2)+ESTRUTURA+DAS+DEMONSTRAÇÕES+FINANCEIRAS (1)
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PROF. ELISEU SCQUIAVON – FAFI – ADM3SAREFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: Prof. Rildo Bueno
2009 - 2
1 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
O desenvolvimento da função financeira implica na
constante avaliação de grande número de informações
relacionadas com os fluxos de fundos. Essas informações
surgem da análise e interpretação dos dados transmitidos
pelas demonstrações financeiras.
1.1 TIPO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Demonstrações gerenciais para uso interno; e
Demonstrações contábeis para divulgação externa.
1.1.1 DEMONSTRAÇÕES GERENCIAIS PARA USO INTERNO
Compreendem demonstrativos que orientam o processo
decisório ou refletem os planos da empresa. Assim, há
demonstrações que apresentam dados históricos, outras que
traduzem os efeitos de novas decisões através de dados
projetados e aquelas que comparam as projeções com o que
foi efetivamente realizado.
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Dados Históricos
A urgência de determinadas informações obriga à
realização de levantamentos diários de certos dados, como
faturamento, cobranças, saldos bancários, compras etc., e
isto faz com que diversos demonstrativos gerenciais sejam
elaborados fora do âmbito da contabilidade, como por
exemplo:
- Fluxo de caixa;
- Controle de estoques;
- Controle de contas a pagar e a receber;
- Vendas por produtos;
- Controle do tempo de execução de tarefas;
- Controle de horas trabalhadas etc.
Dados Projetados
Nesta categoria incluem-se aqueles demonstrativos
que refletem as previsões de curtíssimo prazo, como
projeções semanais de caixa e os planos globais que
abrangem um ou mais anos, como os orçamentos de capital,
e outros orçamentos específicos.
1.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA DIVULGAÇÃO EXTERNA
Relatório Contábil é a exposição resumida e ordenada
de dados colhidos pela contabilidade. Objetiva relatar às
pessoas que se utilizam da contabilidade os principais
fatos registrados pela contabilidade em determinado
período.
Os relatórios contábeis são também conhecidos por
informes contábeis. Entre os relatórios contábeis, os
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mais importantes são as demonstrações financeiras
(terminologia utilizada pela Lei das S.A.), ou
demonstrações contábeis (terminologia preferida pelos
contadores mais conservadores).
A Lei das S.A. estabelece que, ao fim de cada
período social (12 meses) a diretoria fará elaborar, com
base na escrituração contábil, as demonstrações
financeiras (ou demonstrações contábeis) relacionadas a
seguir.
Balanço patrimonial;
Demonstração do resultado do exercício (antigo
lucros e perdas);
Demonstrações de lucros ou prejuízos acumulados;
Demonstração de fluxo de caixa; e
Demonstração do valor adicionado, se companhia de
capital aberta.
Além das demonstrações financeiras relacionadas,
temos as notas explicativas, que são complementos àquelas
demonstrações (sem serem demonstrações financeiras). As
notas explicativas são dispostas no rodapé das
demonstrações financeiras.
Há certas informações que se tornam difíceis de ser
indicadas nas demonstrações financeiras. Por exemplo:
mudança de critério contábil; garantias oferecidas aos
bancos que concederam empréstimos; taxa de juros etc.
Estas informações, portanto, serão evidenciadas em notas
explicativas.
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O exercício social terá duração de um ano, não
havendo necessidade de coincidir com o ano civil (01/01 a
31/12), embora, na maioria das vezes, assim aconteça.
1.2.1 BALANÇO PATRIMONIAL
Reflete a Posição Financeira em determinado momento,
normalmente no fim do ano ou de um período prefixado.
O Balanço Patrimonial (BP) é constituído de duas
colunas: a coluna do lado direito, denominada Passivo e
Patrimônio Líquido; a coluna do lado esquerdo, Ativo. A
razão de ser atribuir o lado esquerdo para o Ativo e o
direito pra o Passivo e Patrimônio Líquido é mera
convenção.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVOPASSIVO ePATRIMÔNIO LÍQUIDO
O ativo são todos os bens e direitos de
propriedade da empresa, mensurável monetariamente, que
representam benefícios presentes ou benefícios futuros
para a empresa:
Bens : máquinas, terrenos, estoques, dinheiro
(moeda), ferramentas, veículos, instalações etc.
Direitos : contas a receber, duplicatas a receber,
títulos a receber, ações, depósitos em contas bancárias
(direito de saque), títulos de crédito etc.
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A empresa relatará como ativo só aquilo que for de
sua propriedade. Os empregados, por exemplo, não são
propriedades da empresa; portanto, não serão evidenciados
no ativo. Uma rodovia pública, constantemente utilizada
pelos veículos da empresa para a distribuição da
produção, não é ativo da empresa, pois a rodovia não é
sua propriedade.
É fundamental lembrar que o bem de propriedade da
empresa é aquele sobre o qual ela tem domínio. Quando o
bem está em nosso poder, dizemos que há posse sobre ele.
Nem toda posse, entretanto, significa propriedade:
podemos alugar (leasing) um veículo e ter posse sobre
ele, muito embora não tenhamos a propriedade (domínio).
Portanto, este veículo não é ativo para a empresa.
Há certos itens que, embora representem um potencial
para a obtenção de benefícios futuros, não serão
evidenciados no ativo da empresa, pois não são avaliáveis
em dinheiro.
O caso de marcas de produtos, por exemplo,
representa algo inestimável para a empresa, mas quase
nunca aparece nos ativos. A razão principal é que se
torna difícil avaliar quanto vale uma marca para a
empresa. Não seríamos objetivos se assim o fizéssemos,
salvo quando se negocia uma marca (neste caso, há um
valor objetivo de mercado: houve a negociação).
Assim, uma marca é um bem (embora intangível: não se
pode pegar, não tem consistência física); é propriedade
da empresa (só a empresa pode trabalhar com a sua marca);
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proporciona benefícios presentes e futuros para a
empresa; a partir da Lei 11.638, de 28 de dezembro de
2007, poderá ser evidenciado no ativo.
Veja que, para que seja evidenciado no ativo, é
necessário preencher suas quatro características
simultaneamente:
Bens ou direitos.
Propriedade.
Mensurável em dinheiro.
Benefícios presentes ou futuros.
O passivo evidencia toda a obrigação (dívida) que a
empresa tem com terceiros: contas a pagar, fornecedores
de matéria-prima (a prazo), impostos a pagar,
financiamentos, empréstimos etc. O passivo é uma
obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida
vencer, será exigida (reclamada) a liquidação da mesma.
Por isso é mais adequado denominá-lo Passivo Exigível.
O patrimônio líquido evidencia recursos dos
proprietários aplicados no empreendimento. A aplicação
inicial dos proprietários (a primeira aplicação)
denomina-se, contabilmente, capital.
Se houver outras aplicações por parte dos
proprietários (acionistas-S.A., ou sócios-Ltda.), teremos
acréscimo de capital.
O Patrimônio Líquido não só é acrescido com os novos
aumentos de Capital, mas também, e isto é mais comum, com
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os rendimentos resultantes do capital aplicado. A este
rendimento denominamos Lucro.
O lucro, resultante da atividade operacional da
Entidade, obviamente, pertence aos proprietários que
investiram na empresa (remuneração ao capital investido).
Do lucro obtido, em determinado período, pela
atividade empresarial, normalmente, uma parte é
distribuída para os donos do capital e outra parte é
reinvestida no negócio, isto é, fica retida (acumulada)
na empresa.
A parte do lucro acumulado (retido) é adicionada ao
Patrimônio Líquido. Dessa forma, as aplicações dos
proprietários vão crescendo.
De certa forma, o Patrimônio Líquido também é uma
obrigação da empresa com os seus proprietários. Todavia é
uma obrigação, geralmente, não exigível, isto é, os
proprietários não exigem da empresa o reembolso da sua
aplicação, pois tem um interesse de continuidade da
mesma. Por isso, antigamente, o PL era conhecido como Não
Exigível.
O proprietário de uma empresa, no caso de uma S.A.,
é portador de ações (menor parte em que é dividido um
capital) e, normalmente, quando não mais desejar ser
acionista da empresa, ele negocia com terceiros as suas
ações (não solicita reembolso da empresa). No caso de uma
empresa Ltda., o sócio que deseja retirar-se da sociedade
vende as suas quotas para os outros sócios ou terceiros,
mas não reclama seu dinheiro de volta da sociedade.
