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Organizadores: José Maria Cardoso da Silva Marcelo Tabarelli Mônica Tavares da Fonseca Lívia Vanucci Lins Biodiversidade da CAATINGA: áreas e ações prioritárias para a conservação Ministério do Meio Ambiente Universidade Federal de Pernambuco, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE, Conservation International do Brasil, Fundação Biodiversitas, EMBRAPA Semi-Árido Brasília, DF 2003 Sem título-3 9/12/2003, 14:32 3

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Organizadores:

José Maria Cardoso da Silva

Marcelo Tabarelli

Mônica Tavares da Fonseca

Lívia Vanucci Lins

Biodiversidade daCAATINGA:áreas e ações prioritárias para a conservação

Ministério do Meio Ambiente

Universidade Federal de Pernambuco, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE,

Conservation International do Brasil, Fundação Biodiversitas, EMBRAPA Semi-Árido

Brasília, DF2003

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Presidente: Luiz Inácio Lula da SilvaVice-Presidente: José Alencar Gomes da Silva

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

Ministro: Maria Osmarina Marina da SilvaSecretário-Executivo: Cláudio Roberto Bertoldo Langone

SECRETARIA DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS

Secretário: João Paulo CapobiancoDiretor do Programa Nacional de Conservação da Biodiversidade: Paulo Kageyama

PROBIO – Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica BrasileiraGerente: Daniela Oliveira

CONSÓRCIO COORDENADOR:Universidade Federal de Pernambuco, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE,

Conservation International do Brasil, Fundação Biodiversitas, EMBRAPA Semi-Árido

Fotos gentilmente cedidas por:Adriano Gambarini, André Pessoa, Fábio Olmos, Fundação Biodiversitas,

Gisela Herrmann, Miguel Rodrigues e Zig Koch

Produção Gráfica:Código Comunicação

Projeto Gráfico e Editoração:Rafael Vicente Ferreira

APOIO:Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira – PROBIO;

Global Environment Facility – GEF;Banco Mundial – BIRD;

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq;Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – Projeto BRA 00-021.

Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Ana Cristina de Vasconcellos – CRB / 6 - 505

Biodiversidade da caatinga: áreas e ações prioritárias para aB615 conservação/organizadores: José Maria Cardoso da

Silva, Marcelo Tabarelli, Mônica Tavares da Fonseca, LíviaVanucci Lins – Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente:Universidade Federal de Pernambuco, 2003.382 p.: il., fots., maps., grafs., tabs.

Este trabalho foi realizado pelo Ministério do Meio Ambienteem colaboração com a Univ. Fed. de Pernambuco, Fundaçãode Apoio ao Desenvolvimento da UFPE, Conservation Interna-tional do Brasil, Fundação Biodiversitas, Embrapa Semi-Árido.

ISBN: 85-87166-47-6

1. Caatinga. 2. Diversidade biológica. 3. Conservação danatureza. 4. Meio ambiente. I. Silva, José Maria Cardoso da.II. Tabarelli, Marcelo. III. Fonseca, Mônica Tavares da. IV. Lins,Lívia Vanucci.

CDU : 502.74

Ministério do Meio Ambiente - MMACentro de Informação e Documentação Luiz Eduardo Magalhães / CID Ambiental

Esplanada dos Ministérios - Bloco B - térreo70068-900 Brasília-DF

Tel: 55 61 317-1235 - Fax: 55 61 224-5222e-mail: [email protected] - homepage: http://www.mma.gov.br/

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SUMÁRIO

Apresentação .............................................................................................................................................................. 7Introdução ................................................................................................................................................................... 9O processo de seleção de áreas e ações prioritárias para a conservação da Caatinga ............................... 11

Parte I - Fatores Abióticos .................................................................................................................................. 15As paisagens e o processo de degradação do semi-árido nordestino ........................................................... 17Fatores abióticos: áreas e ações prioritárias para a conservação da Caatinga ................................................. 37

Parte II - Vegetação ............................................................................................................................................... 45Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga ........................................................................................... 47Quanto ainda resta da Caatinga? Uma estimativa preliminar ................................................................................ 91Conhecimento Sobre Plantas Lenhosas da Caatinga: lacunas geográficas e ecológicas ................................ 101Vegetação: áreas e ações prioritárias para a conservação da Caatinga ............................................................ 113

Parte III - Fauna ....................................................................................................................................................... 133Invertebrados da Caatinga ........................................................................................................................................ 135Invertebrados: áreas e ações prioritárias para a conservação da Caatinga ...................................................... 141Diversidade e conservação dos peixes da Caatinga ............................................................................................ 149Biota Aquática: áreas e ações prioritárias para a conservação da Caatinga ..................................................... 163Fauna de répteis e anfíbios das Caatingas .............................................................................................................. 173Anfíbios e Répteis: áreas e ações prioritárias para a conservação da Caatinga ............................................... 181As aves da Caatinga .................................................................................................................................................... 189Aves: áreas e ações prioritárias para a conservação da Caatinga ...................................................................... 251Diversidade de mamíferos e o estabelecimento de áreas prioritárias para a conservaçãodo bioma Caatinga ..................................................................................................................................................... 263Mamíferos: áreas e ações prioritárias para a conservação da Caatinga ............................................................. 283

Parte IV - Sócio-Economia e Políticas Públicas para o Desenvolvimento Sustentável ............... 293As unidades de conservação do bioma Caatinga ................................................................................................ 295Unidades de conservação: áreas e ações prioritárias para a conservação da Caatinga ................................ 301Desenvolvimento regional e pressões antrópicas no bioma Caatinga ............................................................... 311Pressões antrópicas atuais e futuras no bioma Caatinga ....................................................................................... 325Estratégias para o uso sustentável da biodiversidade no bioma Caatinga ........................................................ 329Recomendações para o uso sustentável da biodiversidade no bioma Caatinga ............................................ 341

Parte V - Síntese e recomendações .................................................................................................................. 347Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade na Caatinga ............................................... 349Recomendações gerais para políticas públicas ..................................................................................................... 375

Lista geral dos participantes do seminário .............................................................................................................. 381

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Flor de gravatá

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Entre 21 e 26 de maio de 2000, o Ministério do Meio Ambiente apoiou a realização

em Petrolina, Pernambuco, do workshop “Avaliação e Ações Prioritárias para Conservação

da Biodiversidade na Caatinga”, inserido no esforço de ampliação do conhecimento dos

diferentes biomas brasileiros e na indicação de ações e áreas prioritárias para sua

conservação. Esse workshop contou com a participação de 140 pesquisadores que

geraram uma formidável gama de informações sobre o estado de conhecimento e as

lacunas de informação desse bioma, até então possivelmente o mais desconhecido do

país. As conclusões do trabalho foram sintetizadas e publicadas por este Ministério sob a

forma de um sumário executivo e compondo o livro Biodiversidade Brasileira – Avaliação

e Identificação de Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e

Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira.

Agora o Ministério do Meio Ambiente torna disponível, em sua íntegra, para os

diferentes órgãos governamentais, para as universidades, organizações não governamentais

e o público em geral, os textos específicos que embasaram as indicações de áreas

prioritárias, de ações e de políticas públicas para a conservação da biodiversidade da

Caatinga, geradas previamente e durante o workshop. Estes textos agregam informações

bióticas (flora, invertebrados, biota aquática, répteis e anfíbios, aves e mamíferos) às não

bióticas (estratégias de conservação, fatores abióticos, pressão antrópica e desenvolvimento

regional, e uso sustentável da biodiversidade). A estes foram agregados também os

resultados gerados pela integração e reestruturação dos dados obtidos, os quais foram

trabalhados por grupos interdisciplinares, agrupados por regiões pré-definidas: Maranhão/

Piauí; Ceará; Rio Grande do Norte/Paraíba; Pernambuco/Alagoas; e Sergipe/Bahia/

Minas Gerais. Além dos grupos regionais, foi formado um grupo integrador para combinar

todas as recomendações propostas pelos grupos temáticos em um conjunto único de

propostas de políticas públicas para a conservação da biodiversidade da Caatinga e no

mapa geral de prioridades.

É importante destacar o esforço que resultou na presente publicação, porque,

sobretudo, ela nos revela a riqueza da Caatinga, desmistificando o conceito até então

usual de que este bioma (o único exclusivamente brasileiro e que abrange uma área de

734.478km2), é estéril e pobre em biodiversidade. Na verdade, somente de caatingas são

reconhecidas 12 tipologias diferentes, as quais despertam atenção especial pelos exemplos

fascinantes de adaptação aos hábitats semi-áridos. Estima-se que pelo menos 932 espécies

vegetais foram registradas na região, sendo 318 delas endêmicas. O mesmo acontece

com outros grupos, como o de aves, com 348 espécies registradas, das quais 15 espécies

e 45 subespécies foram identificadas como endêmicas. E, ainda, dos répteis, sendo de

considerável destaque duas áreas de dunas do Médio São Francisco (Campos de dunas

de Xique-Xique e Santo Inácio, e Campos de dunas de Casanova), onde concentram-se

APRESENTAÇÃO

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conjuntos únicos de espécies endêmicas. Por exemplo, das 41 espécies de lagartos e

anfisbenídeos registradas para o conjunto de áreas de dunas, praticamente 40% são

endêmicas. Além disso, quatro gêneros são também exclusivos da área.

Finalmente, gostaria de registrar que todo este trabalho resultou de uma parceria

entre o Ministério do Meio Ambiente, no âmbito do Projeto de Conservação e de Utilização

Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira – PROBIO, e o consórcio formado pela

Universidade Federal de Pernambuco, Fundação Biodiversitas, Conservation International

do Brasil e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de

Pernambuco, com o apoio da Embrapa Semi-Árido, além da inestimável cooperação

de tantos e tantos pesquisadores que contribuíram com seu saber para que este livro

pudesse ser gerado.

Marina SilvaMinistra do Meio Ambiente

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INTRODUÇÃO:

A Caatinga ocupa uma área de 734.478km2, e é o único bioma exclusivamente

brasileiro. Isso significa que grande parte do patrimônio biológico dessa região não é

encontrada em nenhum outro lugar do mundo além do Nordeste do Brasil. Essa posição

única entre os biomas brasileiros não foi suficiente para garantir à Caatinga o destaque

que merece. Ao contrário, a Caatinga tem sido sempre colocada em segundo plano quando

se discutem políticas para o estudo e a conservação da biodiversidade do país.

Alguns mitos foram criados em torno da biodiversidade da Caatinga e três deles são

comumente mencionados: 1. é homogênea; 2. sua biota é pobre em espécies e em

endemismos; e, 3. contudo, está ainda pouco alterada. Esses três mitos podem agora ser

considerados superados, pois a Caatinga não é homogênea; é sim extremamente

heterogênea e inclui pelo menos uma centena de diferentes tipos de paisagens únicas.

A biota da Caatinga não é pobre em espécies e em endemismos, pois, apesar de ser

ainda muito mal conhecida, é mais diversa que qualquer outro bioma no mundo, o qual

esteja exposto às mesmas condições de clima e de solo. Enfim: a Caatinga não é pouco

alterada; está entre os biomas brasileiros mais degradados pelo homem.

Promover a conservação da biodiversidade da Caatinga não é uma ação simples,

uma vez que grandes obstáculos precisam ser superados. O primeiro deles é a falta de

um sistema regional eficiente de áreas protegidas, visto nenhum outro bioma brasileiro

ter tão poucas unidades de conservação de proteção integral quanto a Caatinga. O segundo

é a falta de inclusão do componente ambiental nos planos regionais de desenvolvimento.

Assim, as sucessivas ações governamentais para melhorar a qualidade de vida da população

sertaneja contribuíram cada vez mais com a destruição de recursos biológicos. E isso,

por conseguinte, não trouxe nenhum benefício concreto para a população que vive na

Caatinga, haja visto ela continuar apresentando os piores indicadores de qualidade de

vida do Brasil. A combinação de falta de proteção e de perda contínua de recursos

biológicos faz que a extinção seja a norma entre as espécies exclusivas da Caatinga.

A extinção, na natureza, da carismática ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), no final do ano

2000, por exemplo, é apenas um entre os milhares de eventos de extinção que devem ter

ocorrido na região nos últimos séculos.

A identificação de áreas e de ações prioritárias tem-se mostrado um valioso instrumento

para conservação e proteção da biodiversidade no Brasil e no mundo. Para construir essa

estratégia foi criado o subprojeto Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da

Biodiversidade da Caatinga, parte do projeto Conservação e Utilização Sustentável da

Diversidade Biológica Brasileira – PROBIO-MMA. Todos os biomas brasileiros estão sendo

contemplados por esses estudos, em cumprimento às obrigações do país em relação à

Convenção sobre Diversidade Biológica, firmada durante a Conferência das Nações Unidas

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD (Rio de Janeiro, 1992).

Zig

Koch

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Os objetivos específicos desse subprojeto são: 1. consolidar as informações sobre

a diversidade biológica da Caatinga e detectar lacunas de conhecimento; 2. Identificar

áreas e ações prioritárias de conservação, com base em critérios de importância biológica,

de integridade dos ecossistemas e de oportunidades para ações de conservação da

biodiversidade; 3. evidenciar e avaliar alternativas de utilização dos recursos naturais que

possam ser compatíveis com a conservação da biodiversidade; 4. promover movimento

de conscientização e de participação efetiva da sociedade relativo à conservação da

biodiversidade desse bioma.

Tal iniciativa é pioneira, no gênero, para a Caatinga, e fornece, portanto, um primeiro

diagnóstico desse bioma. Ainda que não seja completo, pois alguns dos temas não foram

discutidos de forma aprofundada, esse diagnóstico é certamente suficiente para direcionar

as políticas ambientais da região, bem como para agilizar a execução de medidas essenciais

à garantia de conservação, a longo prazo, da biodiversidade da Caatinga.

O citado subprojeto foi conduzido por meio do consórcio entre a Universidade

Federal de Pernambuco - UFPE (Coordenação-Geral); a Fundação Biodiversitas; a

Conservation International do Brasil; e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE.

A esses órgãos se juntou, durante a fase de reunião de trabalho, a EMBRAPA Semi-Árido.

Essa integração de instituições é responsável por todas as etapas de planejamento e de

execução do subprojeto, assim como pelo posterior acompanhamento da implementação

dos resultados. A iniciativa recebeu também o apoio da Secretaria de Meio Ambiente,

Ciência e Tecnologia de Pernambuco; da ADENE (Agência de Desenvolvimento do

Nordeste); da Prefeitura Municipal de Petrolina e da Universidade Federal Rural de

Pernambuco.

Além do mapa síntese contendo as áreas prioritárias indicadas para a conservação

da biodiversidade da Caatinga e das recomendações sugeridas para o uso sustentável

desse bioma, a presente publicação inclui, também, os documentos gerados pelos

coordenadores dos grupos temáticos para subsidiar o trabalho dos mesmos durante o

seminário de consulta (workshop da Caatinga).

O livro está estruturado em cinco partes, de acordo com os grandes temas

abordados: fatores abióticos, vegetação, fauna, desenvolvimento regional e pressões

antrópicas, e síntese e recomendações.

Para cada área temática existem dois capítulos: o primeiro contém o documento

elaborado pelo coordenador e o segundo inclui o mapa com as áreas prioritárias indicadas;

uma breve descrição dessas áreas, contendo, além do seu nível de importância biológica

e da ação recomendada para sua conservação, a sua localização, os hábitats abrangidos,

os elementos utilizados para seu diagnóstico, os fatores de vulnerabilidade e a justificativa

para sua indicação.

José Maria Cardoso da SilvaUniversidade Federal de PernambucoConservation International do Brasil

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José Maria Cardoso da SilvaUniversidade Federal de Pernambuco

Conservation International do Brasil

Marcelo TabarelliUniversidade Federal de Pernambuco

Mônica Tavares da FonsecaConservation International do Brasil

O processo deseleção de áreas

e ações prioritárias para aconservação da Caatinga

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A metodologia utilizada nosubprojeto se baseia no programa deworkshops regionais da ConservationInternational. Consiste basicamente nareunião de um conjunto de informaçõesbiológicas, sociais e econômicas da região,que irão subsidiar a definição – fornecidapor um grupo de especialistas de diversasdisciplinas que trabalham de formaparticipativa – de áreas e de açõesprioritárias de conservação.

Para esse subprojeto tomou-secomo parâmetro de delimitação daCaatinga toda a região do Nordestebrasileiro dominada pela vegetação do tipo‘savana estépica’, conforme constante nomapa Vegetação do Brasil (escala1:5.000.000) elaborado pelo IBGE. Osenclaves de florestas na Caatinga,

conhecidos regionalmente como brejos,não foram tratados por já terem sidodiscutidos detalhadamente no subprojetoMata Atlântica e Campos Sulinos. Asbordas da Caatinga, com os biomasadjacentes, não são algo simples de sertraçado, pois caracterizam-se pelapresença de mosaicos complexos devegetações distintas. Assim, áreas detransição foram também incorporadas aosestudos de forma que complementassemos resultados dos subprojetos similaresfeitos para a Mata Atlântica e CamposSulinos, para a Amazônia e para o Cerradoe o Pantanal.

O subprojeto foi estruturado emquatro fases:

• preparatória;

• decisória;

• processamento e síntese dos resultados;

• divulgação e acompanhamento daimplementação dos resultados.

Fase preparatóriaConsistiu no levantamento, na

sistematização e no diagnóstico dasinformações biológicas e socioeco-nômicas, assim como no levantamento deunidades de conservação, de áreasalteradas, de estratégias de conservação(políticas públicas e legislação), depráticas de uso sustentável e de fatoresfísicos. Essas informações, em forma dedocumentos, de base de dados e demapas, foram obtidas a partir de extensapesquisa bibliográfica e de consulta aespecialistas. Para cada um dos grupostaxonômicos analisados (flora, inver-tebrados, biota aquática, anfíbios erépteis, aves e mamíferos) foramelaborados mapas de conhecimento e dedistribuição de elementos especiais dabiodiversidade, ou seja, de espéciesendêmicas, raras e ameaçadas deextinção, na Caatinga. Além dasinformações biológicas, também foram

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mapeados vários fatores ambientais(clima, solo, vegetação, áreas alteradas,altitude); as unidades de conservação; oíndice de pressão antrópica; e osprincipais eixos de desenvolvimento.

As informações compiladas nessafase, organizadas em relatórios técnicos eem mapas, serviram de base para a faseseguinte do subprojeto: a decisória.

Fase decisóriaA reunião de trabalho, etapa

decisória do processo, realizou-se nasdependências do campus de Pesquisa daEMBRAPA Semi-Árido, em Petrolina,Pernambuco, no período de 21 a 26 demaio de 2000. O evento contou com aparticipação de 140 especialistasrepresentantes de organizações gover-namentais e não governamentais, deinstituições de ensino e pesquisa e deempresas.

A dinâmica de trabalho envolveu,a princípio, a formação de seis grupostemáticos biológicos: flora, invertebrados,biota aquática, répteis e anfíbios, aves emamíferos, os quais discutiram o estadode conhecimento e as lacunas deinformação por área temática. Oscritérios adotados para a identificaçãodas áreas prioritárias de cada grupoforam: a distr ibuição e r iqueza deelementos especiais da biodiversidade, ea presença de fenômenos biológicosúnicos, tais como zonas de contato entrebiotas, áreas de repouso ou invernada demigrantes e de comunidades biológicasespeciais.

As áreas definidas pelos gruposforam então classificadas, de acordo comsua importância biológica, em quatrocategorias. Extrema importância, muitoalta importância e alta importância sãocategorias representativas de níveisdecrescentes de relevância biológica. Aquarta categoria, áreas de potencial

importância, mas ainda pouco co-nhecidas, engloba aquelas áreasaparentemente bem conservadas, as quaistêm, porém, enormes lacunas no que serefere ao estudo de suas biotas.

Outros quatro grupos não biológicos– estratégias de conservação; fatoresabióticos; pressão antrópica e desen-volvimento regional; e uso sustentável dabiodiversidade – reuniram-se ao mesmotempo em que os biológicos para discutiro assunto e propor alternativas bemespecíficas.

O grupo estratégias de conser-vação sugeriu novas áreas para a criaçãode unidades de conservação, com baseem análises de representatividade, deoportunidades e de ações específicas, paravárias unidades de conservação existentes.

O grupo fatores abióticos iden-tificou áreas de importância para a proteçãoe a manutenção de mananciais e deaqüíferos; áreas sob forte risco dedesertificação; e áreas sujeitas à exploraçãomineral.

O grupo pressão antrópica edesenvolvimento regional evidenciouáreas atualmente submetidas a fortepressão (áreas com alta pressão antrópica)e também futuros eixos de pressão.

Finalmente, o grupo uso susten-tável da biodiversidade advertiu sobrefatores que contribuem e fatores queprejudicam o uso sustentável dabiodiversidade da Caatinga, indicando, aomesmo tempo, os usos mais apropriadosdos recursos naturais da região.

Com o objetivo de facilitar aintegração dos resultados obtidos, em ummomento posterior os grupos temáticosreestruturam-se, por regiões predefinidas,em grupos multidisciplinares: Maranhão/Piauí; Ceará; Rio Grande do Norte/Paraíba;Pernambuco/Alagoas; e Sergipe/ Bahia/Minas Gerais. Cada grupo regional analisouos mapas propostos pelos grupos

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temáticos e organizou as informações emconformidade com o esquema a seguirdescrito.

• As áreas foram identificadas eclassificadas, segundo a relevânciabiológica, a partir da análise dos mapasproduzidos pelos grupos temáticosbiológicos.

• A ação prioritária para cada área foiproposta mediante a análise dos mapasde fatores bióticos e de estratégias deconservação.

• A urgência da implementação dasações sugeridas foi identificada pormeio do mapa traçado pelo grupopressão antrópica e desenvolvimentoregional.

Além dos grupos regionais, compôs-se também um grupo que integrasse todasas recomendações dos grupos temáticosem um conjunto de propostas de políticaspúblicas para a conservação dabiodiversidade da Caatinga.

Finalmente, na reunião plenária –última fase da reunião de trabalho – foramapresentados os resultados dos gruposintegradores regionais e discutidas asestratégias de conservação, asrecomendações de políticas públicas e omapa geral de prioridades.

Processamento e síntesedos resultados

Essa etapa do processo com-preendeu a revisão de todos os mapas edocumentos produzidos antes e depois dafase decisória. Foram conferidos eaperfeiçoados os mapas resultantes do

trabalho dos grupos temáticos eintegradores, bem como os bancostemáticos de informações de cada uma dasáreas prioritárias. Foram consolidadostambém todos os documentos e relatóriosproduzidos durante o subprojeto. Sãoprodutos do subprojeto o mapa, na formade pôster, com o mapa-síntese e os mapastemáticos; um relatório técnico em que sãoregistrados todos os documentosproduzidos e os resultados alcançadosdurante a execução do subprojeto; umapublicação dos mapas de prioridades e dasprincipais ações e recomendações para aconservação da Caatinga; e a presentepublicação.

Divulgação e acompanhamentoda implementação dos resultados

Os resultados vêm sendo ampla-mente veiculados nos diversos setores dogoverno, no setor privado, no meioacadêmico e na sociedade em geral.A divulgação do andamento e dos resultadosdo subprojeto, na íntegra, tal como outrasinformações, estão também disponíveis naInternet: (www.biodiversitas.org/caatinga).Para maior eficiência da difusão dosresultados, tanto quanto para amanutenção da interlocução técnica entreo governo e os diferentes setoresinteressados da sociedade, foi formadauma comissão de acompanhamento.Pretende-se, dessa maneira, garantir aampliação da divulgação de informaçõese a aplicação das recomendaçõesresultantes do subprojeto no sentido debuscar um envolvimento maior de pessoas,de comunidades e de entidades atuantesna Caatinga.

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Fatores Abióticos

Parte I

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As paisagens e oprocesso de

degradação dosemi-árido nordestino

Iêdo Bezerra Sá

Pesquisador EMBRAPA Semi-árido

Gilles Robert RichéPesquisador convênio EMBRAPA/ORSTOM

Georges André FotiusPesquisador convênio EMBRAPA/ORSTOM

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O presente capítulo apresenta umadescrição da diversidade de macro-paisagens do nordeste brasileiro, comênfase na região semi-árida, demonstrandoque, ao invés de ser uma paisagemmonótona e pouco diversificada, o semi-árido nordestino é extremamente diverso,tanto do ponto de vista de seus recursosnaturais como da sua dinâmica social.

Para tal, são apresentadas as etapasmetodológicas principais do ZoneamentoAgroecológico do Nordeste Brasileiro �ZANE (Silva et al. 1994), um sistemaproduzido pela EMBRAPA, que visacaracterizar e espacializar os diversosambientes em função da diversidade dosrecursos naturais e agrossocioeconômicos.Dentre outras aplicações, esse novoenfoque pretende fornecer melhororientação às ações de planejamentogovernamental, resultando, dessa forma,na racionalização da aplicação dosinvestimentos para conservação erecuperação do meio ambiente.

Além disso, este capítulo apresenta,a partir dos dados obtidos e organizadosno ZANE, uma estimativa, por sub-regiãoe por Estado, do processo de degradaçãoambiental do semi-árido nordestino.

INTRODUÇÃOA

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no G

amba

rini

Cactáceas da Caatinga

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Considerando que as ações depesquisa e de desenvolvimento ruralnecessitam da integração das investigaçõesinterdisciplinares de natureza agroeco-lógica e agrossocioeconômica, foidesenvolvida e aprimorada umametodologia de diagnóstico do meionatural e agrossocioeconômico, tendocomo base a Unidade Geoambiental � UG.

O conceito de UG compreenderealidades diversas, de acordo com asdisciplinas contempladas (geografia,ecologia, pedologia, etc.), porém aqueleque melhor se adapta às metas dodesenvolvimento rural, define a UG comouma entidade espacializada, na qual osubstrato (material de origem do solo), avegetação natural, o modelado (relevo) e anatureza e distribuição dos solos napaisagem constituem um conjunto cujavariabilidade é mínima, de acordo com aescala cartográfica. A ausência dereferência quanto às condições climáticas,deve-se ao fato de que a vegetação naturalfoi utilizada como indicador climático, umavez que reflete as condições dedisponibilidade hídrica do ambienteestudado.

As classes de solos e a disposiçãodestas na paisagem constituem a espinhadorsal da UG. Com efeito, as característicasdo solo e sua distribuição, principalmenteno contexto do clima semi-árido, sãofundamentais no que diz respeito àdinâmica da água (drenagem, retenção,resposta ao tipo de chuva, volume de soloexplorado pelo sistema radicular, etc.) e,condicionam, em grande parte, aintrodução de inovações tecnológicas oualterações nos sistemas de produção.

A caracterização das UGs foirealizada por meio de critérios deidentificação e de agregação. Os critériosde identificação, por ordem hierárquica,foram determinados segundo a vegetaçãonatural, o relevo e a seqüência dos solosna paisagem. Esses critérios foramconsiderados suficientes para caracterizaro potencial de ocupação do meioambiente. Os critérios de agregação �clima, recursos hídricos e quadroagrossocioeconômico � foram utilizadospara fortalecer a caracterização das UGs.

Considerando a extensão territorialda região e visando a melhor com-preensão do documento, as UGs foramagrupadas em unidades maiores. Paraisso, a região foi dividida em GrandesUnidades de Paisagem, baseando-se nascaracterísticas morfoestruturais e/ougeomorfológicas e geográficas tra-dicionalmente utilizadas.

Na denominação dessas unidades,procurou-se usar nomes já consagrados,que expressam o ambiente de maneirasimples e objetiva, como, por exemplo,Depressão Sertaneja, Chapadas Altas,Chapada Diamantina, Tabuleiros Lito-râneos, dentre outros.

A hierarquização das unidadesgeoambientais foi realizada a partir dasGrandes Unidades de Paisagem,ordenadas, preferencialmente, por níveldecrescente de altitude e de expressãogeográfica. Por sua vez, as UGs foramsequenciadas de acordo com a vegetaçãonatural, indo das regiões mais úmidas paraas mais secas, e das mais elevadas para asmais baixas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Diagnóstico do meio natural e agrossocioeconômico

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Roteiro de Trabalho

Com a finalidade de caracterizar asUGs e as Grandes Unidades de Paisagem,adotou-se um roteiro de trabalho quepermitiu fazer inter-relações entre as váriasinformações disponíveis a cerca dosrecursos naturais e agrossocioeco-nômicos.

Solo e Vegetação

O documento base utilizado pararealização deste trabalho foi o Mapa desolos do Nordeste, na escala 1:2.000.000,elaborado pela Coordenadoria RegionalNordeste da Embrapa - SNLCS (1973,1975a, 1975b,1976a, 1976b, 1977/79,1979, 1986a,1986b), e que apresenta umaescala compatível com a precisão desejadapara um zoneamento generalizado.

Para descrição das UGs foramconsultados, basicamente, os relatórios emapas da Embrapa - SNLCS referentes aoslevantamentos de solos em nívelexploratório-reconhecimento dos estadosdo Nordeste e do norte de Minas Gerais.Esses levantamentos contêm muitasinformações sobre os solos e sobre outrosparâmetros do meio natural. Documentosde sensoriamento remoto, como imagensde radar e de satélite, foram tambémutilizados em algumas áreas consideradasproblemáticas.

O relevo e os solos associados foramrepresentados em forma de perfismorfopedológicos (topossequências), demodo a oferecer um quadro o maisrepresentativo possível da UG. A vegetaçãonatural, utilizada no primeiro nível parasubdivisão das UGs, corresponde aosgrandes ambientes edafoclimáticos doNordeste, de acordo com os levantamentosrealizados pela Embrapa - SNLCS,Coordenadoria Nordeste: florestaperenifólia, floresta subperenifólia, florestacaducifólia, floresta subcaducifólia,cerrado, caatinga hipoxerófila e caatingahiperxerófila.

Clima

As informações sobre as condiçõespluviais representativas de cada UG foramobtidas do acervo informatizado de dadospluviais mensais do Nordeste (SUDENE1990a, 1990b, 1990c, 1990d, 1990e,1990f, 1990g). Cada uma das unidades foicaracterizada por um posto pluviométricorepresentativo, aqui considerado comosendo aquele que não apresentou valoresextremos nas médias pluviais mensais eanuais.

A visualização da distribuição dachuva foi feita na forma de histograma,indicando-se, ainda, o tipo climático e oinício e o fim do período chuvoso.

Recursos Hídricos

A estimativa do potencial emrecursos hídricos de cada UG foi realizadapor meio do levantamento de informaçõesrelativas aos recursos hídricos superficiaise sub-superficiais, tendo por base ostrabalhos da SUDENE (1969, 1977, 1978a,1978b, 1978c, 1978d, 1988).

Para a estimativa dos recursoshídricos superficiais foram considerados osdados disponíveis das vazões médias dosprincipais rios. Foram também acres-centados outros rios e/ou riachos quecortam as UGs, mas cujos dados dasvazões médias não estão disponíveis.A capacidade máxima de armazenamentodos açudes públicos foi indicada. Não foipossível incluir a potencialidade dos açudes

Serra Branca, Jeremoabo - BA

Zig

Koch

21

particulares, que, apesar de teremcapacidade de armazenamento menorquando comparados com os açudespúblicos, ocorrem em maior número(superior a 70.000), e estão espalhados portoda a região semi-árida.

A qualidade da água foi classificadade acordo Holanda et al. (2001),considerando-se a concentração em sais(C) e a taxa relativa de sódio (S), segundoos níveis abaixo:

(a) Risco de salinização: C1 � baixo; C2 �médio; C3 � alto; C4 � muito alto.

(b) Risco de alcalinização: S1 � baixo;S2 � médio; S3 � alto; S4 � muito alto.

Para a estimativa dos recursoshídricos sub-superficiais avaliou-se, paracada UG, o potencial hidrogeológico e foirealizado um inventário sobre os poçosexistentes (quantidade, profundidade,vazão e qualidade da água).

Recursos agrossocioeconômicos

O zoneamento é um instrumentoutilizado para elaborar um prognósticocapaz de gerir melhor o aproveitamentodos recursos naturais. Esse aproveitamentovai depender das potencialidades elimitações dos recursos naturais, dasituação de ocupação do espaço e dosobjetivos e estratégias de agentes sociais.O segmento de recursos agrossocio-econômicos caracteriza estes dois últimosaspectos.

O sistema agrário visa caracterizar asgrandes coerências e características deuma UG. Discorre-se sobre a zonacacaueira, a zona da cana, etc. O sistemade produção, próximo do conceito deunidade de produção, tenta identificar asdiferentes estruturas de produção de base:produção, empresas rurais, plantaçõestradicionais e agroindústria.

A integração no mercado, que setraduz em nível de intensificação demodernização, foi o critério principal.

A apreciação foi qualitativa e procurou-seagregar a esse aspecto dados quantitativosreferentes às principais produções eatividades, à densidade demográfica e àestrutura fundiária. Esses dados foramlevantados para os municípios localizadosdentro de cada UG. Como produçãoprincipal foram considerados aquelesprodutos com maior abrangência emtermos de área, dentro dos municípios.

No cálculo da densidade demo-gráfica, dividiu-se o número de habitantesdos municípios localizados dentro de cadaUG pela área total, classificando-se,posteriormente, o número de habitantes/km2 em: < 10 � muito fraca; 10-20 � fraca;20-50 � média; 50-100 � forte; > 100 �muito forte. Na estrutura fundiária, osestabelecimentos foram estratificados emtrês categorias: < 50 hectares; 50-500hectares; > 500 hectares. Foramcalculados o percentual das propriedadese a área ocupada dentro de cada estrato.A distribuição dos estabelecimentos e aárea explorada em relação à condição doprodutor (proprietário, arrendatário,parceiro e ocupante) também foramlevantadas.

Organização do mapa

O mapa foi elaborado na escala1:2.000.000, onde os padrões de coresrepresentam as 20 Grandes Unidades dePaisagem, que, por sua vez, são divididasem 172 UGs. Estas são delimitadas portraços simples e identificadas por notaçãoalfanumérica, onde a letra maiúscularepresenta a Grande Unidade de Paisageme o número subscrito, o seqüencial da UG.

Zoneamento das áreas emprocesso de degradação ambientalno trópico semi-árido do Brasil

Com base no diagnóstico ambientale agrossocioeconômico da região foipossível desenvolver um estudo sobre as

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áreas que se encontram em processo dedegradação ambiental no Nordeste semi-árido, evidenciando uma escala dedegradação que vai desde as áreas combaixo nível de degradação até aquelas comnível severo, com ênfase na porção maisseca, que é o ambiente mais frágil (Sá etal. 1994, Riché et al. 1994a). Esse estudovisa contribuir com os setores deplanejamento nos níveis regional, estaduale municipal, como uma nova forma deplanejamento estratégico para a região.

Os critérios utilizados levam emconta as características dos solos e oimpacto do manejo sobre os mesmos.

Critérios edáficos

O componente solo constitui-se emum dos parâmetros essenciais para odiagnóstico da degradação ambiental notrópico semi-árido - TSA. Dentre os fatoresassociados às alterações ambientais, osmais importantes são a susceptibilidade àerosão e o tipo e a intensidade deexploração. Esse conjunto determina ograu de resistência às ações agropastorispredatórias.

O Zoneamento Agroecológico doNordeste (Silva et al. 1994) tem enfatizado

a grande diversidade de solos queocorrem no TSA, mostrando, con-sequentemente, um comportamentobastante diferenciado em relação àsusceptibilidade à erosão. A aplicação daEquação Universal de Perda de Solo(USLE) de Wischmeier (Wischmeier &Smith 1978) permite avaliar a quantidadede terra arrastada por ano em função dotipo de solo (Tabela 1).

Estes dados, associados a resultadosobtidos por métodos diretos e indiretos daavaliação da sensibilidade do solo à erosão,como grau de floculação, permeabilidade,evolução micromorfológica e topografia,permitem uma classificação da ero-dibilidade dos solos.

A escala de erodibilidade, segundo(Wischmeier & Smith 1978), é a seguinte:

(a) Erodibilidade baixa - latossolosamarelos e vermelho-amarelos,podzólicos distróficos, solos litólicos,solos aluviais e areias quartzosas;

(b) Erodibilidade moderada - latossolosvermelhos escuros, rendzinas eregossolos;

(c) Erodibilidade alta - podzólicoseutróficos, terras roxas estruturadas,planossolos e solonetz solodizados.

AQ = Areias quar tzosasLA = Latossolos amarelosPV = Podzólicos vermelho-amareloPE = Podzólicos eutróficosTRE =Ter ras roxas estruturadas

Tabela 1 - Erosão em solos do trópico semi-árido.(Parcelas padrão de 22,1m de comprimento, declive de 9%, mantidas aradas no sentido do declive)

Erosão Tipos e associações de solos(t/ha/ano) AQ LA PV PE TRE CE V BNC RE LI PL SS

Mínimo 0,01 2,5 12,5 2,5 37,5 25,0 12,5 5,0 12,5 25,0 50,0 87,5

Máximo 0,50 25,0 50,0 62,5 87,5 75,0 50,0 62,5 37,5 75,0 100,0 125,0

Média 0,25 13,7 31,2 32,5 62,5 50,0 31,5 33,5 25,0 37,5 75,0 105,0

CE = CambissolosV = Ver tissolosBNC =Bruno não cálcicosRE = Regossolos

LI = Litól icosPL = PlanossolosSS = Solonetz solodizados

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Critérios sobre o grau de manejo e deintensidade de exploração

A degradação ambiental não só semanifesta pela sensibilidade do solo à erosãomas, sobretudo, pelo uso a ele imposto.As observações de campo e a análise visualde documentos satelitários demonstram,nitidamente, que as áreas mais devastadascomportam solos de alta fertilidade que forame/ou estão sendo intensivamente explorados.Neste contexto, estão incluídos os solosbruno não cálcicos, sobretudo pelo cultivodo algodão, os solos podzólicos eutróficos esimilares, pelos cultivos de subsistência ecomerciais, principalmente a mamona, e osplanossolos, que embora sejam solos demédia a baixa fertilidade natural, por teremtextura leve e ocuparem relevos predo-minantemente planos e suavementeondulados, são bastante cultivados, inclusivecom uso de tração animal.

Qualificação da degradação ambientalO cruzamento dos dados associados

aos critérios acima expostos, estabelecemuma escala de quatro níveis de degradaçãoambiental para o TSA em sua porção maisseca: baixo, moderado, acentuado e severo(Sá et al. 1994, Riché et al. 1994b).

Espacialização das áreas atingidas pordegradação ambiental

Utilizando as informações temáticase a base cartográfica do ZoneamentoAgroecológico do Nordeste, foi elaboradoum documento gráfico, na escala de1:2.000.000, das áreas atingidas peladegradação ambiental. Também foramquantificadas estas áreas para cada estadodo Nordeste e para o Nordeste como umtodo, assim como a repartição nas micro-regiões homogêneas do IBGE (1981a,1981b, 1981c, 1981d, 1981e, 1981f, 1981g,1981h, 1981i, 1981j, 1982a, 1982b, 1982c,1982d, 1982e, 1982f), com seus respectivosmunicípios, unidades geoambientais e graude degradação ambiental.

Cultivo de palmas na Caatinga

Ad

riano

Gam

barin

i

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A diversidade de paisagensno bioma Caatinga

A geografia convencional divide oNordeste brasileiro nas zonas litorânea,agreste e sertão. Estas duas últimasformam, essencialmente, a região semi-árida, abrangendo 70% da área doNordeste e 13% do Brasil, e comportando63% da população nordestina e 18% dapopulação brasileira. Apesar da idéia daexistência de uma região Nordestecastigada por repetidas secas, os estudos

mais detalhados têm demonstrado que aregião apresenta uma grande diversidadede quadros naturais e socioeconômicos.

A região semi-árida (ou domínio daCaatinga) compreende 925.043km2, ouseja, 55,6% do Nordeste brasileiro. Combase na interação entre vegetação e solo, aregião pode ser dividida nas seguintes zonas:domínio da vegetação hiperxerófila (34,3%);domínio da vegetação hipoxerófila (43,2%);ilhas úmidas (9,0%); e, agreste e área detransição (13,4%) (Figura 1) e (Tabela 2).

Figura 1Região semi-áridado NordesteBrasileiro

Ilhas úmidas

Escala Gráfica0 100 200 300 400 km

48º 44º 40º 36º

10º

14º

18º

ConvençõesCapitalLimite interestadual

LegendaDomínio davegetação hiperxerófila

Domínio davegetação hipoxerófila

Agreste e áreasde trânsição

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As ecorregiões do bioma Caatinga ouas Grandes Unidades de Paisagem,conforme estabelece o ZANE (Silva et al.1994), são as seguintes: Chapadas Altas;Chapada Diamantina; Planalto daBorborema; Superfícies Retrabalhadas;Depressão Sertaneja; Superfícies Dis-secadas dos Vales do Gurguéia, Parnaíba,Itapecuru e Tocantins; Bacias Sedimentares;Superfícies Cársticas; Áreas de DunasContinentais; e Maciços e Serras Baixas.

A Tabela 3 apresenta as GrandesUnidades de Paisagem com suasrespectivas áreas e o quanto representamno contexto do Nordeste.

Tabela 2 - Compartimentação ambiental do trópico semi-árido � TSA.

AgresteVegetação Vegetação Ilhas úmidas e área de Totalhiperxerófila hipoxerófila transição

Área (km2) 317.608 399.777 83.234 124.424 925.043

% Nordeste 19,09 24,04 5,00 7,48 55,61

% TSA 34,33 43,21 9,00 13,45 -

Segue uma breve descrição destasGrandes Unidades de Paisagem, com suascaracterísticas mais marcantes.

CHAPADAS ALTAS

Com altitude superior a 800 metros,as Chapadas Altas são formadas por platôsaltos e extensos, apresentando encostasíngremes e vales abertos. Têm grandeextensão no extremo oeste do estado daBahia (Gerais) e na região de Pirapora(MG), com solos profundos e pobrescobertos por vegetação de cerrado, ecortadas por veredas de rios perenes coma presença de burit izais nos soloshidromórficos.

De menor expressão, as chapadas doAraripe (PE/CE) e da Ibiapaba (CE)possuem solos profundos de baixafertilidade nos topos, com vegetaçãoflorestal de porte e caducidade variáveis,em transição para a caatinga. Nas encostaspredominam solos mais férteis sobvegetação natural de caatinga.

Nessa unidade ocorrem trêsregimes climáticos relativamente se-melhantes: o primeiro, com maiorpredominância, ocorre no oeste da Bahiae norte de Minas Gerais, com precipitaçãomédia anual superior a 1.000mm eperíodo chuvoso de outubro a abril; osegundo, na Serra da Ibiapaba (CE),também com precipitação média anualsuperior a 1.000mm e período chuvosode dezembro a junho; e o terceiro, noPlanalto da Borborema e na Chapada doAraripe (CE/PE), com precipitação médiaanual de 600 a 900mm e período chuvosode dezembro a maio.

A rede fluvial é formada por rios degrande potencial hídrico. Importantesafluentes do rio São Francisco cortamessa unidade de oeste para leste,sobretudo aqueles localizados nos Gerais,como os rios Branco, Grande, Corrente,Formoso e Carinhanha.

Tabela 3 - Grandes Unidades de Paisagem do semi-árido.

Grandes Unidades de Paisagem Área (km²) % do Nordeste

Depressão Ser taneja 368.216 22,16

Chapadas Altas 147.059 8,84

Superfícies Dissecadas dos Vales doGurguéia,Parnaíba, Itapecuru e Tocantins 110.782 6,66Superfícies Retrabalhadas 110.120 6,63

Chapada Diamantina 91.199 5,48

Superfícies Cársticas 76.917 4,62

Planalto da Borborema 43.460 2,61

Bacias Sedimentares 40.262 2,42

Maciços e Serras Baixas 35.439 2,13

Áreas de Dunas Continentais 9.846 0,59

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CHAPADA DIAMANTINA

Essa unidade forma um conjuntocontínuo de extensos platôs, com altitudesvariando de 600 a 1.300 metros. Ocupauma faixa de orientação norte-sul, indo docentro da Bahia até o norte de MinasGerais. O relevo é geralmente acidentado,porém com grandes superfícies planas dealtitude. Os solos são profundos e muitopobres nos topos dos platôs, e bastanterasos e pedregosos nas áreas de relevoacidentado. A vegetação varia bastante,sendo a maior parte recoberta pelacaatinga hipoxerófila, embora em MinasGerais predomine o cerrado. Na Bahia, afloresta ocupa trechos importantes naregião de Wagner e nos planaltos de Vitóriada Conquista, Poções e Planaltina.

Apresenta dois regimes climáticosdistintos: o primeiro ocorre no norte deMinas e na região de Seabra (BA), comperíodo chuvoso de altitude (outubro aabril) e precipitações médias anuais de 700a 1.100mm; o segundo ocorre na regiãode Apiramutá (BA), também com períodochuvoso de altitude, mas comprecipitações médias mensais superioresa 60mm � com médias anuais em tornode 1.100mm � não havendo período secocaracterístico. Esta Grande Unidade dePaisagem não apresenta rede fluvialorganizada, destacando-se apenas o rioPardo, cuja nascente está localizada naparte sul da mesma.

PLANALTO DABORBOREMA

Essa unidade é formada por maciçose outeiros altos, com altitudes variando de650 a 1.000 metros. Ocupa uma área emforma de arco, que se estende do sul deAlagoas até o Rio Grande do Norte.O relevo é geralmente movimentado, comvales profundos e estreitos. Os solos sãopouco profundos e de fertilidade bastantevariada, predominando, no entanto, ossolos de fertilidade média e alta.

A maior parte do planalto apresentavegetação de caatinga hipoxerófila, porémcom grandes áreas de caatinga bastanteseca nos Cariris e no Curimataú (PB).Trechos de florestas perenifólia, subca-ducifólia e caducifólia são observados nosbrejos de altitude dos contrafortes da parteleste do Planalto da Borborema.

A região é agreste no seu conjunto,sendo caracterizada por clima seco, muitoquente e semi-árido. A estação chuvosaadianta-se para o outono (fevereiro/março)e o período seco inicia-se em junho/julho.A precipitação média anual varia de 400 a650mm. Existem áreas com diferentesmicroclimas, como no município de Areia(PB), onde a precipitação média anual ésuperior a 1.300mm e o período chuvosoestende-se de janeiro a setembro.

A área é recortada por rios perenes,porém de pequena vazão, como os riosParaíba e Capibaribe, além de outros demenor expressão como o Ipojuca e oTracunhaém. Os açudes são numerosos,tendo sido levantados um total de 83, esão, na sua maioria, de tamanho médio epequeno, totalizando uma capacidade dearmazenamento de cerca de 962,4 milhõesde metros cúbicos. O potencial de águassubterrâneas é baixo, com predominânciade águas salinas.

SUPERFÍCIESRETRABALHADAS

Essa unidade é formada por áreasque têm sofrido retrabalhamento intenso,com relevo bastante dissecado e valesprofundos. Tem grande expressão naBahia, acompanhando a encosta orientalda Chapada Diamantina, com altitudevariando de 300 metros, próximo ao litoral,até 1.000 metros, na região de Brumado.Os solos são geralmente férteis nasencostas e pobres nos topos.

A vegetação é de floresta subpe-renifólia perto do litoral e na encosta doplanalto de Vitória da Conquista, e de

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caatinga hipoxerófila na região do rio deContas, com grandes trechos de florestacaducifólia no restante da área. Do ladoocidental da Chapada Diamantina, essaunidade ocupa uma faixa de menorextensão na divisa Bahia/Minas Gerais, comsolos férteis e vegetação de caatingahipoxerófila.

Ocorre também na região litorâneade Alagoas e Pernambuco, com altitudevariando entre 100 e 600 metros. EmPernambuco e no norte de Alagoas, éformada pelo �mar de morros� queantecede a chapada da Borborema, comsolos pobres e vegetação de florestasubperenifólia. Na calha do rio SãoFrancisco e na parte central de Sergipe,predominam solos mais férteis e vegetaçãode florestas subcaducifólia e caducifólia.

Os regimes climáticos são diferentesem função da posição geográfica. Noestado da Bahia, em áreas próximas aolitoral, o clima é quente e chuvoso, tendoo mês mais seco precipitação médiamensal superior a 60mm e média anual emtorno de 1.500mm. Na região da Zona da

Mata, o período chuvoso ocorre de janeiroa setembro com média anual em torno de1.200mm. Na região da bacia do rio deContas, a precipitação média anual é daordem de 650mm, com período chuvosode novembro a abril. No norte de MinasGerais, o clima é mais ameno, comprecipitação média anual em torno de850mm e período chuvoso de outubro aabril.

O potencial hídrico dessa unidade éconsiderado bom, sendo que a área écortada por alguns rios perenes, como osrios Cachoeira e Jequitinhonha, que sãoos de maior vazão, além de outros demenor porte, como os rios Paraguaçu ePardo.

O potencial de águas subterrâneasé alto em grande parte da área da unidade,com águas de qualidade regular.

DEPRESSÃO SERTANEJA

Trata-se de paisagem típica do semi-árido nordestino, caracterizada por umasuperfície de pediplanação bastante

Mig

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Dunas do São Francisco, BA

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monótona, com relevo predominante-mente suave ondulado, e cortada por valesestreitos com vertentes dissecadas.Elevações redisuais, cristas e/ou outeirospontuam a linha do horizonte. Esses relevosisolados testemunham os ciclos intensosde erosão que atingiram grande parte dosertão nordestino.

Em função da baixa pluviosidade, avegetação predominante é a caatingahipoxerófila nas área menos secas, e acaatinga hiperxerófila nas áreas de secamais acentuada.

Essa Grande Unidade de Paisagemocupa grande parte do estado do Ceará egrandes trechos nos estados do Rio Grandedo Norte, Paraíba e Pernambuco. Na Bahia,chega até Feira de Santana e, a leste, ocupatoda calha do rio São Francisco, até aregião de Pirapora (MG).

Na Depressão São-franciscana, aosul do lago de Sobradinho, predominamos solos arenosos, profundos e de baixafertilidade natural, com vegetação decaatinga hipoxerófila e trechos de florestacaducifólia em Santa Maria da Vitória eBom Jesus da Lapa (BA).

Na região do médio e baixo SãoFrancisco, o relevo é pouco dissecado, compequenas elevações residuais disse-minadas na paisagem. Os solos são de altafertilidade natural, mas geralmente sãocascalhentos e muito susceptíveis à erosão,e a vegetação é de caatinga muito seca(hiperxerófila).

Na região de Petrolina (PE), margemesquerda do rio São Francisco, predo-minam solos mais profundos de fertilidadenatural baixa e também com vegetação decaatinga hiperxerófila.

No sertão central da Bahia e nos sertõesde Alagoas e Sergipe o modelado é poucodissecado, com ocorrência de solos rasos, queapresentam problemas de salinidade.A vegetação é de caatinga hipoxerófila, comtrechos de floresta caducifólia.

Em parte do sertão central e leste doCeará e nos sertões de Piranhas (PB) e Itaú(RN), observam-se, em relevo poucomovimentado, solos rasos e pedregosos,porém de alta fertilidade natural e comvegetação de caatinga hiperxerófila.

No piemonte do norte do Araripe enos sertões das encostas das serras daIbiapaba e do alto Jaguaribe, predominarelevo bastante movimentado, com solosmedianamente profundos e de altafertilidade natural. A vegetação é decaatinga hipoxerófila com grandeocorrência de caatinga hiperxerófila nasdivisas do Rio Grande do Norte, Paraíba eCeará.

Nas regiões de Quixadá, GeneralSampaio, sudeste de Santa Quitéria eCrateús (CE), sertão centro-norte do RioGrande do Norte e parte do litoral norte doCeará, são observados, em relevo poucomovimentado, solos bastante erodidos,rasos e sujeitos a salinização. A vegetaçãoé de caatinga hiperxerófila e rala, passandoa predominar os carnaubais próximos aolitoral do Ceará. No agreste de Riachuelo(RN) a vegetação é de caatinga hipoxerófila.

Por toda essa Grande Unidade dePaisagem estão disseminados grandesafloramentos de granitos, em cujos sopésocorrem solos arenosos. A maiorconcentração desses afloramentoslocaliza-se nos sertões de Pernambuco eda Bahia.

O clima dessa unidade é quente,semi-árido e apresenta dois períodoschuvosos distintos: o primeiro, em maiorproporção, ocorre na região mais seca(sertão), com período chuvoso de outubroa abril; e o segundo ocorre na região declima mais ameno (agreste), com períodochuvoso de janeiro a junho. De modo geral,a precipitação média anual de toda a áreaé da ordem de 500 a 800mm.

O rio São Francisco e seus afluentes,além de outros rios de menor importância,cortam praticamente toda a unidade. Assim

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o potencial hídrico da área é elevado nasáreas marginais do rio São Francisco e seusafluentes perenes, e dos rios que formamoutras bacias menores (Jaguaribe, Pinhão,Açu, Paraguaçu, etc.).

O potencial hidrogeológico é baixona maior parte da área da unidade.Informações indicam que alguns poçostêm profundidade média de 60 metros evazão de 1,3 litros por segundo, sendo aságuas carregadas de sais, na maioria doscasos.

SUPERFÍCIES DISSECADASDOS VALES DO GURGUÉIA,PARNAÍBA, ITAPECURU ETOCANTINS

Essa unidade incorpora áreasdissecadas acompanhando os vales doGurguéia, do médio e baixo Parnaíba, doalto e médio Itapecuru e do médioTocantins, com altitudes variando entre300 e 560 metros. É formada por relevoondulado associado a áreas rebaixadase, em grande parte, com solos de baixafertilidade natural, concrecionários ounão. A vegetação é de mata sub-úmida(floresta subperenifólia) com e sembabaçuais.

Em trechos relativamente pequenos,são observados solos de fertilidade alta, emárea de relevo plano, suave ondulado eondulado, próximos aos rios Parnaíba eGurguéia (aluviões), nos municípios deElesbão Veloso, Esperantina, Miguel Leão,Joaquim Pires, Eliseu Martins e Redençãodo Gurguéia (PI), bem como no médioTocantins, nos municípios de Porto Francoe Imperatriz (MA).

O clima da área da unidade é do tipochuvoso, com período seco de cincomeses. As precipitações médias anuaisvariam de 900 a 1.500mm, ocorrendo, noestado do Piauí, as mais baixasprecipitações médias anuais. Em ambosestados, o período chuvoso concentra-sede outubro a maio.

O potencial hídrico dessa unidade éalto. Os rios Parnaíba, Itapecuru eTocantins, que constituem a espinha dorsaldessa unidade, são rios perenes e de vazãoelevada, e a estes juntam-se rios de menorexpressão, também perenes, como oGurguéia e outros importantes afluentesdos rios Itapecuru, Tocantins e Parnaíba.

O potencial das águas subterrâneasé geralmente alto, com água de boaqualidade. Entretanto, em alguns casos, opotencial mostrou-se baixo, com águascarregadas de sais.

BACIAS SEDIMENTARES

Essa unidade ocupa uma faixa deorientação sul-norte, de Salvador até acalha do rio São Francisco, tomando orumo nordeste já em Pernambuco, alémde pequenas áreas nos estados do Ceará,Pernambuco e Sergipe.

A bacia do Recôncavo Baiano, comrelevo ondulado, tem altitude entre 150 e300 metros, e solos de baixa fertilidadenatural, exceto pequenas áreas no extremosul, que são ocupadas por solos férteis(massapês). A vegetação é de florestaúmida (perenefólia).

A bacia do Tucano é formada porgrandes superfícies aplainadas, emaltitudes que variam de 400 a 600 metros,cujo trecho mais conhecido é o Raso daCatarina. Essas superfícies apresentamsolos profundos, bastantes arenosos e defertilidade natural muito baixa, sobvegetação de caatinga hiperxerófila ouhipoxerófila. O relevo tabular apresenta-serecortado por entalhes profundos em cujasbaixas encostas encontram-se solos maisférteis.

A bacia do Jatobá, em Pernambuco,tem relevo suave ondulado com altitudesentre 350 e 700 metros. Observa-segrande espalhamento de material arenosodando origem a solos profundos e muitopobres. Nas vertentes dos vales pre-

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dominam os solos cascalhentos, porém,mais férteis. A vegetação é de caatingahiperxerófila.

As �areias� de Mauriti, no Ceará,têm relevo pouco movimentado, comsolos bastante arenosos e pobres.A vegetação é de caatinga hipoxerófila,com trechos de mata seca (florestacaducifólia).

Os regimes climáticos são seg-mentados e bastantes distintos emfunção da localização dessas áreas.Na região do Recôncavo, o clima équente e chuvoso, com precipitaçãomédia mensal superior a 60mm e médiaanual de 1.450 a 1.800mm. Nas áreassemi-áridas da Bahia (Raso da Catarina),o clima é bastante quente e seco, commédia anual das precipitações em tornode 650mm e período chuvoso dedezembro a julho. Em Pernambuco (baciado Jatobá), o clima é mais seco ainda,com precipitação média anual em tornode 450mm e período chuvoso de janeiroa abril.

Esta unidade é cortada por riosimportantes como o Pojuca, o Itapecuru eo Vaza-Barris, na Bahia, e o Moxotó, emPernambuco.

O potencial de água subterrânea émuito variável em toda a unidade. Foramanalisados 249 poços, que apresentamprofundidade média de 45 metros e vazãomédia de 1,6 litros por segundo.A qualidade da água é, quase sempre, deboa a regular.

SUPERFÍCIES CÁRSTICAS

Essa unidade é formada por umagrande faixa descontínua, relacionada aocorrência de calcários, que recorta oNordeste desde Natal (RN) até Pirapora(MG), constituindo-se, ora em áreas dechapadas e chapadões, ora em relevo maisacidentado. Os solos nessas áreas são dealta fertilidade natural.

A chapada do Apodi (RN) apresentarelevo suave ondulado, com solos profundosou não, de alta fertilidade natural, sendo avegetação de caatinga hiperxerófila.

O chapadão de Irecê (BA) éconstituído por um vasto platô, comaltitudes que variam de 500 a 800 metros.Os solos nessa área são de alta fertilidadenatural, sob vegetação de caatingahiperxerófila. Esse platô prolonga-se paraoeste, em área plana de menor altitude(baixio de Irecê), onde aparecem solosprofundos, porém menos férteis, sobvegetação de caatinga hiperxerófila.

Com altitudes entre 400 e 900metros, as áreas dissecadas das encostasorientais dos Gerais (BA) e da bordaocidental do planalto do São Francisco(MG) apresentam solos de fertilidade alta,apesar de serem pouco espessos esuscetíveis à erosão, e vegetação de mataseca (floresta caducifólia).

Além dessas três áreas cársticas,existem outras pequenas áreas deafloramentos de calcário, todas com solosde alta fertilidade natural. As mais notáveisestão localizadas nas regiões de Juazeiro(BA), com vegetação de caatinga hiper-xerófila, e de Euclides da Cunha,Paripiranga, Rio Salitre e Malhada (BA), ePedra Mole (SE), com vegetação decaatinga hipoxerófila, além de Itaeté,Wagner e Utinga (BA), com vegetação defloresta caducifólia.

Em função de sua localizaçãogeográfica, essa unidade apresentapequena distinção climática. Assim, naregião norte de Minas Gerais, o períodochuvoso ocorre de outubro a abril, comprecipitação anual em torno de 1.000mm.Em Irecê, na Bahia, as chuvas têm inícioem novembro, com término em abril, emédia anual em torno de 650mm. Nachapada do Apodi (RN), o clima é maisseco, com período chuvoso de janeiro ajunho (550mm/ano). Nas áreas do sertãoda Bahia (Curaçá, Juazeiro, etc.) o clima

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é muito árido, com cerca de 450mm dechuva por ano ocorrendo entre os mesesde dezembro a abril.

Como é típico de áreas calcárias,essa unidade não apresenta rede fluvial or-ganizada, com exceção de alguns rioslocalizados em vales encaixados na regiãode Irecê (rios Verde e Jacaré) e no norte deMinas.

ÁREAS DE DUNASCONTINENTAIS

Essa unidade forma os �campos dedunas� de Casa Nova e Pilão Arcado, naBahia. São extensas formações dedepósitos eólicos, cuja altura podeultrapassar os 100 metros. Os solos,bastante arenosos, têm fertilidade naturalmuito baixa. Nas depressões interdunaresobservam-se, frequentemente, solos de

características hídricas mais favoráveis(veredas). A vegetação é de caatingahipoxerófila, com trechos de caatingamuito seca (hiperxerófila) na região deCasa Nova.

O clima é muito quente e semi-árido,com estação chuvosa de outubro a abril eprecipitação média anual em torno de800mm.

Pequenos e efêmeros riachosnascem e cortam as áreas dessa unidade,em direção ao rio São Francisco. Narealidade, as águas provenientes dasescassas chuvas e dos riachos constituemos únicos recursos hídricos da área.

O potencial hidrogeológico éconsiderado baixo e médio, e éinexpressivo o número de poçosatualmente existentes.

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Parque Nacional Serra das Confusões - PI

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MACIÇOS E SERRAS BAIXAS

Com altitude entre 300 e 800 metros,essa unidade ocupa área expressiva nosestados do Ceará, Pernambuco, Paraíba eRio Grande do Norte. É formada pormaciços imponentes que se caracterizampor relevo pouco acidentado, com solosde alta fertilidade, os quais são bastanteaproveitados. A vegetação primitiva, hojemuito degradada, é variada, podendo serde florestas ou de caatingas.

Na Bahia, observam-se serrasbastante estreitas e compridas, deorientação geral norte-sul, que rompem amonotonia da vasta planície da DepressãoSertaneja. É o caso das serras do Estreitoe de Itiúba. Esses relevos são tambémnotados em outras regiões do Nordeste,como no alto do Jaguaribe, no Ceará, enos sertões paraibano e norte-rio-grandense. Os solos são geralmentepobres e com vegetação predominante decaatinga.

A área dessa unidade apresentadistinção climática em função da altitude,ou seja, áreas de clima mais ameno nascotas mais altas e de clima mais quente

nos sopés e encostas das serras emaciços. Essas áreas, no entanto,apresentam período chuvoso de janeiro amaio e precipitação média anual de 700a 900mm.

O relevo favorece bastante aimplantação de pequenas barragens.Foram levantados 62 açudes comcapacidade de armazenamento em tornode 736,2 milhões de metros cúbicos deágua de qualidade regular. O potencial deágua subterrânea é baixo, exceto empequenas áreas da Bahia, e as águas sãogeralmente bastante salinas e sódicas.

Características das áreas degradadase considerações sobre a dinâmicadas comunidades vegetais

Segundo os critérios utilizados, a áreado trópico semi-árido (TSA) afetada pordegradação ambiental é de mais de 20milhões de hectares, ou seja, cerca de 22%da área e 12% da região Nordeste (Tabela 4).Porém, o mais preocupante é que esta áreacrítica abrange quase 66% da região maisseca do TSA.

Tabela 4 - Escala de degradação ambiental e áreas atingidas na região Nordeste.

BNC = Bruno não cálcicosLI = Litólicos

Níveis de Tipos eSensibilidade Tempo de

Área mais NEdegradação associações Relevo à erosão ocupação seca do TSA (%) (%)ambiental de solos TSA (%)

Severo BNC Suave ondulado, ondulado For te Longo (algodão) 38,42 12,80 7,15

Acentuado LI Ondulado, for te Muito For te Recente cultura 10,23 3,40 1,90ondulado, montanha de subsistência

Moderado PE, Ondulado e for te Moderado Longo 10,21 3,40 1,89TRE, CE ondulado Cultivo comercial

MédioBaixo PL Plano e suave ondulado Moderado Pastagem e cultivo 7,07 2,35 1,89

de subsistência

TOTAL (20.364.900 hectares) 65,93 21,95 12,25

PE = Podzólicos eutróficosTRE = Terras roxas estruturadas

CE = CambissolosPL = Planossolos

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Para efeito de simplificação esseestudo baseou-se nos tipos de solospredominantes, que são os bruno nãocálcicos, litólicos, podzólicos eutróficos,terras roxas estruturadas, cambissolos eplanossolos.

Áreas de solos bruno não cálcicosAs áreas de solos bruno não cálcicos

com relevos ondulado e suave ondulado ecom grau de degradação severorepresentam mais de 38% da área maisseca do TSA. Embora nos dias atuais, hajadificuldade de se encontrar remanescentesda vegetação nativa em estágio clímax,vários são os indícios de que no passadoexistia uma mata seca de alto porte,dominada por baraúnas, aroeiras, pereirose catingueiras-verdadeiras. Num estado dedegradação acentuado, esta mata secareduziu-se a uma vegetação rala de juremassobre uma relva de capim-panasco.Quando em solos vérticos, observa-se,principalmente, uma ocupação maciça decatingueiras-verdadeiras e pereiros. Emcondições mais favoráveis, a vegetação ésemi-aberta com dominância dacatingueira-verdadeira, pinhão, favela-de-cachorro e pereiro.

Áreas de solos litólicosAs áreas de solos litólicos, em relevo

ondulado e forte ondulado, ocupam cercade 10% da zona mais seca do TSA eapresentam acentuado grau dedegradação. Dentre as formações vegetaisda caatinga hiperxerófila, a vegetação dosrelevos é, de modo geral, a menosdegradada. Porém, nos solos litólicos dosrelevos residuais que apresentamcondições climáticas mais amenas, avegetação sofre mais intensamente a açãodos cultivos.

Nos relevos de rochas cristalinas,desenvolve-se uma mata seca dominadapelo angico-brabo. As outras espécies

ocorrentes são, às vezes, esparsas, emfunção dos desmatamentos seletivos. Soba mata residual fechada, o estrato arbustivoé inexpressivo, contudo, qualquer tipo dedegradação acarreta o aparecimento domarmeleiro-preto, que se torna invasorquando a cobertura do estrato lenhoso altodiminui, e ao mesmo tempo, multiplicam-se os angicos, as favelas e, principalmente,a catingueira-verdadeira.

Devido à dificuldade de acesso àsáreas de solos litólicos em relevos residuais,os cultivos tradicionais nessas áreasprovocam riscos muito baixos dedegradação ambiental, salvo nas regiõesmuito povoadas, onde o abandono dasterras esgotadas das áreas baixas exige aexploração de novas áreas, trazendoconseqüências desastrosas, em função dosprocessos erosivos.

Áreas de solos podzólicos eutróficos,cambissolos e terras roxas estruturadas

Essas áreas ocupam cerca de 10%da região mais seca do TSA e apresentamum grau de degradação moderado. Ossolos possuem características físicas equímicas mais favoráveis que os demais,traduzindo-se pela dominância dacatingueira-rasteira no estrato arbustivo(boa drenagem), embora com ocorrência,às vezes significativa, da catingueira-verdadeira. Via de regra, a cobertura vegetalé densa e bastante diversificada, mesmoonde a degradação ambiental é acentuadae há predominância do estrato herbáceo.Em caso extremo de degradação, adiversidade florística é dramaticamentereduzida, chegando-se a ter apenas duasespécies.

Áreas de planossolosAs áreas de planossolos, em relevo

plano e suave ondulado, com grau dedegradação baixo, perfazem cerca de 7%da área mais seca do TSA. Por serem solos

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particularmente desfavoráveis aocrescimento das plantas, a caatinga nelesinstalada apresenta-se bastante rarefeita,embora condicionada pela espessura dohorizonte arenoso superficial. No caso dehorizonte espesso, cultivam-se plantasalimentícias pouco exigentes, em funçãoda sua fácil trabalhabilidade em sistemasde cultivo tradicionais. Sobre osplanossolos, a vegetação de caatinga nãoapresenta plantas lenhosas características,mas uma forte diminuição do número deespécies, cujos indivíduos encontram-sebastante espaçados e/ou agrupados empequenos bosques, com três ou quatroespécies básicas. No estrato herbáceo, aocontrário do que acontece nos outros tiposde caatinga, observa-se uma composiçãoflorística muito diversificada, emborafisionomicamente apareçam ciperáceasanuais e perenes e, principalmente, umrelva contínua de capim-panasco.

Distribuição das áreas comdegradação ambiental nos estadosdo Nordeste (TSA mais seco)

Os estados da Paraíba e do Cearátêm mais da metade das suas áreas comproblemas graves de degradaçãoambiental. Rio Grande do Norte ePernambuco vêm a seguir, com mais de25% das suas áreas atingidas, enquanto osestados de Sergipe, Bahia, Piauí e Alagoasapresentam valores inferiores (Tabela 5).

É importante destacar que as áreasde solos bruno não cálcicos, comdegradação ambiental severa, predominamem todos os estados. As áreas comdegradação ambiental moderada alcançamvalores baixos no Ceará, Rio Grande doNorte e Paraíba. As áreas de solos litólicos,com degradação ambiental acentuada,estão bem representadas no estado daParaíba (Tabela 5).

Tabela 5 - Áreas com degradação ambiental nos estados do Nordeste (hectares).

BNC = Bruno não cálcicosLI = Litólicos

Níveis de Tiposdegradação associações Alagoas Bahia Ceará Paraíba Pernambuco Piauí Rio Grande Sergipeambiental de solos do Norte

Severo BNC 90.400 2.031.300 4.253.000 2.106.100 2.629.800 588.700 896.200 271.2003,26% 3,63% 28,98% 37,36% 16,58% 2,34% 16,92% 12,29%

Acentuado LI � 667.300 885.600 692.500 721.100 54.000 141.100 �1,19% 6,03% 12,28% 7,34% 0,21% 2,66%

Moderado PE, TRE, � 163.200 509.900 298.500 154.400 792.300 265.800 �CE 0,29% 3,47% 5,29% 1,57% 3,17% 5,01%

Baixo PL � � 2.060.000 429.300 � 61.100 602.100 �14,03% 8,62% 0,24% 11,35%

Total 90.400 2.861.800 7.708.500 3.526.400 2.505.300 1.496.100 1.905.200 271.2003,26% 5,11% 52,51% 63,55% 25,49% 5,96% 35,94% 12,29%

PE = Podzólicos eutróficosTRE = Ter ras roxas estruturadas

CE = CambissolosPL = Planossolos

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Fatores abióticos:áreas e ações

prioritárias paraa conservação

da Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO

GRUPO TEMÁTICO `FATORES ABIÓTICOS`

Iêdo Bezerra de SáCoordenação

Aguinaldo Araújo Silva Filho

Carlos Amiro Moreira Pinto

George André Fotius

Gilles Robert Riché

Hernande Pereira da Silva

Rebert Coelho Correia

Renival Alves de Souza

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Quatro sub-regiões bastantepreocupantes foram identificadas (Figura 1).

A primeira corresponde às margensdo rio São Francisco. Essa área foiexplorada intensamente quando daextração de madeira para as caldeiras dosbarcos a vapor que faziam o transportefluvial da região, o que levou a umempobrecimento da vegetação ribeirinha.Isso tem causado desbarrancamento etodo o processo erosivo e de assoreamentoa ele associado.

A segunda corresponde às áreas deaqüíferos subterrâneos em áreas sedi-mentares, os quais são utilizados para supriro consumo humano ou para irrigação.O uso não sustentável, associado aosdesmatamentos e às queimadas, prejudicaos setores de recarga, e com isso causarebaixamento nos níveis piezométricos; o

A fragilidade do ambiente e o nívelde pressão antrópica foram os principaiscritérios em que se fundamentou aidentificação das áreas prioritárias para aconservação concernente aos fatoresfísicos. A identificação baseou-se na formade utilização agroecológica das áreas, emvirtude de suas características marcantesquanto a recursos naturais esocioeconômicos. Como fontes para atomada de decisão foram utilizados mapasde altitude, de geomorfologia, de solos, declima (principalmente de distribuição daschuvas), de vegetação natural, e derecursos hídricos (tanto superficiais quantosubsuperficiais). No tocante às fontesagrossocioeconômicas, as principaisvariáveis enfocadas foram: a densidadedemográfica, a estrutura fundiária e ossistemas de produção/exploração usadospelas comunidades.

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Parque Nacional Serra das Confusões - PI

39

que poderá comprometer seriamente aacumulação de água num futuro próximo.

A terceira sub-região correspondeaos locais de atividade de mineração.Como principal exemplo pode-se citar opólo gesseiro da chapada do Araripe quevem, ao longo dos anos, utilizando-se dosrecursos vegetais da caatinga comoelemento principal na calcinação dagipsita, e provocando a total devastaçãoda biota nativa e sua conseqüenteexaustão.

Finalmente, a quarta sub-região,merecedora de destaque, corresponde àsexpressivas zonas sujeitas a processos dedesertificação, em níveis que vão desde omoderado até o severo. Nesses locais avegetação nativa é alvo permanente deexploração, daí a expressiva degradaçãoambiental. Desses processos decorremfragilidades econômicas e sociaissignificativas, as quais são potencializadaspela ocorrência dos repetidos eventos dassecas.

Figura 1Áreas

prioritáriaspara

conservaçãoda Caatinga

com base nosfatores

abióticos

Áreas e ações críticas

Desmatamento e queimadas da vegetação nativaGestaçaõ e exploração dos recursos naturaisPreservação da vegetação, fauna e floraPreservação da vegetação, fauna e flora - Recursos hídricos subterrâneos /Superexploração / Desmatamento e queimadas em zonas de recarga

Proteção aos recursos hídricos / Elevada biodiversidade /Susceptibilidade a desertificaçãoRecursos hídricos subterrâneos / Superexploração /Desmatamento e queimadas em zonas de recarga

Recursos hídricos superficiais / Desmatamento da vegetaçãociliar e assoreamentoVegetação / Atividades industriais predatórias

Hidrografia

Limite estadualLimite do bioma caatinga

Recursos hídricos superficiais / Desmatamento da vegetação ciliar

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1 - MARGENS DO RIO SÃOFRANCISCO

Localização: BA: Curaçá, Glória, PauloAfonso, Rodelas, Abaré, Chorrochó,Juazeiro, Casa Nova, Remanso, PilãoArcado, Itaguaçu da Bahia, Xique-Xique,Barra, Morpará, Sobradinho, Sento Sé,Ibotirama, Paratinga; PE: Petrolina,Floresta, Petrolândia, Itacuruba, Cabrobó,Belém de São Francisco, Orocó, SantaMaria da Boa Vista; AL: Delmiro Gouveia.

Justificativa para inclusão: As margens dorio São Francisco foram, por muitos anos,exploradas intensamente para extração demadeira para as caldeiras dos barcos avapor que faziam o transporte fluvial daregião. A vegetação ribeirinha sofreu e sofreum forte empobrecimento de materiallenhoso, sobretudo nas áreas maisadjacentes ao leito do rio. Deste modo,estas áreas estão contribuindo fortementepara o desbarrancamento e todo oprocesso erosivo e de assoreamento a eleassociado.

Aspectos físicos/geográficos: A área objetode intervenção compreende as margensdireita e esquerda partindo do municípiode Paratinga (BA) até Delmiro Gouveia (AL)(margem direita) e Paulo Afonso (BA)(margem esquerda).

Pressões antrópicas: No passado recenteestas áreas foram objeto de exploraçãoindiscriminda das margens para atender anecessidade de material combustível dosbarcos a vapor. No presente a pressãoantrópica tem sua maior expressão naampliação dos campos de cultivo, sobretudopara a prática da agricultura irrigada.

Ações recomendadas: Restauração; usosustentável.

2 - AQÜÍFEROS SUBTERRÂNEOSEM BACIAS SEDIMENTARES ÁREA 1(TUCANO/JATOBÁ)

Localização: AL: Delmiro Gouveia,Pariconha; BA: Tucano, Euclides da Cunha,Quijingue, Canudos, Jeremoabo, PauloAfonso, Glória, Santa Brígida, Rodelas,Canindé do São Francisco; PE: Tacaratu,Petrolândia, Inajá.

Justificativa para inclusão: A explotaçãoindiscriminada dos aqüíferos subterrâneosem áreas sedimentares, quer paraabastecimento humano ou irrigação, aliadaaos desmatamentos e queimadas, vemprejudicando os setores de recarga assimcomo causando rebaixamento nos níveispiezométricos que podem comprometer,seriamente, a acumulação de água nofuturo próximo.

Aspectos físicos/geográficos: As baciassedimentares interiores do Nordesteconstituem expressões topográficas bemdefinidas com extensão regional a sub-regional. Localizam-se nos estados dePernambuco e Bahia. Em Pernambucositua-se na porção centro sul do sertão,enquanto na Bahia imediatamente anordeste.

Pressões antrópicas: Super exploração dosaqüíferos; desmatamento e queimadas noentorno das zonas de recarga; intrusão deagentes patogênicos e contaminação porprodutos químicos nos lençóis freáticos.

Ações recomendadas: Uso sustentável;investigação científica.

3 - AQÜÍFEROS SUBTERRÂNEOSEM BACIAS SEDIMENTARES ÁREA 2(BELMONTE)

Localização: PE: São José do Belmonte.

Justificativa para inclusão: A explotaçãoindiscriminada dos aqüíferos subterrâneosem áreas sedimentares, quer paraabastecimento humano ou irrigaçãoaliados aos desmatamentos e queimadas,vem prejudicando os setores de recargaassim como causando rebaixamento nosníveis piezométricos que podem compro-meter, seriamente, a acumulação de águano futuro próximo.

Aspectos físicos/geográficos: As baciassedimentares interiores do Nordesteconstituem expressões topográficas bemdefinidas com extensão regional a sub-regional. Localizam-se no estado dePernambuco, zona do sertão, nas seguintescoordenadas: 7.86139 de Latitude S e38.7597 Longitude W.

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Pressões antrópicas: Super exploração dosaqüíferos; desmatamento e queimadas noentorno das zonas de recarga; intrusão deagentes patogênicos e contaminação porprodutos químicos nos lençóis freáticos.

Ações recomendadas: Uso sustentável;investigação científica.

4 - AQÜÍFEROS SUBTERRÂNEOSEM BACIAS SEDIMENTARES ÁREA 3(APODI)

Localização: RN: Açu, Mossoró

Justificativa para inclusão: A exploraçãoindiscriminada dos aqüíferos subterrâneosem áreas sedimentares, quer para abaste-cimento humano ou irrigação, aliada aosdesmatamentos e queimadas, vem prejudi-cando os setores de recarga assim comocausando rebaixamento nos níveis piezo-métricos que podem comprometer, seria-mente, a acumulação de água no futuropróximo.

Aspectos físicos/geográficos: As baciassedimentares interiores do Nordesteconstituem expressões topográficas bemdefinidas com extensão regional a sub-regional. Localizam-se no oeste do estadodo Rio Grande do Norte, zona do sertão,nas seguintes coordenadas: Açú: 5.57667Lat S e 36.9086 Long W.

Pressões antrópicas: Super exploração dosaqüíferos; desmatamento e queimadas noentorno das zonas de recarga; intrusão deagentes patogênicos e contaminação porprodutos químicos nos lençóis freáticos.

Ações recomendadas: Uso sustentável;investigação científica.

5 - AQÜÍFEROS SUBTERRÂNEOSEM BACIAS SEDIMENTARES ÁREA 4(ARARIPE)

Localização: CE: Barbalha, Missão Velha,Crato, Juazeiro do Norte.

Justificativa para inclusão: A explotaçãoindiscriminada dos aqüíferos subterrâneosem áreas sedimentares, quer paraabastecimento humano ou irrigação, aliadaaos desmatamentos e queimadas, vemprejudicando os setores de recarga assimcomo causando rebaixamento nos níveis

piezométricos que podem comprometer,seriamente, a acumulação de água nofuturo próximo.

Aspectos físicos/geográficos: As baciassedimentares interiores do Nordesteconstituem expressões topográficas bemdefinidas com extensão regional a sub-regional. Localizam-se no estado do Ceará,região do Cariri, nas seguintes coordena-das: Crato: 7.23417 latitude S e 39.4094longitude W; Juazeiro do Norte: 7.21306latitude S e 39.3153 longitude W.

Pressões antrópicas: Super exploração dosaqüíferos; desmatamento e queimadas noentorno das zonas de recarga; intrusão deagentes patogênicos e contaminaçãoprodutos químicos nos lençóis freáticos.

Ações recomendadas: Uso sustentável;investigação científica.

6 - AQÜÍFEROS SUBTERRÂNEOSEM BACIAS SEDIMENTARES ÁREA 5(PARNAÍBA)

Localização: PI: Jaicós, Picos

Justificativa para inclusão: A explotaçãoindiscriminada dos aqüíferos subterrâneosem áreas sedimentares, quer paraabastecimento humano ou irrigação, aliadaaos desmatamentos e queimadas, vemprejudicando os setores de recarga assimcomo causando rebaixamento nos níveispiezométricos que podem comprometer,seriamente, a acumulação de água nofuturo próximo.

Aspectos físicos/geográficos: As baciassedimentares interiores do Nordesteconstituem expressões topográficas bemdefinidas com extensão regional a sub-regional. Localizam-se no Estado do Piauíborda oriental da província do Parnaíba, nasseguintes coordenadas: Picos: 7.07694latitude S e 41.4669 longitude Wr; Jaicós:7.35917 latitude S e 41.1378 longitude W.

Pressões antrópicas: Super exploração dosaqüíferos; desmatamento e queimadas noentorno das zonas de recarga; intrusão deagentes patogênicos e contaminação porprodutos químicos nos lençóis freáticos.

Ações recomendadas: Uso sustentável;investigação científica.

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7 - CAATINGA SETENTRIONAL

Localização: PE: Buíque, São Joaquim doMonte, Agrestina, Águas Belas, Alagoinha,Venturosa, Tacaimbó, São Caetano, SãoBento do Una, Sanharó, Sairé, Pesqueira,Pedra, Paranatama, Caruaru, Capoeiras,Camocim de São Félix, Caetés, Cachoei-rinha, Brejo da Madre de Deus, Bezerros,Belo Jardim, Altinho.

Justificativa para inclusão: A referida áreaapresenta alto grau de susceptibilidade àdesertificação, elevada biodiversidadeflorística, e tensão ecológica. Devido à fortepressão antrópica, é necessária a proteçãoaos recursos hídricos da área.

Aspectos físicos/geográficos: A área situa-se no agreste de Pernambuco, entre os riosIpanema e Ipojuca. Área de altimetriavariando entre 500 a 800 metros dealtitude.

Pressões antrópicas: Desmatamento;efluentes industriais e domésticos nosprincipais recursos hídricos da região;gestão inadequada; crescente densidadedemográfica.

Ações recomendadas: Restauração; usosustentável.

8 - RIO PARNAÍBA

Localização: MA: Brejo, Santa Quitéria doMaranhão, Aroiases, Magalhães deAlmeida, São Bernardo; CE: Ibiapina, SãoBenedito, Ubajara, Tinguá, Viçosa doCeará; PI: Brasileira, Domingos Mourão,Carnaubal, Cocal, Piracuruca, São José doDivino, Batalha, Capitão de Campos,Campo Maior, Alto Longá, Coivaras,Cabeceiras do Piauí, Barras, Esperantina,Joaquim Pires, Buriti dos Lopes, Parnaíba.

Justificativa para inclusão: O desmata-mento das matas ciliares, provocado pelaação do homem no rio Parnaíba, vemcausando assoreamento da sua calhaafetando a navegabilidade, além deprejudicar a economia que depende dapesca. O delta do Parnaíba, importanteecossistema, também deve ser preservadoda ação do homem, quer através doturismo ou da pesca predatória. A proteçãodos recursos hídricos e o elevado grau de

susceptibilidade à desertificação são fatoresessenciais para a recuperação destemanancial.

Aspectos físicos/geográficos: A área objetodesta ação compreende o médio e baixotrecho do rio Parnaíba, localizado na regiãolimítrofe dos estados do Piauí e Maranhão.

Pressões antrópicas: Desmatamento equeimadas das matas ciliares; lançamentode agentes poluidores; assoreamento;gestão inadequada.

Ações recomendadas: Uso sustentável;restauração.

9 - AÇUDE ARARAS

Localização: CE: Santana do Acaraú, Coreaú,Moraújo, Uruoca, Granja, Massapê,Monsenhor Tabosa, Tamboril, Catunda, SantaQuitéria, Hidrolândia, Nova Russas, Ipueiras,Ipu, Pires Ferreira, Varjota, Reriutaba, Cariré,Groaíras, Forquilha, Sobral.

Justificativa para inclusão: Principalreservatório de perenização do rio Acaraú, oAçude Araras se constitui no único manancialde abastecimento humano, animal e práticasde irrigação do setor oeste do Ceará. Osconflitos de uso da água, além do lançamentode efluentes e práticas inadequadas deirrigação, induzem à sua proteção, e o elevadograu de susceptibilidade à desertificaçãoconstituem-se em fatores essenciais para arecuperação deste manancial.

Aspectos físicos/geográficos: O Açude Ararasé o principal reservatório do oeste do Cearáe perenizador do rio Acaraú, que corre nosentido sul-norte.

Pressões antrópicas: Assoreamento; gestãoinadequada.

Ações recomendadas: Uso sustentável;restauração.

10 - AÇUDE ORÓS E RIO JAGUARIBE

Localização: CE: Saboeiro, Aiuaba, Russas,Jaguaruana, Quixerê, Tabuleiro do Norte,Limoeiro do Norte, Morada Nova, São Joãodo Jaguaribe, Alto Santo, Jaguaretama,Jaguaribara, Icó, Jaguaribe, Quixelô, Orós,Cariús, Iguatu, Jucás, Acopiara, Mombaça,Tauá, Catarina, Antonina do Norte.

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Justificativa para inclusão: O desmatamentodas matas ciliares, provocado pela ação dohomem no rio Jaguaribe, aliado aos projetosde irrigação mal dimensionados, vemcausando assoreamento da sua calha, alémde prejudicar a economia que depende dapesca. O açude Orós, principal manacial deperenização deste rio, também deve serpreservado da ação do homem, quer atravésdo turismo ou da pesca predatória.A proteção dos recursos hídricos e o elevadograu de susceptibilidade à desertificação sãofatores essenciais para a recuperação destemanancial.

Aspectos físicos/geográficos: O rioJaguaribe é o principal manancial do estadodo Ceará, correndo na direção sul-norte, e,na área selecionada, próximo do limite comos estados da Paraíba e Rio Grande doNorte. O Açude Orós, principal agenteperenizador do Jaguaribe, corresponde oprimeiro açude do Estado em volume deágua, e está situado no municípiohomônimo.

Pressões antrópicas: Desmatamento equeimadas das matas ciliares; lançamentode agentes poluidores; assoreamento;gestão inadequada.

Ações recomendadas: Uso sustentável;restauração.

11 - RIO PIRANHAS E AÇU

Localização: PE: Brejo Santo, Barro, Mauriti;PB: Santana de Mangueira, Coremas, Brejoda Cruz, Belém do Brejo da Cruz, São Joãodo Rio do Peixe, Ibiara, Monte Horebe,Conceição, Bonito de Santa Fé, Aguiar,Carrapateira, Serra Grande, São José deCaiana, São José de Piranhas, Diamante, BoaVentura, Pedra Branca, Itaporanga, Igaracy,Santana dos Garrotes, Piancó, São José daLagoa Tapada, Nazarezinho, Cajazeiras,Souza, Emas, Pombal, Paulista, Riacho dosCavalos, São Bento; RN: Serra Negra doNorte, Jardim das Piranhas, São Fernando,Santana dos Matos, São Rafael, AugustoSevero, Jucurutu, Paraú, Alto do Rodrigues,Afonso Bezerra, Ipanguaçu, Macau,Pendência, Serra do Mel, Areia Branca,Carnaubais.

Justificativa para inclusão: O desmatamentodas matas ciliares, provocado pela ação dohomem no rio Piranhas/Açu, principalmanancial do semi-árido dos estados daParaíba e Rio Grande do Norte, temprovocado o assoreamento e a consequenteinundação das margens nos períodos deinverno. Principal manancial de recarga daBarragem de Açu, maior reservatório doestado do Rio Grande do Norte, será oprincipal meio de transporte das águas doSão Francisco. A proteção dos recursoshídricos e o elevado grau de susceptibilidadeà desertificação são fatores essenciais para arecuperação deste manancial.Aspectos físicos/geográficos: O Rio Piranhas/Açu, que corta os estados da Paraíba e RioGrande do Norte, está localizado no sertãodesses estados, portanto inserido comple-tamente no semi-árido.Pressões antrópicas: Desmatamento equeimadas das matas ciliares; lançamentode agentes poluidores; assoreamento; gestãoinadequada.Ações recomendadas: Uso sustentável;restauração.

12 - ÁREA DE CARVOEJAMENTOLocalização: PE: Arcoverde, Buíque,Tupanatinga, Calumbi, Flores, Betânia,Serra Talhada, Ibimirim, Floresta, Sertânia,Custódia.Justificativa para inclusão: Existência degrande exploração da vegetação nativa paraa produção de carvão vegetal, necessitandode manejo visando impedir a retiradapredatória.Aspectos físicos/geográficos: A área situa-se no semi-árido pernambucano, limi-tando-se pelos municípios de Cruzeiro doNordeste, Custódia, Sertânia, Floresta,Ibimirim e Serra Talhada.Pressões antrópicas: Exploração irracionalda vegetação nativa.Ação recomendada: Uso sustentável.

13 - RASO DA CATARINALocalização: BA: Santa Brígida, Glória,Rodelas, Macururé, Jeremoabo, Canudos,Paulo Afonso.

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Justificativa para inclusão: Esta área temcomo características gerais uma baixa amédia potencialidade do ponto de vista daagropecuária. A agricultura restringe-sepraticamente a culturas para subsistênciae o excedente para comercialização emfeiras locais. A inclusão desta áreadepreende-se dela apresentar umavegetação nativa de caatinga arbóreaarbustiva, que serve de refúgio para a faunasilvestre e também como uma reserva demuitas espécies vegetais específicas destestipos de ambientes.

Aspectos físicos/geográficos: Esta zonacaracteriza-se por clima muito quente comchuvas de outono, com uma precipitaçãomédia de 600mm. Apresenta superfíciesplanas cortadas pelos entalhes profundosdos rios Macururé e Vaza Barris. Os solospredominantes são: areias, bruno nãocálcicos, litólicos e solos aluviais.

Pressões antrópicas: Zona de ocupaçãomuito fraca, aproximadamente umhabitante por quilômetro quadrado epredominância de médias propriedades(100-200ha). Predomínio absoluto dapecuária extensiva de caprinos e ovinos emsistema de subsistência.

Ação recomendada: Proteção integral.

14 - NÚCLEO DE DESERTIFICAÇÃO

Localização: PE: Belém de São Francisco,Cabrobó, Orocó.

Justificativa para inclusão: Já são expressivasas áreas sujeitas a processos de desertificaçãono interior do semi-árido, quer a exploraçãode suas terras estejam sendo feitas em grandeou pequena escala. Em decorrência, resultamfragilidades econômicas e sociais con-sideráveis, potencializadas pela ocorrênciados repetidos eventos das secas, ne-cessitando providências no campo da gestãoeconômica do meio ambiente.

Aspectos físicos/geográficos: Esta zona estácaracterizada por superfícies aplainadas derelevo suave ondulado com elevaçõesresiduais. Apresenta um clima quente e semi-árido com estação chuvosa no outono. Estáinserida no sertão do Moxotó, no estado dePernambuco.

Pressões antrópicas: Zona com poten-cialidade baixa a média, com uma densidadedemográfica em torno de 28 hab/km2.A pecuária praticada é extensiva comatividades agrícolas limitadas. Aproximada-mente 90% das propriedade tem menos de50 hectares.

A vegetação nativa é alvo permanente deexploração, daí a expressiva degradaçãoambiental.

Ações recomendadas: Restauração; usosustentável.

15 - POLO GESSEIRO

Local ização: PE: Araripina, Ipubi,Trindade, Exu, Ouricuri, Bodocó; PI:Simões.

Justificativa para inclusão: As atividadesde mineração constituem-se ematividades transformadoras do meioambiente. O polo gesseiro do Araripe vem,ao longo dos anos, utilizando-se dosrecursos vegetais da Caatinga comoelemento principal na calcinação dagipsita, provocando uma total devastaçãoda biota nativa e a sua consequenteexaustão. A necessidade de um programaadequado de manejo e a restauração davegetação são elementos fundamentaispara a recuperação da área objeto deintervenção.

Aspectos físicos/geográficos: Esta zona estácaracterizada por superfícies altas, poucodissecadas, predominantemente planas notopo das chapadas, com vertentesíngremes nas bordas. Apresenta climaquente e semi-árido com estação chuvosade verão, com precipitação média de930mm. A zona em questão é conhecidacomo Chapada do Araripe.

Pressões antrópicas: Desmatamentointensivo com remoção quase quecompleta da vegetação nativa. Atividadesindustriais desordenadas e gestãoinadequada dos recursos florestais.Apresenta uma densidade demográficamédia em torno de 30 hab/km2.

Ações recomendadas: Restauração; usosustentável.

Parte II

Vegetação

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Diagnósticoda vegetação

nativa do biomaCaatinga

Ana Maria GiuliettiUniversidade Estadual de Feira de Santana

Ana Luiza du Bocage NetaEmpresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária

Antônio Alberto J. F. CastroUniversidade Federal do Piauí

Cíntia F. L. Gamarra-RojasAssociação Plantas do Nordeste/

Centro Nordestino de Informações sobre Plantas

Everardo V. S. B. SampaioUniversidade Federal de Pernambuco

Jair Fernandes VirgínioAssociação Plantas do Nordeste

Luciano Paganucci de QueirozUniversidade Estadual de Feira de Santana

Maria Angélica FigueiredoUniversidade Federal do Ceará

Maria de Jesus Nogueira RodalUniversidade Federal Rural de Pernambuco

Maria Regina de Vasconcellos BarbosaUniversidade Federal da Paraíba

Raymond M. HarleyUniversidade Estadual de Feira de Santana /

Royal Botanical Gardens, Kew

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INTRODUÇÃO

Dentre os biomas brasileiros, aCaatinga é, provavelmente, o mais des-valorizado e mal conhecido botanicamente.Esta situação é decorrente de uma crençainjustificada, e que não deve ser maisaceita, de que a Caatinga é o resultado damodificação de uma outra formaçãovegetal, estando associada a umadiversidade muito baixa de plantas, semespécies endêmicas e altamentemodificada pelas ações antrópicas. Apesarde estar, realmente, bastante alterada,especialmente nas terras mais baixas, aCaatinga contém uma grande variedade detipos vegetacionais, com elevado númerode espécies e também remanescentes devegetação ainda bem preservada, queincluem um número expressivo de táxonsraros e endêmicos.

Quem primeiro reconheceu estasituação foi Andrade-Lima (1981), quepublicou uma primeira aproximação paraa classificação dos diferentes tipos decaatingas, utilizando aspectos fisionô-micos e dados florísticos para caracterizaros agrupamentos, destacando, também,a importância de fatores abióticos comoclima, especialmente a precipitação, esolo. Para o Workshop de Avaliação eAções Prioritárias para a Conservação daBiodiversidade da Caatinga, realizado emPetrolina, em 2000, Rodal & Sampaio

(2002) propuseram mudanças no sistemade Andrade-Lima, analisando as unidadespropostas e associando-as ao recenteZoneamento Agroecológico do Nordeste -ZANE (Silva et al. 1993). Porém, adiversidade de padrões de vegetaçãodetectados, não permitiu, até o momento,a elaboração de um sistema de classificaçãoideal, persistindo inúmeras questões nãorespondidas e lacunas a serem preenchidas.

A falta de informação sobre locaisque provavelmente têm grandeimportância científica mas que requeremmais pesquisa, foi um dos grandesproblemas detectados. De particularinteresse poderiam ser citados os enclavesde �caatinga� existentes fora do Nordestee que são classificados em outros tiposde vegetação. Poderiam ser destacados:1) áreas mais ao sul da região da Caatinga,especialmente em Minas Gerais; 2)possíveis enclaves de caatinga naAmazônia, onde ocorrem espécies típicasda caatinga nordestina, como Schinopsisbrasiliensis (baraúna), recentementereferida para a região, provavelmenteassociada com áreas rochosas, onde odesenvolvimento de floresta é maisrestrito; e 3) áreas dentro da zona de MataAtlântica, como, por exemplo, Pedra Azul,em Minas Gerais, e Cabo Frio, no Rio deJaneiro.

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Nas últimas décadas, os biólogostêm voltado sua atenção para a Caatinga.Em vários dos seus trabalhos, Andrade-Lima (1981,1989) chamou a atenção paraa riqueza da flora da Caatinga e destacouos exemplos fascinantes das adaptaçõesdas plantas aos hábitats semi-áridos.Dessa forma, a Caatinga, tem sedestacado por conter uma grandediversidade de espécies vegetais, muitasdas quais endêmicas ao bioma, e outrasque podem exemplif icar relaçõesbiogeográficas que ajudam a esclarecer adinâmica histórica vegetacional da própriaCaatinga e de todo o leste da América doSul.

A lista mais ampla de espécies deangiospermas endêmicas da Caatingahavia sido elaborada por Prado (1991), querelacionou 12 gêneros e 183 espéciesendêmicas, e demonstrou as fortesrelações florísticas existentes entre essebioma e outros tipos vegetacionais daAmérica do Sul, especialmente os das áreasperiféricas do Chaco, no Paraguai, Bolíviae noroeste da Argentina.

Harley (1996), analisando a floraherbácea das caatingas, mencionou setegêneros endêmicos, parte deles ligados àsáreas próximas a lagoas temporárias. Parao Workshop da Caatinga, Giulietti et al.(2002) listaram para o bioma, 18 gênerose 318 espécies endêmicas, pertencentesa 42 famílias, incluindo tanto plantas deáreas arenosas como rochosas (Anexo 1).A família com maior número de espéciesendêmicas (80) é a Leguminosae, que étambém o grupo mais bem representadonas caatingas (Queiroz 2002). Outra

família com grande número de espéciesendêmicas (41) é a Cactaceae, que temsido muito estudada por Taylor & Zappi(2002). Dessas, várias estão incluídascomo vulneráveis ou em perigo deextinção.

Outras famílias destacam-se pelonúmero de gêneros endêmicos:Scrophulariaceae (3); Malpighiaceae (2);Compositae (2). Dentre os gêneros da famíliaScrophulariaceae, Anamaria e Dizygostemon,são exclusivos das margens de lagoastemporárias do oeste de Pernambuco e limitecom Piauí e Bahia, e Ameroglossum foidescrito em 2000, sendo restrito aos vãos dosblocos de granito da região de Bonito, PE, etambém da Paraíba (Castro et al. 2002). Afamília Malpighiacae inclui os gênerosmonotípicos Barnebya e Macvaughia, oprimeiro ocorrendo principalmente no Rasoda Catarina e o segundo recoletado pelaequipe da Associação Plantas do Nordeste �APNE � no mesmo local do material-tipo(Filadélfia, BA), durante o trabalho de camporealizado por ocasião da preparação domaterial para o Workshop da Caatinga.

A realização de novas coletas na regiãoNordeste e o estudo e identificação dosespécimes já depositados nos herbários daregião, levarão, com certeza, à detecção denovos táxons endêmicos. Deve-se, também,enfatizar a recoleta de táxons endêmicosrestritos, como por exemplo, o gêneroHaptocarpum (Capparaceae), só conhecidodo material-tipo coletado nas redondezas deMaracás (BA).

A análise da flora da Caatinga mostraque a maior diversidade está associada às

ESPÉCIES ENDÊMICAS DA CAATINGA

A água, como um fator limitante naCaatinga, também destaca um ponto muitoimportante, que é a preservação dos riospermanentes. Esses rios têm um papelessencial, provendo água durante todo o ano,tanto para as espécies da fauna e flora, comopara as populações que nela residem. Aconservação de tais rios depende da proteção

de suas cabeceiras, que geralmente estãolocalizadas fora da zona da Caatinga, porexemplo, nos brejos ou florestas montanasda Borborema, Chapada Diamantina, Serrado Araripe, dentre outros. Dessa forma, aconservação dessas florestas torna-seprioritária para a manutenção da principalfonte de água da região da Caatinga.

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maiores altitudes, principalmente em áreasrochosas. Tais condições permitiram,provavelmente, a formação de uma zonamais protegida durante as marcantesoscilações climáticas do Pleistoceno eQuaternário. Durante os períodos maisúmidos, é provável que grande parte doNordeste do Brasil tenha sido coberto pordiversos tipos de florestas, desdeperenifólias até caducifólias. Tal situaçãoisolava as espécies não arbóreas nas áreasmais altas e abertas, com solos rasos e semcondições de suportar uma coberturaarbórea. Porém, durante os períodos maissecos, as áreas altas com relevo maisacentuado e rochas expostas captavammaior umidade atmosférica, tanto sob aforma de neblina como de chuvas. Dessamaneira, as vertentes mais protegidasatuaram com refúgio para as espéciesflorestais, como pode ser visto hoje pelapresença das florestas de brejo dentro daregião de Caatinga. Certamente essesrefúgios montanhosos guardam evidênciasflorísticas das muitas mudanças climáticasque ocorreram no Nordeste do Brasil, e porextensão em toda a América do Sul.

As lagoas ou áreas úmidas tempo-rárias, nas terras mais baixas, representamum conjunto de hábitats frágeis dentro daCaatinga, ricos em espécies, e até mesmoem gêneros, de plantas raras e endêmicas.Essas são áreas de refúgio para muitasespécies aquáticas, vegetais e animais, edesempenham um papel fundamental nasobrevivência de muitas espécies de peixes,aves e mamíferos, que completam seu ciclode vida associados a esses ambientes.Entretanto, tais áreas são tambémutilizadas nas atividades da agropecuárialocal, constituindo-se em refúgios onde osanimais de criação podem ser reunidosquando o período de seca se torna maisintenso. A presença do gado é um fatornegativo para o ambiente natural, uma vezque os animais pisoteiam o solo úmido,destruindo sua estrutura e produzindocondições eutróficas, insatisfatórias para osorganismos nativos. É, portanto, necessáriodesenvolver estratégias de conservação queconciliem a prática agropecuária com aproteção às áreas de maior biodiversidade.

Tratar da classificação da vegetação dobioma Caatinga implica em reconhecê-locomo uma entidade identificável, compostapor um conjunto de plantas que a distinguedos conjuntos que formam os outros biomas.Isto já implica em uma classificação prévia, ados biomas, que foi utilizada pelo Ministériodo Meio Ambiente para definir áreasprioritárias para conservação da biodiver-sidade brasileira e que corresponde àclassificação regional utilizada, com algumavariação, na maioria das classificações préviasda vegetação brasileira.

Caatinga é o tipo de vegetação quecobre a maior parte da área com clima semi-árido da região Nordeste do Brasil.Naturalmente, as plantas não têmcaracterísticas uniformes nesta vasta área,mas cada uma destas características, e asdos fatores ambientais que as afetam, sãodistribuídas de tal modo que suas áreas deocorrência têm um grau de sobreposiçãorazoável. Isto permite identificar áreasnucleares, onde um número maior dascaracterísticas consideradas básicas sesobrepõem, e áreas marginais, onde essenúmero vai diminuindo, até chegar-se aoslimites com as áreas onde as característicasdas plantas e do meio definem outro tipode vegetação (bioma). Essa não é umaforma convencional de identificação de tiposde vegetação, mas é uma forma que temficado implícita em qualquer um dossistemas de classificação que tenha tratadoda Caatinga. Isso levanta dois problemas: aidentificação das características básicas e a

FITOFISIONOMIAS DA CAATINGA

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seleção de um número mínimo daquelasconsideradas essenciais para permitir oestabelecimento dos limites. Uma análisedas classificações já feitas permite constatara ausência de características bem definidas,o que tem resultado em conflitos de opiniãoe imprecisão de conceitos, áreas e limites.

A falta de informações sobre a flora,as características morfofuncionais dasplantas que a compõem e os fatoresambientais que condicionam suadistribuição e abundância, tem sidosubstituída pelo conhecimento subjetivo dealguns poucos estudiosos, com experiênciasuficiente para definir conjuntos coerentes,mas imprecisamente caracterizados. Umaconseqüência disso é a dificuldade detransmissão de seus resultados, visto queas classificações resultantes são aceitasmais pela autoridade de quem as propõedo que pelos argumentos científicos queelas encerram. Ainda que não seja umaforma perfeita de ação, até o momento nãoé possível um trabalho isento desseconhecimento subjetivo. Apesar do avançodo conhecimento que se tem hoje, commais dados sobre a flora e sua distribuição,esse ainda não é completo e não permiteque se prescinda da experiência de campo,intraduzível em termos de determinação dacomposição florística e características dasplantas e do meio.

Analisando as definições edelimitações já feitas sobre a Caatinga, épossível identificar as característicascomuns, que podem ser consideradascomo um conjunto das característicasbásicas da vegetação, a saber: 1) é avegetação que cobre uma área mais oumenos contínua, submetida a um climaquente e semi-árido, bordeado por áreasde clima mais úmido. Esta área seca está,na sua maior parte, confinada à regiãopoliticamente definida como Nordeste, euma pequena parte está no norte de MinasGerais, dentro da área definida,politicamente, como polígono das secas;2) possui espécies que apresentam adapta-ções à deficiência hídrica (caducifolia,herbáceas anuais, suculência, acúleos eespinhos, predominância de arbustos eárvores de pequeno porte, cobertura

descontínua de copas); 3) a existência deespécies endêmicas a esta área semi-áridae outras espécies que ocorrem nessa áreae em outras áreas secas, mais ou menosdistantes, mas não ocorrem nas áreas maisúmidas que fazem limite com o semi-árido.

Colocadas as questões acima sobrea classificação da vegetação do biomaCaatinga, optou-se por utilizar a clas-sificação proposta por Andrade-Lima(1981) para discutir os dados de florística,fisionomia e características do hábitat dessaheterogênea cobertura vegetal. Nestadiscussão são tratados, principalmente,dados obtidos a partir dos anos 80, quandolevantamentos sistemáticos passaram a serrealizados nos estados do Ceará, Paraíba ePernambuco.

Andrade-Lima (1981) observou que,em termos da classificação da vegetaçãodo domínio das Caatingas, duas questõessão inegavelmente claras: 1) os diferentestipos vegetacionais resultam da integraçãoclima-solo e o número de combinações e,conseqüentemente, o número decomunidades vegetais é muito alto; 2) asinformações sobre as relações entrevegetação e fatores físicos não sãosuficientemente conhecidas. Assim, o autoroptou por definir grandes unidades comum ou mais tipos, embora reconheça apossível existência de um número maior deunidades e tipos. Essa posição reflete, demodo inequívoco, que sua proposta é a deuma classificação ecológica, onde avegetação (flora e fisionomia) tem um papelimportante, do que a de uma classificaçãode vegetação propriamente dita.Aparentemente, essa opção deveu-se àfalta de maior conhecimento da vegetação,para assim poder classificá-la.

Como produto de sua classificaçãoecológica para o domínio da Caatinga,aquele autor reconheceu seis unidades,cada uma com um ou vários tipos,totalizando 12 tipos. As unidades e tiposnão foram mapeados, em função depassarem de um para outro de modogradual, apesar de muitos deles terem suaárea de ocorrência descrita com maior oumenor precisão.

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As unidades e tipos propostas porAndrade-Lima (1981) para o domínio daCaatinga são:

Unidade I

Tipo 1 � Tabebuia-Aspidosperma-Astronium-Cavanillesia

Unidade II

Tipo 2 � Astronium-Schinopsis-Caesalpinia

Tipo 3 � Caesalpinia-Spondias-Bursera-Aspidosperma

Tipo 4 � Mimosa-Syagrus-Spondias-Cereus

Tipo 6 � Cnidosculus-Bursera-Caesalpinia

Unidade III

Tipo 5 � Pilosocereus-Poeppigia-Dalbergia-Piptadenia

Unidade IV

Tipo 7 � Caesalpinia-Aspidosperma-Jatropha

Tipo 8 � Caesalpinia-Aspidosperma

Tipo 9 � Mimosa-Caesalpinia-Aristida

Tipo 10 � Aspidosperma-Pilosocereus

Unidade V

Tipo 11 � Calliandra-Pilosocereus

Unidade VI

Tipo 12 � Copenicia-Geoffroea-Licania

Com o objetivo de localizar, noespaço nordestino, as unidades e tiposda classificação de Andrade-Lima (1981),os mesmos foram comparados com asdivisões do Zoneamento Agroecológico doNordeste (Silva et al. 1994). Nessa últimaclassificação, as unidades agroecológicasforam definidas com uma forte basegeomorfológica, mas contendo tambéminformações sobre a vegetação.A vegetação de caatinga foi dividida em

hipoxerófila e hiperxerófila, havendo aindaanotações quanto ao tipo de vegetaçãodenominado de grameal, vegetação comcarnaúba e vegetação mista de caatinga,cerrado e/ou florestas. A subdivisão davegetação de caatinga, em apenas duasclasses, não permite um detalhamentomaior dos possíveis tipos de caatinga.

Por outro lado, a classificação das20 Grandes Unidades de Paisagem,subdivididas em 172 unidades geoambien-tais, permite o mapeamento do Nordesteem um número grande de ambientes comcaracterísticas semelhantes (Tabela 1).

É possível traçar a equivalênciaambiental de algumas unidades geo-ambientais com a divisão de tipos decaatinga feita por Andrade-Lima (1981).Com isto, pode-se quantificar as extensõesdesses tipos e, também, localizar nestasunidades geoambientais, as áreasprotegidas existentes, e identificar anecessidade do estabelecimento de outras.

Deve-se ressaltar que as 172unidades não têm, necessariamente, tiposdistintos de vegetação, mas sabe-se quediferenças ambientais condicionamdiferenças na composição florística e nadensidade e porte das populações dasespécies presentes. Por outro lado,algumas das unidades têm partes emestados distantes e é possível que tenhamvegetação distinta. Convêm lembrar quea distinção de tipos vegetacionais não foium critério usado na diferenciação dasunidades geoambientais. Infelizmente,falta informação sobre a vegetação paraum melhor embasamento das sub-divisões.

Vegetação de caatinga estavapresente em 17 das 20 Grandes Unidadesde Paisagem e em 105 das 172 unidadesgeoambientais (Tabela 1), ocupando umaárea de 935 mil km2, sendo 297 mil km2

com caatinga hiperxerófila, 247 mil km2

com caatinga hipoxerófila, 169 mil km2 decaatinga mesclada com florestassubperenifólias, subcaducifólias oucaducifólias, 110 mil km2 de caatingamesclada com cerrado, 101 mil km2 commistura de caatinga, floresta e cerrado e

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22 mil km2 com caatinga e campos dealtitude. Obviamente, essas são áreas deocupação potencial, sendo grande partedelas já desmatadas ou muito antropizadas.Infelizmente, não se dispõe da quan-tificação da cobertura vegetal atual nasunidades geoambientais.

Segundo Andrade-Lima (1981), aUnidade I representa uma floresta alta decaatinga, que tem como maior área dedistribuição o norte de Minas Gerais ecentro-sul da Bahia, geralmente em rochascalcárias ou cristalinas do pré-cambriano.São as áreas com maior disponibilidadehídrica no conjunto do domínio (índicexerotérmico entre 100 e 150). O autorconsiderou que, embora a fisionomiaflorestal alta dessa unidade seja distinta dados demais tipos fisionômicos das outrasunidades de caatinga, as espéciesdominantes não são muito diferentes.Corresponde às caatingas das superfíciescársticas, no sul da Bahia (J2, 5.682km2)

e norte de Minas Gerais (J1, J2 e J3, 9.130,3.325 e 9.991km2). Nelas, foram feitos oslevantamentos florísticos e fitossociológicosde Jaíba e Januária (Vale 1991, Ratter etal. 1978). A primeira área teria os locaisreservados para conservação no projeto deirrigação mas, fora esses, não conta comoutras áreas protegidas. Andrade-Lima(1981) observa que Cavanillesia arborea(Willdenow) K. Schum. (Bombacaceae) écaracterística dessa unidade, emboraocorra em outros tipos de caatinga.

Andrade-Lima (1981) sugeriu, semuma definição mais clara, que poderiahaver um subtipo dessas caatingas altassobre solos do cristalino, na parte leste daárea das caatingas. É possível quecorrespondam à transição com as matassecas (florestas caducifólias a sub-caducifólias), nas áreas denominadas deagrestes, em parte do Planalto daBorborema (Grande Unidade de PaisagemD) e das Superfícies Dissecadas Diversas

Grande Unidade de Paisagem Unidades EstadosTotalGeoambientais MA PI CE RN PB PE AL SE BA MG

Chapadas Altas (A) 5 - 3,7 10,7 1,0 0,1 3,3 - - - 8,8 27,5Chapadas Intermediáriase Baixas (B) 7 - 96,5 2,2 - - - - - 1,3 - 100,0Chapada Diamantina (C) 4 - - - - - - - - 59,0 - 59,0Planalto da Borborema (D) 6 - - - 3,2 12,4 15,1 4,1 - - - 34,8Superfícies Retrabalhadas (E) 4 - - - - - - - - 33,7 5,6 39,3Depressão Sertaneja (F) 34 - 17,5 77,8 24,5 23,5 54,7 5,0 5,2 137,9 12,6 358,5Superfícies Dissecadas no PI e MA (G) 5 3,2 16,3 - - - - - - - - 19,5Superfícies Dissecadas Diversas (H) 3 9,2 24,0 7,3 - 4,7 0,2 2,0 4,1 6,4 - 58,0Bacias Sedimentares (I) 8 - - 0,7 - - 6,2 - 0,1 24,7 - 31,7Superfícies Cársticas (J) 11 - - 3,5 11,5 - - - 0,3 37,4 22,4 75,2Tabuleiros Costeiros (L) 5 - 1,9 16,2 4,4 - - - - - - 22,4Grandes Áreas Aluviais (N) 3 1,8 0,6 1,9 - - - - - 6,2 6,4 16,8Dunas Continentais (Q) 2 - - - - - - - - 9,8 - 9,8Complexo de Campo Maior (R) 1 - 5,4 - - - - - - - - 5,4Maciços e Serras Altas (S) 2 - - - - - - - - 36,1 1,6 37,7Maciços e Serras Baixas (T) 3 - - 12,3 1,4 6,9 8,0 - - 6,8 - 35,4Serrotes, Inselbergues eMaciços Residuais (U) 2 - 0,5 1,0 0,4 1,4 0,1 0,2 - - - 3,6Total 105 14,2 166,4 132,5 46,4 49,0 86,6 11,2 9,7 359,4 57,3 934,8

Tabela 1 - Áreas das Grandes Unidades de Paisagem (103 km2) e número de Unidades Geoambientaisque primitivamente incluíam vegetação de caatinga (adaptado de Silva et al. 1993).

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(Grande Unidade de Paisagem H).A Borborema tem uma diversidadevegetacional grande, incluindo desde ascaatingas baixas dos Cariris Velhos eCurimataú, na Paraíba (unidadesgeoambientais D5 e D7), até matas muitosemelhantes às costeiras (definidas comoMata Atlântica), e as matas serranas dosbrejos de altitude. As caatingas dos CaririsVelhos foram incluídas por Andrade-Limana Unidade IV. As unidades geoambientaiscom caatingas altas, no Planalto daBorborema, são D1 (Alagoas, Pernambucoe Paraíba, 4.067, 13.173 e 2.119km2), D3(Alagoas, Pernambuco e Paraíba, 1.444,5.694 e 1.595km2) e D4 (Pernambuco,1.962km2). Nas Superfícies DissecadasDiversas, elas são H1 (Paraíba, 559km2) eH3 (Bahia a Paraíba, 2.635, 4.147, 2.034,88 e 1.776km2). Deve-se ressaltar quecaatingas altas podem ocorrer em váriasoutras unidades, em locais dispersos,desde que as condições hídricas sejam umpouco mais favoráveis, pela precipitação(maior altitude) ou acumulação de água(baixios e beiras de rio). Nas SuperfíciesDissecadas Diversas, em Sergipe (H3),foram feitos levantamentos fitosso-ciológicos em Nossa Senhora da Glória eem Frei Paulo (Souza 1983) e no Planaltoda Borborema, em Pernambuco (D1), foifeito levantamento em Caruaru (Alco-forado-Filho et al., dados não publicados).As matas serranas, em Pernambuco, forammais intensamente estudadas quanto àlocalização e conservação de rema-nescentes (Rodal et al. 1998) e quanto àflorística (Sales et al. 1998). Nessas áreasde agreste, não há unidades deconservação com vegetação típica decaatinga, estando as existentes cobertascom matas (Pedra Talhada, em Alagoas ePernambuco; Brejo dos Cavalos, emPernambuco; e Mata do Pau Ferro, naParaíba).

A Unidade III apresenta índicexerotérmico variando entre 150 e 200 e seconstitui de uma floresta baixa de caatingaque ocorre em solos arenosos e profundosda série Cipó e outras geologiasrelacionadas. Do ponto de vista geológico-estrutural, apesar do semi-árido apresentar

significativa parcela de terrenos nadepressão sertaneja, os planaltos sedimen-tares paleozóicos ou mesozóicos tambémse destacam por sua extensão (Andrade1977, Moreira 1977). Sua maior área deocorrência está na bacia sedimentar domeio norte, na bacia Tucano-Jatobá(Bahia/Pernambuco) e em outras áreascom pequenas dimensões no Ceará, RioGrande do Norte e Paraíba (Souza et al.1994). Os índices pluviométricos são maiselevados no planalto do Piauí (600 a900mm) e decrescem abaixo de 600mmna direção sudoeste até a bacia do Jatobá(Souza et al. 1994).

A classificação da vegetação arbus-tiva caducifólia das chapadas sedimentares,especialmente no Piauí, Ceará, Pernam-buco e Bahia, tem gerado controvérsias.No caso da vegetação arbustiva caducifóliaque recobre o topo do planalto do Ibiapaba,no estado do Ceará, Araújo et al. (1998a,1998b) observaram que a vegetação decarrasco que ali ocorre é distinta, do pontode vista florístico e fisionômico, da caatinga.No caso do Piauí e Pernambuco, autorescomo Vasconcelos-Sobrinho (1941), Egler(1951), Andrade-Lima (1957, 1978) eEmperaire (1985) consideraram que avegetação caducifólia que recobre aschapadas é um tipo de caatinga, apesarda flora particular, ligada a solos de origemsedimentar e altamente arenosos. Paraesses autores, a identidade com a caatingaseria confirmada pela presença decomunidades vegetais comandadas porum ambiente climático geral da regiãosemi-árida, isto é, plantas caducifólias eespinhosas.

Com relação a essas questões, Rodalet al. (1999) consideraram que a flora daschapadas sedimentares de Pernambucorepresenta um conjunto florístico maisespecializado a ambientes com solosarenosos e profundos, embora essasespécies também ocorram, com menorfreqüência, em áreas de caatinga instaladassobre o cristalino. Lemos (1999),estudando uma área com vegetaçãocaducifólia espinhosa no sudoeste do Piauí,citou como famílias mais importantes, emnúmero de espécies, Mimosaceae,

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Caesalpiniaceae, Euphorbiaceae eFabaceae, táxons comuns em áreas decaatinga instaladas sobre o cristalino,embora com espécies distintas. Todavia,assinalou que a riqueza de Bignoniaceae eMyrtaceae da área é incomum para áreasdo cristalino.

Das unidades de Andrade-Lima(1981), a III corresponde razoavelmentebem às Bacias Sedimentares (GrandeUnidade de Paisagem I), podendo incluirtambém as Dunas Continentais (GrandeUnidade de Paisagem Q), e parte dasChapadas Altas (Grande Unidade dePaisagem A) e Chapadas Intermediárias(Grande Unidade de Paisagem B). AsBacias Sedimentares com caatinga (I5 aI12) ocupam 31,7 mil km2, sendo a maiorparte na Bahia. Elas incluem o Raso daCatarina, onde há uma Estação Ecológica,com cerca de um mil quilômetrosquadrados (99.772ha) e onde foi feito umlevantamento florístico preliminar (Guedes1985). As Dunas Continentais (Q1 e Q2),todas pertencentes à Bahia, têm uma floracom algumas espécies características(Queiroz, informação pessoal) e, apesar daárea ocupada não ser grande (9,8 mil km2),mereceriam uma área protegida. Nelas, aocupação humana é muito baixa, o quefacilitaria a desapropriação da unidade deconservação e o controle da antropização.

As Chapadas Altas ocorrem noAraripe (A4 e A5; no Ceará, 5.955km2,Pernambuco, 3.269km2, e Piauí, 630km2)e na Ibiapaba (A8; Ceará, 3.309km2, Piauí,3.084km2, e zona CE/PI, 1.391km2). Sãoáreas onde misturam-se caatinga e cerradoe onde aparece o carrasco, como umaunidade de vegetação distinta, comlevantamentos feitos por Araújo et al.(1998a, 1998b). Também aparece caatinganas serras de Santana, Portalegre, Martinse Cuité (A6), no Rio Grande do Norte(988km2) e na Paraíba (145km2), associadaà florestas subperenifólias. A área doAraripe conta com a Floresta Nacional,uma extensão protegida razoável para ospadrões do Nordeste (38.626 hectares) euma Área de Proteção Ambiental, que teriamais de um milhão de hectares. NaIbiapaba, embora localizada numa área

com cobertura mais florestal, há o pequenoParque Nacional de Ubajara (563 hectares).

As Chapadas Intermediárias (B)ocupam uma grande área do Piauí (B2, B4,B5, B6, B8 e B9, 96.476km2) e extravazampara o Ceará (B4, 2.224km2) e para a Bahia(B1 e B2, 1.303km2). Possuem caatingashipoxerófilas, por vezes mescladas acerrado, sobre solos, em geral profundose bem drenados. Há alguns levantamentosna área (Emperaire 1985), que conta como Parque Nacional da Serra da Capivara,uma das maiores unidades de conservação(100.000 hectares) com caatinga.

As Unidades II e IV, com suas oitosubdivisões (Andrade-Lima 1981),correspondem à vasta área incluída nasGrandes Unidades de Paisagem daDepressão Sertaneja (F, 358.537km2), quefoi dividida em 34 unidades geoambientais,e a partes das Superfícies Retrabalhadas(E), do Planalto da Borborema (D), dasSuperfícies Dissecadas Diversas (H), dasSuperfícies Cársticas (J), dos Maciços eSerras Baixas (T) e dos Serrotes,Inselbergues e Maciços Residuais (U).Chama a atenção a ausência quase totalde áreas protegidas oficiais neste espaçotão grande e tão típico das caatingas.

Segundo Andrade-Lima (1981), aUnidade II apresenta quatro tipos, variandode floresta média a baixa de caatinga e umacaatinga arbórea aberta, todos em áreascom índice xerotérmico entre 150 e 200, einstalados principalmente em rochascristalinas do pré-cambriano. Segundo oautor, essa unidade representa a típicacaatinga florestal com um estrato arbóreonão muito denso, com altura entre 7 e 15m,e presença de estrato herbáceo aberto combromeliáceas e espécies espinhosas.Observa ainda, que a vegetação dessaunidade tem sido bastante utilizada,especialmente para agricultura, extração demadeira e produção de lenha.

