universidade federal de uberlândia instituto de química - Otávio
-
Upload
khangminh22 -
Category
Documents
-
view
0 -
download
0
Transcript of universidade federal de uberlândia instituto de química - Otávio
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE QUÍMICA
DISCIPLINA: QUÍMICA BÁSICA - IQUFU49011
Prof. Daniel Pasquini
Prof. Otávio Luiz Bottecchia
Prof. Osmando Ferreira Lopes
2019-1
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 2
EXPERIMENTO No 1
NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA E TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO
Objetivo: Apresentar o laboratório de Química; Tratar questões sobre segurança no laboratório; Apresentar
a utilização dos principais equipamentos e vidrarias do laboratório. Reconhecer as principais unidades do
SI; Representar grandezas com uso de algarismos significativos e notação científica; Efetuar operações
com algarismos significativos.
NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA:
Ao iniciar seu trabalho em um laboratório químico, é importante que você conheça procedimentos
de segurança que permitem sua atuação com o mínimo de riscos. Com a finalidade de diminuir a freqüência
e a gravidade de acidentes em laboratório, torna-se imprescindível que durante os trabalhos se observe
uma série de normas de segurança:
Siga rigorosamente as instruções específicas do professor.
Não fume e não se alimente dentro do laboratório.
É obrigação do aluno ao adentrar em um laboratório, que esteja trajando um avental adequado.
Se o trabalho envolve desprendimento de gases e / ou vapores tóxicos, o mesmo de ser realizado
no interior da capela.
Ao aquecer um tubo de ensaio contendo solução (ou qualquer outra substância) nunca o aponte
para si ou para o vizinho. O superaquecimento pode dar origem a formação brusca de bolhas de
vapor com expulsão do conteúdo de forma violenta e perigosa.
Nunca use o paladar para identificar alguma substância.
Acostume-se a retirar quantidades mínimas de reagentes. Nunca se deve recolocar sobras de
reagentes nos recipientes originais. Assim, você evitará contaminações e desperdício.
Quando você retirar um frasco de reagente da estante tenha o cuidado de coloca-lo no mesmo
lugar, imediatamente após o uso.
Qualquer acidente por menor que seja deve ser comunicado ao professor.
Ao introduzir tubos de vidro em rolhas, umedeça-os convenientemente e enrole a peça de vidro em
uma toalha para proteger as mãos.
Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sob o nariz. Desloque os
vapores que se desprendem com as mãos em sua direção.
Ao se retirar do laboratório, verifique se não há torneiras abertas (água ou gás). Desligue todos os
aparelhos, deixe todos os equipamentos limpos e lave as mãos.
O trabalho em laboratório exige concentração. Não converse desnecessariamente, nem distraia
seus colegas. TRABALHE COM ATENÇÃO, MÉTODO E CALMA.
Outras normas de segurança serão apresentadas no decorrer de experimentos, à medida que forem
necessárias.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 4
EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE LABORATÓRIO
A execução de qualquer experimento em Química envolve geralmente a utilização de uma
variedade de equipamentos de laboratório, com finalidades específicas. A seguir são apresentados alguns
equipamentos básicos e as situações mais freqüentes em que eles são usados:
BICO DE GÁS: Ë utilizado em aquecimento em geral, excetuando-se materiais inflamáveis. A Figura 1 ilustra
diferentes tipos de bico de gás e a Figura 2, suas partes e as regiões da chama.
Figura 1 – Diferentes tipos de bicos de gás: (A) Bico de Bunsen; (B) Bico de Tirril; (C) Bico de Mecker.
Figura 2 – Partes de um bico de gás e regiões da chama. (1). Haste; (2) base; (3) anel de regulagem do ar primário; (4)
mangueira de gás; (a) zona oxidante; (b) zona redutora; (c) zona de gases ainda não queimados.
Na zona oxidante , quase invisível, os gases sofrem combustão completa. Na zona redutora, que é
a região mais luminosa, ocorre combustão incompleta dos gases. Na zona neutra, encontram-se os gases
que ainda não sofreram combustão.
Para acender um bico de gás procede-se do seguinte modo:
a) Fecha-se completamente a entrada de ar do bico
b) Abre-se lentamente a válvula de alimentação de gás.
c) Aproxime lentamente a chama de um fósforo, obtendo-se assim uma chama amarelada grande e
luminosa.
d) Abre-se lentamente a entrada de ar até que a chama fique completamente azul.
e) Para apagar o fogo, feche a janela e diminua a chama girando a torneira do gás até fechá-la.
A B C
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 5
BALÃO VOLUMÉTRICO: É utilizado no preparo e diluição de soluções, com volumes precisos e pré-fixados.
Trata-se de um recipiente calibrado, destinado a conter um determinado volume de líquido, a uma dada
temperatura geralmente 20o C, podendo ser usado sem erro apreciável em temperaturas de 8
o C da
temperatura indicada (Figura 3A).
BECKER: É utilizado para o aquecimento de líquidos, dissolução para o preparo de soluções, dissolução de
sólidos, etc (Figura 3B).
BURETA: É um equipamento calibrado para medidas volumétricas precisas de líquido, utilizado
especialmente nos casos de titulação (Figura 3C).
PIPETAS: É um instrumento utilizado para medidas precisas de volumes de líquidos. Existem dois tipos de
pipetas: pipetas graduadas (Figura 3D) e pipetas volumétricas (Figura 3E). Onde uma pipeta graduada é
utilizada para escoar volumes variáveis e uma volumétrica para escoar volumes fixos de um líquido.
PROVETA: Trata-se de um cilindro com graduações, destinado à medida aproximada de volumes líquidos.
(Figura 3F)
Figura 3 – Algumas vidrarias básicas de laboratório. (A) balão volumétrico; (B) béquer; (C) bureta; (D) pipeta graduada;
(E) pipeta volumétrica; (F) proveta.
LIMPEZA DOS MATERIAIS VOLUMÉTRICOS
Todos os equipamentos volumétricos utilizados em uma análise quantitativa devem estar
perfeitamente limpos antes do uso, pois a presença de substâncias gordurosas nas suas paredes internas
pode induzir a erros no resultado final de uma dada análise. Verifica-se o estado de limpeza de um aparato
volumétrico, enchendo-o com água a observando-se o seu escoamento. Se gotículas ou uma película não
uniforme de água permanecer aderente às paredes internas do recipiente, o mesmo deve então ser limpo.
Utilizam-se geralmente como soluções de limpeza: solução de detergente a 1-2%, solução
sulfocrômica ou solução de etanolato de sódio ou potássio, e em seguida lava-se com bastante água da
torneira, e por ultimo água destilada.
O equipamento volumétrico é dado como limpo ao se verificar que a água destilada escorre
uniformemente pelas paredes internas do recipiente.
COMO EFETUAR A MEDIDA DE VOLUMES DE LÍQUIDOS
Ao se colocar um determinado líquido em um recipiente para efetuar a medida de seu volume, a
linha divisória entre o líquido e o ar denomina-se menisco e é utilizada como referência para a leitura do
volume.
Para a maioria dos líquidos, o menisco apresenta um mínimo na região central do aparelho de
medida. Isto ocorre devido à superioridade das forças adesivas (líquido-recipiente) em relação às forças
A B D C E F
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 6
coesivas (líquido-líquido). Se o líquido for transparente, deve-se utilizar o ponto de mínimo para efetuar a
leitura. Se for opaco, utiliza-se a parte superior.
Nos casos em que as forças coesivas (líquido-líquido) são maiores que as forças adesivas (líquido-
recipiente) o menisco apresenta um ponto de máximo, o qual deve ser utilizado como referência para leitura.
Para efetuar a leitura do volume de um líquido, procure posicionar-se de modo que a sua linha de
visão fique, em relação à superfície do líquido, como ilustrado na figura 4A. Este procedimento evita erros
de leitura decorrentes de um mal posicionamento de seu olho em relação a altura do menisco do líquido.
A B
Figura 4. (A) Modo correto de se ler o volume de um líquido: LINHA DE VISÃO HORIZONTAL À SUPERFÍCIE DO
LÍQUIDO; (B) Visão expandida de parte da escala de uma proveta de 100 mL.
A figura 4B ilustra parte da escala de uma proveta de 100 mL, cuja menor divisão é 1 mL, onde o
menisco está localizado entre 90 e 91 mL. Como expressar o valor do volume?
Se escrevêssemos que o volume é 90,1 ou 90,3 mL, não teríamos certeza a respeito do último
algarismo. Sabe-se com certeza que o volume está entre 90 e 91 mL. Conclui-se então, que o último
algarismo é duvidoso e a sua avaliação, através de subdivisões mentais, varia de pessoa para pessoa e
caracteriza um erro associado à medida.
Como se sabe, existem provetas de diferentes capacidades. Para escolher qual proveta utilizar
deve-se levar em consideração o erro percentual que está associado a medida, de modo a torná-lo o menor
possível. Para isso, há que saber o limite de erro de cada proveta; este erro é igual à metade da menor
divisão da escala.
E = (limite de erro do aparelho/valor medido) x 100%
ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
Suponha que você pese uma moeda em uma balança capaz de medir até o mais próximo de 0,0001
g. Você poderá informar a massa como 2,3405 ± 0,0001g. A notação ± (leia mais ou menos) expressa a
incerteza de uma medida, e neste caso os dígitos dois, três, quatro e zero são conhecidos com certeza e o
cinco é o algarismo duvidoso.
