Resumo Pré Enem 2014 A África do Sul dividida

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Resumo Pré Enem 2014 A economia da Revolução Francesa A economia da revolução Naquela época, a principal atividade econômica na França era a agricultura: aproximadamente 80% da população viviam e trabalhavam no meio rural. Durante a metade do século XVIII, uma grande parte da população passava fome. Tudo porque os pesados impostos empobreciam o povo. Essa difícil situação agravava-se ainda mais quando ocorriam secas prolongadas ou inundações. Como na década de 1780 tais os fenômenos foram frequentes, ocorrem várias crises de abastecimento. Outra atividade que passava por crise, era a atividade comercial. A indústria, por sua vez, vinha sendo prejudicada pelas regulamentações mercantilistas impostas pelo governo, pela pobreza da população e pelo tratado que a França assinou com a Inglaterra em 1786. Por esse acordo, os tecidos ingleses ganharam o direito de entrar na França sem ter diretamente com as manufaturas francesas e causando a falência de muitas delas. A África do Sul dividida Devido a suas riquezas como o ouro e o diamante, a África do Sul foi o destino de inúmeros colonizadores europeus, como os ingleses e holandeses. Os descendentes desses povos, apoiados na irreal ideia de superioridade do homem branco, criaram no século XX uma política de discriminação racial chamada Apartheid, que significa separação. Em 1948, o apartheid foi oficializado na África do Sul. Criaram-se leis que discriminavam os negros em locais de trabalho, escolas, igrejas, esportes e transportes públicos. Mesmo constituindo uma população quatro vezes maior que a população branca, os negros foram proibidos de possuir terras em 87% do território sul-africano. Através dos lucros com a mineração, a elite branca conseguiu armar as forças policias que garantiam a manutenção do apartheid. A partir daí, os negros que constituíam a maior parte dos trabalhadores sul-africanos, reagiram à exploração econômica e ao racismo, realizando diversas manifestações contra o regime. O CNA (Congresso Nacional Africano), representante dos negros, começou a intensificar os protestos. A luta contra o apartheid foi ganhando intensidade e destaque internacional, depois do massacre no bairro negro de Soweto. Com a instabilidade civil e econômica, o governo sul- africano cedeu em alguns pontos. Permitiu o acesso dos negros ao transporte público e aos centros de lazer, acabou com as leis que privilegiavam os brancos na posse de terras. O fim do apartheid se deu em 1990 por Frederik de Klerk, e em 1994 Nelson Mandela, importante figura de oposição ao apartheid, líder dos negros e do CNA foi eleito presidente da República Sul-Africana através de eleições livres. A construção do Muro de Berlim

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Resumo Pré Enem 2014 A economia da Revolução Francesa A economia da revolução

Naquela época, a principal atividade econômica na França era a agricultura: aproximadamente 80% da população viviam e trabalhavam no meio rural. Durante a metade do século XVIII, uma grande parte da população passava fome. Tudo porque os pesados impostos empobreciam o povo.

Essa difícil situação agravava-se ainda mais quando ocorriam secas prolongadas ou inundações. Como na década de 1780 tais os fenômenos foram frequentes, ocorrem várias crises de abastecimento.

Outra atividade que passava por crise, era a atividade comercial. A indústria, por sua vez, vinha sendo prejudicada pelas regulamentações mercantilistas impostas pelo governo, pela pobreza da população e pelo tratado que a França assinou com a Inglaterra em 1786. Por esse acordo, os tecidos ingleses ganharam o direito de entrar na França sem ter diretamente com as manufaturas francesas e causando a falência de muitas delas.

A África do Sul dividida

Devido a suas riquezas como o ouro e o diamante, a África do Sul foi o destino de inúmeros colonizadores europeus, como os ingleses e holandeses. Os descendentes desses povos, apoiados na irreal ideia de superioridade do homem branco, criaram no século XX uma política de discriminação racial chamada Apartheid, que significa separação. Em 1948, o apartheid foi oficializado na África do Sul. Criaram-se leis que discriminavam os negros em locais de trabalho, escolas, igrejas, esportes e transportes públicos. Mesmo constituindo uma população quatro vezes maior que a população branca, os negros foram proibidos de possuir terras em 87% do território sul-africano. Através dos lucros com a mineração, a elite branca conseguiu armar as forças policias que garantiam a manutenção do apartheid. A partir daí, os negros que constituíam a maior parte dos trabalhadores sul-africanos, reagiram à exploração econômica e ao racismo, realizando diversas manifestações contra o regime. O CNA (Congresso Nacional Africano), representante dos negros, começou a intensificar os protestos. A luta contra o apartheid foi ganhando intensidade e destaque internacional, depois do massacre no bairro negro de Soweto. Com a instabilidade civil e econômica, o governo sul-africano cedeu em alguns pontos. Permitiu o acesso dos negros ao transporte público e aos centros de lazer, acabou com as leis que privilegiavam os brancos na posse de terras. O fim do apartheid se deu em 1990 por Frederik de Klerk, e em 1994 Nelson Mandela, importante figura de oposição ao apartheid, líder dos negros e do CNA foi eleito presidente da República Sul-Africana através de eleições livres.

A construção do Muro de Berlim

Soldados que participaram da construção do muro que dividiu o território alemão.

Por Rainer Sousa

Nas primeiras horas do dia 13 de agosto de 1961, um grupo de militares já estava bem adiantado na tarefa de cercar os portões de Brandenburgo com arame farpado. Em tempos de pós-Segunda Guerra, a ação era resultado da disputa entre os soviéticos e capitalistas. Afinal de contas, ao dividirem o mundo em zonas de influência, o controle do território alemão representava uma conquista bastante significativa. Sob tal contexto, os agentes do lado socialista tomaram a divisão física como solução.

Alguns dias depois, os oficiais da República Democrática Alemã, acompanhados por outros militares armados, descarregaram sacos de areia, cimento e tijolos. Assim nascia o Muro de Berlim. Inicialmente, o arame farpado fora substituído por uma mureta que media apenas um metro de altura. Aos poucos, cercas, guaritas, sensores de movimento, minas terrestres e cães de guarda desnudavam o lugar que simbolizaria o epicentro da ordem bipolar.

No meio tempo em que a obra se executava, vários oficias e civis notavam que aquela ação teria implicações restritivas irreversíveis. Dois dias após as primeiras obras, um oficial oriental chamado Conrad Schumann pulou o emaranhado de farpas para ser acolhido por um veículo militar da parte ocidental. Em alguns pontos onde antigos prédios serviam de extensão do muro, os civis atravessavam cômodos e janelas para fugirem para a banda capitalista.

O absurdo segregacionista demonstrava claramente que o socialismo burocrata soviético não seria capaz de impor uma ampla e natural zona de influência política entre os alemães. Além disso, enquanto o “milagre econômico” (mais conhecido como “Wirtschaftwunde”) dos ocidentais se tornava realidade, o lado controlado pelos soviéticos experimentava uma época de retração em que o parque industrial encolhia e as condições de vida se tornavam mais difíceis.

Paulatinamente, o fracasso do socialismo russo foi se somando às possibilidades de desconstrução daquela obra fria e abominável. No ano de 1973, as duas Alemanhas reatam os seus laços diplomáticos. Na década de 1980, os oficiais da RDA permitiram que o outro lado fosse visitado somente

após uma complicada avaliação do pedido e o pagamento de um pedágio de 25 marcos. Nessa mesma época, várias pichações anônimas e a declaração oficial norte-americana defendiam a extinção do Muro de Berlim.

No ano de 1989, os húngaros abriram suas fronteiras e, com isso, permitiram que milhares de orientais alcançassem o outro lado. Enquanto isso, a ascensão política de Mikhail Gorbachev na União Soviética indicava que o bloco socialista politicamente se esfacelava. Em 9 de novembro de 1989, a Alemanha Oriental permitiu a travessia para o outro lado. Em clima de festa, os alemães retiravam pedaços de concreto que viabilizaram uma divisão obtusa e traumática.

11 de Setembro de 2001 - Os Ataques de 11 de Setembro de 2001 No dia 11 de setembro de 2001, o mundo parou e vimos uma nação (que sempre transparece arrogância) fragilizada. Neste dia ocorreram uma serie de ataques aos EUA, que resultaram em milhares de mortos e feridos. Quatro aeronaves foram sequestradas por integrantes do grupo islâmico Al-Qaeda, Um dos aviões sofreu uma queda quando passageiros reagiram ao sequestro, à queda ocorreu em campo aberto em Shanksville, Pensilvânia, tendo como vitimas apenas os tripulantes do avião. Em um outro avião os sequestradores fizeram-no colidir contra o quartel general de defesa dos Estados Unidos da América, o Pentágono, no Condado de Arlington, Virginia. E o mais chocante foi os dois avião que colidiram com as duas torres do Word Trade Center, em Manhattan New York. O saldo no ataque foi de aproximadamente 3.000 mortos. A primeira colisão se deu as 8:46 da manhã, o voo 11 da American Airleins se chocou com a torre norte do Word Trade Center. A segunda colisão ocorreu as 9:03:11 da manhã entre o voo 175 da United Airlines com a torre sul do Word Trade Center. Já às 9:37:46 da manhã o voo 77 da American Airlines colidiu com o Pentágono. E às 10:03: 11 da manhã ocorreu à queda do vôo 93 da United Airlines, após passageiros se revoltarem com os sequestradores. Nenhum ocupante das aeronaves sequestradas, sobreviveram. Logo após as colisões, as torres gêmeas desabaram quase simultaneamente, outras construções também vieram a desabar e outras ficaram bastante danificadas. Atualmente onde antes ficavam as torres gêmeas do Word Trade Center, virou um memorial, e está sendo planejada à construção de um monumento em homenagem as vitimas dos ataques. Após os ataques de 11 de setembro de 2001, foi intensificada a segurança nos Estados Unidos e em outros países. Mesmo com intensificação da segurança, de 2001 a 2006 já ocorreram outros ataques, mas nenhum com a magnitude do de 11 de setembro.

A comparação da guerra do Vietña e do Iraque

Em meio à tão conturbada guerra do Iraque, a comparação com o Vietnã é inevitável. A princípio pelo pretexto alegado pelos Estados Unidos para participar da guerra do Vietnã (1964-1975), que, para vários especialistas, foi quase tão infundado quanto a tal evidência alegada pelos americanos de que o Iraque tinha armas de destruição em massa. No caso do Vietnã, tudo se iniciou em julho de 1964, quando os navios americanos USS Maddox e USS C.Turney Joy teriam sido atacados pelos comunistas do Vietnã do Norte ao patrulharem o golfo de Tonquin. Sabe-se que esse ataque não passou de uma desculpa para o governo americano intervir diretamente na região. Já que desde 1962, os Estados Unidos vinham enviando armas, dinheiro e assessores militares para a ditadura pró-capitalista do Vietnã do Sul resistir aos comunistas do norte do país. Uma vez lá, assim como hoje no Iraque, o exército americano descobriu que seu poderio bélico não era capaz de dominar a resistência vietnamita. Beneficiados com uma rede de abrigos subterrâneos e túneis, os vietcongues contra-atacavam por meio de armadilhas e emboscadas. Além disso, a transmissão pela TV das mortes de soldados americanos e de civis vietnamitas desmoronou a popularidade da Casa Branca, que foi alvo de milhares de manifestantes, durante o governo Nixon. Eles exigiam o fim de uma guerra cujo prejuízo financeiro e de vidas se tornaria insustentável. O que não é tão diferente da atual conjuntura que os Estados Unidos vivem na guerra com o Iraque. A grande diferença até o presente momento é o saldo de mortes das duas guerras, do Vietnã foram 500 mil mortos e no Iraque 132 mil (últimos dados divulgados).

A reunificação da Alemanha

A reunificação da Alemanha, aconteceu em 3 de outubro de 1990 quando o território da antiga República Democrática da Alemanha (RDA ou Alemanha Oriental) foi incorporado à República Federal da Alemanha (RFA ou Alemanha Ocidental). A Alemanha foi dividida entre os principais vencedores da Segunda Guerra. Posteriormente, as duas Alemanhas conseguiram recuperar-se das enormes perdas materiais que haviam sofrido durante o conflito. Porém, nos anos 70, já se podia notar uma diferença importante entre elas: enquanto a Alemanha Oriental (comunista) era apenas mais um país desenvolvido, a Alemanha Ocidental (capitalista) tinha se tornado uns países mais ricos do mundo, com uma indústria avançada e uma moeda forte. Na década seguinte, essa diferença acentuou-se, gerando enorme descontentamento entre os alemães orientais. Em 1989, eclodiu em Berlim Oriental uma série de manifestações populares exigindo melhoria da qualidade de vida e, sobretudo, a democratização do regime. Algum tempo depois, começaram as negociações entre os governos das duas Alemanhas visando a reunificação do país. Em 3 de outubro de 1990, entrou em vigor o acordo que oficializava a unificação política da Alemanha.

A Revolta da Chibata A Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910, no Rio de Janeiro, com a revolta dos marinheiros. Naquele período era comum açoitar com chibatadas os marinheiros, tudo com intuito de discipliná-los. Através dessa prática violenta os marinheiros se revoltaram principalmente depois que o marinheiro Marcelino Rodrigues levou 250 chibatadas diante de todos os presentes no navio, desmaiou e continuou sendo açoitado. Sempre em uma revolta ou manifestação uma pessoa toma a frente para encorajar os outros, nesse caso o Almirante Negro, o Marujo João Cândido, foi o primeiro a esboçar uma ação contrária aos castigos das chibatas.

Na baía de Guanabara encontravam-se vários navios que foram tomados pelos rebeldes, além disso, começaram a controlá-los retirando todos oficiais, aqueles que causassem resistência à ocupação eram assassinados, e se caso o governo não atendesse suas exigências ameaçavam lançar bombas na cidade. Após o conflito, passaram-se quatro dias e, então, o Presidente Hermes da Fonseca decretou o fim da prática violenta de castigos e perdoou os marinheiros. Entretanto, quando foram entregar as armas notaram que tinham sido enganados pelo presidente que, automaticamente, retirou da corporação da Marinha todos aqueles que compunham a revolta, além de João Cândido o líder, com isso foram depositados no fundo de navios e prisões subterrâneas nas Ilhas das Cobras.

Abolição e a Nova República

O Brasão da República Brasileira A partir de 1850 a Abolição e a República integraram-se em um único período da história que é resultado das alterações ocorridas na base econômica brasileira. A base da monarquia era a classe que possuía escravos e que foi efetivamente afetada. O processo de Proclamação da República ofereceu condições aos produtores de café e de outros setores que não utilizavam mão de obra escrava, de avocarem o poder. Instauraram o regime federativo de governo, causaram satisfação às oligarquias regionais e fortaleceram os partidos republicanos locais. Era essencial respeitar o exército, pois esse era a força que dominava o processo de desestruturação do estado escravista. Tal hegemonia ofereceu condições aos militares de criar parcerias com diferentes setores da sociedade descontentes com o sistema monárquico e, com isso, havia a possibilidade de se transformar em dirigentes do movimento republicano, além de ocupar o cargo de presidente nos primeiros anos do novo regime.

