CAE aprova indicação de Grossi para diretoria do Banco ...

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Ó RGˆO DE DIVULGA˙ˆO DAS ATIVIDADES DO S ENADO F EDERAL A NO VI N” 1.057 B RAS˝LIA, QUARTA- FEIRA, 22 DE MAR˙O DE 2000 JORNAL DO SENADO JORNAL DO SENADO CAS aprecia hoje projetos que tratam sobre os transgŒnicos Em reuniªo às 9h, a Comissªo de Assuntos Sociais vota trŒs propostas que visam disciplinar a presença de produtos transgŒnicos (geneticamente modificados) no país. Dois deles querem obrigar a incluir rótulos especiais nos produtos; o outro pretende proibir o plantio e a comercializaçªo por cinco anos. P`GINA 8 A exposiçªo O Tocantins e os 500 Anos de Descobri- mento do Brasil foi inaugurada ontem, na Sena- do Galeria, com a presença do governador do es- tado, Siqueira Campos, dos senadores Leomar Quinta- nilha, Carlos Patrocínio e Eduardo Siqueira Campos e do vice-presidente do Senado, Geraldo Melo. A mostra consiste de painØis fotogrÆficos e peças de artesanato indígena. P `GINA 3 Transmissªo da TV Senado poderÆ ser ampliada P `GINA 4 Mestrinho defende mudança no Orçamento ACM PROPÕE DI`LOGO PARA OBTER MAIOR M˝NIMO POSS˝VEL Senador Antonio Carlos Magalhªes acha que transigŒncia do governo e do Congresso pode ser receita para maior reajuste do salÆrio mínimo. P`GINA 3 O presidente da Comissªo Mista, senador Gilberto Mestrinho, saiu em defesa da proposta do relator de corrigir em 3,29% a previsªo de receitas da Uniªo. Para ele, isso permitirÆ maiores investimentos. P `GINA 5 CAE aprova indicaçªo de Grossi para diretoria do Banco Central A Comissªo de Assuntos Econômicos do Senado aprovou ontem a indicaçªo da eco- nomista Teresa Grossi para a Diretoria de Fiscalizaçªo do Banco Central. CaberÆ ago- ra à Mesa do Senado definir a data em que Nome da economista recebeu 22 votos favorÆveis, todos da base governista. Bloco Oposiçªo e dois senadores do PMDB retiraram-se antes da sabatina a escolha serÆ votada em PlenÆrio. Ao ser sabatinada, Teresa Grossi pediu colabora- çªo do Congresso na aprovaçªo das leis necessÆrias ao melhor desempenho da fis- calizaçªo do sistema financeiro. P`GINA 7 TAVARES DEBATE COM SENADORES PROJETO DE LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL P`GINA 6 COMISSˆO OUVE PITTA HOJE SOBRE REFINANCIAMENTO DA D˝VIDA DE SˆO PAULO Teresa Grossi fala na CAE, ao lado de Bornhausen, Suassuna e Bello Parga

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ÓR G Ã O D E D I V U L G A Ç Ã O D A S AT I V I D A D E S D O S E N A D O F E D E R A L A N O V I � Nº 1.057 � B R A S Í L I A, QUARTA- FEIRA, 22 D E MARÇO D E 2000

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

CAS aprecia hojeprojetos que tratam

sobre os transgênicosEm reunião às 9h, a Comissão de Assuntos Sociais vota três

propostas que visam disciplinar a presença de produtostransgênicos (geneticamente modificados) no país. Dois deles

querem obrigar a incluir rótulos especiais nos produtos; o outropretende proibir o plantio e a comercialização por cinco anos.

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Aexposição �O Tocantins e os 500 Anos de Descobri-mento do Brasil� foi inaugurada ontem, na Sena-do Galeria, com a presença do governador do es-

tado, Siqueira Campos, dos senadores Leomar Quinta-nilha, Carlos Patrocínio e Eduardo Siqueira Campos edo vice-presidente do Senado, Geraldo Melo. A mostraconsiste de painéis fotográficos e peças de artesanatoindígena.

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Transmissãoda TV Senado

poderá serampliada

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Mestrinhodefende

mudança noOrçamento

ACM PROPÕE

DIÁLOGO PARA

OBTER MAIOR

MÍNIMO POSSÍVEL

Senador Antonio CarlosMagalhães acha que

transigência do governo e do

Congresso pode ser receitapara maior reajuste do

salário mínimo.PÁGINA 3

O presidente da Comissão Mista, senadorGilberto Mestrinho, saiu em defesa da

proposta do relator de corrigir em 3,29% aprevisão de receitas da União. Para ele, isso

permitirá maiores investimentos.

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CAE aprova indicação de Grossipara diretoria do Banco Central

A Comissão de Assuntos Econômicos doSenado aprovou ontem a indicação da eco-nomista Teresa Grossi para a Diretoria deFiscalização do Banco Central. Caberá ago-ra à Mesa do Senado definir a data em que

Nome da economista recebeu 22 votos favoráveis, todos da base governista.Bloco Oposição e dois senadores do PMDB retiraram-se antes da sabatina

a escolha será votada em Plenário. Ao sersabatinada, Teresa Grossi pediu colabora-ção do Congresso na aprovação das leisnecessárias ao melhor desempenho da fis-calização do sistema financeiro.

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TAVARES DEBATE COMSENADORES PROJETO DE LEI

DE RESPONSABILIDADE FISCAL

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COMISSÃO OUVE PITTA HOJESOBRE REFINANCIAMENTO

DA DÍVIDA DE SÃO PAULOTeresa Grossi fala naCAE, ao lado de

Bornhausen, Suassuna eBello Parga

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 20002

A G E N D AA G E N D AQUARTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 2000

JORNAL DO SENADO MESA DO SENADO FEDERAL

Presidente: Antonio Carlos Magalhães 1º Vice-Presidente: Geraldo Melo2º Vice-Presidente: Ademir Andrade

1º Secretário: Ronaldo Cunha Lima2º Secretário: Carlos Patrocínio3º Secretário: Nabor Júnior4º Secretário: Casildo Maldaner

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Editor-Chefe: Edson de AlmeidaEditores: Djalba Lima, João Carlos Ferreira da Silva, Sylvio Costa e Sylvio Guedes

Diagramação: Sergio Luiz, Wesley Bezerra de Carvalho e Osmar MirandaRevisão: Lindolfo do Amaral Almeida, Maria das Graças Aureliano e Miquéas Dantas de Morais

Fotos: Célio Azevedo, Márcia Kalume, Adão Nascimento, Roosevelt Pinheiro, Waldemir Rodrigues, José Cruz e Jane AraújoArte: Cirilo Quartim

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O noticiário do Jornal do Senado éproduzido pela equipe de jornalistas

da Subsecretaria Agência Senado

O Plenário do Senado aprovou ontema renovação das concessões de três emis-soras para a exploração de serviço deradiodifusão. Tiveram suas concessõesrenovadas a Fundação MetropolitanaPaulista, de São Paulo (SP), a FundaçãoNorte-Riograndense de Pesquisa e Cul-tura, de Natal (RN), e a Fundação Edu-cacional de Ponta Grossa, situada emPonta Grossa (PR). Antes da decisão,que agora vai a promulgação, os sena-dores debateram o assunto, sobretudo aconcessão que beneficia Ponta Grossapara serviços de som e imagem.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) in-formou que essa emissora será geridapela prefeitura municipal e considerouda maior importância, para uma co-munidade que já tem uma grande uni-versidade pública, ter esse veículo de co-municação tão significativo na ativida-de educacional. �Acompanho há maisde dois anos os esforços para a consecu-ção desse objetivo, que será uma forçapara a educação regional�, disse ele.

Roberto Requião (PMDB-PR), por suavez, disse que essa concessão para Pon-ta Grossa é louvável apenas no médio eno longo prazo. Ele afirmou que, no cur-to prazo, a emissora ficará nas mãos deum prefeito contra quem foi aberto pro-cesso sob a acusação de estuprar suasecretária. �Pobre prefeitura, pobre po-pulação�, lamentou Requião.

O senador Osmar Dias (PSDB-PR)também considerou importante a con-cessão para Ponta Grossa, dizendo co-nhecer o efeito, na formação de umacomunidade, do trabalho realizado poressas emissoras em todo o país. Ele in-formou que o próprio prefeito de PontaGrossa já assumiu a responsabilidadeconcernente ao processo mencionadopor Roberto Requião.

No mesmo debate, o senador CasildoMaldaner (PMDB-SC) lastimou o fatode o Senado conceder tantas emissoras,quando inúmeras comunidades no paísdispõem apenas de rádios piratas. Elecontou ter visitado o município de AnitaGaribaldi, onde há uma emissora quefunciona clandestinamente. E pregou anecessidade de o país suprir comunida-des carentes com esse serviço.

Já Heloísa Helena (PT-AL) lastimouque o Congresso até hoje não tenha ins-tituído o Conselho de Comunicação So-cial, que impediria que os meios de co-municação se transformem em mono-pólios de entidades políticas.

O Senado decidiu ontem autorizara União a realizar operações financei-ras relativas ao Contrato de Reestru-turação de Débitos da República deCabo Verde para com o Brasil. O valordo débito é de US$ 7,2 milhões, oriun-dos de financiamentos do Fundo deFinanciamento à Exportação (Finex),cujos créditos passaram a integrar oPrograma de Financiamento às Expor-tações (Proex). O presidente do Sena-do anunciou que a decisão agora vaià promulgação.

Concessõesgeram debateem Plenário

Senado autorizareestruturação de

dívida de Cabo Verde

O Plenário aprovou ontem reque-rimento dos senadores José RobertoArruda (PSDB-DF) e Luiz Estevão(PMDB-DF) para a realização de ses-são especial do Senado em homena-gem aos 40 anos de Brasília. A cida-de foi fundada em 21 de abril de1960. O presidente do Senado, Anto-nio Carlos Magalhães, determinouque a sessão seja realizada no dia 26de abril.

Também foi aprovado requerimen-

Débito de US$ 7,2 milhões é oriundo doFundo de Financiamento à Exportação

Relator da matéria na Comissão deAssuntos Econômicos, o senador JoséEduardo Dutra (PT-SE) lembrou queCabo Verde é um pequeno país lusófonosituado na África pobre, com PIB de US$440 milhões e renda per capita de US$ 1mil, que depende de ajuda externa dealimentos para sobreviver, em razão daaridez do arquipélago em que se situa.Ele argumentou que esse contrato dereestruturação cria a possibilidade depôr termo a uma dívida que de outromodo dificilmente poderia ser quitada.

to para a realização de sessão especi-al pelo centenário de nascimento deAnísio Teixeira, ex-ministro da Edu-cação do governo João Goulart, apre-sentado pelos senadores Paulo Souto(PFL-BA) e Antonio Carlos Magalhães(PFL-BA). A homenagem foi marcadapara o dia 27 de junho. Segundo Pau-lo Souto, Anísio Teixeira tinha comometa dotar o país de centros de ensi-no integral e deixou nove livros publi-cados sobre educação.

Senadores homenagearãoBrasília e ex-ministro

Plenário votou ontem reestruturação da dívida de Cabo Verdee renovação de concessões de emissoras de rádio

Antonio Carlos MagalhãesPresidente

15h � Preside sessão deliberativa ordinária

PLENÁRIO

14h30 � Sessão deliberativa ordináriaPauta: PDL nº 228/99, que aprova permissãoà Univers idade de Taubaté para radiodifusãosonora na cidade de Taubaté (SP); PDL nº 230/99 , que aprova permissão à Rádio Capital doVale para rad iod i fusão sonora na c idade deCaçapava (SP ) ; PLS nº 464/99 , dá novaredação aos parágrafos 1º e 2º do art. 2º da LeiComplementar nº 91/97, que dispõe sobre os coeficientes de distribuição dos recursos do Fundo dePart ic ipação dos Municípios; Parecer nº 143/2000 sobre a Mensagem nº 73/2000, na qual opresidente da República submete o nome de Solange Beatriz Palheiro Mendes de Almeida paraexercer a função de diretora da Agência Nacional de Saúde Suplementar, com mandato de quatroanos; e Parecer nº 144/2000 sobre a Mensagem nº 74/2000, na qual o presidente da Repúblicasubmete a escolha de Luiz Arnaldo Pereira da Cunha Junior para exercer a função de diretor da AgênciaNacional de Saúde Suplementar, com mandato de três anos.