A maioria dos levantamentos járealizados na caatinga de Pernambuco, oforam nessa unidade (Drummond et al.1982, Tavares et al. 1970, Rodal 1992,Araújo et al. 1995), especialmente nafloresta média de caatinga e na caatinga

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arbórea aberta, tipos de difícil separaçãosegundo Rodal (1992).

Santos et al. (1992) encontraramuma boa relação entre vegetação(fisionomia-flora) e tipos de solos,confirmando as observações de Andrade-Lima (1981) sobre a estreita relação entrevegetação e solo no semi-árido. Rodal(1992) observou que a proximidadegeográfica e a geomorfologia são aspectosimportantes para compreender assemelhanças florísticas das caatingas,especialmente nessa unidade. O autorindicou que áreas próximas, mas comaspectos morfopedológicos distintos,mostraram maior semelhança entre si doque com outras áreas, e que a flora dasáreas da depressão sertaneja (cristalino) édistinta daquela das chapadassedimentares. Com relação às áreas dadepressão sertaneja, o oeste dePernambuco apresenta uma flora decaatinga particular, possivelmenterelacionada com a grande mancha delatossolo vermelho-amarelo que ali ocorre.A estreita relação entre a vegetação decaatinga e as superfícies interplanálticas daregião semi-árida, apontada por diferentesautores (Rizzini 1979, Fernandes 1996),deve ser observada com cautela, uma vezque Andrade-Lima (1964, 1981) registroua presença de caatinga na chapada doApodi e no planalto da Borborema, o qualrepresenta a superfície exposta do escudocristalino. Sem dúvida, a maior parte davegetação do planalto da Borborema,localizado no semi-árido de Pernambuco,é constituída por uma caatinga com porteelevado e uma acentuada riqueza florística,o que possivelmente pode ser explicadopelas menores temperaturas, especial-mente noturnas (Jacomine et al. 1973).

A localização de dois dos quatro tiposde caatinga da Unidade II não foi definida(tipos 2 e 3), exceto por constituírem onúcleo central do domínio (Andrade-Lima1981). O tipo 4 cobriria parte do centro-norte da Bahia, região caracterizada pelapresença do licuri (Syagrus), planta da qualse explora o óleo dos frutos. O tipo 6 estariamais associado ao sudoeste do Ceará,embora também ocorra em outros locais.

São caatingas com plantas arbóreas, emgeral de porte maior que as da Unidade IV,embora o autor reconheça que, dada suaextensão, têm variações de altura, den-sidade e composição. Elas correspondemà maior parte das Grandes Unidades dePaisagem listadas acima, quando começoua tratar-se das Unidades II e IV (DepressãoSertaneja, Superfícies Retrabalhadas,Planalto da Borborema, SuperfíciesDissecadas Diversas, Superfícies Cársticas,Maciços e Serras Baixas e Serrotes,Inselbergues e Maciços Residuais). Nestavasta área, praticamente inexistem áreasprotegidas oficiais. Apenas no sudoeste doCeará há a pequena Estação Ecológica deAiuaba (5.000 ou 12.000ha, mas semdiploma legal até 1998), no limite com umaextensão da Chapada do Araripe (A4) e comserras mais baixas (T3), para a qual existeregistro de um levantamento (Oliveira et al.1988). Os levantamentos florísticos efitossociológicos na grande área daUnidade II, por estarem concentrados emPernambuco, não permitem que seindiquem áreas preferenciais para unidadesde conservação, com base nos dados dasplantas. Na ausência desses dados, arecomendação possível é que sejamrepresentadas, no mínimo, as grandesunidades cobertas por essa vegetação.É possível que exista muita diferença navegetação dentro de uma grande unidade,e há fortes evidências, nos estudosflorísticos, da presença de algumasespécies em apenas um ou poucos pontosde uma mesma unidade de paisagem.O exemplo mais característico é a distri-buição, de algumas espécies da famíliaCactaceae, em locais restritos das unidadesdos Serrotes, Inselbergues e MaciçosResiduais (U) e Maciços e Serras Baixas (T)(Taylor & Zappi 2002).

Assim, recomenda-se o estabele-cimento de unidades de conservação oumedidas de incentivo à proteção em: 1)Planalto da Borborema (D), em Pernam-buco ou na Paraíba. Como toda a área temsido intensamente antropizada, a loca-lização depende da existência de vegetaçãopreservada; 2) Superfícies Retrabalhadas,na Bahia; 3) Depressão Sertaneja, na parte

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central do Ceará (F21) e no oeste dePernambuco (F22); 4) SuperfíciesDissecadas no vale do Gurguéia (G17) oudo Parnaíba (G18). Essas são áreas comvegetação de caatinga mesclada comcerrado e a primeira inclui um dos núcleosde desertificação (Gilbués); 5) SuperfíciesDissecadas Diversas, na Paraíba (H4), nosertão do Piancó; 6) Superfícies Cársticas,na Bahia, na região de Irecê (J5), e no RioGrande do Norte, na Chapada do Apodi(J12). São áreas de solos calcários,distintos da maioria dos demais daCaatinga; 7) Tabuleiros Costeiros, no Ceará(L14, L15 ou L17). Essa área poderia sercontígua à de conservação da caatingacom carnaubais, da Unidade VI; e 8)Maciços e Serras Altas (S3), na Bahia, naregião de Sento Sé a Sobradinho.

A Unidade IV ocupa áreas comíndice xerotérmico variando entre 150 e300 e apresenta quatro tipos ouassociações (7 a 10), predominantemente,de porte baixo, muitas vezes de baixadensidade e pobres em espécies arbustivo-arbóreas. Esses tipos têm uma equivalênciarazoavelmente clara com algumas dassubdivisões da classificação da EMBRAPA(Silva et al. 1993) e dois deles � CaririsVelhos e Seridó � têm sido identificadoscomo grupos distintos de vegetação porvários autores regionais (Duque 1980).

Andrade-Lima (1981) separou, naUnidade IV, os tipos de vegetação 8 e 10que ocorrem nos Cariris Velhos, Paraíba. Éuma área onde a precipitação decresce dosaltos da Borborema, limite comPernambuco, até os valores mais baixos noNordeste, em Cabaceiras, e volta a subirem direção ao Brejo Paraibano (H1). Avegetação é baixa e pobre em espécies(Gomes 1979) mas segue o gradiente deprecipitação e profundidade do solo(Sampaio et al. 1981). Nessa área, foramfeitos levantamentos fitossociológicos porGomes (1979) e Lira (1979). Estes tiposcorrespondem a parte do Planalto daBorborema (D7, 5987km2) que incluitambém o Curimataú, às vezes colocadocomo uma área com vegetação especial(Duque 1980). A ocupação agrícola é baixa,

pela falta de água, predominando apecuária e a extração de lenha. Sugere-sea criação de uma unidade de conservaçãonessa área.

O tipo de vegetação 9 ocorre noSeridó, parte na Paraíba e parte no RioGrande do Norte, no Planalto daBorborema (D2, Rio Grande do Norte,1.730km2 e Paraíba, 1.221km2), naDepressão Sertaneja (F30, Rio Grande doNorte, 7.530km2) e em partes dos Maciçose Serras Baixas (T3, totais no Rio Grandedo Norte de 1.411km2 e na Paraíba de6.925km2). É uma área de solos rasos epedregosos, vegetação esparsa e baixa,com graves riscos de erosão e sinais dedesertificação, reforçados pela retiradaintensa de lenha. Em Serra Negra (RN) háuma pequena Reserva Biológica (1.100hectares).

O tipo 7, dessas caatingas baixas daUnidade IV, ocorre nas áreas mais secas domédio São Francisco, sendo típica a doentorno de Petrolina. Ela corresponde àsunidades geoambientais F22 (17.914km2

em Pernambuco e 3.548km2 na Bahia),F29 (13.412 km2 na Bahia) e F30 (16.204km2 em Pernambuco) da DepressãoSertaneja, e parte da J7 (5.279km2) dasSuperfícies Cársticas. Não há unidades deconservação oficiais nesta área, mas aEmbrapa Semi-Árido � CPATSA, dentro desua estação, possui área preservada e aCHESF pretendia estabelecer uma áreaprotegida nos terrenos desapropriados paraa construção da UHE - Xingó.

A Unidade V, caracterizada pelaassociação Calliandra-Pilosocereusrepresenta um tipo de caatinga arbustivaespalhada em pequenas manchas em todosemi-árido, especialmente sobre rochasmetamórficas do pré-cambriano (Andrade-Lima 1981). Sua presença requer umacombinação de baixa precipitação (350-400mm), longo período de seca (8 a 9meses), e solos pedregosos ou rasos earenosos, em superfície levementeondulada. Calliandra depauperata Benth.é abundante nas áreas de solo bruno nãocálcico litólico do oeste de Pernambuco(Santos et al. 1992). As poucas

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informações apresentadas sobre essaunidade não permitem maiores conside-rações. Não é possível identificá-la comnenhuma unidade geoambiental especí-fica, mas ela ocorre dispersa em locais daDepressão Sertaneja. Para sua preservação,pode-se procurar certificar que aassociação de plantas que a caracterizaesteja incluída em áreas indicadas paraconservação na Depressão Sertaneja.

A Unidade VI, definida pelaassociação Copenicia-Geoffroea-Licania,representa uma floresta ciliar de caatingaque ocorre nos principais rios do semi-áridodo Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, emáreas com solos aluviais e com índicesxerotérmicos variando entre 150 e 200.Sampaio et al. (1987) observaram que taisáreas praticamente não apresentam maisvegetação nativa por tratarem-se de localpreferencial para atividades agrícolas nosemi-árido. Não existe levantamentoflorístico ou fitossociológico nessas áreas,e o único levantamento quantitativodisponível da floresta ciliar de caatinga foifeito às margens do rio São Francisco(Nascimento 1999). É possível queAndrade-Lima não tenha incluído asflorestas ciliares daquele rio em função desuas distintas características florísticas,justificadas pelas diferenças do hábitat,uma vez que as áreas da Unidade VIapresentam vales inundados na épocachuvosa, ao contrário das do rio SãoFrancisco. Embora Andrade-Lima (1981)não apresente uma lista florística para essaassociação, além dos três gênerosmencionados, algumas espécies devem seras mesmas que também estão presentesnas florestas ciliares do rio São Francisco,como Copernia prunifera (Miller.) H.E. More(Arecaceae) e Geoffroea spinosa Jacq.(Fabaceae).

A Unidade VI (Andrade-Lima 1981)não corresponde a uma Grande Unidadede Paisagem única mas a partes dasGrandes Áreas Aluviais (N2, no Ceará,1.865km2) e aos vales dos TabuleirosCosteiros (L13 a L17; áreas totais no Ceará,Piauí e Rio Grande do Norte de 16.153,1.872 e 4.362km2) e de pequena parte daDepressão Sertaneja, no Piauí (F34,

611km2). Carnaubais também sãoencontrados em Áreas Aluviais do Piauí eMaranhão (N3), porém mais mesclados amatas que a caatingas, e na Bahia (F10,21.670km2), na área dominada pelogrameal, que não foi incluída na UnidadeVI. Os Aluviões do Baixo Jaguaribe (N2)constituem a área mais típica destaUnidade VI e, portanto, seria importante acriação de uma área protegida oficial nolocal, já que não há nenhuma em toda aunidade. As carnaúbas são exploradas paraextração de cera e a oiticica para extraçãode óleo, e esse uso não predatório poderiaser mantido na área protegida, talvez coma criação de uma unidade de usosustentável. Não existem levantamentosflorísticos e fitossociológicos nessa área, enão se conhece o estado de conservaçãoda vegetação associada aos carnaubais.

O Zoneamento Agroecológico doNordeste (Silva et al. 1994) registra apresença de caatinga em outras grandesunidades que não se enquadram nasunidades descritas por Andrade-Lima(1981). Em geral, são caatingas mescladascom outros tipos de vegetação.

O Complexo de Campo Maior (R), noPiauí, é uma área onde predomina ocerrado mas onde ocorrem espécies decaatinga (R1, 5.435km2), em maior oumenor concentração. Essa área inclui oParque Nacional de Sete Cidades (7.700hectares) e foi enquadrada no biomaCerrado quando da realização do exercíciode identificação de áreas para conservaçãodeste bioma (Workshop do Cerrado), nãosendo considerada aqui.

A área da Chapada Diamantina (C),na Bahia e em Minas Gerais também foiincluída no Workshop do Cerrado. Nas suasencostas pode ocorrer vegetação decaatinga hipoxerófila (Bahia, C7 e C8,21.715 e 5.872km2) ou suas associaçõescom cerrado (Minas Gerais, C2,20.524km2) e com campos de altitude(Bahia, 10.902km2). A área nuclear daChapada Diamantina conta com umParque Nacional, de grande dimensão paraos padrões do Nordeste (152.000hectares), mas que praticamente não incluiáreas de caatinga.

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Uma parte do nordeste do Maranhãofoi incluída na área tratada no Workshop daCaatinga. Corresponde aos tabuleiroscosteiros da unidade geoambiental L12(9.395km2), onde predominam os cerrados,mesclados a florestas subcaducifólias, compresença de babaçuais nos vales. Nessaárea, aparecem algumas espécies quetambém ocorrem na caatinga, mas elas nãoformam conjuntos que possam serenquadrados como vegetação de caatinga.

agricultura, até a produção de cultivarestransgênicos. Todo esse incremento nomanuseio do meio ambiente foiconsiderado, entusiasticamente, comosendo o avanço da civilização, tendoproporcionado marcante crescimento dapopulação humana, da expectativa de vidae do conforto da existência.

No século XIX, atingiu-se uma fasena qual a interferência humana se faziapresente em todo o mundo, e os paísesindustrializados já haviam alterado quasetoda sua extensão territorial, além de teremafetado significativamente suas colônias eoutros países mais pobres. Surgiu, então,nos países industrializados, o desejo e anecessidade de preservação das áreasnaturais mais significativas.

Mais de um século depois, luta-sepela expansão das áreas protegidas visandoa conservação dos recursos naturais, emuma queda de braço permanente com anecessidade de aumento das áreasprodutivas para garantir o crescimentoeconômico das populações. Esse conflitoganhou novos contornos com osmovimentos ecológicos das últimasdécadas que se espalharam por todo omundo, e com a preocupação crescentecom a conservação da biodiversidade.

A necessidade de conservação dabiodiversidade tem conseguido amplaaceitação, em grande parte, devido àsuperação do conflito entre preservação euso da natureza, que advoga a importânciada proteção atual em nome do benefíciopotencial. Essa aceitação ganha mais forçaà medida em que a ciência descobre novosusos para plantas e animais até então seminteresse, e à medida em que as áreas ondeessas espécies ocorrem vêm sendoalteradas.

O objetivo desta seção é analisar ouso da vegetação nativa na ampla área quecorresponde à Caatinga. No presentetrabalho, considera-se que esse biomaocupa o semi-árido nordestino e parte donorte de Minas Gerais, além de formaçõesassociadas ou mesclas de caatinga comvegetação de outros biomas, em área queinclui o nordeste do Maranhão, cobrindo

USO DAS PLANTAS DA CAATINGA

Os seres humanos têm sempreutilizado espécies vegetais na suaalimentação. A esse uso mais primordialtêm sido acrescidos usos cada vez maissofisticados à medida em que oconhecimento sobre o manejo doambiente foi sendo acumulado. Do uso damadeira para fogo e construção de abrigos,passou-se à seleção de plantas e à

Ad

riano

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barin

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Cabeça-de-frade

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um total de 1.116 municípios, distribuídosem dez estados.

Esta seção está organizada emquatro partes. Na primeira e segunda, éanalisada a ocupação do espaço comagricultura e com pastagens. A terceiratrata da utilização da vegetação nativa paraprodução de lenha e carvão, e a quarta dosusos das plantas que requerem seleção ecoleta na vegetação nativa.

AgriculturaQuando as comunidades apren-

deram a propagar algumas das plantas quelhes eram mais úteis e a eliminar as quenão lhe interessavam, começaram a serformados campos de vegetação antrópica.O processo de seleção continua e novasplantas estão sendo incorporadas aosistema agrícola. No entanto, apesar daantigüidade desse processo, as plantasusadas na agricultura constituem umafração pequena do total de espéciesexistentes, e algumas poucas espéciesrespondem pela maior parte das áreascultivadas no mundo. Nas áreas daCaatinga, predominam os cultivos demilho, feijão e algodão, além de outraspoucas espécies que possuem uma certaimportância econômica, como amandioca, mamona e agave. Existe, ainda,uma multiplicidade de espécies cultivadasem pequena escala, freqüentemente emquintais ou consorciadas aos roçados, cujaprodução nem sempre é comercializada, eque muitas vezes sequer é citada noscensos e anuários estatísticos.

As áreas cultivadas reduzem aspopulações das espécies nativas e, tantopodem ter apenas um pequeno impactonegativo na diversidade, como tambémsignificar a eliminação de muitas espécies.Isso depende da área cuja diversidade estásendo considerada, da proporção das áreascultivadas e do tamanho e distribuição daspopulações das espécies nativas que estãona área total. As áreas individuais cultivadasou campos agrícolas (quase sempremenores que 10km2) formam um agregadogrande e distribuído irregularmente pelaregião. Informações sobre áreas cultivadas

estão disponíveis por unidade política, demunicípio a estado, passando por micro emesorregião. A distribuição original e atualde cada uma das milhares de espéciesnativas é quase totalmente desconhecidae raramente está ligada às unidadespolíticas. Assim, a análise do impacto daagricultura tem de se ater à vegetaçãonativa como um todo, sem separação porespécies. A avaliação da área cultivada, porunidade política, dá uma idéia do que restada cobertura vegetal nativa.

Para avaliar o uso do solo comagricultura, foram utilizados os dados docenso do IBGE de 1995/1996. Tomaram-se as variáveis: 1) soma das áreas plantadascom lavouras temporárias, permanentes etemporárias em descanso, e das áreasplantadas com pasto; 2) áreas com pastonativo; 3) áreas com mata nativa; e 4) áreastotais das propriedades. Além disso, foiobtida, também do IBGE, a área total dosmunicípios. Foram calculadas asproporções das áreas plantadas e nativasem relação às áreas das propriedades e dosmunicípios (Tabela 2).

O valor calculado para as áreascultivadas em relação às áreas dosmunicípios deve ser menor do que emrelação às áreas das propriedades, pois aspropriedades não cobrem todo omunicípio. O fato de haver municípios emque a área das propriedades é maior que aárea do município (às vezes até o dobro),revela que a base de dados do IBGE possuifalhas. A despeito disso, e sendo essa aúnica base de dados disponível, a mesmafoi utilizada para a avaliação.

Na grande maioria dos casos, asáreas cultivadas em relação às áreas dosmunicípios foram menores que as áreascultivadas em relação às áreas daspropriedades. Em alguns casos, elas sãomuito menores. Isso pode resultar de umlevantamento incompleto das proprie-dades, bem como da presença de grandesáreas no município que não pertencem apropriedades agrícolas. Esse é o caso dascapitais incluídas na área da Caatinga(Fortaleza, Teresina e Natal) e pode ocorrercom outras cidades com área urbana

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grande. Poderia também ser o caso demunicípios com áreas pouco ocupadas oucom unidades de conservação.O cruzamento dos dados com áreas demata e pastos nativos auxilia a esclarecero padrão de uso do solo.

Mais da metade dos municípios dosestados do Piauí e Maranhão possuemmenos de 30% de área plantada em relaçãoà área das propriedades. Já em relação aárea dos municípios, mais de 2/3 deles

apresentam menos de 10% de áreaplantada, e a quase totalidade deles, menosde 30% (Tabela 2). Isso indica a baixaproporção das áreas das propriedades emrelação às áreas totais municipais,possivelmente pelo vazio populacional damaior parte dos municípios. Como os doisestados também apresentaram a maiorparte dos municípios com mais de 20% decobertura de mata nativa, sendo mais de1/5 dos municípios com mais de 40% de

Variável AL BA CE MA MG PB PE PI RN SE Total

Número de municípiosPlantada / propriedades ≤ 10% 0 6 8 2 1 12 1 15 18 0 63Plantada / propriedades ≤ 30% 4 56 97 10 5 84 34 86 92 5 473Plantada / propriedades ≥ 60% 18 34 4 1 2 9 18 1 9 13 109Plantada / município ≤ 10% 0 41 35 15 2 23 16 78 35 0 245Plantada / município ≤ 30% 13 156 157 20 20 115 72 116 121 7 797Mata / propriedades ≥ 20% 2 121 143 10 20 39 42 91 96 2 566Mata / propriedades ≥ 40% 0 14 24 5 0 3 20 38 27 0 131Pasto nativo / propriedades ≥ 40% 17 38 15 1 1 75 29 11 33 17 237Pasto plantado > pasto nativo 13 102 1 2 20 5 18 9 2 16 188Pasto plantado / propriedades ≥ 30% 10 72 0 0 15 4 12 0 0 24 137Pasto plantado / propriedades ≥ 10% 23 198 12 2 24 41 55 13 17 38 423Animais /pasto nativo e plantado < 1 7 163 35 5 25 79 26 34 59 27 460Carvão + lenha /mata > 1 20 117 127 14 20 104 73 52 51 26 604Carvão+lenha/mata+pasto nativo >1 3 67 83 10 19 31 29 25 18 8 293Total 50 261 184 20 29 154 114 118 144 42 1116

Proporção dos municípios (%)Plantada / propriedades ≤ 10% 0 2 4 10 3 8 1 13 13 0 6Plantada / propriedades ≤ 30% 8 21 53 50 17 55 30 73 64 12 42Plantada / propriedades ≥ 60% 36 13 2 5 7 6 16 1 6 31 10Plantada / município ≤ 10% 0 16 19 75 7 15 14 66 24 0 22Plantada / município ≤ 30% 26 60 85 100 69 75 63 98 84 17 71Mata / propriedades ≥ 20% 4 46 78 50 69 25 37 77 67 5 51Mata / propriedades ≥ 40% 0 5 13 25 0 2 18 32 19 0 12Pasto nativo / propriedades ≥ 40% 34 15 8 5 3 49 25 9 23 40 21Pasto plantado > pasto nativo 26 39 1 10 69 3 16 8 1 38 17Pasto plantado / propriedades ≥ 30% 20 28 0 0 52 3 11 0 0 57 12Pasto plantado / propriedades ≥ 10% 46 76 7 10 83 27 48 11 12 90 38Animais / pasto nativo e plantado < 1 14 62 19 25 86 51 23 29 41 64 41Carvão + lenha / mata > 1 40 45 69 70 69 68 64 44 35 62 54Carvão+lenha /mata+pasto nativo > 1 6 26 45 50 66 20 25 21 13 19 26

Tabela 2 - Número e proporção dos municípios da Caatinga, dos diferentes estados, que têm distintas porções de áreasplantadas, cobertas com matas nativas, pastos nativos ou pastos plantados em relação às áreas das propriedadesou dos municípios, e também carga animal, produção de carvão e lenha por área de mata e pasto nativos.

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mata, é provável que eles tenham aindauma boa cobertura de vegetação nativa. OPiauí se distingue do Maranhão pelo maiornúmero de municípios incluídos na área deCaatinga (118 e 20, respectivamente),tendo, assim, o maior número absoluto demunicípios, entre os estados, com mais de40% de cobertura de mata (38). Segundoo MMA (1997), em 1991, o Piauí tinha umaenorme área coberta com vegetação nativade caatinga e com vegetação mista decaatinga e cerrado (24 e 13% da área doestado, correspondendo a 61.000 e32.000km2, respectivamente), enquanto oMaranhão tinha, apenas, uma pequenaárea de caatinga (140km2).

Alagoas e Sergipe apresentam-se emsituação oposta, pois quase todos osmunicípios possuem mais de 30% de áreacultivada, e cerca de 1/3 deles apresentammais de 60% de área plantada em relação àárea das propriedades. O quadro não sealtera muito calculando a área plantada emrelação à área dos municípios. A proporçãode municípios com cobertura de mataacima de 20% foi baixa e acima de 40% foinula. Já cerca de 1/3 dos municípios tiverammais de 40% de cobertura por pasto nativo.É possível que parte dessas áreas de pastonativo corresponda à caatinga com um graurazoável de preservação. Há evidências distopara outros estados (discutido mais adiante).De todo modo, parece mais provável queesses dois estados tenham poucosmunicípios com áreas significativas devegetação nativa. A avaliação do MMA(1997) é de que eles tinham, em 1991, umacobertura total de caatinga muito pequena(< 20% das áreas totais dos estados, 3.500e 3.800km2, respectivamente).

Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norteapresentaram entre 2/3 e metade dosmunicípios com menos de 30% de áreacultivada, em relação à área das pro-priedades. Considerando a relação áreaplantada/área município, cerca de 4/5 dosmunicípios apresentam valores menores que30% e o quinto restante possui menos de10%. Nos três estados, municípios com maisde 60% de área plantada representarammenos de 6% do total. Pode-se concluir que,nesses estados núcleo do semi-árido, a

agricultura e os pastos plantados têm poucopeso, exceto em poucos municípiosespecíficos, quase sempre situados nas áreasde transição para um clima mais úmido.Quanto à área de mata, a Paraíba diferiu doCeará e Rio Grande do Norte: enquanto só1/4 dos seus municípios apresenta mais de20% de cobertura de mata, e quase nenhummais de 40%, nos outros dois estados, amaioria dos municípios (cerca de 3/4 e 2/3,respectivamente) tem mais de 20% decobertura de mata.

Os números absolutos de municípioscom mais de 40% de mata no Rio Grandedo Norte (27) e no Ceará (24) só foraminferiores aos do Piauí. Na Paraíba, o usoprincipal do solo é com pastos nativos, queocuparam mais de 40% das áreas daspropriedades em quase a metade dosmunicípios. No Rio Grande do Norte essamesma proporção somente foi detectadaem 1/4 dos municípios, e no Ceará emapenas 8% dos municípios. Assim, pareceque a Paraíba tem poucas áreas devegetação nativa que não sejamenquadradas como pastos, o Rio GrandeNorte tem uma área maior, enquanto oCeará apresenta a maior área de vegetaçãonativa classificada, pelos proprietários,como mata nativa. Os dados do MMA(1997) confirmam essas posições: entre ostrês, em termos absolutos, a Paraíba tinha,em 1991, a menor cobertura de caatinga(33% da área do estado, 18.200km2), oCeará, a maior (39%, 56.900km2) e o RioGrande do Norte, uma situaçãointermediária (47%, 24.700km2). Pode-sedizer que esses estados ainda têm umaextensão razoável de caatinga, porémbastante fracionada pelas áreas agrícolas,e muito utilizada como pasto nativo.

Pernambuco apresentou apenas 1/3dos municípios com menos de 30% de áreaplantada e 1/6 deles com mais de 60% deárea cultivada, principalmente os da regiãomais úmida do agreste. Também, apenas1/3 tinha mais de 20% de matas e somente20 municípios (1/5 do total) com mais de40% de cobertura de matas nativas. E 1/4dos municípios apresentou mais de 40% depastos nativos. Assim, parece que o Estadotem zonas com características bem distintas:

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algumas com pouca cobertura vegetalnativa e outras com cobertura nativa maissignificativa, porém utilizada, predomi-nantemente, como pastos, além de outrasonde ainda persiste uma cobertura razoávelde matas nativas. Os dados do MMA (1997)indicavam uma cobertura com caatinga de42% da área do estado (43.000km2),principalmente na região do Sertão.

A Bahia possui a maior área e omaior número de municípios incluídos,nesse trabalho, como pertencentes aobioma Caatinga. A situação de uso do soloé parecida com a de Pernambuco: apenas1/5 dos municípios possuem menos de30% da área das propriedades cultivadas,enquanto cerca de 2/3 dos municípiosapresentam menos de 30% da áreamunicipal cultivada. Em apenas 1/8 dosmunicípios baianos mais de 60% da áreadas propriedades é cultivada. Cerca demetade dos municípios apresenta mais de20% de mata nativa, mas a proporção demunicípios com cobertura de matasuperior a 40% foi muito baixa. Municípioscom mais de 40% de pastos nativossomaram apenas 1/6 do total. Como emPernambuco, a área de caatinga do estadoé dividida em muitos padrões distintos deuso de solo. O MMA (1997) estimou 21%da área do estado da Bahia (116.500km2)com cobertura de caatinga, e um poucomais de 40% da área total com vegetaçãonativa. Pela dimensão do Estado, a áreaabsoluta com caatinga era maior que a dequalquer outro estado.

A maioria dos poucos municípios donorte de Minas Gerais incluídos nessetrabalho apresentou entre 30 e 60% da áreadas propriedades cultivada, e com mais de20% de cobertura por matas nativas. Quasenenhum município apresentou mais de40% de pasto nativo, confirmando que nãoé uma característica da região usar avegetação nativa, uma mistura de caatingaarbórea alta, como pastagem nativa. Osmunicípios se caracterizam, portanto, pelapresença generalizada de áreas cultivadas,intercaladas com resquícios de vegetaçãonativa.

Deve-se ressaltar que as áreasagrícolas são subtrações das áreas de

vegetação nativa, mas nem todas as plantasnativas são eliminadas desses campos.Algumas plantas são deixadas quando avegetação nativa é cortada, outras rebrotam,nascem do banco de sementes do solo ousão introduzidas por propágulos vindos dasvegetações nativas das vizinhanças. A práticade deixar árvores nos campos é bastantefreqüente no semi-árido e faz sentido doponto de vista do aproveitamento derecursos (Menezes & Sampaio 2000). Hávários trabalhos sobre as invasoras doscampos cultivados, geralmente sobre comoeliminá-las. Não cabe, aqui, revisá-los,bastando apenas citar que as informaçõesque eles contêm podem ser úteis emestudos sobre a capacidade de dispersãodessas espécies e sobre o processo desucessão das áreas em regeneração, já quemuitas das invasoras são espécies pioneiras.Além da substituição da vegetação nativa, aagricultura tem efeitos sobre os outroscomponentes da biota. Vale a penamencionar a perda de hábitat para osanimais e as modificações nas populaçõesdos microrganismos do solo e plantas,causadas pela aplicação de pesticidas efertilizantes, pelo revolvimento do solo e pelairrigação e drenagem.

PastagemO extrativismo foi perdendo impor-

tância à medida em que as plantas maisúteis foram sendo incorporadas ao sistemaagrícola, mas ainda é praticado em todo omundo. E isso ocorre por várias razões: 1)algumas plantas são difíceis de se propagarartificialmente; 2) o seu uso é limitado; 3)existe um suprimento, em relação ao uso,abundante e de fácil acesso na vegetaçãonativa; 4) há interesse na manutenção deáreas de vegetação nativa e alguns usos sãocompatíveis com esta manutenção; e 5) avegetação nativa fornece um agregado deprodutos mais rentável que o de culturasplantadas. Esse último caso é comum nasregiões semi-áridas e nas que têm extensaspastagens naturais.

Uma área considerável no semi-árido é destinada às pastagens,predominando as pastagens nativas em

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todos os estados, exceto no norte de MinasGerais. Só nesse Estado, a maioria dosmunicípios tem maior área de pastagemplantada que de pastagem nativa (Tabela2). Em Alagoas e Sergipe, quase 40% dosmunicípios também têm mais pastagemplantada que nativa mas, nos outrosestados, essa proporção é menor que20%. No Ceará, Rio Grande do Norte eParaíba essa proporção é muito maisbaixa.

As pastagens plantadas têm efeitosemelhante ao das outras culturas, jádiscutido quando se tratou da agricultura,e também tendem a ter extensas áreas demonocultura ou consorciação de poucasespécies. Nas pastagens predominam asgramíneas introduzidas da África,principalmente dos gêneros Cenchrus,Urochloa e Andropogon. Poucasleguminosas são plantadas, predominandoaquelas introduzidas dos gêneros Prosopise Leucaena.

Em Minas Gerais e Sergipe, a maioriados municípios tem mais de 30% das áreasdas propriedades ocupadas com pastosplantados, e acima de 4/5 dos municípiospossuem mais de 10% desses pastos (Tabela2). São, geralmente, áreas com dispo-nibilidade hídrica maior que a do núcleo dosemi-árido.

Dentre os outros estados, destacam-se Bahia e Alagoas, com cobertura de pastosplantados acima de 30%, além dePernambuco, com 10%. Também nessescasos, as pastagens plantadas tendem apredominar nos agrestes e outras áreaslimítrofes do semi-árido.

Praticamente não existem muni-cípios com mais de 30% da área daspropriedades coberta com pastosplantados nos estados do Maranhão, Piauí,Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. NoMaranhão e em parte do Piauí, isso se deveà baixa intensidade de exploração daspropriedades. Nos outros três estados, adeficiência hídrica e o baixo potencial deprodutividade de biomassa não justificamo investimento na retirada da vegetaçãonativa e plantio da pastagem.

As pastagens nativas têm umadiversidade muito maior que as plantadase são uma forma de conciliar o uso e amanutenção da biodiversidade. Entretanto,o uso atual poderia ser melhorado com ummanejo mais adequado. A capacidadesuporte da pastagem nativa diminui com adisponibilidade hídrica e, em geral, é maisbaixa que a da pastagem plantada. Isto sedá pela presença de plantas não forrageiras,especialmente as de porte alto. Nascaatingas mais secas, a proporção deplantas de porte alto é menor que nas maisúmidas. Assim, os agrestes e outras áreaslimítrofes do semi-árido têm maispastagens plantadas, enquanto o núcleosemi-árido quase não tem plantios deforrageiras, exceto nos baixios, vazantes erevenças de açudes.

As pastagens da área de caatingasuportam grandes populações de animaisdomésticos, principalmente bovinos,caprinos e ovinos. Essas pastagens têmcapacidade suporte variável, masproporcional à disponibilidade de água, eem quase todas, a capacidade reco-mendada tende a ser ultrapassada, havendouma sobrecarga animal constante.Em grande parte da área, os animaisalimentam-se não só das pastagens, mastambém dos restos das culturas e, emmuitos casos, de rações adquiridas fora daspropriedades, principalmente na épocaseca. Isto justifica, em parte, as lotações altasencontradas na região.

A lotação foi estimada tomando-seo número de animais dos municípiosdividido pela área de pastos, nativos eplantados. Para a determinação do númerode animais, somaram-se as populações debovinos, eqüinos, muares e asininos, e asde caprinos e ovinos divididas por cinco,para compensar seu menor tamanho emenor uso da área. Em muitos municípiosessa lotação foi maior do que um animalpor hectare, enquanto em áreas decaatinga nativa seriam necessários mais de10 hectares para suportar um animaldurante todo o ano. A capacidade desuporte dos pastos plantados tende a sermaior que a dos nativos, mas, no semi-árido, dificilmente atingiria a um animal por

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hectare. É paradoxal constatar que nosestados onde há mais pastos plantados emaior capacidade de produção, aproporção de municípios com lotaçãoabaixo de um animal por hectare é maior.Isso acontece em Minas Gerais, Sergipe eBahia (Tabela 2). Em Alagoas, que tambémtem uma boa proporção de municípioscom de mais de 30% de cobertura porpastos plantados, existe uma grandequantidade de municípios com lotaçãoacima de um animal por hectare. O excessode lotação fica mais patente na Paraíba eRio Grande do Norte, que apresentam baixaproporção de pastos plantados e quetiveram aproximadamente metade dosmunicípios com lotação acima de umanimal por hectare. O excesso atinge oauge em Pernambuco e, especialmente, noCeará, onde quase não há municípios commais de 30% de pastagens plantadas, masaproximadamente cerca de 4/5 delesapresentam lotação acima de um animalpor hectare. Os estados do Piauí eMaranhão apresentaram situaçãosemelhante, com lotações altas apesar dasbaixas proporções de pastos plantados enativos.

Essa carga excessiva tem efeitosmarcantes para as populações de animaise plantas nativas. As populações animaissofrem forte competição e muitas podemser eliminadas. A composição dascomunidades vegetais é alterada, pois,enquanto as populações das espécies maispalatáveis, que sofrem uma grandepressão, tendem a se reduzir, as populaçõesdas espécies não consumidas pelosrebanhos podem aumentar bastante. Sãoconsideradas tanto as espécies herbáceasquanto as arbustivas e arbóreas que podemter seus indivíduos jovens consumidospelos animais. O pisoteio e a abertura detrilhas são efeitos adicionais na vegetação.Apesar da obviedade desses efeitos, poucotem sido estudado sobre eles no Nordeste.A comparação da composição florística deáreas com e sem exclusão de rebanhosdomésticos praticamente não existe. Ospoucos trabalhos (Silva et al. 1995,Albuquerque & Bandeira 1995) sãorecentes, de curta duração e em áreas sem

histórico conhecido, mas que incluempastoreio anterior.

Apesar desses efeitos, muitas dasáreas de pasto nativo do semi-áridoconservam uma boa cobertura devegetação nativa. São áreas que não sãoqueimadas e nem roçadas, e onde a açãoantrópica limita-se à exploração pecuáriae à eventual coleta de produtos vegetais.Essa situação explica como a coberturavegetal de caatinga verif icada nostrabalhos do projeto PNUD/FAO/IBAMA,como o de Pernambuco (1998), é maiordo que as áreas consideradas como matanos censos e, em muitos casos, eqüivaleà soma de matas e pastos nativos. Issovale para muitas áreas mas não paratodas, já que muitos pastos nativosconstituem áreas de abandono recente daagricultura itinerante e da exploração delenha, com corte raso. Até o momento,não existe quantificação desses diferentestipos de pasto e, freqüentemente, torna-se difícil separar caatingas empobrecidaspelo trato indevido de caatingas pobresdevido às condições ambientais.

As espécies nativas consumidaspelos animais são muitas, incluindo, alémdas gramíneas (Poaceae) e leguminosas(Caesalpinaceae, Fabaceae e Mimosa-ceae), espécies de várias outras famílias.Não há um levantamento completo paraa Caatinga, mas os existentes sobre asleguminosas da Bahia (Anexo 2) e asforrageiras nativas do Parnaíba, no Piauí(Anexo 3), dão uma medida de suavariabilidade. Chama a atenção o fato deque esse potencial foi muito poucoestudado pelo nordestino, e tem sido maisfácil importar espécies do que selecionare melhorar as nativas. Há um certoconsenso de que as gramíneas nativas sãomuito inferiores, em potencial produtivo,às africanas, mas há muito poucacomparação científ ica e nenhumatentativa de melhoramento das espécieslocais. É verdade que elas são poucovisíveis nos campos, exceto as poucopalatáveis, mas mesmo quando sua massaaparente é pequena, podem constituir umafração alta da dieta dos animais (Silva

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1988). Acredita-se que as leguminosasnativas têm um grande potencial forrageiro,mas sua quantificação é incipiente(Tabela 3). Sobre as forrageiras de outrasfamílias, há pouco mais que listagensparciais (Anexo 3, como exemplo). Esse éum vasto campo de estudo, compossibilidade de conciliar o uso e aconservação da biodiversidade, à espera demaior atenção dos setores governamentale empresarial.

LenhaA produção de lenha é a mais

importante contribuição do extrativismo noNordeste (cerca de R$65 milhões) registradanos censos do IBGE, já que os mesmos nãoincluem o valor do pasto nativo (Tabela 4).A ela podem ser acrescidas as produçõesde carvão, estacas, moirões, postes emadeira, que utilizam a vegetação nativaem geral, sem uma coleta específica deuma ou poucas espécies de plantas. Emtodas elas, principalmente na produção deestacas, moirões, postes e madeira, há oreconhecimento das diferenças dequalidade entre as plantas, mas osuprimento maior vem de cortes rasos,com a derrubada geral da vegetação eseleção posterior. A produção de moirões,postes e madeira é pequena e serádiscutida na seção sobre coletas seletivas.

A produção de lenha está dispersaem toda a área da Caatinga, sendo maiorno Ceará (4,3 milhões de metros cúbicos)e na Bahia (4,0 milhões), seguidos do Piauí(1,4 milhões) e de Pernambuco (1,3milhões), e menor em Sergipe (0,3 milhões)e Alagoas (0,1 milhões). A Bahia tem,também, uma grande produção de carvão(146 mil toneladas), mas inferior à do nortede Minas Gerais (176 mil toneladas), apesarda diferença do tamanho da área. Osdemais estados têm produções menores,variando de 19.130 toneladas, no Piauí, a560 toneladas, em Sergipe.

As produções de lenha e carvão temsido decrescentes nos últimos anos. Em1980, a produção de lenha era cerca detrês vezes maior que a de 1995/1996, e ade carvão apenas um pouco maior(Sampaio et al. 1987). Supõe-se que essatendência continue, e até se acelere, coma substituição, cada vez maior, de seu usodoméstico pelo gás. O uso industrial nãotem um declínio tão previsível, e dependeda presença de indústrias consumidoras.As cerâmicas, olarias, padarias e casas defarinha são usuárias tradicionais, e asindústrias de gesso e de cimento, usuáriasem expansão. É possível que as informa-ções do censo diminuam os valores reaisde produção, já que há uma proibição

Tabela 3 - Leguminosas da Caatinga selecionadaspelo potencial forrageiro(adaptado de Queiroz 1999).

Espécie Nome vulgarEspécies lenhosas

Acacia bahiensis Benth. Jurema-brancaAcacia langsdorfii Benth. Unha-de-gatoAlbizia polycephala (Benth.) Killip MonzêBauhinia cheilantha (Bong.) Steud. MiroróCaesalpinia ferrea Mar t. ex Tul. Pau-ferroCaesalpinia pyramidalis Tul. Catinga-de-porcoCanavalia dictyota Piper Feijão-de-porcoCratylia mollis Mar t. Ex Benth. Camaratuba Dioclea grandiflora Mart. Ex Benth. Mucunã Mimosa arenosa (Willd.) Poir. CalumbiMimosa gemmulata Barneby Jurema-cor-de-rosaPiptadenia moniliformis Benth. Angico-de-bezerroPoecilanthe ulei (Harms)Arroyo & Rudd CarrancudoSenna macranthera (Collad.)H.S.Irwin & Barneby CanjuãoSenna rizzinii H.S.Irwin & Barneby Canjuãozinho

Espécies herbáceo-subarbustivasAeschynomene mollicula Kunth Carrapicho-amareloCrotalaria holosericeaNees & Mart. Mata-pasto-brancoDesmanthus virgatus (L.) Willd. DesmantoGalactia jussiaeana Kunth Feijãozinho-bravoGalactia remansoana Harms Feijão-de-ramaMacroptilium bracteatum(Nees & Mart.)Maréchal & Baudet Feijão-de-rola-rasteiroMacroptilium lathyroides (L.) Urb. Feijão-de-rolaMacroptilium martii (Benth.)Maréchal & Baudet Orelha-de-onçaPeriandra coccinea(Schrad.) Benth. Jequitirana-vermelhaRhynchosia edulis Griseb. Feijão-bravoZornia myriadena Benth. Arroiozinho

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conhecida de corte sem autorização, e essararamente é solicitada.

Tradicionalmente a produção delenha era um subproduto da abertura deáreas para plantio na agricultura itinerante,mas com o declínio desta, começa a seruma atividade independente (MMA 1997).Com o aumento da demanda, pode passara ser uma fonte de renda esporádica emáreas onde não existam outras alternativasde exploração rentável. Essa possibilidadejustifica a proposição de planos de manejoda vegetação nativa, para orientar osproprietários. Vale lembrar que a simplesproibição de corte não resolve o problema,

em vista da impossibilidade de umafiscalização efetiva.

Para estimar o impacto da produçãode lenha e carvão sobre a vegetação nativa,foram somadas suas produções e divididaspela área de mata nativa. A produção decarvão foi transformada em produção delenha, admitindo-se que 19m3 de lenhaforneçam uma tonelada de carvão. Comoparte da lenha no semi-árido pode vir deáreas consideradas pasto nativo, foi feito,também, o cálculo dividindo-se asproduções pela soma das áreas de mata epasto nativos. As diferenças refletem o pesodo pasto nativo em cada município, maspodem indicar, também, quanto as áreasde pasto estariam contribuindo para aprodução de lenha e carvão. Quanto maiora contribuição, mais degradadas devem seras áreas de pasto, do ponto de vista depreservação da vegetação nativa.

Para simplificar a apresentação, osmunicípios foram separados em doisgrupos: os que possuem produção de lenhamaior que um metro cúbico por hectare eos com produção menor que um metrocúbico por hectare (Tabela 2). Esse é umvalor arbitrário e razoavelmente conservadorem termos de capacidade de produção delenha na caatinga. A caatinga produz,geralmente, de 40 a 100m3/ha (ou estéreo/hectare, como seria mais apropriado), emcorte raso, ou seja, cortando toda avegetação e deixando tocos pouco acimado solo. Assim, um valor de 1m3/ha deixa,como média geral municipal, de 40-100anos de recuperação de cada área antes deser novamente cortada.

Na divisão pela área de mata nativa,muitos municípios, em cada estado,tiveram valores maiores que 1m3/ha, ealguns, valores bem mais altos que aprodução provável se toda a área de matativesse sido cortada. Seis dos dez estadosanalisados tiveram cerca de 60% de seusmunicípios acima do limite, e a menorproporção foi de 35% no Rio Grande doNorte. Tais dados podem resultar de falhasna base de dados do IBGE, da contribuiçãodos pastos plantados e de informaçãoequivocada da produção de matasplantadas, mas os municípios com valores

Tabela 4 - Principais produtos do extrativismo nos estados nordestinos, comênfase no semi-árido (em toneladas, exceto quando especificado).

Produto AL BA CE MA PB PE PI RN SE 103 R$Andiroba, semente 2 24 29 171 - 1 43 1 9 72Angico, casca - 17 0 0 0 16 0 0 - 4Babaçu, coco - 2 154 943 - - 139 0 - 115Babaçu, amêndoa (103 t) - 0 0 114 0 - 7 - - 37.094Buriti, coco - 668 4 570 - - 3.293 - - 539Buriti, palha - 8 8 700 - 5 3 - - 61Carnaúba, cera - 1 5.019 138 7 0 350 304 - 2.651Carnaúba, palha - 3 6.874 667 76 27 4.346 1.116 - 1.741Carnaúba, pó - 19 3.074 304 7 - 3.305 261 - 6.784Carnaúba, óleo - 0 2.315 43 0 - 385 24 - 1.426Caroá, fibra - 0 195 - - 0 11 - - 16Carvão (103 t) 1 157 119 140 6 17 21 3 1 48.330Estacas (106 unidades) 0,1 1,5 10,5 0,9 1,2 1,6 5,4 1,4 0,2 8.906Lenha (106 m3) 0,1 5,2 4,2 3,0 0,9 1,3 1,9 0,9 0,3 65.475Licuri, coquilho 2 326 0 1 - - - - - 141Licuri, folha 1 6.439 - - - - - - - 356Madeira tora (103 m3) 17 740 142 489 39 15 117 15 6 17.812Mangaba, fruto 5 135 1 - 13 1 1 1.002 545 755Moirões (103 unidades) 1 113 402 264 74 78 109 256 10 937Murici, fruto - 16 33 58 - 14 5 - 0 65Oiticica, semente - - 234 - 170 - - 11 - 61Ouricuri, coco 5 180 1 - - 68 - - - 66Pequi, fruto - 332 1556 423 - 30 402 - - 485Piaçava - 11.395 1 - - 14 - - - 8.643Pitomba, fruto 14 6 44 40 72 434 15 23 14 143Postes (103 unidades) - 191 - 36 3 8 540 - 16 701Taperebá, fruto - 34 100 4 - 19 5 33 - 49Timbó, cipó - 24 462 3 - 2 419 - - 418Tucum, fibra - - 0 4 - 40 33 - - 10Umbu, fruto 35 5.195 14 1 1.812 1.540 120 129 12 1.971Vigas (103 unidades) - 35 24 3 216 78 30 - 2 376

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anormalmente altos merecem atenção.Deve-se lembrar que lenha e carvãoprovenientes de matas plantadas sãoregistrados separadamente, nos censos desilvicultura, e não de extrativismo. Noentanto, muitos municípios tiveram valoresbastante baixos, mostrando que suavegetação nativa permanece sem maiorimpacto de corte.

Considerando as áreas de mata epasto nativos houve um número bemmenor de municípios acima da produçãolimite (1m3/ha), em quase todos os estados,exceto Minas Gerais e Maranhão, quetiveram mais da metade de seusmunicípios, acima desse limite. Metade dosmunicípios do Ceará, e menos de 26% dosmunicípios no restante dos estadostambém apresentaram valores acima daprodução limite (1m3/ha). A diferença entreos dois cálculos aponta para uma pressãogrande sobre a vegetação das pastagensnativas em Alagoas, Sergipe, Paraíba,Pernambuco e Rio Grande do Norte.

De maneira geral, as proporções nãosão alarmantes, mas inspiram cuidado,principalmente considerando o impactosobre a biodiversidade, que extrapola a preo-cupação com a renovação da biomassa. Aprodução de lenha e carvão envolve o corteraso anual de milhares de hectares, e osefeitos sobre a biodiversidade não são bemconhecidos, mas alguns podem seravaliados. Muitos animais perdemimediatamente seu hábitat, e a renovaçãoda vegetação leva muitas dezenas de anos,ao longo de todo o processo sucessional.Além disso, muito tempo depois que abiomassa atinge um patamar semelhanteao original, a composição florística ainda édiferente. A regeneração da população dealgumas espécies na caatinga é muito lenta(Sampaio et al. 1998), muitas das quaisdesempenham um papel crítico nofornecimento de alimento aos animais,através de sua floração e frutificação(Machado et al. 1997). Os levantamentosfitossociológicos têm revelado um númerogrande de espécies representadas, noslocais amostrados, por um único indivíduo(Sampaio 1996). Tais indivíduos podem nãorebrotar, suas sementes podem estar

ausentes e suas plântulas podem não seestabelecer, de forma que a espécie seriaeliminada do local. Não se conhece aextensão do problema e nem como aeliminação desse indivíduo afetaria adistribuição da espécie e a sua área deocupação total. Dessa forma, muito maisinformação é necessária antes que planosde manejo apropriados sejam traçados. Poroutro lado, independente da existência deplanos adequados a exploração nãocessará, e a extração de lenha e outrosprodutos madeireiros tem grandeimportância econômica para as populaçõesque dela dependem. Por isso, mesmosendo difícil, é necessário se tomardecisões buscando conciliar o uso e aconservação dos recursos biológicos, aindaque sem dispor de informações completas.

Coleta de plantas isoladasDiversas plantas são listadas nos

censos do IBGE para os estadosnordestinos, como tendo produtos deextrativismo. A maioria tem valor baixo e éproduzida em uma só parte do semi-árido,muitas vezes de forma mais concentradaem um único estado. Os produtos que sedestacam, em toda a região, são o babaçu(R$37 milhões), carnaúba (12 milhões),piaçava (R$9 milhões), umbu (R$2milhões), mangaba (R$0,8 milhão), buriti(R$0,6 milhão), licuri (R$0,5 milhão) epequi (R$0,5 milhão) (Tabela 4). Noentanto, a maior parte da produção debabaçu e piaçava está fora da região daCaatinga, o mesmo acontecendo compartes consideráveis das de mangaba, buritie pequi. Assim, carnaúba, umbu e licuri sãoos produtos mais importantes das áreasmais típicas da Caatinga.

Alguns produtos são originários deextrativismo e também de culturas, poispodem ser coletados da vegetação nativaou espontânea, e podem também sercultivados. O caso típico é o do caju, sejaaproveitado como fruto ou castanha. Naverdade, em muitos casos, a linha divisóriaentre extrativismo e cultivo é pouco nítida,e algumas espécies são referidas comosemi-domésticas ou em vias de

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domesticação (Giacometti 1993). Noprocesso de coleta é comum haverinfluência do homem na dispersão dasplantas. Essa influência pode ter váriosníveis, até o limite do recolhimento dospropágulos e seu cultivo em locaisespecíficos, que já é a agricultura. Umainfluência forte pode ser detectada, aindahoje, em várias comunidades indígenas,através do favorecimento da propagaçãodas plantas úteis nas vizinhanças das suasroças ou locais de moradia (Albuquerque1999). É possível que isso tenha ocorridoem áreas de caatinga, antes da colonizaçãoeuropéia, mas não se conhecemevidências. Com uma possível exceção parao babaçu e a carnaúba, não parece haveraglomerados de plantas úteis no meio davegetação nativa que possam ser atribuídosà intencionalidade humana. Por outro lado,ocorre a transferência de plantas nativaspara jardins e quintais, que se constitui emum passo para a agricultura, e o uso muitodisseminado de várias plantas, ou suaspartes, colhidas diretamente das formaçõesvegetais nativas. Essas plantas podem vira ser cultivadas, até em larga escala, casohaja uma demanda maior por seusprodutos. Entretanto, a questão dademanda não é simples, na medida em queinterage com a oferta e o conhecimentodo potencial de uso.

Do ponto de vista da conservação davegetação nativa, o incremento do uso podelevar a um maior interesse na preservaçãoda espécie e da vegetação onde ela ocorre,mas pode também ter o efeito oposto,levando a uma coleta excessiva, destruiçãoda vegetação do entorno durante a coleta eao corte da vegetação nativa para abrirespaço para o novo cultivo. Cabe àsinstituições governamentais controlar o usoe regular o incentivo à exploração dasespécies nativas. Há, ainda, uma intensacontrovérsia sobre o uso da biodiversidadenativa e quem dela se beneficia, par-ticularmente, quanto às plantas medicinaisque podem originar medicamentos comfaturamentos milionários.

O uso das plantas nativas é muitodiverso, e em termos práticos, pode serdividido pelo tipo de produto fornecido:

óleos fixos; ceras, látex e produtosquímicos; fibras; alimentos; óleosessenciais; medicinais; e madeiras.

Há muitos trabalhos dispersos sobreo uso de plantas específicas, mas poucossobre o conjunto dos usos (Sampaio et al.1987). Alguns deles trazem listas deespécies, mas, geralmente, sem apreocupação em localizá-las nas áreas daCaatinga. Seria ideal, portanto, que essaslistas fossem confrontadas com a lista geralda flora da área de caatinga. Entretanto,essa lista não existe ainda, e mesmo aslistas parciais, como a das lenhosas daCaatinga (Rodal & Melo 1999), sãoreconhecidamente incompletas, pelaenorme dificuldade de sua elaboração.

Óleos fixosAs produtoras nativas de óleo têm a

maior expressão comercial no extrativismonordestino, excetuando-se lenha e carvão.Várias plantas são exploradas: babaçu,pequi, licuri, ouricuri, oiticica e andiroba.Como já mencionado, o babaçu ocorreprincipalmente no Maranhão, fora da áreada Caatinga. A produção nos municípiosincluídos como da Caatinga é menor que20% do total. O pequi é uma planta maiscaracterística do cerrado e só aparece emáreas de caatinga quando essa formaçãose mistura à de carrasco ou cerrado, comona Chapada do Araripe (microrregião doCariri), a zona de maior produção no Ceará.Há uma produção razoável de pequi nonorte de Minas Gerais, principalmente namicrorregião de Montes Claros. A andiroba,além do pequeno valor de produção, ocorrecom mais abundância no Maranhão, forada área da Caatinga.

As produtoras características daCaatinga são o licuri e o ouricuri, palmeirasdo gênero Syagrus, e a oiticica. O licuri éexplorado quase que exclusivamente naBahia, principalmente nas microrregiões deJacobina, Itaberaba e Euclides da Cunha.Além da produção de coquilhos, dos quaisse extrai o óleo, as palmeiras produzem ceranas folhas. O interesse em um ou outroproduto tem variado ao longo do tempo, enão são compatíveis porque o corte das

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folhas leva a uma menor produção defrutos (Sampaio et al. 1987). Com isso ecom a influência das secas na frutificação,as safras de óleo têm sido muito variáveis.Ouricuri e licuri são nomes vulgares deespécies que se confundem, sendo o licurimais característico na Bahia. O ouricuri éexplorado quase na mesma área, na Bahia,mas também em Pernambuco,principalmente na microrregião deGaranhuns, município de Paranatama.

A oiticica ocorre ao longo dasmargens de cursos de água do semi-áridodo Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.O vale do Jaguaribe é o maior produtor,destacando-se a microrregião do médioJaguaribe. Como as áreas das margens dosrios são áreas preferenciais de agricultura,as oiticicas são cortadas e, geralmente, nãosão replantadas ou mesmo deixadasregenerar naturalmente. Desse modo, aprodução tem diminuído, sendo que noinício da década de 80 atingia 10 miltoneladas, já menor que o auge de décadasanteriores (Sampaio et al. 1987), eatualmente mal chega a 5% desse valor.Mesmo assim, a sua exploração aindaoferece a oportunidade de combinarextrativismo com conservação davegetação nativa.

Outras plantas potenciais produtorasde óleos têm sido listadas para o Nordeste(Sampaio et al. 1987), incluindo pinhão efaveleira, que têm boa distribuição no semi-árido. Estudos recentes ampliam essaslistas e também se aprofundam nascaracterísticas dos óleos das espécies deEuphorbiaceae (Silva 1998). Entretanto,sua exploração continua sem despertarinteresse econômico, devido à baixaprodutividade e dificuldade de coleta dassementes. Ainda que exista um potencialde exploração futura, o mesmo é incerto enão deverá ser atingido a curto prazo.

Ceras, látex e produtos químicosA carnaubeira é a grande produtora

nativa de cera no Nordeste (incluindo palha,pó e óleo) (Tabela 4). A espécie ocorre nosvales inundáveis dos estados do Ceará,Piauí e Rio Grande do Norte, princi-

palmente nos rios Jaguaribe, Coreaú,Acaraú, Parnaíba, Mossoró e Açu. Em1970, a SUDENE estimou que essa plantacobria uma área de 180 a 250 mil hectares(Sampaio et al. 1987), e, como os níveisde produção ainda estão em patamarsemelhante ao dessa época, estima-se quea área deve ser aproximadamente amesma. Apesar de existir algum plantio daespécie, a maior parte da área é devegetação nativa. O tipo de caatinga aoqual está associada é bastante peculiar,devido às condições de inundação de seuslocais de ocorrência. Seu uso econservação poderiam ser combinados,mas a vegetação associada às carnaubeirasnão apresenta interesse para osexploradores de cera e, portanto,necessitaria de uma proteção especial.

Além da cera de carnaúba, é tambémextraída cera do licuri. A produção ocorrenas mesmas áreas da produção de óleo,na Bahia, já descritas acima.

A produção de látex e gomas é muitobaixa no Nordeste, excetuando-se osplantios de seringueira nas áreas maisúmidas. Há apenas pequenas extrações degomas de mangabeira, maniçoba emaçaranduba, que totalizam menos deuma dezena de toneladas e de algunsmilhares de reais, sendo a Bahia o maiorprodutor de todas elas. Em tempospassados, principalmente quando asguerras impediram o acesso à borracha daÁsia, já houve maior extração de látex demaniçobas (Manihot spp.). Entretanto, aprodutividade é baixa e não chega a pagara mão-de-obra para coleta, não havendoperspectiva de maior extrativismo que oatual.

Outros compostos podem serextraídos das plantas nativas, comomucilagens e princípios ativos diversos.O único que mereceu destaque no últimocenso foi a casca do angico, cuja extraçãoconcentra-se em Pernambuco (Parna-mirim) e na Bahia (Andorinha), mas já foibastante disseminada em outras áreas decaatinga e de cerrado. O tanino do angicoé cada vez menos utilizado na curtição decouros, sendo substituído por produtos

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sintéticos e sais. Por isso, a produção vemcaindo há décadas, de dezenas de milharesde toneladas nas décadas de 50-60, apoucos milhares de toneladas no início dadécada de 80 (Sampaio et al. 1987), atéapenas algumas dezenas de toneladas noúltimo censo.

Há outras possibilidades de usopouco exploradas no Nordeste. Assaponinas podem ter vários usos, como asextraídas comercialmente do joazeiro, queentram na composição de pasta de dentes.O uso da maioria desses compostos passapela identificação e quantificação de suapresença nas plantas, determinação de umaforma eficiente e de baixo custo de extração,identificação do potencial de utilização emprodutos comerciais, estabelecimento deprodução piloto e montagem de estratégiasde venda. É um processo complexo edemorado que requer pesquisa einvestimento de longo prazo, além de quesua viabilidade depende de interessegovernamental ou de empresas de grandeporte. Considerando que plantas de regiõesáridas tendem a uma maior produção decompostos secundários do que as deregiões mais úmidas, que o potencial deprodução dessas plantas é aindadesconhecido e que os produtos extraídospodem ter alto valor, seria interessantedestinar maior atenção ao tema.

FibrasAs fibras extraídas de plantas nativas

registradas no censo do IBGE de 1995/1996foram palha de buriti, caroá, tucum e piaçava(Tabela 4). Entre elas, a piaçava alcançou omaior valor (R$9 milhões), mas foi quase todaproduzida fora da região da Caatinga,especialmente no sul da Bahia. Dos outrosestados do Nordeste, Pernambuco era omaior produtor de piaçava, em municípiosda região do Agreste, mas em quantidadepouco maior que um milésimo da produçãoda Bahia. As produções das outras fibrastiveram valores muito baixos, atingindo paratodo o Nordeste apenas 61, 16 e 10 mil reais,respectivamente. Entre essas últimas, aspalhas de buriti são mais produzidas noMaranhão, nas áreas dos alagados que

entremeiam os cerrados de Barreirinhas ePrimeira Cruz.

A fibra mais característica da Caatingaé o caroá, produzido principalmente no Ceará(município de Ibiapina). Sua produção já foimaior, mas foi sendo substituída, primeiropelo agave, e depois pelas fibras sintéticas(Sampaio et al. 1987). Desde a década de80 a produção está estabilizada no patamaratual. O tucum é produzido em Pernambucoe Piauí, em pequena escala. Não parece quehaja potencial, maior que o atual, paraexploração futura de produtoras de fibras.

AlimentosVárias partes das plantas podem ser

utilizadas para alimentação: raízes, túberas,caules, seiva, folhas, flores, sementes efrutos, mas predominam os últimos, que sãoos únicos a constarem na lista dos produtosdo extrativismo do Nordeste. Umbu,mangaba, pitomba, murici e taperebá (cajá)são os principais. Outros frutos nativos sãocultivados em escala agrícola e foramexcluídos desse texto, como, principalmente,o caju e, também, o cajá.

O umbu é uma fruta típica daCaatinga, principalmente da Bahia,Pernambuco e Paraíba, e tem um grandepotencial de exploração, com a produçãoda polpa congelada. As vantagens que essesistema oferece são o processamentopróximo ao local de produção, unidadesprocessadoras de baixo custo e oferta doproduto por prazo bem mais longo que ode produção (o umbuzeiro, como quasetodas as nativas, tem safras de duraçãomuito curta). Na Bahia, a produçãoespalha-se pelas mesorregiões Centro-Sul,Centro-Norte, Nordeste e Vale do SãoFrancisco. Em Pernambuco e Paraíba, aprodução vai do agreste ao sertão.

A produção de mangaba predominanas áreas costeiras do Rio Grande do Nortee Sergipe, em locais mais de restinga quede caatinga, embora atinja algumas áreasde caatingas de areia e de cerrado na Bahia.Os frutos têm bom valor de mercado e háplantios comerciais em expansão. O muriciocorre, também, nos locais arenosos

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próximos à costa (Ceará e Maranhão), masé mais típico dos solos arenosos do interior,tanto em áreas de cerrado como decaatinga de areia (região do São Francisco:Glória, BA e Petrolândia, PE). A produção,que se espalha por quase todos os estadosnordestinos, tem um valor relativamentebaixo pela pouca massa comestível dosfrutos. A pitomba também tem poucamassa comestível, valor unitário baixo eprodução disseminada em todos osestados nordestinos. Ela é mais típica deáreas relativamente úmidas, ocorrendo dasmatas úmidas e secas às caatingas deagreste. O taperebá é uma fruta típica deáreas úmidas e subúmidas, bemdisseminado em todo o Nordeste, sóaparecendo na Caatinga quando plantado.Na Caatinga, o taperebá é explorado nasregiões costeiras, de maior precipitação(Fortaleza, Leste Potiguar), nos limites maisúmidos do agreste e nas regiões serranase pés de serra do Ceará (Cariri, Baturité) edo Rio Grande do Norte (Portalegre, SãoJoão do Sabuji)

Naturalmente, muitos outros frutossão consumidos sem que sua produção sejaregistrada. Grande parte deles sequer écomercializada e é consumida diretamentepelo coletor ou seus familiares. Alguns sãocoletados da vegetação nativa e outros dosquintais das residências, das margens decercas, caminhos e cursos d�água e deárvores isoladas preservadas no meio doscampos de cultivo. Não há uma lista dasespécies frutíferas da Caatinga, mas a listadas frutíferas nordestinas, elaborada porPinto (1993), deve incluir a maior parte delas,embora inclua também espécies que nãoocorrem nessa área (Anexo 4).

A expansão do cultivo das nativas temcomo limitações o desconhecimento dopotencial de mercado e das técnicas deprodução em larga escala de fruteiras sócultivadas para uso doméstico, além dolongo prazo entre o plantio e a produçãoestabilizada para muitas espécies. Aspequenas quantidades de massa comestívele as épocas de frutificação muito curtas sãocaracterísticas indesejáveis que podem sermelhoradas com um processo de seleção emelhoramento genético, aproveitando a

variabilidade existente. Esse pode ser umprocesso longo e, por isso, deveria seriniciado o quanto antes.

Óleos essenciaisMuitas são as plantas produtoras de

óleos essenciais no Nordeste (Sampaio etal. 1987), mas não há exploração registradapelo IBGE. Apesar do potencial produtivode algumas plantas ter sido reconhecido hámuitos anos, principalmente em estudos noCeará (Craveiro et al. 1981), seu uso nãoalcançou dimensão comercial. Os marme-leiros (Croton spp.) e outras espécies deEuphorbiaceae têm quantidades razoáveisde óleo e algumas têm ampla distribuiçãoem Pernambuco, especialmente no Sertão.Espécies de outras famílias também têmpotencial de produção de óleos essenciais(Sampaio et al. 1987), entretanto, não háum uso popular dos óleos essenciais querequerem, para sua obtenção, um processoquímico sofisticado demais para práticacaseira, embora simples para as indústrias.Sua utilização está, geralmente, ligada àindústria de cosméticos e produtos delimpeza.

MedicinaisHá uma vasta literatura regional sobre

o uso das plantas na medicina popular, ecentenas de espécies são usadas para osmais diversos fins. Em Pernambuco, porexemplo, um levantamento preliminar, emapenas quatro municípios, listou mais de 400plantas (Victor 1990). Na Bahia, o volumosotrabalho do SEPLANTEC (1979) citacentenas de espécies. O entendimento doassunto é complicado porque uma mesmaplanta pode ser recomendada para cura deenfermidades diferentes em distintos locaisou até em um mesmo local. Vários gruposna região têm comprovado a ação benéficade muitas plantas e, a partir daí, têm atuadoem duas linhas de ação diferentes: algunstêm difundido o uso das plantas com efeitocomprovado entre a população, geralmentetrabalhando com comunidades pobres,enquanto outros têm tentado a extração dosprincípios ativos, como início de um processode industrialização.

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O uso popular tradicional, apesar deamplamente difundido, tem pouco impactonegativo na vegetação nativa pois,geralmente, as quantidades usadas sãopequenas, grande parte do material vem deplantios domésticos, sendo que para muitasespécies, apenas parte da planta é colhida,sem eliminá-la, e, quando a colheita envolvea eliminação de plantas, muitos doscoletores tradicionais têm o cuidado de nãoesgotar a população. Por outro lado, o usopode ter um impacto positivo, por aumentaro interesse na preservação de áreas nativas.

A difusão de formas simples de usoé melhor exemplificada pelo programaFarmácias Vivas, iniciado na UFCE e hojecom abrangência regional (Matos 1999a).O Anexo 5 apresenta uma lista das plantasselecionadas por esse programa, incluindoalgumas nativas. Há outros programas naregião, geralmente conduzidos pororganizações não governamentais,envolvendo algumas das plantas listadas.Quase todos recomendam o plantio dasespécies selecionadas, buscando poucoafetar a vegetação nativa.

A extração de princípios ativos, afabricação de medicamentos a partir delese o teste de seus efeitos diretos e colateraisé um processo caro, que requer um altoinvestimento em equipamentos e mão-de-obra qualificada. Há poucas empresas noNordeste que investem nesse processo, ea quase totalidade dos novos medica-mentos vem de multinacionais. Essasempresas podem identificar o uso de umaplanta e passar a comprá-la em quan-tidades que ameacem sua sobrevivência navegetação nativa. Entretanto, os registrosdesses casos são raros, citando-se oexemplo do jaborandi, usado para extraçãoda pilocarpina. O risco não é grande pois,naturalmente, não interessa às empresasesgotar seu suprimento de matéria prima,e dessa forma elas procuram cultivar asplantas que usam. O jaborandi é o únicoproduto do extrativismo listado no censodo IBGE de 1995/1996 para fabricação demedicamento. Sua produção é quase todano Maranhão, fora da Caatinga, esten-dendo-se um pouco para o Cerrado do

Piauí, e já existem propriedades na regiãoimplantando o cultivo desta espécie.

O potencial econômico das plantasmedicinais pode ser grande, embora sejauma questão complexa. Um novomedicamento pode custar milhões de reaismas pode dar um retorno muito maior.A maior parte desse retorno fica com aindústria farmacêutica, restando poucopara a região de origem da planta, mesmoquando essa passa a ser cultivada naregião. Esse desequilíbrio tem provocadoum amplo movimento de proteção ao usoda biodiversidade, incluindo debates etentativa de estabelecimento de legislaçãoem nível, inclusive, internacional.

Alguns grupos governamentais têmtrabalhado na região com o teste de efeitose o isolamento de princípios ativos, algunsdeles ligados a universidades federais, noCeará (Matos 1999b), Alagoas (Sant�Ana etal. 1999) e Paraíba (Agra 1996). Uma lista,sem dúvida incompleta, das plantastestadas ou em teste, está apresentada noAnexo 6. Como o assunto pode envolver aobtenção de patentes ou registros de uso,o conhecimento obtido nem sempre éamplamente disseminado.

Madeiras e ornamentaisA produção de madeira, exceto para

fins energéticos (lenha e carvão) e paraobtenção de estacas, é muito baixa nasáreas de caatinga (Tabela 4). A vegetaçãotípica de caatinga tem poucas árvores comfuste adequado para produção de tábuas,linhas, vigas, postes, etc. Algumas espécies,como a baraúna, a aroeira e outrasmadeireiras, são mantidas quando acaatinga é cortada para plantio, peloreconhecimento de sua utilidade.Eventualmente são cortadas, para umalinha de telhado, um eixo de carro de boiou outra função, apesar da proibição legalde corte de baraúna e aroeira, consideradasameaçadas de extinção. A maior produçãode madeira em toras da Bahia, Maranhãoe Piauí vem de áreas fora do biomaCaatinga. Os outros estados têm produçãomuito menor e apenas o Ceará tem umaextração razoável em áreas de caatinga.

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A produção de estacas para cerca ébastante disseminada em toda a Caatinga,mas ocorre principalmente no Ceará, ondesão extraídas mais de 10 milhões deunidades (Tabela 4). Muitas espéciescontribuem para essa produção, mas osabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.),pela sua qualidade, vem sendo muitoexplorado, reduzindo suas populaçõesnativas. Por outro lado, a produção deplantios comerciais começa a tomar olugar do extrativismo. Depois do Ceará, oPiauí é o maior produtor de estacas.Na Bahia, a pequena produção de muitasáreas, chama a atenção.

Algumas nativas, pelo seu caráterornamental, são usadas para arborização deruas, praças e jardins, seja pelo porte(palmeiras, em geral) ou pela floração (ipês ecássias, por exemplo). Além desse uso, asornamentais nativas têm um mercado restritoe ainda pouco estudado, como plantas dejardins e interiores, e como produtoras deflores. Orquídeas e bromélias têm comércioreconhecido, mas muitos outros tipos deplantas têm potencial de exploração aindapouco desenvolvido. Não há uma listagemdas ornamentais nativas ou ocorrentes noNordeste, e nem estudos sobre seu potencialatual, ou com seleção e melhoramento.

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79

No Família (número de espécies) / espécie

Anacardiaceae (2)1 Apterokarpos gardneri (Engl.) Rizzini2 Spondias tuberosa Arruda Cam.

Annonaceae (3)3 Annona vepretorum Mar t.4 Oxandra reticulata Maas5 Rollinia leptopetala R.E.Fries

Apocynaceae (5)6 Allamanda blanchetii A.DC.7 Allamanda puberula A.DC.8 Aspidosperma cuspa Blake ex Pitt.9 Aspidosperma pyrifolium Mar t.10 Aspidosperma riedelii M.Arg. spp. oliganthum (Wood.) Mare-Ferr.

Asclepiadaceae (4)11 Matelea roulinioides Agra & Stevens12 Marsdenia ulei Rothe13 Marsdenia zehntneri Fontella14 Ditassa dolichoglossa Schlecht.

Bignoniaceae (12)15 Adenocalyma marginatum (Cham.) DC.16 Anemopaegma athayde Gentry17 Anemopaegma laeve DC.18 Arrabidaea bahiensis (Schau) Sandw. & Moldenke19 Arrabidaea dispar Bur. ex K.Schum.20 Arrabidaea harleyi A.Gentry21 Fridericia speciosa (Mart.) Mar t.22 Godmania dardanoi (J.C.Gomes) Gentry23 Melloa quadrivalvis (Jacq.) A.Gentry24 Sparattosperma catingae Gentry25 Tabebuia spongiosa Rizzini26 Piriadacus erubescens (DC.) Pichon

Bombacaceae (4)27 Bombacopsis retusa (Mart.& Zucc.) Robyns28 Ceiba glaziovii K.Schum. ex Chod. & Hassl.29 Pseudobombax marginatum (A.St.-Hil.) A.Robyns30 Pseudobombax simplicifolium A.Robyns

Boraginaceae (8)31 Auxemma glazioviana Taub.32 Auxemma oncocalyx (Allemão)33 Cordia dardani Taroda34 Cordia globosa (Jacq.) Kunth.35 Cordia leucocephala Moric.36 Cordia leucomalloides Taroda37 Cordia longifolia A.DC.38 Patagonula bahiensis Moric.

Bromeliaceae (14)39 Aechmea leucolepis L.B.Sm.40 Billbergia euphemiae E.Morren41 Billbergia fosteriana L.B.Sm.42 Dyckia elongata Mez.43 Dyckia limae L.B.Sm.44 Dyckia maracasensis Ule45 Dyckia pernambucana L.B.Sm.46 Encholirium spectabile Mar t. Ex. Schultes & Schultes f.47 Hohenbergia catingae Ule48 Hohenbergia utriculosa Ule49 Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez.50 Orthophytum maracasense L.B.Sm.51 Orthophytum rubrum L.B.Sm.52 Orthophytum saxicola (Ule) L.B.Sm.

No Família (número de espécies) / espécie

Burseraceae (1)53 Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett

Cactaceae (41)54 Arrojadoa rhodantha (Gürke) Britton & Rose55 Arrojadoa penicillata (Gürke) Britton & Rose56 Brasilicerus phaeacanthus (Gürke) Backeberg57 Cereus jamacaru DC. spp. jamacaru58 Coleocephalocerus goebelianus (Vaupel) Buining.59 Discocactus bahiensis Britton & Rose60 Espostoopsis dybowskii (Roland-Goss.) Backbg.61 Harrisia adscendens Britton & Rose62 Melocactus lanssersianus P.J.Braun63 Melocactus azureus Buining & Brederoo spp. azureus64 Melocactus azureus spp. ferreophilus (Buining & Brederoo) N.P.Tayl.65 Melocactus bahiensis (Britton & Rose) Luetzelb. spp. bahiensis66 Melocactus conoideus Buining & Brederoo67 Melocactus ernestii Vaupel68 Melocactus glaucescens Buining & Brederoo69 Melocactus oreas Miq.70 Melocactus pachyacanthus Buining & Brederoo71 Melocactus salvadorensis Werderm.72 Melocactus zehntneti (Britton & Rose) Luetzelb.73 Opuntia inamoena Britton & Rose74 Opuntia palmadora Britton & Rose75 Pereskia aureiflora Ritter76 Pereskia bahiensis Gürke77 Pereskia stenantha Ritter78 Pilosocereus densiareolatus Ritter79 Pilosocereus floccosus Byles & Rowley spp. quadricostatus (Ritter) Zappi80 Pilosocereus fulvipulvinatus (Buining & Brederoo) Ritter81 Pilosocereus glaucochrous (Werderm.) Byles & Rowley82 Pilosocereus gounellei (Weber) Byles & Rowley spp. gounellei83 Pilosocereus gounellei (Weber) Byles & Rowley spp. zehntneri (Britton & Rose) Zappi84 Pilosocereus magnificus (Buining & Brederoo) Ritter85 Pilosocercus multicostatus Ritter86 Pilosocereus pachycladus Ritter spp. pachycladus87 Pilosocereus pachycladus Ritter spp. pernambucoensis (Ritter) Zappi88 Pilosocereus pentaedrophorus (Cels) Byles & Rowley spp. pentaedrophorus89 Pilosocereus pentaedrophorus (Cels) Byles & Rowley spp. robustus Zappi90 Pilosocereus piauhyensis (Gürke) Byles & Rowley91 Pilosocereus tuberculatus (Werderm.) Byles & Rowley92 Pseudoacanthocereus brasiliensis (Britton & Rose) Ritter93 Stephanocereus leucostele (Gürke) Berger94 Tacinga funalis Britton & Rose

Capparaceae (5)95 Capparis cynophallophora L.96 Capparis flexuosa (L.) L.97 Capparis jacobinae Moric.98 Capparis yco Mar t.99 Haptocarpum bahiense Ule

Caricaceae (1)100 Jacaratia heptaphylla (Sessé & Moç.)

Celastraceae (2)101 Fraunhofera multiflora Mar t.102 Maytenus rigida Mar t.

Chrysobalanaceae (1)103 Licania rigida Benth.

Combretaceae (3)104 Combretum monetaria Mar t.105 Combretum pisonioides Taub.106 Combretum rupicola Ridley

Anexo 1 � Lista das espécies endêmicas da Caatinga, separadas por família (Giulietti et al. 2002).

80

Anexo 1 � Lista das espécies endêmicas da Caatinga, separadas por família (Giulietti et al. 2002).

No Família (número de espécies) / espécie

Commelinaceae (1)107 Dichorisandra glaziovii Taub.

Compositae (3)108 Argyrovernonia harley K. & R.109 Blanchetia heterotricha DC.110 Telmatophila scolymastrum Mar t.

Convolvulaceae (11)111 Evolvulus chamaepitys Mar t. var. desertorum112 Evolvulus diosmioides Mar t.113 Evolvulus flexuosus Helwig.114 Evolvulus gnaphalioides Moric.115 Evolvulus speciosus Moric.116 Ipomaea brasiliana (Choisy) Meisn.117 Ipomaea decipiens Dammer118 Ipomaea franciscana Choisy119 Ipomaea longistaminea O�Donnell120 Ipomaea marsellia Meisn.121 Ipomaea pintoi O�Donnel

Cucurbitaceae (7)122 Apodanthera congestiflora Cogn.123 Apodanthera fasciculata Cogn.124 Apodanthera glaziovii Cogn.125 Apodanthera hatschbachii C.Jeffrey126 Apodanthera succulenta C.Jeffrey127 Apodanthera trifoliata Cogn.128 Apodanthera villosa C.Jeffrey

Cyperaceae (1)129 Rhynchospora calderana D.A.Simpson

Euphorbiaceae (17)130 Cnidoscolus bahiensis (Ule) Pax. & Hoffm.131 Cnidoscolus caesifolius (Müll.Arg.) Pax. & Hoffm.132 Croton argyrophylloides Müll.Arg.133 Croton campestris St.-Hil.134 Ditaxis desertorum (Müll.Arg.) Pax. & Hoffm.135 Ditaxis malpighiacea (Ule) Pax. & Hoffm.136 Jatropha mollissima Baill.137 Jatropha mutabilis (Pohl) Baill.138 Jatropha ribifolia Baill.139 Manihot brachyandra Pax. & Hoffm.140 Manihot catingae Ule141 Manihot dichotoma Ule142 Manihot epruinosa Pax. & Hoffm.143 Manihot glaziovii Müll.Arg.144 Manihot heptaphylla Ule145 Manihot maracasensis Ule146 Manihot pseudoglaziovii Pax. & Hoffm.

Gramineae (2)147 Neesiochloa barbata (Nees) Pilger148 Panicum caatingense Renvoize

Labiatae (9)149 Hyptidendron amethystoides (Benth.) Harley150 Hyptis calida Mar t. ex Benth.151 Hyptis leptostachys Epling ssp. caatingae Harley152 Hyptis leucocephala Mar t. ex Benth.153 Hyptis mar tiusii Benth.154 Hyptis pinheiroi Harley155 Hyptis platanifolia Mar t. ex Benth.156 Hyptis simulans Epling157 Hyptis viaticum Harley

No Família (número de espécies) / espécie

Leguminosae (80)158 Acacia kallunkiae Grimes & Barneby159 Acacia piauhiensis Benth.160 Aeschynomene martii Benth.161 Arachis pusilla Benth.162 Arachis triseminata Krapov. & Gregory163 Bauhinia cacovia subsp. blanchetiana Wunderlin164 Blanchetiodendron blanchetii (Benth.) Barneby & Grimes165 Caesalpinia calycina Benth.166 Caesalpinia gardneriana Benth.167 Caesalpinia laxiflora Tul.168 Caesalpinia microphylla Mar t. ex G.Don169 Caesalpinia pyramidalis Tul. var. pyramidalis170 Calliandra aeschynomenoides Benth.171 Calliandra depauperata Benth.172 Calliandra duckei Barneby173 Calliandra imperialis Barneby174 Calliandra leptopoda Benth.175 Calliandra macrocalyx Benth. var. aucta Barneby176 Calliandra macrocalyx Benth. var. macrocalyx177 Calliandra spinosa Ducke178 Calliandra squarrosa Benth.179 Calliandra ulei Harms180 Calliandra umbellifera Benth.181 Chamaecrista belemii (Irwin & Barneby) var. belemii182 Chamaecrista belemii var. paludicola (Irwin & Barneby) Irwin & Barneby183 Chamaecrista brevicalyx (Benth.) Irwin & Barneby var. elliptica (Irwin &

Barneby) Irwin & Barneby184 Chamaecrista coradini Barneby185 Chamaecrista swainsonii (Benth.) Irwin & Barneby186 Chloroleucon dumosum (Benth.) G.P.Lewis187 Chloroleucon extor tum Barneby & Grimes188 Coursetia rostrata Benth.189 Coursetia vicioides (Nees & Mar t.) Benth.190 Cratylia mollis Mar t. ex Benth.191 Crotalaria holosericea Nees & Mar t.192 Dalbergia catingicola Harms193 Dalbergia cearensis Ducke194 Dalbergia decipularis Rizzinni & A.Mattos195 Dioclea marginata Benth.196 Hymenaea eriogyne Benth.197 Indigofera blanchetiana Benth.198 Leucochloron limae Barneby & Grimes199 Mimosa adenophylla Taub. var. armandiana (Rizzini) Barneby200 Mimosa adenophylla var. mitis Barneby201 Mimosa brevipinna Benth.202 Mimosa caesalpiniifolia Benth.203 Mimosa campicola Harms var. planipes Barneby204 Mimosa coruscocaesia Barneby205 Mimosa exalbescens Barneby206 Mimosa glaucula Barneby207 Mimosa hor tensis Barneby208 Mimosa lepidophora Rizzini209 Mimosa leptantha Benth.210 Mimosa marröensis Barneby211 Mimosa mensicola Barneby212 Mimosa misera Benth. var. misera213 Mimosa misera var. subnermis (Benth.) Barneby214 Mimosa modesta Mar t. var. modesta215 Mimosa modesta Mar t. var. ursinoides (Harms) Barneby216 Mimosa niomarlei A.Fernandes217 Mimosa nothopteris Barneby

Continuação

81

Anexo 1 � Lista das espécies endêmicas da Caatinga, separadas por família (Giulietti et al. 2002).

No Família (número de espécies) / espécieLeguminosae (80)

218 Mimosa ophthalmocentra Benth.219 Mimosa pseudosepiaria Harms220 Mimosa setuligera Harms221 Mimosa subenervis Benth.222 Mimosa ulbrichiana Harms223 Mimosa xiquexiquensis Barneby224 Mysanthus uleanus (Harms) G.P.Lewis & A.Delgado225 Parapiptadenia zehntneri (Harms) M.P.Lima & H.C.de Lima226 Pterocarpus simplicifolius Barneby Klitgaard. L.P.Queiroz & G.P.Lewis227 Senna acuruensis (Benth.) var. acuruensis228 Senna acuruensis var. caatingae (Harms) Irwin & Barneby229 Senna acuruensis var. interjecta Irwin & Barneby230 Senna aversiflora (Herb.) Irwin & Barneby231 Senna gardneri (Benth.) Irwin & Barneby232 Senna harleyi Irwin & Barneby233 Senna mar tiana (Benth.) Irwin & Barneby234 Senna rizzin Irwin & Barneby235 Stylosanthes bahienses L.�t Mannetje & G.P.Lewis236 Zornia echinocarpa (Meissner) Benth.237 Zornia ulei Harms

Malpighiaceae (4)238 Barnebya harleyi Anderson & Gates239 Byrsonima pedunculata W.R.Anderson240 Macvaughia bahiana W.R.Anderson241 Stigmaphyllon harleyi W.R.Anderson

Malvaceae (15)242 Gaya aurea St.-Hil243 Gossypium mustelinum Miers ex Watt244 Herissantia crispa (L.) Briz.245 Herissantia tiubae (K.Schum.) Briz.246 Pavonia blanchetiana Miq.247 Pavonia erythrolema Gürke248 Pavonia glazioviana Gürke249 Pavonia mar tii Colla250 Pavonia repens Fryxell251 Pavonia spinistipula Gürke252 Pavonia varians Moric.253 Pavonia zehntneri Ulbr.254 Sida galheirensis Ulbr.255 Wissadula contracta (Link.) R.E.Fries256 Wissadula patens (St.-Hil.) Gürke

Molluginaceae (1)257 Glischrothamnus ulei Pilg.

Myrtaceae (1)258 Campomanesia eugenioides var. desertorum (DC.) Landrum

Palmae (5)259 Attalea seabrensis Glassman260 Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore261 Syagrus microphylla Burnet262 Syagrus vagans (Bondar) Hawkes263 Syagrus x matafome (Bondar) Glassman

Polygonaceae (1)264 Ruprechtia glauca Meisn.

Pontederiaceae (2)265 Heteranthera seubertiana Solms266 Hydrothrix gardneri Hook.

Rhamnaceae (5)267 Alvimiantha tricamerata C.Grey-Wilson268 Crumenaria decumbens Mar t.269 Rhamnidium molle Reiss.270 Ziziphus cotinifolia Reiss.271 Ziziphus joazeiro Mar t.

No Família (número de espécies) / espécieRubiaceae (6)

272 Alseis involuta Schum.273 Guettarda angelica Mar t. ex. Müll.Arg.274 Guettarda sericea Mull.Arg275 Machaonia spinosa Cham.& Schlecht.276 Randia nitida (H.B.K.) DC.277 Simira gardneriana M.R.Barbosa & A.L.Peixoto

Rutaceae (7)278 Balfourodendron molle (Miq) Pirani279 Esenbeckia decidua Pirani280 Pilocarpus sulcatus Skorupa281 Pilocarpus trachylophus Holmes282 Zanthoxylum hamadryadicum Pirani283 Zanthoxylum stelligerum Turcz.284 Zanthoxylum syncarpum Tul.

Sapindaceae (3)285 Averrhoidium gardnerianum Baill.286 Cardiospermum oliveirae Ferruci287 Serjania conradinii Ferruci

Scrophulariaceae (10)288 Anamaria heterophylla (Giulietti & F.C.Souza) F.C.Souza289 Ameroglossum pernambucense Eb.Fischer, S.Vogel & A.Lopes290 Angelonia biflora Benth.291 Angelonia campestris Nees & Mar t.292 Angelonia cornigera Hook f.293 Bacopa angulata (Benth.) Edwall294 Bacopa depressa (Benth.) Edwall295 Dizygostemon floribundum Benth. ex Radlk.296 Dizygostemon angustifolium Giulietti297 Monopera micrantha (Benth.) Barringer

Solanaceae (2)298 Heteranthia decipiens Needs & Mart.299 Solanum jabrense M.F.Agra

Sterculiaceae (7)300 Ayenia blanchetiana K.Schum.301 Ayenia erecta Mar t. ex K.Schum.302 Ayenia hir ta St.-Hil ex Naud.303 Helicteris mollis K.Schum.304 Melochia betonicifolia St.-Hil.305 Raylea bahiensis Cristobal306 Waltheria ferruginea St.-Hil.

Turneraceae (7)307 Piriqueta asperifolia Arbo.308 Piriqueta assuruensis Urb.309 Piriqueta carnea Urb.310 Piriqueta densiflora Urb. var. densiflora311 Piriqueta dentata Arbo312 Piriqueta duar teana (St.-Hil) Urb. var. ulei Urb.313 Piriqueta scabrida Urb.

Ulmaceae (1)314 Phyllostylon brasiliense Capan.

Velloziaceae (1)315 Xerophyta cinerascens Roem. & Schult.

Verbenaceae (3)316 Lantana caatingensis Mold.317 Lippia bahiensis Mold.318 Lippia gracilis Schauer

Continuação

82

CaesalpiniaceaeApuleia leiocarpa (Vogel) Macbr.Bauhinia acuruana Moric.Bauhinia cacovia Wunderlin subsp. blanchetiana WunderlinBauhinia catingae HarmsBauhinia cheilantha (Bong.) Steud.Bauhinia dumosa Benth.Bauhinia estivana WunderlinBauhinia flexuosa Moric.Bauhinia forficata LinkBauhinia harleyi WunderlinBauhinia microstachya (Raddi) Macbr.Bauhinia pentandra (Bong.) Vogel ex Steud.Bauhinia pulchella Benth.Bauhinia rufa (Bong.) Steud.Bauhinia trichosepala WunderlinCaesalpinia bracteosa Tul.Caesalpinia calycina Benth.Caesalpinia ferrea Mar t. ex Tul.Caesalpinia gardneriana Benth.Caesalpinia laxiflora Tul.Caesalpinia microphylla Mar t.Caesalpinia pyramidalis Tul.Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC.Cenostigma macrophyllum Tul.Chamaecrista absus (L.) H.S.Irwin & Barneby var. absusChamaecrista acosmifolia (Benth.) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista amiciella H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista barbata (Nees & Mart.) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista belemii (H.S.Irwin & Barneby) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista brevicalyx (Benth.) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista carobinha (H.S.Irwin & Barneby) H.S.IrwinChamaecrista cuprea H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista desvauxii (Collad.) KillipChamaecrista eitenorum H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista flexuosa (L.) Greene var. flexuosaChamaecrista hispidula (Vahl) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista jacobinae (Benth) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista nictitans (L.) MoenchChamaecrista pascuorum (Benth.) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista philippii H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista pilosa (L.) GreeneChamaecrista ramosa (Vogel) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista repens (Vogel) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista roraimae (Benth) GleasonChamaecrista rotundifolia (Pers.) GreeneChamaecrista serpens (L.) GreeneChamaecrista supplex (Benth.) Britton & RoseChamaecrista swainsonii (Benth.) H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista zygophylloides (Taub.) H.S.Irwin & BarnebyCopaifera coriacea Mar t.Copaifera langsdorffii Desf.Copaifera martii HayneDictychandra aurantiaca Tul.Goniorrhachis marginata Taub.Hymenaea courbaril L.Hymenaea eriogyne Benth.Hymenaea martiana HayneHymenaea stigonocarpa Mar t. ex HayneHymenaea velutina DuckeMartiodendron mediterraneum (Mart. ex Benth.) KoeppenMelanoxylon brauna SchottParkinsonia aculeata L.Peltogyne confer tiflora (Hayne) Benth.Peltogyne pauciflora Benth.Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.Poeppigia procera PreslPterogyne nitens Tul.Senna acuruensis (Benth.) H.S.Irwin & Barneby

Caesalpiniaceae (continuação)Senna affinis (Benth.) H.S.Irwin & BarnebySenna alata (L.) Roxb.Senna aversiflora (Herb.) H.S.Irwin & BarnebySenna cana (Nees & Mar t.) H.S. Irwin & Barneby var. canaSenna gardneri (Benth.) H.S.Irwin & BarnebySenna harleyi H.S.Irwin & BarnebySenna macranthera (Collad.) H.S.Irwin & BarnebySenna martiana (Benth.) H.S.Irwin & BarnebySenna mucronifera (Benth.) H.S.Irwin & BarnebySenna obtusifolia (L.) H.S.Irwin & BarnebySenna occidentalis (L.) LinkSenna pendula (Willd.) H.S.Irwin & BarnebySenna rizzinii H.S.Irwin & BarnebySenna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby var. exelsaSenna splendida (Vogel) H.S.Irwin & BarnebySenna uniflora (P. Mill.) H.S.Irwin & Barneby

MimosaceaeAbarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J.W.GrimesAbarema langsdorfii (Benth.) Barneby & J.W.GrimesAcacia adhaerans Benth.Acacia bahiensis Benth.Acacia farnesiana (L.) Willd. Acacia glomerosa Benth.Acacia kallunkiae J.W.Grimes & BarnebyAcacia langsdorfii Benth.Acacia martii Benth.Acacia monacantha Willd.Acacia piauhiensis Benth.Acacia polyphylla DC.Acacia riparia KunthAlbizia inundata (Mart.) Barneby & J.W.GrimesAlbizia polycephala (Benth.) KillipAnadenanthera colubrina (Vell.) BrenanAnadenanthera peregrina (L.) Speg.Blanchetiodendron blanchetii (Benth.) Barneby & J.W.GrimesCalliandra axillaris Benth.Calliandra depauperata Benth.Calliandra leptopoda Benth.Calliandra macrocalyx HarmsCalliandra squarrosa Benth.Chloroleucon dumosum (Benth.) G.P. LewisChloroleucon extor tum Barneby & J.W.GrimesChloroleucon foliolosum (Benth.) G.P. LewisDesmanthus virgatus (L.) Willd.Enterolobium contortisiliquum (Vell.) MorongEnterolobium timbouva Mar t.Leucochloron limae Barneby & J.W.GrimesMimosa acutistipula Benth.Mimosa adenophylla Taub.Mimosa arenosa (Willd.) Poir.Mimosa bimucronata (DC.) KuntzeMimosa campicola HarmsMimosa coruscocaesia BarnebyMimosa exalbescens BarnebyMimosa gemmulata BarnebyMimosa glaucula BarnebyMimosa hexandra MicheliMimosa hirsuticaulis HarmsMimosa hypoglauca Mar t. var. hypoglaucaMimosa invisa Mar t.Mimosa ir rigua BarnebyMimosa lewisii BarnebyMimosa mensicola BarnebyMimosa misera Benth.Mimosa modesta Mar t.Mimosa morroensis BarnebyMimosa nothopteris Barneby

Anexo 2 - Leguminosas da caatinga da Bahia (adaptado de Queiroz 1999).

83

Anexo 2 - Leguminosas da caatinga da Bahia (adaptado de Queiroz 1999).

Papilionoideae (continuação)Dalbergia catingicola HarmsDalbergia cearensis DuckeDalbergia decipularis Rizzini & Matt.Dalbergia miscolobium Benth.Desmodium barbatum (L.) Benth.Dioclea grandiflora Mar t. ex Benth.Dioclea guianensis Benth.Dioclea lasiophylla Mar t. ex Benth.Dioclea marginata Benth.Dioclea violacea Mar t. ex Benth.Discolobium hir tum Benth.Erythrina velutina Willd.Galactia jussiaeana KunthGalactia remansoana HarmsGeoffroea striata (Willd.) MorongIndigofera blanchetiana Benth.Indigofera microcarpa Desv.Indigofera suffruticosa Mill.Lonchocarpus araripensis Benth.Lonchocarpus campestris Benth.Lonchocarpus sericeus (Poir.) KunthLonchocarpus virgilioides Benth.Luetzelburgia andrade-limae LimaLuetzelburgia auriculata (Allemão) DuckeLuetzelburgia bahiensis YakovlevMachaerium acutifolium VogelMachaerium angustifolium VogelMachaerium leucopteum VogelMachaerium punctatum (Poir.)Macroptilium bracteatum (Nees & Mart.) Maréchal & BaudetMacroptilium erythroloma (Mart. ex Benth.) Urb.Macroptilium gracile (Poepp. ex Benth.) Urb.Macroptilium lazthyroides (L.) Urb.Macroptilium martii (Benth.) Maréchal & BaudetMacroptilium panduratum (Mart. ex Benth.) Maréchal & BaudetMacroptilium sabaraense (Hoehne) V. P. Barbosa-FereveiroMysanthus uleanus (Harms) G.P.Lewis & A.Delgado var. uleanusPeriandra coccinea (Schrad.) Benth.Platymiscium floribundum VogelPlatymiscium pubescens MicheliPlatypodium elegans VogelPoecilanthe subcordata Benth.Poecilanthe ulei (Harms) Arroyo & RuddPoiretia punctata (Willd.) Desv.Pterocarpus ternatus RizziniPterocarpus villosus (Mart. ex Benth.) Benth.Pterocarpus zehntneri HarmsPterodon abruptus (Moric.) Benth.Rhynchosia edulis Griseb.Riedeliella graciliflora HarmsStylosanthes bahiensis t Mannetje & G.P.LewisStylosanthes capitata VogelStylosanthes debilis M.B.Ferreira & Souza CostaStylosanthes humilis KunthStylosanthes scabra VogelStylosanthes viscosa Sw.Tephrosia cinerea (L.) Pers.Tephrosia purpurea (L.) Pers.Vigna candida (Vell.) Maréchal, Mascherpa & StainierZornia brasiliensis VogelZornia echinocarpa (Moric.) Benth.Zornia gemella (Willd.) VogelZornia glabra Desv.Zornia harmsiana StandleyZornia myriadena Benth.Zornia sericea Moric.Zornia ulei Harms

Mimosaceae (continuação)Mimosa ophtalmocentra Mar t. ex BenthMimosa pellita Humb. & Bompl. Ex Willd.Mimosa pithecolobioides Benth.Mimosa pseudosepiaria HarmsMimosa pudica L.Mimosa quadrivalvis L. var. leptocarpa (DC.) BarnebyMimosa sensitiva L.Mimosa setuligera HarmsMimosa setosa Benth. Var. paludosa (Benth.) BarnebyMimosa somnianus Humb. & Bompl. Ex Willd. var. somniansMimosa subnervis Benth.Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.Mimosa ulbrichiana HarmsMimosa ursina Mar t.Mimosa verrucosa Benth.Mimosa xiquexiquensis BarnebyNeptunia plena (L.) Benth.Parapiptadenia blanchetii (Benth.) Vaz & M.P. de LimaParapiptadenia zehntneri (Harms) M.P. de Lima & LimaPiptadenia irwinii G.P.Lewis var. irwiniiPiptadenia moniliformis Benth.Piptadenia obliqua (Pers.) J. F. Macb. Piptadenia stipulacea (Benth.) DuckePiptadenia viridiflora (Kunth) Benth.Pithecellobium diversifolium Benth.Plathymenia reticulata Benth.Pseudopiptadenia bahiana G.P.Lewis & M.P.LimaPseudopiptadenia brenanii G.P.Lewis & M.P.LimaPseudopiptadenia contorta (DC.) G.P.Lewis & M.P.LimaSamanea inopinata (Harms) Barneby & J.W.Grimes

PapilionoideaeAcosmium fallax (Taub.) YakovlevAeschynomene elegans Schltdl. & Cham.Aeschynomene evenia WrightAeschynomene filosa Mar t. ex Benth.Aeschynomene histrix Poir.Aeschynomene martii Benth.Aeschynomene viscidula Michx.Amburana cearensis (Allemão ) A.C.SmithAndira anthelmia (Vell.) J.F.Macbr.Andira fraxinifolia Benth.Arachis dardanoi Krapov. & W.C.Greg.Arachis pusilla Benth.Arachis sylvestris (A.Chev.) A.Chev.Arachis triseminata Krapov. & W.C.Greg.Bocoa mollis (Benth.) CowanCamptosema aff. paraguariense (Chodat & Hassl.) Hassl.Camptosema pedicellatum Benth.Camptosema spectabile (Tul.) Burk.Canavalia brasiliensis Mar t. Ex Benth.Canavalia dictyota PiperCentrolobium sclerophyllum Lima sp. nov.Centrosema arenarium Benth.Centrosema brasilianum (L.) Benth.Centrosema virginianum (L.) Benth.Chaetocalyx blanchetiana (Benth.) RuddChaetocalyx scandens (L.) Urb.Clitoria stipularis Benth.Coursetia rostrata Benth.Coursetia vicioides (Nees & Mar t.) Benth.Cratylia bahiensis L.P.QueirozCratylia mollis Mar t. ex Benth.Crotalaria bahiensis Windler & SkinnerCrotalaria brachycarpa Benth.Crotalaria harleyi Windler & SkinnerCrotalaria holosericea Nees & Mar t.

Continuação

84

Anexo 3 - Forrageiras nativas da bacia do Parnaíba (adaptado de Nascimento et al. 1999).

Família / espécie Família / espécieConvolvulaceaeJacquemontia ferruginea ChoisyMerremia aegyptia (L.) Urb.

CucurbitaceaeMomordica charantia L.

CyperaceaeCyperus amabilis VahlCyperus articulatus L.Kyllinga squamulata VahlScleria lacustris WrightScleria micrococca Steud.

EuphorbiaceaeCroton compressus Lam.Croton glandulosus L.Croton heliotropiifolius KunthCroton hir tus L�Her.Croton mucronifolius Muell. Arg.Croton pedicellatus KunthCroton sonderianus Muell.- Arg.Manihot caerulescens (Pohl em.) Müll.Arg.Manihot sp.

GentianaceaeSchultesia brachyptera Cham.

LabiataeHyptis pectinata (L.) Poit.Hyptis suaveolens (L.) Poit.Marsypianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze

CaesalpiniaceaeBauhinia brevipes VogelBauhinia dubia G.DonBauhinia flexuosa Moric.Bauhinia glabra Jacq.Bauhinia cf. membranacea Benth.Bauhinia pentandra (Bong.) Vogel ex Steud.Bauhinia platipetala Burch.Bauhinia pulchella Benth.Bauhinia subclavata Benth.Bauhinia ungulata L.Bauhinia sp.Caesalpinia bracteosa Tul.Caesalpinia ferrea Mar t. ex Tul.Caesalpinia cf. gardneriana Benth.Cenostigma gardnerianum Tul.Chamaecrista calycioides (Collad.) GreeneChamaecrista desvauxii (Collad.) KillipChamaecrista eitenorum H.S.Irwin & BarnebyChamaecrista rotundifolia (Pers.) GreeneChamaecrista sp.Hymenaea courbaril L. var. stilbocarpaMartiodendron mediterraneum (Mart. Ex Benth.) KoeppenSenna lechriosperma H.S.Irwin & Barneby

AcanthaceaeAnisacanthus trilobus LindauRuellia paniculata L.

AmaranthaceaeAlthernanthera brasiliana (L.) KuntzeAlthernanthera tenella CollaAmaranthus lividus L.Amaranthus spinosus L.Blutaparon vermiculare (L.) MearsFroelichia humboldtiana (Roem. & Schult.) Seub.Gomphrena leucocephala Mar t.

AsteraceaeSpondias tuberosa ArrudaSpondias sp.Acmella uliginosa (Sw.) Cass.Aspilia cearensis J.U.SantosBlainvillea rhomboidea Cass.

BignoniaceaeMelanthera latifolia Gardn.Pectis oligocephala (Gardner) Sch.Bip.Stilpnopappus pratensis Mar t. ex DC.Stilpnopappus procumbens GardnerStilpnopappus cf. trichospiroides Mar t. ex DC.Adenocalymma marginatum DC.Adenocalymma sp.Arrabidaea sp.Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Stand.Tabebuia sp.

BixaceaeCochlospermum regium (Mart.) Pilg.

BombacaceaePseudobombax sp.

BoraginaceaeCordia piauhiensis Fresen.

CapparaceaeCapparis cynophallophora L.Cleome spinosa Jacq

ChrysobalanaceaeLicania tomentosa (Benth.) Fritsch

CombretaceaeCombretum leprosum Mar t.Terminalia sp.Thiloa glaucocarpa Eichl.

CommelinaceaeCommelina sp.

85

Anexo 3 - Forrageiras nativas da bacia do Parnaíba (adaptado de Nascimento et al. 1999).

Caesalpiniaceae (continuação)

Senna obtusifolia (L.) H.S.Irwin & BarnebySenna occidentalis (L.) LinkSenna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & BarnebySenna uniflora (P. Mill.) H.S.Irwin & BarnebySenna sp.

MimosaceaeAcacia langsdorfii Benth.Acacia riparia KunthAcacia sp.Albizia niopioides (Spruce ex Benth.) Burkar tCalliandra sp.Desmanthus virgatus (L.) Willd.Dimorphandra gardneriana Tul.Mimosa acutistipula Benth.Mimosa caesalpiniifolia Benth.Mimosa hirsutissima Mar t.Mimosa quadrivalvis L. var. leptocarpa (DC.) BarnebyMimosa sensitiva L.Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.Mimosa ursina Mar t.Mimosa verrucosa Benth.Mimosa sp.Parkia platycephala Benth.Piptadenia moniliformis Benth.Piptadenia stipulacea (Benth.) DuckeSamanea saman (Jacq.) Merr.Plathymenia sp.

PapilionoideaeAeschynomene aff. brasiliana (Poir.) DC.Aeschynomene evenia WrightAeschynomene paniculata Willd. ex VogelAeschynomene sp.Calopogonium mucunoides Desv.Calopogonium sp.Canavalia brasiliensis Mar t. ex Benth.Centrosema brasilianum (L.) Benth.Centrosema coriaceum Benth.Cratylia argentea (Desv.) KuntzeCratylia mollis Mar t. ex Benth.Crotalaria sp.Desmodium glabrum (Mill.) DC.Desmodium incanum (Sw.) DC.Desmodium tortuosum (Sw.) DC.Dioclea grandifolia Mar t. ex Benth.Dioclea guianensis Benth. (Benth.) MaxwellDioclea sp.Discolobium hir tum Benth.Galactia texana (Scheele) A.GrayLuetzelburgia auriculata (Allemão) DuckeMacroptilium gracile (Poepp. ex Benth.) Urb.Macroptilium longepedunculatum (Mart. ex Benth) Urb.Macroptilium lathyroides (L.) Urb.Stylosanthes angustifolia VogelStylosanthes capitata Vogel

Papilionoideae (continuação)

Stylosanthes humilis KunthSwartzia sp.Zornia aff. brasiliensis VogelZornia cearensis HuberZornia cf. gemella (Willd.) VogelZornia cf. latifolia Sm.Zornia sericea Moric.

MalvaceaeMalachra fasciata Jacq.Malvastrum coromandelianum (l.) GarckePavonia cancelata (L.f.) Cav.Sida acuta Burm.f.Sida aggregata C.Presl.Sida ?angustissima A.St.-Hil.Sida ciliaria L.Sida cordifolia L.Sida decumbens A.St.-Hil. & NaudinSida rhombifolia L.Sida spinosa L.

MoringaceaeMoringa sp.

MyrtaceaeEugenia pucinifolia (Kunth) DC.

NyctaginaceaeBoerhavia diffusa L.

OnagraceaeLudwigia hyssopifolia (G.Don) Exell

OpiliaceaeAgonandra brasiliensis Benth. & Hook.f.

PoaceaeAristida longifolia Trin.Aristida setifolia KunthAxonopus complanatus (Nees. Ex Trin.) DedeccaAxonopus purpusii ChaseBrachiaria fasciculata (Sw.) ParodiBrachiaria mollis (Sw.) ParodiDigitaria ciliaris (Retz.) Koell.Digitaria filiformis Koell.Digitaria insularis (L.) Mez ex EkmanDigitaria nuda Schumach.Echinochloa polystachya (Kunth) Hitchc.Eleusine indica (L.) Gaertn.Eragrostis ciliaris (L.) R.Br.Eragrostis maypurensis (Kunth) Steud.Eragrostis tenella (L.) Roem. & Schult.Gymnopogon sp.Hymenachne amplexicaulis (Rudge) NeesIchnanthus sp.Lasiacis sorghoidea (Desv.) Hitchc. & Chase

Família / espécie Família / espécie

Continuação

86

Poaceae (continuação)

Mesosetum loliiforme (Steud.) ChasePanicum hir ticaule C.Presl.Panicum laxum Sw.Panicum pilosum Sw.Panicum trichoides Sw.Paspalum malacophyllum Trin.Paspalum maritimum Trin.Paspalum multicaule Poir.Paspalum plicatulum Michx.Pennisetum polystachyum Schult.Setaria parviflora (Poir.) KerguélenSetaria tenacissima Schrad. ex Schult.Sorgum halepense (L.) Pers.Steinchisma hians NashStreptostachys asperifolia Desv.Trachypogon macroglossus Trin.Trachypogon spicatus (L.f.) KuntzeUrochloa mosambicensis (Hack.) Dandy

RhamnaceaeZiziphus cotinifolia Reissek

RubiaceaeBorreria densiflora DC.Borreria scabiosoides Cham. & Schltdl.Borreria sp.Chomelia obtusa Cham. & Schltdl.Diodia radula Cham. & Schltdl.Diodia teres WalterPalicourea crocea (Sw.) Roem. & Schult.Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud.Richardia scabra L.Richardia sp.

SolanaceaePhysalis angulata L.Solanum crinitum Lam.

SterculiaceaeGuazuma ulmifolia Lam.Melochia parvifolia HBK.Waltheria albicans Turcz.Waltheria brachypetala Turcz.Waltheria bracteosa A.St.-Hil. & NaudinWaltheria indica L.Waltheria operculata RoseWaltheria petiolata K.Scum.

TiliaceaeCorchorus hir tus L.Triumfeta rhomboidea Jacq.

TurneraceaeTurnera melochioides Cambess.Turnera subulata sm.Turnera ulmifolia L.Turnera sp.

VerbenaceaeLippia cf. sidoides Cham.Lippia sp.Stachytarpheta sp.

ZygophyllaceaeKallstroemia tribuloides Wight & Arn.

Anexo 3 - Forrageiras nativas da bacia do Parnaíba (adaptado de Nascimento et al. 1999).

Família / espécie Família / espécie

Continuação

87

Anexo 4 - Espécies frutíferas do Nordeste (adaptado de Pinto 1993).

Família Espécie Nome vulgar

Anacardiaceae Anacardium humile St. Hil. CajuíAnacardium occidentale L. CajuAnacardium prumilum CajuíSpondias dulcis Forst. CajaranaSpondias lutea L. CajáSpondias sp. Cajá-de-macacoSpondias sp. x S. tuberosa Arr. Cam. Cajá-umbuSpondias tuberosa Arr. Cam. Imbu, umbu

Annonaceae Annona coriacea Mar t. AraticumAnnona crassiflora Mar t. Bruto, cabeça-de-negro, maroloAnnona crassifolia Mar t. AraticumAnnona glabra L. Araticum-do-brejo, araticum-cortiça, panãAnnona marcgravii Mar t. AraticumAnnona salzmannii A.DC AraticumAnnona spinescens Mar t. Araticum-de-espinhoAnnona vepretorum Mar t. BruteiraDuguetia sp. Pinha-brabaGuatteria vilosissima Mar t. PindaíbaRollinia aff. laurifolia Schlecht. Pinha-do-campoRollinia cf. laurifolia Schlecht. CarapiáRollinia exalbida Mar t. Pinha-do-campoRollinia rugulosa Schlecht. CortiçaRollinia sericea R.E.Fries Cortiça

Apocynaceae Couma rigida Muell. Arg. MucugêHancornia speciosa Gomez MangabaLacmellea poussiflora (Kuhlm.) Monachino ChananãMacoubea guianensis Aubl. Piquiá, pitiá-de-leiteMacoubea sprucei Muell. Arg. Pitiá-de-leite

Arecaceae Bactris acanthocarpa Mar t. Mané-veioBactris ferruginea Burret Mané-veioSyagrus coronata (Mart.) Becc. Licuri, ouricuriSyagrus matafome (bondar) Glassm. Coco-mata-fomeSyagrus oleracea (Mart.) Becc. CatoléSyagrus olerrupacea (C.Mar t.) Becc. GuabirobaSyagrus schizophylla (C.Mar t.) Glassman Ariri

Bombacaceae Bombacopsis glabra (Pasq.) A.Robyns Castanha-do-MaranhãoPachira sp. Cacau-brabo

Boraginaceae Cordia superba Cham. Baba-de-boi, grão-de-galoBromeliaceae Ananas bracteatus AnanásCactaceae Brasiliopuntia bahiensis Br. et R. Cumbeba

Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) Berger cumbebaCaesalpiniaceae Dialium guianense Aubl. Sandw. Jitaí-amarelo

Hymenaea courbaril L. JatobáHymenaea oblongifolia Lee & Lang Jatobá-burundanga

Capparaceae Crataeva tapia L. TrapiáCaricaceae Carica quercifolia (ST. Hil.) Solms Mamão-de-saruê

Jacaratia dodecaphylla A .DC Mamão-de-veadoCaryocaraceae Caryocar brasiliensis Camb. Piqui-verdadeiro

Caryocar coriaceum Wittm. Piqui-braboCaryocar edulis Casar. Piqui-vinagreiro

Chrysobalanaceae Chrysobalanus icaco L. GuairuCouepia impressa Prance OitiCouepia rufa Ducke Oiti-boiCouepia uiti Benth. Oiti-da-mataLicania parviflora Benth. QuiriLicania salzmannii (Hook f.) Fritsch. Oiti-coróLicania tomentosa (Benth.) Fritsch. Oiti-mirim

Clusiaceae Rheedia brasiliensis (Mart.) Planch. BacupariRheedia macrophylla (Mart.) Pl. & Tr. Bacupari

Fabaceae Geoffroea striata (Willd.) Morong UmaríLecythidaceae Lecythis pisonis Comb. SapucaiaMalpighiaceae Byrsonima stipulacea ª Juss. Murici-branco

Byrsonima verbascifolia Rich. Ex Juss. Murici-de-taboleiroMelastomataceae Clidemia hir ta Don Pixixica

Henriettea succosa (Aubl.) DC. MundurucuMouriri gardneri Triana Puçá-de-porcoMouriri puca Gardn. Puçá

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Anexo 4 - Espécies frutíferas do Nordeste (adaptado de Pinto 1993).

Família Espécie Nome vulgarMimosaceae Inga affinis Benth. Ingá-cipó

Inga fagifolia Willd. Ingá-iInga marginata Willd. Ingá-mirimInga nuda Salz. Ingá-sabãoInga sessilis (Vell.) Mar t. Ingá-ferraduraInga striata Benth. Ingá-cachão

Moraceae Pouroma cecropiaefolia Mar t. Tararanga-pretaPouroma guianensis Aubl. Tararanga-branca, uva-de-macacoPouroma mollis Tréc. Tararanga-vermelha

Myrtaceae Campomanesia guaviroba (DC) Kiarersk Guabiraba, guabirobaCampomanesia littoralis Legr. GuabirabaCampomanesia xanthocarpa Berg. Guabiraba, guabirobaEugenia brasiliensis Lam. GrumixamaEugenia conjuncta Amshoff GuabirabaEugenia dysenterica DC. Beba, cagaitaEugenia luschnathiana Berg. Pitomba-da-BahiaEugenia rostrifolia Legr. BatingaEugenia rotundifolia Cas. Mur ta-da-praiaEugenia sp. Cabeludinha, murta-preta, uvaiaEugenia uniflora L. PitangaGomidesia spectabilis (DC.) Berg. Guamirim-vermelhoMyrcia sp. CambuíMyrciaria cauliflora Berg. JaboticabaMyrciaria jabuticaba Berg. JaboticabaMyrciaria trinciflora Berg. JaboticabaPsidium apiculatum Mattos Araçá-ferroPsidium araca Raddi Araçá-mirimPsidium cattleyanum Sabine Araçá-manteigaPsidium guajava L. GoiabaPsidium hians Mar t. Araçá-da-catingaPsidium incanescens Mar t. AraçáPsidium oligospermum DC. Araçá-de-porcoPsidium pigmaeum Yell. MarangabaPsidium rubenscens Berg. AraçáPsidium sp. Araçá-pedraPsidium warmingianum Kiaersk Araçá-cagão

Olacaceae Ximenia americana L. Ameixa-de-espinhoPassifloraceae Passiflora coerulea L. Maracujá-da-praia

Passiflora edulis Maracujá-de-boiPassiflora quadrangularis L. Maracujá-açú

Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mar t. Joá-de-boiRosaceae Rubus erythroclada Mar t. Amora-pretaRubiaceae Alibertia edulis (L.C.Rich) O.A.C.Rich Marmelo-do-mato

Aliber tia elliptica (Cham.) Schum. Marmelo-de-cachorroGenipa americana L. GenipapoPosoqueria macropus Mar t. Carvãozinho

Sapindaceae Talisia esculenta Radlk. PitombaSapotaceae Bumelia obtusifolia Roem. & Schult. Quixaba-da-praia

Bumelia sar torum Mart. Quixaba-pretaChrysophyllum ebenaceum Mar t. InquirreChrysophyllum gonocarpum Mar t. PreacaChrysophyllum rufum Mar t. Fruta-de-pombaChrysophyllum sp. Bapeba-pretaEcclinusa obovata (Mart.) Rich. Bapeba-brancaEcclinusa ramiflora Mar t. Bapeba-branca, acáEcclinusa sp. Bapeba-amarelaManilkara elata (Fr. All) Monach. Abiu, paraju-brancoManilkara longifolia (DC.) Dub. Paraju-vermelhoManilkara salzmannii (A.DC.) H.J.Lam. Maçaranduba-da-praia, pichurraMicropholis gardneriana (A.DC.) Pierre BacumuxáPouteria chrysophylloides (Mart.) Radlk. MaçarandubaPouteria laurifolia Radlk. Maçaranduba-verdadeiraPouteria ramiflora A.DC. João-de-leite,maçapã, maçarandubaPouteria rivicoa (Gaertn. f.) Ducke TorobaPouteria sp. Abiuzinho, bapeba, macaco-gorema

Solanaceae Myrcia citrifolia (Aubl.) Urb. CambuíMyrcia tomentosa (Aubl.) DC. CambuíPhysalis angulata L. CamapúPhysalis higrophylla Mar t. CamapúPhysalis neesiana Sendtn. CamapúPhysalis pubescens L. Camapú

Continuação

89

Anexo 5 - Plantas do Nordeste selecionadas pelo projeto �Farmácias Vivas�(Matos 1999a) por sua eficácia e segurança terapêuticas.

Nome vulgar mais Nome científico Propriedade terapêutica Princípio ativo ou grupo decomum no Nordeste mais evidente substâncias suspeitas de atividadeAcerola Malpighia glabra L. Anti-infeccioso Vitamina CAçafroa Curcuma longa L. Colagogo, digestivo, anti-PAF CurcuminaAgrião-bravo Acmella uliginosa (Sw.) Cass. Anestésico local EspilantolAgrião-do-brejo Eclipta alba Hassk. Imuno-estimulante, hepatoprotetor WedelolactonaAlecrim Rosmarindus officinalis L. Carminativo Óleo essencial (?)Alecrim da chapada Lippia gracillis HBK Anti-séptico local Óleo essencial, timolAlecrim de tabuleiro Lippia microphylla Cham. Balsâmico, expectorante Óleo essencial, 1,8-cineolAlecrim de vaqueiro Lippia aff. gracilis H.B.K. Anti-séptico local Óleo essencial, timolAlecrim-pimenta Lippia sidoides Cham. Antibacteriano e antifúngico local Óleo essencial, timolAlfavaca-cravo Ocimum gratissimum L. Anti-séptico bucal Óleo essencial, eugenolAroeira Myracrodruon urundeuva Fr.All. Cicatrizante de mucosas, antiúlcera gástrica Taninos, urundeuvinas (?)Babosa Aloe barbadensis Mill. Cicatrizante da pele, laxante Aloeferon, antraquinônicas, aloinasBatata-de-purga (amarela) Operculina alata (Ham.) Urban. Laxante, purgativo Resina, jalapina, convolvulinaBatata-de purga (branca) Operculina macrocarapa (L.) Farwel. Laxante, purgativo Resina, jalapina, convolvulinaBoldo do Chile ( * ) Peumus boldus Molina Colagogo Boldina, oleo essencialCajazeira Spondias mombin L. Anti-herpético Elagitaninos, geraninaCajueiro Anacardium occidentale L. Antiinflamatório EpicatequinaCamomila Matricaria chamomila L.) Antiespasmódico Azuleno, bisabolol, spiroeterCapim-santo Cymbopogon citratus Stapf.) Calmante, amtespasmódico Óleo essencial, citral, mircenoChá-do-rio Capraria biflora L. Antimicrobiano local Naftoquinona, biflorinaChá-preto Thea sinensis Sims. Estimulante, anticolérico Taninos especiais, catequinaChambá Justicia pectoralis var. stenophylla Leon. Bronco-dilatador Derivados cumarínicos (?)Confrei Symphytum officinale L. Cicatrizante AlantoínaColônia Alpinia speciosa Schum. Tranquilizante, Antihiper tensivo Óleo essencial (?)Cumaru Amburana cearensis (Fr. All.) A.C.Smith Broncodilatador, expectorante Derivados cumaríncos (?)Estramônio Datura stramonium L. Antiespasmódico Alcalóides tropânicos, escopolaminaEstramônio roxo Datura tatula L. Antiespasmódico Alcalóides, escopolaminaEucalipto medicinal Eucaliptus globulos Lab. Balsâmico, expectorante 1,8-cineol (eucaliptol)Goiabeira Psidium guajava L. Antidiarrêico Taninos e rutina (?)Guaco Mikania glomerata Spreng. Broncodilatador Derivados cumarínicosHortelã japonesa Mentha arvensis L. Anti-vomitivo, carminativo Óleo essencial, mentolHortelã pimenta Mentha x piperita L. Carminativo Óleo essencial, mentolHortelã rasteira Mentha x villosa Huds. Antiparasitáro (protozoários) Óxido de piperitenona (?)Juazeiro Zizyphus joazeiro Mar t. Anticárie, anticaspa SaponinasMacela da terra Egletes viscosa (L.) Less. Estomáquico Ternatina (?)Macela do reino Tanacetum parthenium (L.) Sch. Bip. Estomáquico PA: par tenolidiosMalva santa Plectranthus barbatus Amdr. Antidispéptico, hipossecretor gástrico Óleo essencial (?)Malvariço Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. Anti-séptico local (garganta) Timol, mucilagemMaracujá Passiflora edulis Sims. Calmante Glicosídios (?)Mastruço Chenopodium ambrosioides L. Anti-séptico local, vermífugo Óleo essencial, ascaridolMentrasto Ageratum conyzoides L. Antiinflamatório DesconhecidoMororó Bauhinia forficata Link. Hipoglicemiante DesconhecidoMoringa Moringa oleifera Lam. Antimicrobiano PterigosperminaMostarda Brassica integrifolia O.E. Schultz. Revulsivo alil-senevol, mirosinaPau d�arco amarelo Tabebuia serratifolia Nich. Antiinflamatório Naftoquinonas, lapacholPau d�arco roxo Tabebuia avellanedeae L. Antiinflamatório Naftoquinonas, lapacholPoejo Mentha pulegium L. Carminativo, emenagogo Óleo essencial, pulegona, mentolRomã Punica granatum L. Adstringente, tenífugo Taninos, peletierinaQuebra-pedra Phyllanthus niruri L. Antilitíase renal Flavonóides, filantina (?)Sene ( * ) Senna alexandrina P. Mills. Laxante Antraquinonas, senosídiosTorém ou Imbaúba Cecropia glaziovvi Sneth. Anti-hipertensivo DesconhecidoVassourinha Scoparia dulcis L. Hipoglicemiante Amelina ou antidiabetina (?)

