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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CAA – CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE
NÚCLEO DESIGN
CURSO DE DESIGN
PROPOSIÇÃO DE OFICINAS GEOMÉTRICAS COMO SUPORTE
AO CURSO DE DESIGN DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DE PERNAMBUCO - CAMPUS CAA.
NEIDJANE DE ALMEIDA TENÓRIO
CARUARU
2016
CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE
NÚCLEO DE DESIGN
CURSO DE DESIGN
PROPOSIÇÃO DE OFICINAS GEOMÉTRICAS COMO SUPORTE
AO CURSO DE DESIGN DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DE PERNAMBUCO - CAMPUS CAA.
NEIDJANE DE ALMEIDA TENÓRIO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Design.
Orientadora: Tercia Valfridia Nunes
Catalogaçãonafonte:Bibliotecária–SimoneXavierCRB/4-1242
T312p Tenório, Neidjane de Almeida.
Proposição de oficinas geométricas como suporte ao curso de Design na Universidade Federal de Pernambuco – Campus CAA. / Neidjane de Almeida Tenório. – 2016.
53f. ; 30 cm. Orientadora: Tercia Valfridia Nunes Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Federal de
Pernambuco, Design, 2016. Inclui Referências. 1. Design. 2. Geometria. 3. Representação. I. Nunes, Tercia Valfridia (Orientadora).
III. Título.
740 CDD (23. ed.) UFPE (CAA 2016-228)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE
NÚCLEO DE DESIGN
PARECER DE COMISSÃO EXAMINADORA DE DEFESA DE PROJETO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN DE
NEIDJANE DE ALMEIDA TENÓRIO
“Proposição de oficinas geométricas como suporte ao curso de
Design da Universidade Federal de Pernambuco”
A comissão examinadora, composta pelos membros abaixo, sob a presidência do
primeiro, considera a aluna NEIDJANE DE ALMEIDA TENÓRIO
APROVADO(A)
Caruaru, 30 de Junho de 2016.
Orientadora: Profa. Tercia Valfridia
(Orientadora)
Profa. Rafael Rattes Aguiar
(Examinador externo)
Profa. Sophia de Oliveira Costa e Silva (Examinadora interna)
AGRADECIMENTOS
A esta energia que me faz viver e progredir sempre, me faz batalhar por maiores
que sejam as dificuldades e que graças a esta determinação consegui entrar no curso.
Aos meus pais, Gercílio Tenório da Silva e Rizolene Maria de Almeida, meus
guardiões a quem sempre posso contar e ter apoio, me aconselhando e norteando
com suas experiências de vida. Aos meus irmãos, Luciana, Luciene e Gessé, por me
apoiarem e demonstrarem seu amor mesmo não estando por perto sempre. Agradeço
a grandes amigas Isadora Duarte, Marilha Araújo, Lidyane Cursino e Vanessa Melo
por me aconselharem e manterem meu equilíbrio. À todos os meus meus amigos de
faculdade que tenho certeza que serão para a vida inteira, com quem pude
compartilhar momentos inesquecíveis. À Edu Oliveira, meu amigo desde o primeiro
dia de aula, que sempre esteve ao meu lado no curso. À João Paulo Soares por quem
tenho forte admiração devido ao seu talento e por termos um elo muito forte. À Taísa
Bernardino que me deu um suporte especial quando achava que não conseguiria. À
Bruno Silva, Yalla Nogueira, Mônica Américo, Juelayne Gondim e Claudio Henrik,
parceiros e amigos dentro e fora da Universidade, sempre que precisei estavam à
disposição para me ajudar.
Agradeço à Professora Tercia Valfridia por me aceitar como sua monitora por dois
anos, no qual pude aprender muito, e graças a esta experiência ter um norte para
iniciar meu projeto. Por ter aceito ser minha orientadora e me apoiado a finalizar com
resultado satisfatório.
Por fim, agradeço a todo o corpo docente do curso de Design da Universidade
Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste.
RESUMO
Este projeto foi realizado com a intenção de melhorias na compreensão dos
conteúdos básicos sobre representação visual no curso de Design da Universidade
Federal de Pernambuco – CAA. Através de pesquisas e análises, foram identificadas
dificuldades em disciplinas que requerem dos alunos um raciocínio espacial básico.
Verificando estas necessidades, este projeto propõe oficinas que possam servir como
suporte do aprendizado do aluno e, desse modo, possibilitando que ele tenha um
melhor aproveitamento no decorrer do curso.
PALAVRAS-CHAVE: Representação, Design, Geometria, Ensino e Oficinas.
ABSTRACT
This project was conducted with the intention of improving the understanding
about the basic subjects of visual representation in the course of Design at Federal
University of Pernambuco – CAA. Through research and analysis of student difficulties
it was possible to identify specifics subjects that requires a basic level of spatial notion.
Checking these needs with the students, this project proposes workshops that can
complement the process of learning, thus allow the student to have a better
development in the course.
KEY-WORDS: representation, design, geometry, teaching and workshop
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.0 Gaspard Monge (1746-1818) ............................................................. 6
FIGURA 2.0 Simplificando a Geometria Descritiva...................................................7
FIGURA 3.0 Exemplo de Representação Digital seguido do processo manual.......................................................................................................................14
FIGURA 4.0 Exemplo de Representação Bidimensional e Tridimensional............15
FIGURA 5.0 Exemplo de Representação Técnica.................................................15
FIGURA 6.0 Procedimentos Metodológicos..........................................................21
FIGURA 7.0 Moda................................................................................................. 31
FIGURA 8.0 Moda..................................................................................................31
FIGURA 9.0 Gráfico................................................................................................31
FIGURA 10.0 Produto..............................................................................................32
FIGURA 11.0 Exemplo Oficina 1..............................................................................34
FIGURA 12.0 Exemplo Oficina 1..............................................................................34
FIGURA 13.0 Exemplo Oficina 2..............................................................................35
FIGURA 14.0 Exemplo Oficina2..............................................................................35
FIGURA 15.0 Exemplo Oficina 3..............................................................................36
FIGURA 16.0 Exemplo Oficina 3..............................................................................36
LISTA DE TABELAS
TABELA 1.0 Disciplinas do curso de Design - Campus CAA .............................22
TABELA 2.0 Disciplinas que utilizam de Representação no Curso de Design...24
TABELA 3.0 Disciplinas escolhidas em cada ênfase..........................................25
TABELA 4.0 Disciplinas Escolhidas....................................................................26
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................121.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA.........................................................................121.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA...............................................................121.3 OBJETIVOS DA PESQUISA............................................................................................13
1.3.1 Objetivo Geral.............................................................................................................131.3.2 Objetivos Específicos.................................................................................................13
1.4 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO..................................................................................141.4.1 Revisão Bibliográfica........................................................................................................141.4.2. Eleição do Público Alvo..................................................................................................141.4.3 Coleta de Dados...............................................................................................................141.4.4 Resultados.........................................................................................................................15
1.5 ESTRUTURA DO TCC...........................................................................................................15
CAPÍTULO 2..................................................................................................................16
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................................162.1 GEOMETRIA DESCRITIVA E SUA RELAÇÃO COM O CURSO DE DESIGN.............162.2 A REPRESENTAÇÃO E SUA RELEVÂNCIA PARA O DESIGN.....................................19
2.2.1 O surgimento da representação.....................................................................................192.1.2 Onde encontrar representação.......................................................................................192.1.3 O surgimento do Design..................................................................................................20
2.3 O ENSINO DA REPRESENTAÇÃO EM DESIGN..............................................................22
CAPÍTULO 3..................................................................................................................29
METODOLOGIA............................................................................................................293.1 MÉTODO...................................................................................................................................29
3.1.1 Tipo de pesquisa..............................................................................................................293.1.2 Técnicas de pesquisa......................................................................................................303.1.3 Análise das disciplinas.....................................................................................................303.1.4 Relação..............................................................................................................................303.1.5 Análise de conteúdo.........................................................................................................303.1.6 Descrição...........................................................................................................................303.1.7 Associação........................................................................................................................31
3.2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO............................................................................313.2.1 Pesquisa bibliográfica......................................................................................................323.2.2 Público-alvo.......................................................................................................................323.2.3 Coleta de dados................................................................................................................32
3.3 ANÁLISE DE DADOS...........................................................................................................323.4 ANÁLISE DE RESULTADOS...........................................................................................363.5 ENTREVISTA COM OS PROFESSORES.....................................................................386.2 RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES DAS ENTREVISTAS COM OS PROFESSORES DAS DISCIPLINAS.........................................................................................................................41
CAPÍTULO 4..................................................................................................................44
RESULTADO.................................................................................................................444.1 OFICINAS.................................................................................................................................44
4.1.1 Oficina: Composição a partir de um elemento geométrico desenvolvido com instrumentos de desenho..........................................................................................................444.1.2 Oficina: geometria a mão livre como facilitador da utilização de malhas geométricas-grid.........................................................................................................................464.1.3 Oficina: Mandala geométrica..........................................................................................47
CAPÍTULO 5..................................................................................................................49
CONCLUSÃO................................................................................................................49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................51
12
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Neste trabalho, apresenta-se o resultado de uma pesquisa em nível de
graduação conduzida no campo da geometria aplicada ao design.
