Revista da Associação Mineira de Direito e Economia
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Escolha Racional e Ação Coletiva: problemas e soluções
Leonardo Monteiro Monasterio*
Resumo:
O trabalho discute a teoria da ação coletiva, ressaltando suas questões não
solvidas e os desenvolvimentos teóricos. Inicialmente, apresenta-se a formulação
seminal de Mancur Olson (1965) e as críticas à universalidade de suas
proposições feitas por autores ligados a abordagem neoclássica. Debatem-se, em
seguida, algumas das soluções oferecidas pela literatura para o dilema da ação
coletiva: incentivos seletivos, cooperação advinda de jogos dinâmicos, normas
internas e externas, altruísmo e a presença de um empreendedor político. Uma
vez apontados os limites dessas soluções, dedica-se atenção especial para a
embeddedness approach (Granovetter, 1985). Essa abordagem considera que as
ações dos agentes racionais estão inseridas em redes de relações sociais que não
devem ser omitidas. Argumenta-se, por fim, que tal linha de pesquisa permite a
renovação no estudo dos problemas da ação coletiva, e pode ser aplicada a uma
ampla variedade de temas das ciências sociais.
Palavras-Chave:
Ação Coletiva - Teoria dos Jogos - Nova Sociologia Econômica
Abstract:
This paper discusses the theory of collective action, highlighting its unsolved
issues and theoretical advances. Initially it presents Mancur Olson (1965)
seminal approach and its neoclassical criticisms. Then, there is a debate on
some of the proposed solutions of the collective action dilemma: selective
incentives, cooperation emerging from dynamic games, internal and external
norms and the political entrepreneur. Once the limits of these solutions are
* Economista do IPEA. Pesquisador do CNPq.
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shown, the embeddedness approach (Granovetter, 1985) receives a special
attention. This approach considers that the actions of rational agents are
embedded in social relationships that should not be omitted. Finally, it is argued
that this framework allows a renewal of the study of collective action problems,
and could be applied to a wide diversity of social sciences themes.
Keywords:
Collective Action – Game Theory – New Economic Sociology
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“Ah! os mortais sempre culpam as divindades. Dizem que de nós
provêm os males quando, ao invés, são eles que os atraem com os
seus pecados e contra a vontade do destino.”
(Homero, A Odisséia, Canto I)
“A truly rational discussion of collective action in general or in
specific contexts is necessarily complex, and what is even worse, it is
necessarily incomplete and unresolved. ”
(Arrow, 1974, p.17)
Introdução
As ações dos grupos coincidem com os interesses de seus membros? A resposta usual
para essa pergunta era positiva até a publicação de “A Lógica da Ação Coletiva” de
Mancur Olson (1965). Na verdade, esse questionamento nem chegava a ser uma
preocupação dos pesquisadores, pois se considerava que a agregação das ações
individuais bastava para que se chegasse à ação coletiva.
A edição de tal obra, contudo, fez com que um número crescente de pesquisadores de
todas as ciências sociais questionasse a visão simplista do comportamento dos grupos.
Seguindo as orientações de Olson, eles perceberam que a racionalidade individual não é
suficiente para a racionalidade coletiva e aplicaram essa abordagem aos seus ramos de
pesquisa. Na Economia, Sociologia e na Ciência Política foram produzidos centenas de
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trabalhos que partiam da lógica olsoniana para examinar os problemas de ação coletiva
nos fenômenos relacionados com suas áreas de conhecimento.
A abrangência das aplicações da teoria da ação coletiva causa admiração. Basta ver que
Olson (1982) a utilizou para analisar desde as castas na Índia pré-colonial até o
desemprego involuntário nas sociedades contemporâneas, passando pelo crescimento
dos países desenvolvidos do Pós-guerra e os ciclos econômicos. Além disso, outros
autores voltaram-se para identificar as condições - não previstas por Olson - que levam
ao sucesso ou fracasso da ação coletiva.
O presente trabalho tem como objetivo principal examinar a literatura acerca de tal
tema, discutindo as principais formas de solução do problema. Dá-se especial atenção à
embeddedness approach (Granovetter, 1985) devido ao seu potencial explicativo e
relativo desconhecimento nos meios acadêmicos nacionais. Vale alertar que se evitou a
formalização para que o texto se mantivesse acessível e sintético. Mesmo com o recurso
à intuição e aos exemplos, uma profunda compreensão do tema exigirá do estudioso o
recurso aos modelos originais.
