análise de experimentos para identificação de propriedades
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ANÁLISE DE EXPERIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS
Rafael de Sá Bunte
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS
PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA
MECÂNICA.
Aprovada por:
_________________________________________________
Prof. Helcio Rangel Barreto Orlande, Ph.D.
_________________________________________________
Prof. Albino José Kalab Leiroz, Ph.D.
_________________________________________________
Prof. Nísio de Carvalho Lobo Brum, D.Sc.
_________________________________________________
Prof. Nilson Costa Roberty, D.Sc
_________________________________________________
Profª. Mila Rosendal Avelino, D.Sc.
.
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
ABRIL DE 2006
ii
BUNTE, RAFAEL DE SÁ
Análise de Experimentos para Identifica-
ção de Propriedades Termofísicas[Rio de
Janeiro] 2006.
X, 103p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc.,
Engenharia Mecânica, 2006)
Dissertação – Universidade Federal do
Rio de Janeiro, COPPE.
1. Transferência de Calor
I. COPPE / UFRJ II. Título (série)
iv
AGRADECIMENTOS
• Agradeço ao meu orientador, Hélcio Rangel Barreto Orlande, pela paciência, extrema
confiança, pelo apoio e atenção que sempre me dedicou.
• Agradeço a minha co-orientadora, Mila Rosendal Avelino, pela amizade e pelo
incansável incentivo prestado à minha formação acadêmica.
• Agradeço a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e, em particular, ao meu
chefe, Gustaf A. P. Akerman, por me permitirem concluir um projeto e um desejo
particular.
• Agradeço à minha família pela minha formação e por me ensinarem a sempre seguir
em frente e nunca desistir.
• Agradeço a todos os amigos que de forma silenciosa, e que talvez nunca seja
conhecida, contribuíram para que eu pudesse realizar este projeto.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
ANÁLISE DE EXPERIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE PROPRIEDADES
TERMOFÍSICAS.
Rafael de Sá Bunte
Janeiro / 2006
Orientador: Helcio Rangel Barreto Orlande
Programa: Engenharia Mecânica
O objetivo deste trabalho é implementação de três diferentes arranjos
experimentais, visando a melhor configuração experimental para a identificação das
propriedades termofísicas de sólidos ortotrópicos. Estes experimentos envolvem o
aquecimento parcial de uma única superfície do sólido. Avalia-se, entre outras coisas, a
utilização ou não de um transdutor de fluxo de calor, de dois corpos-de-prova idênticos
simetricamente aquecidos e de diferentes disposições de sensores de temperaturas. Nos
testes realizados, utilizou-se um material isotrópico com propriedades termofísicas
conhecidas. Para a obtenção das propriedades deste material foi utilizado o equipamento
NETZSCH Nanoflash do LTTC/PEM/COPPE/UFRJ, baseado no Método Flash. Sendo as
propriedades do material dos corpos-de-prova conhecidas com pequena incerteza, foi
possível a simulação computacional do problema de condução de calor para a comparação
entre resultados computacionais e experimentais. Para a simulação computacional foi
utilizada a solução analítica, obtida com a técnica da Transformada Integral Clássica para o
fluxo de calor constante, bem como o Método de Elementos Finitos através do programa
comercial SolidWorks/COSMOSWorks para o fluxo de calor variável.
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Sciences (M.Sc.)
ANALYSIS OF EXPERIMENTS FOR THE IDENTIFICATION OF THERMOPHYSICS
PROPERTIES.
Rafael de Sá Bunte
January / 2006
Advisor: Helcio Rangel Barreto Orlande
Department: Mechanical Engineering
The objective of this work is the implementation of three different experimental
arrangements, for the best arrangement to identify thermophysical properties of orthotropic
solids. These experiments involve the partial heating of one surface of the solid. It is
evaluated, among others things, the use or not of a heat flux transducer, two identical
specimens symmetrically heated and different locations of temperature sensors. For the
tests, an isotropic material with known thermophysical properties was used. The
NETZSCH Nanoflash equipment of the LTTC/PEM/COPPE/UFRJ, based on the Flash
Method, was used for the identification of the properties of this material. Being the
properties of the specimen material known with small uncertainty, the computational
simulation of the heat conduction problem for the comparison between computational and
experimental results was possible. In the computational simulation we used an analytical
solution, obtained with the Classical Integral Transforms Technique for a constant heat
flux, as well as the Finite Elements Method through a commercial program
SolidWorks/COSMOSWorks in the variable heat flux case.
vii
SUMÁRIO
NOMENCLATURA VII
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO X
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA XII
CAPÍTULO 3 – SOLUÇÃO ANALÍTICA XVI
CAPÍTULO 4 – SOLUÇÃO NUMÉRICA 30
CAPÍTULO 5 – SIMULAÇÃO EXPERIMENTAL 32
5.1 - Construção do Aparato Experimental 32
5.2 - Caracterização do Material do Corpo-de prova 36
5.3 - Procedimentos do Experimento 42
5.4 - Análise de Incerteza 42
CAPÍTULO 6 – RESULTADOS E DISCUSSÕES 43
CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 59
APÊNDICE 1 – ESTUDO DE CASO 67
APÊNDICE 2 – CALIBRAÇÃO DOS TERMOPARES 71
viii
NOMENCLATURA
a, b, c dimensões adimensionais do sólido nas direções x, y e z,
respectivamente
a1, b1 dimensões adimensionais da resistência elétrica nas direções x e y,
respectivamente
kx, ky, kz componentes da condutividade térmica adimensionais nas direções
x, y e z , respectivamente
q0 fluxo de calor adimensional aplicado durante o intervalo t >0
h coeficiente de filme – convecção livre
T temperatura adimensional
T temperatura transformada em z
T~
temperatura transformada em z e y
T~
temperatura transformada em z, y e x
t tempo adimensional
tf tempo final adimensional
th tempo de aquecimento adimensional
x, y, z variáveis espaciais
cp calor específico à pressão constante
ddp diferença de potencial
R resistência elétrica
Ur incerteza dos resultados
X média das amostras do parâmetro
Sr índice de exatidão absoluto
ts variável aleatória da distribuição de Student
LETRAS GREGAS / SÍMBOLOS
σ desvio padrão dos erros de medida
β erro sistemático
ρ massa específica do corpo-de-prova
ix
SUBSCRITOS
i referente ao tempo ti, i = 1, …, I
1,2,3 referente às direções x, y e z, respectivamente
SOBRESCRITOS
* variáveis dimensionais
‘ variáveis do problema transformado em isotrópico
T matriz ou vetor transposto
10
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Novos materiais e a busca pela otimização de projetos em engenharia tem motivado
a procura de métodos eficientes de determinação multidimensional e simultânea das
propriedades termofísicas.
Os compósitos, dentre os novos materiais recentemente estudados, vêm
progressivamente ocupando lugar de destaque no meio científico. De fato, materiais
compósitos proporcionam vantagens significativas, possibilitando a fabricação de produtos
com propriedades específicas, em cada caso particular de aplicação. A implicação direta
destes atributos amplia de forma expressiva o campo de aplicações. A literatura disponível
abordando propriedades mecânicas destes materiais é vasta, entretanto a quantidade de
estudos que enfatizam a identificação de propriedades termofísicas desta classe específica
de materiais é modesta.
Vale ressaltar que os próprios processos de produção de materiais compósitos
conhecidos até o momento não possuem tecnologia suficiente para o controle e exatidão
das propriedades físicas, acarretando em variações das propriedades térmicas resultantes
em cada lote produzido. Tais fatos justificam a necessidade de se obter um método
eficiente de identificação multidimensional e simultânea das propriedades termofísicas.
Sendo assim, este trabalho tem como objetivo a comparação de três arranjos
experimentais para a escolha do mais apropriado para utilização na identificação de
propriedades termofísicas de sólidos ortotrópicos. São realizados experimentos com cada
uma destes arranjos, utilizando-se um material isotrópico com propriedades bem
conhecidas, no caso o TEFLON. Além disso, é implementada a solução analítica para o
problema de condução de calor em questão, bem como é obtida a solução deste problema
através de um programa comercial. O programa utilizado foi o
SolidWorks/COSMOSWorks [38], que se baseia no Método de Elementos Finitos.
Apresenta-se a seguir a forma de organização deste trabalho.
O Capítulo 2 apresenta uma revisão bibliográfica de alguns trabalhos recentes desta
área em particular e que foram tomados como base para este trabalho.
O Capítulo 3 apresenta a formulação matemática e a descrição do problema físico.
Neste capítulo também é apresentada a formulação matemática em termos adimensionais.
11
O Capítulo 4 descreve solução analítica para o problema físico. Primeiro a solução
do problema direto é detalhada e, em seguida, o problema é transformado em isotrópico e a
Técnica da Transformada Integral é aplicada.
O Capítulo 5 apresenta a solução numérica para o problema tratado por este
trabalho. Será apresentada uma simulação em elementos finitos para a verificação dos
resultados encontrados pela solução analítica.
O Capítulo 6 descreve os três arranjos experimentais que foram utilizados neste
trabalho. O material do corpo-de-prova, bem como os sensores e os instrumentos utilizados
também são apresentados neste capítulo.
No Capítulo 7 são apresentados os resultados obtidos com os diferentes arranjos
experimentais. São também apresentados, e comparados com os resultados experimentais,
os resultados obtidos com a solução analítica e com a solução numérica.
Finalmente, no Capítulo 8 são apresentadas as conclusões do trabalho, assim como
as sugestões para a realização de trabalhos futuros.
No apêndice são apresentados os resultados das calibrações dos termopares
utilizados nos experimentos.