Este capítulo introdutório aponta a abrangência desta pesquisa por apresentar a
importância do ensino de conteúdos geométricos de maneira lúdica nos cursos de
design de modo contextualizado; delimitar a abordagem na apresentação do problema
de pesquisa; apresentar os objetivos geral e específicos; indicar a metodologia
empregada e, finalmente, por resumir a estrutura da monografia.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA
O papel do designer na atualidade implica em um profissional com múltiplas
habilidades para que sua inserção no mercado nas diversas ênfases seja efetiva,
mesmo que tenha se especializado em apenas uma delas. Assim é importante que na
graduação o estudante desenvolva entre as habilidades requeridas, o desenho, a
manipulação e representação da forma, a visão espacial e a criatividade.
A representação, cuja base está pautada sobre conteúdos geométricos, vem
ganhando força, e é um trunfo no mercado de trabalho. No entanto o que se vê,
segundo Elam (2010), é um expressivo número de boas ideias cujos autores têm
dificuldade durante o processo de execução devido à falta de domínio dos princípios
de composição geométrica abordagem dos conteúdos existentes sob a formato de
oficinas, que visa melhorar a compreensão dos alunos sobre a relevância deste
conteúdo para a sua vida profissional, dentro e fora do curso. Isto é, propor oficinas
lúdicas que contemplem tópicos selecionados dentre os conteúdos geométricos
abordados em tal graduação.
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
13
Desmotivação, dificuldade de compreensão, pelos discentes, dos conteúdos
geométricos abordados nas disciplinas da graduação em design da Universidade
Federal de Pernambuco, assim como de estabelecer relações entre os mesmos e a
prática do design. Esta deficiência é potencializada pela não percepção da relação de
tais conteúdos com a prática do design, visto que os estudantes permanecem
desmotivados por desconhecerem sua relevância e aplicação.
A seguir, serão apresentados os objetivos a serem atingidos com os resultados deste
trabalho.
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA
1.3.1 Objetivo Geral
Este trabalho objetiva propor oficinas lúdicas que contemplem tópicos
selecionados dentre os conteúdos geométricos abordados na graduação em Design
da Universidade Federal de Pernambuco.
Atividades que não visam a competição como objetivo principal, mas a realização
de uma tarefa de forma prazerosa; existe sempre a presença de motivação para atingir
os objetivos.
1.3.2 Objetivos Específicos
I Levantar a grade curricular do curso de design do CAA;
II Listar as disciplinas de Moda, Gráfico e Produto que abordem ou utilizem
representação;
III Analisar as ementas de Moda, Gráfico e Produto a fim de listar e relacionar os
conteúdos relativos e/ou relevantes à representação;
IV Listar e relacionar os conteúdos relativos ou relevantes à representação;
V Identificar as lacunas de conteúdo e de práticas relacionadas à representação;
14
VI Propor oficinas que contemplem os conteúdos identificados como
complementares ao conhecimento, referente à representação, oferecido no ciclo
básico do curso de design do CAA.
Na próxima seção será apresentada a metodologia utilizada no desenvolvimento
da pesquisa para a concretização deste trabalho.
1.4 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Para este estudo o procedimento metodológico disposto nas etapas seguintes
guiou o desenvolvimento da pesquisa.
1.4.1 Revisão Bibliográfica
Está representada por meio do estudo dos seguintes tópicos: " Geometria
Descritiva e sua relação com o Design", "A representação e sua relevância para o
Design" e "O ensino da Representação em Design". Para a concretização desta
revisão, foi utilizado vasto material bibliográfico de produção científica: livros,
dissertações, teses, artigos, relatórios, anais de colóquios científicos, etc. As fontes
estavam disponíveis, em sua maior parte na rede mundial de computadores - internet.
1.4.2. Eleição do Público Alvo
O público alvo, são universitários, alunos de todo o curso de Design da UFPE-
CAMPUS CAA.
1.4.3 Coleta de Dados
Para melhor compreender as dificuldades e necessidades que ocorrem com os
alunos, fez-se necessário ter a opinião dos professores de seis disciplinas (Duas de
cada ênfase) para obter uma análise mais aprofundada e direcionada. Como método
15
de investigação foi utilizado a entrevista que “é uma conversação efetuada face a face,
de maneira metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente, a informação
necessária” (MARCONI E LAKATOS ,2003). Então os professores foram
entrevistados, e exemplificam as complexidades e utilidades que melhorias no quesito
representação, seriam válidas em todo o curso.
1.4.4 Resultados
O procedimento deu início com a descrição de todas as disciplinas do curso de
Design. Em Seguida, é feita uma análise das disciplinas que nelas existam conteúdo
com representação. Destas disciplinas, é preciso filtrar duas disciplinas de cada
ênfase que possam ter seus conteúdos programáticos profundamente analisados e
retirados aqueles assuntos que podem ser inseridos na disciplina de representação
do período inicial do curso. A partir da análise das disciplinas e das entrevistas com
os professores, foram selecionados os conteúdos geométricos a ser abordados nas
oficinas. Como resultado deste trabalho, foram propostas três oficinas.
1.5 ESTRUTURA DO TCC
Este trabalho está estruturado em seis capítulos, incluído o presente, de caráter
introdutório. O capítulo dois diz respeito ao referencial teórico, o capítulo três
apresenta a metodologia aplicada e o capítulo quatro os resultados. O capítulo cinco
aborda as conclusões.
