A intervenção de terceiros no procedimento arbitral voluntário nos direitos português e...

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Il presente saggio è dedicato al Ministro Athos Gusmão Carneiro ed è destinato alla raccolta di scritti in Suo onore; i paragrafi I e II sono stati redatti dalla Prof.ssa Paula Costa e Silva dell’Università di Lisbona e il paragrafo III dal Dott. Marco Gradi, dottorando di ricerca nell’Università di Roma «La Sapienza».

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I

O TEMA E A OPÇÃO 1.1. O presente estudo versa a clássica problemática da

intervenção de terceiros no procedimento arbitral. O campo que vai interessar-nos é o da arbitragem voluntária.

Uma brevíssima passagem pela doutrina que se tem debruçado sobre este tema revela a impossibilidade de aqui se aprofundarem os múltiplos e tão diferentes problemas que vêm sendo suscitados. Restavam-nos duas hipóteses: ou procederíamos a uma visão geral dos aspectos que considerássemos mais relevantes em sede de intervenção de terceiros no procedimento arbitral ou delimitaríamos um problema específico que visaríamos resolver. O facto de o presente estudo se destinar, numa sua primeira versão, a apresentar dois sistemas jurídicos – o português e o italiano – levou-nos a escolher a primeira via. Serão, assim, apresentados ao longo das próximas páginas os problemas que genericamente a intervenção de terceiros suscita quer no sistema português, que não tem nenhuma regra sobre esta matéria, quer no sistema italiano, que conhece, actualmente, diversos dispositivos que visam regular a intervenção de terceiros no procedimento arbitral.

Exactamente porque o direito português não contém qualquer regra destinada a traçar o regime e as condições de admissibilidade das intervenções de terceiro no procedimento arbitral tentaremos encontrar a resposta à interrogação última – em que termos é admissível a intervenção de terceiros no procedimento arbitral – através de uma procura dos princípios que regem as coordenadas que concorrem para a solução. A análise tópica será deixada para outra oportunidade.

Paula Costa e Silva

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1.2. Na origem da opção por uma análise conjunta dos direitos português e italiano encontra -se uma razão científica: o direito português da arbitragem voluntária actualmente em vigor consta de uma lei autónoma, a Lei nº 31/86, de 29 de Agosto. Curiosamente, as disposições do direito italiano da arbitragem voluntária, integrado no Código de Processo Civil – como era, aliás, também a tradição no direito português anterior a 1986 – pertinentes para este ensaio resultam de uma intervenção legislativa ocorrida nesse sistema em 2006. Duas décadas separam, assim, os regimes vigentes em Portugal e em Itália.

1.3. Por que é sublinhado este aspecto temporal e por que

razão temos sempre referido o direito português em primeiro lugar?

Acentuámos o lapso temporal porquanto, se ignorarmos as fronteiras geográficas, lhe corresponde uma espécie de relação de evolução dos sistemas. Veremos no decurso destas notas que o direito português pode ser observado como uma antecâmara do actual direito italiano. Este, até à sua reforma de 2006, tinha soluções largamente coincidentes com aquelas que ainda hoje apresenta o direito português.

Esta evolução e o maior afinamento do direito italiano não são de estranhar.

O direito português da arbitragem voluntária, que data de 1986, podia ser considerado um direito extremamente avançado quanto às grandes coordenadas que o marcavam no momento da publicação da Lei n. 31/86. Consagrando a natureza jurisdicional da arbitragem, acompanhando a opção do legislador constitucional de conferir aos tribunais arbitrais o estatuto de órgãos de soberania (cfr. arts. 202/1 (1) e 209/2 (2) da Constituição da República

(1) Prevê o art. 202/1 da CRP, sob a epígrafe «Função jurisdicional», no

seu n. 1 que «(o)s tribunais são órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do povo».

O tema e a opção

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Portuguesa), equiparou, na sequência do que já era a solução do direito anteriormente vigente (3), a decisão arbitral à decisão judicial, dispensando qualquer procedimento ulterior à prolação do tribunal arbitral para que a sua decisão produza imediatamente os efeitos típicos de uma sentença. A aproximação à arbitragem voluntária era manifestamente arbitration friendly.

Comparando o regime constante da Lei n. 31/86 com o seu antecedente próximo, que não o seu antecedente imediato (4) (5), aquele que resultava dos arts. 1508 a 1524 do Código de Processo Civil, verifica-se uma enorme evolução no que tange à autonomização e ao incremento da arbitragem enquanto forma de composição heterónoma de conflitos. O contacto entre o tribunal judicial e o tribunal arbitral é totalmente esbatido – o tribunal judicial tem, durante a constituição do tribunal arbitral e a pendência da instância arbitral somente funções de coadjuvação – criando-se uma espécie de direito autónomo da arbitragem, cujos limites de validade coincidem com os limites à autonomia privada. Por outro lado, confrontando o direito português da arbitragem voluntária com os direitos internos de outros Estados europeus que estão numa relação de proximidade cultural com Portugal pode dizer-se que, reportado a 1986, sendo o ponto de referência a autonomia da arbitragem voluntária e a sua equiparação ao

(2) De acordo com o n. 2 do art. 209, preceito que regula as categorias de

tribunais, «(p)odem existir tribunais marítimos, tribunais arbitrais e julgados de paz».

(3) Reportamo-nos ao art. 1522 do Código de Processo Civil que, a propósito do «(v)alor da decisão», dispõe que «(a) decisão dos árbitros (…) tem a mesma força que uma sentença proferida pelo tribunal de comarca».

(4) O antecedente imediato da Lei n. 31/86 foi o Decreto-Lei n. 243/84, de 17 de Julho. Este diploma foi declarado organicamente inconstitucional, pelo Tribunal Constitucional – Ac. n. 230/86 – pelo que todas as suas normas foram afectadas.

(5) Para uma análise muito exaustiva da evolução legislativa que veio a culminar com a Lei n. 31/86, de 29 de Agosto, cfr. FRANCISCO CORTEZ, A arbitragem voluntária em Portugal. Dos «ricos homens» aos tribunais privados, O Direito, Ano 124 (1992), III, 541-591 (541-551).

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exercício da função jurisdicional por tribunais estaduais, o direito português era muito evoluído.

1.4. O tempo veio a mostrar que o que se havia previsto talvez

não fosse suficiente (6). A crescente complexidade dos conflitos submetidos à decisão por árbitros – não se esqueça que um dos factores de atracção da a arbitragem voluntária enquanto meio de resolução de conflitos é a especialização dos árbitros/decisores, circunstância que justifica a força centrípeta do instituto sobre a litigiosidade altamente complexa, quer de um ponto de vista objectivo, quer de um ponto de vista subjectivo – veio manifestar pontos que, classicamente resolvidos pela teoria geral do processo civil, não merecem, ainda, resposta consensual no domínio da arbitragem.

Vamos vê-los brevemente. Antes, porém, traçaremos um quadro, necessariamente muito sintético, dos tipos de intervenção de terceiros que conhece o sistema jurídico português. Estes elementos permitir-nos-ão discorrer acerca dos fundamentos que justificam, segundo esta ordem jurídica, uma derrogação da estabilidade da instância, por esta adquirida com a citação do réu para a acção (cfr. art. 268 CPC). Em seguida, tentaremos encontrar as saídas possíveis para as hipóteses em que se verificam, no procedimento arbitral, os mesmos fundamentos que justificam, no procedimento judicial, uma intervenção de terceiros. Esta tarefa vai ser levada a cabo num sistema em que, como sucede com o português, a lei não tomou posição expressa acerca da admissibilidade deste tipo de intervenções.

1.5. Diversos são os aspectos que temos de dar por

adquiridos.

(6) Cfr., neste contexto, as intervenções de MANUEL BARROCAS, Contribuição para a reforma da lei de arbitragem voluntária, Revista da Ordem dos Advogados, ano 67, I (Janeiro de 2007), disponível no sítio da Ordem dos Advogados, e de LIMA PINHEIRO, Uma lei de arbitragem para o século XXI, disponível no sítio da Associação Portuguesa de Arbitragem.

O tema e a opção

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Em primeiro lugar, quando nos propomos tratar os problemas que a intervenção de terceiros no procedimento arbitral suscita à luz dos direitos português e italiano, temos de partir do princípio que a lei aplicável à determinação do pressuposto legitimidade é, respectivamente, a lei portuguesa ou a lei italiana.

Em segundo lugar, quando afirmarmos que às partes na convenção se vai contrapor um terceiro, estranho a essa convenção, partiremos sempre da hipóteses mais simples em que a relação de participação ou de estraneidade em face da convenção é binária. Pode, porém, essa relação ser múltipla já que o objecto regulado pela convenção pode ser, também ele, múltiplo. O que significa que, não obstante haver formalmente uma convenção, poderá suceder que, substancialmente, nela se contenham uma pluralidade de acordos distintos, entre sujeitos distintos e relativos a diversos objectos. Por esta razão, quando nos referirmos à relação de estraneidade ou de participação de alguém por referência à convenção estaremos sempre querendo significar que é parte aquele que, sendo parte na convenção, globalmente considerada, é vinculado pela cláusula arbitral relativa ao objecto que, concretamente, releva na acção. Ao invés, será terceiro aquele que, ainda que seja parte na convenção unitariamente percebida, não está vinculado pela cláusula de arbitragem relativa ao objecto que, concretamente, releva na acção.

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II

A INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NO DIREITO PORTUGUÊS

2.1. Os tipos e as situações de intervenção de terceiros 2.1.1. Com a reforma operada no sistema processual civil

português em 1995/1996 (1), a matéria da intervenção de terceiros foi extremamente simplificada . Até então, estava prevista uma série de incidentes, nominados e típicos – nomeação à acção (2), chamamento à autoria (3), chamamento à demanda (4), intervenção principal (5) e oposição (6) – que determinavam a

(1) A reforma foi operada através das alterações introduzidas no Código de

Processo Civil, que data de 1961, pelos Decretos-Leis ns. 329-A/95, de 12 de Dezembro, e 180/96, de 25 de Setembro.

(2) A nomeação à acção podia ocorrer quando o detentor, sendo demandado na qualidade de possuidor – na expressão da lei, quando o possuidor em nome alheio fosse demandado na qualidade de possuidor em nome próprio – pretendesse fazer intervir este possuidor.

(3) Em termos extremamente sintéticos, o chamamento à autoria era o reflexo processual da atribuição de pretensões indemnizatórias – entre as quais se contava a pretensão do adquirente contra o alienante, obrigado à evicção ao abrigo do disposto no art. 1046 CC de 1867 – ao réu, que perdesse a causa, contra terceiro.

(4) O chamamento à demanda, incidente que podia ser apenas desencadeado pelo réu, tinha lugar quando este pretendia provocar uma extensão dos limites subjectivos do caso julgado a terceiros – quando o réu, sendo fiador ou comparte em obrigação solidária, pretendesse abranger no caso julgado quer o devedor, quer os demais fiadores ou condevedores – e quando ele, sendo casado, pretendesse alterar a responsabilidade por obrigações contraídas, desviando a responsabilidade dos seus bens próprios para os bens comuns do casal.

(5) A intervenção principal que, quando espontânea, ocorria quando um terceiro pudesse ou devesse ter sido constituído litisconsorte do autor ou do réu ou quando pudesse ter-se coligado com o autor ou haver sido demandado conjuntamente com o réu e que, quando provocada, ocorria quando podia ocorrer a intervenção principal provocada, com uma particularidade quanto à legitimidade para requerer essa intervenção.

(6) A oposição podia ser deduzida ou requerida sempre que um terceiro se arrogasse um direito incompatível com o do autor.

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constituição do terceiro como parte principal. O regime destes incidentes era extremamente particularizado, permitindo compreender qual o estatuto exacto do terceiro que era chamado ao processo de forma provocada mas que, apesar do deferimento, por despacho, desse chamamento, não aceitava a sua legitimidade para a causa. Com a reforma esta clareza veio, de algum modo, a perder-se.

Esta teve o objectivo manifesto e confessado de proceder a uma simplificação das intervenções de terceiro. Deixando de prever, enquanto tipos próprios, o chamamento à acção, o chamamento à autoria e o chamamento à demanda, o Código passou a arrumar as intervenções em torno de uma grande distinção: intervenções que determinam a constituição de partes principais e intervenções que levam à constituição de partes acessórias. Previstas enquanto modificações subjectivas da instância admissíveis, actualmente as intervenções de terceiro, sejam elas provocadas – desencadeadas por impulso da(s) parte(s) originária(s) – ou espontâneas – provocadas por impulso do terceiro – determinam ou a constituição de uma pluralidade subjectiva superveniente – no caso das intervenções principais – ou a constituição superveniente de uma parte complexa – no caso das intervenções acessórias.

Ao lado das intervenções de terceiro prevê, ainda, o sistema jurídico português a habilitação de terceiros, por referência à instância, para que estes prossigam a causa. Esta ocorre sempre que seja necessário – em casos de sucessão universal ou singular mortis causa – ou possível – nos casos de sucessão universal inter vivos ou de transmissão da coisa ou direito litigioso – operar uma troca dos sujeitos que ocupam a posição de parte na acção. Se bem que tanto as intervenções de terceiro, quanto a habilitação sejam regulados enquanto incidentes da instância, a habilitação não é regulada pela lei enquanto modalidade de intervenção de terceiros.

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2.1.2. O facto de as intervenções principais e acessórias serem apresentadas como termos de uma categoria, fundada no critério do tipo de parte – principal ou acessória – não significa que, no sistema jurídico português, os dois termos se excluam reciprocamente: numa mesma acção, podem ocorrer tanto intervenções principais, quanto intervenções acessórias. Porém, o que se não admite é que seja constituída como parte acessória uma parte que tem legitimidade para intervir na causa como parte principal. A dependência da parte acessória da parte principal, a cuja conduta e estratégia processual tem de se subordinar, impõe que a parte que tem um interesse simétrico ao do autor ou do réu só possa ser constituída como parte principal de forma provocada. Esta regra, constante do art. 330/1 CPC, deixa em aberto a questão de se saber se pode intervir espontaneamente como parte acessória o terceiro que tem legitimidade para intervir como parte principal. Neste caso, seria o próprio terceiro a aceitar um estatuto de subalternidade, prescindindo de uma tutela absolutamente autónoma e independente da sua posição jurídica.

2.1.3. Uma vez deduzido e julgado procedente o requerimento

apresentado pelo terceiro e destinado à sua constituição como parte ou deduzido pela parte a fim de determinar a constituição do terceiro como parte, a instância passa a contar quer com um litisconsórcio simples ou recíproco – neste segundo caso, fala-se na intervenção do terceiro por oposição – quer com uma coligação. O litisconsórcio simples pode, por sua vez, ser um litisconsórcio voluntário ou necessário. Quer isto dizer que a intervenção provocada ou espontânea de terceiro pode depender de uma voluntária configuração da parte processual em coincidência total ou parcial com as partes da situação substantiva litigiosa, sendo ditada por razões de oportunidade – ampliação dos limites subjectivos do caso julgado – ou de oportunidade e de conveniência – para além de uma ampliação dos limites subjectivos

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do caso julgado, obtenção de um efeito que, sem a constituição plural da parte não poderia ser obtido. Porém, a intervenção do terceiro, espontânea ou provocada, pode ser destinada a suprir uma ilegitimidade, decorrente de uma preterição de um litisconsórcio necessário, seja este, quanto à sua origem, convencional, legal ou natural.

A categoria do litisconsórcio necessário natural é a que suscita maiores dificuldades de concretização. Isto porque este tipo de litisconsórcio necessário assenta num critério legal, descrito através da justaposição de uma série de conceitos indeterminados. De acordo com o art. 28/2 CPC, deverá ser constituído litisconsórcio sempre que a intervenção da pluralidade de partes da situação substantiva litigiosa seja necessária para que a decisão possa produzir o seu efeito útil normal, considerando-se que produz o seu efeito útil normal a decisão que possa vincular definitivamente as partes da causa. O critério legal aponta, assim, para uma função do litisconsórcio necessário que se não confunde com a harmonia de decisões relativas a uma mesma situação da vida. O que releva é a possibilidade de, sem os demais intervenientes na situação substantiva litigiosa, a decisão regular definitivamente as posições jurídicas dos sujeitos processuais.

A modalidade de litisconsórcio que permitirá assegurar a harmonia de julgados é a do litisconsórcio unitário. Em hipóteses cobertas por esta categoria, que não tem expressa previsão legal no sistema jurídico português, se bem que possa ser discernida em regras que aparentemente visam regular o litisconsórcio necessário, a decisão deverá ter um conteúdo idêntico para todos os sujeitos constituídos como parte numa causa. Veja-se, no entanto, que, à luz do sistema jurídico português, a integração desta categoria entre as modalidades de litisconsórcio, se estas forem, afinal, manifestações da legitimidade – no caso, plural – é algo forçada uma vez que o que está em causa não é determinar quem pode ou deve ser parte – esta a questão a que responde o pressuposto da legitimidade, seja esta singular ou plural – mas sim que conteúdo

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tem de ter a decisão seja qual for a relação entre a conformação subjectiva da situação material litigada e a conformação subjectiva da instância. Diversa será, por exemplo, a integração sistemática desta figura à luz de um sistema como o alemão. E isto porque os dados de direito positivo são distintos daqueles que encontramos no nosso sistema. Com efeito, o sistema jurídico alemão elege como um dos critérios para a determinação das hipóteses em que o litisconsórcio é necessário a necessidade de regulação uniforme da situação jurídica litigiosa para todas as partes.

Por último, porque as intervenções principais de terceiro também são admissíveis quando possa constituir-se supervenientemente uma coligação, refira-se que esta, traduzida no concurso de uma pluralidade objectiva e subjectiva, pressupõe a verificação de competência absoluta – competência internacional e interna, esta última em razão da matéria e da hierarquia – de compatibilidade procedimental – coincidência ou harmonização possível, ao abrigo do princípio da adequação processual, constante do art. 265-A CPC, das formas de processo aplicáveis a cada um dos objectos deduzidos – e conexão entre os objectos apresentados. Porque a coligação implica uma maior complexidade da acção por referência àquela em que as partes são singulares e em que o objecto é simples, para que semelhante cumulação objectiva e subjectiva seja admissível é necessário que dela resulte uma vantagem – decisão de uma pluralidade de objectos que envolvem diferentes sujeitos num só processo – sem impedimento ou incremento substancial das dificuldades de instrução e julgamento da causa. Este objectivo é atingido através do pressuposto da conexão objectiva entre os diversos objectos cumulados que deverão apresentar uma relação que permita que, com a realização de uma actividade, se alcancem resultados com relevância para todos. Semelhante conclusão decorre da análise do art. 30 CPC, segundo o qual existe conexão entre os objectos se os diversos pedidos se fundarem na mesma causa de pedir ou em

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factos substancialmente idênticos, se entre os pedidos houver uma relação de dependência ou se a procedência dos pedidos depender da interpretação e aplicação das mesmas regras de direito ou de cláusulas de contratos perfeitamente análogas.

2.2. Brevíssima descrição do procedimento de

intervenção de terceiro 2.2.1. Faremos, agora, e somente quanto ao que pode ser

directamente relevante no contexto do presente estudo, uma brevíssima descrição dos diversos procedimentos de intervenção.

Quanto às intervenções principais provocadas. Depois de determinar que tem legitimidade para proceder ao chamamento a parte originária principal e que terá legitimidade para intervir o terceiro que possa ser associado quer da parte que o chama quer da parte contrária, impõe a lei que o autor do chamamento alegue a causa desse chamamento e justifique o interesse que, através da intervenção do terceiro, visa acautelar.

Sobre este requerimento é conferido contraditório à parte principal, estranha ao chamamento. Segue-se a decisão que será de procedência se o juiz considerar que a causa e o fundamento alegados justificam a intervenção. Nesta hipótese, o terceiro é citado para intervir na causa. Uma vez citado, o chamado pode tomar uma de duas atitudes: ou intervém na causa, assumindo inequivocamente o estatuto de parte principal, com todas as repercussões desta qualificação, nomeadamente no que tange à sua sujeição ao caso julgado, ou nada faz. Neste segundo tipo de situações, a qualificação da posição jurídica do chamado é complexa. Na verdade, o caso julgado vai repercutir efeitos na sua esfera em dois tipos de situações: nos casos em que o chamado, apesar de não intervir, é um litisconsorte activo ou passivo necessário, um litisconsorte voluntário passivo e nos casos em que, ao abrigo do inovador regime do art. 31-B, o terceiro é um litisconsorte subsidiário passivo. Em face do regime legal e perante a afirmação de que o terceiro que não intervém, não obstante

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haver sido citado para a acção, não é parte na causa, pergunta-se: como pode, então, dizer-se suprida a ilegitimidade da parte se estivermos perante situações de preterição de litisconsórcio necessário em que o terceiro é chamado a intervir e não intervém? Veja-se que não é a submissão deste terceiro ao caso julgado formado sobre a decisão que dá resposta adequada a esta interrogação: a ilegitimidade não se sana através da extensão dos efeitos de uma decisão mas com a constituição daquele que deve ser parte enquanto parte.

Independentemente desta aparente incongruência do sistema português, que não cumpre resolver neste lugar, fixemo-nos nos casos em que, apesar da sua não intervenção, o terceiro chamado se vê confrontado com a produção de efeitos na sua esfera pela decisão. Como é evidente, eles terão relevância evidente sempre que o terceiro seja chamado a intervir numa instância arbitral, sem que seja parte da convenção de arbitragem. Restará saber qual dos regimes deve prevalecer: se o regime do art. 328/2 que, apesar da sua não intervenção, o sujeita ao caso julgado formado, se o regime da arbitragem, que impõe a voluntariedade na submissão a esta jurisdição. Isto porque, de duas uma: ou o fundamento da arbitragem é efectivamente voluntário e o chamado, se não é parte na convenção de arbitragem, não pode ver-se confrontado com a produção de efeito algum pela decisão arbitral – estando, assim, incólume ao efeito de caso julgado sobre ela formado – ou o fundamento da arbitragem voluntária tem de ser mitigado por necessidades das partes processuais que aceitaram a jurisdição arbitral e que não conseguirão obter uma decisão sobre o mérito da causa se o chamado, ainda que não intervenha, não assumir o estatuto de parte.

2.2.2. Na intervenção espontânea, o impulso para a

intervenção é do terceiro que, «fazendo valer um direito próprio,

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igual ao do autor ou do réu» (cfr. art. 321 CPC) quer constituir-se como comparte principal.

O terceiro, que tem de aceitar a causa no estado em que ela se encontrar no momento em que deduz a sua intervenção (cfr. art. 322/2 CPC), deverá justificar a sua intervenção, demonstrando a sua legitimidade. Se não houver motivo para rejeitar liminarmente o pedido de intervenção, as partes originárias serão chamadas a pronunciar-se sobre ele. E, naquilo que para nós será adiante relevante, poderão recusar a intervenção com um fundamento típico: não estar verificada nenhuma das circunstâncias em que a lei permite a intervenção. Quer isto dizer que, de um ponto de vista adjectivo, os interesses do terceiro que tenha legitimidade para intervir prevalecem sobre quaisquer razões de oportunidade das partes: estas não podem impedir a sua intervenção com fundamento num eventual incremento da complexidade da causa.

2.3. Intervenção de terceiros e peculiaridades da

arbitragem: colocação geral dos problemas 2.3.1. Duas peculiaridades, uma da arbitragem, outra da

intervenção de terceiros, permitem-nos intuir uma série de dificuldades quando se pensa na transposição de institutos gerais do processo civil para o domínio da arbitragem.

Por um lado, temos o facto de a arbitragem encontrar como fundamento atributivo de jurisdição a vontade das partes (7). Por outro, a circunstância de se afirmar a ausência de poderes de autoridade do tribunal arbitral.

2.4. A fonte autónoma da arbitragem voluntária 2.4.1. Supomos ser pressuposto inquestionável o de, não

obstante a arbitragem ser jurisdição, não obstante o estatuto dos árbitros depender, não da vontade das partes, mas da ideia de

(7) Sobre este ponto, CARLA GONÇALVES BORGES, Pluralidade de partes e

intervenção de terceiros na arbitragem, Themis, Ano VII, n. 13 (2006), 109-153 (p. 110 e passim).