COMISSÕES

9h � Comissão de Assuntos SociaisPauta: PLS nº 92/99 (decisão terminativa), que altera a Lei nº 9.068/98, que dispõe sobre ot r aba lho vo lun tá r i o ; emenda o fe re c ida no tu rno sup lementa r ao subs t i t u t i vo do PLSnº 112/99, que altera a redação dos artigos 25, 26, 71 e 73 da Lei nº 8.213/91, que dispõe sobreos planos de benefícios da Previdência Social, estendendo o salário-maternidade à trabalhadoraau tônoma; emenda o fe re c ida no tu rno sup lementa r ao subs t i t u t i vo do PLS nº 31/99, que autoriza a criação dos conselhos federal e regionais de Leiloeiros Oficiais e dispõe sobre aregu lamentação da p ro f i s são de Le i loe i ro Púb l i co Of i c ia l ; t rami tação conjunta dos PLSs nº188, 216 e 422, de 1999 (decisão terminativa), que acrescenta dispositivos à Lei nº 8.974/95,estabelecendo a obrigatoriedade da rotulagem de produtos contendo organismo geneticamentemodificado (OGM) ou derivados; proíbe, por cinco anos, o plantio e a comercialização de alimentoscontendo OGM ou derivados; e determina a exibição da expressão que menciona nos produtostransgênicos; PLS nº 530/99 (decisão terminativa), que dispõe sobre a assistência pré-natal àsges tantes e a rea l i zação obr igató r ia de exames complementares ; *PLS nº 388/99 (dec i sãoterminativa), que altera artigo 57 da Lei nº 6.360/76, que dispõe sobre a vigilância sanitária demedicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos;PLS nº 474/99 (decisão terminativa), que institui o Dia Nacional de Vacinação contra a HepatiteB; PLS nº 660/99 (decisão terminativa), que torna obrigatória concessão de emprego a pessoasportadoras de deficiência física; e PLC nº 73/96, que revoga o art. 318 da Consolidação das Leisdo Trabalho (CLT). Ala Senador Alexandre Costa � Sala 9

10h � Comissão de Assuntos EconômicosPauta: Audiência pública com o prefeito Celso Pitta, destinada a instruir o contrato de refinanciamentoda dívida da prefeitura de São Paulo com a União. Ala Senador Alexandre Costa � Sala 19

10h � Comissão de Constituição, Justiça e CidadaniaPau ta : PLC n º 64/99 , que d i spõe sob re a p rodução de c l o ro ; emendas de n º 2 a 33 deP lená r i o ao PLC n º 43/99 , que d i s c i p l i na a pe rda de ca rgo púb l i c o po r i n su f i c i ên c i a dedesempenho do servidor estável; PLS nº 380/99 , que altera dispositivo da Lei nº 9.503/97, parapermitir dispensa de exame de saúde a categorias profissionais especificadas; PEC nº 61/99, quedá nova redação aos parágrafos 2º e 3º do artigo 14 da Constituição federal; PLS nº 205/99, queacrescenta o parágrafo 1º ao artigo 9º da Lei nº 4.591/64; e PLS nº 268/99, que dispõe sobre estruturaçãoe uso de bancos de dados sobre a pessoa e disciplina o rito processual do habeas data. Ala SenadorAlexandre Costa � Sala 3

10h � Comissão Mis ta des t inada a examinar a MP nº 1988-18 (Fundos Cons t i tuc iona i s ) .Pauta: Discussão para elaboração da Minuta. Ala Senador Nilo Coelho � Sala 2

10h � Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e FiscalizaçãoPauta: Apreciação do Relatório Final. Plenário nº 02 do Anexo Luís Eduardo Magalhães (Anexo II)

Após a Ordem do Dia � Comissão de Assuntos SociaisPauta: Audiência pública com a presença dos ministros da Saúde, José Serra, ou seu representante,e da Educação, Paulo Renato Souza, ou seu representante; o ex-ministro da Saúde Adib Jatene e opresidente do Conselho Federal de Medicina, Edson de Oliveira, destinada a instruir o PLS nº 449/99, que altera o artigo 43 da Lei Orgânica da Saúde, possibilitando aos hospitais universitários captarrecursos provenientes de internações hospitalares. Ala Senador Alexandre Costa � Sala 9

ESPECIAL

12h � Cultura ao Meio-DiaFilme: Paixão Perdida, de Walter Hugo Khouri. Auditório Petrônio Portella

18h � Comissão de Relações Exteriores e Defesa NacionalEncontro com Pascal Lamy , comissário de comércio da União Européia. Salão Nobre do Senado

BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 2000 3JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

O governador do Tocantins e senadores participam da abertura daexposição �O Tocantins e os 500 anos de Descobrimento�

Diálogo e transigência entre ogoverno e o Congresso Nacionalpara que o povo brasileiro possareceber um salário mínimo me-lhor. Esta é a receita com a qual opresidente do Senado, AntonioCarlos Magalhães, espera chegara entendimento capaz de viabilizarum reajuste que eleve o salário mí-nimo a mais que os R$ 150 que,conforme notícias da imprensa,seria o limite do Executivo. �Estenão é para mim um bom núme-ro�, avaliou. Antonio Carlos disseque nem os compromissos com oFundo Monetário Internacional(FMI) podem bloquear o esforçopor um mínimo maior.

� O Brasil deve tentar cumprirseu compromisso com o FMI, masantes deve cumprir seu compro-misso com o povo brasileiro �afirmou.

A possibilidade de o governobaixar uma medida provisória, fi-xando o novo valor do mínimo emR$ 150, não encerraria a discus-são do tema, na avaliação do pre-sidente do Senado. Ele lembrounão ter informações sobre essa in-tenção do governo, mas salientouque, nesta hipótese, o Congresso

O governador do estado doTocantins, Siqueira Campos, foirecebido ontem à tarde pelo se-nador Antonio Carlos Maga-lhães, no gabinete da presidên-cia do Senado, para uma visitade cortesia.

Acompanharam o governadoros senadores do Tocantins �Eduardo Siqueira Campos (PFL),Carlos Patrocínio (PFL) e LeomarQuintanilha (PPB) �, outras lide-ranças do estado e o vice-presi-dente do Senado, Geraldo Melo(PSDB-RN).

EXPOSIÇÃOCom a presença do governa-

dor Siqueira Campos, dos sena-dores Carlos Patrocínio, Leo-mar Quintanilha e Eduardo Si-queira Campos, de deputadose autoridades tocantinenses,foi inaugurada ontem, na Sena-do Galeria, a exposição �O To-cantins e os 500 anos de Des-

ACM prega diálogo para melhorar mínimo

O novo presidente do Su-perior Tribunal de Justiça(STJ), ministro Paulo daCosta Leite, visitou ontemo presidente do Senado,Antonio Carlos Magalhães,para convidá-lo a compa-recer à solenidade de suaposse, marcada para o dia3 de abril.

Costa Leite elogiou a atu-ação de seu antecessor, mi-nistro Antonio de Pádua Ribeiro,disse que considera �muito bom�o relacionamento entre Judiciárioe Legislativo e prometeu empe-

Nacional teria condições de �ela-borar um projeto de conversãomudando seus termos�. Elegarantiu que até o dia 1º de maioo Congresso faria seu trabalho eapreciaria a medida provisóriasobre o salário míni-mo. O senador, noentanto, previu queaté a próxima sema-na a questão pode-rá estar definida.

Antonio Carlosconfessou não tersido convencido pe-los números apre-sentados pelo go-verno. Ele disse quenão é a primeira vezque o país assiste a este tipo dediscussão em torno do mínimo.�Em 1995, quando o ministro JoséSerra estava na Secretaria de Pla-nejamento da Presidência da Re-pública e também se manifestavacontrário a qualquer aumentoreal do salário mínimo de então,argumentando que seria inviável,lutei pelo aumento, como agora.O mínimo foi para US$ 112, à épo-ca R$ 100, e o país apenas melho-rou�, recordou.

REGIONALIZAÇÃOEm outra entrevista, o presiden-

te do Senado afirmou que o au-mento escalonado ou a regionali-zação poderão ser alternativaspara o fechamento de um acordo

em torno do novovalor do salário mí-nimo, desde que oaumento supere osR$ 150.

� Continuo defen-dendo os R$ 180,mas política é tran-sigência: se o gover-no apresentar umprojeto que possaser aprovado, com agarantia de valores

cada vez maiores para o saláriomínimo, nós poderemos estudaruma fórmula que não seja R$ 180,mas que seja muito pouco menos� observou.

O valor de R$ 150 foi caracteri-zado como �inaceitável� por An-tonio Carlos. Perguntado se a fór-mula que havia mencionado po-deria ser o escalonamento, o se-nador respondeu: �Pode ser o es-calonamento, pode ser tambémem matéria de regionalização�.

Presidente do Senado recebegovernador e bancada do Tocantins

Governador, senadores e lideranças do Tocantins, bem como o vice-presidente do Senado, Geraldo Melo, estiveram no gabinete de ACM

cobrimento do Brasil�.O governador e os parlamen-

tares foram recepcionados pelovice-presidente do Senado, Ge-raldo Melo. Após cortar a fitasimbólica de inauguração, a co-mitiva percorreu as dependên-cias da exposição, que é organi-zada pela secretarias estaduaisde Cultura, de Comunicação, dePlanejamento e de Governo doTocantins.

A mostra consiste em painéisfotográficos que retratam osbens culturais, turísticos e proje-tos de desenvolvimento do To-cantins, além de exibir artesana-to indígena confeccionado emcerâmica, madeira e bonecos,que exemplificam a cultura local.A Senado Galeria, localizada noAnexo I, fica aberta ao públicode segunda a sexta-feira, das 9 às18 horas, e aos sábados e domin-gos de 10 às 14 horas.

Costa Leite convida senador para posse

Costa Leite (D), com Antonio Carlos, considera�muito bom� o relacionamento com o Legislativo

nhar-se para �vê-lo intensificado�.O ministro acha que o teto do

funcionalismo deverá ser fixa-do �soberanamente� pelo Con-

gresso, e acredita que a discus-são do assunto ainda está seprocessando.

� A questão não está resolvida,será objeto de debate no Senadoe na Câmara. O Judiciário deverátrazer suas preocupações e tra-duzi-las aos parlamentares e ànação � afirmou.

Costa Leite reiterou opinião deque �o princípio constitucionalda maior remuneração deve cor-responder àquela percebida porministro do Supremo TribunalFederal a qualquer título, ou seja,R$ 12.720�.

O presidente do Senado, AntonioCarlos Magalhães, recebeu ontem osecretário Especial de Políticas Re-gionais, Ovídio de Angelis, comquem trocou idéias a respeito deprogramas e iniciativas que ampli-em o acesso da população carenteà casa própria. Segundo De Angelis,o fundo constitucional de combateà pobreza, criado por iniciativa dosenador, oferece espaço para a in-clusão da moradia popular entreseus objetivos.

Moradia popular é tema de audiência com OvídioD e p o i s

do secretá-rio de Polí-ticas Regio-nais, o pre-sidente doSenado re-cebeu onovo secre-tário-exe-cutivo da Câmara de Comércio Exte-rior (Camex), Roberto Giannetti daFonseca, para uma visita de cortesia.

Antonio Carlos e Giannetti conversa-ram sobre as perspectivas das expor-tações brasileiras.

Antonio Carlos recebeu em seu gabinete a visita de Ovídiode Angelis (E) e de Roberto Giannetti da Fonseca

Aumentoescalonado ouregionalizaçãopoderão ser

alternativas parao fechamento deum acordo sobre

o mínimo

�Este não é um bom número�, afirma o presidente do Senado ao comentar possível limite de R$ 150.Ele entende que compromisso com o povo brasileiro tem preferência sobre aquele assumido com o FMI

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 20004

Foi aprovado ontem, em caráterterminativo, pela Comissão de Edu-cação, projeto do senador RobertoRequião (PMDB-PR) assegurandoque todas as prestadoras de servi-ço de televisão por assinatura, qual-quer que seja a tecnologia utilizadapara a distribuição dos sinais, trans-mitam a programação da TV Sena-do e da TV Câmara. Atualmente, essaobrigatoriedade abrange as TVs porcabo. A matéria foi relatada favora-velmente pelo senador GersonCamata (PMDB-ES) e seguirá para aCâmara se não houver recurso paraapreciação em Plenário.

De acordo com a proposta, atransmissão deverá ser realizada de

Aprovada ampliação das transmissões da TV SenadoProjeto acolhido em caráter terminativo pela Comissão de Educação assegura que todas as prestadoras de serviço porassinatura, qualquer que seja a tecnologia de distribuição dos sinais, transmitam a programação das TVs do Legislativo

A Comissão de Educação con-cedeu vista, por uma semana, aprojeto do senador Ademir An-drade (PSB-PA) que estabelecenormas para o estágio de estudan-tes do ensino superior e do ensi-no profissionalizante do 2º grau esupletivo. A matéria tem parecerfavorável do senador Antero deBarros (PSDB-MT).

forma �gratuita, integral e simultâ-nea, sem inserções de qualquer na-tureza, estando as prestadoras isen-tas de responsabilidade sobre oconteúdo da programação�. O pro-jeto atribui às TVs Senado e Câmaraa responsabilidade pela entrega dossinais em nível técnico adequadopara a transmissão, cabendo a elasas despesas correspondentes.

Camata destaca, em seu pare-cer, que a televisão brasileira,após meio século dirigida quaseexclusivamente ao entretenimen-to do telespectador, passa porfase de profunda adequação auma nova ordem.

� O telespectador vem se trans-formando de agente passivo da co-municação em público qualificado,exigente e interativo. Ciente de suapossibilidade de escolha, ensejadapela diversificação das fontes deinformação, torna-se agora sujei-to e não mero objeto do processode comunicação. Supera, portan-to, a via de mão única que caracte-rizava suas relações com o modeloconvencional de televisão � avaliao relator.

Requião afirma que a transmis-são dos trabalhos das duas Casas,especialmente a transmissão ao vivodas sessões plenárias e das reuni-ões das comissões, vem proporcio-nando um contato diário e diretodos representantes eleitos com apopulação. Ele ressalta que �sem ainevitável edição imposta pelas gran-des redes de televisão comerciais, oLegislativo apresenta-se por inteiro,transparente, com seus defeitos evirtudes, ao povo brasileiro�.