16
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 GEOMETRIA DESCRITIVA E SUA RELAÇÃO COM O CURSO DE DESIGN
A base teórica de geometria é fundamental no curso de design, seja qual for à
ênfase escolhida durante o curso. A geometria descritiva, também chamada de
geometria mongeana, é o ramo que seu objetivo é representar três dimensões em um
plano bidimensional, método que foi desenvolvido por Gaspard Monge e apesar de
ser um ultrapassado para alguns, a geometria descritiva desenvolve uma grande
habilidade de visão espacial para os alunos, exercitando também o lado direito do
cérebro. Segundo Gaspard Monge “Geometria descritiva é a ferramenta básica para
o domínio do espaço tridimensional. ” Algumas profissões exigem a capacidade da
percepção em três dimensões e Design é uma delas, a geometria descritiva faz com
esta percepção prevaleça com mais força e torne a mente mais produtiva, ganhando
mais habilidade para criar e produzir coisas novas. Para (Dennis C.Cruz/Luís Gustavo
H. do Amaral, 2012) A geometria é um ramo de matemática, e pode ser definida como
a ciência que investiga as formas e as dimensões das figuras existentes na natureza.
A Geometria Descritiva, por sua vez, é Matemática aplicada que tem como objetivo o
estudo de objetos tridimensionais mediante projeções desses sólidos em planos. A
Geometria descritiva propõe um condicionamento mental mais amplo, torna qualquer
pessoa mais hábil e criativa ao se aprofundar em suas teorias. O sistema mongeano
de representações tem características únicas, mas também tem semelhanças com
outros métodos. O aluno de Design deve saber o que é projeção e saber representar
tridimensionalmente qualquer objeto, mesmo que a mão livre, um profissional da área
que não tem esta visão espacial, não conseguirá realizar projetos com coerência
necessária para seus clientes, não será um bom profissional, seria o mesmo de um
arquiteto não saber fazer plantas no sistema CAD.
Monge realmente não criou a Geometria Descritiva, ele codificou um sistema de
dois planos de projeção nos fins do século XVIII, estabeleceu normas que equacionam
um assunto que já foi abordado anteriormente por povos antigos.
FIGURA 1.0 - Gaspard Monge (1746-1818)
17
Fonte: fisicanet.com.ar
Coube a Gaspard Monge (1746-1818) definir a G. D. como a ciência que permitia
representar sobre um plano as formas do espaço, de modo a poder resolver, com o
auxílio da geometria plana, os problemas em que se consideram as três dimensões
(ULBRICHT, 1998, p.19). A G.D. se tornou a melhor forma para a resolução de
problemas como a construção de vistas ou a obtenção das verdadeiras grandezas de
um objeto, facilitando a sua construção. A possibilidade de representar corretamente
sobre um plano viabilizou a industrialização da sociedade ocidental através da
produção sistemática de peças e conjuntos mecânicos, fortificações militares,
edifícios, pontes, etc. A importância da G. D. na história da ciência e na tecnologia,
onde se aplica intensamente através do desenho técnico, imensa, embora se costume
dizer que, do ponto de vista evolutivo, nela já não exista mais nada a descobrir.
(Claudio C.P. Soares, 2007)
Já segundo Montenegro (1991) “O Desenho pode ser uma chave para interpretar o
mundo físico. Dá-nos a compreensão da natureza ou a visão para sondar os segredos
dela.” Sem dúvidas o desenho é uma forma de expressão grandiosa, e serve de
alicerce em inúmeras situações do dia a dia no trabalho, na escola ou em qualquer
outra situação.
18
Montenegro (1991) afirma que “Os alunos perguntam sempre: para que serve
isto? Para que a geometria, a álgebra, a história, o resto?”. Justamente este
questionamento que deve ser preenchido de afirmações. É necessário que eles
receberem logo quando entram no curso de Design, para entender que a geometria é
a sua estrutura, o alicerce.
FIGURA 2.0 Simplificando a Geometria Destritiva
Fonte: Retirado do livro Noções e Fundamentos de
Geometria Descritiva de Gildo A. Montigegro(1991)
19
2.2 A REPRESENTAÇÃO E SUA RELEVÂNCIA PARA O DESIGN
2.2.1 O surgimento da representação
A representação surgiu desde os primórdios pela necessidade de se comunicar, e
foi através de rupestres que detalhavam seu dia a dia, que o desenho passou a
influenciar em seu comportamento, então, passou a ter a função de transmitir uma
mensagem para o receptor. Foi o início do desenho como meio de comunicação, os
instrumentos utilizados não eram os adequados de hoje, mas as imagens
permanecem gravadas ou pintadas até então. A importância do desenho para a
formação do homem foi fundamental. Ele é a maneira mais objetiva de comunicação
universal, uma linguagem que descreve diversas formas, ideias e inspirações capaz
de transformar as mais variadas formas de aprendizado que passa de geração em
geração. O espaço que a representação ganhou ao longo dos séculos demonstra o
tamanho da sua importância nos tempos de hoje, desde sua descoberta, a
necessidade e a relevância que por meio do homem ela foi se consolidando, fez com
que a persistência em representar as formas evoluísse os métodos que eram
transmitidas as informações.
A evolução do desenho como meio de comunicar foi a base para o início da
representação. Com a representação veio a evolução de como fazer isto, representar.
A precisão no desenho foi tornando mais evidente conforme a utilização dos
instrumentos básicos necessários. Posteriormente a representação ganhou agilidade
por meio de softwares e hardwares os quais possibilitaram a realização de projetos
em um curto espaço tempo e o surgimento de recursos como a impressão em três
dimensões, hoje é possível transformar uma figura plana em um objeto tridimensional
em poucos minutos, você pode materializar em sua mão, uma figura que acabou de
desenhar, mas é mais comum utilizar a impressão 3D como representação de
protótipos, embalagens ou até mesmo maquetes, o que agiliza o processo de criação,
verificando a relevância do produto antes de ir a fabricação.
2.1.2 Onde encontrar representação
20
Diariamente a representação pode ser vista em muitos lugares, diversas vezes
ao dia, mas a maior parte das pessoas não imaginam o processo de criação até a
concretização de cada coisa vista para estar ali, para uma loja estar no seu trajeto,
por exemplo, ela precisou de um projeto que representava toda sua estrutura, as
roupas vendidas foram idealizadas e representadas antes de serem confeccionadas,
a iluminação da loja, os móveis, tudo, necessitou de um projeto, uma representação
gráfica de como ficaria quando estivesse pronto. Isso acontece desde a antiguidade,
mesmo não sendo representada com precisão, a expressão de métodos científicos na
expressão gráfico-visual só começou próximo ao Renascimento, a demanda por
expressões realistas se fortaleceu agregando credibilidade à representação.
(FIQUEIREDO, Juliana. Expressão e Representação Gráfica Digital – UFJF – CAU).
Representar graficamente é colocar no papel o que se dispõe na mente, tendo
algumas maneiras de fazer isto, seja a mão livre ou com instrumentos que te auxiliem
numa maior precisão. O importante é transmitir ao receptor aquilo que deve ser
realizado, de forma que seja compreensível. Este tipo de representação é usado em
algumas áreas, as mais comuns são: Engenharia, Arquitetura e Design. Nestas áreas
são projetos gráficos distintos, mas com a mesma finalidade, projeto gráfico de algo
tridimensional no papel com o conceito básico de proporção representado em sólidos,
plantas e vistas.
