DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO SESSÃO: 011.2.55.O DATA: 23/02/16 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Ordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 19h58min DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador Incluídos os seguintes discursos: do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Deliberativa Ordinária nº 209, realizada em 4 de agosto de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Deliberativa Ordinária nº 335, realizada em 3 de novembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Deliberativa Extraordinária nº 359, realizada em 19 de novembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates nº 361, realizada em 23 de novembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates nº 381, realizada em 7 de dezembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates nº 399, realizada em 21 de dezembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates nº 4, realizada em 4 de fevereiro de 2016.

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 011.2.55.O DATA: 23/02/16 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Ordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 19h58min

DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador

Incluídos os seguintes discursos: do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Deliberativa Ordinária nº 209, realizada em 4 de agosto de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Deliberativa Ordinária nº 335, realizada em 3 de novembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Deliberativa Extraordinária nº 359, realizada em 19 de novembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates nº 361, realizada em 23 de novembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates nº 381, realizada em 7 de dezembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates nº 399, realizada em 21 de dezembro de 2015; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates nº 4, realizada em 4 de fevereiro de 2016.

Ata da 11ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliberativa Ordinária,

Vespertina, da 2ª Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª Legislatura, em 23 de

fevereiro de 2016.

Presidência dos Srs.:

Eduardo Cunha, Presidente.

Gilberto Nascimento, 2º Suplente de Secretário.

Carlos Manato, Capitão Augusto, Delegado

Edson Moreira, Dr. Sinval Malheiros, nos termos

do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno.

ÀS 14 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.:

Eduardo Cunha

Waldir Maranhão

Giacobo

Beto Mansur

Felipe Bornier

Mara Gabrilli

Alex Canziani

Mandetta

Gilberto Nascimento

Luiza Erundina

Ricardo Izar

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I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A lista de presença registra na Casa o

comparecimento de 173 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos

trabalhos.

II - LEITURA DA ATA

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Fica dispensada a leitura da ata da

sessão anterior.

III - EXPEDIENTE

(Não há expediente a ser lido)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Dando início ao período de Pequeno Expediente, informo que na primeira

meia hora desta sessão cada orador falará por 1 minuto.

Concedo a palavra ao primeiro orador inscrito, o nobre Deputado João Daniel,

do PT de Sergipe.

V.Exa. tem até 1 minuto.

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O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr.

Presidente. Queria registrar o nosso agradecimento ao querido Deputado Padre

João e a todos os que participaram do grande trabalho histórico do Núcleo Agrário

do Partido dos Trabalhadores, aqui na bancada, e dizer que, com muito prazer,

vamos ajudar a coordenar esse Núcleo histórico, por onde passaram vários

Deputado Federais, a exemplo de Adão Pretto e tantos outros. Temos, ainda, o

prazer de dizer que nós, este ano, não o faremos apenas como membro do Núcleo

Agrário, mas como detentores de um mandato.

Junto com todos os movimentos, temos a obrigação de lutar por um grande

projeto para a agricultura brasileira, de defendê-lo, em especial para a agricultura

familiar camponesa: a produção de alimento saudável e a soberania alimentar, que

faz parte da soberania nacional.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, trago a esta tribuna uma discussão

que temos tratado no âmbito do Núcleo Agrário do PT, no que se refere à questão

da segurança alimentar do nosso povo.

A produção agrícola brasileira não pode ser submetida, exclusivamente, a

uma lógica econômico-capitalista, visando exclusivamente à produção para a

formação de superávit de exportação, sem que se tenha uma preocupação com a

qualidade de vida para a nossa população.

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A safra brasileira de 2015/2016 está estimada em 211 milhões de toneladas

de grãos, ou seja, superior em 3 milhões de toneladas em relação à safra anterior.

Contudo, a produção de soja deverá ser a maior responsável por este incremento,

com previsão de aumento da ordem 6,2 milhões de toneladas.

Juntos, soja e milho responderão por 88% do volume total de grãos

produzidos na próxima safra. Enquanto isso, a produção de arroz tem uma quebra

prevista de 515 mil toneladas, enquanto a produção de trigo, na melhor das

hipóteses, se manterá em nível da safra anterior. Com isso estamos importando

arroz da China e, consequentemente, impondo maiores custos à cesta básica dos

brasileiros.

Em consonância com as propostas do nosso Núcleo Agrário, para o qual fui

hoje escolhido Coordenador, uma das instâncias mais consolidadas no Partido dos

Trabalhadores na Câmara dos Deputados e também de acordo com as demandas

dos movimentos sociais do campo, como a CONTAG, o MST, a FETRAFI e outras

entidades, é que defendemos uma revisão da política conservadora da produção

agrícola brasileira.

É inadmissível que, com a pujança do nosso campo e com a disposição dos

nossos trabalhadores, fiquemos a importar comida para nossa mesa, enquanto

exportamos soja para a produção agrícola de outros países, permitindo, inclusive,

que o agronegócio fique a dizer aos quatro cantos que é a única atividade produtiva

que está dando resultados no País.

Temos, isto sim, que promover cada vez mais a nossa soberania nacional na

produção de alimentos saudáveis e garantir que, com a produção brasileira,

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possamos levar alimento a todas as mesas brasileiras, sem a necessidade de

importação.

Precisamos ter a garantia também de uma alimentação sem uso de venenos

que garanta a saúde dos trabalhadores e de todo o nosso povo. Além disso,

defendemos também que essa produção não seja submetida a critérios de

patenteamento de sementes produzidas por multinacionais que cada vez mais têm

ganhado espaço em nosso mercado, inclusive com a tentativa de aprovação de leis

que protejam as suas pesquisas, como são a das sementes Terminator e as novas

regras que querem nos impor pela Lei de Proteção dos Cultivares.

Precisamos de assistência técnica voltada para os nossos produtos,

precisamos de crédito para a produção e precisamos de uma política mais arrojada

de um programa de aquisição de alimentos e de formação de estoques reguladores.

Essa é a nossa luta, que, junto com os companheiros Parlamentares e com as

entidades que compõem o Núcleo Agrário do PT, vamos defender.

Aproveito para agradecer a confiança dos companheiros de terem me

escolhido Coordenador do Núcleo Agrário e vamos à luta.

Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Gonzaga Patriota, do PSB de Pernambuco. S.Exa. dispõe de 1 minuto na tribuna.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero encaminhar um pronunciamento parabenizando o Governo do

Estado de Pernambuco e o Coronel Humberto Viana pelo Programa Chapéu de

Palha, que só na região do São Francisco já atende mais de 10 mil trabalhadores da

fruticultura.

Eu quero aproveitar a oportunidade para dizer que estivemos agora no

Palácio do Planalto para ver o problema das emendas, que é uma enganação. Nós

estamos, Deputado Luiz Couto, com emendas de 2013, 2014 e 2015 empenhadas.

A Prefeitura faz a metade do trabalho, e não pode fazer o resto, porque não pagam.

Já cortaram quase a metade das emendas de 2016. Então, é preciso acabar com

esta enganação, emenda impositiva. Impositiva por quê, se não pagam? Eu acho

que nós vamos ter que apertar esse Governo: ou resolve o problema dos

Municípios, dos Estados, ou vai levar cacete aqui.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Chapéu de Palha da Fruticultura

Irrigada cadastrou 9.934 trabalhadores rurais nos sete Municípios — Petrolina,

Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Cabrobó, Belém de São Francisco

e Petrolândia — que são atendidos pelo Programa no Sertão do Estado. As

inscrições foram finalizadas no dia 22 de janeiro, nos 14 pontos de atendimento

instalados na região.

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O Coordenador do Programa, Coronel Humberto Viana, faz um balanço

positivo sobre o cadastramento. “Nossa avaliação é de que todo o processo

aconteceu de forma tranquila, atendendo a todos os trabalhadores que procuraram

os locais de cadastramento”, afirma. Ele destaca a parceria realizada entre o

Governo do Estado e a Prefeitura de Petrolina, Município que conta com o maior

número de inscritos.

“A Prefeitura foi um importante parceiro nessa etapa de cadastramento,

ajudando com a infraestrutura e, principalmente, com a ação paralela de combate ao

Aedes aegypti”, comenta. O Coordenador também ressalta que foram gerados cerca

de 200 empregos temporários para o atendimento dos trabalhadores.

A primeira parcela do benefício será paga em março. Cada trabalhador

receberá quatro parcelas de até R$246,45, complementares ao Bolsa Família. Além

disso, os cadastrados participarão de cursos de qualificação profissional, que devem

ter início a partir de março. Os cursos são realizados numa parceria entre a

Secretaria de Planejamento e Gestão e as Secretarias da Mulher, de Educação, da

Agricultura e Reforma Agrária, de Meio Ambiente e de Trabalho e Qualificação

Profissional.

O Chapéu de Palha atua em três frentes: fruticultura irrigada, zona canavieira

e pesca artesanal. Ainda neste semestre, será dado o início para o cadastramento

dos trabalhadores da palha da cana da Zona da Mata e dos pescadores de todo o

Estado no Programa.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz

Couto, do PT da Paraíba. S.Exa. dispõe de 1 minuto na tribuna.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu

quero dar como lidos dois pronunciamentos.

O primeiro é sobre o roubo de água do Canal da Redenção, que está sendo

desviada para o favorecimento de várias fazendas que praticam esse crime.

O segundo é sobre o show midiático, a ação espetaculosa para prender

pessoas que, na realidade, já se colocaram à disposição para prestar depoimento.

Então, eu gostaria que esses dois pronunciamentos fossem considerados

como lidos e publicados nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz

do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores aqui presentes,

estimado povo brasileiro e em particular ilustres cidadãos e cidadãs do Estado da

Paraíba, a quem tenho grande orgulho em representá-los aqui nesta Casa, no dia 19

de novembro de 2015, fiz um pronunciamento, encaminhando um pedido muito

importante, feito através do Manifesto Açude para Todos. Este Manifesto era

especificamente em defesa do Complexo Coremas-Mãe D’Água, que é uma

barragem que fica na região do Vale do Piancó e que beneficia 112 Municípios

espalhados pelo Sertão paraibano.

Portanto, nele existia um pedido de grande importância e que transformaria

ainda mais a vida das pessoas daquela região por meio do aproveitamento do

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potencial hídrico da Paraíba. Todavia, o pedido dividia-se em seis partes. São elas:

1 - Desassoreamento do açude: retirada de resíduos sólidos para aumentar a

capacidade hídrica do Complexo; 2 - Reformas estruturais na parede do açude:

rachões, calçamento adequado, calçada, entre outras; 3 - Reforma na Barragem

Mãe D’Água: estrada de acesso até a barragem, revitalização da ponte de madeira

caída, da pracinha da barragem para o turismo, entre outros; 4 - Transformação das

localidades da Barragem da Mãe D’Água em uma área de ecoturismo ou turismo

ecológico; 5 -Transformação da parede do açude em uma área de promoção de

saúde e lazer, fechando-se a parede nos finais da tarde para o translado de motos e

carros, sendo somente liberada para pedestres e ciclistas (das 16h30min às

18h30min); 6 - Transparência na gestão das águas do Complexo e do Canal da

Redenção, sendo mais bem administrado para o uso da água e desenvolvimento

social e humano.

Sras. e Srs. Deputados, a situação em que se encontra aquela região é

precária. No dia 21 de fevereiro deste ano, o programa Fantástico anunciava o

pesadelo em que vivem aquelas famílias, onde denúncias feitas pelo Ministério

Público e pequenos agricultores comprovam o desvio de água para grandes

fazendas e até para comercialização em cidades que estão com escassez de água.

Segundo a reportagem, várias são as fazendas que praticam este crime. Em

uma das investigações feitas pelo Fantástico, encontram-se envolvidas a fazenda do

ex-Prefeito Fábio Tyrone e a fazenda do proprietário Thiago Isis.

Portanto, além do clamor feito pelos jovens coremenses, através do Manifesto

Açude para Todos, em que pedem um olhar mais minucioso sobre o Canal e o

Açude Mãe D’Água, o que mais me chamou atenção e veio à minha mente, quando

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assisti à reportagem do Fantástico, foi o último item pedido por eles, que era:

“Transparência na gestão das águas do Complexo e do Canal da Redenção, sendo

mais bem administrado para o uso da água e desenvolvimento social/humano”.

Entretanto, falta fiscalização, que é um papel exclusivo dos governantes e

representantes políticos do Estado da Paraíba.

Enfim, firmo o compromisso, através deste pronunciamento, com a sociedade

coremense, bem como com todos os beneficiados pelo Canal da Redenção, de que

estou enviando um oficio ao Governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e ao

Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, na intenção de intensificar a

fiscalização naquela região e punir todos os que estão cometendo este terrível crime

ambiental e desumano.

Era o que tinha a dizer.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores aqui presentes,

estimado povo brasileiro e em particular ilustres cidadãos e cidadãs do Estado da

Paraíba, a quem tenho grande orgulho em representá-los aqui nesta Casa, eis o que

diz o Sr. Nilson Condé, poeta e militante do PT, na Paraíba:

“Qual a ética e a moral política que o PSDB tem

para exigir o ‘impeachment’ de Dilma? Ora, o Procurador-

Geral da República, Rodrigo Janot, apresenta parecer

contrário à cassação da Presidente. Algumas autoridades

no assunto afirmam: ‘Não existe absolutamente nada que

venha a comprometer o governo petista’. O PSDB se

assemelha com a melodia de Lupicínio Rodrigues: ‘Nervo

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de Aço’. O PSDB não tem sangue nas veias, nem

coração, nem projeto político que venham solucionar os

problemas que atingem a sociedade brasileira. Além do

mais, vem acusando de corrupção o PT, Lula e Dilma sem

provas. É público e notório que há processos

engavetados no STF com denúncia seríssima envolvendo

políticos filiados ao PSDB. Por que os processos não

saem das gavetas? Acredita-se que a Corte da Suprema

Justiça dará uma resposta contundente a essa

interrogação. Apesar da crise política e econômica,

continuo acreditando que o Brasil será a nação do futuro.

A imoralidade política jamais vencerá os políticos

honestos e que realmente têm sentimento de brasilidade.

Em suma: a corrupção, o entreguismo e a falta de amor

pelo Brasil não vencerão a verdade.”

Recebemos saraivadas de acusações desde a reeleição democrática da

Presidenta Dilma. Vejamos: ao apoiarmos Lula para as eleições presidenciais de

2018, somos perseguidos e caluniados por setores retrógrados da mídia, da elite e

da Oposição brasileira.

O jornalista Paulo Nogueira intitulou um artigo como: “Um país que protege

Cunha e persegue Lula é um pais doente”.

Desde a condução das políticas de Lula e Dilma, na Presidência da

República, em defesa de um país mais justo e democrático, virou por parte de

setores da Oposição, setores retrógrados da mídia, empresários falaciosos e uma

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partícula de brasileiros a caça ao “poder presidencial”, claro, no sentido estrito, como

se fosse uma perseguição de um animal irracional a outro, normalmente com

intenção de abate.

No reino animal, isso é uma prática usada pelos animais carnívoros ou

onívoros para obtenção de alimento. Cada espécie conta com a sua técnica

especializada, levando-se em conta as características físicas do predador (o animal

que caça) e da presa (o animal caçado). Geralmente usam emboscadas,

perseguição em velocidade e/ou trabalho em grupo. Os mais frágeis, como animais

velhos, doentes ou recém-nascidos, são os mais facilmente caçados. Mas, no reino

animal racional, isso tem sido uma prática usada para a busca do “poder”. Ao

contrário dos outros animais irracionais, a intenção de muitos é derrubar um

governo, por motivos gananciosos e imorais.

Só que, nesta perseguição, Lula, que está sendo caçado, não é velho demais

para sentar novamente na cadeira presidencial, muito menos doente, e menos ainda

recém-nascido na política. Por isso não se deixará abater. Aliás, o predador nunca

olha quem sustenta a “presa”. Então, “ainda que Lula tenha alimentado os seus

próprios predadores na esperança inútil de que, fazendo concessões estratégicas, a

elite permitiria um governo popular, ir às ruas defendê-lo é um dever de todos

aqueles com um mínimo de educação política e de perspectiva histórica. A

perseguição implacável que sofre é um indicativo das suas virtudes, não dos seus

defeitos. Lula não é atacado porque fez menos do que o Brasil precisa, mas sim

porque ousou arranhar a centenária estrutura hierárquica do País, trazendo os

pobres para o debate nacional”.

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“Não parece razoável o que estão fazendo com o Lula.” “Esta frase do tucano

Luiz Carlos Bresser Pereira poderia ser o sinal da tão esperada distensão política,

mas não é por um único motivo: Lula não é adversário, é inimigo. Ao adversário se

estende a mão, reconhece-se a sua dignidade humana e se respeitam as regras do

jogo. Lula nunca foi aceito. Desde o primeiro dia do primeiro mandato, Lula tem sido

submetido a um ataque sistemático. A ‘Folha de S. Paulo’ investigou uma tal

propensão genética da família Silva ao álcool, a revista ‘Veja’ já celebrou o 'câncer

do presidente', e o ‘Globo’ já apresentou Lula como presidiário em suas charges.

Tudo isso, sem falar na violência sanitarizada dos telejornais da ‘Globo’ com seus

apresentadores cinicamente consternados com a corrupção no País, enquanto o

nome emissora (agora a RBS) aparece em mais um escândalo fiscal.”

Parafraseando o articulista do Blog 247, Marcelo Zero, “A caçada é contra a

esperança e pelo ódio. A caçada é contra o Estado Democrático de Direito, contra o

Brasil. A caçada não é contra Dilma. Não é contra Lula. Não é contra o PT. A caçada

é, sobretudo, contra você”.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Delegado Edson Moreira, por 1 minuto.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (Bloco/PTN-MG. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho hoje à tribuna desta Casa,

primeiro, prestar uma homenagem póstuma, em meu nome e em nome do

Procurador de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo Edgard Moreira

da Silva, ao mestre internacional de xadrez que tanto defendeu nosso País o MI

Hélder Câmara, falecido neste mês de fevereiro, sobrinho do Arcebispo D. Hélder

Câmara.

E quero também, Sr. Presidente, falar sobre a insegurança pública, que

infelizmente ceifa vidas diuturnamente no Estado de Minas Gerais.

No último fim de semana, uma mãe colocou o filho dentro de um saco de lixo

e o jogou, acabando por matar a criança, de apenas 8 meses.

Outra, Sr. Presidente...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, caros ouvintes da Rádio e da TV

Câmara, venho à tribuna desta Casa prestar homenagem póstuma, em meu nome e

em nome do Procurador de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo

Edgard Moreira da Silva, ao mestre internacional de xadrez MI Hélder Câmara,

sobrinho do Arcebispo D. Hélder Câmara, com o texto a seguir.

O adeus ao MI Hélder Câmara.

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Hélder Câmara nasceu no dia 7 de fevereiro de 1937 e faleceu no dia 20 de

fevereiro de 2016, portanto com 79 anos de idade. Era sobrinho do notável

Arcebispo D. Hélder Câmara (interessante que, ao ser campeão de xadrez e

sucesso nas canções musicais, muitos jornalistas atribuíam tais feitos ao arcebispo,

pois desconheciam o sobrinho).

Começou a se destacar no xadrez ainda bem jovem: com apenas 17 anos, já

era campeão cearense. Também foi tricampeão carioca, campeão paulista e

bicampeão brasileiro (1963 e 1968). Em outras quatro ocasiões, o enxadrista ficou

com o vice-campeonato brasileiro. Disputou, com destaque, diversos campeonatos

sul-americanos e pan-americanos de xadrez.

Integrou a equipe olímpica brasileira em Lugano (Suíça), em 1968; Siegen

(Alemanha), em 1970; Skopje (Iugoslávia), em 1972; Nice (França), em 1974; La

Valetta (Malta), em 1980; e Thessaloniki (Grécia), em 1984.

Além de excelente enxadrista — o que lhe rendeu o título de Mestre

Internacional (MI) — Câmara também era um excelente escritor. Manteve, por

muitos anos, uma coluna no jornal O Estado de S.Paulo e no Diário de S.Paulo e

escreveu as importantes obras: Caíssa: 64 Crônicas de Xadrez (2006), 100 Crônicas

de Xadrez e Diagonais: crônicas de xadrez (1996), consagradas no meio

enxadrístico.

Amante da boa música — compôs mais de cinquenta canções, algumas delas

interpretadas por cantores famosos como Altemar Dutra —, do cinema, do esporte

(em especial o xadrez, é claro!) e das letras, o Mestre era considerado uma pessoa

humilde, de uma inteligência e talento brilhantes... um verdadeiro artista.

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Seu dom criativo o levou a criar uma variante de abertura para as peças

pretas que leva seu nome, a Defesa Câmara.

Respeitado e admirado por toda a comunidade enxadrística e também fora

dela, o MI Hélder Câmara será sempre lembrado com reverência em virtude do

legado deixado à cultura nacional.

É o que tenho a dizer, Sr. Presidente!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Décio Lima, por 1 minuto.

O SR. DÉCIO LIMA (PT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero

saudar a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital — FENAFISCO pelo belo

evento realizado em Florianópolis, Santa Catarina, que reuniu auditores fiscais de

todo o País, onde pudemos debater a questão da sonegação num workshop em que

eu tive a honra de proferir uma palestra. Lá definimos uma pauta propositiva para o

País que deverá ter palco nesta Casa, com várias medidas para o combate à

sonegação.

A sonegação é hoje 80% de tudo aquilo que identificamos como corrupção, é

um flagelo que, infelizmente, persegue o Brasil. Calcula-se que algo em torno de 500

bilhões de reais por ano sejam sonegados só em tributos federais.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. a divulgação deste registro.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no final da última semana, estive na

Capital do meu Estado, Florianópolis, onde participei, a convite da Federação

Nacional do Fisco Estadual e Distrital — FENAFISCO, do workshop Pacote

Antissonegação. O evento teve como objetivo discutir os prejuízos decorrentes dos

crimes de ordem tributária, além de sugerir estratégias para fortalecer o combate à

sonegação fiscal e fraudes.

Durante o encontro, que aconteceu nos dias 17 e 18 deste mês, foram

abordados temas como: Processos tributários e seus problemas — Visões do

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Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil; O Judiciário e as ações de

execução fiscal e penais por crimes tributários; Aspectos econômicos e políticos da

sonegação fiscal; e Evasão fiscal no mundo e no Brasil.

Durante o workshop, tive a oportunidade de palestrar sobre projeto de

emenda à Constituição de minha autoria que define as normas aplicáveis à

Administração Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 186, de 2007, é considerada a mais

importante para os servidores das carreiras fiscais, pois assegura autonomia

administrativa, financeira e funcional às administrações tributárias da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dentro dos limites estabelecidos na

Lei de Diretrizes Orçamentárias.

A sonegação de impostos é um problema recorrente em todas as grandes

potências econômicas do planeta. No Brasil, a previsão é que deixaram de ser

recolhidos 500 bilhões de reais em tributos no ano de 2014.

Durante o evento, destaquei a importância da aprovação dessa PEC. Se

aprovada, a Constituição Federal passa a prever a edição da lei orgânica nacional

das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios. Com isso, a Federação Nacional dos Fiscos estima que poderia haver

um acréscimo de 18% na arrecadação de tributos do Brasil, o que significaria 321

bilhões de reais a mais para os cofres públicos brasileiros, ou 6,64% do Produto

Interno Bruto do País.

Sras. e Srs. Deputados, as administrações tributárias da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios são atividades essenciais ao funcionamento do

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Estado e são exercidas por servidores especiais. A modernização da administração

tributária de todos os entes federativos está atrelada à necessidade de que os

órgãos que a compõem usufruam de autonomia funcional, administrativa e

orçamentária. Esta autonomia se concretizará com a capacidade de definir as

próprias políticas, de organizar os próprios serviços, de dispor dos próprios recursos

e de estabelecer as próprias propostas orçamentárias.

Assim o poder constituinte reformador promoverá melhorias no sistema

tributário pátrio, uma vez que as normas de regência serão unificadas, o que

permitirá uma melhor compreensão dos direitos e obrigações fiscais, além de

fortalecer a administração tributária por intermédio da concessão de autonomia.

Quero louvar a Federação Nacional dos Fiscos (FENAFISCO) pelo evento e

pela importância do tema discutido. O que se pretende com esta autonomia dos

Fiscos é assegurar que as atividades tributárias exercidas pela União, Estados,

Distrito Federal e Municípios possam ser desempenhadas exclusivamente com

caráter técnico, impossibilitando que pressões de qualquer natureza tenham força

para determinar os rumos da atividade arrecadatória dos entes políticos.

Sr. Presidente, eu gostaria que estas minhas palavras fossem aproveitadas e

divulgadas nos Anais e nos veículos de comunicação desta Casa de Leis, em

especial no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Em permuta com este Presidente, tem

a palavra o nobre Deputado Washington Reis, por 1 minuto.

O SR. WASHINGTON REIS (Bloco/PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero deixar registrado nos Anais desta Casa que, na próxima sexta-

feira, estaremos no Município de Comendador Levy Gasparian, inaugurando um

grande complexo urbanístico com praça, calçadão e um minidestacamento da

Polícia Militar, junto com o nosso querido Governador Pezão e com o nosso Prefeito

Cláudio Mannarino.

E quero registrar a presença aqui do meu irmão, o Deputado Estadual

Rosenverg Reis, que está abrilhantando esta nossa Casa na tarde de hoje.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Deputada Alice

Portugal, do PCdoB da Bahia, por 1 minuto.

A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, quero pedir que seja noticiado nos órgãos de comunicação desta Casa

que, no fim de semana passado, realizou-se em Salvador o Seminário Nacional

sobre o Emancipacionismo da Mulher e a Identidade de Gênero.

Trago desse encontro, extremamente representativo, deste partido que

respeita as mulheres do Brasil, a posição completamente contrária à aprovação

daquela emenda que retirou a perspectiva e a orientação de gênero da criação da

Secretaria Nacional de Direitos da Mulher.

Essa é uma visão obtusa, absolutamente ultrapassada! Em nada agride

princípios individuais, religiosos, ter a perspectiva de gênero nos textos políticos

deste País. Não é possível que os diplomas políticos ignorem a necessidade da luta

milenar da mulher em buscar o seu espaço na sociedade humana, porque sabemos

que essa é a primeira forma de preconceito de que a humanidade tem notícia: o

preconceito contra a mulher.

Nós somos diferentes, mas somos iguais.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputada.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Valmir

Assunção, do PT da Bahia, por 1 minuto.

O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer quatro registros.

O primeiro é sobre o encontro da tendência interna do PT Esquerda Popular

Socialista, que se realizou sexta e sábado, em Uruçuca, na Bahia. Lá firmamos

nossa posição contra a reforma da previdência social e a favor da auditoria da

dívida, uma posição importante.

Outro registro é sobre os 19 anos do Assentamento Beira Rio, que fica na

Chapada Diamantina, em Boa Vista do Tupim. Participei das comemorações junto

com os assentados — 400 famílias. Faço este registro para felicitar os assentados

pela data.

O terceiro registro que quero fazer é sobre o Vereador Becão, de Iramaia,

Presidente da Câmara de Vereadores, que se filiou ao Partido dos Trabalhadores.

E o último registro é sobre a associação dos moradores da Ecovilas, em Serra

Grande, Município de Uruçuca, na Bahia, que está necessitando da titulação das

terras — participei da assembleia junto com o Governo da Bahia.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nos dias 19 e 20 de fevereiro, a

Esquerda Popular Socialista, tendência petista do qual eu faço parte, reuniu-se em

Uruçuca, na Bahia, para discutir a conjuntura política do País e traçar um plano de

ações para o ano de 2016. Tivemos a presença de membros da EPS de todo o

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Brasil, oriundos de 15 Estados. O tema manifestado na maioria dos debates foi

justamente a política econômica adotada pelo nosso Governo.

Quero enfatizar a opinião do Deputado Estadual licenciado e atual Secretário

de Relações Governamentais do Governo de Fernando Haddad, Zé Américo, do PT

de São Paulo. Para ele, a dívida pública trava a economia do Brasil. A defesa de

uma auditoria da dívida pública, que nossa corrente apresentou durante o

Congresso do PT, foi reafirmada como ação urgente a ser realizada pelo Governo.

Outro assunto abordado foi a defesa do Governo da Presidente Dilma

Rousseff e a necessidade de se garantirem os direitos dos trabalhadores. Nesse

sentido, tenho acordo com o companheiro Deputado Federal João Daniel (PT-SE),

que defende que a discussão é mais ampla e envolve diretamente a sociedade e os

movimentos sociais. É preciso defender, sim, o projeto vitorioso do PT, sempre

afirmando e reafirmando as nossas bandeiras (movimentos LGBT, negro, feminista e

trabalhadores rurais), que permeiam a própria EPS, para citar aqui a opinião da

Secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, Vera Lúcia Barbosa.

Para o atual momento político, em que a oposição ainda não aceitou a derrota

nas urnas, é preciso que o PT construa uma unidade inabalável. A direita não

reconheceu a derrota e partiu para o ataque com o debate do impeachment da

Presidenta Dilma Rousseff e com projetos que enfraquecem a nossa economia e

tentam tirar direitos dos trabalhadores brasileiros.

Mas temos chances de vencer mais uma vez essa disputa política. Temos a

consciência de que somos de um campo da esquerda e precisamos apresentar para

a sociedade valores e debates de esquerda. Assim, a sociedade vai decidir de que

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lado está. Temos uma grande responsabilidade com um programa de governo

participativo e que expresse os anseios da sociedade.

Finalizo cumprimentando a Sra. Fernanda Silva, membro da EPS e Prefeita

de Uruçuca, sede do nosso encontro. Saúdo ainda Sheila Oliveira, integrante da

Direção Nacional do PT e membro da EPS, que também esteve presente ao nosso

encontro, além dos vereadores, prefeitos e pré-candidatos a prefeito de diversos

Municípios.

Vida longa à EPS!

Sr. Presidente, eu gostaria que este pronunciamento fosse registrado nos

meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado!

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero parabenizar os moradores do

Assentamento Beira Rio, que no último fim de semana comemorou seus 19 anos

com uma grande festa.

Estiveram presente às comemorações o Superintendente do INCRA na Bahia,

Carlos Borges; o Vereador Alexandro Barreto; o Secretário de Saúde de Boa Vista

do Tupim, Hilgo Rafael; a Secretária de Assistência Social de Boa Vista do Tupim,

Karina Trabuco; o Prefeito do Município de Boa Vista do Tupim, João Durval

Trabuco (Gidu); e o Prefeito do Município de Marcionílio Souza, Adenilton Meira.

Cumprimento cada assentado e cada assentada na pessoa do presidente da

Associação dos Moradores do Assentamento Beira Rio, Deli.

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O Beira Rio é um assentamento da reforma agrária composto de 400 famílias

e cuja produção de milho, feijão, abóbora e hortaliças é vendida em feiras livres da

cidade de Boa Vista do Tupim, onde está localizado.

No assentamento, destaca-se a escola, que atende desde o ensino infantil até

o ensino médio, além da presença de um médico cubano oriundo do Programa Mais

Médicos.

Parabéns ao Assentamento Beira Rio! A resistência e o trabalho das famílias

mostram a cada dia a importância da reforma agrária para a região.

Sr. Presidente, eu gostaria que este pronunciamento fosse registrado nos

meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado!

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero cumprimentar publicamente o

Becão, Vereador de Iramaia, que neste fim de semana consolidou sua filiação ao

Partido dos Trabalhadores, na Bahia.

Becão, antes filiado ao PSB, é Presidente da Câmara de Vereadores de

Iramaia e é assentado da reforma agrária na região. Sua decisão foi firmada após

conversas e reuniões com os militantes do assentamento Boa Sorte, que decidiram

que o Vereador e integrante do assentamento deveria se filiar ao PT. Seja bem-

vindo, Becão, à trincheira de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e da

Bahia.

Sr. Presidente, eu gostaria que este pronunciamento fosse registrado nos

meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado!

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último fim de semana, estive em

Serra Grande, Uruçuca, onde participei de assembleia da Associação Ecovilas, que

reúne cerca de 400 famílias há mais de 20 anos em um loteamento que antes

pertencia à empresa Unilisa. A questão é que a Câmara de Vereadores de Uruçuca

decretou a área como Área de Proteção Ambiental (APA), e, mesmo que já

houvesse famílias morando no local, é preciso que o poder público encontre uma

solução para elas, ao mesmo tempo em que respeite o meio ambiente.

A Prefeitura de Uruçuca, o Ministério Público Estadual e a associação de

moradores trabalham na construção de um consenso que não prejudique as famílias

nem a APA. As famílias reivindicam a regularização fundiária do loteamento, com a

criação de regramentos para a ocupação da área e a devida titulação dos lotes onde

vivem as famílias.

A esta assembleia esteve presente o Coordenador-Executivo de

Desenvolvimento Agrário da Bahia, que se comprometeu em regularizar a área para

as famílias, o que já é um passo importantíssimo. O que se espera é que, com o

consenso construído entre a associação de moradores e o poder público, nós

possamos proteger as famílias que ali residem, mas de acordo com um projeto

ecológico que respeite a Área de Proteção Ambiental.

Sr. Presidente, eu gostaria que este pronunciamento fosse registrado nos

meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra, por 1 minuto, ao

Deputado Marcon, do PT do Rio Grande do Sul.

O SR. MARCON (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Deputados, eu quero dar como lido meu discurso.

A Justiça brasileira deveria fazer todas as investigações que têm que ser

feitas neste País. A Operação Lava-Jato parece só denunciou a militância e os

dirigentes do PT. Há do PP, antigo PDS, 32 políticos denunciados, e nenhum está

sendo investigado; do PMDB são 11, e acontece o mesmo.

A Operação Zelotes envolve uma porção de recursos públicos federais, e o

Ministério Público, a Justiça e a Polícia Federal não estão fazendo nada. Percebe-se

que estão juntos com a direita e com aqueles do golpe.

Deixo registrado o meu repúdio, Sr. Presidente, e solicito a divulgação do meu

pronunciamento no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, conforme bem disse nosso Líder do

PT na Câmara o Deputado Afonso Florence, da Bahia, há agentes públicos

“vestindo a camisa do PSDB” e isso compromete a imagem das instituições de

investigação e fiscalização do Estado. Existe uma distorção com foco no PT,

cometida por membros do Judiciário e do Ministério Público, nas contas da

Presidenta Dilma e do ex-Presidente Lula, e “vistas grossas” em relação a provas

contundentes contra o PSDB. Hoje, temos uma blindagem do PSDB e uma

condenação prévia, sem provas, do PT.

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Sempre defendemos a independência dos órgãos de controle, mas está muito

óbvio para opinião pública que há parcialidade e interesses políticos conduzindo o

trabalho de alguns agentes públicos. Quando uma pessoa é aprovada em um

concurso, ela tem que agir em defesa do Estado, mas alguns indivíduos estão

agindo em nome de interesses políticos específicos, porque há acobertamento.

O ataque ao Presidente Lula é vil e é ilegal. Há tão somente uma busca de

pistas tendenciosas, pois não há nenhum indício da participação do Presidente Lula

em ato ilegal. Já contra Aécio Neves há acusações em três delações premiadas,

mas não há investigação. A Lava-Jato não investiga nenhum tucano.

Esta semana, por exemplo, o foco poderia ter sido uma parente de FHC, que

disse que recebeu dinheiro de empresa no exterior, mas logo no início da semana se

produz um noticiário que abafa isso. A imprensa prefere voltar à pauta da

perseguição ao PT e trás à tona o publicitário João Santana.

Existe, portanto, um claro exagero. Nós vamos agora tornar regra que prisão

provisória terá como referência a delação premiada a gente do PT? Porque quando

a delação premiada é contra o PSDB não há investigação. É lamentável que

pessoas que fizeram concurso público para representar o Estado brasileiro estejam

incorrendo em erros tão crassos, que comprometem as instituições onde atuam. O

instituto da delação premiada está sendo desmoralizado.

Os defensores da democracia, independentemente de ideologia política, não

devem aceitar que o voto popular, que é o que erige as instituições democráticas e

determina os rumos do País, seja submetido a artifícios ilegais, mesmo que com

recursos articulados por agentes públicos.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Paulo Foletto, do PSB do Espírito Santo.

O SR. PAULO FOLETTO (PSB-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente

Deputado Carlos Manato, eu quero usar este 1 minuto para lamentar um fato que

vem acontecendo na cidade em que resido, Colatina.

Um vídeo que circula na Internet desde o final de semana mostra a situação

de abandono em que se encontra o Estádio Municipal de Colatina, que foi palco de

decisões de campeonatos estaduais, de prática de outros esportes e da Taça

Cidade de Colatina. Houve decisões memoráveis naquele gramado!

Hoje, seu muro está caindo e seu gramado está totalmente abandonado. A

estrutura interna, embaixo das arquibancadas, onde estão os vestiários, está sem

nenhuma condição de uso.

Enfim, faço este registro, este lamento, para que os gestores municipais e a

Prefeitura de Colatina ponham a mão na consciência e recuperem o Estádio

Municipal, onde Colatina viu grandes espetáculos. Ele está absolutamente

abandonado! É uma vergonha a situação do Estádio Municipal de Colatina!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Edmilson Rodrigues, do PSOL do Pará. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, um programa se faz cada vez mais necessário, depois que um

levantamento do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público Federal

constatou a necessidade de pelo menos 32.700 professores no ensino médio. É de

quase 10 mil o déficit de professores de Física no País, e, no momento em que o

estudante dos cursos de licenciatura em Física pode se beneficiar de uma bolsa de

R$ 400,00 reais para aperfeiçoamento, o Governo, em 2015, corta 50% dos

investimentos do PIBID, que é o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à

Docência. E agora o Governo ameaça cortar ainda mais, o que inviabilizará um

programa tão importante.

Sr. Presidente, não se pode pensar em futuro soberano, em democracia, em

justiça social, sem investimentos estratégicos em educação.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como professor público há quase 40

anos, sei que não haverá país soberano sem que a educação seja prioridade

nacional, o que significa romper com a atual política, que condena o Brasil ao atraso

e à dependência. É por isso que venho denunciar, com veemência, os efeitos dos

cortes feitos pelo Governo Federal na área de educação que começaram no ano

passado e reverberam ainda neste ano.

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Em todo o Brasil, professores se mobilizam em defesa do Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência — PIBID. Este importantíssimo

programa está ameaçado desde o ano passado, com cortes de recursos da ordem

de 50% e atrasos no repasse dos recursos.

O PIBID é visto como um programa estratégico para a melhoria da educação

básica, por se propor a fazer a ponte entre o mundo universitário e o banco da sala

de aula. Nele, os bolsistas são orientados por coordenadores na graduação e têm

seu desempenho acompanhado por supervisores nas escolas onde atuam. Para o

estudante, a bolsa é de R$ 400,00.

Este programa está sintonizado com a realidade brasileira apontada por uma

auditoria feita pelo Tribunal de Contas há mais de 1 ano: o Brasil tem hoje um déficit

de pelo menos 32,7 mil professores no ensino médio, concentrado especialmente na

área de exatas, sendo mais de 9 mil apenas em Física. A investigação descobriu

ainda que boa parte dos Estados tem um número significativo de contratos

temporários. Em média, 30% dos professores do País estão contratados nessa

modalidade precária, e esse índice pode passar de 60% em Estados como o Espírito

Santo (66,6%), Mato Grosso (64,8%) e Mato Grosso do Sul (61%).

Enquanto enfrentamos este cenário e já temos em mãos uma das políticas

necessárias para revertê-lo, o que faz o Governo Federal? Reduz drasticamente as

verbas voltadas para o PIBID. Não é possível construir uma nação soberana, justa,

sem desigualdades sociais, se a educação está na mira dos cortes em tempos de

ajustes fiscais, se o dinheiro público enche os bolsos de banqueiros como nunca.

Reitero meu irrestrito apoio ao PIBID e à mobilização que acontece hoje em

todo o País em defesa do programa.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Angelim, do PT do Acre, por 1 minuto.

O SR. ANGELIM (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Deputados, estive recentemente em audiência com o Diretor do DNIT

reclamando das péssimas condições de trafegabilidade na BR-317 e na BR-364.

Visitei cinco Municípios da região do Alto Acre, e é notório o perigo e a falta de

manutenção dessas BRs. O DNIT dá manutenção a essa rodovia federal, que, aliás,

faz parte da Rodovia Interoceânica, que liga o Brasil ao Porto de Ilo, no Peru.

Foi reivindicado que o DNIT, em vez de manutenções episódicas, faça uma

manutenção permanente na estrada, para evitar acidentes e, principalmente, para

garantir a trafegabilidade de milhares de pessoas que moram nos seguintes

Municípios: Assis Brasil, Epitaciolândia, Brasileia, Xapuri, Plácido de Castro e

Capixaba.

Sr. Presidente, faço aqui um apelo, para que o DNIT e o Ministério dos

Transportes atuem com responsabilidade e efetivem um bom trabalho na

manutenção dessas rodovias federais.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores que nos

acompanham neste momento pelos canais de comunicação da Câmara dos

Deputados, o Estado do Acre possui duas rodovias federais de vital importância para

a economia local e também muito importantes para o Brasil, por serem importantes

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vias de ligação com o Centro-Oeste e o Sudeste brasileiro e de acesso à fronteira da

Bolívia e do Peru, interligando o Brasil à Rodovia Interoceânica.

Refiro-me à BR-317, rodovia federal que vai do Município de Boca do Acre,

localizado no Estado do Amazonas, passando por Rio Branco, nossa Capital, até

Assis Brasil, no chamado Baixo Acre, na tripla fronteira Brasil-Peru-Bolívia; e à BR-

364, que liga o Acre ao resto do Brasil.

Notem como são importantes as duas rodovias: uma liga o Sudeste e o

Centro-Oeste do Brasil a Rio Branco, a outra liga Rio Branco à fronteira com dois

países vizinhos, importantes parceiros comerciais do Brasil.

As características do clima no Acre, com períodos de chuvas que se

estendem por quase 6 meses, associadas à composição dos solos pouco

pedregosos da região, fazem da conservação destas estradas um problema que

demanda constante atenção das autoridades.

Recentemente estive visitando o Alto Acre, realizando reuniões com

lideranças dos Municípios de Xapuri, Brasileia, Assis Brasil e Epitaciolândia, quando

pude constatar o péssimo estado de conservação da BR-317, que necessita de

imediata intervenção do DNIT no sentido de providenciar sua recuperação, em

benefício do escoamento da produção e, principalmente, da proteção e segurança

dos seus usuários.

Ontem fui recebido em audiência pelo Presidente do DNIT, que garantiu já

estar tomando as providências necessárias para a pronta recuperação destas

importantes vias de acesso, para assegurar a trafegabilidade durante todo o ano e,

principalmente, para dar a todos que delas precisam a segurança necessária em

seus deslocamentos.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Misael

Varella, por 1 minuto.

O SR. MISAEL VARELLA (DEM-MG. Sem revisão do orador.) - Sras. e Srs.

Deputados, as chuvas do verão recuperaram boa parte dos reservatórios de água e

de hidrelétricas no Brasil. Passado o susto, chegou o momento de o poder público

rever suas políticas de prevenção, para evitar danos maiores de uma nova estiagem.

Um país com dimensões continentais e abundância de recursos naturais não pode

submeter sua população a rodízios de um bem vital para todos nós.

De acordo com matéria do Estado de Minas, edição desta terça-feira, dos 41

Municípios abastecidos pela COPASA (Companhia de Saneamento de Minas

Gerais) que restringiram o consumo de água, só dois mantêm rodízio, Montes Claros

e Capitão Enéas. O primeiro planeja repensar já nos próximos dias a manutenção do

rodízio. A crise hídrica só foi contornada na reta final do verão e do período chuvoso.

Mais uma vez, o Brasil deu mostras de que o planejamento do setor público

consiste apenas em paliativos, em reparar danos. O bom aproveitamento dos

recursos naturais é de extrema importância para o abastecimento de água para

consumo e para geração de energia hidrelétrica no País. O momento é ideal para

discutirmos o que fazer para que no fim deste ano o Brasil não fique com sede e no

escuro.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que determine a divulgação deste

pronunciamento no programa A Voz do Brasil e nos demais meios de comunicação

da Casa.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Chico Lopes, do PCdoB do Ceará, por 1 minuto.

O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

peço divulgação nas nossas emissoras de rádio e de televisão deste discurso em

que comunico à Casa a presença do Ministro Aloizio Mercadante, na sexta-feira

passada, juntamente com representantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e

de estudantes e professores da rede oficial do Ceará, na Capital e no interior do

nosso Estado, para tratar de ações de combate ao Aedes aegypti, essa coisa ruim

que vem atingindo o nosso País e trazendo muitos transtornos para a família

brasileira.

O Governador e o Ministro fizeram um acordo com todos os professores e

com todas as pessoas ligadas à educação no Estado, para que estejam

permanentemente orientando e fiscalizando, de modo que possamos nos livrar o

mais rápido possível do Aedes aegypti, que está matando pessoas indistintamente.

Ficamos felizes em saber que haverá uma campanha em prol do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Marcus Pestana, do PSDB de Minas Gerais. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. MARCUS PESTANA (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Brasil, envolto nesta grave crise, vivencia uma

armadilha fiscal. O sintoma mais pronunciado desse estrangulamento que abraça

todo o setor público é o déficit nominal de 10% do PIB, mais grave que o de países

europeus no auge da crise.

Quando se tem um déficit crônico, uma situação aguda de crise fiscal, não há

receita com invencionismo: ou se corta despesa, ou se amplia receita, ou se vende

patrimônio para pagar o rombo, ou se contrai dívida. Todas essas vias estão

fechadas para o Brasil. O endividamento já é muito grande; a taxa de juros é

escandalosa; a flexibilidade de corte de despesa é muito difícil; e a população não

quer aumento de impostos, porque não confia no setor público, nem na sua

honestidade nem na sua competência.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, um dos aspectos centrais da atual

crise brasileira é o estrangulamento fiscal a que está submetido o conjunto do setor

público. O Brasil fechou 2015 com um grave desequilíbrio, traduzido no déficit

nominal próximo a 10% do PIB, indicador pior que o dos países europeus que

mergulharam em recessão.

A árida linguagem dos economistas às vezes obscurece o entendimento da

população sobre o funcionamento da economia e seus impactos no cotidiano de

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cada cidadão. A administração das finanças públicas, no entanto, se assemelha

muito à do orçamento familiar. Não é difícil para o mais simples trabalhador ou para

qualquer dona de casa entender que não é possível gastar mais do que se ganha

indefinidamente. Há receitas, há despesas e elas têm que conviver em razoável

equilíbrio. Há ainda a possibilidade de se financiar determinadas despesas com a

contração de empréstimos. Mas o processo de endividamento também tem seus

limites. É preciso ter capacidade de pagamento e não agigantar a conta de juros.

Portanto, quando o desequilíbrio se instala de forma grave e crônica é preciso

ajustar as contas. Isto vale para famílias, empresas e governos. Quando o

orçamento é desequilibrado, não há mágicas, as alternativas são claras: aumentar

receitas, cortar despesas, aumentar o endividamento ou vender patrimônio para

tapar o rombo no fluxo corrente. A economia não é um saco sem fundo; existem

restrições e o ajuste às vezes é complexo.

O setor público, desde que o mundo é mundo, supre necessidades sociais

que a sociedade e o mercado não resolvem por si: defesa nacional, educação e

saúde pública, parte dos investimentos em infraestrutura, segurança e justiça. Para

sustentar essas atividades, extrai uma parte da renda dos cidadãos através da

cobrança de impostos. Complementa os recursos com endividamento.

A atual situação das finanças públicas no Brasil é uma verdadeira tragédia.

Os déficits são altos e a dívida pública brasileira ameaça bater nos 70% do PIB.

Quanto maior a dívida, maiores os juros, maior a desconfiança sobre a capacidade

de pagamento, mais difícil rolar a dívida. A sociedade não está disposta a pagar

mais impostos, até porque acha que o retorno é baixo e a corrupção é grande. A

estrutura de despesas é bastante rígida e a margem de manobra curta. As receitas

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de privatização podem ajudar, mas não adianta também “vender a geladeira para

comprar comida”.

O Governo Dilma vem aumentando uma série de impostos. Vários Estados,

como Minas Gerais, aumentaram substancialmente tributos, como o ICMS. Agora,

Dilma e o PT querem ressuscitar a CPMF. No atual ambiente político, dificilmente

isso passará no Congresso Nacional.

Na verdade, o período dos ajustes pontuais e periféricos se esgotou.

Precisamos de um novo Governo, com força e disposição para promover mudanças

estruturais no papel do Estado, nas finanças públicas e na organização da

Federação.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Chico Alencar, do PSOL do Rio de Janeiro. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Quero fazer

dois registros, Sr. Presidente. O primeiro é sobre o seminário anual de planejamento

estratégico do nosso mandato, que realizamos habitualmente para pensar as

perspectivas para o bom exercício do mandato para 2016.

O segundo é uma denúncia, grave. O pequeno Município de Itaocara, cuja

gestão é liderada pelo Prefeito Gelsimar Gonzaga, vive um conflito absurdo: a

Câmara de Vereadores acusa o Prefeito de impedir o seu funcionamento. Na

verdade, eles estavam acostumados com um sistema de toma lá dá cá, inclusive

com compartilhamento de cargos na Prefeitura, feito pelo Executivo, e isso foi

corretamente cortado.

Esta já é a terceira tentativa que cassar o mandato de Gelsimar. Mas a

população tem se mobilizado. Ontem mesmo, o Deputado Glauber esteve presente

a um ato com mais de 500 pessoas — a cidade tem pouco mais de 20 mil habitantes

— em defesa desse mandato popular e democrático, que continuaremos a defender

contra o golpe.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e todos e todas que assistem a esta

sessão ou nela trabalham: como é da boa prática dos mandatos que exerci e exerço,

acabamos de realizar, no último fim de semana, o seminário de planejamento

estratégico da nossa atuação neste ano de 2016. Durante 2 dias, 20 e 21 de

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fevereiro, precedidos, no dia 19, da prestação de contas que semanalmente

realizamos no Centro do Rio, reunimos nossa equipe para debater e planejar nossa

ação política: analisamos a conjuntura nacional e internacional, nossa atuação

legislativa stricto sensu e a organização administrativa do mandato.

Passamos quase 15 horas em regime de “internato”, para afirmar nossas

linhas de atuação no campo dos direitos humanos, da utopia socialista e

democrática e dos avanços dos direitos sociais.

Também nos nutrimos da leitura e discussão de textos teóricos ou sobre a

atual conjuntura, de Michel Foucault, Frei Betto, Leonardo Boff, Hamilton Octavio de

Souza e Eliane Brum, entre outros.

Em síntese, nosso mandato, dentro dos princípios e das linhas programáticas

do PSOL, a quem devemos fidelidade, pautar-se-á por algumas linhas derivadas de

uma releitura do prefácio de Michel Foucault ao livro O Anti-Édipo, de Deleuze e

Guattari:

1. Liberar a ação política de toda forma de paranoia unitária, ortodoxa;

2. Fazer crescer a ação, o pensamento e os desejos por proliferação e

justaposição, não por subdivisão e hierarquização piramidal;

3. Livrarmo-nos das velhas categorias negativas, priorizando o que é positivo

e múltiplo: a diferença à uniformidade, os fluxos à unidade, os agenciamentos

móveis aos sistemas rígidos. Tudo o que é de fato produtivo não é sedentário, mas

nômade;

4. Jamais imaginar que é preciso ser triste para ser militante, mesmo se o que

se combate é tristíssimo, abominável. A ligação do desejo com a realidade possui

força revolucionária;

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5. Não utilizar o pensamento para dar a uma prática política valor de verdade

absoluta; a ação política não pode desacreditar um pensamento, e sim ser um

intensificador dele. Toda análise deve ser multiplicadora das formas e dos domínios

de intervenção da ação política;

6. Não exigir da política que ela restabeleça os “direitos” do indivíduo tal como

a filosofia os definiu. O “indivíduo” é produto do poder. O que é necessário é

“desindividualizar” pela multiplicação e pelo agenciamento de combinações

diferentes. O grupo não deve ser o liame orgânico que une indivíduos

hierarquizados, mas um constante gerador de “desindividualização”, de espírito

gregário, coletivo, compartilhado;

7. Não se apaixonar pelo poder, mas exercê-lo com austeridade e

transparência.

Agradeço a atenção.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e todos e todas que assistem a esta

sessão ou nela trabalham: transcrevo carta que enviei ao Prefeito de Itaocara,

Estado do Rio de Janeiro, Gelsimar Gonzaga, que tem sido perseguido em razão de

sua atuação contrária aos interesses de uma casta aferrada aos privilégios. Quem o

persegue são os vereadores da Câmara Municipal de Itaocara, que antecipou para

hoje a apreciação da possível cassação de Gelsimar, por “atrapalhar seu

funcionamento”.

O povo promete acompanhar e pressionar os vereadores. Ontem, ato de rua

reuniu centenas de pessoas em defesa do administrador do PSOL.

Agradeço a atenção.

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CARTA A QUE SE REFERE O ORADOR

Caro prefeito GELSIMAR:

Impossibilitado de estar aí hoje, envio, através dos companheiros de minha

equipe, Fábio e Ricardo, e de toda nossa delegação, um abraço solidário a você e

sua equipe. Somo minha voz ao grito da praça pública em defesa do governo

popular de Itaocara.

Sua gestão não é perfeita, como nenhuma no país e no mundo é. Mas negar

os avanços na transparência, na prioridade aos mais necessitados, na relação

aberta da Prefeitura com a população e a dedicação e espírito público de cada um

de vocês seria não reconhecer a claridade do dia ou o escuro da noite. Seria não ver

a realidade.

Mas há os que, justamente por enxergar os avanços, ficam incomodados com

eles. Por isso, buscam o tempo todo modos e meios de tirá-lo da vida política do

município! Vai que você disputa a reeleição e vence? E os privilégios de sempre,

não voltarão? E aquele velho acerto entre poderes, o toma-lá-dá-cá que faz a

política ficar tão rebaixada no conceito do povo, acaba de vez?

Resistam, companheiro e equipe de servidores a serviço do povo de Itaocara!

Dialoguem sempre, claro, inclusive com os do Legislativo que os atacam: isso é

norma republicana. A força dos argumentos pode derrotar o argumento da força e

dos interesses mesquinhos. Mas jamais abram mão de princípios! Vou relatar na

Câmara dos Deputados, em Brasília, o que está acontecendo em Itaocara. Que, na

verdade, não é muito diferente das grandes chantagens e embates que ocorrem no

plano nacional.

Força! Como disse Gonçalves Dias, “A vida é luta renhida, que aos fracos

abate e aos fortes exalta”.

O abraço fraterno, extensivo a todas as pessoas de bem da nossa querida

Itaocara,

Do Chico Alencar, professor e deputado federal (PSOL/RJ)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Max

Filho, do PSDB do Espírito Santo.

O SR. MAX FILHO (PSDB-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu

quero registrar, com muito pesar, o falecimento do ex-Prefeito Ruzerte de Paula

Gaigher, do Município de Alfredo Chaves, Estado do Espírito Santo.

Ruzerte foi Deputado Estadual. Foi um líder da resistência democrática no

Estado do Espírito Santo. Foi um dos primeiros prefeitos eleitos pelo MDB, ainda em

1982. Muito jovem, liderou os prefeitos do Estado em algumas ocasiões que

ajudaram a mudar a história política do Espírito Santo.

Estive lá no último sábado e pude assistir à comoção que tomou conta da

cidade, do Município de Alfredo Chaves.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que dê divulgação deste registro nos Anais e

nos órgãos de comunicação da Casa.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Espírito Santo perdeu na última sexta-feira

um de seus maiores homens públicos, o grande político Ruzerte De Paula Gaigher,

que faleceu em Cachoeiro de Itapemirim, onde estava internado desde o início da

semana passada, após sofrer um enfarte.

Ruzerte De Paula Gaigher foi Prefeito do histórico Município de Alfredo

Chaves e Deputado Estadual pelo então Movimento Democrático Brasileiro (MDB),

um dos principais movimentos de resistência contra a ditadura militar. Ruzerte foi

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eleito Prefeito de Alfredo Chaves pela primeira vez em 1982, e posteriormente em

2000. Entre 1993 e 1996, foi Vice do Prefeito Narcizo Grassi, sempre em Alfredo

Chaves. Ele também foi Deputado Estadual em 1990, o terceiro mais votado

naquela eleição, quando atuou na Legislatura 1991/1994, vindo a ser posteriormente

Diretor-Geral daquela Casa Legislativa em 1995.

Sua morte levou o Poder Legislativo capixaba a decretar luto oficial por 3 dias.

Em meu segundo mandato como Prefeito de Vila Velha, entre 2006 e 2008,

tive a honra de contar com a colaboração de Ruzerte Gaigher, que ocupou o cargo

de Secretário de Governo da Prefeitura.

Ruzerte foi um político importante na história do Estado e deu grande

contribuição pessoal para a democratização do País. Leal e competente, elegeu-se

Prefeito de Alfredo Chaves no mesmo ano em que meu pai, Max Mauro, tornou-se

Presidente do Diretório Regional do PMDB no Espírito Santo e foi eleito o Deputado

Federal mais votado do Estado, no mesmo pleito que também elegeu Gerson

Camata Governador, impondo aos candidatos ligados ao regime militar uma

fragorosa derrota tanto nos cargos majoritários como nos proporcionais.

Posteriormente, quando meu pai governou o Espírito Santo, entre 1987 e

1990, Ruzerte Gaigher atuou como Secretário de Estado do Interior, onde

desempenhou suas funções até se desincompatilizar para disputar a eleição para a

Assembleia em 1990.

Durante sua atuação no Governo como Secretário do Interior, implantou 8 mil

quilômetros de eletrificação rural no Estado. Foi Presidente interino da Companhia

Espiritossantense de Saneamento (CESAN) e Presidente do Conselho de

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Administração da mesma CESAN, além de Presidente da Companhia Habitacional

do Espírito Santo (COHAB-ES), de janeiro de 1989 a maio de 1990.

Nascido em 10 de junho de 1956, era filho caçula do ex-Prefeito de Alfredo

Chaves e ex-Deputado Estadual Darcy de Paula Gaigher, que governou o Município

de 1970 a 1972.

Ruzerte fez o curso primário no Colégio Camila Motta e, depois, na Escola Pio

XII, em Alfredo Chaves, e o nível médio no Colégio Estadual, em Vitória. Em 1977,

mudou-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou os estudos de Engenharia Civil.

Formou-se pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Espírito Santo

(UFES). Anos depois, iniciou um curso de Direito na UFES, de onde se transferiu

para a Universidade de Vila Velha (UVV).

Em seu primeiro mandato como Prefeito, quando tinha 26 anos, Ruzerte

preocupou-se com o êxodo rural, incentivou a agricultura familiar fazendo

investimentos em eletrificação rural, estradas, pontes, saúde e educação. Investiu

também em saneamento básico e no calçamento de ruas do interior. Conseguiu

levar a telefonia rural aos Distritos de Alfredo Chaves e implantou o ensino de

segundo grau nos Distritos de Matilde e São João, em convênio com o Estado.

Foi Ruzerte Gaigher quem criou o Congresso Geral do Povo Alfredense, que

reunia associações, comunidades, comerciantes, órgãos públicos e escolas.