Projeto sobre estágios receberá emendasCE votou

renovação de7 concessõesA Comissão de Educação

aprovou ontem sete projetos dedecreto legislativo renovandoa concessão para o funciona-mento de cinco rádios em SãoPaulo, uma em Minas Gerais eoutra no Rio de Janeiro. São asseguintes as rádios, cujas au-torizações, agora, serão apre-ciadas pelo Plenário:

n Rádio Cultura Araraquara (SP)n Rádio FM de Mogi-Guaçu (SP)n Rádio Difusora Taubaté (SP)n Rádio Jornal do Povo (SP)n Sistema Jornal de Rádio (SP)n Radio Difusora Porto Real (RJ)n Sistema de Radiodifusão Araxá (MG)

Requerimento do senador Agne-lo Alves (PMDB-RN) solicitando aformação de um grupo de traba-lho para estudar a possibilidade deas universidades públicas cobra-rem mensalidades dos alunos quetenham cursado o 1º e o 2º grausem escolas particulares foi apro-vado ontem pela Comissão de Edu-cação (CE). Para os que tiveremfeito as duas primeiras etapas dasua formação colegial na rede

O senador Artur da Távola (sempartido-RJ) lembrou que durantea Constituinte, em 1988, na condi-ção de relator setorial, pôde se de-dicar a estudar a questão do ensi-no superior pago. Ele observou queesta é �uma questão muito com-plexa, pois dentro dela estão vári-as outras�, ressaltando que a uni-versidade �é o espaço onde se exer-ce o ensino de excelência, mais atéque a justiça social�.

O senador José Jorge (PFL-PE),que apresentou o pedido de vis-ta, ponderou que, ao estabelecerque o estágio seja remunerado,pelo menos com o valor equiva-lente ao de um salário mínimo, amedida poderá restringir o mer-cado para os estagiários. O sena-dor comprometeu-se a apresen-tar emenda ao projeto na próxi-

ma reunião.A senadora Emilia Fernandes

(PDT-RS) sugeriu, e Ademir con-cordou, que o período de doisanos para a duração do estágiofosse reduzido para um ano. Se-gundo a senadora, o prazo de 24meses é excessivo e pode, inclusi-ve, prejudicar o ingresso do esta-giário no mercado de trabalho.

Grupo estudará cobrança em universidades públicasoficial, o ensino superior conti-nuaria sendo gratuito, confor-me a proposta.

Agnelo argumentou que cerca de80% dos alunos das universidadespúblicas estudaram em escolasparticulares. As conclusões dessegrupo, na sua avaliação, poderiamcontribuir para aumentar o núme-ro de estudantes pobres nas uni-versidades públicas, que hoje nãopassam de 20% do total de alunos.

Comissão deEducação

aprovou projetode Roberto

Requião relatadopor Gerson

Cama ta

Ao analisar as dificuldades en-frentadas pelo Mercosul para suaconsolidação, a senadora EmiliaFernandes (PDT-RS) afirmou on-tem que um dos canais para queo mercado se consolide passa poruma maior integração nos seto-res educacional e cultural. Paraela, é necessário que o Mercosulse aprimore nas áreas técnica ecientífica, como forma de cumprirplenamente as suas funções.

Emilia Fernandes fez essas con-siderações depois de a ComissãoParlamentar Conjunta do Merco-sul aprovar relatório, de sua au-toria, à mensagem do Executivosubmetendo à apreciação do Con-gresso Nacional acordo que trata

Emilia defende maior integraçãocultural e educacional no Mercosul

da admissão de títulos e graus uni-versitários nos países que fazemparte do bloco econômico. Enten-de Emilia Fernandes que a apro-vação do acordo vai beneficiar di-retamente os alunos que estejamconcluindo cursos de graduaçãoe pós-graduação. Esses alunospoderão se credenciar para fazerintercâmbio de docência e de pes-quisa nos países membros doMercosul. Para ela, esse intercâm-bio irá facilitar, aprimorar e aper-feiçoar a integração entre os paí-ses, fortalecendo o Mercosul.

Na mesma reunião, a ComissãoParlamentar Conjunta do Merco-sul aprovou o relatório do sena-dor Geraldo Althoff (PFL-SC) fa-

vorável ao projeto que aprova oacordo sobre transporte fluvialtransversal fronteiriço de passa-geiros, veículos e cargas no rioUruguai, celebrado entre o Brasile a Argentina. O acordo, segundoGeraldo Althoff, visa criar novasoportunidades de pontos de tra-vessia fluvial entre os dois paísesao longo do rio Uruguai, o que, aseu ver, contribuirá para o forta-lecimento da integração comer-cial e desenvolvimento econômi-co da região de fronteira.

A comissão também aprovou orelatório do deputado ConfúcioMoura ao projeto que estabelecea padronização da numeração dechassis de veículos fabricados e

montados no Brasil para comer-cialização no Mercosul. A padro-nização será composta de 19 dígi-tos alfanuméricos gravados emtodos os vidros e em pelo menosoito pontos do chassi e da carro-ceria. A iniciativa tem por finali-dade proporcionar maior segu-rança quanto à determinação deidentidade e da procedência dos

veículos.A Comissão Parlamentar Con-

junta do Mercosul, criada em1996, tem por finalidade principalapresentar relatórios sobre todasas matérias de interesse do mer-cado comum submetidas ao Con-gresso Nacional, que serão poste-riormente encaminhadas às co-missões técnicas das duas Casas.

Comissão do Mercosul aprovoumatérias que buscamreforçar a integração

BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 2000 5JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

O presidente da Comissão Mista dePlanos, Orçamentos Públicos e Fiscali-zação, senador Gilberto Mestrinho(PMDB-AM), defendeu ontem a corre-ção de 3,29% que o relator-geral fezna previsão de arrecadação federalpara este ano, o que permitirá ao Con-gresso aumentar em R$ 4,8 bilhões osgastos do Executivo com investimen-tos, dentro do projeto orçamentário.

As críticas feitas pela imprensa, naopinião de Mestrinho, foram injustas,pois a correção da previsão de recei-tas se baseou no aumento da inflaçãono segundo semestre do ano passado,�e não em expectativa de inflação,como saiu nos jornais�. O senadoracrescentou que a correção feita é to-talmente legal e a consultoria da Co-missão de Orçamento trabalhou comprojeções realistas.

� O Congresso não tem que aprovaro Orçamento como é enviado peloExecutivo. Nossa função é discutir,emendar e, se encontrarmos algumerro, devemos fazer a correção. O Exe-

Ao apresentar seu relatório geral àComissão Mista de Orçamento, on-tem, o deputado Carlos Melles (PFL-MG) sustentou que o governo estavatrabalhando com queda nos investi-mentos federais neste ano, �quandoa economia deverá crescer cerca de4%�. No ano passado, quando o au-mento do PIB ficou abaixo de 1%, osinvestimentos do governo federal che-garam a R$ 8 bilhões e, na propostaenviada ao Congresso, o Executivopretendia reduzir os investimentosdeste ano a R$ 6,8 bilhões.

Mestrinho afirma que mudançano Orçamento é legal e realista

Presidente da CO defende a correção de 3,29% queo relator-geral fez na previsão de arrecadação da União

cutivo faz um projeto orçamentário eo Congresso aprova o Orçamento �acrescentou.

Gilberto Mestrinho fez a declara-ção ao presidir reunião da Comis-são Mista de Orçamento em que foiiniciada a apreciação do substituti-vo ao projeto orçamentário de 2000

feito pelo relator-geral, deputadoCarlos Melles (PFL-MG). O docu-mento final será debatido hoje, apartir das 10 horas, e a votaçãofinal pela comissão deve ocorrer noinício da próxima semana, quandoa proposta será enviada à aprecia-ção do Congresso.

Comissão de Orçamento debate hoje o relatório sobre a propostaorçamentária, que deve ser votado no início da próxima semana

Relator justifica correção com critérios técnicos� Com a revisão das receitas para

este ano, totalmente factível, estamosaumentando os investimentos em R$4,8 bilhões, elevando o valor totalpara R$ 11,6 bilhões. Nada mais jus-to, pois investimento significa aumen-to de emprego � afirmou.

O relator-geral observou ainda queas emendas dos parlamentares nãomexeram nos gastos da Previdência,enquanto subiram os investimentoscom saúde (mais R$ 629 milhões),com educação (R$ 123 milhões), comagricultura (R$ 333 milhões), com

saneamento (R$ 189 milhões) e comgestão ambiental (683 milhões).

Carlos Melles assinalou que �não hou-ve invenção de receitas�, mas correçãocom base em critérios técnicos da con-sultoria do Congresso. O governo enviouao Legislativo a proposta orçamentá-ria de 2000 no dia 31 de agosto de 1999e, por isso, não pôde trabalhar com oaumento da inflação registrado no se-gundo semestre. Além disso, o relator-geral fez o ajuste para restabelecer ovalor original das receitas em relaçãoao Produto Interno Bruto (21% do PIB).

Taxa de juros do Fies provocadebate na comissão mista

O diretor do Fundo de Financiamentoao Estudante do Ensino Superior (Fies),Antônio Floriano Pereira Pesaro, e o re-lator da comissão mista que examina amedida provisória que instituiu o fundo,substituto do Programa de Crédito Edu-cativo, deputado federal Osvaldo Biolchi(PMDB-RS), não chegaram a um acor-do sobre a taxa de juros que deverá sercobrada dos estudantes quando forempagar o empréstimo. O debate foi trava-do ontem em audiência pública da qualtambém participaram o secretário-exe-cutivo do Ministério da Previdência, JoséSechin, e o superintendente nacional deDesenvolvimento Social da Caixa Eco-nômica Federal, André Marinho.

Enquanto Antônio Pesaro conside-ra o percentual de 9% ao ano comouma das vantagens do Fies sobre o pro-grama anterior, o relator externou suapreocupação de que a inadimplênciacontinue alta como nos tempos doCrédito Educativo, quando chegou aatingir 66%. Osvaldo Biolchi compa-

rou os 9% que o governo quer cobrardos estudantes com os 8,75% cobra-dos dos grandes produtores rurais, quejá são considerados altos. Também seposicionou contra a pretensão do Mi-nistério da Educação de financiar ape-nas 70% do total da mensalidade.

O secretário José Sechin informou que630 entidades já se cadastraram paraparticipar do esquema de financiamen-to do Fies, que permite às instituições deensino superior utilizarem os certifica-dos de emissão do Tesouro Nacional, querecebem como contrapartida aos servi-ços educacionais, para pagamento deobrigações previdenciárias junto ao INSS.Por sua vez, o superintendente da CEF,André Marinho, afirmou que o órgãoestá modernizando o sistema de admi-nistração que era utilizado no CréditoEducativo, para que o Fies possa ser exe-cutado com maior transparência. A co-missão mista, que é presidida pelo sena-dor Romeu Tuma (PFL-SP), volta a sereunir no dia 4 de abril, às 15 horas.

CCJ analisa acesso a informaçõespessoais em bancos de dados

A Comissão de Constitui-ção, Justiça e Cidadania (CCJ)examina hoje, às 10 horas,projeto do senador Lúcio Al-cântara (PSDB-CE) que defi-ne normas para proteção dasinformações pessoais contidasem bancos de dados de em-presas e órgãos públicos. Osenador lembra que 14 paíseseuropeus já aprovaram legis-lação sobre o assunto, tendoem vista a expansão de tais sistemas.

Alcântara teme que os bancos de da-dos coloquem em risco informações si-gilosas de pessoas e empresas, especial-mente �dados pessoais restritos, comoopiniões políticas e religiosas, crença eideologia, saúde física e mental, vida se-xual, registros policiais e outros�. O pro-jeto garante a uma pessoa acesso a to-dos os dados a seu respeito, além dodireito de completá-los ou corrigi-los.No caso da recusa da instituição de for-necer as informações ou corrigi-las, apessoa poderá utilizar o habeas data,garantia constitucional pela qual teráacesso às informações e à correção.

Também está na pauta da CCJ a apre-

ciação de parecer do senadorRomero Jucá (PSDB-RR) pelarejeição das 22 emendas dePlenário ao projeto do Execu-tivo que disciplina a perda decargo público por insuficiên-cia de desempenho.

O projeto estabelece que oservidor público estável pode-rá perder o cargo medianteprocedimento de avaliaçãoperiódica de desempenho, sen-

do-lhe assegurada ampla defesa. As nor-mas seriam aplicáveis aos funcionáriosestáveis da administração pública dire-ta, autárquica e fundacional da União,estados, Distrito Federal e municípios.

A CCJ, presidida pelo senador JoséAgripino (PFL-RN), deverá examinar ain-da projeto do deputado Jair Meneguelli(PT-SP) que regulamenta a produçãode cloro. O parecer do relator, senadorIris Rezende (PMDB-GO), é pela aprova-ção. Também está na pauta projeto dosenador Arlindo Porto (PTB-MG) quepermite dispensa de exame de saúdepara determinadas categorias profissio-nais. A relatora, senadora Luzia Toledo(PSDB-ES), opina pela aprovação.

