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7/31/2019 7. O Pedagogo Empresarial Para TCC
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O Pedagogo Empresarial
Myrian Glria Greco
Rio de Janeiro, 2005.
"Nosso sistema de educao d a faca e o queijo, mas no desperta a fomenas crianas".
(Rubem Alves)
RESUMO
A Pedagogia conta com o pedagogo empresarial dentro da empresa,visando sempre melhorar a qualidade de prestao de servios. Na atualidade,a empresa tem aberto espao para que este profissional possa, de maneiraconsciente e competente, solucionar problemas, formular hipteses, e elaborarprojetos, demonstrando que a sua atuao visa melhoria dos processosinstitudos na empresa, como garantia da qualidade do atendimento aos seusclientes e ao funcionrio, contribuir para a instalao da cultura institucional daformao continuada dos empregados, orientar na gesto do melhoramentodos processos. De que maneira o Pedagogo poder trabalhar seus projetosnuma empresa visando sempre a sua melhoria? Esta pesquisa visa acompreender os novos rumos que a Pedagogia Empresarial tem assumidofrente aos novos cenrios organizacionais delimitados pela globalizao. Aimplementao de treinamentos e desenvolvimento de projetos pressupe uma
nova base para a gesto de pessoas, desenvolvimento e capacidade derenovao da empresa e dos funcionrios, a busca do conhecimento, depromover atitudes transformadoras e mobilizadoras, visando a direcionar osnegcios da empresa para obteno da excelncia no atendimento sexigncias do mercado e da sociedade. Para enfrentar os novos desafiosimpostos pelo mundo dos negcios nesta virada do milnio, as empresasprecisam gerar novas capacidades organizacionais que devem ser decorrentesda redefinio e redistribuio das prticas e funes. Gerentes de linha eprofissionais precisam juntos, criar essas novas capacidades, estabelecendoligaes com funcionrios, fornecedores e clientes, fortalecendo a capacidadede competir, tendo, como objetivo, analisar a importncia do pedagogo e que
contribuies poder acrescentar dentro da empresa. O trabalho serdesenvolvido atravs de pesquisas em artigos, livros e publicaes on-line.
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ABSTRACT
The Pedagogia always counts on pedagogo enterprise inside of the
company, aiming at to improve the quality of rendering of services. In thepresent time, the company has opened space so that this professional can, inconscientious and competent way, to solve problems, to formulate hypotheses,and to elaborate projects, demonstrating that its performance aims at to theimprovement of the processes instituted in the company, as guarantee of thequality of the attendance to its customers and the employee, to contribute forthe installation of the institucional culture of the continued formation of theemployed, to guide the gestures in the improvement of processos. Do that waythe Pedagogo will be able to always work its projects in a company aiming at itsimprovement? This research aims at to understand the new routes that theEnterprise Pedagogia has assumed front to the new organizacionais scenes
delimited by the globalization and mundializao. The implementation oftraining and development of projects estimates a new base for the managementof people, development and capacity of renewal of the company and theemployees, the search of the knowledge, to promote transforming andmobilizadoras attitudes, aiming at to direct the businesses of the company forattainment of the excellency in the attendance to the requirements of the marketand the society. To face the new challenges taxes for the world of thebusinesses in this turn of the milnio, the companies need to generate neworganizacionais capacities that must be decurrent of the redefinition andredistribution of the practical ones and functions. Controlling of line andprofessionals need together, to create these new capacities, being establishedlinkings with employees, suppliers and customers, fortifying the capacity tocompete, having, as objective, to analyze the importance of pedagogo and thatcontributions will be able to add inside of the company. The work will bedeveloped through research in articles, books and publications on-line.
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INTRODUO
1. A PEDAGOGIA
A Pedagogia um tema muito rico, e por ser muito extenso requer muito
estudo e pesquisa. Depende no s das geraes passadas, dos
desbravadores deste campo, mas tambm das novas geraes de profissionais
ousarem e produzirem trabalhos e pesquisa com qualidades cientficas para
dar continuidade ao trabalho j comeado. Atualmente, alm da Instituio
Escolar, notamos grande interesse nas reas hospitalar e empresarial, alm da
clnica clssica.Surgida no sculo XVII, pedagogia tende para um objetivo
prtico definido, atravs de meios (processos e tcnicas de ensino) eficientes
para alcan-los.
Komensky, considerado Pai da Pedagogia cujo sobrenome foi latinizado para
Comenius, recebeu esse ttulo pela descoberta de que o estudante merece
cuidados especiais para efetivao de uma aprendizagem mais produtiva e
deleitosa.
Os sentidos e experincia eram de extrema importncia para Comenius. Em
Janua linguarum reservata (1631; A porta das lnguas reaberta), manual para o
ensino de lnguas, utilizou desenhos com fins didticos. Na Didtica magna,prope um sistema educativo a ser aplicado da infncia aos estudos ps-
universitrios. A doutrina filosfica de Comenius, a qual ele deu o nome de
pansophia, prope a universalizao do saber e a supresso dos conflitos
religiosos e polticos.
As inovaes introduzidas por Comenius nos mtodos de ensino influenciaram
em grande medida as reformas educativas e as teorias de eminentes
pedagogos de sculos posteriores. Constantemente Comenius era chamado avrios pases europeus para pr em prtica suas teorias pedaggicas e
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filosficas. Estabeleceu-se finalmente em Amsterd, onde morreu em 15 de
novembro de 1670.
Desde ento, o ensino transformou-se paulatinamente, retro-
alimentado por novas propostas educativas iluminadas, em destaque a do
francs Jean Jacques Rousseau no sculo XVIII, de seus seguidores e de
numerosos educadores, mais prximos de ns, auxiliados pela ecloso da
Psicologia que confirmou os acertos dos mestres pioneiros.
Os mtodos de ensino sucederam-se uns aos outros, sempre no
intuito de apresentar ao aluno uma aprendizagem de acordo com a sua faixa
etria.
No decorrer do tempo, a Pedagogia, com seus objetivos e currculo pertinentes
progredia, sempre direcionada eficincia e eficcia do ensino, tomando por
fim forma de curso, emancipando-se na Europa e nos Estados Unidos.
Ao consultar o que diz o Diretor Cientifico do CEFA, Paulo Ghiraldelli Junior,
encontramos a seguinte definio para pedagogia: Trata-se da pedagogia
como o campo de conhecimentos que abriga o chamamos de "saberes da rea
da educao" - como a filosofia da educao, a didtica, a educao e a
prpria pedagogia.
A pedagogia est ligada s suas origens na Grcia antiga. Aqueles
que os gregos antigos chamavam de "pedagogo" era o escravo que levava a
criana para o local da relao ensino-aprendizagem; no era exclusivamente
um instrutor, ao contrario, era um condutor algum responsvel pela melhoria
da conduta geral do estudante, moral e intelectual. Ou seja, o escravo
pedagogo tinha a norma para a boa educao; se por acaso, precisasse de
especialistas para a instruo, conduzia a criana at lugares especficos, os
lugares prprios para o "ensino de idiomas, de gramtica e calculo", de umlado, e para a "educao corporal" de outro.
A concepo que diz que a pedagogia a parte normativa do
conjunto de saberes que precisamos adquirir e manter se quisermos
desenvolver uma boa educao, mais ou menos consensual entre os autores
que discutem a temtica da educao.
O termo "pedagogia" designa a norma em relao educao. "Que
que devemos fazer, e que instrumentos didticos devemos usar, para a
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nossa educao?" - esta a pergunta que norteia toda e qualquer corrente
pedaggica, o que deve estar na mente do pedagogo.
1.1 PAIDIA
A palavra Paidia, de incio significa apenas criao dos meninos - pais,
paids, criana -, com o tempo adquire nuances que a tornam intraduzvel.
Conforme Werner Jaeger diz que
no se podem evitar expresses modernas como civilizao, cultura,
tradio, literatura ou educao, porm nenhuma delas coincide com o que os
gregos entendiam por Paidia. Cada um daqueles termos se limita a exprimir
um aspecto daquele conceito global. Para abranger o campo total do conceito
grego, teramos de empreg-los todos de uma s vez.