Chamamos algarismos significativos todos os dígitos de uma medida, os conhecidos com certeza
mais o algarismo duvidoso, não importando a posição da vírgula. Grandezas medidas são geralmente
relatadas de tal modo que apenas o último dígito seja incerto. Quanto maior o número de algarismos
significativos, maior é a certeza envolvida na medida.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 7
Assim, o volume medido acima como 90,2 mL possui três algarismos significativos. Os dígitos nove
e zero são conhecidos com certeza e o dois é o duvidoso (aquele que foi estimado). Isto porque somente
são significativos os algarismos indispensáveis para indicar a incerteza na medida.
O algarismo duvidoso sempre está na casa decimal em que está o limite de erro do aparelho de
medida utilizado. Como o limite de erro de uma proveta corresponde à metade de sua menor divisão, e no
caso da proveta acima mencionada, a menor divisão é de 1 mL, este limite então corresponde a 0,5 mL,
onde o dígito cinco corresponde ao algarismo duvidoso.
Dessa forma, um volume de “20 mL” deve ser expresso como:
a. 20,00 mL, se a menor divisão da proveta utilizada for 0,1 mL (lembre-se que no caso de volume
consideraremos como limite de erro, a metade da menor divisão)
b. 20,0 mL, se a menor divisão da proveta utilizada for 1 mL.
Em qualquer medida relatada apropriadamente, todos os dígitos diferentes de zero são
significativos. Zeros, entretanto, podem ser usados como parte do valor medido ou meramente para colocar
a vírgula. Portanto, zeros podem ou não ser significativos, dependendo de como eles aparecem no número.
Os seguintes procedimentos descrevem as diferentes situações envolvendo zeros:
1. Zeros entre dígitos diferentes de zero são sempre significativos – 1005 Kg (quatro algarismos
significativos); 1,03 (três algarismos significativos).
2. Zeros no início de um número nunca são significativos, simplesmente indicam a posição da vírgula
– 0,02 g (um algarismo significativo); 0,0026 cm (dois algarismos significativos).
3. Zeros no final de um número e após a vírgula são sempre significativos – 0,0200 g (três algarismos
significativos); 3,0 cm (dois algarismos significativos).
4. Quando um número termina em zeros, mas não contém vírgula, os zeros podem ou não ser
significativos – 130 cm (dois ou três significativos); 10300 g (três, quatro ou cinco significativos).
O uso da notação exponencial elimina a ambigüidade em saber se os zeros no final de um número
são significativos. O termo exponencial não aumenta o número de algarismos significativos.
Outros exemplos:
Medida Notação científica N de algarismos significativos
0,0062 g 6,2.10-3
g 2
0,62000 g 6,2000.10-1
g 5
33,0245 g 3,30245.101 g 6
20,010 g 2,0010.101 5
Números exatos são aqueles com nenhuma incerteza. Assim, quando dizemos “Existem 12
polegadas em 1 pé”, o número 12 é exato e é desnecessário nos preocuparmos com o número de
significativos nele. Em ciência e na vida diária, a maioria dos números encontrados não são exatos.
OPERAÇÕES COM ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
Considerando o caso em que a pesagem de dois objetos, em duas balanças diferentes, indicou os
seguintes resultados:
M1 = 6,3 g ; M2 = 4,17 g
O valor da massa M1 é indicado com apenas 2 algarismos significativos, sendo o digito seis o
algarismo conhecido com certeza e o digito três o algarismo duvidoso, que foi avaliado da maneira ilustrada
anteriormente. Analogamente, o valor de M2 possui três algarismos significativos, sendo os dígitos quatro e
um os conhecidos com certeza e o digito sete, o duvidoso.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 8
Qual será a massa total dos dois objetos?
Certamente basta somarmos as massas individuais. Isto, entretanto, requer certo cuidado porque os
valores foram obtidos com instrumentos diferentes. Analisamos, aqui, como proceder nos casos da
adição, subtração, multiplicação e divisão de medidas que contém diferentes números de algarismos
significativos.
Adição e subtração
Quando duas ou mais quantidades são adicionadas e/ou subtraídas, a soma ou diferença deverá
conter tantas casas decimais quantas existirem no componente com o menor número delas . Assim, ao
somarmos os valores das massas M1 e M2.
6,3
4,17
10,47
O resultado a ser tomado deve ser 10,5 g uma vez que o número 6,3 tem a menor ordem decimal.
Assim, existem duas regras bem simples para o procedimento de arredondamento de algarismos
significativos, a saber:
Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado é inferior a 5, o
algarismo a ser conservado permanecerá sem ser modificado.
Exemplo: 2,14 ao ser arredondado para conter dois algarismos significativos, tornar-se-á 2,1.
Se o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado for igual ou superior a
5, o último algarismo a ser conservado aumenta de uma unidade.
Exemplo: 7,435 passa a 7,44 e 63,99 passa a 64,0 ao serem arredondados para três algarismos
significativos.
Multiplicação e divisão
Nestes casos, o resultado deverá conter tantos algarismos significativos quantos estiverem
expressos no componente com menor número de significativos.
Exemplos: Calcular o número de mols existentes nos seguintes volumes de solução 0,1000 M de HCl
(Volumes medidos com diferentes precisões)
a) 25,00 mL: no de mols = 25,00.10
-3 L x 0,1000 mol.L
-1 = 2,500 x 10
-3 mols
b) 25,0 mL: no de mols = 25,0.10
-3 L x 0,1000 mol.L
-1 = 2,50 x 10
-3 mols
Quando um cálculo envolver mais de uma operação, após a realização de cada operação, pode-se
ou não efetuar o arredondamento para o devido número de algarismos significativos. Por exemplo:
13,428 x (6,2 / 90,14356) = 13,428 x 0,069 = 0,93
ou
13,428 x (6,2 / 90,14356) = 0,923566 = 0,92
Note que no segundo caso o arredondamento só foi feito após a realização de todas as
operações, mostrando que o resultado final depende de como a operação foi feita a da realização ou não de
arredondamento(s) a cada etapa do calculo. Assim, para fins de padronização, os arredondamentos
deverão ser feitos somente após o resultado final. Ao resolver problemas com calculadora portátil, os
+
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 9
cálculos se fazem com todos os algarismos admitidos pela calculadora, e o arredondamento só é feito no
final do cálculo.
Exercícios:
1. Indique quais dos seguintes itens são números exatos:
a) a massa de um clipe para papel;
b) a área de uma moeda de 1 real;
c) o número de polegadas em uma milha;
d) o número de onça em uma libra;
e) o número de microssegundos em uma semana;
f) o número de páginas de um livro.
2. Qual o número de algarismos significativos em cada uma das seguintes medidas:
1282 Kg 0,00296 s 8,070 mm 0,0105 L 9,7750.10-4
cm 2,050 g
3. Arredonde cada um dos seguintes números para três algarismos significativos e expresse o resultado
em notação exponencial padrão:
143,700 0,09750 890,000 6,764.104 33987,22 6,5559
4. Em um béquer cujo peso é 45,3261 g foram colocados, sucessivamente, cada um dos seguintes
materiais (nada foi removido). Diga qual o peso ao final da última adição.
a. 0,0031 g de sal
b. 1,197 g de água
c. 27,45 g de açúcar
d. 38 g de leite
5. Faça as operações aritméticas indicadas, admitindo que cada número seja o resultado de uma medida
experimental (em gramas):
a. 1,46 + 4,12 =
b. 12,641 - 1,4 =
c. 1,42 + 11,196 - 3,9 =
d. 146,3 – 145,9 =
e. (26,92 - 1,07).(4,33 + 5,6) =
f. (1,000 + 436)/2,0 =
Bibliografia
BACCAN, N. et al Química Analítica Quantitativa Elementar. Edgard Blucher, São Paulo, 2001.
ROCHA FILHO, R. C. Introdução a Química Experimental São Paulo, Mcgraw-Hill, 1990.
RUSSEL, J. B. Química Geral. Makron Books do Brasil, São Paulo, 1994.
KOTZ, J. C. TREICHEL Jr. Química e Reações Químicas, Thomson Pioneira, 2005.
CIENFUEGOS, F. Segurança no Laboratório. Intersciência, Rio de Janeiro, 2002.
BOTTECCHIA, O. L. Teoria no laboratório de química, Scannser, Uberlândia, 2017.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 10
EXPERIMENTO No 2
PREPARO DE SOLUÇÕES
Objetivo: O problema a ser resolvido nesta experiência é o preparo de uma solução aquosa de um sal, a
partir do soluto sólido, e sua diluição, e o da preparação de uma solução aquosa diluída de um ácido, pelo
método da diluição de soluções concentradas em estoque.
Introdução
Uma solução, no sentido mais amplo, é uma dispersão homogênea de duas ou mais espécies de
substâncias moleculares ou iônicas.
Soluções podem ser formadas por qualquer combinação dos três estados da matéria - sólidos,
líquidos, gases - porém, são sempre constituídas de uma única fase.
Em química, trata-se principalmente das soluções no estado líquido, constituído por gases, líquidos
ou sólidos dispersos em líquido. Se esse líquido for água a solução é denominada solução aquosa. A
solução é composta por solvente (geralmente presente em maior quantidade) e soluto (um ou mais).
