Resistência : orgão do Partido Republicano de Coimbra.

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Resistência : orgão do Partido Republicano de Coimbra. - 1904, 2º trimestre

Publicado por: João M. F. Frias

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Editor

MANUEL D'OLIVEIRA AMARAL

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS

Redacção e A d m i n i s t r a e á o - R u a Ferreira Borges, n.° 89, 2.° andar

Typ. Democratica

A R C O D E A L M E D Í N A , IO

i s j " 0 « Q 1 COIMBRA—Domináo, 3 de Abril de 1904 IO.0 A N O

A SITUAÇÃO A Espanha de Izabél II foi um

modêlo de reáção pavorôzo; a vida, mesmo, dos iluminados e liberais não era poupáda.

A ferocidáde do ministro Nar-vaez chegou a constituir provérbio. Dêste ómem cruel se disse que, convidado, á óra da morte, pelo seu confessor, a perdoar aos seus inimigos, êle respondêra que não os tinha, visto cômo os fuzilára a todos.

Os outros ministros típicos de Izabél não contrariávão a lição de Narvaez; O' Donnel foi implacável nas repressõis.

Uma carolice imensa se espalhou na côrte e nas altas clásses sociais. Quem mandáva érão frades e frei-ras, dirétôres da consciência e irmãs ' de caridade, o padre Claret e soror Patrocínio, se, aludindo de memó-ria, bem me recórda as dezignaçõis déstas sombras.

Os ómens de espirito avançado estávão ou nas cadeias ou dester-rados ou proscritos no exilio.

E, subitamente, as circunstan-cias se modificão, todo o edifício obscurantista se desmorona, as cor-tes constituintes de 1869 surjem como uma maravilhóza escola de eloquência, de reformas e de ino-vaçõis. Um ano depois abatia tam-bém outro aparatôzo monumento de perversão e tirania, em França.

De fórma que, pelas vitórias da reáção, conjéturar a sua perzisten-cia eis o que se demonstra erróneo e quimérico.

Pelo contrário; nada á de está-vel nas obras de retrogradação; estão condenadas a perecer.

Mas, no entretanto, os prejuízos que délas dimânão são calamitózos; e rezulta útil tôdo o esforço ten-dente a manter os^progréssos já realizádos, restituindo aos ânimos, com a confiança a enerjia.

A Portugal, ôje em vês, chegou a óra de oferecer um deplorável espétáculo de tirania e de subser-viência; mas não está inteiramente perdido tudo, quando se consérve a independencia do espírito, contra a qual a violência exterior nada pôde.

E' uma lús escássa, talvês; mas na sua simples existencia se firma a esperança; a claridade será clarão; e a altanaria moral virá a transpor-tar-se da vida individualista para a existencia colétiva.

Eis a substancia dos ensina-mentos fecundos da istória umãna.

tôdo dos estímulos justiceiros e be-neficentes constitue, com êle ma-gnificamente se expréssa, em uma fórmula psicolójica realista, «um sentimento simultaneamente sólido e vágo.»

Que isto assim aconteceu em Portugal certifica-o o istórico de-zenrolar do conjunto de aspiraçõis dignificadôras a que se chamou sucessivamente o regalismo, o libe-ralismo, o républicanismo, o socia-lismo. Élas se intégrão todas no conceito da emancipação indivi-duáda, solidária com a integração livre. São os denominádos senti-mentos democráticos; e a disciplina moral, nêles orijinária e derivando em conduta tanto quanto possivel-mente sistemática, perdeu a adústa feição sevéra da primitiva urjencia de combatividade áspera e irredu-tível; ijmanou-se; suavizou as teó-ricas agrúras

Proseguia assim a márcha da jenérica evolução.

Concrétamente, em seu espe-cialismo o testemunha a evolução moral da nóssa sociedáde portu-guêza, fornecendo um exemplo de-monstrativo da exáção de certo assêrto de Herbert Spencer, consi-derando primacialmente, ao invés do seu conterrâneo Buckle, a valia dos sentimentos sobre a das ideias, até que na consciência colétiva o

De fácto, a rijida fidelidade aos princípios marcou o ciclo eróico da democracia moderna; as almas, como que na inconsciente previzão das provaçõis - próximas, amoldárão-se ás necessidades extrêmas de um rigor lójico inquebrantável. Expli quêmos, exemplificando:

Na primeira constituinte da Re-volução, estando-se a discutir a ex-tensibilidade ás colónias francezas da aplicação dos princípios funda-mentais das nóvas convicçõis poli-ticas, grande numero de espíritos timorátos, e enleádos ainda dos preconceitos do passado, sobresal-tou-se. Era isto a 7 de Maio de 1791. Em 4 de Dezembro de 1789, no primeiro impeto do entuziasmo revolucionário, Alexandre Lameth disséra: «Eu sou um dos maiores proprietários de São-Domingos; mas déclaro que, ainda que tivésse de perder tudo qnanto lá possúo, pre-feri-lo-ia a postergar os princípios que a umanidade e a justiça con-sagrárão. Pronuncio-me não só pela admissão dos mulátos aos cargos administrativos como pela liberdade dos nêgros.»

Infelismente não foi essa nobre linguájem por largo espáço a lni-guájem de Lameth, nem a de Bar-nave, cujo papel na questão das colónias Louis Blanc nos informa( que lhe suscitou ao depois a alcúnha d e O òmem das duas caras. D e ma-neira que, na dáta que indicamos, o padre Maury, sob força de espi-rito equivocamente cristão, gritou em prol da cauza da dezigualdade. Imputou aos ómens de côr as pai-xõis acrimoniózas e a soberbía do orgúlho; e increpou-os com lhes atribuir o gosto e a ambição do dominio.

Este discurso cauzou tanta im-pressão na direita da câmara que, quando o sacerdote desceu da tri-buna, muitos deputados se preci-pitárão ao seu encontro, a abraçá-lo.

Levantou-se Robespierre. Fora que, sob o influxo do conceito pre-valecente do interésse material, Barnave puzéra, superciliózamente,

a pergunta: «Vós-outros quereis ter colonias, sim ou não?» Robespierre respondeu: «Sucúmbão as colónias, se a vós-outros élas vos dévem cus-tar a vóssa gloria, a vóssa felicidade, e a vóssa liberdade »

Mais contrácto e precizo, já Du-mont avia bradado, em resposta ás orofícoas sinistras de Maleuet, que invocara o interésse, restrito e imo-ral aliás, mas, emfim, o interésse da

'rança: «Tendo-se de optar entre o sacrifício do interésse e o da jus-tiça vale mais a pena sacrificar as colónias do que um principio.»

Esta severidade doutrinária não se compadéce com a relatividade (mental, moral, e istórica) em que nos exercemos. Éla envolve, mes-mo, uma contradição implícita, pois que, no cázo, a perda das colónias reprezentaría um regrésso integral á selvajaria indijena. Mas tem a sua belêza; e esse intranzijente rigôr cumpre que nos aparêça, na penum-bra da consciência, como limite ideal para que o esforço prático convérje, sem jámais, por nossa pe-núria o poder atinjir.

Não obstante, se a este ré-tilinea claridade nos. guiarmos, o problema de discriminar, dentre os sentimentos políticos, quasi séjão os especificamente progressistas torna-se correntio e intuitivo.

A democracia, pelo momento próximo, na ordem governativa (pois ainda não é a óra da elimina-ção integral da ideia da autorida-de) define-se n'essa fórmula pozitiva que Hartmann considerou como desfécho do dezenvolvimento istó-rico. Ora tal simbolo que é o que quer dizer? A palavra, que o exprés-sa, é uma palavra portuguêza, que vem de duas latinas: res (que signi-fica «coiza») e publica.. Significa, portanto, Republica, a coiza de tôdos.

Nestes têrmos, a condúta poli-tica do democráta, do civilizado, do progressivo está marcada, por-quanto, na exijenciá imediáta ou na aspiração adiada todos o sendo substancialmente, verdadeira e efé-tivamente républicano é aquêle ao qual se póssa dizer, com Cicero: Facis ad rejn publicam et ad digni-tatem tuam. Isto é : « T u procédes no interésse da patria e da tua di-gnidade.»

E eis aqui já definido o funda-mental sentimento democrático

E' o da dignidade pessoal.

O nosso colég"a—Vanguarda—publi-cou no seu numero de 29 de Março o retrato dêste prestíjiôzo correlijionário, acompanhando-o das palavras, que tran-screvemos, de inteira justiça para a obra do ilustre publicista que tanto on-ra a sciencia e a pátria portuguesa.

O publico pouco o conhéce. Os «no-vos» na sua maioria, pouco o lêem. E compreende-se: numa sociedade egoista em que o reclame é tudo. Bazilio Téles não é um reclamado, um frequentador de café. E' antes um retraído que,- no silencio do seu gabinete, lê, estuda, con-sulta livros e estatísticas, observa todo o movimento intelélual, vê de alto todos os problemas, constata todas as questões e por fim, sintetiza em admiraveis livros como o «Problema agrícola» e «Carestia da vida nos campos», os seus luminôzos pensamentos, bazeados na ciência e ori-entados pela justiça.

Nêste meio de medíocres, Bazilio Té-les é um intelétual, um pensador, um publieista eminente, que só a si deve o que é, e o que vale. Que nos conste não pertence á academia nem a «coteries» cientificas, mas no centro em que se discutão as mais importantes questõis do nosso século, ocupa, sem favor, um dos primeiros Jogares.

Como toda a jente que trabalha ones-tamente e pensa, Bazilio Téles é um de-mocrata e pertence a esse grupo de ómens a que pertencem Jotfé Sampaio (Bruno), Jozó Caldas, Teofilo Braga, Mi-guel Bombarda, Bernardino Machado e tantos, tantos outros que seríão suficien-tes para onrar uma nacionalidade.

'Os' «novos» devião ler os livros Bazilio e nêles aprender o que desco-nhécem por completo; os ministros de-vião consultal-os a miúdo e o pôvo devia pôr em pratica aquélas ideias,—que ser-virião de baze á felicidade colétiva.

A democracia onra-se com a coope-ração de Bazilio Téles e a «Vanguarda» onra-se de o aprezenlar como um ca-racter onesto, que não se vende, que não se corrompe, como um exemplo de civismo e de lealdade.

0 dr. Alies da Veiga

JOZÉ DE SAMPAIO (BRUNO.)

C©]\GRÉSSO MÉDICO

Continúão átivamente os trabalhos dêste congresso.

O sr. Charles-Lepierre, preparador do gabinête de microbiologia da Univer-sidade anda procedendo á instalação de modèlos dos vários sistemas de ventilação.

O sr. dr. José Rodrigues de Oliveira exporá várias fotografias reprezentando os resultados do tratamento do lupus pelos raios X, bem como as de várias aplicações dêstes raios ao diagnostico da tuberculóze.

Serão expostas também fotografias do bairro opeiário de Coimbra, da inicia-tiva do sr. Bispo-Conde.

SSUKCU de antiguidades

Tem continuado as obras no muzeu do Instituto por forma a acháre.i-se concluídas por ocarião do congrésso mé-dico que áde realizar-se êsle mês/em Coimbra.

O sr. dr. Teixeira de Carvalho depozi-tou nas coléções do muzeu o braço de uma viola do século XVII ou fins do século XVI, de um curiozo trabalho de escultura em madeira.

O dezenho que lhe ornamenta os la-dos é lançado e executado com maestria. Superiormente termina por uma cabêça de mulher, coroada de louros, lábios entreabertos a cantar.

O resto do instrumento, que devia ser uma verdadeira preciozídade, não existe já.

Depozit<,u mais um bandolim (século XVIII), trabalho português que tem no braço, gravada sDbre uma lamina de mádre pérola a inscrição que transcre-vemos sem as lêtras conjuntas:

F R.co IOSE MAG.es OFES

LXA. No fundo da caixa de resonancia do

bandolim está uma etiqueta de papel com a inscrição que pôde lèr-se pelo orifício da alma, que tem uma decoração curioza simulando uma rosacea:

Francisco Jozé Magalhães A fez em Lisboa. Do mesmo depozitante vai entrar tam-

bém uma citara, que está sendo restau-rada e tem a inscrição.

LXA DIONIZIO, ANT.o

DE PAIVA OF.s NARVA DE BT.o EM 1783, A.s

O numero de jizitantes Jfoi de 174, em Marco.

Sinto-me sempre assás embaraçado quando tenho de falar de algum vélho amigo querido, nas pájinas de uma re-vista ou nas colunas de uma gazêta.-Receio que a amizade me inspire até aos exajèros iperbólicos, confundindo a obra e o ómem no fliêsmo «elan» de adoração. E o meu biografado de ôje seria o pri-meiro, a protestar, porque de tôdos é conhecida a sua extrêma modéstia só comparável á jenerozidade do seu bélo coração, á inteireza do seu explendido caráter.

O dr. Alves da Veiga não ó apenas o cbéfe républicano tão respeitado, tão obedecido e tão admirado no Nórte e no Sul do nósso país, o demolidor formidá-vel do 31 de Janeiro, o polemista arnlás, veemente e gloriôzo da Discussão, o ora-dor entuziásta dos comícios da Porta do Sol e do Príncipe Real, ferindo com o seu verbo ardente toda a decadencia de um rejiinen e annunciando a redentora aurora! . . .

Devemos tamdem estudar o Profes-sor, o Jurisconsulto, e, sobretuco, o ómem de bem, tão mizericordiôzo, tão cheio de piedade! Recórdão-se do terrível incên-dio do Baquet? Foi o dr. Alves da Veiga quem primeiro se incumbiu dos primei-ros e imediátos socorros, cuidando dos orfãos das principais vitimas. A Bainha de Portugal, que era então D. Maria Pia de Saboya, quando foi ao Porto vizitar os infelizes daquéla catástrofe enorme não poude deixar d'ir á rua Fernandes Tomás felicitar o inimigo implacável do trôno, esquécendo naquêlle trájico mo-mento o adversário politico para saudar apenas o carsção cheio de bondade e o cidadão prestante que matára a fóme a tantas crianças sem ampáro.

O Porto tem por Alves da Veiga uma profnnda admiração.

Com efeito êle é uma das figuras mais populares e mais queridas da grande ca-pital do Nórte. O esquecimento—esse jé-lido filho da ingratidão —não oblitera na memória do povo portuense o nome do seu mais valente defensor. Perseguido, monteádo pelos rancores duma vindita odióza, o Dr. Alves da Veiga reprezenta ainda, ápezar de vencido, o que á entre nós de mais viril, de mais levantado, de mais português, nestes tempos ominózus em que tudo o que seja onra, dignidade, civismo, está sendo voltádo do avêsso I

Professor de filozofia e istória, jorna-, lista brilhantíssimo, onra e glória do pôvo, quer na sua cadeira do Colégio de S. Carlos, quer na tribuna jurídica, Al-ves da Veiga têve sempre uma pozição culminante, dominando pelo seu saber e pelo seu amôr á verdade e á justiça.

Chegou a trájica manhã do 31 de Ja-neiro I e ei-lo, vencido gloriôzo, a pro-curar a terra do exílio. Veio para Paris com toda a sua numeróza família, crian-do relaçõis importantissimas e notáveis em todos os meios d'esta grande capital, consultado a miúdo por muitos dos ché-fes da finança e da politica parizienses, festejado em banquetes de parlamenta-res e de jornalistas, querido de tôdos os membros di colónia portuguêza como uma grande intelijencia e um grande ca-ráter.

Mas o dr. Alves da Veiga não é ape-nas uin dos vultos do Portugal contempo-râneo que Paris mais admira e considéra; o seu nôme é também muito estimado nos centros financeiros de Londres, onde conta numerózos amigos; nos centros da grande industria da Beljica e da Alema-nha. 0 seu renome politico é enorme em toda a Espanha, nos grandes círculos átivissimos do movimento républicano. Amigo e confidente de Zorrilla e de Pi y Margall enquanto estes dois eminentes chéfes vivião e conspirávão, o dr. Alves da Veiga é ôje o colaborador mais dedi-cado de Salmeron, com quem se encon-tra em completa comunhão de ideias, trabalhando ambos na obra da emancipa-ção politica e social da grande peninsula ibérica.

Apezar de viver á tantos anos no

3 REZISTE^CIA — Domingo, 3 de Abril de 19© f

extranjeiro, onde completou a educação de seus filhos—todos êles laureados nas escolas superiores de Paris - o dr. Alves da Veiga nunca esquéceu sequer um momento a pátria bem amada que êle, patriota exaltado, adora como se adora uma mãi querida I A vós dêste «díscolo», deste «sediciôzo», dêste «perturbador da ordem»—dessa ordem de Varsóvia que reina para lá dos Pirinéos —não céssa de fazêr saber cá por fóra, que ainda vive aquêle pôvo, de quem falava Camões.

A sua vida e os seus átos são um documento vivo de que ainda existe na praia ocidental uma pátria, por quem se sacrifícão portuguêzes.

Debaixo dos seus completa elegantes dos melhores faiseurs do «boulevard» albérga-se um jenerôzo coração trans-montano, onde pulsa bem quente o san-gue português dum quilate preciòzo, que vai rareando infelismente no nosso país.

Eis tudo o que se me oferéce dizer agora, numa nóta rápida, sobre um vélho amigo querido de tão largos anos, meu companheiro outrora nos meetings lisboe-tas e portuenses, em eloquentes torneios de rétorica revolucionária contra os Po-dêres constituídos, e ôje igualmente meu companheiro.. . mas nas aprazíveis pa-lestras dos aprês-midi do «Café de la Paix», entrechocando o «bock» da ami-zade, emquanto lá fóra, através das vi-dráças de cristal, passa o estonteante Paris, esses três milhões de almas no slrugle for life formidável d'uma civiliza-ção requintada.

-Paris—1904. Silva Lisboa.

Créclie

A sr.a Dr. Rizoteta Jorje de Figuei-redo e seu marido o sr. Antonio Jozé Jorje de Miranda oferecerão a êste insti-tuto de beneficencia a quantia de 20$000 réis, comemorando com êste donativo piedôzo a morte de seu pai e sogro o sr. comendador João Jorje.

Não é esta a primeira vês que a filan-tropia do sr. Antonio de Miranda e de s. ex.ma espôza se lembra da simpatica instituição de que têm sido constantes protectôrès.

Bem ájão.

O Collegio Moderno fez uma quele entre as meninas que produziu 3:000 rs. que foram lançar na caixa das esmolas da Creche de Coimbra.

E' um bello exemplo de solidariedade das crianças e de compreensão de cari-dade para com as criançinhas da Creche-

Tão nóbre exemplo é digno de regis-to e oxalá que seja imitado por outros colégios.