( * ) comercial

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Anexo 6 - Plantas medicinais em estudo.

Família Espécie Nome vulgarPeumus boldus Molina (5) Boldo-do-chilePlectranthus barbatus Andr. (5) Malva-sete-dor

Acanthaceae Ruelia asperula Lindau (2) MeladinhaAmaranthaceae Gomphrena demissa Mart. (2) CapitãozinhoAnacardiaceae Anacardium occidentale L. (4) Caju

Myracrodruon urundeuva Allemão (2) AroeiraAnnonaceae Annona muricata L. (1) GraviolaApocynaceae Mandevilla velutina) Woodson (1) Jalapa-do-campo, jalapa-silvestre

Allamanda blanchetii A.DC. (2) Quatro-patacasAsclepiadaceae Calotropis procera (Aiton) W.T.Aiton (1) Flor-de-seda, ciúme, casulo-de-seda, bombardeiraAsteraceae Ageratum conyzoides L. (1) Mentrasto-roxo, catinga-de-bode, erva-de-são-joão

Artemisia vulgaris L. (5) AnadorEgletes viscosa (L.) Less. (2) MacelaMatricaria chamomilla L. (5) Camomila

Bixaceae Bixa orellana L. (4) UrucumBoraginaceae Heliotropium indicum L. (4) Crista-de-galoCaesalpiniaceae Bauhinia sp. (3) Mororó

Caesalpinia ferrea Mar t. Ex Tul. (4) Pau-ferroChenopodiaceae Chenopodium ambrosioides L. (4) MastruzCombretaceae Combretum leprosum Mart. (2) MofumboCrassulaceae Kalanchoe crenata (Andrews) Haw. (1) Prá-tudo, folha-da-costa, folha-grossaCrysobalanaceae Licania rigida Benth. (2) OiticicaEuphorbiaceae Cnidoscolus phyllacanthus Pax & K.Hoffm. (2) Favela

Croton campestris A.St.-Hil. (2) VelameCroton sp. (4) MarmeleiroEuphorbia milii Des Moul. (1) Coroa-de-cristoJatropha elliptica (Pohl.) Mull.Arg. (1) JalapaPhyllanthus amarus Schum. & Thonn. (3) Quebra-pedraPhyllanthus niruri L. (1) Quebra-pedra, arrebenta-pedraRicinus communis L. (5) Carrapateira

Gentianaceae Coutoubea spicata Aubl. (1) Genciana-brasileira, cutubeaLabiatae Mentha villosa Huds. (5) Hor telã-da-folha-miúdaLamiaceae Leonotis nepetifolia (L.) R.Br. (3) Cordão-de-São-FranciscoLauraceae Cinnamomum zeylanicum Nees (5) Canela-da-ÍndiaLilliaceae Aloe vera L. (4) BabosaMalvaceae Gossypium sp. (4) Algodão

Herissantia tiubae (K.Schum.) Brizicky (2) Mela-bodeSida galheirensis Ulbr. (2) Ervanço

Mimosaceae Mimosa ophthalmocentra Mart. Ex Benth. (2) Jurema-pretaMyrtaceae Eucalyptus citriodora Hook. (5) Eucalipto

Eugenia uniflora L. (1) Pitangueira-vermelha, pitanga, pitangueira-do-campoNyctaginaceae Boerhavia coccinea Mill. (1) Pega-pintoOlacaceae Ximenia coriacea Engl. (4) Ameixa-bravaOxalidaceae Averrhoa carambola L. (3) CarambolaPapaveraceae Argemone mexicana L. (1) Cardo-santoPapilionoideae Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. (4) (5) Cumaru

Erythrina velutina Willd. (2) MulunguPoaceae Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (5) Capim-santoPunicaceae Punica granatum L. (1) (4) Romanzeira, romeira-da-granadaRhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. (2) (4) juazeiroRubiaceae Coutarea hexandra (Jacq.) K.Schum. (5) Quina-quinaRutaceae Citrus aurantium L. (5) Laranja

Ruta graveolens L. (5) ArrudaSapotaceae Bumelia sar torum Mart. (4) QuixabaUmbeliferae Pimpinella anisum L. (5) Erva-doceVerbenaceae Lippia alba N.E.Brown ex Britton & Wilson (1) (5) Erva-cidreira

Vitex sp. (3) Jaramataia

91

Quanto aindaresta da Caatinga?

Uma estimativapreliminar

Carlos Henrique Madeiros CastellettiUniversidade Federal de Pernambuco

José Maria Cardoso da SilvaUniversidade Federal de Pernambuco

Conservation International do Brasil

Marcelo TabarelliUniversidade Federal de Pernambuco

André Maurício Melo SantosUniversidade Federal de Pernambuco

92

INTRODUÇÃO

A Caatinga é uma das maiores emais distintas regiões brasileiras (Ferri1980), compreendendo uma áreaaproximada de 734.478km2, o querepresenta 70% da região Nordeste e 11%do território nacional (Bucher 1982). Aárea inclui partes dos estados do Piauí,Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia eMinas Gerais. De modo geral, a biota daCaatinga tem sido descrita na literaturacomo pobre, com poucas espéciesendêmicas e, portanto, de baixa prioridadepara conservação. No entanto, estudosrecentes mostram que isso está longe deser verdade (Andrade-Lima 1982, Rodal1992, Sampaio 1995, Garda 1996, Silva& Oren 1997, MMA 2002). A Caatingapossui um considerável número deespécies endêmicas, e além disso, adescrição recente de inúmeras espéciesde animais e plantas endêmicas para aregião indica que o conhecimentozoológico e botânico da mesma é, ainda,bastante precário. Cita-se o exemplo deum estudo sobre o esforço amostral dascoletas de um grupo de anfíbios, queidentificou a Caatinga como uma dasregiões menos conhecidas em toda aAmérica do Sul, possuindo extensas áreassem uma única informação (Heyer 1988).

A Caatinga tem sido bastantemodificada pelo homem. Segundo Garda(1996), os solos nordestinos estão

sofrendo um processo intenso dedesertificação devido à substituição davegetação natural por culturas,principalmente através de queimadas. Odesmatamento e as culturas irrigadasestão levando à salinização dos solos,aumentando ainda mais a evaporação daágua neles contida e, dessa forma,acelerando o processo de desertificação.Ainda de acordo com Garda (1996),somente a presença da vegetação dascaatingas, adaptada às condições locais,tem impedido a transformação doNordeste brasileiro num imenso deserto.Apesar das ameaças à sua integridade,menos de 2% da Caatinga está protegidaem unidades de conservação de proteçãointegral (Tabarelli & Vicente 2003).

Mesmo diante deste quadro alar-mante, até o momento não há umaestimativa adequada sobre o quanto daregião da Caatinga foi alterada pelohomem. Uma das razões para essa faltade informações é a dificuldade técnicapara classificar os diferentes tipos devegetação de caatinga, assim comodistinguir as caatingas naturais dascaatingas muito alteradas pela açãoantrópica. O IBGE (1993) identificou quaisas regiões da Caatinga foram modificadaspelas atividades agropecuárias, mas a áreaencontrada pode não corresponder àrealidade. A questão é que existe umadensa rede de estradas na região que pode

Zig

Koch

Estrada na Caatinga

93

ter contribuído para ampliar as áreasecologicamente alteradas (Forman 2000).

A existência de estradas produz efeitosdiversos que incluem, por exemplo,modificações no comportamento dosanimais devido à sua construção emanutenção, mortalidade por atropela-mento, alterações na vegetação, facilidadede propagação de fogo, alterações noambiente químico, modificações noambiente físico, expansão de espéciesexóticas e modificações no uso humano daterra e água (Trombulak & Frissell 2000).Dessa forma, torna-se importante conhecere incorporar os efeitos negativos dasestradas sobre a biota.

Como as estradas podem inter-romper fluxos ecológicos na paisagem, osefeitos ambientais que elas causam seestendem muito mais do que simples-mente as áreas utilizadas na sua construçãoe manutenção (Forman 1995). Portanto,para estimar a área de alteração de umaestrada é essencial conhecer a largura da�zona de efeito da estrada� (Forman 2000).Um estudo-piloto realizado em Xingó, umaregião da Caatinga entre os estados deSergipe e Alagoas, demonstrou que oimpacto da estrada se estende em médiapor até sete quilômetros (Santos 2000).Essa conclusão foi baseada em análises deimagens de satélite da região, a partir darelação entre a presença das estradas e adistribuição dos remanescentes devegetação na paisagem. Segundo o autor,a faixa de sete quilômetros ao longo dasestradas continha apenas 10% da coberturavegetal, e os remanescentes de caatingaexistentes nessa faixa eram pequenos(< 200ha) e isolados, portanto ecologi-camente inviáveis.

Este capítulo combina a estimativado IBGE (1993) com uma modelagemrealizada a partir do trabalho de Santos(2000) para estimar o efeito ecológico doatual sistema de estradas na região daCaatinga. O objetivo é responder àsseguintes questões: (a) Qual a área totalda Caatinga que já foi alterada pelohomem?; (b) O quanto da diversidade depaisagens da Caatinga já foi perdida?

MATERIAIS E MÉTODOS

O mapa base utilizado para asanálises foi o Mapa de Vegetação do Brasil,na escala 1:5.000.000 (IBGE 1993),digitalizado na projeção a partir do mapaimpresso, e sobreposto ao mapa com oslimites do bioma Caatinga. Em umaprimeira análise, todas as classes devegetação que foram classificadas peloIBGE como dominadas por atividadesagrícolas foram selecionadas e suas áreascalculadas com o uso da extensãoGeoprocessing do programa ArcView(ESRI 1998). Essa análise simples gerou aprimeira estimativa da área alterada nobioma Caatinga.

A segunda anál ise teve comoobjetivo estimar o efeito das estradassobre a Caatinga. Para isso, um mapacom as principais estradas da região foidigitalizado. Ao longo desse sistema deestradas foram feitas simulaçõesutilizando-se como largura média da�zona de efeito da estrada� as seguintesdistâncias: um, três, cinco, sete e dezquilômetros. A área total do impacto paracada simulação foi calculada eadicionada à primeira estimativa baseadasomente no IBGE (1993). Essassimulações foram realizadas com o usoda extensão Xtools do programa ArcView(ESRI 1998). O cálculo das áreas foirealizado com o uso do Script Calc_Area,que deve ser utilizado com a projeçãoEqual_Area Cylindrical no programaArcView (ESRI 1998).

A diversidade de paisagens daCaatinga foi estimada pela EMBRAPA(2000) no âmbito do ZoneamentoAgroecológico do Nordeste, no qual ummapa sintético com a identificação de todasas unidades geoambientais da região foiproduzido. Cada unidade geoambiental foiidentificada a partir de uma combinaçãode informações sobre altitude, expressãogeográfica e tipo de cobertura vegetalnatural. Essas unidades geoambientaisforam também agrupadas em GrandesUnidades de Paisagem (EMBRAPA 2000).Para estimar a perda da diversidade de

94

paisagens na Caatinga foi feita asobreposição entre os mapas deantropismo resultante das duas análisesanteriores com o mapa de unidadesgeoambientais. Utilizando-se doscomandos Clip e Erase das extensõesXtools e Geoprocessing do programaArcView (ESRI 1998), foi possível calcularo quanto de cada uma dessas unidades foialterado pelas atividades antrópicas.

RESULTADOS

Utilizando somente as informaçõesdo IBGE (1993), estimou-se que a áreacoberta por atividades agrícolas na regiãoé de 201.786km2, o que corresponde a27,5% da área da Caatinga. Essa áreamodificada se estende por praticamentetoda a Caatinga (Figura 1).

A área de impacto das estradasadicionada à área estimada pelo IBGE(1993) como dominada por atividadesagrícolas aumenta substancialmente deacordo com a largura adotada para a�zona de efeito da estrada�. Dessa forma,com a largura de um quilômetro, a áreaadicionada foi de 21.314km2; com trêsquilômetros foi de 57.637km2; com cincoquilômetros foi de 95.232km2; com setequilômetros foi de 131.057km2; e comdez quilômetros foi de 177.779km2.Assim, dependendo da largura da �zonade efeito da estrada� adotada, a áreaalterada pelo homem na Caatinga variade 223.100km2 (30,4%) a 379.565km2

(51,7%).

As áreas da Caatinga que não foraminfluenciadas pelas atividades humanasformam um arquipélago, composto por�ilhas� � áreas de vegetação nativa poucoalteradas � de diferentes tamanhos,

Figura 1Área coberta poratividadesagrícolas no biomaCaatinga.(baseado nomapa devegetação doBrasil, IBGE 1993).

N

0 200 km

95

cercadas por uma rede complexa de áreasalteradas. O número de �ilhas� formadas,assim como seu tamanho máximo emínimo, variou de acordo com a larguraadotada para a �zona de efeito da estrada�

(Tabela 1). Adotando-se a largura de umquilômetro foram formadas 243 �ilhas�,sendo que 28,4% não ultrapassam 50km2 esomente 14 dessas áreas são maiores que10.000km2 (Figura 2A). Foram encontradas221 �ilhas� para a largura de trêsquilômetros, sendo 27,1% menores que50km2 e 13 áreas maiores que 10.000km2

(Figura 2B). Com a largura de cincoquilômetros existem 207 �ilhas�, das quais29% são menores que 50km2 e nove áreasultrapassam 10.000km2 (Figura 2C). Já paraa largura de sete quilômetros são 200 �ilhas�das quais 30,5% não ultrapassam 50km2 enove são maiores que 10.000km2 (Figura2D). Para a largura de maior tamanho, a de10 km, 172 �ilhas� foram encontradas, dasquais 30,23% são menores que 50km2 e 9ultrapassam os 10.000 km2 (Figura 2E).

Tabela 1 - Número de ilhas, áreas mínima, máxima e média (em km2),e desvio-padrão, de acordo com a largura adotada para a�zona de efeito da estrada�.

Figura 2Áreas alteradas no

bioma Caatinga.As regiões em verde

representam as �ilhas�de vegetação nativa

pouco alteradaidentificadas após a

exclusão das áreasagrícolas e da �zona de

efeito da estrada� a par tirdos seguintes modelos

de largura: A = 1 km,B = 3 km, C = 5 km,

D = 7 km e E = 10 km.

Largura Número Área Área Área Desvio-de ilhas Mínima Máxima Média padrão

1 km 243 0,03 41.212 2.104 4.9243 km 221 0,05 32.952 2.150 5.0695 km 207 0,05 32.306 2.113 4.7387 km 200 0,02 23.927 2.008 4.05210 km 172 0,10 22.767 2.063 3.950

N

0 200 km

A B C

D E

96

Foram identificadas 135 unidadesgeoambientais (UGs) para a área daCaatinga, distribuídas em 18 GrandesUnidades de Paisagem (GUP). Inde-pendentemente da largura adotada paraa �zona de efeito da estrada� nenhumaunidade geoambiental ou Grande Unidadede Paisagem foi totalmente perdida.Entretanto áreas maiores dessas unidadesforam danificadas quanto maior a largurada �zona de efeito da estrada� adotada(Figura 3). Adotando-se a largura de umquilômetro, sete GUPs perderam entre 0 e20% de sua área, sete GUPs perderam entre21 e 40% e quatro de 41 a 60%. Para alargura de três quilômetros, sete GUPsperderam de 0 a 20% da área, seisperderam de 21 a 40% e cinco de 41 a 60%.Com cinco quilômetros de largura, cincoGUPs perderam entre 0 a 20% de sua área,sete perderam de 21 a 40% e seis entre 41e 60%. Adotando-se sete quilômetros delargura, dez GUPs perderam entre 21 e 40%de sua área, seis perderam entre 41 e 60%e duas entre 61 e 80%. E para a maiorlargura adotada, dez quilômetros, nove

Figura 3Distribuição dasGrandes Unidadesde Paisagem porcategoria de perdade vegetação nativa.

GUPs perderam entre 21 e 40%, seis entre41 e 60% e três entre 61 e 80%.

Para as unidades geoambientais oresultado obtido foi o seguinte:considerando a �zona de efeito da estrada�com um quilômetro de largura, 77unidades perderam entre 0 e 20% de suaárea e somente cinco unidades perderamentre 81 e 100% de área (Figura 4). Para alargura de três quilômetros, 61 unidadesperderam entre 0 e 20% de sua área esomente cinco unidades ficaram nacategoria de 81 a 100% de perda de área.Adotando-se a largura de cincoquilômetros, 50 unidades perderam entre0 e 20% de área e sete unidades entre 81 e100%. Com a largura de sete quilômetros,39 unidades perderam entre 0 e 20%, 26entre 21 e 40%, 30 entre 41 e 60%, 21 entre61 e 80% e 13 entre 81 e 100%. Econsiderando a largura de dez quilômetros,as perdas de área se distribuíram de formasemelhante entre as cinco categorias, 31entre 0 e 20%, 23 entre 21 e 40%, 30 entre41 e 60%, 33 entre 61 e 80% e 18 entre 81e 100% (Figura 4).

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

0

10 km

7 km

5 km

3 km

1 km

Lagura da zona deefeito da estrada

Núme

ro de

Gran

des U

nidad

es d

e Pais

agen

s

0 - 20 21 - 40 41 - 60 61 - 80 81 - 100

Classe de perda de área (em %)

97

Independente da estimativa adotada,uma importante parcela do bioma Caatingafoi bastante modificada pelas atividadeshumanas. Algumas dessas áreaspreviamente ocupadas pela agriculturapossuem grande risco de desertificação,exigindo ações urgentes de restauração davegetação original (MMA 1998).

Certamente, a porcentagem davegetação original da Caatinga alterada poratividades antrópicas é superior aos 28%estimados através do mapa produzido peloIBGE (1993), e uma análise do impactocausado pelo sistema de estradasefetivamente adiciona informaçõesimportantes para uma estimativa maisacurada. O ponto crítico dessa estimativaestá na determinação de uma larguramédia da �zona de impacto da estrada�adequada para a região, pois há poucosestudos sobre esse assunto no mundo(Forman 2000). Se adotarmos a larguramédia da �zona de impacto da estrada� de

sete quilômetros como válida para todo obioma da Caatinga, a área total alteradapelo homem na região será de332.843km2, ou seja, 45,3% da região(Figura 5). Esse valor coloca a Caatingacomo o terceiro bioma brasileiro maismodificado pelo homem, sendoultrapassado apenas pela Floresta Atlânticae pelo Cerrado.

O cruzamento do mapa das 135unidades geoambientais da Caatingacom o das áreas alteradas permiteobservar que a área de nenhuma UG foitotalmente modificada, mas muitas seencontram em mal estado de conser-vação. Para qualquer das largurasadotadas para a �zona de impacto daestrada� as unidades geoambientaisforam muito fragmentadas e algumasforam reduzidas à pequenas áreas.

O número de �ilhas� formadas entreas áreas alteradas evidencia o quanto aCaatinga foi fragmentada pela ação

Figura 4Distribuição das

UnidadesGeoambientais

por categoria deperda de

vegetação nativa.

10 km

7 km

5 km

3 km

1 km

Lagura da zona deefeito da estrada

80

70

60

50

40

30

20

10

0

Núme

ro de

Unid

ades

Geo

ambie

ntais

0 - 20 21 - 40 41 - 60 61 - 80 81 - 100

Classe de perda de área (em %)

DISCUSSÃO

98

antrópica. A maioria dessas �ilhas� possuimenos que 50km2 para qualquer largurado efeito da estrada (Figura 6). Consi-derando a �zona de efeito da estrada� desete quilômetros de largura, somente nove�ilhas� possuem mais de 10.000km2, oque comprova como a região estáfragmentada.

A fragmentação das unidadesgeoambientais, e conseqüente fragmentaçãode toda a Caatinga, pode levar ao

desaparecimento de espécies de organismosendêmicos de algumas dessas unidadesgeoambientais. Bierregaard & Lovejoy Jr.(1989) observaram que a composição dacomunidade de aves da Amazônia decresciadrasticamente em fragmentos com menosde dez hectares. Hagan et al. (1996),estudando o efeito da fragmentação sobreas aves, indicaram que algumas espéciessofrem alteração na densidade populacionalquando os ecossistemas são fragmentados.

Figura 5Áreas alteradas nobioma Caatinga.As áreas alteradas sãocompostas pelasáreas agrícolas e pela�zona de efeito daestrada� mais provávelna região (7 km) aolongo das principaisrodovias do biomaCaatinga.

Vias (7km)

Áreas não-alteradas

Áreas alteradas

99

Dependendo da espécie, essa variação podeser positiva ou negativa. Esses autoresrelataram que os furnarídeos são 37% maisabundantes nos fragmentos do que emflorestas contínuas. Wiens (1994),estudando a fragmentação do hábitat,indicou que a diversidade de espécies éreduzida e a composição da comunidadealterada em ambientes fragmentados.

A perda de paisagens tem conse-qüências graves para a manutenção dabiodiversidade. Chapin et al. (2000)afirmam que a mudança na composiçãodas paisagens pode afetar o relacio-namento entre as espécies, e levar a umdesequilíbrio ecológico. Os autoresafirmam também que espécies endêmicastêm uma maior susceptibilidade àmudança em seus domínios. Portanto, aperda de algumas UGs pode levar aodesaparecimento de espécies endêmicasencontradas na Caatinga.

Com base no mapa que prediz, deforma mais realista, a distribuição das áreasalteradas na região da Caatinga (Figura 5),as seguintes recomendações podem serfeitas:

� Novas unidades de conservação devemser criadas no centro das grandes áreasnucleares de vegetação original aindaexistentes entre as áreas alteradas. Issogarantiria uma proteção maior para essasáreas e um custo menor de fiscalização(Peres & Terborgh 1995);

� Pelo menos uma grande unidade deconservação, de tamanho apropriado (comno mínimo 250.000 hectares de área �2.500km2), deve ser criada em cada umadas �ilhas� de vegetação nativa poucoalterada. Naturalmente, essas reservasdevem complementar a representatividadeambiental do sistema de unidades deconservação atualmente existente (Tabarelli& Vicente 2003).

� Estratégias devem ser desenvolvidas parautilizar, de forma eficiente, para finseconômicos, as áreas do bioma Caatingajá alteradas, evitando assim pressõessobre áreas ainda pouco alteradas.

� As unidades geoambientais que sofreramgrande alteração e fragmentação devemter prioridade em estudos futuros sobrea diversidade do bioma Caatinga.

Figura 6Distribuição

das �ilhas� devegetaçãonativa que

foram poucoalteradas pelas

atividadesantrópicas por

categoria detamanho, no

bioma Caatinga

10 km

7 km

5 km

3 km

1 km

Lagura da zona deefeito da estrada

70

60

50

40

30

20

10

0

Núm

ero

de �i

lhas�

0 - 50 50 - 200 200 - 1000 1000 - 10000 10000 -

Tamanho das áreas (em km2)

100

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

101

Conhecimentosobre plantas

lenhosas da Caatinga:lacunas geográficas

e ecológicasMarcelo Tabarelli

Universidade Federal de Pernambuco

Adriano VicenteUniversidade Federal Rural de Pernambuco

102

A região da Caatinga abrange umaárea aproximada de 800.000km2, incluindopartes dos estados do Piauí, Ceará, RioGrande do Norte, Paraíba, Pernambuco,Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais(Ab�Saber 1977). De modo geral, a biota daCaatinga tem sido descrita na literaturacomo pobre, abrigando poucas espéciesendêmicas e, portanto, de baixo valor parafins de conservação.

Tal descrição contrasta com adiversidade de tipos vegetacionais observadanesse ecossistema. Apesar de bemdelimitada do ponto de vista biogeográfico(Cracraft 1985, Haffer 1985, Rizzini 1997),a vegetação de Caatinga está longe de serhomogênea do ponto de vista fisionômico.Ferri (1980) reconheceu muitas formas decaatinga, tais como: agreste, carrasco,sertão, cariri e seridó, as quais variam emfisionomia e em composição florística.Veloso et al. (1991) definem como savanaestépica a vegetação da Caatinga,reconhecendo quatro fisionomias: a savanaestépica florestada, a arborizada, a parquee a savana estépica gramíneo-lenhosa.Andrade-Lima (1981) divide a Caatinga em6 tipos e 12 subtipos de vegetação. Emgeral, esses tipos representam gradientes,em termos de estrutura física, riqueza ediversidade de espécies, contribuição relativade formas e histórias de vida. Tais gradientesestão associados às variáveis fisiográficas,climáticas e antrópicas dominantes

(Andrade-Lima 1981, Sampaio et al. 1994,Sampaio 1995), entre as quais o solo. O Tipode solo tem sido considerado um indicadorda distribuição de plantas lenhosas naCaatinga (ver Araújo et al. 1999), existindo,pelo menos, 40 tipos nesse bioma (IBGE1985).

Estudos recentes (Andrade-Lima1981, Rodal 1992, Sampaio 1995, Garda1996, Silva & Oren 1997) sugerem que aidéia de �baixa riqueza de espécies� podedecorrer de um artefato de amostragem. Oque a literatura indica, na verdade, é que aCaatinga é uma das regiões menosconhecidas da América do Sul, no que dizrespeito à sua biodiversidade (MMA 1998,Silva & Tabarelli 1999). Várias espécies novasde animais e plantas têm sido descritasrecentemente para a região, indicando umconhecimento zoológico e botânicobastante precário (cf. Silva & Tabarelli 1999).Um estudo sobre o esforço amostral dascoletas de um grupo de anfíbios identificoua Caatinga como uma das regiões menosconhecidas em toda a América do Sul, comextensas áreas sem uma única informaçãosequer (Heyer 1988).

Apesar de insuficientemente co-nhecida, a Caatinga vem sofrendo alteraçõesdrásticas (MMA 1999). O mapa de vegetaçãoproduzido pelo Projeto Radambrasil indicaque cerca de 30% desse ecossistema já foidrasticamente modificado pelo homem(Castelletti et al. 2000). Esse percentual faz

INTRODUÇÃO

And

ré P

esso

a

Caatinga na estação seca

103

da Caatinga o terceiro bioma brasileiro maisalterado pelo homem, sendo ultrapassadopela Floresta Atlântica e pelo Cerrado (cf.Myers et al. 2000). Apesar das ameaças àsua integridade, apenas 1,6% da Caatingaestá protegida em unidades de conservaçãode proteção integral (Tabarelli et al. 2000).Esse cenário justifica a necessidade de seampliar rapidamente o conhecimento sobrea distribuição dos organismos e a formacomo estão organizados em comunidadesna Caatinga. Informações completas sobrea distribuição dos organismos sãofundamentais para o entendimento daevolução, ecologia e conservação de umabiota (Primack 1995).

Este estudo procura identificarlacunas geográficas e ecológicas deamostragem de plantas lenhosas daCaatinga e de estudos que caracterizam aforma como essas espécies estãoorganizadas em comunidades. Apesar deincorporar apenas uma parte da informaçãodisponível sobre as plantas lenhosas desseecossistema, o presente estudo possibilitadetectar padrões importantes sobre comoo conhecimento botânico e ecológico estáespacializado na Caatinga. São feitastambém considerações sobre: (1) questõesbiogeográficas e ecológicas que têm suasrespostas associadas ao preenchimento delacunas geográficas e ecológicas deconhecimento; e (2) as principais relaçõesentre conhecimento e conservação dadiversidade biológica da Caatinga.

MATERIAL E MÉTODOS

Distribuição da CaatingaNeste trabalho a Caatinga segue os

limites propostos pelo IBGE (1993), o qualpublicou um mapa (1:5.000.000) contendo adistribuição dos tipos vegetacionais noterritório brasileiro. Com base neste mapa, opolígono da Caatinga possui uma área de777.915,08km2, onde são encontrados 19tipos vegetacionais. Entre esses, sete tipos sãode caatinga sensu lato (savana estépica),incluindo áreas de contato com atividadesantrópicas, cerrado (savana) e floresta

estacional. Em conjunto, essas sete unidadese o tipo contato savana-floresta estacional (oqual abriga vegetação do tipo carrasco)cobrem 732.545,08km2 (94,1% da área dopolígono). O restante do polígono da Caatingaé coberto por enclaves de cerrado e áreas detransição entre cerrado e outros tipos florestais.

Distribuição geográfica e ecológicadas coletas e dos estudos

Para avaliar a distribuição geográficae ecológica das coletas de plantas lenhosase dos estudos florísticos e fitossociológicosna Caatinga foram produzidos e/ou utilizadosos seguintes mapas digitais na escala de1:5.000.000: distribuição das localidadescom coletas e estudos, distribuição dasáreas perturbadas na Caatinga, e tipos devegetação e de solos da Caatinga.

Para a produção do mapa delocalidades com coletas e estudos utilizou-se registros de material botânico depositadonos herbários Dárdano de Andrade-Lima(Empresa Pernambucana de PesquisaAgropecuária), Geraldo Mariz (UniversidadeFederal de Pernambuco), VasconcelosSobrinho (Universidade Federal Rural dePernambuco) e Herbário da UniversidadeFederal de Sergipe. Foram utilizadosregistros de plantas de 61 famílias queocorrem na Caatinga, sendo que cadaregistro de herbário eqüivale a uma coletaneste trabalho. As informações sobre osestudos realizados na Caatinga foramobtidas na literatura pertinente.

Como mapa de áreas perturbadas naCaatinga, foi utilizado aquele produzido porCastelletti et al. (2000). São reconhecidascomo áreas perturbadas aquelas próximasde rodovias ou onde a atividadeagropecuária é intensa segundo IBGE(1993). Os mapas de vegetação e solo foramobtidos através da digitalização dos mapaspublicados pelo IBGE (1985, 1993). Admite-se que o número de tipos de vegetaçãoreconhecido é menor do que poderia ser e,portanto, corre-se o risco de subestimar-sea quantidade de tipos existentes na região(ver detalhes em IBGE 1993). Entretanto,esse é o único e melhor mapa disponível nomomento em formato digital.

104

Análise dos dadosA análise da distribuição geográfica e

ecológica das coletas de plantas lenhosas edos estudos na Caatinga foi feita através docruzamento dos mapas digitais utilizando-se as ferramentas Xtools e Script Calc_Area,com a projeção Equal_Area Cylindrical, doprograma Arc View (ESRI 1998). Parafacilitar as análises, o mapa de limites dobioma foi dividido em quadrículas de 40 x40km (1.600km2).

Utilizou-se o Teste G (Sokal & Rohlf1995) para analisar a distribuição das coletase dos estudos em relação à perturbação daCaatinga, tipo de vegetação e solo. O mesmoteste foi utilizado para analisar a distribuiçãodas coletas e dos estudos em relação àdistância da cidade de Recife (0-1000km),considerado um centro de ensino e pesquisa.

Ressaltamos que a informação utilizadanesse artigo não é completa, pois diversascoleções de plantas não foram incluídas em

nossa análise (existem 21 herbários na regiãoNordeste, Barbosa & Barbosa 1996). Todavia,a informação disponível é capaz de mostrartendências importantes sobre a distribuiçãogeográfica e ecológica do esforço de coleta(número de registros por área) e dacaracterização de comunidades de plantaslenhosas na Caatinga (estudos florísticos efitossociológicos).

RESULTADOS

Distribuição geográfica dascoletas e dos estudos

Foram identificadas 306 localidadesna Caatinga para as quais há 3.528coletas, enquanto os 49 estudosregistrados estão distribuídos em 37localidades. Os mapas de distribuição eesforço de coleta de plantas lenhosas

Figura 1Localidadescom coletade plantaslenhosas naCaatinga.

ColetaLimite da Caatinga

N0 200 Km

105

(Figuras 1 e 2) sugerem a existência delacunas geográficas de informação eesforço desigual de coleta na região. Aárea na qual não foram registradas coletasrepresenta 41,1% da Caatinga, e a áreaonde há entre 1 e 10 coletas/1.600km2

representa outros 40%. Dessa forma,estima-se que 80% da área da Caatingaestá sub-amostrada (< 10 registros/1.600km2). As áreas sub-amostradasconcentram-se na periferia geográfica dobioma.

Ao contrário, as áreas melhorconhecidas concentram-se nas proximi-

dades dos centros de ensino e pesquisa.Há menos coletas por unidade de área àmedida em que se aumenta a distância emrelação à cidade do Recife (G = 3042,6,g.l.= 9, P < 0.001) (Figura 3). A maior partedas coletas (61%) entre 0 e 1.000km dedistância dessa cidade, encontra-se nos500km mais próximos, os quaisrepresentam apenas 25% das áreas decoleta incluída nessa análise. O mesmopadrão é observado em relação àdistribuição dos estudos, dos quais83,3% estão localizados a até 600km dedistância dessa cidade

Figura 2Distribuição do

esforço decoleta de plantas

lenhosas naCaatinga.

Limite da Caatinga

0 200 Km

N

Intensidade de coleta1 - 1010 - 5050 - 100100 - 200200 - 300

106

A maior parte das coletas (71,8%) edos estudos (81,6%) foi realizada em áreasou regiões consideradas perturbadas,apesar dessas áreas representarem 45,3%do bioma (Figura 4). Ou seja, as áreas da

Figura 4Distribuição dascoletas eestudos deplantas lenhosasem áreas com esem pressãoantrópica naCaatinga.

Caatinga menos perturbadas pela açãoantrópica são as que apresentam menoscoletas e estudos (G = 1033,9, g.l. =1, P < 0,001; G = 27,45, g.l. = 1, P <0,001).

EstudosColetas

Perturbação antrópicaCom pressãoSem pressão

N0 200 Km

Limite da Caatinga

Figura 3Distribuição relativa daárea amostral, dascoletas(N = 3.532)e dos estudos(N = 42)de plantas lenhosasem relação à distânciada cidade do Recife(0-1.000km).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Classes de distância

40

35

30

25

20

15

10

5

0

%

ÁreaColetaEstudos

Distribuição ecológica das coletas e dos estudos

107

Unidades vegetacionais Área % Coletas % Estudos %Savana estépica arborizada 39,2 38,7 (1366) 26,5 (13)Savana estépica-atividades agrícolas 27,3 40,5 (1427) 53,0 (26)Contato savana estépica-floresta estacional 16,2 12,3 (436) 4,1 (2)Savana estépica florestada 6,9 2,6 (94) 8,2 (4)Contato savana-savana estépica-florestaestacional 4,2 0,1 (4) 0Contato savana-savana estépica 2,3 0,8 (28) 0Contato savana-floresta estacional 1,5 2,6 (93) 8,2 (4)Savana estépica parque 1,4 2,2 (80) 0Total 98,9 100 (3528) 100 (49)

Entre parêntesis está o número absoluto.

Tabela 1 - Percentual de coletas e estudos nos diferentes tiposvegetacionais da Caatinga, com suas respectivas áreas.

A distribuição das coletas e dosestudos é proporcional à área cobertapelos diferentes tipos vegetacionais (Tabela1). Todavia, o tipo vegetacional com maiornúmero de coletas e de estudos,corresponde aquele onde a atividadehumana é mais marcante (savana estépica-atividades agrícolas). Para cinco tiposvegetacionais há menos que 100 coletase para três tipos não há registros deestudos. Ou seja, 62,5% dos tiposvegetacionais da Caatinga estão sub-amostrados, pois possuem poucosregistros de plantas (< 100) e poucosestudos (< 5).

Dentre os 40 tipos de soloencontrados na Caatinga, 26 (65%)possuem coletas de plantas lenhosas, maspara apenas 11 (27,5%) há mais de 50coletas registradas. Em apenas nove tiposde solos (22,5%) foram realizados estudos.Ao contrário do observado para o tiposvegetacionais, a distribuição do esforço decoleta e dos estudos difere daabrangência relativa dos tipos de solo(G = 1554,42, g.l. = 8, P < 0.001;G= 37,1, g.l. = 7, P< 0,001) (Tabela 2).Alguns tipos, como o regossolo, apesar deocupar apenas 3,9% da área da Caatinga,abriga 13,2% das coletas e 14,2% dosestudos.

Tipos de solo Área % Coletas % Estudos %Solos bruno não cálcicos 13,7 26,8 (946) 22,4 (11)Latossolo vermelho-amarelo distrófico 13,3 5,4 (192) 10,2 (5)Podzólico vermelho-amarelo eutrófico Tb 11,1 14,0 (496) 0,0Solos litólicos eutróficos 9,2 7,1 (252) 12,6 (6)Areias quatzosas distróficas 9,1 3,1 (110) 2,0 (1)Planossolo solódico 8,8 13,0 (461) 8,1 (4)Solos litólicos distróficos 6,9 5,3 (187) 0,0Latossolo vermelho-amarelodistrófico e eutrófico 4,7 2,7 (95) 12,6 (6)Regossolo eutrófico 3,9 13,2 (465) 14,2 (7)Laterita hidromórfica distrófica 3,3 0,05 (2) 0,0Solonotez-solodizado 1,7 4,5 (160) 0,0Podzólico vermelho-amarelo distrófico 1,3 0,03 (1) 16,3 (8)Outros 13,0 4,6 (161) 2,0 (1)

Entre parêntesis está o número absoluto.

Tabela 2 - Percentual de coletas de plantas lenhosas e de estudos portipo de solo na Caatinga, com suas respectivas áreas.

Os resultados desse estudo sugerema existência de lacunas geográficas eecológicas em termos de coletas e estudossobre comunidades de plantas lenhosas naCaatinga. Especificamente, grande parte dainformação está concentrada na regiãocentral desse bioma, a qual corresponde aáreas sob forte pressão antrópica, e nasadjacências dos centros de ensino e pesquisa(cf. Figura 4). A informação está concentrada,também, em dois tipos vegetacionais (savanaestépica arborizada e savana estépica-

atividades agrícolas) e em sete tipos de solos.Isto eqüivale a dizer que o nível de informaçãosobre a ocorrência e forma de organizaçãodesse grupo biológico é reduzido ou atémesmo inexistente para 80% da Caatinga.

Na Caatinga, as lacunas geográficase ecológicas estão correlacionadas. As áreasmais afastadas dos centros de ensino epesquisa (a maioria próxima do litoral),correspondem às regiões ecotonais entre aCaatinga, o Cerrado, as matas secas e os

DISCUSSÃO

Lacunas geográficas e ecológicas de informação

108

campos ruprestes. São também as regiõesonde estão os tipos vegetacionais (os tiposcontato, sensu Veloso et al. 1991) e muitosdos solos sub-amostrados. Em váriosecossistemas tropicais, incluindo a Caatinga,as regiões ecotonais têm sido caracterizadascomo áreas distintas em termos de riqueza,composição e organização dascomunidades vegetais (Araújo et al. 1999,Ribeiro 2000). Há evidências de que asregiões ecotonais correspondem, também,às áreas onde os processos de especiaçãoocorrem com maior freqüência (Smith et al.1997). Dessa forma, as lacunas aquidetectadas têm implicações importantespara o conhecimento e a conservação daCaatinga.

Implicações para oconhecimento da Caatinga

Conhecimento sobre a distribuição deorganismos vegetais e a forma com que elesse organizam em comunidades nas biotasé fundamental para entender questõescomo a origem da flora, sua riqueza e seunível de endemismo, e a distribuição espaciale ecológica das entidades taxonômicas,formas e histórias de vida.

Sínteses já foram realizadas paraalguns biomas brasileiros. Estima-se, porexemplo, que a Floresta Atlântica brasileirapossua 20.000 espécies de plantasvasculares, das quais 8.000 seriamendêmicas (2,7% das plantas do planeta)(Myers et al. 2000). Entre 40 e 50% dasespécies lenhosas encontradas em qualquertrecho dessa floresta são endêmicas àmesma (Mori et al. 1981, Thomas et al.1998). São reconhecidos para a FlorestaAtlântica três centros de endemismos �Pernambuco, sul da Bahia e Rio de Janeiro-São Paulo � os quais, acredita-se,representaram áreas de refúgio florestaldurante as glaciações do quaternário (Prance1987). Cada um desses centros temcontribuições distintas da flora Amazônica,associadas às ligações entre essas biotasdurante o terciário (Prance 1979) e às rotasde migração através do Cerrado e regiõeslitorâneas (Rizzini 1963). No sul da Bahia, porexemplo, as espécies com padrão de

distribuição Amazônia-Bahia, representamcerca de 7% da flora de plantas lenhosas(Thomas et al. 1998). Ao norte do rio SãoFrancisco, as espécies com padrão dedistribuição Amazônia-Floresta Atlânticaocorrem preferencialmente nas florestas deterras baixas, enquanto aquelas oriundas dosul e sudeste do Brasil ocorrem nas florestassub-montanas e montanas (Andrade-Lima1964, 1966).

Informações sobre riqueza,endemismo, distribuição geográfica eecológica de plantas lenhosas da Caatingaexistem de forma preliminar. Gamarra-Rojas& Sampaio (2002) citam pelo menos 1.102espécies lenhosas para a Caatinga. Giuliettiet al. (2002) encontraram 318 espéciesendêmicas a esse bioma, e, por outro lado,62 espécies apresentam ampla distribuiçãonas florestas secas sul-americanas (Prado &Gibbs 1993). Em alguns grupos, como nasfamílias Cactaceae, Bromeliaceae eAsteraceae, o índice de endemismo podeser elevado (Rizzini 1997). Rodal (1992)sugere que a Caatinga contém, pelo menos,dois blocos florísticos, norte e sul, separadospelo maciço da Borborema, cada um comsuas espécies vegetais características eendêmicas. Silva & Oren (1997) reconhe-ceram, também, duas áreas de diferenciaçãopara uma espécie de ave endêmica àCaatinga. Novas sínteses sobre riqueza,endemismos, relações biogeográficas e tiposvegetacionais da Caatinga devem surgir àmedida em que algumas das lacunasdetectadas nesse estudo forem preenchidas.

Implicações para aconservação da Caatinga

O conhecimento sobre a distribuiçãodos organismos e das comunidades temimplicações importantes para aconservação da diversidade biológica, taiscomo, quantificar e qualificar os efeitos daação antrópica (p. ex. redução de hábitats,fragmentação, extração seletiva) sobre abiota, estabelecer estratégias eficientes deconservação, atrair entidades financiadorase programas de conservação e fornecersubsídio científico aos formuladores depolíticas públicas.

109

Coimbra-Filho & Câmara (1996)lançaram a hipótese que, antes da chegadados colonizadores europeus, a Caatingaera, em sua grande parte, composta porflorestas secas muita mais desenvolvidas,em termos estruturais, do que aquelasobservadas atualmente. Se a estrutura dafloresta se alterou, também houvemudanças na composição das espéciesvegetais, na riqueza dos organismos e nacomposição das estratégias biológicaspresentes, já que existem relaçõesconhecidas entre essas variáveis nasflorestas secas (Murphy & Lugo 1986,Gentry 1995, Medina 1995). Hipótesescomo essa, só podem ser cientificamenteavaliadas à medida em que áreashistoricamente bem preservadas daCaatinga forem estudadas. Infelizmente, adistribuição dos estudos realizados até omomento parece estar concentrada emáreas ou regiões com longo histórico deperturbação antrópica.

Do ponto de vista da conservação, oestabelecimento de um sistema ou rede deáreas protegidas é um dos maisimportantes instrumentos ou estratégiaspara garantir a conservação da diversidadebiológica de uma biota (Margules & Pressey2000). A eficiência desse instrumento podeser medida pelo percentual de espécies�capturadas pelo sistema� (represen-tatividade biológica), pela manutenção depopulações viáveis e por sua capacidadede manter processos ecológicos emdiferentes escalas espaciais que garantamresiliência à biota (Noss et al. 1997).

Dessa forma, informações com-pletas sobre a distribuição de organismosde uma biota são fundamentais para queo sistema planejado de áreas protegidastenha a máxima representatividadebiológica. Em um esforço coletivo, mais de100 pesquisadores identificaram 82 áreasprioritárias para a conservação da Caatingacom base na informação biológicadisponível (Silva & Tabarelli 2000). Entreessas, 25 (30,5%) foram consideradasáreas insuficientemente conhecidas, asquais representam cerca de 20% da áreada Caatinga. Com o preenchimento demuitas das lacunas geográficas e

ecológicas identificadas nesse estudo, omapa de áreas prioritárias para aconservação da diversidade poderá sofrermodificações. Seleção de áreas prioritáriascom base no conhecimento sobre adistribuição da biodiversidade é um métodoextremamente útil (Margules & Pressey2000). Todavia, se reconhece que naausência de informações confiáveis asáreas consideradas mais ricas podem ser,na verdade, apenas as áreas melhoramostradas (Nelson 1991).

Insuficientemente conhecida, aCaatinga permanece ainda hoje fora docenário nacional e internacional em termosde prioridades para a conservação dadiversidade biológica. A Caatinga, porexemplo, não faz parte de nenhum dosgrandes projetos de conservação queoperam a nível mundial, como a Reservada Biosfera, The Global Two Hundreds-Conservation Priorities (World WildlifeFoundation) e Conserving BiodiversityHotspots (Conservation International).É importante mencionar que entre as25 regiões consideradas como altaprioridade mundial para conservação pelaConservation International, cinco sãoregiões semi-áridas que abrigam 19% dasplantas vasculares do planeta (Myers et al.2000).

O conhecimento científico é umacondição essencial para o estabelecimentode políticas eficazes de conservação. Aocontrário, conhecimento inadequado é umaliado perigoso nas mãos de planejadoresinteressados em converter áreas naturaisem pólos de desenvolvimento econômico.No Cerrado, por exemplo, um dos alicercesdas políticas públicas implementadas nessebioma nas últimas três décadas, foi a idéiade que sua vegetação era pobre emespécies endêmicas e, dessa forma, suasubstituição por empreendimentosagropecuários traria poucos prejuízosambientais (Silva 1998). Hoje sabe-se queo Cerrado é rico em espécies vegetaisendêmicas (Heringer et al. 1977, Rizzini1997) e pode apresentar uma diversidadefilética de plantas vasculares superior às dasflorestas Atlântica e Amazônica (Gottlieb &Borin 1994). Seguramente, um dos

110

motivos do desamparo legal que a Caatingaainda sofre é a crença generalizada de queesse bioma é pobre e, portanto, poucoimportante.

Em síntese, os resultados desseestudo suportam as idéias de que aCaatinga é um dos biomas brasileirosmenos conhecidos, que sua �baixa riquezade espécies� pode ser um artefato deamostragem e que a distância dos centrosde ensino e pesquisa é um preditor dadistribuição geográfica e ecológica dasinformações sobre plantas lenhosas daCaatinga. A partir das lacunas e tendênciasidentificadas nesse estudo, novos esforçosde investigação podem ser planejados, comobjetivo de ampliar a representatividadegeográfica e ecológica do conhecimento

das plantas lenhosas da Caatinga. Novasinformações sobre a ocorrência edistribuição dos organismos são essenciais,não só para ampliar o entendimento sobrea diversidade biológica dessa biota, maspara sua própria conservação.

AgradecimentosAos curadores dos herbários

Dárdano de Andrade-Lima � EmpresaPernambucana de Pesquisa Agropecuária;Herbário Geraldo Mariz � UniversidadeFederal de Pernambuco, VasconcelosSobrinho � Universidade Federal Rural dePernambuco e Herbário da UniversidadeFederal de Sergipe.

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Vegetação:áreas e ações

prioritárias paraa conservação

da Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIOGRUPO TEMÁTICO �FLORA�

Ana Maria GiuliettiCoordenação

Ana Luiza Du Bocage NetaAntônio Roberto Lisboa de Paula

Dilosa Carvalho BarbosaEliana Nogueira

Everardo V. S. B. SampaioGrécia Cavalcanti da Silva

Isabel Cristina MachadoJair Fernandes Virgínio

Leonor Costa MaiaLuciana M. S. Griz

Luciano Paganucci de QueirozJosé Luciano Santos Lima

Marcelo Athayde SilvaMaria Angélica Figueiredo

Maria de Jesus Nogueira RodalMaria Mércia Barradas

Maria Regina de Vasconcellos BarbosaRaymond M. Harley

Sérgio de Miranda Chaves

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A vegetação do bioma Caatinga ébastante diversificada por incluir, além dascaatingas, vários outros ambientesassociados. Somente de caatingas sãoreconhecidas 12 tipologias diferentes, asquais despertam atenção especial pelosexemplos fascinantes de adaptação aoshábitats semi-áridos. Tal situação podeexplicar, em parte, a grande diversidade deespécies vegetais, muitas das quaisendêmicas ao bioma. Estima-se que pelomenos 932 espécies foram registradas naregião, sendo 318 delas endêmicas.Encontram-se endemismos também emoutros níveis taxonômicos, pois vintegêneros de plantas são conhecidos apenasna Caatinga.

No que se refere à identificação e àclassificação das áreas prioritárias para aconservação da flora da Caatinga,considerou-se a pluralidade de hábitats querefletisse toda a variedade encontrada nobioma, selecionando- se, para isso, aquelescom os mais elevados graus de diversidadee de endemismo, segundo a adoção dosseguintes critérios: 1. existência de pelomenos um táxon endêmico à áreaproposta; 2. Presença de táxons endêmicosao bioma; e 3. ocorrência de fenômenosbiológicos especiais.

Merecedoras de destaque são aslagoas ou áreas úmidas temporárias, nasterras mais baixas � as quais formam umconjunto de hábitats frágeis, caracterizado

pela presença de muitas espécies raras eendêmicas �, e os refúgios montanhosos,de formações rochosas, isolados nobioma. Os enclaves de caatinga existentesfora do Nordeste são provavelmente degrande relevância científica, contudo, aconfirmação disso requer ainda maisinformações. Nesse conjunto se so-bressaem as áreas situadas em MinasGerais.

A água, como um fator limitante naCaatinga, ressalta também a necessidadede preservação dos rios permanentes, osquais têm um papel proeminente porprover de água, durante todo o ano, tantoas espécies nativas das caatingas como ascomunidades locais que lá se estabelecem.Tais rios dependem de estar protegidos emsuas cabeceiras, as quais se localizam forada zona da Caatinga, nos brejos ou nasflorestas montanas do platô daBorborema, na chapada Diamantina, naserra do Araripe, entre outros locais.

A carência de conhecimento sobrea flora do bioma reflete-se no elevadonúmero de áreas classificadas comoinsuficientemente conhecidas, mas deprovável importância biológica. Das 53áreas indicadas, 18 enquadram-se nessacategoria (Figura 1). Para essas áreas é quedeverão voltar-se os esforços de inventário.Do restante, 17 são áreas de extremaimportância; 14 de muito alta importância;e quatro de alta importância biológica.

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Caatinga na estação chuvosa

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1. Serra das Flores2. Jaburuna3. Reserva da Serra das Almas4. Campo de Inselbergs / Serra do Estevão5. Carnaubais6. Angical7. Ser tão dos Inhamuns8. Chapada do Apodi9. Vitória da Conquista10. Dunas de São Bento11. Pico do Cabugi12. Serra de Santana13. Rochedo de Serra Caiada14. Serra de Portalegre15. Mata de Luis Gomes16. Serra Negra17. Curimataú18. Vale do Rio do Peixe19. Serra de Santa Catarina20. Monte Horebe21. São José da Mata22. Cariri Paraibano23. Serra do Teixeira24. Paus Brancos25. Vale do Ipojuca26. Buique27. Serra Talhada

28. Mirandiba29. Chapada do Araripe30. Ser tão do Submédio São Francisco31. Sudoeste de Pernambuco32. Xingó33. Picos34. Corredor Ecológico Serra da Capivara / Confusões35. Serras do Sento Sé / Sobradinho / Remanso36. Raso da Catarina37. Região de Senhor do Bonfim38. Delfino / Minas do Mimoso /

Serra do Curral Feio39. Dunas do Rio São Francisco40. Serra do Açuruá / Santo Inácio41. Carste de Irecê42. Rebordo da Chapada Diamantina43. Ipirá / Serra do Orobó44. Milagres45. Maracás46. Reserva Biológica de Serra Negra47. Bom Jesus da Lapa / Santa Maria da Vitória48. Sudoeste da Bahia49. Calcário do Norte de Minas Gerais50. Pedra Azul51. Vale do Piancó52. Serra da Borborema53. Itabaiana / Lagarto

Figura 1Áreas

prioritáriaspara

conservaçãoda flora na

Caatinga

Importância BiológicaExtremaMuito altaAltaInformação insuficienteLimite estadualLimite do bioma caatinga

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1 - SERRA DAS FLORES

Localização: Granja (CE).

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial; númeromédio de espécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (agricultura desubsistência e caça).

Justificativa: Campos extensos deVelloziaceae e Eryocaulaceae ocorrem nasencostas fraturadas das rochas. Sãoplantas raras e sem registros da ocorrênciadessa paisagem para o Nordestesetentrional do Brasil. O topo plano earenoso abriga vegetação de campo abertocom espécies disjuntas do cerrado, evegetação de caatinga em seu entorno como gênero endêmico Franhofera.

2 - JABURUNA

Localização: Ubajara, Viçosa do Ceará,Tianguá, Ibiapina, São Benedito, Guara-ciaba do Norte e Carnaubal (CE).

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Carrasco.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de Diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio de ende-mismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial; númeromédio de espécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (agricultura desubsistência e caça).

Justificativa: O carrasco apresenta floradiferente dos demais tipos de vegetação

do Nordeste, endêmica dos setores elevadose tabulares do Planalto da Ibiapaba e daChapada do Araripe. Embora se assemelheà caatinga pela caducifolia, apresentagrande variação florística entre as áreas efitodiversidade maior que a caatinga esemelhante à floresta. Com base emtrabalhos realizados, no norte do planaltoda Ibiapaba, em 1991, existia apenas 5,5%da cobertura original dessa vegetação queocupa uma área extremamente reduzida,apenas 0,48% da região Nordeste.Apresenta muitos táxons com problemas dedeterminação taxonômica, possivelmenteespécies novas para a ciência.

3 - RESERVA DA SERRA DAS ALMASLocalização: Crateús (CE).Importância biológica: Alta.Hábitats: Caatinga, carrasco e florestadecidual.Ação recomendada: Uso sustentável.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial; número médio de espécies deinteresse econômico.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (caça).Justificativa: Presença de espéciesendêmicas da caatinga na região: Rollinialeptophylla, Arrabidaea dispar, Cordialeucomalloides, Commiphora lepto-phleos, Cereus jamacaru, Cappariscynophallophora, Jatropha mollissima eManihot glaziovii. Endemismo genérico:Auxemma. Área de alta fragilidade em seussolos distróficos (latossolo) sobre oplanalto, aceleradamente erodidos, o quetem levado ao extermínio de umacomunidade vegetal � o carrasco � queabriga espécies endêmicas e serve dealimento para a fauna, principalmente aves,como a planta de nome popular jacaré(Eugênica desintherica). Área rica emMyrtaceae e Erythoxylaceae cujos frutosalimentam a fauna.

DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS INDICADAS

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4 - CAMPO DE INSELBERGS/SERRA DO ESTEVÃO

Localização: Quixeramobim e Quixadá (CE).

Importância biológica: Alta.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência deendemismos.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: alto.

Justificativa: Vegetação rupestre aindadesconhecida, contendo Bromeliaceae eOrquidaceae. Apresenta espéciesendêmicas como: Ceila glaziovii na Serrado Estevão � espécie em extinção naCaatinga; Auxema onconcalyx � espécieendêmica da Caatinga; Commiphoraleptophleas, Cereus jamacaru, Liconiarigida, Jotropha mollissima, Ziziphusjoazeiro e Sida galhertensis � tambémendêmicas da Caatinga e presentes nessaregião.

5 - CARNAUBAIS

Localização: Itaiçaba, Limoeiro do Norte,Quixeré, Russas, São João do Jaguaribe,Tabuleiro do Norte, Jaguaruana e Aracati.(CE).

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Ampla várzea contendo ilhas nosmeandros da drenagem, com carnaubaise a flora associada a estes ambientessalinos.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência deendemismos; alta riqueza de espécies raras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (agricultura).

Justificativa: As populações de Coperniciaprunifera ocorrem junto às várzeas outerrenos abaciados que possibilitem oencharcamento. São endêmicas doNordeste do Brasil, especialmente densasno Nordeste setentrional. As áreas por elasocupadas estão paulatinamente sendosubstituídas por cultivos de alimentos,como frutíferas ou cereais. Hánecessidade de proteger, conservar e

manter uma área representativa dessaspopulações que se associam a outrasplantas. Mimosa leptantha é umendemismo do baixo curso dessa baciahidrográfica.

6 - ANGICAL

Localização: PI: São Miguel do Tapuio,Pimenteiras e Pio IX; CE: Parambu, NovoOriente e Quiterianópolis.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Carrasco e caatinga.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência deendemismos; presença de espécies raras/ameaçadas; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta.

Justificativa: Presença de vegetação decarrasco sobre o topo plano do planalto.Este é um tipo de vegetação em extinção.As condições do ambiente físico sãooriginais e restritas a pequenas manchas,que suportam uma vegetação xerófilasemelhante à caatinga pela caducifolia,mas totalmente diversa quanto à flora. Aflora abriga espécies da floresta, do cerrado,da caatinga e espécies próprias. A encostaabriga uma floresta decidual (mata seca)com espécies em extinção, como abarriguda-da-caatinga (Ceiba glaziovii) ea tatajuba (Chloroflora tinctoria), espéciesde látex amarelo usado, no períodocolonial, para tingimento, no Nordestesetentrional do Brasil, e hoje quase extintas.

7 - SERTÃO DOS INHAMUNS

Localização: Pedra Branca, Boa Viagem,Mombaça, Tauá e Independência (CE).

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatingas. Superfície sertanejacontendo inselbergues em estadosavançados de degradação, temperaturaselevadas (28ºC média), precipitação médiaanual de 550mm, solos em mosaico,variando tanto com relação à profundidadequanto à composição química.

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estado do Ceará e da segunda na Chapadado Apodi. Espécie endêmica da Chapadaem Mossoró, Hydrothrix gardneri Hook,planta muito rara. Uma unidade deconservação na área ordenará o uso e apreservação da flora e fauna. Deve-seincentivar a investigação paleontológica earqueológica e dos recursos naturais nestasáreas de grande amplitude de espéciesautóctones da região.

9 - VITÓRIA DA CONQUISTA

Localização: Vitória da Conquista (BA).

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga de altitude, próxima dacidade.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; alto número de endemismos;alta riqueza de espécies raras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; pressão antrópica: alta(crescimento desordenado da cidade).

Justificativa: Espécie endêmica restrita:Melocactus conoideus (Cactaceae),ameaçada de extinção, exclusiva da Serrado Periperi, nos arredores de Vitória daConquista. Segundo Taylor (1991) eracomercializada na Europa e está muitoameaçada pela retirada de cascalho dequartzo. Em 1989 estava praticamenteextinta na localidade tipo e a população erarestrita a poucos indivíduos.

10 - DUNAS DE SÃO BENTO

Localização: São Bento do Norte (RN).

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga hiperxerófila.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial; númeromédio de espécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (desmatamento,loteamento e pastoreio).

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies; alto número de endemismos;ocorrência de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: alto.

Justificativa: A região abriga a vegetaçãode caatinga arbustiva aberta e arbóreaaberta (conforme o substrato), contendopopulação de Cnidosculus phyllacanthus,espécie endêmica à caatinga, situando-seem locais especiais em estreita relação comos solos. Essa região abriga, também,árvores da caatinga arbórea, hoje rarasdado o elevado uso e falta de reposição,além de condições naturais de perda dogermoplasma em períodos de seca, comoMyracrodruom urundeuva (aroeira-do-sertão), Spondias tuberosa (imbu),Schinopsis blabra (braúna), usadaseconomicamente pela população local. NaSerra encontra-se a principal nascente dorio Jaguaribe, maior rio do Ceará.

8 - CHAPADA DO APODI

Localização: CE: Alto Santo, Quixeré,Limoeiro do Norte e Tabuleiro do Norte;RN: Açu, Mossoró, Baraúna, GovernadorDix-Sept Rosado e Apodi.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga arbórea e caatingahiperxerófila.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial; alto númerode espécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (agricultura,desmatamento e agrotóxicos).

Justificativa: Caatinga arbórea com altadiversidade no estrato arbustivo e herbáceo.Contém espécies de Auxemma (gêneroendêmico), com apenas duas espéciesendêmicas para a caatinga (Auxemmaoncocalyx e A.glazioviana), comdistribuição mais freqüente da primeira no

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Justificativa: Pretende-se com a inclusãodesta área estabelecer critérios queconduzirão à proteção desse ecossistema.Recomenda-se a criação de uma unidadede conservação, objetivando proteger aintegridade da diversidade de espécies. Aárea funciona como um corredor naturalde espécies nativas.

11 - PICO DO CABUGI

Localização: Angicos (RN).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga hiperxerófila.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial; númeromédio de espécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto; pressãoantrópica: alta (desmatamento, agricultura).

Justificativa: Preservar a flora e fauna econservar a formação geomorfológica doPico do Cabugi e, conseqüentemente, oecossistema de Caatinga, que apresentagrande diversidade de espécies. A área estásendo impactada pela ação antrópica,fragmentando o hábitat de espéciesendêmicas. A conservação desta área e acriação de uma unidade de conservaçãosão recomendáveis. É uma das maisimportantes formações vulcânicas do país.Esta composição geológica é umpatrimônio natural inserido na paisagem daCaatinga, formando ecossistemas ímpares,que devem ter sua biodiversidade genéticaprotegida.

12 - SERRA DE SANTANA

Localização: Santana do Matos (RN).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbórea.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio de

endemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial; alto númerode espécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamento,queimada e agricultura, provocandoerosões).

Justificativa: A inclusão desta área poderáfavorecer um sistema efetivo para conservaçãoda biodiversidade dessa caatinga, onde aaltitude é fator preponderante para odesenvolvimento das espécies.

13 - ROCHEDO DE SERRA CAIADA

Localização: Lagoa de Velhos, Sítio Novo,Tangará e Barcelona (RN).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga hiperxerófila.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial; númeromédio de espécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (desmatamentopara queima de lenha nas cerâmicas).

Justificativa: Uma unidade de conservaçãonesta área disciplinará as intervençõesantrópicas, face ao caráter excepcionaldessa formação geológica, podendo tersido local adequado para hospedarcomunidades antigas da região. Esta áreaapresenta uma das mais antigas formaçõesgeológicas do mundo, cujas característicasambientais favorecem o endemismo dealguns grupos.

14 - SERRA DE PORTALEGRE

Localização: Francisco Dantas e Portalegre(RN).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida..

Hábitats: Caatinga arbórea.

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Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial; númeromédio de espécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamentoe erosão).

Justificativa: Proteger bancos genéticos daflora e fauna da Caatinga. A flora apresentaendemismos e a biomassa é considerávelpara o ecossistema.

15 - MATA DE LUIS GOMES

Localização: Luís Gomes (RN).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbustiva arbórea.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (destruição doecossistema).

Justificativa: Área apropriada para unidadede conservação e pesquisa científica.Região biologicamente rica, masameaçada, com muitos indicadores debiodiversidade da flora. Nos limites destemunicípio com o estado do Ceará ocorreuma flora endêmica.

16 - SERRA NEGRA

Localização: PB: Riacho dos Cavalos,Paulista, São Bento e Brejo do Cruz; RN:Timbaúba dos Batistas, Jardim de Piranhase Serra Negra do Norte.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbustiva.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; baixa riqueza de espéciesraras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: alto.

Justificativa: A vegetação do Seridó é umtipo especial de caatinga, mais pobre emespécies. Na região de Serra Negra existeuma única unidade de conservação paraeste tipo de caatinga. É uma vegetaçãoarbustiva, com associação de Mimosa,Caesalpinia e Aristida, única no domínioda Caatinga.

17 � CURIMATAÚ

Localização: PB: Araruna, Cacimba deDentro, Dona Inês e Solânea.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbustivo-arbórea.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; baixo número deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (extração delenha).

Justificativa: É um tipo de caatingadiferente das demais existentes na Paraíba,sendo que em algumas regiões há umaformação florestal de transição para asmatas do agreste e as matas do BrejoParaibano. Presença da espécie endêmicaMimosa borboremae.

18 - VALE DO RIO DO PEIXE

Localização: Sousa (PB).

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Várzeas do rio do Peixe.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial; baixo número deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (expansão urbana,agricultura, pecuária).

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Justificativa: O vale do rio do Peixe englobao Vale dos Dinossauros (ARIE) e aindaapresenta uma vegetação ciliar comformações florestais raras na DepressãoSertaneja. Espécies endêmicas: Guettardasericea, Machaonia spinosa e Combretumlanceolatum.

19 - SERRA DE SANTA CATARINA

Localização: PB: Nazarezinho e São Joséda Lagoa Tapada.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Serras baixas na DepressãoSertaneja da Paraíba.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; média riqueza de espéciesraras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (pastoreio).

Justificativa: Área única, pelo grau depreservação e extensão, em meio àDepressão Sertaneja da Paraíba, comvegetação arbórea condicionada pelaposição e altitude. Presença de macaco-prego. Espécies endêmicas: Guettardaangelica, Jacaranda sp., Randia nitida eAspidosperma cuspa.

20 - MONTE HOREBE

Localização: Mauriti (CE) e Monte Horebe(PB).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Serras baixas.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (pastoreio).

Justificativa: Vegetação arbórea densa earbustiva-arbórea em solo arenoso, comum conjunto florístico característico, nolimite da Paraíba com o Ceará. Espéciesendêmicas: Guettarda angelica, Rollinialeptopetala e Aspidosperma cuspa.

21- SÃO JOSÉ DA MATA

Localização: PB: Pocinhos e CampinaGrande.

Importância biológica: Alta.

Hábitats: Planalto da Borborema.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: baixo;pressão antrópica: alta (proximidade decentro urbano).

Justificativa: Este é provavelmente oúltimo remanescente de vegetaçãoarbórea de transição entre o Agreste daBorborema e o Cariri Paraibano. É umaárea municipal preservada, na qual jáforam encontradas espécies novas.Espécie endêmica: Caesalpiniagardneriana.

22 - CARIRI PARAIBANO

Localização: PB: Campina Grande,Boqueirão, Cabaceiras, São João doCariri, São José dos Cordeiros e SerraBranca.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga aberta.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (extração de lenha,pastoreio).

Justificativa: Ambiente especial, emprocesso de desertificação, rico emespécies endêmicas. Apresenta umavegetação arbustiva aberta, chegandoem alguns casos a constituir-se emcaat inga nani f icada. Espécies en-dêmicas: Rollinia leptopetala, Matelearoul inioides (endêmica restr i ta) eJatropha ribifolia.

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23 - SERRA DO TEIXEIRA

Localização: PB: Água Branca, Imaculada,Juru, Princesa Isabel e Tavares.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Serras limítrofes entre Paraíba ePernambuco.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número deendemismos; baixo número de espécies deinteresse econômico.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: média;pressão antrópica: médio; (extração delenha e agricultura).

Justificativa: Serras limítrofes entre Paraíbae Pernambuco, com uma vegetação decaatinga arbórea de serras, com umconjunto florístico distinto da caatinga deáreas planas. Espécies endêmicas:Guettarda sericea, Solanum jabrense(restrita), diversas Bignoniaceae eMelastomataceae.

24 - PAUS BRANCOS

Localização: PB: Manaíra e Santana deMangueira.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Serras.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Alta riqueza deespécies.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: alto;pressão antrópica: média (extração delenhas para olarias e uso doméstico).

Justificativa: Área ampla com vegetação decaatinga arbórea densa, floristicamentepouco conhecida, ocupando uma regiãomontana no oeste da Paraíba.

25 - VALE DO IPOJUCA

Localização: PE: Arcoverde, Pedra,Venturosa, Alagoinha, Belo Jardim,Bezerros, Brejo da Madre de Deus,Cachoeirinha, Capoeiras, Caruaru,Jataúba, Pesqueira, Poção, Riacho dasAlmas, Sanharó, São Bento do Una, SãoCaitano e Tacaimbó.

Importância biológica: Muito alta.

Justificativa: A estreita relação entre avegetação de caatinga e as superfíciesinterplanálticas da região semi-árida, achamada Depressão Sertaneja, é apontadapor diferentes autores (Rizzini 1979,Fernandes 1996), embora haja registrodaquela vegetação na chapada do Apodi eno planalto da Borborema (Andrade-Lima1964, 1981). Nesse planalto é possívelencontrar desde áreas com vegetaçãoarbustiva caducifólia espinhosa de baixoporte até florestas ombrófilas densas, adepender das condições abióticas,especialmente do relevo, embora, de modogeral, predomine uma vegetação florestalcaducifólia espinhosa com porte florestal(caatinga arbórea). Nessas áreas, além dapresença de táxons comuns em áreas decaatinga como Schinopsis brasiliensisEngler (Anacardiaceae), Caesalpiniapyramidalis Tul. e Bahinia cheilantaStand. (Caesalpiniaceae), todas com portemais elevado que nas áreas da DepressãoSertaneja, podemos encontrar plantas maiscomuns em florestas estacionais comoRandia nitida (SW.) DC. e Alseis floribundaSchott (Rubiaceae), Cedrela odorata L.(Meliaceae), Opuntia brasiliensis (Willd.)Haw (Cactaceae), entre outras. Comoespécies endêmicas à Caatinga podemoscitar Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum.(Bombacaceae) e Cnidoscolus quercifolius(Euphorbiaceae).

26 - BUÍQUE

Localização: Buíque (PE).

Importância biológica: Extrema.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; alto número de espécies de interesseeconômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (turismoecológico, extrativismo).

Justificativa: A Chapada de São José,situada no município de Buíque, representa

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um complexo vegetacional comvegetação caducifól ia espinhosa �caatinga � na vertente a sotavento,vegetação perenifólia � chapada � naencosta a barlavento e vegetação semi-caducifólia espinhosa nas áreas maisaltas e planas da chapada. De um modogeral, esses três ambientes têm conjuntosflorísticos distintos, porém com algumasespécies comuns. Além disso, éimportante salientar que muitas dasespécies desses ambientes eramconhecidas apenas nos camposrupestres das chapadas e serras da Bahiae Minas Gerais. Táxons representativos:Dasyplyllum sprengelianum (Gardner)Cabrera e Paralychnophora reflexo-auriculata (G.M.Barroso) Macleish(Asteraceae); Chamaecrista cytisoides(Cal lad.) Irwin & Barneby (Caesal-piniaceae); Angelonia cornigera Hook F.(Scrophulariaceae); Ipomea pintoiO�Donell e I.marcelia Meissn. (Con-volvulaceae); Oxandra reticulata Mass(Amonaceae). Outras espécies têmdistribuição muito restrita, como Dyckialimae L.B. Sm. (Bromeliaceae),Bunchosia pernambucana W.R. An-derson (Malpighiaceae) e Euphorbia sp.nov. (Euphorbiaceae).

27 - SERRA TALHADA

Localização: Serra Talhada; (PE).

Importância biológica: Muito alta.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência deendemismos; presença de espécies raras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: média.

Justificativa: Trata-se de uma área comvegetação arbustivo-arbórea com presençade inúmeras espécies como: Rollinialeptopetala (Annonaceae), Pseudobombaxmarginatum (A.St.Hil.) A. Robyns,Helicteres mollis (Sterculiaceae), Harrisiaadscendens Britton & Rose (Cactaceae) eEncholirium spectabile Mart. Ex Schultes& Schultes f. (Bromeliaceae).

28 - MIRANDIBA

Localização: Mirandiba (PE).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: média.

Justificativa: A região de Mirandibarepresenta uma chapada sedimentar deorigem cretácea. Segundo Andrade-Lima(1957) essa região, juntamente com osChapadões do Moxotó e Chapada doAraripe, representa uma unidade ambientaldenominada Chapadões Cretáceos. Naregião, predomina vegetação caducifóliaespinhosa com famílias e espécies típicasde caatinga como Mimosaceae,Euphorbiaceae e Cactaceae, associadas aoutras menos comuns como Bignoniaceaee Myrtaceae. Infelizmente, até o momento,não existe um levantamento florístico nessaregião, mas pelas condições ambientais epoucas coletas ali realizadas, pode-seindicar a área como de preservação, dadaa particularidade do conjunto florísticovegetacional. Espécies: Poeppigia procera(Fabaceae), Piptadenia obliqua (Mi-mosaceae), Caesalpinia microphylla(Caesalpiniaceae) e Jatropha mutabilis(Euphorbiaceae).

29 - CHAPADA DO ARARIPE

Localização: PE: Dormentes, Parnamirim,Santa Cruz, Ouricuri, Trindade, Araripina,Ipubi, Bodocó e Exu; CE: Crato, NovaOlinda, Potengi, Santana do Cariri, Araripe,Salitre; PI: Caldeirão Grande do Piauí.

Importância biológica: Extrema.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Justificativa: Trata-se de um mosaicovegetacional onde ocorrem manchas deflorestas ombrófila e estacional, cerrado,caatinga e carrasco, resultantes daheterogeneidade ambiental, modelada nodecorrer de diversos períodos geológicos.

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Espécies: Anemopaegma athayde Gentry,Anemopaegma loreve DC., Jacarandajasminioides (Thumb.) Sandew, além dasbignoniáceas de importância ornamental.

30 - SERTÃO DO SUBMÉDIOSÃO FRANCISCO

Localização: PE: Cabrobó, Floresta,Itacuruba, Santa Maria da Boa Vista, Orocó,Belém de São Francisco; BA: Chorrochó,Abaré, Rodelas, Macururé, Curaçá eJuazeiro.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; ocorrência de fenômenobiológico especial e de espécies deinteresse econômico.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (agricultura.).

Justificativa: Área coberta por vegetaçãocaducifólia espinhosa de porte baixo epouco densa. A flora é ainda poucoconhecida. Com extensas áreas domunicípio de Belém de São Francisco emadiantado processo de desertificação.

31 - SUDOESTE DE PERNAMBUCO

Localização: Petrolina (PE).

Importância biológica: Extrema.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial; baixo númerode espécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (áreas de irrigaçãoe agricultura de sequeiro).

Justificativa: Espécies: Calliandramacrocalyx, Calliandra leptopoda,Bombacopsis retusa (Mart. & Zucc.)Robyns, Anamaria heterophylla (Giulietti& F.C. Souza) F. C. Souza, Pseudobombaxsimplicifolium A. Robyns, Allamanda

puberula A. DC., e Dizygostemonangustifolium Giulietti.

32 - XINGÓ

Localização: AL: Água Branca, Pariconha,Delmiro Gouveia, Piranhas, Olho d�Água doCasado; BA: Santa Brígida, Glória e PauloAfonso; PE: Tacaratu e Petrolândia; SE:Canindé de São Francisco.

Importância biológica: Muito alta.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial; alto número de espéciesde interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média.

Justificativa: Existe uma reserva de 9.000haconservada pela CHESF, criada antes daconstrução da hidrelétrica Xingó,abrangendo parte dos estados de PE, BA,AL e SE, com remanescentes de caatingaarbórea (12 a 15 metros de altura) nosplatôs e caatingas arbustivas nos cânions.Compreende muitas espécies endêmicasda Caatinga: Capparis cynophallophora L.;Capparis jacobinae Moric.; Cobretumleprosum. Ocorrem extensas áreasareníticas com flora própria, bem diferentedas demais áreas cobertas pelo cristalino,principalmente com populações deAsteraceae e Bignoniaceae, nuncacoletadas em outras áreas. Espécies rarasde fungos.

33 - PICOS

Localização: Picos (PI).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Alto número deendemismos.

Justificativa: Próxima à área de limite entretrês biomas, priorizada no Workshop doCerrado. Área de ocorrência de algumasespécies endêmicas.

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34 - CORREDOR ECOLÓGICO SERRADA CAPIVARA-CONFUSÕES

Localização: PI: Anísio de Abreu, SãoRaimundo Nonato, Coronel José Dias,Canto do Buriti, São João do Piauí, SãoBraz do Piauí e Caracol.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga e cerrado.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: baixa; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (a região da Serradas Confusões está sem nenhumaproteção e fiscalização da caça e retiradade madeira).

Justificativa: 1 - Área de cerrado do PARNASerra das Confusões que não foicontemplada durante o Workshop doCerrado. É uma área de transição entreCaatinga e Cerrado. Como área ecótonedeve apresentar uma alta riqueza deespécies, porém não há ainda levantamentoflorístico nem faunístico. Sabe-se dapresença do tamanduá-bandeira, e dasonças parda e pintada. 2 - Área de Caatingaque comporá parte do Corredor ecológico.3 - É importante a criação de um corredorecológico interligando os 130.000ha doPARNA Serra da Capivara e os 500.000hado PARNA Serra das Confusões. A presençado corredor irá possibilitar o aumento dotamanho das populações, e tambémpermitirá a passagem de agentesdispersores de sementes. Espécies: Mimosacaesalpinifolia, Pilocereus piauhiensis,Pavonia varians. 4 - Todas as 14 espéciesde plantas citadas pelo CENARGEN (1990)que apresentam risco de erosão genéticase encontram no PARNA Serra da Capivara.Em uma comparação preliminar entre a listade espécies endêmicas da Caatinga e a listade espécies do PARNA Serra da Capivara,foi observado que a Serra da Capivaraapresenta 23 espécies de plantas endêmicasda Caatinga. 5 - Esta área apresenta a

continuidade física de uma área importantepara a manutenção de um corredor jáexistente na Serra da Capivara. Espécies:Pavonia piauhiensis, Mimosa caesalpini-folia e Acacia piauhiensis.

35 - SERRAS DO SENTO SÉ/SOBRADINHO/REMANSOLocalização: BA: Casa Nova, Pilão Arcado,Xique-Xique, Sobradinho e Campo Alegrede Lourdes.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatinga sobre rocha e dunas.Ação recomendada: Proteção integral.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número deendemismos; alta riqueza de espécies raras/ameaçadas.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média.Justificativa: Incidência de táxons endêmicosda área: Tabebuia selachidentata(Bignoniaceae); Piriqueta scabrida Urb.Espécies endêmicas: Calliandra squarrosaBenth. (em apenas duas áreas), Calliandraleptopoda, Calliandra macrocalyx var.macrocalyx, Mimosa setuligera (Legu-minosae); Pavonia glazioviana (Malvaceae);Syagrus microphylla (Palmae); Hete-ranthera seubertiana Solms (Ponte-deriaceae); Apterokarpos gardneri(Anacardiaceae); Evolvulus speciosusMoric., Ipomaea longistaminea (Con-volvulaceae); Melocactus zehntneri,Melocactus pachyacanthus ssp.pachyacanthus (Cactaceae).

36 - RASO DA CATARINA

Localização: BA: Santa Brígida, Rodelas,Paulo Afonso, Jeremoabo, Canudos e Uauá.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga sobre areia e relevoplano (tabuleiro) e com afloramentosrochosos na parte oriental. Vegetaçãopredominantemente arbustiva densa eentrelaçada com áreas de caatingaarbórea.

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Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; alto número deendemismos; alta riqueza de espécies raras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média.

Justificativa: Incidência de táxonsendêmicos da área: Dalbergia caatingicola(Leguminosae) Espécies endêmicas:Harpochilus neesianus (Acanthaceae);Annona spinescens (Annonaceae);Barnebya harley (Malpighiaceae); Callian-dra aeschynomenoides � só conhecida emduas localidades, Cratylia mollis,Pithecolobium diversifolium (Legumino-sae); Skytanthus hancorniifolius, Allaman-da blanchetii (Apocynaceae); Pilosocereuscatingicola (Cactaceae); Crataeva tapia(Capparaceae); Balfourodendron mollis(Rutaceae); Cordia sp. (sect. Varronia)(Boraginaceae).

37 - REGIÃO DE SENHOR DO BONFIM

Localização: BA: Senhor do Bonfim,Filadélfia, Itiúba, Cansanção e Monte Santo.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatingas com solo arenoso apedregoso com cascalho e afloramentosde granito e arenito, e áreas alagadas.Algumas áreas de Caatinga árborea bemdesenvolvidas.

Ação recomendada: Proteção integral.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de ende-mismos; alta riqueza de espécies raras/ameaçadas.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (agricultura,mineração).Justificativa: Incidência de táxonsendêmicos da área: Gênero: McVaughia.Espécie: M. bahiana (Malpighiaceae).Fungo: Glomaceae sp. nov. Espéciesendêmicas: Senna martiana, Chloro-leucon extortum (Leguminosae); Penta-panax warmingiana (Araliaceae); Syagrusvagans (Palmae); Melocactus bahiensis

ssp bahiensis facispinosus, Espostoopsisdybowskii (Cactaceae); Neesiochloabarbata (Gramineae); Pseudobombaxsimplicifolia (Bombacaceae), Rhamni-dium molle (Rhamnaceae).

38 - DELFINO/MINAS DO MIMOSO/SERRA DO CURRAL FEIO

Localização: BA: Campo Formoso (Delfino),Sento Sé (Minas do Mimoso) e Umburanas.Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga de areia com afloramentode arenito, e ecótono com transição paracampo rupestre.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta;ocorrência de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa.

Justificativa: Incidência de táxons endêmicosda área: Eriope sp. nov., Hyptis pinheiroi,Hyptis brightonii (Labiatae); Syngonanthusharleyi, S. curralensis var. curralensis(Eriocaulaceae); Chamaecrista brevicalyxvar. elliptica (Leguminosae); Lippia harleyi(Verbenaceae). Espécies endêmicas:Barnebya harley (Malpighiaceae); Alvimian-tha tricamerata � só conhecida de duas áreas(Rhamnaceae); Eriope tumidicaulis,Hypenia longicaulis ined. (Labiatae);Bauhinia harleyi ined. (Leguminosae);Tamonea juncea (Verbenaceae); Syagrusmicrophylla (Palmae); Apterokarpos gardneri(Anarcadiaceae); Pilosocereus gounellei var.zehntneri, Pilosocereus tuberculatus (Cacta-ceae); Piriqueta dentata, Piriquetaasperifolia, Piriqueta carnea (Turneraceae).

39 - DUNAS DO RIO SÃO FRANCISCO

Localização: BA: Barra e Pilão Arcado.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Dunas arenosas com vegetaçãoxerófila aberta e moitas.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemismos;

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riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta;ocorrência de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa.

Justificativa: Incidência de táxons endêmicosda área: Pterocarpus simplicifolius(Leguminosae) � espécie ameaçada; Eugeniasp. nov. (Eugeniaceae). Há outras espéciesendêmicas, incluindo várias que ainda sãoinéditas para a ciência. Espécies endêmicas:Glischrothamnus ulei (Molluginaceae);Pilosocereus tuberculatus (Cactaceae);Mimosa xiquexiquensis (Leguminosae).

40 - SERRA DO AÇURUÁ/SANTO INÁCIO

Localização: BA: Gentio de Ouro e Xique-Xique.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga arenosa, incluindoserras com afloramento de arenito e zonade contato com cerrado; áreas úmidas elagoas com carnaúba.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número deendemismos; alta riqueza de espécies raras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (gado na área dalagoa, mineração).

Justificativa: Alta incidência de táxonsendêmicos: Mimosa glaucula (Legumi-nosae); Apodanthera succulenta (Cucur-bitaceae); Argyrovernonia harleyi(Compositae); Piriqueta assuruensis,Piriqueta densiflora var. densiflora(Turneraceae). Espécies endêmicas dacaatinga: Glischrothamnus ulei (Mollugi-naceae); Chloroleucon extortum,Blanchetiodendron blanchetii, Mimosaulbrichiana (Leguminosae); Hyptisstachydifolia (Labiatae); Piriqueta carnea(Turneraceae); Orbignea brejinhoensis(Palmae) � espécie com pouca coleta; umagrande população de Copernicia prunifera(Palmae) na lagoa Itapirica que mereceproteção.

41 - CARSTE DE IRECÊ

Localização: BA: Irecê, Jussara, PresidenteDutra, São Gabriel, João Dourado, Lapão,Ibititá, Uibaí, Central e América Dourada.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatingas sobre solos calcários,argiláceos.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; média riqueza de espéciesraras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (agricultura: cultivointenso).

Justificativa: Incidência de táxonsendêmicos: Melocactus azureus ssp.azureus, Melocactus pachyacanthus ssp.viridis. Espécies endêmicas à caatinga:Mimosa ophthalmocentra, Cratylia mollis,Mimosa campicola var. planipes(Leguminosae).

42 - REBORDO DA CHAPADADIAMANTINA

Localização: BA: Itaeté, Mucugê, Lençóis,Andaraí, Bonito, Morro do Chapéu, Piatã,Abaíra, Rio do Pires, Jussiape, Rio deContas, Livramento do Brumado eParamirim.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga arenosa com transiçãopara mata seca e mata serrana. Zona decontato com cerrado de altitude e comáreas úmidas temporárias. Pequenas áreasde calcário.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (agricultura,mineração, pecuária).

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Justificativa: Alta incidência de táxonsendêmicos/restritos: Gênero Rayleya(Sterculiaceae); Euphorbia apparicianaRizz. (Euphorbiaceae); Apodantheravil losa C. Jeffrey (Cucurbitaceae);Prepusa montana (Gentianaceae);Mimosa mensicola Barneby; Mimosamorroensis Barneby; Mimosa subenervisBenth (Leguminosae); Hyptisleptostachys Epl. subsp. caatingaeHarley (Labiatae); Dichorisandragardneri (Commelinaceae); Hyptistenuithyrsa Harley ined. (Labiatae);Anchietia sp. (Violaceae); Hohenbergiacaatingae Ule var. eximbricata L.B. Sm.& Reas (Bromeliaceae); Melocactusbahiensis (Britton & Rose) Lutzelburgsubsp. bahiensis forma inconcinnusBuining & (Brederoo) N.P. Taylor;Harpalyce lanata L.P. Queiroz; Mimosacrumenarioides L.P.Queiroz (Legumi-nosae); Pilosocereus pentadrophorus(Cels) Byles & Rowley ssp. robustus Zappi(Cactaceae). Espécies endêmicas dacaatinga: Apodanthera hatschbachii C.Jeffrey (Cucurbitaceae); Blanchetioden-dron blanchetti (Benth.) Barneby &Grimes (Leguminosae); Anamariaheterophylla (Giulietti & Souza) Souza(Scrophulariaceae); Neesiochloa barbata(Nees) Pilger (Gramineae); Piriquetadentata Arbo (Turneraceae); Piriquetaasperi folia Arbo (Turneraceae);Melocactus oreas Miquel ssp.cremnophila (Cactaceae); Melocactusglaucescens (Cactaceae); Pilosocereuscatingicola (Guerke) Byles (Cactaceae);Pilosocereus glaucochrous (Werderm.)Byles & Rowley (Cactaceae) Auxemmaglaziovii (Boraginaceae); Symplocoshamnifolia (Symplocaceae); Zantho-xylum hamadryadicum Pirani (Ruta-ceae); Pilocarpus trachylophus Holmes(Rutaceae); Apodanthera glaziovii Cogn.(Cucurbitaceae); Gomphrena desertorumMart. var. rhodantha (Moq.) Stuchlik(Amaranthaceae); Diatenopterix gra-zielae (Sapindaceae), Calliandraleptopoda Benth., Calliandra spinosaDucke (Leguminosae); Orbignyabrejinhoensis (Arecaceae); Syagrusvagans (Arecaceae).

43 - IPIRÁ/SERRA DO OROBÓ

Localização: BA: Ipirá, Baixa Grande,Macajuba, Ruy Barbosa e Itaberaba.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga arbustiva sobre solosarenosos e pedregosos e afloramentos derochas sedimentares, associado com áreasde transição para mata semidecídua nasaltitudes maiores.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas:média; ocorrência de fenômeno biológicoespecial; número médio de espécies deinteresse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (mineração).

Justificativa: Região com importânciahidrológica relacionada com o vale do rioParaguaçu, onde as serras fornecem asfontes de água para as matas de encosta,sendo, portanto, imprescindível aconservação da vegetação. Alta incidênciade táxons endêmicos/restritos: Gêneronovo inédito (V iolaceae); Acaciakallunkiae (Leguminosae); Salvia sp. nov.(Labiatae). Espécies endêmicas dacaatinga: Blanchetiodendron blanchetti(Leguminosae); Craniolaria sp.(Pedaliaceae), Ipomaea pintoi O�Donnel(Convovulaceae); Melocactus bahiensisssp. bahiensis, Melocactus salvadorensis,Melocactus oreas Miq.; Melocacatusernestii Vaupel; Piloscereus cantigola(Cactaceae).

44 - MILAGRES

Localização: BA: Milagres, Itatim e Iaçu.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Paisagem formada por grandesblocos de rochas gnaissicas isoladas(inselbergues) rodeados por áreas decaatinga.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:

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alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: média (retirada deplantas para venda e agricultura).

Justificativa: Alta incidência de táxonsendêmicos/restritos: Euphorbia sp. nov.affin. E. gymnoclada (Euphorbiaceae);Luetzelburgia sp. nov. affin. L. andrade-limae (Leguminosae); Maranta zingiberinaL. Anderson (Zingiberaceae); Chamae-crista belenii. Espécies endêmicas daCaatinga: Marsdenia caatingae(Asclepiadaceae); Melocactus salva-dorensis Weberling (Cactaceae);Melocactus oreas Miquel ssp. oreas(Cactaceae); Anamaria heterophylla(Scrophulariaceae) � áreas úmidas;Averrhoidium gardneri (Sapindaceae);Phyllostylon brasiliense (Ulmaceae);Syagrus vagans (Bondar) Hawkes(Palmae); Encholirium spectabile(Bromeliaceae).

45 - MARACÁS

Localização: Maracás (BA).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Ecótone entre mata decídua(mata de cipó) e caatinga comafloramentos rochosos.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Alta riqueza deespécies.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (agricultura de cafénas áreas de mata, pecuária).

Justificativa: Alta incidência de táxonsendêmicos/restritos: Sparattospermacatingae Gentry. Espécies endêmicas daCaatinga: Caesalpinia laxiflora(Leguminosae); Crotalaria holosericeaNees & Mart. (Leg. Pap.); Melocactusernestii (Cactaceae); Neesiochloa barbata(Gramineae); Blanchetiodendronblanchetii (Leg.); Pavonia erythrolema(Malvaceae); Diclidanthera sp.(Polygalaceae); Syagrus vagans (Palmae).

46 - RESERVA BIOLÓGICADE SERRA NEGRA

Localização: PE: Tacaratu, Petrolândia,Floresta e Inajá.

Importância biológica: Extrema.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (extração delenha).

Justificativa: Atualmente a ReservaBiológica de Serra Negra abriga uma áreade 1.100ha de floresta ombrófila. Seriainteressante ampliar a área desta reservapara assim incluir ambientes de caatingasobre sedimentos arenosos, os quaisrepresentam um ambiente peculiar. Comoespécies endêmicas à área da Caatinga ede distribuição restrita àqueles sedimentospodemos citar: Pavonia glazioviana Gürke(Malvaceae), Pilosocereus pachycladus,Pilosocereus pentaedrophorus, Pilo-socereus tuberculatus (Cactaceae);Jatropha mutabilis (Pohl.) Baill. A áreaproposta compreende a Reserva Biológicade Serra Negra e seu entorno.

47 - BOM JESUS DA LAPA/SANTA MARIA DA VITÓRIA

Localização: BA: Serra Dourada, BomJesus da Lapa, Sítio do Mato, Serra doRamalho, Santana e Riacho de Santana.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Áreas com predomínio decaatinga arbórea com afloramentoscalcários e arenitos, incluindo variados tiposde lagoas temporárias.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de ende-mismos.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (próximo de áreasde cultivo de soja, agricultura diversificada

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e pecuária de gado, práticas especialmentedanosas em áreas úmidas).

Justificativa: Incidência de táxons endêmi-cos/restritos: Apodanthera congestifloraCogn. (Cucurbitaceae). Espécies endêmi-cas da Caatinga: Senna gardneri;Calliandra leptopoda; Arachis pusilla �grupo de interesse econômico; Parapi-ptadenia zehntneri; Mimosa exalbescens;Calliandra leptopoda (Leguminosae);Quiabientia zehntneri (Cactaceae);Marsdeni zehntneri (Asclepiadaceae);Talisia sp. (Sapindaceae); Annonnavepretorum Mart. (Annonaceae); Ipomaeasp. nov. (Convolvulaceae); Apodantheraglaziovii (Curcubitaceae); Rhamnidiummolle Reiss. (Rhamnaceae); Pilosocereusgounellei (Weber) Byles & Rowley var.zehntneri (Britt. & Rose) Zappi, Pilo-socereus densiareolatus Ritter (Cactaceae);Piriqueta duarteana var. ulei Urb.(Turneraceae); Neesiochloa barbata (Nees)Pilger; Patagonula bahiensis Moricand(Polygonaceae).

48 - SUDOESTE DA BAHIA

Localização: BA: Caraíbas, Belo Campo,Bom Jesus da Serra, Planalto, Poções,Tremedal, Anagé, Aracatu e Brumado.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga arbustiva, afloramentosrochosos de arenito e calcáreo, mata de cipó.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; alta riqueza de espécies raras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto; pressãoantrópica: alta (crescimento desordenado dasprincipais cidades. Mineração de magnesitoe outros minérios perto do Brumado).

Justificativa: Táxons endêmicos/restritos:Mimosa coruscocaesia (Leguminosae)Espécies endêmicas da Caatinga: Sennaharley Irwin & Barneby (Leguminosae);Syagrus vagans (Palmae); Pilosocereuscatingicola ssp. catingicola (Cactaceae);Bauhinia cocoria ssp. blanchetianawunderlin.

49 - CALCÁRIO DONORTE DE MINAS GERAIS

Localização: MG: Pedras de Maria da Cruz,São João da Ponte, Porteirinha, Janaúba,Mato Verde, Januária, Montezuma eVarzelândia.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga sobre calcário bambuí.Cavanillesia e Umbellata como espéciesmarcantes.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de ende-mismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta.

Justificativa: Espécies endêmicas/restritas:Piranhea securinega (Euphorbiaceae) �espécie restrita a Januária. Espéciesendêmicas da Caatinga: Balfourodendronmolle (Rutaceae); Zanthoxylum stelligerum(Rutaceae); Pilosocereus gounellei ssp.zehntneri; P. pachycladus ssp. pachyladus;Crumenaria decubens (Rhamnaceae); P.densiareolatus (Cactaceae).

50 - PEDRA AZUL

Localização: MG: Divisópolis, Cachoeira doPajeú, Taiobeiras, Bandeiras, Mato Verde,Pedra Azul, São João do Paraíso, ÁguasVermelhas e Almenara.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga aberta sobre aflora-mentos gnaissicos com predominância decactáceas e bromeliáceas.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Alto número deendemismos; alta riqueza de espécies raras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: baixo.

Justificativa: Espécies restritas: Hyptisviaticum (Labiatae) � Pedra Azul; Pilo-socereus magnificus e P. multicostatus(Cactaceae). Espécies endêmicas da

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Caatinga: Pavonia zehntneri e P. martii(Malvaceae); Pilosocereus pentaedrophorussubesp. robusta; P. floccosus subesp.quadricostatus (Cactaceae); Apodantherahatschbachii (Curcubitaceae).

51 - VALE DO PIANCÓ

Localização: PB: Santa Teresinha, Catingueira,Emas, Coremas, Itaporanga e Piancó.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Várzeas e serras.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Baixo númerode espécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: alto;pressão antrópica: média (extração delenha e pecuária).

Justificativa: Vegetação arbustivo-arbóreadensa, determinando um ambienteespecial pela influência da maior umidadeocasionada pelo rio Piancó. Área com altaconcentração de Liconia rigida.

52 - SERRA DA BORBOREMA

Localização: PB: Patos e São José do Bonfim.

Importância biológica: Alta.

Hábitats: Planalto da Borborema.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/

ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial; númeromédio de espécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (extração de lenhapara olarias e padarias).

Justificativa: Área de transição entre oPlanalto da Borborema e a DepressãoSertaneja, com vegetação arbórea densa earbustivo-arbórea em bom estado deconservação. Espécies endêmicas:Hydrohrix gardneri (restrita), Licaniarigida, Pilosocerus gounellei, Godmaniadardanoi, Pilosocerus pachydades.

53 - ITABAIANA/LAGARTO

Localização: SE: São Domingos, Campodo Brito, Itabaiana e Lagarto.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga com enclave da serrade Itabaiana.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio.

Justificativa: Espécie endêmica/restrita:Actinocephalus dardanoi (Eriocaulaceae)� alto da serra de Itabaiana. Espécieendêmica da Caatinga: Pilosocereuspentaedrophorus.

Parte III

Fauna

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Invertebradosda Caatinga

Carlos Roberto Ferreira BrandãoMuseu de Zoologia da Universidade de São Paulo

Christiane Izume Yamamoto Estação Ciências, Universidade de São Paulo

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INTRODUÇÃO

Para produzir uma primeira síntesesobre o estado do conhecimento da faunade invertebrados da Caatinga, foramlevantados os especialistas com experiênciaem trabalhos faunísticos com invertebradosda Caatinga, na sua maioria taxonomistas,citados em diversas fontes e indicados porcolegas. Entre janeiro e fevereiro de 2000foram feitos contatos com esses possíveisinformadores, por meio do envio demensagens eletrônicas.

A essas primeiras informações foramadicionadas outras obtidas a partir daconsulta à literatura pertinente ao assunto,incluindo dados de páginas eletrônicas(Brandão et al. 1998) e de relatóriosresultantes de diagnósticos recentes (Guedes1998). Em especial, diversos dados foramretirados de um relatório ainda não publicado(Brandão et al. 2000), resultante de umdiagnóstico em andamento, sobre oconhecimento atual a respeito dosinvertebrados das diversas regiões brasileiras,patrocinado pelo PNUD/MMA, e de umdiagnóstico já concluído, e divulgadoeletronicamente, sobre as principais coleçõeszoológicas brasileiras (Brandão et al. 1998).

A grande maioria dos pesquisadoresconsultados e as informações retiradas daliteratura, indicam a Caatinga como oambiente menos conhecido para todos osgrupos de invertebrados.

As localidades citadas no banco dedados de espécies raras de invertebradossão as únicas sobre as quais se dispõe deinformação confiável, não significando quenão existam outras localidades quetambém apresentem alto grau deendemismo, como sugerido por algunspesquisadores. As informações obtidas,para cada grupo de invertebrados, estãorelacionadas abaixo.

ESTADO ATUAL DO CONHECIMENTODA FAUNA DE INVERTEBRADOS DOBIOMA CAATINGA

ANELLIDAOLIGOCHAETA

Segundo o Dr. Gilberto Righi (recen-temente falecido), não estão registradascoletas ou quaisquer informações sobre osanelídeos oligoquetos da Caatinga. Apesarde não existir nenhuma espécie conhecidapara a Caatinga, ele estimava a ocorrênciade 15 a 20 espécies para o bioma. Para aregião Nordeste, que foi avaliada como malconhecida e com poucas coletas (Brandãoet al. 2000), ele cita cerca de 10 a 20espécies conhecidas, de um total estimadode 100 a 200 espécies.

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ARTHROPODAMYRIAPODA

Irene Knysak, do Instituto Butantan,classificou como �nenhum� o grau decoleta e de conhecimento sobre o biomaCaatinga, e como �ruim� o grau de coletae de conhecimento sobre a região Nordeste(Brandão et al. 2000).

ARACHNIDAACARI

O Dr. Gilberto Moraes (com. pess.)coletou ácaros em Petrolina, PE, centro daCaatinga, entre os anos de 1978 e 1988,tendo formado uma boa coleção de ácarosda Caatinga e de áreas irrigadas da região.Essa coleção gerou algumas publicaçõessobre ácaros predadores e fitófagos e emparte está depositada no CPATSA (Centrode Pesquisa do Trópico Semi-árido) daEmbrapa, em Petrolina. Essa instituiçãotambém possui uma coleção muitorepresentativa de insetos da região.

ARANEAE

Não existem coletas e informaçõessobre aranhas da Caatinga. A regiãoNordeste, como um todo, apresenta grausde coleta e de conhecimento ruins, segundoAntônio Brescovit (Brandão et al. 2000).

ARANEAEMYGALOMORPHAE

A maior coleção de aranhasMygalomorphae (Arachnida, Araneae), comaproximadamente 10.000 espécimes, estádepositada no Instituto Butantan, e apenasentre 0,5% a 1,0% (50 a 100 exemplares)são provenientes de áreas de caatinga,sendo que parte das espécies ocorre emremanescentes de mata. A espécie maisrepresentada é Acanthoscurria natalensis(Theraphosidae), que ocorre também emáreas de cerrado no Nordeste. SegundoRogério Bertani, pouquíssimos exemplaresde outras famílias (Actinopodidae, Idiopidaee Dipluridae) estão depositados na coleçãodo Instituto Butantan.

O grau de coleta e de conhecimentopara a Caatinga foi classificado como�nenhum� (com uma estimativa de 30 a 40

espécies conhecidas para um total de 60 a80), e para a região Nordeste como �ruim�(com uma estimativa de 30 a 40 espéciesconhecidas para um total de 60 a 120espécies para a região) (Brandão et al. 2000).

Bertani indicou o estudante MarceloPeres, do Laboratório de AnimaisPeçonhentos da Universidade Federal daBahia, como possível informador adicionalsobre caranguejeiras da Caatinga.

OPILIONES

Segundo o Dr. Ricardo Pinto daRocha, �os opiliões foram muitíssimo malcoletados na Caatinga e nada pode ser ditopara esse ambiente�.

INSECTACOLLEMBOLA

Segundo Douglas Zeppelini nãoexistem informações sobre colêmbolos daCaatinga. Zeppelini indicou a Dra. CleideMendonça, do Museu Nacional do Rio deJaneiro, para mais informações.

ODONATA

O Dr. Alcimar Carvalho, especialistaem Odonata, nunca trabalhou em áreas decaatinga, mas informou que a coleção doMuseu Nacional do Rio de Janeiro abrigamaterial de muitas coletas em caatingas eambientes áridos, sugerindo o nome daProfa. Janira M. Costa para maisinformações. O grau de coleta econhecimento de Odonata para o biomaCaatinga e região Nordeste foi considerado�ruim�, sem estimativas de riqueza deespécies (Brandão et al. 2000).

A Profa. Janira M. Costa, uma dasresponsáveis pela coleção entomológica doMuseu Nacional do Rio de Janeiro, mencionaque seria necessário fazer um levantamentoda coleção de Odonata do Museu, pois amaioria dos rótulos não cita o bioma.

ORTHOPTERA

A coleção do Museu Nacional do Riode Janeiro possui uma significativaamostragem de gafanhotos da Caatinga,devido às expedições periódicas ao nortedo estado de Minas Gerais e sul da Bahia,

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realizadas pela equipe do Departamento deEntomologia. Segundo Cristiane Pujol, oMuseu possui também coleções deColeoptera e Lepidoptera, entre outras.

Solicitamos, ainda, informações àDra. Alba Bentos P., da Universidad delUruguay, que vem trabalhando com afauna brasileira de Orthoptera e estevevisitando o Museu de Zoologia da USPrecentemente. Segundo ela, essa coleçãoinclui pouquíssimos exemplares coletadosna Caatinga.

ISOPTERA

A curadora de Isoptera do Museu deZoologia da USP, Dra. Eliana M. Cancello,incluiu material de cupins da Caatingacoletado em suas viagens ao Nordestebrasileiro. Atualmente a coleção conta comcerca de 1.600 amostras do Nordestedeterminadas até gênero e cerca de 800amostras determinadas até espécie, entrecerca de 14.000 amostras de cupins dacoleção do Museu de Zoologia.

Coletas realizadas na mata de cipóem Mucugê, na Bahia, podem indicar umelevado endemismo da fauna de cupins(Cancello 1994).

O Dr. Adelmar G. Bandeira, daUniversidade Federal da Paraíba, informouque �o Nordeste é a região do Brasil quepossui a fauna de cupins menos conhecida,em virtude dos pouquíssimos estudosrealizados� (Bandeira & Vasconcelos, noprelo). Apenas 28 espécies descritas decupins foram registradas para a região, semnenhum registro para o estado de Alagoas,por exemplo.

COLEOPTERA

Segundo o Dr. Sergio Vanin, doInstituto de Biociências da USP (com. pess.e Brandão et al. 2000), não há muitainformação específica sobre a fauna debesouros da Caatinga, que é a menosrepresentada nas coleções. O pesquisadorafirma também que seria de grandeimportância realizar coletas nesse bioma,e que não existe praticamente nada sobreo Nordeste brasileiro.

COLEOPTERACERAMBYCIDAE

Segundo Ubirajara Martins de Souza,do Museu de Zoologia da USP não háinformação ou coletas de besouroscerambicídeos no bioma Caatinga(Brandão et al. 2000). O grau de coleta econhecimento sobre a região Nordeste foiconsiderado ruim.

LEPIDOPTERA

O Dr. Keith Brown possui informaçãosobre os lepidópteros da Caatingareferentes à região da divisa entre MinasGerais e Bahia, e interior de Pernambuco.Entretanto, esse pesquisador acredita queessas informações não serão úteis paraenriquecer os padrões e recomendaçõespara o presente trabalho.

O Prof. Vitor Becker informou que,com relação aos lepidópteros, �a Caatingaé a grande lacuna em todas as coleções�.Becker realizou coletas na região de Jequié,BA, obtendo, segundo ele, resultadossurpreendentes: uma diversidade baixa,mas com elevado percentual deendemismo e de espécies não descritas.O pesquisador também relata que�O material coletado indica que a faunaestá relacionada com aquelas de outrasregiões secas do continente. Algumas dasespécies (não descritas) pertencem agêneros anteriormente somente (co-nhecidos) das áreas secas do Golfo doMéxico e das Antilhas�.

DIPTERA

O Dr. Dalton de Souza Amorim,da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letrasde Ribeirão Preto/USP, menciona materialcoletado na Caatinga, na região de Lajedo,PE, que está depositado na coleçãodo Departamento de Sistemática eEcologia, CCEN/UFPB. Segundo ele,nesse departamento se encontra oDr. Antônio J. Creão-Duarte, que trabalhacom Homoptera e que poderia termais informações sobre a fauna daCaatinga.

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HYMENOPTERASPHECIDAE E CRABRONIDAE

O Dr. Sérvio Túlio P. Amaranteinformou que as coleções de vespasesfeciformes do Museu de Zoologia da USPcontam com poucos exemplaresprovenientes da Caatinga. Cita o primeiroregistro de Heliocausini para a Caatinga(Oeiras, PI), tribo estritamente neotropical,considerada até então como restrita aoChile, Argentina e Paraguai. Afirma, ainda,que �a fauna da Caatinga é quasecertamente a menos conhecida entre asde todos os outros domínios no Brasil, oumesmo na América do Sul�.

BETHYLIDAE

O Dr. Celso Azevedo, da UniversidadeFederal do Espírito Santo, tem conheci-mento de apenas seis espécies deBethylidae registradas para o biomaCaatinga: Anisepyris brasiliensis Evans, deBonito, PE; Calyozina azurea Evans, dePedra Azul, MG; Dissomphalus planusAzevedo, Dissomphalus plaumanni Evans,Dissomphalus microstictus Evans eDissomphalus brasiliensis, de Caruaru,PE. Esse pesquisador afirma que nãoexistem coleções de Bethylidae nem deparasitóides da Caatinga, e que nuncahouve um levantamento completo da faunade parasitóides em áreas da Caatinga, nemmesmo por naturalistas estrangeiros dopassado. Sugere que �talvez um grupo desistematas em insetos pudesse coordenarum projeto com coletas em diversos pontosda Caatinga, incluindo o agreste, o sertão,etc. Para isso tal coordenador poderiamobilizar uma equipe e fazer algo como oBiota-SP, só que com os recursos possíveis.Talvez alguma ONG queira financiar�.

ICHNEUMONOIDEA

Segundo a Dra. Angélica Penteado-Dias, da Universidade Federal de SãoCarlos, não existe coleta ou informaçõessobre os Ichneumonoidea da Caatinga.Avaliação contida no relatório PNUD(Brandão et al. 2000) indica como ruim,tanto o grau de coleta, quanto o deconhecimento sobre a fauna dessas

vespas, estimando entre 80 e 100 asespécies conhecidas para a região, do totalestimado de 200 a 300 espécies.

FORMICIDAE

Os dados obtidos por Carlos Brandão(Brandão 1995) sobre a fauna de formigasda Caatinga, em viagens a seis municípios(Canto do Buriti, PI, Itaberaba, BA, Maracás,BA, Oeiras, PI, Santa Rita de Cássia, BA ePedra Azul, MG), somando 370 registros e243 espécies e os dados obtidos a partir darevisão do gênero Cephalotes (Andrade &Baroni Urbani 1999) totalizando 49 registros,27 localidades e 15 espécies, foramincluídos no banco de dados sobre gruposbiológicos do Workshop da Caatinga.

APIDAE

O Dr. Celso Feitosa Martins, daUniversidade Federal da Paraíba, informouque a coleção da Universidade Federal daParaíba possui insetos em geral e,principalmente, abelhas da região do Caririe Seridó, na Paraíba.

Fernando Zanella, também daUniversidade Federal da Paraíba, defendeusua tese de doutoramento pela Faculdadede Filosofia, Ciências e Letras de RibeirãoPreto/USP, sobre o tema �Apifauna daCaatinga� (Zanella 1999). A coleção deabelhas por ele formada representa cercade 50% do total de espécies conhecidaspara esse bioma, sendo uma das maisrepresentativas da apifauna da região, emconjunto com a coleção do Departamentode Sistemática e Ecologia da UniversidadeFederal da Paraíba, cujo responsável é oDr. Celso Martins.

Segundo Zanella, outra coleçãoimportante de abelhas da Caatinga, estádepositada no Museu Paraense Emílio Goeldi,onde estão os tipos de várias espéciesdescritas por Ducke a partir de materialcoletado no Ceará no início do século.

Os especialistas em abelhas queparticiparam do Workshop da Caatingasugeriram a inclusão, na lista de referências,de trabalhos importantes sobre a apifaunadas caatingas (Ducke 1908, 1911, Camargo& Moure 1996, Moure 1999).

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ANDRADE, M.L. & C. BARONI URBANI. 1999. Diversity andadaptation in the ant genus Cephalotes, past andpresent. Stuttgarter Beitraege zur Naturkunde,serie B (Geol. und Palaeo.) 271: 1-889.

BANDEIRA, A.G. & A. VASCONCELOS. (No prelo). Estado atualdo conhecimento sistemático e ecológico sobreos cupins (Insecta, Isoptera) do Nordestebrasileiro. Revista Nordestina de Biologia.

BRANDÃO, C.R.F. 1995. Formigas dos Cerrados eCaatingas. Tese de Livre Docência. Universidadede São Paulo, São Paulo, SP. 147p.

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DUCKE, A. 1908. Contribution à la connaissance de lafaune du Nord-Est du Brésil. II Hyménoptéresrecoltés dans l�Etat du Ceara en 1908. Revued�Entomologie 27: 57-81.

DUCKE, A. 1911. Contribution à la connaissance de lafaune du Nord-Est du Brésil. III Hyménoptéresrecoltés dans l�Etat du Ceara en 1909 etsuppléments aux deux lists antérieures. Revued�Entomologie 28: 78-122.

GUEDES, A.C. (coord.). 1998. Relatório do Grupo deTrabalho Temático 3 (GTT3) - �Artigo �9�Convenção sobre Diversidade Biológica,Conservação Ex situ. In: Estratégia Nacional deDiversidade Biológica. Coordenação Nacional deDiversidade Biológica (COBIO) do Ministério doMeio Ambiente. Brasília, DF. 43 p.

MOURE, J.S. 1999. Novas espécies e notas sobreEuglossini do Brasil e Venezuela (Hymenoptera,Apidae). Revista Brasileira de Zoologia16(suplemento): 91-104.

ZANELLA, F.C.V. 1999. Apifauna da Caatinga (NE doBrasil): Biogeografia Histórica, incluindo umestudo sobre a sistemática, filogenia e distribuiçãodas espécies de Caenonomada Ashmead, 1899e Centris (Paracentris) Cameron, 1903(Hymenoptera, Apoidea, Apidae). Tese deDoutorado. Universidade de São Paulo, RibeirãoPreto, SP. xiii + 162 p.

Bibliografia adicional utilizada paraindicação das áreas prioritárias

AGUIAR, C.M.L. & C.F. MARTINS. 1997. Abundância relativa,diversidade e fenologia de abelhas (Hymenoptera,Apoidea) na Caatinga, São João do Cariri, Paraíba,Brasil. Iheringia 83: 151-163.

AGUIAR, C.M.L., C.F. MARTINS & A.C.A. MOURA. 1995.Recursos florais utilizados por abelhas(Hymenoptera, Apoidea) em área de Caatinga(São João do Cariri, Paraíba). Revista Nordestinade Biologia 10(2): 101-117.

AGUIAR, C.M.L. & C.F. MARTINS. 1994. Fenologia epreferência alimentar de Ceblurgus longipalpisUrban & Moure, 1993 (Hymenoptera, Halictidae,Dufoureinae). Revista Nordestina de Biologia9(2): 125-131.

BRANDÃO, C.R.F. 1991. Adendos ao catálogo abreviadodas formigas da região Neotropical (Hymenoptera,Formicidae). Revista Brasileira de Entomologia35(2): 319-412.

CAMARGO, J.M.P. & J.S. MOURE. 1994. Meliponinineotropicais: os gêneros Paratrigona Schwarz,1938 e Aparatrigona Moure, 1951 (Hyme-noptera, Apidae). Arquivos de Zoologia 32: 37-109.

CASTRO, M.S., V.L. IMPERATRIZ-FONSECA & A.M.P. KLEINERT.(em preparação). Destruição dos hábitats comofator de declínio dos polinizadores.

KEMPF, W.W. 1971. Catálogo abreviado das formigas daregião Neotropical (Hymenoptera, Formicidae).Studia Entomologica 15: 1-330.

LEWIS & GIBBS. 1999. Reproductive biology ofCaesalpina calycina and C. pluviosa.(Leguminosae) of the Caatinga of northeasternBrazil. Pl. Syst. Evol. 217: 43-53.

MARTINS, C.F. 1994. Comunidades de abelhas (Hym.Apoidea) da Caatinga e do Cerrado comelementos de Campo Rupestre do estado daBahia, Brasil. Revista Nordestina de Biologia 9(2):225-257.

MARTINS, C.F. & J.B.V. AGUILAR. 1992. Visits at a feedingstation during the dry season of africanizedhoneybees and native social insects in the BrazilianCaatinga (Hym., Apidae) Entomologia Generalis1(17): 9-15.

NEVES, E.L. & B.F. VIANA. 1999. Comunidades de machosde Euglossinae (Hym.: Apidae) das matas ciliaresda margem esquerda do médio São Francisco,Bahia. Anais da Sociedade Entomológica doBrasil 28(2): 201-210.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Invertebrados: áreas eações prioritárias para a

conservação da Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO

GRUPO TEMÁTICO `INVERTEBRADOS`

Carlos Roberto Ferreira BrandãoCoordenação

Blandina Felipe Viana

Celso Feitosa Martins

Christiane Izume Yamamoto

Fernando César Vieira Zanella

Marina Castro

142

A heterogeneidade ambiental dacaatinga e a singularidade de certosambientes permitem supor a possibilidadede a fauna de invertebrados desse biomaser riquíssima, com várias espéciesendêmicas. Entretanto, o aspecto quemais se destaca na análise dos dadossobre os invertebrados habitantes dacaatinga é o conhecimento insuficienteque deles se tem. Essa conclusão foifornecida por um diagnóstico preliminar(cujas bases são os trabalhos publicados,os em andamento, os resultados dediagnósticos prévios e as informaçõespessoais de diversos pesquisadores) econfirmada nas discussões entabuladasdurante o evento.

O estabelecimento de áreasprioritárias fundamentou-se, então, eexclusivamente, em informações sobre osgrupos mais bem conhecidos, a saber: odas abelhas, o das formigas e o doscupins. Nesses, mesmo com carência de

informações é possível o reconhecimentode endemismos e de espécies raras nobioma, elementos estratégicos paraproceder a levantamentos dessanatureza.

A escassez de informação se refletenas conclusões deste trabalho, em que12 das 19 áreas indicadas se enquadramna categoria de insuficientementeconhecida, mas de provável importânciabiológica (Figura 1). Do restante, trêsforam consideradas de extremaimportância, e quatro de muito altaimportância.

É preciso, pois, aprimorar significa-tivamente, e o mais rápido possível, oconhecimento sobre os invertebrados dobioma Caatinga, sobretudo se sereconhece a tendência mundial para aescolha desse grupo de organismos comoindicador de qualidade ambiental, bemcomo para monitoramento da bio-diversidade.

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esso

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Paisagem da Caatinga

143

Figura 1Áreas prioritárias

para conservaçãodos invertebrados

na Caatinga.1. Casa Nova2. Seridó / Serra de Santa

Luzia3. Cariris Velhos4. Serra do Mar tins

5. Quixadá / Baturité6. Caridade7. Cariris Novos8. Canto do Buriti9. Raso da Catarina

10. Xingó11. Campina Grande12. Oeiras13. Milagres14. Livramento do Brumado

15. Mares de Areia16. Pedra Azul17. Bacia do Alto São Francisco18. Buique19. Alagoinhas

Importância BiológicaExtremaMuito altaAltaInformação insuficienteLimite estadualLimite do bioma Caatinga

1 - CASA NOVALocalização: PI: São Raimundo Nonato,São João do Piauí, Lagoa do Barro do Piauí,Queimada Nova, Dom Inocêncio e CoronelJosé Dias.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatinga.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial; númeromédio de espécies de interesse econômico.

DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS INDICADAS

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (de acordo com omapa de pressão antrópica, mas háocorrência de extração de mel comdestruição do hábitat).

Justificativa: A área apresenta espéciesraras de abelhas, como por exemplo:Euchloropria sp., Heterosarellus sp.,Rhophitulus sp. (Martins, 1994). Áreasujeita à pressão dos meleiros: extrativismopredatório com destruição de hábitats(Castro et al., em prep.). Alta susceptibi-lidade à desertificação.

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2 - SERIDÓ/SERRA DE SANTA LUZIA

Localização: PB: São José do Sabugi, SantaLuzia, Patos. RN: Ipueira, Parelhas, SerraNegra do Norte, Várzea, Ouro Branco, SãoJoão do Sabugi, Santana do Seridó, Equador,São João da Serra, São Mamede, SantaTeresinha, São José de Espinharas, Juncodo Seridó.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Restauração.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; baixo número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial; número médio de espécies deinteresse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (conforme omapa. Bem preservada na serra; alteradana planície).

Justificativa: A área foi escolhida devido àpresença de espécies endêmicas (porexemplo, Geotrigona xanthopodaCamargo & Moure, 1996) e raras (Eufriseanordestina (Moure, 1999). Presença deremanescentes de caatinga arbórea densana serra.

3 - CARIRIS VELHOS

Localização: PB: Congo, Serra Branca, SãoJosé dos Cordeiros, Barra de São Miguel,Prata, Monteiro, Cabaceiras, Sumé, SãoJoão do Cariri.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; médio número deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: baixa (conforme omapa).

Justificativa: Presença de espéciesendêmicas de abelhas, Bicolletes spp(Coletidae). Comunidade especial emcaatinga de lajedo. Forte desertificação enecessidade de recuperação; já inclui duasunidades de conservação (RPPNs FazendaAlmas e Fazenda Santa Clara).

4 - SERRA DO MARTINS

Localização: Martins (RN).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Número médiode endemismos; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Pressão antrópica: média(conforme o mapa).

Justificativa: Presença de espécie rara eendêmica na região do gênero Frieseo-melitta (informação pessoal, F. Zanella;espécimes depositados na Coleção Moureem Curitiba, PR).

5 - QUIXADÁ/BATURITÉ

Localização: CE: Capistrano, Ibaretama,Itapiúna, Quixadá, Baturité e Aracoiaba.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Média ocor-rência de endemismos; riqueza deespécies raras/ameaçadas: alta; ocor-rência de fenômeno biológico especial;número médio de espécies de interesseeconômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (conforme omapa).

Justificativa: Espécies endêmicas (porexemplo, Ancyloscelis frieseana Ducke,1908) e raras (por exemplo, Arhysoscellehuberi , Ducke, 1908 e Osirinusparvicoll is Ducke, 1911). Área deinselbergues.

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6 - CARIDADE

Localização: Caridade (CE).

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Número médiode endemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (conforme omapa).

Justificativa: Presença de espécie endêmicade abelha (Nomiocolletes cearensis) eespécies raras (p. ex., Dasyhaloniacearensis Ducke, 1911).

7 - CARIRIS NOVOS

Localização: CE: Araripe, Juazeiro do Norte,Crato, Nova Olinda, Caririaçu, Santana doCariri, Barbalha, Missão Velha, Farias Britoe Jardim. PE: Exu e Moreilândia.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: número médioespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: baixa.

Justificativa: Zona de contato entre biotas.Prováveis endemismos ainda não con-firmados.

8 - CANTO DO BURITI

Localização: PI: Flores do Piauí, Colônia doPiauí, Canto do Buriti, São João do Piauí,Socorro do Piauí, São José do Peixe, PaesLandim, São Francisco do Piauí.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; baixo número de

endemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: baixa; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (conforme o mapa).

Justificativa: Ecótono caatinga-cerrado.

9 - RASO DA CATARINA

Localização: BA: Euclides da Cunha,Canudos, Jeremoabo, Glória, PauloAfonso, Rodelas.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (conforme omapa).

