Structuralism (Psychology) (portuguese-br)

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1 UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA - CAMPUS ERECHIM CURSO DE PSICOLOGIA/2013 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA PROFESSOR FELIPE BIASUS ESTRUTURALISMO ANDRÉ PATZER BIANCA FIGUEIREDO DANRLEY MARCHIORI LAURA ORO LAÍS MUNTINI RENAN BOIANI SUZANA PELIZZA ERECHIM 02/05/2013

Transcript of Structuralism (Psychology) (portuguese-br)

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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA - CAMPUS ERECHIM

CURSO DE PSICOLOGIA/2013

HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

PROFESSOR FELIPE BIASUS

ESTRUTURALISMO

ANDRÉ PATZER

BIANCA FIGUEIREDO

DANRLEY MARCHIORI

LAURA ORO

LAÍS MUNTINI

RENAN BOIANI

SUZANA PELIZZA

ERECHIM

02/05/2013

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO............................................................................................................................03

A VIDA DE TITCHENER.............................................................................................................04

MARGARET FROY WASHBURN...................................................................................06

ESTRUTURALISMO...................................................................................................................07

METODOLOGIA DO ESTRUTURALISMO.....................................................................08

ERRO DE ESTÍMULO.....................................................................................................08

INTROSPECÇÃO............................................................................................................09

OS ELEMENTOS DA CONSCIÊNCIA........................................................................................10

CRÍTICAS AO ESTRUTURALISMO...........................................................................................11

DECADÊNCIA DO ESTRUTURALISMO....................................................................................12

CONSIDERAÇÕES.....................................................................................................................13

BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................14

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INTRODUÇÃO

Durante a segunda década do séc. XX, cinco principais pontos de vista tornaram-se foco do

dedicado trabalho teórico dos psicólogos; cada uma dessas escolas teve suas convicções

particulares a respeito da definição da psicologia, da tarefa da psicologia, e dos métodos

adequados à execução dela. Um desses pontos de vista foi o estruturalismo de Wundt e de

Titchener, que pretendiam descobrir tudo a respeito do conteúdo da mente e a estudavam por

introspecção.

Wundt procurou compreender a estrutura da mente e desenvolver um sistema

psicológico rigoroso. Um de deus mais destacados discípulos, Edward Bradford Titchener

(1867-1927) prosseguiu a tradição sistemática, quase autoritária de Wundt, introduzindo-a nos

Estados Unidos.

Neste trabalho, veremos qual foi o significado do estruturalismo para a Psicologia e

seus métodos de estudo, assim como explicar o que levou esta escola a ter uma história um

tanto curta sem o seu maior contribuidor.

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A VIDA DE TITCHENER

Edward Bradford

Tichener, nascido em 11 de

janeiro de 1867, na cidade de

Chichester, Inglaterra, foi criador

da primeiro escola da psicologia,

o Estruturalismo.

Quando jovem, devido a

sua considerável capacidade

intelectual obteve bolsas de

estudo para frequentar a

faculdade. Frequentou a Marveln

College e mais tarde a Brasenose

College, sendo esta uma das

faculdades integrantes da Oxford

University, onde ingressou em

1885. Um fato que se refere a

sua vida antes de ingressar em

Oxford: a vontade de sua família

era para que ele fosse para

Cambridge, porém, independente

como era, acabou escolhendo a

Brasenose College. Na Oxford

University estudou filosofia e seus

clássicos, porém também apreciava

textos de Charles Darwin e Thomas H.

Hurley. Em Oxford, além de estudar, ele trabalhou como assistente de pesquisas em fisiologia.

Quando estava no quinto ano, Titchener trabalhou no laboratório do psicólogo John

Scott Burdon-Sanderson (1828-1905), realizando o que hoje é descrito como pesquisa em

psicologia comparada ou etologia - estudos a respeito da coloração protetora dos ovos e da

palatabilidade dos insetos.

Formou-se em 1890 aos 23 anos, com um diploma de bacharel e um grande interesse

na nova ciência chamada psicologia fisiológica. No mesmo ano, viajou para Liepzig, onde

iniciou seus estudos com Wundt. Titchener era um admirador da sociedade e cultura alemã.