Plenário vota proposta que altera prazopara redução de receita de municípios

Em turno único, o Senado vota hojeprojeto do senador Osmar Dias(PSDB-PR) que amplia de cinco paradez anos o prazo para a redução doscoeficientes do Fundo de Participa-ção dos Municípios (FPM) recebidospelas cidades que perderam popula-ção até 1997.

Em vez da aplicação escalonada doredutor financeiro entre 1999 e 2002,à taxa acumulada de 20% ao ano, con-forme a transição em vigor, o senadorquer que o ajuste seja feito à taxa anu-al acumulada de 10%. Seu projeto do-bra, portanto, o período de transição,para que as perdas de receitas dos mu-nicípios decorrentes da redução de suaspopulações até 1997 sejam amorteci-das ao longo do tempo.

O relator da matéria na Comissãode Assuntos Econômicos (CAE), sena-

As Mesas da Câmara dos Deputa-

dos e do Senado Federal promulga-

ram ontem, em sessão do Congresso

Nacional, a emenda constitucional

que institui a Desvinculação de Recei-

tas da União (DRU). Cinco exemplares

foram enviados à Câmara dos Depu-

tados, ao Senado, ao Supremo Tribu-

nal Federal, à Presidência da Repúbli-

ca e ao Arquivo Nacional.

A emenda prevê a desvinculação,

no período de 2000 a 2003, de 20%

da arrecadação de impostos e contri-

dor Luiz Otávio (sem partido-PA),lembra que foi a Lei Complementar91/97 que introduziu a revisão anualdas quotas-partes dos municípios noFPM, em função da atualização do nú-

mero de habitantes. A fim de reduzir oimpacto da medida na distribuição dasreceitas dos municípios, foi estabele-cida uma regra de transição para vi-gorar entre 1999 e 2002.

Promulgada emenda que cria DRUbuições sociais da União, já instituí-

dos ou que vierem a ser criados no

referido período, seus adicionais e res-

pectivos acréscimos legais. A DRU não

implica a redução das bases de cálcu-

lo das transferências a estados, Distri-

to Federal e municípios e das aplica-

ções em programas de financiamento

ao setor produtivo nas regiões Norte,

Nordeste e Centro-Oeste. A única ex-

ceção é a arrecadação da contribui-

ção social do salário-educação, que

não sofrerá a desvinculação.

Lúcio Alcântara

Comissão mistademonstra preocupação

com juros e limite def inanc iamento

do Fies

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 20006

O ministro doPlanejamento, Or-çamento e Gestão,Martus Tavares, de-fendeu ontem a in-trodução, noa r c a b o u ç olegislativo brasilei-ro, do conceito derestrição orçamen-tária � o que signi-fica não gastar maisdo que se arrecada.Na terceira audiên-cia na Comissão deAssuntos Econômi-cos (CAE) para de-bater a Lei de Res-ponsabilidade Fiscal, o ministro la-mentou a ausência desse conceito nacultura brasileira.

O projeto de lei complementar quetrata da responsabilidade fiscal, já apro-vado na Câmara dos Deputados, obte-ve parecer favorável na Comissão deConstituição, Justiça e Cidadania (CCJ)do Senado Federal. O texto será relata-do, na CAE, pelo senador Jefferson Pé-res (PDT-AM), que aguarda o fim dasaudiências públicas sobre o assuntopara apresentar seu parecer.

A proposta foi encaminhada pelogoverno federal, que a considera fun-damental para o efetivo ajuste das con-tas públicas. Ao defendê-la, Tavareslembrou que ela foi baseada nas legis-lações existentes na Nova Zelândia, nosEstados Unidos e na União Européia.No Brasil, antes dos sete meses de deba-te na Câmara dos Deputados, houve

No debate sobre a Lei de Respon-sabilidade Fiscal, na Comissão de As-suntos Econômicos, o senador Ro-berto Saturnino (PSB-RJ) lamentoua fixação, como na Lei Camata, deum percentual fixo (60%) para gas-tos com pessoal. Para ele, o gastocom pessoal é uma questão ideoló-gica: enquanto alguns governantesacham que o melhor é fazer obra,outros consideram que o melhor éprestar serviços de segurança, saúdee educação à população.

� São os serviços que mais gastamcom pessoal � afirmou o senador.

Outra questão formulada pelo se-nador aos palestrantes � o ministrodo Planejamento, Orçamento e Ges-tão, Martus Tavares, e o secretário-executivo do Ministério da Fazen-da, Amaury Bier � foi a respeito daresponsabilidade quanto ao orça-mento cambial. De acordo com Sa-turnino, a entrada de capitais nacompra de patrimônio brasileiroacarretará em um �endividamentogigantesco� no futuro, devido à re-

O substitutivo do senador Renan Ca-lheiros (PMDB-AL) sobre os três projetosem tramitação no Senado que regulama comercialização e o uso de armas defogo deve prever a proibição da venda,exceto às Forças Armadas, às políciasfederal e estadual, às guardas munici-pais, às empresas de segurança e aosclubes de caça e tiro legalmente estabe-lecidos. A informação foi dada pelo se-nador, adiantando que o relatório po-derá ser votado na reunião de hoje daComissão de Constituição, Justiça e Ci-dadania.

Renan Calheiros disse que, em seu subs-titutivo, sugerirá a indenização às pes-

O prefeito de São Paulo, Celso Pitta,participa de audiência pública que aComissão de Assuntos Econômicos re-aliza hoje, a partir das 10 horas. Pittavem prestar esclarecimentos aos se-nadores sobre o processo de refinanci-amento de dívidas da capital paulistajunto à União, que somam aproxima-damente R$ 10,5 bilhões.

A matéria está sendo relatada nacomissão pelo senador Romero Jucá(PSDB-RR), autor do requerimentoque resultou no convite a Pitta. Jucáquer discutir aspectos relacionadostambém à rolagem da dívida resul-tante de títulos públicos emitidos parao pagamento de precatórios.

O assunto foi tratado na última

Os parlamentares da comissão mistadestinada a examinar a medida provi-sória que altera a legislação sobre osfundos constitucionais do Norte, Nor-deste e Centro-Oeste reúnem-se hoje, às10h, para discutir a elaboração do rela-tório final sobre o assunto. A comissão épresidida pelo senador Ramez Tebet(PMDB-MS) e tem como vice-presidenteo senador Jonas Pinheiro (PFL-MT).

O relator da matéria é o deputadoFrancisco Garcia (PFL-AM), que destacacomo grande vantagem da MP a deter-minação de taxas de juros fixas para osempréstimos concedidos com recursosdos fundos, variando de 9% a 16%, deacordo com o tamanho da propriedaderural ou industrial tomadora.

A MP foi reeditada no último dia 13pelo Executivo, e a comissão, que já

Tavares propõe na CAE restrição orçamentáriaNão gastar mais do que se arrecada � este é o preceito que, na avaliação do ministro do Planejamento, deve prevalecer

na administração pública depois da aprovação do projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal, discutido na comissão

messa de lucros para o estrangeiro.Bier, no entanto, respondeu que estegasto será menor que o executadoatualmente com o pagamento dosjuros da dívida.

O senador Agnelo Alves (PMDB-RN)lamentou que as penalidades pelairresponsabilidade fiscal venham emlei separada. Francelino Pereira (PFL-MG) também estranhou o fato de oprojeto sobre a responsabilidade fis-cal não tramitar junto com a lei quedefine os crimes e as penalidades.Tavares explicou que isto aconteceporque a Lei de Responsabilidade Fis-cal é complementar, enquanto as pe-nalidades criminais, por tradição doDireito brasileiro, são tratadas em leisordinárias. O projeto que trata daspenalidades está na Comissão de Cons-tituição e Justiça da Câmara dos De-putados.

Já José Eduardo Dutra (PT-SE) pre-viu que os conselhos de Gestão Fiscal,previstos no projeto, não deverão serconstituídos, uma vez que as normasgerais, na ausência destes, serão dita-

um período de quatro meses em queforam feitas sugestões pela sociedadecivil, recordou o ministro.

A lei introduz outros três conceitos,segundo o ministro: o de prudência,segundo o qual o governante não de-verá assumir compromissos que nãopossam ser cumpridos; o de responsa-bilidade, ou seja, não gastar mais doque arrecada; e o de transparência,ao estabelecer mecanismos e condi-ções objetivas para o controle socialdas finanças públicas.

Tavares destacou que o texto doprojeto imprime normas restritivaspara endividamento a curto prazo,para gastos com pessoal e para utili-zação de restos a pagar. Os chefes dePoder Executivo também ficam obri-gados a assumir compromisso de de-sempenho fiscal perante o Poder Le-gislativo. Caso as metas não sejam

cumpridas, poderá haver corte auto-mático de despesas.

A nova norma também impede queentes da Federação � a própria União,os estados ou os municípios � assu-mam as dívidas de outros entes. Oacesso ao crédito fica, assim, limitadoao mercado.

� Após a lei, surgirão agências paraavaliar o risco do poder público brasi-leiro, para efeito de concessão de cré-dito � previu Tavares.

A audiência demorou cerca de qua-tro horas e contou também com o se-cretário-executivo do Ministério daFazenda, Amaury Bier. Como o projetode lei abrange as três esferas de poder �federal, estadual e municipal �, Bier des-tacou a crescente importância de esta-dos e municípios na receita tributáriabrasileira, passando de 37,7% do total,em 1988, para 43,6%, em 1997.

das pelo governo federal, conformedetermina o texto em discussão. Osenador Eduardo Suplicy (PT-SP),por sua vez, lamentou que a coorde-nação do governo para programassociais seja falha.

O senador José Fogaça (PMDB-RS)afirmou que, com a aprovação dalei, �será dobrada uma esquina nahistória do Brasil�. Já Romeu Tuma(PFL-SP) defendeu a criação de umadelegacia especializada em crimescontra a administração pública. Osenador Paulo Souto (PFL-BA) lem-brou que o projeto porá fim ao pro-blema dos servidores inativos nas trêsesferas de poder.

Os senadores Edison Lobão (PFL-MA)e Lúdio Coelho (PSDB-MS) elogiarama iniciativa do governo de enviar aoCongresso Nacional o projeto de leicomplementar, previsto desde a pro-mulgação da Constituição, em 1988.Ao final da reunião, o relator da maté-ria na CAE, senador Jefferson Péres(PDT-AM), disse que falará quandoentregar seu voto, na semana que vem.

sexta-feira também pelo senador JoséFogaça (PMDB-RS) que, em pronun-ciamento, defendeu que os resulta-dos da CPI dos Precatórios orientas-sem os senadores na decisão que de-verão tomar sobre reescalonamentodado à dívida pública da prefeiturade São Paulo.

Sem entrar no mérito das denún-cias feitas pela ex-esposa do prefei-to, Nicéa Camargo, o senador insis-tiu na necessidade de os senadoresterem critérios objetivos para dife-renciar, no volume de títulos públi-cos a serem refinanciados, aquelesque, emitidos para o pagamento deprecatórios judiciais, foram destina-dos a outros fins.

promoveu vários debates e audiênciaspúblicas com autoridades, deverá con-cluir o exame da matéria até o dia 27.

Os fundos constitucionais foram cri-ados pela Constituição de 1988 parafinanciar setores produtivos das regi-ões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. AUnião é obrigada a repassar 3% da ar-recadação do Imposto de Renda (IR) edo Imposto sobre Produtos Industriali-zados (IPI) para esses programas.

De acordo com dados do BNDES, fo-ram repassados, no ano passado, R$ 286milhões para o Fundo Constitucional deFinanciamento do Norte e o mesmo va-lor para o Fundo Constitucional de Fi-nanciamento do Centro-Oeste. O FundoConstitucional de Financiamento do Nor-deste (FNE) recebeu, no mesmo perío-do, R$ 853 milhões.

soas que possuam porte e que devolvamsuas armas num prazo de até 360 diasapós a promulgação da lei. Ele pretendetambém incluir, no seu substitutivo, aaprovação popular da proposta por meiode referendo, a ser realizado conjunta-mente com as eleições municipais de ou-tubro próximo.

� É hora de o Senado Federal votaresse assunto, que já foi fartamente discu-tido pelos senadores. Todos têm opiniãoformada e não podemos mais retardarsua votação � afirmou o senador, quedisse concordar com a tramitação ur-gente da matéria sugerida pelo senadorJosé Roberto Arruda (PSDB-DF).

Senadores fazem elogios e críticas

Pitta presta esclarecimentosobre dívida paulistana hoje

CCJ deve votar substitutivoque proíbe a venda de armas

Comissão discute a MPdos fundos constitucionais

Tavares fala na CAE e é observado pelos senadores Ney Suassuna, Bello Parga e Jefferson Péres

BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 2000 7JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

O nome de Teresa Cristina GrossiTogni, indicada pelo presidente daRepública para a Diretoria de Fiscali-zação do Banco Central, foi aprova-do ontem pela Comissão de AssuntosEconômicos (CAE) por 22 votos fa-voráveis, todos da base governista. OBloco Oposição retirou-se antes deiniciada a sabatina e não votou aindicação, assim como os senadorespeemedebistas Pedro Simon (RS) eRoberto Requião (PR). Caberá agoraà Mesa do Senado definir a data emque a indicação será submetida aoPlenário.