Justificativa: Limite sul da distribuição deMelipona subnitida (Castro, dados nãopublicados). Ambiente de exceção semi-desértico que deve manter uma faunadistinta, mas ainda não estudada.

10 - XINGÓ

Localização: SE: Canindé de São Francisco,Poço Redondo, Porto da Folha, Gararu. AL:Belo Monte, Pão de Açúcar, Piranhas,Palestina, Delmiro Gouveia, São José daTapera, Jacaré dos Homens, Olho d�Águado Casado, Traipu, Monteirópolis. BA: PauloAfonso, Santa Brígida, Pedro Alexandre.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatinga.Ação recomendada: Investigação científica.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto; pressãoantrópica: média (conforme o mapa).Justificativa: Por mecanismo de compen-sação pela construção da barragem háespaço para propor a criação de área depreservação. Tal fato torna-se ainda maisimportante pelo fato da área estarsubmetida, na porção sul, a grave processo

146

de desertificação e mostrar de alta a muitoalta susceptibilidade à desertificação. Nãoexiste conhecimento sobre invertebrados.

11 - CAMPINA GRANDE

Localização: Campina Grande (PB).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta.

Justificativa: Região sob alta pressãoantrópica, contendo remanescentes demata seca.

12 - OEIRAS

Localização: PI: Santo Inácio do Piauí,Colônia do Piauí, Santa Cruz do Piauí eOeiras.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (conforme o mapa).

Justificativa: Área de tensão ecológica.Inventário de formigas indica riquezarelativamente alta, principalmente devidoà presença de elementos de cerrado.Existe informação sobre a ocorrência devespa esfecídea Heliocausini, até agora sóregistrada no Cone Sul da América do Sul(S.T.P. Amarante, informação pessoal norelatório preliminar do Grupo TemáticoInvertebrados).

13 - MILAGRES

Localização: BA: Maracás, Planaltino, NovaItarana, Brejões, Milagres, Itatim, Iaçu, Irajuba.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio de ende-mismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência de fenô-meno biológico especial; número médioespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto; pressãoantrópica: média (pressão antrópica maisforte no sul da área; meleiros destroem ohábitat para extrativismo).

Justificativa: Área com presença deinselbergues. Caatinga arbórea-arbustivapreservada (em parte) e mata ciliar emdrenagem intermitente (exceção de Iaçu nabeira do Paraguaçu). Maior riqueza deabelhas registrada na Caatinga (97espécies). Ecótono com Mata Atlântica.

14 - LIVRAMENTO DO BRUMADO

Localização: BA: Caetité, Livramento doBrumado e Lagoa Real.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies raras/ameaçadas: média;ocorrência de fenômeno biológico especial;número médio de espécies de interesseeconômico.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (conforme o mapa).Justificativa: Primeiro registro da abelhaEpicharis na Caatinga. Ecótono comoutras formações. Presença de espéciesraras de abelhas.

15 - MARES DE AREIA

Localização: BA: Sento Sé, Itaguaçu daBahia, Barra, Xique-Xique, Gentio do Ouro,Pilão Arcado.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Baixa riqueza de

147

espécies; alto número de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta;ocorrência de fenômeno biológico especial;número médio de espécies de interesseeconômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (informação demembros do grupo).

Justificativa: Comunidade especial comendemismos, espécies raras e principal sítiode nidificação do meliponíneo predo-minante na área (Friesomiellita silvestrilanguida).

16 - PEDRA AZUL

Localização: MG: Almenara, Pedra Azul, PedraGrande, Divisonópolis. BA: Encruzilhada.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio de en-demismos; ocorrência de fenômenobiológico especial; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio.

Justificativa: Talvez a localidade melhorconhecida, em termos de insetos em geral,das Caatingas e ecótonos com matas.Localidades tipo de diversas formigas,algumas, talvez, endêmicas.

17 - BACIA DO ALTOSÃO FRANCISCO

Localização: MG: Januária, Itacarambi,Manga, Matias Cardoso, Jaíba, Varzelândia,Janaúba, Porteirinha, Mato Verde, MonteAzul, Espinosa, São João da Ponte, Pedrasde Maria da Cruz. BA: Sebastião Laranjeiras,Candiba.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente.

Hábitats: Caatinga e cerrado (ecótono).

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Número médiode endemismos; ocorrência de fenômeno

biológico especial; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (conforme o mapa).

Justificativa: Ecótono com o Cerrado.Ocorrência de endemismo (Paratrigonaincerta Camargo & Moure). Abrangegradiente altitudinal de 200 a 1200m eapresenta elevada susceptibilidade àdesertificação.

18 - BUIQUE

Localização: Buique (PE).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga e campos rupestres.

Ação recomendada: Investigaçãocientífica.

Elementos de diagnóstico: Alto número deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (apesar do mapa,existem áreas preservadas).

Justificativa: Espécies possivelmente novasde gêneros pouco coletados na Caatinga(Tapinotaspis), mais comuns em áreassecas da Argentina.

19 - ALAGOINHAS

Localização: Alagoinha (PE).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Restauração.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies raras/ameaçadas: baixa; ocorrên-cia de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta.Justificativa: Área onde também foicoletada Ceblurgus longipalpis, únicogênero de abelhas endêmico daCaatinga. Nesse ponto a caatinga édiferente da do entorno.

149

Ricardo RosaUniversidade Federal da Paraíba

Diversidade econservação dos

peixes da Caatinga

150

INTRODUÇÃOO conhecimento da diversidade e

taxonomia de peixes de água doceneotropicais é ainda incipiente (Menezes1992, Rosa & Menezes 1996). Para asbacias interiores do Nordeste brasileiro, queperfazem a maior parte dos ambientesaquáticos do bioma Caatinga, essasituação é predominante. Os trabalhos deinventário ictiofaunístico nessa região,apesar de terem sido iniciados no séculoXIX, são ainda escassos e localizados.

Histórico e estado do conhecimentoJohan von Spix e Karl von Martius,

em sua expedição pelo Brasil, coletaramespécimes zoológicos durante os anos de1818 e 1819 em diversas localidades dobioma Caatinga, nos estados da Bahia,Pernambuco, Ceará, Piauí e Maranhão(Papavero 1971, Paiva & Campos 1995).Os peixes obtidos nessa expedição foramposteriormente trabalhados por Spix eAgassiz (Selecta genera et species pisciumBrasiliensium, 1829-1831) (Paiva &Campos 1995). Todavia, com poucasexceções, a procedência das espéciesdescritas não é indicada com precisão,conforme se constata na publicaçãooriginal e em sua tradução (Pethiyagoda &Kottelat 1998).

Reinhardt (1851) e Lütken (1875)descreveram espécies de peixes do rio das

Velhas cujas distribuições se estendem paraáreas do bioma Caatinga na bacia do rioSão Francisco.

A Comissão Científica de Exploração,constituída pelo Instituto Histórico eGeográfico Brasileiro, efetuou coletas de peixesde água doce no Ceará, entre os anos de 1859e 1861. Entretanto, os espécimes oriundosdesse trabalho não foram adequadamenteconservados no Museu Nacional (Braga 1962,Paiva & Campos 1995).

A Expedição Thayer, organizada porLouis Agassiz, que percorreu o Brasil entre osanos de 1865 e 1866, obteve espécimes depeixes provenientes das bacias dos rios SãoFrancisco, coletados por Orestes Saint-Johne John Allen, e Parnaíba, coletados por OrestesSaint-John. Esses peixes foram depositadosno Museum of Comparative Zoology, daUniversidade de Harvard, mas apenas umapequena parte do material foi trabalhada nocontexto de revisões sistemáticas e serviu paraa descrição de novas espécies de peixes doNordeste (p. ex. Garman 1913). Com base noexame preliminar desse material, Louis Agassizapontou a similaridade entre a fauna doNordeste e a da região amazônica (Agassiz &Agassiz 1975).

Já no início do século XX, durante oano de 1903, Franz Steindachner percorreuos rios São Francisco e Parnaíba, de ondecoletou e descreveu diversas espécies de

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Açude de Cocorobó, Canudos - BA

151

peixes (Steindachner 1906, 1915). JohnHaseman percorreu o rio São Francisconos anos de 1907 e 1908, de onde obtevecoleções de peixes, encaminhadas para omuseu da Universidade de Stanford, naCalifórnia. Ainda nesse período, outrosautores descreveram espécies de peixes doCeará (Ihering 1907, Fowler 1915), RioGrande do Norte (Starks 1913), Bahia(Ribeiro 1918), da bacia do rio SãoFrancisco (Ihering 1911, Eigenmann 1914)e do rio Itapicurú (Eigenmann & Henn inEigenmann 1916, Eigenmann 1917).

Ainda na primeira metade do séculoXX, tivemos as contribuições de Ribeiro(1937), que estudou coleções devertebrados do Nordeste e descreveu peixesda Paraíba e Ceará, e de Fowler (1941), quedescreveu 38 espécies de peixes de águadoce do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,Paraíba e Pernambuco. Esse últimotrabalho, a exemplo de outros sobre aictiofauna de água doce do Nordeste,esbarra em problemas taxonômicos, comoidentificações errôneas, descrições ina-dequadas ou em sinonímia e imprecisõesna procedência do material.

Outras dificuldades no estudo daictiofauna da Caatinga decorrem dosprogramas de erradicação de piranhas, comictiocidas, e introdução de espéciesalóctones, conduzidos por órgãos gover-namentais, que certamente alteraram suacomposição com extinções localizadas.

Como exemplo de trabalhos recentesque contribuíram para aumentar oconhecimento sobre a diversidade daictiofauna da Caatinga, destacam-se ascontribuições de Costa e colaboradores sobreos peixes anuais da família Rivulidae,incluindo descrições de espécies e revisõessistemáticas (Costa 1989, 1995, 1998, Costa& Brasil 1990, 1991, 1993, 1994, Costa etal. 1996). Outros autores que realizaramrevisões sistemáticas recentes e descreveramespécies de peixes do bioma Caatingaincluem Nijssen & Isbrücker (1976, 1980),Garavello (1976), Kullander, (1983), Reis(1989), Higuchi et al. (1990), Ploeg (1991),Pinna (1992), Weber (1992), Berkenkamp(1993), Trajano & Pinna (1996), Schaefer(1997) e Ferraris Jr. & Vari (1999).

A literatura recente inclui, ainda,diversas citações de espécies de peixes parao bioma Caatinga, entre elas, Weitzman(1964), Roberts in Menezes (1973), Mees(1974), Garavello (1979), Rosa (1985),Soares (1987), Lucena (1988), Vari (1989,1991, 1992), Castro (1990), Fink (1993),Oyakawa (1993), Langeani Neto (1996) eArmbuster (1998).

O quadro atual de conhecimentosobre a diversidade da ictiofauna daCaatinga somente poderá ser modificadocom a realização de programas deamostragem nas diversas bacias, e aanálise do material zoológico obtido nocontexto de novas revisões sistemáticas.

METODOLOGIA

A compilação de espécies de peixesda Caatinga incluiu a pesquisa na literaturataxonômica primária e em fontes nãopublicadas, como teses, dissertações erelatórios. Foram coligidas as informaçõesacerca de todas as espécies de peixes deágua doce que ocorrem no bioma, e nãoapenas daquelas endêmicas, tendo emvista a dificuldade de estabelecer, de formamais segura, todos os endemismos, umavez que os problemas taxonômicos sãofrequentes, conforme apontado anterior-mente. Além disso, diversas espéciespodem estar distribuídas ao longo de riosque cortam a Caatinga, mas cujos cursossuperior e/ou inferior estão fora do bioma.Deste modo, estão indicados na seção deresultados os endemismos para as ecor-regiões ali definidas, e não propriamentepara o bioma. Não foram incluídos registrosde espécies marinhas que penetram ocurso inferior dos rios costeiros. Assinonímias foram resolvidas, em parte,através da literatura, incluindo catálogos(Eschmeyer 1998), revisões recentes (p. ex.Nijssen & Isbücker 1976, Kullander 1983,Ploeg 1991, Vari 1989, 1991), teses edissertações não publicadas (p. ex.Garavello 1979, Castro 1990) e comu-nicações pessoais do Dr. Heraldo A. Britski.

152

Foram compiladas informaçõesreferentes à ocorrência de 240 espécies depeixes distribuídas em 111 gêneros na áreade abrangência do bioma Caatinga. A listadessas espécies é apresentada noAnexo 1, onde além da autoria, sãotambém indicadas informações zoogeo-gráficas, incluindo a distribuição nasecorregiões do bioma, os casos deendemismos para as mesmas, bem comoas espécies introduzidas no bioma.

O bioma Caatinga foi subdividido emquatro ecorregiões aquáticas, como se segue:(1) Maranhão-Piauí � inclui as bacias

costeiras do leste do Maranhão e abacia do rio Parnaíba, cujas cabeceirasencontram-se em áreas de cerrado ecujo curso médio corta apenasparcialmente a Caatinga;

(2) Nordeste Médio-Oriental � inclui asbacias compreendidas entre os riosParnaíba e São Francisco, cujascabeceiras encontram-se nas chapadas

de Ibiapaba, Araripe e Borborema, porvezes drenando áreas de brejos dealtitude, e que cortam áreas de Caatingana maior parte de seus cursos;

(3) São Francisco � compreende o riomais longo que corta o bioma, e seusafluentes da vertente ocidental, quenascem em áreas de cerrado, noChapadão Ocidental, e cortam aCaatinga apenas no seu curso inferior,e os afluentes da vertente oriental, quenascem na Chapada Diamantina ecortam áreas de caatinga em quasetoda sua extensão;

(4) Bacias do Leste � que inclui os rioscosteiros à leste da bacia do rio SãoFrancisco, cujas cabeceiras situam-sena vertente oriental da ChapadaDiamantina e cujos cursos superior emédio drenam áreas da Caatinga.

A riqueza de espécies de peixes nasprincipais bacias, segundo os dadoscompilados, é apresentada na Tabela 1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Mig

uel T

. Rod

rigue

s

Rio São Francisco

153

A diversidade da bacia do rio São Franciscofoi, possivelmente, subestimada, face àdificuldade em determinar-se com ummínimo de precisão, aquelas espécies queocorrem no bioma Caatinga.

Duas das principais bacias hidro-gráficas da região, dos rios Parnaíba e SãoFrancisco, têm maior volume de dadossobre a ocorrência de peixes, mas aindaassim, certamente acham-se subamos-tradas. Os dados compilados sobre aictiofauna da bacia do rio Parnaíbaapontam a presença de 75 espéciesnominais, incluídas em 63 gênerosrepresentando 25 famílias. Paiva (1978)estimou em torno de 80 a 100 espéciespara a fauna da bacia do Parnaíba,ressaltando que a mesma seria de origemquase inteiramente amazônica, depaupe-rada e com pouco endemismo.

A ictiofauna registrada para o rio SãoFrancisco, na área de abrangência dobioma, foi de 116 espécies em 70 gêneros,merecendo destaque a extraordináriadiversidade de peixes anuais da famíliaRivulidae, sem paralelo em outras regiões(W. Costa, com. pess.), e que atinge 24espécies. Um catálogo da ictiofauna do rioSão Francisco (Travassos 1960) apresentaum total de 139 espécies distribuídas em88 gêneros para a bacia como um todo.Todavia, faltam nessa obra indicações daslocalidades de ocorrência das espécies,

impossibilitando a obtenção de informa-ções sobre aquelas exclusivas do biomaCaatinga.

A área situada entre as bacias dosrios São Francisco e Parnaíba (Nordestemédio-oriental) apresenta bacias hidro-gráficas de médio a pequeno porte, sendoalgumas das principais as dos riosCapibaribe, Jaguaribe, Ipojuca, Piranhas-Assú e Paraíba. Paiva (1978), comparandoa ictiofauna dessa área às das bacias dosrios São Francisco e Parnaíba, deduziu queas espécies comuns a essas últimashabitaram outrora a área. Segundo ele, alisubsistiram apenas os grupos adapta-tivamente de maior plasticidade e por estarazão não é fácil encontrar endemismos.Ainda, segundo Paiva (1978), a ictiofaunadessa área estaria representada por cercade 50 espécies e para cada sistemahidrográfico encontraríamos um total entre10 a 20 espécies.

Os dados reunidos mostram quePaiva (1978) estava equivocado em suasafirmações, uma vez que foram compiladasinformações de 81 espécies ocorrendonessa área, sendo que 31 são endêmicas.Na bacia do rio Jaguaribe foram registradas45 espécies e 34 gêneros, mostrando sera mais diversificada dessa área.

DIAGNÓSTICO ERECOMENDAÇÕES

A situação de conservação dos peixesda Caatinga ainda é precariamenteconhecida. Apenas quatro espécies queocorrem no bioma foram listadas,preliminarmente, como ameaçadas porRosa & Menezes (1996), porém deve-seconsiderar que grande parte da ictiofaunanão foi ainda avaliada.

O grau de ameaça sobre a ictiofaunado bioma, possivelmente, não tem seampliado de forma significativa desde aprimeira metade do século XX, quando seintensificou a ocupação humana de áreasinteriores, coincidindo com os programas

Bacia hidrográfica Total de espéciesAcaraú 04Ceará-mirim 11Choró 12Cocó 04Curu 03Itapicuru 04Jaguaribe 45Jiqui 10Paraíba 23Parnaíba 75Piranhas 24São Francisco 116Vaza Barris 02

Tabela 1 - Riqueza de espécies de peixes nasbacias hidrográficas do bioma Caatinga, com

base nos dados compilados da literatura.

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de construção de açudes e erradicação eintrodução de espécies. Todavia, deve-seconsiderar que a ampliação das áreas deocupação agropecuária e urbana contribuigrandemente para a redução e degradaçãodos hábitats disponíveis para os peixes deágua doce. O crescente desmatamento emáreas de Caatinga atinge as formações devegetação ciliar em praticamente todo obioma. Como outros exemplos dedegradação ambiental, temos os casos depoluição de cursos d�água por esgotosurbanos, agrotóxicos e efluentes industriais.Os projetos de grandes obras de engenharia,que incluem o barramento e interligaçõesde rios, são também fatores potencialmenteimpactantes para a biota aquática.

As seguintes recomendações foramsugeridas visando ampliar o estado doconhecimento sobre a ictiofauna do biomaCaatinga e promover a sua conservação:

1. Promoção de inventários daictiofauna nas diversas bacias hidrográficasda região, que em grande parte encontram-se subamostradas; tais inventários deverãobasear-se em programas de coleta com autilização de técnicas variadas, de modo agarantir a abrangência da amostragem paraos diversos grupos de peixes e hábitats; asáreas prioritárias para inventário devem serselecionadas com base nas maiores lacunasde conhecimento e no grau de ameaça a queestão submetidas; enquadram-se na primeirasituação grande parte dos tributários do rioSão Francisco e as bacias do leste doMaranhão e do rio Parnaíba; enquadram-seem ambas situações a maioria das baciascosteiras do Ceará até o Recôncavo Baiano;

2. Realização de estudos sistemáticose biogeográficos, nos quais o material obtidonos programas de inventário seja revisado epossa alimentar bancos de dados e coleçõessistemáticas; desse modo o conhecimentosobre a diversidade da ictiofauna e suasrelações biogeográficas poderá atingir umnível desejável;

3. Fomento à criação de novasunidades de conservação, garantindo queextensões consideráveis de hábitats aquáticosestejam inseridos nelas, incluindo áreas decabeceiras e várzeas;

4. Criação de mecanismos especiaisde proteção a hábitats particulares, como riossubterrâneos, poças e lagoas temporárias,que muitas vezes abrigam espéciesendêmicas;

5. Fomento à recuperação ambientalde hábitats aquáticos degradados, através deprogramas de despoluição da água e derecomposição de matas ciliares;

6. Fomento à programas deeducação ambiental voltados para aconservação de hábitats e espécies aquáticas;

7. Restrição à introdução de espéciesalóctones ou exóticas em ambientesaquáticos naturais sem o embasamento deestudos prévios de impacto ambiental;

8. Cumprimento da legislaçãoambiental no que concerne às intervençõesem ambientes aquáticos, como naconstrução de obras de engenharia e naexecução de programas de desen-volvimento, garantindo-se, desta forma, amanutenção da qualidade e característicasdos hábitats dos peixes.

155

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Anexo 1 - Relação das espécies de peixes de água doce que ocorrem no bioma Caatinga

Espécie e autor Família Distribuição

Acestrorhynchus britskii Menezes, 1969 Acestrorhynchidae 3 EAcestrorhynchus falcatus (Bloch, 1794) Acestrochynchidae 1 FAcestrorhynchus lacustris (Lütken, 1875) Acestrorhynchidae 3 FAequidens tetramerus (Heckel, 1840) Cichlidae 1 FAgeneiosus brevifilis Valenciennes, 1840 Ageneiosidae 1 FAgeneiosus ucayalensis Castelnau, 1855 Ageneiosidae 1 FAnchoviella vaillanti (Steindachner, 1908) Engraulidae 3 EAncistrus damasceni (Steindachner, 1907) Loricariidae 1 EApareiodon davisi Fowler, 1941 Parodontidae 2 EApareiodon hasemani Eigenmann, 1919 Parodontidae 3 EApareiodon itapicuruensis Eigenmann & Henn, 1916 Parodontidae 4 EApareiodon piracicabae (Eigenmann, 1907) Parodontidae 3 FApistogramma agassizi (Steindachner, 1875) Cichlidae 1 FApistogramma piauiensis Kullander, 1980 Cichlidae 1 EApteronotus brasiliensis (Reinhardt, 1852) Apteronotidae 3 FAspidoras carvalhoi Nijssen & Isbrücker, 1976 Callichthyidae 2 EAspidoras depinnai Britto, 2000 Callichthyidae 2 EAspidoras maculosus Nijssen & Isbrücker, 1976 Callichthyidae 4 EAspidoras menezesi Nijssen & Isbrücker, 1976 Callichthyidae 2 EAspidoras raimundi (Steindachner, 1907) Callichthyidae 1 EAspidoras rochai Ihering, 1907 Callichthyidae 2 EAspidoras spilotus Nijssen & Isbrücker, 1976 Callichthyidae 2 EAspredo aspredo (Linnaeus, 1758) Aspredinidae 1 FAstronotus ocellatus (Agassiz, 1831) Cichlidae 2, 3 IAstyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758) Characidae 1, 2, 3, 4 FAstyanax fasciatus (Cuvier, 1819) Characidae 2, 3, 4 FAuchenipterus menezesi Ferraris & Vari, 1999 Auchenipteridae 1 EAwaous tajasica (Lichtenstein, 1822) Gobiidae 2 FBergiaria westermanni Lütken, 1874) Pimelodidae 3 EBrachychalcinus parnaibae Reis, 1989 Characidae 1 EBrachyplatystoma filamentosum (Lichteinstein, 1819) Pimelodidae 1 FBrachyplatystoma vaillantii (Valenciennes, 1840) Pimelodidae 1 FBrycon nattereri Günther, 1864 Characidae 3 FBrycon or thotaenia Günther, 1854 Characidae 3 EBryconamericus victoriae (Steindachner, 1907) Characidae 1 EBryconops affinis (Günther, 1864) Characidae 3 FBryconops melanurus (Bloch, 1794) Characidae 1 FCaenotropus labyrinthicu (Kner, 1858) Chilodontidae 1 FCallichthys callichthys Meuschen, 1778 Callichthyidae 1, 2, 3, 4 FCephalosilurus fowleri Haseman, 1911 Pseudopimelodidae 3 ECharacidium bimaculatum Fowler, 1941 Crenuchidae 2 ECharacidium aff. zebra Eigenmann, 1909 Crenuchidae 3 FCichla monoculus Spix & Agassiz, 1831 Cichlidae 2, 3 ICichla ocellaris Bloch & Schneider, 1801 Cichlidae 2 ICichlasoma orientale Kullander, 1983 Cichlidae 1 (?), 2 ECichlasoma sanctifranciscence Kullander 1983 Cichlidae 1 (?), 3 E

Ecorregiões:

1 - Maranhão-Piauí 2 - Nordeste Médio-Oriental 3 - São Francisco 4 - Bacias do Leste

E � a espécie é possivelmente endêmica da ecorregião ou ecorregiões assinaladas.F � a espécie ocorre também fora do bioma Caatinga.I � a espécie foi introduzida em uma ou mais ecorregiões do bioma.Os pontos de interrogação indicam citações duvidosas.

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Anexo 1 - Relação das espécies de peixes de água doce que ocorrem no bioma CaatingaContinuação

Espécie e autor Família Distribuição

Colossoma macropomum (Cuvier, 1818) Characidae 2 ICompsura heterura Eigenmann, 1915 Characidae 2, 3, 4 EConorhynchus conirostris (Valenciennes, 1840) Pimelodidae 3 EConorhynchus glaber Steindachner, 1876 Pimelodidae 4 ECopionodon orthiocarinatus Pinna, 1992 Trichomycteridae 4 ECopionodon pecten Pinna, 1992 Trichomycteridae 4 ECorydoras garbei Ihering, 1911 Callichthyidae 3 ECorydoras julii Steindachner, 1906 Callichthyidae 1 ECorydoras multimaculatus Steindachner, 1907 Callichthyidae 3 ECorydoras polystictus Regan, 1912 Callichthyidae 3 FCorydoras treitlii Steindachner, 1906 Callichthyidae 1 ECrenicichla menezesi Ploeg, 1991 Cichlidae 1, 2, 4 FCtenobrycon hauxwellianus (Cope, 1870) Characidae 1 FCurimata macrops (Eigenmann & Eigenmann, 1889) Curimatidae 1 ECurimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann, 889) Curimatidae 2, 3 ECynolebias albipunctatus Costa & Brasil, 1991 Rivulidae 3 ECynolebias altus Costa, 2001 Rivulidae 3 ECynolebias attenuatus Costa, 2001 Rivulidae 3 ECynolebias gibbus Costa, 2001 Rivulidae 3 ECynolebias gilber toi Costa, 1998 Rivulidae 3 ECynolebias itapicuruensis Costa, 2001 Rivulidae 4 ECynolebias leptocephalus Costa & Brasil, 1993 Rivulidae 3 ECynolebias microphthalmus Costa & Brasil, 1995 Rivulidae 2 ECynolebias perforatus Costa & Brasil, 1991 Rivulidae 3 ECynolebias porosus Steindachner, 1876 Rivulidae 3 ECynolebias vazabarrisensis Costa, 2001 Rivulidae 4 EDuopalatinus emarginatus (Valenciennes, 1840) Pimelodidae 3 EEigenmannia microstomus (Reinhardt, 1852) Sternopygidae 3 EEigenmannia virescens (Valenciennes, 1842) Sternopygidae 1, 2, 3 FFranciscodoras marmoratus (Lütken, 1874) Doradidae 3 EGaleocharax gulo (Cope, 1864) Characidae 3 FGeophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) Cichlidae 1, 2, 3, 4 FGeophagus surinamensis (Bloch, 1791) Cichlidae 1 FGlaphyropoma rodriguesi Pinna, 1992 Trichomycteridae 4 EGlyptoperichthys parnaibae Weber, 1991 Loricariidae 1 EGymnocorymbus thayeri Eigenmann, 1908 Characidae 1 FGymnotus carapo Linnaeus, 1758 Gymnotidae 1, 2, 3 FHassar afinnis (Steindachner, 1881) Doradidae 1 FHassar orestis (Steindachner, 1875) Doradidae 1 FHasemania nana (Lütken, 1875) Characidae 3 EHemigrammus brevis Ellis, 1911 Characidae 2, 3 EHemigrammus marginatus Ellis, 1911 Characidae 2, 3, 4 FHemiodus argenteus Pellegrin, 1908 Hemiodontidae 1 FHemiodus parnaguae Eigenmann & Henn, 1916 Hemiodontidae 1, 2 EHemisorubim platyrhynchus (Valenciennes, 1840) Pimelodidae 1 FHoplerythrinus unitaeniatus (Spix & Agassiz, 1829) Erythrinidae 1, 2, 3, 4 FHoplias brasiliensis Spix & Agassiz, 1829 Erythrinidae 4 EHoplias malabaricus (Bloch, 1794) Erythrinidae 1, 2, 3 FHyphessobrycon micropterus (Eigenmann, 1915) Characidae 3 EHyphessobrycon negodagua Lima & Gerhard, 2001 Characidae 4 EHyphessobrycon piabinhas Fowler, 1941 Characidae 2 EHypostomus alatus Castelnau, 1855 Loricariidae 3 FHypostomus auroguttatus Kner, 1854 Loricariidae 1, 3 FHypostomus carvalhoi (Ribeiro, 1937) Loricariidae 2 EHypostomus commersoni Valenciennes, 1836 Loricariidae 3 FHypostomus francisci (Lütken, 1874) Loricariidae 3 E

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Anexo 1 - Relação das espécies de peixes de água doce que ocorrem no bioma CaatingaContinuação

Espécie e autor Família Distribuição

Hypostomus garmani (Regan, 1904) Loricariidae 3 FHypostomus gomesi (Fowler, 1942) Loricariidae 2 EHypostomus jaguribensis (Fowler, 1915) Loricariidae 2 EHypostomus nudiventris (Fowler, 1941) Loricariidae 2 EHypostomus papariae (Fowler, 1941) Loricariidae 2 EHypostomus plecostomus (Linnaeus, 1758) Loricariidae 1 FHypostomus pusarum (Starks, 1913) Loricariidae 2 EHypostomus wuchereri (Günther, 1864) Loricariidae 3 FKalyptodoras bahiensis Higuchi, Britski & Garavello,1990 Doradidae 4 ELasiancistrus genisetiger (Fowler, 1941) Loricariidae 2 ELasiancistrus papariae (Fowler, 1941) Loricariidae 2 ELeporellus vittatus, (Valenciennes, 1850) Anostomidae 3 FLeporinus friderici (Bloch, 1794) Anostomidae 1 FLeporinus bahiensis Steindachner, 1875 Anostomidae 3 ELeporinus melanopleura Günther, 1864 Anostomidae 2, 3 ELeporinus obtusidens (Valenciennes, 1847) Anostomidae 2 (I), 3 FLeporinus piau Fowler, 1941 Anostomidae 1, 2, 3 ELeporinus reinhardti Lütken, 1874 Anostomidae 3 ELeporinus taeniatus Lütken, 1874 Anostomidae 3 ELimatulichthys punctatus (Regan, 1904) Loricariidae 1 FLophiosilurus alexandri Steindachner, 1876 Pseudopimelodidae 3 ELoricaria nudiventris Valenciennes, 1840 Loricariidae 3 FLoricaria parnahybae Steindachner, 1907 Loricariidae 1 ELoricariichthys derbyi Fowler, 1915 Loricariidae 1, 2 ELoricariichthys maculatus (Bloch, 1794) Loricariidae 1 FMegalechis personata (Ranzani, 1841) Callichthyidae 2 FMegalechis thoracata (Valenciennes, 1840) Callichthyidae 1(?), 2 FMetynnis lippincottianus (Cope,1870) Characidae 1 FMetynnis orbicularis (Steindachner, 1908) Characidae 1 FMetynnis roosevelti Eigenmann, 1915 Characidae 2 FMoenkhausia costae (Steindachner, 1907) Characidae 2, 3 EMoenkausia dichroura (Kner, 1858) Characidae 1 FMoenkhausia lepidura (Kner, 1859) Characidae 1, 2 FMoenkhausia sanctaefilomenae Steindachner, 1907) Characidae 1 FMyleus asterias (Müller & Troschel, 1844) Characidae 1 FMylossoma aureum Spix & Agassiz, 1829 Characidae 1 FOreochromis cf. niloticus (Linnaeus, 1758) Cichlidae 2 IOrthospinus franciscensis (Eigenmann, 1914) Characidae 3 EOtocinclus hasemani Steindachner, 1915 Loricariidae 1 FOtocinclus xakriaba Schaefer, 1997 Loricariidae 3 EPachyurus francisci (Cuvier, 1830) Sciaenidae 3 EPachyurus squamipinnis Agassiz, 1831 Sciaenidae 3 EParauchenipterus galeatus (Linnaeus, 1766) Auchenipteridae 1, 2, 3, 4 FParauchenipterus striatulus (Steindachner, (1877) Auchenipteridae 2, 3 FParodon hilarii Reinhardt, 1867 Parodontidae 3 EParotocinclus bahiensis (Ribeiro, 1918) Loricariidae 4 EParotocinclus cearensis Garavello, 1976 Loricariidae 2 EParotocinclus cesarpintoi Garavello, 1976 Loricariidae 2 EParotocinclus haroldoi Garavello, 1988 Loricariidae 1 EParotocinclus jimi Garavello, 1976 Loricariidae 4 EParotocinclus minutus Garavello, 1976 Loricariidae 4 EParotocinclus spilosoma (Fowler, 1941) Loricariidae 2 EParotocinclus spilurus (Fowler, 1941) Loricariidae 2 EPhenacogaster calver ti (Fowler, 1941) Characidae 2 EPhenacogaster franciscoensis Eigenmann, 1911 Characidae 3 EPiabina argentea Reinhardt, 1867 Characidae 3, 4 F

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Anexo 1 - Relação das espécies de peixes de água doce que ocorrem no bioma CaatingaContinuação

Espécie e autor Família Distribuição

Pimelodella cristata (Müller & Troschel, 1848) Pimelodidae 1 FPimelodella dorseyi Fowler, 1941 Pimelodidae 2 EPimelodella enochi Fowler, 1941 Pimelodidae 2 EPimelodella gracilis (Valenciennes, 1847) Pimelodidae 2 FPimelodella itapicuruensis Eigenmann, 1917 Pimelodidae 4 EPimelodella lateristriga (Müller & Troschel, 1849) Pimelodidae 3 FPimelodella laurenti Fowler, 1941 Pimelodidae 3 EPimelodella parnahybae Fowler, 1941 Pimelodidae 1 EPimelodella vittata (Lütken, 1874) Pimelodidae 3 FPimelodella witmeri Fowler, 1941 Pimelodidae 2 EPimelodus blochii (Valenciennes, 1840) Pimelodidae 1 FPimelodus fur (Lütken, 1874) Pimelodidae 3 FPimelodus maculatus Lacépède, 1803 Pimelodidae 1, 3 FPimelodus ornatus Kner, 1858 Pimelodidae 1 FPlagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) Sciaenidae 1, 3 IPlatydoras costatus (Linnaeus, 1758) Doradidae 1 FPoecilia latipinna (Lesueur, 1821) Poeciliidae 3 IPoecilia hollandi (Henn, 1916) Poeciliidae 3 FPoecilia reticulata Peters, 1860 Poeciliidae 1 , 2 IPoecilia vivípara Bloch & Schneider, 1801 Poeciliidae 2, 3 FPoptella compressa (Günther, 1864) Characidae 1 FPotamotrygon signata Garman, 1913 Potamotrygonidae 1 EPristobrycon striolatus Steindachner, 1908 Characidae 2 FProchilodus argenteus Spix & Agassiz, 1829 Prochilodontidae 3 EProchilodus brevis Steindachner, 1874 Prochilodontidae 2, 4 EProchilodus costatus Valenciennes, 1850 Prochilodontidae 3 EProchilodus lacustris Steindachner, 1907 Prochilodontidae 1 EPsectrogaster rhomboides Eigenmann & Eigenmann, 1889 Curimatidae 1, 2 EPsectrogaster saguiru (Fowler, 1941) Curimatidae 2 EPsellogrammus kennedyi Eigenmann & Kennedy, 1903 Characidae 2, 3 FPseudauchenipterus flavescens (Eigenmann. & igenmann, 1888) Auchenipteridae 3 EPseudopimelodus charus (Valenciennes, 1840) Pseudopimelodidae 3 EPseudoplatystoma coruscans (Spix & Agassiz, 1829) Pimelodidae 3 FPseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus, 1766) Pimelodidae 1 FPseudotatia parva Mees, 1974 Auchenipteridae 3 EPterygoplichthys etentaculatus (Agassiz, 1829) Loricariidae 3 EPygocentrus nattereri (Kner, 1858) Characidae 1, 2 FPygocentrus piraya (Cuvier, 1819) Characidae 2, 3 ERhamdella papariae Fowler, 1941 Pimelodidae 2 ERhamdella robinsoni Fowler, 1941 Pimelodidae 3 ERhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) Pimelodidae 1, 2, 3, 4 FRhamdia wolfi (Fowler, 1941) Pimelodidae 2 ERhamphichthys rostratus (Linnaeus, 1766) Rhamphichthyidae 1 FRhinelepis aspera Spix & Agassiz, 1829 Loricariidae 3 ERivulus decoratus Costa, 1989 Rivulidae 3 ERoeboides microlepis (Reinhardt, 1851) Characidae 1, 2 FRoeboides prognathus (Boulenger, 1895) Characidae 1 FRoeboides xenodon (Reinhardt, 1849) Characidae 3 ESalminus hilarii Valenciennes, 1850 Characidae 2, 3 FSalminus brasiliensis (Cuvier, 1816) Characidae 3 ESchizodon dissimilis (Garman, 1890) Anostomidae 1 ESchizodon fasciatus Spix & Agassiz, 1829 Anostomidae 1, 2 FSchizodon knerii (Steindachner, 1875) Anostomidae 3 ESerrapinnus heterodon (Eigenmann, 1915) Characidae 1, 2, 3 FSerrapinnus piaba (Lütken, 1874) Characidae 1, 2, 3 FSerrapinnus sp (Cheirodon insignis, Starks, 1913) Characidae 2 E

161

Anexo 1 - Relação das espécies de peixes de água doce que ocorrem no bioma Caatinga

Espécie e autor Família Distribuição

Serrasalmus brandtii Lütken, 1875 Characidae 2, 3 ESerrasalmus rhombeus (Linnaeus, 1766) Characidae 1, 2 FSimpsonichthys adornatus Costa, 2000 Rivulidae 3 ESimpsonichthys antenori (Tulipano, 1973) Rivulidae 2 ESimpsonichthys flavicaudatus (Costa & Brasil, 1990) Rivulidae 3 ESimpsonichthys fulminantis Costa & Brasil, 1993 Rivulidae 3 ESimpsonichthys ghisolfii Costa, Cyrino & Nielsen, 1996 Rivulidae 3 ESimpsonichthys hellneri (Berkenkamp, 1993) Rivulidae 3 ESimpsonichthys igneus Costa, 2000 Rivulidae 3 ESimpsonichthys magnificus (Costa & Brasil, 1991) Rivulidae 3 ESimpsonichthys ocellatus Costa, Nielsen & De Luca, 2001 Rivulidae 4 ESimpsonichthys picturatus Costa, 2000 Rivulidae 3 ESimpsonichthys similis Costa & Hellner, 1999 Rivulidae 3 ESimpsonichthys stellatus (Costa & Brasil, 1994) Rivulidae 3 ESorubim lima (Bloch & Schneider, 1801) Pimelodidae 1 FSteindachnerina elegans (Steindachner, 1874) Curimatidae 3, 4 FSteindachnerina notonota (Ribeiro, 1937) Curimatidae 1, 2 ESternopygus macrurus (Bloch & Schneider, 1801) Sternopygidae 1, 3 FSynbranchus marmoratus Bloch, 1795 Synbranchidae 1, 2, 3 FTetragonopterus argenteus Cuvier, 1816 Characidae 1, 2 FTetragonopterus chalceus Spix & Agassiz, 1829 Characidae 3 FTilapia rendalli (Boulenger, 1897) Cichlidae 3 ITrachelyopterus striatulus (Steindachner, 1877) Auchenipteridae 2,3 ETrichomycterus itacarambiensis Trajano & Pinna, 1996 Trichomycteridae 3 ETriportheus guentheri (Garman, 1890) Characidae 3 ETriportheus signatus (Garman, 1890) Characidae 1, 2 E

Continuação

163

Biota aquática: árease ações prioritárias

para a conservaçãoda Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO

GRUPO TEMÁTICO �BIOTA AQUÁTICA�

Ricardo RosaCoordenação

Gildo Gomes FilhoNaércio A Menezes

Oscar Akio ShibattaWilson J.E.M. Costa

164

Em razão da semi-aridez dominantena região, e do predomínio de rios�temporários�, era de esperar que a biotaaquática da caatinga fosse poucodiversificada, com poucas espéciesendêmicas e com o predomínio deespécies generalistas amplamentedistribuídas. Tal predisposição foi avaliadaao ser confrontada com informações sobreos peixes da região. Esses foram utilizadoscomo componentes do grupo indicador dabiota aquática, pois somente para eles háinformação de qualidade. A hipótese deque a caatinga é pobre em espéciesaquáticas foi rejeitada. A partir dasinformações disponíveis foi possível obterdados referentes às 185 espécies de peixesdo bioma, as quais estão distribuídas emcem gêneros. A maioria (57,3%) dessasespécies é endêmica. Merece destaque, noentanto, o grande número de espéciesendêmicas de peixes anuais (FamíliaRivulidae) encontradas somente ao longodo médio curso do rio São Francisco.

O estado de conservação dos peixesda Caatinga é ainda precariamenteconhecido; de início, apenas quatro espéciesforam listadas no bioma como ameaçadasde extinção. Deve-se ponderar, porém, quegrande parte da ictiofauna não foi aindaavaliada. Todavia, é preciso considerar o fatode a ampliação de áreas de ocupaçãoagropecuária e urbana contribuir para a

redução e a degradação de hábitatsdisponíveis para os peixes de água doce. Ocrescente desmatamento em áreas decaatinga atinge as formações de vegetaçãociliar em quase todo o bioma. Entre outrosexemplos de impactos ambientais temos oscasos de poluição de cursos d�água poresgotos urbanos, por agrotóxicos e porefluentes industriais. Os projetos de grandesobras de engenharia, que incluem obarramento e as interligações de rios, sãotambém fatores que ameaçam bastante abiota aquática.

De posse das informações sobredistribuição da ictiofauna procedeu-se àindicação de áreas prioritárias para peixes apartir da divisão da Caatinga em quatroecorregiões: 1. Maranhão-Piauí; 2. Nordestemédio-oriental; 3. São Francisco; e 4. Baciasdo leste. Em cada uma dessas ecorregiõesforam selecionadas áreas prioritárias paraconservação da biota aquática, com baseno diagnóstico biológico, o qual inclui ariqueza e o endemismo de espécies; apresença de espécies possivelmenteameaçadas; e também a ocorrência defenômenos biológicos especiais.

Um total de 29 áreas prioritárias foiidentificado e classificado (Figura 1). Essasáreas estão divididas da seguinte forma:quatro de extrema importância biológica,três de muito alta importância, seis de altaimportância, e 16 insuficientemente

Arq

. Fun

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Açude de Cocorobó, Canudos - BA

165

conhecidas, mas de provável importânciabiológica.

As indicações de extrema ou de muitoalta importância biológica fundamentaram-se na ocorrência de fenômenos biológicosespeciais, tais como a presença de peixesanuais e/ou cavernícolas, a alta diversidadefilética e a ocorrência de endemismos.

Esse resultado indica o fato de oconhecimento sobre a ictiofauna ser

incipiente e, portanto, ser de extremaimportância o apoio ao inventário biológicoda biota aquática da Caatinga, pois muitasbacias hidrográficas permanecem aindapouco amostradas. Outra valiosarecomendação refere-se à necessidade dese coibir a introdução de espécies exóticasem ambientes aquáticos naturais sem odevido embasamento de estudos préviosde impacto ambiental.

Figura 1Áreas

prioritárias paraconservaçãode peixes na

Caatinga.

1. Rio Preguiça2. Rio Preto3. Baixo Parnaíba4. Rio Poti5. Rio Coreaú6. Rio Acaraú7. Rio Aracatiaçu8. Rio Curu

9. Rio Choró10. Baixo Jaguaribe11. Rio Salgado12. Rio Apodi13. Rio Piranhas14. Rio Potengi15. Rio Curimataú16. Rio Paraíba do Norte

17. Rio Capibaribe18. Rio Vaza Barris19. Campo Formoso20. Rio Itapicuru21. Rio Jacuípe22. Médio Rio Paraguaçu23. Alto Rio Paraguaçu24. Médio Rio de Contas

25. Itacarambi26. Guanambi27. Bom Jesus da Lapa28. Ibotirama29. Santa Maria da Boa Vista

Importância BiológicaExtremaMuito altaAltaInformação insuficiente

Limite estadualLimite do bioma Caatinga

Hidrografia

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1 - RIO PREGUIÇALocalização: MA: Barreirinhas, Santa Quitériado Maranhão, Tutóia e São Bernardo.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Bacia hidrográfica isolada comtotal falta de dados sobre a diversidade depeixes.

2 - RIO PRETOLocalização: MA: Anapurus, Buriti,Chapadinha, Brejo, Santa Quitéria doMaranhão, Mata Roma e Urbano Santos.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Rio com total falta de dadossobre a diversidade de peixes, incluindoáreas de cabeceiras.

3 - BAIXO PARNAÍBALocalização: PI: Buriti dos Lopes, BomPrincípio do Piauí, Parnaíba e Joaquim Pires.MA: Araioses e Magalhães de Almeida.Importância biológica: Alta.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: baixa; número alto de espéciesde interesse econômico.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (área sujeita adesmatamento e atividades agropecuários).Justificativa: Área com espécies de grandeinteresse econômico, com presença dealgumas espécies endêmicas e riquezamoderada.

4 - RIO POTILocalização: PI: Passagem Franca do Piauí,Prata do Piauí, São Félix do Piauí, Santa Cruzdos Milagres, São Miguel do Tapuio, AltoLongá, Beneditinos e São João da Serra.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Área sem dados sobre adiversidade da fauna de peixes, porém comprovável elevada taxa de endemismo porse tratar de região de cabeceiras.

5 - RIO COREAÚLocalização: CE: Coreaú, Granja, Moraújoe Uruoca.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Bacia hidrográfica isoladacom total falta de dados sobre adiversidade de peixes.

6- RIO ACARAÚLocalização: CE: Acaraú, Morrinhos,Santana do Acaraú, Sobral, Bela Cruz,Marco, Massapé.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Bacia hidrográfica com poucosdados sobre a diversidade de peixes,aparente baixo endemismo (apenas umaespécie reconhecidamente endêmica).

7 - RIO ARACATIAÇULocalização: CE: Irauçuba, Sobral, Miraíma,Amontada, Irauçuba e Santana do Acaraú.Importância biológica Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Bacia hidrográfica isolada comtotal falta de dados sobre a diversidadebiológica de peixes.

8 - RIO CURU

Localização: CE: Apuiarés, Itapagé, SãoGonçalo do Amarante, São Luís do Curu,Umirim, Pentecoste, Tejuçuoca, GeneralSampaio e Paramoti.

DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS INDICADAS

167

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Baixa riqueza deespécies.

Justificativa: Área com registro de algumasespécies, mas sem maiores dados sobre adiversidade biológica de peixes.

9 - RIO CHORÓ

Localização: CE: Aracoiaba, Redenção,Barreira, Chorozinho, Ocara, Baturité,Capistrano, Itapiúna, Ibaretama e Quixadá.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; baixo número de ende-mismos.

Justificativa: Área com pouca informaçãosobre riqueza e endemismo de espécies depeixes.

10 - BAIXO JAGUARIBE

Localização: CE: Limoeiro do Norte,Tabuleiro do Norte, São João do Jaguaribe,Quixeré, Morada Nova, Jaguaruana,Palhano e Russas.

Importância biológica: Muito alta.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência de fenô-meno biológico especial; alto número deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média. grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamentoe atividades agropecuárias).

Justificativa: São conhecidas 46 espéciesde peixes na área, algumas das quais sãoendêmicas. As atividades de pesca desubsistência são importantes e existemambientes especiais, representadosprincipalmente por poças temporáriasonde predominam espécies anuais.

11 - RIO SALGADOLocalização: CE: Aurora, Cedro, Icó, Lavrasda Mangabeira, Caririaçu, Missão Velha,Abaiara, Milagres, Barro, Umari e Baixio.Importância biológica: Alta.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; número médio de ende-mismos; riqueza de espécies raras/amea-çadas: média; ocorrência de fenômenobiológico especial.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média.Justificativa: Como região de cabeceiras,apresenta endemismo relativamente alto.A diversidade é menor em comparação como restante da bacia do Rio Jaguaribe, porémsão necessários levantamentos adicionaispara melhor conhecimento da fauna.

12 - RIO APODILocalização: RN: Severiano Melo, RodolfoFernandes, Potiretama, Ererê, SãoFrancisco do Oeste, Francisco Dantas,Taboleiro Grande, Portalegre, Riacho daCruz, Viçosa, Taboleiro Grande, Itaú,Umarizal, Apodi, Caraúbas, Felipe Guerrae Governador Dix-Sept Rosado.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; baixo número deendemismos; baixa riqueza de espéciesraras/ameaçadas.Justificativa: Área com algumas espéciesconhecidas, mas que necessita delevantamentos adicionais para melhorcaracterização da diversidade da ictiofauna.

13 - RIO PIRANHASLocalização: PB: Sousa, São João do Riodo Peixe, Cajazeiras, Carrapateira, São Joséda Lagoa Tapada, Nazarezinho e São Joséde Piranhas; CE: Barro.Importância biológica: Alta.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; baixo número de

168

endemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: baixa; ocorrência de fenômenobiológico especial; baixo número deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (atividadeagropecuária de subsistência; caça; usorecreativo).

Justificativa: Área com baixa ocupaçãohumana e considerável extensão de matasmarginais bem desenvolvidas e conser-vadas; moderada diversidade de espécies depeixes, associada à perenização do curso deágua; manancial hídrico importante paramanutenção da biota aquática e usohumano. São conhecidas 24 espécies depeixes da área, número relativamente altoem comparação com bacias adjacentes.A região de cabeceiras possivelmenteapresenta endemismo. Há duas ou trêsespécies de interesse econômico.

14 - RIO POTENGI

Localização: RN: Ielmo Marinho, Macaíba,Bom Jesus, Senador Elói de Souza, Lagoade Velhos, Ruy Barbosa, São Tomé,Santana do Matos, Cerro Corá, Barcelona,São Paulo do Potengi e São Pedro.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; baixo número deendemismos.

Justificativa: Área com poucas espéciesconhecidas, quase sem dados sobre adiversidade de peixes.

15 - RIO CURIMATAÚ

Localização: PB: Olivedos, Bananeiras,Barra de Santa Rosa, Esperança, Solânia,Arara, Borborema, Serraria, Belém, Serra daRaiz, Pirpirituba, Duas Estradas, Lagoa deDentro, Caiçara, Jacaraú, Dona Inês,Araruna, Cacimba de Dentro, Areial,Pocinhos, Remígio e Tacima; RN: Nova Cruz.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Justificativa: Área sem dados para acaracterização da diversidade faunística.

16 - RIO PARAÍBA DO NORTE

Localização: PB: Água Branca, Aroeiras,Cabaceiras, Boqueirão, Barra de SãoMiguel, Natuba, São João do Cariri eUmbuzeiro.

Importância biológica: Alta.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; baixo número deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial; baixo número deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (desmatamento,uso do solo e água para atividadesagropecuárias; mineração de areia;substituição da floresta nativa por culturasexóticas; poluição por esgotos urbanos eagrotóxicos).

Justificativa: Área peculiar com ambientesde cabeceiras de rio, com número razoávelde espécies de peixes comparativamente aáreas adjacentes e presença de espéciesreofílicas. Endemismo baixo mas que podeser maior quando as áreas de cabeceirasforem mais bem exploradas. O rio Natubaé parcialmente margeado e sombreado porremanescentes de floresta úmida dealtitude (brejo de altitude); constituimanancial hídrico com significativo aportede água para a bacia do rio Paraíba doNorte.

17 - RIO CAPIBARIBE

Localização: PE: Salgadinho, Surubim,Vertentes, Taquaritinga do Norte, Caruaru,Riacho das Almas, Cumaru, FreiMiguelinho, Passira e Toritama.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

169

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto; pressãoantrópica: alta (desmatamento, poluiçãoaquática, retirada de água para consumohumano e atividade agropecuária).

Justificativa: Poucos dados para acaracterização da biodiversidade de peixes.Presença de brejos de altitude nas regiõesde cabeceiras. Área profundamentealterada, com forte pressão antrópica.

18 - RIO VAZA BARRIS

Localização: BA: Jeremoabo e Canudos.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; número médio deendemismos.

Justificativa: São conhecidas apenas trêsespécies da área, duas das quaisendêmicas. Os dados são insuficientes paraa caracterização da diversidade daictiofauna.

19 - CAMPO FORMOSO

Localização: BA: Campo Formoso eMirangaba.

Importância biológica: Alta.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; número médio deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (exploração dolençol freático para o suprimento deágua).

Justificativa: Área cárstica com ocorrênciade cavernas calcárias (incluindo a maiordo Brasil) contendo corpos d�águafreáticos sem conexão direta com adrenagem superficial. Fauna cavernícolaendêmica representada por espéciesexclusivamente subterrâneas (troglóbias),de caráter relictual. Destaca-se aocorrência de uma nova espécie de bagreheptapteríneo troglóbio, gênero Taunayia(em fase de descrição), que constitui casode maior interesse científico pelo alto graude especialização morfológica, ecológicae comportamental, e distribuição disjunta(a única outra espécie do gênero ocorreem áreas bem preservadas de MataAtlântica no estado de São Paulo). Váriasespécies de invertebrados troglóbiosforam registrados, incluindo os únicoscasos de isópodes aquáticos e de insetosZygentoma troglóbios no país. As espé-cies aquáticas apresentam densidadespopulacionais extremamente baixas,sendo altamente vulneráveis a eventuaisperturbações.

20 - RIO ITAPICURU

Localização: BA: Morro do Chapéu, MiguelCalmon, Caém, Caldeirão Grande, Itiúba,Capim Grosso, Jacobina, Queimadas,Quixabeira, Ponto Novo e Várzea Nova.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; baixo número deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial; baixo número deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: baixo;pressão antrópica: alta (atividadeagropecuária).

Justif icativa: Poucos dados para acaracterização da diversidade daictiofauna. São conhecidas duas espéciesendêmicas da área. Região de cabeceirascom composição faunística distinta daparte baixa.

170

21 - RIO JACUIPE

Localização: BA: Várzea do Poço, Várzea daRoça, Quixabeira, Capim Grosso, Santaluz,Gavião, Nova Fátima, Conceição do Coité,Retirolândia, Riachão do Jacuípe, SãoDomingos, São José do Jacuípe,Serrolândia e Capela do Alto Alegre.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Justificativa: Sem dados sobre a diversi-dade da fauna de peixes.

22 - MÉDIO RIO PARAGUAÇU

Localização: BA: Ipirá, Ruy Barbosa,Macajuba, Rafael Jambeiro, Itatim, Iaçu,Itaberaba, Quixabeira, Ponto Novo e VárzeaNova.

Importância biológica: Alta.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamento,barragens, atividade agropecuária, poluiçãoaquática).

Justificativa: Área ainda pouco conhecida,mas as poucas expedições já realizadasrevelaram fauna abundante, com presençade algumas espécies endêmicas e deimportância comercial, exploradas pelapopulação ribeirinha.

23 - ALTO RIO PARAGUAÇU

Localização: BA: Ibicoara, Iramaia, Barrada Estiva, Itaeté, Boa Vista do Tupim, NovaRedenção e Andaraí.

Importância biológica: Muito alta.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Alto número deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: média (visitação turísticasem controle).

Justificativa: Ocorrência de faunacavernícola endêmica. Região cárstica comcomunidades de peixes de caverna.

24 - MÉDIO RIO DE CONTAS

Localização: BA: Barra da Estiva, Contendasdo Sincorá, Caetanos, Mirante, Jequié,Iramaia, Manoel Vitorino, Maracás e Tanhaçu.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Número médiode endemismos; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (desmatamento,atividades agropecuárias).

Justificativa: As poucas coletas realizadasindicam existência de algumas espéciesendêmicas. São conhecidas espécies deimportância comercial exploradas porcomunidades ribeirinhas.

25 - ITACARAMBI

Localização: MG: Itacarambi, Januária,Manga e Matias Cardoso.

Importância biológica: Extrema.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial; alto número de espécies deinteresse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (turismo fora decontrole, desmatamento e atividadesagropecuárias).

Justificativa: Caracterizada pelo elevadonúmero de espécies, grande diversidade filéticae de espécies, presença de espéciesendêmicas e raras. Há comunidades especiais

171

representadas por cavernas onde se diferenciafauna cavernícola e poças temporárias compresença de espécies anuais.

26 - GUANAMBI

Localização: BA: Guanambi.

Importância biológica: Extrema.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial; número médio de espécies deinteresse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (ocupaçãohumana, desmatamento e atividadesagropecuárias).

Justif icativa: Grande diversidadefaunística, com predominância deespécies exclusivas em comunidadesespeciais, principalmente poças tem-porárias. Várias espécies raras e algumasexploradas comercialmente.

27 - BOM JESUS DA LAPA

Localização: BA: Bom Jesus da Lapa eParatinga.

Importância biológica: Extrema.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial; alto número de espécies deinteresse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (ocupação humana,turismo fora de controle, desmatamento eatividades agropecuárias).

Justificativa: Grande diversidade faunísticacom elevado número de espécies endêmicase algumas raras. Presença de poçastemporárias marginais com predomínio de

espécies anuais. Várias espécies comerciaisexploradas regularmente.

28 - IBOTIRAMA

Localização: BA: Barra, Morpará, Xique-Xique e Ibotirama.

Importância biológica: Extrema.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de ende-mismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial; alto número de espéciesde interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média.

Justificativa: Alta diversidade tanto em nívelde espécie quanto filética. Presença devárias espécies endêmicas e algumas raras,bem como de comunidades especiais,principalmente em poças temporárias,onde predominam espécies anuais.

29 - SANTA MARIA DA BOA VISTA

Localização: BA: Juazeiro e Curaçá; PE:Petrolina e Santa Maria da Boa Vista.

Importância biológica: Muito alta.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência de fe-nômeno biológico especial; alto número deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (desmatamento;atividades agrícolas).

Justificativa: Área com diversidadefaunística média, com algumas espéciesendêmicas e poucas raras. Presença depoças temporárias com espécies anuaisraras. Presença de espécies de interessecomercial exploradas regularmente.

Fauna 165

Fauna deanfíbios e

répteis dasCaatingas

COORDENADOR:

Miguel Trefaut RodriguesUniversidade de São Paulo

COLABORADORES:

Celso Morato de CarvalhoDiva Maria Borges

Elisa Maria Xavier FreireFelipe Franco Curcio

Francisco Filho de OliveiraHélio Ricardo da Silva

Marianna Botelho de Oliveira Dixo

166 Parte III

INTRODUÇÃO

Entre os principais domínios mor-foclimáticos brasileiros, o das caatingas,ocupando uma área aproximada de800.000km2 é, de modo geral, um dosmais bem conhecidos quanto à sua faunade répteis e anfíbios. Conhecem-se hoje,de localidades com a feição característicadas caatingas semi-áridas, 44 espécies delagartos, 9 espécies de anfisbenídeos,47 espécies de serpentes, quatro quelônios,três crocodilianos, 47 anfíbios anuros e doisgimnofionos (Anexo 1).

Se considerarmos as ilhas relictuaisde florestas, como os brejos florestados, eenclaves de outros tipos de paisagens maismésicas sem a fácie típica das caatingas,os números aumentam muito. Abor-daremos aqui apenas a fauna associada alocalidades estritamente caracterizadascomo caatinga.

Um levantamento preliminar combase na coleção do Museu de Zoologia daUSP, ainda sem incorporar completamentea coleção de anfíbios �Werner Bokermann�,mostra que existem espécimes documen-tários de cerca de 150 localidades assimdistribuídas: Piauí, 6; Ceará, 18; RioGrande do Norte, 7; Paraíba, 19;Pernambuco, 27; Alagoas, 6 e Bahia, 53(Anexo 2). Não há registros de répteis eanfíbios para as manchas de caatinga doNorte de Minas Gerais.

Analisando com mais detalhe aamostragem de cada uma destas cerca de

150 localidades, verificamos que muitopoucas contam com coleções repre-sentativas das comunidades de répteis eanfíbios ali presentes.

No Piauí, Valença, situada em umaárea de contato com os cerrados, é alocalidade melhor amostrada, com 19espécies de serpentes, 15 de lagartos eapenas oito de anfíbios. As cinco demaisamostras nesse Estado, documentamapenas a fauna mais generalista, nãopassando de três espécies de serpentes,cinco de lagartos e três de anuros porlocalidade.

A situação do Ceará é um poucomelhor se considerarmos a cobertura geraldo Estado, mas nenhuma localidade está,individualmente, tão bem representada emcoleções como Valença. A melhoramostragem está na região do Cariri,também uma área de transição com asmatas e os cerrados. De Arajaraconhecemos dez espécies de serpentes, 12de lagartos e três de anfíbios, e de Santanado Carirí, três espécies de serpentes, 12 delagartos e dez de anuros. Morro Branco(Beberibe) e Coluna, nas imediações deJustiniano Serpa, são as duas outraslocalidades melhor amostradas. A primeiraconta com apenas cinco espécies deserpentes e oito de lagartos, e a outra, comoito espécies de serpentes e 12 de lagartos.Nenhum anuro está representado nascoleções daquelas localidades.

Fauna 167

No Rio Grande do Norte, Angicos éa localidade mais bem amostrada, com seisespécies de lagartos e oito de anuros,seguida de Maxaranguape com trêsespécies de serpentes, cinco de lagartos equatro de anuros. Das demais cincolocalidades, a melhor amostrada quantoaos lagartos está representada por quatroespécies, por duas quanto às serpentes epor três quanto aos anuros.

Das 19 localidades da Paraíba,Cabaceiras (com cinco espécies deserpentes, 16 de lagartos e quatro deanuros) e Gurinhém (com nove espécies deserpentes, 11 de lagartos e oito de anuros)são as mais bem amostradas. Coremas eJunco do Seridó, com nove espécies, sãoas localidades melhor representadas quantoaos anuros, contudo são mal representadasquanto às serpentes e lagartos (sete e trêsespécies de serpentes, e cinco e seteespécies de lagartos, respectivamente).

Exu é a localidade mais bemamostrada de Pernambuco e de todo onordeste seco nas coleções do MZUSP. Sãodali conhecidas 18 espécies de serpentes,16 de lagartos e 19 de anfíbios anuros.Quanto às serpentes, Carnaubeira (comdez espécies) e Agrestina (com seisespécies) vêm em seguida a Exu. Dentreas demais 24 localidades, a mais bemrepresentada tem três espéciesdocumentadas na coleção do MZUSP. Comos lagartos a situação é um pouco melhor,além de Exu, tem-se Agrestina com 10espécies, Pesqueira com nove, Carnaubeiracom oito e várias outras localidades deonde cinco a sete espécies de lagartostiveram espécimes testemunhos colecio-nados. A amostragem dos anfíbios é bemmenor, e a localidade com o maior númerode espécies é Serra dos Cavalos, com noveespécies. Vale mencionar que Serra dosCavalos foi incluída pois, emboramajoritariamente sua fisionomia seja a defloresta úmida, apresena fácies de caatingano entorno. Das outras 25 localidades, amelhor representada é Petrolina comapenas três espécies de anuros.

Das seis localidades de Alagoas, acoleção de Xingó é a melhor, contando

com 10 espécies de serpentes, 19 delagartos e 12 de anuros. Essa coleçãoresulta de trabalho empreendido quandoda instalação de uma usina hidrelétrica emostra bem a importância de se aproveitar,cientificamente, essas oportunidades paramaximizar a representação da diversidadebiológica local. A Barragem de Itaparica,cujas coleções foram pulverizadas e não seencontram no MZUSP, parece ter sido alocalidade melhor amostrada, em relaçãoàs serpentes, de todo o nordeste conta-bilizando 27 espécies (Silva Jr. & Sites Jr.1994). Entre lagartos e anfisbenídeos, 21espécies foram apontadas para essamesma área, da qual não há dados sobreos anuros. De Alagoas, excetuando-seXingó, Quebrângulo é a localidade maisbem amostrada, com oito espécies deserpentes, quatro de lagartos e duas deanuros.

Sergipe, tradicionalmente, tem sidoum estado mal amostrado. A localidadehoje mais bem representada na coleção éAreia Branca com três espécies deserpentes, sete de lagartos e 13 de anuros.Ainda assim, parte da área envolve a faunados ambientes especiais da Serra deItabaiana, como por exemplo, o lagartoTropidurus hygomi, ali presente, masausente das caatingas típicas. Essesnúmeros deverão, provavelmente, aumen-tar em vista de coletas que vêm sendorealizadas na região.

Finalmente, existem 53 localidadesda Bahia com amostras de répteis eanfíbios nas coleções do MZUSP. Apenasquatro dessas localidades estão repre-sentadas por mais de sete espécies deserpentes, dez têm mais de sete espéciesde lagartos e, de apenas seis localidades,há coleções representando sete ou maisespécies de anfíbios. As localidades melhoramostradas estão todas na região dasdunas interiores do rio São Francisco, ouem áreas de transição, como Itiúba.

Os comentários acima mostramclaramente o caráter fortuito da maioria dascoleções realizadas. Poucas derivaram decampanhas de longa duração queprocuraram maximizar a representação das

168 Parte III

comunidades de répteis e anfíbios do local.Geralmente representam o interesse doespecialista que visita uma localidade emuma época propícia para a coleta de umgrupo, mas não para outro. Assim, emborade modo geral o conhecimento possa hojeser considerado adequado, faltam amos-tragens representativas das comunidadesde répteis e anfíbios dos diversos am-bientes. Um bom exemplo de uma loca-lidade bem trabalhada é Exu. A poucarepresentatividade de formas subterrâneas,fossoriais e/ou supostamente raras emcoleções também mostra que hánecessidade de adequação das meto-dologias de coleta.

Do ponto de vista da coberturageográfica, ainda falta muito a fazer. Estalacuna é talvez a mais importante apreencher para podermos definir as áreasprioritárias para a conservação no domíniodas caatingas. As amostragens são aindatão incipientes que é impossível, salvoalgumas exceções, falar sobre ende-mismos.

A mais importante área deendemismo está na região do campo dedunas do rio São Francisco (Rodrigues1996), caracterizada por gêneros e espéciesque não ocorrem em nenhum outro tipode hábitat na região neotropical. Esta é semdúvida uma área prioritária para aconservação. Contudo, como essa des-coberta é extremamente recente, é muitoprovável que existam outras áreas, aindainexploradas, com importância histórica,ecológica e evolutiva similar.

Com relação aos lagartos, outrosendemismos ou disjunções do domínioestão também em regiões com solosarenosos. Tropidurus hygomi acimamencionado, embora não seja um animalda caatinga, é um dos exemplos dedisjunção espacial associada à distribuiçãodos solos arenosos. Lagartos comoTropidurus cocorobensis, uma espécie deCnemidophorus que ainda está por serdescrita e a cobra-cega Amphisbaenaarenaria, são exemplos similares deespécies endêmicas, disjuntas e encra-vadas no domínio das caatingas.

O que dizer de outras espéciesconhecidas de uma ou de poucaslocalidades, ainda que ocorram em áreasfisionomicamente caracterizadas comocaatinga? Entre os lagartos, estariam nessasituação, dentre outros, Mabuya agmosti-cha e Phyllopezus periosus; o último omaior geco brasileiro e descrito poucos anosatrás. Não é cabível, sequer, tecer comen-tários referentes às serpentes ou aos anfíbiosanuros. Somente é possível dizer que, comofoi mostrado acima, nosso conhecimentosobre as caatingas é tão fragmentário quenecessitamos urgentemente de inventáriosmulticisciplinares, utilizando metodologiaadequada, de modo a amostrar melhor adiversidade biológica desse domínio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RODRIGUES, M.T. 1996. Lizards, snakes, and amphisbaeniansfrom the Quaternary sand dunes of the middle RioSão Francisco, Bahia, Brazil. Journal of Herpetology30(4): 513-523.

SILVA JR., N.J. & J.W. SITES JR. 1995. Patterns of diversity ofNeotropical squamate reptile species with emphasison the Brazilian Amazon and the conservationpotential of indigenous reserves. ConservationBiology 9 (4): 873-901.

Fauna 169

SQUAMATA

Amphisbaenidae Amphisbaena albaAmphisbaena arenaria *Amphisbaena hastata *Amphisbaena ignatiana *Amphisbaena pretreiAmphisbaena vermicularisAmphisbaena sp. nov *Leposternon polystegumLeposternon sp. nov.

Anguidae Diploglossus lessonae

Teiidae Ameiva ameivaAmeiva sp. nov *Cnemidophorus ocelliferCnemidophorus sp. nov 1 *Cnemidophorus sp. nov 2 *Cnemidophorus sp. nov 3*Tupinambis merianae

Gymnophthalmidae Anotosaura vanzoliniaAnotosaura collarisCalyptommatus leiolepis *Calyptommatus nicterus *Calyptommatus sinebrachiatus *Colobosaura mentalisColobosauroides cearensisColobosauroides carvalhoiMicrablepharus maximilianiNothobachia ablephara *Procellosaurinus erythrocercus *Procellosaurinus tetradactylus *Psilophthalmus paeminosus *Vanzosaura rubricauda

Scincidae Mabuya heathiMabuya agmosticha *Mabuya macrorhyncha

Gekkonidae Briba brasilianaColeodactylus meridionalisGymnodactylus geckoidesHemidactylus agriusHemidactylus mabouiaPhyllopezus periosus *Phyllopezus pollicarisLygodactylus klugei

Iguanidae Iguana iguana

Polychrotidae Polychrus acutirostrisEnyalius bibroni

Tropiduridae Tropidurus amathites *Tropidurus cocorobensis *Tropidurus divaricatus *Tropidurus erythrocephalus *Tropidurus hispidusTropidurus pinima *Tropidurus psammonastes *Tropidurus semitaeniatus *

Typhlopidae Typhlops yonenagae

Leptotyphlopidae Leptotyphlops borapeliotesLeptotyphlops brasiliensis

Anexo 1 - Lista de répteis e anfíbios das caatingas.

SQUAMATA (cont.)

Boidae Boa constrictorCorallus hortulanus

Colubridae Apostolepis arenariusApostolepis cearensisApostolepis gaboiApostolepis cf. longicaudataApostolepis sp. nov.Boiruna sertanejaChironius carinatusChironius flavolineatusClelia cleliaErythrolamprus aesculapiiHelicops leopardinusLeptodeira annulataLeptophis ahaetullaLiophia almadensisLiophis dilepisLiophis miliarisLiophis mossoroensisLiopphis poecilogyrusLiophis reginaeLiophis viridisMastigodryas bifossatusOxybelis aeneusOxyrhopus trigeminusPhilodryas nattereriPhilodryas olfersiPhimophis chuiPhimophis iglesiasiPhimophis scriptorcibatusPseudoboa nigraPsomophis jobertiSibynomorphus mikaniiSpilotes pullatusTantilla melanocephalaThamnodynastes pallidusThamnodynastes strigilisWaglerophis merremi

Elapidae Micrurus ibibobocaMicrurus lemniscatus

Viperidae Bothrops erythromelasBothrops iglesiasiBothrops neuwiediiCrotalus durissus

CHELONIAKinosternidae Kinosternon scorpioidesTestudinidae Geochelone carbonariaChelidae Phrynops geoffroanus

Phrynops tuberculatus

CROCODYLIAAlligatoridae Caiman crocodylus

Caiman latirostrisPaleosuchus palpebrosus

ANFÍBIOS

Bufonidae Bufo granulosusBufo paracnemis

Hylidae Corythomantis greeningiHyla crepitansHyla minuta

Hylidae Hyla microcephalaHyla nanaHyla ranicepsHyla soaresiPhrynohyas venulosaScinax aurataScinax gr. catharinaeScinax eurydiceScinax oliveiraiScinax pachychrusScinax gr. ruberScinax x-signatusTrachycephalus atlasXenohyla izecksoni

Leptodactylidae Ceratophrys joazeirensisEleutherodactylus ramagiiLeptodactylus fuscusLeptodactylus labyrinthicusLeptodactylus latinasusLeptodactylus mystaceusLeptodactylus natalensisLeptodactylus ocellatusLeptodactylus podicipinusLeptodactylus syphaxLeptodactylus troglodytesOdontophrynus carvalhoiPhysalaemus albifronsPhysalaemus centralisPhysalaemus cicadaPhysalaemus cuvieriPhysalaemus gracilisPhysalaemus kroeyeriPleurodema diplolistrisProceratophrys cristicepsPseudopaludicola falcipesPseudopaludicola mystacalis

Microhylidae Dermatonotus mulleri

Phyllomedusidae Phyllomedusa bahianaPhyllomedusa hypocondrialis

Pipidae Pipa carvalhoi

Pseudidae Pseudis paradoxa

Caecilidae Chthonerpeton ariiSiphonops paulensisSiphonops annulatus

Thyphlonectidae Chthonerpeton arii

*espécies endêmicas ao bioma Caatinga

170 Parte III

Mulungú 0418; 3900 0 2 1

Nova Barra do Tarraxil 0850; 3900 0 4 2

Nova Rodelas 0859; 3848 1 2 0

Nova Soure 1114; 3829 0 4 0

Paulo Afonso 0921; 3815 0 3 2

Pilão Arcado 1009; 4226 0 2 0

Planalto Baiano 1440; 4028 0 5 4

Poções 1432; 4022 0 2 1

Queimadas 1037; 4236 6 13 2

Raso da Catarina 0942; 3831 1 4 6

Santana dos Brejos 1259; 4403 0 1 0

Santo Inácio 1106; 4244 8 16 1

Seabra 1 0 0

Senhor do Bonfim 1027; 4011 5 5 1

Tiquara 1028; 4032 1 0 0

Vacaria 1039; 4237 0 11 1

Vila Nova 1027; 4011 0 2 0

Vitória da Conquista 1451; 4050 1 1 0

Xique-Xique 1050; 4243 0 7 3

Ceará

Acaraú 0 1 0

Arajara 0721; 3924 10 12 3

Barbalha 0719; 3917 2 0 0

Baturité 0423; 3853 5 3 3

Chapada do Araripe 0720; 4000 2 3 0

Chorozinho 0418; 3839 0 1 0

Coluna 0402; 3829 8 12 0

Crato 0714; 3923 2 3 1

Icó 0512; 3917 0 1 0

Itapipoca 0330; 3934 2 4 1

Itapipoca 0330; 3934 2 2 2

Lima Campos 0 0 2

Maranguape 0401; 3852 3 3 6

Morro Branco 0410; 3806 5 8 0

Mulungu 0418; 3900 1 6 0

Pacajús 0411; 3827 7 8 0

Quixadá 0421; 3838 2 0 0

Santana do Cariri 0711; 3944 3 12 10

Paraiba

Alagoa Grande 0734; 3520 1 0 0

Cabaceiras 0730; 3612 5 16 4

Caiçara 0626; 3529 2 1 0

Anexo 2 - Número de espécies de répteis e anfíbios da Caatinga, por localidade, nas coleções do Museu de Zoologia da USP.

Alagoas

Canoas 0929; 3552 1 0 0

Mangabeiras 0956; 3605 3 0 0

Maninbu 1010; 3622 4 0 1

Maragogí 0901; 3513 3 0 0

Quebrangulo 0920; 3628 8 4 2

Xingó 0924; 3758 10 19 12

Bahia

Alagoado 0929; 4121 7 13 0

As Pedras 1036; 4239 0 4 0

Baixa Grande 1157; 4011 1 0 0

Barra 1105; 4309 1 11 0

Barragem de

Sobradinho 0926; 4048 0 1 0

Bendengó 0958; 3912 0 1 1

Buritirama 1043; 4338 3 3 1

Caatinga do Moura 1058; 4045 8 8 7

Campo Formoso 1501; 4107 0 1 12

Canudos 0953; 3913 0 1 2

Capão do Jucu 1254; 4141 1 0 3

Caraíba dos Bragas 0939; 4120 1 4 0

Cocorobó 0953; 3902 0 7 10

Coronel João Sá 1017; 3755 0 3 0

Curaçá 0859; 3954 0 5 15

Euclides da Cunha 1031; 3901 0 0 1

Gameleira 1255; 3836 0 1 0

Gentio do Ouro 1106; 4244 0 1 0

Guarajuba 1242; 3806 0 1 0

Iaçú 1245; 4013 1 0 0

Ibiraba 1048; 4250 10 12 4

Igatu 1253; 4129 3 3 1

Iramaia 1222; 4122 0 0 1

Irece 1119; 4152 0 2 0

Itabela 1634; 3924 1 0 0

Itaetê 1259; 4058 1 0 0

Itiuba 1042; 3951 6 6 13

Jacobina 1111; 4030 1 7 2

Jequié 1352; 4006 1 2 5

Jeremoabo 1004; 3821 3 5 8

Juazeiro 0924; 4030 2 1 0

Manga 1128; 4400 0 4 0

Maracujá 1050; 4440 2 1 0

Mocajuba 1209; 4027 1 0 0

CoordenadasEstado/ Municípiogeográficas

Serpentes Lagartos Anfíbios CoordenadasEstado/ Municípiogeográficas

Serpentes Lagartos Anfíbios

Fauna 171

Anexo 2 - Número de espécies de répteis e anfíbios da Caatinga, por localidade, nas coleções do Museu de Zoologia da USP.

CoordenadasEstado/ Municípiogeográficas

Serpentes Lagartos Anfíbios CoordenadasEstado/ Municípiogeográficas

Serpentes Lagartos Anfíbios

Campina Grande 0713; 3551 0 2 0

Coremas 0701; 3707 7 5 9

Cruz do Espírito Santo 0708; 3506 1 0 0

Gurinhém 0708; 3527 9 11 8

Joazeirinho 0704; 3635 0 2 0

Junco do Seridó 0700; 3643 3 7 9

Mamanguape 0650; 3507 8 4 6

Mojeiro de Baixo 0717; 3528 0 2 0

Patos 0702; 3716 1 3 0

Piancó 0710; 3756 0 6 0

Santa Luzia 0662; 3656 0 2 0

São José de Espinharas 0650; 3719 4 8 1

São Tomé 0739; 3655 1 0 0

Serra do Teixeira 0712; 3715 1 0 0

Soledade 0704; 3621 0 3 0

Umbuzeiro 0742; 3540 0 4 0

Pernambuco

Açude dos Tambores 0821; 3630 0 1 0

Agrestina 0837; 3557 6 10 0

Belém do São Francisco 0845; 3858 0 2 0

Bom Conselho 0910; 3641 1 2 3

Carnaubeira 0818; 3845 10 8 1

Caruaru 0816; 3558 0 6 0

Catimbau 0836; 3715 0 2 0

Cruz de Malta 0815; 4020 1 0 0

Custódia 0807; 3739 0 1 0

Encruzilhada 0841; 4007 0 5 0

Exu 0731; 3943 18 16 19

Floresta 0823; 3850 1 1 0

Garanhuns 0854; 3629 0 1 0

Ipubi 0739; 4007 0 1 0

Jatobá 0905; 3812 0 1 0

João Alfredo 0752; 3535 0 3 0

Jutaí 0838; 4014 1 0 0

Limoeiro 0752; 3528 0 2 0

Maniçoba 0736; 3945 0 1 0

Ouricuri 0753; 4005 0 2 1

Pesqueira 0821; 3643 0 9 0

Petrolândia 0905; 3818 0 1 0

Petrolina 0924; 4030 1 1 3

Salgueiro 0804; 3906 0 0 2

Serra dos Cavalos 0821; 3602 3 0 9

Serra Talhada 0759; 3810 1 5 2

Sítio dos Nunes 0802; 3751 0 7 0

Piauí

Floriano 0647; 4301 0 1 0

Oeiras 0701; 4208 0 1 0

Patos 0702; 3716 0 4 0

Piripirí 0411; 4145 3 5 3

São Raimundo Nonato 0901; 4242 0 5 0

Valença 0624; 4145 19 15 8

Rio Grande do Norte

Angicos 0540; 3636 0 6 8

Ceará- Mirim 0538; 3526 0 0 1

Eduardo Gomes 0 0 1

Maxaranguape 0530; 3516 3 5 4

Mossoró 0512; 3731 0 1 1

Ponta Negra 0557; 3510 0 3 3

Presidente Juscelino 0606; 3542 2 4 0

Sergipe

Areia Branca 1046; 3719 3 7 13

Campo do Brito 1045; 3730 4 1 0

Itaporanda d�Ajuda 1059; 3718 1 0 0

Serra de Itabaiana 1042; 3729 1 0 0

Sirirí 1035; 3708 0 1 0

172 Parte III

181

Anfíbios e répteis:áreas e ações

prioritárias paraa conservação

da Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIOGRUPO TEMÁTICO �RÉPTEIS E ANFÍBIOS�

Miguel Trefaut RodriguesCoordenação

Celso Morato de CarvalhoDiva Maria Borges-Nojosa

Eliza Maria Xavier FreireFelipe Franco Curcio

Francisco Filho de OliveiraHélio Ricardo da Silva

Marianna Botelho de Oliveira Dixo

182

São conhecidas, em localidadescom feição característica das caatingassemi-áridas, 44 espécies de lagartos,nove espécies de anfisbenídeos, 47 deserpentes, quatro de quelônios, três decrocodilianos, 47 de anfíbios anuros eduas de gimnofionos. Dessas,aproximadamente 15% são endêmicas.

Do ponto de vista da coberturageográfica há ainda muito por fazer.Talvez seja essa a mais importante lacunaa ser preenchida para que possamosdefinir as áreas prioritár ias paraconservação na Caatinga. Asamostragens são bastante incipientes, oque torna impossível, salvo para gruposmais bem estudados, como o doslagartos e o dos anfisbenídeos, falar emendemismos.

As informações sobre a distribuiçãodas espécies de anfíbios e de répteisforam uti l izadas para identi f icar eclassificar áreas prioritárias a seremconservadas. No total foram indicadas19 áreas, sendo duas delas de extremaimportância biológica, 12 de muito altaimportância e cinco de provávelimportância, mas insuficientementeconhecidas (Figura 1).

Merecedoras de destaque são as

duas áreas de dunas do médio rio SãoFrancisco (campos de dunas de Xique-Xique e de Santo Inácio, e campos dedunas de Casanova), pois nelas con-centram-se conjuntos únicos de espéciesendêmicas. Por exemplo, das 41 espéciesde lagartos e de anfisbenídeos registradaspara o conjunto de áreas de dunaspraticamente 40% são endêmicas. Alémdisso, quatro gêneros são tambémexclusivos da área.

A criação de áreas protegidas foi aação recomendada para o Domo deItabaiana, Estação Ecológica do Xingó,Raso da Catarina e Raso da Glória,Chapada Diamantina, Chapada doAraripe, serra das Almas, Quixadá/encosta da serra de Baturité, Limoeiro doNorte/Chapada do Apodi, região deencosta da chapada de Ibiapaba, dunase contatos com caatinga cerrado e caririsvelhos. Essas áreas estão inseridas emregiões de elevada diversidade, as quaisabrigam importantes extensões decaatinga relativamente bem preservadas,com alguns endemismos e comdistribuições relictuais. É possível queestudos futuros venham a reconheceralgumas dessas populações relictuaiscomo espécies endêmicas das áreas emque habitam.

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ré P

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Jararaca-da-seca

183

1. Campos de Dunas deXique-Xique e de Santo Inácio

2. Campos de Dunas de Casanova3. Domo de Itabaiana4. Estação Ecológica do Xingó5. Raso da Catarina e Raso da Glória6. Chapada Diamantina

7. Chapada do Araripe8. Serra das Almas9. Quixadá / Encosta da Serra de Baturité10. Limoeiro do Norte / Chapada do Apodi11. Encosta da Chapada de Ibiapaba12. Região de Barreirinhas /

Urbano Santos

Figura 1Áreas prioritárias

para conservaçãode anfíbios e

répteis na Caatinga

DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS INDICADAS

13. Aiuaba14. Estação Ecológica de Seridó15. Cariris Velhos16. Serra de Jacobina17. Cabrobó e Ouricuri18. São Bento do Una19. Parque Nacional da Serra da Capivara

1 - CAMPOS DE DUNAS DE XIQUE-XIQUE E SANTO INÁCIO

Localização: BA: Xique-Xique, Pilão Arcado,Sento Sé, Itaguaçu da Bahia, Gentio doOuro e Barra.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Campos de dunas e camposrupestres.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: baixa (retirada demadeira para lenha. Permite mobilizaçãoda areia pelos ventos).

Importância BiológicaExtremaMuito altaAltaInformação insuficienteLimite estadualLimite do bioma Caatinga

184

Justificativa: Trata-se de um ecossistemaímpar caracterizado por espécies endêmicasque mostram adaptações marcadas para avida subterrânea. É a área com maiordiversidade da Caatinga. As áreas incluídasna margem direita do rio São Franciscoabrigam espécies endêmicas, muitas delasirmãs das da margem esquerda. A Ilha doGado Bravo é outro núcleo de endemismocom espécies próprias. Vale ressaltar aocorrência de pinturas rupestres nãoestudadas em toda a área. Espéciesendêmicas: Calyptommatus leiolepis, C.sinebrachiatus, C. nicterus, Nothobachiaablephara, Procellosaurinus erythrocercus,Psilophtalmus paeminosus, Teopidurusamathites, T. divaricatus, T. pinima; entreoutras.

2 - CAMPOS DE DUNAS DECASANOVA

Localização: BA: Casanova e Sento Sé.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Dunas e afloramentos rochososrelictuais.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; alta riqueza de espécies raras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (agropecuária ecorte de madeira).

Justificativa: Área de dunas relictuais cominúmeras espécies endêmicas com relaçãode parentesco próximas com as do campode dunas de Xique-Xique. A área damargem direita, ainda inexplorada, poderevelar mais endemismos. Espéciesendêmicas: Apostolepis arenarius,Amphisbaena frontalis, Procellosaurinustetradactylus; entre outras.

3 - DOMO DE ITABAIANA

Localização: SE: Campo do Brito, Macambira,Itabaiana, Moita Bonita, Malhador e SãoDomingos.Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Áreas abertas de altitude e matasde encosta.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (lavoura).

Justificativa: Área com espécies endêmicasde anfíbios; alta diversidade de hábitats;áreas de altitude únicas na região; contatoentre mata atlântica/agreste/caatinga;presença de espécies simpátricas;distribuição relictual de Tropidurus hygomi.

4 - ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO XINGÓLocalização: AL: Olho d�Água do Casado,Piranhas e Delmiro Gouveia; SE: Canindéde São Francisco; BA: Paulo Afonso.Importância biológica: Muito alta.Hábitats: Caatinga hiperxerófita arbustivo-arbórea.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Alta riqueza deespécies.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (construção dahidrelétrica de Xingó).Justificativa: Ocorrência de 33 espécies delagartos e serpentes, dentre as quaisdestacam-se duas espécies de distribuiçãorelictual (Tropidurus cocorobensis ePsilophtalmus paeminosus) e uma espécienova do gênero Mabuya.

5 - RASO DA CATARINA ERASO DA GLÓRIA

Localização: BA: Belém do São Franciso,Rodelas, Paulo Afonso, Abaré, Chorrochó,Macururé, Glória, Floresta, Várzea Nova,Jacobina e Miguel Calmon.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga de solos arenosos.

Ação recomendada: Uso sustentável.

185

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: baixa; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (agropecuária).

Justificativa: Caatingas abertas e arbóreasdo Raso da Catarina e da Glória. Abrigaespécies endêmicas (Amphisbaenaarenaria) e relictuais (Tropiduruscocorobensis).

6 - CHAPADA DIAMANTINA

Localização: BA: Morro do Chapéu,Cafarnaum, Utinga, Bonito, Mulungu doMorro, Iraquara, Lençóis, Wagner, RuyBarbosa, Lajedinho, Mucugê, Andaraí,Itaeté, Nova Redenção, Ibicoara ePalmeiras.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Campos rupestres e caatingas.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio deendemismos; média riqueza de espéciesraras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (garimpos eagropecuária).

Justificativa: Área que inclui as caatingasde altitude e seus contatos transicionaiscom os campos rupestres. Há inúmerasespécies endêmicas de lagartos e anuros.Já existe um parque nacional na área. Háuma nova espécie do gênero Gymno-dactylus provavelmente endêmica daregião, onde também ocorre a espécieTropidurus erythrocephalus.

7 - CHAPADA DO ARARIPE

Localização: CE: Araripe, Santana do Cariri,Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha,Abaiara, Crato, Jardim, Porteiras, NovaOlinda, Potengi, Salitre e Campos Sales;PI: Alegrete do Piauí, Fronteiras, Padre

Marcos, Marcolândia e Caldeirão Grandedo Piauí; PE: Araripina, Bodocó, Exu, Ipubi,Serrita, Simões e Moreilândia.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga, cerrado, carrasco emata úmida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (uso sustentável,caça e exploração de fósseis).

Justificativa: Área com alta diversidade,ocorrendo várias espécies de anfíbios elepidossauros, incluindo um caso deendemismo (Mabuya arajara). A regiãoda Chapada do Araripe abrange zonas decontato entre biotas necessitando delevantamentos mais abrangentes. Regiãocom expressivos sít ios fossi l í feros.Abrange áreas protegidas (APA, FLONAe RPPN).

8 - SERRA DAS ALMAS

Localização: CE: Crateús, Ipueiras,Ipaporanga e Poranga; PI: Pedro II, Buritidos Montes e São Miguel do Tapuio; Zonade Conflito (entre MA e PI).

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga, mata seca e carrasco.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (desmatamento).

Justificativa: Área com alta diversidade,contendo várias espécies de lagartos,serpentes e anfíbios interessantes. Osresultados de um levantamento preliminarindicam novos registros para a região,inclusive o jácaré-de-papo-amarelo(Caiman latirostris).

186

9 - QUIXADÁ/ENCOSTA DA SERRADE BATURITÉLocalização: CE: Quixeramobim, Paramoti,Canindé, Quixadá, Banabuiú, Choró, Itatira,Itapiúna, Capistrano, Baturité, Aratuba,Caridade, Madalena, Mulungu e Gua-ramiranga.Importância biológica: Muito alta.Hábitats: Caatinga.Ação recomendada: Investigação científica.Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamentoe caça).Justificativa: Região com zonas de contatoentre o domínio de caatinga circundante e afloresta úmida de altitude da Serra deBaturité. Área de influência para a faunapodendo abrigar grande parte das espéciesombrófilas e endêmicas (p. ex. Colobo-sauroides cearensis), além de conservarpopulações relictuais de Enyalius bibroni.Também inclui uma interessante área comprovável potencial faunístico.

10 - LIMOEIRO DO NORTE/CHAPADA DO APODILocalização: CE: Tabuleiro do Norte,Limoeiro do Norte, Russas, Alto Santo,São João do Jaguaribe, Morada Nova,Quixeré, Jaguaruana, Palhano, Alto Santoe Itaiçaba; RN: Apodi, Governador Dix-Sept Rosado e Baraúna.

Importância biológica: Muito alta.Hábitats: Caatinga arbórea e caatingaarbustiva.Ação recomendada: Proteção integral.Elementos de diagnóstico - Riqueza deespécies: alta; número médio de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta;ocorrência de fenômeno biológico especial.Vulnerabilidade: Grau de alteração: alta;pressão antrópica: alta (exploração demadeira e caça).Justificativa: Área com alta diversidadeindicada pelos levantamentos realizados naChapada do Apodi (22 espécies de serpentes)e na região do rio Jaguaribe, que apresentaum caso de endemismo (Chithonerpetonarii). Zona de contato entre biotas.

11 - ENCOSTA DACHAPADA DE IBIAPABA

Localização: CE: Freicheirinha, Mucambo,Graça, Granja, Reriutaba, Viçosa do Ceará,Moraújo, Tianguá, Ibiapina, Ubajara,Coreaú, Cariré, Pacujá, Varjota, PiresFerreira, Ipu, Hidrolândia, Ipueiras, Croatá,Guaraciaba do Norte, São Benedito eSobral.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Mata de transição, caatingaarbórea e caatinga arbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

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187

Elementos de diagnóstico - Riqueza deespécies: alta; baixo número de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: média;ocorrência de fenômeno biológico especial.Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (exploração demadeira, caça e agricultura).Justificativa: Zona de contato entre odomínio da caatinga circundante e afloresta úmida de altitude. Área deinfluência para a fauna, podendo abrigargrande parte das espécies endêmicas(Colobosauroides cearensis) e populaçõesisoladas (Enyalius bibroni).

12 - BARREIRINHAS/URBANO SANTOSLocalização: MA: Barreirinhas, UrbanoSantos, Santa Quitéria do Maranhão, SãoBernardo e Tutóia.Importância biológica: Muito alta.Hábitats: Dunas, caatinga e cerrado.Ação recomendada: Proteção integral.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; média riqueza de espéciesraras/ameaçadas.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: Média. Grau de alteração: Média.Justificativa: Contato entre dunas dos lençóismaranhenses e enclaves de cerrados emcontato com a caatinga.

13 - AIUABALocalização: CE: Aneiróz, Catarina, Aiuaba,Saboeiro, Jucás, Antonina do Norte eTarrafas.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatinga.Ação recomendada: Proteção integral.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (exploração demadeira para lenha e caça).Justificativa: A área já apresenta umaunidade de conservação, porém nada seconhece sobre a ocorrência da fauna eflora; em especial da herpetofauna.

14 - ESTAÇÃO ECOLÓGICADE SERIDÓLocalização: RN: Serra Negra do Norte,Santana do Seridó, São João do Sabugi,São José do Seridó, Jardim do Seridó,Ouro Branco, Várzea, Caicó, Ipueira eTimbaúba dos Batistas; PB: Santa Luzia,Patos, Malta, São José de Espinharas, SãoMamede, São José do Sabugi, Paulista,Santa Teresinha, Condado, São Bento eVista Serrana.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatiga arbustiva e arbórea.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; média riqueza de espéciesraras/ameaçadas.Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio.Justificativa: Ocorrência de 18 espécies delagartos, entre as quais, um de distribuiçãorelictual (Tropidurus cocorobensis).

15 - CARIRIS VELHOSLocalização: PB: Congo, São João doCariri, Sumé, Cabaceiras, Boqueirão, SerraBranca, Barra de São Miguel, Umbuzeiro,Aroeiras, São João do Cariri e Camalaú.Importância biológica: Muito alta.Hábitats: Caatinga.Ação recomendada: Uso sustentável.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; baixa riqueza de espéciesraras/ameaçadas.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (agricultura).Justificativa: Área de alta diversidade deespécies com algumas delas relictuais ouendêmicas. Destacam-se os lagartosPhyllopezus periosus, Mabuia agmostichae Anotosaura vanzolinia.

16 - SERRA DE JACOBINALocalização: BA: Várzea Nova, Jacobina,Miguel Calmon e Morro do Chapéu.Importância biológica: provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatingas e florestas relictuais.

188

Ação recomendada: Investigação científica.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (exploração demadeira).Justificativa: Inclui caatingas e florestas debaixada e altitude pouco ou nadaconhecidas. Sabe-se de pelo menos umaespécie de lagarto, Anotosaura collaris,que deve ocorrer na área e da qual só seconhece o tipo.

17 - CABROBÓ E OURICURILocalização: PE: Ouricuri, Cabrobó, SantaMaria da Boa Vista, Santa Cruz,Parnamirim, Terra Nova, Orocó e Salgueiro.Importância biológica: provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatinga.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Região sem informaçõessobre a herpetofauna, situada entre áreascom maiores informações sobre adistribuição de aníbios e répteis. Pode vir aapresentar interessantes problemas desimpatria.

18 - SÃO BENTO DO UNALocalização: PE: Alagoinha, São Bentodo Una, Caetés, Capoeiras, Pesqueira,Venturosa, Pedra e Buíque.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatinga/agreste.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: A área está localizada nocontato entre o agreste e a caatinga. Foiincluída por ser pouco conhecida e paracobrir o espaço entre as áreas propostaspara conservação e estudo. A situação decontato poderá resolver alguns problemasde distribuição de répteis e anfíbios.

19 - PARQUE NACIONAL DASERRA DA CAPIVARALocalização: PI: Canto do Buriti, SãoRaimundo Nonato, Coronel José Dias, SãoJoão do Piauí e Dom Inocêncio.Importância biológica: Muito alta.Hábitats: Caatinga arbustiva e arbórea.Ação recomendada: Proteção integral.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (agropecuária).Justificativa: Populações relictuais delagartos do gênero Enyalius, elevadadiversidade de anfíbios e répteis epopulação relictual de Caiman crocodylus.

189

As aves da Caatinga -uma análise histórica

do conhecimento

As aves da Caatinga -uma análise histórica

do conhecimento José Fernando PachecoComitê Brasileiro de Registros Ornitológicos

José Fernando PachecoComitê Brasileiro de Registros Ornitológicos

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INTRODUÇÃO

“Examinando-se as cartasgeográficas do Brasil em queestejam assinaladas os roteirosdos principais naturalistas ecolecionadores de materialzoológico, verifica-se,desde logo, que o Nordeste foisistematicamente evitado....”

Manuscrito de Rodolpho von Ihering(1883-1939)

Existem diversas maneiras de avaliara avifauna de um bioma. As maiselementares podem procurar estabelecer oconjunto principal das espécies ocorrentes,as espécies endêmicas, as quase endêmicase as mais características, a distribuição geraldas espécies pelo bioma e a associaçãodestas com os principais hábitats existentes.Em etapas posteriores se pode buscar umrefinamento dessa avaliação, integrar dadosde outras áreas do conhecimento relativasao bioma ou às espécies componentes epor fim analisar aspectos biogeográficosdessa avifauna.

O mais elementar dos estudos deuma avifauna é aquele que busca determinarquais são as espécies que a constituem.Uma relação sumária e descritiva das aves

que ocorrem num bioma, numa província,enfim em qualquer região delimitada poralgum parâmetro geográfico, ecológico oupolítico. A partir desse conjunto inicial,outros aspectos acessórios, mas não menosinteressantes a uma análise biogeográfica,podem ser acrescentados. O regime depermanência das espécies componentes deuma avifauna (p.ex.: residentes o ano inteiro,visitantes sazonais ou ocasionais) exige aavaliação de dados levantados minima-mente por cerca de um ano.

O que aparentemente pode serinterpretado como elementar, primário oubásico pode encerrar complexidades nãoaparentes. Dificuldades de identificação,falhas, polêmicas e dissensões na inter-pretação dos dados primários podementremear o processo do conhecimentodessas informações. Bolsistas de iniciaçãocientífica, estudantes em geral daornitologia, podem, hoje, com orientaçãoadequada, acessar uma grande quantidadede fontes de informação (melhordepuradas) que permite traçar um quadrobastante abrangente da avifauna queocorre em várias regiões do Brasil. Essarelativa facilidade atual contrasta com asdificuldades de acesso à informação e aescassez de obras sintéticas do passado.

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cap13.pmd 9/12/2003, 14:28190

191

Naturalmente, quanto mais recuar aopassado maior será esse contraste.

É verdadeiro que as análises decomposição da avifauna procedidasrecentemente esbarram na dificuldade decomparar seus resultados com acomposição original, entendendo estacomo aquela existente antes dos principaisprocessos de degradação ambiental. Nãoexistem trabalhos faunísticos repre-sentativos para muitas localidadesbrasileiras que tenham sido executados hámais de 100 anos. Quando existem, essesdados podem ser dificilmente comparáveisdevido à incompatibilidade dos métodosempregados.

Essas dificuldades aliadas aoprocesso dificultoso de resgate ereinterpretação das informações históricasimpediram algumas comparaçõesdesejáveis entre a composição do presentee do passado, embora em alguns casosessas fossem viáveis em certa medida.

No Brasil, a distribuição geográficadas aves começou a ser estabelecida como acúmulo de informações advindas dosinúmeros trabalhos faunísticos pioneiros.Os primeiros catálogos de distribuição dasaves brasileiras foram produzidos porBurmeister (1855-56), Pelzeln (1868-71),Goeldi (1894-1900), Ihering & Ihering(1907) e Snethlage (1914). O maisimportante autor da matéria na primeirametade do século XX, responsável pelodelineamento essencial da distribuição e dataxonomia das aves na região neotropical,foi incontestavelmente C. E. Hellmayr,através especialmente do seu monumentalCatalogue of Birds of the Americas,publicado em 15 volumes entre 1918-1949(Haffer 1974: 29). Foram marcosimportantíssimos da ornitologia brasileiraneste aspecto, os Catálogos de Aves doBrasil de Olivério Pinto (1938, 1944), utéisaté hoje. Utilizando-se de dadosprecipuamente levantados até a década de1950, destaca-se, como obra referencialsintética, a lista de espécies da América doSul, com ênfase na distribuição, de Meyerde Schauensee (1966).

Em compasso com a própria históriade ocupação e colonização, não ésurpreendente que a avifauna da MataAtlântica tenha sido a primeira a serexplorada no Brasil. Com a abertura dosportos às nações amigas, em janeiro de1808, diversas expedições de viajantes-naturalistas estrangeiros iniciaram suasinvestigações científicas, realizadas numprimeiro esforço justamente pelas regiõeslitorâneas (Pinto 1979). O Rio de Janeiro eSão Paulo foram, por toda a fase pioneira,os Estados mais trabalhados. Os estadosda Bahia e do Rio de Janeiro, mesmo antesdesse ciclo de expedições, contribuíramcomo principais centros exportadores dematerial de história natural da América doSul (Berlioz 1959).

O século XIX fora encerrado semdeixar bem delineado o que seria “umaavifauna própria da Caatinga”. A maiorparte do conhecimento das avesnordestinas estava concentrada na MataAtlântica, sobretudo nas numerosíssimasmenções “em aberto” (sem menção delocalidade específica) para a Bahia ou nosnotáveis resultados do Príncipe Maximilianode Wied-Neuwied para este mesmo Estado.Uma combinação de certos registrosresgatados do período do Brasil-Holandês,daqueles reunidos pelo naturalista britânicoWilliam Forbes (1881) e de materialtaxidermizado de origem comercialproveniente de Pernambuco e Ceará,divulgados especialmente no Catalogue ofbirds of British Museum (27 volumes,1874-1898), completava quase tudo o quese podia reunir da composição da avifaunanordestina.

Até a estruturação significativa dascoleções ornitológicas dos principaismuseus brasileiros no início do século XX,a grande maioria dos dados sobre aavifauna brasileira esteve dependente daatividade de naturalistas estrangeiros. Estascoleções aqui sediadas no Museu Nacionaldo Rio de Janeiro (MNRJ) e Museu Paulista(MZUSP) promoveram, através das muitasexpedições a diversos pontos do país,incluindo-se as primeiras investigaçõescientíficas brasileiras ao interior árido

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nordestino, um gradativo e melhorconhecimento da distribuição das avesbrasi leiras. Entretanto, apenas ascoleções seriadas do Museu Paulista, hojeMuseu de Zoologia da Universidade deSão Paulo (MZUSP), serviram efetiva-mente ao propósito de um melhorconhecimento da distribuição, devido àdivulgação, em seu tempo, das loca-lidades de coleta, através das obras e dosnumerosos artigos de Olivério Pinto(apud Pinto 1945, Nomura 1984).

Pretende-se neste estudo demons-trar que o desenvolvimento do conhe-cimento ‘elementar’ da avifauna daCaatinga tardou quando comparado aoutros biomas brasileiros, mas foicomplexo e repleto de personagens; queesteve muitas vezes à margem dos avançosexperimentados pela ornitologia brasileira,mesmo que de forma recorrente tenhadespertado o interesse de naturalistas e

colecionadores; mas, sobretudo, contribuirno reconhecimento das relevâncias eimportância relativa das várias iniciativas deestudo naturalístico no processo secular deinventário qualitativo da avifauna daCaatinga: dos primórdios da colonizaçãoao final da década de 1950.

É planejado aqui, em suma,aprofundar questões históricas deinteresse da ornitologia do bioma daCaatinga, em especial a discussão dostópicos que interferem no processocompilatório dos registros de ocorrênciae no estabelecimento das distribuiçõesgeográficas. E como objetivo secundário,discutir os contextos associados àsdiversas iniciativas pioneiras de exploraçãoe reconhecimento da avifauna, de maneiraa permitir a criação de uma base sólidaque fundamente as futuras análisesregionais de caráter biogeográfico,faunístico e conservacionista.

Zig

Koch

Arara-azul-de-lear

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Tornar o simples complicado é fácil;difícil mesmo é tornar simples ocomplicado...

Charles Mingus (1922-1979)

Tratando-se de um ensaio quepretende abordar o processo cumulativodo conhecimento qualitativo da avifaunavinculada ao bioma Caatinga, o métodoprimordial utilizado foi a abrangentepesquisa bibliográfica e seu estudo crítico.

Para este estudo, o bioma Caatingafoi delimitado a partir das informaçõesencontradas nas obras de Andrade-Lima(1982), EMBRAPA (1993), IBGE (1993) eSampaio (1995). A Caatinga, dessamaneira, compreende uma área apro-ximada de 734.478km2, incluindo partesdos estados do Piauí, Ceará, Rio Grandedo Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,Sergipe, Bahia e Minas Gerais. Assim, essebioma é dominado por um dos poucostipos de vegetação cuja distribuição estátotalmente restrita ao Brasil (Ferri 1980).

Adicionalmente, as áreas detransição entre a Caatinga e o Cerrado(apud IBGE 1993), presentes na drenagemdo rio São Francisco, no norte de MinasGerais (Pirapora como limite meridional),noroeste da Bahia, sul do Piauí e leste doMaranhão foram igualmente consideradasno presente estudo; conquanto, a avifaunada Caatinga (mesmo a endêmica) seextende até essas porções.

De forma detalhada, a fim de reunirsubsídios acerca das numerosas iniciativaspioneiras de inventário e seus impactos noavanço do conhecimento, foram utilizadosos seguintes procedimentos de pesquisabibliográfica:

a) Foram recuperadas, nas obras doscronistas e missionários (e respectivasfontes de apoio), as informaçõesacerca da avifauna que poderiam serassociadas ao bioma Caatinga;

b) Foram relacionados e descritos osprincipais resultados ornitológicos dasexpedições à Caatinga empreendidaspelos naturalistas durante o grandeciclo das expedições científicas;

c) Foram levantados e reunidos osprincipais resultados das iniciativas depesquisa fundamentadas, sobretudo,em coleta de exemplares, efetuadas até1958, que sucederam o ‘grande ciclo’e complementaram o conhecimentoda avifauna;

d) Foi avaliado o papel dessas trêsdiferentes etapas de reconhecimentono estabelecimento de uma avifaunaendêmica ou característica do biomaCaatinga.

O ano de 1958 foi estabelecido comodata limite para apreciação das iniciativasapresentadas neste estudo, porque encerrao período principal da atividade coletora deespécimes da avifauna no bioma.

Foi conferida especial atenção àdescrição de novos táxons realizada a partirde material ornitológico coletado na áreade influência da Caatinga.

Uma compilação suplementar dosregistros disponíveis na literatura, de 1958até dezembro de 2000, para espéciescoletadas ou observadas em algum setorda Caatinga, foi procedida com o propósitode subsidiar eventuais e futuras com-parações com o período aqui investigado.Registros das poucas espécies associadasexclusivamente aos enclaves de ambientesde exceção (brejo nordestino, camporupestre, cerrado) não foram consideradasna produção da lista geral de aves daCaatinga, mas encontram-se citados nocorpo do trabalho com a devida ressalvaquando julgados relevantes.

Uma lista geral (Anexo 1) foi con-cebida de maneira a fornecer os primeirosregistros estaduais de cada espécie; isto é,os primeiros registros de aves nessesestados em ambiente sob o domínio da

MATERIAL E MÉTODOS

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Caatinga. A Bahia foi o único estado a sersubdivido em três regiões distintas. Estasubdivisão (nordeste, região centro-ocidental e sudeste da Bahia) correspondeaos padrões gerais verificáveis dedistribuição das aves na Caatinga. Aexperiência acumulada do autor sobre aavifauna da Caatinga, resultante daparticipação em diversas expediçõescientíficas realizadas ao interior doNordeste, teve utilidade em eventuais juízosde valor e/ou considerações marginaisacerca de dados presentes na bibliografia.

A AVIFAUNA DA CAATINGA ANTESDA ABERTURA DOS PORTOS

Até o advento da “abertura dosportos às nações amigas”, medidacoincidente com a chegada de D. João VIe a corte portuguesa ao Brasil, em 1808, oBrasil era por vezes referido como terraignota, tal o grau de desconhecimento doseu território. A abertura dos portos, e apermissão para que viajantes estrangeirosaqui aportassem, possibilitou que oconhecimento científico de nossas riquezasnaturais experimentasse um crescimentofabuloso naquele século. Até aquelaocasião, o conhecimento de nossanatureza se baseava primordialmente nolivro Historia Naturalis Brasiliae, de 1648(Marcgrave 1942), derivado da experiênciados holandeses no Nordeste, onde oastrônomo Georg Marcgrave (1610-1644)foi figura de relevo. Antes da abertura dosportos, o conhecimento sobre nossas aves,com exceção daquelas descritas porLinnaeus e seguidores com base nosrelatos de Marcgrave, era pequeno, difusoe proveniente de material levado à Europacomo “peça exótica” por navegantes. Tudoque se sabia a respeito da proveniênciadessas peles era “Brasil”, quando não era“América” ou “Novo Mundo”.

Até a década de 1820, a associaçãode um grupo de aves com o bioma daCaatinga era impensada, pois mal seconheciam as aves que ocorriam no Brasil,

e todo o conhecimento reunido, era umamera amostragem dos pássaros “maisnotáveis por sua plumagem, canto ehábitos”, no dizer dos cronistas. No máximoé possível conjecturar, através de um penosoresgate de informações, sobre a avifauna doNordeste dos primeiros séculos decolonização. Mesmo que o registro maisrecuado da palavra tupi “caatinga” sejadatado de 1584 (Cunha 1978, 1982), porter sido utilizado em uma das narrativas domissionário Fernão Cardim (a rigorpublicado 263 longos anos após), apenasna segunda metade do século XIX umaaproximação biogeográfica foi iniciada.

Isso não impediu que algumas avestípicas da Caatinga fossem descritas aindano século XVIII (Rhea americana, Cariamacristata, Nystalus maculatus e Icterusjamacaii) e que algumas associações entrecertas aves e os sertões nordestinos fossemfeitas pelos cronistas pioneiros. Tambémconcorreu para isso, uma invasãoprematura do litoral por certos elementos(quiçá privativos) da avifauna do interiormais seco, motivados pela maior estreitezada faixa litorânea de Mata Atlântica úmidano Nordeste e o desmatamentogeneralizado provocado pelo ciclo da cana-de-açúcar, iniciado ainda no século XVI(Sick & Teixeira 1979, Coimbra-Filho &Câmara 1996). Não pode ser esquecido,ainda, o intenso comércio de aves paracativeiro e alimentação realizado entre osertão e o litoral.

No século XVI e começo do XVII, asinformações sobre uma fauna privativa dointerior do Brasil sequer haviam sidoesboçadas. As regiões brasileiras melhorconhecidas, inclusive do ponto de vistafaunístico, compreendiam a ilha de SãoLuiz e imediações, as faixas litorâneas entrea Paraíba e o Recôncavo Baiano e entre abaía de Guanabara e o litoral de Santos(Pinto 1979, Paiva 1986, 1995, Nomura1996a, 1996b).

O relato da avifauna autóctone porvários cronistas e missionários queresidiram no litoral oriental do Nordeste ouapenas o visitaram durante os trêsprimeiros séculos da colonização (p.ex.,

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Anchieta, Gandavo, Souza, Cardim eBrandão) teve impacto quase nulo sobre azoologia formal (Pinto 1979). Retrato dissoé que dentre todas as obras desse longoperíodo, apenas Marcgrave, e, em muitomenor escala, seu colega Piso, tiveram suasobras consultadas por Linnaeus eseguidores para a descrição formal dasespécies animais e vegetais (veja Tabelas1, 2 e 3). Este último publicou,possivelmente, o primeiro tratado demedicina tropical (Piso 1948), se ocupandotambém de animais e plantas.

Os escritos quinhentistas ouseiscentistas do ciclo de “cronistas emissionários” que de alguma maneiratrataram da história natural do Nordestebrasileiro foram omitidos pelos naturalistaseuropeus, em verdade, porque não setornaram conhecidos em seu tempo ouporque não reuniam descrições capazes deserem aproveitadas. Melhor razãoapresenta Cascudo (1956) quando lembraque os naturalistas do conde de Nassauescreveram em latim, a língua culta daépoca, enquanto diversos dos cronistas dosprimeiros séculos o fizeram em português.Embora Mello-Leitão (1937) os defendarelatando que estes traziam “descrições deexatidão igual ou maior” aquelasencontradas em Marcgrave (Marcgrave1942), é preciso ceder aos argumentos dePinto (1979: 24) quando se manifesta sobreo pouco aproveitamento das contribuiçõeszoológicas de Gabriel Soares de Souza, quevia de regra correspondia ao quadroencontrado nos outros relatos similares deseu período. Os três argumentosenumerados por Pinto (1979) parademonstrar o quão inaproveitáveis eram asdescrições, que seriam em verdade “merasreferências, repletas de confusões e erros”foram: a) referência vaga ou incompletaque permite apenas uma aproximação, b)referência impregnada de imprecisões quepermite uma identificação problemática ec) é de todo impraticável qualquer tentativade identificação.

Paiva (1986) destacou “que não haviamuita distância entre os níveis deconhecimentos biológicos dos grandes

naturalistas do Renascimento e o doshomens cultos seus contemporâneos”.Considerando este contexto temporal, noqual esses cronistas pioneiros viveram, é fácilentender como suas observações podemparecer aos olhos do cientista moderno,pouco precisas, infantis, fantasiosas, cheiasde credulidade e impregnadas de erroselementares. Não se poderia esperar muitode homens sem uma formação denaturalista, que mesmo na Europa veio adesenvolver-se, em suas várias disciplinas,apenas no século XVII. Eram todos,rigorosamente, apenas observadoresesforçados, uns mais talentosos em seusdepoimentos que outros. Com efeito, aprópria disciplina zoológica dava seusprimeiros passos na Europa no século XVI,com Conrad Gesner, Pierre Belon e UlissesAldrovandi, esse último, “fundador” dotermo ornitologia (Stresemann 1975).

Essas fontes, em suma, sãorelevantes na medida em que, mantidas aslimitações e na ausência de registros demaior exatidão, fornecem indícios ouevidências de ocorrências pretéritas deanimais e plantas em nosso país. Logo,tornam-se mais importantes no Nordeste,considerando que essa é a região brasileiraque, secularmente, mais sofreu em termosde descaracterização ambiental (Coimbra-Filho & Câmara 1996).

PIONEIROSAs poucas citações sobre a avifauna

do célebre catequista Padre Joseph deAnchieta inseridas em sua Carta (cf. Leite1954-1960), preciosa sobre outrosaspectos, foram tidas por Pinto (1979),como essencialmente “perfunctórias”.Garcia (1922: 863) já afirmara que suaEpístola “carece de requisitos essenciaispara ser arrolada entre depoimentoscientíficos”. Em sua maioria, tais citaçõesparecem estar associadas com o litoral daantiga Capitania de São Vicente (= SãoPaulo), de onde a escreveu e datou (31 demaio de 1560), contudo, a menção decertos animais, como o peixe-boi marinho,atesta sua experiência anterior no litoral do

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Espírito Santo e Bahia. Curiosamente,menciona o “avestruz americano”, queseria a nossa ema, Rhea americana,própria dos campos do interior (portanto,Cerrado e Caatinga). É oportuno lembrarque naquela época os indígenas do litoraljá usavam penas de ema, segundo contara,em 1578, Jean de Léry (Léry 1941).Possivelmente as conseguiam por trocacom as tribos vizinhas do interior ou emincursões ao sertão. Portanto, isto nãoserviria como evidência de que as emasocorreriam no litoral percorrido porAnchieta ou mesmo que o Padre tenhapercorrido o sertão. Pinto (1979) lamentouque Anchieta tenha concedido às aves umlugar muito secundário dentre seusexemplos de citação da fauna (apenas dezmenções no total), assinalando que,algumas vezes, ele participara dacredulidade de seus contemporâneos, aoacreditar que os beija-flores “alimentam-se só de orvalho”.

O cronista português Pero deMagalhães Gandavo, autor do que seria aprimeira História do Brasil, publicada emLisboa em 1576, concedeu bastanteespaço aos assuntos de História Natural,mas foi breve com relação às aves (Pinto1979: 23). Apenas cerca de 15 “castas” deaves foram mencionadas em suas duasobras, sobretudo geográficas (Gandavo1980). Segundo consta, ele teriapercorrido, por não mais de cinco anos olitoral das capitanias de Itamaracá, Bahia,Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, Riode Janeiro e São Vicente e, pelo menosnuma das suas descrições, mencionapapagaios de nome anapuru que “criam-se muito longe pelo sertão adentro”.Poderia estar se referindo apenas aospapagaios Amazona aestiva, por queafirmou que se tornariam mansos,domésticos e “se acomodariam àconversação da gente”. Mas há con-trovérsias sobre a identidade dospsitacídeos assim denominados, inclusiveuma, que defende ser o anapuru umaespécie extinta precocemente da MataAtlântica pela invasão européia (Dean1996: 67). Mencionam também as

“hemas”, que seriam aves de pernasgrandes, que pastariam ervas, senão emcampinas desimpedidas de matos earvoredos, e cujas penas seriamaproveitadas nos chapéus e gorros dosmilitares (já em 1570!). Gandavo, pareceser o primeiro a usar ema em lugar deavestruz ou nhandu (tupi) (Pinto 1979).

O autor da enciclopédica obraNotícia do Brasil ou Tratado Descriptivodo Brazil em 1587, o fazendeiro português,mais tarde Capitão-Mor e Governador,Gabriel Soares de Souza, radicado naBahia, foi o mais abrangente dos escritoresdo século XVI que se ocuparam com adescrição da natureza brasileira. Oferecidapelo autor ao rei Filipe II da Espanha, em1587, foi publicada de forma completa,porém sem autoria, em Lisboa, apenas em1825. A autoria de Souza foi estabelecidasomente em 1851 pelo famoso historiadorFrancisco Adolfo de Varnhagen e a partirdaí outras edições vieram a lume (p. ex.:Souza 1971). Diferentemente dos demaisautores de sua época, ele não se ocupouapenas dos animais de interesse imediatoaos índios e colonos, ou daqueles grandese notáveis, mas, também, das imundícias,assim consideradas as espécies de menorimportância, como insetos e anfíbios (Paiva1986, 1995). Proprietário de terras e senhorde engenhos durante dezessete anos noRecôncavo Baiano (chegara em 1567), eleinseriu em sua obra doze capítulosdedicados ao mundo alado, começandopor um intitulado “Sumário das aves quese criam na terra da Bahia de Todos osSantos”, quase todos acompanhados dosrespectivos nomes tupis. Para oornitologista, frisa Pinto (1979),“infelizmente, há bem pouca coisaaproveitável nessa contribuição”,parecendo que Souza, “melhor geógrafo ebotânico do que zoologista (...) se valeraapenas da lembrança”, cometendoflagrantes erros e confusões. Nesse sentido,é verificável que apenas cerca de 20% dasoitenta aves por ele mencionadas elaconicamente descritas puderam seridentificadas ao nível de espécie, muitas –quando possível – por analogia com os

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nomes vulgares fornecidos. Em suamaioria, fizeram parte deste grupo deidentificáveis, as aves de ampladistribuição ou privativas do litoralflorestado do Recôncavo Baiano. Deinteresse para a presente compilação doconhecimento sobre as aves da Caatinga,apenas a menção – mais uma vez – dasemas ou nhandus (Rhea americana),acompanhada da observação de que “osíndios aproveitavam suas penas para fazerrodas de penachos, usadas durante suasfestas”.

Neiva (1929) considerou o livro deSouza como “o marco inicial da zoologia ebotânica no Brasil”, por julgá-lo certamentea mais copiosa das resenhas de HistóriaNatural do século XVI.

Entretanto, o Padre Leornardo doValle preparara “a maior soma de nomesde animais e de produtos animais, antesdo magistral Gabriel Soares de Souza”,relacionando 351 nomes de vários gruposzoológicos, acompanhados de algumascaracterísticas que permitem identificar asespécies envolvidas (Papavero & Teixeira1999). Em termos numéricos, Souzasupera o Padre Leornardo do Valle empoucas espécies. A identificação dasespécies presentes no manuscrito datadode 1585 (do qual existem três cópias,incluindo uma na Biblioteca Nacional doRio de Janeiro) [ainda] será realizada emum prometido “Dicionário Histórico dosAnimais do Brasil” (Papavero & Teixeira1999).

O Padre Fernão Cardim, daCompanhia de Jesus, autor, dentre outrasobras, dos Tratados da Terra e Gente doBrasil, chegou à Bahia em 1584, residindoe percorrendo as mesmas capitanias queGandavo (Pinto 1979, Cardim 1980).O Tratado fora anonimamente publicadoem inglês por um famoso colecionadorlondrino em 1625, porque havia sidopilhado, em 1598, pelo pirata inglês FrancisCook. Pinto (1979: 15) ressalta elogiosa-mente que:

“as aves referidas por Cardim são emnúmero mais restrito do que as de GabrielSoares; em compensação, as descrições,

apesar dos defeitos e incorreçõesinevitáveis, mostraram-se ordinariamentemuito mais completas e pormenorizadas,a ponto de nos permitirem determinar-lhesgeralmente o sentido, ainda quando sehaja omitido o nome daquilo a que seaplicam.”

Ao todo, são descritas ou men-cionadas cerca de 35 espécies. O fato deque Cardim fora reitor do Colégio da Bahia,pelo menos de 1590 a 1595, sugere comoproveniente dessa capitania em particular– ou do Nordeste em geral – a maior partede suas observações naturalísticas (Pinto1979). Menções merecedoras de crédito aomacuco, araponga, mutum e quereiuá,Cotinga maculata, atestam um contatoestreito com a avifauna primeva da MataAtlântica baiana. São dignos de menção, apresença inquietante do guigrajuba(Guaruba guarouba) e a do anapuru,dentre o rol de aves tratadas por Cardim.Do primeiro, ele informa que “muitoestimados, por se trazerem de duzentas outrezentas léguas”, e do segundo “papagaio,formoso de cores variadas – vermelho,verde, amarelo, preto, azul, pardo, cor derosmaninho”. Sobre este último, veja osbreves comentários, cinco parágrafos atrás,onde está registrada a menção de Gandavoao intrigante (e mesmo?) anapuru.

Cardim é outro escritor a mencionara ema, com o nome de nhandugoaçu,destacando sua abundância e dando umaboa indicação de procedência para umlegítimo representante da Caatinga: “masnão andão senão pelo sertão dentro”.

