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Revisão do Estudo de Impacto Ambiental
da Reabilitação e Expansão do Sistema
de Abastecimento de Água da Cidade de
Nacala, Nampula
Preparado Por:
Eduardo Saldanha Langa
Av. Comandante Augusto Cardoso, N°453, 3° A Único
Polana Cimento, Cidade de Maputo
Contactos: +258 84 748 4709
Email: [email protected]
Versão Final
Maputo, Maio de 2020
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, HABITAÇÃO E RECURSOS HÍDRICOS
SEGUNDO PROJECTO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E APOIO
INSTITUTIONAL (WASIS II)
REVISÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E SOCIAL DO
PROJECTO DE REABILITAÇÃO E EXPANSÃO DO SISTEMA DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA A CIDADE DE NACALA
RELATÓRIO PRINCIPAL
Preparado Por:
Eduardo Saldanha Langa
Av. Comandante Augusto Cardoso, N°453, 3° Andar Único
Polana Cimento, Cidade de Maputo
Contactos: +258 84 748 4709
Email: [email protected]
VERSÃO FINAL
Maputo, Maio de 2020
i
INDICE
LISTA DE ABREVIATURAS
RESUMO NAO TÉCNICO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS E OBJECTIVO DA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL ..................... 1 1.2 IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE DO PROJECTO ........................................................................... 2 1.3 IDENTIFICAÇÃO DO CONSULTOR AMBIENTAL RESPONSÁVEL PELO ESTUDO ACTUALIZADO ....... 3 1.4 ENTIDADE LICENCIADORA E AUTORIDADE DE AIA ...................................................................... 3 1.5 ESTRUTURA GERAL E CONTEÚDO DO REIA.................................................................................. 3
2 ABORDAGEM E METODOLOGIA DO PROCESSO DE EIAS ............................................................ 5
2.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO ............................................................................................. 5 2.2 METODOLOGIA E FASEAMENTO DA AIA ....................................................................................... 6 2.2.1 ESTA FASE, NA QUAL O PRESENTE RELATÓRIO SE INTEGRA, CONSISTE NA IDENTIFICAÇÃO E
SELECÇÃO, DE ENTRE UMA SÉRIE DE POTENCIAIS PROBLEMAS E UM LARGO ESPECTRO DE
IMPACTOS POSSÍVEIS, OS ASPECTOS AMBIENTAIS QUE PODERÃO ADVIR DA IMPLEMENTAÇÃO DO
PROJECTO PODENDO CONDICIONAR O DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDIMENTO. ..................... 6 2.2.2 CATEGORIZAÇÃO DO PROJECTO .................................................................................................... 6
2.2.3 Fase de Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e dos Termos de Referência do EIA ..................................................................................................................... 7
2.2.4 Fase de Estudo do Impacto Ambiental ............................................................................... 7 2.2.3.1 Metodologia de Identificação dos Impactos ..................................................................... 8
2.3 CONSULTA PÚBLICA .................................................................................................................... 11 2.4 RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (REIA) E PLANOS DE GESTÃO AMBIENTAL E
SOCIAL (PGAS) ........................................................................................................................... 11
3 DESCRIÇÃO DO PROJECTO ..................................................................................................... 12
3.1 ANTECEDENTES DO PROJECTO .................................................................................................... 12 3.2 LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO ....................................................................................................... 14 3.3 DEFINIÇÃO E JUSTIFICAÇÃO DA ACTIVIDADE PROPOSTA ........................................................... 16 3.4 O PROJECTO PROPOSTO ............................................................................................................... 18
3.1.1 Abertura de Estaleiros ....................................................................................................... 22 3.1.2 Consumo de Água e Energia.............................................................................................. 22
3.5 PRODUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS .......................................................................... 23 3.6 RECRUTAMENTO DE MÃO-DE-OBRA ........................................................................................... 24 3.7 DURAÇÃO DO PROJECTO E ETAPAS DE EXECUÇÃO ..................................................................... 24 3.8 ALTERNATIVAS CONSIDERADAS ................................................................................................. 24 3.8.1 ALTERNATIVAS À ACTIVIDADE PROPOSTA ................................................................................. 25 3.8.2 ALTERNATIVAS RELATIVAS AO PROJECTO ................................................................................. 26 3.8.3 ALTERNATIVAS DE FONTES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ....................................................... 26 3.9 TRATAMENTO DE ÁGUA .............................................................................................................. 32
3.1.3 Filtro de Membrana com Pré-Tratamento ........................................................................ 32 3.1.4 Filtração Lenta com Areia com Pré-Tratamento ............................................................... 32 3.1.5 Processo de Tratamento Convencional de Água .............................................................. 33
3.10 LOCALIZAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA ........................................................... 34 3.11 CONDUTA ADUTORA ................................................................................................................... 35
ii
3.12 ROTA DA CONDUTA ADUTORA .................................................................................................... 36
4 ENQUADRAMENTO LEGAL ..................................................................................................... 36
4.1 QUADRO LEGAL GERAL SOBRE O AMBIENTE ............................................................................. 37 4.2 QUADRO LEGAL NO CONTEXTO DAS ACTIVIDADES DO PROJECTO ............................................. 37 4.3 QUADRO LEGAL E PRINCIPAIS POLÍTICAS DE ÁGUAS RELEVANTES AO PROJECTO .................... 39 4.4 OUTROS DISPOSITIVOS LEGAIS APLICÁVEIS ............................................................................... 40 4.5 QUADRO LEGAL MUNICIPAL RELEVANTE AO PROJECTO ............................................................ 42 4.6 QUADRO LEGAL E POLÍTICAS SOBRE REASSENTAMENTO .......................................................... 42 4.7 POLÍTICAS DE SALVAGUARDA DO BANCO MUNDIAL .................................................................. 44
4.7.1 Políticas de Salvaguarda Aplicaveis ao Projecto ............................................................... 45 4.7.1.1 Avaliação Ambiental (OP 4.01) ...................................................................................... 45
4.7.1.2 Habitats Naturais (OP 4.04) ............................................................................................ 46
4.7.1.3 Património Cultural (OP 4.11) ........................................................................................ 46
4.7.1.4 Reassentamento Involuntário OP/PB 4.12 ...................................................................... 47
4.7.2 Diretrizes Ambientais, de Saúde e Segurança do Banco Mundial .................................... 48 4.8 DIRECTRIZES INTERNACIONAIS ................................................................................................... 48 4.9 INSTALAÇÃO DE INFRAESTRUTURAS TEMPORÁRIAS ................................................................... 49 4.10 OUTRAS CONSIDERAÇÕES LEGAIS .............................................................................................. 49
5 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DE REFERÊNCIA .......................................................... 51
5.1 MEIO BIOFISÍCO ........................................................................................................................... 51 5.1.1 Clima .................................................................................................................................. 51 5.1.2 Geologia E Solos ................................................................................................................ 52 5.1.3 Flora e Fauna ..................................................................................................................... 52 5.1.4 Hidrologia e Hidrogeologia ................................................................................................ 53 5.1.5 Ambientes Sensíveis .......................................................................................................... 54 5.1.6 Áreas e Espécies Protegidas .............................................................................................. 54
5.2 DESCRIÇÃO DO MEIO SOCIO-ECONÓMICO .................................................................................. 55 5.2.1 A Cidade de Nacala ............................................................................................................ 55 5.2.2 Divisão Administrativa....................................................................................................... 55 5.2.3 Liderança ........................................................................................................................... 57 5.2.4 Demografia ........................................................................................................................ 57 5.2.5 Padrão de Uso de Terra ..................................................................................................... 58 5.2.6 Actividades Económicas .................................................................................................... 59 5.2.7 Aspectos culturais ............................................................................................................. 60 5.2.8 LIDERANÇA ........................................................................................................................ 61
6 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DO PROJECTO E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO ........ 61
6.1 FASE DE PRÉ-CONSTRUÇÃO ................................................................................................. 63 6.2 FASE DE CONSTRUÇÃO ......................................................................................................... 65
6.2.1 Impactos da Actividade Sobre o Meio Biofísico ................................................................ 65 6.2.2 Impactos da Actividade Sobre o Meio Socioeconómico ................................................... 79 6.2.3 Impactos da Actividade na Saúde e Segurança Ocupacional ............................................ 89
6.3 FASE DE OPERAÇÃO/MANUTENÇÃO ............................................................................................ 92 6.3.1 Impactos da Actividade Sobre o Meio Biofísico ................................................................ 92 6.3.2 Impactos da Actividade Sobre o Meio Socioeconómico ................................................... 95 6.3.3 Impactos da Actividade na Saúde e Segurança Ocupacional .......................................... 101
7 ELATÓRIO SOBRE O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA (RPPP) ....................................... 104
iii
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 106
9 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 107
RELATÓRIO DA REUJIÃO DA CONSULTA PÚBLICA .................................................... XLVI
ACTA DA REUNIÃO DA CONSULTA PÚBLICA ............................................................... XLVI
LOCAIS E DATAS DE REUNIÃO DAS CONSULTA PÚBLICAS ...................................... XLVI
1 INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS DA CONSULTAS PÚBLICAS ..................................................... XLVII
2 APRESENTAÇÃO DO PROJECTO E DOS RESULTADOS DO EIAS .............................................. XLVII
3 SÍNTESE DAS QUESTÕES LEVANTADAS E RESULTADOS DO PPP .......................................... XLVIII
SÍNTESE DE QUESTÕES DISCUTIDAS ............................................................................. XLIX
CIDADE: NACALA PORTO ................................................................................................ LXIV
SÍNTESE DE QUESTÕES DISCUTIDAS ............................................................................. LXIV
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................................................... XXXV
LISTA DE FIGURAS Figura 1: Etapas do Processo de AIA que foram seguidas para o presente Projecto .................... 6
Figura 2: Localização da área do projecto incluindo os limites administrativos e os bairros do
Município de Nacala ................................................................................................................... 15
Figura 3: Vista da Barragem no Rio Muecula onde é captada a água para a Cidade de Nacala. 17
Figura 4: Alternativas de fontes de abastecimento de água foram consideradas ........................ 28
Figura 5: Construções informais instaladas em zonas de protecção devido á elevada densidade
populacional ................................................................................................................................ 58
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Estrutura Do Relatório ............................................................................................................. 3
Tabela 2– Lista de áreas de avaliação de impactos................................................................................ 9
Tabela 3– Critério usado para avaliação dos impactos ....................................................................... 10
Tabela 4– Ordem de prioridade na aplicação de medidas de gestão ................................................. 12
Tabela 5-Sumário das acções previstas no Projecto para a componente DE REABILITAÇÃO e
Expansão do Sistema de Abastecimento de Água ............................................................................... 21
Tabela 6-Avaliação de fontes alternativas de abastecimento de água ............................................... 29
Tabela 7-Materiais de Tubagem1 ........................................................................................................... 36
Tabela 8: Relação das Politicas de Salvanguda aplicáveis ao Projecto ............................................ 45
LISTA DE ANEXOS
Anexo I: Categorização da AIA pelo MICOA Actual MITADER
iv
Anexo II: TdR para o EIA submetidos ao MICOA Actual MITADER
Anexo III: Carta de Aprovação do EPDA e dos TdR pelo MICOA/MITADER
Anexo IV: Lista de mamíferos que ocorrem na área de Estudo
Anexo V: Lista de Aves que Ocorrem na Área de Estudo
Anexo VI: Acta da Reunião de Consulta Pública
LISTA DE ABREVIATURAS
AC Asbestos Cimento
AIA Avaliação de Impacto Ambiental
AIS Avaliação do Impacto Social
BAD Banco Africano de Desenvolvimento
BM Banco Mundial
CO Monóxido de Carbono
COV Compostos Orgânicos Voláteis
DNAIA Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental
DPCA Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
EAS Estudo Ambiental Simplificado
EIA Estudo de Impacto Ambiental
EPDA Estudo de Pré-viabilidade Ambiental de Definição de Âmbito
ETA Estação de Tratamento de Água
FIPAG Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água
GPS Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System)
HIV Human Immunodeficiency Virus
IDA Associação Internacional de Desenvolvimento
IFC Conselho Financeiro Intenacional (Intenational Finance Council)
INE Instituto Nacional de Estatísticas
LA Licença Ambiental
MCA Millenium Challenge Account
MCC Millennium Challenge Corporation
MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
NOx Oxidos de azoto
NWDP National Water Development Project
OBA Output-based Aid
OCDE/DAC Organization for Economic Cooperation and Development/ Development
Assistance Committee
ODM Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
ONU Organização das Nações Unidas
PAR Plano de Acção de Reassentamento
PARPA Planos de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta
Pb Chumbo
PESA Plano Estratégico de Água e Saneamento
PGA Plano de Gestão Ambiental
PGAS Plano de Gestão Ambiental Social
v
PI&A’s Partes Interessadas e Afectadas
PPP Processo de Participação Pública
REIA Relatório de Estudo de Impacto Ambiental
SIDA Sindroma de Imunodeficiência Adquirida
SO2 Dióxido de Enxofre
TdR Termos de Referência
i
RESUMO NÃO TÉCNICO
Introdução
O presente documento constitui o resumo não técnico da versão actualizada do Relatório
de Estudo de Impacto Ambiental (REIA) do projecto de Reabilitação e Expansão do
Sistema de Abastecimento de Água Para a Cidade de Nacala. O projecto visa melhorar a
capacidade de fornecimento de água, e este documento foi elaborado no âmbito do
Processo da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) do referido projecto. A actividade
compreende cinco componentes, com um custo total de US $ 164 milhões, 4 dos quais
serão implementados pelo FIPAG- Fundo de Investimento e Património do Abastecimento
de Água, enquanto a quinta componente será implementada pelo CRA-Conselho de
Regulação do Abastecimento de Água.
O projecto foi inicialmente proposto em 2009, no âmbito do financiamento do Millenium
Challenge Account – Mozambique (MCA-Mozambique), a contraparte Moçambicana do
Millenium Challenge Corporation (MCC), uma agência de desenvolvimento dos Estados
Unidos de América. As actividades do projecto iniciaram, no entanto não foram concluídos
durante o período da vigência MCA-Moçambique, tendo as várias infraestruturas do
projecto interrompidas na fase das fundações.
Do ponto de vista de sustentabilidade ambiental e social, o projecto foi classificado pela
Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental de Nampula, no abrigo do
Decreto 45/2004 de 29 de Setembro, que aprovara o Regulamento sobre o Processo de
Avaliação Ambiental no contexto do então Ministério da Coordenação da Acção
Ambiental (MICOA), o qual classificou o projecto como sendo da Categoria A, requerendo
assim, a realização do Estudo de Impacto Ambiental Completo. É de referir que o MICOA
foi em 2015 transformado em Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, e
igualmente, o Decreto 45/2004 de 29 de Setembro foi igualmente revisto e revogado pelo
Decreto nº 54/2015 de 31 de Dezembro), que regula a realização do processo de Avaliação
do Impacto Ambiental.
O requerido EIA tinha como propósito a identificacção e avaliação dos potenciais impactos
no ambiente físico, biológico e socioeconómico resultante da implementação do projecto,
e identificar medidas de mitigação, gestão e monitorização dos impactos apropriados para
reduzir/eliminar potenciais efeitos negativos tendo em conta as características biofísicas e
socioeconómicas da área de influência do projecto. Foi igualmente objectivo do Estudo de
Impacto Ambiental realizado identificar medidas que permitam incrementar o efeito dos
impactos positivos.
Após a categorização seguiu-se a fase de Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição
de Âmbito (EPDA), tendo sido submetidos os Termos de Referência (TdR) para o Estudo
de Impacto Ambiental ao MICOA (actual MITADER) conforme previsto na legislação em
vigor. É com base nestes Termos de Referência, aprovados pelo MICOA e tendo em
consideração quer as recomendações do MICOA, quer a legislação, normas e
ii
procedimentos nacionais e internacionais relacionados com o processo de avaliação de
impactos ambientais e sua mitigação, que se elaborou o Relatório do EIA do proposto
empreendimento, que culminou com a emissão da Licenca ambiental que deu ninicio ás
actividades do projecto.
O Consultor Ambiental Eduardo Saldanha Langa foi selecionado pelo FIPAG para
conduzir a revisão do presente EIAS do projecto de melhoramento e expansão do sistema
de abastecimento de água à Cidade de Nacala, de modo a adequar/responder o denominado
“Segundo Projecto de Abastecimento de Água e Apoio Institucional (WASIS II)” –
Financiamento Adicional. A versão inicial do EIAS, incluindo o PGAS do proejcto em
causa tinha sido elaborada pela Burnside, em parceria com AustralCowi e Consultec no
âmbito do financiamento do (MCC). O senhor Eduardo Langa é Consultor Ambiental com
mais de 15 anos de experiencia comprovada na realização de avaliação do impacto
ambiental, igualmente certificado pelo MITADER para desenvolver actividades de AIA
no país.
O Estudo Ambiental e Social original foi elaborado num contexto integrado de Estudos de
Viabilidade, Avaliação do Impacto Ambientale Social (ESIA), Desenho e Supervisão do
Melhoramento dos Sistemas de Abastecimento de Água, Saneamento e Drenagem da
Cidade de Nacala, realizados pelo Consórcio de empresas BURNSIDE (empresa
Canadiana), Consultec e Austral-Cowi (empresas Mocambicanas). Sendo assim, a presente
actualização do relatório do ESIA tem como base o Projecto Final tal como elaborado no
âmbito do financiamento do MCC, o qual o FIPAG tenciona implementa-lo.
O Proponente do Projecto
O projecto de Reabilitação e Expansão do Sistema de Abastecimento de Água Para a
Cidade de Nacala é proposto FIPAG.
O Implementador do Projecto
O MCA-Moçambique foi responsável pela gestão de recursos financeiros para os projectos
acima descritos e o Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água
(FIPAG) a entidade beneficiária dos investimentos e actualmente responsável pela
implementação do projecto em causa.
Localização do Projecto
A Cidade de Nacala situa-se na Província nortenha de Nampula, e dista cerca de 200 Km
da Cidade de Nampula, 500 Km em linha recta da Fronteira Norte do País com a Tanzânia,
cerca de 1800km da fronteira Sul com a África do Sul, e cerca de 620 km da fronteira Oeste
com Malawi (Figura 2).
A cidade de Nacala constitui o ponto terminal do eixo de transporte constituído pela estrada
EN12 que a liga com a capital da Província de Nampula e ainda das linhas-férreas ligando
Nacala-Lichinga e Nacala-Entre-Lagos. A existência de Porto em Nacala, considerado
iii
como o terceiro mais importante do país depois de Maputo e Beira, e aliada as infra-
estruturas ferroviárias, em conjunto constituem o Corredor Regional de transportes,
conhecido por Corredor de Nacala, o que torna Nacala uma cidade com potencial para
desenvolvimento económico.
iii
Figura 1: Localização da área do projecto incluindo os limites administrativos e os bairros do Município de Nacala
iv
O projecto traz intervenções na zona da barragem (fonte e tratamento da água), no corredor
da conduta (transporte) e na própria cidade (construção de reservatórios, reabilitação e
expansão da rede de distribuição.
Descrição sumária do Projecto Proposto
O projecto proposto tem como finalidade a reabilitação e expansão do sistema de
abastecimento de água da Cidade de Nacala de forma a aumentar os actuais níveis de
cobertura actual que se situam em cerca de 75% para passarem a atingir 100% da população
projectada para 2029. O projecto inclui a construção de uma nova conduta adutora de 600
mm de diâmetro nominal numa extensão de 28 km para ligar a Barragem de Nacala à
Cidade de Nacala Porto.
Figura 2: Vista da Barragem no Rio Muecula onde é captada a água para a Cidade de
Nacala
Para o efeito, pretende-se desenvolver para a expansão da rede de abastecimento de água,
as seguintes actividades:
• Instalação de novas bombas de captação de água na nova estação de tratamento;
• Construção uma nova estação de bombagem e transporte de água;
• Instalação de um laboratório de testagem e análise de qualidade de água;
• Substituição da principal conduta adutora; e
v
• Reabilitação, melhoramento e ampliação do sistema de distribuição, incluindo a
instalação de zonas de medição de caudal e controle de pressão e a criação de uma
unidade de redução NRW devidamente equipada.
As actividades do projecto incluem ainda:
• Aumento da rede e a cobertura do serviço através de novas ligações domiciliárias para
os residentes nas zonas peri-urbanas da área do projecto;
• Redução de perdas de água e água não contabilizadas, através da reabilitação e
substituição da rede de distribuição;
• Melhoramento da gestão do abastecimento de água e a gestão das perdas de água, a fim
de disponibilizar mais água aos residentes da cidade de Nacala, instalação de medidores
de cdo hidrômetros distritais;
• Fortalecimento do quadro institucional e regulatório das empresas regionais de
abastecimento de água no país; e
• Tornar o sistema de abastecimento de água sustentável melhorando as medidas de
recuperação dos custos, proporcionando formação e apoio para melhorar a eficácia, a
fim de criar envolvimento / interesse do sector privado no funcionamento deste sistema.
No que concerne ao Segundo Projecto de Abastecimento de Água e Apoio Institucional –
WASIS II, financiado pelo Banco Mundial, serão desenvolvidas ainda as seguintes
actividades:
• Equipamento eletromecânico de captação e 2 km de conduta adutora de água bruta (DN
750 mm), da captação à nova ETA;
• Montagem de novas bombas de captação de água na estação de captação na zona da
Barragem, para a nova ETA;
• Conclusão das obras de construção da nova ETA não terminada no âmbito do projecto
MCC;
• Construção de uma Nova Estação de Tratamento de Água (ETA) e de uma nova estação
de bombagem de água tratada com capacidade maior, baseada na demanda para 2029;
• Construir reservatórios adicionais de água tratada em lugares estratégicos na zona
urbana;
• Substituição da conduta adutora por uma nova com a capacidade adequada às
necessidades projectadas de 2029 que ligará o ponto de extracção à rede de distribuição
através dum nova ETA;
• Reabilitação, melhoramento, ampliação da rede de distribuição, incluindo o
estabelecimento de zonas de medição do caudal e a criação de uma unidade de redução
NRW devidamente equipada;
• Reabilitação e construção de um centro distribuidor constituído por um reservatório
apoiado e torre de pressão; e
vi
• Construção de uma barragem que pode servir também para o abastecimento da cidade
de Monapo. A construção da barragem, do ponto de extracção e da conduta adutora,
neste momento ainda não há informação sobre o local proposto e o traçado da conduta
adutora.
O Estudo de Impacto Ambiental e Social
O EIAS incidiu sobre aspectos biofísicos e socioeconómicos, tendo-se baseado tanto em
informação bibliográfica quanto em trabalho de campo. Foram identificados os principais
impactos do projecto nas suas fases de pré-construção, construção e exploração (Capítulo
8 do Relatório Principal do EIAS) e formuladas as respectivas medidas de mitigação. As
medidas de Gestão e Monitorização Ambiental foram integradas num PGAS, que constitui
parte do Relatório de EIAS.
O EIAS inclui também um Processo de Participação Pública (PPP) que se realiza com o
objectivo principal de informar o público sobre o projecto, assim como auscultar a sua
sensibilidade sobre as questões-chave relacionadas com o mesmo, para serem consideradas
no EIAS. Neste contexto, foram realizadas reuniões de Consulta Pública, na Cidade de
Nacala.
O Processo do Envolvimento do Público (PPP)
Com o intuito de atender à directriz sobre o Regulamento sobre o Processo de AIA, assim
como o Diploma Ministerial no. 130/2006, de 9 de Julho sobre o Processo de Partcipação
Pública (PPP), foram realizadas reuniões de auscultação das Partes Afectadas e/ou
Interessadas (PI&As) nos dias 17 de Abril de 2019, na EPC da Barragem, Posto
Administrativo do mesmo nome, no Distrito de Nacala-à-Velha e no dia 18 de Abril de
2019 no Thamole Lodge, na Cidade de Nacala.
Especificamente, as reuniões tinham entre outros objectivos (i) informar ao Público sobre
o projecto WASIS II e a necessidade de revisão do Estudo do Impacto Ambiental e Social
(EIAS) e do Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) do Projecto de Abastecimento
de Água para Cidade de Nacala, (ii) Divulgar o Relatório do EIAS – Versão Actualizada
do estudo feito pela Burnside/ AustralCowi/Consultec) no âmbito do MCC; (iii) Recolher
contribuições das partes interessadas, pessoas envolvidas e/ou afectadas sobre os
potenciais impactos e medidas de mitigação, e (iv) Finalizar a revisão do AIAS/PGAS com
base nos inputs adicionais recolhidos nas reuniões de auscultação de pessoas interessadas
e afectadas pelo projecto de reabilitação e expansão do sistema de abastecimento de água
à Cidade de Nacala.
A audiência pública contou com a participação de 50 pessoas de várias instituições do
governo, órgãos locais e sociedade em geral e as PI&As foram unânimes que o projecto é
de importância vital para a Cidade de Nacala, considerando que vai contribuir na melhoria
de abastecimento de água à cidade e na saúde pública, para além do contributo na criação
de postos temporários de emprego.
vii
Contudo foram levantadas algumas questões pertinentes pelas PI&As nomeadamente,
i) Como serão tratadas as benfeitorias afectadas;
ii) Como o projecto irá lidar com riscos de aumento dos índices de criminalidade e
prostituição que normalmente estão associados à qualquer empreendimeno de
desenvolvimento do tipo proposto;
iii) A criação de tarifa de água bonificada para as comunidades locais (zona da barragem)
face à tarifa de água que os citadinos de Nacala conseguem pagar;
iv) Quando efectivamente o projecto começa;
v) Como será resolvido o assunto das compensações pendentes em torno do projecto
descontinuado;
vi) E como será feita a contratação de mão-de-obra de modo a assegurar algumas vagas
para o pessoal local.
Por fim os participantes deixaram suas opiniões e recomendações, sendo de destacar
i) A necessidade da realização de reuniões públicas regulares com as PI&As desde o
princípio até ao fim do projecto, independentemente do curso normal ou não do projecto;
ii) O FIPAG, sendo o proponente do projecto, deverá fazer o acompanhamento directo da
implementação das varias medidas socio-ambientais pois a experiência mostra que os
empreiteiros têm o habito de passarem por cima de regras básicas e desrespeito da
população local.
Potenciais Impactos Ambientais do Projecto e Medidas de Mitigação e/ou de
Potenciação
À implementação deste projecto está associada a uma série de impactos potenciais de
natureza biofísica, socioeconómica e sobre a saúde e segurança quer dos trabalhadores,
quer das populações das áreas circunvizinhas. Alguns dos principais impactos identificados
estão listados abaixo com as correspondentes medidas de incrementação/mitigação
conforme o impacto:
Expectativa de Solução a Curto Prazo os Problemas de Abastecimento de Água na
Cidade de Nacala
Dada a relevância que os problemas de abastecimento de água mostram na Cidade de
Nacala, a presença de mais um projecto pode criar expectativas muito elevadas na
população da cidade quanto à solução imediata de todos os problemas do sector de
abastecimento de água. Contudo, sabe-se que as soluções serão graduais havendo
iniciativas que serão tomadas a curto prazo e outras a longo prazo devido a limitações em
relação às fontes de água.
O processo de divulgação das fases e das metas de implementação do projecto deverá ser
coordenado com as autoridades locais, os líderes locais e tradicionais sendo as escutas
públicas a serem realizadas no âmbito do EIA um ponto de partida para o início desta
viii
sensibilização.
Alterações na Morfologia do Terreno
Este impacto poderá ocorrer como resultado de actividades de terraplanagem necessárias
para a implantação das infra-estruturas do projecto que serão construídas, assim como da
criação de locais de deposição de material. A utilização de câmaras de empréstimo de
material é outra actividade que levará a alterações na morfologia do terreno o que se
constitui num impacto negativo de ocorrência provável, mas de significância baixa dada a
sua reversibilidade. Para mitigar este impacto dos solos retirados na abertura das trincheiras
serão repostos imediatamente ao enterro da tubagem seguido de uma reabilitação da área
de trabalho.
Impactos no Habitat, Vegetação e Fauna
Para a substituição da conduta de adutora será necessário abrir um corredor, livre de
obstáculos, que permita a circulação da maquinaria de escavação. A abertura desse
corredor implicará a remoção da vegetação que influirá também na redução do habitat das
espécies de animais do ambiente terrestre. Apenas uma pequena quantidade de fauna
residente na zona onde será removida a conduta antiga, ou associada à vegetação da área
de influência directa, poderá ser afectada pelas actividades do projecto. Algumas espécies
de aves dependentes da vegetação dos locais por onde será substituída a conduta, poderão
ser afectadas.
A abertura de estaleiros implicará também a remoção da cobertura vegetal, no entanto
numa escala menor pois são áreas menores, e não necessitam de uma limpeza total da
cobertura vegetal, podendo ser mantidas algumas espécies. As consequências directas desta
forma de desmatamento são a alteração na drenagem natural, compactação do solo e
erosão. Para mitigar este impacto a vegetação será removida apenas pontualmente
limitando a remoção de vegetação para o mínimo necessário. Todo o pessoal envolvido nas
actividades do projecto deve ser instruído a preservar os habitats naturais e sensíveis na
área de influência do projecto para além de medidas com vista a garantir uma rápida
reposição da vegetação assim como conservação da camada superior do solo (topsoil),
plantio de árvores pelo empreiteiro em substituição das árvores de grande porte removidas.
Nos estaleiros, a localização das infra-estruturas auxiliares ao empreendimento, deverá ser
cuidadosamente escolhida, de modo a reduzir ao mínimo a perturbação de habitats e
reabilitar todas as áreas degradadas dos estaleiros de modo a reconstituir a situação
anterior.
Criação de Postos de Trabalho e Melhoria das Condições de Vida da População
O projecto criará postos de trabalho limitados, temporários e permanentes. A economia
será estimulada directamente através da compra local/regional de bens e serviços, quer por
parte das populações locais como por parte dos empreiteiros. Para incrementar este impacto
propõe-se que seja dada a preferência a trabalhadores e fornecedores de bens e serviços
locais e/ou nacionais.
ix
Reassentamento de parte da População Residente ao Longo da Rota das Condutas
Algumas pessoas residentes ao longo da rota das condutas poderão ser afectadas havendo
necessidade de serem reassentadas obrigando a identificação de terras residenciais e
agrícolas de reposição. As perdas de culturas em campo e de árvores de frutos poderão
conduzir a situações de maior vulnerabilidade e insegurança alimentar para as famílias
afectadas, particularmente num contexto em que estas constituem a principal base de
subsistência e rendimento.
Notar ainda que as terras de reposição poderão apresentar condições diferentes das terras
perdidas, conduzindo assim a uma modificação no tipo de culturas e métodos empregues
na actividade agrícola, o que poderá requerer um período longo de adaptação por parte das
famílias afectadas. A alteração das distâncias para aceder aos principais recursos
produtivos (machambas, rio, florestas, etc.) poderá também constituir uma perturbação
para os sistemas de sobrevivência, bem como na actual estrutura de divisão do trabalho ao
nível familiar.
Para minimizar os efeitos de reassentamento que possam decorrer do projecto recomenda-
se, sempre que possível, a alteração pontual na rota das condutas. A deslocação de pessoas
e suas casas e bens deverão ser devidametne indeminizadas recorrendo um PAC (Plano de
Acção e Compensação) a ser elaborado e aprovado antes do arranque das obras. Para o
caso específico de compensação por perda de áreas de machambas e de árvores de fruta, a
Direcção Provincial de Agricultura e Segurança Alimentar (DPASA) de Nampula deve ser
contactada em todos os casos de dúvidas relativas a procedimentos de compensação,
incluindo a negociação com os usuários da terra. Mecanismos de indemnização devem ser
implementados em todos os casos justificáveis, com base em critérios claros de
elegibilidade. O envolvimento das autoridades locais irá contribuir para a minimização de
casos de oportunismo.
Interferência com as Actividades Económicas da População
As actividades de construção poderão interferir com as actividades comercias das
populações como bancas, barracas e pequenos estabelecimentos comerciais, bem como
com a rotina diária da população durante a fase de construção. Estas actividades poderão
ser temporariamente interrompidas devido à actividades de construção da conduta de água
bem coo de actividades associadas, podendo ter implicações no rendimento das famílias.
As medidas de mitigação propostas incluem a identificação das actividades que
necessitarão de remoção para curta distância enquanto as obras decorrem e definir as
necessárias compensações pela interrupção temporária de actividade.
Perturbação do Trânsito de Pessoas e Veículos durante a fase de Construção e
Mudança no Volume de Tráfego
As obras de construção do projecto vão induzir aumento do tráfego de veículos pesados e
equipamento ao nível local e escavações criando cortes das estradas situação que irá
perturbar os padrões de acessos e circulação de pessoas e bens, implicando desvios do
x
tráfego e congestionamentos do trânsito. O aumento do trânsito de veículos nas zonas de
construção fora da cidade poderá aumentar o risco de acidentes de atropelamento para a
população local (especialmente crianças) e seus animais, particularmente tendo em conta
que o tráfego actual na zona é reduzido e a população local não está sensibilizada para este
tipo de riscos.
Anunciar nos órgãos de comunicação social sobre as restrições de trânsito sempre que eles
forem acontecer e instalar uma boa sinalização das áreas de trabalho indicando as rotas
alternativas, restrições de velocidade e desvios nas estradas enquanto decorrerem as obras
são algumas medias para minimizar os constrangimentos do projecto em relação a
perturbação do transito.
Trabalho Infantil
O projecto será desenvolvido numa área subdesenvolvida caracterizada por pobreza e falta
de perspectiva de futuro, assim como educação de baixa qualidade, que são alguns dos
fatores que poderão estimular a inserção de menores como mão-de-obra no projecto,
expondo-as a situações de risco e vulnerabilidade em diversos aspectos, incluindo a saúde,
exposição à violência, assédio sexual, esforços físicos intensos, acidentes com máquinas,
entre outros. As medidas de mitigação correspondentes incluem criação de critérios claros
sobre a contratação da mão-de-obra, ou seja, será interditação da contratação de menores
de 18 anos e o Projecto deve ter um Codigo de Conduta sobre o influxo de trabalho infantil
conforme especificado no PGA.
Influxo de Mão-de-obra
A implementação das actividades do Projecto está relacionada com a possibilidade de
ocorrer um influxo de pessoas à procura de trabalho por causa das previstas oportunidades
de emprego. Os trabalhadores migrantes deverão provavelmente vir principalmente de
outras povoações, por onde o Projecto passa, mas também de outros distritos. O influxo de
pessoas à procura de emprego tende a resultar em comportamentos muitas vezes
reprovados pelas comunidades locais que acolhem os migrantes. Estes comportamentos
anti-sociais percebidos podem incluir actividades criminosas, uso de álcool e drogas. Estes
impactos podem levar a ressentimentos e fricção entre os residentes estabelecidos e as
pessoas que chegam.
As medidas de mitigação recomendadas incluem desenho de um Plano de Gestão de
Acomodação e Estaleiros, para minimizar conflitos com a comunidade associados com a
localização dos estaleiros e acomodação de pessoal; implementação de um Plano de
Recrutamento Local, para garantir que a contratação seja conduzida de modo transparente
e justo e para maximizar o emprego local, tanto quanto possível, e ainda desenvolvier um
Plano de Comunicação, para interagir com as comunidades, informando-as da natureza e
tempo de duração das actividades, e estabelecer canais de comunicação para lidar com
quaisquer conflitos sociais que possam surgir e ainda acções sobre riscos comunitários
associados ao influxo de trabalhadores.
xi
Interferência com Usos e Aproveitamentos da Terra
A substituição da conduta de menor dimensão actualmente existente poderá interferir com
machambas e instalações precárias da população para além de actividades comerciais.
Assim, está previsto que seja feito um levantamento de todas as instalações afectadas,
sendo activados mecanismos de indemnização, em coordenação com as autoridades locais,
sempre que se justifique.
Em circunstâncias extremas um reassentamento da população poderá ser necessário
obrigando a identificação de terras residenciais e agrícolas de reposição. Diferentes
experiências no País e a nível internacional indicam que as acções de reassentamento
também são susceptíveis de criar impactos de ordem socioeconómica, particularmente num
contexto em que a terra não é só investida de um valor económico, mas também de
identificação social e espiritual.
Acidentes de Trabalho e Aumento do Risco de Contrair Doenças
Os trabalhadores manusearão maquinaria pesada e estarão expostos a combustíveis e outros
produtos químicos. Será implementado um programa de saúde e segurança ocupacional
que fornecerá a cada trabalhador equipamento de protecção pessoal e lhe dará formação
sobre as regras de segurança a cumprir para um trabalho seguro.
Melhoria das condições de vida da população beneficiária devido ao acesso a serviços mais
eficientes de fornecimento de água.
O projecto de melhoramento e expansão do sistema de abastecimento da água à Cidade de
Nacala criará condições para o melhoramento da vida das populações beneficiárias devido
ao acesso a serviços mais eficientes de fornecimento de água. A disponibilidade de água
de qualidade ajudará na redução da incidência de doenças de natureza hídrica aumentando
o bem-estar da população local.
A disponibilidade de água levará à redução do tempo de procura de água passando as
populações locais a dispor de mais tempo para outras actividades produtivas de geração de
rendimentos. O projecto irá deste modo criar sinergias com o sector de saúde, educação e
desenvolvimento social. Este será um impacto positivo do projecto e a grande motivação
para a sua implementação.
Estes e outros impactos potenciais do projecto são analisados com detalhe no Capítulo 8
do Relatório Principal, onde são igualmente apresentadas as medidas de mitigação, para os
impactos negativos, e as medidas de optimização, para os impactos positivos. O processo
de gestão de todos os impactos identificados no EIAS, que se encontra detalhado no PGA
da actividade irá requerer do FIPAG e o Empreito contratado para as obras, o
desencadeamento de acções de formação adequada dos trabalhadores, incluindo a
contratação de pessoal/serviços certificados em OHSAS 18001: 2007, bem como do
pessoal qualificado de Ambiente e Segurança para que estes possam ser capazes de
desempenhar as suas tarefas de forma eficaz, reduzindo os riscos de saúde e segurança
xii
ocupacional e ambiente,e socioeconómicos associados às mesmas; Consciencialização
ambiental e social dos trabalhadores do projecto; e Gestão adequada de situações de risco
e emergência.
Impactos Cumulativos do Projecto
O projecto poderá criar sinergias com outras instituições como o município, obras públicas
e administração de estradas que possam resultar em obras de reabilitação/melhoramento de
estradas criando um impacto positivo no património. Este impacto pode ser incrementado
através de coordenação interinstitucional de modo a executarem em simultâneas as
diferentes obras tomando em consideração que serão abertas trincheiras para colocação da
tubagem de expansão da rede.
O projecto irá também criar sinergias com o sector de saúde considerando à sua influência
na redução da incidência de doenças de natureza hídrica que resulta da disponibilidade de
água de qualidade aumentando o bem-estar da população local. As crianças que dedicam
uma parte do seu dia na busca de água terão mais disponibilidade de tempo para se ocupar
a actividaes esepcificias como, por exemplo, estudar no caso de existir disponibilidade de
água, o mesmo acontecendo com a população produtiva que passará a dispor de mais tempo
para outras actividades produtivas de geração de rendimentos aumentando o
desenvolvimento social
Principais Conclusões e Recomendações
As constatações do EIAS do projecto de reabilitação e expansão do sistema de
abastecimento de água à Cidade de Nacala permitem concluir que o projecto proposto não
possui quaisquer elementos que possam determinar a sua suspensão podendo, assim, ser
considerado viável do ponto de vista ambiental.
A importância do projecto foi confirmada durante o processo de consultas públicas às
PI&As que culminou com audiências públicas realizadas no dia 17 de Abril de 2019, na
EPC da Barragem, Posto Administrativo do mesmo nome, no Distrito de Nacala-à-Velha
e no dia 18 de Abril de 2019 no Thamole Lodge, na Cidade de Nacala, que contaram com
a participação de 50 pessoas, que foram unânimes afirmando que o projecto é de
importância vital para a Cidade de Nacala, considerando que vai contribuir na melhoria de
abastecimento de água à cidade e na saúde pública, bem como irá criar postos temporários
de emprego. Contudo, deixaram recomendações pertinentes destacado-se (i) a realização
de reuniões públicas regulares com as PI&As desde o princípio até ao fim do projecto,
independentemente do curso positivo das actividades; e (ii) O FIPAG, na qualidade de
proponente, deverá fazer o acompanhamento directo da implementação das obras do
projecto, bem como das medidas de mitigação e compensação realizadas pelo empreiteiro,
poís, a experiencia mostra que os empreiteiros geralmente passam por cima das regras
ambientais e da saúde e segurança ocupacional, para além do desrespeito pela população
local.
A maioria dos impactos identificados será de intensidade moderada a baixa, podendo ser
xiii
controlados através da implementação das medidas de mitigação, gestão e monitoria
ambiental formuladas neste Estudo.
A responsabilidade de implementação das acções de mitigação, gestão e monitorização
ambiental formuladas neste estudo recaem sobre o FIPAG, na qualidade de Proponente do
Projecto e ao Empreiteiro contratado para a execução das obras. O FIPAG na qualidade de
Proponente, tem a responsabilidade de exigir dos empreiteiros uma actuação responsável
do ponto de vista ambiental.
i
EXECUTIVE SUMMARY
Introduction
This document constitutes the non-technical summary of the updated version of the
Environmental Impact Study (REIA) Report of the Nacala City Water Supply
Rehabilitation and Expansion project. The project aims to improve water supply capacity,
and this document was prepared under the Environmental Impact Assessment Process
(EIA) of the project. The activity comprises five components, with a total cost of US $ 164
million, 4 of which will be implemented by FIPAG - Water Supply Investment and
Heritage Fund, while the fifth component will be implemented by CRA - Water Supply
Regulation Board.
The project was initially proposed in 2009, under the funding of the Millennium Challenge
Account - Mozambique (MCA-Mozambique), the Mozambican counterpart of the
Millennium Challenge Corporation (MCC), a United States development agency. Project
activities started but were not completed during the MCA-Mozambique term and the
various project infrastructures were disrupted at the foundations stage.
From the point of view of environmental and social sustainability, the project was classified
by the Provincial Directorate for the Coordination of Environmental Action of Nampula,
under the Decree 45/2004 of 29 September, which approved the Regulation on the
Environmental Assessment Process in the context. then Ministry of Environmental Action
Coordination (MICOA), which classified the project as Category A, thus requiring the
completion of the Complete Environmental Impact Study. It should be noted that MICOA
was in 2015 transformed into Ministry of Land, Environment and Rural Development, and
also, Decree 45/2004 of 29 September was also revised and revoked by Decree No.
54/2015 of 31 December), which regulates the conduct of the Environmental Impact
Assessment process.
The requested EIA was intended to identify and assess potential impacts on the physical,
biological and socio-economic environment resulting from project implementation, and to
identify appropriate mitigation, management and monitoring measures to reduce /
eliminate potential negative effects taking into account the characteristics biophysical and
socio-economic aspects of the project's area of influence. It was also the objective of the
Environmental Impact Study carried out to identify measures to increase the effect of
positive impacts.
Following categorization, the Environmental Pre-Feasibility and Scoping Study (EPDA)
phase was followed, and the Terms of Reference (ToR) for the Environmental Impact
Study to MICOA (now MITADER) were submitted as provided for in the legislation in
force. It is based on these ToR, approved by MICOA and taking into account both MICOA
recommendations and national and international legislation, standards and procedures
related to the environmental impact assessment process and its mitigation, that the
ii
Preliminary Report was prepared. EIA of the proposed venture.
Environmental Consultant Eduardo Saldanha Langa has been selected by FIPAG to
conduct the revision of this EIAS of the project to improve and expand the water supply
system to Nacala City, in order to adapt / respond to the so-called “Second Water Supply
Project”. Institutional Support (WASIS II) ”- Additional Financing. The initial version of
the EIAS, including the PGAS of the project in question, had been prepared by Burnside,
in partnership with AustralCowi and Consultec under the MCC funding. Mr. Eduardo
Langa is an Environmental Consultant with over 15 years of proven experience in
conducting environmental impact assessment, also certified by MITADER to develop EIA
activities in the country.
The original Environmental and Social Impact Study was prepared within an integrated
contexto of Feasibility Study, Environmental and Social Impact Assessment, Project
Design and Supervision for the Improvement of Water Supply, Sanitation and Drainage
Systems for the Nacala City, prepared by a Consortium of Companies, namely Burnside (a
Canadian Engineering company), Consultec and Austral-Cowi (Mozambican companies).
On these grounds, the presente ESIA Report update is based on the Final Project Design,
as prepared under the MCC funding, which FIPAG now intends to implemente.
The Project Proponent
Nacala City Water Supply Rehabilitation and Expansion project is proposed by FIPAG.
The Project Implementer
MCA-Mozambique was responsible for managing financial resources for the projects
described above and the Water Supply Investment and Heritage Fund (FIPAG) was the
beneficiary of the investments and is currently responsible for the implementation of the
project concerned.
Project Location
Nacala City is located in the northern province of Nampula, about 200 km from Nampula
City, 500 km in a straight line from the country's northern border with Tanzania, about
1800 km from the southern border with South Africa, and about 620 km from the west
border with Malawi (Figure 2).
Nacala is the terminal point of the transport axis consisting of the EN12 road that connects
it with the capital of Nampula Province, as well as the railway lines between Nacala-
Lichinga and Nacala-Entre-Lagos. The existence of Porto, considered to be the third most
important in the country after Maputo and Beira, and allied rail infrastructure together
constitute the Regional Transport Corridor, known as the Nacala Corridor, which makes
Nacala a city with potential for economic development.
iii
Figure 1: Location of project area including administrative boundaries and neighborhoods of Nacala Municipality
The project brings interventions in the dam area (water source and treatment), in the
conduit corridor (transportation) and in the city itself (reservoir construction, rehabilitation
and expansion of the distribution network.
Summary Description of the Proposed Project
The proposed project aims to rehabilitate and expand Nacala City's water supply system to
increase current coverage levels by around 75% to reach 100% of the projected population
by 2029. The project includes the construction of a new 600 mm nominal diameter pipeline
in a 28 km extension to connect the Nacala Dam to the City of Nacala Porto.
Figure 2: View of the Muecula Dam where water is captured to Nacala City
To this end, the following activities are intended for the expansion of the water supply
network:
• Installation of new water collection pumps in the new treatment plant;
• Construction of a new pumping and water transport station;
• Installation of a water quality testing and analysis laboratory;
• Replacement of the main pipeline; and
• Rehabilitation, upgrading and expansion of the distribution system, including the
installation of flow measurement and pressure control zones and the creation of a
properly equipped NRW reduction unit.
Project activities also include:
• Increased network and service coverage through new home connections for residents
v
in peri-urban areas of the project area;
• Reduction of unaccounted water and water losses through rehabilitation and
replacement of the distribution network;
• Improvement of water supply management and water loss management in order to
make more water available to Nacala city residents by installing district water meters;
• Strengthening the institutional and regulatory framework of regional water supply
companies in the country; and
• Make the water supply system sustainable by improving cost recovery measures,
providing training and support to improve efficiency to create private sector
involvement / interest in the operation of this system.
