MOTIVAÇÃO DO FUNCIONÁRIO PARA ADAPTAÇÃO DE NOVAS MUDANÇAS NA COOPERATIVA
V Encontro Nacional da Anppas 4 a 7 de outubro de 2010 Florianópolis -SC – Brasil...
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V Encontro Nacional da Anppas 4 a 7 de outubro de 2010 Florianópolis - SC – Brasil _______________________________________________________
Políticas de Adaptação às Mudanças Climáticas como fator propulsor
ao Desenvolvimento Sustentável
Arnoldo Santos de Lima
Geógrafo, Mestrando do Centro de Desenvolvimento Sustentável da
Universidade de Brasília
Fernanda Goulart Duarte
Cientista da Educação, Mestranda do Centro de Desenvolvimento Sustentável da
Universidade de Brasília
Resumo
As questões relacionadas ao desequilíbrio ambiental e às críticas ao padrão vigente de desenvolvimento acentuaram-se, em especial, nas últimas décadas, principalmente em função dos graves impactos decorrentes das mudanças climáticas. Essa discussão foi determinante para o redirecionamento de ações e políticas públicas locais, nacionais e internacionais. Contudo, tal processo não se refletiu em uma alteração substancial da crise ambiental e dos desequilíbrios socioeconômicos. No Brasil, em virtude de sérios problemas e desajustes de ordem econômica, social, política e administrativa ainda há dificuldades em efetivar uma agenda pública de caráter socioambiental, com medidas concretas voltadas ao alcance do desenvolvimento sustentável. A iminência dos riscos e vulnerabilidades socioeconômicas e ambientais trazidas pelos extremos climáticos tem realçado a discussão a respeito de políticas de adaptação. Nessa perspectiva, neste artigo pretendeu-se analisar o potencial que as políticas de adaptação têm em se configurar como um elemento propulsor ao desenvolvimento sustentável. Concluiu-se que, em virtude dos riscos decorrentes das mudanças climáticas e das respectivas vulnerabilidades socioambientais, somadas, ainda, ao clamor da sociedade, as políticas de adaptação apresentam potencial para estabelecer um novo marco na perspectiva da sustentabilidade. Isto se deve, especialmente, ao fato de as políticas de adaptação incorporarem, entre seus objetivos, os princípios e dimensões da sustentabilidade. Assim sendo, realçam a necessidade de garantir as necessidades humanas básicas e a preservação do meio-ambiente. Palavras-chave: mudanças climáticas, políticas de adaptação, vulnerabilidades, desenvolvimento sustentável.
Introdução
Organismos e instituições internacionais têm se empenhado nas últimas décadas em alcançar um
denominador comum para estabelecer uma redução das elevadas emissões de gases de efeito
estufa (GEE). Trata-se de uma tentativa de instituir metas concretas de mitigação, processo que
ainda se encontra em plena discussão e que se destaca, principalmente, em função das
divergências existentes entre os países, em especial no campo político e econômico.
Todavia, admitindo os iminentes impactos nos sistemas produtivos, sociais e ambientais,
decorrentes da intensidade das mudanças climáticas, a implementação de políticas de adaptação
que preparem e qualifiquem a sociedade, além de proteger os sistemas naturais, são
extremamente necessárias e independem do debate em curso.
As políticas de adaptação podem ser entendidas como ações com forte potencial para atenuar os
impactos das mudanças climáticas seja nos sistemas naturais, seja nos sistemas sociais. Dessa
forma, o debate gira em torno de temas como as alterações no consumo, na produção industrial,
na geração/distribuição de energia e na agricultura, bem como, na necessidade de manutenção e
proteção das unidades de conservação, áreas florestais e mananciais.
Historicamente, essa discussão tem início durante a Convenção do Clima, realizada na
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) ou Rio-92.
Nessa ocasião, foi realizada a leitura do primeiro relatório do Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas, Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). O IPCC, criado em
1988, advertia aos signatários presentes sobre a urgente necessidade de se estabelecer um
acordo internacional com o objetivo de reduzir os níveis de emissões de GEE. Dois anos após,
grande parte dos países pertencentes à Organização das Nações Unidas (ONU) iniciou, com a
Conferência das Partes (COP-1), realizada em Bahamas, a instauração da Convenção-Quadro
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CQNUMC). O objetivo principal era constituir um
acordo entre os países das Nações Unidas, estabelecendo responsabilidades comuns e
diferenciadas, para redução de emissões de GEE.