Contudo, em se tratando de raridadeda Caatinga a mais instigante das avesdescritas por Cardim é a araruna,etimologicamente arara-preta:

“he todo preto espargido de verde, que lhedá muita graça, e quando lhe dá o sol ficatão resplandescente que he para folgar dever; os pés tem amarellos, e o bico e osolhos vermelhos; são de grande estima,por sua formosura, por serem raros, pornão criarem senão muito dentro pelosertão e de suas penas fazem seusdiademas, e esmaltes”

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Não se pode negar a grandepossibilidade de Cardim estar descrevendo(com alguns defeitos inevitáveis de quefalou Pinto) a arara-azul-de-lear, Ano-dorhynchus leari, uma das poucasespécies endêmicas da Caatinga. Esta seriaa mais antiga e desavisada das menções aessa arara. Cardim tem a seu favor aproximidade entre o médio curso do rioVaza Barris, Bahia, pátria verificada destasararas (Sick et al. 1987), e a cidade deSalvador, centro de suas observações. Aúnica outra possibilidade de associação(porém improvável) seria com a arara-azul-grande, Anodorhynchus hyacinthinus, queocorre bem mais distante de Salvador (nocerrado do oeste da Bahia) e que,diferentemente de A. leari, não possui aplumagem azul-esverdeada ou “espargidade verde”.

De interesse da ornitologia doNordeste são as notas naturalísticascontidas no Diálogo das Grandezas doBrasil, de um certo Ambrósio FernandesBrandão, dito português (Pinto 1979).Radicado desde sua chegada ao Brasil, em1583, na zona da mata de Pernambuco eParaíba, é deste último estado que escreve,em 1618, os seis “capítulos” que compõemos Diálogos (Paiva 1986, 1995). Entre1848, quando pela primeira vez foipublicada, até 1930, a obra havia sidoimpressa apenas em periódicos e, algumasvezes, de forma incompleta (Paiva 1986,1995). Depois disso registram-se quatroedições (p.ex., Brandão 1968). Dentre ascerca de 70 espécies mencionadas,especialmente as de maior porte e deinteresse para a caça, algumas poucas sãoda Caatinga, tais como, a ema, a seriemae as “hyendaya, que se criam no sertão”.No último caso, possivelmente emreferência a Aratinga jandaya.

Dos cinco cronistas alçados porPaiva (1986, 1995) à condição de maisimportantes pioneiros da zoologianordestina dos séculos XVI e XVII, afora osnaturalistas holandeses, três deixam de seraqui melhor tratados porque estãoassociados exclusivamente ao litoral do

Maranhão: Claude d’Abbeville, Yvesd’Evreaux e Frei Cristovão de Lisboa (Souzae Brandão, tratados anteriormente, foramos outros dois). Esses três missionários daordem dos capuchinhos, baseados na Ilhade São Luiz, a julgar por seus relatos e peloconjunto das aves mencionadas, nãochegaram a conhecer a Caatinga (Pinto1979, Oren 1990, Nomura 1996c).

Em se tratando de zoologia, a melhorcontribuição das três, a de Cristovão deLisboa, foi a única não publicada em seutempo, pois, depois de recuperada nos anos1930, após ficar por muito tempo perdida,veio a ser impressa pela primeira vez apenasem 1967, melhor dito 340 anos depois deescrita (Paiva 1986, 1995, Oren 1990). Afeitura desse códice de árvores e animais,entre 1624 e 1627, antecede em duasdécadas a publicação do célebre livro deMarcgrave, de 1648 (Marcgrave 1942), e seconstitui na primeira fonte brasileira deHistória Natural que se fez acompanhadapor desenhos. Esses três missionáriostiveram, mesmo que em São Luiz, aoportunidade de travar contato com umafauna “mais amazônica”, que presen-temente está confinada, dia após dia, cadavez mais ao oeste do Maranhão (Oren 1988).

A ORNITOLOGIA DO NORDESTENO PERÍODO HOLANDÊS

É fundamental, e inigualável em todoo período colonial, a contribuição dosnaturalistas que aqui trabalharam, durantea ocupação holandesa no Nordestebrasileiro, para o desenvolvimento dasciências naturais, Georg Marcgrave (1610-1644) e Wilhelm Pies (latinizado GuilhermePiso, 1611-1678). A convite do cultopríncipe Johann Moritz von Nassau-Siegen(Príncipe Maurício, Conde de Nassau),governador das possessões holandesas, oastrônomo Marcgrave e o médico Piso,foram os primeiros verdadeiros cientistasa entrar em contato direto com a naturezabrasileira.

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Marcgrave chegou ao Brasil emmarço de 1638 e regressou à Holanda, nacompanhia de Maurício de Nassau, em 23de maio de 1644. Nesse período, em trêsexpedições, palmilhou os atuais estados dePernambuco, Paraíba e Rio Grande doNorte, embora tenha permanecido maistempo na cidade de Mauritsstad, atualRecife (Gudger 1912 apud Teixeira 1992a).Contribuiu para o sucesso de Marcgrave,o declarado interesse de Nassau pelasciências, que antes mesmo de sua posse,ainda na Holanda, preparava as condiçõesnecessárias junto à Companhia das ÍndiasOcidentais, para a realização de “umaexpedição científica, destinada a exploraros domínios de além-mar” (Garcia 1922:863, Sick 1997). Esta produtiva associaçãoentre naturalistas e pintores, durante ostrinta anos de ocupação holandesa (1624-1654), foi inequívoca justamente no“período mauriciano” (1637-1644) (Teixeira1992a, 1995).

As fartas observações acumuladas,no campo da zoologia e da botânica, forammagistralmente reunidas na obra HistoriaRerum Naturalis Brasiliae, em oito livrosou partes, organizada por seu compatriotaJohannes de Laet e publicada emAmsterdã no ano de 1648. O sábio francêsCuvier haveria registrado (apud Sick 1997:48) que Marcgrave teria sido “o mais hábil,o mais exato de quantos tenham descritoa história natural dos países remotosdurante os séculos XVI e XVII”. Esta obrafoi por mais de 150 anos a “única fontefidedigna disponível sobre a faunabrasileira” (Teixeira 1992a).

Os animais foram descritos, segundoos nomes indígenas coligidos, acom-panhados de notas biológicas e infor-mações sobre a utilização dos mesmospelos nativos. A parte referente às aves(Livro V) é composta de 113 descrições e54 figuras (Marcgrave 1942). Algumasdessas descrições e ilustrações serviram debase, um século mais tarde, integral ouparcialmente, a vários batismos formais deLinnaeus (1758) e seus seguidores, com oadvento da nomenclatura binominal por elepróprio estabelecida.

Desde 1815, o acervo ornitológico(texto e iconografia) deixado por Marcgravee artistas da corte de Nassau foi examinadopor diversos especialistas (Lichtenstein1961, Schneider 1938, Pinto 1942). Faziamparte desse conjunto, além da obraimpressa, pinturas a óleo sobre papel, alémde poucos guaches, desenhos em nanquime crayons atribuídos a Albert Eckhout,Zacharias Wagener e ao próprio Marcgrave(Albertin 1985, Teixeira 1992a, 1995,Whitehead & Boeseman 1989). Foramexatamente as ilustrações presentes na obrade Marcgrave (ou elaboradas em paralelo àmesma) que fizeram o grande diferencialentre a sua obra e a grande maioria dasobras nos três primeiros séculos de colo-nização brasileira. Até hoje, como acontececom as evidências materiais preservadas(pele, fotografia, etc.) de qualquer registro,o acervo iconográfico legado pelos artistasholandeses torna possível a verificaçãoindependente da identidade.

Um estudo mais recente, melhorelaborado e mais abrangente, teve apossibilidade de comparar as várias fontesiconográficas relacionadas ao acervoornitológico, e foi capaz de retificar algumasfalhas históricas e revelar um certo númerode novidades ainda não devidamentedivulgadas (Teixeira 1992a). Analisandotodo o acervo, foi determinado que havia adescrição (ou indicação) de 174 aves,incluindo 25 indeterminadas, quatrodomésticas, três marinhas e oito exóticas(Teixeira 1992a: 111). Do conjunto de 134espécies autóctones (subtraídas asindeterminadas, marinhas, domésticas eexóticas) foram discriminadas (Teixeira1992a: 111-12) 66 espécies (44%) de“paisagens antrópicas”, 34 de “aquáticas”,13 de hábitos “florestais”, 11 “cujapresença parece ter sido registrada a partirde espécimes cativos” e, finalmente, quatro“escassas” espécies da Caatinga (Rheaamericana, Cariama cristata,Sericossypha loricata e Crypturellusnoctivagus zabele).

As indicações geográficas na obra deMarcgrave (1942) são bastante raras,contando-se apenas cinco casos dentre as

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113 descrições. No que concerne àCaatinga, interessa a menção de que a emaocorreria em grande número nos “camposde Sergipe e Rio Grande [do Norte], masnão em Pernambuco” (!), de que a‘curicaca’ (Theristicus caudatus) e o ‘aiaia’(Ajaia ajaja) seriam abundantes oufreqüentes junto ao rio São Francisco e queo ‘urubu’ (Cathartes burrovianus, sensuTeixeira 1992a) voaria em grandes bandosem Sergipe e no rio São Francisco. Nesseúltimo caso, reconhece Teixeira (1992a: 38)que estes autores podem não ter

distinguido entre si alguns dos diversosCathartidae da região.

Considerando a impossibilidade dedeterminar a origem precisa das espécies, seprovenientes da região da Mata ou daCaatinga, foi resolvido considerar todas asespécies ocorrentes na Caatinga na indicaçãode aproveitamento nomenclatural das fontesmarcgravianas (texto ou ilustração) pelosdescritores do século XVIII e XIX.

Diversas das fontes presentes naHistoria Naturalis de Marcgrave (1942)

Tabela 1 - Espécies ocorrentes na Caatinga descritasprecipuamente a partir de Marcgrave ou Piso.

Struthio americanus Linnaeus, 1758 = Rhea americanaStruthio rhea Linnaeus, 1766 = Rhea americanaProcellaria brasiliana Gmelin, 1789 = Phalacrocorax brasilianusMycteria americana Linnaeus, 1758 = Mycteria americanaIbis nandapoa Vieillot, 1816 = Mycteria americanaCiconia mycteria Lichtenstein, 1819 = Jabiru mycteriaArdea maguari Ardea maguari Ardea maguari Ardea maguari Ardea maguari Gmelin, 1789 = Ciconia maguariAnas brasiliensis Gmelin, 1789 = Amazonetta brasiliensisAnas mareca Bonnaterre, 1790 = Amazonetta brasiliensisFFFFFalco uralco uralco uralco uralco urubitingaubitingaubitingaubitingaubitinga Gmelin, 1788 = Buteogallus urubitingaParra viridis Gmelin, 1789 = Porphyrula mar tinicaParra brasiliensis Gmelin, 1789 = Jacana jacanaParra nigra Gmelin, 1789 = Jacana jacanaPalamedea cristata Linnaeus, 1766 = Cariama cristataMicrodactylus marcgravii Geoffroy, 1809 = Cariama cristataPsittacus aracanga Gmelin, 1788 = Ara chloropteraCuculus cornutus Gmelin, 1788 = Piaya cayana pallescensCrotophaga ani Linnaeus, 1758 = Crotophaga aniCuculus guira Gmelin, 1788 = Guira guiraStrix brasiliana Gmelin, 1788 = Glaucidium brasilianumCaprimulgus torquatus Gmelin, 1789 = Hydropsalis torquataTrochilus thaumantias Linnaeus, 1766 = Polytmus guainumbi thaumantiasAlcedo maculata Gmelin, 1788 = Nystalus maculatusLanius pitangua Linnaeus, 1766 = Megarynchus pitanguaOriolus japacani Gmelin, 1788 = Donacobius atricapillusOriolus jamacaii Gmelin, 1788 = Icterus jamacaiiTanagra flava Gmelin, 1789 = Tangara cayana flavaTanagra loricata Lichtenstein, 1819 = Sericossypha loricata

Em negritonegritonegritonegritonegrito estão indicadas as descrições válidas.

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foram aproveitadas como fundamentodescritivo das milhares de espécies quepassaram a ser “minimamente” carac-terizadas pelos seguidores do sistemalineano. Cabe mencionar que, às vezes,algumas das descrições de Marcgraveforam tratadas em obras “buffonianas”antes de serem batizadas pelos autores daescola lineana (veja Pacheco 1997a). Umprimeiro grupo (n = 28) (Tabela 1) é formadopelas espécies que foram descritasprimordialmente com base em Marcgravee cujas indicações originais se apóiam

exclusivamente nessa fonte. Num outrocaso, os autores lineanos combinaramduas ou mais fontes (p.ex. Marcgrave, doBrasil, com Sloane, da Jamaica) paradescrever espécies que consideraram, emsuas análises, como as mesmas, o quenem sempre se manteve como correto.Estas combinações se dividem entreaquelas que privilegiaram as informações(incluindo as de natureza geográfica) deMarcgrave (n = 12) (Tabela 2) e outras queapenas a usaram de maneira secundária(n = 9) (Tabela 3).

Plotus anhinga Linnaeus, 1766* = Anhinga anhingaPlatalea ajaja Linnaeus, 1758 = Ajaia ajajaPalamedea cornuta Linnaeus, 1766 = Anhima cornutaAnas carunculata Lichtenstein, 1819* = Sarkidiornis melanotos sylvicolaPsittacus ararauna Linnaeus, 1758 = Ara araraunaStrix tuidaraStrix tuidaraStrix tuidaraStrix tuidaraStrix tuidara J. E. Gray, 1829 = Tyto alba tuidaraTrogon curucui Linnaeus, 1766 = Trogon curucuiLanius nengeta Linnaeus, 1766* = Fluvicola nengetaHirundo tapera Linnaeus, 1766* = Progne taperaTanagra sayaca Linnaeus, 1766* = Thraupis sayacaTTTTTanagra jacarina anagra jacarina anagra jacarina anagra jacarina anagra jacarina Linnaeus, 1766 = Volatinia jacarinaEmberiza brasiliensis Gmelin, 1789 = Sicalis flaveola brasiliensis

Tabela 2 - Espécies ocorrentes na Caatinga, descritas com base em Marcgrave e outras fontesestranhas ao Brasil, mas cuja localidade-tipo foi restringida no Nordeste do Brasil.

* Fonte adicional da descrição não indicada por Teixeira (1992).Em negrito estão indicadas as descrições válidas.

Ardea cocoi Linnaeus, 1766 = Ardea cocoiArdea soco Vieillot, 1817* = Ardea cocoiArdea chalybea Stephens, 1819* = Butorides striatusArdea brasiliensis Linnaeus, 1766* = Tigrisoma lineatumCancroma cancrophaga Linnaeus, 1766 = Cochlearius cochleariusIbis alba Lesson, 1831 = Theristicus caudatusScolopax guarauna Linnaeus, 1766 = Aramus guaraunaParra jacana Linnaeus, 1766 = Jacana jacanaTrochilus elatus Linnaeus, 1766 = Chrysolampis mosquitus

Tabela 3 - Espécies ocorrentes na Caatinga descritas com base em fontes estranhas ao Brasil,mas secundariamente baseadas em Marcgrave.

* Binômio não indicado em Teixeira (1992).Em negrito estão indicadas as descrições vál idas.

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A obra de Guilherme Piso, incontes-tável em sua importância como tratadopioneiro de medicina tropical (Piso 1948),é, quanto ao aspecto da História Natural,bastante inferior aquela de Marcgrave,conjuntamente publicada por J. de Laet em1648 (Pinto 1979). Na maioria dos casos,os escritos de Piso nessa área forambaseados naqueles de Marcgrave, do qualfoi chefe, e carecem de originalidade.Embora haja uma preocupação maior pelohábitat e a biologia das pouco menos de50 espécies tratadas, o autor se mostrou“mal preparado” para esse mister (Pinto1979). A única das aves descritas por Pisoque deixou de ser tratada por Marcgravefoi o “maiagué”, base precípua deProcellaria brasiliana Gmelin, 1789 (hoje,Phalacrocorax brasilianus).

Outros autores do ciclo holandês(1624-1654) que se ocuparam da HistóriaNatural, notadamente Zacharias Wagener,Joan Nieuhof e Gaspar von Baerle (Garcia1922, Pinto 1979, Boeseman 1994, Paiva1995, Nomura 1997), deixam de ter seusdados tratados aqui pela quase completafalta de conexão com os temas de interesseda avifauna da Caatinga.

SÉCULO XVIII:À MARGEM DOS PROGRESSOSDA ORNITOLOGIA

Após a expulsão dos holandeses, oBrasil retorna à condição de terra ignotaaos olhos da comunidade científica, umavez que não havia interesse da Metrópoleem favorecer qualquer divulgação dariqueza dos três reinos aqui existentes (Pinto1979). A principal iniciativa portuguesa doséculo, a célebre Viagem Filosófica pelasCapitanias do Grão-Pará, Rio Negro, MatoGrosso e Cuiabá, entre 1783 e 1792,capitaneada pelo baiano AlexandreRodrigues Ferreira, doutor em filosofia pelaUniversidade de Coimbra, passou ao largodo Nordeste (Cunha 1991, Nomura 1998).

Do escasso conjunto de novenaturalistas, viajantes estrangeiros esertanistas que escreveram sobre História

Natural através de informações colhidas,diretamente por eles, em território brasi-leiro, apenas Francisco Antônio deSampaio o fez com base na naturezanordestina (Nomura 1998). Sampaio,médico português radicado na Bahia nametade do século XVIII, deixou doismanuscritos: o primeiro tomo, dedicado aoreino vegetal, é de 1782 e o segundo,dedicado ao reino animal, é datado de1789. Tal material foi reunido e publicadoem conjunto apenas neste século (Sampaio1971). Suas observações sobre a avifaunaforam sediadas na Vila de Cachoeira,atualmente cidade do mesmo nome, noRecôncavo Baiano, a 116km de Salvador.Um exercício de identificação foi feito porJ. F. Pacheco (Nomura 1998: 107) combase nos referidos escritos e ilustrações.A maioria das 44 espécies descritas efiguradas é de capoeiras, roças e ambientesaquáticos. Poucas, como o jaó (Cryp-turellus noctivagus), o tucano (Ram-phastos vitellinus) e o japu (Psarocoliusdecumanus), exemplificam a avifauna daMata Atlântica de sua região. O autor nãofaz menção ao sertão e à Caatinga em seusrelatos da avifauna, se bem que as poucasespécies típicas do semi-árido (Cyanocoraxcyanopogon, Icterus jamacaii e Paroariadominicana) notadas por ele em Cachoei-ra, comprovam a prematura colonizaçãodas áreas do litoral, abertas pelo homemdesde o início do processo de ocupação.

Embora o Brasil tenha se mantido “àmargem dos progressos que a ornitologiaextra-européia ia realizando a passos largos”durante todo o século XVIII, como registrouPinto (1979), o profícuo período descritivodas aves do Novo Mundo, iniciado comLinnaeus, Brisson e Buffon, utilizando-se dediferentes conceitos e métodos de“descrever o mundo natural” (Stresemann1975), não foi completamente nulo paraa ornitologia brasileira (Tabela 4). Da mesmaforma, que nos séculos precedentes,animais do Novo Mundo continuavam sendolevados para a Europa, por navegantes(comerciantes ou aventureiros), sem aindicação precisa de procedência. Essecomércio de produtos naturais, melhor dito“tráfico de curiosidades”, sem a anuência

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das autoridades portuguesas, jamais foiinterrompido e era estimulado por“colecionadores de raridades”, que deviamrecompensar financeiramente muito bemos seus agentes. De uma maneira ou outra,araras, maracanãs, papagaios, beija-florese pássaros coloridos, como o tiê-sangue(Ramphocelus bresilius), chegaram àEuropa ainda nos primeiros anos de 1500(Stresemann 1975: 27, Sick 1981a). Como progresso das técnicas de preservaçãode aves coletadas, iniciado de formaincipiente na metade do século XVII edesenvolvido durante o final do século XVIII,os gabinetes de souvernirs e museus deHistória Natural se disseminaram. Nessafase foi criado, em 1784 no Rio de Janeiro,um pequeno museu histórico-natural,oficialmente Casa de História Natural, maistarde cognominada pelo povo de “Casa dosPássaros”, que tinha em seu diretor,Francisco Xavier Cardoso Caldeira, umexímio taxidermista de aves (Pinto 1979).

SÉCULO XIX: O INÍCIO DOGRANDE CICLO DASEXPEDIÇÕES CIENTÍFICASESTRANGEIRAS

O início da etapa mais importante nadireção da revolução descritiva das aves doBrasil derivou diretamente de umacontecimento cotingencial da mais altasignificância para a História do país,conforme descreve Lisboa (1997: 29):

“Com a vinda da corte portuguesa aoBrasil, em 1808, não só os portos se abrirampara as “nações amigas”, mas também asportas para a entrada de estrangeiros. Acolônia vive então o fim do exclusivismoportuguês. Comerciantes, especialmenteingleses, artistas franceses e imigrantes,além de viajantes naturalistas de váriasregiões do Velho Mundo, têm a permissãode estudar o que o país desconhecidoparecia prometer em novidades.”

* nome pré-ocupado; ** suprimido pela Comissão Internacional de NomenclaturaEm negrito estão indicadas as descrições válidas.

Tabela 4 - Espécies ocorrentes na Caatinga descritas no século XVIII.

Anas moschata Linnaeus, 1758 “India” Cairina moschataPsittacus araracina Linnaeus, 1776 Sem localidade Ara araraunaAra araraunaAra araraunaAra araraunaAra araraunaPsittacus caeruleus Gmelin, 1788 Sem localidade Ara araraunaAra araraunaAra araraunaAra araraunaAra araraunaPsittacus aureus Gmelin, 1789 supostamente Brasil Aratinga aureaPsittacus brasiliensis Latham 1790* Brasil Aratinga aureaPsittacus aestivusPsittacus aestivusPsittacus aestivusPsittacus aestivusPsittacus aestivus Linnaeus, 1758 America Amazona aestivaTTTTTurdus atricapillaurdus atricapillaurdus atricapillaurdus atricapillaurdus atricapilla Linnaeus, 1766 “Cabo da Boa Esperança” Donacobius atricapillusTurdus cyaneus P. L. S. Müller, 1776 “Cabo da Boa Esperança” Donacobius atricapillusLoxia dominicana Linnaeus, 1758 Brasil Paroaria dominicanaLoxia dominica Linnaeus, 1776 Brasil Paroaria dominicanaFringilla larvata Boddaert, 1783 Brasil Paroaria dominicanaFringilla flava P.L.S. Muller, 1776 Brasil ? Sicalis flaveolaLoxia crispa P.L.S. Müller, 1776* Brasil Sporophila lineolaSporophila lineolaSporophila lineolaSporophila lineolaSporophila lineolaLoxia fusca Hermann, 1783* Brasil Sporophila lineolaLoxia bouvreuil P.L.S. Müller, 1776 “I’île de Bourbon” Sporophila bouvreuilLoxia nigroaurantia Boddaer t, 1783 “I’île de Bourbon” Sporophila bouvreuilLoxia aurantia Gmelin, 1789 “I’île de Bourbon” Sporophila bouvreuilLoxia angolensis Linnaeus, 1766 “Angola Oryzoborus angolensisLoxia caerulea var. β Gmelin, 1789:863 Brasil Passerina brissoniiLoxia cyanea Linnaeus, 1758:174 ** “Angola” Passerina brissonii

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Nem todos os naturalistas, pilares daornitologia, que fizeram parte do “GrandeCiclo das Expedições”, travaram contatocom a Caatinga. Neste sentido, é de selamentar que o austríaco Johann Natterer,“o príncipe dos coletores” e o maior nomede nossa ornitologia desse período (Straube2000), tenha desistido de recolher materialno Nordeste. Muito embora pretendesse,após sua longa permanência pelo interiordo Brasil Central e Amazônia, atravessar osestados mais setentrioniais do Brasil –Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande doNorte, Paraíba e Pernambuco – seu desejofoi abortado pelo temor imposto pelosrevoltosos da Cabanagem, movimentopopular contra as autoridades provinciaisque irrompera exatamente quando de suachegada a Belém (Vanzolini 1993, Azevedo1997, Straube 2000). Se Natterer, “exímiodescobridor de miudezas”, houvesse tidoa chance de coletar no Nordeste, épraticamente certo que novidades einformações sobre a distribuição de várioselementos da avifauna – levantados apenasnesse início de século por seu conterrâneoOtmar Reiser – teriam sido antecipadas.

Nesta rica etapa de investigaçãoornitológica, o príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied foi o primeiro naturalista – na acepçãomais ampla deste vocábulo cuja única paixãoera desvendar os segredos da natureza (Pinto1979: 74) – a contatar diretamente umaavifauna com elementos da Caatinga. Quandodecidiu investigar os nossos sertões, estandona então Vila de Ilhéus, no litoral da Bahia, em21 de dezembro de 1815, o Príncipe teve apossibilidade de encontrar na região planálticade Vitória da Conquista, uma área de tensãoecológica, onde elementos ornitológicos doCerrado, Caatinga e Mata Atlântica sealternavam em mosaicos de vegetação.Seguiu em direção a Salvador, cruzandotrechos de Mata Atlântica mais interiorana(floresta semidecidual), e algumas pontas detransição desse bioma com a Caatinga.

Tendo sido o Príncipe Wied, homemde larga cultura e muito bem preparadonas várias disciplinas da História Natural,suas observações sobre a avifauna, tantona Reise (= Narrativas de viagem) como

nas Beiträge (= Contribuições), estãoentremeadas de considerações biogeo-gráficas, das mais surpreendentes, para oseu período, em parte por influência de seucontemporâneo e amigo, o célebre e genialAlexander von Humboldt (Pinto 1979, Roth1995, Pijning 1995).

Wied denominou essa regiãoplanáltica e descampada do sudeste baianode Campos-Gerais e a situara, grossomodo, entre o limite ocidental das florestaslitorâneas e os limites da província de MinasGerais, sem contudo, rigorosamente,jamais ter chegado a palmilhar estaprovíncia (Bokermann 1957).

Em sua primeira obra, em formatode narrativa (Wied 1820-1821) é possívelresgatar, antecipadamente, algumas dasespécies encontradas por ele nessa regiãode contato com a Caatinga. O resultadofinal foi apresentado em duas partessucessivas das Beiträge, publicadas dezanos depois, sendo dois volumes (Wied1830-1833) dedicados às aves recolhidasem sua expedição empreendida entre o Riode Janeiro e Salvador (17 de julho de 1815- 10 de maio de 1817).

O príncipe Wied, no segundo volumede sua Reise, assinala (conforme se podepinçar de suas edições vertidas para oportuguês, comentadas e anotadas porOlivério Pinto, cf. Wied 1940, 1958), a partirdo terceiro capítulo, quando se dirigia aosertão, as suas primeiras impressões sobrea mata que “aqui se chama catinga” (a qualPinto anota, em pé de página, referir-se àcaatinga, grafia legítima). Logo a seguir(Wied 1958: 367) destaca que “Essasmatas secas apresentam também muitasárvores de espécies peculiares” e, emseguida que “Neste local (a apenas cercade 35km oeste de Itabuna!) o solo semostra coberto de touceiras de bromélias”.

Bokermann (1957) estava correto aoafirmar que essa área se constitui emtransição entre a zona das matas e a zonados carrascos secos do interior, pois Wiedno seu caminho rumo ao interior, estavamesmo percorrendo trechos ora secos eora úmidos, como se depreende da leiturado capítulo terceiro. Prova melhor dessas

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interpenetrações é a menção de coleta(com respectivo batismo científico) namesma mata da “quem-quem” ou cancã(Cyanocorax cyanopogon) e do mico-leão-de-cara-dourada (Hapale chrysomelas)(Wied 1958: 373). De maneira interessante,Wied ratificava a presença da cancã tambémna região de florestas, como FranciscoSampaio antecipara – sem se dar conta –no século anterior, para os arredores deCachoeira, na região do Recôncavo.Interessante testemunho de Wied (1958:366) nessas matas mais interioranas dizrespeito ao zabelê:

“O canto do juó (Crypturellus noctiva-gus), chamado aqui “zabelê” fez-se de novoouvir, após longo intervalo de tempo. Essaave, com efeito, é encontrada em toda partedesde o Rio de Janeiro até o rio Belmonte,mas parece não freqüentar as vizinhançasda costa deste rio até o Ilhéus”.

O paralelo distribucional nos temposde Wied, entre a cancã e o zabelê, esteúltimo representado no Nordeste por umaraça desbotada descrita do sertão (C.n.zabele. v. Pinto 1964, Sick 1997), ofereceum interessante paralelo prematuro depenetração (talvez secundária) deelementos do interior na direção do litoral,como percebido atualmente no Sudestepara vários elementos (p.ex. Alvarenga1990, Willis 1991, Pacheco 1993).

Após longa jornada, ao alcançarfinalmente o planalto campestre em Barrada Vereda (atual Inhobim, vide Paynter &Traylor 1991: 292), Wied toma contato,pela primeira vez, com as aves de áreasabertas do interior do país: “na planíciecoberta de ervas altas, onde várias aves,inteiramente novas para nós”, ou maisadiante, “Passei aqui algum tempo (...)para [melhor] conhecer as curiosidadeshistórico-naturais dessas regiões altas”.

Na Reise (Wied 1820-1821) épossível reunir menções a 41 espécies queocorrem na Caatinga e que foram coletadasou observadas nessa região de mosaicosdo sudeste baiano. No total, considerandoas informações consolidadas nas Beiträge(Wied 1830-1833 e/ou retificadas em Wied1850), chega-se a 73 espécies para o

bioma (veja Anexo 1).

É oportuno destacar que pela primeiravez um especialista estava relacionando umconjunto de aves ao ambiente semi-áridodo Nordeste. É igualmente importanteressaltar que nessa região de caatingas dosudeste da Bahia, nenhum outrocolecionador ou ornitólogo no século XIXsuperou Wied em montante de dados. Emcerto momento, nesta mesma região dealternância de ambientes pertencentes abiomas distintos (Mata Atlântica, Cerrado eCaatinga), das mais desconcertantes, valeresgatar a seguinte passagem da narrativade Wied (1958: 405):

“Imagina-se, às vezes, ter diante desi uma planície contínua, e inopina-damente a gente se encontra nos bordosde um vale estreito, profundamenteescarpado, ouvindo-se um rio murmurarno fundo, onde o olhar mergulha nos cimosduma floresta cujas árvores variadamentefloridas lhe guarnecem as margens”

Em paralelo, com a citação edescrição formal de aves da Caatinga, Wieddescreve ineditamente ou assinala algunsrepresentantes do cerrado provenientes dosudeste da Bahia. Isolados de sua áreaprincipal de ocorrência (cerrados a oestedo rio São Francisco), esses representantes,i.e. Geobates poecilopterus, Melanopareiatorquata, Neothraupis fasciata, Chari-tospiza eucosma e Porphyrospizacaerulescens, foram apenas muitorecentemente encontrados no meio-lesteda Bahia, mais precisamente noscontrafortes da Serra do Sincorá (Parrini etal. 1999). Ele também foi o primeiro atravar contato com a “mata-de-cipó”, cujoreconhecimento e melhor estudo datam denossos dias, ao descrever o gravatazeiro,Rhopornis ardesiaca (Wied 1831),endêmico dessa fisionomia vegetal (Maack1963, Willis & Oniki 1981, Teixeira 1987,Gonzaga et al. 1995).

Apesar de ter percorrido extensãorelativamente pequena da Caatinga, Wiedfoi hábil em antecipar a ocorrência e adescrição dos seus elementos avifaunísticosmais conspícuos e disseminados (Aratingacactorum, Chrysolampis mosquitus,

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Phacellodomus rufifrons, Euscarthmusmeloryphus, Cyanocorax cyanopogon eCoryphospingus pileatus), bem comodaqueles mais furtivos ou poucorepresentados em coleções até bemrecentemente (Sakesphorus cristatus eHylopezus ochroleucus) (Whitney et al.1995) (Tabela 5).

Em fins de 1816, chega a Pernam-buco o naturalista inglês William Swainsonque pretendia empreender expedição decoleta pelo interior, mas foi obrigado arenunciar ao seu desejo imediato em vistado movimento revolucionário que seinstalara (Garcia 1922, Mello-Leitão, 1941,Pinto 1979). Até junho de 1817,circunscreve aos arredores de Recife suaatividade naturalística esperando pelo fimdo estado de perturbação, e em seguidainicia sua viagem ao sertão, rumo ao rioSão Francisco, na qual ao cabo de dois

meses, vencendo as dificuldades de umagrande seca, atinge a cidade alagoana dePenedo. Dessa cidade, dirige-se à capitalda Bahia, onde explora com afinco osarredores do Recôncavo (Swainson é odescobridor de Pyriglena atra) e seencontra com os naturalistas Sellow eFreyress, que haviam feito, por terra, ocaminho desde o Rio de Janeiroacompanhando, em parte (até Vitória), oPríncipe Wied. Depois da zona doRecôncavo, ele se encaminha ao interior,onde, até março de 1818, explora a regiãosemi-árida da então província da Bahia. Emabril de 1818 embarca para o Rio deJaneiro, onde se encontra com váriosnaturalistas estrangeiros, excursiona à Serrados Órgãos e amplia suas coleçõescalcadas sobretudo em aves, insetos eplantas (Carvalho 1918). Em agosto de1818, está de volta à Inglaterra acom-

Falco rufifrons Wied, 1830 “Rio Mucuri, BA” = Gampsonyx swainsoniPsittacus cactorum Kuhl, 1820 Brasilia = Aratinga cactorumCaprimulgus diurnus Wied, 1821 Vereda, BA = Podager nacundaTrochilus campestris Wied 1832 Campos Gerais = Calliphlox amethystinaThamnophilus cristatus Wied 1831 Campos Gerais = Sakesphorus cristatusThamnophilus scalaris Wied, 1831 Brasilia = Thamnophilus torquatusMyiothera strigilata Wied 1831 Bahia = Myrmorchilus strigilatusMyiothera superciliaris* Wied 1831 Sertão da Bahia = Formicivora melanogasterMyioturdus ochroleucus Wied 1831 Conquista = Hylopezus ochroleucusOpetiorhynchus ruficaudus Wied 1831 “Minas Gerais” = Furnarius rufusAnabates rufifrons Wied 1821 Ressaca, BA = Phacellodomus rufifronsDendrocolaptes rufus Wied 1831 Campos Gerais = Lepidocolaptes angustirostrisMuscipeta incanescens Wied, 1831 Bahia = Phyllomyias fasciatus fasciatusEuscarthmus meloryphus Wied 1831 Minas Gerais e Bahia = Euscar thmus meloryphusMuscipeta splendens Wied, 1831 Brasilia = Pachyramphus polychopterusSylvia amaurocephala Nordmann 1835 Brazil = Hylophilus amaurocephalusSylvia leucogastra* Wied 1831 Sertão da Bahia = Polioptila plumbeaHirundo pascuum Wied 1830 Campos da Bahia = Progne taperaCorvus cyanopogon Wied 1821 Rio Cachoeira, BA = Cyanocorax cyanopogonHylophilus caeruleus Wied, 1831 Bahia = Nemosia pileata caeruleaFringilla pileata Wied 1821 Barra da Vereda, BA = Coryphospingus pileatus

* nome pré-ocupado.Em negrito estão indicadas as descrições válidas.

Tabela 5 - Espécies ocorrentes na Caatinga descritas por Wied com base em materialcolhido nos sertões do sudeste da Bahia e sua correlação atual.

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panhado de uma coleção composta, dentreoutros itens, de 760 espécimes de aves.

Swainson foi um dos mais ativos edestacados zoólogos de seu tempo,batizando um grande número de espéciesde variadas proveniências (dos cincocontinentes), além de definir e nomearmuitos gêneros (p.ex.: Phaethornis,Fluvicola e Pitangus) e famílias (56 de aves,Bock 1994). Foi proponente de polêmicosmodelos de classificação, os quais defendiacom o “fanatismo de um profeta” e, dentreoutras idiossincrasias, fora ainda defensordo “purismo” na nomenclatura. Discordavada nomeação das espécies feitas com baseem línguas não clássicas, como fazia, porexemplo, Spix ao utilizar-se do tupi.Dedicou muitas vezes sua energia narenomeação de espécies dessa formabatizadas. Assim, propusera chamar onosso mutum-cavalo Mitu mitu de Ouraxerythrorhynchus Swainson, 1837 (Newton1893-1896, Stresemann 1975, Farber1982, Mearns & Mearns 1988).

A contribuição de Swainson àornitologia da Caatinga é qualitativamentebem inferior aquelas de Wied e de Spix. Elepreparou um roteiro suscinto (Pinto 1979)de suas excursões pelo Brasil (Swainson1819), mas se descuidara, como registrouPinto (1979), de “nos fornecer o roteiro desuas peregrinações, e bem assim de etiquetarconvenientemente” seus espécimes. Emverdade, ele não produziu uma obra denarrativa como fizera Wied, Spix e váriosoutros viajantes-naturalistas. O problemamaior está na forma fragmentária dedivulgação, dispersa em inúmeras fontesentre os anos de 1819 e 1838. Suacontribuição à ornitologia brasileira, e aoNordeste, em particular, somente poderá sermelhor dimensionada após a reunião dasinformações dispersas na literatura, associadaa uma consulta de sua coleção, depositada,em sua maioria, no Museu de Cambridge,na Inglaterra. Embora, suas coleções tenhampermitido a descrição de alguns táxons daregião de interesse, ainda hoje consideradosválidos (duas espécies, três subespécies), amaioria de suas propostas foram relegadasà sinonímia (Tabela 6).

Seus escritos não podem contribuirpara o delineamento da distribuição dasaves na Caatinga, pois além da menção aestados e poucos pontos de coleta noRecôncavo (p.ex.: Pitangua, Humildes,Urupê), não há indicação de qualquerlocalidade do sertão para alguma ave.

O ponto alto das investigações(pioneiras) naturalísticas no Brasil,parafraseando Pinto (1979: 95), foialcançado – especialmente – por JohannBaptist von Spix e Karl Friedrich Phillipp vonMartius, em sua memorável jornada porgrande parte do país. Justifica-se OlivérioPinto, afirmando que embora os anos de1815 e 1816 (com Langsdorff, Wied, Saint-Hilaire, Delalande, Swainson, Sellow eFreyress) tenham sido muito importantes,“em nada lhe fica a dever” o ano de 1817.

O casamento, em 1817, daarquiduquesa Maria Leopoldina (filha deFrancisco I, imperador da Áustria) comDom Pedro I, precipitou a vinda para oBrasil de um séquito de artistas e homensde ciência (Oberacker 1963). Na condiçãode cientistas, fizeram parte dessa comitivaJohann E. Pohl, Johann Christian Mikan,Giuseppe Raddi, Martius e Spix, além donotável Johann Natterer (Garcia 1922,Ramirez 1968, Pinto 1979, Straube 2000).Destes, apenas Spix e Martius atingiram oNordeste em suas peregrinações.

Como se fossem dois irmãosinseparáveis, os bávaros Spix e Martius, oprimeiro zoólogo e o outro botânico,empreenderam “a mais rápida das maislongas” expedições científicas que se temnotícia no Brasil. Partindo do Rio (passandopor São Paulo) com destino às fronteirasbrasileiro-peruanas do rio Solimões, edepois descendo todo o rio Amazonas(com digressão no rio Negro, onde Spixsem a companhia de Martius navega atéBarcelos) até Belém, de onde embarcampara a Europa, a dupla de viajantes gastam(apenas) 2 anos e onze meses (Papavero1971). Natterer, em sua expedição deextensão equiparável, realizada entre o Riode Janeiro e a fronteira venezuelana, mastomando o rumo do Brasil Central, teriagasto profícuos 17 anos (Vanzolini 1993).

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Houve por parte deles, uma delibe-rada intenção em percorrer trechos atéentão pouco explorados do territóriobrasileiro e, por isso, o interior nordestinofoi escolhido dentre as regiões a seremcruzadas (Lisboa 1995).

Spix e Martius também foram osnaturalistas do século XIX (ao menos com

Tabela 6 - Espécies ocorrentes na Caatinga descritas oucoletadas por Swainson e sua correlação atual.

* nome pré-ocupado.Em negrito estão indicadas as descrições válidas.

Crypturellus lepidotus Swainson, 1837 interior da Bahia = = = = = Crypturellus tataupa lepidotusGampsonyx swainsonii Vigors, 1825 perto Salvador, BA = Gampsonyx swainsoniiFalco gracilis* Swainson, 1837 Bahia = Falco sparverius cearaeFalco cucullatus Swainson, 1837 “Brazil” = Falco rufigularisGallinula albifrons Swainson, 1837 “Brazil” = Laterallus melanophaiusScolopax braziliensis Swainson 1832 “equinoctial Brazil”= Gallinago paraguaiaePicus braziliensis Swainson, 1821 Bahia = Piculus chrysochlorusPicus chrysosternus Swainson, 1821 Inland of Bahia = Colaptes campestrisTrogon purpuratus Swainson, 1837 “Brazil” = Trogon curucuiCrotophaga rugirostra Swainson, 1837 Brazil = Crotophaga aniCrotophaga laevirostra Swainson, 1837 Brazil = Crotophaga aniFurnarius melanotis Swainson, 1837 Bahia = Furnarius figulusMalurus garrulus Swainson, 1822 Bahia = Phacellodomus rufifronsLepturus ruficeps Swainson, 1838 No locality = Euscarthmus meloryphusTyrannula ferruginea Swainson, 1837 Brazil = Myiophobus fasciatusFluvicola cursoria Swainson, 1831 Pernambuco = Fluvicola nengetaTyrannus ambulans Swainson, 1826 Pernambuco = Machetornis rixosusTyrannus crudelis Swainson, 1826 Northern Brazil = Tyrannus melancholicus despostesTyrannus leucotis Swainson, 1826 Northern Brazil = Empidonomus variusMegastoma flaviceps Swainson, 1838 Northern Brazil = Megarynchus pitanguaMegastoma atriceps Swainson, 1838 Brazil = Megarynchus pitanguaSaurophagus pusillus Swainson, 1838 Brazil = Philohydor lictorPsaris cuvierii Swainson, 1821 Brazil = Pachyramphus viridisPachyrynchus megacephalus Swainson, 1837 Brazil = Pachyramphus validusPsaris strigatus Swainson, 1837 Brazil = Pachyramphus validusVireo bar tramii Swainson 1832 Brazil = Vireo olivaceus agilisDonacobius vociferans Swainson, 1831 Pernambuco = Donacobius atricapillusTroglodytes aequinoctialis Swainson, 1834 No locality = Troglodytes aedonCulicivora atricapilla Swainson, 1823 No locality = Polioptila plumbea atricapillaCarduelis yarrellii Audubon, 1839 “Upper California” = Carduelis yarrelliiSylvia plumbea Swainson, 1823 Brazil = Parula pitiayumiTanagra swainsoni G. R. Gray, 1844 Brazil = Thraupis sayacaTachyphonus fringilloides Swainson, 1825 Tableland of Bahia = Coryphospingus pileatusCoccoborus magnirostris Swainson, 1837 Brazil = Oryzoborus angolensisIcterus tibialis Swainson, 1837 Brazil = Icterus cayanensis tibialisAgelaius ruficollis Swainson, 1837 Pernambuco = Agelaius ruficapillus frontalisMolothrus brevirostris Swainson, 1837 Brazil = Molothrus bonariensis

palpáveis resultados para a ornitologia) quecruzaram a maior extensão do semi-áridonordestino em uma única travessia. Nemmesmo a expedição austríaca de OtmarReiser no início do século seguinte ésuperior (Vanzolini 1992a). Utilizando-sedas informações de Spix e Martius (1938),Papavero (1971), Paynter & Traylor (1991)

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e Vanzolini (1992b), é possível estabelecer,de modo geral, o itinerário dos naturalistasbávaros no Nordeste e áreas de caatinga:a) em Minas Gerais, Contendas, 19 julho-15 agosto de 1818 (atual Brasília de Minas),Brejo do Salgado, 16 agosto-1º setembro(atual Januária); b) partem no rumonoroeste, onde se demoram explorando ocerrado baiano, na ocasião desabitado, porcerca de três semanas; c) na Bahia,Carinhanha, partida em 24 de setembro,Malhada, permanência entre 24-29 desetembro, cruzam o sertão na direçãonordeste com passagens em Caetité em 5de outubro, Rio das Contas, em 17 deoutubro, Maracás, final de outubro; d) nodomínio da Mata Atlântica passam porCachoeira (chegada em 4 de novembro) eSalvador, e depois seguem rumo sul nadireção de Ilhéus (de onde retornam àcapital baiana em 17 de fevereiro de 1819);e) depois de conseguirem autorização deviagem seguem na direção do Maranhão,saindo de Cachoeira no dia 27 de fevereirode 1819, passando pelas localidadesbaianas de Feira de Santana (1º de março),Conceição de Coité (4 de março),Queimadas (8 de março), Bonfim (11 demarço), desvio para visitar o meteoritoBendegó em Monte Santo (19 de março),Bonfim novamente (25 de março), Joazeiro(final de março até a partida em 21 de abril);f) após cruzarem o estado de Pernambuco,demoram-se nas localidades piauienses deOeiras (3 de maio) e Amarante (15 de maiode 1819).

Ao todo, foram gastos por Spix eMartius cerca de 10 meses na exploraçãodo trecho entre o norte de Minas Gerais eo rio Parnaíba, limite aproximado do biomaCaatinga. Descontando-se os quase trêsmeses e meio passados no domínio daMata Atlântica, o tempo dispendido nossertões foi de apenas 6 meses e meio, ouseja, 18% do tempo dispendido em toda ajornada expedicionária pelo Brasil.Wied, anos antes, dispensara um poucomenos da metade de tempo de Spix paraexplorar a região mista de caatingas,cerrados e florestas do sudeste da Bahia,conforme já relatado.

O segundo volume da Reise de Spixe Martius, que contempla a travessia pelaCaatinga, diferentemente daquela de Wied,traz pouquíssima informação sobre aavifauna (Spix & Martius 1828). Depois delançado o primeiro volume em 1823, aredação a quatro mãos do segundo volumefica comprometida com a morte prematurade Spix em 15 de maio de 1826, aos 45anos de idade (Lisboa 1997). Por ocasiãoda morte de Spix, apenas o segundo capítulodo quinto livro (início do volume 2)encontrava-se delineado e, por isso, foipreciso que Martius finalizasse sozinho todoo segundo e terceiro volumes da obraplanejada. Martius jamais questionou a duplaautoria da obra e assim manteve-se comoco-autor mesmo que Spix, ao cabo de trêsvolumes com 1.388 páginas de texto, tenhaparticipado da escrita de apenas um terço(Lisboa 1997: 55). Desta forma, a partir dotrecho em que narram sua permanência noDistrito Diamantino, as menções à faunatornam-se mais escassas.

Os resultados ornitológicos derivadosda célebre jornada de Spix foramapresentados em dois volumes (Spix 1824-1825) belamente ilustrados, apenas trêsanos após o seu retorno à Europa (dezembrode 1820). Nessa obra, são descritas comonovas, ou indicadas sob nova denominação,220 espécies, das quais, cerca de umacentena se mantém como denominaçãoválida (Hellmayr 1906, Pinto 1979), ou maisprecisamente 67 espécies plenas (Sick1983). Considerando o contexto da época,a rapidez com que foi produzida a obra podeexplicar um certo número de omissões (n= 39) e falhas (n = 21) na indicação delocalidades de coleta. Citam-se comoexemplo desse problema a coleta (!) no rioAmazonas do bacurau Caprimulgushirundinaceus, típico dos lajedos daCaatinga ou da indicação de rio Solimõespara o tangará, Chiroxiphia caudata, doleste-meridional brasileiro.

Vários espécimes da coleção brasileirade Spix em Munique se perderam (Hellmayr1906) e, lamentavelmente, não puderam serreavaliados quanto à identificação.É oportuno mencionar que cerca de 130

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espécies “não novas” (há registro de que acoleta total era representada por 350espécies, veja Garcia 1922) deixaram de sertratadas ou terem seus registros regionaisdivulgado em tempo. Neste sentido, acontribuição de Spix à distribuição regionalda avifauna da Caatinga é pequena. Aspublicações de Spix (1824-1825, Spix &Martius 1828) citam localidades específicasda Caatinga para apenas 32 espécies, contra75 espécies indicadas por Wied. Outrasdezesseis espécies (Crypturellus tataupa,Phimosus infuscatus, Leptodon caya-nensis, Herpetotheres cachinnans,Micrastur semitorquatus, Phaetusasimplex, Ara ararauna, Propyrrhuramaracana, Forpus xanthopterygius,Rhinoptynx clamator, Campephilusmelanoleucus, Taraba major, Synallaxisfrontalis, Xiphorhynchus picus, Anthuslutescens e Molothrus bonariensis) foramindicadas como existentes na região“campestre” da Bahia ou “St. Francisci” (=rio São Francisco) e desta forma,considerando o itinerário da expedição,foram indiretamente “registradas” pelaprimeira vez para o bioma. Mençõesimprecisas de Spix para os “campos” doPiauí ou de Minas Gerais, incluem asseguintes formas (também) da Caatinga:Minas Gerais (Gnorimopsar chopi sulci-rostris e Molothrus badius fringillarius),Piauí (Ictinia plumbea, Columbina picuistrepitans, Aratinga cactorum e Lepi-docolaptes angustirostris). As subespécies,nas quais as denominações de Spix foramaproveitadas, são aqui mencionadaspropositalmente. São errôneas ouproblemáticas as menções de “campos” ou“interior” da Bahia ou Piauí para as seguintesespécies estranhas ao bioma: Uropeliacampestris, Monasa morphoeus,Thripophaga macroura, Philydor rufus eAmmodramus aurifrons. A indicaçãoespecífica de Malhada, BA, para Nonnularubecula, bem como de “Piauhy” para cincooutras espécies remete à avifauna própriadas matas secas ou de cerrado dessasregiões (veja Silva 1995). Não é possíveldescobrir o que Martius (Spix & Martius1938: 116) observou em Malhada e chamoude Tangara brasiliensis Lath., considerando

que essa denominação refere-se à formaatlântico-brasileira de Tangara mexicana.

Tendo apresentado os seus resultadoscientíficos rapidamente, Spix teve a chancede nomear algumas espécies de porteconsiderável, como mutuns, jacus e araras.Na Caatinga, ele manteve a primazia nadescrição de nove espécies e 12 subespécies(Tabela 7) incluindo a jacucaca (Penelopejacucaca), o grande Furnariidae casaca-de-couro (Pseudoseisura cristata) e o dissemi-nado brejal (Sporophila albogularis).

Várias das outras iniciativas do séculoXIX que incluíram a coleta de aves na regiãoda Caatinga, em alguns casos associada àdescrição de novos táxons, são muito maldocumentadas. O material comercial deorigem “Bahia” enviado às coleções estran-geiras era quase todo composto porelementos ocorrentes no litoral, especial-mente do Recôncavo, entretanto, figuramcasos que comprovam a procedênciainteriorana de alguns exemplares (Tabela 8).Prova disso, é a descrição de Ornismyalumachella (= Augastes lumachellus) porRené P. Lesson, já em 1838, com base emmaterial cuja origem é dada apenas como“Bahia” e que se sabe hoje ocorrer apenasnos campos rupestres da região da ChapadaDiamantina no centro do Estado, justamenteonde Kaempfer o redescobriu em 1928(Ruschi 1963). O tipo de Anodorhynchusleari Bonaparte (1856) teve procedênciaainda mais obscura, sendo deixada em abertona descrição original, tendo as referênciasposteriores mantido como “Brasil”, apenascomo uma origem especulativa até a metadedo atual século (Pinto 1950, Sick et al. 1987).

Em geral, essas remessas anônimasde origem ignorada (“trade-skins”) forammaiores para grupos de aves de maiorinteresse dos colecionadores, como avescoloridas, psitacídeos ou beija-flores (Jouanin1948, Berlioz 1959), que, invariavelmente,chegavam às mãos dos descritores(Stresemann 1975: 162, Mearns & Mearns1998: 71-103). A exportação dessas espécies(incluindo amostras vivas para os zoológicos)antecipou, muitas vezes, a sua descriçãoainda no século XVIII e início do século XIX.Durante a segunda metade do século XIX, a

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Pezus zabele Spix, 1825 “in Catingha” = Crypturellus noctivagus zabeleTinamus boraquira Spix, 1825 “Distrito diamantino” = Nothura boraquiraTantalus plumicollis Spix, 1825 rio S. Francisco = Mycteria americanaIbis nudifrons Spix, 1825 rio S. Francisco, BA = Phimosus infuscatus nudifronsAnas paturi Spix, 1825 rio S. Francisco, BA = Amazonetta brasiliensisCathartes ruficollis Spix, 1824 Bahia e Piauí = Cathartes aura ruficollisPolyborus caracara Spix, 1824 “Brasilia” = Caracara plancusPenelope jacucaca Spix, 1825 Poções encima, BA = Penelope jacucacaColumbina strepitans Spix, 1825 Piauí = Columbina picui strepitansRallus ardeoides Spix, 1825 Contendas, MG = Aramus guaraunaGallinula gigas Spix, 1825 Contendas, MG = Aramides ypecahaGallinula caesia Spix, 1825 Contendas, MG = Rallus nigricansSittace spixii Wagler, 1832 “flumem Amazonum” = Cyanopsitta spixiiArara purpureo-dorsalis Spix, 1824 In campis Bahiae = Propyrrhura maracanaAratinga haemorrhous Spix, 1824 Campo Alegre, BA = Aratinga acuticaudata haemorrhousAratinga flaviventer Spix, 1824 MG, BA, “PI” = Aratinga cactorum cactorumAratinga caixana Spix, 1824 “Brasilia” = Aratinga cactorum caixanaStrix longirostris Spix, 1824 Bahia = Rhynoptynx clamatorCaprimulgus hirundinaceus Spix, 1825 “flumem Solimões” = Caprimulgus hirundinaceusTrochilus brevicauda Spix, 1824 “Brasilia” = Calliphlox amethystinaPicus macrocephalus Spix, 1824 “sylvis Amazonum” = Piculus chrysochlorosTrogon variegatus Spix, 1824 “Brasilia” = Trogon curucuiThamnophilus albiventer Spix, 1825 fl. St. Francisci = Taraba major stagurusParulus ruficeps* Spix, 1824 rio S. Francisco = Synallaxis frontalisAnabates cristatus Spix, 1824 Malhada, BA = Pseudoseisura cristataDendrocolaptes falcirostris Spix, 1824 “Brasilia” = Xiphocolaptes falcirostrisPicolaptes coronatus Lesson, 1830 Piauí = Lepidocolaptes angustirostris coronatusPlatyrhynchus murinus Spix, 1825 “Brasilia” = Phaeomyias murinaPlatyrhynchus chrysoceps Spix, 1825 “Brasilia” = Myiophobus fasciatusPlatyrhynchus hirundinaceus Spix, 1825 Interior Brasilia = Hirundinea ferrugineaMuscicapa nivea Spix, 1825 Juazeiro, BA = Xolmis irupero niveaMuscicapa albiventer Spix, 1825 In campis Brasilia = Fluvicola albiventerMuscicapa mystacea Spix, 1825 Provincia Bahiae = Fluvicola nengetaMuscicapa joazeiro Spix, 1825 Juazeiro = Machetornis rixosusPachyrhynchus cinerascens Spix, 1825 “Brasilia” = Pachyramphus validusTanagra rubricollis Spix, 1825 “Bahia inter et Rio” = Sericossypha loricataTanagra saira Spix, 1825 “Brasilia” = Piranga flava sairaTanagra cristatella Spix, 1825 “Rio de Janeiro” = Coryphospingus pileatusLoxia albogularis Spix, 1825 “Brasilia” = Sporophila albogularisTanagra superciliaris Spix, 1825 Juazeiro, BA = Saltator coerulescens superciliarisIcterus sulcirostris Spix, 1824 “in campis MG” = Gnorimopsar chopi sulcirostrisIcterus fringillarius Spix, 1824 “in campis MG” = Molothrus badius fringillarius

Tabela 7 - Espécies ocorrentes na caatinga descritas por Spix e sua correlação atual.

* nome pré-ocupado.Em negritonegritonegritonegritonegrito estão indicadas as descrições válidas.

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busca dos exportadores regionais por avesmenos chamativas e, portanto, com chancesmaiores de se constituirem em novidades,permitiu a remessa e conseqüente descriçãode ainda outras espécies (Tabela 8).

Uma louvável iniciativa brasileira deinvestigar cientificamente o Nordestebrasileiro, poderia ter produzido muitomaior impacto em seu tempo. A “ComissãoCientífica de Exploração” foi a primeira dasiniciativas genuinamente brasileiras queobjetivou explorar as riquezas naturais denosso país (Braga 1962, Paiva 1995) ereuniu um impressionante acervoornitológico de cerca de 4.000 peles, naocasião depositadas no Museu Nacional doRio de Janeiro, em cerca de dois anos emeio (1859-1861) de coletas, efetuadasexclusivamente no Ceará (Lagos 1862,Pacheco 1995d). Se tal magnífico acervo,que continha, na ocasião de seutombamento, “2/3 de espécies nãorepresentadas na coleção do MuseuNacional” (Lagos 1862) ou o mesmonúmero de exemplares de toda a coleção(Pacheco 1995d), fosse estudado edivulgado em seu tempo, garantiria aprimazia do conhecimento da avifaunadesta região em vários de seus aspectos(Pacheco 1995a, 1995d).

Durante muito tempo houve umaatribuição errônea de autoria da taxidermiadas aves reunidas pela Comissão. Mello-Leitão (1937: 239) atribuiu as preparaçõesdas milhares de peles, realizadas commestria e capricho, ao zoólogo responsável,Manoel Ferreira Lagos (1816-1871)(Pacheco 1995c), enquanto MirandaRibeiro (1928: 4), anteriormente, elogiandoa esplêndida técnica, teria designado opreparador Manoel Francisco Bordallocomo responsável. Ambos se equivocaram,pois os verdadeiros ajudantes de Lagos,responsáveis pelo belíssimo estilo depreparação, foram os irmãos João PedroVila-Real e Lucas (Luiz) Antônio Vila-Real,segundo documentação original daComissão examinada por Pacheco (1995a,1995d). Não é conhecido o montanteremanescente dessa numerosa coleçãoornitológica (a maior, com folgas, feita noNordeste no século XIX), que foi divulgadoapenas muito parcialmente (p.ex.: MirandaRibeiro 1926, 1928, 1938a) e que se perdeupor conservação inadequada e permutaexcessiva (Pacheco 1995d). A verdade é queoitenta anos depois, durante o inventáriogeral de 1940 da coleção de aves do MuseuNacional, quando foi reorganizada por AdolfSchneider (veja Pacheco & Bauer 1995),

Anodorhynchus leari Bonaparte, 1856 sem localidade = = = = = Anodorhynchus leariChloronerpes taenionotus Reichenbach, 1854 Inneres Brazil = = = = = Veniliornis passerinus taenionotusLanius poecilurus Pucheran, 1855 Brésil = Sakesphorus cristatusTamnophilus capistratus Lesson, 1840 Brésil = Thamnophilus doliatus capistratusLanius ruficeps Pucheran, 1855 Brésil = Thamnophilus doliatus capistratusXiphocolaptes cinnamomeus Ridgway, 1890 “Bahia” (=Ceará) = Xiphocolaptes falcirostris falcirostrisDendrocolaptes intermedius Berlepsch, 1883 Bahia = Dendrocolaptes platyrostris intermediusEuscarthmus wuchereri Sclater e Salvin, 1873 Bahia = Hemitriccus margaritaceiventer wuchereriEmpidagra bahiae Berlepsch, 1893 Bahia = Suiriri suiriri bahiaeElaenia viridicata delicata Berlepsch, 1907 Bahia = Myiopagis viridicata viridicataMimus arenaceus Chapman, 1890 Bahia = Mimus saturninus arenaceusCyclarhis cearensis Baird, 1866 Ceará = Cyclarhis gujanensis cearensisDolichonys fuscipennis Cassin, 1866 Ceará = Molothrus badius fringillarius

Tabela 8 - Espécies ocorrentes na Caatinga descritas a partir de material coletado no século XIX.

Em negrito estão indicadas as descrições válidas.

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cerca de 3/4 do acervo da Comissão nãomais existiam. Parece que a única formadescrita a partir de material procedente daComissão foi Cyclarhis gujanensiscearensis Baird (1866), recebida em 1865pelo U.S. National Museum através depermuta com o Museu Nacional (Deignan1961, Pacheco 1997b).

Importante como “marco fundamen-tal” do conhecimento específico da avifaunade Pernambuco, foi a visita do ornitologistalondrino William A. Forbes (homenageadoem Curaeus forbesi) a esse Estado e àParaíba, a então “Parahyba do Norte”, emmeados de 1880 (Pinto 1940). Em onzesemanas de investigação, concentradas emlocalidades da Zona da Mata de Pernambuco(Recife, Cabo, Estância, Macuca, Quipapá,etc.), e arredores de João Pessoa, Forbespode contatar marginalmente a avifauna dos“Sertões”, na zona de Garanhuns (12-19setembro), ainda em pleno agreste.Os resultados de sua expedição, acom-panhados de minucioso itinerário e deinteressantes observações gerais foramapresentados prontamente (Forbes 1881).Além das aves relacionadas em seu artigo,sabe-se que Forbes colecionou algumasoutras (possivelmente porque haviaencaminhado a outros ornitólogos paradeterminação) e que as depositou no MuseuBritânico, como se depreende da consultaaos célebres Catalogue of Birds of BritishMuseum (27 vols. 1870-1898).

Como última iniciativa de coleta nointerior nordestino no século XIX, destaca-se a atividade do coleopterologista EdmondGounelle, que nas últimas duas décadascoletou “peu sérieusement” beija-flores emcaatingas do estados de Pernambuco eBahia (Gounelle 1909). As datas precisasnão são conhecidas, mas o fato de Gounelle(1909) informar que toda a sua atividadeentomológica, em diversos pontos do Brasil(incluindo Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiroe São Paulo) se prolongou entre 1884 e1903, associado ao fato de que a descobertade Phaethornis gounellei, o mais relevantede seus resultados, ter se dado em dataanterior a 1891, ano de descrição daespécie, sugere que a etapa pernambucana

e baiana tenha antecedido suas atividadesno sudeste. Gounelle recolheu exemplaresde beija-flores em localidades próximas deArcoverde e Águas Belas, interior dePernambuco e nos contrafortes orientais daCadeia do Espinhaço, próximos aCondeúba, sudeste da Bahia, bem próximoà fronteira de Minas Gerais (Gounelle 1909,Paynter & Traylor 1991).

O século XIX se encerra sem deixarbem delineada uma avifauna própria daCaatinga. A maior parte do conhecimentodas aves nordestinas estava concentrada naMata Atlântica, sobretudo nas numero-síssimas menções “em aberto” (sem men-ção de localidade específica) para a Bahiaou nos notáveis resultados de Wied para estemesmo Estado. Uma combinação de certosregistros resgatados do período holandês,de Forbes (1881) e de material comercialproveniente de Pernambuco e Ceará,divulgados especialmente nos já men-cionados Catálogos do Museu Britânico,completava quase tudo o que se podia reunirda composição da avifauna nordestina.

A PRIMEIRA DÉCADADO SÉCULO XX

Otmar Reiser e a primeira grande coleçãode aves da Caatinga

O grande passo na direção doconhecimento mais refinado sobre aavifauna do semi-árido foi dado pelaexpedição austríaca ao Nordeste do Brasil,em 1903 (com início em Recife, em 16 defevereiro, e término na costa do Piauí, em19 de setembro), cuja liderança foi doictiologista Franz Steindachner, tendo comoornitólogo Otmar Reiser (Hellmayr 1929:237). Vanzolini (1992a) elaborou umarevisão do itinerário que essa expediçãopercorreu na Bahia: fez o trajeto de Salvadora Juazeiro, subiu o rio São Francisco atéBarra, ascendeu os rios Grande e Preto atéo divisor d’águas com o Piauí, atingiu o rioParnaíba, passando pelo sertão de Parnaguáe Gilbués, e se aproveitou dessa via fluvial

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para chegar ao litoral. Do total de 212 diasdesta expedição, 45 dias (21%) forampassados em ambiente exclusivo deCaatinga e 152 dias (71%) em locais ondepredominavam o Cerrado ou uma transiçãoentre esse bioma e a Caatinga.

Os resultados ornitológicos dessaexpedição foram apresentados pelo próprioReiser (1905, 1910) e compreendiam umtotal de 1.341 peles. Algumas observaçõesadicionais sem a coleta de material foramapresentadas por Reiser (1925). Algumasformas descritas a partir do materialreunido por Reiser (válidas ou não)procedem de outros ambientes, comop.ex.: Ramphastus theresae Reiser (1905),Phacellodomus rufifrons specularisHellmayr (1925), Phyllomyias reiseriHellmayr (1905) e Thryophilus albipectuspiauhyensis Hellmayr (1921) (Tabela 9).

Em 1904, o Museu Paulista adquiriu,de Adolf Hempel, poucos exemplares deaves colecionados entre maio e agosto de1903 nos cerrados e caatingas do sul doPiauí. De Parnaguá procedem os exemplaresde Nothura boraquira e Sericossyphaloricata, elementos da Caatinga, querepresentam os primeiros registros para oEstado (Ihering & Ihering 1907, Pinto 1938,1944). O norte-americano Hempel foiadmitido em 1897 (chegara ao Brasil nesteano) no cargo de entomologista do MuseuPaulista e em fins de 1900 se transferiu parao Instituto Agronômico de Campinas, comofitopatologista nomeado (Pinto 1945,Nomura 1992). Embora, durante toda sua

longa atividade profissional (faleceu em1949 na capital paulista), tenha se dedicadosobretudo ao estudo aplicado dos insetos,seu interesse pela ornitologia foi duradouro.Consta que colecionou muitas peles de avesdo interior de São Paulo (“Victoria e SaltoGrande”) e as remeteu ao Museu Paulista ea várias instituições, incluindo o únicoexemplar paulista do ameaçado Mergusoctosetaceus deste século (Pinto 1938,Pinto 1945, Collar et al. 1992).Ao final de sua vida publicou um clássicotrabalho sobre alimentação das aves(Hempel 1949).

O coletor profissional francês AlphonseRobert esteve coletando na localidade baianade Lamarão, a 140km a noroeste de Salvador,entre maio e junho de 1903. Essa etapa foiparte integrante de uma expedição maiordenominada “Percy Sladen Expedition toCentral Brazil”, que coletou insetos, répteis,aves e mamíferos em oito estados, durantetrês anos, a partir de 1901. A parteornitológica foi integrada à coleção do BarãoRosthschild, sediada no Museu Tring,Inglaterra. Em 1932, a coleção de Tring foicomprada pelo American Museum ofNatural History e transferida para NovaIorque (Murphy 1932). A lista completa deaves coletadas em Lamarão (bem como emtodas as outras localidades brasileiras) jamaisfoi objeto de trabalho, entretanto informaçõesa respeito foram divulgadas parcialmente emHellmayr (1906, 1908). Lamarão é alocalidade-tipo de Formicivora melanogasterbahiae Hellmayr (1909a).

Tabela 9 - Formas de aves da Caatinga descritas ou coletadas por Otmar Reiser.

Rhynchotus rufescens catingae Reiser, 1905 PPPPPalmeirinhas, PIalmeirinhas, PIalmeirinhas, PIalmeirinhas, PIalmeirinhas, PI = = = = = Rhynchotus rRhynchotus rRhynchotus rRhynchotus rRhynchotus rufescens catingaeufescens catingaeufescens catingaeufescens catingaeufescens catingaePenelope superciliaris ochromitra Neumann, 1933a Parnaguá, PI = Penelope superciliaris jacupembaBubo magellanicus deserti Reiser, 1905 Salitre, BA = Bubo virginianus desertiSiptornis vulpina reiseri Reichenberger, 1922 Riacho da Raiz, PI = Cranioleuca vulpina reiseriSynallaxis griseiventris* Reiser, 1905 Fazenda da Serra, BA = Gyalophylax hellmayriMegaxenops parnaguae Reiser, 1905 Parnaguá a Olho d’água, PI = Megaxenops parnaguaeSittasomus griseicapillus reiseri Hellmayr, 1917 Pedrinha, PI = Sittasomus griseicapillus reiseri

* nome pré-ocupado

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Ernst Garbe, naturalista-viajante doMuseu Paulista, recolheu materialornitológico (incluindo ninhos e ovos) naCaatinga e florestas estacionais da Bahia,em Juazeiro, em novembro e dezembro de1907, na Barra (na boca do rio Grande), emjaneiro e fevereiro de 1908 e em Bonfim (naocasião Vila Nova da Rainha), especialmenteem novembro de 1907 e entre fevereiro ejulho de 1908 (Ihering 1914, Pinto 1945). Arelação integral de peles coletadas nessaexcursão pode ser compilada através deIhering (1914) e Pinto (1935, 1938, 1944).As coletas de Garbe em Bonfim foramespecialmente importantes para demonstrara presença de representantes florestais daMata Atlântica na parte setentrional daCadeia do Espinhaço (i.e. Baryphthengusruficapillus e Procnias nudicollis).Propiciaram também a descrição de novostáxons, com natural destaque paraFormicivora iheringi Hellmayr (1909b),endêmico das matas semidecíduas daCadeia do Espinhaço e planaltos do sudesteda Bahia (Collar et al. 1992, Sick 1997).Uma pele procedente de Juazeiro, enviadaao Americam Museum, permitiu aChapman (1926) descrever Stigmaturabudytoides bahiae (hoje S. napensisbahiae), forma privativa da Caatinga(Zimmer 1955b, Ridgely & Tudor 1994). Emnível subespecífico, foram descritos, deBonfim, os arapaçus Xiphocolaptesalbicollis villanovae Lima (1920),Lepidocolaptes fuscus brevirostris Pinto

(1938) e Campylorhamphus trochilirostrisomissus Pinto (1932), todos conhecidosapenas da localidade-tipo (Pinto 1978). Aforma Tachyphonus rufus subulirostris Pinto(1935) é a única descrita a partir de materialoriundo desta expedição que foisinonimizada (Pinto 1944: 511).

A DÉCADA DE 1910

A descrição maciça detáxons novos do Nordeste

Em maio e junho de 1910, aornitóloga alemã Emilie Snethlage, aserviço do Museu Goeldi, auxiliada pelotécnico Oscar Martins, explorou a regiãooeste do Ceará, coletando aves, sobretudonas localidades de Camocim, Ipu e SãoPaulo, todas no domínio da Serra deIbiapaba. Em 1915, Francisco de QueirozLima, assistente de Snethlage, coletou umapequena amostra de aves em LadeiraGrande, na Serra do Castelo, Ceará. Estalocalidade fica no norte do Ceará (Teixeira1990) e não no sul como indicou Hellmayr(1929). Algumas formas propostas combase nesse material foram descritas emSnethlage (1924, 1925) (Tabela 10).A lista integral de espécies dessas duasexpedições ao Ceará foi divulgada,sem menção das localidades, porSnethlage (1926).

π Picumnus limae Snethlage, 1924 Serra do Castelo, CE = Picumnus limaeFormicivora grisea pallescens Snethlage, 1925 Serra de Ibiapaba, CE = Formicivora melanogaster bahiaeGrallaria martinsi Snethlage, 1924 Serra de Ibiapaba, CE = Hylopezus ochroleucusSynallaxis martinsi Snethlage, 1925 Mondubim, CE = Certhiaxis cinnamomea cearensisπ Sclerurus caudacutus cearensis Snethlage, 1924 Serra de Ibiapaba, CE = Sclerurus scansor cearensisπ Todirostrum mirandae Snethlage, 1925 Serra de Ibiapaba, CE = Hemitriccus mirandaePachysylvia amaurocephala cearensis Snethlage, 1925 Serra de Ibiapaba, CE = Hylophilus amaurocephalusπ Thryothorus genibarbis harterti Snethlage, 1925 Serra de Ibiapaba, CE = Thryothorus genibarbis genibarbis

Tabela 10 - Formas da Caatinga e florestas cearenses descritas por Emilie Snethlage.

π forma privativa dos “brejos”

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O diligente Ernst Garbe, a serviçodo Museu Paulista, colecionou espécimesde aves e de outros grupos zoológicosem Pirapora, médio rio São Francisco,Minas Gerais, entre abril e outubro de1912 e entre maio e agosto de 1913(Pinto 1945: 283). Dentre os exemplarescoletados nessa ocasião provém oholótipo de Schoeniophylax phrygano-phila petersi Pinto (1949), forma privativadas vargens do médio curso do rio SãoFrancisco (Pinto 1978: 309). Em seguida,explorou pela segunda vez, entresetembro de 1913 e janeiro de 1914, aslocalidades baianas de Barra e Juazeiro,ambas às margens do rio São Francisco(Pinto 1945).

Também em 1912, foram con-duzidas, através do semi-árido nor-destino, duas expedições simultâneas,por cientistas do Instituto Oswaldo Cruz,atendendo requisição oficial da Inspetoriadas Obras contra a Seca. Os resultadostiveram maior relevância no que dizrespeito ao levantamento das condiçõessanitárias das regiões percorridas,embora as informações de interessemédico e parasitológico relatadas,tenham permitido conhecer o inventáriozoológico procedido nesse mister. Aprimeira, liderada por Artur Neiva eBelisario Penna, iniciou os trabalhos emJuazeiro, norte da Bahia, em 28 demarço. Em 14 de abril, passando porPetrolina, tomaram o rumo de SãoRaimundo Nonato, no sul do Piauí, ondechegaram em 5 de maio. Demoraram-seem terras piauienses até 2 de julho,quando partiram na direção das terrasgoianas (hoje Tocantins) através donoroeste da Bahia, com passagens porFormosa do Rio Preto (dia 9) e SãoMarcelo (dia 12) (Neiva & Penna 1916,Paiva 1995, Fiuza 1999). A segunda,integrada por Adolpho Lutz e AstrogildoMachado, percorreu o trecho médio dorio São Francisco entre a cidade mineirade Pirapora e a cidade de Juazeiro, nosertão baiano, entre 17 de abril e 1o dejulho, e prosseguiu até Salvador por

ferrovia, onde se demoraram emexcursões no Recôncavo (Lutz &Machado 1915). Essa fonte disponibilizouos registros mais antigos que se temnotícia para nove espécies da caatingano norte de Minas Gerais e sete dacaatinga centro-ocidental da Bahia.Contudo, o registro ornitológico de maiorimportância desta segunda expediçãoficou com a dupla menção da “bastanterara Sittace spixii”, encontrada emcativeiro em Remanso e em “bandovoando” nos arredores de Sento Sé(Pacheco 1995b, Fiuza 1999).

Robert H. Becker, a serviço do FieldMuseum de Chicago, visitou o Ceará em1913, mais precisamente de 10 de junhoa 5 de setembro (Paynter & Traylor 1991),coletando aves na Serra de Baturité,Quixadá e em Juá, perto de Iguatu(Hellmayr 1929). Em seguida, entre osmeses de outubro e novembro do mesmoano, Becker coletou espécimes naslocalidades de Macaco Seco, perto deAndaraí, e rio do Peixe, perto deQueimadas, ambas na Bahia. A primeiraestá situada nos contrafortes orientais daChapada Diamantina e a segunda, no eixoentre Salvador e Juazeiro, já tendo sidovisitada, brevemente, por Spix e Reiser(Paynter & Traylor 1991). Antes dacampanha no Ceará, Becker esteve nonoroeste da Bahia, mais precisamente emSão Marcelo, no rio Preto, nos meses demarço e abril (Paynter & Traylor 1991). Omaterial de Becker, com a respectivadeterminação, foi divulgado de formafragmentária nos artigos de Cory (1915a,1915b, 1916, 1917, 1918, 1919a, 1919b,1919c, 1920, 1921) e nos catálogos deCory, Hellmayr e Conover (Cory &Hellmayr 1924, 1925, 1927, Hellmayr1934, 1935, 1936, 1938, Hellmayr &Conover 1942, 1948, 1949). Com basenesse material e por intermédio dasdescrições de Charles B. Cory e CharlesE. Hellmayr, entre 1915 e 1929, forampropostos quarenta táxons, dos quaisdezesseis permanecem como subespéciesválidas (Tabelas 11 e 12).

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Cerchneis sparverius cearae Cory, 1915b# Quixadá, CE = Falco sparverius cearaeScardafella squammata cearae Cory, 1917 Quixadá, CE = Columbina squammata squammataLeptotila ochroptera approximans Cory, 1917# Baturité, CE = Leptotila verreauxi approximansPiaya cayana cearae Cory, 1915b Juá, CE = Piaya cayana pallescensAratinga cactorum perpallida Cory, 1918 Juá, CE = Aratinga cactorum caixanaSpeotyto cunicularia beckeri Cory, 1915a São Marcelo, BA = Speotyto cunicularia grallariaNyctipolus hirundinaceus crissalis Cory, 1915a Rio do Peixe, BA = Caprimulgus hirundinaceus hirundinaceusNyctipolus hirundinaceus cearae Cory, 1917# Quixadá, CE = Caprimulgus hirundinaceus cearaeThrenetes longicauda Cory, 1915a Juá, CE = Phaethornis gounelleiEupetomena macroura simoni Hellmayr, 1929# Rio do Peixe, BA = Eupetomena macroura simoniNystalus maculatus nuchalis Cory, 1919c Juá, CE = Nystalus maculatusSoroplex campestris cearae Cory, 1919c Quixadá, CE = Colaptes campestris campestrisChrysoptilus melanochlorus juae Cory, 1919c Juá, CE = Colaptes melanochlorus nattereriVeniliornis taenionotus cearae Cory, 1915b Baturité, CE = Veniliornis passerinus taenionotusVeniliornis passerinus transfluvialis Hellmayr, 1929 Macaco Seco, BA= Veniliornis passerinus taenionotusScapaneus melanoleucus cearae Cory, 1915b# Juá, CE = Campephilus melanoleucus cearaeTaraba major approximans Cory, 1919a Baturité, CE = Taraba major stagurusFurnarius leucopus cearae Cory, 1916 Quixadá, CE = Furnarius leucopus assimilisSynallaxis frontalis juae Cory, 1919b Juá, CE = Synallaxis frontalisSynallaxis cinamomea cearensis Cory, 1916# Juá, CE = Certhiaxis cinnamomea cearensisSynallaxis scutata neglecta Cory, 1919b Juá, CE = Poecilurus scutatus scutatusSynallaxis semicinerea pallidiceps Cory, 1919b Baturité, CE = Cranioleuca semicinereaSittasomus cearensis Cory, 1921 Juá, CE = Sittasomus griseicapillus reiseriXiphocolaptes promeropirhycnhus iguatensis Cory, 1916 Juá, CE = Xiphocolaptes falcirostris falcirostrisDendrocolaptes picumnus cearensis Cory, 1919d Juá, CE = Dendrocolaptes platyrostris intermediusPhyllomyias fasciatus cearae Hellmayr, 1927# Baturité, CE = Phyllomyias fasciatus cearaeEuscarthmus impiger cearae Cory, 1920 Juá, CE = Hemitriccus margaritaceiventer wuchereriTodirostrum cinereum cearae Cory, 1916# Baturité, CE = Todirostrum cinereum cearaeMyarchus tyrannulus pallescens Cory, 1916 Juá, CE = Myiarchus tyrannulus bahiaeTroglodytes musculus beckeri Cory, 1916 Baturité, CE = Troglodytes aedon musculusPlanesticus rufiventris juensis Cory, 1916# Juá, CE = Turdus rufiventris juensisPolioptila livida cearensis Cory, 1916 Juá, CE = Polioptila plumbea atricapilla

Tabela 11 - Espécies ocorrentes na Caatinga descritas a partir de coleta de Robert H. Becker.

Odontophorus plumbeicollis Cory, 1915a # Baturité, CE = Odontophorus capueira plumbeicollisErionotus cearensis Cory, 1919a # Baturité, CE = Thamnophilus caerulescens cearensisConopophaga lineata cearae Cory, 1916 # Baturité, CE = Conopophaga lineata cearaeXiphocolaptes albicollis bahiae Cory, 1919d # Macaco Seco, BA = Xiphocolaptes albicollis bahiaePicolaptes fuscus atlanticus Cory, 1916 # Serra de Baturité, CE = Lepidocolaptes fuscus atlanticusMyiochanes cinereus pallescens Hellmayr, 1927 # São Marcelo, BA = Contopus cinereus pallescensTaenioptera cinerea obscura Cory, 1916 São Marcelo, BA = Xolmis cinerea cinereaTangara cyanocephala cearensis Cory, 1916 # Serra de Baturité, CE = Tangara cyanocephala cearensis

Tabela 12 - Espécies do cerrado ou dos enclaves florestais naCaatinga descritas a partir de coleta de Robert H. Becker.

# Subespécie válida, baseada em material de R. H. Becker

# Subespécie válida, baseada em material de R. H. Becker

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Segundo documentos da Seção deOrnitologia do Museu Nacional do Rio deJaneiro, examinados pelo autor, em 1981,consta que, em 19 de julho de 1919, ainstituição adquiriu um lote de 430 pelesde aves do Sr. [Rudolf] Pfrimer (ho-menageado em Pyrrhura pfrimeri)provenientes do noroeste de Minas Gerais,Bom Jesus da Lapa (Bahia), e Goiás (partedeste hoje referentes ao Tocantins). Esselote e um outro de 655 peles, de mesmaprocedência, adquirido junto ao mesmocoletor, em 1924, tiveram suas etiquetasoriginais retiradas e, inadvertidamente,trocadas por outras confeccionadas pelozoólogo Alípio de Miranda Ribeiro. Seumaterial, de modo geral, não traz data,tampouco o sexo (Gonzaga 1989). Estatroca de etiquetas gerou algumas falhasna procedência indicada do material dePfrimer e, em alguns casos, com nítidamistura deste lote com material de MatoGrosso e Rondônia, remanescente daComissão Rondon guardados na mesmainstituição (Silva 1989: 23, Pacheco apudSick 1997: 477, Silva & Oren 1997). Oextenso material de Pfrimer jamais foiobjeto de divulgação completa e, notocante a Minas Gerais, apenas muitoraramente esse material foi referido emfontes publicadas (Miranda Ribeiro 1926,1938b). Uma intrigante menção de“Cyanopsittacus spixii de Januária ecircunvizinhanças.... especie topomorphae rarissima” foi feita por Miranda Ribeiro(1937: 54). Considerando que oinformante habitual de Miranda Ribeiropara essa região era Pfrimer, especula-seque talvez tenha recebido essa informaçãodesse último. Trata-se de uma proposiçãobastante atraente como complementaràquela apresentada por Juniper &Yamashita (1991), de que a ararinha,Cyanopsitta spixii, tenha ocorridooriginalmente em toda a extensão domédio rio São Francisco, até começodeste século, e não apenas no trechodesse rio situado ao norte da Bahia. Nãose pode, contudo, afastar a hipótese deque Miranda Ribeiro tenha apenasconfundido Januária com Juazeiro,localidade-tipo da espécie.

OS ANOS 1920

As valiosas coleções deHeinrich Snethlage e Emil Kaempfer

Em julho de 1923, Heinrich E.Snethlage (sobrinho de Emilie Snethlage)inicia no litoral do Maranhão uma das maisimportantes expedições ornitológicasrealizadas no Nordeste, que se estendeu, pordois anos e meio, pelo interior do Maranhão,Piauí, Ceará e norte extremo do presenteestado do Tocantins (Hellmayr 1929).A expedição de Snethlage resultou nacoleção de cerca de 2.000 peles e dispendeucerca de 84% do tempo em territóriomaranhense, entre os ambientes de mataseca, várzea litorânea, manguezal, zona doscocais, transição (incluindo com a caatinga)e cerrado. O tempo restante (cerca de 5meses, de dezembro de 1924 a 15 de abrilde 1925) foi passado nas regiõescircunvizinhas da Serra de Ibiapaba, nosestados do Piauí (Arara, Ibiapaba, Deserto)e Ceará (Várzea Formosa) (Snethlage 1927,Hellmayr 1929). A relação integral domaterial obtido e incorporado às coleçõesdo Field Museum de Chicago foiapresentada por Hellmayr (1929). HenrichSnethlage (Snethlage 1928a, 1928b)tabulou as 449 espécies de aves por eleencontradas em 13 ambientes identificadosna sua ampla área de estudo e apresentoudados de biologia reprodutiva para umconjunto expressivo dessas espécies.Interessa a esta compilação as espéciesdestacadas por Snethlage, numa análisebiogeográfica, como características para as“Höhenwald” (= matas elevadas) dosconfins do Ceará e Piauí (Phaethornisgounellei, Gyalophylax hellmayri,Megaxenops parnaguae, Sakesphoruscristatus, Myrmorchilus strigilatus eHylopezus ochroleucus) e para a Caatinga,na região maranhense do médio Parnaíba(Nothura boraquira, Columba picazuro,Aratinga cactorum, Hepsilochmusatricapillus, Lepidocolaptes angustirostris,Pseudoseisura cristata, Furnarius figulus,Machetornis rixosus, Sicalis flaveola,Paroaria dominicana, Turdus rufiventris eTurdus amaurochalinus). Uma análise mais

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avançada das relações biogeográficas dasaves do Maranhão, Piauí e Ceará foidesenvolvida por Hellmayr (1929) tendocomo elemento principal os resultadosconsolidados da expedição de H. Snethlage.

Entre 1926 e 1931, o alemão EmilKaempfer e sua esposa estiveram coletandoaves por 11 estados brasileiros (além doParaguai) e foram capazes de reunir umasignificativa coleção de 10.000 peles(Naumburg 1935, Camargo 1962).Kaempfer realizou toda essa expedição sobos auspícios da ornitóloga Elsie Naumburgque, após sua morte, deixou em doação essenumeroso e valioso acervo ornitológico aoAmerican Museum of Natural History, deNova Iorque (Zimmer 1955a). Em vida, ElsieNaumburg pôde ainda, a partir dessematerial, descrever três subespéciesjustamente do Nordeste (das quais Nothuramaculosa cearensis e Columba picazuromarginalis permanecem válidas, Naumburg1932) e realizar alguns trabalhos taxonômicos(Naumburg 1933, 1937, 1939). O roteirodetalhado dessa viagem, com relato dageografia física dos pontos percorridos, foiapresentado por Naumburg (1935) com basenas muitas correspondências trocadas entreela e o seu contratado. Na região de interessedessa compilação, Kaempfer estevecoletando entre fevereiro de 1926 e julho de1928, em muitos pontos do médio rioParnaíba (Maranhão/ Piauí), sudeste do Ceará,sul do Piauí, interior de Pernambuco e Bahia(noroeste da Bahia, Cadeia do Espinhaço eregião de Jequié e Boa Nova). Muitasmenções aos registros provenientes dessacoleção constam na literatura ornitológicadesde Naumburg (1928), sobretudo emmuitos dos 66 artigos da série Studies ofPeruvian Birds de John T. Zimmer(publicados entre 1931 e 1955). É justamentedo Nordeste que provém dois dos achadosmais realçados da campanha de Kaempfer(e celebrados por sua mentora): Rhopornisardesiaca (Naumburg 1934) e Megaxenopsparnaguae (Naumburg 1928). Em ambos oscasos, esses achados representaram osprimeiros exemplares coletados após adescrição original desses táxons. Algunstáxons foram descritos tardiamente com baseno material de Kaempfer, oriundo da

Caatinga: Stigmatura budytoides gracilis,Zimmer (1955b), Picumnus fulvescens,Stager (1961) e Chordeiles pusillusxerophilus, Dickerman (1988). Não se sabequal a percentagem do material brasileiro deKaempfer já divulgado, mas de qualquermaneira, um estudo do conjunto desseacervo seria de grande interesse para adistribuição das aves brasileiras. Nessesentido, cabe mencionar que as pelesoriundas dessa expedição pertinentes aosestados do Maranhão (cerca de 1.200exemplares, Oren 1991: 5) e Rio Grande doSul (3.780 exemplares, Belton 1984: 395)foram examinadas integralmente na intençãode subsidiar as respectivas listas regionaispreparadas para os estados em questão.

Após o licenciamento de EmilieSnethlage dos quadros do Museu Goeldi esua contratação como naturalista-viajante,em 1922, pelo Museu Nacional do Rio deJaneiro, a pesquisadora iniciou uma sérieplanejada de excursões por várias regiões dopaís (Rio de Janeiro, Maranhão, EspíritoSanto, Goiás, Paraná, Santa Catarina, RioGrande do Sul, Mato Grosso e Rondônia) queperduraram até sua morte, em 27 denovembro de 1929, em Porto Velho (Cunha1989, Gonzaga 1989). De interesse dessacompilação, consta que em junho e julho de1926, a célebre ornitóloga esteve no nortede Minas Gerais (Pirapora, Januária) e nointerior da Bahia (Bom Jesus da Lapa),explorando a avifauna do curso médio do SãoFrancisco (Ruschi 1951, Pinto 1952, Gonzaga1989). Resultou dessa excursão a descriçãode três táxons: Xiphocolaptes franciscanus,Snethlage (1927) e Phylloscartes roquetteiSnethlage (1928c) de Januária, e Knipolegusaterrimus franciscanus, Snethlage (1928c),de Bom Jesus da Lapa. As três formaspermanecem como endêmicas das matassecas do médio São Francisco, Minas Geraise Bahia (Silva 1989), contudo P. roquettei,muito menos conhecido, é ainda restrito aoterritório de Minas (Willis & Oniki 1991, Collaret al. 1992, Sick 1997). O grande X.franciscanus tem sido tratado como raça deX. falcirostris (Teixeira 1990, Sick 1993, Silva& Oren 1997), enquanto K. franciscanus foialçado à condição de espécie plena (Silva &Oren 1992, Sick 1997).

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OS ANOS 1930

O início da era “Olivério Pinto”Datam de novembro de 1931 a

fevereiro de 1932, os poucos espécimescoletados por José Blaser no rio Pandeiro,margem esquerda do rio São Francisco,quase defronte à cidade de Januária, nonoroeste de Minas Gerais (Pinto 1945,Pinto 1952). Estes seriam os primeirosexemplares (adquiridos do coletor em1934) da Caatinga a serem tombados noMuseu Paulista, desde que Olivério Máriode Oliveira Pinto (Nestor da OrnitologiaBrasileira, no justo reconhecimento deSick 1985: 116) assumiu, em janeiro de1929, os encargos da coleção ornitológicada instituição (Pinto 1945). As espéciesconstantes desse lote de material estãoindicadas nos trabalhos de Pinto (1938,1944, 1952). Consta que Blaser, coletorprofissional, vendeu lotes de aves, nosanos 1930, ao Field Museum of NaturalHistory, Chicago, Museum of Compa-rative Zoology, Cambridge, Mass., e pos-sivelmente a outras instituições (Silva1989: 24, Paynter & Traylor 1991: 516).

Duas iniciativas encabeçadas porOlivério Pinto, no Nordeste, na década de1930, tiveram como alvo a avifauna daregião florestada dos estados da Bahia, em1932 (Pinto 1935) e de Pernambuco, em1938-39 (Pinto 1940). As poucas mençõesa avifauna interiorana desses estadosderivaram das informações publicadas ourecebidas de terceiros ou, no caso daBahia, das antigas coletas de E. Garbe nosertão baiano do São Francisco.

Entre os anos 1930, a partir dolançamento de seu Catálogo (Pinto 1938),e os anos 1970, os trabalhos de OlivérioPinto eram referência obrigatória nocenário ornitológico brasileiro para quembuscasse informação sobre a distribuiçãodas aves brasileiras (Alvarenga 1990).

Um quase desconhecido artigopublicado nessa década sobre as aves dePernambuco, por um professor de alemão

do Gymnasio Pernambucano (Kadletz1933), tem pouca utilidade. O autor declaratextualmente que confeccionou uma listade aves do Estado a partir de obras gerais(não fez menção ao clássico Forbes 1881)e acrescentou algumas que ele próprio teriaobservado. Mesclando espécies deimprovável ocorrência, mesmo noNordeste (Cistothorus platensis, Amazonaochrocephala, etc), ao lado de outras denotória existência, a lista não serve comotestemunho de registros para Pernambuco,porque ele sequer indicou as que elepróprio teria encontrado.

Da mesma forma, apenas uma partedas aves mencionadas por Aguirre (1936)para a localidade mineira de Pirapora, cursomédio do rio São Francisco, possivelmentelevantadas no decurso de 1934, pode serefetivamente considerada. Do total de 55espécies listadas e nomeadas cien-tificamente “por meio de observações einformações colhidas”, algumas estão emdesacordo (n = 7) com o padrão admitidode ocorrência na região, representando,outrossim, espécies da Mata Atlântica.

Consta que o naturalista JoãoMoojen [de Oliveira] esteve igualmente emPirapora na década em questão (Moojen1940, 1943, Pinto 1952: 13). Conformeverificado pelo autor, em 1981, existempeles coletadas por Moojen, no MuseuNacional do Rio de Janeiro, datadas dointervalo de 8-22 de janeiro de 1937.Algumas localidades específicas dosarredores de Pirapora foram indicadas nasetiquetas, tais como “Cerrado dePernambuco”, “Cerrado de Nova Estância”,“Córrego Coatis”, “Lagoa do M. Três”.Inicialmente tombadas na coleção seriadada Escola Superior de Agricultura deViçosa, uma parte da coleção foi,posteriormente, encaminhada ao MuseuNacional e teve suas identificaçõeschecadas por Alípio de Miranda Ribeiro. Asespécies coletadas ou observadas porMoojen foram parcialmente divulgadas emdois artigos por ele próprio elaborados(Moojen 1940, 1943).

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OS ANOS 1940

As contribuições deDias da Rocha e Lamm

No início dos anos 1940, uma equipede pesquisadores liderados pelo americanoErnst G. Holt, a serviço da FundaçãoRockefeller, estiveram coletando aves noCeará, sobretudo na Serra de Baturité, como intuito de subsidiar as pesquisas da febreamarela (Friedmann 1942, Paynter &Traylor 1991). O Serviço de Estudos ePesquisas da Febre Amarela (SEPFA),estrutura do governo brasileiro (InstitutoOswaldo Cruz) conveniado com asupracitada instituição americana, coletouaves, dentre outros animais (sobretudomamíferos), além do Ceará, nos estadosda Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Riode Janeiro, Goiás e Mato Grosso do Sul(Pinto 1945: 315, Ruschi 1951, Pinto 1952:13, Silva 1989, J.F. Pacheco, obs. pess.).Os exemplares reunidos entre 1936 e 1945foram encaminhados ao AmericanMuseum, de Nova Iorque, Field Museum,de Chicago, Los Angeles County Museum,Museu Nacional do Rio de Janeiro e Museude Zoologia de São Paulo. Os técnicospreparadores Herbert Berla, Gentil Dutra,Leoberto C. Ferreira, Carlos Lako, Pedro deM. Britto, Galdino Pereira, D. Costa, D.E.Davis, R.M. Gilmore e H W. Laemmerttrabalharam em várias fases dessa tarefacomo coletores (Friedmann 1942, Pinto1945, Silva 1989, Paynter & Traylor 1991,Pacheco & Parrini 1999, J. F. Pacheco, obs.pess.). A subespécie Xiphorhynchus eytonigracilirostris Pinto & Camargo (1957) (hojeX. guttatus gracilirostris), depositado nainstituição paulista, é a única formanomeada a partir de material dessaexpedição à Serra de Baturité. Cabemencionar, como curiosidade, que oholótipo (único exemplar conhecido) deTijuca condita, coletado em 24 de outubrode 1942 por Pedro de M. Britto na FazendaGuinle, Teresópolis, RJ, justamente aserviço do SEPFA, ficou nas gavetas doMuseu de Zoologia de São Paulo por 38anos até ser descrito (Snow 1980).

De 7 de fevereiro a 4 de maio de1942, o chefe da Divisão de Zoologia doMuseu Nacional do Rio de Janeiro, JoãoMoojen de Oliveira, esteve coletandomaterial zoológico nos rios São Franciscoe Grande (Nomura 1993). Nesse período,Moojen coletou aves nas localidadesbaianas de Bom Jesus da Lapa e Barreiras,e em Pirapora, Minas Gerais (Fiuza 1999,J. F. Pacheco, obs. pess.). A sua perma-nência em Pirapora, local em que já estiveraem janeiro de 1937, durou apenas algunspoucos dias, possivelmente uma semanaapós sua chegada em 7 de fevereiro.Em Bom Jesus da Lapa, onde estivera E.Snethlage em 1926, ele permaneceuexplorando os arredores durante a segundaquinzena do mês de fevereiro e o início demarço, pois já no dia 12 desse mêscolecionava em Barreiras, no médio rioGrande, região de cerrado do oeste baiano(J. F. Pacheco, obs. pess.). É justamentedessa excursão, em 1942, o exemplar deButeo albonotatus coletado em Bom Jesusda Lapa por Moojen, mencionado porTeixeira et al. (1987).

São interessantes e informativas asobservações de Donald W. Lamm, da forçaaérea norte-americana, reunidas durante otranscurso de quatro anos (1943-1947), ecerca de 450 horas no campo, espe-cialmente na zona da mata de Pernambucoe Paraíba, divulgadas por ele próprio numformato de lista comentada (Lamm 1948).Nesse período ele visitou em “occasionaltrips” algumas localidades do sertão áridode Pernambuco, Paraíba e mesmo do RioGrande do Norte, especificamente, Equador,em 13 de fevereiro de 1944. As pelescoletadas foram enviadas ao U. S. NationalMuseum, aos cuidados do curador HerbertFriedmann. Advindos de sua temporadabrasileira, são o holótipo de Picumnus exilispernambucensis e o holótipo de Automolusleucophthalmus lammi, descritos de pelescoletadas em Recife (Zimmer 1947a).

Consta que Herbert F. Berla,naturalista do Museu Nacional do Rio deJaneiro, bem como, às vezes, seu filhoRicardo Medeiros Berla e sua esposa IniahM. Berla, coletaram exemplares de aves emPirapora, MG (1946), Janaúba, MG (1949,

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1956, 1958) e os enviaram para instituiçõesnorte-americanas, especialmente FieldMuseum, de Chicago e Los Angeles CountyMuseum (Paynter & Traylor 1991, Pacheco& Parrini 1999). Um dos exemplarescoletados em julho de 1949 por RicardoBerla, em Janaúba, depositado no FieldMuseum, tornou-se o holótipo de Otuscholiba caatingensis, Hekstra (1982). Cabelembrar que suas mais conhecidas coleçõesempreendidas em Pernambuco (1944-1945) limitaram-se à Zona da Mata (Berla1946), embora tenha colecionado ouobservado em algumas áreas campestresdos municípios de Limoeiro e Igaraçu,alguns elementos mais típicos do sertão,notadamente Nothura boraquira, Zenaidaauriculata, Polioptila plumbea eCoryphospingus pileatus, que já haviam láse estabelecido.

No final desta década é publicadauma lista de espécies animais (Rocha 1948),incluindo aves, que representaria aconsolidação das atividades colecionadorasdo Prof. Francisco Dias da Rocha (1869-1960), no âmbito do Ceará. Esse naturalistadirigiu o Muzeu Rocha, de sua propriedade,em Fortaleza, de 1884 até 1959, quando“quase todo o acervo” foi vendido aogoverno do estado do Ceará (Nomura 1964,Paiva 1995). Ele manteve, ao longo de suacarreira como “acumulador de coleções”zoológicas, botânicas, etnográficas earqueológicas, contato amistoso com umasérie de especialistas, notadamenteestrangeiros, das mais diferentes áreas doconhecimento (Nomura 1964). Sua antigacorrespondência com Hermann von Ihering,primeiro diretor do Museu Paulista, deveresponder por algumas amostras suasdoadas àquela instituição (p.ex.:Eupetomena macroura simoni eChrysolampis mosquitus, de Fortaleza,ofertados em dezembro de 1916) (Pinto1938: 255, 276). É verdade que, muitoantes, o Grande Naturalista Cearense,parafraseando Nomura, havia publicado suarelação de aves representadas em seumuseu particular (Rocha 1908, 1911).Entretanto, tal título teve impacto quase nulona ornitologia e está hoje entre as mais raraspublicações de zoologia do Nordeste.

OS ANOS 1950

As Expedições ao Nordeste doDepartamento de Zoologia de São Paulo

A década de 1950 se inicia com duasimportantes “Viagens científicas ao estadode Alagoas”, do Departamento de Zoologia,da então Secretaria de Agricultura de SãoPaulo, sob a inspiração e coordenação deOlivério Pinto. A primeira viagem transcor-rida de meados de setembro a começo deoutubro de 1951, e a segunda de 20 deoutubro a 19 de novembro de 1952.Interessa a esta compilação apenas aprimeira delas, que visitou duas localidadesno sertão alagoano, Palmeira dos Índios eQuebrângulo, onde O. Pinto e E. Dentecoletaram 173 espécies distintas (Pinto1954). Antes dessa iniciativa, Alagoas eraum dos menos conhecidos estados dafederação em termos ornitológicos (Pinto &Camargo 1961: 193). Como resultado diretodessa expedição de 1951-52 computa-se adescrição de sete subespécies novas,endêmicas da Mata Atlântica nordestina, dasquais seis delas permanecem válidas atéhoje (Pinto 1978, Traylor 1979, Snow 1979).

É desta década, o livro intitulado “Avesda Paraíba” (Zenaide 1954), que se constituinuma das boas fontes da presença de váriasespécies (algumas pretéritas) no poucoestudado estado da Paraíba. Nele, HeretianoZenaide, político, fazendeiro e naturalistaamador, descreveu, correlacionou com anomenclatura popular ou tentativamenteidentificou cientificamente, 174 espécies(38% dessas, incorretas segundo Pacheco& Rajão (1993)). Tal título foi aproveitadoapenas na década de 1970, quandoNogueira-Neto (1973) inseriu-o em suabibliografia consultada (Pacheco 1995b) e,em seguida, serviu como base importanteda compilação elaborada por Dekeyser(1979), Pacheco & Whitney (1995) e SchulzNeto (1995), para as aves paraibanas. Suasobservações zoológicas e botânicas sederam, sobretudo, nos municípiossertanejos de Alagoa Grande e Soledade,além das localidades litorâneas de Gramamee Cabo Branco. Entre 1926 e 1951, Zenaide

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foi proprietáro da Usina Tanques, emAlagoa Grande, tantas vezes mencionadaem seu livro como palco de suasexplorações (Pacheco & Rajão 1995).

Em 1957-58 foram empreendidas,pelo Departamento de Zoologia, daSecretaria de Agricultura de São Paulo,quatro produtivas expedições no sentido demelhor conhecer a avifauna do Nordestebrasileiro. Mais uma vez capitaneadas porOlivério Pinto (embora já estivesseoficialmente aposentado desde 1956)(Nomura 1984), sob os auspícios doDepartamento de Zoologia, ConselhoNacional de Pesquisas e Los AngelesCounty Museum, as expedições alcan-çaram importantes resultados, divulgadosem conjunto por Pinto & Camargo (1961).Entre fins de março e meados de abril de1957, a equipe composta por CamargoAndrade (chefe) e Emílio Dente(taxidermista) retornou aos arredores deQuebrângulo, AL, onde buscava, atravésde exploração mais direcionada,suplementar os resultados obtidos naexpedição anterior. Em seguida, comoparte da segunda etapa, os técnicosrumaram para o interior da Paraíba, ondenos arredores de Curema, não longe dePiancó, as coletas se estenderam de abrila junho e, posteriormente, exploraram olitoral do mesmo Estado. As coleções deaves reunidas naquela oportunidaderepresentaram as primeiras da Paraíba aserem integradas às coleções do Depar-tamento de Zoologia.

A terceira expedição da série se deuentre 8 de março e 4 de maio de 1958, nonoroeste da Bahia, em exploraçõesdirigidas nas localidades de Buritirama,Santa Rita de Cássia (hoje Ibipetuba),Maracujá e Barra, resultando numaamostragem de 143 espécies. Essa regiãojá havia sido explorada ornitologicamentepela Expedição Austríaca de 1903 e, emparte, por E. Garbe em 1908 e 1913. Pinto& Camargo (1961: 194) declararam que amotivação principal dessa etapa eraverificar a possível existência das ararasCyanopsitta spixii e Anodorhynchus leari.Ambos os objetivos “se viram, porém

frustados”. A quarta, e derradeira,expedição teve como palco o estado doCeará, onde apesar da grande estiagem,os técnicos conseguiram obter umarepresentativa coleção de aves. Os pontosexplorados foram a bem conhecida Serrade Baturité, entre 16 e 29 de julho, seguidapor Açudinho, na “boca do sertão”, naprimeira quinzena de agosto, Itapipoca, de17 a 25 de agosto e, por fim, o lugarejo deMosquito, perto de Icaraí, na orla marítima,junto a grandes extensões de mangue,entre 26 de agosto e 8 de setembro de1958. Dentre as subespécies descritas porPinto & Camargo (1961), duas têmconexão com a Caatinga: Reinardasquamata orientalis e Picumnus limaesaturatus (= Picumnus fulvescens ,descrito apenas alguns meses antes porStager (1961)). Uma outra forma válidadescrita a partir de material desta últimaexpedição é restrita ao enclave florestalmontanhoso da Serra de Baturité,Selenidera maculirostris baturitensis Pinto& Camargo (1961).

A resenha proposta por este trabalhofecha exatamente com estas iniciativasprojetadas por Olivério Pinto, marco finaldo ciclo maior das coleções ornitológicasno semi-árido nordestino, iniciado porOtmar Reiser, em 1903. Lança-se aqui odesafio de melhor depurar as cir-cunstâncias e contextos das váriasiniciativas de pesquisa ornitológicamencionadas, bem como o desafio deampliar a abrangência histórica desseprocesso até os dias de hoje.

Neste sentido, em termos maisamplos, é preciso que seja fomentado oinventário generalizado das coleçõesornitológicas realizadas no Brasil edepositadas nas instituições nacionais eestrangeiras, tal qual aquele executado paraas coleções de aves venezuelanas,existentes nos muitos museus europeus enorte-americanos, há mais de cinqüentaanos. Muitas coleções de aves feitas noBrasil, algumas delas representativas, sãoainda muito mal conhecidas em seusresultados. A ornitologia brasileira precisaredescobrir o Sertão e todo o restante.

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OS ÚLTIMOS QUARENTA ANOS

O permanente acúmulode informações regionais

A seguir estão listadas as fontespublicadas nas últimas quatro décadas, emordem cronológica, que diretamentetrataram da ornitologia da Caatinga, cominserção de alguns títulos que, indi-retamente, influenciaram o conhecimentoda avifauna desse bioma:

• Menezes (1960) relata sete casos deingestão de aves aquáticas pelo pirarucu,em açudes do Ceará e Paraíba entre osanos de 1947 e 1950.

• Aguirre (1964) apresenta a histórianatural da avoante, Zenaida auriculata,no âmbito do Nordeste, com relatos dasobservações biológicas e comentáriossobre os sistemas de captura eexploração comercial.

• Sick (1969) discute o problema das avesameaçadas de extinção no Brasil,relacionando causas e recomendandomedidas. Fornece uma lista de 46espécies consideradas ameaçadas emnível nacional, das quais Anodorhynchusleari e Cyanopsitta spixii, sãodiretamente relacionadas com aCaatinga.

• Sick (1971) relata as expansões geográ-ficas do pardal, Passer domesticus noBrasil. Faz menções de sua ocorrênciano Maranhão, Piauí, Ceará e Per-nambuco.

• Aguirre (1972) relata a nidificação daavoante, Zenaida auriculata, no âmbitodo Nordeste.

• Sick (1972) inclui a republicação do textoconstante em Sick (1969).

• Aguirre (1973) contém a primeiracontribuição acerca dos hábitosalimentares da avoante, Zenaidaauriculata, no âmbito do Nordeste.

• Aguirre (1974) contém a segundacontribuição acerca dos hábitosalimentares da avoante, Zenaidaauriculata, no âmbito do Nordeste.

• Machado & Kawall (1975) discutem arelação taxônomica entre Aratingajandaya e A. soltitialis.

• Aguirre (1975) contém a terceiracontribuição acerca dos hábitosalimentares da avoante, Zenaidaauriculata, no âmbito do Nordeste.

• Aguirre (1976) inclui texto elaborado apartir da consolidação dos escritosparciais do autor (Aguirre 1964, 1972,1973, 1974, 1975) acerca dos costumese extermínio da avoante, Zenaidaauriculata, no Nordeste.

• Coelho (1977) relata a ocorrência deOrtalis guttata em ambiente cavernícola,a partir de registro procedido em 27 demarço de 1970, no município de Buíque,interior de Pernambuco.

• Coelho (1978) apresenta uma lista de273 espécies registradas emPernambuco, das quais apenas 39 nãoforam colecionadas. Algumas poucasespécies obtidas nos estados vizinhos(Bahia, Ceará, Paraíba e Rio Grande doNorte) foram relacionadas.

• Pinto (1978) compreende a ediçãoatualizada do primeiro volume docatálogo das aves do Brasil por Pinto(1938), sem a relação dos exemplaresdo Museu de Zoologia da USP.

• Dekeyser (1979) compila as aves daParaíba, a partir de Zenaide (1954) ePinto & Camargo (1961), correlacio-nando-as e incluindo a tentativa deidentificação de várias das espéciesmencionadas na primeira fonte.

• Coimbra-Filho & Maia (1979) listam cercade 85 espécies ocorrentes no ParqueNacional de Sete Cidades, derivadas deconstatação direta dos autores ou detestemunho de moradores mais antigos.Algumas espécies desaparecidas, masrecordadas por moradores mais antigosforam incluídas. Predomina na área doParque a fitofisionomia do cerrado cominterferência de outros ecossistemas,sobretudo da Caatinga.

• Sick (1979a) destaca, no primeiro deuma série de artigos, a descoberta dapátria de Anodorhynchus leari.

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• Sick (1979b) divulga notas biológicas oude distribuição de 20 espécies, incluindoa ocorrência de Caprimulgus lon-girostris, no Raso da Catarina, em áreade Caatinga.

• Sick (1979c) aborda a migração das avesno Brasil, conferindo algum destaque aofenômeno singular de migração dasavoantes no Nordeste.

• Sick & Teixeira (1979) tratam dasespécies de aves ameaçadas do Brasil,abordando os fatores da extinção.Acompanha uma lista comentadas de 50táxons considerados ameaçados deextinção, incluindo Anodorhynchus learie Cyanopsitta spixii, diretamenterelacionados com a caatinga.

• Sick et al. (1979) relatam a descobertano campo de Anodorhynchus leari.Segundo relato da série.

• Oniki (1980) fornece dados de biomassa,tempetura cloacal e estágio de muda, apartir de capturas realizadas, dentreoutras localidades, nos arredores deJanuária, MG.

• Sick & Teixeira (1980) divulgam, noterceiro relato da série, a descoberta dapátria de Anodorhynchus leari.

• Sick (1981b) discute a conservação daararas azuis, sobretudo deAnodorhynchus leari.

• Miranda e Miranda (1982) mencionamum total de oito espécies no presenteestudo, no qual os autores, sendoherpetólogos, apenas tentativamentetratam da avifauna.

• Bucher (1982) discute e analisa a formade reprodução da população nordestinade Zenaida auriculata.

• Antas (1983a) relata a nidificação deColumbina minuta no solo, em PedroAvelino (RN).

• Rigueira et al. (1983) divulgam o registrode 106 espécies em Caatinga do Moura,no sertão baiano, derivado de inventárioprocedido em julho de 1982.

• Lopes et al. (1983) assinalam o registrode 95 espécies na localidade de Brejões,distrito de Morro do Chapéu, no noroesteda Bahia, como resultado do trabalho

de campo efetuado em julho de 1982.

• Sick (1985) apresenta, em sua obramaior, diversas informações inéditas,sobretudo biológicas, acerca da avifaunada Caatinga.

• Yamashita & Coelho (1985) assinalam aexistência de Propyrrhura maracana ePyrrhura anaca na Reserva Biológica deSerra Negra.

• Yamashita & Antas (1985) discutem asrelações taxonômicas entre Aratingajandaya e Aratinga auricapilla.

• Yamashita (1985) relaciona dadoscomportamentais de Anodorhynchusleari, endêmica do nordeste da Bahia,partir de observações procedidas emjulho de 1983.

• Azevedo Jr. (1986) relata a existência deninhal de Zenaida auriculata em culturade sorgo, na região de Cruz de Malta,sertão pernambucano.

• Nascimento & Serrano (1986) divulgamos resultados parciais do levantamentoda avifauna procedido na região doSeridó, onde haviam sido identificadas,até aquela ocasião, 56 espécies.

• Teixeira et al. (1986) divulgam extensõesde distribuição para aves no Nordeste,num total de 21 casos, apresentandoregistros, sobretudo da Mata Atlântica deAlagoas, com um caso no sertãoparaibano, referente a Neocrexerythrops.

• Andrade et al. (1987) relatam o reen-contro de Xiphocolaptes [falcirostris]franciscanus, em 1985, no norte deMinas Gerais.

• Sick et al. (1987) relata a redescoberta deAnodorhynchus leari e também apresentauma lista completa das espéciesregistradas pelos autores na região do Rasoda Catarina, nordeste da Bahia. Algunsexemplares foram taxidermizados eincorporados a coleção seriada do MuseuNacional do Rio de Janeiro.

• Yamashita (1987) divulga observaçõesbiológicas de Anodorhynchus leari,espécie endêmica e ameaçada daCaatinga.

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• Coelho (1987) apresenta uma lista deaves observadas na Reserva Biológicade Serra Negra, resultante de 14 viagensmensais à area, entre novembro de1974 e janeiro de 1976. Para cadaespécie é indicado o ambiente(caatinga, mosaico ou floresta) na qualfoi encontrada.

• Paiva (1987) relaciona a distribuição eabundância de algumas aves do estadodo Ceará, pertencentes às ordens deTinamiformes a Columbiformes, emuma tentativa de correlação entre asdenominações científicas e os nomesvulgares.

• Antas (1987a) divulga, com maisdetalhes, os dados acerca da reproduçãono solo de Columbina minuta em PedroAvelino, RN, antecipada em Antas(1983a).

• Antas (1987b) relaciona a reprodução deZenaida auriculata na área da Caatingacom os diferentes substratos, consoli-dando a informação prévia presente emAntas (1983b).

• Teixeira et al. (1987) apresenta, nosmoldes do relato anterior (Teixeira et al.1986), 18 casos, sendo que apenas osdo Buteo albonotatus e Passerdomesticus interessam a essa com-pilação.

• Olmos & Souza (1988a) antecipamdados relevantes do levantamentorealizado no Parque Nacional da Serrada Capivara, Piauí, divulgado poste-riormente na íntegra (Olmos 1993).

• Azevedo Jr. (1988) relaciona os projetosde anilhamento efetuados ou emandamento no âmbito do Nordeste,destacando aqueles voltados para oestudo dos padrões de movimentaçãode Zenaida auriculata.

• Sick et al. (1988) apresentam osresultados preliminares do anilhamentode Streptoprocne biscutata empreen-dido na furna do Bico da Arara, FazendaIngá, município de Acari.

• Andrade et al. (1988) relatam, com maisdetalhes e com ilustrações, o reencontro

de Xiphocolaptes [falcirostris] fran-ciscanus, em 1985, no norte de MinasGerais, antecipado por Andrade et al.(1987).

• Teixeira et al. (1988) apresenta, em suaterceira contribuição, nos moldes dosdois relatos anteriores (Teixeira et al.1986, 1987), informações sobre adistribuição de 16 espécies, das quaisapenas Geranoaetus melanoleucus eCranioleuca semicinerea interessam apresente compilação.

• Olmos & Souza (1988b) registramIxobrychus involucris para o ParqueNacional da Serra da Capivara, Piauí.

• Teixeira (1989a) assinala Xenopsarisalbinucha para Delmiro Gouveia,Alagoas, e tece comentários acerca daplumagem imatura da espécie.

• Teixeira (1989b) apresenta dadosbiológicos de Megaxenops parnaguae,provenientes de observações efetuadasna Chapada do Araripe, Ceará.

• Azevedo Jr. (1989) apresenta dadosrelativos a um censo de ninhos,verificação de substratos e época dereprodução de Pseudoseisura cristata,no trecho de caatinga entre Remanso eCuraçá, Bahia.

• Teixeira & Luigi (1989) discutem adistribuição, taxonomia, hábitat, com-portamento, vocalização e reproduçãode Cranioleuca semicinerea, apre-sentados a partir de observaçõesdesenvolvidas em Quebrângulo, Ala-goas, durante os meses de fevereiro-março de 1987.

• Azevedo Jr. & Carvalho (1989) relatam oanilhamento de 120 indivíduos jovens deCasmerodius albus em ninhal localizadona margem baiana do Lago de Itaparica,município de Nova Rodelas, emsetembro de 1988.

• Sales Jr. (1989) apresenta dadospreliminares sobre movimentaçãomigratória de Sporophila lineola noestado do Ceará.

• Silva (1989) apresenta, na listasistemática contida no apêndice dessa

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dissertação, referências a exemplarescoletados pelo autor e equipe emItacarambi, norte de Minas.

• Teixeira et al. (1989) apresenta, na quartacontribuição da série, novas informaçõessobre a distribuição de 18 espécies deaves nordestinas. Quatro delas, Aratingaacuticaudata, Megaxenops parnaguae,Xenopsaris albinucha e Knipolegusnigerrimus, de interesse para o presentetrabalho.

• Marini & Cavalcanti (1990) relatampadrões de distribuição e possíveis rotasmigratórias de Elaenia albicepschilensis e Elaenia chiriquensisalbivertex na América do Sul. Algunspontos da Caatinga estão inseridos nadiscussão.

• Azevedo Jr. & Antas (1990a) apresentamdados de alimentação de Zenaidaauriculata a partir de coletas efetuadasem Remanso, Bahia, e Caicó, RioGrande do Norte.

• Azevedo Jr. & Antas (1990b) divulgamnovos dados da reprodução de Zenaidaauriculata a partir de trabalhos decampo desenvolvidos em seis estadosnordestinos.

• Azevedo Jr. & Antas (1990c) apresentamtécnicas de captura e anilhamento deZenaida auriculata no âmbito dostrabalhos desenvolvidos no Nordeste.

• Studer & Vielliard (1990) descrevem oninho de Furnarius figulus encontradoem Quebrângulo, Alagoas.

• Brandt & Machado (1990) apresentamo comportamento alimentar deAnodorhynchus leari, espécie endêmicada Caatinga, ameaçada de extinção.

• Sick (1991) descreve a subspécieStreptoprocne biscutata seridoensis,proveniente de Acari, RN, sertão doSeridó.

• Juniper & Yamashita (1991) apresentaminformações sobre a conservação daaltamente ameaçada Cyanopsitta spixii.

• Mattos et al. (1991) apresentam a listade aves para 16 localidades do noroestede Minas Gerais, a partir de levantamento

realizado (visual, auditivo, captura emredes) entre julho de 1985 e julho de1990, incluindo variadas fisionomiasvegetais. Possuem interesse específicopara esta compilação as aves da caatingaencontradas nas localidades de Januária,Itacarambi, Montalvânia, Manga,Janaúba, Mirabela, São Francisco, SãoRomão e Pirapora.

• Schluter & Repasky (1991) apresentamum estudo quantitativo correlacionandoa abundância de sementes e Finches emáreas áridas e semi-áridas no Quênia,Estados Unidos, Brasil e Argentina. Asduas localidades brasileiras incluídas notrabalho foram uma próxima de Florestae outra perto de Orocó, distantes 100kmuma da outra, ambas no interior dePernambuco.

• Willis & Oniki (1991) apresentam oresultado de inventários durante oito diasem três locais diferentes nas imediaçõesde Januária, norte de Minas Gerais,juntamente com outros nove pontospercorridos no estado de Minas Gerais.

• Silva (1991) apresenta uma revisãosistemática e biogeográfica de Nystalusmaculatus.

• Teixeira et al. (1991) divulgam dadoscomportamentais de Megaxenopsparnaguae, dentre outras espécies.

• Olmos (1992) discute aspectosconservacionistas do Parque Nacional daSerra da Capivara, incluindo elementosda fauna e flora regionais.

• Teixeira (1992b) trata de aspectosbiológicos e taxonômicos de Gya-lophylax hellmayri, espécie endêmicada Caatinga.

• Sick (1993) é a edição americana,traduzida por William Belton, de sua obra(Sick 1985), ampliada e revista pelopróprio, o qual havia falecido em marçode 1991.

• Teixeira et al. (1993) divulga, na quintacontribuição da série iniciada em Teixeiraet al. (1986), novas ocorrências para 24espécies. Destas, dez são de interessedessa compilação.

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• Olmos (1993) lista 208 espécies para oParque Nacional da Serra da Capivara,atribuindo status de ocorrência, hábitate nível de sociabilidade para cada uma. Éa mais representativa das fontespublicadas para a avifauna dos sertõespiauienses desde o trabalho de Reiser(1910, 1925). Os trabalhos de levan-tamento foram procedidos pelo próprioautor em dezembro de 1986, julho de1987, julho e dezembro de 1989, e demarço a maio e julho de 1991, utilizando-se de técnicas de observação, gravaçõesde áudio e redes de neblina.

• Teixeira & Luigi (1993) apresentamdados de taxonomia, distribuição,hábitat, comportamento, vocalização ereprodução de Poecilurus scutatus, apartir de observações desenvolvidas nosestados de Alagoas, Ceará e MinasGerais.

• Nascimento et al . (1993) tratamespecificamente da avifauna do lagoartificial de Sobradinho, médio rio SãoFrancisco, antecipando relevâncias enúmero parcial (87) de espéciesencontradas.

• Almeida & Teixeira (1993) apresentamdados preliminares acerca do gêneroPicumnus no âmbito do Nordesteextremo do Brasil.

• Studer & Teixeira (1993) divulgamdados reprodutivos e ecológicos deAegolius harrisii provenientes doNordeste.

• Whitney & Pacheco (1994) apresentamdados de comportamento (especial-mente forrageamento), vocalizações einterrelações de duas espécies quaseendêmicas da Caatinga do Nordeste,Megaxenops parnaguae e Gyalo-phylax hellmayri.

• Lencioni-Neto (1994) descreveChordeiles vielliardi, espécie debacurau privativa das várzeas do rio SãoFrancisco. Uma apresentação de novosregistros e das relações de parentescodo presente táxon com Nyctiprognecomo alocação genérica está em curso(Whitney et al., no prelo).

• Pacheco & Whitney (1995) fornecemdados sobre extensão de distribuição de17 espécies do nordeste, duas das quaisrelacionadas com ocorrências noâmbito do bioma Caatinga.

• Schulz Neto (1995) apresenta uma listacompilatória das aves da Paraíba,baseada em bibliografia pertinente, cominclusão de alguns informaçõesinéditas. Para cada espécie é dada umadistribuição específica em relação asonze regiões fisiográficas do estado. Asregiões 4-11, compreendendo o agrestee os sertões são de interesse diretodessa compilação.