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Outra forma bastante conhecida para denominar o
Passivo (ou obrigações exigíveis) é Capital de terceiros,
isto é, recursos de indivíduos ou entidades emprestados à
empresa (fonte externa de capital). Assim, dívidas com os
Bancos, Financeiras, Fornecedores de Mercadorias, Governo
(impostos)... representam capital de terceiros.
O Patrimônio Líquido é também denominado de Capital
Próprio, isto é, recursos dos próprios sócios ou
acionistas (fonte interna de capital).
Enquanto a empresa estiver operando (em
continuidade), os proprietários não podem, juridicamente,
reclamar o seu dinheiro (Investimento) de volta (poderia
vender a sua parte para terceiros). Dessa forma, num
processo de continuidade, os recursos aplicados pelos
proprietários pertencem à empresa podendo esta utilizá-
los sem a preocupação de ter de devolvê-los. Daí, Capital
Próprio que não será devolvido até a extinção da empresa.
Na empresa há duas fontes de capital distintas:
Capital dos próprios sócios e Capital dos outros, ou
seja, de terceiros.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
Bens + Direitos
PASSIVO
(Capital de Terceiros)
Patrimônio Líquido
(Capital Próprio)
CAPITAL DE TERCEIROS X CAPITAL PRÓPRIO
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A comparação Capital de Terceiros com o Capital
Próprio revela o grau de endividamento da empresa. Quanto
maior for o Capital de Terceiros (dívidas exigíveis) em
relação ao Capital Próprio (obrigações não exigíveis),
maior será o endividamento da empresa. Não há dúvida de
que um bom equilíbrio entre esses dois grupos é o
desejável, embora, em época de inflação elevada, haja
tendência por parte das empresas em se endividarem mais.
O Passivo e o Patrimônio Líquido como podem observar
no quadro anterior, significam Origem (fonte) de Capital.
A origem de Capital pode ser externa (Passivo ou
Capital de Terceiros) ou interna (Patrimônio Líquido ou
Capital Próprio).
Por outro lado, o Ativo significa Aplicações de
Recursos originados no Passivo e PL. Assim, aplicamos
dinheiro no caixa, em estoques, em bens de vida longa
etc.
Em conseqüência destes conceitos, é possível
explicar o porquê de o Ativo ser sempre igual ao Passivo
+ PL: é que uma empresa não pode aplicar aquilo que não
tem origem. Em outras palavras, se houve uma origem de
160, a empresa só pode aplicar 160 e não 100 ou 200.
Assim, se o Patrimônio Líquido, por exemplo, é
acrescido por lucro do exercício, o Ativo será
incrementado pelo mesmo montante do Lucro aplicação do
resultado.
1.2.2 GRUPOS DE CONTAS
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O Balanço Patrimonial é constituído de Ativo,
Passivo e Patrimônio Líquido. O Ativo, por sua vez,
compõe-se de Bens e Direitos aplicados na Entidade
Contábil. O Passivo e o Patrimônio Líquido registram
todas as entradas (origens) de recursos na empresa.
Se demonstrássemos um Balanço Patrimonial cujo Ativo
fosse um “amontoado de contas de Bens e Direitos” (de
forma heterogênea), teríamos dificuldades em ler,
interpretar e analisar o Balanço Patrimonial. Por isso é
importante apresentar o Balanço agrupando-se as contas de
mesmas características, isto é, separando grupos de
contas homogêneas entre si. Por exemplo, poderíamos
agrupar as contas Caixa e Bancos (depósito que a empresa
tem nos Bancos), em um único grupo denominado Disponível
(dinheiro à disposição da Entidade).
Para facilitar a interpretação e análise do Balanço
existe uma preocupação constante em estabelecer uma
adequada distribuição de contas em grupos homogêneos. A
Lei das Sociedades por Ações dispõe uma estrutura de
contas nacionalmente aceita (inclusive por outros tipos
de sociedades).
As contas do Ativo são agrupadas de acordo com a
sua rapidez de conversão em dinheiro de acordo com o seu
grau de liquidez (a capacidade de se transformar em
dinheiro mais rapidamente).
Em primeiro lugar, agrupam-se as contas que já
são dinheiro (caixa, bancos etc.) com aquelas que se
converterão em dinheiro rapidamente (títulos a receber,
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estoques etc.) A este grupo de contas denominamos Ativo
Circulante. É um grupo de elevado grau de liquidez.
Em segundo lugar, serão agrupadas aquelas contas que
se transformarão em dinheiro mais lentamente. São Ativos
de menor grau de liquidez (valores a receber, mas que
levam muito para serem recebidos). A este grupo
denominamos Ativo Realizável a Longo Prazo .
Em terceiro lugar, serão agrupados os itens que
dificilmente serão transformados em dinheiro, que
normalmente não são vendidos, mas são utilizados como
meio de consecução dos objetivos operacionais da empresa.
Poderíamos dizer que, praticamente, são itens sem nenhuma
liquidez. Outra característica desse grupo é que são
itens utilizados pela empresa por vários anos – vida útil
longa (prédios, máquinas etc.), por isso são denominados
Ativo Permanente.
BALANÇO PATRIMONIAL
As
contas do Passivo e PL são agrupadas de acordo com o seu
vencimento, isto é, aquelas a serem liquidadas mais
rapidamente serão destacadas daquelas a serem pagas num
prazo mais longo.
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ATIVO PASSIVO e PL Circula
nte?
Realizá
vel a LP?
Permane
nte?
Em primeiro lugar, agruparemos as contas que serão
pagas mais rapidamente (Salários a Pagar, Impostos etc.).
Este grupo é chamado Passivo Circulante.
Em segundo lugar, as contas que serão pagas num
prazo mais longo (Financiamentos etc.). Este grupo é
chamado Passivo Exigível a Longo Prazo.
Em terceiro lugar, as contas que, praticamente, não
serão pagas. São as obrigações com os proprietários da
empresa, as obrigações não exigíveis. Este grupo é
chamado Patrimônio Líquido.
BALANÇO PATRIMONIALATIVO PASSIVO e PL
Circulante Circulante Realizável
a LP
Exigível a
LP Permanente Patrimônio
Líquido
Há uma analogia em termos de grupos de contas entre
o lado do Ativo e o lado do Passivo e LP: é o grau de
Liquidez decrescente.
No Ativo aparecerão em primeiro lugar as contas que
se converterão mais rapidamente em dinheiro e, a seguir,
as contas mais lentas de realização em dinheiro; no
Passivo e LP serão destacadas, prioritariamente, as
contas que deverão ser pagas mais rapidamente e, a
seguir, aquelas que serão acertadas a Longo Prazo.
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Grau de LiquidezDecrescente ATIVO PASSIVO e PL
Rápida Circulante CirculanteLenta Realizável a LP Exigível a LPNão há Permanente Patrimônio
Líquido
1.2.2.1 CIRCULANTE E O CONCEITO DE CICLO OPERACIONAL
O primeiro grupo de contas é o Circulante, tanto para o
Ativo como para o Passivo.
Partiremos de uma indústria, como exemplo, para
melhor entender este grupo de contas.
No processo de industrialização, a primeira
preocupação básica de uma empresa industrial é adquirir
matéria – prima para transformá-la em produtos acabados.
Normalmente, a aquisição de matéria-prima é a prazo.
Dessa forma, a empresa contrai uma dívida que,
contabilmente, se denomina fornecedores (são os fornecedores
de matérias-primas para a indústria ou fornecedores de
mercadorias para revenda em uma empresa comercial).
Em seguida, a empresa inicia a industrialização,
entrando no estágio de transformação da matéria-prima:
Produção em Andamento. Neste estágio surgem outras
obrigações a pagar:
a) Salários a Pagar: a utilização de mão-de-obra na
produção em andamento gera despesas de salários que, via
de regra, deverão ser pagas até o dia 10 do mês
trabalhado.
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b) Contas a Pagar: pequenas despesas, tais como:
material secundário à industrialização, conta de luz, de
água etc.
c) Aluguel a Pagar: se o prédio utilizado for alugado
etc.
d) Outras obrigações...
Por fim, a empresa chega ao estágio de Produtos
Acabados, isto é, já houve a transformação total almejada.
Agora o produto acabado poderá ser vendido.
Da mesma forma que a empresa adquiriu matéria-prima
(a prazo), com raras exceções, também venderá seus
produtos acabados a prazo. Nesta transação é gerado um
Direito a receber, cujo documento comprobatório (emitido
pela empresa que vende a aceito pela empresa que compra)
daquele direito é uma duplicata. Por isso, contabilmente,
é gerada a conta Duplicatas a Receber.