Preocupado com o incentivo à educação, desenvolveu, de 1983 a 1984, o

Projeto Macrina, que fornecia cestas básicas aos moradores carentes que tinham os

filhos frequentando as escolas do Município.

Em 1985 e em 1987 viajou à Itália, a convite da representação diplomática

italiana, e lá representou os prefeitos capixabas de Municípios onde funcionavam

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escolas do Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (MEPES), uma

proposta pedagógica voltada para os alunos do meio rural, com a finalidade de

garantir aprendizado e, ao mesmo tempo, evitar o êxodo rural.

Quero registrar, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que Ruzerte Gaigher, que

nos deixou precocemente, aos 59 anos de idade, no último dia 19 de fevereiro, foi

um homem à frente do seu tempo, que deixou a marca de homem público solidário e

empreendedor por onde passou em sua vida pública.

Era o que eu tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Geraldo Resende, do PMDB de Mato Grosso do Sul.

O SR. GERALDO RESENDE (Bloco/PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós vamos ter nesta semana, definitivamente, a

oportunidade de dizer se estamos a favor ou contra a saúde pública no País.

O Presidente da Casa, Deputado Eduardo Cunha, assumiu conosco o

compromisso e colocou na pauta desta semana a votação da Proposta de Emenda à

Constituição nº 1, de 2015, apresentada pelo Deputado Vanderlei Macris e relatada

pela Deputada Carmen Zanotto. A Comissão Especial foi presidida por este

Deputado.

Nesse quadro de crise da saúde pública no País, que se expressa agora pelo

número alarmante dos casos de crianças que nascem com microcefalia, devido à

epidemia do zica vírus, nós estamos apontando para a correção daquilo em que a

Casa falhou...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Davidson Magalhães, do PCdoB da Bahia, por 1 minuto.

O SR. DAVIDSON MAGALHÃES (PCdoB-BA. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós recebemos a visita de representantes de

entidades de funcionários, técnicos e pesquisadores da Comissão Executiva do

Plano da Lavoura Cacaueira — CEPLAC, órgão fundamental, criado na década de

50 para o desenvolvimento da cacauicultura em nosso País. A Bahia, que tem 80%

da produção de cacau do Brasil, juntamente com o Pará e Rondônia, tem sido

extremamente afetada pela participação e presença da CEPLAC.

Portanto, nós estamos aqui com os Deputados do Pará e da Bahia para dizer

que a CEPLAC não pode ser desmontada, não pode ser esvaziada. A CEPLAC é

um órgão técnico da maior qualidade e tem o maior germoplasma de cacau do

mundo. Nós queremos a reforma da CEPLAC, a sua modificação e restruturação,

mas também a sua ampliação e fortalecimento, para permitir, exatamente, com esse

grau de excelência, que a CEPLAC desenvolva ainda mais a defesa da

cacauicultura de nosso País, e não só da cacauicultura, mas também das culturas

tropicais.

Portanto, “não” à extinção da CEPLAC.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Comissão Executiva do Plano da

Lavoura Cacaueira — CEPLAC está correndo sério risco de extinção, se forem

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implantadas novas diretrizes do Ministério da Agricultura, que pretendem transformar

o órgão federal em Coordenação de Secretaria.

A CEPLAC vem atuando no desenvolvimento das regiões produtoras de

cacau há 58 anos e, durante este período, colaborou para que a elevação da

produção nacional de cacau crescesse em 310%, comparando-se os períodos de

60/65 a 80/85, para o aumento da produtividade do cacau de 220 kg/ha, em 1962,

para 740 kg/ha, atualmente e para a geração, através do Programa de Expansão da

Cacauicultura — PROCACAU, de 80 mil empregos diretos. Só para citar algumas

conquistas.

A CEPLAC vem também lutando arduamente pela recuperação da economia

da região cacaueira, combalida desde que a praga da vassoura de bruxa começou a

atingir as plantações de cacau da região.

Quando há problemas para a atividade cacaueira, há resultados negativos em

relação à economia, à geração de emprego e renda, ao meio ambiente e a toda

atividade agropecuária da região.

A CEPLAC tem trabalhado com o apoio à implantação de agroindústrias, em

ações de proteção ao meio ambiente, expansão de novos cultivos por meio de

novas técnicas e trem buscado o apoio de ONGs e órgãos públicos para o

desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis.

Transformar este órgão federal em coordenação de secretaria com certeza

terá como resultado a diminuição de investimentos, a perda de quadros qualificados,

o sucateamento e, num futuro próximo, a extinção desta importante instituição e do

seu trabalho pela atividade relacionada ao cacau no Brasil. Este direcionamento do

Ministério da Agricultura está sendo arquitetado e implantado sem nenhuma

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discussão com a comunidade interessada e com a sociedade brasileira, afinal, o

cacau e sua rede social é um patrimônio cultural que se transformou em recurso

econômico e turístico, principalmente para as populações desta região.

Quero aqui pedir, como Vice-Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da

Cacauicultura e da CEPLAC, ao Governo Federal, ao Ministério da Agricultura, à

Ministra Kátia Abreu, que tomem as rédeas desta situação e que abram o debate,

com discussões mais amplas com a sociedade brasileira, com a sociedade regional,

sobre o futuro da CEPLAC, instituição que é responsável pelo maior conhecimento e

pela tecnologia acumulada sobre a realidade da cultura cacaueira na Bahia e no

Brasil. Nós temos certeza de que aqueles que têm interesse pelo Brasil, pelo

trabalhador brasileiro e pelas instituições que trabalham pelo desenvolvimento do

Brasil darão valor ao trabalho realizado pela CEPLAC.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Vanderlei Macris, do PSDB de São Paulo, por 1 minuto.

O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, acaba de falar o Deputado Geraldo Resende, que foi Presidente da

Comissão Especial que tratou da Proposta de Emenda à Constituição nº 1, de 2015,

de minha autoria, que estabelece o financiamento da saúde, cuja relatoria é da

Deputada Carmen Zanotto.

Como defendeu o Presidente Eduardo Cunha, é preciso colocar a matéria na

pauta, para este Plenário discuti-la e votá-la. É muito importante que este Plenário

tenha consciência da grave crise da saúde brasileira hoje. Com a aprovação dessa

proposta de emenda à Constituição, vão se recuperar os investimentos na saúde em

nosso País.

É fundamental que este Plenário tenha consciência de que, pautada essa

PEC, imediatamente nós poderemos iniciar o debate, a discussão sobre a crise da

saúde em nosso País. E é essencial que os Deputados de todos os partidos

participem desse debate, como, de resto, todos os segmentos da sociedade ligados

à saúde estão mobilizados para apoiar e aprovar essa Proposta de Emenda à

Constituição nº 1, de 2015.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Leo

de Brito, do PT do Acre, por 1 minuto.

O SR. LEO DE BRITO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, o Plano Nacional de Educação prevê a erradicação do

analfabetismo até 2014. O Estado do Acre colocou como meta em seu plano

estadual a erradicação do analfabetismo até 2018.

Ontem estive com o Governador Tião Viana e com o Secretário-Adjunto de

Educação do Acre, Moisés Diniz, em audiência com o Ministro da Educação, Aloizio

Mercadante, ocasião em que foi firmado pelo Governo da Presidenta Dilma o

compromisso de apoiar o Programa Quero Ler, do Governo Estadual, para

erradicação do analfabetismo no Acre até 2018.

O Estado do Acre é um dos que têm os melhores resultados em erradicação

do analfabetismo: em 1999 tínhamos 24% de analfabetismo, hoje temos 10%. E

certamente o Acre será o primeiro Estado das Regiões Norte, Nordeste e Centro-

Oeste a erradicar o analfabetismo.

Sr. Presidente, eu gostaria que meu pronunciamento fosse divulgado nos

meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre

Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Arnaldo Jordy, do PPS do Pará, por 1 minuto.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, população que nos assiste pelos veículos de comunicação,

foram divulgados ontem os dados do Mapa da Violência 2016. Deputado Padre Luiz

Couto, são estarrecedores os números revelados.

Nos últimos 35 anos, o número de vítimas de disparos de arma de fogo no

Brasil cresceu de 8.710 para 44.861, em 2014, um aumento de quase 500%. Isso

significa que todos os dias há 156 mortes: uma vez e meia o número de mortos no

massacre do Carandiru, que constrangeu a todos. Todos os dias, há um massacre

do Carandiru e meio sendo cometido nas ruas do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

O pronunciamento de V.Exa. será divulgado no programa A Voz do Brasil.

O SR. ARNALDO JORDY - Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Rogério Marinho, do PSDB do Rio Grande do Norte.

O SR. ROGÉRIO MARINHO (PSDB-RN. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, quero dizer que todos nós

estamos extremamente preocupados, mas não surpresos, com o que aconteceu

hoje. Não é surpresa para ninguém, porque estamos diante de um padrão: o que

aconteceu no mensalão se repete no petrolão. Estamos assistindo novamente a um

espetáculo ruim para o País, que é a derrocada deste Governo e dos agentes que o

sustentam, com a prisão, agora, do marqueteiro da campanha.

E quero também anunciar a esta Casa que estamos dando entrada a um

projeto de lei para obrigar o Governo Federal a trazer para o Congresso um dos

documentos mais importantes para o País nos próximos anos, nas próximas

décadas, que é a Base Nacional Comum Curricular. Após a votação do Plano

Nacional de Educação — PNE, o Governo, assessorado pelo Conselho Nacional de

Educação, está elaborando um documento que nos preocupa muito e que vai

determinar o futuro da nossa educação. Temos obrigação de analisá-lo por aqui,

para que os legítimos representantes...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

O discurso de V.Exa. será divulgado no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Capitão Augusto.

O SR. CAPITÃO AUGUSTO (Bloco/PR-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores que nos assistem pela TV

Câmara, em especial meus assessores aqui de Brasília e de Ourinhos, minhas

saudações.

Nós temos muito com que nos preocupar nas próximas semanas. Foi

apresentada no Senado Federal a Proposta de Emenda à Constituição nº 51, de

2013, do Senador petista Lindbergh Farias, que prevê a desmilitarização das

Polícias Militares do Brasil.

Ora, nós sabemos que o cunho dessa PEC é a extinção da Polícia Militar,

instituição que mais promove segurança e mais promove os direitos humanos no

País. Essa PEC pode provocar um caos na segurança pública de todo o Brasil.

Vamos brigar, e muito, para que sequer seja votada a PEC 51, do Senador

petista Lindbergh Farias.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Átila

Lins.

O SR. ÁTILA LINS (Bloco/PSD-AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

quero apenas registrar que hoje, às 19 horas, no Centro de Convenções Ulysses

Guimarães, tomará posse a nova Diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil para

o período de 2016 a 2019, tendo na sua Presidência o Sr. Cláudio Pacheco Prates

Lamachia, da OAB do Rio Grande do Sul, que será guindado à Presidência dessa

respeitável instituição.

Quero aproveitar para registrar o trabalho profícuo, correto e sério que foi

desenvolvido pela gestão anterior, sob a Presidência do advogado Marcus Vinícius

Furtado Coêlho, piauiense de grande tradição e advogado brilhante, que soube atuar

com muito êxito no comando da OAB e que passará, a partir de hoje, o comando da

Ordem para esse gaúcho, que também será capaz de dinamizá-la.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Registro com muito pesar e muita

tristeza o falecimento de um amigo de turma, médico do Município de Muniz Freire, o

Dr. Jaider Alves Nogueira. A sua morte muito entristeceu a nossa turma.

Todos os amigos da Comissão de Formatura — COMFOR deixam um abraço

carinhoso para a família. Estamos à disposição!

Que Deus o tenha!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Max Filho,

do PSDB do Espírito Santo.

V.Exa. dispõe de 5 minutos.

O SR. MAX FILHO (PSDB-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, nós estamos estarrecidos com o crescimento de zika,

dengue e chikungunya no Brasil.

É preciso que o combate ao mosquito seja enfrentado como se fosse uma

guerra. Lamentavelmente, o Governo brasileiro e os Governos de pelo menos 17

Estados da Federação cortaram recursos do Orçamento da União do ano passado,

comparado com o ano anterior.

Sr. Presidente, eu fui Prefeito da cidade de Vila Velha, no Espírito Santo. Vila

Velha tem uma particularidade em relação a mosquito, porque foi o único Município

brasileiro que, numa eleição suplementar, em 1987, elegeu o mosquito como

Prefeito daquela cidade. Vila Velha tem experiência no combate ao mosquito. E nós

precisamos entender que é importante o combate ao mosquito. No caso de Vila

Velha, o mosquito Culex, no passado, foi eleito o Prefeito daquela cidade.

Hoje em dia o mosquito é outro, o Aedes aegypti, mas que requer tecnologia

e método similares para o seu combate: o mosquito nasce na água parada, em via

pública ou no interior das nossas residências. É preciso que haja conscientização da

população.

O Governo brasileiro, que deveria liderar todo esse movimento, esse

processo com investimentos maciços, cortou recursos exatamente na antevéspera.

O ovo da serpente foi chocado! Ou seja, o Governo foi negligente, cortou recursos

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que deveriam ter ajudado a combater o mosquito que transmite a dengue. Hoje, o

Brasil tem padecido com essa situação.

Tem razão o Ministro da Saúde quando reconhece publicamente que o Brasil

está perdendo a guerra para o mosquito. Aliás, foi até ameaçado de demissão por

ter dito o óbvio. Há um ditado que diz que quem fala a verdade não merece castigo.

Realmente, o Brasil está perdendo esta guerra, e, muitas vezes, o inimigo

está se aliando ao Governo que temos, na medida em que o Governo Federal corta

recursos que deveriam ter sido aplicados na vigilância epidemiológica no Brasil.

Sr. Presidente, trago aqui dados do jornal O Estado de S.Paulo, que falam do

corte de recursos do ano passado. Trago também a matéria divulgada no jornal

Folha de S.Paulo, do último dia 16 de fevereiro. Trago os números — os números,

Sr. Presidente —, porque combater mosquito com Ministro voando de avião de um

Estado para o outro não irá resolver o problema. O problema será resolvido com

medidas efetivas para priorização do combate, para que todos nós brasileiros

possamos nos irmanar nessa luta contra o mosquito que transmite a dengue.

Faço este apelo para que haja campanhas insones, campanhas de orientação

social. E o que o Governo tem feito? O Governo demitiu o Ministro da Saúde para

que ele pudesse vir aqui ao Parlamento votar e eleger o novo Líder de um partido

político. Dessa forma, o Governo continuaria a controlar a maioria da bancada de um

dos partidos da base do Governo.

Sr. Presidente, no momento em que a situação se agrava, o Ministro licencia-

se do Ministério, deixa-o à deriva e vem aqui dar o seu voto. Sei que não foi de

moto-próprio. Certamente, foi mandado pela sua chefe, a Presidente da República.

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Ficam aqui o meu protesto e o meu registro. É importante que o Brasil faça

essa campanha insone. Que nós possamos nos conscientizar, sempre tocando

nessa tecla, porque ou o Brasil vence a guerra contra o mosquito, ou o mosquito o

derruba e vence a guerra.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado Max Filho.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no ano em que o Brasil bateu

recordes em óbitos devido à dengue e ao avanço do zika, a guerra contra o

mosquito mostra o descompasso de um Governo enredado entre cortes

irresponsáveis nos recursos destinados às políticas de prevenção e controle de

doenças e os números assustadores da expansão da epidemia.

Assistimos a um esforço desesperado do Governo em relação à campanha

contra o Aedes aegypti, que a Presidente Dilma Rousseff transformou em tábua de

salvação de seu Governo, aparentemente voltado para uma efetiva operação de

enfrentamento ao mosquito por causa da tragédia humana que é a epidemia de zika

vírus.

Verdadeiro, sincero ou não esse esforço e escopo, isso não exime o Governo

de suas responsabilidades quanto à situação dramática a que chegamos. De forma

sintética registre-se: no ano em que os casos e os óbitos por dengue bateram

recorde no País e teve início um surto de microcefalia associada ao zika vírus, o

Ministério da Saúde reduziu pela metade a verba extra repassada às Prefeituras

para ações de combate ao mosquito Aedes aegypti em comparação com 2013, ano

que, até então, havia registrado a pior epidemia de dengue.

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A afirmação está amparada na reportagem de Fabiana Cambricoli, publicada

pelo jornal O Estado de S.Paulo (21 de janeiro de 2016). Conforme a reportagem, a

verba se refere ao piso variável de vigilância em saúde, recurso adicional do

Governo Federal destinado a Estados e Municípios para ações de prevenção e

promoção de saúde, o que inclui medidas de combate ao Aedes.

Em dezembro de 2013, após o Brasil registrar 1,4 milhão de casos de dengue

e 674 mortes, a União autorizou o repasse extra de R$ 363,4 milhões para os

Municípios. Entretanto, em dezembro de 2014, o volume de recursos caiu para R$

150 milhões e, em 2015, quando o número de pessoas infectadas chegou a 1,6

milhão, com 863 mortos, o valor voltou a cair, desta vez para R$ 143,7 milhões.

O piso variável não é a principal fonte de financiamento das ações de

combate ao mosquito nos Municípios. O recurso permanente e mais volumoso é o

do piso fixo de vigilância em saúde, que, no período de 2 anos analisado, teve

pequeno crescimento, passando de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,27 bilhão. Somados os

valores dos dois pisos, no entanto, houve queda nos recursos, de R$ 1,56 bilhão em

2013 para R$ 1,41 bilhão em 2015.

Informações corroboradas pelo levantamento feito pela Folha de S.Paulo, que

em matéria publicada em 16/02/16, apontam que os gastos do Governo Federal e da

maioria dos Estados com vigilância epidemiológica caíram, ou seja, além da União

assistimos à queda dos investimentos em pelo menos 17 Estados e no Distrito

Federal.

Os números levantados pela Folha mostram que os desembolsos federais

para combater epidemias diminuíram 9,2%. Traduzindo: em valores corrigidos e

efetivamente pagos pelo Ministério da Saúde somaram R$ 4,6 bilhões em 2015

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contra R$ 5,1 bilhões do ano anterior. Números dramáticos, quando se sabe que o

número de cidades com epidemia no País aumentou 4 vezes, ou seja, o número de

Municípios que viviam uma epidemia de dengue, conforme os registros mais

recentes (de dezembro de 2015), é 4,2 vezes maior do que o apresentado em

dezembro de 2014.

De acordo com o Ministério da Saúde, em dezembro de 2014, 32 cidades

apresentavam mais de 300 casos por 100 mil habitantes. Em dezembro passado,

esse número subiu para 135.

Diagnóstico que demonstra a irresponsabilidade e o descaso do Governo com

políticas públicas de prevenção e controle de epidemias, uma vez que essas

doenças tropicais estão associadas a mudanças que ocorreram nas últimas

décadas, como a migração de grandes contingentes populacionais para as áreas

urbanas, sem que esse processo fosse acompanhado de investimentos

fundamentais para que as pessoas não fossem obrigadas a viver em áreas de

crescimento desordenado, favelas e ambientes insalubres.

Esse ambiente urbano se tornou ideal para vetores, porque eles evoluíram:

o Aedes aegypti está evoluindo e amoldando de forma cada vez mais rápida ao

ambiente urbano e degradado, porque boa parte da população não tem acesso a

saneamento básico, isso somado à incrível capacidade do mosquito de adaptar-se

ao ambiente doméstico para viver e reproduzir. Um quadro conhecido que aponta

para a irresponsabilidade do Governo, pois as epidemias são cíclicas e previsíveis,

e, em havendo recursos, vontade política e planejamento, podem ser combatidas de

forma sistemática e com a necessária antecedência.

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Embora a Presidente continue a confundir insetos, vírus e ovos na forma de

transmissão, todos sabemos que o zika vírus é responsável pela microcefalia, e é

transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, contra o qual Oswaldo Cruz travou guerra

mortal no início do século XX. O mosquito transmite dengue, chikungunya e zika,

que se tornaram doenças epidêmicas no Brasil.

A descoberta de que o zika, quando infecta mulheres grávidas, pode provocar

a microcefalia deu à doença relevância internacional.

Como dito anteriormente, assistimos a uma espécie de esforço desesperado

do Governo em relação à campanha contra o Aedes aegypti, que a Presidente Dilma

Rousseff transformou em tábua de salvação de seu Governo, todo ele

aparentemente voltado para uma efetiva operação de enfrentamento ao mosquito

por causa da tragédia humana que é a epidemia do zika vírus.

Em face dos discursos e aparente boas intenções, os números do

efetivamente gasto em políticas de prevenção e combate nos trazem de volta à triste

realidade de um governo que perde a guerra contra o mosquito e confessa

publicamente o fracasso de suas políticas na área da saúde pública.

É a tragédia brasileira que evolui no esquisito dialeto que vai da identificação

da mulher sapiens à descoberta da “mosquita”.

Durante o discurso do Sr. Max Filho, o Sr. Carlos

Manato, nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. Capitão Augusto, nos termos do § 2° do art. 18 do

Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Com a palavra o Deputado

Vicentinho, do PT de São Paulo. S.Exa. tem 5 minutos.

O SR. VICENTINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.

e Srs. Deputados, eu ontem estive visitando algumas empresas na região do ABC,

em especial a fábrica Arteb, uma empresa de autopeças. Essa empresa, que

mandou embora 370 pais de famílias, está envolta por uma quebradeira.

É claro que existem vários aspectos. Os bancos hoje não estão querendo

estimular o desenvolvimento e o investimento para as empresas; há uma crise

econômica em função da estagnação das compras do nosso Brasil; e há também

incompetência de determinadas empresas num momento como este.

O problema é que, seja lá qual for a razão, o trabalhador está pagando.

Nesse caso da Arteb, eu vi muitos pais de família demitidos. E sabemos o quanto é

duro para um pai de família, quando chega a segunda-feira, não ter onde trabalhar;

o quanto é duro para um pai de família, quando chega o dia do pagamento, não

receber dinheiro para comprar o pão de cada dia para a sua família; o quanto é duro

para um País tão rico como este nosso ter que viver esse ciclo, em média a cada 7

anos, do capitalismo, que tem sempre como objetivo a superexploração.

Evidentemente, cabe ao Governo — e fica aqui a minha mensagem à

Presidenta Dilma — se esforçar para que saiamos desse problema urgentemente.

Tivemos graves problemas na região e no Brasil, em setores inteiros da

construção civil e da produção naval. A questão do desemprego para nós passa a

ser a mais importante, porque o resto nós enfrentamos. Vamos debater a crise

política aqui e agora; vamos debater com os derrotados, quando o Lula ganhar as

eleições em 2018; vamos debater a questão do impeachment até o fim. Não há nada

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que implique na derrubada da Presidente Dilma, mas a questão do desemprego é

séria, porque atinge seres humanos.

Nesta Casa, eu tenho alguns projetos. Primeiro, eu me envolvi de cabeça,

como Relator, na proposta de emenda à Constituição pelas 40 horas semanais.

Deputado Bebeto, o projeto foi aprovado em várias instâncias: na Comissão de

Constituição e Justiça e na Comissão Especial. Veio para o Plenário. Os

empresários vieram aqui e fizeram lobby para não aprovarmos esse projeto que

poderia minimizar o problema do emprego, já que a jornada do Brasil ainda é uma

das maiores do mundo.

Também sou autor de um projeto que envolve diretamente os trabalhadores

que lidam com o setor automotivo. O projeto de lei já aprovado em todas as

Comissões, que já está tramitando no Senado, proíbe o poder público de comprar

carro importado. É um absurdo haver tantas fábricas no Brasil, e o Poder Executivo,

o Poder Judiciário, Assembleias Legislativas comprarem carro importado, gerarem

emprego na China, seja lá onde for. Eu espero que o Senado se toque e o aprove

logo esse projeto.

Há outro projeto que tem a ver diretamente com o setor de autopeças.

Portanto, os meus irmãos da Arteb que foram demitidos ainda têm esperança. Há

um projeto que estabelece que pelo menos 70% das peças dos carros fabricados no

Brasil sejam fabricadas no Brasil. Esse importante projeto está pronto.

Nós precisamos efetivamente que esta Casa se debruce sobre essas

questões. Não basta só criticar o Governo. Nós podemos contribuir com propostas

concretas.

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Caros Deputados, caros colegas, não há dor maior do que a do desemprego.

O desempregado perde os amigos; o desempregado perde a cidadania; o

desempregado, no dia de sua demissão, chega a casa para dizer aos seus filhos:

“Meu filho, eu fui demitido”. E a família muitas vezes nem sabe por que ele foi

demitido.

E às vezes a primeira medida que o empresariado toma em momentos

difíceis como este é mandar pais de família embora. É o desemprego estrutural

correndo permanentemente, junto ao desemprego conjuntural.

É hora de esta Casa reagir. Por isso, meus companheiros das várias

empresas demitidos pelo Brasil afora, vamos seguir lutando e não desanimar,

porque esta Casa também tem esta responsabilidade.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado Vicentinho.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Edmilson Rodrigues, por 1 minuto.

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria apenas de dizer que hoje

há uma manifestação em Canaã dos Carajás. Cerca de 600 famílias de

trabalhadores rurais sem terra, que estão acampadas, tiveram a sua terra invadida e

não foi por ação da Justiça e da Polícia cumprindo seu papel constitucional, não!

Pessoas realmente pagas pela Vale do Rio Doce, verdadeiros capangas, sem

nenhum poder de polícia, a não ser o poder real das armas, invadiram as terras e

queimaram a produção — arroz, feijão, milho —, criando um problema social muito

grande na região, que é uma região rica. A mina de cobre realmente transformou o

Brasil em um país superavitário na produção de cobre. Até 2004, o Brasil importava

do Chile e de outros países.

Então, meu apoio aos trabalhadores do sul do meu Estado do Pará, uma

região que produz tanto para o Brasil. Infelizmente, os que contribuem com a

produção de riqueza são vítimas da violência estrutural.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaríamos de registrar em Plenário

que trabalhadores rurais sem terra de sete acampamentos, cerca de 600 famílias,

paralisam, desde as 2 horas da manhã de ontem, 22 de fevereiro, a estrada que dá

acesso ao Projeto S11D da Vale, no Município de Canaã dos Carajás.

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Entre outras razões, a ocupação foi motivada pelos recentes despejos

promovidos pela Vale, que atingem mais de 1.500 famílias sem terra e sem teto de

terras publicas no Município.

Segundo informações fornecidas pelos trabalhadores que estão no local,

apenas na área rural mais de 100 hectares de roças com produção de arroz, feijão,

milho, mandioca, abóbora, entre outros produtos agrícolas foram destruídas pelos

guardas de segurança privada da Vale quando do despejo das famílias do

acampamento Grotão do Mutum.

Esse e outros acampamentos fazem parte de um conjunto maior de áreas

ocupadas por trabalhadores e trabalhadoras sem terra que legitimamente

reivindicam terras concentradas pela Vale desde os anos 2000. Sabe-se que desde

então a Vale se tornou dona de grande parte das terras agricultáveis do Município,

ocupando ainda uma série de áreas publicas na região.

Apesar da chuva forte que tem assolado a região, o movimento afirma que

permanecerá no local até que o INCRA e o Programa Terral Legal se posicionem

sobre o levantamento das terras publicas adquiridas pela Vale, bem como, da

indenização por parte da empresa dos prejuízos causados aos trabalhadores

despejados.

Nosso mandato se coloca à disposição do movimento, reconhecendo a

legitimidade e a importância da luta dos trabalhadores e trabalhadoras rurais sem

terra, tanto na defesa do direito incondicional à moradia como na defesa do direito

ao trabalho rural digno e sustentável.

É a terra que queremos e sonhamos ver dividida. Como diz o poeta, é de bom

tamanho, nem largo, nem fundo. É a parte que nos cabe deste latifúndio.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra à Sra. Deputada

Janete Capiberibe. S.Exa. disporá de 1 minuto.

A SRA. JANETE CAPIBERIBE (PSB-AP. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, um paciente do Instituto de Nefrologia do Amapá está acorrentado e

em greve de fome, em frente ao Hospital de Clínicas Doutor Alberto Lima, para

denunciar a falência da saúde pública no Governo Waldez.

Ele está há 1 ano e 2 meses sem medicamento. As sessões de hemodiálise

atrasam e a duração é reduzida.

No referido hospital, o lixo se acumulou por 1 semana e o mau cheiro tomou

conta, porque o Governador não paga pelo serviço. Só hoje de manhã a empresa

recolheu o lixo hospitalar.

Os trabalhadores de empresas terceirizadas de segurança, limpeza e

manutenção estão há 4 meses sem salário — que pai ou mãe de família vive assim?

—, os da enfermagem fizeram greve. Waldez rompeu o acordo e não paga os

atrasados da Gratificação de Assistência à Saúde. Os mais pobres sofrem. É caso

de intervenção!

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que meu discurso seja divulgado no programa

A Voz do Brasil.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - V.Exa. será atendida.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra à Deputada

Alice Portugal, madrinha da Polícia Rodoviária Federal. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da

oradora.) - Madrinha, com muito orgulho, dessa grande corporação, que enaltece o

Brasil com uma polícia cidadã.

Sr. Presidente, faço uso deste minuto para parabenizar o jovem Rui Costa,

Governador do meu Estado, a Bahia, pelas iniciativas tomadas para combater o

Aedes aegypti.

Nós sabemos que esse conjunto de epidemias que acomete o País tem tudo

a ver com saneamento básico, tem tudo a ver com saúde pública e prevenção. E,

sem dúvida, a falta de trato nessa área durante muitos e muitos anos levou o Brasil

a novamente ser infestado por esse mosquito, vetor de uma série de doenças.

Essas são as que conhecemos, mas outras poderão ser disseminadas por esse

agente.

E, nesse sentido, o Governador reuniu SENAI CIMATEC, empresários, o

movimento social e agentes de saúde, o que tem estimulado muito as Prefeituras.

Espero que finalmente a Prefeitura de Salvador também se estimule a

combater as endemias, porque está a vida do nosso povo em jogo, especialmente a

saúde das grávidas e de seus filhos.

Obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigada, Deputada.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Com a palavra o Deputado

Vicentinho.

O SR. VICENTINHO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, não usarei nem 1 minuto. Quero apenas pedir a V.Exa. que o

pronunciamento por mim proferido anteriormente seja divulgado no programa A Voz

do Brasil e nos meios de comunicação da Casa.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - O pronunciamento de V.Exa. será

divulgado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Com a palavra o Deputado Marx

Beltrão, por 5 minutos.

O SR. MARX BELTRÃO (PMDB-AL. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, o ano de 2015 foi duro economicamente para o nosso País.

Enfrentamos uma grande crise econômica, enfrentamos cortes e medidas de ajuste

fiscal, enfrentamos a maior alta do dólar da história, desde que temos o real como

moeda.

E, infelizmente, a perspectiva para este ano que se inicia não é de

prosperidade ou de melhora. As previsões dos economistas e das instituições

financeiras são de recessão, retração do PIB e aumento da inflação para este e para

o próximo ano.

Para quem não lida constantemente com economia, pode parecer complicado

de compreender, mas é o tipo de dificuldade que está mais próxima do que

imaginamos.

A inflação é o aumento constante e a instabilidade nos preços de bens e de

serviços. É o aumento súbito no preço do tomate, do feijão, a variação no preço de

eletrodomésticos de um mês para o outro, a oscilação no preço das roupas das

crianças, e o reajuste constante de passagens, por exemplo.

A inflação hoje no Brasil está na casa dos 11%. Enquanto isso, o salário do

trabalhador não acompanha essa ascensão. Essa é a primeira consequência trágica

da alta da inflação: a desvalorização da moeda. A equação não fecha, o dinheiro

não dá conta de comprar tudo o que precisa e nem paga o que comprava antes.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185

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O segundo problema é que, enquanto a moeda do País se desvaloriza, as

outras fazem o movimento inverso. Os produtos importados aumentam de preço, o

que alimenta ainda mais a inflação em um círculo vicioso.

E aí se segue uma série de implicações na economia do País. Num ambiente

de inflação elevada, muitos investidores preferem deixar o dinheiro aplicado em

bancos a assumirem o risco de investir no setor produtivo.

A avaliação do mercado internacional é negativa, e os investidores acabam

optando por retirar o investimento ou deixar de investir em nosso País. Esses dois

fatores, combinados, têm um resultado terrível: o fechamento de milhares de vagas

de emprego.

Por fim, o Governo tem optado por elevar as taxas de juros como estratégia

de redução do consumo e para combater a inflação, com o objetivo de forçar os

preços a caírem. Porém, a alta dos juros prejudica o mercado imobiliário, dificulta os

financiamentos e o crédito ao consumidor. Mais uma vez, quem paga a conta é o

trabalhador, que enfrenta dificuldades para quitar suas dívidas.

Tudo isso já é realidade em nosso País. E, como eu disse há pouco, o cenário

tende a piorar. Pelo menos é o que os especialistas e o próprio Banco Central

apontam.

Os economistas do mercado financeiro estimaram ainda mais inflação, com

um aumento de 7,56% para 2016 e de mais 6% para 2017. Foi a sexta elevação

seguida para 2016 e a quarta para a previsão de 2017.

São diversos fatores que, juntos, dificultam a vida do brasileiro e impedem a

saúde econômica de milhares de famílias. E as escolhas do Governo têm sido

erradas em diversos aspectos.

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Elevar as taxas de juros, a meu ver, só beneficia os bancos. É injusto que um

País com inflação de 11% ainda tenha uma taxa de juros de 200% ao ano no

cheque especial e de 400% ao ano no cartão de crédito. Que trabalhador dá conta

desse cenário? Nessa situação, ele não consegue nem fechar as contas e nem

colocar comida na mesa.

Precisamos buscar novos caminhos, caminhos que não penalizem a parte

mais fraca da balança, que é o trabalhador.

É preciso investir de maneira sustentada e não deixar de fazer investimentos

importantes. É preciso reduzir a carga tributária e não aumentá-la. É preciso diminuir

as taxas de juros e não aumentá-las. É preciso, acima de tudo, pensar no cidadão

comum antes de tomar medidas econômicas, cuidar para não prejudicá-lo ainda

mais.

Minha sugestão ao Presidente da Casa e aos meus colegas Deputados é que

formemos um grupo de trabalho, para que possamos ouvir especialistas e

desenvolver novas opções, soluções e caminhos de saída da crise que o Brasil

enfrenta, para que o Legislativo tenha um papel mais ativo nesse processo.

É este o meu apelo, nobres colegas: que não fiquemos de braços cruzados;

que não deixemos passar nesta Casa medidas que só prejudicam o cidadão e que

não trazem soluções reais; que façamos a nossa parte e cumpramos o nosso papel;

que tenhamos sempre em mente quem nós representamos: o trabalhador.

Essa é a minha visão, a minha orientação e o meu compromisso.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra à Deputada

Maria do Rosário, por 1 minuto.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, eu quero neste momento dizer que um dos aspectos mais importantes

da educação brasileira foi a criação, ao longo dos últimos anos, dos Institutos

Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, as antigas escolas técnicas.

Na última semana, tomou posse o Presidente do CONIF, com a sua nova

diretoria, o qual cumprimento em nome da Frente Parlamentar Voltada para a

Modalidade de Educação Profissional e Tecnológica da Câmara dos Deputados. O

Reitor Marcelo Bender Machado, do Instituto Federal Sul-rio-grandense, tomou

posse com a nova diretoria. São 562 campi e mais de 1 milhão de matrículas de

estudantes em todo o Brasil em 38 institutos federais. Vida longa aos institutos

federais!

Deixo meus cumprimentos ao Conselho Nacional das Instituições da Rede

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia — CONIF. Tenho certeza de que essas

instituições contribuem muito com o Brasil e seguirão contribuindo muito para o

sentido mais amplo de desenvolvimento nacional.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputada.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Passo a palavra ao Deputado

Geraldo Resende. S.Exa. tem 1 minuto.

O SR. GERALDO RESENDE (Bloco/PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, somente quero registrar a nossa participação na belíssima cerimônia

ecumênica de lançamento da Campanha da Fraternidade deste ano. A cerimônia foi

celebrada pelo novo Bispo, D. Henrique Aparecido de Lima, e também pelo Pastor

Eugênio Lins, que é Presidente do Conselho dos Pastores Evangélicos de

Dourados, junto com o Pastor Sergio Nogueira.

O tema da Campanha, muito pertinente, Casa Comum, Nossa

Responsabilidade, chama a atenção para o saneamento básico. E o lema Quero Ver

o Direito Brotar como Fonte e Correr a Justiça qual Riacho que não Seca aponta

caminhos para que a sociedade possa buscar de fato acesso a saneamento básico

em todo o País.

Nós, Deputados Federais, que temos atuação nesse cenário, que levamos

tantos recursos para Mato Grosso do Sul, em especial Dourados, ficamos muito

felizes em participar dessa cerimônia.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, após as festividades do carnaval, o

Brasil se volta para o calendário cristão, juntando-se ao povo de Deus para o

período da Quaresma. É nesse tempo de orações e fé em Jesus que a

Confederação Nacional dos Bispos do Brasil — CNBB e o Conselho Nacional das

Igrejas Cristãs lançaram no início do mês a Campanha da Fraternidade Ecumênica

2016. E por oportuno, participei de uma linda celebração, liderada pelo nosso bispo

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Dom Henrique Aparecido de Lima, da Diocese em Dourados, e pelo Pastor Eugênio

Lins e o Vereador Pastor Sérgio Nogueira.

A campanha vai alertar sobre o direito constitucional de todas as pessoas ao

saneamento básico e a debater políticas públicas e ações que garantam a

integridade e o futuro do meio ambiente. Ela também vai tratar do desenvolvimento,

da saúde integral e da qualidade de vida dos cidadãos.

Sr. Presidente, um dos maiores desafios do Governo Federal, dos Estados e

Municípios é oferecer cobertura total de coleta e de tratamento de esgoto. De acordo

com o último ranking do Instituto Trata Brasil, 82,5% dos brasileiros são atendidos

com abastecimento de água tratada. No entanto, 35 milhões de pessoas ainda não

têm acesso a esse serviço básico.

No Centro-Oeste, 45,9% do esgoto é tratado. A região tem o melhor

desempenho, porém a média de esgoto tratado não atinge nem a metade da

população.

Nos últimos anos, o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul, através da

SANESUL, vem realizando investimentos na ordem de R$ 420 milhões em todos os

Municípios. E, como médico e Parlamentar sul-mato-grossense, eu também tenho

feito o meu dever de ofício que é destinar emendas e priorizar recursos para

investimentos em saúde e infraestrutura urbana, sobretudo em saneamento básico.

De 2003 até 2014, foi liberado, através do envolvimento e participação do nosso

mandato, o valor de R$ 209 milhões, desde elaboração de planos municipais de

saneamento básico até obras mais complexas como construção, ampliação e

melhorias em sistemas de abastecimento e tratamento sanitário em Municípios sul-

mato-grossenses, distritos, assentamentos e aldeias indígenas. O valor, embora seja

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quase a sua totalidade, é pouco visto aos olhos da população, em função de as

obras de saneamento básico normalmente estarem enterradas e não aparecerem.

Mas o resultado delas é esplêndido e recompensador.

Para terem uma ideia, quando comecei minha trajetória política, Dourados

tinha apenas 20% de cobertura de saneamento básico, e hoje o Município já

ultrapassa a barreira dos 90%, figurando entre as cidades do Brasil que oferece um

tratamento melhor de esgoto e de distribuição de água limpa. Tudo isso graças ao

trabalho visionário e que hoje a população de Dourados reconhece sim, através do

uso de água potável e o fim do esgoto correndo na porta de casa.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, discutir saneamento básico é falar sobre água

potável, esgoto sanitário, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos, o controle

de meios transmissores de doenças e a drenagem de águas pluviais, medidas

necessárias para que as pessoas tenham saúde e vida descentes. É um dos

caminhos mais importantes no que diz respeito ao combate do mosquito Aedes

aegypti, que tem arruinado famílias inteiras e assombrado as mulheres grávidas que

fogem da multiplicação sem controle do mosquito transmissor do vírus da zika,

dengue e chikungunya.

Embora a população tenha direito de cobrar responsabilidades das

autoridades de saúde e dos governos, é fundamental que o povo brasileiro se

envolva nos esforços para não permitir a proliferação do mosquito. É nessa linha

que diz assim o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica: Casa Comum,

Nossa Responsabilidade, e o lema do capítulo bíblico de Amós (5,24): “Quero ver o

direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”.

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Portanto, investir no correto abastecimento de água e na destinação do

esgoto sanitário é um dos pilares essenciais na formatação de uma sociedade mais

limpa e livre de doenças, é respeitar um dos direitos mais essenciais do ser humano,

enfatizando a sua condição essencial de ter acesso à água potável como fonte

primordial vida. Por isso, essa é uma causa que vai além das questões religiosas.

Ela deve ter o apoio e o esforço incondicional de todos contra o mosquito.

Por fim, cumprimento e parabenizo a CNBB, na pessoa do bispo da Diocese

de Dourados, Dom Henrique Aparecido de Lima, e ao Conselho Nacional das Igrejas

Cristãs, representado pelo Pastor Eugênio Lins e Vereador Pastor Sérgio Nogueira,

pela brilhante e nobre iniciativa de aprofundar esse tema tão importante e que

precisa necessariamente da participação de todos os irmãos, em nome de Jesus.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. meu pronunciamento seja divulgado pelos

meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Simão Sessim, por 1 minuto.

O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, agora parece que o Governo do Estado do Rio de Janeiro deve acabar

com o flagelo da falta de água que atinge 2,5 milhões de pessoas na Baixada

Fluminense.

Parece que, finalmente, o Governo do Estado do Rio de Janeiro sinaliza boas

notícias para a população dessa região tão mal assistida. Ele está iniciando um

projeto que está orçado em 3,4 bilhões de reais, financiado pela Caixa Econômica

Federal, e engloba os programas Água para Todos e Guandu 2. Tal projeto já está

sendo executado pela CEDAE — Companhia Estadual de Águas e Esgotos, do Rio

de Janeiro, e deverá atender toda a região da Baixada Fluminense.

Por isso, quero reiterar os meus sinceros agradecimentos ao Presidente da

CEDAE, Dr. Jorge Briard, e ao Governo Pezão, pela sua sensibilidade e dedicação à

causa pública, bem como por sua vontade constante de atender aos anseios da

população da Baixada Fluminense. S.Exa. sempre esteve ao nosso lado,

acompanhando de perto a nossa luta, as nossas reivindicações, dedicando-nos,

igualmente, sempre uma palavra de apoio, carinho e esperança.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pelo menos 2,5 milhões de pessoas

que residem na Baixada Fluminense não dispõem de água potável para consumo

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em suas casas. Para quem mora na região, tão certo quanto as altas temperaturas

do verão são as torneiras secas e a triste rotina de ter que carregar água em baldes

e bacias na cabeça.

Atualmente, a rede de abastecimento de água da CEDAE deixa de atender

formalmente 25% do Município de Japeri, 30% de Seropédica e Magé, 26% de

Paracambi, 15% em Itaguaí, 20% de São João de Meriti, 33% de Belford Roxo, 17%

de Queimados, 29% de Duque de Caxias, 6% de Nova Iguaçu, 4% de Mesquita e

por aí afora.

Por isso mesmo, é comum vermos mangueiras esticadas em quintais,

atravessando ruas em direção a poços artesanais, de salubridade duvidosa, solução

geralmente encontrada por moradores indefesos.

Eu, pessoalmente, tenho me empenhado ao máximo, aqui, em Brasília, junto

ao Governo Federal, através desta Casa, na tentativa de pelo menos amenizar o

sofrimento daquele povo que de forma inexplicável se vê privado do sagrado direito

de acesso a uma das maiores fontes da vida, que é a água potável.

Foi com muita luta e investimentos de mais de R$ 150 milhões, obtidos em

Brasília, que consegui universalizar o abastecimento de água em Nilópolis.

Construímos na cidade um reservatório com capacidade para 13 milhões de litros de

água, uma nova adutora com 1,6 mil metros de extensão e 600 milímetros de

diâmetro, além de um booster com pressão suficiente para atender um sonho antigo

de toda a população.

Agora, finalmente, Sr. Presidente, o Governo do Estado do Rio de Janeiro

sinaliza boas notícias para o restante daquela população tão desassistida nas suas

necessidades básicas: a CEDAE está iniciando um ambicioso projeto, já em

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execução, que, segundo garantem seus diretores, tem como objetivo dar fim ao

problema crônico da falta d’água que atinge milhões de pessoas na região da

Baixada Fluminense.

O projeto, orçado em R$ 3,4 bilhões, financiados pela Caixa Econômica

Federal, engloba os programas Água para Todos e o Guandu 2. O primeiro trecho

contempla um conjunto de nove obras; a segunda etapa se destina à construção da

estação de tratamento do Guandu 2, com capacidade de 12 metros cúbicos por

segundo; e a terceira envolve a construção de adutoras, subadutoras e

reservatórios.

O pacote de obras engloba, na verdade, 18 grandes elevatórias, 18 novos

reservatórios e a reforma de outros nove, com a ampliação de alguns, além de mil

quilômetros de tubulação.

Ficamos felizes com esta boa notícia para uma região tão carente de grandes

projetos de infraestrutura. Até porque, a dura realidade da ação lesiva por conta do

crônico problema da falta d’água é que este martírio já se arrasta por várias

décadas, gerando indignação e sofrimento.

Reitero, portanto, os meus sinceros agradecimento ao Presidente da CEDAE,

Sr. Jorge Briard, e ao Governador Pezão, pela sua sensibilidade, dedicação à causa

pública, bem como a vontade constante de atender aos anseios da população da

Baixada Fluminense. S.Exa. sempre esteve ao nosso lado, acompanhando de perto

a nossa luta, as nossas reivindicações, dedicando-nos igualmente sempre uma

palavra de apoio, carinho e esperança.

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Isto posto, Sr. Presidente, faço torcida para que o programa Água Para Todos

venha de fato saciar a sede de investimentos que o povo da Baixada Fluminense

tanto clama e suplica como resgate do respeito e da própria cidadania.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Laudivio Carvalho.

V.Exa. tem 5 minutos.

O SR. LAUDIVIO CARVALHO (Bloco/PMDB-MG. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, minha amiga dona de casa, meu

amigo trabalhador, todos os que estão acompanhando a TV Câmara e a Rádio

Câmara neste momento, muito boa tarde.

Sr. Presidente, ando muito preocupado com a saúde e a segurança pública

em nosso País.

No meu Estado, Minas Gerais, um dos maiores da Federação, o Governo —

ouçam bem — contingenciou 2 bilhões de reais no Orçamento deste ano. Ou seja,

cortou 2 bilhões de reais do Orçamento de 2016.

Na saúde, foram cortados 198 milhões de reais, no momento em que há uma

epidemia de dengue, chikungunya e agora do zika vírus, que apavora todos nós.

Foram cortados 198 milhões de reais!

Imaginem os hospitais de Minas Gerais superlotados, as policlínicas sem

condição de atender, o sistema de saúde no CTI e o corte de 198 milhões de reais!

No ano passado, o Governo de Minas Gerais criou três Secretarias, mais 500 cargos

comissionados e gastou 850 mil reais em fretamento de jatinhos, em aluguel de

aviões.

Sr. Presidente Capitão Augusto, a segurança pública do Brasil, que é a sua

área, também está no CTI. V.Exa. sabe muito bem disso. E o Governo do meu

Estado cortou 360 milhões de reais da segurança pública.

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Em Minas Gerais, faltam viaturas, faltam homens. Muitas vezes, o

combustível é regrado. Não existem delegacias em todas as cidades de Minas

Gerais.

Muitas vezes, um policial militar tem que entrar na sua viatura levando um

preso, testemunhas e vítima e anda 100, 120, 150 quilômetros para registrar uma

ocorrência. Na maioria das vezes, naquela cidade, só há uma viatura, só há uma

guarnição. E, quando ela se ausenta, a população fica entregue nas mãos dos

bandidos, entregue à própria sorte.

Não é possível que façam isso com a segurança pública do Estado de Minas

Gerais. Em muitas delegacias, falta uma cadeira para uma testemunha se sentar,

para uma vítima ter um mínimo de conforto, e, mais do que isso, falta toner, por

exemplo, para uma impressora. Policiais civis, em Minas Gerais, fazem cotização

muitas vezes para fazer uma reforma na cozinha de uma delegacia e ter ali um lugar

para esquentar uma marmita. As dependências são as piores possíveis. E cortam

360 milhões de reais da segurança pública no meu Estado!

Existem cidades na situação da minha cidade natal, Bocaiúva. Ela tem um

distrito chamado Alto Belo, onde há apenas um policial militar para cuidar de uma

extensa zona rural, em que os assaltos, arrombamentos e furtos acontecem à luz do

dia. Esse policial trabalha de segunda-feira a sexta-feira. Sábado e domingo, não há

ninguém da polícia. Esse é o retrato da segurança pública no Estado de Minas

Gerais.

Não é possível continuarmos a concordar com cortes. Por que o Governo de

Minas não cortou da própria carne, não diminuiu Secretarias? Por que mais 500

cargos comissionados? Por que alugar aviões?

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Temos que cuidar primeiro do nosso povo. Temos que cuidar da nossa gente.

Minas Gerais, Sr. Presidente, não pode ficar relegada a segundo plano na saúde e

na segurança pública. São dois temas recorrentes e que chamam a atenção de todo

o País.

É preciso ter mais responsabilidade, porque se morre por falta de hospital,

mas se morre também por falta de polícia nas ruas para prevenir o crime. A Polícia

Militar de Minas faz o que pode, porque tem homens valorosos, mas está sendo

deixada de lado, assim como a Polícia Civil.

Gostaria que a minha fala fosse registrada no programa A Voz do Brasil e

pelos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Eu que agradeço, Deputado

Laudivio Carvalho. O pedido de V.Exa. será atendido.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Com a palavra o Deputado Luiz

Sérgio. S.Exa. tem 1 minuto.

O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, uso

meu tempo para lamentar o falecimento de Carlos Manoel, ex-Presidente do

Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, ex-dirigente da CUT — Central Única

dos Trabalhadores e ex-diretor da Confederação Nacional dos Metalúrgicos.

Estive com ele na sexta-feira no Município de Maricá, quando conversamos

sobre projetos. Ele se encontrava muito empolgado. E hoje, logo cedo, tive a notícia

triste do seu falecimento.

Deixo aqui meu abraço a todos os seus familiares. Eu lamento essa perda.

Rendo minhas homenagens a essa pessoa. Carlos Manoel era um jovem militante

entusiasmado. Todos nós do movimento sindical e social do Rio de Janeiro nos

encontramos tristes com essa notícia.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Marcus Pestana, do PSDB de Minas Gerais.

O SR. MARCUS PESTANA (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Brasil vive um impasse: a inflação está acima de 10%; a economia

recuou 4,1%; a indústria, 8,4%; o endividamento das famílias é alto; a qualidade de

vida caiu; a perspectiva é de 11 milhões de desempregados no final do ano; e o

sistema político não consegue dar um norte, uma porta de saída.

Não há luz no final do túnel. Não há a menor possibilidade de tirar o País da

crise no Governo Dilma, porque a mudança depende de um governo com força, com

apoio, com convicção. Isso o Governo Dilma não tem mais.

Só há três saídas: a renúncia, o impeachment ou o processo no Tribunal

Superior Eleitoral. Como tudo isso está em banho-maria e algumas hipóteses são

distantes, nós vivemos uma angústia. O povo brasileiro pensa: “Qual será o caminho

do Brasil diante de uma crise tão profunda e sem perspectiva de melhora?”.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, agora que o último folião guardou a

fantasia, é possível encarar 2016 e seus desafios.

O horizonte não é nada animador. O desemprego ronda a casa dos 9%,

podendo bater na porta de 11 milhões de brasileiros até o final de 2016. Vivemos

provavelmente a maior recessão de nossa história com 3 anos seguidos de

crescimento negativo. No ano passado, demos marcha ré de 3%. A produção

industrial despencou 8,3%. Nossa indústria está indo pelo ralo, perdendo

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competitividade e posições na economia global. Mesmo com todo esse

desaquecimento, a inflação persistiu alta, muito acima das metas traçadas pelo

Banco Central. O IPCA fechou acusando uma alta de 10,67% nos preços. Até a

notícia boa não é tão boa. A balança comercial registrou um superávit de quase 20

bilhões de dólares. Mas, quando se vê com lupa, se enxerga que não foi um

vigoroso aumento das exportações que produziu o resultado. Ao contrário, as

exportações recuaram 14,1% em 2015. Acontece que as importações caíram muito

mais, 24,3%.

O cenário fiscal é uma tragédia. Governo Federal, Governos Estaduais e

Prefeituras são abraçados por um quadro de escassez completa. Dívida e déficits

são crescentes. O corte de despesas não é fácil, dada a rigidez dos orçamentos

públicos e a tolerância da sociedade com novos aumentos de impostos é próxima de

zero. Consumo e investimento devem continuar ladeira abaixo.

O Governo Dilma tenta encobrir seus erros imputando a crise ao quadro

mundial derivado do tsunami econômico de 2008. Essa tentativa não resiste a um

sopro. Embora haja incertezas no cenário global, o mundo cresceu mais de 3% em

2015, enquanto amargávamos um recuo equivalente. Apesar da queda do preço das

commodities, nossa economia poderia estar com uma trajetória de crescimento

como outros países latino-americanos ou como os BRICS — Índia, China e África do

Sul. Bastava ter feito o dever de casa, com reformas estruturais, responsabilidade

fiscal e melhoria do ambiente institucional. A crise é made in Brazil, e não adianta o

PT tentar se desvencilhar de sua obra e seus desastrosos resultados.

Diante de tudo isso, o que esperar de 2016?

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O Governo Dilma já revelou sua incapacidade de liderar a retomada. A crise é

grave e exige mudanças. Precisaríamos de um choque de confiança e reformas

como as que estão sendo promovidas por Macri na Argentina. Mas isso exige

liderança, pulso, convicção, apoio, credibilidade. Tudo o que Dilma e o PT não

dispõem no momento.

O ideal seria a convocação de novas eleições. Mas, no presidencialismo, os

mandatos são rígidos. O impasse brasileiro é esse. Precisamos de mudanças

urgentes, mas o impeachment ficou mais distante após as decisões do Supremo

Tribunal Federal. O Tribunal Superior Eleitoral não julgará rapidamente a cassação

da chapa Dilma/Temer por abuso do poder político e econômico, e a renúncia não

parece fazer parte do repertório de nossa desgastada Presidente.

Infelizmente, o Brasil está perdendo o fio da meada!

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Marcelo Aro.

O SR. MARCELO ARO (Bloco/PHS-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há pouco, ouvi atentamente o discurso de um

colega nosso aqui falando dos cortes na segurança pública em Minas Gerais.

Quero deixar claro aqui, Presidente, que esse contingenciamento, e não esse

corte, não oferece nenhum prejuízo à segurança do cidadão. Não está cortando de

armamento, não está cortando policial da rua. Absolutamente nada disso!

Trata-se de um contingenciamento na questão da previdência e, ainda assim,

não quer dizer que não irá pagar. Pelo contrário, o que agora está fazendo é

tentando equilibrar aquilo que se arrecada com aquilo que se gasta. Não pode haver

um gasto desproporcional, irresponsável. Então, o que o Governador está fazendo é

equilibrar essas contas.

Tenho certeza de que, no momento em que ele equilibrá-las, a arrecadação

irá aumentar, e, aí, sim, ele poderá pagar todos esses contingenciamentos.

Isso é um contingenciamento. Não há corte, não há nada que abale a

segurança do cidadão mineiro.

Quero deixar isso claro, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Bebeto.

V.Exa. tem 5 minutos.

O SR. BEBETO (PSB-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.

Deputadas, Srs. Deputados, quero abordar nesta tarde um tema importante não só

para a Bahia, enquanto zona produtora do cacau, mas também para Rondônia e

para o próprio Pará.

Ato praticado pela Sra. Ministra da Agricultura, Kátia Abreu, pegou de

surpresa a Bahia e acredito que também os demais Estados produtores de cacau.

Há uma proposta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — MAPA

dispondo sobre a reestruturação de importante órgão vinculado a uma unidade

ministerial, a um gabinete ministerial: a Comissão Executiva do Plano da Lavoura

Cacaueira — CEPLAC.

A CEPLAC, Sr. Presidente, está presente em seis Estados e 223 Municípios,

com abrangência em 22 territórios rurais. Ela tem como missão promover o

desenvolvimento rural do País, visando à promoção sustentável das áreas e das

regiões produtoras de cacau.

A CEPLAC firmou a sua trajetória sobretudo no desenvolvimento de ações

voltadas para o produto cacau. Na sua história, ela acumulou essa expertise, essa

vocação.

O cacau tem ajudado a gerar divisas para este País. Ele tem sido um

importante instrumento, um importante ativo da economia rural do nosso Brasil.

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Pois bem, Sr. Presidente, a CEPLAC vem desde 2006 numa trajetória de

reorganização, com um quadro de servidores prestes a se aposentar, o que, em

ocorrendo, acabará por matar de inanição aquela instituição.

No ano passado, nós tivemos o cuidado de procurar a Sra. Ministra e pedir-

lhe que avaliasse a condição da CEPLAC, analisasse o seu quadro funcional e,

sobretudo, estabelecesse um novo concurso público, a fim de se dar continuidade à

pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologia que aquela entidade vem realizando.

Mas, lamentavelmente, nós recebemos a notícia de que a Ministra e o MAPA e

estão propondo uma reforma, sem que nós, as organizações de trabalhadores, os

produtores de cacau, as bancadas dos Estados produtores de cacau, inclusive da

Bahia, tenhamos pleno conhecimento do que se trata. Isso pegou todos de surpresa.

Não podemos aceitar isso, Sr. Presidente! E por que não? A CEPLAC tem na

sua historicidade, além da expertise, uma transversalidade na sua atuação. As

ações por ela realizadas, por meio de seus diversos programas, são conhecidas e

reconhecidas mundialmente e fazem parte da estrutura de um plano plurianual, com

secretarias do MAPA.

A CEPLAC está presente em órgãos descentralizados, na execução de

políticas públicas de defesa sanitária e vegetal. Agora, por exemplo, ela adotou uma

nota técnica relativamente à importação do cacau, contra a monilíase, que poderia

contaminar toda a produção cacaueira. A entidade é, sem sombra de dúvidas, parte

determinante na produção de ciência e tecnologia neste País.

A CEPLAC cuida do desenvolvimento científico e tecnológico. Ela é um dos

mais importantes centros de pesquisas do mundo em cultivos tropicais, tendo um

portfólio de projetos na área de genética, biologia molecular, fitossanidade, manejo e

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fisiologia da produção, solos e nutrição de plantas. Portanto, trata-se de um órgão

reconhecido, com credibilidade mundial, com credibilidade neste País.

Nós não podemos aceitar isso passivamente. E faço aqui um chamamento à

bancada da Bahia.

Eu inclusive tentei conversar com o Ministro Jaques Wagner, da Casa Civil,

para exigir do Governo Federal respeito pela Bahia, respeito pelos Estados e pelas

áreas produtoras de cacau e garantir que, seja qual for a reforma a ser feita, ela seja

discutida com as bancadas no Senado, com a bancada federal, com os agricultores,

com os cacauicultores, com os órgãos de pesquisas. Afinal, não se trata de uma

instituição qualquer.