Após dois anos estudando sob a orientação de Wundt recebeu o diploma de doutor com

a tese "The Effects of Binocular and Monocular Stimuli" (Os efeitos dos estímulos binoculares e

monoculares). Depois deste tempo com Wundt, Tichener se considerava um verdadeiro

Wundtiano.

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Sua viagem aos EUA iniciou-se quando Frank Angell (1857-1939) deixou seu

laboratório de psicologia em Cornell, laboratório que ele mesmo havia criado, para aceitar um

cargo na Stanford University. Angel indicou Tichener para substituí-lo. Não satisfeito com a falta

de espaço para o ensino da psicologia em Oxford, Tichener aceitou o cargo e partiu então para

os EUA, chegando em 1892.

Tichener, embora falasse ser um fiel seguidor das doutrinas de Wundt, acabou por criar

seus próprios métodos. Mesmo assim, a influência de Wundt sobre Titchener era tão forte que

em Cornell, aqueles que não o conheciam bem, achavam que ele era alemão, tanto pelo jeito

autocrático como por sua barba volumosa.

Embora Tichener continuasse a excluir mulheres das reuniões dos experimentalistas,

encorajava e apoiava seu progresso na psicologia. Mais de um terço dos 56 doutorados

concedidos por Titchener foi para mulheres. A primeira orientada de Tichener foi Margaret Floy

Washburn (1871 - 1939), fato muito surpreendente para a época. Sua tese "On The Influence

of Visual Imagery on Judgments of Tactual Distance and Direction" (Sobre a Influência da

Imagem Visual nos Julgamentos de Distância e Direção) foi publicada por Wundt em

Philosophisce Studien. E em 1894, Margaret foi a primeira mulher a doutorar-se em psicologia.

Entre 1893 e 1900, Titchener implementou seu laboratório, conduziu pesquisas e

escreveu artigos acadêmicos, publicando num total de mais de 60 trabalhos. Durante seu

trabalho na Cornell, orientou mais de 50 doutorandos em psicologia, cujas dissertações eram

em sua maioria inspiradas em suas ideias. Exerceu uma grande autoridade na seleção dos

temas das pesquisas, atribuindo em sua maioria, questões de seu próprio interesse. Desta

forma, criou o sistema do estruturalismo, que mais tarde alegou ser a "única psicologia

científica digna de nome".

Em seu trabalho na Universidade de Cornell, Titchener era muito admirado e procurado,

sendo que suas aulas reuniam sempre um número extraordinário de alunos, que a descreviam

como muito teatrais e em envolviam a maioria dos seus assistentes. Trabalhou durante 35 anos

em Cornell, sendo que conforme sua idade ia avançando, começou a lecionar apenas nas

segundas-feiras à tarde na primavera.

Segundo o ex-aluno Karl Dallenbach (1887 - 1971) Titchener afirmar que "um aluno não

pode ter esperança de tornar-se psicólogo enquanto não aprender a fumar". A afirmação fez

com que grande parte de seus alunos começassem a fumar charutos, pelo menos em sua

presença.

Titchener faleceu no dia 3 de agosto de 1927, aos 60 anos, de tumor cerebral, na

cidade de Ithaca, no estado de Nova York, EUA.

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MARGARET FLOY WASHBURN

Margaret Floy Washburn (1871 - 1939) se matriculou na Univerdade de Vassar em 1886. Após se formar em 1891, Washburn se mudou para Nova York, aonde ela pretendia estudar sob a instrução de James Cattell, na Universidade de Columbia.

Naquele época, a universidade não aceitava mulheres para os cursos de pós-graduação. Ela foi aceita apenas na metade do semestre, depois de reuniões dos investidores da Universidade discutirem sua matrícula. Uma vez admitida apenas como ouvinte, Cattell não a diferenciava dos outros alunos.