Por ocasião das vendas alguns impostos serão gerados
como, por exemplo, o IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados), o ICMS (Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços), o ISS (Imposto sobre Serviços)
etc. Então, a empresa assume o compromisso com o governo:
Impostos a Recolher.
A empresa poderá, dependendo do prazo de
faturamento, esperar 30, 60, 90, 120,... dias para
receber as duplicatas emitidas.
Muitas vezes, a empresa não tem recursos suficientes
para cobrir suas obrigações geradas no processo de
industrialização. Então recorre a Empréstimos Bancários e
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utiliza parte de suas duplicatas, oferecendo-as como
garantia ao Banco. Como remuneração ao capital de
terceiros, a empresa pagará juros à Instituição
Financeira que estiver concedendo o empréstimo.
Outra maneira de obter recursos financeiros com
duplicatas é o Desconto de Duplicatas. A empresa transfere a
propriedade das duplicatas ao Banco (ou outro
financiador). Como contrapartida, a empresa recebe do
Banco o valor constante nas duplicatas menos os juros
contados até os vencimentos das duplicatas. O Banco, por
sua vez, receberá o valor total da duplicata do cliente
da empresa. Todavia, se, no vencimento da duplicata, não
houver a sua liquidação (o banco não receber), a empresa
deverá reembolsar ao Banco o valor total da duplicata
descontada.
Por ocasião do recebimento das duplicatas por parte
da empresa, os recursos financeiros serão canalizados
para o Caixa ou Bancos (o correto é Bancos conta
Movimento), e os compromissos da empresa, à medida que
forem vencendo, serão liquidados.
Este processo se repete constante e
ininterruptamente, uma vez que a empresa está sempre
adquirindo novas matérias-primas para alimentar seu
processo industrial.
O período desde a aquisição da matéria-prima (que
entra no processo produtivo) até o recebimento das
duplicatas é denominado Ciclo Operacional.
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É relevante observar que, neste período, todas as
contas envolvidas (Estoques de matérias-primas, de
produtos em andamento e de produtos acabados;
Fornecedores; Salários a Pagar; Contas a Pagar; Aluguel a
Pagar; Duplicatas a Receber; Impostos a Recolher;
Empréstimos a Pagar; Caixa e Bancos) estão constantemente
em movimento, isto é, seus saldos são freqüentemente
alterados.
São as contas em giro, em circulação. Por isso, o grupo
dessas contas é denominado Circulante. Observe que estas
contas aumentam e diminuem freqüentemente. Por exemplo,
entra dinheiro no caixa quando recebemos; sai dinheiro
quando pagamos. Os valores modificam-se constantemente.
Eles não permanecem fixos com o decorrer do tempo. Esta é
uma característica das contas do Grupo Circulante.
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL)
Ativo Circulante menos Passivo Circulante evidencia
o Capital Circulante Líquido, ou seja, a parte do Ativo
Circulante que não está comprometida com o Passivo
Circulante.
Antes de 1976, ano em que foi publicada a Lei das
S.A., o Capital Circulante Líquido (CCL) era conhecido
como Capital de Giro Próprio (CGP). Tal denominação ainda é
utilizada em alguns setores do mercado financeiro.
Portanto, CCL e CGP significam a mesma coisa.
Na verdade, o Ativo Circulante é conhecido como
Capital de Giro (ou Capital em Giro). Assim, a parte do
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Capital em Giro (Ativo Circulante) que não estiver
comprometida com terceiros (Passivo Circulante) será da
própria empresa (não será entregue a terceiros). Daí a
expressão Capital de Giro Próprio.
1.2.2.2 ATIVO PERMANENTE (FIXO)
Outro grupo do Ativo é exatamente o oposto do
Circulante: Ativo Fixo ou Permanente.
Pela denominação, podemos entender o seu conteúdo:
são itens que não se destinam à venda; seus valores não
são alterados freqüentemente; não há uma conotação de
giro (movimento).
São bens e direitos de vida útil longa. A empresa
utiliza o Permanente, praticamente, como “meio para
atingir seus objetivos sociais”.
O Permanente divide-se em quatro subgrupos:
Investimentos, Imobilizado, Intangível e Diferido.
Investimentos são as participações permanentes em outras
sociedades, isto é, não há interesse de a empresa vender
sua participação.
Por exemplo: ações de outras companhias. Outros
itens não necessários à atividade operacional da empresa
(não utilizados na manutenção do negócio principal), mas
com características de permanente, deverão ser
classificados em Investimentos. São eles:
Prédios não utilizados pela empresa, alugados para
terceiros como uma forma de rendimento (aluguel) para a
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empresa. Portanto, não é utilizado na atividade principal
da empresa.
Terrenos adquiridos para futura expansão (não
estão sendo utilizados no momento pela empresa).
Obras de arte, quadros, adquiridos pela empresa
para ornamentar suas instalações etc..
Todos esses casos se referem a bens de vida útil
longa, que não se destinam à venda, mas não são
aproveitados na consecução da atividade operacional da
empresa. Por exemplo, se a empresa se dispõe a fabricar
grampeadores e outros materiais de escritório, em nada os
itens acima estariam contribuindo para atingir este fim.
Imobilizado: são os direitos que tenham por objeto bens
corpóreos destinados à manutenção das atividades da
companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade,
inclusive os decorrentes de operações que transfiram à
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.
Intangível: são os direitos que tenham por objeto bens
incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou
exercícios com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido.
Diferido: são as despesas pré-operacionais e os gastos
de reestruturação que contribuirão, efetivamente, para o
aumento do resultado de mais de um exercício social e que
não configurem tão somente uma redução de custos ou
acréscimos na eficiência operacional.
O Diferido refere-se basicamente a gastos com
serviços no sentido de beneficiar a empresa por vários
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anos. Grosso modo, difere de Investimentos (Compra de
ações, Terrenos etc.) e do Imobilizado (Máquinas,
Veículos, Móveis e Utensílios etc.), pois estes,
normalmente, se referem à aquisição de bens e direitos e
aquele (Diferido), quase sempre são remunerações a
serviços, que beneficiarão a empresa por vários anos.
1.2.2.3 GRUPOS INTERMEDIÁRIOS DE CONTAS
No Ativo existe ainda um grupo de contas
intermediário, ou seja, são Bens e Direitos que não são
Permanentes (pois se destinam as vendas, ou serão
transformados em dinheiro no futuro), mas também não são
Circulantes (não se movimentam constantemente).
Se, por exemplo, a empresa tiver um título a receber
para daqui a dois anos; ou se a empresa colocar à venda
um prédio que, normalmente, demora muito para ser
negociado; ou, ainda, aplicação em ações, cuja
valorização esperada demora algum tempo, e só depois
serão vendidas. Observamos que não se trata nem de
Permanente nem de Circulante.
São alguns casos de Realizável a Longo Prazo, ou seja,
Bens ou Direitos que serão realizados (transformados) em
dinheiro a Longo Prazo.
Entende-se por Longo Prazo períodos superiores a um
ano, ou superior ao ciclo operacional da empresa quando
este for maior que um ano.
Portanto, para Ciclo Operacional inferior a um ano,
posicionando-se na data do encerramento do balanço, tudo
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o que será realizado (transformado) em dinheiro no
próximo exercício social (ano) será classificado no
Circulante. Todavia, se o Ciclo Operacional for superior a
um ano, vamos admitir 18 meses, tudo o que será realizado
(transformado) em dinheiro até esta data é Curto Prazo
(Circulante) e após os 18 meses será Longo Prazo.
Concluindo, Curto Prazo será 1 ano ou tempo do Ciclo
Operacional, valendo aquele que for maior.
Se tivermos, por exemplo, um título que vencerá
daqui a 300 dias, deverá ser classificado no Circulante
(Curto Prazo). Se o título vencesse daqui a 400 dias,
classificaríamos em Realizável a Longo Prazo (admitindo-
se Ciclo Operacional inferior a um ano).
Há certos direitos a receber que, mesmo se
pressupondo recebimentos a Curto Prazo, devem ser
classificados no Realizável a Longo Prazo. É o caso de
empréstimos a diretores ou a empresas coligadas. É um
empréstimo de “pai para filho” ou seja, a empresa não irá
acionar seu diretor ou sua coligada se esta não pagar na
data prefixada. Neste caso, sugere-se uma certa dose de
conservadorismo, principalmente por parte daquele que
analisa as Demonstrações Financeiras, classificando-se
esse direito a Longo Prazo.