Neste sentido, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, trago aqui a minha

fala, fazendo uma concitação pública aos cacauicultores, à nossa bancada de

Deputados da Bahia, de Rondônia e do Pará. Que nós nos somemos no esforço de

dialogar com o Ministério da Previdência Social para evitar que se perpetre esse

golpe contra os interesses da cacauicultura, dos produtores, dos trabalhadores e da

comunidade científica.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Flavio Nogueira. (Pausa.)

Com a palavra a Deputada Moema Gramacho. (Pausa.)

Com a palavra o Deputado Zé Geraldo. (Pausa.)

Com a palavra o Deputado Bohn Gass.

O SR. BOHN GASS (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.

e Srs. Deputados, em dezembro de 1989, o jornal O Globo publicou um editorial

sobre a campanha presidencial daquele ano. O título era: Direito de saber. Tratava

da acusação de que Lula teria tentado induzir sua ex-mulher, Mirian, a abortar.

Dizia o texto: “...a primeira reação do público terá sido de choque...”

E, logo abaixo:

“...se for verdadeiro, cabe indagar se o eleitor deve ou não

receber um testemunho que concorre para aprofundar o

seu conhecimento sobre aquela personalidade que lhe

pede o voto...”

A personalidade que pedia voto era Lula. E a verdade que o jornal O Globo

considerava importante era a de o eleitor se aprofundar no sentido de apurar se ele

havia pago um aborto.

Passam-se quase 30 anos... O jornal é a Folha de S.Paulo. Uma ex-amante

de Fernando Henrique conta que ele pagou não um, mas dois abortos. E que — ora

vejam! — ele lhe mandava dinheiro, por meio de um paraíso fiscal e através de uma

empresa que detinha concessões públicas federais.

Abro um parênteses aqui para concordar com Fernando Henrique Cardoso.

Quando a Folha de S.Paulo lhe pergunta se era verdade que ele pagara para a ex-

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repórter da TV Globo, Mirian Dutra, fazer dois abortos, ele disse: “Questões de

natureza íntima, minha ou de quem quer que sejam, devem se manter no âmbito

privado a que pertencem.” E eu concordo com ele. É isso mesmo. Os abortos da ex-

amante de Fernando Henrique Cardoso não são tema da política.

Mas eu não vim aqui falar disso. Eu vim falar sobre a diferença de tratamento

que se deu ao caso de Lula, em 1989, e ao caso de agora, de Fernando Henrique

Cardoso. Seria uma evolução da imprensa brasileira, que finalmente compreendeu

que isso não é mesmo uma pauta política? Bom se assim o fosse. Mas eu,

sinceramente, penso que o que mudou não foi a imprensa, mas simplesmente o

personagem.

Imaginem se uma ex-amante de Lula declarasse à Folha de S.Paulo o que diz

a ex-amante de Fernando Henrique Cardoso:

“E aí tem uma história muito cabeluda nisso tudo,

que ele, por meio de uma empresa, mandava um dinheiro

para mim. Tenho como provar: Tenho contrato. Tudo

guardado aqui. É muito sério. Por que ninguém nunca

investigou isso? Por que ninguém nunca investigou as

contas que ele tem aqui fora?”

“Aqui fora”, no caso, é fora do Brasil.

Ou imaginem se uma ex-amante de Lula tivesse perguntado: “Como ele deu,

em 2015, um apartamento de 200 mil euros” — cerca de 900 mil reais — “para o

filho que ele agora diz que não é dele?”

Nesse caso, tenho certeza de que a gangue midiática não faria apenas um

editorial, mas algum procurador prontamente chamaria a imprensa e, em tom

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acusatório, declararia: “Estamos abrindo uma investigação sobre as contas de Lula

no exterior. Queremos saber de onde ele tirou dinheiro para comprar um

apartamento de 1 milhão de reais”.

Na mesma noite veríamos algum prócer da Oposição enchendo a boca no

Jornal Nacional: “Consideramos grave que um ex-Presidente tenha sido acusado de

ter contas no exterior e, o que é pior, de ter repassado dinheiro a uma ex-amante por

meio de um paraíso fiscal.” E, no dia seguinte, a manchete: “Empresa que Lula usou

para pagar ex-amante tinha concessões públicas.”

É disto que se trata, senhoras e senhores: da diferença de tratamento pela

imprensa e das acusações de que Fernando Henrique usou paraísos fiscais para

mandar dinheiro à amante, não de abortos. É por isso que estamos pedindo ao

Ministério da Justiça e à Procuradoria-Geral da República que abram uma

investigação sobre as declarações da Sra. Mirian Dutra a respeito do modo como o

ex-Presidente Fernando Henrique lhe enviava dinheiro. É essa a exigência da

sociedade brasileira, porque as investigações são seletivas.

O tema das concessões públicas era fachada, pois, provavelmente, Fernando

Henrique Cardoso, ex-Presidente da República, usava disso no exterior, em conluio

com a imprensa, para manter abafada essa denúncia gravíssima de envio de

dinheiro de empresas que mantinham serviços com o Estado para uso particular.

É isto que nós estamos solicitando: investigação. Todos precisam ser

investigados. Não há investigação seletiva como esta que está sendo feita.

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O Sr. Capitão Augusto, nos termos do § 2° do art.

18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Delegado Edson Moreira, nos

termos do § 2° do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

próximo orador inscrito, o Deputado Flavio Nogueira.

O SR. FLAVIO NOGUEIRA (PDT-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, com muita alegria e satisfação, faço o registro

dos 65 anos de um dos jornais mais importantes do Nordeste, da nossa Capital

Teresina, no Piauí, que foi fundado ainda no início da década de 50 pelo Sr.

Mundico Santídio.

Como sempre, todo jornal começa pequeno, feito num galpão. Mas esse já

nasceu aguerrido, dando opinião, combatendo as mazelas do Estado à época,

naquela década, e foi crescendo graças a essa linha editorial. O editorial contava

com a presença de grandes articulistas, como o grande intelectual Arimatea Tito

Filho, Pedro Conde, Valdemar Sandes, Olimpio Costa e tantos outros que passaram

pelas redações desse já longevo diário, que, aliás, passou a ser diário.

No início, saía às quintas e aos domingos cedinho pela manhã. Depois, com a

entrada na direção, o Coronel Octávio Miranda fez com que esse jornal tivesse um

parque gráfico mais moderno, com mais presença na sociedade, porque passou a

ser um jornal diário.

Então, ao longo desse tempo, esse jornal tem guardado não só a história do

Piauí. Ele é um acervo histórico não só da nossa terra, o Piauí. Ele acompanhou

toda a política e toda a história do Brasil, como os problemas da década de 50 com

Getúlio Vargas e o período militar, sempre atuando e informando o nosso Estado, os

nossos ouvintes.

Mas há uma parte do jornal que foi importantíssima. No Nordeste sempre

houve, ao longo daquele tempo, o chamado “crime organizado”. E no Piauí não era

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diferente, pois o Estado vivia quase sob a égide de uma organização criminosa. Mas

o jornal O Dia foi para a frente, combativo, e desmantelou essa organização

criminosa, evidentemente que auxiliado pelo Ministério Público, com o grande

Promotor Afonso Gil Castelo Branco, e pela Polícia Federal, com Robert Rios, tendo

à frente do seu corpo editorial o jornalista Arimateia Azevedo.

E hoje o jornal tem sido conduzido também pelo seu dinâmico Presidente, o

Sr. Valmir Miranda, que informatizou sua redação, servindo até de modelo para as

muitas redações de jornais, inclusive do Sul do País, que mandaram seus jornalistas

a Teresina para verem a organização de um jornal moderno, como é hoje o jornal O

Dia.

Então, eu gostaria de deixar esse registro, que é muito importante para a

história do jornalismo não só do Piauí, mas também do Brasil.

E para que V.Exas. vejam como é bem organizado, o jornal ainda hoje

mantém colunas antigas, como as colunas esportivas de Deusdeth Nunes,

carinhosamente chamado de Garrincha, e a de Arimateia Azevedo, que há muito

tempo trabalham lá, inclusive com a sua linha editorial.

Assim, eu peço, Sr. Presidente, que este discurso seja registrado nos Anais

da Casa e também divulgado no programa A Voz do Brasil, para que todos possam

saber que hoje, no Piauí, estamos festejando o 65º aniversário do importante jornal

O Dia.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último dia 1º de fevereiro, o jornal

O Dia, no Piauí, completou 65 anos. São mais de seis décadas informando os

piauienses com credibilidade. O periódico foi criado pelo coronel e empresário

Octávio Miranda, que conseguiu fazer de O Dia o primeiro diário do Piauí, numa

época em que os jornais eram publicados duas a três vezes por semana.

Quando da fundação do jornal, Teresina era ainda uma cidade provinciana.

Na época, o Estado era governado por Pedro Freitas — dos quadros do Partido

Social Democrático (PSD). Fundado por Raimundo Leão Monteiro, mais conhecido

como Mundico Santídio, de apelido Mão de Paca, O Dia era um jornal

eminentemente político, como os outros que surgiram anteriormente. Infiltrado nos

meios políticos e empresariais do Estado, Mundico Santídio era um homem temido

por muitos pela coragem de enfrentar qualquer situação, sem se intimidar:

incorporou-se à história do jornalismo piauiense com um jornal apreciado, lido e

discutido em todas as rodas.

O Dia, inicialmente, se apresentou de tamanho pequeno, circulando na

quinta-feira e domingo, de manhã cedo. Com um corpo de colaboradores, pois

Mundico, proprietário e diretor, não dispunha de dinheiro para remuneração, o jornal

funcionava no fundo do quintal da residência dele, num galpão, na Rua Lisandro

Nogueira, centro da cidade. Na época, colaboravam Arimatea Tito Filho, Pedro

Conde, Valdemar Sandes, Olimpio Costa e outros, cada qual no seu devido tempo.

Mundico Santídio publicava os artigos com pseudônimo. De acordo com o jornalista

Arimatea Tito Filho, de saudosa memória, os comentários publicados não levavam

assinatura, mas pseudônimos, como Desidério Quaresma, alatinados (Petrus

Mauricius), à moda russa (Edgaroff) e outros inventados pelo editor.

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Foi então que, em fevereiro de 1964, o coronel e empresário Octávio Miranda

adquire O Dia no início dos anos 60. Numa atitude pioneira, coloca O Dia nas ruas,

em 10 de fevereiro de 1964, como o primeiro jornal diário do Piauí, mesmo com as

investidas contrárias do período ditatorial. O periódico continuou avançando e se

modernizando, tornando-se uma das primeiras redações informatizadas do Brasil no

início dos anos 90. As atenções dos jornais do Sul do País se voltaram para O Dia,

que chegou a enviar profissionais de suas redações para conhecer o funcionamento.

No final dos anos 90 começa o desbaratamento do crime organizado no Piauí

e O Dia mostra sua força, abraça a campanha e publica a notícia da prisão de

coronéis, de juiz de Direito, de advogados, de prefeitos, de empresários e de outros

envolvidos no intricado mundo do crime.

Em 2002, com a morte de Octávio Miranda, o empresário Valmir Miranda

volta a dirigir a empresa, trabalhando mudanças básicas para que o jornal

acompanhe as exigências do mercado, mesmo em meio a crises de cunho

financeiro.

Entretanto, a necessidade de associar o jornal às novas mídias faz com que o

diretor-presidente de O Dia, Valmir Miranda, amplie o leque no ramo das

comunicações com a implantação do Portal O Dia e da TV O Dia. Sob a chefia de

redação da jornalista Elizângela Carvalho, O Dia tem um quadro eclético de

jornalistas — uma mesclagem de novos profissionais com outros mais experientes

—, entretanto todos unidos com o mesmo ideal: o de informar com precisão,

compromisso e responsabilidade.

É em O Dia que temos a coluna mais antiga em atividade: a coluna do

cronista esportivo Deusdeth Nunes, o Garrincha, que relata diariamente os causos

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do nosso esporte. Por lá temos a coluna Roda Vida, uma das mais antigas, a Coluna

do Arimateia Azevedo, que já circula, diariamente, há mais de 15 anos. O titular, por

sinal, também já foi editor chefe do jornal. Aos domingos, o nosso querido amante

das letras, Cineas Santos, também deixa sua contribuição aos piauienses.

Para comemorar uma data tão importante, o jornal iniciou um novo projeto

gráfico, mais leve, dinâmico, que tem priorizado elementos leves e modernos.

Parabenizo a toda equipe, ao mesmo tempo em que desejo vida longa a esse

importante meio de comunicação do meu Estado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Danilo Forte.

O SR. DANILO FORTE (PSB-CE. Sem revisão do orador.) - Obrigado,

Deputado Nilson Leitão. Obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o tema que me traz aqui hoje refere-

se a algo que tem maltratado muitas famílias cearenses. Hoje, o Estado do Ceará

tem marcado em sua história um momento muito difícil com relação ao crescimento

da criminalidade e da violência. Fortaleza tem hoje o título de cidade mais violenta

do Brasil, e isso nos tem trazido um transtorno muito grande. A própria polícia está

com medo da insegurança que vem permeando o nosso Estado.

Para que V.Exas. tenham uma ideia, de janeiro a dezembro de 2015, foram

assassinados 14 policiais no Ceará — 14 policiais foram assassinados no ano

passado! — e, este ano, até o dia 19 de fevereiro, nós tivemos mais quatro

assassinatos de policiais no Estado. Em 2014 foram 13 policiais.

O que me chamou a atenção foi a morte do Subtenente Carlos Herbênio

Almeida Bezerra, que respondia como Delegado em Jaguaretama e cuja história foi

de eficiência e de compromisso exatamente com a segurança pública do nosso

Estado.

Na minha cidade, Itapajé, durante os últimos 12 meses, nós tivemos 26

assassinatos, Deputado Nilson Leitão, o que demonstra uma total falência da

segurança pública no nosso Estado. É necessário não só uma política de

crescimento do efetivo da Polícia Militar, para fortalecimento da ação coercitiva com

relação ao crescimento da marginalidade, mas também uma política pública capaz

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de fazer com que a sociedade assuma o compromisso de criar um ambiente propício

para esse enfrentamento.

Diante desse fato, eu venho aqui trazer um problema cearense, que é

também um problema brasileiro. E para isso nós precisamos encontrar uma solução

o mais rápido possível, porque a população brasileira não pode ficar com a

insegurança que está hoje.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao primeiro orador inscrito, o Sr. Deputado Nilson Leitão,

por 25 minutos.

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O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Sem revisão do orador.) - Quero

cumprimentar o Presidente deste expediente, as Sras. e os Srs. Deputados, e dizer

como é difícil preparar um discurso em momentos e tempos como este. Você

anoitece preparando uma fala e amanhece com muitas novidades no Brasil.

Este Brasil não é mais o País do planejamento e também não é mais o País

das boas notícias. É um País que deixa de ocupar as páginas da economia, do

desenvolvimento e das boas notícias para ocupar as páginas policiais. Há uma

máxima em política que diz que um governo somente se sustenta se tiver a seu

favor o apoio da opinião popular. Caso contrário, terá que se valer de meios

antidemocráticos para se manter no poder.

No caso de Dilma, o País todo sabe que ela não conta com a aprovação da

população. Ao contrário, seu índice de rejeição chegou a 71% em agosto de 2015, a

pior avaliação para um Presidente em toda a história. Se Dilma não conta com o

apoio da maioria da população, então somente lhe resta, para poder continuar no

cargo, adotar práticas contrárias aos princípios da boa governança e que contrariam

os deveres a que está submetido quem ocupa o mais alto cargo da República.

É somente com o objetivo de permanecer no poder que a Presidente tem

pautado sua atuação na Presidência da República. São dela a propaganda

enganosa, as pedaladas fiscais, as mentiras de que manteria o nível de emprego e

as promessas solenes de que não aumentaria a conta de luz. Tudo isso para se

reeleger; tudo falso. Garantiu também que não cortaria os programas sociais e não

mexeria nos direitos trabalhistas. Mais enganação! Insistiu, apesar dos dados

extremamente contrários, que o País iria bombar em 2015. O que bombou mesmo

foi a corrupção que impera nos governos petistas desde 2003, como ficou provado

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nos casos de desvio de dinheiro público no mensalão e agora, no escândalo cada

vez mais aprofundado e cada vez mais atual investigado pela Polícia Federal na

Operação Lava-Jato.

Nós temos inúmeros temas para lamentar do País em que estamos vivendo.

A Presidente Dilma mobiliza todos os Ministérios para discutir o caso do zika vírus,

mas não os mobiliza para discutir o saneamento básico, a prevenção à saúde, a

melhoria nos hospitais filantrópicos, nas Santas Casas, na vida de uma mãe ou das

pessoas mais pobres.

A Presidente Dilma faz, na verdade, um grande palco, inclusive no caso do

zika vírus. É um absurdo o Governo não ter um caminho, um rumo. Pelo contrário,

está na defesa o tempo todo, chutando para escanteio, para a lateral, porque não

consegue enxergar o gol nem o ataque.

É lamentável o que o País vive hoje. Cada dia se reforça a má notícia de que

somos governados por alguém que governa sem ter o apoio de ninguém, seja do

Congresso, da sua base ou da população, que seria, sim, o mais importante. A

Presidente se equilibra apenas pensando no poder e não pensa no País nem no seu

povo.

O desemprego prossegue fazendo milhares de vítimas no Brasil e caminha

para uma desocupação em massa. Agora já são 9,2 milhões de desempregados em

todo o País. A estimativa é de superar os 11 milhões já no meio de 2016.

A indústria está totalmente sucateada, o que vai colaborar com o desemprego

ainda mais, é claro. Apesar disso, a Presidente Dilma fala em mais impostos.

Como pode uma Presidente querer aumentar impostos para um setor que

está desempregando, está quebrando, que não aguenta a carga tributária atual? É

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um contrassenso. Chega ao ponto de ser imbecil essa proposta de aumentar

impostos.

Enquanto o Presidente da Argentina, nosso vizinho, está reduzindo impostos

para gerar empregos, a Presidente Dilma quer aumentar impostos para pagar a

conta da corrupção do PT. Não há outra explicação.

Qual seria a melhor forma para recuperar o País numa situação como essa?

Seria fazer as coisas mais simples, que é o que as pessoas mais simples fazem

dentro da sua casa, dentro do seu pequeno comércio: reduzem os seus custos para

enxugar a máquina, bem como as suas despesas para sobrar dinheiro para investir

naquilo que for necessário.

A Presidente Dilma não tem capacidade de entender um país tão plural, tão

continental como o nosso que de fato hoje sobrevive da base primária, que é a

produção — a exportação da soja, do algodão, do milho, do arroz, da carne —, que

é importantíssima. Mas ela também não investe nesse setor.

A Presidente Dilma foi campeã de lançamento de obras de infraestrutura.

Aliás, o PT como um todo é craque em lançar palavras, chavões e frases de impacto

para programas que não darão certo.

Vamos recordar aqui o Programa Fome Zero. Esse programa foi o grande

mote do ex-Presidente Lula. O que virou o Programa Fome Zero? Nada, zero

mesmo! Zero foi o que ocorreu com o Fome Zero! Não houve nenhum resultado

para a sociedade porque não foi um programa que saiu do papel, ficou apenas nas

telas de televisão, nas rádios, nos jornais, na imprensa, porque foi apenas uma peça

publicitária.

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A irresponsabilidade de um Governo como esse chega a ponto de inventar

programas e não os tirar da gaveta, propagá-los, divulgá-los, fazer campanha

eleitoral, falando de forma forte, com voz brava, que esse programa acabaria com a

miséria. Mas era tudo mentira.

A Pátria Educadora! Num país como o nosso, é só ver os números dos

últimos anos, o que decaiu, o que perdemos na educação. Cada vez perdemos

mais. Uma geração inteira está sendo empobrecida com a miséria da desinformação

e a mentira política, porque criam programas, mas não criam fatos.

O PAC — Programa de Aceleração do Crescimento. Não precisamos procurar

um lugar específico, em qualquer lugar do Brasil o PAC ficou empacado, o PAC não

rodou, e o que rodou foi superfaturado, virou programa policial, virou matéria do

Ministério Público e do Tribunal de Contas da União, que, no seu relatório apontou

100% de obras superfaturadas, obras com sobrepreço, obras com projeto ruim,

obras que não levaram a nada.

A Sra. Shéridan - V.Exa. me permite um aparte?

O SR. NILSON LEITÃO - Concedo um aparte a nossa querida Deputada

Shéridan.

A Sra. Shéridan - Deputado Nilson Leitão, quero interrompê-lo e lhe pedir

esse aparte na intenção de parabenizá-lo pela sua atuação, pela forma ponderada,

democrática, extremamente competente com que V.Exa. desempenha suas

atividades neste Parlamento. Ao assumir como Deputada Federal, tive oportunidade

de pessoalmente constatar o que eu já acompanhava à distância, através do nosso

partido, dos Parlamentares que aqui representam o PSDB. V.Exa. foi Líder e

Presidente de CPI da qual fiz parte. Pude acompanhar o seu desempenho tão

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talentoso, competente e responsável na CPI da demarcação de terras indígenas.

Como Relator de projetos tão importantes e como nosso Líder aqui da nossa

bancada, V.Exa. inspira não apenas os seus, sua atuação é suprapartidária.

Inspiramo-nos em Parlamentares como V.Exa., que desenvolvem nesta Casa um

trabalho que está acima de qualquer coisa, comprometido com o País. V.Exa. tem a

minha admiração e o meu respeito.

O SR. NILSON LEITÃO - Eu agradeço.

O Sr. Alfredo Kaefer - Deputado Nilson Leitão, quero aqui fazer um aparte.

Primeiro, quero cumprimentá-lo pelo combate intenso que tem feito nesta Casa.

Quero falar ao colega do orgulho que eu tenho em ser, já por dois mandatos, seu

companheiro. V.Exa. foi Prefeito de Sinop, é uma das lideranças políticas

emergentes do Mato Grosso. Tenho certeza de que galgará postos importantes

naquele Estado. Sua defesa da agricultura, do agronegócio tem sido muito

combativa. Compartilho de todas as teses de V.Exa. e de todos os discursos que

aqui faz, sempre no sentido de fazermos o bom combate. Nós precisamos, sim, de

mudanças importantes neste País. Eu também tenho reiterado o que V.Exa. disse: a

decadência existente na educação, por exemplo. A cada dia nos distanciamos de

países que historicamente estavam muito atrás de nós. Nós aplicamos muitos

recursos na área assistencial, mas foram apenas, entre aspas, “aparentes”, e, na

verdade, não deram resultado positivo para a nossa população. Eu cumprimento

V.Exa. Continue com sua luta por um Brasil melhor.

O SR. NILSON LEITÃO - Agradeço a V.Exa., Deputado Alfredo Kaefer, do

Paraná. Agradeço especialmente à Deputada Shéridan por suas palavras. Tenha o

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nosso carinho e respeito pelo seu trabalho. Aliás, V.Exa. já chegou aqui inaugurando

e está fazendo um belo trabalho com toda a bancada do PSDB.

Eu falei dos programas que não aconteceram. Esses programas de fato são

peças publicitárias a que o Brasil assistiu durante todo o tempo. Aliás, o Partido dos

Trabalhadores é competentíssimo em criar programas e fazer com que o brasileiro

acredite que ele está acontecendo. Mas não estão acontecendo.

O Brasil desacelerou em tudo nos últimos anos, não apenas porque o PT

criou ou inventou peças publicitárias, mas porque o PT não governou. Preocupou-se

mais em ser animador de picadeiro. Preocupou-se mais em ficar animando o público

com discursos fáceis, com programas fáceis, com falas fáceis do que de fato exercer

o papel de gestor num país como o nosso, com responsabilidade fiscal, com

responsabilidade de gestão.

Vejam que houve um corte de R$ 10,5 bilhões em 2015 só na educação,

nesta Pátria educadora. Cada real cortado significa uma criança a menos

alfabetizada, significa um adulto que não recuperará seu tempo — talvez o recupere

numa escola de jovens e adultos. Também está ali o jovem que perdeu a sua

faculdade porque o FIES também foi cortado, rasgando o seu sonho de futuro.

Para que existe um governo se não para cuidar das pessoas? Para que existe

um governo se não para de fato cuidar daqueles que mais precisam, daqueles que

necessitam dos programas sociais, que necessitam do Governo?

O problema é que o Governo de fato abandonou 100% do seu projeto de

governo, do seu projeto de planejamento do País, para abraçar com todas as forças

um projeto de poder. E esse projeto de poder, levado à frente à base do custe o que

custar, ele o abraçou com tanta força que perdeu os escrúpulos, perdeu seus

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valores, perdeu qualquer tipo de sentimento, atropelando todo mundo e dizendo:

“Nós vamos ficar no poder o tempo que for preciso.” Isso pode custar a vida das

pessoas, pode custar a realidade de cada um, o sonho, o trabalho, o estudo ou

mesmo a comida da mesa de cada um. Não interessa! Foi esse estado de coisas

que, de forma inescrupulosa, o PT instalou no País — a luta pelo poder custe o que

custar —, gastando mais para defender os companheiros depois.

Isso tem que acabar. Não é uma perseguição pessoal. Não é uma briga entre

Situação e Oposição. Não é mais isso! É um momento em que a sociedade está

pedindo socorro: “Pelo amor de Deus, parem com isso! Chega! Nós não suportamos

mais o que o País está vivendo!” Não se trata mais apenas da corrupção. A

corrupção chegou ao seu teto, mas há algo que superou a corrupção: a mentira. A

mentira superou a corrupção. E, quando um governante mente ao seu povo, iguala-

se a um pai e a uma mãe que mentem para o seu filho, que enganam o seu filho. É

uma coisa sórdida! É uma coisa desumana, que tem que ser mudada em nosso

País!

É por isso que esse sentimento das ruas, às vezes um pouco mais aquecido,

às vezes um pouco menos aquecido, volta toda vez. O impeachment não é apenas

um debate de Oposição e Situação. A saída da Presidente Dilma não é um pedido

apenas de uma meia dúzia. A ação que corre no TSE não é ação proposta pela

Oposição apenas, mas são investigações: uma parte vem de denúncias da

Oposição, outra parte é extraída da Operação Lava-Jato, que foi investigada pela

Polícia Federal e pelo Ministério Público. E agora foi compartilhada pelo Juiz Sérgio

Moro com o TSE, que disse que houve caixa dois. E houve, sim, é claro que houve

caixa dois! Lá há dois tesoureiros presos.

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No meio disso há uma Presidente. Na outra ponta há um marqueteiro, que

acabou de ser preso hoje. Alguém arrecadou esse dinheiro de forma ilegal. Alguém

pagou de forma ilegal para beneficiar um terceiro, que foi a Presidente da República

na campanha eleitoral. Temos mais de 180 Prefeitos cassados no País, que foram,

de forma legítima, eleitos em 2012, mas foram cassados porque cometeram crime. E

foram cassados pela Justiça Eleitoral.

A Presidente Dilma não está acima do bem e do mal. O PT não pode estar

acima do bem e do mal, e acima da lei. Essa é a grande diferença que tem que ser

levada em consideração. Levar em consideração é entender que somos todos iguais

perante a lei. A diferença é que não ficamos esperneando quando somos atacados.

O Aécio foi denunciado e foi julgado. O processo foi arquivado. Foi arquivado pela

segunda vez. Com o Anastasia, a mesma coisa. Existem denúncias contra todos, de

alguma forma.

Nós não nos importamos de ser julgados. Nós não viemos aqui para propagar

que somos inocentes ou não antes de a Justiça se pronunciar.

O PT não, o PT se envolve, atrapalha, não deixa o Ministério Público

trabalhar, não deixa o juiz trabalhar. Desqualifica o STF quando é contra ele;

qualifica o STF quando é a favor dele. Desqualifica o TCU quando é contra ele;

quando é a favor, qualifica-o. Trata-se de um partido bipolar, de um Governo bipolar:

conforme a sua vontade, conforme o seu benefício, acaba aplaudindo ou vaiando.

O PT tem que parar de tentar fazer de massa de manobra a nossa população.

Chega de mentiras! Já foi dado um basta, pois o País não aguenta mais! O ano de

2016 será, sim, muito sério.

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Quero continuar com outra parte, mas antes vou passar a palavra ao

Deputado Rogério Marinho, que me pediu um aparte.

O Sr. Rogério Marinho - Deputado Nilson Leitão, eu pedi um aparte a V.Exa.

após escutar atentamente boa parte do seu pronunciamento. Quero corroborar o

que V.Exa. está afirmando com tanta veemência e com tanta verdade da tribuna.

Todos nós estamos assustados como povo, como Nação, porque o crime tem um

padrão. Dizem os policiais e os peritos que o criminoso repete sempre o mesmo

procedimento. Em 2005 o Brasil foi assustado pelo fantasma do mensalão. Naquela

oportunidade, o principal personagem que emergiu daquela história foi o então

marqueteiro Duda Mendonça. Agora a história se repete. Mudam os personagens,

mas o roteiro é o mesmo. E a corrupção que está entranhada no partido que está no

Governo nos assusta a todos, porque corrói o País, desestrutura a Nação. Então, o

discurso que V.Exa. faz é importante para marcar posição e dizer que o PSDB, a

Oposição deste País tem a postura muito firme de combater esse tipo de situação,

que quer nivelar todos nós. Os Deputados da base do Governo, principalmente do

PT e do PCdoB, têm-se sucedido nesta tribuna para dizer que “há roubo, sim, mas

todos roubam”, numa tentativa de nos jogar numa vala comum. Isso nós não

aceitamos. Aquele partido que defendia a ética hoje defende o roubo como uma

coisa comum a todos. Não é possível continuar assim! Agradeço a V.Exa. o aparte.

Quero deixar registado o elogio que faço à posição que V.Exa. assume da tribuna.

O SR. NILSON LEITÃO - Agradeço ao Deputado Rogério Marinho, esse

grande Deputado que representa o Rio Grande do Norte, esse grande companheiro,

defensor da educação neste País.

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Sras. Deputadas e Srs. Deputados, acho que o Brasil poderia não estar mais

debatendo o impeachment ou que o Congresso poderia não estar mais debatendo

só a questão política. É o sonho de todos nós. Quem é que quer tratar todo o dia do

mesmo assunto, indo e voltando com a mesma informação? Mas não dá para

discutir economia neste País, não dá para discutir planejamento neste Congresso,

não dá para discutir as obras importantes e estruturantes com o comando como

está.

Eu ouvi de certo palestrante de economia que aumentar impostos neste País

seria o mesmo que, fazendo a analogia, dobrar a mesada para um filho drogado: ele

vai comprar mais droga. Não adianta melhorar a questão fiscal e arrecadatória de

um país como o nosso, sob o comando de Dilma Rousseff.

Para que vai servir esse dinheiro, se ela não faz a tarefa de casa, se ela não

reduz os seus custos, se ela não moderniza a máquina, se ela não repassa, fundo a

fundo, os recursos que poderiam estar, sim, melhorando as nossas estradas, em

parceria com os Estados, ou resolvendo o problema da saúde, com repasses cada

vez maiores a Municípios e Estados? Isso não acontece. Ela isola os outros entes

da Federação. Ela simplesmente corta todos os recursos da saúde e da educação

de modo fortíssimo.

Isso vai piorando cada vez mais a qualidade do País, porque as pessoas

moram nos Municípios. É lá que as coisas acontecem. Mas parece que o País está

de costas para os Municípios brasileiros, parece que a União está de costas para os

Estados brasileiros. Não há nenhuma sensibilidade de querer modernizar essa

máquina.

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Seria simples: se a Presidente Dilma quisesse aprovar urgentemente, em vez

da CPMF, um novo pacto federativo. Nós o aprovaríamos. Se ela quisesse de fato

aprovar a reforma da Previdência, com sua base comprometida não com uma

ideologia, mas com o País, a Oposição estaria aqui à sua disposição. Se a

Presidenta Dilma quisesse discutir o País, nós o estaríamos aqui discutindo. Mas ela

está discutindo poder, uma forma de se manter no poder. Como ela se defende?

Atacando. Não há problema, mas traga para cá aquilo de que o País precisa.

Eu vejo muitos segmentos cobrarem: “Mas a Oposição não vai trazer para

nós uma proposta alternativa?” Como é que nós vamos propor uma nova estrada

para aquele motorista embriagado? Nós temos que tirá-lo do carro, trocar o carro,

trocar o motorista e, a partir daí, sim — quem sabe? —, apresentar uma nova

proposta para o Brasil, para quem está preocupado em fazer gestão.

O Brasil está neste nível exatamente porque não pensaram no País. Faz-se

uma defesa exaustiva de um país que precisa de tanto, de um país que é tão rico e

tem tanto a oferecer para os seus brasileiros, mas que não tem quem possa pelo

menos oferecer isso de forma altiva, de forma transparente.

O Brasil sabe que o seu modelo venceu. O modelo presidencial acabou. Se o

nosso modelo fosse o parlamentarismo, automaticamente já teria caído o Primeiro-

Ministro diante de tanta coisa errada cometida tanto no âmbito da gestão como no

âmbito da ética e da moral.

O nosso problema é que nós esbarramos na Constituição. Esta Casa não

consegue instalar um impeachment; não consegue fazer andar aquilo que é direito,

que é constitucional. Esta Casa não consegue fazer nada porque está impedida por

um sistema vencido, que tem de ser mudado.

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Mas o que o brasileiro quer? O brasileiro suporta todo esse debate? Não.

Como foi citado, estamos chegando a quase 10 milhões de brasileiros

desempregados. Isso desencadeia um problema social fantástico de segurança e de

tantas outras coisas.

Este seria o momento, sim, de um pacto a favor do País, mas um pacto com

quem de fato tenha condições morais, éticas e conhecimento de gestão, que esteja

preocupado com o País e que esteja querendo aplicar no País aquilo que ele

precisar.

O Sr. Arnaldo Faria de Sá - Nobre Deputado Nilson Leitão, V.Exa. fala de

uma coisa importante: este País precisa de um pacto. Como não pode fazê-lo, o

povo paga o pato.

O Sr. Fábio Sousa - Deputado Nilson Leitão, V.Exa. me concede um aparte?

O SR. NILSON LEITÃO - Pois não.

O Sr. Fábio Sousa - Deputado Nilson Leitão, nos momentos difíceis que nós

estamos vivendo no Brasil — V.Exa. os enumera muito bem — podemos ver ainda

Deputados como V.Exa., ciosos de sua obrigação no Parlamento, ciosos da

necessidade de mostrar à população não só tudo de podre e de ruim que está

acontecendo, mas também de apresentar propostas. Parabéns, Deputado! Fico feliz

em fazer parte da bancada com V.Exa.

O SR. NILSON LEITÃO - Agradeço o aparte ao Deputado Fábio Sousa e ao

Deputado Arnaldo Faria de Sá.

Sr. Presidente, para finalizar, quero registrar, com felicidade, a notícia de que

o nosso sempre Líder Deputado Duarte Nogueira — hoje Secretário de Logística e

Transportes de São Paulo —, acusado de forma leviana no episódio da merenda de

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São Paulo, hoje viu a retratação de quem o acusava, limpando seu nome. Nós

sabemos da sua lisura, da sua transparência, da sua honestidade. S.Exa. é, acima

de tudo, um dos homens públicos mais respeitados deste País.

Assim como o colega Duarte Nogueira, tantos outros, às vezes, têm seu

nome jogado na lama, mas depois não conseguem resgatá-lo. Nesse caso vai ser

diferente. O Brasil vai ser passado a limpo. E vai ser passado a limpo exatamente

porque a sociedade quer.

Por isso, a Oposição, junto com todos os partidos que querem o bem do

Brasil, está, sim, abraçando todos os movimentos de rua. E, no dia 13 de março,

vamos, sim, para as ruas gritar contra o modelo que está aí. Vamos, sim, levantar a

nossa voz, junto com a nossa família, com a sociedade brasileira, e pedir o

afastamento da Presidente Dilma.

Só depois disso poderemos apresentar para o País um novo modelo, um

novo projeto, que seja bom para o Brasil e para os brasileiros, e não para uma meia

dúzia. O que nós queremos é um Brasil bom.

Portanto, peço à população: vamos para as ruas no dia 13!

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há uma máxima em política que diz

que um governo somente se sustenta se tiver a seu favor o apoio da opinião

popular. Caso contrário, terá que se valer de meios antidemocráticos para se manter

no poder. No caso de Dilma, o País todo sabe que ela não conta com a aprovação

da população. Ao contrário, seu índice de rejeição chegou a 71% em agosto de

2015, pior avaliação para um Presidente brasileiro em todos os tempos, superando

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até mesmo Fernando Collor. Se Dilma não conta com o apoio da maioria da

população, então somente lhe resta, para continuar no cargo, adotar práticas

contrárias aos princípios da boa governança e que contrariam os deveres a que está

submetido quem ocupa o mais alto cargo da República. E é somente com o objetivo

de permanecer no poder que a Presidente tem pautado sua atuação na Presidência

do Brasil. São dela a propaganda enganosa, as pedaladas fiscais, as mentiras de

que manteria o nível de emprego e a promessa solene de que não aumentaria a

conta de luz. Tudo isso para se reeleger, tudo falso. Garantiu ainda que não cortaria

os programas sociais e não mexeria nos direitos trabalhistas. Mais enganação.

Insistiu, apesar dos dados extremamente contrários, que o País iria “bombar” em

2015. O que “bombou” mesmo foi a corrupção, que impera nos governos do PT

desde 2003, com ficou provado nos casos de desvio de dinheiro público do

mensalão e da Operação Lava-Jato.

A tapeação e a corrupção no Governo Dilma não têm fim, como não têm fim

as denúncias de irregularidades envolvendo pessoas diretamente ligadas à

Presidente. Agora o Ministério Público Federal e a Polícia Federal descobriram

transferências de US$ 7,5 milhões de investigados da Lava-Jato para a conta de

empresa controlada por João Santana e sua esposa e sócia, Mônica Moura,

vinculando dinheiro de propina à campanha da Presidente em 2014.

Com governos sucessivamente envolvidos em denúncias de corrupção,

incompetência administrativa, fisiologismo, descuido para com os interesses da

população, não é de se admirar que o País se encontre em um caos profundo, sem

nenhuma perspectiva de melhora com esse governo que está aí. Pelo contrário, as

previsões são as mais aterradoras possíveis.

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Em seguida, destacamos alguns dos muitos pontos que mostram por que

Dilma enterrou o Brasil.

A proliferação do mosquito que transmite a dengue, a chikungunya e o vírus

zica é um dos fatos mais exemplares do descaso do Governo Dilma com a saúde

pública. Escancara o desleixo em relação à expansão e melhoria dos sistemas de

abastecimento de água tratada, de coleta e tratamento de esgotos.

Os recursos destinados à área de saneamento pelo Governo Federal estão

despencando: neste ano — a queda é de mais de 60%, na comparação com 2015.

Desde 2011 R$ 11 bilhões que deveriam ter sido investidos foram para o lixo.

O resultado de todo esse descaso é que o Brasil ocupa hoje o 112° lugar

entre 200 países quando se trata de saneamento básico. Cinquenta e dois por cento

da população brasileira sequer possuem serviço de coleta de esgotos. São 35,5

milhões de moradias nessas condições. E apenas 39% do que é recolhido recebem

tratamento adequado. Esse é mais um recorde mundial negativo do Governo Dilma.

A epidemia que aflige o País exige uma competente execução do Orçamento,

com a correta e adequada aplicação dos recursos. Mas isso o PT e Dilma são

incapazes de realizar.

O desemprego prossegue fazendo milhares de vítimas no Brasil e caminha

para uma desocupação em massa. Agora são 9,2 milhões de desempregados em

todo o País, com a estimativa de até superar os 11 milhões já no meio deste ano.

Também estamos assistindo à redução do número de pessoas trabalhando

com carteira assinada. Nos últimos 12 meses, 1,1 milhão deixaram de ser

empregados registrados. Como consequência, temos um aumento do trabalho

menos qualificado e com menores salários.

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Além disso, estão diminuindo as ofertas para profissionais com ensino

superior. Essa é a face mais cruel da maior recessão da história da economia

nacional, que, sem nenhuma perspectiva de melhora, vai aumentar o desemprego.

Não é a toa que a cada 100 brasileiros em idade de trabalho só 53 trabalham.

As políticas econômicas equivocadas do Governo Dilma fizeram uma vítima

fatal para o desenvolvimento do País: a indústria nacional, que está sucateada. Os

noticiários de hoje revelam que as montadoras de veículos demitiram 14.800

funcionários em 2015. Com a queda de 27% nas vendas de veículos, esse processo

de demissão só tende a piorar. É importante lembrar que a indústria é o setor da

economia que melhor paga a seus empregados e é extremamente importante para a

agregação de valores.

Não existe nenhum exemplo de país desenvolvido que tenha consolidado sua

economia sem um setor industrial forte. Agora, perguntem a Dilma se ela apresentou

um programa estratégico dando prioridade à indústria. Perguntem à Presidente o

que o seu Governo tem feito para enfrentar o principal gargalo que impede o

desenvolvimento do setor, o chamado Custo Brasil, o que ela faz para reverter a alta

carga tributária, a deficiência na infraestrutura, a baixa escolaridade dos

trabalhadores, os encargos sociais e a burocracia, fatores que impedem o aumento

da produtividade industrial.

O Governo Dilma é só retrocesso. E não é discurso da Oposição, mas a triste

realidade de um País que há mais de uma década tem o PT como seu condutor. Por

exemplo, os brasileiros estão retomando o hábito de estocar alimentos, o que era

comum há mais de 20 anos e que tinha acabado com o fim da hiperinflação, uma

conquista do Plano Real. O objetivo é economizar um pouco com as compras em

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tempos de inflação descontrolada e consequente perda do poder aquisitivo dos

salários dos trabalhadores.

Só para lembrar: desde 2011, quando Dilma tomou posse, a inflação está em

alta. Em 2015, atingiu 10,67%, a maior em 13 anos.

Como não consegue reduzir suas despesas, o Governo só tem como solução

para melhorar a arrecadação o aumento de impostos. A volta da CPMF é o novo

mantra de Dilma. Além de atacar o bolso do contribuinte brasileiro, que é quem mais

paga impostos no mundo, a CPMF, como qualquer tributo, é a forma mais recessiva

de aumentar a arrecadação pública. Ao insistir na CPMF, Dilma deixa claro, mais

uma vez, que não tem a menor competência para o cargo que ocupa. O País não

aceita mais aumento de impostos!

A recessão é outra marca do Governo Dilma. O País está ameaçado de

voltar, até 2017, aos mesmos níveis de retração dos anos 1980. Entre 2014 e 2017

o Brasil poderá ter, pela primeira vez na história, 4 anos seguidos de queda no PIB

per capita, com um encolhimento acumulado de 11%.

Os péssimos resultados das contas do Governo Dilma mostram claramente a

sua péssima forma de administrar. Sem reformas estruturais e redução de gastos,

não temos a menor chance de sair da crise atual.

Com indefinições e retrocessos, o Governo que prometia corte de R$ 50

bilhões nas despesas decidiu que a economia será de menos da metade do que ele

próprio havia estimado. A política de Dilma é de corte nos investimentos, que

aquecem a economia, e manutenção de gastos desnecessários. Cadê o corte de 3

mil cargos prometidos na suposta reforma administrativa? A medida provisória que

tratou do assinto cortou só nove cargos!

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Sem nenhum compromisso com o Brasil, as despesas continuam subindo e

as receitas em baixa por causa da recessão econômica. Assim, a meta de

economizar 0,5% do PIB em 2016 para pagar juros da dívida foi para as calendas.

Era mais uma mentira.

O slogan que o PT tentou vender para o País de que é um Governo voltado

para uma Pátria educadora revelou-se uma das maiores propagandas enganosas da

gestão Dilma. De uns anos para cá os supostos avanços na educação brasileira vêm

caindo assustadoramente. Esse é o resultado de seguidos cortes em programas,

atrasos em pagamentos e outros problemas variados causados pela má

administração petista.

Em 2015 o MEC sofreu corte de R$ 10,5 bilhões, o maior entre todos os

Ministérios. A agravante é que no finzinho de 2015 R$ 31 bilhões de royalties do

petróleo que deveriam ser aplicados em educação e saúde foram usados para quitar

as pedaladas fiscais.

O FIES e o PRONATEC foram os programas mais afetados pelos erros do

Governo na área de educação. As vagas oferecidas pelo FIES caíram a menos da

metade em 2015.

Já em relação ao PRONATEC, o Governo cortou pela metade a expansão

prevista até 2018: de 12 milhões para 6 milhões de novas vagas. Já o orçamento

para o programa sofreu corte de 55% neste ano.

Para piorar, o programa Ciência sem Fronteiras foi congelado. Os valores

previstos para este ano são suficientes apenas para manter o número de bolsistas,

sem qualquer ampliação.

Os recursos para o programa sofreram corte de 58% no OGU deste ano.

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O resultado de todo esse desgoverno é que o Brasil vive hoje uma séria crise

de confiança. O descontrole das contas públicas impede o País de reduzir a dívida

pública federal, que deu um salto de 21,7% em 2015, chegando a R$ 2,793

trilhões. É o maior patamar desde 2004. E a dívida deve continuar crescendo. Para

2016 o Tesouro trabalha com a perspectiva de uma dívida entre de R$ 3,1 trilhões e

R$ 3,3 trilhões.

Diante de um cenário econômico extremamente preocupante, contas públicas

totalmente desorganizadas e falência ética, o Governo Dilma não tem nenhuma

credibilidade para alterar o rumo decadente que o PT tem dado para o País.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Chico Lopes, por 1 minuto.

O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero fazer um apelo ao Prefeito de Fortaleza: apelo que que procure

uma solução para o aumento de 11,3% no salário dos professores.

Num país que tem como lema Pátria Educadora, não podemos tratar o

professor dessa maneira. Sou apoiador do Prefeito, mas solicito a S.Exa. procure

uma solução para os meus colegas professores.

Muito obrigado, Sr. Presidente, pela sua compreensão.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, retorno à tribuna desta

Casa para mais uma vez destacar a importância da categoria dos professores para

garantir o avanço no desenvolvimento do País. Apesar de muitos avanços e

conquistas nos últimos anos, ainda temos enfrentado alguns desafios que exigem de

nós muito diálogo e negociação, como o de garantir que a valorização dos

profissionais da educação seja exercida plenamente.

A educação é prioridade para o governo da Presidenta Dilma, a partir do lema

Pátria Educadora e da consciência da necessidade de seguir avançando e buscando

novas vitórias, como as significativas conquistas que tivemos nos últimos 12 anos de

governos populares e democráticos. Entre essas vitórias tivemos a conquista

histórica da lei do piso salarial nacional do magistério, bandeira transformada em

realidade após décadas de luta, inclusive contando com emenda de nossa autoria,

que garantiu aos professores direito a um terço da carga horária de trabalho para

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atividades extraclasse. Tal medida vem contribuindo para melhorar a qualidade da

educação, além da qualidade de vida dos professores.

Tivemos ainda o FUNDEB, que garantiu que os recursos da educação

cheguem até a base, aos Municípios, além do Plano Nacional de Educação, o PNE,

aprovado nesta Casa após muitos debates e também com emendas de nossa

autoria. E, ainda, a garantia de destinação de recursos do pré-sal, dos royalties do

petróleo, para a educação, batalha em que muito lutamos nesta Casa e neste

Congresso como um todo, ao lado de Parlamentares combativos em favor da

educação, como o então Senador Inácio Arruda, hoje secretário de Ciência e

Tecnologia do Estado do Ceará.

Contribuímos também para democratizar o acesso dos brasileiros — inclusive

dos professores — ao ensino superior com emenda de nossa autoria à lei do FIES,

que garantiu financiamento de até 100% de curso superior, em contraste com o

antigo limite, de financiamento de no máximo 60%.

Sempre atentos à situação dos professores, queremos hoje nos referir

especificamente a uma situação vivenciada, na atualidade, no Município de

Fortaleza, onde os professores entraram em greve no último dia 12. Acreditamos na

capacidade de se encontrar uma solução e fazemos um apelo à Prefeitura de

Fortaleza para que busque, o mais rápido possível, esse entendimento, com o

retorno às aulas e com a valorização da categoria sendo colocada como prioridade.

A principal bandeira de luta dos professores da rede municipal de Fortaleza,

neste momento, é o reajuste integral de 11,36% previsto pelo Ministério da

Educação — MEC, com base na lei que regulamenta o piso salarial do magistério,

que aqui mencionamos. Em negociação com a categoria, a Prefeitura de Fortaleza

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fez uma contraproposta: pagamento de 5,5% na folha de março retroativo a partir de

janeiro, e os 5,86% restantes entrariam no contracheque dos professores a partir da

folha de agosto, sem pagamento retroativo.

Outro ponto de reivindicação da categoria é a destinação da verba oriunda do

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização

do Magistério — o FUNDEF, atual FUNDEB —, que também citamos aqui. A

Prefeitura de Fortaleza recebeu R$ 289 milhões do recurso no último mês de

novembro, devendo ser repassados 60% desse valor para o reajuste dos

professores e os 40% restantes para melhorias de infraestrutura das escolas da rede

pública.

Sabemos da seriedade e empenho dos gestores da cidade de Fortaleza, nas

pessoas do Sr. Prefeito Roberto Claudio e do Secretário de Educação Jaime

Cavalcante, e acreditamos firmemente no pronto interesse dos gestores em

solucionar esses impasses. Sendo assim, fazemos um apelo para que estas

questões sejam resolvidas com a maior celeridade, garantindo que os direitos dos

professores sejam respeitados e preservados, inclusive fazendo-se valer o que já

prevê a lei do piso salarial nacional do magistério, quando estipula a data-base da

categoria para janeiro.

Nós nos colocamos à disposição para contribuir com esse diálogo, em nome

do melhor para os professores, para Fortaleza e para toda a sociedade,

principalmente para os estudantes e pais de alunos de nossa rede pública municipal.

Podemos e vamos superar este momento e chegar a uma solução viável e justa

para todos.

Muito obrigado.

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O SR. MANOEL JUNIOR - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão

de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. MANOEL JUNIOR (Bloco/PMDB-PB. Questão de ordem. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, trago uma questão de ordem em relação ao Conselho

de Ética e Decoro Parlamentar da Casa e queria justamente submetê-la à

Presidência.

Vou iniciar a leitura e, em seguida, eu a encaminharei a V.Exa.

Formulo questão de ordem, Sr. Presidente, com base no art. 95 do Regimento

Interno da Câmara dos Deputados, quanto à interpretação do inciso XVII do art. 41 e

do caput do art. 40, ambos do Regimento Interno, em relação ao inciso LXXVIII do

art. 5º da Constituição Federal, pelas seguintes razões: na reunião do dia 9 de

dezembro de 2015 do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o Sr. Deputado

Carlos Marun, do PMDB de Mato Grosso do Sul, arguiu o impedimento do

Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Sr. Deputado José Carlos

Araújo, do PSD da Bahia, como se colhe do seguinte trecho das notas taquigráficas:

“O SR. PRESIDENTE (Deputado José Carlos

Araújo) - É uma questão de ordem?

O SR. DEPUTADO CARLOS MARUN - É uma

questão de ordem, sim, Sr. Presidente, pedindo o

impedimento de V.Exa.

O SR. PRESIDENTE (Deputado José Carlos

Araújo) - Recolho a questão de ordem de V.Exa.”

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Sr. Presidente, em outra oportunidade, no dia 17 de fevereiro, o Deputado

Wellington Roberto fez uma questão de ordem similar, que também foi recolhida

pelo Presidente, mas não respondida.

Por isso, Sr. Presidente, formulo a questão de ordem pautada nesses artigos.

Solicito à Mesa a análise e a deliberação quanto a esta questão de ordem

oportunamente.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Perfeitamente. Recebo a

sua questão de ordem e a encaminho à Mesa Diretora para decisão.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Arnaldo Faria de Sá, do Bloco/PTB de São Paulo, por 1 minuto.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, eu queria registrar que a nova Presidente do Tribunal

Regional Federal da 3ª Região, Cecília Marcondes, tomou posse ontem. Eu tenho

certeza de que ela fará um brilhante mandato ao lado do Vice-Presidente Mairan

Maia e da Corregedora Therezinha Cazerta.

Eu estive presente na posse representando a nossa Casa, que, sem dúvida

nenhuma, foi extremamente concorrida. A posse foi um grande trabalho realizado

pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

No Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, tomou posse o novo

Presidente, Dimas Ramalho, que foi Deputado Federal, nosso colega nesta Casa; o

Vice-Presidente Sidney Beraldo; e o Corregedor Renato Martins. Foi uma posse

também bastante concorrida no Largo São Francisco, como a do TRF, na

Assembleia Legislativa, mostrando efetiva participação.

Sr. Presidente, eu quero aproveitar a oportunidade para lamentar que se

queira culpar a Previdência por toda essa crise econômica que estamos vivendo. Os

responsáveis pela crise são a PETROBRAS e os fundos de pensão e não os

trabalhadores

Hoje há quase 10 milhões de desempregados. Se eles estivessem

empregados, haveria recurso suficiente para a manutenção da Previdência. Nós não

podemos prejudicar ainda mais os trabalhadores. Eles não deram causa a nada. A

culpa é da situação econômica. Não se pode querer culpar os aposentados e

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pensionistas por essa situação. Lamento que alguns pares desta Casa acabem

embarcando nessa canoa furada.

Eu queria cumprimentar a bancada do PT, que, mesmo sendo da base do

Governo, já disse que não aceita essa reforma. Nós não podemos compactuar com

isso. Infelizmente, aqui há muito filho de chocadeira, que não deve ter pai nem mãe.

Não à reforma da Previdência! Não à CPMF!

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Antes de conceder a

palavra ao Deputado Hugo Motta — com a permissão de S.Exa. —, vou conceder a

palavra à Deputada Maria do Rosário, por 1 minuto. Em seguida falará o Deputado

Kaio Maniçoba.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Sr. Presidente e Deputado Hugo Motta, eu quero deixar registrado um

pronunciamento que destaca a composição, na última semana, de uma Comissão

Externa destinada a acompanhar as ações referentes à epidemia de zika vírus e à

microcefalia no Brasil.

Sr. Presidente, essa Comissão destina-se a acompanhar várias questões, tais

como: as ações de prevenção, que mobilizam o País; as pesquisas, nas quais o

Brasil tem sido tão importante, uma vez que houve a identificação do nexo entre o

vírus e a microcefalia. E há uma terceira questão fundamental: o atendimento às

crianças que estão nascendo com microcefalia.

Há necessidade de termos uma rede de atendimento adequada para acolher

as famílias, as mães que, muitas vezes, estarão sozinhas no cuidado com essas

crianças, com esses jovens ao longo das suas vidas.

Há necessidade de destacarmos ainda as ações realizadas, através do Plano

Viver sem Limite, para o diagnóstico imediato da doença. Isso porque, quanto antes

for feito o diagnóstico de uma criança com microcefalia, mais rápido se poderá atuar

a partir de protocolos de vigilância e de notificação neonatal.

Foi também tratado no âmbito da Comissão que o Brasil inteiro precisa ter o

mesmo padrão de notificação.

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Quero dizer também que as crianças que nascem com microcefalia, muitas

delas com cegueira, com surdez congênita, são brasileiras e brasileiros que estão

sob a nossa responsabilidade, não exclusivamente das suas mães. Essas mães e

essas famílias devem contar com o nosso total apoio a partir de programas de ação,

como benefícios de prestação continuada, programas que estimulem o

desenvolvimento.

A vida das pessoas com deficiência, Deputado Hugo Motta, é algo em aberto

quando nós as estimulamos, quando nós as incentivamos, quando nós as apoiamos.

Eu creio nisso e nós podemos apoiar...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Obrigado, Deputada.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Com a palavra o Deputado

Kaio Maniçoba.

O SR. KAIO MANIÇOBA (Bloco/PHS-PE. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, quero registrar que ontem a Prefeita do Município de

Floresta, Rorró Maniçoba, fez um grande evento no esforço de combate ao zika

vírus. Ela visitou o hospital e levou mais médicos e atendentes na área de

enfermagem para o enfrentamento de diversas situações que vêm se alastrando no

Município.

Temos combatido o problema com muita coragem e com muita humildade na

tentativa de conseguirmos, junto com a população de Floresta, melhorar a situação.

Temos que cobrar do Ministro um programa efetivo junto aos Municípios, porque não

podemos deixá-los da forma como estão.

As Prefeituras estão à míngua, esperando por remédios para o combate a

esse vírus que se tem alastrado por todo o Estado de Pernambuco e por todo o

Brasil.

Portanto, eu quero mais uma vez parabenizar a Prefeita pelo seu grande

gesto e pela grande atitude de enfrentamento, de combate ao zika vírus e por estar

perto da população neste momento difícil que temos enfrentado no Município de

Floresta.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Com a palavra o Deputado

Danilo Forte.

O SR. DANILO FORTE (PSB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, acabamos de ter uma grande vitória agora —

nós, que somos do Nordeste, eu e o Deputado Hugo Motta —, na Comissão Mista,

na votação do texto substitutivo à Medida Provisória nº 694, de 2015, que trata de

vários temas das áreas financeira e fiscal do Governo.

Nós conseguimos incluir e aprovar a normatização para a renegociação das

dívidas dos pequenos e microprodutores rurais do Nordeste, que tiveram prorrogado

o prazo de pagamento da renegociação das suas dívidas de dezembro de 2015 para

2016 — não havia o ato normativo que possibilitasse essa renegociação.

Agora, com a aprovação da Medida Provisória nº 694 neste momento na

Comissão Mista, passa a dispor o art. 8º:

“Art. 8º Fica autorizada a concessão de rebate para

liquidação, até 31 de dezembro de 2016, das operações

de crédito rurais de valor originalmente contratado até R$

100.000,00 (cem mil reais)”

O § 12 dispõe:

Ҥ 12 Ficam suspensos o encaminhamento para

cobrança judicial, as execuções judiciais” (...)

E também dilata o prazo de prescrição dessas dívidas rurais. É uma grande

vitória, de muita importância para os pequenos produtores do Nordeste, que

estavam sufocados, tendo seus bens executados pelos bancos públicos,

principalmente pelo Banco do Nordeste e pelo Banco do Brasil, por falta de uma

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orientação normativa capaz de possibilitar aos bancos a renegociação dessas

dívidas.

Com a aprovação da Medida Provisória nº 694 na Comissão Mista, ela virá ao

plenário na próxima semana e nós poderemos, com isso, dar a esses produtores

rurais aquilo que tanto facilitará a sua reinserção no mundo dos negócios, a

capacidade de ter novos financiamentos e também a possibilidade de inserção em

novos programas de Governo, tirando a inadimplência, tirando a execução judicial.

Essa é uma grande vitória da bancada do Nordeste!

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Paulo Feijó.

O SR. PAULO FEIJÓ (Bloco/PR-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, rapidamente, antes de o Deputado Hugo Motta nos brindar com seu

discurso no Grande Expediente, eu quero encaminhar pronunciamento, para que

seja dado como lido e publicado, em que eu faço um apelo ao Governador Pezão

em relação à violência no Estado do Rio de Janeiro.

Quero registrar também a presença do Marcelo Delaroli, 1º Suplente do

Partido da República, do Município de Maricá. Ele será também ou Deputado ou

Prefeito daquela cidade e está acompanhado do Vereador Felipe.

Agradeço ao Deputado Hugo Motta por esse espaço.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Obrigado, Deputado.