Entretanto, foi somente no ano de 1995, por razão do segundo relatório do IPCC, Second
Assessment Report (SAR-95), é que as discussões incorporaram aspectos inovadores, trazendo
para o debate a necessidade da elaboração de políticas de adaptação. Apesar disso, as
observações do SAR-95, relacionadas a políticas adaptativas, não foram suficientes para
despertar maior atenção dos líderes mundiais presentes em Kyoto, durante a terceira Conferência
das Partes (COP-3), em 1997.
No terceiro relatório do IPCC, divulgado no ano de 2001, os conceitos de adaptação e
vulnerabilidade voltaram a ser tratados e mereceram maior destaque, como fatores de suma
importância frente às mudanças climáticas e o processo de desenvolvimento. Nessa ocasião, o
então intitulado Grupo de Trabalho II realizou esforços para relacionar as políticas de adaptação
ao desenvolvimento sustentável. Ou seja, a necessidade de incorporar à questão ambiental,
aspectos políticos, econômicos e sociais, no sentido de melhorar a eficiência do planejamento e
aprimorar a gestão frente aos desafios das mudanças climáticas.1
Quadro 1 – Breve cronologia da discussão a respeito das mudanças climáticas
Fonte: Adaptado de IPCC (FAR, 2007), UNFCCC (2007)
Mais recentemente, no ano de 2007, ocasião do quarto relatório do IPCC, Fourth Assessment
Report (FAR-07), o Grupo de Trabalho III fez uma avaliação dos impactos das mudanças
climáticas nos ecossistemas e de seus reflexos sobre a sociedade. O relatório chamou atenção
para a fragilidade em áreas como: saúde, habitação, agricultura (produção e segurança alimentar)
e recursos hídricos, além de fornecer uma atualizada compreensão sobre a vulnerabilidade dos
ambientes humanos e naturais e da urgente necessidade em se adotar políticas de adaptação.
Esse argumento ganhou força, uma vez que, paralelamente, foram divulgados no FAR-07
cenários climáticos futuros. Em um desses cenários, destacado como o mais provável, ou seja,
sem intervenções expressivas das atuais emissões de GEE, ou “business as usual”, a projeção
estima que haverá uma significativa alteração no comportamento climático. Um dos impactos do
aumento dos extremos climáticos apontados refere-se à brusca alteração dos padrões térmicos e
pluviométricos, ou seja, constantes registros de ondas de calor intenso, secas prolongadas e
incêndios florestais, ou situações de tempestades severas, inundações, enxurradas e
deslizamentos de terra. Esses processos desencadeariam choques e resultariam em milhares de
desabrigados, migração de refugiados ambientais, colapso na segurança alimentar,
desabastecimento hídrico, choques na geração de energia e a propagação de doenças.
O FAR-07 destacou que apesar da humanidade possuir um longo histórico de adaptação frente
aos obstáculos naturais, esta é uma situação delicada, visto a intensidade e a velocidade das 1 Consulta realizada no site: http://www1.ipcc.ch/ipccreports/tar/wg2
atuais alterações climáticas; situação que desafia e fragiliza a sociedade, tornando-a
extremamente vulnerável, em especial, as imensas populações estabelecidas nos países
subdesenvolvidos.
O “Relatório Stern” chegou à conclusão semelhante: as mudanças climáticas ameaçam os
requisitos humanos básicos, como: acesso à água potável, escala da produção de alimentos,
habitação, saúde e meio ambiente. O Relatório também enfatiza que as mudanças climáticas são
uma ameaça ainda maior aos países subdesenvolvidos e destaca a importância das metas de
redução da pobreza e desigualdade social nessas regiões. Adicionalmente, Stern (2006) estima
que seria necessário algo em torno de 1% do valor do PIB mundial para viabilizar ações diretas de
mitigação e adaptação. Este trabalho conclui que a omissão poderá provocar prejuízos de escala
muitas vezes superior ao custo de ações e programas de precaução e adaptação que podem ser
efetivamente implementados.
Seguindo essa mesma linha de raciocínio, o IPCC tem destacado que se pode planejar, executar
e desenvolver programas e ações de baixo custo, ou com excelente relação de custo-benefício,
ao se implementar políticas de adaptação.
Nesse sentido, as medidas de adaptação devem ser prioritariamente planejadas e eficientemente
implantadas, no intuito de preparar a sociedade e proteger os ecossistemas que lhe dão base.
Mais do que isso, elas devem ser vistas como novas oportunidades de práticas de
desenvolvimento, possibilitadoras de acesso a um novo paradigma, propulsoras ao
desenvolvimento sustentável.