• Farias et al. (1995) divulgam a listapreliminar de aves de Pernambuco.Entretanto, como não indica as regiõese os hábitats onde as espécies foramregistradas, a lista é de pouco proveitopara a compilação pretendida. Asespécies derivadas de observações dosautores seriam de grande interesse.

• Souto & Hazin (1995) apresentam umatabela com 338 espécies de aves (semmenção nominal das mesmas)distribuídas, através de sub-totais, pelas57 famílias e 19 ordens admitidas comoocorrentes na Caatinga, com vistas auma avaliação da diversidade do bioma.Répteis e mamíferos são, de formasimilar, avaliados.

• Souza (1995) divulga a lista de aves doestado da Bahia, nova edição, comindicação da área de distribuição a partirda literatura e de observações do autore de colaboradores.

• Whitney et al. (1995) tratam dataxonomia de Hylopezus nattereri,espécie endêmica da Caatinga,fornecendo dados biológicos edistribucionais.

• Lencioni-Neto (1996) descreve umasubespécie privativa do interior daBahia, Knipolegus nigerrimus hoeflingi.

• Nascimento (1996a) lista 155 espéciesde aves registradas para a FlorestaNacional do Araripe, Ceará, decorrentesde levantamento realizado entre maiode 1994 e junho de 1995.

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• Nascimento & Schulz Neto (1996) listam141 espécies de aves registradas para aFloresta Nacional do Araripe, Ceará,decorrentes de levantamento realizadodurante o ano 1995, sobretudo.

• Vielliard (1996) apresenta comentáriosde natureza biogeográfica, incluindorelações de afinidade com outrosbiomas, para a avifauna do Nordestebrasileiro.

• Sick (1997) é a edição revista eampliada de sua Ornitologia Brasileira,com inúmeras passagens de interessepara o conhecimento da avifauna daCaatinga.

• Raposo (1997) descreve a espécieArremon franciscanus, privativa dasmatas secas da porção meridional dobioma Caatinga.

• Naka (1997) descreve o ninho, ovos eoutros aspectos reprodutivos deAratinga cactorum, espécie endêmicada Caatinga.

• Silva & Oren (1997) descrevem asvariações de plumagem e aspectosconservacionistas atinentes a Xipho-colaptes falcirostris, espécie endêmicado bioma Caatinga.

• Olmos (1997) discute o status das seisespécies de psitacídeos registradas parao Parque Nacional da Serra da Capivara,Ara chloroptera, Ara maracana,Aratinga leucophthalmus, Aratingacactorum, Forpus xanthopterygius eAmazona aestiva, abordando, adicio-nalmente, hábitos reprodutivos e deforrageamento. Cita, ainda, o registro deCyanopsitta spixii, a partir de relatos deterceiros.

• Parrini et al. (1999) listam 359 espécies,como resultado de sete visitasrealizadas, entre 1990-1996, na regiãoda Chapada Diamantina, Bahia. Váriasespécies foram registradas em ambientede caatinga ou transicional entrecaatinga e os ambientes encontradosnessa região (campos rupestres,cerrado e mata estacional), além deambientes aquáticos ou antropizados.

• Souza (1999) apresenta novasocorrências para a Bahia, incluindo aregião da Caatinga, especialmentederivadas de observação de terceiros,que visam subsidiar os registrosinseridos na nova edição da Lista daBahia (Souza 1995).

• Neves et al. (1999) apresentam umalista de 146 espécies observadas e/oucapturadas em rede para a FazendaTamanduá, município de SantaTerezinha, sertão paraibano de Piranhas.

• Fiuza (1999) divulga o conteúdo datese original da autora, que versa sobrea avifauna da Caatinga do estado daBahia, incluindo a compilação dedados publicados, acrescidos de notasde observação do editor DeodatoSouza.

• Sousa (1999) apresenta dadosreprodutivos e de alimentação deGeranoaetus melanoleucus, coligidosna área de Xingó, estados do Sergipe eAlagoas.

• Nascimento (2000) disponiliza oinventário de duas UCs do bioma, aEstação Ecológica de Aiuaba, no Ceará,e da Estação Ecológica do Seridó, nooeste do Rio Grande do Norte. Sãolistadas 154 espécies para a primeira e116 para a segunda. O inventárioempreendido em área de Caatinga doRio Grande do Norte se reveste derelevância em vista da escassez dedados específicos publicados para esteEstado.

Fontes adicionais que trataram, nosúltimos seis anos, da avifauna delocalidades da Caatinga (ou simplesmente,implicaram-na) e de espécies endêmicasou ameaçadas desse bioma foram asseguintes: Da-Ré (1996), Griffiths & Tiwari(1995), Leite et al. (1997), Lima (1999),Munn (1995), Nascimento (1996b), Pereira(1995), Pineschi (1994/1995), Raw(1996), Reynolds (1995), Silva(1995), Straube (1995), Studer & Teixeira(1994), Vasconcelos & Figueiredo (1996),Whitney (1996).

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ZIMMER, J.T. 1944. Studies of Peruvian Birds, XLVIII. Thegenera Iridosornis, Delothraupis, Anisognathus,Buthraupis, Compsocoma, Dubusia and Thraupis.Amer. Mus. Novit. 1262: 1-21.

ZIMMER, J.T. 1947a. Studies of Peruvian Birds, 51. Thegenera Chlorothraupis, Creurgops, Eucometis,Trichothraupis, Nemosia, Hemithraupis andThlypopsis, with additional notes on Piranga. Amer.Mus. Novit. 1345: 1-23.

ZIMMER, J.T. 1947b. New birds from Pernambuco, Brazil.Proc. Biol. Soc. Wash. 60: 99-106.

ZIMMER, J.T. 1949. Studies of Peruvian Birds, 54. Thefamilies Catamblyrhynchidae and Parulidae. Amer.Mus. Novit. 1428: 1-59.

ZIMMER, J.T. 1950a. Studies of Peruvian Birds, 55. Thehummingbird genera Doryfera, Glaucis,Threnetes and Phaethornis. Amer. Mus. Novit.1449: 1-51.

ZIMMER, J.T. 1950b. Studies of Peruvian Birds, 57. Thegenera Colibri, Anthracothorax, Klais, Lophornisand Chlorestes. Amer. Mus. Novit. 1463: 1-28.

ZIMMER, J.T. 1950c. Studies of Peruvian Birds, 59. Thegenera Polytmus, Leucippus and Amazilia. Amer.Mus. Novit. 1475: 1-27.

ZIMMER, J.T. 1953a. Studies of Peruvian Birds, 64. Theswift family (Apodidae). Amer. Mus. Novit. 1609:1-20.

ZIMMER, J.T. 1955a. Studies of Peruvian Birds, 66. Theswallows (Hirundinidae). Amer. Mus. Novit. 1723:1-35.

ZIMMER, J.T. 1955b. Further notes on Tyrant Flycatchers(Tyrannidae). Amer. Mus. Novit. 1749: 1-24.

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241

Símbolos da coluna de espécies:

** Espécie endêmica da Caatinga (com menor ou sem ocorrência nos biomas adjacentes)

* Forma do Nordeste (ou parte da população) com admitida diferenciação subespecífica

^ População do Nordeste disjunta do restante da população encontrada em outro bioma

# Espécies que Spix (1824-25) foi o primeiro a indicar para a Caatinga

Estados ou regiões:

MA - Maranhão

PI - Piauí

CE - Ceará

RN - Rio Grande do Norte

PB - Paraíba

PE - Pernambuco

AL - Alagoas

neBA - nordeste da Bahia (região do baixo rio São Francisco a jusante de Juazeiro, com limite ocidental arbitrário correspondente à cumeeira da serra doTombador ou rio Salitre e meridional na BR-242)

coBA - centro-oeste da Bahia (região correspondente a drenagem do rio São Francisco entre a fronteira mineira e os limites arbitrados para a região acima)

seBA - sudeste da Bahia (região semi-árida entre a Zona da Mata e a cadeia do Espinhaço ao sul da BR-242)

MG - Minas Gerais (vale do rio São Francisco ao norte de Pirapora)

ESPÉCIE MA PI CE RN PB PE ALne co se

MGBA BA BA

ANEXO 1 - Lista anotada das espécies de aves da Caatinga com referências bibliográficascorrespondentes para cada estado ou respectiva região da Bahia

Crypturellus noctivagus* Re10 Ro48 F881 Pi38 Fi99 W821 Ag36Crypturellus parvirostris He29 He29 Ze54 Fo93 He08 He29 Fi99 Pi38Crypturellus tataupa #* S28a Re10 Sn26 Ze54 F881 Na32 Re25 W833 M38bRhynchotus rufescens* HS27 Re05 Ro48 Ze54 F881 Pi54 Re25 Fi99 Pa99 LM15Nothura boraquira^ S28a Ih07 He29 Na00 Ze54 Pi54 He06 Re10 Pa99 WO91Nothura maculosa* CM79 Na32 Na00 La48 Fo93 Si87 Fi99 Fi99 S825Rhea americana NP16 Ro48 M648 Ze54 F881 Re10 W821 S828Tachybaptus dominicus Re10 Ro48 Na00 Ze54 Re10 Re10 Pa99 Pi32Podilymbus podiceps He29 Na00 Ze54 Fi99 Pa99 Ma91Phalacrocorax brasilianus OL93 Ro48 Na00 SN95 Fi99 Re25 Pa99 Pi38Anhinga anhinga Re10 Ro48 Na00 Re10 S828Ardea cocoi Re10 Ro48 Me60 Na28 Re25 Pa99 S828Casmerodius albus Re10 Ro48 Na00 La48 Re25 Re10 Pa99 S828Egretta thula Re10 Ro48 Na00 Ze54 Na28 Re10 Pa99 S828Egretta caerulea Re25 Ro48 La48 Na28 Re25 Mo40Egretta tricolor Te93Bubulcus íbis CM79 Na00 SN95 Pa99 Fi99 Pa99 Ma91Butorides striatus Re25 Sn26 Na00 La48 Fo93 Re10 Re10 Pa99 Mo40Syrigma sibilatrix OL93 Ma91Pilherodius pileatus Re10 Te93 He48 S828Nycticorax nycticorax Re10 Ro48 Na00 La48 Re10 Re25 Ag36Tigrisoma lineatum Re10 Ro48 Na00 Ze54 Pa99 LM15 Pa99 S828Ixobrychus involucris OL93Cochlearius cochlearius Re10 Pi38Theristicus caerulescens Te93Theristicus caudatus Re10 Ro48 Ze54 LM15 W821 Pi38Mesembrinibis cayennensis NP16 Ro48 Ne99 LM15 Mo40Phimosus infuscatus # Re10 Re25 Re10 Pi38Platalea ajaja NP16 Ro48 Re10 W821 S828Mycteria americana Re10 Ro48 PR93 Re25 Re25 W821 S828Jabiru mycteria Ro48 W821 S828

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242

ESPÉCIE MA PI CE RN PB PE ALne co se

MGBA BA BA

ANEXO 1 - Lista anotada das espécies de aves da Caatinga com referências bibliográficascorrespondentes para cada estado ou respectiva região da Bahia Continuação

Ciconia maguari Fi99 W821Sarcoramphus papa Re25 Ro48 Si87 Pa99 WO91Coragyps atratus S28a NP16 Ro48 Na00 La48 La48 Fo93 Re25 Re10 Pa99 LM15Cathartes aura S824 Ro48 Na00 Ze54 La48 Fo93 Re10 LM15 Pa99 LM15Cathartes burrovianus CM79 Ro48 Na00 Ze54 Fo93 Pa99 Fi99 Pa99 LM15Dendrocygna bicolor CM79 Ro48 Ze54Dendrocygna viduata Re10 Ro48 Na00 La48 Pi54 Re10 Re10 W821 S828Dendrocygna autumnalis Re10 He29 La48 Re10 Re10 Pa99 Pi38Anas bahamensis Ro48 Ze54 Pi54 Fi99 Re25 W833Anas georgica Te93Anas discors LL82 LL82 LL82 LL82 LL82 LL82Netta erythrophthalma CM79 Ro48 Si97 De78 Si85 Na93 Pa99Amazonetta brasiliensis Re25 Ro48 Na00 Ze54 Pi54 Re10 Re25 Pa99 S828Sarkidiornis melanotos Re25 Ro48 Te92 La48 F881 Fi99 Re10 W821 Ma91Cairina moschata Re10 Ro48 SN95 Re25 Re10 Pa99 S828Oxyura dominica Re10 Ro48 Ze54 Re10 Re10 Re25 W821 Ma91Anhima cornuta Re25 Pi38Elanus leucurus Ze54 La48 Fo93 Si87 Pa99 Ma91Gampsonyx swainsonii He29 Re10 Sn26 Ze54 Pi35 Re10 Pa99 Pi38Elanoides forficatus S28a Ro48 Ag36Leptodon cayanensis # Re10 Pa99Chondrohierax uncinatus Co87 Ma91Ictinia plumbea S824 Ze54 Pi38Rostrhamus sociabilis Re10 Ro48 Na00 Ze54 Re25 Re10 Na93 Pa99 Pi38Accipiter bicolor S28a Re10 Sn26 PC61 Co87 Pi54 Pi38 Re10 Pa99 Pi38Accipiter erythronemius PW95 Pi38 PC61Geranoaetus melanoleucus S79b Al85 Co78 TN88 S79b Si85 Pa99Buteo albicaudatus OL93 PW95 Fo93 Ca69 Pa99 Ma91Buteo albonotatus OL93 Sn26 TN87 Pa99Buteo swainsoni OL93Buteo brachyurus OL93 PC61 PC61 Pi38 Pa99Buteo nitidus Re10 Na00 Ne99 Pa99 Pa99 WO91Buteo magnirostris* S28a S824 He29 Na00 Ze54 La48 Pi54 Re10 Re10 Pa99 WO91Parabuteo unicinctus He49 Fi99 Pa94 Pa99Busarellus nigricollis Re10 Re25 Re10 Ma91Buteogallus meridionalis Re10 Ro48 Co78 Ze54 La48 Fo93 He49 Re10 Pa99 Pi38Buteogallus urubitinga Re10 Ro48 La48 La48 Ag36Harpyhaliaetus coronatus Co92 Pa99Circus buffoni Re25Geranospiza caerulescens S28a Re10 He29 PC61 He29 Re10 Pa99 Pi38Pandion haliaetus Re25 Pa99Herpetotheres cachinnans # Re10 Ro48 Ze54 F881 Fo93 Si85 Re10 Pa99 Pi38Micrastur semitorquatus # Te93 Pa99Micrastur ruficollis Re10 Sn26 PC61 Co87 Fo93Milvago chimachima S28a Re10 Ro48 Ze54 Fo93 Re25 Re10 W821 Ag36Caracara plancus S28a Re10 Ro48 Na00 La48 La48 Fo93 Re10 Re10 W830 Ag36Falco peregrinus SS96 SS96 SS96 SS96 Pi38 SS96Falco deiroleucus Re10 Re25Falco rufigularis S28a Re10 Re25 Pi38 Pa99 Pi38Falco femoralis S28a Re10 PC61 Re10 PC61 Re10 Re10 Pa99 Pi38Falco sparverius Re25 C15b Na00 Ze54 La48 Re10 Re10 Pa99 Pi32Ortalis guttata - Re10 Ro48 Ze54 F881 Fo93 He42 Fi99 W833Penelope superciliaris Re10 Sn26 Ze54 F881 PC61 Pa99 Ag36

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243

ESPÉCIE MA PI CE RN PB PE ALne co se

MGBA BA BA

ANEXO 1 - Lista anotada das espécies de aves da Caatinga com referências bibliográficascorrespondentes para cada estado ou respectiva região da Bahia Continuação

Penelope jacucaca** Re10 Ro48 PC61 Co78 S825 Re25 Pa99Aramus guarauna Re10 Ro48 Ze54 Fo93 Fi99 W821 S825R.al lus nigr icans Pi54 Pa99 S825Ral lus maculatus He29 Fi99Aramides mangle He29 Pi35Aramides cajanea He29 Re10 He29 Na00 Ze54 Fo93 Fi99 Re25 Pa99 Pi38Aramides ypecaha Re10 Re10 S825Porzana albicol l is OL93 De79 Fo93 Pa99 WO91Lateral lus exi l is Pa99Lateral lus melanophaius Re10 Ro48 Pi54 Pa99 Ma91Lateral lus v i r idis Fo93 Pa99 Pa99Neocrex erythrops Fo93Porphyr iops melanops Ro48 Re10 Pa99Gal l inula chloropus Re25 Ro48 Na00 La48 Re25 Pi54 Re10 Re25 Pa99 S828Porphyrula mar t in ica Re25 Sn26 Na00 Ze54 Re25 Re10 Re10 Pa99 Ma91Cariama cristata Re10 M38a Na00 Ze54 F881 Re10 Re10 W821 LM15Jacana jacana He29 Re10 He29 Na00 La48 Re25 Fo93 Re10 Re10 Pa99 LM15Vanel lus chi lensis NP16 Ro48 Na00 Ze54 La48 Fo93 Re10 LM15 W821 S828Hoploxypterus cayanus Re10 Ro48 Na00 PC61 Re10 Re10 Ma91Charadr ius col lar is Re10 Sn26 La48 Re10 Re10 Re10 Ma91Tringa solitár ia OL93 Na00 La48 Re10 Re10 Pa99 Ma91Tringa flavipes OL93 PC61 Ze54 Re10 Re10 Ma91Tringa melanoleuca Fi99 Fi99 Ma91Actit is macular ia Re25 PC61 Fi99 Re25 Ma91Cal idr is minut i l la Re25 PC61 Re10 Re10Cal idr is fuscicol l is Re10Bar tramia longicauda LL82 Re10Gal l inago paraguaiae Re10 PC61 Ze54 Fo93 Re10 LM15 Pa99 Pi38Himantopus himantopus Re10 Ro48 Re10 Re10 S828Phaetusa simplex # Re10 Re10 Re10 Re10 Pi38Sterna h i rundo LL82 LL82 Fi99Sterna superci l iar is Re10 Ro48 La48 Re10 Pi38Rynchops n iger Re10 Ro48 Re10 Pi38Columba livia Pa99 Ma91Columba picazuro S28a Re10 Ro48 Na00 Ze54 F881 Re10 Re10 W821 Pi38Columba cayennensis NP16 Ro48 Re10 He42 Ag36Zenaida auriculata* S28a Re10 Sn26 Ag64 Ih35 La48 Ag64 Re10 Re25 Pa99 Mo43Columbina minuta He29 Re10 Sn26 A83a Ze54 Pi54 Re10 Re10 Pa99Columbina ta lpacoti S28a He29 Sn26 Na00 Ze54 F881 Pi54 Re10 Re25 He42 Ag36Columbina picu i*^ S28a S825 Sn26 Na00 Ze54 Co78 Re10 Pi38 Pa99 WO91Claravis pret iosa OL93 Sn26 Ze54 Fo93 Re25 PC61 Pa99 Ma91Scardafella squammata S28a Re25 Co17 Na00 Ze54 F881 Re10 Re25 W821 LM15Leptot i la verreauxi* S28a Re10 Co17 Na00 La48 F881 Pi54 He29 Re10 He29 Pi38Leptoti la rufaxi l la Ro48 Na00 Ze54 He42 Pa99 Ma91Anodorhynchus lear i** Pi50 Fi99Cyanopsit ta spix i i** Re25 S824 LM15Ara ararauna # Re10 Ro48 Re25 W832 Ag36Ara chloroptera Re10 Ro48 W821 Ma91Propyrrhura maracana # Re10 MR26 Co78 Si87 Re10 Pa99 Mo43Arat inga acuticaudata*^ Re10 MR26 Co78 TN89 Re10 S824Arat inga leucophthalmus Re10 Ro48 Ze54 MR26Aratinga auricapil la W832 MR26Aratinga jandaya S28a S824 Ze54 F881 Re10

cap13.pmd 9/12/2003, 14:30243

244

ESPÉCIE MA PI CE RN PB PE ALne co se

MGBA BA BA

ANEXO 1 - Lista anotada das espécies de aves da Caatinga com referências bibliográficascorrespondentes para cada estado ou respectiva região da Bahia Continuação

Aratinga cactorum** S28a S824 Co18 Na00 Ze54 F881 S824 He06 W821 S824Aratinga áurea S28a Re10 Ro48 SN95 Re10 He29 MR26Forpus xanthopterygius #* S28a Re25 MR26 Na00 Ze54 La48 Pi54 Re10 Re10 Pa99 Ag36Amazona aestiva Re10 Ro48 Ze54 F881 Re25 Re10 W821 Ag36Coccyzus melacoryphus Re10 C19c Ze54 Pi54 Re10 Re10 Pa99 Ma91Coccyzus cinereus Re10Coccyzus americanus Te93 Ma91Coccyzus euleri PC61 Fo93 PC61 Pa99Piaya cayana* S28a Re10 C15b La48 Pi54 Pi35 Re10 C19c Mo40Crotophaga ani CM79 Ro48 Na00 Ze54 F881 Pi54 Re10 Re25 Pa99 WO91Crotophaga major S828 Ro48 PC61 Re10 Ma91Guira guira Re10 C19c Na00 Ze54 La48 Pi54 Re10 Re10 W832 Mo40Tapera naevia Re10 Sn26 Na00 Ze54 F881 PC61 Pi35 Fi99 Pa99 Mo40Dromococcyx phasianellus Re10 Ze54 Pi38 Fi99 WO91Tyto alba OL93 Ro48 Na00 Ze54 Co87 Fo93 Re10 Re10 Pa99 Ma91Otus choliba OL93 Sn26 Ze54 Co87 Fo93 Si87 Re10 Pa99 Pi32Bubo virginianus* OL93 Ro48 Re10Glaucidium brasilianum S28a Re10 Co18 Na00 Ze54 Fo93 Pa99 Re10 Pa99 Ag36Speotyto cunicularia Re10 Sn26 Na00 Ne99 Re10 Re10 C15a W821 Ma91Rhinoptynx clamator # Sn26 Fi99 Pi38 Ma91Asio stygius Pa99 Me93Aegolius harrisii Wi95Nyctibius griseus OL93 PC61 Na00 Ze54 Pi38 Pa99 Si89Chordeiles pusillus* Re10 Na00 La48 La48 Fo93 Re10 Pa99 Ma91Chordeiles acutipennis Na00 Ne99 Pi38Chordeiles minor Te93Nyctiprogne vielliardi** LN94Podager nacunda Re10 Fi99 Re10 W821 Pi38Nyctidromus albicollis S28a Re10 Ro48 Na00 Ze54 Fo93 Si87 Re10 Co18 Ag36Caprimulgus rufus OL93 Na00 Co87 Si87 Pa99 WO91Caprimulgus longirostris S79b Pa99Caprimulgus parvulus Re10 He29 Na00 Ne99 PC61 Re10 Pi35 Pa99 Ma91Caprimulgus hirundinaceus* He06 Co17 Na00 PC61 Fa95 Re10 Pa99Hydropsalis torquata OL93 Na00 Na00 PC61 Fo93 Ih14 Fi99 Pa99Streptoprocne zonaris OL93 W830 Ma91Streptoprocne biscutata* Re10 Si88 Ze54 Fi99 Re25 Pa99 Ma91Chaetura meridionalis Re10 Co87 Pa99Reinarda squamata Z53a Re10 Sn26 PC61 Re10 Re10 Re25 Ma91Phaethornis pretrei Re10 Sn26 PC61 Re10 Re10 W832 Ma91Phaethornis gounellei** Re10 C15a Si87 Gr88 Go09Phaethornis ruber Re10 Sn26 Co87 Fo93 Z50aEupetomena macroura* S28a Re10 Co18 Ze54 Go09 Pi54 Re10 Re10 W832 Ma91Colibri serrirostris OL93 Z50b Go09Anthracothorax nigricollis Re10 Sn26 Fo93 Si87 PC61 Pa99Chrysolampis mosquitus Re10 Co18 La48 F881 Pi54 Re10 Re10 W821 Ma91Chlorostilbon aureoventris He29 Re10 Co18 Na00 PC61 Go09 Pi54 Re10 Re10 Go09 WO91Polytmus guainumbi Re10 Ro48 PC61 PC61 Pa99 Ma91Amazilia fimbriata Z50c Re10 Sn26 Ze54 La48 Pi54 He29 Re10 He29 Si89Heliomaster longirostris Pi38 WO91Heliomaster squamosus Ro48 Co78 Fo93 Co18 Go09 Ma91Calliphlox amethystina HS27 Re10 Go09 Re10 W832Trogon curucui S28a Re10 Sn26 Co87 Fo93 Si87 PC61Ceryle torquata Re10 Ro48 Na00 Ze54 Fo93 Re25 Re10 Pa99 S828

cap13.pmd 9/12/2003, 14:30244

245

ESPÉCIE MA PI CE RN PB PE ALne co se

MGBA BA BA

ANEXO 1 - Lista anotada das espécies de aves da Caatinga com referências bibliográficascorrespondentes para cada estado ou respectiva região da Bahia Continuação

Chloroceryle amazona Re10 Ro48 Na00 Ze54 Re10 Re25 Re10 Pa99 Pi38Chloroceryle americana Re10 He29 Ze54 La48 Pi54 Re25 Re10 Pa99 Ma91Galbula ruficauda S28a Re25 Sn26 PC61 Fo93 Pi38 Re10 Pa99 WO91Nystalus maculatus S28a Re10 C19c Na00 Ze54 La48 Pi54 Re10 Re10 C19c Pi35Picumnus pygmaeus** He29 Re10 Te93 Pi35 Re10 He29 Si89Picumnus fulvescens** OL93 Na00 PC61 Co87 Fo93Colaptes campestris HS27 HS27 C19c Fi99 Re10 W821 WO91Colaptes melanochloros S28a Re25 C19c Na00 Ze54 La48 Re10 Re10 C19c Sn36Piculus chrysochloros He06 C19c PC61 Pi38 Pa99 Si89Celeus flavescens Re10 He08 Pi35 Re10 Pa99 Ag36Dryocopus lineatus S28a Re25 Ro48 Ze54 Pa99 Re10 Pa99 Si89Melanerpes candidus S28a Re10 Re10 Ma91Veniliornis passerinus HS27 Re10 C15b Na00 PC61 La48 Pi54 Re10 Sn36 C19c Sn36Campephilus melanoleucos #* Re25 C15b PC61 Re10 Re10 C19c Si89Taraba major #* He29 Re10 C19a PC61 La48 Pi54 Pi35 Re10 CH24 Pi35Sakesphorus. cristatus** He29 CH24 SN95 Co78 Na37 Na37 W831 Ma91Thamnophilus doliatus* S28a Re10 CH24 Ze54 Na37 Pi54 He06 Re10 W831 No60Thamnophilus pelzelni HS27 Re10 CH24 PC61 Co87 Pi54 Z33 Re10 CH24 Si89Thamnophilus torquatus Re10 Na37 Re10 Fi99 Na37Myrmorchilus strigilatus* Re10 CH24 PC61 Na39 Pi54 Pi38 Re10 W831 WO91Herpsilochmus pileatus^ HS27 OL93 He29 He08 Na39 RT94Herpsilochmus atricapillus Na39 Re10 CH24 F881 PC61 Pi32 Re10 Na39 Si89Herpsilochmus pectoralis He29 Si87Formicivora melanogaster* Re10 CH24 Na00 PC61 Pi54 He09 Re25 W831 WO91Hylopezus ochroleucus** OL93 Sn24 Co87 Pi38 W831 Ma91Furnarius rufus Re10 Re10 Pa99 Mo40Furnarius leucopus HS27 Re10 Co16 Na00 PC61 Co78 Pi54 He08 Ih14 Pa99 Si89Furnarius figulus HS27 Re25 CH25 Na00 Ze54 F881 Fo93 Pi35 Re10 W821 Pi38Schoeniophylax phryganophila*^ Pi38 Pi38Synallaxis frontalis # HS27 CH25 C19b Na00 PC61 F881 Pi54 Pi35 Re10 CH25 Pi38Synallaxis albescens S28a Re10 Re10 Fo93 Re10 Pi38 Z36a Ma91Poecilurus scutatus HS27 Re10 C19b PC61 Co78 Pi54 Pi38 TL93 WO91Gyalophylax hellmayri** CH25 Na00 Co78 CH25 Re05Certhiaxis cinnamomea* Z36b Re10 Co16 Na00 PC61 F881 Pi54 Re10 Re10 Pa99 Ma91Cranioleuca vulpina*^ Re10 Re10Cranioleuca semicinerea C19b Ne99 Co78 TN88 Pi38 Pa99 Ma91Phacellodomus rufifrons* Re10 Na00 Ze54 Co87 Pi54 Re10 Re10 W821 Pi38Phacellodomus ruber HS27 Re10 Ma91Pseudoseisura cristata*^ Re10 Na00 Na00 Ze54 La48 Re10 S824 Pa99 LM15Megaxenops parnaguae Re05 CH25 Co87 Co92 Na28 Co92 Ma91Sittasomus griseicapillus* S28a Re10 Co21 PC61 Co87 Fo93 Pi32 Re10 Pa99 Si89Xiphocolaptes falcirostris** He29 He06 Co16 PC61 Pi38 Re10 Sn27Dendrocolaptes platyrostris Re10 C19d Co87 Pi38 Re10 Pa99 Si89Xiphorhynchus picus # He29 Re10 Sn26 Co87 Pi35 Pa99Lepidocolaptes angustirostris* S28a S824 CH25 Na00 PC61 Co78 Pi54 Re10 Re10 W831 Pi38Campylorhamphus trochilirostris Re10 CH25 Co87 Pi38 Z34 Pi38Phyllomyias fasciatus* He29 Re10 Sn26 Pi32 Re10 Pa99 WO91Camptostoma obsoletum S28a Re10 Sn26 Na00 PC61 Fo93 Z41b Re10 Z41b WO91Phaeomyias murina He29 Re10 Sn26 PC61 Z41b Fo93 Pi35 Re10 Z41b WO91Sublegatus modestus Re10 PC61 PC61 Z41b Fi99 Re10 Pa99Suiriri suiriri* He29 Re10 PC61 He27 Re10 Pa99 Pi44Myiopagis viridicata S28a Re10 Sn26 PC61 PC61 Pi44 Re10 Pa99 Si89Elaenia flavogaster Re10 Sn26 F881 Pi54 Re10 He27

cap13.pmd 9/12/2003, 14:31245

246

ESPÉCIE MA PI CE RN PB PE ALne co se

MGBA BA BA

ANEXO 1 - Lista anotada das espécies de aves da Caatinga com referências bibliográficascorrespondentes para cada estado ou respectiva região da Bahia Continuação

Elaenia spectabil is Z41a Z41a Pi44 Z41aElaenia albiceps Sn26 PC61 Pi44Serpophaga subcristata Re10 F881 Fi99 Z55b Z55bStigmatura napensis*^ Na00 Z40 Z40 Z40Stigmatura budytoides*^ Re10 Co78 Fo93 Re10 Z40 Ma91Euscarthmus meloryphus Re10 Sn26 Z40 Pi54 Pi44 Pi44 W831 Ma91Leptopogon amaurocephalus OL93 Ne99 Fo93 Pi44 Pa99 Si89Hemitriccus margaritaceiventerS28a Re10 Co20 Na00 PC61 Co87 Pi54 Pi44 Re10 Pa99 Pi44Todirostrum cinereum* He29 He27 Co16 Na00 PC61 F881 Pi54 Re10 Ih14 Pa99 WO91Tolmomyias flaviventris S28a Re10 He27 Na00 Ne99 Pi54 Pi44 Pi44 Pa99 Si89Myiobius atricaudus HS27 He27 Z39a Z39a Z39a Si89Myiophobus fasciatus Re10 He27 Z39b Pi54 Pa99 Re25 He27 Pi35Cnemotriccus fuscatus He29 Re10 He27 Ne99 Zi38 Fi99 Re10 Zi38 Si89Pyrocephalus rubinus Re10 Gu98 Z41c Pi44Xolmis irupero*^ OL93 Re25 Ze54 Co78 S825 R870 Fi99 Ma91Knipolegus nigerrimus*^ TN89 Si87 Pa99Fluvicola albiventer Re10 He27 Na00 De78 La48 Re10 Re10 Pa99 Ma91Fluvicola nengeta He29 Re10 Sn26 Na00 De78 F881 Fo93 Pi35 Ih14 Pa99 Ma91Arundinicola leucocephala OL93 He27 Na00 Ze54 Pi54 Fi99 Re10 Pa99 Ma91Satrapa icterophrys Re10 Fi99 Re10 Pa99 Ma91Hirundinea ferruginea Re10 Sn26 La48 Re10 Pa99 WO91Machetornis rixosus HS27 Re10 Sn26 PC61 PC61 S825 Re10 Pa99 WO91Casiornis fusca S28a Re10 Sn26 Na00 PC61 Co78 Pi54 Pi44 Re10 Pa99 Si89Myiarchus ferox Zi38 Zi38 Sn26 Ne99 Zi38 Pi54 Re10 He27 WO91Myiarchus tyrannulus Zi38 Re10 Co16 Na00 PC61 F881 Pi54 Re10 PC61 Pa99 Si89Myiarchus swainsoni He27 Na00 PC61 Pi35 Re25 Zi38 WO91Pitangus lictor OL93 Pa99Pitangus sulphuratus S28a Re10 He27 Na00 La48 F881 Fo93 Si87 Re10 W821 Ag36Megarynchus pitangua Re10 Ro48 Ze54 Co87 Fo93 Si87 Re10 W821 Si89Myiozetetes similis He29 Re10 He27 Na00 PC61 F881 Fo93 Pa99 Ih14 Pa99 Pi44Myiodynastes maculatus S28a Re10 Sn26 Na00 Ze54 Z37b Fo93 Re10 Z37b He27 Z37bEmpidonomus varius S28a He27 Sn26 PC61 Z37a Pi54 Ih14 Pi35 He27 Si89Tyrannus savana S28a Ro48 Re10 Na28 W821 WO91Tyrannus melancholicus S28a Re10 Sn26 Na00 PC61 F881 Pi54 Re10 Re10 W821 WO91Xenopsaris albinucha^ Re10 He29 Ne99 Si85 T89a Re10 Ih14 Pa99Pachyramphus viridis He29 Sn26 Na00 PC61 Pi54 Re10 Pa99 Si89Pachyramphus polychopterus*He29 Re10 Sn26 PC61 Pi54 Pi44 Re10 Pa99 Si89Pachyramphus validus Re10 Sn26 PC61 Fo93 Pi35 Pi35 Pa99 Si89Tachycineta albiventer Re10 He35 Na00 La48 PC61 Re10 PC61 Pa99 Ma91Phaeoprogne tapera La48 Fo93 Re10 Pi44 W830 Ma91Progne chalybea Z55a Re10 La48 SN95 La48 Re10 Fi99 Z55a WO91Progne subis Re10Stelgidopteryx ruficollis S28a Re10 Ro48 De79 Fo93 Pa99 Re10 Pa99 WO91Riparia riparia Re10Hirundo rústica Fo93 Re10 Na93 Pa99 Ma91Cyanocorax cyanopogon He29 Re25 Sn26 Na00 La48 La48 Re10 Re10 W821 Pi44Donacobius atricapillus Na00 Fo93 W831 WO91Thryothorus longirostris*^ Re10 Sn26 Ne99 La48 Pi54 Pi44 Pi44 WO91Troglodytes aedon He29 Re25 Co16 Na00 Ze54 F881 Pi54 Re25 Re10 He34 WO91Polioptila plumbea* S28a Re10 Co16 Na00 Ze54 F881 Pi54 Re10 Re10 W831 Si89Turdus rufiventris S28a Re25 Co16 Na00 La48 F881 Pi54 Re10 Re10 He29 WO91Turdus leucomelas S28a Re10 Sn26 Pi54 Pa99 PC61 Pa99 WO91Turdus amaurochalinus S28a Re10 Sn26 PC61 Co87 Fo93 Si87 PC61 Pa99 Si89

cap13.pmd 9/12/2003, 14:31246

247

ESPÉCIE MA PI CE RN PB PE ALne co se

MGBA BA BA

ANEXO 1 - Lista anotada das espécies de aves da Caatinga com referências bibliográficascorrespondentes para cada estado ou respectiva região da Bahia Continuação

Mimus saturn inus* He29 Re10 Sn26 Na00 La48 La48 Pi54 S824 Re10 W831 WO91Anthus lutescens # Re10 MR28 Na00 Ne99 Pi54 Pi35 Re10 Pa99 Ma91Cyclarhis gujanensis He29 He29 B866 Na00 La48 F881 Pi54 Pi32 Re10 W831 Pi32Vireo olivaceus S28a Re10 Sn26 PC61 Co87 Fo93 Pi35 Re10 He35 Si89Hylophilus amaurocephalus He29 Sn25 SN95 La48 Ra98 Pi35 Ra98 W831Parula pitiayumi Re10 Sn26 La48 Fo93 He29 Re10 He29 WO91Geothlypis aequinoctialis Fo93 Si87 Pa99 Pi44Basileuterus flaveolus He29 Re10 Sn26 Zi49 Pi54 Pi35 Re10 W831 Si89Coereba flaveola S28a Re10 Sn26 Na00 SN95 F881 Pi54 He35 Re10 Pa99 WO91Sericossypha loricata He29 Ih07 Sn26 Na00 Ne99 Co78 Pi54 He29 Re10 W850 WO91Thlypopsis sordida Re10 Sn26 F881 Pi54 Pi35 Pi35 Z47a Si89Nemosia pileata HS27 Re10 Sn26 Na00 PC61 Pi54 Re10 Re10 Z47a Z47aTachyphonus rufus Re10 He29 F881 Pi54 Pi35 Fi99 W830 Ma91Piranga flava He29 Re10 Pi54 Si87 He29 W830 Pi44Thraupis sayaca S28a He29 S886 Na00 Ze54 F881 Pi54 He36 Re10 He36 Ag36Thraupis palmarum He29 Re10 He29 Ze54 Fo93 Re10 Re10 Zi44 Ma91Euphonia chlorotica HS27 Re10 Sn26 Na00 Ze54 Zi43 Pi54 Pi35 Re10 Pa99 Si89Tangara cayana* He29 Re25 Sn26 Na00 Ze54 F881 Pi54 Pi35 Re10 Pa99 WO91Conirostrum speciosum S28a Re10 Sn26 Na00 PC61 Pi54 Re10 Re10 W831 Si89Zonotrichia capensis S28a Re10 Sn26 Na00 La48 F881 Pi54 Re10 Re10 W821 Mo40Ammodramus humeralis He29 Re10 Sn26 Na00 Ze54 Pi54 Re10 Pi35 Pa99 Mo40Sicalis columbiana^ Re10 Re10 He38 Ma91Sicalis flaveola HS27 Re10 Sn26 Na00 Ze54 F881 Fo93 Fi99 Re10 W821 Ag36Sicalis luteola Ne99 Fi99 Fi99 Ma91Emberizoides herbicola PC61 Pa99Volatinia jacarina He29 Re10 Sn26 Na00 Ze54 La48 Pi54 Re10 Re10 W821 WO91Sporophila lineola Re10 MR28 Ze54 Fo93 Re10 Pi44 W821 Ma91Sporophila nigricollis Re10 Sn26 Na00 PC61 F881 Pi54 Pa99 Re10 He38 WO91Sporophila albogularis** He29 Sn26 Na00 PC61 La48 Pi54 Re10 Re10 Pa99 Ma91Sporophila leucoptera He29 Re10 Na00 Ne99 La48 Fo93 Pa99 Pa99 WO91Sporophila bouvreuil Ro48 Ze54 La48 Pi54 Pa99 Ma91Oryzoborus maximiliani OL93 Si85Oryzoborus angolensis Re10 Ze54 La48 W821Arremon franciscanus** Pa99 Ra97 Ra97Coryphospingus pileatus HS27 Re25 Sn26 Na00 Ze54 F881 Pi54 Re10 Re10 W821 Ag36Paroaria dominicana** HS27 Re25 Sn26 Na00 La48 F881 Pi54 Re10 Ih14 Pa99 R870Saltator similis Co87 Si87 Fi99 W830 Pi44Saltator coerulescens*^ Re10 S825 Re10 Ma91Saltator atricollis He29 Re10 He29 Si87 He38 W830 Ma91Passerina brissonii* He29 Sn26 Na00 Ze54 F881 Fo93 He29 Pi35 W821 Ma91Cacicus solitarius Re10 Sn26 Ze54 Pi44 Pi44Icterus cayanensis S28a Re10 C867 Na00 La48 F881 Pi54 He29 Re10 He29 Mo40Icterus jamacaii* S28a Re10 S886 Na00 La48 La48 Pi54 Re10 Re10 W821 LM15Agelaius cyanopus Pa99 Ma91Agelaius ruficapillus S28a Re10 C866 Ze54 Pi54 Re10 Re10 Pa99 Ma91Leistes superciliaris OL93 C866 La48 Re10 Pi54 Pi35 PC61 Pa99 Ma91Gnorimopsar chopi* S28a He29 Sn26 Na00 Ze54 La48 Pi54 Pa99 Re10 W831 S824Molothrus badius*^ He29 C866 Na00 PC61 S886 Pi54 Re10 Na28 Pa99 S824Molothrus bonariensis # S28a Re10 Sn26 Na00 La48 Pi54 Pi35 Re10 Pa99 Mo40Carduelis yarrellii^ OL93 Sn26 Ze54 F881 Pi54 Co92 Re10Carduelis magellanicus Re10 Ro48 Si87 Re10 W821Passer domesticus OL93 TN87 Na00 SN95 Si85 Fo93 Si87 Si85 Pa99 Si85

cap13.pmd 9/12/2003, 14:31247

248

Maranhão nordeste da Bahia

He29He29He29He29He29 – Hellmayr (1929) Ca69Ca69Ca69Ca69Ca69 – Carvalho (1969)

HS27HS27HS27HS27HS27 – Snethlage, H (1927) CH25CH25CH25CH25CH25 – Cory & Hellmayr (1925)

LL82LL82LL82LL82LL82 – Lara-Resende & Leal (1982) Co18Co18Co18Co18Co18 – Cory (1918)

Na39Na39Na39Na39Na39 – Naumburg (1939) Co92Co92Co92Co92Co92 – Collar et al. (1992)

S28aS28aS28aS28aS28a – Snethlage, H (1928a) Fi99Fi99Fi99Fi99Fi99 – Fiuza (1999)

Z36bZ36bZ36bZ36bZ36b – Zimmer (1936b) Gu98Gu98Gu98Gu98Gu98 – Guerreiro et al. (1998)

Zi38Zi38Zi38Zi38Zi38 – Zimmer (1938) He06He06He06He06He06 – Hellmayr (1906)

Z50cZ50cZ50cZ50cZ50c – Zimmer (1950c) He08He08He08He08He08 – Hellmayr (1908)

Z53aZ53aZ53aZ53aZ53a – Zimmer (1953a) He09He09He09He09He09 – Hellmayr (1909)

Z55aZ55aZ55aZ55aZ55a – Zimmer (1955a) He27He27He27He27He27 – Cory & Hellmayr (1927)

He29He29He29He29He29 – Hellmayr (1929)

He35He35He35He35He35 – Hellmayr (1935)

Piauí He36He36He36He36He36 – Hellmayr (1936)

CH25CH25CH25CH25CH25 – Cory & Hellmayr (1925) He38He38He38He38He38 – Hellmayr (1938)

CM79CM79CM79CM79CM79 – Coimbra-Filho & Maia (1979) Ih14Ih14Ih14Ih14Ih14 – Ihering (1914)

He06He06He06He06He06 – Hellmayr (1906) LL82LL82LL82LL82LL82 – Lara-Resende & Leal (1982)

He27He27He27He27He27 – Hellmayr (1927) Na28Na28Na28Na28Na28 – Naumburg (1928)

He29He29He29He29He29 – Hellmayr (1929) Na32Na32Na32Na32Na32 – Naumburg (1932)

Ih07Ih07Ih07Ih07Ih07 – Ihering & Ihering (1907) Na37Na37Na37Na37Na37 – Naumburg (1937)

LL82LL82LL82LL82LL82 – Lara-Resende & Leal (1982) PPPPPa99a99a99a99a99 – Parrini et al. (1999)

NP16NP16NP16NP16NP16 – Neiva & Penna (1916) Pi32Pi32Pi32Pi32Pi32 – Pinto (1932)

OL93OL93OL93OL93OL93 – Olmos (1993) Pi35Pi35Pi35Pi35Pi35 – Pinto (1935)

RRRRRe05e05e05e05e05 – Reiser (1905) Pi38Pi38Pi38Pi38Pi38 – Pinto (1938)

RRRRRe10e10e10e10e10 – Reiser (1910) Pi44Pi44Pi44Pi44Pi44 – Pinto (1944)

RRRRRe25e25e25e25e25 – Reiser (1925) Pi50Pi50Pi50Pi50Pi50 – Pinto (1950)

S79bS79bS79bS79bS79b – Sick (1979b) RRRRRe10e10e10e10e10 – Reiser (1910)

SSSSSS96S96S96S96S96 – Silva e Silva (1996) RRRRRe25e25e25e25e25 – Reiser (1925)

S824S824S824S824S824 – Spix (1824) Si79Si79Si79Si79Si79 – Sick (1979)

S825S825S825S825S825 – Spix (1825) Si85Si85Si85Si85Si85 – Sick (1985)

S828S828S828S828S828 – Spix & Martius (1828) Si87Si87Si87Si87Si87 – Sick et al. (1987)

Zi38Zi38Zi38Zi38Zi38 – Zimmer (1938) SSSSSS96S96S96S96S96 – Silva e Silva (1996)

S824S824S824S824S824 – Spix (1824)

S825S825S825S825S825 – Spix (1825)

Ceará Z33Z33Z33Z33Z33 – Zimmer (1933)

B866B866B866B866B866 – Baird (1866) Z40Z40Z40Z40Z40 – Zimmer (1940)

C866C866C866C866C866 – Cassin (1866) Z41bZ41bZ41bZ41bZ41b – Zimmer (1941b)

C867C867C867C867C867 – Cassin (1867) Z50bZ50bZ50bZ50bZ50b – Zimmer (1950b)

C15a C15a C15a C15a C15a – Cory (1915a)

C15bC15bC15bC15bC15b – Cory (1915b)

Co16Co16Co16Co16Co16 – Cory (1916) centro-ocidental da Bahia

Co17Co17Co17Co17Co17 – Cory (1917) C15aC15aC15aC15aC15a – Cory (1915a)

Co18Co18Co18Co18Co18 – Cory (1918) Fi99Fi99Fi99Fi99Fi99 – Fiuza (1999)

C19aC19aC19aC19aC19a – Cory (1919a) Gr88Gr88Gr88Gr88Gr88 – Grantsau (1988)

C19bC19bC19bC19bC19b – Cory (1919b) He06He06He06He06He06 – Hellmayr (1906)

C19cC19cC19cC19cC19c – Cory (1919c) He29He29He29He29He29 – Hellmayr (1929)

Co20Co20Co20Co20Co20 – Cory (1920) He38He38He38He38He38 – Hellmayr (1938)

Co21Co21Co21Co21Co21 – Cory (1921) He42He42He42He42He42 – Hellmayr & Conover (1942)

Referências bibliográficas por Estado ou região citadas no Anexo 1:

cap13.pmd 9/12/2003, 14:31248

249

centro-ocidental da Bahia (cont.) Paraíba (cont.)

CH24CH24CH24CH24CH24 – Cory & Hellmayr (1924) He48He48He48He48He48 – Hellmayr & Conover (1948)

CH25CH25CH25CH25CH25 – Cory & Hellmayr (1925) Ih14Ih14Ih14Ih14Ih14 – Ihering (1914)

He08He08He08He08He08 – Hellmayr (1908) LM15LM15LM15LM15LM15 – Lutz & Machado (1915)

He27He27He27He27He27 – Cory & Hellmayr (1927) LN94 LN94 LN94 LN94 LN94 – Lencioni-Neto (1994)

He29He29He29He29He29 – Hellmayr (1929) Na28Na28Na28Na28Na28 – Naumburg (1928)

He35He35He35He35He35 – Hellmayr (1935) Na37Na37Na37Na37Na37 – Naumburg (1937)

He49He49He49He49He49 – Hellmayr & Conover (1949) Na39Na39Na39Na39Na39 – Naumburg (1939)

LL82LL82LL82LL82LL82 – Lara-Resende & Leal (1982) Na93Na93Na93Na93Na93 – Nascimento et al. (1993)

MR26MR26MR26MR26MR26 – Miranda Ribeiro (1926) PPPPPa94a94a94a94a94 – Pacheco (1994)

MR28MR28MR28MR28MR28 – Miranda Ribeiro (1928) PC61PC61PC61PC61PC61 – Pinto & Camargo (1961)

M38aM38aM38aM38aM38a – Miranda Ribeiro (1938a) Pi35Pi35Pi35Pi35Pi35 – Pinto (1935)

Na00Na00Na00Na00Na00 – Nascimento (2000) Pi38Pi38Pi38Pi38Pi38 – Pinto (1938)

Na32Na32Na32Na32Na32 – Naumburg (1932) Pi44Pi44Pi44Pi44Pi44 – Pinto (1944)

PC61PC61PC61PC61PC61 – Pinto & Camargo (1961) Ra98Ra98Ra98Ra98Ra98- Raposo et al. (1998)

Pi38Pi38Pi38Pi38Pi38 – Pinto (1938) RRRRRe05e05e05e05e05 – Reiser (1905)

PW95PW95PW95PW95PW95 – Pacheco & Whitney (1995) RRRRRe10e10e10e10e10 – Reiser (1910)

RRRRRe25e25e25e25e25 – Reiser (1925) RRRRRe25e25e25e25e25 – Reiser (1925)

RRRRRo48o48o48o48o48 – Rocha (1948) R870R870R870R870R870 – Reinhardt (1870)

Sn24Sn24Sn24Sn24Sn24 – Snethlage (1924) Si85Si85Si85Si85Si85 – Sick (1985)

Sn26Sn26Sn26Sn26Sn26 – Snethlage (1926) Sn36Sn36Sn36Sn36Sn36 – Snethlage (1936)

TTTTTe93e93e93e93e93 – Teixeira et al. (1993) S824S824S824S824S824 – Spix (1824)

TN87TN87TN87TN87TN87 – Teixeira et al. (1987) Z34Z34Z34Z34Z34 – Zimmer (1934)

Z39aZ39aZ39aZ39aZ39a – Zimmer (1939a) Z37bZ37bZ37bZ37bZ37b – Zimmer (1937b)

Z41aZ41aZ41aZ41aZ41a – Zimmer (1941a) Z39aZ39aZ39aZ39aZ39a – Zimmer (1939a)

Z40Z40Z40Z40Z40 – Zimmer (1940)

Z41cZ41cZ41cZ41cZ41c – Zimmer (1941c)

Zi55bZi55bZi55bZi55bZi55b – Zimmer (1955b)

Rio Grande do Norte

A83aA83aA83aA83aA83a – Antas (1983)

Ag64Ag64Ag64Ag64Ag64 – Aguirre (1964)

Co78Co78Co78Co78Co78 – Coelho (1978) sudeste da Bahia

LL82LL82LL82LL82LL82 – Lara-Resende & Leal (1982) Co18Co18Co18Co18Co18 – Cory (1918)

M648M648M648M648M648 – Marcgrave (1942) C19cC19cC19cC19cC19c – Cory (1919c)

Na00Na00Na00Na00Na00 – Nascimento (2000) CH24CH24CH24CH24CH24 – Cory & Hellmayr (1924)

Si88Si88Si88Si88Si88 – Sick et al. (1988) CH25CH25CH25CH25CH25 – Cory & Hellmayr (1925)

Si97Si97Si97Si97Si97 – Sick (1997) Fi99Fi99Fi99Fi99Fi99 – Fiuza (1999)

SSSSSS96S96S96S96S96 – Silva e Silva (1996) He27He27He27He27He27 – Cory & Hellmayr (1927)

TTTTTe92e92e92e92e92 – Teixeira (1992) He29He29He29He29He29 – Hellmayr (1929)

He34He34He34He34He34 – Hellmayr (1934)

He35He35He35He35He35 – Hellmayr (1935)

Paraíba He36He36He36He36He36 – Hellmayr (1936)

Al85Al85Al85Al85Al85 – Albuquerque (1985) He38He38He38He38He38 – Hellmayr (1938)

De78De78De78De78De78 – Dekeyser (1978) He42He42He42He42He42 – Hellmayr & Conover (1942)

De79De79De79De79De79 – Dekeyser (1979) Na37Na37Na37Na37Na37 – Naumburg (1937)

Ih35Ih35Ih35Ih35Ih35 – Ihering (1935) Na39Na39Na39Na39Na39 – Naumburg (1939)

La48La48La48La48La48 – Lamm (1948) PPPPPa99a99a99a99a99 – Parrini et al. (1999)

LL82LL82LL82LL82LL82 – Lara-Resende & Leal (1982) Ra97Ra97Ra97Ra97Ra97 – Raposo (1997)

Me60Me60Me60Me60Me60 – Menezes (1960) RT94RT94RT94RT94RT94 – Ridgely & Tudor (1994)

Referências bibliográficas por Estado ou região citadas no Anexo 1:Continuação

cap13.pmd 9/12/2003, 14:31249

250

sudeste da Bahia (cont.) Alagoas (cont.)

PC61PC61PC61PC61PC61 – Pinto & Camargo (1961) Si85Si85Si85Si85Si85 – Sick (1985)

PR95PR95PR95PR95PR95 – Pacheco & Rajão (1993) SSSSSS96S96S96S96S96 – Silva e Silva (1996)

SN95SN95SN95SN95SN95 – Schulz Neto (1995) TL93TL93TL93TL93TL93 – Teixeira & Luigi (1993)

Ne99Ne99Ne99Ne99Ne99 – Neves et al. (1999) WWWWWi95i95i95i95i95 – Williams (1995)

TN86TN86TN86TN86TN86 – Teixeira et al. (1986) W821W821W821W821W821 – Wied (1821)

ZE54ZE54ZE54ZE54ZE54 – Zenaide (1954) W830W830W830W830W830 – Wied (1830)

W831W831W831W831W831 – Wied (1831)

W832W832W832W832W832 – Wied (1832)

Pernambuco W833W833W833W833W833 – Wied (1833)

Ag64Ag64Ag64Ag64Ag64 – Aguirre (1964) W850W850W850W850W850 – Wied (1850)

Co78Co78Co78Co78Co78 – Coelho (1978) Z36aZ36aZ36aZ36aZ36a – Zimmer (1936a)

C087C087C087C087C087 – Coelho (1987) Zi38Zi38Zi38Zi38Zi38 – Zimmer (1938)

Go09Go09Go09Go09Go09 – Gounelle (1909) Z41aZ41aZ41aZ41aZ41a – Zimmer (1941a)

FFFFFa95a95a95a95a95 – Farias et al. (1995) Z41bZ41bZ41bZ41bZ41b – Zimmer (1941b)

F881F881F881F881F881 – Forbes (1881) Zi44Zi44Zi44Zi44Zi44 – Zimmer (1944)

La48La48La48La48La48 – Lamm (1948) Z47aZ47aZ47aZ47aZ47a – Zimmer (1947a)

LL82LL82LL82LL82LL82 – Lara-Resende & Leal (1982) Z50aZ50aZ50aZ50aZ50a – Zimmer (1950a)

Na37Na37Na37Na37Na37 – Naumburg (1937) Z55aZ55aZ55aZ55aZ55a – Zimmer (1955a)

Na39Na39Na39Na39Na39 – Naumburg (1939) Z55bZ55bZ55bZ55bZ55b – Zimmer (1955b)

RRRRRe10e10e10e10e10 – Reiser (1910)

RRRRRe25e25e25e25e25 – Reiser (1925)

Si85Si85Si85Si85Si85 – Sick (1985) norte de Minas Gerais

S886S886S886S886S886 – Sclater (1886) Ag36Ag36Ag36Ag36Ag36 – Aguirre (1936)

Z37aZ37aZ37aZ37aZ37a – Zimmer (1937a) LM15LM15LM15LM15LM15 – Lutz & Machado (1915)

Z37bZ37bZ37bZ37bZ37b – Zimmer (1937b) Ma91Ma91Ma91Ma91Ma91 – Mattos et al. (1991)

Zi38Zi38Zi38Zi38Zi38 – Zimmer (1938) Me93Me93Me93Me93Me93 – Melo Jr. et al. (1996)

Z39aZ39aZ39aZ39aZ39a – Zimmer (1939a) Mo40Mo40Mo40Mo40Mo40 – Moojen (1940)

Z39bZ39bZ39bZ39bZ39b – Zimmer (1939b) Mo43Mo43Mo43Mo43Mo43 – Moojen (1943)

Z40Z40Z40Z40Z40 – Zimmer (1940) MR26MR26MR26MR26MR26 – Miranda Ribeiro (1926)

Z41aZ41aZ41aZ41aZ41a – Zimmer (1941a) M38bM38bM38bM38bM38b – Miranda Ribeiro (1938b)

Z41bZ41bZ41bZ41bZ41b – Zimmer (1941b) Pi32Pi32Pi32Pi32Pi32 – Pinto (1932)

Zi43Zi43Zi43Zi43Zi43 – Zimmer (1943) Pi35Pi35Pi35Pi35Pi35 – Pinto (1935)

Zi49Zi49Zi49Zi49Zi49 – Zimmer (1949) Pi38Pi38Pi38Pi38Pi38 – Pinto (1938)

Pi44Pi44Pi44Pi44Pi44 – Pinto (1944)

Ra97Ra97Ra97Ra97Ra97 – Raposo (1997)

Alagoas R870R870R870R870R870 – Reinhardt (1870)

Ag64Ag64Ag64Ag64Ag64 – Aguirre (1964) Si85Si85Si85Si85Si85 – Sick (1985)

FFFFFo93o93o93o93o93 – Forrester (1993) Sn27 Sn27 Sn27 Sn27 Sn27 – Snethlage (1927)

Pi54Pi54Pi54Pi54Pi54 – Pinto (1954) Sn36Sn36Sn36Sn36Sn36 – Snethlage (1936)

PC61PC61PC61PC61PC61 – Pinto & Camargo (1961) Si89Si89Si89Si89Si89 – Silva (1989)

Ra98Ra98Ra98Ra98Ra98 – Raposo et al. (1998) S824S824S824S824S824 – Spix (1824)

SSSSSS96S96S96S96S96 – Silva e Silva (1996) S825S825S825S825S825 – Spix (1825)

TN88TN88TN88TN88TN88 – Teixeira et al. (1988) S828S828S828S828S828 – Spix & Martius (1828)

T89a – T89a – T89a – T89a – T89a – Teixeira (1989a) WO91WO91WO91WO91WO91 – Willis & Oniki (1991)

TN89TN89TN89TN89TN89 – Teixeira et al. (1989) Z37bZ37bZ37bZ37bZ37b – Zimmer (1937b)

Z47aZ47aZ47aZ47aZ47a – Zimmer (1947a)

Referências bibliográficas por Estado ou região citadas no Anexo 1:Continuação

cap13.pmd 9/12/2003, 14:31250

251

Aves: áreas eações prioritárias

para a conservaçãoda Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO

GRUPO TEMÁTICO �AVES�

José Fernando PachecoCoordenação

João Luiz Xavier NascimentoLuís Fábio Silveira

Marcelo Cardoso de SouzaMiguel Ângelo Marini

Severino Mendes de Azevedo Júnior

252

Apesar de considerado o grupoanimal mais bem conhecido no que dizrespeito à taxonomia, à distribuiçãogeográfica e à história natural, há aindagrandes lacunas sobre os dados relativosàs aves da caatinga. Para indicar áreasprioritárias a serem conservadas foianalisada a distribuição das 348 espéciesregistradas no bioma. Mereceram atençãoespecial os táxons endêmicos e as espéciesameaçadas de extinção, pois essas são, demodo geral, as mais vulneráveis à atualexpansão das atividades humanas nobioma. Um conjunto de 15 espécies e de45 subespécies foi identificado comoendêmico. São vinte as espécies amea-çadas de extinção, estando incluídas nesseconjunto duas das espécies de aves maisameaçadas do mundo: a ararinha-azul(Cyanopsitta spixii) e a arara-azul-de-lear(Anodorhynchus leari).

O processo de seleção das áreasprioritárias baseou-se, num primeiromomento, na disponibilidade de dadosqualitativos da avifauna, na represen-

tatividade dos inventários já feitos, e naexistência de espécies endêmicas ouameaçadas. Numa segunda etapa, ariqueza total de espécies, o grau deconservação e o nível de ameaça deter-minaram a ordem final das prioridades.

O confronto dos critérios utilizadospermitiu a identificação de 35 áreasprioritárias para conservação, sendo 11delas de extrema importância biológica,seis de muito alta importância, e cinco dealta importância (Figura 1). As 13 restantesforam indicadas principalmente paraestudos básicos de inventário, e repre-sentam, portanto, 37% do total de áreassugeridas.

As áreas prioritárias indicadas pelogrupo formam um conjunto bemdistribuído, do ponto de vista de sualocalização geográfica, e bastante hete-rogêneo. Diversas dessas áreas corres-pondem a unidades de conservação deproteção integral ou de uso sustentado;algumas contemplam regiões para as quaisa recomendação específica aponta a

Fábi

o O

lmos

Arapaçu-do-cerrado

253

necessidade de criação de unidade deconservação, e outras regiões em que arealidade local requer medidas diversas, taiscomo inventário, intensificação de estudos,implantação de zonas-tampão, e estabe-lecimento de corredores de vegetação nativae de áreas de recuperação e de manejo.

As áreas de extrema importânciabiológica, segundo os critérios utilizados,são: Serra da Capivara, Ubajara, entornoda Floresta Nacional do Araripe, Serra

Negra, Raso da Catarina, Curaçá, Maracás,Chapada Diamantina, Senhor do Bonfim,Itacarambi / Peruaçu e Jaíba.

A recomendação de áreas prioritáriasem sua mais alta categoria de importânciabiológica não implica a sugestão de asáreas restantes não merecerem serconservadas; indica somente priorizaçãoresultante de um processo que se derivoude consulta feita a uma parcela repre-sentativa de especialistas da área.

1. Raso da Catarina2. Curaçá3. Itacarambi / Peruaçu4. Serra da Capivara5. Picos / Itainópolis6. Sete Cidades7. Serra das Confusões8. Serra Dois Irmãos9. Ubajara

Figura 1Áreas

prioritáriaspara

conservaçãode aves na

Caatinga

10. Aiuaba11. Entorno da F loresta

Nacional do Araripe12. Russas / Icapuí13. Seridó14. Jandaíra / João Câmara15. Coremas16. Serra Negra17. Maravilha

18. Maracás19. Morpará / Copixaba20. Chapada Diamantina21. Senhor do Bonfim22. Jaíba23. Janaúba24. Curituba25. Piranhas / Olhos d�Água26. Monte Alegre

27. Crateús28. Quixadá29. Morada Nova30. Galinhos / Jandaíra31. Bom Jesus da Lapa32. Acari33. São João do Paraíso34. Fazenda Tamanduá35. Serra do Cariri

Importância BiológicaExtremaMuito altaAltaInformação insuficienteLimite estadualLimite do bioma Caatinga

254

1 - RASO DA CATARINA

Localização: BA: Jeremoabo, Rodelas ePaulo Afonso.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Cânions de arenitos, campos delicuri, caatinga arbórea e arbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; alto número deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (captura ilegal,erosão por pastoreio extensivo).

Justificativa: Principal área de reproduçãoe alimentação de Anodorhynchus leari,espécie globalmente ameaçada deextinção. Presença de pelo menos maisduas espécies ameaçadas (Gyalophylaxhellmayri e Herpsilochmus pectoralis).

2 - CURAÇÁ

Localização: Curaçá (BA).

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Mata ciliar de caraibeira e caatingaarbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies raras/ameaçadas: média;ocorrência de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (captura ilegal,desmatamento, pastoreio intensivo).

Justificativa: Única área de ocorrência daararinha-azul, Cyanopsitta spixii, sendo olocal mais apropriado (senão o único) paraprogramas de recuperação populacional daespécie e de seu hábitat (caraibeiras namata ciliar).

3 - ITACARAMBI/PERUAÇU

Localização: MG: Itacarambi, Januária eManga.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Mata seca, caatinga arbustiva evárzea do rio São Francisco.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (caça, desma-tamento, erosão).

Justificativa: Área com principal populaçãoda forma Xiphocolaptes falcirostrisfranciscanus, endêmica do médio rio SãoFrancisco, com limitada faixa de ocor-rência. Populações relevantes das seguintesespécies ameaçadas: Megaxenopsparnaguae e Phylloscartes roquettei.

4 - SERRA DA CAPIVARA

Localização: PI: Canto do Buriti, CoronelJosé Dias, São João do Piauí e SãoRaimundo Nonato.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatingas arbóreas, arbustivas eherbáceas e formações rupestres.

Ação recomendada: Restauração.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de ende-mismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (caça).

Justificativa: Alta riqueza de espécies, comlevantamento procedido em 1987-88

DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS INDICADAS

255

(Olmos 1993). Presença de espéciesdesaparecidas em outras regiões da caatin-ga (Rhea americana e Ara chloroptera).Presença de seis espécies globalmenteameaçadas (Ara maracana, Picumnusfulvescens, Xiphocolaptes falcirostris,Gyalophylax hellmayri, Megaxenopsparnaguae e Carduellis yarrelli).

5 - PICOS/ITAINÓPOLIS

Localização: PI: Picos, Itainópolis, IsaíasCoelho, Campinas do Piauí, Santa Cruz doPiauí e Santo Inácio do Piauí.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbórea e arbustiva.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: baixo;pressão antrópica: média (caça).

Justificativa: Área tradicional de reproduçãode Zenaida auriculata.

6 - SETE CIDADES

Localização: PI: Brasileira e Pirapuruca.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbórea e arbustiva,transição com o cerrado e formaçõesrupestres.

Ação recomendada: Proteção integral.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (caça, erosão).

Justificativa: Área de transição Caatinga/Cerrado, com monumentos naturaisformados por ação erosiva e eólica.

7 - SERRA DAS CONFUSÕES

Localização: PI: Cristino Castro, Canto doBuriti, Caracol e Anísio de Abreu.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbórea e arbustiva,mata seca e transição com o Cerrado.

Ação recomendada: Investigação científica.

Justificativa: Área de contato caatinga,cerrado e mata seca, com alto potencialbiológico. Baixa densidade demográfica eprovável bom estado de conservação.

8 - SERRA DOIS IRMÃOS

Localização: PI: Paulistana, QueimadaNova, Conceição do Canindé, Lagoa doBarro do Piauí, São João do Piauí, Jacobinado Piauí; PE: Afrânio, Dormentes e Ouricuri.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbórea e arbustiva.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: média (caça,desmatamento).

Justificativa: Área tradicional de reproduçãode Zenaida auriculata. Área de migraçãode Tyrannus savanna.

9 - UBAJARA

Localização: CE: Frecheirinha, Mucambo,Tianguá, Ibiapina e Ubajara.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Mata seca e caatinga arbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de ende-mismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (desmatamento,caça e animais domésticos).

Justificativa: Necessidade de proteção daárea que é de extrema importância biológicae tradicional ocorrência de colônias dereprodução de Zenaida auriculata.

256

10 - AIUABA

Localização: CE: Aiuaba, Arneiroz, Catarinae Saboeiro.

Importância biológica: Muito alta.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (caça, desmata-mento, pastoreio).

Justificativa: Necessidade de proteção desítio tradicional de reprodução de Zenaidaauriculata e área de importância biológicamuito alta, com espécies endêmicas eameaçadas de extinção.

11 - ENTORNO DA FLORESTANACIONAL DO ARARIPE

Localização: PE: Missão Velha, Exu,Moreilândia e Barbalha; CE: Crato,Santana do Cariri, Nova Olinda e Juazeirodo Norte.

Importância biológica: Extrema.

Zig

Koch

Toca Velha, Canudos - BA

257

Hábitats: Carrasco, mata seca, caatingaarbórea e arbustiva e mata úmida deencosta.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta;ocorrência de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (desmatamento,pecuária extensiva, queimada, caça,mineração).

Justificativa: Necessidade de proteção delocalidade rica em espécies de extremaimportância, complementando a áreaprotegida formalmente, incluindo trecho deocorrência de Antilophia bokermanni,espécie recém-descrita e presumivelmenteameaçada de extinção. Sugere-se atransformação (com área ampliada) dacategoria de Floresta Nacional para ParqueNacional da Chapada do Araripe.

12 - RUSSAS/ICAPUÍ

Localização: CE: Icapuí, Aracati, Itaiçaba,Jaguaruama, Palhano, Russas e Quixeré;RN: Baraúna.

Importância biológica: Alta.

Hábitats: Caatingas arbóreas, arbustivas eherbáceas.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamento,pecuária, caça).

Justificativa: Área tradicional de reproduçãode Zenaida auriculata.

13 - SERIDÓ

Localização: PB: São José de Espinharas;RN: São João do Sabugi, Serra Negra doNorte, Timbaúba dos Batistas e Caicó.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga herbácea e arbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamento,caça, captura, pecuária).

Justificativa: Por ser uma área de importânciabiológica muito alta e dado o tamanhoprotegido oficialmente, é imprescindível aampliação da área da Estação Ecológica doSeridó. Engloba sítio de reprodução ealimentação de Zenaida auriculata.

14 - JANDAÍRA/JOÃO CÂMARA

Localização: RN: Lages, Pedra Preta,Jardim de Angicos, João Câmara, PedroAvelino, Parazinho e Jandaíra.

Importância biológica: Alta.

Hábitats: Caatinga arbórea e arbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (caça, desma-tamento, pecuária).

Justificativa: Área tradicional de reproduçãode Zenaida auriculata.

15 - COREMAS

Localização: PB: Coremas, Pombal, SãoJosé da Lagoa Tapada, Souza, Aguiar,Piancó e Igaracy.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga arbórea e arbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência de fenô-meno biológico especial.

258

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (caça, desma-tamento).

Justificativa: Local tradicional de repro-dução de Zenaida auriculata, ocorrênciamédia de espécies endêmicas da Caatingae, pelo menos, uma espécie ameaçada(Picumnus fulvescens).

16 - SERRA NEGRA

Localização: PE: Floresta, Inajá, Petrolândiae Tacaratu.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Brejo de altitude, carrasco,caatinga arbórea e arbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; alto número de ende-mismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (caça, desma-tamento).

Justificativa: Ampliação da ReservaBiológica de Serra Negra no sentido dePetrolândia e Inajá.

17 - MARAVILHA

Localização: PE: Floresta, Betânia eCustódia.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbórea e arbustiva.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (caça, desma-tamento, pecuária).

Justificativa: Áreas de reprodução emigração de Zenaida auriculata e Claravispretiosa.

18 - MARACÁS

Localização: BA: Maracás, Lajedo doTabocal, Lafaiete Coutinho e Jequié.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Carrasco, mata de cipó e caatingaarbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Alto número deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamento,caça e pecuária).

Justificativa: Proteção de bloco significativode mata de cipó da região de Jequié, compossibilidade de manutenção de po-pulações relevantes dos ameaçadosRhopornis ardesiaca, Formicivora iheringie Aratinga auricapilla. A região de Itiruçupossui, possivelmente, o maior trechocontínuo de mata de cipó.

19 - MORPARÁ/COPIXABA

Localização: BA: Xique-Xique e Morpará.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Várzea, caatinga arbustiva e mataciliar.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Alto número deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: baixa; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (desmatamento,projetos de irrigação).

Justificativa: Extensa várzea que possibilitaa preservação de populações relevantesdas formas privativas do médioSão Francisco (Sicalis columbiana,Saltator coerulescens superciliaria,Cranioleuca vulpina reiseri, Schoeno-phylax phryganophila petersi eNyctiprogne vielliardi).

259

20 - CHAPADA DIAMANTINA

Localização: BA: Andaraí, Boninal, Lençóis,Mucugê, Palmeiras, Seabra e Ibicoara.Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Carrasco, mata estacional,caatinga arbustiva, campos rupestres ebanhados.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de Diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: mé-dio; pressão antrópica: alta (desma-tamento, caça, mineração, turismopredatório).

Justificativa: Alta riqueza de espécies, comelementos característicos de vários biomas.Espécies ameaçadas registradas: Aratingaauricapilla, Ara maracana, Gyalophylaxhellmayri, Megaxenops parnaguae,Herpsilochmus pectoralis e Formicivoraiheringi.

21 - SENHOR DO BONFIM

Localização: BA: Campo Formoso,Jaguarari , Senhor do Bonfim eAndorinha.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Carrasco, mata estacional,caatinga arbustiva e campo rupestre.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; alto número de en-demismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamento,caça e mineração).

Justificativa: Área de colecionadores deaves no início do século. Região revestidapor matas estacionais e caatinga com boacobertura vegetal remanescente.

22 - JAÍBA

Localização: MG: Matias Cardoso e Jaíba.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Carrasco, caatinga arbórea emata seca.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta;ocorrência de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (desmatamento,projetos de irrigação e caça).

Justificativa: Ocorrência de duas espéciesameaçadas de extinção (Gyalophylaxhellmayri e Megaxenops parnaguae) evárias endêmicas.

23 - JANAÚBA

Localização: Porteirinha (MG).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Carrasco, caatinga arbórea earbustiva.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamento,carvoaria).

Justificativa: Uma das áreas maismeridionais da Caatinga, com bompotencial de preservação para espéciesameaçadas ou endêmicas.

24 - CURITUBA

Localização: Canindé do São Francisco(SE) e Paulo Afonso (BA).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbórea e arbustiva.

Ação recomendada: Investigação científica.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;

260

pressão antrópica: média (desmatamento,agricultura).

Justificativa: Caatinga arbustiva e arbórea.Constatada a ocorrência de Ara maracana,espécie ameaçada de extinção.

25 - PIRANHAS/OLHOS D�ÁGUA

Localização: AL: Olho d�Água do Casado ePiranhas.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbórea e arbustiva.

Ação recomendada: Investigação cien-tífica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média. grau de alteração: média.pressão antrópica: média (desmatamento,agricultura).

Justificativa: Área insuficientementeconhecida, porém com potencialimportância biológica. Área de caatingaarbórea e de reprodução de Geranoaetusmelanoleucus e Sarcoramphus papa.Ocorrência de Ara maracana, espécieameaçada de extinção.

26 - MONTE ALEGRE

Localização: SE: Monte Alegre de Sergipe,Poço Redondo e Porto da Folha.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbustiva e relictos dearbórea.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Número médiode endemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração:médio; pressão antrópica: alta(desmatamento, caça, queimadas,pastoreio).

Justificativa: Área de caatinga arbustiva earbórea. Ocorrência de Penelope jacucaca

e Crypturellus noctivagus zabele, espéciesendêmicas do bioma.

27 - CRATEÚS

Localização: Crateús (CE).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbórea (mata seca).

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência debiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamentoe caça).

Justificativa: Área inventariada recente-mente por PTZ Antas, com potencia-lidade para a conservação de aves daCaatinga (M.A. Figueiredo, informaçãopessoal).

28 - QUIXADÁ

Localização: Quixadá (CE).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbustiva.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamen-to,caça).

Justificativa: Sítio de reprodução tradicionalde Zenaida auriculata e de provável riquezabiológica.

29 - MORADA NOVA

Localização: Morada Nova (CE).

Importância biológica: Alta.

Hábitats: Caatinga arbórea e arbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

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Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desma-tamento, caça).

Justificativa: Presença de uma espécie deave endêmica e ameaçada de extinção(Penelope jacucaca), além de outrasendêmicas (Gyalophylax hellmayri eNothura boraquira).

30 - GALINHOS/JANDAÍRA

Localização: RN: Guamaré, Galinhos e SãoBento do Norte.

Importância biológica: Alta.

Hábitats: Caatinga arbórea e arbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamento,caça).

Justificativa: Área de reprodução deZenaida auriculata e migração deTyrannus savanna e Sicalis luteola.

31 - BOM JESUS DA LAPA

Localização: Bom Jesus da Lapa (BA).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Várzea, caatinga arbustiva e mataciliar.

Ação recomendada: Investigação cien-tífica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: baixa; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (desmatamento,pecuária, irrigação).

Justificativa: Extensas várzeas compossibilidade de preservação das formasprivativas do médio São Francisco que emcombinação com a área proposta�Morpará/Copixaba� (área 19), teráaumentado potencial de conservação.

32 - ACARI

Localização: RN: Acari, Currais Novos e SãoVicente.

Importância biológica: Alta.

Hábitats: Caatinga arbustiva e cavernas.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínsecado sistema: alta; grau de alteração:médio; pressão antrópica: média(mineração).

Justificativa: Única área conhecida commaciça reprodução de andorinhões da raçaStreptoprocne biscutata seridoensis,recém descrita. Há exploração de guano enão são conhecidas as rotas migratóriasdesta forma.

33 - SÃO JOÃO DO PARAÍSO

Localização: MG: São João do Paraíso,Águas Vermelhas e Taiobeiras.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Mata de cipó e caatinga arbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Número médiode endemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (desmatamento,caça, pecuária, carvoaria).

Justificativa: Importante área de contatoentre os biomas Mata Atlântica eCaatinga. Presença de espécies en-dêmicas e ameaçadas (Formicivoraiheringi , Rhopornis ardesiaca eJacamaralcyon tridactyla). Presença deespécies endêmicas (Crypurellusnoctivagus zabele , Myrmorchilusstrigil latus e Aratinga cactorum) .Presença de espécies consideradas raras(Campephilus robustus e Pyroderusscutatus). Alta pressão antrópica, comboa parte dos hábitats originais bastantealterados.

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34 - FAZENDA TAMANDUÁ

Localização: PB: Mãe d�Água, Patos, SantaTerezinha e São José do Bonfim.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga arbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa.

Justificativa: Área de importância biológicamuito alta, com espécies endêmicas eameaçadas de extinção (Picumnusfulvescens).

35 - SERRA DO CARIRI

Localização: PB: Princesa Isabel, Tavares,Juru e Água Branca; PE: Santa Terezinha,Tabira, Solidão, Afogados da Ingazeira,Carnaíba, Quixada e São José do Egito.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga arbórea e arbustiva.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmata-mento, caça).

Justificativa: Migração e reprodução de

Zenaida auriculata.

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Diversidade demamíferos e o

estabelecimentode áreas prioritáriaspara a conservaçãodo bioma Caatinga João Alves de Oliveira

Museu Nacional do Rio de Janeiro

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INTRODUÇÃO

O termo caatinga define um dostipos de vegetação xeromórfica do semi-árido brasileiro, particularmente aqueleque recobre o substrato cristalino expostodos estados nordestinos e do norte deMinas Gerais. Por extensão, esse termodefine o domínio morfoclimáticocorrespondente ao complexo devegetação do semi-árido nordestino jáidentif icado por Martius como Ha-madryades (Coimbra-Filho & Câmara1996).

Estudos realizados até o presentesobre os mamíferos da Caatinga têmrevelado uma mastofauna relativamentedepauperada, e uma baixa incidência deendemismos (Mares et al. 1981, 1985).Essas constatações têm contribuído paraa hipótese de que a maior parte das áreasde caatinga registradas na atualidade sejarelativamente recente em formação, epossivelmente derivada de pequenosrefúgios durante períodos mésicos doPleistoceno, quando as florestas tropicaister-se-iam expandido consideravelmente

através do Nordeste do Brasil (Sarmiento1975).

Duas grandes coleções constituema base do conhecimento sobre adiversidade de mamíferos deste bioma. NoMuseu Nacional (UFRJ) estão depositadoscerca de 60 mil espécimes de pequenosmamíferos não voadores obtidos peloextinto Serviço Nacional da Peste (SNP)entre 1952 e 1955 (Freitas 1957), emaproximadamente 40 dos então 187municípios do �polígono das secas�. Alémdisso, importantes séries de quirópteros epequenos mamíferos não-voadores foramobtidas pelo projeto �Ecology, evolutionand zoogeography of mammals�, porpesquisadores do �Carnegie Museum ofNatural History�, entre 1975 e 1978, naChapada do Araripe (6.576 espécimes),distribuídos entre aquele museu e o Museude Zoologia da USP. Dos estudosdecorrentes desse projeto, o inventáriomais recente (Willig & Mares 1989),relacionou 80 espécies de mamíferos paraa Caatinga.

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Tamanduá-mirim

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MÉTODOSA metodologia seguida para compor

o presente inventário foi o levantamento dosregistros bibliográficos de ocorrência demamíferos dentro dos limites do biomaCaatinga, considerando a definição domesmo no âmbito da presente avaliação.Foram incluídos, prioritariamente, registrosbaseados em espécimes coletados, aindaque em alguns casos tenham sido incluídosregistros visuais publicados, totalizando 54referências que continham informaçõesgeográficas passíveis de mapeamento. Umaexceção foi o caso dos registros deDasypodidae (Xenarthra), listados a partir deSantos (1993), cujo inventário foi realizadoprincipalmente a partir de entrevistas.A atualização taxonômica dos registrosbibliográficos seguiu Wilson & Reeder (1993)e revisões mais recentes disponíveis paraalguns táxons, publicadas ou em forma deteses. Embora constem do arquivo originalcompilado, não são tratados registros deespécies comensais introduzidas (Rattusrattus, Mus musculus, etc.) e tampouco deanimais domésticos e de criação.

Com base nos registros de mamíferoscompilados para a Caatinga a partir dabibliografia, foram identificadas as áreas demaior riqueza de espécies, os possíveis casosde endemismo, tanto no âmbito deste biomapropriamente, como em uma escala maisrestrita, e o status de conservação dasespécies reportadas (Bernardes et al. 1990 ePortaria 062 de 17/06/1997). Ainda com baseno inventário inicial, foram identificadas áreascorrespondentes a lacunas no conhecimentoda fauna de mamíferos. Estes parâmetrosnortearam o estabelecimento de critérios paraa identificação de áreas prioritárias para aconservação da biodiversidade dos ma-míferos na Caatinga.

RESULTADOSO levantamento bibliográfico

permitiu listar um mínimo de 148 espéciesregistradas para a região incluída nobioma Caatinga.

A seguir é apresentado um resumoda representatividade taxonômica egeográfica visando documentar adiversidade de mamíferos no contexto daCaatinga, bem como em nível de município(a maior resolução geográfica possívelnesta análise). As informações quesuportam as constatações relacionadas aseguir estão resumidas no Anexo 1, ondetambém está detalhada a forma deocorrência dos diferentes táxons no âmbitoda Caatinga.

DidelphimorphiaA ordem Didelphimorphia está

representada por 11 espécies registradasem pelo menos um município comlocalidade apresentando vegetaçãoxerofítica (o total de municípios comregistro bibliográfico é listado entreparênteses para cada espécie): Caluromysphilander (1), Didelphis albiventris (17),Gracilinanus agilis (3), Gracilinanusemiliae (4), Gracilinanus sp. (1), Marmosamurina (3), Marmosops incanus (2),Micoureus demerarae (8), Monodelphisamericana (2), Monodelphis domestica(28) e Thylamys karimii (1). A diversidadede marsupiais é maior em Ipu (CE)(6 espécies), mas na maioria dos municípiosamostrados o número de espécies registradositua-se em torno de quatro.

XenarthraOs registros referentes aos tatus

(Xenarthra, Dasypodidae), a partir deentrevistas, incluem pontos através de todaa Caatinga. O tatu-de-rabo-mole(Cabassous sp.) estaria representado empelo menos 108 municípios, apesar de umarevisão baseada nas amostras de 34coleções, incluindo as maiores brasileiras(Wetzel 1980), não ter relacionado sequerum indivíduo para a Caatinga. Não foipossível, portanto, com base nasinformações consultadas, concluir aespécie ou espécies a que pertencem osregistros de Cabassous do domínio daCaatinga. Dasypus novemcinctus estálistado, por entrevistas, em 189 municípios,

266

mas representado por material testemunhoou observação direta em apenas 18.Dasypus septemcinctus foi relacionado porentrevistas em 54 e Euphractus sexcinctusem 191 municípios. O tatu-bola, Tolypeutestricinctus consta das entrevistas em 76municípios, mas de apenas sete são osregistros bibliográficos e de museus.

Entre os Myrmecophagidae, Taman-dua tetradactyla está registrado em setemunicípios, ao passo que Cyclopesdidactylus está em dois e Myrmecophagatridactyla em apenas um. Apesar dosregistros acima relacionados, apenas D.novemcinctus, E. sexcinctus e T. tetradactylafiguram na relação final de Xenarthra daCaatinga de Willig & Mares (1989).

ChiropteraRegistros bibliográficos de quirópteros

da Caatinga incluem 65 espécies. Asmais amplamente representadas sãoGlossophaga soricina (18 municípios),Carollia perspicillata (9), Artibeus lituratus(10), Molossus molossus (7), Platyrrhinuslineatus (7), Artibeus jamaicensis (6) eDesmodus rotundus (7). Os municípios ondese registrou maior diversidade foram Exu(PE), Jaíba (MG) e Crato (CE), comrespectivamente 35, 29 e 27 espéciesregistradas, seguidos por São RaimundoNonato (Parque Nacional da Serra daCapivara) com 24 espécies, Ubajara (ParqueNacional de Ubajara) com 14 espécies,Valença do Piauí (13) e Nova Olinda com dozeespécies. A análise desses números deveainda considerar o esforço de amostragemque, aparentemente, variou muito entrelocalidades. Amostras de Exu e Crato foramobtidas ao longo de três anos, ao passo queos registros de Jaíba foram obtidos emapenas duas excursões, realizadas em curtosperíodos por dois anos seguidos.

Algumas localidades destacam-sepor apresentarem os únicos registros dediversas espécies de quirópteros no bioma.São elas, Crato (Artibeus concolor,Lasiurus borealis, Natalus stramineus,Tadarida sp.), Jaíba (Eptesicus brasiliensis,Chrotopterus auritus, Eumops perotis,Myotis sp., Peropteryx kappleri, Tonatia

sp.), Exu (Micronycteris schmidtorum,Mimon crenulatum, Promops sp.), SãoRaimundo Nonato (Histiotus sp., Mimonbennettii, Noctilio albiventris), Valença doPiauí (Eumops sp., Lonchorhina aurita,Molossops abrasus), Canudos (Loncho-phyla bockermanni), Rio Formoso(Peropteryx leucoptera) e Juazeiro(Rhogeessa tumida).

PrimatesOs registros de primatas na Caatinga

incluem cinco espécies da família Cebidae,Alouatta belzebul (em 5 municípios), A.ululata (5), A. caraya (3), Cebus apella (4)e Callicebus barbarabrownae (3). Adescoberta de populações recentes deCallicebus, reportadas em Marinho-Filho& Veríssimo (1997), na região da Serra daQuixaba (Canudos, Jeremoabo e MonteSanto), sugere a possibilidade da existênciadessa forma em outros enclaves florestadosda Caatinga. Entre os representantes dafamília Callithrichidae, existem registros deCallithrix jacchus em 10 municípios e deC. penicillata em apenas um. Das formaslistadas acima, apenas Cebus apella eCallithrix jacchus foram relacionados porWillig & Mares (1989).

RodentiaA ordem Rodentia está representada

por aproximadamente 24 espécies dasubordem Sciurognathi (22 Muridae e 2Sciuridae) e 13 de Hystricognathi. Espéciesda família Sciuridae foram registradas apartir de amostras de Penedo, AL, (Sciurusaestuans) e Maranguape, CE, (S. alphonsei).

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Tatu-bola

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Dentre os representantes da famíliaMuridae (Sigmodontinae), Wiedomyspirrhorhinus foi registrado em um maiornúmero de municípios (20), seguido porOryzomys aff. subflavus (20), Oligory-zomys eliurus (22) e Bolomys lasiurus(15). Municípios que apresentaram maiordiversidade de espécies da família Muridaeforam Caruaru e Garanhuns (11 espéciescada), Ipu (9), Crato (8) e Jaíba (7). Onúmero de espécies de Muridae registradospara a região da Caatinga tem aumentadona medida em que as coleções disponíveisvêm sendo melhor estudadas em revisõesabrangentes (Tribe, 1996 - Rhipidomyssp.4 ssp.1, do Crato, CE, e Rhipidomyssp.4 ssp.2, da Serra de Baturité, CE;Oliveira 1998 � Oxymycterus sp.4, deGuaraciaba do Norte, CE; Weksler 1996 -Oryzomys sp. n.). Da mesma forma,novas coletas empregando métodoscomplementares aos anteriormenteutilizados, como o exame dos cariótipos deespécimes recém-coletados, têmpossibilitado a diferenciação entreamostras de Oryzomys subflavus delocalidades dos estados de Pernambuco eParaíba (referidas como Oryzomyssubflavus variante 1), e de localidades daBahia e Minas Gerais (referidas comoOryzomys subflavus variante 3) (Maia &Hulak 1981, Bonvicino et al. 1999), bemcomo a descrição de uma nova espécie deOligoryzomys (Bonvicino & Weksler 1998)do Nordeste do Brasil.

Os representantes da subordemHystricognathi registrados em maiornúmero de municípios foram Kerodonrupestris (28 municípios), Galea spixii (28)e Thrichomys apereoides (17). Algumasespécies apresentaram poucos e esparsosregistros, como Echimys lamarum (7municípios) e Dasyprocta primnolopha(9). Espécies que apresentaram registrosem apenas uma localidade da Caatingaforam Proechimys albispinus minor(Morro do Chapéu), P. a. sertonius(Lamarão) e P. cayennensis (Ipu).Proechimys yonenagae foi descrito deáreas de dunas em Barra, Queimadas eIbiraba (BA).

Dentre as espécies da famíliaEchimyidae de ampla distribuição naCaatinga, apenas Thrichomys apereoidestem sido objeto de análises de variabilidadegeográfica. Dados craniométricos sugerema existência de duas unidades geográficas,uma representada pela população deBodocó e outra incluindo populações dosoutros municípios do Nordeste (Bandouk& Reis 1995), em um padrão inconsistentecom a estrutura subspecífica descrita paraa espécie. Esse resultado é, entretanto,indicativo da possibilidade de existência demais de uma forma de Thrichomysocorrendo na região da Caatinga doNordeste do Brasil, o que tem sidopostulado com base em informaçãocitogenética (Silva et al. 2000, Svartman1988, Leal-Mesquita 1991).

LagomorphaO único representante da ordem

Lagomorpha silvestre, Sylvilagus bra-siliensis, foi registrado em sete municípiosesparsamente distribuídos pelo domínio daCaatinga.

CarnivoraObtiveram-se registros para 14

espécies da ordem Carnivora, entre elasseis da família Felidae, quatro Mustelidae,três Procyonidae e um Canidae, todascom mais de um registro, exceto porGalictis cuja, listada apenas para Ipu, CE.A maior diversidade de espécies foiregistrada para os parques nacionais daSerra da Capivara e de Ubajara (10 e 8espécies) e para o Crato, CE (6).

Artiodactyla e PerissodactylaEntre os representantes da ordem

Artiodactyla, os poucos registros disponíveissão amplamente distribuídos: Mazamaamericana (Jaíba, MG; São RaimundoNonato, PI; e Ubajara, CE), M. gouazoupira(Crato, Ubajara e S. Raimundo Nonato),Pecari tajacu (Penedo, AL; Piranhas, PB eSão Raimundo Nonato). Tayassu pecari estárepresentado em apenas um município (São

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Raimundo Nonato), assim como orepresentante da ordem Perissodactyla,Tapirus terrestris, registrado apenas para aregião da Jaíba, MG.

Apesar de restrito às informaçõespublicadas e de ter sido implementadosob uma perspectiva conservadora noque diz respeito à equivalência de formasoriginalmente não identificadas ao nívelde espécie, o presente inventáriorelaciona pouco menos do que o dobrodo número de espécies reconhecidaspara a Caatinga por Willig & Mares(1989). As excelentes séries obtidas deum grande número de localidades do�polígono das secas� pelo ServiçoNacional da Peste ainda não foramestudadas em sua total idade, e aschances de se encontrar nesse acervoespécies ainda não registradas para aregião são promissoras. Também se deveressaltar a utilização de técnicas de coletacomplementares antes não empregadas,como o uso de armadilhas do tipo �pit-

fall� (Silva et al. 2000), bem como acoleta em áreas ainda não inventariadas,que vão certamente proporcionaracréscimos à presente lista (Anexo 1).

DISCUSSÃO

A mastofauna do bioma Caatingapode ser dividida, de uma forma preliminar,em três grupos principais: (1) as espéciesendêmicas ou que apresentam grandeparte da distribuição neste bioma,totalizando 19 espécies; (2) as espéciesamplamente distribuídas em outrosbiomas, mas que apresentam registrosesporádicos na Caatinga, 18 espécies; e (3)espécies amplamente distribuídas naCaatinga e em outros biomas, 106espécies. Deve-se ter em conta que oreconhecimento da distinção taxonômicadas formas cariotípicas já detectadasaumentaria o número das espécies do�grupo 1� descrito acima.

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Ouriço-cacheiro

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É interessante notar que os númerosde espécies dos �grupos 1 e 2� são muitosemelhantes. As espécies do �grupo 2�,que aparentemente ocupam enclavesmésicos do semi-árido, têm sidoapontadas como exemplos de que essesambientes constituam remanescentes deum contínuo florestado em um passadorelativamente recente. O presenteinventário sugere que não só o númerode espécies características da Caatinga émaior do que o anteriormentereconhecido, como também que osregistros que têm suportado a hipótese dosurgimento recente do bioma são em umnúmero relativamente pequeno frente aototal de espécies presentes. Algumasespécies do �grupo 1� não são su-ficientemente conhecidas para que sedescarte a hipótese de que constituamunidades isoladas das populaçõesregistradas fora da Caatinga, como é ocaso de Tolypeutes tricinctus, Galeaspixii, Thrichomys apereoides eMonodelphis domestica. Apesar daausência documentada de adaptaçõesequivalentes às encontradas emmamíferos de deserto (Mares et al. 1985),duas das espécies características daCaatinga (�grupo 1�) � Wiedomyspirrhorhinus e Kerodon rupestris � sãoapenas encontradas nas formaçõesvegetais abertas desse bioma. Estasespécies estão ausentes, como viventesou fósseis, das regiões com vegetaçãoaberta dos biomas adjacentes, sugerindoque alguns dos táxons endêmicos daCaatinga possam ter surgido a partir delinhagens evolutivas autóctones, o queconstituiria uma evidência a favor daantiguidade do bioma.

Parece indiscutível, entretanto, queas paisagens hoje incluídas no biomaCaatinga têm sofrido um processoagressivo de modificação, processo esteque não distingue as áreas florestadasdas regiões de vegetação mais aberta esolo naturalmente mais exposto. Oresultado da destruição destes tiposdiferentes de vegetação é similar nos doiscasos, ou seja, diferentes estágios desucessão vegetal que têm sido

reconhecidos na l i teratura comocapoeiras ou carrascos, mas queguardam uma similaridade superficialmaior com as paisagens originais daCaatinga sensu stricto do que com asáreas de floresta em enclaves mésicos dobioma original. Deve-se notar, entretanto,que freqüentemente o grau de alteraçãoé comparável nos dois casos, e queapenas uma fração das espéciesconsegue sobreviver a estas catástrofes.Assim, em paisagens muito alteradas,existe possivelmente a prevalência dealgumas espécies, que podem constituir-se em uma fração da comunidadeoriginal ou em espécies invasoras. Atérecentemente, as espécies citadas noparágrafo anterior eram consideradasapenas nessa última categoria, mas osargumentos aqui reunidos sugerem quepodem constituir-se de fato nas formasremanescentes de uma mastofaunaprópria do bioma. Essa mastofauna aindapoderia estar representada, em maiorabrangência, em áreas de vegetaçãosemi-árida mais bem preservadas, quefreqüentemente não dispõem delevantamentos exaustivos, e que,infelizmente, tornam-se cada vez maisraras.

CRÉDITOS

O autor agradece aos coordenadoresdo Seminário �Avaliação e Identificação deAções Prioritárias para a Conservação,Utilização Sustentável e Repartição deBenefícios da Biodiversidade do BiomaCaatinga�, bem como aos demaiscomponentes do Grupo Temático deMamíferos, a saber: Adelmar Coimbra-Filho, Antonio Souto, Cibele RodriguesBonvicino, Daniel Ricardo Scheibler, FrankWolff e Pedro Luis Bernardo da Rocha, quedividiram suas experiências e participaramativamente na determinação das áreasprioritárias para a conservação demamíferos no bioma. As interpretações econclusões deste relatório são, entretanto,de responsabilidade do autor.

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WILSON, D.E. & D.M. REEDER. 1993. Mammal speciesof the World: a taxonomic and geographicreference. 2. ed. Smithsonian Institution Press,Washington.

WILLIG, M.R. & M.A. MARES. 1989. Mammals from thecaatinga: an updated list and summary of recentresearch. Revista Brasileira de Biologia 49:361-367.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

271

Tipo de ocorrência:a - endêmica ao bioma Caatinga;b - endêmica ao bioma Caatinga, mas com distribuição restrita;c - apresentando grande parte da distribuição no bioma Caatinga, mas não endêmica;d - característica de outros biomas, mas presente na Caatinga de forma pontual ou nas regiões limítrofes com os outros biomas;e - amplamente distribuída em outros biomas e também na Caatinga.

Ocorrências assinaladas com um asterisco foram julgadas possivelmente coespecíficas com a forma nominal listada imediatamente acima, e não foram consideradas no cômputo donúmero total de espécies da Caatinga.

A atualização taxonômica segue fundamentalmente Wilson & Reeder (1993); exceções estão baseadas em trabalhos mais recentes, incluídos na coluna �Referências�.

Táxon Autor Municípios de ocorrência Referências Unidade de Conservação Tipodocumentada em bibliografia ocor.

ANEXO 1 - Lista das espécies de mamíferos que ocorrem no bioma Caatinga.

ARTIODACTYLACervidae: OdocoileinaeMazama americana (Erxleben, 1777) CE: Ubajara; MG: Jaíba; PI: São Raimundo Nonato 1; 15; 29 PN Serra da Capivara; PN Ubajara eMazama gouazobira (G.Fischer, 1814) CE: Crato; PI: São Raimundo Nonato 1; 22 FN Araripe-Apodí; PN Serra da c

CapivaraTayassuidaePecari tajacu (Linnaeus, 1758) AL: Penedo, Piranhas; PI: São Raimundo Nonato 1; 40; 49 PN Serra da Capivara eTayassu pecari (Link, 1795) PI: São Raimundo Nonato 1 PN Serra da Capivara e

CARNIVORACanidaeCerdocyon thous (Linnaeus, 1766) CE: Crato, Ubajara; PE: Exu, Garanhuns, 1; 9; 15; FN Araripe-Apodí; PN e

Serra Talhada, Triunfo; PI: São Raimundo Nonato 22; 24; 31 Serra da Capivara; PN Ubajara. eFelidae: FelinaeHerpailurus yaguarondi (Lacépède, 1809) CE: Crato, Ubajara; MG: Jaíba; PE: Exu; 1; 15; 22; PN Serra da Capivara; PN Ubajara e

PI: São Raimundo Nonato 24; 29; 31Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) PI: São Raimundo Nonato 1; 31 PN Serra da Capivara eLeopardus tigrinus (Schreber, 1775) PI: São Raimundo Nonato; CE: Ubajara 1; 14; 15; 31 PN Serra da Capivara; PN Ubajara eLeopardus wiedii (Schinz, 1821) PI: São Raimundo Nonato 1; 31 PN Serra da Capivara ePuma concolor (Linnaeus, 1771) CE: Crato, Ubajara; PI: São Raimundo Nonato 22 FN Araripe-Apodí; e

PN Serra da Capivara; PN UbajaraFelidae: PantherinaePanthera onca (Linnaeus, 1758) CE: Crato; PI: São Raimundo Nonato 1; 22; 31 eMustelidae: MephitinaeConepatus semistriatus (Boddaert, 1784) PE: Garanhuns, Poção; PI: São Raimundo Nonato 1; 9; 24; 31 PN Serra da Capivara eConepatus sp. * CE: Ubajara 15 PN Ubajara eMustelidae: MustelinaeGalictis cuja (Molina, 1782) CE: Ipu, 9; 15; 22; 24 PN Ubajara eGalictis vittata (Schreber, 1776) CE: Crato, Ubajara; PE: Poção, Triunfo 9Eira barbara (Linnaeus, 1758) CE: Ubajara; PE: Garanhuns; P 1; 9; 14; PN Serra da Capivara; PN Ubajara e

I: São Raimundo Nonato 15; 31Procyonidae: PotocinaePotos flavus (Schreber, 1774) AL: Penedo 49 dProcyonidae: ProcyoninaeNasua nasua (Linnaeus, 1766) AL: Penedo; CE: Ubajara 2; 14; 15; 49 PN Ubajara eProcyon cancrivorus (Cuvier, 1798) CE: Crato, Ubajara; MG: Jaíba; P 1; 9; 14; PN Serra da Capivara; PN Ubajara e

E: Garanhuns; PI: São Raimundo Nonato 15; 24; 29

CHIROPTERAEmballonuridaeDiclidurus albus Wied-Neuwied, 1820 BA: Rio Jequitinhonha 2 ePeropteryx kappleri Peters, 1867 MG: Jaíba 29 d

272

CHIROPTERA (continuação)

EmballonuridaePeropteryx macrotis (Wagner, 1843) BA: Senhor do Bonfim; CE: Crateús; MG: Jaíba; 1; 17; 22; 27 EE Tapacurá; PN Serra da Capivara e

PE: Exu; PI: São Raimundo Nonato; RN: NatalPteropteryx leucoptera Peters, 1867 PE: Saltinho 17 eRhynchonycteris naso (Wied-Neuwied, 1820) AL: Penedo; BA: Barra; CE: Fortaleza; MG: Jaíba 17;20;21;29;49eSaccopteryx bilineata (Temminck, 1838) CE: Crato; PI: Cocal 17; 22 FN Araripe-Apodi eSaccopteryx leptura (Schreber, 1774) CE: Crato, Fortaleza 17; 21; 22 eFuripteridaeFuripterus horrens (F. Cuvier, 1828) CE: Ubajara; PE: Exu; PI: São Raimundo Nonato 1; 15; 22; 43 PN Serra da Capivara; PN Ubajara eMolossidaeEumops perotis (Schinz, 1821) MG: Jaíba 29 eEumops sp. PI: Valença do Piauí 22 eMolossops abrasus (Temminck, 1827) PI: Valença do Piauí 22 eMolossops planirostris (Peters, 1865) MG: Jaíba; PE: Exu 22; 27 eMolossops teminckii (Burmeister, 1854) CE: Crato; PE: Exu 22 FN Araripe-Apodí eMolossus ater E. Geoffroy, 1805 AL: Penedo; CE: Nova Olinda; MG: Jaíba; 22; 29; 49; 27 e

PE: Exu; PI: Valença do PiauíMolossus molossus (Pallas, 1766) BA: Barra; CE: Crato, Ubajara; PE: Exu, Serra Talhada; 1; 15; 20; FN Araripe-Apodí; e

PI: São Raimundo Nonato, Valença do Piauí 22; 43; PN Serra da Capivara; PN UbajaraNeoplatymopsmattogrossensis Vieira, 1942 BA: Irecê; CE: Jaguaribe; PE: Exu 12; 22 eNyctinomops laticaudatus E. Geoffroy, 1805 MG: Jaíba; PE: Exu; PI: São Raimundo Nonato 1; 22; 27 PN Serra da Capivara ePromops sp. PE: Exu 22 dTadarida sp. CE: Crato 22 FN Araripe-Apodí dMormoopidaePteronotus davyi Gray, 1838 CE: Crato; PE: Exu; PI: Valença do Piauí 22 FN Araripe-Apodí ePteronotus parnellii (Gray, 1843) PI: São Raimundo Nonato; Valença do Piauí 1; 22 PN Serra da Capivara ePteronotus personatus (Wagner, 1843) PE: Serra Talhada; PI: Valença do Piauí 22 eNatalidaeNatalus stramineus Gray, 1838 CE: Crato 22 FN Araripe-Apodí eNoctilionidaeNoctilio albiventris Desmarest, 1818 CE: Crato, Fortaleza; PE: Exu; 1; 21; 22 PN Serra da Capivara; e

PI: São Raimundo Nonato FN Araripe-ApodíNoctilio leporinus (Linnaeus, 1758) MG: Jaíba 27 ePhyllostomidae: CarolliinaeCarollia perspicillata (Linnaeus, 1758) AL: Penedo; CE: Crato, Nova Olinda, Ubajara; 1; 2; 15; 22; FN Araripe-Apodí; EE e

MG: Jaíba; PE: Exu; PI: São Raimundo Nonato, 29; 43; 47; Tapecurá; PN Serra da Capivara;Teresina, Valença do Piauí 49; 50; 27 PN Ubajara

Phyllostomidae: DesmodontinaeDesmodus rotundus (E. Geoffroy, 1810) BA: Senhor do Bonfim; 1; 15; 22; FN Araripe-Apodí; EE Tapecurá;

CE: Crato, Ubajara, Nova Olinda; MG: Jaíba; 43; 27 PN Serra da Capivara; PN Ubajara ePE: Exu; PI: São Raimundo Nonato

Diphylla ecaudata Spix, 1823 MG: Jaíba 27 ePhyllostomidae: GlossophaginaeAnoura geoffroyi Gray, 1838 CE: Crato, Nova Olinda; PE: Exu 22 FN Araripe-Apodí eGlossophaga soricina (Pallas, 1766) BA: Barra, Senhor do Bonfim; 1; 10; 15; FN Araripe-Apodí; EE

CE: Crato, Fortaleza, Nova Olinda; 20; 21; 22; Tapecurá; PN Serra da Capivara;MA: Alto Parnaiba, Rosário; MG: Jaíba; 29; 43; 52; PN UbajaraPE: Exu, Serra Talhada; PI: Cocal, São Raimundo 27Nonato, Teresina, Valença do Piauí; RN: Natal

Phyllostomidae: LonchophyllinaeLonchophylla bockermanni Sazima et al., 1978 BA: Canudos 3 dLonchophylla mordax Thomas, 1903 AL: Maceió, Penedo; BA: Barra, Juazeiro; 21; 22; e

CE: Nova Olinda; MG: Jaíba; PE: Exu 49; 27

Táxon Autor Municípios de ocorrência Referências Unidade de Conservação Tipodocumentada em bibliografia ocor.

ANEXO 1 - Lista das espécies de mamíferos que ocorrem no bioma Caatinga.Continuação

273

Táxon Autor Municípios de ocorrência Referências Unidade de Conservação Tipodocumentada em bibliografia ocor.

ANEXO 1 - Lista das espécies de mamíferos que ocorrem no bioma Caatinga.Continuação

CHIROPTERA (continuação)

Phyllostomidae: LonchophyllinaeLonchophylla sp. CE: Ubajara; PI: São Raimundo Nonato 1; 15; 43 PN Serra da Capivara; PN Ubajara ?Phyllostomidae: PhyllostominaeLonchorhina aurita Tomes, 1863 PI: Valença do Piauí 22 eMicronycteris megalotis (Gray, 1842) PE: Exu 45 eMicronycteris minuta (Gervais, 1856) CE: Crato; MG: Jaíba; PE: Exu; 1; 22; 27 FN Araripe-Apodí;

PI: São Raimundo Nonato EE Tapecurá; PN Serra da Capivara eMicronycteris sanborni Simmons, 1996 CE: Crato, Nova Olinda; PE: Exu 45, 22 FN Araripe-Apodí; bPhyllostomidae: PhyllostominaeChrotopterus auritus (Peters, 1865) MG: Jaíba 27 eMicronycteris schmidtorum Sanborn, 1935 PE: Exu 45 EE Tapacurá eMimon bennettii Gray, 1838 PI: São Raimundo Nonato 1 PN Serra da Capivara eMimon crenulatum (E. Geoffroy, 1810) PE: Exu 22 ePhyllostomus discolor Wagner, 1843 CE: Crato, Ubajara; MG: Jaíba; PE: Exu; 1; 15; 22; FN Araripe-Apodí;

PI: São Raimundo Nonato, Valença do Piauí 29; 43; 27 PN Serra da Capivara; PN Ubajara ePhyllostomus elongatus (E. Geoffroy, 1810) AL: Maceió 49 ePhyllostomus hastatus (Pallas, 2167) MG: Jaíba 27 eTonatia bidens (Spix, 1823) PE: Exu; PI: São Raimundo Nonato 1; 22 PN Serra da Capivara eTonatia brasiliense (Peters, 1866) PE: Exu 22 eTonatia sp. * MG: Jaíba 27 eTrachops cirrhosus (Spix, 1823) AL: Maceió; BA: Juazeiro; 1; 22; 49 PN Serra da Capivara e

PE: Exu; PI: São Raimundo NonatoPhyllostomidae: StenodermatinaeArtibeus concolor Peters, 1865 22 FN Araripe-Apodí eArtibeus jamaicensis Leach, 1821 BA: Juazeiro; CE: Crato, Fortaleza; 22; 21 FN Araripe-Apodí; EE Tapacurá e

PE: Exu; PI: Teresina, Valença do PiauíArtibeus lituratus (Olfers, 1818) AL: Maceió; CE: Crato, Fortaleza, Ipu, Nova Olinda, 22; 21; 49; FN Araripe-Apodí; e

Ubajara; MG: Jaíba; PE: Exu; PE: Exu; 1; 30; 15; 43; EE Tapacurá; PN Serra da Capivara;PI: São Raimundo Nonato, Teresina 47; 27 PN Ubajara.

Artibeus obscurus Schinz, 1821 CE: Ubajara; PI: Teresina 2; 15; 22; 43 PN Ubajara; PN Serra da Capivara. eArtibeus sp. * MG: Jaíba 27 ?Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy, 1810) AL: Maceió, Manimbú; BA: Juazeiro; 1; 15; 22; FN Araripe-Apodí; EE Tapecurá; e

CE: Crato, Ubajara; MG: Jaíba; PE: Exu 43; 47; 27 PN Serra da Capivara; PN UbajaraSturnira lilium (E. Geoffroy, 1810) CE: Crato; MG: Jaíba 1; 15; 22; 29; FN Araripe-Apodí; e

43; 27 EE Tapecurá; PN Serra daCapivara; PN Ubajara

Uroderma bilobatum Peters, 1866 CE:Crato; PE: Exu; PI: Teresina 22 FN Araripe-Apodí eUroderma magnirostrum Davis, 1968 MG: Jaíba; PI: Teresina 22; 27 eArtibeus cinereus (Gervais, 1856) CE: Nova Olinda; MG: Jaíba; PI: Teresina 29; 22 EE Tapacurá eArtibeus planirostris (Spix, 1823) CE: Fortaleza, Ubajara; 1; 15; 21; PN Serra da Capivara; e

PI: São Raimundo Nonato, Teresina 30; 43 PN UbajaraChiroderma villosum Peters, 1860 CE: Ubajara; PI: São Raimundo Nonato 1; 15; 43 PN Serra da Capivara; PN Ubajara. dVespertilionidae: VespertilioninaeHistiotus sp. PI: São Raimundo Nonato 1 PN Serra da Capivara dEptesicus brasiliensis (Desmarest, 1819) MG: Jaíba 29 eEptesicus furinalis (d�Orbigny, 1847) CE : Crato; MG : Jaíba 22; 27 FN Araripe-Apodí eLasiurus borealis (Müller, 1776) CE : Crato 22 FN Araripe-Apodí eLasiurus ega (Gervais, 1856) CE: Crato; PE: Exu; PI: Valença do Piauí 22 FN Araripe-Apodí eMyotis nigricans (Schinz, 1821) CE: Crato; PE: Exu, Serra Talhada 1; 22 FN Araripe-Apodí; EE Tapecurá; e

PN Serra da CapivaraMyotis sp. * MG: Jaíba 27 ?Rhogeessa tumida H. Allen, 1866 BA: Juazeiro 22

274

Táxon Autor Municípios de ocorrência Referências Unidade de Conservação Tipodocumentada em bibliografia ocor.

ANEXO 1 - Lista das espécies de mamíferos que ocorrem no bioma Caatinga.Continuação

DIDELPHIMORPHIADidelphidae: CaluromyinaeCaluromys philander (Linnaeus, 1758) CE : Ipu 9 dDidelphidae: DidelphinaeDidelphis albiventris (Lund, 1840) AL: Palmeira dos Índios, Penedo; 1; 9; 14; 15; FN Araripe-Apodí; eDidelphis albiventris BA: Curaçá, Poção; CE: Baturité, Crato, 22; 24; 29; PN Serra da Capivara; PN Ubajara.

Fortaleza, Ipu, Ubajara; MG: Jaíba; PE: Bodocó, 49Caruaru, Exu, Garanhuns, Triunfo;PI: São Raimundo Nonato, Valença do Piauí

Gracilinanus agilis (Burmeister, 1854) BA: Curaçá; CE: Ipu; MG: Jaíba 10; 29; 47 eGracilinanus emiliae (Thomas, 1909) CE: Crato, Ipu, Ubajara; PE: Triunfo 9; 14; 15; 24 PN Ubajara eGracilinanus sp. BA: Curaçá 10 eMarmosa murina (Linnaeus, 1758) AL: Penedo; CE: Pacoti, Ubajara 14; 15; 42; 49 PN Ubajara eMarmosops incanus (Lund, 1840) BA: Lamarão; MG: Jaíba 29, 25 dMicoureus demerarae (Thomas, 1905) Ilhéus, BA; CE: Fortaleza, Ipu, Pacoti; 9; 22; 42 e

PE: Caruaru, Dois Irmãos, Garanhuns, TriunfoMonodelphis americana (Müller, 1776) CE: Pacoti, Ubajara 14; 42 PN Ubajara eMonodelphis domestica (Wagner, 1842) AL: Limoeiro de Anadia, Palmeira dos Índios, 9; 10; 15; 22; PN Ubajara e

Santana do Ipanema; BA: Curaçá, Feira de Santana, 24; 29; 42; 47Serrinha; CE: Baturité, Campos Sales, Crato, Fortaleza, Ipu,Jardim, Milagres, Missão Velha, Pacoti, São Benedito, Ubajara;MG: Jaíba; PE: Bodocó, Caruaru, Dois Irmãos, Exu, Garanhuns,Pesqueira, Poção, Serra Talhada, Triunfo; PI: Valença do Piauí

Thylamys karimii (Petter, 1968) PE : Exu 22 b

LAGOMORPHALeporidaeSylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) AL: Palmeira dos Índios, Quebrangulo; 9; 22; 24; e

BA: Poção, Senhor do Bonfim; CE: Garanhuns; 29; 49MG: Jaíba; PE: Pesqueira

PERISSODACTYLATapiridaeTapirus terrestris (Linnaeus, 1758) MG: Jaíba 29 e

PRIMATESCallithrichidaeCallithrix penicillata (É. Geoffroy, 1815) MG: Jaíba 29 dCallithrix jacchus (Linnaeus, 1758) AL: Penedo, Quebrangulo; CE: Crato, 1; 9; 14; 15; FN Araripe-Apodí; e

Ipu, Pacoti, Ubajara; PE: Exu, Garanhuns, Triunfo; 22; 24; 47; PN Serra da Capivara; PN UbajaraPI: São Raimundo Nonato 49.

Cebidae: AlouattinaeAlouatta belzebul (Linnaeus, 1766) AL: Murici, Penedo; PB: Sapé; PI: Parnaguá; 8; 50; 16; 13; e

RN: Baía Formosa 51; 26; 14;15.Alouatta caraya (Humboldt, 1815) BA: Cotegipe; MG: Jaíba; PI: São Raimundo Nonato 1; 16; 29; PN Serra da Capivara dAlouatta ululata Elliot, 1912 CE: Granja, Ibiapina, São Benedito, Ubajara; 14 d

MA: Humberto de CamposCebidae: CallicebinaeCallicebus barbarabrownae Hershkovitz, 1990 BA: Ibipeba, Lamarão, Formosa 23, 19 bCallicebus sp.* BA: Canudos, Jeremoabo, Monte Santo 23 ?Cebidae: CebinaeCebus apella (Linnaeus, 1758) CE: Ubajara; MG: Jaíba; PE: Exu; 1; 2; 14; 15; PN Serra da Capivara PN Ubajara.

PI: São Raimundo Nonato 22; 29

275

Táxon Autor Municípios de ocorrência Referências Unidade de Conservação Tipodocumentada em bibliografia ocor.

ANEXO 1 - Lista das espécies de mamíferos que ocorrem no bioma Caatinga.Continuação

RODENTIAAgoutidaeAgouti paca (Linnaeus, 1766) CE: Ubajara; PI: São Raimundo Nonato 1;15 PN Serra da Capivara; PN Ubajara eCaviidae: CaviinaeKerodon rupestris (Wied, 1820) AL: Palmeira dos Índios, Piranhas, Santana do 1; 2; 9; 14; PN Serra da Capivara PN Ubajara a

Ipanema, Quebrangulo; BA: Barro Alto, Juazeiro, 15; 18; 22; 24;Rio Jequitinhonha; CE: Araripe, Assaré, 40; 44; 49

Kerodon rupestris Baturité, Campos Sales, Crato, Fortaleza, Ipu,Itapagé, Milagres, Missão Velha, Mulungu, Ubajara;PE: Bodocó, Caruaru, Exu, Garanhuns, Pesqueira,Poção, Triunfo; PI: Valença do Piauí; RN: Parnamirim

Galea spixii (Wagler, 1831) AL: Limoeiro de Anadia, Palmeira dos Índios, Penedo, 9; 8; 18; 22; EE Tapacurá; PN Serra da Capivara. cPiranhas, Quebrangulo; BA: Curaçá, Mundo Novo, 29; 40; 47;Poção, Serrinha; CE: Barbalha, Baturité, Brejo Santo, 49Crato, Fortaleza, Ipu, Jardim, Missão Velha, Santana doCariri, Solonópole; MG: Jaíba; PE: Bodocó, Caruaru,Exu, Garanhuns, Pesqueira, Triunfo; PI: São RaimundoNonato, Valença do Piauí

Dasyproctidae: DasyproctinaeDasyprocta prymnolopha Wagler, 1831 AL: Maceió, Piranhas; CE: Crato, Ubajara; 1; 9; 14; 15; FN Araripe-Apodí; PN Serra da e

MG: Jaíba; PE: Bodocó, Dois Irmãos, Exu; 18; 22; 24; Capivara; PN UbajaraPI: São Raimundo Nonato 29; 40; 49; 54

Dasyprocta sp. n. BA: Jeremoabo 39 bEchimyidae: EchimyinaeEchimys lamarum (Thomas, 1916) BA: Lamarão; CE: Crato, Fortaleza, Ipu; 6; 24; 29 c

MG: Jaíba; PE: Caruaru, GaranhunsEchimyidae: EumysopinaeProechimys albispinus minor Reis & Pessôa, 1995 BA: Morro do Chapéu 33; 34 bEchimyidae: EumysopinaeProechimys albispinussertonius Thomas, 1921 BA: Lamarão 33 bProechimys sp. CE: Crato 22 FN Araripe-Apodí ?Proechimys yonenagae Rocha, 1995 BA: Barra, Ibiraba, Queimadas 35; 38 bThrichomys apereoides (Lund, 1839) AL: Palmeira dos Índios, Piranhas; BA: Curaçá, 1; 9; 10; 18; EE Tapacurá; PN Serra da Capivara; e

Senhor do Bonfim; CE: Crato, Fortaleza, Ipu, 22; 24; 29; PN UbajaraUbajara; MG: Jaíba; PE: Bodocó, Caruaru, 40; 44; 27;Exu, Garanhuns, Pesqueira, Triunfo; 47;PI: São Raimundo Nonato, Valença do Piauí

Proechimys cayennensis Desmarest, 1821 CE: Ipu 6 dErethizontidaeCoendou prehensilis (Linnaeus, 1758) AL : Penedo; CE: Baturité, Ipu, Ubajara; MG: Jaíba 9; 15; 29; 49 PN Ubajara eMuridae: SigmodontinaeWiedomys pyrrhorhinos (Wied-Neuwied, 1821) AL: Palmeira dos Índios, Quebrangulo, Santana do 2; 9; 10; 18; FN Araripe-Apodí a

Ipanema; BA: Curaçá, Feira de Santana, Juazeiro, 22; 24; 29Riacho da Ressaca, Seabra; CE: Crato, Ipu, MissãoVelha, São Benedito; MG: Jaíba; PE: Bodocó,Caruaru, Exu, Garanhuns, Pesqueira, Poção, Triunfo

Akodon cursor (Winge, 1887) AL: Anadia, Palmeira dos Índios; 9;22 eBA: Serrinha; PE: Caruaru, Garanhuns, Pesqueira

Bolomys lasiurus (Lund, 1841) AL: Palmeira dos Índios, Quebrangulo; CE: Aquiraz, 9; 18; 22; FN Araripe-Apodí eBaturité, Crato, Fortaleza, Ipu, Pacoti; MG: Jaíba; PE: Caruaru, 24; 29; 47;Exu, Garanhuns, Pesqueira, Serra Talhada, Triunfo 42

Calomys callosus (Rengger, 1830) PE: Exu, Triunfo; MG: Jaíba; PI: São Raimundo Nonato 1; 9;18;22;29 PN Serra da Capivara eCalomys tener (Winge, 1887) PE: Caruaru 9 eCalomys sp. BA: Jequié; PE: Garanhuns 9; 22 e

276

Táxon Autor Municípios de ocorrência Referências Unidade de Conservação Tipodocumentada em bibliografia ocor.