With regard to the World Bank-funded Second Water Supply and Institutional Support
Project - WASIS II, the following activities will be further developed:
• Electromechanical capture equipment and 2 km of raw water transmission pipe (DN
750 mm), from the capture to the new ETA;
• Assembly of new water catchment pumps at the catchment station in the Dam area, for
the new ETA;
• Completion of construction works for the new Water Treatment Station (WTS) not
completed under the MCC project;
• Construction of a New Water Treatment Station and a new treated water pumping
station with greater capacity, based on demand for 2029;
• Build additional reservoirs of treated water in strategic places in the urban area;
• Replacement of the pipeline by a new one with the capacity adequate to the projected
needs of 2029 that will connect the extraction point to the distribution network through
a new WTS;
• Rehabilitation, upgrading, expansion of the distribution network, including the
establishment of flow measurement zones and the establishment of a properly equipped
NRW reduction unit;
• Rehabilitation and construction of a distribution center consisting of a supported
reservoir and pressure tower.
• Construction of a dam that can also be used to supply the Monapo village. The
construction of the dam, the extraction point and the pipeline, at this moment there is
still no information on the proposed location and the layout of the pipeline.
The Environmental and Social Impact Study
The EIAS focused on biophysical and socioeconomic aspects, based on both bibliographic
information and field work. The main impacts of the project on its pre-construction,
construction and operation phases (Chapter 8 of the EIAS Main Report) were identified
and their mitigation measures formulated. Environmental Management and Monitoring
vi
measures have been integrated into a PGAS, which is part of the EIAS Report.
The EIAS also includes a Public Participation Process (PPP) which is carried out with the
primary purpose of informing the public about the project, as well as listening to their key
issues related to it, for consideration in the EIAS. In this context, public consultation
meetings were held in Nacala City.
The Public Involvement Process (PPP)
In order to comply with the guideline on the EIA Process Regulation as well as Ministerial
Diploma no. 130/2006, of 9 July on the Public Participation Process (PPP), were held
meetings of the Affected and / or Stakeholders (PI & As) on 17 April 2019, at the EPC
Barragem, Administrative Post Nacala-a-Velha District and on April 18, 2019 at the
Thamole Lodge in Nacala City.
Specifically, the meetings had among other objectives (i) to inform the public about the
WASIS II project and the need for revision of the Environmental and Social Impact Study
(EIAS) and the Environmental and Social Management Plan (PGAS) of the Water for
Nacala City, (ii) Disseminate the EIAS Report - Updated Version of the study by Burnside
/ AustralCowi / Consultec) under the MCC; (iii) Collect input from stakeholders,
stakeholders and / or affected persons on potential impacts and mitigation measures, and
(iv) Finalize the review of AIAS / PGAS based on additional inputs collected from
stakeholder and affected stakeholder meetings. the project for the rehabilitation and
expansion of the water supply system to Nacala City.
The public hearing was attended by 50 people from various government institutions, local
bodies and society at large and the PI & As unanimously agreed that the project is of vital
importance to Nacala City, considering that it will contribute to the improvement of water
supply to the city. and public health, as well as contributing to the creation of temporary
jobs.
However, some pertinent questions were raised by the PI & As, namely:
(i) how will the affected improvements be treated;
ii) How will the project deal with risks of increased crime and prostitution rates that are
usually associated with any development venture of the proposed type;
iii) The creation of a subsidized water tariff for the local communities (dam area) in relation
to the water tariff that Nacala city residents can afford;
iv) When the project actually begins;
v) How will the issue of pending compensation around the discontinued project be
resolved;
vi) And how labor will be hired to secure some vacancies for local staff.
vii
Finally, the participants left their opinions and recommendations.
(i) The need for regular public meetings with M & As from the beginning to the end of the
project, regardless of the normal course of the project or not;
ii) FIPAG, being the project proponent, should directly monitor the implementation of the
various socio-environmental measures as experience shows that contractors have a habit
of overriding the basic rules and disrespect of the local population.
Potential Environmental Impacts of the Project and Mitigation and / or
Empowerment Measures
The implementation of this project is associated with a number of potential biophysical,
socioeconomic and health impacts on workers and the surrounding population. Some of
the key impacts identified are listed below with the corresponding incremental / mitigation
measures as per impact:
Short-Term Solution Expectation for Water Supply Problems in Nacala City
Given the relevance of water supply problems in Nacala City, the presence of one more
project can create very high expectations among the city's population for the immediate
solution of all water sector problems. However, it is known that solutions will be gradual
and there are initiatives that will be taken in the short term and others in the long term due
to limitations on water sources.
The process of disseminating the project implementation phases and targets should be
coordinated with local authorities, local and traditional leaders and public listening to be
carried out within the EIA is a starting point for initiating this awareness raising.
Changes in Terrain Morphology
This impact could occur as a result of the earthmoving activities required for the
deployment of the project infrastructures to be built, as well as the establishment of material
disposal sites. The use of material lending chambers is another activity that will lead to
changes in terrain morphology which is a negative impact of probable occurrence but of
low significance given its reversibility. To mitigate this impact of the soil removed at the
opening of the trenches will be immediately returned to the pipe burial followed by a
rehabilitation of the work area.
Impacts on Habitat, Vegetation and Fauna
To replace the water pipe it will be necessary to open an unobstructed corridor to allow the
excavation machinery to circulate. The opening of this corridor will imply the removal of
vegetation that will also reduce the habitat of animal species from the terrestrial
environment. Only a small amount of fauna residing in the area where the old pipeline will
be removed, or associated with vegetation in the area of direct influence, may be affected
viii
by the project activities. Some bird species dependent on the vegetation in which the
pipeline will be replaced may be affected.
The opening of yards will also imply the removal of the vegetation cover, however on a
smaller scale as they are smaller areas and do not require a complete cleaning of the
vegetation cover, and some species may be maintained. The direct consequences of this
form of deforestation are changes in natural drainage, soil compaction and erosion. To
mitigate this impact vegetation will be removed only on time limiting vegetation removal
to the minimum necessary. All staff involved in project activities should be instructed to
preserve natural and sensitive habitats in the project's area of influence in addition to
measures to ensure rapid vegetation replacement as well as conservation of topsoil,
planting of trees by the contractor to replace the large trees removed. In the shipyards, the
location of the ancillary infrastructure should be carefully chosen to minimize disturbance
of habitats and rehabilitate all degraded areas of the yards to reconstitute the previous
situation.
Job Creation and Improvement of Population Living Conditions
The project will create limited, temporary and permanent jobs. The economy will be
stimulated directly through local / regional purchase of goods and services, both by local
people and by contractors. To increase this impact, it is proposed to give preference to
workers and suppliers of local and / or national goods and services.
Resettlement of Affected Population along the Water Transmission Main Route
A number of assets along the water transmission main may be affected leading to the need
for compensation and resettlement. Losses of field crops and fruit trees may lead to
situations of greater vulnerability and food insecurity for affected families, particularly in
a context where they are the main basis for subsistence and income. Replacement of land
need to ensure that the new land is of the same agri-ecological conditions to minimize
disruptions on agricultural methods that farmers are familiarized with . Changing distances
to access the main productive resources (machambas, river, forests, etc.) may also be a
disruption to survival systems, as well as the existing structure of division of labor at the
family level.
To minimize the resettlement effects that may arise from the project, it is recommended,
whenever possible, to change the design of the pipeline route to avoid of the assets through
design. The displacement of people, their homes and assets that could not be avoided
through design should be properly compensated using a RCAP (Resettlement and
Compensation Action Plan) to be prepared and approved before the works start. For the
specific case of compensation for loss of areas of machambas and fruit trees, the Provincial
Directorate of Agriculture and Food Security (DPASA) of Nampula should be contacted
in all cases of doubts regarding compensation procedures, including negotiation with land
users. Compensation mechanisms must be implemented in all justifiable cases, based on
clear eligibility criteria. The involvement of local authorities will help to better coordinate
ix
the resettlement activities and minimize conflicts.
Interference with the Economic Activities of the Population
Construction activities may interfere with the commercial activities of the population, such
as stalls, tents and small commercial establishments, as well as with the daily routine of
the population during the construction phase. These activities may be temporarily
interrupted during the installation of the water transmission main and other related civil
works, which may have implications for the families' income. The proposed mitigation
measures include the identification of activities that will require removal for short distances
while the works are in progress and defining the necessary compensation for the temporary
interruption of income-earning activity.
Disruption of Traffic of People and Vehicles and Traffic Volume during the
Construction phase
The construction works of the project will induce an increase in the traffic of heavy vehicles
and equipment at the local level and excavations mainly for the installation of water
transmission main, and other civil works at the water treatment plant and distribution
centers. The increase in vehicle traffic in construction areas in the city of Nacala and its
vicinities may increase the risk of hit-and-run accidents for the local population (especially
children) and their animals. In order to minimize this impact, the project should advertise
in the media, information about traffic restrictions whenever they happen and install a good
signage of the work areas indicating alternative routes, speed restrictions and detours roads
affected by the civil works related to the project.
Child labor
The project will be implemented in an underdeveloped area characterized by poverty and
a lack of perspective for the future, as well as low quality education, which are some of the
factors that may encourage the inclusion of minors as labor in the project, exposing them
to risky situations and vulnerability in several aspects, including health, exposure to
violence, sexual harassment, intense physical efforts, accidents with machines, among
others. The corresponding mitigation measures include the creation of clear criteria on the
hiring of labor, that is, the hiring of minors under the age of 18 will be prohibited and the
Project must have a Code of Conduct on the influx of child labor, as specified in the ESMP.
Influx of Labor
The implementation of the Project's activities is related to the possibility of an influx of
people looking for work because of the expected employment opportunities. Migrant
workers are likely to come mainly from other villages covered by the project but also from
other districts. The influx of jobseekers tends to result in behaviors that are often
disapproved by local communities that welcome migrants. These perceived antisocial
x
behaviors can include criminal activities, alcohol and drug use. These impacts can lead to
resentment and friction between established residents and people who arrive.
Recommended mitigation measures include design of a Accommodation and Workyard
Management Plan, to minimize conflicts with the community associated with the location
of the shipyards and accommodation of personnel; Implementation of a Local Recruitment
Plan, to ensure that hiring is conducted in a transparent and fair manner and to maximize
local employment as much as possible, and to develop a Communication Plan to interact
with communities, informing them of the nature and duration of activities, and establish
communication channels to deal with any social conflicts that may arise and actions on
community risks associated with the influx of workers.
Interference with Earth Uses and Profits
Replacing the existing smaller pipeline may interfere with poor machambas and population
facilities in addition to commercial activities. Accordingly, it is foreseen that a survey of
all affected installations will be carried out and compensation mechanisms will be
activated, in coordination with local authorities, where appropriate.
In extreme circumstances a resettlement of the population may be necessary forcing the
identification of replacement residential and agricultural land. Different experiences at
home and internationally indicate that resettlement actions are also likely to create socio-
economic impacts, particularly in a context where land is not only invested with economic
value but also social and spiritual identification.
Project Cumulative Impacts
The project could create synergies with other institutions such as the municipality, public
works and road administration that could result in road rehabilitation / upgrading creating
a positive impact on heritage. This impact can be increased through interinstitutional
coordination in order to simultaneously carry out the different works taking into account
that trenches will be opened for placement of the network expansion piping.
The project will also create synergies with the health sector considering its influence in
reducing the incidence of water-borne diseases that result from the availability of quality
water, increasing the well-being of the local population. Children who devote part of their
day to water will have more time available to engage in specific activities, such as studying
if water is available, as well as the productive population who will have access to water.
More time for other productive income generating activities enhancing social development.
Accidents at Work and Increased Risk of Disease
Workers will handle heavy machinery and be exposed to fuels and other chemicals. An
occupational health and safety program will be implemented that will provide each worker
with personal protective equipment and train them on the safety rules to be met for safe
work.
xi
Improvement of the living conditions of the beneficiary population through access to
more efficient water services.
The Nacala City water supply system improvement and expansion project will create
conditions for improving the lives of beneficiary populations through access to more
efficient water services. The availability of quality water will help reduce the incidence of
water-borne diseases by increasing the well-being of the local population.
Water availability will lead to a reduction in water demand time, giving local people more
time for other productive income generating activities. The project will thus create
synergies with the health, education and social development sector. This will be a positive
impact of the project and a great motivation for its implementation.
These and other potential impacts of the project are discussed in detail in Chapter 8 of the
Main Report, where mitigation measures for negative impacts and optimization measures
for positive impacts are also presented. The process of managing all impacts identified in
the EIAS, which is detailed in the Environmental Management Plan of the activity, will
require from FIPAG and the contracted contract for the works, including also recruit
OHSAS 18001:2007 certified OHS staff, as well as qualified E&S personnel the initiation
of adequate training of workers, so that they can be able to perform their tasks effectively
by reducing the associated health, safety, environmental and socio-economic risks;
Environmental and social awareness of workers; Proper management of risk and
emergency situations.
Main Conclusions and Recommendations
The EIAS findings of the Nacala City water supply system rehabilitation and expansion
project show that the proposed project does not contain any elements that could lead to its
suspension and could therefore be considered environmentally viable.
The importance of the project was confirmed during the public consultation process at PI
& As culminating in public hearings held on April 17, 2019, at EPC Barragem,
Administrative Post of the same name, in Nacala-à-Velha District and on April 18, 2019 at
the Thamole Lodge in Nacala City, attended by 50 people, who unanimously stated that
the project is of vital importance to Nacala City, considering that it will contribute to the
improvement of water supply. city and public health, and will create temporary jobs.
However, the relevant recommendations were noteworthy: (i) regular public meetings with
PI & As from the beginning to the end of the project, regardless of the positive course of
activities; and (ii) FIPAG, as the bidder, should directly monitor the implementation of the
project works, as well as mitigation and compensation measures undertaken by the
contractor, as experience shows that contractors generally override the rules. occupational
health and safety, in addition to disrespect for the local population.
Most of the identified impacts will be of moderate to low intensity and can be controlled
by implementing the mitigation, management and environmental monitoring measures
xii
formulated in this Study.
The responsibility for implementing the mitigation, management and environmental
monitoring actions formulated in this study rests with FIPAG, as Project Proponent and the
Contractor contracted for the execution of the works. FIPAG as the Proponent is
responsible for requiring contractors to act environmentally.
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações Gerais e Objectivo da Avaliação de Impacto Ambiental
O presente documento constitui-se na edição revista do Estudo de Impacto Ambiental e SOCIAL
(REIAS) do projecto de reabilitação e expansão do sistema de abastecimento de água para a cidade
de Nacala e foi conduzida no contexto da implementação do “Segundo Projecto de
Abastecimento de Água e Apoio Institucional (WASIS II)”, que o FIPAG está a desenvolver.
A versão inicial do EIAS, incluindo o PGAS do proejcto, foi elaborada pelo Consórcio Burnside,
AustralCowi e Consultec no âmbito do financiamento do Millennium Challenge Account (MCC).
O Estudo Ambiental e Social original foi elaborado num contexto integrado de Estudos de
Viabilidade, Avaliação do Impacto Ambientale Social (ESIA), Desenho e Supervisão do
Melhoramento dos Sistemas de Abastecimento de Água, Saneamento e Drenagem da Cidade de
Nacala, realizados pelo Consórcio de empresas BURNSIDE (empresa Canadiana), Consultec e
Austral-Cowi (empresas Mocambicanas). Sendo assim, a presente actualização do relatório do
ESIA tem como base o Projecto Final tal como elaborado no âmbito do financiamento do MCC, o
qual o FIPAG tenciona implementa-lo.
O projecto visa melhorar e aumentar a capacidade de fornecimento de água e este documento foi
elaborado no âmbito do Processo da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) do referido projecto.
A actividade compreende cinco componentes, com um custo total de US $ 164 milhões, 4 dos
quais serão implementados pelo FIPAG- Fundo de Investimento e Património do Abastecimento
de Água, enquanto o quinto será à cargo do CRA-Conselho de Regulação do Abastecimento de
Água.
Por Despacho de 9 de Fevereiro de 2010 com a Refa. n.º 73/GD/DPCAA/020/023.7 projecto foi
classificado pela Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADER)
de Nampula como sendo de Categoria A (Anexo I), requerendo, à prior, a realização de um Estudo
de Impacto Ambiental (EIA) completo ao abrigo do Regulamento sobre o Processo de Avaliação
do Impacto (Decreto nº 54/2015 de 31 de Dezembro).
A avaliação de impacto ambiental foi desenvolvida com o propósito de identificar e avaliar os
potenciais impactos nos ambientes físico, biológico e socioeconómicos resultantes do projecto e
identificar medidas de mitigação, gestão e monitorização dos impactos do projecto apropriadas
para reduzir/eliminar potenciais efeitos negativos tendo em conta as características biofísicas e
socioeconómicas da área de influência do projecto. É igualmente objectivo do processo de AIA
identificar medidas que permitam incrementar o efeito dos impactos positivos.
O EIAS sucede às fases de Instrução do Processo e de EPDA/TdR já apresentadas e foi elaborado
nos termos definidos no Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental
(Decreto n.º 54/2015 de 31 de Dezembro) e da Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental
(Diploma Ministerial 129/2006, de 19 de Julho). Tal como previsto no respectivo regulamento, o
principal objectivo deste relatório é o de “analisar técnica e cientificamente as consequências da
implantação de actividades de desenvolvimento sobre o ambiente”. É ao abrigo destes dispositivos
2
legais que se submete, então, o presente documento para efeitos de apreciação e eventual
aprovação pela Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental (DNAIA). O REIA vai
acompanhado pelo Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) do proposto projecto, cuja
aprovação resultará na emissão de uma Licença Ambiental (LA) pelo MITADER, que constitui o
objectivo final do presente EIA.
O EIA, assim como PGAS foram elaborados guiando-se pelos Termos de Referência (TdR)
submetidos e aprovados pelo MITADER. O Anexo II apresenta os TdR para o EIA submetidos ao
MITADER e o Anexo III contém a carta de aprovação do EPDA e dos TdR pelo MITADER.
1.2 Identificação do Proponente do Projecto
O projecto de reabilitação e expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala foi
inicialmente proposto pelo Millennium Challenge Account-Moçambique (MCA- Moçambique),
uma instituição de direito público que havia sido criada pelo GoM para implementar o
“Compacto”, um acordo de Cooperação financeira firmado entre o Governo de Moçambique e o
Governo Norte-Americano, representado pelo Banco Mundial/Millennium Challenge Corporation
(MCC) cujas áreas de intervenção são água e saneamento, reabilitação de estradas, terras e combate
ao amarelecimento letal do coqueiro.
Conforme mencionado acima, o projecto de melhoramento e expansão do sistema de
abastecimento de água à Cidade de Nacala será desenvolvido pelo FIPAG. O FIPAG é uma agência
governamental nacional criada com a missão de representar o Estado na gestão do património,
assim como no Programa de Investimento Público dos Sistemas de Abastecimento de Água, na
promoção do seu desenvolvimento e sustentabilidade económica e no acompanhamento da gestão
delegada dos sistemas de abastecimento de água a operadores privados.
A autoridade e responsabilidade da FIPAG incluem (i) investimento e gestão financeira para
reabilitação e expansão do património de abastecimento de água; (ii) maximizar a eficiência e o
retorno no património já existente; e (iii) gestão de contratos, monitoria e fazer cumprir as
obrigações contratuais dos operadores privados.
O FIPAG recebe fundos do governo nacional, governos e organismos internacionais, agências de
financiamento com vista a reabilitar os serviços de abastecimento de água existentes ou criar novos
(por ex. novos pontos de captação, furos, tubagem, estações de tratamento de água e reservatórios)
reabilitar infra-estruturas (edifícios, sistemas eléctricos, fornecimento de energia e vias de acesso).
No âmbito das suas competências, o FIPAG propõe-se a implementar o projecto de reabilitação e
expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala com o objectivo de melhorar o
acesso à água pelas populações desta Cidade. A actividade conta com o financiamento do Banco
Mundial.
O FIPAG tem os seus escritórios centrais em Maputo no seguinte endereço:
Avenida Felipe Samuel Magaia, Nº 1291,
Tel: +258 21308840 / 308815,
Fax: +258 21 308881
Telemóvel: +258 82 3025430 / +258 82 3025910
3
Pessoa de Contacto – Pedro Paulino (Director Geral)
1.3 Identificação do Consultor Ambiental Responsável pelo Estudo Actualizado
Conforme mencionado anteriormente, o processo de AIA do projecto foi levado à cabo pela
empresa Burnside em parceria com a AustralCowi, Limitada e a Consultec, Limitada que foi
selecionada pelo MCA-Moçambique através de um concurso público, como consultor para
conduzir o estudo de viabilidade, avaliação do impacto ambiental e social, concepção e supervisão
do projecto de melhoramento e expansão dos sistemas de abastecimento de água, saneamento e
drenagem às Cidades de Nacala, Mocuba e Gurùé e das Obras de Melhoramento dos Sistemas de
Abastecimento de Água em Monapo e Montepuez.
A presente versão actualizada do EIAS foi conduzida pelo Dr. Eduardo Saldanha Langa. O Dr.
Eduardo Langa é Consultor Ambiental Individual certificado pelo MITADER nos termos do
número 2 do Artigo 23 do Decreto no. 54/2015, de 31 de Dezembro, para realizar estudos de
impacto ambiental no país. O Dr. Eduardo Saldanha Langa é consultor ambiental com mais de 15
anos de experiencia comprovada na realização de avaliação do impacto ambiental no país.
Os detalhes de endereço e contacto do consultor ambiental são fornecidos abaixo.
Av. Comandante Augusto Cardoso, N°453, 3° Andar Único.
Telefone: +258 84 748 4709
Correio electrónico: [email protected]
Polana Cimento, Cidade de Maputo
1.4 Entidade Licenciadora e Autoridade de AIA
O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) que antecede o licenciamento ambiental do
presente projecto, será conduzido pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural –
MITADER, através da Direcção Nacional do Ambiente (DINAB), enquanto Autoridade de AIA.
O endereço físico da DINAB é:
Avenida Acordos de Lusaka no. 2115
Tel.: +25821466245. Fax: +2582146514. C.P 2020
Cidade de Maputo
Por se tratar de um projecto do sector de abastecimento de água, a sua execução enquanto
empreendimento estará associada ao Ministério das Obras Públicas e Habitação.
1.5 Estrutura Geral e Conteúdo do REIA
O presente relatório é constituído por onze capítulos, sendo o conteúdo de cada capítulo descrito
na Tabela 1. Em anexo a este relatório são apresentados os TdR do Estudo de Impacto Ambiental
(EIA), o Processo de Participação Pública (PPP) proposto e a Equipa Proposta para a condução do
EIAS e do PPP.
Tabela 1- Estrutura Do Relatório
SECÇÃO DESCRIÇÃO
Capítulo 1. Apresenta a informação geral relativa ao projecto e define os
4
SECÇÃO DESCRIÇÃO
Introdução objectivos deste relatório e apresenta os proponentes do
projecto, o consultor e a entidade licenciadora.
Capítulo 2.
Abordagem e metodologia do
Processo de EIA
Apresenta o enquadramento metodológico do EPDA no
processo de AIA, descreve as fases de elaboração do EPDA
incluindo a metodologia de identificação dos impactos,
aborda o processo de participação pública e apresenta a
equipa responsável pelos estudos.
Capítulo 3.
Descrição do projecto e das
Alternativas Consideradas
Apresenta a descrição e o fundamento lógico do projecto
proposto suas componentes de modo a assegurar a
compreensão do projecto e a avaliação de impactos. Fornece
uma discussão das alternativas em relação a actividade
proposta e as alternativas a serem consideradas no
desenvolvimento do projecto.
Capítulo 4.
Enquadramento legal
Analisa os requisitos legislativos específicos aplicáveis para
a AIA incluindo o enquadramento do projecto no regime de
Avaliação de Impactos Ambientais vigente em Moçambique
e outros requisitos legais relevantes para a actividade
proposta
Este capítulo apresentação também as principais directrizes
dos proponentes e de organizações internacionais, relativas
ao processo de AIA, participação pública e reassentamento.
Capítulo 5.
Descrição da Situação
Ambiental de Referência
Descreve o meio biofísico da área de estudo e as possíveis
interacções resultantes das actividades do projecto e esse
meio receptor
Capítulo 6.
Identificação dos Potenciais
Impactos do projecto e
Medidas de Mitigação
Apresenta uma listagem e explanação dos potenciais
impactos ambientais decorrentes da actividade proposta.
Classifica os impactos associados ao empreendimento nas
fases de construção e exploração, bem como os impactos
cumulativos de acordo com a existência. Identifica as
medidas de mitigação dos impactos
Capítulo 7
Relatóro sobre o Processo de
Partcipação Pública
Fornece informação relativa ao processo de envolvimento do
público, incluindo a metodologia de organização e realização
de audiências públicas, bem como a lista dos participantes
das mesmas.
Capítulo 8.
Considerações finais
Fornece as conclusões retiradas do estudo de definição de
âmbito.
Capítulo 9.
Bibliografia
Lista as referências bibliográficas usadas no presente estudo
5
O PGAS anexo a este relatório descreve todos os procedimentos necessários para a gestão dos
impactos ambientais.
2 ABORDAGEM E METODOLOGIA DO PROCESSO DE EIAS
2.1 Enquadramento Metodológico
A metodologia geral preconizada para a elaboração dos estudos ambientais associados ao projecto
de melhoramento e expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala, considera
todos os requisitos que superintendem estudos de impacto ambiental, com os necessários ajustes
decorrentes das alterações de âmbito dos trabalhos, quer no que respeita ao quadro legal
moçambicano aplicável, nomeadamente o Decreto n.º 54/2015, de 31 de Dezembro e o Diploma
Ministerial 129/2006, de 19 de Julho, como às orientações internacionais com particular referência
para as directrizes do Banco Mundial, sobretudo no que diz respeito ao reassentamento da
população e Processo de Participação Pública (assim como outras directrizes constantes nos
Princípios do Equador, 2002).
O processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) tem por objectivo apoiar a tomada de
decisão relativamente ao licenciamento ambiental de uma actividade, nele se inclui a definição do
nível de avaliação ambiental requerido (Screening) e a definição do âmbito do Estudo de Impacto
Ambiental (Scoping), já efectuadas, e a fase de estudo de impacto ambiental e plano de gestão
ambiental.
A outra componente do Regulamento sobre o Processo da AIA, cuja importância é realçada na
legislação aplicável, é o Processo de Participação Pública (PPP), cujas regras se encontram
detalhadas nas Directrizes do Processo de Participação Pública, estipuladas no Diploma
Ministerial n.º 130/2006, de 9 de Junho. As etapas que foram seguidas no processo de AIA com
vista ao Licenciamento Ambiental do projecto, em conformidade com o Regulamento do Processo
de AIA, são apresentadas no diagrama da Figura 1.
6
Figura 1: Etapas do Processo de AIA que foram seguidas para o presente Projecto
2.2 Metodologia e Faseamento da AIA
2.2.1 Esta fase, na qual o presente relatório se integra, consiste na identificação e selecção, de
entre uma série de potenciais problemas e um largo espectro de impactos possíveis, os
aspectos ambientais que poderão advir da implementação do projecto podendo condicionar
o desenvolvimento do empreendimento.
2.2.2 Categorização do Projecto
A categorização do projecto seguiu-se à Instrução do Processo de pré-avaliação ambiental. Esta
categorização ocorreu em resposta ao previsto no Regulamento sobre o Processo de Avaliação do
Impacto Ambiental (Decreto nº54/2015 de 31 de Dezembro1) que prevê a classificação em
Categorias A+, A, B ou C em função do potencial de risco sócio-ambiental que os projectos de
desenvolvimento podem provocar. O projecto foi classificado como de Categoria A por ter um
potencial de causar impactos negativos na área de implementação, o que obrigou à realização de
um Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) e dos Termos de
Referência, seguido da realização de um Estudo de Impacto Ambiental, incluindo um Plano de
Gestão Ambiental e Social (PGAS).
ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DE
ÂMBITO +
TERMOS DE REFERÊNCIA
INSTRUÇÃO DO PROCESSO
Categorização (Categoria A)
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
Relatório de EIA + Plano de Gestão Ambiental
LICENÇA AMBIENTAL
7
2.2.3 Fase de Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e dos Termos
de Referência do EIA
As etapas definidas para a elaboração do EPDA e dos TdR são as seguintes:
Etapa 1: Actividades Preparatórias
As actividades preparatórias consistiram na revisão de fontes secundárias onde foi compilada e
revista toda informação existente sobre a área do projecto e na mobilização da equipa técnica
envolvida e os meios e equipamentos a afectar às várias tarefas a desenvolver.
Foi feita uma visita de campo para a primeira avaliação das condições ambientais existentes,
potenciais impactos ambientais e sociais e potenciais medidas de mitigação e identificação
preliminar das partes interessadas e afectadas assim como a preparação de uma estratégia, para o
Processo de Participação Pública (PPP).
Etapa 2: Estudos Básicos
Estudos de base: esta componente teve como objectivo a identificação das áreas e aspectos
ambientais críticos que merecerão maior atenção nas fases posteriores assim como as que
precisarão de estudos detalhados. Isto foi possível por intermédio da análise da região onde o
projecto será implementado, as características do projecto em si, a definição de âmbito resultante
de estudos anteriores e do processo de participação pública, de modo a estruturar os conteúdos
para o EIA e desenhar os TdR para o EIA a serem aprovados pela autoridade reguladora. Não
foram identificadas, durante a prossecução destas actividades, quaisquer questões fatais, ou seja,
susceptíveis de inviabilizar o projecto proposto, pelo que se prosseguiu com as análises e estudos
necessários tendo em vista a definição do âmbito do EIA e a elaboração dos TdR do estudo a serem
aprovados pela entidade reguladora competente.
Etapa 3: Elaboração do Relatório Preliminar do EPDA e TdR
Preparação do relatório preliminar do EPDA e TdR, integrando as recomendações, sugestões e
comentários de vários organismos intervenientes de modo a ter versões finais reflectindo os
resultados de todos estudos e o processo dinâmico levado a cabo.
2.2.4 Fase de Estudo do Impacto Ambiental
A seguir a fase de EPDA seguiu-se esta fase de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) conforme
indicado no diagrama apresentado na Figura 1.
O Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto n.º 54/2015 de 31
de Dezembro) recomenda a indicação dos estudos especializados a serem levados a cabo na fase
de EIA. No presente projecto foram desenvolvidos os seguintes estudos:
• Águas (Captação, Tratamento, Adução (transporte) e Conservação);
• Ecologia
8
- Identificação e descrição do meio biológico e as possíveis interacções resultantes das
actividades do projecto;
- Espécies de plantas e animais que podem ser afectadas.
• Condição Socioeconómica
- Dados de população e suas projecções;
- Infra-estruturas existentes;
- Divisão Administrativa e Organizacional
- Condições de vida da população;
- Emprego/desemprego na região;
- Padrões de Uso do Solo;
• Delimitação do Âmbito do Reassentamento.
O estudo de impacto ambiental compreendeu as seguintes actividades principais:
• Visita à área do projecto;
• Consultas a técnicos/gestores da empresa de Águas de Nacala a respeito do projecto;
• Descrição biofísica e socioeconómica da área do projecto;
• Identificação dos principais impactos potenciais, tendo em conta as características do projecto
confrontadas com as características biofísicas e socioeconómicas da área de referência;
• Qualificação dos impactos com base em critérios especialmente utilizados para o efeito a nível
nacional e internacional (natureza, probabilidade, extensão, duração, intensidade e
significância);
• Formulação de medidas de mitigação dos impactos negativos e medidas potenciadoras dos
impactos positivos identificados;
• Formulação de medidas de gestão e monitoramento ambiental dos impactos do projecto,
integradas num Plano de Gestão Ambiental;
O Estudo envolveu igualmente consultas bibliográficas, incluindo documentação diversa
relacionada com o projecto.
2.2.3.1 Metodologia de Identificação dos Impactos
A essência da análise de impactos reside na elaboração e comparação de cenários ambientais: o
quadro ambiental sem o empreendimento serviu como situação de referência, contra o qual foi
confrontado o cenário que considera as tendências ambientais com a implantação do projecto, de
forma a possibilitar a:
• Identificação dos impactos: definição dos potenciais impactos associados às acções previstas
no projecto;
• Determinação das principais características e magnitude dos impactos: caracterização e
determinação da importância de cada impacto em relação ao factor ambiental afectado, quando
analisado isoladamente;
• Identificar as medidas de mitigação incluindo alternativas;
Tendo em atenção a optimização dos recursos necessários para a realização dos estudos, na
identificação e análise global dos impactos foram adoptados métodos do tipo:
9
• Revisões literárias de estudos semelhantes;
• Analogias com casos similares e experiência adquirida em estudos de natureza semelhante;
• Consultas com representantes do FIPAG;
• Reconhecimento de campo a áreas potencialmente afectadas;
• Análise de listagens de controlo e verificação ("checklists") e de matrizes de interacção;
• Consulta à equipa de engenheiros responsáveis pela concepção das componentes de engenharia
do projecto;
• Consulta contínua de outros estudos ambientais e socioeconómicos da área de implementação;
• Observação directa;
• Preocupações e expectativas das Partes Interessadas e Afectadas (PI&As).
A análise preliminar dos impactos realizou-se com base nas características referidas e em outras
informações, tais como a percepção das expectativas da população, as características dos locais e
dos aspectos ambientais considerados críticos e/ou sensíveis e a capacidade de recuperação do
meio, entre outras.
Foram também avaliados impactos cumulativos ou impactos associados a projectos
complementares, associados ou subsidiários, de modo a assegurar uma avaliação tão completa
quanto possível dos impactos ambientais associados à implementação do presente
empreendimento.
Os impactos foram avaliados, para as áreas indicadas na Tabela 2, segundo os critérios
internacionalmente aceites: carácter, extensão, duração, intensidade dos impactos, probabilidade
de ocorrência e sua significância.
• Carácter: descreve a natureza do impacto podendo ser positivo ou negativo;
• Probabilidade: descreve a probabilidade de impacto realmente acontecer;
• Extensão: este critério descreve a área afectado pelo projecto;
• Duração: Este critério descreve o tempo de vida no qual o impacto far-se-á sentir;
• Intensidade: avalia a magnitude do impacto na área do projecto.
• Significância: este parâmetro é avaliado através da síntese de todos critérios mencionados
acima.
Tabela 2– Lista de áreas de avaliação de impactos
GRANDES TEMAS
AMBIENTAIS ASPECTOS AMBIENTAIS
Meio Físico
Clima e Qualidade do Ar
Geologia e Geomorfologia
Recursos Hídricos (quantidade e qualidade,
hidrogeologia, usos da água)
Ruído
Paisagem
Meio Biótico
Habitas, Flora e Vegetação
Fauna Terrestre
Ecossistemas Aquáticos
10
GRANDES TEMAS
AMBIENTAIS ASPECTOS AMBIENTAIS
Meio Socioeconómico
Divisão Administrativa e Organizacional
Aspectos Demográficos
Actividades Económicas
Infra-estruturas e Serviços
Padrões de Uso do Solo
Património Cultural
(Antropológico/Sagrado/Arqueológico)
A Tabela 3 indica os critérios usados para qualificar os impactos.
Tabela 3– Critério usado para avaliação dos impactos
Carácter Positivo Mudanças que beneficiam o ambiente
Negativo Mudanças ambientais adversas
Extensão
Local Área proposta para a construção
Sub-regional Distritos vizinhos
Regional Províncias vizinhas
Nacional Moçambique
Regional/Internacio
nal
Moçambique e países vizinhos
Duração
Curto –prazo Dentro de um período de 6 meses
Médio – prazo Dentro de um período de 6 meses a 2 anos
Longo – prazo Pelo tempo de vida do projecto
Intensidade
Baixa Impacto de baixa severidade, efeitos
menores
Média Severidade média, maiores efeitos
Alta Impactos de grande severidade
Ocorrência
Improvável Improvável de ocorrer
Provável Possibilidade distinta
Altamente provável O mais provável
Permanente Deazfinitivo
Significância
Significância Baixa Não requer uma investigação mais
aprofundada, sem mitigação ou gestão
Significância Média
Requer mitigação e gestão para reduzir os
impactos a níveis aceitáveis (se for
negativo)
Significância Alta Deve influenciar a decisão sobre o projecto
se o impacto não pode ser mitigado ou
gerido
11
2.3 Consulta Pública
A outra componente do Processo da AIA, cuja importância é realçada na legislação aplicável, é o
Processo de Participação Pública (PPP), cujas regras se encontram detalhadas nas Directrizes do
Processo de Participação Pública, estipuladas no Diploma Ministerial n.º 130/2006. A participação
pública durante a AIA é também um requisito do BM em todos os projectos por si financiados.
A participação pública é fundamental nesta fase, uma vez que permite por um lado manter as
PI&A’s informadas acerca dos diversos aspectos que caracterizam o desenvolvimento do projecto
ao mesmo tempo que permite identificar as expectativas e preocupações dessas mesmas PI&A’s,
as quais deverão igualmente ser tidas em consideração durante o EIA.
As actividades levadas a cabo durante a fase de EIA do presente projecto e que permitirão a
preparação da versão final do presente Relatório, incluirão:
• Entrevistas com informantes chave do sistema de abastecimento de água;
• Reuniões com Grupos Focais - Líderes comunitários e mulheres;
• Reuniões Públicas Abertas.
2.4 Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA) e Planos de Gestão Ambiental e
Social (PGAS)
Os resultados do exercício de avaliação e as consultas feitas, incluindo as consultas públicas
auxiliou na elaboração do Relatório de Estudo do Impacto Ambiental (REIA), bem como o Plano
de Gestão Ambiental e Social (PGAS).
Um dos principais objectivos do EIA é assegurar que os potenciais efeitos ambientais dos projectos
propostos sejam evitados ou reduzidos, na medida do possível ou viável. Isto pode ser conseguido
por intermédio de um Plano de Gestão Ambiental. O objectivo da gestão e mitigação dos impactos
ambientais é o de evitar a ocorrência dos impactos negativos ou o de manter os impactos dentro
de níveis aceitáveis. As medidas de mitigação estão centradas sobre os agentes que podem
provocar o impacto. O principal objectivo das medidas de mitigação é de evitar, minimizar ou até
mesmo optimizar o efeito de qualquer intervenção no meio ambiente.
O plano de gestão ambiental tem como objectivo gerir e mitigar os impactos ambientais através
de:
• Identificação de medidas de mitigação que devem ser implementadas, por exemplo, utilizando
métodos de construção, operação e restauração ou processos que reduzem os efeitos ambientais
• Localização do projecto de modo a não afectar locais ambientalmente sensíveis
• Concepção cuidadosa de todo projecto para evitar ou minimizar os impactos ambientais
• Introdução de medidas específicas na concepção do projecto, construção, desmantelamento e
restauração, que vão reduzir ou compensar os efeitos adversos
• Identificação de sistemas e procedimentos para esse efeito, incluindo as entidades responsáveis
pela sua execução
• Especificar os indicadores ambientais para monitorar a eficácia das medidas de mitigação.
12
Para a gestão ambiental ser eficaz, o foco principal deve ser colocado na gestão das actividades de
forma a evitar ou minimizar a ocorrência de impactos. Medidas de gestão ambiental podem ser
variadas e as medidas em si podem ter uma variedade de objectivos, no entanto, a primeira
prioridade é sempre a de evitar impactos negativos, em seguida as medidas de gestão com outros
objectivos devem ser consideradas.
A Tabela 4 apresenta a ordem sequencial em que as várias medidas de gestão devem ser aplicadas.
As várias medidas estão listadas em ordem decrescente de prioridade.
Uma unidade de gestão ambiental vai ser necessária e, consequentemente sugerida no PGAS para
assegurar que em todas as fases as várias questões relacionadas com a mitigação dos impactos
sejam tratadas de forma adequada.
Tabela 4– Ordem de prioridade na aplicação de medidas de gestão
3 DESCRIÇÃO DO PROJECTO
3.1 Antecedentes do Projecto
Como consequência da longa guerra civil que terminou em 1992, Moçambique foi empobrecido e
Evitar Evitar actividades que possam resultar em impactos negativos.
Evitando recursos ou áreas consideradas sensíveis.
Prevenção Prevenir a ocorrência de impactos ambientais negativos
Preservação
Evitar qualquer tipo de acções futuras que possam afectar
negativamente um recurso ambiental. Normalmente realizado pela
extensão da protecção legal aos recursos seleccionados para além
das necessidades imediatas do projecto.
Minimização
Limitar ou reduzir o grau, extensão, magnitude e duração dos
impactos adversos. Isto pode ser conseguido por
redimensionamento, relocação ou redesenhando os elementos de
um projecto
Reabilitação
Reparação ou melhoria dos recursos afectados, tais como os
habitats naturais ou fontes de água, particularmente quando o
desenvolvimento anterior resultou em significativa degradação
dos recursos
Restauração
Restaurar os recursos afectados a um estado anterior (e,
possivelmente, mais estável e produtivo), normalmente condição
de “background/primitivo”.
Compensação Criação, reforço ou protecção do mesmo tipo de recurso em outro
local adequado e aceitável, para compensar os recursos perdidos.
13
em resultado, o período pós-guerra apresenta a maioria das suas infra-estruturas básicas na
condição de insuficientes para satisfazer as diversas necessidades sociais e económicas, destruídas
ou obsoletas. Para ajudar na redução da pobreza, o Governo de Moçambique desenvolveu e
implementou os Planos de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA)2 (GM, 2006)
cujas bases foram o crescimento económico e investimentos em infra-estruturas. Como resultado,
o país cresceu a um ritmo médio de 8% ao ano e possui muitos programas de investimento em
curso. Estes incluem o sector de abastecimento de água e saneamento e especificamente o projecto
financiado pelo Millennium Challenge Corporation (MCC) estabelecido pelo governo dos Estados
Unidos da América. O Governo de Moçambique e o MCC assinaram um acordo para assistência
financeira denominado “Compact” que estabelece o Millennium Challenge Account for
Mozambique (MCA), como sendo a entidade competente para gerir e implementar o Compact.
O principal objectivo da estratégia do Governo de Moçambique para a reabilitação e expansão dos
sistemas urbanos de abastecimento de água, saneamento e drenagem é o de aumentar a
acessibilidade, fiabilidade e qualidade dos serviços de abastecimento de água, saneamento e
drenagem. Isto é para ser alcançado pela utilização sustentável dos recursos existentes, melhorando
e expandindo as infra-estruturas de tratamento de água, saneamento e drenagem e expandindo estes
sistemas gerindo adequadamente os existentes, dentre outras medidas.
O acesso à água potável e a um serviço adequado de saneamento e drenagem constituem um pré-
requisito para o aumento da produtividade e melhoria da qualidade de vida das pessoas. A água é
vital para o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, tais como a redução da
pobreza, a educação, saúde e igualdade de género. A água joga um papel importante e
insubstituível no bem-estar das populações. As medidas acima referidas devem ser
complementadas pelas iniciativas do Governo de Moçambique e outras entidades de apoio ao
desenvolvimento para expandir o tratamento de águas residuais e as redes de esgotos, aumentar o
uso de sistemas sépticos nas áreas urbanas e latrinas nas áreas suburbanas, para além de expandir
e melhorar os sistemas de drenagem de águas pluviais.
Dentre os vários desafios enfrentados pelo sector de águas, constam:
a) O reforço da actual capacidade na provisão dos serviços adequados;
b) Promoção de projectos integrados de abastecimento de água e saneamento
Neste âmbito, reformas institucionais do sector têm sido implementadas também para melhorar os
serviços de abastecimento de água, saneamento e drenagem em todo o país.
Para melhorar os serviços de abastecimento de água às populações urbana e rural de Moçambique,
foi criada, em 1998, uma instituição pública com autonomia patrimonial e de gestão, FIPAG para,
inicialmente, gerir o abastecimento de água nas cinco principais cidades de Moçambique incluindo
a capital, Maputo.
2 De 2001 a 2005 vigorou a primeira versão da estratégia de redução da pobreza (PARPA I) e de 2006 até
ao presente momento vigora o PARPA II.
14
Em 2009, o FIPAG assumiu também o controlo sobre o sistema de abastecimento de água da
cidade de Nacala. Este projecto envolve um estudo de viabilidade (dentro do qual se enquadra o
estudo de impacto ambiental e social), concepção do projecto e supervisão dos melhoramentos
propostos nos sistemas de abastecimento de água destas cinco cidades.
3.2 Localização do Projecto
A Cidade de Nacala situa-se na Província nortenha de Nampula, e dista cerca de 200 Km da Cidade
de Nampula, 500 Km em linha recta da Fronteira Norte do País com a Tanzânia, cerca de 1800km
da fronteira Sul com a África do Sul, e cerca de 620 km da fronteira Oeste com Malawi (Figura
2).
Esta cidade constitui o ponto terminal do eixo de transporte constituído pela estrada EN12 que a
liga com a capital da Província de Nampula e ainda das linhas-férreas entre Nacala-Lichinga e
Nacala-Entre-Lagos. A existência de Porto, considerado como o terceiro mais importante do país
depois de Maputo e Beira, e aliada as infra-estruturas ferroviárias, em conjunto constituem o
Corredor Regional de transportes, conhecido por Corredor de Nacala, o que torna Nacala uma
cidade com potencial para desenvolvimento económico.
15
Figura 2: Localização da área do projecto incluindo os limites administrativos e os bairros do Município de Nacala
16
O projecto traz intervenções na zona da barragem (fonte e tratamento da água), no corredor da
conduta (transporte) e na própria cidade (construção de reservatórios, reabilitação e expansão da
rede de distribuição.
Estas três áreas constituem a zona de influência directa do projecto. Caso se incluir a construção
duma barragem no Rio Monapo e duma conduta do local desta barragem para Nacala a zona da
barragem e o corridor atravessado pela conduta farão também parte da área de influência directa.
À área de influência directa acrescentam-se ainda as zonas onde se construirão vias de acesso
temporárias e permanentes, por exemplo para a movimentação dos materiais e equipamento
necessários para as obras de construção.
O projecto provoca ainda mudanças no rio Muecula e, caso se construir uma segunda barragem,
no Rio Monapo, como resultado duma maior extracção de água, e na baía, como resultado da
implantação e operação dos sistemas de saneamento por esgotos e de drenagem. Estas áreas
constituem a zona de influência indirecta do projecto proposto.
3.3 Definição e Justificação da Actividade Proposta
A água usada para o abastecimento da Cidade de Nacala Porto é captada numa barragem localizada
a 30 Km da cidade. A barragem foi erguida sob o rio Muecula e tem capacidade de armazenamento
de 4.5 milhões de m3, em seu funcionamento pleno. A figura 3 mostra a Barragem no Rio Muecula
onde é captada a água abastecida a Cidade de Nacala.
