Structuralism and Its Aftermath in The Fiction of Henry James
Structuralism (Psychology) (portuguese-br)
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1
UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA - CAMPUS ERECHIM
CURSO DE PSICOLOGIA/2013
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
PROFESSOR FELIPE BIASUS
ESTRUTURALISMO
ANDRÉ PATZER
BIANCA FIGUEIREDO
DANRLEY MARCHIORI
LAURA ORO
LAÍS MUNTINI
RENAN BOIANI
SUZANA PELIZZA
ERECHIM
02/05/2013
2
ÍNDICE
INTRODUÇÃO............................................................................................................................03
A VIDA DE TITCHENER.............................................................................................................04
MARGARET FROY WASHBURN...................................................................................06
ESTRUTURALISMO...................................................................................................................07
METODOLOGIA DO ESTRUTURALISMO.....................................................................08
ERRO DE ESTÍMULO.....................................................................................................08
INTROSPECÇÃO............................................................................................................09
OS ELEMENTOS DA CONSCIÊNCIA........................................................................................10
CRÍTICAS AO ESTRUTURALISMO...........................................................................................11
DECADÊNCIA DO ESTRUTURALISMO....................................................................................12
CONSIDERAÇÕES.....................................................................................................................13
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................14
3
INTRODUÇÃO
Durante a segunda década do séc. XX, cinco principais pontos de vista tornaram-se foco do
dedicado trabalho teórico dos psicólogos; cada uma dessas escolas teve suas convicções
particulares a respeito da definição da psicologia, da tarefa da psicologia, e dos métodos
adequados à execução dela. Um desses pontos de vista foi o estruturalismo de Wundt e de
Titchener, que pretendiam descobrir tudo a respeito do conteúdo da mente e a estudavam por
introspecção.
Wundt procurou compreender a estrutura da mente e desenvolver um sistema
psicológico rigoroso. Um de deus mais destacados discípulos, Edward Bradford Titchener
(1867-1927) prosseguiu a tradição sistemática, quase autoritária de Wundt, introduzindo-a nos
Estados Unidos.
Neste trabalho, veremos qual foi o significado do estruturalismo para a Psicologia e
seus métodos de estudo, assim como explicar o que levou esta escola a ter uma história um
tanto curta sem o seu maior contribuidor.
4
A VIDA DE TITCHENER
Edward Bradford
Tichener, nascido em 11 de
janeiro de 1867, na cidade de
Chichester, Inglaterra, foi criador
da primeiro escola da psicologia,
o Estruturalismo.
Quando jovem, devido a
sua considerável capacidade
intelectual obteve bolsas de
estudo para frequentar a
faculdade. Frequentou a Marveln
College e mais tarde a Brasenose
College, sendo esta uma das
faculdades integrantes da Oxford
University, onde ingressou em
1885. Um fato que se refere a
sua vida antes de ingressar em
Oxford: a vontade de sua família
era para que ele fosse para
Cambridge, porém, independente
como era, acabou escolhendo a
Brasenose College. Na Oxford
University estudou filosofia e seus
clássicos, porém também apreciava
textos de Charles Darwin e Thomas H.
Hurley. Em Oxford, além de estudar, ele trabalhou como assistente de pesquisas em fisiologia.
Quando estava no quinto ano, Titchener trabalhou no laboratório do psicólogo John
Scott Burdon-Sanderson (1828-1905), realizando o que hoje é descrito como pesquisa em
psicologia comparada ou etologia - estudos a respeito da coloração protetora dos ovos e da
palatabilidade dos insetos.
Formou-se em 1890 aos 23 anos, com um diploma de bacharel e um grande interesse
na nova ciência chamada psicologia fisiológica. No mesmo ano, viajou para Liepzig, onde
iniciou seus estudos com Wundt. Titchener era um admirador da sociedade e cultura alemã.
Após dois anos estudando sob a orientação de Wundt recebeu o diploma de doutor com
a tese "The Effects of Binocular and Monocular Stimuli" (Os efeitos dos estímulos binoculares e
monoculares). Depois deste tempo com Wundt, Tichener se considerava um verdadeiro
Wundtiano.
