CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – ANALISTA (JUDICIÁRIA E EXECUÇÃO DE...

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Curso Teórico de Direito Administrativo para TRT PR Profº Cyonil Borges – Aula 00 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 46 AULA 00: DEMONSTRATIVA Concursandos de todo o Brasil, Os concursos de TRT são sempre bem concorridos, e, cada vez mais, o nível de concorrência é fica mais “bizarro”. Claro que, no final das contas, quem faz a concorrência é você. O ensino está cada vez mais democrático. E apoiar-se por excelentes materiais é um diferencial. Os materiais do curso Estratégia são, certamente, os melhores do Brasil, e, por isso, independentemente do Estado em que você mora, poderá ter acesso ao conteúdo programático, e, assim, “lutando” com paridade de armas. Saliento que ser costume dos Tribunais, especialmente os TRTs, a convocação de número expressivo de candidatos ao longo do prazo de validade. Então, faz o concurso, depois não adianta chorar, a Inês é morta! Os(as) amigos(as) devem ter notado que, cada vez mais, os concursos rimam com democracia. Alguns não têm (não tinham) acesso à informação de boa qualidade. Outros não têm tempo para se deslocar para um curso tradicional (presencial). Trânsito, tempo para estacionar, preciosos minutos que poderiam ser utilizados mais eficientemente. Daí a grande vantagem dos cursos não-presenciais (cursos a distância): além de “democratizar” a informação, a qual passa a chegar a quem quer que o seja, aonde o seja, permite que economizemos um tempo enorme com “esforços intermediários”, normalmente feitos para realização de cursos tradicionais (presenciais). A participação no curso Estratégia tem sido extremamente gratificante, uma vez que nos dá a oportunidade do contato com pessoas dos mais diversos lugares do Brasil, todos agregados em torno do objetivo comum: a sonhada (e sempre alcançada!) aprovação no concurso público. Momento do comercial . Farei o acréscimo de alguns dos meus resumos de aula e esquemas, os quais serão objeto de futuro Manual (aguardem!). Sou autor dos livros Resposta Certa (editora Saraiva), Licitações e Contratos (editora Campus) e, mais recentemente, Questões Discursivas de Direito Administrativo (licitações, controle externo, finanças,

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AULA 00: DEMONSTRATIVA

Concursandos de todo o Brasil,

Os concursos de TRT são sempre bem concorridos, e, cada vez mais,

o nível de concorrência é fica mais “bizarro”.

Claro que, no final das contas, quem faz a concorrência é você. O

ensino está cada vez mais democrático. E apoiar-se por excelentes

materiais é um diferencial. Os materiais do curso Estratégia são,

certamente, os melhores do Brasil, e, por isso, independentemente

do Estado em que você mora, poderá ter acesso ao conteúdo

programático, e, assim, “lutando” com paridade de armas.

Saliento que ser costume dos Tribunais, especialmente os TRTs, a

convocação de número expressivo de candidatos ao longo do prazo

de validade. Então, faz o concurso, depois não adianta chorar, a Inês

é morta!

Os(as) amigos(as) devem ter notado que, cada vez mais, os

concursos rimam com democracia. Alguns não têm (não tinham)

acesso à informação de boa qualidade. Outros não têm tempo para se

deslocar para um curso tradicional (presencial). Trânsito, tempo para

estacionar, preciosos minutos que poderiam ser utilizados mais

eficientemente.

Daí a grande vantagem dos cursos não-presenciais (cursos a

distância): além de “democratizar” a informação, a qual passa a

chegar a quem quer que o seja, aonde o seja, permite que

economizemos um tempo enorme com “esforços intermediários”,

normalmente feitos para realização de cursos tradicionais

(presenciais).

A participação no curso Estratégia tem sido extremamente

gratificante, uma vez que nos dá a oportunidade do contato com

pessoas dos mais diversos lugares do Brasil, todos agregados em

torno do objetivo comum: a sonhada (e sempre alcançada!)

aprovação no concurso público.

Momento do comercial .

Farei o acréscimo de alguns dos meus resumos de aula e esquemas,

os quais serão objeto de futuro Manual (aguardem!). Sou autor dos

livros Resposta Certa (editora Saraiva), Licitações e Contratos

(editora Campus) e, mais recentemente, Questões Discursivas de

Direito Administrativo (licitações, controle externo, finanças,

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controle da Administração e outros temas), pela editora Método/Gen.

Estou nos retoques finais para a publicação dos livros de Direito

Tributário e Constitucional.

Sou colaborador do site www.tecconcursos.com.br. É um site com

questões comentadas, complementar ao curso em pdf. Atualmente,

conta com mais de 82 mil questões cadastradas e 24 mil questões já

comentadas por Professores. Será permitido, em um futuro bem

breve, que os alunos possam contribuir com comentários. É uma

ferramenta democrática. O preço é irrisório, pelo menos para os

concursandos que passam em prova de concurso. Costumo brincar

que, se dispensar um sanduíche do MC Donald’s, paga a

mensalidade.

Nessa aula zero trabalharemos parte do conteúdo de princípios da

Administração. Os princípios formam a base para o aprendizado do

direito administrativo brasileiro.

Ah! Apesar de ser um curso teórico, vou postar algumas questões de

FCC e outras bancas para a fixação do conteúdo programático.

Ah! Não percam o cronograma do curso. Vejamos:

ANALISTA JUDICIÁRIO (Áreas Administrativa e

Judiciária)

Aula 00 (17/12/2012) - Apresentação do curso.

Aula 01 (21/12/2012) - Administração pública: princípios

básicos.

Aula 02 (24/12/2012) – Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, revogação e convalidação;

discricionariedade e vinculação.

Aula 03 (28/12/2012) - Poderes administrativos: poder

hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder.

Aula 04 (31/12/2012) - Serviços Públicos: conceito e princípios;

delegação: concessão, permissão e autorização.

Aula 05 (04/01/2013) Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e descentralizada;

autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Órgãos públicos: conceito, natureza e

classificação.

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Aula 06 (07/01/2013) - Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos. Lei nº 8.112/90 (regime jurídico dos servidores

públicos civis da União). Parte I

Aula 07 (11/01/2013) - Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos. Lei nº 8.112/90 (regime jurídico dos servidores

públicos civis da União). Parte II

Aula 08 (11/01/2013) - Processo administrativo (Lei nº 9.784/99): das disposições gerais; dos direitos e deveres dos

administrados.

Aula 09 (14/01/2013) - Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle legislativo.

Aula 10 (18/01/2013) - Responsabilidade civil do Estado.

Aula 11 (21/01/2013) - Lei nº 8.429, de 2/6/92: das

disposições gerais; dos atos de improbidade administrativa.

Aula 12 (25/01/2013) - Licitações e Contratos administrativos:

Lei nº 8.666/93: Conceito, finalidade, princípios, objeto, obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade e vedações,

modalidades, procedimentos, anulação e revogação, sanções, pregão presencial e eletrônico, sistema de registro de preços.

Aula 13 (28/01/2013) - Lei nº 10.520/2002. Características do

contrato administrativo. Formalização e fiscalização do contrato. Aspectos orçamentários e financeiros da execução do contrato.

Sanção administrativa. Equilíbrio econômico-financeiro. Garantia contratual. Alteração do objeto. Prorrogação do prazo

de vigência e de execução.

TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA,

ANALISTA JUDICIÁRIO – ESPECIALIDADE MEDICINA - e

ANALISTA JUDICIÁRIO – ESPECIALIDADE TECNOLOGIA

DA INFORMAÇÃO.

Aula 00 (17/12/2012) - Apresentação do curso.

Aula 01 (21/12/2012) - Administração pública: princípios

básicos.

Aula 02 (24/12/2012) - Ato administrativo: conceito, requisitos

e atributos; anulação, revogação e convalidação;

discricionariedade e vinculação.

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Aula 03 (28/12/2012) - Poderes administrativos: poder

hierárquico e poder disciplinar.

Aula 04 (31/12/2012) - Serviços Públicos: conceito e princípios.

Aula 05 (04/01/2013) - Licitação: princípios, modalidades,

dispensa e inexigibilidade.

Aula 06 (07/01/2013) - Contratos administrativos: conceito e

características.

Aula 07 (11/01/2013) - Servidores públicos: cargo, emprego e

função públicos. Lei nº 8.112/90 - Regime Jurídico dos

Servidores Públicos Civis da União.

Aula 08 (14/01/2013) - Processo administrativo (Lei nº

9.784/99): das disposições gerais; dos direitos e deveres dos

administrados.

Aula 09 (18/01/2013) - Processo administrativo (Lei nº

9.784/99): das disposições gerais; dos direitos e deveres dos

administrados.

Aula 10 (21/01/2013) - Lei nº 8.429/92: das disposições

gerais; dos atos de improbidade administrativa.

Com relação à ilustre FCC, peço aos amigos que tomem algumas

providências para resolver exercícios com maior rendimento (depois

visitem lá o www.tecconcursos.com.br).

Façam muitas questões. A banca, apesar de andar “escondendo” suas

provas recentes, tem muita prova no mercado. Procurem e façam os

exercícios.

1. Quando for ler a questão, antes de olhar para qualquer

alternativa leia bem o caput, e grife o que a banca pede, ela

adora pedir para que se marque a alternativa INCORRETA,

os desatentos não percebem e, quando vão para a questão,

o primeiro quesito que encontram é um correto, como eles

têm certeza de que aquela está correta, pulam para a

próxima questão e erram uma (ou várias) por desatenção.