2.1.3 O surgimento do Design
O design surgiu com a intenção de melhorar o produto, função, ergonomia e e
aspectos serem mais atraentes buscando os olhares do consumidor. O design atrai e
diferencia os produtos no mercado. Movimenta o mercado, o torna mais competitivo,
o design se renova em cada lançamento, e um pequeno detalhe torna o valor menos
acessível e mesmo assim mais vendido, porque agregou valor. A representação faz
parte deste processo, o design precisa de um meio objetivo para mostrar seu produto.
Através destas representações são criados protótipos, feitos testes para por fim o
produto ser fabricado e ir para o mercado.
Em todas as áreas de design a representação está ligada, os que mais utilizam
de representação gráfica são as áreas de moda, produto e gráfico, estas tanto
21
manualmente como em softwares necessitam este processo para criação e
desenvolvimento do produto final. Existem projetos que não foram executados, mas
na teoria projetual tem funcionalidade, conforto e um visual moderno e é possível vê-
lo construído através de programa digital 3d, isso só é possível com o avanço da
tecnologia que permitiu as formas de representações evoluírem e saírem do papel.
Da escola à graduação se aprende a ter uma percepção espacial e a representar esta
percepção no papel, a mão e sem meios gráficos. Desenhando croquis, móveis ou
criando malha de identidade visual, a representação caminha junto ao design, e não
é possível um projeto ter qualidade sem ter sido desenvolvido e representado
corretamente. Um bom designer sabe e identificar erros em projetos mal elaborados,
e esta percepção vai sendo trabalhada na prática, um designer que imaginar um objeto
tridimensional em sua mão sem que ele exista.
Pensando neste problema Rejane de Moraes Rêgo, coordenadora do curso de
Design Gráfico no IFPE-Campus Recife, “idealizou um método em uma das disciplinas
do curso, que facilitou esta compreensão na disciplina de Geometria Gráfica
Bidimensional (GEO2D) que faz parte do módulo Editorial, centrada na exploração
dos conteúdos da geometria gráfica bidimensional e nas construções gráficas
correlatas, através de aulas teórico-práticas, desenvolvendo uma abordagem
fundamentada na aprendizagem baseada em problemas (ABP), trabalhando os
conteúdos por meio de aplicações em projetos gráficos. Os principais resultados
dessa nova abordagem metodológica são o maior envolvimento dos estudantes com
a disciplina por entender-se que os conteúdos inerentes à mesma têm uma forte
relação com o eixo projetual do módulo. Seguindo essa mesma concepção, a
disciplina Geometria Gráfica Tridimensional compõe o módulo 3 – Sistema de
Identidade Visual –, com a compreensão de que os estudantes devem desenvolver a
capacidade de raciocínio espacial e as representações gráficas correlatas para aplicar
identidades visuais em sistemas de sinalização, embalagens e outros suportes
tridimensionais. ” Um passo muito produtivo para este curso no IFPE, após este novo
método que eles podiam tanto como usar as ferramentas tradicionais em desenho
técnico, régua, compasso, esquadros, etc. como podiam usar softwares, o importante
era que eles pensassem desde a resolução do problema até a conclusão do projeto,
passo a passo, isto facilitou a compreensão tridimensional do resultado final. Estes
novos métodos são para facilitar esta compreensão que a representação exige, uma
22
sensibilidade de enxergar o desenvolvimento de um plano sendo estruturado. São
tentativas que colaboram o desenvolvimento desta sensibilidade que aos poucos pode
aflorar ou não, vai depender do estímulo destes alunos que tem como objetivo a
formação em áreas que saber identificar uma representação é primordial. Este
estímulo é provocado justamente pelos novos métodos e pela vontade individual de
cada um se superar e liberar sua mente, sim, saber esta linguagem espacial exige
muito da sua mente, é preciso concentração para que seja desenvolvido este potencial
nas pessoas que não tem esta facilidade, alguns mesmo sem métodos específicos
conseguem identificar diversas formas de representação sem muito esforço e com
agilidade, alguns não, e são estas pessoas que precisam de atenção.
2.3 O ENSINO DA REPRESENTAÇÃO EM DESIGN
O desenho sempre algo considerado um aliado no crescimento de cada indivíduo,
ele disciplina, estimula a criatividade e auxilia a coordenação para a escrita. Era vista
como disciplina indispensável no século XVIII e era mais praticado pelos nobres e
influentes na sociedade. Até que o desenho foi visto como algo que poderia influenciar
as nações e como apetrecho astuto de desenvolvimento econômico. Então o desenho
passou a ganhar espaço nas instituições pedagógicas e a ganhar diversos métodos
de ensino, fazendo com que através destes métodos fossem dividindo os tipos de
desenho e suas aplicações. Como se denominaria desenho técnico e onde a
geometria e a perspectiva se enquadra neste processo. Na construção dos métodos
de ensino no brasil, foram influenciados por métodos franceses, no que se refere em
desenho artístico, o que causava controvérsias, além de outras preocupações sobre
o ensino que dividiria métodos por classe social.
Logo o ensino foi visto com algo importante em diversos ofícios. “...o Desenho
como disciplina básica de práticas tão diferentes entre si, como as do pedreiro e do
pintor histórico, do inventor de máquinas e do pintor-naturalista, do construtor de
carros a do escultor; entendia a existência de uma certa comunhão entre os conceitos
de Arte, Ciência e Técnica, em um sistema pedagógico pretensamente orgânico. ”
(DÓRIA, Renato Palumbo). Hoje o desenho não é menos importante, pelo contrário,
ganhou mais espaço, formas, ferramentas e tecnologia. A representação está contida
23
em todo este processo, desde o século XVIII, quando o desenho ainda tomava forma
e conteúdo. A representação em design também se inclui em variados ofícios, e seus
métodos de representação foram se aperfeiçoando conforme os séculos e décadas,
neste processo o design foi se superando.
Segundo afirma no ANAL A CONTRIBUIÇÃO DO DESENHO DE OBSERVAÇÃO
NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM, “O desenho é a primeira
representação gráfica utilizada pelas crianças, um ato inteligente de representação
que põe forma e sentido ao pensamento e ao conteúdo que foi assimilado. ” A
representação traz a responsabilidade de ser essencial no desenvolvimento mental
de uma criança, ela sente necessidade de mostrar como ela vê o mundo, e isto ela
faz através da sua maneira de representar, desenhando em um papel, formas, linhas,
espaços preenchidos de cor que faz deste mundo individual algo público, por estar
representado a sua maneira, ela expõe sua imaginação a olhos nus, e isto é
indispensável no desenvolvimento infantil. O papel da representação é vai muito além
de ser indispensável em determinada profissão, é indispensável para a vida. A
pessoas e o mundo não seria o mesmo se não existisse a capacidade de representar,
o design não seria o mesmo se não houvesse esta possibilidade.
Apesar da representação e do design ter tanta força, é algo que para muitos
ainda é desconhecido, questionamentos do que é design, onde o design está inserido,
qual a necessidade do design, ainda existem. E a maneira de educar as pessoas e as
fazerem enxergar que o design está tão perto delas é que vem ganhando espaço nos
últimos anos. As próprias empresas inserem a informação do design em suas
campanhas, informando que seu produto tem um “design moderno”. O próprio design
influencia na funcionalidade e eficácia do novo produto, e a forma para chegar a este
resultado foi através de pesquisas, representações e testes. Esta educação inserida
em campanhas também é uma forma de fazer com que a
população se atualize e se eduque em relação ao que é representação, ao que é
design e o que os dois tem em comum.