Na sua abrangncia, o conceito de paidia no designa unicamente
a tcnica prpria para, desde cedo, preparar a criana para a vida adulta. A
ampliao do conceito fez com que ele passasse tambm a designar o
resultado do processo educativo que se prolonga por toda vida, muito para
alm dos anos escolares.
Os sofistas so os criadores da educao intelectual; ampliam a
noo de Paidia - de educao da criana continua formao do adulto;
valorizam a figura do professor e ao exigir remunerao, do destaque ao
aspecto profissional dessa funo. Formaram um currculo de estudos
composto por gramtica, retrica e dialtica. Desenvolveram tambm a
aritmtica, geometria, astronomia e msica.
1.2 PEDAGOGIA NO BRASIL E SUA IDENTIDADE
difcil falar sobre o curso de pedagogia no Brasil, sem antes traar um
panorama histrico sobre a educao no Brasil nos anos que antecederam
sua criao.
No final do perodo imperial houve uma intensa expanso das escolaselementares. Essa expanso exigia que o ensino fosse de qualidade e para
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alcanar a qualidade pretendida, fazia-se necessrio que a formao de
professores para esse nvel se desse em cursos de nvel mdio nas ditas
escolas normais. Contudo, a instabilidade no fluxo de escolas normais abertas
e fechadas durante esse perodo prejudicava a formao para esse fim, visto
que as escolas destinadas a esse segmento de formao ou eram particulares
ou estavam agregadas aos Liceus e, por isso, sujeitas aos interesses de seus
donos ou administradores em mant-las.
Tentando amenizar esse problema, Lencio de Carvalho sugeriu em
1878 que o exerccio do magistrio fosse facultativo a todos que se julgassem
habilitados para tal, sem exigir uma formao mnima.
No entanto, em 1880 criada, no Municpio da Corte (Rio de Janeiro), a
primeira escola normal destinada tanto a professoras quanto a professores, sob
a direo de Benjamim Constant e cujo funcionamento inclua o horrio
noturno.
Por quase meio sculo a escola normal foi o lcus formal e obrigatrio para a
formao de professores que atuariam nas escolas fundamentais,
complementares e na prpria escola normal. Somente no sculo XX que se
instalam nas escolas normais os cursos ps-normais - tidos como grmen dos
cursos superiores de pedagogia - impulsionados pela expanso das Escolas
Normais ocorridas em todo Brasil por causa da Repblica.
Embora as escolas oficiais fossem consideradas como escolas-modelos, a
primeira iniciativa de transferir a formao pedaggica para o nvel superior foi
de carter privado. Em 1901 a Ordem dos Beneditinos de So Paulo criou a
Faculdade de Filosofia Cincias e Letras que tinha como anexo um Instituto de
Educao. Em 1908 criada a Universidade Catlica - a sua Faculdade de
Filosofia Cincias e Letras funcionou por seis anos tendo suas aulasministradas por professores estrangeiros, at que, por ocasio da guerra, ela
fechada, devido ao esvaziamento de seu quadro de professores.
A Escola Normal do Distrito Federal (RJ), criada em 1890 para formar
professores primrios, viria a se transformar nos anos 30, do sculo XX, com
outra organizao, em Centro de Referncia Nacional de Estudos
Pedaggicos, tendo como objetivo o aperfeioamento no magistrio. Essa teria
sido a primeira iniciativa do governo de transferir para as instncias superioresa formao pedaggica.
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A primeira iniciativa de uma instituio pblica para o estudo
superior em educao, que realmente se efetivou, foi em So Paulo. Aps
vrias reformulaes, a Escola Normal da capital foi transformada em Instituto
Pedaggico de So Paulo no qual era oferecido o curso de aperfeioamento e
preparo de tcnicos, inspetores, delegados de ensino, diretores e de
professores para as escolas normais, contudo esse instituto mantinha um
carter hbrido de normal e ps-normal. Esse carter hbrido permaneceu
mesmo quando o instituto foi anexado USP em 1933. Somente em 1938
quando ele reduzido e transformado em uma seo da Faculdade de
Filosofia Cincias e Letras que essa situao muda.
A pedagogia s passa a ser um curso superior quando, em 1931,
criada, pelos decretos n. 19851 e 19852, a Faculdade de Educao Cincias e
Letras da Universidade do Rio de Janeiro, que foi reformulada em 1939 e
denominada Faculdade de Filosofia Cincias e Letras (FFCL), passando a ter
uma seo especfica para a pedagogia. O curso j foi institudo com a marca
que o acompanharia em todo o seu desenvolvimento: a dificuldade em se
definir a funo do curso e, conseqentemente, o destino de seus egressos.
Comprometendo todo o desenvolvimento do curso no Brasil, tanto em relao
ao campo de trabalho do pedagogo, quanto organizao curricular do curso,
questiona-se sempre se o curso de pedagogia teria um contedo prprio e
exclusivo que pudesse justificar sua existncia.
1.3 NECESSIDADE DE MUDANA
A revoluo ps-industrial e a globalizao trouxeram grandes benefcios humanidade, mas com eles vieram tambm grandes problemas sociais. As
inovaes tecnolgicas e as novas formas de organizao trouxeram
mudanas radicais no mundo do trabalho, na estrutura da produo de bens e
servios e nos mecanismos de mercado: uma progressiva desregulamentao
da atividade econmica.
necessrio um aumento dos nveis de produtividade, qualidade e
competitividade para a sobrevivncia, a expanso das empresas e o ingressocompetitivo do Brasil na economia internacional.
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Todas essas transformaes esto nos levando a um novo modelo,
a um novo paradigma de organizao da economia e da sociedade: uma
economia do saber. Estamos diante da famosa e complicada sociedade do
conhecimento, na qual o recurso controlador no mais o capital, a terra ou a
mo-de-obra, mas, sim, a capacidade e experincia dos indivduos.
Isso significa que, se quisermos uma nao competitiva, teremos que mudar
nosso modo de entender e de agir em relao educao. preciso modificar
profundamente a nossa postura em relao educao.
1.4 EDUCAO NO TRABALHO - IMPORTNCIA
A educao uma prtica social humana. Ou seja, caracterstica dos seres
humanos, e realizada por todo e qualquer cidado, em todas as instituies
sociais. A educao tem por finalidade possibilitar o crescimento das pessoas
como seres humanos; processo de humanizao. Tornar-se humano significa
tornar-se partcipe do processo civilizatrio, dos bens que historicamente foram
produzidos pelos homens em sociedade e dos problemas gerados por esse
mesmo processo.
Nesse sentido, a educao tem uma dimenso de continuidade que
se traduz na transmisso dos conhecimentos, da cultura e dos valores, e, ao
mesmo tempo, de ruptura, ou seja, de produzir-se novos conhecimentos, novas
culturas, novos valores, a partir no apenas do avano do conhecimento, mas
da anlise crtica dos resultados desse processo civilizatrio, produto de grupos
de interesses dominantes nas sociedades. Nesse sentido, a educao , ao
mesmo tempo, permanncia e transformao, em busca de condies para odesenvolvimento humano de todas os sujeitos que nascem, garantido-lhes o
usufruto dos bens da civilizao e dotando-os de uma perspectiva analtica e
crtica a fim de que se coloquem como construtores de novos modos de se
processar a civilizao.
Uma civilizao que garanta as condies humanas de vida a todos,
que assegure os direitos humanos para todos, de sobrevivncia, de
alimentao, de trabalho, de participao social, de elaborao da lei, deconstruo da democracia etc. A educao inerente ao processo de
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humanizao que ocorre na sociedade em geral. Por isso, afirmamos que a
educao uma prtica social, histrica e situada em determinados contextos.
Nesse sentido, que podemos afirmar que a educao uma prxis social.
Estud-la, analis-la, compreend-la, interpret-la em sua complexidade, e
propor outros modos e processos de ser realizada com vistas construo de
sociedade justa e igualitria, supe a contribuio de vrios campos
disciplinares, dentre os quais o da pedagogia.