No primeiro sabado depois das fé-rias.da páscot realizar-se-á no Teatro Príncipe Real um beneficio a favôr das créches com a récita de despedida do curso do Quinto âno juridico — Do sônho á realidade.

Porméte ser uma fésta elegante, por-que andão empenhadas néla as senhoras da nossa primeira sociedade.

O teátro será decorado com colgadu-ras de damasco e flôres.

Será a primeira festa da primavera da nossa sociedade elegante..

Ateneu Comercial

Oje déve realizar-se na séde desta associação uma reunião para as famílias dos sócios, abrindo as sálas ás 9 óras da noite.

Agradecemos a amabilidade do con-vite.

O DEBATE

Com o número de quarta-feira entrou no segundo âno o nosso prezado correli-jionario O Debate, que ocupa um logar tão onrôzo na imprensa républicâna.

Felicitando o coléga, abraçamos cor-dealmente o nosso amigo João de Menê-zes, daqui, desta cidade, tão cheia ainda da tradição da sua vida alégre de estu-dante, onde se contão ainda os seus en-tuziasmos juvenis, a sua dedicação pela cauza républicâna.

O seu espirito pô-lo sempre ao ser-viço da cauza républicâna, a sua ironia nunca atacou quem não fôsse um inimigo politico.

Assim tem sido em toda a sua vida. Com saudade dos tempos em que João

de Menezes nunca perdia o rizo nem a serenidade no comêço da sua vida do combate e de luta jornalística, a Rezis-tencia cumprimenta o seu antigo colabo-rador, o fino espirito que tanto concor reu para o seu sucésso, com a lealdade e dedicação com que se afirmou sempre na vida do partido républicano.

C O M Í C I O E S I I i E I R I A *

A comissão de vigilancia ao protesto contra as medidas da fazenda reuniu ôje por motivo do comício, que amanhã se áde realizar em Leiria contra as mesmas propostas.

Dicidiu fazer-se reprezentar no comí-cio e nomeou para isso uma comissão.

Forão reprezentar o comércio de Coimbra os srs. Afonso de Rarros, Cas-siano Martins Ribeiro, 'Francisco Viláça da Fonseca,[João Gomes Moreira e João Simões da Fonseca Rarata.

O coftúcio realizar se-á no teatro de Leiria, e tem por fim protestar contra todas as medidas que vizem a aumentar as contribuições ou a contrair mas emprés-timos.

De Leiria áchão se inscritos para fa-lar, os srs. Adolfo Leitão, dr. Paulino da Costa Santos, Candido Maria Dias e Gaudêncio Pires de Campos.

Do Porto espérão-se o srs. drs. A-fonso Costa, Augusto de Castro e Jozé Ferreira Gonçalves e Jozé Pimentel.

Uma comissão de abitantes de Leiria foi propozitadamente a Li>bóa convidar os nossos correlijionarios Magalhãis Li-ma e Alexandre Rraga para uzarem da palavra no comicio.

Do Mundo: Estivérão hontem, 30, em Lisboa, os

nossos prezados amigos sr. Manuel Joa-quim dos Santos e José Jacinto d'Assun-ção, estimadíssimos comerciantes de Lei-ria que aqui viérão tratar de assuntos relativos ao comicio de segunda feira.

Os nossos amigos convidárão o sr. dr. Alexandre Braga a tomar parte na reunião e o talentôzo advogado prestou-se, com a melhor vontade, a esse servi-ço. Em Leiria, á o maior interesse em ouvir a caloróza palavra do nosso ilus-tre correlijionário.

A comissão procurou também o nosso querido amigo, sr. dr. Manuel d'Arriaga, mas não o encontrou, porque o dedica-díssimo democráta está passando as fé-rias em Oeiras.

Também esteve com o nosso amigo sr. Luis Filipe da Mata, que só não irá se o impedir poderóza razão.

Finalmente, conferenciou largamente com o estimadíssimo presidente da As-sociação dos Lojistas, solicitando-lhe a sua prezença e a reprezentação do co-mércio da capital. O sr. Pinheiro de Melo recebeu a comissão com a amabilidade que o carateriza, prometendo, se lhe fôr possível, tomar parte na reunião—a que reputamos certo. Além da Associação dos Lojistas, é natural que se reprezentem as demais associaçõis comerciais de Lis-boa.

O diretor do Mundo também vai assis-tir ao comicio, que promete ser muito importante.

Trasladação v

Esteve em Coimbra o nôsso amigo sr. Paulo Falcão que veiu propozitadamente fazer a trasladação de seu pai para o jazigo que lhe mandára construir no ce-miterio de S. Antoni,) dos Olivais.

A ninguém foi participado o fácto, que se realizou apenas com a assistência do nósso amigo que assim quiz mais uma vês mostrar o respeito pela modéstia que rodeou toda a vida do gloriôzo extincto.

Falecêu a semana passada a mãi do nosso amigo e conceituado comerciante desta cidade o sr. Jozé Maria Mendes de Abreu.

Sentidos pézames á familia enlutada.

Ospede illústre

Em viagem de recreio está em Coim-bra o sr. D. Miguel de Unamono, reitôr e catedractico da Universidade de Sala-manca, e uma das figuras mais notáveis da Espanha intelétual moderna.

Conhecendo bem um grande número de linguas, o sr. D. Miguel de Unamo-no, conhece as óbras capitais da moder-na evolução literária, tendo sempre uma fráze inciziva para as caraterizar.

Tendo uniformidade de ideias com Ra-phael Altamira, Inojosa e todos os gran-des vultos da Espanha comtemporánea, D. Miguel de Unamono é um dos colabo-radores mais distintos do excelente perio-dico Espana Moderna.

São conhecidas as suas ideias profun-damente liberais, e o amôr que á muito conságra á literatura portuguêza, sendo um dos admiradôres mais entuziastas de Antero do Quental e de Guerra Junquei-ro, cujas óbras sabe de cór.

Deve visitar ôje a Biblioteca da Uni-versidade que só para esse fim se abrirá ôje.

Móstra-se encantádo com Coimbra; tem percorrido tôdos os monumentos, tirando interessantes croquis, porque D. Miguel de Unamono é também um exelente deze-nhista.

Exercito Português A mentira, sempre a mentira! Que brilhe a gola e os botõis da far-

da do soldado. Que o uniforme se não apresente desbotado ou coçado. Nisso consiste todo o cuidado e esforço. Que azafama, nas vesperas de parada, ou de procissão.

Enganar o rauufo, e enganarem-se a si proprios. E' o que se pretende. Sua Majestade previne, quando quer vizitar algum quartel. Previne o proprio jeneral. Ensaião-se teorias e exercicios, quando chega o inspétor. Ninguém quer ver, porque ninguém quer remediar. Todos conhecem a verdade, mas todos finjem que a desconhécem. Exercito de parada, exercito de procissão, exercito de men-tira!

Que importa que os quartéis caiam em ruinas? Que importa que os soldados não ténhão camas para se deitar, mantas para se cobrir, nem bacias para se la-var?

Teem colarinhos ! Teem luvas. Teem colarinhos, teem lavas, mas

não teem meias! Como esta pequena coisa bastaria

para definir uma instituição ! No fundo, ninguém se importa com o

corpo nem com o espirito do soldado.

Bastão duas citaçõis da lei, para se avaliar com plena exatidão, o alcance n'esse espirito cezarista, que vem domi-nando, á trêze anos, a força publica entre dós.

Pelo Codigo de Justiça Militar o co-mandante da divizão e o ministro da guerra podem, querendo, subtrair á ação dos tribunais o criminôzo. Se não quize-rem mandar instaurar a acuzação, não mandão, ainda que os fatos constantes do processo constituão crime previsto e punido pelas leis militares e ainda que ája prova de culpabilidade. Para assim procederem, bastará que julguem o an-damento do processo inconveniente para a disciplina.

A tremenda iniquidade que isto re-prezenta! Os espantózos abuzos a que isto dá logar! Nenhum protejido das al-tas rejiõis, e das baixas, responderá a conselho de guerra, faça o que fizer. Ne-nhum. Só algum pobre diabo sem pro-téção alguma, ou aquêle que tiver tido a desgraça de cair em dezagrado.

Isto pelo que dis respeito ao Codigo de Justiça Militar*. Com o Regulamento Disciplinar temos a inversa. O oficial pôde sofrer a pena infamante, e grave sobtodos os aspétos, de incapacidade mo-ral, sem ao menos ser ouvido. E' um dos três cazos previstos no Regulamento. O conselho superior de disciplina pôde ouvi-lo. Mas não é obrigado a isso. Ou-ve-o, se quer. Se não quer, não ouve.

Não é tudo. Sendo cinco, cinco ge-nerais, os membros do conselho' superior de disciplina do exercito, pódem 4 votar a favor do acuzado que nem por isso êle fica, desde logo, absolvido. Nêsses cazos rezolve o ministro da guerra em ultima instancia de acordo com os quatro que absolvêrão, se quizer, mas também de acordo com o 5.® que condenou, se lhe aprouver.

E a continjencias destas fica sujeito o futuro e a onra dum oficial!

Conjuguem com a correjedoria, com a lei de 13 de fevereiro, e digão se não está completo.

Não é já o exercito, só, que pertence ao rejimen. E' tudo. Tudo isto é domí-nio da corôa.

Mas a monarquia, como a republica, escrevia o Dia em discussão com o De-bate, tem, não só o direito, como o dever de se defender. Tem, quando a monar-quia ou a republica seja fiel ao pacto que firmou, cumpra os compromissos a que se obrigou e seja a expressão vqj-dadeira da vontade da nação. Como é que um rejimen, que suprimiu completa-mente a liberdade da urna, um rejimen onde os proprios deputados da oposição monarquica declárão sem rebuço, em pleno parlamento, que estão ali por von-tade do governo, como é que um rejimen que suprimiu a liberdade da urna, a li-berdade de reunião e de associação, que estabeleceu a censura prévia para a im-prensa, que encerra tipografias e apre-ende jornais, como é que prova, como é pôde provar, que é a expressão verda-deira da vontade da nação?

Como mantém o pacto que firmou, prendendo sem culpa formada, depor-tando sem julgamento, sobrepondo em tudo e por tudo o arbítrio ao direito?

Como cumpre aos compromissos que contraiu, vivendo em ditadura perma-nente?

E' elle, ou é a cação, que tem não só o direito como o dever de se defen-der?

A republica francêza redimiu Drey-

fus. A republica francêza vai substituído vigorozamente, no exercito, o espirito cezarista pelo espirito democrata. A re-publica francêza afirma e mantém a li-berdade e o direito. A republica francêza não conhece ditaduras, não recorre a cada passo a dissoluçõis. A republica francêza é, sem duvida, a expressão sin-cera e verdadeira da vontade da grande maioria da nação. Tem o direito mais do que o direito, tem o dever de se defen-der.

Prove a monarquia portuguêza que está dentro da liberdade, que se mantém fiel á constituição, que dá ao país os meios libérrimos d'êle exprimir a sua vontade e nós damos-lhe igual direito.

Senão, não. Mas deixemos isso. Que mais diremos scbre o exercito? Volumes! Poderiamos escrever volu-

mes, pelo menos um volume curiozo sobre o que se tem feito, sobre o que se vai fazendo de 1891 para cá. Fa-lo-emos um dia. Por agora vamos terminar.

Vimos os princípios iníquos do Codigo e do RegulameJho Disciplinar. Devemos acrescentar que sô isso é real. O resto é uma mentira, como tudo. E' uma men-tira o direito de reclamação. E' uma mentira o direito de queixa. E' inútil reclamar. Ninguém reclama, ninguém se queixa, a não ser contra pessoa que se saiba de antemão ser odiada por equêles que ão de receber a queixa ou rezolver a reclamação. Em regra, tudo é rezolvi-do contra o mais urnílde. Tudo é inter-pretado em sentido mesquinho. Sempre com chicana ! Sempre com sofisma !

Emfim, o exercito não tem baze mo-ral. Portanto, não tem ideal, não tem aspiração, não tem elevação. Não tem alma.

Deem lhe ómens, deem lhe canhõis, deem-lhe fardamentos, deem-lhe equipa-mentos. Debalde. Sufoca, esmoréce, definha, da mesma forma. Fafta-lhe a consciência da sua missão, falta-lhe a vibração de um ideal.

Andar de espingarda ao ombro de guarda ao rejimen, não é ideal para nin guem.

Nas cazas da guarda adquirem se ví-cios e perdem-se virtudes.

(Do Povo d'Aveiro).

O Mundo Elegante

Revista Quinzenal Ilustrada — Está publicado o n.° 0 correspondente a 5 de março.

Consta do seguinte sumario: Madame G ra Lnparcerie por Margarite Roland —Correio da Moda e elegancia, por M.eIle8

Amélia e Erminia de Souza - Entre nós, por A. de Souza O dr. Alves da Veiga, por Silva Lisbôa —Os nossos figurinos e bordados, por Amélia e Erminia de Souza — Vida mundana Pariziense, por M.elle

Erminia de Souza —Monumento a Carlos Gomes em Campinas, por Xavier de Car-valho—Personagens brazileiros do Estado de-S> Paulo: O dr. Bernardino de Cam-pos, prezidente do Estado. Dr. Bento Bueno ministro do inlerior e justiça. Dr. Luis de Peza, ministro de agricultúra. O dr. Rodolfo Miranda, deputado Federal. Francisco N. Baruel, prezidente da Asso-ciação Comercial, por A. de Souza — Álbum poético — Almas mortas, por Xa-vieu de Carvalho —Passatempo —chara-das, por Diabrete — O justo — conto por Luciano Castro.—Conselhos práticos, re-ceitas úteis pela Condessa Valentina — Facécias por João Rizonho.—Paris—Por-tugal— Brazil. — A nos«a carteira por Rigoleto.

E' um bélo jornal, de colaboração es-colhida e variada, com grande abundan-cia de gravúras de figurinos, algumas coloridas.

A impressão é feita em Paris. 0 pa-pel excelente.

Tudo contribúe em fim para fazer do Mundo elegante uma publicação de pri-meira órdem que recomendamos ás nos-sas leitoras.

Do numero, que temos á vista, recor-tamos o interessante artigo do Silva Lisboa sôbre o dr. Alves da Veiga.

Escola Nacional de Agricultura

No dia 14 de Abril proximo, pelas 11 óras da manhã, na Escola Nacional de Agricultura em S. Martinho do Rispo se procederá á venda em ásta publica, cazo os preços oferecidos convênhão, da laranja do talhão n.° 6 e de duas vácas e um touro de raça Jersey.

Para quaisquer esclarecimentos de que os interessados carèção, pódem di-rljir-se em todos os dias úteis das 10 óras da manhã aié ás 4 óras da tarde, â secretaria da mesma Escola.

A manha velha

Pela Inspéção Jeral dos Impostos foi ordenado em circular aos inspétôres dos distritos que se procêda a uma rigoróza inspéção a tôdos os bancos e cazas co-merciais.

O expediente do costume. . . O comércio protesta? O govêrno responde-lhe com a fôrça

. . .do imposto.

Foi dissolvido o Centro Instrutivo dos Caixeiros de Coimbra, com a sua séde na rua da Sofia.

A dissolução deste centro deu orijem a duas novas sociedades: o Centro de Instrução Adrlino Veiga que ficou na mesma séde,e o Grupo Esperança dos XX com a sua séde na rua do Correio.

Este ultimo grupo reuniu ôje ás 5 óras da tarde.

O fim da reunião era agradecer aos srs. conselheiro Bennrdino- Machado, e deputado Oliveira Matos a atitude que tinham tomado perante o seu dezejo do descanço dominical.

Deliberárão enviar uma mensájem agradecendo an sr. Oliveira Mattos a protéção que tão carinhózamente lhes dispensára, pedindo-lhe que não abando-nasse a defèza da cauza que tomára tanto a peito, e celebrar uma sessão em onra do sr. conselheiro Bernardino Machado, não só pelas palávras que, n r passada conferencia do Porto pronunciára defendendo o descanço dominical, como pela atitude que o sr. conselheiro Ber-nardino Machado tem mantido com o comércio do país, em toda a campanha contra as propostas de fazenda.

O «Pimpão" da Páscoa

Mantendo os créditos á tanto adqui-ridos, vem devéras interessante o numero do Pimpão da Páscoa, que se publica no sabado 2.

Como todos os números extraordiná-rios publicados por aquêle nosso galho-feiro coléga, este, que temos á vista, deVe satisfazer ainda os mais exijentes em assuntos de pilhéria, é impresso a três cores, contendo 16 pajinas, recheiadas de expansiva graça e ilustradas por ma-gnificas gravuras, entre as quais se con-tão algumas que pódem ser emolduradas como quadros.

Pôde afoitamente dizer-se que este numero do Pimpão ê ôvo . . . de Páscoa por um rial.

Os empregados da Alfaiataria Nazaré, dezejando dar uma prova da muita estima e dedicação que conságrão ao sr. verea-dor Francisco Maria de Souza Nazaré, proprietário d'aquela alfaiataria mandão rezar na próxima segunda-feira, 4 d'abril, ás U óras da manhã, na Igreja de S. Thiago, desta cidade, uma missa em ação de graças pelo completo restabele-cimento do seu p;itrão, que á pouco ten po ainda, esteve gravemente enfermo.

Durante a missa tocará a Filarmónica Boa-União. :Y Palcos e Arenas

Revista quinzenal ilustrada, a apare-cer em abril proximo.

Diretôres: Angelo de Lemos e Jorge Cruz.

Colaborada pelos melhores escritô-res portuguêzes.

Artigos biográficos de artistas dra-máticos e tauromaquicos, feitos pelos nos-sos melhores escritores. •

Seções dramaticas, tauromaquicas, bibliográficas, literarias, etc.

Vai publicar-se na Imprensa da Uni-versidade uma nova edição das Crónicas de Damião de Goes, conforme o texto da l . a edição.

Está já em publicação a crónica do Principe D. João para que A. Augusto Gonçalves fès um desenho reproduzindo o frontespicio da edição de 1567

Atiradores civis

Os atiradores civis, como aqui noti-ciámos, reunirão-se no Jinazio Club a convite dos atiradores que érão sócios do club.

Resolvêrão que a quarta filial ficásse anéxa ao Jinazio Club, como sécção desta sociedade.

A direção do Jmazio oficiou para as rejiões superiores, não tendo ainda che-gado resposta ao oficio.