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decisor compatível com o parâmetro do processo equitativo, a competência do tribunal resultar de um acto de autonomia. Os árbitros podem decidir um determinado litígio – ou, na expressão do art. 1/3 da Lei n. 31/86, qualquer questão de natureza não contenciosa, designadamente aquelas que se relacionam com «a necessidade de precisar, completar, actualizar ou mesmo rever os contratos ou as relações jurídicas que estão na origem da convenção de arbitragem» – porque as partes lhe conferem, através de um acto de autonomia privada, uma competência que, originariamente não têm. Porém, este raciocínio tem de ir mais longe: o efeito da convenção de arbitragem não é, em regra e salvo vontade das partes em contrário, apenas o de atribuírem competência a um tribunal arbitral (8). Da convenção resulta para as partes uma obrigação de non facere: elas não devem recorrer aos tribunais judiciais para a resolução de qualquer litígio abrangido pelo objecto da convenção.

Apesar de todas as divergências que envolvam a qualificação dos actos jurídicos, maxime, daqueles que têm uma qualquer conexão com o processo – regulação através de lei processual, produção imediata de efeitos processuais, regulação de matéria processual – supomos poder assentar na qualificação da convenção de arbitragem como um negócio processual típico: através dela é regulada a competência do decisor o que vem a implicar que, através da convenção de arbitragem se regula o modo de aferição

(8) Saber quando ela existe, ou seja, saber quando a intenção das partes vai

no sentido da concessão, aos árbitros, de uma competência concorrente e não excludente da competência dos tribunais estaduais, depende da determinação dessa vontade. Dir-se-ia que o problema é somente de interpretação da convenção de arbitragem. Supomos, no entanto, que, não obstante a natureza formal da convenção e os problemas peculiares que ela suscita, que nem sempre haverá que interpretar a convenção. Conforme defendemos em outro lugar, se for possível, em concreto, determinar que todas as partes envolvidas no acto de autonomia conhecem a vontade das demais, o acto valerá com o conteúdo dessas vontades, não se devendo proceder à determinação de um qualquer sentido, juridicamente relevante e normativamente fixado, do acto de autonomia tal como exteriorizado.

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da regularidade do preenchimento de um pressuposto processual. Contra esta qualificação não nos impressiona a circunstância de a convenção apenas produzir efeitos se invocada pelas partes. Na verdade, o facto de a convenção apenas provocar um efeito processual se invocada não significa que ela não tenha um efeito imediato: se invocada, tem-no. Significa antes que a convenção não tem um efeito necessário. Mas ser um efeito imediato ou ser um efeito necessário não é exactamente a mesma coisa.

Se a convenção de arbitragem é um negócio processual, se o objecto da regulação é um pressuposto processual, há-de ter de repensar-se um dos limites legais à arbitragem: o da disponibilidade das situações jurídicas (9). Há muito afirmámos que este limite revela, ainda, alguma desconfiança por este meio de resolução de controvérsias e que, perante árbitros independentes e imparciais, não tem qualquer justificação (10). Faz-se decorrer a faculdade de escolha do órgão que tem jurisdição da disponibilidade da situação jurídica litigiosa. Ora, a arbitrabilidade de um conflito, ou seja, a submissão de um litígio a decisão heterónoma, por órgãos diversos dos tribunais judiciais ou administrativos, não é uma inferência fatal da disponibilidade da situação jurídica controvertida. O único limite, quanto a esta situação, é o da sua indisponibilidade substantiva. Desde que este seja respeitado, pelo tribunal arbitral tal como pelo tribunal judicial, impedindo-se a celebração de negócios processuais com eficácia substantiva compositiva, nenhuma razão poderá militar contra a decisão por árbitros.

(9) Compreensivamente sobre a questão da arbitrabilidade, que é

reconduzida a uma questão de ordem pública enquanto critério determinativo dos litígios que podem ser submetidos a arbitragem, PATRICK M. BARON/STEFAN LINIGER, A Second Look at Arbitrability. Approaches to Arbitration in the United States, Switzerland and Germany, Arb. Int. 19 (2003), 27-54.

(10) ANA PERESTRELO DE OLIVEIRA, A arbitragem de litígios com entes públicos, Almedina, Coimbra 2007, p. 69 e segs., reflectindo, e bem, que se o critério da disponibilidade da situação controvertida não resulta da natureza da arbitragem, ele pode ser considerado legítimo porque fundamentado na menor confiança que a ordem jurídica deposita nos tribunais arbitrais. Já, assim, PAULA COSTA E SILVA, Anulação e recursos da decisão arbitral, ROA, ano 52 (1992), 893-1018, nota 79, na sequência de RAUL VENTURA.

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Neste sentido se legislou em Itália no domínio societário. A fim de criar uma forma de, com maior celeridade, pôr termo aos conflitos societários, o legislador autorizou o Governo a criar procedimentos de arbitragem, inclusivamente para litígios insusceptíveis de transacção. Somente impôs um limite: o litígio deveria, nestes casos, ser decidido segundo o direito e não por apelo a critérios alternativos, como a equidade (11).

O critério de arbitrabilidade merece uma revisão de fundo uma vez firmada, na comunidade, a relevância e os bons serviços prestados pela arbitragem à realização da Justiça. Esta deverá assentar na destrinça entre negócios processuais com eficácia estritamente processual e negócios processuais com dupla eficácia (12). A única peculiaridade da convenção de arbitragem reside na sua natureza de negócio processual (13); este não atinge o fundo ou mérito da causa (14).

2.5. O princípio da eficácia relativa dos contratos ou os

limites subjectivos à eficácia dos actos de autonomia 2.5.1. O fundamento autónomo da jurisdição arbitral suscita

duas ordens de problemas que vão entroncar no princípio da eficácia relativa dos contratos.

(11) Sobre esta matéria, GIUSEPPE RUFFINI, Arbitrato e disponibilità dei diritti

nella legge delega per la riforma del diritto societario, RDP, anno LVII (2002), 133-150. (12) Avançando com a proposta de substituição do critério da

disponibilidade pelo critério da patrimonialidade da pretensão, SAMPAIO CARAMELO, A disponibilidade do direito como critério de arbitrabilidade do litígio, ROA, ano 66, 1233-1265. Próxima do critério da patrimonilidade, a Lei Federal Suiça sobre arbitragem voluntária e a lei alemã, que admitem a arbitrabilidade de litígios que envolvam interesses económicos. Neste sentido, PATRICK M. BARON/STEFAN LINIGER, A Second Look at Arbitrability. Approaches to Arbitration in the United States, Swizerland and Germany, Arb. Int. 19 (2003), 27-54 (33).

(13) Neste sentido, LEBRE DE FREITAS, Algumas implicações da natureza da convenção de arbitragem, Estudos em Homenagem à Professora Doutora Isabel de Magalhães Collaço, vol. II, Almedina, Coimbra 2002, 625-641 (625 e segs.).

(14) Sobre este ponto, PAULA COSTA E SILVA, A nova face da Justiça. Os meios extrajudiciais de resolução de controvérsias. Relatório sobre conteúdo, programa e métodos de ensino, Lisboa 2008 (ainda inédito).

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De um lado, a inoponibilidade, pelas partes, a terceiros, da jurisdição arbitral de modo a poderem provocar a respectiva intervenção no procedimento arbitral. Na verdade, o terceiro poderá sempre alegar a sua não submissão a tal jurisdição quando é certo que esta é um dos efeitos de um acordo de vontades ao qual o terceiro é estranho.

Por outro lado, a circunstância de a jurisdição arbitral se fundar num acordo das partes tem a sua repercussão no que respeita à admissibilidade da intervenção espontânea do terceiro na instância arbitral. Contra esta pretensão poderão as partes iniciais – ou qualquer delas – opor ao terceiro que pretenda ser constituído como parte o princípio da eficácia relativa dos contratos.

Conforme sustenta BOTELHO DA SILVA, «(s)e o direito de nomeação autónoma de um árbitro é um corolário necessário do princípio da igualdade processual em certos sistemas de constituição do tribunal arbitral, tal implicará a alteração da composição do tribunal no decurso do procedimento como consequência de uma intervenção admitida de terceiro, provocada ou espontânea» (15). Também este ponto tem de ser devidamente ponderado.

2.5.2. Não temos por seguro – nem poderíamos ter nesta fase

da presente intervenção – que as duas vertentes em que se afirma a relevância do princípio da eficácia relativa sejam equivalentes.

Quando se pensa na submissão de terceiro à jurisdição arbitral através da provocação da sua constituição como parte – ou seja, nos casos em que a intervenção do terceiro é provocada e não espontânea – as hipóteses que nos surgem como problemáticas são apenas aquelas em que o terceiro, para além de não ser parte na convenção de arbitragem, não pode por ela dizer-se vinculado

(15) Pluralidade de partes em arbitragens voluntárias, Estudos em Homenagem à

Professora Doutora Isabel de Magalhães Collaço, 2 volumes, Almedina, Coimbra 2002, vol. II, 499-538 (p. 522).

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através de qualquer uma das modalidades de vinculação de terceiro a títulos jurídicos criados por outrem.

Com efeito, se o terceiro é assim qualificado por referência à instância, mas não por referência à convenção, os problemas da sua constituição como parte são minimizados. Isto porque nas hipóteses em que o terceiro o é por referência à instância, tal como originariamente constituída, mas não o é por referência ao título em que se funda a jurisdição do tribunal arbitral, a sua submissão à jurisdição arbitral é voluntária. Nestes casos, ainda que a sua intervenção seja provocada – quer isto dizer, ainda que a sua constituição como parte seja superveniente, fundando-se num impulso das partes processuais originárias e não num acto de intervenção voluntária daquele que é terceiro por referência à instância, mas que é parte por referência à convenção – não estaremos perante uma vinculação de terceiro à convenção de arbitragem. Estaremos simplesmente perante hipóteses em que o conjunto de sujeitos vinculados pela convenção de arbitragem é mais amplo do que o leque de partes processuais originárias. Porém, porque não tem de se verificar uma coincidência necessária entre as partes da acção e as partes da convenção – tudo dependendo, em primeira linha, do objecto do processo e da legitimidade para a concreta instância – este núcleo de casos não suscita dificuldades de maior. Isto porque tendo o terceiro, por referência à acção, tal como originariamente constituída , aceite a jurisdição arbitral, deixam de estar presentes todos os obstáculos a uma submissão involuntária de alguém a uma jurisdição que concorre com a jurisdição dos tribunais do Estado e que se funda numa acto de autonomia.

Na verdade, não pode perder-se de vista que a convenção de arbitragem é um acto autónomo e que o acto autónomo, cuja força jurígena radica na autonomia privada, traduz o resultado do poder que cada um tem de dar-se um regulamento. Mas este poder, pertencendo ao sujeito que exerce a sua autonomia, não permite a

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criação de vínculos que atinjam os demais: a autonomia privada, pilar central da dignidade da pessoa, permite a criação de títulos de auto-regulação, não a de títulos de hetero-regulação. Dito de outra forma, a heteronomia não radica na autonomia, carecendo de título habilitante bastante.

Há-de ter-se em consideração que aceitar a submissão de terceiro a um acto de autonomia de outros – no nosso caso, a submissão de um terceiro, por referência à convenção de arbitragem, a uma convenção acordada por outros – implica aceitar a derrogação dos limites da autonomia privada. Relativamente ao terceiro que, não sendo parte na convenção de arbitragem, pudesse ser constrangido a aceitar a jurisdição arbitral, esta convenção seria, não um acto de autonomia, mas sim um acto de heteronomia. E, porquanto conseguimos vislumbrar no regime legal aplicável à arbitragem, nenhuma norma habilita as partes a praticarem actos de heteronomia relativamente a terceiros, ainda que estes tenham, no contexto das situações jurídicas materiais, posições jurídicas paralelas ou conexas com as posições jurídicas que as partes na convenção acordaram submeter a arbitragem.

2.6. Conclusões intermédias: limites da convenção e

terceiro interveniente 2.6.1. Os dados antecedentes permitem-nos chegar a duas

conclusões. Por um lado, assentando a jurisdição arbitral num acto de

autonomia, tendo os efeitos da autonomia como limite a esfera daquele que exerce o seu poder de dar-se um regulamento, não deve admitir-se a submissão potestativa à jurisdição arbitral de terceiro que não esteja vinculado pela convenção de arbitragem.

Em segundo lugar, sempre que o terceiro, por referência à instância, não seja um terceiro relativamente à convenção, porque ele aceitou a jurisdição arbitral, deve admitir-se, como regra, a sua intervenção provocada por qualquer uma das partes.

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2.6.2. Voltemos, agora, aos incidentes de intervenção de terceiros a que acima nos referimos.

Vimos que sendo requerida e deferida a intervenção provocada de terceiro, este, que adquire o estatuto de parte, ainda que não interviesse, seria abrangido pelos efeito de caso julgado, produzido pela decisão. Relembremos, ainda, que esta vinculação ocorria sempre que o terceiro fosse um litisconsorte necessário, um litisconsorte voluntário passivo ou um litisconsorte subsidiário. O que dizer quando a instância à qual o terceiro, por referência à convenção de arbitragem, é chamado, é uma instância arbitral e nela o terceiro não intervém ou intervém apenas para declarar que não aceita a jurisdição arbitral? Poderá admitir-se que fique vinculado aos efeitos da decisão o terceiro, que adquire o estatuto de parte com a citação, e que seja um litisconsorte necessário, voluntário passivo ou subsidiário passivo?

Vamos partir do princípio que se verificam as hipóteses não patológicas em que, de um ponto de vista adjectivo, estão preenchidos os pressupostos que permitem a sua intervenção provocada. Supomos que resposta tem de ser negativa. Se o terceiro não aceita a jurisdição arbitral, nenhum efeito poderá a sentença produzir quanto a ele.

Mas o que sucede na instância? Se, independentemente da sua intervenção, entendemos ter o

terceiro adquirido o estatuto de parte, qualquer ilegitimidade se deve considerar sanada. Porém, porque o tribunal não pode conhecer do objecto que especificamente respeita ao terceiro na medida em que, relativamente a esse objecto, não tem competência – o que vai acontecer tanto nos casos de litisconsórcio voluntário passivo, como nos de litisconsórcio subsidiário – deverá absolvê-lo da instância. Quanto aos casos de litisconsórcio necessário, a resposta é mais complexa. Sem a aceitação da jurisdição arbitral pelo terceiro, que não é parte na convenção, apesar de sanada a ilegitimidade decorrente de uma inicial preterição de litisconsórcio

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necessário, o tribunal não pode conhecer da pretensão inicialmente deduzida. Isto porque, quanto a um dos litisconsortes necessários, carece de jurisdição.

2.6.3. Diversa é a situação quando o terceiro é parte na

convenção. Nesta circunstância, não pode o terceiro opor-se ao proferimento de decisão de mérito que o vincule uma vez que aceitou a jurisdição arbitral.

No entanto, para que esta vinculação possa operar, deverá poder o terceiro exercer as suas prerrogativas quanto à escolha e modo de composição do decisor. Isto porque, se o terceiro aceita a jurisdição arbitral, ele não aceita que seja um qualquer tribunal arbitral a decidir os conflitos que o oponham às demais partes na convenção; ele aceita que tais conflitos sejam dirimidos pelo concreto tribunal arbitral constituído ao abrigo das regras que todas as partes na convenção aceitaram. Exactamente porque a jurisdição arbitral leva a um afastamento do princípio do juiz natural, ao terceiro tem de ser conferida a faculdade de, em aplicação das regras previstas na convenção – ou no regulamento para o qual esta eventualmente remeta – influenciar a composição do tribunal.

2.6.4. Perante estas asserções avultam, imediatamente, as

perguntas inversas. Primeira, pode um terceiro, por referência à instância, intervir

espontaneamente na acção arbitral pendente? Segunda, pode um terceiro relativamente à convenção de

arbitragem intervir espontaneamente na instância arbitral? No primeiro caso, as partes poderão ser surpreendidas por

uma alteração subjectiva da instância. No segundo, por uma alteração subjectiva da convenção, por uma alteração subjectiva da instância e, eventualmente até, atendendo aos tipos de intervenção principal previstos na ordem jurídica portuguesa, por uma alteração objectiva da instância. Basta pensarmos nos casos em que

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a intervenção principal é coligatória. Nestas hipóteses, para além de uma nova parte, acresce um novo objecto ao objecto processual originário.

2.6.5. Quando nos interrogamos acerca da admissibilidade da

intervenção espontânea de um terceiro não vinculado pela convenção temos por adquirido que este terceiro aceita a jurisdição do tribunal arbitral. Neste núcleo de hipóteses, porque o terceiro se submete voluntariamente à jurisdição arbitral, a convenção de arbitragem não o vincula enquanto acto de heteronomia; ela é ainda um acto de autonomia, de cuja eficácia o terceiro quer prevalecer-se.

Mas pode o terceiro prevalecer-se deste acto de autonomia? Supomos que a questão merece, ainda, uma subdistinção. Pode o terceiro prevalecer-se do acto de autonomia por

considerações de ordem estritamente processual? Dito de outro modo, pode o terceiro prevalecer-se dos efeitos de um acto de autonomia, que se traduzem na concessão de jurisdição a um tribunal arbitral, porque, de um ponto de vista processual, estão reunidas as condições que lhe permitem intervir enquanto parte na causa, litisconsorciando-se ou coligando-se com uma das partes principais originárias ou opondo-se a ambas?

Pode o terceiro prevalecer-se somente do acto de autonomia porque substantivamente lhe é conferida a faculdade de dele se prevalecer ainda que não tenha nem adquira a qualidade de parte? Duas situações ocorrem, imediatamente, quando se pensa nas hipóteses que podem estar abrangidas por uma resposta positiva a esta segunda interrogação: o contrato a favor de terceiro e o contrato com eficácia ou protecção para terceiro.

2.6.6. Parece evidente que os interesses que devem ser

equacionados na resposta às interrogações antecedentes são os

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interesses das partes da convenção de arbitragem. Isto porque, reitere-se, o terceiro aceita voluntariamente a jurisdição arbitral.

Pode o terceiro opor às partes esta aceitação? Ou têm as partes de aceitar a aceitação da jurisdição arbitral pelo terceiro? Ou deverá mesmo afirmar-se que, como sucede em outros sistemas, a aceitação da jurisdição arbitral pelo terceiro, v.g. inferida do seu pedido de intervenção, tem de ser aceite pelas partes e pelos árbitros?

Regra geral o que se questiona é se as partes podem, através de uma convenção, vincular terceiro. A resposta é negativa. Afirma-se que se as partes podem, com alguma contracção do princípio da relatividade do contrato, criar ou conferir situações jurídicas favoráveis para terceiro, não podem, através da sua autonomia, criar posições jurídicas passivas, a encabeçar por terceiro.

2.6.7. Haverá um primeiro grupo de casos em que a aceitação

das partes da aceitação da jurisdição arbitral pelo terceiro há-de ser necessária: aquela em que o objecto que o terceiro visa trazer ao processo não e abrangido pela convenção de arbitragem. Deste modo, poderão excluir-se como situações em que a intervenção espontânea do terceiro não carece da aceitação das partes todas aquelas em que a pretensão do terceiro não é objectivamente abrangida pela convenção de arbitragem.

Por outro lado, se o terceiro não é parte na convenção de arbitragem, a sua intervenção no processo, ainda que se verifiquem as circunstâncias que, de um ponto de vista adjectivo, tornam essa intervenção admissível, deverá depender da aceitação pelas partes da aceitação da jurisdição arbitral pelo terceiro. O fundamento desta solução entronca no princípio da eficácia relativa do contrato: se ele não permite que as partes criem, através de actos de autonomia, vinculações para terceiro, permite, igualmente, que as partes se oponham a que terceiro se prevaleça desse acto de autonomia.

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Mais difícil é a solução dos casos em que a pretensão deduzida está coberta pelo título mas em que o terceiro não é parte no acto de autonomia que levou à criação de tal título. Aqui ressurge o contrato a favor de terceiro e o contrato com eficácia de protecção de terceiro. Deverá a sua intervenção depender da aceitação das partes? Supondo que promitente e promissário são partes num procedimento arbitral, pode nele intervir o beneficiário que goza de uma faculdade de exigibilidade substantiva e autónoma? E deve a intervenção, na instância arbitral, do terceiro, relativamente ao qual o contrato tem uma eficácia de protecção, depender da aceitação da sua submissão à jurisdição arbitral pelas partes iniciais? Não obstante a autonomia da convenção de arbitragem, autonomia que, na verdade, é imperfeita – se a posição substantiva pode ser transmitida sem a convenção de arbitragem, a convenção de arbitragem não pode ser transmitida sem o vínculo uma vez que ela visa regular o modo de exercício judiciário das posições substantivas – substantivamente o terceiro tem faculdades de exigibilidade que entroncam no título.

Mais simples se afigura a resposta quando o terceiro, sendo parte na convenção, não é parte processual inicial, deduzindo a sua intervenção espontânea litisconsorcial ou coligatória, desde que, neste último caso, a sua posição substantiva autónoma esteja coberta pela convenção de arbitragem. Perante estas hipóteses o que pode perguntar-se é se, por o procedimento ser arbitral, se justifica um qualquer desvio relativamente às regras que regem a intervenção do terceiro. Diremos que não: aqui vai aplicar-se o regime que regula este tipo de intervenção.

E não dependerá a intervenção do terceiro de uma anuência das partes originárias?

Vimos, acima, que sobre o requerimento de intervenção espontânea do terceiro tinham as partes iniciais a faculdade de se pronunciarem. No entanto, não podiam opor-se a esta intervenção com outro fundamento que não fosse o da falta de verificação dos

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pressupostos que a legitimam, quer isto dizer que as partes não poderiam opor-se à intervenção por razões de oportunidade.

Haverá alguma razão que possa implicar um desvio a este regime quando o procedimento é arbitral? Terão, neste caso, as partes de aceitar a intervenção do terceiro, podendo recusá-la ainda que se verifiquem as circunstâncias que permitem aquela intervenção?

Relembre-se, uma vez mais, que o direito português não tem regras específicas sobre toda esta matéria. O que significa que qualquer resposta que passe pela aplicação de institutos gerais do processo civil à arbitragem há-de resultar de uma ponderação das particularidades da arbitragem. Haverá alguma particularidade da arbitragem que se repercuta no regime de intervenção espontânea do terceiro que é parte na convenção de arbitragem? Supomos que não. Aliás, será sempre possível encontrar já uma base autónoma que dispensa uma aceitação das partes da intervenção espontânea do terceiro, que é parte na convenção: essa aceitação ocorreu no momento em que aceitaram que também o terceiro, por referência à instância, fosse parte, por referência à convenção.

2.7. Transmissão e sucessão a título particular pendente litis

2.7.1. Acima afirmámos que apenas se nos apresentam como problemáticas as hipóteses em que o terceiro, para além de não ser parte na convenção de arbitragem, não pode por ela dizer-se vinculado através de qualquer uma das modalidades de vinculação de terceiro a títulos jurídicos criados por outrem.

Esta segunda precisão implica que os casos em que tecnicamente ocorre quer uma transmissão, quer uma sucessão, inter vivos ou mortis causa, da ou na posição jurídica de uma das partes na convenção de arbitragem – qualidade que há-de ser necessariamente acompanhada da sua qualidade de parte nas ou nas situações substantivas relativamente às quais as partes acordaram num exercício do direito de acção através da via arbitral – não possam ser qualificados como hipóteses em que um terceiro

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fica vinculado à convenção de arbitragem. Com efeito, em qualquer uma destas hipóteses, o terceiro passa a ser parte supervenientemente, quer porque é destinatário dos efeitos de uma transmissão universal ou global de posições jurídicas, quer porque é destinatário dos efeitos de uma transmissão singular, ocupando a posição que, até então, era ocupada pelo transmissário.