17
Figura 3: Vista da Barragem no Rio Muecula onde é captada a água para a Cidade de Nacala.
A sua capacidade de armazenamento sofreu uma redução considerável como resultado a
assoreamento e da falta de manutenção. A capacidade de captação do sistema é também reduzida
pela fraca pluviosidade nos últimos anos devido às mudanças climáticas.
Depois da captação, a água é tratada e aduzida a quatro reservatórios para distribuição (R1, R2,
R3 e R4) com uma capacidade de 100m3 cada. Para além destes, existem mais dois reservatórios
(R0 e R5) com capacidade de 100m3 cada.
O referido sistema de captação e adução sofre constantes cortes e violação da conduta ao longo do
seu percurso até à cidade, devido a falta de manutenção e ao mau estado de conservação.
Como resposta à diminuição da capacidade de captação foram identificados 3 campos de furos
onde foram abertos 10 furos de água nova nas zonas de MPaco e Mutuzi 2 e Mutuzi 2.
O sistema de abastecimento de água tem uma cobertura estimada de 75% de uma população
estimada em 206.444 habitantes. A rede de distribuição consiste em 2.524 ligações domiciliárias,
1.123 torneiras no quintal e 55 fontenários.
Os principais problemas relacionados com este sistema de abastecimento de água à Cidade de
Nacala resumem-se no seguinte:
• A capacidade de bombeamento precisa de ser expandida através da instalacao inclusão de
novas bombas;
• A actual estação de tratamento de água não possui capacidade para responder à procura actual
e a projectada para o futuro;
• Mau estado de conservação das condutas de distribuição de água á cidade de Nacala;
• A principal conduta de distribuição de água está localizada numa zona com bastantes
problemas de erosão, e com o acesso bastante difícil;
• O actual estado da barragem, deixa muito a desejar, na medida em que uma das comportas se
encontra estragada, permitindo uma perda permanente de água;
• Localização de condutas em zonas íngremes, habitacionais e susceptíveis à erosão; e
• O sistema de distribuição precisa de ser expandido de modo a aumentar a cobertura de
abastecimento de água e melhorar a qualidade dos serviços fornecidos à cidade.
A descrição acima efectuada justifica a implementação deste projecto tendo em vista não só a
melhoria da qualidade de vida dos citadinos de Nacala, mas também aderir ao preconizado na
Política de Águas (PNA) (Lei 43/2007 de 30 de Outubro) e nos objectivos de desenvolvimento do
milénio (ODM) para o abastecimento de água, saneamento e drenagem das quais Moçambique é
signatário.
Para além disso, foi observado que o desafio mais significante enfrentado no sistema de
abastecimento de água é a limitação da capacidade das fontes de água.
Estes problemas e limitações estão a tornar-se mais evidentes com o acentuado crescimento
18
populacional e as significativas expansões e melhoramentos efectuados na rede de distribuição de
água e o consequente aumento no número de ligações mostrando o facto de que mais água é
necessária a cidade.
3.4 O Projecto Proposto
Actualmente a água bruta captada na barragem de Nacala passa por um processo de tratamento
que consiste na introdução de sulfato de alumínio numa camara de mistura, e a agua passa pelos
decantadores, onde acontece a floculação e decantação, posteriormente, a água passa pelos filtros
metálicos selado, e por fim é introduzido o cloro para a desinfecção e posterior distribuição.
As lamas produzidas são recolhidas para uma bacia especifica e preparada para o efeito e passam
para um processo de secagem, e posteriormente são usadas para actividades agricolas pelas
populações que praticam agricultura nas machambas circunvizinhas.
O projecto proposto tem como finalidade a reabilitação e a expansão do sistema de abastecimento
de água, à Cidade de Nacala de forma a aumentar os actuais níveis de cobertura que actualmente
se situam em 75% de uma população estimada em 206.444 habitantes (INE, 2007). A meta é a de
atingir uma cobertura de 88% em relação à população projectada para 2029. O projecto torna-se
necessário pelo facto de os sistemas actuais de fornecimento de água, não responderem às
necessidades actuais e futuras, não cobrindo todas as áreas residenciais que neste momento
carecem de água.
Um sistema de abastecimento pode ser descrito pelos componentes seguintes:
• Abrangência: população é área geográfica coberta pela rede de abastecimento;
• Fonte da água bruta: O corpo de água que fornece a água que é usada para abastecer o sistema
e o local onde esta água é extraída;
• Transporte: O transporte da água da fonte para a rede de distribuição;
• Tratamento: O processo de limpeza das águas das impurezas bióticas (bactérias, amoebas,
vírus, etc.), físicas (partículas em suspensão) e químicas (substâncias químicas dissolvidas
nocivas à saúde) numa instalação própria chamada Estação de Tratamento de Água (ETA) e
mediante um processo de tratamento específico.
Existem várias técnicas para o tratamento de água onde se destacam:
• Filtragem lenta com filtros de areia: um sistema simples em que a água passa por um filtro de
areia e é purificada através de processos naturais; não requer o uso de químicos (salvo o
adicionamento de cloro depois do próprio tratamento para evitar o risco de contaminação
biológica durante o transporte e a distribuição);
• Tratamento convencional onde a água passa por várias bacias onde se faz a floculação
(acelerada mediante a adição de Al2 (SO4) 3, a sedimentação, e a própria filtragem através de
meios como areia e carbono activado ou antracite. Adiciona-se o cloro para concluir o
tratamento biológico e evitar o risco de contaminação durante o transporte depois do
tratamento;
19
• Tratamento convencional sob pressão, onde o processo é semelhante, mas onde a filtragem é
feita sob pressão, o que reduz o tamanho dos filtros em relação ao volume de água que pode
ser tratada. Pode ainda ser necessário fazer-se tratamentos adicionais para eliminar cargas
excessivas de cal, ferro ou magnésio;
• Todos os processos produzem resíduos. No caso do tratamento por filtragem lenta é preciso
remover com uma certa regularidade uma camada orgânica conhecida pelo nome
schmutzdecke”, que se constitui em cima do filtro. No caso do processo convencional sem e
com pressão com a lavagem dos filtros mediante uma inversão da corrente de água;
- Armazenamento: A armazenagem de água para garantir que haja sempre água disponível,
mesmo em momentos em que a demanda ultrapassa as capacidades de extracção, transporte e
tratamento;
- Distribuição: O fornecimento de água aos utentes mediante uma rede de tubagens e ligações,
onde se destacam as ligações domésticas (ligações para o interior da casa com saídas
específicas, por exemplo na cozinha, na casa de banho e no lavabo), as ligações ao quintal (a
casa tem apenas uma torneira que se localiza normalmente fora do edifício no seu quintal), e
fontenárias (uma torneira colectiva que serve um conjunto de agregados familiares);
O sistema de pagamento pelo consumo de água relaciona-se à distribuição e é determinante para a
sustentabilidade económica e social do sistema de abastecimento.
Nestas componentes, o Projecto pretende desenvolver para a expansão da rede de abastecimento
de água, as seguintes actividades:
• Alcançar uma abrangência geográfica e populacional maior de modo a que em 2029 88% duma
população estimado em 340.000 pessoas tenham acesso através de ligações domésticas,
torneiras no quintal, ou fontenárias;
• Substituir a antiga conduta adutora por uma nova adutora com a capacidade da conduta adutora
adequada às necessidades projectadas de 2029 que ligará o ponto de extracção à rede de
distribuição através dum novo Estação de Tratamento de Água;
• Concluir as obras de construção da nova Estação de Tratamento de Água (ETA) não terminada
no âmbito do projecto MCC localizada a 2.5 km da albufeira onde a água será tratada mediante
o método de tratamento convencional;
• Construir uma nova estação de bombagem de água tratada com capacidade maior, baseada na
demanda projectada para 2029;
• Construir reservatórios adicionais de água tratada em lugares estratégicos na zona urbana;
• Reabilitar, melhorar e ampliar o sistema de distribuição, incluindo o estabelecimento de
contadores distritais;
• Fortalecer a unidade de gestão para alcançar a redução de perdas de água e a cobrança das
taxas de consumo;
• Identificar uma fonte adicional no Rio Monapo para a construção duma barragem que pode
servir também para o abastecimento da cidade de Monapo, a construção da barragem, do ponto
de extracção e da conduta adutora; neste momento ainda não há informação sobre o local
proposto e o traçado da conduta adutora.
20
A operação das várias instalações exige energia (neste caso: electricidade) para a operação das
bombas e produtos químicos para o tratamento (normalmente cloro e sulfato de alumínio). As
intervenções e as suas dimensões quantitativas encontram-se sumarizadas na Tabela 5.
21
Tabela 5-Sumário das acções previstas no Projecto para a componente DE REABILITAÇÃO e
Expansão do Sistema de Abastecimento de Água
Área de
intervenção Situação actual Meta 2019 Meta 2029
Actividades até
2019
Abrangência
8% de cerca de
87.000 com
cerca de 11.000
m3/dia
80% duma
população de
250.000
usando 25.600 3/dia
88% duma
população de
340.000 usando
37.225 m3/dia
Aumento das
fontes, Redução
das perdas,
Expansão da
rede
Fonte
Barragem no
Rio Muecula,
7.200 m3/dia;
Campo de furos
em Mtuzi e
Mpaco, 3800
m3/dia
Reforçar
barragem
existente
Exploração
completa dos
furos,
Rio Monapo
com 10.000
m3/dia a 70
km da cidade
Barragem
existente (com
10.000 m3/dia)
Exploração
completa dos
furos (10.000
m3/dia),
Rio Monapo com
27.000 m3/dia a
70 km da cidade
Levantar a
barragem;
Pôr em
operação todos
os furos
Construção
duma represa,
ponto de sucção
e conduta de
cerca de 70 km,
servindo
também
Monapo
Conduta
Tubo com
diâmetro de 30
cm numa
distância de 4,1
km e Tubo com
diâmetro de 40
cm numa
distância de 23,4
km;
AC
Tubo com
diâmetro de 75
cm numa
distância de
4,1 km e Tubo
com diâmetro
de 75 cm
numa
distância de
23,4 km;
Manter a
conduta
existente
como reserva
depois de ser
reabilitada
70 km conduta
do Monapo
Tubo com
diâmetro de 75
cm numa
distância de 4,1
km e Tubo com
diâmetro de 75
cm numa
distância de 23,4
km;
Manter a conduta
existente como
reserva depois de
ser reabilitada
70 km conduta do
Rio Monapo
Colocar nova
conduta,
reabilitar a
existente
Escavar, colocar
nova conduta,
vias de acesso
(temporárias)
22
Área de
intervenção Situação actual Meta 2019 Meta 2029
Actividades até
2019
Depósitos
4000 m3, 200 m3
elevado no
sistema da
barragem e 500
m3 e 200 m3
elevado no
sistema de
Mpaco
Três novos
reservatórios
nas áreas com
depósitos
existentes com
o total de 5000
m3
Três novos
reservatórios nas
áreas com
depósitos
existentes com o
total de 5000 m3
Construir mais
três
reservatórios
nas áreas com
depósitos
existentes
Tratamento
Filtragem directa
na ETA ao lado
da barragem
Convencional Convencional
Modificação e
ampliação da
ETA e a sua
operação
Distribuição
4.200 domésticas
4.200 quintal
100 fontenárias
AC e PVC
10.000
domésticas
10.500 quintal
130
fontenárias
Apenas PVC
17.000
domésticas
17.750 quintal
140 fontenárias
Apenas PVC
Substituição do
AC, expansão
3.1.1 Abertura de Estaleiros
A proximidade entre a barragem e os assentamentos populacionais não obrigará a criação de
acampamento para alojar toda mão-de-obra recrutada para as obras à excepção da que for
seleccionada para guarnição. Esta será geralmente acomodada nos acampamentos.
A localização dos mesmos será seleccionada pelo Empreiteiro, o qual deverá ter em conta aspectos
como acesso para o acampamento, acesso a água e outros materiais, etc. Todo o material será
armazenado nos acampamentos.
3.1.2 Consumo de Água e Energia
Será necessária água para as obras, em quantidades não determinadas, sabendo-se apenas que os
volumes serão relativamente baixos, pois destinam-se apenas aos trabalhos de dimensão
relativamente reduzida, tais como a construção de fundações e betonagem das paredes da estação.
Prevê-se que o Empreiteiro venha a fazer uso da água da barragem no caso da expansão da ETA e
das fontes públicas de distribuição de água existentes no caso da construção de um novo
reservatório de água e centro distribuidor.
Para a operação de equipamento mecanizado, onde aplicável, recorrer-se-á ao uso de geradores a
diesel. Enquanto as viaturas de construção usarão os combustíveis apropriados.
As pás escavadoras que serão usadas para a abertura de trincheiras para a substituição de secções
23
da conduta de asbestos cimento serão abastecidas de diesel. As quantidades dependem do tipo e
do estado do equipamento a ser usado pelo Empreiteiro seleccionado para levar a cabo a
empreitada.
O processo de selecção do empreiteiro será rigoroso no sentido de avaliar o tipo de equipamento
que ele se propõe a usar nesta actividade. Máquinas em melhor estado de conservação ajudarão a
baixar os níveis de emissões previstas neste tipo de actividades. Os lubrificantes a usar são os
genéricos para motores a diesel. Estes combustíveis e lubrificantes provirão do mercado nacional
que tem capacidade completa de abastecer.
3.5 Produção de Resíduos Sólidos e Líquidos
Prevê-se que durante as obras de construção seja gerada uma quantidade limitada de resíduos
sólidos, principalmente ligados a lixos domésticos produzidos pelos trabalhadores, tanto na frente
de trabalho como nos acampamentos. Da actividade de construção poderão surgir alguns resíduos,
nomeadamente entulho e restos de materiais.
Quanto aos resíduos líquidos, a maior parte serão também gerados nos acampamentos – águas
residuais provenientes das casas de banho. Pequenas quantidades de óleo usado e combustíveis
poderão também ser gerados durante o decurso da actividade.
O tratamento consiste em coagulação ou floculação. Neste processo, as partículas sólidas se
aglomeram em flocos para que sejam removidas mais facilmente. Este processo consiste na
formação e precipitação de hidróxido de alumínio (AI (OH)3) que é insolúvel em água e "carrega"
as impurezas para o fundo do tanque. Primeiramente, eleva-se o pH da água pela adição ou de uma
base directamente, ou de um sal básico conhecido como barrilha (carbonato de sódio). Pós o ajuste
do pH, adiciona-se o sulfato de alumínio, policloreto de alumínio (PAC) ou ainda sais de ferro III.
No caso de ser adicionado o sulfato de alumínio, nota-se que este irá se dissolver na água e depois
precipitar na forma de hidróxido de alumínio. Os flocos formados vão sedimentando no fundo do
tanque, "limpando" a água.
A concentração final de alumínio residual é função de vários aspetos tais como a concentração
presente na água bruta, a dosagem de coagulante, o pH da água, a temperatura, o carbono orgânico
dissolvido e da eficiência de filtração.
O processo de tratamento ao deixar progredir o alumínio para a fase de distribuição pode levar à
precipitação deste na forma de compostos insolúveis. A deposição e acumulação deste pode causar
problemas ao nível do aumento da turbidez da água. Os depósitos conseguem ainda interferir com
o processo de desinfeção, levado a cargo pelo desinfetante residual, ao servir como proteção dos
microrganismos ao químico desinfetante.
O alumínio residual poderá ainda aumentar de concentração ao longo da rede de abastecimento
se o sistema de distribuição possuir estruturas de transporte e armazenamento constituídos por
cimento, fibrocimento ou argamassa. A presença de residual de alumínio na rede de distribuição
, pode causar alguma turvação e eventual presença de microrganismos, poderá então conferir à
24
água de consumo problemas estéticos e de saúde.
É possível a mitigação da passagem do alumínio residual para o sistema de distribuição, quando
aplicadas estratégias de correção no processo de tratamento. A estratégia mais comum para a
redução dos níveis de residuais de alumínio é o ajuste do pH para próximo do mínimo de
solubilidade, próximo dos 6. Outras estratégias podem ser aplicadas como o uso de um coagulante
alternativo como os sais de ferro, a redução da dose aplicada de alumínio com a combinação de
polímeros e a remoção efetiva da fração particulada (Al (OH) 3 (s)) durante o processo de filtração.
3.6 Recrutamento de Mão-de-Obra
A força de trabalho a ser envolvida nas actividades deste projecto será definida durante o estudo
de viabilidade onde está prevista a estimativa de custos do projecto. Entretanto força de trabalho
qualificada será necessária para a condução das actividades de construção cuja proveniência será
na sua maioria moçambicana. Se as especificidades das actividades do projecto requererem a
contratação de especialistas com experiência que não existam em Moçambique então mão-de-obra
estrangeira será contratada.
De entre várias especialidades espera-se que o projecto envolva técnicos das seguintes
especialidades: Técnicos de obras civis, Técnicos de agrimensura, Técnicos de hidráulica,
Topógrafos, Geotécnicos para além de pessoal de gestão do projecto. Força de trabalho local será
contratada como trabalhadores eventuais para aquelas actividades que não requeiram qualificações
específicas.
3.7 Duração do Projecto e Etapas de Execução
Está previsto que o projecto de expansão da rede de distribuição de água à Cidade de Nacala seja
levado a cabo em dois anos. O cronograma de execução das actividades será definido
posteriormente e coberto pelo relatório de EIA.
3.8 Alternativas Consideradas
Segundo a Alínea f) do artigo 11 do Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro que regula o Processo
de Avaliação do Impacto Ambiental, devem ser descritas detalhamente e comparadas as
alternativas durante o EIA.
Na fase de EPDA foram analisados dois tipos de alternativas, nomeadamente (i) alternativas à
actividade proposta equivalente a “Não Execução” do projecto, e (ii) alternativas relativas ao
projecto, incluindo o tipo e localização de fontes adicionais de água para abastecer a cidade, a
infra-estrutura da Adutora de água e o seu traçado, o tipo de estação de tratamento de água,
localização da estação de tratamento de água, o sistema de distribuição de água e a expansão do
sistema de transporte da água. As alternativas a seguir descritas e comparadas estão sujeitas a
medidas de protecção ambiental que permitam assegurar a minimização da potencial interferência
negativa do empreendimento na qualidade do ambiente biofísico e socioeconómico da sua área de
25
implementação.
3.8.1 Alternativas à Actividade Proposta
Em projectos desta natureza, a localização proposta para a instalação das infra-estruturas de
abastecimento de água é determinada após uma série de estudos hidrológicos/hidrogeológicos,
topográficos combinados com a distribuição espacial da população. Deste modo, a localização do
projecto está condicionada à probabilidade da existência de condições apropriadas em determinada
localização. Por este motivo, a alternativa de localização a considerar para este projecto é a de
“não execução”, onde nenhum tipo de actividade ocorre dentro da área da Cidade de Nacala.
O presente projecto permitirá que o FIPAG desenvolva o melhoramento e expansão do sistema de
abastecimento de água à Cidade de Nacala que tem a eles associados uma série de benefícios
socioeconómicos e ambientais potenciais. A “não execução” deste projecto não se recomenda pois
anularia todos estes benefícios potenciais que a seguir se descriminam:
• Melhoria das condições socioeconómicas da população devido a expansão do serviço de
abastecimento de água para novas áreas da cidade;
• Fiabilidade do abastecimento de água a cidade de Nacala;
• Criação de oportunidades de emprego temporário directo e indirecto para a população local na
fase de construção, sobretudo trabalho não especializado e semi-especializado para além da
Geração de oportunidades de pequenos negócios
• Impactos cumulativos devido a sinergias com projectos de outras instituições (saúde,
educação). O projecto poderá criar sinergias com outras instituições como o município, obras
públicas e direcção de estradas que possam resultar em obras de reabilitação/melhoramento de
estradas. O projecto irá criar também sinergias com o sector de saúde devido a sua influência
na redução da incidência de doenças de natureza hídrica que resulta da disponibilidade de água
de qualidade aumentando o bem-estar da população local. As crianças que dedicam uma parte
do seu dia na busca de água terão mais disponibilidade de tempo para estudar no caso de existir
disponibilidade de água, o mesmo acontecendo com a população produtiva que passará a dispor
de mais tempo para outras actividades produtivas de geração de rendimentos aumentando o
desenvolvimento social.
Entretanto o projecto é susceptível de causar impactos ambientais negativos:
• Aumento do potencial de erosão dos solos;
• Potencial aumento de rotura de tubagens e formação de charcos de água;
• Aumento de efluentes domésticos devido ao aumento da disponibilidade de água;
• Aumento de doenças de natureza hídrica devido ao potencial aumento de charcos;
• Potencial impacto na Baía de Nacala em resultado do aumento das descargas de efluentes
causados pelo aumento da disponibilidade de água;
• Potencial contaminação dos solos e águas subterrâneas pelo aumento por derrames acidentais
de hidrocarbonetos e pela má gestão de resíduos sólidos e líquidos;
• Potencial contaminação dos solos pelo aumento das lamas provenientes da estação de
tratamento de água;
26
• Aumento dos níveis de ruídos e vibrações associados à fase de construção do projecto;
• Emissão de fumos e gases resultantes de veículos e maquinaria afecta à obra;
• Mudanças do uso de terra ou mudança da intensidade de uso de terra;
• Potenciais impactos nos habitats e na vegetação e fauna;
• Reassentamento de parte da população residente ao longo da rota das condutas;
• Interferência com as actividades económicas da população;
• Perturbação do trânsito de pessoas e veículos durante a fase de construção e mudança no
volume de tráfego;
• Expectativas excessivas em relação a oportunidades de emprego;
• Perda de culturas, árvores de frutos e terras produtivas (terras agrícolas e de pastagem);
• Possível interferência com usos do solo prevalecentes na zona do projecto;
• Potencial aumento da incidência de doenças transmissíveis e não transmissíveis, incluindo a
propagação do HIV/SIDA;
• Impactos sobre a Saúde e Segurança Ocupacional.
Os impactos ambientais negativos que foram identificados são de fácil mitigação pelo que não
foram identificadas questões fatais que impeçam a realização do projecto. Esta é uma razão para a
rejeição da alternativa de “não execução” do projecto.
3.8.2 Alternativas Relativas ao Projecto
Para além da alternativa de “não execução”, são consideradas alternativas relativas ao projecto.
Estas incluem o tipo e localização de fontes adicionais de água para abastecer a cidade, a infra-
estrutura da conduta adutora de água e o seu traçado, o tipo de estação de tratamento de água,
localização da estação de tratamento de água, o sistema de distribuição de água e a expansão do
sistema de transporte da água. As alternativas indicadas com sendo de curto prazo deverão ser
desenvolvidas até 2013 no âmbito do “compacto” pelo que apenas elas são consideradas neste
EIA. As alternativas a longo prazo são componentes do projecto que serão levadas a cabo
posteriormente sendo nessa altura preparados os EIA correspondentes.
3.8.3 Alternativas de Fontes de Abastecimento de Água
Diversas alternativas de fontes de abastecimento de água foram consideradas e são aqui resumidas.
A alternativa avançada como a opção preferida é a continuação do uso da fonte na barragem
existente, juntamente com a optimização do abastecimento a partir dos dois campos de furos e
deve ser complementada por uma captação futura no rio Monapo (Figura 5).
Dada a demanda máxima diária projectada de 55.316 m³/d, e permitindo que cerca de 10 mil m³/d
da Barragem de Muecula e dos três campos de furos existentes, um remanescente de cerca de 35
mil m³/d terá de ser obtido a partir do rio Monapo. Especificamente, a demanda máxima diária
projectada é assumida que possa se obtida da seguinte forma:
• Barragem de Muecula 10,000 m³/d;
• Os três campos de furos 10,000 m³/d;
27
• Outras fontes 35,316 m³/d;
• Fornecimento máximo diário 55,316 m³/d.
A avaliação das fontes alternativas de abastecimento de água é sumarizada na Tabela 5.
29
Tabela 6-Avaliação de fontes alternativas de abastecimento de água
Fonte Capacidade Vantagens Desvantagens Observações
Água Subterrânea – Existente
Campo de Furos de M’Paco
Campo de Furos Mutuzi
3,230 m³/d
4,420 m³/d
(Total de 7,650
m³/d)
• Alguma Infra-estrutura no
local
• Condições geológicas para
fonte de água subterrânea
• Rendimento definido
• Água de boa qualidade
• Reabilitar, reconstruir e
testes de bombagem são
necessários para confirmar
dados de rendimento seguro
• só pode fornecer 21% da
demanda futura. Fontes
adicionais são necessárias.
• devidamente equipados, a
capacidade combinada dos
seis furos pode ser da ordem
de 10.000 m³/dia.
• Considerada uma alternativa
viável para suprir 21% da
demanda de água prevista
para o futuro
Água Superficial
Barragem existente sobre o
Rio Muecula
10,000 m³/dia. –
98% de confiança
• Algumas infra-estruturas no
local
• fonte existente na cidade (25
km da cidade).
• confiabilidade de 98%
• água de boa qualidade
• Novas instalações de
tratamento devem ser
construídas para fornecer a
capacidade necessária
• Só pode fornecer 20% da
demanda futura.Uma fonte
adicional é necessária.
• Considerada uma alternativa
viável para suprir 21% da
demanda de água prevista
para o futuro
• A barragem pode fornecer
até 50% da demanda futura
se for elevada por 2 metros.
Rio Sanhute 35,000 m³/d –
<30% de
Confiança
• Água de boa qualidade
• Rio sazonal, mas com fluxo
suficiente para abastecer
57% da demanda prevista
para o futuro, se uma
estrutura de armazenamento
for criada
• ~35 km da cidade
• <30% de confiança
• Requer estrutura de
armazenamento de água
• Localizar o local para
construir a barragem pode
• Fluxos disponíveis são
sensivelmente mais
elevados do que no Rio
Muécula
• Considerada uma alternativa
viável para suprir 57% da
30
Fonte Capacidade Vantagens Desvantagens Observações
• 30 km da cidade ser difícil à medida que o rio
aproxima-se da foz.
demanda de água prevista
para o futuro
• Estrutura de represamento
de água é necessário
• Análise detalhada solicitada,
se esta alternativa for
seleccionada
• Análise detalhada será
necessária se esta alternativa
for seleccionada
Rio Muriaco 35,000 m³/d –
<20% de
confiança
• Perto da cidade • <20% de confiança
• ~9 km da cidade
• Não tem fluxo em mais de
60% do tempo do tempo
• Rio sasonal e não adequado
para cobrir a demanda de
água da cidade
• Possibilidade de ocorrência
de Intrusão Salina
• Esta alternativa não é
considerada uma alternativa
viável uma vez que ela não
tem capacidade de fornecer
os volumes requeridos
• Não é proposta qualquer
investigação adicional
Rio Niequei 35,000 m³/d –
<50% de
confiança
• Perto da cidade • <50% de confiança
• ~11 km da cidade
• Não tem fluxo em mais de
60% do tempo do tempo
• Rio sasonal e não adequado
para cobrir a demanda de
água da cidade
• Esta alternativa não é
considerada uma alternativa
viável uma vez que ela não
tem capacidade de fornecer
os volumes requeridos
• Não é proposta qualquer
investigação adicional
31
Fonte Capacidade Vantagens Desvantagens Observações
Possibilidade de ocorrência
de intrusão Salina
Rio Monapo na E-140 35,000 m³/d –
>70% de
confiança
• > 70% de confiança
• Água de boa qualidade
• Fluxo suficiente para
abastecer 57% da demanda
prevista para o futuro, se
uma estrutura de
armazenamento for
construída
• 70 km da cidade
• Maior distância da cidade
• Requer uma estrutura de
armazenamento de água
bruta
• O rio Monapo é proposto
como fonte de água
superficial para Monapo, e
Nampula, e também em
consideração para Nacala, o
que levanta a questão da
necessidade de uma
avaliação de multi-uso e
estudo da bacia do Monapo
• Custo das condutas
Adutoras
• O rio Monapo é uma
alternativa viável para uma fonte
confiável para a cidade de
Nacala
• Estrutura de armazenamento
de represamento é necessário
• Alto custo da conduta adutora
• Análise detalhada será
necessária, se esta alternativa for
seleccionada
• Avaliação Multi-uso da bacia é
necessária
•
Oceano Indico
(dessalinização)
55,316 m³/d –
100% de
confiança
• Fornecer 100% da demanda
total
• Pode ser considerada como
uma alternativa para um
sistema regional de
abastecimento de água de
modo a incluir as cidades de
Nacala, Nampula e Monapo
• Alto capital inicial e custo
de operação
(dessalinização)
• Elevado Consumo de
energia
• Esta alternativa não é o
escopo dos TdR para este
projecto. Se fosse para ser
considerada, deveria ser
baseado em um horizonte
de planeamento que
ultrapassa os 20 anos
32
3.9 Tratamento de Água
A fim de atingir os objectivos para o tratamento, conforme documentado nos parágrafos anteriores,
três opções são consideradas e avaliadas como se segue.
3.1.3 Filtro de Membrana com Pré-Tratamento
A filtração por membranas é um processo de tratamento muito eficiente, mas sofisticado, que
poderia ser considerado para este e virtualmente para qualquer tipo de fonte de água de superfície.
O fundamental do processo é a passagem da água pré-condicionada através de uma membrana
sintética que vai separar as partículas suspensas e patógenos do fluxo do rio e assim, atingir os
objectivos que são a remoção de turbidez acima referida. O processo exigiria um nível adequado
de pré-tratamento, dado que os níveis característicos de turbidez da água terão oscilações extremas
especialmente durante a estação chuvosa que precisariam de ser humedecido antes da aplicação
para este processo. O pré-tratamento consistiria no mínimo, de sedimentação numa área de cerca
de 1,250 m². A estrutura da membrana de filtração terá uma área estimada de cerca de 3.250 m².
As membranas precisam de regeneração periódica normalmente com uma solução concentrada de
cloro e também a substituição após um número de anos em operação. A substituição é garantida
normalmente a cada 5-10 anos, dependendo das características da água bruta e do nível de
manutenção do operador.
A desinfecção é conseguida através da aplicação de solução de hipoclorito, no final do processo
de tratamento. A pré-cloração também pode ser necessária para controlar o crescimento de
organismos orgânicos dentro do processo.
A filtração por membranas, embora simples em conceito e em algumas situações pode reduzir
significativamente ou eliminar por completo a aplicação extensiva de coagulantes químicos, que
requerem um sistema múltiplo de suporte de equipamento electromecânico e de controlo. Dada a
complexidade dos periféricos e sistemas de apoio que são necessários com essa tecnologia, a
filtração por membranas com o pré-tratamento não é considerada uma tecnologia apropriada para
Monapo e não será mais considerada.
3.1.4 Filtração Lenta com Areia com Pré-Tratamento
Em vez da exigência de aplicação de coagulantes como auxiliares de filtração, que são uma
componente integral do processo convencional de tratamento de água, a filtração lenta com areia
depende do processo passivo de uma taxa de filtragem extremamente baixa que pode ser da ordem
de 50 vezes menos que a taxa usada numa filtragem convencional rápida de areia.
Dada a variação caracteristicamente alta na turbidez da água bruta dos rios, assim como o Monapo,
o processo de filtração lenta de areia também garante pré-tratamento, tal como sedimentação. Por
exemplo, seria necessário um fluxo de 45.000 m³/d à uma taxa baixa de calarificação de 1,5 m/h,
e uma área de sedimentação de cerca de 1,250 m².
A desinfecção é conseguida através da aplicação de solução de hipoclorito, no final do processo
33
de tratamento. Ao contrário de outros processos, a pré-cloração é normalmente evitada, uma vez
que o processo lento de filtração de areia é dependente da formação de uma camada orgânica
(termo técnico, schmutzdecke) na parte superior do filtro, que é um componente crítico de um
processo funcional. A remoção periódica desta camada orgânica é a principal manutenção
necessária para um filtro lento de areia porque não há nenhuma lavagem regular da areia.
No Norte de Moçambique, a eficácia do processo de filtração lenta de areia é significativamente
influenciada pelo crescimento de algas nos reservatórios, que é impulsionado pela combinação de
temperatura quente da água, intensas e longas horas de luz solar e níveis suficientes de nutrientes
na água bruta. Estas condições são observadas na planta de filtração lenta de areia existente e que
está em operação em Quelimane. Para mitigar os problemas operacionais causados por algas é
necessário garantir que os tanques sejam cobertos por uma sombra à base de uma estrutura com
lona.
As vantagens da filtração lenta em um local como Monapo são:
• O fluxo a ser tratado é relativamente pequeno, portanto, a área de filtro que se justifica, mesmo
em baixa taxa de filtração será administrável. Por exemplo, a capacidade de tratamento de
10.810 m³/d, a uma taxa de 0,2 m / h, exigirá uma área de 2.250 m2. Isso é equivalente a 8
células de 30 x 10 m e que em comparação é aproximadamente 50% maior que a planta de
tratamento de água existentes no campo de furos Licuari em Quelimane;
• A principal vantagem do processo de filtração lenta de areia é que ele elimina a necessidade
do uso de coagulantes químicos que não só reduz o custo das operações, mas também
simplifica os requisitos técnicos de operação e manutenção, como lavagem regular que é
necessária com o processo convencional de tratamento de água.
3.1.5 Processo de Tratamento Convencional de Água
O processo de tratamento convencional de água é uma tecnologia bem estabelecida e comprovada
que é adaptável a praticamente qualquer combinação de características da água bruta. É o processo
que é comum em Moçambique, por exemplo, em Nampula, Beira, Maputo, etc. O elemento-chave
para um melhor desempenho do sistema para além do projecto inicial e a construção são as
operações efectivas e muitas vezes isso se torna o elo mais fraco.
Uma estação de tratamento de água convencional é composta por uma série de processos
singulares, como se segue:
• Adição de coagulantes geralmente hidróxido de alumínio em combinação com a ajuda de um
coadjuvante de coagulante comummente referido como um “polímero";
• Para a água com alta alcalinidade, como são as fontes normalmente encontradas no Norte de
Moçambique, há também a necessidade da adição de carbonato de cálcio ou um composto
similar;
• Mistura rápida do coagulante ajuda a promover a reacção química que resulta na formação de
flocos químicas;
• Mistura lenta, floculação, para promover o crescimento das partículas de flocos químicos;
34
• Sedimentação (clareamento) para sedimentar as partículas de flocos químicos e para a qual são
atraídas as partículas finas em suspensão que existem na água e que são medidos como
turbidez;
• Filtragem do efluente do decantador através de areia ou combinações de areia, antracite ou
outros meios com mesma capacidade, para continuar a remover os flocos em suspensão;
• Lavagem e limpeza regular dos filtros com água em combinação com ar comprimido;
• Pode haver uma necessidade de ajustar o pH final da água; e em particular para a água que
requer a adição de uma fonte de alcalinidade.
Deve ser referenciado que o processo de tratamento convencional pode ser efectuado em tanques
abertos no topo, como é o caso dos sistemas mencionados acima, ou num sistema pressurizado.
Sistemas pressurizados combinam uma série de vasos de pressão para clareamento e filtros de
pressão. Sistemas deste tipo foram já implementados em Moçambique em vários locais do país
incluindo Nacala, antes de as operações actuais do FIPAG (Monapo, Mocuba, Gurué, Angoche,
Cuamba, etc) e com resultados muito fracos. Com a excepção do sistema de Nacala, recentemente
reabilitado pelo FIPAG, nenhum dos outros sistemas estão actualmente operacionais.
Embora o sistema de filtração a pressão tenha a grande vantagem de ser relativamente de baixo no
custo e fácil de implementar, no entanto, tende a apresentar um desempenho muito fraco, porque:
• O tempo de reacção do processo é muito curto e a formação e remoção de flocos químicos
tende a ser bastante ineficiente tanto nos clarificadores de contacto e nos filtros de pressão;
• As taxas de filtragem tendem a ser altas para os filtros rápidos;
• Os sistemas funcionam como uma "caixa negra" e totalmente inadequado para um operador
inexperiente;
• Estes sistemas são particularmente adequados para aplicações industriais com objectivos de
tratamento específicos para o processo de abastecimento de água e onde há um alto grau de
capacidade funcionamento e de manutenção.
Os sistemas de tratamento à base de filtração a pressão não são considerados como um processo
adequado para a implementação em Nacala, sendo assim, e para o caso do projecto em preparação
recomenda-se a adpcao de um sistema de tratamento baseado no método convencional para o caso
do sistema de Nacala
3.10 Localização da Estação de Tratamento de Água
O local ideal para a proposta estação de tratamento de água superficial é regido pelas seguintes
considerações:
• Uma linha recta entre a origem e a cidade de modo a minimizar o comprimento das condutas
de água bruta e de água tratada;
• Fora da planície de inundação;
• Minimizar o cumprimento da extensão do fornecimento de energia eléctrica;
• Minimizar os impactos ambientais e socioeconómicos.
A Estação de Tratamento de Água actual fica ao lado da barragem, ao lado da EN-8 e este parece
35
ser um local adequado para uma expansão das instalações de tratamento. Isto garante a
coordenação com o aumento do nível de água na barragem após a conclusão das obras de
reabilitação propostas.
3.11 Conduta Adutora
Para a demanda diária máxima projectada de 55.316 m³/d, e com um fornecimento de 10.000 m³/d
a provir de águas subterrâneas a diferença seria de 45.316 m³/d que deve ser fornecida a partir de
fontes superficiais. Destes 45.316 m³/d, 10.000 m³/d serão fornecidos pelo actual sistema da
Barragem de Muecula e a diferença de cerca de 35 mil m³/d serão fornecidos, a longo prazo, pela
fonte de que será desenvolvido a partir do rio Monapo.
Para determinar o tamanho da conduta Adutora da fonte de Monapo, utilizando um projecto para
uma demanda máxima diária de 35.000 m³/d, e aplicando uma velocidade de fluxo nominal
máxima da ordem de 1 m/s e usando a Equação de Hazen-Williams, com um coeficiente de atrito
de 120, o diâmetro da conduta adutora deverá estar na faixa de 750 mm ND.
Tamanho da Conduta Adutora
Duas opções podem ser consideradas:
• Menor diâmetro da conduta adutora - enquanto o custo inicial de construção será menor, as
perdas por atrito serão maiores requerendo bombas maiores e mais energia aumentando assim
os custos recorrentes;
• Velocidades elevadas em linhas de menor diâmetro também aumentam o potencial para a
ocorrência de picos de pressão transiente prejudiciais que contribuem para a probabilidade de
reparações da frequentes da conduta;
• Maior diâmetro da tubulação - enquanto os custos iniciais serão maiores, os tamanhos das
bombas necessárias serão menores e os custos de energia será reduzido. O maior diâmetro,
consequentemente, também permite velocidades mais baixas de fluxo que tem uma relação
directa com a gravidade das condições de pressão transiente. Como se observa, em condições
transientes são um factor de rotura da tubagem que pode contribuir para problemas de
manutenção futura.
Um diâmetro económico será estabelecido na fase de projecto detalhado, equilibrando os custos
de capital e custos de energia e outras considerações.
Material da Conduta Adutora
A opção de material da tubulação será pré-seleccionada a partir de dois ou três tipos e a selecção
final avaliada através de um processo de licitação, permitindo que os licitantes apresentem os
preços das opções de material aceitável com um diâmetro especificado. Finalmente, o mercado
oferece um valioso contributo no tipo de material do tubo que irá oferecer o melhor valor.
Os materiais da tubagem alternativos considerados nesta análise são resumidos na Tabela 8.
36
Tabela 7-Materiais de Tubagem1
Parâmetros Aço Ferro Dúctil Betão
Armado PVC Polietileno
Capacidades
Hidráulicas
Baixo Médio Médio Alto Alto
Sujeito a Degradação
Química
Alto Alto Alto Baixo Baixo
Flexível Médio Médio Baixo Alto Alto
Disponibilidade em
diâmetros grandes
Alto Alto Médio Baixo
(900
mm)
Baixo
(900 mm)
Força (pressão máxima) Baixo Alto Alto Alto Médio
Custo unitário por
metro linear em USD
490 305 320 480 272
1Assumindo 450 mm de DN
3.12 Rota da Conduta Adutora
Em geral, serão propostas as rotas mais curtas, com condições técnicas favoráveis e aquelas que
menos impacto terão sobre a utilização da terra existente. Sempre que possível as rotas das
condutas seguirão as estradas existentes e utilitários estabelecidos. Se uma fonte de água de
superfície viável ser desenvolvido usando o rio Monapo, a conduta adutora seguiria estrada EN-8.
Sempre que outras fontes forem desenvolvidas, as condutas adutoras deverão seguir as estradas
existentes.
A conduta existente é de cimento-amianto e essa será mantida para evitar transtornos ambientais
decorrentes de sua remoção. O amianto é um material nocivo à saúde e ainda não há formas
desenvolvidas para sua reutilização ou reciclagem. A descontaminação é muito difícil de ser feita
devido ao alto custo e apenas em alguns casos é realizada, geralmente em indústrias. A
recomendação é de que o amianto seja descartado juntamente com resíduos perigosos em aterros
especializados. Na hora de retirar as estruturas inacabadas de amianto ou a caixas de água será
preciso tomar todo o cuidado e evitar a quebra do material e eventual contaminação pelas fibras
do amianto.
4 ENQUADRAMENTO LEGAL
Neste capítulo será apresentado o quadro legal em matéria de ambiente em que o projecto de
melhoramento e expansão do sistema de abastecimento de água da Cidade de Nacala se insere,
tendo como referência os instrumentos legais tanto de âmbito nacional como internacional. Boas
práticas de gestão ambiental serão também consideradas sempre que necessário, embora possam
não se constituir, necessariamente, num imperativo legal. De referir que os requisitos legais
específicos relacionados com aspectos particulares serão detalhados nos locais apropriados.
37
4.1 Quadro Legal Geral Sobre o Ambiente
De acordo com a Lei do Ambiente (Lei nº 20/97, de 1 de Outubro) todas as actividades públicas
ou privadas com potencial para influir sobre as componentes ambientais, devem ser precedidas de
uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), com vista à obtenção de uma Licença Ambiental
(LA) emitida pela autoridade responsável pelo licenciamento ambiental das diferentes actividades
portanto Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através da
Direcção Nacional do Ambiente (DINAB). Esta Lei baseia-se especialmente no princípio de
precaução que incide em evitar a ocorrência de impactos ambientais negativos significativos ou
irreversíveis, independentemente da existência de certeza científica sobre a ocorrência de tais
impactos sobre o meio ambiente.
A Lei do Ambiente define o processo de avaliação de impacto ambiental como um instrumento de
prevenção para a gestão ambiental de projectos e apoia o Governo de Moçambique na tomada de
decisão quanto à atribuição da licença ambiental para o desenvolvimento de projectos. O
licenciamento ambiental precede qualquer outra licença legal requerida.
O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental está regulamentado pelo Decreto n.º54/2015 de
31 de Dezembro. Este processo de AIA é complementado pela Directiva Geral para Estudos de
Impacto Ambiental (Diploma Ministerial nº 129/2006, de 19 de Julho).
Os Processos de Auditoria Ambiental e de Inspecção Ambiental estão regulamentados,
respectivamente, pelos Decretos nº 32/2003, de 20 de Agosto e nº 11/2006, de 15 de Julho. O
regulamento relativo ao Processo de Auditoria Ambiental (Decreto nº 32/2003, de 20 de Agosto)
indica que qualquer actividade pública ou privada pode ser objecto de auditorias ambientais
públicas (realizadas pelo MITADER), ou privadas (internas). A entidade alvo de auditoria deve
facultar aos auditores o livre acesso aos locais a serem auditados, bem como toda a informação
solicitada. Enquanto isso, o Regulamento relativo a Inspecções Ambientais (Decreto nº 11/2006,
de 15 de Julho), regula os mecanismos legais de inspecção de actividades públicas e privadas, que
directa ou indirectamente são passíveis de causar impactos negativos no ambiente. Este diploma
tem como objectivo principal regular a actividade de supervisão, controlo e fiscalização do
cumprimento das normas de protecção ambiental a nível nacional.
4.2 Quadro Legal no Contexto das Actividades do Projecto
A avaliação do impacto ambiental das actividades do projecto proposto pelo FIPAG foi realizada
em conformidade com os requisitos forçados pela Lei do Ambiente (Lei nº 20/97 de 1 de Outubro).
A actividade proposta é coberta pelo regulamento moçambicano sobre o processo de AIA (Decreto
nº54/2015 de 31 de Dezembro), sem contudo descurar os outros regulamentos e normas nacionais
em vigor no país, normas regionais e internacionais aplicáveis para estes casos. O Regulamento
sobre o Processo de AIA é aplicável a “todas as actividades públicas ou privadas que directa ou
indirectamente possam influir nas componentes ambientais” (Artigo 2), conforme preconizado na
Lei do Ambiente (Lei nº. 20/97 de 20 de Outubro).
O processo de AIA Regulamentado pelo Decreto n.º 45/2004, de 29 de Setembro revogado pelo
38
Decreto no. 54/2015, de 31 de Dezembro, estabelece três fases sucessivas de AIA nomeadamente
(i) Instrução do Processo; (ii) Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito, e (iii)
Estudo de Impacto Ambiental. O Decreto prevê ainda 4 categoriais de actividades, nomeadamente:
• Categoria A+: projectos que devido a sua complexidade, localização, e/ou irreversibilidade e
magnitude dos passíveis impactos merecem não só um elevado nível de vigilância social e
ambiental, mas também o envolvimento de especialistas nos processos de AIA, necessitando
de um EIAS, incluindo um PGAS.
• Categoria A: são projectos que causam impactos significativos devido à actividades ou zonas
sensíveis, necessitando de um EIA, incluindo também um PGAS.
• Categoria B: trata-se de empreendimentos que provocam impactos negativos de curta duração,
intensidade, extensão, magnitude e importância, necessitando, portanto, de um EAS-Estudo
Ambiental Simplificado, incluindo um PGAS.
• Categoria C: projectos que não necessitam de ser submetidos a um processo formal de
Avaliação Ambiental, mas que estão sujeitos à observância das normas constantes de directivas
específicas de boa gestão ambiental. Estes projectos estão isentos de um EIA ou EAS uma vez
os impactos negativos serem negligenciáveis, insignificantes, mínimos ou mesmo não
existentes.
A decisão quanto à classificação de cada projecto é da responsabilidade do Ministério da Terra,
Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER).
As actividades propostas neste projecto incluem a substituição da velha conduta de asbestos
cimento de forma a aumentar a capacidade de transporte de água da EB1 para EB2 dos actuais
20.000 m³/dia para 40.000 m³/dia (aumento de 20.000 m³/dia). Esta actividade envolve a escavação
de trincheiras de 1 m de profundidade e envolverá pás escavadoras de modo a garantir o custo-
efectividade das escavações. Secções do traçado da conduta de asbestos cimento encontram-se
densamente e a sua substituição pode determinar a necessidade de reassentar populações, mas todo
esforço será feito no sentido de minimizar ou evitar o reassentamento das populações. Este pode
também ocorrer devido a construção de um novo reservatório de água e centro distribuidor com
capacidade de 3.350 m³ de modo a aumentar a capacidade actual de armazenamento de 18.650 m³
para 22.000 m³.