2. Apesar de ser um curso teórico, vamos fazer algumas

questões para a fixação da matéria.

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Isso aí. É hora de iniciarmos a aula 00 (princípios da Administração

Pública).

A aula de princípios é versão demonstrativa.

Espero vê-los no curso completo. Se você vai adquirir o

curso regular, peço imprimir a aula 01, pois contempla o tópico

de princípios em sua integralidade.

Vamos que vamos.

Cyonil Borges.

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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

As questões, a seguir, referem-se, em parte, ao tópico do edital

“Princípios da Administração Pública”. O objetivo do curso é, ao lado

das questões, apresentar várias dicas teóricas sobre a matéria.

Assim, que tal, antes de ingressarmos nas questões,

propriamente ditas, vencermos breves considerações teóricas

sobre regime jurídico?

De pronto, vamos definir a expressão “regime” isoladamente.

Regime quer dizer o conjunto de normas e de princípios

aplicáveis a uma determinada situação. Muitas vezes a expressão é

conjugada com um qualificativo, um termo, que lhe trará

adjetivação. Por exemplo:

- Regime de concurso público: para passar no concurso público,

devemos seguir um conjunto de normas e de princípios, caso

contrário, o resultado final (passar no concurso) não será

facilmente alcançável.

- Regime de peso: para emagrecer devemos seguir um conjunto de

regras (caminhar uma hora/dia) e de princípios (evitar a gula), sob

pena de não alcançarmos o objetivo desejado.

- Regime de escola militar: para cumprir o estágio militar,

devemos acordar cedo, malhar (natação, corridinha mixuruca que

não dá nem pra cansar), estudar, passar pela provação das refeições

(carne de monstro, jacuba das cores mais variadas), enfim, cumprir

uma série de princípios e de regras, sob pena de não alcançarmos a

excelência na formação militar.

Trazendo agora para a nossa realidade, há, igualmente, regime

jurídico. Há regime jurídico de servidores. Há regime jurídico

de licitações. Nesses casos, a expressão diz respeito às normas

principais aplicáveis aos servidores e às licitações,

respectivamente.

Vencida esta etapa, pergunto: será que o regime jurídico adotado

pela Administração é formado só por normas de Direito Público? Será

que a Administração acha-se sempre em posição de verticalidade

(unilateralidade, império) sobre os administrados? Se negativa a

resposta, qual o instrumento para a opção do regime jurídico: a

CF/1988 e a Lei?

Vamos ao velho estilo “Jack” (por partes).

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Quem já ouviu falar em Caixa Econômica Federal (CEF)?

Todos, obviamente. A CEF é empresa pública da União (é do Estado,

portanto).

E o Banco do Brasil (BB), alguém já ouviu falar?

Claro que sim! O BB é sociedade de economia mista da União (é do

Estado, em conclusão).

Será que tais entes são pessoas jurídicas de Direito Público ou de

Direito Privado? Será que o regime é de Direito Público ou de Direito

Privado? O direito público é marcado pela unilateralidade,

enquanto que o direito privado pela igualdade jurídica. Lembram?

Façamos, agora, a leitura do art. 173, §1º, da CF/1988:

A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública,

da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias

que explorem atividade econômica de produção ou

comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo

sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de

1998)

(...)

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,

comerciais, trabalhistas e tributários;

Em síntese: a CF/1988 definiu, a priori, o regime das empresas

governamentais como de Direito Privado (próprio das empresas

privadas), não deixando, portanto, qualquer espaço para a adoção

de regime jurídico distinto. Assim, temos que nem sempre o Estado

se submete integralmente às normas de Direito Público.

Façamos a leitura, nesse instante, do art. 175 da CF/1988:

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Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,

diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre

através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e

permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de

seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de

caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;

(...).

Distintamente das empresas do Estado (CEF e BB, por exemplo),

em que o regime é, primordialmente, de Direito Privado, nos

termos da CF/1988, percebemos que a Lei disporá sobre o regime

das empresas concessionárias, logo, podendo ser: Direito

Público ou Direito Privado ou Híbrido (público e privado).

Em suma: nem sempre a Administração Pública é regida só

por normas de Direito Privado, podendo o regime ser definido

como de Direito Público, além da própria CF/1988, pelo legislador

ordinário.

Essa submissão ora ao Direito Público, ora ao Direito Privado, ou a

ambos, levou parte dos doutrinadores à classificação de que existe

algo maior que regime jurídico administrativo, é o Regime

Jurídico DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ou regime jurídico

administrativo, em sentido amplo). Responsável, assim, por

englobar tanto as normas de Direito Público (regime jurídico-

administrativo), como as de Direito Privado (regime jurídico de

direito privado), aplicáveis à própria administração em situações

específicas.

Chegamos à conclusão de que o conceito de “DA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA” é MAIOR que “ADMINISTRATIVO”. Assim, regime

jurídico DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA não abrange tão-

somente o regime JURÍDICO-ADMINISTRATIVO, como também

o de DIREITO PRIVADO.

No entanto, é no regime jurídico-administrativo (de Direito

Público) que a Administração dispõe de prerrogativas (de força,

de supremacia sobre os particulares). Isso ocorre em razão do

significado que o Estado representa na sociedade: a de ser

responsável pelo cumprimento dos interesses coletivos

(públicos).

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Em consequência, a Administração Pública dispõe de “poderes

especiais” que não são colocados à disposição do particular.

Como exemplos de tais prerrogativas: o exercício do poder de

polícia, a desapropriação de bens, a possibilidade de aplicação

de sanções administrativas independentemente da

intervenção judicial.

Todavia, no regime jurídico-administrativo, não há só

prerrogativas (autonomia). Jamais! Existem também as

restrições (liberdade), contrapartida das prerrogativas. Vamos a

mais um exemplo.

Imagine que a Administração Pública tenha de adquirir veículos

e toma conhecimento que uma loja está com uma “promoção”, com

preços bastante inferiores aos correntes no mercado. Poderia o

Administrador livremente, ao seu arbítrio, adquirir os veículos?

Sonoramente, NÃO!

A razão disso que é Constituição Federal submete a Administração

ao dever de licitar suas aquisições (art. 37, inc. XXI), restringindo

o que se poderia nominar de “liberdade” da Administração em realizar

contratos.

Portanto, o regime jurídico-administrativo poderia ser resumido

em duas expressões: prerrogativas e sujeições do Estado no

desempenho de suas atividades Administrativas.

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Ainda quanto aos regimes jurídicos aplicáveis à Administração, como

já se disse, a Administração Pública pode estar submetida,

preponderantemente, a normas do Direito Privado. É o que

acontece, por exemplo, na exploração de atividades econômicas

por parte do Estado.

Com efeito, como sobredito, o inc. II do §1º do art. 173 da CF/1988

estabelece que as empresas públicas e sociedades de economia

mista que explorem atividades econômicas se submetem às

mesmas normas que valem para as empresas privadas quanto a

direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias.

Assim, o Banco do Brasil, sociedade de economia mista federal, ao

atuar no mercado, submete-se às mesmas “regras do jogo” que

valem para os bancos privados.

A doutrina clássica costuma firmar que, nestes casos, os órgãos ou

entidades da Administração Pública se encontram em posição

“horizontal” quando comparados ao particular.

Cuidado especial, no entanto, merece ser dado. Por mais que a

Administração Pública submeta-se predominantemente ao

Direito Privado, esta submissão não é integral. Isso se dá

porque, ao fim, o papel dos órgãos/entidades da Administração é o

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alcance do interesse público, independentemente de qual

regime jurídico é aplicável ao caso. Por exemplo: a CEF e o BB

devem licitar, devem realizar concursos públicos, ou seja, apesar de

não gozarem de prerrogativas, contam com restrições de

Direito Público.

Prontos? Vamos, agora, avançar pelas questões propostas.

1) (2010/FCC – ALESP – Procurador) NÃO se inclui, dentre as expressões da supremacia do interesse

público, como princípio constitucional do Direito Administrativo:

(A) A exigibilidade, significando a previsão legal de sanções ou providências indiretas que induzem o administrado a acatá-los.

(B) A constituição de terceiros em obrigações mediante atos unilaterais.

(C) Dentro de certos limites, a revogação dos atos inconvenientes e inoportunos.

(D) O dever de anular ou convalidar os atos inválidos que haja praticado.

(E) A ideia de que a Administração tem que tratar todos os

administrados sem distinção.

Comentários:

Revimos que o regime jurídico administrativo alicerça-se em dois

primados: o da indisponibilidade do interesse

público/legalidade e o da supremacia do público sobre o

privado.

O primeiro traduz as restrições/sujeições, enfim, os DEVERES

impostos aos administradores da coisa pública. O segundo é tradutor

das prerrogativas, enfim, dos PODERES garantidos aos

administradores para o manejo da coisa pública.

Partindo da premissa de que supremacia são PODERES, vamos

vasculhar os itens e marcar aquele que traduz DEVER (restrição ou

sujeição).

Na alternativa A, faz-se o registro da exigibilidade. Esta é atributo

do ato administrativo. Atributo é uma característica do ato

administrativo que o diferencia do ato de direito privado. Isso

mesmo. São notas peculiares que singularizam os atos do Estado,

dando-lhe PODER.