Está deferido o pedido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. Deputadas; Srs. Deputados, senhoras e senhores

presentes, senhoras e senhores, crianças, jovens, pessoas com deficiência que me

acompanham pela Rádio Câmara, TV Câmara, Internet, redes sociais, inclusive pela

Língua Brasileira de Sinais — LIBRAS, em particular os ilustres cidadãos do meu

Estado, Rio de Janeiro, a quem tenho o orgulho de aqui representar, retorno à

Câmara de Deputados para falar em nome das famílias, dos pais, dos cidadãos de

bem do interior do Estado do Rio, que cada vez mais se deparam com notícias de

uma escalada acelerada da violência em cidades de pequeno e médio porte.

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Tenho afirmado que é preciso que o Governador do Estado do Rio de Janeiro,

Luiz Fernando Pezão, adote medidas mais efetivas em benefício da melhoria da

estrutura pública fluminense, com melhores salários para os policiais e detetives,

com equipamentos e veículos, delegacias e batalhões operacionais, entre outros.

É lamentável que o Governo do Estado do Rio de Janeiro se comporte de

maneira cada vez mais equivocada, revelando ausência de política de segurança

pública, o que tem contribuído para a não produção de resultados e o mascaramento

da violência nas comunidades.

Eu tenho me perguntado quantas vezes teremos que nos deparar com

notícias de sequestros em cidades de médio e pequeno porte, de homicídios, guerra

do tráfico, atentado contra menores, entre as notícias ruins que tomam conta do

noticiário de forma crescente, sem que o Governo do Estado do Rio de Janeiro

consiga gerar uma alteração no quadro de insegurança pública.

Ao longo de meus últimos mandatos como Deputado Federal, Sr. Presidente,

me manifestei várias vezes sobre a forma como a violência aumenta nas cidades do

interior fluminense sem que o Estado consiga combatê-la com eficiência.

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, houve um aumento de

55,3% no primeiro semestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano

passado.

É preciso registrar que, apesar de assustadores, os números ainda estão

aquém da real situação da segurança pública no Rio de Janeiro.

Na conclusão deste discurso, reitero a cobrança das ações necessárias do

Governo do Estado para corrigir as distorções de sua política de segurança pública

para que as famílias do interior fluminense possam voltar a viver dias de paz.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Hugo Motta. S.Exa. dispõe de 25 minutos.

O SR. HUGO MOTTA (Bloco/PMDB-PB. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em tempos de crise, seja social, seja

institucional ou econômica, a exemplo dessa pela qual o Brasil passa, urge a

necessidade de se promoverem alterações nas formas de lidar com os problemas,

assim como nas formas de intervenção dos mais diversos atores sociais nas esferas

da sociedade.

No Brasil, há muita discussão em torno do que pode ser feito para extirpar de

vez condutas corruptivas, avaliar e descobrir a origem dessas ações que lesam o

patrimônio público. As acusações sem provas ou a falta de apresentação de fatores

determinantes de causa têm estimulado, mesmo que quase sem querer, a

compreensão equivocada do que realmente é passível de punição e de quais tipos

de punição agentes envolvidos em atos ilícitos podem sofrer.

Vivemos em um tempo de crises. E todas as crises pelas quais estamos

passando estão interligadas, também, por um elo desinformante. A falta de

entendimento da realidade do País, do seu desenvolvimento histórico e das

reconfigurações que acontecem no cotidiano fazem com que o abismo entre os

indivíduos que pensam de maneira diferente, mesmo que esta maneira seja advinda

do processo de formação da sociedade democrática, fique maior, gerando

instabilidade emocional e insegurança física e psicológica.

Por muitas vezes, encontramos acusações, xingamentos e ameaças nas

redes sociais virtuais e nos mais diferentes lugares, como praças, filas de

supermercado, universidades, calçadas. Há uma generalização do mau humor

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permeando o nosso dia a dia, de uma necessidade de cobrança por consertos na

política, na economia, nas religiões e em outras expressões culturais. Essa cobrança

por consertos é um dos pontos importantes para aprimorarmos os mecanismos de

convivência em sociedade. No entanto, não significa em si, enquanto forma, a

maneira adequada de promoção de mudanças.

Temos acompanhado a sofreguidão do Governo Federal, nos últimos meses,

para retomar o crescimento econômico e, consequentemente, o social. Essa falta de

rumo vem sendo bem representada nos gestos da Presidente da República, Dilma

Rousseff.

Estamos vivendo um momento no qual há um Governo com um partido

repartido, com cacos de base espalhados por todos os lados, para todas as

direções, menos em direção ao fortalecimento de sua legitimidade. E esse fato não

está se dando por mero capricho dos componentes da antes chamada base aliada,

mas pela ingerência político-administrativa que permeia todos os atos de

interlocução do Governo Federal.

Além disso, os pronunciamentos vazios dos diversos líderes políticos

alimentam apenas os noticiários. E ações que tragam resolução em pequeno, médio

e longo prazo para os problemas não existem de maneira concreta, não são postas

em prática. O rebaixamento da nota brasileira pelas agências de risco, fazendo com

que o País perca o selo de bom pagador e não seja visto como um lugar confiável

para novos investimentos, é um fato que demonstra com mais clareza a perda de

credibilidade econômica pela qual passa o País, trazendo à tona a incapacidade

técnica do Governo Federal em agir de maneira rápida e eficaz para retomar o

crescimento. A partir disso, tenhamos certeza, pipocam pelos quatro cantos

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discursos inflamados e generalistas que em nada acrescentam à resolução dos

problemas econômicos.

Mais uma vez, veremos um espetacular desfile de opiniões sobre o que

poderia ter sido feito, muitas afirmações do tipo: “Eu avisei que isso ia acontecer” e

nada de proposta concreta que venha a reduzir os impactos negativos no dia a dia

do brasileiro.

Sim, o Brasil vive uma crise institucional! E não é uma crise inteiramente entre

instituições, mas, e principalmente, entre instituições e cidadãos. O olhar da

população voltado para as instituições está carregado de valores negativos.

Naturalmente, surge a ideia de que todos os políticos são corruptos e de que todos

os membros do Judiciário manobram suas decisões em consonância com o

interesse político — interesse político dos próprios políticos e/ou dos outros agentes

e situações. É como se o sistema societário do qual fazemos parte não tivesse uma

fluidez que aponte para o positivo, que gere bem-estar para os cidadãos, mas um

fluidez sempre para a obtenção do poder pelo poder. Aí, acredito eu, reside o

sentimento brasileiro atual de descontentamento.

Aqueles que obtiveram a confiança depositada nas urnas para representar a

sociedade e promover mudanças são os que estão sendo estampados com

expressividade nos noticiários negativos, que estão sendo desnudados em suas

reais intenções diante do Erário.

O Sr. Manoel Junior - Deputado Hugo Motta, V.Exa. me permite um aparte?

O SR. HUGO MOTTA - Pois não, Deputado Manoel Junior.

O Sr. Manoel Junior - Deputado Hugo Motta, é uma alegria muito grande,

como seu conterrâneo e seu correligionário, fazer um aparte a V.Exa., pela primeira

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vez na tribuna desta Casa. V.Exa., que já é um Deputado experiente, de segundo

mandato, tem uma folha extraordinária nesta Casa, prestando serviços não só à

Paraíba, mas também ao Brasil, e traz um discurso maduro e profundo sobre o

momento que o nosso País vive. Há 1 ano, eu dizia justamente isso, que nós

estávamos travando uma luta não só contra a crise política, a crise econômica, a

crise ética e moral que estamos vivendo — e vem se arrastando —, mas,

principalmente, contra a crise de confiança para dentro e para fora em nosso País.

É, sem dúvida nenhuma, um momento de reflexão para estancarmos essa sangria

absurda que leva ao desemprego, que leva ao descrédito do Brasil lá fora e faz com

que nos apequenemos diante do agigantamento dessa crise de confiança nas

nossas instituições. Parabéns a V.Exa., que, com certeza, terá um futuro

extraordinário na política. Quem sabe, no futuro, estarei como seu eleitor, votando

em V.Exa. para governar o meu Estado, a Paraíba. Parabéns!

O SR. HUGO MOTTA - Agradeço a V.Exa., Deputado Manoel Junior,

Deputado experiente, que já foi Prefeito, Deputado Estadual, Deputado Federal e

haverá de ser o próximo Prefeito da Capital do nosso Estado, João Pessoa,

representando tão bem o nosso partido, o PMDB.

Ouço o Deputado Danilo Forte.

O Sr. Danilo Forte - Deputado Hugo Motta, vejo com alegria que o povo

brasileiro tem hoje uma esperança. E a esperança reside exatamente nos jovens,

assim como V.Exa., que pensam num Brasil para frente. Nós não podemos nos

acovardar diante de um momento tão aflitivo da vida nacional. Por um lado, há um

descrédito, um desgoverno que é incapaz de resolver os nossos problemas do

cotidiano e de sinalizar alguma alternativa para recolocar o Brasil na trilha do

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desenvolvimento, seja econômico, seja social. Por outro lado, há a omissão dos

homens públicos, na sua maioria, que não têm a capacidade de harmonizar

exatamente um projeto capaz de retirar o País desta crise. Eu espero que este

Congresso Nacional, que esta Câmara siga o exemplo das suas palavras e possa

agora, buscando exatamente as pessoas de bem que têm compromisso com a

Nação, construir um projeto político capaz de tirar o Brasil da monotonia, da crise, da

deflação, do desespero que muitas vezes acomete as pessoas por falta de

perspectiva. É um país grande, um país rico, um país maravilhoso, de um povo

muito carinhoso, de um povo afetivo, mas que precisa de energia. E a energia está

na sua juventude. Parabéns, Deputado Hugo Motta!

O SR. HUGO MOTTA - Agradeço a V.Exa.

Deputado Danilo Forte, Deputado Fernando Monteiro e Deputado Kaio

Maniçoba, aqui presentes, foi justamente o que nós procuramos trazer em um

momento difícil que o País vive. É em um momento como este que o Deputado tem

a oportunidade de trazer as suas preocupações. Diante deste cenário, nós não

poderíamos aqui debater outro assunto. É uma crise que assola desde o menor

Município até o maior partícipe das receitas, que é o Governo Federal. Nós

precisamos aqui, no Congresso Nacional, ter essa agenda. Nós precisamos não

apenas — quem faz oposição — apostar que as coisas têm que dar errado para

poderem dar certo, para o projeto político de alguns, ou que as coisas têm que

continuar dando certo, para que outros partidos mantenham o poder. Ao largo de

tudo isso está a população, olhando para nós, sofrendo muito mais do que nós e

esperando respostas rápidas, porque o País não aguenta sangrar por muito tempo.

O desemprego está crescendo, a inflação está batendo à porta das pessoas, a

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recessão está chegando a todos os setores produtivos, e nós, aqui, sem encontrar o

mínimo de entendimento para tirar o País da crise.

Foi justamente com essa preocupação, Deputado Danilo Forte — e eu

agradeço a V.Exa. o aparte —, que nós trouxemos este tema à tribuna.

Ouço o Deputado Alberto Filho.

O Sr. Alberto Filho - Deputado Hugo Motta, quero, primeiramente,

parabenizá-lo pelo seu pronunciamento, que narra a pura realidade do nosso País.

Eu tenho certeza, Deputado, de que está em nossas mãos a responsabilidade,

juntamente com o Poder Executivo, de tirar o nosso País dessa crise, de salvar o

nosso País. Eu tenho certeza de que aqui existem homens e mulheres sérios. Nós

temos um Governo Federal que também busca caminhar de forma correta. Eu tenho

certeza de que logo mais nós tiraremos o nosso País do buraco em que ele está.

Nós temos que acabar aqui no Congresso Nacional com aquele discurso do “quanto

pior, melhor”. Nós temos, sim, que avançar, olhar para o futuro, debater e trazer

ideias novas, para que possamos ver o nosso País continuar com o crescimento que

tinha em anos anteriores, um País que se vinha destacando entre as maiores

potencias mundiais. Eu tenho certeza de que vamos voltar àquela realidade em que

o povo brasileiro tinha orgulho do seu País e tinha orgulho dos políticos que os

representavam no Congresso Nacional. Assim, nós vamos caminhar no rumo certo.

Parabéns, Deputado Hugo Motta! Parabéns pela sua trajetória política aqui no

Congresso Nacional! V.Exa. se vem destacando nesta Casa, como Presidente da

CPI da PETROBRAS, com a apresentação de projetos visando ao desenvolvimento

do nosso País e, recentemente, com a disputa na eleição pela Liderança do nosso

partido, o PMDB, o maior partido desta Casa. E eu tenho certeza de que foi um

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aprendizado muito grande para V.Exa. Então, parabenizo-o aqui mais uma vez.

V.Exa. sabe do carinho e da amizade que eu tenho por V.Exa. Nós estaremos

sempre juntos como jovens políticos aqui nesta Casa. Apesar de jovem, V.Exa. está

no segundo mandato, assim como eu, mas nós temos todo um futuro pela frente

para poder ajudar o nosso Brasil a se desenvolver ainda mais. Parabéns! Muito

obrigado.

O SR. HUGO MOTTA - Eu agradeço a V.Exa. É uma honra ser Deputado

aqui, pela segunda vez, ao lado de V.Exa., que tão bem representa Bacabal e o

Maranhão nesta Casa.

Concedo um aparte ao Deputado Augusto Coutinho e, em seguida, aos

Deputados Fernando Monteiro e Kaio Maniçoba.

O Sr. Augusto Coutinho - Deputado Hugo Motta, serei rápido. Não vou

subtrair o pouco tempo que V.Exa. tem. Veja a demonstração de carinho de todos

estes companheiros que aqui estão para lhe fazer um aparte. Quero só fazer uma

constatação. Eu privo da sua amizade, tenho convicção disso, nós somos sofredores

nordestinos, e eu quero apenas registrar que, nesta Casa, apesar da pouca idade,

V.Exa. tem desenvolvido um trabalho muito sério, muito dedicado e que orgulha, eu

tenho certeza, toda a Paraíba. Então, fica só o registro a V.Exa., pelo seu perfil de

político, por ser uma pessoa que, eu tenho certeza, tem muito ainda a produzir pelo

Brasil e pela Paraíba. Parabéns, Deputado!

O SR. HUGO MOTTA - Muito obrigado, Deputado Augusto Coutinho. A

admiração e a amizade são recíprocas, pode ter certeza disso.

Concedo um aparte ao Deputado Fernando Monteiro.

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O Sr. Fernando Monteiro - Deputado Hugo Motta, eu fico muito orgulhoso de

participar do seu ciclo de convívio. Uma vez eu ouvi um poeta francês dizer uma

frase que se iniciava assim: “Se os novos soubessem e se os velhos pudessem...”. E

fico feliz porque vejo nessa frase que V.Exa. hoje, mesmo novo, tem a experiência

na condução política. V.Exa. é um líder nato, é um líder que traz, neste momento,

nesse seu discurso, a palavra que precisamos. O ano de 2015 foi muito difícil, um

ano de muita divergência, um ano do “quanto pior, melhor”. Mas, em 2016, nós

Parlamentares temos a obrigação de, junto com o Governo, trocar divergência por

convergência. Digo convergência porque, acima de qualquer projeto político tem que

estar o povo. Por isso, Deputado Hugo Motta, fico feliz quando V.Exa. aborda este

assunto. Mesmo na sua juventude, V.Exa. traz experiência, diálogo. Isso significa

que V.Exa. tem capacidade para liderar. Então, continue liderando a Paraíba,

continue liderando os jovens e continue liderando seus amigos. Com certeza, o

futuro o espera. V.Exa. já sabe que será Governador da Paraíba! E eu quero ser seu

secretário! (Riso.) Tenha sucesso. E que seu caminho continue nesse sentido.

O SR. HUGO MOTTA - Eu agradeço a benevolência das palavras de V.Exa.,

que tão bem representa o Estado de Pernambuco. Eu não tenho dúvida de que, pelo

trabalho que vem fazendo, V.Exa. vai ter não só o reconhecimento da população,

como também vai ajudar Pernambuco, alçando voos ainda maiores na política.

Ouço o Deputado Kaio Maniçoba e, em seguida, o meu conterrâneo

Deputado Marcondes Gadelha.

O Sr. Kaio Maniçoba - Deputado, como seu amigo e admirador, eu não

poderia deixar de vir aparteá-lo, no momento em que V.Exa. traz um assunto tão

importante para a sociedade brasileira e tem a grandeza de fazer esse debate nesta

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Casa. V.Exa. demonstra sua qualidade de homem público e seu espírito público, ao

vir trazer este debate, propor este diálogo à Casa. Quero aqui registrar o meu

carinho e a minha admiração por V.Exa., que vem fazendo um grande trabalho nesta

Casa, um sofredor nordestino como eu, que entende de seca, entende das mazelas

por que o Brasil vem passando e que nós sentimos na pele, sendo V.Exa. do Sertão

da Paraíba, e eu, do Sertão pernambucano. Venho acompanhando o crescimento de

V.Exa. nesta Casa, já no seu segundo mandato. Nós que começamos agora tivemos

o prazer de estar ao lado de V.Exa. numa das mais importantes CPIs desta Casa.

Sei do trabalho e da qualidade de V.Exa. à frente daquela CPI. Deixo aqui meu

abraço, meu carinho e minha admiração. Com certeza, como disseram outros pares

aqui, queremos vê-lo no Governo da Paraíba para chegar a voos mais altos. Um

forte abraço.

O SR. HUGO MOTTA - Agradeço ao Deputado Kaio Maniçoba, que está no

seu primeiro mandato, mas demonstra grande desenvoltura aqui, representando o

povo pernambucano.

O motivo de trazer à tribuna este discurso, Deputado Kaio Maniçoba —

V.Exa. convive numa mesma realidade em que eu convivo —, é justamente para

mostrar o que o Sertão nordestino tem passado com essa crise, agravada ainda

mais pela falta de recursos, e que, muitas vezes, os gestores que estão na ponta

não têm condições de responder à população na rapidez que merece e precisa. Nós

temos a responsabilidade de discutir a crise aqui, sempre buscando uma solução

para os problemas.

Muito me honra ouvir o ex-Senador, Deputado por vários mandatos, meu

conterrâneo e homem por quem tenho grande admiração, Marcondes Gadelha.

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O Sr. Marcondes Gadelha - Nobre Deputado Hugo Motta, eu quero louvar a

iniciativa de V.Exa. de trazer à colação este tema maior, mais importante e que mais

aflige a nacionalidade neste momento, a crise econômica, social, política e moral

que se abate sobre a Nação. Eu quero me acostar a esses cuidados e

preocupações que V.Exa. vem revelando ao longo do seu discurso e acrescentar um

a mais, nobre Deputado Hugo Motta, que é o custo financeiro da administração: 47%

do Orçamento deste País vão para juros e amortização da dívida pública interna do

Brasil. Isto é mais de três vezes o orçamento da saúde, da educação e da

segurança, somados. Sei que V.Exa. vai detalhar toda essa temática, mas eu já lhe

antecipo esse cuidado e essa preocupação. No mais quero revelar a minha

admiração pelo desempenho de V.Exa., pela seriedade e pelo senso de

responsabilidade com que se tem aplicado ao seu mister de Deputado, de

representante da nossa Paraíba, e, sobretudo, por ver V.Exa. apresentar-se como

uma das mais gratas revelações da política no cenário nacional. Espero que V.Exa.

continue e cresça sempre. E eu sigo o caminho ainda há pouco apontado pelo

Deputado Manoel Junior: espero que um dia possa votar em V.Exa. também para

Governador do nosso Estado.

O SR. HUGO MOTTA - Muito obrigado, Deputado Marcondes Gadelha.

Recebo suas palavras como a mais alta congratulação.

Eu não tenho dúvida de que essa discussão sobre o enxugamento do

tamanho do Estado é, sem dúvida alguma, fundamental para que tenhamos um País

em crescimento e em desenvolvimento.

Muito grato pelo seu aparte!

Concedo um aparte ao Deputado Cabo Sabino.

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O Sr. Cabo Sabino - Deputado Hugo Motta, eu o parabenizo pelo

posicionamento. Agora nós perguntamos ao povo brasileiro e a esta Casa: será que

nós não temos dado a nossa contribuição aqui, muitas vezes sobrepondo ao povo

brasileiro também essa ajuda, quando autorizamos mudanças nos direitos

trabalhistas dos trabalhadores, quando aqui temos votado medidas impopulares

para ajudar o Governo a reerguer a economia do nosso País? Temos feito isso

muitas vezes a contragosto, mas acreditando que quem está à frente, dirigindo esse

trem chamado Brasil, vai ter condição de colocá-lo nos trilhos novamente, no

caminho do crescimento. Mas nos parece que o pedir não tem medida, porque está

sempre pedindo mais. E isso impõe ao povo brasileiro uma sobrecarga e uma

divisão, um pagamento de uma conta, de uma fatura de uma dívida que o povo não

contraiu.

O SR. HUGO MOTTA - É verdade.

O Sr. Cabo Sabino - Prova disso, Deputado Hugo Motta, é a volta da CPMF.

Eu sei que os Municípios querem que a alíquota chegue a 0,38%, porque é interesse

dos Municípios ficarem com 0,18%. Mas o povo merece pagar por um erro

administrativo? Eu não tenho como historiar os 4 anos anteriores, porque não estive

nesta Casa na Legislatura passada. Mas, nesta Legislatura, eu tenho presenciado e

participado do que esta Casa tem feito. E ela tem feito, sim, o seu papel como

coadjuvante e como ajudador do Governo Federal em tudo aquilo que ele manda

para esta Casa, votando, sob o pretexto de que vai melhorar as condições do povo

brasileiro. Mas eu só tenho visto pesar essas condições ao povo brasileiro.

Parabenizo V.Exa. pelo pronunciamento e pela concessão do aparte.

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O SR. HUGO MOTTA - Agradeço a V.Exa. o aparte e concordo em número,

gênero e grau com as suas afirmações.

Concedo um aparte ao Deputado Marcelo Aro. Em seguida, concederei um

aparte ao Deputado Mauro Pereira.

O Sr. Marcelo Aro - Deputado e colega Hugo Motta, foi com alegria que corri

pelos corredores desta Casa, agora, em direção a este plenário, para fazer um

aparte ao pronunciamento de V.Exa. Fiz questão de vir aqui, pessoalmente,

parabenizá-lo por tudo o que tem feito, por todo o trabalho que V.Exa. tem feito, não

só pelo povo do seu Estado, mas também pelo povo brasileiro. Deputado Hugo

Motta, eu tenho a alegria de dizer que, independentemente das siglas partidárias,

hoje V.Exa. é um grande líder nesta Casa. É o nosso líder nesta Casa. Nós não

somos do mesmo partido, mas tenho em V.Exa. um líder. Converso com V.Exa.,

peço-lhe sugestões, compartilho dificuldades, conversamos sobre méritos de

projetos que passam por aqui e sempre escuto a voz de V.Exa., levando nossos

colegas partidários àquilo em que V.Exa. nos instrui. V.Exa. sai do episódio da

semana passada muito maior do que entrou. Eu não tenho dúvida disso. E já lhe

disse que verei V.Exa. não só como Governador do seu Estado, mas, tenho certeza,

em breve, ali no Planalto, representando todos nós como Presidente da República.

Falo isso não para lhe agradar, mas pela sua qualidade, pela sua postura ética e

moral nesta Casa, além do dom da liderança, um dom dado por Deus a V.Exa.

Parabéns, Deputado Hugo Motta! Conte comigo e com o nosso partido e vamos

juntos mudar o nosso País!

O SR. HUGO MOTTA - Deputado Marcelo Aro, agradeço a V.Exa. as

palavras. V.Exa. chegou a esta Casa recentemente e já lidera tão bem o PHS, num

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papel de protagonismo, sempre ao lado do povo mineiro e do povo brasileiro, com a

experiência de Vereador, representando o belo Estado de Minas Gerais, motivo de

orgulho do povo mineiro. Agradeço a V.Exa. o aparte.

Concedo um aparte ao Deputado Mauro Pereira.

O Sr. Mauro Pereira - Deputado Hugo Motta, sou do PMDB do Rio Grande

do Sul e tive a oportunidade, desde fevereiro de 2015, de conhecer e de trabalhar

com V.Exa. Eu quero dizer ao povo da Paraíba que, quando se trata de uma pessoa

que fala olhando no olho, que respeita os colegas e que se preocupa com os

problemas do País, com os problemas do Estado, com os problemas da cidade, este

é, sem sombra de dúvida, um político que merece todo o respeito. E V.Exa. é isto:

uma pessoa que se preocupa não só com o seu Estado, com os seus Municípios,

mas também com os demais Estados da Federação, inclusive já me ajudou a

resolver demandas do meu Estado. Eu quero dizer que é um orgulho, um privilégio

ter uma pessoa como V.Exa. fazendo parte do nosso PMDB. Eu tive a oportunidade

de votar em V.Exa., mas nós não chegamos lá, nós que, com certeza, queremos o

melhor para o PMDB e o melhor para o nosso País. Vamos olhar para frente, porque

o futuro precisa do nosso trabalho e da nossa dedicação. Muito obrigado. Parabéns!

O SR. HUGO MOTTA - Eu agradeço a V.Exa., um Deputado de Caxias do

Sul que tão bem representa aqui o povo gaúcho. Eu tive a honra de contar com seu

apoio na nossa caminhada.

Eu quero só pedir ao Presidente um pouquinho de paciência — já estava

terminando o discurso —, diante do grande volume de apartes, para concluir aqui

rapidamente o meu pensamento.

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O cansaço bateu à porta do brasileiro. Ele pesa nos ombros e na consciência,

sendo a prova de que confiar e delegar autoridade não foi boa escolha. Talvez — e

aqui abro um tema que julgo importante buscarmos compreender e aprimorar — a

forma de representação dos Poderes esteja arraigada e sendo desenvolvida única e

exclusivamente no sentimentalismo de reconhecer no outro a capacidade de

administrar nossos males. A representatividade política do Brasil está diretamente

ligada aos cidadãos individualmente aptos a satisfazer as necessidades de uma

determinada sociedade. É o Vereador das causas comunitárias, o Prefeito herói, o

Presidente pai dos pobres, o Senador experiente, o jovem e seus novos ideais e

assim por diante, personificando-se em um e em outro a solução dos nossos

problemas.

Todos os perfis trabalhados com a intenção de conquistar o voto através dos

déficits identificados nas mais diversas regiões do País, camuflando em solução

absoluta o indivíduo que é componente de um todo, que deveria interagir e ser

harmônico, é um dos componentes do elo desinformante.

É necessário o debate, na mesma medida em que é necessário começarmos

o processo contínuo de educação. Nossa sociedade já sabe do que precisa. Agora,

precisamos construir, objetivamente, os meios para alcançar o nosso alvo.

A união da classe política brasileira em torno dos temas que afligem o nosso

País é necessária. O diálogo, mais do que nunca, deve ser a arma principal a ser

usada por nós. E aí me incluo. Mais uma vez, peço que cada um de nós coloque a

mão na consciência. Peço isso com o desejo de mudarmos verdadeiramente o

cenário político no qual estamos inseridos.

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A população está cansada de receber dos jornais e compartilhar nas redes

sociais as misérias que assolam nosso Brasil. E, neste momento, reafirmo a

necessidade de tomarmos uma atitude com relação aos rumos que queremos para o

País.

É preciso uma sinalização real, positiva, do Poder Executivo sobre as

decisões que ele deve tomar para combater a crise econômica e moral. Se nós aqui

no Legislativo não fomos ouvidos e não participamos das decisões equivocadas que

nos trouxeram a esta condição na qual vivemos hoje, acredito que devemos nos

dispor, além de ser nosso papel, a dialogar em favor de encontrarmos soluções que

beneficiem a população.

Não se pode admitir que os gastos públicos cresçam acima da renda

nacional. Precisamos estancar o crescimento da dívida, tornar o Brasil um país

sustentável, com real crescimento econômico, com verdadeiro combate à pobreza e

melhor distribuição de renda.

O Estado precisa estar presente ativamente na realização de mudanças

necessárias à retomada do crescimento. Não se pode, simplesmente, não ter

alternativas e jogar no colo dos que não participaram, repito, das tomadas de

decisão que afundaram o País em grave recessão a responsabilidade de sugerir

algo novo.

Ora, o que pretendo é chamar a atenção para aquilo que é basilar em todo e

qualquer Estado democrático: que a ponte para o diálogo esteja aberta. Só assim

conseguiremos construir um futuro promissor para nossa Nação.

Meu muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Gilberto Nascimento, pastor e delegado, por 1 minuto.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 011.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 23/02/2016 Montagem: 4176/5185

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O SR. GILBERTO NASCIMENTO (Bloco/PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria que V.Exa. autorizasse a divulgação nos

órgãos de comunicação da Casa de discurso que encaminho por escrito, tratando do

problema da taxa de homicídios no Brasil, que, infelizmente, é superior à taxa de

crescimento da população. Temos uma população que cresce a uma taxa de 2%,

mas temos os homicídios crescendo a uma taxa de 5% a 6% ao ano.

É profundamente lamentável vivermos em um país no qual 58 mil pessoas

estão perdendo a vida a cada ano, vítimas das armas de fogo, vítimas da violência

que se alastrou totalmente no País, onde, infelizmente, não existe política pública de

segurança. Isso, volto a dizer, é profundamente lamentável.

Quero também parabenizar a polícia de São Paulo, que tem feito um grande

trabalho. Hoje, inclusive, o Secretário de Segurança Pública anunciou a redução do

número de homicídios em São Paulo. Enquanto, infelizmente, no País nós temos de

38 a 40 homicídios a cada 100 mil habitantes; em São Paulo, felizmente —

infelizmente ainda, porque o ideal seria zero —, temos de 7 a 8.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que o meu discurso seja divulgado nos meios

de comunicação desta Casa.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Está deferido o pedido de

V.Exa.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no Brasil, apesar da nossa poderosa

estrutura eletrônica, leva-se até 3 anos para ministrar uma informação de homicídio.

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O Mapa da Violência que dispomos hoje é fruto do esforço de organizações para se

obter dados confiáveis sobre óbitos, para que possamos estudar e analisar suas

causas e a reincidência dessas causas. As informações mais confiáveis que

obtemos vêm da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Organização

Mundial de Saúde (OMS), juntamente com informações sobre mortalidade do

Ministério da Saúde. Essa foi a conclusão da palestra realizada em abril de 2015, na

Câmara dos Deputados, pelo Dr. Waiselfisz, representante da UNESCO.

Com o cruzamento de dados levantados pelo IBGE, cuja margem de erro está

em mais ou menos 2%, a taxa de homicídios no Brasil vem aumentando entre 5% e

6% ao ano, sendo o aumento da violência rural um dos principais motivos. Sua

maior reincidência continua sendo verificada nas capitais e regiões urbanas.

Entre 1980 e 2012, um período de 32 anos passados: pessoas vítimas de

homicídio foram 1 milhão 202 mil 245, sendo que, dessas, 637.296 eram jovens

(53%), tendo a taxa de homicídios passado de 11,7 em cada 100 mil habitantes para

29 em cada 100 mil. E na década de 1993 a 2002 houve um incremento de 5,5% ao

ano na taxa de homicídios, muito superior à de aumento da população; depois se

manteve estável.

De 1980 a 2012, pessoas vítimas de acidentes de transporte foram 1 milhão

41 mil 335, sendo que, dessas, 347.894 eram jovens (33,4%), tendo essa taxa

passado de 17,1 para 23. Pessoas que se suicidaram foram 216.211, sendo que,

dessas, 71.301 eram jovens (33%), tendo a taxa passado de 3,3 para 5,3.

O total de vítimas das 3 causas somadas foi de 2 milhões 459 mil 791, sendo

que, dessas, 1 milhão 56 mil 991 eram jovens, ou 43% do total. (Fonte: Dr. Julio

Jacobo Waiselfisz — UNESCO.)

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Atualização de dados.

O Mapa da Violência do Governo Federal, divulgado em 2015, mostra que em

2014 o Brasil teve 25,81 mortes por 100 mil habitantes. Para a OMS — Organização

Mundial da Saúde, o índice acima de 10 por 100 mil é considerado epidêmico. Mais

de 143 pessoas morreram por dia, em média, vítimas de homicídios dolosos,

aqueles em que há a intenção de matar, somando só no ano de 2014 um total de

52.336 assassinatos registrados, número 3,8% superior ao do ano de 2013 —

50.413. Nesse mesmo ano houve ainda 2.061 latrocínios, o roubo seguido de morte.

Além disso, 2.368 pessoas morreram em confrontos com a Polícia Militar.

Comparações internacionais realizadas pela UNESCO entre 67 países

indicam que o Brasil encontra-se em 4º lugar nas taxas de homicídios da população

geral e em 5º na da sua população jovem, ficando atrás somente de Colômbia, El

Salvador e Federação Russa. E os homicídios cresceram mais rapidamente no

interior dos Estados, justamente por causa do aumento da violência rural, do que

nas capitais ou nas regiões metropolitanas.

Uma análise pormenorizada sobre as causas de mortalidade no Brasil nos

leva à conclusão de que o quadro é complexo e preocupante. Nosso País ocupa

posições avançadas entre as nações mais violentas do mundo, e é entre os jovens

que as diferenças internacionais tornam-se realmente dramáticas.

As taxas demonstradas no trabalho da UNESCO são 100 vezes superiores às

de países como Áustria, França, Japão, Bahrein ou Luxemburgo.

No Rio de Janeiro, Espírito Santo e Pernambuco, os homicídios são

responsáveis por mais da metade das mortes dos jovens. Nesses Estados, houve

incremento na taxa de homicídios superior ao aumento da população, vitimando

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principalmente jovens e adultos do sexo masculino e de raça negra. Em finais de

semana é que se constatam os maiores números.

Óbitos por acidentes de trânsito também voltam a aumentar nesse período e

afetam fundamentalmente homens, em sua absoluta maioria jovens (83,5%), com

maior incremento em finais de semana, assim como ocorre com a taxa de

homicídios.

Em termos internacionais, nossas taxas de óbitos por acidentes de transporte

são ainda elevadas — ocupamos a 16ª posição entres os 67 países pesquisados, e

na população jovem, a 30ª posição. Nossas maiores proporcionalidades nesse

quesito encontram-se em Vitória, no Espírito Santo; Boa Vista, em Roraima; Goiânia,

em Goiás; Cuiabá, em Mato Grosso; e Palmas, no Tocantins.

A utilização de armas de fogo como instrumento de letalidade vem crescendo

assustadoramente ao longo do tempo, principalmente entre a população jovem. Aqui

devemos considerar dois períodos, ou seja, antes e após a Campanha do

Desarmamento.

O desarmamento não conseguiu reverter o nível de homicídios no Brasil, mas

conseguiu frear uma tendência crescente e acelerada.

No campo dos suicídios, mortes procuradas de livre e espontânea vontade ou

por falta de discernimento, nossas taxas são relativamente baixas, quando

comparadas com as dos outros países do mundo. Ocupamos o posto 57, dentre os

67 países pesquisados. As taxas de suicídios aumentam concomitantemente com a

idade e afetam principalmente os homens (3 em cada 4 suicidas são homens).

Conclusões finais e indicação de mudanças.

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Confrontando todos esses dados, devemos nos perguntar: por que os jovens

na plenitude da vida se suicidam mais que os velhos? Onde estão suas

vulnerabilidades?

O índice de elucidação dos crimes de homicídio é baixíssimo no Brasil.

Pesquisas realizadas, inclusive pela Associação Brasileira de Criminalística,

demonstram que são elucidados entre 5% e 8% dos crimes no País. Esse

percentual é de 65% nos Estados Unidos; 90% no Reino Unido; e 80% na França. E

a elucidação é somente uma etapa. Necessário seria considerarmos outros fatores,

como: rigorosa padronização nos registros de mortes, em todos os Estados e no

Distrito Federal; homicídios não registrados — cemitérios clandestinos, cadáveres

em locais inacessíveis, etc. —, que na estimativa da OMS e do Ministério da Saúde

estariam em algo em torno de 5% e 10% do total; boletins de ocorrência que não

originaram inquérito; flagrantes; toda a etapa posterior à denunciada pelo Ministério

Público, no processo judicial. Se considerarmos todas essas etapas, esse percentual

cai para apenas 3%.

Impera entre setores da mídia e também da segurança pública a visão de que

a violência homicida é resultante do uso de drogas, mas as evidências existentes

apontam em sentido contrário.

Pesquisa realizada em 2012 pelo Conselho Nacional do Ministério Público em

inquéritos policiais de homicídios dolosos concluiu que em nove Estados

preponderam como motivo as afirmações “por impulso” e/ou “motivos fúteis”: São

Paulo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Acre, Santa Catarina, Amapá, Pará, Mato

Grosso, Goiás. Em sete Estados preponderam os crimes realizados por

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profissionais: Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Sul, Espírito Santo,

Distrito Federal e Paraná.

Reconhecendo que essas informações não são totalmente fidedignas, fica em

nós a preocupação com a tolerância e a aceitação do problema por parte das

instituições encarregadas de enfrentá-lo. Faltam mecanismos institucionais que

permitam neutralizar a violência dirigida aos setores vulneráveis ou subalternos da

sociedade. É a culpabilização das vítimas. É necessária ação direta no interior das

instituições encarregadas de fazer cumprir as leis e prevenção contra milícias,

grupos de extermínio, autos de resistência, etc.

Entre a população jovem, os dados são sempre mais agudos. Dividindo a

população em dois grandes grupos — jovens e não jovens —, percebemos que o

panorama da vitimização do jovem é muito maior. Para cada morto não jovem

existem três mortos jovens, ou seja, de cada quatro mortos, três são jovens.

Considerando aqui o fato de que a violência é extremamente masculinizada, há uma

disparidade enorme entre o número de mortos homens e o número de mortas

mulheres.

Seletividade discriminatória.

Outra questão muito significativa é a da cor. Somente a partir da virada do

século, a partir do ano 2000, teve início a caracterização da vítima pela cor, e é

enorme a letalidade da população negra em relação à população branca. A morte da

população negra é duas vezes e meia maior que a da população branca. E entre os

jovens esse dado é ainda mais drástico. Homicídio de jovens brancos representa

30% e de jovens negros está acima de 80%.

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Entre os anos de 2002 e 2012, cai o número de homicídios de brancos e

aumenta o número de homicídios de negros, configurando-se, mais uma vez, a

seletividade dos negros na mortalidade por homicídio.

Nenhuma taxa de homicídio é aceitável. No Brasil, sem nenhum conflito de

fronteiras, sem conflitos étnicos, sem conflitos de línguas, sem conflitos religiosos,

morreram muito mais pessoas do que em conflitos armados ocorridos em sete

países. Aqui temos a Secretaria Nacional da Juventude, o Estatuto da Juventude,

existem programas de enfrentamento à violência, etc. Os programas podem ser

eficientes, mas não são suficientes. Temos que colocar a culpa do crescimento da

violência nos “remédios”. Temos que mobilizar a sociedade e o Governo, de modo

geral, no sentido de modernizar as políticas públicas e incrementar o que já existe.

A verdade é que os homicídios continuam aumentando o extermínio

crescente da população negra, conforme dados disponibilizados pelo próprio

Ministério da Saúde.

É necessário mais rigor nos registros de sepultamento. O óbito deve ser

comprovado com a certidão de registro correspondente, emitida por um médico ou,

na falta deste, por duas pessoas qualificadas que tenham presenciado ou

constatado a morte. Esse documento deve conter idade, sexo, estado civil,

profissão, naturalidade e local de residência do morto, dados indispensáveis na

realização do diagnóstico, informações básicas descritas em lei e que vêm sendo

omitidas em muitos casos de homicídio e, como temos conhecimento, também no

caso das clínicas clandestinas de aborto, situação sobre a qual já estou elaborando

levantamento e vou discorrer sobre ela em outra oportunidade.

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Não podemos citar violência sem antes admitirmos que temos irmãos

excluídos da comida, do remédio, da moradia, da educação, etc. Há que se

considerar nossa realidade social no contexto geral da segurança pública, procurar

saber de que os brasileiros necessitam, deixando-os em paz, sem torná-los

vulneráveis a outras formas de violências e dependências.

Haverei de questionar sempre todos esses quesitos como sendo os principais

mecanismos que levarão a uma correta política de segurança pública.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Paulão, que disporá de 3 minutos.

O SR. PAULÃO (PT-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, colegas Parlamentares, é importante neste Parlamento verificarmos o

processo contraditório no discurso.

O Prefeito Rui Palmeira, de quem tive a oportunidade de ser colega na

Assembleia Legislativa, e que depois foi Deputado Federal nesta Casa, é um dos

arautos contrários à política econômica do Governo. Aliás, faz constantes discursos

contra o novo tributo, que, para mim, é o mais eficaz, principalmente para taxar o

andar de cima, que é a CPMF. O mesmo Prefeito, no entanto, reajusta o tributo do

IPTU na ordem de 10%. Ou seja, é aquela velha máxima de faça o que eu digo... O

Prefeito Rui Palmeira, do PSDB, faz esse processo contraditório. Além disso, ele

implantou agora vários pardais para, em tese, fazer o controle relativo ao fluxo de

carros na capital, só que, com um detalhe, sem fazer o processo licitatório. Mesmo

assim, o debate aqui é pela transparência.

Espero que o Ministério Público Estadual de Alagoas tenha celeridade,

porque neste momento está dormitando ao não fazer o processo, a abertura

legislativa.

Em relação à grave situação da saúde, nós temos, nesses últimos 30 anos,

um aglomerado urbano próximo ao aeroporto, chamado Complexo Benedito Bentes,

com uma população acima de 120 mil habitantes, que só possui uma maternidade

para atender aquele público periférico e carente. O Prefeito, por sua incompetência,

fechou-a recentemente. Não é diferente em relação à educação: ontem, ocorreram

filas, que viraram a madrugada, sem que a Prefeitura desse uma resposta.

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Por último, apresentei, sem ter uma visão sectária, emenda para a Praça da

Juventude, com previsão de recursos próxima a 2 milhões de reais. Mesmo sendo

adversário político, entendi a importância dessa gestão. Mas esse recurso da

emenda está sob risco de se perder, porque não houve uma otimização de gestão

por parte do Prefeito.

Sr. Presidente, deslocando o eixo para outro debate, eu queria registrar a

perda, hoje, do jovem José Cleyton Pinheiro de Souza, dirigente do Sindicato dos

Rodoviários de Alagoas e da Central Única dos Trabalhadores de Alagoas, vítima de

um AVC. Ele tinha acima de 30 anos. O seu enterro será hoje, às 17 horas, no

Cemitério Parque das Flores. Lamento o falecimento desse jovem militante, desse

transformador social. Nós prestamos solidariedade não só aos familiares de Cleyton,

mas a todo o movimento sindical alagoano.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, vivemos tempos muito confusos, de muitas contradições, e

uma delas é o PSDB atacar duramente o ajuste fiscal e a proposta de criação da

Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e, por outro lado,

aumentar tributos e outros encargos em suas administrações locais.

A crítica só vale quando o assunto é condenar o Governo Federal, mas nos

Estados não é bem assim. Rui Palmeira, Prefeito tucano de Maceió, por exemplo,

reajustou o IPTU de 2016 em praticamente 10%; ou seja, o maceioense vai pagar a

mais este ano 9,93% em seu IPTU, um forte impacto nas contas do cidadão, que

começa o ano com muitas obrigações a pagar.

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Esse reajuste, num momento de crise da economia, é um dízimo que se dá à

Prefeitura de nossa bela capital, que pretende arrecadar R$100 milhões com o

IPTU.

Na verdade, Rui Palmeira arrochou o bolso do contribuinte, aumentando

todos os tributos da Prefeitura este ano. Quem for pagar o IPTU vai sentir na pele

esse drama. Isso sem falar na fábrica de multas que ele acaba de instituir em

Maceió com a instalação dos pardais.

O Prefeito também precisa explicar exatamente os custos desses pardais.

Conforme denunciou o Vereador Silvânio Barbosa, do PSD, os cofres municipais

estão gastando R$9 milhões com 10 pontos de pardais, com o agravante de não ter

sido feita licitação. Eis, portanto, uma questão para o Ministério Público investigar.

Ano eleitoral é assim mesmo! O Prefeito do PSDB está atacando por todos os

lados, exatamente para tentar esconder seu fraco desempenho como gestor público,

uma vez que a administração de Maceió está paralisada e o que ele tem feito é

pintar faixas na orla, inaugurar lixeira na mesma área e ponto de ônibus.

Falando nisso, houve em Maceió uma licitação de transportes para atrair

novas empresas para atender a demanda da capital; porém, estranhamente, ficaram

as mesmas empresas de ônibus que operavam antes. Até agora a população não vê

melhoria alguma no sistema de transporte coletivo da cidade.

Rui Palmeira precisa ter bom senso e sensibilidade com as demandas da

população e não castigar tanto o contribuinte de Maceió, que já é bastante

prejudicado. É bom lembrar, também, que ele deixou a saúde de Maceió num caos

total, até a maternidade Denilma Bulhões fechou.

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Rui também não se preocupou em construir a Praça da Juventude no

Benedito Bentes, equipamento de quase R$ 2 milhões, cuja verba coloquei à

disposição do Governo do PSDB, e até agora nada foi feito.

A Praça da Juventude é um instrumento de inserção social, pois trabalha com

vários programas de assistência aos jovens e de acolhimento às demandas dos

idosos. Mesmo com os recursos dos Ministério do Esporte à disposição da Prefeitura

de Maceió, o projeto emperrou porque o Prefeito não cumpriu as exigências legais.

Como vimos, falar da Presidenta Dilma e do ajuste fiscal é fácil, agora

apresentar uma gestão realmente competente e comprometida com a população é

algo raro, principalmente quando analisamos os “combativos” tucanos. O cidadão

maceioense está revoltado. Falta tudo, não só sensibilidade, mas principalmente

coerência da Prefeitura Municipal!

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Reginaldo Lopes.

O SR. REGINALDO LOPES (PT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Obrigado, Sr. Presidente. Vou ser bem rápido.

Quero só registrar aqui o sucesso do Dia Z de combate ao mosquito Aedes

aegypti, na luta contra a dengue e o vírus zika, organizado pelo Ministério da

Educação na sexta-feira.

Tive a oportunidade de lecionar em uma escola de Belo Horizonte, no Bairro

do Barreiro, em um antigo Centro de Atenção Integral à Criança — CAIC, a Escola

Municipal Lucas Monteiro Machado. Quero agradecer à Diretora Cida Braga.

Essa ação é extremamente importante. A comunidade acadêmica do Brasil —

os estudantes e os profissionais, o corpo docente e os técnicos — corresponde a

uma população de 60 milhões de indivíduos. A partir dela, nós podemos mudar essa

dura realidade no combate ao mosquito no País.

Quero registrar também que a Casa criou, sob a Coordenação do Deputado

Osmar Terra, a Comissão Externa que vai estudar a questão da microcefalia. Isso

ocorreu após requerimento de minha autoria. Então, agradeço a esta Casa por mais

essa oportunidade.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - V.Exa., como sempre,

inteligente e perspicaz.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Capitão Augusto.

O SR. CAPITÃO AUGUSTO (Bloco/PR-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Obrigado, Sr. Presidente, Deputado Delegado Edson Moreira.

Na sessão de quinta-feira, o Exmo. Deputado Jean Wyllys utilizou o microfone

do plenário desta Casa para me dirigir críticas em razão do meu pronunciamento

sobre o programa Tá no ar: a TV na TV, da Rede Globo de Televisão, que,

irresponsável e caluniosamente, mais uma vez, ofendeu todos os policiais militares.

Inconformado com as verdades por mim proferidas contra a intocável Rede

Globo, que se considera acima do bem e do mal, o ilustre Deputado Jean Wyllys

saiu em defesa da emissora que construiu a sua imagem como BBB

intelectualizado, o que, aliás, ele cultiva até hoje. É a criatura agora defendendo o

seu criador.

Se já não bastasse, o Deputado Jean Wyllys foi ainda mais longe nos seus

devaneios. Como na sua perspectiva a Rede Globo parece estar acima das leis e da

Constituição, censurou-me por ter requerido o exercício do direito constitucional de

resposta em razão das cenas veiculadas no programa Tá no Ar: a TV na TV,

afirmando que, se fosse assim, deveria então fazê-lo contra todos os órgãos de

imprensa, que, nas suas palavras, “quase todos os dias” relatam atos de corrupção

e de extermínio praticados por policiais militares.

Somente quem é incapaz ou não quer enxergar é que vai dizer que as cenas

do epigrafado programa não foram ofensivas e caluniosas contra todos os policiais

militares. Aliás, a Rede Globo, abusando do seu poderio econômico e desvirtuando-

se do legítimo exercício da liberdade de imprensa, é recorrente em denegrir a

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imagem das polícias militares em seus programas, conduzindo parte da população a

desacreditar estes homens e mulheres que oferecem suas vidas em prol da

segurança pública.

Os ataques desferidos pela Rede Globo e seus fiéis defensores contra as

polícias militares fazem parte da sua estratégia de alienação popular e de imposição

dos seus valores como forma de perpetuação da sua ditadura do mal. Os princípios

e valores cultuados pelas polícias militares brasileiras não se coadunam com os

seus interesses, e, por isso, somos vítimas preferenciais dos seus golpes ardilosos.

O pronunciamento do Deputado Jean Wyllys no plenário desta Casa confirma

o ranço que nutre pelas polícias militares. O seu sorriso sarcástico e dissimulado, ao

afirmar que “quase todos os dias” os noticiários veiculam matérias de corrupção e de

atos de extermínio praticados por policiais militares, demonstra claramente o seu

ódio e preconceito contra aqueles que todos os dias oferecem suas vidas em favor

da segurança pública.

Mas tudo isto é compreensível, posto que, sendo ele um produto criado pela

Rede Globo, as suas palavras nada mais são do que o fruto de uma

pseudointelectualidade desmoralizada e desmoralizante que encontra nos valores

policiais, nos valores militares um cediço obstáculo ao seu projeto de desconstrução

da família e da sociedade brasileira.

E, antes que me sobrevenham acusações de homofobia, quero deixar claro

que tudo o que estou falando nesta tribuna não tem nenhuma relação com opções

sexuais privadas. Na falta de argumentos, esse será o caminho escolhido por

alguns, mormente daqueles que atacam raivosamente e que, ao serem confrontados

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na tentativa torpe de impor a sua visão de mundo, alegam ser vítimas de

preconceito. Este é o recurso dos fracos.

Sr. Presidente e nobres colegas Deputados, nós, policiais militares, sabemos

do nosso valor e da nossa importância para a democracia e não vamos mais nos

aquietar diante dos ataques que caluniosamente nos são desferidos por quem quer

que seja. E faremos isso não só por nós, mas especialmente para o bem deste País.

Contra a Polícia Militar não há o que se dizer, porque a nossa instituição é,

sem dúvida nenhuma, a grande defensora dos direitos humanos no Brasil.

Obrigado, Sr. Presidente.

O Sr. Delegado Edson Moreira, nos termos do § 2°

do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da

Presidência, que é ocupada pelo Sr. Gilberto Nascimento,

2° Suplente de Secretário.

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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Antes de chegarmos ao Piauí,

com o Deputado Heráclito Fortes, esta Presidência tem grande alegria e satisfação

de anunciar a presença do nosso jovem advogado Thiago Diaz, Presidente da OAB

do Maranhão, que disputou lá uma eleição difícil e hoje está aqui em Brasília

tomando posse.

Junto ao Dr. Thiago Diaz está também a sua Diretoria, Dr. Pedro Alencar, Dr.

Gustavo Mamede, Dr. Gustavo Villas Boas, que se faz acompanhada nesta tarde do

grande representante do Maranhão nesta Casa, Deputado Zé Carlos.

Nós saudamos todos os senhores e os parabenizamos pela grande vitória no

Maranhão. Sejam felizes e representem, da melhor maneira possível, a nossa OAB

do Estado do Maranhão! Parabéns!

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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Concedo a palavra ao Deputado

Delegado Edson Moreira, do Estado de Minas Gerais.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (Bloco/PTN-MG. Pela ordem. Sem

revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, V.Exa. estava falando

sobre segurança pública. Realmente, em nosso País a segurança pública está

caótica. Ela está caótica!

Agora, em relação a essas estatísticas, eu tenho minhas dúvidas, porque a

matança em São Paulo é muito grande. São latrocínios, homicídios... Todos os dias,

nos noticiários, vemos mortes e mais mortes.

Em Minas Gerais também não é diferente. O pessoal lá está matando, está

sequestrando. Inclusive, ontem, Sr. Presidente, estive em Nova Lima visitando e

percorrendo aquela cidade para ver as suas demandas na área de segurança, e elas

não são poucas. Nova Lima está com o presídio superlotado. Isso nos mostra que a

segurança pública, realmente, em matéria de investigação, em matéria de

repressão, está bem, porque a cadeia está lotada.

Durante um sequestro relâmpago — vou até parabenizar a equipe da Dra.

Valéria, lá de Nova Lima, em Minas Gerais, pelo desfecho desse crime —, haviam

sido feitos saques em bancos, mas a Polícia Civil de Minas Gerais conseguiu lograr

êxito e prender cinco sequestradores que estavam com o refém, mandando-os para

a cadeia.

A criminalidade, realmente, está assustadora porque os criminosos não estão

respeitando mais nada. O País está numa total falta de leis, porque a lei não é

cumprida. A Lei nº 7.210, de 1984 — Lei de Execução Penal —, beneficia

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demasiadamente os presos. Com isso, a sensação de impunidade que reina neste

País incentiva a criminalidade.

A sensação de impunidade incentiva ao ponto de o criminoso, mesmo com a

vítima entregando-lhe tudo o que tem, ainda ter a capacidade de dar um tiro na testa

da pessoa, dar um tiro por atirar, só para ver a pessoa morrendo.

Exemplos estão diariamente aí. A pessoa saca o revólver e atira por atirar,

como no caso daquela moça em São Paulo.

Sr. Presidente, em outro caso, um menor de idade sacou o revólver e atirou

no carro só porque o rapaz estava saindo. Veja bem, ele vai à porta do outro e mata,

e o pessoal diz que não está acontecendo nada.

Portanto, é preciso fazer uma revisão geral nas leis, contra a criminalidade, na

lei processual penal e na Lei de Execução Penal. A situação econômica atual do

País só vem a agravar ainda mais o problema da violência.

Ainda veremos, Sr. Presidente, mais e mais violência neste País. Então,

alguma coisa precisa ser feita.

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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Tem a palavra o Deputado

Renato Molling, do Rio Grande do Sul.

O SR. RENATO MOLLING (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Muito obrigado, Presidente Gilberto Nascimento.

Eu queria registrar aqui a inauguração, ontem, na cidade de Sapiranga, de

uma Unidade de Pronto Atendimento — UPA 24 horas.

A Prefeita Municipal, Corinha Molling, minha esposa, teve coragem,

juntamente com sua equipe e o Secretário Emerson, de abrir essa casa, que com

certeza vai atender muito bem a população de Sapiranga e da região.

Nessa época de dificuldades, esperamos a parceria dos Governos Federal e

Estadual para a sua manutenção. Saúde sempre é importante. Para que essa casa

funcione, tem que haver bastantes médicos, enfermeiras, profissionais. A casa, que

tem instrumentos adequados, ficou bonita e foi bem construída. Por isso, parabenizo

a administração.

Eu acho que a saúde no País precisa muito da parceria e do envolvimento

dos Governos Federal e Estadual e das Prefeituras, porque ela é de extrema

importância. Uma pessoa com recursos ou não, quando fica doente, precisa de um

hospital, de uma UPA, de um posto de saúde.

Então, aquele que investe em saúde, com certeza, está ajudando as pessoas.

E a política precisa ajudar principalmente quem precisa.

Sr. Presidente, eu gostaria que meu discurso fosse divulgado no programa A

Voz do Brasil e nos meios de comunicação desta Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Muito obrigado, Deputado

Renato Molling.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, participei na tarde da última segunda-

feira, dia 22, da cerimônia de inauguração da Unidade de Pronto Atendimento —

UPA de Sapiranga.

O novo espaço, com capacidade para atender até 150 pessoas por dia,

encontra-se devidamente equipado e preparado para o acolhimento de pacientes.

Durante a cerimônia, autoridades presentes parabenizaram a prefeita Corinha e

destacaram a sua coragem de dar andamento à obra.

Parabenizo a gestão da Prefeita Corinha e reafirmo o meu compromisso de

continuar trabalhando junto com a Prefeitura em busca de mais recursos para o

Município. Fui Prefeito de Sapiranga por 8 anos e lembro que as inaugurações eram

algo a se festejar. E nestes tempos difíceis, em que as verbas são poucas, isso é

ainda mais significativo e tem que ser destacado.

Sr. Presidente, é importante ressaltar que a obra iniciada em setembro de

2013 e finalizada em fevereiro de 2015 cumpriu o prazo de exigência para

construção de Unidade de Pronto Atendimento; porém, devido ao atraso nos

repasses de verbas do Governo Federal para aquisição de equipamentos, somente

1 ano depois de pronta foi possível ser inaugurada.

A partir desta terça-feira, 23 de fevereiro, os sapiranguenses passam a contar

com um espaço privilegiado para saúde. A UPA funcionará 24 horas, com

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profissionais devidamente qualificados, para prestar um excelente atendimento à

população de Sapiranga, que faz jus a mais essa conquista.

Sr. Presidente, essas eram as minhas considerações. Peço a V.Exa. que se

dê conhecimento pelos veículos de comunicação internos da Casa, bem como pelo

programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Agora, vamos continuar no Rio

Grande do Sul, com o Deputado Afonso Motta.

O SR. AFONSO MOTTA (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente Gilberto Nascimento, Sras. e Srs. Parlamentares, hoje, na Frente

Parlamentar da Agricultura, recebemos a Ministra Kátia Abreu. Ela e a sua equipe

fizeram uma apresentação de um plano estratégico para o agronegócio brasileiro,

com a visão de ampliar não somente os espaços de comercialização da nossa

produção internamente, como também internacionalmente, porque todos nós

sabemos que o nosso País ocupa posição exponencial.

A sua apresentação foi caracterizada pelo profissionalismo e por um esforço

muito grande de qualificação da gestão pública. O que nós todos sabemos é de um

sentimento generalizado com relação ao Estado brasileiro e aos seus espaços

públicos. Por isso, mereceu toda a nossa consideração.

Na oportunidade, nós registramos que atualmente há dois aspectos

fundamentais no agronegócio brasileiro. Em primeiro lugar, num momento de crise e

de grandes desafios, ele é o setor da atividade econômica que responde com mais

efetividade e mais rapidez para a recuperação. Por isso, ele é essencial — as

nossas exportações têm grande expressão — para a balança do pagamento, para o

processo de desenvolvimento e para a atividade econômica do nosso País.

Em segundo lugar, defendemos desde longe na nossa atividade profissional a

visão de que toda a política pública, toda a estratégia do Governo brasileiro para o

agronegócio brasileiro deve ser compartilhada com a sociedade.

É claro que a representação política, a Frente Parlamentar, que tem um

compromisso segmentado, os produtores rurais, as empresas vinculadas ao

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agronegócio são fundamentais, mas é a sociedade brasileira, que é consumidora,

que precisa compreender esse papel estratégico do agronegócio. Por isso, nós

precisamos fazer com que todo esse plano, princípios, regras e questões

importantes para a soberania nacional sejam compartilhados com a sociedade

brasileira.