Os 22 senadores que aprovaram onome da funcionária de carreira doBanco Central acompanharam o pa-recer favorável apresentado por Jor-ge Bornhausen (PFL-SC), que se opôsao argumento oposicionista de queo nome de Teresa Grossi deveria serrejeitado por ela ter sido indiciadaem duas ações por improbidade ad-ministrativa movidas pelo Ministé-rio Público.

Para Bornhausen, as ações �estãoem primeira instância, em fase decomplementação de contestações,sem quaisquer decisões iniciais�.Além disso, duas cautelares de indis-ponibilidade de bens, de afastamen-to das funções públicas e de quebrado sigilo fiscal foram apenas parcial-

Em carta enviada ao Senado, lidaontem em Plenário, o presidente Fer-nando Henrique Cardoso eximiu a fun-cionária Teresa Cristina Grossi, indica-da para a Diretoria de Fiscalização doBanco Central, de responsabilidade noepisódio da venda de dólares a preçosfavorecidos aos bancos Marka e Fonte-Cindam, em janeiro de 1999. Conformeo presidente da República, a atuaçãodela no caso limitou-se �a cumprir àrisca seu dever funcional e não faltarcom o dever da franqueza e honestida-de quando de seu depoimento no Se-nado�. O presidente informa ainda que,sem abdicar de suas responsabilidadesconstitucionais, mantém a indicação.

CAE aprova nome de Grossi para diretoria do BC

Os senadores do Bloco Oposição e ossenadores Roberto Requião (PR) e Pe-dro Simon (RS), do PMDB, recusaram-se a participar da sabatina de TeresaGrossi, indicada pelo presidente da Re-pública para assumir a Diretoria de Fis-calização do Banco Central (BC). De-pois da rejeição de requerimento dosenador José Eduardo Dutra (PT-SE)pedindo o sobrestamento da votaçãodo parecer do senador Jorge Bornhau-sen (PFL-SC) sobre a indicação, os se-nadores retiraram-se sala da Comis-são de Assuntos Econômicos (CAE).

O requerimento pretendia que umadecisão do Senado sobre a indicaçãode Teresa Grossi fosse precedida pelaconclusão das ações judiciais movidaspelo Ministério Público contra ela porimprobidade administrativa. A indica-da participou, em janeiro de 1999, daoperação de socorro aos bancos Markae FonteCindam, que resultou em pre-juízo ao erário e foi citada no relatóriofinal da CPI dos Bancos.

Para Roberto Saturnino (PSB-RJ),com a indicação, o presidente Fernan-do Henrique desrespeitou o Senado ao�jogar no lixo� as conclusões da CPI. Jáo senador Eduardo Suplicy (PT-SP)acredita que a ex-chefe de Fiscalizaçãodo BC não foi uma �mera executora deordens� e não praticou devidamenteas funções de sua competência.

Nessa linha, Requião afirmou que aindicada foi responsável �objetiva e di-

Vinte e dois senadores votam a favor da indicada pelo presidente para chefiar a Fiscalização do banco. Oposição e doissenadores do PMDB retiraram-se da sessão antes da sabatina, depois que requerimento adiando decisão foi rejeitado

mente aceitas por juiz fe-deral: a indisponibilidadede bens atingiu os direto-res do Banco Central ci-tados nas ações e excluiuos funcionários, �nãoatingindo, portanto, a in-dicada�, como disse o re-lator. Finalmente, a pró-pria liminar já foi suspen-sa pelo Tribunal RegionalFederal (TRF).

Caso venha a assumiro cargo, Teresa Grossi dis-se que dará prioridade aoDepartamento de Comba-te a Ilícitos Cambiais e Fi-nanceiros e solicitou acolaboração do Congres-so no que diz respeito àaprovação das leis necessárias ao me-lhor desempenho da fiscalização dosistema financeiro.

O departamento fiscaliza 196 ban-cos comerciais e múltiplos, 513 ou-tras instituições bancárias, 2.500 fun-dos de investimentos, mais de 1.200cooperativas de crédito e em torno de400 administradoras de consórcios,distribuídos em 3.700 municípios e 25mil agências ou postos de atendimen-to. �Os números bastariam para de-monstrar as dificuldades da fiscaliza-ção�, afirmou a indicada.

Oposição recusa-se a sabatinarreta� pela operação, lembrando que foiela quem �encomendou� da Bolsa deMercadorias & Futuros documento afir-mando que havia risco de crise sistêmi-ca. Dutra e Simon declararam que aaprovação do nome de Teresa Grossipode desmoralizar o Senado, pois des-considera as conclusões de uma CPI,aprovadas por unanimidade.

Roberto Freire (PPS-PE) pretendeapresentar em Plenário requerimentopara que a Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania seja ouvida. Eleacredita que, de acordo com o RegimeJurídico Único dos servidores públicos,o funcionário sobre quem pesam acu-sações deve ser afastado do cargo até ofim das investigações.

O líder do governo, José Roberto Ar-ruda (PSDB-DF), recorreu ao Dicioná-rio Aurélio para interpretar o relatóriofinal da CPI dos Bancos, que, em trecholido por ele, afirma que irregularidadesforam apenas �vislumbradas�. Ou seja,para ele, a CPI conseguiu mostrar ape-nas �um fraco clarão de luz� ou �co-nhecer imperfeitamente� os fatos queenvolveram o socorro aos bancos.

Os senadores Jefferson Péres (PDT-AM), Heloísa Helena (PT-AL), LauroCampos (PT-DF) � que se retiraram dareunião �, Ernandes Amorim (PPB-RO),José Alencar (PMDB-MG) e Agnelo Al-ves (PMDB-RN) também participaramdas discussões até a votação do reque-rimento de Dutra.

A indicação de Teresa Grossi e car-ta do presidente da República defen-dendo-a levaram oito senadores amanifestarem-se contra e a favor dafuncionária. �Pensei que o sr. Fernan-do Henrique Cardoso ia pedir a reti-rada de sua mensagem�, disse Rober-to Freire (PPS-PE). Para Freire, se orelatório de uma CPI diz que TeresaGrossi participou de atos lesivos aosinteresses públicos, o governo deviater a sensibilidade de não indicá-lapara uma diretoria do BC.

José Roberto Arruda (PSDB-DF)afirmou que, funcionária concursada,Teresa Grossi tem uma folha de servi-ços prestados ao Banco Central, nãopodendo ser penalizada por ter cum-prido ordens superiores. Ele tambémafirmou que o relatório da CPI nãoindiciou ninguém, até porque CPI nãotem esse poder. Da mesma forma, osenador Edison Lobão (PFL-MA) sedisse convencido de que a funcioná-ria não teve nenhuma participaçãono processo que resultou na ajuda adois bancos privados.

Roberto Saturnino (PSB-RJ) afirmouque, como Arruda, o presidente prova-velmente foi mal informado a respeitodo que foi dito no depoimento que Te-resa Grossi prestou à CPI do SistemaFinanceiro. Para o senador, o ofício dopresidente ao Senado se origina dessadesinformação.

José Eduardo Dutra (PT-SE) decla-rou que ninguém no Senado estavaquestionando se Teresa Grossi é ou nãofuncionária concursada. Também ob-servou que o relatório da CPI não res-ponsabiliza apenas os diretores, mastambém os funcionários da área de fis-calização, onde Teresa Grossi atuava.

Heloísa Helena (PT-AL) se disse en-vergonhada com a postura do governofederal e com os argumentos apresen-tados para que o Senado aprovasse onome de Teresa Grossi. Anunciando seuvoto contrário à indicação da funcio-nária, Ernandes Amorim (PPB-RO) lem-brou que o Banco do Estado deRondônia (Beron) promoveu uma �la-vagem de dinheiro� no montante deR$ 2 bilhões e foi levado à falência naépoca em que Teresa Grossi trabalhavana fiscalização do BC e poderia ter de-nunciado o que estava acontecendo.

Roberto Requião (PMDB-PR) con-fessou sua perplexidade com a cartado presidente, lembrando que esse é omesmo governante que concedeu an-tecipação de receita orçamentária(ARO) a São Paulo depois de conheci-dos os resultados da CPI dos Preca-tórios. �O presidente em nada mais mesurpreende. Minha surpresa se dá emrelação ao Senado�, disse ele.

FHC exime indicada de culpana venda de dólares pelo BC

A leitura da carta foi feita pelo se-gundo-secretário do Senado, CarlosPatrocínio (PFL-TO), conforme deter-minação do presidente da Casa, Anto-nio Carlos Magalhães. Nela, FernandoHenrique refere-se a ofício em que osenador Eduardo Suplicy (PT-SP) fazconsiderações a respeito da indicaçãoe diz que o parlamentar paulista devesaber o quanto �injusto e indevido éemitir julgamentos sobre fatos e pesso-as com a desconsideração das circuns-tâncias históricas de maior peso noprocesso de tomada de decisões e, oque é mais grave, com a desconsidera-ção do sagrado direito de defesa, asse-gurado constitucionalmente�.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que a carta do presidente

Fernando Henrique contradiz as conclusões da CPI dos Bancos e dos pro-

curadores da República que encaminharam ofício apontando atos de

improbidade administrativa por ela cometidos. Conforme Suplicy, os dois

procuradores concluíram pela necessidade de encaminhar à Justiça ação

para julgamento do procedimento de Teresa Grossi como chefe interina do

Departamento de Fiscalização do Banco Central. O senador lembrou ter

sido ela quem solicitou à BM&F a carta com a suposta alegação de risco

sistêmico para justificar posteriormente a �anterior e ilícita operação�

daquela instituição financeira em auxílio ao patrimônio privado dos ban-

cos Marka e FonteCindam.

�Concluíram aqueles procuradores que a participação da senhora Teresa

Grossi na realização da operação fraudulenta foi ativa e independente�,

disse ainda o senador.Ao final da intervenção de Suplicy, o presidente do Senado, Antonio Carlos

Magalhães, comentou o ofício dos dois procuradores. Antonio Carlos afirmou

que a correspondência contraria a Lei Complementar 75/93, que dispõe sobre

a organização, atribuições e estatuto do Ministério Público.

Isso em razão do fato de que informações do MP, quando destinadas a

membros do Congresso Nacional, devem ser encaminhadas pelo procurador-

geral da República ou por alguém que tenha recebido delegação dele. O

presidente do Senado disse que o ofício dos procuradores não contém qual-

quer referência a delegação de competência por parte do procurador-geral,

nem menciona qualquer base legal para ter sido expedido:

� Por isso, no mínimo, é de se estranhar o comportamento dos membros

de um órgão que tem por missão constitucional fiscalizar a aplicação da lei

e defender a ordem jurídica, uma vez que eles estão atuando em desacordo

com a lei orgânica do próprio Ministério Público do qual são integrantes.

Para Suplicy, ofício contradiza CPI e o Ministério Público

Senadores,em Plenário,

debatem carta

Já sem a presença de senadores contrários à sua indicação, TeresaGrossi foi sabatinada ontem à noite pela Comissão de Assuntos Econômicos

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 20008

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS)reúne-se hoje, às 9h, para apreciar novematérias, entre elas projeto do senadorCarlos Patrocínio (PFL-TO) estabelecen-do a obrigatoriedade da rotulagem deprodutos contendo organismos genetica-mente modificados (OMG) ou derivados.A matéria, que será examinada em cará-ter terminativo, tramita em conjunto comoutras duas: o projeto do senadorRomero Jucá (PSDB-RR), que trata igual-mente da obrigatoriedade de advertên-cia no rótulo desse tipo de produto, e oda senadora Marina Silva (PT-AC), queproíbe, por cinco anos, o plantio e a co-mercialização de transgênicos. O relatordas matérias, senador Leomar Quintani-lha (PPB-TO), tem parecer favorável àrotulagem, mas contrário à proibição doplantio e comercialização dos organis-mos geneticamente modificados.

Na justificativa de seu projeto, Pa-trocínio afirma que o Código de Defesado Consumidor garante à população odireito de conhecer a composição bási-ca do produto e de saber se é ou nãotransgênico. Acrescentou que a propos-ta permitirá ao consumidor decidir deforma consciente se deseja ou não usaralimentos com OMG.

Mais cinco projetos com decisão ter-minativa serão analisados pela CAS, queé presidida pelo senador Osmar Dias

A produção audiovisual brasileira é o temado programa Debate, da TV Senado, que vaiao ar hoje, à 1 hora e às 6h30. Os convidadosdo programa são o senador Roberto Saturnino(PSB-RJ) e Walkiria Barbosa, coordenadora doFestRio. Saturnino acredita que, com as leis doAudiovisual e Rouanet, houve uma ressurreiçãoda produção cinematográfica brasileira, que nosanos 90/92 tinha chegado praticamente a zero.