A Nova República

O Brasil ingressou em um processo de redemocratização a partir das eleições ocorridas em 1985, quando o poder militar se extinguiu e Tancredo Neves foi eleito ao cargo de Presidente da República. Todos os partidos políticos, depois da derrota da proposta em forma de emenda para realização de eleições diretas para eleger o Presidente da República, iniciaram vários movimentos para decidir quais os possíveis candidatos. Paulo Maluf foi lançado como candidato pelo Partido Democrático (PDS), no entanto, alguns componentes do partido como Marcos Maciel, José Sarney e Aureliano Chaves não receberam bem a indicação do Partido. Por causa disso foi criado um novo partido, o PFL (Partido da Frente Liberal) Produzindo uma aliança democrática o PFL declarou apoio político ao PMDB, que havia lançado a candidatura de Tancredo Neves à presidência da república. A partir desse apoio ficou definido, através de um acordo, que José Sarney seria candidato a vice-presidente. Partidos ditos de esquerda, como o Partido dos Trabalhadores e o Partido Comunista, não aderiram. A partir de 15 de novembro de 1985, foi finalizado o ciclo da ditadura militar no Brasil, o Colégio Eleitoral em Brasília declarou eleito ao cargo de Presidente da República o candidato Tancredo Neves. Um dia antes da posse, 13 de março, Tancredo se encontrava com a saúde bastante debilitada e foi internado, sua saúde não obteve melhoras e seu quadro piorou. Tancredo foi transferido para um hospital em São Paulo, mas de nada adiantou, faleceu no dia 21 de abril, sem mesmo ter tomado posse. O vice José Sarney tomou posse e deu início a chamada “Nova República”.

Bloqueio Continental Após se industrializar e se projetar economicamente, a França se tornou uma ameaça para a Inglaterra, que naquela época era a maior potência industrial do mundo. Para enfrentar a França de Napoleão, a Inglaterra aliou-se à Áustria e à Rússia, países que almejavam deter o avanço dos ideais da Revolução Francesa em seus territórios. Com isso, em outubro de 1805, Napoleão tentou medir forças com os ingleses no mar, no entanto a frota francesa foi destroçada na Batalha de Trafalgar. Em contrapartida, um mês e meio após essa batalha no continente, o exército napoleônico venceu a Áustria na Batalha de Austerlitz e, no ano seguinte, venceu a Prússia na Batalha de Iena. Logo em seguida, Napoleão decretou o Bloqueio Continental no qual todos os países do continente europeu foram proibidos de negociar com a Inglaterra e de receber navios ingleses em seus portos. Em 1807, Bonaparte obteve outro sucesso militar e diplomático: após derrotar os russos em território polonês, obrigou o czar Alexandre I a assinar o Tratado de Tilsit. Nesse acordo, a Rússia se comprometia a respeitar o bloqueio econômico imposto à Inglaterra e reconhecer a hegemonia francesa na Europa. Em Portugal, o governo do príncipe D. João fazia um jogo duplo: oficialmente não se opunha ao Bloqueio Continental, mas, às escondidas, continuava a permitir a entrada de produtos ingleses em seus portos. Com a informação de que o pequeno e empobrecido reino de Portugal continuava a manter laços comerciais com a Inglaterra, Napoleão ordenou que o invadissem. Diante disso, a corte portuguesa mudou-se para o Brasil.

Batalha de Austerlit

A batalha de Austerlitz foi um conflito ocorrido entre o exército napoleônico e os exércitos da Rússia e Áustria, em dezembro de 1805. Tais países juntamente com a Inglaterra faziam parte da aliança antinapoleônica, planejaram guerrear contra a França para impedir os avanços franceses, o que mudou no dia 02 de dezembro, quando Napoleão organizou uma armadilha que consistia em deslocar seu exército do flanco direito para que os inimigos acreditassem que este permanecia abandonado. Cerca de sete mil homens se deslocaram de Viena para o flanco direito a fim de protegê-la, o que causou espanto no exército inimigo que acabou sendo barrado e combatido. No mesmo período, Napoleão derrotou a Áustria que assinou um tratado de paz com a França, já que se viu debilitada e incapaz de continuar na guerra. Em Zuran, o exército russo foi dividido e combatido por Napoleão que se deslocou para o sul fazendo com que os russos dali tentassem fugir pelo lago de Satschan, mas foram atacados pelo exército napoleônico que atiraram no gelo fazendo com que os russos caíssem na água. Em Pratzen, o exército russo e austríaco fugiu ao ver o exército napoleônico.

Bloqueio Continental Após se industrializar e se projetar economicamente, a França se tornou uma ameaça para a Inglaterra, que naquela época era a maior potência industrial do mundo. Para enfrentar a França de Napoleão, a Inglaterra aliou-se à Áustria e à Rússia, países que almejavam deter o avanço dos ideais da Revolução Francesa em seus territórios. Com isso, em outubro de 1805, Napoleão tentou medir forças com os ingleses no mar, no entanto a frota francesa foi destroçada na Batalha de Trafalgar. Em contrapartida, um mês e meio após essa batalha no continente, o exército napoleônico venceu a Áustria na Batalha de Austerlitz e, no ano seguinte, venceu a Prússia na Batalha de Iena. Logo em seguida, Napoleão decretou o Bloqueio Continental no qual todos os países do continente europeu foram proibidos de negociar com a Inglaterra e de receber navios ingleses em seus portos. Em 1807, Bonaparte obteve outro sucesso militar e diplomático: após derrotar os russos em território polonês, obrigou o czar Alexandre I a assinar o Tratado de Tilsit. Nesse acordo, a Rússia se comprometia a respeitar o bloqueio econômico imposto à Inglaterra e reconhecer a hegemonia francesa na Europa. Em Portugal, o governo do príncipe D. João fazia um jogo duplo: oficialmente não se opunha ao Bloqueio Continental, mas, às escondidas, continuava a permitir a entrada de produtos ingleses em seus portos. Com a informação de que o pequeno e empobrecido reino de Portugal continuava a manter laços comerciais com a Inglaterra, Napoleão ordenou que o invadissem. Diante disso, a corte portuguesa mudou-se para o Brasil.

Cangaço

O Bando de Lampião: o mais famoso grupo de cangaceiros da História do Brasil.

O cangaço

A prática do cangaço marcou um interessante momento da História do Brasil. Grupos de homens armados vagueavam pelos sertões, principalmente do Nordeste, buscando meios de sobrevivência, e o enfrentamento dos poderosos com o uso de suas armas e de sua coragem. Porém, seria somente dessa maneira que poderíamos compreender a prática do cangaço? O próprio termo “cangaceiro”, em suas origens, faz referência ao termo “canga”, peça de madeira usualmente colocada nos muares e animas de transporte. Assim, a palavra cangaceiro, originalmente, faz uma alusão aos utensílios que os cangaceiros carregavam em seu corpo. Além disso, essa ideia heroica sobre os cangaceiros é equivocada. Os primeiros cangaceiros de que se tem relato eram, de fato, “prestadores de serviço” aos chefes políticos locais. Perseguiam e matavam os inimigos políticos dos coronéis de uma região. Somente nos primeiros anos da República Oligárquica é que os primeiros grupos independentes de cangaceiros surgiram. Através de práticas criminosas esses grupos constituíram um grupo social à margem das estruturas de poder e das relações sociais vigentes durante o tempo das oligarquias. De acordo com seus interesses, os cangaceiros estabeleciam alianças com aqueles que oferecessem vantagens econômicas ou proteção às suas atividades. Dessa maneira, não poderíamos dizer que o cangaço foi um movimento essencialmente comprometido com uma determinada classe social. Um dos primeiros cangaceiros que se tem registro é Antônio Silvino. Buscando vingar a morte do pai, ele formou um bando que lutava contra a polícia, promovia assaltos e armava “tocaias” contra autoridades governamentais. Anos mais tarde, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, formou um dos maiores e mais duradouros grupos de cangaço existentes na região Nordeste. Sua família, de origem pernambucana, já se envolvia com a prática do cangaço. Fazendo parte, inicialmente, do bando de Sinhô Pereira, Lampião aprimorou sua habilidade em matar inimigos e realizar assaltos. Seu apelido foi criado devido a sua rapidez no gatilho e a luz que saia do cano de sua arma. Em 1922, ele passou a liderar o grupo de Sinhô Pereira. Vários documentos demonstram as formas de ação do grupo de Lampião. Em algumas cartas de próprio punho, Lampião exigia o pagamento de quantias em dinheiro em troca da não invasão às cidades. Estendendo sua ação e número de integrantes, o bando de Lampião chegou a atuar contra a Coluna Prestes, em 1926. Só no ano de 1938 que Lampião foi subjugado pelas forças militares do Estado. Os principais líderes de seu bando foram decapitados e tiveram as cabeças expostas em diferentes cidades nordestinas. A decadência do cangaço tem grande ligação com o estabelecimento do Estado Novo. A criação de órgãos repressores mais atuantes e a desarticulação da influência exercida pelos grupos oligárquicos remanescentes podem ser apontadas como as possíveis razões para o fim

desse movimento. Por fim devemos ver no cangaço, a crise provocada pelas relações excludentes que figuraram a construção histórica do próprio Brasil.

As transformações sociais e econômicas

O Brasil passou por várias transformações sociais e econômicas ao longo do período denominado República Velha (1889-1930), cujos resultados apesar de importantes, só se fizeram sentir em longo prazo. Um exemplo que podemos citar é a expansão demográfica, bastante acelerada no país e intensificada no período graças ao prosseguimento da imigração europeia. A entrada de imigrantes e sua concentração no sul e sudeste do Brasil, fez com que essas regiões apresentassem um crescimento populacional mais acelerado que as demais. A transformação mais significativa verificada no período foi o desenvolvimento das indústrias, principalmente no estado de São Paulo, inegavelmente vinculada às condições criadas pela concentração da produção no estado. O que deu grande impulso no desenvolvimento industrial brasileiro foi a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914. A centralização da atividade industrial europeia na produção bélica levou à redução da oferta de itens exportáveis. Em consequência, ocorreu a gradual diminuição das importações brasileiras de produção nacional. Produziam-se basicamente bens de consumo não duráveis, como têxteis e alimentos processados industrialmente, além da desvalorização cambial da moeda brasileira ao enfrentar as importações serviu para reduzir a concorrência estrangeira.

Origens do Coronelismo no Brasil

O coronelismo surgiu no Brasil no século XIX e teve seu auge na Primeira República (1889-1930)

Por Leandro Carvalho

O coronelismo teve suas origens, no Brasil, a partir do momento em que Dom Pedro I, antes de deixar o país rumo a Portugal, no ano de 1827, criou o cargo de juiz de paz. A principal consequência da criação desse cargo foi a ampliação do poder local dos proprietários de terras e de escravos.

O juiz de paz era eleito pelos cidadãos ativos (pessoas que tinham o direito de votar porque possuíam uma determinada renda) de cada região e exercia a função de polícia (tinha o poder de prender e julgar as pessoas). Portanto, a criação do juiz de paz significou a retirada da justiça da esfera pública e passou a ser responsabilidade dos proprietários de terras e fazendeiros locais.

Durante o período regencial (1831-1840) era comum o abuso de poder dos juízes de paz. A partir do momento em que assumiram o poder, os regentes criaram a Guarda Nacional, que acabou contribuindo para ampliar o poder dos proprietários de terras e de escravos.

Rapidamente, a Guarda Nacional substituiu o Exército, fato realizado pelos regentes que não confiavam nos oficiais do Exército, que se mostravam inclinados a reivindicar a volta do imperador.

A participação na Guarda Nacional no Brasil era estipulada pela renda do indivíduo. Durante o período regencial, os títulos militares de tenente, capitão, major, tenente-coronel e coronel (o posto mais alto) foram vendidos pelo governo imperial. Dessa maneira, os grandes proprietários de terras e de escravos de diferentes regiões brasileiras passaram a ter autoridade militar. Durante a Primeira República (1889-1930), o coronelismo acentuou-se como poder local e, nesse momento, o coronel passou a exercer o chamado mandonismo político.

Com o decorrer do tempo, os coronéis da Guarda Nacional passaram a conduzir a vida social de cada região no Brasil. Eles mandavam e desmandavam na população local, isto é, passaram a ter poder de vida e morte sobre as pessoas que viviam próximas a eles.

A Guarda Nacional deixou de existir no início do século XX, porém, até os dias atuais, alguns latifundiários (grandes proprietários de terra) ai

Coronelismo no Brasil Coronelismo

O termo coronel no período republicano significava chefe político de um determinado local que geralmente era dono de terras ou comerciante. Da forma com que prestavam serviços ao Poder Executivo os coronéis ganhavam prestígio e força. O coronelismo foi um período de práticas autoritárias e violentas comandadas pelos coronéis, fato que ocorreu até aproximadamente 1960. Os coronéis controlavam as pessoas da região e as obrigava a realizar fatos e tomar decisões segundo sua vontade. Aproveitavam o fato de que as pessoas eram desinformadas e pouco educadas para motivá-las a fazer segundo o que lhes era proposto. Os coronéis conseguiam formar regimes e tributos em sua região assim como estipular impostos e promover a candidatura de seu elegido. Como possuíam grande quantidade de colonos em suas terras e havia respeito seguido de “medo” por grande parte da população rural da região, os coronéis abusavam do seu prestígio para manipular as pessoas e até obrigá-las sob forma brutal a fazer sua vontade. Este cenário começou a mudar quando as famílias começaram a migrar para os centros urbanos, o que lhes proporcionou acesso à educação, aos direitos que possuíam e aos meios de comunicação. Por causa dessa migração, os coronéis começaram a impor seus desejos através da força e da ameaça, as famílias obedeciam ao seu desejo com medo da violência que poderiam sofrer e temiam que o seu sustento fosse tomado. Hoje, ainda em locais do interior e distante das cidades, existem coronéis que abusam do seu poder para manipular as pessoas carentes de ensino e informação.