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Na alternativa B, temos a representação do atributo da

imperatividade, o tal PODER EXTROVERSO.

Na alternativa C, a banca alude à revogação. Esta é uma forma de

desfazimento que decorre do PODER DE AUTOTUTELA DA

ADMINISTRAÇÃO, nos termos da Súmula 473 do STF.

Assim, um bom candidato ficaria entre as alternativas “D” e “E”.

Perceba que, “maliciosamente”, a banca, no item “D”, inicia com o

substantivo “DEVER”, dirigindo o candidato a “cair de cabeça”.

Acontece que a anulação é aplicação do PODER DE AUTOTUTELA.

Ou seja, a Administração não precisa do Poder Judiciário para

fiscalizar seus próprios atos, tendo a PRERROGATIVA de revê-los

por vício de legalidade (anulando-os ou consertando-os) e por

conveniência e oportunidade (revogando-os). Excelente quesito!

Ficamos, assim, com a alternativa E. A ideia de que a Administração

tem que tratar todos os administrados sem distinção é, sem

dúvida, uma RESTRIÇÃO, SUJEIÇÃO, daí sua correção.

Gabarito: alternativa E.

2) (2006/FCC – Advogado/CEAL) Os princípios constitucionais que regem a Administração Pública

podem ser expressos ou implícitos, são multifuncionais,

sendo certo que, dentre outras características,

I. norteiam a elaboração legislativa e a aplicação das normas

jurídicas (função orientadora);

II. não permitem uma compreensão global e unitária do texto

constitucional, ou ainda, a harmonia na aplicação do direito

(função supletiva);

III. esclarecem o sentido, a dimensão e o conteúdo nas normas

jurídicas (função interpretativa);

IV. têm funções normogenética e discricionária, mas

desprovidas de funções sistêmica e vinculante.

É correto o que consta APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) I e IV.

d) II e IV.

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e) III e IV.

Comentários:

Oi lá! À semelhança do que fizemos na parte de Regime Jurídico, que

tal algumas considerações sobre os princípios da Administração antes

de adentrarmos, propriamente, nas questões de FCC?

A palavra princípio quer significar o que vem antes ou depois?

Claro que antes!

Os princípios são os vetores fundamentais que alicerçam o edifício

jurídico (das regras). Não são discricionários, ao contrário disso,

são “comandos” vinculantes e inspirados na atividade legislativa e,

também, na administrativa.

Há quem diga que a não observância aos princípios é mais grave que

ignorar o comando legal, afinal, os princípios têm função

normogenética, ou seja, na genética (DNA) das leis

encontramos os princípios.

Fácil perceber, portanto, que os princípios são dotados de carga

normativa mais perene do que as regras jurídicas,

principalmente porque não há hierarquia material entre

princípios (princípio da eficiência é o mais recente, porém, não

apaga a legalidade, convivem sim harmonicamente). Com um

exemplo bem pragmático, fica mais tranquilo entender o queremos

dizer com relação à ausência de hierarquização entre princípios.

Imaginem a construção de um prédio. Começamos por onde? Pela

sua base, claro, seus alicerces, que devem estar nivelados, para que

o prédio não corra risco de desmoronar. Se tivéssemos uma parte do

alicerce mais elevada que as demais, nosso prédio certamente

tombaria (exceção feita para a Torre inclinada de Pisa ).

Pois bem. Nosso “prédio”, daqui por diante, é a Administração

Pública. E seus pilares, seus princípios, dão suporte a TODA

atividade da Administração, e as janelas são as regras (leis). Ah!

Quebrar a janela é menos grave que derrubar um dos alicerces,

concordam?

Alguns desses “pilares” são explícitos na Constituição e constam

do caput do art. 37 da CF/1988, por exemplo. Outros são

encontrados implicitamente no texto constitucional, são

depreendidos do sistema jurídico-administrativo-constitucional.

Outros princípios vêm em textos legais, como os do art. 2º da Lei

9.784/1999 (Lei de Processo Federal), e, por fim, a doutrina

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pátria “constrói” inúmeros princípios, a partir da interpretação

da ordem jurídica.

Como dito, por serem orientativos, os princípios constitucionais não

possuem, entre si, hierarquização conceitual: não há princípio

mais ou menos importante, TODOS são de igual importância. Vem

a pergunta: se não há hierarquia, como resolver eventuais

conflitos?

Em síntese: o que acontece, em um caso concreto, é que um (ou

mais de um) princípio pode prevalecer quando comparado a

outro (princípio da preponderância de interesses).

Assim, devemos afastar a “velha” ideia de que o princípio da

legalidade está além, acima, dos demais, em razão do estrito

dever de a Administração obedecer à lei, por intermédio de seus

agentes. O entendimento é equivocado.

Com efeito, como dito, os princípios não possuem, entre si,

hierarquização material: não há princípio mais ou menos

importante, todos se equiparam. Explicando de uma forma mais

“construtiva”.

Foi realizada uma comunicação anônima no TCU ou no MPF a respeito

de fatos graves praticados no âmbito da Administração Pública. Ora,

o texto constitucional veda o anonimato (inc. IV do art. 5º), logo,

deve o TCU ou o MP determinar o arquivamento do processo?

Não é bem assim. Se, por um lado, a liberdade de expressão não é

absoluta, impedindo o abuso quanto à opinião, garantindo-se a

identificação do eventual denunciante; por outro, não há

impedimento para que o TCU e o MP adotem medidas de ofício (por

iniciativa sua) para averiguação de fatos informados mediante

documentos apócrifos.

A Administração Pública não pode se furtar de atender o interesse

público. Assim, imagine-se que os fatos comunicados ao Estado

sejam extremamente graves e que possuam claros indícios de serem

verdadeiros. Poderia o Estado simplesmente não apurar por

conta da sobredita vedação ao anonimato? Claro que não!

Deveria apurar, mas não em um processo autuado como denúncia,

mas noutro, como, por exemplo, numa representação da Unidade

Técnica.

Dessa forma, a denúncia não seria conhecida, mas a situação seria

apurada, se fundamentada estivesse. Pergunta-se: qual seria o

princípio a amparar essa apuração de ofício? Além da

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legalidade, impessoalidade e moralidade, o princípio da

verdade real (ou material) determinaria a apuração.

Abaixo, as análises dos quesitos.

Item I – CORRETO. Norteiam a elaboração legislativa e a

aplicação das normas jurídicas (função orientadora).

Item II - INCORRETO. Os princípios, além da função sistêmica,

permitem uma compreensão global do texto constitucional e a

harmonia na aplicação do direito.

Item III - CORRETO. Os princípios, de fato, servem para

esclarecer o sentido, a dimensão e o conteúdo nas normas

jurídicas (função interpretativa).

Item IV - INCORRETO. Os princípios têm funções

normogenética e vinculante, providos de função sistêmica.

Gabarito: alternativa B.

3) (2010/FCC – PMSPE – CIÊNCIAS CONTÁBEIS) A Administração Pública sujeita-se à observância de

determinados princípios, insculpidos na Constituição Federal.

Em relação a esses princípios, é correto afirmar que

(A) aplicam-se também às entidades integrantes da

Administração indireta, exceto àquelas submetidas ao regime

jurídico de direito privado.

(B) o princípio da eficiência passou a sobrepor-se aos demais

princípios gerais aplicáveis à Administração, com o advento da

Emenda Constitucional no 19, que consolidou o modelo de

Administração Gerencial.

(C) o princípio da moralidade é considerado um princípio

prevalente e a ele se subordinam o princípio da legalidade e

eficiência.

(D) o princípio da eficiência, ligado ao conceito de

Administração Gerencial, aplica-se apenas às empresas públicas

e sociedades de economia mista que atuam no domínio

econômico.

(E) todas as entidades integrantes da Administração Pública,

direta e indireta, independentemente de seu regime jurídico,

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estão obrigadas a observar o princípio da legalidade, da

moralidade, da impessoalidade e da eficiência.

Comentários:

Em termos de texto constitucional, o Capítulo VII, do Título III (Da

organização do Estado), da Constituição da República Federativa do

Brasil, consagra as normas básicas regentes da Administração

Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (alcance

amplo, não?); e proclama os princípios constitucionais essenciais

para a probidade e transparência na gestão da coisa pública. São

princípios constitucionais expressos da Administração Pública

(LIMPE):

Legalidade;

Impessoalidade;

Moralidade;

Publicidade e

Eficiência.

Isso mesmo. Tais princípios valem para TODOS os Poderes, de

TODOS os entes integrantes da Federação Brasileira (União;

Estados; Distrito Federal, e Municípios), e respectivas

Administração Direta e Indireta (se você não sabe o que é

significa direta e indireta, fica tranquilo(a)), isso será visto mais à

frente). É útil, nesse contexto, a transcrição do dispositivo

constitucional:

Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios obedecerá aos princípios de Legalidade, Impessoalidade,

Moralidade, Publicidade e Eficiência e, também, ao seguinte: (...).

Exatamente por isso a alternativa “E” está perfeita! Os princípios

aplicam-se a toda a Administração Direta e Indireta,

independentemente de seu regime jurídico.

A seguir, vejamos os erros nos demais quesitos.

(A) aplicam-se também às entidades integrantes da

Administração indireta, exceto INCLUSIVE àquelas submetidas ao

regime jurídico de direito privado.