A pedagogia um campo de conhecimento especfico da prxis
educativa que ocorre na sociedade. Diferente dos demais que no tm a
educao como objeto especfico de anlise, mas que a ela podem se voltar. A
sociologia, por exemplo, na sua raiz no tem a educao como objeto de
estudo, mas h socilogos que se voltam a ela, se valendo dos aportes da
cincia sociolgica para estudar dimenses da prxis educativa. O mesmo
ocorre com a filosofia, a psicologia, a histria e outras cincias que se voltam
educao. Essas disciplinas quando voltadas ao campo da educao,
constituem nos cursos de pedagogia os fundamentos da educao.
Curiosamente no h dentre eles uma disciplina denominada pedagogia que se
voltaria ao estudo do campo do pedaggico. Essa perspectiva, em geral,
coberta pela didtica e por estudos do campo curricular, quando estudam as
teorias e as idias pedaggicas, sintetizando os aportes das disciplinas
anteriores, focando nos resultados do ensino e da educao e dos sistemas
escolares. Por sua vez, cincias como a fsica, a matemtica, a geografia, a
histria, a biologia, as letras, tm-se constitudo tambm como campo da
pedagogia, por se voltarem aos estudos dos fundamentos dos mtodos do
ensino, uma das atividades profissionais do pedagogo.
A natureza dessas reas de conhecimento de anlise crtica dosmodos de produo do humano e o desenvolvimento da pesquisa na prpria
formao dos pedagogos, em geral, tm possibilitado que o curso de
pedagogia se constitua no nico curso de graduao no qual se realiza a
anlise crtica e contextualizada da educao e do ensino enquanto prxis
social. Talvez por isso, alguns ho de temer a pedagogia.
1.5 O PEDAGOGO
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Segundo Franco (2002), a docncia uma profisso com identidade e estatuto
epistemolgico prprios, e que em si, o ensino uma das manifestaes da
prxis educativa, definir o pedagogo como professor (e das sries iniciais)
reduzir a potencialidade de sua insero na prxis educativa.
Por outro lado, dizer que enquanto pedagogo ele pode tambm ser docente
das sries iniciais (para o que ele tem que ser formado e preparado, atravs do
conjunto das disciplinas e atividades que compem o curso, orientadas por
docentes de vrias reas que tenham a educao e o ensino como objeto de
estudo), significa garantir o nico espao adequado na universidade para a
formao dos professores e pesquisadores para esse nvel de escolarizao
(lembrando que o curso normal mdio est em extino e lembrando que onde
se faz pesquisa na universidade).
Essas consideraes apontam caminhos que podero orientar a
elaborao de diretrizes curriculares nacionais para os cursos de pedagogia
que retirem o pedagogo do limbo profissional e identitrio em que se encontra.
Entendendo que o pedagogo um profissional que domina determinados
saberes, que, em situao, transforma e d novas configuraes a estes
saberes e, ao mesmo tempo, assegura a dimenso tica dos saberes que do
suporte sua prxis no cotidiano do seu trabalho, e que a Pedagogia se aplica
ao campo terico-investigativo da educao e ao campo do trabalho
pedaggico que se realiza na prxis social, entendo que, o curso de graduao
em Pedagogia forma (deva formar) o Pedagogo com uma formao integrada
para atuar na docncia nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na Educao
Infantil e nas disciplinas pedaggicas dos cursos de formao de professores e
na gesto dos processos educativos escolares e no-escolares, assim como naproduo e difuso do conhecimento do campo educacional (cf. item 2. da
proposta de Diretrizes, ForumDir, 2004).
A nossa viso, essa proposta de diretrizes, alm de avanos
construdos pela Comisso de Especialistas , enfrenta, estrategicamente, a
importncia da formao dos professores das sries iniciais no curso de
pedagogia, nico espao em nvel superior para se proceder sua formao com
a qualidade desejada, entendendo-a como uma das inseres profissionaispossveis dos pedagogos, e entendendo que essa formao no se reduz a
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sala de aula, mas inclui a gesto das polticas e dos espaos de ensino e
aprendizagem, sejam eles escolares ou no. Portanto, implica a formao de
um pedagogo da educao infantil (da criana de 0 a 10 anos).
Considerando a complexidade dessa educao, admite-se reas de
aprofundamento para uma formao mais voltada para a criana de 0 a 06
anos (Educao Infantil) e para a criana de 07 a 10 anos (sries iniciais do
Ensino Fundamental). Portanto, tendo a pedagogia como base para a formao
docente.
Um curso de pedagogia no d conta de formar pedagogos para se inserirem
em inmeras reas de atuao como hoje se constata com as vrias
modalidades de currculo existente nas universidades e nas demais instituies
de ensino superior. Da se assumir com tranqilidade o que seria o essencial
da formao do pedagogo, o que o identifica epistemolgica e
profissionalmente em todo o territrio nacional. Mas vamos tambm assumir
que sua formao se d com pesquisa que confronta o real e o produzido
sobre o real, que aponta possibilidades e perspectivas de transformao da
realidade existente, que supere a viso fragmentada dos espaos escolares e
no-escolares. Mas assumir que as reas e demandas especficas, como
educao de pessoas com necessidades, educao no campo, de indgenas,
para a insero nas mdias, etc. se faa fora do curso de pedagogia, como
aprofundamentos, enriquecimento curricular, especializao, etc., e no no
curso em que atualmente se apregoa em preparar o pedagogo em trs anos.
2. O PEDAGOGO E A QUALIFICAO PROFISSIONAL
Geralmente, o pedagogo tem-se caracterizado como profissional responsvel
pela docncia e especialidades da educao, como: Direo, Superviso,
Coordenao e Orientao Educacional, entre outras atividades especficas da
escola. Podemos dizer que, dificilmente, encontra-se o profissional da
educao desvinculado da escola propriamente dita, e inserido em outras
atividades do mundo do trabalho, como em empresas, ainda que esse trabalhorefira-se educao, mas em uma perspectiva extra-escolar.
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Ao analisar a estrutura de organizao das disciplinas do curso de Pedagogia
notamos que no h direcionamento especfico para a atuao do pedagogo
em empresas, fato esse que dificulta a insero e conhecimento das
possibilidades de atuao desse profissional nos processos produtivos. Por
essa razo e, tambm, porque a escola constitui-se um local de trabalho
bastante conhecido dos pedagogos, esses profissionais limitam sua procura a
essas instituies.
Nesse momento, em que o curso de pedagogia passa por um
processo de reestruturao com propostas divergentes de diretrizes
curriculares e, tambm, considerando as modificaes ocorridas no processo
produtivo, faz-se importante contemplar a possibilidade de atuao desses
profissionais em outros setores do mundo do trabalho.
2.1 AS MODIFICAES E REFLEXOS NA QUALIFICAO PROFISSIONAL
Na atual sociedade capitalista, os processos produtivos tm sofrido profundas
transformaes no que se refere ao modo como est organizada a produo,
devido, sobretudo, ao avano tecnolgico, bem como a prpria necessidade de
manuteno do capitalismo.
A qualificao profissional inserida nesse contexto de transformao,
por um lado, alterada e ampliada havendo maior valorizao do componente
intelectual em detrimento do manual. As exigncias do mercado de trabalho
apontam para uma maior qualificao e, para tanto, o pedagogo pode
contribuir, nesse processo, na qualificao do trabalhador.
A qualificao profissional tem sofrido evolues histricas delineadas pelasdiferentes concepes e modos de organizar a produo. Na denominada
Segunda Revoluo Industrial, a implementao do trabalho nos moldes
tayloristas tem como objetivo a racionalizao e conteno de desperdcios nos
locais de produo, ento Taylor desenvolveu tcnicas que parcelarizam ao
mximo a produo e as atividades exercidas pelos trabalhadores, controlando
e cronometrando at mesmos os movimentos exigidos para a realizao de
tarefas especficas, assim como o tempo destinado a essa realizao.Esses mtodos e tcnicas intensificaram o ritmo do trabalho e aumentaram a
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rigidez do produto (produto - padro) e da mo - de - obra destinada a realizar
tarefas fixas, repetitivas e montonas, as quais so controladas por uma rgida
superviso. Nesse modelo o processo de elaborao realizado por um
quadro de especialistas. Gerncia cientfica enquanto os trabalhadores apenas
executam da produo em massa o que significa consumo em massa,
modificando a forma de reproduo da fora de trabalho , a esttica do produto
e a mercadificao da cultura. (HARVEY, 1992, p.123).