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Sua viagem aos EUA iniciou-se quando Frank Angell (1857-1939) deixou seu
laboratório de psicologia em Cornell, laboratório que ele mesmo havia criado, para aceitar um
cargo na Stanford University. Angel indicou Tichener para substituí-lo. Não satisfeito com a falta
de espaço para o ensino da psicologia em Oxford, Tichener aceitou o cargo e partiu então para
os EUA, chegando em 1892.
Tichener, embora falasse ser um fiel seguidor das doutrinas de Wundt, acabou por criar
seus próprios métodos. Mesmo assim, a influência de Wundt sobre Titchener era tão forte que
em Cornell, aqueles que não o conheciam bem, achavam que ele era alemão, tanto pelo jeito
autocrático como por sua barba volumosa.
Embora Tichener continuasse a excluir mulheres das reuniões dos experimentalistas,
encorajava e apoiava seu progresso na psicologia. Mais de um terço dos 56 doutorados
concedidos por Titchener foi para mulheres. A primeira orientada de Tichener foi Margaret Floy
Washburn (1871 - 1939), fato muito surpreendente para a época. Sua tese "On The Influence
of Visual Imagery on Judgments of Tactual Distance and Direction" (Sobre a Influência da
Imagem Visual nos Julgamentos de Distância e Direção) foi publicada por Wundt em
Philosophisce Studien. E em 1894, Margaret foi a primeira mulher a doutorar-se em psicologia.
Entre 1893 e 1900, Titchener implementou seu laboratório, conduziu pesquisas e
escreveu artigos acadêmicos, publicando num total de mais de 60 trabalhos. Durante seu
trabalho na Cornell, orientou mais de 50 doutorandos em psicologia, cujas dissertações eram
em sua maioria inspiradas em suas ideias. Exerceu uma grande autoridade na seleção dos
temas das pesquisas, atribuindo em sua maioria, questões de seu próprio interesse. Desta
forma, criou o sistema do estruturalismo, que mais tarde alegou ser a "única psicologia
científica digna de nome".
Em seu trabalho na Universidade de Cornell, Titchener era muito admirado e procurado,
sendo que suas aulas reuniam sempre um número extraordinário de alunos, que a descreviam
como muito teatrais e em envolviam a maioria dos seus assistentes. Trabalhou durante 35 anos
em Cornell, sendo que conforme sua idade ia avançando, começou a lecionar apenas nas
segundas-feiras à tarde na primavera.
Segundo o ex-aluno Karl Dallenbach (1887 - 1971) Titchener afirmar que "um aluno não
pode ter esperança de tornar-se psicólogo enquanto não aprender a fumar". A afirmação fez
com que grande parte de seus alunos começassem a fumar charutos, pelo menos em sua
presença.
Titchener faleceu no dia 3 de agosto de 1927, aos 60 anos, de tumor cerebral, na
cidade de Ithaca, no estado de Nova York, EUA.
6
MARGARET FLOY WASHBURN
Margaret Floy Washburn (1871 - 1939) se matriculou na Univerdade de Vassar em 1886. Após se formar em 1891, Washburn se mudou para Nova York, aonde ela pretendia estudar sob a instrução de James Cattell, na Universidade de Columbia.
Naquele época, a universidade não aceitava mulheres para os cursos de pós-graduação. Ela foi aceita apenas na metade do semestre, depois de reuniões dos investidores da Universidade discutirem sua matrícula. Uma vez admitida apenas como ouvinte, Cattell não a diferenciava dos outros alunos.
Em 1892, Cattell recomendou a Margaret que se transferisse para Cornell, pois estavam aceitando mulheres nos cursos de pós-graduação. Titchener começou a lecionar na Univerdade no mesmo ano, fazendo de Margaret sua
primeira aluna. Ela estudava Psicologia com ênfase em Filosofia e Ética.