REZISTEXC1A — Domingo, 3 de Abril de 1904 3

S e m a n a s a n t a

Um bélo temp ) de primavera. As igrejas menos concorridas, as

damas um pouco massádas por não en-tenderem ainda bem as belêzas todas do canto gregoriano.

Os sermões lá cliamárão mais alguma jente.

Ao sair da Sé, uma senhora para outra:

—Ora deixe-me aqui. Que massada! Mas uma massáda muito grande!

E' verdade, minha senhora, uma massada muito g rande . . .

Mas para o âno lá estaremos, quando chegar o bélo tempo em que a providencia cobre á amendoeira de flores e as amên-doas de assucar. Que massáda, minha rica senhora!.. •

H ò v o J o r n a l

Recebemos o primeiro numero de um ornai que se publica em Leiria com o

titulo de «Leiriense e é independente em politica.

Dezejamos-lhe longa e prospera vida.

B o m b e i r o s V o l u n t á r i o s

A Associação dos Bombeiros Voluntá-rios (Real), para solenizar o decimo-quinto aniversário da sua instalação, fará uma parada jeral no cais das Ameias.

Averá além disso uma sessão solene para a distribuição de distintivos aos só-cios com cinco e dés ânos de serviço, e inauguração dos retratos dos srs. Bispo-Conde, Conde do Ameal e D. Cristina de Sena, que tem sido protétôres da asso-ciação, tendo-a auxiliado com valiózos donativos.

L a v a n d e r i a a v a p o r

A camara municipal rezolvèu mandar estudar por os srs. dr. Augusto Barboza, Charles Lepierre e Nogueira Lobo, o projéto de uma lavandaria a vapór anexa á caza das máquinas.

O projéto que, a levar-se a efeito, não deixará de levanlar dificuldades á ve-reação, é na verdade da máxima utilidade, porque o sistèma seguido de mandar lavar as roupas da cidade ás Torres e á Portéla é incomodo e morôzo.

O sr. Augusto da Silva Fonséca, an-tigo empregado na caza comercial do sr Adelino Simões de Carvalho, tomou de trespásse o estabelecimento de merca-dor do sr. Francisco Jozé Vieira Braga, sito na rua da Sofia n.° 2 a 8, e Praça 8 de Maio, n.° 44.

O sr. Fonséca é em tudo digno de continuar as onradas tradições da caza que agora acába pela retirada do sr. Vieira Brága das lides comerciaes.

C o n f e r e n c i a

O nosso correlijionárioe amigo Fausto de Quadros realiza amanhã, na Figueira da Foz, uma conferencia subordinada ao tèma — A situação atual do pais e a necessidade imediata da democracia.

A conferencia realizar-se-á no Centro Eleitoral José Falcão.

(21) Folhetim da "REZISTENCIA,,

H. DE BALZAC

0 EXCOMUNGADO

Carris de Ferro de Coimbra

No dia 5 do corrente mês irão á praça na repartição de fazenda, metade de uma cáza, na Travéssa de S. Pedro, n.os 9 a 1 i , pertencente ao Ospicio dos Expostos por legado de J. dos Reis, e alguns bens pertencentes ao passal de Montemór-o-velho e á confraria do Santíssimo de Paradela.

A comissão da Associação Comercial, de Vizeu composta dos srs. Abel do Val, Jozé Perdigão e Erculano Reirão reti-rárão segunda feira no comboio da tarde, mostrando se satisfeitos -pelo modo como correu o comicio e pela forma como Coimbra os recebeu.

DO BRAZIL Eu Pedro Aguiar de Mello, chegado

de Portugal á 12 anos, declaro que so-frendo eu e varias pessoas de minha fanii i i de doenças no estomago e nos intestinos recorri a muitos remedios, pas-sando 4 anos sem encontrar alivio a meus males; finalmente, tomei as pílulas anti-dispeticas do dr. Heinzelmen, reme-dio feito com érvas dos mátos do Brazil, conseguindo me curar radicalmente em poucas semanas. Por ser verdade, para bem dos que sofrem e por gratidão, mando fazer publicar esta declaração.

Pedro Aguiar de Melo (negociante de vinhos.)

As pílulas do dr. Heinzelman feitas com vejetais das matas brazileiras, curão em pouco tempo todas as moléstias do estomago, figado e intestinos..

Dapozito em Portugal - Srs. Vicente Pimentel & Quintans, rna da Prata 1 9 4 , Lisboa.

ORARIO PROVIZORIO

Desde 24 até 31 de março de 1904

Carreiras entre o largo das Ameias e a rua Infante 0. Augusto

P a r t i d a s

Do largo das Ameias

8\30 n

9 ,30 10 ,30 H ,39 12 ,30

1,30 2 ,30 3 ,30 4 ,30 5 ,30 6 ,30 7 ,30 8,3!) 9 ,30

manhã > . » » tarde

» » » t »

noite D

Darualnfante D. Augusto

8h manhã 10 » 11 » 12

1 2 3 4 5 •> 7 8 9

10

tarde i

» noite

Estação B dos caminhos de ferro ao Largo das Ameias ou Mercado — 50 réis.- • /',

Éstaçãò! B dos ca.ninh >s de ferro á rua Infaute D. Augusto — 80 réis.

Estação B dos caminhos re ferro á Caza do Sal — 20 réis.

A assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos preços anuais de réis 1$200; e 9áí000 réis para os menores de 14 ano^ e cregdos, sen,do estes últimos de logares na plantaforma dos carros.

C ò r o s d o s f a r ó i s

Verde, indica a Alta. Vermelha, estação B. Branca, Caza do Sal. Amarelo escuro, reservado.

Pulverisadores estrangei-geiros legítimos

Marcas Yermorel e Gobet A 8:000

Vende J o s é Lopes de Carvalho. Praça de Rodrigues Lobo

^ l e i r i a ^

Carreiras entre o largo das Ameias e a estação B dos eaminhos de ferro

P a r t i d t a s

Do largo das Ameias

6h m manhã 8 ,10 2 ,30 3 ,36 4 ,:i5 5 ,37 6 ,25' 6 ,10 8,10

12 ,!5 3 ,10

tarde »

»

» noite

madrug

v i A entrevista

Anjos do céu, amo-o! exclamou éla, e vós não me defendestes I Que ei-de eu fazer agora que me deixais sózínha, quando sou já tôda dêle ? O'I S é se pu-dessem fazer duas partes da própria pes-soal Dís se todavia acrescentou em vós baixa que ouve mulhéres Ímpias que o conseguirão.

Lagrimas escurecião o fôgo do seu olhar, e acariciou maquinalmente os anéis pretos que caíão sobre o seu cólo.

—Pódes contar, desse Savy ao Conde, que é a ultima vês que te acompanho em tais expedi^õis. Que a tua leviandade te faça esquécer tudo, vá, mas o teu amigol

Ao vêr a cára de Savy, O Conde fi-cou prezo por um ataque doido de rizo, e exclamou: — E ' verdade, tu querias mostrar os teus bélos vestidos, e fis-te perder uma toilette A'l E ' muito mal feito!

Adhémar ria com mais abandono. —Podes contar, replicou Savy, que

eiJe pregarte uma partida egual. Mas vamos ao que iinpórta, estás mais ade-antado na tua conquista? A tua bé!a^. . .

A'l Caro Savy, começou o Conde in-f ^ terronpendo-o, principiei com Catarina por divertimento, tomei esta aventúra a rir como as outras; mas quanto mais vejo esta mulher, mais me sinto arras-tado para um terreno perigôzo Fran-

Preciza-se uma professora para edu-car uma menina, que ensine português, francês, muzica, piano e bordados.

E' para uma vila a duas Òras de Coimbra. Para tratar em Coimbra, com João Borges, rua da Calçada, n.° 20 e em Lisboa na rua Augusta, n.° 75, I.°

União Yinicola do Dão Parceria de lavradores dos melhores

vinhos portuguêzes, á venda na

Mercearia I.UZÍTA^A (Depózíto único em Coimbra)

camente, estou namorado como um pá-jem que corteja uma grande dama; a cabeça anda-me á roda e estou pardido, porque quero levar Catarina para a corte e Lísbeau á-de perceber I Mas, por Deus, disso, estou eu a rir-me; vá tudo para o diabol Amo de mais Catarina: tomou um ascendente sôbre m i m . . . ora aí está, vê tu! Somos francamente doidos, e mesmo mais que isso, mas quando encon-tramos uma mulher virtuóza, vemo-nos forçados a baixar os ólhos e a respei tá-la.

— Reprezentaste então de apaixo-nado?. . .

—Que falias tu em reprezentar ?! E' verdade . . . Chora Savy, chóra pelo juí-zo de Luis, porque está enamorado. Falando assim, chegárão os dois amigos ao mosteiro.

Esperava-os um jantar fino excelente. O Cozinheiro do convento tinha uzado de todos os recursos de arte colinária desta época, e os monjes tínhão enfeita-do a sála do festim com as" decoraçõis mais estudadas e mais ricas.

Nenhum importuno veiu perturbar o jantar, e mesmo o abade se obstêve de aparecer.

Por isso os dois amigos podérão abandonar-se a toda a alegria que os cuidados interessados dos monjes lhes provocávão.

Da estação

ra CS Ur* ® CQ «5 O CS "S O "ÕÕ &-Q ® O) s 0 •a -0 s 0 0 00 0 es « 0 T3 s- t/3 C3

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O fcó <D \CS O" O

Todo o serviço que fôr feilo alem do indicado neste orario é considerado ex-traordinário.

T a t o é l a c i o p r o ç o s Largo das Ameias ou Caza do Sal á

Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis Largo de D. Carlos ou Gazómetro á

Rua do Infante D. Augusto — 40 réis, Largo das Ameias, Caza do Sal ou

Rua Infante D. Augusto ao Mercado — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazometro ao Largo de D. Luís — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazómetro ao Mercado — 20 réis.

MUARFS, ETC.; NADA DE FOGO; O LINIMENTO VÈSTCANTE — COSTA — cura sem deixar vestígios as esquinençias, sobre-canas, ovas, esparavões, entorses, man-

queiras, fraquêza da pernas, etc., deve ser preferido á untura fórte, na pneumonia e todas as doenças que exijam uma vezicação promta e segura. Frasco ÇOO réis. A' venda nas principaes terras. Depozitos: C o i m b r a — Rodrigues da Silva, rua-Ferreira Borges, 128. Lisboa — Quintans, rua da Prata, 194: Ferreira, rua da Ju\A queira, 532 Porto — Moura, Lnrgo de S. Domingos, 99 : Depozito jeral, farmac a Costa, Sobral de MontAgraço.

Pastelaria e confeitaria Teles 150—Rua Ferreira Borges—156

COIMBRA

Nesta caza, regularmente montada no jénero das de Lisboa e Porto, encon-tra-se á venda o mais variado e completo sortimento de todos os artigos concer-nentes a estabelecimentos desta natureza.

D ô e e s d e o v o s dos mais finos paladares e delicados gostos, denominados doces sortidos, para chá e soirces, em grande e bonita variedade que difícil se torna enumera-la.

D o c e s d e f r i i c t a de todas as qualidades, de que é costume iabricar-se, tanto em sêcco, corno cristalizados, rivalizar com os extranjeiros.

P a s t e l a r i a em todos os jéneros e qualidades, o que á de mais fino e sabo-rozo, especializando os de folhado.

Fabricão-se com finos recheios e ovos em fio, peças grandes de primoroza fantazia, denominadas Centros de mêza, Castelos, Jariões, Liras, Floreiras, Lam-preias, etc., etc., próprias para banquetes.

P n d i a g S d í e l a d o s . de leite, deliciosos, laranja, chá café e de frutas di-versas, vistozamente enfeitados.

P ã o d e l ó pelo sistêma dè Margaride, já bem conhecido nésta cidade, cuja superioridade é confirmada pelo largo consumo que tem.

Especialidade em vinhps generozos do Porto e Madeira, Moscatel, Colares, Champagne, Cognacs, Licores finos, etc. das melhores marcas nacionais e extran-j eiras.

Viuhos da Companhia Vinicola do Norte de Portugal. A m ê n d o a s e c o n f e i t o s de todas as qualidades, garantindo-se a pureza

dos assucares com que são fabricadas. C o n s e r v a s nacionais e extranjeiras, chás verdes e pretos, passas, bombons

de chocolate, Drops, queijo Flamengo, Gruyére, Prato, Roquefort e outros. Jeleia de mão de vaca.

D e p o s i t o dos produtos da sua fabrica de bolachas e biscoitos na Couraça de Lisboa, 32.

v i l

P r e p a r a t i v o s e p r o j é t o »

Catarina tinha ido muito mais lonje do que pensava na cena que acabava de se passar entre éla e o Conde.

Na verdade, não o via á um mês, e tinha mêdo de o não tornar a vêr.

Virtuóza de intenção, a pobre senhora tinha tido corájem para combater a in-vencível inclinação da sua alma. Os feitos déssa luta érão tão cruéis, que parecia que devia sucumbir a êles, e o marido, como já vimos tinha receio de perder a sua Catarina.

Até então repelira sempre o Conde; mas a paixão éra tão fórte que não po-dia moderar a sua expressão. Assim para mais de um leitor Catarina parecer cul-pada, se se esquecesse a sevéra rezerva de sua condúta durante a vida, a piedade, o amor que experimentáva ainda pelo marido.

E' difícil de exprimir a prezença de dois sentimentos que parécem, á primeira vista excluirem-se um ao outro no cora-ção de uma mulhér; mas, refletindo bem, acabar-se-á p o r compreender como Catarina podia amar um amigo de infan-da, o único ómem que tivésse visto, e o que a naturêza lhe tinha de algum mo-do indicado, como o único que pudésse querer adorar.

Todas as censuras, que lhe pudessem fazer, não serão nunca tão violentas co-mo as que éla, fazia a si mesmo.

Lógo que deixou de vêr o conde caiu numa tristeza, lugubre, que parecia de-zespêrò: os olhos cheios de lagrimas pou-zavão sôbre o Loire, e acabrunhávão-na os mais sinistros pensamentos.

—Para onde vou? pensava; o dever e o amôr prendem-me aqui. Amo esta es-cravatura e amo Ombert, e não sei que sonhos me arrastão sempre para outra p a r t e . . . O quê! Pois eu atrevi-me a di-zer que o amo. . . andei encostada ao braço dêle.

Estremeceu, percorreu-lhe o corpo um calefirio e então teve orrôr de si mes-mo; era como o jogador que não vê a ruina, em quanto está deante da banca;

mas que se máta ao sair, quando passou a embriagues e vê só a morte.

—Môrrotdisse Catarina; porque não pósso deixar de o amar. O mundo que vem com êlle!

As arvores parecião-me mais bélas, este Loire mais l impido. . . não ei-de tor-nar a vê-lo; não pósso vê-lo mais.

Assentou-se num banco de pedra, e, dobrando a cabeça sobre uma tilia, esqué-ceu-se de que a trompa tinha anunciado a ceia, que nessa época se comia ás qua-tro ou cinco óras; depois da cáça.

O sol poente fazia brilhar o diaman-te que ornava a tésta de Catarina; tinha os olhos baixos, corrião as lagrimas ao longo das faces, e a bonita castelã ajita-va por distração o saco que lhe pendia ao lado do quadril.

—Então Catarina! disse-lhe uma vós conhecida. Ai estás tu outra vês a cho-rar! Que tens! Queres-me fazer morrer de pezar! Esquéces-te da óra das refei-ções, chóras de dia, jemes quando estás a dormirl

:—tOmbert! Ombert!. . . E Catharina deitando se sobre o peito do barão, pas-sou os braços á volta do pescoço de Ombert, e vertendo lágrimas, pareceu procurar um refúgio no coração do es-pôzo. Ombert, amo-tel E's bom, jenerôzo, cheio de corajem! E's o meu único amôrl E, sem poder dizer mais, cobriu-o de beijos, sem vêr que não estávão no sua camara nupcial, éla tão casta e tão púra, que píoibia a Ombert um olhar de amôr deante de um servo!

—Minha cára Catarina, vá! ninguém poderia amar-te tanto como eu. Não és tu rainha nesta cáza. Bem lonje de imitar êsses barõis ferozes de á^uem as mulhéres são vassálas, não és tu a dôna de todos os bens, como do coração de Ombert? 01 Como me encantas. Tinha necessidade

dos teus beijos para me consolar. Teu pai acába de partir!

— Partiu! Contáva com êle para me . . para nos defender!

—Foi exactamente para isso que êle nos deixou, aplicou vivamente Ombert. A resposta insolente de D. Elias não nos deixa esperança, é necessário rezolver-nos e guerrear . . . Amas-me bastante pa-ra não têres mêdo de ficar só comigo nestas circunstancias; tal vês a Touraine toda vá cair sobre Roche-Corbon; mas teu pai prometeu-me socorro e, se puder surprehender o mosteiro, logo que tenha submetido os insolentes relijiózos, escu-zamos de ter medo que venhão cercar Roche-Corbon e o seu castélo.

—Atacar o mosteiro! exclamou do-cemente Catarina; mas tu vais chamar sobre tí a cólera do céu, e perderás a tua alma. . .

Pensa que eu quero estar contigo no céu, e que quéro ser salva, quando mais não sêja para implorar o teu perdão aos pés de Deus! Se é necessário umílhar-te, meu amigo, pensa em que não á ver-gonha nenhuma em curvar a cabeça deante de Deus. Não a curvas ás vêzes deante de nós? acrescentou.

Ombert sorriu-se para éla, encantado com a graça que Catarina tinha dado á ultima fraze e disse-lhe:

—Se o abade te tivésse encarregado da sua resposta, ter-me-ia, penso, umílha-d o ! . . . mas o marido de Catarina não deve dezonrar-se.

—Meu doce amigo, disse beijando-o na testa, como eu amo essa grandêza e essa coragem.

A estas palavras, ouviu-se do lado do lado do jardim pela segunda vês o som da trompa, e o barão exclamou:

I —O Canhoto está-nos, a chamar. ( Continua.

R E Z I S T M C 1 A - Domingo, 3 de Abrf l de 1 0 0 4 4

P^oQJ^EDl

P f W T v á s ^ VINHOS DE PASTO

& E N X J 1 K T O S

BRANCÔS E T I N T O S P a r a c o n s u m o e e x p o r t a ç ã o

OIMBUA Vendas por janto e amiúdo

Installação provisor ia: n a da Sota n-° 8.

T a b e l l a d e p r e ç o s d e v e n d a a m i u d o (1 de março de 4904).