Em 1892, Cattell recomendou a Margaret que se transferisse para Cornell, pois estavam aceitando mulheres nos cursos de pós-graduação. Titchener começou a lecionar na Univerdade no mesmo ano, fazendo de Margaret sua

primeira aluna. Ela estudava Psicologia com ênfase em Filosofia e Ética.

Em seu segundo ano estudando em Cornell, foi oferecido a Washburn uma posição de presidente da parte psicológica na Western Reserve University. Após ter renunciado a oferta, Washburn passou a se focar em seu tese de doutorado "Sobre a Influência da Imagem Visual nos Julgamentos de Distância e Direção". Em julho de 1894, Washburn tornou a primeira mulher a receber o diploma de doutora em Psicologia nos EUA.

Após trabalhar na Univerdade de Wells por seis anos (focando seu trabalho na integração do estruturalismo de Titchener e o fluxo da consciência de William James), voltou para Cornell para fazer se concentrar em sua pesquisa sobre cores. No seu segundo ano de volta à Cornell, foi convidada a lecionar Psicologia.

Em 1921, foi eleita presidenta da APA (American Psychological Association). Durante sua presidência, Washburn se esforçou para desenvolver jornais de artigos psicológicos e participou da grande batalha entre teóricos estruturalistas e behavioristas. Em 1929 foi eleita membro da prestigiada SEP (Society of Experimental Psychologists), fundada por Titchener em 1904.

(Essa breve menção ao sucesso de Washburn tem o intuito de salientar o constante apoio de Titchener à mulher na Psicologia.)

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ESTRUTURALISMO

A psicologia introspectiva recebeu o nome de Estruturalismo, ou Existencialismo. O

sistema criado por Titchener foi um refinamento da Psicologia do seu mentor, Wundt. A tarefa

principal do psicólogo era descobrir a natureza das experiências conscientes elementares e

suas relações recíprocas pela introspecção; uma pessoa altamente adestrada era um

instrumento necessário.

Seu significado deu um impulso científico à Psicologia, ligando pela primeira vez a

Psicologia como empreendimento científico e acadêmico separados pela filosofia e fisiologia. A

psicologia introspectiva era necessário para Titchener e Wundt para o estudo contemporâneo.

Os sistemas de Titchener e Wundt eram basicamente idênticos, pois Titchener se

baseava muito nos idealismos alemães aprendidos em seu tempo em Liepzig. Wundt foi o

precursor do estruturalismo.

A filosofia de Wundt não era materialista nem espiritualista, opôs-se ao materialismo por

não acreditar que uma ciência da mente pudesse ser desenvolvida através das investigações

físicas do cérebro, e que o estudo da mente deve ser uma ciência experimental, usando a

introspecção (observação controlada) como principal método. Muitos seguiram a liderança de

Wundt, nenhum discordou de suas ideias, mas surgiram vários tipos de linhagem que eram

discordantes da de Wundt.

Franz Brentano (1838 - 1917) foi um grande aristotélico, e competidor de Wundt e

Titchener. Seu nome está associado à Psicologia do Ato, e não ao conteúdo mental.

Carl Stumpf (1848 - 1936) foi o maior competidor de Wundt influenciado por Brentano.

A discordância viria por Stumpf adotar o ponto de vista fenomenológico e o Wundt a análise da

introspecção. Seu maior objetivo de estudo foi a audição através da música.

Georg Elias Müller (1850 - 1921) foi o mais produtivo psicólogo experimental da época.

Sua principal obra foi nos domínios da memória da metodologia Psicofísica e da visão.

Desenvolveu a teoria da interferência para explicar o fenômeno do esquecimento, e adotou

técnicas psicofísicas de Fechner e ampliou a teoria sobre a visão das cores.

Oswald Kulpe (1862 - 1915) foi treinado por Wundt por pouco tempo e depois por

Müller, tornou-se amigo de Titchener em Leipzig. Sua carreira foi dedicada à esforços mais ou

menos clássicos de pesquisa.