Uma grande aplicao de Ford na indstria automobilstica foi a
utilizao da esteira rolante que aliada s operaes parceladas, as quais
existiam desde a manufatura, contribuiu significativamente na desqualificao
do trabalhador, seja por no exigir e inibir qualquer capacidade de pensar,
como tambm por conceber o trabalhador como extenso da mquina aquele
trabalhador, antes necessrio no processo de montagem era eliminado. Em
seu lugar surgia um novo homem cuja funo era repetir indefinidamente
movimentos padronizados, desprovidos de qualquer conhecimento profissional,
que para Ford nada tem de desagradvel. (VARGAS, 1987, p.24).
A rigidez do fordismo diante a crise do Estado de bem-estar-social emperrou
sua hegemonia enquanto sistema de organizao do trabalho, apesar de no
ter sido excludo da sociedade mundial sua incapacidade de articulao com a
sociedade do trabalho deu margem ao aparecimento de um novo modelo
denominado por Harvey (1992) de acumulao flexvel.
Tanto no modelo fordista como no taylorista de produo a falta de
autonomia para realizar tarefas parcelarizadas e a utilizao preponderante do
componente manual faz com que se aprofunde a situao na qual o
trabalhador encontra-se expropriado do saber na produo e plenamente
desqualificado, executando tarefas possveis de serem executadas pormquinas.
O fenmeno que Harvey denomina de acumulao flexvel tem abrangncia
mais geral na sociedade, mas tambm, no interior das fbricas configurando
novas formas de organizar a produo, geralmente, utilizando maquinrios com
tecnologia avanada.
O acelerado avano tecnolgico, nas ltimas dcadas, provm das
necessidades competitivas e das prprias lutas operrias por melhorescondies de trabalho. A tecnologia e o avano informacional tornam-se
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condies essenciais para a sobrevivncia das empresas, uma vez que ela traz
vantagens significativas produo integrando as modificaes na organizao
de um trabalho menos hierarquizado e voltado para a integrao tanto da
mquina como dos trabalhadores.
Diferentemente do tipo de fora de trabalho que se requer na
organizao taylorista-fordista, os modelos organizacionais como o Just-in-
time/Kamban e o Toyotismo, entre outros, inovam modificando a disposio
dos meios de produo e a utilizao da mo-de-obra.
Em ambos os modelos passa-se a requerer do trabalhador um maior
potencial intelectual e comportamental, principalmente no que se refere a
capacidade de trabalhar em equipe, conhecer a totalidade do processo
produtivo, criatividade para propor inovaes, capacidade para resoluo de
problemas, comunicao e expresso, conhecimentos gerais e de idioma, entre
outros geralmente no conta com tecnologias ultramodernas como robs e
controle por central de computadores, pois o fracasso ao no atingir ganhos de
produtividade deve ser atribudo s antiquadas estruturas organizacionais
incapazes de acomodar as novas tecnologias no adianta gastar dinheiro com
as novas tecnologias e utiliz-la de maneira antiga. (RIFIKIN, 1996, p. 99).
O Just-in-time envolve a produo como um todo: trabalhadores, gerncia e
fornecedores em uma poltica de reduo de estoques, j que se produz
somente o que for solicitado pelo departamento de vendas. Os maquinrios
encontram-se dispostos em linhas de produo, de modo a racionalizar a
produo eliminando os estoques e proporcionando linearidade e continuidade
sem quebras no processo.
A experincia da indstria automobilstica Toyota, embora no se
apresente em oposio ao Just-in-time tem-se caracterizado pelaimplementao de alta tecnologia, aperfeioando a explorao do trabalhador e
a diminuio da hierarquia na fbrica, alm de possuir uma elevada tendncia
de socializao no trabalho, no qual os engenheiros do cho de fbrica deixam
de ter um papel estratgico e a produo controlada por grupos de trabalho,
a empresa investe muito em treinamento, participao e sugesto para
melhorar a qualidade e produtividade (ANTUNES, 1995, p.29).
Mesmo que a flexibilizao do trabalho se refira a um nmero mnimo detrabalhadores, geralmente temporrios e sub-contratados, controlados por
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horas extras como demonstra Antunes (1995), h o investimento em equipes
de funcionrios, as quais so responsveis por estudarem melhores
procedimentos e elaborarem programas de execuo juntamente com o
engenheiro no cho de fbrica, alm de executar a produo respondendo a
imprevisibilidades e opinando sobre o produto final.
Podemos perceber que, alm da flexibilizao nas relaes de
trabalho, as empresas para garantir a competitividade no mercado global, como
demonstra Market (1999, p.149), tm implementado modelos de produo que
permitem maior flexibilizao na produo de bens, baseado na demanda
pelos clientes.
Essa tendncia de focalizar o cliente ou regular a produo da
empresa pelo departamento de vendas exige uma organizao diferenciada da
empresa, ou seja, para se atingir uma produo mais flexvel e voltada para a
clientela h a exigncia de uma estruturao realizada de maneira mais
integrada, como cita Market (1999), estabelecendo comunicaes entre o
departamento de planejamento da produo, administrativo e de vendas.
Sendo assim, as necessidades organizacionais da empresa voltam-se para a
qualificao dos seus quadros profissionais , a fim de que eles captem e
implementem as modificaes rapidamente.
Ao mesmo tempo que a implementao tecnolgica altera a prtica
produtiva tanto na diminuio da hierarquia, como na necessidade de um
profissional mais polivalente, ela tambm funciona como divisor de guas.
Entre aqueles profissionais desprovidos do mnimo de escolaridade e aqueles
que possuem nvel de formao institucional e tcnico, os quais necessitam de
maior qualificao para controlar, interferir e articular essas novas tecnologias
dentro das situaes concretas de produo.As relaes que se estabelecem no mbito da sociedade capitalista
so marcadas pela contradio, como ocorre com o fenmeno da
reestruturao produtiva. A implementao tecnolgica possui uma dimenso
perversa principalmente nos pases pobres e a excluso recai sobre uma
considervel parcela dos trabalhadores, em geral, daquela que possui baixa
escolaridade e pouco conhecimento tcnico, obtendo qualificao basicamente
nos moldes da organizao taylorista/fordista.
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Ainda que a qualificao mais ampla dos trabalhadores no ocorra
de forma homognea, podemos dizer que uma categoria dos profissionais
parece ser privilegiada com as modificaes tecnolgicas, especialmente no
que se refere a aproximao dos tcnicos aos quadros como podemos
observar na abordagem de Lojkine (1990) ao dizer que a ruptura brutal
existente entre a gerncia que pensa e planeja e o operrio que simplesmente
executa tarefas, sem poder de interferncia, est propensa a diluir-se. Nessa
diluio, o homem passa a exercer o papel de protagonista do trabalho que
realiza, no apenas alimentando a mquina, contudo a controlando em todo
seu percurso, da concepo ao produto final.
Na perspectiva de Lojkine e Shaff (LOJKINE, 1990, p.17; SHAFF,
1990, p.3) h um progressivo desaparecimento do trabalho manual, fazendo
com que o homem cada vez mais incumba-se da realizao de um trabalho
com um potencial criativo, deixando de executar tarefas possveis de serem
executadas por mquinas.
medida que para trabalhar o trabalhador precisa de
mais conhecimento, conseqentemente ele se torna
capaz de compreender o processo produtivo como um
todo, ento a secular diferena entre trabalho manual e
intelectual, agora, aproxima-se de um trabalho de certa
forma mais cooperativo e criativo. No momento em que o
componente intelectual do profissional mais valorizado,
esse profissional adquire maior autonomia na realizao
do seu trabalho que no se limita execuo, mas a
capacidade de elaborao.