Lutas dos escravos e o fim da escravidão no Brasil

Tela Jogo de Capoeira, de Johann Moritz Rugendas (1802-1858)

Por Tales Pinto

O fim da escravidão no Brasil durante muitos anos foi apresentado como uma ação do Estado brasileiro, pressionado pela Inglaterra, através de várias legislações, culminando com a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel, em 1888. Também foi apresentado como resultado do interesse das elites latifundiárias cafeeiras, que viam o trabalho assalariado mais lucrativo que a força de trabalho escravizada. Porém, pouco se fala sobre o papel desempenhado pelas lutas dos escravos como principal forma de pressão pelo fim da escravidão. Considerando que a escravidão era o principal sustentáculo da sociedade colonial e imperial brasileira, a lutas dos escravos representou uma tendência de ruptura interna nessa relação, que ao final do século XIX não poderia mais ser sustentada. Essas lutas existiram desde o início da escravidão. O caso mais notório durante o período colonial foi a formação do Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, onde hoje se localiza o estado de Alagoas. Vários outros quilombos foram formados, não tão grandes, é certo, mas que mostraram sua importância, já que a partir da fuga das fazendas, os escravos pretendiam criar uma ruptura com a escravidão, buscando a liberdade. As fugas, porém, não se davam apenas em casos de ruptura com a escravidão. Em sua boa parte, elas ocorriam como busca de melhorias dentro da escravidão. Era o caso das fugas reivindicativas, que pretendiam exigir melhores condições de trabalho no eito. Exemplo disso foi a fuga dos escravos do Engenho Santana, na região de Ilhéus, na Bahia. Em 1789, um grupo de escravos fugiu do engenho e formou um quilombo nas imediações da fazenda. Apresentaram a seu senhor um tratado, em que exigiam melhores condições de trabalho, eleição de outros feitores e o direito de “brincar, folgar, e cantar em todos os tempos que quisermos sem que nos empeça e nem seja preciso licença.” [1] Tal evento demonstrou que a luta dos escravos era por alterações na vida cotidiana dentro dos locais de trabalho. Outra forma de luta realizada pelos escravos eram as rebeliões. Na Bahia do início do século XIX, cerca de 30 rebeliões de escravos ocorreram ou foram tramadas, sendo impedidas pela ação policial. A mais notória delas foi a Revolta dos Malês, em 1835. Levando em consideração a Independência do Haiti, que no início do século foi conduzida violentamente pelos escravos e resultou no fim da escravidão, os levantes dos africanos escravizados criavam o temor da repetição de um evento semelhante no Brasil, que poderia custar, literalmente, a cabeça dos fazendeiros. A constituição de quilombos nas proximidades das cidades contribuía também para minar o sistema escravista brasileiro. A criação de redes de solidariedade próximas aos quilombos, com habitantes das cidades (escravos libertos, parentes ou mesmo com brancos), possibilitava a realização de pequenas transações comerciais que permitiam a reprodução material de suas vidas em regime de liberdade. Além disso, havia a aproximação com as pessoas livres, criando um sentimento de antiescravidão.

A legislação abolicionista também resultou no acirramento dos conflitos sociais entre escravos e senhores. A intensificação do tráfico interno após a Lei Eusébio de Queirós, em 1850, levou às fazendas do centro-sul escravos considerados “indisciplinados” e que impunham as condições do “cativeiro justo” com ritmos e trabalhos e quais trabalhos deveriam desempenhar decididos pelos escravos. O contato resultou em rebeliões e fugas em massa nas décadas anteriores à abolição. A Lei do Ventre Livre, de 1871, também levava os escravos a contestarem a situação de escravidão em que se encontravam. Em 1885, 120 escravos da fazenda Cantagalo, localizada na cidade de Campinas, interior de São Paulo, rebelaram-se e fugiram em massa da fazenda em direção à cidade, entoando gritos de “Viva a Liberdade!” pelo caminho. Todas essas ações criavam um clima propício a uma convulsão social, caso se transformasse em ações de maior escala, colocando em risco o poder econômico e político da elite brasileira. Nesse sentido, mas não negando os demais fatores, as lutas escravas contra a escravidão, conduzidas de forma autônoma pelos escravos, criaram uma ruptura interna no sistema escravista, pressionando pelo seu fim em 1888.

Crise de 1929

No início do século XX, os Estados Unidos viviam o seu período de prosperidade e de pleno desenvolvimento, até que a partir de 1925, apesar de toda a euforia, a economia norte-americana começou a passa por sérias dificuldades. Podemos identificar dois motivos que acarretaram a crise: - O aumento da produção não acompanhou o aumento dos salários. Além de a mecanização ter gerado muito desemprego. - A recuperação dos países europeus, logo após a 1ª Guerra Mundial. Esses eram potenciais compradores dos Estados Unidos, porém reduziram isso drasticamente devido à recuperação de suas econômicas. Diante da contínua produção, gerada pela euforia norte-americana, e a falta de consumidores, houve uma crise de superprodução. Os agricultores, para armazenar os cereais, pegavam empréstimos, e logo após, perdiam suas terras. As indústrias foram forçadas a diminuir a sua produção e demitir funcionários, agravando mais ainda a crise. A crise naturalmente chegou ao mercado de ações. Os preços dos papéis na Bolsa de Nova York, um dos maiores centros capitalistas da época, despencaram, ocasionando o crash (quebra). Com isso, milhares de bancos, indústrias e empresas rurais foram à falência e pelo menos 12 milhões de norte-americanos perderam o emprego. Abalados pela crise, os Estados Unidos reduziram a compra de produtos estrangeiros e suspenderam os empréstimos a outros países, ocasionando uma crise mundial. Um exemplo disso é o Brasil, que tinha os Estados Unidos como principal comprador de café. Com a crise, o preço do café despencou e houve uma superprodução, gerando milhares de desempregados no Brasil. Para solucionar a crise, o eleito presidente Franklin Roosevelt, propôs mudar a política de intervenção americana. Se antes, o Estado não interferia na economia, deixando tudo agir conforme o mercado, agora passaria a intervir fortemente. O resultado disso foi a criação de grandes obras de infra estrutura, salário-desemprego e assistência aos trabalhadores, concessão de empréstimos, etc. Com isso, os Estados Unidos conseguiram retomar seu crescimento econômico, de forma gradual, tentando esquecer a crise que abalou o mundo.

Fascismo - História do Fascismo O fascismo é um regime autoritário de extrema-direita desenvolvida por Benedito Mussolini, a partir de 1919 na Itália. O termo fascismo deriva de fascio, nome do grupo político que surgiu na Itália no fim do século XIX e começo do século XX. Em 23 de março de 1919, foi fundado o movimento fascista pelo Mussolini, na cidade de Milão. Entre os membros fundadores estavam os líderes revolucionários sindicalistas Agostino Lanzillo e Michele Bianchini. Os fascistas, em 1922, organizaram uma marcha sobre Roma, pois pretendiam tomar o poder militarmente e ocupar prédios públicos e estações ferroviárias, exigindo a formação de um novo gabinete. Os fascistas, em 1923, passaram a desenvolver um programa de separação da igreja do estado, um exército nacional, um imposto progressivo, desenvolvimento de cooperativas e principalmente a república italiana. O fascismo na Itália foi estabelecido uma década antes da chegada de Hitler (nazismo) ao poder, tendo em vista o contexto da Itália na Primeira Guerra e devido a um medo de que os esquerdistas tomassem o poder, Mussolini conseguiu chegar ao poder na Itália, como primeiro ministro italiano. O fascismo de certa forma era resultado de um sentimento geral de medo e ansiedade dentro da classe média do pós-guerra, devido convergências de pressões inter-relacionadas de ordem econômica, política e cultural. As principais características do fascismo foram: - nacionalismo: exaltação do país italiano que coloca como país supremo em termos de desenvolvimento; - cerceamento da liberdade civil: pois trata-se de um regime autoritário; - Unipartidarismo: o único partido permitido pelo governo era o próprio partido fascista; - Derrota dos movimentos de esquerda; - limitação ao direito dos empresários de administrar sua força de trabalho.

Mesmo com a exaltação da nação e muitas vezes da raça acima do indivíduo, o fascismo não chegou a ser semelhante igual ao nazismo que utilizava violência e práticas modernas de propaganda e censura para suprimir pela força a oposição política e econômica severa e sustentar o nacionalismo utilizando práticas de xenofobias. O modelo econômico adotado pelo fascismo foi eficiente na modernização da economia industrial e na diminuição do emprego.

Guerra do Vietnã (1959-1975) - História da Guerra do Vietnã Conhecedores da geografia local, os guerrilheiros vietcongues se deslocavam através dos rios para preparar emboscadas para o inimigo.

De natureza ideológica, foi o mais polêmico e violento conflito armado da segunda metade do século XX. Situado no Vietnã, contou com a determinação das guerrilhas comunistas do Vietnã do Sul (os chamados vietcongues), com o apoio do governo do Vietnã do Norte, para derrotar o governo do Vietnã do Sul. O conflito afetou o Laos, onde o Pather Lao (comunista) derrubou o regime monárquico em 1975, e o Camboja, cujo governo rendeu-se, no mesmo ano, ao grupo comunista do Khmer Vermelho. Nascido da luta do povo vietnamita pela libertação do jugo colonial francês, a chamada guerra da Indochina, o conflito tornou-se, no período de maior intensidade de participação americana, elemento essencial da Guerra Fria. Os Estados Unidos, que tinham apoiado a França na Indochina, acreditavam que a queda do Vietnã do Sul acarretaria a de outros países do Sudeste Asiático. Foi durante a Guerra do Vietnã que se destacou o grupo comunista Viet Minh, fundado pelo líder revolucionário Ho Chi Minh, que, em sua luta pela libertação, contou com apoio político nos dois países, o do Norte, comunista, e o do Sul, pró-ocidental. Os comunistas proclamaram seu propósito de reunificar o país. John Fitzgerald Kennedy, então presidente dos Estados Unidos, comprometeu-se a ajudar o Vietnã do Sul a manter sua independência. O conflito intensificou-se em 1964, quando dois destróieres dos Estados Unidos foram atacados por lanchas norte-vietnamitas, em águas internacionais do golfo de Tonquim. O presidente Lindon B. Johnson ordenou bombardeios de represália sobre o Vietnã do Norte. A guerra continuou e as perdas humanas geraram um sentimento de repulsa na população norte-americana, que exigia o fim da guerra. Durante a campanha de 1967-1968, o general norte-vietnamita Vo Nguyen Giap iniciou a denominada ofensiva do Tet, de devastador efeito psicológico. Em 1969, o novo presidente, Richard Nixon, anunciou a progressiva retirada das tropas norte-americanas e, em 23 de janeiro de 1973, conseguiu um acordo para o cessar-fogo. Em dezembro de 1974, o Vietcong lançou uma grande ofensiva e, em 30 de abril de 1975, as tropas revolucionárias ocuparam Saigon. O Sul rendeu-se incondicionalmente. Cerca de 2 milhões de vietnamitas e 57 mil norte-americanos morreram no conflito.

Iraque x Irã

Em 1979, Saddan Hussein assumiu o poder no Iraque, ano da Revolução Islâmica. Saddan invadiu o Irã com o apoio dos EUA. Pois tinham receio de que a revolução xiita ocorrida no Irã espalha-se pelo Iraque. De um lado os iraquianos, tendo a vantagem inicial e bem armados. De outro os iranianos, com uma população maior e entusiasticamente comandada pelo aiatolá Kohmeini, dessa forma conseguiram emparelhar o confronto. Em 1988 o confronto já tinha um saldo em torno de um milhão de vitimas, não tendo perspectivas de vencedores, e nenhum país levando vantagens com o conflito, firmaram a Paz.

Formas e Regime de Governo Monarquia: O poder do governo é concentrado em uma única pessoa, nessa forma de governo o poder é repassado hereditariamente, e as propriedades inerentes a soberania é concebida diante dos poderes especiais, além da tradição existente. Oligarquia: Corresponde a um regime de governo vinculado ao controle de uma quantidade restrita de pessoas e essas desfrutam de uma série de vantagens devido a sua condição alicerçada no poder. República: Na República os representantes do povo são eleitos pelos próprios, de forma direta ou indireta, a principal característica da República é de estabelecer a justiça e o bem estar comum. Aristocracia: São governos centralizados nas mãos de poucas pessoas, podendo ser nobres ou não. Democracia: Na democracia o representante é escolhido pelo povo através de votação para que assegure primordialmente a vontade popular. Atualmente a democracia é dividida em três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, que devem ser autônomos e harmônicos. Parlamentarismo: No parlamentarismo as decisões sofrem maior influência pelo parlamento, são eles os responsáveis por indicar um chefe de governo e também um primeiro ministro, sendo assim é possível que o chefe do governo seja um presidente ou um monarca. Presidencialismo: No presidencialismo o Presidente e seus ministros compõem o Poder Executivo, já os deputados federais e os senadores compõem o Poder Legislativo e por fim todo juiz e magistrado compõem o Poder Judiciário. Os poderes citados devem controlar uns aos outros de forma equilibrada, o chefe do governo nesse caso é o presidente.

Guerra do Paraguai | Guerra da Trípice Aliança

Foi o mais sangrento e maior conflito armado internacional já ocorrido no continente americano. Teve incio em dezembro de 1864 e seu término se deu em março de 1870. Também é conhecido como Guerra da Trípice Aliança, pois o Brasil aliado com a Argentina e com o Uruguai venceram o Paraguai. O Brasil havia enviado proximadamente 160 mil soldados à guerra, dos quais cerca de 50 mil não voltaram. Região do Conflito

Já o no Paraguai calcula-se que morreram entre civis e militares cerca de 300 mil pessoas. No entanto a perda do Uruguai e da Argentina foram em torno de 50% de suas tropas. Antes da Guerra o Paraguai estava se desenvolvendo a pleno vapor, mas com sua derrota acabou se tornando um dos países menos desenvolvidos da América do Sul. Muitos historiadores dão como causador da guerra à ambição do ditador Francisco Solano Lopes, que tinha como objetivo expandir o território paraguaio e obter uma saída para o Oceano Atlântico, através dos rios da Bacia do Prata.

O ponta pé inicial para o inicio do conflito se deu quando Lopes começou a criar vários obstáculos impostos as embarcações brasileiras que se conduzia para o Mato Grosso através da capital paraguaia. Almejando a província de Mato Grosso, o ditador Lopez valeu-se da frágil defesa brasileira naquela região para difundir-se e conquistá-la. Consegui fazer isso sem muitas dificuldades, após esta batalha, sentiu-se motivado a dar continuidade à expansão do Paraguai através do território que era pertencente ao Brasil. Seu alvo imediato foi o Rio Grande do Sul, no entanto, para atingi-lo, precisava passar pela Argentina. Então, atacou e tomou Corrientes, província argentina que, naquela ocasião, era governada por Mitre. Determinados a não mais serem ameaçados e dominados pelo ditador paraguaio, a Argentina, o Brasil e o Uruguai em 1° de maio de 1865 através de acordo conhecido como a Tríplice Aliança uniram suas forças. A partir deste momento, os três países combateram juntos para reterem o Paraguai, que foi derrotado na batalha naval de Riachuelo e também no conflito de Uruguaiana. A guerra teve duração de seis anos, entretanto, o Brasil já no terceiro ano via-se em grandes obstáculos para com a organização de sua tropa. Pois além de enfrentarem o inimigo, os soldados brasileiros tinham que lutar contra o falta de comunicação, de alimentos e ainda contra as epidemias que os derrotavam na maioria das vezes.

O Nazismo

As eleições nacionais de 1919 marcaram uma derrota parcial dos social democratas, considerados responsáveis pela fome que se alastra na Alemanha. Para manterem-se no poder, aliaram-se aos católicos e aos burgueses liberais. Em 1919, foi fundado o Partido Nazista, que teve como chefe Adolf Hitler, austríaco que lutara no exército alemão. No mesmo ano, foi votada a nova Constituição da Alemanha. Estabelecia uma federação de 23 Estados, que passavam a ter uma Constituição democrática, enviando seus delegados a uma Assembleia Nacional. O Reichrast. O presidente da República seria eleito por sete anos mediante voto direto universal. Tinha por função comandar o exército, indicar os ministros, dissolver o Reichstag se necessário e convocar novas eleições.De 1919 até 1929, a chamada República de Weimar enfrentou enormes dificuldades. Apesar das reformas trabalhistas que limitavam o tempo de trabalho a oito horas e de um conselho de patrões e empregados criado para orientar a política econômica do país, a miséria e a fome orientar a política econômica do país, a miséria e a fome abatiam-se sobre a Alemanha em consequência da contínua desvalorização monetária, provocada por necessidade de pagar as repartições de guerra aos aliados franceses tornou a situação ainda mais crítica. Em 1923, a inflação era galopante.