A profissional em Design teve sua profissão regularizada recentemente, o
primeiro projeto a propôs regulamentação foi apresentado pelo deputado Athie Coury
em 1980. Após ser arquivado algumas vezes o veto foi oficializado em Outubro de
2015. Fonte: Portal DesignBrasil. Hoje o ensino da representação em design no brasil
24
está inserido em diversas universidades e escolas técnicas, suas formas de ensino
são diferenciadas em sua maioria, de acordo com metodologias direcionadas aos
cursos que as mesmas oferecem. A representação é o meio direto de transmitir o
projeto. Todas as informações técnicas facilitam na compreensão do que está sendo
apresentado.
O resultado de um planejamento realizado etapas, cada construção de um
projeto é desenvolvido por meio de um processo criativo, este processo acaba sendo
um teste de finalização do projeto, que dependendo do resultado este processo volta
algumas etapas para ser corrigido um erro que só foi possível identificar através de
representação. A representação é a forma que o designer exemplifica a
funcionalidade, estética entre outros aspectos que também pode ser identificado na
representação, como o dimensionamento, o espaço que o projeto ocupa. Um leigo
provavelmente não saberá identificar as vistas, planificações e cotas do projeto, mas
o designer apresentará o projeto em 3D, e desta forma o receptor irá identificar. Para
o designer chegar até esta forma 3D ele passou por todos os processos de
desenvolvimento, todas as etapas necessárias para construção de um artefato de
design. Se não houvesse representação, dificilmente seria possível transmitir o
projeto.
A inovação sempre esteve presente nos meios de representação, mas não se
deve deixar de lado o papel. A representação manual nunca será ultrapassada, até os
dias de hoje grandes projetos iniciam na ponta do lápis. Iniciar o processo criativo no
papel, estimula o cérebro a criar novas alternativas (BAXTER, 2000). Ao iniciar este
processo, que geram diversos esboços e alternativas é que passa para o processo
digital, onde lá são aperfeiçoados os traços e ganha forma o que estava inicialmente
na imaginação e passou para o papel. Acabamentos e finalizações específicas são
feitos de forma digital para o projeto ganhar agilidade.
FIGURA 3.0 Exemplo de uma representação manual seguido do processo digital.
25
Fonte: STRAUB et al. (2013).
O cliente muitas vezes para se convencer de um projeto, necessita ver o mesmo de
diversas formas, cores e texturas. Gosta de ver opções para ter certeza da sua
opinião. A quem diga que opções confundem ainda mais, é verdade, no entanto se
estas não forem opções de projeto diferente e sim de detalhes, é aceitável. O projeto
deve ser defendido de maneira convincente, apresentar projetos totalmente
diferentes, demonstra insegurança por parte do designer, o ideal é apresentar
alternativas do mesmo projeto.
O Centro de Artes da UFES tem alguns cursos que utilizam de representação,
mesmo não sendo na área de design, é uma maneira de entender onde a
representação está inserida e que ela existe em diversos cursos, como: Artes
Plásticas, Artes Visuais, Arquitetura e Desenho que são parte dos cursos oferecidos
na UFES. Nesta Universidade disponibilizam de laboratórios com computadores e
salas com pranchetas. A metodologia está se adaptando a tecnologia, no entanto,
mesmo o aluno tendo acesso a formas mais facilitadas de compreensão através de
programas, ele não tendo uma noção manual básica do que será executado,
possivelmente terá dificuldades.
Dito anteriormente, as representações tridimensionais são eficazes no sentido em
que transformam o objeto que era apenas na imaginação, em algo real. E isto foi um
grande avanço que os softwares fizeram parte.
FIGURA 4.0 Exemplo de representação bidimensional e tridimensional.
26
Fonte: Autores (2015).
Estas duas formas de representação permitem ter uma noção do objeto no
espaço, mais precisamente a representação em 3D. Segundo Baxter os detalhes do
trabalho referentes a dimensões e propriedades físicas, os materiais e suas
capacidades, os métodos de transformação, fabricação, montagem e uso, da mesma
forma, precisam ser transmitidos com qualidade e segurança aos responsáveis pelas
etapas de continuidade à geração do modelo final.
Os detalhes do projeto e suas especificações são por meio de informações
técnicas. Estas informações são através de vistas, cortes e planificações.
FIGURA 5.0 Exemplo de representação técnica.
Fonte: Autores (2015).
27
É possível evitar esta deficiência que existe nos alunos ao entrarem em
universidades dos cursos de Arquitetura, Design, Engenharias e outros, seria muito
importante que pudessem ter conhecimento sobre representação desde o ensino
fundamental, já que se trata de um requisito válido não só em algumas profissões
como em situações do dia a dia. O aluno desde o início dos seus estudos deve
desenvolver e aprimorar com os anos esta capacidade espacial de entender objetos
tridimensionais, entender o que é uma representação e sua importância para a
sociedade independente de profissão, sem induzi-lo a seguir profissões que tenham
este segmento, mais que seja ensinado como algo importante para a vida. As
metodologias são por sua maioria ultrapassadas, e seriam necessários novos
métodos a serem abordados, novas formas de cativar e prender o aluno naquele
assunto.
Já existem tentativas de abordagens diversas para facilitar este processo,
teorias e métodos. Um método que a antropóloga Jean Lave (1988) define é a
“cognição como um verdadeiro fenômeno social e concebe o processo de
aprendizagem como elaboração do ambiente sócio-cultural interativo”. Ela tem um
forte interesse na teoria social. Fala sobre a Teoria da Cognição Situada (TCS) que
busca uma relação entre os objetos da relação e o homem, reúne a percepção em
relação ao espaço e o humano em um contexto social.
O aluno desde o início dos seus estudos deve desenvolver e aprimorar com os
anos esta capacidade espacial de entender objetos tridimensionais, entender o que é
uma representação e sua importância para a sociedade independente de profissão,
sem induzi-lo a seguir profissões que tenham este segmento, mas que seja ensinado
como algo importante para a vida. As metodologias são por sua maioria
ultrapassadas, e seriam necessários novos métodos a serem abordados, novas
formas de cativar e prender o aluno naquele assunto. Já existem tentativas de
abordagens diversas para facilitar este processo, teorias e métodos. Um método que
a antropóloga Jean Lave (1988) define é a “cognição como um verdadeiro fenômeno
social e concebe o processo de aprendizagem como elaboração do ambiente sócio-
cultural interativo”. Ela tem um forte interesse na teoria social. Fala sobre a Teoria da
Cognição Situada (TCS) que busca uma relação entre os objetos da relação e o
homem, reúne a percepção em relação ao espaço e o humano em um contexto social.
O segmento de representação sempre vai ser reiterado, como foi acontecendo nas
28
últimas gerações. Sempre apareceram novos métodos de observação e novas formas
de representação, e o que for ultrapassado só servirão para pesquisas que
contribuíram com o futuro. Todo o profissional tem que buscar acompanhar o mesmo
ritmo da tecnologia da sua área.
