque — construído em parte com emenda orçamentária de minha
autoria, mas até agora, por causa da crise política do País e por falta de
sensibilidade do Ministro do Turismo, não existe voo regular pra lá —, seria um
instrumento de aporte de recursos para o Parque, com o incremento do fluxo de
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turistas do país e do exterior. A aviação regional deste País é um impeditivo para o
desenvolvimento do turismo de nosso País. É uma pena um país continental deste
nível não ter uma política regional de aviação.
Então, nesse sentido, eu quero lamentar aqui a presença do Sr. Cláudio
Maretti à frente do Instituto Chico Mendes. E, ao mesmo tempo, digo à Ministra
Izabella Teixeira que não é desprezando Estados pobres como o Piauí e
demonstrando total desconhecimento da sua realidade que ela pode se inscrever na
História como uma Ministra à altura de conduzir a política ambiental de um país
continental como o nosso.
Como é que um Estado, Sr. Presidente, que tem, proporcionalmente, o maior
índice de unidades ambientais não tem a menor atenção da Ministra Izabella
Teixeira? E esse Presidente Maretti mostrou completa ignorância da situação do
Estado do Piauí. A fixação do Instituto em Recife vai deixar descoberto o grande
Delta do Parnaíba, que não tem nenhuma proteção, embora lá se encontre situada
uma APA. O Delta deveria ser transformado num patrimônio natural da humanidade.
O Parque Nacional da Serra Vermelha, no Cerrado, encontra-se esquecido. Então, é
decepcionante a presença do Sr. Cláudio Maretti à frente do Instituto Chico Mendes.
Nesse sentido, eu vou requerer a criação de uma Comissão Externa de
Parlamentares, para que possamos fazer um relatório à Câmara dos Deputados
sobre o descaso com que vem sendo tratada a política ambiental no meu Estado do
Piauí.
Também quero aqui parabenizar a Ordem dos Advogados do Brasil,
Seccional Piauí, que impetrou uma ação junto à Justiça Federal do meu Estado, em
São Raimundo Nonato, exigindo da União reparação com indenização pelo descaso
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com que o Ministério do Meio Ambiente vem tratando o Parque Nacional Serra da
Capivara.
Sei que a Sra. Presidente Dilma Rousseff não tem conhecimento desses
fatos. Se o tivesse, já teria tomado providências. Então decidi me reportar
diretamente a ela, através de correspondência, que espero fazê-lo em breve,
apelando para que corrija as distorções e a má vontade da Ministra Izabella Teixeira
com o Parque Nacional Serra da Capivara e com toda a política ambiental do Estado
do Piauí.
Muito obrigado, Sr. Presidente.