Hendenburg foi eleito presidente em 1925, substituição a Ebert, falecido. A recuperação da Alemanha era bem frágil. A crise econômica mundial de 1929 demonstrando esse fato, pois permitiria a ascensão ao poder do líder do Partido Nazista, Adolf Hitler. Ele se utilizou do descontentamento dos alemães com o governo para obter mais adeptos. O Partido Nazista imitou o Partido Fascista: tinha tropas de choque e empregava métodos violentos contra socialistas, comunistas e judeus, além de perseguir sindicatos e jornais.

Em 1923, a França invadiu o centro industrial da Alemanha. Para forçar sua retirada, o governo alemão incentivou a greve na região e passou a pagar parte dos salários, aumentando a inflação. O desespero aumentou o número de adeptos do Partido Nazista. Hitler iniciou então uma revolução em Munique, mas fracassou, e ficou preso por alguns meses. Ele afirmava que os lemas eram superiores em termos raciais, e que o nazismo deveria conduzir o mundo. Pregava a necessidade de se manter a pureza da raça ariana, eliminando de se manter a pureza da raça ariana, eliminando os judeus da Alemanha. Os judeus eram acusados de capitalistas, que enfraqueciam a Alemanha. Quando Hitler chegou a poder, utilizou-se de suas tropas de choque para se livrar de adversários políticos. E em 1932 elegeu 230 deputados de seu partido. Em 1934, morreu o presidente alemão. Hitler, que assumiria em 1933 como primeiro-ministro, impôs uma ditadura violenta. Pessoas de destaque da oposição foram enviadas para campos de concentração. Todos os estados ficaram centralizados pelas ordens de Hitler. Os judeus perderam a cidadania e passaram a ser perseguidos. Todos eram obrigados a exercer a doutrina nazista.

Guerra Fria - História da Guerra Fria Introdução Confronto ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética. Não houve um conflito militar direto entre as duas superpotências, mas ocorreram intensas lutas econômicas e diplomáticas. Antecedentes Os Estados Unidos intervieram nos conflitos internos russos e até 1933 não reconheceram o Estado soviético. Embora aliados contra a Alemanha nazista, a aliança se desfez após a vitória

sobre a própria Alemanha, por causa de insuperáveis diferenças ideológicas. Os diferentes interesses pós-1945 levaram a suspeitas e hostilidades mútuas em meio a uma rivalidade crescente fundamentada na ideologia. Alguns historiadores, invocando a geopolítica e outras razões, argumentam que as relações entre os poderes durante a Guerra Fria não eram piores do que as existentes em outras épocas. Entretanto, a natureza ideológica da luta e a ameaça de um holocausto nuclear colaboraram para esconder as tensões políticas que ressurgiram em várias partes do mundo, uma vez que a antiga forma de organização e relacionamento entre os países havia sido modificada. Paradoxalmente, a Guerra Fria assegurou a paz militar na Europa durante quase 50 anos. Manobras e Contramanobras Em 1948, Truman lançou o Plano Marshall para a reconstrução da Europa Central e Ocidental, propondo a criação de uma aliança militar que seria a chamada Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No ano seguinte, os soviéticos conseguiram a bomba atômica e nas lutas civis chinesas foram vencedores os comunistas que se aliaram a Stalin. Na Guerra da Coréia (1950-1953), enfrentaram-se o regime comunista do Norte e o pró-ocidental do Sul. As tensões da Guerra Fria foram reativadas no final da década de 1950, quando ambos os lados começaram a desenvolver projetos para a construção de mísseis balísticos intercontinentais. A União Soviética tentou proteger a Alemanha Oriental comunista de uma fuga da população para o Ocidente ao construir o Muro de Berlim em 1961. Cada superpotência também tentava influenciar as nações emergentes da Ásia, da África, do Oriente Médio e da América Latina. Em 1962, surgiu uma grave crise quando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) instalou mísseis em Cuba e o presidente John Fitzgerald Kennedy ameaçou com represálias nucleares. Os soviéticos retiraram os mísseis em troca da promessa de Kennedy de não invadir Cuba. Ambos os lados tornaram-se mais moderados devido à crise dos mísseis de Cuba, demonstrando a relutância mútua em travar uma guerra nuclear. De alguma maneira, a rígida polarização anterior foi arrefecida. Os soviéticos se enfraqueceram devido à cisão entre a China e Moscou, aos acontecimentos em Praga na primavera de 1968 e às manifestações opositoras em outros países da Europa Oriental. Enquanto isso, os Estados Unidos estavam lutando no Vietnã, uma ação militar que custou a vida de 57 mil soldados norte-americanos e 2 milhões de vietnamitas. Por volta de 1973, as duas superpotências chegaram a um acordo sobre uma política de distensão na tentativa de deter a corrida armamentista. Foi o acordo Salt de limitação de armas estratégicas. Fim da Guerra Fria Em 1985, Mikhail Gorbatchov e Ronald Reagan, que no começo da década haviam iniciado um novo plano de desenvolvimento armamentístico, decidiram reduzir sua presença na Europa. A reunificação alemã e o esfacelamento da URSS colaboraram para o fim da Guerra Fria. George Bush declarou a necessidade de "uma nova ordem mundial". Em maio de 1997 foi assinado um acordo histórico entre a Rússia, representada pelo presidente Boris Yeltsin, e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sendo seu secretário-geral Javier Solana. O acordo estendeu a atuação da Otan aos países do antigo bloco soviético e foi reconhecido pela sua Ata de fundação no que diz respeito às relações mútuas e de cooperação entre a Otan e a Rússia. As duas partes deixavam de considerarem-se adversárias, razão pela qual numerosos analistas têm considerado o fato o fim definitivo da Guerra Fria.

Diante deste quadro, Caxias foi convocado para liderar o exército brasileiro. Sob seu comando, a tropa foi reorganizada e conquistou inúmeras vitórias até chegar a Assunção no ano de 1869. Embora ter obtido grande êxito, a última batalha foi comandada pelo Conde D`Eu (genro de D. Pedro II). Finalmente, no ano de 1870, a guerra chega ao seu término com a morte de Francisco Solano Lopes em Cerro Cora.

O republicanismo no Brasil Império

A questão republicana em tempos do Império: uma interessante questão do século XIX.

Por Rainer Sousa

A partir da década de 1870, o Brasil Imperial começaria a sofrer diversos tipos de oposição ao seu regime e a defesa da instalação de uma República em seu lugar. Em um primeiro momento, podemos achar que tal situação demonstrava a crise do sistema que consolidou a independência e a unidade do território brasileiro e a clara influência que o país tinha das experiências políticas europeias interessadas em decretar a extinção do Antigo Regime.

Mesmo coerente, devemos salientar que essa leitura consolida uma visão bastante limitada sobre as figuras políticas e intelectuais que participaram desse momento de transição. A questão republicana no Brasil ganha tons bastante particulares considerando que os defensores desse novo regime não promoviam uma réplica das discussões e ideais no Velho Mundo, mas também conferia uma relação específica de como a República atingiria os problemas daquele tempo.

Bastante preocupados com a questão do desenvolvimento e da modernização do país, os republicanos brasileiros acreditavam que a monarquia operava como o grande sustentáculo do escravismo. Para eles, o uso da mão de obra escrava colocava o país em posição social, econômica e moral inferior em relação às demais nações industrializadas que abandonaram esse tipo de relação de trabalho. De tal modo, o império era combatido por nutrir o próprio atraso nacional.

Desse modo, vemos que o republicanismo desenvolvido no Brasil Império parecia instaurar uma visão dicotômica entre os problemas da época e a respectiva solução para os mesmos. Em outras palavras, enquanto o governo imperial representava a origem e a manutenção de várias mazelas e atrasos, a República se postava como a mais moderna e apropriada solução para que novos tempos fossem vividos. No entanto, não cabe dizer que os republicanos pensavam o novo regime da mesma forma.

Claramente, vemos que uma parcela dos republicanos era influenciada pelo positivismo corrente no século XIX. Fortalecida em valores de natureza racional, o governo republicano estaria naturalmente mais apto em relação às tradições e desmandos que permeiam a monarquia. Além dos positivistas, também devemos destacar que alguns textos influenciados pelo socialismo utópico abraçavam a causa republicana e seus preceitos democráticos como forma de atendimento aos anseios populares.

Desse modo, ao tomar tais características, vemos que o republicanismo não só empreende a função de instrumento de ataque ao regime imperial. Ao ser tomado por diferentes tendências, a república assume a capacidade de oferecer resposta a diferentes setores da intelectualidade daquele tempo. Além de atacar a Coroa e a escravidão, a defesa de um novo modelo político nos revela as nuances do cenário político e intelectual dos fins do século XIX.

História da Homossexualidade Atualmente, a questão homossexual vem ganhando bastante espaço. Na TV, nas alas de decisão judicial, nas grandes paradas ao ar livre e nas conversas do dia-a-dia a figura do homossexual deixa de ser uma especulação para bater a porta de todo e qualquer individuo de nossa sociedade. Muitos chegam a questionar se eles realmente compõem um “grupo minoritário” da sociedade contemporânea. Hoje em dia, somos acostumados a estabelecer culturalmente um conjunto de idéias sobre os homossexuais que, muitas vezes, tendem para o campo dos preconceitos. Controvérsias à parte será que esse tipo de comportamento sexual sempre foi motivo de tanta polêmica? Muitas vezes, nosso imaginário nos impede de tentar admitir outros tipos de perspectiva em relação a esse tema. Recuando para os tempos antigos poderíamos nos deparar com uma visão bastante peculiar ao notarmos que afeto e prática sexual não se distinguiam naquele período. As relações sexuais não eram hierarquizadas por meio de uma distinção daqueles que praticam optavam pelos hábitos homo ou heterossexuais. Na Grécia, por exemplo, o envolvimento entre pessoas do mesmo sexo chegava, em certos casos, a ter uma função pedagógica. Na cidade Estado de Atenas, os filósofos colocavam o envolvimento sexual com seus aprendizes como um importante instrumento pelo qual se estreitavam as afinidades afetivas e intelectuais de ambos. Entre os 12 e os 18 anos de idade o aprendiz tinha relações com seu tutor, desde que ele e os pais do menino consentissem com tal ato. Já em Roma, havia distinções onde a pederastia era encarada com bons olhos, enquanto a passividade de um parceiro mais velho era motivo de reprovação. Com a assimilação do valor estritamente procriador do sexo, disseminado pela cultura judaica, a concepção sobre o ato homossexual foi ganhando novas feições. A popularização do

cristianismo trouxe consigo a ideia de que o sexo entre iguais seria pecado. Dessa forma, desde o final do Império Romano, várias ações de reis e clérigos tentaram suprimir o homossexualismo. Ainda assim – ao longo da Idade Moderna – tivemos vários relatos de representantes da nobreza tiveram casos com parceiros e parceiras do mesmo sexo. No século XIX, com a efervescência das teorias biológicas e o auge da razão como verdade absoluta, teorias queriam dar uma explicação científica para o homossexualismo. No século XX, a lobotomia cerebral foi declarada como uma solução cirúrgica para que quisesse se “livrar” do hábito. Nesse mesmo período, diversos grupos lutaram pelo fim da discriminação e a abolição da classificação científica que designa o homossexualismo como doença. Mesmo que ainda o tema cause muito preconceito e levante tabu entre as pessoas, devemos perceber que a identidade sexual não pode ser vista como um dado a ser controlado por alguém ou por alguma instituição. Antes de qualquer justificativa, seja contra ou a favor dos homossexuais, devemos colocar o respeito ao outro como princípio máximo dessa questão.

Salvador e a Revolta da Farinha, 1858

Vista do Passeio Público de Salvador no século XIX, cidade palco da Revolta da Farinha

Salvador, capital da província da Bahia, foi palco de inúmeras rebeliões desde o final do século XVIII e em quase todo o século XIX. A Conjuração Baiana, na década de 1790, possivelmente marcou o início dessas rebeliões contra as autoridades instituídas, havendo ainda as lutas pela independência e diversas outras revoltas nas décadas de 1820 e 1830. Em 1858, houve mais uma, dessa vez com parte da população da cidade tomando as ruas e ecoando o grito de “carne sem osso e farinha sem caroço”. O episódio, que ficou conhecido como Revolta da Farinha, ocorreu em 28 de fevereiro de 1858. A população da cidade de Salvador e de outras cidades da província sofreu alguns anos antes uma intensa seca, que atingiu a produção da farinha de mandioca, havendo ainda algumas epidemias como a de cólera-morbo, que chegou a matar cerca de dez mil pessoas entre os anos de 1855 e 1856. Para além do clima criado na população, uma das recomendações médicas era que a população deixasse de comer a carne importada da região do Rio da Prata e passasse a comer mais a chamada carne verde, apontada como mais saudável.

Os dois processos acima referidos fizeram com que o preço desses gêneros alimentícios subisse consideravelmente, aumentando a porcentagem da renda destinada aos alimentos. Havia ainda outro problema que era o controle exercido na venda dos produtos por alguns comerciantes portugueses, que acabavam exercendo uma espécie de monopólio na distribuição, ao exercerem a função de atravessadores entre os produtores e os comerciantes varejistas.

A hostilidade da população soteropolitana com os portugueses vinha de longa data e, em um momento que a inflação atingia os produtos por eles comercializados, a tensão aumentava. Porém, dessa vez, o alvo da multidão que tomou as ruas não se tratava dos lusitanos, mas sim das autoridades do Estado.

Contribuíram ainda para a Revolta da Farinha mais alguns fatores. Um deles foi a disputa política em torno da definição dos locais de venda da farinha de mandioca. No início de 1857, a Câmara Municipal de Salvador havia publicado um pronunciamento, uma lei municipal, que definia que a farinha de mandioca deveria ser comercializada apenas no Celeiro Municipal e em algumas tulhas autorizadas pela Câmara, pretendendo, assim, controlar o preço do produto, pressionando por sua baixa.

O presidente da província da Bahia à época era José Lins Vieira Cansanção de Sinimbu, futuro visconde de Sinimbu, que se tornaria ainda chefe do governo de D. Pedro II. Inicialmente, Sinimbu autorizou o pronunciamento. Entretanto, voltou atrás na autorização, em decorrência de pressão de comerciantes, e enviou a medida para avaliação da Assembleia Provincial. Sinimbu era formado na Europa e um adepto do liberalismo econômico. A medida proposta pela Câmara Municipal era uma forma de controle do Estado na economia, ferindo os princípios livre-concorrenciais do liberalismo, que tem como postulado que os preços variam de acordo com a lei da oferta e da procura. O aumento da concorrência leva à diminuição de preços. Esses foram os argumentos utilizados por Sinimbu.

A Câmara Municipal esperou uma reposta da Assembleia Provincial por vários meses. Frente ao silêncio, decidiu reeditar a medida, o que acarretou uma crise entre os poderes municipais e provinciais. Policiais constantemente entravam em conflito com os fiscais da Câmara, que pretendiam controlar a venda da farinha de mandioca.