A actividade inclui entre outras actividades os seguintes critérios relevantes que contribuíram a
para a sua categorização:
• Áreas povoadas que impliquem necessidade de reassentamento;
• Áreas ao longo de cursos de água usadas como fonte de abastecimento de água para consumo
das comunidades;
• Condutas de água de mais de 0.5m de diâmetro.
A actividade de melhoramento e expansão do sistema de abastecimento de água na Cidade de
Nacala foi classificada de acordo com o anexo I do Regulamento sobre o Processo de Avaliação
do Impacto Ambiental (Decreto Nº 54/2015) como pertencente à Categoria A, necessitando da
realização de um Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA), seguido
da realização de um Estudo de Impacto Ambiental, incluindo um Plano de Gestão Ambiental e
39
Social (PGAS).
O regulamento acima citado e a Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental (Diploma
Ministerial 129/2006, de 19 de Julho) assim como o Diploma Ministerial nº 130/2006, de 9 de
Julho, que define os princípios a seguir num processo de participação pública durante um Processo
de Avaliação do Impacto Ambiental, incluindo os princípios da acessibilidade, inclusão,
representação, funcionalidade, negociação e responsabilidade, constituíram a base legal para a
realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
A Lei de Ordenamento do Território instituído pelo Decreto-Lei no. 19/2007, de 18 de Julho) cria
um quadro jurídico-legal do ordenamento do território e materializa, através dos instrumentos do
Ordenamento Territorial, a Política de Ordenamento Territorial (POT). A Lei Lei no. 19/2007
define os mecanismos de elaboração, aprovação, implementação, monitoria e fiscalização dos
planos de ordenamento territorial, assim como as responsabilidades associadas. Esta Lei aplica-se
a todo o território nacional e, para efeitos do ordenamento do território, regula as relações entre os
diversos níveis da Administração Pública, das relações desta com os demais sujeitos públicos e
privados, representantes dos diferentes interesses económicos, sociais e culturais, incluindo as
comunidades locais.
O Regulamento da Lei de Ordenamento do Território (Decreto no. 23/2008) estabelece medidas e
procedimentos regulamentares que assegurem a ocupação e utilização racional e sustentável dos
recursos naturais, a valorização dos diversos potenciais de cada região, das infra-estruturas, dos
sistemas urbanos e a promoção da coesão nacional e segurança das populações.
4.3 Quadro Legal e Principais Políticas de Águas Relevantes ao Projecto
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é também exigido pela Lei de Águas (Lei 16/91 de 3
Agosto) que no seu nº 2 do Artigo 7 refere que as obras hidráulicas não poderão ser aprovadas sem
prévia análise dos seus efeitos e impactos sociais, económicos e ambientais sendo esta tarefa
imputada aos donos das obras de grande envergadura.
O Regulamento dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas
Residuais (Decreto 30/2003 de 1 de Julho) indica que na concepção da ampliação de sistemas de
distribuição de água existentes deve ser tida em conta a necessidade de garantir um serviço
adequado, traduzido pela continuidade do fornecimento, garantia de pressões adequadas nos
dispositivos de utilização prediais, estabilidade da superfície piezométrica e minimização de zonas
de baixa velocidade. Este mesmo decreto no seu artigo 9 obriga que na avaliação técnico-
económica da obra para reabilitação de sistemas existentes devem ser considerados também os
custos sociais resultantes do prejuízo causado aos utentes, aos peões, ao trânsito automóvel e ao
comércio na área de implementação como consequência do projecto.
O Decreto 30/2003 regula também a distância das condutas para os limites das propriedades que
não deve ser inferior a 0,60 m e o seu afastamento de outras infra-estruturas implantadas
paralelamente não devem ser, em geral, inferiores a 0,50 m, não podendo em caso algum ser
inferior a 0,30 m para facilitar operações de manutenção de qualquer delas. A implantação das
condutas deve ser feita num plano superior ao dos colectores de águas residuais e, sempre que
40
possível, a uma distância não inferior a 1,0 m, de forma a garantir protecção eficaz contra possível
contaminação. Em relação a profundidade mínima de assentamento das condutas, esta deve ser de
1,00 m, ou de 0,60 m, medida entre a geratriz exterior superior da conduta e o nível do pavimento,
consoante se trate de arruamentos ou de zonas pedonais. Enquanto isso, tendo em conta as
necessidades de operacionalidade e de segurança do pessoal a largura das valas para condutas deve
ter salvo condições especiais devidamente justificadas, 0,90 e 1,10 m de dimensão mínima para
condutas de diâmetro até 0,50 m e superior a 0,50 m respectivamente.
A Lei de Águas (Lei 16/91 de 3 de Agosto) e a Política de Águas (46/2007 de 21 de Agosto)
preconizam o direito a água potável por parte das populações cabendo às pessoas singulares ou
colectivas encarregadas de fornecer água para o consumo assegurar que as instalações utilizadas e
a água fornecida respeitem os requisitos definidos pelo Diploma Ministerial que os definem, neste
caso Diploma Ministerial nº 180/2004.
O Diploma Ministerial nº 180/2004 (Regulamento sobre a qualidade de água para o consumo
humano) estabelece os parâmetros de qualidade de água destinada ao consumo humano e as
modalidades para a realização do seu controlo, visando proteger a saúde humana dos efeitos
nocivos resultantes de qualquer contaminação que possa ocorrer nas diferentes etapas do sistema
de abastecimento de água desde a captação até à disponibilização do consumidor. Este
regulamento pretende tomar medidas para que a água disponibilizada às populações rurais como
urbanas, tenha uma qualidade aceitável para o consumo humano o que irá contribuir para a redução
das doenças associadas, e estabelece que o Ministério de Saúde através da Direcção Nacional de
Saúde é a autoridade competente para garantir o controlo de qualidade de água destinada ao
consumo humano. Esta tarefa ao nível provincial é exercida pelos Centros de Higiene Ambiental
e Exames Médicos e Laboratórios Provinciais de Água.
A intervenção da autoridade competente nas actividades do projecto proposto poderão se
circunscrever entre outras no seguinte:
• Verificar as condições higiénico-sanitárias e de garantia de qualidade do sistema de
abastecimento de água;
• Emitir parecer técnico para o licenciamento sanitário do sistema de abastecimento de água;
• Emitir parecer sanitário sobre as obras e instalações de captação, tratamento, armazenamento,
transporte e distribuição de água;
• Inspeccionar os sistemas de controlo e garantia de qualidade do sistema de abastecimento de
água.
4.4 Outros Dispositivos Legais Aplicáveis
O Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (Decreto no.
18/2004, de 2 de Junho, emendado pelo Decreto no. 67/2010, de 31 de Dezembro) aplica-se para
todas actividades que possam directa ou indirectamente influir as componentes ambientais. O
Artigo 7 do regulamento apresenta os parâmetros para a manutenção da qualidade do ar para que
este mantenha a sua qualidade de auto-depuração e não tenha impacto negativo significativo para
a saúde pública e no equilíbrio ecológico. Subsequentemente o artigo 9 do Decreto forne
igualmente os valores limite admissíveis para a emissão de poluentes atmosféricos por fontes
41
móveis ou veículos a motor.
O Artigo 16 apresenta padrões a observar para as descargas de águas residuais domésticas no meio
receptor, incluindo marinho, para que não haja alteração da qualidade das águas. Alerta a
necessidade de ajustes a valores mais baixos em função da sensibilidade e do uso do meio receptor,
particularmente quando este seja constituído por lagos, albufeiras ou baias com fraca renovação
de águas ou seus afluentes. O Artigo 19, por sua vez, determina a observância de limites aceitáveis
para depósito no solo de substâncias nocivas e o exercício de actividades que impliquem
movimentação de solos sem as devidas medidas de sua conservação, que possam comprometer ou
contribuir para a degradação do meio.
Os níveis aceitáveis do ruído, para a salvaguarda da saúde e sossego público a serem estabelecidos
de acordo com a fonte emissora do ruído estão estipulados pelo Artigo 20 do Regulamento. Por
fim, o artigo 24 apresenta igualmente as condições e multas aplicáveis no caso de não cumprimento
deste dispositivo legal no país.
O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Sólidos aprovado pelo Decreto nº13/2006, de 15 de
Junho (revogado pelo Decreto no. 94/2014) estabelece princípios, assim como regras relativas a
produção e deposição no solo e subsolo de resíduos sólidos, o lançamento para a água ou para
atmosfera de qualquer substância tóxica e poluidora, assim como a prática de actividades
poluidoras que acelerem a degradação do ambiente, com vista a prevenir ou minimizar os seus
possíveis impactos negativos sobre a saúde e o ambiente, em conformidade com o artigo 33 da Lei
do Ambiente e do artigo 204 da Constituição.
O Regulamentado pelo Decreto n° 83/2014 de 31 de dezembro estabelece especificamente as
regras para a produção e gestão dos resíduos perigosos em território nacional e é aplicável a todas
pessoas singulares e colectivas, públicas e privadas envolvidas na gestão de resíduos perigosos. O
dispositivo estabelece, entre outros requisitos, o licenciamento ambiental prévio das instalações,
assim como equipamentos destinados ao armazenamento, transporte, deposição, tratamento,
aproveitamento, ou eliminação de resíduos perigosos; certificação dos operadores e
transportadores de resíduos perigosos e obrigações dos produtores, transportadores e operadores
de resíduos perigosos, bem como métodos de tratamento, eliminação e deposição de resíduos
perigosos.
A Lei sobre o Património Cultural aprovada pelo Decreto Lei n º 10/88 define o património cultural
como conjunto de bens materiais e imateriais criados ou integrados pelo povo moçambicano ao
longo da história, com relevância para a identidade moçambicana". Bens materiais incluem
monumentos, grupos de edifícios com importância histórica, artística ou científica, lugares ou
locais (como arqueológico, histórico, estético, etnológico ou antropológico de interesse) e bens
imateriais ou simplesmente elementos naturais (formações físicas e biológicas, com particular
interesse do ponto de vista estético ou científico). Assim sendo, durante a fase de construção e
operação do projecto, os locais sagrados e os locais arqueológicos que porventura venham a ser
descobertos deverão ser protegidos a luz desta lei.
A Lei de Protecção de Trabalhadores com HIV-SIDA (Lei no. 5/2002, de 5 de Fevereiro)
estabelece os princípios gerais com vista a garantir que todos os trabalhadores e candidatos a
42
emprego não sejam descriminados nos locais de trabalho ou quando se candidatam a emprego por
serem suspeitos ou portadores do HIV/SIDA e aplica-se sem qualquer discriminação, a todos os
trabalhadores e candidatos a emprego, na Administração Pública e outros sectores públicos ou
privados, incluindo os trabalhadores domésticos. Segundo o artigo 10, a entidade empregadora é
obrigada a manter a assistência médica devida ao trabalhador infectado com HIV/SIDA, mesmo
quando impossibilitado de trabalhar, desde que esse princípio se enquadre na política de assistência
médica psicossocial e medicamentosa adoptada para todos os trabalhadores e à luz do Sistema
Nacional de Segurança Social vigente no país, recorrendo a assistência médica disponível no país.
4.5 Quadro Legal Municipal Relevante ao Projecto
Administrativamente, a Cidade de Nacala é um município, tendo um governo local eleito. A Lei
no 2/97 de 18 de Fevereiro que aprova o quadro jurídico para a implantação das autarquias locais,
indica que as autarquias locais são pessoas colectivas públicas dotadas de órgãos representativos
próprios que visam a prossecução dos interesses das populações respectivas sem prejuízo dos
interesses nacionais e da participação do Estado. Esta lei confere às autarquias locais atribuições
que respeitem os interesses próprios comuns das populações no respeitante entre outras ao
desenvolvimento económico e social local, meio ambiente, saneamento básico e qualidade de vida
e abastecimento público.
Apesar da descentralização preconizada pelos instrumentos legais a que corresponde o “Pacote
Autárquico”, a administração do Estado mantém a sua representação e serviços na circunscrição
territorial cuja área de jurisdição coincida total ou parcialmente com a da autarquia local. Estes
serviços deverão articular com os órgãos autárquicos no exercício de competências que respeitem
a atribuição que a Administração do Estado partilhe com a autarquia local. A implementação deste
projecto de melhoramento e expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala
requererá uma articulação entre o financiador (BM), o proponente FIPAG e as autoridades
municipais de Nacala.
4.6 Quadro Legal e Políticas Sobre Reassentamento
O MITADER endossa as recomendações sobre reassentamento e requer que a localização e
dimensão das áreas de reassentamento sejam conduzidas de uma maneira participativa, de modo a
permitir um crescimento demográfico natural, fornecimento e manutenção de serviços, bem como
a geração de oportunidades locais económicas e sociais com o acesso a benefícios resultantes do
programa de reassentamento.
Segundo o regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante das Actividades
Económicas, aprovado pelo Decreto no. 31/2012 de 8 de Agosto, no artigo 4 nas alineas a seguir,
cinge os seguintes princípios:
a) Princípio de coesão social, que diz que o reassentamento deve garantir a integração social e
restaurar o nível de vida dos afectados, para um nível melhor;
b) Princípios de igualdade social, que diz que no processo de reassentamento todos os afectados
tem direito arestauração ou criação de condições iguais ou acima do padrão anterior de vidal;
c) Princípio de benefício directo, que diz que, dar possibilidade aos afectados de se beneficiarem
43
directamente do empreendimento e dos seus impactos socio-economicos.
d) Princípio de equidade social, que diz que, na fixação das populações nas novas zonas deve se
ter em conta o acesso aos meios de subsistência, serviços sociais e recursos disponíveis;
e) Princípio de não alteração do nível de renda, que permite que os ressentamentos tenham a
possibilidade de restabelecer seu nível anterior de rendimento básico;
f) Princípio de participação pública, que diz que, no processo de reassentamento deve-se garantir
a auscultação das comunidades locais e outras partes interessadas e afaectadas pela actividade;
g) Principio de responsabilização ambiental, que diz que, com a qual quem poluiou de qualquer
forma degrade o ambiente, tem sempre a obrigação de reparar ou compensar os danos dai
decorrentes;
h) Princípio de responsabilidade social, que diz que, o investidor tem de criar infra-estruturas
sociais, que promovam a aprendizagem, lazer, saúde, cultura e outros projectos de interesse
comunitário.
De acordo com as agências acima, o reassentamento involuntário representa um impacto
significativo numa pessoa, família, grupo ou comunidade, que é/são forçosamente removidos
devido a decisões tomadas por agentes externos ao grupo. As pessoas afectadas são as pessoas
atingidas pela perda de infra-estrutura de habitação de variados tipos, fontes de emprego e/ou
meios de subsistência. O reassentamento não se restringe apenas ao seu significado usual – ou seja
“deslocação física”. Dependendo dos casos, uma acção de reassentamento pode incluir (i) a perda
de terra ou de estruturas físicas sobre a terra, incluindo negócios; (ii) a deslocação física; e (iii) a
reabilitação económica das pessoas deslocadas (PDs), no sentido de melhorarem (ou pelo menos
de poderem repor) os níveis de rendimento ou de vida prevalecentes antes da acção causadora do
reassentamento.
A prática internacional, regional e nacional indica que, sempre que possível, o reassentamento
deve ser evitado e/ou minimizado. Quando o reassentamento é inevitável, é necessário elaborar
um Plano de Acção de Reassentamento (PAR) para garantir que as pessoas afectadas sejam
compensadas e reassentadas de forma adequada e equitativa. De modo semelhante, as pessoas
afectadas e as autoridades a que estas se subordinam devem receber informação clara e atempada
sobre as possíveis alternativos de compensação para poderem escolher as alternativas que melhor
se adequam às suas necessidades. O processo de reassentamento deve ser participativo.
Para além disso, é quando as magnitudes dos impactos afectam mais de 200 pessoas, que se solicita
um plano de reassentamento completo para tratar das medidas de mitigação necessárias para gerir
efeitos potencialmente empobrecedores do reassentamento involuntário (Banco Mundial OP 4.12,
§ 25). Quando as pessoas a serem afectadas forem inferiores a 200 pessoas um plano de
reassentamento simplificado torna-se aceitável (BM OP 4.12). Quando as políticas de salvaguarda
dos doadores requeiram conformidade como pré-condição de acesso a empréstimos, estas devem
também ser referidas. Adicionalmente, o BAD e a OCDE/DAC3 têm políticas e linhas de
orientação que são grandemente abafadas pelas abordagens, directrizes e directivas operacionais
do BM para avaliações ambientais e reassentamento involuntário. Em princípio, estas linhas de
3 DAC é o órgão de coordenação para organizações bilaterais de países da OCDE
44
orientação aplicam-se a todos os projectos financiados por agências membro, mais as da UE. Por
conseguinte, a maioria dos procedimentos de reassentamento realizados até à data por iniciativas
de desenvolvimento do sector privado/público, que requereram o reassentamento de famílias
rurais, seguiu em geral a política operacional OP 4.12 (Dezembro de 2001) do BM sobre
reassentamento involuntário. Outras cláusulas legais e provisões reguladoras que regem a AIAS e
o PAR são:
• A Lei de Terras 19/97 que fornece a base para definir os direitos à terra das pessoas afectadas,
baseados no direito consuetudinário, e os procedimentos para aquisição do título de uso e
aproveitamento pelas comunidades e indivíduos.
• O Regulamento 66/98 da Lei de Terras, bem como as directrizes de compensação básica
produzidas pelas Direcções Provinciais de Agricultura, abrangendo os custos mínimos de
diversas árvores e colheitas, regulamenta a compensação de perdas incorridas pelo processo
de realocação. As directrizes para avaliação dos valores das casas, produzidas pelas Direcções
Provinciais de Obras Públicas e Habitação, baseiam-se no Diploma Ministerial 119/94, de 14
de Setembro.
4.7 Políticas de Salvaguarda do Banco Mundial
As políticas de Salvaguarda do Banco Mundial, são consideradas uma pedra angular pelo seu apoio
à projectos sustentáveis de redução da pobreza.
Em regra, as políticas do BM descrevem requisitos cujos projectos devem incluir, como a
necessidade de avaliações de impacto ambiental e social, consulta as comunidades afectadas sobre
os impactos que esses projectos teriam, bem como a necessidade de restaurar os meios de
subsistência das pessoas afectadas (restabelecer as condições pré-existentes ou melhora-las). A
eficácia e os impactos positivos globais dos projectos e programas apoiados pelo BM aumentaram
substancialmente como resultado da atenção prestada a essas políticas. As políticas de salvaguarda,
bem como a legislação Moçambicana, muitas vezes constituíram uma plataforma útil para a
participação das partes interessadas na concepção do projecto e constituem um instrumento
importante para a construção de propriedade entre as populações locais.
As Principais Políticas Operacionais do BM e os Procedimentos Bancários associados são
fundamentais para garantir que as consequências socio-ambientais potencialmente adversas sejam
identificadas, minimizadas e atenuadas e recebam atenção durante os processos de preparação e
aprovação do projecto do BM. Essas Políticas Operacionais ou Salvaguardas incluem:
• OP 4.01 Avaliação Ambiental;
• OP 4.04 Habitats naturais;
• OP 4.09 Gestão de Pragas;
• OP 4.11 Património Cultural;
• OP 4.12 Reassentamento Involuntário;
• OP 4.10 Povos Indígenas;
• OP 4.36 Florestas;
• OP 4.37 Segurança de Barragens;
• OP 7.50 Projectos em Vias navegação internacional;
• OP 7.60 Projectos em Áreas Disputadas.
45
O BM, através de sua Política de Divulgação BP 17.50, exige que todos os documentos de
salvaguarda sejam divulgados nos respectivos países, bem como no Infoshop do BM, antes da
avaliação de um projecto ou para Iniciativas de rastreamento rápido antes da assinatura de um
Acordo de financiamento.
4.7.1 Políticas de Salvaguarda Aplicaveis ao Projecto
O Projecto estudado irá se concentrar principalmente na reabilitação e a expansão do sistema de
abastecimento de água, à Cidade de Nacala visando melhorar os serviços de fornecimento de água
a população.
Assim, o projecto em causa será realizado considerando as salvaguardas para evitar ou minimizar
os efeitos ambientais e sociais negativos associados a reabilitação e a expansão do sistema de
abastecimento de água, à Cidade de Nacala. A tabela 1 apresenta as Politicas de Salvaguarda
aplicáveis ao projecto.
Tabela 8: Relação das Politicas de Salvanguda aplicáveis ao Projecto
Políticas de Salvaguarda Aplicáveis ao Projecto Sim Não
Avaliação Ambiental (OP/BP 4.01) X
Habitats Naturais (OP/BP 4.04) X
Gestão de Pragas (OP 4.09) X
Património Cultural (OP 4.11) X
Florestas (OP/BP 4.36) X
Segurança de Barragens (OP 4.37) X
Povos Indígenas (OP/BP 4.10) X
Reassentamento Involuntário (OP 4.12) X
Projecto em vias de navegação internacional (OP/BP 4.50) X
4.7.1.1 Avaliação Ambiental (OP 4.01)
O objectivo desta política é de assegurar que os projectos financiados pelo BM sejam sustentáveis
do ponto de vista ambiental e social e que assegurem uma melhor tomada de decisão através da
integração das considerações de impacto ambiental e social ao longo das diferentes fases de
planeamento, construção e operação do projecto.
Os principais objectivos da Avaliação Ambiental (EA) são de garantir a consideração dos aspectos
ambientais (ar, água e terra), saúde humana e segurança, aspectos sociais (reassentamento
involuntário, comunidades locais e património cultural), bem como a consideração de efeitos
transfronteiriços e globais, como as mudanças climáticas. A Política OP 4.01 (Avaliação
Ambiental) é aplicável sempre que um projecto proposto ou acções pode causar efeitos ambientais
negativos para o meio ambiente.
46
O melhoramento e expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala é um
projecto de Categoria “A” e deve, por isso, ser sujeito a análise ambiental. A PO assegura que
sejam tomados em consideração níveis apropriados de avaliações ambientais e sociais como parte
do desenho do projecto. Requer também que seja levado a cabo um processo de consulta pública,
que tomará em linha de conta os pontos de vista dos grupos afectados pelo projecto e das ONGs
locais. Requer ainda que sejam abrangidos os pontos de vista dos grupos económicos
desfavorecidos e socialmente prejudicados, assegurando que sejam desenhados e implementados
planos de acção específicos para mitigar e compensar os prováveis impactos negativos.
4.7.1.2 Habitats Naturais (OP 4.04)
A conservação de habitats naturais e das suas funções ecológicas, assim como outras medidas que
protegem e melhoram o meio ambiente, é essencial para o desenvolvimento sustentável de longo
prazo. Áreas que constituem “Habitats Naturais Críticos” de acordo com as políticas do BM (tais
como Áreas de Preservação Permanente ao longo de cursos de água, reservas legais, unidades de
conservação e áreas inalteradas que mantêm uma integridade ambiental razoável) devem estar
presentes dentro da área de influência do Projecto.
Os procedimentos para implementação das actividades planeadas deverão assegurar que essas
áreas sejam preservadas. Razão pela qual deverão ser previstas acções para a monitorização e
protecção dos habitats naturais.
"O BM não suporta projetos que, na sua opinião, envolvam a significativa conversão ou
degradação de habitats naturais críticos, a menos que não haja alternativas viáveis para o projecto
e sua localização e uma análise abrangente demonstre que os benefícios globais do projecto
superam substancialmente os custos ambientais. Se a avaliação ambiental e social indicar que um
projeto converteria ou degradaria significativamente os habitats naturais, o projecto deve incluir
medidas de mitigação aceitáveis para o BM. Essas medidas devem incluir, conforme apropriado,
medidas para minimizar a perda de habitat (por exemplo, retenção estratégica de habitat e
restauração pós-desenvolvimento) e estabelecer e manter uma área protegida ecologicamente
semelhante;
4.7.1.3 Património Cultural (OP 4.11)
Esta política aborda recursos físicos/culturais (objectos, sites, estruturas, grupos de estruturas e
características naturais e paisagens) que possuem formas arquitetônicas, paleontológicas,
históricas, religiosas, estéticas ou outras de importância cultural. Podendo estar localizadas em
ambientes urbanos ou rurais e podem estar acima ou abaixo do solo. Os procedimentos para
abordar os impactos nos recursos físicos e culturais dos projetos propostos para o financiamento
do Banco Mundial devem seguir o processo de avaliação ambiental (AA) OP 4.01 e Regulamento
EIA - Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro). Os seguintes projectos estão sujeitos às disposições
desta política:
• Quaisquer projectos envolvendo escavações significativas, demolições, movimentos de terra,
inundações ou outras mudanças ambientais;
47
• Quaisquer projectos localizados em, ou na proximidade de sites de recursos físicos / culturais
reconhecidos pelo mutuário.
Como parte integrante do processo de avaliação de impacto ambiental, o mutuário desenvolve um
plano de gestão de recursos físicos/culturais que inclui medidas para evitar ou mitigar quaisquer
impactos adversos sobre recursos físicos/culturais, provisões para gestão de descobertas, quaisquer
medidas necessárias para fortalecer a capacidade institucional e um sistema de monitoria para
rastrear o progresso dessas actividades. O financiamento do projecto é sustentado pela existência
de danos mínimos para os bens culturais não replicáveis, com forte ênfase posta na sua implantação
em locais identificados e desenhados de forma a prevenir danos maiores. É necessário considerar
ajustamentos ao longo do alinhamento do projecto, de modo a assegurar que este não destrua
quaisquer locais culturais.
4.7.1.4 Reassentamento Involuntário OP/PB 4.12
As indicações preliminares existentes são as de que o projecto deve não ter implicações na
movimentação de pessoas e famílias dos locais em que vivem para outros locais. Porém dada a
relativa ocupação desordenada dos espaços nos centros urbanos e interferência das pessoas e suas
actividades sociais em áreas que deveriam ser reservadas para a implantação e desenvolvimento
de infra-estruturas públicas um número de pessoas e de famílias poderá sofrer muitas formas de
perturbação na sua vida normal incluindo pequenas perdas temporárias ou definitivas de
componentes das suas infra-estruturas (casas, quintais, barracas, etc.) assim como outros activos
(árvores, campos agrícolas, culturas, etc.).
A OP 4.12 sobre o Reassentamento Involuntário, assegura que a população afectada por um
projecto receba benefícios do mesmo, incluindo os relacionados com usufruto ou direito
consuetudinário à terra ou outros recursos abrangidos pelo projecto. A OP 4.12 é abrangente e
assegura que sejam compensados todos aqueles que forem directa ou indirectamente afectados
pelo desenvolvimento dos projectos.
O projecto está directamente relacionado com a reabilitação do sistema de abastecimento de água,
numa área relativamente estável. Por esta razão, ao lidar com o impacto do reassentamento nos
grupos sociais como mulheres e agregados familiares chefiados por mulheres, que são geralmente
marginalizados dos processos de tomada de decisões, devem ser tomadas precauções especiais
para assegurar que não sejam excluídos das oportunidades e decisões. Nas pessoas afectadas
incluem-se aqueles cujos rendimentos provêm do sector informal e de actividades não agrícolas e
ainda de recursos de propriedade comum. A ausência de direitos legais não limita o direito à
compensação. Particular atenção deve ser dada às necessidades de grupos vulneráveis,
especialmente os que vivem abaixo da linha de pobreza, os sem terra, os anciãos, mulheres e
crianças. Deve também ser prestada atenção às RDSAS do BM, onde é dada ênfase aos exemplos
em que as pessoas perdem o direito de aproveitar os recursos, mas não perdem a posse sobre eles.
Estas perdas involuntárias de acesso aos recursos podem também caber dentro do contexto de
reassentamento involuntário.
Na linha dos princípios do Banco, insistindo na necessidade de harmonização do reassentamento
através, sempre que possível, do reajustamento do desenho e implementação do projecto a fim de
48
reduzir a realocação, o proponente do projecto FIPAG pretende causar o mínimo de perturbações
resultantes do processo de reassentamento. Preservará os direitos comunitários no processo de
reassentamento e apoiará o esquema mais viável para o restabelecimento bem-sucedido dos meios
de subsistência das pessoas afectadas.
4.7.2 Diretrizes Ambientais, de Saúde e Segurança do Banco Mundial
O projecto de reabilitação e a expansão do sistema de abastecimento de água, à Cidade de Nacala
visando o melhoramento de fornecimento de água, deverá estar em conformidade com as
Diretrizes Ambientais, de Saúde e Segurança (ASS) do Banco Mundial, de Abril de 2007, que
compreendem uma multiplicidade de diretrizes de referência técnica com exemplos específicos
sobre Boas Práticas Industriais Internacionais (BPII), que devem ser seguidas no desenvolvimento
e implementação de projetos financiados pelo Banco. Estas diretrizes cobrem uma série de áreas
sendo que em relação a este projeto apresentam-se como tendo interesse as que se referem a (i)
Ambiente (emissões atmosféricas e qualidade ambiental do ar; conservação de energia; águas
residuais e qualidade ambiental da água; conservação da água; gestão de materiais perigosos;
gestão de resíduos; ruído; e locais contaminados); (ii) Saúde e Segurança Ocupacionais
(concepção e funcionamento geral do projeto; comunicação e formação; perigos físicos; perigos
químicos; perigos biológicos; perigos radiológicos; equipamentos de proteção pessoal; ambientes
de perigos especiais; e monitoria); (iii) Saúde e Segurança da Comunidade (segurança estrutural
da infra-estrutura do projeto; segurança de vida e contra o fogo; segurança do tráfego; transporte
de materiais perigosos; prevenção de doenças; e prontidão e resposta de emergência); Ruídos
(seleção de equipamentos com níveis de potência sonora mais baixos; instalação de silenciadores
para ventiladores, instalação de silenciadores adequados nos escapes dos motores e componentes
de compressores; instalação de isolamento acústico para revestimento de equipamentos que
irradiam ruído, etc.
4.8 Directrizes Internacionais
Moçambique é signatário de directrizes internacionais que serão tomadas em consideração na
avaliação de impacto ambiental. Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM’s) são uma
declaração assinada pelos Estados membro da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000 e
que fixam objectivos de desenvolvimento específicos a serem alcançados até ao ano 2015 nas áreas
de combate à pobreza, ao analfabetismo, à desigualdade entre os sexos, à mortalidade infantil, à
mortalidade materna, à mortalidade epidemiológica (incluindo a que decorre do HIV/SIDA), à
degradação ambiental e à desigualdade social entre os países ricos e os países pobres.
O projecto de expansão e melhoramento do sistema de abastecimento de água da Cidade de Nacala
tem como objectivo a melhoria dos serviços de abastecimento de água às populações urbanas e
para além das metas definidas no Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA
II) (GM, 2006) e no Plano Estratégico de Água e Saneamento (PESA), guia-se também pelos
Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) (Objectivo 7), do qual Moçambique é
signatário.
As metas previstas, de acordo com os ODM e assumidas no contexto nacional para as áreas urbanas
e suburbanas, são:
49
a) Atingir a cobertura de 70% em abastecimento de água em 2015 (serviço cobrindo cerca de 6
milhões de pessoas);
b) A longo prazo, garantir acesso universal a um serviço seguro e fiável de abastecimento de
água;
c) Aumentar a eficiência dos sistemas de abastecimento de água através de programas adequados
de gestão;
d) Aumentar a cobertura para atingir uma cobertura universal a longo prazo;
e) Garantir a adopção de práticas de higiene nas famílias, comunidades e escolas.
O Objectivo número 7 de Desenvolvimento do Milénio refere-se à necessidade de garantir a
sustentabilidade ambiental pois reconhece-se que os destinos das pessoas e do ambiente estão
interligados. As ameaças ambientais como o consumo de água contaminada colocam sérios
desafios à saúde pública tendo já sido reportados conflitos em torno dos recursos naturais que
dividem algumas sociedades o que obriga a uma gestão equilibrada destes recursos. A necessidade
de prevenir uma degradação ambiental irreversível obriga a uma avaliação de impacto ambiental
dos projectos de desenvolvimento.
O mesmo conceito está também por detrás dos Princípios de Equador estabelecidos em 2002 e que
são um conjunto de exigências mínimas para a concessão de crédito, que asseguram que os
projectos financiados sejam desenvolvidos de forma socialmente e ambientalmente responsável
(CpS, 2009). Estes princípios têm por objectivo garantir a sustentabilidade, o equilíbrio ambiental,
o impacto social e a prevenção de acidentes de percurso que possam causar embaraços no
transcorrer dos empreendimentos, reduzindo também o risco de imcumprimento dos
compromissos de pagamentos assumidos.
4.9 Instalação de Infraestruturas Temporárias
A autorização para a construção de instalações temporárias como acampamentos, estaleiros,
oficinas e escritórios necessários para a fase de construção é da responsabilidade dos Presidentes
dos Concelhos Municipais e Administradores dos Distritos em função do tipo de unidade
administrativa como preconizado na Lei de Terras (Lei 19/97 de 1 de Outubro) e respectivo
regulamento (Decreto nº 66/98, de 8 de Dezembro)
O pedido é feito na forma de requerimento que deve conter no mínimo a seguinte informação:
• Área pretendida e a sua localização;
• Para que fim se destina;
• Por quanto tempo o requerente pretende explorar o espaço; e
• Plano de uso do espaço.
4.10 Outras Considerações Legais
Para além do quadro legal acima descrito, os seguintes instrumentos legislativos servirão de
referência para o estudo de impacto ambiental:
• Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (Decreto
18/2004 de 2 de Junho);
• Lei de Terras (Lei 19/97 de 1 de Outubro);
50
• Lei do Trabalho (Lei 8/98 de 20 de Julho);
• Lei de Águas (Lei 16/91 de 3 de Agosto);
• Política de Águas (Lei 43/2007 de 30 de Outubro);
• Regulamento sobre a qualidade de água para o consumo humano (Diploma Ministerial nº
180/2004);
• Regulamento sobre padrões de qualidade ambiental e de emissão de efluentes (Decreto
18/2004 de 2 de Junho);
• Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto n.º 13 /2006, de 15 de Junho).
• Decreto 30/2003 de 1 de junho sobre Regulamento dos sistemas públicos de distribuição de
água e de drenagem de águas pluviais.
51
5 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DE REFERÊNCIA
A Cidade de Nacala situa-se numa Península do Oceano Índico, entre as coordenadas de latitude
14°27’ e 14°45’ S e Longitude: 40°36’ E, e na posição oriental em relação a Moçambique e da
África Austral. A cidade é limitada a Norte e Oeste pela Baía de Nacala e Distrito de Nacala-a-
Velha, a Sul pelo Distrito de Mossuril, e a Este pelo Oceano Índico.
A cidade situa-se na Província nortenha de Nampula, e dista a cerca de 200Km da Cidade de
Nampula, 500Km em linha recta da Fronteira Norte do Poaís com a Tanzânia, cerca de 1800km
da fronteira Sul com a África do Sul, e cerca de 620km da fronteira Oeste com Malawi.
A sua posição ao longo da faixa sobre a Costa Moçambicana, as suas condições naturais e a
existência de um porto de águas profundas, determinam a importância e as funções deste centro
urbano, cujo desenvolvimento está intimamente ligado a perspectiva regional.
A Cidade de Nacala constitui o ponto terminal do eixo de transporte constituído pela estrada EN12
que a liga com a capital da Província de Nampula e ainda das linhas férreas de Nacala-Lichinga e
Nacala-Entre-Lagos. A existência de Porto, considerado como o terceiro mais importante do país
depois de Maputo e Beira, e aliada as infra-estruturas ferroviárias, em conjunto constituem o
Corredor Regional de transportes, conhecido por Corredor de Nacala, o que torna Nacala uma
cidade com potencial para desenvolvimento económico.
5.1 Meio Biofisíco
5.1.1 Clima
A Cidade de Nacala está localizada numa região de clima tropical sub-húmido seco (classificação
de Thornwaite, CA´w) que é um clima tropical com uma estação seca. A estação seca e fresca é
de Maio a Novembro, e a estação húmida e quente é de Dezembro a Abril.
As temperaturas médias anuais são de cerca de 25,9 oC, sendo o mês de Julho considerado o mês
mais frio, com uma temperatura média de 23,5 oC e o mês mais quente, o mês de Dezembro, com
temperatura média de 27,6oC. A humidade média anual é de 74, 8%, sendo Setembro o mês com
a taxa de humidade mínima (68%) e Janeiro o que apresenta humidade máxima (81%).
A Cidade de Nacala é influenciada por ventos de monção, com ventos do Nortes dominantes de
Outubro a Fevereiro, e ventos do Sul de Março a Setembro. A Cidade está localizada na área de
influência dos ciclones originados no Oceano Índico, mas não é frequentemente atingida por
ventos ciclónicos, e sim por depressões tropicais com chuvas intensas. O último ciclone reportado,
foi o Ciclone Nádia, em 1994.
A precipitação média anual é de cerca de 800mm, sendo a maior parte da precipitação registada
durante os 4 meses da estação chuvosa, de Dezembro a Março. O regime de precipitação é irregular
durante a estação de chuvas com fortes concentrações em curtos períodos.
52
5.1.2 Geologia E Solos
O Município de Nacala caracteriza-se por dois tipos de solos, nomeadamente:
• Solo arenoso de fertilidade muito baixa e baixa retenção da água, situado junto á costa
oceânica;
• Solos muito pesados localizados em volta da Baía de Nacala.
Ocorrem ainda no Município, outros quatro tipos de solos:
• Solo franco e arenosos-alaranjados, amarelados e cinzentos, em toda a parte ocidental do
município e em algumas áreas na sua parte intermédia;
• Solos argilosos pardo-amarelados na região central, estendendo-se do Norte para o Sul, ao
longo do rio Macutucha;
• Solos arenosos-argilosos vermelhos á alaranjados, cinzentos, e das baixas e depressões, junto
á costa oceânica;
• Solos argilosos vermelhos á alaranjados e das baixas e depressões, na costa oceânica
Quase todo o Município de Nacala é caracterizado por um relevo bastante acidentado,
concretamente na parte central da cidade, que compreende os bairros Maiaia, Ribáué, Triângulo,
com cotas que variam de 30 a 70m de altitude em relação ao nível médio das águas do mar, o que
torna a zona susceptível a ocorrência de erosão, assim como deslizamento de solos, uma vez que
estes são arenosos soltos e de pouca vegetação.
Os Bairros Bloco I e Mocone são zonas de relevo regulares menos susceptíveis a erosão, mas a
medida que caminhamos para o Bairro Ontupaia, Mathapué, Nacurrula e Mupete, verifica-se uma
ligeira depressão. Na parte ocidental da cidade, o relevo muda rapidamente de altitude e em
distâncias curtas, maior declive. Facto que torna a região muito susceptível a erosão e outros
fenómenos naturais, associados a estas características e tipos de solo existentes.
Ao longo da costa Oriental, no Bairro Chivato, existem bancos de areia, o que torna a zona não
aconselhável a habitação densificada.
Uma grande parte onde se pretende substituir a conduta, passa por uma zona habitada e de
actividade agrícola e com alguns pequenos estabelecimentos comerciais, mas de difícil acesso
devido a erosão. Prevê-se que com as actividades do projecto sejam negativamente afectados
durante as fases de construção e implementação. Considera-se que estes impactos, caso aconteçam,
sejam de baixa intensidade, na medida em que deverão ser pagas compensações acordadas com as
partes afectadas.
5.1.3 Flora e Fauna
Nacala tem uma faixa estreita de vegetação costeira no seu lado Oriental, ao longo da costa
Oceânica de Relazapo. O resto é composto por áreas agrícolas activas ou em pousio (vegetação
secundária). Ocorre também o mangal na Baía de Quissimajulo e numa pequena região na praia
de Relanzapo.
A vegetação pioneira, situada nas dunas, junto á costa é composta por espécies de Ipomea pés-
53
caprae, Cyperus maritimus, Launea sarmentosa, Sporobolus virginicus, Canavalia rósea,
Scaevola plumieri, Cassytha filiformis, Dactylotenium aegyptiacium e Opuntia vulgaris.
Da praia de Fernão Veloso até a praia de Mulala, há uma vegetação secundária aberta de floresta
seca decídua, com árvores dispersas tais como Adansonia digitata, Cordyla africana, Ziziphus
jujuba, Albizia fornesii, Dichrostachys sp e Ulvaria acuminata.
Na parte Ocidental, ao redor da Baía de Nacala, há também uma vegetação secundária aberta com
Adansonia digitata, Cassia afrofistula e Thylachium africanum. As ervas mais dominantes são
Panicum maximum e Hyparheania birta.
A vegetação costeira (floresta decídua seca), no lado Oriental, é formada por Adansonia digitata,
Stercuila appediculata, Afzelia quanzensis, Acácia nigrescens, Acacia sieberiana, Sclerocarya
caffra, Dalbergia melanoxylon, Albizia harveyi, Combretum ghasalense e Dombeya sp. O capim
é dominado por Andropogon sp e Setaria sp.
Existem também duas reservas florestais:
• Reserva Florestal de Matibane: ocupa uma área de 19.900ha e a espécie florestal mais
abundante é o Mecrusse
• Reserva Florestal de Baixo Pinda: ocupa 19.600ha e as principais espécies são Mecrusse,
pau-preto e casuarinas. Existem também mangais de pequena expressão.
Perto dos centros de maior aglomeração populacional, os mangais sofrem já pressão de abate para
construção e lenha, principalmente para o fabrico de cal.
Ocorrem na costa do Município de Nacala 10 espécies de ervas marinhas, 142 espécies de algas
marinhas, das quais 48 pertencem á divisão Chlorophyta (algas verdes), 64 Rhodophyta (algas
vermelhas), 30 Phaeophyta (algas castanhas) e 9 géneros de macroalgas com importância
económica. Na zona de Fernão Veloso existe a maior riqueza específica de ervas marinhas. Quanto
a macroalgas, a praia de Relanzapo é a que tem maior biodiversidade.
Os recursos marinhos de Nacala incluem variedades de peixes e a ocorrência de baleias, golfinhos,
dugongos, tartarugas marinhas (Verdes, Falcão, Cabeçuda e Couro), corais, invertebrados
marinhos, etc. Ocorrem também duas espécies de golfinhos, nomeadamente o golfinho narigudo
(Turciops truncatus) e o corcunda (Sousa chinensis). As tartarugas são alvo de pesca e colheita de
ovos dos seus ninhos, na praia de Relanzapo e Fernão Veloso.
Os corais que suportam os recursos faunísticos mais abundantes e mais ricos são os de Naeli-Lile
e Fernão Velosos. Ambos têm potencial para serem considerados habitats importantes para a
biodiversidade. Estes recifes estão localizados muito perto da baía, e por isso estão sujeitos aos
efeitos indirectos do desenvolvimento do porto de Nacala. A dragagem do Porto, canais de
navegação e deposição de lixo, resulta na destruição.
5.1.4 Hidrologia e Hidrogeologia
O Município de Nacala tem uma rede hidrológica pouco significante. O rio mais importante é o
54
Macutucha que desagua na Baia de Quissimajulo, o qual se junta ao rio N´repa, pouco antes de
desaguar na Baía. O outro rio que desagua em Quissimajulo é o Ncopulo, que percorre de Norte
para Sul. No extremo sudoeste, os rios Nacapala e Maucuni, fazem o limite entre o Município de
Nacala-Porto e o Distrito de Nacala-à-Velha.
Com a excepção da parte central, a água subterrânea do Município de Nacala é salubre, sendo
apenas localmente favorável para furos, ou as vezes pouco favorável, por estes possuírem baixa
produtividade e/ou alto risco de insucesso. Contudo, ao longo da faixa Ocidental do Município
está confirmada a existência de nascentes mais pobres.
Os recursos hídricos de Nacala são fracos. A barragem do Rio Muecula é insuficiente e precisa de
um reforço, que poderia ser através dos Rios Sanhote e Rio Monapo. O abastecimento de água às
zonas urbanas é insuficiente em quantidade e qualidade. As zonas altas, ou zonas de expansão, são
mais carentes enquanto deveriam ser promovidas como uma alternativa á ocupação das encostas.
A maior parte das populações das zonas rurais recorre a fontes de água dos campos de furos:
• Campo de Furos de MPaco;
• Campo de Furos de Mutuzi I e.
• Campo de Furos de Mutuzi II
O Rio Sanhute e o Rio Monapo têm estado a ser colocado como fonte alternativa de água para
responder a actual demanda e a futura para a projecção de 2029.
5.1.5 Ambientes Sensíveis
A zona costeira da área de influência de Nacala está marcada pela existência de valiosos recursos
costeiros e marinhos, em particular recifes de corais e florestas de mangais. Na zona, existem
praias de alto valor paisagístico. Algumas praias da região são zonas de desova de tartarugas. Há
relatos de ocorrência de florestas de mangal e ervas marinhas no Arquipélago das Primeiras e
Segundas na província de Nampula. Para a área de incidência do projecto em questão, não há
conhecimento de nenhum ambiente sensível que mereça especial atenção, assim como não se prevê
nenhum impacto sobre ambientes sensíveis na área de estudo.
No entanto, caso se proceder à construção duma barragem no Rio Monapo a extração prevista
deste rio estimado em 10.000 m3/dia junta-se a outras intervenções no mesmo rio, nomeadamente
a expansão do sistema de abastecimento de água nas cidades de Nampula e Monapo, bem como
actividades agrícolas e mineiras. É provável que este conjunto de actividades tem um impacto
cumulativo importante afectando toda a bacia do rio bem como a zona da sua foz, onde ocorrem
mangais e possivelmente outros ambientes sensíveis.
5.1.6 Áreas e Espécies Protegidas
Não são conhecidas, na área do projecto, quaisquer espécies de fauna e/ou flora protegidas por lei
e que mereçam alguma atenção especial no presente estudo.
55
5.2 Descrição do Meio Socio-Económico
5.2.1 A Cidade de Nacala
A cidade de Nacala está localizada na província de Nampula, ao norte de Moçambique. Banhada
pelo Oceano Índico, localiza-se a 180 Km a nordeste da cidade de Nampula, a capital provincial,
e a 60 km a norte da Ilha de Moçambique, um importante destino turístico da região. A cidade de
Nacala tem uma base aérea e uma base naval e algum desenvolvimento industrial, incluindo duas
fábricas de cimento. Existe igualmente uma importante actividade agrícola local, registando-se
uma considerável produção de sisal, copra, algodão e castanha de cajú.
Apesar do potencial do porto de águas profundas de Nacala ter sido reconhecido há muitos anos
atrás, só no final da década de sessenta a estrutura ferro-portuária se desenvolveu, tendo nessa
altura sido concluídas as ligações ferroviárias com o interior. Nacala está hoje ligada por via-férrea
a Lichinga, na Província do Niassa, e ao sistema ferroviário do Malawi. Esta última ligação,
conhecida como Corredor de Nacala, foi criada com o objectivo de oferecer ao Malawi um acesso
mais fiável e mais rápido ao mar, em alternativa às rotas existentes através do Zimbabwe e da
África do Sul.