Mudanças climáticas e a percepção de um novo paradigma: o Desenvolvimento
Sustentável
As questões correlacionadas ao desequilíbrio do meio ambiente e à s críticas ao padrão vigente
de desenvolvimento acentuaram-se, em especial, nas últimas décadas, principalmente pela
perspectiva dos graves impactos decorrentes das mudanças climáticas. A necessidade de
repensar os padrões de consumo e a produção industrial disseminou-se pelos diferentes níveis da
sociedade, e, em virtude dessa discussão, assistiu-se uma crescente popularização dos debates
sobre o atual padrão de desenvolvimento, promovido especialmente pelos principais meios de
comunicação e pela sociedade civil organizada.
O emprego do termo desenvolvimento sustentável foi originalmente utilizado pela União
Internacional para a Conservação da Natureza (UINC) em um documento síntese de trabalho
elaborado no ano de 1980. O conceito evoluiu do termo Ecodesenvolvimento, cunhado por
Maurice Strong, no ano de 1972, em Estocolmo, e posteriormente aprofundado por Ignacy Sachs
ao longo das décadas seguintes. Na Conferência de Otawa, em 1986, o conceito de
desenvolvimento sustentável foi descrito como uma nova forma de planejamento e gestão,
centrado na integração eficiente entre a conservação dos recursos naturais e a prosperidade
socioeconômica.
Sachs (1993; 2000), ao longo das décadas seguintes, apresentou as cinco dimensões da
sustentabilidade necessárias ao se planejar o desenvolvimento: justiça social, prosperidade
econômica, racionalidade ecológica, manejamento espacial e contemporização cultural.
Dessa forma, os debates sobre a perspectiva da sustentabilidade que ocorriam intensamente no
escopo da produção teórico-científica, propagaram-se aos demais setores da sociedade,
sobretudo a partir da Rio-92 (FREY, 2001), ligados a um dos principais assuntos em pauta: as
mudanças climáticas.
Nessa perspectiva, a Rio-92 realizou-se sob forte influência das discussões em torno das
dimensões da sustentabilidade, tendo como um de seus pilares, as mudanças climáticas. Esse
evento consolidou-se como um importante marco na reflexão sobre a relação da questão
ambiental com o bem estar humano e a economia. Como conseqüência, os debates sobre a
perspectiva da sustentabilidade, permearam o estabelecimento de acordos internacionais para
implementação de políticas socioambientais e na necessidade de repensar os padrões de
produção e consumo global.
Alguns fóruns foram realizados e documentos de extrema importância foram produzidos durante a
Rio-92, entre eles: a Convenção da biodiversidade, a Declaração do Rio e a Agenda 21. Todavia,
é na Convenção do Clima, que o recém criado IPCC ganhou destaque ao divulgar o conteúdo de
seu primeiro relatório, publicado em 1990. Nesse documento, pesquisadores de vários países,
vinculados a World Meteorological Organization (WMO), advertiram os membros das Nações
Unidas sobre a urgente necessidade de ser firmado um tratado internacional, com vistas à
redução das emissões de GEEs e poluentes. Seus autores enfatizavam que os níveis cada vez
mais elevados de concentração de gases na atmosfera conduziriam à inevitáveis aumentos da
temperatura média global, com reflexos diretos no abastecimento hídrico e alimentar. Além disso,
as mudanças climáticas provocariam um desequilíbrio generalizado dos ecossistemas e o colapso
de cadeias alimentares marinhas e terrestres.
A perspectiva de se encontrar um ponto em comum entre as nações, no sentido de buscar uma
solução para as mudanças climáticas e os riscos a elas relacionados, culminou com o Protocolo
de Kyoto, em 1997, ratificado pela ONU como Tratado Internacional, a partir de 2005, sem,
contudo, ter alcançado consenso e grande aplicabilidade. Embora, como resultado positivo, esse
processo tenha desencadeado uma maior visibilidade e reflexão sobre os padrões insustentáveis
de desenvolvimento.
A contenda inicialmente atrelada apenas ao problema das emissões, com ênfase ambiental, foi
muito além, ao paulatinamente relacionar a gravidade das emissões de GEE com o modelo de
produção de energia, de produção agrícola, de uso e ocupação do solo, de consumo e de justiça
social.