Garrafa Garrafa i g g de litro bordalesa

Marcas u — . — rt10

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Tinto GRANADA . 600 130 720 90 950 * CORAL • • • 650 140 780 95 10000

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Distribuição gratuita aos domicílios, dentro dos limites da cidade, em compra de 2 garrafões ou dúzia de garrafas.

Nos preços indicados não vae in-cluida a importancia do garrafão (360 réis) nem a das garrafas (60 reis para a garrafa de litro, 50 réis pa ra a bor-daleza), que se recebem pelo cnsto.

P r e v e n ç ã o . = Os garrafões le-vam o carimbo da Adega em lacrey e nas rolhas das garrafas e garrafões vae o emblema da Adega impresso a fogo, ao lado e na parte superior.

F Á B R I C A D E T E L H Õ E S I- M A N I L H A S Premiada na E vposiçao de Cerâmica Portuguesa, no Porto,

em 1888. com diploma de meritoj medallia de cobre na Exposição Dlstrictal de Coimbra, de 1884

Esta fabrica a mais acreditada em Coimbra, em construcção e solidez de te-lhões manilhas para encanar agua, siphões pera retretes, vasos para jardins e pla-tibandaT, balaustres, tijolo para ladrilhos de fornos tijolos grossos para construcçoes e para chaminés, tachos para cosinha á imitação dos de Lisboa, etc.

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Redacção e Administração—Rua Ferreira Borges, n.° 89, 2.° andar

Typ. Democratica

A R C O D E A L M E D Í N A , IO

N.° 802 COIMBRA—Quinta-feira, 7 de Abril de 1904 IO." A N O

B O A T O S

Correu nos jornais, em lingua-jem de mistério, que paréce querer encobrir uma vergonha, a noticia do' perigo grave, que ameaçou a nossa nacionalidade e de que nos Hvrou a intervenção dum aliado poderôzo.

Não se dis o que o facto foi, em que consistiu essa ameaça, qual a qualidade do inimigo que nos amea-çou, mas o que todos os jornais sem excéção acentuão é que Por-tugal está sem defêza, sem fortes, sem marinha e sem.exército, apezar de todos os sacrifícios que se, têm feito para atender á defêza nacio-nal.

O facto não cauzou a admiração de ninguém: todos conhécem á muito para que serve o orçamento do ministério da guerra.

Ninguém se admirou, mas todos sentirão um calafrio de terror, que o mistério em que se envolveu a noticia do perigo que nem todos vêem afastado de todo, contribuiu pata tornar ntais impressionante.

Na possibilidade de uma guerra o exército de nada podia valer, e a integridade da pátria estáva apenas dependente da atitúde do povo, do seu esforço e do seu civismo.

O exército português não tem nem armas, nem muniçõis, nem soldados, porquê nunca foi tratado como uma necessidade de defêza da pátria, porque foi sempre consi-derado como objéto de luxo deco-rativo para paradas de efeito, para procissõis de espavento.

Os nossos quartéis não têm ser-vido para fazer soldados, dando-lhes a instrução técnica essencial, de zenvolvendo-lhes a intelijencia, edu cando-lhes o civismo e o amôr da pátria.

E' necessaria a ameaça do pe rigo, a distancia do lar familiar para que no soldado português aparêção as virtudes da sua raça, a eroicidade, o amôr pela pátria.

O ensino primário é oficialmente descurado; nos quartéis á opinião de que o perfeito soldado seria o que não tivésse cérebro senão para executar a ordem que ouvisse, o quê é a negação absoluta dos prin-cipios que dévem dirigir a educação do soldado.

Tivérão as raças latinas um grande exemplo em toda a guerra franco-alemã de 70.

Os rezultados da triste expe-riencia fôrão convertidos num afo-rismo: quem vencêra fôra o professor primário alemão.

Tinha sido a superioridade do desenvolvimento intelétual que de-cidira a vitória da alemanha.

O nosso soldado é boçal, de intelijencia por desenvolver. Nos quartéis têm apenas uma simulada instrução técnica e o exército tem-se apenas para justificar o orçamento do ministério da guerra.

Quando á necessidade de di nheiro licencéão-se as praças, im-portando pouco que élas vão com a instrução indispensável.

Os quartéis são péssimos, ada-ptaçois de antigos conventos sem

jcondiçõis ijiénicas e, muitas vêzes : também sem capacidade bastante para os soldados, o que tem dado logar a mais de uma reclamação.

Sem exército e sem muniçõis, estamos sob a ameáça dum insulto possível, sem poder responder-lhe dignamente.

•Em \ês de cuidarem da instru-ção do soldado, têm os governos monárquicos procurado a garantia para a integridade da pátria, para a conservação da nacionalidade em alianças que nos têm ficado mais cáras do que um exército modêlo.

Ás reformas no exército rezu-mem-se em reformas nos uniformes, e os ministros da guérra só este ves-tígio têm deixado da sua passajem pelo governo. >r

O exército é em Portugal ape-nas uma arma eleitoral.

Os quartéis enchem se ou esva-zião-sè conforme a vontade dos eleitores influentes. São ainda estes que na época das eleiçõis se arvórão em jenerais e comandão o que é costume chamar-se a campanha eleitoral.'

O exército é uma arma politica. Os pretendidos esforços de re-

modelação, as comissõis técnicas, a compra de material, tudo tem sido explorádo pela politica no interesse dos protejidos.

Náo é a competencia quem de-termina a escolha dos oficiais, é a boa vontade do ministro. As com-missõis mais difíceis, as que deve-ríão merecer mais atençõis, as que devião ser entrégues a oficiais de mérito comprovado, são dadas como simples mercês onoríficas.

A comissão superior de guerra, que tem entre nós a missão de ela-borar os planos de operaçõis e de fortificaçõis, dirijir e verificar os trabalhos íeitos pelàs estaçõis ofi-ciais para a preparação da guerra, e dar parecer, quando consultada pelo ministério da guerra, está abso-lutamente sob a independencia do ministro.

E assim em todos os ramos da respétiva administração.

Os governos monárquicos inuti-lizárão o nosso exército, compete ao partido républicano tratar da sua organização, porque é êle ne-cessário para a defêza da pátria.

E' tempo de deixar a imitação pretencióza e grotêsca da organi-zação militar das grandes potencias, é tempo de nos nortearmos por o que têm feito as naçõrs pequenas com quem podemos ter afinidade de vida e de recursos.

No exército suisso têm os de-mocrátas portuguêzes a verdadeira orientação, o caminho prático a se-guir.

0 f R O T E S T O D O P A I S O COMÍCIO KM LEIRIA

A N I V E R S A R I O

Passou no dia 5 o aniversario nata-lício do sr. dr. Francisco Antonio Dinis, completando 83 annos de idade.

0 nosso coléga - Diário de Noticias, por tal motivo, publicou o retrato e "bio-grafia que oje gostózamente transcreve-mos, com as nossas felicitaçõis e para-béns ao ilustre professor.

0 eomiciò de Leiria revestiu uma alta imponência, rezultando mais um signifi-cativo sintoma do estado dos espíritos ,em| rju.e se encontra o país. e.qpe,, pozitivar. mente,! parece ser o- prenuncio de me-Ihóres dias.

E': necessário que se diga que os amigos do Governo se servirão de todos os .processos para malograrem a mani-festação. valendo-se especialmente ,de todas as influencias pessoais. Por ulti-mo, o grande argumento era ,que o co-micio e movimento eram exeluziyamente republicanos.

De nado servirão todos esses estrala-jemas entre os quais ouve. até jogo.de bispo.

Leiria ouve-se galhardamente, formu-lando também um altivo e consciente protesto.

E, se êsse protesto não foi excluzi-vamente republicano, não deixou ainda duvidas sobre os sentimentos do país.

0 orador mais aplaudido, que provo-cou maior, mais quente entuziasmo, foi p sr. dr. Alexandre Braga que, como se sabe, não se mascara nunca, expondo sempre, altiva e dezassombradamente o ideal que com tanta eloquencia defende. E ôs, trèchos mais calorozamente aplau-didos do seu sujestivo discurso, fôrão exactamente afu^tee que definião clara mente a ideia revolucionaria;

E, ainda fora desse discurso fôrão as passajens daquêles que condenávão todos os governos — todos os partidos do po-der, por conseguinte — os que merecê-rão o aplauzo da assembleia.

Deu-se assim em Leiria o que se tem visto em toda a parte.

0 povo mostrou o dezejo duma vida nova, em novos moldes implantada — vida que só pôde surjir sobre a morte do rejime.

Quando nos dirijimos para o Teatro de D. Maria Pia, onde se realizou o co-micio, já todos os estabelecimentos da cidade estávão fechados.

0 teatro, que é elegante, estava api nhado, oferecendo um belo aspéto. A sala transbordava e nos camarotes amon-toávão-se grupos.

Cerca da 1 e meia da tarde, 0 nosso eorrelijionario e Considerado comerciante, sr. Eduardo Martins da Crus, pela comis-são promotora do comicio, propôs para prezidente o também nosso eorrelijiona-rio e amigo, sr. Gaudêncio Pires de Campos. A assembleia aprova a indica-ção com uma salva de paimas.

0 sr. Pires de Campos convida para secretários os b,rs. inzè Pimentel e Anto-nio Batalha.

0 prezidente expõi o fim da reunião, dizendo que éla é aberta a todas as opi-niõis. Trata-se dum protesto intranzi-jente mas ordeiro.

G nosso dinheiro ousta-nos muito a ganhar e é necessário que seja bem ad-ministrado, indicando a importancia da divida e dos encargos* pergunta onde va-mos parar.

Fès-se um convénio prometendo vida nova e a vida nova é uma burla.

0 país carece duma administração onesta e moral. E' essa a bandeira do movimento.

Nesta altura, alguém no palco levan-tou a YÓS:

— Peço a palavra sem prejuízo dos oradores inscritos.

Julgamos que se trata de algum pro-testante. Mas advertem-nos:

o

lê a participação que foi entregue á au-toridade sobre o comicio, para recordar os fins deste,,

E' o seu papel pelo qual não recebe palmas.

0 prezidente dá a seguii- a pala-vra ao

D r . C o s t a S á a t o s

E' advogado em Leiria, rapás inteli-gente,- falando com viveza.

Elojia calorozamente o dr- Alexandre Braga, que vai decerto prégar a Verdade copio a tem prégado sempre, e enaltéce o movimento efue se ergueu no país.

Refére-ãè á selttção da crize, classifi-cando-a de ineberente.

0 povo está decidido a intervir e o poder, tão abituado a deáprezá-lo, á de ouvi-lo. (Aplauzos).

Trata-se duma manifestação patriótica que tem por fim demonstrar ao Governo que o povo não pôde ser mais expoliado. (Muitos aplauzos).

Não servimos- interesses de nenhum partido. Servimos o país.

Quem quizér governar, ade fazê lo com onra e1 patriotismo.

O nosso empenho é ser, acima de tudo, portuguêzes. (Muitos aplauzos).-

0 sr. Pires de Campos, dis ter che-gado o sr. barão de Salgueiro e oferece-itie a presidencia. '

f Carão d e S a l g u e i r o Agradece a manifestação de simpatia,

sentindo que não continuasse na prezi-dencia .0 sr. Pires de Campos, que tão brilhantemente a oeupara.

0 2.° secretario lê o expediente.

« l o z é P i m e n t e l

E'

A d m i n i s t r a d o r d o c o a l e e l h o •,,.-• ';, í ,' i ;

0 sr. Gaspar de Matos, administra-dor do concelho e comissário de policia,

Agrâdece os aplausos pela ideia que reprezenta a comissão de que fás parte.

As propostas de Fazenda viérão pedir ao povo mais impostos, que êle não pôde nem deve pagar. E' uma consequência da administração nefasta de todos os go-vernos que nos últimos anos se teem revezado no poder. (Muitos aplauzos).

Serve-se do relatório do ministro da Fazenda para mostrar que as despèzas teem aumentado sempre, excedendo as autorização.

Más despèzas não crescem por ser ne cessario ao pais. Aumentárão porque os governos entendem devér desperdiçar o dinheiro do pôvo. (Aplauzos).

Refere-se a um individuo que foi con templado com sete empregos e aguarda mais um.

Comenta o facto, com jerais aplauzos. Emquanto se fazem destas couzas, o

Governo gasta 280 coutos com a instru ção primaria em todo o pais!

Para:arran}ar as equipajens reais para receber Alfonso III gastárão-se 77 contos

•— t ipiev dizer, a quarta parte do que se gasta com.a instrução (Muitos aplauzos).: E os 77 contos é o que se dis ter gasto: 0 que se gastou realmente, não se sabe. (Muitos aplauzos).

0 ministro da Fazenda dis que aeabá-rão os emprestimos. .Acabarão no estran-jeiro, porque não tenos credito. Nô pais continúão pela venda de insCriçõis e pelo recurso ao Banco de Portugal.

Analiza detidamente as propostas re ferentesao Banco.de Portugal, mostrando o que nélas á de incoerente.

Discute também as propostas que se referem ao assucar, ao arrôs, ás estradas, e ao petróleo com notável proficiência.

Referindo-se ás industrias, lê uma pas sajem do oficio da Associação Industrial ao prezidente do Conselho—passajem em que á uma ameaça.

È". preciso também que o povo se lem bre de que é ele o soberano, que é êle

qúem Reprezenta a verdadeira força da nação. (Muitos aplauzos).

0 novo ministro da Fazenda, que foi 0 relator dos ,50 por cento em ouro, não pôde merecer a confiança do país. (Muitos aplauzos).

Nem éste-lnem outro governo tem di-reito a pedir sacrifícios.

0 povo é que tem o direito de dizer que não quer pagar mais impos tofazen-do-se ouvir em todas as esféras do poder.

A politica do movimento é a politica da Patria, venha donde vier.

O orador é muito aplaudido.

S o a r e s G u e d e s Da Associação dos Lojistas de Lisboa

é recebido com uma bela manifestação de simpatia.

Até 1692, iludido com os relatorios dos ministros da Fazenda, não viu o es-tado do pais. Desde então, tem acom panhado com dedicação e angustia 'a marcha dos negócios públicos.

O povo não pôde nem deve pagar mais. Não quer também. E tem toda a atrocidade para dizer: — Não quero pórque ôje todo o pais conhece' os des-mandos da administração publica. (Gran-des aplauzos).

0 GoVerno perciza de fazer economias e preciza de fornecer instrução ao povo. (Apoiados);

Discutiu largamente sobre instrução, mostrando o que fazem outros paizes. Reféi-e, para exemplo, o fato de o go-verno alemão ter mandado um professor para uma pequena colonia alemã, rezi-dente em Amora.

Refére-sô também ao oficio da Asso-ciação Industrial, dizendo que a ajitação, ao contrario do que ali se dis, viza.tam-bém a nova panta. (Aplanzos). A ajitação é contra todos os aumentos de impostos. Do que a industria preciza é de educa-ção profissional.

Trata da amoedação da prata e da navegação do Brazil.

Conclue dizendo que devemos traba-lhar para deixar uma nova patria" aos nossos filhos.

0 nosso amigo é muito aclamado.

D r . A u g u s t o d e C a s t r o Recebe-o uma béla ovação. Referindo-se ao seu discurso de Coim-

bra, declara que é monárquico. Mas tem acima de todas as consideraçõis pártida-rias e de todas as conveniências, o dezejo de servir a sua patria. Acima de tudo é português. Por isso não trepidará, efuando o entender, em saltar por cima de todas as conveniências para servir o seu país.

Não se trata neste comicio, do inte-resse de um partido, mas do interésse da Patria.

Não se trata de opozição sistematica a un) governo, mas de,opozição sistema-tica á um sistema de administração. -

Dis-se que vão ser abandonadas as postas de Fazenda e que por isso deve

acabar o protesto. As propòstas de Fazenda são uma

cauza da impudência dos procesos de go-vernar, um sintoma do nosso mal estar financeiro, um atentado á nossa prospe-ridade economica.

Trata-se de atacar o mal, de um mo-vimento de saneamento moral. E' ne-cessário que a opinião se faça ouvir e que os governos tenhão por éla a devida con-sideração.

0 Governo desprezou primeiro este movimento e acabou por tranzijir. Mas tranzijiu com uma burla. (Muitos aplau-zos). . Largamente, o orador refére-se á crize, dizendo que é necessário que o povo seja ouvido ou então que o poder

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1

2 «EZISTE^íCIA — Çulnta-feira, 7 <le Al>ril «le Jf>©4

se declara fóra do constitucionalismo, prevalecendo só a vontade de alguém ou de certos privilejiados.

Referindo-se á circunstancia de es-tarmos na primavera e na Pascoa — época de alegria, época de redenção —, termina fazendo votos para que a alegria e a redenção pairem também sobre esta nossa Patria,, esta Patria que, como Cristo, foi vendida.

Trabalhemos para que déla possa-mos dizer também : — Resurreição I Re-surreição I Resurreição!

Grandes e demorados aplauzos co-brem a veemente oração do brilhante orador.

C a r l o s A f o n s o

Refere-se ao deficit financeiro e eco-nómico, que é a rezultante dos deficits da educação civiça, da instrucção e da alimentação publica, como explica. De-zenvolve larga e brilhantemente esta téze, concluindo por dizer que preciza-mos mudar de rumo.

Tem a palavra o

£>r. A l e x a n d r e I l r a a g a E' logo recebido com uma grande

aclamação. Não poderá dizer tudo o que sente e

o que pensa. Sabe já os processos que se emprégão para com os que apregóão a Verdade. E o processo dos salteado-res : maniétão a vitima para que éla não se queixe nem defenda. Não poderá pois dizer tudo. Mas o que não pode dize-lo á de o publico advinha-lo.

Ezitou em vir ao comicio por consi-derar mortas as propostas de Fazenda. A demissão do ministro que teve o ci-nismo de as aprezentar a um país de explorados enterrou-as de palmito e ca-pela.

Mas, se é certo que as propostas não podem resurjir, nós não devemos arrefe-cer o nosso protesto, para amanhã não serem aprezentadas as mesmas propos-tassenão outras peores. (Muitos aplauzos).

As propostas não fòrão um sacrifício izolado. Resultão duma politica de ex-poliação e foi a ultima gôta no cálice das nossas amarguras. (Muitos aplauzos).

Kr Esse cálice transbordou de sangue no dia em que um punhado de portuguê-zes sacrificou nas ruas do Porto suas vi-das pela Patria e pela Liberdade. (Muitos aplauzos).

Transbordou de vergonha quando um oficial português teve de saudar a bandeira da Alemanha que nos roubou Keonga. (Muitos aplauzos).

Transbordou de dezonra, ante o des-calabro das nossas finanças criminoza-mente assaltadas por todos os Governos. (Muitos aplauzos).