Os profissionais com maior autonomia favorecem acooperao entre categorias profissionais no interior da
fbrica j que necessitam discutir, trocar idias sobre o
trabalho para estabelecer diretrizes conjuntas para aplicar
na produo. Essa cooperao entendida enquanto troca
de conhecimentos terico e prtico d-se no
estreitamento entre engenheiro e os demais quadros de
profissionais (os tcnicos) e ambos tm de dialogar entre
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si, trocar experincia da prtica do trabalho subsidiada de
conhecimento terico das atividades que realizam.
As novas formas de organizao do trabalho parecem requerer o
trabalhador com potencial mais criativo e participativo, j que as equipes de
trabalho propem inovaes, solues aos problemas que surgem e a
tendncia se incumbir cada vez mais de responsabilidades que requerem um
certo desenvolvimento intelectual, sendo assim,
(...) o trabalhador criativo deve nutrir-se contnua e ferozmente de sensaes enoes para implement-las na produo, para isso deve ler, viajar, ouvir, ou seja,aguar alimentar e aguar de todas as formas possveis a sua capacidade deconhecer (DE MASI; MENICONI, 1999, p. 200)
2.2 O TRABALHO DO PEDAGOGO
Todos esses aspectos leva-nos a refletir sobre a possibilidade de um novo
campo de atuao para o pedagogo, at agora pouco explorado. Para
discutirmos a presena do pedagogo nos processos produtivos, elegemos trs
aspectos constitutivos da especificidade do trabalho desse profissional que nos
parece interessantes serem aproveitados nos locais de produo, sendo eles: ainterao com o sujeito, a reflexo sobre a prtica do trabalho e a elaborao
de programas instrucionais que priorizem a totalidade do processo de trabalho
O trabalho costumeiramente desenvolvido pelo profissional da educao (o
pedagogo) refere-se a oferecer instrumentos para que o sujeito aprenda a
desvendar a realidade. Para que o conhecimento acontea por parte do sujeito,
o educador tem um papel fundamental que o de oferecer subsdios de cunho
terico-prtico para que a partir da ao o sujeito interfira na realidade.Nesse sentido, o educador no um mero transmissor de conhecimento,
mesmo porque o processo pelo qual consolida-se o conhecimento pressupe a
interao entre sujeito estruturante e objeto a ser estruturado, assim, faz-se
imprescindvel notar que a funo essencial do educador est em oferecer
alm dos contedos, os instrumentos que possibilitem e estimulem a busca do
conhecimento por parte do sujeito.
Nos processos produtivos o no pretende ensinar a fazer o trabalho,mesmo porque ele no possui competncia tcnica para esse tipo de contedo
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especfico e, ainda, essa concepo contradiz com a formao do sujeito
criativo e ativo,
Os meios de representao no podem ser ensinados, assim como
no se pode ensinar a forma ensinar e aprender significa ter compreendido e
compreender. A afirmao de que a forma pode ser ensinada s pode parecer
verdadeira a um intelecto grosseiro. (CARISTI, 1999, p. 249).
Como mencionamos anteriormente, se h no mundo do trabalho a
necessidade de um conhecimento de carter mais criativo e ativo, ento a
interao entre os profissionais responsveis pela produo demonstra ser
essencial. Essa interao conjuga a troca recproca de conhecimento, de um
lado, os tcnicos, com o saber adquirido pelos anos de experincia na
profisso e alguma formao institucional, de outro, os engenheiros e outros
profissionais com formao de nvel mais elevado, mas que muitas vezes se
encontram desprovido de condies para socializar esse conhecimento com os
demais. Assim, esses ltimos acabam por centralizar em si a escolha dos
procedimentos a serem utilizados na produo, perdendo a contribuio prtica
dos trabalhadores e emperrando a organizao da empresa de acordo com as
novas formas de organizao do trabalho.
Pudemos observar que em uma das empresas pesquisadas utiliza
como estratgia para a qualificao de seus quadros profissionais o programa
de multiplicadores de treinamento, o qual requer do profissional maior
responsabilidade e conhecimento, j que ter de dominar alm de seu trabalho
especfico todo o processo de produo.
Esse tipo de programa requer do profissional outras habilidades
como capacidade de compreenso e exposio de idias, utilizao e seleo
de materiais didticos para atingir fins determinados, capacidade de oratriaentre outros.
Tudo parece indicar que a necessidade do mercado no se encontra
mais fundamentada na diviso entre planejar e executar, por isso os
treinamentos realizados simplesmente com suporte tcnico no so mais
suficientes. Para trabalhar nas novas formas de organizao do trabalho,
parece ser necessrio o desenvolvimento intelectual e comportamental visando
o trabalho conjunto.
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Para que se consiga avano na formao do trabalhador, Therrien
julga oportuno,
As interaes sociais como processo de socializao e de
linguagem, proporcionam a elaborao conjunta dos significados em situaes,
desvelando a natureza parcial e completa do saber construdo. (THERRIEN,
1996, p. 67).
Como parte de uma equipe interdisciplinar, o pedagogo por
compreender o processo cognoscente pode contribuir na aprendizagem do
profissional aguando o desenvolvimento das potencialidades individuais
atravs da interao entre os profissionais na seleo de metodologias
adequadas proporcionando, assim, condies para que ocorra a aprendizagem
por meio do trabalho.
Um outro aspecto da formao do pedagogo refere-se reflexo
sobre a prtica, aliando teoria e prtica. No mbito da escola, a prxis
bastante discutida como elemento essencial na prtica cotidiana da sala de
aula. Ao falar sobre a valorizao do saber produzido nas relaes sociais,
Therrien menciona que o pedagogo como profissional que faz das situaes
concretas que vive o seu instrumento de reflexo e elabora saber, esse mesmo
saber faz com que o docente se relacione mais profundamente com o
conhecimento. (THERRIEN, 1996, p. 67).
Nesse momento da sociedade capitalista tudo indica que seja
oportuno para os setores produtivos estreitarem as relaes existentes entre
teoria e prtica, canalizando essa unio em benefcio da qualificao
profissional, ainda que, contraditoriamente, o interesse das empresas
capitalista com a formao profissional seja a acumulao de capital.
Como mencionamos, juntamente com a tendncia a uma maior proximidadeentre categorias profissionais na produo, parece possvel dizer que o dilogo
visando a troca de experincia e, sobretudo, a capacidade de olhar para a
produo extraindo dessa mesma realidade as necessidades prticas para
encontrar novos caminhos constitui-se em um elemento importante para a
empresa, como tambm, para despertar a capacidade criativa e de
compreenso profissional.
Encontramos em Carvalho (1993), uma situao proveniente delevantamento de dados empricos bastante relevante para compreendermos a
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importncia da reflexo sobre a prtica que quanto maior a complexidade do
processo (planta) maior o perodo de experincia necessrio para adquirir tais
qualificaes de operaes.
Esse trecho evidencia que o ato de executar encontra-se dissociado
do ato de planejar, alienando o trabalhador da compreenso do processo
produtivo. Nesse sentido, oportuno que as experincias prticas estejam
ligadas a instrumentos educacionais que, alm de proporcionarem a
participao dos trabalhadores no planejamento, execuo e avaliao, levem
o sujeito a perceber as situaes provenientes da prtica e as alternativas
cabveis para solucionar os problemas que surgem e propor inovaes.
Para que se preconize inovaes na produo, o componente intelectual
demonstra ser indispensvel, pois tudo parece indicar que somente com uma
articulao de nvel intelectual poderemos avanar no mbito da qualificao
profissional. Essa articulao compreende a interao com a realidade atravs
do questionamento constante das prticas empregadas na produo, de modo
a incorporar ou rejeitar as experincias que surgem.
Podemos encontrar em estudos como o de Market (1999), a
importncia de subsidiar as experincias provenientes da prtica de suporte
educacional, j que os pedagogos do trabalho nas indstria metalmecnica na
Alemanha tm desenvolvido e aplicado o conceito de qualificao profissional
com base na capacidade e conhecimento para compreender o processo de
produo, aprendizagem direcionada s experincias surgidas no trabalho,
objetivos que so orientados no processo total da produo incluindo
planejamento, execuo e controle do trabalho em cooperao, em seguida
so desenvolvidas diretrizes didticas que contemplam esses conceitos.