A Teoria da Ação Coletiva
A Formulação Original de Olson (1965)
A apresentação original da lógica da ação coletiva foi feita por Olson em sua obra de
1965 e não sofreu maiores modificações por parte do autor desde então. O primeiro
passo de sua análise consiste na retomada do conceito de bem coletivo, mostrando que
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sua aplicação não se limita à área das finanças públicas. Ele argumenta que a questão da
satisfação de interesses comuns a um grupo é análoga ao problema de provisão de um
bem coletivo para toda a sociedade. Como é sabido, se a distinção entre contribuintes e
não-contribuintes para a produção de um bem não puder ser feita, há um incentivo para
que cada agente adote uma postura de caroneiro (free-rider) e não colabore, na
expectativa de que outros o façam. Obviamente, ninguém poderá desfrutar
gratuitamente do bem, uma vez que este não será produzido.
Olson argumenta que o conceito de bens coletivos pode ser aplicado a bens que
interessam apenas a um subconjunto da sociedade. Os membros desse grupo, mesmo
desejosos de um benefício coletivo, individualmente não têm incentivos para arcarem
com os custos da sua produção. Sendo a melhor escolha de cada agente a não-
contribuição, chega-se a um resultado Pareto-ineficiente para o grupo como um todo.
Tome-se como exemplo uma greve de trabalhadores em busca de maiores salários.
Como um possível acréscimo nos pagamentos beneficiará a todos os empregados, quer
grevistas quer fura-greve, a escolha racional é evitar os riscos de uma retaliação patronal
e comparecer ao trabalho. A greve fracassa e o bem coletivo, i.e. uma elevação salarial,
não é produzido. Não basta que os membros do grupo sejam racionais para que uma
resposta ótima seja obtida. Quando a racionalidade individual não coincide com a
racionalidade coletiva tem-se o chamado problema da ação coletiva.
Mas nem toda a interação entre indivíduos com interesses comuns na provisão de algum
bem redunda em fracasso. Greves ocorrem, cartéis mantêm preços mais altos e os mais
diversos lobbies conseguem benesses governamentais para os seus patrocinadores. A
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análise de Olson volta-se então para as condições que implicam no sucesso ou fracasso
da ação coletiva1.
O número de membros do grupo surge como o principal
determinante do grau de optimalidade da ação coletiva. Intuitivamente, é
fácil ver que as dificuldades de provisão de um bem público crescem pari
passu ao aumento do número de potenciais beneficiados no grupo. Em um
grupo muito pequeno, a parcela do bem público que cabe a cada membro
pode ser superior aos custos totais. Nesse caso, um agente auto-interessado
provê o bem coletivo e arca solitariamente com os seus custos. Um bom
exemplo desse fenômeno seria um duopólio no qual uma das firmas
financia um lobby por uma tarifa de importação mesmo sabendo que a
outra empresa será beneficiada. No outro extremo, estão os grupos com um
número grande de agentes, onde cabe a cada um apenas uma pequena
parcela do bem coletivo e a sua contribuição mal traz impactos
perceptíveis sobre os custos dos outros agentes. Nesse caso, Olson prevê
que o comportamento de caroneiro será predominante e a ação coletiva
fracassa.
Em termos mais esquemáticos, Olson estabeleceu a seguinte taxonomia dos grupos em
função do número de agentes (1965, p. 43- 52):
1 Nesse momento trata-se apenas das características intrínsecas ao grupo que influenciam a ação coletiva.
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- Grupos privilegiados (Privileged groups): nesses pequenos grupos, tal como
no supra citado, existe ao menos um agente para quem os benefícios da ação
coletiva são maiores do os custos, mesmo que ele seja o único contribuinte.2
- Grupos intermediários (Intermediate groups): não há uma definição rigorosa
desse tipo de grupos. Na visão de Olson estariam aí incluídos oligopolistic
sized groups, não privilegiados, nos quais o comportamento de cada agente é
perceptível para os outros agentes. Um comportamento free-rider isolado
teria um impacto substantivo nos custos e nos benefícios da ação coletiva. A
ilustração mais característica de grupo intermediário seria o de um cartel, em
que a deserção de apenas um dos membros põe fim ao conluio. Olson afirma
que nesse caso o resultado é indeterminado e não há uma solução geral: tanto
a ação coletiva pode ocorrer, quanto não.
- Grupos latentes (Latent groups): é o tipo de grupo no qual o problema da
ação coletiva é mais intenso. Por mais que os agentes tenham interesses em
comum, sua pulverização faz com que o comportamento de caroneiro seja
racional em termos individuais, o que leva a um nível nulo de produção do
bem coletivo. Outro entrave no caminho dos grupos latentes consiste nos
elevados custos de localização dos membros, sua organização, a barganha,
entre outros, para que o problema da ação coletiva seja resolvido.