2.7.2. Mas neste contexto não podem perder-se de vista os

casos em que, independentemente da submissão a arbitragem das posições substantivas transmitidas, a própria transmissão vem a ser sujeita a arbitragem. Esta hipótese que, aparentemente, não suscitaria problemas particulares já que se diria que a celebração de convenção de arbitragem relativamente à transmissão não interfere com o estatuto das situações jurídicas transmitidas, acaba por entroncar directamente no nosso tema. O exemplo que imediatamente revela essa ingerência é aquele em que a transmissão ocorre na pendência da acção e em que se perguntará como resolver os casos que, regra geral, estão submetidos ao art. 271 CPC (16). Se, na pendência da acção, ocorrer a transmissão da coisa ou direito em litígio, o transmissário poderá habilitar-se, assumindo a posição de parte principal, até então assegura da pelo transmitente, parte originária, cuja legitimidade era directa e que, com a transmissão, passa a litigar em nome próprio por direito alheio, ou seja, enquanto legitimado indirecto ou substituto

(16) Dispõe o art. 271: «Legitimidade do transmitente – Substituição deste pelo adquirente 1 - No caso de transmissão, por acto entre vivos, da coisa ou direito ou

litigioso, o transmitente continua a ter legitimidade para a causa, enquanto o adquirente não for, por meio de habilitação, admitido a substituí-lo.

2 - A substituição é admitida quando a parte contrária esteja de acordo. Na falta de acordo, só deve recusar-se a substituição quando se entenda que a transmissão foi efectuada para tornar mais difícil, no processo, a posição da parte contrária.

3 - A sentença produz efeitos em relação ao adquirente, ainda que este não intervenha no processo, excepto no caso de a acção estar sujeita a registo e o adquirente registar a transmissão antes de feito o registo da acção».

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processual (17). Em termos algo sincopados, verifica-se, porém, que a habilitação do transmitente depende de uma apreciação da validade da transmissão pelo juiz da causa (18). Simplificando o leque de constelações que podem apresentar-se, dir-se-á que são aparentemente problemáticos tanto os casos em que apenas um dos objectos do processo em que o transmissário pretende habilitar-se é abrangido por uma convenção de arbitragem – quer seja o título ou o facto do qual resulta a situação substantiva litigiosa, quer seja a transmissão – como aqueles em que, apesar de os dois objectos estarem submetidos a arbitragem, cada um dos procedimentos arbitrais estar submetido a regras que são incompatíveis com aquelas que regem o outro.

2.7.3. A primeira pergunta que deve ser feita é a seguinte:

pode um terceiro, face à convenção, ser parte material de uma decisão proferida por um tribunal arbitral se ele não aceitou expressamente esta jurisdição?

Responder-se-ia, intuitivamente, que não. Se ele não aceitou a arbitragem nenhum efeito pode a decisão arbitral produzir na sua esfera. A decisão é o resultado de um procedimento, assente num acto de autonomia. O terceiro não está vinculado por este acto de autonomia.

No entanto, temos de avançar com cautela. Veja-se: se o terceiro não puder ficar vinculado à decisão, a acção perde todo o seu interesse. Isto porque a parte em cuja esfera se vão repercutir os efeitos materiais da decisão não é a parte transmitente, mas a parte transmissária. Ora, o que temos de perguntar, quando a convenção atinge a transmissão e não a posição jurídica transmitida, é se esta é oponível à contraparte na acção. Inversamente, quando a convenção de arbitragem atinge a posição

(17) Compreensivamente sobre os efeitos da transmissão da coisa ou

direito litigioso, PAULA COSTA E SILVA, A transmissão da coisa ou direito em litígio. Contributo para o estudo da substituição processual, Coimbra Editora, Coimbra 1993.

(18) O regime do incidente de habilitação consta do art. 376 CPC, cuja redacção foi alterada pelo Decreto-Lei n. 226/2008, de 20 de Novembro.

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transmitida, há -de perguntar-se se o terceiro transmissário ficará vinculado por aquela convenção ou se, ao invés, uma vez transmitida a posição substantiva e revelada essa transmissão no procedimento arbitral, a instância se deve extinguir por incompetência superveniente do tribunal, decorrente de uma falta de aceitação da sua jurisdição pelo transmissário.

2.7.4. Dir-se-á que o problema se resolve considerando-se que

a transmissão irrelevante é se ocorrida na pendência da instância. Mas esta solução choca com o direito positivo português que procede a um equilíbrio dos interesses do transmissário, da parte estranha à transmissão e, de algum modo ainda, do transmitente. Com efeito, o transmissário terá, em regra, interesse em assumir o controlo directo da actuação processual, de modo a poder controlar a estratégia de litigação implementada. A parte estranha à transmissão tem interesse em que a acção não seja afectada, quanto aos resultados já produzidos, por ter ocorrido uma transmissão da posição jurídica litigiosa. O transmitente preferirá, também como regra, deixar de ser parte na acção a fim de se poupar o investimento de tempo e de recursos financeiros na prática dos actos processuais adequados, bem como para evitar o risco de uma responsabilização pelo transmissário caso este considere a sua gestão processual danosa.

Ponderando todos estes interesses, o direito português vem dispor que, ocorrendo uma transmissão da coisa ou direito em litígio na pendência da acção, o transmitente continua a ter legitimidade para a causa enquanto o transmissário não se habilitar. Ao perpetuar a legitimidade do transmitente, a lei protege a parte estranha à transmissão de uma manipulação dos resultados processuais. A concessão de legitimidade extraordinária e indirecta a esta parte impede uma decisão de absolvição da instância por ilegitimidade superveniente. No entanto, considere-se que a perpetuação da legitimidade da parte que alega já não ser titular da

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coisa ou direito em litígio não significa um acolhimento da teoria da irrelevância pelo direito português. Inversamente, a lei permite a habilitação do transmissário, assim tutelando tanto o seu interesse em assumir a estratégia processual, quanto o do transmitente, que deixará de estar onerado com a promoção do processo. A admissibilidade do restabelecimento de uma coincidência entre as partes da acção e os sujeitos da situação controvertida permite concluir que o sistema português acolheu a teoria da relevância da transmissão.

2.7.5. Como se comporta a aplicação do art. 271 CPC quando

a transmissão da coisa ou direito em litígio ocorre na pendência da instância arbitral?

É evidente que a hipótese crítica será aquela em que o transmissário não aceita a jurisdição arbitral. Nas demais, o regime da substituição processual e da habilitação do transmissário para prosseguir a causa em vez do transmitente têm aplicação plena. Mas, nos casos em que a transmissão não é acompanhada de uma aceitação da jurisdição arbitral pelo transmissário deve a instância ser extinta?

Mais uma vez nos encontramos perante a tensão entre os interesses do terceiro face à conformação subjectiva originária da instância e os interesses de uma das partes originárias na acção. Se, aquele, pretenderá que a competência para a apreciação da situação litigiosa seja devolvida aos tribunais judiciais, esta pretenderá uma continuação da instância arbitral. Aliás, não pode deixar de se ter presente que o regime da substituição visa, exactamente, proteger a parte estranha à transmissão de uma manipulação dos resultados processuais através de uma manipulação do pressuposto da legitimidade: a perpetuação da legitimidade do transmitente destina-se a impedir uma decisão de absolvição do réu da instância por criação de uma ilegitimidade superveniente. Ora, se aceitarmos que o interesse do transmissário, que não aceita a jurisdição arbitral, gerará uma incompetência superveniente do tribunal, ter-

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se-á atingido resultado semelhante. E este, porque não pode ser impedido pela parte estranha à transmissão sequer no momento da celebração da convenção de arbitragem – esta não pode, ao invés do que sucede nos casos em que, originariamente, a situação material respeita a vários interessados mas a convenção é apenas celebrada com alguns, vincular um futuro interveniente na situação material – não pode aceitar-se como bom. No silêncio da lei, a estas hipóteses deverá aplicar-se integralmente o regime do art. 271 CPC.

2.8. Intervenção de terceiro e poderes de autoridade do

tribunal arbitral 2.8.1. Passemos à afirmada ausência de poderes de autoridade

do tribunal. Pessoalmente, chegámos, por último e perante os novos dados do ordenamento positivo português em matéria de execução (19), a conclusão algo diversa. A circunstância de a nova lei de reforma da acção executiva ter previsto a criação de centros de arbitragem institucionalizada com competência, não só para a resolução dos litígios que venham a eclodir no contexto de acções executivas – v.g. para a decisão de oposições à execução, oposições à penhora, reclamações de créditos – como também para a realização de todos os actos de execução – entre eles, a realização de penhoras e vendas executivas – permite-nos concluir que no plano infraconstitucional se vieram atribuir poderes de autoridade aos árbitros. É evidente que a afirmação desta nova competência ainda não significa uma conformidade da solução com a ordem constitucional, nem permite uma inferência quanto à atribuição aos árbitros de outros poderes de autoridade não expressamente

(19) Referimo-nos à reforma que entrará, grosso modo , em vigor em Março

de 2009 e que foi introduzida pelo Decreto-Lei n. 226/2008, de 20 de Novembro. Para uma primeira análise deste regime, PAULA COSTA E SILVA, A nova face da Justiça. Os meios extrajudiciais de resolução de controvérsias. Relatório sobre conteúdo, programa e métodos de ensino, Lisboa, Dezembro de 2008, ainda inédito.

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previstos. Os poderes entroncam numa competência e o princípio é o de que a competência não se presume.

2.8.2. Independentemente desta ordem de problemas, certo é

que a afirmada ausência de poderes de autoridade do tribunal arbitral se apresenta como um aparente obstáculo à constituição de terceiros como partes através de mecanismos de intervenção provocada. Não tendo o decisor, no sistema jurídico português, poderes para determinar, oficiosamente, a intervenção de terceiros no processo, deverá aguardar pelo impulso das partes.

Porém, o requerimento da parte, por si só, é insuficiente para operar essa intervenção. Este requerimento é um típico acto postulativo: sobre ele deverá pronunciar-se o tribunal a fim de verificar a admissibilidade e a procedibilidade da pretensão de intervenção de terceiros. Somente se o seu juízo relativo à pretensão da parte for positivo, ordenará o tribunal a citação do terceiro. Quer isto dizer que, no sistema jurídico português, o título da intervenção do terceiro é complexo: ele integra o requerimento da parte e a pronúncia judicial.

Se a jurisdição de um tribunal não assenta num acto específico de autonomia, radicando no poder-dever de julgar, na função jurisdicional enquanto função soberana do Estado, a essa jurisdição estarão submetidas todas as pessoas e entes aos quais a lei atribua especificamente personalidade judiciária (20). O poder de determinar a constituição de qualquer terceiro, por referência à instância tal como originariamente configurada de um ponto de vista subjectivo, radica nos poderes de autoridade do tribunal e na submissão de todos à sua jurisdição.

(20) Acerca da concessão de personalidade judiciária a entes destituídos de

personalidade jurídica, PAULA COSTA E SILVA, O manto diáfano da personalidade judiciária, in Estudos em honra do Professor Doutor José de Oliveira Ascensão , Almedina, Coimbra 2008, 2 volumes, volume II, 1869-1899. Por último, MALTE STIEPER, Die nicht existente Partei im Passivprozess – zugleich Anmerkung zu BGH, Beschluss v. 27.9.2007 – VII ZB 23/07 und v. 10.10.2007 – XII ZB 26/05, Zeitschrift für Zivilprozess/ZZP 121 (3/2008), 351-378.

A intervenção de terceiros no direito português

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A arbitragem revela, efectivamente, um enorme desvio à regra geral da atribuição da plenitude da jurisdição a um decisor que se submete ao princípio do juiz natural. Este desvio vem concorrer na confirmação das conclusões a que acima chegámos. O tribunal arbitral não tem poder jurisdicional sobre todos mas apenas sobre aqueles que se submeteram à sua jurisdição. Quer isto dizer que, ao chamar um terceiro, por referência à convenção de arbitragem, à acção, não pode o tribunal fazer aderir efeitos negativos a uma inacção do terceiro citado.

A situação será, já, algo diversa se o terceiro, sendo parte na convenção, não tiver concorrido para a constituição do tribunal. Como acima vimos, se é certo que o terceiro se submeteu à jurisdição arbitral, ele não se submete à jurisdição de um qualquer tribunal arbitral: ele aceitou a jurisdição de um tribunal que deverá ser constituído segundo regras que, em princípio, lhe permitirão influenciar essa constituição. Em suma, ainda que o terceiro seja parte na convenção de arbitragem, os poderes que o tribunal arbitral entretanto constituído tem sobre ele, são limitados. Uma vez deferida a sua intervenção, deverá ser conferido ao terceiro o poder de concorrer para uma recomposição do tribunal que lhe permita, segundo as regras que todas as partes na convenção autonomamente aceitaram, determinar a escolha do decisor.

2.9. O Regulamento do Centro de Arbitragem Comercial

da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa 2.9.1. As dificuldades que fomos sentindo nesta tentativa de

descortinarmos que regime deve ser aplicado às intervenções de terceiro no procedimento arbitral estão, em alguma medida, mitigadas quando ao procedimento arbitral sejam aplicadas as regras processuais constantes do Regulamento do Centro de Arbitragem Comercial da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa. De acordo com o art. 25/1 deste Regulamento, a intervenção de terceiros, provocada ou espontânea, pode ser

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requerida antes da constituição do tribunal – estando, deste modo, excluída a intervenção superveniente – assentando num pressuposto: estarem os terceiros vinculados a todas as partes por uma mesma convenção de arbitragem ou por convenções de arbitragem semelhantes. Verificado este pressuposto – que, veja-se, não dispensa a vinculação do terceiro à convenção para que ele possa ser constituído como parte principal na acção arbitral – caberá ao Presidente do Centro decidir da admissibilidade da intervenção.

Do art. 25/1 resulta que, nas arbitragens a que sejam aplicadas as regras de processo do Centro de Arbitragem Comercial da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, não haverá que indagar se o terceiro interveniente pode litisconsorciar-se ou coligar-se com uma das partes principais. Estabelecem-se pressupostos de admissibilidade autónomos face àqueles de que o direito adjectivo, acima descrito, faz depender a intervenção.

Quanto à repercussão da dedução do pedido de intervenção, dispõe, ainda, o mesmo art. 25 que, sendo a intervenção espontânea, não tem o interveniente qualquer faculdade de determinar a composição do tribunal – ele tem de aceitar o árbitro nomeado pela parte à qual pretende associar-se. Inversamente, sendo a intervenção provocada, ficará sem efeito a designação feita pela parte que requer a intervenção, sendo o árbitro a designar escolhido pela parte originária e pelo interveniente.

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III

L’INTERVENTO DEI TERZI NEL PROCESSO ARBITRALE

SECONDO IL DIRITTO ITALIANO 3.1. Novità legislative e vecchi problemi 3.1.1. Con l’introduzione dell’articolo 816 quinquies, commi 1°

e 2°, c.p.c., la disciplina italiana dell’arbitrato comune si è recente-mente arricchita di un’apposita norma concernente l’intervento dei terzi nel giudizio arbitrale, volta a regolare, in particolare, l’intervento volontario e la chiamata in causa (1), così finalmente prendendo posizione su di un tema che, in mancanza di una speci-fica regolamentazione, aveva profondamente diviso la dottrina tanto in riferimento all’ammissibilità delle diverse figure di inter-

(1) La nuova disposizione, introdotta dall’art. 22 della l. 2 febbraio 2006, n.

40, ha, come noto, stabilito che «l’intervento volontario o la chiamata in arbitra-to di un terzo sono ammessi solo con l’accordo del terzo e delle parti e con il consenso degli arbitri» e che «sono sempre ammessi l’intervento previsto dal secondo comma dell’art. 105 e l’intervento del litisconsorte necessario»; in ar-gomento, cfr. MARENGO, Processo arbitrale, in Riv. arb., 2005, 803 ss.; BOVE, La nuova disciplina dell’arbitrato, in BOVE, CECCHELLA, Il nuovo processo civile, Milano, 2006, 76 ss.; LUISO, SASSANI, La riforma del processo civile, Milano, 2006, 291 ss.; OCCHIPINTI, Il procedimento arbitrale, in CATTANI, D’ALESSANDRO, OCCHIPINTI, SANTI, VECCHIO, Il nuovo processo arbitrale, Milano, 2006, 90 ss.; ODORISIO, Prime osservazioni alla nuova disciplina dell’arbitrato, in Riv. dir. proc., 2006, 262 s.; RUBINO SAMMARTANO, Il diritto dell’arbitrato, 5ª ed., Padova, 2006, 445 ss.; VERDE, Line-amenti di diritto dell’arbitrato , 2ª ed., Torino, 2006, 109 ss.; PUNZI, Luci e ombre nella riforma dell’arbitrato, in Riv. trim. dir. proc. civ. , 2007, 419 s.; ID., Il processo civile. Si-stema e problematiche, Torino, 2008, III, 205 s.; LA CHINA, L’arbitrato. Il sistema e l’esperienza, 3ª ed., Milano, 2007, 122 ss.; LUISO, Diritto processuale civile, 4ª ed., Milano, 2007, IV, 408 ss.; NELA, in Le recenti riforme del processo civile, a cura di Chiarloni, II, Bologna, 2007, sub art. 816 quinquies, 1752 ss.; G.F. RICCI, in Arbi-trato, 2ª ed., a cura di Carpi, Bologna 2007, sub art. 816 quinquies, 452 ss.; RUFFI-NI, Arbitrato (dir. proc. civ.), in Il diritto. Enciclopedia giuridica, Milano, 2007, I, 563 s.; SALVANESCHI, in Riforma del diritto arbitrale, a cura di Menchini, in Nuove leggi civ. comm., 2007, sub art. 816 quinquies, 1257 ss.; FAZZALARI, Arbitrato (dir. proc. civ.), in Enc. dir., Annali, II, 1, Milano, 2008, 52; MURONI, La pendenza del giudizio arbitrale, Torino, 2008, 153 ss.; GRADI, in Codice di procedura civile commentato, 3ª ed., a cura di Consolo e Luiso, Milano, 2007, sub art. 816 quinquies, 5894 ss.

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vento, quanto in relazione alla partecipazione successiva dei terzi alla formazione del collegio arbitrale.

Come è noto, infatti, l’opinione tradizionale era nel senso di escludere qualsiasi possibilità di intervento nel giudizio arbitrale del terzo estraneo alla convenzione d’arbitrato, ritenendo a tal fine necessario, in nome del fondamento volontaristico dell’arbitrato, l’accordo di tutti i soggetti coinvolti (2) e, secondo alcuni, in ragio-ne dell’esigenza di salvaguardare lo spatium deliberandi degli arbitri, anche il consenso di questi ultimi (3).

Più di recente, tuttavia, tale orientamento era stato messo in discussione da una parte della dottrina, sulla base di differenti per-corsi argomentativi, sostanzialmente in nome delle esigenze di tutela del terzo, anche se, fra i vari autori, restavano profonde dif-ferenze in ordine alle forme di intervento che in concreto doveva-no ritenersi ammesse e, specialmente, al riguardo della possibilità del terzo di provocare un allargamento dell’oggetto del processo arbitrale (4).

(2) In proposito, sotto la vigenza del codice di rito del 1865, v. CODOVIL-

LA, Del compromesso e del giudizio arbitrale, Torino, 1899, 363; MORTARA, Manuale della procedura civile, 9ª ed., Torino, 1929, II, 617; analogamente, alla luce del codi-ce vigente, CARNACINI, Arbitrato rituale, in Novissimo Digesto it., Torino, 1958, I, 2, 895 s.; REDENTI, Compromesso (diritto processuale civile), in Novissimo Digesto it., Tori-no, 1959, III, 802; VECCHIONE, L’arbitrato nel sistema del processo civile, Milano, 1971, 547 ss.; PIERGROSSI, Tutela del terzo nell’arbitrato, in Studi in onore di Enrico Tullio Liebman , Milano, 1979, IV, 2569 ss.; PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, Padova 2000, I, 564 ss.; TARZIA, L’intervento di terzi nell’arbitrato societario, in Riv. dir. proc., 2004, 349 ss.

(3) In tal senso, v. CARNACINI, Arbitrato rituale, cit., 895; PUNZI, Disegno si-stematico dell’arbitrato, cit., I, 568; DELLA PIETRA, Il procedimento, in Diritto dell’arbitrato, a cura di Verde, Milano, 2005, 246; contra, PIERGROSSI, Tutela del terzo nell’arbitrato, cit., 2571; G.F. RICCI, in Arbitrato, a cura di Carpi, Bologna, 2001, sub art. 816, 323 s., secondo i quali, a tal fine, non sarebbe invece necessa-rio il beneplacito degli arbitri.

(4) E.F. RICCI, Il lodo rituale di fronte ai terzi, in Riv. dir. proc., 1989, 654 ss., spec. 676 ss., secondo il quale, in considerazione degli effetti che il lodo rituale di diritto è capace di produrre nella sfera dei terzi (da escludersi però nel caso in cui gli arbitri siano chiamati a decidere secondo equità), non sarebbe possibile trasformare l’accordo compromissorio in «un onere preliminare della difesa» per lo meno quando l’intervento del terzo non comporti un mutamento dell’oggetto della lite; FAZZALARI, Le difese del terzo rispetto al lodo rituale, in Riv. arb., 1992, 613

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In tale situazione, si era peraltro opportunamente precisato come il problema dell’ammissibilità dell’intervento o della chiamata in arbitrato non avesse comunque ragione di porsi, rispetto alla comune volontà dei paciscenti, nelle ipotesi in cui il terzo fosse stato parte del patto compromissorio (5); e si era altresì rilevato come, in tali circostanze ed in ogni altro caso in cui il litisconsorzio successivo dovesse ritenersi ammissibile, si ponesse in maniera preponderante la necessità di garantire, fra l’altro, la libera e parita-ria partecipazione di tutte le parti alla nomina degli arbitri (6).

ss.; ID., L’arbitrato, Torino, 1997, 57 ss., secondo cui la necessità di tutelare il terzo estraneo al patto compromissorio porterebbe ad ammettere anche gli interventi innovativi, con la sola esclusione di quello litisconsortile; LUISO, Dirit-to processuale civile, 3ª ed., Milano, 2000, IV, 341; BOVE, Processo arbitrale e terzi, in Riv. arb., 1995, 792 s., secondo i quali, ove il terzo non allarghi l’oggetto del giudizio arbitrale, gli originari compromittenti non avrebbero alcun motivo per rifiutarne l’intervento; similmente, CECCHELLA, Disciplina del processo nell’arbitrato, in Riv. arb., 1995, 230; ZUCCONI GALLI FONSECA, La convenzione arbitrale rispetto ai terzi, Milano, 2004, 740 ss., secondo cui il fondamento dell’ammissibilità dell’intervento ad adiuvandum avrebbe determinato a favore del terzo titolare di un diritto dipendente destinato ad essere inciso dagli effetti del lodo emesso inter alios la nascita di un diritto potestativo ad aderire alla convenzione d’arbitrato altrui, con la conseguenza che al terzo sarebbe stato sempre possibile l’intervento non innovativo, senza alcuna possibilità dei paciscenti di impedirne l’accesso.

Per simili rilievi nella dottrina francese, in precedenza unanime nell’escludere la partecipazione successiva dei terzi all’arbitrato in assenza di un accordo fra le parti, v., anche per ulteriori riferimenti, MOURRE, L’intervention de tiers à l’arbitrage, in Gaz. Pal., maggio-giugno 2001, 640 ss., secondo cui deve ritenersi ammissibile «l’intervention accessoire» del terzo estraneo all’efficacia sogget-tiva della convenzione arbitrale, ma destinato ad essere inciso dagli effetti del lodo.

(5) Per tale precisazione, che non sempre si rinviene negli autori che si oc-cupano del tema, v., in particolare, RUFFINI, L’intervento nel processo arbitrale, in Riv. arb., 1995, 661 ss.; ID., Il giudizio arbitrale con pluralità di parti, in Studi in onore di Luigi Montesano, Padova, 1997, I, 682 s.; SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, Padova, 1999, 261 ss.; PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., I, 564 ss.; e già CARNACINI, Arbitrato rituale, cit., 895, testo e nota 8; VECCHIONE, L’arbitrato nel sistema del processo civile, cit., 547 ss.; la dottrina francese sopra ri-chiamata parla in proposito di terzo imperfetto («imparfaits») per distinguerlo dal terzo «absolus» estraneo tanto al patto compromissorio quanto al giudizio arbitra-le.