(MARKET, 1999, p.157).Estudos como o de Market demonstram a necessidade de
desenvolver um conceito de qualificao profissional com base na nova forma
e organizar a produo, e tambm, os novos modelos organizacionais parecem
requerer que as experincias adquiridas na prtica do trabalho estejam
subsidiada de suporte educacional a fim de traduzir o momento no qual o
trabalhador despende sua fora de trabalho em ganhos individuais e que as
equipes de trabalho inovem, troquem experincias e interajam entre si, noapenas em uma perspectiva de execuo, mas de concepo do trabalho.
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Um outro aspecto do trabalho que o pedagogo pode vir realizar na empresa se
refere elaborao de programas instrucionais ou diretrizes didticas. Nas
empresas podemos constatar que todas elas fazem um planejamento prvio
das etapas de treinamento contendo contedos, objetivos, tcnicas (l-se
metodologia) e avaliao, porm esse planejamento realizado sem suporte
educacional, ainda que o objetivo seja a qualificao dos trabalhadores, que
por mais restrito que se entenda esse conceito, em geral, refere-se a aquisio
de conhecimentos do processo produtivo e desenvolvimento de capacidades
intelectuais e comportamentais no sujeito que aprende determinado contedo.
A organizao sistemtica das atividades a serem aplicadas no treinamento
demanda um tipo de conhecimento especfico da prtica educativa, como a
elaborao e seleo de materiais didticos, instrumentalizao didtica dos
profissionais e, ainda, a seleo de metodologia apropriada para conduzir a
execuo do treinamento.
A prtica educativa pressupe a superao dos elementos formais
do programa de aprendizagem, no os excluindo, mas ultrapassando a simples
organizao formal para uma organizao educativa, na qual o objetivo, o
contedo, a metodologia e a avaliao so vistos interligados, sofrendo
modificao, seleo e adaptao de modo a interferir na organizao
intelectual do sujeito.
3. O PEDAGOGO EM ESPAOS NO ESCOLARES
O novo cenrio da educao se abre no sculo XXI com novas perspectivas
para o profissional que se insere no mercado de trabalho, sob diversasabrangncias, como nos mostra a prpria sociedade, que vive um momento
particular discusses sobre globalizao, neoliberalismo, terceiro setor,
educao on-line, enfim, uma nova estrutura se firma na sociedade, a qual
exige profissionais cada vez mais qualificados e preparados para atuarem
neste cenrio competitivo.
Segundo Maria Edna Sabina de Oliveira a educao em espaos
no escolares vem confirmar esta discusso que vivenciamos, o pedagogo saiento do espao escolar, que at pouco tempo, era seu espao (restrito) de
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trabalho, para se inserir neste novo espao de atuao com uma viso
redefinida da atuao deste profissional.
Empresas, hospitais, ONGs, associaes, igrejas, eventos,
emissoras de transmisso (rdio e Tv), e outros formam hoje o novo cenrio de
atuao deste profissional, que transpe os muros da escola, para prestar seu
servio nestes locais que so espaos at ento restritos a outros profissionais.
E esta atual realidade vem com certeza, quebrando preconceitos e idias de
que o pedagogo est apto para exercer suas funes na sala de aula. Onde
houver uma prtica educativa, existe a uma ao pedaggica.
"Convivemos at bem pouco tempo com a viso de uma pedagogia
inserida no ambiente escolar, na sala de aula, do profissional da educao
envolvido com os problemas da educao formal, uma idia falsa de que o
pedagogo o profissional capacitado e devidamente treinado para atuar
somente em espaos escolares, o responsvel pela formao intelectual das
crianas, sempre se envolvendo no cotidiano escolar, com os problemas
relacionados educao formal, propriamente dita. A vida escolar, a educao
formal, no deixa de ser um foco importante para o Pedagogo, mas deixa de
ser o nico."
Diante da atual realidade em que se encontra a sociedade, a
educao tem se transformado na mola mestra, para enfrentar os desafios que
se articulam dentro dela e em todos os seus segmentos, desafios gerados pela
globalizao e pelo avano tecnolgico na atual era, a to inovadora e
desafiadora era da informao.
A educao tambm a mola mestra para transformar a situao de
misria, tanto intelectual quanto econmica, poltica e social do povo,
promovendo acesso sociedade daqueles que so vistos como os excludos.Possibilitando assim a transformao da sociedade numa sociedade mais justa
e igualitria.
Os efeitos da crise econmica globalizada e a rapidez das
mudanas na era da informao levaram a questo social para o primeiro
plano, e com ela o processo da excluso social, que j no se limita categoria
das camadas populares. (GOHN, 2001, p. 09).
Dessa forma a educao sofre mudanas em seu conceito, pois deixa de ser
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restrita ao processo ensino-aprendizagem em espaos escolares formais, se
transpondo aos muros da escola, para diferentes e diversos segmentos como:
ONGs, famlia, trabalho, lazer, igreja, sindicatos, clubes etc. Abre-se aqui um
novo espao para a educao, dando uma estrutura interessante educao
no formal.
Com toda esta nova proposta e possibilidade de atuao, o
profissional Pedagogo tambm se transforma, se adequando a esta nova
realidade, se posicionando como profissional capacitado para caminhar junto a
esta transformao da sociedade. O Pedagogo deixa de ser, neste novo
contexto, o mesmo Pedagogo do sculo XVIII, XIX e at mesmo sculo XX.
Apresentando-se agora como agente de transformao para atuar nesta nova
realidade. Hoje, o profissional pedagogo est sendo inserido em um mercado
de trabalho mais amplo e diversificado possvel, porque a sociedade atual,
exige cada vez mais profissionais capacitados e treinados para atuarem nas
diversas reas. No sendo comum um profissional ser qualificado apenas para
exercer uma determinada funo, e sim para atuar nas diferentes reas
existentes no mercado de trabalho, seja ele qual for.
As linhas de pensamento relacionadas ao profissional Pedagogo
possibilitam uma reflexo mais aprofundada sobre a sua atuao, pois hoje, se
pensa muito mais detalhadamente a dinmica do conhecimento e as novas
funes do educador como mediador deste processo. Dessa forma, no
podemos mais nos deter somente no universo da educao formal, mas buscar
novas fontes de formao e de informao para adequar este profissional no
mundo globalizado e competitivo.
Toda transformao relacionada atuao do Pedagogo se d ao
fato de que, hoje vivemos o processo que reflete a transformao de valores epensamentos de uma sociedade voltada para valores mais especficos, como a
cultura de seu povo, valor diferente daquele que at pouco tempo se primava
pelo valor econmico. Ou seja, a cultura hoje tem o seu papel melhor definido e
mais importante para a sociedade do que situao econmica, propriamente
dita.
Nesta perspectiva de mudana e viabilizando uma atuao deste
profissional que abrimos espao para esta discusso, pautando nosso estudona atuao do Pedagogo em espaos no escolares, suas habilidades e
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competncias para atuao nestes espaos, o leque de possibilidades que hoje
se abre deixando para trs a idia primria de que este profissional est
preparado somente para atuar em espaos escolares, e que pouco ou quase
nada podendo aproveitar de suas habilidades para atuar em outros espaos.
Assim, este profissional que atravessa sculos, executando o seu papel de
preceptor, de transformador do conhecimento e do comportamento humano,
chegando ao sculo XXI, com uma nova proposta, sua efetiva atuao em
espaos tambm no escolares, e que, no entanto, visam a aprendizagem e a
transformao do comportamento humano, tanto quanto dentro da educao
formal.
Conforme Ribeiro (2003), este assunto tornou-se desafiador a partir
do momento em que verificamos atravs de discusses realizadas em sala de
aula, seminrios, mesa redonda, atravs de leituras compartilhadas,
visualizamos um horizonte se abrindo para esta rea do conhecimento,
discusses que esto fundamentadas em tericos conceituados e pela prpria
sociedade que chega ao sculo XXI com novas perspectivas para a educao
formal e tambm para a educao no formal, discusso que at bem pouco
tempo era desconhecida para a maioria de nossas escolas de formao, e
tambm dos profissionais.