As propriedades de uma solução dependem de sua composição e da natureza dos seus
componentes. A descrição quantitativa da composição de uma solução é feita especificando-se sua
concentração. Desta forma, as relações entre as porções de soluto e solvente em uma solução podem ser
expressas de diferentes maneiras, sendo algumas apresentadas a seguir:
Relação massa de soluto/massa total de solução, ou seja, a fração em massa do soluto, que é
usualmente transformada numa percentagem, conhecido como título ou percentagem em massa.
Assim, uma solução aquosa de ácido sulfúrico (H2SO4) com titulo 70% contém 70 g de H2SO4 para
cada 100 g de solução.
Relação massa de soluto/volume de solução, denominada concentração de soluto em massa é
bastante utilizada em indústrias, com unidade g/L ou kg/L.
Relação quantidade de matéria de soluto (número de mols)/volume de solução, denominada
concentração de soluto em quantidade de matéria (concentração molar). Esta relação é a mais
utilizada em laboratórios de Química em geral, sendo expressa na unidade mol/L e seu uso é
recomendado pela IUPAC (União Internacional de Química Pura a Aplicada). Esta é a relação que
será usada nesta experiência para expressar a concentração de soluto.
Relação quantidade de matéria de soluto/massa de solvente, denominada molalidade e tem
unidade mol/kg; é utilizada sempre que se quer ter uma relação que não dependa da temperatura.
Deve-se salientar que as duas relações anteriores variam com a temperatura, já que o volume da
solução pode aumentar ou diminuir quando a temperatura varia.
Cálculos para preparo de soluções
Soluções podem ser preparadas, mais comumente, a partir de um soluto sólido ou a partir de uma
solução concentrada em estoque desse soluto. Quando se prepara uma solução, sabe-se que se quer obter
certo volume da solução a uma dada concentração. Assim, para preparar uma solução a partir de um soluto
sólido há necessidade de se saber qual o valor de massa do soluto que deve ser tomada; analogament e, no
caso de soluto em solução em estoque, há que se saber qual o volume da solução em estoque que deve
ser tomado. A seguir, estão exemplos dos cálculos que são usualmente feitos para determinar a massa de
soluto ou o volume de solução em estoque do soluto necessário em cada caso.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 11
a. Solutos sólidos
Suponha que se necessite preparar 500,0 mL de uma solução aquosa de sulfato de magnésio
(MgSO4), cuja concentração em quantidade de matéria seja 0,120 mol/L. Como proceder para calcular a
massa de soluto que deve ser tomada?
Inicialmente, deve-se calcular a quantidade de matéria de MgSO4 que deverá estar em 500,0 mL de
solução, pois sabemos que em 1 litro da solução deve haver 0,120 mol de MgSO4. Assim:
1 litro de solução -------------- 0,120 mol de MgSO4
0,5000 L de solução ----------- x
x = 0,0600 mol de MgSO4
Agora, basta calcular a massa correspondente à quantidade de matéria presente em 500,0 mL da
solução. Para isto, utiliza-se a massa molar de MgSO4 (120,37 g/mL):
1 mol de MgSO4 ---------------- 120,37 g de MgSO4
0,0600 mol de MgSO4 -------- y
y = 7,22 g de MgSO4
Portanto, para preparar 500,0 mL de solução aquosa de MgSO4 de concentração 0,120 mol/L, basta
dissolver em água 7,22 g do MgSO4 e levar o volume da solução até 500,0 mL (balão volumétrico).
Cabe ressaltar que, uma solução aquosa de mesma concentração molar pode ser preparada
dissolvendo o dobro da massa de MgSO4 em água suficiente para perfazer 1000,0 mL de solução ou
metade da massa de MgSO4 em água suficiente para obter 250,0 mL de solução.
b. Diluição de solução
Suponha que se necessite preparar 50,00 mL de uma solução aquosa de sulfato de magnésio, cuja
concentração em quantidade de matéria seja 0,0600 mol/L, a partir da solução preparada anteriormente.
Inicialmente, deve-se calcular a quantidade de matéria de MgSO4 que deverá estar em 50,00 mL de
solução, pois em 1 litro da solução deve haver 0,0600 mol de MgSO4. Desta forma:
1 litro de solução ---------------- 0,0600 mol de MgSO4
0,05000 L de solução ------------ x
x = 0,00300 mol de MgSO4
Agora, basta calcular que volume de solução de MgSO4 de concentração 0,120 mol/L corresponde
à quantidade de matéria presente em 50,00 mL da solução que se deseja preparar. Assim:
1 litro de solução ---------------- 0,120 mol de MgSO4
y ---------------- 0,00300 mol de MgSO4
y = 0,0250 L ou 25,0 mL de solução de MgSO4 0,120 mol/L
Portanto, para preparar 50,00 mL de solução aquosa de MgSO4 de concentração 0,0600 mol/L,
basta retirar uma alíquota de 25,0 mL da solução de anterior de concentração 0,120 mol/L, e completar com
água até atingir o volume de 50,00 mL (em um balão volumétrico).
c. Solução de soluto em estoque
Para soluções aquosas de algumas substâncias mais comuns existem tabelas de títulos em função
da densidade (tabela 1, para ácido sulfúrico, H2SO4). Isso permite que se calcule a concentração de soluto
em massa ou em quantidade de matéria. Como a tabela 1 mostra, uma solução aquosa de ácido sulfúrico
de densidade 1553,3 g/L tem título de 65%, significando que em um litro de solução, 1009,6 g são de ácido
e 543,7 g de água.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 12
Cabe ressaltar, entretanto, que essa relação entre título e densidade é utilizada mais comumente
para soluções concentradas comerciais. No caso de soluções diluídas, prefere-se utilizar diretamente
concentração em quantidade de matéria, já que a determinação precisa de suas densidades é mais difícil.
Tabela 1. Título e densidade de soluções aquosa de ácido sulfúrico, a 20C
Título (%) Densidade (g/L) Título (%) Densidade (g/L)
1 1005,1 80 1727,2
5 1013,1 82 1749,1
10 1066,1 84 1769,3
15 1102,0 86 1787,2
20 1139,4 88 1802,2
25 1178,3 90 1814,4
30 1218,5 91 1819,5
35 1260,0 92 1824,4
40 1302,8 93 1827,9 45 1347,6 94 1831,2
50 1395,1 95 1833,7
55 1445,3 96 1835,5
60 1498,3 97 1836,4
65 1553,3 98 1836,1
70 1610,5 99 1834,2
75 1669,2 100 1830,5
Fonte: WEAST, Robert C. Handbook of Chemistry and Physics 57ª ed., Cleveland, CRC Press, 1976.
Suponha, agora, que se necessite preparar 250,0 mL de uma solução aquosa de ácido sulfúrico
cuja concentração em quantidade de matéria seja 0,230 mol/L, a partir de solução em estoque de titulo 95%
e densidade 1,8337 g/mL. Como proceder para calcular o volume de solução em estoque de H2SO4 que
deve ser tomado?
Os dois primeiros passos do cálculo são os mesmos do cálculo anteriormente descrito para solutos
sólidos. Inicialmente se calcula a quantidade de matéria de H2SO4 que deverá estar em 250,0 mL de
solução de concentração 0,230 mol/L, ou seja:
1 litro de solução -------------- 0,230 mol de H2SO4
0,2500 L de solução ----------- x
x = 0,0575 mol de H2SO4
Utilizando a massa molar de H2SO4 (98,08 g/mol), calcula-se a massa de ácido necessária, isto é:
1 mol de H2SO4 --------------- 98,08 g de H2SO4
0,0575 mol de H2SO4 -------- y
y = 5,64 g de H2SO4
Mas, como determinar o volume de solução em estoque que contém essa massa de H2SO4? Isto é
feito utilizando-se o título e a densidade da solução em estoque. O título permite que se calcule qual a
massa de solução em estoque que contém essa massa de H2SO4 (o resto da massa é de água), e como o
título é 95%, então:
100 g de solução em estoque ----------- 95 g de H2SO4
z ----------- 5,64 g de H2SO4
z = 5,9 g de solução estoque
Finalmente, através da densidade, pode-se obter o volume de solução em estoque que contém a
massa desejada, ou seja:
1,8337 g de solução em estoque -----------1 mL de solução em estoque
5,9 g de solução em estoque --------------- w
w = 3,2 mL de solução em estoque
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 13
Portanto, para preparar 250,0 ml de solução aquosa de H2SO4 de concentração 0,230 mol/L, basta
adicionar à água 3,2 mL da solução em estoque de ácido concentrado e avolumar até 250,0 mL.
d. Técnicas de preparação de solução
No preparo de soluções, é muito importante minimizar os erros associados às medidas de volumes,
portanto, utiliza-se o balão volumétrico e a pipeta (Tabela 2 ilustra os valores dos limites de erros
usualmente associados aos volumes nominais de balões volumétricos).
Tabela 2. Limites de erros associados aos volumes nominais de balões volumétricos
Capacidade/mL Limite de erro/mL
1 0,010
2 0,015
5 0,02
10 0,02
25 0,03
50 0,05
100 0,08
250 0,12
500 0,20
1000 0,30
2000 0,50
Ao preparar uma solução, o soluto (sólido, líquido ou sua solução concentrada) deve ser
inicialmente dissolvido em um copo de béquer, utilizando-se um volume de solvente inferior ao volume final
de solução a ser preparado (caso haja desprendimento de calor, deve-se esperar até que solução volte à
temperatura ambiente). Em seguida, essa solução deve ser transferida quantitativamente, com auxílio de
um bastão de vidro e um funil, para um balão volumétrico de volume igual ao que se deseja preparar de
solução. Deve se ter o cuidado de lavar o copo de béquer, o funil e o bastão, com pequenas quantidades de
solvente, transferindo-as para o balão.