Viva o agronegócio brasileiro, nossa esperança neste momento de grande

desafio que vive a nossa atividade econômica!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. JAIR BOLSONARO - V.Exa. me concede 1 minuto, Sr. Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Deputado Jair Bolsonaro, V.Exa.

tem a palavra.

O SR. JAIR BOLSONARO (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, eu quero cumprimentar o orador que me antecedeu pelo

discurso sobre o agronegócio, bem como quero dizer que não resta a menor dúvida

de que esse setor é a locomotiva da economia do Brasil.

Infelizmente, é uma palavra satanizada por parte daqueles que não conhecem

o heroísmo desses que labutam no campo. Nós temos problemas sérios na

agricultura: da porteira para fora, não há qualquer apoio governamental — essas

pessoas precisam desse apoio!

Por exemplo, o potássio: em grande parte, a agricultura precisa do potássio, e

somos totalmente dependentes de qual país? Da Rússia! Temos uma enorme mina

de potássio na região do Rio Madeira que não é explorada por vários motivos:

licença ambiental — um Presidente com pulso resolveria o problema; questões de

reserva indígena. E mais outra: essas reservas de potássio foram acertadas via

PETROBRAS — Deus lá sabe como! — e estão nas mãos de uma empresa

canadense. Ou seja, não podemos explorar o nosso próprio potássio!

Só com um Presidente da República que pense no agronegócio nós

poderemos sonhar com os investimentos na agricultura!

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Com a palavra o Deputado Alex

Manente, representante da nossa grande São Bernardo do Campo.

O SR. ALEX MANENTE (PPS-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu gostaria de fazer aqui uma moção de pesar pelo falecimento do

grande empreendedor da Região do Grande ABC paulista empresário Eloi Carlone.

Ele foi um dos fundadores da Estância Alto da Serra — uma das maiores casas de

atração, shows e eventos —, gerou muitos empregos, renda, desenvolvimento.

Nós queremos registar o seu falecimento, que ocorreu na madrugada de

domingo para segunda-feira, e a nossa presença no velório ocorrido ontem.

Aproveito também para deixar, em nome de toda a Câmara dos Deputados, à

família do Eloi Carlone os nossos sentimentos. Em nome do Névio Carlone, que foi

Vereador de São Bernardo do Campo, quero estender a toda a família o nosso

sentimento de pesar.

Sr. Presidente, gostaria que meu pronunciamento fosse registrado no

programa A Voz do Brasil. Agradeço a V.Exa. a oportunidade.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Deputado Alex Manente, o

pedido de V.Exa. será atendido. Nós daremos toda a divulgação à nota de

falecimento, inclusive no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Vamos, então, à Bahia, com o

Deputado Valmir Assunção.

O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último final de semana, precisamente no

sábado, eu estive no Município de Boa Vista do Tupim, no Assentamento Beira Rio,

que completou 19 anos, onde moram 400 famílias.

Estiveram presentes à comemoração os Prefeitos de Marcionílio Souza e de

Boa Vista do Tupim, juntamente com Vereadores e Secretários. A festa, que

envolveu todo o assentamento, foi organizada pela diretoria da associação e pelo

presidente da associação de defesa de direitos sociais, Deli, um grande

companheiro, que unificou o assentamento, a quem quero parabenizar.

O assentamento tem escola, da creche ao ensino médio; Garantia-Safra; PSF

— Programa de Saúde da Família e uma médica cubana, do Programa Mais

Médicos, para atender aquela população. Está sendo construída uma quadra de

esportes — nós assumimos o compromisso de levar um trator para lá. Ou seja, a

administração e o Prefeito Gidu têm feito um grande esforço para atender à

demanda dos assentados e tem mantido o diálogo com todas as famílias.

Esteve presente também Marcinho, ex-dirigente do Movimento Sem-Terra.

Domingas, da direção da regional da Chapada Diamantina, não compareceu porque

estava muito doente. Foi uma festa organizada por ela e pelos companheiros e

companheiras do Assentamento Beira Rio, em Boa Vista do Tupim, na Chapada

Diamantina.

Eu quero parabenizar todos que participaram da festa, sobretudo a direção da

associação e os assentados. Eles trabalham muito para comercializar seu produto.

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Esse é um dado importante, uma vez que moram numa região semiárida, à beira do

Rio Paraguaçu.

O apoio da Prefeitura também tem sido decisivo para o fortalecimento

daquele assentamento. Para terem ideia, Sr. Presidente, o Prefeito Gidu está

construindo nove escolas no Município, sete dentro de assentamentos. Enquanto a

maioria dos Prefeitos fecha escola, em Boa Vista do Tupim estão abrindo,

construindo escolas. Isso é importante para o processo de reforma agrária e para o

desenvolvimento desse Município.

Quero parabenizar toda a direção do MST, o Prefeito e todos que

organizaram a festa. É possível trabalhar no Semiárido com organização,

determinação e convicção. Isso é fundamental para fortalecer a luta pela reforma

agrária e para mostrar que a reforma agrária dá certo.

Quero parabenizar o Prefeito Gidu e todos que apoiam e que construíram

aquele assentamento nesses últimos 19 anos, cujo nível de organização também é

referência. Isso mostra que esta Casa deve apoiar mais a reforma agrária, com

recursos e estrutura para podermos produzir.

Parabenizo todos os assentados, todos que apoiam a luta pela reforma

agrária em Boa Vista do Tupim, na Chapada Diamantina, na Bahia, no Brasil.

Era isso, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Da Bahia, vamos a São Paulo,

com o Deputado Marcio Alvino, que também falará por 1 minuto.

O SR. MARCIO ALVINO (Bloco/PR-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Obrigado, Presidente.

Solicito que seja dado como lido o meu pronunciamento.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - O.k. Solicitaria que V.Exa.

entregasse o seu discurso à Assessoria da Mesa, para que pudéssemos dar o seu

encaminhamento.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a crise sem precedentes atravessada

por nosso País tem gerado uma espécie de efeito dominó, mediante o qual a

instabilidade se precipita da macroeconomia para a o dia a dia do cidadão. Questões

macroeconômicas são de difícil compreensão para a maioria das pessoas; suas

consequências na vida real, entretanto, são de uma clareza gritante: recessão,

inflação, desemprego, entre outras.

Exemplo disso está ocorrendo na Baixada Santista, no Estado de São Paulo,

com o anúncio da USIMINAS, maior produtora nacional de aços planos, de

suspender esse ramo de suas atividades na usina de Cubatão. Segundo alerta que

recebi do Vereador Murilo Barletta, da Câmara Municipal de Santos, essa medida

pode deixar mais de 4 mil famílias desassistidas, o que intensificaria os já graves

problemas sociais da região.

Esse anúncio da USIMINAS foi feito no mesmo dia em que a empresa

divulgou um prejuízo de US$1,04 bilhão no terceiro trimestre deste ano, atribuído,

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em grande parte, à queda de 11,6% no volume de aço vendido no mercado interno.

Tais números estão em sintonia com estudos do Instituto Aço Brasil, que

demonstram a perda de participação da indústria de transformação no PIB nacional,

o qual, por sua vez, vem registrando sucessivas quedas.

A direção da empresa alega que a suspensão anunciada é uma tentativa de

adequação ao contexto de crise, ao qual veio somar-se ainda recente sentença de

dissídio coletivo, determinando a concessão de reajuste de 8,34%, mais abono de

R$1,6 mil, além da estabilidade no emprego até o dia 23 de dezembro, para os seus

funcionários.

Em um primeiro momento, portanto, as demissões devem atingir os

terceirizados, mas, passado o período de estabilidade, tendem a se generalizar. O

ajuste no quadro funcional acontecerá com mais vigor no início de 2016,

acompanhando o cronograma de desligamento dos equipamentos, cuja conclusão

se dará em 3 ou 4 meses. E, como a USIMINAS mantém contratos com mais de

cem empresas, essas também podem vir a ser afetadas, com reflexos econômicos e

sociais de dimensões incomensuráveis na Baixada Santista.

Por isso, faço, atendendo ao pleito do Vereador Murilo Barletta, do Partido da

República, e do Presidente da OAB de Santos, Dr. Rodrigo de Farias Julião, e em

articulação com o Deputado Estadual André do Prado, um apelo ao Governo Federal

e ao Governo do Estado de São Paulo, no sentido de que estudem providências

para ajudar a USIMINAS e todo o setor siderúrgico nacional a enfrentar a crise e a

preservar empregos.

É importante estimular nossas empresas a atingir patamares de produtividade

que lhes permitam competir com as congêneres estrangeiras, mas nunca se pode

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perder de vista o compromisso fundamental com as pessoas que delas dependem

para assegurar a própria sobrevivência e a de suas famílias.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Gilberto Nascimento) - Agora, vamos ao Tocantins,

com o Deputado Carlos Henrique Gaguim, do PMB.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (PMB-TO. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, falo pelo PMB — Partido da Mulher Brasileira. Tive a

oportunidade de ser eleito Líder desse partido, por unanimidade. Vamos trabalhar

aqui na Casa votando as medidas em benefício do povo.

Sr. Presidente, mais uma vez, volto a esta tribuna para falar sobre a questão

da saúde no Tocantins. Na semana passada, o Secretário de Saúde, por meio de

um acordo com enfermeiros e médicos, pediu mais 60 dias para resolver a questão

da saúde do Estado.

Mas, Sr. Presidente, há gente morrendo a cada dia. A saúde não pode

esperar. As pessoas que precisam de tratamento estão morrendo na fila à espera de

atendimento. Milhares e milhares de vítimas estão morrendo. Não podem esperar 60

dias.

Conclamo o Governo do Estado a tomar uma providência. Governador,

V.Exa. é autoridade máxima! Não pode um Secretário ir à televisão pedir 60 dias

para resolver o problema da saúde! O povo está morrendo! Se fosse o seu filho, se

fosse a sua mãe, como você faria?

Eu não aceito isso! Vou estar aqui nesta tribuna 24 horas. Vou ao Ministério

Público. Não pode ser dado esse tempo de 60 dias para resolver a questão da

saúde. Saúde é prioridade, e há verba para tal.

Vamos cobrar também um hospital. Cobraremos que o próximo Prefeito da

cidade de Palmas assuma o compromisso com a sociedade de fazer um hospital.

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Tem que haver um hospital de urgência do Município. Não pode ser só em cima do

Governo do Estado, porque ele não dá conta.

Os repasses do Governo Federal para os Estados também estão baixos. Ele

tem que aumentar esses repasses, tem que rever a tabela do SUS — Sistema Único

de Saúde, que estamos cobrando aqui.

Nós Deputados temos o compromisso de lutar pela melhoria de vida do

cidadão. Estou falando aqui em nome de milhares e milhares de cidadãos

tocantinenses e do Brasil. Saúde é prioridade. E não vou me calar por ninguém. Não

importa se o Governador vai achar bom ou não. Vou estar aqui cobrando, fazendo

as críticas, mas também arrumando recursos para aquele Estado. Já destinei 100%

das minhas emendas para a saúde, principalmente para a cidade de Palmas, onde

existe o maior fluxo.

Nesse sentido, eu gostaria de conclamar a bancada do Tocantins, da qual sou

Coordenador, para que juntos possamos todos, aqui em Brasília, cobrar do Governo

Federal uma ajuda ao Governador, a fim de que ele possa imediatamente resolver a

questão da saúde do Estado.

Também amanhã vou falar de uma emenda impositiva que destina recursos

para a construção da Ponte de Xambioá. Temos que fazer logo a licitação. Senão

daqui a alguns dias acaba o dinheiro, e não vai haver mais obra, não haver nada.

Temos que aproveitar esse dinheiro para fazer a grande obra de Xambioá, que

beneficiará o Pará e Tocantins.

Peço que o nosso pronunciamento seja registrado pelos meios de

comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado, meu querido Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Sua solicitação será

deferida.

Durante o discurso do Sr. Carlos Henrique Gaguim,

o Sr. Gilberto Nascimento, 2º Suplente de Secretário,

deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr.

Delegado Edson Moreira, nos termos do § 2° do art. 18 do

Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo 1 minuto ao

Deputado Ronaldo Nogueira, do PTB do Rio Grande do Sul.

O SR. RONALDO NOGUEIRA (Bloco/PTB-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.

Quero dar como lido meu pronunciamento e pedir sua devida divulgação nos

órgãos de comunicação da Casa. Ele trata do Projeto de Lei nº 4.305, de 2016, de

minha autoria, que proíbe a denominação idêntica ou muito similar de diferentes

logradouros localizados no interior de um mesmo Município.

Essa proibição diz respeito inclusive à segurança da população. Pessoas

podem ser expostas a riscos. Há casos de assassinatos por causa de logradouros

com identificação similar. Em razão da tecnologia, principalmente do GPS, pessoas

foram conduzidas a locais inadequados.

Sr. Presidente, seria isso.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Está deferido seu pedido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna proferir discurso

acerca do Projeto de Lei nº 4305, de 2016, de minha autoria, que proíbe a

denominação idêntica ou muito similar de diferentes logradouros localizados no

interior de um mesmo Município.

A precisão da localização de estabelecimentos ou espaços em uma cidade

tem se tornado cada dia mais importante, diante das necessidades modernas. As

aceleradas trocas de informações proporcionadas pela tecnologia, bem como a

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exigência por respostas e serviços rápidos e precisos nos processos citadinos

diários tornam imprescindível a possibilidade de identificar, de forma rápida e

precisa, o local desejado.

A impossibilidade de realizar essa identificação de forma adequada, que

envolve tanto a não identificação quanto a identificação equivocada, possui diversas

implicações negativas, algumas compostas inclusive por significativos riscos à

segurança dos cidadãos.

Dentre os problemas causados por endereços de difícil identificação está a

demora na entrega de correspondências pelos serviços de correios, causando os

mais diversos transtornos aos destinatários. Questões como contas atrasadas,

desconhecimento de notificações importantes e não recebimentos de produtos

encomendados estão entre os problemas enfrentados.

A mídia tem veiculado esses problemas, fato que ratifica a importância de

equacioná-los. Cita-se, por exemplo, reportagem veiculada pela Globo, em que são

apresentadas as diversas dificuldades enfrentadas pelos moradores e comerciantes

de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em virtude da dificuldade na identificação

de alguns endereços. A dificuldade teria origem na similaridade entre nomes de

algumas ruas da cidade.

No que se refere a identificações equivocadas, ou seja, que identificam um

local no lugar de outro em virtude de problemas no endereço, tem-se, além dos

mesmos problemas já citados, problemas relacionados à segurança da população.

Ao acessarem locais que não correspondem ao seu verdadeiro destino, as

pessoas podem ser expostas a riscos que não conhecem e para os quais não se

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prepararam. Alguns desses riscos terminam por se concretizar em eventos

indesejados e criminosos, como roubos, assaltos, sequestros e até assassinatos.

Tem-se ainda, por exemplo, caso de cidadã que foi assassinada após entrar

por engano na comunidade do Caramujo, em Niterói, Região Metropolitana do Rio

de Janeiro. Com a pretensão de alcançar a Avenida Quintino Bocaiúva, em São

Francisco, o sistema de GPS a direcionou à Rua Quintino Bocaiúva, dentro da favela

do Caramujo.

Como observado, muitos desses equívocos e problemas são originados em

virtude da similaridade na denominação de logradouros situados dentro de um

mesmo Município.

Como forma de equacionar essa questão e proporcionar mais segurança e

eficiências às cidades brasileiras, propõe-se a modificação da Lei nº 6.454, de 24 de

outubro de 1977, para incluir proibição de denominação idêntica ou muito similar de

diferentes logradouros localizados no interior dentro de um mesmo Município.

Propõe-se ainda o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para que os Municípios

que possuem logradouros com denominações idênticas ou similares se adequem

aos termos da lei.

Certo da importância desse projeto de lei para o País, conclamo os nobres

pares a votarem pela sua aprovação.

Era o que eu tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Rocha.

O SR. ROCHA (PSDB-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a população brasileira assistiu no início desta semana ao desfecho de

mais uma fase da Operação Lava-Jato. A 23ª fase, aquela que a Polícia Federal

denominou Operação Acarajé, culminou com a prisão de várias pessoas, entre elas

o braço direito das campanhas do PT, Sr. João Santana.

Eu quero parabenizar o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Polícia

Federal, pelo Ministério Público Federal e pelo Poder Judiciário. Essas instituições

têm resgatado a confiança do povo brasileiro no sentido de que a Justiça não existe

só para os pequenos, mas que todos, inclusive o ex-Presidente Lula, estão sujeitos

à aplicação da lei.

É bom que se diga que aqui muito se duvidou que essa operação chegaria a

bater às portas da casa do ex-Presidente Lula. Pelo visto, nas suas últimas fases, as

dúvidas são incontroversas — aliás, não existem mais. Depois de todos os

escândalos, de todos os episódios envolvendo a cúpula petista, finalmente ela bate

às portas daquele que o País aponta como sendo o líder dessa instituição que

saqueou o Brasil.

Lembro que certa vez, sem citar nomes, fiz essa referência e que, no

momento em que a fiz, fui repreendido por um Parlamentar do PT, que textualmente

disse: “Olhe, não fale do Lula!” Hoje a Polícia Federal está falando dos 11

caminhões que saíram do Palácio da Alvorada, e alguns foram ao sítio em Atibaia.

A Operação Zelotes aponta o envolvimento da família, dos filhos do ex-

Presidente Lula, com o tríplex e intermediações, os lobbies feitos com recursos do

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BNDES. O fato é que há mais esta fase da Operação Lava-Jato. A população

brasileira se questiona: “Vai sobrar alguém no PT para apagar a luz?”

Nesses dias eu conversava com um militante antigo do Partido dos

Trabalhadores, que se dizia envergonhado com seu partido, envergonhado com

aquilo que, segundo ele, ajudou a construir e que, nas suas palavras, se traduziu

numa organização criminosa que envergonha o povo brasileiro.

Sr. Presidente, era isso. Peço a V.Exa. que meu pronunciamento seja

divulgado nos meios de comunicação da Casa.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - O pedido de V.Exa. será

deferido.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Com a palavra o próximo

orador, o Deputado Mauro Pereira.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente Delegado Edson Moreira, eu gostaria de dizer a todos os

colegas que no dia 18, última quinta-feira, foi aberta a Festa Nacional da Uva, em

Caxias do Sul, à qual esteve presente, representando a Presidente Dilma Rousseff,

o Ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto.

Com certeza, a Festa da Uva representa o Estado do Rio Grande do Sul, a

Serra Gaúcha. Em 3 dias, 166 mil pessoas já visitaram Caxias do Sul, cidade

hospitaleira, que produz uva de qualidade, com 480 expositores de frutas e

verduras, cuja comunidade recebe com carinho e respeito quem nos visita.

A Festa da Uva termina em 6 de março. Todos os dias ocorrem shows

nacionais. É o local ideal para quem quer ver o que a imigração italiana fez pelo

nosso País.

Para mim, foi uma grata satisfação quando o Ministro Miguel Rossetto

anunciou, em nome da Presidente Dilma, a redução do Imposto sobre Produtos

Industrializados — IPI, para vinhos e espumantes, pela qual lutamos tanto, e a

aprovamos na Comissão Mista da Medida Provisória nº 690, de 2015.

Ao mesmo tempo, aprovamos no plenário da Casa, em sessão do Congresso

Nacional, que o IPI seria de 6% em 2016 e de 5% em 2017. A Presidente Dilma

vetou. Tivemos muito trabalho, inclusive como Presidente da Frente Parlamentar de

Defesa e Valorização da Produção Nacional de Uvas, Vinhos, Espumantes e seus

Derivados. Não tive recesso, fiquei trabalhando, tive reuniões com os Ministros

Ricardo Berzoini e Jaques Wagner e com Giles Azevedo.

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O Ministro Miguel Rossetto anunciou que um decreto reduzirá o IPI do vinho

em 2016 para 6% e em 2017 para 5%. Isso é de extrema importância. Nós temos

que começar a levar medidas e atitudes positivas para a sociedade.

Quero agradecer a presença ao Ministro Miguel Rossetto, que, de forma

cordial, ficou até meia-noite participando dos eventos, do desfile. S.Exa. foi muito

cobrado sobre o seguro agrícola dos produtores rurais, que não foi pago. Mas,

juntamente com a equipe econômica, ele está comprometido em achar uma solução

para o pagamento, porque não é justo que agricultores que trabalhem de sol a sol

paguem uma dívida que é do Governo Federal.

Espero que a Ministra Kátia Abreu, com sua sensibilidade, tenha

consideração com a Serra Gaúcha, com o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Espero que ela tenha a mesma intenção de Giles Azevedo e dos Ministros Ricardo

Berzoini, Miguel Rossetto e Jaques Wagner de tratar bem, com respeito total, a

região da serra e o povo gaúcho e catarinense, para que possamos fazer justiça e

ajudar quem trabalha a se manter no campo.

Era isso, Sr. Presidente Eduardo Cunha.

Muito obrigado.

Durante o discurso do Sr. Mauro Pereira, o Sr.

Delegado Edson Moreira, nos termos do § 2° do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Eduardo Cunha, Presidente.

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O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA - Sr. Presidente, peço a palavra pela

ordem.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, eu quero comunicar à Casa o falecimento do ex-Deputado

Federal Milton Reis, figura ilustre neste plenário.

Milton Reis foi líder, Secretário de Estado de Tancredo Neves, membro da

Academia Mineira de Letras, um homem de grande valor intelectual, e prestou a

Minas Gerais e ao Brasil serviços nobres, com sua presença nesta Casa.

Peço a V.Exa. o registro desta comunicação, que é uma homenagem ao povo

de Minas Gerais.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, V.Exa. será atendido.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado

Domingos Sávio.

O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, colegas Parlamentares, inicialmente eu gostaria de saudar o povo de

Nova Serrana, onde hoje se inicia uma das maiores feiras de calçados do Brasil.

Entra crise, sai crise, Nova Serrana, que tem um povo batalhador, é uma das

cidades que mais geram emprego e desenvolvimento.

Em segundo lugar, quero mais uma vez registrar o apelo que venho fazendo

desde o ano passado, e felizmente tenho obtido retorno do Governo, especialmente

dos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e das Relações

Exteriores, sobre matérias com relação às barreiras tributárias.

Precisamos ter essas barreiras para impedir que produtos entrem no Brasil

através do dumping, da concorrência predatória desleal, inadequada, especialmente

da China, e destruam a indústria nacional. Ou seja, nosso apelo é para que seja

mantida uma tarifa diferenciada, a fim de se evitar importação predatória de

calçados.

Fiz esse requerimento no ano passado. Estamos acompanhando o assunto

de perto, para que não haja a abolição dessa sobretaxa para cada par de calçado

que chega ao Brasil. Com isso, salvamos o emprego no País neste momento crítico

e caótico em que a economia brasileira mergulha no desemprego e na recessão.

Nós temos que defender o emprego dos brasileiros.

Portanto, meus cumprimentos ao povo de Nova Serrana, em Minas Gerais,

para nós mineiros, a capital do calçado esportivo.

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Antes de encerrar, Sr. Presidente, quero fazer outro registro. Preocupa-me

muito a tentativa de alguns agora, no apagar das luzes, no final do trabalho da

Comissão Mista de Orçamento, quererem aprovar rapidamente as contas de 2014

da Presidenta Dilma Rousseff, as mesmas que foram rejeitadas por unanimidade no

Tribunal de Contas da União, em que pese haver na CMO matérias relativas aos

Governos dos Presidentes Fernando Collor de Mello, José Sarney, Luiz Inácio Lula

da Silva e Fernando Henrique Cardoso.

Agora, querem fazer um esforço para votar, no finalzinho do mandato da

Comissão Mista de Orçamento, da qual sou membro, de forma rápida, um relatório

absurdo, que contraria tudo que o Tribunal de Contas da União, de maneira técnica,

apontou, e simplesmente dizer que está tudo bem, que as contas de 2014 da

Presidenta Dilma estão aprovadas. Não é possível! Ela cometeu crime de

responsabilidade, e a vítima desse crime é o povo brasileiro, que tanto está sofrendo

com a inflação e o desemprego, por conta do atual desgoverno que aí está.

Apresentei voto em separado, junto com o Deputado Izalci, pela rejeição das

contas da Presidenta Dilma, porque essa é a verdade dos fatos. Não se trata de

Oposição ou Situação, mas de moralizar o Brasil. Se aprovarmos, o que será da Lei

de Responsabilidade Fiscal?

Este é o apelo que faço a todos os partidos: não vamos cometer mais esse

crime contra o Brasil e aprovar as contas da Presidenta Dilma, que já foram

rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado

Alceu Moreira.

O SR. ALCEU MOREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Eu queria registrar neste momento, Sr. Presidente, Srs. Parlamentares,

nossos mais profundos parabéns a Feliz, no Rio Grande do Sul, Município de

migração alemã, que conseguiu ser consagrado com o menor índice de

analfabetismo do País. Uma cidade pequena, linda, com pequenos produtores

rurais, com um povo absolutamente dedicado, que tenho orgulho de ser votado.

Eu queria, então, deste microfone, mandar nosso abraço, nossos parabéns ao

querido Prefeito, a toda sua administração, aos Vereadores, aos moradores daquela

cidade. Que eles possam se sentir abraçados e ter orgulho dessa construção

magnífica de produzir uma educação de qualidade invejável em todo o País.

Parabéns a nossa Feliz.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado Luis

Carlos Heinze.

O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, colegas Parlamentares, a Ministra Kátia Abreu esteve

conosco na Frente Parlamentar Mista da Agropecuária ao meio-dia.

Nas semanas passada e retrasada trabalhamos junto à Organização das

Cooperativas do Paraná — OCEPAR, à Federação das Cooperativas Agropecuárias

do Estado do Rio Grande do Sul — FECOAGRO, à Federação da Agricultura do

Estado do Paraná — FAEP e à Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande

do Sul — FARSUL e cobramos definição urgente sobre o seguro do trigo para a

safra de 2016, sobre o percentual dos limites, do preço mínimo, enfim, os detalhes

do financiamento.

O Paraná começa a plantar trigo praticamente na semana que vem e o Rio

Grande do Sul daqui a 40 dias, mas ainda não tivemos o anúncio, a definição, por

parte do Ministério da Agricultura, das regras para o financiamento. Isso é

extremamente importante para Paraná, o maior produtor, e Rio Grande do Sul, o

segundo maior produtor do trigo que o Brasil planta.

Precisamos da definição dessas regras para o financiamento do trigo na safra

de 2016.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Arnaldo

Faria de Sá, do PTB de São Paulo.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, quero deixar aqui registrada e lamentar a posição do

novo Superintendente Regional do Trabalho e Emprego em São Paulo, um

ex-sindicalista, o ex-Deputado Marcolino, que deseja acabar com as subdelegacias

regionais do trabalho sul, leste, oeste e norte da cidade de São Paulo, que atendem

muito bem os trabalhadores, principalmente neste momento em que o desemprego

atinge mais de 10 milhões de pessoas. Não dá para admitir que um sindicalista

queira complicar o atendimento ao trabalhador. Conversei com vários auditores

fiscais do trabalho e sei que ele vem a Brasília hoje para fazer essa proposta.

Espero que o Ministro Miguel Rossetto acorde para a realidade e não

concorde com essa proposta de acabar com as subdelegacias sul, leste, oeste e

norte, que atendem de forma exemplar os trabalhadores, neste momento em que

principalmente o seguro-desemprego é muito importante.

Portanto, Sr. Presidente, quero aqui lamentar e deixar registrado que somos

contra a desativação de subdelegacia regional do trabalho.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Arnaldo Faria de Sá,

aproveito a presença de V.Exa. e, antes que se inicie a Ordem do Dia, indago se há

requerimento seu sobre retirada de pauta, etc. Foi feito um acordo no Colégio de

Líderes sobre a forma de votação desta matéria. Pergunto se vai manter os

requerimentos, porque o Bloco parlamentar de V.Exa. fez parte do acordo.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, logicamente, vou consultar

o meu Líder. Em havendo a participação dele nesse acordo, vou retirar meu

requerimento. Mas vou lutar para que o que está sendo apresentado pelo Relator

não seja levado totalmente em consideração.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Roberto

Freire.

O SR. ROBERTO FREIRE (PPS-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, venho comunicar à Casa que os partidos de oposição com

representação no Congresso Nacional lançaram nota de apoio às manifestações

que vão ocorrer no Brasil no próximo dia 13 de março. Estamos conclamando

nossos militantes e simpatizantes para que, em todos os Municípios e cidades

brasileiras, onde puder, se manifestem pela campanha do impeachment ou pela

votação do Tribunal Superior Eleitoral. O que é fundamental é que o Brasil não

continue sangrando, com um governo incompetente e corrupto, como este de Dilma.

Estamos conclamando a sociedade brasileira para que vá às ruas, até porque, se

não for, ela fica.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O.k.

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205

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Miro

Teixeira.

O SR. MIRO TEIXEIRA (Rede-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, um projeto que apresentei apresentado está, do jeito que se procede

aqui na Casa. Mas eu decido falar porque de repente o Governo toma a ideia para

si, e até por medida provisória pode fazê-lo.

Eu chamo a atenção também dos Parlamentares ligados à área da agricultura

para o fato de que estou buscando livrar de impostos, taxas e contribuições os

equipamentos de tecnologia avançada, como o bombardeio por isótopo radioativo,

que permite a esterilização de moscas e mosquitos. Isso já é usado, de certa

maneira.

Eu fiquei aturdido quando vi na GloboNews a notícia de que uma instituição

internacional de controle do uso de energia atômica doou ao Brasil um equipamento

que, por conta de burocracia, só chegará aqui lá para agosto. Então, apresentei o

Projeto de Lei nº 4.499, de 2016, criando essa isenção. Porém, diante da urgência

de todos esses fatos, e já que tantas medidas provisórias o Governo encaminha ao

Congresso, talvez ele possa editar e enviar mais essa. Aí nós consideraríamos até

prejudicado o projeto.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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206

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado

Heráclito Fortes.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, em toda a minha vivência nesta Casa,

nunca vi um retorno das atividades parlamentares tão caótico quanto este que

iniciamos esta semana. Não há esperança; não há sequer por parte da base do

Governo propostas para que possamos ordenar os trabalhos.

Nós estamos, e não podemos negar à Nação brasileira, vivendo um País em

liquidação — literalmente em liquidação! As fábricas estão fechando, o desemprego

e acima de tudo a falta de esperança estão crescendo. Por falta de comando, de um

lado, a miséria está batendo à porta do assalariado, o dinheiro do Programa Bolsa

Família está começando a faltar; de outro, os escândalos estão estourando, com

milhões de dólares pagos a marqueteiros.

O povo brasileiro não entende o que está acontecendo. Ele não suporta ver

uma empresa como a PETROBRAS, orgulho desta Nação, de repente se encontrar

na bancarrota, o Brasil sendo rebaixado, e acima de tudo a falta de respeito que se

começa a se ter para com nosso País para quem vê de fora o que acontece aqui. O

povo brasileiro não compreende isso.

É lamentável, Sras. e Srs. Deputados, mas é dentro desse quadro que nós

vamos ter que enfrentar este semestre. Vamos ver a que ponto chega a paciência

do povo brasileiro, quando a grande discussão no momento é a compra de um

tríplex e de um sítio de luxo por um ex-Presidente da República.

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Encerro, caros companheiros, esta minha breve participação, deixando a

V.Exas. a noção da gravidade da situação que o Brasil enfrenta neste momento. E

alguma coisa deverá ser feita.

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208

VI - ORDEM DO DIA

PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS:

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209

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A lista de presença registra o

comparecimento de 260 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

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210

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Passa-se à apreciação da matéria

sobre a mesa e da constante da Ordem do Dia.

Item 1.

PROJETO DE LEI Nº 3.123, DE 2015

(DO PODER EXECUTIVO)

Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº

3.123, de 2015, que disciplina, em âmbito nacional, a

aplicação do limite máximo remuneratório mensal de

agentes políticos e públicos de que tratam o inciso XI do

caput e os § 9º e § 11 do art. 37 da Constituição; tendo

parecer da Comissão de Trabalho, de Administração e

Serviço Público, pela aprovação deste e das Emendas de

Plenário de nºs 8 a 12, 16 e 17, pela aprovação parcial

das Emendas de Plenário nºs 1, 3, 4, 6, 7 e 14, com

substitutivo; e pela rejeição das Emendas de Plenário de

nºs 5, 13 e 15 (Relator: Deputado Lucas Vergílio); e da

Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, pela

constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa deste

e das Emendas de Plenário nºs 1, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11,

12, 14, 16 e 17/2015, na forma do Substitutivo da

Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público;

e pela inconstitucionalidade e injuridicidade das Emendas

de Plenário nºs 5, 13 e 15 (Relator: Deputado André

Fufuca). A Emenda de Plenário nº 2 foi retirada pelo

autor. Pendente de parecer da Comissão de Finanças e

Tributação.

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211

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Há requerimento de retirada de

pauta do Projeto de Lei nº 3.123, de 2015, do Deputado Arnaldo Faria de Sá.

“Senhor Presidente,

Requeiro a Vossa Excelência, nos termos do art.

83, parágrafo único, II, ‘c’, combinado com o art. 117,

caput, do Regimento interno da Câmara dos Deputados, a

retirada de pauta do PL 3.123 de 2015.

Salas das Sessões, em 23 de fevereiro de 2015

Arnaldo Faria de Sá

Deputado Federal - São Paulo

Vice-Líder PP/PTB/PSC/PHS”

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212

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor, concedo a palavra

ao Deputado Arnaldo Faria de Sá.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nosso requerimento de retirada de pauta

é porque até agora não se conhece o substitutivo. E, pelo que se comenta aqui e ali,

o substitutivo corta tudo. Na verdade, o servidor, que já não tem nenhum tipo de

reajuste, que tem abate-teto, ainda vai perder uma série de condições.

É preciso conhecer antecipadamente qual é o substitutivo, porque depois de

iniciada a discussão, encaminhada e encerrada regimentalmente, sabe-se que o

Governo terá facilidade de fazê-lo — e aí é o atropelo —, e se votará segundo os

interesses do Governo.

Aliás, a Presidente anunciou ainda no ano passado de forma bastante

esplendorosa que ia reduzir os seus salários. Eu pergunto: até agora ela os reduziu?

Não os reduziu! Ficou apenas naquela promessa. Aliás, de promessas esse

Governo é bem competente, e bem incapaz.

Na verdade, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nós precisamos

poder falar aquilo que é a expectativa maior de todos aqueles que aguardam uma

definição da crise econômico-financeira deste País. Só se fala em aprovar a DRU —

Desvinculação de Receitas da União, para tirar 120 bilhões das contribuições

sociais, em aprovar a CPMF — Contribuição Provisória sobre Movimentação

Financeira, para que o aumento da carga tributária seja suportado por todas as

pessoas, na reforma da Previdência, como se ela fosse a culpada de todos os

problemas do Brasil. Os culpados dos problemas do Brasil são os escândalos e

roubos da PETROBRAS e dos fundos de pensão. Aliás, ainda hoje estivemos numa

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reunião da CPI dos Fundos de Pensão. Há casos escabrosos de que se tem

conhecimento.

Então, Sr. Presidente, não é cortando ainda mais na situação dos servidores,

limitando, criando abate-teto e uma série de limitações que nós vamos resolver a

situação. Ela precisa ser discutida, mas, para ser discutida, precisa ser colocada

claramente. O que nós vamos discutir? Ninguém conhece o assunto. O relatório vai

ser apresentado agora pelo Relator, um relatório pronto, acabado. Vai nos restar

espernear aqui ou ali. Por isso eu gostaria que tivéssemos a oportunidade de

debater.

Respeitando aquilo que está estabelecido no chamado acordo de Lideranças,

a discussão será iniciada. Ela não será encerrada! Ela não será encerrada! Eu vou

concordar com o bom andamento dos trabalhos, no sentido da retirada deste

requerimento, mas vou me inscrever para encaminhar o requerimento que trata do

adiamento da discussão. Eu não admito que possamos neste momento querer

buscar culpados, quando os verdadeiros culpados estão lá no Palácio do Planalto e

na Esplanada dos Ministérios.

Não são os servidores os culpados pela crise em que este País está metido.

Ontem vimos pelas novas ações da Operação Lava-Jato onde estão os culpados, os

que venderam feericamente uma maravilha, uma solução inimaginável, e vimos o

buraco em que estamos.

Repetindo aquilo que já coloquei, Sr. Presidente, não vou aceitar, em hipótese

nenhuma, que os previdenciários, os segurados da Previdência sejam

responsabilizados por esta crise em que está metido o País e da qual será duro sair.

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Respeitando o jogo parlamentar, vou retirar este requerimento, para colaborar

com os trabalhos.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O requerimento foi retirado.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para oferecer parecer ao projeto, ao

substitutivo adotado pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público

e às Emendas de Plenário nºs 1 e 3 a 17, pela Comissão de Finanças e Tributação,

concedo a palavra ao Deputado Ricardo Barros.

O SR. ROBERTO BRITTO (Bloco/PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O Deputado Ricardo Barros está ausente, Presidente. S.Exa. está na

Liderança do PP.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - S.Exa. passou há pouco, avisando

que estava aqui.

O SR. ROBERTO BRITTO - Mas está na Liderança.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu peço para chamá-lo. (Pausa.)

Ele está vindo. Vamos aguardá-lo. (Pausa.)

Eis que surge o Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para oferecer parecer ao projeto, ao

substitutivo adotado pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público

e às Emendas de Plenário nºs 1 e 3 a 17, pela Comissão de Finanças e Tributação,

concedo a palavra ao Deputado Ricardo Barros.

O SR. RICARDO BARROS (Bloco/PP-PR. Para emitir parecer. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, quero primeiramente dizer que se trata de matéria

relevante, muito importante para o ajuste fiscal. É uma das medidas do ajuste fiscal

anunciadas pelo Governo. Por isso está tramitando em regime de urgência

constitucional, veio para o Congresso com a previsão de reduzir em 800 milhões de

reais por ano a despesa pública e recebeu, na Comissão de Trabalho, um relatório

que, atendendo a várias solicitações, acabou aumentando a despesa pública em 1,5

bilhão.

Então, nós temos o texto do Governo, que se propõe a regularizar, a

moralizar e a dar transparência ao teto do servidor público, em especial às verbas

indenizatórias, e temos o projeto que foi aprovado na Comissão de Trabalho, que,

da mesma forma, procurou atender a diversas solicitações de categorias, de

corporações, mas acabou abrindo muito a possibilidade de acúmulo de funções, de

furos no teto, o que implica uma despesa a maior de 1,5 bilhão.

Nós estamos falando, portanto, de 2,3 bilhões por ano de diferença na

aplicação de um texto e de outro. Por isso eu quero pedir aos Srs. Líderes

preferência para a aprovação do meu substitutivo, que é, na verdade, o texto

enviado pelo Governo, para que nós possamos, então, discutir a matéria com

absoluta clareza e transparência.

Trata-se da aplicação do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, que diz:

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“Art. 37. ............................................................

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de

cargos, funções e empregos públicos da administração

direta, autárquica e fundacional, dos membros de

qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato

eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,

pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos

cumulativamente ou não (...).”

Notem o termo “percebidos cumulativamente ou não”. Isso foi emendado em

1998, para deixar muito claro que o teto é um só —”cumulativamente ou não”! Isso

não havia no texto original da Constituição, e foi emendado para deixar claro que

não há como separar. Não há nem três tetos, é um teto só, mesmo que o servidor

tenha dois vínculos.

Continua:

“(...) incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer

outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,

em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,

aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do

Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio

mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o

subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito

do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores

do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte

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e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em

espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no

âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos

membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos

Defensores Públicos;”

Diz o inciso XVI:

“Art. 37 .............................................................

XVI - é vedada a acumulação remunerada de

cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade

de horários, observado, em qualquer caso, o disposto no

inciso XI.”

Isso é o teto, que diz da cumulatividade. Podem se acumular dois cargos de

professor, um cargo de professor e outro técnico-científico e um cargo ou dois

cargos de empregos privativos de profissionais da saúde, com profissões

regulamentadas. Ou seja, um médico tem dois vínculos. Muito bem. É permitido

acumular, mas não é permitido passar do teto.

Eu começo dando um destaque muito claro ao texto da Constituição porque

nós estamos regulamentando o teto. Então, é preciso que as pessoas tenham

entendimento de que o teto é um por servidor. Em essência, o teto é um limite

remuneratório limitado ao salário, à remuneração do Ministro do Supremo Tribunal

Federal, por cidadão brasileiro. É isso.

Dentro desse princípio, existem exceções, que são as verbas indenizatórias.

Verbas indenizatórias se referem ao exercício da função, aos custos que ele tem

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para cumprir sua obrigação funcional: diárias, auxílio-transporte, gratificações de

função eleitoral, hora extra.

Benefícios de indenizações concedidas sem necessidade de comprovação de

despesa: auxílio-moradia, auxílio-creche, assistência médica e odontológica e

auxílio-saúde.

Aqui nós estamos definindo que é indenizatória aquela verba que é paga e

ressarcida ao funcionário público — ele gasta e é ressarcido. Só as verbas que são

ressarcidas são indenizatórias. Estamos colocando um limite na lei, que decidirá

anualmente até que valores haverá dispensa da comprovação. Então, de uma diária

de 500 reais, pode ser dispensada a comprovação. Agora, se a diária daquele Poder

é de 1.500 reais, tem que se comprovar a despesa, ou, se não comprovar a

despesa, a diferença dos 1.500 reais para os 500 reais vai para o teto, porque fica

remuneratório. Paga-se e não tem a comprovação da despesa.

Auxílio-creche. O auxílio-creche é remuneratório porque o fato de o

funcionário ter filhos não tem nada a ver com a atividade dele. Então, se a Câmara

dos Deputados, o Senado Federal, o Poder Judiciário estabeleceram o auxílio-

creche, ele é remuneratório porque não tem caráter indenizatório. Não há razão para

o Poder Público indenizar o servidor porque ele tem filhos, porque isso não tem a ver

com o exercício da função pública.

O nosso relatório essencialmente trata dos temas seguintes.

Linhas gerais do substitutivo.

Ele vale para União, Estados, Distrito Federal e Municípios, entidades dos

Três Poderes, Ministério Público, empresas dependentes do Tesouro e entidades

privadas que sejam mantidas por recursos públicos — ONG, OSCIP e OS. Ou seja,

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toda empresa que tenha mais da metade da receita advinda do Poder Público é

considerada empresa dependente do Poder Público. E aí se sujeita ao teto, porque é

remunerada com recursos públicos.

O teto inclui o somatório dos subsídios, salários, remunerações, proventos,

soldos, reformas e pensões, percebidos cumulativamente ou não, pagos pela União,

Estados, Distrito Federal e Municípios. Então, no teto, incluem-se todas as

remunerações.

A remuneração compreende a soma dos vencimentos com os adicionais de

caráter individual e demais vantagens, sejam elas permanentes ou eventuais: cargos

comissionados, funções de confiança, participação de agente público em conselho

de administração ou fiscal de empresas estatais mantidas pelo Poder Público,

gratificação eleitoral, gratificação por encargo de curso ou concurso, adicional de

insalubridade, adicional noturno, hora extra; auxílios, benefícios ou indenizações

concedidos sem a necessidade de comprovação da despesa, tais como auxílio-

moradia, auxílio-creche e assistência médica e odontológica. Tudo isso é somado

para o teto, a não ser aquelas despesas comprovadamente de ressarcimento.

Nós tratamos do abono de permanência. O projeto do Governo não

contemplou o abono de permanência, colocou-o dentro do teto. Mas, quando o

servidor público que tem o direito de se aposentar não se aposenta, quando

continua prestando serviço, ele recebe 11% — que seria a sua contribuição para a

previdência — como indenização. Como o abono não é um não desconto — ou seja,

o funcionário não deixa de pagar a previdência, ele recebe esse valor e paga, com

esse valor, a previdência —, esse valor tem que estar acima do teto. Então, nós

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alteramos o projeto original do Governo, para excluir do teto o abono de

permanência.

A questão das parcelas que são consideradas indenizatórias.

A verba indenizatória tem uma característica. Qual é a característica? Não se

incorpora à remuneração nem gera acréscimo patrimonial. O seu objetivo é

reembolsar os agentes públicos por despesas efetuadas no exercício de suas

atividades diárias. Isso é que é verba indenizatória. Auxílio-moradia concedido na

forma de ressarcimento por despesa comprovada; auxílio-transporte; abono

pecuniário de férias, limitado a 10 dias por exercício; indenização de férias não

gozadas, limitada a dois períodos adquiridos; licença prêmio convertida em pecúnia

em razão da não fruição do direito, limitada a 6 meses.

As parcelas serão consideradas de caráter indenizatório somente quando

estiverem devidamente suportadas por documentação comprobatória do gasto. Só é

indenizatório aquilo cujo gasto é comprovado e, portanto, ressarcido, porém, como

eu disse, respeitados os limites que estabeleceremos em lei para a dispensa da

exigência da documentação comprobatória, a exemplo do auxílio-alimentação, das

diárias e do auxílio-transporte, diante do caráter antieconômico do controle dessas

despesas. É muito mais caro controlar as diárias do que o valor da diária. Então, nós

vamos estabelecer em lei, porque hoje cada ente paga como quer, o valor que quer;

cobra ou não a documentação de comprovação. Então, nós vamos padronizar essa

questão, para que as verbas indenizatórias igualmente possam atender a todos os

nossos funcionários que recebem do Erário.

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O teto será proporcional à jornada de trabalho: jornada de 20 horas, meio

teto; jornada de 40 horas, um teto. Não há nenhuma possibilidade de haver mais de

um teto.

O 13º salário e o terço constitucional de férias são considerados isoladamente

das demais remunerações, portanto não estão no teto.

Aplica-se o limite remuneratório previsto à remuneração percebida no exterior

por agentes públicos em moeda estrangeira, utilizando-se o critério de paridade do

poder de compra entre o real e o dólar norte-americano, nos termos do regulamento.

Então, há uma gratificação por atividade no exterior que nós vamos contemplar,

porque o servidor que está no exterior tem que manter lá um padrão de vida de

acordo com o custo do país onde ele está estabelecido. Existe uma lei que

determina isso, que tem a ver com o cargo do servidor do Itamaraty e com sua

remuneração. Então, estabelece-se uma proporcionalidade, e nós estamos

garantindo aqui a paridade do dólar americano para todos que trabalham fora do

País, na questão da referência do teto.

A lei de 2004 criou o Sistema Integrado de Dados. Municípios, Estados e

União têm que alimentar esse sistema, para que as pessoas, quando forem

trabalhar no Poder Público, tenham a possibilidade de verificação de quanto elas já

recebem de cada ente público, para que o último vínculo possa fazer a glosa do teto.

Existe uma regra proposta no projeto de lei sobre essa questão.

O relatório do projeto é esse.

Eu vou fazer, no voto, o exame de adequação financeira e orçamentária.

“De acordo com a Mensagem nº 379, de 2015, que encaminhou a proposta de

redução, em 10%, dos subsídios dos Ministros de Estado...” (Pausa.)

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Nós votaremos hoje ainda, por uma urgência dos Líderes, o corte de 10% dos

subsídios dos Ministros de Estado, do Vice-Presidente da República. Também foi

proposta a regulamentação do teto remuneratório, que produzirá uma economia de

até 800 milhões por ano.

“Portanto, ao propor a redução de despesas de natureza obrigatória, a

proposição apresenta compatibilidade com as normas do Plano Plurianual, da Lei de

Diretrizes Orçamentárias, da Lei Orçamentária Anual e das demais disposições

legais em vigor e apresenta-se adequada, uma vez que abrangida pela Lei

Orçamentária Anual.

Quanto às emendas de plenário apresentadas ao projeto, à exceção das de

nos 6, 10 e 16, as demais provocam aumento de despesa em relação ao projeto, pois

pretendem excluir parcelas remuneratórias do limite previsto no projeto, excluir

agentes públicos da aplicação da lei, impedir que o limite remuneratório inferior a 40

horas seja reduzido proporcionalmente à jornada, permitir aos Estados e Distrito

Federal fixar limites de remuneração distintos ao do projeto ou incluir categorias num

limite remuneratório maior que o previsto. Destarte, as Emendas nºs 1, 3, 4, 5, 7, 8,

9, 11, 12, 13, 14, 15 e 17 são incompatíveis orçamentária e financeiramente, por

contrariarem o art. 63, inciso I, da Constituição Federal, nos termos do art. 113, § 6°,

inciso I, da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2016 (Lei n° 13.242, de 30

dezembro de 2015).

Além disso, a Emenda n° 01/2015 propõe excluir da incidência do teto o

‘auxílio-moradia no exterior, disciplinado em regulamento’, da retribuição dos

agentes públicos que estejam a serviço da União no exterior. No entanto, tal auxílio-

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moradia não consta da Lei nº 5.809, de 1972, que disciplina essas retribuições, e

não poderia ser instituído por lei regulamentadora de teto constitucional.

O Substitutivo aprovado pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço

Público subverte completamente o sentido original do projeto enviado pelo Poder

Executivo, ao separar da remuneração mensal, para efeitos de comparação com o

teto, parcelas como retribuição pelo exercício de cargo ou função de confiança;

retribuição decorrente da participação em órgãos colegiados sem vínculo com a

realização de reuniões em seu âmbito; gratificação pelo exercício de função eleitoral,

prevista nos arts. 1º e 2º da Lei nº 8.350, de 28 de dezembro de 1991; e outras

parcelas de qualquer denominação, origem ou finalidade atreladas a circunstâncias

específicas e pagas com continuidade, de forma que não justifique a incorporação

do respectivo valor à retribuição do cargo efetivo sujeito à vitaliciedade, do emprego

permanente, do posto ou da graduação, inclusive quando decorrentes da

equiparação entre a remuneração de cargos em comissão ou de funções de

confiança a título de isonomia; pagamentos decorrentes da participação em

processo de capacitação profissional na qualidade de instrutor, efetivados em razão

da participação em concurso público, provenientes da atuação em comissão de

inquérito disciplinar ou decorrentes da participação em outros órgãos colegiados,

quando atrelados à efetiva realização de reuniões no respectivo âmbito; prêmios;

honorários de sucumbência.”

O projeto da CTASP quis deixar tudo isso fora do teto. Por isso estou dizendo

que o projeto aumenta em 1,5 bilhão a despesa. Dessa forma, a adoção do

Substitutivo da CTASP acarretaria aumento não pretendido pelo projeto, que quer

reduzir a despesa.

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“Assim, com exceção das Emendas nºs 6, 10 e 16, as demais emendas e o

Substitutivo aprovado pela CTASP resultam em aumento da despesa prevista no

projeto original, também contrariando o disposto no art. 63, inciso I, da Constituição

Federal (...).

As Emendas nºs 6, 10 e 16 propõem alterações que não resultam em

implicação orçamentária e financeira, uma vez que buscam apenas aperfeiçoar o

texto do projeto, sem acarretar aumento de despesa.

II.2. Análise de mérito

O projeto de lei em apreço almeja uniformizar, em nível nacional, o

regramento do teto remuneratório para os agentes públicos, previsto na Constituição

Cidadã de 1988, buscando dar plena eficácia ao comando constitucional, além de

pacificar inúmeras questões que têm sido objeto de acaloradas discussões nos

tribunais judiciais e na própria administração pública.

Apesar de reconhecermos os avanços contidos na proposta, estamos

convictos de que há espaço para melhorias, a fim de que o limite remuneratório

imposto pela Constituição tenha o alcance pretendido (...).

Nosso Substitutivo contempla modificações necessárias para abranger

agentes privados que devem ser submetidos ao teto, uma vez que prestam serviços

a entidades mantidas com recursos públicos, as quais necessariamente devem se

submeter aos princípios constitucionais da administração pública (...).

Em respeito à literalidade do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal,

entendemos que o teto remuneratório deve abranger subsídios, salários,

remunerações, proventos, soldos, reformas e pensões, percebidos cumulativamente

ou não, pagos pela União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios.

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Da mesma forma, em homenagem ao texto constitucional, o teto deve cotejar,

de modo conjunto, e não isolado, vencimentos com adicionais de caráter eventual e

demais vantagens, sejam elas permanentes ou eventuais (...).

Optamos também por preservar determinados conceitos remuneratórios,

constantes da Lei nº 8.852, de 1994, que estavam sendo revogados pelo projeto

original, mas cuja manutenção consideramos ser de grande relevância, a fim de

melhor qualificar as parcelas incluídas e excluídas do teto remuneratório.

(...)

Quanto ao 13º salário e ao terço constitucional de férias, a lógica inerente ao

pagamento das parcelas impõe o seu são cômputo isolado em relação à

remuneração, salário ou subsídio a que elas se referem, o que, aliás, já constava do

projeto oriundo do Poder Executivo (...).”

Quanto à categorização de cada parcela retributiva, registro que promovi, em

uma análise criteriosa, a fim de diferenciar as de indisfarçável natureza regulatória

daquelas de essência verdadeiramente indenizatória.

Para alcançar tal objetivo, adotamos parcialmente o conceito das parcelas

indenizatórias proposto pelo Projeto de Lei nº 6.922, de 2013, de autoria de

Comissão Mista destinada a consolidar a legislação federal e a regulamentar

dispositivos da Constituição Federal, em trâmite nesta Casa Legislativa. A ideia foi a

de normatizar as balizas da natureza jurídica das verbas indenizatórias (...).”

Ainda quanto a esse tema, propomos que auxílios e indenizações sejam

considerados de caráter indenizatório quando estiverem devidamente suportados

por documentação comprobatória do gasto efetuado em seu benefício.

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Por outro lado, em determinadas situações em que a comprovação desses

gastos se mostre antieconômica, a exemplo do auxílio-alimentação, das diárias e do

auxílio-transporte, proponho que as Leis de Diretrizes Orçamentárias de cada

entidade federativa estabeleçam determinados limites, abaixo dos quais as referidas

parcelas poderão ser consideradas indenizatórias, independente de suporte

comprobatório dos gastos.

“Relativamente ao abono de permanência, optei por excluí-lo do teto

remuneratório (...).

Em síntese, as parcelas que mantivemos fora do teto remuneratório foram

estritamente aquelas que promovem o justo reembolso dos agentes públicos por

despesas efetuadas no exercício de suas atividades funcionais (...).

Ainda, para que ocorra o intercâmbio das informações que permitirão a

integral aplicação do projeto, propomos o prazo de 365 dias a contar da publicação

da lei, para que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituam

sistema integrado de dados relativos às remunerações (...).”

Tudo isso para que nós possamos ter uma informação adequada, correta de

quanto cada cidadão recebe de qualquer um dos entes da Federação. Dessa forma,

nós vamos ter a possibilidade real de saber e de fazer a glosa daqueles vínculos

que, sendo em qualquer uma das esferas, excedem o teto remuneratório.

“Por fim, em relação às emendas parlamentares, acatamos:

a) a Emenda n° 6, a fim de especificar as moedas (real e dólar

norte-americano) usadas para o cálculo dos ajustes necessários para a manutenção

da paridade do poder de compra entre as remunerações percebidas pelos

servidores no Brasil e no exterior (...);

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b) parcialmente a Emenda n° 10, uma vez que resguarda a prerrogativa

prevista no art. 37, § 12, da Constituição Federal, que faculta aos Estados e ao

Distrito Federal fixar, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do

respectivo Tribunal de Justiça;

c) parcialmente a Emenda nº 16, que dá mais clareza ao art. 12, parágrafo

único, do projeto original, ao explicar que, na hipótese de parcelas pagas em atraso,

quando somadas às demais parcelas do período de competência, para cálculo do

limite da remuneração, os juros e a correção monetária somente incidirão sobre o

valor que for efetivamente pago.”

Por outro lado, fizemos um projeto que esclarece cada um dos pontos, para

facilitar a implementação do teto.

“Por todo o exposto e confiantes de que estamos propondo o

aperfeiçoamento do projeto original, o voto:

I - pela constitucionalidade, adequação orçamentária e financeira do Projeto

de Lei nº 3.123, de 2015;

II - pela incompatibilidade e inadequação orçamentária e financeira de

Emendas das Plenário nºs 1, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 11, 12, 13, 14, 15 e 17, e do substitutivo

aprovado pela Comissão do Trabalho, de Administração e Serviço Público;

III - pela não implicação orçamentária e financeira das Emendas de Plenário

nºs 6, 10 e 16; e

IV - no mérito, pela aprovação do Projeto de Lei nº 3.123, de 2015, e pela

aprovação parcial das Emendas de Plenário nºs 6, 10 e 16, na forma do substitutivo.

Esse é o relatório.

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Agradeço aos Relatores que atuaram nas Comissões de Trabalho, de Justiça

e de Finanças e Tributação, que aperfeiçoaram o texto, cujos aperfeiçoamentos

podemos incluir neste relatório.

Estou certo, Sr. Presidente, de que votar este relatório é um serviço que

prestamos à Nação brasileira, para que todos os brasileiros que pagam, através dos

seus impostos, o salário dos servidores públicos tenham clareza absoluta de quais

são os benefícios que estão incluídos no teto, portanto verbas remunetórias, e quais

são aqueles que estão como verbas indenizatórias liberadas para serem recebidas

acima do teto constitucional.

A Constituição tem quase 30 anos, e em 1998 foi emendada para se incluir o

termo “cumulativamente ou não”, que foi para ficar muito claro que é um único teto

que temos no nosso sistema jurídico.

Quero agradecer a todos os órgãos de administração com os quais me reuni

— Tribunais, Câmara, Senado, Ministério Público da União —, a todos aqueles

chefes de recursos humanos, diretores, que se reuniram conosco ali na Consultoria

da Câmara, a todas as associações de magistrados, promotores, médicos e a todos

aqueles que vieram aqui trazer sua contribuição.

Agradeço a todos porque sei que esse diálogo permitiu, sem nenhuma

dúvida, a melhoria do Projeto de Lei nº 3.123, de 2015, que ora estamos relatando.

É o voto, Sr. Presidente.

PARECER ESCRITO ENCAMINHADO À MESA

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(PARECER A SER INSERIDO PELO SERAT)

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O SR. SARNEY FILHO - Deputado Ricardo Barros, peço um esclarecimento.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Questão de ordem, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vamos organizar o debate, para que

ele possa florescer.

Tem a palavra o Deputado Arnaldo Faria de Sá, que havia pedido primeiro, e,

em seguida, o Deputado Sarney Filho.

O SR. RUBENS BUENO - Eu peço também, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Questão de ordem. Sem

revisão do orador.) - Sr. Presidente, mesmo em urgência, no art. 152, há claramente,

no § 1º, inciso II, uma exigência que tem que ser cumprida:

“Art. 152 ...........................................................

§ 1º Não se dispensam os seguintes requisitos:

..............................................................................

II - pareceres das Comissões ou de Relator

designado;”

Esse é o caso. O Relator foi designado. O seu parecer foi oral, mas tem que

ser distribuído antes de se votar, até porque nós temos várias matérias

extremamente complexas.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, eu vou relatar o acordo

que foi feito no Colégio de Líderes, o que facilita este debate. O nosso acordo foi de

que seria lido o relatório dessa matéria, promoveríamos a discussão, e a votação

seria somente a partir de amanhã de manhã. Esse foi o acordo que nós fizemos.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Então a discussão não ocorrerá agora?