ANEXO 1 - Lista das espécies de mamíferos que ocorrem no bioma Caatinga.Continuação

RODENTIA (continuação)

Muridae: SigmodontinaeHolochilus brasiliensis (Desmarest, 1819) AL: Quebrangulo; BA: Bom Jesus da Lapa; 22 eHolochilus sciureus Wagner, 1842 AL: Palmeira dos Índios, Penedo; CE: Crato, 9; 24; 29; e

Fortaleza, Ipu, São Paulo; MG: Jaíba; PE: Bodocó, 47; 49Garanhuns, Pesqueira

Nectomys rattus (Pelzen, 1883) CE : Crato, Ipu; PE: Garanhuns, Bodocó, Caruaru 9; 24; 46 eOligoryzomys eliurus (Wagner, 1845) AL: Limoeiro de Anadia, Palmeira dos Índios, 9; 18; 22; 29 FN Araripe-Apodí e

Quebrangulo; BA: Seabra; CE: Baturité, Crato,Fortaleza, Ipu, Itapagé, Itapipoca, Pacoti; MG: Jaíba;PE: Caruaru, Exu, Garanhuns, Pesqueira, Triunfo

Oligoryzomys fornesi Massoia, 1973 PE: Bom Conselho, Buíque, Correntes, Macaparana, 5 eOligoryzomys nigripes (Olfers, 1818) CE: Pacoti; MG: Montes Claros; PI: São Raimundo Nonato 1; 5; 42 PN Serra da Capivara eOligoryzomys stramineus Bonvicino & Weksler, MG: Montes Claros; PB: Natuba; PE: Angelim, 5 c

1998 Bom Conselho, Correntes, Exu, MacaparanaOryzomys russatus (Wagner, 1848) CE : Pacoti 42 dOryzomys sp. n. CE: Guaraciaba do Norte, São Benedito 53 bOryzomys aff. subflavus (Wagner, 1842) AL: Anadia, Palmeira dos Índios, Quebrangulo, 1; 5; 9; 18; FN Araripe-Apodí; e

Santana do Ipanema; BA: Feira de Santana, 22; 24; 29; PN Serra da CapivaraSerrinha; CE: Baturité, Crato, Guaraciaba do Norte, 42; 47; 7Ipu, Pacoti, São Benedito; MG: Jaíba; PE: Caruaru,Exu, Garanhuns, Pesqueira, Serra Talhada, Triunfo;PI: São Raimundo Nonato

Oxymycterus angularis Thomas, 1909 AL: Penedo, Quebrangulo; 9; 22; 28; ePE: Caruaru, Garanhuns 46; 49

Oxymycterus sp. n. CE: Ipu, São Benedito 28 bRhipidomys macrurus (Gervais, 1855) CE: Baturité, Crato, Fortaleza, Ipu, São Benedito, 9; 22; 24; e

Ibiapina, Guaraciaba do Norte; MG: Jaíba 29; 48Rhipidomys mastacalis (Lund, 1840) BA: Jequié; PE: Caruaru, Garanhuns, São Caitano 9; 22; 46; 48 eRhipidomys sp. n. ssp. 1 CE: Crato 48 bRhipidomys sp. n. ssp. 2 CE: Pacoti 48 bSciuridae: SciurinaeSciurus aestuans Linnaeus, 1766 AL: Penedo 49 dSciurus alphonsei Thomas, 1903 CE : Maranguape 41 d

XENARTHRADasypodidae: DasypodinaeCabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) MG: Jaíba 29 eCabassous sp.* AL: Cacimbinhas 36 PN Chapada Diamantina; ?

BA: Alagoinhas, Anagé, Andaraí, Andorinha, EE Tapecurá; EE Raso da CatarinaBaixa Grande, Boa Nova, Boa Vista do Tupim,Brejões, Brumado, Campo Formoso, Cândido Sales,Canudos, Capim Grosso, Casa Nova, Cícero Dantas,Curaçá, Encruzilhada, Euclides da Cunha, Feira deSantana, Gavião, Iaçu, Ibiquera, Ipirá, Itaberaba,Itambé, Itiruçú, Jacobina, Jequié, Jeremoabo,Lajedo do Tabocal, Lençóis, Maracás, Mirante,Monte Santo, Mucugê, Mundo Novo,Novo Horizonte, Ourolândia, Paulo Afonso,Pilão Arcado, Remanso, Santa Bárbara,Santa Brígida, Senhor do Bonfim, Sento Sé,Sobradinho, Tanhaçu, Tapiramutá, Umburanas,Utinga, Valente, Vitória da Conquista, WagnerCE: Alto Santo, Araripe, Cedro, Farias Brito, Jucás,Milagres, Mulungu, Nova Olinda, Novo Oriente,

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Táxon Autor Municípios de ocorrência Referências Unidade de Conservação Tipodocumentada em bibliografia ocor.

ANEXO 1 - Lista das espécies de mamíferos que ocorrem no bioma Caatinga.Continuação

XENARTHRADasypodidae: Dasypodinae (continuação)Cabassous sp.* (continuação) Santana do Cariri, São João do Jaguaribe, Tauá,

Varjota; MA: São João dos Patos; MG: MedinaPB: Cajazeiras, Queimadas, Santa HelenaPE: Afrânio, Exu, Floresta, Ibimirim, Ouricuri,Petrolândia, Santa Maria da Boa Vista,PI: Amarante, Buriti dos Montes, Dirceu Arcoverde,Francinópolis, Jacobina do Piauí, Jaicós, Oeiras,Paulistana, Picos, Regeneração, São João do Piauí,São Miguel do Tapuio, São Raimundo Nonato,Simplício Mendes, Valença do Piauí, Várzea GrandeRN: Lagoa Nova; SE: Canindé de São Francisco,Monte Alegre de Sergipe, Tobias Barreto

Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 AL: Cacimbinhas, Delmiro Gouveia, 1; 2; 15; 22; PN Chapada Diamantina; eInhapi, Mata Grande, Penedo 24; 36; 49; FN Araripe-Apodí;BA: Alagoinhas, Anagá, Andaraí,Andorinha, 50 EE Raso da Catarina;Aracatu, Baixa Grande, Boa Nova, Boa Vista do RB Itabaiana;Tupim, Brejões, Brumado, Campo Formoso, EE Tapacurá; PN SerraCândido Sales, Canudos, Capim Grosso, da Capivara; PN Ubajara;Casa Nova, Cícero Dantas, Conceição do Coité, PN de Sete Cidades.Curaçá, Encruzilhada, Euclides da Cunha, Fátima,Feira de Santana, Gavião, Heliópolis, Iaçu, Ibiquera,Ipirá, Itiruçú, Jacobina, Jequié, Jeremoabo, Juazeiro,Lajedo do Tabocal, Lençóis, Maracás, Marau, Mirante,Monte Santo, Mucugê, Mundo Novo, NovoHorizonte, Ourolândia, Paulo Afonso, Pilão Arcado,Poções, Remanso, Retirolândia, Ribeira do Pombal,Santa Bárbara, Santa Brígida, Senhor do Bonfim,Sento Sé, Serrinha, Sobradinho, Tanhaçu, Tapiramutá,Uauá, Umburanas, Utinga, Valente, Vitória daConquista, Wagner;CE: Aiuaba, Alcântaras, Altaneira, Alto Santo,Antonina do Norte, Araripe, Aratuba, Assaré,Banabuiú, Canindé, Caridade, Cedro, Crateús, Crato,Farias Brito, Ibiapina, Icó, Iguatu, Ipu, Ipueiras,Irauçuba, Jaguaretama, Jaguaribe, Juazeiro do Norte,Jucás, Milagres, Morada Nova, Mulungu, NovaOlinda, Quixadá, Santana do Cariri, São João doJaguaribe, São Sobral, Tabuleiro do Norte, Tauá,Novo Oriente, Ubajara, Umirim, VarjotaMA: Barão de Grajaú Lages, João dos Patos MG:Jaíba, Medina;PB: Cajazeiras, Ibiara, Itaporanga, Manaíra, Pilar,Queimadas, Quixaba, Santa Helena, São José deCaiana, São José de Piranhas;PE: Afrânio, Exu, Floresta, Ibimirim, Inajá, Mirandiba,Ouricuri, Petrolândia, Petrolina, Salgueiro, Santa Cruzda Baixa Verde, Santa Maria da Boa Vista, São Joãodo Belmonte, Serra Talhada, Terra Nova;PI: Água Branca, Altos, Amarante, Angical do Piauí,Buriti dos Montes, Campo Maior, Capitão deCampos, Demerval Lobão, Dirceu Arcoverde,Elesbão Veloso, Floriano, Francinópolis, Valença doPiauí, Várzea Grande, Jacobina do Piauí, Jaicós,Monsenhor Gil, Oeiras, Paulistana, Pedro II, Picos,Pimenteiras, Piracuruca, Piripiri, Poção Regeneração,Santa Luz, São João do Piauí, São Miguel do Tapuio,São Raimundo Nonato, Simplício Mendes, TeresinaRN: Lagoa Nova, Parnamirim;SE: Aracaju, Campo do Brito, Canindé de SãoFrancisco, Carira, Itabaiana, Itaporanga da Ajuda,Lagarto, Macambira, Monte Alegre de Sergipe,Nossa Senhora da Glória, Pedra Mole, Pedrinhas,Pinhão, Poço Redondo, Poço Verde, Riachão doDantas, São Domingos, Simão Dias, Tobias Barreto

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Táxon Autor Municípios de ocorrência Referências Unidade de Conservação Tipodocumentada em bibliografia ocor.

ANEXO 1 - Lista das espécies de mamíferos que ocorrem no bioma Caatinga.Continuação

XENARTHRADasypodidae: Dasypodinae (continuação)Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) AL: Cacimbinhas, Delmiro Gouveia, Inhapi, 1; 14; 15; PN Chapada Diamantina; e

Mata Grande, Penedo 22; 24; 36 FN Araripe-Apodí;BA: Alagoinhas, Anagá, Andaraí, EE Raso da Catarina; RB Itabaiana;Andorinha, Aracatu, Baixa Grande, Boa Nova, EE Tapacurá;Boa Vista do Tupim, Brejões, Brumado, PN Serra da Capivara;Campo Formoso, Cândido Sales, Canudos, PN Ubajara; PN de Sete Cidades.Capim Grosso, Casa Nova, Cícero Dantas, Conceiçãodo Coité, Curaçá, Encruzilhada, Euclides da Cunha, Fátima,Feira de Santana, Gavião; Heliópolis, Iaçu, Ibiquera, Ipirá,Itiruçú, Jacobina, Jequié, Jeremoabo, Juazeiro, Lajedo doTabocal, Lençóis, Maracás, Marau, Mirante, Monte Santo,Mucugê, Mundo Novo, Novo Horizonte, Ourolândia, PauloAfonso, Pilão Arcado, Poções, Remanso, Retirolândia, Ribeirado Pombal, Santa Bárbara, Santa Brígida, Senhor do Bonfim,Sento Sé, Serrinha, Sobradinho, Tanhaçu, Tapiramutá, Uauá,Umburanas, Utinga, Valente, Vitória da Conquista, WagnerCE: Aiuaba, Alcântaras, Altaneira, Alto Santo, Antonina doNorte, Araripe, Aratuba, Assaré, Banabuiú, Canindé, Caridade,Cedro, Crateús, Crato, Farias Brito, Ibiapina, Icó, Iguatu, Ipu,Ipueiras, Irauçuba, Jaguaretama, Jaguaribe, Juazeiro do Norte,Jucás, Milagres, Morada Nova, Mulungu, Nova Olinda, NovoOriente, Quixadá, Santana do Cariri, São João do Jaguaribe,Sobral, Tabuleiro do Norte, Tauá, Ubajara, Umirim, VarjotaMA: Barão de Grajaú, Lages, São João dos PatosMG: Jaíba, MedinaPB: Cajazeiras, Ibiara, Itaporanga, Manaíra, Pilar, Queimadas,Quixaba, Santa Helena, São José de Caiana, São José dePiranhasPE: Afrânio, Exu, Floresta, Ibimirim, Inajá, Mirandiba, Ouricuri,Petrolândia, Petrolina, Poção, Santa Cruz da Baixa Verde,Salgueiro, Santa Maria da Boa Vista, São João do Belmonte,São Lourenço das Matas, Serra Talhada, Terra NovaPI: Água Branca, Altos, Amarante, Angical do Piauí, Buriti dosMontes, Campo Maior, Capitão de Campos, Demerval Lobão,Dirceu Arcoverde, Elesbão Veloso, Floriano, Francinópolis,Jacobina do Piauí, Jaicós, Monsenhor Gil, Oeiras, Paulistana,Pedro II, Picos, Pimenteiras, Piracuruca, Piripiri, Regeneração,Santa Luz, São João do Piauí, São Miguel do Tapuio, SãoRaimundo Nonato, Simplício Mendes, Teresina, Valença doPiauí, Várzea GrandeRN: Lagoa Nova, ParnamirimSE: Aracaju, Campo do Brito, Canindé de São Francisco,Carira, Itabaiana, Itaporanga da Ajuda, Lagarto, Macambira,Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, PedraMole, Pedrinhas, Pinhão, Poço Redondo, Poço Verde,Riachão do Dantas, São Domingos, Simão Dias,Tobias Barreto

Dasypus septemcinctus Linnaeus, 1758 AL: Cacimbinhas 1; 36 PN Serra da Capivara;. eBA: Boa Nova, Boa Vista do Tupim, Brejões, EE Raso da CatarinaBrumado, Campo Formoso, Cândido Sales, Canudos, CapimGrosso, Casa Nova, Curaçá, Jacobina, Jeremoabo, Juazeiro,Mundo Novo, Paulo Afonso, Pilão Arcado, Remanso,Retirolândia, Santa Brígida, Sento Sé, Serrinha, Sobradinho,Valente, UauáCE: Canindé, Caridade, MulunguPB: Cajazeiras, Santa HelenaPE: Afrânio, Floresta, Ouricuri, Petrolina, Santa Maria da Boa VistaPI: Buriti dos Montes, Campo Maior, Capitão de Campos,Dirceu Arcoverde, Jaicós, Oeiras, Paulistana, Picos, São Joãodo Piauí, São Raimundo Nonato, Simplício MendesSE: Campo do Brito, Canindé de São Francisco, Carira,Pedra Mole, Pinhão, Poço Verde,Tobias Barreto

279

Táxon Autor Municípios de ocorrência Referências Unidade de Conservação Tipodocumentada em bibliografia ocor.

ANEXO 1 - Lista das espécies de mamíferos que ocorrem no bioma Caatinga.Continuação

XENARTHRA

Dasypodidae: Dasypodinae (continuação)

Tolypeutes tricinctus (Linnaeus, 1758) AL: Cacimbinhas 1; 24; 36; EE Tapacurá; PN Serra da cBA: Alagoinhas, Andorinha, Brejões, Campo 37; 41 Capivara; EE Raso da CatarinaFormoso, Canudos, Capim Grosso, Casa Nova, Coribe,Curaçá, Euclides da Cunha, Jacobina, Jeremoabo,Juazeiro, Monte Santo, Mundo Novo, Novo Horizonte,Ourolândia, Palmas de Monte Alto, Paulo Afonso, PilãoArcado, Remanso, Retirolândia, Santa Brígida, Senhor doBonfim, Sento Sé, Sobradinho, Uauá, Umburanas, ValenteCE: Aiuaba, Assaré, Cedro, Crato, Juazeiro do Norte,Mulungu, Novo Oriente, Saboeiro, VarjotaPB: Pilar, Queimadas, QuixabaPE: Afrânio, Floresta, Ibimirim, Inajá, Itacuruba, Ouricuri,Petrolândia, Petrolina, Poção, Salgueiro, Santa Maria da BoaVista, São João do Belmonte, Taracatú, Terra NovaPI: Buriti dos Montes, Dirceu Arcoverde, Francinópolis,Jacobina do Piauí, Jaicós, Oeiras, Paulistana, Picos,Pimenteiras, Regeneração, São João do Piauí, São Migueldo Tapuio, São Raimundo Nonato, Simplício Mendes,Várzea GrandeRN: ParnamirimSE: Canindé de São Francisco, Monte Alegre de Sergipe,Pinhão

BradypodidaeBradypus tridactylus Linnaeus, 1758 AL: Penedo 49 d

MyrmecophagidaeCyclopes didactylus (Linnaeus, 1758) AL: Penedo; PB: Mamanguape 49; 41 dMyrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758 PI: São Raimundo Nonato 1 PN Serra da Capivara eTamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) AL: Maceió, Penedo, Piranhas; CE: Crato, Ubajara; 1; 14; 15; 22; FN Araripe-Apodí; PN Serra da e

PE: Exu; PI: São Raimundo Nonato 29; 40; 49 Capivara; PN Ubajara

280

(1) ARAÚJO, A.J.G., A.M. PESSIS, C. GUÉRIN, C.M.M. DIAS,C. ALVES, E.S. SALVIA, F. OLMOS, F. PARENTI, G.D.FELICE, J. PELLERIN, L. EMPERAIRE, M. CHAME, M.C.S.M.LAGE, M. FAURE, N. GUIDON, R.P. MEDEIROS & P.R.G.SIMÕES. 1998. Parque Nacional da Serra daCapivara, Piauí, Brasil. FUMDHAM, SãoRaimundo Nonato, PI. 94p.

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283

Mamíferos: áreas eações prioritárias

para a conservaçãoda Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO

GRUPO TEMÁTICO �MAMÍFEROS´

João Alves de OliveiraCoordenação

Adelmar F. Coimbra FilhoAntônio Souto

Cibele Rodrigues BonvicinoDaniel Ricardo Scheibler

Frank WolfPedro Luís Bernardo Rocha

284

INTRODUÇÃOA fauna de mamíferos da caatinga tem

sido geralmente reconhecida comodepauperada, representativa de apenas umsubconjunto da fauna de mamíferos docerrado, bioma esse mais extenso e maisúmido. Essa proposição, no entanto, estálonge de ser verdadeira. Com base nasreferências bibliográficas contendoinformações geográficas passíveis demapeamento, e em informações provenientesde espécimes depositados em museus dehistória natural, foi possível relacionar pelomenos 148 espécies de mamíferos do bioma,das quais dez seriam endêmicas. Essainformação contrapõe-se àquela segundo aqual haveria oitenta espécies no bioma, commenção de um único caso de endemismo.

O número total de espécies para aCaatinga pode ainda ser maior, uma vez quealguns registros de roedores e de morcegosnão foram comprovados no nível específicoe, portanto, foram excluídos da contagemfinal. Esse fato, somado à pequena margemde conspicuidade dos grupos, pode sugeriruma subestimativa da riqueza do bioma. Essacarência de informação só poderá ser supridacom a intensificação de coletas, sobretudorelativas à cobertura geográfica, e com oemprego de métodos complementares aosanteriormente utilizados.

Apesar da documentada ausência deadaptações equivalentes às encontradas emmamíferos de deserto, duas das espéciescaracterísticas da Caatinga � o rato-de-fava

(Wiedomys pirrhorhinus) e o mocó (Kerodonrupestris) � são de fato encontradas somentenas formações vegetais abertas do bioma.

Das espécies existentes na Caatinga dezestão incluídas na lista oficial de espéciesameaçadas de extinção. As mais vulneráveisao intenso processo de degradação observadono bioma, o qual inclui até mesmo pontos dedesertificação, são espécies de mamíferos detopo da cadeia trófica, como, por exemplo,os carnívoros. Nesse contexto destaca-se ogrupo dos felinos: das seis espéciesregistradas, cinco se encontram ameaçadas.A caça também configura importante fator deperigo para as espécies de mamíferos, vistoser prática bastante comum na região.

A partir das informações compiladasacerca dos mamíferos, as áreas prioritáriasforam selecionadas com base na riqueza deespécies, na ocorrência de possíveisendemismos � tanto no âmbito do biomapropriamente dito como em uma escala maisrestrita �, bem como no status de conservaçãodas espécies registradas.

Entre as áreas apontadas comoprioritárias destacam-se: médio rio SãoFrancisco, Crato, base da ChapadaDiamantina, base da Chapada de Ibiapaba,base da Chapada do Araripe, Raso da Catarina,Morro do Chapéu, base da Serra de Baturité,Parque Nacional da Serra das Confusões,Parque Nacional da Serra da Capivara, ecorredor parques Serra das Confusões/Serrada Capivara (Figura 1).

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285

Figura 1Áreas prioritárias

para conservaçãodos mamíferos na

Caatinga.1. Médio do Rio São Francisco2. Crato3. Base da Chapada Diamantina4. Base da Chapada de Ibiapaba5. Ibipeba6. Raso da Catarina7. Morro do Chapéu8. Base da Serra de Baturité9. Parque Nacional Serra das Confusões10. Parque Nacional da Serra da Capivara

11. Corredor Parques Serra dasConfusões / Serra da Capivara

12. Caruaru e arredores13. Valença do Piauí14. Exu15. Triunfo16. Norte de Minas Gerais17. Piancó18. Monte Alegre19. Norte do Maranhão

20. Babaçual do Piauí21. Área Central do Ceará22. Rio Grande do Norte23. Norte da Paraíba24. Centro de Pernambuco25. Centro-Leste da Bahia26. Arredores de Bom Jesus

da Lapa27. Região de Porteirinha / Espinosa

1 - MÉDIO RIO SÃO FRANCISCO

Localização: BA: Barra, Pilão Arcado,Gentio do Ouro e Xique-Xique.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Dunas de areia.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Alto número deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (pressão nasáreas próximas ao rio Icatu, aumento dos

DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS INDICADAS

Importância BiológicaExtremaMuito altaAltaInformação insuficienteLimite estadualLimite do bioma Caatinga

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pressão antrópica: baixa (grande suscep-tibilidade à desertificação).

Justificativa: É uma das poucas localidadesdentro da Caatinga onde se encontramrepresentados os campos rupestres e afauna endêmica associada a essafitofisionomia. Duas espécies endêmicas decampos rupestres ocorrem na área, ambascom distribuição restrita.

4 - BASE DA CHAPADA DE IBIAPABA

Localização: CE: São Benedito, Guaraciabado Norte, Croatá, Ipueiras, Ubajara,Tianguá, Ibiapina, Graça, Carnaubal e Ipu.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Contato savana-savana estépica-floresta estacional-savana estépicaarborizada e carnaubal.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: média;ocorrência de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (grande suscep-tibilidade à desertificação).

Justificativa: Área com espécies ainda nãodescritas e com distribuição aparentementerestrita à Caatinga. Aliado a isto,levantamentos faunísticos em diferentesmunicípios indicam uma alta riqueza deespécies.

5 - IBIPEBA

Localização: Ibipeba (BA).

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Savana gramíneo-lenhosa esavana estépica arborizada.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Número médiode endemismos.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (porção sudestejá alterada, sendo o restante preservado).

Justificativa: Esta é uma das três localida-des conhecidas para a ocorrência da

investimentos econômicos na região paraagricultura e estabelecimento de uma novarede viária).

Justificativa: Presença de uma espécieendêmica, cuja distribuição é restrita àsdunas do médio Rio São Francisco, sendoconhecida apenas no município de Barra.

2 - CRATO

Localização: CE: Crato, Juazeiro do Norte,Barbalha e Missão Velha.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga, cerrado, carrasco emata úmida.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta;ocorrência de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (mais alterado nametade sul, e mais preservado na metadenorte).

Justificativa: Dentre as áreas amostradasna Caatinga, é uma das que apresentamaior riqueza de espécies de mamíferos,aproximadamente 51. Quatro destasespécies são aparentemente endêmicas daCaatinga, sendo uma delas provavelmenteendêmica da região, outra ameaçada deextinção, e outra ainda não descrita. Outrastrês espécies constam da lista oficial dasespécies brasileiras ameaçadas de extinção.

3 - BASE DA CHAPADA DIAMANTINA

Localização: BA: Mucugê e Palmeiras.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Campos rupestres, caatinga,cerrado e refúgio ecológico montano.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: baixa; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;

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subspécie Callicebus personatus barbara-brownae. Uma das outras duas locali-dades, Lamarão, encontra-se completa-mente alterada e sobre a terceira localidadenão há informação. Sendo os primatasbastante susceptíveis às alteraçõesantrópicas, são necessárias medidasurgentes para a conservação desta forma.

6 - RASO DA CATARINALocalização: BA: Jeremoabo, Canudos,Paulo Afonso e Rodelas.Importância biológica: Extrema.Hábitats: Savana estépica arborizada esavana estépica florestada. Contato savana-savana estépica-floresta estacional..Ação recomendada: Proteção integral.Elementos de diagnóstico: Alto número deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (susceptibilidadeà desertificação muito alta).Justificativa: Área de ocorrência de umaespécie ainda não descrita de cutia(Dasyprocta sp. n.) provavelmente restritaà região do Raso da Catarina e entorno.

7 - MORRO DO CHAPÉULocalização: Morro do Chapéu (BA).Importância biológica: Extrema.Hábitats: Formações rochosas comaltitudes que variam de 800 a 2000 metrosacima do nível do mar. A composição dacomunidade de plantas está associada coma altitude e com o tipo de solo. De 800 a1000 metros a vegetação é caracteristi-camente de savana.Ação recomendada: Proteção integral.Elementos de Diagnóstico: Alto número deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: média (susceptibilidadeà desertificação alta).Justificativa: Presença de subespécieendêmica da Caatinga com distribuiçãoaparentemente restrita.

8 - BASE DA SERRA DE BATURITÉLocalização: CE: Pacoti, Baturité,Capistrano, Itapiúna, Aratuba, Canindé,Mulungu, Guaramiranga e Caridade.Importância biológica: Extrema.Hábitats: Savana gramíneo-lenhosa,savana estépica arborizada, savana estépicae atividade agrícola..Ação recomendada: Uso sustentável.Elementos de Diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: baixa;ocorrência de fenômeno biológico especial.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (susceptibilidade àdesertificação).Justificativa: Presença de espécie ainda nãodescrita, aparentemente endêmica daCaatinga, e com distribuição restrita.Diversidade relativamente alta, com duasespécies endêmicas da Caatinga.

9 - PARQUE NACIONAL SERRA DASCONFUSÕESLocalização: PI: Caracol, Anísio de Abreu,Cristino Castro e Canto do Buriti.Importância biológica: Extrema.Hábitats: Savana estépica arborizada,contato savana estépica-floresta estacionale savana gramíneo-lenhosa.Ação recomendada: Proteção integral.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies raras/ameaçadas: alta; ocorrênciade fenômeno biológico especial.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (caça intensiva, faltade indenização de moradores dentro doslimites do Parque, entretanto a vegetaçãoestá preservada).Justificativa: Área grande (500.000ha),fauna pouco conhecida, presença dePanthera onca , Puma concolor ,Myrmecophaga tridactyla, Tolypeutestricinctus, Priodontes maximus. Área detransição com cerrado. Pode ser anexadoao Parque Nacional da Serra da Capivara,formando uma grande área de con-servação única e contínua.

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10 - PARQUE NACIONAL DA SERRADA CAPIVARA

Localização: PI: Coronel José Dias, Cantodo Buriti, São Raimundo Nonato e SãoJoão do Piauí.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Contato savana-savana estépica-floresta estacional, savana estépicaarborizada, savana gramínica-lenhosa eatividade agrícola.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial; alto número de espéciesde interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (vegetação alteradaem 50 % da área, caça, invasão de animaisdomésticos, questões fundiárias).

Justificativa: Área grande (130.000ha) compopulações de animais ameaçados(P. onca, P. concolor, M. tridactyla,T. tricynctus, Leopardus pardalis, L. wiedii,L. tigrinus). Apresenta bom estado ou estáem recuperação. Possibilidade de geraçãode recursos através de turismo, criação defauna nativa e cultivo de plantas nativas.

11 - CORREDOR PARQUES SERRADAS CONFUSÕES-SERRA DACAPIVARA

Localização: Canto do Buriti (PI).

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Contato savana-savana estépica-floresta estacional.

Ação recomendada: Proteção integral.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (a vegetação daárea está bastante preservada).

Justificativa: Corredor de vegetaçãobastante preservado ligando dois parquesnacionais (áreas 9 e 10) com reconhecidariqueza de espécies de mamíferos degrande porte e ameaçados de extinção.

12 - CARUARU E ARREDORES

Localização: PE: Caruaru, São Caitano,Afogados da Ingazeira e Riacho das Almas.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Contato savana-savana estépica-floresta estacional.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: baixa;ocorrência de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (área próxima àcidade de Caruaru).

Justificativa: A listagem de mamíferosdisponível para a área inclui 21 espécies,três delas endêmicas ao bioma Caatinga.O local está, ainda, em contato com a Serrados Cavalos, área representada por umenclave de Mata Atlântica (a 800-1000mde altitude), sendo um refúgio durante aseca para a fauna do entorno.

13 - VALENÇA DO PIAUÍ

Localização: PI: Valença do Piauí, São Joãoda Canabrava, Pimenteiras e Inhuma.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Zona de contato caatinga-cerrado.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: baixa;ocorrência de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (alta susceptibilidadeà desertificação. A maior parte da coberturavegetal � mais de 50% � está alterada).

Justificativa: Presença de uma espécieendêmica da Caatinga. O material existenteem museus sugere uma diversidaderelativamente alta de espécies na região.As coletas realizadas foram, entretanto,insuficientes. São necessárias mais coletaspara substanciar a abundância edistribuição de mamíferos nestas zonas decontato. Foram utilizadas as informações

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disponíveis em Mares et al. (1981) para odiagnóstico da área, juntamente com adescrição da flora e geomorfologia daregião apresentadas em Vanzolini (1976).

14 � EXU

Localização: Exu (PE).

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Contato savana-floresta estacional,savana gramíneo-lenhosa - savana estépica,savana estépica arborizada e atividade agrícola.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio de endemis-mos; baixa riqueza de espécies raras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (área próxima à cidadede Exu, entretanto de acordo com o mapade alteração da vegetação ainda restaaproximadamente 1/3 da coberturapreservada).

Justificativa: Foram detectadas 57 espéciesna área, sendo duas delas endêmicas, emum levantamento realizado durante três anosdurante a década de 70. Sua situação atualé desconhecida, mas aquele levantamento édemonstrativo da diversidade da área. Duasdas espécies registradas anteriormente foramrecentemente reconhecidas como táxonsnovos, um deles aparentemente endêmicodo Nordeste e outro ocorrendo na Caatingae no nordeste do Cerrado.

15 - TRIUNFO

Localização: PE: Triunfo, Flores e Calumbi.

Importância biológica: Muito alta

Hábitats: Savana estépica arborizada e savanaestépica.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: baixa; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: baixa; grau de alteração: alto;

pressão antrópica: alta (vegetação muitoalterada).

Justificativa: A área foi inventariada peloServiço Nacional da Peste na década de 50.Neste levantamento foi detectada a presençade duas espécies endêmicas da Caatinga euma expressiva riqueza de espécies. Desdeesta época não foram realizados estudos naárea, e se desconhece seu estado atual.Entretanto, o dado prévio sugere o potencialdesta área que inclui um enclave mésico,importante refúgio para a população dosarredores durante a seca.

16 - NORTE DE MINAS GERAIS

Localização: MG: Jaíba, Itacarambi, Manga,Matias Cardoso e Januária.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Contato savana estépica-florestaestacional.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:média; ocorrência de fenômeno biológicoespecial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (a recenteimplantação do projeto de irrigação da Jaíbacom o desmatamento de grandes áreas parafixação de colonos tem resultado nadestruição de diversos ambientes ao longodesta parte do rio São Francisco eadjacências).

Justificativa: Levantamentos realizados noinício da década de noventa revelaram apresença de 58 espécies de mamíferos,entre terrestres e voadores. A regiãoapresenta tipos de vegetação caracterís-ticos dos diferentes biomas que aíencontram, entre eles, a �mata seca� e a�caatinga� sensu stricto. Deve-se destacarque três espécies aparentementeendêmicas da caatinga (Wiedomyspirrhorhinus, Kerodon rupestris e Echimyslamarum) encontram seus limites dedistribuição meridionais na região e a áreaapresenta duas espécies ameaçadas:Cebus xanthosternus e Felis tigrinus.

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17 � PIANCÓ

Localização: Piancó (PB).

Importância biológica: Alta.

Hábitats: Savana estépica arborizada econtato savana-savana estépica-florestaestacional.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Baixo númerode endemismos; ocorrência e fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (mais de 50% davegetação encontra-se alterada).

Justificativa: A área encontra-se bastantealterada e não há dados referentes aosmamíferos. O desconhecimento damastofauna da caatinga da Paraíba, aliadoà presença de um primata (Cebus apellalibidinosus) vivendo nessa caatinga,justifica a realização de investigaçãocientífica na área para subsidiar a criaçãode uma unidade de conservação.

18 - MONTE ALEGRE

Localização: Monte Alegre (SE).

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Savana estépica e atividadesagrícolas.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies raras/ameaçadas: média;ocorrência de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: Alta. Grau de alteração: Alta.Pressão antrópica: Baixa.

Justificativa: Presença de uma espécie deprimata (Callicebus sp.) ainda não identificada.As duas formas deste gênero para a Caatingatêm distribuição restrita. Isto, aliado àdevastação da área, diminuiu em muito suaspopulações justificando medidas para aproteção das populações remanescentes.

19 - NORTE DO MARANHÃO

Localização: MA: Chapadinha, Mata Roma,Anapurus, Magalhães de Almeida, SãoBernardo, Tutóia, Barreirinhas, Primeira

Cruz, Urbano Santos, Araioses, SantaQuitéria do Maranhão, Brejo, Buriti e SãoBenedito do Rio Preto.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa.

Justificativa: A área foi delimitada atravésda sobreposição de três mapas:1) conhecimento científico (mamíferos);2) ocorrência de desertificação; 3) áreasalteradas na Caatinga. Esta é uma das áreasconsideradas de provável importânciabiológica necessitando de inventáriomastozoológico uma vez que não possuiregistro de coletas mas apresenta baixaalteração e ausência de núcleos dedesertificação.

20 - BABAÇUAL DO PIAUÍ

Localização: PI: São José do Divino, CampoMaior, Alto Longá, Esperantina, Coivaras,José de Freitas, Lagoa Alegre, Altos, Barras,Batalha, Buriti dos Lopes, Cabeceiras doPiauí, Beneditinos, Joaquim Pires, Porto,Prata do Piauí, Matias Olímpio, São Joãoda Serra, Passagem Franca do Piauí e SãoMiguel do Tapuio.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Savana estépica arborizada,contato savana-savana estépica-florestaestacional-savana florestada e contatosavana-floresta estacional.

Ação recomendada: Investigação científica.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: baixa; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa.

Justificativa: A área foi delimitada atravésda sobreposição de três mapas: 1)conhecimento científico (mamíferos); 2)ocorrência de desertificação; 3) áreasalteradas na Caatinga. Considerada deprovável importância biológica neces-sitando de inventário mastozoológico umavez que não possui registro de coletas masapresenta baixa alteração e ausência denúcleos de desertificação.

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21 - ÁREA CENTRAL DO CEARÁ

Localização: CE: Monsenhor Tabosa, NovaRussas, Pedra Branca, Quixeramobim,Santa Quitéria, Tamboril, Madalena,Canindé, Crateús, Independência,Hidrolândia, Itatira, Boa Viagem e Catunda.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Savana estépica arborizada,savana estépica, savana gramíneo-lenhosae atividade agrícola.

Ação recomendada: Investigação científica.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (com algumasáreas mais alteradas).

Justificativa: A área foi delimitada atravésda sobreposição de três mapas: 1)conhecimento científico (mamíferos); 2)ocorrência de desertificação; 3) áreasalteradas na Caatinga. Área de provávelimportância biológica necessitando deinventário mastozoológico uma vez que nãopossui registro de coletas mas apresentoubaixa alteração e ausência de núcleos dedesertificação.

22 - RIO GRANDE DO NORTELocalização: RN: Afonso Bezerra, Angicos,Barcelona, Bento Fernandes, CampoRedondo, Caiçara do Rio do Vento, CerroCorá, Currais Novos, Jandaíra, Jardim deAngicos, Florânia, Lagoa Nova, Lages,Pedra Preta, Riachuelo, Ruy Barbosa,Santana dos Matos, Santa Cruz, São Paulodo Potengi, São Tomé, São Vicente, SítioNovo, Lajes Pintadas, Pedro Avelino, Lagoade Velhos, Coronel Ezequiel, Tangará e SãoBento do Trairi.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Savana estépica arborizada,savana estépica e atividade agrícola.Ação recomendada: Investigação científica.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa.

Justificativa: A área foi delimitada atravésda sobreposição de três mapas: 1)conhecimento científico (mamíferos); 2)

ocorrência de desertificação; 3) áreasalteradas na caatinga. Área de provávelimportância biológica necessitando deinventário mastozoológico uma vez que nãopossui registro de coletas mas apresentabaixa alteração e ausência de núcleos dedesertificação.

23 - NORTE DA PARAÍBA

Localização: PB: Belém do Brejo da Cruz, Brejoda Cruz, Catolé do Rocha, Jardim de Piranhas,Jericó, Riacho dos Cavalos, São Bento, SãoFernando, Paulista e Brejo dos Santos.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Savana estépica arborizada,savana estépica e atividade agrícola.

Ação recomendada: Investigação científica.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: alto;pressão antrópica: baixa.

Justificativa: A área foi delimitada atravésda sobreposição de três mapas: 1)conhecimento científico (mamíferos); 2)ocorrência de desertificação; 3) áreasalteradas na Caatinga. Esta é uma das áreasconsideradas de provável importânciabiológica necessitando de inventáriomastozoológico uma vez que não possuiregistro de coletas mas apresenta baixaalteração e ausência de núcleos dedesertificação.

24 - CENTRO DE PERNAMBUCO

Localização: PE: Águas Belas, Alagoinha,Arcoverde, Buíque, Caetés, Custódia, Iati,Ibimirim, Paranatama, Pesqueira, Pedra,Saloá, São João do Tigre, São Sebastiãodo Umbuzeiro, Sertânia e Tupanatinga.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Savana estépica florestada,contato savana-savana estépica-florestaestacional e savana estépica-atividadeagrícola.

Ação recomendada: Investigação científica.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: alto;pressão antrópica: média.

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Justificativa: A área foi delimitada atravésda sobreposição de três mapas: 1)conhecimento científico (mamíferos); 2)ocorrência de desertificação; 3) áreasalteradas na Caatinga. Esta é uma dasáreas consideradas de provável importânciabiológica necessitando de inventáriomastozoológico uma vez que não possuiregistro de coletas, mas apresentou baixaalteração e ausência de núcleos dedesertificação.

25 - CENTRO-LESTE DA BAHIA

Localização: BA: Ituíba, Cansanção,Monte Santo, Eucl ides da Cunha,Quijingue, Tucano, Nova Soure, SátiroDias, Iritinga, Teofilândia, Serrinha, Araci,Conceição do Coité, Ichu, Riachão doJacuípe, Pé de Serra, Capela do AltoAlegre, Nova Fátima, Retirolândia,Valente, São Domingos, Gavião, São Josédo Jacuípe, Santaluz, Queimadas,Nordestina e Porto Novo.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Savana estépica arborizada,savana estépica florestada-florestaestacional, contato savana-savana estépicae atividade agrícola.

Ação recomendada: Investigação científica.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: média (predominam asáreas com moderada pressão antrópica).

Justificativa: A área foi delimitada atravésda sobreposição de três mapas:1) conhecimento científico (mamíferos);2) ocorrência de desertificação; 3) áreasalteradas na Caatinga. É considerada deprovável importância biológica neces-sitando de inventário mastozoológico umavez que não possui registro de coletas,mas apresenta baixa alteração e ausênciade núcleos de desertificação.

26 - ARREDORES DE BOM JESUSDA LAPALocalização: BA: Boquira, Bom Jesus daLapa, Macaúbas, Paratinga, Oliveira dosBrejinhos e Riacho de Santana.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Contato savana-estépica - florestaestacional.Ação recomendada: Investigação científica.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa.Justificativa: A área foi delimitada através dasobreposição de três mapas: 1) conhecimentocientífico (mamíferos); 2) ocorrência dedesertificação; 3) áreas alteradas na Caatinga.Considerada de provável importância biológicanecessitando de inventário mastozoológicouma vez que não possui registro de coletas,mas apresenta baixa alteração e ausência denúcleos de desertificação.

27 - REGIÃO DE PORTEIRINHA/ESPINOSALocalização: MG: Espinosa, Mamonas,Mato Verde, Monte Azul e Porteirinha.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Floresta estacional decidual -contato savana estépica.Ação recomendada: Investigação científica.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa.Justificativa: A área foi delimitada através dasobreposição de três mapas: 1) conhecimentocientífico (mamíferos); 2) ocorrência dedesertificação; 3) áreas alteradas na Caatinga.Considerada de provável importância biológicanecessitando de inventário mastozoológicouma vez que não possui registro de coletas,mas apresenta baixa alteração e ausência denúcleos de desertificação.

Parte IV

Sócio-Economia ePolíticas Públicas para o

Desenvolvimento Sustentável

295

As unidades deconservação dobioma Caatinga The Nature Conservancy do Brasil

Associação Caatinga

296

INTRODUÇÃOA Caatinga, região semi-árida única

no mundo, é, provavelmente, o biomabrasileiro mais ameaçado e já transformadopela ação humana. Além de serexclusivamente brasileira, a Caatinga cobreuma porção significativa do territórionacional � 11,67%, considerando as áreasde transição para outros biomas. Noentanto, apenas 3,56% da Caatinga estãoprotegidos por unidades de conservaçãofederais (em número de 16) e destes, apenas0,87% em unidades de proteção integral(parques nacionais, reservas biológicas eestações ecológicas). Além das unidadesfederais, existem apenas mais sete unidadesestaduais, concentradas nos estados daBahia e no Rio Grande do Norte, três dasquais ainda não foram implementadas.

Grande parte das unidades deconservação (UCs) existentes apresentasérios problemas, envolvendo desdeaspectos fundamentais, como sua situaçãofundiária, até aspectos relativos ao seufuncionamento, como inexistência de planode manejo e falta de pessoal. Existe,portanto, a clara necessidade, não só decriar novas UCs que complementem a redejá existente, assegurando a preservação deporções ecologicamente viáveis daCaatinga, como também de tornarefetivamente funcionais aquelas unidadesjá decretadas.

Este documento apresenta dadossobre a situação atual das UCs e reservasexistentes na Caatinga visando subsidiar adiscussão sobre o tema.

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Existem atualmente 16 UCsfederais e sete estaduais que protegemformações da Caatinga e/ou ambientesde transição entre esse e outros biomas(Tabela 1). Apenas 50% das unidades deconservação federais contêm exclu-sivamente formações de Caatinga, sendometade dessas UC�s de uso sustentávele metade de proteção integral.

Somente nas unidades de proteçãointegral � Parques Nacionais, EstaçõesEcológicas e Reservas Biológicas � e nas

SITUAÇÃO ATUAL DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Florestas Nacionais, a terra pertence, apósas devidas indenizações, ao Ibama. As UCsde proteção integral são unidades onde asúnicas atividades permitidas são pesquisascientíficas, educação ambiental e recreação(essa última apenas nos Parques Nacionais).Em todas as demais categorias de unidadesde conservação federais, a posse da terrapermanece com os proprietários e sãopermitidos a exploração da terra e oaproveitamento econômico direto � sãoconsideradas unidades de uso sustentável.

Nome Área (ha) UF Vegetação predominante Ecótonos Observação

PN da Serra da Capivara 100.000 PI caatinga

PN de Sete Cidades 7.700 PI cerrado/caatinga

PN Serra das Confusões 502.411 PI cerrado caatinga

PN Chapada Diamantina 152.000 BA caatinga mata de encosta

PN Cavernas do Peruaçu 56.800 MG cerrado/caatinga /mata seca

PN de Ubajara 563 CE mata de encosta caatinga 5-10%

EE do Seridó 1.166 RN caatinga

EE de Aiuaba ? CE caatinga não decretada

RB de Serra Negra 1.100 PE brejo caatinga 40%

RB de Pedra Talhada 4.469 AL mata atlântica caatinga 20%

REc Raso da Catarina 99.772 BA caatinga

APA Chapada do Araripe 1.063.000 CE carrasco/cerradão /caatinga

APA Serra da Ibiapaba 1.592.550 PI/ CE cerrado/mata úmida caatinga 30%

FLONA Contendas do Sincorá 11.034 BA caatinga

ARIE Cocorobó 7.500 BA caatinga

ARIE Vale dos Dinossauros ? PB caatinga

Parque Ecológico do Cabugy 2.164 RN caatinga estadual/não implantado

Parque Estadual Florêncio Luciano ? RN caatinga estadual/não implantado

APA Piquirí-Una ? RN caatinga estadual/não implantada

APA Gruta dos Brejões/Veredas do Romão Gramancho 11.900 BA caatinga estadual

APA Marimbus/Iraquara 125.400 BA caatinga estadual

APA Lagoa Itaparica 78.450 BA caatinga estadual

APA Dunas e Veredas doBaixo e Médio S.Francisco 1.085.000 BA caatinga estadual

Tabela 1: Unidades de conservação existentes na Caatinga.

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Os problemas atuais mais comunsdas unidades de conservação existentesoriginam-se em questões burocráticas ede falta de verbas do poder público, queprejudicam o funcionamento adequado,manejo e fiscalização das áreas. Faz-senecessária uma ampla discussão paraencontrar possíveis soluções para osprincipais problemas, listados a seguir:

� Situação fundiária - Embora amaioria das UCs de proteção integralda Caatinga tenha sido criada entre1961 e 1985, quase todas aindaapresentam problemas quanto àregularização de sua situaçãofundiária. Esse é um problema básicoque acarreta uma série de outros,quase todos envolvendo acomunidade residente, dentro ou noentorno da área, que passa aconsiderar a área protegida comoalgo negativo. Dessa forma, énecessário encontrar uma forma maiseficiente e funcional de garantir adisponibilidade de verbas para aindenização das terras destinadas aunidades de conservação.

� Falta de verbas para o funcionamento/manutenção - Esse é um problemaaparentemente crônico da grandemaioria das unidades de conservação,tanto federais como estaduais. E afeta,desde a disponibilidade de pessoalqualificado e de manutenção/construção de infra-estrutura, até odesenvolvimento e implantação deplanos de manejo. É preciso encontraruma forma de garantir fontes definanciamento a longo prazo para amanutenção e manejo das áreasprotegidas.

� Caça tradicional para subsistência -É talvez o problema mais comum portoda a Caatinga. A solução desseproblema certamente envolverá adisponibilidade de fontes alternativas derenda e subsistência para a populaçãolocal.

� Desmatamento/retirada de lenha -É também um problema generalizado

na região da Caatinga. Na maioria dasáreas, tem origem na necessidadebásica da população local de obtermadeira para construção ecombustível. Em alguns locais, aretirada da madeira tem como objetivoa fabricação de carvão para usoindustrial ou para comercialização.

� Fogo - É também um grande problemaem várias UCs, que tem como causaprincipal as queimadas descontroladasno entorno das unidades.

Além dos principais problemaslistados acima, existem outros como ainvasão por animais domésticos(principalmente gado bovino), garimpodentro da área da unidade de conservação,contaminação da água que atravessa a UCpor lixo orgânico, contaminação do solo eda água, em APAs, por agrotóxicos, enecessidade de programas de educaçãoambiental.

PROPOSTAS EXISTENTES PARAIMPLANTAÇÃO DE NOVASUNIDADES DE CONSERVAÇÃOESTADUAIS

Existem propostas de órgãosestaduais para criar novas UCs nosseguintes estados:

Ceará:� Estação Ecológica do Castanhão,

proposta pela SEMACE, com 800hectares, localizada nos municípios deJaguaribara e Alto Santo.

Paraíba:� Monumento Natural Vale dos

Dinossauros, proposta pela SUDEMA, comtamanho ainda não definido e localizadano município de Sousa.

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� Parque Estadual Pedra da Boca,proposta pela SUDEMA, com tamanhoainda não definido e localizada nomunicípio de Araruna.

Alagoas:� Unidade de conservação proposta

pelo IMA, de tamanho ainda não definidoe localizada em área próxima aos�canyons� de Xingó, no município dePiranhas.

Sergipe:� APA proposta pela ADEMA, de

tamanho ainda não definido e localizadano município de Simão Dias.

� APA proposta pela ADEMA,localizada na Fazenda Angico, município dePoço Redondo.

� APA proposta pela ADEMA,localizada no município de Monte Alegrede Sergipe.

RESERVAS PARTICULARES DOPATRIMÔNIO NATURAL

É também interessante examinar opapel, atual e futuro, das áreas particulares(Reservas Particulares do Patrimônio Natural� RPPNs) na conservação da Caatinga. Nos

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últimos anos, vem aumentando o interessede proprietários rurais em transformar partede suas propriedades em área protegida,visando, principalmente, a conservação doambiente natural. Somente na Caatinga, onúmero de RPPNs criadas nos últimoscinco anos aumentou em mais de 100%.Existem, hoje, 24 RPPNs na Caatinga, dasquais metade possui área superior a 1.000hectares (Tabela 2).

Apenas duas RPPNs possuem planode manejo, porém em fase de preparação.

Tabela 2: RPPNs existentes na Caatinga.

Nome Área (ha) UF Atividades existentes (planejadas) Ano de criação

Fazenda Morrinhos 756 BA Conservação(planejadas: pesquisa e criação de animais silvestres) 1990

Fazenda Itacira 100 BA sem informação 1991

Fazenda Pé de Serra 1.259 BA sem informação 1992

Fazenda Lontra/Saudade 1.377 BA sem informação 1996

Fazenda Forte 1.800 BA sem informação 1997

Fazenda Boa Vista 1.500 BA Conservação (planejada: ecoturismo) 1997

Fazenda Boa Vista 2.000 BA sem informação 1997

Fazenda Boa Vista 1.700 BA sem informação 1998

Fazenda Forte 1.500 BA sem informação 1998

Fazenda Retiro 3.000 BA sem informação 1998

Lagoa das Campinas 1.000 BA Conservação (planejada: apicultura) 1998

Fazenda Olho d�Água do Urucu 2.610 CE Conservação - 1991foi realizado pequeno levantamento de fauna e flora.

Não Me Deixes 300 CE sem informação 1998

Reserva Arajara Park 28 CE sem informação 1999

Fazenda Salobro 756 RN sem informação 1994

Sernativo 154 RN sem informação 1996

Reserva Ecológica Maurício Dantas 1.485 PE Recuperação de áreas degradadas, 1997educação ambiental e apicultura.

Fazenda Almas 3.505 PB Pesquisa e apicultura. 1990

Fazenda Santa Clara 751 PB Apicultura, levantamento de aves e plantas. 1990

Fazenda Várzea 391 PB Conservação 1998

Fazenda Tamanduá 325 PB Levantamento de aves e plantas. Em preparação: 1998herbário e atividades de educação ambiental.

Fazenda Pedra de Água 170 PB sem informação 1999

RPPN Santa Maria de Tapuã 238 PI sem informação 1999

Fazenda Boqueirão 27.458 PI Apicultura 1997

As demais não têm plano de manejo, masvários proprietários mostraram interesseem desenvolvê-los, desde que houvessedisponibilidade de recursos e orientaçãotécnica. O fato da preservação do meioambiente ser a principal motivação damaioria dos proprietários para a criação desuas RPPNs, indica que essa categoria deárea protegida pode ter um papelimportante num planejamento deconservação, em grande escala, para aCaatinga.

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Unidades deconservação:áreas e ações

prioritárias paraa conservação

da Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIOGRUPO TEMÁTICO

�ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO�

Agnes de Lemos VellosoCoordenação

Ana Lícia Patriota Feliciano

Antônio Cláudio Conceição de Almeida

Antônio Edson Guimarães Farias

Carlos Alberto Mergulhão Uchôa Neto

Daniela América Suárez de Oliveira

Élcio Souza Magalhães

Fátima Maria Diaz da Hora

Francisco Barreto Campello

Hélio Batista de Faria

Hermano José Batista de Carvalho

Inah Simonetti

Márcia Chame

Ridalvo Batista de Araújo

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Antes do seminário foi feito umlevantamento das unidades de conservação� UCs da área da Caatinga, e dasinformações relativas aos principaisproblemas que hoje afetam essas unidades,assim como especulada a existência depropostas dos órgãos governamentais paraa criação de outras UCs. Com base nessediagnóstico, nas informações tornadasdisponíveis pela organização do Subprojetoe no conhecimento dos participantesrecomendou-se: 1. Valorizar o papel dasUCs no contexto regional; 2. Solucionar osprincipais problemas pertinentes àmanutenção e ao manejo das ucs; e 3.Alterar e criar unidades de conservação.

As sugestões gerais para valorizaçãodo papel das UCs no contexto regionalforam: 1. deixar sempre claro que as UCscumpram a função principal de atuar naconservação do ambiente; 2. com-plementar o sistema atual de UCs de formaque se obtenha representação significativade todas as tipologias vegetais da Caatinga,visando, com isso, a preservação maisabrangente possível da biodiversidade e ofluxo genético entre populações de umamesma espécie; 3. alcançar, nos próximoscinco anos, o percentual mínimo de 10%da área da Caatinga como UCs de proteçãointegral (uso indireto); 4. criar novacategoria de área protegida � �área de

recuperação ambiental� não incluída nos10% antes mencionados � com suarespectiva implantação em áreasgravemente afetadas pela desertificação; 5.fortalecer o papel da UC como pontodifusor de ações de conservação e de usosustentável aplicável também a outrasáreas; 6. enfatizar o papel complementarda UC como incentivadora de capacitaçãoe de implementação de medidas dedesenvolvimento sustentável dascomunidades do entorno; 7. elaborarprograma de apoio a proprietários dereservas particulares do patrimônio natural(RPPNs) para incentivar ações deconservação, e tornar disponível o apoiotécnico ao desenvolvimento e àimplementação de planos de manejo; 8.em razão da escassez de água no biomarecomenda-se que as áreas sobrechapadas (áreas de recarga) tenham seuuso rigorosamente controlado, objetivando,assim, a preservação do solo e da água; 9.buscar uma maior integração do InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária- Incra e de agências financiadoras deprojetos (desenvolvimento agropecuário,industrial ou outros empreendimentos deimpacto ambiental) com órgãos de meioambiente (esferas federal e estadual) paraconsulta prévia sobre o interesse de criaçãode UCs em áreas de prováveisassentamentos e/ou de empreendimentos;

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Parque Nacional Serra das Confusões, PI

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10. designar grupo permanente dereferência sobre as decisões dessesubprojeto, com representações das UCsregionais, para servir de interlocutor juntoao MMA em assuntos relativos à Caatinga,especialmente ao projeto do GlobalEnvironment Facility - GEF, que envolveUCs; 11. utilização, por parte do ConselhoNacional do Meio Ambiente � Conama, dosdocumentos resultantes desse subprojeto,tanto quanto daqueles produzidos porcentros de pesquisa desse bioma, comodocumentos de consulta e de referênciapara suas ações.

Existem, hoje, 16 unidades deconservação federais e sete estaduais (essasúltimas concentradas na Bahia e no RioGrande do Norte), as quais protegemformações de caatinga e/ou ambientes detransição entre o bioma Caatinga e outros.Apenas a metade das unidades federaiscontém exclusivamente formações decaatinga, sendo metade delas de usosustentável e metade de proteção integral.A maioria dessas unidades enfrenta um oumais dos seis principais problemasidentificados: situação fundiária não resolvida;falta de verba para funcionamento emanutenção; funcionamento e implemen-tação insatisfatórios para atingir os objetivosda unidade; caça tradicional, para subsis-tência e esportiva; desmatamento e retiradade lenha; fogo. A seguir, são apresentadasas principais sugestões para solucionar osproblemas mais comuns das UCs.

1. Situação fundiária� Criação de sistema de trocas com

proprietários de terras na área de UCs, como objetivo de permutar essas propriedadespor terras devolutas e por indenização debenfeitorias.

� Adequação da legislação delicenciamento de obras de impactoambiental, para que os recursos oriundosda compensação ambiental sejamtambém utilizados na regularização dasituação fundiária das UCs, bem comona sua ampliação.

� Estudo da possibilidade de criação de títulosde dívida ambiental, com vistas à obtençãode recursos que possam ser usados paraindenizar proprietários de terras de UCs (aexemplo dos títulos da dívida agráriautilizados para assentamentos).

2. Falta de verba� Estabelecimento de parcerias e de

convênios entre as esferas federal,estadual e municipal e a sociedade civil,com papéis definidos.

� Realização de reuniões anuais dosresponsáveis por UCs para um plane-jamento conjunto do orçamento dasunidades.

� Incentivo de uma decisão política paramaior dotação de recursos federais eestaduais.

3. Funcionamento/Implementaçãoinsatisfatórios� Contratação e capacitação de pessoal

para as UCs (incluindo-se aí o treinamentodos responsáveis por unidades).

� Desenvolvimento e implantação deplanos de manejo dinâmicos eapropriados à realidade da unidade.

� Busca de alternativa para o processo degestão de UCs: estabelecer critérios deseleção para co-gestores, e tambémsistema de metas e de avaliação deresultados para a gestão.

4. Caça tradicional� Incentivo à implantação de criadouros

comunitários (cooperativas) de animaissilvestres (exemplos: caititu, preá,arribaçã, mocó, ema, peixes e outrosescolhidos a partir de estudos).

� Educação ambiental relativa ànecessidade da conservação e do usosustentável dos recursos naturais.

� Realização de seminários, na região daCaatinga, pertinentes ao tema legislaçãoambiental, os quais envolvam aparticipação dos poderes Judiciário e

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Executivo locais (inclusive os cartórios)� a ser promovidos pelo Ministério doMeio Ambiente, por curadorias do meioambiente e por organizações civis dedireito ambiental.

� Identificação de atividades alternativascomo fonte de proteína e de renda,assim como capacitação das comu-nidades para executá-las (ex.: melipo-nicultura [criação de abelhas nativas paraextração do mel], viveiros de plantasornamentais e medicinais, criadouroscomunitários).

� Fiscalização eficiente, incluindo otreinamento adequado de fiscais.

5. Desmatamento e retirada de lenha� Incentivo ao uso de energias alternativas

(solar, eólica, biodigestora).

� Implantação de planos de manejoflorestal em florestas nacionais � Flonase em áreas de proteção ambiental � APAspara o uso racional da lenha (à exceçãode naquelas com alto índice de espécies

ameaçadas e/ ou endêmicas).

� Criação de Flonas em áreas de usointenso da vegetação, quer para controlara atividade quer para demonstrar novasformas de uso sustentável.

6. Fogo� Desenvolvimento de programa de

divulgação de técnicas alternativas(sustentáveis) de agricultura no entornodas unidades.

� Medidas preventivas contra o fogo:placas e campanhas de conscientizaçãopública.

� Fiscalização e conscientização doentorno, no que se refere aos prejuízoscausados pelo fogo.

Por fim, foram feitas 33 recomen-dações de ações pontuais no bioma, as quaistanto envolvem modificações como criaçãode algumas UCs (Figura 1). Essas ações estãobem distribuídas e incluem os diferentes tiposde formações vegetais existentes na Caatinga.

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Pintura Rupestre, Parque Nacional da Serra da Capivara, PI

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1. Parque Nacional de Sete Cidades2. Parque Nacional de Ubajara3. Floresta Nacional de Apodi4. APA Chapada do Araripe5. Parque Nacional da Serra da Capivara e Parque Nacional Serra das

Confusões6. APA São João do Piauí7. Parque Nacional de Exu8. Parque Nacional de Araripina9. Tucano10. Morro do Chapéu11. Nascente do Rio Pardo12. Floresta Nacional do Sudoeste da Bahia13. Ararinha-azul14. Estação Ecológica de Casa Nova15. Floresta - Margem do São Francisco16. Coremas

17. Serra Talhada18. Vale dos Dinossauros19. Parque Nacional de Martins20. Parque Nacional de São Bento do Norte21. Reserva Biológica de Luiz Gomes22. Monumento Natural de Serra Caiada23. APA do Baixo Jaguaribe24. Floresta Nacional de Sobral25. APA das Serras de Baturité e Maranguape26. Área de conflito Ceará-Piauí27. APA de Dom Inocêncio28. Estação Ecológica do Castanhão29. Reserva Extrativista de Babaçu30. Piracuruca31. Parque Estadual Pedra da Boca32. Simão Dias33. APA do Baixo São Francisco

Figura 1Estratégias para

conservação daCaatinga

RecomendaçõesCriação de UC

Modificação de categoria

Limite estadual

Limite do bioma Caatinga

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1 - PARQUE NACIONAL DE SETECIDADESLocalização: Piracuruca e São José doDivino (PI).Justificativa: Conservar a área de savana/floresta que ainda não se encontrapreservada em nenhuma UC de proteçãointegral. Presença de espécies endêmicase ameaçadas de extinção. A ampliação daárea deverá se estender ao norte do PARNASete Cidades, no município de Piracuruca,incluindo o extremo leste do município deSão José do Divino.Ação recomendada: Ampliação.

2 - PARQUE NACIONAL DE UBAJARALocalização: Ubajara (CE).Ação recomendada: Criação de APA noentorno do Parque, incluindo áreas deflorestas ombrófilas e caatinga.

3 - FLORESTA NACIONAL DO APODILocalização: Apodi (RN).Justificativa: Área de interesse espeleo-lógico e ocorrência de espécies raras daflora. A FLONA foi criada em 1946 e nuncafoi implantada (Decreto 9226/46).Ações recomendadas: Implantação/implementação; manejo do entorno.

4 - APA CHAPADA DO ARARIPELocalização: CE: Campos Sales, Salitre,Araripe, Potengi, Santana do Cariri, NovaOlinda, Crato, Barbalha, Missão Velha,Abaiara, Jati, Brejo Santo, Porteiras,Jardim, Penaforte; PI: Fronteiras, Alegretedo Piauí, Caldeirão Grande do Piauí, PadreMarcos, Marcolândia, Simões; PE:Araripina, Trindade, Ipubi, Bodocó, Exu,Moreilândia, Serrita, Cedro.Justificativa: Ampliação dos limites da APApara que coincidam com os limitesmunicipais; facil itação da gestão e

articulação com as autoridades muni-cipais.Ação recomendada: Ampliação.

5 - PARQUE NACIONAL DA SERRA DACAPIVARA E SERRA DAS CONFUSÕESLocalização: Canto do Buriti (PI).Justificativa: Conexão da parte noroeste doParque Nacional da Serra da Capivara coma parte nordeste do Parque Nacional Serradas Confusões para garantir o fluxo gênicode fauna e flora e centros de dispersão entreos parques e suas ligações com a Serra deBom Jesus da Gurguéia. A área apresentaalto endemismo de flora (60%) epopulações importantes de espéciesameaçadas de extinção (onça-pintada,tatu-bola, tatu-canastra, psitacídeos),espécies endêmicas e novas (quirópteros,lacertílios). O grau de preservação e ostrabalhos de educação, saúde edesenvolvimento sustentável no entorno doParque Nacional da Serra da Capivara,desenvolvidos há 30 anos pela FUMDHAM,indicam que o complexo Confusões-Capivara deve se tornar uma Reserva daBiosfera demonstrativa de ações de conser-vação, manejo e uso sustentável naCaatinga. O corredor ecológico já temestudo realizado pela FUMDHAM.O Parque deve ter sua área estendida deforma a incluir toda a Serra da Capivara/Serra Talhada, englobando a lagoa de SãoVicente onde vive uma população relictualde Caiman crocodylus, última fronteirasudeste desta espécie amazônica, adaptadaà Caatinga. Esta medida deverá preservarpopulações de primatas, tatus e felinos, eáreas de nidificação de psitacídeos, alémde preservar áreas de drenagem de rios eaçudes.Criação de APA na região abaixo docorredor até a ponte de �cuesta� da Serrada Capivara.Ações recomendadas: Ampliação; manejodo entorno.

AÇÕES PONTUAIS PARA UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EXISTENTES

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6 - APA DE SÃO JOÃO DO PIAUÍ

Tipo vegetacional: Savana estépica arbori-zada.

Localização: São João do Piauí (PI).

Recomendações específicas: Criação de APAfederal; ordenação do uso do solo; garantiada conservação do PARNA Serra da Capivara;garantia do uso sustentável da água.

7 - PARQUE NACIONAL DE EXU

Tipo vegetacional: Contato savana/florestaestacional (carrasco).

Localização: Exu (PE).

Recomendações específicas: Criação doParque Nacional de Exu; proteção deespécies já bem estudadas em diversosgrupos zoológicos; fortalecimento daproposta da APA da Chapada do Araripe;fortalecimento de atividades de ecoturismona região.

8 - FLORESTA NACIONAL DEARARIPINA

Tipo vegetacional: Savana estépica/atividades agrícolas.

Localização: Araripina (PE).

Recomendações específicas: Criação daFloresta Nacional, visando a demons-tração de manejo florestal com finsenergéticos.

9 - TUCANO

Tipo vegetacional: Savana arborizada.

Localização: Tucano, Biritinga, Sátiro Dias,Olindina e Inhambupe (BA).

Recomendações específicas: Não existeoutra UC de proteção integral com este tipovegetacional. A área deve ser contempladacom uma UC de proteção integral cercadapor APA.

10 - MORRO DO CHAPÉU

Tipo vegetacional: Savana gramíneo-lenhosa.

Localização: Morro do Chapéu (BA).

Recomendações específicas: Tipo vegeta-cional único na caatinga e ausente nas UCsexistentes. A área protege a nascente dorio Salitre ou Vereda da Tábua. A categoriaproposta é Parque Nacional, e a área éprovavelmente de terras devolutas (o quesignifica uma menor dificuldade deimplantação da unidade).

11 - NASCENTE DO RIO PARDOTipo vegetacional: Savana estépica/florestaestacional.Localização: BA: Jacaraci, Mortugaba; MG:Montezuma, Espinosa.Recomendações específicas: Nascentesdos rios Pardo, da Corda e outro nãoidentificado, sendo o divisor de águas dosmesmos; recomenda-se criação de ParqueNacional ou Reserva Biológica.

12 - FLORESTA NACIONAL DOSUDOESTE DA BAHIA

Tipo vegetacional: Contato entre savanaestépica e floresta estacional.

Localização e descrição geral: Riacho deSantana e Matina (BA). Região de produçãode carvão próxima a Guanombi.

Recomendações específicas: Recomenda-se criação de FLONA, uma vez que é umaregião de produção de carvão para assiderúrgicas de Minas Gerais, parademonstração do uso sustentável davegetação (função principal desta categoriade UC).

13 - ARARINHA-AZUL

Tipo vegetacional: Savana estépica parque.

Localização: Curaçá e Juazeiro (BA),próximo ao rio São Francisco.

PROPOSTAS DE CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

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Recomendações específicas: Criação deuma Reserva Biológica cercada por APA.Esta é a área de reprodução da ararinha-azul e esta tipologia vegetal está poucorepresentada nas UCs existentes.

14 - ESTAÇÃO ECOLÓGICADE CASA NOVA

Tipo vegetacional: Savana estépicaarborizada.

Localização e descrição geral: Casa Nova(BA), Petrolina, Santa Maria da Boa Vistae Afrânio (PE). Área de baixo impactoantrópico e bom estado de conservação.

Recomendações específicas: Criação deunidade de conservação utilizandomecanismo de compensação ambiental darepresa de Sobradinho, no rio SãoFrancisco; criação de Estação Ecológicacircundada por APA; recuperação de áreaem processo de desertificação. Área depreservação de grandes mamíferos(recomendação do Workshop Jaguar in theNew Milenium, México, 1999).

15 - FLORESTA � MARGEM DOSÃO FRANCISCO

Tipo vegetacional: Savana estépica parquee savana estépica florestada.

Localização e descrição geral: Petrolândia,Floresta e Tacaratu (PE). Tipologia poucocontemplada em UCs; proximidade daReserva Biológica Serra Negra.

Recomendações específicas: Criação deAPA com área nuclear de preservaçãopermanente; proteção de margem do rioSão Francisco e mata ciliar.

16 - COREMAS

Tipo vegetacional: Savana estépicaflorestada, savana estépica arborizada econtato savana estépica/floresta estacional.

Localização: Coremas, Igaraci, Piancó,Aguiar e São José da Lagoa Tapada (PB).

Recomendações específicas: Preservaçãode águas do açude Coremas e suas matasadjacentes; criação de APA.

17 - SERRA TALHADATipo vegetacional: Savana estépicaarborizada.Localização: Serra Talhada (PE).Recomendações específicas: Criação deunidade de conservação da categoriaFloresta Estadual, visando a demonstraçãode manejo florestal para produção de carvão.

18 - VALE DOS DINOSSAUROSTipo vegetacional: Savana estépica/atividade agrícola/savana estépicaarborizada.Localização: Souza (PB).Recomendações específicas: ProtegerMonumento Natural.

19 - PARQUE NACIONAL DE MARTINSTipo vegetacional: Savana estépica/atividades agrícolas.Localização e descrição geral: Martins (RN).Área com vegetação de brejo de altitude;belezas cênicas, interesse espeleológico,arqueológico e histórico; área com visitaçãopública já instalada, cidade turística.Recomendações específicas: Criação deParque Nacional.

20 - PARQUE NACIONAL DESÃO BENTO DO NORTETipo vegetacional: Savana estépica/atividades agrícolas e savana estépicaarborizada.Localização e descrição geral: Galinhos,Guamoré, São Bento do Norte, PedraGrande e Touros (RN). Área de caatinga emcontato com o litoral (mata branca); áreade turismo ecológico.Recomendações específicas: Criação deParque Nacional com APA no entorno.

21 - RESERVA BIOLÓGICADE LUIZ GOMESTipo vegetacional: Savana estépica arbo-rizada.

Localização: Luiz Gomes (RN).

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Recomendações específicas: Criação deReserva Biológica para preservação de umasubespécie de Cebus apella.

22 - MONUMENTO NATURALDE SERRA CAIADA

Tipo vegetacional: Savana estépica/atividade agrícola.

Descrição geral: Serra Caiada (RN) (ex-Presidente Juscelino). Formação geológicamais antiga da América do Sul � Pré-Cambriano.

Recomendações específicas: Criação deMonumento Natural.

23 - APA DO BAIXO JAGUARIBE

Tipo vegetacional: Savana estépica/atividade agrícola e savana estépicaarborizada.

Localização: Quixeré, Limoeiro do Norte,Tabuleiro do Norte, São João do Jaguaribe,Jaguaretama, Morada Nova, Russas,Palhano, Itaiçaba, Aracati, Fortim,Jaguaruana (CE).

Recomendações específicas: Criação daAPA Estadual do Baixo Jaguaribe; apoio àgestão de recursos hídricos do Comitê daBacia do Baixo Jaguaribe; proteção daReserva Ecológica do Castanhão; proteçãode carnaubal.

24 - FLORESTA NACIONALDE SOBRAL

Tipo vegetacional: Savana estépicaarborizada.

Localização e descrição geral: Sobral(CE). Estação Experimental Florestal,área de pesquisa do IBAMA, deaproximadamente 1.200 hectares, semproblemas fundiários, e com projetopronto para transformação em FLONA(decreto ainda não publicado).

Recomendações específicas: Apoio àcriação da FLONA de Sobral com estudosjá finalizados e encaminhados paraimplementação.

25 - APA DAS SERRAS DEBATURITÉ E MARANGUAPE

Tipo vegetacional: Savana estépicaarborizada/atividades agrícolas.

Localização: Redenção, Acarape, Barreira,Pacajus, Horizonte, Itaitinha, Pacatuba,Maracanaú, Caucaia, Pentecostes,Apuiarés, Baturité e Aracoiaba (CE).

Recomendações específicas: Criação deAPA federal no entorno das serras doBaturité e Maranguape, ambas já APAsestaduais. Área de contato entre Caatingae enclave de Mata Atlântica.

26 - ÁREA DE CONFLITOCEARÁ/PIAUÍ

Tipo vegetacional: Contato savana estépica/floresta estacional e savana estépicaarborizada.

Descrição geral: Área de conflito Ceará-Piauí (código municipal 1115). Área deexcelente preservação com remanes-centes significativos de caatinga ecarrasco, contígua à RPPN Serra dasAlmas e à APA da Serra da Ibiapaba.

Recomendações específicas: Criação deParque Nacional.

27 - APA DE DOM INOCÊNCIO

Tipo vegetacional: Savana estépicaarborizada, savana estépica florestada,savana estépica/atividades agrícolas.

Localização e descrição geral: DomInocêncio, Lagoa do Barro do Piauí,Queimada Nova, Paulistana (PI). Área deboa preservação de espécies da fauna eflora.

Recomendações específicas: Criação deAPA federal; ordenação do uso do solo;garantia do fluxo de espécies.

28 - ESTAÇÃO ECOLÓGICADO CASTANHÃO

Tipo vegetacional: Savana EstépicaArborizada.

Localização: Alto Santo e Jaguaribara (CE).

310

29 - RESERVA EXTRATIVISTADE BABAÇU

Tipo vegetacional: Contato Savana /Savana Estépica e Floresta Estacional.

Descrição geral: Área do Nordeste doMaranhão.

Recomendações específicas: Promoção deestudos para identificar áreas maisrepresentativas e importantes para aimplementação e manejo.

30 - PIRACURUCA

Tipo vegetacional: Savana florestada.

Descrição geral e localização: Tipovegetacional não representado no sistemade UCs. Área vizinha ao Parque Nacionalde Sete Cidades.

Recomendações específicas: Ampliação doParque Nacional de Sete Cidades paraincluir área com este tipo vegetacional.A ampliação deverá se estender ao nortedo PARNA, no município de Piracuruca,incluindo o extremo leste do município deSão José do Divino.

31 - PARQUE ESTADUALPEDRA DA BOCA

Tipo vegetacional: Contato entre savanaestépica/atividade agrícola e savanaestépica/floresta estacional.

Localização: Araruna (PB).

32 - SIMÃO DIAS

Tipo vegetacional: Contato savana esté-pica/floresta estacional.

Localização: Simão Dias (SE).

Recomendações específicas: A ADEMApropõe a criação de uma APA nesta área,ainda sem tamanho definido.

33 - APA DO BAIXO SÃO FRANCISCO

Tipo vegetacional: Savana estépicaflorestada, savana estépica arborizada esavana estépica /atividade agrícola.

Localização: Piranhas (AL); Canindé deSão Francisco, Poço Redondo e MonteAlegre de Sergipe (SE).

Recomendações específicas: Dentro destaAPA recomendamos a criação de umaEstação Ecológica ou outra unidade comcategoria de proteção integral, referente àmedida compensatória da implantação doProjeto Usina Hidrelétrica de Xingó (CHESF).

A APA e a EE incluem três propostas jáexistentes de criação de unidades deconservação: uma proposta pelo IMA, semcategoria definida e tamanho previsto de9.000ha (5.000 já pertencem à CHESF, quepretende adquirir mais 4.000ha � Canyonsde Xingó, AL e Canindé, SE), e duas APAspropostas pela ADEMA nos municípios dePoço Redondo, SE (área de interesse histórico� Fazenda Angico, e Monte Alegre de Sergipe,SE, ambas sem tamanho definido.

311

Desenvolvimentoregional e pressões

antrópicas nobioma Caatinga

Yoni SampaioUniversidade Federal de Pernambuco

José Edmilson Mazza BatistaUniversidade Federal de Pernambuco

312

INTRODUÇÃO

A região da Caatinga comporta umadiversidade socioeconômica decorrente, emparte, da diversidade edafoclimática da área,a qual, por sua vez, condicionou a evoluçãosocial e econômica desde o princípio da maldenominada colonização branca. Osachados arqueológicos permitemcomprovar que os primitivos habitantesconcentravam-se nas áreas mais úmidas: osvales de rios perenes e os brejos de altitude,as serras com fontes perenes o ano todo(Martin 1997). No ciclo do gado, quandoda chegada dos colonizadores paraimplantação de currais, os rios serviram deestradas naturais, sendo o curso perene dorio São Francisco considerado a avenidaprincipal (Magalhães 1978, Lins 1976).A população invasora, uma mistura deportugueses e de caboclos brasileiros, índiose negros, estabeleceu seus currais ondehavia água, realizando inclusões agrícolasem vales e serras úmidas que permitiram aimplantação da cana-de-açúcar, entãodominante em todo o litoral nordestinoabaixo do Forte dos Reis Magos, do RioGrande do Norte até o Recôncavo baiano(Sampaio 1983). Esse processo civilizatório

deixou marcas na região, resultando emmaior adensamento populacional eexploração da terra nos vales úmidos e nosbrejos de altitude. Outras influênciasmarcantes determinaram o surgimento decentros de irradiação e de nucleaçãocomercial, nas primitivas vias de penetraçãoe, posteriormente, ao longo das ferrovias, nofinal do século XIX, e dos eixos rodoviários,já no século XX. Ao longo de pouco mais de350 anos de história, a concentraçãodemográfica, que ao lado de outras variáveissocioeconômicas marca a diversidade daárea, destaca a singularidade dos brejos dealtitude, dos poucos rios perenes, hoje comnumerosos perímetros irrigados de maior oumenor dimensão, e das cidades desen-volvidas como centros comerciais (Sampaio& Pessoa 1987, Souza 1979, Melo 1978,Duque 1953, 1964, Andrade 1980).

Neste capítulo, essa diversidadesocioeconômica é analisada com base emalgumas poucas variáveis demográficas, decondição de vida e de exploraçãoagropecuária. Ao final, é apresentado oÍndice de Pressão Antrópica, no qual sãocombinadas diversas dessas variáveis.

Ad

riano

Gam

barin

i

Vaqueiro da Caatinga

313

A densidade demográfica total dosmunicípios da área da Caatinga é, de modogeral, bastante baixa (Figura 1). Nessesmunicípios nos estados do Maranhão,Minas Gerais e Piauí a densidadedemográfica é muito baixa, sendo essasáreas consideradas um vazio demográficoem passado recente. Nos estados do RioGrande do Norte, Paraíba, Pernambuco,

Alagoas e Sergipe a densidade é maiselevada. Em cada estado se destacam, sejapor serem centros administrativos, a capitale sua periferia, ou por serem cidades quefuncionam como nucleação comercial e deserviços. Destacam-se, dessa forma: noPiauí, Parnaíba (238 hab/km2) e Teresina(363); no Ceará, Eusébio (349), Pacatuba(316), Juazeiro do Norte (805), Maracanau

DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO

Demografia

Figura 1Densidade da

população total(habitantes/km2)

nos municípios dobioma Caatinga

(Fonte: IBGE 1996a).

Limite estadual

0 - 50

50 - 100

100 - 200

> 200

Densidade da População Total (hab/km2)

314

(1.617) e Fortaleza (6.260), constituindoEusébio, Pacatuba, Maracanau e Fortalezaa grande Fortaleza; no Rio Grande do Norte,São Gonçalo do Amarante (217),Parnamirim (679) e Natal (3.859), todas danucleação de Natal; na Paraíba, Pirpirituba(208), Lagoa Seca (213), Pilõezinhos (257),Guarabira (359) e Campina Grande (316);em Pernambuco, Limoeiro (201),Machados (215), Macaparana (225),Garanhuns (235), Caruaru (249), Camocimde São Félix (282) e Toritama (527); emAlagoas, Arapiraca (471); em Sergipe,Itabaiana (213) e Propriá (270); na Bahia,Feira de Santana (336). Com exceção

desses destaques, a densidade demo-gráfica total é bastante homogênea,estando na faixa inferior a 100 hab/km2 e,nas áreas mais vazias, abaixo de 30 hab/km2. Na Tabela 1 é apresentada adistribuição dos municípios por faixas dedensidade.

A densidade demográfica rural (umaaproximação, uma vez que foi calculada apartir da população rural e da área total domunicípio) é ainda mais homogênea(Figura 2). Apenas 15 municípios em todaa Caatinga apresentam densidade acimade 100 hab/km2, a grande maioria comvalores abaixo de 50 hab/km2 (Tabela 1).

Figura 2Densidade dapopulação rural(habitantes/km2)nos municípios dobioma Caatinga(Fonte: IBGE 1996a).

Densidade da População Rural (hab/km2)

Limite estadual

0 - 2020 - 5050 - 100>100

315

O crescimento populacional é muitodiverso em cada município da região daCaatinga (Figuras 3 e 4). De modo geral,tem sido muito baixo, ou negativo, no Ceará,Paraíba e Pernambuco (IBGE 1980, 1991,1996a). Há um número expressivo demunicípios com taxa de crescimento acimade 2% no período 1980-91 (Figura 3), maspoucos mantém essa mesma taxa decrescimento no período 1991-96 (Figura 4).Esses poucos são: em Alagoas, DoisRiachos, Jaramatéia, Lagoa da Cana,Palestina e Piranhas, com destaque paraesse último, que apresentou taxa decrescimento de 8,41% para o período 1980-1991, e 6,33% para o período de 1991 a1996, fruto da implantação da hidrelétricade Xingó; no Maranhão e no Piauí, nenhummunicípio mantém a taxa de crescimentoacima de 2% nos dois períodos; no Ceará,Caucaia e Fortaleza, na região metropolitanade Fortaleza, Limoeiro do Norte, na várzeado Jaguaribe, e Tianguá, na Serra daIbiapaba; no Rio Grande do Norte, BomJesus, Brejinho, Ceará-Mirim, Extremoz,Itarí, São Gonçalo do Amarante, São Joséde Mipibu, Timbaúba dos Batistas e VeraCruz, com destaque para Parnamirim, naregião metropolitana de Natal, e Guamaré,em área de praia; na Paraíba, apenas São

Bento; em Pernambuco, Brejo da Madre deDeus, Santa Cruz do Capibaribe e SantaMaria da Boa Vista; em Sergipe, Canindédo São Francisco e Telha; na Bahia, ÉricoCardoso, Araci, Barra do Estiva, CoronelJoão Sá, Feira de Santana, Ichu, Jaguarari,Lençóis, Mucugê, Santa Brígida, Tanhaçu eWagner, na sua maioria, núcleos comerciaise áreas da Chapada Diamantina. De modogeral, a região semi-árida está se esvaziando,e a população está se concentrando ao redordas cidades maiores, na costa e nasproximidades dos pólos industriais eperímetros irrigados. Na ausência deatividades rentáveis no semi-árido, migramos mais aptos, permanecendo velhos ecrianças, em boa parte dependentes detransferências do governo, aposentadoriase pensões.

Condições de vidaA taxa de analfabetismo para maiores

de 15 anos é bastante elevada, entre 40 e60%, em quase todos os municípios(Figura 5), quando no Brasil era de 20% eno Nordeste de 37%. Em apenas 20municípios essa taxa é menor que 30%,alcançando os menores valores emTeresina (19%), Natal (15%) e Montes Claros(14%), e chegando a atingir mais de 70%em Simões, no Piauí, e Pedro Alexandre,na Bahia (78%).

A esperança de vida ao nascer ébastante uniforme entre os municípios,situando-se na faixa entre 50 e 60 anos,ultrapassando em alguns poucos casos os60 anos, mas raramente chegando aos 65anos (Figura 6).

A taxa de mortalidade infantilapresenta-se variada, mas sempre elevada,geralmente acima de 100 por mil(Figura 7). Nas piores situações ultrapassa150 por mil, e em alguns poucos casossitua-se abaixo de 50 por mil. Nosmunicípios de Minas Gerais observam-seas menores taxas de toda a Caatinga.

A Caatinga comporta a populaçãomais pobre do Nordeste e uma das maispobres do Brasil. Em apenas trêsmunicípios, as capitais Natal, Fortaleza e

Estado 200 > DPT > 100 DPT > 200 DPR > 100MA 0 0 0PI 0 2 0CE 10 5 1RN 8 3 1PB 21 5 5PE 16 7 5AL 6 1 2SE 4 2 0BA 7 1 1MG 0 0 0Total 72 26 15

Fonte: IBGE (1996a)

Tabela 1 - Número de municípios por faixa de DensidadePopulacional Total (DPT, hab/km2) e DensidadePopulacional Rural (DPR, hab/km2).

316

Teresina, a renda média per capita excedea um salário mínimo, sendo, na grandemaioria dos casos, inferior a meio saláriomínimo (Figura 8). Os estados com asrendas mais baixas são o Ceará, oMaranhão e a Paraíba. As maiores rendasmédias ocorrem nas capitais, Natal (1,45salários mínimos), Fortaleza (1,33) eTeresina (1,01), e nas cidades que sedestacam pela atividade industrial,comercial ou presença de empresaspúblicas: Toritama (1,00), Santa Cruz doCapibaribe (0,97), Montes Claros (0,96),Feira de Santana (0,94), Caruaru (0,92),

Campina Grande (0,89), Pau dos Ferros(0,79), Itacuruba (0,78), Mossoró e PauloAfonso (0,76), e Piranhas (0,74).

De modo geral, as condições devida são piores nas áreas mais secas, queapresentam menor capacidade desuportar at iv idades econômicassustentáveis que gerem renda epropiciem condições para melhordotação de infra-estrutura social. Estequadro é um pouco menos nítido face àdinâmica populacional que redistribui apopulação, como visto, em favor das

Figura 3Taxa de crescimentoda população totalentre 1980 e 1991nos municípios dobioma Caatinga(Fonte: IBGE 1991).

Taxa de crescimento (1980/91)

Limite estadual

< 0.00.0 - 0.250.25 - 0.500.50 - 0.75

> 1.0

0.75 - 1.0

317

áreas mais bem aquinhoadas, propician-do um melhor equilíbrio.

Em conjunto, a renda pessoal e ainfra-estrutura social determinam ochamado Índice de DesenvolvimentoHumano � IDH (IBGE, 1996b). O IDH é acombinação de três índices: o índice delongevidade, calculado com base naesperança de vida ao nascer; o índice deeducação, baseado na taxa de anal-fabetismo e no número médio de anos deestudo; e o índice de renda, baseado narenda familiar per capita média, ajustadaatravés da fórmula de Atkinson para a

utilidade da renda (IBGE 1996b). Osmunicípios são classificados como de baixodesenvolvimento humano quando o IDH éinferior a 0,5, médio entre 0,5 e 0,8, e altopara valores iguais ou superiores a 0,8.

O IDH reflete muito proximamentea renda, de forma direta ou indireta, umavez que possibilita a aquisição de bens eserviços, e determina, em parte, aarrecadação e a capacidade deinvestimento do governo municipal. Essacorrelação não é perfeita porque a forçapolítica do município em alavancarrecursos de outras esferas do governo sofre

Figura 4Taxa de crescimento

da população totalentre 1991 e 1996nos municípios do

bioma Caatinga(Fonte: IBGE 1996a).

Taxa de crescimento (1991/96)

Limite estadual

< 0.00.0 - 0.250.25 - 0.500.50 - 0.75

> 1.00.75 - 1.0

318

influências diversas; a migração, no curtoprazo, pressiona o IDH para baixo em áreascom melhor dotação; e por razõeshistóricas. Não obstante, a relação dosmunicípios com maior IDH apresenta-semuito próxima à dos com renda maiselevada, ressalvando-se que não há umúnico município com alto desenvolvimentohumano na região (> 0,8). Natal (0,776),Fortaleza (0,762) e Teresina (0,688)mantêm a mesma ordem e a liderança.Seguem Montes Claros (0,687), Feira deSantana (0,644), Campina Grande (0,618),Parnamirim (0,612), Caruaru (0,607),

Toritama (0,606), Caicó (0,604) e Petrolina(0,60). Entre os municípios com IDH maiorque 0,60, não estão representados, emboraestejam entre os de renda per capita maiselevada, Santa Cruz do Capibaribe, queobtém sua renda da produção de sulanca,Pau dos Ferros, Itacuruba, Paulo Afonso ePiranhas, os três últimos beneficiários detransferências da Chesf. Aparecem comIDH mais elevado, Parnamirim, na regiãometropolitana de Natal, Caicó e Petrolina,esses dois últimos municípios comhistóricas lideranças políticas, deter-minantes para a melhoria da infra-estrutura

Figura 5Taxa de analfabetismoentre maiores de15 anos nosmunicípiosdo bioma Caatinga(Fonte: IBGE 1996a).

Taxa de analfabetismo(maiores de 15 anos)

Limite estadual

< 30

30 - 5050 - 70> 70

319

social. A grande maioria dos municípiosapresenta baixo desenvolvimento humano;apenas 48 municípios, ou 4,6% do total,apresentam IDH igual ou superior a 0,5(Figura 9).

Agropecuária e extrativismoEm áreas com predomínio da

população rural, as atividades agro-pecuárias e extrativistas apresentam grandedestaque. Do ponto de vista da pressãoantrópica, essas são bem mais deter-

minantes que as atividades mais urbanas,como a indústria e os serviços. Para análisedessas atividades foram calculados trêsindicadores: (a) a área cultivada comculturas e pastos em relação à área totaldo município; (b) a densidade do rebanho� a soma do rebanho bovino, equino, muar,ovino e caprino, esses dois últimosincorporados com a equivalência de 1/5,dividida pela área total do município; (c) ovolume de lenha extraída dividido pela áreado município. Optou-se por indicadoresrelativos para evitar destacar municípioscom maior área. Os dados básicos são do

Figura 6Esperança de vida aonascer nos municípios

do bioma Caatinga(Fonte: IBGE 1996a).

Esperança de vida (anos)

Limite estadual

0 - 5050 - 6060 - 65

> 65

320

Censo Agropecuário de 1996 (IBGE1996c).

A densidade da área cultivada variaentre zero e um, ou entre zero e 100%. Noentanto, a soma das áreas cultivadas,divulgadas no Censo Agropecuário, excede,em vários casos, a área total do município.Não obstante, achou-se preferível utilizar oindicador acima do que calcular apercentagem cultivada em relação à áreatotal dos estabelecimentos, uma vez que,em outros casos, essa área nãocorresponde sequer à metade da área domunicípio. Como é impossível sanar esse

problema dos dados, procede-se à análise.Como era de esperar, esse indicador é maiselevado no Agreste e nas Serras Úmidas,áreas que historicamente são maisagrícolas que pecuárias. Essas áreascultivadas são um dos fatores maisdeterminantes da pressão antrópica, sendoresponsáveis por grandes alterações nabiodiversidade local.

A densidade de rebanho é outro fatorde pressão antrópica, agravado pelaelevada lotação verificada na Caatinga,prática que reforça as conseqüênciassociais negativas quando da ocorrência de

Figura 7Taxa de mortalidadeinfantil (por 1.000crianças) nosmunicípios do biomaCaatinga(Fonte: IBGE 1996a).

Taxa de Mortalidade Infantil(por 1000 crianças)

Limite estadual

0 - 5050 - 100

100 - 150>150

321

uma seca. O INCRA trabalha com trêsindicadores de lotação de rebanho: 1,2cabeças nas áreas mais úmidas, como osvales férteis, 0,7 nas áreas agrestadas e0,35 na caatinga propriamente dita, emcondições normais de pastoreio. O índicecalculado mostra lotações muito acima dorecomendado. A conseqüência dessepastoreio intensivo é a eliminação maisdrástica da vegetação nativa.

Na Caatinga, a atividade extrativistaé de menor importância, com exceção daextração de lenha para uso doméstico, empadarias e em indústrias. Essa extração é

constatada, pelo Censo, em apenas algunspoucos municípios, não se excluindo, noentanto, a possibilidade de extração ecoleta domiciliar em muitos outrosmunicípios.

O Índice de Pressão Antrópica � IPA

O Índice de Pressão Antrópica � IPAengloba os indicadores de atividadeagrícola (área cultivada), pecuária (lotaçãorelativa), extrativismo (lenha) e pressãopopulacional (densidade rural), sendo

Figura 8Renda per capita

(em salários mínimos)nos municípios do

bioma Caatinga(Fonte: IBGE 1996a).

Renda per Capita(em salários mínimos)

Limite estadual

< 0.50.5 - 0.750.75 - 1.00> 1.0

322

calculado pela fórmula:

IPA = 1 - (1/n) Xi ,

onde Xi = (max Xi - Xi / max Xi - min Xi ), ié o indicador, max Xi é o valor máximo doargumento desse indicador, min Xi é o valormínimo do argumento e Xi é a observaçãodo argumento no município em análise.Essa fórmula, já empregada em estudospara outras regiões (p. ex. a Mata Atlântica),não é a mais apropriada, uma vez queapresenta viés para baixo. Mas,infelizmente, uma abordagem mais

adequada requereria consistência nosdados, o que não se observa nos últimosdados censitários do IBGE (Sampaio et al.2000). Além do viés para baixo, esse não éuniforme para todos os municípios,podendo resultar em alteração na posiçãorelativa dos mesmos. Acredita-se, porém,que essas alterações de posição nãocheguem a ponto de interferir na visão maisampla da pressão por área.

O IPA surge bem mais elevado emáreas mais férteis, nas quais há maioresáreas agrícolas, áreas de pastagem e

Figura 9Índice deDesenvolvimentoHumano (IDH) nosmunicípios do biomaCaatinga(Fonte: IBGE 1996b).

Indice de Desenvolvimento Humano

Limite estadual

00 - 0.5

> 0.5

323

pecuária melhorada (Figura 10). Nessasáreas, o adensamento econômico, quepossibilita a sustentação de uma populaçãomaior, resulta em um índice de pressãoantrópica maior e uma potencial

Figura 10Índice de Pressão

Antrópica nosmunicípios do bioma

Caatinga (baseado emdados brutos

coletadosem IBGE a,c).

insustentabilidade futura, caso não sejamtomadas providências para a simultâneasustentabilidade econômica, social eambiental, como preceituado pelas NaçõesUnidas (WCED 1987, Melo 1999).

Índice de Pressão Antrópica

Limite estadual

0 - 0.10.1 - 0.20.2 - 0.3

0.3 - 0.4> 0.4

324

ANDRADE, M.A.C. DE. 1980. Terra e o Homem noNordeste. 4. ed. Livraria Editora CiênciasHumanas.

DUQUE, J.G. 1953. Solo e Água no Polígono das Secas.DNOCS.

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SOUZA, J.G. DE. 1979. O Nordeste Brasileiro: UmaExperiência de Desenvolvimento Regional. BNB.

WCED � WORLD COMISSION ON ENVIRONMENT AND

DEVELOPMENT. 1987. Our Common Future. Oxford.

325

Pressõesantrópicas atuais

e futuras nobioma Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO

GRUPO TEMÁTICO �DESENVOLVIMENTO

REGIONAL E PRESSÕES ANTRÓPICAS�

Yoni SampaioCoordenação

José Edmilson Mazza Batista

José Sinésio Herculano e Silva

Justino José Pereira Neto

Maurício Lins Aroucha

Paulo Gustavo do Prado Pereira

Rita Alcântara

Ronaldo Câmara Cavalcanti

Ronaldo Jucá

Sílvio Rocha Sant�Ana

326

A Caatinga é certamente um dosbiomas brasileiros mais alterados pelasatividades humanas através dos séculos.Por meio da combinação de indicadoresde atividade agrícola, de pecuária, deextrativismo e de pressão populacional foicalculado o índice de pressão antrópica �IPA. Esse índice indica a situação atual dapressão da ação humana sobre o biomaCaatinga.

Posteriormente foram identificadas13 ações, políticas e atividades previstasem diversos planos de desenvolvimentodefinidos para a região. Tais planos, tantofazem parte das estratégias do governofederal como das de muitos governosestaduais. Essas ações, políticas eatividades são: estabelecimento de políticade irrigação; criação de pólos minerais;transposição do rio São Francisco;expansão da caprinocultura; construção doporto de Pécem; expansão da apicultura eda piscicultura nos lagos do rio SãoFrancisco; implementação da Transnor-

destina; ocorrência de turismo em brejosde altitude; construção do gasoduto Natal/Fortaleza; implantação da linha detransmissão Serra da Mesa/Salvador eextração de madeira e pressões a montantedo rio São Francisco, no estado de MinasGerais. Classificou-se o impacto de cadauma dessas atividades como alto, médio ebaixo; em seguida, o mapa da pressãoantrópica atual e o mapa descritivo dos 13pólos de dinâmica foram sobrepostos, oque resultou no mapa de pressão antrópicadinâmica (Figura 1).

Os maiores eixos de pressão nobioma Caatinga estão localizados noAgreste; ao longo do rio São Francisco; emtorno da chapada do Araripe e no litoralcearense. Dessas áreas, as três primeiras,pelo menos, são sem dúvida de grandeimportância para a biodiversidade, o quecausa, portanto, conflito entre conservaçãoe desenvolvimento regional. Esse conflito,por sua vez, somente poderá sersolucionado com a adoção de modos de

And

ré P

esso

a

Solo seco

327

Figura 1Principais áreas depressão antrópica

na Caatinga.

uso sustentável dos recursos naturais dobioma. A aparente baixa pressão antrópicaem grande parte do bioma não implica ofato de a pressão sobre a biodiversidadeser menor. Ao contrário, a criação

extensiva, não sustentável, de gado e ocorte de lenha para combustívelmodificaram muito, e continuam a alterar,drasticamente, a biota original daCaatinga.

Eixos de pressão

Limite estadual

Linha férrea

Gasoduto

Transposição

LT - 500 kvCHESF

Pressão antrópica

Média

Alta

Baixa

Limite do bioma Caatinga

329

Estratégias parao uso sustentável

da biodiversidadeda Caatinga

Marcos Antônio Drumond

Lucia Helena Piedade Kiill

Paulo César Fernandes Lima

Martiniano Cavalcante de Oliveira

Visêldo Ribeiro de Oliveira

Severino Gonzaga de Albuquerque

Clóvis Eduardo de Souza Nascimento

Josias Cavalcanti

Pesquisadores da EmbrapaSemi-Árido, Petrolina - PE

330

INTRODUÇÃOO Nordeste do Brasil tem a maior

parte de seu território ocupado por umavegetação xerófila, de fisionomia e florísticavariada, denominada Caatinga. Fitogeo-graficamente, o bioma Caatinga ocupacerca de 11% do território nacional,abrangendo os estados da Bahia, Sergipe,Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grandedo Norte, Ceará, Piauí e Minas Gerais. Nacobertura vegetal das áreas da regiãoNordeste, a Caatinga representa cerca de800.000km2, o que corresponde a 70% daregião. Aproximadamente 50% das terrasrecobertas com a Caatinga são de origemsedimentar, ricas em águas subterrâneas.Os rios, em sua maioria, são intermitentese o volume de água, em geral, é limitado,sendo insuficiente para a irrigação. Aaltitude da região varia de 0-600m,apresentando temperaturas que variam de24 a 28oC, precipitação média de 250 a1000mm e déficit hídrico elevado durantetodo o ano (Nimer 1979, Silva et al. 1992,Sampaio et al. 1994)

A vegetação de caatinga éconstituída, especialmente, de espécies

lenhosas de pequeno porte, herbáceas,cactáceas e bromeliáceas. As primeiras sãodotadas de espinhos, sendo, geralmente,caducifólias, perdendo suas folhas no inícioda estação seca. Fitossociologicamente, adensidade, freqüência e dominância dasespécies são determinadas pelas variaçõestopográficas, tipo de solo e pluviosidade(Luetzelburg 1974, Andrade-Lima 1981,Araújo Filho & Carvalho 1997).

Não existe uma lista completa dasespécies da caatinga, encontradas nas suasmais diferentes situações edafoclimáticas(agreste, sertão, cariri, seridó, carrasco,entre outros). Em trabalhos qualitativos equantitativos sobre a flora e vegetação dacaatinga, foram registradas cerca de 932espécies arbóreas e arbustivas, sendo 318endêmicas (Giulietti et al. 2002).Certamente o número de espéciesaumentará se considerarmos as herbáceas.As famílias mais freqüentes sãoCaesalpinaceae, Mimosaceae, Euphorbia-ceae, Fabaceae e Cactaceae, sendo osgêneros Senna, Mimosa e Pithecellobiumos com maior números de espécies. A

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Homem da Caatinga

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catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.),as juremas (Mimosa spp.) e os marmeleiros(Croton spp.) são as plantas maisabundantes na maioria dos trabalhos delevantamento realizados em área decaatinga (Sampaio et al. 1994)

Potencial forrageiro e frutíferoEm termos forrageiros, a caatinga

mostra-se bastante rica e diversificada.Entre as diversas espécies, merecem serdestacadas: o angico (Anadenantheramacrocarpa Benth), o pau-ferro (Caesal-pinia ferrea Mart. ex. Tul.), a catingueira, acatingueira-rasteira (Caesalpinia micro-phylla Mart.), a canafistula (Sennaspectabilis var. excelsa (Sharad) H.S.Irwine& Barnely), o marizeiro (Geoffraea spinosaJacq.), a jurema-preta (Mimosa tenuiflora(Willd.) Poiret, o sabiá (Mimosa caesal-pinifolia Benth.), o rompe-gibão (Pithece-lobium avaremotemo Mart.) e o juazeiro(Zizyphus joazeiro Mart.), entre as espéciesarbóreas; o mororó (Bauhinia sp.), oengorda-magro (Desmodium sp.), amarmelada-de-cavalo (Desmodium sp.), ofeijão-bravo (Capparis flexuosa L.), o mata-pasto (Senna sp.) e as urinárias (Zornia sp.),entre as espécies arbustivas e subar-bustivas; e as mucunãs (Stylozobium sp.)e as cunhãs (Centrosema sp.), entre aslianas e rasteiras. A fitomassa disponívelpara os animais numa caatinga bruta naépoca chuvosa é de 1.000kg MS/ha,distribuídos mais ou menos de modo igualentre os estratos herbáceo e lenhoso(Albuquerque & Bandeira 1995).

Destacam-se como frutíferas, oumbu (Spondias tuberosa Arruda),araticum (Annona glabra L., A. coriaceaMart., A. spinescens Mart.), mangaba(Hancornia speciosa Gomez), jatobá(Hymenaea spp.), juazeiro (Ziziphusjoazeiro Mart.), murici (Byrsonima spp.), eo licuri (Syagrus coronata (Mart.) Becc.),que são exploradas de forma extrativistapela população local. Essa forma deexploração tem levado a uma rápidadiminuição das populações naturais dessasespécies vegetais, que estão ameaçadas deextinção (Mendes 1997).

Potencial medicinalEntre as diversas espécies da

Caatinga, várias plantas são notoriamenteconsideradas como medicamentosas deuso popular, sendo vendidas folhas, cascase raízes, em calçadas e ruas das principaiscidades, bem como mercados e feiraslivres. Entre elas, destacam-se a aroeira �Myracrodruon urundeuva F.F. & M.M.Alemão (adstringente), araticum � Annonasp.(antidiarréico), quatro-patacas �Allamanda Blancheti Muell. Arg.(catártica), pau-ferro � Caesalpinia ferreaMart. ex Tul. (antiasmática e antisséptica),catingueira (antidiarréica), velame �Croton campestris (St. Hil.) Muell. Arg. emarmeleiro � Croton sonderianus Muell.Arg. (antifebris), angico � Anadenantheramacrocarpa Benth. (adstringente), sabiá� Mimosa caesalpiniifolia Benth.(peitoral), juazeiro � Ziziphus joazeiro Mart.(estomacal), jericó � Selaginellaconvuluta Spring. (diurético), pau d�arco� Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.)Standl.)(anticancerígena),entre outras(Agra 1996).

Potencial madeireiroInventários florestais da região

demonstram estoques lenheiros variandoentre 7 e 100m3 de lenha (Tavares et al.1970, Carvalho 1971, Souza Sobrinho1974, Tavares 1974a, 1974b, Lima et al.1978). Como fonte madeireira para aprodução de lenha, carvão e estacas,destacam-se o angico, o angico-de-bezerro(Piptadenia obliqua (Pres.) Macbr.), acatingueira-rasteira, o sete-cascas(Tabebuia spongiosa), a aroeira, a baraúna(Schinopsis brasiliensis Engl.), a jurema-preta, o pau-d�arco, a catingueira, o sabiáe a umburana (Commiphora leptophloeosEngl.), dentre outras (Drumond 1982,Drumond 1992).

Em face da importância da aroeira edo umbuzeiro na economia dos agri-cultores, essas espécies foram proibidas deserem usadas como fonte de energia pelalegislação florestal, a fim de evitar a suaextinção na região.

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Potencial faunísticoOs mamíferos são de pequeno porte,

sendo os roedores os mais abundantes. Asespécies encontradas em maior número naCaatinga, são aquelas que apresentamcomportamento migratório nas épocas deseca (Mendes 1994, Paiva 1997). Algumasespécies já constam como desaparecidas,ou em processo de extinção, como osfelinos (onças e gatos selvagens), osherbívoros de porte médio (veado-catingueiro e a capivara), a ararinha-azul,as pombas de arribação e as abelhasnativas, resultante da caça predatória edestruição de seu hábitat natural.

Problemática da regiãoEmbora apresentando características

ambientais tão adversas, a ocupação dobioma Caatinga se deu, principalmente,através da formação de currais de gado emtorno das margens do rio São Francisco eseus afluentes. O gado era criado à solta,com a água dos mananciais e lagoas. Juntoaos currais e próximo às fontes de água,desenvolveram-se comunidades quefaziam roçados destinados aos plantios defeijão, arroz, milho, cana-de-açúcar,mandioca e algodão. Os moradorespodiam caçar, pescar e coletar outrosalimentos, principalmente frutos, o quecontribuiu para formar uma sociedadeextrativista por excelência (CAR 1985).

Atualmente, a região Nordeste abrigauma população estimada em mais de 25milhões de habitantes, e apresenta pro-blemas estruturais quanto à sustenta-bilidade dos sistemas de produção dealimentos, que, aliados aos constantesefeitos negativos do clima, como as secas,dificultam sua manutenção e desenvol-vimento, levando à deterioração do solo,da água e perda da biodiversidade.A combinação desses fatores pode darinício ao processo de desertificação. Apobreza da região é conseqüência de umaestrutura latifundiária e um sistema decrédito agrícola, comercialização eassistência técnica inadequados, do

deficiente sistema educacional e daocorrência periódica de seca, dentre outras.

A base da economia da região é aagropecuária de sequeiro e a irrigada emalguns locais. Nas áreas de sequeiro, osriscos de colheita são grandes e aumentamnos períodos de seca. Nas áreas irrigadas,há o risco de salinização, embora sejamcrescentes a olericultura e a fruticultura demanga, uva, banana e coco, entre outras.Para a pecuária, a capacidade suporte davegetação de caatinga varia de 15 a 20hectares para cada bovino adulto (Salvianoet al. 1982) e de 1 a 3 hectares paraunidade caprina (Guimarães Filho & Soares1988).

A região Nordeste possui 10,4milhões de caprinos correspondendo a88% do rebanho brasileiro, sendo que aovinocultura, com 7,2 milhões de ovelhas,corresponde a 39% dos rebanhos. Comoalternativa alimentar vem crescendo aformação de pastos de capim buffel,gramínea exótica, que avança na região(IBGE 2001).

Com relação ao extrativismo vegetal,as principais espécies utilizadas são umbu,licuri e carnaúba (Copernicia ceriferaMart.). A produção extrativa do umbuzeiroalcança 20.000 toneladas de frutos porano, com áreas de coleta espalhadas emtodo o Nordeste brasileiro. A comer-cialização dos frutos do umbuzeiro,coletados por famílias de pequenosprodutores ou assalariados agrícolas, éuma atividade crescente em algumasregiões do Nordeste, exceto em Alagoas eMaranhão. Apesar de sua importânciasocioeconômica, os trabalhos de pesquisae, principalmente, de conservação genéticada espécie, são incipientes. A produçãonativa da carnaúba concentra-se nosestados do Ceará e Piauí, responsáveis por80 a 90% da produção de cera brasileira,mas ainda pouco expressiva quandocomparada à produção comercial. Já oouricuri ou licuri, por ser uma palmeiratotalmente aproveitável, vem sendoamplamente explorada desde os temposcoloniais. Essa extração vem causando a

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destruição dos licurizais nativos, que aindasão explorados em larga escala (Duque1980, Noblick 1986).

Hoje, a utilização da caatinga aindase fundamenta em processos meramenteextrativistas para obtenção de produtos deorigens pastoril, agrícola e madeireiro. Nocaso da exploração pecuária, osuperpastoreio por ovinos, caprinos,bovinos e outros herbívoros temmodificado a composição florística doestrato herbáceo, quer pela época querpela pressão de pastejo. A exploraçãoagrícola, com práticas de agriculturaitinerante que incluem o desmatamentoe a queimada desordenados, temmodificado tanto o estrato herbáceo comoo arbustivo-arbóreo. E, por último, aexploração madeireira, que já temcausado mais danos à vegetação lenhosada caatinga do que a própria agriculturamigratória (CAR 1985).

As conseqüências desse modeloextrativista predatório se fazem sentirprincipalmente nos recursos naturaisrenováveis da Caatinga. Assim, já seobservam perdas irrecuperáveis dadiversidade florística e faunística,aceleração do processo de erosão edeclínio da fertilidade do solo e daqualidade da água pela sedimentação. Noque se refere à vegetação, pode-se afirmarque acima de 80% da caatinga sãosucessionais, cerca de 40% são mantidosem estado pioneiro de sucessãosecundária e a desertificação já se fazpresente em, aproximadamente, 15% daárea.

Em recentes levantamentos naregião, os dados de cobertura florestaldemonstraram valores inferiores a 50%por Estado, devido à exploraçãoextensiva das espécies para lenha ecarvão, para supr i r indústr iasalimentícias, curtume, cerâmica, olarias,reformadoras de pneus, panificadoras epizzarias. Em municípios da Chapada doAraripe, onde se localizam indústrias degesso, o consumo de lenha atingevalores de 30.000 metros cúbicos por

mês, o que resul ta em umdesmatamento de aproximadamente 25hectares por dia, sendo a produção davegetação nativa da região da ordem de40 metros cúbicos por hectare,enquanto que o consumo de lenha porpropriedade rural na região de Ouricuri- PE, é de 51estéreos (Ribaski 1986).

Quanto ao problema de reposiçãoflorestal, os trabalhos de reflorestamentose concentram na exótica algarobeira(Prosopis juliflora (SW) DC), espécieimportante quanto aos problemas deordem energética e também comoforrageira. Entretanto, face às facilidadesde regeneração natural que a espécie vemencontrando na região, há o risco de serinvasora, principalmente nas áreasirrigáveis. Não houve reflorestamentoutilizando espécies nativas da região.

Além das inúmeras justificativaspara a conservação da vegetação dacaatinga, baseadas na preservação dadiversidade genética e na sua importânciapara outros recursos naturais como solo,água e fauna, o valor extrativista desseecossistema é particularmente crucial emregiões onde há queimadas constantes,uso do solo e extração de madeira paradiferentes finalidades. Portanto, apreocupação com a conservação dosrecursos naturais é condição indispensávelpara se prever o uso regular da terra porseus proprietários, bem como descobrir edesenvolver métodos não destrutivos deusos dos recursos florestais que sejamaplicáveis à região. Dessa forma, torna-seevidente, e urgente, o conhecimento daflora, fauna, solo e clima, informaçõesfundamentais para o desenvolvimento dequaisquer ações que venham a contribuirpara um melhor planejamento de manejo,uso, conservação e enriquecimento daCaatinga.

Diante do exposto, algumasestratégias para o uso sustentável daCaatinga vêm sendo utilizadas, embora,haja a necessidade de se discutir novaspropostas mais adequadas às condiçõesregionais.

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Recursos florestaisA exploração dos recursos florestais

da Caatinga não é feita de modosustentável, sendo identificadas duasgrandes lacunas nesse segmento. A pri-meira refere-se à falta de desenvolvimentode Sistemas Agroflorestais (SAFs) na regiãoe a segunda se deve ao ajuste da oferta dematéria prima florestal na região e ao nãocumprimento, por parte da populaçãolocal, da reposição florestal obrigatória.

Os problemas ligados ao desen-volvimento de SAFs na região semi-áridado Nordeste são os seguintes: (a) falta detradição do segmento florestal na região;(b) desconhecimento dos benefícios dosSAFs; (c) ensino e práticas voltadas para omonocultivo (cultivo isolado); (d) falta depesquisas que quantifiquem e qualifiquemas melhores alternativas agroflorestais, porzona agroeológica; e (e) desconhecimentode práticas conservacionistas pelo uso deSAFs. Para solucionar estes problemas, sãosugeridas as seguintes alternativas: (a)fomento das atividades agroflorestaisatravés de eventos de difusão, visandoconscientizar e estimular técnicos eagricultores; (b) financiamento institucionaldos órgãos governamentais e ONGs nasolução de problemas comuns, evitandodispersão de esforços e recursos; (c)parceria entre os setores de pesquisa,ensino e extensão com entidades privadaspara uma atuação integrada; (d) introduçãode conceitos e noções básicas deagrossilvicultura nas escolas técnicas deciências agrárias, proporcionando ummaior conhecimento da área agroflorestal;(e) implantação da disciplina deagrossilvicultura nos cursos de graduaçãode engenharia florestal, agronômica ezootécnica; (f) capacitação de recursoshumanos para desenvolvimento dasatividades aplicadas em sistemasagrossilviculturais; (g) divulgação dosresultados de pesquisa de modo que osmesmos cheguem ao agricultor de formaclara e divulgação conjunta dos órgãos depesquisa, extensão e agricultores atravésde unidades demonstrativas nascomunidades; (h) levantamento das

tecnologias existentes na região e emoutros países, passíveis de adoção eadaptação; e (i) criação de bancos de dadosreferentes ao tema, a fim de centralizar afonte das tecnologias e facilitar o repassedesses conhecimentos.

No que diz respeito ao ajuste daoferta de matéria-prima florestal e ocumprimento da reposição florestalobrigatória, os problemas são os seguintes:(a) superexploração da vegetação nativa(manejo inadequado), tanto para produtosmadeireiros quanto não madeireiros(extrativismo); (b) caça e pesca predatória;(c) comércio ilegal de plantas e animaissilvestres; (d) não reposição florestalobrigatória; (e) desconhecimento deespécies potenciais indicadas parareflorestamento em cada zona agro-ecológica da região; (f) não cumprimentode leis governamentais de consumo ereposição de lenha; (g) falta de fiscalizaçãopor parte de órgãos governamentais juntoàs indústrias de transformação; e (h)distância entre áreas produtoras dematéria-prima e indústrias transfor-madoras.

As seguintes propostas alternativassão sugeridas para atenuar essesproblemas: (a) organização de estruturasque envolvam produtores e consumidores,para a comercialização dos produtos;(b) simplificação dos procedimentos buro-cráticos na exploração e manejo deespécies vegetais em matas naturais;(c) apoio financeiro aos agricultores quecomercializam lenha, a fim de melhorproceder ao reflorestamento, cumprindoassim, a reposição florestal; (d) esta-belecimento de recomendações aos órgãosde pesquisa e outros, para elaboração deum zoneamento indicativo de espéciespotenciais para reflorestamento, por zonaagroecológica de cada Estado; (e) iden-tificação de mecanismos administrativos oufinanceiros que permitam a opera-cionalização de propostas para reposiçãoflorestal por parte de agricultores eindústrias consumidoras de lenha e carvão;(f) reforço do papel dos produtores ruraisno processo de abastecimento das

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indústrias; (g) busca de maior vínculo entreconsumidores de lenha e produtores rurais;(h) delimitação de regiões prioritárias parareposição florestal, em função dasindústrias existentes, do avanço dodesmatamento, ou de áreas em processode desertificação; (i) evitar a formação delatifúndios energéticos, por parte deindústrias de transformação (cal, gesso,cimento etc.) a fim de evitar a expulsão defamílias rurais; (j) estabelecimento denormas de reflorestamento, indicando aoreflorestador padrões de manejo dasespécies quanto ao espaçamento a serefetuado (evitando que a reposição sejasomente em função do número de plantas,sem observar o espaçamento ideal para oplantio); (l) desenvolvimento de técnicasflorestais objetivando maior integraçãoespacial entre atividades florestais eagrícolas, mediante uso de sistemasagroflorestais em plantios de reposiçãoobrigatória; (m) oferta de assistênciatécnica por parte dos órgãosgovernamentais, com maior atuação eparticipação da extensão rural no processo;(n) incentivo à criação de áreas deprodução de sementes florestais; (o)

aumento do número de órgãos de fomentopara venda de sementes e/ou mudas deespécies florestais; (p) criação de maiorcontingente de fiscais e polícia florestal parao IBAMA, para uma fiscalização maisefetiva; (q) incentivo às campanhas dereflorestamento, ao nível de produtor rural;(r) incentivo à criação de viveiros florestaisdirigidos por comunidades e/ouassociações de classes; (s) fomento deatividades de carvoejamento, identificandoprocessos rentáveis de transformação dalenha em carvão e mercados alternativospara o produtor; (t) valorização econômicada vegetação por práticas de adensamentode espécies nativas de valor comercial,selecionando as espécies em função do seuciclo de crescimento; (u) introdução depráticas que reduzam o grau de exposiçãoe lixiviação do solo, e incrementem aprodutividade madeireira dos reflores-tamentos; e (v) expansão do sistema deunidades de conservação (unidades deproteção integral e de uso sustentável) paragarantir o uso sustentável e a conservaçãodos recursos genéticos dos principaisremanescentes de florestas nativas daregião.

Zig

Koch

Paisagem da Caatinga

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Áreas degradadas

Uma área considerável da Caatingaencontra-se degradada, podendo levar àperda da biodiversidade, à erosão genéticade espécies vegetais e à erosão do solo e,em conseqüência, incentivar o êxodo rural.O nível de degradação de algumas áreaspode ser tão grande que as mesmascorrem risco de desertificação. Para evitara expansão das áreas degradadas e dadesertificação na região, são propostas asseguintes estratégias: (a) promoção deencontros, cursos e treinamentos sobrecombate a desertificação; (b) cadastro deinstituições públicas e privadas que tenhaminteresse em participar do programa decombate à desertificação; (c) estudo dascadeias produtivas nas áreas passíveis dedesertificação e mobilização dos atorespara torná-las atrativas do ponto de vistasocial e econômico; (d) estabelecimento demecanismos de integração do setorpúblico/privado, principalmente no nível deestados e municípios; (e) incentivo àscampanhas de reflorestamento utilizandoespécies ameaçadas de extinção; (f)divulgação e prestação de assessoria sobreas tecnologias novas e/ou modificadas; (g)estabelecimento e reforço do sistema devigilância contra a desertificação; (h)atuação na fiscalização de indústrias queagridem o meio ambiente, exigindo ocumprimento de leis de proteçãoambiental; (i) incremento das pesquisasrelacionadas ao impacto ambiental nosemi-árido brasileiro, principalmenterelativas às áreas de mineração, manejo econservação do solo e água, manejo desolos salinos e alcalinos, manejo de baciashidrográficas, manejo florestal e conser-vação da biodiversidade; (j) cumprimentodas exigências de relatórios de avaliaçõesde impactos ambientais (EIA/RIMA), paratodos e quaisquer projetos de desen-volvimento agrícola; (l) ampliação da basegenética das espécies através da prática dereflorestamento; (m) reflorestamento comespécies ameaçadas de desaparecimento,transformando essas áreas em produtorasde sementes e/ou de conservação in situ;(n) oferta das tecnologias geradas pelos

órgãos de pesquisa e outras instituições,como auxílio ao combate à desertificação;(o) divulgação e assessoria às instituiçõesde extensão e grupos de trabalhos dedesenvolvimento comunitário sobretecnologias existentes na região e emoutros países, passíveis de adoção eadaptação; (p) criação de bancos de dadosreferentes ao tema, a fim de centralizarfonte de tecnologias e facilitar o repassedesses conhecimentos; (q) realização deencontros e/ou workshops a fim dedirecionar as pesquisas para as demandasproblemáticas; e (r) execução de umprograma de recuperação de matas ciliares.

PecuáriaEm função das condições

edafoclimáticas desfavoráveis, a pecuáriatem se constituído, ao longo do tempo,na atividade principal de cerca de ummilhão de propriedades rurais de basefamiliar disseminadas nos mais de noventamilhões de hectares do semi-áridobrasileiro. O modelo atual de pecuária naregião não é sustentável, pois exerce umagrande pressão sobre a vegetação nativa,acelerando, por conseguinte, a perda dabiodiversidade regional. De modo geral,os fatores limitantes ao desenvolvimentode uma pecuária sustentável tanto doponto de vista ecológico como do pontode vista econômico são os seguintes: (a)baixo nível de capacitação gerencial dosprodutores rurais, debilidade organizativae acesso limitado ao crédito e aos serviçosde assistência técnica e extensão rural; (b)condições de semi-aridez predominantenas áreas de caatinga, associadas àsirregularidades das chuvas; e (c) baixaprodutividade decorrente da qualidadegenética inferior dos rebanhos.

O seguinte conjunto de propostas éfeito visando compatibilizar as atividades depecuária e a conservação da biodiver-sidade: (a) avaliação do potencial dacaatinga para produção de ruminantes,apicultura, madeira e outros usos, edesenvolvimento de métodos racionaispara sua exploração extrativa;(b) identificação de espécies nativas da

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caatinga com potencial forrageiro, melífero,madeireiro, frutífero, medicinal, aromático,ornamental e outros usos, e desen-volvimento de métodos para seu cultivosistemático; (c) introdução e avaliação deforrageiras exóticas para corte e pastejo, edesenvolvimento de métodos para seuestabelecimento e manejo; (d) estudo dealternativas mais eficientes de suple-mentação, volumosa e concentrada, pararuminantes durante os períodos secos; (e)desenvolvimento e validação de sistemasdiversificados de produção (silvopastoris,agrosilvopastoris) adaptados aos principaisespaços agroecológicos e socioeconô-micos do semi-árido; (f) avaliação dealternativas de exploração pecuária emassociação com os sistemas hortifrutícolasirrigados; (g) zoneamento agroecológicoem base municipal ou microrregional paraa produção animal; (h) desenvolvimento dealternativas para melhoria da qualidade epara incorporação de valor agregado aosdiversos produtos e subprodutos daatividade agropecuária dependente dechuva; (i) criação de linhas de crédito paraos pequenos produtores, vinculadas aosprogramas de assistência técnica e deeducação ambiental; (j) desenvolvimentode alternativas de suplementação alimentardos rebanhos nos períodos secos, atravésdo aproveitamento racional de restosculturais e de métodos de conservação deforragens; (l) desenvolvimento dealternativas de suplementação energéticae protéica, a partir de subprodutosindustriais ou de outras fontes nãoconvencionais; (m) identificação dasprincipais carências minerais e de métodospara a sua prevenção e controle; (n) estudode métodos mais eficientes de manejoreprodutivo para as diversas espéciesanimais criadas em condições extensivase semi-extensivas no semi-árido; (o)desenvolvimento de máquinas eimplementos agrícolas de baixo custo paraas diversas operações de produção eprocessamento de forragens e de manejodo rebanho; (p) desenvolvimento demodelos mais eficientes de instalações fixase semifixas para as diversas fases eoperações da atividade pecuária em

condições de semi-aridez; (q) avaliação dasdiversas raças existentes visando identificare selecionar genótipos bovinos, caprinos eovinos mais produtivos nas condições desemi-aridez; e (r) preservação de raças/ecótipos nativos.

AgriculturaHistoricamente a agricultura praticada

na região semi-árida é nômade, itinerante oumigratória, onde os agricultores desmatam,queimam e plantam por um curto período(em torno de dois ou três anos), e mudampara outras áreas repetindo a mesma prática,na expectativa de uma recuperação dacapacidade produtiva dos solos, o que,entretanto, vem reduzindo consideravelmentea biodiversidade regional. A agricultura vemde uma ocupação territorial desordenada eimpactante em razão da falta de tradição deplanejamento, o que dificulta, ainda que nãoimpossibilite, a reordenação dos espaços.

A agricultura de sequeiro é umaameaça à biodiversidade regional devido aosseguintes fatores: (a) agricultura migratória;(b) baixa produtividade das culturas,decorrente do uso de espécies nativas e/ouprimitivas de qualidade genética inferior,implicando no uso de uma área maior deterra; (c) sistemas de produção de limitadaeficiência, apresentando níveis de pro-dutividade aquém dos seus potenciais;(d) baixo nível de capacitação gerencial etecnológica do produtor; (e) debilidadeacentuada na organização profissional esocial do produtor; (f) acesso precário aosmeios de produção, especialmente aocrédito; (g) assistência técnica quantitativa equalitativamente deficiente; (h) pouca ounenhuma integração entre os distintossegmentos das cadeias produtivas; e (i)políticas públicas de apoio ausentes ou poucoadequadas para os diversos segmentos.