As ciências se erguiam sob os mesmo alicerces. Titchener traçou analogias, dizia que o

experimento deveria ser repetido inúmeras vezes, para ter mais clareza e rigor. Seu principal

objetivo foi analisar a estrutura da mente, e mesmo assim, era difícil entender o que Titchener

pensava a respeito da mente e da consciência.

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METODOLOGIA DO ESTRUTURALISMO

A consciência por Titchener foi definida como uma soma total das experiências de uma

pessoa, e a mente era a soma total das experiências desde o nascimento até a morte. A

finalidade era a análise da experiência concreta em seus componentes mais simples, descobrir

como esses elementos se combinam e quais suas leis, e correlacioná-los com condições

fisiológicas. Para Titchener o erro de estímulo significava o erro de prestar a atenção e informar

sobre as propriedades conhecidas do estímulo, mais do que a própria experiência sensorial.

Titchener não negou o estudo do comportamento das crianças e dos animais pois

proporcionava informações valiosas, o que ele negava era que as informações obtidas fossem

psicológicas. O experimentalismo rígido de Wundt teve uma expressão mais exagerada em

Titchener: ele aceitava o paralelismo psicofísico de Wundt para o problema mente-corpo, mas a

filosofia não lhe interessava, aceitou porque queria continuar o estudo da psicologia com a

metodologia em que ele próprio acreditava. O experimento psicológico deveria ser uma

introspecção controlada, mantendo-se em estados de consciência mediante as condições

externas e variando-se um de cada vez, o experimentador só precisava registrar os

comentários do introspector adestrado.

A metodologia da escola estruturalista era a introspecção. A introspecção de Titchener

era bem trabalhada e só podia ser feita através de observadores excepcionalmente treinados,

para os observadores não adestrados, seria difícil aplicar o método. O psicólogo estruturalista

acredita estar interessado em algo carente de significação, o conteúdo puro da experiência. As

descobertas da introspecção nem sempre tem uma concordância geral mesmo com um

controle muito cuidadoso das condições. Se tivesse sido possível assegurar uma concordância

científica para os achados da introspecção, a escola estruturalista talvez pudesse ter

continuado a ser até hoje uma força vital para o estudo da Psicologia.

A definição estruturalista de Psicologia foi o estudo analítico da mente humana adulta

normal e generalizada realizada mediante introspecção. Os postulados do estruturalismo não

são explicados de uma forma facilmente acessível. Talvez a maior contribuição para a

Psicologia tenha sido as críticas que suscitou. Os psicólogos que confiavam nesse método não

estavam obtendo resultados, pois o pensamento parecia se desenvolver independente dos

elementos e da análise introspectiva.

ERRO DE ESTÍMULO

No estudo da experiência consciente da pessoa, o estudioso chamou atenção, para a possibilidade de se cometer um erro, fato que ele denominou como erro de estímulo, que origina um conflito entre o objeto que está sendo observado, e o processo da mente do indivíduo que está envolvido. Como exemplo, Titchener, cita o fato de que, se for mostrada uma fruta a alguém, e for solicitado que a descreva, provavelmente ela dirá que se trata de uma fruta, porém não informará as características da fruta, como a forma, cor e brilho.

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Essa ausência de descrição dos elementos, que a constituem, é que foi denominada pelo teórico, de erro de estímulo, já que as características não foram mencionadas, somente foi descrito o que era mais simples,e já conhecido, acontecendo nesse acaso, uma interpretação por parte do observador, e não uma análise.

INTROSPECÇÃO

O primeiro método utilizado pela Psicologia científica foi o método introspectivo e surgiu

com a corrente do Estruturalismo sendo assim criada, também, pelo W. Wundt. Este método é

um método analítico e divide-se em três grandes momentos:

1. o sujeito que vive um certo estado de consciência auto-observa-se; 2. fala com o psicológico dizendo o que se passa na sua mente; 3. o psicólogo registra e interpreta o que é descrito.

Como se pode concluir, a mesma pessoa é observador e observado ao mesmo tempo. Por outro lado, quem analisa e interpreta é o psicólogo.

O método utilizado pelo estruturalismo é o da Introspecção, diferente da introspecção defendida por Wilhelm Wund que enfatizava o todo, Titchener enfatizava as partes. A introspecção é definida como um relato verbal baseado na vivencia.