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Nós vamos encerrar a discussão

hoje, porém, sem o requisito do encerramento formal, para que se permita a

apresentação de emendas.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Mas o que eu estou propondo na questão

de ordem, Sr. Presidente, é que não se inicie a discussão enquanto não for

distribuído o parecer. Eu não conheço o parecer.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Será apresentado o parecer. Nós

vamos adiantando a discussão para ganhar tempo.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - A minha questão de ordem é que eu não

sei nem...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, houve um acordo de

procedimento.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - O acordo não pode superar o Regimento.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu sei, mas não está superando. Já

vão distribuir. Se V.Exa. quiser, nós vamos parar 15 minutos aqui e esperar que ele

seja distribuído. Não vai alterar o acordo que nós já fizemos. Então, isso é para que

possamos cumprir o acordo e permitir que todos tenham condições inclusive de

emendar, de destacar, de fazer o que for possível. Eu me comprometi a fazer o

maior número possível de votações nominais, mesmo que seja fora do interstício.

Então, não há o espírito de atropelar. Nós vamos votar, mas não há nenhum

espírito de atropelamento.

V.Exa. fique tranquilo, haverá ainda algumas questões, vamos começar a

discussão. A discussão não será formalmente encerrada, mas nós vamos esgotá-la,

para que se permitam emendas e destaques.

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O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Até o início da votação?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Até o início da votação de amanhã,

certo? Fique tranquilo, porque foi esse o acordo.

O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente...

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente...

O SR. SARNEY FILHO - Deputado Ricardo Barros!

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deixe-me dar a palavra primeiro ao

Deputado Zequinha.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, mesmo havendo o acordo,

a minha questão de ordem é procedente. Eu vou respeitar o acordo, mas a questão

de ordem é procedente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu não disse que a questão de

ordem de V.Exa. é procedente. Eu disse que, se V.Exa. exigir o cumprimento, nós

vamos interromper por 10 ou 15 minutos, até que se providenciem as cópias para

todos. Não vai haver um ganho, é só uma obstrução desnecessária. É isso o que eu

estou falando.

O SR. ANDRÉ MOURA - Sr. Presidente, peço só um esclarecimento,

rapidamente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Não, eu cedo. Primeiro, o Deputado

Zequinha.

O SR. SARNEY FILHO - Sr. Presidente, deixe-me primeiro pedir o meu

esclarecimento.

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O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, peço atenção a V.Exa. Eu

quero pontuar que são 17h54min. Se dentro de 15 minutos não houver o relatório,

eu voltarei com a questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Pois não.

O SR. SARNEY FILHO (PV-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Deputado Ricardo Barros, V.Exa. leu o relatório, o mesmo relatório que foi

distribuído hoje na reunião de Líderes? Houve alguma mudança?

O SR. RICARDO BARROS (Bloco/PP-PR. Sem revisão do orador.) - Eu li o

relatório. Não há alteração no texto da lei que foi distribuído. Nós decidimos manter

o texto que está distribuído nas Lideranças desde as 15h30min. Todas as

Lideranças têm o texto. Está mantido aquele texto, e faremos as alterações aqui, por

acordo com S.Exas.

O SR. SARNEY FILHO - Muito bem.

Sr. Presidente, Deputado Eduardo Cunha, V.Exa. acabou de dizer o que eu

acho sensato. Vamos iniciar a discussão; no entanto, só vamos encerrá-la

formalmente amanhã, para que se dê tempo de que possamos fazer os destaques e

as emendas devidas. É isso, Sr. Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - É isso.

O SR. SARNEY FILHO - Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado

Silvio Costa e, em seguida, ao Deputado André Moura.

O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, quero informar a V.Exa. que o PTdoB já tem cinco

Parlamentares: este Deputado que está falando, os Deputados Luis Tibé, Uldurico

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Junior, Macedo e Pastor Franklin. Portanto, nós somos cinco Parlamentares, e eu

gostaria que V.Exa. aplicasse ao PTdoB o que o Regimento da Casa manda, como,

por exemplo, a representação da Liderança no painel. O Líder do PTdoB vai ser o

Deputado Luis Tibé.

Então, gostaria que V.Exa. abrisse o seu coração para o PTdoB e aplicasse o

Regimento para o partido.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Se em alguma coisa não estiver

sendo aplicado o Regimento, será consertado para amanhã.

Concedo a palavra ao Deputado André Moura.

O SR. ANDRÉ MOURA (Bloco/PSC-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, já tirei a minha dúvida. Era a mesma do Deputado Sarney Filho.

Portanto, já estou contemplado.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado

Fernando Francischini.

O SR. FERNANDO FRANCISCHINI (SD-PR. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, nós do Solidariedade temos nos reunido. O Deputado

Lucas Vergilio foi o autor de um voto aprovado na Comissão do Trabalho, e o

Relator é o Deputado Ricardo Barros.

O assunto é muito polêmico, Sr. Presidente. Não há um desígnio dos

Deputados do Solidariedade nem de outros que estão aqui debatendo sobre o

assunto, extremamente polêmico. Concordamos com boa parte do texto, pois é

preciso haver moderação em relação ao teto e aos salários, mas esse projeto está

generalizando. Hora extra dentro do teto constitucional, direito trabalhista... Vamos

acabar com a função eleitoral!

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Portanto, Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que peça ao Governo para retirar a

urgência constitucional desse projeto, para que o debate seja mais bem realizado.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vamos deixar o Deputado Ricardo

Barros concluir o parecer, porque me parece que sequer acabou.

Por gentileza, Deputado Ricardo Barros, V.Exa. concluiu?

O SR. RICARDO BARROS (Bloco/PP-PR. Sem revisão do orador.) - Para

atender o Deputado Sarney Filho e o Deputado André Moura, eu li no meu relatório,

e de fato, não estava no texto, uma linha que é “Indenização de Representação no

Exterior e Auxílio-Familiar, previstos no art. 8°, inciso III, alíneas ‘a’ e ‘b’, da Lei n°

5.809, de 10 de outubro de 1972”.

Nós incluímos isso no rol das indenizatórias e também incluímos:

“Respeitados os limites estabelecidos nas leis de diretrizes orçamentárias, a

exigência de apresentação de documentos comprobatórios não se aplica às

indenizações previstas nas alíneas ‘b’, ‘e’, ‘f’, ‘g’, ‘i’, ‘j’ e ‘p’ do inciso III — que é essa

que eu incluí.

Então, a única alteração do quadro que V.Exas. receberam às 15h30min em

todas as Lideranças e desse texto é a línea “p” do art. 4º, que trata da representação

no exterior e do auxílio-família do Itamaraty. É a única alteração que foi colocada no

relatório.

Eu relatei aqui, mas o Deputado Sarney Filho perguntou se havia alteração, e

eu não havia incluído isso no texto.

Então, daquele quadro que todas as Lideranças têm desde a tarde de hoje,

logo após a reunião de Líderes, a alínea “p” do art. 4º é a única alteração que foi

estabelecida.

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Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Vou pedir a V.Exa., Deputado

Ricardo Barros, que solicite a distribuição das cópias, para que não haja nenhum

questionamento.

O SR. RICARDO BARROS - A Mesa já está providenciando isso, Sr.

Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Por gentileza, o Deputado Arnaldo

Faria de Sá me deu a condescendência de os 15 minutos serem contados a partir de

agora.

Indago aos Líderes do DEM, do PSDB e do PT, que têm requerimentos de

adiamento de discussão, se, conforme o acordo, retiram os requerimentos.

O SR. EFRAIM FILHO (DEM-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Democratas retira o requerimento.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O PSDB e o PT também? (Pausa.)

O SR. DANIEL COELHO (PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PSDB retira.

A SRA. PROFESSORA MARCIVANIA (PT-AP. Pela ordem. Sem revisão da

oradora.) - O PT retira também, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Retira. (Pausa.)

Então, estão retirados os requerimentos.

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O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, como eu tenho muitos mais mandatos que V.Exa., estou

aqui há 25 anos, gostaria de saber por que V.Exa. tirou a Relatoria do Deputado

Nelson Marchezan e designou outro Relator. É uma praxe respeitar o trabalho dos

Parlamentares.

O Deputado Nelson Marchezan é um Parlamentar dedicado.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Sem dúvida.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY - S.Exa. fez um trabalho exaustivo, debatendo

a matéria. Eu fui surpreendido. Estava lendo o relatório do Deputado Nelson

Marchezan quando percebi que havia outro Relator em nome da Comissão de

Finanças e Tributação. Isso é algo anormal na vida do Parlamentar.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado, os exemplos aqui são

vários. Eu poderia apresentar pelo menos vinte projetos de plenário aqui e dizer que

as relatorias de plenário não batem com as relatorias das Comissões, principalmente

porque houve um relatório da Comissão que não foi votado. A Comissão, neste

momento, não existe, está desativada até a sua instalação nesta Legislatura, não

existe relatório. Então, obviamente, nós colocamos um Relator de plenário, o que é

uma prerrogativa da Presidência, com o intuito de facilitar.

A Comissão de Constituição e Justiça votou, a Comissão de Trabalho votou,

infelizmente a Comissão de Finanças não votou. Certamente, essa prerrogativa é

adotada em todos os projetos que vão a plenário, e eu dou a V.Exa. vários

exemplos. Foram sempre escolhidos Relatores de plenário.

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A Presidência entendeu, dentro do conjunto da Casa, neste momento, ser o

mais facilitador, com o intuito de aprovação. Foi este o critério, e usamos o critério

de chamar o Relator do Orçamento, porque a matéria tem muita afinidade com isto.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Sr. Presidente, nós vivemos um tempo muito

difícil.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Está certo.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY - O Governo legisla por medida provisória; o

Supremo Tribunal Federal, assim como todo o Judiciário, também legisla; os

Conselhos de Contribuintes também legislam. Agora, nessa questão, que V.Exa. diz

que tem sido uma praxe, com todo o respeito, eu, como Parlamentar, não gostaria

de ter o dissabor de ver V.Exa. retirar uma relatoria minha, na Comissão de

Finanças, Comissão em que estou há 25 anos.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Se a Comissão estivesse em

andamento, mas ela não está em andamento, eu não sei nem se continuaria.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Com todo o respeito, eu não faria isso com

V.Exa. e com nenhum Deputado, nem da Oposição, nem do Governo.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Eu farei chegar a V.Exa. o

levantamento com todas as matérias que vieram a plenário, os Relatores

designados em plenário diferentes dos que estavam em Comissão. Garanto a

V.Exa. que passam de 20.

Passa-se à discussão da matéria.

Concedo a palavra ao Deputado Luiz Carlos Hauly, que falará contra a

matéria.

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O SR. EFRAIM FILHO (DEM-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, enquanto o Deputado Hauly se dirige à tribuna, aproveito para registrar a

presença de ilustres visitantes nas galerias. São aposentados, pensionistas,

beneficiários e trabalhadores dos fundos de pensão. (Palmas nas galerias.)

A Comissão Parlamentar de Inquérito que trata dos desvios nos fundos de

pensão tem feito um trabalho que tem ajudado a resgatar a credibilidade do

Parlamento junto a esse segmento da sociedade, que estava desesperançoso com

os desvios que se acumulavam e que levam a um déficit hoje de 46 bilhões de reais.

Faço um rápido apelo a V.Exa. A nossa Comissão deliberou por maioria, 16 a

11, pela prorrogação dos trabalhos. (Palmas nas galerias.) Essa prorrogação é

simbólica na Comissão e encontra-se sobre a mesa de V.Exa.

Temos até a semana que vem para que, dentro do cronograma de trabalhos

do Parlamento, V.Exa. possa pautá-lo, para que esses aposentados acompanhem

essa votação.

Agradeço a atenção de V.Exa. e do Deputado Luiz Carlos Hauly.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - A Presidência pautará a matéria

oportunamente. (Palmas nas galerias.)

Com a palavra o Deputado Luiz Carlos Hauly.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, com certeza tem meu apoio essa moção feita

agora para atender os aposentados que estão aqui presentes.

Sr. Presidente, na verdade, quando me inscrevi, não tinha a posição do novo

Relator, nem do Relator da Comissão de Finanças, que nós vimos acompanhando

— Deputado Nelson Marchezan, do Rio Grande do Sul, do PSDB, brilhante

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Deputado, jovem, destemido, combativo, estudioso da matéria —, e vinha me

posicionando favoravelmente ao projeto, porque havia uma linha de entendimento.

Fui surpreendido hoje com o novo Relator, nesse atropelamento que acabou

acontecendo por parte da Presidência, o que para mim é algo bastante difícil.

Como Deputado singular, Deputado que representa o povo do meu Estado —

e cada um aqui representa a população do seu Estado —, ver um projeto seu sendo

usurpado, uma relatoria sendo usurpada é algo não desejável, e, na vida do

Parlamento em qualquer país do mundo, não é aceitável que aconteça isso.

Espero que haja um disciplinamento por parte da maioria da base do Governo

e da Oposição para que o Presidente da Casa não tenha essa prerrogativa

monocrática de tirar e pôr Relator, como deseja. Assim foi no caso do acolhimento

ou não do impeachment. V.Exa. tinha só 48 horas para deliberar sobre a matéria e

levou mais de 2 meses, e acabou ocasionando toda a confusão que houve no Brasil.

Na verdade, a questão do teto é antiga. O Constituinte já havia definido, por

emenda constitucional, que há um teto. Então, constitucionalmente já há um teto.

Eu, na década de 80, fui Secretário da Fazenda do Estado, quando o

Governador era Álvaro Dias. Nós aplicávamos o teto para o funcionalismo limitado

ao salário de Secretário de Estado. Então, houve muitas ações judiciais, muita

discussão.

A verdade é que no País existe o “jeitinho”. Tem-se o teto, ele não é aplicado

e é preciso uma lei para regulamentar. O Brasil é complexo, cheio de nuanças, cheio

de jeitinho brasileiro, por isso nós estamos aqui com a União, os Estados e os

Municípios quebrados, debruçados em um projeto de lei, já que ninguém cumpre um

dispositivo constitucional.

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A minha tendência é votar favoravelmente à matéria, desde que eu conheça o

relatório profundamente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar favoravelmente, concedo

a palavra ao Deputado Max Filho. (Pausa.)

Para falar favoravelmente, concedo a palavra ao Deputado Glauber Braga.

(Pausa.)

Para falar favoravelmente, concedo a palavra ao Deputado Betinho Gomes.

(Pausa.)

Para falar favoravelmente, concedo a palavra ao Deputado Rodrigo de

Castro.

O SR. RODRIGO DE CASTRO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho aqui lamentar a situação da ciência e

tecnologia em nosso País, antes de entrarmos no mérito da matéria propriamente.

Hoje assistimos a uma crise financeira sem precedentes no Brasil. Temos a

inflação, o desemprego, o arrocho e, principalmente, a falta de perspectiva, pois

somos vítimas de um Governo que tem virado as costas para as boas práticas da

política, não tem valorizado o Congresso Nacional, não tem valorizado o diálogo e

tem adotado práticas erradas. Não vou aqui nem falar da corrupção generalizada,

mas esses problemas hoje realmente assolam todo o País.

Um das soluções para o Brasil sair da crise, sem dúvida nenhuma, seria

valorizar o empreendedorismo, valorizar a economia digital, valorizar a ciência e

tecnologia. Mais uma vez, o Governo do PT, o Governo da Presidente Dilma

caminha na contramão dos fatos.

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Aquilo a que assistimos hoje, primeiramente nas universidades, é um crime

cometido por um Governo que se diz defensor da Pátria educadora e que leva agora

as universidades à maior crise de sua história. Além disso, os órgãos de pesquisa

têm sofrido também com o contingenciamento de recursos. Então, o Governo prega

uma coisa e, mais uma vez, a realidade dos fatos o desmente.

Nós assistimos hoje, por exemplo, ao debate presidencial dos Estados Unidos

em que a questão da nova economia, em que a questão da ciência e tecnologia é

colocada em primeiro lugar, e, inclusive, é apontada como uma das saídas para

aquela nação tão poderosa crescer ainda mais e gerar emprego de qualidade, gerar

renda.

E nós aqui, Sr. Presidente, não estamos valorizando um contingente de

centenas de milhares de jovens que gostariam de ter uma oportunidade, jovens que

estão fazendo a sua graduação, a pós-graduação, o mestrado, o doutorado e que

poderiam ter todo esse potencial aproveitado. No entanto, não encontram um

mínimo respaldo, não recebem realmente nenhum incentivo por parte do Governo.

Além da crise, ainda se deparam com a falta de perspectivas, com a falta de apoio

do Governo Federal.

Temos que dar um grito de socorro. Esta Casa sempre tem que estar ao lado

dos interesses do Brasil. Esta Casa tem que estar ao lado desses jovens. Esta Casa

tem que participar mais ativamente desse debate. Esta Casa tem que realmente

cobrar medidas firmes do Governo Federal, primeiro, para parar com essa

indecência, esse corte de recursos para as nossas universidades, esse corte de

recursos para pesquisa e a inovação em nosso País. Devemos valorizar a pesquisa

de base e também a pesquisa aplicada. Devemos valorizar, sobretudo, as startups,

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as incubadoras das universidades, enfim, aqueles que verdadeiramente enfrentam o

dia a dia com estudo e com determinação, querem empreender neste País, querem

gerar mais empregos, querem contribuir com o nosso Brasil e são fundamentais

para a saída dessa crise.

Esta é a nossa opinião, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar contra, tem a palavra o

Deputado Rocha. (Pausa.)

Para falar contra, tem a palavra o Deputado Otavio Leite. (Pausa.)

Para falar contra, tem a palavra o Deputado Davidson Magalhães. (Pausa.)

Para falar contra, tem a palavra o Deputado Moroni Torgan. (Pausa.)

Para falar contra, tem a palavra o Deputado Cabo Sabino.

O SR. CABO SABINO (Bloco/PR-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o projeto, na sua essência, é excelente, porque

visa moralizar essa questão do teto salarial no País. Porém, quando vamos verificar

amiúde o que foi relatado pelo Relator, vê-se que ele acaba ferindo principalmente

os profissionais da saúde, os médicos, e até alguns Deputados desta Casa.

Aquele Deputado já aposentado e que contribuiu com a Previdência em outra

esfera, seja na área da educação, como professor, seja na área da segurança

pública, seja em qualquer outra área, se já é aposentado, não vai mais receber,

porque ele vai receber o teto, que é o salário de Deputado.

O projeto também diz que, para quem trabalhe menos de 40 horas semanais,

o limite remuneratório será proporcional à jornada estabelecida. Esquece-se de que

neste País várias categorias lutaram e adquiriram o direito de jornada de trabalho de

20 horas, como é o caso dos médicos, e outras, de 30 horas. Imagine só um médico

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do PSF, cujo limite de corte de teto será o salário do Prefeito! Se o Prefeito recebe

um salário de 15 mil reais e trabalha 20 horas, ele só vai receber 7.500 reais. Vai ter

muito médico nos PSFs no interior, realmente! Em algumas grandes capitais, o

médico que trabalha para o Estado, por exemplo, vai optar, é claro, se trabalha 20

horas e precisa trabalhar 40 horas, pelo teto do Estado, porque é bem maior o teto

do Governador do que o dos Prefeitos.

Alguns Deputados estão esquecendo que, quando nós chegamos a esta

Casa pela primeira vez ou mesmo vindo de outro mandato, recebemos uma ajuda

para fazermos a mudança de vinda; quando não está mais no mandato, recebe uma

ajuda para fazer a mudança de volta. Esqueceram? Também não vão mais receber.

Esse projeto vai atingir também outros lugares. No Judiciário, juízes que, às

vezes, trabalham em uma, duas, três, quatro, cinco comarcas e recebem algo a

mais, 20% a 30% por isso, não vão mais receber. Se eles não vão receber, eles

também não vão para a comarca. Nós não vamos ter mais juízes em muitas

comarcas do interior, e o povo vai pagar o preço, assim como vai pagar um preço na

saúde. Temos que moralizar, sim! Mas nós não podemos adotar isso de maneira

genérica e geral, porque muitos casos são específicos.

Espero que esta Casa, Sr. Presidente, só para concluir, reflita bem sobre o

projeto. Ele precisa ser mais discutido. Da maneira como está, espero que os meus

pares, as senhoras e os senhores, votem contra.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor, concedo a palavra

ao Deputado Caio Narcio.

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O SR. CAIO NARCIO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Primeiro, Sr.

Presidente, acho que esta pauta é muito importante para o Brasil e deve ser tratada

com muita correção, cuidado, análise, debate, discussão. Trata-se de uma pauta

que interessa a todos. É necessário conter os exageros, não cometer equívocos,

para não inviabilizarmos, muitas vezes, a profissão de alguns profissionais.

Por outro lado, também não se pode criar supersalários que alimentem uma

sociedade desigual e que quebrem o Brasil, que precisa se ajustar de maneira

correta e organizada.

Portanto, é fundamental que seja feito um debate de alto nível aqui, que

sejam colocadas as posições e que sejam debatidos os critérios deste projeto. Este

é o momento oportuno para discuti-lo, para colocar o dedo na ferida. Muitas vezes,

em outros momentos, esse assunto foi deixado de lado por estar em um ambiente

espinhoso de ser trabalhado. É importante que o Brasil, em um momento como este,

possa discuti-lo de forma correta, e o ambiente para que isso seja feito é aqui no

Parlamento.

Eu espero sair dessa discussão com um Brasil mais igual, mais correto, com

menos diferenças e distorções, em que se tenham oportunidades garantidas. E

espero que os supersalários não se sobreponham aos momentos de tanta diferença

que nós estamos vivendo.

Fica o alerta de quem está vendo o País ir por água abaixo, tomando

decisões equivocadas, aumentando impostos quando as empresas estão falindo,

desempregando cada dia mais. Ao oportunizar essa situação, tem fechado as portas

daqueles que ainda empregam, num momento de dificuldade.

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Aumentar os impostos não resolve. Fazendo isso, aumenta-se a sonegação e

diminui-se a receita. Aí, o Brasil vai por água abaixo. Nós propomos: vamos acabar

com os supersalários, vamos diminuir os impostos, vamos fazer crescer o País,

vamos fazer crescer a receita, gerar empregos e dar dignidade ao País.

Mais empregos e menos impostos!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar contra, tem a palavra o

Deputado Rocha. (Pausa.)

Tem a palavra o Deputado Delegado Edson Moreira.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (Bloco/PTN-MG. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós assistimos, desde 2009, a

erros e a mais erros na economia deste País. Vimos um déficit de 120 bilhões, no

ano passado, e agora o Governo quer jogar em cima dos aposentados e dos

trabalhadores, em cima do povo brasileiro o pagamento dessa conta — é claro!

Quem vai pagar a conta desse déficit, de um desvio que já vem desde os idos

de 2003? Todo o povo? Como aprovar um projeto desses, que fere até direitos

adquiridos, direitos conquistados com muito suor? Foi paga uma fatura, pagou-se a

conta, e agora o Governo vem com este projeto e não quer pagar a conta, quer dar

calote.

É claro, Sr. Presidente, que nós temos de votar contra este projeto, que vai

prejudicar a maioria do povo brasileiro, os funcionários que desde 1973 vêm

pagando os seus impostos, como é o meu caso.

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E vem o Governo aqui, na mão grande, tomar o dinheiro do povo brasileiro e,

ainda por cima, enfiar imposto para aumentar a carga tributária. Vem devagarzinho,

tomando todas as conquistas suadas do povo.

Nós temos que votar contra este projeto, Sr. Presidente.

Então, eu concito todos os Deputados a votar contra.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor da matéria,

concedo a palavra ao Deputado Edmilson Rodrigues.

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, por princípio é importante o estabelecimento de

teto remuneratório para os trabalhadores, os servidores públicos.

São servidores pagos pelo Erário, pagos por muitos cidadãos que não têm

emprego, muitos trabalhadores subassalariados e, inclusive, por muitos servidores

públicos que não conseguem sequer ter acesso a um piso salarial.

Eu vou pedir licença ao Deputado Alberto Fraga, porque conversei com ele, e

ele ia se referir à Proposta de Emenda à Constituição nº 300, de 2008. Há Estados

— é o caso do Distrito Federal, pela especificidade de ser Distrito Federal e Capital

— em que o policial militar inicia a carreira com uma remuneração bastante acima da

maioria dos policiais do País. No entanto, a maioria dos Estados paga um salário

aviltante a um agente da segurança.

Há muitos anos, esta Casa evita debater e transformar em lei a PEC,

inicialmente nominada como PEC 300, que estabeleceria um piso salarial aos

policiais militares. E me parece que, tão cedo, não vamos vê-la aprovada, porque

sempre há o argumento de que o Erário não tem como bancar o piso — o piso!

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Eu estou aqui com um pronunciamento que eu não pude fazer na primeira

etapa da nossa sessão, que é um manifesto do sindicato que eu tenho a honra de

ter sido o fundador e primeiro Presidente, o Sindicato dos Trabalhadores em

Educação. A Confederação da qual eu fui dirigente, a Confederação Nacional dos

Trabalhadores em Educação do Brasil — CNTE, teve uma vitória importante, que foi

a aprovação da Lei nº 11.738, de 2008.

Mesmo aprovada, Deputado Arnaldo Faria de Sá, pela unanimidade desta

Casa e do Senado Federal, muitas autoridades executivas questionaram a lei. O

Supremo Tribunal Federal, depois de anos, consolidou: “É constitucional. Pague-se

o piso”. Sabe quanto é o piso para 40 horas de trabalho, 8 horas por dia dando aula,

de um professor? É 2.135 reais!

No caso do Pará, o Governador Jatene diz que não pode pagar. Não quer

cumprir a lei. Ele não quer cumprir uma lei absolutamente constitucional, segundo o

Supremo Tribunal Federal. Mas nós estamos discutindo aqui não piso, Sr.

Presidente, estamos discutindo teto.

Eu não quero acreditar que alguns Deputados falaram a verdade para mim

quando disseram que há magistrado ganhando até 185 mil reais. Eu não quero

acreditar nisso, porque, num País como o nosso, não é admissível, mesmo que haja

base legal — e não há —, que um professor não receba 2.135 reais, e que alguém

que tem responsabilidade de definir a Justiça do nosso País perceba quase 200 mil

reais ao mês. Eu não quero acreditar que isso seja verdade.

No entanto, houve constrangimentos durante o debate da Proposta de

Emenda à Constituição nº 443, de 2009, porque os advogados colocaram o dedo na

ferida, quando discursos diziam que eles não tinham direito a serem considerados

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como integrantes de carreira de Estado. Eles diziam, mostrando dados, que 60 mil

reais, portanto o dobro do teto, do que a Presidente da República ganha, era o que a

grande maioria dos juízes percebia neste País tão cheio de desigualdades. Então, é

necessário debater o assunto.

Amanhã devemos aprofundar a discussão. A lei é necessária, mas não

podemos permitir equívocos.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Peço que conclua, Deputado, por

gentileza.

O SR. EDMILSON RODRIGUES - Se a Constituição permite dois vínculos, é

necessário que não façamos injustiça. Ao mesmo tempo, nós temos que ter a

preocupação de não avacalhar o teto, quando o discutimos, a fim de permitir que

seja burlado o princípio de um limite para os que trabalham no serviço público.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar contra a matéria, concedo

a palavra ao Deputado Marcus Pestana. (Pausa.)

Para falar contra a matéria, concedo a palavra ao Deputado Arnaldo Faria de

Sá.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, a proposta inicialmente pode até ser

boa, mas muitas coisas complicadas estão embutidas nela.

Na verdade, não se resolve a questão do teto numa canetada. Há detalhes

com os quais precisamos tomar cuidado. Por exemplo, quando se quer limitar o

salário dos auditores, que são tratados de forma sub-reptícia nesta matéria, não se

pode esquecer que são eles que conseguem melhorar a arrecadação deste País.

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Sr. Presidente, nós criamos o abono de permanência: a pessoa que pode se

aposentar e continua trabalhando está dando lucro para o Estado, para a União.

Esse parecer proíbe essa condição! É uma coisa absurda, inimaginável!

E vem o Relator e considera quase todas as emendas inadequadas

financeiramente! Por que ele as considera assim? Nem o termo inadequado ele

usou. Ele usou o termo “incompatível”; deveria ser “inadequada”, para, dessa forma,

ser impedida de ser destacada!

Na verdade, Sr. Presidente, nós precisamos responsabilizar o açodamento

por uma situação extremamente esdrúxula! A lei permite, por exemplo, que os

advogados da União tenham verba honorária, e aqui, da forma como está, acabou a

verba honorária; deixou de existir!

O parâmetro para o teto nos Estados é o salário do Governador! O

Governador abaixa o seu salário e, ao abaixar o seu salário, ele reduz o salário de

todo O mundo! Os AFs, os agentes fiscais de renda, por exemplo, estão totalmente

prejudicados, mas o Governador pode, maliciosamente, abaixar o seu salário,

porque ele tem as suas verbas de representação. Dessa forma, ele consegue

resolver a sua sustentabilidade, e aquele servidor público estadual estará

irremediavelmente perdido!

Eu acredito que é preciso, sim, nós resolvermos a questão do teto, mas não

pode um Governo sem teto querer resolver a questão do teto! Este Governo não tem

moral, não tem credibilidade para resolver a questão do teto desta maneira!

E esta Casa não pode entrar de roldão nesta questão — e há uma situação

econômico-financeira extremamente difícil no País — e achar que, com essa

questão de abate-teto, vai resolver a situação econômico-financeira!

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, na Comissão de Constituição e

Justiça e de Cidadania, várias inconstitucionalidades foram corrigidas. Mas agora o

Relator de Plenário supera o Relatório da CCJ, o Relatório da CTASP — sepulta

esses Relatórios —, vem aqui com outro Relatório, adrede preparado, e quer que

tudo seja aprovado. Inclusive, Sr. Presidente, no momento oportuno, no começo da

votação, eu vou apresentar uma questão de ordem sobre as inconstitucionalidades

que estão contidas neste relatório.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, já disse e repito: a maior

inconsistência que está aqui é aquela que não permite que o abono seja

considerado um ganho do Estado ou da União, colocando-o na bacia geral das

almas. É isso que estabelece este projeto.

A emenda que eu apresentei foi declarada incompatível financeiramente.

Então, fica incluída a possibilidade de se admitir a minha proposta de excluir o

abono, mas a emenda foi considerada incompatível. Ou está errado aqui ou está

errado ali. É preciso que essa questão seja resolvida. Se ela é incompatível, ele não

pode acolhê-la no texto. Se ele a acolher no texto, ele tem que retirar a

incompatibilidade do seu relatório.

Na verdade, quase nada se percebe daquilo que está aqui contido, porque o

relatório foi distribuído há cerca de 20 minutos, para discutirmos matérias tão

importantes, tão relevantes.

Eu tenho certeza, Sr. Presidente, de que a possibilidade de se votar “não” no

dia de hoje estabelece pelo menos a oportunidade de se apresentarem destaques à

emenda aglutinativa, várias oportunidades de mudarmos este relatório.

Este relatório, Sr. Presidente, não é adequado.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor, concedo a palavra

ao Deputado Pompeo de Mattos. (Pausa.)

O SR. DAVIDSON MAGALHÃES - Sr. Presidente, peço a palavra pela

ordem.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado

Davidson Magalhães. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. DAVIDSON MAGALHÃES (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de fazer o registro, nesta Casa, da presença do

Vice-Governador do Estado da Bahia, o ex-Deputado João Leão, e também dos

representantes de entidades e funcionários da Comissão Executiva do Plano da

Lavoura Cacaueira — CEPLAC, que neste momento estão participando de uma luta

importante pela reformulação do órgão, e não pela sua extinção, essa proposta que

está sendo urdida pelo Ministério da Agricultura e que não conta com o apoio dos

Deputados e Senadores da Bahia, Estado que tem 80% da produção de cacau do

Brasil, assim como não conta com apoio de Deputados do Pará e de Rondônia.

Todas essas bancadas vão se levantar contra a extinção da CEPLAC!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar como Líder, tem a palavra

o Deputado Maurício Quintella Lessa. (Pausa.)

Concedo a palavra ao Sr. Deputado Rubens Bueno, para uma Comunicação

de Liderança, pelo PPS.

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os partidos de oposição — PSDB, DEM, PPS e

Solidariedade — e Parlamentares de outros partidos manifestam apoio à

mobilização nacional pelo afastamento da Presidente Dilma Rousseff e conclamam

a população brasileira para ocupar as ruas no dia 13 de março, domingo, para

protestar contra a corrupção e contra a grave crise econômica que assola o Brasil,

causadas pelos Governos petistas que há 13 anos comandam o País com mentiras,

irresponsabilidade, incompetência e total ausência de planejamento.

O afastamento da Presidente Dilma é a única perspectiva de melhora para o

grave quadro que enfrentamos. Isso pode ocorrer tanto por meio do Congresso

Nacional, no processo de impeachment, em tramitação na Câmara dos Deputados,

quanto pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral — TSE, que avalia ações pela

cassação da chapa petista eleita em 2014.

Reiteramos nossa confiança no Supremo Tribunal Federal — STF, que deve

reavaliar o mais brevemente possível os pontos divergentes do julgamento que

paralisou o impeachment.

As últimas revelações e ações da Operação Lava-Jato, que apreenderam

bens e documentos, e a decretação da prisão temporária de João Santana,

responsável pelo marketing das últimas três campanhas petistas, demonstram

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cabalmente que recursos de propina do petrolão abasteceram as campanhas

eleitorais do PT.

Após a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari, a ligação do marqueteiro de

Dilma com os desvios reforça ainda mais as ações já em curso no TSE pela

cassação da Presidente Dilma Rousseff por abuso do poder econômico e uso de

recursos ilícitos na campanha e dão força para a mobilização popular pelo

impeachment.

Ressaltamos, por fim, que os partidos de oposição confiam na recuperação

do Brasil, a partir do afastamento da Presidente Dilma. Permanecemos firmes na

fiscalização dos desmandos do Governo Federal e comprometidos com a defesa

dos interesses dos cidadãos, que, na última década, foram colocados de lado, em

favor de um projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, que anunciou, sem

cerimônia, que faria o diabo para ganhar as eleições de 2014 — e o fez.

Não à toa, o Brasil vive mergulhado numa crise econômica sem precedente,

com recessão, queda sistemática do PIB, inflação em disparada, desemprego

galopante e total falta de credibilidade do País junto à comunidade internacional.

Somente a saída de Dilma do Governo abrirá caminho para que possamos

voltar a trilhar o rumo do desenvolvimento sustentável, responsável, planejado e

longe da corrupção.

Convocamos todos os que lutam por um País melhor para que se juntem, se

unam, deem as mãos e saiam às ruas no próximo dia 13 de março para exigir um

novo Brasil, sem Dilma e sem o PT. (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar como Líder, pelo DEM,

concedo a palavra ao Deputado Pauderney Avelino.

O SR. PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM. Como Líder. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, acabamos de ouvir o Líder do

PPS, Deputado Rubens Bueno, que leu um manifesto dos partidos de oposição. Nós

não podemos aceitar que o Brasil veja o que está acontecendo e que o Congresso

Nacional, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, não tome providências.

Nós não podemos compactuar com tudo isso. Precisamos dar uma resposta à

sociedade.

É uma vergonha o que vimos acontecer ontem na chamada Operação

Acarajé. O Governo gastou para eleger a sua Presidente 90 milhões de reais. Esse

valor é o que está na contabilidade apenas para o marqueteiro João Santana, que

foi preso hoje — 90 milhões de reais! Aonde nós vamos chegar com isso? E os 90

milhões de reais não foram suficientes! Mais de 7,5 milhões de reais já estão

consagrados, já foram identificados pela Polícia Federal, pelos procuradores da

República como dinheiro do petrolão, dinheiro de corrupção, dinheiro que foi tirado

do povo brasileiro com compras bilionárias.

A PETROBRAS pagou em torno de 6 bilhões de reais para uma empresa nas

Filipinas, dinheiro de que esse lobista que pagou ao João Santana em contas no

exterior usou e abusou.

Nós não podemos concordar com isso. Precisamos que o Supremo Tribunal

Federal reveja de imediato sua decisão, publique o acordão de dezembro e aceite os

embargos da Câmara dos Deputados, sem entrar nas questões internas da Câmara

como entrou. Precisamos repor a autonomia do nosso Poder.

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Nós do Democratas entramos com duas petições para mostrar aos Ministros

do Supremo que nesta Casa, neste mesmo plenário, em 1992, o Presidente Ibsen

Pinheiro respondeu ao Deputado Adylson Motta que era possível, sim, a candidatura

avulsa e, depois, ao Deputado Roberto Jefferson sobre a eleição secreta daquela

Comissão.

As petições estão lá, já fazem parte dos autos desse processo. Queremos

que o Supremo julgue os nossos embargos, para que nós possamos dar

prosseguimento ao processo de impeachment, com a comissão processante

instalada.

O povo brasileiro não aceita mais ver de braços cruzados a roubalheira que

se impôs ao Brasil. Nós não podemos aceitar isso. O Congresso Nacional tem o

dever, tem a obrigação de se pronunciar. Nós estamos fazendo a nossa parte.

Vamos continuar fazendo. Queremos instalar a comissão processante, com

candidaturas avulsas e com o voto secreto. Que o Supremo respeite a nossa

decisão, porque nós seguimos o Regimento Interno e a lei que ampara o processo

de impeachment.

Portanto, a Câmara precisa dar uma resposta. Digo ao povo brasileiro que

nós vamos dar a resposta. A nossa agenda comum — nós dos partidos de oposição

e do povo brasileiro — é fazer o impeachment, é tirar o PT do Governo, porque o PT

não tem mais condições de governabilidade, perdeu a capacidade de trazer de volta

a normalidade política, a normalidade social e a normalidade econômica.

Durante o discurso do Sr. Pauderney Avelino,

assumem sucessivamente a Presidência os Srs. Dr.

Sinval Malheiros, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, e Eduardo Cunha, Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar como Líder, concedo a

palavra ao Deputado Antonio Imbassahy. (Pausa.)

Para falar como Líder, concedo a palavra ao Deputado José Guimarães.

(Pausa.)

Para falar como Líder, pelo PMDB, concedo a palavra ao Deputado Carlos

Henrique Gaguim.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM - Sr. Presidente, já com o ofício pronto

e encaminhado, eu gostaria que o Deputado Major Olimpio usasse o tempo de

Liderança.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O.k.

Pela Liderança do PMB, tem a palavra o Deputado Major Olimpio.

O SR. MAJOR OLIMPIO (PMB-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, população brasileira que nos

acompanha, eu venho debater esse projeto, e tenho moral para debater teto, porque

luto de forma intransigente para que haja um piso digno.

Muito embora o Governo tenha pedido urgência constitucional e muitas vezes

se diga que eventuais categorias do serviço público poderiam receber muito mais do

que o teto constitucional, nós precisamos nos colocar de forma que não haja

absurdo, mas que também não haja hipocrisia.

Srs. Deputados, neste momento, uma Deputada que seja aposentada como

professora e receba 3 mil reais de aposentadoria vai perder essa aposentadoria,

porque já tem o provento de Deputada.

O Deputado Moroni Torgan, meu amigo, uma das referências desta Casa,

Delegado de Polícia Federal que conquistou há muitos anos a sua aposentadoria,

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por recolher na própria fonte o seu custeio, veio do serviço público, agora vai perder

a sua aposentadoria.

Nós tínhamos as ressalvas, que já estavam feitas quando o Relator era o

Deputado Lucas Vergilio. No seu relatório estavam feitas justas ressalvas em

múltiplas áreas. Inúmeros servidores públicos, Deputado Eduardo Bolsonaro, vão

perder a sua aposentadoria porque trabalharam a vida toda e foram ser Deputados

Estaduais, Vereadores de capitais. No seu caso, que é o de um profissional da

segurança pública, escrivão da Polícia Federal, V.Exa. será penalizado exatamente

porque ousou pertencer ao serviço público.

Temos alguns tetos que estão embasados, nos Estados, por exemplo, no teto

do salário de Governador. Esse é um ente político diferente daqueles que têm

carreira pública, que vão angariando quinquênios, que ganham, muitas vezes,

vantagens conquistadas em ações judicias, por erros da estrutura de Governo. E os

seus proventos são “capados”, são arrancados, porque muitos desses

Governadores, na sua hipocrisia, dizem: “Eu sobrevivo com muito menos”. Não

consegue, mesmo o mais honesto deles, no exercício do mandato de Governador,

pagar um café em 4 anos! O transporte, a alimentação, tudo o que é feito, tudo o

que se faz se torna um ato público.

Encareço aos Srs. Parlamentares uma reflexão. O Governo se posicionou:

“Não vamos retirar a urgência constitucional.” Vamos ao debate. É necessário se

fazer o devido aperfeiçoamento para que não se cometa injustiça, para que não se

retire daqueles servidores o que eles conquistaram.

Sou da reserva da Polícia Militar no meu Estado. Posso dizer que nunca o

meu salário chegou próximo ao teto salarial.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Peço que conclua, Deputado.

O SR. MAJOR OLIMPIO - Mas há aqueles que o conquistaram por seus

méritos. Não podemos fazer o jogo demagógico sujo do Governo. Ele quer mostrar à

população: “Olhe, nós estamos economizando com os gastos públicos e com a folha

de pagamento de pessoal”. Mas ele está “capando” daqueles que conquistaram

aquilo a que hoje fazem jus. É diferente. E repito: quem não é mensaleiro, quem não

recebe caixinha mensal, quem vive dos seus proventos, Srs. Deputados, faz questão

de receber as suas justas aposentadorias.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Prorrogo a presente sessão por 1

hora.

Concedo a palavra ao Deputado Ronaldo Fonseca.

O SR. RONALDO FONSECA (Bloco/PROS-DF. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho, desta tribuna, dar a minha opinião sobre

esse projeto de lei, que vem em boa hora para moralizar a questão dos salários dos

servidores públicos do País.

Agora, Sr. Presidente, estou um pouco preocupado com algumas vertentes

desse projeto de lei. V.Exa. acertou ao ampliar o debate. Nós não podemos votar a

toque de caixa um projeto que vai mexer com a estrutura dos salários dos servidores

públicos.

Existem pelo menos duas situações — obviamente, existem outras — que eu

gostaria de pontuar aqui. A primeira é a dos médicos. No momento em que estamos

precisando de mais médicos no Brasil, vamos dizer a eles o seguinte: “Não importa

se a Constituição Federal lhes autoriza o acúmulo de funções, vocês vão ter que

ganhar o teto.” Lamentavelmente, nos Estados, o teto está vinculado ao salário do

Governador, que pode mudá-lo na hora que quiser.

Acho que o teto tem que ser vinculado, então, ao salário dos

Desembargadores dos Estados, e não ao do Governador.

Não é lógico votarmos aqui um projeto que vai desestimular os médicos a

trabalharem no serviço público. Nós estamos precisando de médicos no serviço

público e vamos colocar uma carga em cima dos médicos de forma absolutamente

injusta? A Constituição Federal lhes autoriza a acumulação de funções e salários

separados.

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Obviamente, se votarmos favoravelmente a essa matéria, haverá uma

inconstitucionalidade, que será derrubada no Supremo Tribunal Federal.

A outra situação sobre a qual precisamos também nos debruçar é a dos

advogados públicos. Nós nesta Casa autorizamos, por força de lei, que os

honorários dos advogados públicos possam ser somados aos seus salários. Agora

os honorários, que, diga-se de passagem, são oriundos de dinheiro privado, vão se

acumular ao salário para fins de limitação de teto, lamentavelmente.

Isso é um equívoco. Os advogados públicos e os procuradores precisam ser

estimulados também, porque é através do seu trabalho que o Estado arrecada mais,

que o Executivo arrecada mais. Isso vai acarretar um desestímulo para o servidor

público, para os advogados públicos, para os procuradores, que precisam trabalhar

de forma mais efetiva para aumentar a arrecadação do Executivo.

E nós estamos fazendo o seguinte: de acordo com a lei que votarmos aqui,

agora nós vamos dar com uma mão e vamos tomar com a outra.

Então, penso, Sr. Presidente, que precisa ser ampliado o debate dessa

matéria. Nós não podemos...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. RONALDO FONSECA - Vou concluir, Sr. Presidente.

Eu entendo que V.Exa. acertou ao ampliar o debate. Acho que nós temos que

chamar o Relator para essa conversa. Precisamos sensibilizá-lo para esses

detalhes.

Eu mencionei aqui apenas a situação dos médicos e dos advogados públicos.

Mas temos ainda a situação dos policiais, por exemplo.

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Vamos colocar o teto, nos Estados, vinculado ao salário do desembargador, e

não do Governador. O Governador mexe no seu salário da forma que quiser e

quando quiser. E ele vai achatar o salário dos nossos servidores públicos.

Nós precisamos aumentar a arrecadação, mas não em cima dos salários dos

servidores públicos, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar favoravelmente ao projeto,

com a palavra o Deputado Aliel Machado. (Pausa.)

Para falar favoravelmente ao projeto, com a palavra o Deputado Silas Freire.

(Pausa.)

Para falar favoravelmente ao projeto, com a palavra a Deputada Luiza

Erundina. (Pausa.)

Para falar favoravelmente ao projeto, com a palavra o Deputado Giovani

Cherini. (Pausa.)

Para falar favoravelmente ao projeto, com a palavra o Deputado Rubens

Pereira Júnior. (Pausa.)

Para falar favoravelmente ao projeto, com a palavra o Deputado Daniel

Coelho.

O SR. DANIEL COELHO (PSDB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esse projeto é de extrema relevância para o

País, não somente pela economia que será feita com a sua aprovação, mas também

pelo sentimento de justiça que precisa permear a nossa Nação.

O PSDB, como sempre tem agido nesta Casa naqueles momentos — e são

poucos, infelizmente — em que sentimos que o Governo toma alguma medida

positiva, não vai se furtar a apoiar, a colaborar, a aperfeiçoar e a discutir matérias

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importantes para o País. Nós não podemos aceitar, de forma alguma, que o teto

constitucional continue a ser tratado como uma farsa, como uma ficção, que

servidores públicos ganhem 3, 4, 5, 6 vezes o que é hoje o teto constitucional.

Temos informações de servidores ganhando mais de 100 mil reais por mês. Este

Parlamento não pode aceitar isso como se fosse normal, ainda mais quando temos

uma discrepância tão grande, quando o salário mínimo é tão pequeno, quando a

maioria da população brasileira, se não está desempregada, está sobrevivendo de

subempregos, com remunerações irrisórias.

Não está aqui a solução, mas há, sim, um passo e um avanço em se

estabelecer um teto constitucional com regras claras para que seja absolutamente

cumprido por todos. Esse avanço é inegável e merece contar com o apoio deste

Plenário, com o apoio dos partidos políticos.

É evidente que ainda há espaço para discussão. O adiamento da votação que

foi feito hoje, que permite que o debate aconteça, é uma medida positiva e foi

acordado hoje no Colégio de Líderes exatamente para que as emendas possam ser

feitas e o projeto possa ser aperfeiçoado. Mas que o seu objetivo final seja

cumprido. Que a partir da aprovação desse projeto nenhum servidor, nenhum

brasileiro possa ganhar dos cofres públicos mais do que o teto constitucional, que já

é alto demais se comparado à remuneração da maioria da população brasileira. É

por isso que, ressalvados os destaques e as discussões que ainda vão acontecer,

nós vamos votar a favor e tentar aprovar o projeto para dar esse ganho à população

brasileira.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Para falar a favor, concedo a palavra

ao Deputado Domingos Sávio. (Pausa.)

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Para falara a favor, concedo a palavra à Deputada Eliziane Gama. (Pausa.)

Para falar a favor, concedo a palavra ao Deputado Chico Alencar. (Pausa.)

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sras. e Srs.

Deputados, servidores, todos que acompanham esta sessão, não dá para discutir

teto, remuneração máxima dos servidores públicos sem olhar o contexto do País.

O que mais escandaliza, naquilo que a Operação Lava-Jato agora apura, são

as somas vultosas. É próprio do fascínio do capitalismo e da degeneração do

socialismo real, em muitos lugares do mundo, esse afã por dinheiro.

Um publicitário — jamais marqueteiro —, que 36 anos atrás, quando da

criação do PT, pensava muito na realidade humana e na realidade brasileira,

chamado Carlito Maia, mineiro de Lavras, que se radicou em São Paulo, dizia o

seguinte: “Quando a Esquerda começa a contar dinheiro, já deixou de ser

esquerda”. E o velho Marx falava do “poder dissolvente do dinheiro”.

Quando discutimos teto, que já tarda em ser respeitado — até existe, mas é

burlado pelos três Poderes com muita frequência, por uma casta, por uma cúpula,

por um grupo restrito de servidores —, nós temos que olhar a realidade do País.

Portanto, a proposta é absolutamente justa. Estabelecer um teto para ser

respeitado é algo fundamental que já tarda. É bom lembrar que a análise desse

projeto na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público fez algumas

ressalvas justas, excluindo, por exemplo, desse limite remuneratório — justo,

reiteramos — a conversão de férias em abono, ajuda de custo, diárias, alguns

auxílios, alimentação, moradia, invalidez.

Portanto, temos de ir ao detalhe agora, para votar amanhã, mas adianto aqui

a posição do PSOL, que consideramos serena e equilibrada. A maioria dos

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servidores públicos essenciais ao atendimento da população tão sofrida ganha muito

mal, está sub-remunerada. E há uma pequena casta que extrapola, vai além.

Alguém dizer que com 20 ou 25 mil reais não dá para viver está mentindo, ou então

tem um padrão burguês suíço, de quem tem conta na Suíça. Não é o caso da média

dos servidores públicos brasileiros.

Portanto, defendemos a proposta do teto para valer. Estamos abertos a

discutir a emenda. Queremos analisar, inclusive, a proposta que o Relator trouxe

agora, há pouco tempo, há pouco mais de 1 hora. Estamos debruçados com a nossa

competente assessoria sobre isso, mas não podemos contribuir para a desigualdade

abissal remuneratória existente neste País, inclusive para uma diferença muito

grande entre os servidores públicos. Todos são essenciais, todos são fundamentais.

Não pode haver castas no serviço público, embora haja diferença remuneratória, de

acordo, inclusive, com as responsabilidades.

Vamos operar, portanto, analisando as emendas. Mas, no mérito, a votação

do PSOL é favorável.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Silvio Costa, pela Liderança do Governo.

O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Como Líder. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quem tem aqui, Deputado Zeca,

entre 55 e 60 anos lembra que em 1970, na Copa do Mundo do México, havia um

narrador esportivo que dizia: “Por muito pouco, muito pouco, pouco mesmo o Brasil

não fez um gol.”

Eu quero começar, Deputado Domingos Sávio, parafraseando esse locutor,

esse narrador — se não me engano, o nome dele era Geraldo José —, dizendo o

seguinte: muito pouco, muito pouco mesmo deste Plenário, sobretudo, Deputado

Domingos, da Oposição, tem moral, e a palavra é esta mesmo — moral, qualidade

ética para ousar criticar a história, a dignidade, a honra da Presidente Dilma.

Desde ontem eu estou ouvindo e lendo as provocações, e eu não tenho outra

palavra, da Oposição. Vejam bem: eu vou começar e eu vou citar nomes. Primeiro,

está aqui Fernando Henrique. Deputado Moroni Torgan, eu não digo que vou fazer

as coisas e não faço, não. Eu acabo de vir de um encontro com o Procurador, a

minha assessoria foi lá — está aqui o protocolo. Eu entrei na Procuradoria-Geral da

República pedindo ao Procurador Rodrigo Janot para investigar Fernando Henrique

Cardoso. Eu sei que já caiu a metade da dosimetria dele. Por quê? Porque ele tem

mais de 80 anos. Quando se tem mais de 80 anos, a penalidade, a dosimetria, cai

pela metade. Sei também que alguns crimes que ele praticou prescreveram,

Deputado Andres Sanches.

Sinceramente, Deputado Jean Wyllys e Deputado Chico Alencar, entre a

versão de Fernando Henrique, a versão do dono da empresa Brasif e a denúncia da

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jornalista Miriam Dutra, eu prefiro ficar com a de Miriam. Sabem por quê? Eu quero

dizer à senhora que mora lá em Quixabá, no alto do Ceará, em Pernambuco ou na

periferia de São Paulo que veja a história.

A empresa Brasif é dona de free shop em aeroporto. Como Lula botou o

pobre para andar de avião, todo pobre hoje sabe o que é free shop. E Fernando

Henrique, quando era Presidente, arrumou uma boquinha, Deputado Glauber Braga.

Foi uma boquinha mesmo, uma safadeza, com essa Brasif. Ele fez essa safadeza e

deu os free shops à Brasif. Aí ele teve um caso com a jornalista Miriam Dutra. Desse

caso nasceu um filho, no qual ele botou o nome de Tomás. E ele disse: “Meu amigo,

como é que eu vou me livrar desse negócio?” Ele falou com o dono da Brasif. E ele

pagava a pensão do menino. Isso é uma verdade histórica! Agora, esse cidadão

está dizendo que não é verdade, e o dono da Brasif, também diz que não é.

Sei que a dosimetria da pena, para ele, cairia pela metade, mas eu fui a

Rodrigo Janot. Eu quero que o Procurador Rodrigo Janot diga que prescreveu o

crime de Fernando Henrique, e que ele também o diga.

Eu agora vou falar sobre o Aécio Neves, Deputado Domingos Sávio —

V.Exa., que é da base dele. Eu até gosto de Aécio Neves, sabia? É um cara no trato,

gente boa, agradabilíssimo. O problema é que, quanto mais eu o conheço, mais eu

tenho certeza de que o Brasil acertou em não deixá-lo ser Presidente. Falta a Aécio

inclusive uma coisa chamada “liturgia”. Ah, mas ontem à noite, no Jornal Nacional e

no Jornal da Globo, ele estava indignado: “Temos que investigar o João Santana;

temos que ir para cima”. Mas, rapaz, Aécio tem a cara de pau de falar isso? É um

desrespeito ao povo. E sabe por que é um desrespeito? A campanha de Aécio

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recebeu mais de 200 milhões de reais; a campanha da Presidente Dilma também

recebeu mais de 200 milhões de reais.

Então, os caras da Odebrecht faziam o seguinte: “Meu irmão, meu amigo,

esse dinheiro aqui vai para o Aécio. Agora, preste atenção, o dinheiro que vai para o

Aécio tem que ser limpo. Agora, esse aqui vai para a Dilma; este aqui tem que ser

sujo”. Quer dizer, o dinheiro de Aécio não era de propina; o dinheiro do PT era de

propina.

Ô, Aécio, quem é você para estar falando em propina? Sabe por que, Aécio?

Um delator — e o jornal Folha de S.Paulo não foi correto; segundo Vera Magalhães,

a ouvidora, ele não foi correto —, que mudou a versão algumas vezes, disse o

seguinte: “Lá em Furnas, Aécio recebia um toco, uma propina, de um terço”. O

delator disse isso! Aécio recebia um terço de propina em Furnas. Aí Aécio diz que

isso é mentira. Não é mentira, não! Eu prefiro ficar com a versão do delator.

Todo mundo sabe que Aécio já foi eclético — eclético! Todo mundo sabe que

Aécio jogava na política. Quando Lula era Presidente, ele fazia as gracinhas dele

aqui, trocando voto por apoio. Fazia, sim, e pediu para fazer indicação em Furnas,

sim! E eu fico com o delator. Entre Aécio e o delator, eu fico com o delator. Sabem

por quê? Porque o delator sabe que, se mentir, não vai pegar 40 anos, não, vai

pegar 100 anos. E eu prefiro acreditar no delator.

Aí eu fico indignado — vou cometer aqui uma redundância — com a

indignação seletiva. É o seguinte: João Santana foi preso ontem. Amigo velho, se

João Santana tiver culpa, que pague! Mas, a favor de todo brasileiro, há uma coisa

chamada “presunção de inocência”. Para a Oposição, a presunção de inocência só

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vale para eles: “Ah, não, Fernando Henrique tem a presunção de inocência. Aécio

tem a presunção de inocência”.

O Presidente do DEM — eu já o disse aqui — agora é Líder da Oposição. O

homem apareceu no Fantástico — e nesse dia o Fantástico “bombou” na audiência

—, porque lá em Natal ele tinha feito uma trela de 1 milhão de reais, o cara

denunciado. Ele está lá, meu irmão, no Supremo, com um processo! E aí fica

posando...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. SILVIO COSTA - Eu queria pelo menos...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Peço que conclua, Deputado. Já dei

1 minuto a V.Exa.

O SR. ROSSONI - Presidente...

O SR. SILVIO COSTA - Calma! Vou concluir, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - V.Exa. já falou durante 10 minutos.

Nós estamos com a sessão...

O SR. SILVIO COSTA - Eu vou... Calma, Presidente!

O SR. ROSSONI - Sr. Presidente...

O SR. PASTOR EURICO - Sr. Presidente...

O SR. ROCHA - Sr. Presidente...

O SR. SILVIO COSTA - Presidente! Presidente, eu vou...

(Tumulto no plenário.)

O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, não falei o nome de ninguém da

Oposição, a não ser que Aécio e Fernando Henrique estejam aqui para se defender.

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Mas, quando houver uma sessão do Congresso, eu vou falar o nome do Aécio para

ele se defender.

Então, veja bem, para concluir, quero dizer o seguinte: nós, da base do

Governo, vamos radicalizar o enfrentamento com vocês. Vocês, da Oposição

brasileira, 99% — vou baixar, dar um abatimento —, 95% não têm moral. A maioria é

cheia de processos, cheia de bronca, o diabo a quatro, e posam aqui de paladinos

da ética. (Palmas.) Vocês não têm moral para nada! Ninguém vai aguentar lição de

moral de vocês.

(O microfone é desligado.)

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O SR. ROCHA - Sr. Presidente...

O SR. PASTOR EURICO - Sr. Presidente...

O SR. ROSSONI - Presidente Cunha, é o Deputado Rossoni...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Um momento. Eu vou chamar.

Depois temos o seu Líder para falar como Líder. Vou chamar aqui na ordem. Não dá

para...

O SR. ROSSONI - É só um comunicado, Presidente!

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Domingos Sávio...

O SR. ROSSONI - Presidente, é só um comunicado do Deputado Rossoni,

por favor. Posso?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Mas, Deputado, há o momento. Eu

concedo a palavra a V.Exa. mais tarde.

O SR. ROSSONI - Um minuto só, Presidente!

O SR. SILVIO COSTA - Se alguém citar meu nome, haverá resposta.

O SR. ROSSONI - Sr. Presidente, quando ouço determinados

pronunciamentos aqui, continuo admirando muito mais os cachorros lá de casa.

(Palmas.)

Segundo: os homens de bem deste País precisariam ter a coragem dos

canalhas que aqui fazem pronunciamentos.

O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente...

O SR. PASTOR EURICO - Sr. Presidente...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Domingos Sávio...

O SR. SILVIO COSTA - Não, não, não! Presidente, espere aí! Eu, quando

escuto alguns pronunciamentos...

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(Tumulto no plenário.)

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - V.Exa. já falou. Ele não citou V.Exa.

O SR. TONINHO PINHEIRO - Sr. Presidente...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado Domingos Sávio, V.Exa.

tem a palavra.