Segundo cronistas da época, que viveram em Salvador, a população acompanhava as discussões e comentava em tabernas, barbearias e outros locais públicos. Havia ainda uma oposição ao governo de Sinimbu, possivelmente organizada clandestinamente e que apresentava seus posicionamentos através de materiais afixados nas paredes da cidade.

Nesse clima, estourou a Revolta da Farinha em 28 de fevereiro de 1858, um domingo de quaresma. Mas o estopim da revolta não foram os gêneros alimentícios. À época, as recolhidas da Santa Casa de Misericórdia, órfãs solteiras, geralmente pobres, sofriam os maus-tratos das freiras francesas de São Vicente de Paulo, contratadas para educá-las. Os gritos dados pelas recolhidas a partir das janelas da Santa Casa chegaram aos ouvidos de rapazes que estavam na região, que rapidamente se prontificaram a socorrê-las, e adentraram o prédio.

Após as freiras serem escoltadas para outro local, mais pessoas foram se juntando ao grupo. A manifestação transformou-se em um protesto contra a carestia, levando os populares a gritarem a palavra de ordem, “carne sem osso, farinha sem caroço”. Dirigiram-se para o palácio do governo, onde apedrejaram o prédio. Passaram também pela Câmara Municipal e a ocuparam. Os manifestantes ainda subiram na torre e com o toque dos sinos chamaram mais pessoas para se manifestarem contra Sinimbu.

A cavalaria da força policial foi chamada para dispersar a multidão com golpes de espada e com as patas dos cavalos. A população reagiu com pedradas, durando algumas horas o conflito. No dia seguinte, novos conflitos ocorreram, com a população ocupando novamente a Câmara Municipal.

A maioria de seus vereadores era formada por suplentes, em virtude da suspensão dada por Sinimbu a alguns vereadores em decorrência do pronunciamento por ele anulado. Forças policiais tiraram os manifestantes do prédio, e a decisão do presidente da província foi votada favoravelmente. Ele tinha o apoio da Associação Comercial de Salvador, que defendia abertamente o livre comércio, garantindo o controle dos atravessadores na venda da farinha de mandioca.

A soma dos eventos deu um caráter político à Revolta, superando a questão do aumento do preço. Em junho, Sinimbu saiu da presidência da Província. O novo presidente aprovou a postura da Câmara e o controle estatal sobre a venda do produto, mas não resolveu o problema de carestia.

Insurreição Praieira de Pernambuco (1848)

Vista da alfândega de Recife, cidade palco da Insurreição Praieira

Por Tales Pinto

A Insurreição Praieira, iniciada em Pernambuco, em 1848, é geralmente tratada como a revolta que encerrou os ciclos de conflitos internos brasileiros iniciados com a Independência do país, em 1822. Ela ocorreu também no mesmo ano em que revoluções eclodiram em solo europeu, no evento conhecido como a Primavera dos Povos. Ao se analisar o conteúdo reivindicativo dos rebeldes pernambucanos no “Manifesto ao Mundo”, é possível encontrar semelhanças com algumas propostas defendidas nos dois continentes. No texto escrito por Borges da Fonseca, era defendido os “10 mandamentos” da revolta: 1º - Voto livre e universal; 2º- Liberdade de imprensa; 3º- Garantia de trabalho para todos os cidadãos; 4º- Só brasileiros poderiam fazer comércio de varejo; 5º- Harmonia e independência entre os poderes políticos; 6º- Extinção do Poder Moderador; 7º- Federalismo; 8º- Garantia para os direitos individuais; 9º- Extinção da cobrança de juros; 10º- Extinção do recrutamento militar.

De acordo com as pretensões do Manifesto ao Mundo, é possível perceber o claro caráter liberal do movimento insurrecional pernambucano, através principalmente da divisão dos poderes, do fim do Poder Moderador e da garantia do voto “livre e universal”. Havia ainda a influência das correntes políticas chamadas pelos marxistas de socialistas utópicas, principalmente as animadas por Robert Owen, Charles Fourier e Proudhon.

A origem da insurreição esteve ligada às disputas econômicas e políticas entre as elites pernambucanas, principalmente entre os antigos senhores de engenho e os que haviam enriquecido mais recentemente. O acesso à compra de escravos, em um momento de combate ao tráfico por parte da Inglaterra, tornava necessário o controle do aparelho de Estado da principal província do Nordeste brasileiro naquele momento.

Os proprietários que haviam enriquecido há pouco se uniram com outros setores urbanos (bacharéis de Direito, pequenos comerciantes etc.) de Olinda e Recife, em torno do jornal Diário Novo, cuja sede se localizava na Rua da Praia, sendo esse o motivo da revolta levar o nome de Praieira. A partir desse jornal, os futuros rebeldes passaram a divulgar sua oposição política aos governos provinciais comandados pelas duas maiores famílias latifundiárias de Pernambuco: os Rego Barros e os Cavalcanti. Porém, a oposição conseguiu o poder provincial em 1845, com a nomeação para a presidência da província de Antônio Pinto Chichorro da Gama. Controlando a máquina burocrática, os rebeldes passaram a demitir os funcionários ligados às tradicionais elites canavieiras, principalmente delegados e subdelegados. Mas a queda do governo liberal, em 1847, levou os rebeldes novamente à oposição. A tentativa de desarmá-los deu origem à insurreição.

Já existiam conflitos contra os altos preços dos produtos alimentícios, principalmente, levando a população urbana a atacar os estabelecimentos comerciais controlados por portugueses, apontados como responsáveis pela situação. Os portugueses controlavam o comércio na província, o que explica que no Manifesto fosse nacionalizado o comércio varejista.

Os enfrentamentos armados iniciaram-se em novembro de 1848 e estenderam-se até dezembro de 1850, tendo como principais lideranças dos insurrectos Pedro Ivo, João Ribeiro Roma, Nunes Machado e Antônio Borges da Fonseca. As tropas por eles comandadas conseguiram cercar Recife por um tempo, em fevereiro de 1849, mas não foram páreas para as forças legalistas, principalmente depois do apoio do governo central com armas e tropas. Os combates no interior ocorreram até dezembro de 1850. Várias lideranças foram presas e outros fugiram para o exterior. João Roma e Nunes Machado morreram em combate. Os que haviam sido presos conseguiram a anistia em 1851.

Mas a Insurreição Praieira não foi uma luta apenas da elite e das classes médias urbanas. Havia os trabalhadores artesanais e demais homens livres que pretendiam melhorar suas condições de vida e trabalho com o fim do controle comercial exercido pelos portugueses. Entretanto, como quase sempre acontece quando classes distintas se unem para uma luta social, os membros das classes mais baixas da hierarquia social também saíram derrotados.

Lei Seca

A Lei Seca entrou em vigor em 1920, com o objetivo de salvar o país de problemas relacionados à pobreza e violência. A Constituição americana estabeleceu em 18ª emenda, a proibição, a fabricação, o comércio, o transporte, a exportação e a importação de bebidas alcoólicas. Pois para o governo todos os males vividos pelo país tinham apenas o álcool como agente causador. Essa lei vigorou por 13 anos, foi considerada o maior fracasso legislativo de todos os tempos nos Estados Unidos. O efeito causado pela lei foi totalmente contrário do que era esperado, ao invés de acabar com o consumo de álcool, com os problemas sociais, entre outros, a lei gerou a desmoralização das autoridades, o aumento da corrupção, explosões da criminalidade em diversos estados e, o enriquecimento das máfias que dominavam o contrabando de bebidas alcoólicas. O ponto de encontro das pessoas que queriam beber era os speakesies, ou seja, bares clandestinos localizados no subterrâneo, com o objetivo de não chamar atenção. Argumentando que a legalização das bebidas geraria mais empregos, elevaria a economia e aumentaria a arrecadação de impostos, os opositores do então presidente norte-americano Franklin Roosevelt, o convenceram a pedir ao Congresso que legalizasse a cerveja. Com isso, em 1933 é revogada a emenda constitucional da lei seca. O Ato de Proibição nacional eternizou o nome de várias pessoas, em especial a do grande gângster Al Capone, que comandou o comércio de bebidas alcoólicas em Chicago.

Segunda Guerra Mundial - História da Segunda Guerra Mundial Introdução

Conflito mundial que começou em 1939 como um confronto militar europeu entre a Alemanha e a coalizão franco-britânica, mas que se estendeu até afetar a maioria das nações. Após sua conclusão em 1945, emergiu uma nova ordem mundial dominada pelos Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

O líder militar alemão Erwin Rommel foi promovido a marechal de campo depois de revelar seu talento militar nas batalhas travadas no deserto do norte da África, durante a II Guerra Mundial. Depois que Rommel foi derrotado pelo tenente-general britânico Bernard Montgomery, em 1942, Hitler delegou a ele a defesa das praias da Normandia, no norte da França, contra a esperada invasão dos aliados. Foi um conflito único pela violência dos ataques lançados contra a população civil e pelo genocídio realizado pela Alemanha nacional-socialista. Foram empregadas duas armas radicalmente novas: os foguetes de longo alcance e a bomba atômica.

Em 1938, o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain e os representantes da França e Itália assinaram o Pacto de Munique com o líder alemão Adolf Hitler, por meio do qual cediam os Sudetos (região da Tchecoslováquia de fala alemã) para a Alemanha. Para Chamberlain, o acordo garantia "a paz em nosso tempo", mas tudo que ele conseguiu foi retardar o início da guerra. Situação depois da Primeira Guerra Mundial

Adolf Hitler (à direita) é tido como um dos dirigentes mais cruéis da história. Depois de eliminar seus possíveis rivais políticos, transformou a Alemanha em uma máquina de guerra moderna. Hitler e Benito Mussolini (à esquerda) se aliaram em 1936. Esta fotografia foi tirada em Munique, em 1937. Depois da I Guerra Mundial foram feitas várias tentativas para estabelecer uma paz duradoura, entre as quais, cabe destacar a constituição da Sociedade das Nações (1920), a Conferência de Washington (1921-1922), o Pacto de Locarno (1925) e o denominado Pacto Briand-Kellog. Entretanto, na década de 1920 proliferaram os movimentos totalitários, nacionalistas e militaristas, conhecidos por seu nome italiano, fascismo. Benito Mussolini estabeleceu na Itália em 1922 a primeira ditadura fascista. Adolf Hitler, o Führer (líder) do Partido Nacional-socialista Alemão, impregnou de racismo o movimento fascista. O Japão também adotou um regime de caráter totalitário. Os tratados firmados entre a Alemanha, a Itália e o Japão em 1936 e 1937 tiveram como resultado a formação do Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Hitler iniciou sua campanha expansionista com a Anschluss (anexação) da Áustria em março de 1938. No mês de setembro ameaçou declarar guerra para anexar os Sudetos, a zona ocidental da Tchecoslováquia. Apesar do Pacto de Munique, invadiu a Tchecoslováquia em março de 1939. Por outro lado, a Alemanha assinou um pacto de não-agressão com a Rússia em 23 de agosto de 1939. Os exércitos alemães invadiram a Polônia em 1º de setembro de 1939. Dois dias depois, os britânicos e os franceses declararam guerra à Alemanha. A situação do Eixo A invasão da Polônia foi fulminante por conta da blitzkrieg (guerra relâmpago) e em 6 de outubro, a Polônia rendeu-se. Em 30 de novembro, a URSS declarou guerra à Finlândia. Josef Stalin, após a notável resistência finlandesa, pôs fim à luta em 8 de março de 1940 e obrigou a Finlândia a entregar certos territórios em troca de sua independência. Hitler aprovou o plano de invasão da Noruega e da Dinamarca em 2 de abril. A Dinamarca se rendeu imediatamente. Os noruegueses, britânicos e franceses conseguiram resistir na região que se estendia entre Oslo e Trondheim até 3 de maio. Quando os alemães estavam a ponto de render-se na região de Narvik, as derrotas militares sofridas pelos aliados na França obrigaram os britânicos e os franceses a requererem as tropas destacadas nessa região. Em 10 de maio de 1940, a Alemanha invadiu a Bélgica e os Países Baixos, passo preliminar

para a invasão da França. O exército holandês se rendeu em 14 de maio. Os britânicos e os franceses se viram obrigados a retroceder até uma praia vizinha a Dunquerque. O rei belga, Leopoldo III, capitulou no dia seguinte. A Itália declarou guerra à França e à Grã-Bretanha em 10 de junho. Em 25 desse mesmo mês, o marechal Henri Philippe Pétain assinou um armistício no qual concordou que a Alemanha controlaria o norte e a faixa atlântica da França. Pétain estabeleceu a capital em Vichy. No verão de 1940, Hitler dominava a Europa do cabo Norte até os Pireneus. Os alemães esperavam vencer os britânicos mediante um bloqueio e recorreram à guerra submarina. Assim mesmo, Hitler tratou de neutralizar a Royal Air Force (Forças Aéreas Reais britânicas ou RAF), o que deu lugar à batalha da Inglaterra. Entretanto, Mussolini havia empreendido um ataque sem êxito sobre o Egito (setembro de 1940) a partir da Líbia. Hitler começou a preparar uma campanha contra a Grécia em novembro. No início de 1941, enviou à Líbia o general Erwin Rommel com o contingente Afrika Korps, para ajudar seus aliados italianos. Hitler incluiu a Romênia e a Hungria na aliança do Eixo em novembro de 1940; a Bulgária se uniu em março de 1941. Quando a Iugoslávia se negou a aderir ao Eixo, Hitler ordenou a invasão desse país. As operações contra a Grécia e a Iugoslávia começaram em 6 de abril. O exército iugoslavo foi derrotado em 14 desse mês e a Grécia rendeu-se no dia 22. A expansão da guerra Um ano depois da queda da França, Hitler deslocou o grosso de suas forças para o leste e formou uma coalizão com os países do sudeste da Europa (além da Finlândia) para atacar a URSS. Os Estados Unidos abandonaram sua política de neutralidade estrita depois da aprovação em março de 1941 da Lend-Lease Act (lei de Empréstimos e Arrendamentos) para ajudar os aliados. Em 22 de junho de 1941, a Alemanha invadiu a URSS com três grupos de exércitos denominados Norte, Centro e Sul, que se dirigiram para Leningrado (atualmente São Petersburgo), Moscou e Kíev, respectivamente. O avanço para Moscou foi detido até serem conquistados os outros dois objetivos. Retomado no final de setembro, caiu paralisado em dezembro devido às extremas condições climáticas. Stalin lançou uma forte contra-ofensiva em 6 de dezembro que chegou a deter a ofensiva alemã. O começo da guerra no Pacífico O Japão decidiu apoderar-se do petróleo e demais recursos do Sudeste Asiático e suas ilhas, mas sabia que essas ações desencadeariam uma guerra contra os Estados Unidos. Sua maior preocupação era a frota norte-americana do Pacífico, estabelecida em Pearl Harbor (Havaí). Em 7 de dezembro de 1941 as aeronaves japonesas transportadas em porta-aviões bombardearam essa base naval. Os Estados Unidos entraram na guerra contra o Japão em 8 de dezembro e a Alemanha e a Itália declararam guerra aos Estados Unidos três dias depois.

Os camicases ("vento divino", em japonês) eram esquadrões suicidas formados pelas forças aéreas japonesas nos últimos meses da II Guerra Mundial. Estes pilotos voavam em aviões carregados de explosivos e se lançavam contra os navios dos Estados Unidos com a finalidade de deter o seu avanço. Chegaram a afundar 40 navios dessa forma.