12
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A Técnica da Transformada Integral Clássica, apresentada por OZISIK [1] é
apropriada tanto para problemas de condução de calor homogêneos quanto não-
homogêneos, embora cuidados devam ser tomados para sua aplicação em problemas não-
homogêneos. Esta técnica consiste na expansão da solução do problema em termos de
autofunções. Defini-se um par transformada/inversa, tendo como base esta expansão. Em
seguida, é aplicada a transformação ao problema original, resultando em infinitas equações
diferenciais ordinárias para problemas transientes como o deste trabalho. Sendo estas
equações desacopladas, a solução analítica de cada uma delas pode ser obtida e então é
aplicada a fórmula da inversa para obtenção da solução do problema original. Por outro
lado, se as equações foram acopladas a Técnica da Transformada Generalizada [2] é então
utilizada. OZISIK [1] também apresenta a transformação de um problema de condução de
calor para um meio ortotrópico em um problema de condução para um meio isotrópico.
COTTA e MIKHAILOV [2] apresentam a reordenação dos autovalores como
solução para que possamos transformar os somatórios duplos e triplos, referentes às
soluções obtidas com a Técnica da Transformação Integral, em um somatório simples. A
vantagem que esta técnica possui é a redução do tempo computacional, já que a
reordenação é feita de forma que os termos mais significativos sejam levados em
consideração no somatório.
Diversas técnicas experimentais foram desenvolvidas no passado para a
identificação de diferentes propriedades termofísicas, como o método da placa quente
protegida [34] para a condutividade térmica e o Método Flash [18] para a difusividade
térmica.
O método baseado em uma emissão de um pulso de calor, assim como o método
flash, foi inicialmente desenvolvido por PARKER et al [17] em 1961. O método foi
modelado segundo a difusão de um pulso de calor através de um sólido isolado
perfeitamente e de espessura conhecida. Nesta modelagem, vale ressaltar, utilizou-se uma
formulação unidimensional e transiente. Contudo, a proposta apresentada por PARKER
não incluiu o efeito das perdas de calor das superfícies da amostra e supõe um pulso de
aquecimento instantâneo na superfície frontal do sólido.
Em 1963, COWAN [29] propôs a solução para a distribuição de temperatura em
uma placa fina de um material sólido, onde as perdas de calor por convecção e radiação
13
não são desprezíveis. Porém, seu método requer um conhecimento aproximado do valor
das perdas de calor. Apenas no caso de perdas por radiação o conhecimento do valor da
emissividade pode dar com razoável exatidão o valor destas perdas.
Em 1975 CLARK e TAYLOR [30] propuseram um outro método de identificação
da difusividade térmica baseado no procedimento de COWAN [29]. Eles propuseram um
método para determinar a difusividade térmica analisando a parte aquecida da curva de
temperatura do corpo-de-prova, antes que a superfície posterior da amostra atinja sua
temperatura máxima, ao invés de analisar a curva de temperaturas quando esta resfria.
KOSKI [31] analisou um problema bidimensional transiente de transferência de
calor e incluiu um fator de perda de calor adimensional para caracterizar as perdas
radioativas da amostra. Estas perdas são descritas através do número radioativo de Biot e
quando este número é igual à zero não há perda de calor da amostra. Contudo, esta análise
é limitada a casos onde este fator de perda, é menor que 1,2.
Em 1986, DEGIOVANNI e LAURENT [32] propuseram um método diferente para
analisar as curvas de temperatura obtidas experimentalmente. Eles supuseram que o tempo
do pulso do laser é pequeno comparado com a metade do tempo de subida da temperatura,
não sendo esta suposição uma correção do tempo do pulso finito. Esta análise considerou a
perda de calor por todos os lados da amostra e produziu resultados exatos em amostras
espessas e com baixa difusividade térmica.
O Método da Placa Quente Protegida [34] (“Guarded-Hot-Plate”), se baseia na Lei
de Fourier para a transferência de calor por condução. Neste processo, a placa aquecida,
situada na parte superior, é mantida numa temperatura constante através da circulação de
água quente proveniente de um calorímetro. No centro da sua face inferior, existe uma
chapa metálica interna de aquecimento elétrico, contendo um sistema de resistência elétrica
por onde circula uma corrente, fornecendo um fluxo de calor constante para a amostra a ser
ensaiada. A temperatura da outra placa, denominada “placa fria”, também é mantida
constante mediante a retirada de calor através da circulação de um refrigerante. A chapa
metálica interna de aquecimento elétrico é envolvida tanto lateral como superiormente,
pela placa superior. O objetivo da circulação desta água aquecida pelo interior da placa
quente é proteger o fluxo de calor gerado pela chapa metálica. Este artifício é que define o
método como sendo método das placas protegidas. O objetivo é manter a temperatura desta
placa protetora na mesma temperatura da chapa interna, evitando com isto perdas de calor
pelas superfícies laterais e pela superfície superior da placa de aquecimento, de modo que
14
no estado estacionário a potência elétrica alimentando a placa de aquecimento é
proporcional ao fluxo de calor de calor (Lei de Fourier) através do material a ser ensaiado.
GUIMARÃES et al. [33] investiga em seu trabalho a influência do fluxo de calor
imposto, a geometria do material e suas características sobre os resultados experimentais.
Já TAKTAK [6] e TAKTAK et al [7], através do critério D-ótimo, otimizam o
tempo de aquecimento, tempo final e posicionamento dos sensores na estimativa da
condutividade térmica e da capacidade volumétrica de materiais compósitos.
Através de medições de fluxo de calor na superfície, além das medidas de
temperatura, DOWDING et al. [8,9] estimam propriedades térmicas de um compósito
carbono-carbono bidimensional. Nestes trabalhos testa-se fazer o tempo de aquecimento
menor que o tempo final do experimento.
KIM et al. [17] estima as componentes bidimensionais da condutividade térmica e
a capacidade térmica volumétrica dependente da temperatura de um sólido anisotrópico
aquecendo parcialmente uma superfície apenas.
MEJIAS [10] apresenta em sua tese de mestrado um estudo em que se verifica o
posicionamento e número de sensores, tempo de aquecimento e tempo final do
experimento para estimar as condutividades térmicas de um material ortotrópico. Neste
trabalho considerou-se um problema físico envolvendo o aquecimento de três superfícies
de um sólido na forma de um paralelepípedo, enquanto que as outras três superfícies
permaneciam isoladas ou a uma temperatura prescrita.
MEJIAS et al.[11] utilizam o Mathematica para, através da computação simbólica,
resolver um problema de estimativa das componentes de condutividade térmica de um
sólido ortotrópico. Realiza-se a análise dos coeficientes de sensibilidade, o projeto ótimo
de experimentos e escreve-se uma rotina para a minimização da função objetivo através do
método Levenberg-Maquardt.
MEJIAS et al.[12] realizam um projeto ótimo de experimentos onde se verifica a
influência do processo de aquecimento e das dimensões do sólido para a estimativa das
componentes de condutividade térmica de um sólido ortotrópico.
RODRIGUES et al.[13] modelou um problema físico alternativo mais simples de
ser implementado experimentalmente. Um paralelepípedo com uma das superfícies
parcialmente aquecida. Tal fato faz com que o problema de condução de calor seja
tridimensional, independentemente das condições de contorno das outras superfícies. Neste
trabalho foram simuladas várias situações, variando o posicionamento dos sensores de
temperatura, o tempo final do experimento e, também, se as temperaturas usadas na
15
solução do problema inverso deveriam ser as lidas durante o aquecimento ou durante o
resfriamento do material. O trabalho aqui proposto objetiva confrontar o modelo proposto
por RODRIGUES et al. com dados experimentais sob as mesmas condições físicas.
BECK e ARNOLD [14] apresentam em seu livro métodos de minimização da
função objetivo, como é feita a análise estatística dos resultados e métodos de otimização
das experiências.
16
CAPÍTULO 3 – SOLUÇÃO ANALÍTICA
O problema físico em estudo foi tomado como um paralelepípedo do material com
dimensões *a , *b e *c nas direções *x , *y e *z respectivamente. Na superfície 0* =z foi
instalada uma resistência elétrica de dimensões *1a e *
1b nas direções *x e *y
respectivamente, com o restante da superfície isolada. Esta placa fornece um fluxo de calor
uniforme *0q durante um intervalo de tempo *
ht . Após esse intervalo de tempo toda a
superfície fica isolada. Por sua vez, a superfície ** cz = é mantida sob convecção natural.
Todas as outras superfícies são consideradas isoladas. O paralelepípedo encontra-se
inicialmente à temperatura constante 0θ . A Fig. 3.1 apresenta o modelo do problema físico
a ser estudado neste trabalho.
Figura 3.1 – Problema físico em estudo.
17
O problema físico é descrito matematicamente da seguinte forma:
0;0;0;0 em *******
*2*
2*
2*
2*
2*
2*
><<<<<<
∂∂
=∂∂
+∂∂
+∂∂
tczbyax
tc
zk
yk
xk pzyx
θρθθθ (3.1.a)
0* =∂∂xθ em 0* =x e ** ax = para 0* >t (3.1.b-c)
0* =∂∂yθ em 0* =y e ** by = para 0* >t (3.1.d-e)
),,( *****
* tyxqz
kz =∂∂
−θ em 0* =z para 0* >t (3.1.f)
)(**
*∞−=
∂∂ θθθ hz
kz em ** cz = para 0* >t (3.1.g)
0θθ = em 0* =t (3.1.h)
O fluxo de calor na superfície 0* =z pode ser descrito da seguinte forma:
( )
<<<<= regiãodessa fora 0
0;0 )(,,*1
**1
**__
*0**** byaxtqtyxq (3.1.i)
Para a adimensionalização do problema definido pelas equações (3.1) foram utilizados os
seguintes grupos adimensionais:
( ) ref
ref
kT
q lθ θ∞−
= ; 2
*
lctk
tp
ref
ρ= ;
refhhh
*
= ; (3.2.a-c)
refqqq
*
= ; refq
__*
0__
0 = ; refq
*0
0 = ; (3.2.d-f)
lxx
*
= ; lyy
*
= ; lzz
*
= ; (3.2.g-i)
laa
*
= ; l
bb*
= ; l
cc*
= ; (3.2.j-l)
laa
*1
1 = ; l
bb*
11 = ;
ref
ref
klh
Bi = (3.2.m-o)
ref
xx k
kk
*
= ; ref
yy k
kk
*
= ; ref
zz k
kk
*
= ; (3.2.p-r)
18
onde refk , refh e refq são respectivamente a condutividade térmica de referência, coeficiente
de filme de referência e o fluxo de calor de referência usados na adimensionalização do
problema.