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(B) o princípio da eficiência passou a sobrepor-se aos A

CONVIVER, DE FORMA EXPRESSA, COM OS demais princípios

gerais aplicáveis à Administração, com o advento da Emenda

Constitucional no 19, que consolidou o modelo de Administração

Gerencial.

(C) o princípio da moralidade é considerado um princípio

prevalente EXPRESSO e a ele se subordinam ALINHAM o princípio

da legalidade e eficiência.

(D) o princípio da eficiência, ligado ao conceito de Administração

Gerencial, aplica-se apenas às empresas públicas e sociedades de

economia mista que atuam no domínio econômico.

Gabarito: alternativa E.

4) (2002/Esaf – AFC/STN) A Lei nº 9.784, de

29/01/1999, que regula o processo administrativo no

âmbito da Administração Pública Federal, impôs a

observância de alguns princípios já previstos

expressamente na Constituição então vigente, tais como

os de

a) legalidade, moralidade, eficiência e ampla defesa.

b) legalidade, razoabilidade, publicidade e economicidade.

c) legitimidade, segurança jurídica, economicidade e publicidade.

d) eficiência, eficácia, impessoalidade e proporcionalidade.

e) impessoalidade, publicidade, motivação e eficácia.

Comentários:

A questão é de ESAF, mas nos serve para demonstrar que, além dos

princípios expressos na CF, a Lei 9.784/1999 introduziu outros

princípios de forma expressa.

Vamos aproveitar a questão para reproduzir o art. 2º da Lei

9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo Federal – Lei do

PAF):

A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos

princípios da legalidade, finalidade, motivação,

razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla

defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse

público e eficiência.

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Inúmeros princípios, além daqueles constantes da Constituição

Federal, foram positivados (reproduzidos, previstos) em nossa

ordem jurídica para a Administração Federal pela Lei n.

9.784/1999.

Chegamos, assim, à alternativa A, afinal Moralidade, Eficiência,

Legalidade (art. 37, caput) e ampla defesa (art. 5º) são princípios

expressos também na CF, de 1988.

Nas alternativas “B” e “D”, apenas a legalidade e eficiência são

reproduzidos nos dois diplomas.

Nas alternativas “C” e “E”, não há qualquer princípio comum aos dois

diplomas.

Gabarito: alternativa A.

5) (2010/FCC - MPA - Agente Administrativo) Dois estudantes debatiam quanto aos Princípios da

Administração Pública. Um deles afirmou que NÃO é um dos princípios da administração pública a:

A) legalidade.

B) moralidade.

C) pessoalidade.

D) publicidade.

E) eficiência.

Comentários:

Corre que é sua! “Mata no peito” e corre para o abraço! No LIMPE, o

“P” é de publicidade e não de PESSOALIDADE. O princípio

aplicável é o da impessoalidade, daí a incorreção da alternativa C.

Gabarito: alternativa C.

6) (2006/FCC – PMJAB/PROCURADOR) Principiologia no Direito Público.

I. Quanto aos seus efeitos, o princípio da legalidade apresenta

alcance e repercussões distintos em relação aos particulares e à

Administração Pública.

II. À luz do princípio da legalidade, o ordenamento

constitucional pátrio prevê, como regra geral, a expedição de

decretos ou regulamentos autônomos.

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III. Consoante o princípio da reserva legal, apenas lei em

sentido formal pode legitimar a atuação da Administração

Pública.

IV. Em consequência do princípio da legalidade, a

Administração sempre pode agir quando a lei não a proíba.

V. O poder regulamentar norteia, restringe e, portanto, delimita

o alcance do princípio da legalidade no Direito Público.

Estão corretas:

a) I e III b) I e V c) II e III d) II e IV e) todas.

Comentários:

Sabemos que os princípios da Administração possibilitam a

responsabilização dos agentes estatais, bem como visam garantir a

honestidade do emprego dos dinheiros públicos.

Para Maria Sylvia, sendo o Direito Administrativo de elaboração

pretoriana e não codificado, os princípios representam papel

relevante nesse ramo do direito, permitindo à Administração e ao

Judiciário estabelecer o necessário equilíbrio entre os direitos

dos administradores e as prerrogativas da Administração.

Para concluir que a partir dos princípios da legalidade e da

supremacia do interesse público sobre o particular se

constroem os demais, enfim, tais princípios precedem os

demais. Atenção: não confundir “preceder” com “prevalecer”.

Prevalecer remete-nos a ideia de hierarquia, e, como sabemos,

inexiste hierarquia material entre os princípios.

O princípio da legalidade é da essência do Estado de Direito e, por

isso, fundamental para o Direito Administrativo, já que este

nasce com aquele. É fruto da necessária submissão do Estado à

Lei. Consagra a ideia de que por meio da norma geral, abstrata e,

portanto, impessoal, editada pelo Poder Legislativo, a atuação da

Administração objetiva a concretização da vontade geral (art.

1º, parágrafo único, da CF/1988).

De acordo com a acepção doutrinária clássica do princípio da

legalidade, a Administração Pública só pode fazer aquilo que a

norma determina, permite, autoriza, de modo expresso ou

implícito.

Então, prontos? Vamos aos quesitos.

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Item I - CORRETO. O princípio da legalidade é um só, porém, o

alcance e repercussões são distintos em relação aos particulares

e à Administração Pública.

Item II - INCORRETO. Os decretos autônomos foram reinseridos

pela EC 32, de 2001. O art. 84, inciso VI, da CF, de 1988, permite ao

chefe do Executivo a expedição de tais instrumentos para a

organização e funcionamento da Administração Pública e para

a extinção de funções e cargos vagos. No entanto, essa

permissão é excepcional, daí o erro do quesito.

Item III - CORRETO. Excelente quesito! É muito comum acharmos

que o princípio da legalidade refere-se ao atendimento exclusivo da

lei expedida pelo Poder Legislativo. A história não é bem assim! O

princípio da legalidade não se confunde com o da reserva legal.

A reserva legal, como o próprio nome autodenuncia, exige que a

matéria seja veiculada por meio de lei formal.

Já a legalidade, em seu sentido amplo, abarca desde os

legislativos (os primários) até os mais comezinhos atos

administrativos normativos, como, por exemplo, regulamentos,

portarias e instruções.

Item IV - INCORRETO. A legalidade para os administradores quer

significar “deve fazer assim”, ou seja, só pode fazer ou deixar

de fazer o que a lei permitir ou autorizar.

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Item V - INCORRETO. O poder regulamentar norteia e delimita

o alcance do princípio da legalidade no Direito Público. No entanto,

os regulamentos não servem para restringir o alcance das leis,

afinal não compete aos administradores restringir onde o legislador

não restringiu!

Gabarito: alternativa A.

7) (2006/FCC – TCE/CE). A Assembleia Legislativa, no exercício de sua atípica função administrativa, ao aplicar,

de ofício, “resolução” por ela anteriormente editada, atua em conformidade com:

(A) o princípio da reserva legal.

(B) o princípio da legalidade.

(C) seu poder de revisão.

(D) seu poder regulamentar.

(E) o princípio da autotutela.

Comentários:

Questão de fixação e excelente! Imagino que bons candidatos

tenham marcado poder regulamentar, alternativa “D”, não é?

Acontece que o poder regulamentar é privativo do Chefe do

Executivo, daí a incorreção da alternativa D.

Resta-nos, portanto, as alternativas “A” e “B”. Opa! A reserva legal

refere-se à expedição de matérias por meio de lei formal. Ora,

resoluções dotadas de abstração e generalidade, mas não são

leis formais. Corre para o abraço e marca alternativa “B”. Isso

mesmo. A legalidade é mais ampla do que o princípio da

reserva legal.

Gabarito: alternativa B.

8) (2010/FCC – TRE/AL – TÉCNICO) Quando se afirma que o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe e que a Administração só pode fazer o que a lei determina

ou autoriza, estamos diante do princípio da:

(A) legalidade.

(B) obrigatoriedade.

(C) moralidade.

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(D) proporcionalidade.

(E) contradição.

Comentários:

O princípio da legalidade é um só. Seja o previsto no art. 5º, II, da

CF, de 1988, seja o estabelecido no art. 37, caput, da CF, de 1988.

Apesar de um só, o alcance e os nomes são diferentes.

A primeira previsão é dirigida aos particulares, os quais podem

fazer TUDO que a lei permite e TUDO que a lei não proíbe (a

legalidade constitucional).

A segunda diz respeito aos agentes públicos, os quais só podem

fazer o que a lei autoriza, quando e como autoriza, enfim, na

inexistência de amparo legal, não pode a Administração

operacionalizar os seus atos, tirante situações excepcionais, como,

por exemplo, agressão estrangeira (a legalidade administrativa).

Daí a correção da alternativa A.

Gabarito: alternativa A.

9) (2002/Esaf – Fiscal de Tributos Estaduais/PA) Assinale a situação que não se relaciona com o princípio

da impessoalidade, em alguma das suas acepções.

a) Vedação ao uso da imagem da autoridade para promoção

pessoal.

b) Provimento de cargo público efetivo mediante concurso

público.

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c) Anulação de ato cometido com desvio de finalidade.

d) Verificação da presença do interesse público em todo ato

cometido pela Administração Pública.

e) Obrigação da divulgação pública dos atos oficiais.

Comentários:

Vamos conversar um pouco sobre o princípio da impessoalidade. Esse

foi o objetivo de “copiar” esta questão de ESAF.