A conquista de Iwo Jima foi uma das últimas batalhas travadas na campanha do Pacífico durante a II Guerra Mundial. Nos meses de fevereiro e março de 1945, morreram cerca de 6.000 soldados norte-americanos e 20.000 japoneses na luta pelo controle da ilha. Este combate foi um dos mais difíceis de que participaram os marines (fuzileiros) norte-americanos.

Poucos minutos antes das oito da manhã do domingo, 7 de dezembro de 1941, um grupo de aeronaves japonesas lançou um ataque de surpresa sobre a Frota do Pacífico dos Estados Unidos, atracada em Pearl Harbor (Havaí). Os japoneses tinham como objetivo minar o poderio naval dos Estados Unidos, o que consideravam fundamental para impor uma derrota militar a esse país. Em poucas horas, os japoneses tinham afundado quatro encouraçados e danificado outros quatro, entre eles o Arizona, que aparece na fotografia; além disso, destruíram um grande número de aviões de combate e causaram numerosas baixas e feridos entre os ocupantes da base naval. Por causa deste ataque, o Congresso dos Estados Unidos declarou guerra ao Japão no dia seguinte, atendendo à petição do presidente Franklin Delano Roosevelt. Antes de terminar o mês, as forças japonesas haviam conquistado as possessões britânicas de Hong Kong e as ilhas Gilbert (atualmente Kiribati), e as possessões norte-americanas de Guam e a ilha Wake. Assim mesmo, haviam invadido as possessões britânicas da Birmânia, a península Malaia, Bornéo e a possessão norte-americana das Filipinas. A colônia britânica de Cingapura caiu em fevereiro de 1942; os japoneses ocuparam também as Índias Holandesas e desembarcaram na Nova Guiné em março. Tomaram as ilhas Batan em 9 abril e a resistência filipina da ilha de Corregidor rendeu-se em 6 de maio. Tentaram conquistar Port Moresby, mas foram detidos pela frota norte-americana após a batalha do mar de Coral (7 e 8 de maio). Os Estados Unidos obtiveram uma nova vitória na batalha de Midway (4 de junho), da qual a Armada Japonesa nunca chegou a recuperar-se. A mudança de rumo da guerra Franklin D. Roosevelt, Winston Churchill e seus respectivos conselheiros se reuniram em Washington no final de dezembro de 1941 e constituíram o Estado Maior Conjunto (Combined Chief of Staff, CCS), comitê militar britânico e norte-americano. Na frente russa, os alemães retomaram a iniciativa no verão de 1942 nas ofensivas sobre o sul de Leningrado, Kharkov e Criméia. Hitler tentou obrigar o comando soviético a sacrificar o grosso de seu exército para defender as minas de carvão do vale de Donets e os campos de petróleo do Cáucaso. Em menos de quatro semanas os exércitos alemães haviam tomado o vale de Donets e haviam avançado pelo leste até o rio Don. Em 23 de julho, Hitler ordenou avançar até Stalingrado (atualmente Volgogrado) e que outros dois exércitos se deslocassem até o sul para invadir os campos petrolíferos de Maikop, Groznyi e Baku. A URSS atravessou a situação mais difícil da guerra no final de julho de 1942. Stalin chamou suas tropas para uma guerra patriótica pela Rússia. Os japoneses haviam ocupado a ilha de Guadalcanal e se dirigiam para Port Moresby. A infantaria da Marinha dos Estados Unidos desembarcou na ilha em 7 de agosto de 1942 e,

finalmente, comunicaram em 9 de fevereiro de 1943 sua conquista. A situação começou a mudar na África do Norte em 31 de agosto de 1942, quando Erwin Rommel atacou a linha britânica situada ao oeste de El-Alamein. O novo comandante britânico, Bernard Law Montgomery, lançou uma ofensiva em 23 de outubro e forçou a retirada de Rommel para Tunis; este lançou um ataque contra as tropas norte-americanas em 14 de fevereiro de 1943, mas foi seu último êxito. As forças alemãs e italianas caíram afastadas de suas bases de Bizerta e Tunis e finalmente se renderam em 13 de maio. Entretanto, na frente oriental os alemães haviam avançado 1.100 km em direção a Leningrado e ao Cáucaso. Hitler teve que recorrer às tropas colocadas a sua disposição por seus aliados. Em 19 de novembro, as forças blindadas soviéticas atacaram os romenos ao oeste e ao sul de Stalingrado. Três dias depois, cercaram o VI Exército, que se rendeu em 31 de janeiro de 1943. Os alemães tiveram que retroceder aproximadamente até a linha da qual partiram na ofensiva do verão de 1942. De 14 a 24 de janeiro de 1943, Roosevelt, Churchill e os membros de seus respectivos Estados Maiores se reuniram na Casa Branca para desenhar sua estratégia. Decidiram concentrar-se nos territórios que podiam conseguir no Mediterrâneo: Sicília e Itália. Também concordaram em iniciar uma ofensiva aérea sobre a Alemanha. Na frente oriental, Hitler deixou uma grande bolsa ao redor da cidade de Kursk. Iniciou a luta em 5 de julho atacando pelo norte e pelo sul através do extremo oriental da bolsa. Zhúkov e Vasilievski reforçaram as tropas nas proximidades da cidade e até 12 de julho ocorreu a maior batalha de carros de combate da guerra. Hitler cancelou a operação, pois os norte-americanos e britânicos haviam chegado à Sicília e era preciso transferir divisões para essa região. Em 10 de julho os aliados haviam desembarcado na Sicília. Mussolini foi expulso do poder em 25 de julho e o governo italiano iniciou negociações que concluíram com um armistício assinado em segredo em 3 de setembro. A rendição dos italianos não representou grandes vantagens militares para os aliados; no final de 1943, os alemães o contiveram na Linha Gustav, cerca de 100 km ao sul de Roma. Com respeito à guerra no Pacífico, as principais ações tiveram lugar no sudoeste. O ataque na zona central do Pacífico começou posteriormente. Os primeiros desembarques tiveram lugar em Makin (ilhas Gilbert) e Tarawa em novembro de 1943. O Brasil na segunda guerra mundial A guerra transformara-se numa guerra total. Dispostos a interceptar remessas de alimentos e matérias-primas para a Inglaterra e os Estados Unidos, os nazistas, sem nenhuma declaração formal de guerra, empreenderam uma campanha submarina no Atlântico, na qual atacaram, de 15 a 17 de agosto de 1942, cinco navios brasileiros (Baependi, Itajiba, Araraquara, Aníbal Benévolo e Araras). Este ataque obrigou o governo brasileiro a abandonar a neutralidade que vinha mantendo. Durante a II Reunião de Consulta dos Chanceleres Americanos, realizada no Rio de Janeiro, em janeiro de 1942, foi anunciado o rompimento das relações diplomáticas e comerciais do Brasil com a Alemanha, a Itália e o Japão. No dia 22 de agosto Getúlio Vargas reuniu o ministério para a declaração de guerra à Alemanha e à Itália. Foi iniciada a mobilização geral e foram tomadas providências para o aumento da produção agrícola e da indústria extrativa de matérias primas estratégicas. A contribuição militar inicial não se limitou ao fornecimento das bases aéreas e navais do Nordeste, que possibilitaram a invasão da África do Norte. A Marinha Brasileira fez a cobertura das rotas mercantes do Atlântico Sul, protegendo os navios que levavam materiais estratégicos. Em meados de 1944, sob o comando do general Mascarenhas de Morais, partiu para a Itália a Força Expedicionária Brasileira (FEB). O primeiro escalão da FEB, sob o comando do general

Zenóbio da Costa, desembarcou em Nápoles, em 16 de julho de 1944, onde foi incorporado ao 5º Exército Americano. Dirigiu-se para o norte, onde se desenvolveria a ofensiva aliada entre os rios Arno e Pó. Os expedicionários lutaram ao lado das forças aliadas nas batalhas de Camaiore, Monte Castelo, Castelnuovo, Montese e Fornovo. Durante o conflito a Marinha Brasileira acompanhou, prestando cobertura, mais de 3 mil navios mercantes. As cinzas dos 451 oficiais e praças mortos no conflito, entre eles oito pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB) foram transladados do cemitério de Pistóia, na Itália, para o Brasil, em 5 de outubro de 1960, e hoje repousam no monumento aos mortos da II Guerra Mundial, no Rio de Janeiro. A vitória dos aliados Depois da batalha de Kursk, ocorrida em 5 de julho de 1943, Hitler permitiu ao grupo de exércitos do sul retirar-se até o rio Dniéper em 15 de setembro. As tropas alemães tiveram que lutar contra cinco cabeças de ponte soviéticas. Os exércitos russos lutaram enfurecidamente para impedir que o inimigo se tornasse forte nessa zona. Expandiram as cabeças de ponte, cercaram o Exército alemão na Criméia durante o mês de outubro, tomaram Kíev em 6 de novembro e continuaram a ofensiva sem interrupções. No fim de novembro teve lugar a Conferência de Teerã, na qual Roosevelt e Churchill tiveram seu primeiro encontro com Stalin. O presidente norte-americano e o primeiro-ministro britânico já haviam aprovado um plano — seu nome em código era Overlord (Chefe Supremo) — para lançar uma ofensiva pelo oeste, que tinha como finalidade o desembarque da Normandia (6 de julho de 1944). A operação Overlord ia satisfazer finalmente a demanda de uma segunda frente, que já vinha sendo reclamada com insistência pelos soviéticos. Estes lançaram uma ofensiva em janeiro de 1944 que levantou o cerco de Leningrado e obrigou ao grupo de exércitos do norte a retroceder. As principais ações contra a Alemanha no outono de 1944 foram os combates aéreos. Hitler respondeu a essas agressões atacando a Grã-Bretanha. A diminuição das frentes no leste e no oeste e a interrupção da luta terrestre no final do ano proporcionaram a Hitler uma nova oportunidade para criar uma reserva de 25 divisões. Decidiu utilizá-las em uma ofensiva contra os britânicos e os norte-americanas. A ofensiva alemã — denominada Campanha das Ardenas — começou em 16 de dezembro. O esforço dos alemães fracassou quando as condições atmosféricas permitiram aos aliados empregar sua superioridade aérea. O avanço sobre a Alemanha não retornou até fevereiro. No transcurso da Conferência de Ialta, em fevereiro de 1945, Stalin aceitou declarar guerra ao Japão em um prazo de três meses, a partir da rendição da Alemanha e em troca de certas concessões territoriais no Extremo Oriente. Também se decidiu que a estratégia contra a Alemanha consistiria em lançar um ataque a partir do norte até Berlim, dirigido por Montgomery, apesar dos exércitos dos Estados Unidos também participarem da ação. O I e o IX Exército norte-americano cercaram o coração industrial da Alemanha, o Ruhr, em 1º de abril. O II Exército britânico cruzou o Weser, que se encontrava a meio caminho entre o Rin e o Elba, em 5 de abril. O IX Exército alcançou o Elba na altura de Magdeburgo em 11 de abril, com o qual somente lhes separavam 120 km de Berlim. Entretanto, os exércitos soviéticos se reorganizaram de forma imediata para lançar uma ofensiva sobre Berlim na primeira semana de abril. A última esperança de Hitler, alentada pelo falecimento de Roosevelt em 12 de abril, era que surgisse um possível conflito entre as potências ocidentais e a URSS. O avanço soviético para Berlim começou em 16 de abril. O VII Exército norte-americano tomou Nuremberg em 20 de abril. Quatro dias depois os soviéticos fizeram o cerco sobre Berlim. O V Exército soviético e o I Exército norte-americano estabeleceram contato na cidade de Torgau, situada em Elba (ao nordeste de Leipzig), e a Alemanha caiu dividida em duas partes. Hitler se suicidou em seu bunker de Berlim em 30 de abril de 1945. Havia nomeado o almirante Karl Doenitz como seu sucessor na posição de chefe do Estado e esse decidiu render-se. Seu representante, o general Alfred Jodl, assinou a rendição incondicional de todas as Forças Armadas alemãs no quartel-general de Eisenhower, estabelecido em Reims, em 7 de maio. As

tropas alemães da Itália já haviam se rendido (em 2 de maio), assim como as dos Países Baixos e as do norte da Alemanha e da Dinamarca (4 de maio). Os governos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha declararam em 8 de maio o Dia da Vitória na Europa. A rendição incondicional completa entrou em vigor um minuto depois da meia-noite, uma vez firmado em Berlim um segundo documento que também foi assinado pela URSS. O final da guerra no Pacífico não se avistava, apesar da situação do Japão ser desesperadora. O assalto de uma pequena ilhota árida — a batalha de Iwo Jima — custou a vida de mais de 6.000 soldados da infantaria da Marinha norte-americana, antes de transformar-se em uma base segura em 16 de março. Ao longo de todo o conflito, os governos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha haviam realizado um grande projeto científico e industrial para o desenvolvimento de armas nucleares. O presidente Harry S. Truman permitiu que fossem lançadas duas bombas atômicas: a primeira sobre Hiroshima e a segunda sobre Nagasaki. A URSS declarou guerra ao Japão em 8 de agosto e invadiu Dongbei Pingyuan ou Manchúria no dia seguinte. O Japão anunciou sua rendição em 14 de agosto. A assinatura oficial se realizou na baía de Tóquio a bordo do encouraçado Missouri em 2 de setembro. O custo humano — sem incluir os mais de 5 milhões de judeus assassinados no Holocausto, que foram vítimas indiretas da contenda — é estimado em 55 milhões de mortos, 25 milhões de militares e 30 milhões de civis.

Vargas: Fascista ou Populista?

Getúlio Vargas, ao centro, com trajes militares na Revolução de 1930

A chamada Era Vargas marcou profundamente a estrutura do Estado e da sociedade brasileira no século XX, principalmente pelo impulso dado à modernização com a industrialização e os esforços para a gestão estatal pautada na administração científica. Porém, a organização dessa modernização gera controvérsias entre historiadores. Para alguns, a Era Vargas se insere no chamado populismo. Para outros, o varguismo é mais uma das vertentes do fascismo. O objetivo do texto é apresentar os elementos geradores desta controvérsia. A Era Vargas é dividida em fases entre os anos de 1930 até a morte de Getúlio, em 1954. Ela se constituiu de um governo provisório, entre 1930 e 1934, dois governos constitucionais, entre 1934 e 1937 e 1951 e 1954, e, por fim, o Estado Novo, entre 1937 e 1945. As fases estão relacionadas aos arranjos econômicos e políticos realizados entre as classes sociais capitalistas brasileiras, que fizeram com que Vargas se mantivesse no poder nestes momentos. No texto, o interesse incidirá sobre a ditadura do Estado Novo, por ser o período mais importante.

O Estado Novo caracterizou-se pela constituição de um Estado centralizado e antiliberal, suprimindo o parlamento e criando as instâncias do corporativismo. A supressão do parlamento foi justificada pelo elaborador da Constituição de 1937, Francisco Campos, por serem as questões técnicas os parâmetros necessários às tomadas de decisões, relegando a ação política como um empecilho à modernização da sociedade. Corpos técnicos apresentariam soluções para que o ditador tomasse as decisões. Isto fortaleceu o papel centralizador do Estado, principalmente através do mecanismo do corporativismo, articulando a administração estatal, as associações de empresários e os órgãos de controle da força de trabalho, como os sindicatos. Dessa forma, poderia o ditador Vargas harmonizar os interesses sociais em prol do bem da nação.