Desta forma, o problema físico (3.1), adimensionalizado, é dado por:
tT
zTk
yTk
xTk zyx ∂
∂=
∂∂
+∂∂
+∂∂
2
2
2
2
2
2
em 0;0;0;0 ><<<<<< tczbyax (3.3.a)
0=∂∂
xT em 0=x e ax = , para 0>t (3.3.b-c)
0=∂∂
yT em 0=y e by = , para 0>t (3.3.d-e)
( )tyxqzTkz ,,=∂∂
− em 0=z , para 0>t (3.3.f)
0=+∂∂ BiT
zTkz em cz = , para 0>t (3.3.g)
0=T em 0=t (3.3.h)
onde,
( ) ( )
=0
,,__
0 tqtyxq regiãodessafora
byax 11 0;0 <<<< (3.3.i)
A Técnica da Transformada Integral Clássica é utilizada neste trabalho para a
obtenção da solução do problema direto (3.3). Em OZISIK [1] é descrito este
procedimento para a transformação do problema para um meio ortotrópico em um
problema para um meio isotrópico. Assim, as variáveis são apresentadas, conforme
OZISIK [1], pelas equações (3.4):
'x
kx xk
=
, '
y
ky yk
=
, '
z
kz zk
=
, (3.4.a-c)
'x
ka ak
=
, '
y
kb bk
=
, '
z
kc ck
=
, (3.4.d-f)
1 1'x
ka ak
=
, 1 1'
y
kb bk
=
(3.4.g-i)
19
onde k é a condutividade térmica de referência para a transformação, que pode ser obtida
através da relação:
( )1
23
21
=k
kkk zyx (3.5)
Utilizando-se as equações (4.1), a transformação da equação (3.3.a) pode ser escrita como:
tT
kzT
yT
xT
∂∂
=∂∂
+∂∂
+∂∂ 1
''' 2
2
2
2
2
2
em 0;''0;''0;''0 ><<<<<< tczbyax (3.6)
As condições de contorno e inicial são, portanto:
0'=
∂∂
xT em 0'=x e '' ax = , para 0>t (3.7.a-b)
0'=
∂∂
yT em 0'=y e '' by = , para 0>t (3.7.c-d)
)','('
' yxqzTkz =∂∂
− em 0'=z , para 0>t (3.7.e)
0'
' =+∂∂ BiT
zTkz em '' cz = , para 0>t (3.7.f)
0=T , em 0=t (3.7.g)
onde,
( )
=0
',' 0qyxq
regiãodessaforabyax ''0;''0 11 <<<<
(3.7.h)
Primeiramente, os autovalores, as autofunções e as normas são calculados através
dos problemas de autovalor, obtidos pela separação de variáveis, conforme OZISIK [1], da
versão homogênea do problema em questão. Depois disto, a solução é obtida
analiticamente através da Técnica da Transformada Integral Clássica. Estes problemas
auxiliares são apresentados pelas equações (3.8)-(3.10).
Direção x:
0)','(''
)','( 22
2
=+ xXdx
xXdmm
m βββ
(3.8.a)
20
0'
)','(=
dxxdX mβ em 0'=x e ax =' (3.8.b-c)
Direção y:
0)','(''
)','( 22
2
=+ yYdy
yYdnn
n γγγ
(3.9.a)
0'
)','(=
dyydY nγ em 0'=y e by =' (3.9.b-c)
Direção z:
0)','(''
)','( 22
2
=+ zZdz
zZdpp
p ηηη
(3.10.a)
0'
)','(=
dzzdZ pη
em 0'=z (3.10.b)
0)','('
)','(=+ zBiZ
dzzdZ
pp η
η em cz =' (3.10.c)
Cada problema de autovalor apresenta a respectiva autofunção e norma, conforme
OZISIK [1]:
)''cos()','( xxX mm ββ = ; '
21aNm
= para 0≠mβ e '
11aNm
= para 00 =β (3.11.a-c)
)''cos()','( yyY nn γγ = ; '
21bNn
= para 0≠nγ e '
11bNn
= para 00 =γ (3.12.a-c)
)''cos()','( zzZ pp ηη = ; BiBic
BiN p
p
p ++
+=
)('21
22
22
ηη
(3.13.a-b)
Sendo os autovalores dados por OZISIK [1]:
''
am
mπβ =
''
bn
nπγ =
)''tan('
cBi
pp η
η = (3.14-16)
O seguinte par transformada/inversa ao longo da direção z é definido para
resolvermos o problema dado pelas equações (3.6) e (3.7)
21
Transformada: ∫=
='
0'
'),',','()','(),',','(c
zpp dztzyxTzZtyxT ηη (3.17.a)
Inversa: ∑∞
=
=1
),',','()','(
),',','(p
pp
p tyxTN
zZtzyxT η
η (3.17.b)
Integrando por partes e utilizando a equação (3.10.a):
∫= =
−
∂
∂−
∂∂
=∂∂'
0'
2'
0'2
2
''
)','('
)','(''
)','(c
zp
c
z
ppp T
zzZ
TzTzZdz
zTzZ η
ηηη (3.17.c)
Substituindo na equação (3.17.c) as condições de contorno (3.7.e-f) e (3.10.b-c),
além da equação (3.16), tem-se para cada período:
Período ( t > 0 ):
∫=
−=∂∂'
0'
22
2
''
)','(''
)','(c
zp
zp T
kyxqdz
zTzZ ηη (3.17.d)
O problema definido pelas equações (3.6) e as condições de contorno e inicial para
o período definido é multiplicado pelas equações (3.7), por )','( zZ pη e integrando-se de 0
a c’ em z’ as equações (3.17), obtém-se:
Período (t > 0):
tT
kkyxqT
yT
xT
zp ∂
∂=+−
∂∂
+∂∂ 1
')','('
''2
2
2
2
2
η (3.18.a)
0'=
∂∂
xT em 0'=x e '' ax = , para htt ≤<0 (3.18.b-c)
0'=
∂∂
yT em 0'=y e '' by = , para htt ≤<0 (3.18.d-e)
0=T , em 0=t (3.18.f)
22
Um novo par transformada/inversa é definido em relação à direção y’, assim:
Transformada: ∫=
='
0'
'),',','()','(),',','(~ b
ypnpn dytyxTyYtxT ηγηγ (3.19.a)
Inversa: ∑∞
=
=0
),',','(~)','(
),',','(n
pnn
np txT
NyY
tyxT ηγγ
η (3.19.b)
Utilizando as equações (3.7.h) e (3.15), conclui-se que:
∫=
=
===
'
0' 1
1
0npara '
')'(
1,2,3,...npara ''
)''()'(
)','(~''
)','()','(b
y
z
nz
n
nz
n
kbxq
kbsenxq
xqdyk
yxqyY γγ
γγ (3.19.c)
onde,
( )
=0
' 0qxq
regiãodessaforaax ''0 1<<
(3.19.d)
Multiplicando, então, os problemas definidos pelas equações. (3.18) e (3.19) por
)','( yY nγ e integrando de 0 a b’ em y’, utilizando as equações (3.9.a) e (3.19), obtém-se:
Período ( t > 0):
tT
kxqT
xT
npn ∂∂
=++−∂∂
~1)','(~~
)''('
~22
2
2
γηγ (3.20.a)
0'
~=
∂∂
xT em 0'=x e '' ax = , para htt ≤<0 (3.20.b-c)
0~=T , em 0=t (3.20.d)
23
Definindo, portanto, um novo par transformada/inversa em relação à direção x’:
Transformada: ∫=
='
0'
'),',','(~
)','(),',','(~ a
xpnmpnm dxtxTxXtT ηγβηγβ (3.21.a)
Inversa: ∑∞
=
=0
),',','(~)','(
),',','(~
mpnm
m
mpn tT
NxX
txT ηγββ
ηγ (3.21.b)
Utilizando a equação (4.18.d) e (4.12), obtém-se:
)','(~')','(~)','('
0'nm
a
xnm qdxxqxX γβγβ =∫
=
(3.21.c)
sendo,
0 1 1
0 1 1
0 1 1
0 1 1
' ' para m 0 e n 0'
' ( ' ') para m 0 e n 1,2,3,...' 'ˆ( ', ')
( ' ') ' para m 1,2,3,... e n 0' '
( ' ') ( ' ')' '
z
n
z nm n
m
z m
m n
z m n
q a bk
q a sen bk
qq sen a b
kq sen a sen b
k
γγ
β γββ
β γβ γ
= =
= =
== =
para m 1,2,3,... e n 1,2,3,...'