Transbordaria de cobardia, se não disséssemos agora que não queríamos pa-gar maisv

Mas, felismente, o povo português, qual Lazaro que se julgava morto, resus-citou. (Aplauzos).

De lado a lado do pais, ergueu-se um protesto unanime. Não somos só nós que falamos. E' a patria inteira. A nossa força é a força integra do pais. (Aplauzos).

Engánão-se aquêles que crêem na apatia do povo português, julgando-o in-capás de reduzir os tiranêtes e os espolia-dores ao nada donde nunca devião ter saído.

A solidariedade deve dar-nos "a audacia de responder aos espoliadores como cida-dãos conscientes.

Tentemos essa audacia e lembremos que ás bocas de ladrõis se responde com as bocas das carabinas.

Uma grande manifestação coroou o dis-curso do sr. Alexandre Rraga que, com a sua caloróza palavra, empolgou comple-tamente a assembleia. Por alguns minutos resoárão palmas, bravos e vivas ao nosso ilustre amigo que no palco era afectuóza-mente abraçado.

F i n a l d o c o m i c i o O prezidente põi á votação a moção

que o 2.° secretario lê. E' aprovada por aclamação. E' igualmente aprovado um telegrama

ao prezidente do concelho. Depois, o sr. barão de Salgueiro en-

cerrou a reunião, côm agradecimentos a todos os cooperadores. -

A' então muitos vivas a Alexandre Braga, ao comércio de Lisboa e Porto, á Patria, ao povo de Leiria, etc.

E o teatro começa de esvaziar-se, retirando todos bens impressionados com a solenidade dó protesto.

A m o ç ã o Eis a moção aprovada que foi apre-

zentada pela comissão promotora do co-micio:

O comercio e todas as classes traba-lhadoras do distrito de Leiria, reunidas em Comicio publico no dia 4 de abril dê 1904:

Considerando que as propostas apre-zcntidas ao parlamento, sobre pssunios de Fazenda, só tèem em vista fornecer recursos ao Governo para que êle possa continuar a sua nefasta politica de esban-jamentos e desperdícios, sem terem sequer um serio alcance economi.co:

Considerando que a nação não podè-ter confiánça num Governo que tão mal tem gasto os dinheiros públicos;

Considerando que as classes trabalha-doras e menos abastada , são preciza-mente aquelas a quem as referidas me-didas mais veem afétar sem que nenhu-ma esperança possa aver de que esse sacrifício seja compensado pela onesti-dade do Governo;

Considerando que o Povo nada pode esperar dum Governo que calca aos pés os seus interesses e os seus direitos;

Considerando que a salvação do País depende mais de medidas rasgadas e duma administração onesta do que de agravamento de impostos;

Considerando que o Povo pronto a fazer todos os sacrifícios pelo bem da Patria não pode confiar o rezultado dêles a quem tão mal se tem dezempenhado do seu mandato;

Considerando que enquanto não mu-darem os processos de administração publica, nada se poderá fazer de util e proveitôzo;

Rezolvem: 1.° — Opôr-se com firmêza e intran-

zigencia ás actuais propostas de Fazenda ou outras que traduzão agravamento de impostos;

2.° — Reclamar um regime de ad-ministração que só tenha em em vista o bem, o progresso e o engrandecimento da Patria;

3.° — Levar a sua rezistencia até onde as circunstancias o exijirem.

Leiria, 4 de abril de 1904.

T e l e g r a m a Ao presidente do Conselho foi enviado

o seguinte telegrama: « Comercio e mais classes trabalha-

doras de Leiria, reunidas em comício publico com assistência dos membros das comissõis de protesto de Lisboa, Porto e Coimbra e adezão de todo d distrito e principais terras do país, afirniando-se no propózito de manter aberta opozição á^ propostas de Fazenda pendentes do parlamento, aguárdão declaraçõis formais de v. ex.a ou sr. ministro da Fazenda no sentido de abandono das mesmas e de quaisquer < utras que reprezentem agravo do imposto. »

R c p r e z e n t a ç õ e s e a d e z ô i s A comissão do Porto esteve numero-

zamente reprezentada, sendo-lhe prestada por todos a justa omenagem ao seu belo e incansavel trabalho.

As associaçõis comerciais de Lisboa fizérão-se reprezentar pelos delegados que ontem indicamos. Pela Associação dos Vendedores de Viveres fòrão os srs. Antonio Marques Nogueira e Fer-reira dá Silva. A maioria dos comercian-tes de Lisboa veio ontem mesmo, no com-boio que chega á meia noite e 15, no qual veio também o sr. dr. Alexandre Braga. A' despedida, em Leiria, .trocá-rão-se muitos vivas.

De Coimbra, foi ao comicio a comis-são de vijilancia de comercio da mesma cidade constituída pelos nossos amigos, -srs. Cassiano Ribeiro, Vilaça da Fon-seca,) Simõis Barata e Afonso de Barros, que fizérão a viajem em automovel.

Das Caldas, Alcobaça, Marinha Grande, etc., fòrão também importantes delega-çõis.

Na mêza lêrão-se entre outros tele-gramas de Vieira, Batall a, Torres No-vas, Santarém, Caldas da Rainha, Asso-ciação Comercial e Agrícola de Pombal, Cupertino Ribeiro, Luis Filipe da Mata, Associação Comercial dos Lojistas do Porto, Porto de Mós, Associação Comer-cial dos Lojistas de Lisboa, Associação Comercial e Industrial de Penafiel, To-mar, Alvaiazere, Nazaré, etc.

(De O Mundo).

M u z e u No muzeu de antiguidades á em obras

de olaria, referindo-se ás lutas liberais, três objétos.

Um é um jarro, bastante mutilado, da coléção de Antonio Augusto Gonçalves, tendo no bojo D. Maria II de pênas na cabêça e mão estendida jurando a carta constitucional. No pé do mesmo jarro está dezenhada uma folha de papel de muzica com as nótas do ino.

Outro é o prato da coleção do dr. Teixeira de Carvalho, comemorando a constituinte de vinte, em que, diz o oleiro, Lyzia e a Libardade a dextra unirão.

Finalmente, á ainda na coléção Tei-xeira de Carvalho um prato cujo motivo decorativo central é um miliciano!

Dr. Francisco Antonio Diniz O sr. comendador dr. Francisco An-

tonio Dinis, de quem ôje publicámos o retrato; nasceu em Coimbra em 5 de abril de 1821. Completa, portanto ôje, 83 annos.

Aos 10 anos de idade, tendo feito o exame de instrução primaria, matricu-lou se ha l . a aula de latim do Colejio das Artes, n'aquéla cidade. Em virtude dos acontecimentos poli ticos d'essa época, foi fechado o colejio, matriculando-se o referido aluno no Seminário.

Logo que o ensino secundário foi confiado aos padres da Companhia de Jazus, readmitidos em Portugal, frequen-tou com èies as aulas de latim.

Terminou o curso do liceu com grande aproveitamento, sendo sempre conside-lado como o melhor aluno nas suas aulas.

Ein 1837 matriculou-se no 1.° ano da faculdade de direito, concluindo a sua formatura em 1 8 i l , sendo sempre apro-vado plenamente e obtendo as onras de «accessit» e informaçõis distintas de ba-charel formado. Igual classificação al-cançou nas têzes e exame de licenceado para o seu doutoramento, que se reali-zou em lc42.

Como a faculdade estava cheia de lentes nóvos, sendo por isso demorada a entrada do novo doutor na faculdade, de-dicou-se ao ensino particular das linguas latina, francêza e inglêza,. obtendo assim importantes lucros pela concorrência ex-traordinaria de alunos que tinha.

Desejando, porém, abilitar-se muito mais nas linguas franceza e ingleza, re-solveu realizar uma viajem de estudo e instrução por França e Inglaterra, ten-do-se demorado em Paris todo o ano de 18.')0 e em Londres o ano de 1851.

Abilitadissimo para professor d'estas duas linguas, abriu novamente em Coim-bra as suas aulas, ger; pre muito fre-quentadas.

Em 1854 foi nomeado professor des-tas linguas, no liceu de Coimbra, então anexo á Universidade.

Pelo bispo vice-reitor d'este estabele-cimento sr. D. Jozé Manuel de Lemos pre-zidente do concelho superior de instrução publica, que tinha a sua séde cm Coim-bra, foi nomeado comissário de estudos, cargo que exerceu distinctamente e a contento de todos, durante mais de trinta anos, merecendo por isso diversas por-tarias de louvor e sendo agraciado com a comenda da Conceição.

Foi, diversas vezes, chamado a rejer cadeira na faculdade de direito, na qua-lidade de doutor adido á faculdade, bem como argumentou em tezes e exames de licenceado, recitando também a oração de «sapientia» pela abertura da Univer-sidade.

Uma doença dè olhos, que o não dei-xava aplicar de noite ao estudo, fel-o re-nunciar o logar de lente efétivo da fa-culdade.

Com o falecido sr. dr. Antonio Au-gusto da Costa Simões fundou a Socieda-de dos Banhos de Luzo, em 1854, socie-dade a que tem prestado e presta ainda revelantes serviços, tendo exercido du-rante muitos anos o logar de prezidente da assembleia jeral e ainda ôje o de prezidente da dirécção.

Foi um dos fundadores da Sociedade Edificadora Figueirense, á qual se deve a construção do magnifico bairro novo que constitue a parte mais bela da Figueira da Fós.

Diversas companhias se fundarão no pais a exemplo d'esta, que foi uma das mais prósperas, tendo a auxilial-a também a boa. vontade e otimos serviços do sr. Bernardo Augusto Lopes. E' por isso que a camara municipal da Figueira da Fós deu a duas ruas da cidade os nomes destes cavalheiros.

O sr. dr. Dinis conta cerca de 50 annos de professor do liceu, não se achando ainda jubilado.

Cremos ser o professor existente que tem maior numero de anos de serviço, assim como é, prezentemente, o mais antigo doutor de capelo. Depois d'êle se-gue-seo sr. dr. Quaresma de Vasconcellos, par do reino, que em 21 de março ulti-mo completou 85 anos de idade e se dou-torou em 1845.

Foi»sempre o sr. dr. Dinis um profes-sor distintíssimo, um caráter digno de todo o respeito e um exemplar chefe de familin. Poucos, como êle, teem sido mes-tres de tantos ilunos e podem contar tão larga folha de serviços prestados á instru-ção publica

Dotado de excelente organização, ain-da ôje dá diariamente largos passeios e emprega a sua grande atividade na ad-ministração da sua caza e em fazer pros-perar a Sociedade dos Banhos de Luzo, de que é prezidente.

Felicitando s. ex.a n'este dia, aprás-hos ter a ônra de publicar o retrato d'um dos mais ilustres membros do pro-fessorado português.

T e a t r o Nos dias 16, 17, 18 e 19 deste mês

teremos uma série de espectáculos pela companhia de José Ricardo cujo elenco é o seguinte:

A trizes: Amélia Lopicólo, Elvira Men-des, Ismeniá Mateus, Acacia Reis, Fran-cisca Martins, Emilia Silva Pereira, Con-suelo Fernandes, Angelica Victor, Mónica Reis.

Atôres: Jozé Ricardo, Antonio Gomes, Silva Pereira, Santos Mélo, Carlos Viana, Antonio Sá, Gervazio Correia, Armando de Vasconcélos, Salvador Braga, Pinheiro França, João Sequeira, Avelar Pereira.

Ensaiador e dirétor de cena, Jozé Ricardo; maestro e dirétor de orquestra, Filipe Duarte; ponto, Luis Reis; dirétor do guarda-roupa, Avelar Pereira; cenó-grafa, Eduardo Reis.

24 coristas de ambos os séxos. Levarão á cena — O ómem das man-

gas, vaudeville etn tres átos,— O jockey á força, operêta em três átos, — Gha-teaux Mar.gaux, zarzuéla em um áto, Uma mancheia de rozas, zarzuéla em três quadros, — O dueto da Africana, zar-zuéla em 1 áto e três quadros.

O cenário e orquestra virão do Porto.

A companhia de José Ricardo não vem á muito tempo a Coimbra, e o seu conjunto, o reportório alegre que apre-zentão, prométem-nos quatro noites de rizo a nós e quatro enchentes a Santos Lucas, um emprezario que nasceu num fóle.

Os srs. capitão Joaquim Maria Fer-reira e alferes Luis de Castro e Almeida, oficiais do regimento de infantaria 23 fôrão agraciados com a medaiha da crus vermelha de Espanha.

C a z a m e n t o Realizai se ria segunda feira o do sr.

dr. Alberto dos Santos Nogueira Lobo, preparacor do gabinete de microbiologia da Universidade e clinico que coméça a revelar-se distinto, com a sr.a D. Mada-lena da Cunha Sequeira, filha do sr. Maximiano Augusto da Cunha, dirétor e proprietário do conceituado Coléjio de S. Pedro

As nossas felicitações.

M u z e u d e a n t i g u i d a d e s O, sr. dr. Teixeira de Carvalho depo-

zitou, na coléção de objétos referentes ás lutas liberais, um grande pente para cabèlo, dos que enfeitávão os penteados das damas liberais.

Ao centro tem um medalhão cercado por uma coroa de rozas atadas inferior-mente com um laço e emoldurando o busto da senhora D. Maria II, decotada, os cabelos no conhecido penteado a que então se dáva o nôme — de césto e que era formado, alem dos caracoes emoldu-rando o rôsto, por uma espécie de cêsto feito pelas tranças, que se enrolávão ao cimo da cabêça.

O cestinho formado pelas tranças éra para os bailes cheio de rózas.

As elegantes de então púnhão todo o esmêro no enastrar destas tranças, que por vêzes érão de muitas pernas e difí-ceis de fazer.

Do medalhão central sáem còmo que os raios de uma auréola ligados pelas curvas decorativas de uma planta em flôr.

As referencias ás lutas liberais érão muito comuns nos objetos de uzo.

A cena da morte de D. Pedro IV an-dava em lenços, lenços para ensopar em lágrimas liberais..»

Por vêzes a caricatúra mostrava-se claramente. A fantazia dos além coim-brõis pós as imajens odiadas em objétos, que é de uzo não mencionar em pu-blico.

Temos também a informação que para uso dos liberais se pintárão canécas tendo figurado um corcunda e a legenda — Fujamos Portugal e Espanha, vamos para a Alemanha. E'rão aluzivas ao desterro do sr. D. Miguel, ou do Miguel, como melhor soar aos ouvidos de V. Ex." Respeitemos as convicções.

Não logramos vêr nunca nenhum ob-jécto destes.

" T i r o e S p o r t „ Está publicado mais um numero desta

excelente revista. Insere, alem de uma explendida cari-

catúra de Manuel Gustavo Bordalo Pi-nheiro reprezentando Furtado o distinto Sportman tão conhecido em Coimbra pelo seu espirito, numerózas gravuras imprés-sas com perfeição rara em jornais por-tuguezas.

E' desta mágnifica publicação o artigo Tiro civil, que publicamos noutro logar.

T i t * o e i v i l Se á União dos Atiradores Civis Por-

tuguêzes compete fazer propaganda para chamar ás carreiras de tiro de guerra, o maior numero possível dn cidadãos para se adestrarem no manejo da espingarda e saberem utilizar-se das suas vantajens quando as circunstancias da patria o re-clamem, pertence também aos Poderes d'Estado dispensar a essa colétividade o maior numero possivel de regalias para éla poder cumprir o dever que se impôs.

Algumas concessões tem a União, mas infelismente, o que. ôje é privativo para éla amanhã torna-se extensivo a todos os atiradores livres o que na ver-dade não é muito para lizonjear uma associação a qium são impostas um sem numero de obrigaçõis devèras enerózas em troca de umas regalias um tanto ou quanto plí.tónicas.

Uma de duas: — Ou a União dos Atiradores é necessaria e tem realmente prestado serviços tornando-se por i.sso credora das simpatias do público e por'-consequencia digna da proteção dos Po-' deres d'Estado, ou é inútil e não tem 1

feito nada. Se tem, como está sobejamente pro-

vado, deem se-lhe garantias e ajudem, essa instituição a cumprir o seu dever aliás mui simpático e que éla apezar de todos os pezares, confiando apenas na' sua preserverança e dedicação pela santa cauza que defende, procurando alento na sua fraquêza,,assim tem vencido as dif-fículdades que por vêzes aparecem, para lhe tolher a iniciativa e acção.

Se não tem, se não vale nada, se o que tem feito não tem o menor valor seja lhe intimada a dissolução e que tra-tem de outra vida.

E' necessário definir bem claramente a situação. Porque, se a instituição é como que o traço de união entre a classe f civil e militar, e se da sua propaganda rezultão vantajens para o exçrato pftljo i numero de cidadãos que aprezenta ade-strados no manejo da espingarda, facili-tando assim o ensino da tática, essa associação necessita de poderes e rega-lias que interessem diréta e vantajoza-mente a todo e qualquer individuo.

Kj sabido que o século atual é muito prático e o principio associativo não tom razão de ser lesde o momento qiíe não disponha de vantajens e : regàlifís ijue imediatamente interessem os seus asso^ ciados. Ora se a União é uma instituição util e com o carátgr oficjal, os poderes d'Estados não podem nem devem deixal-a entregue á sua fraqueza, claramente de-monstrada, mas -'sinfi re'compeiisâI-a com regalias e vantajens de que lhe rezultem garantias práticas e positivas parâ os seus associados.

Apezar porem, da sua fraquêza a União tem trabalhado tem dispendido o tem-se sacrificado para cumprir o deVer que se impôs, não recuando deante das dificuldades, cônscia de que um dia virá em .que os serviços prestados séjão per-feitamente aquilatados.

E' certo que a União conseguiu tinia lei de recrutamento tal que é quasi a izenção do serviço militar, pois apenas se exige ao mancêbo luO dias de serviço átivo logo que êle aprezente o diploma de atirador de l . a classe.

E' certo que obteve um regulaniento de tiro nacional que ordena a instrução ' gratuita de todo aquele que queira fre-quentar a carreira do tiro; e finalriíentp o barateamento deste após o periodo da instrução.

Mas se estas vantagens são realmente 1

de um grande valor e se élas fôrão ob-tidas pelo trabalho e solicitude da União, resta-lhe apenas a satisfação de que texji j conseguido muito para todos, mas nada para si.

Ora folheando o regulamento de Tiro Nacional, em cada um dos capítulos, arti-gos e paragrafes, apenas concluímos que ' os deveres da União são tantos e tão pe-zados que só a muita força de-vontade aliáda a perfeita compreensão dos deve- I res para com a pátria fazem aceitar e I cumprir.