Em seu segundo ano estudando em Cornell, foi oferecido a Washburn uma posição de presidente da parte psicológica na Western Reserve University. Após ter renunciado a oferta, Washburn passou a se focar em seu tese de doutorado "Sobre a Influência da Imagem Visual nos Julgamentos de Distância e Direção". Em julho de 1894, Washburn tornou a primeira mulher a receber o diploma de doutora em Psicologia nos EUA.
Após trabalhar na Univerdade de Wells por seis anos (focando seu trabalho na integração do estruturalismo de Titchener e o fluxo da consciência de William James), voltou para Cornell para fazer se concentrar em sua pesquisa sobre cores. No seu segundo ano de volta à Cornell, foi convidada a lecionar Psicologia.
Em 1921, foi eleita presidenta da APA (American Psychological Association). Durante sua presidência, Washburn se esforçou para desenvolver jornais de artigos psicológicos e participou da grande batalha entre teóricos estruturalistas e behavioristas. Em 1929 foi eleita membro da prestigiada SEP (Society of Experimental Psychologists), fundada por Titchener em 1904.
(Essa breve menção ao sucesso de Washburn tem o intuito de salientar o constante apoio de Titchener à mulher na Psicologia.)
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ESTRUTURALISMO
A psicologia introspectiva recebeu o nome de Estruturalismo, ou Existencialismo. O
sistema criado por Titchener foi um refinamento da Psicologia do seu mentor, Wundt. A tarefa
principal do psicólogo era descobrir a natureza das experiências conscientes elementares e
suas relações recíprocas pela introspecção; uma pessoa altamente adestrada era um
instrumento necessário.
Seu significado deu um impulso científico à Psicologia, ligando pela primeira vez a
Psicologia como empreendimento científico e acadêmico separados pela filosofia e fisiologia. A
psicologia introspectiva era necessário para Titchener e Wundt para o estudo contemporâneo.
Os sistemas de Titchener e Wundt eram basicamente idênticos, pois Titchener se
baseava muito nos idealismos alemães aprendidos em seu tempo em Liepzig. Wundt foi o
precursor do estruturalismo.
A filosofia de Wundt não era materialista nem espiritualista, opôs-se ao materialismo por
não acreditar que uma ciência da mente pudesse ser desenvolvida através das investigações
físicas do cérebro, e que o estudo da mente deve ser uma ciência experimental, usando a
introspecção (observação controlada) como principal método. Muitos seguiram a liderança de
Wundt, nenhum discordou de suas ideias, mas surgiram vários tipos de linhagem que eram
discordantes da de Wundt.
Franz Brentano (1838 - 1917) foi um grande aristotélico, e competidor de Wundt e
Titchener. Seu nome está associado à Psicologia do Ato, e não ao conteúdo mental.
Carl Stumpf (1848 - 1936) foi o maior competidor de Wundt influenciado por Brentano.
A discordância viria por Stumpf adotar o ponto de vista fenomenológico e o Wundt a análise da
introspecção. Seu maior objetivo de estudo foi a audição através da música.
Georg Elias Müller (1850 - 1921) foi o mais produtivo psicólogo experimental da época.
Sua principal obra foi nos domínios da memória da metodologia Psicofísica e da visão.
Desenvolveu a teoria da interferência para explicar o fenômeno do esquecimento, e adotou
técnicas psicofísicas de Fechner e ampliou a teoria sobre a visão das cores.
Oswald Kulpe (1862 - 1915) foi treinado por Wundt por pouco tempo e depois por
Müller, tornou-se amigo de Titchener em Leipzig. Sua carreira foi dedicada à esforços mais ou
menos clássicos de pesquisa.
As ciências se erguiam sob os mesmo alicerces. Titchener traçou analogias, dizia que o
experimento deveria ser repetido inúmeras vezes, para ter mais clareza e rigor. Seu principal
objetivo foi analisar a estrutura da mente, e mesmo assim, era difícil entender o que Titchener
pensava a respeito da mente e da consciência.