= =
(3.21.d)
Multiplicando então os problemas definidos pelas equações (3.20) por )','( xX mβ e
integrando de 0 a a’ em x’, utilizando as equações (3.8.a) e (3.21) obtém-se:
Período ( t > 0):
)','(~ ~
)'''(~
222nmpnm qkTk
dtTd γβηγβ =+++ (3..22.a)
0~=T , em 0=t (3.22.b)
Através da aplicação da técnica da Transformada Integral, todas as derivadas
parciais em relação as variáveis espaciais foram transformadas e os problemas diferenciais
parciais reduzidos a equações diferenciais ordinárias de primeira ordem para a
24
transformada integral ),',','(~
tT pnm ηγβ da temperatura, com suas respectiva condições
iniciais transformadas. Resolvendo as equações (3.22) e substituindo nas expressões de
inversão apresentadas as equações (3.17), (3.19) e (3.21) os resultados são descritos como:
Período (t > 0):
∑∑∑∞
=
∞
=
∞
=
=0 0 0
)','(~)''cos()''cos()''cos(1p n m
nmpnmpnm
qzyxNNN
T γβηγβ
++− ++−
222
)'''(
'''1
222
pnm
tk pnmeηγβ
ηγβ
(3.23.c)
O somatório triplo das equações (3.23.c) pode ser desmembrado conforme equação
(3.23.e):
∑∑∑∑∑∑ ∑ ∑ ∑∑∑∞
=
∞
=
∞
=
∞
=
∞
=
∞
=
∞
=
∞
=
∞
=
∞
=
∞
=
+++=1 1 10 0 0 1 1 1 11 p n mp n m p p p mn
, (3.23.e)
sendo m = 0 e n = 0 para o somatório simples, m = 0 para o primeiro somatório duplo e n =
0 para o segundo somatório duplo.
Reescrevendo-se a equação (3.23.c), utilizando-se a equação (3.23.e) e
substituindo-se as equações (3.11.b-c), (3.12.b-c), (3.13.b) e (3.21.d), obtém-se:
Período 1 (t>0):
( )( )2' '
2 20 1 1
22 21
' ' 12cos( ' ') '' ' ' '' '
pk t
p p
p z pp
q a b ez Bik a b kc Bi Bi
ηη η
ηη
− ⋅∞
=
−+⋅ ⋅ +
⋅+ +∑
( )( )2 2( ' ' ) '
2 20 1 1
2 22 21 1
' ( ' ') 14cos( ' ')cos( ' ') '' ' ' ' ( ' ' )'
n pk tnp n p
p n z n n pp
q a sen b ez y Bik a b kc Bi Bi
γ ηγη γ ηγ γ ηη
− +∞ ∞
= =
−+⋅ ⋅ +
++ +∑∑
( )( )2 2( ' ' ) '
2 20 1 1
2 22 21 1
' ( ' ') 14cos( ' ')cos( ' ') '' ' ' ' ( ' ' )' '
m pk tmp m p
p m z m m pp
q b sen a ez x Bik a b kc Bi Bi
β ηβη β ηβ β ηη
− +∞ ∞
= =
−+⋅ ⋅ +
++ +∑∑
( )2 2
0 1 12 2 22 2
1 1 1
8cos( ' ')cos( ' ')cos( ' ') ' ( ' ') ( ' ')' ' ' ' ' ( ' ' ' )' '
p n m p n m
n p m z n m m n pp
z y x Bi q sen b sen ak a b kc Bi Bi
η γ β η γ βγ β β γ ηη
∞ ∞ ∞
= = =
+⋅ ⋅ ⋅
+ ++ +∑∑∑
( )2 2 2( ' ' ' ) '1 m n pk te β γ η− + +− (3.24.a)
25
Substituindo as variáveis das equações (3.4) nas equações (3.24), a solução é obtida
fundamentada nas variáveis adimensionais do problema direto. Assim:
Período 1 ( 0t > ):
( )( )2
2 20 1 1
22 21
12cos( )z pk t
p p
p z pp
q a b ez Biab kc Bi Bi
ηη η
ηη
−∞
=
−+⋅ ⋅ +
+ +∑
( )( )2 2( )
2 20 1 1
2 22 21 1
( ) 14cos( )cos( )( )
y n z pk k tnp n p
p n n y n z pp
q a sen b ez y Biab k kc Bi Bi
γ ηγη γ ηγ γ ηη
− +∞ ∞
= =
−+⋅ ⋅ +
++ +∑∑
( )( )2 2( )
2 20 1 1
2 22 21 1
( ) 14cos( )cos( )( )
x m z pk k tmp m p
p m m x m z pp
q b sen a ez x Biab k kc Bi Bi
β ηβη β ηβ β ηη
− +∞ ∞
= =
−+⋅ ⋅ +
++ +∑∑
( )2 2
0 1 12 2 22 2
1 1 1
8cos( )cos( )cos( ) ( ) ( )( )
p n m p n m
n p m n m x m y n z pp
z y x Bi q sen b sen aab k k kc Bi Bi
η γ β η γ βγ β β γ ηη
∞ ∞ ∞
= = =
+⋅ ⋅ ⋅
+ ++ +∑∑∑
( )2 2 2( )1 x m y n z pk k k te β γ η− + +− (3.25)
sendo
am
mπβ =
bn
nπγ =
cp
p 2)12( πη −
= (3.26.a-c)
26
CAPÍTULO 4 – SOLUÇÃO NUMÉRICA
A solução exata de um problema contínuo consiste em encontrar uma ou mais
funções analíticas que definam o comportamento físico das variáveis, nas quais o problema
é formulado. No Método de Elementos Finitos as variáveis do problema são expressas em
termos de funções de interpolação ponderadas através de parâmetros a determinar.
Normalmente estes parâmetros estão associados às variáveis do problema ou a outras
grandezas físicas.
O processo de modelagem matemática de um problema físico e a discretização em
elementos finitos introduzem erros inevitáveis. A formulação matemática introduz erros de
idealização. E a solução introduz erros numéricos. Desses três tipos de erros, apenas o de
discretização é específico do Método de Elementos Finitos. Erros de modelagem são
introduzidos antes que o método seja utilizado e só podem ser controlados usando técnicas
corretas. Erros de solução são acumulados pelo solver, são difíceis de controlar, mas
felizmente são usualmente muito pequenos.
O Método de Elementos Finitos nada mais é do que uma técnica que permite
construir estas funções de interpolação. O método requer que o domínio seja dividido em
regiões, denominadas elementos finitos. Nestas regiões serão definidas funções
apropriadas para cada tipo de problema. Este método permite a composição de diferentes
tipos de elemento e sua seleção representa o passo crítico do método.
Desta forma vale ressaltar as principais causas dos erros associados à solução
numérica:
- Discretização do modelo;
- Entrada de dados;
- Funções de interpolação utilizadas;
- Linearização da teoria e do material;
- Solução numérica;
- Erros de arrendondamento da máquina;
- Cálculo de resultados.
Freqüemtemente, o mais difícil dos passos é a análise dos resultados. Uma
interpretação apropriada dos resultados requer que apreciemos as suposições, ass
simplificações e os erros introduzidos nos três primeiros passos: construindo o modelo
matemático, o modelo em elementos finitos e a solução do modelo em elementos finitos.
27
O programa computacional escolhido para ser utilizado neste trabalho foi o
SolidWorks/COSMOSWorks[38]. Este programa comercial é uma ferramenta de análise de
projeto baseado na técnica numérica dos elementos finitos. Este programa permite uma
perfeita integração com o sistema operacional Windows, por ter sido especificamente
desenvolvido para este sistema.
A simulação foi feita para os três arranjos experimentais descritos no Capítulo 6
respeitando as mesmas condições de contorno e condição inicial citadas nas equações da
solução analítica para os arranjos 1 e 2. Para o arranjo 3 foram respeitadas todas as
informações dos arranjos anteriores exceto a condição de fluxo variável na face
parcialmente aquecida. Os valores para o fluxo para o arranjo 3 foram os obtidos através
das medições do transdutor de fluxo da calor nos casos estudados já que a solução analítica
não foi formulada para este caso. Os dados utilizados, condutividade térmica, calor
específico e densidade, foram adquiridos através de ensaios realizados no
LTTC/PEM/COPPE/UFRJ. Contudo, como pode ser verificado no Capítulo 6, os valores
destes parâmetros apresentam variação com a temperatura. Desta forma foram utilizados
valores médios nas simulações numéricas. Vale ressaltar que o refinamento da malha foi
testado, para se verificar a convergência dos resultados. Contudo, este procedimento não
influenciou de forma significativa nos resultados obtidos.
A figura abaixo ilustra a malha gerada na solução numérica do problema físico aqui
estudado. Ela foi construída de forma que seus elementos fossem bem pequenos, possuindo
9642 nós e 6239 elementos. Estes elementos possuem 2,89708 mm de tamanho, uma
tolerância de 0,144853 mm e uma taxa de proporção de 3,4457. Não há elementos
distorcidos.
Figura 4.1 – Detalhamento da malha
28
As figuras a seguir representam o campo de temperaturas dos arranjos estudados ao
final do tempo de experimento.
Arranjo 01 - 6,32V:
Figura 4.2 – Campo de temperaturas no tempo final do experimento
31
CAPÍTULO 5 – SIMULAÇÃO EXPERIMENTAL Neste capítulo são apresentados três arranjos experimentais analisados neste
trabalho, tendo como objetivo a identificação da melhor configuração para a
determminação das componentes de condutividade térmica de sólidos ortotrópicos. Tais
arranjos envolvem o aquecimento parcial de apenas uma superfície do sólido, tal qual
analisado anteriormente, sob o ponto de vista da solução do problema inverso, na
referência [13]. Para O teste doa arranjos experimentais implementados utilizou-se
TEFLON , por ser um material isotrópico com propriedades bem conhecidas através do
método-padrão ASTM.