A sabotagem da linha férrea e a ruptura económica no norte de Moçambique, causada pela guerra
da independência no início dos anos setenta e, mais tarde, pela guerra civil durante a década de
oitenta, reduziu drasticamente o transporte de mercadorias através do porto de Nacala durante estes
períodos
5.2.2 Divisão Administrativa
O Conselho Municipal é o órgão executivo colegial do Município da Cidade de Nacala, que é
constituído por um Presidente e sete vereadores, distribuídos por áreas, que no exercício das suas
actividades para o pelouro de cada um supervisionam os serviços respoectivos no Conselho
Municipal, bem como coordenam e articulam as actividades cuja competência ou não é exclusiva
do Conselho Municipal ou é do Estado.
A cidade de Nacala tem cerca de 530km2, com dois Postos Administrativos e 22 Bairros:
Posto Administrativo de Mutiva:
a) Bairros Bloco 1;
b) Chivato;
c) Janga;
d) Lile;
e) Maiaia;
f) Mathapué;
g) Mocone;
h) MPaco;
i) Mutiva;
j) Muzuane;
56
k) Naherenque;
l) Nauaia;
m) Ontupaia;
n) Quissimajulo;
o) Ribaué e;
p) Triângulo.
Posto Administrativo de Muanona:
a) Bairros de Matola;
b) Muanona;
c) Mupete;
d) Murrupelane;
e) Nacurrula e;
f) Mahelene
Na área de jurisdição do Município de Nacala existem duas regedorias: O Regulado de Muxilipo,
que abrange a Zona Sul da Cidade, e o Regulado de Suluhu, que abrange a zona Norte e costeira
da Cidade. O Regulado de Muxilipo abrange algumas áreas limítrofes do Distrito de Nacala-a-
Velha.
57
5.2.3 Liderança
A liderança é garantida por secretários de diferentes escalões (1o, 2o e 3o escalões). Estes têm a
função de mobilização da comunidade para as tarefas sociais e económicas e os líderes
tradicionais, que se dividem em:
• Régulos;
• Chefes de Grupo de Povoações;
• Chefes das Povoações;
• Chingore;
• Outras personalidades na comunidade respeitadas e legitimadas pelo seu papel social cultural,
económico e religioso tratam principalmente dos aspectos tradicionais tais como cerimónias,
ritos e conflitos sociais.
5.2.4 Demografia
Segundo o Censo Populacional de 2017, o distrito de Nacala-Porto tem uma população de 225.034
habitantes, dentre 108.224 homens e os restantes 116.810 são do sexo feminino.
Os principais distritos de imigração são Memba, Nacala-a-Velha, Mossuril, Eráti e Monapo.
Fazendo uma análise da distribuição da população por sexo e idade, com base nos últimos censos
populacionais (1997 e 2007), verifica-se que a distribuição não é equitativa entre os homens e
mulheres (Conselho Municipal da Cidade de Nacala, 2006).
O Município de Nacala é directamente influenciado pelo Corredor de Nacala que liga o principal
Porto da zona Norte com outros países da região. A abertura de algumas pequenas indústrias, em
particular em Nacala -Porto trouxe muitos trabalhadores homens para viver temporariamente nas
comunidades á volta do corredor.
A distribuição da população por bairros, não responde a critérios rígidos, pois são vários os factores
que actuam para a fixação da população numa certa região, neste caso bairro. Para a Cidade de
Nacala, os bairros mais povoados são os que se localizam próximo da zona portuária e industrial,
concretamente Triângulo, Mocone, Ribaué e o bairro de Ontupaia, o que pressupõe que estas
populações se possam ter fixado nestas áreas para estarem próximo dos empreendimentos que
fornecem maior emprego, tais como o Porto, os Caminhos-de-ferro e as indústrias, como também
a zona de expansão habitacional.
Por outro lado, os bairros menos povoados são Chivato, Lile, e MPaco, por serem desprovidos de
infra-estruturas e equipamentos sociais, e com características rurais.
Os assentamentos informais são outro grande problema existente na Cidade de Nacala. Foram
estabelecidas, pelo Conselho Municipal, zonas de protecção onde não é permitida a construção de
casas e nem a instalação de machambas, devido a susceptibilidade da área para a erosão. No
entanto, as populações não obedecem a estes sinais, perigando as suas próprias vidas (Figura 7).
58
Figura 5: Construções informais instaladas em zonas de protecção devido á elevada densidade
populacional
5.2.5 Padrão de Uso de Terra
Os assentamentos informais estão associados ao mau ordenamento territorial, fazem com que
algumas infra-estruturas e outros empreendimentos (habitações, pequenos estabelecimentos
comercias informais e machambas) sejam construídas ou estabelecidos em áreas por onde passam
as condutas de abastecimento de água, tendo já sido relatados casos de rompimento sobre os quais
a gestão do sistema teve que intervir.
Prevê-se que as actividades do projecto tenham um impacto negativo sobre as pessoas que vivem
nas áreas de incidência do projecto, na medida em que irão criar alguns transtornos na sua
mobilidade e acesso às suas residências. No entanto, este impacto será de baixa significância e de
curta duração (durante a fase de construção). Apesar do impacto negativo, as actividades do
projecto terão um impacto positivo visível, através da melhoria na distribuição e qualidade da água
para a população.
A dinâmica de ocupação nas zonas urbanizadas corresponde à construção de habitação própria por
pessoas com meios financeiros, construção de equipamentos sociais pelo Estado e lugares de culto
por confissões religiosas, construção de armazéns e estabelecimentos comerciais. Uma parte das
construções feitas não obedece aos usos previstos nos Planos aprovados (não se construiu em altura
e localizaram-se armazéns e industrias em zonas previstas para habitação ou serviços).
Adinâmica de ocupação nas zonas semi-urbanizadas existentes corresponde ao investimento
particular no melhoramento da habitação, com fundos próprios e em auto-construção. Existe algum
investimento público nestas zonas, mas ainda reduzido.
A dinâmica de ocupação nas zonas de expansão está numa fase inicial induzida por uma
intervenção do Governo, para criar alternativas de ocupação das zonas sujeitas à erosão.
59
5.2.6 Actividades Económicas
A Cidade de Nacala tem como principais actividades económicas: agricultura, comércio, indústria,
pecuária, pesca, turismo, serviços ferro-portuários. Ocupa um lugar fulcral no eixo económico que
liga o Oceano através das cidades de Nampula e Cuamba ao hinterland do Malawi e Zámbia
mediante uma linha férrea e uma estrada. Dispõe dum porto de águas profundas e um aeroporto
militar a ser convertido num aeroporto internacional civil. A gestora do porto e da linha férrea, o
Corredor de Desenvolvimento de Nacala, é um dos principais actores económicos na região.
A agricultura de subsistência é a principal actividade das populações da parte rural do Município
de Nacala e é desenvolvida em forma de sistemas de consociação de culturas, onde a cultura de
mandioca é a predominante. Mas também destacam se as culturas do milho, amendoim e do feijão
(nhemba, oloco e jugo) como produtos alimentares básicos, ao lado do arroz plantado nos terrenos
alagadiços, mas com menor expressão (MAE, 2005).
A actividade pecuária é de fraca expressão, estando actualmente em franca recuperação, mas de
forma isolada. Em termos de efectivo de gado, pode-se destacar a existência de alguns privados e
alguns criadores do sector familiar que fazem a criação de gado bovino, suíno, caprino, ovino e
aves (MAE, 2005).
A pesca com maior expressão é a artesanal, praticada na Baía de Nacala. Esta pesca desempenha
um papel de relevo no abastecimento de proteína animal, na geração de empregos e na fixação das
populações. Verifica-se uma grande complementaridade entre a actividade agrícola e a pesqueira
(MAE, 2005).
Em 2002, o levantamento realizado pelo IDPPE identificou 24 centros de pesca artesanal em
Nacala-Porto, 358 unidades de pesca licenciadas. Usam-se os seguintes métodos e artes: draga,
arrasto para a praia, armadilha como Gambôa, pesca submarina nos corais, pesca a linha.
O Sector comercial tem tido um desenvolvimento progressivo na cidade de Nacala, devido ao
resultado do seu crescimento interno, da sua localização, da base industrial e um pouco associado
á actividade pesqueira.
Para além do comércio formal com 83 estabelecimentos, existem cinco mercados Municipais
localizados na Cidade da Baixa e outros na Cidade Alta com mais de 190 bancas fixas. Os
mercados informais estão localizados em quase todos os bairros periféricos da cidade. Este sector
tem-se revelado como um enorme potencial tributário, do ponto de vista financeiro, visto que as
receitas dos mercados e lojas constituem, em média, um terço do total das receitas do Conselho
Municipal de Nacala, nos últimos anos.
O Bairro que goza de maior concentração de estabelecimentos comerciais é o Maiaia, pelo facto
de ser a parte consolidada e a mais antiga da cidade, enquanto na parte baixa da cidade se verifica
maior concentração de armazéns que se dedicam a venda a grosso de produtos diversos.
A actividade industrial na cidade de Nacala tem maior expressão em relação a alguns distritos da
província de Nampula. Existem duas grandes indústrias de produção de cimento, que buscam a
60
matéria-prima, o calcário dentro da área do município na zona de Quissimajulo. Para além das
indústrias de produção de cimento, a indústria de processamento de cereais (moagens) tem um
considerável impacto, em termos de absorção de mão-de-obra local.
Existem também outros estabelecimentos industriais, como a de produção de sacos de ráfia,
produção de chapas de zinco, e extracção de sal na baía de Quissimajulo. O conjunto de todos os
estabelecimentos emprega mais de 1000 trabalhadores (Conselho Municipal da Cidade de Nacala,
2006).
O artesanato é praticado de forma singular e isolada em que os praticantes produzem diversos
produtos, mas em alguns casos os artistas estão organizados em associações. O artesanato é
exercido informalmente e constitui alternativa para o auto-emprego, destacando-se a tecelagem,
cestaria, olaria, ourivesaria entre outras actividades espalhadas por todo o município.
Apesar de o Plano Director de Desenvolvimento Turístico de Moçambique (1998) caracterizar
Nacala como estando numa área litoral de categoria D, pertencendo ao pólo de desenvolvimento
principal, a actividade turística é ainda incipiente apesar do imenso potencial da costa do país,
que se expressa na concentração de diversos recursos naturais e ambientais com elevado valor
turístico em espaços relativamente próximos, o que constitui um importante factor atractivo. A
costa de Nacala oferece condições favoráveis para o desenvolvimento do turismo, carecendo de
um investimento na área, concretamente na zona da praia de Fernão Veloso, Relanzapo e
Quissimajulo. Apesar dos constrangimentos, pode-se encontrar alguns estabelecimentos turísticos,
concentrados na sua maioria no bairro Maiaia.
As empresas de prestação de serviços em Nacala, são representados pela banca, seguros,
empresas de segurança, e empresas de construção civil. Todos estes estabelecimentos concentram-
se no centro da cidade e beneficiam também as populações dos distritos circunvizinhos, em
particular Nacala-a-Velha e Memba.
O sistema de estradas e caminhos-de-ferro é de importância regional para a região Norte do país
(Províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula), assim como de importância internacional, visto
que o corredor de Nacala se liga á República do Malawi. Nacala-Porto possui 914kms de linha
férrea (que liga, por um lado, Nacala a Lichinga e por outro, liga Nacala a Cuamba e as áreas de
Entre-Lagos). O maior Porto Natural de Moçambique está localizado neste Município e possui um
aeroporto em óptimas condições.
O Município de Nacala possui excelentes serviços como bancos e seguradoras fornecidas pelas
sucursais de alguns dos principais bancos e empresas de seguros do país, assim como serviços
públicos de comunicação e companhias de telecomunicações (MAE, 2002).
5.2.7 Aspectos culturais
A população da cidade de Nacala obedece ao padrão de cultura e vida de quase toda a província
de Nampula. Esta é composta por grandes famílias, linhagens e clãs.
A base étnica das populações locais é na sua maioria do subgrupo étnico emacua (macuas
61
islamizados) da família Macua – Lómwé.
Existe uma grande variedade de danças locais praticadas pela população. Dentre elas o Mapico,
Tufo e Marimba são as mais conhecidas. Estas danças são praticadas como forma de reafirmar a
identidade cultural e exteriorizar o estado de tristeza e de culto.
Os habitantes da Cidade de Nacala têm uma tradição típica dos árabes principalmente na zona do
litoral. As mulheres pintam o rosto com um creme branco (inclusive aparecendo em público com
as caras brancas), isto é, tratam a pele do rosto com muciro (mussiro), uma máscara de beleza
extraída de uma raíz que serve para alisar a pele. As mulheres dedicam-se à feitura de cestos,
peneiras, esteiras e outros artigos de palha, assim como de objectos de escultura em pau-preto e
olaria. Também furam o nariz para poder colocar o brinco, cobrem o corpo todo de capulana
(insunque) deixando somente o rosto pintado a descoberto. Por seu lado, os homens se dedicam a
trabalhos mais pesados como a pesca, os Caminhos-de-Ferro e o Porto.
As religiões predominantes são a Islâmica (Muçulmana) e a Católica, praticadas pela maioria da
população. As populações do distrito acreditam numa força sobrenatural que está ligada aos
destinos (chuva, sorte, morte, luz e vida).
A maioria da população é animista crendo nos antepassados a quem atribuem poderes eternos para
ajudar os vivos a superar as crises e dificuldades e a conseguirem o bem-estar.
5.2.8 LIDERANÇA
A liderança é garantida por secretários de diferentes escalões (1o, 2o e 3o escalões). Estes têm a
função de mobilização da comunidade para as tarefas sociais e económicas e os líderes
tradicionais, que se dividem em:
• Régulos;
• Chefes de Grupo de Povoações;
• Chefes das Povoações;
• Outras personalidades na comunidade respeitadas e legitimadas pelo seu papel social cultural,
económico e religioso
Tratam principalmente dos aspectos tradicionais tais como cerimónias, ritos e conflitos sociais.
6 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DO PROJECTO E MEDIDAS
DE MITIGAÇÃO
O principal objectivo do exercício do EIAS, é o de identificar e avaliar os potenciais impactos que
poderão surgir durante as actividades de melhoramento e expansão do sistema de abastecimento
de água à Cidade de Nacala, nas fases de construção/instalação e operação/manutenção. Este
estudo inclui a análise de aspectos socioeconómicos, biofísicos e de saúde e segurança
ocupacional.
Os impactos significantes das fases de construção e operação foram identificados de acordo com
critérios pré-definidos de carácter, extensão, duração, intensidade, ocorrência e significância.
62
As actividades relacionadas ao projecto com potencial de causar mudanças ambientais foram
estudadas com detalhe usando técnicas apropriadas para sistematizar as análises e avaliações dos
impactos. Desta forma, uma análise conjunta dos seguintes elementos foi levada a cabo:
• Resultados da fase de EPDA para os aspectos críticos e áreas sensíveis de acordo com as
características do projecto;
• Situação ambiental de base especialmente das áreas sensíveis e aspectos ambientais críticos;
• Informação do projecto, particularmente com referência às actividades com potencial de causar
impactos importantes durante as fases de construção e exploração.
São considerados impactos todas as modificações relevantes, em relação ao quadro de referência
actual e perspectivas de evolução futuras, directa ou indirectamente associadas à implantação dos
empreendimentos propostos. Adoptou-se para esta fase dos estudos e de acordo com a metodologia
de definição do âmbito referida, uma perspectiva selectiva, que tem em vista a identificação dos
impactos de acordo com o seu significado, e que, consequentemente, deverão constituir a base da
avaliação da viabilidade ambiental do projecto.
Os impactos potencialmente significativos, os quais estão naturalmente associados à natureza da
intervenção e características das áreas a ser objecto de intervenções, prendem-se com os seguintes
aspectos:
• Gestão qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos;
• Aspectos geológicos, geomorfológicos e paisagísticos;
• Aspectos ecológicos;
• Aspectos socioeconómicos e aspectos culturais;
• Reassentamentos e uso da terra.
Os impactos são na generalidade apresentados segundo três fases do projecto, nomeadamente, i)
fase de pré-construção, ii) fase de construção e iii) fase de exploração.
Os impactos positivos podem ser observados como consequência do projecto de melhoria e
expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala e estes incluem:
• Expectativa de emprego;
• A criação de empregos temporários;
• Melhoramento das condições de vida das populações, devido à criação de emprego;
• Provisão planeada do abastecimento de água para a área;
• Adequação e fiabilidade do abastecimento de água;
• Resposta positiva para o direito de ter água de boa qualidade, como indicado na Lei de Águas
e Política de Águas;
• Redução de escoamento e erosão, melhoria na saúde pública;
• Colecta de água extraída;
• Redução de assoreamento dos corpos receptores de águas;
• Aumento dos níveis de água dos corpos de recepção;
• Melhoria da saúde pública, e melhores condições para o desenvolvimento das actividades
económicas;
63
• Melhorar a qualidade no tratamento de efluentes;
• Compatibilidade com o desenvolvimento económico da região;
• Impactos cumulativos devido a sinergias com projectos de outras instituições.
Estes impactos positivos justificam a implementação do projecto pois os impactos negativos que
foram identificados como consequência da implementação do projecto são na generalidade de
magnitude baixa, circunscritos e temporários, relativos à perturbação induzida pelas obras, locais
de apoio, estaleiros, acessos, remoção da vegetação e possibilidade de reassentamento de uma
pequena quantidade de população que pode ser afectada pela materialização do projecto em
apreço.
6.1 FASE DE PRÉ-CONSTRUÇÃO
A fase de pré-construção pode ser associada a altas expectativas em relação aos resultados do
projecto a curto prazo. Estes impactos devem ser geridos por uma boa comunicação sobre os
objectivos e resultados esperados ao final do projecto. Eles podem ser resumidos no seguinte:
1 Potencial Impacto: Expectativa elevada de emprego por parte das populações locais
Por se tratar de um projecto de grande dimensão, existem no seio da população local, expectativas
exageradas quanto à criação de postos de trabalho. As questões relacionadas com emprego foram
levantadas nas escutas públicas realizadas na fase de EPDA. De facto, e apesar de o projecto criar
oportunidades de emprego na região, os postos de trabalho serão limitados pelo que se torna
importante que os processos de contratação sejam claros e justos. Espera-se que a não criação de
emprego suficiente possa criar descontentamento por parte dos locais, podendo ocorrer conflitos
ou gerar-se má vontade em relação ao projecto.
Classificação do Impacto
Estatuto Negativo
Probabilidade Altamente Provavel
Extensao Local
Duracao Curto Prazo
Intensidade Media
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação:
• Para cada função deve ser divulgado o número exacto de postos de trabalho disponíveis, o
período aplicável e as remunerações a atribuir para cada tipo de trabalho;
• Os requisitos de contratação devem ser claros, devidamente divulgados antes do início do
processo de recrutamento e cumpridos pelo empreiteiro designado. Para um melhor impacto
junto das comunidades este processo deverá ser conduzido com o envolvimento dos líderes
locais;
• Devem ser indicadas as qualificações necessárias para tal função ou, nos casos em que tal não
seja aplicável, deve ser claramente indicado não ser necessária qualificação especial;
64
• Caso se verifique existirem localmente expectativas de emprego que não possam ser satisfeitas
pelo projecto, a disponibilidade limitada de vagas deve ser dada a conhecer aos interessados
(por meio de um documento escrito assinado por uma pessoa competente, a ser mantido como
comprovativo de tal condição);
• Estes princípios e procedimentos de contratação deverão, tanto quanto possível, dar prioridade
à contratação de mão-de-obra local.
2 Potencial Impacto: Expectativa de solução a curto prazo de todos os problemas de
abastecimento de água na cidade
Dada a relevância que os problemas de abastecimento de água mostram na Cidade de Nacala, a
presença de mais um projecto pode criar expectativas muito elevadas na população da cidade
quanto a solução imediata de todos os problemas do sector de abastecimento de água. Contudo,
sabe-se que as soluções serão graduais havendo iniciativas que serão tomadas a curto prazo e outras
a longo prazo devido a limitações em relação as fontes de água existentes e aos custos envolvidos
com as alternativas identificadas para a solução definitiva dos problemas de abastecimento de água
tendo em conta o horizonte de 2029.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Altamente Provavel
Extensao Local
Duracao Medio Prazo
Intensidade Media
Significancia sem mitigação Alta
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação:
• Divulgação junto das comunidades locais do alcance das medidas que vão ser tomadas a curto
prazo para evitar falsas expectativas e garantir a credibilidade do projecto junto das
comunidades;
• Coordenar com as autoridades locais, os líderes locais e tradicionais o processo de divulgação
do faseamento e das metas de implementação do projecto;
• Aproveitar as escutas públicas para o início desta sensibilização.
3 Potencial Impacto: Expectativa elevada de obter grandes compensações nos casos de
reassentamento
O facto de o projecto estar a ser levado a cabo por um projecto poderá criar expectativas de
compensações muito elevadas por parte das populações que tenham as suas parcelas de terra
afectadas ou com necessidade de serem reassentadas.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
65
Classificação do Impacto
Probabilidade Altamente Provavel
Extensao Local
Duracao Curto Prazo
Intensidade Media
Significancia sem mitigação Alta
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação:
• Para o caso específico de compensação por perda de áreas de machambas e de árvores de fruta,
a Direcção Provincial de Agricultura e Segurança Alimentar (DPASA) de Nampula deve ser
contactada em todos os casos de dúvidas relativas a procedimentos de compensação, incluindo
a negociação com os usuários da terra;
• As situações identificadas no terreno são variáveis e devem ser analisadas caso a caso. Assim,
mecanismos de indemnização devem ser implementados em todos os casos justificáveis, com
base em critérios claros de elegibilidade. Acredita-se que o envolvimento das autoridades irá
contribuir para a minimização de casos de oportunismo.
6.2 FASE DE CONSTRUÇÃO
De acordo com os resultados do levantamento de campo diferentes tipos de características
biológicas e físicas serão afectados com o melhoramento e expansão do sistema de abastecimento
de água à Cidade de Nacala.
De um modo geral podemos identificar os tipos de impactos que são previsíveis com a
implementação do projecto:
• Alterações na morfologia do terreno;
• Destruição de vegetação e flora;
• Contaminação e degradação das características dos solos;
• Redução de habitats sensíveis;
• Compactação do solo;
• Alteração da qualidade de água;
• Poluição da água subterrânea;
• Interferência com Fauna;
• Aumento do ruído e vibrações;
• Qualidade do ar;
• Actual uso de terra e o potencial e carácter da paisagem;
• Habitats e Vegetação;
• Fauna;
• Impactos Socioeconómicos.
Em seguida são descritos os potenciais impactos na fase de construção do projecto.
6.2.1 Impactos da Actividade Sobre o Meio Biofísico
66
1 Potencial Impacto: Potencial de erosão dos solos
As actividades de construção poderão resultar em aumento do risco de erosão dos solos devido às
seguintes actividades:
• Remoção da vegetação para abrir trincheiras para substituir as condutas de água;
• Actividades de construção, incluindo o uso de maquinaria pesada;
• Actividades de terraplanagem necessárias para a implantação de infra-estruturas a construir;
• Preparação do terreno para a construção e instalação dos estaleiros e acampamentos;
• Escavações de trincheiras para colocação da tubagem;
• Acumulação de material.
Em dias com elevada intensidade pluviométrica e escoamento das águas das chuvas pode ocorrer
excessiva erosão devido à exposição de material solto que é susceptível a fácil erosão.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Altamente Provavel
Extensao Local
Duracao Curto Prazo
Intensidade Media
Significancia sem mitigação Alta
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação:
• Decapagem: a camada de solo superficial, com pelo menos 20 centímetros de espessura, deve
ser manuseada de forma a repô-la aquando do fecho das trincheiras abertas para enterrar as
condutas de água.
• Vegetação com propriedades de prevenir erosão deve ser replantada (ou deixada intacta) à
volta das trincheiras.
• Assim, plantas rasteiras e estrato herbáceo devem ser mantidos e em casos especiais devem ser
replantadas.
• Tomar medidas apropriadas para garantir que a erosão seja controlada através da estabilização
das margens, uso de vegetação, bacias de sedimentação e outras medidas apropriadas que
assegurem a dissipação de fluxo superficial concentrado;
• Reposição da vegetação com arbustos de crescimento lento ou espécies madeireiras de
pequeno porte e índice de crescimento lento pois poderão ajudar na retenção de água e
consequente diminuição da erosão.
• Restringir a circulação de veículos pesados em áreas propensas a erosão;
2 Potencial Impacto: Potencial de Inundação
As actividades de construção resultam na acumulação de terras no local de construção o que pode
levar à obstrução de linhas naturais de escoamento de águas pluviais podendo resultar em
inundações. Estes impactos são negativos, mas podem ser facilmente mitigados.
67
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Local
Duração Curto Prazo
Intensidade Media
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação:
• Reduzir ao máximo o tempo de exposição do material susceptível de ser arrastado na
eventualidade de queda pluviométrica;
• Reposição imediata dos solos retirados na abertura das trincheiras.
3 Potencial Impacto: Degradação das características dos solos e Poluição do solo e água
resultante da má gestão de resíduos sólidos e líquidos produzidos nas actividades de
construção de infra-estruturas
A edificação das infra-estruturas complementares ao projecto (armazéns, oficinas, parque de
máquinas, acampamento para trabalhadores), deverá ser realizada de modo a minimizar os
impactos sobre o meio envolvente. De facto, as actividades de construção, ao lidarem com
materiais diversos que têm diferentes potenciais contaminantes, podem degradar as características
dos solos, causar contaminação de solos e/ou águas superficiais ou subterrâneas. As actividades
de construção propostas poderão resultar no aumento do risco de poluição do meio hídrico e dos
solos uma vez que haverá efluentes produzidos nos estaleiros e na própria obra.
Estes impactos negativos são susceptíveis de ocorrer durante a fase de construção e resultariam
de:
• Compactação dos solos por veículos pesados e por equipamento de construção – é um potencial
impacto devido à passagem sucessiva de maquinaria, especialmente maquinaria pesada. A
compactação traduz-se na diminuição do espaço para água e ar no solo, dificultando o
desenvolvimento de raízes e afectando o crescimento das plantas;
• Poluentes emitidos dos escapes de veículos, partículas de pneus e travões que poderão ser
transportados dissolvidos ou em suspensão para a componente subterrânea do ciclo
hidrológico;
• Instalações sanitárias temporárias;
• Efluentes domésticos provenientes dos acampamentos e estaleiros de construção;
• Águas e óleos das lavagens de veículos e das oficinas de manutenção de motores, centrais de
fabricação e depósitos de materiais,
• Materiais residuais da obra.
68
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Altamente Provavel
Extensão Local e sub Regional
Duração Curto Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação:
• Os materiais de construção deverão ser descarregados num estaleiro temporário (apenas para
a fase de construção) que deverá ser compactado e, se possível impermeabilizado, ficando os
materiais de construção armazenados em paletes, longe do chão.
• As operações de preparação de cimento deverão ser realizadas em zonas compactadas dotadas
de barreiras de contenção em terra. No caso de ocorrer um derrame acidental de cimento, este
deve ser imediatamente removido para reciclagem.
• Todos os edifícios deverão ser construídos sobre uma plataforma de cimento, que será
removida para reciclagem, aquando da fase de encerramento dos estaleiros.
• Findo o trabalho de construção, o estaleiro deverá ser desactivado e a área deverá ser
reabilitada.
4 Potencial Impacto: Alterações na morfologia do terreno
Este impacto ocorrerá como resultado de actividades de terraplanagem necessárias para a
implantação de infra-estruturas que serão construídas e da criação de locais de deposição de
material. A utilização de câmaras de empréstimo de material é outra actividade que levará a
alterações na morfologia do terreno o que se constitui um impacto negativo de ocorrência provável,
mas de significância baixa dada a sua reversibilidade.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provável
Extensão Local
Duração Curto Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação:
• Reduzir ao máximo o tempo de exposição do material susceptível de ser arrastado na
eventualidade de queda pluviométrica;
• Reposição imediata dos solos retirados na abertura das trincheiras.
69
5 Potencial Impacto: Potencial de erosão dos solos
As actividades de construção em dias com elevada intensidade pluviométrica e escoamento das
águas das chuvas podem levar a excessiva erosão devido à exposição de material solto e ser
susceptível a fácil erosão. A acumulação de terras no local de construção do projecto pode também
levar à obstrução de linhas naturais de escoamento de águas pluviais o que pode resultar em
inundações. Estes impactos são negativos, mas podem ser facilmente mitigados.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provável
Extensão Local
Duração Curto Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação:
• Reduzir ao máximo o tempo de exposição do material susceptível de ser arrastado na
eventualidade de queda pluviométrica;
• Reposição imediata dos solos retirados na abertura das trincheiras.
6 Potencial Impacto: Geração de resíduos de demolições das infra-estruturas incompletas
da ETA inacabada
As actividades de demolição das instalações da ETA inacabada vão gerar quantidades
consideráveis resíduos designados “resíduos de demolição”, compostos por entulhos de obra
(tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, madeiras e compensados,
forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica
etc), cuja sua gestão deficiente poderá impor riscos ao meio ambiente:
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provável
Extensão Local
Duração Médio Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação:
70
• Limitar ou reduzir o grau, extensão, magnitude e duração dos impactos adversos. Isto pode ser
conseguido por redimensionamento, relocação ou redesenhando os elementos de um projecto;
• Os resíduos reciclveis e/ou reutilizáveis deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de
agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos
de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;
• Os resíduos recicláveis com outros destinos diferentes dos anteriores deverão ser reutilizados,
reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo
a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;
• O restante material não reciclavel poderá ser usado para acções de controlo de erosão nos
arredores do local da nova ETA ou em outros locais de erosão crítica no Município de Nacala;
e
• Consciecialização do pessoal envolvido nas actividades de demolição sobre as boas práticas
de gestão de resíduos.
7 Potencial Impacto: “Material “obsoleto” de construção acumulado em vários locais do
projecto (tubagem, etc.)
As obras inacabadas do projecto resultaram em material abandonado que, no geral, pode ser
considerado como obsoleto, até que prove o contrário, a possibilidade de sua utilização nas obras
projectadas do projecto. A acumulação desse material diverso poderá igualmente perigar o meio
ambiente.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provável
Extensão Local
Duração Médio Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação:
• A tubagem armazenada desde a realização de obras incompletas financiadas pelo MCC, poderá
ser inspecionada para determinar o uso ou não. Caso os tubos estejam danificados ou
considerados impróprios, serão necessárias medidas para a deposição adequada.
• Uma das alternativas seria o uso na drenagem de águas pluviais e minimizar erosão em locais
críticos do município de Nacala.
8 Potencial Impacto: Interferência com Usos e Aproveitamentos da Terra
A substituição da conduta adutora actual por uma maior pode resultar em impactos sobre bens e
propriedades privadas – culturas, árvores e infra-estruturas precárias das populações locais.
71
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provável
Extensão Local
Duração Médio Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação:
• Envolvimento das partes interessadas e directa ou indirectamente afectadas pelas actividades
do Projecto.
• Se o reassentamento for inevitável, o processo de reassentamento deve ser gerido de acordo
com a Lei de Reassentamento nº 31/2012, de 8 de Agosto, e também deve estar em
conformidade com a Política de Salvaguarda do Banco Mundial sobre Reassentamento
Involuntário OP / BP 4.12
9 Potencial Impacto: Poluição do Ar e das águas como resultado de Poeira / produtos
químicos tóxicos no ar resultantes da demolição de infra-estruturas da ETA e outras
inacabadas
Durante a demolição de infra-estrutura irao se usar maquinas pesadas (Bulldosers, escavadoras,
etcs) que de alguma forma poderão emitir gases e poeiras para atmosfera e às águas, poluindo desta
forma o meio ambiente.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provável
Extensão Local
Duração Médio Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação
• Rega das superfícies para reduzir o pó e reduzir o uso de produtos químicos (tóxicos);
• Preparação adequada de material de construção, como cimento;
• Redução dos limites de velocidade e / ou acesso a estradas que levam às áreas do Projecto;
72
• Garantir a manutenção regular de veículos e equipamentos usados no local;
• Evitar incêndios;
10 Potencial Impacto: Poluição sonora durante a demolição das infra-estruturas existentes
Durante a demolição de infra-estrutura serão utilizados equipamentos pesados (bulldozers,
escavadoras, etc.) que de alguma forma poderão emitir ruidos com incomodidade transformação
em poluição sonora.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provável
Extensão Local
Duração Médio Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação
• Uso do equipamento apropriado contra ruido pelos trabalhadores envolvidos nas actividades
de demolição; e
• Garantir a manutenção regular de veículos e equipamentos usados no local
11 Potencial Impacto: Potencial poluição dos solos e águas subterrâneas pelo derrames
acidentais de hidrocarbonetos
A maquinaria de construção civil incluindo máquinas de sondagem rotativa, pás escavadoras,
veículos de transporte e equipamentos que serão usadas nas actividades de construção levarão a
um uso de grandes quantidades de hidrocarbonetos. Além disso serão também usados na
construção detergentes, cimento e será produzido lixo doméstico como sacos vazios de cimento,
tambores metálicos e embalagens e sacos de plástico. Derrames acidentais dos produtos
petroquímicos e de produtos perigosos nos acampamentos/estaleiros e depósitos de abastecimento
de combustíveis podem resultar em contaminação de solos cuja lixiviação e infiltração
contaminaria o lençol freático.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provável
Extensão Local
Duração Médio Prazo
73
Classificação do Impacto
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação:
• Materiais poluentes, como combustíveis, lubrificantes, detergentes, cimento e outros, devem
ser manuseados com especial cuidado, de modo a evitar derrames.
• O abastecimento de máquinas e viaturas deve ser feito em locais apropriados previamente
identificados;
• O armazenamento de combustível e a manutenção ou reabastecimento de veículos ou
equipamento deverão ser efectuados a uma distância não inferior a 100 metros de qualquer
curso de água, terras húmidas, onde exista potencial para que derrames de combustível
contaminem os cursos de água ou a água subterrânea.
• Os óleos lubrificantes usados devem ser recolhidos em tambores, selados e remetidos às
empresas fornecedoras desses produtos para posterior reciclagem.
• Evitar o derrame de óleo ou combustíveis no solo o máximo que for possível.
• A manutenção das viaturas deverá ser feita em oficinas dentro do acampamento. Caso não seja
possível remover a viatura para a oficina a manutenção só poderá acontecer num outro local
com as devidas precauções como por exemplo cobrir o solo com material impermeável como
por exemplo folhas de plástico.
• Os locais de construção, armazéns e acampamentos temporários devem ser limpos para evitar
queimadas indiscriminadas, enterro ou abandono de lixo.
• Uma equipe deverá ser responsável por manter a área de trabalho limpa, recolhendo todo o
lixo produzido pelos trabalhadores envolvidos no projecto, e depositando nos locais
apropriados.
• Devem ser usados aterros sanitários temporários para deposição de lixos; a camada de solo
superficial deve ser manuseada de tal forma que possa retomar ao mesmo lugar donde foi
removida, quando termine a utilização do aterro.
• As embalagens feitas de materiais facilmente biodegradáveis (papel, cartão, madeira) devem
ser depositadas em aterros ou incinerados. Embalagens e tambores que tenham sido usados
com produtos tóxicos como combustíveis e lubrificantes, devem ser devolvidos às empresas
distribuidoras desses produtos; os que não tenham sido utilizados com produtos tóxicos podem
ser distribuídos às populações que os poderão usar como reservatórios de água.
12 Potencial Impacto: Aumento dos níveis de ruídos e vibrações associados à fase de
construção do projecto
Em função do número assim como das características dos equipamentos a utilizar espera-se que
haja aumentos expressivos, tanto pontuais, como constantes, dos níveis de ruído e de vibrações. O
ruído gerado enquadra-se no contexto da exposição ocupacional no microclima do local de
trabalho e no contexto da poluição ambiental e perturbação do bem-estar dos trabalhadores e dos
74
transeuntes. Os ruídos estarão circunscritos ao local de construção sendo causados por:
• Movimento de veículos de construção;
• Ruído do funcionamento de equipamentos pesados (compressores, martelos pneumáticos ou
brocas pneumáticas);
• Vibrações resultantes da terraplenagem e compactação das camadas de base durante a fase de
construção
• Abertura de trincheiras para as condutas de água;
• Actividade de construção da estação de tratamento de água;
• Trabalhos de construção em dias de ventos fortes e condições climáticas que possam favorecer
a propagação de ruído.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provável
Extensão Local
Duração Curto Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação:
• Concentrar todas as actividades durante o dia o que reduzirá as horas de incidência do impacto.
• As viaturas e o equipamento da unidade de processamento deverão ser inspeccionados
regularmente, para assegurar o seu funcionamento adequado e limitar a libertação de
fumos/ruído;
• Evitar trabalhos de construção em dias de ventos fortes e condições climáticas que possam
favorecer a propagação de ruído de modo a controlar a incidência deste impacto.
• O pessoal que estiver a trabalhar directamente com a maquinaria geradora dos ruídos, incluindo
a sua estadia curta em zonas onde o ruído é exagerado será disponibilizado equipamentos
auriculares de protecção de tipo inserção, conforme recomendado no PGA.
• Instalação de silenciadores e mecanismos de controlo de ruído (isolantes) nos equipamentos e
máquinas que emitam elevados níveis de ruído;
• O transporte de materiais deverá ser feito respeitando os limites de carga dos equipamentos e
a velocidade máxima dentro das vias não pavimentadas deverá ser limitada a 20 km/h;
• Adicionalmente deverão ser adoptadas medidas de protecção e monitoria das comunidades
próximas estabelecendo um sistema de monitoria dos ruídos junto das comunidades para e, se
necessário, determinar mais medidas de mitigação, em conjunto.
13 Potencial Impacto: Degradação da qualidade de ar devido a emissão de poeiras e material
particulado
75
A degradação da qualidade do ar resultará das emissões de poeiras, com consequente aumento das
concentrações de material particulado no ar, em resultado das várias actividades envolvidas na
obra. Está previsto que este impacto ocorra na fase de construção onde se espera um aumento da
circulação de veículos e transporte de materiais de construção, a realização de operações de
desmatação para a colocação da tubagem. Este impacto é geralmente pouco expressivo sendo que
depende da estação do ano e das condições meteorológicas. Nos períodos mais secos do ano e nos
dias mais ventosos verificar-se-ão maiores emissões de material particulado, tanto pela normal
intensificação dos trabalhos nestas épocas, como pela facilidade de suspensão das poeiras em
épocas menos húmidas. Este impacto far-se-á sentir com maior intensidade nas zonas de
actividades mais intensas de obra, i.e. nos locais de escavação para a colocação da tubagem, nos
acessos onde se venha a verificar maior circulação de veículos e maquinaria. A quantidade e tipo
de partículas emitidas no ar dependerão das características do solo, do volume e tipo de tráfego,
da distância percorrida e da velocidade a que os veículos circulam.
As actividades emissoras são, no entanto, temporárias, limitadas ao período de obra e assumem
um carácter local, por se encontrarem restritas às áreas de intervenção. Assim, relativamente aos
potenciais impactos negativos decorrentes da fase de construção estes impactos deverão reportar-
se a emissões (sobretudo de poeiras) geradas nos locais de obras e seus principais acessos sendo
potencialmente pouco significativos face à sua natureza temporária e localizada e sobretudo devido
a não ocorrerem perto de zonas com presença actual de receptores sensíveis (apesar de poder vir a
constituir-se também incómodos para os residentes nos estaleiros sociais).
O ligeiro aumento esperado da concentração de material particulado no ar, embora tenha um efeito
algo desconfortável e perturbador não assume riscos para a saúde dos indivíduos que contactem
directamente com estas poeiras.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provável
Extensão Local a Sub Regional
Duração Curto Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação
• Todos trabalhadores na área de serviço deverão ter protectores de poeiras, com máscaras;
• Limitar a remoção da vegetação ao mínimo necessário para reduzir as áreas expostas;
• Restringir a duração da remoção das camadas do solo durante a abertura das trincheiras e
proceder imediatamente à sua protecção com cobertura vegetal após a reposição, protegendo-
as do vento até que a vegetação cresça;
76
• Limitar a velocidade de circulação de máquinas e veículos para 20 km/h dentro das vias não
pavimentadas;
• Instalar dispositivos de controle de velocidade em todas as viaturas envolvidas no projecto;
• O transporte de materiais deverá ser feito respeitando os limites de carga dos equipamentos, e
a carga deverá ser coberta;
• Deverá ser utilizado o método de aspersão de água no solo das estradas e vias não pavimentadas
para fazer assentar as poeiras sempre que necessário (i.e. antes do início de actividades
geradoras de níveis altos de poeiras; sob condições de ventos fortes).
• Adicionalmente deverão ser adoptadas medidas de protecção e monitoria das comunidades
próximas:
− Deverão ser estabelecidas barreiras de som e vento na vizinhança das comunidades próximas
ao local de projecto;
− Deverá ser estabelecido um sistema de monitoria das poeiras junto das comunidades para, se
necessário, determinar mais medidas de mitigação, em conjunto.
14 Potencial Impacto: Emissão de fumos e gases resultantes de veículos e maquinaria afecta
à obra
A operação de motores de combustão associados a veículos de transporte e equipamentos
utilizados nas obras poderão resultar em impactos devido a emissões temporárias de poluentes
atmosféricos provenientes da queima de combustíveis, tais como o monóxido de carbono (CO),
dióxido de enxofre (SO2), óxidos de azoto (NOx), compostos orgânicos voláteis (COV: aldeídos,
hidrocarbonetos, cetonas, etc.), partículas e fumos negros e compostos de chumbo (Pb), resultantes
da queima de combustíveis fósseis. Este impacto ocorrerá na fase de escavação de trincheiras de 1
m de profundidade e 8 km de comprimento para renovar ou substituir a velha conduta de asbestos
cimento (AC) da barragem para Cidade e Nampula e na construção para expandir a estação de
tratamento de água. Neste processo maquinaria apropriada de construção civil incluindo pás
escavadoras, veículos de transporte e equipamentos serão usadas de forma a garantir a qualidade
das obras.
A presença destes poluentes na atmosfera será responsável por alterações localizadas na qualidade
do ar, dependendo de um modo geral, das condições meteorológicas do local, a topografia da zona,
a natureza e o período de duração das várias operações, assim como o tipo e características dos
equipamentos utilizados.
O impacto resultante das emissões de fumos e gases resultantes de veículos e maquinaria será de
magnitude baixa e pouco significativo, dada a fraca presença de população na área do
empreendimento e o tráfego de veículos, relativamente reduzido, conforme esperado para a fase
de construção do empreendimento.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provável
Extensão Local a sub Regional
77
Classificação do Impacto
Duração Curto Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada a Baixa
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação:
• É inevitável a emissão desses gases, pois a natureza do processo assim o dita. O único gás cuja
emissão pode ser regulada e controlada é o monóxido de carbono através da observância duma
boa prática da queima do combustível. Um excesso do ar da queima bem determinado elimina
o monóxido de carbono.
• Entretanto, o dióxido de carbono, responsável pelo efeito da estufa, entra no ciclo energético
entre plantas e animais, pela fotossíntese, nas plantas, e pela respiração, nos animais, para a
produção de respectivamente, carbohidratos e energia. Este ciclo, por si só, é responsável pela
redução dos níveis dióxido de carbono, repondo dessa forma o equilíbrio normal de sua
composição atmosférica.
• Será recomendado que o empreiteiro seleccionado possua equipamento em bom estado e da
melhor qualidade de modo a reduzir os níveis de emissões de gases.
15 Potencial Impacto: Impactos no habitat e na vegetação e fauna
Para a substituição da conduta adutora será necessário abrir um corredor, livre de obstáculos,
que permita a circulação da maquinaria de escavação. A abertura desse corredor implicará a
remoção da vegetação que influirá também na redução do habitat das espécies de animais do
ambiente terrestre.
Apenas uma pequena quantidade de fauna residente na zona onde será removida a conduta
antiga, ou associada á vegetação da área de influência directa, poderá ser afectada pelas
actividades do projecto. Algumas espécies de aves dependentes da vegetação dos locais por
onde será substituída a conduta, poderão ser afectadas
A abertura de estaleiros implicará também a remoção da cobertura vegetal, no entanto numa
escala menor pois são áreas menores, e não necessitam de uma limpeza total da cobertura
vegetal, podendo ser mantidas algumas espécies.
As consequências directas desta forma de desmatamento são a alteração na drenagem natural,
compactação do solo e erosão.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Definitiva
Extensão Local
78
Classificação do Impacto
Duração Curto Prazo
Intensidade Baixa
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação:
• Limitar a remoção de vegetação ao mínimo necessário;
• Sempre que possível deverão ser usadas vias de acesso pré-existentes;
• Todo o pessoal envolvido nas actividades do projecto deve ser instruído a preservar os habitats
naturais e sensíveis na área de influência do projecto;
• A remoção da camada superior do solo (topsoil), de todas as zonas onde se vão implementar
infra-estruturas deverá anteceder todos os trabalhos da fase de construção. Esta operação
deverá ocorrer preferencialmente no tempo seco para reduzir a compactação do mesmo.
• A preparação para a remoção da camada superior do solo deverá incluir a remoção de todas as
árvores e arbustos da zona, seguida por uma gradagem ligeira que garante a incorporação de
matéria vegetal e sementes na camada a remover.
• Depois de removida, a camada superior do solo deve ser preservada de modo a ser usada para
cobrir as áreas após a reposição dos solos de modo a facilitar a recuperação da vegetação.
• Implementar medidas temporárias de controlo de erosão durante a construção para minimizar
a perda de solo durante o período de remoção da vegetação (p. ex. mecanismos de retenção de
sedimentos de modo a controlar as águas de escorrência tais como redes de protecção, estacas
de madeira, etc);
• Plantio de árvores pelo empreiteiro em substituição das árvores de grande porte removidas.
Para a produção de sementes deve ser construído um viveiro para arbustos e árvores indígenas;
• Nos estaleiros A localização das infra-estruturas auxiliares deverão ser cuidadosamente
escolhida, de modo a reduzir ao mínimo a perturbação de habitats.
• Após terminada a obra e removidas as infra-estruturas provisórias, as áreas degradadas deverão
ser reabilitadas de modo a reconstituir a situação anterior.
16 Potencial Impacto: Perturbação da qualidade estética da paisagem, carácter paisagístico
e locais cénicos e feições
As actividades de construção civil resultam em alterações da paisagem que se reflectem pela
interferência nas percepções humano-sensoriais. As alterações paisagísticas e das feições
cénicas resultam da introdução de elementos estranhos ao ambiente tradicional como
maquinaria pesada e materiais de construção, presença de canteiros de obras, abertura de
acessos, diminuição da visibilidade nos locais em construção, como resultado do aumento de
concentração de poeiras no ar, com a consequente deposição no espaço envolvente e
modificação da morfologia do terreno devido à movimentação de terras para regularização dos
terrenos para a implantação das obras, escavações e deslocamento de material que
correspondem a elementos estranhos à fisionomia. Ainda que a paisagem em macro escala
79
apresente-se modificada, principalmente pela substituição do cerrado por áreas abertas
(pastagens). As alterações fisionómicas decorrentes das estruturas mencionadas acima podem
ser consideradas significativas do ponto de vista paisagístico local.