29
CAPÍTULO 3
METODOLOGIA
3.1 MÉTODO
A metodologia abrange todas as disciplinas do curso de Design, no intuito de
relacioná-las e analisá-las afim de selecionar aquelas que utilizam de representação
em seu conteúdo programático. Destas disciplinas, foram escolhidas duas de cada
ênfase, para delas, fazer uma análise mais profunda e identificar as dificuldades
encontradas pelo aluno em relação a representação. A partir deste método
desenvolver três oficinas que possam facilitar a compreensão do aluno em relação a
representação, contribuindo com seu desempenho na disciplina e consequentemente
em todo o curso, tendo em vista que com uma base suficiente sobre o assunto ele
poderá cursar disciplinas futuras com maior sucesso.
O método abordado é comparativo, este método realiza comparações, com a
finalidade de verificar similitudes e explicar divergências (MARCONI E LAKATOS
,2005) se dá por exame dos dados e as devidas relações entre as duas. Por meio de
verificação, as semelhanças de conteúdo nas disciplinas escolhidas em relação com
a que possui representação como principal elemento.
Utilizando de uma abordagem qualitativa, que se consolida em uma análise
detalhada de algo, afim de compreender e explicar significativamente características
existentes no estudo do desenho. Segundo (BITTENCOURT; VELASCO, 2000). “O
primeiro objetivo é o do desenvolvimento da capacidade de codificação e
decodificação, ou seja, a comunicação ou linguagem técnico-gráfica. Para que o aluno
desenvolva essa capacidade se faz necessário que ele tenha.
3.1.1 Tipo de pesquisa
A pesquisa utilizada será a qualitativa-descritiva, que necessita a
capacidade de observar, detalhar para então descrever, a mesma exige que o
30
investigador utilize de uma série de informações sobre o que deseja e descreva os
fatos e fenômenos de determinada realidade. (LAKATOS,2006)
3.1.2 Técnicas de pesquisa
O método se trata de várias etapas a serem seguidas para a pesquisa se
tornar sólida. Estas etapas denominam-se técnicas de pesquisa. Descrição das
técnicas utilizadas: Análise das disciplinas, relação, Análise de conteúdo, descrição e
associação.
3.1.3 Análise das disciplinas
Esta etapa consiste em analisar todas as disciplinas do curso de Design da UFPE
Campus Agreste, afim de obter um levantamento base para consulta, com todas estas
disciplinas já ofertadas no curso.
3.1.4 Relação
A partir do levantamento de todas as disciplinas, é feito uma relação das mesmas,
obtendo suas ementas e conteúdos programáticos de forma que fiquem mais claros e
objetivos para futuras consultas.
3.1.5 Análise de conteúdo
Acontece quando se faz a análise das disciplinas e de seus conteúdos, buscando
extrair as que contém no mesmo, conteúdos quem contenham fundamentos de
representação.
3.1.6 Descrição
31
Estas disciplinas que contém representação em seu conteúdo, são descritas e
analisadas profundamente, para delas serem selecionadas duas de cada ênfase:
gráfico, moda e produto. Afim de coletar conteúdos a serem inseridos na disciplina
base de sistemas tridimensionais no primeiro período do curso.
3.1.7 Associação
Esta associação é realizada para coletar conteúdos que não existem na atual
disciplina Sistemas de Representação Tridimensional. E que os alunos sentem
dificuldades em determinada atividade, devido à falta compreensão desde o início do
curso na disciplina citada anteriormente.
3.2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Após resolvidos, o método, tipo de pesquisa e técnicas da pesquisa, segue o
detalhamento do procedimento metodológico se dividem em: Pesquisa Bibliográfica,
Público Alvo, Coleta de Dados e Análise de dados como segue:
FIGURA 5.0 - Procedimentos Metodológicos
32
3.2.1 Pesquisa bibliográfica
Esta pesquisa se dá para investigar as teorias abordadas e novas formas de serem
aplicadas, cujo é necessário que seja feito este estudo e identifique estes pontos.
3.2.2 Público-alvo
O público alvo, são universitários, alunos de todo o curso de Design da UFPE-
CAMPUS CAA. A maioria dos alunos, entram no curso com uma grande dificuldade
em representação, as disciplinas básicas que ensinam este processo, não são bem
assimiladas. A capacidade de representação é algo que estimula o seu lado criativo
desde crianças, qualquer desenho feito é uma forma de representar algo, a
imaginação nesta idade é mais aflorada. Então quando alguém pretende entrar no
curso de Design, deve imaginar que terá que adquirir uma percepção melhor sobre
desenho, seja a mão livre ou técnico. Esta necessidade, fez-se perceber o quão este
público necessita de uma atenção especial, afim de melhorar seu desempenho no
curso em si.
3.2.3 Coleta de dados
As técnicas de coleta de dados são classificadas por Cervo; Bervian e Da Silva (2007,
p. 30), como “[...] os meios corretos de executar as operações de interesse de tal
ciência.” Para melhor compreender as dificuldades e necessidades que ocorrem com
os alunos, fez-se necessário ter a opinião dos professores destas seis disciplinas
(Duas de cada ênfase) para obter uma análise mais aprofundada e direcionada.
3.3 ANÁLISE DE DADOS
O procedimento deu início com a descrição de todas as disciplinas do curso de Design,
segue a relação de todas as disciplinas do curso divididas em linhas e colunas, nas
linhas contém a relação das disciplinas, nas colunas, sua classificação, seja como
33
obrigatória ou sua ênfase, sintetizado na Tabela 1 efetuada face a face, de maneira
metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente, a informação necessária”
(MARCONI E LAKATOS ,2003).
35
Então os professores foram entrevistados, e exemplificam as complexidades e
utilidades que melhorias no quesito representação, seriam válidas em todo o curso.
(Análise feita com as disciplinas existentes em 2015.1)
Em Seguida, é feita uma análise das disciplinas que nelas existam conteúdo com
representação, a tabela se divide em linhas e colunas, respectivamente as disciplinas
e as ênfases, segue na Tabela 2:
36
Destas disciplinas, é preciso escolher duas disciplinas de cada ênfase que possam ter
seus conteúdos programáticos profundamente analisados e retirados aqueles
assuntos que podem ser inseridos na disciplina de representação do período inicial
do curso. Na tabela a seguir apresenta as disciplinas para serem usadas como
referência, está dividida em linhas e colunas,
Tabela 3 respectivamente as disciplinas e sua ênfase. Segue:
3.4 ANÁLISE DE RESULTADOS
Após obter os dados e resultados é o momento de analisar os mesmos. A importância
dos dados está não em si mesmos, mas em proporcionarem respostas às
investigações, para Best (1972:152). “Analisar é a tentativa de evidenciar as relações
existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores” (Trujillo, 1974:178).
TABELA 4 – DISCIPLINAS ESCOLHIDAS
38
3.5 ENTREVISTA COM OS PROFESSORES
Disciplina MODELAGEM PLANA (MODA)
-Tatiana Leite | tatrleite@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/5282563002393879
Dificuldades: A modelagem plana é bidimensional, mais trabalha com as penses e
recortes pra transformar em tridimensional, e o corpo que é o volume que transforma
o bidimensional em tridimensional. Apesar de ser um produto de moda, os alunos tem
dificuldade de compreender, mesmo vendo modelos prontos, e tem dificuldade de
visualizar a questão da proporção das peças quando vai passar para o papel. Alguns
traçados que devem ser feitos, com tangência eles tem dificuldades, a geometria está
muito presente na disciplina, através das ferramentas como esquadros, medidas das
réguas, é importante o aprendizado de plano, planos sucessivos, formas.