5.1 – Construção do Aparato Experimental O corpo-de-prova ensaiado tem como geometria um paralelepípedo de arestas a* =
39,1 ± 0,01 mm, b* = 34,9 ± 0,01 mm e c* = 17,8± 0,01 mm. Sendo l = a*, que é a
dimensão de referência para a adimencionalização. Isto significa que a =1, b=0,6694 ,
c=0,3414l como valores das dimensões adimensionais do corpo-de-prova e a1 = 0,75 a e
b1 = 0,75 b como valores adotados para os parâmetros adimensionais de comprimento e da
largura da resistência elétrica, respectivamente. O fluxo de calor adotado, a saber, *0qqref =
resulta em 10 =q . Para as componentes da condutividade térmica, os valores são kref = kx
= ky = kz = 0,213 W / m K, valor obtido através do “método flash” de ensaio (ver seção 5.3),
e que resultam em xk = yk = zk =1.
Foram escolhidos três arranjos experimentais para efeito de comparação. O
primeiro foi montado utilizando um corpo-de-prova, uma resistência elétrica e quatro
sensores de temperatura. No segundo, a montagem utilizou dois corpos-de-prova, uma
resistência elétrica e oito sensores. Esta configuração foi usada a fim de fazer medições,
similares a primeira configuração, porém, simultâneas em dois corpos. O terceiro, e última,
é similar a primeira, mas possui um transdutor de fluxo de calor localizado entre a
resistência elétrica e o material ensaiado. As figuras 5.1.1, 5.1.2, e 5.1.3 ilustram melhor os
referidos arranjos, respectivamente. A comparação dos resultados encontrados em cada
arranjo experimental objetiva determinar qual deles, ou se mais de um, possui
características apropriadas para ser utilizado na determinação simultânea das componentes
da condutividade térmica de um material ortotrópico.
32
Figura 5.1.1 – Arranjo experimental 01
Figura 5.1.2 – Arranjo experimental 02
Figura 5.1.3 – Arranjo experimental 03
As escolhas do posicionamento dos sensores, das dimensões da resistência elétrica,
do tempo final ótimo dos ensaios e do período de leitura das temperaturas, aquecimento ou
resfriamento, foram feitos com base na análise dos coeficientes de sensibilidade e da
maximização da matriz de informação FI . Esta análise nos permite comparar possíveis
pontos de medição de temperatura, a fim de se determinar, com o menor intervalo de
33
incerteza, quais deles são os melhores na obtenção das propriedades termofísicas, como
descrevem em seus trabalhos OZISIK e ORLANDE, RODRIGUES, ORLANDE e
MEJIAS [9,13], respectivamente. As tabelas 5.1.1, 5.1.2 e 5.1.3 apresentam de forma
sucinta o posicionamento dos sensores. Vale ressaltar que os sensores posicionados em
(0.,0.5,1) e (0.5,0.5,-1) são auxiliares, determinando o término de cada experimento.
Sensor Posição do Sensor 1 (0.5, 1, 0.5) 2 (1, 0.5, 0.5) 3 (0.75, 0.75, 0) 4 (0.5,0.5,1)
Tabela 5.1.1 – Posições de sensores no arranjo 01
Sensor Posição do Sensor
1 (0.5, 1, 0.5) 2 (1, 0.5, 0.5) 3 (0.75, 0.75, 0) 4 (0.5,0.5,1) 5 (0.5, 1, -0.5) 6 (1, 0.5, -0.5) 7 (0.75, 0.75, 0) 8 (0.5,0.5,-1)
Tabela 5.1.2 – Posições de sensores no arranjo 02
Sensor Posição do Sensor
1 (0.5, 1, 0.5) 2 (1, 0.5, 0.5) 3 (0.75, 0.75, 0) 4 (0.5,0.5,1)
Tabela 5.1.3 – Posições de sensores no arranjo 03
Os sensores selecionados foram termopares do tipo “k”, cromel-alumel, por sua
grande faixa de temperatura de trabalho e seus menores erros de medição, comparados aos
outros tipos de termopar. A respectiva calibração dos mesmos foi realizada na Unidade de
Metrologia Térmica – UNIMET do Laboratório de Tecnologia e Transferência de Calor
(PEM COPPE-UFRJ) através de um banho metrológico. O método de calibração foi o
direto.
As etapas do banho metrológico consistem em verificar a estabilidade térmica do
banho, a homogeneidade radial e axial, sendo que este conjunto de verificações deve ser
realizado na temperatura limite superior e do limite inferior do banho.
34
A estabilidade térmica do banho é verificada fazendo-se 30 medições consecutivas
durante 30 minutos, em 3 posições axialmente distintas do banho; a cerca de 40mm do
fundo, a cerca de 40mm do nível máximo e no ponto médio do reservatório. Estas
medições devem ser feitas em 3 temperaturas diferentes; a maior, a menor e a 20ºC acima
ou abaixo da temperatura ambiente.
Para a verificação da homogeneidade térmica radial, o tempo e o número de
medições em cada ponto são os mesmos da estabilidade térmica. Porém, estas medições
são feitas na termoresistência padrão calibrada e no termopar na posição central do
reservatório, calculando-se a diferença média das temperaturas medidas. Em seguida,
mantendo-se a termoresistência na posição original, repete-se o procedimento alternando a
posição do termopar em cada um dos cantos do reservatório.
Este processo deverá ser realizado para as mesmas temperaturas utlizadas na
verificação da estabilidade térmica.
A máxima diferença das médias das temperaturas encontradas dentre as 5 posições
e 3 nas temperaturas avaliará a homogeneidade radial.
Como na verificação radial, a verificação da homogeneidade térmica axial possui o
mesmo tempo de duração e o mesmo número de medições em cada ponto a ser analisado.
As temperaturas da verificação também são as mesmas. Só que neste caso, a
termoresistência é mantida na posição central, a 40 mm de profundidade e, variando a
posição do termopar, efetua-se outras 4 séries de 30 medições, sendo que a última deve fiar
a 40 mm da superfície.
Os resultados obtidos nas calibrações radial e axial têm como finalidade estabelecer
as regiões de maior homogeneidade para a realização das calibrações de instrumentos. Os
resultados encontrados no padrão devem ser analisados diretamente com os encontrados no
termopar utilizado. A homogeneidade axial será avaliada pela máxima diferença das
médias das temperaturas, encontrada dentre as 5 posições medidas e nas 3 temperaturas.
Os equipamentos utilizados foram uma termoresistência calibrada (PT 100) e
multímetro digital calibrado, com resolução mínima de 0,001 omhs. Já as condições
ambientais de trabalho definidas pela UNIMET foram: Temperatura de 22 ± 3ºC e
umidade relativa de 60 ± 10 %.
Os resultados da calibração estão disponíveis no Apêndice 2.
Para a fabricação da resistência elétrica levou-se em consideração que o seu regime
transiente de aquecimento não tivesse interferência na execução do experimento. Assim a
resistência elétrica possui dimensões equivalentes a a1 e b1 (29,3 e 26,2 ± 0,01mm) e sua
35
resistência elétrica é igual a 34,2 ± 0,05Ω. Já a espessura da resistência é menor que 0,2
mm.
Figura 5.1.4 – Esquema de Construção da Resistência Elétrica
A temperatura e o tempo em que cada medida do experimento foi realizada foram
registrados pelo sistema de aquisição de dados AGILENT 34970A. Este sistema combina
versatilidade e exatidão em suas medições. Por ser de simples implementação e operação,
ele permite ao usuário medir, armazenar e analisar dados diferentes de maneira simultânea,
podendo o usuário fazer seus ensaios operando diretamente sobre o aparelho ou usando a
interface do computador. Também permite fazer conversões e gerar relatórios de maneira
fácil, direta e rápida. Isto tudo com a vantagem de ser compatível com a plataforma
computacional Windows.
Para assegurar a estabilidade no fluxo de calor a ser utilizado em cada ensaio, foi
utilizado um retificador de corrente e um multímetro marca TECHMASTER, modelo DM
8300. Desta forma, a influência da rede elétrica foi minimizada e a voltagem desejada foi
ajustada em cada caso ensaiado. O aparato experimental pode ser observado na fotografia
da Fiq. 5.1.1.
Figura 5.1.1 – Aparato experimental
36
5.2 – Caracterização do Material do Corpo-de-Prova O corpo-de-prova foi confeccionado a partir de uma placa de politetra-fluoretileno
(TEFLON®). Esta informação, entretanto, não garante a confiabilidade necessária para se
tratar o material para a realização do experimento. As inúmeras técnicas de fabricação, a
substituição do flúor por cloro na composição química e a adição de cargas, corantes e
pigmentos, por exemplo, afetam as propriedades do material. Isto é facilmente notado pelo
grande número de produtos encontrados no mercado sob o mesmo nome comercial.
Para a caracterização do material em questão e subseqüente utilização do mesmo
para a realização das estimativas das propriedades térmicas, testes de termogravimetria
[21] foram realizados no Instituto de Macromolécula (IMA-UFRJ) para a especificação
correta do material. A realização do ensaio foi feita utilizando o equipamento Perkin Elmer
TGA -7. O ensaio consiste em aquecer uma amostra, de 4 a de 6 mg do material em
questão, a uma taxa de aquecimento constante, que varia de 10 a 20 ºC por minuto, sob
uma atmosfera de nitrogênio. O intervalo de aquecimento é de 30 a 800 ºC. Ao atingir
temperaturas imediatamente superiores a 600ºC o TEFLON inicia sua queima e quando
este processo se encerra o seu teor de cinzas não deverá ser superior a 2% de sua massa,
caso contrário ficam configuradas alterações em sua composição original, adição de cargas
e/ou outras impurezas, o que acarretará em alterações em suas propriedades e sua isotropia.