O impacto na paisagem far-se-á sentir nos estaleiros e áreas de depósito bem como na área
envolvente, e na área da estação de tratamento de água com particular incidência em potenciais
receptores visuais.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provável
Extensão Local
Duração Curto Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação
• Implantação de cortina vegetal em locais com estruturas que permanecerão activas durante a
operação;
• Recuperação das áreas utilizadas e abandonadas com o enriquecimento da cobertura vegetal
nativa.
6.2.2 Impactos da Actividade Sobre o Meio Socioeconómico
Do ponto de vista socioeconómico, os potenciais impactos associados ao melhoramento e
expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala, estarão essencialmente
relacionados com a ocupação de terra (motivada pelo estabelecimento das infra-estruturas), a
criação de postos de trabalho e as potenciais variações do nível das águas do rio a jusante da
futura barragem. Isto irá desencadear uma série de impactos, agrupados do seguinte modo:
• Impactos socioeconómicos;
• Impactos sobre a Saúde e Segurança Ocupacional;
• Impactos nos serviços e infra-estruturas;
• Impactos no Património
1 Potencial Impacto: Criação de postos de trabalho e melhoria das condições de vida da
população
As obras de construção irão requerer mão-de-obra qualificada e não-qualificada local e regional.
Prevê-se que as actividades de construção durem até 2 anos criando oportunidades de empregos
directos e indirectos. Estas oportunidades reverterão favoravelmente nos rendimentos das famílias
beneficiadas, melhorando os seus padrões de vida. Este impacto é positivo. Entretanto na fase de
80
operação as necessidades de mão-de-obra serão bastante inferiores.
Classificação do Impacto
Caracter Positivo
Probabilidade Defenitiva
Extensão Regional
Duração Longo Prazo
Intensidade Média
Significancia sem mitigação Alta
Significancia com mitigação Alta
Medidas incrementadoras do impacto
• Estabelecer formalmente requisitos de contratação claros, a serem cumpridos pela empresa
contratante; devem ser indicadas as qualificações necessárias ou, nos casos em que tal não seja
aplicável, deve-se indicar claramente não serem necessárias qualificações;
• Para cada função deve ser divulgado o número de postos de trabalho disponíveis e o período
aplicável.
• Na contratação de trabalhadores deve ser dada prioridade a residentes locais;
• Tanto quanto possível, formação deverá ser dada a pessoas locais para a execução de tarefas
semi-especializadas, de modo a reduzir o número de trabalhadores de fora para este fim.
2 Potencial Impacto: Influxo de trabalhadores (afluxo de mão-de-obra)
A análise do potencial impacto está relacionada com a possibilidade, durante a implementação das
actividades do Projecto, de poder ocorrer um influxo de pessoas à procura de trabalho por causa
das previstas oportunidades de emprego. Conforme discutido no capítulo da Descrição de Projecto,
com base em empreitadas similares anteriores prevê-se que a fase de construção do Projecto venha
a mobilizar um pico máximo de trabalhadores, incluindo trabalhadores especializados e não-
especializados. Os trabalhadores migrantes deverão provavelmente vir principalmente de outras
povoações, por onde o Projecto passa, mas as actividades de construção podem também atrair
trabalhadores de outros distritos. O trabalho de construção exige um conjunto de competências
relativamente baixo, por conseguinte, apelativo para a maioria da população provincial. Dado a
falta geral de emprego formal na região do Projecto, o influxo de pessoas à procura de emprego
poderá ser relevante.
O influxo de pessoas à procura de emprego tende a resultar em comportamentos muitas vezes
reprovados pelas comunidades locais que acolhem os migrantes. Estes comportamentos anti-
sociais percebidos podem incluir actividades criminosas, uso de álcool e drogas. Estes impactos
podem levar a ressentimentos, assim como fricção entre os residentes estabelecidos e as pessoas
que chegam. Este potencial aumento de conflitos na comunidade é um impacto negativo, avaliado
como directo, de duração de curto prazo, de abrangência sub-regional e de intensidade moderada
(visto a disrupção da dinâmica social poder levar a perturbações sociais relevantes), resultando
81
numa significância média.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Sub-regional
Duração Curto Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Projectos que envolvem grandes obras, comportam, muitas vezes, o potencial para a ocorrência de
conflitos sociais entre os trabalhadores que temporariamente se estabelecem em acampamentos no
local e a comunidade residente. Tais comportamentos estão geralmente relacionados com
comportamentos socialmente inaceitáveis segundo os padrões sociais locais, podendo ser
observados, por exemplo, no envolvimento dos trabalhadores com mulheres locais.
Este impacto deve ser considerado apesar de uma parte importante da mão-de-obra ser recrutada
localmente.
Classificação do Impacto
Caracter Positivo
Probabilidade Provavel
Extensão Local
Duração Longo Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação
• Deverá ser desenvolvido um Plano de Gestão de Acomodação e Estaleiros, para minimizar
conflitos com a comunidade associados com a localização dos estaleiros e acomodação de
pessoal;
• Deverá ser implementado um Plano de Recrutamento Local, para garantir que a contratação
seja conduzida de modo transparente e justo e para maximizar o emprego local, tanto quanto
possível;
• Desenvolver um Plano de Comunicação, para interagir com as comunidades, informando-as
da natureza e tempo de duração das actividades, e estabelecer canais de comunicação para lidar
com quaisquer conflitos sociais que possam surgir;
82
• Desenvolver um Plano de Sensibilização Comunitária, incluindo acções sobre riscos
comunitários associados ao influxo de trabalhadores;
• Deverá ser implementado um Mecanismo de Resposta a Reclamações. As comunidades locais
serão informadas do mecanismo e dos canais disponíveis para colocar uma reclamação.
• Deverão ser implementadas acções de consciencialização dos trabalhadores sobre o assunto,
realçando-se a importância de manter uma boa relação com as comunidades locais;
• Deverá existir pelo menos uma pessoa encarregue de estabelecer a comunicação entre o pessoal
do projecto e a comunidade, o que será particularmente importante em casos de reclamação.
Tal elemento deverá estar bem familiarizado com o projecto em geral e ser capaz de solucionar
ou encaminhar devidamente quaisquer queixas/reclamações;
• Deverá ser estabelecido e implementado um conjunto de Normas (ou um Código de Conduta)
para o local de trabalho. As Normas deverão incluir, entre outros aspectos, a entrada de pessoas
estranhas ao serviço e a proibição da prostituição nos acampamentos.
3 Potencia Impacto- Trabalho infantil
O projecto será desenvolvido numa área caracterizada por pobreza e falta de perspectiva de futuro,
assim como educação de baixa qualidade, que são alguns dos fatores que podeiam estimular a
inserção de menores como mão-de-obra no projecto, expondo-as a situações de risco e
vulnerabilidade em diversos aspectos, incluindo a saúde, exposição à violência, assédio sexual,
esforços físicos intensos, acidentes com máquinas, entre outros.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Sub-regional
Duração Curto Prazo
Intensidade Baixa
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação
• O Projecto deverá estabelecer critérios claros sobre a contratação da mão-de-obra, ou seja, será
interditada a contratação de menores de 18 anos; e
• O Projecto deve ter um Código de Conduta sobre o influxo de trabalho infantil conforme
especificado no PGA.
4 Potencial Impacto: Reassentamento de parte da população residente ao longo da rota das
condutas
Algumas pessoas residentes ao longo da rota das condutas poderão ser afectadas havendo
necessidade de serem reassentadas obrigando a identificação de terras residenciais e agrícolas de
83
reposição. Diferentes experiências no País e a nível internacional indicam que as acções de
reassentamento também são susceptíveis de criar impactos de ordem socioeconómica,
particularmente num contexto em que a terra não é só investida de um valor económico, mas
também de identificação social e espiritual.
As perdas de culturas em campo e de árvores de frutos poderão conduzir a situações de maior
vulnerabilidade e insegurança alimentar para as famílias afectadas, particularmente num contexto
em que estas constituem a principal base de subsistência e rendimento.
É importante ainda notar que as terras de reposição disponíveis poderão apresentar condições
diferentes das terras perdidas, conduzindo assim a uma modificação no tipo de culturas e métodos
empregues na actividade agrícola, o que poderá requerer um período longo de adaptação por parte
das famílias afectadas. A alteração das distâncias para aceder aos principais recursos produtivos
(machambas, rio, florestas, etc.) poderá também constituir uma perturbação para os sistemas de
sobrevivência, bem como na actual estrutura de divisão do trabalho ao nível familiar. Este impacto
é negativo sendo que todos esforços serão feitos para reduzir ao máximo a população a reassentar
através de alterações pontuais na rota das condutas.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Regional
Duração Defenitiva
Intensidade Alta
Significancia sem mitigação Alta
Significancia com mitigação Moderada
Medidas de Mitigação
• Elaboração de um Plano de Reassentamento e Compensação. Tanto quanto possível, a
transferência de pessoas, das suas casas e seus bens para outros locais não deve quebrar as suas
estruturas de organização social. Deve-se ter presente que praticamente todas as famílias têm
pequenas machambas perto das suas residências.
• Na negociação com as famílias sobre as novas áreas de residência deve-se observar o seguinte:
- Estabelecimento de compensações financeiras para a perda de habitação, de terra agrícola, de
culturas e de árvores de fruto;
- Disponibilidade de nova terra para agricultura; a sua área deve corresponder às necessidades
dos membros da família;
- Manutenção, e se possível, incremento, dos níveis de receita das famílias derivados da venda
de produtos e trabalho;
84
- Existência ou proximidade de fontes de emprego;
- Acesso a vias de comunicação e a transporte;
- Possibilidade de as culturas em campo serem usadas até à colheita.
• Monitorar em coordenação com as autoridades a área onde foram retiradas as pessoas de forma
a certificar que nenhuma construção/residência foi restabelecida locais.
• Delinear em colaboração com as autoridades locais, os procedimentos a adoptar nos casos em
que se verificar o retorno de famílias reassentadas aos seus antigos locais de residência.
• O processo de reassentamento deverá ser elaborado e conduzido em conformidade também da
PO:4.12
5 Potencial Impacto: Impacto do ordenamento e uso do solo no projecto
O tipo de ordenamento e uso de solo urbano na área do projecto terá consequências na quantidade
de pessoas e infra-estruturas sociais a realojar. Uso desordenado do solo como nos assentamentos
informais resultará em dificuldades de instalação da tubagem que compõe a rede secundária e
terciária. Esta constituirá uma limitante para o projecto podendo afectá-lo negativamente.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Extensão Local
Duração Temporaria
Intensidade Média
Probabilidade Altamente Provavel
Significancia sem mitigação Alta
Significancia com mitigação Moderada
Medidas de mitigação
• Fazer escavações manuais evitando assim maquinaria que precisa de mais espaço de
circulação;
• Potenciar o recurso a fontanários nos bairros bom baixo ordenamento do território evitando
assim a colocação de uma rede terciária muito grande.
6 Potencial Impacto: Interferência com as actividades económicas da população
As actividades de construção poderão interferir com as actividades comercias das populações
como bancas, barracas e pequenos estabelecimentos comerciais, bem como com a rotina diária da
população durante a fase de construção. Estas actividades poderão ser temporariamente
interrompidas devido à reabilitação da estrada, podendo ter implicações no rendimento das
famílias.
85
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Altamente Provavel
Extensão Local
Duração Temporaria
Intensidade Média
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação
• Fazer um levantamento, em colaboração com as autoridades locais e os líderes tradicionais, de
todas as actividades de negócio com potencial de serem afectadas pelas actividades do
projecto.
• Identificar as actividades que serão afectadas definitivamente necessitando de reassentamento
• Identificar as actividades que necessitarão de remoção para curta distância enquanto as obras
decorrem e definir as necessárias compensações pela interrupção temporária de actividade.
7 Potencial Impacto: Compatibilidade de uso de terra dentro da área
As actividades do projecto nomeadamente a abertura de trincheiras para a colocação das condutas
de água e a construção da estação de tratamento de água, poderão interferir com o uso de terra
prevalecentes na zona do projecto, concretamente agricultura levando a Perda de Culturas, Árvores
de Frutos e Terras Produtivas (terras agrícolas e de pastagem).
A ocupação de terras até então utilizadas para produção agrícola ou pastagem, interferirá com usos
do solo e diminuirá a quantidade de terra arável disponível. Esta situação poderá potenciar
situações de conflito pela terra e alterar os modos de vida de algumas das comunidades afectadas.
Este impacto é negativo mas pode ser mitigado através de compensações pelas culturas perdidas e
reassentamentos, sendo necessário para o efeito a identificação de terras agrícolas de reposição.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Altamente Provavel
Extensão Local
Duração Permanente
Intensidade Média
Significancia sem mitigação Alta
Significancia com mitigação Baixa
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Medidas de mitigação:
• Deverá levar a cabo um estudo detalhado dos usos e ocupações de terra prevalecentes na área
do projecto.
• As comunidades cujos usos e aproveitamentos da terra possam ser afectados pelo projecto
deverão ser identificadas e deverá ser realizado, em colaboração com as autoridades locais e
com essas mesmas comunidades um plano de compensação, que inclua procedimentos de
contratação claros;
• Identificação e disponibilização de nova terra para agricultura com condições biofísicas (solos
férteis) e geográficas semelhantes ou superiores às dos terrenos perdidos a favor do projecto
como por exemplo, proximidade das habitações, acesso fácil, disponibilidade de água, e
capazes de corresponder às necessidades das famílias afectadas;
• Evitar que os acampamentos de trabalhadores e outras infra-estruturas do projecto sejam
construídas em terra ocupada sendo aconselhável que eles se situem em local onde não possam
causar perturbação ou pôr em perigo a segurança das comunidades circunvizinhas;
• Solicitar consentimento das comunidades e/ou autoridades locais para a construção das infra-
estruturas associadas ao projecto caso elas interfiram com as o uso de terra da comunidade;
• Para o caso específico de compensação por perda de áreas de machambas e de árvores de fruta,
a Direcção Provincial de Agricultura e Segurança Alimentar (DPASA) de Nampula deve ser
contactada em todos os casos de dúvidas relativas a procedimentos de compensação, incluindo
a negociação com os usuários da terra;
• Caso sejam afectadas áreas de pastagem, o proponente deverá, em coordenação com as
autoridades e comunidades locais, identificar e disponibilizar terras de pastagem alternativas;
• As situações identificadas no terreno são variáveis e devem ser analisadas caso a caso.
Mecanismos de indemnização devem ser implementados em todos os casos justificáveis, com
base em critérios claros de elegibilidade. Acredita-se que o envolvimento das autoridades irá
contribuir para a minimização de casos de oportunismo.
8 Potencial Impacto: Mudanças do uso de terra ou mudança da intensidade de uso de terra
A necessidade de preservar os traçados da conduta de abastecimento de água sem nenhuma
actividade sobre ela levará a mudanças do uso actual em algumas áreas do traçado. É de notar que
por motivos de segurança e protecção das condutas de água, o Regulamento dos Sistemas Públicos
de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais (Decreto 30/2003 de 1 de Julho)
regula a distância das condutas para os limites das propriedades que não deve ser inferior a 0,60
m e o seu afastamento de outras infra-estruturas implantadas paralelamente não deve ser, em geral,
inferior a 0,50 m, não podendo em caso algum ser inferior a 0,30 m para facilitar operações de
manutenção de qualquer delas.
Assim, não poderão existir quaisquer tipos de construções, especialmente residências, no interior
desta área, significando que durante a fase de construção poderão ser removidas habitações o que
obrigará inevitavelmente a reassentamento das populações ou compensações.
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Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Local
Duração Defenitiva
Intensidade Alta
Significancia sem mitigação Alta
Significancia com mitigação Moderada
Medidas de Mitigação:
Elaboração de um Plano de Reassentamento e Compensação. Tanto quanto possível, a
transferência de pessoas, das suas casas e seus bens para outros locais não deve quebrar as suas
estruturas de organização social. Deve-se ter presente que praticamente todas as famílias têm
pequenas machambas perto das suas residências.
Na negociação com as famílias sobre as novas áreas de residência deve-se observar o seguinte:
• Estabelecimento de compensações financeiras para a perda de habitação, de terra agrícola, de
culturas e de árvores de fruto;
• Disponibilidade de nova terra para agricultura; a sua área deve corresponder às necessidades
dos membros da família;
• Manutenção, e se possível, incremento, dos níveis de receita das famílias derivados da venda
de produtos e trabalho;
• Existência ou proximidade de fontes de emprego;
• Acesso a vias de comunicação e a transporte;
• Possibilidade de as culturas em campo serem usadas até à colheita.
É ainda importante efectuar monitorias constantes na área da conduta de água, durante a construção
e a fase de operação, de forma a certificar que nenhuma construção/residência foi restabelecida ao
longo da área de protecção e segurança da conduta. Estas monitorias devem ser coordenadas com
as autoridades locais. Ainda em colaboração com as autoridades locais, devem ser delineados os
procedimentos a adoptar nos casos em que se verificar o retorno de famílias reassentadas aos seus
antigos locais de residência.
9 Potencial Impacto: Perturbação do trânsito de pessoas e veículos durante a fase de
construção e mudança no volume de tráfego
As obras de construção implicarão o aumento do tráfego de veículos pesados e equipamento ao
nível local e escavações criando cortes das estradas. Isto perturbará os padrões de acessos e
movimento implicando desvios do tráfego e dificuldade de acessos havendo possibilidade de criar
congestionamentos do trânsito. O aumento do trânsito de veículos nas zonas de construção fora da
cidade poderá aumentar o risco de acidentes de atropelamento para a população local
88
(especialmente crianças) e seus animais, particularmente tendo em conta que o tráfego actual na
zona é reduzido e a população local não está sensibilizada para este tipo de riscos.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Altamente Provavel
Extensão Local
Duração Temporaria
Intensidade Média
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação
• Anunciar nos órgãos de comunicação social sobre as restrições de trânsito sempre que eles
forem acontecer;
• Instalar uma boa sinalização das áreas de trabalho indicando as rotas alternativas, restrições de
velocidade e desvios nas estradas enquanto decorrerem as obras;
• Contratar e treinar agentes sinaleiros para orientação dos motoristas e peões nas áreas de
tráfego intenso;
• Construir passagens seguras sobre as trincheiras que venham a ser abertas, de modo a
minimizar os incómodos das obras para a população local;
• Educar as populações locais sobre segurança rodoviária e sobre a presença de actividades de
construção na área que levam a presença de um número de excessivo de veículos;
• Observar limites de velocidade pelos veículos de construção, através da instalação em todos
os veículos utilizados na obra de dispositivos de controle e regulação dos limites de
velocidades propostos no PGA
10 Potencial Impacto: Necessidade de novas condutas
O melhoramento e expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala prevêem a
substituição da velha conduta por uma em ferro dúctil de maior capacidade de transporte de água
(450 mm de diâmetro nominal). A substituição da conduta de água levará a impactos sobre a
vegetação, fauna, actividades económicas e necessidade de reassentamento de populações.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Local
Duração Curto Prazo
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Classificação do Impacto
Intensidade Baixa
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação
As medidas de mitigação deste impacto estão descritas nos impactos sobre impactos sobre a
vegetação, fauna, actividades económicas e necessidade de reassentamento de populações.
11 Potencial Impacto: Impactos cumulativos do projecto
O projecto poderá criar sinergias com outras instituições como o município, obras públicas e
administração de estradas que possam resultar em obras de reabilitação/melhoramento de estradas
criando um impacto positivo no património.
Classificação do Impacto
Caracter Positivo
Probabilidade Provavel
Extensão Regional
Duração Permanente
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Alta
Medidas incrementadoras do impacto
• Coordenação interinstitucional de modo a executarem em simultâneo as diferentes obras
tomando em consideração que serão abertas trincheiras para colocação da tubagem de
expansão da rede.
6.2.3 Impactos da Actividade na Saúde e Segurança Ocupacional
1 Potencial Impacto: Potencial aumento da incidência de doenças transmissíveis e não
transmissíveis, incluindo a propagação do HIV/SIDA
As actividades de construção irão resultar num afluxo de mão-de-obra e de indivíduos em busca
de oportunidades de emprego na área do projecto. Isto poderá atrair para a área do projecto
elementos marginais que para aí se desloquem para empreender actividades ilícitas, tais como
trabalhadoras de sexo oriundas de outras regiões e o aumento do número de trabalhadoras do sexo
locais.
90
Os efeitos combinados da afluência de uma mão-de-obra masculina e exterior à região (portanto
não acompanhada) e o possível afluxo de prostitutas à área deixam prever um aumento da
promiscuidade e relações sexuais ocasionais e, em consequência, dos comportamentos de risco por
parte dos trabalhadores. Tal poderá resultar num aumento do risco da proliferação das infecções
de transmissão sexual (ITSs) e, em particular, no aumento de casos de HIV/SIDA.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Sub Regional
Duração Medio Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de Mitigação
• Levar a cabo acções de sensibilização dos trabalhadores sobre formas de transmissão de ITSs
e HIV/SIDA, incluindo comportamentos de risco;
• Recrutar uma organização especializada para implementar actividades de consciencialização
sobre ITSs e HIV/SIDA, a nível das comunidades. Atenção especial deverá ser dada às
trabalhadoras do sexo, às mulheres locais em geral e às raparigas.
• Fornecer gratuitamente preservativos na área do projecto;
• Encorajar os trabalhadores a submeterem-se a testes de HIV; encorajar os trabalhadores a
submeterem-se ao tratamento de ITSs na sua fase inicial, para minimizar o risco de infecção
por HIV e criar condições para o efeito – tais condições incluem a atribuição de licença para
que o trabalhador se possa deslocar à unidade sanitária e a criação de mecanismos internos
para permitir que o trabalhador não se abstenha de procurar cuidados de saúde por falta de
fundos;
• Encaminhar os trabalhadores para tratamento e monitoria precoce de infecções
secundárias/oportunistas como tosses, gripes e pneumonia em unidades sanitárias.
2 Potencial Impacto: Impactos sobre a Saúde e Segurança Ocupacional
Durante a fase de construção, os trabalhadores estarão expostos a situações de risco durante o
desenvolvimento das suas actividades. Existe a possibilidade de ocorrência de acidentes de
trabalho tais como quedas, exposição a barulho e poeiras que podem resultar em fatalidades ou
contracção de doenças ocupacionais, dependendo do tipo de materiais usados na construção e da
exposição a certos produtos químicos.
Na construção da estação de tratamento de água, pela sua natureza, envolve o trabalho a altura
considerável impondo um risco de queda que poderá culminar com ferimentos ou fatalidades,
especialmente quando não existem medidas de protecção adequadas ou estas não são respeitadas.
91
Para além do risco de quedas, outros acidentes e fatalidades poderão ocorrer, como colisões e
queimaduras, bem como acidentes com máquinas e viaturas em movimento.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Local
Duração Curto Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Mitigação
• Avaliar a aptidão física e psicológica dos trabalhadores que tenham que executar trabalhos a
grandes alturas, por pessoal devidamente qualificado para o efeito;
• Todos os trabalhadores envolvidos no processo de construção devem beneficiar de treino de
indução em matéria de saúde e segurança ocupacional antes do início das obras;
Consciencialização sobre saúde e segurança no trabalho é uma componente chave para o
cumprimento da legislação Moçambicana sobre este aspecto e para prevenir acidentes a
formação deve ser ministrada por pessoal devidamente qualificado para o efeito. Os
trabalhadores devem ser treinados de modo a serem capazes de identificar os riscos associados
à sua actividade e saberem como proceder em casos de emergência.
• Redigir e divulgar, através de acções de formação em saúde e segurança ocupacionais, um
manual com procedimentos de segurança para a fase de construção. Este manual deverá conter
de forma não limitativa o seguinte:
- Informação sobre os materiais a utilizar (seus riscos, especificações de segurança, modo de
manuseamento, transporte e armazenagem – geralmente feita a partir de um resumo das fichas
de dados de segurança dos materiais);
- Os principais riscos associados aos vários processos de construção, apresentando regras de
segurança de trabalho;
- A sinalética a utilizar na obra, bem como os procedimentos a adoptar em caso de acidentes.
• Assegurar que equipamento de primeiros socorros adequado esteja disponibilizado e que todos
os trabalhadores estão devidamente capacitados para o utilizar;
• Assegurar que existem trabalhadores formados e equipados para a resposta a acidentes;
• Disponibilizar o equipamento de protecção pessoal (EPP) e impor o seu uso;
• O equipamento de trabalho deverá ser devidamente inspeccionado e mantido, como forma de
reduzir a possibilidade de queda;
• Colocar sinalização em locais bem visíveis nos pontos onde o risco é maior (p.e. pontos
elevados abertos, ou seja, sem barreira de protecção);
92
• Realizar de exercícios regulares referentes aos procedimentos de emergência (p.e. simulações
de uma situação de incêndio, etc.);
• Proibir fumar em áreas específicas, através de sinalização com avisos localizados em pontos
visíveis;
• Providenciar, em locais adequados, extintores de fogo e proceder à sua manutenção regular; e
• Tornar obrigatório o uso de equipamento de protecção pessoal (uniformes, coletes
fluorescentes, botas, luvas, tampões de protecção auricular, óculos protectores, etc.).
6.3 Fase de Operação/Manutenção
6.3.1 Impactos da Actividade Sobre o Meio Biofísico
1 Potencial Impacto: Impacto do projecto sobre as actuais fontes alternativas de
abastecimento de água
A Cidade de Nacala Porto é presentemente abastecida em água potável captada numa barragem
localizada a 30 Km da cidade, furo de MPaco e furo de Mtuzi. A barragem foi construída sob o rio
Muecula e tem capacidade de armazenamento de 4.5 milhões de m3, em seu funcionamento pleno.
A cobertura de abastecimento de água está na ordem dos 75% da população sendo que esta água é
insuficiente para as necessidades actuais e a médio/longo prazo. O remanescente da população da
cidade recorre a poços artesanais construídos nos seus quintais ou nas zonas baixas da cidade para
obtenção de água para o seu consumo. O projecto proposto irá afectar positivamente todo o sistema
pois os poços artesanais são geralmente susceptíveis de contaminação devido a sua profundidade.
Estas fontes que actualmente são alternativas usadas pelas populações deixarão de ser usadas como
fonte principal passando a servir para o suprimento de necessidades para outras finalidades como
p.e. a lavagem de roupa.
Classificação do Impacto
Caracter Positivo
Probabilidade Definitiva
Extensão Local
Duração Longo Prazo
Intensidade Média
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Alta
Medidas incrementadoras do impacto
• Realizar campanhas de sensibilização da população sobre da importância de usar água
canalizada;
• Sensibilizar a população sobre os riscos inerentes a uso de água dos poços e riachos que podem
ser fonte de doenças de veiculação hídrica;
93
• Financiar ligações domiciliárias;
• Aplicar taxas bonificadas para as populações desfavorecidas.
2 Potencial Impacto: Potencial contaminação dos solos e água pelo manuseamento
inadequado cloro na estação de tratamento de água
Com a construcao da estação de tratamento de água onde prevê-se fazer a desinfecção e filtragem
lenta com areia quantidades consideráveis de desinfectante (cloro) será manuseada. O
manuseamento inadequado destes produtos químicos pode levar a derrames que resultarão na
contaminação dos solos e água.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Local
Duração Longo Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada a Baixa
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação:
• Deve-se prevenir o derrame de produtos químicos, óleo ou combustíveis no solo ou na água;
sendo impossível remover o equipamento/veículo para a oficina para a reparação ou
reabastecimento, estas acções só podem ser executadas sob as devidas precauções (i.e. sob
condições seguras de recolha e armazenamento de combustíveis derramados;
• Materiais contaminados devem ser imediatamente recolhidos e tratados como lixo perigoso;
• Produtos químicos, combustíveis e óleos deverão ser considerados “lixos perigosos” e tratados
como tal;
• Os trabalhadores devem ser consciencializados sobre a necessidade de manuseamento,
armazenamento e disposição adequada de resíduos perigosos.
3 Potencial Impacto: Redução de escoamento e erosão como resultado da colecta de água
extraída
A construção de uma boa rede drenagem criará condições para a redução do escoamento superficial
o que se reflectirá na redução dos níveis de erosão na cidade como resultado da colecta de água
extraída. Estes impactos são positivos e constituem o objectivo principal deste melhoramento da
rede drenagem.
Classificação do Impacto
Caracter Positivo
94
Classificação do Impacto
Probabilidade Definitiva
Extensão Local
Duração Longo Prazo
Intensidade Média
Significancia Alta
4 Potencial Impacto: Redução de assoreamento dos corpos receptores de águas
A construção de uma boa rede drenagem permitirá um fluxo das águas pluviais sobre uma
superfície preparada para o efeito reduzindo por isso, a erosão. Os baixos níveis de erosão vão se
reflectir na redução do assoreamento dos corpos receptores das águas pluviais. Este impacto é
positivo e constitui um dos objectivos principais deste projecto de melhoramento da rede
drenagem.
Classificação do Impacto
Caracter Positivo
Probabilidade Definitiva
Extensão Local
Duração Longo prazo
Intensidade Média
Significancia com mitigação Alta
5 Potencial Impacto: Poluição do corpo receptor de água no caso de o sistema de drenagem
ficar contaminado com lixos sólidos e químicos
Problemas de gestão de resíduos sólidos nos centros urbanos de Moçambique têm resultado em
acumulação destes em vários locias incluindo em valas de drenagem. Estes lixos podem, em casos
de chuvas, serem lixiviados podendo resultar na contaminação dos corpos receptores de água.
Classificação do impacto
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Local
Duração Longo prazo
Intensidade Moderada
95
Classificação do Impacto
Significancia sem mitigação Moderada a Baixa
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação:
• Manutenção periódica das valas de drenagem para desimpidi-las de qualquer resíduo sólido;
• Estabelecer um sistema adequado de gestão de resíduos sólidos na cidade que permita a recolha
de todo lixo produzido.
6 Potencial Impacto: Produção de lodo como parte da manutenção regular e operação de
lagoas ou bacias
A construção de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais na cidade resultará na produção
de lodo como parte da manutenção regular e operação de lagoas ou bacias de decantação. As lamas
são um subproduto do processo de tratamento de águas residuais que podem estar contaminadas
pelos reagentes químicos usados no processo de tratamento de água dependendo da tecnologia
seleccionada para o tratamento de águas residuais. O manuseamento inadequado destas lamas pode
levar a contaminação dos solos.
Medidas de mitigação:
A bacia de retenção/decantação, dado o seu potencial de contaminação do meio envolvente, deverá
ser concebida de modo a evitar qualquer risco de contaminação quer das águas subterrâneas (por
infiltração) quer das águas superficiais e solo (através de fugas, fendas, sobrecarga). Assim, o
proponente deverá garantir que:
• A bacia de retenção/decantação assenta sobre solo ou rocha com capacidade para suportar a
carga máxima da bacia;
• Os limites da bacia suportam as vibrações a que o terreno pode estar sujeito (circulação de
maquinas pesadas), já que a fragilidade dos limites da bacia pode originar, em caso de
trepidação forte, uma liquefacção do efluente da unidade de processamento com o solo usado
para estabilizar as margens da bacia de retenção/decantação;
• A largura dos limites da bacia também deve ser suficiente para suportar um aumento de nível
rápido que pode acontecer na bacia de retenção/decantação como consequência de uma
chuvada intensa ou uma má gestão do efluente da unidade de processamento.
• O sistema de drenagem superficial a implementar deverá contornar a bacia de
retenção/decantação, de modo a prevenir o aumento do volume de efluente contaminado.
• Deverá ser instalado um sistema de monitoria das lamas retidas.
• Por fim, a transferência das lamas de retenção/decantação para o aterro de material inerte
deverá ser feita de modo a evitar qualquer contaminação de solo ou água. O transporte deverá
ser efectuado por serviços especializados.
6.3.2 Impactos da Actividade Sobre o Meio Socioeconómico
1 Potencial Impacto: Expectativa de solução a curto prazo de todos os problemas de
96
abastecimento de água na cidade
Dada a relevância que os problemas de abastecimento de água mostram na Cidade de Nacala, a
presença de mais um projecto pode criar expectativas muito elevadas na população da cidade
quanto a solução imediata de todos os problemas do sector de abastecimento de água. Contudo,
sabe-se que as soluções serão graduais havendo iniciativas que serão tomadas a curto prazo e outras
a longo prazo devido a limitações em relação as fontes de água existentes e aos custos envolvidos
com as alternativas identificadas para a solução definitiva dos problemas de abastecimento de água
tendo em conta o horizonte de 2029.
Classificação do Impacto
Carácter Negativo
Probabilidade Altamente Provavel
Extensão Local
Duração Medio Prazo
Intensidade Média
Significancia sem mitigação Alta
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação:
• Divulgação junto das comunidades locais do alcance das medidas que vão ser tomadas a curto
prazo para evitar falsas expectativas e garantir a credibilidade do projecto junto das
comunidades;
• Coordenar com as autoridades locais, os líderes locais e tradicionais o processo de divulgação
do faseamento e das metas de implementação do projecto;
• Aproveitar as escutas públicas para o início desta sensibilização.
2 Potencial Impacto: Criação de Postos de trabalho e melhoria das condições de vida da
população
As obras de construção irão requerer mão-de-obra qualificada e não-qualificada local e regional.
Prevê-se que as actividades de construção durem até 2 anos criando oportunidades de empregos
directos e indirectos. Estas oportunidades reverterão favoravelmente nos rendimentos das famílias
beneficiadas, melhorando os seus padrões de vida. Este impacto é positivo. Entretanto na fase de
operação as necessidades de mão-de-obra serão bastante inferiores.
Classificação do Impacto
Caracter Positivo
Probabilidade Definitiva
Extensão Regional
97
Classificação do Impacto
Duração Longo Prazo
Intensidade Média
Significancia Alta
Medidas incrementadoras do impacto
• Estabelecer formalmente requisitos de contratação claros, a serem cumpridos pela empresa
contratante; Devem ser indicadas as qualificações necessárias ou, nos casos em que tal não seja
aplicável, deve-se indicar claramente não serem necessárias qualificações;
• Para cada função deve ser divulgado o número de postos de trabalho disponíveis e o período
aplicável.
• Na contratação de trabalhadores deve ser dada prioridade a residentes locais;
• Tanto quanto possível, formação deverá ser dada a pessoas locais para a execução de tarefas
semi-especializadas, de modo a reduzir o número de trabalhadores de fora para este fim.
3 Potencial Impacto: Melhoria das condições de vida da população beneficiária devido ao
acesso a serviços mais eficientes de fornecimento de água
O projecto de melhoramento e expansão do sistema de abastecimento da água à Cidade de Nacala
criará condições para o melhoramento da vida das populações beneficiárias devido ao acesso a
serviços mais eficientes de fornecimento de água. A disponibilidade de água de qualidade ajudará
na redução da incidência de doenças de natureza hídrica aumentando o bem-estar da população
local.
A disponibilidade de água levará a redução do tempo de procura de água passando as populações
locais a dispor de mais tempo para outras actividades produtivas de geração de rendimentos. O
projecto irá deste modo criar sinergias com o sector de saúde, educação e desenvolvimento social.
Este será um impacto positivo do projecto e a grande motivação para a sua implementação.
Classificação do Impacto
Caracter Positivo
Probabilidade Provavel
Extensão Sub Regional
Duração Longo Prazo
Intensidade Moderada
Significancia Alta
4 Potencial Impacto: Sentimento de exclusão por parte da população sem recursos para
acesso a uma ligação de água
A expansão do sistema de abastecimento de água resultará na procura destes serviços por parte da
população. Entretanto, estudos de habilidade e vontade para pagar levados a cabo nesta cidade,
98
indicam que nem toda população da cidade está em condições de aderir aos serviços por
dificuldades financeiras. Este grupo poderá sentir-se excluído do processo.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Local
Duração Longo Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação
• Financiar ligações domiciliárias;
• Aplicar taxas bonificadas para as populações desfavorecidas.
5 Potencial Impacto: Compatibilidade com a escala de desenvolvimento económico da área
O projecto no seu todo trará impactos positivos devido ao aumento da disponibilidade de água o
que abrirá oportunidades para a abertura de outros projectos de desenvolvimento que têm no
fornecimento regular de água a sua principal alavanca.
Classificação do Impacto
Carácter Positivo
Probabilidade Provavel
Extensão Sub Regiuonal
Duração Longo Prazo
Intensidade Moderada
Significancia com mitigação Alta
6 Potencial Impacto: Procura de energia e o seu efeito nos períodos de pico
O aumento da capacidade do sistema de abastecimento de água irá implicar o aumento da procura
de energia. Um sistema de abastecimento de energia que seja fiável terá de ser montado incluindo
geradores de reserva de modo a evitar paragens tanto no tratamento como no bombeamento de
água.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
99
Classificação do Impacto
Extensão Local
Duração Curto Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Mitigação
• Coordenar com a companhia provedora de serviços de fornecimento de energia eléctrica, a
EDM, para prover uma linha que responda às necessidades da estação de tratamento de água
de modo a reduzir quedas de fornecimento;
• Instalar um sistema automático de geradores de permanência (de espera) que se activem
sempre que existir cortes de energia na rede da EDM de forma a manter a estação de bombagem
sempre em funcionamento.
7 Potencial Impacto: Resposta ao direito à água
Um dos grandes impactos positivos deste projecto é a resposta que ele dará ao direito a água
potável às populações como emanado na Lei de Água (Lei 16/91 de 3 de Agosto) e na Política
Nacional de Águas. Estes direitos estão também salvaguardados pelos Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio (Objectivo 7), do qual Moçambique é signatário.
Classificação do Impacto
Caracter Positivo
Probabilidade Provavel
Extensão Sub-regional
Duração Longo Prazo
Intensidade Alta
Significancia sem mitigação N/A
Significancia com mitigação N/A
8 Potencial Impacto: Fornecimento planeado de abastecimento de água no local e
fiabilidade do fornecimento de água
O melhoramento e expansão do sistema de abastecimento de água permitirão aumentar a
capacidade de resposta à demanda aumentando também a fiabilidade no funcionamento do
sistema. A fiabilidade do sistema permitirá um planeamento adequado do abastecimento de água.
Classificação do Impacto
Caracter Positivo
100
Classificação do Impacto
Probabilidade Altamente Provavel
Extensão Sub-regional
Duração Longo Prazo
Intensidade Alta
Significancia sem mitigação N/A
Significancia com mitigação N/A
9 Potencial Impacto – Perda de postos de trabalho com o final das obras e aumento da
vulnerabilidade social
Grande parte da mão-de-obra recrutada para a construção será dispensada após a conclusão desta
fase. A fase de exploração implicará a redução de postos de trabalho, na sua maioria direccionados
para mão-de-obra especializada. É responsabilidade não só do FIPAG, mas também das
comunidades e autoridades locais prever e preparar o fim da fase de construção. A diminuição
drástica das oportunidades de emprego irá conduzir a impactos directos na subsistência das
famílias beneficiadas pelas necessidades de mão-de-obra na fase de construção, sendo que a
ausência dos rendimentos que daí advinham se traduza na redução dos padrões de vida. Em
particular, é necessário considerar que muitas dessas famílias poderão alterar significativamente
os seus sistemas de sobrevivência, ficando essencialmente dependentes no rendimento auferido
pelos postos assalariados contribuindo desta forma para o aumento da sua vulnerabilidade social e
económica.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Sub-regional
Duração Medio Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação
Para minimizar o impacto que o fim do projecto pode ter nas localidades e regiões circundantes,
sugere-se que:
• Indicação clara do cronograma de actividades e quantidade de mão-de-obra necessária para
cada fase;
• Priorizar a contratação de pessoal que antes esteve envolvido no projecto para as actividades
101
complementares.
10 Potencial Impacto: Impactos cumulativos do projecto
O projecto irá criar sinergias com o sector de saúde devido a sua influência na redução da
incidência de doenças de natureza hídrica que resulta da disponibilidade de água de qualidade
aumentando o bem-estar da população local. As crianças que dedicam uma parte do seu dia na
busca de água terão mais disponibilidade de tempo para estudar no caso de existir disponibilidade
de água, o mesmo acontecendo com a população produtiva que passará a dispor de mais tempo
para outras actividades produtivas de geração de rendimentos aumentando o desenvolvimento
social.
Classificação do Impacto
Caracter Positivo
Probabilidade Provavel
Extensão Regional
Duração Permanente
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Alta
Medidas incrementadoras do impacto
• Coordenação interinstitucional de modo a executarem em simultâneo as diferentes obras
tomando em consideração que serão abertas trincheiras para colocação da tubagem de
expansão da rede;
• Intensificação, por parte das autoridades de saúde, de campanhas de sensibilização sobre
higiene e saneamento do meio com a nova disponibilidade de água.
6.3.3 Impactos da Actividade na Saúde e Segurança Ocupacional
1 Potencial Impacto: Risco de contracção de doenças devido ao manuseamento de
hidrocarbonetos e cloretos
Este impacto poderá ocorrer no caso os trabalhadores que lidem directamente com combustíveis e
outros produtos químicos, não utilizem equipamento de protecção pessoal adequado. Está previsto
o fornecimento de equipamento de protecção aos trabalhadores do projecto.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Local
102
Classificação do Impacto
Duração Medio Prazo
Intensidade Baixa
Significancia sem mitigação Baixa
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação
• Devem ser respeitadas a legislação moçambicana e internacional, bem como as especificações
do fabricante relevantes para o armazenamento, uso e disposição de material perigoso. Padrões
internacionais deverão servir de guião para a disposição de materiais e resíduos perigosos;
• Deverá ser preparada uma declaração de métodos para a gestão de materiais perigosos que
deve incluir, mas não se limitar ao seguinte: (i) Medidas para evitar incêndios; (ii) Medidas
para prevenir ferimentos e fatalidades; (iii) Medidas para minimizar o risco de danos a
propriedades, pessoas e animais; (iv) Medidas para a identificação, manuseamento,
classificação, transporte e deposição de material perigoso e tóxico; (v) Medidas para prevenir
a contaminação da água e do solo.
• Não deverão ser instalados tanques fixos para o armazenamento de combustíveis nos
acampamentos;
• Os postos de abastecimento de hidrocarbonetos para carros e caminhões devem ter um concreto
subterrâneo para evitar a poluição do solo e das águas subterrâneas;
• O tanque de armazenamento de combustíveis deve ser protegido lateralmente por um muro de
contenção betão, capaz de conter um volume pelo menos 1,5 vezes superior ao volume do
tanque; este reservatório deve possuir um pavimento de betão.
• Na área de armazenamento de combustível ou de outros materiais inflamáveis e em todas as
áreas de risco de incêndio devem estar afixados sinais de proibição tais como “Não Foguear”
e “Não Fumar”. Os trabalhadores devem ser instruídos sobre a obrigatoriedade incondicional
de observância destas proibições;
• A distância entre o tanque e a residência mais próxima deve ser superior a 100 metros, devido
ao risco de explosões; a mesma distância deve ser respeitada no caso de corpos naturais de
água, com forma de prevenir a sua contaminação;
• Devem ser realizadas inspecções regulares para verificar se as regras estabelecidas estão sendo
cumpridas.
2 Potencial Impacto: Degradação das condições de saúde dos trabalhadores em resultado
da exposição a níveis elevados de ruído, poeiras e fumos
A circulação de máquinas pesadas aumenta os níveis de ruído e poeiras nas áreas de trabalho e
imediações. Caso as máquinas não sejam devidamente mantidas, algumas pessoas poderão inalar
fumos de exaustão, tendo como consequência possível o desconforto ou problemas respiratórios.
Os níveis de perturbação serão tanto maiores quanto menor for a distância em relação aos locais
das obras.
103
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Local
Duração Longo Prazo
Intensidade Moderada
Significancia sem mitigação Moderada
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação
De forma a prevenir ou minimizar os efeitos da exposição do pessoal aos riscos de saúde e
segurança ocupacionais serão tomadas as seguintes medidas de mitigação:
• Os empreiteiro deverá preparar e implementar adequadamente um Plano de Saúde e Segurança
Ocupacional em conformidade com padrões internacionais como OHSAS 18001: 2007, ou
similar (atualmente todos são substituídos pela ISO 45001) e recrutamento de especialistas
certificados em OHS. O engenheiro supervisor deve ser responsável pela qualidade do plano
de SSO e sua implementação adequada e, para esse fim, deverá recrutar especialistas em SSO
certificados pela OHSAS 18001: 2007.
• Fornecer e implementar o uso correcto de equipamento de protecção pessoal entre os
trabalhadores. Estes, por sua vez, deverão conhecer os riscos a que estão expostos e usar
correctamente o equipamento de protecção.
• Todos os trabalhadores envolvidos em actividades geradoras de níveis altos de poeiras ou
fumos devem usar máscaras respiratórias sobre o nariz e a boca, para a filtração do ar na
respiração, protegendo assim as vias respiratórias. Também deverão usar protecções oculares.
• O impacto do ruído na saúde dos operadores de máquinas com elevadas emissões de ruído
(estações de bombagens) e os que trabalham na sua proximidade poderá ser reduzido através
de utilização de equipamentos adequados de protecção individual. Assim, o pessoal que estiver
exposto a níveis exagerados de ruído, incluindo sua estadia longa em zonas onde o ruído é
exagerado será disponibilizado equipamentos auriculares de protecção de tipo inserção, por
forma a evitar lesões auditivas;
• Estabelecimento do programa de exames médicos e acompanhamento regular, assim como
anuais para todos os trabalhadores envolvidos no processo produtivo;
• Além disso, sempre deve haver um médico especialista no local, bem como transporte para o
hospital mais próximo (ambulância); e
3 Em caso de acidente grave ou fatalidade, o Banco Mundial deverá ser notificado dentro de 24
horas.
Potencial Impacto – Potencial aumento do tráfico de crianças
As actividades de construção irão resultar num afluxo de mão-de-obra e de indivíduos em busca
104
de oportunidades de emprego e de oportunidades de negócios na área do projecto. Isto poderá atrair
para a área do projecto elementos marginais que para aí se desloquem para empreender actividades
ilícitas incluindo oportunismo de rapto e tráfico de menores.
Classificação do Impacto
Caracter Negativo
Probabilidade Provavel
Extensão Local
Duração Longo Prazo
Intensidade Média
Significancia sem mitigação Moderada a Baixa
Significancia com mitigação Baixa
Medidas de mitigação:
• Aumentar a vigilância na área de implementação do projecto de forma a desencorajar qualquer
actividade ilícita;
• Desenvolver campanhas nas escolas direccionadas as crianças no sentido de elas evitarem
solicitações de pessoas estranhas.