O Realizável a Longo Prazo, de maneira geral, é o
grupo de contas cuja participação em relação aos outros
dois grupos já estudados (Circulante e Permanente) é
bastante pequena. Em outras palavras, entre os três
grupos de contas do Ativo, o de menor participação em
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termos de valores e importância é o Realizável a Longo
Prazo.
O mesmo raciocínio poderá ser aplicado para o
Passivo: todas as obrigações exigíveis vencíveis com
prazo superior a um ano serão classificadas no Exigível a
Longo Prazo (execução válida para casos onde o Ciclo
Operacional é superior a um ano).
Portanto, no Exigível a Longo Prazo, serão
classificadas obrigações com vencimento após os 12 meses
seguintes ao do encerramento do Balanço. Todavia, se o
Ciclo Operacional da empresa for de 24 meses, por
exemplo, o Longo Prazo será acima de 2 anos.
São exemplos: Financiamentos, Empréstimos de
Acionistas, de Sociedades Coligadas etc.
AS PRINCIPAIS DEDUÇÕES DO ATIVO
Normalmente encontraremos no Ativo itens subtrativos
(dedutivos) que reduzem o montante do lado esquerdo do
Balanço Patrimonial. Numa primeira abordagem superficial,
destacaremos as seguintes deduções:
No Circulante
• Duplicadas a Receber: a parcela estimada pela
empresa que não será recebida em decorrência dos maus
pagadores deverá ser subtraída de Duplicatas a Receber,
com o título de Provisão para Devedores Duvidosos.
Parte das Duplicatas a Receber, negociadas com as
Instituições Financeiras com o objetivo de realização
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financeira antecipada daqueles títulos deverá ser
subtraída de Duplicatas a Receber, com o titulo de
Duplicatas Descontadas.
No Permanente
• Imobilizado: os bens, com o passar do tempo, pelo
uso, vão sofrendo deterioração física ou tecnológica
Dessa forma, os bens vão perdendo a sua eficiência
funcional. Esta perda vai sendo acumulada, de forma
aproximada, na conta Depreciação Acumulada, que subtrairá o
Imobilizado.
• Diferido: A perda (parcial ou total) da capacidade
dos gastos classificados no Diferido em trazer benefícios
futuros para a empresa vai sendo acumulada, de forma
aproximada, na conta Amortização Acumulada, que subtrairá o
Diferido.
AS DEDUÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Entre as principais deduções do PL, podemos destacar
os Prejuízos Acumulados. Assim como os lucros são adicionados
ao PL fazendo crescer os investimentos dos proprietários,
os prejuízos têm efeito contrário: reduzem os
investimentos dos proprietários, diminuindo o Patrimônio
Líquido.
1.2.3 VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
1.2.3.1 SITUAÇÃO FINANCEIRA E SITUAÇÃO ECONÔMICA
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O Balanço Patrimonial evidencia a situação
patrimonial (bens, direitos e obrigações) da empresa.
Poderíamos, ainda, numa abordagem mais específica,
atribuir ao Balanço Patrimonial a função (entre outras)
de indicador da Situação Financeira da Entidade, ou seja,
a capacidade de pagamento da empresa.
A simples comparação entre o Ativo Circulante e o
Passivo Circulante propicia ao usuário do Balanço
Patrimonial uma visão panorâmica da Situação Financeira
da empresa a Curto Prazo (para o exercício social
seguinte ao encerramento do Balanço).
O Ativo Circulante é constituído de dinheiro
(Disponível), de quase dinheiro (Duplicatas a Receber) e
de futuro dinheiro (Estoque).
Na verdade, os recursos financeiros (dinheiro)
utilizados para fazer frente às dívidas da empresa
(Passivo Circulante) são retirados do Ativo Circulante.
Dessa forma, normalmente, se o Ativo Circulante for menor
que o Passivo Circulante, a empresa terá dificuldade em
solver seus compromissos, portanto, sua Situação Financeira
não é boa.
A Situação Financeira poderá, também, ser objeto de
análise para situações a Longo Prazo. Neste caso,
incluiríamos ao Circulante, na comparação, o Realizável e
o Exigível a Longo Prazo (Ativo Circulante + Realizável a
Longo Prazo ÷ Passivo Circulante + Exigível a Longo
Prazo). Outras variáveis, enfim, seriam consideradas para
urna análise da Situação Financeira da empresa.
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Por outro lado, podemos também identificar, através
do Balanço Patrimonial, a Situação Econômica da empresa.
Uma forma de avaliar a Situação Econômica é observar
o Patrimônio Líquido da empresa e a sua variação.
Evidentemente que o crescimento real do Patrimônio
Líquido vem fortalecer a sua Situação Econômica.
O fortalecimento do Capital Próprio (PL) em relação
ao Capital de Terceiros propicia à empresa uma posição
mais sólida, não se tornando vulnerável a qualquer revés
que possa ocorrer no dia-a-dia.
A principal fonte de fortalecimento do Patrimônio
Líquido é o “bom lucro”. Assim, a constante obtenção de
resultado positivo (lucro) vem contribuir para uma
Situação Econômica mais sólida.
O oposto também é uma realidade, isto é, o prejuízo
(resultado negativo) vem enfraquecer a Situação Econômica
da empresa.
APURAÇÃO DO RESULTADO (LUCRO OU PREJUÍZO)
A cada exercício social ou período contábil (que
será no máximo de 12 meses) a empresa apurará o resultado
de suas operações. Todavia, é recomendável que a empresa
apure o sucesso (lucro) ou insucesso (prejuízo) em
períodos mais curtos: mensais, trimestrais,
quadrimestrais etc.
O resultado pode ser positivo — Lucro (superávit),
ou negativo — Prejuízo (déficit).
24 of 52
O resultado é a diferença entre as Receitas e as
Despesas.
A Receita corresponde, em geral, a vendas de
mercadorias ou prestações de serviços. Ela aparece (é
refletida) no Balanço através de entrada de dinheiro no
Caixa (Receita a Vista) ou entrada em forma de Direitos a
Receber (Receita a Prazo) — Duplicatas a Receber.
A Receita sempre aumenta o Ativo, embora nem todo
aumento de Ativo signifique Receita (Empréstimos
Bancários, Financiamentos etc, aumentam o Caixa-Ativo da
empresa e não são Receitas).
Todas as vezes que entra dinheiro no Caixa através
da receita a vista, recebimentos etc., denominamos esta
entrada de Encaixe.
A Despesa é todo o “sacrifício” da empresa para
obter Receita. Ela é refletida, no Balanço, através de
uma redução do Caixa (quando é pago no ato — a vista) ou
através de um aumento de uma dívida — Passivo (quando a
despesa é contraída no presente para ser paga no futuro —
a prazo). A despesa pode, ainda, originar-se de outras
reduções de Ativo (além do caixa), como é o caso de
desgastes de máquinas e outros.
Todo o dinheiro que sai do Caixa pelo pagamento de
uma Despesa, ou por outra aplicação qualquer, denomina-se
Desembolso ou Desencaixe.
No final do Exercício Social a Contabilidade
confronta Receita x Despesa para apurar o resultado do
período (lucro ou prejuízo). O Resultado acresce (no caso
25 of 52
de lucro) ou reduz (no caso de prejuízo) o Patrimônio
Líquido.
1.2.3.2 O RESULTADO E O REFLEXO NO BALANÇO PATRIMONIAL
Embora o resultado seja apurado à parte
(separadamente) do Ba lanço Patrimonial, toda a operação
com Receita e Despesa é refletida no Balanço, aumentando
ou diminuindo Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido,
Um dos objetivos em apurar o resultado em um
relatório separado — Demonstração de Resultado do Exercício
(antes da Lei das Sociedades por Ações denominava-se:
Demonstração de Lucros e Perdas) — é apresentar um resumo
ordenado de toda Receita e Despesa propiciando uma
apreciação mais objetiva das contas de resultados
(Receita e Despesa), facilitando, assim, a tomada de
decisão.
Na verdade não é só Receita e Despesa que contribuem
para a formação de resultado de determinado período.
Outros fatores podem contribuir para aumento ou
diminuição do resultado:
A — Perda
É gasto involuntário que não visa à obtenção de
Receita. Ex.:desfalque no caixa, inundações, greves,
incêndio etc.
Na prática é bastante difícil prever uma perda (por
ser anormal).Geralmente, a perda reduz o Ativo
(conseqüentemente, o PL).