Outras possibilidades de solução da ação coletiva serão tratadas mais adiante.
2 Nesse caso, o membro que tiver o maior benefício individual será aquele que acabará arcando com todos
os custos do bem coletivo e os pouco interessados recebem sua parcela gratuitamente. Um exemplo
corriqueiro desse fenômeno no meio acadêmico ocorre quando um pesquisador mais dedicado compra
uma nova versão de um software econométrico e permite cópias gratuitas (ilegais) para outros
professores. Nas palavras de Olson, surge: “a suprising tendency for the ‘exploitation’ of the great by the
small.” (1965, p. 35).
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Na verdade, mesmo em grupos pequenos existe um problema de sub-optimalidade da
provisão do bem público. Em termos gerais, como cada indivíduo recebe apenas uma
fração do benefício de seus gastos do bem público, ele vai demandar uma quantidade
menor do que a ótima para o grupo (1965, p. 35).3
Finalmente, há uma distinção entre os grupos exclusivos e os inclusivos. Os primeiros
produzem bens coletivos rivais, isto é, um acréscimo no tamanho do grupo gera uma
perda da quantidade do bem disponível para cada agente (1965, p.36-43). Nesse caso, a
adesão na ação coletiva tem de ser integral, pois de outra forma o “caroneiro” poderia
auferir todos os ganhos. Um cartel ilustra perfeitamente tal situação. Já nos grupos
inclusivos existe uma não-rivalidade considerável no bem coletivo. Dessa maneira, a
incorporação de novos membros ao grupo eleva os níveis do bem coletivo desfrutados
individualmente. A ausência de empecilhos à entrada consiste em uma característica
marcante dos grupos inclusivos, o mesmo não ocorrendo para os grupos exclusivos.
Restrições às proposições de Olson
As proposições de Olson almejam uma universalidade pouco freqüente nas ciências
sociais. Através de uma retórica persuasiva e uma formalização matemática elegante,
sua argumentação parecia ter capturado a lógica da ação coletiva em todos os seus
aspectos. Contudo, quase quarenta anos de pesquisa sobre o tema mostraram que,
mesmo a partir de uma ótica neoclássica, existem hipóteses específicas que invalidam as
afirmações de Olson.
3 Olson apresentou um modelo simplificado da provisão de bens coletivos (1965, p. 23-25). Para um
tratamento mais sofisticado, ver Sandler (1992).
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A forma da função de produção dos bens coletivos pode alterar decisivamente a relação
entre o tamanho do grupo e a suboptimalidade da oferta do bem coletivo. Marwell e
Oliver (1988) examinam os diversos formatos possíveis da função e mostram que a
presença de retornos crescentes pode subverter as afirmações de Olson4. Sandler (1992)
faz um survey das demonstrações formais que o tipo da tecnologia de produção do bem
importa para a ação coletiva, isto é, como as contribuições individuais se transformam
no resultado final. Em alguns casos, o nível da provisão do bem coletivo é dado pelo
nível de contribuição mais baixo, em outros, pelo mais alto5. Ele mostra que a análise de
Olson só é formalmente válida quando a summation technology se aplica, ou seja,
quando a contribuição dos membros guarda uma relação aditiva entre si.
Demostrou-se, também, que não necessariamente um aumento no número de integrantes
agrava o problema de ação coletiva: é possível que, apesar do decréscimo da
contribuição individual, o nível agregado de provisão do bem coletivo aumente quando
os grupos se expandem (McGuire, 1984; Chamberlain, 1974; Sandler, 1992, p. 49-50).
Por fim, argumentou-se que a adoção das hipóteses de heterogeneidade dos agentes e de
não-rivalidade faz com que um aumento no número de membros eleve as chances de
que alguém proveja o bem coletivo por própria conta (Marwell, Oliver e Teixeira, 1985)
4 Ver Elster (1989, cap. 13) para uma apresentação didática dos efeitos de diversos formatos da função de
produção para a ação coletiva.
5 A adoção de medidas profiláticas para barrar o avanço de uma peste se enquadra no primeiro caso. O
enfrentamento de um dragão que aterroriza uma vila representa uma ação coletiva cuja tecnologia
envolvida é do tipo best-shot (Sandler, 1992, p. 36-37). .
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Soluções Propostas para o Problema da Ação Coletiva
Incentivos seletivos
Foi o próprio Olson quem sugeriu que o problema da ação coletiva pode ser resolvido
mediante o oferecimento de um bem privado associado ao bem coletivo. Esses
incentivos seletivos (selective incentives) são destinados apenas aos contribuintes e
deixam de fora os free-riders. Dentro dessa visão, quando um lobby empresarial oferece
assistência jurídica aos seus membros ou quando um sindicato disponibiliza planos de
saúde para os associados, o bem privado está servindo apenas como instrumento para
que a ação coletiva seja obtida.