(6) Il problema era stato, in particolare, sottolineato da RUFFINI, L’intervento nel giudizio arbitrale, cit., 663 ss.; ID., Il giudizio arbitrale con pluralità di

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Si tratta, nel complesso, di articolate questioni che – come di-mostra brillantemente il contributo che ci precede – sono peraltro destinate a riproporsi con la medesima tensione interpretativa in tutti quegli ordinamenti, come quello portoghese o quello brasilia-no (7), che, analogamente a quanto avveniva in Italia prima della recente riforma, mantengano tutt’ora il più assoluto silenzio al ri-guardo, così lasciando «all’interprete l’intera responsabilità delle sue costruzioni» (8).

Tuttavia, come subito vedremo in dettaglio, tale addenda legi-slativa, che accomuna la legge arbitrale italiana a quella di altri or-dinamenti europei che già in precedenza si erano espressamente occupati dell’istituto (9), non ha invero affrontato tutti i problemi (ad esempio, ha taciuto al riguardo della nomina degli arbitri in caso di litisconsorzio successivo), ma ne ha addirittura generati di nuovi, ai quali si tenterà dunque di fornire un’adeguata soluzione nel proseguio.

parti, cit., I, 678 ss., ove anche l’indicazione di ulteriori questioni connesse alle modalità di svolgimento del processo arbitrale litisconsortile.

(7) In argomento, con riferimento all’ordinamento brasiliano, v. espressa-mente il Ministro ATHOS GUSMÃO CARNEIRO, Intervenção de terceiros, 18ª ed., São Paulo, 2009, 78 ss., al quale il presente scritto è offerto in omaggio, nonché HUMBERTO THEODORO JÚNIOR, Arbitragem e terceiros. Litisconsórcio fora de pacto arbitral. Outras intervenções de terceiros, in Revista forense, 2002, n. 362, 41 ss.

(8) L’efficace espressione è di E.F. RICCI, Il lodo rituale di fronte ai terzi, cit., 678.

(9) Ci si riferisce, in particolare, all’art. 1696 bis del Code judiciaire del Belgio, a norma del quale l’intervento volontario e la chiamata in causa del terzo sono, in ogni caso, subordinati all’esistenza di «une convention d’arbitrage entre le tiers et les parties en litige», nonché all’«assentiment du tribunal arbitral qui statue à l’unanimité»; nonché all’art. 1045, comma 3°, del Wetboek van Burgerlijke Rechtsvordering olande-se, secondo cui l’intervento volontario del terzo in arbitrato o la chiamata in garanzia ad opera delle parti del procedimento arbitrale non è possibile se il terzo non sia vincolato o non aderisca alla convenzione di arbitrato mediante patto scritto concluso con le parti; per osservazioni in proposito e per ulteriori riferimenti di diritto comparato, v. SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 59 ss.; ZUCCONI GALLI FONSECA, La convenzione arbitrale rispetto ai terzi, cit., 737 ss.

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3.1.2. Va inoltre ricordato, sia pure incidentalmente, che la ri-forma della legge arbitrale del 2006 non costituisce il primo tenta-tivo del legislatore italiano di regolare l’istituto; infatti, già con l’art. 34, comma 2°, d.lgs. 17 gennaio 2003, n. 5, limitatamente alla ma-teria societaria, ossia proprio in quella materia in cui strutturalmen-te sorgono ipotesi di litisconsorzio, si era espressamente prevista la possibilità dell’intervento volontario dei terzi, nonché della chiama-ta in causa e dell’intervento iussu arbitrorum dei soci (10).

Peraltro, proprio al fine di favorire la partecipazione successi-va del terzo all’arbitrato, il legislatore societario aveva stabilito che le clausole arbitrali contenute negli statuti delle società dovessero, a pena di nullità, rimettere ad un terzo la nomina del collegio arbitra-le, così appunto rimuovendo qualsiasi complicazione in ordine alla nomina successiva degli arbitri (11).

3.1.3. Il problema fondamentale dell’intervento volontario in

arbitrato di un soggetto estraneo alla convenzione arbitrale deriva

(10) In argomento, cfr. BIAVATI, Il procedimento nell’arbitrato societario, Riv.

arb., 2003, 33 ss.; BOVE, L’arbitrato nelle controversie societarie, in Giust. civ. , 2003, II, 484 ss.; CARPI, Profili dell’arbitrato in materia di società, in Riv. arb., 2003, 425 ss.; CORSINI, L’arbitrato nella riforma del diritto societario, in Giur. it., 2003, 1295; LUISO , Appunti sull’arbitrato societario, Riv. dir. proc., 2003, 718 ss.; E.F. RICCI, Il nuovo arbitrato societario, in Riv. trim. dir. proc. civ. , 2003, 530 ss.; RUFFINI, La riforma dell’arbitrato societario, in Corr. giuridico, 2003, 1533 s.; ID., Il nuovo arbitrato per le controversie societarie, in Riv. trim. dir. proc. civ. , 2004, 523 ss.; TARZIA, L’intervento di terzi nell’arbitrato societario, cit., 353 ss.; LUISO, in Il nuovo processo societario, a cura di Luiso, Torino, 2006, sub art. 35, 580 ss.; BOCCAGNA, in Commentario dei processi societari, a cura di Arieta e De Santis, Torino, 2007, II, 940 ss.; BIAVATI, in Arbi-trati speciali, cit., sub Arbitrato societario: art. 35, 123 ss.

(11) Come chiariva la stessa Relazione al d.lgs. 17 gennaio 2003, n. 5, «la designazione del collegio da parte di terzi imparziali» è diretta allo scopo di «rendere possibile, senza pregiudizio delle concrete possibilità di difesa, l’intervento volontario di terzi nel procedimento arbitrale»; in dottrina, v. LUISO, Appunti sull’arbitrato societario, cit., 715 s.; ZUCCONI GALLI FONSECA, La conven-zione arbitrale nelle società dopo la riforma, in Riv. trim. dir. proc. civ. , 2003, 956 ss.; BONATO, L’indipendenza e l’imparzialità degli arbitri alla luce della riforma dell’arbitrato societario, in Davanti al giudice. Studi sul processo societario, a cura di Lanfranchi e Carratta, Torino, 2005, 478 ss.

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in sostanza dalla difficoltà di contemperare due opposte esigenze, entrambe di evidente rilievo costituzionale.

In primo luogo, infatti, vi è senz’altro un’imprescindibile ne-cessità di evitare che l’ingresso nella vicenda arbitrale altrui ad ope-ra del terzo finisca per comprimere l’autonomia negoziale delle parti originarie e, quindi, per imporre a quest’ultime, in mancanza di una loro rinuncia alla giurisdizione statale, un’ingiustificata vio-lazione del right to access a court, riconosciuto dall’art. 24, comma 1°, Cost., nonché dall’art. 6, comma 1°, della Convenzione europea per la salvaguardia dei diritti dell’uomo (12).

È infatti innegabile che le parti della convenzione arbitrale hanno rinunciato alla giurisdizione offerta dallo Stato soltanto in riferimento alle controversie oggetto del patto compromissorio e non ad altre, nonché soltanto nei confronti delle parti compromit-tenti e non nei confronti di altri soggetti, avendo altresì interesse alla più pronta definizione della lite arbitrale senza dover subire un am-pliamento oggettivo o soggettivo che ne determinerebbe senz’altro un rallentamento (13). E come, conseguentemente, l’obbligazione assunta agli arbitri con l’accettazione del mandato ricevuto dalle parti operi esclusivamente nei loro confronti e nei limiti di quanto dedotto in arbitrato, senza che possano assumere soverchio rilievo le pretese dei terzi (14).

Sennonché, quando il rapporto dedotto in arbitrato coinvolga gli interessi di una pluralità di soggetti, si pone al tempo stesso l’esigenza – che pure non può dirsi estranea all’assetto dei valori

(12) V., in particolare, TARZIA, L’intervento di terzi nell’arbitrato societario, cit.,

354; RUFFINI, La riforma dell’arbitrato societario, cit., 1534; BONATO, L’indipendenza e l’imparzialità degli arbitri, cit., 480 ss.

(13) Per quest’ultimo rilievo, v. G.F. RICCI, Arbitrato, cit., sub art. 816, 321. (14) V., per tutti, PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., I, 564 ss., spec.

568; come era stato rilevato anche da CORSINI, L’arbitrato nella riforma del diritto societario, cit., 1295, la possibilità dell’intervento dei terzi senza il consenso degli arbitri, in caso di allargamento oggettivo o anche solo soggettivo dell’arbitrato, escluderebbe il riconoscimento della «natura squisitamente privatistica dell’obbligazione» assunta dagli arbitri nei confronti dei paciscenti.

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costituzionali (15) – di offrire ai terzi adeguate possibilità difensive di fronte alla controversia arbitrale altrui, in considerazione dell’efficacia ultra partes del lodo o comunque degli effetti che la pronuncia degli arbitri può comunque produrre nei loro confronti.

Si è molto discusso, in dottrina, sull’esistenza e sulla qualità di tali effetti, ossia se il terzo debba o meno risentire in via «riflessa» dell’irretrattabilità e dell’incontrovertibilità della decisione arbitrale resa inter alios (16), o se, invece, non ne venga pregiudicato solo alla stregua di un negozio, id est soltanto sul piano degli effetti «natura-li» derivanti dall’intreccio delle relazioni sostanziali (17). Un tale acceso dibattito – che investiva, a ben vedere, anche il problema primigenio della natura giurisdizionale o negoziale dell’arbitrato,

(15) Lo riconosce, ad esempio, ZUCCONI GALLI FONSECA, La convenzione

arbitrale rispetto ai terzi, cit., 732, testo e nota 572. (16) In tal senso, E.F. RICCI, Il lodo rituale di fronte ai terzi, cit., 664 ss.; FAZ-

ZALARI, L’arbitrato, cit., 59, nonché 92 ss., secondo cui tali effetti seguirebbero però soltanto all’omologazione del lodo da parte del giudice statale; MENCHINI, Sull’attitudine al giudicato sostanziale del lodo non più impugnabile non assistito dall’omologa giudiziale, in Riv. arb., 1998, 779; più, in generale, per la tesi dell’equiparazione del lodo alla sentenza giurisdizionale, v. ancora MENCHINI, Il giudicato civile, 2ª ed., Torino, 2002, 388 ss., a cui si rinvia anche per ulteriori riferimenti; per una co m-parazione con il diritto francese, nel quale si ritiene che la sentence arbitrale abbia un’efficacia «riflessa» («opposabilité») nei confronti dei terzi, v. BONATO, La nozio-ne e gli effetti della sentenza arbitrale nel diritto francese, in Riv. dir. proc., 2006, 682 s.

(17) Per tale impostazione, che deriva dalla tesi della negozialità dell’arbitrato di SATTA, Contributo alla dottrina dell’arbitrato, Milano, 1931, passim, spec. 165 ss., v. RUFFINI, L’intervento nel giudizio arbitrale, cit., 648 ss.; ID., Il giudi-zio arbitrale con pluralità di parti, cit., 678 ss.; PUNZI, «Efficacia di sentenza» del lodo , in Riv. arb., 2005, 832 ss.

Peraltro, anche chi, come CONSOLO , Spiegazioni di diritto processuale civile, 5ª ed., II, Padova, 2006, 185, ammette la piena efficacia vincolante ed irretrattabile del lodo fra le parti, finisce per escluderla nei confronti dei terzi; nello stesso senso già MATTIROLO, Trattato di diritto giudiziario civile italiano, 5ª ed., I, Torino, 1902, 736, secondo cui il terzo potrà sempre respingere il lodo altrui con l’omologo dell’exceptio rei inter alios judicatae; e, assai significativamente, LUISO , Diritto processuale civile, 4ª ed., Milano, 2007, IV, 425 ss., il quale osserva, proprio attraverso il prima dell’arbitrato, che «l’efficacia del lodo nei confronti dei terzi» equivale in realtà, a quella «di una sentenza o di un negozio stipulato fra le parti»; quest’ultima soluzione sembra accolta anche nell’ordinamento brasiliano, come risulta da CARLOS ALBERTO CARMONA, Arbitragem e processo , 2ª ed., São Paulo, 2007, 69, che limita l’effetto di coisa julgada del lodo alle parti del giudizio arbitra-le.

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nonché, ancora più a monte, quello degli stessi limiti soggettivi della cosa giudicata (18) – aveva quindi finito per condurre una parte della dottrina (quella che accedeva alla prima delle teorie so-pra menzionate) ad ammettere, anche in deroga al principio con-sensualistico del fenomeno arbitrale, una qualche forma di inter-vento del terzo pregiudicato in maniera irreversibile dal lodo altrui (19).

A ciò si era elegantemente replicato osservando come, al con-trario, un tale effetto vincolante del lodo nei confronti dei terzi, equivalente all’autorità della cosa giudicata, semmai presupponesse, e non invece provocasse, il potere di intervento e come, in realtà, il dovuto rispetto delle esigenze di protezione del terzo potesse esse-re raggiunto proprio accettando l’opposta tesi della natura contrat-tuale del lodo, con la conseguenza che, in un eventuale e successi-vo giudizio, le parti del processo arbitrale non avrebbero potuto paralizzare o comprimere le facoltà difensive del terzo invocando contro quest’ultimo l’irretrattabilità dell’accertamento contenuto nella decisione degli arbitri (20).

(18) Su tale dibattuta questione, in questa sede non si può che rinviare

all’ordinata esposizione di MENCHINI, Il giudicato civile, cit., 171 ss., spec. 214 ss. Tuttavia, come osserva assai perspicuamente ODORISIO, Prime osservazioni alla nuova disciplina dell’arbitrato, cit., 267 s., se si ritenesse, come parte della dottrina ritiene, che l’incontrovertibilità del giudicato alieno non si estenda automatica-mente ai terzi, non ci sarebbe «materia di discussione»; per la tesi, sia pure assai controversa, dell’efficacia «naturale» della sentenza nei confronti dei terzi, v. LIEBMAN, Autorità ed efficacia della sentenza, Milano, 1935, 115 ss.; e, per una riela-borazione critica, LUISO , Principio del contraddittorio ed efficacia della sentenza verso terzi, Milano, 1981, 80 ss.

(19) E.F. RICCI, Il lodo rituale di fronte ai terzi, cit., 676 ss.; FAZZALARI, L’arbitrato, cit., 58 ss.; ZUCCONI GALLI FONSECA, La convenzione arbitrale rispetto ai terzi, cit., 730 ss.; contra, però, G.F. RICCI, in Arbitrato, cit., sub art. 816, 321, secondo cui, invece, il fatto che il terzo subisca gli effetti del lodo non giustifica comunque la sua legittimazione all’intervento, ma solo la necessità di prevedere un rimedio successivo; RUBINO SAMMARTANO, Il diritto dell’arbitrato , 4ª ed., Mila-no, 2005, 425, il quale, «pur riconoscendo la sensibilità ad esigenze di pari trat-tamento del terzo nell’arbitrato rispetto al giudizio di cognizione ordinaria», ravvisa comunque nella natura consensuale dell’arbitrato un ostacolo insuperabi-le all’intervento dei terzi estranei alla convenzione arbitrale.

(20) RUFFINI, L’intervento nel giudizio arbitrale, cit., 657 ss.

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Come è evidente, una tale opinione – la quale non può dirsi superata nonostante che l’art. 824 bis c.p.c. abbia adesso attribuito al lodo «gli effetti della sentenza pronunciata dall’autorità giudizia-ria» (21) – riduce sensibilmente l’esigenza di consentire al terzo una difesa «preventiva»; tuttavia, ciò non esclude affatto che questi possa ricevere un pregiudizio dall’attività arbitrale svolta inter alios, vuoi in ragione dell’esecutività che può essere attribuita al lodo a seguito dell’exequatur, vuoi per effetto della stessa efficacia vinco-lante del dictum arbitrale fra le parti (22), e che sia quindi ragionevo-le (e finanche necessario) disporre strumenti idonei a rimuovere, o anche a prevenire, siffatto pregiudizio (23).

(21) V., in proposito, le riflessioni di PUNZI, «Efficacia di sentenza» del lodo ,

cit., 819 ss., spec. 832 ss.; D’ALESSANDRO, Riflessioni sull’efficacia del lodo arbitrale rituale alla luce dell’art. 824-bis c.p.c., in Riv. arb., 2007, 529 ss., spec. 544 ss.

(22) Così, anche dopo la riforma del 2006, PUNZI, Il processo civile. Sistema e problematiche, Torino, 2008, III, 255; più in generale, v. CHIZZINI, L’intervento adesivo, II, Padova, 1992, 655 ss., secondo il quale il pregiudizio del terzo deriva non solo dall’efficacia «riflessa» dell’accertamento contenuto nella decisione altrui, ma va anche ravvisato negli effetti esecutivi, costitutivi, ovvero di fattispe-cie della pronuncia resa inter alios, a cui sono soggetti i titolari di situazioni sog-gettive dipendenti.

(23) Lo stesso PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., II, 100 s., nonché 272; ID., Il processo civile, cit., III, 255 ritiene che, avverso gli effetti pregiudizievoli del lodo, debba essere comunque accordato al terzo uno strumento di tutela idoneo a rimuoverne successivamente la portata; analogamente, l’esigenza di protezione successiva dei terzi è fortemente avvertita, in maniera irrinunciabile, anche dalla dottrina civilistica in riferimento a quegli atti negoziali idonei a pro-durre effetti pregiudizievoli nei confronti dei terzi; in proposito, per ampi rag-guagli, ZUCCONI GALLI FONSECA, La convenzione arbitrale rispetto ai terzi, cit., 710 ss.

Quanto alla possibilità di prevenire tali conseguenze, secondo RUFFINI, L’intervento nel giudizio arbitrale, cit., 659, la tensione costituzionale per la configu-razione praeter legem di un intervento del terzo non compromittente dovrebbe essere stemperata, atteso che, se gli effetti del lodo fossero paragonabili a quelli di un negozio, il terzo non avrebbe «titolo per partecipare al processo arbitrale allo stesso modo in cui non potrebbe pretendere di partecipare all’attività nego-ziale delle parti»; per un’ipotesi in cui ai terzi è riconosciuta la facoltà di parteci-pare anche ad un’attività puramente contrattuale, non necessariamente oggetto di un litisconsorzio necessario, v. però il nuovo art. 768 quater c.c. in combinato disposto con l’art. 768 sexies c.c., e, in proposito, il commento di CHECCHI, Patto di famiglia, in Persona, famiglia e successioni, a cura di Cuffaro, Milano, 2006, 647 ss.

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Nella scelta dei più opportuni strumenti per la tutela del terzo – che non può in realtà dirsi immune da delicate opzioni di valore e che si pone con intensità innegabilmente diversa a seconda che si aderisca all’una o all’altra teoria – l’ordinamento può, in astratto, ammettere l’intervento volontario nel giudizio arbitrale in corso; può consentire l’intervento del terzo nel giudizio di impugnazione per nullità eventualmente proposto da uno dei paciscenti (24); e, infine, offrirgli il rimedio dell’opposizione di terzo avverso la pro-nuncia degli arbitri (25), ovvero, in mancanza di un’apposita impu-gnativa, consentirgli di far valere l’inefficacia del lodo, in via di azione o di eccezione, in un diverso giudizio, eventualmente ri-chiedendo anche le opportune misure cautelari e il risarcimento dell’eventuale pregiudizio subito (26).

(24) In tal senso, sia pure sotto il vigore della legge arbitrale anteriore al

1994, v. Cass. 25 settembre 1984, n. 4820, in Foro it., 1985, I, 816 ss.; App. Ro-ma, 24 gennaio 1991, in Giur. merito, 1992, 317 ss., con nota di RUFFINI, Intervento principale del terzo nel giudizio d’impugnazione per nullità del lodo arbitrale; contra, però, Cass., 11 febbraio 1988, n. 1465, in Giust. civ. , 1988, I, 1508 ss.; Cass., sez. un., 17 dicembre 1998, n. 12622, in Arch. civ. , 1999, 448 ss.

(25) Tale facoltà è stata in Italia introdotta ad opera dell’art. 23 della l. 5 gennaio 1994, n. 5, che ha modificato l’art. 831 c.p.c., sul quale v. LUISO, Le impugnazioni del lodo dopo la riforma, in Riv. arb., 1995, 30 ss.; SASSANI, L’opposizione del terzo al lodo arbitrale, in Riv. arb., 1995, 199 ss.; PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., II, 271 ss.; Cass., 28 maggio 2003, n. 8545, in Giust. civ. , 2004, I, 401 ss.; ma già in precedenza l’esperibilità di un tale rimedio era ritenuta possibi-le da una parte della dottrina: così E.F. RICCI, Il lodo rituale di fronte ai terzi, cit., 674 ss., che, in particolare, ritiene consentito al terzo dipendente anche il rime-dio dell’opposizione ordinaria ex art. 404, comma 1°, c.p.c.; FAZZALARI, Le difese del terzo rispetto al lodo rituale, cit., 615 ss.; PUNZI, Arbitrato. I) Arbitrato rituale e irrituale, in Enc. giur., II, Roma, 1988, 35; contra, PIERGROSSI, Tutela del terzo nell’arbitrato, cit., 2574 ss., il quale però precisa che deve essere consentita l’opposizione del terzo contro la sentenza resa al termine del giudizio di impu-gnazione per nullità del lodo arbitrale.

(26) In tal senso, sotto il vigore del codice di rito del 1865, v. MATTIROLO, Trattato di diritto giudiziario civile italiano, cit., I, 736; MORTARA, Commentario del codice e delle leggi di procedura civile, III, 4ª ed., Milano, 1923, 198 s.; e, alla luce del nuovo codice, ma prima della riforma del 1994, CARNACINI, Arbitrato rituale, cit., 911; VECCHIONE, L’arbitrato nel sistema del processo civile, cit., 549; Cass., 11 feb-braio 1988, n. 1465, cit.; Cass., 3 agosto 1992, n. 9225, in Rep. Foro it., 1992, voce Arbitrato, n. 119; Cass., sez. un., 17 dicembre 1998, n. 12622, cit.

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Il compito di selezionare le diverse facoltà difensive del terzo rispetto all’arbitrato può però oggi dirsi assolto, sia pure «a punta-te», dal nostro legislatore, dapprima con la novella del 1994 (che ha introdotto il rimedio dell’opposizione del terzo avverso il lodo) e poi con le più recenti riforme del 2003 sull’arbitrato societario e del 2006 sull’arbitrato di diritto comune (che, come si è ricordato, hanno diversamente disciplinato l’intervento nel giudizio arbitrale), così che l’interprete non ha più motivo di interrogarsi in ordine all’esistenza o meno di tali possibili rimedi, ma deve invero con-centrarsi sui numerosi problemi applicativi che sorgono dalle nuo-ve disposizioni, ovvero procedere, ove occorra, ad una verifica di compatibilità delle scelte compiute dal legislatore rispetto ai valori costituzionali sopra richiamati.

3.1.4. Anche con riferimento alla chiamata in arbitrato del ter-

zo ad opera dei paciscenti, si presenta l’esigenza di realizzare un analogo contemperamento fra diverse esigenze e principi, anche se, in questo caso, il rispetto del carattere convenzionale dell’arbitrato si contrappone alla necessità di tutelare, non già il terzo, bensì la posizione delle parti del giudizio arbitrale e, preci-samente, quella del litigante che abbia interesse, per ragione di ga-ranzia o di comunanza di causa, a realizzare un simultaneus arbitratus con il terzo.