7 ELATÓRIO SOBRE O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA (RPPP)
Um dos objectivos do PPP no projecto consiste em facilitar a disseminação das informações
relacionadas com o projecto às PI&As e o público em geral, de modo a dar oportunidades para o
levantamento de questões e pontos de preocupação relacionadas com o projecto e dessa forma
permitir a identificação de alternativas e de recomendações pertinentes para o bom termo. É neste
contexto que o consultor, em coordenação com FIPAG, levou acabo reuniões de Consulta Pública,
de acordo com directrizes sobre o Processo de AIA estabelecido pelo Decreto no. 54/2015, de 31
de Dezembro, assim como sobre o Processo de Consulta Pública instituito pelo Diploma
Ministerial no. 130/2006, de 9 de Julho.
O RPPP resulta de consultas havidas durante o processo da revisão do EIAS, que culminou com a
realização de reuniões nos dias 17 de Abril de 2019, na EPC da Barragem, Posto Administrativo
do mesmo nome, no Distrito de Nacala-à-Velha e no dia 18 de Abril de 2019 no Thamole Lodge,
na Cidade de Nacala. Especificamente, as reuniões tinham entre outros objectivos os seguintes:
(i) Informar ao Público sobre o WASIS II e a necessidade de revisão do Estudo do Impacto
Ambiental e Social (EIAS) e do Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) do Projecto de
Abastecimento de água para Cidade de Nacala;
(ii) Divulgar o Relatório do EIAS – Versão Actualizada do estudo feito pela Burnside/
AustralCowi/Consultec) no âmbito do MCC;
(iii) Recolher contribuições das partes interessadas, pessoas envolvidas e/ou afectadas sobre os
105
potenciais impactos e medidas de mitigação, e
(iv) Finalizar a revisão do AIAS/PGAS com base nos inputs adicionais recolhidos nas reuniõezs
de auscultação de pessoas interessadas e/ou afectadas pelo proposto empreendimento de
reabilitação e expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala.
A audiência pública contou a participação de 50 pessoas de várias instituições do governo, órgãos
locais e sociedade em geral. Estiveram presentes na reunião os representantes do Proponente,
assim como a equipa do consultor do responsável pela revisão do EIAS e do PGAS.
As principais constatações colhidas do PPP, assim como os procedimentos de organização de todo
o processo de consultas pública foram compiladas e apresentada no Relatório de Consulta Pública
apresentada em Anexo IV, incluindo a Acta da Reunião e a Lista dos Participantes.
As PI&As foram unânimes que o projecto é de importância vital para a Cidade de Nacala,
considerando que vai contribuir na melhoria de abastecimento de água à cidade, assim como na
saúde pública, para além do contributo na criação de postos temporários de emprego. Contudo,
foram apesentadas algumas questões pertinentes pelos presentes, nomeadamente:
(i) Como serão tratadas as benfeitorias afectadas, tais como perda de porção de terras, infra-
estruturas, árvores e culturas, etc; e se este valor de investimento de 164 milhões de dólares
Norte Americanos inclui ou não o pagamento de eventuais compensações /reassentamento?,
porque se não inclui a componente de reassentamento/compensação torna-se difícil mobilizar
estes recursos internamente resultando muito tempo de espera entre a fase de levantamento
e a fase de pagamentos das compensações e/ou reassentamento;
(ii) Falta de informação quando ao projecto foi descontinuado, pois, simplesmente os promotores
e o empreiteiro abandonaram-no, criando problemas sério para o governo local e as
populações, sobretudo ao nível de pendentes das compensações de famílias que afectafas;
(iii) Riscos de aumento dos índices de criminalidade e prostituição na zona decorrentes do
projecto, pois qualquer desenvolvimento deste tipo está associado à esses problemas sociais;
(iv) A comunidade na área do projecto, onde se localiza a barragem, devia beneficiar-se duma
tarifa de água bonificada, uma vez esta população está desprovida de recursos económicos e
financeiros para fazer face à tarifa de água que os citadinos de Nacala conseguem pagar;
(v) Desrespeito de algumas regras por parte de alguns empreiteiros em relação à população local.
A titulo de exemplo, no decurso do projecto descontinuado, o empreiteiro não tinha um bom
relacionamento com os líderes locais, situação que os presentes pediram para se evitar no
novo projecto;
(vi) Problemas de comunicação por causa da língua, criando limitação para lidar com o
empreiteiro,
(vii) Desacordos/disputas resultantes de falta de compensações junstas às pessoas directmente
afectadas pelo projecto. Por conta disso foi colocada a questão sobre o procedimento que
106
será dado para esses casos; questionou-se quando efectivamente o projecto começa;
(viii) Ainda sobre o assunto das compensações, levantou-se a questão a volta do projecto
descontinuado, onde as pessoas e bens afectadas não chegaram a ser compensadas, havendo
situação de compensações pendentes, será que estas pessoas vão receber as suas
compensações;
(ix) Como será feita a contratação de mão-de-obra como de modo a assegurar algumas vagas para
o pessoal local;
Por fim os participantes deixaram suas opiniões e recomendações, sendo de destacar (i) nessidade
da realização de reuniões públicas regulares com as PI&As desde o principio até ao fim do projecto
independentemente se as coisas estejam a correr bem ou não; (ii) FIPAG, uma vez proponente do
projecto, deverá fazer o acompanhamento directo da implementação destas medidas pois se
depender apenas do empreiteiro, nada acontecerá, poís, é prática frequente os empreiteiros
passarem por cima as regras e sem qualquer respeito pela população local.
Estas e outras questões levantadas e passíveis de esclarecimentos imediatos foram discutidas e
respondidas no momento e outras foram avaliadas e incorporadas na versão final do presente
REIAS.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na sequência das actividades levadas a cabo no âmbito do presente EIA, não foram identificadas
quaisquer questões fatais, ou seja, aspectos que possam inviabilizar a implementação do projecto
de reabilitação e expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala. As análises
que se seguiram visaram a definição de medidas de mitigação dos impactos identificados e o Plano
de Gestão Ambiental das actividades do projecto.
Na sequência da previsão dos principais impactos ambientais que poderão decorrer das acções de
projecto preconizadas, quer na fase de construção, quer na fase de exploração, considera-se que os
aspectos e impactos mais importantes estejam relacionados com os aspectos socioeconómicos.
A importância do projecto foi igualmente confirmada durante o processo de consultas públicas às
PI&As que culminou com audiências públicas cujo participante foram unânimes afirmando que o
empreendimento é de importância vital para a Cidade de Nacala, considerando que vai contribuir
na melhoria de abastecimento de água à cidade e na saúde pública, para além do contributo na
criação de postos temporários de emprego.
O projecto de melhoramento e expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala
é ambientalmente viável e a implementação das medidas de mitigação identificadas no estudo irá
minimizar as suas implicações socio-ambientais. Os impactos ambientais identificados são todos
de significância moderada a baixa, reduzindo sensivelmente após a implementação das medidas
de mitigação.
Um aspecto positivo da implementação do projecto de melhoramento e expansão do sistema de
abastecimento de água à Cidade de Nacala é a contribuição que ele terá no alcance dos objectivos
107
de desenvolvimento do milénio uma vez que com a sua implementação está previsto um aumento
da taxa de cobertura dos actuais 29% para cerca de 88%.
O impacto nas populações, especificamente a necessidade de deslocação das mesmas e das suas
residências é também uma questão importante que terá de ser monitorado cuidadosamente aquando
da fase de construção e produzido um plano de reassentamento e compensações.
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de efluentes;
Decreto 42/2008 de 4 de Novembro (RPAIA)
Decreto 45/2004 de 29 de Setembro (RPAIA)
Decreto n.º 13/2006, de 15 de Junho - Regulamento sobre a Gestão de Resíduos.
Decreto n.º 23/2008, de 1 de Julho (Regulamento de Ordenamento do Território)
Decreto n.º 6/2006, de 12 de Abril
Decreto nº 11/2006, de 15 de Julho - Regulamento relativo a Inspecções Ambientais.
Decreto nº 32/2003, de 20 de Agosto - Processo de Auditoria Ambiental.
Decreto nº 45/2004 - Regulamento sobre a Avaliação do impacto Ambiental.
Diploma Ministerial 129/2006, de 19 de Julho - Regulamento acima citado e a Directiva Geral
para Estudos de Impacto Ambiental.
Diploma Ministerial nº 180/2004 - Regulamento sobre a qualidade de água para o consumo
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Ministério de Administração Estatal
MCA (2010) “Estudo de Viabilidade, Avaliação de Impacto Ambiental e Social, Desenho e
Supervisão de Obras dos Sistemas de Abastecimento de Água, Saneamento e Drenagem ás
Cidades de Nacala, Mocuba e Gurùé e das Obras de Melhoramento dos Sistemas de Abastecimento
de Água em Monapo e Montepuez. 169pp. Maputo
MCA (2009A). Mecanismos de Comunicação e Participação Comunitária no Compacto
"Community Liaison". 17pp, Maputo: MCA.
MCA (2009b). Plano de Integração dos Assuntos de Género nos Projectos do Millennium
Challenge Account Moçambique (MCA). 30pp, Maputo: MCA.
MCC (2006). MCC Environmental Guidelines. 15 pp incluindo anexos.
MICOA/DINAPOT (2008) – “Integração do Planeamento do Uso da Terra no Processo da
Planificação Descentralizada”, Maputo, Moçambique.
Newman, K. (2002). Birds of Southern Africa. 8th edition, 528 pages. Struik Publishers
Política Nacional de Águas (Lei 43/2007 de 30 de Outubro).
Schneider, M. F., Buramuge, V. A., Aliasse. L. & Serfontein, F. (2005). “Checklist” e Centros de
Diversidade de Vertebrados em Moçambique. 21 pp.
Stuart, C. & M. Stuart, T. (1993). Field Guide to the Mammals of Southern Africa. 307 pp, Cape
Town: Cape Town South Africa Struik Publishers.
Vale Moçambique (2009) – Miti, Árvores do Projecto Carvao de Moatize
Van Wyk, B. & Van Wyk, P. (1997). Field Guide to Trees of Southern Africa. 536 pp. Cape Town:
Struik Publishers.
WASIS (2007) “Water Sector Services and Institutional Support Project – Resettlement Policy
Framework”.
World Bank (2004) “Involuntary Resettlement Source Book – Planning and Implementation of
Development Projects”. Washington, DC.
iv
ANEXO II – TERMOS DE REFERÊNCIA PARA O ESTUDO DE IMPACTO
AMBIENTAL SUBMETIDOS AO MICOA ACTUAL MITADER
v
1 INTRODUÇÃO
O presente documento constitui-se na proposta dos Termos de Referência (TdR) do Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) referente ao projecto de Melhoria do sistema de abastecimento de água,
saneamento e drenagem para a Cidade de Nacala, como parte do processo de Avaliação de Impacto
Ambiental com a finalidade de obter a Licença Ambiental (LA).
O objectivo deste documento é o de estabelecer um referencial para orientar a equipa multi e
interdisciplinar quanto aos procedimentos a serem seguidos na elaboração do Estudo de Impacto
Ambiental – EIA para a expansão do sistema de abastecimento de água e melhoria do sistema de
saneamento e drenagem da Cidade de Nacala. Este instrumento fixa os requisitos mínimos para o
levantamento e análise das componentes ambientais (natural e socioeconómica) existentes na área
de influência do projeto, tornando-se, assim, num instrumento orientador, o qual a equipa
executora deverá tomar como base para a realização dos estudos, sem contudo, excluir a sua
capacidade de inovação e de criação.
No Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) foram identificados os
principais impactos potenciais do projecto, bem como as questões a serem investigadas com
detalhe no EIA. Outros impactos não identificados no EPDA poderão ser identificados durante a
fase do EIA. Em paralelo com a identificação e medição dos impactos o EIA irá também identificar
medidas necessárias para prevenir, minimizar, mitigar ou compensar impactos adversos e ainda
medidas que permitam conservar e melhorar o ambiente da área onde a actividade será
desenvolvida. Neste último sentido o EIA incluirá também um Plano de Gestão Ambiental e Social
(PGAS) e de monitoria ambiental que descreverá detalhadamente as medidas de mitigação a serem
implementadas, a planificação inerente e as responsabilidades de implementação. O PGAS incluirá
acções de monitoramento e controlo aplicáveis tanto na fase de construção como na de operação
do projecto. O documento cobrirá um conjunto de medidas a serem tomadas para permitir a
implementação e funcionamento íntegro da actividade em termos ambientais, garantindo a
segurança de pessoas e infra-estruturas, bem como interferência mínima na qualidade do ambiente
biofísico e socioeconómico circundante.
Para o caso do presente projecto, poderá haver a necessidade de reassentamento de um certo
número de famílias. Aqui, reassentamento é entendido no seu sentido lato abrangendo a deslocação
física e os impactos económicos que possam causar a perda de, ou perda de acesso a, qualquer bem
a crescer ou permanentemente ligado à terra como por exemplo abrigos, edifícios e culturas e o
impacto causado pela perda de, ou acesso a, um recurso económico base ou meios de subsistência
das comunidades locais. Como tal, em paralelo com os esforços a ser empreendidos com vista a
evitar e/ou minimizar a necessidade de acções de deslocar pessoas ou de privá-las de acesso aos
seus bens essenciais será preparado um plano de acção de reassentamento respeitando tanto a
legislação nacional como outras normas e directrizes internacionais para compensar as pessoas em
relação às quais essas medidas poderão não ser aplicáveis. É importante mencionar que o
proponente do projecto possui uma política que define os padrões e princípios de reassentamento.
2 OBJECTIVOS GERAIS DO EIA
Os estudos ambientais propostos para o Estudo de Impacto Ambiental para a expansão do sistema
de abastecimento de água e melhoria do sistema de saneamento e drenagem da Cidade de Nacala,
visam dar cumprimento aos seguintes objectivos gerais:
vi
• Cumprir as determinações legais em vigor, para a obtenção da Licença Ambiental, que implica
necessariamente a realização de Estudo de Impacto Ambiental (EIA), atendendo a que se trata
de um projecto classificado de Categoria A (segundo o Regulamento sobre o Processo de
Avaliação do Impacto Ambiental (AIA), aprovado pelo Decreto n.º 45/2004, de 29 de
Setembro) Revogado pelo decreto no. 54/2015 de 31 de Dezembro;
• Caracterizar, segundo os vários aspectos ambientais, a área de implementação do projecto, de
forma a definir a situação ambiental actual de referência;
• Analisar e avaliar em termos ambientais as componentes do projecto, de forma a contribuir
para a selecção das alternativas de projecto, mais favoráveis em termos técnicos, económicos
e ambientais;
• Determinar e avaliar as condicionantes ambientais e os impactos potencialmente significativos
associados às fases de construção e exploração;
• Identificar medidas de mitigação dos impactos que contribuam para um projecto melhor
concebido, optimizando os seus benefícios;
• Preparar um Plano de Gestão Ambiental a implementar antes, durante e após a construção. As
medidas serão concebidas com detalhe executivo;
• Realizar um Programa de Compensação e Reassentamento para a população a ser realojada,
estabelecendo as devidas formas de atenuação de impactos decorrentes da sua deslocalização,
no âmbito do actual quadro legal;
• Prestar o apoio técnico necessário ao processo de Avaliação do Impacto Ambiental (AIA),
assim como a preparação e implementação do processo de Consulta Pública integrado nos
procedimentos de AIA.
3 O PROJECTO PROPOSTO
O projecto proposto tem como finalidade a expansão e o melhoramento do abastecimento de água,
saneamento e drenagem à Cidade de Nacala de forma a aumentar os actuais níveis de cobertura
que actualmente se situam em 75% de uma população estimada em 206.444 habitantes (INE,
2007). A meta é a de atingir uma cobertura de 88% em relação à população projectada para 2029.
O projecto torna-se necessário pelo facto de os sistemas actuais de fornecimento de água, de
saneamento e de drenagem não responderem às necessidades actuais e futuras, não cobrindo todas
as áreas residenciais que neste momento carecem de água e dos serviços de saneamento e
drenagem.
Isto justifica a implementação deste projecto tendo em vista não só a melhoria da qualidade de
vida dos citadinos da área da Cidade de Nacala, mas também aderir ao preconizado na Política de
Águas (Lei 43/2007 de 30 de Outubro) e nas metas de desenvolvimento do milénio para o
abastecimento de água das quais Moçambique é signatário.
Um sistema de abastecimento pode ser descrito pelos componentes seguintes:
• Abrangência: população é área grográfica coberta pela rede de de abastecimento;
• Fonte da água bruta: O corpo de água que fornece a água que é usada para abastecer o sistema
e o local onde esta água é extraída;
vii
• Transporte: O transporte da água da fonte para a rede de distribuição;
• Tratamento: O processo de limpeza das águas das impurezas bióticas (bactérias, amoebas,
vírus, etc.), físicas (partículas em suspensão) e químicas (substâncias químicas dissolvidas
nocivas à saúde) numa instalação própria chamada Estação de Tratamento de Água (ETA) e
mediante um processo de tratamento específico.
Existem várias técnicas para o tratamento de água onde se destacam
• Filtragem lenta com filtros de areia: um sistema simples em que a água passa por um filtro de
areia e é purificada através de processos naturais; não requer o uso de químicos (salvo o
adicionamento de cloro depois do próprio tratamento para evitar o risco de contaminação
biológica durante o transporte e a distribuição); no entanto, não pode ser usada para
quantidades muito grandes;
• O tratamento convencional onde a água passa por várias bacias onde se faz a floculação
(acelerada mediante a adição de Al2(SO4)3), a sedimentação, e a própria filtragem através de
meios como areia e carbono activado ou antracite. Adiciona-se o cloro para concluir o
tratamento biológico e evitar o risco de contaminação durante o transporte depois do
tratamento.
• O tratamento convencional sob pressão, onde o processo é semelhante, mas onde a filtragem é
feita sob pressão, o que reduz o tamanho dos filtros em relação ao volume de água que pode
ser tratada.
• Filtragem com membranos, precedido dum tratamento para remover sedimentos. É um
processo eficaz, mas relativamente sofisticado, e requerer limpeza e substituição periódica dos
membranos.
Pode ainda ser necessário fazer-se tratamentos adicionais para eliminar cargas excessivas de cal,
ferro ou magnésio.
Nestas componentes, o Projecto pretende desenvolver para a expansão da rede de abastecimento
de água, as seguintes actividades:
• Alcançar uma abrangência geográfica e populacional maior de modo a que em 2029 88% duma
população estimado em 340.000 pessoas tenham acesso através de ligações domésticas,
torneiras no quintal, ou fontenárias.
• Substituir a antiga conduta adutora por uma nova adutora com a capacidade da conduta adutora
adequada às necessidades projectadas de 2029 que ligará o ponto de extracção à rede de
distribuição através dum novo Estação de Tratamento de Água;
• Reabilitar a Estação de Tratamento de Água (ETA) existente nas proximidades da albufeira
onde a água será tratada mediante o método de tratamento convencional
• Construir uma nova estação de bombagem de água tratada com capacidade maior, baseada na
demanda projectada para 2029;
• Construir reservatórios adicionais de água tratada em lugares estratégicos na zona urbana;
viii
• Reabilitar, melhorar e ampliar o sistema de distribuição incluindo o estabelecimento de
contadores distritais;
• Fortalecer a unidade de gestão para alcançar a redução de perdas de água e a cobrança das
taxas de consumo.
• Identificar uma fonte adicional no Rio Monapo para a construção duma barragem que pode
servir também para o abastecimento da cidade de Monapo, a construção da barragem, do ponto
de extracção e da conduta adutora; neste momento ainda não há informação sobre o local
proposto e o traçado da conduta adutora.
4 ENTIDADE IMPLEMENTADORA DO PROJECTO
O FIPAG - Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água será a entidade
beneficiária dos investimentos a serem feitos e responsável pela implementação do projecto de
abastecimento de água.
O Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água é uma agência governamental
criada com a missão de representar o Estado na gestão do património e no programa de
investimento público dos sistemas de abastecimento de água, na promoção do seu
desenvolvimento e sustentabilidade económica e no acompanhamento da gestão delegada dos
sistemas de abastecimento de água a operadores privados.
A autoridade e responsabilidade da FIPAG incluem:
• Investimento e gestão financeira para reabilitação e expansão do património de abastecimento
de água
• Maximizar a eficiência e o retorno no património já existente;
• Gestão de contratos, monitoria e fazer cumprir as obrigações contratuais dos operadores
privados.
O FIPAG recebe fundos do governo nacional, governos e organismos internacionais, agências de
financiamento com vista a reabilitar os serviços de abastecimento de água existentes ou criar novos
(por ex. novos pontos de captação, novos furos, tubagem, estações de tratamento de água e
reservatórios) reabilitar infra-estruturas (por ex. edifícios, sistemas eléctricos, fornecimento de
energia e vias de acesso).
No âmbito das suas competências, o FIPAG propõe-se a implementar o projecto de melhoramento
e expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala com o objectivo de melhorar
o acesso à água pelas populações desta Cidade. O projecto conta com o financiamento do Banco
Mundial através do Projecto de Abastecimento de Água e Apoio Institucional (WASIS II).
O FIPAG tem os seus escritórios centrais em Maputo no seguinte endereço:
Avenida Felipe Samuel Magaia, Nº 1291,
Tel: +258 21308840 / 308815,
Fax: +258 21 308881
Telemóvel: +258 82 3025430 / +258 82 3025910
Pessoa de Contacto: Director Geral – Pedro Paulino
5 CONSULTOR E EQUIPA TÉCNICA
ix
O Estudo de Impacto Ambiental e Social foi inicialmente preparado por uma empresa de
Consultoria, a Austral-Cowi, contratada pelo Millenium Challenge Account (MCA) num
contexto de um programa de melhoramento e expansão dos sistemas de abastecimento de
água, saneamento e drenagem às Cidades de Nacala, Mocuba e Gurùé e das Obras de
Melhoramento dos Sistemas de Abastecimento de Água em Monapo e Montepuez. Para a
presente revisão do EIAS, o FIPAG contratou o Consultor Independente, Eduardo Langa que
teve a responsabilidade de actualizar o estudo tendo em conta mudanças ocorridas na área do
projecto desde que o EIAS inicial foi efectuado, bem como a actualizacao das Leis que regem
o processo de avaliação de impacto ambiental e social de projectos em Mocambique.
6 ENQUADRAMENTO LEGAL
De acordo com a Lei do Ambiente (Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro) todas as actividades
públicas ou privadas com potencial para influir sobre as componentes ambientais, devem ser
precedidas de uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), com vista a obtenção de uma
Licença Ambiental (LA) emitida pela autoridade responsável pelo licenciamento ambiental
das diferentes actividades que é o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental
(MICOA) actualmente MITADER, através da Direcção Nacional de Avaliação de Impacto
Ambiental (DNAIA). Esta Lei baseia-se especialmente no princípio da precaução que incide
em evitar a ocorrência de impactos ambientais negativos significativos ou irreversíveis,
independentemente da existência de certeza científica sobre a ocorrência de tais impactos
ambientais sobre o meio ambiente.
A Lei do Ambiente define o processo de avaliação de impacto ambiental como sendo um
instrumento de prevenção para a gestão ambiental de projectos e que apoia o Governo de
Moçambique na tomada de decisão quanto à atribuição da licença ambiental para o
desenvolvimento de projectos. O licenciamento ambiental precede qualquer outra licença
legal requerida. O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental é regulamentado pelo
Decreto n.º 45/2004, de 29 de Setembro, que recentemente viu algumas das suas cláusulas a
ser revistas por intermédio do Decreto n.º 42/2008 de 4 de Novembro, revogado pelo decreto
no 54/2015 de 31 de Dezembro.
Os Processos de Auditoria Ambiental e de Inspecção Ambiental são regulamentados,
respectivamente, pelos Decretos n.º 32/2003, de 20 de Agosto e n.º 11/2006, de 15 de Julho.
O regulamento relativo ao Processo de Auditoria Ambiental (Decreto nº 32/2003, de 20 de
Agosto) indica que qualquer actividade pública ou privada pode ser objecto de auditorias
ambientais públicas (realizadas pelo MITADER), ou privadas (internas). A entidade alvo de
auditoria deve facultar aos auditores o livre acesso aos locais a serem auditados, bem como
toda a informação solicitada. Enquanto isso, o Regulamento relativo a Inspecções Ambientais
(Decreto nº 11/2006, de 15 de Julho), regula os mecanismos legais de inspecção de actividades
públicas e privadas, que directa ou indirectamente são passíveis de causar impactos negativos
no ambiente. Este diploma tem como objectivo regular a actividade de supervisão, controlo e
fiscalização do cumprimento das normas de protecção ambiental a nível nacional.
7 ESTUDOS ESPECIALIZADOS A SEREM EFECTUADOS
Esta fase envolverá a revisão e actualização do Estudo de Impacto Ambiental e Plano de Gestao
Ambiental e Social, com vista a assegurar a avaliação pormenorizada dos impactos ambientais
x
associados ao projecto e a sua mitigação, garantindo a integração da componente ambiental nas
decisões de projecto (opção pela alternativa ambientalmente mais sustentável), envolvendo uma
vez mais a Participação Pública. A elaboração do EIA terá como base a recolha de dados primários,
dados secundários, estudos de gabinete, visitas de campo incluindo vários instrumentos de
pesquisa tais como entrevistas, questionários, recolhas de amostras, consultas e reuniões públicas
dentre outras metodologias.
Estudos especializados serão desenvolvidos nos domínios relevantes para o projecto, com
objectivo de identificar os impactos da actividade tanto na fase de construção como na fase de
operação sobre o ambiente natural e social receptor. Os resultados destes estudos serão incluídos
no Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA). Neste contexto, com vista à persecução dos
objectivos enunciados, os trabalhos e estudos ambientais a desenvolver seguirão a estrutura
metodológica preconizada relativamente à mencionada primeira fase de Estudo de Pré-Viabilidade
Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA).
O art.º 11 do Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto n.º
45/2004, de 29 de Setembro) recomenda a indicação dos estudos especializados a serem levados a
cabo na fase de EIA. Neste contexto, as principais componentes ambientais que merecerão estudos
detalhados durante o EIA são as seguintes:
• Águas – Serão destacadas as componentes de Captação, Tratamento, Adução (transporte) e
Armazenamento;
• Geologia e solos – Levantamento das condições geológicas e de solos que podem influenciar
ou serem influenciadas pelo projecto;
• Ecologia – Far-se-á a descrição do meio biológico terrestre e marinho e as possíveis
interacções resultantes das actividades do projecto e a identificação das espécies de plantas e
animais que podem ser afectadas. Os estudos de especialidade abordarão, com o devido
detalhe, os habitats terrestres e aquáticos, os biotas que estes suportam (atendendo à
especificidade de cada um dos principais grupos/classes. Os Consultores responsáveis pelos
estudos bióticos irão rever criticamente a informação bibliográfica disponível sobre o meio
biótico.
• Gestão de resíduos sólidos – será feita uma análise sobre:
− Descarte da tubagem de asbestos cimento que será substituída e implicações ambientais de
manter a tubagem enterrada depois de desactivada.
− Tratamento que será dado a lama produzida no tratamento de água que é rica em sulfato de
alumínio. Legislação moçambicana e internacional sobre manuseamento, tratamento e
deposição de lixos perigosos será usada.
• Condição Socioeconómica
− Dados de população e suas projecções;
− Infra-estruturas existentes;
− Divisão Administrativa e Organizacional
− Condições de vida da população;
− Capacidade de pagar;
− Emprego/desemprego na região;
xi
− Padrões de Uso do Solo com especial referência para questões de ordenamento – descrição do
tipo de ordenamento e suas implicações no reassentamento;
− Fontes alternativas de abastecimento de água (rede de água, poços, riachos) e o impacto que o
projecto terá sobre essas fontes alternativas;
− Locais arqueológicos e locais sagrados;
• Delimitação do Âmbito do Reassentamento.
Para além destes estudos acima listados, durante a fase de EIA serão analisadas questões
transversais como:
• Género – de forma a identificar:
− Benefícios que as mulheres irão ter com o melhoramento e expansão do sistema de
abastecimento de água;
− As implicações da fase de construção nas relações de género e como estas influenciarão o
projecto;
− A relação que um sistema de abastecimento de água melhorado terá nos hábitos higiénicos da
comunidade onde a mulher desempenha um papel relevante;
− Possíveis mudanças no sistema social com a redução do tempo necessário para obtenção de
água;
• HIV/SIDA – definição do tipo de estratégia de controle da propagação de HIV no sector de
trabalho;
• Tráfico de crianças – o aumento de movimento nas áreas de trabalho poderá criar condições
favoráveis para o tráfico de menores. O EIA procurará através do PGA definir estratégias que
limitem a ocorrência destes fenómenos;
• Impactos do projecto no cumprimento dos objectivos de desenvolvimento do milénio para o
abastecimento de água urbana.
8 METODOLOGIA
A elaboração do EIA terá como base a recolha de dados primários, dados secundários, estudos de
gabinete, visitas de campo incluindo vários instrumentos de pesquisas como entrevistas, recolhas
de amostras, consultas públicas dentre outras metodologias. Estudos especializados serão
desenvolvidos nos vários domínios relevantes para o projecto, com o objectivo de identificar os
impactos da actividade tanto na fase de construção como na fase de operação. Os resultados destes
estudos serão incluídos no Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA).
O processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) tem por objectivo apoiar a tomada de
decisão relativamente ao licenciamento ambiental de uma actividade, nele se incluindo a definição
do nível de avaliação ambiental requerido (Screening), já efectuada, a definição do âmbito do
Estudo de Impacto Ambiental (Scoping) e a fase de estudos especializados.
Outra componente do Processo de AIA, cuja importância é realçada na legislação aplicada, é o
Processo de Participação Pública (PPP), cujas regras se encontram detalhadas nas Directrizes do
Processo de Participação Pública, estipuladas no Diploma Ministerial n.º 130/2006.
9 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA – DIAGNÓSTICO
AMBIENTAL
Esta actividade consistirá na elaboração de um diagnóstico ambiental, sobre os seus vários
xii
aspectos, fundamentado na análise e descrição, dirigida e interpretativa, da área a ser afectada pelo
projecto para o ano horizonte considerado, sem a implementação do projecto.
O objectivo principal desta etapa de caracterização e análise da situação de referência será
estabelecer um quadro de referência das condições actuais do ambiente da região a ser afectada
pelo projecto em apreço, antes da sua implementação. Para cada componente ambiental deverão
ser desenvolvidos estudos de caracterização da situação de referência sem o empreendimento, com
recurso a metodologias específicas, consoante a natureza dos aspectos ambientais em causa, a
escala de análise e a área de estudo. Neste diagnóstico serão identificadas as zonas sensíveis e
aspectos ambientalmente críticos, de forma a definir uma hierarquia de sensibilidade dos diversos
locais.
A caracterização será fundamentada no levantamento, análise e interpretação de informações
obtidas através de pesquisa bibliográfica, de medições e levantamentos de campo e de contactos
com interlocutores privilegiados, locais e regionais.
A caracterização deverá ser dirigida, com maior acuidade, para aqueles aspectos para os quais
espera-se impactos de maior significado, visando apoiar a posterior avaliação das alterações
induzidas pelo empreendimento.
10 MÉTODOS DE ESTUDOS PARA CADA COMPONENTE DE ESTUDO
Diferentes metodologias serão aplicadas para estudar as diferentes componentes ambientais do
projecto, destacando-se:
• Água (estudos de gabinete sobre os recursos hidrológicos, recolha e análise de amostras de
água, de acordo com os padrões nacionais e internacionais);
• Ecologia (estudos de gabinete, visita de campo para identificar e descrever o meio biológico e
as possíveis interacções resultantes das actividades do projecto);
• Geologia e solos (estudos de gabinete). No EIA deverão ser analisadas as formações
geológicas, litológicas e respectivos graus de consolidação, com vista à identificação de
eventuais zonas críticas com o objectivo de avaliar os impactos mais significativos que poderão
ocorrer na fase de construção e/ou exploração do empreendimento, os quais serão
correctamente identificados e cartografados, definindo-se os pontos críticos, gerais e
localizados, para os quais se indicarão as medidas mitigadoras consideradas mais ajustadas a
cada caso, bem como medidas de integração paisagística que minimizem os impactos visuais
expectáveis, de acordo com as intervenções e o movimento de terras esperado (com particular
atenção na escolha e exploração de pedreiras e de escombreiras);
• Socioeconomia (estudos de gabinete, visitas de campo, entrevistas aos agregados familiares e
outras entidades afectadas, resultados da consulta pública, análise com guias internacionais
como IFC (Performance Standards, WB OP 4.12);
• Arqueologia e locais sagrados (estudos de gabinete, vistas de campo e entrevistas aos
agregados familiares).
11 METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DOS POTENCIAIS
IMPACTOS
A essência da análise de impactos reside na elaboração e comparação de cenários ambientais: o
xiii
quadro ambiental sem o empreendimento servirá como situação de referência, contra o qual será
confrontado o cenário que considera as tendências ambientais com a implantação do projecto, de
forma a possibilitar a:
• Identificação dos impactos: definição dos potenciais impactos associados às acções geradoras
consideradas;
• Previsão dos impactos: determinação das principais características e magnitude dos impactos;
• Determinação das principais características e magnitude dos impactos: caracterização e
determinação da importância de cada impacto em relação ao factor ambiental afectado, quando
analisado isoladamente.
• Identificar as medidas de mitigação incluindo alternativas.
Tendo em atenção a optimização dos recursos necessários para a realização dos estudos, na análise
global dos impactos foram adoptados métodos do tipo:
• Analogias com casos similares;
• Análise de listagens de controlo ("checklists") e de matrizes de interacção;
• Consulta a especialistas;
• Preocupações e expectativas das Partes Interessadas e Afectadas.
Os potenciais impactos ambientais a serem avaliados no EIA foram identificados também com
base em:
• Consultas com representantes do FIPAG
• Reconhecimento de campo a áreas potencialmente afectadas;
• Revisões literárias de estudos semelhantes; e
• Experiência adquirida em estudos anteriores de natureza semelhante.
A análise preliminar dos impactos realizou-se com base nas características referidas e em outras
informações, tais como a percepção das expectativas da população, as características dos locais e
dos aspectos ambientais considerados críticos e/ou sensíveis e a capacidade de recuperação do
meio, entre outras.
Foram também avaliados impactos cumulativos ou impactos associados a projectos
complementares, associados ou subsidiários, de modo a assegurar uma avaliação tão completa
quanto possível dos impactos ambientais associados à implementação do presente
empreendimento.
Os impactos serão avaliados, para as áreas indicadas na Tabela 1, segundo os critérios
internacionalmente aceites: natureza, extensão, duração, reversibilidade e intensidade dos
impactos, probabilidade de ocorrência, status do impacto e grau de confidência das previsões dos
impactos identificados.
Baseado na síntese da informação contida no procedimento acima descrito, os potenciais impactos
serão avaliados em termos de critérios como significância, baixa média ou alta, com recurso a uma
matriz. A análise dos impactos será apresentada concisamente em termos de localização, tempo
esperado de ocorrência e importância quantitativa.
Natureza do impacto: Uma avaliação do tipo de efeito que a operação teria no ambiente afectado
ou no projecto, incluindo o que é que está para ser afectado e como (negativo/positivo);
xiv
Extensão do impacto: Uma descrição da extensão geográfica do impacto como local, nacional,
regional ou além fronteiras (localizado/disperso);
Tabela 1– Lista de áreas de avaliação de impactos
GRANDES TEMAS
AMBIENTAIS
ASPECTOS AMBIENTAIS
Meio Físico
Clima e Qualidade do Ar
Geologia e Geomorfologia
Recursos Hídricos (quantidade e qualidade,
hidrogeologia, usos da àgua)
Ruído
Paisagem
Meio Biótico
Habitats, Flora e Vegetação
Fauna Terrestre
Ecossistemas Aquáticos
Meio Socioeconómico
Divisão Administrativa e Organizacional
Aspectos Demográficos
Actividades Económicas
Infra-estruturas e Serviços
Padrões de Uso do Solo
Património Cultural
(Antropológico/Sagrado/Arqueológico)
Magnitude (ou grau de afectação da componente ambiental): baixa, moderada, elevada.
Duração do impacto: Uma avaliação da longevidade do impacto como curto, médio ou a longo
prazos, ou permanente;
Intensidade: Uma avaliação sobre se o impacto é destrutivo ou benigno, classificado como baixo,
médio ou alto. Vai ser feito um esforço para quantificar a magnitude dos impactos e esboçar a
lógica usada;
Probabilidade de Ocorrência: Uma avaliação da probabilidade de o impacto ocorrer como
improvável (pouca probabilidade), provável (clara possibilidade), muito provável (elevada
probabilidade) ou definitiva (o impacto irá ocorrer independentemente de quaisquer medidas de
prevenção);
Grau de confiança: Uma declaração de confiança (baixa, media ou alta) nas previsões baseadas
na informação existente e nível de conhecimento e perícia;
Grau de significância: Com base numa síntese da informação contida no procedimento acima
descrito, os potenciais impactos serão avaliados em termos dos seguintes critérios de significância:
• Insignificante: os impactos não influenciam, seja de que maneira for, a actividade proposta
e/ou o ambiente.
• Pouco significante: os impactos terão pouca influência sobre a actividade proposta e/ou o
ambiente. Esses impactos não requerem modificação da concepção do projecto ou mitigação
alternativa.
xv
• Significância moderada: os impactos terão uma influência moderada sobre a actividade
proposta e/ou o ambiente. Os impactos podem ser melhorados por via de uma modificação na
concepção do projecto ou pela implementação de medidas efectivas de mitigação.
• Muito significante: os impactos terão grande influência sobre a actividade proposta e/ou
o ambiente. Os impactos podem ter uma implicação “não prosseguimento” independentemente da
implementação de quaisquer medidas de mitigação.
12 IDENTIFICAÇÃO DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E MELHORAMENTO
Neste tópico deverão ser apresentadas as medidas que venham a minimizar ou eliminar impactos
adversos analisados, abrangendo as áreas de implantação e influência do projecto separadamente
as fases de implantação e operação as quais sofrerão uma integração posterior no PGAS. Devem
também ser incluídas as medidas para redução das frequências e das ocorrências de riscos.
Os consultores farão recomendações sobre como minimizar os impactos negativos. Estas medidas
deverão incluir os seguintes aspectos:
• Objectivos da mitigação;
• Medidas de mitigação ou acções de melhoramento;
• Como implementar as medidas de mitigação e acções de melhoramento.
As medidas de mitigação serão classificadas quanto a:
• Sua natureza: preventiva ou correctiva inclusive os sistemas de controlo ambiental avaliando
a sua eficácia em relação aos critérios de qualidade ambiental e padrões de deposição de
efluentes, emissões e resíduos;
• Fase do projecto em que deverão ser adoptadas: implantação, operação e para o caso de
desactivação e acidentes;
• Factor ambiental a que se aplicam: físico, biológico ou socioeconómico;
• Prazo de permanência da sua aplicação: curto, médio ou longo;
• Responsabilidade pela sua implantação: proponente, poder público, empreiteiro ou outros, para
os quais serão especificados claramente as responsabilidades de cada um dos envolvidos;
• Sua exequibilidade (em termos de meios, recursos, tecnologia, etc.). Deverão ser mencionados
os impactos adversos que não poderão ser eliminados ou evitados, indicando as medidas
destinadas à sua compensação.
As medidas mais complexas, que envolvam uma metodologia particular de trabalho com a
finalidade de obter-se a mitigação e/ou compensação de um ou mais impactos importantes, deverão
ser consolidadas em programas específicos de “Mitigação de Impactos”.
13 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL (PGAS)
Tendo em consideração a avaliação de impactos efectuada no âmbito do EIA, serão tidos em conta
os aspectos mais sensíveis que deverão ser acompanhados nas consequentes fases do projecto,
designadamente antes da construção, durante a obra e quando da sua exploração, para os quais
serão estabelecidos Programas de Monitorização para o período de vida do projecto, não se
esgotando com o seu licenciamento, nem terminando com a realização do EIA.
Desta forma, o Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) deverá estar bem estruturado com
toda a sistematização dos procedimentos a estabelecer e todos os registos comprovativos e demais
xvi
documentações relevantes, que assegurem a gestão ambiental da obra, a implementação das
medidas preconizadas no EIA, assim como um conjunto de programas de monitorização, que
visem avaliar de forma contínua a qualidade ambiental da área de influência do empreendimento.
Na formulação do PGAS serão apresentados os programas de acompanhamento e monitoramento
dos impactos e da eficiência das medidas mitigadoras nas diversas fases do projecto, entre outros,
os seguintes aspectos:
• Indicação e justificação dos parâmetros e indicadores seleccionados para a avaliação dos
impactos sobre cada um dos factores ambientais considerados;
• Apresentação e justificação da periodicidade de amostragem para cada parâmetro
seleccionado;
• Apresentação e justificação dos métodos a serem empregados no processamento das
informações levantadas, visando retratar o quadro de evolução dos impactos ambientais
causados pelo empreendimento;
• Cronograma de implantação e desenvolvimento das actividades de monitoramento;
• Indicação e justificativa dos métodos de recolha e análise de amostras;
• Indicação dos responsáveis.
No desenvolvimento dos trabalhos deverão ser contemplados, principalmente, os seguintes
programas:
• Programa de monitoramento dos recursos hídricos (controlo do escoamento para permitir o
uso múltiplo dos recursos hídricos, no local e a jusante do projeto; monitoramento da qualidade
das águas; acompanhamento da ocorrência do processo de assoreamento e de eutroficação,
etc.);
• Programa de monitoramento da implantação da estação ecológica e faixas de protecção
marginal ao reservatório;
• Programa de acompanhamento do processo de reassentamento da população;
• Programa de monitoramento da reestruturação, reorganização e implantação da infra-estrutura
económica e social (rodovias, energia eléctrica, escolas, hospitais, etc.);
A informação referenciada no PGAS servirá de base para o acompanhamento da efectividade do
projecto pelo Ministério da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) que será feito
através de auditorias ambientais, garantindo assim o cumprimento das directivas e recomendações
traçadas no documento.
Os objectivos gerais do PGAS deverão recomendar o seguinte:
• Prevenção e Mitigação – fundamenta-se no princípio da prevenção, indicando acções e
medidas de controlo e minimização dos impactos ambientais negativos mitigáveis, podendo
ser evitados, reduzidos ou controlados. Enquadram-se nesse tipo os programas:
− Gestão Ambiental de Obra,
− Educação Ambiental;
− Conservação do Património Histórico e Natural;
− Plano de Contingências de Acidentes;
xvii
• Correctivos – englobam as actividades entendidas como necessárias para colmatar e corrigir
impactos ambientais considerados reversíveis, através de acções de recuperação e
recomposição das condições ambientais satisfatórias e aceitáveis. Neste tipo, enquadram-se:
− Programa para Conservação da Flora e o Programa para Conservação da Fauna, (embora
ambos os programas devam incluir também acções de monitorização das medidas correctivas
implantadas);
• Monitorização – visam a adopção de programas sistematizados de acompanhamento e registo
ao longo do tempo, quer da evolução ambiental do meio como da ocorrência e intensidade dos
impactos e do estado dos componentes ambientais afectados, atendendo às medidas
minimizadoras entretanto implementadas.
• Compensatórios – destinam-se aos impactos ambientais avaliados como negativos cuja
ocorrência não pode ser evitada e nem mitigada. Em face da perda de recursos e valores
ecológicos, sociais, materiais e urbanos, as medidas indicadas destinam-se a compensar os
efeitos negativos decorrentes da implantação do empreendimento, procurando devolver à área
afectada condições semelhantes ou até melhores que as originais. Nessa categoria está incluído
o Programa de Compensação e Reassentamento, cuja elaboração deverá merecer destaque
especial, mas também Programas de Desenvolvimento Social destinados às comunidades
potencialmente afectadas;
• Plano de Gestão – visa integrar e analisar conjuntamente os programas propostos, de forma a
promover o acompanhamento contínuo dos resultados da implementação prática de todas as
acções ambientais previstas, além de manter o órgão ambiental informado a respeito. Neste
caso, inclui-se o Plano de Gestão Ambiental e Social– PGAS (que engloba todos os referidos
programas).
14 PLANO DE REASSENTAMENTO
Espera-se que a implementação do projecto de abastecimento de água, saneamento e drenagem
para a Cidade de Nacala afecte principalmente habitações, pequenos estabelecimentos comerciais
da população e outras infra-estruturas, campos de cultivo, culturas e árvores de frutas e outras
árvores diversas. A preparação de um plano de acção para o reassentamento irá seguir políticas,
directrizes e padrões do Banco Mundial e do Governo de Moçambique, especialmente a Política
de Reassentamento através do Decreto 31/2012 de 8 de Agosto, referente ao Regulamento do
Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas.
15 O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
De acordo com o Regulamento sobre o processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto
nº54/2015 de 31 de Dezembro) e a respectiva Directiva Geral para Participação Pública, no
Processo de AIA (Diploma Ministerial nº130/2006), a consulta pública em projectos de Categoria
A é obrigatória. Duas reuniões de consulta pública serão realizadas, uma durante a Fase de
Definição de Âmbito e a outra durante a Fase de Avaliação de Impacto e formulação do Plano de
Gestão Ambiental e Social. A consulta pública proporcionará aos intervenientes uma oportunidade
para influenciar a AIA.
xviii
O principal objectivo da consulta pública é o de obter questões que se constituam em preocupação
e sugestões para os benefícios acrescidos das partes interessadas e afectadas (PI&A’s), em tanto
que organizações ou individuais, e dar uma oportunidade para as PI&A’s comentarem sobre os
resultados da AIA. O processo serve como um fórum de recolha de preocupações, opiniões e
comentários sobre qualquer assunto que se considere relevante para se incluir no Estudo de
Impacto Ambiental, bem como para esclarecimento de eventuais aspectos sobre o projecto. Este
processo permite também que durante o período em que estiver a decorrer a AIA, exista um canal
de comunicação entre o público, os consultores e o cliente. Mais especificamente, os objectivos
do processo de consulta pública são os de providenciar informação às PI&A’s sobre o projecto
proposto e sobre o processo do AIA a fim de habilitá-las a:
Durante a Fase de Definição de Âmbito Ambiental da AIA (a primeira fase)
• Dar a conhecer às partes PI&A’s a metodologia a ser seguida no Estudo de Impacto Ambiental
e dar oportunidade de levantar questões, preocupações e sugestões relativamente a benefícios
e alternativas acrescidas;
• Contribuir para o conhecimento local;
• Apresentar o Relatório Preliminar do Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de
Âmbito (EPDA) e Termos de Referência (TdR) às PI&A’s e recolher questões/comentários,
para posterior incorporação na versão final do EPDA/TdR a ser considerados no Estudo de
Impacto Ambiental.