26 of 52
B — Ganho
Da mesma forma que a perda, ganho é bastante
aleatório. É um lucro que independe da atividade
operacional da empresa. Ex.: ganhos monetários (ganhos
com a inflação), venda de um imobilizado por valor acima
de seu custo etc. O Ganho aumenta o Ativo
(conseqüentemente o PL).
Tanto a perda quanto o ganho refletem no PL,
diminuindo ou aumentando o Lucro apurado na DRE.
C - Gasto (ou Dispêndio)
É todo o sacrifício para aquisição de um bem ou
serviço com pagamento no ato (desembolso) ou no futuro
(cria uma dívida). Assim, a empresa tem gasto na compra
de um imobilizado, na compra de matéria-prima, na
produção etc. Num primeiro estágio, todo sacrifício para
aquisição de bem ou serviço é um gasto (é um conceito
consideravelmente amplo). Portanto, no momento em que a
empresa assume a propriedade de um bem ou um serviço
defrontamo-nos com um gasto.
Na verdade, mais cedo ou mais tarde, o gasto será um
desembolso. Todavia, nem todo desembolso é gasto. Por
exemplo, o pagamento de empréstimo bancário (é um
desembolso, mas não é um gasto).
D — Custo
Quando a matéria-prima é adquirida, denominamos este
primeiro estágio de gasto; em seguida ela foi estocada no
Ativo (ativada); no instante em que a matéria-prima entra
27 of 52
em produção (produção em andamento), associando-se a
outros gastos de fabricação, reconhecemos (a matéria-
prima + outros gastos) como Custo.
Portanto, todos os gastos no processo de
industrialização, que contribuem com a transformação da
matéria-prima (fabricação), entendemos como Custo: mão-
de-obra, energia elétrica, desgaste das máquinas
utilizadas para a produção, embalagem etc.
Numa indústria identificamos como custo todo o gasto
de dentro da fábrica, seja ele matéria-prima, mão-de-
obra, desgaste de máquina (depreciação), aluguel da
fábrica, imposto predial da fábrica, pintura da fábrica
etc.
Para melhorar a eficiência na análise da DRE, é
costume separar na sua estrutura custos e despesas.
Outros gastos que não contribuem ou não se
identificam com a transformação da matéria-prima, ou não
são realizados dentro da fábrica, mas que não deixam de
ser um sacrifício financeiro para obter Receita, são as
Despesas: comissão de vendedores, juros, aluguel do
escritório, honorários administrativos etc. Portanto, os
gastos identificáveis ao processo de produção são custos,
enquanto os identificáveis à administração, os
financeiros e os relativos às vendas, são despesas.
Numa empresa industrial há o emprego da matéria-
prima, da mão-de-obra e de outros gastos para transformá-
la em produtos (gastos na fábrica) denominamos, no
28 of 52
momento da venda do produto transformado, de Custo dos
Produtos Vendidos (CPV).
Numa empresa comercial, no momento da revenda da
mercadoria adquirida para esse fim, denominamos ao preço
pago pela mercadoria de Custo das Mercadorias Vendidas – CMV –
(neste caso não há custo de transformação, pois o
comércio é um mero intermediário entre a indústria e o
consumidor). Portanto, custo numa empresa comercial é o
preço pago pela mercadoria a ser revendida.
Numa empresa prestadora de serviço, no momento da
entrega do serviço realizado, há o emprego da mão-de-obra
e, se houver, do material consumido na prestação de
serviço, denominamos de Custo dos Serviços Prestados (CSP).
Portanto, custo numa empresa prestadora de serviço é a
mão-de-obra, o material e outros gastos aplicados aos
serviços prestados.
Uma empresa que presta serviços de limpeza terá como
custo o salário da faxineira, do supervisor de faxina, do
material de limpeza etc. Porém, o salário do pessoal de
escritório, do departamento de pessoal, da gerência etc,
será despesa.
1.2.4 REGIMES DE CONTABILIDADE
Se estivéssemos no exercício social de 20X0 com uma
receita de $ 10 milhões cujo recebimento seria em 20X1,
em qual período consideraríamos aquela Receita (X0 ou
X1)? Se consumíssemos uma despesa em X0 e seu pagamento
29 of 52
fosse realizado em X1, em qual período contábil
(exercício) computaríamos tal despesa (X0 ou X1)?
Diante do Regime de Competência dos Exercícios, a
Contabilidade considera a Receita gerada em determinado
exercício social, não importando o recebimento da mesma.
Importa, portanto, o período em que a Receita foi ganha
(fato gerador) e não o seu recebimento.
Em nosso exemplo, teríamos Receita de $10 milhões
computados no período contábil X0, embora o recebimento
seja no próximo exercício social (X1); a Receita compete
(pertence) a X0.
No que tange à Despesa, o raciocínio é o mesmo,
importa a despesa consumida (incorrida) em determinado
período contábil, sendo irrelevante o período de
pagamento. Assim, a Despesa compete ao período X0.
Se consumirmos uma despesa no mês de setembro cujo
pagamento foi fixado para dezembro, admitindo-se que o
resultado seja apurado mensalmente, a referida despesa
será alocada (apropriada), considerada, para o mês de
setembro (mês do consumo) e não dezembro (mês do
pagamento). A Despesa compete a setembro.
Poderíamos complicar um pouco: o comprador da
empresa Os Economiários S.A. adquire em abril material de
escritório (lápis, clipes, grampos, papel etc.) por $6
mil a prazo, cujo vencimento será em outubro do mesmo
ano. O material de escritório é colocado à disposição dos
funcionários no mês de junho e é totalmente utilizado
(consumido naquele mês). Se apurássemos o resultado
30 of 52
mensalmente, em qual mês seria alocada (distribuída) tal
despesa (abril, junho ou outubro)?
Então, temos:
• aquisição do material de escritório — abril;
• consumo do material de escritório — junho;
• pagamento do material de escritório — outubro.
Pelo Regime de Competência, a despesa com material de
escritório seria apropriada (contabilizada) no mês de
junho (o mês do consumo), embora, no mês de abril, a
contabilidade a registrasse como um gasto (e não
despesa), Portanto, a despesa, neste caso, compete a
junho.
O material de escritório, adquirido, mas não
utilizado (consumido), seria registrado no ato de sua
aquisição como um ativo, pois é um bem, de propriedade da
empresa, mensurável monetariamente ($6 mil), que trará
benefícios futuros para a empresa (será consumido,
utilizado). No momento do consumo, este gasto será
despesa, pois não trará mais benefícios para a empresa,
uma vez que já foi utilizado, Assim, damos baixa no ativo
(BP) e registramos como despesa (DRE).
A mesma situação poderia ocorrer para receita: por
um serviço de limpeza que o Os Economiários S.A. prestarão em
agosto (conforme contrato) para Dona Lulu, receberam
antecipadamente (em junho) o montante de $3,5 mil. Por
estarem atribulados de serviços, somente em setembro o
referido serviço foi prestado.
Então:
31 of 52
• Junho: assinatura do contrato e recebimento do
adiantamento.
• Agosto: mês em que o serviço deveria ser prestado.
• Setembro: mês em que efetivamente o serviço foi
prestado,
Se quiséssemos apurar o resultado mensalmente, em
qual mês computaríamos tal receita?
A receita foi gerada (ganha) propriamente em
setembro, embora a Contabilidade registrasse a entrada no
caixa em junho. Portanto, a receita compete a setembro.
O Regime de Caixa é desenvolvido nas empresas como uma
contabilidade auxiliar, adaptado ao livro Caixa ou a
outros processos, como um valioso instrumento de controle
e de decisão.
Consiste, basicamente, em considerar Receita do
exercício aquela efetivamente recebida dentro do
exercício (entrada de dinheiro - ENCAIXE) e Despesa do
exercício aquela também efetivamente paga dentro do
exercício (saída de dinheiro - DESEMBOLSO).
Assim, se a nossa empresa tiver uma receita de $ 10
milhões no período (sendo que apenas 60 % foi recebido) e
despesa totalizando $ 8 milhões (em que 6 milhões já
foram pagos), teremos os seguintes resultados pelos dois
regimes:
ITENS REGIME DECOMPETÊNCIA REGIME CAIXA
Receita(-)Despesa
10 milhões(8 milhões)2 milhões
6 milhões (oefetivamente recebido)(6 milhões) (o
32 of 52
= Lucroefetivamente pago)0 (não houvelucro)
Normalmente, o resultado apurado pelo Regime de
Competência é diferente daquele que se refere ao regime
de Caixa.