Tale interesse si fonda, soprattutto, sull’opportunità di rendere pienamente opponibile al soggetto estraneo il contenuto della pro-nuncia arbitrale, in modo tale da evitare che la decisione resa in un successivo o parallelo giudizio possa prescindere dal risultato del lodo e che, quindi, si possa eventualmente giungere a pronunce contrastanti con lo stesso, per le quali, secondo le vigenti disposi-zioni del nostro sistema processuale civile, non vi sarebbe peraltro nessuna possibilità di coordinamento successivo.

In proposito, è assai banale osservare che, qualora la parte in-teressata alla chiamata del terzo abbia concluso la convenzione arbitrale soltanto con alcuni dei soggetti legati dal rapporto plurila-

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terale, non possa poi dolersi dell’inevitabile trattazione separata dei giudizi, che la stessa ha voluto. Il discorso cambia però completa-mente quando il terzo risulti invece vincolato alla convenzione d’arbitrato, nel qual caso non può evidentemente essere esclusa a priori la possibilità di chiamarlo in arbitrato, anche contro la sua volontà o senza il consenso delle altre parti del giudizio arbitrale (27). Ragionando diversamente, infatti, con l’arbitrato si verifiche-rebbe un ingiustificato frazionamento della tutela giurisdizionale in danno della parte che, oltre a non avervi in alcun modo rinunciato, mantiene un innegabile interesse a realizzare il cumulo soggettivo.

3.2. L’intervento volontario del terzo 3.2.1. Come abbiamo accennato in precedenza, non sempre si

verifica una necessaria coincidenza fra le parti dell’accordo com-promissorio e quelle del giudizio arbitrale, ben potendo accadere che la domanda di arbitrato venga proposta soltanto nei confronti di alcuni dei compromittenti, come peraltro oggi conferma chia-ramente l’art. 816 quater, comma 1°, c.p.c., a norma del quale «qua-lora più di due parti siano vincolate dalla stessa convenzione d’arbitrato, ciascuna parte può convenire tutte o alcune delle altre nel medesimo procedimento arbitrale» (28).

Ecco quindi che risulta non poco sorprendente, e per certi versi problematica, la nuova disposizione contenuta nel successivo art. 816 quinquies, comma 1°, c.p.c., a norma della quale l’intervento volontario viene tout court subordinato all’accordo delle parti e al

(27) Per l’ammissibilità della chiamata del terzo vincolato all’acco rdo com-

promissorio, v. già RUFFINI, L’intervento nel giudizio arbitrale, cit., 662; PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., I, 564 s.; contra, anche se non esplicitamente, CARNACINI, Arbitrato rituale, cit., 896; FAZZALARI, Le difese del terzo rispetto al lodo arbitrale, cit., 621 s.; PIERGROSSI, Tutela del terzo nell’arbitrato, cit., 2570 ss.; SCHIZ-ZEROTTO, Dell’arbitrato, cit., 483 s.; VECCHIONE, L’arbitrato nel sistema del processo civile, cit., 548.

(28) Su questa nuova disposizione, anch’essa introdotta con la novella del 2006, v., fra le molte indicazioni possibili, SALVANESCHI, in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 816 quater, 1246 ss.; POLINARI, in Codice di procedura civile commentato , cit., sub art. 816 quater, 5880 ss.

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consenso degli arbitri, con la conseguenza che, secondo i primi commentatori, tale duplice approvazione dovrebbe essere raggiun-ta anche nel caso in cui le parti del giudizio arbitrale siano già vin-colate dal patto compromissorio nei confronti dell’interveniente (29).

Una tale interpretazione letterale non appare però convincen-te, né ragionevole, per lo meno in riferimento al requisito dell’accordo delle parti, atteso che la manifestazione di volontà degli originari compromittenti è, in realtà, già contenuta nella stes-sa convezione arbitrale stipulata con il terzo interveniente. Di con-seguenza, deve ritenersi che non occorra un ulteriore assenso delle parti del giudizio arbitrale (30), le quali, a tutela dell’affidamento degli altri compromittenti, non potrebbero certo opporsi all’ingresso del terzo, al quale sarà dunque consentita qualsiasi forma di intervento (intervento principale o ad excludendum, inter-vento adesivo autonomo o litisconsortile, intervento adesivo di-pendente o ad adiuvandum, intervento del litisconsorte necessario pretermesso) (31).

Quanto al requisito dell’adesione del collegio arbitrale, si do-vrebbe giungere ad analoghe conclusioni, in quanto non pare ra-gionevole che l’interesse degli arbitri a conservare il mandato rice-vuto e a non subire l’aggravamento dello stesso a seguito dell’intervento possa prevalere sulla volontà originaria dei com-promittenti di consentire un arbitrato con pluralità di parti. In altre parole, non pare possibile attribuire agli arbitri un potere che

(29) In tal senso, MARENGO, Processo arbitrale, cit., 804; CORSINI, Prime rifles-

sioni sulla nuova riforma dell’arbitrato, cit., 518, i quali peraltro non mancano di rilevare l’irragionevolezza della disciplina; in senso dubitativo, v. invece SALVA-NESCHI, in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 816 quinquies, 1259 ss.

(30) LUISO, SASSANI, La riforma del processo civile, cit., 291; G.F. RICCI, in Ar-bitrato, 2ª ed., cit., sub art. 816 quinquies, 455; PUNZI, Il processo civile, cit., III, 205 s.

(31) Rimando il lettore brasiliano che volesse avere più dettagliate notizie in ordine alle diverse forme di intervento previste nell’ordinamento italiano, delle quali abbiamo già in parte anticipato il contenuto e di cui faremo uso nel proseguio, a PUNZI, Il processo civile, cit., I, 319 ss.; LUISO, Diritto processuale civile, 4ª ed., cit., I, 287 ss.; PICARDI, Manuale del processo civile, Milano, 2006, 181 ss.

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nemmeno spetta alle parti che hanno provveduto alla loro nomina; e ciò proprio nel rispetto del rapporto che lega il collegio arbitrale ai paciscenti, ossia al fine di evitare che un eventuale rifiuto si ri-solva, per loro tramite, in una violazione dello stesso patto com-promissorio a cui le parti del giudizio arbitrale sono innegabilmen-te vincolate, dovendo al contrario ritenersi che il corretto adempi-mento del mandato arbitrale imponga loro di accettare l’allargamento soggettivo (32).

3.2.2. Per quanto concerne l’intervento volontario dei terzi e-

stranei all’accordo compromissorio, la nuova disposizione prevista in materia di arbitrato comune ha invece in generale affermato il principio, già ampiamente riconosciuto, secondo il quale l’ingresso del terzo nel giudizio arbitrale pendente riposa innanzitutto sull’ampliamento della convenzione arbitrale già operante fra le parti compromittenti, chiarendo altresì la necessità, che in passato era invece oggetto di discussione, anche del consenso del collegio arbitrale investito della controversia.

Tuttavia, accogliendo un’interpretazione già in precedenza so-stenuta dalla dottrina, il legislatore italiano ha altresì disposto una vistosa deroga al fondamento consensualistico dell’arbitrato, am-mettendo in ogni caso la possibilità dell’intervento ad adiuvandum, che sarà dunque ammissibile senza alcuna necessità di ottenere il preventivo consenso delle parti e degli arbitri (33).

In altre parole, il legislatore ha inteso scalfire l’autonomia ne-goziale delle parti in materia di arbitrato solamente sotto il profilo meramente soggettivo, ritenendo opportuno consentire in ogni caso l’accesso nel giudizio arbitrale ai soggetti titolari di situazioni soggettive dipendenti o altrimenti connesse che volessero sostene-re le ragioni di una delle parti in lite. In tal modo, con il limite del

(32) Per analoghe conclusioni, v. G.F. RICCI, in Arbitrato, 2ª ed., cit., sub

art. 816 quinquies, 455; PUNZI, Il processo civile, cit., III, 205 s. (33) MARENGO, Processo arbitrale, cit., 803 s.; ODORISIO, Prime osservazioni al-

la nuova disciplina dell’arbitrato, cit., 262 s.; VERDE, Lineamenti di diritto dell’arbitrato, cit., 110; G.F. RICCI, in Arbitrato, 2ª ed., cit., sub art. 816 quinquies, 456.

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divieto di modificare l’oggetto della controversia, la riforma ha quindi offerto uno strumento di tutela anticipato del soggetto ri-masto estraneo alla convenzione e al processo arbitrale, anche se non tutti i problemi possono invero dirsi risolti, in quanto, oltre alla questione della deminutio di poteri processuali che la giurispru-denza talvolta riconosce al terzo dipendente (34), l’effettività di detta tutela è in realtà condizionata dalla possibilità di incidere sulla composizione del collegio arbitrale (35).

Va però notato, in senso favorevole, come la novità legislativa abbia troncato tutte quelle discussioni che in passato ritenevano di far dipendere l’ammissibilità dell’intervento in parola dall’estensione e dalla qualità degli effetti della decisione arbitrale nei confronti dei terzi (36), così allineandone i presupposti con quelli ricavabili da una più ampia lettura dell’art. 105, comma 2°, c.p.c., nel quale una parte della dottrina ravvisa ragionevolmente, non solo le ipotesi in cui l’accertamento contenuto nella decisione resa inter alios risulti vincolante ultra partes, ma anche quelle in cui il terzo dipendente subisca un pregiudizio semplicemente in ragione

(34) Sul complesso argomento, al quale non è qui possibile prestare la do-

vuta considerazione, v., in riferimento al processo statale, CHIZZINI, Privato e pubblico nella ripartizione dei ruoli processuali: i poteri dell’interveniente adesivo , in Riv. dir. civ., 1996, I, 352 ss., il quale giunge invece correttamente ad affermare la pienez-za di poteri processuali da riconoscere al terzo intervenuto in via adesiva dipen-dente, fra cui, in particolare, quello di impugnazione autonoma della sentenza; per opportune precisazioni sul punto, v. COSTANTINO, La pluralità di parti nel processo civile nella giurisprudenza della Corte costituzionale, in Diritto processuale civile e Corte costituzionale, a cura di Fazzalari, Napoli, 2006, 194 s.

(35) In proposito, v. infra, paragrafo 3.6. (36) Deve essere pertanto respinta la tesi, che vorrebbe riportare il dibatti-

to su questioni ormai superate, secondo cui, anche alla luce della riforma, l’intervento ad adiuvandum del terzo estraneo alla convenzione arbitrale dovrebbe essere consentito, anche contro la volontà dei paciscenti, solo a quei soggetti destinati ad essere incisi dagli effetti del lodo emesso inter alios, ovvero soltanto a quei terzi che, se rimasti estranei al processo arbitrale, sarebbero legittimati a proporre contro il lodo l’opposizione di terzo revocatoria di cui all’art. 404, comma 2°, c.p.c.; in tal senso, BOVE, La nuova disciplina dell’arbitrato, cit., 76; ID., L’arbitrato societario tra disciplina speciale e (nuova) disciplina di diritto comune, in Riv. dir. proc., 2008, 947; ma, contra, NELA, in Le recenti riforme del processo civile, cit., sub art. 816 quinquies, II, 1754.

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degli effetti costitutivi, esecutivi o di fattispecie derivanti dalla deci-sione (37).

3.2.3. Sempre sulla base dell’art. 816 quinquies, comma 2°,

c.p.c., anche l’intervento volontario del litisconsorte necessario pretermesso estraneo al patto compromissorio deve oggi ritenersi ammissibile senza la necessità di alcun consenso dei paciscenti o degli arbitri (38). A tale soluzione era peraltro già pervenuta, attra-verso un’interpretazione profondamente assiologica del dato nor-mativo, una parte della dottrina, la quale aveva appunto ritenuto insuperabile l’esigenza di tutela del diritto al contraddittorio dello stesso litisconsorte pretermesso (39).

In verità, però, la regola della necessaria partecipazione di più soggetti al processo non si giustifica soltanto in ragione della tutela del terzo pretermesso, che pure potrebbe subire un pregiudizio dalla decisione resa inter pauciores, ma appare diretta anche a con-

(37) In questo senso, v., in particolare, CHIZZINI, L’intervento adesivo , cit., II,

655 ss.; ID., in Codice di procedura civile commentato, cit., sub art. 105, 953 ss., cui si rinvia anche per ulteriori richiami, fra cui, in particolare, CONSOLO , Spiegazioni di diritto processuale civile, cit., II, 410 ss.; e già SEGNI, L’intervento adesivo, Roma, 1919, 207 ss.

(38) MARENGO, Processo arbitrale, cit., 802 s.; ODORISIO, Prime osservazioni al-la nuova disciplina dell’arbitrato, cit., 262 s.; SALVANESCHI, in Riforma del diritto arbi-trale, cit., sub art. 816 quinquies, 1262; LUISO , SASSANI, La riforma del processo civile, cit., 292.

(39) In particolare, FAZZALARI, L’arbitrato, cit., 58 ss., ma v. anche la rico-struzione di ZUCCONI GALLI FONSECA, La convenzione arbitrale rispetto ai terzi, cit., 733. Secondo RUFFINI, L’intervento nel processo arbitrale, cit., 649 s.; ID., Il giudizio arbitrale con pluralità di parti, cit., 681 s.; PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., I, 569, invece, il litisconsorte necessario pretermesso non avrebbe potuto avva-lersi della convenzione arbitrale contro il volere concorde dei compromittenti, ma ove fosse riuscito ad ottenere il consenso di una sola delle parti, avrebbe avuto titolo all’intervento, in quanto, con la stipulazione del patto compromisso-rio, ciascun compromittente si sarebbe impegnato (beninteso, nei confronti degli altri contraenti, non del terzo) anche a consentire l’ingresso in giudizio di sog-getti estranei senza la cui partecipazione non si sarebbe potuti pervenire ad una decisione di merito; aderendo a questa soluzione, SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 274 s., testo e nota 88, osservava peraltro come tale consen-so avrebbe dovuto co nsiderarsi implicito nello stesso comportamento della parte compromittente che aveva dato inizio al processo arbitrale.

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sentire la pronuncia di una sentenza «utile» (40). Per questa via, l’intervento del litisconsorte necessario sua sponte in deroga all’espressa volontà dei paciscenti risponde, in ogni caso anche al loro stesso interesse, in nome del quale, dunque, appare ragionevo-le che le parti del giudizio arbitrale non possano rifiutare, nei limiti di quanto già dedotto in arbitrato, la partecipazione volontaria del terzo, tanto più che la mancata integrazione del contraddittorio priverebbe di qualsiasi utilità lo stesso ricorso all’arbitrato (41).

Quanto alla questione del consenso del collegio arbitrale ai fini della partecipazione del litisconsorte necessario, già prima della riforma, lo si riteneva ininfluente, sulla base della considerazione che gli arbitri, avendo già accettato di dirimere la controversia og-getto del compromesso, sarebbero tenuti ad adempiere al mandato ricevuto anche accettando l’intervento dei litisconsorti necessari pretermessi, proprio al fine di adempiere correttamente al mandato ricevuto (42).

(40) Come è noto, il concetto di «utilità» della sentenza come criterio per

stabilire i casi della necessaria partecipazione al processo di una pluralità di parti era stato messo in discussione dalla dottrina: v., ad esempio, CARNELUTTI, Istitu-zioni del nuovo processo civile italiano, 5ª ed., Roma,. 1956, I, 241 ss.; SATTA, Commen-tario al codice di procedura civile, I, Milano, 1966, 362 ss. Per la riaffermazione del litisconsorzio necessario come istituto volto ad evitare sentenze inutiliter data, v. però, per tutti, COSTANTINO, Contributo allo studio del litisconsorzio necessario, Napo-li, 1979, 241 ss., il quale dedica un’ampia analisi all’individuazione delle ipotesi che, nell’ambito del diritto sostanziale, sono riconosciute come tali, avendo peraltro cura di notare che, in taluni casi, «la «necessità» del litisconsorzio si coglie sul piano positivo, non ontologico; essa indica un sollen, non un müssen» (510 ss.): in tal modo il dissidio interpretativo è coerentemente ricondotto ad unità, in quanto, se è vero che nelle scelte del legislatore non può talvolta dirsi completamente estranea una valutazione di opportunità circa le esigenze difen-sive del terzo, è altrettanto vero che quell’esigenza viene trasferita, proprio attra-verso il meccanismo dell’«utilità» della sentenza, in capo alle parti che intendano proporre l’azione.

(41) Per l’«inutilità»della pronuncia arbitrale resa in assenza del litisconsorte necessario pretermesso, v., in particolare, SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 262 ss.

(42) Così PUNZI, Disegno sistematico dell’arbit rato, cit., I, 569; contra, invece, CECCHELLA, Il processo e il giudizio arbitrale, in L’arbitrato, a cura di Cecchella, Torino, 2005, 178.

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3.2.4. In relazione alle altre forme di intervento volontario di cui all’art. 105, comma 1°, c.p.c. (intervento ad excludendum e inter-vento litisconsortile), si deve invece applicare il principio generale riconosciuto dalla nuova disposizione, la quale subordina l’intervento del terzo all’accordo delle parti e al consenso del colle-gio arbitrale, a tutela dell’autonomia privata dei litiganti e della po-sizione degli arbitri di fronte ad un possibile ampliamento dell’oggetto della controversia, così segnando un preciso e ragio-nevole contemperamento fra le loro esigenze e quelle di protezione del terzo estraneo alla convenzione arbitrale.

Benché la disposizione appaia a prima vista cristallina, sorgo-no in realtà non trascurabili problemi applicativi, il primo dei quali concerne la forma attraverso cui possa validamente esprimermi l’accordo delle parti; in assenza di un’esplicita precisazione del legi-slatore, non è chiaro infatti se tale accordo, comportante un vera e propria integrazione del patto compromissorio, necessiti della forma scritta nel rispetto dell’art. 807 c.p.c. (43) o se invece sia possibile anche un’accettazione tacita dell’intervento.

La soluzione del problema dovrebbe però rinvenirsi, almeno da un punto di vista pratico, nell’art. 817, comma 2°, seconda parte (da intendersi, in realtà, come comma 3°), c.p.c., in combinato disposto con l’art. 829, comma 1°, n. 1, c.p.c. (44), il quale esclude che il lodo possa essere impugnato per un difetto inerente alla

(43) In tal senso, era orientato PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., I,

568 s.; sulla forma scritta della convenzione arbitrale, anch’essa interessata dalla recente riforma, v., per tutti, RUFFINI, in Codice di procedura civile commentato, cit., sub art. 807, 5688 ss.; ZUCCONI GALLI FONSECA, in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 807, 1116 ss.; in particolare, per la possibilità della formazione dell’accordo compromissorio in sede arbitrale, attraverso lo scambio di missive provenienti dalle parti e contenenti la proposta e l’accettazione del deferimento della controversia ad arbitri, v. Cass., 2 febbraio 2007, n. 2256, in Riv. arb., 2007, 237 ss.; Cass., 22 febbraio 2000, n. 1989, in Foro it ., 2001, I, 1352 ss.

(44) Sull’errore tipografico che ha generato un imperfetto coordinamento delle disposizioni, v. E.F. RICCI, L’arb itrato e il tipografo legislatore (elogio della «rien-tranza»), in Riv. dir. proc., 2006, 631 s.

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convenzione arbitrale qualora il vizio non sia stato sollevato dalla parte interessata nella prima difesa utile (45).

Secondariamente, in riferimento al consenso degli arbitri, è in-certo se, a tal fine, occorra l’unanimità dei membri del collegio, o se invece basti la semplice maggioranza (46), ma il dubbio dovreb-be essere a mio avviso risolto nella prima direzione, trattandosi di un’accettazione che implica, tanto sotto il profilo oggettivo quanto sotto quello soggettivo, una modifica dell’incarico arbitrale, che non può che competere singolarmente a ciascun arbitro (47).

Nel merito della scelta del legislatore, la subordinazione dell’intervento ad excludendum all’accordo delle parti e al consenso degli arbitri è stata peraltro giudicata inopportuna, sulla base della considerazione che non sarebbe accettabile ostacolare l’intervento

(45) Con riferimento all’ipotesi descritta nel testo, v. CONSOLO , MURONI,

Contratti collegati con clausole arbitrali identiche: sempre unica la potestà (e così il processo) arbitrale?, in Corr. giuridico, 2008, 1274, secondo i quali «non si assisterebbe tanto al sopravvenuto perfezionamento di un compromesso» quanto più «ad un am-pliamento della potestas judicandi degli arbitri su una controversia astrattamente compromettibile, ma non compromessa in concreto, a fronte della mancata tempestiva eccezione dell’altra parte ex art. 817 c.p.c.». Più in generale, sulla diposizione richiamata, che dovrebbe in realtà essere applicata al caso di specie per identità di ratio, si rinvia a RUFFINI, in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 817, 1273 ss., spec. 1277 ss.; LUISO, Rapporti fra arbitro e giudice, in Riv. arb., 2005, 778 ss.; BOVE, Aspetti problematici della nuova disciplina della convenzione d’arbitrato rituale, in Giusto proc. civ. , 2006, n. 2, 65, ss., spec. 72; ID., Ancora sui rapporti tra arbitro e giudice statale, in Riv. arb., 364 ss.; BOCCAGNA, in Codice di procedura civile commentato , cit., sub art. 817, 5930 ss., secondo i quali il fenomeno deve essere peraltro ricondotto ad un meccanismo di «preclusione processuale», senza che possa dare origine ad una sorta di «compromesso tacito»; per quest’ultima pos-sibilità, v. invece MOTTO, In tema di clausola compromissoria: forma, oggetto, rilevanza del comportamento delle parti, in Riv. arb., 2006, 99 ss., spec. 105 s.

(46) Nel primo senso, LA CHINA, L’arbitrato, 3ª ed., cit., 122, il quale ritiene peraltro che non possa nemmeno farsi ricorso a rimozioni o sostituzioni degli arbitri dissenzienti; viceversa, per la tesi secondo cui sarebbe invece sufficiente anche il consenso prestato a maggioranza dal collegio arbitrale, NELA, in Le recenti riforme del processo civile, cit., sub art. 816 quinquies, 1752. Come si è ricordato, l’art. 1696 bis del Code judiciaire belga rimuove ogni dubbio in proposito, richie-dendo a tal fine l’unanimità degli arbitri.

(47) Secondo PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., I, 568 s. sarebbe peraltro necessario anche il rispetto delle forme previste, oggi regolate dal novel-lato art. 813, comma 1°, c.p.c.

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del terzo titolare di un diritto autonomo e incompatibile, in ragione del fatto che il lodo emesso inter alios potrebbe comunque pregiu-dicarlo anche se solo in via di fatto (48).

Pur non trascurando tali rilievi, si deve però prendere atto del contemperamento voluto dal legislatore fra il fondamento consen-suale dell’arbitrato e il diritto di azione e di difesa del terzo titolare di un diritto autonomo e incompatibile, la cui tutela resterà dunque affidata, in caso di disaccordo, alla possibilità dell’intervento nell’eventuale giudizio di impugnazione per nullità, al rimedio suc-cessivo costituito dall’opposizione di terzo ex art. 404 c.p.c., non-ché a quello, che pare senz’altro il più efficace, di instaurare imme-diatamente un giudizio dinnanzi all’autorità statale, coinvolgendo anche le parti del giudizio arbitrale (49).

L’inammissibilità, senza il consenso delle parti e degli arbitri, dell’intervento litisconsortile semplice non pone invece insuperabili questioni, né tantomeno era mai stato revocato in dubbio dalla dottrina, considerato che, in caso di connessione basata sul titolo o sull’identità di questioni, il diritto del terzo è del tutto indipendente rispetto alla res in judicium deducta e che, quindi, non si pone alcuna necessità (ma solo opportunità) di consentire il simultaneus arbitratus (50), mentre, qualora le diverse situazioni soggettive siano legate da un rapporto di pregiudizialità-dipendenza, al terzo è comunque

(48) In tal senso, MARENGO , Processo arbitrale, cit., 804; in passato, già FAZ-

ZALARI, L’arbitrato, cit., 59, secondo cui, peraltro, doveva ritenersi legittimato all’intervento anche il falsamente rappresentato nella stipula dell’accordo co m-promissorio; contra, per tutti, PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., I, 569 s.