Adiciona-se solvente até que a parte inferior do menisco esteja tangenciando a marca indicativa no
pescoço do balão correspondente ao seu volume nominal. Preparada a solução, a mesma deve ser
homogeneizada invertendo-se o balão volumétrico (bem tampado) diversas vezes.
O procedimento de, inicialmente, dissolver o soluto em um béquer, ao invés de diretamente no
balão volumétrico, tem uma forte justificativa: por exemplo, a diluição de soluções concentradas de ácidos
ou bases (ou dissolução de bases) é, em geral, acompanhada por um grande desprendimento de calor
(reação exotérmica), o que eleva a temperatura da solução. Como o volume nominal dos balões
volumétricos, é geralmente, calibrado a 20C, não é recomendado colocar soluções aquecidas em balões,
nem expor os mesmos a temperaturas elevadas (por isso, não devem ser secos em estufas). O
desprendimento de calor ocasionado pela dissolução de soluções concentradas de ácidos é tão grande que
somente deve dissolvê-los em água, isto é, não se deve dissolver água neles, pois, nesse caso, a solução
pode chegar a ferver e espirrar. Portanto, JAMAIS ADICIONE ÁGUA À UMA SOLUÇÃO CONCENTRADA
DE UM ÁCIDO; sempre adicione o ácido à água.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 14
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Material Necessário
Soluto sólido, Solução aquosa concentrada de ácido, Pisseta com água destilada, Balões
volumétricos de diferentes capacidades, Copo de Becker, Funil, Bastão de vidro, Pipeta graduada,
Pipetador de borracha, Balança Digital, Etiquetas.
Procedimento
Os solutos, as concentrações molares a os volumes das soluções aquosas a serem preparados lhes
serão comunicados pelo professor.
Preparo de uma solução aquosa de um sal, a partir do soluto sólido.
Efetue os cálculos para determinar a massa de soluto necessária ao preparo da solução que lhe foi
comunicada. Mostre ao seu professor os cálculos realizados.
Prepare a solução de acordo com as técnicas descritas anteriormente. Ao final, coloque uma
etiqueta, no balão, contendo a fórmula e a concentração da solução.
Preparo de uma solução aquosa diluída a partir da solução preparada no item anterior (Diluição).
Inicialmente, efetue os cálculos para determinar o volume de solução a ser tomado. Retire o volume
de solução usando uma pipeta graduada com o auxilio de um pipetador de borracha (APENDICE 1). A
seguir, proceda de acordo com as técnicas descritas anteriormente.
Preparo de uma solução aquosa diluída de um ácido a partir da solução concentrada em estoque
Efetue os cálculos para determinar o volume de solução concentrada em estoque a ser utilizado na
preparação da solução que lhe foi comunicada. A seguir, proceda como no caso da solução anterior.
CUIDADOS: - Ácidos concentrados devem ser manipulados na capela.
- Nunca pipete com a boca.
- Sempre adicione o ácido concentrado à água.
Referências bibliográficas
ROCHA FILHO, R. C. Introdução a Química Experimental São Paulo, Mcgraw-Hill, 1990.
KOTZ, J. C. TREICHEL Jr. Química e Reações Químicas, Thomson Pioneira, 2005.
BOTTECCHIA, O. L. Teoria no laboratório de química, Scannser, Uberlândia, 2017.
APÊNDICE 1
Pipetador de Borracha
Existem diversas formas de se evitar o uso da boca durante a operação de pipetagem. Todavia, a mais prática e versátil é a utilização de um pipetador de borracha (Figura abaixo), que nada mais é que um bulbo de borracha no qual se pode fazer vácuo. Esse aparelho tem três válvulas para passagem de ar: A, S
e E. A válvula A ao ser pressionado, abre-se, permitindo retirar o ar do bulbo, isto é fazer vácuo; uma vez evacuado o bulbo ao se pressionar a válvula S, consegue-se succionar para dentro da pipeta o volume desejado de líquido. Finalmente, esse volume de líquido pode ser transferido, isto é, a pipeta pode ser
esvaziada, pressionando-se a válvula E.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 15
Experimento N
o 3
Determinação da densidade de substâncias sólidas e líquidas Objetivo: Este experimento tem como objetivo determinar a densidade de substâncias sólidas e líquidas.
Verificar que é possível reconhecer algumas substâncias sólidas através de suas densidades.
Introdução
As propriedades físicas da matéria agrupam-se em duas principais categorias: intensivas e
extensivas. Existem propriedades que independem da quantidade de matéria, por exemplo, a temperatura
de uma amostra não depende de seu tamanho e sim, do meio onde ela se encontra; já a massa depende
da quantidade de matéria. Desta forma, a temperatura é uma propriedade intensiva assim como o ponto de
fusão e a densidade. A temperatura também é uma propriedade que pode ser utilizada para determinar a
pureza de uma substância. O ponto de fusão e o de ebulição permanecem constantes durante a mudança
de estado físico de uma substância. A massa é uma propriedade extensiva, assim como o volume. É
importante lembrar que, relações entre propriedades extensivas, tem como resultado uma propriedade
intensiva. Exemplos destas relações são a densidade e a concentração.
Para entender o que é densidade, sabemos que toda amostra de matéria tem massa e ocupa um
espaço (volume) ao mesmo tempo. Assim, porções de matéria de um mesmo tipo, que tem volumes
diferentes, necessariamente tem massas diferentes. Tais massas são diretamente proporcionais aos
volumes e esta relação é representada por:
m = d . V (1)
onde m = massa ; d = densidade e V = volume ocupado pela substância.
Rearranjando a relação facilmente vemos que:
V
md (2)
Portanto, densidade é tão somente a grandeza que expressa quanto há de massa por unidade de
volume de uma dada porção de matéria.
Quando se dispõe de diversas amostras, de tamanhos diferentes, de um mesmo material, é
possível determinar a densidade do material através de um gráfico de m em função de V. A equação (1)
corresponde à equação de uma reta, sendo a densidade o coeficiente angular dessa reta. Outra maneira de
se determinar a densidade é pela utilização da equação (2). A determinação gráfica do valor da densidade
do material, a partir de valores de m e V de amostras de tamanhos distintos, é mais recomendável do que o
simples uso da equação (2) para uma única amostra. Isto se dá pelo fato de que, na construção da reta,
leva-se em conta várias medidas, minimizando assim eventuais erros.
A densidade é uma propriedade física de extrema importância na caracterização, identificação e
utilização de substâncias e materiais. Muitos processos químicos são controlados através da medida de
densidade. Valores de d em função da temperatura, podem ser encontrados em manuais técnicos como “
Handbook of Chemistry and Physics (CRC Press)” (ver referência na página 17).
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 16
Procedimento Experimental
– Material necessário
Amostras de diferentes metais;
Pisseta com água destilada;
Soluções aquosas de sal de diferentes concentrações (H2O destilada + NaCl);
Balança digital;
Provetas de diferentes capacidades;
Densímetro.
– Metodologia
1a Parte: Amostras sólidas
1) As amostras sólidas deverão ser pesadas.
** ANTES DE UTILIZAR A BALANÇA INDICADA, ACOMPANHAR ATENTATAMENTE AS INSTRUÇÕES
DADAS PELO PROFESSOR.
2) Faça uma medida com cada metal, anotando os valores obtidos.
3) Determinação do volume de cada amostra. ** Esta determinação deve ser feita escolhendo-se a proveta
de capacidade máxima mais adequada e, lembre-se, quanto mais o volume medido se aproximar da
capacidade máxima da proveta, MENOR será o erro associado à medida.
COMO FAZER A LEITURA: Com auxílio da pisseta, coloque água na proveta até aproximadamente metade
da capacidade total. Anotar esse volume de água. Introduzir na proveta, a amostra sólida previamente
pesada. Fazer isso inclinando a proveta de modo que se evite que a amostra desça bruscamente ao fundo,
espirrando água para fora ou mesmo danificando a proveta. Através de leves batidas na lateral da proveta,
fazer com que quaisquer bolhas de ar, eventualmente retidas na superfície da amostra, desprendam-se. Só
então, anotar o volume total (água + amostra).
4) Repetir o procedimento acima por mais duas vezes para a minimização de erros.
5) Anotar os dados na tabela abaixo.
Tabela 1 – Dados obtidos para as amostras sólidas
Amostra Massa (g) mmédio (g)
Volume (mL) Vmédio (mL)
m1 m2 m3 V1 V2 V3
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 17
Tabela 2 – Cálculo da densidade das amostras sólidas
Amostra mmédio (g) Vmédio (mL) dcalculada = m/V dtabelada
Ao final do procedimento experimental comparar os resultados obtidos com os resultados dos outros grupos.
2
a Parte: Determinação da densidade de amostras líquidas (H2O destilada e soluções aquosas de
sal).