1.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)
Ao fim de cada exercício social, conforme disposição
da Lei das Sociedades por Ações, a Contabilidade da
empresa elabora, entre outras demonstrações, a
Demonstração do Resultado do Exercício, onde observamos o
grande indicador global de eficiência: o retorno
resultante do investimento dos donos da empresa (lucro ou
prejuízo).
Não há dúvida de que o objetivo precípuo de uma
Entidade econômica é o Lucro, mas o “bom Lucro” que
remunere condignamente o capital investido pelos
proprietários da empresa.
Na administração dos escassos recursos disponíveis
na empresa, a gerência pode ou não ser eficiente. O
sucesso desta gestão, sem dúvida, será medido comparando-
se o resultado do exercício (obtido pela Demonstração do
Resultado do Exercício), com o montante aplicado no Ativo
e/ou com o capital investido pelos proprietários
(Patrimônio Líquido).
33 of 52
O resultado do exercício pode ser lucro ou prejuízo.
Comumente, de forma inadequada, substituímos a
terminologia RESULTADO por LUCRO dado que grande parte
das empresas obtém lucro e uma minoria apresenta
prejuízo.
O prejuízo é uma situação efêmera, passageira
(ninguém sobrevive muito tempo com constantes prejuízos),
enquanto o lucro assume característica permanente.
O Lucro é uma terminologia bastante ampla. Vamos
encontrar na DRE vários tipos de lucro; estudaremos cada
caso individualmente. São eles:
1. Lucro Operacional Bruto ou, simplesmente, Lucro
Bruto.
2. Lucro Operacional Líquido ou, simplesmente, Lucro
Operacional.
3. Lucro Antes do Imposto de Renda.
4. Lucro Depois do Imposto de Renda.
5. Lucro Líquido.
Lucro Bruto
É a diferença entre a Venda de Mercadorias e o Custo
desta Mercadoria Vendida, sem considerar despesas
administrativas, de vendas e financeiras. Para uma
empresa prestadora de serviços o raciocínio é o mesmo: é
a diferença entre a Receita e o Custo do Serviço Prestado
sem considerar aquelas despesas acima referidas.
Resumindo, subtraímos da RECEITA o quanto custou a
mercadoria ou o produto, ou o serviço para ser colocado à
34 of 52
disposição do consumidor, desprezando as despesas
administrativas, financeiras e de vendas.
O Lucro Bruto, após cobrir o custo da fabricação do
produto (ou o custo da mercadoria adquirida para revenda,
ou o custo do serviço prestado), será destinado à
remuneração das despesas de vendas, administrativas e
financeiras, bem como remunerará o governo (Imposto de
Renda) e os proprietários da empresa (Lucro Líquido).
Quanto maior for a fatia denominada Lucro Bruto,
maior poderá ser a remuneração dos administradores, dos
diretores, dos homens de vendas, do governo, dos
proprietários da empresa etc.
Por isso, há uma atenção toda especial para a
administração e controle dos custos da empresa, dado que,
se os custos forem elevados, sobrará pouco para remunerar
setores vitais na empresa (diretores, gerentes,
proprietários, bancos, governo etc.). Esta preocupação
especial com o custo é um dos grandes motivos para o
surgimento da Contabilidade de Custos. Basicamente, além
dos Estoques (que interferem no Lucro Bruto), a
Contabilidade de Custos concentra a sua atenção nos
custos da empresa.
Todavia, a Receita a ser considerada deverá ser
encontrada pela fórmula apresentada a seguir:
A Receita Bruta constitui a venda de produtos e
subprodutos (na indústria), de mercadorias (no comércio)
e prestações de serviços (empresa prestadora de
serviços), incluindo todos os impostos cobrados do
35 of 52
comprador e não excluindo as devoluções de mercadorias
(ou produtos) e os abatimentos concedidos pelas
mercadorias (ou serviços) em desacordo como pedido.
O objetivo em informar a Receita Bruta, incluindo
aspectos tais como devoluções, abatimentos etc., é que o
usuário externo das Demonstrações Financeiras terá acesso
a estes dados (no item deduções) que, sem dúvida, são
valiosos indicadores de eficiência ou ineficiência dos
departamentos de produção e venda.
No que tange a impostos, em muitos casos, a empresa
vendedora ou prestadora de serviços é mera depositária
dos tributos cobrados ao comprador. Depois de determinado
prazo ela recolherá ao governo. Os Impostos sobre Vendas
são:
• IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
• ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços)
• ISS (Imposto Sobre Serviços) etc.
Na realidade, estes impostos não constituem uma
receita real para a empresa. Todavia, são informações
relevantes para análise do usuário externo
(principalmente o analista de balanço), sobretudo se
considerarmos que no valor de Duplicatas a Receber
(decorrente de Receita a prazo) está incluso o valor do
imposto que a empresa vendedora ou prestadora de serviços
cobrou do comprador e receberá no futuro. Dessa forma
pode-se perfeitamente, na análise das Demonstrações
Financeiras, comparar Duplicatas a Receber com Receita,
36 of 52
uma vez que ambas possuem a mesma base (incluindo os
Impostos sobre Vendas).
Como deduções devemos entender os ajustes à própria
Receita Bruta e não, obviamente, como despesa. Exemplos
de deduções:
A – Vendas Canceladas (Devolução)
São mercadorias em desacordo com o pedido (preço,
qualidade, tipo, avaria, condições de pagamento etc.),
cujo comprador, sentindo-se prejudicado, efetua a
devolução parcial ou total das mercadorias.
B – Abatimentos
Muitas vezes, em situação em que haverá devolução, o
vendedor propõe um abatimento no preço, para compensar o
prejuízo, ao comprador. Esta situação ocorre,
evidentemente, sempre após a entrega do bem ou serviço,
evitando, assim, a devolução.
C – Descontos Comerciais
Ocorre antes da venda (transferência do bem ou
serviço) por vários motivos: pela grande quantidade de
mercadoria a ser adquirida, por ser um cliente especial,
por se tratar de política da empresa etc.
Há determinados tipos de empresas que imprimem
catálogos de preços com cifras acima do normal,
oferecendo determinado desconto para todos os clientes
indistintamente. Dessa forma, não há necessidade de
37 of 52
imprimir novos catálogos quando há mudança de preço,
basta apenas reduzir a taxa de desconto.
Lucro Operacional
É o lucro resultante da atividade operacional da
empresa. O objetivo social da empresa (atividade
operacional) deverá ser definido no contrato ou estatuto
social de modo preciso e completo.
A Lei das Sociedades por Ações dispõe que a
companhia pode ter por objeto participar de outras
sociedades, ainda que não previsto no estatuto (ou
contrato); a participação é facultada como meio de
realizar o objeto social ou para se beneficiar de
incentivos fiscais.
Assim se o objeto social da Cia. DEPAR for
industrializar parafusos e rebites, todo o lucro
resultante desta atividade será operacional. Se esta
empresa participar no capital de outra sociedade, mesmo
não constando como objeto social, desde que haja uma das
finalidades acima descritas (como meio de realizar o
objeto social ou para beneficiar-se de incentivos
fiscais), os rendimentos desta aplicação incorporar-se-ão
ao Lucro Operacional.
O Lucro Operacional é obtido através da diferença
entre o Lucro Bruto e as Despesas Operacionais, ou seja:
As despesas operacionais são as necessárias para
vender os produtos, administrar a empresa e financiar as
operações. Enfim, são todas as despesas que contribuem
para a manutenção da atividade operacional da empresa.
38 of 52
Os principais grupos de despesas operacionais são os
especifica dos a seguir:
A — Despesas de Vendas
Abrangem desde a promoção do produto até sua
colocação junto ao consumidor (comercialização e
distribuição).
São despesas com o pessoal da área de venda,
comissões sobre vendas, propaganda e publicidade,
marketing, estimativa de perdas com duplicatas derivadas
de vendas a prazo (provisão para devedores duvidosos)
etc.
B — Despesas Administrativas
São aquelas necessárias para administrar (dirigir) a
empresa. De maneira geral, são gastos nos escritórios
visando à direção ou à gestão da empresa.
Como exemplo, temos: honorários administrativos,
salários e encargos sociais do pessoal administrativo,
aluguéis de escritórios, materiais de escritório, seguro
de escritório, depreciação de móveis e utensílios,
assinaturas de jornais etc.
C — Despesas Financeiras
São as remunerações aos capitais de terceiros tais
como: juros pagos ou incorridos, comissões bancárias,
correção monetária prefixada sobre empréstimos, descontos
concedidos, juros de mora pagos etc.