Essa argumentação foi objetada com um questionamento: por que os membros não
obtêm o bem privado de outras fontes e seguem caroneiros? Essa crítica pertinente
levou à percepção de que o bem privado deve estar sujeito a algum grau de monopólio
para que sirva como incentivo seletivo. Em termos empíricos, percebe-se que as
organizações se valem de seu poder de monopólio, muitas vezes informacional, para
incentivar a contribuição dos seus membros.
Contudo, uma reflexão mais profunda sobre os incentivos seletivos mostra seus limites
teóricos como solução para os dilemas da ação coletiva. Ora, a produção e a distribuição
de bens coletivos para os membros contribuintes de um grupo pressupõem alguma
forma de organização anterior. O problema persiste visto que a teoria não explica como
surgiu a organização responsável pelos incentivos seletivos. Como a provisão desses
também é um problema da ação coletiva, a questão está sendo posta em um nível
superior, mas não resolvida. Em suma, os incentivos seletivos podem gerar ações
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coletivas em níveis ótimos, mas permanece inconclusa a questão de sua origem.
Teoria dos jogos e cooperação
Muitas vezes a análise olsoniana é encarada como equivalente a um dilema do
prisioneiro generalizado jogado apenas uma vez (Hardin, 1982 e North, 1990, p. 13).
Mesmo que a validade dessa interpretação tenha sido negada por Olson6, há toda uma
linha de pesquisa, baseada na Teoria dos Jogos, que mostra a possibilidade da ação
coletiva ser o resultado da interação repetida entre agentes auto-interessados.
O chamado Folk Theorem mostra que em jogos infinitamente repetidos a cooperação
mútua pode ser um equilíbrio de Nash (Heap e Varoufakis, 1995, cap. 6). Há um sem-
número de trabalhos, como os de Axelrod (1984) e Sugden (1989), que vão na mesma
direção: mostram as condições nas quais a cooperação emerge e a ação coletiva gera
resultados eficientes. Desse modo, autores como Taylor (1990) sustentaram que o
pessimismo de Olson deriva de sua análise estática e que a interação repetida entre os
agentes seria a solução básica dos problemas de ação coletiva.
É correto que no mundo real a repetição das interações entre os agentes é bem mais
freqüente do que na alegoria dos prisioneiros que têm de tomar uma decisão única.
Contudo, conforme lembram Heap e Varoufakis (1995) e Hechter (1990), o Folk
Theorem só aponta que jogos repetidos podem solucionar os problemas de ação
coletiva, não que isso seja inevitável. Essa indeterminação dos equilíbrios de Nash só é
evitada com uma escolha muito cuidadosa das hipóteses que faça da cooperação a
6 Mais a frente voltar-se-á as críticas de Olson à aplicação da Teoria dos Jogos nos problemas de ação
coletiva..
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estratégia dominante. Argumenta-se, também, que hipóteses um pouco mais realistas,
como informação imperfeita, põem em xeque o otimismo daqueles que acreditam na
emergência da cooperação (Hechter, 1990; North 1990, p. 14-15; e Elster, 1994, p. 158).
Luiz Orenstein (1998) elabora um modelo no qual a cooperação dos agentes para a
superação de um mal coletivo torna-se mais provável na medida em que os custos de se
preservar o status quo sejam crescentes. Apesar de o modelo prescindir da suposição de
repetição infinita do jogo, sua conclusão otimista não é geral; deriva de hipóteses
bastante específicas.
Em nenhum momento conhecido de sua extensa produção científica Olson recorreu ao
instrumental da Teoria dos Jogos. Ele reconhece os avanços significativos ocorridos
nessa linha de pesquisa, mas assevera que as hipóteses nas quais se baseia estão
distantes dos problemas concretos da ação coletiva. Ao contrário dos suspeitos na fábula
do Dilema do Prisioneiro, agentes sociais podem se comunicar e elaborar acordos que
garantam a colaboração mútua. O resultado do Dilema do Prisioneiro é análogo ao do
dilema da ação coletiva, mas a lógica é distinta. Em suas palavras (Olson, 1992, p.xv):
“....(t)he Prisoner’s Dilemma is taken, incorrectly as a general explanation of the
difficulties of collective action”
Olson admite que a sua análise ignora a interação estratégica entre os indivíduos, porém
isso não viola a sua proposição de suboptimalidade da ação coletiva nos grupos latentes
(1992, p. xv). Nesses não há incentivos para que os agentes interajam estrategicamente,
nem se comuniquem e barganhem, uma vez que os benefícios dessas ações serão
diminutos frente aos custos de incorrê-las. Assim, na sua visão, a Teoria dos Jogos em
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nada contribuiria para a compreensão dos problemas de ação coletiva em grandes
grupos.7
Na sua última obra (2000), publicada dois anos após o seu falecimento, Olson voltou ao
tema da ação coletiva. Ele a retomou apenas para demonstrar que, ao contrário do que
muitos consideram, mesmo em um mundo sem custos de transação a ação coletiva pode
fracassar. O Teorema de Coase não valeria neste caso. Ele afirma (2000, p. 80-84) que
até se não houvesse custos na elaboração e cumprimentos de contratos, os agentes
prefeririam não negociar, porque se ficarem de fora da negociação, o bem seria
produzido de qualquer forma.