A Cúpula da Terra ou Rio-92 marcou, também, avanços no processo de elaboração e implantação
de políticas ambientais no Brasil. O país ainda não contava com uma estrutura que pudesse
responder a envergadura dos desafios propostos pela Agenda 21. O Ministério do Meio Ambiente,
foi criado no mesmo ano da Cúpula, em novembro de 1992, com “a missão de promover a adoção
de princípios e estratégias para o conhecimento, a proteção e a recuperação do meio ambiente, o
uso sustentável dos recursos naturais, a valorização dos serviços ambientais e a inserção do
desenvolvimento sustentável” (MMA, 2009).
Dessa forma, a visibilidade das questões relacionadas ao desequilíbrio ambiental, promoveram
gradualmente o surgimento de políticas locais, regionais, nacionais e internacionais norteadas
pelas dimensões da sustentabilidade. As graves perspectivas anunciadas pelas mudanças
climáticas influenciaram a construção de uma agenda pública de caráter socioambiental, seja na
esfera nacional quanto internacional. Entretanto, divergências políticas e econômicas de diversas
ordens acabaram por fragilizar a instauração de medidas e ações concretas voltadas ao
desenvolvimento sustentável.
Políticas de adaptação: planejamento frente aos iminentes impactos climáticos
O processo de adaptação normalmente ocorre quando existem alterações nos meio físicos,
ecológicos e sociais. De maneira geral, os processos adaptativos podem ser divididos em:
preventivos, quando antecipam os impactos de uma modificação, ou reativos quando as
modificações são compulsórias, ou seja, inevitáveis, em um dado sistema já perturbado ou
alterado.
Um bom exemplo é a adaptação biológica, um processo normalmente correlacionado a um tipo de
ação reativa. Indivíduos, sociedades ou mesmo nichos ecológicos estão sujeitos a adaptar-se a
modificações no meio-ambiente ao longo do tempo. Em contrapartida, algumas medidas de
adaptação podem ser implementadas intencionalmente, caracterizando-se como ações e medidas
planejadas.
Dessa forma, as Políticas de Adaptação devem ser entendidas como ações possíveis,
preventivas, antecipatórias e planejadas, para enfrentar e atenuar os fortes impactos das
mudanças climáticas. Ainda nesse sentido, devem proteger os sistemas naturais, mas também
preparar e modificar os sistemas humanos, por meio, especialmente, da modificação de padrões
socioeconômicos. Dessa forma, devem discutir alterações no consumo, na indústria, na
geração/distribuição de energia, na agricultura, forma de uso e ocupação do solo, na manutenção
e proteção às unidades de conservação, áreas florestais e mananciais.
Segundo Marengo et. al (2007), adaptação é um processo de ajuste nos sistemas naturais ou
humanos em resposta a atual ou esperada mudança climática ou seus efeitos. Ela regula danos
ou possibilita oportunidades beneficiais. Ainda segundo os autores, elas podem ser descritas da
seguinte maneira:
Quadro 2 – Caracterização das Políticas adaptativas
Fonte: Elaborado a partir de Marengo et. al (2007).
Nesse sentido, a CQNUMC, o IPCC, assim como pesquisadores brasileiros do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), frequentemente
têm realçado as políticas de adaptação, como medidas e iniciativas de prevenção e atenuação
frente aos iminentes riscos e vulnerabilidades trazidas pelas mudanças climáticas.
Mesmo assim, durante a COP-15, realizada em Copenhague no ano de 2009, o foco nas
discussões a respeito das metas de mitigação praticamente eclipsou a urgente necessidade da
adoção de políticas de adaptação, relegando-as a um segundo plano nas esferas de discussão e
de decisão. A COP-15 revelou inúmeras divergências e sérios entraves políticos e econômicos,
dificultando um acordo pós-Kyoto entre as partes ou nações signatárias. Vale destacar que
mesmo com a proximidade do fim da vigência do Tratado de Kyoto, previsto para 2012, ainda não
há um consenso entre as nações sobre as metas de mitigação a serem pré-estabelecidas.
Indiferente às questões políticas, grandes catástrofes naturais, nos últimos anos, têm sido
registradas em um número cada vez mais expressivo e constante. Elas ocorrem principalmente
ligadas aos fenômenos e condições meteorológicas, climatológicas e hidrológicas. Tempestades
torrenciais, temperaturas extremas, inundações, deslizamentos de solo, secas severas e
incêndios florestais, estão trazendo resultados desastrosos à economia e à população de diversos
países.