As Despesas Financeiras deverão ser compensadas com
as Receitas Financeiras (conforme disposição legal), isto
é, estas receitas serão deduzidas daquelas despesas.
39 of 52
As receitas de natureza financeira são as derivadas
de aplicações financeiras, juros de mora recebidos,
descontos obtidos etc.
Pode ocorrer que o montante de Receita Financeira
seja maior que a despesa financeira. Neste caso,
algebricamente, a Receita Financeira será deduzida de
outras Despesas Operacionais.
As despesas e receitas não relacionadas diretamente
com o objetivo do negócio da empresa são classificadas
como Não Operacionais. Normalmente, trata-se de ganhos ou
perdas, isto é, são aleatórias.
São exemplos:
Ganhos ou perdas de capital. São os lucros ou
prejuízos na venda de itens do ativo permanente: venda de
um veículo (imobilizado), com lucro ou prejuízo; venda de
máquinas -equipamentos (imobilizado), com lucro ou
prejuízo; venda com lucro ou prejuízo de ações
(investimentos) etc.
O Imposto de Renda incide sobre o lucro da empresa.
Pelo regime de competência consideramos o Imposto de
Renda no período onde foi gerado (ano-base) e não no
período de pagamento (exercício financeiro).
Calcula-se (provisão) o valor de Imposto de Renda a
pagar e deduz-se do “Lucro Antes do Imposto de Renda”.
Ressalte-se que a base de cálculo para o Imposto de
Renda não é exatamente o lucro apurado pela
Contabilidade, mas aquele lucro ajustado às disposições
40 of 52
da legislação do Imposto de Renda, que será denominado
Lucro Real.
Lucro Real (a parte do DRE)
Ao lucro contábil ajustado de acordo com as
exigências do Imposto de Renda denominamos Lucro Real
(Lucro Tributável),
O Lucro Real é obtido através da seguinte fórmula:
Lucro Antes do Imposto de Renda + Inclusões (-)
Exclusões.
Inclusões são custos, despesas, perdas e quaisquer
outros valores deduzidos na apuração do lucro que, de
acordo com a legislação do Imposto de Renda, não são
dedutíveis. Exemplos: Multas fiscais pagas e
contabilizadas como despesas, excesso de retiradas pelos
diretores (sócios), gratificações dos dirigentes e
administradores, depreciação acima do permitido etc.
Exclusões são deduções permitidas pela legislação e que
não foram subtraídas até o momento. Exemplos: Prejuízos
de exercícios anteriores, lucro sobre mercadorias
exportadas, dividendos recebidos, participações de
debêntures e de empregados, contribuições para
instituições ou fundos de assistências ou previdência de
empregados etc.
Portanto, Lucro Real = LAIR + Inclusões (—)
Exclusões.
Nota:
41 of 52
1. A parcela destinada ao pagamento do Imposto de
Renda não é reconhecida pela legislação como despesa
dedutível.
2. O Lucro Real é apurado no Livro de Apuração do
Lucro Real criado pela nossa legislação com o objetivo de
separar (primeiro passo) a apuração do resultado fiscal
da contabilidade financeira. Portanto, os itens
anteriores não serão calculados na DRE, mas naquele
livro.
Lucro Líquido
Após a apuração do “Lucro Depois do Imposto de
Renda” deduziremos as participações, previstas nos
estatutos, de debêntures, de empregados, administradores
e partes beneficiárias, e as contribuições para
instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados.
Após estas deduções encontraremos o Lucro Líquido
que é as sobras líquidas à disposição dos sócios ou
acionistas.
Participações nos Lucros
• das Debêntures: as companhias podem solicitar
empréstimos ao público em geral pagando juros periódicos
e concedendo amortizações regulares. Para tanto, elas
emitirão títulos a longo prazo com garantias: são as
debêntures.
A debênture poderá assegurar ao seu titular, além de
juros e correção monetária, participarão no lucro da
companhia (dedutível para o Imposto de Renda).
42 of 52
• de Empregados e Administradores: é um complemento à
remuneração de empregados e administradores. Normalmente,
é definido no estatuto ou contrato social um percentual
sobre o lucro.
• das Partes Beneficiárias: normalmente, são concedidas às
pessoas que tiveram atuação relevante nos destinos da
sociedade (tais como fundadores, reestruturadores etc.).
São títulos negociáveis sem valor nominal que a Cia. pode
criar a qualquer tempo. Os titulares destes títulos terão
direitos a participação (prevista em estatutos) nos
lucros anuais (não dedutível para efeito do Imposto de
Renda).
• Contribuições para Instituições ou Fundos de Assistência ou
Previdência de Empregados: são as doações às constituições de
fundações com a finalidade de assistir seu quadro de
funcionários, às previdências particulares, no sentido de
complementar aposentadoria etc. que, definidas em
estatutos, serão calculadas e deduzidas como uma
participação nos lucros anuais (são dedutíveis para
efeito de Imposto de Renda).
A nossa legislação prevê que as participações
estatutárias de debêntures, de empregados,
administradores e partes beneficiárias serão
determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos
lucros que remanescerem depois de deduzida a participação
anteriormente calculada.
Assim, se tivermos um lucro de $ 1 milhão e se a
participação de debêntures, empregados, administradores e
43 of 52
panes beneficiárias estiver fixada no estatuto à base de
10%, teremos:
Lucro Depois do Imposto deRenda........................................................1.000.000
(—) Participação de Debêntures 1.000.000 X10%............................ 100.000
900.000
(—) Participação de Empregados 900.000 X10%............................... (90.000)
810.000
(—) Participação Administração 810.000 X10%............................... (81.000)
729.000
(—) Participação das Partes Beneficiárias 729.000X 10%..................(72.000)
656.100
(—) Contribuições e doações----------
Lucro Liquido-----------
Depois de deduzidas do resultado as participações e
as contribuições, o que remanescer será o Lucro Líquido.
Se dividirmos o Lucro Líquido pela quantidade de
ações em que está dividido o capital da empresa,
obteremos o Lucro Líquido por Ação do Capital Social.
A nossa legislação estabelece que o Lucro Líquido
por Ação do Capital Social deve ser indicado no final da
Demonstração do Resultado do Exercício.
O Lucro Líquido é a sobra liquida à disposição dos
proprietários da empresa. Os proprietários decidem a
44 of 52
parcela do lucro que ficará retida na empresa e a parte
que será distribuída aos donos do capital (Dividendos).
Esta distribuição do lucro até a Lei das S.A. (1976) era
evidenciada na própria DRE. Com o advento da lei, a
distribuição do lucro é evidenciada na Demonstração de
Lucros ou Prejuízos Acumulados.
45 of 52
1.4 EXERCÍCIOS1. O Ativo Circulante também é conhecido como:a) Capital de Movimentação b) Capital Corrente Fixoc) Capital de Terceiros d) Capital de Giroe) Capital de Giro Próprio2. Como grau de liquidez decrescente, temos:a) Caixa, estoques, investimentos b) Caixa, estoques, duplicata a
receberc) Bancos, estoques, caixa d) Estoques, diferidos,
investimentose) Créditos, investimentos, caixa3. Um empréstimo obtido com prazo de seis anos será
classificado como:a) Realizável a Longo Prazo b) Exigível a Longo Prazoc) Patrimônio Liquido d) Permanentee) Resultado de Exercícios Futuros4. O ciclo operacional da Cia Alfa é de dezoito meses.