1) Pesagem do líquido COMO FAZER : Para determinar a massa de um volume conhecido, de cada amostra líquida, pesar
inicialmente uma proveta adequada. A seguir, pesar novamente a proveta contendo líquido até seu volume máximo. Repetir o procedimento acima, três vezes para cada amostra, tomando sempre o MESMO VOLUME da amostra.
** NÃO SE ESQUEÇA de medir todas as temperaturas das amostras. 2) Anotar os valores obtidos na tabela.
Tabela 3 – Dados obtidos para as amostras líquidas.
Amostra Massa (g) mmédio
(g)
Volume (mL) Vmédio (mL)
m1 m2 m3 V1 V2 V3
Tabela 4 – Cálculo da densidade das amostras líquidas.
Amostra mmédio (g) Vmédio (mL) dcalculada = m/V ddensímetro dtabelada
3a Parte: Medição Direta
1) Medir a densidade de cada amostra líquida, usando um densímetro (instruções específicas serão
fornecidas pelo professor).
* Confrontar as medidas observadas no laboratório com a literatura e discutir
possíveis erros. * Discuta a precisão e a exatidão das medidas.
Bibliografia
SILVA, R.R.; BOCCHI, N; ROCHA-FILHO, R.C.; Introdução à Química Experimental, São Paulo, McGraw-Hill, 1990.
WEAST, R.C; Handbook of Chemistry and Physics, 57a ed., Cleveland, CRC Press, 1976.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 18
EXPERIMENTO No 4
CORRELAÇÃO ENTRE ESTRUTURA E PROPRIEDADES DE SÓLIDOS, LÍQUIDOS E
SOLUÇÕES.
Objetivo: O problema a ser resolvido nesta experiência é o da verificação das diferentes propriedades das
substâncias, em função do tipo de ligação existente.
Introdução
A formação de compostos pode resultar da transferência de um ou mais elétrons de um átomo para
outro. O composto iônico formado surge como resultado da atração das cargas elétricas opostas.
Os átomos podem, ainda, unir-se compartilhando elétrons para formar moléculas. A molécula
formada é um composto molecular.
Sólidos
As propriedades dos sólidos dependem da geometria e da estrutura do retículo cristalino
tridimensional. Depende, também, da natureza das unidades (átomos, íons, moléculas) nos pontos
reticulares e consequentemente das forças que mantém unidas estas unidades.
Os sólidos podem ser classificados em quatro tipos: iônico, molecular, covalente e metálico.
Num sólido iônico estão presentes nos pontos reticulares, íons positivos e negativos. Como as
forças eletrostáticas (ligações iônicas) são fortes e em todas as direções, é difícil distorcer o retículo (Figura
1). Por isso, os sólidos iônicos são tipicamente duros, quebradiços e possuem ponto de fusão
elevado. Tais sólidos não conduzem corrente elétrica, a não ser quando fundidos. Como exemplos temos
cloreto de sódio (NaCl) e fluoreto de cálcio (CaF2).
Figura 1. Retículo cristalino do NaCl.
Nos sólidos moleculares as unidades que ocupam os pontos reticulares são moléculas. Dentro de
cada molécula os átomos se mantêm unidos através de ligações covalentes, normalmente fortes: Quais
forças existem entre as moléculas nesse tipo de cristal? São forças relativamente fracas chamadas de
ligações de Van der Waals ou Interações intermoleculares.
Existem vários tipos de interações, sendo as mais importantes as forças dipolo-dipolo, as forças de
London (dipolo induzido-dipolo induzido) e as ligações de hidrogênio.
Arranjo dos íons na estrutura do
cloreto de sódio.
(a) Cela unitária, mostrando o
empacotamento dos íons
individuais: As esferas menores
são os cátions e as esferas
maiores os ânions.
(b) Representação da estrutura em
termos de pontos que identificam
o centro dos íons.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 19
Os sólidos moleculares tendem a apresentar pontos de fusão relativamente baixos, pois as
forças intermoleculares em geral são fracas. São tipicamente moles e não condutores de eletricidade.
Exemplos: gelo (H2O), iodo (I2), enxofre (S8) e fósforo (P4).
As estruturas cristalinas, mantidas pelo compartilhamento de pares de elétrons, constit uem um outro
tipo de sólido, conhecido como cristal covalente. Um exemplo comum de cristal covalente é o diamante.
Cada átomo de carbono, na estrutura do diamante, está ligado por covalência aos átomos de carbono
vizinhos, formando uma configuração tetraédrica. Outro exemplo é a sílica, onde a estrutura do cristal tem
como base o átomo de silício ligado por covalência a quatro átomos de oxigênio vizinhos. Cada um desses
átomos de oxigênio está, por sua vez, ligado aos átomos de silício e a rede continua onde as ligações Si-O-
Si se estendem através do cristal.
Figura 2. Estruturas de duas formas alotrópicas do carbono: diamante e grafite.
Devido ao fato dos átomos, nesse tipo de sólido covalente, estar fixos nos seus lugares por ligações
fortes e dirigidas, estas substâncias tendem a ter pontos de fusão altos. São geralmente muito duros e
não conduz corrente elétrica, nem como massa fundida. (Exceção: grafite)
As unidades que ocupam os pontos reticulares num sólido metálico são íons positivos. Por
exemplo, no sódio metálico pode-se considerar que cada Na perde um elétron formando uma nuvem
eletrônica que se espalha por todo o retículo. Estes elétrons não estão ligados a qualquer átomo ou mesmo
a um par, mas estão deslocalïzados sobre o cristal. Por isto são chamados elétrons livres. Os elétrons não
ligados na superfície do metal absorvem e irradiam a luz que incide na superfície, resultando no brilho
característico dos metais. Possuem alta condutividade térmica e elétrica.
A dureza e os pontos de fusão dos metais variam consideravelmente devido a variabilidade das
ligações. Por exemplo, o sódio é tão macio que pode ser cortado com uma faca e se funde a 98°C,
enquanto que o titânio é muito duro e se funde a 1725°C.
O processo de dissolução e a condutividade de corrente elétrica
A experiência nos tem mostrado que as substâncias em geral diferem largamente quanto à
solubilidade em vários solventes.
Quando uma substância se dissolve em outra, partículas do soluto (tanto moléculas como íons,
dependendo da natureza do soluto) devem ser distribuídas através do solvente e, de certo modo, as
partículas do soluto na solução ocupam posições que são normalmente ocupadas por moléculas do
solvente. A facilidade com que isso ocorre depende das intensidades relativas das forças entre as partículas
adjacentes do soluto (interações soluto-soluto) e entre as partículas do solvente (interações solvente-
solvente) antes do processo de dissolução, e as forças entre as partículas do soluto e as do solvente
Diamante Grafite
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 20
(interações soluto-solvente) após a dissolução. A medida que ocorre a dissolução, as forças soluto-soluto e
solvente-solvente são substituídas pelas forças soluto-solvente.
Consideremos, por exemplo, a solubilidade do composto iônico, cloreto de sódio. Essa substância é
solúvel em água, um solvente muito polar. As interações ion-dipolo que se formam, fortes e numerosas,
fornecem a energia necessária para superar as interações íon-íon e dipolo-dipolo, antes existentes.
Por outro lado, cloreto de sódio é insolúvel em tetracloreto de carbono, um solvente apolar. As
interações que se estabeleceriam tipo ion-dipolo induzido, são muito fracas para superar as interações ion-
ion existentes do soluto.
Tetracloreto de carbono, entretanto, é um bom solvente para solutos apolares, como o iodo.
Nota-se, então, que as substâncias tendem a dissolver-se em solventes quimicamente semelhantes
a elas, devido à proximidade das forças intermoleculares.
Por exemplo, na dissolução do cloreto de sódio em água, os íons resultantes, eletricamente
carregados, movem-se conduzindo corrente elétrica, o que pode ser utilizado como medida da
condutividade elétrica da solução. Desta forma, em função do comportamento em solução, as substâncias
podem ser classificadas em: eletrólitos (conduzem a corrente elétrica em solução) e não-eletrolitos (não
conduzem corrente elétrica em solução).
Procedimento experimental
1o Parte: Condutividade Elétrica
Material necessário
Barras de cobre e de ferro, Cloreto de sódio, Hidróxido de sódio, Sacarose, Sílica, Álcool etílico.
Soluções aquosas de: Cloreto de sódio, hidróxido de sódio, sacarose, ácido clorídrico (1M) e ácido
acético (1M).
Cloreto de sódio sólido em álcool etílico.
Água destilada, béquer, Dispositivo para testar a condutividade.
Para testar a condutividade elétrica das substâncias puras e das soluções (quadro abaixo), use um
dispositivo constituído de dois eletrodos em série com uma lâmpada, cujos terminais são ligados à rede
elétrica. Ao mergulhar os eletrodos em solução, por exemplo, se a lâmpada acender (forte ou fracamente) é
sinal de que o circuito se fecha pela presença de íons no sistema.
Para testar a condutividade dos sólidos (com exceção dos metálicos) coloque uma pequena
quantidade dos mesmos em diferentes copos de Becker. Para as soluções de solutos comuns, adicione um
pouco de água destilada e teste a condutividade das respectivas soluções.
CUIDADO: Limpe sempre os eletrodos ao passar de uma substância ou solução para outra.
Tabela 1. Classificação de algumas substâncias quanto ao aspecto físico e a condutividade elétrica no
estado puro e em soluções.