(49) La connessione esistente fra questa causa con quella compromessa in arbitrato non esclude, peraltro, la potestas judicandi degli arbitri in ordine alla do-manda a loro sottoposta, ai sensi dell’art. 819 ter c.p.c. (in cui è stato trasfuso il contento del precedente art. 819 bis c.p.c.); su tale disposizione, che ha eliminato la regola di matrice giurisprudenziale della vis attractiva del giudice ordinario, così superando i frequenti «abusi» a cui essa si prestava «da parte di litiganti desidero-si di sottrarsi agli effetti dell’accordo compromissorio», v. RUFFINI, in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 819 ter, 1334 ss., ove anche ampi richiami.

(50) MARENGO, Processo arbitrale, cit., 804; FAZZALARI, L’arbitrato, cit., 61; G.F. RICCI, in Arbitrato, cit., sub art. 816, 322.

L’intervento dei terzi nel processo arbitrale secondo il diritto italiano

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aperta la possibilità di effettuare liberamente l’intervento nella forma adesiva dipendente.

3.2.5. Le soluzioni accolte dal legislatore in riferimento

all’arbitrato comune risultano nettamente diverse rispetto a quanto è stato previsto in tema di arbitrato societario, laddove, in base all’art. 35, comma 2°, d.lgs. 17 gennaio 2003, n. 5, l’intervento vo-lontario dei terzi (anche non vincolati dalla clausola arbitrale con-tenuta nello statuto) è ammesso tout court senza la necessità di otte-nere il consenso dei compromittenti e degli arbitri e, soprattutto, senza operare alcun distinguo fra le diverse forme di intervento.

Tuttavia, al riguardo, una parte della dottrina ha apportato un’interpretazione correttiva, ritenendo che l’intervento volontario dei terzi estranei alla clausola statutaria debba ritenersi consentito, in caso di disaccordo, soltanto in via adesiva dipendente, in quanto la possibilità di compiere interventi innovativi si porrebbe in con-trasto, oltre che con la natura del rapporto che lega le parti agli arbitri, con la garanzia costituzionale dell’accesso alla giurisdizione sancita nell’art. 24 Cost. da riconoscere agli originari compromit-tenti (51).

Sotto il profilo della tutela degli arbitri, la scelta legislativa non coinvolge profili di incostituzionalità, ma pone semmai soltanto la necessità di consentire loro la rinuncia all’incarico (52) e di risolve-

(51) In tal senso, TARZIA, L’intervento di terzi nell’arbitrato societario, cit., 353

s., nonché 357; RUFFINI, La riforma dell’arbitrato societario, cit., 1534; ID., Il nuovo arbitrato per le controversie societarie, cit., 526 s.; ZUCCONI GALLI FONSECA, La con-venzione arbitrale rispetto ai terzi, cit., 513 ss.; LA CHINA, L’arbitrato, 2ª ed., cit., 248; anche LUISO, Appunti sull’arbitrato societario, cit., 719 s. ritiene di dover limitare la possibilità dell’intervento del terzo estraneo alla clausola compromissoria alla forma ad adiuvandum; similmente, BOVE, L’arbitrato societario tra disciplina speciale e (nuova) disciplina di diritto comune, cit., 948, il quale, più in generale, rileva come, attraverso interpretazione adeguatrice sulla base dei principi, i due modelli arbi-trali possano essere portati su di un piano di (quasi) perfetta convergenza.

(52) V. ancora TARZIA, L’intervento di terzi nell’arbitrato societario, cit., 357, il quale appunto sembra ritenere che l’intervento innovativo del terzo possa costi-tuire «giustificato motivo» di rinuncia all’incarico arbitrale in ragione dell’allargamento dell’oggetto del processo; in senso conforme, BOVE, L’arbitrato societario tra disciplina speciale e (nuova) disciplina di diritto comune, cit., 947 s.

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re la questione dei compensi di coloro che abbiano fatto uso di tale facoltà oppure che vengano sostituiti per motivi di sopravvenuta incompatibilità o per consentire la formazione di un nuovo colle-gio (53).

Viceversa, dal punto di vista degli originari compromittenti, la questione è invece sicuramente assai delicata. La disposizione pre-vista in materia societaria dovrebbe però essere valutata – per lo meno in relazione agli interventi principali, i quali si giustificano per il pregiudizio che il terzo potrebbe ricevere, sia pure non irre-trattabilmente, dalla decisione resa inter alios – tenendo anche in considerazione la garanzia, di pari valore costituzionale, dell’azione e della difesa del terzo, anch’essa innegabilmente oggetto dell’art. 24 Cost. Per tale via, si potrebbe osservare come la deroga alla giurisdizione statale non possa essere compiuta con l’assoluta pre-tesa di escludere, magari intenzionalmente, la possibilità di una trattazione congiunta di eventuali cause connesse; se così fosse, infatti, ai soggetti titolari di tali azioni verrebbe infatti riconosciuta una tutela certamente «impoverita» a causa della perdita di una facoltà difensiva che sarebbe invece senz’altro consentita davanti al giudice statale, e ciò in conseguenza della sola volontà altrui di compromettere in arbitrato specifiche controversie ovvero quelle inerenti ad un certo rapporto.

Ovviamente non si nega che a ciò si possa giungere sulla base del contemperamento delle opposte esigenze, come in effetti av-viene, con soluzione di indubbio equilibrio, nell’arbitrato di diritto comune; ma laddove il legislatore opti per una disciplina «aperta» dell’arbitrato, peraltro in relazione ad ipotesi in cui gli intrecci fra le posizioni sostanziali sono particolarmente intensi, non mi pare

(53) Una disposizione che si occupa dei compensi degli arbitri cessati è

contenuta, sebbene in riferimento alla riunione autoritativa di procedimenti arbitrali connessi, nell’art. 1046, comma 3°, del Wetboek van Burgerlijke Rechtsvorde-ring olandese, a norma del quale, appunto, il presidente della corte distrettuale di Amsterdam (investito della decisione circa la connessione) determina l’onorario per l’incarico svolto dagli arbitri il cui mandato è cessato in ragione della riunio-ne.

L’intervento dei terzi nel processo arbitrale secondo il diritto italiano

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possibile sbilanciare l’analisi costituzionale riconoscendo esclusivo rilievo all’autonomia negoziale delle parti (54).

3.3. La chiamata in arbitrato 3.3.1. La nuova disciplina contenuta nell’art. 816 quinquies,

comma 1°, c.p.c. subordina espressamente anche la chiamata in arbitrato all’accordo del terzo chiamato e delle altre parti del giudi-zio arbitrale, nonché al consenso del collegio arbitrale, con la con-seguenza che l’interprete potrebbe essere indotto a ritenere sempre necessaria la contemporanea ricorrenza di tutti i requisiti sopra menzionati, senza la possibilità di operare quella distinzione – in passato opportunamente segnalata dalla migliore dottrina – fra le ipotesi in cui il terzo chiamato sia vincolato al patto compromisso-rio e quelle in cui vi risulti estraneo (55).

Tuttavia, per le medesime ragioni già in precedenza illustrate, tale irragionevole soluzione deve essere respinta: non pare infatti che sia necessario ottenere un ulteriore assenso del terzo chiamato o delle parti del giudizio arbitrale, giacché tutti sono già vincolati, gli uni nei confronti degli altri, dal patto compromissorio (56). Né

(54) Ritengono possibili gli interventi innovativi dei terzi estranei alla clau-

sola statutaria, ma che facciano valere, anche in via innovativa, un diritto non estraneo a tale ambito: E.F. RICCI, Il nuovo arbitrato societario, cit., 530, il quale osserva che, in ragione dell’influenza che la decisione arbitrale può avere su una pluralità di soggetti, non si può non consentire, al fine del rispetto del principio del contraddittorio, «l’intervento dei terzi interessati esattamente negli stessi termini, in cui esso sarebbe possibile davanti all’autorità giudiziaria»; FAZZALARI, L’arbitrato nella riforma del diritto societario, in Riv. arb., 2002, 445; CORSINI, L’arbitrato nella riforma del diritto societario, cit., 1295; CARPI, Profili dell’arbitrato in materia di società, cit., 426; BIAVATI, Il procedimento nell’arbitrato societario, cit., 33 s., il quale, pur avanzando perplessità, riconosce alla disposizione «una sua razionali-tà»; ID., in Arbitrati speciali, cit., sub Arbitrato societario: art. 35, 124 s.; SALVANE-SCHI, L’arbitrato societario, in Arbitrato, ADR, conciliazione, a cura di Rubino Sam-martano, Bologna, 2009, 217 s.

(55) In tal senso sembra esprimersi CORSINI, Prime riflessioni sulla nuova ri-forma dell’arbitrato, cit., 517 s., anche se l’autore non manca di rilevare l’inopportunità della soluzione; cfr. anche SALVANESCHI, in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 816 quinquies, 1259 ss., la quale solleva dubbi in proposito.

(56) G.F. RICCI, in Arbitrato, 2ª ed., cit., sub art. 816 quinquies, 457, nota 14; ZUCCONI GALLI FONSECA, Collegamento negoziale e arbitrato, in I collegamenti negozia-

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tantomeno risulta configurabile un potere degli arbitri di opporsi alla chiamata proprio in pregiudizio degli interessi e della volontà di uno di quei soggetti nei cui confronti sono tenuti ad adempiere al mandato arbitrale; senza considerare che il loro consenso po-trebbe anche ritenersi, non solo dovuto, ma anche implicito in virtù della stessa accettazione dell’incarico sulla base dell’accordo compromissorio con pluralità di parti (57).

Tale preferibile interpretazione risulta in questo modo in linea con quanto disposto in materia di arbitrato societario dall’art. 35, comma 2°, d.lgs. 17 gennaio 2003, n. 5, a norma del quale l’intervento coatto dei soci, ossia dei soggetti che sono già vincolati rispetto alla clausola statutaria, è consentito senza alcun bisogno di ottenere il consenso del chiamato o degli arbitri (58).

Viceversa, qualora il terzo non sia vincolato al patto compro-missorio, è pacifico (così come lo era in passato) che lo stesso non possa essere chiamato in arbitrato senza il suo consenso, nemme-no ai limitati fini della denuntiatio litis, in quanto è inconcepibile che un soggetto rimasto estraneo all’accordo compromissorio possa risultare costretto a partecipare in via coatta all’arbitrato, finendo così per essere privato, contro la sua volontà, del diritto di accede-re alla tutela giurisdizionale davanti al giudice statale (59). La stessa

li e le forme di tutela, Milano, 2007, 59 ss., § 15; LUISO , SASSANI, La riforma del processo civile, cit., 292; BOVE, L’arbitrato societario tra disciplina speciale e (nuova) disci-plina di diritto comune, cit., 948 s.

(57) Esclude il rilievo della volontà delle parti e degli arbitri in tale circo-stanza anche PUNZI, Il processo civile, cit., III, 206.

(58) Nonostante il silenzio della legge, risulta possibile chiamare in arbitra-to anche gli altri soggetti vincolati alla clausola compromissoria, come la società, ovvero gli amministratori e i liquidatori, purché inseriti in detta clausola; in tal senso, v. LUISO, Appunti sull’arbitrato societario, cit., 719; RUFFINI, La riforma dell’arbitrato societario, cit., 1534; BOVE, L’arbitrato societario tra disciplina speciale e (nuova) disciplina di diritto comune, cit., 949; BOCCAGNA, in Commentario dei processi societari, cit., sub art. 35, 941; in senso contrario, BIAVATI, Il procedimento nell’arbitrato societario, cit., 34; ID., in Arbitrati speciali, cit., sub Arbitrato societario: art. 35, 123 ss., secondo cui la possibilità dell’intervento andrebbe invece limitata soltanto ai soci.

(59) G.F. RICCI, in Arbitrato, 2ª ed., cit., sub art. 816 quinquies, 457; LUISO , Diritto processuale civile, 4ª ed., cit., IV, 409; LUISO, SASSANI, La riforma del processo

L’intervento dei terzi nel processo arbitrale secondo il diritto italiano

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conclusione vale, senza alcun dubbio, anche nel caso in cui il terzo che si vorrebbe chiamare è un litisconsorte necessario estraneo alla convenzione arbitrale, il quale non può essere parimenti costretto, contro la sua volontà, a partecipare al giudizio arbitrale (60).

3.3.2. La disposizione riformata ha inoltre espressamente af-

fermato che la chiamata del terzo estraneo al patto compromisso-rio, sia essa innovativa o non innovativa, richiede, oltre al consenso degli arbitri (61), anche l’accordo di tutte le parti del processo arbi-trale. Pertanto, secondo la lettera di questa disposizione, qualora uno dei paciscenti ottenga l’adesione del terzo (magari attraverso una diversa convenzione d’arbitrato), ma non del suo contradditto-re nel giudizio arbitrale, la chiamata in arbitrato non potrebbe spie-gare i suoi effetti.

Tale regola appare senz’altro giustificata nel caso in cui la pa r-te istante voglia promuovere contro il terzo una nuova domanda, la quale non è appunto compresa nell’oggetto del patto compro-missorio. La subordinazione al consenso dell’avversario potrebbe invece determinare conseguenze irragionevoli nel caso in cui, pro-prio a seguito delle sue difese, sia sorta l’opportunità di coinvolgere il terzo nell’arbitrato per estendergli (con chiamata non innovativa) l’efficacia della decisione, come potrebbe, ad esempio, accadere nel caso in cui l’avversario abbia indicato il soggetto estraneo al pro-cesso arbitrale come il vero responsabile. In questo caso, il rifiuto della controparte del giudizio arbitrale di consentire la chiamata

civile, cit., 292; FAZZALARI, L’arbitrato, cit., 61 s.; RUFFINI, L’intervento nel processo arbitrale, cit., 662; Coll. arb., 27 gennaio 1994, in Riv. arb., 1995, 781 ss., con nota di BOVE, Processo arbitrale e terzi; Coll. arb., 24 febbraio 1993, in Arch. giur. op. pubbl., 1994, 538 ss.; Coll. arb., 27 ottobre 1992, in Arch. giur. op. pubbl., 1994, 371 ss.; Coll. arb., 17 ottobre 1988, in Arch. giur. op. pubbl., 1989, 580 ss.

(60) In senso conforme, G.F. RICCI, in Arbitrato, 2ª ed., cit., sub art. 816 quinquies, 456; SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 272 s.; App. Roma, 26 giugno 1989, in Rass. arb., 1990, 202 ss.

(61) Su tale consenso, in passato già ritenuto necessario da PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., I, 568, si rinvia però ai dubbi applicativi già segnalati nel paragrafo 3.2.4.

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non innovativa del terzo (che la accetti o che non possa ad essa sottrarsi) non pare in alcun modo meritevole di tutela e potrebbe essere risolto, senza violare il fondamento consensuale dell’arbitrato, ritenendo che l’accordo del paciscente sia implicito nella sua stessa strategia di difesa o, comunque, che non possa essere da questi negato in evidente pregiudizio della controparte (62).

Un’altra ipotesi che avrebbe forse meritato una soluzione di-versa rispetto a quella che pare imposta dalla lettera della legge riguarda il caso in cui, nel corso dell’arbitrato, una delle parti voglia chiamare, sempre nella forma non innovativa, il terzo garante – proprio o improprio – che accolga o non possa rifiutare la chiama-ta (ad esempio perché vincolato, sulla base di un separato patto compromissorio, alla risoluzione arbitrale della lite soltanto nei confronti della parte istante) (63), ma le altre parti dell’arbitrato non intendano dare il loro consenso all’esplicarsi dell’intervento coatto (si pensi al caso in cui l’appaltatore convenuto dal commit-tente dell’opera voglia estendere l’arbitrato al subappaltatore per

(62) In tal senso, BOVE, La nuova disciplina dell’arbitrato, cit., 77; simili ragio-

namenti potrebbero essere svolti, mutato ciò che si deve, in relazione alla posi-zione degli arbitri rispetto agli interessi della parte istante, sulla base del rapporto obbligatorio che lega l’una agli altri.

(63) Per la possibilità della celebrazione di un unico arbitrato anche in pre-senza di una pluralità di clausole compromissorie, v., anche se in riferimento a contratti operanti fra i medesimi soggetti, Cass., 25 maggio 2007, n. 12321, in Corr. giuridico, 2008, 1269 ss., secondo la quale, nel rispetto della volontà delle parti, la trattazione congiunta delle liti connesse si imporrebbe, in alcune circo-stanze, in nome del «dovere di leale collaborazione delle parti nell’attività di costituzione del collegio arbitrale», «che è espressione del più generale principio di esecuzione di buona fede di ogni contratto» e che si esplicherebbe in caso di collegamento negoziale fra i contratti ed omogeneità del contenuto delle singole clausole compromissorie; in proposito, v. i commenti di LUISO, Pluralità di clauso-le compromissorie e unitarietà del processo arbitrale, in Riv. arb., 2007, 604 ss.; CONSO-LO, MURONI, Contratti collegati con clausole arbitrali identiche, cit., 1271 ss.; POLINARI, Pluralità di clausole compromissorie, connessione di cause e processo arbitrale: quali limiti alla realizzazione del simultaneus processus?, in Riv. dir. proc., 2008, 1156 ss.; nella giurisprudenza arbitrale si è peraltro giunti a ritenere possibile anche la trattazio-ne congiunta di liti connesse fra parti diversi vincolate a differenti convenzioni arbitrali: così Coll. arb., 17 maggio 2006, in Riv. arb., 2007, 531 ss., con nota di POLINARI, Pluralità di parti e pluralità i convenzioni d’arbitrato.

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opporgli, attraverso una chiamata adesiva dipendente, l’efficacia dell’accertamento contenuto nel lodo, ossia al fine di evitare che, in caso di sconfitta, questi possa successivamente sollevare l’exceptio litis malae gestae).

Anche in questa ipotesi, la necessità di ottenere l’accordo di tutte le parti del giudizio arbitrale, che sembrerebbe invero inevita-bile proprio alla luce dell’art. 816 quinquies, comma 1°, c.p.c. (64), frustra infatti l’interesse di una di esse alla trattazione congiunta della controversia, senza che al contempo possa rinvenirsi una apprezzabile interesse dell’avversario (65), come è stato ad esempio

(64) In riferimento all’efficacia ultra partes della clausola compromissoria

anche in relazione al contratto collegato stipulato da un altro soggetto, v. però ZUCCONI GALLI FONSECA, Collegamento negoziale e arbitrato, cit., § 10, secondo cui ciò avviene però soltanto nei (rari) casi in cui si ravvisi un collegamento negozia-le diretto fra i due contratti, ad esempio laddove vi sia un accordo quadro dell’intero programma contrattuale; in giurisprudenza, cfr. Cass., 19 dicembre 2000, n. 15941, in Giust. civ. , 2001, I, 1874 ss.

In senso contrario, v. invece App. Milano, 9 giugno 1998, in Riv. arb., 2000, 97 ss., con nota di DANOVI, Lodi non definitivi e limiti soggettivi di efficacia del patto compromissorio, secondo cui, al fine di consentire la realizzazione del simultaneus arbitratus, sarebbe in ogni caso imprescindibile che i diversi contratti intercorrano fra le medesime parti; ancora più restrittive, Cass., 7 febbraio 2006, n. 2598, in Rep. Foro it., 2006, voce Arbitrato, n. 107; Cass., 11 aprile 2001, n. 5371, in Rep. Foro it., 2006, voce Arbitrato, n. 128; Cass., sez. un., 28 luglio 1998, n. 7398, in Giust. civ. , 1999, I, 2760 ss., secondo cui andrebbe escluso che la clausola co m-promissoria contenuta in un contratto possa estendersi a contratti collegati, ancorch é inerenti fra le stesse parti; in proposito, v. anche CONSOLO , MURONI, Contratti collegati con clausole arbitrali identiche, cit., 2008, 1279 s., secondo i quali oggi dovrebbe essere valorizzata la nuova previsione dell’art. 808 quater c.p.c. al fine di estendere la clausola compromissoria a tutte le controversie insorte fra le stesse parti ed inerenti alla medesima operazione economico -giuridica.

(65) È stato autorevolmente affermato, sia pure in riferimento alla possibi-lità di una pluralità di arbitrati fra le stesse parti, che non vi sarebbe alcun inte-resse meritevole di tutela alla trattazione disgiunta delle liti; in tal senso, LUISO , Pluralità di clausole compromissorie e unitarietà del processo arbitrale, cit., 609 ss.; contra, CONSOLO , MURONI, Contratti collegati con clausole arbitrali identiche , cit., 1274 s., secondo i quali, invece, anche a questo riguardo, non potrebbe essere superato il fondamento privatistico dell’arbitrato; POLINARI, Pluralità di parti e pluralità i convenzioni d’arbitrato, cit., 546, il quale afferma, fra l’altro, che una delle parti potrebbe avere interesse a mantenere la riservatezza sulle singoli liti.

Per le ragioni meglio indicate nel testo, tali critiche non paiono però insu-perabili, dovendo semmai ravvisarsi una possibile complicazione in relazione

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avvertito dai regolamenti di alcune camere arbitrali che hanno in-fatti escluso che l’ammissibilità della chiamata, ovviamente sempre subordinata all’accordo col terzo, possa in tal caso dipendere anche dal consenso dell’avversario (66).

L’inconveniens sopra segnalato dovrebbe pertanto suggerire un ripensamento del legislatore, se non addirittura un’interpretazione «correttiva» della normativa vigente, facendo leva sul principio della «buona fede oggettiva» come dovere di protezione della con-troparte nell’esecuzione del contratto o come fonte di integrazione

all’eventuale ricomposizione del collegio arbitrale, che, a seguito della chiamata del terzo, potrebbe risultare necessaria (sul punto, v. infra, paragrafo 3.6).

(66) In proposito, v., ad esempio, l’art. 22, lett. h), del regolamento della London Court of International Arbitration, il quale consente la chiamata del terzo con il consenso scritto di quest’ultimo, ma senza quello dell’avversario, oppure l’art. 4, comma 2°, delle Swiss Rules of International Arbitration, che offre al tribunale arbitrale un’ampia libertà nel decidere, dopo aver sentito le parti, in ordine all’ammissibilità della chiamata; in argomento, ZUCCONI GALLI FONSECA, La convenzione arbitrale rispetto ai terzi, cit., 739 s., la quale però rileva, in mancanza di una relatio fra i diversi contratti, il problema dell’imposizione all’altro contraente della partecipazione «non desiderata» del terzo.

Un’analoga esigenza mi sembra colta anche da quegli ordinamenti che hanno disciplinato l’ipotesi della riunione fra diversi procedimenti arbitrali per intervento dell’autorità giudiziaria, i quali hanno escluso che la c.d. consolidation possa dipendere dall’unanime volontà delle parti del giudizio arbitrale, ovvero dal consenso degli arbitri; si veda, ad esempio, l’art. 1046 del già ricordato Wetbo-ek van Burgerlijke Rechtsvordering olandese, il quale dispone che, previa audizione delle parti e degli arbitri, il giudice statale possa disporre la riunione degli arbitra-ti connessi; sul punto, anche per riferimenti ad esperienze di altri paesi, v. SAL-VANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 7 ss.; ZUFFI, L’arbitrato nel diritto inglese, Torino, 2008, 100 s.

Nel nostro ordinamento, non essendo prevista una norma di tal fatta, è in-vece escluso che si possa ricorrere all’autorità giudiziaria statale a tal fine; si ritiene però che la riunione di distinti procedimenti arbitrali connessi possa essere disposta dal collegio arbitrale, ma solo se le diverse cause pendano din-nanzi agli stessi arbitri e, comunque, soltanto ove sussista il consenso di tutte le parti; in proposito, v. CARNACINI, Arbitrato rituale, cit., 896 s.; PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., I, 669 ss.; RUBINO SAMMARTANO, Il diritto dell’arbitrato, 5ª ed., cit., 450 ss.; POLINARI, Pluralità di clausole compromissorie, connessione di cause e processo arbitrale, cit., 1159 ss.; v. anche CONSOLO , MURONI, Contratti collegati con clausole arbitrali identiche, cit., 2008, 1271 ss., i quali precisano che a tal fine sarebbe però irrilevante il consenso degli arbitri, salvo che in riferimento alla rimodula-zione del termine per la pronuncia del lodo.