Normas externas
Uma norma de comportamento, formal ou não, que incentive o comportamento
cooperativo é uma das respostas mais freqüentes para o problema da ação coletiva. Isso,
contudo, não a isenta de uma inspeção mais detalhada.
Uma norma social deve ter algum mecanismo de punição para os que dela divirjam.
Quem será o responsável por impingir o castigo? Ora, a punição é um bem coletivo para
o grupo, uma vez que cada membro almeja não incorrer nos custos envolvidos. Assim,
as normas externas aos indivíduos só podem contribuir para a ação coletiva quando
houver de antemão uma estrutura que vigie o seu cumprimento e puna os violadores
(Taylor, 1990, p. 239-40).
7 Voltando-se ao âmbito da Teoria dos Jogos, o “fracasso” dos grandes grupos pode ser explicado pela
redução da probabilidade de repetição das interações entre agentes que reduz as chances de um equilíbrio
de Nash cooperativo (Heap e Varoufakis, 1995, p. 173)
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Via de regra, o Estado é o responsável pela imposição de normas que garantem a
obtenção de bens coletivos para grupos grandes. Algumas qualificações devem ser feitas
a essa última afirmação. Primeiro, a teoria da ação coletiva não explica a origem do
Estado, uma vez que se deve evitar a falácia funcionalista de equiparar o papel por ele
exercido com a sua formação8. Além disso, é patente a alta freqüência dos fracassos do
Estado em criar uma estrutura de incentivos que garanta a ação coletiva. Dentre outros
motivos, isso ocorre porque a criação de um mecanismo de repressão externa, tal como
no caso dos incentivos seletivos, também é um problema de ação coletiva.
Normas internas
Nem todas as normas sociais necessitam de vigilância externas aos agentes para que
sejam cumpridas. A vergonha e a perda do amor-próprio decorrente da violação de uma
norma podem ser uma ameaça suficiente para restringir suas ações. Elster (1994, p. 159)
considerou que alguns podem ser levados à cooperação através por uma norma
internalizada que repreende o comportamento free-rider. Assim, o membro cooperará
com o grupo por considerar isso o “justo” ou o “correto”.
Taylor (1990) sugere que quando se diz que as normas internas solucionam os
problemas de ação coletiva, na verdade não havia problema algum a ser resolvido.
Como as os agentes preferem cooperar, mesmo sem a ameaça de punição, seus pay-offs
não caracterizariam situações do tipo Dilema do Prisioneiro. Essa solução trivial do
problema da ação coletiva deixa sem resposta um ponto fundamental: por que existem
essas normas de cooperação? Como se dá o seu surgimento? Inversamente, por que
8 Olson (1997) apresenta uma interessante alegoria acerca do surgimento do Estado.
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outras normas internalizadas que a todos beneficiariam não existem?
A diversidade de trabalhos que tentam responder a essas perguntas indica a
complexidade do tema. Para os fins o presente estudo, basta apontar que a teoria da ação
coletiva, em si mesma, é incapaz de explicar a origem de tais normas internas. Em
termos empíricos, a simples observação do cotidiano indica que a internalização das
normas de conduta não é suficiente para resolução de todos os dilemas da ação coletiva.
Altruísmo
Nem todos os tipos de altruísmo são soluções adequadas para o problema em questão.
Primeiro tem-se o altruísmo "kantiano", que segue a máxima “faça aquilo que se os
outros fizerem será o melhor para todos”. Esse tipo de regra de conduta faz com que os
agentes tenham comportamentos cooperativos e que conduzem a situações
coletivamente eficientes.9
Conforme sustentou Olson (1982, p. 20n), o altruísmo preocupado com os resultados
também levará ao fracasso dos grandes grupos. Tome-se, por exemplo, a instalação de
filtros em um automóvel. Um altruísta “de resultados” perceberá que o seu
comportamento ecologicamente correto, se outros não o acompanharem, em nada
contribui para uma redução sensível da poluição. Assim sendo, como o seu altruísmo é
quase inútil para a provisão de bens coletivos em grupos latentes, ele o voltará para
outras ações mais efetivas.