Para Edward sua principal base ou método de estudos concentrava-se nos elementos propriamente ditos. Ele acreditava que a Psicologia deveria procurar descobrir a natureza das experiências conscientes. Esta experiência consciente, segundo Titchener é dependente do indivíduo que a vivencia, diferindo da estudada por cientistas de outras áreas. Por exemplo, tanto a Física como a Psicologia tem condições de estudar a luz ou o som, porém, cada profissional terá orientação, métodos e objetivos diferentes. Um exemplo da física citado por Edward Titchener é o fato de uma sala poder estar a uma temperatura de 30ºC, independente de ter ou não alguém nesta sala para senti-la. Nesse caso, mesmo que não haja ninguém na sala, a temperatura será a mesma. Já no enfoque da psicologia, se houver um sujeito como observador dessa sala, ele poderá relatar que sente um calor desconfortável ou não, dependendo de suas experiências com a sensação de calor.

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OS ELEMENTOS DA CONSCIÊNCIA

Para o Estruturalismo os 3 elementos da Consciência são:

► As sensações: que são os elementos básicos da percepção e ocorrem nos sons, nas visões, nos cheiros e em outras experiências evocadas por objetos físicos do ambiente.

► As imagens: são elementos de idéias e estão no processo que reflete experiências não concretamente presentes no momento, como a lembrança de uma experiência passada.

► Os estados afetivos, afetos ou sentimentos: são elementos da emoção que estão presentes em experiências como o amor, o ódio ou a tristeza.

Mesmo Titchener colocando sensações e imagens como componentes diferentes da consciência, as fronteiras que os delimitavam não se apresentavam de forma muito clara. Para ele as sensações eram elementos da percepção que se manifestavam a partir da estimulação ocasionada por objetos físicos. Ou seja, as imagens eram elementos das idéias e por isso encontravam-se integradas ao processo de lembranças e de experiências passadas, não estando o estímulo presente fisicamente.

Edward Titchner escreveu assim, sobre os elementos da mente:

“O mundo da Psicologia contém aparências e nuanças e toques; é o mundo da escuridão e da luz, do ruído e do silêncio, do áspero e do macio; seu espaço às vezes é grande e às vezes é pequeno, como

sabem todos aqueles que, na idade adulta, voltaram a [...] casa de infância; seu tempo às vezes é curto e às vezes é longo [...]. Contém também pensamentos, emoções, memórias, imaginações, volições

[escolhas] que naturalmente atribuímos à mente...“ (Titchner, in Davidff, 2001; p. 10).

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CRÍTICAS AO ESTRUTURALISMO

Titchener foi muito conhecido pela persistência para com seus pontos de vista.

Enquanto o pensamento intelectual americano e europeu sofria constante metamorfose, o

sistema formal de Titchener não mudava. A psicologia estrutural chegou, inclusive, a ser

considerada uma futilidade no mundo dos estudiosos.

Titchener acreditava fielmente em seus estudos e pensava estar estabelecendo uma

base para a psicologia, mas o Estruturalismo morreu juntamente com seu criador. Tal Escola

da psicologia só se manteve ativa por tanto tempo devido à personalidade extremamente

dominadora de Titchener.

As críticas mais relevantes em relação ao método de introspecção eram voltadas ao

tipo de observação praticada nos laboratórios de Titchener. O filósofo alemão Auguste Comte

chegou a criticar o método introspectivo, alegando que “se a mente fosse de fato capaz de

observar as próprias atividades, teria de se dividir em duas partes: uma observadora e outra

observada”. Para ele isso seria, obviamente, impossível.

Os principais alvos de críticas nos tipos de observações praticadas em laboratórios era

a definição, já que, aparentemente, Titchener tinha dificuldade em dar uma definição exata para

tal método uma vez que o mesmo possui um termo genérico e costuma abranger um grupo

indefinido enorme de procedimentos metodológicos específicos.