As seguintes propostas visamcontornar esses problemas: (a) aumento daprodutividade pela utilização de variedadesmelhoradas, de ciclo curto e resistentes àsadversidades climáticas; (b) caracterizaçãoe monitoramento dos recursos de solo,água e vegetação em uso no semi-árido;(c) desenvolvimento de métodos mais

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eficientes de captação, armazenamento euso econômico de água de chuva; (d)estudos visando desenvolver métodos paramaior aproveitamento da água salina deorigem subterrânea com o mínimo impactoambiental; (e) desenvolvimento de métodosracionais de preservação e conservação dosrecursos do solo, água e vegetação, e derecuperação de áreas degradadas do semi-árido; (f) elaboração do zoneamento derisco climático para as principais culturasdependentes de chuva do semi-árido;(g) zoneamento e caracterização dosprincipais sistemas de produção do semi-árido � estudo de tipologias.

Os principais fatores negativosdecorrentes da agricultura irrigada são: (a)sistemas de produção de limitada eficiência,apresentando níveis de produtividade aquémdos seus potenciais; (b) baixo nível decapacitação gerencial e tecnológica doprodutor; (c) debilidade acentuada naorganização profissional e social do produtor;(d) acesso precário aos meios de produção,especialmente ao crédito; (e) assistênciatécnica quantitativa e qualitativamentedeficiente; (f) pouca ou nenhuma integraçãoentre os distintos segmentos das cadeiasprodutivas; (g) políticas públicas de apoioausentes ou pouco adequadas para osdiversos segmentos; (h) salinização dosperímetros irrigados, devido o mal uso da

água de irrigação; (i) erosão dos solos, pelomanejo inadequado dos solos, sem técnicasconservacionistas; (j) assoreamento de riospela eliminação da mata ciliar e manejoinadequado do solo; (l) desmatamento quasetotal do perímetro irrigado, sem reposição;(m) desequilíbrio ecológico decorrente do usointensivo de agrotóxicos; (n) compactação dosolo; (o) expansão da agricultura em regiõesnaturais; (p) contaminação da água pelo usoindiscriminado de agrotóxicos; e (q)produção de grande quantidade de resíduosinorgânicos (lixo das embalagens).

As seguintes propostas são feitas paraminimizar o impacto da agricultura irrigadasobre a biodiversidade regional: (a) fis-calização permanente junto aos agricultorespor parte dos órgãos competentes, sobre ocumprimento legal do uso das áreasribeirinhas; (b) divulgação, de forma clara, dosresultados das pesquisas para os agricultores;(c) divulgação conjunta dos órgãos depesquisa, extensão e agricultores através deunidades demonstrativas nas comunidades;(d) manejo integrado de pragas, através docontrole biológico, visando reduzir o uso deagrotóxicos; (e) utilização de variedadesmelhoradas e de alta produtividade;(f) monitoramento ambiental de todosperímetros irrigados; (g) introdução e seleçãode variedades de fruteiras mais produtivas emais adequadas às condições edafocli-

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Homem da Caatinga

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máticas dos pólos de irrigação (mangueira,videira, coqueiro, goiabeira, bananeira eaceroleira); (h) introdução e seleção devariedades mais produtivas e mais adequadasde hortaliças (melancia, melão, cebola etomate); (i) validação de novas alternativasagroeconômicas de cultivo de fruteiras,hortaliças e outros fins (alimentares,industriais, ornamentais, forrageiras, etc),com ênfase na introdução de novasvariedades/espécies; (j) desenvolvimento desistemas integrados mais eficientes decontrole das principais pragas e doenças queafetam os cultivos irrigados, inclusive suaaplicação em cultivos orgânicos; (l)desenvolvimento de práticas melhoradas demanejo do solo e da água em cultivosirrigados das principais fruteiras e hortaliças;(m) desenvolvimento de práticasmelhoradas de manejo das culturas,especialmente no que tange ao uso dehormônios (videira, aceroleira), reguladoresde crescimento (mangueira), nutrição(goiabeira, aceroleira, coqueiro), poda eanelamento (goiabeira, aceroleira),adensamento (bananeira, goiabeira) econsorciação; (n) desenvolvimento demétodos mais eficientes de colheita,tratamento pós-colheita, acon-dicionamento, armazenamento e transportedos principais produtos hortifrutícolascultivados sob irrigação; (o)desenvolvimento de métodos e práticas paraa melhoria das qualidades sanitária, nutritiva,sensorial e de uso das frutas e hortaliças;(p) desenvolvimento de alternativas paraincorporação de valor agregado aosprodutos hortifrutícolas; e (q) estudosvisando melhorar a caracterização dascadeias produtivas, circuitos decomercialização, novas oportunidades demercado e espaços de valorização ecompetitividade dos principais produtos daagricultura irrigada.

Outras propostas alternativasAlém das propostas listadas acima,

é fundamental para a promoção do usosustentável dos recursos naturais daCaatinga, o seguinte conjunto de ações:

(a) desenvolvimento e implantação de umprograma de educação ambientalintegrado às escolas; (b) reforço dadescentralização do sistema de gestãoambiental, fortalecendo a ação ambientalnos municípios com implementação deAgendas 21; (c) desenvolvimento dopotencial turístico ecológico regional aliadoao programa de educação ambiental; (d)instituição de mecanismos financeiros ecompensatórios para a criação de uma redede unidades de conservação municipais emtoda a região da Caatinga; e (e) criação delinhas de créditos específicos para projetosde conservação da biodiversidade,recuperação ambiental e manejosustentável dos recursos naturais,especialmente para pequenos produtorese comunidades locais.

Recomendações FinaisA Caatinga necessita, além de

estratégias específicas para problemasespecíficos, de um planejamentoestratégico permanente e dinâmico. O quese pretende com o planejamentoestratégico é que o meio ambiente, emgeral, e a vegetação da caatinga, emparticular, sejam parte central das políticaspúblicas e sejam incorporados como umtema central nas decisões e ações dosdiversos setores da economia esegmentos da sociedade. Para tal, épreciso atuar tanto no campo especi-ficamente ambiental quanto no campodas demais políticas setoriais do país, sejano nível nacional, regional ou local.É imprescindível que esse planejamentoestratégico tenha por base umconhecimento profundo das causas dadegradação ambiental e das tendênciassocioeconômicas, e uma visão pros-pectiva, a partir da análise de possíveis eprováveis cenários futuros. É preciso,ainda, que o planejamento estratégico sejaefetivamente participativo, e que sejampromovidos debates em todos o níveis dogoverno e segmentos da sociedade. Assimrecomenda-se a criação de um Grupo dePlanejamento Estratégico (de alto nível)para o uso sustentável do bioma Caatinga.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

André Pessoa 341

Recomendações parao uso sustentável

da biodiversidade nobioma Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIOGRUPO TEMÁTICO

�USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE�

Marcos Antônio DrumondCoordenação

Adelmo Carvalho SantanaAngelo Antoniolli

Clóvis Eduardo de Souza Nascimento

Everaldo Rocha PortoFrancisco Filho de Oliveira

Francisco Pinheiro de AraújoGherman Garcia Leal de Araújo

João Alberto Gominho Marques de SáJoão Arthur

Soccal SeyffarthJosé Lincon Pinheiro Araújo

José da Luz AlencarJosefina Maria Silva Macêdo Santana

Josias CavalcantiLúcia Helena Piedade KiillManoel Luiz de Melo Neto

Marcelo Bregda FurtadoMartiniano Cavalcante de Oliveira

Mary Ann Saraiva BezerraMauro Ferreira Lima

Nereida Costa Nobrega de OliveiraNilton de Brito Cavalcanti

Percionila Nunes dos SantosRegina Ferro de Melo Nunes

Severino Gonzaga de AlbuquerqueThomaz Correia e Castro da Costa

Viseldo Ribeiro de OliveiraWarton Monteiro

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O grupo temático uso sustentávelidentificou as principais atividades quealteram a biodiversidade na Caatinga, epropôs um conjunto de estratégias aptas adiminuir os impactos de tal alteraçãomediante a adoção de práticas maiscompatíveis com a manutenção dosprocessos ecológicos da região. Foramfeitas recomendações sobre: a fauna, osrecursos florestais, as áreas degradadas, aagricultura e a pecuária. Adicionalmentesugeriu-se desenvolver a educaçãoambiental, ampliar o ecoturismo e reforçaro papel das unidades de conservação.

A fauna da Caatinga sofre grandesprejuízos tanto por causa da pressão e daperda de hábitat como também em razão dacaça e da pesca sem controle. As sugestõesa seguir voltam-se para o uso sustentável dafauna da região: 1. atualizar a lista oficial deespécies ameaçadas de extinção; 2.promover estudos básicos para domes-ticação da fauna; 3. realizar estudos parareintrodução de espécies nas áreas deproteção (repovoamento); 4. criar programasde estímulo à criação em cativeiro; 5. rever eajustar normas e legislação relativas à faunado bioma Caatinga; 6. ampliar o contigentee a estrutura dos órgãos fiscalizadores; 7.aumentar o número de convênios cominstituições fiscalizadoras; 8. incentivar aeducação ambiental; 9. fazer levantamento

de fauna, paralelamente ao de flora, paraliberação de projetos de desmatamento.

Há grande pressão da populaçãoregional no que se refere à exploração dosrecursos florestais da Caatinga. Ainda hojea lenha é componente importante da matrizenergética regional, o que gera, porconseguinte, danos à biodiversidade.Identificou-se aqui a falta de uma culturaregional para o desenvolvimento desistemas agroflorestais que poderiam, alongo prazo, reduzir bastante a ameaça àbiodiversidade. As sugestões para promo-ção da atividade agroflorestal na região são:1. fomento das atividades agroflorestais pormeio de eventos de difusão, paraconscientizar e estimular técnicos eagricultores; 2. concessão de financiamen-to institucional, por parte de órgãosgovernamentais e de organizações nãogovernamentais, para a solução deproblemas comuns, o que pode evitar odispêndio de esforços e de recursos; 3.estabelecimento de parceria entre ossetores de pesquisa, de ensino e extensãoe entidades privadas para uma atuaçãointegrada; 4. introdução de conceitos enoções básicas de agrossilvicultura e debiologia da conservação nas escolastécnicas de ciências agrárias, propor-cionando, com isso, maior conhecimentoàs duas áreas; 5. implantação da disciplina

Ad

riano

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Caatinga

André Pessoa 343

de agrossilvicultura e biologia da con-servação nos cursos de graduação deengenharia florestal, de agronomia e dezootecnia; 6. capacitação de recursoshumanos para desenvolvimento dasatividades aplicadas em sistemasagrossilviculturais; 7. difusão dos resultadosde pesquisa de modo que os mesmoscheguem ao agricultor de forma clara;8. divulgação conjunta, por parte dosórgãos de pesquisa e extensão e dosagricultores, via unidades demonstrativasnas comunidades; 9. levantamento detecnologias, existentes na região e emoutros países, passíveis de serem adotadase adaptadas; 10. criação de bancos dedados referentes ao tema a fim decentralizar fonte das tecnologias, bemcomo de facilitar o repasse dessasinformações.

No que tange à ordenação docomércio de lenha e ao cumprimento dasregras de reposição florestal, propôs-se:1. transmissão, aos órgãos de pesquisa ea outros, de recomendações paraelaboração de zoneamento indicativo deespécies potenciais para reflorestamento,por zona agroecológica de cada estado;2. identificação de mecanismos adminis-trativos ou financeiros que permitam aoperacionalização de propostas, perti-nentes à reposição florestal, por parte deagricultores e de indústrias consumidorasde lenha e de carvão; 3. delimitação deregiões prioritárias para reposição florestal,considerando-se a existência das indústrias,o avanço de desmatamento ou as áreasem processo de desertificação; 4. evitaçãode formação de latifúndios energéticos porparte de indústrias de transformação (cal,gesso, cimento, etc.) para impedir aexpulsão de famílias rurais; 5. esta-belecimento de normas de reflorestamentoque propiciem, ao reflorestador, padrõesindicativos de manejo das espécies; 6.desenvolvimento de técnicas florestais,para maior integração entre atividadesflorestais e agrícolas, mediante o uso desistemas agroflorestais em plantios dereposição obrigatória; 7. monitoramento eassistência técnica sistematizada por partede órgãos governamentais e não

governamentais, como forma de atuaçãomais presente e participação da extensãorural no processo; 8. aumento do númerode instituições e estímulo para queproduzam e distribuam sementes e/oumudas de espécies florestais; 9.arregimentação de maior contingente defiscais, bem como criação e estruturaçãoda polícia florestal (ambiental) em âmbitoestadual e municipal, para uma fiscalizaçãomais efetiva; 10. incentivo a campanhas deplantio florestal de uso múltiplo para oprodutor rural, com políticas apropriadasa áreas de sequeiros e a áreas irrigadas;11. valorização econômica da vegetaçãopor práticas de adensamento de espéciesnativas de valor comercial, selecionando-se, para tanto, as espécies em função doseu ciclo de crescimento; 12. introduçãode práticas que reduzam o grau dedegradação do solo, com aumento daprodutividade madeireira dos reflores-tamentos e manejos; 13. criação, atua-lização e informatização do cadastro deprodutores e de consumidores de produtosflorestais.

A Caatinga possui extensas áreasdegradadas, muitas das quais incorrendo,de certo modo, em risco de desertificação.Eis as sugestões para minimizar talproblema: 1. elaboração e implantação deplano nacional de desertificação;2. aperfeiçoamento e atualização dodiagnóstico indicador de desertificação;3. inspeção das áreas em processo dedesertificação; 4. elaboração de programasemergenciais para o isolamento e arecuperação de áreas desertificadas, comatividades produtivas; 5. mapeamento deáreas com fragmentos de vegetaçãoprimária; 6. avaliação do grau desustentabilidade ecológica das unidades deconservação cuja paisagem compreendao semi-árido; 7. promoção de encontros,de cursos e de treinamentos referentes aocombate à desertificação; 8. cadastramen-to e estabelecimento de mecanismos deintegração entre instituições públicas eprivadas, as quais tenham interesse emparticipar do programa de combate àdesertificação; 9. estudo das cadeiasprodutivas nas áreas de possível deser-

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tificação, assim como mobilização dosatores, para torná-las atraentes do pontode vista social e econômico; 10. incentivoa programas de repovoamento florestal, depreferência envolvendo espécies amea-çadas de extinção, ampliando-se com issoa base genética; 11. divulgação e asses-soramento de tecnologias novas e/oumodificadas; 12. estabelecimento edefinição do grau de responsabilidade dafiscalização e da vigilância no combate àdesertificação, atuantes contra asatividades que agridam o meio ambiente;13. incremento de ações de pesquisasrelacionadas ao impacto ambiental nosemi-árido, principalmente no que dizrespeito às áreas de mineração, de manejoe conservação do solo e da água, demanejo de solos salinos e alcalinos, demanejo de bacias hidrográficas, e demanejo florestal e conservação dabiodiversidade; 14. cumprimento doestabelecido em reuniões e em relatóriosde avaliação de impactos ambientais(EIA/Rima), assumindo-se, para tanto, asresponsabilidades técnicas de todos equaisquer projetos de desenvolvimentoexigidos pela legislação; 15. ampliação dabase genética das espécies por meio daprática de reflorestamento; 16. reflores-tamento, com espécies ameaçadas dedesaparecimento, para transformar essasregiões em áreas de produção de sementese/ou de conservação in situ.

O grupo identificou o fato de odesenvolvimento e a disseminação detecnologias para o uso sustentável dabiodiversidade serem elementos-chavesem um programa cujo objetivo seja o degarantir a conservação dos recursosbiológicos da Caatinga. As sugestões nessesentido são: 1. proceder ao levantamentode tecnologias e de experiências bem-sucedidas pertinentes à utilizaçãosustentável (econômica e ambiental) decomunidades locais e de conhecimentostradicionais; 2. divulgar lista de tecnologias,fornecidas pelos órgãos de pesquisa e poroutras instituições, como subsídio aocombate à desertificação; 3. criar bancosde dados referentes ao tema a fim decentralizar fonte de tecnologias e de facilitar

o repasse de tais conhecimentos;4. divulgar, nos diferentes meios decomunicação, as tecnologias existentes naregião e em outros países, as quais sejampassíveis de adoção e de adaptação e,nesse processo, assessorar as instituiçõesde extensão e os grupos de trabalho dedesenvolvimento comunitário; 5. criar emanter um site para divulgação deinformações referentes às tecnologiasdisponíveis para o uso sustentável do biomaCaatinga; 6. promover encontros e/ouworkshops a fim de direcionar as pesquisascujo objetivo seja atender demandas desolução de problemas; 7. elaborar progra-ma que vise à recuperação e ao manejo debacias hidrográficas e de matas ciliares;8. priorizar recursos para subsidiar diag-nósticos para a adoção e a implantação detecnologias no bioma Caatinga.

Há muitas evidências de que a florada Caatinga é bem rica em plantasmedicinais. Entretanto, o valor farma-cológico dessas plantas não tem sidoavaliado de forma adequada. As propostaspara sanar esse problema são: 1. elabo-ração de programas de incentivo àspesquisas farmacológicas dessas plantas;2. criação de banco de dados sobre seuuso; 3. elaboração de programas deestímulo ao plantio de plantas medicinais;4. levantamento botânico específico paranovas plantas com potencial medicinal;5. incentivo ao uso da medicina alternativa;6. realização de estudos pertinentes à pro-pagação e ao desenvolvimento de espéciescom potencial medicinal; 7. instituição delegislação específica para a exploração dasplantas medicinais; 8. desenvolvimento deprogramas de divulgação e de conscien-tização para uso racional dessas plantas;9. resgate do conhecimento popular acercada utilização de plantas medicinais.

Historicamente, a agriculturapraticada na região semi-árida é nômade,itinerante ou migratória. Nessa região osagricultores desmatam, queimam, plantampor um curto período (em torno de doisou três anos) e mudam-se para outras áreasonde repetem a prática com a mesmaexpectativa de recuperação da capacidade

André Pessoa 345

produtiva dos solos, o que, todavia, vemreduzindo consideravelmente a biodiversi-dade. A agricultura é, pois, de umaocupação territorial desordenada eimpactante por causa da falta de tradiçãode planejamento, o que dificulta (ainda quenão impossibilite) a reordenação dosespaços. As recomendações paraminimizar o impacto dessa agriculturasobre a biodiversidade são: 1. fiscalizaçãopermanente, por parte de órgãoscompetentes, do trabalho dos agricultoresno que se refere ao cumprimento legal deuso das áreas ribeirinhas; 2. difusão dosresultados de pesquisa de modo quecheguem ao agricultor de forma clara;3. divulgação conjunta, por parte dosórgãos de pesquisa e extensão e dosagricultores via unidades demonstrativasnas comunidades; 4. manejo integrado depragas mediante o controle biológico,visando dessa forma à redução do uso deagrotóxicos; 5. monitoramento ambientalde todos os perímetros irrigados;6. desenvolvimento de sistemas integrados,mais eficientes, de controle das principaispragas e das doenças que prejudicam ocultivo irrigado, incluindo-se aí a aplicaçãodeles em cultivos orgânicos; 7. desenvolvi-mento de práticas de manejo do solo e daágua em cultivos irrigados das principaisfruteiras e hortaliças, bem como uso dereguladores de crescimento, de nutrição ede tratos culturais; 8. aprimoramento depráticas de manejo das culturas, aptas aaumentar a produtividade; 9. caracte-rização e monitoramento dos recursos desolo, da água e da vegetação em uso nosemi-árido; 10. utilização de métodoseficientes de captação, armazenamento euso econômico de água de chuva; 11.desenvolvimento de métodos racionais deconservação dos recursos do solo, da águae da vegetação, tanto quanto derecuperação de áreas degradadas dosemiárido; 12. identificação e prospeção demercado de plantas ornamentais nativas dobioma; 13. estudos da biologia reprodutivade plantas ornamentais; 14. pesquisa paraa utilização de espécies nativas da Caatinga

na agricultura orgânica (cercas vivas,adubação viva, bioinseticidas); 15. incentivoà utilização da agricultura orgânica nasáreas agrícolas.

Em razão das condições edafoclimá-ticas desfavoráveis, ao longo do tempo apecuária vem se tornando a atividadeprincipal de aproximadamente um milhão depropriedades rurais de base familiar,distribuídas nos mais de 90 milhões dehectares do semi-árido. A pecuária, tal comopraticada hoje, causa danos irrecuperáveis àbiodiversidade e traz conseqüências gravespara a própria manutenção dos processosecológicos responsáveis pela sobrevivênciado homem na região. As sugestões paratornar a pecuária mais compatível com o usosustentável da biodiversidade na Caatingasão: 1. desenvolvimento e disseminação detecnologias aptas a aumentar a produtividadeanimal na área já utilizada para a pecuária,evitando, dessa forma, a expansão dapecuária nas poucas áreas com vegetaçãonativa na região; 2. aprimoramento, validaçãoe disseminação de sistemas diversificados deprodução (silvopastoris e agrossilvopastoris)adaptados aos principais espaços agro-ecológicos e socioeconômicos da Caatinga;3. monitoramento ambiental permanente dasáreas submetidas a forte pressão da pecuária.

É fundamental que um programa deuso sustentável da biodiversidade daCaatinga incorpore ações de educaçãoambiental, de ecoturismo e de expansãodo sistema de áreas protegidas. No quetange à educação ambiental, sugere-se:1. a elaboração e a implantação deprograma específico integrado às escolas eàs associações rurais; 2. a criação de bancode dados referentes às experiências deeducação ambiental na Caatinga; 3. o reforçoe a descentralização do sistema de gestãoambiental, fortalecendo, assim, a açãoambiental nos municípios onde estejamsendo postas em execução Agendas 21.

No que diz respeito ao ecoturismo,propõe-se: 1. avaliação do potencial turísticoe criação de condições para o turismoecológico; 2. exploração do potencial turístico

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ecológico regional aliada ao programa deeducação ambiental. Por fim, sugere-se paraunidades de conservação: 1. instituição deleis de implantação de unidades deconservação municipais da biodiversidadeem toda a área do bioma Caatinga; 2. criaçãode linhas de crédito específicas para projetosde conservação da biodiversidade, para arecuperação ambiental e para o manejosustentável de recursos naturais, espe-cialmente para pequenos produtores ecomunidades locais.

A Caatinga carece de planejamentoestratégico permanente e dinâmico, como qual se pretende evitar a perda dabiodiversidade do bioma. Portanto, faz-senecessário que tal bioma se torne temacentral nas decisões e nas ações dos

diversos setores da economia, dasociedade e, em particular, dos órgãospúblicos. Para isso é preciso atuar tanto nocampo especificamente ambiental quantono campo das demais políticas setoriais dopaís, quer seja em âmbito nacional querseja em nível regional ou local.

É imprescindível que esse plane-jamento estratégico se fundamente numconhecimento profundo das causas dadegradação ambiental, das tendênciassocioeconômicas e numa visão prospectivaa partir da análise de cenários, e sejaefetivamente participativo e debatido emtodos os níveis do governo e em segmentosda sociedade. Recomenda-se, pois, a criaçãode um grupo de planejamento estratégicopara o uso sustentável do bioma Caatinga.

Parte V

Síntese e recomendações

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Áreas e açõesprioritárias para aconservação da

biodiversidade naCaatinga

José Maria Cardoso da SilvaUniversidade Federal de Pernambuco

Conservation International do Brasil

Marcelo TabarelliUniversidade Federal de Pernambuco

Mônica Tavares da FonsecaConservation International do Brasil

350

Foram identificadas 82 áreas prioritáriaspara a conservação da biodiversidade daCaatinga. Dessas áreas, 27 foram classificadascomo de extrema importância biológica, 12como de muito alta importância, 18 como dealta importância (Figura 1) e 25 como insu-ficientemente conhecidas, mas de provávelimportância (Figura 2). Além dessas, umcorredor conectando áreas prioritárias emMinas Gerais e na Bahia também foi proposto.O elevado número de áreas das quais poucose conhece enfatiza a urgente necessidade deum programa especial de fomento para oinventário biológico desse bioma. As áreasprioritárias variam bastante em extensão,desde 235km2 até 24.077km2. No total,cobriram cerca de 436.000km2, ou seja, 59,4%do bioma Caatinga. As de extrema relevânciabiológica constituem 42% das áreasprioritárias, ou 24,7% de toda a Caatinga.

Proteção integral foi a ação maisrecomendada para a maioria (54,8%) dasáreas prioritárias. Indicou-se tal ação para 81%das áreas de extrema importância, para 75%das de muito alta importância, e para 72% dasde alta importância. Em contrapartida, e comoesperado, a principal ação proposta para amaior parte (96%) das áreas insuficientementeconhecidas foi a investigação científica.Sugeriu-se a realização urgente da açãorecomendada para 43,9% das áreas, ou seja,para a maioria; a curto prazo para 30,5%delas; e a médio prazo para 25,6%.

As áreas de extrema importâncialocalizam-se no entorno de alguns brejos e deáreas montanhosas úmidas antes revestidasde florestas, tais como as do Planalto daIbiapaba do Norte/Jaburuca, da Serra deBaturité, da Chapada do Araripe, da serraNegra e de Caruaru; as situadas ao longo dorio São Francisco, como, por exemplo, BomJesus da Lapa, Peruaçu/ Jaíba, Ibotirama,médio do rio São Francisco e Xingó; e bemcomo aquelas que estão no centro do estadoda Bahia: Itaetê/Abaíra, Morro do Chapéu,Senhor do Bonfim e Raso da Catarina. Entreas áreas de extrema importância duas sãodignas de nota: o Parque Nacional da Serrada Capivara e o médio rio São Francisco.

O Parque Nacional da Serra da Capivarapossui grande riqueza de espécies de aves,incluindo-se aí várias populações globalmenteameaçadas, como, por exemplo, a damaracanã (Ara maracana), a do pica-pau-anão-de-Pernambuco (Picumnus fulvescens),a do arapaçu-do-nordeste (Xiphocolaptesfalcirostris), a do joão-chique-chique(Gyalophylax hellmayri), a do bico-virado-da-caatinga (Megaxenops parnaguae), e a dopintassilgo-do-nordeste (Carduellis yarrelli).Há também populações consideráveis de:1. mamíferos ameaçados em todos ossentidos, (onça-pintada, Panthera onça; onça-parda, Puma concolor; tamanduá-bandeira,Myrmecophaga tridactyla; tatu-bola,Tolypeutes tricinctus; jaguatirica, Leopardus

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esso

a

Caatinga na estação seca

351

1. Bacia do Rio Preguiça2. Complexo de Campo Maior3. Médio Poti4. Serra das Flores5. Planalto da Ibiapaba do Norte /

Jaburuna6. Reserva da Serra das Almas7. Serra da Joaninha / Serra da Pipoca8. Serra de Baturité9. Quixadá10.Aiuaba11.Picos12.Chapada do Araripe13. Baixo Jaguaribe /Chapada do

Apodi14. São Bento do Norte15. Mato Grande16. Acarí17. Seridó / Borborema18. Alto Sertão do Piranhas

19. Patos / Santa Terezinha20. São José da Mata21. Cariri Paraibano22. Caruaru23. Buíque / Vale do Ipojuca24. Serra do Cariri25. Serra Talhada26. Serra Negra27. Xingó28. Rodelas29. Raso da Catarina30. Monte Alegre31. Domo de Itabaiana32. Curaçá33. Petrolina34. Oeste de Pernambuco35. Parque Nacional da Serra da Capivara36.Corredor Ecológico Serra da Capivara

e das Confusões37. Parque Nacional Serra das Confusões

38. Sento Sé39. Delfino40. Senhor do Bonfim41. Médio Rio São Francisco42. Ibotirama43. Ibipeba44. Carste de Irecê45. Morro do Chapéu46. Bonito47. Itaetê / Abaíra48. Rui Barbosa49. Milagres50. Maracás51. Livramento do Brumado52. Bom Jesus da Lapa53. Arredores de Bom Jesus da Lapa54. Guanambi55. Peruaçu / Jaíba56. Vitória da Conquista57. Pedra Azul

Importância BiológicaExtremaMuito altaAltaCorredor

Limite estadualLimite do bioma Caatinga

Hidrografia

Figura 1Áreas prioritárias

para a conservaçãoda biodiversidade

da Caatinga.

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pardalis; gato-maracajá, Leopardus wiedii;e gato-do-mato, Leopardus tigrinus);2. lagartos do gênero Enyalius; e 3. jacarés(Caiman crocodylus). Não apenas emvirtude da importância biológica, a área émuito conhecida também pela presença demais de quatrocentos sítios arqueológicoscom pinturas rupestres. Sugeriu-se aconexão desse parque ao vizinho, o ParqueNacional Serra das Confusões, para queformem ambos uma Reserva da Biosfera.

A área do médio São Franciscoabrange duas unidades de conservação:a APA das Dunas e Veredas do Baixo-

Médio Rio São Francisco e a APA da Lagoade Itaparica. A biota dessa região éextremamente rica em endemismos dediferentes grupos taxonômicos. Até omomento foram registrados endemismosde plantas (um gênero e 12 espécies); delagartos (quatro gêneros e 24 espéciesendêmicas); de mamíferos (duas espé-cies); e de vários grupos de artrópodes,tais como aranhas, pseudoescorpiões,besouros, formigas e abelhas, entre os atéentão estudados. Essa área é prioritáriapara a criação de uma extensa unidadede conservação de proteção integral.

1. Bacia do Rio Mearim2. Baixo Parnaíba3. Bacia do Rio Acaraú4. Bacia do Rio Anacatiaçu5. Bacia do Rio Curu6. Bacia do Rio Choró7. Inhamus8. Angical9. Luís Gomes

10. Serra do Martins11. Bacia do Potengi /

Pico do Caburaí12. Curimataú13. Vale do Piancó14. Paus Brancos15. Betânia16. Mirandiba17. Vale do Sertão Central

18. Queimada Nova19. Canto do Buriti / Brejal20. Remanso21. Gararu / Belo Monte22. Lagarto / Serra da Miaba23. Queimadas24. Arredores de Maracás25. Limite Sul da Caatinga

Áreas prioritárias para pesquisa científica

Hidrografia

Limite estadual

Limite do bioma Caatinga

Figura 2Áreasprioritárias paraa pesquisacientífica naCaatinga.

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DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DABIODIVERSIDADE DA CAATINGA1 - BACIA DO RIO PREGUIÇA

Localização: MA: Barreirinhas, UrbanoSantos, Santa Quitéria do Maranhão, SãoBernardo, Tutóia.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Dunas, caatinga,cerrado.

Justificativa: Na região da Bacia do RioPreguiça há escassez de conhecimento defauna e flora. No entanto, já se conhece apresença de uma espécie endêmica �Rhinoclemys (Quelônio). Região debabaçuais de possível uso extrativista. Apressão antrópica é baixa. Não há núcleosde desertificação. Área de importânciabiológica por se tratar de zona de contatoentre dunas dos lençóis maranhenses eenclaves de cerrados em contato com acaatinga.

Recomendação: Criação de reservaextrativista.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Mamíferos, Répteis/Anfíbios e Biota Aquática.

2 - COMPLEXO DE CAMPO MAIOR

Localização: PI: Alto Longá, Coivaras, Altos,Campo Maior, Cabeceiras do Piauí, Barras,Batalha, Brasileira, Esperantina, São Josédo Divino, Buriti dos Lopes, Joaquim Pires,Piracuruca, Piripiri, Capitão de Campos,Lagoa Alegre.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbórea, arbustiva, cerrado e formaçõesrupestres.

Justificativa: Recursos hídricos superficiais.Desmatamento da vegetação ciliar eassoreamento dos rios permanentes. Áreade transição caatinga-cerrado, commonumentos naturais formados pela açãoerosiva eólica atual e hídrica no passado.Área de grande potencial e interesseeconômico da ictiofauna, com presença dealgumas espécies de peixes endêmicas e

riqueza de espécies moderada. Presençade caça. Alta heterogeneidade espacial davegetação com áreas de alagamentos,afloramento de arenito e savanas deCopernicia (carnaúba). Diminuição doimpacto sobre o PARNA de Sete Cidades.

Ação recomendada: Ampliação do PARNASete Cidades; inclusão do PARNA SeteCidades na Reserva da Biosfera do Cerrado.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Aves , Mamíferos eBiota Aquática.

3 - MÉDIO POTI

Localização: PI: Prata do Piauí, Beneditinos,São João da Serra, Alto Longá, Santa Cruzdos Milagres, Passagem Franca do Piauí,São Miguel do Tapuio, São Félix do Piauí.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Bacia do rioParnaíba.

Justificativa: Baixa alteração antrópica.Ausência de núcleos de desertificação.Escasso conhecimento da maustofauna.Área com espécies endêmicas de peixes epresença também de espécies de interesseeconômico. Riqueza moderada de ictiofauna.

Ação recomendada: Investigação científica.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Mamíferos e BiotaAquática.

4 - SERRA DAS FLORES

Localização: CE: Coreaú, Granja, Uruoca,Moraújo, Tiangua, Martinópole.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats mais expressivos: Caatinga.Justificativa: Região com zona de contatoentre caatinga e floresta. Entre os répteis,área de influência para fauna, podendoabrigar grande parte de endêmicas(Colobosauroides cearensis) e populaçõesisoladas (Enyalius bibronii). Desco-nhecimento da fauna de peixes. Extensos

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campos de Velloziaceae e Eryocaulaceaeque ocorrem nas encostas fraturadas dasrochas. Essas plantas são raras e semregistros de sua ocorrência para o nordestesetentrional do Brasil. Gênero endêmico deFraunhofera da caatinga.Ação recomendada: Proteção integral.Prazo de ação: Médio prazo.Grupos que indicaram: Flora, Répteis/Anfíbios e Biota Aquática.

5 - PLANALTO DA IBIAPABA DONORTE/JABURUNALocalização: CE: Tianguá, Frecheirinha,Ubajara, Mucambo, Ibiapina, São Benedito,Graça, Carnaubal, Guaraciaba do Norte,Croata, Reriutaba, Ipu, Ipueiras, Ararendá,Coreaú, Pires Ferreira, Pacujá, zona delitígio CE-PI, Pedro II, Piracuruca, Cariré.Importância biológica: Extrema.Hábitats mais expressivos: Carrasco,floresta decidual e caatinga.Justificativa: Ocorrência de colônias dereprodução de Zenaida auriculata. Entre osmamíferos, áreas com espécie não descritae distribuição aparentemente restrita nacaatinga. Entre os répteis, área de influênciapodendo abrigar grande parte das espéciesrestritas (p.ex. Colobosauroides cearensis)e populações relictuais (p.ex. Enyaliusbibronii). A vegetação de carrasco apresenta5,5% da cobertura original, onde sãoencontrados grande riqueza florística etáxons com problemas de determinação,possivelmente espécies novas para a ciência.Recomenda-se a ampliação da UC existente(Parque Nacional de Ubajara). É fortementesugerida a criação de uma UC federal deproteção integral na área de litígio entre oCeará e Piauí.Ação recomendada: Proteção integral.Prazo de ação: Médio prazo.Grupos que indicaram: Flora, Aves,Mamíferos e Répteis/Anfíbios.

6 - RESERVA DA SERRA DAS ALMASLocalização: CE: Crateús, zona de conflito;PI: Buriti dos Montes.Importância biológica: Muito alta.Hábitats mais expressivos: Caatinga,carrasco, floresta decidual.

Justificativa: Área inventariada recente-mente por P.T.Z. Antas, com potencialidadepara conservação de aves. Apresenta váriasespécies de lagartos, serpentes e anfíbios,resultantes de um levantamento preliminaratual, indicando novos registros para aregião, inclusive o jacaré-de-papo-amarelo(Caiman latirostris). Presença de espéciesvegetais endêmicas da caatinga: Rollinialeptophylla, Arrabidaea dispar, Cordialeuconaloides, Capparis cynophallophora,Jatropha mollissima, Ceiba glaziovii;endemismo genérico de Auxemma.O Carrasco abriga espécies de Myrtaceaee Erythroxylaceae cujos frutos servem dealimento para as aves, como Eugeniadesintherica, nome popular jacaré.Ação recomendada: Investigação científica.Prazo de ação: Médio prazo.Grupos que indicaram: Flora, Aves eMamíferos.

7 - SERRA DA JOANINHA/SERRA DA PIPOCALocalização: CE: Quixeramobim, Tauá,Independência, Pedra Branca, Mombaça,Boa Viagem, Madalena, Canindé.Importância biológica: Muito alta.Hábitats mais expressivos: Caatinga.Justificativa: Área com excelente potencialherpetofaunístico, com conhecimentocientífico de mamíferos, porém neces-sitando de melhores inventários. Regiãocom ocorrência de desertificação e áreasalteradas. Abriga uma caatinga arbóreacom espécies endêmicas de plantas daCaatinga (Spondias tuberosa, Cnidosculusphyllacanthus). Protege as nascentes dorio Jaguaribe, principal rio do Ceará, queabrange dois terços do Estado.Ação recomendada: Investigação científica.Prazo de ação: Médio prazo.Grupos que indicaram: Flora, Mamíferos eRépteis/ Anfíbios.

8 - SERRA DE BATURITÉLocalização: CE: Aratuba, Capistrano,Itapiúna, Canindé, Caridade, Paramoti,Guaramiranga, Mulungu, Baturité, Pacoti,Redenção, Aracoiaba, Ibaretama, Palmácia,Pentecoste.

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Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatinga,floresta decidual.

Justificativa: Área com pouca informaçãosobre riqueza e endemismo de espécies depeixes; presença de espécies ainda nãodescritas, aparentemente endêmicas daCaatinga e com distribuição restrita.Invertebrados apresentam diversidaderelativamente alta e espécies endêmicas daCaatinga (p. ex. Ancyloscelis frieseanaDucke, 1908) e raras (p. ex. Arhysoscellehuberi, Ducke, 1908 e Osirinus parvicolis,Ducke 1911). Região com zonas de contatoentre caatinga e floresta úmida queinfluencia a fauna, podendo abrigar partedas espécies ombrófilas e endêmicas derépteis (Colobosauroides cearensis), alémde populações relictuais (p. ex. Enyaliusbibronii).

Ação recomendada: Investigação científica.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Mamíferos,Répteis/Anfíbios, Biota Aquática eInvertebrados.

9 - QUIXADÁ

Localização: CE: Quixadá, Quixeramobim,Banabuiú, Choró.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatinga.

Justificativa: Espécie endêmica (Ancy-loscelis frieseana Ducke, 1908) e rara(Arhysoscelle huberi, Ducke, 1908) deinvertebrado. Área com excelente potencialherpetofaunístico. Sítio de reprodução deZenaida auriculata com provável riquezabiológica em termos de aves. Plantasendêmicas da Caatinga (p. ex.: Ceibaglaziovii e Auxemma onconcalyx). Áreacom grande beleza cênica e com maresde pedras (monolitos) que guardamespécies de Orchidaceae raras, além deexpressivos sítios fossilíferos.

Ação recomendada: Investigação científica.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Aves, Répteis/Anfíbios e Invertebrados.

10 � AIUABA

Localização: CE: Aiuaba, Saboeiro,Arneirós, Catarina.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatinga.

Justificativa: Embora a área apresente umaunidade de conservação, nada se conhecesobre a ocorrência da fauna, em especialda herpetofauna. Necessidade de proteçãode sítio tradicional de reprodução deZenaida auriculata e área de importânciabiológica muito alta, com várias espéciesde aves endêmicas e ameaçadas deextinção (por exemplo: Xiphocolaptesfalcirostris).

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Aves e Répteis/Anfíbios.

11 - PICOS

Localização: PI: São João da Canabrava,Bocaína, São José do Piauí, Santana doPiauí, Picos, Itainópolis, Santa Cruz doPiauí, Dom Expedito Lopes, Santo Antôniode Lisboa, Oeiras, Colônia do Piauí, SantoInácio do Piauí, Ipiranga do Piauí, IsaíasCoelho.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats mais expressivos: Área de contatocaatinga/cerrado.

Justificativa: Presença de recursos hídricossubterrâneos com superexploração,desmatamento e queimada em zonas derecarga. Presença da espécie endêmica deroedor, Kerodon rupestris. O materialmastozoológico depositado em museussugere uma riqueza relativamente alta deespécies. Inventários de formigas indicamriqueza relativamente alta. Área tradicionalde reprodução de Zenaida auriculata. Áreade contato do cristalino com a áreasedimentar (Bacia do rio Parnaíba) eformações areníticas. Média pressãoantrópica (agricultura, pecuária de caprinose ovinos, apicultura migratória e fogo).Presença de importantes vias dedesenvolvimento (BR-020), com processoacelerado de crescimento urbano nas

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margens da rodovia. Área susceptível àdesertificação. Ecótone cerrado/caatinga.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora, Aves,Mamíferos e Invertebrados.

12 - CHAPADA DO ARARIPE

Localização: PI: Caldeirão Grande do Piauí,Fronteiras, Marcolândia, Alegrete do Piauí,São Julião, Padre Marcos, Simões; PE:Araripina, Ipubi, Bodocó, Exu, Granito,Moreilândia, Serrita; CE: Salitre, CamposSales, Potengi, Araripe, Santana do Cariri,Altaneira, Farias Brito, Nova Olinda, Crato,Trindade, Caririaçu, Juazeiro do Norte,Aurora, Missão Velha, Barbalha, Abaiara,Brejo Santo, Porteiras, Jardim, Milagres,Assaré.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatinga,carrasco, floresta residual, cerradão.

Justificativa: Endemismos e isolamento depopulações (M. arajara, A. chrysoleps).Localidade tipo e exclusiva de Antilophiabokermanni, ave recém descrita eameaçada de extinção. Entre os mamíferos,é registrada como área com grande riquezade espécies, aproximadamente 51; 4 delas,são aparentemente endêmicas da Caatingaincluindo uma, provavelmente endêmica daregião, outra ameaçada de extinção e umaterceira ainda não descrita. Para o casoespecífico de Exu, levantamentos da décadade 70 indicaram 57 espécies de mamíferos,incluindo casos de endemismos e táxonsnovos. Ocorrência de espécies vegetaisendêmicas (por exemplo: Jacarandajasminoides). Regiões com expressivossítios fossilíferos e ambientes cavernícolas.Sugere-se a transformação da categoria deFloresta Nacional para Parque Nacional e acriação do Parque Nacional de Exu.

Ação recomendada: Investigação científica.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora, Aves,Mamíferos, Répteis/Anfíbios, Biota Aquáticae Invertebrados.

13 - BAIXO JAGUARIBE/CHAPADA DO APODI

Localização: CE: Aracati, Itaiçaba, Palhano,Russas, Ererê, Jaguaruana, Icapuí, MoradaNova, Limoeiro do Norte, Quixeré, SãoJoão do Jaguaribe, Alto Santo, Tabuleirodo Norte, Potiretama; RN: Grossos,Mossoró, Baraúna, Governador Dix-SeptRosado, Felipe Guerra, Apodi, SeverianoMelo, Itaú, Riacho da Cruz, TabuleiroGrande, São Francisco do Oeste, RodolfoFernandes, Caraúbas, Francisco Dantas,Portalegre, Viçosa.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbórea e florestas de carnaubais.

Justificativa: Ocorrência de 22 espécies deserpentes; localidade tipo e exclusiva deChithonerpeton arii. Apresenta 46 espéciesde peixes, sendo algumas endêmicas. Áreatradicional de reprodução da pomba debando Zenaida auriculata. Presença dasaves endêmicas da Caatinga: Penelopejacucaca e Gyalophylax hellmayri.Gênero endêmico de planta (Auxemma),planta rara no Nordeste, tendo sua área demaior freqüência na Chapada do Apodi.Presença de espécie endêmica de plantaHydrothrix gardneri Hook.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora, Aves, Répteis/Anfíbios e Biota Aquática.

14 - SÃO BENTO DO NORTE

Localização: RN: São Bento do Norte,Parazinho, Jandaíra.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva litorânea.

Justificativa: Representante único decaatinga litorânea, não contemplada nasunidades de conservação existentes.Presença usual de colônias de avoantes.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Flora e Aves.

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15 - MATO GRANDE

Localização: RN: Lajes, Pedra Preta,Jandaíra, João Câmara, Pedro Avelino,Jardim de Angicos.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva e arbórea.

Justificativa: Área usual de reprodução deavoante. Desconhecimento da mastofaunada área.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Aves e Mamíferos.

16 � ACARÍ

Localização: RN: Carnaúba dos Dantas,Acarí, Currais Novos, São Vicente.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva e cavernas.

Justificativa: Única área conhecida commaciça reprodução de andorinhões dasubespécie Streptoprocne biscutataseridoensis, recém descrita (fenômenobiológico especial). Há exploração deguano e não são conhecidas as rotasmigratórias desta raça.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Aves.

17 - SERIDÓ/BORBOREMA

Localização: RN: Santana do Seridó,Jardim de Piranhas, Serra Negra do Norte,São João do Sabugi, Ipueira, Várzea, CaicóOuro Branco, Currais Novos, São VicenteTimbaúba dos Batistas, Jardim do Seridó;PB: Brejo do Cruz, São Bento, Paulista,Patos, São Mamede, Santa Luzia, São Josédo Sabugi, São José de Espinharas, Riachodos Cavalos.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva aberta (Seridó).

Justificativa: A presença de caatingaarbustiva pobre em espécies que possuiuma associação de Mimosa, Caesalpinia

e Aristidea, única no domínio da caatingano Seridó. Presença de duas espéciesrelictuais de lagartos. Reconhecimento damastofauna local. Presença de espécies deaves endêmicas e ameaçadas de extinçãoe sítio de reprodução da avoante.Recomenda-se restauração nas depressõese proteção integral nas escarpas.

Ação recomendada: Restauração.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Aves,Mamíferos, Répteis/Anfíbios e Invertebrados.

18 - ALTO SERTÃO DO PIRANHAS

Localização: PB: São José da LagoaTapada, Coremas, Sousa, Nazarezinho, SãoJoão do Rio do Peixe, Cajazeiras,Carrapateira, Aguiar, Monte Horebe, SãoJosé de Piranhas.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbórea; cabeceiras e vale de rio.

Justificativa: Partes das fisionomias vegetaisda área não estão presentes nas atuaisunidades de conservação. Presença deremanescentes da caatinga arbórea densae arbustiva arbórea nas serras e formaçõesflorestais ciliares nas várzeas. Moderadariqueza de espécies de peixes. Manancialhídrico importante para manutenção dabiota aquática e uso humano. Presença depeixes de interesse econômico. Presençade sítio paleontológico (Vale dosDinossauros).

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Aves e BiotaAquática.

19 - PATOS/SANTA TEREZINHA

Localização: PB: São José do Bonfim,Patos, Santa Teresinha, Mãe d´Água.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva-arbórea.

Justificativa: Presença de várias espéciesda flora endêmicas, área de transição entreo planalto da Borborema e a depressão

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sertaneja. Ocorrência de espécies delagartos com distribuição relictual.Ocorrência de espécies de aves endêmicase ameaçadas de extinção.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Répteis/Anfíbios e Aves.

20 - SÃO JOSÉ DA MATA

Localização: PB: Campina Grande,Pocinhos, Puxinanã.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbórea densa.

Justificativa: Provavelmente o últimoremanescente de vegetação arbórea detransição entre o agreste da Borborema eo Cariri Paraibano. É uma área municipalpreservada, na qual já foram encontradasespécies novas da flora. Desconhecimentoda fauna de invertebrados.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora eInvertebrados .

21 - CARIRI PARAIBANO

Localização: PB: Serra Branca, São Joãodo Cariri, Cabaceiras, Barra de São Miguel,Boqueirão, Aroeiras, Umbuzeiro, Congo,Natuba, Sumé, São José dos Cordeiros,Puxinanã, Pocinhos, Campina Grande.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva aberta.

Justificativa: Área rica em espéciesendêmicas e um ambiente especial emprocesso de desertificação. Apresenta umavegetação arbustiva aberta, chegando emalguns casos a constituir-se em umacaatinga nanificada. Presença de espéciesendêmicas de abelhas. Área comcabeceiras de rios e endemismo de peixes.O rio Natuba é um manancial hídrico comsignificativo aporte de água para a baciado rio Paraíba.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Répteis/Anfíbios, Biota Aquática e Invertebrados.

22 - CARUARU

Localização: PE: Altinho, Agrestina,Bezerros, Cumaru, Surubim, FreiMiguelinho, Riacho das Almas, Toritama,Taquaritinga do Norte, Caruaru, SãoCaetano, Brejo da Madre de Deus,Salgadinho, Vertentes, João Alfredo,Passira.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva-arbórea.

Justificativa: O inventário de mamíferosnão-voadores disponível para a região deCaruaru e adjacências inclui 21 espécies,três delas endêmicas do bioma Caatinga.O local está, ainda, em contato com a Serrados Cavalos, área representada por umenclave mésico a 800-1000m de altitude,sendo um potencial refúgio durante a secapara a mesofauna do entorno. Regiãoabrangendo vários municípios com váriasfitofisionomias de caatinga e florestasestacionais (mata seca) com Caesalpiniapyramidalis (Caesalpiniaceae) ePseudobombax marginatum (A. St. Hil.) A.Robypis.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora, Mamíferos,Répteis/Anfíbios e Biota Aquática.

23 - BUÍQUE/VALE DO IPOJUCA

Localização: PE: Capoeiras, São Bento doUna, Belo Jardim, Sanharó, Jataúba,Poção, Pesqueira, Alagoinha, Venturosa,Pedra, Arcoverde, Buíque, Águas Belas,Tupanatinga, Iati, Saloá, Paranatama,Caetés, Venturosa, Sertânia.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva-arbórea.

Justificativa: A área apresenta doissubconjuntos: 1- englobando diversosmunicípios do Vale do Ipojuca, ondeocorrem diferentes fitofisionomias de

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caatinga e florestas estacionais associadas;2 - Buíque. Na primeira ocorrem diversasespécies endêmicas à caatinga como: Gibaglaziori (O. Kuntze) K. Schum (Bom-bacaceae) e Cnidoscolus quircifolus(Euphorbiaceae). Podemos citar ainda apresença de diversas espécies raras emáreas de caatinga como: Randia nitida(SW.) DC., Alsis floribunda Schott(Rubiaceae), Cedrela odorata L.(Meliaceae), entre outras. Na segunda áreahá registro de diversas espécies comdistribuição endêmica restrita como:Oxandra reticulata Mart. (Armonaceae),Dyckia limae L.B. Sm. (Bromeliaceae) eEuphorbia sp. nov. No que diz respeito aosmamíferos, a área foi sugerida como deprovável importância, apesar da ausênciade coletas, uma vez que apresenta baixaalteração na cobertura vegetal e ausênciade núcleos de desertificação. Nas duasáreas há ocorrência de espécies raras deabelhas e prováveis endemismos.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Mamíferos,Répteis/Anfíbios e Invertebrados.

24 - SERRA DO CARIRI

Localização: PB: Imaculada, Água Branca,Juru, Princesa Isabel, Tavares; PE: São Josédo Egito, Santa Terezinha, Tabira, Solidão,Afogados da Ingazeira, Carnaíba, Quixadá,Flores, Triunfo.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbórea em serras.

Justificativa: Serras limítrofes entre Paraíbae Pernambuco, com um conjunto florísticodistinto das caatingas de áreas planas epresença de espécies da flora endêmicasrestritas a área. Local usual de reproduçãode avoantes (Zenaida auriculata). Parte daárea (municípios de Triunfo e PrincesaIsabel) foi inventariada para pequenosmamíferos terrestres pelo Serviço Nacionalda Peste na década de 50. Foi detectada apresença de duas espécies endêmicas daCaatinga e uma riqueza de espéciesexpressiva. Estas informações sugerem o

potencial desta área que inclui um enclavemésico com importante refúgio para aspopulações de mamíferos durante operíodo de seca.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Aves eMamíferos.

25 - SERRA TALHADA

Localização: PE: Serra Talhada.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva-arbórea.

Justificativa: Trata-se de uma área comvegetação arbustiva-arbórea, e presença deinúmeras espécies endêmicas à área decaatinga como: Rallinia leptopetal(Armonaceae), Pseudobonileae margi-naturri (A. St. Hil.) (Bombacaceae),Helicteres mollis (Sterculiaceae), Harrisiaodsceudus (Bitt & Rose) (Cactaceae) eEncholirum apectabile (Mart. & Schul.)(Bombacaceae).

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora.

26 - SERRA NEGRA

Localização: PE: Floresta, Petrolândia,Tacaratu, Inajá, Ibimirim.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva alta e densa.

Justificativa: Ocorrência de espécies deaves endêmicas (Megaxenops parnague,Penelope jacucaca, Gyalophylaxhellmayri e Carduelis Yarrelli). Ocorrênciade fenômeno biológico, a exemplo dereprodução de Zenaida auriculata. Emtermos de plantas de caatinga, podemoscitar diversas espécies endêmicas, comdistribuição restrita a áreas sedimentarescomo: Pavonia glazioviana (Malvaceae),Pelosocereus pachycladus, P. pentae-drophorus (Cactaceae) e Jatrophamutabilis (Euphorbiaceae) e um gêneroendêmico em Floresta (Telmatophila).

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Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora e Aves.

27 - XINGÓ

Localização: BA: Santa Brígida, Glória,Paulo Afonso; PE: Petrolândia; SE: Canindédo São Francisco, Poço Redondo; AL:Piranhas, Olho D�Água do Casado, DelmiroGouveia.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva com relictos de caatinga arbórea.

Justificativa: Ocorrência de Ara maracana,espécie ameaçada de extinção.Remanescentes de caatinga arbórea commuitas espécies endêmicas da Caatinga:Capparis cynophalophora, Capparisjacobinae. Presença de áreas areníticascom flora própria. Trata-se de umacomunidade especial, por ocorrercaatingas arbustivas no cânion do rio.Ocorrência de 33 espécies de lagartos eserpentes, dentre as quais destacam-seduas espécies de distribuição relictual(Tropidurus cocorobensis e Psilophtalmuspaeminosus) e uma espécie nova dogênero Mabuya.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora, Aves, Répteis/Anfíbios e Invertebrados.

28 - RODELAS

Localização: BA: Rodelas, Glória,Chorrochó, Macururé, Abaré; PE: Floresta,Itacuruba, Belém de São Francisco,Petrolândia.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingasabertas e arbóreas.

Justificativa: Abriga espécies endêmicas(Amphisbaena arenaria) e relictuais(Tropidurus cocorobensis). Limite sul dadistribuição da abelha sem ferrão Meliponasubnitida (Castro, não publicado). Englobaos solos arenosos do Raso da Catarina aosul do Rio São Francisco. Presença de

núcleo de desertificação nas áreaslocalizadas em Pernambuco. Existe acontaminação de produtos químicos noslençóis freáticos. Desmatamento equeimadas no entorno das zonas derecarga. Superexploração dos aqüíferos.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Répteis/Anfíbios e Invertebrados.

29 - RASO DA CATARINA

Localização: BA: Jeremoabo, Canudos,Glória, Macururé, Santa Brígida, PauloAfonso.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatinga sobreareia e relevo plano (tabuleiro) com vegetaçãopredominantemente arbustiva densa.

Justificativa: Principal área de reproduçãoe alimentação de Anodorhynchus leari,espécie globalmente ameaçada deextinção. Presença de pelo menos maisduas aves ameaçadas (Gyalophylaxhellmayri e Herpsilochmus pectoralis).Área de ocorrência de uma espécie aindanão descrita de cutia (Dasyprocta sp. n.)provavelmente restrita ao Raso da Catarinae entorno. Espécies endêmicas daictiofauna. Espécies vegetais endêmicas daCaatinga com distribuição restrita:Balfourodendron sp. (Rutaceae) eCalliandra aeschynomoides Benth(Leguminosae), conhecida somente emduas localidades. Área com baixa ocupaçãohumana e com registro de captura ilegalde animais.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora, Aves,Mamíferos, Biota Aquática e Invertebrados.

30 - MONTE ALEGRELocalização: SE: Monte Alegre de Sergipe,Poço Redondo, Porto da Folha, NossaSenhora da Glória.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva, relictos de caatinga arbórea.

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Justificativa: Presença de uma espécie deprimata (Callicebus sp.) ainda nãoidentificada. As duas formas deste gêneropara a Caatinga têm distribuição restrita. Isto,aliado à devastação da área diminuiu emmuito suas populações justificando medidaspara a proteção das populaçõesremanescentes. Na área também ocorremPenelope jacucaca e Crypturellus noctivaguszabele, aves endêmicas do bioma.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Aves, Mamíferos eInvertebrados.

31 - DOMO DE ITABAIANA

Localização: SE: Itabaiana, Campo doBrito.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Mosaicoflorístico com existência de componentesda Caatinga.

Justificativa: Área com espécies endêmicasde anfíbios, alta diversidade de hábitats,áreas de altitudes únicas na região, contatoentre Mata Atlântica/Caatinga. Presença deespécies simpátricas. Distribuição relictualdo lagarto Tropidurus hygomi. Espécievegetal endêmica restrita (Actinocephalusdardanoi) e ocorrência de Pilosocereuspentaedophorus.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Répteis/Anfíbios eFlora.

32 � CURAÇÁ

Localização: PE: Santa Maria da Boa Vista,Orocó, Petrolina, Cabrobó; BA: Curaçá,Juazeiro.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva-arbórea.

Justificativa: Área de ocorrência de espéciesrestritas e de desertificação. Ocorrência deCynopsita spixi, espécie de ave ameaçadade extinção e de Ara maracana (espécieendêmica). Presença de espécies endêmi-

cas de peixes anuais, de ocorrência restritaa ambientes de poças temporais, e cujareprodução constitui fenômeno biológicoespecial.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora, Aves, Répteis/Anfíbios e Biota Aquática.

33 � PETROLINA

Localização: Petrolina (PE), Casa Nova (BA).

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva-arbórea.

Justificativa: Área tradicional de reproduçãode Zenaida auriculata com ocorrência degrandes mamíferos. Apresenta baixapressão antrópica. Entre as plantasendêmicas restritas às áreas comsedimentos arenosos podemos citar:Bombacopsis retusa (Mart & Zucc),Pseudobombax simplicifolium, (Bomba-caceae), Anamaria heterophylla (Giulietti& F.C. Souza) (Scrophulariaceae), Piriquetaduarteana (Turneraceae).

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora.

34 - OESTE DE PERNAMBUCO

Localização: PE: Afrânio, Dormentes, SantaCruz, Parnamirim, Ouricuri; PI: QueimadaNova, Paulistana.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva-arbórea.

Justificativa: Trata-se de uma áreatradicional de migração e reprodução daavoante Zenaida auriculata e área demigração da tesourinha Tyrannus savanna.Apresenta várias espécies vegetaisendêmicas e de distribuição restrita, comoGodmania dardanai J. C. Gomes(Bignoniaceae) e Anemopegna ataideGentry (Bignoniaceae), além de umconjunto florístico particular onde podemosdestacar Tabebuia spongiosa Rizzini

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(Bignoniaceae) e Fraunhofera multiflora(Celastraceae).

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora, Répteis/Anfíbios e Aves.

35 - PARQUE NACIONALSERRA DA CAPIVARA

Localização: PI: São João do Piauí, CoronelJosé Dias, São Raimundo Nonato, Cantodo Buriti.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Presença de ummosaico de cinco fisionomias vege-tacionais, todas pertencentes à Caatinga.Chapada recortada de canyons.

Justificativa: Pressão antrópica média (caçano interior do Parque, fogo e desma-tamentos no entorno com ameaças aoParque). Alta riqueza de espécies de aves,com levantamento recente (Olmos, 1993).Presença de espécies de aves desa-parecidas de outras regiões (Arachloroptera) e globalmente ameaçadas(Ara maracana, Picumnus fulvescens,Xiphocolaptes falcirostris, Gyalophylaxhellmayri, Megaxenops parnaguae,Carduellis yarrelli). Área de grandeextensão, com populações de mamíferosglobalmente ameaçados (Panthera onca,Puma concolor, Myrmecophagatridactyla, Tolypeutes tricinctus,Leopardus pardalis, Leopardus wiedii,Leopardus tigrinus). Populações relictuaisde lagartos do gênero Enyalius. Elevadadiversidade de anfíbios e répteis, compopulações relictuais da espécie Caimancrocodylus. 75% das espécies de flora daCaatinga ocorrem na região sudeste doPiauí, inclusive no PARNA. Florestasemidecidual no interior dos canyons comespécies relictuais da Amazônia adaptadasao semi-árido. Água subterrânea em baciassedimentares. Presença de mais de 400sítios arqueológicos com pinturasrupestres.Ações Recomendadas: Ampliação da áreado PARNA para leste, englobando toda aSerra da Capivara/Talhada e a Lagoa de São

Vicente. Criação de APA em todo operímetro do Parque.Ação recomendada: Proteção integral.Prazo de ação: Urgente.Grupos que indicaram: Flora, Aves,Mamíferos, Répteis/Anfíbios e Invertebrados.

36 - CORREDOR ECOLÓGICOSERRA DA CAPIVARA/SERRA DAS CONFUSÕESLocalização: Canto do Buriti (PI).Importância biológica: Muito alta.Hábitats mais expressivos: Contato savana/savana estépica/floresta estacional.Justificativa: Área atualmente preservada.Alta pressão antrópica somente ao sul docorredor proposto, com um avanço dessaspressões prevista para um futuro breve.Este corredor assegurará a conexão entreos Parques Serra da Capivara e Serra dasConfusões, permitindo o fluxo gênico depopulações de animais e vegetais.Ação recomendada: Proteção integral.Prazo de ação: Urgente.Grupos que indicaram: Flora e Aves.

37 - PARQUE NACIONALSERRA DAS CONFUSÕESLocalização: PI: Canto do Buriti, Caracol,Anísio de Abreu, Cristino Castro.Importância biológica: Extrema.Hábitats mais expressivos: Caatingaarbórea, arbustiva, mata seca, cerrado.Justificativa: Área de contato caatinga,cerrado e mata seca com alto potencialbiológico para aves e demais gruposzoológicos. Área de 500.000 hectares comfauna ainda pouco estudada. Presença járegistrada de espécies ameaçadas comoPanthera onca, Puma concolor,Myrmecophaga tridactyla, Tolypeutestricinctus, Priodontes maximus. Baixadensidade demográfica e bom estado deconservação da vegetação.Ação recomendada: Proteção integral.Prazo de ação: Urgente.Grupos que indicaram: Flora, Aves eMamíferos.

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38 - SENTO SÉ

Localização: BA: Sento Sé, Casa Nova.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatinga sobrerochas e dunas.

Justificativa: Área de dunas relictuais cominúmeras espécies de anfíbios e répteisendêmicas, com relação de parentescopróximas às do campo de dunas de Xique-xique (Apostolepis arenarius; Amphis-baena frontalis; Procellosaurinustetradactylus). A área também apresentaincidência de espécies vegetais endêmicascomo: Calliandra squamosa Benth.;Calliandra leptopoda; Calliandramacrocalyx var. macrocalyx; Mimosasetuligera; Pavonia glazioviana; Syagrusmicrophylla; Heteranthera seubertiana;Apterokarppos gardneri; Evolulusspeciosus; Ipomaea longistaminea;Melocactus zehntneri, Melocactuspachycanthus spp. Pachycanthus, eprincipalmente espécies endêmicas da áreaTabebuia selachidentata (Bignoniaceae).

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Répteis/Anfíbios e Aves.

39 - DELFINO

Localização: BA: Umburanas, CampoFormoso, Sento Sé.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatinga deareia com afloramentos de arenito e áreasecotonais entre caatinga e campo rupestre.

Justificativa: Esta área apresentacaracterísticas únicas dentro do bioma deCaatinga. Representa o extremo norte daformação da Chapada Diamantina jábastante erodida, o que propicia aformação dos ecótonos entre caatinga ecampos rupestres, sobre solo arenoso. Háuma elevada incidência de espécies deplantas com distribuição extremamenterestrita a essa área como, por exemplo,Hyptis pinheiroi, Hyptis brightonii, Eriopesp. nov. (Labiatae), Syngonanthus harleyi,Syngonanthus curralensis var. curralensis

(Eriocaulaceae), Chamaecrista brevicalyxvar. elliptica (Leguminosae) e Lippiaharleyi (Verbenaceae). Além disso, hámuitas espécies raras e endêmicas daCaatinga e que são conhecidas de apenasduas localidades, uma das quais na regiãode Delfino. Alguns exemplos são Alvi-miantha tricamerata (Rhamnaceae),Hypenia longicaulis (Labiatae), Piriquetadentata e Piriqueta asperifolia (Turnera-ceae). Há falta de informações relacionadasa grupos zoológicos devido, provavelmente,à ausência de excursões para inventáriofaunístico na área. No entanto, uma únicacoleta realizada há um ano revelou umaprovável nova espécie de Anura e duasnovas espécies de Diptera. A área deDelfino é relativamente bem preservadamas o ecossistema é muito frágil. Alémdisso, apresenta ameaças relacionadas aodesenvolvimento de garimpos, retirada deareia para construção e, mais recen-temente, de plantações de maconha. Esteconjunto de dados justifica a reco-mendação da área como de extremaimportância biológica e como uma áreaprioritária para inventários florístico efaunísticos.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Flora.

40 - SENHOR DO BONFIM

Localização: BA: Senhor do Bonfim, MonteSanto, Uauá, Filadélfia, Itiúba, Cansanção,Jaguarari, Andorinha, Antônio Gonçalves.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatinga.

Justificativa: Endemismos de plantas,destacando-se o gênero Mcvalghia comuma única espécie, M. bahiana, exclusivadesta região, além das espécies Sennamartiana, Chloroleucon extortum,Melocactus bahiensis ssp bahiensisfacispinosus, Espostoopsis dybowski,Rhamnidium molle e de uma espécie novada família Glomaceae (Fungi). A área servetambém de referência regional devido àimportância zoogeográfica de avescoletadas no início do século. É uma região

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sujeita a desmatamentos, caça emineração, contida dentro das áreasalteradas da Caatinga, identificadas pelogrupo de biodiversidade da UFPE. As áreasde degradação ambiental devem-se aocultivo de sisal (Agave sp.) e retirada demadeira para a produção de carvão.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Aves,Mamíferos e Biota Aquática.

41 - MÉDIO SÃO FRANCISCO

Localização: BA: Gentio do Ouro, Xique-Xique, Itaguaçú da Bahia, Pilão Arcado,Sento Sé, Barra, Remanso.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Dunas, caatingaarbórea, caatinga arbustiva, brejos, matasde galeria, cerrado de altitude, carnaubais,rios permanentes e temporários.

Justificativa: A área abrange duas unidadesde conservação: a APA das Dunas e Veredasdo Baixo-Médio Rio São Francisco e a APAda Lagoa de Itaparica, com área superficialde cerca de 5.000km2. A delimitação aquiapresentada mantém as áreas supracitadase propõe uma pequena ampliação desseslimites de modo a incluir faixas tambémde extrema importância biológica. Osargumentos para a proposta dos novoslimites levam em consideração que estaregião representa a área de maior grau deendemismos da Caatinga. Apresentacaracterísticas especiais dentro do domíniomorfoclimático da Caatinga, ocorrendo emregião com depósitos aluviais do médioSão Francisco que constituem relevoondulado e dunas com morfologia de típicaa tênue e matas ciliares nos rios Icatu eSão Francisco, além de outrosecossistemas de baixios e serras.A vegetação é bem preservada e possuifisionomias únicas dentro do biomaCaatinga, com formação de moitas densascom áreas intermediárias desnudas. Alémdisso, há uma alta riqueza de espéciesendêmicas da região com, pelo menos, 12espécies e um gênero endêmico (gênero

Glischrothamnus, G. ulei: Molluginaceae;Mimosa glaucula, Mimosa xiquexiquensise Pterocarpus simplicifolius � espécieameaçada: Leguminosae; Apodantherasucculenta: Curcurbitaceae; Argyroverno-nia harleyi: Compositae; Piriquetaassuruensis e Piriqueta densiflora var.densiflora: Turneraceae; Pilosocereustuberculatus: Cactaceae; Eugenia sp. nov.:Myrtaceae, e outras), algumas aindainéditas para a ciência e sete espéciesendêmicas do bioma da Caatinga. NaLagoa de Itaparica, encontra-se umambiente especial de tabuleiro com altadensidade de carnaúba (Coperniciaprunifera: Palmae), que merece proteção.A fauna de répteis local é caracterizada porquatro gêneros endêmicos de lagartos(Calyptommatus, Nothobachia, Psi-lophthalmus e Procelosaurinus:Gymnophthalmidae) e pelo menos 24espécies endêmicas de lagartos, serpentese cobra-de-duas-cabeças (Calyptommatusleiolepis, C. sinebrachiatus, C. nicterus,Nothobachia ablephara, Psilophthalmuspaeminosus, Procellosaurinus tetra-dactylus, P. erythrocerchus: Gymno-phthalmidae; Tropidurus amathites,T. divaricatus, T. psammonastes, T. pinima,T. erythrocephalus: Tropiduridae;Cnemidophorus sp. nov.1, C. sp. nov. 2,Ameiva sp. nov.: Teiidae; Amphisbaenahastata, A. ignatiana, A. frontalis, A. sp.nov.: Amphisbaenidae; Apostolepisarenarius, A. gaboi, A. sp. nov., Phimophischui, P. scriptorcibatus: Colubridae), muitasdelas com marcadas adaptações para avida subterrânea, representando a maiordiversidade deste segmento da fauna naCaatinga. As áreas incluídas nas margens,direita e esquerda, do rio São Franciscoabrigam espécies irmãs. A Ilha do GadoBravo é outro núcleo de endemismo comespécies próprias. Das 44 espécies delagartos presentes no bioma caatinga, 41estão representadas na área aqui proposta.Estão presentes ainda duas espéciesendêmicas de mamíferos (Proechimysyonenagae e Trichomys sp. nov.:Echimyidae), uma das quais com avançadograu de modificação morfológica para avida em dunas, convergentemente com

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roedores de desertos. As várzeas presentesna região possibilitam a preservação depopulações relevantes das formas primitivasde aves do médio São Francisco e as lagoastemporárias são importantes sítiosreprodutivos para a ictiofauna local. A faunade Arthropoda da região também apresentacaracterísticas especiais, com endemismosde Solifugae, Pseudoscorpiones, Araneae,Coleoptera e Hymenoptera (Formicidae eApoidea), entre os até então estudados. Nasdunas do rio São Francisco existe altadensidade da espécie Copaiferaluetzelburgii, único sítio de nidificaçãoutilizado pelas abelhas sociais nativas nasdunas da margem esquerda.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora, Aves,Mamíferos, Répteis/Anfíbios e Inverte-brados.

42 � IBOTIRAMA

Localização: BA: Ibotirama, Morpará,Xique-Xique, Barra.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Rio SãoFrancisco, várzea do rio São Francisco.

Justificativa: Alta diversidade de peixes,tanto em nível de espécies quanto filética.Presença de várias espécies endêmicas ealgumas raras, bem como de comunidadesespeciais, principalmente em poçastemporárias, onde predominam espéciesanuais. A vegetação das margens do rioSão Francisco encontra-se bastantealterada estando submetida a fortespressões antrópicas.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Aves e BiotaAquática.

43 � IBIPEBA

Localização: BA: Barra do Mendes, Ibipeba,Gentio do Ouro, Itaguaçu da Bahia, Ibititá,Uibaí.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatinga

arbórea e arbustiva.

Justificativa: Esta é uma das trêslocalidades conhecidas do primataCallicebus barbarabrownae. Uma dasoutras duas localidades, Lamarão,encontra-se completamente alterada esobre a terceira localidade não háinformação. Sendo os primatas bastantesusceptíveis a alterações antrópicas, sãonecessárias medidas urgentes para aconservação desta forma.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Mamíferos.

44 - CARSTE DE IRECÊ

Localização: BA: Irecê, Juçara, PresidenteDutra, São Gabriel, Central, Uibaí, Ibititá,Lapão, América Dourada, João Dourado.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingas sobresolos calcáreos, argiláceos.

Justificativa: Incidência de táxonsendêmicos da flora: Melocactus azureusspp. azureus, Melocactus pachyacanthusssp. viridis. Espécies endêmicas daCaatinga: Mimosa ophthalmocentra,Cratylia mollis, Mimosa campicola var.planipes (Leguminosae).

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Flora.

45 - MORRO DO CHAPÉU

Localização: Morro do Chapéu (BA).

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Áreas ecotonaisentre caatinga, florestas estacionais,campos rupestres e campos cerrados(�gerais�).

Justificativa: A área proposta apresenta umtipo vegetacional único na Caatinga eausente nas unidades de conservação,representando algumas das áreas maiselevadas de caatinga, onde forma ecótonoscom campos rupestres, matas estacionaise campos cerrados, localmente conhecidos

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como �gerais�. Há elevada diversidade detáxons endêmicos de plantas. Pode-se citarcomo exemplo: Apodanthera villosa(Cucurbitaceae), Euphorbia appariciana(Euphorbiaceae), Chamaecrista arboeae,Mimosa mensicola, Mimosa morroënsis(Leguminosae) e Prepusa montana(Gentianaceae). Com relação avertebrados, há um táxon endêmico demamífero, o roedor Proechimys albispinusminor, restrito a uma pequena área do topodo Morro do Chapéu. Há também, muitasespécies endêmicas de lagartos e anuros,como, por exemplo, Tropiduruserythrocephalus e uma nova espécie dogênero Gymnodactylus. As coleções doMuseu de Zoologia da USP documentamoutras espécies endêmicas ainda nãodescritas para a área. Além dos dadosbiológicos, é importante ressaltar que estaárea protege a nascente do rio Salitre ouVereda da Tábua. A categoria proposta paraa unidade é a de Parque Nacional e a áreaé, provavelmente, de terras devolutas, o quesignifica uma menor dificuldade deimplantação da unidade.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Répteis/Anfíbios e Mamíferos.

46 � BONITO

Localização: BA: Bonito, Cafarnaum,Lençóis, Morro do Chapéu, Utinga, Wagner,Palmeiras, Iraquara, Mulungu do Morro.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva com poucas áreas serranas ondehá ecótonos caatinga-mata estacional ebaixada pantanosas.

Justificativa: A área apresenta grandenúmero de espécies endêmicas e umfenômeno biológico especial que é partenorte dos �marimbus�, grande áreapantanosa referida como �pantanal daChapada Diamantina�. A área dosmarimbus apresenta grande importânciapara a manutenção de populações deespécies endêmicas de peixes e depopulações de aves locais e migratórias.

Além disso, há espécies endêmicas deplantas paludosas como Heterantiadecipiens (Solanaceae), Anamariaheterophylla e Monopera micrantha(Scrophulariaceae). Nas áreas pedregosashá espécies endêmicas de cactáceascomo, por exemplo, Pilosocereusglaucochrous e Melocactus glaucescens.A avifauna apresenta elevada riqueza e háregistros de espécies ameaçadas como,por exemplo, Aratinga auricapilla, Aramaracana, Gyalophylax hellmayri,Megaxenops parnaguae, Herpsilochmuspectoralis e Formicivora iheringi .Espécies endêmicas de lagartos incluemTropidurus erythrocephalus e Gymno-dactilus sp.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Aves, Répteis/Anfíbios e Biota Aquática.

47 - ITAETÊ / ABAÍRA

Localização: BA: Andaraí, Boninal, Mucugê,Itaeté, Abaíra, Seabra, Piatã, Palmeiras,Lençóis, Ibicoara.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatingasarenosas e rochosas, áreas pantanosas eregiões ecotonais de caatinga com mataseca, mata de altitude e campo rupestre.

Justificativa: A área inclui as nascentes eparte dos vales dos rios Paraguaçu,Palmeiras e Santo Antônio, e possui grandeinteresse biológico, tanto pelos ende-mismos marcantes quanto por fenômenosbiológicos especiais. Dentre estes sedestacam a existência de afloramentos ecavernas calcárias propiciando a existênciade uma ictiofauna especial cavernícola eendêmica, o que inclui toda uma subfamíliade Trichomycteridae. Outro fenômenobiológico especial é a existência de lagoastemporárias e extensas áreas pantanosas,conhecidas localmente como �marimbus�ou como o �pantanal da ChapadaDiamantina�. A fauna terrestre apresentaespécies endêmicas restritas de mamíferoscomo, por exemplo, duas espécies deroedores, incluindo Thrichomys apere-

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oides e Oryzomys sp. A avifauna apresentaelevada riqueza de espécies e há registrosde espécies ameaçadas como, porexemplo, Aratinga auricapilla, Aramaracana, Gyalophylax hellmayri,Megaxenops parnaguae, Herpsilochmuspectoralis e Formicivora iheringi. A floratem espécies endêmicas restritas como,por exemplo, Apodanthera hatschbachii(Cucurbitaceae), Auxemma glazioviana(Boraginaceae), Blanchetiodendronblanchetii, Cratylia bahiensis (Legu-minosae), Arrojadoa bahiensis, Melo-cactus glaucescens (Cactaceae),Anamaria herterophylla , Monoperamicrantha (Scrophulariaceae), Heterantiadecipiens (Solanaceae), Dalechampiamagnibracteata (Euphorbiaceae) eSyngonanthus mucugensis (Eriocau-laceae). Digno de nota é a existência deum gênero endêmico dessa área -Rayleya (Sterculiaceae), o qual pode serconsiderado ameaçado de extinção, poisexiste apenas uma pequena populaçãomuito próxima da estrada que liga Andaraía Mucugê. A região possui áreas bempreservadas mas tem pressão antrópicaderivada de atividades turísticas eextrativistas. Uma espécie de planta(Syngonanthus mucugensis) temimportância econômica atual, pois é fontede extrativismo de sempre-vivas. Isso gerauma demanda para estudos de manejo daárea voltados para o ecoturismo e manejodas populações de sempre-vivas visandoviabilização de uma atividade econômicasustentável. Outra espécie, que ocorre nasmatas ciliares em altitudes mais elevadas,é o mucugê (Couma rigida, Apocyna-ceae), cujos frutos são comercializados innatura na época de frutif icação.É importante ressaltar que esta área contacom duas APAs, uma relacionada aoentorno do Parque Nacional da ChapadaDiamantina e outra à Serra do Barbado.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Aves,Mamíferos, Répteis/ Anfíbios e BiotaAquática.

48 - RUI BARBOSA

Localização: BA: Ruy Barbosa, Itaberaba,Ipirá, Macajuba, Iaçu.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbustiva sobre solos arenosos epedregosos. Afloramentos rochosos derochas sedimentares, associadas comáreas de transição a mata semidecidual nasaltitudes maiores.

Justificativa: Incidência de táxons endê-micos com um gênero novo não descritoda família Violaceae; Acacia kallunkiae(Leguminosae); Salvia sp. nov. (Labiatae)não descrita. Presença de algumasespécies de peixes endêmicas e deimportância comercial, exploradas pelaspopulações ribeirinhas. A área vemsofrendo pressão devido presença de umapedreira no local.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora e Répteis/Anfíbios.

49 - MILAGRES

Localização: BA: Milagres, Iaçu, SantaTeresinha, Brejões, Nova Itarana, Itatim,Rafael Jambeiro, Ipirá, Itaberaba.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarbórea, afloramentos de gnaisses(inselbergues sobre cristalino), lagoastemporárias.

Justificativa: Alta incidência de táxonsendêmicos restritos (Euphorbia sp. nov.affin. E. gymnoclada (Euphorbiaceae);Luetzelburgia sp. nov. affin. L. andracde-limae (Leguminosae); Maranta zingiberinaL. Anderson (Zingiberaceae). Maior riquezade espécies de abelhas (Apoidea) daCaatinga (98 espécies, com presença depelo menos três espécies novas). Presençade algumas espécies de peixes endêmicas.Presença do conjunto de inselbergues edensidade demográfica baixa que favorecea inclusão de uma UC. Ecótono com MataAtlântica. Captura e venda ilegal de plantase animais.

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Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora, BiotaAquática e Invertebrados.

50 � MARACÁS

Localização: BA: Maracás, Jequié, LafaieteCoutinho, Lajedo do Tabocal, Planaltino.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Área ecotonalentre caatinga, mata estacional, cerrado ecampo rupestre sobre rochas gnaisses.

Justificativa: Proteção de bloco significativode Mata de cipó, com possibilidade demanutenção de populações relevantes deaves: Rhopornis ardesiaca e Formicivoraiheringi, além da presença de Aratingaauricapilla, espécie ameaçada. Ecótonecom mais três ecossistemas: mataestacional, cerrado e campos rupestres.

Ação recomendada: Proteção integral.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora, Aves, BiotaAquática e Invertebrados.

51 - LIVRAMENTO DO BRUMADO

Localização: Livramento do Brumado (BA).

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatingaarenosa, zona de contato com mata seca,cerrado e campo rupestre.

Justificativa: Alta incidência de táxonsendêmicos/restritos: Gênero Rayleya(Sterculiaceae); Euphorbia apparicianaRizz. (Euphorbiaceae); Apodanthera villosaC. Jeffrey (Cucurbitaceae); Prepusamontana (Gentianaceae); Mimosamensicola Barneby; Mimosa morroensisBarneby; Mimosa subenervis Benth(Leguminosae); Hyptis leptostachys Epl.caatingae Harley (Labiatae); Dichorisandragardneri (Commelinaceae); Hyptistenuithyrsa Harley ined. (Labiatae);Anchietia sp. (Violaceae); Hohenbergiacaatingae Ule var. eximbricata L.B. Sm. &Reas (Bromeliaceae); Melocactusbahiensis (Britton & Rose) Lutzelburgsubsp. bahiensis forma inconcinnusBuining & Brederoo) N.P. Taylor; Harpalyce

lanata L.P. Queiroz; Mimosacrumenarioides L.P. Queiroz (Legumi�nosae); Pilosocereus pentadrophorus (Cels)Byles & Rowley ssp. robustus Zappi(Cactaceae). Espécies endêmicas daCaatinga: Apodanthera hatschbachii C.Jeffrey (Cucurbitaceae); Blanchetiodendronblanchetti (Benth.) Barneby & Grimes(Leguminosae); Anamaria heterophylla(Giulietti & Souza) Souza (Scrophulariaceae);Neesiochloa barbata (Nees) Pilger(Gramineae); Piriqueta dentata Arbo,Piriqueta asperifolia Arbo (Turneraceae),Melocactus oreas Miquel ssp. cremnophila,Melocactus glaucescens, Pilosocereuscatingicola (Guerke) Byles, Pilosocereusglaucochrous (Werderm.) Byles & Rowley(Cactaceae); Auxemma glaziovii(Boraginaceae); Symplocos hamnifolia(Symplocaceae); Zanthoxylumhamadryadicum Pirani (Rutaceae);Pilocarpus trachylophus Holmes(Rutaceae); Apodanthera glaziovii Cogn.(Cucurbitaceae); Gomphrena desertorumMart. var. rhodantha (Moq.) Stuchlik(Amaranthaceae); Diatenopterix grazielae(Sapindaceae), Calliandra leptopodaBenth., Calliandra spinosa Ducke(Leguminosae); Orbignya brejinhoensis(Arecaceae); Syagrus vagans (Arecaceae).Primeiro registro da abelha Epicharis naCaatinga. Ecótono com outras formações.Presença de espécies raras de abelhas.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Flora e Invertebrados.

52 - BOM JESUS DA LAPA

Localização: BA: Bom Jesus da Lapa,Paratinga.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats mais expressivos: Áreas compredomínio de caatinga arbórea comafloramentos calcários e arenitos, incluindovariados tipos de lagoas temporárias.

Justificativa: Existência de caatinga arbóreacom muitos afloramentos de calcário earenito. Há espécies endêmicas de plantasdessa região como, por exemplo,

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Apodanthera congestiflora (Cucurbitaceae).Outras são espécies endêmicas da Caatingae raras, ocorrendo em duas ou três pequenaslocalidades como, por exemplo, Arachispusilla, Calliandra leptopoda (Legu-minosae), Marsdenia zehtneri (Ascle-piadaceae), Talisia sp. nov. (Sapindaceae),Annona vepretorum (Annonaceae) ePilosocereus densiaureolatus (Cactaceae).Há, também, grande número de lagoastemporárias associadas à região de várzeasdo rio São Francisco. Essas lagoas têm umaictiofauna diversificada com muitas espéciesde peixes anuais, incluindo espéciesendêmicas e raras como, por exemplo,Cynolebias gilbertoi (Rivulidae) e espéciesda família Characidae. Muitas dessas espéciescomerciais de peixes são exploradasregularmente pela população. Além dospeixes, essas lagoas têm uma flora muitocaracterística, com espécies endêmicas daCaatinga, como, por exemplo, Anamariaheterophylla (Scrophularicaeae). Apesar deexistirem áreas bem preservadas, há fortepressão antrópica, resultado de atividades deagricultura de subsistência, criação decaprinos e, principalmente, extração decalcário. Uma das maiores pressõesantrópicas é o crescimento urbano de BomJesus da Lapa associado a atividadesturísticas de cunho religioso. Esta é uma áreaconsiderada de provável importânciabiológica para mamíferos e aves, uma vezque não possui registros de coletas, masapresenta baixa alteração e possibilidade depreservação das formas privativas das várzeasdo médio São Francisco.Ação recomendada: Uso sustentável.Prazo de ação: Médio prazo.Grupos que indicaram: Flora, Aves,Mamíferos, Répteis/ Anfíbios e Biota Aquática.

53 - ARREDORES DEBOM JESUS DA LAPALocalização: BA: Bom Jesus da Lapa,Paratinga, Riacho de Santana.Importância biológica: Alta.Hábitats mais expressivos: Áreas compredomínio de caatinga arbórea comafloramentos de arenito, incluindo variadostipos de lagoas temporárias.

Justificativa: Existência de caatinga arbórea

com muitos afloramentos de arenito. Háespécies endêmicas de plantas dessaregião como, por exemplo, Apodantheracongestiflora (Cucurbitaceae). Outras sãoespécies endêmicas da Caatinga e raras,ocorrendo em duas ou três pequenaslocalidades como, por exemplo, Arachispusilla, Calliandra leptopoda (Legumino-sae), Marsdenia zehtneri (Asclepiadaceae),Talisia sp. nov. (Sapindaceae), Annonavepretorum (Annonaceae) e Pilosocereusdensiaureolatus (Cactaceae). Apesar deexistirem áreas bem preservadas, há fortepressão antrópica, resultado de atividadesde agricultura de subsistência, criação decaprinos e crescimento urbano de BomJesus da Lapa associadas ao turismo decunho religioso. Esta é uma áreaconsiderada de provável importânciabiológica para mamíferos e aves, uma vezque não possui registro de coletas masapresenta baixa alteração e possibilidadede preservação das formas privativas dasvárzeas do médio São Francisco.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Prazo de ação: Médio prazo.

Grupos que indicaram: Flora, Aves eMamíferos.

54 � GUANAMBILocalização: BA: Guanambi, Palmas doMonte Alto.Importância biológica: Muito alta.Hábitats mais expressivos: Caatinga comafloramento rochoso e lagoas temporárias.Justificativa: Grande diversidade de peixes,com espécies endêmicas e raras;comunidades especiais de peixes. Espéciesendêmicas de plantas (Hyptissyphonantha); ecótono com cerrado.Ação recomendada: Proteção integral.Prazo de ação: Urgente.Grupos que indicaram: Flora, Biota Aquáticae Invertebrados.

55 - PERUAÇU/JAÍBALocalização: MG: Jaíba, Itacarambi, Manga,Matias Cardoso, Januária, Monte Azul,Pedras de Maria da Cruz.Importância biológica: Extrema.

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Hábitats mais expressivos: Mata seca,caatinga arbustiva, várzea do rio SãoFrancisco, e contatos savana estépica/floresta estacional.Justificativa: Ocorrência de uma espécie deave endêmica da região. Espéciesameaçadas de aves e mamíferos. Espéciesde aves, mamíferos e peixes endêmicos dacaatinga. Grande diversidade de espécies depeixes, e comunidades especiais de peixes.Ação recomendada: Proteção integral.Prazo de ação: Curto prazo.Grupos que indicaram: Aves, Mamíferos,Biota Aquática e Invertebrados.

56 - VITÓRIA DA CONQUISTALocalização: Vitória da Conquista (BA).Importância biológica: Extrema.Hábitats mais expressivos: Afloramentos dequartzito no topo do morro do Cruzeiro eserra do Periperi.Justificativa: Esta área inclui as duasúltimas populações de Melocactusconoideus, uma espécie que chegou àbeira da extinção pelo comércio ilegal.Atualmente, suas últimas áreas deocorrência estão sob forte pressãoantrópica por estarem quase dentro dacidade de Vitória da Conquista. São,

também, ameaçadas pela extração decascalho e brita para construção. É umaespécie citada como ameaçada de extinçãona lista do CITES.Ação recomendada: Proteção integral.Prazo de ação: Urgente.Grupos que indicaram: Flora.

57 - PEDRA AZUL

Localização: MG: Pedra Azul, Almenara,Mato Verde, Águas Vermelhas, PedraGrande, Cachoeira do Pajeú, Divisópolis,Bandeira: BA: Macarani, Encruzilhada.

Importância biológica: Alta.

Hábitats mais expressivos: Caatinga sobreafloramentos, caatinga arbustiva e mata decipó.

Justificativa: Espécies de plantasendêmicas da Caatinga e de Pedra Azul.Espécies de formigas endêmicas. Provávelárea com grande representatividade deinsetos da Caatinga. Espécies de avesendêmicas, raras e ameaçadas. EcótoneCaatinga/Mata Atlântica.Ação recomendada: Investigação científica.Prazo de ação: Curto prazo.Grupos que indicaram: Flora, Aves eInvertebrados.

As áreas prioritárias para pesquisacientífica são aquelas insuficientementeconhecidas, mas de provável importânciabiológica.

1 - BACIA DO RIO MEARIMLocalização: MA: Mata Roma, Anapurus,Brejo, Buriti, Chapadinha.Hábitats: Rio Preto/Bacia do rio Mearim.Justificativa: Bacias dos rios Mearim ePreto com ictiofauna desconhecida.A mastofauna é desconhecida embora aanálise dos fatores abióticos indiqueprovável importância biológica. Pressãoantrópica presente em região limítrofe asudoeste. Baixa pressão antrópica atual naregião, com tendência de incremento a

curto prazo (atividades turísticas de massa,soja e apicultura). Ausência de núcleos dedesertificação.Prazo de ação: Urgente.Grupos que indicaram: Répteis e Anfíbios.

2 - BAIXO PARNAÍBALocalização: MA: Magalhães de Almeida,Araioses; PI: Buriti dos Lopes, BomPrincípio do Piauí, Parnaíba.Hábitats: Cerrado/caatinga/tabuleiros.Justificativa: Recursos hídricos superficiais.Desmatamento da vegetação ciliar eassoreamento. Área com espécies degrande interesse econômico e presença dealgumas espécies endêmicas. Moderadariqueza de espécies de peixes.

ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA PESQUISA CIENTÍFICA

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Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora e BiotaAquática.

3 - BACIA DO RIO ACARAÚLocalização: CE: Ipu, Morrinhos, Santanado Acaraú, Sobral, Massapê, Marco,Acaraú, Bela Cruz.Hábitats: Caatinga e mata ciliar.Justificativa: Expressiva bacia hidrográficacom ausência de dados sobre a diversidadebiológica em geral, principalmente peixes,com aparente baixo endemismo (existeapenas um caso reconhecido).Prazo de ação: Urgente.Grupos que indicaram: Flora, Aves,Mamíferos e invertebrados.

4 - BACIA DO RIO ANACATIAÇULocalização: CE: Irauçuba, Sobral, Miraíma,Itapipoca, Amontada.Hábitats: Caatinga e mata ciliar.Justificativa: Bacia hidrográfica com totalausência de dados sobre a diversidadebiológica em geral, principalmente de peixes.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Flora.

5 - BACIA DO RIO CURU

Localização: CE: Paramoti, Pentecoste, SãoGonçalo do Amarante, São Luís do Curu,General Sampaio, Apuiarés, Umirim,Tejuçuoca.

Hábitats: Caatinga, mata ciliar.

Justificativa: Área com registro de algumasespécies, mas necessitando de mais dadossobre a diversidade biológica de peixes.

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Mamíferos, Répteis/Anfíbios e Biota Aquática.

6 - BACIA DO RIO CHORÓ

Localização: CE: Chorozinho, Barreira,Cascavel, Pindoretama, Aracoiaba, Ocara,Pacajus, Redenção.

Hábitats: Caatinga e vegetação detabuleiro.

Justificativa: Parte da área proposta sesobrepõe à área indicada para criação deUC pelo Grupo Temático Estratégias deConservação.Prazo de ação: Urgente.Grupos que indicaram: Flora.

7 - INHAMUSLocalização: CE: Monsenhor Tabosa, NovaRussas, Pedra Branca, Santa Quitéria,Tamboril, Boa Viagem, Canindé, Crateús,Independência, Hidrolândia, Itatira,Madalena, Catunda.Hábitats: Caatinga.Justificativa: Esta é uma das áreasconsideradas de provável importânciabiológica que necessita de inventáriomastozoológico, uma vez que não apresentaregistro de coletas, mas apresentou baixaalteração e ausência de núcleos dedegradação.Prazo de ação: Curto prazo.Grupos que indicaram: Invertebrados.

8 � ANGICALLocalização: PI: São Miguel do Tapuio, PioIX, Parambu, Pimenteiras; CE: NovoOriente, Quiterianópolis, Aiuaba.Hábitats: Carrasco e caatinga.Justificativa: Estudos de botânica apontamcondições do ambiente físico ainda originaise restritas a pequenas manchas quesuportam uma vegetação xerófita. Área decontato caatinga/cerrado/floresta, mata seca(floresta decidual na encosta) com espécieem extinção � barriguda-da-caatinga (Ceibaglaziovii), tatajuba (Chloroflora tinctoria),uma espécie de látex amarelo usado noperíodo colonial para tingimento, noNordeste setentrional do Brasil, e hoje quaseextinta. Presença de vegetação de carrascosobre o topo plano do planalto, que é umtipo de vegetação em extinção. O Planaltoda Ibiapaba apresenta relevo dissimétricoem cuesta, estreita faixa de topo plano (10km). Solo profundo arenoso com boadrenagem. Abriga nascentes cujos cursosse dividem para o Ceará e o Piauí.Prazo de ação: Urgente.Grupos que indicaram: Flora, Mamíferos eBiota Aquática.

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9 - LUÍS GOMESLocalização: RN: Luís Gomes, CoronelJoão Pessoa.Hábitats: Caatinga arbórea.Justificativa: Presença de caatinga arbóreaainda preservada, mas com forte pressãoantrópica, com alta diversidade florística,que suporta populações de Cebus apellapresente na área. Presença de fisionomiavegetal ausente nas atuais unidades deconservação.Prazo de ação: Curto prazo.Grupos que indicaram: Aves.

10 - SERRA DO MARTINSLocalização: RN: Martins, Portalegre,Francisco Dantas.Hábitats: Caatinga arbórea.Justificativa: Contato entre a caatingaarbórea e arbustiva. A presença de cavernassugere a presença de uma flora própria.Presença de elemento endêmico dacaatinga.Prazo de ação: Curto prazo.Grupos que indicaram: Flora.

11 - BACIA DO POTENGI/PICO DO CABURAÍLocalização: RN: Angicos, Cerro Corá,Santana do Matos, São Tomé, Lajes,Caiçara do Rio do Vento, Ruy Barbosa,Riachuelo, Barcelona, Lagoa dos Velhos,Sítio Novo, Tangará, Santa Cruz, LagesPintadas, Presidente Juscelino, LagoaNova, São Paulo do Potengi.Hábitats: Caatinga hiperxerófila.Justificativa: Área com poucas espécies depeixes conhecidas, quase sem dados sobrediversidade. Desconhecimento damastofauna local. Presença de caatingahiperxerófila.Ação recomendada: Investigação científica.Prazo de ação: Médio prazo.Grupos que indicaram: Biota Aquática.

12 � CURIMATAÚLocalização: RN: Lagoa d�Anta, Passa eFica, Nova Cruz, Serra de São Bento, Montedas Gameleiras, Japi; PB: Tacima, Cacimba

de Dentro, Araruna, Barra de Santa Rosa,Solânea, Remígio, Esperança, Pocinhos,Bananeiras, Caiçara, Belém, Lagoa deDentro, Cuité, Arara, Serraria, Borborema,Duas Estradas, Serra da Raiz, Jacaraú.Hábitats: Caatinga arbórea.Justificativa: Região de transição entre ascaatingas e o agreste e a área do BrejoParaibano, com a presença de uma espécieendêmica. Sem dados para a carac-terização da diversidade faunística.Fisionomia vegetal não contemplada nasunidades de conservação atuais.Prazo de ação: Urgente.Grupos que indicaram: Aves e Invertebrados.

13 - VALE DO PIANCÓLocalização: PB: Piancó, Coremas.Hábitats: Caatinga arbustivo-arbórea.Justificativa: Presença de caatinga arbustivaarbórea densa determinada por uma maiorunidade em função do rio Piancó. Presençade uma espécie de primata cebídeo vivendoem ambiente típico da caatinga. Fisionomiavegetal não contemplada nas unidades deconservação atuais.Prazo de ação: Médio prazo.Grupos que indicaram: Invertebrados.

14 - PAUS BRANCOSLocalização: PB: Manaíra, Santana deMangueira.Hábitats: Caatinga arbórea densa.Justificativa: Área ampla com vegetação decaatinga arbórea densa, floristicamentepouco conhecida ocupando uma regiãomontana no oeste da Paraíba.Prazo de ação: Curto prazo.Grupos que indicaram: Flora .

15 � BETÂNIALocalização: PE: Custódia, Floresta,Betânia.Hábitats: Caatinga arbustiva-arbórea.Justificativa: Área tradicional de reproduçãoe migração de Zenaida auriculata, comotambém, de outras espécies de aves, aexemplo de Claravis pretiosa.Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Flora.

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16 � MIRANDIBA

Localização: Mirandiba (PE).

Hábitats: Caatinga arbustiva-arbórea.

Justificativa: Região de chapada sedi-mentar de origem cretácea predominandovegetação caducifólia espinhosa, comespécies endêmicas de caatinga como:Paeppigra procera (Fabaceae), Piptademiaobliqua (Mimosaceae), Jatropha mutabilis(Euphorbiaceae) e Caesalpinia micriphylla(Caesalpiniaceae).

Prazo de ação: Curto prazo.

Grupos que indicaram: Flora e Mamíferos.

17 - VALE DO SERTÃO CENTRAL

Localização: PE: Cabrobó, Terra Nova,Ouricuri, Santa Maria da Boa Vista,Parnamirim, Santa Cruz, Orocó.

Hábitats: Caatinga arbustiva-arbórea.

Justificativa: Área de caatinga relativamentebem preservada segundo o mapa de �Áreasalteradas na Caatinga�. Apesar da ausênciade inventários faunísticos, a região possuigrande potencial como área depreservação, havendo sido tambémrecomendada pelos técnicos do IBAMA epesquisadores da EMBRAPA, segundoinformações de trabalhos de campodesenvolvidos nesta área.

Ação recomendada: Investigação científica.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora e Invertebrados.

18 - QUEIMADA NOVA

Localização: PI: Coronel José Dias, Lagoado Barro do Piauí, Queimada Nova, DomInocêncio, Paulistana, Jacobina do Piauí,Conceição do Canindé, São João doPiauí.

Hábitats: Caatinga, savana estépica.

Justificativa: Pressão antrópica alta nolimite norte. Alta susceptibilidade àdesertificação. Área tradicional dereprodução de Zenaida auriculata e demigração de Tyrannus savana. Apresentaespécies raras de abelhas Euchloropria sp.,Heterosarellus sp., Rhophitulus sp.(Martins 1994). Área sujeita à pressão dos

meleiros: extrativismo predatório comdestruição dos hábitats (Castro et al., emprep.).

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora e Inverte-brados.

19 - CANTO DO BURITI/BREJAL

Localização: PI: Paes Landim, São José doPeixe, Canto do Buriti, São João do Piauí,Socorro do Piauí.

Hábitats: Área de contato caatinga/cerrado;caatinga de Lajedo. Parte terminal da Serrado Bom Jesus da Gurguéia.

Justificativa: Área com diferenciaçãofisionômica importante das existentes nosPARNAs Serra da Capivara e Serra dasConfusões. Área de maior umidade porcausa de aquíferos mais superficiais.Conecta a porção final da Serra do BomJesus da Gurguéia com a Serra daCapivara, sendo por isso utilizada comocorredor por espécies de mamíferos degrande porte (Panthera onca, Pumaconcolor, Tayassu pecari). Ecótonecaatinga/cerrado/caatinga de Lajedo,diferenciada de seu entorno.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Flora.

20 � REMANSO

Localização: BA: Remanso, Campo Alegrede Lurdes, Sento Sé, Sobradinho, PilãoArcado, Casa Nova, Itaguaçu da Bahia; PI:Dom Inocêncio.

Hábitats: Caatinga sobre rochas e dunas.

Justificativa: Presença da espécie endêmicada área � Piriqueta scabrida � só conhecidado tipo coletado em Remanso, em 1907.Apresenta uma flora semelhante à área 16.Área possui espécies raras de abelhas (porexemplo: Euchloropria sp.; Heterosarellussp.) e está sujeita à pressão dos meleiros:extrativismo predatório com destruição dehábitats. Possui alta susceptibilidade àdesertificação.

Prazo de ação: Urgente.

Grupos que indicaram: Mamíferos e BiotaAquática.

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21 - GARARU/BELO MONTELocalização: AL: Pão de Açúcar, Traipu,Palestina, Belo Monte, São José da Tapera,Jacaré dos Homens; SE: Canindé do SãoFrancisco, Poço Redondo, Porto da Folha,Gararu; BA: Santa Brígida.Hábitats: Caatinga arbustiva.Justificativa: Por mecanismo decompensação pela construção dabarragem há espaço para propor criaçãode unidade de conservação além da áreaestar submetida, na porção sul, a graveprocesso de desertificação e mostrar altasusceptibilidade à desertificação.Prazo de ação: Curto prazo.Grupos que indicaram: Biota Aquática.

22 - LAGARTO/SERRA DA MIABALocalização: SE: Itabaiana, São Domingos,Lagarto, Campo do Brito.Hábitats: Enclaves de caatinga com florestaestacional.Justificativa: Área relictual de caatingaapresentando espécies vegetais endêmicasrestritas: Actinocephalus dardanoi, eespécie endêmica da Caatinga: Piloso-cereus pentaedophorus.Prazo de ação: Curto prazo.Grupos que indicaram: Biota Aquática.

23 � QUEIMADASLocalização: BA: Conceição do Caité,Várzea Nova, Ponto Novo, Nordestina,Monte Santo, Euclides da Cunha, São Josédo Jacuípe, Capim Grosso, Mairi, Várzeada Roça, Capela do Alto Alegre, Pé deSerra, Riachão do Jacuípe, Retirolândia,São Domingos, Serrinha, Teofilândia,Biritinga, Sátiro Dias, Nova Soure, Ichu,Caldeirão Grande, Serrolândia, Caém,Quixabeira, Várzea do Poço, Santaluz,Gavião, Queimadas, Valente, Nova Fátima,Várzea Nova, Jacobina, Miguel Calmon,Cansanção, Tucano, Quijingue, Araci.Hábitats: Caatinga e matas deciduais.Justificativa: Existem poucos dados para acaracterização da ictiofauna desta região.São conhecidas pelo menos duas espéciesendêmicas da área. A região de cabeceirasapresenta composição faunística distintadas outras partes, mas são necessários

estudos para entender a riqueza deespécies. Sabe-se de uma espécie delagarto que deve ocorrer na área e da qualsó se conhece o tipo (Anotosaura collaris).Prazo de ação: Curto prazo.Grupos que indicaram: Mamíferos.

24 - ARREDORES DE MARACÁSLocalização: BA: Caetanos, ManoelVitorino, Barra da Estiva, Contendas doSincorá, Iramaia, Jequié, Arcoverde,Mirante, Tanhaçu, Maracás.Hábitats: Caatinga arbórea, matas de cipóe caatingas sobre afloramentos rochosos.Justificativa: Existência das matas de cipó,ambientes de exceção na Caatinga, comprováveis endemismos (Apodanherafasciculata: Curcubitaceae).Prazo de ação: Médio Prazo.Grupos que indicaram: Biota Aquática.

25 - LIMITE SUL DA CAATINGALocalização: MG: Candiba, Mortugaba,Espinosa, Jaíba, Janaúba, Mato Verde,Monte Azul, Porteirinha, São João daPonte, Varzelândia, Montezuma, Januária,Itacarambi, Manga, Matias Cardoso,Pedras de Maria da Cruz, Brasília de Minas,Mamonas; BA: Sebastião Laranjeiras.Hábitats: Caatinga sobre calcário bambuí;contato floresta estacional decidual-savanaestépica. Caatinga arbórea e arbustiva.Justificativa: Uma das áreas meridionais daCaatinga, com bom potencial depreservação para espécies ameaçadas ouendêmicas. Provável importância biológicanecessitando de inventário mastozoológico.Ecótone com o Cerrado. Ocorrência deendemismo de invertebrados; suscepti-bilidade à desertificação. Espéciesendêmicas da flora: Piranhea securinega(Euphorbiaceae) � espécie restrita aJanuária. Espécies endêmicas da Caatinga:Balfourodendron molle (Rutaceae);Zanthoxylum stelligerum (Rutaceae);Pilosocereus gounellei ssp. zehntneri; P.pachycladus ssp. pachyladus; Crumenariadecubens (Rhamnaceae); P. densiareolatus(Cactaceae).Prazo de ação: Curto prazo.Grupos que indicaram: Biota Aquática.

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Recomendações geraispara políticas públicas

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As recomendações do grupo depolíticas públicas, agrupadas em seisprincipais linhas de ação, são:

Áreas protegidas, recuperação de áreasdegradadas e ordenamento territorial1. Conclusão do zoneamento ambiental,

executado pelo governo federal emarticulação com a Agência deDesenvolvimento do Nordeste �ADENE, na escala 1:100.000 ou,alternativamente, execução dozoneamento na escala 1:50.000,antecipando, assim, uma necessidadefutura.

2. Realização de zoneamento am-biental, nas escalas de 1:50.000, de1:20.000 ou de 1:15.000, em áreasprioritárias para gestão e proteçãobiorregional indicadas nesseseminário.

3. Diligência junto ao Instituto Nacionalde Pesquisas Espaciais � INPE dadisponibilidade das imagens de satélitepara o planejamento e a pesquisa naCaatinga.

4. Implantação de sistema de monito-ramento e de controle permanente doordenamento territorial das áreasprotegidas e em recuperação.

5. Estudo integrado, planejamento emonitoramento das bacias e dasmicrobacias hidrográficas, destacando-se aí a associação entre agriculturasustentável, a utilização sustentável dossolos e dos recursos minerais, o controleda poluição, a conservação da vegetaçãonativa e a proteção dos recursos hídricos.

6. Implantação de programa derecuperação e de conservação dasmatas ciliares e de cabeceiras.

7. Ampliação da área total protegida porunidades de conservação na Caatingapara 10%, no prazo de dez anos,sobretudo de UCs de proteção integral:3% nos primeiros cinco anos, 6% ematé sete anos e meio, priorizando-seas áreas recomendadas nesseseminário, dada a sua importância paraa manutenção da biodiversidade, etambém por causa da pressãoantrópica a que estão submetidas.

8. Criação de nova categoria de áreaprotegida � área de recuperaçãoambiental, não incluída nos 10% do item7 e implantação dessa proteção em áreasgravemente afetadas pela desertificação.

9. Estímulo à participação dos governosestaduais e municipais, bem como dosetor privado, na criação de áreasprotegidas nas suas esferas deabrangência.

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Aprimoramento da gestão de políticaspúblicas de conservação da biodiversidade1. Integração institucional dos órgãos do

meio ambiente, Incra, Banco doNordeste e Banco do Brasil,Departamento Nacional de Obrascontra Secas, Agência Nacional dasÁguas, Companhia de Desenvolvi-mento do Vale do São Francisco �Codevasf, Agência Nacional de EnergiaElétrica � Aneel, Companhia Hidro-elétrica do São Francisco � Chesf,ADENE e demais agências que atuamna Caatinga, com o objetivo de avaliaros impactos das ações planejadas eem execução sobre a biodiversidade.

2. Implementação e regulamentação doSistema Nacional de Unidades deConservação � SNUC.

3. Execução o novo Código Florestal,com base na proposta aprovada peloCONAMA.

4. Reforço da co-participação na gestãoe no financiamento da conservação,entre os setores público e privado e ascomunidades.

5. Criação de programas de manejo e deconservação de solo e da água.

6. Incentivo à captação de águas pluviaispara o uso múltiplo, e utilizaçãosustentável de águas de superfície esubterrâneas.

7. Aprovação de legislação e imple-mentação de políticas que minimizemos impactos ambientais de atividadesprodutivas, sobretudo as decorrentes deperímetros irrigados e de mineração.

8. Adoção de manejo apropriado daapicultura, e estímulo à utilizaçãosustentável de espécies de abelhas nativas.

9. Estímulo ao turismo ecológico queprovoque baixo impacto.

10. Em relação ao desmatamento e àretirada de lenha: incentivar o uso deoutras formas de energia (solar, eólica,biodigestora, a gás); e implantar planosde manejo florestal sustentável emFlonas, em APAs e em outras áreaspara uso racional da lenha.

Educação ambiental1. Desenvolvimento de campanhas,

amplas e permanentes, de conscien-tização e de mobil ização, porintermédio da mídia, sobre aimportância da preservação ambientale do uso sustentável dos recursosnaturais.

2. Programa de divulgação extensosobre a importância da água e danecessidade de sua conservação eutilização sustentável, sobretudo naCaatinga.

3. Interação entre a preservaçãoambiental e a saúde pública(ocupação predatória, contaminaçãodos recursos hídricos e dos solos,etc.).

4. Integração do MMA com os governosestaduais e municipais, com oMinistério Público, e com o PoderJudiciário, para a realização deseminários sobre a legislaçãoambiental, os quais contem com oenvolvimento das curadorias do meioambiente e das organizações civis dedireito ambiental.

5. Trabalho conjunto dos ministérios doMeio Ambiente e da Educação paraimplementação da educaçãoambiental em todos os níveis deensino.

6. Integração do MMA com o Ministérioda Saúde, assim como com estadose municípios, para que tambémagentes de saúde e extensionistasdesenvolvam ações de educaçãoambiental.

7. Valorização e resgate da cultura depopulações indígenas e de outrascomunidades tradicionais, com oobjetivo de associar esses conhe-cimentos àqueles gerados pela ciênciae pela tecnologia.

8. Estímulo à implantação de criadourosde animais silvestres e de viveiros deplantas nativas para consumo ecomercialização.

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Financiamento e incentivoseconômicos para conservação1. Criar grupos de trabalho para a

elaboração de programas quecoadunem com os planos federal,estadual e municipal, visando àcaptação de recursos de fundosinternacionais e nacionais, bem comoà inclusão de tais recursos nosorçamentos governamentais.

2. Direcionar a aplicação de mecanismoscompensatórios financeiros, pagospelos usuários de água e pelosexploradores de mineral, comparticipação paritária do Estado e dosmunicípios, para a preservaçãoambiental, destacando a conservaçãodas matas ciliares e a recuperação dasáreas de nascente, nas suas esferas deabrangência.

3. Estabelecer contribuição, de nomínimo 1% do valor dos incentivosrecebidos por empresas beneficiáriasde apoio financeiro governamental,para projetos de preservaçãoambiental,aos quais devem seracrescidos pelo menos 3% do valortotal da contrapartida do governo.

4. Considerar as áreas de unidades deconservação do município, comocritério adicional à alocação do Fundode Participação dos Municípios � FPM.

5. Incentivar a implementação das leis deICMs Verde em todos os estados.

6. Estimular a aprovação de incentivosfiscais, mediante a renúncia deles, porparte do governo, para investimentonas RPPNs.

7. Ampliar o FNE Verde (Fundo deDesenvolvimento do NordesteAgrícola) via inclusão de empréstimospara RPPNs.

8. Diligenciar para que sejam priorizados,pelas leis de incentivo cultural, projetosque associem preservação ambientalà cultura e à arqueologia, entre outrasáreas.

9. Demandar o apoio do governo aorganizações e a agências que captem

recursos externos para a conservaçãoambiental.

10. Privilegiar, na periferia das áreasprotegidas, a aplicação de recursos deprogramas tais como Fundo deDesenvolvimento do Nordeste Agrícola(FNE), Banco do Brasil AgriculturaOrgânica, Programa Nacional deFortalecimento da Agricultura Familiar� PRONAF e outros destinados àagricultura sustentável.

11. Modificar a legislação de licenciamentode obras com impacto ambiental, paraque os recursos oriundos dacompensação ambiental sejamutilizados, tanto na regularização dasituação fundiária de unidades deconservação como na ampliaçãodelas.

12. Estudar a utilização de títulos da dívidaagrária � TDAs para a desapropriaçãode terras em unidades de conservação.

13. Recomendar, estimulando a adoção ea preservação, por parte de cadamunicípio, de uma espécie biológica,assim como do seu hábitat, comobandeira (símbolo).

14. Dividir, de modo paritário, os recursosdestinados à pesquisa, à disseminaçãoe ao crédito, para o desenvolvimentoda agricultura sustentável.

Geração de conhecimento e formação derecursos humanos1. Criação de linhas de financiamento,

por meio da integração do CNPq comoutras agências de fomento, parapesquisa e formação de recursoshumanos em ecologia da Caatinga,atrelada à rede de pesquisa e a outrasiniciativas de cunho ambiental e dedesenvolvimento sustentável, seguindoas prioridades a ser definidas no planode ação para esse bioma.

2. Criação de bancos de dados sobre aCaatinga, articulados com a RedeBrasileira de Biodiversidade, efortalecimento dos atuais centros de

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informação sobre conservação,utilização sustentável e repartiçãoequitativa dos benefícios.

3. Priorização para financiamento dosestudos mencionados a seguir, sem quesejam prejudicados outros que vierema serem indicados: inventário da flora,da fauna e de microorganismos daCaatinga, e monitoramento dosprocessos biológicos já inventariados;aproveitamento e melhoria de espéciesnativas, vegetais e animais, inclusivede animais silvestres, visando regularizara caça para grupos sociais específicos;geração de tecnologias sustentáveis;desenvolvimento de experiênciasreferenciais em agricultura sustentável,do ponto de vista econômico, social eambiental, com ênfase na agriculturafamiliar, atrelado à capacitação dosagentes e das comunidades envolvidas;registro e disseminação do conheci-mento tradicional das comunidadeslocais; desenvolvimento e/ou siste-matização de metodologias dedisseminação; estudo da valoraçãoeconômica da biodiversidade e dosrecursos naturais da Caatinga.

Do rio São Francisco1. Que todas as políticas públicas sejam

desenvolvidas na perspectiva daconvivência sustentável com ascondições do semi-árido.

2. Quanto aos recursos hídricos, que seaproveite a captação de água dachuva, e proceda-se à utilizaçãosustentável das águas de superfície esubterrâneas.

3. Que se desenvolvam ações prioritáriasde revitalização da bacia do rio SãoFrancisco e das bacias a ele coligadas.

4. Esgotadas essas iniciativas, e havendonecessidade de interligação de baciase/ou de transposição de águas, que taismedidas sejam fundamentadas emestudos técnicos e científicos deviabilidade socioeconômica e deimpactos ambientais, as quais sódevem ser aprovadas depois de amplodebate com a comunidade científica,de campanha de esclarecimento e deaudiências públicas com a populaçãoenvolvida.

Estratégias para implementação dosresultados do seminário Biodiversidadeda Caatinga1. Elevar o bioma Caatinga à condição

de patrimônio nacional natural(Art. 225 da Constituição do Brasil).

2. Criar grupo de trabalho da Caatinga,no MMA; e elaborar plano de ação parao bioma.

3. Propor estratégias de captação derecursos para a execução do plano deação a ser elaborado.

4. Incluir as recomendações do semináriono Plano Plurianual � PPA do governofederal.

5. Providenciar a inclusão das re-comendações nos PPAs estaduais, noplano de desenvolvimento regional daADENE, e no planejamento do Bancodo Nordeste.

6. Divulgar amplamente os resultados,visando com isso à criação de umaimagem positiva de diversidadebiológica, étnica e cultural do biomaCaatinga.

7. Realizar seminários para divulgaçãodos resultados, com a participaçãode governadores, presidentes deórgãos e reitores de universidadesregionais, autor idades c iv is ,re l ig iosas e diplomát icas, re-presentantes das comunidades,organizações multi e bilaterais, erepresentantes de ONGs.

8. Divulgar os resultados do seminário dobioma Caatinga no Fórum deSecretários de Meio Ambiente, nasassociações de prefeitos, nascomissões parlamentares de meioambiente, no Ministério Público e nosdemais fóruns da sociedade civilorganizada.

9. Associar a divulgação dos resultadosdo seminário ao evento de lan-çamento da campanha de criação docorredor Parque Nacional da Serra daCapivara - Parque Nacional da Serradas Confusões, e ao evento dacampanha para que o complexo sejadesignado �Reserva da Biosfera daCaatinga�.

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PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO

CoordenaçãoJosé Maria Cardoso da Silva (Coordenação Geral do Subprojeto)

Gisela Herrmann, Ivana Reis Lamas, Lara Preussler, Lília Crespo Cavalcanti,Lívia Vanucci Lins, Luiz Paulo de Souza Pinto, Marcelo Tabarelli,Mônica Tavares da Fonseca, Paulo César Fernandes Lima,Roberto Brandão Cavalcanti, Sérgio Bazi.

FloraAna Maria Giulietti (Coordenação)

Ana Luiza Du Bocage Neta, Antônio Roberto Lisboa de Paula, Dilosa CarvalhoBarbosa, Eliana Nogueira, Everardo V. S. B. Sampaio, Grécia Cavalcanti da Silva,Isabel Cristina Machado, Jair Fernandes Virgínio, Leonor Costa Maia,Luciana M. S. Griz, Luciano Paganucci de Queiroz, José Luciano Santos Lima,Marcelo Athayde Silva, Maria Angélica Figueiredo, Maria de Jesus Nogueira Rodal,Maria Mércia Barradas, Maria Regina de Vasconcellos Barbosa, Raymond M. Harley,Sérgio de Miranda Chaves.

InvertebradosCarlos Roberto Ferreira Brandão (Coordenação)

Blandina Felipe Viana, Celso Feitosa Martins, Christiane Izume Yamamoto,Fernando César Vieira Zanella, Marina Castro.

Biota AquáticaRicardo Rosa (Coordenação)

Gildo Gomes Filho, Naércio A. Menezes, Oscar Akio Shibatta, Wilson J.E.M. Costa.

Répteis e AnfíbiosMiguel Trefaut Rodrigues (Coordenação)

Celso Morato de Carvalho, Diva Maria Borges-Nojosa, Eliza Maria Xavier Freire,Felipe Franco Curcio, Francisco Filho de Oliveira, Hélio Ricardo da Silva,Marianna Botelho de Oliveira Dixo.

AvesJosé Fernando Pacheco (Coordenação)

João Luiz Xavier Nascimento, Luis Fábio Silveira, Marcelo Cardoso de Souza,Miguel Ângelo Marini, Severino Mendes de Azevedo Júnior.

MamíferosJoão Alves de Oliveira (Coordenação)

Adelmar F. Coimbra Filho, Antônio Souto, Cibele Rodrigues Bonvicino,Daniel Ricardo Scheibler, Frank Wolf, Pedro Luís Bernardo Rocha.

Zig

Koch

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Fatores AbióticosIêdo Bezerra de Sá (Coordenação)

Aguinaldo Araújo Silva Filho, Carlos Almiro Moreira Pinto, George André Fotius,Gilles Robert Riché, Hernande Pereira da Silva, Rebert Coelho Correia,Renival Alves de Souza.

Estratégias de ConservaçãoAgnes de Lemos Velloso (Coordenação)

Ana Lícia Patriota Feliciano, Antônio Cláudio Conceição de Almeida,Antônio Edson Guimarães Farias, Carlos Alberto Mergulhão Uchôa Neto,Daniela América Suárez de Oliveira, Élcio Souza Magalhães,Fátima Maria Diaz da Hora, Francisco Barreto Campello, Hélio Batista de Faria,Hermano José Batista de Carvalho, Inah Simonetti, Márcia Chame,Ridalvo Batista de Araújo.

Uso Sustentável da BiodiversidadeMarcos Antônio Drumond (Coordenação)

Adelmo Carvalho Santana, Angelo Antoniolli, Clóvis Eduardo de Souza Nascimento,Everaldo Rocha Porto, Francisco Filho de Oliveira, Francisco Pinheiro de Araújo,Gherman Garcia Leal de Araújo, João Alberto Gominho Marques de Sá,João Arthur Soccal Seyffarth, José Lincon Pinheiro Araújo, José da Luz Alencar,Josefina Maria Silva Macêdo Santana, Josias Cavalcanti, Lúcia Helena PiedadeKiill, Manoel Luiz de Melo Neto, Marcelo Bregda Furtado, Martiniano Cavalcante deOliveira, Mary Ann Saraiva Bezerra, Mauro Ferreira Lima, Nereida Costa Nobrega deOliveira, Nilton de Brito Cavalcanti, Percionila Nunes dos Santos, Regina Ferro deMelo Nunes, Severino Gonzaga de Albuquerque, Thomaz Correia e Castro da Costa,Viseldo Ribeiro de Oliveira, Warton Monteiro.

Desenvolvimento Regional e Pressões AntrópicasYoni Sampaio (Coordenação)

José Edmilson Mazza Batista, José Sinésio Herculano e Silva, Justino José PereiraNeto, Maurício Lins Aroucha, Paulo Gustavo de Prado Pereira, Rita Alcântara,Ronaldo Câmara Cavalcanti, Ronaldo Jucá, Sílvio Rocha Sant� Ana.

GeoprocessamentoCássio Soares Martins (Coordenação)

Alexandre Dinoutti, André Maurício Santos, Carlos Henrique Madeiros Casteletti,Maria das Graças Lopes dos Santos, Paulo Pereira da Silva Filho.

PlenáriasAlexandrina Sobreira de Moura, Ana Maria dos Santos Cabral, Fredmar Correa,Geraldo Coelho, José Pedro de Oliveira Costa, Marco Antonio de Oliveira Gomes,Marcos Formiga, Niede Guidon, Paulo Roberto Coelho Lopes,Antônio Alberto Jorge Farias Castro.