MATERIAL (“PURAS”) CONDUTIVIDADE CARACTERÍSTICA CLASSIFICAÇÃO
Cobre
Ferro
NaCl (S)
NaOH (S)
Sacarose, C12H22O11 (S)
Sílica, SiO2 (s)
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 21
H2O (l)
Alcool etílico, CH3CH2OH (l)
MATERIAL (MISTURAS) CONDUTIVIDADE CARACTERÍSTICA CLASSIFICAÇÃO
NaCl (aq)
NaOH (aq)
Sacarose (aq)
HCl (1M)
CH3COOH (1M)
NaCl em álcool etílico
2o Parte: Variação da solubilidade de diferentes solutos em diferentes solventes
Material necessário
Cloreto de sódio, Sulfato de bário, naftalina, Iodo, Álcool etílico, Tetracloreto de carbono.
Água destilada, Tubos de ensaio, Pipeta graduada.
Procedimento
- Coloque uma pequena quantidade de cloreto de sódio em três tubos de ensaio. Adicione 3 mL de
água destilada, clorofórmio e álcool etílico, respectivamente. Agite e observe a solubilidade.
- Repita o procedimento utilizando sulfato de bário, naftalina e iodo no lugar do cloreto de sódio.
- Misture, em 3 diferentes tubos de ensaio, quantidades iguais (cerca de 2 ml) de água destilada e
álcool etílico, água e tetracloreto de carbono e álcool etílico e tetracloreto de carbono. Agite e observe a
solubilidade dos líquidos.
Tabela 2. Teste de solubilidade.
NaCl BaSO4 Naftalina Iodo, I2 Álcool etílico Clorofórmio
H2O
Clorofórmio XXXXXXXX
Álcool etílico XXXXXXXX XXXXXXXX
Referencias bibliográfica
RUSSEL, J.B. Química Geral, São Paulo, McGraw-Hill, 1994.
SILVA, R.R.; BOCCHI, N; ROCHA-FILHO, R.C. Introdução à Química Experimental, São Paulo,
McGraw-Hill, 1990.
KOTZ, J. C. TREICHEL Jr. Química e Reações Químicas, Thomson Pioneira, 2005.
BROWN, T. L. et al, Química; A ciência central, Pearson Prentice Hall, São Paulo, 2005.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 22
EXPERIMENTO No 5
REAÇÕES DE OXI-REDUÇÃO E PILHAS
Objetivo O problema a ser resolvido nesta experiência é o da verificação e comparação da reatividade de
diferentes metais e a construção de um dispositivo onde a energia produzida por uma reação química possa
ser medida quantitativamente (pilha) como resultado da tendência de cada espécie em se oxidar ou se
reduzir.
Introdução
As substâncias, pela sua própria natureza, sempre apresentam uma tendência finita a receber ou
doar elétrons. Essa força propulsora dirige um grande número de reações químicas.
Uma classe de reações químicas, que merece destaque pela sua grande e importante aplicação
prática é a das reações de oxi-redução. Podemos defini-las como sendo reações onde ocorrem perdas de
elétrons por uma espécie e conseqüentemente, ganho de elétrons por outra. A espécie que perde elétrons
sofre oxidação, enquanto que a espécie que ganha elétrons sofre redução. A substância capaz de promover
a redução de outra é chamada de agente redutor, enquanto que a substância capaz de oxidar outra espécie
chamada de agente oxidante.
Por exemplo, quando uma barra de zinco metálico é colocada em contato com uma solução aquosa
de sulfato de cobre (CuSO4), conforme mostra a Figura 1, observa-se imediatamente a formação de um
depósito escuro de cobre metálico sobre a superfície do zinco e o desaparecimento da cor azul
característica da solução de CuSO4, indicando que os íons cúpricos, Cu2+
, são consumidos na reação. As
equações que representam os fenômenos ocorrendo na Figura 1 são representadas através de semi -
reações e reação global, dada por:
Zn (S) Zn2+
(aq) + 2e (Reação de oxidação)
Cu2+
(aq) + 2e Cu (S) (Reação de redução)
Zn (S) + Cu2+
(aq) Cu (S) + Zn2+
(aq) (Reação global) Eq.(1)
Figura 1 – Zinco metálico imerso em uma solução de CuSO4.
As espécies Zn (S) e Cu2+
(aq) possuem tendências opostas com relação a ganho e perda de elétrons,
daí a grande espontaneidade da reação entre elas. A maneira natural de verificar a espontaneidade de
diferentes pares de substâncias é observando se ocorre ou não, reação entre eles. Para permitir esta
comparação, foi atribuído um valor arbitrário de potencial igual a 0,00 V a tendência da semi-reação a seguir
sob as condições estipuladas como padrão (Temperatura: 25o C, Pressão: 1 atm e concentração dos íons
em solução igual a 1 mol/L):
2H+ (aq) + 2e
- H2 (g) E
o = 0,00 V Eq.(2)
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 23
A partir daí, foram medidas as diferenças de potencial de cada uma das diferentes espécies em
relação ao eletrodo padrão de hidrogênio, nas mesmas condições padrões.
A Tabela 1 ilustra alguns potenciais padrão de eletrodo obtidos desta maneira. Observe que a semi -
reação de eletrodo é escrita na forma de redução. Para se obter o potencial da reação inversa, a oxidação,
basta mudar o sinal da tensão (ou potencial) dada. No exemplo, da barra de zinco colocada em contato com
uma solução aquosa de CuSO4, é observado que o zinco metálico se oxida e os íons Cu2+
se reduzem.
Portanto, as possíveis reações e seus potenciais padrões são:
Zn (S) Zn2+
(aq) + 2e (Eo = + 0,76 V)
Cu2+
(aq) + 2e Cu (S) (Eo = +0,34 V)
Zn (S) + Cu2+
(aq) Cu (S) + Zn2+
(aq) (Eo = +1,10 V) Eq.(3)
Como pode ser verificado no exemplo acima, a previsão do potencial total da célula é feito com
base na adição dos potenciais padrão correspondentes as reações de eletrodo tal como ocorrem na célula.
O o resultante é numericamente igual ao potencial da célula galvânica medido experimentalmente. Uma
tensão positiva (o > 0) mostra que a reação ocorre espontaneamente e uma tensão negativa (
o 0)
mostra que a reação não ocorre espontaneamente . É muito importante salientar que, quando se multiplica
os coeficientes estequiométricos de uma semi-reação por um fator para que os elétrons sejam cancelados,
o potencial da mesma não deve ser multiplicado por este fator, porque as tensões produzidas pelas células,
no estado padrão são independentes das quantidades de reagentes e produtos.
Suponhamos, por exemplo, que a reação mencionada na Eq.(3) ocorra em um sistema montado
conforme Figura 2, no qual a barra de Zn encontra-se imersa numa solução de ZnSO4 e a barra de Cu
Encontra-se imersa em uma solução de CuSO4 e as duas barras encontram-se interligadas eletricamente
mediante um fio. Este dispositivo forma uma pilha. As duas metades da célula são chamadas de
compartimentos e podem ser ligadas tanto por uma placa porosa, bem como por uma ponte salina, a qual
consiste em um tubo em forma de U cheio de solução saturada de um eletrólito inerte, por exemplo, KCl.
A ponte salina é necessária para completar o circuito elétrico, as barras de Zn e Cu são
denominadas eletrodos e fornecem a superfície na qual ocorrem as reações de oxidação e redução. O
eletrodo onde ocorre a oxidação é denominado de anodo e o eletrodo onde ocorre a redução é chamado de
catodo (o catodo poderia consistir de um material inerte, porém condutor, como a platina ou o grafite). O
multímetro conectado ao circuito externo lê a diferença de potencial (ddp) ou voltagem entre os dois
eletrodos, geralmente expressa em volts, a qual nos dá uma medida da tendência das reações anódicas e
catódicas de ocorrerem. As pilhas que funcionam à base da versão acima descrita são também conhecidas
como PILHA DE DANIEL.
Figura 2 – Representação esquemática da pilha de Daniel.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 24
Assim, podemos ver que a redução de íons Cu2+
pelo Zno metálico pode ocorrer:
A – Diretamente, onde os elétrons são transferidos do Zno metálico diretamente para o Cu
2+ e libera-se
energia térmica.
B – Indiretamente, onde os elétrons passam pelo fio metálico externo para o eletrodo de cobre onde são
captados pelos íons Cu2+
em solução, para depositar Cuo metálico. Neste caso, a mesma quantidade total
de energia é liberada, mais aqui, sua maior parte é energia elétrica utilizável e não apenas energia térmica.
A espontaneidade da reação, medida pela voltagem de uma pilha, é uma característica tanto das
substâncias químicas envolvidas, bem como de suas concentrações. Para facilitar a comparação de
diferentes pilhas, cada uma deve ser caracterizada por um potencial medido sob o mesmo conjunto de
condições padrões de concentrações e temperatura (concentração 1M para todos os materiais dissolvidos,
1 atm de pressão para todos os gases e temperatura de 25 C). O potencial, medido sob essas condições é
chamado de potencial padrão da célula e é dado pelo símbolo Eo. Nestas condições, o potencial padrão
depende somente da natureza química dos reagentes e produtos. Por outro lado, medidas experimentais do
potencial de uma célula, em função dos reagentes e produtos, mostram que para qualquer reação geral,
aA + bB cC + dD,
o potencial total da célula E, é dado segundo a equação de Nernst por:
E = Eo – (0,059 / n) log ([C]
c [D]
d / [A]
a [B]
b)
onde: E = potencial da célula; Eo = potencial padrão da célula; n = número de elétrons envolvidos na
reação global da cela e [ ] = concentração molar dos produtos e reagentes.