A União quer levar ás carreiras de j tiro o maior numero possivel de aiirp- I dôres civis e para isso trabalha com [ preserverança não se poupando a sacri- I íicios, mas as regalias dé que dispóè são | tão escassas que não são de molde»a I provocar a frequencia quedas carreiras [ devem ter pelo elemento civil.

Por consequência é necessário alen- I tar o que seja julgado util e evitar qúe í tal exercício se desvie do único e Verda- i deiro fim para que foi instituído.

E esta observação vem a propozito de F bem frizar quanto é nocivo e prejudicial [ fazer enveredar um exercício tão util [ como patriótico no labirinto dos diverti-mentos sportivos, o que num proximo numero tentaremos provar. " Sim porque já temos ouvido classiíi- I

B E Z I S T E M C 1 A ^ £ u « n t a - F e l r a , 7 d e A b r i l d e 1 S I 0 4 a

car o tiro ..da carreira como um entrete-nimento spúrlivfl, quando não é proprio . nem meánk' «•& presta a ser englobado no numero dos sports, se bem que ôje se emprega o termo muito prpdigamente.

Seja cada cidadão um atirador e a União lerá cumprido o seu dever, mas assim como lhe é imposta a obrigação de fazer propaganda para frequencia das-carreiras pelo elemento civil, não pôde nem deve consentir que sem um pro-testo solêne se desvirtue o fim da causa cuja vida e defeza está entregue á sua guarda.

F e r i a d o s » 1 - 4 f j | l i A D l í í n I A T Q n U

A diréçãó jeral de instrução publica communicoii ontem a to las" as'escolas )riiparias centrais e normais que as fe-rias da Pa"sCoa fôrão prorogadas até ao jrpxiim dia 10, inclnzivé, a exemplo do quê tinha sido concedido aos liceus e es-colas primarias.

PINHEIRO DE MELO E' do nosso coléga o Mundo a noticia

qúe em seguida publicámos: Copi a velocidade das más novas cir-

- chiou Ontem rapidamente em Lisboa a contristadora noticia que avia sofrido um entorcé num pé o nosso prezadíssi-mo amigo Jozé Pinheiro de Melo.

Aquele dedicadíssimo caudilho do mo-vimento associativo, a cuja iniciativa se devem tantos serviços prestados ao co-mércio e ao liberalismo, aindâ ao ser-viço desse benéfico movimento ia sendo vitima dêle.

Na segunda-feira, cêrca da meia noite, quando esse nosso amigo descia a cal-çada do Dupue e se dirigia á estação do Rocio a fitn de ir receber óã delegado^ que regressavam de Leiria, onde fôrão oferecer o seu concurso ao comício rea-lizado naquela cidade, escorregou so-frendo o desastre a que nos referimos.

Nesse desastre que todos deploram teve êle a confirmação da grande estima que todos lhe conságrão.

Ontem reunindo-se na Associação dos Lojistas numerosos comerciantes interes-sados no movimento de protesto contra as propostas de Fazenda e que fôrão ao Parlamento ouvir as decíaráçois do Go-verno, ao saberem do desastre de que fora acometido o sr. Pinheiro de Melo, dirijirão-se imediatamente em grupo a casa desse nosso amigo, delegando no sr. Magalhães Basto o encargo de saber do seu estado.

Paréce que o desastre não motivará cuidados ; entretanto, o enfermo achíi-se delido -em casa por conselho do seu mé-dico. j jí"1! t T ' l i

Stíntimós profundamente o seu ético modtf è fazemos votos para que em breve ,sé restabeleça este nosso amigo e tão prestimozo cidadão.

® r . C o s t a F e r r e i r a . ... (

Este nosso amigo acaba de publicar na Imprensa académica uma memoria sobre a capacidade do craneo dos por-tuguesas e a,sua relação com a profissão que exércem.

E' mais um trabalho dos que são da prediléção do nosso intelijente e estudioso corrjeliiionario, e que tão bem .rçcebidos 'tem sido no estrânjeiro.

A memória de que tratamos foi lida pelo Dr. Georges Papillant, diretor .ad-junto do laboratorio de «Antropolojia da E'cole des llastesrETudes» em sessão da Sociedade de Antropolojia de Paris.

Das §érie§ cranjqmétricas que apre zenta cqnclue se que o craneo e o cere bro são maiores e mais dezenvolvidos nos iWdivídtros iera qúé o exercício iriíelétua é maior (priifissõis liberais ) ou naqueles

- em que a mássa orgânica e ,o trabalho fizico atinjem abitualmente. mais alto grau; e que é nos ilustrados ou nos de fráca constituição, em quem o exercício intejé|ual nãa pôde compensar a inferio-ridade íizica, quando existe, que o pèzo cerebral désce mais e ehéga aos valares mínimos.

Agradecemos ao nosso amigo a ama-bilidade da oferta.

P a r a r a i o s

Está n'esla cidade 0 repn zentante da firma Ramos & Silva de Lisboa áíím de instalar um para-raios no sumptuoso mausoléu que 0 Éx.mo Sr. Cônde dò Aniial mandou construir em memoria de seu saudoso Pae, Áyrés de Campo-.

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Está n'esla cidade 0 repn zentante da firma Ramos & Silva de Lisboa áíím de instalar um para-raios no sumptuoso mausoléu que 0 Éx.mo Sr. Cônde dò Aniial mandou construir em memoria de seu saudoso Pae, Áyrés de Campo-. 8h ,30m manhã

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A n o s s a t e r r a

E* o titulo de uma publicação mensa de critica que começou a publicar-se em Lisboa.

O sumario do primeiro numero é o seguinte :

4 . educação pelo teatro por Agnello Cazimiro. A falência intelétilal por Gosta Cabral, Ómeris de Jenio por Frazão Pa-checo.

Q primeiro numero publicado é o de Março.

A nossa terra é um jornal para lêr e aplaudir pela nalurêza elevação dos problemas tratados e pela forma onésla e desassombrada como se defendem con-vicções.

Os artigos revélão boa orientação, es-t u d o e conhecimento dos problemas que t r á t ã o , o que é raro no nosso país em q u e p a r a .escrever ninguém se julga obri-g a í ò a estudar.

Escola Nacional de Agricultura Faz-se publico que no dia 14 de

Abril proximo, pelas 11 horas da manhã, na Escola Nacional de Agri-cultura, em S. Martinho do Bispo e perante o Conselho de Adminis tração da referida Escola, se proce derá á venda, em hasta publica caso os preços offerecidos conve nharn, da laranja do talhão n.° 6 é de duas vaccas e um toiro de raça Jersey.

Para quáesquer esclarecimentos de que os interessados careçam po dem dirigir-se em todos os dias úteis, das .10 horas da manhã até ás 4 fibras da tarde, á secretaria da mesma Escola.

Escola Nacional de Agricultura 29 de Março de 1904.

O Dire tor ( inter ino) ,

José Antonio Ochoa.

Carris de Ferro de Coimbra ORARIO PROVdZÓRIQ- .

Desde 24 até 31 de março de 1904

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Ol Q : JS &o g & -a « o S ai 13

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Todo o serviço que fôr feilo alem do indicado neste orario é considerado ex :

traordinario.

T a t o é l a d . e p r e ç o s Largo das Ameias ou Caza do Sal á

Rua.(fo infante D. Auhusto — 50 réis Largo de D. Carlos ou Gazómetro á

Rua do Infante D. Augusto — 40 réis, Largo das Ameias, Caza do Sal ou

Rua Infante D. Augusto ao Mercado — réjs.:, ' ' ," „ ' n 0 1 0 3

Largo de D. Carlos ou Gazometro ao Largo de D. Luís — o0 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazómetro ao Mercado — 20 réis.

Estação B dos caminhos de ferro aõ Largo das Ameias ou Mercado — 50 réis.

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Venda de propriedades I 1 li •! I I í I / • j H |/i | M j ? ÍJ j í NOS [) '.j | i ] I

Iteè-taií s Mon tsai óp-o-V e i n o -Francisco Gonçalves de Lento? e An-

tônio Couceiro Martins Venderão, 'sé o pr-eçb lhes convier om praça particular que se realisará na caza do Paço em

ormozelha, no dia 4 de abril, ás enze óras da manhã, os prédios abaixo descri-o s : ÔMÍOÍÍ) 9 ôiOilí 100 2£Í)J!9V

l"ma propriedade que mede cêrca de 34 jeiras de terra lavradia, síluada no Campo, freguezia de Santo Varão deno-mináda Insua das Vergueiras; confronta do norte com a vala dOurique e Insua de Jacintho Godinho, poente com o mes-mo, sul' e:ía§çente com estradas.

Uma propriedade situada no lógarde Santo Varão qu» se compõe de lagar d'azeite, pateo, currais e quatro.moradas de éazas; coiifronta pelo norte e nascen-te cam ruàs publicas, sul com Jozé Pe-reira Plácido de Santo Varão, e poente com.Jozé Pereira Sinde do mesmo logar.

Uma morada de cazas e pateo no lo-gar de Santo Varão, sitio do curral do concelho; confronta pelo norte com rua jublica e António dos Reis de Santo Va-rão, poente com Jozé Pereira Sinde, nas-cente com o prédio antecedente.

Uma propriedade no paul de Formo-zelha, sitio do Carregal, medindo 30 agui-hadas de terra; confronta do nascente com Antônio Rodrigues Pinto, de Coim-bra, poente com Firmino do Cazal Cimeiro, sul com a vala e norte com erdeiros de Jpão,Maça ílç SaiTtiágo.

Uma pr|priedade nò Campo de Ouri-que (Pormezelha) ãítio das milhariças que méde 7 aguilhadas, confrontam pelo poen-te com o dr. Roxanes de Coimbra, norte com Jozé Joaquim Pereira, de Santo Varão, sul com estrada, nascente com os erdei-ros de Antonio Roza Rovisco d'Andrade', de Montemór-o-Velho.

Quatro aguilhadas de terra de semea-dura Campò d'Oúrique, sitio das Milhari-ças, confrontam do poente com erdeiros de Jozé Pimentel Rolim, norte cora es-trada da Mondeguinha e sul com Jozé Joaquim Pereira, de Santo Varão.

Duas aguilhadas de terra no mesmo sitio e campo, que pãrtem-flo-norte com Jozé Joaquim Pereira, nascente com o prédio antecendente e sul com a estrada do po t íAJe tóes .

Quatro' aguilhadas de terra no Campo d'Ourique sitio das Alpenduradas; partem do nascente mm o dr. Jozé Galvão de Montemór-o-Velho, poente com erdeiros de Frutuozo Jozé da Silva e norte com erdeiros de Jozé Lourenço da Costa.

- Um olival no monte de Santo Varão, sitio do Pancete; parte do norte com erdeiros de Jozé Lourenço da Costa, sul com o Vâle »Í<V ordeiro, nascente com estrada e poente com erdeiros de Joaquim da Silva, de Pereira.

Seis aguilhadas de t e r r a /no sitio da§; Escoladas, paul de Formozelha^ que par-tem do nascente com Antpnio Rodrigues Pinlo, de Coimbra, poente' coih estrada publica, sul- com erdeiros de .Jozé Lou-renço da Costa, norte com erdeiros do dr. Manique, de C&imbra. ; c > , .

Uma caza no logar de Santo Varão, rua do Curral, parte do norte com Ma-nuel Jorje Martinho, sul com Jozé Vasco Girão, poente com rua, e nascente com Alexandre Jozé de Figueiredo.

Uma caza no mesmo lngar e rua da Igreja, que parte d o ^ ç t e çom^ mesma ma, sul e poente com Benjamin da Silva Matôzo e nascente com Fernando Pi-nheiro.

Francisco Gonçalves, de Lemos, ven-derá nas mesmas condições Os prédios seguintes: 7 1

• »Unia propriedade na Quinta da Cova, que parte do poente com António Tava-res, do, Cazal Cimeiro; do nascente com erdeiros de í). Luiz dê Lencastre; e sul com a vala do meio. Mede 34 aguilhadas.

Uma propriedade na Quinta do Paul que mede quinze agilhadas, parte do norte com Jozé Ribeiro da Silva, de Santo Va-rão; do sul com dr . Roxanes, de Coim-bra; poente com D, Maria Eduarda de "Seabra Brrjona de Freitas; nascente com estrada publica.

Uma propriedade no paul de Formo-zelha, sitio das Gamaras, medindo 20 agulhadas; parte dò nascente com.a vala morta; do poente com erdeiros de Jozé Lourenço da Costa; sul com erdeiros de João Lopes de Souza, de Coimbra.

Unia própriédáde no paul de Ftirmo-zelha, sitio da Légua Pinto, que méde 13 aguilhadas, parte do nascente cóm Jozé Pinto de Formozelha; poente com o dr. Lebre; sul com vala morta; norte com erdeiros de Jozé Lourenço da Costa.

Uma propriedade que mede seis aguilhadas no sitio das Alperiduradas:

[partem do nascente com António Rodri-1 gues Pinto, de Coimbra; poente com Jozé

Joaquim Pereira de Santo Varão; sul com Manuel Gonçalves Azevedo, da Figueira da Foz; norte com Jozé Joaquim Pereira, de Santo Varão.

Cinco aguilhadas no Campo de Ouri-que sitio do Rego; partem do norte com rio Mondego, sul com Francisco de Souza Nazaré; nascente com António Bodrigues Pinto; e poente com erdeiros de J. A. Cura da quinta dc Piquete.

Três aguilhadas no sitio dos Lourei- ' ros, monte de Formozelha; partem do porte com estrada; sul com o dr. Lebre; poente^com Joaquim Monteiro Gandara, de Formozelha; nascente com D. Bebiana Manique, de Coimbra. OfidBlIS

Uma morada de cazas em Formoze-lha, situada na rua Nova; confronta do norte com António Joaquim Pescante; sul com Luís Pinto da Graça; nascente com o Paço; e poente com a dita rua.

O domínio diréto de um prazo que paga o fôro anual de seiscentos réis (600) imposto em uma caza na rua Nova de Formozelha: parte do sul com erdeiros de Manuel Silvestre; norte Com Ana das Neves; nascente com o Paço; poente com a rua publica. E' enfiteuta Fortunata Brarda.

O domínio diréto de um prazo que paga o fôro anual de 120 réis, imposto em uma caza em Formozêlha, sita na rua Nova; confronta do sul com Maria Rama-lhete; norte com Antonio Milheiro; nas-cente com 0 Paço; e poente Com rua. E' enfiteuta Ana Carlos.

Uma-terra com 5 aguilhadas no sitio da Torna Cimeira do Paul: parte do sul com a viuva de Bento Anjo do Cazal Ci-meiro; do norte com erdeires de Frutuozo Jozé da Silva, de Coimbra; do nascente e poente com estrada.

CONFIANÇA Deus queira que poucos dos que esta

declaração lêrem, necessitem de recor-rer a remedios para seus sofírimentos do estomago; durante mais de dois anos es-tive entre a vida e a morte por cauza de fortíssimas dóres no estomago só to-mando um pouco de leite, pois qualquer outro alimento era vomitado imediata-mente. Recorri a muitos especialistas de doenças de estomago, nada conseguindo è ficando cada vês peor; finalmente, por conselho do dr. Abel M. Faria, meu ul-timo medico, tomei as pílulas antidispé-tiças do dr. Heinzelman sendo tão grande o rezultado dêste poderozo remedio, feito com vejetais do Brazil, que em menos de dois mèses, completamente bom, co-mendo perfeitamente e sem nenhuma dôr.

Américo de Assis Lobo. Beppzito em Coimbra das pílulas de

Heinzelman t Srs. Rodrigues da Silva & C.a Rua

Ferreira Borjes.

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PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS Editor

MANUEL D'OLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração •= Rua Ferreira Borges Typ. Democratiea

ARCO DE) ALMEDÍNA, IO

SITUAÇÃO POLIU O g o v e r n o r e j e n e r a d o r — O

p a r t i d o p r o g r e s s i s t a —- © s n o v o s p a r t i d o s m o n á r q u i -c o s — O p a r t i d o r c p u M i -c a n o .

O governo está em crize e está em crize o partido progressista. Crize de decompozição, mais ou menos lenta, mas irremediável. Pôde o governo viver ainda alguns mêzes e pôde, o partido progres-sista, igualmente durante alguns mêzes, manter uma certa aparência de unidade. Mas a decompozição dos velhos partidos reacionarios já não pôde evitar-se, como não se evitará a decompozição de novos partidos monárquicos.

E' que o rejimen está, igual-mente, em crize. Pôde manter-se por alguns ânos mas também já não se salva.

Por cauza dos partidos se per-derá o rejimen, por cauza do reji-men se vão perdendo os partidos.

A monarquia constitucional, fun-cionou em toda a plenitude do seu sofisma, passado o periodo das guer-ras civis, desde 1851 até 18.81.

Neste âno, quando apareceu o partido republicano já íortemente organizado, quando o partido pro-gressista começava a falir, a monar-quia sofreu o primeiro abalo. Tran-sijindo ou reajindo, oprimindo ou corrompendo foi equilibrando-se até 1890. De então para cá a falência moral, politica e financeira da mo-

. narquia tem-se acentuado por tal fórma que, os partidos monárquicos se desorganizárão completamente e, o paiz começou a divorciar-se, pouco a pouco, mas sempre e sempre, do rejimen.

Não resistirão os partidos á crize que provocárão, porque o ambiente próprio das monarquias constitucio-nais corrompeu os seus ómens. Não resistirão, porque não os inspirou um pensamento elevado nem os orientou a realização dum progra-ma definido. Não resistirão porque, acabando por se impor um chefe, perdêrão toda a força que nasce da participação permanente das va-rias organizaçõis, partidarias, exer-cendo a sua soberania, na vida po-litica.

Desse mal, felismente, se livrou o partido republicano. E foi bom que assim sucedesse. E sempre assim sucederá. Um chefe, por mais democrata que seja, vem a transformar-se mais cedo ou mais tarde, queira ou não queira, num ditador. Um chefe, por melhores que séjão as suas intençõis, por mais altas que séjão as suas virtu-des, absorve pouco a pouco, todas as iniciativas. Um chefe determina o aparecimento de pretendentes á chefatura, provocando inevitáveis rivalidades e revoltas. Um chefe acaba, êle só, por se tornar a única reprezentação do partido que, em suas mãos, insensivelmente, vai abdicando, esquecendo os principios de que deveria ter o culto supremo. E, decaído o chefe, depôsto o chefe,

morto o chefe, decáe o partido, dissocia-sa ou morre e, quando não morre sofre tais perturbaçõis que, apenas lentamente, com grande sa-crifício, se reconstitue.