O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, colegas Parlamentares, eu vou me manifestar a respeito do projeto que

estamos discutindo. Nós somos a favor de que se moralize, de que haja tetos,

limites, para não haver abusos, para não haver aqueles que ganham salários

absurdos num país que, às vezes, não remunera dignamente sequer o professor.

Mas, antes, sem dúvida, é necessário mostrar a que situação está chegando este

Governo.

Eu acredito que até boa parte da base do Governo possa sentir-se indignada

de ver alguém subir àquela tribuna, como Líder do Governo, para dizer que esta

Casa não tem homens e mulheres com condições morais de discutir este ou aquele

assunto ou de se posicionar nesta ou naquela investigação. Foi isso que os

senhores e as senhoras acabaram de ouvir.

O pior é que ele adota a tática daqueles criminosos que, para se defenderem,

saem por aí fazendo acusações — as mais falsas, as mais vis — contra pessoas

íntegras, corretas, que têm história de serviço prestado a este País, como o

Presidente Fernando Henrique e o Senador Aécio Neves.

Portanto, o Deputado que me antecedeu não merece resposta. O que ele traz

aqui mostra o nível baixo em que se coloca este Governo, porque ele fala como

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Líder do Governo. Em vez de se preocupar em debater soluções para o País, baixa

o nível de maneira vergonhosa.

Sr. Deputado, recolha-se à sua insignificância! (Palmas.) O desprezo que

V.Exa. merece — e digo “V.Exa.” porque prezo o trato com respeito nesta Casa —

todos aqui já demonstram ao ver a maneira irresponsável com que, com frequência,

V.Exa. faz questão de tumultuar debates sérios e importantes.

Agora V.Exa. tenta enxovalhar o nome de um homem digno que deu boa

parte da sua vida à luta por este País, que tem uma história íntegra: Fernando

Henrique. V.Exa. disse depois que admira o Senador Aécio Neves, mas, ao mesmo

tempo, tenta enxovalhar o seu nome, numa postura irresponsável, medíocre,

mesquinha, covarde!

V.Exa. não está à altura do povo de Pernambuco! V.Exa. não representa a

dignidade desse bravo povo, que o conhece bem, que conhece as suas histórias,

que conhece as suas festas fantasmas. Recolha-se à condição de quem tenta

prestar serviço fazendo bajulação, porque não tem história, não tem grandeza, não

tem referência que possa colocá-lo na condição de dizer que representa este País.

V.Exa. sobe à tribuna com a chancela que lhe é dada pela Sra. Dilma. Ela,

senhores brasileiros — pasmem —, coloca esse senhor, que muitas vezes é

ridicularizado neste plenário, porque não trata com seriedade dos temas nacionais,

como seu Líder! É esse o Líder do Governo? É, o Líder que merece este Governo,

um Governo irresponsável. É por isso que o País tem, sim, salvação, mas este

Governo, não! Este Governo tenta encobrir a quadrilha! Portanto, ela é responsável,

sim!

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Não venha nos dizer da moral de alguém que encobre uma quadrilha que

usou dinheiro roubado da PETROBRAS para financiar a sua campanha e para

patrocinar e pagar ao seu marqueteiro. Recolha-se à sua quadrilha, Sr. Deputado

Silvio Costa! Não venha nos acusar! (Palmas.)

O SR. IZALCI - Sr. Presidente, cada Governo tem o Líder que merece!

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Antonio

Imbassahy, pela Liderança do PSDB.

O SR. ANTONIO IMBASSAHY (PSDB. Como Líder. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero falar sério, fazer uma narrativa. A

tribuna deve ser usada para isso. É para isso que os brasileiros esperam que os

Deputados e Deputadas desta Casa a usem, e não para dizer coisas desprezíveis,

que não constroem absolutamente nada.

Sr. Presidente, eu quero me referir à 23ª fase da Operação Lava-Jato, que

prendeu, entre outros, um dos mais influentes membros do PT, o marqueteiro João

Santana, aliás, mais do que marqueteiro: conselheiro, Deputado Rossoni,

conselheiro da Presidente Dilma Rousseff, um homem de grande influência junto à

Presidente Dilma Rousseff, de tanta influência, Deputado Izalci, que, na campanha

de 2014, mandou a Presidente mentir, e a Presidente obedeceu-lhe.

Veja a importância que a Presidente dá a esse cidadão que frequenta o

Palácio do Planalto e a intimidade do Palácio da Alvorada, a residência oficial da

Presidente.

O marqueteiro foi preso porque foi encontrado nas contas dele no exterior

dinheiro sujo do petrolão, o maior escândalo de corrupção do planeta. Esse dinheiro

estava lá, abrigado, protegido, mas, graças à Operação Lava-Jato, pôde ser

localizado. Está agora o marqueteiro preso em Curitiba.

Quero dizer também que, dentro desse contexto, o PT tem que esclarecer a

Nação brasileira, tem que dizer o motivo por que esse dinheiro do petrolão foi parar

nas contas de João Santana. O PT também tem a obrigação de dizer por que João

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Santana recebeu essa dinheirama de propina do petrolão. Enfim, o partido tem que

esclarecer essa corrupção que enlameou o Governo do PT.

Agora, o que nos deixa estarrecidos é que, tão logo foi noticiada a prisão do

marqueteiro, vem o Presidente Nacional do PT, na maior desfaçatez, dizer o

seguinte: “João Santana não é marqueteiro do PT. O PT contrata apenas pessoas

para produzirem seus programas partidários”. Tenha a santa paciência!

Nem os próprios próceres do PT e companheiros do Presidente Rui Falcão

podem acreditar nessa baboseira. Eu lamento esta frase infeliz do Líder do PT, o

Deputado Afonso Florence: “Corre o risco de cair em descrédito quem insiste na

busca de pistas contra o Presidente Lula. A Operação Lava-Jato corre risco de cair

em descrédito”.

Deputado Afonso Florence, a Operação Lava-Jato é homenageada por toda a

Nação brasileira. Se hoje há uma coisa em que as pessoas acreditam, confiam e

têm uma esperança muito grande, é o resultado da Operação Lava-Jato, conduzida,

inclusive, pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e pelo Juiz Sérgio

Moro, a quem rendemos as nossas homenagens. A tentativa de desqualificar a

Operação Lava-Jato, que o PT tenta mais uma vez fazer, diminui o partido, que já

está se apequenando.

João Santana, por sinal, não foi o primeiro grande líder do PT a ser preso. O

primeiro foi o Vaccari. Aliás, antes do Vaccari, houve outros. O Vaccari, tesoureiro

nacional, foi condenado a 15 anos de prisão.

Fica muito clara, depois do que aconteceu ontem, uma afirmativa que o

Senador Aécio Neves fez no início do ano passado. Ele disse, em alto e bom som,

que perdeu as eleições não para uma agremiação partidária. Os brasileiros que

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votaram contra o PT foram derrotados por uma ação de organização criminosa que

se instalou no Governo. O que o Senador Aécio disse está mais do que

comprovado: perdemos as eleições para uma organização criminosa.

Agora, resta saber, depois do que disse o Sr. Rui Falcão e o Deputado Afonso

Florence, o que o marqueteiro vai fazer. Ele tem que tomar muito cuidado para não

entrar na situação em que entrou Marcos Valério, que vacilou, não fez a colaboração

premiada e vai passar o resto da vida na cadeia. O marqueteiro, que já está

abandonado à própria sorte, pode ter o mesmo destino de Marcos Valério, pode virar

o Marcos Valério de Dilma.

Há outro agravante. O STF decidiu que condenado em segunda instância vai

direto para a cadeia e, depois, pode fazer as suas apelações. Então, é preciso que o

Sr. João Santana reflita muito sobre essa etapa da Operação Lava-Jato, Deputado

Fernando Francischini, colega e amigo, porque o Departamento de Justiça dos

Estados Unidos está colaborando com a investigação. Isso tem um grande

significado. Agora o Governo americano passa a acompanhar tudo o que aconteceu

na Operação Lava-Jato. Em território americano, cometeu-se ilícito, cometeu-se

crime; a Justiça é implacável.

A situação de João Santana se agrava mais ainda, porque agora, além da

Justiça brasileira, através do Juiz Sérgio Moro, do STF, enfim, de todas as

instâncias, também o Departamento de Justiça dos Estados Unidos está no encalço

desse dinheiro que saiu da propina do petrolão para abastecer as campanhas do

PT, notadamente da Presidente Dilma.

Eu quero dizer que o TSE já tinha recolhido provas suficientes de que a

campanha da Presidente foi irrigada com dinheiro sujo do petrolão. Aliás, é uma

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afirmativa, é uma declaração do próprio Juiz Sérgio Moro. Além disso, nessas ações,

existem delações premiadas que vão na mesma direção.

É inevitável o afastamento da Presidente, até porque o principal problema do

País chama-se Dilma Rousseff. O Brasil não vai conseguir reconstruir a economia

destroçada por Lula, Dilma e PT com a presença da criatura de Lula no Palácio do

Planalto. Não teremos salvação. Queremos o afastamento da Presidente, que pode

ser estabelecido por decisão do TSE ou pelo impeachment aqui.

Sr. Presidente, encerro pedindo aos Líderes do PT, ao Governo, à Presidente

Dilma que, em respeito à população brasileira, diga por que esse dinheiro do

petrolão, essa propina foi parar nas contas do seu marqueteiro amigo e conselheiro

e diga também qual foi o serviço que ele prestou para receber essa recompensa

indecorosa.

Muito obrigado.

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O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O Deputado Silvio Costa foi citado e

tem o direito de contestar.

O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Eu fui citado, e, por uma questão de inteligência, modéstia à parte, não

vou citar o nome do Deputado que me citou.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Agradeço.

O SR. SILVIO COSTA - Eu não quis aqui realçar o que eu vou realçar agora.

Quando eu digo que 95% da Oposição não tem moral, o ex-Presidente do PSDB —

eu estou até com pena dele —, o Azeredo, pegou 20 anos de cadeia.

Então, eu quero dizer a qualquer cachorro da Oposição ou a qualquer animal

de chifres da Oposição que eu estou pronto para o debate.

O SR. DOMINGOS SÁVIO - Não merece resposta mesmo! Não merece!

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Alberto

Fraga. (Pausa.)

O SR. TONINHO PINHEIRO - Sr. Presidente, deixe-me só...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo 1 minuto a V.Exa.,

enquanto o Deputado Alberto Fraga se dirige à tribuna.

O SR. TONINHO PINHEIRO (Bloco/PP-MG. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria que tanto a Oposição quanto a Situação não

fizessem acusações mútuas, brigando uma com a outra. Estamos aqui eleitos pelo

voto popular. Poderíamos, sim, pedir a Deus sabedoria para conseguirmos achar o

caminho que o povo está esperando: o caminho para acabar com os ladrões e

acabar com a corrupção. Aí, sim, vamos unir as nossas forças. Vamos deixar de

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lado as acusações e pedir a Deus sabedoria para acabarmos com a corrupção, a fim

de que o Brasil possa ser feliz.

Obrigado pela oportunidade.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Com a palavra o Deputado Alberto

Fraga.

O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta Casa não teve coragem de fixar um teto

para os policiais no Brasil inteiro. Votou a Proposta de Emenda à Constituição nº

300, de 2008, e, depois, por força do Governo e dos Governadores, escondeu essa

PEC. Não tivemos a capacidade de sequer votar uma PEC que dava um piso

mínimo aos policiais.

Esse projeto do teto parece aquela história da vaca com carrapato: em vez de

tratar do carrapato, querem matar a vaca. Nós sabemos que existem vários e vários

casos absurdos de servidores que ganham 100 mil reais, mas, vamos ser claros,

esse projeto está direcionado para atingir o Poder Judiciário.

Vejamos algumas incorreções, para não usar um adjetivo, que esse projeto

carrega consigo. Ele penaliza o servidor ao colocar na soma para o teto — vejam

V.Exas. — o adicional de fronteira. Quem é que vai querer servir na fronteira, se não

tiver uma gratificação? O inteligente Governo PT coloca no teto o adicional de

fronteira e — vai mais além — também o de periculosidade.

Eu fico triste quando vejo o PSDB, um partido de oposição, com os

Deputados enganados, querendo dar fôlego ao Governo do PT, aprovando um

projeto mentiroso como este! Será possível que V.Exas. não perceberam que quem

construiu tudo isso que está acontecendo com o servidor público foi o PT? E agora

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eles mandam um projeto dizendo que vão economizar 10 bilhões de reais e que

esse projeto vai ajudar o ajuste fiscal, à custa de V.Exas., à custa de V.Exas.!

Dizem aqui que há juiz que ganha 180 mil reais. Tragam o nome e vamos

então cortar esses salários absurdos. Mas não mintam. Não se deixem enganar.

Mentiras estão sendo ditas aqui, e os Deputados de oposição estão se deixando

levar!

Ainda há pouco conversei com mais ou menos oito desembargadores, e eles

citaram que muitos deles, em 25 anos de serviço, receberam diárias — um não tinha

recebido diária!

V.Exas. estão querendo acabar com a classe médica! Ou será que há médico

suficiente no País? Ou será que o teto vai alcançar todos os médicos do País?

Sr. Presidente, eu teria muito mais coisa para falar, mas, para concluir, falarei

sobre a Justiça Eleitoral. V.Exas. acham que os desembargadores ou juízes vão

trabalhar para a Justiça Eleitoral sem ganhar nada? A maioria dos magistrados já

está no teto. Eles vão fazer a eleição a troco de quê? Dos olhos azuis de V.Exas.?

Vamos pensar!

O Governo está aplicando um golpe em cima de V.Exas. E eu lamento

profundamente que até mesmo o direito adquirido esteja sendo jogado na lata do

lixo, como no caso das aposentadorias. Quem mais vai querer ser Deputado, se não

houver uma aposentadoria? Os Prefeitos ou Vereadores? V.Exas. pensem nisso e

façam um exame de consciência.

Ainda bem que a matéria não será votada hoje, porque a tragédia seria muito

pior. Muitos aqui vão votar e depois vão se arrepender.

O SR. IVAN VALENTE - Sr. Presidente, peço a palavra como Líder.

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O SR. SARNEY FILHO (PV-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, solicito um esclarecimento: quantos ainda estão inscritos na discussão?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Faltam apenas três oradores.

O SR. SARNEY FILHO - Obrigado.

O SR. IVAN VALENTE - Sr. Presidente, peço a palavra como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - O.k. Há uma fila de Líderes aqui. Eu

vou esgotá-la, chamar os Líderes.

Para falar a favor, concedo a palavra ao Deputado Izalci.

O SR. IZALCI (PSDB-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Parlamentares, é evidente que esse projeto visa limitar alguns abusos, mas nós

temos uma realidade concreta. Todo mundo acompanha, não só no DF, mas no

Brasil todo, a questão dos médicos.

Aprovado este projeto, em torno de 1.300 médicos possivelmente se

afastarão do serviço público aqui em Brasília. Aqui nós não temos hospitais geridos

por entidades filantrópicas, como há em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,

Goiás. Em Brasília, os hospitais são estatais. Os médicos trabalham nos hospitais

públicos e têm duplo vínculo, já previsto na Constituição. Já temos decisões,

inclusive do STJ, com relação a essa matéria.

Nós precisamos verificar que, com a implantação imediata da forma que está

no relatório, nós iremos prejudicar, com absoluta certeza, de imediato, todo o

sistema de saúde do Distrito Federal. Eu, como Parlamentar do DF, não poderia

deixar de alertá-los disso.

Será que nós queremos trazer mais médicos de Cuba para abastecer o

mercado, para que possamos ter realmente médicos aqui? Vejo uma situação que

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não pode ser resolvida dessa forma, da noite para o dia. Tem que ser de forma

gradual. Não é possível, do dia para a noite, extinguirmos um direito que já funciona

há 30 anos. Esses médicos já recebem há muitos anos. Por quê? Por que têm carga

horária de 60 horas. Não se pode estabelecer um teto, na mesma proporção, de 40

horas e de 60 horas.

Portanto, quero fazer este alerta aos nossos Deputados e pedir apoio para o

caso dos médicos, tendo em vista a situação da saúde pública, em especial em

alguns Estados.

E há o detalhe dos Municípios: quero ver qual Município — cujo Prefeito

ganhe 5 mil reais, 6 mil reais ou 7 mil reais — vai conseguir um médico, porque o

seu teto não é o teto federal, é o teto municipal, é o teto estadual. Nós não teremos

médico nos Municípios, principalmente no interior deste País.

Portanto, adiar para amanhã a votação é muito importante para que todos

aqui presentes possam analisar e avaliar o seu Município e o seu Estado.

Era o que tinha a dizer.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concederei a palavra ao Deputado

Arlindo Chinaglia. Em seguida, vou chamar os Líderes, com o último orador.

Não há mais inscrição. Está encerrada a inscrição de qualquer orador com

relação à discussão da matéria. Não vamos encerrar formalmente a discussão, para

permitir o prazo de emendamento.

Com a palavra o Deputado Arlindo Chinaglia.

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O SR. DARCÍSIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, antes que o Deputado inicie sua fala, eu indago a V.Exa.

se as emendas...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Até amanhã. Até a hora que eu

declarar encerrada a discussão, que será amanhã.

O SR. DARCÍSIO PERONDI - Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado

Arlindo Chinaglia.

O SR. ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente e demais pares, a discussão do teto constitucional não é fácil. Como

muitos aqui observaram, se nós raciocinássemos a partir das corporações, não

conseguiríamos evitar aquilo que determinadas corporações fazem. Exemplo:

podem ter direito a férias, mas, quando fazem algum tipo de substituição, o salário

extrapola o teto e aquilo é transformado em dias — 1 ou 2 dias, e, às vezes, no final

do ano, 90 a 100 dias. Isso é transformado em remuneração e, ao mesmo tempo,

gozam-se as férias. Ou o inverso: vende-se as férias e pega-se a licença a partir

daqueles dias.

Eu não vou nominar, porque não quero ser deselegante a esse ponto, mas o

fato é que o teto constitucional é rompido por categorias importantes. Isso acaba

sendo uma verdadeira fraude, porque o teto vale para alguns servidores, mas não

vale para outros.

Eu faço questão de citar uma situação. Quem já foi da Mesa da Câmara sabe

disto. No Tribunal de Contas da União, que tem o papel de fiscalizar — que,

inclusive, atuou de forma dura, no seu papel, no que diz respeito aos servidores da

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Câmara, do Senado e de outros espaços públicos —, centenas ou mais de milhar de

servidores que ganham acima do teto.

Gostaria, a propósito, de ouvir a palavra pública do Procurador do Tribunal de

Contas da União, que é um homem que costuma se posicionar com aparente

coragem.

Agora, para não ir além do meu tempo, eu quero fazer uma observação, visto

que registrei de início que não venho aqui para falar em nome de corporação

alguma. Eu sou favorável ao teto, mas não consigo concordar com o fato de aqueles

que fizeram escolha por só trabalhar no serviço público, passados 20 anos, 25 anos

ou mais, terem tolhida a sua carreira justamente por essa escolha feita e porque

poderiam ter feito outra opção.

Então, eu acho que devemos ter cuidado com a expectativa de direito

daqueles que estão trabalhando e garantir o direito adquirido daqueles que se

aposentaram com base nas regras pelas quais não só trabalharam, mas também

contribuíram. Não creio que isso quebre a lógica de se impor um teto para valer, o

que, na minha opinião, vai no sentido de se fazer justiça.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Fernando Francischini, para uma Comunicação de Liderança, acumulando o tempo

de inscrição.

O SR. FERNANDO FRANCISCHINI (SD-PR e como Líder. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, meus cumprimentos a todos neste dia especial, em que a

Operação Lava-Jato completa 2 anos. Mas, nós, infelizmente, votaremos amanhã o

projeto de lei que vai justamente contra as carreiras típicas de Estado que estão

dando repercussão internacional ao nosso País.

Sr. Presidente, eis os resultados da Operação Lava-Jato sem a 22ª e a 23ª

operação: 941 procedimentos instaurados, 360 buscas e apreensões, 88 mandados

de condução coercitiva, 112 mandados de prisão, sendo 61 preventivas e 51

temporárias, 85 pedidos de cooperação internacional, 35 acordos de colaboração

premiados, 4 acordos de leniência.

Valor total do ressarcimento: 14,5 bilhões recuperados. Os crimes

denunciados já envolvem o pagamento de propina no valor de 6,4 bilhões, sendo

que 1,8 bilhão já entrou na conta do nosso Governo novamente, por intermédio da

Justiça.

Sr. Presidente, por que trago hoje esses resultados? Para dizer que nós,

assim como todas as pessoas de bem do nosso País, apoiamos o trabalho de

recuperação fiscal. Mas não podemos transferir para as carreiras típicas de Estado,

como as do Poder Judiciário, do Ministério Público dos Estados, do Ministério

Público Federal, da Polícia Federal, das Defensorias Públicas e das Procuradorias, o

peso da incompetência, da roubalheira que aconteceu na PETROBRAS, em

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Ministérios e em outros lugares. Muitas pessoas estão respondendo criminalmente,

mas nós não podemos ir em cima do que nós temos assistido.

Então, amanhã, temos que ter responsabilidade. É claro que há abusos e

excessos nesses órgãos, assim como há aqui e em outros lugares, mas vamos

cortar na pele daqueles que abusam, daqueles que cometem ilegalidades.

O projeto que vai ser votado amanhã nivela por baixo todos esses grandes

profissionais, que, na iniciativa privada, seriam pessoas de grande repercussão,

estudadas, que têm um grande apelo popular, dada a aceitação do seu trabalho.

Amanhã, vamos justamente jogar contra quem já recuperou mais de 14 bilhões para

o nosso País.

Sr. Presidente, entendo que um dos pontos nevrálgicos do projeto é a Justiça

Eleitoral. Eu tenho aqui o relatório do Desembargador Xisto Pereira mostrando os

dados da Justiça Eleitoral do Paraná nos últimos 4 anos: 206 juízes trabalharam em

alistamentos e transferências de mais de 3 milhões de pessoas. Em 2012, foram

analisados 115 mil processos; em 2013, 24 mil; em 2014, 14 mil; e, em 2015,

13.600.

Amanhã nós vamos votar o corte da função eleitoral; função essa que nós

votamos no ano passado, reconhecendo a importância do Poder Judiciário,

reconhecendo a importância do Ministério Público em nosso País, que trabalha além

do seu horário normal para estruturar um poder, que é a Justiça Eleitoral.

É da Justiça Eleitoral que vêm os nossos mandatos, que vem a democracia,

que respeita os votos que foram dados corretamente. E aqueles votos que foram

comprados tirariam um dos senhores que aqui estão representando a população

brasileira.

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Eu apresentei um destaque, para o qual vou pedir preferência amanhã, Sr.

Presidente, a fim de recuperarmos, no mínimo, nesse processo todo, na votação

desse projeto, a questão da Justiça Eleitoral.

Nós Parlamentares, que vivemos do relacionamento com a Justiça, com o

Ministério Público Eleitoral, e que sabemos da importância deles para a democracia

em nosso País, votamos, no ano passado, o ofício eleitoral, a função eleitoral para

promotores e juízes. Neste ano, em função da crise econômica, teremos que fazer

cortes justamente na área desses profissionais que conduzem a Operação Lava-

Jato — cito essa só como exemplo, porque há milhares de outras operações

acontecendo em nosso País.

É claro que problemas existem, e eu os reconheço em todos os órgãos, mas

vamos nos ater especificamente aos locais onde existem problemas. Não vamos

generalizar, estender para todas as carreiras que fazem com que a democracia seja

exercida tanto no Poder Judiciário, como no Ministério Público, na Polícia Federal e

em outros órgãos.

Sr. Presidente, para terminar, o nosso Partido Solidariedade acompanha o

PSDB, o Democratas e o PPS na assinatura do manifesto pelo impeachment da

Presidente Dilma, pelo afastamento dela, através da cassação do mandato eletivo

pelo TSE. Por que, Sr. Presidente? Desta mesma tribuna, eu fiz a primeira denúncia,

ao ler um relatório da Polícia Federal que dizia que Pasadena tinha uma

organização criminosa por trás e que estava “lincada” nos fatos apurados pela CPMI

da PETROBRAS — a primeira CPMI instaurada. Isso veio com demonstrações de

várias pessoas importantes, que estão presas, condenadas, que estão devolvendo

dinheiro, fazendo acordos, mostrando que aquele dinheiro é do povo brasileiro.

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Por isso, o Solidariedade, junto com o PSDB, o PPS e o Democratas,

manifesta a sua indignação com o que vem acontecendo nos últimos dias em nosso

País.

Nós pedimos, independente do partido político — pois nós sabemos que em

todos os partidos há pessoas indignadas com o que vem ocorrendo no País —, que

juntos possamos trazer de volta a governabilidade a este País. Ninguém mais

investe no Brasil porque não confia na administração atual. O País tem sido

rebaixado sistematicamente nas notas internacionais de investimento. O País não

tem mais direção, não tem mais rumo.

Então, o Solidariedade mantém a posição firme de fazer uma oposição

consistente neste ano, Sr. Presidente.

Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Concedo a palavra ao Deputado

Raul Jungmann, para uma Comunicação de Liderança, pela Minoria.

O SR. RAUL JUNGMANN (PPS-PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o que garante a um homem ter reconhecida

a sua dignidade e a sua honra é ele parecer e ser, de fato, digno e honrado.

O Presidente Fernando Henrique Cardoso não apenas se comporta como tal,

mas também tem comportamento absolutamente ilibado. E, quando tentam atingir a

sua honorabilidade e a sua honra, todos nós somos atingidos, porque ele é um

homem de bem. Ele tem laços de relação moral e ética com todos aqueles que têm

dignidade e que têm honra.

Quero dizer que o ridículo humilha mais do que a ignomínia.

Portanto, não cabe aqui ir a este debate, que resvala tanto quem

defendemos, quanto quem o faz, no baixo nível, e, sem a menor sombra de dúvida,

não nos faz devidamente qualificados para travar o debate neste subnível.

Isto posto, Sr. Presidente, quero chamar a atenção deste Congresso

Nacional, desta Câmara, Líder Pauderney Avelino, para um fato gravíssimo. A

Controladoria-Geral da União entrou com mandado de segurança, que foi deferido

pelo Supremo, para evitar que o Tribunal de Contas da União fiscalize os acordos de

leniência. Talvez V.Exas. não saibam, Deputado Capitão Augusto, mas existem

aproximadamente 7 ou 8 acordos de leniência bilionários com grandes empresas

envolvidas na Operação Lava-Jato, que estão sendo processadas, acordos esses

celebrados pela Controladoria-Geral da União no âmbito do Executivo.

O Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar do Congresso Nacional —

portanto parte do Congresso Nacional, Deputado Miro Teixeira —, está sendo

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impedido de fiscalizar e acompanhar esses acordos. Isso se reveste da maior

gravidade. Em primeiro lugar, porque o Governo, em muitos casos, é réu nesses

acordos que estão sendo firmados. Em segundo lugar, porque a Controladoria-Geral

da União não tem independência, nem sequer mandato para fazer com que esses

acordos sejam fechados. Na verdade, a Controladoria-Geral da União está

usurpando um mandato constitucional da Advocacia Pública. De acordo com a com

a Lei Complementar nº 73, incisos IV e VI, a Advocacia Pública é que pode transigir,

acordar e reduzir multas. Não compete à CGU fazê-lo. Ela está atravessando, está

desrespeitando a Advocacia Pública deste País.

Além disso, a Medida Provisória nº 703, de 2015, em vigor, afigura-se

absolutamente inconstitucional, uma vez que já dispõe a Constituição, no art. 62,

resultante da Emenda Constitucional nº 32, que matéria de direito processual civil

não pode ser regulada por medida provisória, como se fez na Medida Provisória nº

703.

Ademais, colocar os órgãos internos de controle como responsáveis pelos

acordos de leniência é, na verdade, desconhecer a estrutura e a capacidade que

têm esses órgãos; é desconhecer que eles são parte nesses acordos, porque muitos

governos municipais e estaduais aparecerão no radar, como cúmplices ou como

réus.

A verdade é que o Palácio do Planalto atropela esta Casa, que vinha

discutindo aqui o Projeto de Lei nº 3.636, oriundo do Senado Federal, ao editar uma

medida provisória, na calada da noite e no apagar das luzes deste Congresso

Nacional. E faz isso para quê? Para exatamente afrouxar os laços que permitem o

controle penal por parte do Judiciário, o controle administrativo por parte do TCU. Se

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nós coonestarmos isso estaremos impedidos de ter fiscalização, Deputado Benito

Gama, a respeito desses mega-acordos que estão sendo fechados nos porões, às

escondidas, dentro da Controladoria-Geral da União.

Foi por isso que o nosso partido se insurgiu contra essa medida provisória, e,

através de ADI, propôs que ela fosse declarada inconstitucional. Foi por isso que, na

mesma linha do Procurador de Contas da União, Dr. Júlio Marcelo, que pediu ao

TCU inspeção na Controladoria-Geral da União — também é preciso lembrar e

louvar a atitude do Ministro Bruno Dantas, que deu 24 horas para que a CGU

informasse ao TCU e a esta Casa o andamento dos acordos de fiscalização —, nós

entramos com pedido para que o TCU requeresse a suspensão e o afastamento do

Ministro Controlador-Geral da União.

Essa é uma questão central para a continuidade da Operação Lava-Jato.

Essa é uma questão decisiva para que possamos passar o País a limpo, e ela se

reveste sobretudo de uma preocupação republicana: a de que não venhamos a ter,

nos acordos de leniência, acordos que na verdade possam favorecer o

relançamento e a ampliação da corrupção.

Se essa medida provisória continuar vigendo, se porventura ela passar, nós

teremos centenas, talvez milhares de Operações Lava-Jato espalhadas pelos

Municípios e Estados de todo o País.

Por tudo isso, peço a atenção de V.Exas.

Amanhã, nós entregaremos uma carta ao Ministro Walton, pedindo a ele que

julgue rapidamente esse processo, a fim de que possamos ter o retorno da

legalidade, do respeito ao TCU, da transparência necessária, e a fim de que os

acordos de leniência não sejam a caixa-preta da República que visa sufocar,

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enterrar e definitivamente afastar a Operação Lava-Jato dos seus objetivos e não

passar o País a limpo.

Muito obrigado.

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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO

O SR. DR. SINVAL MALHEIROS (PMB-SP. Pronunciamento encaminhado

pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Município de Severínia,

situado no norte do Estado de São Paulo, completou 62 anos no dia 19 de fevereiro.

Quero registrar a data nos Anais da Casa e, com muita satisfação, enviar meus

cumprimentos às lideranças e a toda a população severinense.

O nome de Severínia faz menção às origens da cidade, homenageando José

Severino de Almeida, antigo proprietário de terras na região. Em 1914, ele doou 50

alqueires para a instalação da nova localidade e custeou a construção ali de uma

estação da Estrada de Ferro São Paulo-Goiás. Com esse impulso, a pequena

Severínia passou a se desenvolver mais rapidamente e, já em 1921, foi elevada à

categoria de vila. Sua emancipação política veio em 1954.

O Município faz divisa com Cajobi, Olímpia, Barretos, Colina e Monte Azul

Paulista. Tradicionalmente dedicado à agricultura, cultivando laranja e cana-de-

açúcar, viu surgir nos anos 40 um pequeno engenho, que foi ampliado na década de

60 e hoje, com instalações modernizadas, integra um dos principais grupos

produtores de açúcar do mundo.

Severínia tem quase 17 mil habitantes, sem perder as características de

cidade pacata e segura. Chama a atenção a melhoria constante do seu Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal, que no ano de 2010 atingiu 0,715, um número

considerado alto. Isso indica que a cidade está no bom caminho, o do crescimento

econômico com melhoria social.

Parabéns, portanto, ao povo de Severínia e votos de sucesso a todos.

Muito obrigado.

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O SR. CARLOS BEZERRA (Bloco/PMDB-MT. Pronunciamento encaminhado

pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desde 2010, portanto, há

mais de 5 anos, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes — DNIT

repassa à ELETRONORTE cerca de R$ 18 milhões anualmente, para custear a

manutenção e o funcionamento das estruturas operacionais das eclusas de Tucuruí.

Não consideraríamos esse montante como desperdício se as eclusas estivessem

cumprindo suas funções de modo efetivo.

O problema, Sr. Presidente, é que poucas embarcações têm utilizado o

moderno sistema de passagem de nível edificado no interior da Amazônia, porque

uma obra fundamental para a navegabilidade da Hidrovia Tocantins-Araguaia não foi

executada até hoje.

Para que as eclusas cumpram com o propósito de alavancar o escoamento

da produção agrícola, industrial e mineral pelos portos do Pará, é necessário o

derrocamento, ou seja, a retirada de rochas do leito do Rio Tocantins numa

extensão de 43 quilômetros entre os Municípios de Marabá e Tucuruí. Essa região,

conhecida como Pedral do Lourenço, é inviável para a navegação de embarcações

de grande porte durante os meses em que o nível do rio está baixo.

A direção do DNIT reconhece que a obra deveria ter sido tocada

simultaneamente à construção das eclusas. Sem a remoção das pedras, todo o

investimento feito na hidrovia deixa de ser justificado.

Em reportagem publicada em novembro passado, o jornal O Estado de

S.Paulo revelou que, nos últimos anos, já foram feitas algumas tentativas de

licitação para solucionar o problema, mas nenhuma prosperou. O derrocamento do

Pedral do Lourenço já entrou e saiu da lista de obras do PAC, já teve projetos feitos

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e refeitos, com valores reduzidos e majorados, mas continua apenas no papel.

Não se trata de uma obra simples, tampouco barata. Na melhor das

hipóteses, poderá ser concluída em 5 anos, com custos em torno de R$ 600

milhões. Contudo, sua concretização viabilizará o tráfego contínuo de embarcações

e comboios em um trecho de 500 quilômetros, desde Marabá até a foz do Rio

Tocantins. Isso fará com que seja aberta uma nova rota de transporte de produtos

oriundos do Centro-Oeste e do Norte, barateando os custos do frete e aumentando a

competitividade brasileira nos mercados internacionais.

Para Mato Grosso, a operação integral da hidrovia representaria um ganho

enorme. O transporte de grãos por essa rota poderia saltar de 1 milhão de toneladas

por ano para 70 milhões de toneladas, com redução significativa do custo de carga.

Essa seria a única forma de fundamentar a vultosa quantia de R$ 1,6 bilhão gasta

na construção das eclusas de Tucuruí.

Não obstante todas as dificuldades orçamentárias que o Governo Federal

deverá enfrentar neste e nos próximos anos, investimentos em infraestrutura de

transportes devem ser mantidos entre as prioridades, pois são fundamentais para a

retomada do crescimento e para a superação da grave crise pela qual passamos.

Ressalto ainda que a Hidrovia Tocantins-Araguaia está situada em uma

região com enorme potencial econômico, mas com uma população extremamente

carente de oportunidades de emprego. As riquezas transportadas por aquelas

águas, com toda a certeza, proporcionarão melhorias na qualidade de vida de

muitos brasileiros, além de tornarem viável a criação e consolidação de inúmeros

negócios nos setores agrícola, industrial, comercial e de serviços.

A única forma de minimizar os prejuízos causados pela subutilização das

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eclusas de Tucuruí — uma obra magistral! — é acelerando ao máximo o processo

de licitação e execução das obras no Pedral do Lourenço.

Muito obrigado.

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O SR. KAIO MANIÇOBA (Bloco/PHS-PE. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar, com muita alegria,

o transcurso do aniversário do Município pernambucano de Trindade, que ocorreu

no dia 20 de dezembro. Tive oportunidade de visitá-lo há alguns meses e pude

constatar o esforço e o entusiasmo com que seus habitantes trabalham pelo

desenvolvimento econômico e social da cidade e da região.

As origens de Trindade remontam a 1830, quando suas terras começaram a

ser exploradas para a pecuária e a agricultura. Mais de um século depois, em 1948,

agricultores locais se reuniram e organizaram uma feira de seus produtos,

chamando a atenção de viajantes e moradores de localidades próximas. Assim,

ativou-se o comércio, o povoado cresceu e, em pouco tempo, iniciou-se a luta pela

emancipação política, afinal obtida por lei estadual de 20 de dezembro de 1963.

O Município completou, portanto, 52 anos, e compõe, ao lado de Araripina,

Ipubi, Ouricuri e Bodocó, o maior polo produtor de gesso do Brasil.

A região do Araripe, no extremo oeste de Pernambuco, onde se localizam

esses Municípios, detém 18% das reservas nacionais de gipsita e fornece 97% do

gesso utilizado no Brasil. Com mais de 40 minerações ativas, 180 calcinadores e

450 fabricantes, o setor gera em torno de 14 mil empregos diretos e 69 mil indiretos.

Em Trindade se realiza periodicamente a EXPOGESSO — Exposição e Feira

Internacional da Indústria de Gesso, que recebe milhares de visitantes e proporciona

grande volume de negócios. De fato, as perspectivas para o polo de Araripe são

muito boas, pois há estimativas de que a demanda por gesso no País deverá

duplicar até o ano de 2030.

Quero, por tudo isso, cumprimentar os habitantes da Capital do Gesso, a

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querida Trindade, por mais um aniversário.

Muito obrigado.

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O SR. LUCIANO DUCCI (PSB-PR. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Hospital do Trabalhador (HT),

unidade do Governo do Paraná que atende exclusivamente pelo Sistema Único de

Saúde, está passando por dificuldades financeiras pelo atraso constante de

repasses da Prefeitura de Curitiba. A dívida do Município com o hospital chega a

R$7,5 milhões.

O financiamento do hospital é composto por diversas fontes. Seu custo

mensal chega a R$11 milhões, sendo que R$5,5 milhões são repassados pelo

Governo do Estado. Esses recursos são destinados para o custeio da unidade, em

despesas de manutenção, pagamento de pessoal e compra de insumos. Já a

produção hospitalar, correspondente aos outros R$ 5,5 milhões, é responsabilidade

do Governo Federal, que deposita os valores devidos no Fundo Municipal de Saúde

de Curitiba para repasse imediato ao HT.

A Prefeitura deveria quitar a produção mensal logo após a apresentação dos

relatórios de execução e da análise da Comissão de Acompanhamento de Metas de

Contratualização, responsável pela auditoria dos dados apresentados.

Outros hospitais que estão sob a gestão de Curitiba, como Santa Casa,

Cajuru e Pequeno Príncipe, também sofrem com os constantes atrasos nos

repasses da Prefeitura. Entre 2013 e 2014, depois de diversas reuniões com a

Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba e sem solução de regularização, as três

instituições recorreram ao Ministério Público Estadual para alertar que, sem os

repasses, os atendimentos aos cidadãos seriam comprometidos. O MP abriu uma

ação civil pública e, por força de liminar, o Município passou a fazer os pagamentos

com maior regularidade.

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Para continuar cumprindo sua função social e não causar desassistência, os

hospitais recorreram a empréstimos, que têm altos custos financeiros. Essas dívidas

comprometem a gestão hospitalar e põem em risco a manutenção dos serviços à

população.

Sr. Presidente, que este pronunciamento seja inserido no programa A Voz do

Brasil e nos canais de comunicação desta Casa.

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A SRA. LAURA CARNEIRO (Bloco/PMDB-RJ. Pronunciamento encaminhado

pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as políticas públicas de

inclusão do jovem devem ser ampliadas para reduzir a violência no País.

Os números do Mapa da Violência de 2015 são alarmantes. Quase 60% dos

homicídios por arma de fogo ocorridos em 2012 tiveram um jovem de 15 a 29 anos

como vítima. Esse número vem registrando crescimento exponencial. Enquanto

pouco mais de 3000 jovens perderam a vida em razão dessa modalidade criminosa

em 1980, em 2012, foram quase 24 mil.

É importante destacar que, além desse viés etário, a violência tem preferência

racial. Para cada branco vítima de homicídio por arma de fogo, quase três negros

encontram esse destino fatal. Assim, a violência brasileira é muito seletiva à

juventude negra.

Em reconhecimento dessa realidade, esta Casa criou a CPI da Violência

contra Jovens Negros. Seus trabalhos terminaram em julho do ano passado, e o

relatório aprovado é rico subsídio para pensar políticas públicas contra a violência no

Brasil.

A primeira ideia que o senso comum tem acerca da violência é a de que

constitui problema de segurança pública. Apesar disso, suas raízes são muito mais

profundas e diversificadas. O que se verifica é que tudo o que leva a qualquer forma

de marginalização contribui para o aumento e manutenção da violência.

Nesse sentido, vale notar que, em audiência pública da CPI de que falei há

pouco, o Chefe da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina afirmou que a chave

para o sucesso no combate à violência reside em investimentos em educação. Muito

mais do que aumentar o policiamento nas ruas e reprimir a juventude, é preciso dar-

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lhe condições para que não vejam no caminho fácil do crime a solução para suas

angústias.

É nesse contexto que se destaca a importância das políticas públicas de

inclusão de jovens. O Plano Juventude Viva, por exemplo, reúne inúmeras ações de

prevenção para reduzir a vulnerabilidade a situações de violência física e simbólica

que atingem jovens negros.

São ações que articulam 11 Ministérios e priorizam 142 Municípios brasileiros

para reduzir a marginalização em que se encontra boa parte de nossa juventude.

São combatidas vulnerabilidades com causas muito variadas. O resultado é que,

com mais autonomia e oportunidades de inclusão social, o crime passa a atrair cada

vez menos adeptos.

Nesse mesmo sentido, há a importante iniciativa do PROJOVEM, criado por

lei em 2005 e aperfeiçoado, também por via legislativa, em 2008. Por meio de

auxílios financeiros e apoio técnico, são dadas aos jovens brasileiros mais

oportunidades de inclusão social ao longo de todo o território nacional.

A CPI da violência contra o jovem negro apurou que inúmeros especialistas

entendem que o combate à violência deve se dar por políticas inclusivas como

essas. Apesar de isso ser praticamente consensual, a violência brasileira não está

diminuindo. É forçoso concluir, portanto, que o Brasil está avançando muito

timidamente na inclusão social de sua juventude.

Assim, se realmente queremos viver em um País pacífico, precisamos ser

muito mais arrojados na ampliação das políticas públicas de inclusão da juventude.

O senso comum está certo em ver nos jovens o futuro das sociedades. Desse modo,

ampliando as políticas públicas inclusivas da juventude, esta Casa trabalha por um

futuro mais promissor para o Brasil.

Muito obrigada.

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O SR. JEFFERSON CAMPOS (Bloco/PSD-SP. Pronunciamento

encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, colocando-me a

par das notícias diárias, deparei-me com uma que me alertou: “Ecstasy pode ser

testado em tratamento de traumas no Brasil”.

Logo pensei sobre o grande trabalho que temos para erradicar drogas no

País, depois fui me aprofundando para compreender melhor a iniciativa.

Quem, ao se deparar com as terríveis notícias de estupros, assaltos,

sequestros, nunca se pegou imaginando como essas vítimas retomaram suas vidas

normais. O fato é que elas não retomam. Fica muito difícil, depois deste tipo de

trauma, conseguir dormir tranquilamente novamente, sair às ruas se torna um

desafio. Nada mais é normal.

Considerando esta dificuldade, em 2016, o Brasil se tornará campo de estudo

utilizando metilenodioximetanfetamina — MDMA, popularmente conhecido como

ecstasy ou droga do amor, em pessoas que desenvolveram o Transtorno de

Estresse Pós-Traumático — TEPT e que não se curam com a terapia tradicional.

O TEPT acontece com pessoas que sofreram grandes traumas e por conta

disso ficam anos tendo pesadelos e convivendo com o medo. Muitos abandonam a

vida social e passam a sofrer de ansiedade e depressão ou cometem suicídio.

Em outros países, a pesquisa vem sendo realizada há pelo menos 10 anos e

conta com o apoio da ONG norte-americana Multidisciplinary Association for

Psychedelic Studies (Associação Multidisciplinar para Estudos Psicodélicos),

coordenada por psiquiatras que têm estudado os efeitos do MDMA principalmente

em veteranos de guerra.

Nos Estados Unidos, Canadá, Suíça e Israel, 20 pacientes foram estudados

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e, segundo resultados da pesquisa, o sucesso do tratamento com MDMA atingiu a

marca de 83% contra 25% no grupo que recebeu placebo. Segundo o estudo,

depois de 4 anos, os pacientes que usaram o MDMA não mostraram retorno do

TEPT.

Depois de aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa —

CONEP, no Brasil, a pesquisa será liderada pelo neurocientista Eduardo Schenberg,

Diretor do Instituto Plantando Consciência, uma ONG que estuda efeitos de drogas

psicoativas como a ibogaína, LSD e ayahuasca no cérebro. Este trabalho terá um

custo de R$ 100 mil para tratar ao menos quatro pacientes.

Contudo, devemos considerar que existe um grande preconceito em torno da

droga, considerando o fato de que a substância é muito confundida com a droga

ecstasy, que foi muito difundida nas festas raves dos anos 90. Porém, o MDMA

usado na terapia é puro, o ecstasy geralmente tem fórmula misturada com

substâncias tóxicas, além de cafeína e cocaína.

No cérebro, o MDMA diminui a ação da amígdala, região responsável pelas

emoções, reduzindo o medo e a ansiedade e aumentando a confiança e a empatia.

Os sintomas clássicos do uso de ecstasy, que são a euforia ou a hipertermia não

foram relatados.

Porém, quem utilizou ecstasy por mais de dez vezes nos últimos 10 anos não

pode participar do tratamento. Deve-se pensar também nos efeitos farmacológicos,

pelo fato do funcionamento do cérebro ser muito complexo, o efeito oposto pode

ocorrer e a memória traumática pode ficar até mais fixa.

Em tudo há que se usar bom senso. Esta substância não foi criada para “dar

barato” e sim para curar doenças e, com o uso e acompanhamento correto, ela não

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precisa ser combatida.

Solicito, Sr. Presidente, que meu pronunciamento seja divulgado pelos meios

de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

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O SR. VALTENIR PEREIRA (PMB-MT. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho do meio jurídico. Sou

defensor público de carreira, com muito orgulho. Sempre fui parceiro do Judiciário

brasileiro, em especial no meu Estado.

Portanto, é com muita honra que participo desta solenidade e assumo a

Presidência da Frente Parlamentar Mista para o Aperfeiçoamento da Justiça

Brasileira.

A separação dos poderes é fruto da construção teórica de pensadores como

Platão, Aristóteles, Locke e Montesquieu. Todavia, a doutrina majoritária atribui a

este último a formulação do modelo de tripartição de poderes, em sua obra intitulada

O Espírito das Leis. Nela, o Poder Judiciário apresenta-se como atividade

fundamental e essencial do Estado.

A nossa Constituição da República consagrou esse modelo como princípio ao

preconizar, em seu art. 2º, que: “São Poderes da União, independentes e

harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. No âmbito dos

Estados Federados, essa tripartição é replicada.

No entanto, há que se assinalar que o poder do Estado é uno, indivisível e

indelegável. O que existe não é separação de “poderes”, mas de “atividades”. É a

forma encontrada pelo legislador para criar o mecanismo de freios e contrapesos, de

modo a evitar a concentração de poderes e estabelecer um controle mútuo entre os

órgãos.

No citado art. 2º da Constituição da República vê-se duas palavras mágicas e

caras que, de certa forma, estabelecem a essência do Estado Democrático de

Direito do Brasil, qual seja: “independentes” e “harmônicos”.

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Ser independente é relativamente fácil, basta que cada poder fique, como

diria o dito popular, “no seu quadrado”, fazendo aquilo que lhe é de competência. No

caso do Judiciário, agir dentro do livre convencimento dos juízes, cujas decisões

devem ser cumpridas, sem interferência externa. Doa a quem doer! A Lava-Jato é a

prova viva dessa independência.

Todavia, ser harmônico é muito mais complicado. Afinal, onde termina a

harmonia e começa a intromissão não republicana de um poder no outro? Difícil de

precisar, mas temos que exercitar.

Na vida cotidiana, viver em harmonia não significa subsumir-se ao outro, mas

respeitar o direito de cada um. Na convivência forçada dos órgãos, mutatis

mutandis, não é diferente. O Poder Executivo há que respeitar os poderes

Legislativo e Judiciário, e a recíproca há que ser verdadeira. Ninguém está acima ou

abaixo. Todos estão no mesmo andar, lembrando que o povo está acima de todos.

Afinal, é dele que emana o verdadeiro e único poder.

Agora, voltando à concretude desta Frente Parlamentar, temos que traçar

objetivos e persegui-los, de modo que ela possa justificar sua razão de existir. Caso

contrário, será apenas “sonho de uma noite de verão”.

Nessa linha, enquanto Presidente, conclamo todos para aqui, numa espécie

de grande “concertação” social, estabelecer para a Frente Parlamentar Mista para o

Aperfeiçoamento da Justiça Brasileira as seguintes diretrizes:

- aprimoramento da legislação, pois o juiz não pode ser “escravo” das leis. Ele

precisa de instrumentos legais para resolver com justiça as demandas que lhes são

submetidas;

- celeridade na solução dos conflitos judiciais, todavia, sem comprometer a

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segurança jurídica;

Ser célere não quer dizer ser atropelado. A qualidade das decisões judiciais

não pode ficar comprometida em nome de uma pretensa agilidade. Os princípios do

contraditório e da ampla defesa não podem ser mitigados e tampouco transigidos.

Há que se buscar o “caminho do meio” neste quesito, pois, como bem afirma Rui

Barbosa, “A justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”.

- necessidade do apoio de toda a comunidade jurídica, em especial dos

tribunais, da OAB e das associações de magistrados e de serventuários. Juntos

podemos ir muito longe. Separados, vamos continuar fazendo apenas “voos de

galinhas”;

- reconhecer e instrumentalizar a Justiça para o papel de poder moderador,

como verdadeiro pilar de uma democracia sólida, onde crises podem até aparecer,

porém, sem jamais comprometer o funcionamento das instituições;

Coincidentemente, estamos vivendo este momento. Há tormentas política,

econômica e judicial. Porém, os órgãos estão se comportando, até aqui, dentro da

normalidade. Oxalá continue assim!

- Processo judicial eletrônico, pois, da forma como está, não pode continuar.

A sua adoção há que ser política de Estado capitaneada pelo Conselho Nacional de

Justiça — CNJ;

Não adianta querer desenvolver uma ferramenta trabalhando em “ilhas”. Por

óbvio, esse formato de condução não vai chegar a lugar algum e, se chegar, será

por um preço muito acima do que deveria ter sido. Precisamos centrar recursos no

CNJ para que aquele órgão comande, de modo ordenado, a revolução tecnológica

de que tanto a Justiça precisa. Caso contrário, ela se tornará uma Justiça

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anacrônica, perdulária e incompatível com a modernidade do Séc. XXI.

Enfim, “alea jacta est!” — ou seja, em bom português, a sorte está lançada!

E, assim, devemos aproveitar a oportunidade desta Frente Parlamentar Mista

para buscar o efetivo aperfeiçoamento da Justiça brasileira, sem descurar jamais

que tudo deve ser feito em nome (e pelo) povo.

Muito obrigado!

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O SR. ALFREDO NASCIMENTO (Bloco/PR-AM. Pronunciamento

encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero hoje

parabenizar o Ministério da Defesa, em especial o Exército Brasileiro, que lidera a

implantação do Programa Amazônia Conectada, um megaprojeto estratégico de

comunicação que vai levar Internet de banda larga e de qualidade a dezenas de

cidades amazônicas que ainda hoje estão desassistidas pela rede mundial de

computadores ou têm acesso a uma conexão instável e a custo elevadíssimo.

O Programa prevê a instalação de aproximadamente 7,8 mil quilômetros de

cabos de fibra óptica nos leitos dos Rios Negro, Solimões, Madeira, Juruá e Purus,

para interligar 52 Municípios e atender 3,8 milhões de pessoas. Esse é um programa

audacioso, de custo estimado em R$ 500 milhões, mas que está sendo implantado

de forma eficiente e deve receber o reconhecimento de todos os brasileiros.

O Amazônia Conectada é de aplicação militar e civil e possibilitará a

integração da região ao disponibilizar serviços de Internet de alta velocidade para a

população. O Programa também é estratégico, porque dá segurança para as

informações das Forças Armadas, garantindo mais capacidade de monitoramento da

região, especialmente das áreas de fronteira, com tráfego de informações seguro e

veloz. E além disso terá impacto positivo para milhares de amazônidas, que

passarão a contar com serviços de telemedicina, de telesaúde, de ensino a

distância, o que beneficiará o cidadão comum, ribeirinhos, indígenas, escolas e

outros órgãos públicos.

Sr. Presidente, o Programa começou a ser implantado no ano passado. Sua

primeira etapa foi inaugurada em julho, com o primeiro trecho de 10 quilômetros por

meio do leito do Rio Negro, ligando o 4º Centro de Telemática de Área (4º CTA) à 4ª

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Divisão de Levantamento Geográfico (4ª DL). O segundo trecho, ligando Coari a

Tefé, está em fase de implantação. No último dia 15 de fevereiro, atracou em

Manaus o navio Layla, trazendo 390 toneladas de cabo de fibra ótica que serão

utilizadas na interligação dessas duas cidades amazonenses. Os cabos foram

produzidos na Noruega e viajaram 37 dias pelo Mar do Norte, pelo Oceano Atlântico

e pelo Rio Amazonas. A operação de desembarque dos cabos foi acompanhada

pessoalmente pelo Comandante Militar da Amazônia, o General de Exército

Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, um dia importante para a sequência

do Programa.

A estimativa do Exército é que até final de 2019 todos os 7,8 quilômetros de

cabos estejam interligados. Faço aqui um apelo à Presidente Dilma Rousseff, para

que preserve esse programa dos cortes orçamentários, tamanha a sua importância

militar e civil. É uma iniciativa que deve ter sua programação mantida, para o bem do

País, para o bem dos amazônidas.

Era o que eu tinha a dizer.

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O SR. ROBERTO ALVES (Bloco/PRB-SP. Pronunciamento encaminhado

pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos aguardando

ansiosamente a sanção do Projeto de Lei nº 6.998, de 2013, muito oportunamente

considerado o Marco Legal da Primeira Infância, que no último dia 18 chegou à mão

da Presidente. Alterando e acrescentando artigos ao Estatuto da Criança e do

Adolescente, o PL tem por objetivo conferir especial atenção às crianças de 0 a 6

anos em suas circunstâncias e necessidades específicas, tendo em vista a

importância crucial dessa etapa no desenvolvimento emocional e cognitivo da

pessoa humana.

Segundo o projeto, o ECA passa a conter um novo título, denominado Da

Primeira Infância, em que se definem alguns conceitos e se estabelecem alguns

princípios. Entre eles, destaca-se o interesse superior da criança, a ser priorizado a

partir da análise de cada caso concreto. Tal priorização, conforme o projeto, implica

que o critério decisório na prestação de serviços e ações voltados à criança devam

contemplar o direito ou a necessidade dela.

Em nosso entendimento, aí reside o coração do projeto, na medida em que o

verdadeiro interesse da criança é legalmente contemplado. O princípio decorre da

compreensão de que a criança em tenra idade, em um processo definitivo de

formação emocional, merece atenção e cuidados especiais, centrados na ideia de

respeito à sua individualidade, à sua necessidade de afeto e proteção, à constituição

de uma autoimagem positiva e confiante, essenciais à construção de um adulto

equilibrado, seguro, altruísta e capaz de interagir socialmente em favor da

coletividade.

Por conseguinte, qualquer prática de violência, desrespeito ou desprezo,

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ainda que oriunda de suposta autoridade, torna-se assim não apenas inaceitável,

mas sobretudo ilegítima, porque incompatível com os direitos estabelecidos em favor

da criança pequena, na perspectiva de sua ampla e complexa formação.

Para favorecer a consolidação de uma nova visão acerca da primeira infância,

o projeto definiu os princípios norteadores de políticas públicas a respeito. São eles

o fortalecimento do papel da família, a centralidade da criança como sujeito e

cidadão, a escuta respeitosa de suas necessidades e interesses, a conjugação das

visões humanista, científica e técnica na formação e desenvolvimento da criança, a

ser adotada em casa e nas escolas, e também a valorização do profissional

especializado, capaz de colaborar nesse longo processo de reeducação dos adultos

para a lida com os pequenos.

Sr. Presidente, não temos dúvidas de que se trata de uma proposta

revolucionária, a qual, se efetivamente aplicada, deverá redundar em profundas

modificações no comportamento dos futuros adultos e nas próprias dinâmicas

sociais. Podemos finalmente sonhar com uma sociedade humanizada,

verdadeiramente civilizada, que se apoie nas descobertas da psicologia e da

neurociência para pensar a condição de cada indivíduo, porque hoje, de fato, toda a

experiência consolidada na prática terapêutica e psicanalítica vem sendo respaldada

pela ciência.

Já se comprovou, cientificamente, que uma infância descuidada, vítima de

violência, abuso ou abandono, é marcada por um forte estresse, com importantes e

variadas repercussões na saúde física e mental. Segundo o Dr. Jack Shonkoff,

diretor e pesquisador do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de

Harvard, há nítida correlação entre o estresse infantil e comportamentos

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desajustados na juventude e na vida adulta, diretamente decorrente dos danos

causados aos circuitos neuronais formados na infância. Não bastasse o sofrimento

individual e familiar associado aos diversos transtornos psíquicos, sabe-se que o

custo social deve ser cada vez mais alto, não apenas pela repetição de padrões e

comportamentos violentos, mas pelos gastos públicos com educação corretiva,

tratamento clínico e assistência social. Daí a importância da disseminação do

conhecimento, do envolvimento institucional, da efetivação de políticas públicas em

ações preventivas, sempre em favor da proteção à primeira infância.

De nossa parte, Sr. Presidente, gostaríamos de acrescentar que é em torno

do afeto que se devem mobilizar todos os esforços, quando se fala em relação de

pais e filhos, educadores e alunos, ou médicos, terapeutas e assistentes sociais e

seus pacientes. Afeto verdadeiro, respeito e coerência, eis os elementos preciosos a

nortearem, desde o nascimento, os cuidados físicos, as relações familiares, as

práticas educativas, a inserção nos grupos sociais.

Com tal convicção, esperamos que a Presidência da República se mostre

sensível à importância do projeto, incorporando-o, definitivamente, a nosso

ordenamento jurídico. Esperamos, ainda, que as autoridades competentes efetivem

seu conteúdo, por meio de ações positivas, como campanhas educativas,

preparação de profissionais, assistência jurídica e social.

Não hesitamos em repetir, Sr. Presidente: a compreensão da primeira infância

como o período de maior transformação psicológica e cognitiva do ser humano e o

respeito à complexidade de tal processo serão conquistas definitivas e

revolucionárias para todas as sociedades contemporâneas.

Era o que tínhamos a dizer.

Muito obrigado.

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A SRA. IRACEMA PORTELLA (Bloco/PP-PI. Pronunciamento encaminhado

pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tivemos, nesta semana, uma

boa notícia na área da saúde pública. Na segunda-feira, dia 22 de fevereiro, a

Presidente Dilma Rousseff assinou um contrato entre o Ministério da Saúde e o

Instituto Butantan para o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue.

Segundo o Ministério, o contrato prevê investimentos iniciais da ordem de R$

100 milhões para o desenvolvimento do estudo nos próximos 2 anos. No total, os

valores devem chegar a R$ 300 milhões.