Essa organização do Estado e da sociedade recebeu influências dos regimes fascistas polonês (a constituição foi apelidada de polaca) e italiano, através da Carta del Lavoro. Além das públicas declarações de admiração da condução social exercida pelos governos de Benito Mussolini, na Itália, e de Adolf Hitler, na Alemanha, aproximando-se ao Eixo no início da II Guerra Mundial, o Estado Novo se assemelhava a eles no apoio ao movimento sindical. Essa medida proporcionava a Vargas se apresentar como defensor dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que reprimia as atividades de organização trabalhista que fugisse deste mesmo controle. Como a burguesia nacional brasileira foi incapaz de impulsionar a industrialização por si só, foi necessário ao Estado Novo cumprir este papel, a única instituição capaz de realizar os investimentos necessários para a criação de condições gerais para a produção industrial, principalmente na área de energia e indústrias de base. Essas medidas ficaram a cargo de uma tecnocracia formada principalmente no exército brasileiro, que procedeu ainda a uma modernização da estrutura administrativa estatal, utilizando métodos de administração científica para minar as influências políticas pessoais nas várias regiões brasileiras.

A definição de que este regime é populista se baseia no fato de não ter havido no Brasil um partido único que ligasse os supostos interesses da nação ao Estado, de inexistir uma visão de história que legitimasse o governo e que a violência empregada não foi tão intensa quanto na Europa. Por outro lado, a definição fascista dada ao Estado Novo pode ter respaldo no que é exposto pelo historiador português João Bernardo, em seu livro Labirintos do Fascismo. Para ele, o fascismo foi a revolta dentro da ordem. Vargas poderia se encaixar nesta definição principalmente pelo seu papel na revolução de 1930 (a revolta) e na manutenção dos interesses das classes capitalistas (a ordem), como a oligarquia cafeeira e a burguesia industrial, contra as quais ele havia se insurgido, apoiado em forças militares. É ainda a própria estrutura disciplinar hierárquica militar que irá modelar a estrutura do Estado Novo e fortalecer o discurso nacionalista e patriótico, transformando o Estado e o exército nas instituições da unidade e identidade da nação brasileira. O debate sobre o caráter populista ou fascista de Vargas ainda está aberto, a certeza existente é que foi uma ação conservadora e repressora para a modernização da sociedade brasileira.

Invasão americana no Iraque

Invasão no Iraque: Luta pela paz ou início de um novo problema?

Invasão americana ao Iraque

No ano de 2003, os Estados Unidos realizaram uma ocupação ao território iraquiano sob a alegação de que o presidente Saddam Hussein mantinha um arsenal de armas químicas que ameaçavam a paz mundial. Mesmo não provando a existência do arsenal bélico iraquiano, o governo norte-americano conseguiu promover o julgamento e a posterior condenação do ditador Saddam Hussein. O novo governo empossado ainda não conseguiu legitimar-se e seu poder se mantém com o auxílio direto de tropas militares internacionais que chegam a um contingente de 150 mil soldados estrangeiros. Ao invés de afugentar os grupos radicais do cenário político iraquiano, a intervenção dos EUA incentivou o crescimento dos grupos fundamentalistas islâmicos do Oriente Médio. De acordo com alguns analistas, o governo norte-americano tinha outras intenções com o processo de ocupação. Segundo estes, vários acordos financeiros foram criados para que os Estados Unidos garantissem a posse sob as reservas de petróleo daquele país. Passados mais de cinco anos da invasão, o Iraque ainda sofre com um grande problema de infra estrutura que, depois da guerra, se tornou ainda mais grave. A população civil parece viver uma situação ainda mais complicada. Depois da invasão, os vários atentados contra civis colocam o país sob ameaça terrorista. Algumas estimativas dizem que a presença norte-americana já foi responsável por mais de 40 mil mortes. Ainda assim, os Estados Unidos comemoraram a prisão de alguns importantes lideres de organizações terroristas escondidas no Iraque. Nos Estados Unidos e em outros países algumas manifestações se colocam contra a presença norte-americana no Oriente. Várias nações aliadas aos EUA já fizeram a retirada de suas forças dos territórios iraquianos. Enquanto isso, os conflitos se estendem e as incertezas distanciam a autonomia política das instituições e da população iraquiana sob seu país.

Primeira Guerra do Golfo - História da Guerra do Golfo Guerra ocorrida em 1991, contra o Iraque, para libertação do Kuwait, liderada pelos Estados Unidos, os aliados europeus e a Arábia Saudita. A crise teve início em 2 de agosto de 1990, quando o Iraque, sob a liderança do presidente Saddam Hussein, anexou o Kuwait com o objetivo de controlar as reservas petrolíferas. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu a retirada incondicional do Iraque até 15 de janeiro de 1991. Um exército composto por meio milhão de soldados, chefiado pelos Estados Unidos, lançou uma forte ofensiva terrestre, libertando o

Kuwait em 27 de fevereiro. Em abril o Iraque aceitou o cessar fogo, porém sofreu duras sanções econômicas por não entregar seu armamento químico e bacteriológico.

Revolta de 1924 A revolução de 1924 está inserida no movimento tenentista, decorrente do levante Copacabana, ocorrido em 5 de julho de 1922, na então capital do Brasil. Liderada pelo General Isidoro Dias Lopes ocorreu em São Paulo a Revolução de 1924. No dia 5 de julho, em São Paulo, cerca de 1000 homens ficaram em locais estratégicos, o objetivo da mobilização era tirar do poder o presidente Artur Bernardes, no entanto, outra vez, o grupo de tenentes não sobressaiu e foi derrotado formando a coluna paulista. Logo depois de sair de São Paulo, o grupo partiu em direção ao interior do estado, liderado por Siqueira Campos Juarez Távora. No mesmo momento, no Rio Grande do Sul, o tenente Luiz Carlos Prestes que discordava com a direção política do Brasil, liderou uma ofensiva militar em Santo Ângelo, seu comando foi em direção ao estado do Paraná encontrar com a coluna paulista. Isso gerou a coluna Prestes que contava com uma numerosa tropa bem equipada de armamentos, tinham como finalidade levar ao interior a luta contra o governo e suas ramificações de poder, percorreram cerca de 20.000 km em doze estados.

O Chamado “Milagre" Econômico Brasileiro

No governo do presidente Médici foi implantado no Brasil uma medida de crescimento econômico, o principal idealizador dessa medida foi o ministro da fazenda, que atuava desde o governo Costa e Silva, Antonio Delfim Netto, esse projeto tinha como princípio o crescimento rápido. O que ocorreu para provocar esse chamado “milagre” foi o imenso capital estrangeiro no país. Durante vários anos o Brasil não recebia investimentos estrangeiros, por causa da instabilidade

econômica, da inflação, resultados políticos do Governo de Jânio Quadros, e do tumultuado governo de esquerda de João Goulart. O motivo pelo qual os recursos voltaram ao Brasil foi a estabilidade política e econômica propiciada pelos militares, que também coibia o “esquerdismo”. Os recursos estrangeiros chegaram ao Brasil em volume muito grande, com isso, tanto empresas privadas quanto estatais foram beneficiadas, além das multinacionais, lembrando que tais recursos foram usados no seguimento industrial. Surgiram nesse período empresas privadas brasileiras que se baseavam no setor Labour intensive (indústrias que apresentam pequena demanda de capital e grande demanda de mão-de-obra), já as empresas multinacionais tinham suas atividades focalizadas no setor capital intensive (forte demanda de capital e pouca demanda de mão-de-obra), as estatais investiram seus recursos em forças armadas, energia e telecomunicação. Para consolidar o crescimento rápido foi implantada uma expansão de mercado internamente e externamente, a produção não era absorvida apenas pelos brasileiros e países de terceiro mundo, mas também pelos países industrializados, como EUA e países da Europa. As empresas multinacionais que aqui se instalaram tiveram benefícios em mátria-prima, e também mão-de-obra, já que o governo mantinha os salários sempre baixos, quaisquer manifestações em busca de melhoria salarial eram respondidas de forma violenta por parte do governo. O governo estabilizou os ganhos dos pobres e favoreceu acréscimo aos rendimentos da classe média e dos profissionais especializados. Foi nesse período que o Brasil, de forma concreta, entrou no processo de industrialização, mais de certo modo foi um processo sem planejamento social e que agravou mais ainda as desigualdades.

O Governo Costa e Silva Entre os anos de 1967 e 1969, quem governou o país foi o general Costa e Silva, esse tinha características de atuar com pulso firme, representava os radicais do exército. O conjunto de políticos contrários, dentre eles o líder Carlos Lacerda, estabeleceu uma manobra com intuito de formar uma oposição, essa era composta por representantes do partido MDB, do antigo governo cassado em 1964. A oposição tinha caráter estritamente político, que visava a anistia total, criação de uma Constituição democrática e eleições por meio de voto direto. No entanto, devido às divergências de ideias meio ao movimento não houve harmonia, desencadeando então o fracasso. Costa e Silva havia realizado promessas sobre uma possível abertura para democracia, e elas foram reivindicadas logo, em 1968. Os estudantes organizaram manifestações para protestar contra o governo e as políticas educacionais praticadas naquele momento, foram realizadas em várias capitais, como por exemplo, no Rio de Janeiro que reuniu cerca de 100 mil pessoas, isso ocorrendo também não tanto diferente, greves de operários em São Paulo e em Contagem, Minas Gerais. As manifestações ocorridas quase que simultaneamente ocasionaram o fechamento do Congresso Nacional, mais precisamente no dia 13 de dezembro de 1968 e foi redigido o Ato Institucional no 5, esse foi o mais rigoroso já criado. Então desencadeou uma série de medidas tais como a cassação de vários mandatos, congresso em recesso, garantias individuais foram suspensas e um grande fortalecimento do poder executivo, promovendo uma diminuição das ofensivas por parte da oposição. Na segunda metade do ano de 1969, uma junta militar, que estava substituindo Costa e Silva

que se encontrava doente, outorgou uma reforma na Constituição de 1967. Tal reforma iria fortalecer de forma mais efetiva o poder executivo, com mandato de cinco anos, e, além disso, foram conservados os atos institucionais decretados após 1967, foi implantado pena de morte e exílio do Brasil para os casos de insubordinação. Enfim, Emílio Garrastazu Médici com o cargo de general, foi indicado para tomar posse da presidência do Brasil.

O Primeiro Presidente Eleito

A eleição de Prudente de Morais, sinônimo de democracia? O estabelecimento do regime republicano no Brasil foi justificado pelas tensões empreendidas pela centralização política do governo monárquico. Dessa maneira, a República prometia conduzir o Brasil às indispensáveis mudanças que tirariam a nação do atraso promovido pelo conservadorismo. No entanto, o próprio processo de implementação do governo republicano não foi conduzido por uma notória mobilização popular. Munidos por tropas e armas, representantes de instituições militares criaram o novo governo. Responsáveis por dar as condições necessárias para a criação de instituições liberais e democráticas, os militares não cumpriram os ideais por eles mesmos defendidos. O texto da nova constituição, redigido em 1890, por exemplo, privilegiou a eleição indireta do primeiro presidente do país. Dessa forma, o novo regime retardou a implantação de práticas democráticas dentro do país. Além disso, a adoção do voto não secreto foi outro instrumento de manipulação política da nova República do Brasil. Somente em 1894, seis anos após a criação da República, houve a eleição do primeiro presidente eleito pelo voto direto. Representante das oligarquias cafeeiras de São Paulo, nosso primeiro presidente, Prudente de Morais, era favorável ao “projeto republicano positivista”, defensor da tese de que a República privilegiaria a modernização do país defendendo medidas vinculadas à consolidação de uma burguesia nacional. O que em tese representava o desenvolvimento nacional, na prática serviu para dar margem à instalação das elites agrárias nas estruturas do poder político da nação. Dessa forma, a primeira eleição presidencial esteve longe de aniquilar os problemas da miséria e exclusão

social no Brasil. De fato, a República inaugurou o auge de ações políticas corruptas e favoráveis a uma pequena parcela da população. Não é por acaso que o governo de Prudente de Morais foi palco do episódio de Canudos e do surgimento do cangaço. Assim, devemos ter clara a noção de que a república não inaugura a efetivação de instituições de representação popular preocupadas em defender os princípios da democracia.

Revolução Cubana

Cuba estava sobre o poder dos Estados Unidos, era um lugar com cassinos e bordéis frequentados pela máfia e pelos fuzileiros dos EUA. Há mais de duzentos anos que Cuba tenta a independência ou anexação aos EUA. Antes da revolução cubana, a população vivia em extrema pobreza, pessoa morriam de doenças que já existia cura, milhares eram analfabetos e estavam desempregados. Em 1952 sob a ditadura de Fulgêncio Batista que chegou ao poder por um golpe militar. Em 26 de julho de 1953, formou-se uma oposição contra Batista e Fidel Castro se destacou atacando um quartel de Moncada com um grupo de companheiros. Seu ataque fracassou e todos seus companheiros foram encarcerados. Fidel procurou exílio no México. Em 1956 retornou a Cuba para um novo confronto com Batista e novamente fracassou. Refugiou-se na Serra Maestra, lugar que começaram a planejar um novo ataque. O ataque de Fidel manteve distante do capitalismo e do comunismo e manteve simpatia por todos os cubanos. É durante esse ataque que Che Guevara, médico da guerrilha decide entrar em combate com toda coragem e crueldade com os inimigos. Rapidamente se tornou homem de confiança de Fidel Castro e em pouco tempo torna-se um líder com bastante liderados. Os revolucionários em 1959 ganharam uma batalha e Batista se exilou em São Domingos. A partir deste exílio, Cuba se torna um país comunista comandado por Fidel Castro. Em 1962, Kenedy fez uma denúncia contra Cuba, dizia que havia mísseis soviéticos e então foi ordenado o bloqueio naval de Cuba. A partir de então, Fidel Castro passou a trabalhar pela inclusão na América Latina para acabar com o isolamento. Por causa do bloqueio econômico, Cuba se encontrava em situação crítica. Em 1965 os revolucionários decidiram: ou apelavam para soluções políticas e econômicas ou pregariam a revolução novamente. Che Guevara optou pela segunda opção, mas como a América Latina era seu único apoio e não havendo total decisão dos revolucionários, decidiu-se que era suicídio abrandar a revolução em Cuba. Em 1968, os dirigentes cubanos sem outras alternativas diante aos revolucionários, se retraíram, mas as guerrilhas não ultrapassou o ano de 1975.