Isto, mesmo quando um partido tem o seu programa, um propozito determinado e imterpreta uma as-piração nacional.

Mas quando um partido, como os monárquicos, nem obedece a principios, nem define os seus pro-pózitos nem interpreta o sentimento do pais, desagréga-se, vive uma vida falsa, perturbada e acaba tris-temente, vergonhozamente, preju-dicando a nação e inutilizando os seus próprios ómens. Exemplo vivo —> ou moribundo — do que dize-mos, é o partido progressista.

Não ouve, nem tornará a aver, dentro da monarquia constitucional portuguêza, um partido tão forte, tão bem organizado, com tantos ómens de valôr e um programa tão completo, como o partido progres-sista desde 1876 a 1880. Nos pri-meiros tempos, esse partido, gover-nava-se a si próprio, não era gover-nado por uma oligarquia ou por um ómem. A força da sua organização provinha do seu funcionamento de-mocrático, do culto dos principios e da íntima aliança entre os ómens desse partido e o pais. No dia em que foi chamado ao poder, dezorien-tou-se, perdeu-se, capitulou. A nação, dia a dia, dêle se foi divor-ciando. O Paço, pouoo a pouco, o foi corrompendo. E, ao mesmo tempo que isto sucedia, a organi-zação democratica do partido en-fraquecia-se, o programa era rene-gado e, manter-se no poder e, para tal conseguir, abdicar num chefe que, por sua vês, « aceitasse as ordens do seu soberano e as cum-prisse », passou a ser o seu modo de vida.

Isto, está claro, não sucedeu de um dia para o outro. Levou anos. Mas, lentamente, o partido decaiu até ao ponto de os seus ómens gra duados dizerem que séguem o chefe « como os soldados séguem o pe-nacho do capacête do comandante » e a ponto de o chefe afirmar que, aquêles que são ministros e pares do reino e deputados, a êle e só a êle o devem!

Assim decaiu o partido progres «ista. E, a realêza, que destruiu a força d'êsse partido e inutilizou os seus melhores ómens — e érão, al-guns, na verdade, de grande valôr — impôs-se até governar absoluta-mente. E, como o país reajiu, como o país, desilludido do grande partido manarquico — democrata, se voltou para a Republica, a rea-lêza começou a defender-se á « ou-trance, » tratando apenas de se manter, pelo exercício permanente do golpe de Estado,

A' sua sorte se ligárão os parti-dos monárquicos que, entre o rei e a nação, optárão pelo rei. Para vi-vêrem tratárão de acrescêr as pre-rogativas réjias. E, os partidos, que avião abdicado nos chefes, acabá-rão por abdicar no rei. Então veio o engrandecimento do poder real, que foi a diminuição da força pró-

pria dos partidos monárquicos e a restrição da soberania nacional. Refês-se, lentamente, o país, e va-garosamente, começou a rezistir.

Mas, os partidos monárquicos já não podérão acompanhar a nação. Nem a nação já os atenderia. Os monárquicos portuguêzes estão por tal fórma envenenados pelo espirito reacionario que, ao programa pro-gressista de 1876, poucos ómens novos do partido, atualmente, o conhecem. E, dos velhos, uns o esquecêrão, outros não acredítão que possa pôr-se em pratica, oje, em 1904, isto é, 28 anos depois da sua publicação ! Tão profuddo é o mal, tanto os omens da monarquia retrogradárão que, o esboço de pro-grama exposto pelo chefe do par-tido rejenerador liberal, em 16 de maio de 1903, — que é um pálido refléxo do programa progressista de 1876 — já o considérão os ou-tros partidos como subersivo e, os rejenerador es liberais o proclâmão como a suprema expressão do libe-ralismo !

Não á melhor demonstração de que a monarquia retrogradou, de que a monarquia já não pôde avan-çar e não á melhor demonstração de que os partidos monárquicos, submetidos ao trono, estão impossi-bilitados de servir o país e a demo-cracia, por melhores que sejão as intençõis de alguns dos seus omens.

Esta é mais uma cauza de de-compozição dos partidos monárqui-cos antigos como será a cauza prin-cipal da decompozição dos partidos monárquicos modernos, privados de governar a sério e com vantajem para o país, porque não podem ob-ter o poder ou manter-se nêle senão pelo favor do rei. E já não podem governar contra a realêza da qual o povo se divorcia cada vês mais.

Encarando assim os fáctos pouco se nos dá que, o atual governo, de-zapareça agora ou d'aqui a uns mê-zes, que o substitua um governo progressista e que, a esse, venha a suceder um governo rejenerador liberal. A decompozição da mo-narquia é inevitável. Pôde parecer, por momentos, retardada. E' pos-sivel que o pareça quando, já mor-tos os dois velhos partidos, um novo partido monárquico venha a ocupar o poder. Mas, mortos os actuais partidos, não será possivel substi-tui-los,

Um — é só um — pôde ainda formar-se e, por algum tempo, dar a illuzão de que o rejimen entrou

'em vida nova. Será a vizita da saúde. A mórte

é certa. Estamos em pleno periodo re-

volucionário. Por emquanto é a revolução pacifica, ainda mal cara-cterizada, ezitante. Virá, depois, uma tentativa de revolução legal, melhor definida nos seus intuitos, dentro do rejimen. Fracassará, ir-remediavelmente, essa tentativa. E, muitos daqu€les que a promovêrem, acabarão, finalmente, por com-preender a razão e a lojica da exis-tencia do partido republicano, do seu objétivo e do seu procedimento. E, quando tal suceder, quando as

classes neutras se virem forçados a intervir fóra da lei, quando todos os monárquicos de boa fé, reconhe-cerem o erro em que vivião e se dezenganarem, para sempre—oxalá que, por bem dêles e do pais não seja tarde!—da Monarquia, a revo-loção na sua faze deciziva.

Preparar o espirito publico pa-ra o momento da suprema crize; formar a consciência revolucionaria da naçáo; atrair o concurso de to-dos os deziludidos; não repelir quem, abandonando a cauza da monarquia, demonstrar sincera-mente, estar arrependido dos seus êrros; inspirar confiança a todas as classes procedendo com dignidade, bom senso, coerencia e decizão; ser ao mesmo tempo interprete da vontade do povo e seu guia, disci-plinando-o para a realização d'um ato supremo da sua vontade, eis o que compete ao partido republicano. A êle pertence o futuro.

Mas, ao partido republicano ea-bem, por isso mesmo, gravíssimas responsabilidades, pois que, dentro de alguns anos, ou se funda a Re-publica ou acaba a nação portu-guêza.

C O M Í C I O S

Continúa o protesto do comércio con-tra as propostas de fazenda e nada mais para aplaudir; porque das declaraçõis feitas se apúra o intento de tanto èste, como outro govêrno monárquico que lhe suceda, aumentará os impostos logo que seja serenada a agitação que agora lávra no país.

No proximo domingo 17 terá logar um comicio de protesto em Vizeu.

Por esse motivo estivérão nesta cidade os srs. Erculano Beirão, José da Silva Pereira e Antonio Pereira Vinhal que viérão convidar o comércio de Coimbra a acompanha-los no seu protesto.

Por esta comissão foi convidado para falar no comicio o sr. dr. Henriques da Silva, que aceitou.

Vão ser convidados também os srs Nunes da Ponte, Duarte Leite, Augusto da Costa, Magalhãis Lima, Cupertino Ri beiro, Jozé Caetano dos Reis, e Luis Ferreira, prezidente da camara de Vizeu

Na terça-feira, 18 realizar-se-à o co micio de protesto da Guarda, no teatro dos Bombeiros Voluntários, prezidindo o sr. dr. Ozório da Fonseca.

Todo o comércio se acha reunido constituindo uma comição permanente de protésto.

Foi convidado a uzar da palavra nosso correlijionário e amigo dr. Afonso Costa, que acedeu, apezar do estr.do da sua saúde.

Reina na cidade da Guarda o maior entuziasmo.

C e n t r o E l e i t o r a l R e p u b l i c a n o " B r . J o z é F a l c ã o , ,

Em assembleia geral foi eleita a di-réção deste centro, que ficou composta pelos s r s :

Prezidente: Jozé Augusto Gâmes To-mé.

Vice-prezidente: Jozé Ferreira Pe-reira.

1.° secretario: Eduardo Fernandes. 2.° Domingos Albarino. Vogais: Joaquim Gaspar Martins e

Germano Alves. Commissão de vigilancia : José da Silva Fonseca Antonio Tavares d'Almeida "Valentim Pinheiro.

CARTA DA FIGUEIRA Chegou a primavéra, ainda á bem

)ouco tempo, com uns dias famózos de sol e umas noites serenas e frescas, em-balsamadas de aromas, como se tivéssem perfume as estrelas.

Mas passou rápida a primavéra, e )arèce estarmos em pleno verão de ca-"ôr e pó.

Na segunda-feira ouve no Teatro Chalet a anunciada conferencia do nosso amigo e correlijionário Fausto Quadros.

A meza da prezidencia foi occupada }elos srs. Joaquim Gaspar Martinz e Jozé da Silva Fonseca.

Foi o ilustre académico apresentado á assembleia pelo sr. Joaquim Martins, sendo recebido com uma salva de pal-mas.

0 sr. Fausto Quadros conquistou ogo de começo a assembleia, pelas pala-

vras com que onrou a memória de Ma noel Fernandes Tomás, o eroi de 1820, verdadeiro patriota, alma de democrát que assombrára o pais e a Europa.

Referiu-se ao movimento de protesto que alastra pelo pais inteiro, assinalo^ a áção dissolvente das clientelas politi cfasv; da perseguição á imprensa, os esforços! vãos para apagar a áção cada vês màisp' importante do partido republicano. V

y. v «0 Partido Republicano, diz o ilustre

orador, á-de veneer pela propaganda e pela força, porque não receia a luta quem recebeu dos podêres oficiais um batismo de sangue e quem fortificou as suas idéias nessa arrojada tentativa que, antes de sêr um combate, foi uma experiencia e em que a deslealdade duns e a fraquêza de outro* veio apenas retardar, mas não ex-tinguir esse exforço poderôzo que vai avassalando ainda os espiritos inteligentes e as consciências onéstas. 0 31 de Janeiro não é uma data de luto para nós, mas de dezonra para êles. Não ouve um com-bate leal, ouve uma emboscada infame.

«Os nossos irmãos não foram vencidos, foram assassinados».

Uma enorme salva de palmas acen-tuou esta parte do discurso, continuando o sr. Fausto de Quadros indicando a áção de cada um dos principais vultos do par-tido republicano, cujos nômes fôrão rece-bidos com aplauzos vibrantes.

Acentoou particularmente a áção do Centro Eleitoral José Falcão, que pelo seu esforço intelijente e constante dava um elevado exemplo de solidariedade nesta critica situação em que se con-glóbão todos os esforços á sombra da bandeira da |Republica para a salvação deste pais que vive atrofiado e desprezí-vel entre as intrigas das camarilhas na-cionais e as especulaçõis odiózas dos mercadores estranjeiros.

Mostrou a depravação dos partidos po-líticos engordando á custa da fazenda publica e referindo-se ao parlamento disse:

«0 parlamento é uma instituição com o caráter de sucursal. Quem decide é a maioria e quem escolhe a maioria é o govêrno. De fórma que o govêrno le-jisla/executa e administra.

«Uma das condiçõis fundamentais do sistema reprezentativo é a divizão dos poderes, o que nãô existe entre nós se-não na Carta. Como vêmos, o poder legislativo e o poder executivo estão nas mãos do govêrno. 0 poder judicial é couza que não existe, não por culpa dos juizes, que os á independentes e onéstos; mas por culpa dos governos que uzão das armas arbitrarias, como a nomeação, a transferencia, a demissão. E o go-vêrno, por sua vês, provem dum áto pes-soal do monarca.

«0 poder moderador, disa Carta, é a chave da organização politica do Estado. E' mais do que chave, ê um cadeado de segurança. 0 chefe do estado mantem-se efétivamente com um poder absoluto».

Uma estridente ovação coroou estas palavras do enerjico orador.

2 REZISTENCIA — Domingro, IO d© Abril de 1904

Falando da riqueza nacional referiu-se ás colónias:

«As colónias achão-se completamente abandonadas. Angola tem movimento, mas não tem meios de transporte; Mo-çambique tem-se dezinvolvido á sombra de interesses alheios; a Índia é um cen-tro de exploração de funcionários admi-nistrativos; Timor é o albergue dos que perderão a graça real; Macau é a teta uberrina onde chúchão embaixadores; S. Tomé tudo o que tem deve-o á iniciativa particular; e assim tudo o mais».

Não á senão interesses particulares, a que se atenda. Deixão-se as questois fundamentais da vida dos grandes centros para desperdiçar dinheiro inútil nas al-deias eléicóeiras.

Ó déficit aumenta.

«Norelatório, que éuma segunda edi-ção do discurso da coroa, pondera o mi-nistro que não á mudança radical na administração do pais. Eféctivamente não á: — continúarão as mesmas distráçõis, bailes, caçadas, o tiro aos pombos, as li-çõis de quimica e as campanhas oceano-gráficas».

Que as tolices se têm continuado de | Continuão os trabalhos do Congresso longos anos é fóra de duvida. O caminho I das associaçõis, que deve realizar-se bre rl» fflrrn Hn Dninn Allo A nrv» í\\ ^ • ^ i „

Afirmou que todos os partidos monár-quicos érão eguais e terminou:

«Outrora o pôvo ingénuo, quando se via despojado dos seus avêres, gritava cheio de esperanças pelo seu rei, mas ôje, envoltas numa especie de treva todas essas iluzõis do passado, o pôvo conscio dos seus direitos, quando vê assim em perigo a Patria que formou á custa do seu proprio sangue, deve consubstanciar todas as suas esperanças e todos os seus apèlos neste grito suprêmo : — VIVA

DEMOCRACIA !

Foi então enorme a ovação e de toda a parte se ouvirão vivas á républica, Fausto Quadros, a Bernardino Machado ao Centro Eleitoral « José Falcão », democracia a Afonso Costa.

N.

de ferro da Beira Alta é um fácto que feriu mortalmento o comercio desta ci-dade.

Ora para que as tolices não conti-nuem, abra V. Ex.a Senhor redátor, no seu jornal esta questão para que se não diga que a imprensa independente não olha as questõis locais com o interesse que lhe devem merecer.

Y.

vemente. E ficou bem deliberado não cessarem

"os seus trabalhos sem que seja bem evi-dente o equilíbrio do orçamento publico para tranquilidade e segurança de não virem novas exijencias ao contribuinte que não pôde, não deve e não quer pa-gar mais. »

resto apoio

do Pais

Na ultima sessão camararia foi encar-regado o Sr. Dr. Dias da Silva presidente, da camara, de se informar com verdade do traçado que a linha ferrea de Arga-nil adóta no largo da Portagem e Aveni da Navarro para, caso elle prejudique os interesses da cidade, se representar con- I T i r o C i v i l tra êle.

As commissõis de vijilancia do Porto e Coimbra estão completamente de acordo com estas deliberaçõis, interpre-tando fielmente o sentir do comércio do

que lhe dá todo o seu

A SESSÃO MEMORÁVEL

Caminhos de ferro de Arganil

Sr. Redactor.

Porque vão muito breve, recomeçar os trabalhos no malfadado caminho de ferro d'Arganil, levantão-se a propózito da diretrís que êle deve seguir, varia-das controvérsias que trazem em con-stante preocupação muitos dos filhos d'esta cidade, que mais se interéssão pelo seu progresso e dezinvolvimento ma-terial.

A questão primordial é esta: Deve o caminho de ferro passar pela avenida Navarro conforme o projéto aprovado' Uns defendem com calor este trajéto ou-tros atácão-no com o fundamento de que vai ser inutilizado o passeio mais bonito da cidade.

Esta questão, senhor redator, foi já motivo de acalorada discussão em tem-pos idos e em que um meu amigo já fa-lecido, mas que possuia uma bela alma, embora ingénua e simples, deu a razão forte e indiscutível, porque o caminho de ferró não devia passar pela avenida Na-varro, e que calando no animo de todos quer a favor quer contra, trouxe a paz aos contendores por bastante tempo.

Essa razão subsiste ôje de um modo avassalador — as faúlhas das maquinas poderem estragar os vestidos das senho-ras e o chapéu alto e sobrecazacas dos cavalheiros que andem n'aquêle passeio a gozar as frescas brizas do Mondêgo, fazendo a critica, desta ou d'aquêla ma-neira de vestir das Dulcineas, que in-Cendeião seus corações de conquistadores Joanescos.

Paréce, pois, Senhor redátor, que de-via ser a ultima palavra sobre o assunto, tão importante razão, e, que os grandes interesses da cidade, a conveniência que em toda a parte se encontra de trazer as vias férreas ao coração das populaçõis devia calar-se e desaparecer a tão pere-grina ideia.

Como o seu jornal, que leio assidua-mente, é dos mais cotados na opinião publica, eu venho pedir-lhe para que deixe um pouco a politica, que com o calor dos últimos dias e com a memorá-vel sessão de 4.a feira no parlamento, vai entrar em ferias e aprezente a sua opinião sobre este assunto momentôzo.

Deve o caminho de ferro passar pela avenida ?

Deve passar pelo Valle de Cozêlhas? Dis-se que em todas as grandes ci-

dades do país e estrangeiro se procura levar o caminho de ferro ao centro das populações.

Será Coimbra uma excéção?

igual-

Não pôde aver mais duvidas. Calou-se a única vós que não atribuia ao pôvo o movimento de protesto contra as propos-tas de fazenda.

O sr. Intze Ribeiro declarou-o solê-nemente nas camaras, e afirmou também, o que para todos era evidente, o pleno sucesso do partido républicano.

O movimento não foi contra um par-tido, disse o sr. prezidente do conselho, o protésto foi contra tôdos os governos que se tem sucedido no poder.

O pôvo português condenou os a to-dos e com èles condenou o rejimen

O sr. Intze Ribeiro foi profundamente lójico não abandonando o poder: fès ôje o que tem feito toda a sua vida politica os seus actos fôrão sempre dignos da mesma censura, e fás o que tem feito os mais governos monárquicos.

Porque sair? Para obedecer á opi-nião publica?

NãoJ Porque a opinião publica con-denou todos os governos que se tem su-cedido na administração monárquica.

Sair para dar logar a outro, mente condenado, não satisfaria o pais

A única fórrna de dar uma satisfação seria mudar de rejimen.