COMO SINTONIZAR

RÁDIO SENADO FM

Informações para usuários do sistema Rádio/Sat Digital:Equipamentos necessários:� Antena parabólica tipo TVRO (telada) de 2,85m (mínimo) banda C� Receptor ABR 200, ComStream� LBN DRO ComStream� 60 metros (no máximo) de cabo coaxial RG-11,com conectores tipo F

Informações técnicas:� Freqüência de recepção: Banda L 1.465,600Mhz� Satélite: Brasilsat B2� Polarização: Vertical (RX)� Modo: Joint-Stereo� Taxa: 128 Kbps-BPSK� Programação ABR: CC,1,11465600,256000,0 FD 1,17,1,7

TV SENADO

� Satélite - B1� Transponder - 1 BE (Banda Estendida)� Polarização: Vertical� Freqüência RX (Banda - L) - 1505,75 hz� Antena - 3,6 m LNB� Receptor de Vídeo/Áudio Digital NTSC MPEG2DVB� Symbol 3,2143MS-S� SEC 3/4� Fornecedor: COMSAT - Fone: (019) 772 9600

Informações para repetidorase operadoras de TV a cabo:

� NET BsB - canal 7� SKYNET - canal 30� DirecTV - canal 163

Informações de recepção de sinalpara usuários de antena parabólica:

P R O G R A M A Ç Ã O

H O J ETV SENADO

H O J ERÁDIO SENADO

0h55 � Senado em Pauta1h � Debate: Senador Roberto Saturnino e WalkiriaBarbosa, diretora do FestRio, falam sobre a globalizaçãoe audiovisual1h55 � Senado em Pauta2h � Unip: A beleza da pele nª 032h25 � Senado em Pauta2h30 � Jornal do Senado2h55 � Senado em Pauta3h � Cores do Brasil: Turismo em Alagoas3h30 � Entrevista: Senador Álvaro Dias fala sobre oestímulo à microempresa3h55 � Senado em Pauta4h � Jornal do Senado4h25 � Senado em Pauta4h30 � Unip: A beleza da pele nª 034h55 � Senado em Pauta5h � TV Escola � Paisagens Brasileiras: Marabá5h30 � Cores do Brasil: Turismo em Pernambuco5h55 � Senado em Pauta6h � Unip: A beleza da pele nª 036h25 � Senado em Pauta6h30 � Debate: Senador Roberto Saturnino e WalkiriaBarbosa, diretora do FestRio, falam sobre a globalizaçãoe audiovisual6h55 � Senado em Pauta7h30 � Entrevista: Senador Álvaro Dias fala sobre oestímulo à microempresa

8h � Agenda SenadoEm seguida � Música e informação9h � Comissão de Assuntos SociaisEm seguida � Música e informação14h30 � Sessão Plenária do Senado (vivo)Em seguida � Música e informação19h � A Voz do BrasilEm seguida � Música e informação20h30 � Senado em Linha Direta � Edição NordesteEm seguida � Música e informação21h � Senado em Linha Direta � Edição Norte/Centro-Oeste. Em seguida � Música e informação21h30 � Senado em Linha Direta � Edição Sul/Sudeste. Em seguida � Música e informação0h � Sessão Plenária do Senado (reprise)Em seguida � Música e informação

7h55 � Senado em Pauta8h � Jornal do Senado8h30 � TV Escola � Paisagens Brasileiras: Marabá8h55 � Senado em Pauta9h � Comissão de Assuntos Sociais (vivo)Logo após � Comissão de Assuntos Econômicos eComissão de Constituição, Justiça e Cidadania14h30 � Sessão Plenária (ao vivo)Logo após � Comissão de Assuntos Sociais (vivo)21h � Jornal do Senado21h30 � Sessão Plenária (reapresentação)

Saturnino discute produção audiovisual

Alíquotas do Simples, tema para Álvaro

CAS analisa hoje três projetossobre produtos transgênicos

Duas propostas tratam de rotulagem e têm parecer favorável,mas relator é contrário à proibição de plantio e comercialização

(PSDB-PR). Um deles, também de Patro-cínio, prevê aos mutuários do Programade Crédito Educativo a possibilidade depagarem suas dívidas prestando servi-ços voluntários. O relator, Carlos Bezer-ra (PMDB-MT), deu parecer contrário.

Projeto do senador Tião Viana (PT-AC) que também será examinado pelaCAS propõe a obrigatoriedade de exa-mes complementares para gestantes, in-cluindo a detecção do vírus da Aids, dahepatite e dos agentes da sífilis e da to-xoplasmose. A matéria tem parecer fa-vorável do relator, Mozarildo Cavalcan-

ti (PFL-RR), na forma de substitutivo.Outros dois projetos do senador Tião

Viana estão em pauta. O primeiro dis-põe sobre a vigilância sanitária, atribu-indo a medicamentos, insumos farma-cêuticos e cosméticos um símbolo quecorresponderá à sua categoria de risco.O relator, senador Pedro Simon (PMDB-RS), é favorável à aprovação. O outroprojeto institui o Dia Nacional de Vaci-nação contra a Hepatite B. Com pare-cer favorável do senador Geraldo Althoff(PFL-SC), a proposta determina que odia de combate à hepatite B ocorra emconjunto com o dia de multivacinação.

A CAS também examinará propostado senador Luiz Estevão (PMDB-DF) de-terminando a empresas com mais decem empregados que destinem 3% desuas vagas a portadores de deficiênciafísica. A matéria é relatada por Anterode Barros (PSDB-MT), que deu parecerfavorável na forma de substitutivo.

Serão ainda discutidos projeto deMarina Silva que estende o salário-ma-ternidade à trabalhadora autônoma;proposta de José Roberto Arruda (PSDB-DF) que autoriza a criação dos conse-lhos federais e regionais de leiloeiros ofi-ciais; e projeto da Câmara proibindoprofessores de ministrar mais de quatroaulas consecutivas ou seis aulas inter-caladas na mesma instituição.

Patrocínio: proposta permitiráao consumidor decidir

de forma mais consciente

O ministro da Saúde, José Serra, parti-cipa de audiência pública que a Comis-são de Assuntos Sociais realiza hoje àtarde para discutir projeto de lei quepossibilita aos hospitais universitárioscaptarem recursos provenientes de in-ternações hospitalares.

A matéria, de autoria do senador Lú-cio Alcântara (PSDB-CE), também será

Comissão dos Bingos ouve presidentes dasfederações de Minas e do Distrito Federal

discutida, na mesma reunião, pelo mi-nistro da Educação, Paulo Renato Sou-za, pelo cirurgião Adib Jatene e pelo pre-sidente do Conselho Federal de Medici-na, Edson de Oliveira.

O projeto autoriza os hospitais uni-versitários a destinarem até 25% dosseus leitos a pacientes que se disponhama pagar pela assistência prestada. O

atendimento, conforme dispõe a maté-ria, deve ser idêntico ao dos demais pa-cientes, admitindo-se diferenças apenasno que se refere à hotelaria.

Alcântara também propõe que os re-cursos obtidos dessa forma sejam inte-gralmente utilizados para a manuten-ção dos hospitais e para a melhoria dascondições de atendimento.

Debate reúne Serra, Paulo Renato e Jatene

A medida provisória que proíbe o con-trole de dois ou mais clubes esportivos poruma única empresa deve, na opinião dosenador Maguito Vilela (PMDB-GO), con-ter mecanismos rígidos impedindo que ospatrocinadores detenham poder exagera-do na administração dos esportes, especi-almente no futebol. Maguito é relator dacomissão mista que analisa a matéria:

� Os clubes administram paixões eprecisamos tratar o futebol brasileiro comcautela e espírito público � disse.

Ontem a comissão reuniu-se e deucontinuidade às discussões, ouvindoem audiência pública os presidentesdas federações de futebol do DistritoFederal, Weber Magalhães, e de Mi-nas Gerais, Elmer Ferreira. Maguito

afirmou que considera uma aberra-ção a obrigatoriedade constante daLei Pelé de que os clubes de futebol

tornem-se empresas.Na sua opinião, já exis-te consenso no Con-gresso para que sejamodificado este dispo-sitivo.

Além da proibição, aMP institui taxa de fun-cionamento de bingos,com valores entre R$ 4mil e R$ 6 mil. Afirman-do que os bingos encon-tram-se desmoraliza-dos, em virtude de sus-peitas de irregularida-

des, Maguito sugeriu que a fiscalizaçãodessas casas de jogos seja entregue àCaixa Econômica e à Receita Federal.

Em entrevista à TV Senado que vai ao arhoje, às 3h30, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR)explica como funciona o projeto que altera asalíquotas dos impostos cobrados das microem-presas e empresas de pequeno porte através doSistema Integrado de Pagamento de Impostos(Simples). Para o senador, o projeto, que unifi-ca as alíquotas hoje existentes, estimula o cres-

Em sua avaliação, a produção retomou um rit-mo interessante, embora ainda aquém do de-sejado. Os dois entrevistados destacam o poten-cial turístico da atividade cinematográfica, elamentam que seja pouco explorado no Brasil.O senador destaca que o cinema é uma indús-tria com caráter muito especial, que, além degerar emprego e receita, contribui para a pro-jeção da imagem do país.

cimento das micro e pequenas empresas.O senador fala, ainda, sobre projeto de sua

autoria que obriga o Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e Social (BNDES) adestinar 22% do seu orçamento de investi-mento à agroindústria. A medida, afirma osenador, irá incentivar o crescimento do setor egerar empregos.

Audiência pública reuniu presidentes das federaçõesde futebol do Distrito Federal e de Minas Gerais

BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 2000 9JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Marina Silva observaque projeto melhora

turismo em Itabira

O senador Ademir Andrade(PSB-PA) apresentou projeto delei aumentando a fiscalização so-bre os recursos do Fundo de Ma-nutenção e Desenvolvimento doEnsino Fundamental e de Valori-zação do Magistério (Fundef).Ele entende que a criação do fun-do representou um avanço parao ensino fundamental do país,mas observou que �prefeitoscorruptos e desonestos estãodesviando suas verbas para ou-tras finalidades, como compro-vam mais de mil queixas apresen-tadas junto ao Tribunal de Con-tas da União (TCU)�.

O projeto exige que estados,Distrito Federal e municípiosconstituam o Conselho de Acom-panhamento e Controle Social darepartição, transferência e apli-cação dos recursos do fundo,para que possam receber os re-cursos do Fundef. Ademir argu-

Ademir propõe controle social das verbas do Fundef

A senadora Mariado Carmo (PFL-SE)reivindicou, ontem,juros mais baixos paradinamizar a economiae gerar empregos. Eladisse esperar que nareunião de hoje doConselho de PolíticaMonetária (Copom)�reine o bom senso nacúpula econômicapara atender aos ape-los dramáticos do se-tor produtivo nacional, que estácansado de conviver com jurosbásicos de 19% ao ano, os maisaltos do mundo�.

Lembrando que os juros já fo-ram superiores a 40% ao ano, Ma-ria do Carmo disse que �algunsmonetaristas podem argumentarque 19% representam um pata-mar suportável, mas não é verda-de�. Ela citou o caso do Chile, �quetantos querem ver integrando oMercosul�, onde os juros são de

A criação da Confederação Na-cional do Turismo (CNTUR) foidefendida ontem, em discursopronunciado em Plenário, pelosenador Moreira Mendes (PFL-RO). Ele criticou a tentativa deimpugnação da nova confedera-ção pela Confederação Nacionaldo Comércio (CNC), que solici-tou ao Ministério do Trabalho ocancelamento do registro daCNTUR.

Segundo o senador, os diri-gentes da entidade estão pre-ocupados com a transferênciapara a nova confederação dossindicatos e federações dasáreas de hotelaria, lazer, diver-são, restaurantes, bares, em-presas organizadoras de even-tos e parques temáticos. Essasentidades representam um mi-lhão e meio de empresas ecarreiam recursos tanto paraa CNC como para as entidadesde assistência social (Sesc) etreinamento de mão-de-obra(Senac).

Para Moreira Mendes, sãofrágeis os argumentos da CNCde que a lei não permite maisde uma confederação por es-fera de atuação e baseterritorial. É que o turismo se

As emoções e refle-xões do itabirano Car-los Drummond deAndrade, �poeta mai-or� do Brasil, foram vi-sitadas em 42 estaçõespela senadora MarinaSilva (PT-AC). Cadauma das paradas dessavia poética, delimitadapela prefeitura petistade Itabira (MG), é cená-rio de um trecho daobra de Drummond � casarões, jar-dins, ruas, árvores, cemitério. Embreve pronunciamento ontem, a se-nadora relatou a seus colegas a ale-gria de defrontar-se a cada paradacom uma placa de metal em que seinscrevia um poema e explicaçõessobre as imagens e personagens queinspiraram os versos de Drummond.

Batizado como o Museu de Ter-ritório de Itabira � por não estarconfinado a um edifício, mas abran-ger áreas de vivências do poeta �, oconjunto de referências urbanasmapeado pela administração da ci-dade permite ao visitante observar,por exemplo, o casarão em que vi-

Projeto apresentado pelo senador prevê a obrigação de estados, municípios e o Distrito Federal constituírem conselho deacompanhamento da repartição, transferência e aplicação dos recursos do fundo destinado a melhorar ensino fundamental

menta, em sua justificativa, quedados da Secretaria Fundamen-tal do MEC atestam que, em no-vembro de 1999, apenas 46,1%dos municípios brasileiros já ti-nham constituído seus respecti-vos conselhos.

Para garantir que o conselho

realmente cumpra suas funçõesde fiscalização dos recursos, oprojeto prevê a exigência deapresentação de um relatórioanual de suas atividades de acom-panhamento e controle dos re-cursos do Fundef, que deveacompanhar a prestação de con-tas que estados, Distrito Federale municípios enviam aos tribu-nais de Contas.