O MERCOSUL Depois que o Brasil realizou uma abertura na economia, através de sua inserção e uma intensa participação no MERCOSUL, que corresponde ao bloco econômico Sul-Americano, promoveu respectivamente um aumento na produção industrial e do mercado de trabalho, alguns dados relevam que após uma década de atuação do bloco os integrantes juntos reúnem cifras de 2 trilhões de dólares. O bloco econômico MERCOSUL teve seu início no dia 26 de março de 1991, com a assinatura do Tratado de Assunção, assinado pelos presidentes de Brasil (Collor), Argentina (Menen), Uruguai (Lacalle) e Paraguai (Rodrigues), a Venezuela ingressou em julho de 2006. A implantação do bloco tem como objetivos principais; integrar as nações que compõe o bloco e preencher as lacunas dos grandes espaços econômicos dispostos no mercado mundial, aumentando o fluxo de mercadorias, capitais e serviços, em escala regional e internacional.

Os blocos econômicos se diferem conforme o acordo preliminar da assinatura do tratado. A partir de discussões ficaram definidas as características do MERCOSUL, no qual: existe a livre circulação de mercadorias, capitais e serviços entre os integrantes, as taxas alfandegárias são únicas a todos, direções e decisões conjuntas a cerca de assuntos econômicos em escala regional e mundial, elaboração de medidas políticas em níveis macroeconômicas e microeconômicas no sentido de atender setores de comércio exterior, agropecuária, industrial, fiscal, monetária, de câmbio e capitais, serviços, telecomunicação, transporte entre outras.

ONU - A organização das Nações Unidas

Ao final da Segunda Guerra, acentuou-se a preocupação com a paz mundial. Em 24 de outubro de 1945, representantes de cinquenta nações reunidos na Conferência de São Francisco criaram a Organização das Nações Unidas, conhecida como a ONU.

A ONU, cuja sede fica em Nova York, é ainda hoje o principal organismo internacional e visa essencialmente: - Preservar a paz e a segurança mundial; - Estimular a cooperação internacional na área econômica, social, cultural e humanitária;

- Promover o respeito às liberdades individuais e aos direitos humanos. Os seis principais órgãos da ONU são: - Conselho de Segurança - Assembléia Geral - Conselho de Tutela - Secretariado

- Corte Internacional de Justiça

- Conselho Econômico e Social É bom lembrar que o Conselho de Segurança da ONU nem sempre cumpriu seu objetivo. Em 1963, por exemplo, não conseguiu evitar que os Estados Unidos interviessem na Guerra do Vietnã. Isso confirma pelo direito de veto que os membros permanentes possuem. Fazendo uso desse direito, os norte-americanos simplesmente vetam as propostas contrárias à sua participação na guerra.

Primeira Guerra Mundial - História da Primeira Guerra Mundial Introdução

Conflito militar (1914-1918), iniciado por um confronto regional entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia, em 28 de julho de 1914. Confronto que se transformaria em luta armada, em escala europeia, quando a declaração de guerra austro-húngara foi estendida à Rússia em 1º de agosto de 1914. E que finalmente passaria a ser uma guerra mundial da qual participaram 32 nações: 28 delas, denominadas ‘aliadas’ ou ‘potências coligadas’, entre as quais se encontravam a Grã-Bretanha, a França, a Rússia, a Itália, e os Estados Unidos, lutaram contra a coligação dos chamados impérios centrais, integrada pela Alemanha, pela Áustria-Hungria, pelo império otomano e pela Bulgária.

O arquiduque austríaco Francisco Fernando era herdeiro e sobrinho de Francisco José I, imperador da Áustria. Sua esposa, a condesa bohemia Sofía Chotek, e ele foram assassinados pelo nacionalista sérvio Gavrilo Princip em Sarajevo. Este incidente desencadeou a I Guerra Mundial. A causa imediata do início das hostilidades entre a Áustria-Hungria e a Sérvia foi o assassinato do arquiduque Francisco Fernando de Habsburgo, herdeiro do trono austro-húngaro, cometido, em Sarajevo no dia 28 de junho de 1914, por um nacionalista sérvio. Entretanto, os verdadeiros fatores determinantes do conflito foram: o espírito nacionalista que crescia por toda a Europa durante o século XIX e princípios do XX e a rivalidade econômica e política entre as diferentes nações, o processo de militarização e a corrida armamentista que caracterizaram a sociedade internacional dos últimos anos do século XIX, raiz da criação de dois sistemas de alianças que se diziam defensivas: a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente. A primeira nasceu do pacto firmado entre a Alemanha, Áustria-Hungria e Itália contra a ameaça de ataque da França. A Tríplice Entente era a aliança entre a Grã-Bretanha, França e Rússia para contrabalançar a Tríplice Aliança. O assassinato do Arquiduque austríaco teve sérias repercussões. Diante da ineficácia das gestões diplomáticas, a Áustria declarou guerra à Sérvia em 28 de julho de 1914. A Rússia respondeu, mobilizando-se contra a Áustria, e a Alemanha lhe declarou guerra em 1º de agosto. As tropas alemãs cruzaram a fronteira do Luxemburgo, em 2 de agosto, e no dia seguinte, 3 de agosto, a Alemanha declarou guerra à França. O governo britânico declarou guerra à Alemanha no dia 4 de agosto. A Itália permaneceria neutra até 23 de maio de 1915, quando, então, declarou guerra à Áustria-Hungria. O Japão declarou guerra à Alemanha em 23 de agosto de 1914 e em 6 de abril de 1917 os Estados Unidos fizeram o mesmo. 1914-1915: A Guerra de Trincheiras

Em uma das campanhas mais custosas e trágicas da I Guerra Mundial, as forças britânicas, francesas, australianas e neozelandesas desembarcaram em Gallípoli, a 25 de abril de 1915, para tentar invadir a Turquia e capturar o estreito de Dardanelos. A ineficácia do comando aliado e a resistência dos turcos, comandados por Mustafá Kemal (o futuro presidente da Turquia, Kemal Atatürk), provocou um cruel confronto. As baixas de ambos os lados atingiram mais de 50% das tropas destacadas. As divisões Anzac se viram especialmente danificadas e esta campanha passou a simbolizar, na Nova Zelândia, a arrogância, crueldade e inaptidão britânicas. Os aliados se retiraram finalmente durante os meses de dezembro de 1915 e janeiro de 1916. As operações militares na Europa se desenvolveram em três frentes: a ocidental ou franco-belga, a oriental ou russa e a meridional ou sérvia. Posteriormente, surgiriam novas zonas de combate com a intervenção do império otomano, da Itália e da Bulgária. Na frente ocidental, o plano inicial da estratégia alemã era derrotar rapidamente a França, no oeste, com uma ‘guerra relâmpago’, enquanto uma pequena parte do exército alemão e todas as forças austro-húngaras conteriam, a leste, a invasão russa. No outono de 1914 a queda da capital francesa parecia tão iminente que o governo francês se transferiu para Bordeaux. Porém os franceses, comandados pelo general Joseph Joffre, cercaram Paris e atacaram o exército alemão. Na primeira batalha do Marne (de 6 a 9 de setembro), os franceses conseguiram deter o exército alemão. No entanto, no fim de 1914, os adversários ainda estavam entrincheirados, cada um em suas linhas de frente que se estendiam da Suíça ao Mar do Norte. No decurso de três anos poucas modificações ocorreram nestas linhas, o que faria da luta uma guerra de trincheiras ou de ‘exaustão’. Os russos assumiram a ofensiva, na frente oriental, no início da guerra, mas foram detidos pelos exércitos austro-alemães. Em 1915 estes haviam conseguido expulsar os russos da Polônia e da Lituânia e tinham tomado todas as fortalezas limítrofes da Rússia que ficou sem condições de empreender ações importantes por falta de homens e de suprimentos. Os austríacos invadiram a Sérvia três vezes ao longo de 1914, sendo rechaçados em todas. Quando a Bulgária declarou guerra à Sérvia em 14 de outubro de 1915, as forças aliadas entraram pela Sérvia. Os búlgaros derrotaram o exército sérvio e também o britânico e o francês que vieram de Salonica. No fim de 1915, os impérios centrais haviam ocupado toda a Sérvia. O império otomano entrou na guerra em 29 de outubro de 1914. Os turcos iniciaram a invasão

da zona russa da cordilheira do Cáucaso em dezembro. O governo russo pediu aos britânicos que fizessem uma manobra destinada a distrair sua atenção no Estreito de Dardanelos. Porém a Campanha de Gallípoli resultou em fracasso total para as tropas aliadas. 1916: A Estagnação Continua O triunfo obtido pelos alemães, em 1915, deu condições para eles centrarem suas operações na frente ocidental. Desencadearam a batalha de Verdun em 21 de fevereiro, mas não conseguiram conquistar esta cidade devido à contra-ofensiva do general francês Henri Philippe Pétain. Os aliados atacaram, por sua vez, na batalha do Somme, iniciada em 1º de julho, na qual os britânicos usaram pela primeira vez carros de combate modernos. E os franceses empreenderam nova ofensiva em outubro, restabelecendo a situação que existia antes de fevereiro. Quanto à situação na frente oriental, os russos atacaram os austríacos na linha que se estendia do sul de Pinsk a Chernovtsi. Apesar de não conseguirem tomar seus principais objetivos, o ataque russo levaria a Romênia a entrar na guerra, apoiando os aliados (em 27 de agosto de 1916). As forças austro-alemães invadiram a Romênia (novembro e dezembro) que, em meados de janeiro de 1917, já estava totalmente ocupada. A atividade na frente italiana, durante o ano de 1916, esteve concentrada, na 5ª batalha do Rio Isonzo, e na ofensiva austríaca em Trentino. Nos Balcãs, as potências aliadas intervieram na vida política da Grécia por todo a ano de 1916, o que provocaria a criação de um governo provisório em Salonica. Eclodiram duas lutas nos Balcãs em 1916: o ataque conjunto de sérvios e italianos às forças búlgaras e alemães e uma ofensiva aliada sobre a Macedônia. Ocorreu também o confronto naval mais importante da guerra, a batalha da Jutlândia (31 de maio a 1º de junho) entre a Grande Frota Britânica e a Frota de Ultramar Alemã, que terminaria com a vitória britânica. 1917: Entrada dos Estados Unidos e o Armistício com a Rússia A política de neutralidade americana mudou quando a Alemanha anunciou, em janeiro de 1917, que a partir de fevereiro recorreria à guerra submarina. Em 3 de fevereiro os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com a Alemanha, declarando, em 6 de abril, guerra a este país. Para enfrentar o conflito, enviou para Europa a chamada Força Expedicionária Americana (AEF), frente a qual se encontrava o general John Pershing. Várias nações latino-americanas, entre elas o Peru, o Brasil e a Bolívia apoiariam esta ação. O afundamento de alguns navios levou o Brasil, em 26 de outubro de 1917, a participar da guerra, enviando uma divisão naval em apoio aos aliados. Aviadores brasileiros participaram do patrulhamento do Atlântico, navios do Lóide Brasileiro transportaram tropas americanas para a Europa e, para a França, foi enviada uma missão médica. Em 1917 os aliados lançaram duas ofensivas, em grande escala, para romper as linhas alemães na frente ocidental. Na primeira, o ataque foi dirigido contra a linha Hindenburg, travando-se a terceira batalha de Arras. Na segunda, tentou-se atravessar o flanco direito das posições alemãs em Flandres. A batalha de Messina e a terceira batalha de Ypres terminaram sem qualquer avanço para os aliados. Por outro lado, a guerra submarina alemã fracassava em seu intento de provocar a rendição da Grã-Bretanha por meio da destruição da frota aliada. Em março de 1917 a primeira fase da Revolução Russa culminou com a implantação de um governo provisório e a abdicação do czar Nicolau II. Em setembro e outubro os alemães tomaram Riga, ocuparam a Letônia e inúmeras ilhas russas do mar Báltico. Em 20 de novembro as autoridades russos propuseram à Alemanha a cessação das hostilidades. Representantes da Rússia, Áustria e Alemanha assinaram o armistício em 15 de dezembro, cessando assim a luta na frente oriental. Os aliados sofreram vários reveses na frente italiana em 1917. As forças italianas foram obrigadas a se retirar de suas posições no rio Piave. Na frente balcânica, os aliados iniciaram a invasão da Grécia e conseguiram a abdicação de Constantino I. A Grécia declarou guerra aos impérios centrais em 27 de junho. No Oriente Médio os britânicos tomaram Jerusalém,

ocuparam Bagdá em março e em setembro já haviam avançado até Ramadi e Tikrit. 1918: Ano Final Os primeiros meses de 1918 não foram favoráveis às potências aliadas. Em 3 de março a Rússia assinou o Tratado de Brest-Litovsk, com a qual punha oficialmente um fim à guerra entre esta nação e os impérios centrais. Em 7 de maio a Romênia assinou o Tratado de Bucarest com a Áustria-Hungria e a Alemanha, às quais cedia diversos territórios. No entanto, a luta nos Balcãs, no ano de 1918, foi catastrófica para os impérios centrais. Uma força de cerca de 700.000 soldados aliados iniciou uma grande ofensiva contra as tropas alemãs, austríacas e búlgaras na Sérvia. E os búlgaros, totalmente derrotados, assinaram um armistício com os aliados. Além disso, estes obteriam a vitória definitiva na frente italiana entre outubro e novembro. A comoção da derrota provocou rebeliões revolucionárias no Império Austro-Húngaro que se viu obrigado a assinar um armistício com os aliados em 3 de novembro. Carlos I abdicou oito dias depois e a 12 de novembro foi proclamada a República da Áustria. Os aliados também puseram fim à guerra na frente turca de forma que lhes foi satisfatória. As forças britânicas tomaram o Líbano e a Síria, ocupando Damasco, Alepo e outros pontos estratégicos. A Marinha francesa, por sua vez, ocupou Beirute e o governo otomano solicitou um armistício. As tropas de elite nas colônias alemães da África e do oceano Pacífico, com exceção das que se encontravam na África oriental no fim de 1917 e durante 1918, lutaram na defensiva a maior parte do tempo. Praticamente todas se haviam rendido aos aliados no término da guerra (1918). Em princípios de 1918, os alemães decidiram chegar a Paris. Lançaram uma ofensiva, mas, apesar do avanço conseguido, na segunda batalha do Marne o avanço foi detido pelas tropas francesas e americanas. Os britânicos ganharam terreno ao norte da França e ao longo da costa belga, e as tropas francesas e americanas chegaram ao Sudão em 10 de novembro. A linha Hindenburgo já estava completamente destroçada. Em conseqüência da derrota do exército alemão, a frota alemã amotinou-se, o rei da Baviera foi destronado e o imperador Guilherme II abdicou em novembro, fugindo para os Países Baixos. No dia 9 deste mesmo mês foi proclamada, na Alemanha, a República de Weimar, cujo governo enviou uma comissão para negociar com os aliados. Em 11 de novembro foi assinado o armistício entre a Alemanha e os aliados, baseado em condições impostas pelos vencedores. O Tratado de Versalhes (1919), que pôs fim à guerra, estipulava que todos os navios aprisionados passassem a ser de propriedade dos aliados. Em represália a tais condições, em 21 de junho de 1919, os alemães afundaram seus próprios navios em Scapa Flow. As potências vencedoras permitiram que deixassem de ser cumpridos certos itens estabelecidos nos tratados de paz de Versalhes, Saint-Germain-en-Laye, Trianon, Neuilly-sur-le-Seine e Sèvres, o que provocaria o ressurgimento do militarismo e de um agressivo nacionalismo na Alemanha, além de agitações sociais que se sucederiam em grande parte da Europa.