9 Na verdade, dependendo da forma da função de produção do bem coletivo, a cooperação geral pode não
ser uma solução racional para o grupo. Por exemplo, se todos forem voluntários para uma guerra, as
fábricas de suprimentos essenciais encerram suas atividades (Elster, 1994, p. 156).
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Seria irrealista negar que em diversas situações o altruísmo "kantiano" é relevante. O
próprio Olson (1982, p. 20n) considera que essa regra de conduta explica algumas
contribuições voluntárias em grandes grupos. Elster (1994, p. 159) levanta a
possibilidade dos kantianos, sob certas condições, sejam um “gatilho” que motiva a
contribuição dos membros auto-interessados10. Por outro lado, considerar hegemônica
essa forma de altruísmo equivale a negar a própria validade da teoria da escolha racional
e, portanto, a existência de qualquer problema de ação coletiva.
Empreendedor político
Uma saída final para o problema da ação coletiva reside na atividade empreendedora de
um agente que seja capaz de mudar as atitudes individuais, as crenças, ou prover o
conhecimento ou a tecnologia necessárias para o grupo (Taylor, 1990, p. 233-235).
Mediante essas práticas, ele influenciaria o grupo na direção de um equilíbrio de Nash
cooperativo.
Em termos teóricos, a principal falha desse argumento está em seu caráter ad hoc, uma
vez que o comportamento do empreendedor político está em dissonância com o previsto
pela teoria da ação coletiva e não se detalham as condições que propiciam a sua
existência. Historicamente, percebe-se que muitas vezes a ação coletiva teve origem
efetiva nas atividades individuais empreendedoras. Motivados por sentimentos
ideológicos, líderes sindicais incorreram em altos custos pessoais até que a organização
dos trabalhadores começasse a gerar resultados.
10 Elster parece ter em mente uma função de produção com retornos crescentes.
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Relações Sociais e Ação Racional: uma alternativa
A visão estruturada da ação individual
A teoria da ação coletiva apresentada na primeira seção deste trabalho vê os indivíduos
de forma atomística. Desconsidera-se os possíveis vínculos sociais que podem haver
entre eles e suas interações não vão muito além daquelas consideradas pela Teoria dos
Jogos. Para superar essa limitação, o sociólogo Mark Granovetter sugeriu uma
metodologia que, sem abrir mão da racionalidade dos agentes, considera o contexto
social na qual eles estão inseridos.
Granovetter parte de uma crítica às duas concepções padrão da ação humana: a sub-
socializada e a super-socializada. A primeira seria característica da Teoria Econômica
onde os agentes decidem em vácuo social e bastaria a troca impessoal entre os
indivíduos anônimos para que a mão invisível se movimentasse. Na verdade, os laços
pessoais seriam empecilhos ao funcionamento mais fluido do mercado. Em oposição a
essa visão "higienizada", os sociólogos adotam a postura da super-socializada do
comportamento. Ou seja, os indivíduos obedeceriam cegamente às normas e valores
correspondentes ao seu papel na sociedade. Essas duas visões antitéticas foram
sintetizadas na afirmação estereotipada de Duesenberry: “economics is all about how
people make choice; sociology is all about how they don’t have any choices to make”
(1960, p. 233 apud Granovetter, 1985, p. 485).
Buscando a superação dessa controvérsia, Granovetter propõe uma abordagem que
combina elementos das duas posições polares supracitadas. O autor considera que o
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pressuposto de racionalidade ainda é uma boa hipótese de trabalho e não deve ser
abandonada, ainda que suas bases psicológicas sejam simplórias (Granovetter, 1985, p.
506). A principal limitação da teoria da escolha racional reside na negligência da rede de
relações interpessoais que envolve a ação humana, mesmo na esfera econômica das
sociedades contemporâneas11. De acordo com o embeddedness approach, os agentes
almejam a maximização da utilidade, mas dentro de um sistema de relações sociais na
qual estão inseridos.12
Mas de que forma as tais laços influenciam as ações econômicas? Ainda segundo
Granovetter (1985, p. 490-491), a reputação de um agente não subsiste de maneira
abstrata, ela só é construída e mantida através de cadeias de relações interpessoais
concretas. Esses laços de confiança entre os indivíduos fazem com que se criem
expectativas mútuas e as normas de conduta sejam cumpridas13. Os sistemas de
intercâmbio social contribuem para a resolução dos problemas de ação coletiva, uma
vez que desincentivam a “má” conduta e premiam o comportamento cooperativo (o qual
reforça ainda mais os laços pessoais). Assim sendo, as ações dos agentes não só serão
limitadas por tais compromissos, como serão condicionadas pela suas relações sociais
disponíveis.