Segundo Ademir, é preciso, ain-da, corrigir as distorções que cer-cam o pagamento de acordo como número de alunos efetivamentematriculados. �Ao solicitar o pa-gamento, com dados do início doano anterior, abre-se caminhopara distorções. Por isso, o proje-to exige que se faça nova conta-gem de alunos no meio do anopara que os recursos do Fundefpossam acompanhar mais de per-to a evolução do número de ma-trículas�, concluiu.

Marina Silva percorre locais daobra de Drummond em Itabira

via o personagem docélebre poema José.Além do engrandeci-mento cultural, o pro-jeto está contribuindopara aumentar as recei-tas do município como turismo, informou asenadora.

� A poesia deDrummond nos lembraque precisamos degestos que salvem as

almas, mas também os homens �disse Marina Silva.

Para a senadora, o resgate do pa-trimônio histórico de Itabira, prin-cipalmente aquele que compõe avida e parte da obra de Drummond,é uma das realizações mais impor-tantes da prefeitura, que instituiuo mecanismo do orçamentoparticipativo de forma setorizada.Marina mencionou também como degrande valor os programas de aten-dimento à mulher, especialmente asfrentes de trabalho para mães de fa-mília que ficaram responsáveis pe-los filhos depois de serem abando-nadas pelos companheiros.

Moreira Mendes rejeita posição da CNC edefende Confederação Nacional do Turismo

apresenta como área de interes-ses distintos dentro do setor deserviços, do qual também faz par-te o comércio. O senador lem-brou, ainda, que várias federa-ções de entidades ligadas ao tu-rismo já se desligaram da CNC eque há uma confederação naci-onal de trabalhadores em turis-mo e hotelaria, da qual a CNTURseria o natural contraponto.

� O comportamento da CNC édestinado a impedir que o turis-mo, reconhecidamente um dosmais importantes setores da eco-nomia mundial, venha a ter o de-senvolvimento que lhe permitareal contribuição para o deslindedos graves problemas sociais dopaís � disse Moreira Mendes.

VIAGEMEm seu discurso, o parlamen-

tar fez breve relato de recenteviagem a Berlim, onde estevecomo observador do Senado naBolsa Internacional de Turis-mo. Segundo o senador, naocasião a Empresa Brasileira deTurismo (Embratur) mais umavez atuou de forma séria napromoção do turismo brasilei-ro. Moreira Mendes trouxe daAlemanha a satisfação de veruma matéria escrita por jorna-

lista alemão sobre ecoturismoem Rondônia ganhar o pri-meiro prêmio da revistaNational Geographic.

A realização pelo governodos fóruns setoriais de compe-titividade foi elogiada porMoreira Mendes. Os fóruns têmcomo objetivo estimular os di-versos setores � entre eles o doturismo � na geração de em-pregos, como caminho parafortalecer o mercado interno epromover a distribuição da ren-da, além de diminuir as desi-gualdades regionais e aumen-tar as exportações.

Maria do Carmo cobra bomsenso e pede juros mais baixos

5% ao ano. �Como es-perar que os empre-sários brasileiros pos-sam competir comchilenos, com fron-teiras alfandegáriasabertas, pagando ju-ros quatro vezes mai-ores?�, perguntou.

Maria do Carmo ci-tou cálculos do eco-nomista Octávio deBarros demonstrandoque, se os juros fossem

reduzidos de 19% para 18%, have-ria uma economia de R$ 5,6 bilhõesna rolagem da dívida interna brasi-leira. �Com tantos projetos gover-namentais precisando de dotaçãoorçamentária, essa seria certamen-te uma boa notícia para osdesenvolvimentistas, entre osquais já se inclui o ministro AlcidesTápias, que vem defendendo a ne-cessidade urgente de diminuir osjuros para alcançar a retomada docrescimento econômico.�

Ademir Andrade pretende evitardistorções que cercam a

transferência e o uso dos recursos

Moreira Mendes apoiou arealização pelo governo de fóruns

setoriais de competitividade

Maria do Carmo alertaque empresas estão

cansadas de juros altos

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 200010

Em carta encaminhada ontem aopresidente da República, o presiden-te nacional do PMDB e líder do par-tido no Senado, Jader Barbalho (PA),propõe que Fernando HenriqueCardoso reúna com urgência os lí-deres de todos os partidos que sus-tentam o governo no Congressopara discutir o problema do saláriomínimo:

� Desde logo, o PMDB coloca-seà disposição de Vossa Excelênciapara tal entendimento, que reflita acoincidência de objetivos de suabase política, evitando que, aosolhos do povo brasileiro, algunspossam parecer socialmente indi-ferentes e outros apenas demago-gos � diz Jader na carta.

Para o líder peemedebista, ape-

Jader sugere que FHC reúnalíderes para discutir mínimoPresidente do PMDB envia carta ao presidente da República sugerindoque encontro �reflita a coincidência de objetivos da sua base política�

sar de todos os partidos da base go-vernista desejarem que o reajustedo salário mínimo �alcance o me-

lhor valor para o trabalhador�, a po-lêmica sobre o assunto passou à so-ciedade a imagem de que existemdois grupos em disputa. De um lado,os que defendem um salário equi-valente a US$ 100 e, de outro, osque querem o reajuste dentro �darealidade econômica e previdenci-ária� do país. Quem defende os US$100 seria �arauto da justiça social�,enquanto o outro grupo seria con-trário aos os trabalhadores.

Por entender que a divergênciaentre os dois grupos �se reflete nasrelações político-partidárias�, o pre-sidente nacional do PMDB sugere areunião de líderes, para esgotar oassunto, inclusive considerando asrepercussões econômicas e previ-denciárias do reajuste do mínimo.

Nabor: projeto vedapropaganda política ou

administrativa nas placas

O senador Sérgio Machado(PSDB-CE) homenageou o poetapopular Antônio Gonçalves da Sil-va, mais conhecido como Patati-va do Assaré, pelo transcurso deseu aniversário, no dia 5 destemês, quando completou 91 anos.Machado citou versos do poeta,que dizem:

� Foi em mil e novecentos enove qu�eu vim ao mundo. Foi naSerra de Santana, em uma pobrechoupana, humilde e modesto lar.Foi ali onde eu nasci e a cinco de

Nabor quer placas prestandoconta das obras públicas

Iris elogia reativação deentidade de secundaristasO senador Iris Rezende

(PMDB-GO) apresentou reque-

rimento de voto de aplauso aos

estudantes do estado de Goiás,

pela reativação da União Goiana

dos Estudantes Secundaristas,

que retomou suas atividades em

agosto do ano passado, depois

de 32 anos desativada pelo re-

gime militar.O parlamentar disse ter sido

convidado para fazer parte do

quadro social da entidade, na

condição de sócio benemérito,

e destacou o esforço de seu

presidente, Rochester de Al-

meida Benevides, que, com seu

empenho, retomou as ativida-

des �tão importantes para a

formação cívica dos jovens do

estado de Goiás�:� É com alegria que saúdo o

renascimento dessa agremiação,

que oferece possibilidades de

Iris Rezende saudou reaberturada União Goiana dos

Estudantes Secundaristas

preparação dos jovens para a ci-

dadania plena. Vejo com satisfa-

ção o seu interesse nas atividades

de organização e representação,

tão próprias do exercício demo-

crático e tão necessárias ao forta-

lecimento da própria democracia

� ressaltou o senador.

Obrigar o administrador pú-blico a prestar contas de seu tra-balho de forma direta e paralelaao desenvolvimento das obras.Este é o objetivo do projeto apre-sentado pelo senador NaborJúnior (PMDB-AC), determinan-do alterações na legislação so-bre regras para licitações e con-tratos (Lei nº 8.666, de junho de1993) para obrigar a afixação,em lugar de fácil visualização, deplaca informativa da realizaçãode obras ou da prestação de ser-viços públicos.

De acordo com o projeto apre-sentado, os órgãos e entidadesda administração pública federal,inclusive sociedades controladasdireta ou indiretamente pelaUnião, ficam obrigados a afixar aplaca informativa sobre a obra.

A proposta de Nabor exige queessas placas apresentem o nomedo órgão ou da entidade financi-adora de forma destacada, alémdo nome do órgão ou entidaderesponsável pela execução, no-mes das pessoas físicas ou jurídi-cas contratadas para a execuçãoda obra ou prestação do serviço,identificação da obra ou do ser-viço com dados sobre extensão,área, finalidade, valor e origemdos recursos, bem como previ-são do prazo de execução e no-mes dos autores do projeto e res-ponsáveis técnicos.

O senador também propõe in-cluir um parágrafo específicocontra desvios de finalidade. Poresse motivo, o projeto proíbe aafixação, modificação ou adiçãode informações passíveis de ca-racterização como propagandapolítico-administrativa ou pro-moção pessoal, inclusive emobras ou serviços já executadosou contratados por administra-ções anteriores.

A matéria está tramitando naComissão de Constituição, Justi-ça e Cidadania (CCJ) do Senado,em caráter terminativo. Isso sig-nifica que, em caso de aprova-ção e não recebendo qualquersolicitação de audiência do Ple-nário da Casa, o projeto seguirádiretamente para votação na Câ-mara dos Deputados.

Ao contrapor, no debate sobre oaumento do salário mínimo, a �ra-cionalidade� madura dos técnicosà paixão da classe política, o minis-tro da Fazenda, Pedro Malan, na ver-dade estaria recorrendo, segundoa senadora Heloísa Helena (PT-AL),à �velha retórica governista de dis-simular a intenção política de per-petuar a miséria no país�. Pela lógi-ca governista, acrescentou, são ra-cionais as decisões �que condenamas pessoas à cesta básica eterna�.

São os racionais e �eméritos cal-culadores de déficits� que, na opi-nião da senadora, recorrem a nú-meros divergentes para justificarque cerca de 15 milhões de pesso-as, em torno de 21% do mercadode trabalho, e 12 milhões de apo-sentados �tenham um aumentopífio�. Numa semana o ministro do

Machado homenageia Patativa do Assarémarço vi os raios da luz solar.

Patativa do Assaré, segundo osenador, é um semeador do sim-bólico e do real, a um só tempo.O poeta, acrescentou, gosta deafirmar que o mundo dele é apoesia e a agricultura. A maiorparte da obra de Patativa doAssaré, observou, é dedicada asemear a palavra pelos sertões,serras e mares do Nordeste, pre-gando, com os versos de sua po-esia, justiça, paz, amor e frater-nidade entre as pessoas.Para Sérgio Machado, Patativa

é um �semeador do simbólico edo real, a um só tempo�

Jader defende que reajustealcance o melhor valor

para o trabalhador

Heloísa critica a �retórica governista�

Heloísa: retóricagovernista quer

justificar aumentos pífios

Planejamento, Mar-tus Tavares, declaraque para cada R$ 5de aumento no salá-rio mínimo acima dosR$ 145 previstos noOrçamento da Uniãohaverá gasto adicio-nal da ordem de R$ 1bilhão nas contas pú-blicas. Na semana se-guinte, o ministro daFazenda, Pedro Ma-lan, afirma que a cadareal adicionado aos R$ 145 o im-pacto sobre as contas públicas serádo mesmo R$ 1 bilhão.

À racionalidade governista, He-loísa Helena contrapôs �a racionali-dade de economistas como MárcioPochman, da Universidade de Cam-pinas, cujas pesquisas verificaram

que, apenas na déca-da de 90, a rique-za nacional cresceu20%, a remuneraçãodo pessoal ocupadocaiu 8%, enquantoaqueles que ganhamem torno de um salá-rio mínimo perderam36% de sua renda�.

Ainda segundo asenadora, �aumen-tos não irrisórios dosalário mínimo im-

plicariam a quebra da Previdên-cia, conforme os �racionais��, aosquais a senadora respondeu quea questão previdenciária brasilei-ra não será resolvida com achata-mento salarial, pois o problema éestrutural, de redução do núme-ro de contribuintes.

BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 2000 11JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

A realização do Congresso Nacio-nal de Administração e Desenvol-vimento Municipal, enfocado nageração de empregos e melhoriada qualidade de vida, foi anuncia-da pelo senador Casildo Maldaner(PMDB-SC). O encontro é intitula-do �Governar 2000� e ocorrerá nacidade de Florianópolis (SC), dehoje a sexta-feira.

Segundo Maldaner, o encontrocontará com a presença do presi-dente da República, FernandoHenrique Cardoso, ministros, con-gressistas, governadores e reito-res, além de especialistas e técni-cos em administração pública eprogramas sociais. �É muito im-portante a mobilização dos muni-cípios em favor de seus habitan-tes, uma vez que, antes de se mo-rar no país ou no estado, mora-seno município�, observou.

O senador informou que o con-gresso analisará, em painéis e pa-lestras, os temas que mais preocu-pam os brasileiros, como retoma-da do crescimento, criação de em-pregos e inclusão dos excluídos nasociedade. �Essa mobilização dosmunicípios é meritória, porquemostra como os problemas do paíspodem ser detectados e solucio-nados. Estava certa a Constituiçãode 88 quando adotou o caminhoda descentralização�, disse.