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METODOLOGIA DO ESTRUTURALISMO
A consciência por Titchener foi definida como uma soma total das experiências de uma
pessoa, e a mente era a soma total das experiências desde o nascimento até a morte. A
finalidade era a análise da experiência concreta em seus componentes mais simples, descobrir
como esses elementos se combinam e quais suas leis, e correlacioná-los com condições
fisiológicas. Para Titchener o erro de estímulo significava o erro de prestar a atenção e informar
sobre as propriedades conhecidas do estímulo, mais do que a própria experiência sensorial.
Titchener não negou o estudo do comportamento das crianças e dos animais pois
proporcionava informações valiosas, o que ele negava era que as informações obtidas fossem
psicológicas. O experimentalismo rígido de Wundt teve uma expressão mais exagerada em
Titchener: ele aceitava o paralelismo psicofísico de Wundt para o problema mente-corpo, mas a
filosofia não lhe interessava, aceitou porque queria continuar o estudo da psicologia com a
metodologia em que ele próprio acreditava. O experimento psicológico deveria ser uma
introspecção controlada, mantendo-se em estados de consciência mediante as condições
externas e variando-se um de cada vez, o experimentador só precisava registrar os
comentários do introspector adestrado.
A metodologia da escola estruturalista era a introspecção. A introspecção de Titchener
era bem trabalhada e só podia ser feita através de observadores excepcionalmente treinados,
para os observadores não adestrados, seria difícil aplicar o método. O psicólogo estruturalista
acredita estar interessado em algo carente de significação, o conteúdo puro da experiência. As
descobertas da introspecção nem sempre tem uma concordância geral mesmo com um
controle muito cuidadoso das condições. Se tivesse sido possível assegurar uma concordância
científica para os achados da introspecção, a escola estruturalista talvez pudesse ter
continuado a ser até hoje uma força vital para o estudo da Psicologia.
A definição estruturalista de Psicologia foi o estudo analítico da mente humana adulta
normal e generalizada realizada mediante introspecção. Os postulados do estruturalismo não
são explicados de uma forma facilmente acessível. Talvez a maior contribuição para a
Psicologia tenha sido as críticas que suscitou. Os psicólogos que confiavam nesse método não
estavam obtendo resultados, pois o pensamento parecia se desenvolver independente dos
elementos e da análise introspectiva.
ERRO DE ESTÍMULO
No estudo da experiência consciente da pessoa, o estudioso chamou atenção, para a possibilidade de se cometer um erro, fato que ele denominou como erro de estímulo, que origina um conflito entre o objeto que está sendo observado, e o processo da mente do indivíduo que está envolvido. Como exemplo, Titchener, cita o fato de que, se for mostrada uma fruta a alguém, e for solicitado que a descreva, provavelmente ela dirá que se trata de uma fruta, porém não informará as características da fruta, como a forma, cor e brilho.
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Essa ausência de descrição dos elementos, que a constituem, é que foi denominada pelo teórico, de erro de estímulo, já que as características não foram mencionadas, somente foi descrito o que era mais simples,e já conhecido, acontecendo nesse acaso, uma interpretação por parte do observador, e não uma análise.
INTROSPECÇÃO
O primeiro método utilizado pela Psicologia científica foi o método introspectivo e surgiu
com a corrente do Estruturalismo sendo assim criada, também, pelo W. Wundt. Este método é
um método analítico e divide-se em três grandes momentos:
1. o sujeito que vive um certo estado de consciência auto-observa-se; 2. fala com o psicológico dizendo o que se passa na sua mente; 3. o psicólogo registra e interpreta o que é descrito.
Como se pode concluir, a mesma pessoa é observador e observado ao mesmo tempo. Por outro lado, quem analisa e interpreta é o psicólogo.
O método utilizado pelo estruturalismo é o da Introspecção, diferente da introspecção defendida por Wilhelm Wund que enfatizava o todo, Titchener enfatizava as partes. A introspecção é definida como um relato verbal baseado na vivencia.