Em seu trabalho, Maria Edna Sabina de Oliveira, diz ainda que como
hoje o Pedagogo est sendo inserido num mercado de trabalho cada vez mais
diversificado e amplo, o nosso estudo se justifica pela necessidade de
compreender a dinmica, que levou a sociedade a chegar onde estamos hoje,
com um discurso voltado para a incluso social, para o voluntariado, para
projetos de pesquisas, para educao formal, no formal e informal,
observando o processo de ensino-aprendizagem no somente como processopara dentro da escola, da sala de aula ou do cotidiano escolar, mas um
processo que acontece em todo e qualquer segmento da sociedade, seja ele
qual for. E tambm como o Pedagogo se insere neste novo contexto social,
percebendo a sua relao em diferentes espaos.
Verifica-se hoje, uma ao pedaggica mltipla na sociedade. O
pedaggico perpassa toda a sociedade, extrapolando o mbito escolar formal,
abrangendo esferas mais amplas da educao informal e no-formal.(LIBNEO, 2002, p.28).
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importante ressaltar aqui como a educao formal e a no formal
caminham paralelamente e, portanto, a necessidade de agregar ao ensino
formal, ministrado nas escolas, contedos da educao no-formal, como os
conhecimentos relativos s motivaes, situao social, origem cultural,
etc. Por isto, esta nova perspectiva de atuao do Pedagogo, sua qualificao
vem filtrando cada vez mais, buscando uma relao estreita entre as diferentes
propostas de educao existentes na sociedade.
Este assunto tornou-se relevante para este projeto, medida que foi
se descortinando as grandes possibilidades de pesquisas durante as
discusses realizadas e tambm por apresentar um assunto que vem
transformando a idia de uma educao restrita em uma educao ampla e
sem fronteiras. Este tem se tornado um assunto desafiador para tantos quanto
se interam do mesmo.
4. O PEDAGOGO EMPRESARIAL
O desenfreado desenvolvimento cientfico e tecnolgico das ltimas dcadas
tem marcado a sociedade contempornea com profundas mudanas nas
organizaes, no modo de produo e nas relaes humanas.
Verdades e conceitos tm sido questionados, mitos e comportamentos
derrubados e o conhecimento tem ultrapassado os limites geogrficos, sociais
e educacionais com uma vertiginosa velocidade.
As novas tendncias sociais e os novos rumos impostos pela Era da
Informao influenciam diretamente a educao e o conhecimento. Administrar
a quantidade de informaes veiculadas e estar atualizado, atualmente, uma
tarefa extremamente difcil e especializada.Segundo Marta Teixeira do Amaral, docente da Universidade Estcio
de S em Pedagogia e Mestre em Educao e consultora em T&D, o velho
esquema escolar da memorizao, da erudio pela erudio oriundos da ao
pedaggica da Companhia de Jesus na implantao do sistema educacional
brasileiro, j no se enquadra nos moldes da nova construo scio-econmica
e educacional do pas.
O mundo transforma-se a cada momento e o resultado mais visveldesse processo a obsolescncia do conhecimento que impele-nos
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atualizao constante e contnua. O MEC evidenciou a intensidade do impacto
desse novo formato social ao publicar os Referenciais para Formao de
Professores. (GENTILI; BENCINI, 2000).
O documento descreve as novas competncias do educador e as
novas caractersticas das suas aulas, que devem priorizar a formao do aluno
cidado, capaz de estabelecer relaes com o mundo que o cerca, analisar,
pesquisar, estar atualizado e, sobretudo, aprender a aprender.
Os reflexos mutatrios na escola explicitam a exigncia urgente do mercado de
trabalho que no abriga mais o trabalhador mecanizado, mero executor de
tarefas, personificado na figura robotizada do personagem do filme Tempos
Modernos de Charles Chaplin. O ambiente organizacional contemporneo
requer o trabalhador pensante, criativo, pr-ativo, analtico, com habilidade
para resoluo de problemas e tomada de decises, capacidade de trabalho
em equipe e em total contato com a rapidez de transformao e a flexibilizao
dos tempos atuais.
Mas como conseguir isso? Como conseguir desenvolver
competncias nos alunos de nossas escolas atuais? Como contribuir para a
construo de colaboradores autnomos, e com esprito de aprendizes? Como
manter as organizaes atualizadas no mundo que vive a transformao num
ritmo frentico? Como transformar o ambiente de trabalho em um ambiente de
aprendizagem permanente?
Diante dessas indagaes surge a figura do Pedagogo Empresarial.
Cada vez mais as empresas descobrem a importncia da educao no trabalho
e desvendam a influncia da ao educativa do Pedagogo na empresa. O
Pedagogo no mais s o profissional que atua no ambiente escolar. Ao
contrrio, dispe de uma imensa rea de atuao, tais como: empresas dediversos setores, ONGS, editoras, sites, consultorias especializadas em T&D e
em todas as reas que requeiram um trabalho educativo.
A tarefa do Pedagogo Empresarial , entre outras, a de ser o
mediador e o articulador de aes educacionais na administrao de
informaes dentro do processo contnuo de mudanas e de gesto do
conhecimento. Gerenciar processos de mudana exige novas posturas e novos
valores organizacionais, caractersticas fundamentais para empresas quepretendem manter-se ativas e competitivas no mercado.
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Dessa forma, o profissional da educao atua na rea de Recursos
Humanos direcionando seus conhecimentos para os colaboradores da
empresa com o objetivo da melhoria de resultados coletivos, desenvolve
projetos educacionais, seleciona e planeja cursos de aperfeioamento e
capacitao, representa a empresa em negociaes, convenes, simpsios,
realiza palestras, aporta novas tecnologias, pesquisa a utilizao e a
implantao de novos processos, avalia desempenho e desenvolve projetos
para o treinamento dos funcionrios.
Outra modalidade para a capacitao e treinamento dos recursos
humanos no mercado empresarial a Universidade Corporativa. Essas
Universidades desenvolvem um sistema de aprendizado contnuo voltado para
as necessidades especficas das empresas e de seus colaboradores.
Contribuem para a aquisio dos conhecimentos dos novos processos de
produo e valores organizacionais consoantes com a misso da empresa.
Esse novo nicho educacional tem crescido e tende a intensificar-se nos
prximos anos gerando uma demanda social de Pedagogos Empresariais.
Hoje, algumas empresas que possuem Universidades Corporativas podem ser
citadas: Embratel, Accor, Motorola, McDonalds, Algar, Brahma. A mais nova
inaugurao de responsabilidade do SERPRO - empresa pblica da rea de
Tecnologia da Informao e Comunicaes. (Revista Tema, 2004).
As organizaes so formadas por pessoas: so elas que atendem ao pblico,
despacham documentos, recebem recados, fazem pagamentos, tomam
decises... H uma mtua simbiose entre pessoas e organizaes: pessoas
dependem das organizaes e organizaes dependem das pessoas. Dentro
dessa interdependncia e do novo paradigma de competitividade em mercados
globais, o treinamento e o aprendizado so imprescindveis para oaproveitamento das oportunidades pessoais e organizacionais e para a
neutralizao das ameaas ambientais. Os indicadores propulsores da
aprendizagem organizacional so a criatividade e a inovao.
Segundo Peter Senge (1999, p. 320), autor do livro A Quinta Disciplina, os
gerentes devem estimular e conduzir a mudana para criar organizaes que
aprendam. (SENGE apud CHIAVENATO, 1999).
A aprendizagem e o treinamento nas empresas so os diferenciaisde competitividade, qualidade e lucratividade. Por esse motivo o investimento
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no conhecimento contnuo e coletivo do capital intelectual das empresas tende
ao crescimento progressivo.
Esse conceito administrativo assemelha-se, integralmente, ao novo conceito
educacional de escola e da sua funo social: formar cidados autnomos.
Segundo a Pedagoga Maria Ins Fini coordenadora do Enem, a escola no
mais o lugar de simples transmisso do conhecimento, :
(...) o espao das relaes humanas moldadas, deve ser
usada para aprimorar valores e atitudes, alm de
capacitar o indivduo na busca de informaes, onde quer
que elas estejam, para us-las no seu cotidiano. (Revista
Nova Escola, 2000).