11 Em sua crítica teórica e empírica à teorias do custos de transação, Granovetter (1995) argumenta que os
grupos empresariais (business groups) só podem ser compreendidos através do embeddedness approach.
No mesmo sentido, Baker (1983 apud Coleman, 1988) argumenta que até no mercado de opções de
Chicago, as relações pessoais entre os operadores são relevantes para os seus resultados.
12 Uma citação de Kenneth Arrow (1994, p.5) ecoa os autores da Nova Sociologia Econômica: "...
individual behavior is always mediated by social relations. These are as much a part of the description of
reality as is individual behavior".
13 Vale notar que Granovetter não incorre no erro de considerar que as relações sociais eliminam
completamente o comportamento oportunista ou a desonestidade (1985, p. 491).
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Uma visão mais ampla da racionalidade dos agentes reforça a importância da estrutura
social. Se for considerado que os argumentos da função utilidade de cada agente
incluem não apenas aspectos pecuniários, mas também o grau da sua aceitação pelos
membros do grupo, seu status e poder, as relações dele com os outros agentes terão um
peso ainda maior nas suas escolhas.
Modelos sócio-econômicos de ação coletiva
Em um trabalho anterior à sua formulação explicita do embeddedness approach,
Granovetter (1978) já elaborava um modelo de ação coletiva que seguia tais princípios,
onde o comportamento individual depende das decisões daqueles com os quais ele
mantém relações sociais.
No modelo, os indivíduos teriam níveis de “limiar” (threshold) comportamental, ou
seja, suas escolha entre participar ou não de uma ação coletiva depende do número de
agentes que já estão envolvidos e do grau de relacionamento que o agente tem com os
participantes. Quanto mais indivíduos já estiverem participando e quanto mais próximos
forem os laços sociais maiores são as chances de o indivíduo aderir.
Em uma greve, por exemplo, os operários atentariam para quantos companheiros já se
comprometeram com a participação e quem são eles. Aqueles mais ativos (talvez
empreendedores políticos ou altruístas "kantianos") tomam iniciativa e uma outra
parcela dos trabalhadores espera que o número de grevistas ultrapasse o seu limite
crítico para contribuir para a ação coletiva. Tão indesejável quanto correr os riscos de
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ser o único operário grevista, é ser o solitário fura-greve da sua seção.14
Uma decorrência curiosa desse modelo é que pequenas diferenças nos níveis de
threshold dos membros de um grupo podem determinar o sucesso ou não da ação
coletiva. É possível que a ação de um indivíduo isolado dispare a participação de outro
com nível de threshold 1, a qual fará com que aqueles com níveis de threshold 2 e assim
por diante até que todo o grupo esteja envolvido. Contudo, se algum dos elos dessa
reação em cadeia estiver ausente, a ação coletiva pode fracassar ou ficar restrita a um
pequeno grupo.
Em outra linha, mas também a partir do trabalho de Granovetter, há toda uma gama de
pesquisadores que enfatizam a importância das relações sociais para as atividades
produtivas (Coleman, 1988, 1990 e Putnam, 1996). Nesse sentido desenvolveu-se o
conceito de capital social, o qual é definido como:
“características da organização social, como confiança, normas e sistemas, que
contribuam para aumentar a eficiência da sociedade, facilitando as ações
coordenadas.” (Putnam, 1996, p. 177).
A organização social seria a forma fundamental de solução dos dilemas da ação
coletiva. Mas não seria qualquer tipo de relação pessoal que comporia o capital social.
Putnam (1996) ressalta que especialmente os vínculos horizontais, não hierárquicos, que
propiciam a colaboração mútua dos agentes. Paradoxalmente, os vínculos muito fortes
como parentesco ou íntima amizade podem promover a ação coletiva nos pequenos
14O mesmo raciocínio se aplica a outras ações coletivas, como lobbies ou mesmo cartéis. De acordo com a
lógica do modelo, o empresário só financia o grupo de pressão ou se compromete com o cartel quando
percebe que um certo número de influentes membros do grupo fará o mesmo.