Os resultados obtidos deste ensaio confirmam a características necessárias ao
material para ser utilizado nos arranjos experimentais propostos neste trabalho, já que o
material atende as especificações necessárias, ou seja, os teores de cinzas e sua queima
estão dentro dos limites aceitos. As figuras 6.2.1 e 6.2.2 ilustram os resultados obtidos.
39
Observando as figuras acima, percebe-se que o material apresentou as
características esperadas. Através do “Onset X”, verifica-se a temperatura em que inicia-se
o processo de queima, 603,882 ºC na primeira figura e 600,089 ºC na segunda. O “Delta
Y” permite verificar o percentual queimado do material, 99,7243% na primeira figura e
98,542% na segunda. Em ambas as amostras ensaiadas a temperatura foi imediatamente
superior a 600 ºC e o teor de cinzas inferior a 2%, referências para a caracterização do
material [21].
Para a determinação de propriedades termofísicas do material do corpo de prova
faz-se necessário um método reconhecido pela comunidade científica como um
procedimento de referência, qualificado pelo seu grau de incertezas de resultados
apresentados e pela capacidade de caracterizar materiais de referência e outros
procedimentos. Desta forma, foi adotado o “Método Flash” neste trabalho.
O foco deste trabalho é a construção de um experimento capaz de determinar
simultaneamente as componentes da condutividade térmica de um sólido ortotrópico em
regime transiente. Contudo, no “Método Flash” a difusividade térmica é o dado primitivo e
o calor específico o secundário. A condutividade térmica não é medida; é obtida através
dos dados primário e secundário. Porém, por necessitar de amostras reduzidas, ser rápido e
por determinar a condutividade de forma indireta com baixos níveis de incerteza de
resultados o método possui características suficientes para a função de caracterização do
material do corpo-de-prova.
Para a execução deste ensaio “Flash”, foram utilizadas amostras retiradas do
mesmo material usado no experimento deste trabalho, a saber: dois discos de 12,7 mm de
diâmetro e 1,1 e 1,2 mm de espessura cada. Como o método baseia-se na emissão de um
pulso de luz e o material do ensaio era de cor branca, os corpos-de-prova precisaram de
uma aplicação de um filme de grafite para minimizar a reflexão do pulso emitido e,
conseqüentemente, evitar erros nos resultados obtidos. Entretanto, o material em questão,
TEFLON®, possui uma característica de anti-aderência. Esta qualidade dificultava a
realização do ensaio, pois o filme de grafite se desprendia do corpo-de-prova conforme o
ensaio prosseguia. Para evitar tal inconveniente, a aplicação do filme foi feita após o
aquecimento e estabilização do material a uma temperatura de 180 ºC tendo o seu
resfriamento ocorrido em condições de ar tranqüilo, ou convecção natural. Desta forma, o
grafite aplicado permaneceu aderido ao corpo-de-prova e as características originais do
material não se alteraram [22].
40
Com a solução do problema da aderência do grafite aos corpos-de-prova, o ensaio
foi realizado aquecendo as amostras de 25 em 25ºC , partindo da temperatura de 25 até
alcançar 175ºC. O pulso de energia foi ajustado, já que o mesmo possui três diferentes
tipos: curto, médio e longo, de maneira que as condições necessárias para a obtenção de
dados confiáveis fossem alcançadas.
As tabelas a seguir ilustram os resultados encontrados para a condutividade térmica
e para difusividade térmica.
Shot Number Temperature (ºC) Model
Diffusivity (mm2/s)
Conductivity (W/mK) Cp (J/gK) Pulse type
1 25,4 Rad-pc 0,084 0,183 0,909 3 (long) 2 24,5 Rad-pc 0,087 0,19 0,931 3 (long) 3 24,4 Rad-pc 0,09 0,195 0,977 3 (long) 4 25 Rad-pc 0,09 0,194 0,985 3 (long) 5 25,1 Rad-pc 0,089 0,192 0,957 3 (long)
Mean 24,9 0,088 0,191 0,952 Std. Dev. : 0,4 0,002 0,005 0,031
6 50,4 Rad-pc 0,1 0,236 1,053 3 (long) 7 49,1 Rad-pc 0,1 0,234 1,025 3 (long) 8 49,6 Rad-pc 0,1 0,236 1,028 3 (long) 9 50 Rad-pc 0,099 0,234 1,022 3 (long) 10 50,1 Rad-pc 0,099 0,233 1,015 3 (long)
Mean 49,4 0,1 0,235 1,028 Std. Dev. : 0,5 0,001 0,001 0,014
11 74,5 Rad-pc 0,1 0,305 1,368 3 (long) 12 74,9 Rad-pc 0,099 0,301 1,325 3 (long) 13 74,9 Rad-pc 0,099 0,301 1,329 3 (long) 14 75 Rad-pc 0,098 0,301 1,326 3 (long) 15 75 Rad-pc 0,098 0,301 1,33 3 (long)
Mean 74,9 0,099 0,302 1,336 Std. Dev. : 0,2 0,001 0,002 0,018
Tabela 5.2.1 – Resultados obtidos para a condutividade térmica – Método Flash
5.3 – Procedimentos do Experimento
Os corpos-de-prova foram serrados e retirados manualmente de uma placa de
TEFLON® com dimensões iguais a 400 x 400 x 25 mm. As dimensões finais foram
alcançadas usinando os corpos-de-prova em uma plaina limadora marca SANCHES
BLANES modelo P400, com incerteza de ± 0,01 mm . O posicionamento dos sensores foi
determinado por traçagem e feito com o auxílio de uma broqueadeira de coordenadas
marca WMW, modelo BKoE 315 x 500. O resultado da confecção dos corpos-de-prova está
apresentado nas fotos das figuras 5.3.1 e 5.3.2.
41
Figuras 5.3.1 e 5.3.2 – Posicionamento dos sensores
Com os sensores posicionados e as faces laterais do corpo-de-prova isoladas com
espuma de poliestireno (ISOPOR), aplicamos pasta térmica, que tem a função de
minimizar o efeito da resistência térmica de contato, nos locais de posicionamento dos
sensores, da resistência elétrica (face z = 0) e do transdutor de fluxo de calor. Em seguida a
placa foi posicionada no aparato experimental e a face z = 0 foi isolada termicamente, para
os arranjos 1 e 2, e o transdutor foi devidamente instalado, para o arranjo 3. O aquecimento
foi iniciado simultaneamente às medições. Por se tratar de um problema transiente, o
aquecimento e as medições são interrompidos quando o(s) sensor(es) da face oposta à
resistência elétrica apresenta variação de temperatura superior à incerteza da leitura de
temperatura. O intervalo em que cada uma das medições realizadas de cada termopar
realizado foi de 1 segundo.
A seguir, será discutido o procedimento para a validação dos resultados obtidos
experimentalmente.
5.4 – Análise de Incerteza
O sucesso de um trabalho experimental está fortemente relacionado ao
planejamento do experimento. Questões como o objetivo do teste e se os parâmetros que
estão sendo medidos levarão às conclusões a que se espera chegar parecem ser
elementares, mas devem ser consideradas freqüentemente durante o programa
experimental. O controle do experimento, dos princípios físicos que regem o fenômeno em
estudo, das instalações experimentais e equipamentos utilizados para as medições indicam
as variáveis que devem ser cuidadosamente controladas.
HOLMAN e GAJDA [24] sugerem um procedimento experimental para o
planejamento de um experimento. Resumidamente, deve-se após identificar a necessidade
dos experimentos, a instrumentação a ser utilizada e o tempo necessário para a realização
42
da experiência, iniciar um plano detalhado dos experimentos, estabelecendo claramente os
objetivos, verificando a performance do modelo e a análise teórica do fenômeno físico.
A definição de incerteza é bastante intuitiva, entretanto o entendimento intuitivo é
de caráter qualitativo e existem procedimentos normatizados para a terminação quantitativa
deste parâmetro. LASSAHN [25] apresenta em seu artigo uma detalhada interpretação da
incerteza de medição.
Desta forma, surge a necessidade de se realizar uma análise da incerteza
experimental. Em MONTGOMERY [27] é possível encontrar uma descrição abrangente a
cerca da análise e projetos de experimentos. Todavia, uma síntese do procedimento a ser
adotado para a realização da análise da incerteza pode ser realizada obedecendo aos
seguintes passos principais:
1. Estabelecimento das variáveis primárias que devem ser medidas;
2. Determinação da exatidão requerida para as medições das variáveis primárias e o
número necessário de repetições das medições para adequada análise dos dados.
3. Processamento dos dados antes da realização dos experimentos, para assegurar que os
dados que estão sendo obtidos são adequados para atingir os objetivos previamente
estabelecidos.
4. Análise das possíveis fontes de erros deve ser realizada antes da execução dos
experimentos definitivos, para que as modificações possam ser implementadas, caso sejam
necessárias, para que a incerteza dos resultados finais esteja compatível com a requerida
pelos objetivos.
A seqüência de passos acima permite que sejam selecionados os instrumentos e o
projeto das instalações experimentais assegurando que os objetivos propostos sejam
atingidos. A estimativa da incerteza deve ser adicionada ao planejamento do experimento.
A escolha do método usado para realizar as medições leva em conta a escolha da
instrumentação. NAKRA [28] aborda a incerteza associada à instrumentação, tratando
detalhadamente da análise de incerteza dos equipamentos mais comummente utilizados.