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dello stesso (67); si potrebbe per tale via escludere che le parti del giudizio arbitrale e gli arbitri già nominati possano, con il loro rifiu-to, determinare un vulnus delle facoltà difensive della parte istante, tenendo peraltro conto che, sotto il profilo oggettivo, non si a-vrebbe nessuna violazione del principio consensualistico che do-mina l’arbitrato.

3.4. L’ordine di integrazione del contraddittorio del liti-

sconsorte necessario prete rmesso Nelle recenti riforme che hanno interessato l’arbitrato societa-

rio e quello di diritto comune, il legislatore italiano non si è espres-samente occupato dell’ordine di integrazione del contraddittorio, previsto dall’art. 102 c.p.c. per il processo statale, con la conse-guenza che si pone tutt’ora il problema di stabilire se gli arbitri abbiano la possibilità di ordinare la partecipazione dei litisconsorti necessari pretermessi, problema che viene tradizionalmente risolto in senso negativo sulla base della considerazione che gli arbitri sarebbero privi di poteri di imperium e che quindi potrebbero rivol-gere al terzo soltanto un invito, con la conseguenza che, ove il ter-zo lo declinasse, lo stesso non potrebbe certamente essere obbliga-to a prendervi parte (68).

In realtà, la mancanza di poteri di coazione degli arbitri non sembra avere niente a che fare con l’istituto in parola, atteso che

(67) In proposito, v., ad esempio, BIANCA, La nozione di buona fede quale rego-

la di comportamento contrattuale, in Riv. dir. civ. , 1983, I, 205 ss., spec. 209 s.; CRI-SCUOLI, Buona fede e ragionevolezza, in Riv. dir. civ. , 1984, I, 709 ss.; RODOTÀ, Le fonti di integrazione del contratto, rist. agg., Milano, 2004, 111 ss.; in giurisprudenza, fra le tante, Cass., 9 marzo 1991, n. 2503, in Foro it ., 1991, I, 2077 ss.; in senso parzialmente critico, v. però BIGLIAZZI GERI, Buona fede, in Digesto, disc. priv., sez. civ., Torino, 1993, II, 169 ss.

Come ricordato, in precedenza, questo argomento è stato adoperato dalla ricordata Cass., 25 maggio 2007, n. 12321 proprio al fine di favorire la trattazio-ne congiunta in sede arbitrale di più cause connesse, sia pure limitatamente al caso in cui vi sia un collegamento negoziale fra i diversi contratti contenenti diverse clausole compromissorie omogenee ed operanti fra le stesse parti.

(68) App. Roma, 26 agosto 1989, in Rass. arb., 1990, 202; FAZZALARI, L’arbitrato, cit., 58; BERNARDINI, Il diritto dell’arbitrato, Bari, 1998, 76.

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l’eventuale ordine di integrazione del contraddittorio degli arbitri non sarebbe affatto diretto ai terzi, quanto piuttosto alle parti del giudizio arbitrale, al fine di stimolare queste ultime a coinvolgere i litisconsorti necessari rimasti estranei e, quindi, con lo scopo di rendere una pronuncia «utile» (69). Infatti, in tutti i casi in cui il contraddittorio non venga integrato nei confronti di tutti i litiscon-sorti necessari, vuoi per l’inerzia delle parti, vuoi perché il terzo estraneo alla convenzione arbitrale si rifiuti di parteciparvi, l’arbitrato dovrà ritenersi improcedibile, come oggi appare con-fermato dall’art. 816 quater, comma 3°, c.p.c. (70).

Ciò che, in verità, è davvero inconcepibile nel giudizio arbitra-le non è quindi l’ordine di integrazione del contraddittorio rivolto dagli arbitri alle parti, a cui segua la chiamata in arbitrato del terzo ad opera di quella più diligente, bensì la pretesa di estendere, attra-verso un tale meccanismo processuale, il vincolo compromissorio ad un terzo estraneo al patto compromissorio e che non intenda aderirvi (71).

Viceversa, l’iniziativa del collegio arbitrale, nell’interesse delle stesse parti dalle quali ha ricevuto il mandato, volta a provocare la partecipazione del litisconsorte necessario pretermesso, sia esso vincolato o meno alla convenzione d’arbitrato, non solo risulta possibile, ma anzi appare obbligata, sebbene non tanto in forza di un’applicazione analogica dell’art. 102 c.p.c., quanto piuttosto in virtù del corretto adempimento del mandato arbitrale raccolto (72).

(69) G.F. RICCI, in Arbitrato, a cit., sub art. 816, 312; App. Milano, 25 set-

tembre 1998, in Corr. giuridico, 1999, 226 ss., con nota di ROMANO, Arbitrato rituale e litisconsorzio necessario.

(70) In tal senso, VERDE, Lineamenti di diritto dell’arbitrato, cit., 110; e, già prima della riforma, FAZZALARI, L’arbitrato, cit., 58; SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 267 s.; G.F. RICCI, in Arbitrato, cit., sub art. 816, 313 e 316; DELLA PIETRA, Il procedimento, cit., 245; Coll. arb., 26 novembre 1998, in Riv. arb., 1999, 357 ss., con nota di LONGO, Litisconsorzio necessario e arbitrato.

(71) RUFFINI, L’intervento nel processo arbitrale, cit., 662; G.F. RICCI, in Arbi-trato, cit., sub art. 816, 312.

(72) Cfr., in proposito, RUFFINI, L’intervento nel processo arbitrale, cit., 662; SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 262 s.; G.F. RICCI, in Arbitrato, cit., sub art. 816, 312 s.; in giurisprudenza, Cass., 27 settembre 1994, n. 7872, in

L’intervento dei terzi nel processo arbitrale secondo il diritto italiano

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Tuttavia, proprio la mancanza nell’arbitrato di una norma sif-fatta fa sì che l’ordine degli arbitri assumerà le forme e i modi della prassi e, soprattutto, che l’improcedibilità non possa essere dagli stessi dichiarata qualora le parti provvedano all’integrazione del contraddittorio oltre il termine fissato dal collegio arbitrale, ma comunque prima dell’emanazione del lodo (73).

3.5. L’intervento per ordine degli arbitri L’intervento ordinato dal collegio arbitrale per ragioni di op-

portunità dovute alla comunanza di causa sulla base dell’art. 107 c.p.c., oggetto dell’attenzione del legislatore societario del 2003, non è stato invece disciplinato in riferimento all’arbitrato di diritto comune.

L’ordine degli arbitri di chiamare in lite un altro soggetto, a cui consegue l’estensione del contraddittorio ad opera della parte più diligente, deve peraltro ritenersi in generale inammissibile (74), in quanto non pare che il collegio arbitrale, il quale ha assunto verso i paciscenti l’obbligo di rendere un lodo di merito, si possa rifiutare di decidere la lite, chiudendo in rito il procedimento, solo perché ritenga opportuno estendere l’arbitrato ad un terzo e, per giunta, nell’interesse di quest’ultimo (75). Ciò infatti mal si adatta alla fun-zione dell’arbitro, il quale, pur essendo ovviamente chiamato a rendere una decisione «giusta», deve però innanzitutto rispondere dell’incarico conferito dalle parti. Peraltro, rispetto ai terzi estranei al patto compromissorio, un tale ordine potrebbe invero rivelarsi inutile, atteso che la partecipazione al processo arbitrale di terzi

Riv. arb., 1994, 697, con nota di FAZZALARI, In tema di compromesso e di litisconsorzio necessario.

(73) G.F. RICCI, in Arbitrato, 2ª ed., cit., sub art. 816 quinquies, 452. (74) Concordemente, CARNACINI, Arbitrato rituale, cit., 896, che però deriva

una tale conseguenza dall’origine contrattuale dell’arbitrato e nella mancanza di imperium degli arbitri; FAZZALARI, L’arbitrato, cit., 61, il quale giunge a tale co n-clusione in considerazione del fatto che il terzo non può essere privato del suo giudice naturale; Coll. arb., 28 luglio 1998, in Arch. giur. op. pubbl., 2000, 1230.

(75) In senso conforme, BOVE, L’arbitrato nelle controversie societarie, cit., 486; ID., La nuova disciplina dell’arbitrato, cit., 77.

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non vincolati alla convenzione arbitrale non potrebbe in nessun caso realizzarsi senza l’accordo dello stesso terzo chiamato (76).

Le cose stanno però diversamente nell’arbitrato societario, laddove l’espresso richiamo all’art. 107 c.p.c. fatto dall’art. 35, comma 2°, d.lgs. 17 gennaio 2003, n. 5, consente senz’altro agli arbitri di ordinare, beninteso alle parti, l’intervento di altri soci (77), la cui inosservanza dovrebbe comportare un motivo di chiusura in rito del procedimento arbitrale (78): tale disposizione sembra dun-que proprio suffragare l’idea che, ove manchi una speciale norma derogatoria, come avviene appunto in riferimento all’arbitrato di diritto comune, l’intervento iussu arbitrorum non possa trovare ap-plicazione.

Per superare un tale ostacolo in riferimento all’arbitrato co-mune, si è quindi sostenuto che nulla vieterebbe agli arbitri di dare informale comunicazione al terzo della pendenza del procedimento arbitrale in modo tale che egli possa valutare la possibilità di un eventuale intervento (79), ma in realtà non sembra che possano essere trascurati proprio quegli obblighi di riservatezza che l’arbitro assume nei confronti delle parti al momento di raccogliere il man-dato arbitrale (80).

(76) RUFFINI, L’intervento nel processo arbitrale, cit., 662. (77) In tal senso, TARZIA, L’intervento dei terzi nell’arbitrato societario, cit., 354

ss.; per l’opinione, che per le ragioni indicate nel testo mi sentirei però di esclu-dere, secondo cui l’intervento ex art. 107 c.p.c. troverebbe applicazione anche nei confronti dei terzi diversi dai soci, ma comunque vincolati alla clausola co m-promissoria, v. però LUISO , Appunti sull’arbitrato societ ario, cit., 719.

(78) Per tale opinione, v. LUISO, in Il nuovo processo societario, cit., sub art. 35, 582 ss.; CORSINI, L’arbitrato nella riforma del diritto societario, cit., 1295, il quale parla di lodo di «non luogo a procedere»; SALVANESCHI, L’arbitrato societario, cit., 218 s.; contra, BOVE, L’arbitrato nelle controversie societarie, cit., 485; ID., L’arbitrato societ a-rio tra disciplina speciale e (nuova) disciplina di diritto comune, cit., 950; ZUCCONI GALLI FONSECA, Modelli arbitrali e controversi societarie, in Riv. trim. dir. proc. civ. , 530; BIA-VATI, in Arbitrati speciali, cit., sub Arbitrato societario: art. 35, 127 s.; esprime dubbi in proposito anche CARPI, Profili dell’arbitrato in materia di società, cit., 428.

(79) ZUCCONI GALLI FONSECA, La convenzione arbitrale rispetto ai terzi, cit., 749.

(80) In proposito, sia pure in maniera problematica, LAUDISA, Arbitrato e ri-servatezza, in Riv. arb., 2004, 23 ss., spec. 31; secondo CARPI, Profili dell’arbitrato in

L’intervento dei terzi nel processo arbitrale secondo il diritto italiano

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Non va invece ovviamente esclusa la facoltà del collegio arbi-trale di indicare alle parti i terzi ai quali sarebbe opportuno esten-dere il contraddittorio, ma senza che l’inottemperanza dell’eventuale provvedimento degli arbitri possa produrre un qual-che effetto sull’arbitrato, che potrà comunque giungere alla sua conclusione anche senza la partecipazione del terzo (81).

3.6. Litisconsorzio successivo e nomina del collegio arbi-

trale 3.6.1. Fra gli ulteriori problemi che l’intervento del terzo al

giudizio arbitrale fa insorgere, un posto senz’altro centrale, oltre alla questione dell’ammissibilità delle diverse forme di intervento, è occupato dal problema della partecipazione successiva del terzo alla nomina del collegio arbitrale (82), che, secondo alcuni, finireb-be peraltro per riflettersi anche sull’ammissibilità dell’intervento stesso.

In tutti i casi in cui il litisconsorzio successivo è consentito, e specialmente quando il terzo è parte della convenzione arbitrale, si pone infatti il problema di garantire il rispetto della libera e parita-ria partecipazione di tutte le parti alla nomina degli arbitri e, quindi, anche del terzo intervenuto e chiamato, non essendo ammissibile

materia di società, cit., 425, la forma di pubblicità prevista per l’arbitrato societario ne farebbe venir meno la riservatezza.

(81) G.F. RICCI, in Arbitrato, 2ª ed., cit., sub art. 816 quinquies, 457 s.; OC-CHIPINTI, Il procedimento arbitrale, cit., 98.

(82) Nondimeno, la pluralità di parti successiva pone altri non trascurabili problemi, che purtroppo non è possibile affrontare in questa sede; si pensi, ad esempio, alla validità dell’attività compiuta dal precedente collegio arbitrale, ed in particolare alle prove eventualmente assunte; all’applicazione ai terzi interve-nuti delle regole processuali previste dalle parti, riguardanti la lingua dell’arbitrato o la previsione di cadenze e preclusioni; al tempo utile entro il quale può essere compiuto l’intervento; alla proroga del termine per l’emanazione del lodo; all’eventuale rinuncia o sostituzione degli arbitri per motivi di incompatibilità sopravvenuta, e via discorrendo; per un esame di tali questioni, mi permetto di rinviare a GRADI, in Codice di procedura civile commentato, cit., sub art. 816 quinquies, 5910 s.

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che la scelta del tribunale arbitrale venga rimessa soltanto ad alcune delle pa rti (83).

Il vero e proprio nodo gordiano che tale questione è capace di generare è stato reciso in relazione all’arbitrato societario grazie all’art. 34, comma 2°, d.lgs. 17 gennaio 2003, n. 5, il quale, come si è ricordato, prevede, a pena di nullità della stessa clausola com-promissoria statutaria, che la nomina degli arbitri debba essere affidata ad un soggetto estraneo alla società; in tal modo, infatti, poiché la nomina degli arbitri è in ogni caso effettuata da un terzo imparziale, e non dai soggetti coinvolti nella lite, viene evitato a monte il rischio di violare il principio della parità delle parti nella formazione del collegio arbitrale (84).

Analogamente, anche in riferimento all’arbitrato di diritto co-mune, non si pone alcun problema al riguardo, qualora le parti abbiano affidato spontaneamente ad un soggetto terzo il compito di scegliere il collegio arbitrale, oppure nel caso in cui il terzo in-tervenuto abbia comunque partecipato alla formazione degli arbi-tri, avendo concorso a nominarli nel patto compromissorio al qua-le era vincolato ab origine (85).

3.6.2. Assai problematica si presenta invece la situazione nelle

ipotesi in cui il terzo intervenuto o chiamato non abbia in alcun modo partecipato alla nomina del collegio arbitrale, vuoi perché sia rimasto estraneo al patto compromissorio con il quale sia stata

(83) In proposito, v., in particolare, RUFFINI, L’intervento nel processo arbitrale,

cit., 663 ss.; per il più generale riconoscimento del principio, REDENTI, Compro-messo, cit., 803; ANDRIOLI, Commento al codice di procedura civile, IV, 3ª ed., Napoli, 1964, 797; VECCHIONE, L’arbitrato nel sistema del processo civile, cit., 408 s.; RUFFI-NI, L’intervento nel processo arbitrale, cit., 663; SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti (una pluralità di problemi), in Riv. dir. proc., 2002, 465; Cass., 25 marzo 1998, n. 3136, in Rep. Foro it., 1998, voce Arbitrato, n. 82; Cass., 5 febbraio 1997, n. 1090, in Rep. Foro it., 1997, voce Arbitrato, n. 142.

(84) Per tale rilievo ante litteram, v. LUISO, L’arbitrato amministrato nelle contro-versie con pluralità di parti, in Riv. arb., 2001, 605 ss.

(85) RUFFINI, L’intervento nel processo arbitrale, cit., 663; MARENGO, Processo arbitrale, cit., 801; SALVANESCHI, in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 816 quinquies, 1249 s.

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effettuata la nomina, vuoi perché non abbia poi partecipato alla designazione degli arbitri nella fase introduttiva del giudizio arbi-trale instaurato fra le a ltre parti.

Nessun ostacolo al funzionamento del giudizio arbitrale pen-dente si verifica qualora il terzo aderisca, anche implicitamente, alla nomina dell’arbitro effettuata da una delle parti, id est quando ac-cetti liberamente di farsi giudicare dal collegio arbitrale già designa-to (86), oppure nel caso in cui tutte le parti procedano, di comune accordo, all’ampliamento o alla ricostituzione dello stesso (87).

Quando però ciò non accada, si crea una situazione di possibi-le stallo: da un lato, infatti, il tribunale arbitrale in precedenza no-minato non è fornito di potestas judicandi nei confronti del terzo e, dall’altro, l’eventuale nomina successiva di ulteriori giudici privati da parte di quest’ultimo (in applicazione analogica dell’art. 816 quater, comma 1°, c.p.c.) potrebbe portare il collegio ad un numero pari di componenti, ovvero ad una sua composizione squilibrata qualora il terzo intervenuto o chiamato sia portatore di un interes-se comune a quello di una della parti del giudizio arbitrale, con conseguente impossibilità del nuovo collegio di assumere valida-mente qualsiasi decisione (88).

(86) RUFFINI, L’intervento nel processo arbitrale, cit., 667; NELA, in Le recenti ri-

forme del processo civile, cit., sub art. 816 quinquies, 1752 s. (87) Tale possibilità è ammessa, ad esempio, da BOVE, La nuova disciplina

dell’arbitrato, cit., 77; e, con riferimento al caso del litisconsorzio necessario, da SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 130 s.; 270 s.; più in generale, per la possibilità della revoca degli arbitri o di un singolo arbitro per volontà concorde di tutti i paciscenti, v. SCHIZZEROTTO, Dell’arbitrato, cit., 417 s., mentre per il divieto di revoca unilaterale dell’arbitro già nominato dalla parte, ANDRIO-LI, Commento al codice di procedura civile, cit., IV, 807; PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., I, 376.

(88) Per tale rilievo, v. DELLA PIETRA, Il procedimento, cit., 244 s.; più in ge-nerale, per un’approfondita analisi sulla complessa questione relativa alla nomina degli arbitri con pluralità di parti, che sembra riproporsi negli stessi termini anche quando il litisconsorzio si realizzi in un momento successivo, si rinvia a SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 309 ss.; ID., in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 816 quater, 1246 ss.; POLINARI, in Codice di procedura civile commentato , cit., sub art. 816 quater, 5880 ss., ove anche ampi riferimenti.

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La dottrina ritiene pertanto che, al fine di evitare una tale si-tuazione di impasse, non sia possibile lo svolgimento di un arbitrato con pluralità di parti e, precisamente, che l’ammissibilità dell’intervento volontario sia in ogni caso subordinata all’adesione del terzo al collegio arbitrale già nominato, in quanto – fuori dei casi di litisconsorzio necessario – non sarebbe accettabile consenti-re al terzo di determinare una sopravvenuta impossibilità di fun-zionamento dell’arbitrato (89); analogamente, si ritiene che la chiamata del terzo che non intenda accettare il collegio arbitrale già designato non possa avere alcun effetto nei suoi confronti, in quanto non sarebbe certamente congruo costringerlo ad un tale sacrificio (90).

Tali conclusioni risultano sicuramente condivisibili nella parte in cui escludono che al terzo possa essere imposto un collegio arbi-trale già costituito e alla cui nomina non abbia contribuito; tuttavia, non può essere a mio avviso trascurata la duplice circostanza che il legislatore non ha in alcun modo subordinato l’ammissibilità della partecipazione successiva del terzo alla supina adesione di quest’ultimo alle designazioni arbitrali altrui (91) e che, nel mo-mento in cui sorge la crisi circa la composizione del collegio arbi-trale, l’intervento o la chiamata del terzo si sono, in un certo qual

(89) SALVANESCHI, in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 816 quinquies,

1258 s., secondo cui l’intervento o la chiamata dovrebbero ritenersi precluse nel caso in cui il terzo rifiuti di accettare il collegio già costituito e non si raggiunga un accordo sulla ricostituzione dello stesso, potendo tuttavia essere instaurato un diverso procedimento arbitrale da o nei confronti del terzo vincolato alla risoluzione arbitrale della lite; nello stesso senso, v. CECCHELLA, L’arbitrato, Torino, 1991, 117; DELLA PIETRA, Il procedimento, cit., 246 s.; LUISO , SASSANI, La riforma del processo civile, cit., 291 s.; BOVE, La nuova disciplina dell’arbitrato, cit., 77.

(90) RUFFINI, L’intervento nel processo arbitrale, cit., 667 s.; LUISO , SASSANI, La riforma del processo civile, cit., 292; PUNZI, Il processo civile, cit., III, 206.

(91) Per uno spunto in tal senso, RUFFINI, L’intervento nel giudizio arbitrale, cit., 664; ID., Il giudizio arbitrale con pluralità di parti, 692, secondo il quale non si pongono «problemi di legittimazione del terzo a partecipare ad un processo arbitrale sorto in conseguenza di un patto compromissorio che lo vede parte», al quale dovrebbe in ogni caso garantita ab initio la possibilità di partecipare alla nomina del collegio arbitrale.

L’intervento dei terzi nel processo arbitrale secondo il diritto italiano

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modo, già verificate (92). Di conseguenza, la soluzione dei pro-blemi relativi alla formazione del collegio arbitrale in caso di liti-sconsorzio successivo non può essere diversa da quella prevista per le ipotesi in cui il litisconsorzio si realizzi già nella fase intro-duttiva del procedimento, ma prima della costituzione del collegio arbitrale, che sono oggi regolate dall’art. 816 quater, commi 2° e 3°, c.p.c.

3.6.3. Tale disposizione prevede, fra l’altro, che, nel caso in cui

non si riesca a superare il disaccordo fra le parti, il procedimento arbitrale si scinda dando origine ad una serie di arbitrati paralleli, mentre, limitatamente al caso in cui si versi in ipotesi di litiscon-sorzio necessario, l’arbitrato venga dichiarato improcedibile.

Pertanto, nel caso in cui il litisconsorte necessario pretermesso non intenda accettare il collegio già nominato, gli arbitri officiati del lodo dovranno chiudere in rito il procedimento (93), mentre

(92) A tale riguardo mi pare utile richiamare, per evidente analogia, che, s e-

condo l’opinione oggi prevalente, la pendenza del giudizio arbitrale deriva dalla semplice proposizione della domanda di arbitrato, con la quale si procede ad indicare la materia del contendere, le parti ed eventualmente ad effettuare la nomina dell’arbitro di propria competenza, senza però che sia necessaria la costituzione del collegio arbitrale: v., da ultimo, MURONI, La pendenza del giudizio arbitrale, cit., 118 ss., che parla in proposito di litispendenza «semplice» conse-guente al compimento di tali adempimenti ed anteriore all’accettazione del colle-gio arbitrale; nello stesso senso, TOMMASEO, La domanda di arbitrato, in Riv. arb., 2001, 186; SALETTI, La domanda di arbitrato e i suoi ef fetti, in Riv. arb., 2002, 665 ss.; TRISORIO LIUZZI, La fase introduttiva del procedimento arbitrale, in Riv. arb., 2003, 701 ss.; PICOZZA, in Codice di procedura civile commentato, cit., sub art. 816 bis, 5862; in giurisprudenza, v. Cass., 25 luglio 2002, n. 10922, in Foro it., 2002, I, 2919 ss.; Cass., 28 maggio 2003, n. 8532, in Arch. civ. , 2004, 360 ss.; Cass., 8 aprile 2003, n. 5457, in Giur. it., 2004, 1391 ss.; contra, CAVALLINI, L’alienazione della res litigiosa nell’arbitrato, in Riv. dir. proc., 1997, 146 ss., secondo cui, invece, la pendenza del processo arbitrale si avrebbe soltanto con l’accettazione degli arbitri. Se però si accetta, come pare ragionevole, la prima tesi, è allora giocoforza concludere che anche l’intervento o la chiamata del terzo spieghino i suoi effetti fin dalla propo-sizione dell’atto di intervento o di chiamata da o nei suoi confronti, senza che ciò imponga loro l’accettazione del collegio arbitrale, che peraltro potrebbe dover essere modificato o integrato proprio a seguito dell’intervento.