Mapa 1 – Mapa-múndi das catástrofes naturais em 2009
Fonte: Münchener Rückversicherungs-Gessellschaft, Geo Risks Research, NatCatSERVICE
O mapa acima registra as catástrofes naturais no ano de 2009. É interessante observar, que as
catástrofes geofísicas, não correlacionáveis às mudanças climáticas, a despeito da severidade e
choques que promovem, em número de eventos registrados, são consideravelmente menos
impactantes, em escala global, do que aqueles correlacionáveis aos extremos climáticos.
Essa observação é preocupante visto os choques e os riscos exponenciais desses impactos
observados ao longo da última década, conforme destacado pela NatCatService, um dos
principais bancos de informações de acidentes e desastres naturais do planeta.
Nesse sentido, as políticas de adaptação devem ser consideradas como medidas imperativas,
prioritárias e não secundárias na formulação de políticas públicas, planejamento e estratégias de
desenvolvimento, voltadas para redução das vulnerabilidades socioeconômicas, epidemiológicas
e climatológicas.
Vulnerabilidade: choques e riscos exponenciais
Conforme Cardona (2007), vulnerabilidade é o resultado de um conjunto de fatores e processos
múltiplos que, agindo sobre sistemas dinâmicos e complexos, tem a capacidade de fragilizar um
determinado ecossistema. Para tanto, o autor elenca alguns aspectos: a susceptibilidade física ou
natural, as fragilidades socioeconômicas e a baixa resiliência – capacidade de resposta ou
recuperação – como os principais quesitos para medir o grau de vulnerabilidade em ecossistemas
humanos e naturais.
Para o IPCC (2001) a vulnerabilidade às alterações climáticas refere-se, especificamente à
propensão dos sistemas humanos e ecológicos, de sofrer danos socioeconômicos e ambientais e
de suas capacidades de responder às pressões impostas pelos efeitos das alterações climáticas.
Segundo Vos. et al (2008), o grau de vulnerabilidade decorrente das ameaças climáticas e as
sérias conseqüências que os perigos naturais transportam é desastrosamente maior nos países
subdesenvolvidos.
Dessa forma, a despeito das vulnerabilidades apresentarem-se em praticamente todas as regiões
do planeta, inclusive em nações desenvolvidas, de acordo com esses autores, o agravamento das
vulnerabilidades geralmente está vinculado ao grau de pobreza, à dificuldade de informação e à
falta de infra-estrutura básica. Assim sendo, as fragilidades frente às alterações climáticas se
potencializam exponencialmente nos países mais pobres. Baseados nesse argumento, esses
autores ressaltam que a lenta recuperação dessas comunidades aumenta a exposição aos
perigos naturais.
Nesta perspectiva, desencadeia-se um círculo vicioso, uma retroalimentação, entre choques e
vulnerabilidade, como mostrado na Figura 1.
Figura 1 – Retroalimentação: Choques e Vulnerabilidade.
Fonte: dos autores.
Isso significa: na medida em que, os países subdesenvolvidos sofrem com os choques
relacionados aos extremos climáticos, suas vulnerabilidades sociais, econômicas e ambientais
aumentam geometricamente.
No Brasil alguns fatores elevam a vulnerabilidade de muitas regiões e suas respectivas
populações. A despeito de uma economia pujante e de uma razoável amplitude de recursos
tecnológicos, o país tem graves problemas de infra-estrutura e sua população é marcada pelo alto
índice de desigualdade social e pobreza, fatores que o tornam consideravelmente vulnerável.
Partindo desse pressuposto, um estudo realizado pelo Núcleo de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República (NAE, 2005) demonstrou que o Nordeste é a região do país mais
vulnerável às mudanças climáticas, sendo que os mais ameaçados nessa área são os agricultores
pobres de subsistência. De acordo com o relatório, as vulnerabilidades às mudanças climáticas no
Brasil estão ligadas a impactos na saúde humana, na agricultura, nas florestas, nas zonas
costeiras, na biodiversidade, nos recursos hídricos e na geração de energia hidroelétrica.
Segundo Marengo (2008), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), é fundamental de
subsidiar políticas de adaptação para a região.
Marengo (2008) destaca que a elevação da temperatura projetada para os próximos anos pode
provocar no semi-árido brasileiro um processo de aridização e desertificação intensa. A
conseqüência, segundo esse cenário, será a total degradação do bioma Caatinga e a inviabilidade
da agricultura de sequeiro. Tal processo causaria uma explosão migratória de refugiados
ambientais e agravaria o déficit alimentar e hídrico nas grandes cidades do Nordeste. O autor
sugere que sejam implementadas políticas de adaptação direcionadas à educação ambiental e ao
zoneamento agroecológico para preservação e manutenção das nascentes e do solo.