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grupos, porém, justamente pela sua intensidade, não são capazes de integrar toda a
coletividade de forma cooperativa. Para que isso seja alcançado, devem haver laços em
certo sentido mais “fracos” por um lado, mas que por outro geram uma comunidade
mais vigorosa como um todo e um melhor desempenho institucional (Putnam, 1996, p.
185).
Finalmente, uma abordagem mais sofisticada que relaciona os vínculos sociais e a ação
coletiva foi formulada por Marwell, Oliver e Prahl (1988). É um modelo formal de
interdependência das ações individuais que busca identificar através de simulações
numéricas, visto que soluções analíticas são por demais complexas, os fatores que
propiciam a ação coletiva. São consideradas as seguintes características da organização
social:
i) Densidade: o número de laços pessoais efetivos entre os membros
dividido pelo número relações possíveis;
ii) Centralidade: a tendência para que poucas pessoas concentrem a maior
parte dos vínculos sociais.
iii) Custo de utilização dos laços sociais, como o de entrar em contato com
outro agente para participar em uma ação coletiva;
iv) Heterogeneidade: diferenças de recursos e de preferências entre os
membros.
Conforme esperado, as simulações mostraram que uma maior densidade e menores
custos contribuem para a ação coletiva. Já a centralidade gerou um resultado inesperado,
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mostrando um efeito positivo sobre a ação coletiva, o que sugere que quando os
vínculos estiverem concentrados em membros-chave essa é facilitada. E as interações da
heterogeneidade com as outras três variáveis geram resultados não monotônicos sobre a
ação coletiva.
Conclusão
Hoje se percebe que a importância da Lógica de Olson reside mais no fomento de um
novo tema de pesquisa do que propriamente nas suas respostas aos problemas teóricos
anteriores. A partir de sua obra, a questão é explicar não o fracasso da ação coletiva nos
grandes grupos, mas o seu sucesso.
Cada uma das respostas ao problema da ação coletiva apresentados na segunda seção
sofre de limitações teóricas e/ou empíricas. Nenhuma dessas alternativas por si só é
capaz de explicar todas as soluções que as sociedades usam para resolver tais dilemas.
Nesse sentido, há que se concordar com Jon Elster:
“Há dois equívocos a serem evitados ao tentar explicar o comportamento cooperativo.
O mais cru é acreditar que exista uma motivação privilegiada- auto-interesse, por
exemplo- que explique todas as instâncias da cooperação. Um erro mais sutil é
acreditar que cada instância da cooperação pode ser explicada por uma motivação. Na
realidade, a cooperação ocorre quando e porque diferentes motivações se reforçam
entre si.” (Elster, 1994, p. 157)
Sem dúvida, adotar uma postura plural na análise da ação coletiva tem seus custos.
Perde-se a parcimônia característica da teoria da escolha racional e as proposições
testáveis tornam-se mais raras. Com isso, há o risco de se ter uma teoria da ação coletiva
meramente interpretativa, não-falseável e, portanto, não-científica nos padrões
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popperianos.
O embeddedness approach parece ser uma alternativa mais consistente e melhor
fundamentada a análise da ação coletiva. Ironicamente, se Olson tinha ciente a ruptura
do seu trabalho com a tradição sociológica dominante na época, hoje os maiores
avanços teóricos vem de sociólogos (Granovetter) ou de cientistas políticos (Putnam).
Tendo adotado a hipótese de racionalidade, esses autores são capazes de dialogar como
os economistas e incorporar à analise elementos que os últimos tratam com desconforto
e hesitação: relações pessoais e agentes heterogêneos. Além disso, essa linha de
pesquisa já tem desenvolvidos métodos pesquisa empírica e falseamento dos modelos
que são estranhos aos versados apenas na Teoria Econômica.
Essas contribuições dos cientistas sociais têm sido ignoradas pelos economistas
estudiosos da ação coletiva. Sandler (1992), um abrangente survey sobre o tema, omite
todos os trabalhos citados na terceira seção deste trabalho, bem como não constam
papers publicados no American Journal of Sociology dentre os mais de cento e
cinqüenta itens de sua bibliografia citada. Provavelmente, as razões desse fenômeno
estão relacionadas com a imagem que os economistas têm da pesquisa sociológica:
funcionalista, anti-científica e repleta de hipóteses ad hoc, dentre outros pecados
metodológicos. É verdade que esses adjetivos já representaram bem a Sociologia, mas
houve mudanças consideráveis na pesquisa nessa área de conhecimento.
O estudo da ação coletiva, dentre outros ramos de pesquisa, terá muito a ganhar se a
Teoria Econômica escapar de tais preconceitos e conseguir uma maior integração com
algumas das contribuições oriundas da Sociologia. Nesse sentido, esse trabalho
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