Pode-se dizer que o princípio da impessoalidade tem uma “tripla

formulação”, “três faces”.

Numa primeira visão, para parte da doutrina, a impessoalidade

como princípio significa que o administrador público só deve

praticar atos voltados à consecução do interesse público.

Por tal princípio, o tratamento conferido aos administrados em geral

deve levar em consideração não o “prestígio” social por estes

desfrutado, mas sim suas condições objetivas em face das normas

que cuidam da situação, tendo em conta o interesse público, que

deve prevalecer.

Para esses doutrinadores, a atuação impessoal determina uma

atuação finalística da Administração, ou seja, voltada ao melhor

atendimento dos interesses públicos. Desse modo, o princípio da

impessoalidade é sinônimo de finalidade.

Em outra interessante acepção do princípio da impessoalidade, os

atos e provimentos administrativos são imputáveis NÃO ao

funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade

administrativa em nome do qual age o funcionário.

Por essa linha, pelos atos dos agentes responde a Administração

Pública, em razão da impessoalidade de atuação daqueles. A tese

é consagrada em diversos momentos da nossa atual Constituição

Federal, como no art. 37, §6º do texto constitucional:

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado

prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que

seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado

o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou

culpa.

Vê-se que a pessoa jurídica à qual é vinculado o agente

responde pelo dano causado por este, nitidamente devido à

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impessoalidade da atuação funcional. Portanto, o agente tem sua

atuação imputada ao órgão/entidade a que se vincula (teoria

do órgão ou da imputação volitiva).

Uma terceira face da impessoalidade pode ser encontrada no art.

37, inc. II, por exemplo. Ao se exigir concurso público para o acesso

aos cargos públicos, o legislador prezou pelo mérito, sem criar

discriminações benéficas ou detrimentosas, em observância ao

princípio da isonomia ou igualdade.

Assim, a atividade administrativa deve dar-se segundo critérios de

bom andamento do serviço público, afastando-se favoritismo ou

mesmo desfavoritismos.

Lúcia Figueiredo explica que a impessoalidade pode levar à

igualdade, mas com ela não se confunde. É possível haver

tratamento igual a determinado grupo (que estaria satisfazendo

o princípio da igualdade), porém, se ditado por conveniências

pessoais do grupo e/ou do administrador, estará infringindo a

impessoalidade. É verdade que estão próximos os princípios, mas

certamente não se confundem.

Gabarito: alternativa E.

10) (2007/FCC – TJ/PE). Com relação aos princípios constitucionais da Administração Pública, considere:

I. A Constituição Federal proíbe expressamente que conste

nome, símbolo ou imagens que caracterizem promoção pessoal

de autoridade ou servidores públicos em publicidade de atos,

programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos.

II. Todo agente público deve realizar suas atribuições com

presteza, perfeição e rendimento funcional.

As afirmações citadas correspondem, respectivamente, aos

princípios da:

(A) impessoalidade e eficiência.

(B) publicidade e moralidade.

(C) legalidade e impessoalidade.

(D) moralidade e legalidade.

(E) eficiência e publicidade.

Comentários:

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A seguir, algumas aplicações práticas do princípio da

impessoalidade. Vejamos:

§1º do art. 37 da CF/1988:

A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos

órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de

orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou

imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades

ou servidores públicos.

Volta, agora, e releia o item I proposto pela organizadora!

Art. 18 da Lei 9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo

Federal): regras de impedimento e de suspeição. Responda

rápido: se você fosse o julgador de processo administrativo em que o

acusado é sua JARA ou SURU (nomes carinhosos para a sogra ), o

resultado seria favorável?

Bom, de uma forma ou de outra, haveria uma inclinação do agente, a

qual poderia comprometer o resultado do processo, manchando-o

com a parcialidade, daí o dever do agente decretar-se impedido

para o julgamento.

Atos praticados por agente de fato (putativo): é o particular

que ingressou na Administração Pública, no entanto, de forma

irregular. É o agente “denorex” (parece que é, mas não é), e, de

acordo com a teoria da aparência, seus atos praticados serão

considerados válidos perante terceiros de boa-fé.

Art. 100 da CF/1988: o regime célere e eficaz de pagamento de

dívidas do Estado – precatórios. A inscrição observa, de regra, uma

ordem cronológica de apresentação, proibida a designação de

casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias.

Assim, o candidato seria inclinado a marcar, de cara, alternativa “A”,

sem a análise do Item II. Não que esteja incorreta, mas é uma

atitude perigosa. Explico. Quando o gestor utiliza do dinheiro

público para autopromoção é óbvio que ofende o princípio da

impessoalidade. Porém, mancha também o princípio da

moralidade administrativa. Por isso, na boa, peço que façam a

análise sempre completa do quesito. Assim, pela análise do item I,

temos as alternativas “A” e “D” como possíveis respostas.

O item II é a “prova dos NOVE”. A realização das atribuições com

presteza, perfeição e rendimento funcional é, certamente,

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aplicação do princípio da eficiência. Corre para o abraço e marca

alternativa A.

Gabarito: alternativa A.

11) (2003/Esaf – Contador Prefeitura do Recife) A rejeição à figura do nepotismo no serviço público tem

seu amparo original no princípio constitucional da:

a) moralidade

b) legalidade

c) impessoalidade

d) razoabilidade

e) eficiência

Comentários:

As próximas quatro serve-nos para “trabalhar” o princípio da

moralidade. Vamos que vamos. Atrás vem gente! A fila anda!

Questão bem interessante! O ponto chave da questão é a leitura

atenta do enunciado. Perceba que a banca se refere a amparo

original.

Como sabemos, a Administração Pública Burocrática surge,

conceitualmente, na 2ª metade do séc. XIX, em conjunto com o

Estado Liberal. Constituiu, inicialmente, uma forma de combater

determinadas mazelas, como a corrupção e o nepotismo, próprios

da forma de Administração Pública até então predominante: o

patrimonialismo (a figura do soberano confundia-se com a do

próprio Estado). Houve uma tentativa de se atingir um sistema

racional-legal do estilo Weberiano, mais legal e moral.

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Enfim, o nepotismo, em sua origem, tem estreita ligação com o

princípio da moralidade. No entanto, é óbvio que se aplica,

igualmente, os princípios da impessoalidade e da eficiência. O

toque de mágica, portanto, foi o uso da expressão “amparo original”.

Vou aproveitar a questão para trabalhar as regras sobre o nepotismo,

tema de grande incidência nos últimos concursos.

Nepotismo funciona como uma espécie de favoritismo,

preferência, por alguns. No direito administrativo brasileiro, o

nepotismo tem sido identificado pela nomeação de parentes para

cargos de chefia.

Não há uma LEI que vede, expressamente, o nepotismo no

âmbito de todas as esferas federativas. Não obstante prática

indesejável, o nepotismo não seria, então, uma ilegalidade

explícita, por falta de lei que assim estabeleça.

Todavia, além do princípio da legalidade, cabe observar e aplicar

outros princípios constitucionais na produção de atos administrativos.

O nepotismo precisa ser combatido, integrando todos os

princípios constitucionais, o que, por sorte da moralidade e da

eficiência, já foi feito pelo Supremo Tribunal Federal - STF.

Ao apreciar a Ação Declaratória de Constitucionalidade 12/2006 –

ADC 12, em que se discutia Resolução do CNJ, a qual vedava a

nomeação de parentes dentro do Poder Judiciário, a Corte

Constitucional entendeu que o nepotismo é uma afronta a

princípios de Administração Pública constantes do art. 37 da

CF/1988, principalmente aos princípios da impessoalidade,

moralidade, eficiência e igualdade.

Os amigos concursandos mais atualizados se questionam: é verdade

que só o Poder Judiciário está sujeito à vedação do

nepotismo? Não é verdade! Vejamos.

Com base no princípio da eficiência, da moralidade, e em outros

fundamentos constitucionais, o STF, por meio da Súmula

Vinculante 13, entendeu que viola a Constituição a nomeação de

cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por

afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante

ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de

direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em

comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na

administração pública direta e indireta.

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A presente Súmula só faz reafirmar o entendimento do STF: a

vedação ao nepotismo não exige edição de lei formal, visto que

a proibição é extraída diretamente dos princípios

constitucionais que norteiam a atuação administrativa.

Com a edição dessa Súmula, a regra do nepotismo, antes só

existente no Poder Judiciário (Resolução do CNJ), foi estendida

para qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante

designações recíprocas (o que a doutrina chama de nepotismo

cruzado).

No entanto, duas exceções à Súmula merecem destaques.

A primeira diz respeito aos servidores já admitidos via concurso

público, os quais, na visão do STF, não podem ser prejudicados em

razão do grau de parentesco, inclusive porque tais servidores

passaram por rigorosos concursos públicos, tendo, portanto, o mérito

de assumir um cargo de chefia, de direção. Se entendêssemos

diferente disso, alguns servidores seriam punidos eternamente,

apesar de competentes para galgarem postos mais elevados.

A segunda está na Reclamação 6650 – PR. Nesta oportunidade, o STF

reafirmou seu posicionamento no sentido de que a Súmula 13 não

se aplica às nomeações para cargos de natureza política

(Secretário Estadual de Transporte, no caso da decisão).