Uma análise da incerteza durante o período de planejamento do experimento
possibilita fazer a melhor escolha dos instrumentos a serem utilizados. De forma sucinta,
43
segundo sugestão de ABERNETHY et al. [23], a análise da incerteza apresenta os
seguintes passos:
1. Uma vez que as variáveis a serem medidas foram estabelecidas, selecionam-se as
técnicas de medição;
2. É realizada uma análise de incerteza para cada técnica de medição selecionada, levando
em conta as estimativas da exatidão dos instrumentos a serem utilizados;
3. As diferentes técnicas de medição utilizadas são então avaliadas com relação ao custo,
disponibilidade de instrumentação, facilidade de obtenção de dados e da estimativa da
incerteza.
5.4.1 – Cálculo da Incerteza do Fluxo de Calor
Arranjo 01:
Dados de Entrada
V 6.32:= R 34.2:= a1 0.0293:= b1 0.0262:=
IncertV 0.005:= IncertR 0.05:= Incerta1 0.00001:= Incertb1 0.00001:=
Cálculo da Incerteza
δv 2 IncertV⋅:= δ r 2 IncertR⋅:= δa1 2 Incerta1⋅:= δb1 2 Incertb1⋅:=
uvδv
2
12:= ur
δ r2
12:= ua1
δa12
12:= ub1
δb12
12:=
uv 0.003= ur 0.029= ua1 5.774 10 6−×= ub1 5.774 10 6−×=
C1V
V2
R∂
∂:= C2
R
V2
R∂
∂:= C3
a1a1 b1⋅( )∂
∂:= C4
b1a1 b1⋅( )∂
∂:=
uQ C12 uv
2⋅ C22 ur
2⋅+:= uQ 0.001=
44
Fluxo de calor : q= 1521,385 ± 1,945 W/m2
uA C32 ua1
2⋅
C4
2 ub12⋅
+:= uA 2.269 10 7−×=
QV2
R:= A a1 b1⋅:= q
QA
:=
C5Q
QA
∂
∂:= C6
A
QA
∂
∂:=
uq C52 uQ
2⋅ C62 uA
2⋅+:=
45
Arranjo 02:
Fluxo de calor : q= 1152,207 ± 1,589 W/m2
Dados de Entrada
V 5.50:= R 34.2:= a1 0.0293:= b1 0.0262:=
IncertV 0.005:= IncertR 0.05:= Incerta1 0.00001:= Incertb1 0.00001:=
Cálculo da Incerteza
δv 2 IncertV⋅:= δ r 2 IncertR⋅:= δa1 2 Incerta1⋅:= δb1 2 Incertb1⋅:=
uvδv
2
12:= ur
δ r2
12:= ua1
δa12
12:= ub1
δb12
12:=
uv 0.003= ur 0.029= ua1 5.774 10 6−×= ub1 5.774 10 6−×=
C1V
V2
R∂
∂:= C2
R
V2
R∂
∂:= C3
a1a1 b1⋅( )∂
∂:= C4
b1a1 b1⋅( )∂
∂:=
uQ C12 uv
2⋅ C22 ur
2⋅+:= uQ 0.003=
uA C32 ua1
2⋅
C4
2 ub12⋅
+:= uA 2.269 10 7−×=
QV2
R:= A a1 b1⋅:= q
QA
:=
C5Q
QA
∂
∂:= C6
A
QA
∂
∂:=
uq C52 uQ
2⋅ C62 uA
2⋅+:=
46
CAPÍTULO 6 – RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados encontrados e suas respectivas discussões serão apresentados
seguindo a ordem citada anteriormente dos arranjos experimentais. As Figuras
apresentados, com o intuito de melhor comparação, apresentam os resultados analíticos,
numéricos e experimentais, dos pontos sob estudo, em conjunto.
6.1 – ARRANJO 01: Apresentam-se nesta seção os resultados obtidos com o arranjo experimental 01.
Neste caso, foi imposta uma tensão elétrica sobre a resistência de 6,32 ± 0,005V.
Considerando que a potência elétrica dissipada resulta em um fluxo de calor constante
sobre o corpo-de-prova, isto é, desprezando-se o aquecimento da própria resistência, o
fluxo de calor é de 1521,54 ± 1,945 W / m2.
O aquecimento do corpo-de-prova foi realizado em 350 segundos e as medidas de
temperatura de cada sensor foram tomadas a cada 5 segundos.
As figuras 6.1.1–4 apresentam as variações da temperatura para os sensores (0.75a,
0.75b, 0), (0.5a, b, 0.5c) e (a, 0.5b, 0.5c) respectivamente, do arranjo 1 (ver tabela 6.1.1).
Nestas figuras são apresentadas as medidas de temperatura, assim como os resultados
obtidos com a solução analítica e a solução numérica por elementos finitos, considerando o
fluxo de calor constante.
É possível observar nas figuras 6.1.1-6 que os resultados obtidos com a solução
analítica, a solução numérica e as medições experimentais têm boa concordância na escala
gráfica. Vale ressaltar que um posicionamento equivocado dos termopares pode acarretar
em diferenças significativas nos valores experimentais encontrado, já que o gradiente de
temperatura na face aquecida é grande. Isto é facilmente verificado no conjunto de figuras
4.2-4. As diferenças entre as medidas reais e os resultados analíticos e computacionais
possuem variações menores que 5%, aceitáveis para valores experimentais.
47
R 06 - Posição (0.75a, 0.75b ,0)
21
26
31
36
41
46
0 70 140 210 280 350
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius
)
Dados ExperimentaisResultados Analíticos
Figura 6.1.1 – Temperaturas medidas e temperaturas analíticas
Figura 6.1.2 – Temperaturas estimadas numericamente
48
Figura 6.1.3 – Temperaturas medidas e temperaturas analíticas
Figura 6.1.4 – Temperaturas estimadas numericamente
R 07 - Posição (0.5a, b, 0.5c)
23,5
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
0 70 140 210 280 350
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius)
Dados ExperimentaisResultados Analíticos
49
Figura 6.1.5 – Temperaturas medidas e temperaturas analíticas
Figura 7.1.6 – Temperaturas estimadas numericamente
R 08 - Posição (a, 0.5b, 0.5c)
23,5
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
0 70 140 210 280 350
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
siusu
Dados ExperimentaisResultados Analíticos
50
6.2 – ARRANJO 02: Apresentam-se nesta seção os resultados obtidos com o arranjo experimental 02.
Neste caso, foi imposta uma tensão elétrica sobre a resistência de 5,50 ± 0,005V.
Considerando que a potência elétrica dissipada resulta em um fluxo de calor constante
sobre o corpo-de-prova, isto é, desprezando-se o aquecimento da própria resistência, o
fluxo de calor é de 1152,324 ± 1,589 W / m2.
O aquecimento do corpo-de-prova foi realizado em 246 segundos e as medidas de
temperatura de cada sensor foram tomadas a cada 1 segundo.
As figuras 6.2.1–12 apresentam as variações da temperatura para os sensores
(0.75a, 0.75b, 0), (0.5a, b, 0.5c), (a, 0.5b, 0.5c), (0.75a, 0.75b, 0) do corpo de prova
inferior, (0.5a, b, -0.5c) e (a, 0.5b, -0.5c) respectivamente, do arranjo 2 (ver tabela 5.1.2).
Nestas figuras são apresentadas as medidas de temperatura, assim como os resultados
obtidos com a solução analítica e a solução numérica por elementos finitos, considerando o
fluxo de calor constante.
É possível observar nas figuras 6.2.1-12 que os resultados obtidos com a solução
analítica, a solução numérica e as medições experimentais têm boa concordância na escala
gráfica. Vale ressaltar que um posicionamento equivocado dos termopares pode acarretar
em diferenças significativas nos valores experimentais encontrado, já que o gradiente de
temperatura na face aquecida é grande. Isto é facilmente verificado no conjunto de figuras
4.2-4. As diferenças entre as medidas reais e os resultados analíticos e computacionais
possuem variações menores que 5%, aceitáveis para valores experimentais.
51
R06 - Posição (0.75a, 0.75b, c) CP superior
24,0
27,0
30,0
33,0
36,0
0 41 82 123 164 205 246
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius)
Dados ExperimentaisResultado Analítico
Figura 6.2.1 – Temperaturas medidas e temperaturas analíticas
Figura 6.2.2 – Temperaturas estimadas numericamente
52
R 03 - Posição (0.75a, 0.75b, c) CP inferior
24,0
27,0
30,0
33,0
36,0
0 41 82 123 164 205 246
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius
)
Dados ExperimentaisResultado Analítico
Figura 6.2.3 – Temperaturas medidas e temperaturas analíticas
Figura 7.2.4 – Temperaturas estimadas numericamente
53
Figura 6.2.5 – Temperaturas medidas e temperaturas analíticas
Figura 6.2.6 – Temperaturas estimadas numericamente
R 07 - Posição (0.5a, b, 0.5c) CP superior
24,00
24,50
25,00
25,50
26,00
0 36 72 108 144 180 216
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius)
Dados ExperimentaisResultado Analítico
54
Figura 6.2.7 – Temperaturas medidas e temperaturas analíticas
Figura 6.2.8 – Temperaturas estimadas numericamente
R 04 - Posição (0.5a, b, -0.5c) CP inferior
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
0 27 54 81 108 135 162 189 216 243
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius)
Dados ExperimentaisResultado Analítico
55
Figura 6.2.9 – Temperaturas medidas e temperaturas analíticas
Figura 6.2.10 – Temperaturas estimadas numericamente
R08 - Posição (a, 0.5b, 0.5c) CP superior
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
0 41 82 123 164 205 246
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius)
Dados ExperimentaisResultado Analítico
56
Figura 6.2.11 – Temperaturas medidas e temperaturas analíticas
Figura 6.2.12 – Temperaturas estimadas numericamente
R01 -Posição (a, 0.5b, -0.5c) CP inferior
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
0 41 82 123 164 205 246
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius)
Dados ExperimentaisResultado Analítico
57
6.3 – ARRANJO 03: Apresentam-se nesta seção os resultados obtidos com o arranjo experimental 03.