Ao concluir seu pronunciamen-to, Casildo Maldaner afirmou queo �Governar 2000� torna-se aindamais relevante por realizar-se nummomento em que se preparam aseleições municipais. �Nelas, os bra-sileiros poderão fazer, por meio deseu voto, uma apreciação e umasíntese de suas experiências. Tenhocerteza de que irão às urnas paraexigir governos municipais hones-tos em sua postura ética e pruden-tes na condução equilibrada dascontas públicas�, frisou.

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) reivindicou ontem a manu-tenção das frentes de trabalhono Nordeste, argumentando quea chuva que caiu na região foipouca e mal distribuída. �São 800mil nordestinos, chefes de famí-lia, que precisam desses R$ 56mensais para sobreviver. É umabsurdo que o governo estejapensando em suspender essa aju-da�, disse.

Segundo Suassuna, em muitosmunicípios nordestinos ainda nãochoveu. �Nas regiões em que hou-ve chuva e os lavradores se apres-

Maldanerdestaca

congressomunicipalista

Suassuna reivindica manutençãodas frentes de trabalho no Nordeste

A chuva que caiu na região foi pouca e mal distribuída, afirma o senador, que considera�um absurdo� a suspensão, neste momento, da ajuda dada a 800 mil nordestinos

saram em plantar, ainda faltam 60dias para que possam colher eprescindir desse auxílio�, expli-cou. A bancada nordestina, infor-mou o senador, enviou corres-pondência ao presidente da Re-pública, aos ministros da Integra-ção Nacional, do Planejamento eda Casa Civil solicitando a manu-tenção das frentes de trabalho.

Em aparte, os senadores LuizOtávio (sem partido-PA) e RamezTebet (PMDB-MS) se solidariza-ram com as dificuldades dos nor-destinos. Para o senador CasildoMaldaner (PMDB-SC), os brasilei-

ros são imprevidentes em relaçãoa todas as calamidades. �A DefesaCivil está despreparada tanto parasocorrer a dor da seca quanto adas enchentes�, afirmou o sena-

dor, lembrando que apresentouprojeto criando um incentivo fis-cal para atender às calamidades,nos moldes da Lei Rouanet, queexiste para a cultura.

O senador Antonio Carlos Vala-dares (PSB-SE) apresentou projetode lei que inclui os juros pagos aosagentes financeiros do Sistema Fi-nanceiro da Habitação entre os gas-tos dedutíveis do Imposto de Ren-da. De acordo com o projeto, pode-ria ser deduzido até R$ 1,7 mil pa-gos em juros de financiamento paraaquisição de casa própria.

� O comprometimento de parteconsiderável dos ganhos do indiví-duo na realização do sonho da casaprópria não pode ser ignorado pelogoverno, ainda mais agora, que amoradia foi incluída entre os direi-tos sociais constitucionalmente as-segurados, através da Emenda Cons-titucional nº 26 � assinalou.

Valadares acredita que permitiressa dedução é a melhor alternati-va para minorar o sofrimento dosmutuários de menor renda, pois osjuros cobrados representam �umpeso enorme para os assalariados�.

�Começaram as intimidaçõespolíticas em Goiás�, observou emdiscurso o senador MaguitoVilela (PMDB-GO), ao afirmar quena cidade de Mineiros policiaismilitares armados invadiram,sem qualquer mandado judici-al, a casa de uma viúva, mãe deum provável candidato a verea-dor, à procura de material depropaganda política.

Maguito disse que o provávelcandidato a vereador, José SávioVilela, produtor rural, �um jovemlíder do PMDB, uma das revela-ções políticas do sudoeste goia-no�, é adversário do partido dogovernador do estado, o PSDB.

� Desde sua posse, o atual go-verno tem tido uma posturaagressiva em relação aos adver-

Maguito aponta intimidação políticacontra integrantes do PMDB em Goiás

sários. Perseguições de toda or-dem contam-se às centenas emtodo o estado. Já recebi váriasdenúncias de companheiros doPMDB, ameaçados de prejuízosem seus negócios e em suas em-presas se não aderirem ao go-verno � disse.

Maguito Vilela teme que ocor-ra uma radicalização no proces-

so político de Goiás e informouque o PMDB já está tomandoprovidências para punir os res-ponsáveis pelo abuso de poder.�O meu partido irá se conduzirnas eleições municipais desteano com serenidade e correção,mas não vai suportar caladoqualquer tipo de agressão polí-tica�, concluiu.

Ao relatar audiência mantida naFunai, o senador Mozarildo Caval-canti (PFL-RR) disse ontem que �sóresta apelar ao presidente da Re-pública e ao ministro da Justiça�para resolver o problema da de-marcação de terras indígenas naSerra do Sol, em Roraima.

Mozarildo explicou que estevecom o presidente da Funai, Car-los Mares, acompanhado de 15 li-deranças indígenas, mas saiu daaudiência sem esperança. Ele la-mentou que o presidente da Funaiinsista em manter à frente da ad-ministração regional do órgão emRoraima �uma pessoa que está

Mozarildo apela ao governopor solução para área indígena

envolvida em ilícitos�, apesar daocupação da sede por índios des-de fevereiro.

O senador leu carta da Sociedadede Defesa dos Índios Unidos do Nor-te de Roraima (Sodiur), entregueao presidente da Funai, em que li-deranças de várias etnias apresen-tam uma pauta de reivindicações.Os índios exigem a presença do pre-sidente da Funai para ouvir as pro-postas das comunidades indígenasin loco; a definição da área RaposaSerra do Sol, demarcação em blo-cos, definição das áreas administra-tivas de cada comunidade; demis-são imediata do administrador re-

gional da Funai em Roraima,Walter Bloss, �devido a sua omis-são e conivência com atos ilícitos�;nomeação de um líder indígenapara o cargo; compra de bois, ele-trificação rural, abertura de estra-das e infra-estrutura sanitária, en-tre outras exigências.

Casildo Maldaner elogia amobilização dos municípios

em favor de seus habitantes

Suassuna lembrou que abancada nordestina já semanifestou pelamanutenção das frentes

Maguito diz que o PMDB�não vai suportarcalado qualquer t ipode agressão pol í t ica�

Mozarildo afirma ter saídode audiência com o presidente

da Funai �sem esperança�

Valadares propõededuzir do

Imposto de Rendaos juros do SFH

Valadares pretende reduzircomprometimento da renda do

comprador de casa própria

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A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelos senadores Antonio Carlos Magalhães, Geraldo Melo,Ademir Andrade, Carlos Patrocínio, Romeu Tuma e Mauro Miranda

O senador Carlos Patrocínio(PFL-TO) destacou que, pela pri-meira vez em 37 anos de existên-cia da Campanha da Fraternidade,sete igrejas se unificaram para, apartir do primeiro dia da Quares-ma, dirigir-se à sociedade em proldos mais carentes.

As sete igrejas � Católica, Orto-doxa Síria Brasileira, Cristã Refor-mada do Brasil, Episcopal Anglica-na, Evangélica Luterana, Metodis-ta e Presbiteriana Unida � criaramum fundo comum, a Coordenado-ria Ecumênica de Serviços, paraadministrar 40% do dinheiro arre-cadado entre os fiéis, informou osenador. Do total arrecadado, gran-de parte será utilizada em progra-mas de auxílio às comunidades in-dígenas e projetos de combate àseca do Nordeste. Os 60% restan-tes serão empregados em campa-nhas de apoio às populações ca-rentes, em especial aos sem-teto esem-terra.

Patrocínio registrou sua satis-fação com o fato de o Senadoter-se antecipado às ações dasigrejas cristãs na Campanha da

Em carta enviada ao presi-dente de Angola, José Eduardodos Santos, o senador JoséSarney (PMDB-AP) protestoucontra os ataques do governoangolano ao ex-presidente dePortugal Mário Soares. Invocan-do a autoridade de quem sem-pre defendeu em todos os fo-ros internacionais o MPLA (par-tido que comandou a revoluçãoem Angola) e o governo de Lu-anda, Sarney manifestou suaincompreensão diante das �re-ferências feitas ao doutor Má-rio Soares�.

O senador decidiu escrever aSantos ao defrontar-se em Lis-boa com a perplexidade e o pro-testo da sociedade civil e da im-prensa portuguesa em face de�injuriosas acusações e insul-tos�, feitos por alto funcionáriodo governo angolano ao ex-pre-sidente e ex-primeiro-ministro

O senador Mozarildo Cavalcan-ti (PFL-RR) apresentou projetoautorizando o Poder Executivo aestimular a criação de Fundos deResponsabilidade Social (FRS)destinados a contribuir parao saneamento financeiro ecusteio dos sistemas deprevidência social dosestados, municípios eDistrito Federal.

A iniciativa, segundoo senador, tem por ob-jetivo dar cumpri-mento a dispositi-vos constitucio-nais que assegu-ram recursos ex-tras para pagamen-to de proventos de aposentado-rias e pensões concedidas a ser-vidores e seus dependentes. Deacordo com Mozarildo Cavalcan-ti, só terão direito ao aporte derecursos as unidades da Federa-ção que firmarem contratos de

Para registrar a importância damissão das Forças Armadas brasi-leiras em Timor Leste, o senadorEduardo Suplicy (PT-SP) leu on-tem carta enviada pelo frei JoãoXerri e por Lilla Azevedo relatan-do a situação atual naquele país.Segundo o senador, os brasileirosenviados a Timor Leste puderamconstatar e comprovar a veraci-dade das informações dadas peloConselho Nacional da ResistênciaTimorense (CNRT) ao longo dosanos sobre os abusos e a violênciacometidos contra a populaçãodaquele país.

� O povo merece também todaa ajuda por ser o único inocentenessa tragédia da invasão, ocupa-ção, recente violência, saque ge-neralizado, destruição de toda ainfra-estrutura, casas, escolas,prédios do governo, incêndio detodos os arquivos e matança apóso referendo do dia 30 de agostode 99 � relatou o senador.

Patrocínio destaca união de igrejas pela fraternidadeSatisfeito com aliança de católicos, ortodoxos e protestantes, senador elogia a criação de um fundo a ser utilizado emprogramas de auxílio às comunidades indígenas, aos sem-teto, aos sem-terra e aos flagelados pela seca do Nordeste

Fraternidade ao apreciar pro-posta de emenda constitucionalde criação do Fundo de Erradi-cação da Pobreza.

O parlamentar também convi-dou seus colegas a prestigiarema mostra �O Tocantins e os 500anos de descobrimento do Bra-sil�, aberta ontem, às 18h, na Se-nado Galeria, com a presença dogovernador do estado, José Wil-son Siqueira Campos.

refinanciamento de suas dívidascom a União.

O projeto, que deverá ser apre-ciado em caráter terminativo pelaComissão de Assuntos Econômicos

(CAE), estabelece que as dispo-nibilidades financeirasdos Fundos de Respon-sabilidade Social serãogeridas pelo Banco doBrasil e aplicadas em

conformidade com oscritérios estabelecidos

pelo Conselho Mo-netário Nacional.

Parte dos recur-sos comprometidoscom o pagamentodas dívidas dos esta-

dos e municípios junto à União, con-forme prevê o projeto, seria transfe-rida para esses Fundos. Além disso,os Fundos de Responsabilidade So-cial teriam reforço das receitas pro-venientes da venda de ativos, frutoda privatização de empresas.

português. A carta, lida nesta ter-ça-feira em Plenário, foi encami-nhada à embaixada de Angola emLisboa.

� Mário Soares é uma persona-lidade política importante e deci-siva do país, homem cujas quali-dades morais orgulham todos osque se expressam na língua por-tuguesa e estadista de estirpemundial � disse Sarney, que jul-gou em sua manifestação inter-pretar o sentimento do povo bra-

sileiro para com um grandeamigo do Brasil.

Quando era presidente da Re-pública, Sarney participou comSoares da fundação do InstitutoInternacional de Língua Portu-guesa, embrião da Comunidadedos Países de Língua Portugue-sa. �As virtudes de caráter e inte-gridade como estadista e demo-crata (de Mário Soares) são mo-tivos de pleno reconhecimento�,diz Sarney em sua carta.

Suplicy revelou ainda que a po-sição do governo brasileiro temmerecido apoio da CNRT, por re-conhecer a sua representativida-de e manter diálogo com seus líde-res. �Isso é muito importante, poissignifica o reconhecimento de queo povo timorense é capaz de deci-dir seu futuro, como, aliás, já pro-vou historicamente. Esse povo nãopode permanecer sob a tutela daONU, que mostrou sua incompe-

Sarney defende Mário Soares dosataques do governo de Angola

Eduardo Suplicy elogia ajudabrasileira a Timor Leste

tência ao não impedir a destruiçãoamplamente anunciada, e sua in-capacidade, pois já está no país háseis meses e até hoje não fez nada;não construiu estradas, casas, re-des de eletricidade e água, escolas.Seu único grande feito foi garantira segurança, retirando as tropas in-donésias, o que permite que as pes-soas andem nas ruas, até de noite,com tranqüilidade�, afirma a cartalida pelo senador.

Suplicy afirma que opovo timorense écapaz de decidir seufuturo, como jáprovou historicamente

Sarney escreveucarta ao

presidente deAngola, José

Edua rdodos Santos

Projeto de MozarildoCavalcanti cria Fundos deResponsabilidade Social

Mozarildo Cavalcanti

Patrocínio: Senado antecipou-seàs ações de fraternidade ao

examinar fundo contra a pobreza