Sugestão: Trabalhar com planos e sessões iriam ajudar na percepção.
Disciplina DESENHO DE MODA (MODA)
-Tatiana Leite | tatrleite@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/5282563002393879
Dificuldades: Nesta disciplina a maior dificuldade é transformar em o volume quando
a peça está no tridimensional para o bidimensional. Em desenho de moda utiliza-se
muito a técnica de 9 cabeças, eles tem uma grande dificuldade nas técnicas em
desenho a mão livre, todos os croquis são a mão livre, então o estudo de traços e
representação de tecido, luz e sombra, dificuldade de onde captar a luz.
Sugestão: Desenho requer treino, seria interessante ter mais disciplinas que
exercitam o desenho a mão livre e técnico.
39
Disciplina DESIGN DE MOBILIÁRIO (PRODUTO)
Antônio Luis de Oliveira Filho | oliveira.tony@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/6745746085753018
Dificuldades: Parte das técnicas produtivas estão ligados diretamente a execução do
mobiliário, onde é mais focado a questão do desenho é a fase do projeto e
detalhamento que antecede a produção, existe uma carência muito grande de
representar, os alunos são muito bidimensionais, na hora de detalhar o projeto como
parte de desenho técnico, eles tem pouco conhecimento, não tem noção de corte,
detalhes, não temos disciplina de desenho técnico, não sabem normas e cotas. Existe
uma carência de entender a estrutura do produto, desde a base até a finalização.
Sugestão: Colocar exercícios mais abstratos e simples, mais que eles possam
entender e ter uma noção maior de corte. Focar em desenho técnico, hachura,
especificar, representar vistas explodidas. O curso deve focar mais em desenho.
Disciplina DEDIGN DE PRODUTO DE BAIXA COMPLEXIDADE (PRODUTO)
Antônio Luis de Oliveira Filho | oliveira.tony@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/6745746085753018
Dificuldades: Nesta disciplina, durante a execução das peças, o uso das ferramentas
como: esquadros, compasso, réguas, é bem comum. O manual é um registro passo
a passo, desde os rabiscos até o desenho técnico mais complexo, tendo em vista
essas necessidades, é bem necessário o básico de geometria. Alguns alunos tem
muita dificuldade em planificar o cone, cálculo de volume, como achar o centro de
uma circunferência, é uma das poucas disciplinas que usam estes conceitos de
geometria. O uso de dos instrumentos é essencial já que no manual tem o passo a
passo desde os rabiscos, desenhos técnicos, planificações, cálculo de volume.
Sugestão: Focar na base geométrica e desenho técnico básico. Exercícios que
facilitem a compreensão de volume e forma.
40
Disciplina DESIGN DE EMBALAGEM (GRÁFICO)
Rosangela Vieira | rosangela.vieira.sou@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/5667183561761833
Dificuldades: Quando eles fazem planta técnica bidimensional, não existe muita
dificuldade. Mas quando eles tem que representar a embalagem em um desenho
tridimensional, fazer as vistas e planificações, a dificuldade existe. Hoje utilizam muito
do recurso mockup digital, antes eles tinham que desenhar e não conseguiam
representar da forma correta, por isto houve a mudança do mockup físico para o
digital, por conta da dificuldade e da necessidade do mercado.
Sugestão: Desenhos de perspectivas de um elemento tridimensional, acrescentar
uma experiência com a própria embalagem. Mostrar como ele usaria a representação
dentro do curso. Facilitaria dentro da disciplina onde eles poderiam usar isto dentro
do curso, como representar a embalagem e criarem relações, uma grande dificuldade
deles é não saber relacionar a disciplina ao resto do curso. Pagando a disciplina
futuramente, vão relacionar com o que foi visto.
Disciplina SINALIZAÇÃO (GRÁFICO)
Marcela Bezerra | marcela.bezerra@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/5420793313434161
Dificuldades: A dificuldade que noto nos 5 anos ensinando esta disciplina, é que eles
tem uma dificuldade maior de localizarem o projeto deles no espaço, o problema
inicial recai nas vistas e volume das planas, eles só conseguem enxergar
bidimensionalmente, quando é pedido para vista frontal eles conseguem detalhar,
mais representar a placa tridimensional eles tem dificuldade de localizar a placa no
espaço, inclusive sempre faço referência a disciplina SRT quando vou dar aula de
41
vistas, outra questão que vejo dificuldade é na representação de cotas no sistema
construtivo, onde tem que colocar em escala e as cotas ficam incoerentes. Hoje em
dia eu trabalho com representação da vista explodida, para mostrar no sistema
construtivo como é a montagem das peças. Eles tem uma dificuldade inicial a partir
do momento que eles não entendem ela fechada, não conseguem representar ela
explodida.
Sugestão: É importante trabalhar o processo de evolução do projeto, o passo a passo
do bidimensional ao tridimensional e do tridimensional ao bidimensional. Fazer
interação da disciplina com outras disciplinas. Levar o SRT para a disciplina de
sinalização e levar a sinalização para a disciplina SRT. Assim vão relacionar e levar
para a prática de início.
6.2 RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES DAS ENTREVISTAS COM OS PROFESSORES DAS DISCIPLINAS.
Após a entrevista realizada com os professores das seis disciplinas, foram
retirados os conteúdos citados que os alunos sentem mais dificulda. Visto que estas
necessidades se dão pela falta de compreensão do conteúdo no início do curso, então
a proposta é inserir oficinas que facilitem e contribuam para este aprendizado, onde
vão poder assimilar com métodos simples e de forma mais dinâmica, o conteúdo
principal da disciplina básica de representação do primeiro período. A partir destes
depoimentos foi possível analisar as falhas de aprendizado dos alunos e assim
entender de qual forma seria possível desenvolver e realizar estas oficinas.
As ênfases do curso de Design do CAA são Gráfico, Moda e Produto, como já
foi dito anteriormente. Estas ênfases apresentam representação em determinadas
disciplinas, seguem exemplos de representação em cada uma das ênfases:
MODA. Figura 7.0 MODA.Figura 8.0
42
“A modelagem plana é bidimensional, mais trabalha com as penses e recortes pra
transformar em tridimensional, e o corpo que é o volume que transforma o
bidimensional em tridimensional.” (FERRAZ, Tatiana. Professora das disciplinas:
MODELAGEM PLANA e DESENHO DE MODA)
GRÁFICO. Figura 9.0
Existe dificuldade na representação de cotas no sistema construtivo, onde tem que
colocar em escala e as cotas ficam incoerentes. Hoje em dia eu trabalho com
representação da vista explodida, para mostrar no sistema construtivo como é a
montagem das peças. ( BEZERRA, Marcela. Professora da disciplina:
SINALIZAÇÃO).