Durante a Fase de Avaliação do Impacto da AIA
Nesta fase será apresentado o Relatório Preliminar do Estudo de Impacto Ambiental (REIA) e
respectivo Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) do projecto às PI&A’s onde elas poderão:
• Verificar se os estudos especializados do EIA tiveram em consideração os assuntos levantados
na primeira fase;
• Comentar sobre as constatações e recomendações dos estudos realizados.
A reunião terá lugar na Cidade de Nacala onde todas as PI&As serão convidadas a participar na
reunião de consulta pública através de anúncios publicados em órgãos de informação oficiais assim
como de cartas especificamente dirigidas a certas entidades. O anúncio irá incluir o objectivo do
projecto, a data, a hora e o local da reunião. Para o caso do presente projecto, o grupo alvo é o
seguinte:
• Governo aos Níveis Nacional e Provincial
• Conselho Municipal da Cidade de Nacala
• Administração dos Distritos de Nacala
• Administração Nacional de Estradas
• FIPAG
• ARA-Norte
• DNAAS
• Grandes Consumidores de Água (Hospital Local, centro de formação de saúde,
empreendimentos turísticos e Outros)
• Telecomunicações de Moçambique
• Electricidade de Moçambique
xxv
LISTA DE MAMÍFEROS QUE OCORREM NA ÁREA DE ESTUDO
Nome científico Nome Comum (Em Inglês) Planície
costeira
Terras baixas
do interior
Montanha
s
Phacochoerus
aethiopicus
Wart hog (Javali africano) 1 1
Potamochoerus porcus Bush pig (Potamóquero vermelho) 1 1 1
Hippopotamus
amphibius
Hippopotamus (Hipopótamo) 1
Sylvicapra grimmia Common Duiker (Duiqueiro de
Grimm)
1 1
Cephalophus natalensis Red Duiker (Duiker vermelho de
natal)
1 1 1
Tragelaphus scriptus Bushbuck (Gazela pintada) 1 1 1
Tragelaphus strepsiceros Greater Kudu (Grande Kudu) 1 1
Tragelaphus oryx Eland (Elã)
Hippotragus niger Sable Antelope (Palanca Negra
Africana/Pala-pala)
1 1 1
Redunca arundinum Common Reedbuck (Cob Grande
dos Juncais)
1 1
Alcelaphus buselaphus Hartebeestes (boi-cavalo) 1 1
Connochaetes taurinus Blue wildebeeste (Gnu comum) 1 1 1
Aepyceros melampus Impala 1
Hippotigris quagga Burchell´s Zebra (Zebra Comum) 1 1 1
Diceros bicornis Black Rhinoceros (Rinoceronte
negro)
1 1
Heterohyrax brucei Yellow-spotted Rock Dassie
(Hirax-de-malha-amarela)
1
Procavia capensis Cape Dassie (Damão do cabo) 1 1
Loxodonta africana African Elephant (Elefante
Africano)
1 1 1
Orycteropus afer Aardvark (Urso formigueiro) 1 1
Manis (Smutsia)
temmincki
Temminck´s Ground Pangolin
(Pangolim)
1
Paraxerus flavovittis Striped Bush squirrel (Esquilo
oriental listrado)
1 1
Paraxerus palliatus Red Bush Squirrel (esquilo
vermelho)
1 1
Heliosciurus
rufobrachium
Red-legged Sun Squirrel 1 1
Hystrix africae-australis South African Crested Porcupine
(Porco-espinho)
1 1 1
Cricetomys gambianus Giant Gambiant Rat (Rato Gigante) 1
Thryonomys
swinderianus
Cane Rat (Rato Grande das Canas) 1
Thryonomys gregorianus Lesser Cane Rat (Rato Pequeno das
Canas)
1
Lepus whytei Whyte´s hare (Lebre de White) 1
Canis adustus Side-striped Jackal (Chacal listrado) 1
Lycaon pictus Hanting Dog (Mabeco, Cão do
Mato)
1 1
xxvi
Ictonyx striatus Stiped Polecat (Maritacaca,
Doninha-de-cheiro)
1 1
Mellivora capensis Ratel (Texugo de mel) 1 1 1
Genetta angolensis Angola genet (Geneta de Angola) 1 1 1
Genetta tigrina Large-spotted Genet (Geneta de
malhas grandes)
1 1 1
Civetis Civetta African Civet (Civeta africana) 1 1 1
Herpestes ichneumon Egyptian Mongoose (Manguço) 1 1 1
Galerella sanguinea Slender Mongoose (Manguço
vermelho)
1 1
Atilax paludinosus Marsh Mongoose (Manguço dos
pântanos)
1 1
Mungos Mungo Banded Mongoose 1 1
Ichneumia albicauda White-tailed Mongoose (Manguço
de cauda branca)
1
Helogale párvula Southern Dwarf Mongoose
(Manguço anão)
1 1
Crocuta crocuta Spotted Hyaena (Hiena malhada) 1 1 1
Panthera pardus Leopard (Leopardo) 1 1 1
Leptailurus serval Serval (Gato Serval) 1 1
Felis silvestris African Wild Cat (Gato Bravo
Africano)
1 1 1
Galago crassicaudatus Greater Bushbaby (Jagra grande,
Jagra gigante)
1 1 1
Galago senegalensis Lesser Galago (Jagra do Senegal,
Jagra pequena)
1 1
Papio cynocephalus Baboon (Macaco cão amarelo,
Babuíno)
1 1 1
Cercopithecus
albogularis
White-throated Guenon 1 1
Cercopithecus aethiops Green Monkeys (Macaco de cara
preta)
1 1 1
Erinaceus albiventris Fur-toed Hedgehog
Rhynchocyon cirnei Giant Elephant Shrew (Musaranho
elefante axadrezado)
1 1
Petrodromus
tetradactylus
Four-toed Elephant (Musaranho
elefante de quatro dedos)
1 1
xxxv
LISTA DE AVES QUE OCORREM NA ÁREA DE ESTUDO
Nome científico Nome Comum (em Português) Planície
costeira
Planície
do
interior
Terras
altas
Montanhas Estatuto Periodicidade
Bradornis pallidus Pale flycatcher (Papa-moscas pálido) 1 1 1 Comum Todo ano
Batis molitor South African black flycatcher 1 Comum Todo ano
Terpsiphone viridis Grey-headed Paradise flycatcher 1 1 1 Comum Sazonal
Melaenornis pammelaina Puff-back flycatcher (Papa moscas preto
africano)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Turdus lybonyanus Kurrichane thrush 1 1 1 Comum Todo ano
Monticola angolensis Mottled Rock-Thrush (Melro das rochas
de Miombo)
1 1 1 Comum Todo ano
Oenanthe pileata livingstonii Capped Wheater (Chasco de barrette) 1 1 1 Comum Sazonal
Cercomela familiaris Red-tailed Chat (Chasco familiar) 1 1 1 Comum Todo ano
Thamnolaea cinnamomeiventris Mocking cliff-chat 1 1 1 1 Comum Todo ano
Saxicola torquata caffra Stonechat (Cartaxo comum) 1 1 Muito Comum Todo ano
Saxicola torquata axillaris Stonechat (Cartaxo comum) 1 1 Muito Comum Todo ano
Euplectes macrourus Yellow-mantled widow-bird (Viúva de
dorso dourado/viúva de manto amarelo)
1 1 1 Rara Todo ano
Euplectes albonotatus White-winged widow-bird (Viúva de asa
branca)
1 Rara Todo ano
Euplectes ardens Red-collared widow-bird (Viúva de
colar vermelho)
1 1 1 Rara Sazonal
Lonchura cucullata Bronze Mannikin (Freirinha bronzeada) 1 1 1 1 Comum Todo ano
Oriolus larvatus Black- headed Oriole (Papa figos de
cabeça preta)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Oriolus auratus notatus African Golden Oriole (Papa figos
africano)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Dicrurus adsimilis Drongo (Drongo de cauda forcada) 1 1 1 1 Muito comum Todo ano
Dicrurus ludwigii Square-tailed Drongo (Drongo de cauda
quadrada)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Nilaus afer nigritemporalis Northern Brubru (Brubru) 1 1 1 1 Comum Todo ano
xxxvi
Nome científico Nome Comum (em Português) Planície
costeira
Planície
do
interior
Terras
altas
Montanhas Estatuto Periodicidade
Dryoscopus cubla Black-Backed Puff Back (Picanço de
almofadinha)
1 1 1 1 Muito comum Todo ano
Tchagra senegala Black-headed Bush Shrike (Picanço
assobiador de coroa preta)
1 1 1 1 Muito comum Todo ano
Telophorus nigrifrons Black-fronted Bush Shrike (Picanço de
peito preto)
1 1 Comum Todo ano
Chlorophoneus sulfureopectus Sulphur-breasted bush-shrike
Laniarius aethiopicus major Tropical Boubou (Picanço tropical) 1 1 1 1 Comum Todo ano
Laniarius aethiopicus
mossambicus
Tropical Boubou (Picanço tropical) 1 1 1 1 Comum Todo ano
Prionops plumata poliocephala Straight-crested Helmet shrike
(Atacador de poupa branca)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Corvus albus Pied crow (Seminarista) 1 1 1 1 Comum Todo ano
Corvus albicollis White-necked Raven (Corvo de nuca
branca)
1 1 Rara e marginal Todo ano
Lanius collaris humeralis Fiscal (Picanço fiscal) 1 1 Rara Todo ano
Coracina pectoralis White-breasted cuckoo-shrike
(Lagarteiro cinzento e branco)
1 1 1 Rara Todo ano
Coracina caesia Grey cuckoo-shrike (Lagarteiro
Cinzento)
1 1 Rara Todo ano
Campephaga sulphurata Black cuckoo-shrike 1 1 1 1 Rara Todo ano
Lamprotornis chloropterus
elisabeth
Lesser blue-eared glossy starling 1 1 Comum Todo ano
Lamprotornis chalybaeus sycobius Greater Blue-eared glossy starling 1 1 Comum Sazonal
Cinnyricinclus leucogaster
verreauxi
Violet-backed starling (Estorninho de
dorso violeta)
1 1 Comum Todo ano
Creatophora cinérea Wattled starling (Estorninho
caranculado)
1 1 1 Comum
Parus rufiventris masukuensis Cinnamon-breasted tit 1 Comum Sazonal
xxxvii
Nome científico Nome Comum (em Português) Planície
costeira
Planície
do
interior
Terras
altas
Montanhas Estatuto Periodicidade
Parus griseiventris Northern grey tit (Chapim do miombo) 1 Rara Sazonal
Riparia paludicola ducis African Sand Martin (Andorinha das
barreiras africanas)
1 1 Rara Todo ano
Riparia cincta Banded Martin (Andorinha de colar) 1 1 Comum Sazonal
Ptynoprogne fuligula African Rock Martin 1 1 1 Comum Sazonal
Hirundo smithii Wire-tailed swallow (Andorinha cauda
de arame)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Hirundo senegalensis monteiri Mosque swallow (Andorinha das
mesquitas)
1 1 Comum Todo ano
Hirundo abyssinica Striped swallow (Andorinha estriada
pequena)
1 1 1 1 Rara Todo ano
Hirundo semirufa Rufous-chested swallow (Andorinha de
peito ruivo)
1 Muito comum Todo ano
Chlorocichla flaviventris Yelow-bellied greenbul (Tuta amarela) 1 1 1 1 Comum Todo ano
Phyllastrephus terrestris Bristle-necked brownbul (Tuta da terra) 1 1 1 1 Comum Todo ano
Andropadus virens zombensis Little greenbul (Tuta pequena) 1 1 Comum Todo ano
Alseonax adustus subadustus Dusky Flycatcher 1 1 1 Muito comum Todo ano
Alseonax cinereus Ashy flycatcher 1 1 1 1 Comum Todo ano
Erythropygia leucophrys
zambeziana
White-Browed Scrub-Robin 1 1 1 Comum Sazonal
Calamocichla gracilirostris
leptorhyncha
Cape Reed Warbler (Rouxinol Pequeno
dos Pântanos)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Prinia subflava affinis Tawni-flanked prinia (Prinia de flancos
castanhos)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Apalis flavida neglecta Yellow-chested Apalis (Apalis de peito
amarelo)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Camaroptera brachyura Green-backed Camaroptera (Felosa de
dorso verde)
1 1 Comum Todo ano
Cisticola woosnami Trilling cisticola 1 1 1
xxxviii
Nome científico Nome Comum (em Português) Planície
costeira
Planície
do
interior
Terras
altas
Montanhas Estatuto Periodicidade
Cisticola cantans belli Singing cisticola (Fuinha cantora) 1 1 Comum Todo ano
Cisticola erythrops nyasa Red-Faced cisticola (Fuinha de faces
vermelhas)
1 1 Comum Sazonal
Cisticola galactotes suahelica Winding cisticola (Fuinha de dorso
preto)
1 Comum Todo ano
Cisticola fulvicapilla muelleri Piping cisticola (Fuinha de cabeça ruiva) 1 1 1 1 Comum Todo ano
Cossypha natalensis Red capped Robin-chat (Pisco do natal) 1 1 1 Muito comum Todo ano
Cossypha caffra iolaema Robin-chat (Pisco do Cabo) 1 Rara Sazonal
Cichladusa arquata Morning Warbler
Cinnyris venustus falkeinsteini Variable sunbird (Beija-flor de barriga
amarela)
1 1 1 Comum Todo ano
Cinniyris cuprea Copper Sunbird (Beija flor cobreado) 1 1 Rara Todo ano
Ploceus cucullatus Tecelão malhado (Black-headed village
weaver
1 1 1 Comum Todo ano
Anaplectes rubriceps Red-headed weaver (Tecelão de cabeça
vermelha)
1 1 Rara Todo ano
Quelea quelea lathamii Red-billed quelea (Quelea de bico
vermelho)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Quelea erythrops Red-headed quelea (Quelea de cabeça
vermelha)
1 1 Rara Sazonal
Euplectes hordeácea Black-winged red bishop (Cardeal
tecelão de coroa vermelha)
1 1 1 1 Comum Sazonal
Euplectes capensis Yellow Bishop (Viúva de rabadilha
amarela)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Pytilia afra Orange- winged pytilia (Aurora de dorso
amarelo)
1 Rara Todo ano
Lagonosticta jamesoni Jameson´s fire-finch 1 1 Rara e marginal Todo ano
Coccopygia melanotis Yellow-bellied waxbill (Bico de lacre de
garganta preta)
1 1 Rara Todo ano
xxxix
Nome científico Nome Comum (em Português) Planície
costeira
Planície
do
interior
Terras
altas
Montanhas Estatuto Periodicidade
Uraeginthus angolensis Cordon-Bleu (Peito celeste) 1 1 1 1 Comum Todo ano
Estrilda cavendishi Waxbil 1 1 1 1 Muito Comum Sazonal
Lonchura cucullata scutata Freirinha bronzeada (Bronze manikin) 1 1 1 1 Comum Todo ano
Lonchura nigreceps Rufous-backed manikin (Freirinha de
dorso vermelho)
1 1 1 Muito rara Todo ano
Vidua macroura Pin-tailed whydah Viuvinha 1 1 1 1 Rara Todo ano
Passer diffusus ugandae Grey-headed Sparrow (Pardal de cabeça
cinzenta)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Petronia superciliaris Yellow-throated petronia (Pardal de
garganta amarela)
1 1 1 Comum Todo ano
Motacilla aguimp African pied wagtail (Alvéola preta e
branca)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Motacilla clara mountain wagtail (Alvéola de cauda
comprida)
1 1 1 1 Comum Todo ano
Anthus richardi lacuum Richard´s pipit 1 1 Comum Sazonal
Anthus lineiventris
Striped pipit (Petinha estriada) 1 Residente Sazonal
Macronyx croceus Yellow-throated long claw (Unha longa
amarela)
1 1 1 Rara e marginal Todo ano
Macronyx ameliae Rosy-breasted long claw
Serinus sulphuratus Brimstone canary (Canário grande) 1 1 1 1 Comum Todo ano
Serinus mennelli Black-eared seed eater (Chamarico de
mascarilha)
1 1 1 Marginal Todo ano
Emberiza paradisaea Paradise whydah 1 1 Comum Todo ano
Emberiza flaviventris Golden-breasted bunting (Escrevedeira
de peito dourado )
1 1 1 1 Comum Todo ano
Emberiza cabanisi Cabani´s Bunting (Escrevedeira de
cabanis)
1 Rara Todo ano
xl
Nome científico Nome Comum (em Português) Planície
costeira
Planície
do
interior
Terras
altas
Montanhas Estatuto Periodicidade
Fringillaria tahapisi Cinnamon-breasted rock-bunting 1 1 1 1 Comum Sazonal
94 108 71 97
xlvi
RELATÓRIO DA REUJIÃO DA CONSULTA PÚBLICA
ACTA DA REUNIÃO DA CONSULTA PÚBLICA
Locais e Datas de Reunião das Consulta Públicas
Local Data
Posto Administrativo de Barragem (EPC da
Barragem)
17/04/2019
Cidade de Nacala Velha (Thamole Lodge) 18/04/2019
xlvii
1 Introdução e Objectivos da Consultas Públicas
O Fundo de Investimentos e Património para o Abastecimento de Água (FIPAG) contratou
serviços de consultoria para a Revisão do Estudo de Impacto Ambiental e Social (EIAS) e
Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) do Projecto de Reabilitação e Expansão do
Sistema de Abastecimento de Água à Cidade de Nacala. O EIAS e o PGAS iniciais haviam
sido elaborados pelo Consórcio Burnside, AustralCowi e Consultec no âmbito do
financiamento do Millennium Challenge Account (MCC).
É neste contexto que o consultor, em coordenação com FIPAG, levou acabo reuniões de
Consulta Pública, de acordo com o Regulamento sobre o Processo de AIA (Decreto
54/2015, de 31 de Dezembro), assim como o Diploma Ministerial no. 130/2006, de 9 de
Julho sobre o Processo de Participação Pública (PPP), nos dias 17 de Abril de 2019, na
EPC da Barragem, Posto Administrativo do mesmo nome, no Distrito de Nacala-à-Velha
e no dia 18 de Abril de 2019 no Thamole Lodge, na Cidade de Nacala. Esta reunião tinha
entre outros objectivos os seguintes:
• Informar ao Público sobre o WASIS II e a necessidade de revisão do Estudo do Impacto
Ambiental e Social (EIAS) e do Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) do
Projecto de Abastecimento de água para Cidade de Nacala.
• Divulgar o Relatório do EIAS – Versão Actualizada do estudo feito pela Burnside/
AustralCowi/Consultec) no âmbito do MCC.
• Recolher contribuições das partes interessadas, pessoas envolvidas e/ou afectadas sobre
os potenciais impactos e medidas de mitigação.
• Finalizar a revisão do AIAS/PGAS com base nos inputs adicionais recolhidos nas
reuniões de auscultação de pessoas interessadas e afectadas pelo projecto de
reabilitação e expansão do sistema de abastecimento de água à Cidade de Nacala.
Nas reuniões de consulta pública participaram 50 pessoas conforme a distribuição abaixo:
Local Número de Participantes
Posto Administrativo da Barragem, Distrito de
Nacala-a-Velha, EPC de Barragem 44
Cidade de Nacala, Thamole Lodge 06
Total 50
2 Apresentação do Projecto e dos Resultados do EIAS
Depois de saudar e desejar as boas vindas a todos os participantes, o consultor referiu a
consulta pública é um procedimento legal e obrigatório em qualquer projecto de
desenvolvimento susceptível de gerar impactos negativos sobre o ambiente biofísico e
xlviii
socioeconómico. O projecto de reabilitação e expansão do sistema de abastecimento de
água, por envolver obras de construção e reabilitação poderá causar danos ao ambiente e
às pessoas que vive na área de impacto directo do projecto caso medidas de mitigação dos
impactos negativos não sejam previamente pensadas e implementadas. O EIAS e o PGAS
são instrumentos que visam a identificação prévia dos potenciais impactos ambientais e
sociais e elaboração das medidas com vista a sua eliminação, redução ou
compensação/reassentamento das pessoas afectadas.
O Consultor do projecto já fez o seu trabalho de identificação dos potenciais impactos e as
respectivas medidas de mitigação e esta reunião de consulta pública visa principalmente
informar os stakeholders sobre esses impactos e medidas propostas e obter as suas opiniões
e preocupações de modo a melhorar estes instrumentos de gestão ambiental e social.
Em seguida o consultor fez a apresentação tendo abordado os seguintes tópicos.
Objectivos da reunião;
Visão geral do projecto;
Localização do Projecto;
Sistema Actual de Abastecimento de Água;
Actividades a desenvolver no âmbito da
Reabilitação e Expansão do Sistema;
Âmbito e Objectivos do EIAS;
Possível PAR e Objectivos;
Quadro Legal;
Potenciais Impactos Positivos;
Potenciais Impactos Ambientais Negativos;
Principais Conclusões e Recomendações;
Resultados Esperados da Reunião de
Consulta Pública.
3 Síntese das Questões Levantadas e Resultados do PPP
Depois da Apresentação, feita sem interrupção, todos os participantes foram dadas
oportunidades para levantar questões, solicitar esclarecimento e expressar suas opiniões
com enfoque aos impactos ambientais e sociais e medidas de mitigação.
Na tabela abaixo são apresentadas as questões/contribuições feitas pelos participantes em
cada local bem como as respostas/comentários feitos pelo Consultor.
Distrito: Nacala-à-Velha
Data: 17/04/19
Local: Escola Primária Completa da Barragem, Posto Administrativo da Barragem,
Distrito de Nacala a Velha
Participantes: Vide lista de presenças e fotografias
xlix
Síntese de questões discutidas
PI&A Comentário/Questão Resposta
Elisa J. M.
Leonel,
Directora de
SDAE
Começou por saudar o projecto de Abastecimento de
Água à Nacala na medida em que vai melhorar o
acesso à agua e qualidade de vida das populações.
Questionou como serão tratadas as benfeitorias que
venham a ser afectadas pelo projecto, nomeadamente,
perda de porção de terra, infraestruturas, árvores e
culturas, etc.. Não percebi se o projecto terá o
reassentamento ou trata-se apenas de questões
ambientais.
O projecto tem potencial de afectar propriedades e activos das
populações. Contudo neste momento, não temos detalhes sobre o
alinhamento da conduta adutora. Não sabemos se será ao longo da
conduta actual ou uma outra via. Depois de decisão do FIPAG sobre o
alinhamento da nova conduta, será necessário um levantamento
socioeconómico que irá determinar o nível e tipo de impactos sobre
pessoas e bem como a elaboração do respectivo plano de acção para o
reassentamento (PAR).
Sanade Panur
Chala - Chefe
do Posto
Administrativo
de Muanona
Começou por saudar o projecto de abastecimento de
água à Cidade de Nacala, tendo depois comentado que
este projecto não é novo. A primeira vez que o projecto
foi lançado no âmbito do MCC tiveram reuniões
similares de auscultação pública. No entanto, quando
o projecto foi descontinuado a população não foi
informada sobre desativação do projecto,
simplesmente os promotores e o empreiteiro
abandonaram sem deixar rasto e deixaram pendentes
atrás, criando problemas sério para o Governo local
com as populações.
Por fim solicitou que as reuniões públicas sejam
realizadas do principio até ao fim do projecto mesmo
que as coisas não venham a correr bem.
Tomamos nota sobre este comentário. De facto o processo de consulta
não termina com a aprovação dos instrumentos de gestão ambiental. As
consultas públicas devem continuar na fase de implementação do
projecto.
l
PI&A Comentário/Questão Resposta
Hélder
António,
Director
Adjunto da
EPC Barragem
Saudou em primeiro lugar a realização da reunião de
consulta pública em antecipação ao Projecto de
Reabilitação e Expansão do Sistema de Abastecimento
de Água à Cidade de Nacala, tendo comentado que o
gesto é digno de maior apreço pois isto é sinal de
desenvolvimento. Conduto, referiu, quando o
desenvolvimento aumenta, trás consigo outros
problemas. Por exemplo, referiu os índices de
criminalidade e prostituição poderão aumentar com o
advento do projecto.
Finalmente solicitou que a população do Posto
Administrativo de Barragem, local onde se localiza a
principal fonte de água para o abastecimento da cidade
de Nacala, devia beneficiar duma tarifa de água
bonificada, uma vez serem a população local está
desprovidos de meios económicos para fazer face à
tarifa de água que os citadinos de Nacala conseguem
pagar. A população local sobrevive na base da
agricultura e a renda familiar é extremamente baixa.
Alguns desses impactos, por exemplo a prostituição estão previstas no
plano de gestão ambiental e social. É por isso que recomendamos
medidas de mitigação como por exemplo as campanhas de
sensibilização das populações com enfoque para a rapariga sobre
comportamento sexual saudável e seguro para evitar infeções com vírus
de HIV. Outras medidas incluem restringir o acesso ao acampamento
do empreiteiro. Porém sabemos que trabalhadores da obra vão à
comunidade e é por isso que mais do que medidas de policiamento a
educação das comunidades sobre riscos de prostituição são
recomendados.
Tomamos notas sobre os riscos de criminalidade e medidas adequadas
serão propostas no PGAS.
Quanto à tarifa bonificada para a população de baixa renda da
Barragem, foi esclarecido que normalmente o FIPAG tem uma tarifa
social para populações de baixa renda. Nalguns pontos até providencia
fontenários públicos cuja gestão é feita por privados ou comités de água
com cobranças simbólica em consideração a situação económica dos
utentes. Todavia, caberá ao FIPAG responder em devida altura esta
solicitação.
li
Graciano
Décinio,
Técnico de
Campo da
Save the
Children -
Nacala
Saudou o projecto de abastecimento de água para
Nacala e tomou nota dos potenciais impactos e as
respectivas medidas de mitigação. Recomendou que o
FIPAG, sendo o proponente do projecto, deverá fazer
o acompanhamento directo da implementação destas
medidas pois se depender apenas do empreiteiro, nada
acontecerá. Temos visto empreiteiros a passar por
cima de regras e sem qualquer respeito pela população
local. “Precisamos de água, mas também queremos
que nos respeitem”, rematou.
Acrescentou que durante a apresentação, mencionou
que o projecto irá ressarcir toda a pessoa que tiver seus
bens afectados pelo projecto. Porém, vezes sem conta
tem havido disputas que resultam do facto de não
haver acordo no valor da compensação. Como
proceder nestes casos?
Finalmente gostaria de saber quando efectivamente o
projecto começa?
Foi esclarecido que o FIPAG terá sim a última responsabilidade na
implementação das medidas de mitigação previstas no PGAS.
Normalmente o proponente da obra para além da contratação do
empreiteiro que é a empresa que vai executar a obra, contrata também
um fiscal de obra. Para além das questões técnicas, o fiscal da obra
assegura também que as obras estão a ser executadas em respeito e
preservação do meio ambiente e propriedades privadas. Para além
destes serão criados comités locais de acompanhamento do projecto
que poderá chamar à razão qualquer desvio na implementação do
PGAS.
O cálculo das compensações é feita na base de legislação aprovada pelo
governo. O que muitas vezes cria problema é a falta de partilha com as
populações afectadas dos métodos de cálculos usados. No caso das
culturas e árvores, por exemplo, as tabelas usadas são fornecidas pela
Direcção Provincial da Agricultura e Segurança Alimentar. O consultor
não tem como inventar outros cálculos. Todavia, em caso de disputa,
está previsto um mecanismos de apresentação e resolução de queixas,
com diferentes níveis desde ao nível local, posto administrativo,
distrito/município até as instancias superiores incluindo fóruns legais
(tribunais). Nós recomendamos sempre que as disputas sejam
resolvidas localmente através dos comités criados para o efeito.
Não temos dadas para o arranque do projecto. Estamos na fase de
revisão do EIAS/PGAS e se seguira a fase de desenhos técnicos e
depois a fase da obra. Sabe-se que o projecto tem uma duração de 6
anos e o sistema a ser construído está dimensionado para a demanda de
lii
PI&A Comentário/Questão Resposta
água em 2029.
Emídio
Mariano,
Líder
Comunitário
do 1º Escalão
Começou por gradecer a retoma do projecto de
Abastecimento de água para depois comentar que no
projecto anterior havia muito fecalismo a céu aberto
protagonizado pelos trabalhadores da obra,
produzindo na zona um mau cheiro.
Quando os líderes procurasse saber sobre essa falta de
higiene, estes diziam que nós fomos trazido aqui.
O empreiteiro não tinha um bom relacionamento com
os líderes locais.
Nós como falamos a língua local (Macua) tínhamos
limitação para lidar com o empreiteiro.
Solicitamos que estas coisas não volte a acontecer no
novo projecto.
O consultor questionou se o empreiteiro não tinha no local da obra
sanitários móveis ao que foi respondido que tinha mas que a sua gestão
era péssima por isso que muitos trabalhadores preferiam ir fazer
necessidades no mato.
Vamos recomentar não só medidas atinentes à colocação de sanitários
públicos, como também esvaziamento regular e limpeza dos lavabos.
Vamos recomendar a realização de reuniões regulares entre o
empreiteiro, fiscal, FIPAG, Governo local e os Comités Locais de
acompanhamento onde serão usadas as línguas Portuguesa e Macua
com tradução simultânea. Não será possível que todos façam parte dos
comités mas apenas um grupo restrito e através destes a informação do
projecto será difundida a todas as partes interessadas/afectadas.
liii
Ali
Nahemelana,
Líder
Comunitário
do 2º Escalão
de Magene-
Sede
Levantou para reforçar as palavras do chefe do Posto
de Administrativo de Muanona. De facto chegada do
projecto a Nacala foi bastante acompanhada e as partes
envolvida tinham um bom comportamento. Porém a
interrupção foi abrupta e sem nenhuma informação
para as partes interessadas e afectadas pelo projecto.
Ficaram para trás muitos problemas. O projecto fez
levantamentos dos bens que seriam afectados num
corredor de impacto para implantação da conduta
bastante estreito e esses bens foram devidamente
compensadas. Quando o empreiteiro entra em acção,
através das suas máquinas enormes invadiu áreas com
culturas e machambas fora do corredor de impacto. A
população rebelou-se mas não havia vontade de
ninguém para resolver o problema. Foi então feito o
levantamento das pessoas e bens afectadas nestas
circunstancias que não chegaram a ser compensados e
encaminhada ao Distrito de Nacal-a-Velha depois de
passar do Posto Administrativos para um visto.
Agora estou preocupado, pois quando fui convocado
para esta reunião a população de Magene Sede tem
espectativa de que vimos receber solução dos
problemas criados pelo projecto passado. Assim que
regressar e informar que ainda não há solução não sei
o que será de mim pois as máquinas estão de voltam
para arrasar as nossas culturas e árvores.
O Consultor questionou se na altura dos factos, para além da elaboração
das listas das pessoas que perdem culturas e árvores, houve o cuidado
de se fazer o registo fotográfico das árvores e culturas esmagadas pelas
máquinas ao que foi negativamente respondido.
O consultor esclareceu que é importante fazer registos fotográficos
sempre que um bem é afectado seja dentro ou fora do corredor de
impacto.
Quanto ao assunto das compensações pendentes, o consultor sugeriu
para que se deixasse as estruturas governamentais decidirem sobre o
tratamento a ser dado uma vez que o dossier foi a si submetido.
O novo projecto de abastecimento de água terá procedimentos bastante
claros para evitar a destruição dos bens da população sem as justas
compensações. Não se sabe ainda se o traçado será o mesmo ou outro,
caberá ao FIPAG decidir depois dos estudos de viabilidade técnica.
liv
PI&A Comentário/Questão Resposta
Arlindo
Paulo, Chefe
do Posto
Administrativo
da Barragem
Colocou uma pergunta de insistência, questionando se
o novo projecto não passar da mesma zona onde há
compensações pendentes, será que estas pessoas vão
receber as suas compensações. Eu sou novo como
Chefe do Posto mas acompanhei este problema e é real
inclusive recebi o dossier do meu antecessor.
Não temos resposta definitiva sobre as compensações pendentes.
Deixemos que as estruturas competentes fazer as suas avaliações e
tomar as decisões necessárias.
lv
PI&A Comentário/Questão Resposta
Abdul
Amade, da
OJM
Agradeceu pelo convite endereçado a OJM para
participar na reunião de consulta pública. Referiu que
sentem que o nosso Governo já começa a reconhecer e
valorizar organizações juvenis e como jovens se
sentem bastante honrados.
Disse em seguida que eles como jovens locais não são
nenhuns técnicos, operadores de máquinas e nem
empreiteiros. Esses operadores serão recrutados em
Maputo e outros locais para virem trabalhar aqui. Não
podemos os proibir porque nós não temos essas
qualificações/competências. Sabemos é ir a machamba
e/ou fazer corte de lenha e produção de carvão vegetal.
O que nos preocupa é que nem o trabalho para ser
varredor ou sinalizador não somos dados. Quando
aproximamo-nos a obra para pedir emprego mandam-
nos para ir à Direcção de Trabalho na cidade de Nacala
submeter currículo. Não seria mais fácil essas
oportunidades serem oferecido aos jovens locais sem
precisar de fazer longas distancias para nada?
A outra coisa é que o projecto atrai muita gente e
alguns de conduta duvidosa. Saem jovens de muito
longe e chegam aqui somente para roubar. Como
consequência, os jovens locais são vistos como
criminosos quando efectivamente não são
responsáveis pelos actos criminais.
O EIAS/PGAS recomenda a contratação de mão-de-obra local sempre
que houver vagas cujas qualificações exigidas existem localmente.
Idem para as compras de bens e serviços deve-se priorizar as empresas
locais desde que reúnam os requisitos que se exigem nas especificações
do concurso. O Que acontece é que nem sempre as qualificações
exigidas para o preenchimento de vagas existem localmente. Por outro
lado, o empreiteiro de prazos a cumprir por isso que muita das vezes
prefere trazer a mão-de-obra de fora do local do projecto pois conhece
e tem referencias anteriores.
Recomendamos que as vagas sejam anunciadas localmente indicando
claramente as qualificações da vaga aberta.
lvi
PI&A Comentário/Questão Resposta
Mendonça
Mussa,
Professor /
Sociedade
Civil
Refere ter sido membro do comité local de supervisão
no projecto anterior do MCC. Levantou para confirmar
que houve impactos do projecto sobre culturas e
árvores afectadas fora do corredor de impacto durante
as manobras dos equipamentos. Houve reclamações da
população não atendidas que culminaram com greve e
paralisação dos trabalhos. Referiu que dever ter sido
esta a razão da desativação do estaleiro e retirada do
empreiteiro sem nenhum aviso prévio à população
afectada.
Nota tomada sobre o comentário.
lvii
PI&A Comentário/Questão Resposta
Graciano
Décinio,
Técnico de
Campo da
Save the
Children -
Nacala
Voltou a usar da palavra para referir que o FIPAG deve
ser o interlocutor permanente com as partes
interessadas e afectadas pelo projecto. O facto é que
numa fase o FIPAG (por exemplo nesta fase de
consultas está aqui) mas na fase de implementação
deixa o empreiteiro sozinho e isso cria ruido na
comunicação, pois o que a população concordou com
FIPAG o empreiteiro pode não estar a par porque não
esteve durante as consultas.
Sugeriu que nos casos em que o corredor é pequeno
para fazer as escavações de modo a implantar a
conduta adutora, porque não usar a mão-de-obra local
ao invés de usar máquinas e arrasar as culturas das
famílias pobres?
Reiterou que “precisam de água mas querem ser
respeitados como pessoas”.
Nota tomada e representantes do FIPAG deverão estar permanente em
todas as fases de interação com as populações afectadas.
Orlando
Nipute, da
Direcção
Técnica
Usou da palavra para agradecer a presença e as
contribuições feitas pelos participantes e assegurou
que todas as contribuições e inquietações serão
tomados em conta no processo de implementação do
projecto de modo a reduzir ou eliminar os impactos
negativos e aumentar os benefícios do projecto de
abastecimento de água.
lviii
PI&A Comentário/Questão Resposta
Eduardo
Macuácua,
Consultor
Por sua vez agradeceu as ricas contribuições feitas
pelos participantes e anotou que esta não era a última
reunião de consulta pública pois projecto desta
envergadura exissem que nas diferentes fases do
projecto hajam consultas para não só partilhar os
progressos alcançados, mas também para resolver
problemas que surgem no processo.
No fim convidou todos os participantes para um lanche
servido no local da reunião.
Fotografias da Reunião Pública na EPC da Barragem
lxiv
Cidade: Nacala Porto
Data: 18/04/2019
Local: Thamole Lodge, Nacala Porto
Participantes: Vide a lista de presenças e fotografias
Síntese de questões discutidas
PI&A Comentário/Questão Resposta
João Ferrão
Manico, Chefe
do Departamento
Comercial
Depois de saudar a apresentação usou da palavra para
colocar as seguintes questões:
- Qual é o valor estimado do projecto?
- Associado a questão acima quis saber se este valor
é apenas para a obra ou inclui os custos com o
pagamentos de eventuais custos de
compensações/reassentamento? Se este valor não
inclui a componente de reassentamento torna-se
difícil mobilizar estes recursos internamente
resultando muito tempo de espera entre a fase de
levantamento e a fase de pagamentos das
compensações e/ou reassentamento.
- Quanto à saúde pública referiu que tem que haver
um trabalho de sensibilização dos líderes
comunitários e das famílias (pais e encarregados de
educação) para se sensibilizar a rapariga para evitar
gravidezes precoces e contaminação com HIV por
Foi esclarecido que o valor estimado do projecto são 164 milhões de
dólares Norte Americanos. Este valor será desembolsado pelo Banco
Mundial e destina-se simplesmente para financiar os custos da obra.
Regra geral, os reassentamentos e pagamento de compensações é feito
com fundos públicos. Não tem sido comum o financiador arcar com
as despesas de reassentamento/pagamento de compensações.
A lei moçambicana e mesmo as salvaguardas do Banco Mundial
recomendam que o pagamento das compensações e/ou
reassentamento deve acontecer antes do arranque das obras. Isto
significa que o Governo/FIPAG deverão mobilizar fundos adicionais
para acorrer a eventuais situações de reassentamento/pagamento de
compensações.
lxv
conta de concentração de homens atraídos pelo
projecto.
Face à resposta dada, o Sr. Ferrão rebateu que nesse
caso os levantamentos socioeconómicos devem ser
feitos com alguma urgência para se determinar o
quanto antes o valor das
compensações/reassentamento que será necessário o
FIPAG mobilizar.
Concordo! Porém esses levantamentos só poderão ser feitos depois da
definição do traçado. Esse traçado será determinado pelos estudos de
viabilidade técnica.
Adelino Cobre,
Director no
Conselho
Autárquico de
Nacala
Acredita que o boa preparação e consideração das
questões sobre o reassentamento/pagamento das
compensações constitui uma preparação para um
bom arranque de qualquer projecto.
Acrescentou que o projecto tinha sido iniciado no
tempo do MCC. Não usará o mesmo traçado? Caso
não, então deve-se definir o novo traçado para se
poder determinar o tipo e nível dos impactos bem
como o orçamento para as
compensações/reassentamento.
Questionou-se a área por onde passa a actual conduta
do FIPAG é monitorado para evitar que pessoas
desonestas voltem ocupar o corredor já limpo
Sobre Higiene e Segurança no Trabalho (HST)
referiu que entre a barragem e Nacala Porto existem
O traçado que o novo projecto de água usará para a implantação da
conduta não pode ser divulgado para evitar acções oportunistas.
Pessoas de má fé plantam bananeiras e implantam campas para exigir
compensações. Por isso o traçado só será conhecido na altura dos
levantamentos.
Tomamos nota sobre a necessidade de uma ambulância e serviços de
primeiros socorros no projecto para fazer face aos incidentes e
acidentes que venha surgir.
lxvi
uma vegetação densa e nela não faltam répteis
incluindo cobras venenosas. Sugeriu que o projeto
tivesse um meio de transporte preparado para
primeiros socorros e evacuação em caso de acidente
ou mordedura de cobras.
Referiu que entre a barragem e Nacala são cerca de
28 km de distancia. Esta zona, num futuro breve
estará interligada com novos assentamentos e
indústrias que possam surgir por ali. Aliás, o
Município tem esta área como a zona de expansão.
Questionou que planos existem no âmbito deste
projecto para incluir esta área nos planos futuros
(curto e médio prazo) de abastecimento de água?
Foi esclarecido que embora o projeto de abastecimento de água fale
de Nacala, este cobrirá também parte do Distrito de Nacala-à-Velha.
A colocação da ETA perto da fonte (há 2 km) é estratégico. É mesmo
para garantir o abastecimento do precioso líquido à população da
Barragem mas também as necessidades domésticas e industriais por
onde passa a conduta. Por isso a conduta poderá ter pontos de
derivação para suprir necessidades futuras.
Nélia Mabota,
FIPAG-
Departamento de
Planificação
Respondendo à questão levantada pelo Sr. Cobre
referiu que o FIPAG tem responsabilidades desde a
área da barragem até Locone e m todos os locais onde
tem infraestruturas de água na cidade de Nacala. Há
um técnico cuja actividade e monitorar os locais onde
FIPAG fez investimentos e tem áreas reservadas para
projectos futuros.
Nota tomada
Adelino Cobre,
Director no
Conselho
Autárquico de
Fala-se da reabilitação da rede de distribuição na
cidade para substituir os tubos velhos e colocação de
novos tubos e efetuar novas ligações. Um dos grandes
desafios é erosão. A implantação da conduta e da rede
pode perpetuar os problemas de erosão na cidade. Por
O consultor, em forma de resposta, questionou o modelo usado e tipo
de contrato para essas obras de reposição. Consta que não foi a
empresa CHICO a fazer as obras, contratou um empreiteiro local,
eventualmente sem nenhumas especificações e nem fiscalização.
lxvii
Nacala exemplo, referiu, houve na cidade de Nacala
recentemente um trabalho de reabilitação da rede de
distribuição à cargo do empreiteiro Chico contratado
pelo FIPAG. Nota-se que 90% dos passeios
intervencionados para possibilitar a passagem dos
tubos de água estão a ceder, incluindo locais onde se
fez atravessamento de estradas. O mais preocupante
é que estas infraestruturas voltam a ceder antes de um
ano o que denota a baixa qualidade das obras de
reposição.
Há necessidade de repensar o modelo de gestão deste tipo de obra e
trazer mais responsabilização à empresa que mantém o contrato com
o FIPAG. Ademais o FIPAG precisará de algum apoio do Conselho
Autárquico, na sua qualidade de gestora destas infraestruturas, para a
definição de especificações e acompanhamento por perto das obras de
reposição.
Félix Meleco,
Corredor de
Desenvolvimento
do Norte/Técnico
Ambiental
Usou da palavra para colocar as seguintes questões:
1) Este projecto abrange também Nacala-a-Velha
ou é simplesmente a Cidade de Nacala?
2) A contratação de mão-de-obra como será feita de
modo a assegurar algumas vagas para o pessoal
local
Foi-lhe esclarecido que o projecto abrange Nacala e arredores,
incluindo parte do Distrito de Nacala-a-Velha (mormente a vila sede).
A contratação de mão-de-obra é responsabilidade do empreiteiro.
Contudo, no seu contrato, o FIPAG poderá indicar que algumas
contratações devem ser feitas localmente. Quero acreditar que o
empreiteiro vai definir as necessidades locais de mão-de-obra e vai
anunciar as vagas, indicando as qualificações que pretende. Pessoas
interessadas irão apresentar as suas candidaturas e poderão assim ser
recrutadas.
Adelino Cobre,
Director no
Conselho
Autárquico de
Nacala
Questionou sobre a tubagem que foi adquirida há
mais de 5 anos no âmbito do MCC e abandonado em
Nacala-a-Velha. Referiu que no acto da realização
dos testes para aferir se estes tubos podem ou não ser
usados no novo projecto é importante para além do
empreiteiro e o FIPAG, a existência dum perito
externo/independente para evitar que se use aplique
Foi esclarecido que o maior interessado em que o sistema dure mais
tempo é o FIPAG, pois representa o seu futuro em termos alargamento
da receita. Acredito que fará tudo por tudo para tomar a melhor
decisão.
Segundo, a nova conduta usará tubos de 600 mm de diâmetro e me
parece que os tubos abandonados são de 400 mm. Contudo, a vossa
recomendação é válida dado que estes tubos poderiam ser utilizados
lxviii
Fotografias da Reunião Pública em Nacala Porto
tubos deteriorados e reduzam o tempo de vida do
sistema.
para fazer algumas derivações (ex. para Nacala-a-Velha).
Nossa recomendação é que caso não sirvam para água podem ser
usados para conduzir as águas pluviais e assim evitar a erosão.
xxxv
4 Conclusões e Recomendações
Os participantes foram unânimes em indicar que o projecto é de importância vital para
a Cidade de Nacala, considerando que vai contribuir na melhoria de abastecimento de
água à cidade e na saúde pública, para além do contributo na criação de postos
temporários de emprego. Contudo foram levantadas questões pertinentes pelas PI&As
nomeadamente, como serão tratadas as benfeitorias afectadas; como o projecto irá lidar
com riscos de aumento dos índices de criminalidade e prostituição que normalmente
estão associados à qualquer empreendimeno de desenvolvimento do tipo proposto; a
criação de tarifa de água bonificada para as comunidades locais (zona da barragem)
face à tarifa de água que os citadinos de Nacala conseguem pagar; quando
efectivamente o projecto começa; como será resolvido o assunto das compensações
pendentes em torno do projecto descontinuado; e como será feita a contratação de mão-
de-obra de modo a assegurar algumas vagas para o pessoal local.
As recomendações saídas das consultas das PI&AS se podem destacar (i) a necessidade
da realização de reuniões públicas regulares com as PI&As desde o principio até ao fim
do projecto, independentemente do curso normal ou não do projecto; (ii) O FIPAG,
sendo o proponente do projecto, deverá fazer o acompanhamento directo da
implementação das varias medidas socio-ambientais pois a experiencia mostra que os
empreiteiros têm o habito de passarem por cima regras básicas e desrespeito da
população local.
O projecto de abastecimento de água à cidade de Nacala é muito bem-vindo e os
stakeholders acreditam que com este projecto, o sofrimento das populações e as
necessidades de água para a indústria poderão ser minimizados.
Há uma grande preocupação das populações em ver o projecto a trazer para além do
precioso líquido, mais benefícios para as comunidades local do ponto de vista de acesso
ao emprego e oportunidades de negócio, compensações justas, tarifa de água bonificada
e fornecimento do precioso líquido para os arredores da cidade de Nacala e zonas de
expansão.
O projecto não deixa de levantar as feridas do projecto anterior que criou danos à
propriedades privadas sem as devidas compensações. Consideram que este projecto
devia reparar os dados do projecto anterior uma vez que o proponente continua o
mesmo (FIPAG).
Os stakeholders acham que a equipe de gestão do projecto anterior, incluindo o FIPAG,
estiveram muito fechados, sem comunicação efectiva com as comunidades/autoridades
locais, desrespeitando as regras locais. Mesmo na desativação não comunicaram as
comunidades locais.
Embora o projecto seja susceptível de gerar impactos sociais e ambientais negativos,