Torna-se evidente que a palavra de ordem hoje Gesto do
Conhecimento. Escolas e empresas que no repensarem seus modelos e
agarrarem-se aos velhos paradigmas do aprendizado e das relaes humanas,
estaro, certamente, fadadas ao fracasso ou ao desaparecimento. A
inexorabilidade da reestruturao scio-econmica obriga que as escolas
desenvolvam competncias nos alunos para atender s exigncias do mercado
de trabalho e que as organizaes reestruturem-se e transforme o ambiente de
trabalho num ambiente de aprendizagem, contribuindo para a construo de
pessoas que se antecipem aos acontecimentos, sejam atualizadas e saibam
aprender a aprender.
4.1 EDUCAO NO TRABALHO - IMPORTNCIA
J passou a poca em que o pedagogo ocupava-se somente da
educao infantil. A pedagogia hoje dispe de uma vasta rea de atuao, que
inclui, alm de instituies de ensino, empresas dos mais diversos setores.
necessrio separar o que escolar do que educativo. O pedagogo pode
atuar em todas as reas que requerem um trabalho educativo, ressalta Neide
Noffs, professora da Faculdade de Educao da Pontifcia Universidade
Catlica de So Paulo (PUC-SP).
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Mas apenas formar-se pedagogo no suficiente para conquistar
um cargo em uma companhia, afirma Robson Borges que tem formao e
certificao internacional em coaching integrado. necessrio buscar outros
conhecimentos relacionados educao corporativa e andragogia -
educao de adultos - por meio de cursos de especializao, mestrados e
doutorados.
"O curso de pedagogia ainda est muito voltado para a escola, mas
isso est mudando. As faculdades j esto revisando seus currculos, de modo
que a formao de profissionais seja melhor direcionada. Hoje, os alunos
freqentam estgios focados no trabalho em empresas, mas no saem da
faculdade especialistas nesta rea. Futuramente, o curso ser mais especfico
e passar a adotar a nomenclatura de pedagogia com nfase em empresas,
explica a professora da PUC. De acordo com ela, ainda preciso analisar
quais conhecimentos e habilidades especficas sero exigidas no curso para
que no surjam problemas no exerccio da profisso. Este assunto requer
muito estudo para evitar que o trabalho do pedagogo empresarial colida com o
de outros profissionais, como assistente social ou psiclogo organizacional."
Como no poderia deixar de ser, as funes desempenhadas pelo
pedagogo dentro de uma companhia esto em constante movimento, j que
so influenciadas por diversos fatores, como o desenvolvimento tecnolgico, a
competitividade e as exigncias de mercado. Hoje, as palavras-de-ordem
dentro das organizaes so: mudana e gesto do conhecimento.
Nesse contexto, o papel do pedagogo fundamental, pois todo processo de
mudana exige uma ao educacional e gerir o conhecimento uma tarefa,
antes de tudo, de modificao de valores organizacionais, explica Vera Martins,
pedagoga especialista em treinamento e desenvolvimento de pessoas emempresas.
O pedagogo empresarial pode focar seus conhecimentos em duas
direes: no funcionrio ou no produto da empresa. No primeiro caso, trata-se
da atuao no departamento de Recursos Humanos (RH), realizando
atividades relacionadas ao treinamento e desenvolvimento do trabalhador. O
pedagogo o responsvel pela criao de projetos educacionais que visam
facilitar o aprendizado dos funcionrios. Para tanto, realiza pesquisas paraverificar quais as necessidades de aprimoramento de cada um e qual mtodo
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pedaggico mais adequado. A partir da, trabalha em conjunto com outros
profissionais de RH na aplicao e coordenao desses projetos, explica a
pedagoga Leslie dos Santos, consultora de RH do Bank Boston.
J no segundo caso, o pedagogo ir atuar em empresas que
trabalham com educao, como editoras, sites e organizaes no-
governamentais (ONGs). Uma das minhas funes dentro da editora
apresentar o produto ou servio da maneira mais atraente possvel ao cliente,
que em geral so professores. Para isso, desenvolvo projetos pedaggicos e
estratgias de divulgao de livros, CDs, revistas, vdeos e DVDs, explica
Cludia Onofre, pedagoga responsvel pelo departamento de divulgao da
Editora Paulus.
CONCLUSO
Em primeiro momento, algumas pessoas ainda acham que a Pedagogia est
estritamente relacionada rea educativa ou docente, contudo, sabe-se que
esta graduao habilita o profissional a atuar tambm me superviso,
orientao e em projetos de recursos humanos.
Hoje, este conceito amplia-se mais ainda com a noo do pedagogo
empresarial. Segundo Neide Noffs, professora da Faculdade de Educao da
PUC-SP o pedagogo pode atuar em todas as reas que requerem um trabalho
educativo, portanto, est habilitado a militar no campo da andragogia
educao de adultos.
O curso de Pedagogia ainda no est devidamente voltado aeducao empresarial, pois atm-se muito escola, por isso importante
cursar uma ps-graduao mais voltada para a empresa ou para os recursos
humanos.
No ambiente empresarial, o pedagogo pode focar seu trabalho em duas
direes: no funcionrio ou no produto/servio. Atuando com o funcionrio, o
pedagogo deve iniciar suas atividade conjuntamente com o departamento de
RH, criando projetos educacionais que visem facilitar o aprendizado por partedos funcionrios. No segundo caso, este profissional atuar em empresas que
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vendem servio/produtos educacionais como editoras, sites, ONGs. Desta
forma, o pedagogo ir adequar a linguagem comercial ao tipo de produto
oferecido, para expor de maneira satisfatria.
Nas grandes organizaes, o pedagogo o responsvel pela
elaborao de projetos de implantao de universidades corporativas,
avaliando a viabilidade de cursos e programas educacionais; contatando
profissionais e confeccionado material didtico. Alm disso, os pedagogos so
os responsveis por treinamentos de comportamento para as lideranas. Eles
so os mais indicados para transmitir aos lderes, a maneira correta de como
lidar com subordinados e como ensin-los a realizar tarefas.
Pode-se ainda, como em qualquer profisso, prestar consultoria ou
assessoria para organizaes, em funo de uma experincia adquirida em
outras instituies. vlido salientar que medida que o profissional pretende
oferecer um servio mais elaborado, necessrio especializar-se com cursos e
ps-graduaes, desta forma, chega um momento em que a graduao inicial
foi apenas um ponto de partida.
De acordo com as reflexes acima tudo indica que h nos setores
produtivos que implementam as novas formas de organizao do trabalho a
possibilidade de atuao do pedagogo. Por outro lado, pudemos constatar que
a maior parte dos dirigentes, sejam eles de recursos humanos ou
administrativos, manifestam desconhecimento do trabalho que o pedagogo
possa realizar dentro da indstria. A maior parte dos diretores e dirigentes
demonstra indicar o pedagogo como docente, restringindo seu trabalho sala
de aula. Embora esses dirigentes alegassem haver possibilidade de
contratao de estagirios do curso de pedagogia, a concepo restrita do
trabalho do pedagogo dificulta o acesso desse profissional industria, poisdificilmente a empresa contratar um profissional desconhecendo sua rea de
atuao, ou seja, sem saber que conhecimento tcnico esse profissional possui
e em que ele poderia ser til na empresa.
No entanto, para que os programas de qualificao profissional no
contemplem a separao entre planejamento e execuo, como no modelo
taylorista - fordista, o pedagogo deve oferecer instrumentos que capacitem os
demais agentes do processo produtivo a discutir, questionar, pesquisar e
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propor objetivos a serem alcanados, bem como auxiliar na escolha das
metodologias mais apropriadas e materiais a serem utilizados.
Assim, podemos dizer que a especificidade do trabalho do pedagogo
pode contribuir significativamente com os processos produtivos e a tendncia
ampliar-se medida que se desenvolvam as transformaes produtivas em
curso e se passe a requerer maior potencial intelectual.
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Para referncia desta pgina:
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