O segundo maior alvo de críticas à metodologia de Titchener estava relacionada com a

tarefa principal que os observadores estruturalistas eram instruídos para executar. Os alunos

eram obrigados a ignorar algumas classes de palavras que faziam parte do seu vocabulário

comum. O interesse do estruturalista não deveria se concentrar no conjunto de sensações

resumidas de uma palavra, mas nas formas básicas específicas da experiência.

A definição estruturalista de Titchener se tornou alvo de ataques constantes. Nos

últimos anos de vida de Titchener, os estudiosos já haviam excluído várias especialidades do

escopo da psicologia, porque elas não estavam de acordo com sua visão moderna de

psicologia.

O conceito de psicologia de Titchener era tão restrito que ele não considerava a

psicologia infantil e animal como psicologia. Tanta restrição acabou não permitindo que os

novos trabalhos feitos e novas direções exploradas fossem incluídos em seus conceitos

ultrapassados. O Estruturalismo morreu junto de seu criador e a psicologia ultrapassou as

barreiras criadas por Titchener com muita rapidez.

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DECADÊNCIA DO ESTRUTURALISMO

O estruturalismo era a abordagem dominante da psicologia dos EUA, mas movimentos

mais recentes, mais amplos e mais flexíveis, que surgiram a partir da insatisfação com o

sistema de Titchener, logo desafiaram e depois suplantaram a abordagem estruturalista. Os

psicólogos que desenvolveram as abordagens mais recentes tinham o sistema de Titchener

“como ponto cardeal na orientação sistemática”, pois estavam certos que Titchener

rapidamente apontaria quaisquer fraquezas. Consequentemente, as novas abordagens eram

explícitas e bem definidas.

Nos anos que antecederam a sua morte - quando Titchener já avisa ter se afastado do

meio universitário da psicologia, a psicologia estava mudando de um modo que ele não podia

aceitar. O funcionalismo e o behaviorismo tornaram-se as abordagens dominantes da

psicologia. Mas elas não eram a sua abordagem, e ele nunca se convenceu que elas fossem

se quer psicologia.

Na época de morte de Titchener, ficou claro para todos, inclusive para ele próprio, que o

seu estruturalismo havia falhado. A psicologia estava mudando e o sistema inflexível e a rígida

abordagem de Titchener não conseguiam acomodar essas mudanças

Em contraste com a abordagem dada à psicologia por Titchener, a de Hugo

Münsterberg foi muito mais compatível com as preocupações dos psicólogos contemporâneos.

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CONSIDERAÇÕES

Titchener e os estruturalistas deram, sem dúvida, contribuições importantes à

Psicologia. Definiram claramente o objeto de estudo - a experiência consciente. Os seus

métodos de pesquisa seguiram a melhor tradição científica, envolvendo a observação,

experimentação e medição. Como a consciência era melhor percebida pela pessoa que tinha a

experiência consciente, o método de estudo do objeto deveria ser uma autoanálise (método

introspectivo).

Embora o objeto de estudo dos estruturalistas esteja hoje ultrapassado, a introspecção

é ainda usada em muitas áreas da Psicologia. Um exemplo disso é o behaviorismo atual, que

demonstra muitas das ideias usadas por Titchener.

Com a ajuda do estruturalismo, a Psicologia avançou além das suas fronteiras iniciais.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livros:

Pequena História da Psicologia (Edição 9) - WERTHEIMER, Michael

Sistemas e Teorias em Psicologia (Edição 12) - MARX, Melvin H. & HILLIX, William A.

História da Psicologia Moderna (Edição 9) - SCHULTZ, Duane P. & SCHULTZ, Sydney Ellen

História da Psicologia (Edição 4) - HOTHERSALL, David

História da Psicologia Moderna (Edição 11) - GOODWIN, C. James

Sites:

http://www.feministvoices.com/margaret-floy-washburn/

http://legacy.earlham.edu/~campbka/professionalbio.htm

http://psicologiaxxi.blogs.sapo.pt/941.html

Artigos:

Titchener and the Existential (The American Journal of Psychology) - BORING, Edwin G.