Para Edward sua principal base ou método de estudos concentrava-se nos elementos propriamente ditos. Ele acreditava que a Psicologia deveria procurar descobrir a natureza das experiências conscientes. Esta experiência consciente, segundo Titchener é dependente do indivíduo que a vivencia, diferindo da estudada por cientistas de outras áreas. Por exemplo, tanto a Física como a Psicologia tem condições de estudar a luz ou o som, porém, cada profissional terá orientação, métodos e objetivos diferentes. Um exemplo da física citado por Edward Titchener é o fato de uma sala poder estar a uma temperatura de 30ºC, independente de ter ou não alguém nesta sala para senti-la. Nesse caso, mesmo que não haja ninguém na sala, a temperatura será a mesma. Já no enfoque da psicologia, se houver um sujeito como observador dessa sala, ele poderá relatar que sente um calor desconfortável ou não, dependendo de suas experiências com a sensação de calor.
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OS ELEMENTOS DA CONSCIÊNCIA
Para o Estruturalismo os 3 elementos da Consciência são:
► As sensações: que são os elementos básicos da percepção e ocorrem nos sons, nas visões, nos cheiros e em outras experiências evocadas por objetos físicos do ambiente.
► As imagens: são elementos de idéias e estão no processo que reflete experiências não concretamente presentes no momento, como a lembrança de uma experiência passada.
► Os estados afetivos, afetos ou sentimentos: são elementos da emoção que estão presentes em experiências como o amor, o ódio ou a tristeza.
Mesmo Titchener colocando sensações e imagens como componentes diferentes da consciência, as fronteiras que os delimitavam não se apresentavam de forma muito clara. Para ele as sensações eram elementos da percepção que se manifestavam a partir da estimulação ocasionada por objetos físicos. Ou seja, as imagens eram elementos das idéias e por isso encontravam-se integradas ao processo de lembranças e de experiências passadas, não estando o estímulo presente fisicamente.
Edward Titchner escreveu assim, sobre os elementos da mente:
“O mundo da Psicologia contém aparências e nuanças e toques; é o mundo da escuridão e da luz, do ruído e do silêncio, do áspero e do macio; seu espaço às vezes é grande e às vezes é pequeno, como
sabem todos aqueles que, na idade adulta, voltaram a [...] casa de infância; seu tempo às vezes é curto e às vezes é longo [...]. Contém também pensamentos, emoções, memórias, imaginações, volições
[escolhas] que naturalmente atribuímos à mente...“ (Titchner, in Davidff, 2001; p. 10).
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CRÍTICAS AO ESTRUTURALISMO
Titchener foi muito conhecido pela persistência para com seus pontos de vista.
Enquanto o pensamento intelectual americano e europeu sofria constante metamorfose, o
sistema formal de Titchener não mudava. A psicologia estrutural chegou, inclusive, a ser
considerada uma futilidade no mundo dos estudiosos.
Titchener acreditava fielmente em seus estudos e pensava estar estabelecendo uma
base para a psicologia, mas o Estruturalismo morreu juntamente com seu criador. Tal Escola
da psicologia só se manteve ativa por tanto tempo devido à personalidade extremamente
dominadora de Titchener.
As críticas mais relevantes em relação ao método de introspecção eram voltadas ao
tipo de observação praticada nos laboratórios de Titchener. O filósofo alemão Auguste Comte
chegou a criticar o método introspectivo, alegando que “se a mente fosse de fato capaz de
observar as próprias atividades, teria de se dividir em duas partes: uma observadora e outra
observada”. Para ele isso seria, obviamente, impossível.
Os principais alvos de críticas nos tipos de observações praticadas em laboratórios era
a definição, já que, aparentemente, Titchener tinha dificuldade em dar uma definição exata para
tal método uma vez que o mesmo possui um termo genérico e costuma abranger um grupo
indefinido enorme de procedimentos metodológicos específicos.