Nobre (2001), também do INPE, tem destacado a baixa capacidade de adaptação e a grande
vulnerabilidade do Brasil frente às mudanças climáticas; salientando que a fragilidade não se
refere apenas aos ecossistemas, mas também, à sociedade, à economia, às atividades agrícolas
e ao setor energético. Ele utiliza dados climatológicos para compor gráficos de prováveis cenários
de escassez e abundância hídrica, aplicados para regiões distintas do país. Nobre (2001) afirma,
por exemplo, que o desmatamento e aumento de temperatura na América do Sul podem provocar
um processo de “savanização” da floresta amazônica. Ele ressalta a necessidade da elaboração
de estratégias e de tecnologias voltadas para a adaptação, assim como de medidas que
obtenham proveito das mudanças climáticas, fortalecendo o desenvolvimento de novas
tecnologias para a agricultura familiar.
Ainda nessa linha, Pellegrino, Assad e Marinz (2007), em trabalho sobre mudanças climáticas
globais e agricultura no Brasil, analisaram as retroalimentações entre as mudanças climáticas
globais e a agricultura no país. Os autores traçaram prováveis cenários climáticos futuros
destacando a necessidade de rediscutir o modelo de desenvolvimento agrícola. De acordo com
artigo publicado pela Revista Multiciência, os pesquisadores estimaram por meio de modelos
agrometeorológicos, que o aumento de apenas 1ºC na temperatura levaria a uma quebra de safra
no valor de 375 milhões de dólares, somente para o café, nos principais estados produtores. Além
disso, o estudo contemplou outros aspectos, como o aumento da incidência de pragas e doenças
no sistema produtivo agrícola.
Entretanto, não são apenas as populações das regiões rurais do país que estão sujeitas às graves
conseqüências das mudanças climáticas e que necessitam de políticas de adaptação para
superar os impactos previstos. O alto número de condomínios, loteamentos irregulares, bairros
periféricos e favelas dispostos sob encostas íngremes, ao longo do leito de rios e córregos
provoca no país, ano após ano, durante o período de chuvas, deslizamentos e inundações com
sérias conseqüências socioeconômicas.
Vale ainda destacar que boa parte dos grandes aglomerados populacionais brasileiros estão
situados nos primeiros sessenta quilômetros da planície costeira. Assim sendo, muitas dessas
localidades com o aumento da intensidade e freqüência de tempestades e extremos climáticos,
somadas à redução das áreas de mangues, contentoras naturais dos processos erosivos, e o
aumento gradual das linhas de marés, são passíveis de sofrer sérios prejuízos materiais e
imateriais. A vulnerabilidade dessas regiões está ligada ao provável aumento de sucessivas
inundações costeiras, ameaçando moradias, comércio, prejudicando a eficiência do setor
portuário e mesmo causando intrusões salinas nos mananciais costeiros, comprometendo a
qualidade e a quantidade de água, com graves reflexos no abastecimento e nas condições
sanitárias (MUEHE e NEVES, 1995).
Um importante levantamento sobre as vulnerabilidades no país foi recentemente realizado pelo
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). A pesquisa
desenvolvida por meio do Programa de Mudanças Ambientais Globais e Saúde (PMAGS) e, em
parceria com a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO),
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Centro de Previsão do Tempo e Estudos
Climáticos (CPTEC) analisou, entre um dos seus objetivos específicos, a vulnerabilidade sócio-
ambiental da população brasileira quando submetida a eventos climáticos extremos.
Mais precisamente esse estudo considerou três dimensões de vulnerabilidade: a socioeconômica,
a epidemiológica e a climatológica. A intenção, por meio desses indicadores, era de estabelecer
um índice de vulnerabilidade geral para cada unidade da federação no Brasil.
Quadro 3 – índices de vulnerabilidade socioeconômica, epidemiológica, climatológica e geral das
unidades federativas brasileiras.
Fonte: MCT/FIOCRUZ/PMAGS/ABRASCO.
Dessa forma, o índice de vulnerabilidade socioeconômica foi estimado, levando em consideração
a densidade demográfica, o grau de urbanização, o número de pessoas por domicílio, grau de
pobreza (renda), grau de escolaridade, abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de
lixo, taxa de mortalidade infantil, esperança de vida ao nascer e assistência médica.