Relativamente aos membros dos Tribunais de Contas, o STF

recentemente afirmou, categoricamente, que os tais agentes são

simples auxiliares do Legislativo, estes os legítimos políticos, não

podendo, portanto, serem enquadrados como políticos, e, assim,

detentores de cargos administrativos, de natureza técnica. Logo,

a nomeação de parentes não constituirá exceção à vedação do

nepotismo (fiquem de olho!).

Por todo o exposto, fácil observar que não faltam instrumentos de

combate a condutas e atos ofensivos ao princípio da moralidade

administrativa. Cabe aos órgãos competentes e aos cidadãos em

geral diligenciar para que todos estejam realmente mais envolvidos

com os valores morais que devem inspirar uma sociedade justa e

igualitária.

Gabarito: alternativa A.

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12) (2003/Esaf – Auditor-Fiscal do Trabalho – MTE) Entre os seguintes princípios constitucionais da

Administração Pública, assinale aquele que é mais

diretamente vinculado aos costumes, reconhecidos também como fonte de Direito:

a) moralidade

b) eficiência

c) publicidade

d) legalidade

e) impessoalidade

Comentários:

O princípio da moralidade é “velho” conhecido, no entanto, explícito

no texto constitucional a partir de 1988. Distintamente das normas

legais, as diretrizes da moralidade não tem forma concreta e

determinada. As regras morais estão na consciência dos

indivíduos, fruto dos padrões culturais. Isso mesmo. Vinculação

direta aos costumes. Daí a correção da alternativa A.

Na doutrina francesa, Maurice Hauriou, depois de diferenciar a moral

comum da moral jurídica, define a moralidade jurídica como o

conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da

Administração.

Portanto, a conduta da Administração deve ser mais exigente do

que simples cumprimento da frieza das leis, deve-se divisar o

justo do injusto, o lícito do ilícito, o honorável do desonorável,

o conveniente do inconveniente. A moralidade passa a ser

pressuposto de validade dos atos do Estado, em toda nossa

atuação estão presentes princípios da lealdade, da boa-fé, da

fidelidade funcional.

Lúcia de Figueiredo esclarece que a anulação de atos provenientes do

excesso de poder é fundada tanto na noção de moralidade

administrativa quanto na legalidade, de tal sorte que a

Administração é ligada, em certa medida, pela moral jurídica,

particularmente no que concerne ao desvio de poder.

Lealdade, boa-fé, honestidade são preceitos éticos desejados pela

sociedade que nos remunera direta ou indiretamente. Por isso, o

princípio da moralidade pode ser considerado a um só tempo

dever do administrador e direito público subjetivo.

Gabarito: alternativa A.

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13) (2005/Esaf – AFRFB) Os princípios constitucionais da legalidade e da moralidade vinculam-se,

originalmente, à noção de administração:

a) patrimonialista.

b) descentralizada.

c) gerencial.

d) centralizada.

e) burocrática.

Comentários:

Questão de fixação. A Administração Pública passou (e passa) por

três gramáticas bem definidas: patrimonialismo (fase dos “ismos” –

nepotismo, corruptismo, enfim, todo tipo de favoritismos),

burocracia (construída com base nos ideais do sistema racional-

legal, preocupada com a moralidade e com a legalidade) e o

gerencialismo (foco nos resultados, no controle a posteriori).

Logo, foi com a Administração Burocrática que,

ORIGINALMENTE (palavra-chave), pensou-se no combate ao

nepotismo e à corrupção. É nesta gramática, portanto, que temos

os primeiros traços da legalidade e moralidade.

A seguir, algumas aplicações práticas do princípio da moralidade:

Art. 5º, LXXIII (ação popular);

Art. 37, § 4º, e 85, V, (atos de improbidade administrativa)

A probidade é um aspecto da moralidade. De acordo com o

Dicionário Aurélio (eletrônico), probidade diz respeito à integridade

de caráter, honradez, ou seja, conceito estreitamente

correlacionado com o de moralidade administrativa.

De fato, a Constituição Federal dispensou trato diferenciado à

probidade. Vejamos o que prevê o §4º do art. 37:

Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão

dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade

dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas

em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

O assunto improbidade é tão importante na ordem jurídica brasileira,

a ponto de contar com norma própria: a Lei de Improbidade

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Administrativa (Lei 8.429/1992), a ser tratada em tópico específico

do nosso curso.

À semelhança do LIMPE, o §4º do art. 37 da CF/1988, ao traduzir o

princípio da probidade administrativa, também deve ser observado

por toda a Administração Pública, construído pela seguinte ótica:

é dever do Administrador Público agir de forma proba,

honesta, leal, de boa-fé.

A violação de tais deveres importa em ato de improbidade,

punido na forma e gradação prevista na Constituição, e, de

modo mais específico, de acordo com Lei 8.429/1992.

Art. 70 (princípios da legitimidade e economicidade, das

quais irradia a moralidade).

Os amigos são sabedores que a Constituição Federal vigente

consagra os controles interno e externo, este a cargo do Congresso

Nacional com o auxílio dos Tribunais de Contas (controle

parlamentar).

O controle parlamentar está previsto, ainda, no art. 50 e seus

parágrafos, além do § 3º do art. 58, que dá poderes de investigação

próprios das autoridades judiciais às Comissões Parlamentares de

Inquérito – CPIs. A esses órgãos incumbe controlar os atos da

Administração, inclusive sob o aspecto da moralidade.

Art. 129, III (ação civil pública)

A CF/1988 indica ser uma das funções institucionais do Ministério

Público, estando regulamentada pela Lei 7.347/1985, como outro dos

instrumentos de proteção à moralidade administrativa.

Gabarito: alternativa E.

14) (2008/Esaf – APO) O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.

Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o

ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas

principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4º, da

Constituição Federal.

De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor

Público Civil do Poder Executivo Federal, estão corretos todos

os enunciados abaixo, exceto:

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a) a função pública deve ser tida como exercício profissional e,

portanto, não se confunde com a vida particular de cada

servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta

do dia a dia em sua vida privada em nada poderão acrescer ou

diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

b) é dever do servidor público resistir a todas as pressões de

superiores hierárquicos, de contratantes, de interessados e de

outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou

vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais

ou aéticas e denunciá-las.

c) toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode

omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da

própria pessoa interessada ou da Administração Pública.

d) é dever do servidor público cumprir, de acordo com as

normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu

cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança

e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.

e) a moralidade da Administração Pública não se limita à

distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia

de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a

legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que

poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

Comentários:

Questão de fixação, e última sobre moralidade de ESAF, viu!

Fatos e atos verificados na conduta do dia a dia (na vida privada do

servidor) podem sim acrescer ou diminuir o seu bom conceito na

vida funcional, como, por exemplo, a conduta escandalosa, daí a

incorreção do item “A”.

E, agora, prontos para separar a moralidade da legalidade? E a

moralidade comum da jurídica?

É de interesse a distinção entre a legalidade e moralidade,

enquanto princípios, os quais, por razões óbvias, não podem ser

entendidos como sinônimos perfeitos.

Pelo princípio da legalidade, a Administração Pública SÓ pode

atuar de acordo com o que a lei estabelece ou autoriza. Já a

moralidade é um dos conceitos que conta com um dos maiores

graus de abstração no mundo jurídico: o que seria a “moral”?

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Ainda que o conceito seja passível de inúmeras interpretações, é

claro que sua definição perpassa por uma noção muito subjetiva,

influenciada, ainda, pelo momento histórico vivido.

Há dez, vinte anos, seria impensável alguma autoridade judicial dizer

que a prática do nepotismo não se alinhava ao princípio da

moralidade. Hoje, felizmente, nosso direito evoluiu, e a nomeação de

parentes para cargos de chefia passou a ser refutada pela sociedade,

bem como por tribunais judiciais.

O princípio da moralidade tem profunda relação com o “padrão

de comportamento” desejável dos agentes públicos,

estreitando-se com o que poderia nominar, sinteticamente, por ética.

Por dizer respeito a “comportamento”, nota-se extrema dificuldade

em tentar se “isolar” uma moral essencialmente administrativa,

ou seja, do Estado. De fato, para se chegar ao conceito de padrão, o

intérprete da lei será certamente influenciado pela noção de

moral “comum”, que prevalece no seio da sociedade em

determinado momento histórico.

Em síntese: a “moralidade” administrativa e a comum são

indissociáveis, não havendo como se falar de uma sem se abordar a

outra.

É fácil observar a consagração do princípio da moralidade

administrativa, mesmo em âmbito constitucional. Dessa maneira,

cabe aos órgãos competentes e aos cidadãos em geral diligenciar aos

órgãos judiciais para que invalidem atos ofensivos à moral, com a

consequente aplicação das devidas punições aos responsáveis.

Nesse contexto, cabe ao Judiciário o controle do ato

administrativo, tanto sob o aspecto da legalidade quanto sob o

aspecto da moralidade. Exemplo disso é a prática do nepotismo,

a qual é vista como imoral por diversos tribunais judiciais, como o

próprio STF.

Por fim, ressalto que legal e moral são qualificativos próximos,

mas não idênticos. Ambos têm origem em um mesmo conceito: a

conduta, mas possuem círculos de abrangência diferenciados.

Vejamos um exemplo concreto.

Imagine-se que um servidor da Receita Federal passe a namorar a

filha do Ministro da Fazenda, que é muito ciumento. Tão logo

descobre o relacionamento, o Ministro remove o servidor,

transferindo-o para um distante rincão de nosso país, no intuito de

separar o casal.