Quando um processo químico se desenvolve em um aparelho como este chamado pilha
eletroquímica de energia, a energia liberada pelo sistema é, principalmente energia elétrica, que pode ser
utilizada para fins práticos como o de acender uma lâmpada ou operar um motor. Na próxima aula, veremos
como o processo químico que não ocorre espontaneamente pode ser levado a ocorrer com o fornecimento
de energia elétrica ao sistema, em um processo chamado eletrólise.
Neste experimento, pretende-se inicialmente estabelecer uma ordem crescente de força oxidante e
redutora de uma série de elementos metálicos, assim como discutir estas observações baseando-se
exclusivamente em fatos experimentais, sem auxílio de um multímetro. Por fim, construir uma pilha e medir
quantitativamente a energia produzida por uma reação química.
Procedimento experimental
Material:
Metais: Magnésio, zinco, cobre, ferro, alumínio.
Soluções aquosas 1 mol/L: cloreto de magnésio (MgCl2), sulfato de zinco (ZnSO4), sulfato de
cobre (CuSO4), cloreto ferroso (FeCl2), cloreto de alumínio (AlCl3) e ácido clorídrico (HCl).
Pilha: Becker, Tubos em U, Bastão de vidro, Voltímetro, Placa de Cobre, Placa de zinco, Solução
de ZnSO4, Solução de CuSO4, Agar-Agar, Solução de KCl
Procedimento 1
Limpe bem a superfície dos metais, lixando-os e lavando-os com água destilada. Seque-os em
seguida.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 25
Coloque pequenas quantidades de cada metal em diferentes tubos de ensaio. Em seguida, adicione
em cada tubo 1 mL de solução de cloreto de magnésio (MgCl2). Observe e anote em quais tubos ocorre
reação.
Repita o procedimento acima usando soluções de ZnSO4, CuSO4, FeCl2, AlCl3 e HCl diluído, de
acordo com o quadro abaixo. Use HCl concentrado para o Fe.
Íon metálico
Metal MgCl2 ZnSO4 CuSO4 FeCl2 AlCl3 HCl
Número de vezes
que o metal oxida
Mg X
Zn X
Cu X
Fe X
Al X
Número de vezes que
o íon metálico reduz
X
Procedimento 2
Construção da ponte salina
Num béquer de 150 mL coloque para ferver cerca de 75 mL de H2O destilada e adicione
aproximadamente 3,73 g de KCl e uma pequena porção de agar-agar. Agite com um bastão de vidro para
homogeneizar, despeje no tubo de vidro em forma de U e espere esfriar.
Obs. Cada grupo deve construir duas pontes salinas.
Construção da pilha e realização das medidas de potencial
Num béquer de 100 mL, coloque 50 mL de uma solução de ZnSO4 1M (já preparada) e num outro
béquer, de 100 mL coloque 50 mL de solução de CuSO4 1M (também já preparada).
Mergulhar os eletrodos de Zn e Cu nas soluções dos respectivos íons metálicos.
Unir os dois compartimentos com ponte salina.
Medir a diferença de potencial (ddp).
Indicar as semi-reações e a reação global. Qual é a função da ponte salina?
Associação das Pilhas em Série e em Paralelo
Monte adequadamente, duas pilhas de Zn e Cu, e meça rapidamente o potencial de cada uma.
Realize a associação das duas pilhas em série, conforme mostra o esquema e meça a ddp.
Comente o resultado.
Realize a associação de duas pilhas em paralelo, conforme o esquema, e meça a voltagem. Comente o
resultado.
Associação em série Associação em paralelo
V
- +
+ -
+ - V
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 26
Análise dos resultados do procedimento 1
Com base nos resultados experimentais, estabeleça uma ordem crescente de força oxidante e força
redutora dessas espécies.
Compare as seqüências de forças oxidantes e redutoras obtidas experimentalmente, com a tabela
de potenciais padrão de eletrodo. Há alguma discrepância?
Para cada sistema, escreva a semi-reação global, calcule o potencial padrão (∆Eo) usando os dados
da tabela 1 e verifique a espontaneidade de cada reação. Compare com os resultados obtidos
experimentalmente e explique as possíveis discrepâncias.
Referências Bibliográficas
RUSSEL, J.B. Química Geral, São Paulo, McGraw-Hill, 1994.
SILVA, R.R.; BOCCHI, N; ROCHA-FILHO, R.C. Introdução à Química Experimental, São Paulo,
McGraw-Hill, 1990.
KOTZ, J. C. TREICHEL Jr. Química e Reações Químicas, Thomson Pioneira, 2005.
BROWN, T. L. et al, Química; A ciência central, Pearson Prentice Hall, São Paulo, 2005.
BRADY, J.E. & HUMISTON, G.E., Química Geral, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos,
2002.
Tabela 1 – Algumas reações com seus respectivos valores de potencial padrão de redução (Eo).
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 27
EXPERIMENTO No 6
ELETROQUÍMICA: ELETRÓLISE
Objetivo: O aluno deverá construir um dispositivo onde a energia elétrica é utilizada para promover uma
reação química de oxi-redução não espontânea. Pretende-se também avaliar a hipótese da reversibilidade
dos processos eletroquímicos estudados.
Introdução:
No experimento anterior, verificou-se a ocorrência de reações químicas de oxi-redução espontânea,
que geram uma diferença de potencial, ddp, (PILHAS) podendo ser medida num dispositivo chamado
“voltímetro ou multímetro”.
O processo de eletrólise, que veremos na aula de hoje, ocorre quando uma corrente elétrica é
passada através de um eletrólito, provocando a ocorrência de reações químicas nos eletrodos, reações
essas que não ocorrem espontaneamente. O dispositivo utilizado chama-se célula eletrolítica.
O termo “Eletrólise” significa a quebra ou a decomposição da substância pela eletricidade.
Em princípio, qualquer reação química gerada em uma reação química em uma pilha pode se
processar no sentido inverso, ao se aplicar a esta pilha uma tensão oponente externa superior à tensão
produzida pela própria pilha (isto seria promover a reversibilidade de um processo eletroquímico). Um
exemplo clássico da reversibilidade de um processo eletroquímico é o recarregamento da bateria comum de
automóvel, bateria de chumbo, que fornece 6 ou 12 V, dependendo do número de pilhas usadas em sua
construção. Internamente, a bateria consiste em um número de pilhas ligadas em série, conforme poderá
ser verificado acompanhando a montagem feita pelo professor. Cada pilha individual fornece 2 V, assim
uma bateria de 12 V contém 6 dessas pilhas ligadas em série. Nestas pilhas, ocorrem as seguintes reações:
Anodo: Pb (S) + HSO4- (aq) PbSO4 (S) + H
+ + 2e
- E
o = 0,36 V
Catodo: PbO2 (S) + 3H+ (aq) + HSO4
- (aq) + 2e
- PbSO4 (S) + 2H2O E
o = 1,69 V
Reação Global: Pb (S) + PbO2 (S) + 2 HSO4- (aq) + 2 H
+ 2 PbSO4 (S) + 2H2O E
o = 2,05 V
Assim, PbSO4(S) é produzido em ambos os eletrodos, à medida que a pilha se descarrega.
Simultaneamente, H+ e HSO4
- são removidos da solução. Assim, a condição de uma bateria de chumbo
pode ser acompanhada por medidas de densidade da solução de H2SO4 (através de um densímetro). Numa
pilha completamente carregada, a concentração e a densidade da solução de H2SO4 são altas e na pilha
descarregada, a solução de H2SO4 é mais diluída e a sua densidade menor.
Na bateria de carro (6 pilhas ligadas em série), as reações nos eletrodos podem ser invertidas,
aplicando-se aos eletrodos um potencial ligeiramente maior que aquele produzido pela bateria. Neste caso,
estaríamos recarregando a bateria.
Procedimento Experimental
Materiais Necessários
Cuba eletrolítica, Soluções de Na2SO4 e NaCl, Solução de H2SO4 1M, Voltímetro, Fonte de corrente
contínua, Placa de níquel, Placa de chumbo, Solução de níquel (para niquelação).
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 28
Parte Experimental
Nesta aula, você deve acompanhar a montagem do sistema para as diversas eletrólises a serem
feitas junto com o professor.
Eletrólise da água em presença do eletrólito Na2SO4 (anote no seu caderno toda a montagem do
sistema e o que você observou após fechar o circuito e ligar os eletrodos a uma fonte de corrente contínua).
Montagem e recarregamento de uma bateria de chumbo.
- Em primeiro lugar acompanhe a montagem da bateria de chumbo (6 pilhas em série) e anote o
que ocorre ao ligá-la a uma fonte de corrente contínua. Qual o valor da voltagem (ddp) externa aplicada?
- Após desligar a fonte externa, anote a ddp que circula através do sistema.
- Acompanhe a montagem das seis pilhas da bateria de chumbo em paralelo e anot e o valor
potencial.
Eletrodeposição: Sobre uma placa de cobre previamente limpa e pesada, será feita numa cuba
adequada, uma niquelação (Observe e anote os resultados e faça um esquema do sistema utilizado).