Mapas 2 – Índices de vulnerabilidade nos Estados brasileiros
Fonte: MCT/FIOCRUZ/PMAGS/ABRASCO.
Para o índice de vulnerabilidade epidemiológica foram aferidos, por exemplo, a incidência de
doenças como: cólera, dengue, malária, leptospirose e hantavirose.
O índice de vulnerabilidade climatológica, por sua vez, foi definido por meio de interpolações das
séries históricas pluviométricas obtidas no INPE e no INMET nos últimos quarenta e dois anos.
Nesse último caso, a intenção era estimar as médias de chuvas nos estados e a incidência de
meses com precipitações muito acima ou muito abaixo do padrão.
Esse enfoque seguiu a metodologia utilizada por Raizona e Marengo (2007), no qual os modelos
analíticos devem ser complexos, analisando e discutindo os diferentes aspectos da
vulnerabilidade frente às mudanças climáticas, interpolando fatores sociais e biofísicos.
De uma maneira geral, as análises destacam a considerável vulnerabilidade no país e a
inexistência de uma política concisa de adaptação para preparar as populações de áreas e
regiões que correm maior risco. Está constatação realça a necessidade de elaboração de ações
de planejamento frente aos graves reflexos das mudanças climáticas, especialmente na saúde,
agricultura e habitação.
Políticas de adaptação: oportunidade real para o desenvolvimento sustentável?
Como visto, os avanços na perspectiva da sustentabilidade extravasaram o escopo teórico-
científico para influenciar a sociedade, definir acordos internacionais, bem como, estabelecer
princípios básicos para criação de instrumentos legais em políticas socioambientais. Entretanto,
tal processo não se refletiu em uma alteração substancial da crise ambiental e dos desequilíbrios
socioeconômicos.
Em contraponto, considerando os iminentes riscos trazidos com as mudanças climáticas e as
respectivas vulnerabilidades humanas e naturais, e somadas ainda, ao clamor da sociedade, as
políticas de adaptação configuram-se como ações com grande potencial para propulsionar ao
desenvolvimento sustentável.
O que parece - instigando aqui um debate, também propósito deste trabalho - é que a iminência
da mudança do paradigma do desenvolvimento, tão debatida e almejada, será imposta pelas
circunstâncias – naturais e climáticas – e não conquistada, por uma mudança de valores, como
aspirada por muitos estudiosos como Morin (2000), Buarque (2008)2 e Cavalcante (2008)3.
Nesse sentido, a iminência dos impactos advindos das mudanças climáticas realça a discussão
sobre a importância da implementação de políticas de adaptação, apresentando-se como um
possível marco na perspectiva do alcance ao desenvolvimento sustentável.
Isto se deve, especialmente, devido ao fato das políticas de adaptação terem entre seus objetivos,
a redução da vulnerabilidade de populações e de países carentes, por meio da garantia de acesso
as necessidades humanas básicas e, especialmente, a procedimentos coligados a conservação
ambiental. Tais medidas pressupõem a conjugação da preservação dos ecossistemas naturais,
mas também a garantia do direito a alimentação, saúde, moradia e empregos ameaçados pela
grave perspectiva dos choques desencadeados pelos extremos climáticos.
Paavolaa e Adgera (2006) realçam que as políticas de adaptação, devem reforçar diretrizes de
justiça social, entre as quais, a responsabilidade dos países desenvolvidos em fornecer
assistência técnica e financeira aos países mais vulneráveis, além de permitir seu acesso à
participação justa no planejamento e nas tomadas de decisões.
A United Nations Environment Programme (UNEP) exalta que mecanismos internacionais de
compensações financeiras, previstos nas políticas de adaptação, poderiam, por exemplo, abrir
novas oportunidades para empregos no setor florestal, estimulando países a fazer manejo florestal
e defenderem suas unidades de conservação, criando dessa forma, milhares de postos ligados a
formação técnica, educação ambiental, conservação e gerenciamento de recursos naturais. Abre-
se também, por meio dessa perspectiva, a possibilidade de implementação de modelos produtivos
2 Palestra proferida no Centro de Desenvolvimento Sustentável/CDS da Universidade de Brasília/UNB, 2008. 3 Palestra proferida no Centro de Desenvolvimento Sustentável/CDS da Universidade de Brasília/UNB, 2008.
agroflorestais menos intensivos e impactantes, respeitando as Áreas de Proteção Permanente
(APP) e as Reservas Legais (RL).