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Pergunta-se: a conduta da autoridade seria legal? A princípio, sim.

Todavia, no aspecto do comportamento esperado da autoridade, o

ato não se alinharia à moral, daí porque deveria ser anulado, uma

vez que conteria um desvio de finalidade, ou seja, praticado

visando fins outros, que não o interesse público.

Ainda que se trate de conceitos concêntricos (origem no mesmo

conceito: a conduta), moralidade e legalidade distinguem-se:

cumprir aparentemente a lei não implica necessariamente a

observância da moral.

Então, prontos para definir moralidade administrativa?

O conceito talvez não, mas as aplicações vocês já estão treinados. O

conceito de moralidade é um conceito jurídico indeterminado,

tais como “bem comum” e “interesse público”.

De fato, o Direito contém um sem-número de conceitos

indeterminados, elásticos, plurissignificativos, os quais levam à

loucura alguns, sobretudo aqueles da área das ciências mais precisas

(as ditas “exatas”).

Nós temos amigos de engenharia, matemática e outras, que sempre

dizem assim: mas que ciência ‘doida’ esse tal de direito, hein?

Como é que pode uma situação concreta ter um monte de

interpretação? Nossa resposta: o Direito é uma ciência do social, e

suas interpretações irão mudar junto com a sociedade, resultando

essa “multiplicidade” de interpretações. Com a mudança social,

muda-se a interpretação...

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Realmente, a moralidade é um conceito indeterminado, como

muitos outros. Mas qual seria a razão de o legislador utilizar essa

“técnica” de conceitos indeterminados?

Quando o legislador lança mão de conceitos vagos,

indeterminados, faz com que uma norma tenha maior

“longevidade”, ou seja, viva por mais tempo. Um exemplo torna

mais claro.

O art. 1º da Lei 10.520/2002 diz que o pregão, uma das modalidades

de licitação, serve à aquisição de bens e serviços “comuns”. Vem a

indagação: mas o que são ‘bens e serviços comuns’? Esse

conceito é vago demais! De fato, o conceito é bastante “aberto”,

ou, abstrato. Porém, isso é positivo, faz com que a norma “viva”

mais tempo.

Por exemplo, o pregão, há trinta anos, não serviria à aquisição de

bens e serviços de informática, pois não eram comuns (no sentido de

padronizados). Hoje, no entanto, o pregão servirá, sim, para boa

parte destas aquisições, uma vez que muitos bens e serviços de

informática são padronizados no mercado. É isso que queremos dizer

com “a norma vive mais tempo”, ao se utilizar conceitos

indeterminados.

Apesar de tratar-se de um conceito vago, não está imune ao

controle judicial. Basta ver o que diz o inc. XXXV do art. 5º da

CF/1988 para chegar a essa conclusão. Relembremos o dispositivo: a

lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou

ameaça a direito.

Notem, nem mesmo a lei excluirá da apreciação judicial um ato que,

ao menos potencialmente, possa causar prejuízos. A simples

utilização de um conceito indeterminado, como a moralidade,

não impede a atuação do Poder Judiciário de exercer o

legítimo controle do ato.

Mesmo que tal conceito seja empregado em sua “acepção pura”, ou

seja, em seu sentido filosófico, entendida, portanto, como um

conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer

de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou

pessoa determinada (conceito extraído do Dicionário Aurélio

Eletrônico), estará a salvo do controle judicial.

Gabarito: alternativa A.

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15) (2010/FCC – PGE/AM – Procurador) NÃO é situação que configura nepotismo, a sofrer a incidência da Súmula

Vinculante no 13, editada pelo Supremo Tribunal Federal,

a nomeação de

(A) cunhado de Presidente da Assembleia Legislativa para cargo

de assessor da Presidência do Tribunal de Justiça.

(B) irmão adotivo de Secretário de Estado para cargo de diretor

na respectiva Secretaria.

(C) cônjuge de Governador para cargo de Secretário de Estado.

(D) sogro de Deputado Estadual, para cargo de assessor em gabinete de outro Deputado Estadual.

(E) sobrinho de Secretário de Estado para cargo de dirigente de

autarquia estadual.

Comentários:

Como revimos há, por enquanto, duas exceções à Súmula 13 Vinculante do STF.

A primeira diz respeito aos servidores já admitidos via concurso

público, os quais, na visão do STF, não podem ser prejudicados em

razão do grau de parentesco, inclusive porque tais servidores

passaram por rigorosos concursos públicos, tendo, portanto, o mérito

de assumir um cargo de chefia, de direção. Se entendêssemos

diferente disso, alguns servidores seriam punidos eternamente,

apesar de competentes para galgarem postos mais elevados.

A segunda exceção está na Reclamação 6650 – PR. Na oportunidade,

o STF reafirmou seu posicionamento no sentido de que a Súmula 13

não se aplica às nomeações para cargos de natureza política

(Secretário Estadual de Transporte, no caso da decisão).

Vamos às análises.

A resposta é letra “C”. O cargo de Secretário de Estado é de

natureza política, não sendo, portanto, aplicável o nepotismo.

Nas demais alternativas, perceba que os cargos são

comissionados, porém não são agentes políticos.

Gabarito: alternativa C.

16) (2010/FCC – Casa Civil/SP - Executivo-Público) É

princípio ético da Administração Pública brasileira que:

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a) as pessoas jurídicas prestadoras de serviços públicos

responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,

causarem a terceiros.

b) a ação do administrador público deve ser limitada ao

razoável aproveitamento dos meios e recursos colocados à sua

disposição.

c) não bastará ao agente público cumprir os estritos termos da

lei, sendo necessário que os seus sejam adequados à

moralidade administrativa.

d) a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos

e entidades da administração direta e indireta poderá ser

ampliada mediante contrato.

e) as formas de participação do usuário na administração

pública direta e indireta regularão especialmente as

reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em

geral.

Comentários:

Opa! Princípio ético tem estreita ligação com o princípio da

moralidade. Assim, chegamos à alternativa C. Isso mesmo. Não é

suficiente ao agente público cumprir a lei “fria”, em sua literalidade,

é necessário que toda sua conduta esteja pautada na probidade, na

lealdade às instituições, na honestidade, enfim, no primado da

moralidade.

Vejamos, a seguir, os erros nos demais quesitos.

a) as pessoas jurídicas prestadoras de serviços públicos

responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,

causarem a terceiros. Essa alternativa trata do princípio da

responsabilidade civil do Estado, previsto no art. 37, §6º, da CF,

de 1988.

b) a ação do administrador público deve ser limitada ao

razoável aproveitamento dos meios e recursos colocados à sua

disposição. O princípio previsto, na alternativa, é o da

razoabilidade.

d) a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos

órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá

ser ampliada mediante contrato. O dispositivo faz alusão ao

contrato de gestão, conforme previsto no art. 37, §8º, da CF, de

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1988. O contrato de gestão é aplicação direta do princípio da

eficiência.

e) as formas de participação do usuário na administração

pública direta e indireta regularão especialmente as

reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em

geral. Temos aí a aplicação do princípio da participação popular,

segundo os termos do art. 37, §3º, da CF, de 1988. Este princípio é

também aplicação do princípio da eficiência, o qual, durante o

programa de Reforma do Aparelho do Estado, de natureza gerencial,

foi denominado de “princípio da qualidade dos serviços

públicos”.

Gabarito: alternativa C.

Girls and boys! That’s all!

Forte abraço a todos e bons estudos,

Cyonil Borges.

Observação: a aula teórica completa é a aula 01. Por isso, peço que,

acaso matriculado, aguarde para imprimir a aula 01.

Abaixo, mais uma bateria de exercícios. Uma lista com 21 questões

para o deleite da turma. Tais questões serão, igualmente,

comentadas (arquivo complementar, de acesso aos matriculados).

Fiquem, portanto, despreocupados (as). Os alunos regularmente

matriculados receberão o arquivo complementar e o gabarito, ok?

Arrepia! Gabarita aí o simulado!

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Princípios da Administração Pública – Questões FCC 2009 e

2011

1) (2009) Há dois princípios constitucionais fundamentais

para o Direito Administrativo. A partir deles constroem-se todos os demais. São eles:

a) prescrição de veracidade e publicidade.

b) impessoalidade e legalidade.

c) legalidade e supremacia do interesse público.

d) publicidade e moralidade.

e) especialidade e supremacia do interesse público.

2) (2009) São princípios da Administração Pública expressamente previstos na Constituição da República

Federativa do Brasil:

a) especialidade, moralidade e autotutela.

b) legalidade, razoabilidade e supremacia do interesse público.

c) publicidade, supremacia do interesse público e veracidade.

d) veracidade, eficiência e razoabilidade.

e) eficiência, legalidade e publicidade.

3) (2009) A Constituição determina expressamente que são princípios da Administração Pública:

a) publicidade, moralidade e eficiência.

b) impessoalidade, moralidade e imperatividade.

c) hierarquia, moralidade e legalidade.

d) legalidade, impessoalidade e autoexecutoriedade.

e) impessoalidade, presunção de legitimidade e hierarquia.

4) (2009) O saudoso HELY LOPES MEIRELLES (cf. "Direito

Administrativo Brasileiro", 34a. ed., Malheiros Editores, São Paulo, 02.2008, p. 89) ensina: "Na Administração Pública

não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer o que a lei não proíbe,

na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa 'pode fazer assim':

para o administrador público significa 'deve fazer assim'".