Para esta empresa, curto prazo será até:a) Um ano b) Um ano e meioc) Dois anos d) Cinco anose) Dois anos e meio5. Como capital de terceiros podemos citar:a) Impostos a pagar b) Patrimônio Líquidoc) Capital Próprio d) Títulos a Recebere) Reservas6. O Ativo será sempre igual ao Passivo + PL , pois:a) Capital Próprio = Capital deTerceiros
b) Patrimônio Líquido = CapitalPróprio
c) Bens + Direitos = Não Exigível d) Liquidez = Rentabilidadee) Origens = Aplicações7. Identifica-se situação financeira com:a) Liquidez b) Lucroc) Receita d) Duplicata a recebere) Gasto8. Desembolso é igual a:a) Encaixe b) Desencaixe
46 of 52
c) Reembolso d) Não embolsoe) Entradas9. Indique a alternativa que evidencie apenas despesas:a) Salários, matéria-prima, estoque,
material secundário.b) Juros, mão-de-obra, duplicatas
a receber, máquinas.c) Encargos sociais, embalagens,
imposto de renda, desfalque no caixa.d) Comissão de vendedores,
propaganda, aluguel deescritório, imposto predial doescritório.
e) NDA10. Uma característica do regime
de competência:a) Receita recebida b) Aquisição de despesac) Pagamento de despesa d) Consumo de despesae) Todas estão corretas11. Sob a ótica do administrador
financeiro, o regime de caixa como instrumento dedecisão é:
a) Obrigatório b) Facultativoc) Dispensável d) Aceito pelo fiscoe) Ilegal12. Separe o que é custo ( C ) do
que é despesa ( D ):
( ) Mão-de-obra ( ) Juros ( ) Manutenção demáquinas
( ) AdministraçãoGeral
( ) Depreciação deMáquinas
( ) Depreciação demóveis e utensílios
( ) Aluguel deescritório
( ) Aluguel defábrica
( ) Material deescritório
( ) Mat.secundário de fábrica
( )Mercadorias/Prod.vendidos
( ) Manutenção de c/cbancárias
13. Das contas abaixo, separe oque é perda ( P ) do que é despesa ( D ):
( ) Estoquesobsoletos
( ) Comissão devendedores
( ) Deterioraçãode Mat. Prima
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( ) Prêmio deseguro
( ) Mão-de-obra(período de greve)
( ) Salários daAdministração
14. Gastos que beneficiarão opróximo exercício serão classificados em:
a) Ativo Permanente - Investimentos b) Ativo Realizável a L. P.c) Ativo Permanente - Diferido d) Despesae) Ativo Circulante15. Sob a ótica do “controller”, o
regime de caixa como instrumento de decisão é:a) Obrigatório b) Facultativoc) Dispensável d) Aceito pelo fiscoe) Ilegal16. Relacione os números das operações com as
denominações ao lado:
1. Incêndio na fábrica ( ) Ativo2. Venda de ativo imobilizado com lucro ( ) CMV3. Aquisição de uma máquina ( ) Despesa4. Lançamento no ativo de equipamentos ( ) Encaixe5. Indústria – custo das vendas ( ) Gasto6. Comércio – custo das vendas ( ) Período contábil7. Serviços – custo das vendas ( ) Lucro / superavit8. Sacrifício para obter receitas ( ) Perdas9. Pagamento de uma despesa ( ) A = P + PL10. Recebimento de uma receita ( ) Prejuízo / deficit11. Receita > Despesa ( ) Dividendos12. Receita < Despesa ( ) Ganho13. Exercício Social ( ) CSP14. Equação contábil ( ) Desembolso15. Distribuição do lucro em dinheiro ( ) CPV
17 - Assinale V para verdadeiro e F para falso nasseguintes alternativas.
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a) ( ) Na maioria das empresas o ciclo operacional é dedoze meses. Esse ciclo operacional está no ativocirculante, sendo as disponibilidades, créditos, estoquese despesas antecipadas componentes do ativo circulante. b) ( ) As aplicações financeiras podem ser letras decâmbio, certificado de depósitos bancários e outrositens. Esses valores devem corresponder ao valor originalda aplicação incrementado integralmente pelosrendimentos. Os rendimentos devem conter o “ganho”posterior à data de fechamento do balanço. c) ( ) No Brasil não é permitido o uso do método UEPS naconta de estoques devido à Legislação Fiscal. O maisutilizado é o critério do Preço Médio Ponderado. Quando ovalor dos estoques a preço de mercado for inferior aovalor da aquisição é necessário realizar os ajustesmediante provisão. d) ( ) Algumas empresas não possuem sistema de custointegrado e coordenado com a contabilidade geral. Noentanto, a legislação fiscal determinou algumas regras;por exemplo, os produtos acabados são avaliados por 70%do maior preço de venda obtido no exercício, os produtosem elaboração são avaliados por 150% do valor da matéria-prima contida neles. e) ( ) As despesas antecipadas podem ser definidas comorecursos aplicados em itens referentes a serviços oubenefícios a serem usufruídos no exercício seguinte.Podem ser classificados como despesas antecipadas,prêmios de seguros, pagamento de anuidade de jornais erevistas, adiantamento a diretores e empregados. f) ( ) Um item é considerado realizável a longo prazoquando seu ciclo operacional é superior a um ano. Noentanto, a legislação fiscal determina que os créditosjunto a controladas, coligadas e administradores esócios, originários de atividades não normais, sevencíveis a curto prazo, devem figurar como realizáveis alongo prazo.
18 - Assinale V para a alternativa verdadeira e F para aalternativa falsa.
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a) ( ) Entende-se como operacional todo item que serelaciona com o objeto da empresa. São consideradasreceitas ou despesas não operacionais os resultados departicipação societária em outras sociedades, despesasfinanceiras e receitas financeiras. b) ( ) O Imposto de Renda surge no passivo circulantecomo provisão. Ele incide obrigatoriamente sobre o lucrodo exercício, originando dessa forma o lucro líquido doexercício. c) ( ) O lucro real é igual ao lucro contábil ajustado.São realizados ajustes no livro fiscal denominado livrode apuração do lucro real que acaba por conciliar o lucrocontábil antes do IR.d) ( ) O objetivo das Demonstrações das Origens eAplicações de Recursos é destacar de onde se originam osvalores que aumentam o capital circulante líquido daempresa e para onde foram os valores que o diminuíram. e) ( ) As notas explicativas auxiliam na interpretação,análise das demonstrações contábeis, como, por exemplo,explicação resumida dos critérios de avaliação deestoques, ativo permanente, provisão para retificação deativo etc.
19 - Identifique, para cada conta contábil apresentada, ogrupo patrimonial a que pertence.
Grupo (Subgrupo) Patrimonial Contas Contábeis(1) Ativo Circulante -Disponibilidades
( ) Prêmios de Seguros aApropriar
(2) Ativo Circulante - Clientes ( ) Provisão para 13º Salário (3) Ativo Circulante - Estoques ( ) Reservas Estatutárias (4) Ativo Circulante - DespesasAntecipadas
( ) Materiais de Almoxarifado
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(5) Ativo Realizável a Longo Prazo ( ) Produtos em Fabricação (6) Ativo Permanente -Investimentos
( ) Duplicatas Descontadas
(7) Ativo Permanente - Imobilizado ( ) Marcas e Patentes (8) Ativo Permanente - Diferido ( ) Encargos Financeiros
Relativos às Duplicatas Descontadas(9) Passivo Circulante ( ) Terrenos para Uso Futuro (10) Passivo Exigível a LongoPrazo
( ) Despesas com Pesquisas deNovos Produtos
(11) Patrimônio Líquido - CapitalSocial
( ) Valores Recebidos por Contade Prestação Futura de Serviços (ouEntrega Futura de Mercadorias)
(12) Patrimônio Líquido - Reservasde Capital
( ) Financiamento em MoedaEstrangeira a Vencer no ExercícioSeguinte
(13) Patrimônio Líquido - Reservasde Reavaliação(14) Patrimônio Líquido - Reservasde Lucros(15) Patrimônio Líquido - Lucrosou Prejuízos Acumulados
20 - A seguir são relacionadas as contas contábeispatrimoniais da Cia. Estrutura, conforme apuradas aofinal do exercício social de 2007. Diante desses valores,pede-se elaborar o balanço patrimonial da empresareferente ao exercício considerado, conforme critériosdefinidos pela legislação societária vigente.
CONTAS PATRIMONIAIS DA CIA. ESTRUTURA APURADA EM31.12.07.
Contas ($000)
Contas ($ 000)
Capital SocialIntegralizadoDespesas AntecipadasTítulos Vinculados aoMercado AbertoFornecedoresImobilizadoDividendos a PagarDuplicatas a ReceberImpostos e Taxas a Recolher
226.0003.30033.000249.200500.4009.600100.00011.96061.00024.800
Doações RecebidasAmortização AcumuladaReserva LegalProvisão para DevedoresDuvidososMercadoriasProvisão para IRCaixa e BancosReservas paraContingências
40.000(320)26.000(2.800)250.00030.00020.00042.00094.000(109.600
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Aplicações FinanceirasSubvenções paraInvestimentosSalários e Encargos SociaisEmpréstimos eFinanciamentos(vencíveis a partir de31.12.09)Ativo DiferidoCréditos Junto a EmpresasControladas
22.00023.780
1.46022.900
InvestimentosDepreciação AcumuladaLucros ou PrejuízosAcumuladosDuplicatas DescontadasProvisões Diversas (13º,férias, etc.)Materiais DiversosEmpréstimos eFinanciamentos(vencíveis em 2008)
)225.000(17.200)17.0004.00012.800
Fim do capitulo
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