O investimento inicial do Ministério da Saúde vai financiar a terceira e última

fase de testes clínicos da vacina em voluntários. Essa etapa deve começar com a

vacinação de 1,2 mil voluntários pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo.

Essa instituição é uma das 14 credenciadas para a realização dos testes

clínicos no Brasil. Ao todo, 17 mil voluntários de todo o País devem receber a

imunização. Essa última fase da pesquisa servirá para comprovar a eficácia da

vacina.

Dois em cada três voluntários irão receber a vacina. O restante receberá

placebo, uma substância parecida com a vacina, mas sem o vírus. Ou seja, sem

efeito. Nem a equipe médica nem os participantes saberão se receberam vacina ou

placebo. O objetivo é descobrir se quem tomou a vacina ficou protegido e se quem

tomou placebo adquiriu a doença.

Os testes clínicos deverão durar um ano. A previsão do Instituto Butantan é a

de que a vacina esteja disponível no País a partir de 2018.

A vacina contra a dengue tem potencial para proteger contra os quatro vírus

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da doença com uma única dose. Ela é produzida com vírus vivos, geneticamente

enfraquecidos. Isso porque, com os vírus vivos, a resposta imunológica é maior ao

mesmo tempo em que a forma é atenuada, não oferecendo perigo de provocar a

doença.

Nossa missão agora é produzir uma imunização contra o zika vírus. A

Presidente Dilma garantiu que o Governo está centrando suas atenções nessa

medida que é necessária e urgente. “O desafio é chegar à vacina contra o vírus da

zika. Um dos caminhos é este: transformar a vacina da dengue de tetravalente em

pentavalente, que cobriria também o da zika, ou desenvolver uma exclusiva para

esse fim”, disse.

Todos os esforços devem ser feitos, no momento, para que seja possível

encontrar tratamentos eficazes de prevenção dessas doenças que, infelizmente, se

espalharam pelo Brasil, colocando em risco a vida de milhares de brasileiros.

A notícia de que o Governo está investindo pesadamente no desenvolvimento

dessas vacinas é, sem dúvida, um alento. Precisamos cobrar, das autoridades,

firmeza e dedicação a esse tema. E também estimular a população para que tome

os cuidados cotidianos de prevenção contra a ação do mosquito.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigada.

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O SR. ANTONIO BULHÕES (Bloco/PRB-SP. Pronunciamento encaminhado

pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vivemos um mundo em que

quase todo dia surge uma novidade. Graças à velocidade da tecnologia, parece que

as pessoas já não vivem no tempo presente. Tudo é mudança e expectativa de

progresso, a ponto de não se perceberem os valores sociais que nos trouxeram até

aqui.

Os “antenados” do mundo moderno vivem a idealização de um tempo como o

dos bons filmes de ficção. A diferença é que, quando assistimos a um filme, nós o

fazemos por recreação. Já os antenados idealizam a imagem para nos incluir nela.

Fico a pensar quão profetas eles se acham. Decretam novos comportamentos

sociais como se tivessem a chave da porta do futuro que mostra as novidades ainda

ocultas para os simples tocadores da vida.

Não sei se é falta de modéstia ou de cuidadosa análise histórica. Como já

disse um filósofo do século XX, não existe nada nos tempos modernos que já não

tenha sido pensado pelos gregos antigos.

Essa foi a primeira ideia que tive quando li a matéria da revista Veja intitulada

Amigues para Sempre. Terminei a leitura sentindo que vivia em um mundo que não

tem um passado, um mundo formado por uma mente moderna, que apaga o

resultado da contínua interação ao longo da história.

Nesse admirável mundo novo da matéria, que diz não existir mais os dois

sexos, descobri a existência de uma geração Z, uma geração moderna, porque é

formada por pessoas que não se importam de ter um sexo definido. Também

aprendi que a matéria define como binários aqueles que ainda usam o termo

“masculino e feminino” quando se referem às pessoas. Pelo menos isso me deixou

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aliviado, porque, se somos binários, temos maior propensão a ser bípedes.

Fiquei sabendo que, no magnífico novo mundo da geração Z, serão

ultrapassadas as desinências de gênero nas palavras, porque a natureza humana

não mais precisará ser um sistema binário de homem e mulher. As pessoas da nova

geração poderão sentir-se bissexuais, transexuais, homossexuais e até

heterossexuais.

A matéria apresenta o novo futuro pela decisão da direção do Colégio Pedro

II, do Rio de Janeiro, de suprimir as desinências de masculino e feminino dos

cabeçalhos das provas e substituir as palavras “aluna” e “aluno” por “alunx”.

O surpreendente na matéria é que ela afirma a chegada do novo mundo a

partir do conceito de determinismo histórico. Quando ela diz que a novilíngua nas

escolas pode não durar, mas o que sinaliza veio para ficar, o que faz é usar o velho

e refutado determinismo para induzir a certeza do futuro que chega.

Às vezes, a certeza é pouco cuidadosa. Como resgatar o determinismo

ascético se há exemplos de videntes sociais que perderam a credibilidade quando o

futuro idealizado não se provou? É o caso da emenda constitucional que reconhece

a união estável. Os videntes da época alarmaram que a emenda iria destruir a

instituição do casamento. Entretanto, o que se viu foi que os pedidos de registro de

casamento não diminuíram. Em alguns lugares até aumentaram.

São por esses questionamentos que um pensamento cuidadoso e

conservador permanece atual. Os conservadores não acham producente contestar

os valores que sobreviveram ao teste do tempo da civilização.

Depois de ler esse libelo de um pensamento desejoso, surge-nos o ceticismo.

Somos céticos a respeito de teses que não põem em dúvida mudanças de

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comportamento da natureza humana, como se isso fosse simples, como se fosse

uma troca de roupa.

A civilização que chegou até aqui também viu algumas teses

pseudocientíficas que alegavam a superioridade de uma raça ou que pregavam a

revolução de uma classe serem sepultadas. Elas foram derrotadas por não darem

importância à tradição dos séculos.

Se os brasileiros sensatos já viram todas aquelas ideologias florescer e

decair, como podem acreditar que agora não mais haverá diferença sexual entre as

pessoas? A partir dessas e outras teses, os conservadores alertam para que se

preze a razoabilidade das ideias. Como disse aquele sábio daquela velha Grécia, a

virtude está no meio.

Muito obrigado.

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O SR. STEFANO AGUIAR (PSB-MG. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o aquecimento global já causa

muitos prejuízos em todo o mundo. O calor, a seca e a fome geram sofrimento e

mortandade, levando multidões a abandonarem suas casas. O derretimento das

calotas polares pode fazer com que países inteiros, como as Ilhas Maurício,

desapareçam debaixo do mar.

Esses problemas começaram a ser discutidos em 1992, na convenção

climática do Rio de Janeiro. Naquela ocasião, concordou-se com a necessidade do

controle dos gases causadores do efeito estufa. Dois anos depois, 195 países

começaram a trabalhar num projeto que evite ou amenize as graves mudanças

climáticas causadas pela humanidade.

As negociações se arrastam, portanto, há mais de 20 anos. Em 2001, porém,

os negociadores estabeleceram este ano de 2015 como data limite. A COP 21,

agora realizada em Paris, é a vigésima primeira conferência anual sobre o assunto e

quer alcançar um compromisso legal entre os países, obrigando-os a manter o

aquecimento global dentro do limite máximo de dois graus centígrados acima da

temperatura medida em 1850.

Um grau acima, que é nossa situação atual, já está provocando o

derretimento de geleiras, a extinção de animais, inundações, secas e furacões de

dimensões inesperadas. Se não tomarmos alguma providência, o efeito pode ser

catastrófico, alterando dramaticamente o clima e a economia mundial.

Controlar a temperatura média de nosso planeta é o objetivo mais ambicioso

já proposto pela humanidade. Por isso, a Conferência é uma das maiores já

realizadas, reunindo cerca de 40 mil representantes de governos, organismos

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internacionais e ONGs. A COP 20, realizada no ano passado, em Lima, no Peru,

havia contado com 15 mil pessoas.

Para a COP 21, em Paris, alguns países mandaram só dois representantes,

mas outros mandaram centenas de funcionários públicos, inclusive Chefes de

Estado. Para tentar influenciá-los, há muitos representantes do setor industrial e

agrícola, bem como grupos de defesa do meio ambiente.

A Conferência começou no dia 30 de novembro e se estendeu até 11 de

dezembro. Os países desenvolvidos, que já começaram a transição para uma matriz

energética baseada em usinas atômicas, eólicas e solares, estão mais dispostos a

cortar radicalmente as fontes mais poluentes, como o carvão e o petróleo. Por outro

lado, os países em desenvolvimento alegam que tais fontes ainda são vitais para o

crescimento do PIB e foram usadas sem restrições durante dois séculos pelos

países ricos, permitindo sua industrialização.

A Conferência quer compensar, de alguma forma, os países menos

desenvolvidos e também aqueles mais afetados pelo aumento das temperaturas.

Todos os governos se comprometeram, de modo geral, a reduzir a queima de

combustíveis fósseis, embora seja difícil detalhar um acordo que agrade, de forma

consensual, a quase duas centenas de nações de todos os tipos.

A divisão entre países ricos e pobres, beneficiários ou prejudicados pela

poluição, não é tão fácil de fazer. Além disso, em casos como o do Brasil, o

desmatamento é um problema maior do que a poluição, do ponto de vista climático.

Ou seja, os fatores a serem considerados são muitos e variados.

Não se trata de uma discussão fácil. Mas, de qualquer forma, a tentativa de

chegar a um acordo tão ambicioso tem como pano de fundo o reconhecimento de

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que a sustentabilidade do crescimento econômico deve estar no centro de tudo o

que projetarmos para o futuro.

Eis a lição dessa Conferência, senhoras e senhores: o mundo não deseja

mais um modelo de crescimento que não seja sustentável, que cobre o seu preço

com o desconforto das gerações futuras. Qualquer matriz energética, qualquer plano

de desenvolvimento, regional, nacional ou internacional, deve aprender essa lição.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu pronunciamento seja divulgado

pelos órgãos de comunicação desta Casa Legislativa e pelo programa A Voz do

Brasil.

Muito obrigado.

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O SR. SANDES JÚNIOR (Bloco/PP-GO. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta semana se iniciou com uma

excelente notícia no campo da saúde. Refiro-me ao trabalho que vem sendo

desenvolvido no Estado de São Paulo pelo Instituto Butantan, onde a vacina contra

dengue desenvolvida por esta instituição renomada entrou em fase de testes com

voluntários.

Esta é uma grande vitória do Brasil e poderá beneficiar populações em todos

os cantos de nosso planeta, além de abrir perspectivas para a imunização contra o

vírus zika. No mesmo dia, a Presidente Dilma Rousseff anunciou um repasse de 100

milhões de reais do Ministério da Saúde para financiar essa que é a última fase da

pesquisa.

Este trabalho, sem dúvida, representa um avanço para o nosso País, porque

a vacina é contra os quatro sorotipos da dengue. Diferentemente de outras já

produzidas, a vacina desenvolvida no Brasil em parceria com o National Institutes of

Health — NIH dos Estados Unidos é tetravalente e poderá proteger a pessoa contra

os quatro tipos de vírus da doença com uma única dose. A previsão é de que sua

eficácia seja superior à alcançada, até agora, por produtos semelhantes.

O desenvolvimento do imunizador mostra que o País tem fortes instituições e

laboratórios de pesquisa. Também afirma o papel do Brasil como País que tem um

laboratório capaz de produzir uma vacina que seria usada por uma parte importante

da humanidade.

Na solenidade em São Paulo foi feita a inoculação da vacina nos dez

primeiros voluntários. Os testes iniciais serão realizados em São Paulo com 1.200

voluntários que foram recrutados pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de

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Medicina da Universidade de São Paulo, maior complexo hospitalar da América

Latina. O hospital é um dos catorze centros credenciados pelo Butantan para os

testes, que devem envolver 17 mil participantes de 13 cidades do País. O teste

clínico deve durar 1 ano e a expectativa do instituto é que a vacina esteja disponível

a partir de 2018 no País.

Agora, o desafio é desenvolver uma vacina contra o vírus zika. Um dos

caminhos seria transformar a vacina da dengue de tetravalente em pentavalente, o

que cobriria também o vírus da zika. Essa seria uma alternativa ao desenvolvimento

de uma vacina exclusiva para esse fim.

Este é um momento muito especial, porque nós estamos diante de um desafio

que tem expectativas mundiais. A atuação do instituto brasileiro será acompanhada

com extrema atenção em todo o mundo, já que estas doenças se espalham hoje por

dezenas de países e transformaram a zika num alerta mundial da OMS.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

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O SR. ALEXANDRE VALLE (PMB-RJ. Pronunciamento encaminhado pelo

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu recebi a notícia de que a

Marinha do Brasil já tem à disposição R$ 300 mil para a aquisição de embarcação

para a Capitania dos Portos de Itacuruçá, na região da Costa Verde do Estado do

Rio de Janeiro. O barco será um reforço primordial para a fiscalização e o

monitoramento da Baía de Sepetiba e Ilha Grande, no momento em que toda a

sociedade tomou conhecimento do risco de extinção do boto-cinza, conforme

reportagens veiculadas recentemente nos jornais e televisão.

Destinei a emenda no ano passado, ciente da degradação ambiental da Baía

de Sepetiba e Ilha Grande, especialmente da área entre Itaguaí e Mangaratiba. Os

botos estão sendo vítimas do crescimento da região. De acordo com o Ministério

Público Federal, os problemas começaram em 2010, quando teve início a ampliação

de portos e estaleiros. Em Sepetiba, os anos de 2013, 2014 e 2015 foram

responsáveis por 50% das mortes de botos-cinza registradas na última década: 170.

A situação é alarmante. Espero que a embarcação comece a operar o mais

breve possível, de forma que os agentes responsáveis pelo monitoramento da Baía

de Sepetiba e Ilha Grande possam intensificar o combate às práticas que ameaçam

a existência do boto-cinza e poluem o meio ambiente.

O rápido crescimento da região ameaça a sobrevivência do boto-cinza porque

a Baía de Sepetiba abriga três terminais portuários e um estaleiro da Marinha e

esses empreendimentos têm direito de operar uma zona de exclusão, na qual a

atividade pesqueira é proibida. Com isso, os pescadores são empurrados para a

área que os botos-cinza costumam habitar. Nas redes de pesca, em vez de espécies

como linguados e robalos, são os botos que acabam presos.

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O Ministério Público Federal já alertou que, se nada for feito de imediato, em

10 anos o boto-cinza desaparecerá de vez da região. Não podemos permitir essa

tragédia, Sras. e Srs. Deputados, justamente pelo fato de a Baía de Sepetiba ser

considerada a área com maior população da espécie no mundo. A população do

animal, que já foi de 1.290 exemplares em 2002/2003 na Baía de Sepetiba,

atualmente não chega a 800.

Mas não basta salvar o boto-cinza. Nós precisamos buscar uma solução para

o drama dos pescadores artesanais, que são vítimas também, ao ser empurrados

para os estuários. Precisamos criar mecanismos para que os pescadores artesanais,

que já sustentam suas famílias com grande dificuldade, não sejam ainda mais

penalizados. Eles não podem ser tratados como vilões, como responsáveis por esse

risco de extinção do boto-cinza. É necessário priorizar o combate à pesca

predatória, feita com traineiras e suas imensas redes.

A morosidade de ações tem custado a vida dos animais e o declínio da pesca

artesanal. Como Deputado e principal representante daquela sociedade civil nesta

Casa, estou empenhado na luta para salvar o boto-cinza e dar condições de

sustento aos pescadores artesanais. Precisamos de respostas do IBAMA, da Polícia

Federal, do Governo do Estado e das Prefeituras. Que o Ministério Público Federal

de fato mobilize todos esses agentes públicos, para que cumpram cada um com as

suas obrigações.

Pela primeira vez, a Capitania dos Portos de Itacuruçá foi contemplada com

emenda parlamentar. Que a embarcação adquirida possa contribuir o quanto antes

para o combate de práticas criminosas na Baía de Sepetiba e Ilha Grande.

Precisamos cessar a pesca predatória, crueldade cometida contra dezenas de

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espécies, entre elas o boto-cinza, animal que ornamenta a bandeira da cidade do Rio

de Janeiro. É necessário ainda oferecer condições aos pescadores artesanais, para

que possam continuar exercendo suas atividades em harmonia com o meio ambiente.

É o que eu gostaria de dizer.

Muito obrigado pela atenção, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

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O SR. VINICIUS CARVALHO (Bloco/PRB-SP. Pronunciamento encaminhado

pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, demais presentes, caros

telespectadores da TV Câmara e ouvintes da Rádio Câmara, a venda casada é

considerada um crime contra a ordem econômica e contra as relações de consumo.

Esta imposição não pode e não deve ser aceita, porque interfere indevidamente na

vontade do consumidor, que fica enfraquecido em sua liberdade de opção. Por isso

mesmo, a venda casada é vedada em todas as transações comerciais.

Apesar da proibição, algumas empresas insistem em tal prática, e, como não

poderia deixar de ser, acabam sendo punidas. Recentemente, a operada de

telefonia TIM foi condenada a pagar 863 mil reais por danos morais coletivos pela

prática abusiva de venda casada. A empresa, segundo a ação movida pelo

Ministério Público de Minas Gerais, obrigava consumidores a adquirir um aparelho

telefônico ao contratar um serviço de telefonia fixa.

A sentença, da qual não cabe mais recurso, determina que o valor da

indenização seja revertido ao Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor,

criado para desenvolver projetos voltados às relações de consumo no Estado de

Minas Gerais.

De acordo com a decisão, a operadora também deverá comprovar, dentro de

30 dias, a venda isolada aos consumidores do serviço de telefonia e do aparelho

telefônico, com a demonstração de preços na forma de aquisição isolada e conjunta.

A venda casada é considerada prática abusiva, conforme o art. 39 do Código

de Defesa do Consumidor. É lamentável que algumas empresas ainda tentem burlar

a legislação. No afã de lucrar, esquecem que o consumidor hoje está bem

esclarecido sobre seus direitos.

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O art. 39 do CDC estabelece:

“Art. 39. “É vedado ao fornecedor de produtos ou

serviços, entre outras práticas abusivas:

I - condicionar o fornecimento de produto ou de

serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem

como, sem justa causa, a limites quantitativos;

II - recusar atendimento às demandas dos

consumidores, na exata medida de suas disponibilidades

de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e

costumes;

III - enviar ou entregar ao consumidor, sem

solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer

serviço;

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do

consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,

conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus

produtos ou serviços;

(...)”.

Só mesmo através de denúncias e da aplicação de multas pesadas será

possível acabar com essa prática recorrente e abominável de parte de algumas

empresas, que insistem em tentar burlar o Código de Defesa do Consumidor,

esquecendo que o cidadão está cada vez mais esclarecido e disposto a lutar por

seus direitos.

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O SR. PR. MARCO FELICIANO (Bloco/PSC-SP. Pronunciamento

encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com muita

honra que uso esta tribuna para atender ao apelo de milhares de policiais civis e

militares do Estado de São Paulo, na ativa e aposentados, que, por força da

necessidade do serviço, não gozaram em momento oportuno férias e licença-prêmio

e que agora pleiteiam pagamento em pecúnia.

Conclamo o Sr. Governador do Estado de São Paulo, Dr. Geraldo Alckmin, a

determinar que a Pasta da Segurança Pública, seja orientada a efetuar esses

pagamentos no âmbito administrativo, a fim de evitar demoradas demandas

judiciais, que de antemão, o resultado, devido à anteriores, julgados nos Tribunais

Superiores, em desfavor do Estado, são esperados.

É no mínimo injusto com valorosos policiais que deram toda a sua vida pela

sociedade e durante toda a carreira testemunharam ordens superiores suprimindo o

livre gozo de férias por absoluta necessidade do serviço público em datas que são

festivas para os cidadãos de outras categorias, mas de labor para aqueles que

vocacionados abraçaram a carreira policial.

Existem súmulas dos egrégios Tribunais Superiores, fundada na

responsabilidade objetiva do Estado, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição

Federal, no princípio que veda o enriquecimento ilícito da administração.

Finalizo, pedindo a Deus que continue a derramar as mais especiais bênçãos

dos céus a nossos valorosos policiais de todo Brasil.

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VII - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Nada mais havendo a tratar, vou

encerrar a sessão. As inscrições de Líderes, começando a próxima sessão,

continuarão em sequência.

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - COMPARECEM MAIS OS SRS.:

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DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Encerro a sessão, antes convocando

Sessão Deliberativa Extraordinária para hoje, terça-feira, dia 23 de fevereiro, às 20

horas, com a seguinte

ORDEM DO DIA

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(Encerra-se a sessão às 19 horas e 58 minutos.)

DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO

DESTINADO AO GRANDE EXPEDIENTE DA SESSÃO DELIBERATIVA

ORDINÁRIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 209, REALIZADA EM 4 DE

AGOSTO DE 2015 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu quero aqui parabenizar o Corregedor-Geral do Tribunal de Justiça

do meu Estado, o nobre e honrado Desembargador Sebastião Ribeiro Martins, pela

decisão que determinou investigação em dois cartórios no meu Estado.

Por coincidência, hoje, um Parlamentar do Paraná me pediu abertura de CPI

para apurar problemas de terras no meu Estado, na suspeita de que o próprio

Estado, através de seus órgãos públicos, estaria revendendo terras devidamente

registradas. Isso criaria insegurança jurídica aos proprietários de boa-fé, aos que

têm propriedades adquiridas de acordo com a lei. Eu pedi a ele que se dirigisse ao

CNJ.

O apelo que eu faço aqui, portanto, além de aplaudir o Desembargador

Sebastião Martins, é no sentido de que ele faça um exame de todos os cartórios, de

todos os registros dos cerrados do Piauí, porque, evidentemente, os abusos são

enormes, atentados ao direito, afronta à propriedade, à dignidade e a honestidade

daqueles que de boa-fé tentam negociar e ter propriedades e fazendas de produção

de grãos nos cerrados piauienses.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO

DESTINADO AO PEQUENO EXPEDIENTE DA SESSÃO DELIBERATIVA

ORDINÁRIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 335, REALIZADA EM 3 DE

NOVEMBRO DE 2015 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, em muitos aspectos, Brasil e França manifestam as suas congruências

históricas. Aqui, como no velho continente, o gênio latino expressa a sua riqueza

cultural, fruto da fundição com civilizações milenares, raças exóticas, povos

bárbaros, indígenas. A França — tomando emprestado as palavras de Afonso Arinos

em sua saudação ao Presidente Charles de Gaulle quando de sua visita oficial ao

Congresso Nacional em 1964 — “é a filha mais velha e guia secular do mundo

latino”. E nenhum país, como o nosso, acolheu tão bem essa herança latina da

miscigenação que lhe é nata, da integração cultural.

A influência francesa na nossa cultura é antiga e profícua, aliás, como no

mundo inteiro. A respeito, o grande Rui Barbosa já dizia que ela “foi a mãe

intelectual de todos nós”.

Tanto na Monarquia como na República, a cultura brasileira foi extremamente

influenciada por artistas, escritores e intelectuais franceses, no primeiro momento,

pela literal incorporação da cultura do País através da histórica missão artística, nos

tempos de D. João VI, que lançou bases para o nosso próprio desenvolvimento

cultural — vale lembrar o legado deixado por Debret, por exemplo, que nos

possibilitou documentar os usos e costumes da sociedade brasileira da época, os

comportamentos antiquados da corte portuguesa, as paisagens de um Brasil ainda

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selvagem —, e, desde o período republicano até os dias de hoje, pelos

acontecimentos históricos que modernizaram a organização do Estado brasileiro.

Em 1883, a Aliança Francesa nasceu com a nobre missão educativa de

difundir não apenas a língua francesa, mas de ser escopo da expansão da

civilização francesa, sempre amparada pelos nortes maiores do País, os ideais de

liberdade, fraternidade, igualdade, o fio condutor de tudo o que parte daquele velho

continente para mudar o mundo. Basta olhar o nível das personalidades que deram

fruto à instituição, dentre as quais Paul Cambon, Ferdinand de Lesseps, Louis

Pasteur, Ernest Renan, Jules Verne e Armand Colin.

Em 1885, apenas 2 anos após seu nascimento, a Aliança Francesa chegou

ao Brasil, instalando-se no Rio de Janeiro, e rapidamente se expandiu por todo o

País. Durante os anos de 1960, por exemplo, foram implantados dez novos comitês

da escola.

Vale destacar também que, entre as décadas de 40 e 50 do século passado,

o ensino de línguas estrangeiras no Brasil era obrigatório; todos os alunos, desde o

ginásio até o científico ou clássico, estudavam latim, francês, inglês e espanhol.

Durante o Império, estudavam-se no mínimo quatro línguas, muitas vezes cinco e,

às vezes, até seis, quando a língua italiana era incluída.

A Aliança Francesa constituiu-se, então, como uma associação sem fins

lucrativos que reúne pessoas com o objetivo de difundir a cultura francesa pelo

mundo, através do ensino da língua, organismo vivo de uma sociedade. Como o

nome nos indica, é mesmo uma aliança, em vários sentidos, a união cultural entre

países, a integração de pessoas com interesses comuns.

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No Brasil, atualmente a Aliança Francesa conta com 39 associações e 8

centros, estando presente, dessa forma, em praticamente todos os Estados

brasileiros. Embora cada associação seja jurídica e administrativamente

independente, são coordenadas pela delegação geral, situada no Rio de Janeiro.

Em 2011, as Alianças uniram-se na FEBRAF (Federação das Alianças Francesas do

Brasil), para manter a unidade da instituição no País.

Em Brasília, a Aliança Francesa é parte protagonista da própria história da

capital federal. Em 25 de agosto de 1959, André Malraux, Ministro da Cultura do

governo francês, esteve em Brasília para a colocação da pedra fundamental da

Casa de Cultura Francesa e, frente ao então Presidente Juscelino Kubitschek,

coloca suas nobres palavras: “(...) o que se propõe hoje a França a este país é que,

para todos nós, seja a cultura a ressurreição da nobreza do mundo. É bom saber

que estamos unidos por um futuro fraterno ainda mais do que por um passado

comum”.

A Casa de Cultura Francesa viria a ser a Associação Brasileira de Cultura

Francesa, nome oficial da Aliança Francesa de Brasília, em 30 de junho de 1961.

Em 26 de setembro 1963, o primeiro edifício foi inaugurado, projetado por Oscar

Niemeyer.

Hoje, a Aliança Francesa está presente em mais de 130 países e, em 2015,

completa 130 anos de atividade no Brasil. Esses 130 representam o

desenvolvimento da missão de manter viva a cultura francesa pelo mundo, pelo

Brasil, uma verdadeira união entre culturas, signo da fraternidade entre os povos, do

futuro idealizado por Malraux.

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Sr. Presidente, peço a V.Exa. que divulgue em todos os meios de

comunicação, rádio e imprensa desta Casa o meu modesto pronunciamento, que

estou fazendo agora, em homenagem aos 130 anos da Aliança Francesa.

Muito obrigado.

DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO

DESTINADO ÀS BREVES COMUNICAÇÕES DA SESSÃO DELIBERATIVA

EXTRAORDINÁRIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 359, REALIZADA EM 19

DE NOVEMBRO DE 2015 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidenta, ainda hoje eu falei a respeito de Parnaíba, reportando-me ao

Ministro da Saúde, o nobre Deputado Marcelo Castro.

Agora, Sra. Presidenta, eu quero aqui me regozijar com a posse de Aloizio

Mercadante e com seu retorno à Pasta da Educação. Acho que Aloizio tem o perfil

do homem certo no lugar certo. Ele é educador, professor universitário, conhece bem

as raízes da problemática educacional brasileira, distorcida ao longo de muitos anos.

Recordo que, no dia da posse dele — encontrava-se ao meu lado o Senador

Elmano Férrer —, na garagem do Palácio do Planalto, na Presidência da República,

quando Aloizio Mercadante se dirigia para a posse coletiva dos novos Ministros, eu

disse: “Sr. Ministro, de antemão, peço logo ao senhor que pense seriamente na

criação da Universidade Federal do Delta do Parnaíba”. Ele riu, achou graça.

Logo a seguir, 2 dias depois, foi visitar a cidade de Cocal dos Alves, para ver

a bela e vitoriosa experiência no ensino da Matemática e de Ciências. Passando por

Parnaíba, foi conhecer a cidade, porque ele disse que precisava conhecê-la, por ser

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uma bela cidade e onde se localizava um campus universitário. Ele teve a

oportunidade de, durante o almoço, conhecer de perto o chefe do campus da

Universidade Federal do Piauí, em Parnaíba, o Prof. Alex Marinho.

Conversando com ele no café, disse: “Estive em Parnaíba, você não estava

presente”. “Eu não pude, Ministro.” “Mas lá estive com o Prof. Alex.” Gostei da

conversa com ele e disse: “Sr. Ministro, é importante o senhor sinalizar” — aliás, eu

o chamo de você, porque tenho essa intimidade — “essa criação da Universidade

Federal do Delta do Parnaíba”.

Ele se mostrou muito entusiasmado. Ao mesmo tempo, fiz a ele um apelo

para que mandasse publicar toda a obra de Anísio Teixeira — é mais um apelo que

faço a ele —, que é o maior educador deste País de todos os tempos. Eu estou

convencido de que, se houver condições objetivas, políticas e econômicas, Aloizio

Mercadante é o homem certo no lugar certo, para fazer uma grande transformação,

sobretudo em um ensino de qualidade, que é o forte do seu pensamento sobre o

ensino brasileiro.

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO

DESTINADO AO GRANDE EXPEDIENTE DA SESSÃO NÃO DELIBERATIVA DE

DEBATES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 361, REALIZADA EM 23 DE

NOVEMBRO DE 2015 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a tragédia acontecida com a barragem da Samarco, em Minas Gerais,

repercute no Brasil e no mundo inteiro. Os jornais deste final de semana trouxeram

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os mais variados artigos sobre a tragédia de Mariana. Inclusive o grande repórter, no

sofrimento, que é Sebastião Salgado, publicou também um importante artigo no

jornal Folha de S.Paulo de ontem, ele que é Vice-Presidente do Instituto Terra,

entidade preocupada também com o equilíbrio ecológico.

O que me preocupa, Sr. Presidente, é que uma lei complementar votada aqui

há cerca de 9 anos, salvo engano, querido Padre Luiz Couto, deferiu aos Estados a

competência para a concessão de licença ambiental. Isso é um grave erro. Meio

ambiente é uma questão de licenciamento federal, sobretudo em Estados com rios,

como o São Francisco e o Parnaíba, que transitam em outros Estados — Piauí,

Paraíba, Maranhão, um pouco da Bahia, um pouco do Tocantins. Não vejo razão por

que se dê essa autonomia do licenciamento ambiental aos Estados, porque a União

é que deveria se preocupar rigorosamente com os seus rios, com as suas

barragens, que são construídas com recursos federais.

Nesse sentido, Sr. Presidente, eu me recordo que visitei certa feita a

residência de Prudente de Morais, saudoso Presidente da República, o primeiro

Presidente civil deste País, que tinha um escritório em Itu, São Paulo — e ali chegou

a morar um certo tempo. No seu escritório, havia um retrato de Jefferson, o que

mostra a sua visão da liberdade, da democracia da América. Eu me recordo que eu

peguei um pequeno livro de relatórios do Império, Sr. Presidente, e constatei que

anualmente se fazia um estudo e uma avaliação sobre os rios do Brasil — Rio São

Francisco, Rio Amazonas etc. Hoje não há mais preocupação com os rios. Eles

estão se deteriorando, morrendo, com assoreamento, matas ciliares destruídas, falta

de respeito à natureza.

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Nesse sentido, talvez uma fiscalização federal mais ativa e mais presente seja

importante para a preservação desses rios e de todas as barragens federais. As

barragens construídas pelo DNOCS, por exemplo, ficam abandonadas, à mercê da

própria sorte. Já as da CODEVASF, não, justiça se faça; a empresa elabora um

ajuste produtivo para cada barragem e, ao mesmo tempo, tenta preservar o seu

equilíbrio ambiental, procura gerar renda e emprego em função da barragem. O

DNOCS entrega a barragem e vai embora; a CODEVASF fica presente nela, razão

pela qual eu acho que hoje o DNOCS é uma autarquia falida, e poderia ser entregue

à CODEVASF a responsabilidade pelo manejo dos açudes e das barragens federais

neste País. Por precaução, o Ministério do Meio Ambiente precisa tomar medidas no

sentido de uma fiscalização severa para se evitar danos como o que aconteceu

agora em Mariana.

Acho muito importante, Sr. Presidente, a publicação no jornal Correio

Braziliense de artigo da jovem mestranda da Universidade Católica de Brasília

Fabiana do Nascimento Prudente, sob o título Poder de Polícia Ambiental e

Precaução nas Barragens de Grande Mineradoras.

Ela diz, com muita propriedade, logo no início do seu artigo — é uma

abordagem interessante:

“Dentre os princípios dirigentes do meio ambiente

ecologicamente equilibrado destaca-se, como prioritário, o

princípio da precaução, a exigir posturas diligentes do

poder de polícia ambiental em defesa do meio ambiente

sadio e do desenvolvimento sustentável.”

E mais adiante diz:

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“O princípio da precaução está ligado à prudência e

à cautela, de modo a evitar possível risco de dano, ou

risco potencial. Paulo Affonso Leme Machado ressalta

que a precaução age no presente para não chorar e

lastimar no futuro, e que:

‘Não só deve estar presente para impedir o

prejuízo ambiental, mesmo incerto, que possa resultar das

ações ou omissões humanas, como deve atuar para a

prevenção oportuna desse prejuízo. Evita-se o dano

ambiental, através da prevenção no tempo certo.’

Na dúvida deve-se optar pela proteção imediata do

ser humano e conservação do meio ambiente (in dúbio

pro salute ou in dúbio pro natura).”

Sr. Presidente, interessante, ela cita duas jornalistas do Correio Braziliense,

que fizeram reportagem sobre a tragédia de Mariana, em que se diz com muita

dramaticidade: “O silêncio do lugarejo coberto pelo mar de lama em Bento

Rodrigues é quebrado apenas pelo canto dos passarinhos”.

Sr. Presidente, posso ressaltar que não é devidamente levado em conta pelas

autoridades ambientais do País, sobretudo dos Estados, o voto muito importante do

eminente e culto Ministro Celso de Mello, em 2006, quando diz:

“A incolumidade do meio ambiente não pode ser

comprometida por interesses empresariais nem ficar

dependente de motivações de índole meramente

econômica, ainda mais se se tiver presente que a

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atividade econômica, considerada a disciplina

constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros

princípios gerais, àquele que privilegia a ‘defesa do meio

ambiente’ (CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e

abrangente das noções de meio ambiente natural, de

meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial

(espaço urbano) e de meio ambiente laboral.”

Sr. Presidente, peço a V.Exa. autorização para que se registre nos Anais

desta Casa o importante artigo dessa jovem mestranda em Direito pela Universidade

Católica de Brasília Fabiana Nascimento Prudente, publicado hoje no Correio

Braziliense.

Ao mesmo tempo, faço um apelo ao Ministério do Meio Ambiente, para que

reestude a política de cerceamento ambiental, a fim de evitar que os Estados, às

vezes, manipulados pelos interesses políticos, sem levar em conta o interesse maior

da Nação, da preservação do meio ambiente, da preservação dos nossos rios,

possam ocasionar dramas e prejuízos lamentáveis, sacrificando vidas humanas,

como acabou de acontecer na cidade de Mariana e no Espírito Santo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR

Poder de Polícia Ambiental e Precaução nas Barragens de Grandes

Mineradoras

O princípio da precaução

Dentre os princípios dirigentes do meio ambiente ecologicamente equilibrado

destaca-se, como prioritário, o princípio da precaução, a exigir posturas diligentes do

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poder de polícia ambiental em defesa do meio ambiente sadio e do desenvolvimento

sustentável.

O princípio da precaução está ligado à prudência e à cautela, de modo a

evitar possível risco de dano, ou risco potencial. Paulo Affonso Leme Machado

ressalta que a precaução age no presente para não chorar e lastimar no futuro, e

que:

“Não só deve estar presente para impedir o prejuízo ambiental, mesmo

incerto, que possa resultar das ações ou omissões humanas, como deve atuar para

a prevenção oportuna desse prejuízo. Evita-se o dano ambiental, através da

prevenção no tempo certo.”

Na dúvida deve-se optar pela proteção imediata do ser humano e

conservação do meio ambiente (in dubio pro salute ou in dubio pro natura).

Em reportagem das jornalistas Márcia Maria Cruz e Sandra Kiefer do

conceituado Correio Braziliense (edição de 09/11/2015 - p. 6), destaca-se a grave

omissão do poder de polícia ambiental dos órgãos integrantes do SISNAMA, ao

concederem licenças ambientais para o funcionamento das barragens da

mineradora Samarco, em municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo, sem um

rigoroso estudo prévio de impacto ambiental, como garantia de eficácia do princípio

da precaução, com a narrativa seguinte:

“O silêncio do lugarejo coberto pelo mar de lama em Bento Rodrigues é

quebrado apenas pelo canto dos passarinhos. Esse contraste brutal evidencia a

desolação das casas encobertas pela massa escura e fétida no epicentro da

tragédia que se abateu sobre sete distritos de Mariana, na Região Central, e dois de

Barra Longa, na Zona da Mata. Quatro dias depois do rompimento das barragens do

Fundão e Santarém da mineradora Samarco, sócia da Vale e da australiana BHP,

jornalistas de alguns veículos entraram na “zona quente”, nome dado pelos

bombeiros ao perímetro onde realizam as buscas por sobreviventes. Enquanto os

militares seguiam na procura por desaparecidos, no distrito mais atingido pelo

lamaçal de minério, dois corpos foram encontrados — um perto da Barragem de

Fundão e outro no Rio Doce, em Acaiaca. Os corpos deverão passar por um

processo de identificação para confirmar se são de pessoas vitimadas pela onda de

destroços.”

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Nesse contexto, impõe-se destacar o alerta jurisprudencial da Suprema Corte

do Brasil, na inteligência de que “a incolumidade do meio ambiente não pode ser

comprometida por interesses empresariais nem ficar dependente de motivações de

índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade

econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada,

dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia a “defesa do meio ambiente”

(CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio

ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço

urbano) e de meio ambiente laboral. (ADI-MC nº 3540/DF - Rel. Min. Celso de Mello

- DJU de 03/02/2006)”.

Nessa linha de raciocínio, a Carta Encíclica Social — Ecológica Laudato Si,

do Santo Padre Francisco, datada de 24/05/2015, também nos adverte de que “a

proteção ambiental não pode ser assegurada somente com base no cálculo

financeiro de custos e benefícios. O ambiente é um dos bens que os mecanismos de

mercado não estão aptos a defender ou a promover adequadamente. Dentro do

esquema do ganho não há lugar para pensar nos ritmos da natureza, nos seus

tempos de degradação e regeneração, e na complexidade dos ecossistemas que

podem ser gravemente alterados pela intervenção humana”.

No espaço ambiental de barragens de grandes mineradoras, como a que ora

se desenha no aspecto ameaçador da mineradora Samarco, sob os comandos

dirigentes das multinacionais Vale do Rio Doce e da australiana BHP, em terras dos

Estados do Espírito Santo e de Minas Gerais, impõe-se, por imperativo de ordem

constitucional:

A realização de estudo prévio de impacto ambiental (EIA/RIMA), com ampla

publicidade (CF, art. 225, § 1º, inciso IV), antes de quaisquer licenças prévia (LP), de

instalação (LI) e de operação (LO) dessas obras e de atividades potencialmente

causadoras de significativa degradação do meio ambiente vocacionado a ser

ecologicamente equilibrado, mediante a permanente fiscalização do poder de polícia

ambiental dos órgãos integrantes do SISNAMA, no interesse difuso das presentes e

futuras gerações.

Fabiana do Nascimento Prudente é Mestranda em Direito, pela Universidade

Católica de Brasília.

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DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO

DESTINADO ÀS COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES DA SESSÃO NÃO

DELIBERATIVA DE DEBATES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 381,

REALIZADA EM 7 DE DEZEMBRO DE 2015 — RETIRADO PELO ORADOR

PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI e como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, viajei ontem pela BR-135, no trecho que vai de Barreiras, na Bahia,

até Eliseu Martins, no Piauí. Mais uma vez constatei — já denunciei isto nesta Casa

umas duas ou três vezes — que o Piauí tem a pior rodovia federal do Brasil.

A BR-135 foi recapeada várias vezes. Por ali trafegam caminhões pesados,

desgastando, evidentemente, o revestimento asfáltico. Mas o mais grave: ela está

praticamente sem sinalização e há curvas perigosas. No trecho Canto do Buriti a

Eliseu Martins têm ocorrido várias mortes por acidentes de trânsito. No trecho

Gilbués a Bom Jesus, praticamente com altos e baixos, fica difícil a movimentação

dos carros e, ao mesmo tempo, ocorrem desastres, como aconteceu há cerca de 2

anos com a minha querida e saudosa amiga Estelita Guerra.

Mas, Sr. Presidente, espanta-me que o companheiro não tenha reclamado da

BR-135, porque o trecho da Bahia é largo, amplo, com acostamentos, cheio de

sinalização, o que é uma discriminação muito forte contra o meu Estado. O nobre e

atual Ministro dos Transportes, um homem altamente competente e bem-

intencionado, informou a este Parlamentar que havia contratado uma empresa para

prestar consultoria a respeito do trecho Bom Jesus a Eliseu Martins, sobretudo, mas,

infelizmente, até agora, não se efetivou o contrato com a empresa vencedora da

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licitação. Eu faço aqui um pedido de urgência para que essa licitação já realizada

efetivamente se concretize.

O que eu aconselharia ao DNIT, em particular ao Diretor-Geral, é que, através

de uma ouvidoria, ele pudesse se deslocar por essas rodovias federais do País, via

terrestre, e fazer um relatório embasado nos fatos, para que o Ministério tenha uma

situação precisa e objetiva do estado danoso e grave de algumas delas e tome as

providências cabíveis.

Também, Sr. Presidente, ao transitar ontem pelo trecho no Piauí da BR-135,

verifiquei que uma empresa encarregada de um projeto de energia eólica no Estado,

instalada na região do cerrado piauiense, finalizou os seus trabalhos e deixou

enormes dívidas na região, ocasionando pedidos de falência — ou quebradeira,

como se diz em uma linguagem mais comum — de alguns pequenos comerciantes

da região.

Eu queria ainda, Sr. Presidente, registrar um fato da maior importância, que

diz respeito à cultura do Cerrado piauiense. A cultura do Piauí tem sido parte natural.

Há cerca de 20 anos ou mais, fiz um pronunciamento nesta Casa sobre gaúchos,

paranaenses e mato-grossenses que para ali se deslocaram. Eles não levaram para

lá somente capital, mas grande experiência, know-how do Cerrado, dos Pampas

gaúchos, de Mato Grosso, de outros Estados e, sobretudo, uma disposição

fantástica para o trabalho. Isso enriqueceu o Cerrado piauiense.

Com o apoio do Banco do Nordeste, alavancou-se mais ainda a produtividade

da soja do Cerrado piauiense, embora alguns piauienses que se subsidiaram do

Banco do Nordeste não tenham cumprido os objetos idealizados nos contratos, e a

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instituição, até hoje, não consegue tomar providências competentes e objetivas

contra esses maus pagadores.

Mas o que me espantou, Sr. Presidente, participando de um seminário

promovido pelo Senador Elmano Férrer, com o apoio do INTERLEGIS, do Senado

Federal e da Prefeitura de Bom Jesus do Gurgueia, no campus da Universidade

Federal do Piauí de Bom Jesus, é que alguns produtores me procuraram para

reclamar de um fato, no meu entender, da maior gravidade. É que a irrigação do

Piauí é a mais cara do Brasil, em termos de impostos, segundo esses gaúchos que

me procuraram no seminário ocorrido na semana atrasada. Eles, que têm

experiência em todos os Estados do Brasil, disseram que o sistema mais caro do

Brasil é a irrigação rural do Piauí.

Desta Casa, já denunciei, há algum tempo, que a irrigação rural do Estado é a

mais cara, em comparação com o Maranhão, o Ceará, etc., etc., porque o nosso

ICMS sobre a energia é o mais caro do Nordeste. Mas me espantei com o da

irrigação. Há cerca de 2 anos, procurei o Governador do Estado, Dr. Wilson Martins,

e lamentei que tivesse mandado suspender e não renovado a lei de incentivos para

a irrigação rural, feita pelo então Governador Freitas Neto, na década de 90. Ele

mandou chamar o Secretário de Agricultura de então, o Dr. Rubem Martins, seu

irmão, e este justificou que a suspensão dos incentivos ocorreu porque alguns

produtores rurais estavam usando o incentivo em piscinas rurais.

Sr. Presidente, o Piauí tem pouquíssimas piscinas rurais. Além do mais, é

problema de fiscalização. O que não pode acontecer é agentes produtivos sérios,

trabalhadores, idealistas, perderem o impulso do incentivo fiscal por causa de um,

dois ou três eventuais agricultores que estariam usando incentivos nas chamadas

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“piscinas rurais”. Sr. Presidente, imaginava que esse incentivo tivesse retornado ao

Governo, mas os produtores rurais se queixaram comigo, e continuam suspensos os

incentivos fiscais para a irrigação rural do meu Estado.

Aqui é o apelo que eu faço ao eminente Governador, Wellington Dias, para

que reestabeleça os incentivos. Se o Cerrado piauiense vem dando grande

contribuição à própria atividade de agricultura brasileira, ajuda a balança de

exportação brasileira — particularmente com a soja —, é preciso que seja mais

estimulado ainda, para que maiores sejam a produtividade dos produtores rurais e o

estímulo a eles. Os produtores rurais já pagam um preço muito alto pela energia

rural propriamente dita.

Eu fiquei um pouco perplexo no seminário que aconteceu em Bom Jesus do

Gurgueia. Estavam produtores rurais gaúchos e uma grande comunidade que está

sacodindo o cerrado do Piauí — região de Bom Jesus, Santa Rosa do Piauí,

Município de Uruçuí, enfim. Como eu disse aqui no início, se não levaram,

propriamente, muito capital, levaram know-how, levaram a grande experiência dos

seus Estados, levaram uma grande vontade trabalhar, o que, certamente,

contaminou o Piauí.

Os agricultores, de um modo geral, viviam abençoados pelas chuvas, que

agora estão escasseando pelo aumento do desmatamento do Cerrado —outro tema

da maior seriedade sobre o qual falarei aqui em outra oportunidade —, abençoados

pela fruticultura imensa, ilimitada, que também escasseia, e ficavam um pouco

acomodados diante daquele manancial de riqueza. Foi necessário que esses

produtores rurais de fora sacudissem o Cerrado piauiense, já agora com a presença

de piauienses também.

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É importante que o Governo Estadual faça a sua parte, estimulando-os a

produzir mais, consequentemente, gerando mais renda, mais emprego, mais bem-

estar e mais divisas para essa área especial do Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO

DESTINADO AO PEQUENO EXPEDIENTE DA SESSÃO NÃO DELIBERATIVA DE

DEBATES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 399, REALIZADA EM 21 DE

DEZEMBRO DE 2015 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu também queria aproveitar o final de ano e transmitir os meus

aplausos a essa figura que é o Deputado Miro Teixeira, um funcionário institucional,

um grande advogado, um grande jornalista, um grande líder político e que deveria

ser o procurador permanente desta Casa. Ninguém melhor do que S.Exa. para

representar esta Casa continuamente. S.Exa. fez falta na sessão final do Supremo

Tribunal Federal para dirimir dúvidas durante a votação do processo do PCdoB a

respeito de votação ocorrida nesta Câmara. O Deputado Miro Teixeira é uma figura

que realmente engrandece e que engrandeceria qualquer Parlamento do mundo.

Mas, Sr. Presidente, ocupo hoje esta tribuna num momento até de tristeza,

porque vou registrar duas mortes ocorridas na minha querida cidade de São João do

Piauí.

A primeira ocorreu há alguns dias, de uma distinta amiga de infância e

adolescência, Lélia Carvalho, filha do velho Simplício Carvalho e de D. Belina

Carvalho. Simplício teve quatro filhas, Ada, Ina, Clélia e Lélia, a caçula, que foi

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casada com um querido amigo meu — e aproveito para homenagear sua memória

hoje — Ribamar Caldas Coelho, figura humana singular. Lélia esteve em São Paulo.

Ficou viúva jovem. Voltou para São João do Piauí, onde deixa a sua família. A seu

irmão mais velho e a seu sobrinho querido, o Neto de Carvalho, meu dileto amigo,

os meus sentimentos.

Mas, Sr. Presidente, registro hoje também, com muito pesar, o falecimento de

um homem exemplar da minha cidade, por sua seriedade, dedicação ao trabalho,

dedicação à família, a sua Igreja Católica. Refiro-me à figura de Francisco

Cronemberger Santana, conhecido da minha cidade, onde foi comerciante e viveu

por cerca de 38 anos.

Nasceu em uma localidade de Simplício Mendes, cidade vizinha a minha,

exatamente em novembro de 1922, e chegou em São João do Piauí em 1934, aos

12 anos de idade. Casou-se com uma senhora distintíssima de uma família de

Simplício Mendes, Hilda Damasceno Cronemberger, com quem teve três filhos:

Francisco Cronemberger Santana Júnior, conhecido por Júnior; seu segundo filho, já

falecido, Marcus Damasceno Cronemberger; e Lígia Damasceno Cronemberger.

Hilda é distintíssima, a quem deixo aqui o meu profundo pesar. Em 1979

resolveu transferir-se para Teresina, a fim de melhor educar os filhos.

Vou aproveitar para contar um fato interessante: no sul do Piauí, naquela

época, não havia ligação com Teresina; nossa ligação toda era com a velha Bahia.

Era um momento de grande efervescência cultural. Seguia à capital da Bahia meu

pai, comerciante que vendia tecidos, comprava e revendia algodão, pele, essa coisa

toda. Ele ia todo ano para lá, claro, fazer compras ou fazer acerto de contas com os

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comerciantes baianos, e Cronemberger contou-me que a sua primeira viagem foi

feita à Bahia, em companhia do meu saudoso pai.

Era um homem muito devoto a São João Batista. Na época, a paróquia tinha

seu novenário, no mês de junho, e ele se dedicava a angariar fundos para as

festividades do padroeiro da cidade. Foi, a vida inteira, em São João do Piauí, o

único homem da comissão, exatamente por sua paixão pela cidade, por sua paixão

pela religião e como devoto de São João Batista.

Quero aqui deixar meu sentido pesar a todos os seus familiares,

especialmente aos seus filhos. Ao Júnior e à Lígia, pessoas distintíssimas, registro

todo o meu sentimento de solidariedade nesta saudade imensa deixada pela morte

de Francisco Cronemberger, acontecida aos 93 anos de idade.

Ele era muito amigo do meu pai, embora, em alguns momentos, tivessem

diferenças políticas de menor monta, mas era amigo, sobretudo, da minha mãe, que

era religiosa como ele, apaixonada pela Igreja como ele, e que morreu com a

mesma idade de Chico — 93 anos de idade —, 4 anos atrás.

Sr. Presidente, eu tenho certeza de que todo o São João do Piauí lamentou a

morte de Chico, como também a de Lélia, figura querida. Quero aqui também

transmitir meus sentimentos de pesar a seu genro, o Sebastião, que mora aqui em

Brasília.

DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO

DESTINADO ÀS COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES DA SESSÃO NÃO

DELIBERATIVA DE DEBATES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 4,

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REALIZADA EM 4 DE FEVEREIRO DE 2016 — RETIRADO PELO ORADOR

PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Com revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quando nomearam o Sr. Cláudio Maretti para Presidente do Instituto

Chico Mendes, sabedor de que ele veio de uma ONG, eu fiquei com a melhor das

impressões. No entanto, a decepção foi grande. Ele desconhece o Brasil, é um

burocrata, aliou-se ao pior corporativismo do Instituto — talvez para se fortalecer

internamente — e, o que mais me espanta, é desconhecedor da realidade dos

parques nacionais do Nordeste brasileiro.

Conversando com ele, reclamando da falta de apoio ao Parque Nacional

Serra da Capivara, ele veio com a justificativa de que era o segundo ou o terceiro

parque que tinha mais vigilância. Meu Deus do céu! Eu disse: “Presidente Maretti, o

senhor sabe quantos sítios arqueológicos há no parque?” “Eu não tenho a menor

ideia.” “Há mais de 500 sítios. Quarenta ou cinquenta vigilantes vão fazer o quê? O

parque está sendo destruído. O trabalho da Dra. Niède Guidon vem sendo demolido

por falta de fiscalização, por falta de guaridas adequadas para controlar a entrada e

a saída de pessoas.” Então, foi decepcionante!

Agora eu soube, quando estive em Parnaíba, onde é a sede do Instituto Chico

Mendes para o Piauí, Ceará e, salvo engano, Maranhão, que ele quer extinguir

todas as superintendências do Instituto Chico Mendes nos Estados e deixar uma no

Nordeste. Ele é um desconhecedor do Brasil.

Vejam bem: Recife já tem uma grande consciência ambiental, com o SOS

Mata Atlântica e outros organismos. E o Piauí, Sr. Presidente, e o Maranhão têm o

Delta do Parnaíba — o único Delta das Américas — desprotegido, morrendo aos

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poucos, com a sua mata ciliar destruída. O Estado que tem mais parques no Brasil é

o Piauí. As nascentes do Rio Parnaíba estão morrendo. Ele vem sendo destruído,

assoreado em várias partes. Os afluentes já morreram. Falta uma política ambiental.

Então, esse cidadão desconhece o Brasil.

Eu espero que a Câmara dos Deputados suspenda esse decreto que está

sendo anunciado pelo Sr. Cláudio Maretti, que vai acabar com o Instituto Chico

Mendes no Estado do Piauí. Tenho certeza de que a Frente Parlamentar

Ambientalista e a Comissão de Meio Ambiente não vão aceitar isso.

Desde agosto e setembro, tentei falar com a Sra. Ministra do Meio Ambiente.

Passei três fax para ela, fiz vários telefonemas. Ela marcou comigo e desmarcou.

Por último, no dia da posse do Sr. Nelson Barbosa, encontrei-me com ela no Palácio

do Planalto, que foi inclusive grosseira comigo: “Não tenho tempo para falar com o

senhor, porque eu estou ocupada com Minas Gerais.” “Tudo bem, minha senhora.”

Eu só gostaria de 10 ou 15 minutos. Eu queria fazer uma série de ponderações

sobre o descaso com que o Ministério do Meio Ambiente trata o Parque.

Sr. Presidente, eu vou fazer um apelo à Sra. Presidente Dilma Rousseff: o

Parque poderia ser situado na órbita do Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele é um

parque ambiental, mas, sobretudo, científico, arqueológico. Eu tenho certeza de que

ele teria melhor guarida no Ministério da Ciência e Tecnologia do que na burocracia

atrasada e defasada do Ministério do Meio Ambiente, que não controla o País.

Inventaram o Instituto Chico Mendes e fragilizaram a política ambiental do País.

Uma lei deferindo aos Estados a política ambiental, em alguns casos, o

licenciamento ambiental, tem sido um desastre, sobretudo nos Estados mais

atrasados. O Cerrado está morrendo, vai ser um grande deserto daqui a 20 anos. O

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Parnaíba está morrendo, muitos dos seus afluentes já morreram. Eu já denunciei

aqui, várias vezes, o desmatamento do Cerrado e que a carvoaria tem destruído

este bioma. E nenhuma providência é tomada.

Ou se fundem os dois institutos novamente ou então que se crie uma política

séria, em razão das dificuldades que vêm atravessando as unidades ambientais no

Estado do Piauí, algumas até sem fiscalização nenhuma, como é o Parque Nacional

das Nascentes, onde nasce o Rio Parnaíba.

Alguns burocratas não conhecem o Brasil real. Os últimos Ministros do Meio

Ambiente que não visitaram o Parque, até hoje, foram a Sra. Marina e a Sra. Izabella

Teixeira. Esta foi uma grande decepção, porque é proveniente de Caatinga, mas

nega as suas origens e nunca visitou a região. E o Sr. Maretti vive, claro, de Brasília

a seus prados no sul do País, sempre com uma insensibilidade para com o

Nordeste, para com o Piauí.

Nesse sentido, o apelo que eu faria à Sra. Presidente Dilma Rousseff é no

sentido de que possamos criar um mecanismo para que o Parque passe a ser ligado

à estrutura do Ministério da Ciência e Tecnologia, sem embargo da presença da

política ambiental do País na sua fiscalização. É a única saída para a

sustentabilidade do Parque Nacional Serra da Capivara, Patrimônio Cultural da

Humanidade.

Espero que, com a construção do Aeroporto de São Raimundo Nonato, onde

se situa o Parque — construído em parte com emenda orçamentária de minha

autoria, mas até agora, por causa da crise política do País e por falta de

sensibilidade do Ministro do Turismo, não existe voo regular pra lá —, seria um

instrumento de aporte de recursos para o Parque, com o incremento do fluxo de

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turistas do país e do exterior. A aviação regional deste País é um impeditivo para o

desenvolvimento do turismo de nosso País. É uma pena um país continental deste

nível não ter uma política regional de aviação.

Então, nesse sentido, eu quero lamentar aqui a presença do Sr. Cláudio

Maretti à frente do Instituto Chico Mendes. E, ao mesmo tempo, digo à Ministra

Izabella Teixeira que não é desprezando Estados pobres como o Piauí e

demonstrando total desconhecimento da sua realidade que ela pode se inscrever na

História como uma Ministra à altura de conduzir a política ambiental de um país

continental como o nosso.

Como é que um Estado, Sr. Presidente, que tem, proporcionalmente, o maior

índice de unidades ambientais não tem a menor atenção da Ministra Izabella

Teixeira? E esse Presidente Maretti mostrou completa ignorância da situação do

Estado do Piauí. A fixação do Instituto em Recife vai deixar descoberto o grande

Delta do Parnaíba, que não tem nenhuma proteção, embora lá se encontre situada

uma APA. O Delta deveria ser transformado num patrimônio natural da humanidade.

O Parque Nacional da Serra Vermelha, no Cerrado, encontra-se esquecido. Então, é

decepcionante a presença do Sr. Cláudio Maretti à frente do Instituto Chico Mendes.

Nesse sentido, eu vou requerer a criação de uma Comissão Externa de

Parlamentares, para que possamos fazer um relatório à Câmara dos Deputados

sobre o descaso com que vem sendo tratada a política ambiental no meu Estado do

Piauí.

Também quero aqui parabenizar a Ordem dos Advogados do Brasil,

Seccional Piauí, que impetrou uma ação junto à Justiça Federal do meu Estado, em

São Raimundo Nonato, exigindo da União reparação com indenização pelo descaso

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com que o Ministério do Meio Ambiente vem tratando o Parque Nacional Serra da

Capivara.

Sei que a Sra. Presidente Dilma Rousseff não tem conhecimento desses

fatos. Se o tivesse, já teria tomado providências. Então decidi me reportar

diretamente a ela, através de correspondência, que espero fazê-lo em breve,

apelando para que corrija as distorções e a má vontade da Ministra Izabella Teixeira

com o Parque Nacional Serra da Capivara e com toda a política ambiental do Estado

do Piauí.

Muito obrigado, Sr. Presidente.