(93) Tale soluzione era propugnata già sotto il vigore della precedente leg-ge: cfr., per tutti, G.F. RICCI, in Arbitrato, cit., sub art. 816, 313; DELLA PIETRA,

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ciascuna delle parti potrà proporre un nuovo giudizio, arbitrale od ordinario, a seconda che tutti i litisconsorti siano o non siano vin-colati all’accordo compromissorio.

L’improcedibilità del giudizio arbitrale pendente deve peraltro a mio avviso ravvisarsi, nonostante la lettera della legge, anche nelle ipotesi di litisconsorzio unitario, nelle quali la decisione deve essere logicamente unica per tutte le parti (ciò avviene, ad esempio, nel caso di impugnazione plurima delle delibere condominiali o societarie) (94); e una medesima conseguenza deve altresì acco-gliersi in relazione a quelle ipotesi in cui la pluralità di parti si sia impegnata a risolvere congiuntamente una lite per mezzo dell’arbitrato, perché anche in tale circostanza la separazione delle liti in distinti procedimenti sarebbe contraria alla volontà iniziale dei compromittenti, dalla quale dovrebbe quindi ricavarsi un’ipotesi di litisconsorzio unitario o necessario di origine conven-zionale (95).

Negli altri casi, invece, il cumulo processuale non potrà realiz-zarsi, analogamente a quanto previsto dall’art. 816 quater, comma 2°, c.p.c., a norma del quale, se il problema della composizione del collegio arbitrale si verifica nella fase iniziale, si deve procedere alla separazione dei procedimenti. Ne segue che la domanda introdotta con l’intervento o con la chiamata del terzo deve proseguire di-sgiuntamente rispetto al giudizio arbitrale pendente, dando vita ad un arbitrato parallelo (96).

Il procedimento, cit., 244 s.; alla luce della riforma, v. invece BOVE, L’arbitrato socie-tario tra disciplina speciale e (nuova) disciplina di diritto comune, cit., 945.

(94) G.F. RICCI, in Arbitrato, 2ª ed., cit., sub art. 816 quinquies, 451; LUISO , SASSANI, La riforma del processo civile, cit., 290.

(95) Cfr. Coll. arb., 22 marzo 1996, in Temi romana, 1996, 151 ss., con nota di ROSSI.

(96) È evidente come un tale risultato possa essere raggiunto attraverso la diretta proposizione, da parte o nei confronti del terzo, di un distinto giudizio arbitrale, come sostenuto da SALVANESCHI, in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 816 quinquies, 1258 s., secondo cui l’intervento o la chiamata dovrebbero ritenersi precluse nel caso in cui il terzo rifiuti di accettare il collegio già costitui-to e non si raggiunga un accordo sulla ricostituzione dello stesso.

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Se la trattazione disgiunta delle controversie non comporta, in alcuni casi, insuperabili disarmonie, è altresì vero che, in altre cir-costanze, ciò determina un’evidente frustrazione degli interessi dell’interveniente volontario, ovvero di quella parte del giudizio arbitrale che abbia interesse alla chiamata del terzo; si pensi, in particolare, alle ipotesi in cui sussista un nesso di pregiudizialità-dipendenza permanente fra la posizione del terzo e quella di una delle parti in causa, o ancora alla stessa funzione della chiamata in garanzia, senza peraltro considerare che, quando l’intervento o la chiamata sono effettuate nella forma adesiva dipendente, non a-vrebbe alcuna utilità la separazione dei procedimenti.

In tali casi, non sembra però accettabile che il terzo debba es-sere costretto alla secca alternativa di accettare il collegio arbitrale già nominato, oppure di rimanere estraneo all’arbitrato ed accon-tentarsi dei rimedi successivi (97), a maggior ragione ove detto terzo sia vincolato ab origine alla convenzione arbitrale con pluralità di parti. Similmente, non pare ragionevole che, in caso di interven-to coatto, la trattazione congiunta della controversia possa restare subordinata ai capricci delle altre parti del giudizio arbitrale o del terzo chiamato che frappongano ostacoli alla necessaria ricostitu-zione del collegio arbitrale.

3.6.4. Nel tentativo di evitare tali inaccettabili, e forse inavver-

tite, conseguenze delle legge arbitrale italiana, è da chiedersi se non sia possibile ricorrere all’ausilio dell’autorità giudiziaria: in primo luogo, se, di fronte alla nomina da parte del terzo intervenuto di un ulteriore giudice privato, senza che venga ricostituita concorde-mente la disparità del collegio, la parte più diligente possa far ricor-so, ai sensi dell’art. 809, comma 3°, c.p.c., al presidente del tribuna-le per la nomina dell’ulteriore arbitro; ovvero, quando ciò non sia sufficiente, se sia possibile applicare analogicamente la disposizio-

(97) In favore della soluzione invece criticata nel testo, v. invece FAZZA-

LARI, L’arbitrato, cit., 59; BOVE, La nuova disciplina dell’arbitrato, cit., 77.

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ne contenuta nel medesimo comma anche ai fini della ricomposi-zione integrale del collegio (98).

Tuttavia, proprio la disposizione contenuta nel nuovo art. 816 quater c.p.c., che non prevede il ricorso all’intervento dell’autorità giudiziaria, ma impone alternativamente, in caso di disaccordo sulla nomina degli arbitri nei giudizi arbitrali con pluralità di parti, l’improcedibilità dell’arbitrato o la separazione dei procedimenti, sembra purtroppo escludere una tale soluzione, la quale meritereb-be in realtà un ripensamento dello stesso legislatore (99).

Nel frattempo, a meno che non si voglia procedere ad un’interpretazione profondamente «creativa» in tal senso, mi sem-bra che, laddove non sia ragionevole la separazione dei procedi-menti arbitrali (come avviene, ad esempio, in tutti i casi in cui si è

(98) Prima della novella, tali soluzione erano state proposte, sia pure con

riferimento al litisconsorzio iniziale, da RUFFINI, L’intervento nel processo arbitrale, cit., 666 s.; ID., Il giudizio arbitrale con pluralità di parti, cit., 693; contra, SALVANE-SCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 265 ss.; ID., L’arbitrato con pluralità di parti (una pluralità di problemi), cit., 473 ss., secondo cui il procedimento davanti al presidente del tribunale non sarebbe sempre idoneo a consentire di valutare in concreto la situazione al fine di nominare un numero maggiore di arbitri neces-sario per ristabilire l’equidistanza del collegio, né tantomeno al fine di procedere alla nomina dell’intero collegio, l’una e l’altra dipendendo da valutazioni che potrebbero compiersi solo prendendo in esame gli interessi coinvolti e che non sarebbe possibile sottrarre al giudice ordinario; a tale critica, si era però replicato, a mio avviso in maniera dirimente, rilevando come le caratteristiche del proce-dimento in parola (sommario a contraddittorio eventuale) non fossero di per sé incompatibili con il riconoscimento al presidente del tribunale di un potere associativo funzionale alla formazione di collegi arbitrali equilibrati, salvo in ogni caso il diritto all’impugnazione del lodo in caso di eventuali violazioni: così POLINARI, in Codice di procedura civile commentato, cit., sub art. 816 quater, 5891 s.

(99) Come ricordato anche da ZUCCONI GALLI FONSECA, La convenzione arbitrale nelle società dopo la riforma, cit., 955 ss., al fine di risolvere i problemi della nomina degli arbitri nelle controversie con pluralità di parti, ove non si voglia imporre la soluzione della designazione affidata fin dall’inizio ad un soggetto terzo (che pure ha lo svantaggio della rinuncia della «gelosa» prerogativa della nomina diretta ad opera delle parti), si dovrebbero adottare meccanismi che consentano il ricorso all’autorità giudiziaria in ogni caso di impasse: si pensi, come modello, all’art. 1444 del Nouveau code de procédure civile francese o all’art. 185 della legge federale svizzera del diritto internazionale privato, che prevedono l’intervento dell’autorità giudiziaria in ogni caso in cui la nomina sia resa difficol-tosa da una delle parti o dall’applicazione delle modalità di designazione.

L’intervento dei terzi nel processo arbitrale secondo il diritto italiano

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spiegato l’intervento adesivo dipendente), si debba applicare in via analogica la soluzione dell’improcedibilità dell’arbitrato, con o sen-za reviviscenza del potere di introdurre la lite davanti al giudice statale, oppure – il che sarebbe in parte qua lo stesso – giungere a ritenere nulla per sopravvenuta impossibilità di funzionamento la stessa convenzione arbitrale.

3.7. L’intervento e la chiamata in arbitrato del successore

a titolo particolare nel diritto controverso 3.7.1. Qualche breve notazione finale merita infine la questio-

ne dell’intervento e della chiamata nel giudizio arbitrale del succes-sore a titolo particolare nel diritto controverso pendente arbitratu, che pure è stata affrontata dal nuovo art. 816 quinquies, comma 3°, c.p.c., il quale ha esteso all’arbitrato la disciplina prevista, in riferi-mento al processo civile, dall’art. 111 c.p.c.

Prima della recente riforma, si discuteva se una tale disciplina dovesse trovare applicazione al successore a titolo particolare in caso di alienazione della res litigiosa successiva alla pendenza della lite arbitrale (100). Da un lato, v’era infatti chi negava una tale pos-sibilità, con la conseguenza che si sarebbe dovuto escludere qual-siasi potere del dante causa in merito alla prosecuzione dell’arbitrato in luogo dell’avente causa, ovvero del successore uni-versale al posto del legatario (101); tuttavia, secondo alcuni, ciò non escludeva la possibilità che il successore a titolo particolare subentrato negli effetti del patto compromissorio potesse interve-

(100) Per un’approfondita disamina delle diverse opinioni al riguardo, v.

MURONI, La successione nella res litigiosa nell’arbitrato rituale interno e con profili di internazionalità: analisi retrospettiva dell’ultimo comma del nuovo art. 816-quinquies c.p.c., in Riv. trim. dir. proc. civ. , 2007, 903 ss.; ID., La pendenza del giudizio arbitrale, cit., 228 ss.

(101) REDENTI, Compromesso, cit., 807 s.; PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., I, 571 ss.; Cass., 8 aprile 2003, n. 5457, in Giur. it., 2004, 1391 ss., con nota di RONCO, Successione nel diritto controverso e traslazione del potere di nomina degli arbitri (brevi rilievi sulla pendenza della lite e sull’applicazione dell’art. 111 al giudizio arbitrale); App. Napoli, 7 luglio 1998 e App. Napoli, 19 ottobre 1998, in Riv. arb., 1999, 279 ss., con nota critica di LUISO, Intorno ad una peculiare ipotesi di (asserita) disapplicazione dell’art. 111 c.p.c.

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nire o essere chiamato nel giudizio arbitrale pendente, né che egli dovesse subire gli effetti sfavorevoli del lodo già emesso inter alios (102).

Con una parziale consonanza di accenti, un’altra parte della dottrina aveva inoltre precisato che l’applicazione integrale dell’art. 111 c.p.c. al giudizio arbitrale, ed in particolare l’opponibilità del lodo al successore a titolo particolare, sarebbe stata subordinata al suo subingresso nel patto compromissorio, da verificarsi sulla base delle regole di diritto sostanziale; qualora invece la successione a titolo particolare non avesse provocato anche una successione nel vincolo compromissorio, gli arbitri avrebbero dovuto declinare la propria potestas judicandi, consentendo così l’instaurazione della con-troversia davanti al giudice statale, salva comunque la possibilità di ricercare il consenso del successore (103).

Come si vede, si riproponeva anche in questo terreno il pro-blema dell’imposizione al terzo della rinuncia alla giurisdizione statale, che però veniva superato da un’altra parte della dottrina, che riteneva integralmente applicabile dell’istituto di cui all’art. 111

(102) In tal senso, sia pure attraverso percorsi argomentativi assai diversi,

REDENTI, Compromesso, cit., 807 s., secondo cui, peraltro, l’avente causa suben-trerebbe automaticamente nell’accordo compromissorio; PUNZI, Disegno sistema-tico dell’arbitrato, cit., I, 572, secondo cui il successore sarebbe l’unico a poter contestare la perdita di legittimazione del proprio dante causa; in giurisprudenza, prima della riforma, Cass., 8 aprile 2003, n. 5457, in Giur. it., 2004, 1391 ss.; contra, CARNACINI, Arbitrato rituale, cit., 896, secondo il quale, nel caso di trasfe-rimento inter vivos, il processo arbitrale avrebbe dovuto essere proseguito dalle parti originarie, con esclusione della facoltà del terzo acquirente di intervenire sua sponte; viceversa, nel caso di successione a titolo particolare mortis causa, pur non trovando applicazione l’art. 111 c.p.c., non avrebbe potuto escludersi l’intervento del legatario nell’arbitrato; in senso contrario rispetto alla possibilità dell’intervento, v. anche LA CHINA, L’arbitrato, 2ª ed., cit., 97.

(103) DELLA PIETRA, Il procedimento, cit., 256; CECCHELLA, Il processo e il giu-dizio arbitrale, cit., 181 s.; per un esame della casistica giurisprudenziale, cfr. AN-DRIOLI, Commento al codice di procedura civile, cit., IV, 785 ss.; CARLEO, La successione nel rapporto compromissorio, in L’arbitrato. Profili sostanziali, a cura di Alpa, II, Torino, 1999, 692 ss.; SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 85 ss.; PUNZI, Disegno sistematico dell’arbitrato, cit., I, 552 ss.; ZUCCONI GALLI FONSECA, La convenzione arbitrale rispetto ai terzi, cit., 440 ss., secondo la quale si verificherebbe tuttavia una tendenziale ed automatica successione dell’avente causa nella co n-venzione arbitrale.

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c.p.c., vuoi in virtù delle regole di trascrizione della domanda arbi-trale e del lodo (v. artt. 2652, 2653, 2690 e 2691 c.c.), vuoi in ra-gione delle esigenze di effettività della tutela delle parti compromit-tenti, con la conseguenza che non poteva in alcun modo escludersi il potere di intervento volontario del successore a titolo particolare (104).

3.7.2. La nuova disciplina, avendo richiamato per intero l’art.

111 c.p.c., ha cercato di risolvere la querelle dottrinale e giurispru-denziale, comportando, l’applicazione di tutto il contenuto della disposizione (105). Pertanto, oltre alla possibilità che il giudizio arbitrale venga proseguito dalle parti originarie, ovvero dal succes-sore universale o in suo confronto, si deve oggi ritenere senz’altro consentito l’intervento o la chiamata in arbitrato del successore a titolo particolare nella res litigiosa, il quale peraltro, sempre in forza di tale rinvio, è destinato ad essere comunque inciso dagli effetti del lodo emesso inter alios anche nel caso in cui l’arbitrato continui a svolgersi fra le parti originarie, ovvero, in caso di trasferimento

(104) SASSANI, L’opposizione del terzo al lodo arbitrale, Riv. arb., 1995, 210 s.;

SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 123 ss.; LUISO, Diritto processuale civile, 3ª ed., cit., IV, 342; RONCO, Successione nel diritto controverso e traslazione del potere di nomina degli arbitri, cit., 1395 s.; ZUCCONI GALLI FONSECA, La convenzione arbitrale rispetto ai terzi, cit., 466 ss.; Cass. 25 luglio 2002, n. 10922, cit.; per una particolare questione applicativa, v. App. Napoli, 9 settembre 1999, in Riv. arb., 2001, 227 ss., con nota di NAZZINI, Domanda di arbitrato, art. 111 c.p.c. e potere di nomina dell’arbitro rituale.

Del tutto peculiare era invece la posizione di CAVALLINI, L’alienazione della res litigiosa nell’arbitrato, cit., 158 ss.; ID., Profili dell’arbitrato rituale, Milano 2005, 117 ss., il quale, pur ammettendo la perpetuatio legit imationis del dante causa in favore della tutela della controparte del giudizio arbitrale, nonché l’estensione dell’efficacia del lodo al successore, escludeva tuttavia la sua possibilità di inter-vento, ma ne ammetteva la legittimazione all’esercizio dell’impugnazione per nullità.

(105) ODORISIO, Prime osservazioni alla nuova disciplina dell’arbitrato, cit., 263; RUBINO SAMMARTANO, Il diritto dell’arbitrato, 5ª ed., cit., 435; VERDE, Lineamenti di diritto dell’arbitrato, cit., 111 s.; SALVANESCHI, in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 816 quinquies, 1262 s.

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mortis causa, venga eventualmente proseguito dal successore univer-sale (106).

Ai fini dell’intervento volontario del successore, sia esso suc-ceduto o meno nel patto compromissorio, non è dunque più ne-cessario ricercare il consenso delle parti del processo arbitrale, ov-vero, in caso di chiamata, l’accordo del successore; né tantomeno appare necessaria l’accettazione degli arbitri, in quanto l’ammissibilità del detto intervento è ormai prevista dalla disposi-zione richiamata, che prevale come lex specialis sul disposto dell’art. 816 quinquies, comma 1°, c.p.c. (107).

Tuttavia, nonostante la riforma, non può trascurarsi l’ipotesi in cui il successore nella res litigiosa risulti estraneo alla convenzione arbitrale, nel qual caso, onde non imporre alle parte originarie ri-maste (o, eventualmente, anche al successore universale) di affron-tare in sede arbitrale un nuovo thema decidendum non oggetto del patto compromissorio, pare ragionevole che l’ambito dell’intervento dell’avente causa venga limitato, in mancanza di un ulteriore accordo, al solo diritto pregiudiziale del dante causa, atte-so che le parti del giudizio arbitrale non ne trarrebbero insuperabi-le nocumento; e, similmente, che la chiamata in causa del successo-re non possa prescindere dal suo consenso, atteso che non vi sa-rebbe un apprezzabile interesse degli altri soggetti di provocare coattivamente la sua partecipazione, in quanto, da un lato, il lodo potrebbe comunque essere opposto al successore e, dall’altro, per-ché non potrebbero essere avanzate nei suoi confronti ulteriori

(106) In relazione alla possibilità che il processo sia proseguito dal succes-

sore universale, che il rinvio all’art. 111 c.p.c. sembra necessariamente presup-porre, v., anche per i collegamenti di questa diposizione con il nuovo art. 816 sexies c.p.c., MURONI, La successione nella res litigiosa nell’arbitrato rituale interno, cit., 924 s.; LA CHINA, L’arbitrato, 3ª ed., cit., 125; G.F. RICCI, in Arbitrato, 2ª ed., cit., sub art. 816 quinquies, 463; CELSI, in Codice di procedura civile commentato , cit., sub art. 816 sexies, 5916 ss.

(107) CORSINI, Prime riflessioni sulla nuova riforma dell’arbitrato, cit., 518; G.F. RICCI, in Arbitrato, 2ª ed., cit., sub art. 816 quinquies, 462 s.; NELA, in Le recenti riforme del processo civile, cit., sub art. 816 quinquies, 1756 s.

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domande, né tantomeno essere pretesa l’estromissione dell’alienante (108).

3.7.3. Quanto alla partecipazione del successore nella res litigio-

sa alla formazione del collegio arbitrale, non è mancato chi abbia affermato che l’esclusione di qualsiasi possibilità dello stesso di incidere sulla sua composizione a seguito dell’intervento compor-terebbe un’ingiustificata imposizione degli arbitri già nominati; nondimeno, analoghi dubbi si porrebbero in relazione alle stesse parti del giudizio arbitrale, le quali potrebbero replicare che avreb-bero nominato un arbitro diverso qualora avessero avuto a che fare con il successore (109).

Tali incertezze interpretative vanno però respinte: se, infatti, il successore nella res litigiosa deve ritenersi vincolato dal lodo emesso anche in assenza della sua partecipazione al giudizio arbitrale, ossia proprio dal lodo emesso dagli arbitri designati da altri soggetti (proprio in virtù della superiore esigenza di tutela degli originari compromittenti), a maggior ragione dovrà ritenersi assoggettato alla nomina del collegio effettuata dal proprio dante causa, che è sicuramente un minus rispetto alla sottomissione agli effetti del dictum arbitrale (110).

(108) In tal senso, MURONI, La successione nella res litigiosa nell’arbitrato ritua-

le interno e con profili di internazionalità, cit., 921 ss.; ID., La pendenza del giudizio arbi-trale, cit., 257 ss.; ancora più restrittiva è la posizione di LA CHINA, L’arbitrato, 3ª ed., cit., 123 s., secondo cui nessun automatismo di subentro in arbitrato pare possibile nell’ipotesi di trasferimento del diritto litigioso senza successione nella convenzione arbitrale, nel qual caso l’intervento o la chiamata del successore a titolo particolare dovrebbero ritenersi possibili soltanto con il consenso delle parti e degli arbitri.

(109) Per tali rilievi, CAVALLINI, L’alienazione della res litigiosa nell’arbitrato, cit., 161 s.; ID., Profili dell’arbitrato rituale, cit., 118 ss.

(110) Per un’analoga soluzione, variamente argomentata, v. CECCHELLA, Il processo e il giudizio arbitrale, cit., 180; SALVANESCHI, L’arbitrato con pluralità di parti, cit., 130 s.; ID., in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 816 quinquies, 1263 s.; RONCO, Successione nel diritto controverso e traslazione del potere di nomina degli arbitri, cit., 1396; DELLA PIETRA, Il procedimento, cit., 259; G.F. RICCI, in Arbitrato, 2ª ed., cit., sub art. 816 quinquies, 463.

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Inoltre, dal punto di vista delle parti del giudizio arbitrale, l’interesse alla nomina di un arbitro diverso in caso di intervento del successore, pur apprezzabile in alcune ipotesi, non può certo valere in assoluto; il problema potrebbe pertanto trovare un ade-guato contemperamento nell’istituto della ricusazione, che dovrà ritenersi consentita, nei limiti dei motivi di cui all’art. 815 c.p.c., in caso di sopravvenienza di una causa di incompatibilità a seguito della partecipazione del successore all’arbitrato (111).

(111) Come lascia intendere lo stesso secondo comma della disposizione

citata, su cui v. RUFFINI, POLINARI, in Codice di procedura civile, cit., sub art. 815, 5828 ss.; ZUMPANO, in Riforma del diritto arbitrale, cit., sub art. 815, 1203 ss.

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INDICE SOMMARIO

I. O tema e a opção (P. Costa e Silva)................................................5 II. A intervenção de terceiros no direito português (P. Costa e Silva).......11

2.1. Os tipos e as situações de intervenção de terceiros...........11 2.2. Brevíssima descrição do procedimento de intervenção de terceiro...................................................................................16 2.3. Intervenção de terceiros e peculiaridades da arbitragem: colocação geral dos problemas ...............................................18 2.4. A fonte autónoma da arbitragem voluntária.....................18 2.5. O princípio da eficácia relativa dos contratos ou os limites subjectivos à eficácia dos actos de autonomia.........................21 2.6. Conclusões intermédias: limites da convenção e terceiro interveniente ..........................................................................24 2.7. Transmissão e sucessão a título particular pendente litis ......30 2.8. Intervenção de terceiro e poderes de autoridade do tribunal arbitral....................................................................................35 2.9. O Regulamento do Centro de Arbitragem Comercial da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa..........................37

III. L’intervento dei terzi nel processo arbitrale secondo il diritto italiano (M. Gradi) .........................................................................................39

3.1. Novità legislative e vecchi problemi.................................39 3.2. L’intervento volontario del terzo......................................50 3.3. La chiamata in arbitrato ...................................................61 3.4. L’ordine di integrazione del contraddittorio del litisconsorte necessario pretermesso...........................................................67 3.5. L’intervento per ordine degli arbitri ................................69 3.6. Litisconsorzio successivo e nomina del collegio arbitrale .71 3.7. L’intervento e la chiamata in arbitrato del successore a titolo particolare nel diritto controverso .................................79