No Brasil, a aplicação da agroecologia, os sistemas integrados de produção de alimentos e
energia, o aproveitamento racional dos recursos costeiros e estuários, conciliados com a
implementação de um Zoneamento-Ecológico e Econômico (ZEE) eficiente possibilitariam
aumentar o grau de adaptação e reduziriam a vulnerabilidade nas áreas mais suscetíveis aos
riscos e choques, gerando igualmente a abertura de postos de trabalho ligados a formação de
produtores, técnicos e pesquisadores.
A UNEP destaca, ainda nesse sentido, a possibilidade da geração de inúmeras atividades nos
setores primário, secundário e terciário, abrangendo, por exemplo, vagas na agricultura,
manufatura, produção de energia, pesquisa e formação. Nesse sentido, a UNEP ressalta que os
“empregos verdes”, ou greenjobs, são mecanismos fundamentais nas políticas de adaptação. Ou
seja, postos de trabalho ligados a proteção e pesquisa em ecossistemas, entre eles: a produção
de energia renovável, a reciclagem de materiais, a proteção de mananciais, a implementação e a
manutenção de unidades de conservação. Atividades estratégicas de alta eficiência, baseadas em
uma economia descarbonizada, minimizando ou evitando totalmente a geração de todas as
formas de desperdício e poluição.
Dessa maneira, as políticas de adaptação apresentam condições de propulsionar inúmeras ações
conjugadas, em escala mundial, que teriam por objetivo adaptar a sociedade e proteger o meio
ambiente, especialmente nos países mais pobres, minimizando os severos impactos
socioeconômicos decorrentes dos extremos climáticos.
Especificamente nas áreas urbanas as políticas de adaptação teriam a possibilidade de atenuar
os prejuízos e evitar os choques ocasionados principalmente pelos deslizamentos, inundações e
surtos epidemiológicos agravados pelos extremos climáticos. Assim, elas podem apresentar-se
como oportunidades viáveis para estimular projetos de infra-estrutura social básica, novamente
com reflexos na abertura de empregos e ocupações diretas e indiretas, como por exemplo, na
área de educação, saúde e construção civil.
O documento: Stern Review on the Economics of Climate Change, publicado em 2006,
encomendado pelo governo Inglês ao economista Nicholas Stern, professor titular da London
School of Economics and Political Science (LSE), destacou que seria necessário algo em torno de
1% do valor do PIB mundial para viabilizar ações diretas em mitigação e em adaptação. Stern
(2006) destaca que a omissão poderá provocar prejuízos de escala muitas vezes superior ao
custo de ações e programas de precaução e adaptação que poderiam ser efetivamente
implementados criando oportunidades e benefícios.
O autor do relatório e sua equipe concluiram que as políticas de adaptação têm potencial para
apresentar novas oportunidades, manter e estimular o crescimento econômico, podendo inclusive
criar um ambiente favorável para construção de novos padrões de desenvolvimento.
Considerações finais
As políticas de adaptação ainda ocupam uma posição coadjuvante nas questões pertinentes às
mudanças climáticas. No Brasil, por exemplo, mesmo com a realização de estudos, compondo
modelos e cenários climáticos futuros e apontando as graves vulnerabilidades no país, as políticas
de adaptação ainda encontram-se em estado incipiente.
Entretanto, a iminência de novos choques e impactos advindos dos extremos climáticos tornam as
políticas de adaptação, mecanismos indispensáveis no planejamento e na gestão. Na medida em
que aumentar o clamor da sociedade, espera-se que essas ações sejam planejadas e
implantadas, no intuito de proteger e preparar as populações mais vulneráveis, mas também de
resguardar os ecossistemas que lhe dão base.
Nesse sentido, as políticas de adaptação frente às mudanças climáticas apresentam-se como
uma oportunidade real de se implementar medidas direcionadas ao desenvolvimento sustentável.
Essa convicção baseia-se no fato de haver uma forte sinergia entre as diretrizes estabelecidas
pelas políticas adaptativas e os princípios e dimensões da sustentabilidade.
Há uma perspectiva, claramente evidenciada nas políticas de adaptação, no sentido de gerar
prosperidade socioeconômica, por meio da criação de novas oportunidades de empreendimentos
e empregos, baseados indissociavelmente na preservação do meio ambiente e dos recursos
naturais. Tal característica faz com que as políticas de adaptação, no intuito de reduzir os riscos e
as vulnerabilidades, acabem por estimular a modificação dos paradigmas vigentes, podendo
tornar-se, dentro desse contexto exposto, em um marco determinante rumo ao desenvolvimento
sustentável.
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