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No trecho, o autor se refere ao princípio constitucional do Direito

Administrativo Brasileiro da:

a) legalidade.

b) publicidade.

c) eficiência.

d) impessoalidade.

e) moralidade.

5) (2009) De acordo com o princípio da legalidade, em matéria administrativa, a Administração apenas pode praticar os

atos que sejam expressamente permitidos pela lei. A partir deste enunciado, conclui-se que:

a) a observância de medidas provisórias, pela Administração, ofende

o princípio da legalidade porque elas não são consideradas lei formal.

b) a Administração poderá praticar os atos permitidos pela lei e, em

caso de omissão, estará legitimada a atuar se for habilitada a tanto

por decreto do Chefe do Poder Executivo.

c) a prática de atos por razões de conveniência e oportunidade é

violadora do princípio da legalidade, uma vez que o mérito do ato

administrativo nestes casos não é definido em lei.

d) o controle de legalidade interno dos atos administrativos deve ser

preocupação constante da Administração, como forma de

atendimento do interesse público na preservação desta legalidade.

e) o reconhecimento de circunstâncias excepcionais, como estado de

sítio e estado de defesa, autoriza a Administração a praticar atos

discricionários e arbitrários, isentos de controle jurisdicional.

6) (2009) A regra geral de proibição de greve nos serviços

públicos, a faculdade de a Administração utilizar equipamentos e instalações de empresa que com ela

contrata, e a necessidade de institutos com a suplência, a delegação e a substituição, são consequências do princípio

da:

a) continuidade do serviço público.

b) autotutela.

c) legalidade.

d) supremacia do interesse público.

e) moralidade administrativa.

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7) (2009) Sobre os princípios básicos da Administração Pública, é correto afirmar que:

a) a aplicação retroativa de nova interpretação desfavorável aos

interesses do particular encontra respaldo no princípio da segurança jurídica.

b) o princípio da supremacia do interesse público não precisa estar presente no momento da elaboração da lei, mas apenas quando da

sua aplicação em concreto.

c) os princípios da ampla defesa e do contraditório devem ser

observados tanto nos processos administrativos punitivos como nos não punitivos.

d) o princípio da motivação é exigível apenas nos atos discricionários.

e) o princípio da eficiência sobrepõe-se a todos os demais princípios

da Administração.

8) (2009) Sobre os princípios básicos da Administração Pública, considere:

I. O princípio da publicidade é absoluto, no sentido de que todo ato

administrativo, sem exceção, deve ser publicado.

II. O princípio da impessoalidade tem dois sentidos: um relacionado à

finalidade, no sentido de que ao administrador se impõe que só

pratique o ato para o seu fim legal; outro, no sentido de excluir a

promoção pessoal das autoridades ou servidores públicos sobre suas

realizações administrativas.

III. Por força do princípio da segurança jurídica não é possível

retroagir interpretação de lei a casos já decididos com base em

entendimento anterior.

IV. A necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a

substituição para preencher as funções públicas temporariamente

vagas, é consequência do princípio da eficiência.

É correto o que se afirma APENAS em

a) I e IV.

b) I e III.

c) I e II.

d) II e III.

e) III e IV.

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9) (2009) Sobre os princípios da Administração Pública, é

correto afirmar:

a) O art. 37 da Constituição Federal não é taxativo, pois, outros

princípios existem, previstos em leis esparsas, ou, mesmo, não

expressamente contemplados no direito objetivo, aos quais se sujeita

a Administração Pública.

b) Segundo o princípio da legalidade, a Administração pode fazer

tudo o que a lei não proíbe.

c) O princípio da especialidade é concernente à ideia da centralização

administrativa.

d) O princípio da autotutela significa o controle que a Administração

exerce sobre outra pessoa jurídica por ela mesma instituída.

e) O princípio da continuidade do serviço público é a possibilidade de

reeleição dos chefes do poder executivo.

10) (2009) Sobre os princípios constitucionais da

Administração Pública NÃO é correto afirmar que o princípio:

a) da moralidade está ligado à ideia da probidade administrativa, do

decoro e da boa-fé.

b) da impessoalidade também é conhecido como princípio da

finalidade.

c) da publicidade apresenta dupla acepção: exigência de publicação

dos atos administrativos em órgão oficial como requisito de eficácia e

exigência de transparência da atuação administrativa.

d) da impessoalidade tem por objetivo assegurar que os serviços

públicos sejam prestados com adequação às necessidades da

sociedade.

e) da legalidade traduz a ideia de que a Administração Pública

somente tem possibilidade de atuar quando exista lei que a

determine ou que a autorize.

11) (2009) Sobre os princípios da Administração Pública,

considere:

I. O princípio da publicidade, previsto na Constituição Federal, exige a

ampla divulgação, sem exceção, de todos os atos praticados pela

Administração Pública.

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II. A regra estabelecida na Lei n o 9.784/99 de que o processo

administrativo deve observar, dentre outros critérios, o atendimento

a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de

poderes ou competências, salvo autorização em lei, traduz o princípio

da supremacia da prevalência do interesse público.

III. Os princípios da eficiência e da impessoalidade, de ampla

aplicação no Direito Administrativo, não estão expressamente

previstos na Constituição Federal.

IV. O princípio da fundamentação exige que a Administração Pública

indique os fundamentos de fato e de direito de seus atos e decisões.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

a) I, II e III.

b) II e IV.

c) II e III.

d) III.

e) IV.

12) (2011) No que concerne à Administração Pública, o princípio da especialidade tem por característica:

a) a descentralização administrativa através da criação de entidades

que integram a Administração Indireta.

b) a fiscalização das atividades dos entes da Administração Indireta.

c) o controle de seus próprios atos, com possibilidade de utilizar-se

dos institutos da anulação e revogação dos atos administrativos.

d) a relação de coordenação e subordinação entre uns órgãos da

Administração Pública e outros, cada qual com atribuições definidas

em lei.

e) a identificação com o princípio da supremacia do interesse privado,

inerente à atuação estatal.

13) (2011) O serviço público não é passível de interrupção

ou suspensão afetando o direito de seus usuários, pela própria importância que ele se apresenta, devendo ser

colocado à disposição do usuário com qualidade e regularidade, assim como com eficiência e oportunidade.

Trata-se do princípio fundamental dos serviços públicos denominado

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a) impessoalidade.

b) mutabilidade.

c) continuidade.

d) igualdade.

e) universalidade.

14) (2011) A conduta do agente público que se vale da publicidade oficial para realizar promoção pessoal atenta

contra os seguintes princípios da Administração Pública:

a) razoabilidade e legalidade.

b) eficiência e publicidade.

c) publicidade e proporcionalidade.

d) motivação e eficiência.

e) impessoalidade e moralidade.

15) (2011)Analise as seguintes proposições, extraídas dos

ensinamentos dos respectivos Juristas José dos Santos Carvalho Filho e Celso Antônio Bandeira de Mello:

I. O núcleo desse princípio é a procura de produtividade e

economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os

desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos

serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional.

II. No texto constitucional há algumas referências a aplicações

concretas deste princípio, como por exemplo, no art. 37, II, ao exigir

que o ingresso no cargo, função ou emprego público depende de

concurso, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso

em plena igualdade.

As assertivas I e II tratam, respectivamente, dos seguintes princípios

da Administração Pública:

a) moralidade e legalidade.

b) eficiência e impessoalidade.

c) legalidade e publicidade.

d) eficiência e legalidade.

e) legalidade e moralidade.

16) (2011)O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello

apresenta o seguinte conceito para um dos princípios

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básicos da Administração Pública: De acordo com ele, a

Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. (...) Compreendem-se

em seu âmbito, como é evidente, os chamados princípios da

lealdade e boa-fé.

Trata-se do princípio da

a) motivação.

b) eficiência.

c) legalidade.

d) razoabilidade.

e) moralidade.

17) (2011) Constituem princípios do processo administrativo,

explícitos ou implícitos no Direito positivo:

a) oficialidade, publicidade e motivação.

b) sigilo, economia processual e unilateralidade.

c) onerosidade, publicidade e tipicidade.

d) formalismo, gratuidade e inércia dos órgãos administrativos

e) oficialidade, devido processo legal e inércia dos órgãos

administrativos.

18) (2011) O princípio segundo o qual a Administração Pública Direta fiscaliza as atividades dos entes da

Administração Indireta denomina-se

a) finalidade.

b) controle.

c) autotutela.

d) supremacia do interesse público.

e) legalidade.

19) (2011)Na relação dos princípios expressos no artigo 37,

caput, da Constituição da República Federativa do Brasil, NÃO consta o princípio da

a) moralidade.

b) eficiência.

c) probidade.

d) legalidade.

e) impessoalidade.

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20) (2011) São princípios da Administração Pública,

expressamente previstos no artigo 37, caput, da Constituição Federal, dentre outros,

a) eficiência, razoabilidade e legalidade.

b) motivação, moralidade e proporcionalidade.

c) legalidade, moralidade e impessoalidade.

d) publicidade, finalidade e legalidade.

e) eficiência, razoabilidade e moralidade.

21) (2011) O direcionamento da atividade e dos serviços

públicos à efetividade do bem-comum é característica básica do Princípio da

a) Eficiência

b) Legalidade

c) Impessoalidade

d) Moralidade

e) Proporcionalidade