43
PRODUTO. Figura 10.0
“Parte das técnicas produtivas estão ligados diretamente a execução do mobiliário,
onde é mais focado a questão do desenho é a fase do projeto e detalhamento que
antecede a produção.” “O manual é um registro passo a passo, desde os rabiscos até
o desenho técnico mais complexo, tendo em vista essas necessidades, é bem
necessário o básico de geometria.” (LUIS, Antônio. Professor das disciplinas:
DESIGN DE MOBILIÁRIO e DEDIGN DE PRODUTO DE BAIXA COMPLEXIDADE)
44
CAPÍTULO 4
RESULTADO
4.1 OFICINAS
As oficinas foram criadas para despertar mais interesse sobre representação e
facilitar a compreensão de figuras tridimensionais. Após analisar os conteúdos das
disciplinas que contém representação somado ao depoimento dos professores, foi
visto que os alunos precisam de estímulo para praticar mais, além de necessitarem
ter mais conhecimento em geometria básica. Estas oficinas vão fazer o aprendizado
deles ficar mais claro, através do dinamismo e prática em poucas horas. São para
alunos em qualquer fase do curso, iniciante ou veterano. Turmas de no máximo 20
alunos, cada oficina com duração de 4 horas.
4.1.1 Oficina: Composição a partir de um elemento geométrico desenvolvido com instrumentos de desenho.
Objetivo: Criar composições desenvolvidas a partir de um elemento geométrico
utilizando os instrumentos de desenho. Esta oficina tem por meio auxiliar o manuseio
e precisão na utilização dos instrumentos.
Carga Horária: 4 horas
Descrição e Metodologia da oficina:
Uma das maiores dificuldades do aluno de design é o manuseio dos instrumentos de
desenho, mão pesada e difícil compreensão da utilização de cada um dificulta na
execução dos desenhos, atrasando o processo criativo. Então esta oficina busca
facilitar este processo.
As atividades a serem desenvolvidas:
45
1: Descrição breve sobre geometria.
Aplicar conteúdo básico sobre geometria, apresentar elementos geométricos e
sugerir composições para o aluno entender mais facilmente a proposta da oficina.
Conteúdos abordados:
Desenho Geométrico;
Construções Geométricas Fundamentais;
Instrumentos de Desenho: adequação e uso.
2: Apresentação dos instrumentos de desenho.
3: Compor um elemento geométrico com a utilização dos instrumentos.
4: Replicar este objeto completando a folha A4 utilizando os instrumentos.
5: Apresentação das composições criadas.
Exemplo:
FIGURA 11.0 FIGURA 12.0
Imagens: ABREU, Annalôyde – Manaus - Trabalho acadêmico desenvolvido durante
a matéria "Design de Superfície"
Composições feitas a partir de um elemento gráfico.
46
4.1.2 Oficina: geometria a mão livre como facilitador da utilização de malhas geométricas-grid.
Objetivo: Desenvolver uma tela a partir de elementos geométricos criado à mão livre
utilizando papel malha. Esta oficina irá facilitar a compreensão da importância do
GRID em projetos gráficos. “O Grid é uma malha que divide a tela em partes
proposicionais e possibilita a distribuição do conteúdo de forma uniforme.
Proporcionando equilíbrio visual e estrutural. ” (Fonte: Arquitetura de Informação)
Carga Horária: 4 horas
Descrição e Metodologia da oficina
Esta oficina tem por meio apresentar o Grid ao aluno egresso, e ensinar a importância
dele para os projetos gráficos, de maneira clara, sem a utilização dos instrumentos
para que ele se concentre apenas na distribuição dos elementos na tela, e assim
chegar ao objetivo que o Grid é utilizado.
As atividades a serem desenvolvidas:
1: Descrição breve sobre Grid em projetos gráficos.
2: Apresentação dos materiais utilizados na oficina.
3: Compor elementos geométricos com a mão livre na tela (papel malha)
4: Apresentação das telas.
Exemplo:
FIGURA 13.0 FIGURA 14.0
47
Grids para composição de peças gráficas, noção de proporção, espaço, simetria e
assimetria.
4.1.3 Oficina: Mandala geométrica
Objetivo: Desenhar mandalas é considerado uma forma de meditação, promove paz
e equilíbrio. Os alunos iram criar suas próprias mandalas, isto estimulará a
criatividade e concentração dos mesmos, além de afinidade com os instrumentos de
desenho.
Descrição e Metodologia da oficina
Esta oficina irá soltar a criatividade de cada aluno, deixando-os livres para idealizar e
desenvolver a mandala que desejarem. Assim eles irão finalizar manladas de
diferentes formas. Utilizando apenas os instrumentos básicos para desenho, papel, e
lápis de cor.
As atividades a serem desenvolvidas:
1: Descrição breve mandalas.
2: Apresentação dos materiais utilizados na oficina.
3: Compor mandalas com a utilização dos instrumentos e colorir ao final.
48
4: Apresentação das mandalas.
Exemplo:
FIGURA 15.0 FIGURA 16.0
Figura desenvolvida com as técnicas desta oficina proposta, que a partir de rabiscos
manuais desenvolveu uma mandala geométrica que depois de digitalizada torna-se
um símbolo.
49
CAPÍTULO 5
CONCLUSÃO
Por meio da pesquisa deste projeto, foi possível identificar as dificuldades
encontradas do aluno ao se deparar com disciplinas que envolvem representação ao
longo do curso. Foram analisadas disciplinas eletivas que em seu conteúdo
necessitavam de conhecimentos básicos em representação. E a disciplina obrigatória
ofertada no primeiro período que mais envolve representação, necessitava de um
apoio para que estes alunos pudessem assimilar melhor o conteúdo da mesma. Então
estas oficinas que foram propostas, vêm para acrescentar e suprir esta necessidade
que existe entre estes alunos que não tiveram um ensino básico sobre representação.
Não apenas para alunos egressos, mas também os que estão cursando e ainda
possuem dificuldades.
A partir disto a análise teve início com o intuito de identificar as disciplinas que em
seu conteúdo programático estava contido representação, independente de sua
ênfase, representação faz parte do curso em si. Os alunos necessitam compreender
a importância deste conteúdo como algo indispensável. E foi com esta finalidade, a
de fazer o aluno compreender melhor como relacionar uma visão espacial com o
design, e que o design sem representação fica incompleto. A intenção de existir estas
oficinas logo no primeiro período, sendo ofertadas paralelamente com a disciplina
obrigatória de representação tridimensional irá facilitar o raciocínio e despertar o
interesse do mesmo. O aluno precisa saber e entender logo inicialmente que será de
grande valia estas oficinas para seu curso, pois ele terá base suficiente para cursar
as outras disciplinas eletivas com mais confiança e possivelmente o curso terá menos
números de reprovações.
Sendo assim, após terem participado das oficinas como suporte para compreensão
básica de conteúdos indispensáveis no curso de design, será possível fazer uma
investigação com os resultados que estas oficinas irão obter e analisar as melhorias.
O desempenho destes alunos veteranos e novatos, bem como o nível de dificuldade
de cada um serão levados em consideração na investigação. A aplicação destas
oficinas é um projeto para mestrado, todas as turmas de Design irão receber um folder
informativo das oficinas e a importância delas para contribuição no aprendizado em
50
representação, as turmas das oficinas terão alunos de diversos períodos, inclusive
egressos. As aulas serão planejadas e aplicadas por dois semestres, assim será
possível fazer uma melhor avaliação da aplicação das mesmas, e observar o
desempenho e comportamento dos alunos. Assim poder trazer melhorias para o
curso de Design da Universidade Federal de Pernambuco - Campus - CAA.
51
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