Neste caso, foi imposta uma tensão elétrica sobre a resistência de 5,60 ± 0,005V.
Considerando que a potência elétrica dissipada resulta em um fluxo de calor constante
sobre o transdutor de fluxo de calor, isto é, desprezando-se o aquecimento da própria
resistência, e o fluxo de calor é medido ao longo do tempo através do transdutor.
O aquecimento do corpo-de-prova foi realizado em 242 segundos e as medidas de
temperatura de cada sensor foram tomadas a cada 1 segundo.
As figuras 6.3.1–6 apresentam as variações da temperatura para os sensores (0.75a,
0.75b, 0), (0.5a, b, 0.5c) e (a, 0.5b, 0.5c) respectivamente, e o fluxo de calor medido, do
arranjo 03 (ver tabela 6.1.3). Nestas figuras são apresentadas as medidas de temperatura,
assim como os resultados obtidos com a solução analítica e a solução numérica por
elementos finitos, considerando o fluxo de calor constante.
É possível observar nas figuras 6.3.1-6 que os resultados obtidos com a solução
analítica, a solução numérica e as medições experimentais têm boa concordância na escala
gráfica. Vale ressaltar que um posicionamento equivocado dos termopares pode acarretar
em diferenças significativas nos valores experimentais encontrado, já que o gradiente de
temperatura na face aquecida é grande. Isto é facilmente verificado no conjunto de figuras
4.2-4. As diferenças entre as medidas reais e os resultados analíticos e computacionais
possuem variações menores que 5%, aceitáveis para valores experimentais.
58
Figura 6.3.1 – Temperaturas medidas
Figura 6.3.2 – Temperaturas estimadas numericamente
R 03 - Posição (0.75a, 0.75b ,0)
26,028,030,032,034,036,038,040,0
0 48 96 144 192 240
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius)
Dados Experimentais
59
Figura 6.3.3 – Temperaturas medidas
Figura 6.3.4 – Temperaturas estimadas numericamente
R 04 - Posição (0.5a, b, 0.5c)
25,50
26,00
26,50
27,00
27,50
28,00
28,50
29,00
0 48 96 144 192 240
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius)
Dados Experimentais
60
Figura 6.3.5 – Temperaturas medidas
Figura 6.3.6 – Temperaturas estimadas numericamente
R 01 - Posição (a, 0.5b, 0.5c)
25,5026,0026,5027,0027,5028,0028,5029,00
0 48 96 144 192 240
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
siusu
Dados Experimentais
62
CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Apresentamos neste trabalho a escolha de arranjos experimentais para a estimativa
das componentes de condutividade térmica de um sólido ortotrópico. O experimento
proposto consiste em uma face parcialmente aquecida por um determinado tempo, com a
face oposta mantida a temperatura constante e as outras faces mantidas isoladas. Com base
nos resultados apresentados no Capítulo 6 podemos concluir que:
Os resultados experimentais encontrados mostram que o modelo matemático
apresentado representa melhor o problema físico aqui estudado. A condição de contorno
convectiva mostrou-se mais apropriada, ao contrário que foi proposto anteriormente por
outros trabalhos [13], para a formulação do problema. Isto pode ser verificado
confrontando os resultados deste trabalho com os do Apêndice 1.
O posicionamento da resistência elétrica tem influência crucial em todos valores
experimentais encontrados de temperatura. Isto fica mais evidente no sensor (0.75a, 0.75b,
0). Um deslocamento inferior a 2 mm, valor este próximo do diâmetro da ponta quente do
termopar utilizado, pode gerar grandes erros na medição, o que pode ser verificado nas
figuras do Capítulo 5. Somado a isto, a própria construção da resistência usada, apesar de
tentar homogeneizar o fluxo, influencia diretamente os valores de temperatura,
principalmente no sensor da face aquecida. Caso um de seus filamentos se posicione sobre
o ponto de medição suas temperaturas elevam-se de modo considerável.
Entre os arranjos experimentais examinados, aquele que faz uso do transdutor de
fluxo de calor (arranjo 03) mostra-se o mais apropriado. Isto se deve ao fato de que o
transdutor permite a correta identificação do fluxo utilizado, revelando inclusive a sua
variação durante a evolução do experimento. Isto contribui para minimizar os erros
intrínsecos do experimento.
Fica como sugestão para continuação desse trabalho, um desenvolvimento de um
modelo analítico capaz de determinar as propriedades termofísicas utilizando uma
condição de contorno convectiva na face oposta à aquecida. Outras sugestões são a de um
modelo que utilize temperaturas medidas na faces não aquecidas diretamente e/ou um que
utilize um fluxo de calor variável com o tempo, já que o modelo analítico de trabalhos
anteriores baseiam-se na medição na face aquecida [13].
63
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[30] CLARK, L. M. and TAYLOR, R. E., “Radiation Loss in the Flash Method for
Thermal Diffusivity”, Journal of Applied Physics, Vol. 46, No. 2, pp.714 – 719,
February 1975.
[31] KOSKI, J. A. “Improved Data Reduction Methods for Laser Pulse Diffusivity
Determination with the Use of Minicomputers”, Proc. of the 8th Symposium on
Thermophysical Properties, Volume II, pp. 94, 1981.
[32] DEGIOVANNI, A. & LAURENT, M., “Une Nouvelle Technique d’Identification de
la Diffusivite Thermique pour la Methode Flash”, Revue Phys. Appl., Vol 21, pp.
229-237, (1986).
[33] GUIMARÃES, G., PHILIPPI, P. C. & THERY P., 1995, "Use of Parameters
Estimation Method in the Frequency Domain for the Simultaneous Estimation of
Thermal Diffusivity and Conductivity", Review of Scientific Instruments, Vol. 66, N°
3, Mar.
[34] ASTM C177-76: “Standard test Method for Means Steady-State Thermal
Transmission Properties by of the Guarded-Hot-Plate”, American Society for Testing
and Materials, 1976.
[35] ANSI/ASME PTC 19.1-1985. “Measurement uncertainty”.
[36] HINTON, E. & OWEN, D. R. J. An Introduction to Finite Element Computations,
Pineridge Press, Swansea, 1979.
[37] JALURIA, Y. & TORRANCE, K., E., Computation Heat Transfer, 2nd ed., Taylor
and Francis, New York, 2003.
[38] COSMOSWorks 2005 Professional Training Manual.
66
APÊNDICE 1 – ESTUDO DE CASO
Este apêndice tem como objetivo mostrar as diferenças dos valores de temperatura
encontrados, sob um modelo analítico com temperatura prescrita na face oposta à aquecida,
com os valores medidos experimentalmente e com os obtidos neste trabalho. Com o
objetivo de ilustração, é apresentada a equação e gráficos de temperatura desta modelagem
para comparação com o modelo apresentado no Capítulo 3 e os resultados obtidos no
Capítulo 6. Para esta comparação usamos o caso em que a voltagem do experimento é de
6,32 V.
Período 1 ( 0t > ):
2
01 1 2
1
(1 )(2 cos( 'z pk t
pp p
q eT a b zabc
η
ηη
−∞
=
−= +∑
2 2( )
1 1 2 21 1
(1 )4 ( )cos( )cos( )( )
y n z pk k t
n n pp n n y n z p
ea sen b y zk k
γ η
γ γ ηγ γ η
− +∞ ∞
= =
−+
+∑∑
2 2( )
1 1 2 21 1
(1 )4 ( )cos( )cos( )( )
x m z pk k t
m m pp m m x m z p
eb sen a x zk k
β η
β β ηβ β η
− +∞ ∞
= =
−+
+∑∑
1 11 1 1
8 sen( )sen( )cos( )cos( )cos( )m n m n pp n m
a b x y zβ γ β γ η∞ ∞ ∞
= = =∑∑∑
2 2 2( )
2 2 2
(1 )( )
x m y n z pk k k t
m n x m y n z p
ek k k
β γ η
β γ β γ η
− + +−+ +
(A.1.1)
67
CASO – 6,32 V
- Tempo de Duração do Experimento: 350 segundos
- Intervalo das Medições: 5 segundos
R 06 - Posição (0.75a, 0.75b ,0)
23
28
33
38
43
0 45 90 135 180 225 270 315
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius
)
Dados ExperimentaisResultados Analíticos
Gráfico A.1.1 – Temperaturas medidas e temperaturas analíticas
Gráfico A.1.2 – Temperaturas estimadas numericamente
68
R 07 - Posição (0.5a, b, 0.5c)
23,5
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
0 45 90 135 180 225 270 315
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius
)
Dados ExperimentaisResultados Analíticos
Gráfico A.1.3 – Temperaturas medidas e temperaturas analíticas
Gráfico A.1.4 – Temperaturas estimadas numericamente
69
R 08 - Posição (a, 0.5b, 0.5c)
23,5
24,0
24,5
25,0
25,5
0 45 90 135 180 225 270 315
Tempo (segundos)
Tem
pera
tura
(Cel
sius
u
Dados ExperimentaisResultados Analíticos
Gráfico A.1.5 – Temperaturas medidas e temperaturas analíticas
Gráfico A.1.6 – Temperaturas estimadas numericamente
Como podemos observar nos gráficos acima, diferentemente do que ocorreu com os
resultados obtidos neste trabalho, as temperaturas possuem diferenças de até
aproximadamente 20% entre si.