O segundo maior alvo de críticas à metodologia de Titchener estava relacionada com a
tarefa principal que os observadores estruturalistas eram instruídos para executar. Os alunos
eram obrigados a ignorar algumas classes de palavras que faziam parte do seu vocabulário
comum. O interesse do estruturalista não deveria se concentrar no conjunto de sensações
resumidas de uma palavra, mas nas formas básicas específicas da experiência.
A definição estruturalista de Titchener se tornou alvo de ataques constantes. Nos
últimos anos de vida de Titchener, os estudiosos já haviam excluído várias especialidades do
escopo da psicologia, porque elas não estavam de acordo com sua visão moderna de
psicologia.
O conceito de psicologia de Titchener era tão restrito que ele não considerava a
psicologia infantil e animal como psicologia. Tanta restrição acabou não permitindo que os
novos trabalhos feitos e novas direções exploradas fossem incluídos em seus conceitos
ultrapassados. O Estruturalismo morreu junto de seu criador e a psicologia ultrapassou as
barreiras criadas por Titchener com muita rapidez.
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DECADÊNCIA DO ESTRUTURALISMO
O estruturalismo era a abordagem dominante da psicologia dos EUA, mas movimentos
mais recentes, mais amplos e mais flexíveis, que surgiram a partir da insatisfação com o
sistema de Titchener, logo desafiaram e depois suplantaram a abordagem estruturalista. Os
psicólogos que desenvolveram as abordagens mais recentes tinham o sistema de Titchener
“como ponto cardeal na orientação sistemática”, pois estavam certos que Titchener
rapidamente apontaria quaisquer fraquezas. Consequentemente, as novas abordagens eram
explícitas e bem definidas.
Nos anos que antecederam a sua morte - quando Titchener já avisa ter se afastado do
meio universitário da psicologia, a psicologia estava mudando de um modo que ele não podia
aceitar. O funcionalismo e o behaviorismo tornaram-se as abordagens dominantes da
psicologia. Mas elas não eram a sua abordagem, e ele nunca se convenceu que elas fossem
se quer psicologia.
Na época de morte de Titchener, ficou claro para todos, inclusive para ele próprio, que o
seu estruturalismo havia falhado. A psicologia estava mudando e o sistema inflexível e a rígida
abordagem de Titchener não conseguiam acomodar essas mudanças
Em contraste com a abordagem dada à psicologia por Titchener, a de Hugo
Münsterberg foi muito mais compatível com as preocupações dos psicólogos contemporâneos.
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CONSIDERAÇÕES
Titchener e os estruturalistas deram, sem dúvida, contribuições importantes à
Psicologia. Definiram claramente o objeto de estudo - a experiência consciente. Os seus
métodos de pesquisa seguiram a melhor tradição científica, envolvendo a observação,
experimentação e medição. Como a consciência era melhor percebida pela pessoa que tinha a
experiência consciente, o método de estudo do objeto deveria ser uma autoanálise (método
introspectivo).
Embora o objeto de estudo dos estruturalistas esteja hoje ultrapassado, a introspecção
é ainda usada em muitas áreas da Psicologia. Um exemplo disso é o behaviorismo atual, que
demonstra muitas das ideias usadas por Titchener.
Com a ajuda do estruturalismo, a Psicologia avançou além das suas fronteiras iniciais.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livros:
Pequena História da Psicologia (Edição 9) - WERTHEIMER, Michael
Sistemas e Teorias em Psicologia (Edição 12) - MARX, Melvin H. & HILLIX, William A.
História da Psicologia Moderna (Edição 9) - SCHULTZ, Duane P. & SCHULTZ, Sydney Ellen
História da Psicologia (Edição 4) - HOTHERSALL, David
História da Psicologia Moderna (Edição 11) - GOODWIN, C. James
Sites:
http://www.feministvoices.com/margaret-floy-washburn/
http://legacy.earlham.edu/~campbka/professionalbio.htm
http://psicologiaxxi.blogs.sapo.pt/941.html
Artigos:
Titchener and the Existential (The American Journal of Psychology) - BORING, Edwin G.