Questões
1. Escreva as reações de oxi-redução que ocorrem no cátodo e anodo, na eletrólise realizada na
presença de Na2SO4.
2. No acumulador de chumbo, comente o valor da ddp observado para a montagem das 6 pilhas em
série.
3. Se você fosse recarregar uma bateria, qual das associações (em série ou em paralelo) você
utilizaria? Por quê?
4. Qual a finalidade, que você supõe, de se fazer uma niquelação?
Referencias Bibliográfica
KOTZ, J. C. TREICHEL Jr. Química e Reações Químicas, Thomson Pioneira, 2005.
BROWN, T. L. et al, Química; A ciência central, Pearson Prentice Hall, São Paulo, 2005.
RUSSEL, J.B. Química Geral, McGraw-Hill, São Paulo, 1982.
BRADY, J.E. & HUMISTON, G.E., Química Geral, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos,
2002.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 29
EXPERIMENTO No 07
CORROSÃO METÁLICA – CORROSÃO ELETROQUÍMICA DO AÇO
Objetivo: Demonstrar a ação da corrosão eletroquímica sobre uma barra de aço e comparar as condições
ambientais que favorecem ou retardam o processo de oxidação.
Introdução
Denomina-se corrosão à deterioração de um material pela ação do meio ambiente sobre ele,
podendo estar ou não associados a esforços mecânicos. A corrosão pode incidir sobre diversos tipos de
materiais, sejam metálicos (aços ou ligas) ou não metálicos (plástico, cerâmica ou concreto).
A corrosão metálica, deterioração de um material metálico, por ação química ou eletroquímica do
meio ambiente, representa alterações prejudiciais tais como desgastes, variações químicas ou modificações
estruturais.
Tal deterioração de peças e estruturas metálicas constitui um problema tecnológico bastante grave,
representando grande perda econômica e consumo de recursos esgotáveis.
Não é difícil avaliar a facilidade que se instala um processo de corrosão metálica, considerando que
o estado livre não é a forma natural de ocorrência da maioria dos metais ut ilizados. Isto faz da corrosão
metálica um processo espontâneo e sem os mecanismos adequados de proteção seria desaconselhado o
uso de materiais metálicos em nosso ambiente.
No entanto, a velocidade de tais reações muitas vezes é lenta, o que possibilita o uso generalizado
de metais em nossa tecnologia, desde que sejam estudadas e controladas as condições de uso.
Sendo a corrosão metálica um processo que começa geralmente pela superfície, muitas vezes, o
produto da corrosão (óxidos e sais formados) pode agir como uma barreira entre o meio corrosivo e o metal,
diminuindo a velocidade da corrosão. Outras vezes, tais produtos pouco influenciam no processo. Não são
raros também os casos onde aceleram.
Para o controle da corrosão, ou seja, prevenção das reações químicas indesejáveis, é importante
um estudo conjunto de três fatores: material metálico, meio corrosivo e condições operacionais.
Cada caso de corrosão é um problema específico que merece um estudo especial. Entretanto,
muitos fatores comuns podem ser estudados e existem vários métodos de preservação que assumem
caráter geral.
Alguns desses métodos consistem na eliminação de fatores corrosivos de meios (modificações do
meio corrosivo), outros prevêem cuidados especiais (prevenção pelo projeto). E ainda, outros procuram
melhorar a qualidade dos filmes que naturalmente recobrem a maioria dos metais ou então construir um
filme protetor entre o metal o meio exterior (modificação de películas ou revestimentos).
Podem-se classificar as películas protetivas em dois tipos:
Naturais: Forma-se naturalmente em contato com o ambiente (para metais cujo filme possui
propriedades inibidoras de corrosão: ex. Al2O3, Cr2O3, CuCO3, etc.). Ou são obtidas pela introdução
de agentes inibidores na própria obtenção da liga (ex: adição de cromo e níquel no aço inoxidável).
Artificiais ou sintéticas: Revestimentos metálicos (empregando outros metais nobres).
Revestimentos orgânicos (tintas, lacas, vernizes, óleos, graxas, resinas teflon, etc). Revestimentos
inorgânicos (vernizes, vidros, cimento, concreto, produtos argilosos, etc).
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 30
De acordo com o meio corrosivo e o material, podem ser apresentados diferentes mecanismos para
os processos corrosivos.
Basicamente, podemos classificá-las em dois tipos:
Mecanismo químico: reações químicas diretas entre o material metálico e o meio corrosivo, as
quais ocorrem em meio seco e temperaturas mais altas.
Mecanismo eletroquímico: reações químicas que envolvem transferência de carga ou de
elétrons através de um eletrólito que pode estar dissolvido em água ou no estado fundido,
normalmente a temperatura ambiente e são mais freqüentes na natureza.
1. O mecanismo de corrosão química seca, geralmente decorre do ataque aos metais em
temperaturas elevadas, por gases ou vapores, em ausência de umidade ou em solventes orgânicos
anidros.
Como exemplo pode citar, entre outros:
Ataque dos metais como níquel, por monóxido de carbono.
Ni + 4 CO Ni(CO)4 (LÍQUIDO VOLÁTIL)
A deterioração do concreto, pela ação do sulfato.
Ca(OH)2 + H2SO4 CaSO4 + 2H2O
3[CaSO4.2H2O] + 3CaO.Al2O3.6H2O + 19H2O 3CaO.Al2O3 + 3CaSO4. 31H2O
ALUMINATO SULFO ALUMINATO
TRICALCIO HIDRATADO DE CÁLCIO
O aluminato tricálcio hidratado constituinte normal do cimento em presença de sulfato de cálcio
forma cristais de sulfa aluminato de cálcio, causando aumento de volume e desagregação do concreto.
2. Já o mecanismo de degradação eletroquímica, é mais generalizado, pois decorre da formação de
pilhas, em meio úmido ou eletrolítico. Isto porque, tendo-se uma peça metálica mergulhada em um
eletrólito têm-se todos os elementos necessários para formar uma pilha, quanto como condutor.
Assim nas ligas, resultam as chamadas heterogeneidades primárias, ou seja, inerentes à própria
liga que geram uma diferença de potencial em meio de eletrólito, compondo as pilhas.
Os meios corrosivos mais freqüentemente encontrados são os seguintes: atmosfera úmida, águas
naturais ou soluções aquosas, solo e sais fundidos.
O mecanismo da corrosão úmida do aço pode ser explicado através das equações que seguem:
Região Anódica Fe Fe2+ + 2e
Região Catódica
Meio Neutro 2H2O + 2e H2 (meio não aerado)
Ou Básico H2O + ½ O2 + 2e 2OH- (meio aerado)
Meio Ácido 2H+ + 2e H2 (meio não aerado)
Ou Neutro 2H+ + ½ O2 + 2e H2O (meio aerado)
Dependendo do meio, pode ocorrer a formação de FeO, Fe2O3, Fe(OH)2 ou Fe(OH)3, esses
produtos se formam em uma região intermediária, entre a região anódica e a região catódica.
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 31
Procedimento experimental
Será investigada a corrosão úmida do ferro sob diferentes condições, em meio neutro ou
ligeiramente básico (águas naturais). Os pregos de aço serão colocados em um gel (agar-ágar), contendo
fenolftaleína e ferricianeto de potássio.
Prepare as barras de aço da seguinte maneira:
Lixe bem 6 pregos até que fiquem brilhantes e evite engordura-los;
Entorte o primeiro na forma de V, com um alicate;
Enrole ao redor do segundo um fio de cobre previamente lixado;
Enrole ao redor do 3o e 4
o, fios de zinco (Zn) e estanho (Sn), respectivamente;
Aqueça previamente o 5o na zona mais quente da chama por alguns segundos;
Deixe o 6o inalterado como padrão.
Prepare o gel, aquecendo 100 mL de água em um béquer de 250 mL. Adicione 1 g de agar-ágar e
agite até completa dissolução. Acrescente 5 g de NaCl sob agitação e adicione 2 gotas de solução de
fenolftaleína e 0,5 mL de solução de ferricianeto de potássio (0.1M).
Despeje o gel numa placa de Petri e coloque, delicadamente, cada prego, separado um do outro.
Deixe esfriar, observe e esquematize cada sistema analisando os componentes das pilhas.
Resultados
Prego Observações Possíveis semi-reações e reações globais
1o
2o
3o
4o
Engenharia Mecânica, Mecatrônica e Aeronáutica/Laboratório de Química Básica 32
5o
6o
Informações adicionais
Fe2+
+ K3 [Fe(CN)6] KFe2+
[Fe(CN)6]
FERRICIANETO FERRICIANETO FÉRRICO
(AZUL DE TURNBALL)
KFe[Fe(CN)6] é decomposto pelo NaOH Fe(OH)3
(PPT. AMARELO DE HIDRÓXIDO FÉRRICO)
Zn(OH)2 (PPT. BRANCO DE HIDRÓXIDO DE ZINCO).
Referências Bibliográficas
KOTZ, J. C. TREICHEL Jr. Química e Reações Químicas, Thomson Pioneira, 2005.
BROWN, T. L. et al, Química; A ciência central, Pearson Prentice Hall, São Paulo, 2005.
RUSSEL, J.B. Química Geral, McGraw-Hill, São Paulo, 1982.
GENTIL, V. Corrosão. Guanabara Dois, Rio de Janeiro, 1982 – 2a Edição.