E' essa na verdade a uni^a solução Em todos os partidos monárquicos â ómens; onéstos mas a sua áção será sem-pre inutilizada, porque o que fás máos os governos não são os ómens, são os reji-mens: o mal está na monarquia.

O mal é fundamental, o mal é da ins tituição.

Mostrava-o a atitude da camara na ultima sessão, se alguém podésse ainda neste pais ter duvidas sobre este ponto.

Onde era de esperar enerjia, firmêza e austeridade no ataque, como o exijião a ocasião e os interésses do país, ouve apenas o protesto pela assuada e pelo rizo parvo.

Foi um parlamento de carnaval, cor-tado de apartes burlescos, de vocifera-çõis de plateia de barracão.

Ouve um protesto do país. Os deputados falárão em seu nôme,

sem aludir aos interésses dos póvos quê reprezentão.

O pôvo afirma que não quer pagar mais, êsse protesto é sincéro, todo na camara o afirmão, mas ninguém se lem-brou do pôvo naquéla sessão.

Todos vião apenas o poder: uns para se aferrar mais a êle, outros para o escalar.

A opozição admira-se de não vêr cair o governo, infuréce-se com a perda da oca-zião de lhe vir o poder, e mais nada.

E todavia, dentro da imperturbabili-dade do seu ciniomo, o mais lojico foi o sr. Intze Ribeiro.

Se tivésse de cair para dar satisfação á opinião publica, o sr. Intze Ribeiro ar-rastaria na quéda as instituiçõis, que essa opinião envolvêra na mesma condenação.

Ficou por isso na mesma atitude grave, rijido nos seus princípios, de es-cora á monarquia!

Inaugurou-se ôje na carreira de tiro a presente época de instrução avendo muita concorrência de atiradores civis e o maior entusiásmo. Todos os domingos pelas 7 e meia óras la manhã se minis-trará instrução aos atiradores que se en-contrem inscritos e compareçam. Aten-dendo as vantajens que á na instrução de tiro é de esperar que a carreira te-nha grande concorrência este âno.

C o a t r a a s z e u d a

p r o p o s t a s d e fa -

« Reunirão os corpos jerentes da As-sociação Comercial dos Lojistas de Lis-boa para trocarem impressõis sobre va-riados assuntos que de momento prendem t atividade nacional.

Rezolvêrão continuarem na sua in-ranzijente atitude com respeito á orien-ação exposta pelo governo nas últimas

sessõis parlamentares, relativa á proposta das novas pautas que tanto vem sacrifi-car o contribuinte, somente para cobrir desmandos e incompetências das admi-nistraçois industriais.

Deliberárão aderir aos comícios que breve se realizarão em Vizeu e na Guarda

aos que se seguirem em Santarém, Setúbal e outras localidades.

Espanha e Portugal Está aclarado o mistério de que fala-

mos no nosso ultimo numero. Esclaréce-o o Novidades:

Pelos modos, tratava-se de uma especie de Santa Ali-ança nouveau Jeu, de todo o continente contra a Inglaterra. Porém, um cidadão francês, que parte dos informadores qué-rem que seja o proprio sr. Delcassé, em-quanto outros se contentão com que fosse um macavenco qualquer, comunicou ao governo inglês o que se passava, e d'aí a ruptura do complot, com grande aperto de relações entre a França e a Inglaterra. Pelas combinaçõis da primeira óra, a Fran-ça renunciaria os seus direitos sobre a Alsacia Lorena, dando-lhe a Alemanha, em compensação, pulso livre no império de Marrocos. Era bem imaginado, porque nem a Alemanha perdia nada em dezem-bolsar Marrocos que não anda na aljibeira d'éla, nem a França em dezistir da Alsa-cia, que ninguém pensa em lhe restituir. Mas então a Espanha, coitadinha da Espa-nha, ficava sem coizissima nenhuma? Não senhor, e aí é que teria estado o perigo negro para nós. A Ispanha ficava com Portugal, e com o deficit, que não era má espiga.

A Apoteôze da Liberdade é, como to-dos os trabalhos de Salgado, um verda-deiro primor d'arte. Forte no colorido e vivo nas côres.

Paréce por o que nos conta o Século, publicando uma sessão oficial que o gover-no monárquico espanhol, como em todas as ocaziõis de crize, fés espalhar o boato que viria conquistar Portugal,

A viag ;m do pobre D. Afonso XIII, tão cheio de encantadores epizodios infan-tes teria sido um árdil de guerra.

O fácto é que os ânimos em Espanha parécem ter tomado a coiza a sério e que o mesmo aconteceu por cá a jente môça.

Escreve o Século:

A propozito d'um jantar oferecido pelo comandante da praça de Valença aos ofi-ciais espanhóis e portuguêzes, espalhá-rão em Lisboa boatos dezagradaveis, que, felismente, nenhum fundamento têem. O que sucedeu nêsse jantar foi o seguinte: um dos oficiais espanhóis fês um brinde muito amavel á nação portuguêza, ser-vindo-se de expressõis muito penhoran-tes para os oficiais portuguêzes.

Uma d'essas expressõis, porém, fês esfriar um pouco o entuziasmo dos por-tuguêzes, embora dita sem segunda in-tenção pelo oficial espanhol, e, unicamente, para manifestar o seu entuziasmo pelo nosso país.

Disse aquêle oficial, que não devião existir fronteiras entre os dois paízes.

O comandante português, vendo que os seus oficiais tinhão esfriado um pouco no seu entuziasmo de confraternização com os espanhóis, por causa d'aquéla expressão mal interpretada, Ievantou-se e fês um brinde vibrante de entuziasmo e admiração pela nação espanhola, di-zendo que as fronteiras existentes á sé-culos, entre os dois paizes pela vontade dos dois povos, ambos ciózos da sua au-tonomia, continuaríão a existir, sem que, contudo, impedissem a sua estima reci-proca, a comunhão de idéas e a conti-nuação da sua brilhante missão istorica, no dezempenho da qual, em tempos pas-sados, ambos os povos peninsulares se tinhão coberto de gloria.

D'este fácto, assim como o narramos, teve conhecimento o ministério da guer-ra, sendo esta a versão oficial do suce-dido.

Os oficiais espanhóis, convidados pelo comandante do rejimento de caçadores 3, fazem parte da guarnição de Tuy, que, como se sabe, foi ultimamente reforçada.

Não faltárão os alarmes. O sr. Dantas Baracho disse com a sua independencia e reconhecida auctoridade.

O exercito não tem armamento nem equipamento. E' desgraçada a situa ção em que nos encontramos sob este ponto de vista. E o assunto é tão im-portante que promete aprecial-o oportu-namente. Alude ás suas antigas opiniõis sobre a situação militar do pais. Consi derem-se os exercios do ministérios da guerra e vêr-se-á o aumento de despêza, cujos frutos não são viziveis. No ano de 1902-903 o exercicio ordinário foi de 6:403 contos, o extraordinário de 136 contos, somando 6:339 contos; no anno de 1903:904 foi o ordinário de 6:644 contos e o extraordinário de 155 contos, somando 6:799 contos; no anno de 1904-905 o é de 6:974 contos, o extraordiná-rio de 135 contos, somando 7:119 con-tos. Entre o primeiro e o segundo âno indicados o aumento de despêza é de 540 contos, despêza injustificada. Quer cifras o sr. prezidente do concelho? Ahi as tem. Ele, orador, perante, a situação que atra-vessa a Europa e que atravessa o mundo, aludindo ás nossas circunstancias, pelo modo porque o fás satisfás a sua cons-ciência e cumpre o seu dever.

Refére-se depois o sr. Baracho a um artigo inserto no Diário de Noticias so-bre graves assuntos diplomáticos e, a propózito, afirma quã não pode existir diplomacia sem exercito. Antecipárão-se-lhe na outra camara a interrogar o sr. ministro dos estranjeiros sobre boatos importantes que corrêrão. O sr. minis-tro respondeu como devia, e segundo lhe era permetido fazê-lo. No entanto o ora-dor rezerva-se para versar a questão a fundo por forma que fiquem definidas as situaçõis.

Passando a tratar propriamente da recompozição ministerial o sr. Baracho lê a declaração do sr. prezidente do con-selho na outra camara e que é idêntica, em absoluto, á que foi feita ôje na camara dos pares. Não se dá por satisfafeitu com as razõis dadas sobre a crize. Vê nélas um tom misteriôzo. Dezêja ser esclare-cida com precizão ácerca da atitude to-mada pelo sr. conselheiro Teixeira de Souza no seio do gabinete relativamente ás suas propostas. Já sabe alguma coiza. O governo continua a perfilhar a propos-ta das pautas. Pergunta pois, se perfi-lha ainda quaisquer o u t r a s . Dezeja igualmente saber se ao chefe do Estado foi pedida a demissão de todo o minis-tério ou apenas a do sr. ministro da fa-zenda. Comenta, incidentemente, o art. 72 da Carla Constitucional. A pessoa do rei é inviolável; não está sujeita á responsabilidade; mas os átos do chefe do Estado podem ser apreciados pelo par-lamento.

E para acentuar mais uma vês a di-ferença entre monárquicos e republicanos portuguêzes, e as suas relaçõis com os partidos políticos espanhóis.

Emquanto o partido republicano espa-nhol afirma tão alto respeito pela pátria portuguêza, o partido monárquicooferéce essa mesma pátria como ingôdo e vaidade.

Conta a Provinda:

Commenta o Correio da Noite:

Pois, senhôres, resta vér qual foi a estreia mais felís, se a de deputado ta-chado, se a de ministro encravado.

E basta.

D O S O L

E' o titulo que dévem ter as duas sessõis do parlamento tão reclamadas.

Não foi opozição, foi tourada ; mas a tourada portuguêza sem vigôr e sem espirito.

Tudo correu na vozearia e interru-çõis do costume, com vaias e a piada do sol á mistura.

A linguajem da imprensa monarquica segue com a mêsma elevação: são as

érencias ao sr. Pequito, ao seu narís, aptidõis de caixeiro, até por aquêles

mesmo para quem o ideal da administra-ção portuguêza seria um bom guarda livros com pratica de sêcos e molhados.

O sr. Beirão, força é confessá-lo, fi-cou abaixo de Cicero, sendo também certo que o sr. Intze não se aguenta muito bem no seu papel Catalina.

O sr. Jozé Alpoim tem quazi acabado o seu pecúlio de istórias politicas brejei-ras, e não deu nada como explicador de símbolos eraldicos.

Foi a opozição do costume. Transcrevemos:

O sr. Pequito, n'essa orchestra de desafmáda só poderá tocar tymbales!

Divaga, novamente, sobre outros as-sumptos, e, frizando o fácto do sr. Pequito ser já o quarto ministro da fazenda, per-gunta se o sr. prezidente do conselho não estará disposto a desfazer-se também d'este novo cooporador. O que vale é que o sr. Intze Ribeiro ainda não é Saturno, ainda não come os seus ministros da fa-zenda.

Com que extremo cuidado o sr. Pe-quito, ao deixar a vida de caixeiro para entrar no parlamento, burilou o seu dis-curso de aprezentação politica ! Foi um trabalho tão amorózamente cuidado como as cartas de namoro que o rapás da mer-cearia de que gastamos, costuma escre-ver entre u: .a ceira de figos e a ba-lança.

Mas o p e ó r . . . é que o sr. Pequito engasgou-se sériamente. E como pre-sentisse rizinhos na camara, disse:

— Meus senhores: ainda que eu possa ser tachado. . .

Ao ouvir isto, um dos deputados de mais terrível graça, que ao tempo avia em S. Bento, Marçal Pacheco retorquiu:

— Se está tachado não venha c á . . . O Sr. Pequito fès-se de varias côres,

continuou a en^asgar-se, perdeu definiti-vamente a serenidade, e disse timida-mente :

— Eu parece-me que tachado é ter-m o . . .

Então, impiedózamente, Marçal Pa checo volta com áparte :

— E ainda para mais com Termo, seu porcalhãol Ainda se fôsse com Co-lares vá, — mas com zurrapa!

Ouviu-se em toda a sala uma garga-lhada.

E o futuro ministro da fazenda caiu fulminado na sua cadeira.

I n s t r u ç ã o p r i m á r i a

Tendo-se reconhecido na prática do ensino da Aritmética que êle dificilmente DÓde aproveitar aos alunos de l . a , a.* e 3.a classe, sem que as explicaçõis do professor séjão auxiliadas por livro espe-cialmente organizado para este gráu do ensino, e de acôrdo com os programas em vigôr, acába o ilustre professor sr. Almeida e Lima, autôr da arimética oficialmente aprovada para a 4.a classe e que pela sua clara expozição está sendo adotada na grande maioria das Escolas do Pais, de publicar 3 livrinhos que cor-respondem á l . \ 2." e 3.a classe, subor-dinados aos títulos de :

1.* classe, 1.° gráu, Taboáda das Crianças 50 réis

2." classe, 1.° gráu, Aritmética e Sistema Métrico 90 »

3.a classe, 1.° gráu, Aritmética. Sistema Métrico e suas aplica-Çõis 80 »

Acabámos de receber estes livrinhos e muito agradavel nos é podel-os reco-niendar a todos os estudantes de Arimé-tica, como os mais claros guias para os que coméeão e que precizão rever em casa as liçõis práticas que o professor lhes dá na Escola.

A casa editora dos mesmos livros — a L i v r a r i a d e I I . « o r n e s , Rua Garré, 01, Lisboa, péde nos para comu-nicarmos ao professorado primário de todo o pais que un' exemplar de cada livro será enviado gratuitamente a todo o professor que o requizite.

O Sr. Governador Civil Dr. José Cid vizitou no dia 6 deste mês o Asilo da Mendicidade, instituição de caridade das mais úteis e simpáticas désta cidade, cujos benefícios todos reconhecem.

Sua Ex.a foi de grande expansão para com os ilustres dirétôres daquela pres-tante instituição, pensando-se em aumen-tar o número de asilados mandando para isso tirar uma planta do edifício para se faxerem os estúdos necessários afim de oportunamente se tratar deste assunto.

Estão nesta cidade, a passar as festas da Páscoa em companhia de seu pai o acreditado negociante d'esta praça sr. Antonio Ruivo Júnior, os srs. Ricardo Ruivo da Costa, hábil pintor das Bélas-Artes de Lisboa e António Ruivo da Costa, distinto guarda-livros em S. Tomé.

O nosso cartão de parabéns ao sr. Ruivo, por poder mais uma vês abraçar com alegria os seus deis filhos.

REZISÍTEUÍCJLA. — Domingo, IO de Abrfl de 1904 3

A s s o c i a ç ã o F r a t e r n a l d o s O p e -r á r i o s C o n i m b r i c e n s e s

São convidados os seus associados a reunirem quinta feira, 14, pelas 8 horas da noite, séde da Associação de Ceramica, na Rua Direita, ao Arco do Ivo.

Pela commissão.

J. Alves.

ACABOU Acabárão-se as doenças do estomago,

do fígado, dos intestinos, dores de cabêça indijestõis, cólicas, palpitaçõis do coração e falta de apetite, porque as pílulas anti-dispépticas do dr. Heinzelman cúrão to-das essas doenças em pouco tempo; não sendo necessário nem diéta nem res-guardo, pois êsse remédio sendo feito com érvas do Brazil é tão poderozo e actua tão eficazmente no organismo que moléstias que durarão ânos cedem com um vidro ou dois dêsse medicamento.

As pílulas do dr. Heinzelman, médico-farmaceutico, encontrão-se nas boas far-macias. Depósito em Coimbra: srs. Rodrigues da Silva & C.a.

F A R M A C I A A S S I S SERVIÇO P E R M A N E N T E

Praça do Comércio — Coimbra

Esta caza depois das modificaçõis que acába de sofrer, é um dos melhores es-tabelecimentos desta cidade, no seu ge-nero.

O seu proprietário formando-se diré-tamente das principais fábricas de pro-dutos químicos e farmacêuticos, tanto na-cionais como estranjeiros; está a pár do dezenvolvimento que a quimica e a tera-pêutica dia a dia vão experimentando e por isso possue uma coléção variáda das mais modérnas substâncias e produtos químicos.

O aviamento de todo o receituário é feito por pessoal competentemente abili-tado, sob a diréção de um administra-dor.

Esta caza encarrega se de mandar os medicamentos a caza de seus fréguezes, assim como de chamar qualquer do.s clí-nicos desta cidade a toda a óra do dia ou da noute.

Análise d'Urinas — qualitativa e quan-titativa.

C o r p o r a ç ã o d e S e g u r a n ç a N ó t u r n a d e C o i m b r a

11. SUB-RIPAS.

Na secretaria desta corporação, áchão-se patentes as contas demonstrativas de todo o movimento desde julho a 31 de dezembro do âno findo, podendo ser exa-minadas, pelos senhores subscritores to-dos os dias úteis, das 10 ás 5 óras da tarde, e durante o periodo de 30 dias a contar desta data por diante. Coimbra, 10 de Abril de 1904.

O Chefe

Olímpio Ferreira Lopes da Cruz.

{22) Folhetim da "BEZISTENCIA,,

• H. DE BALZAC

0 EXCOMUNGADO Vil

Preparativos e projétos

Subindo então ambos os jardins, di-rijírão-se para a sála.

Catarina poude comparar as sensaçõis que experimentára naquêles dois passeios diferentes. O que tinha dado pelo braço do conde avia lhe torturado o coração, disputado pela alegria e pelo remorso. Subindo os terraços com Ombert, ia tran-quila, olháva para o céu com socêgo, com ajtivês, e confessáva a si mesmo o prazer puro, que experimentáva em se apoiar no braço do seu protétôr. Ombert satisfazia a necessidade da alma, que consiste em encontrar um coração amigo, em que se depozifem os sentimentos to-dos; o conde tinha, pelo contrario, trazido consigo a ideia de todas as voluptuozi-dades de todas as alegrias do céu. No dia, em que este ultimo alcançasse uma parte do sentimento, que Catarina tinha pelo marido, o conde devia triunfar.

A lús fóra era clara; mas, na sála, as formas estreitas das janélas e dos vitrais carregados de chumbo, tornávão percizas

M o d i s t a ( l e L i s b o a Deve chegar a esta ridaí 1 h'por estes

dias a sua casa na Rua Ferreira Borges n.° 185, com um deslumbrante sortido de chapéus para todos os preços, trás também outras couzas de novidade.

Agradece pois a visita das suas Ex.mas

freguezas.

Carris de Ferro de Coimbra ORARIO PROVIZÓRIO

Desde 24 até 31 de março de 1904

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Carreiras entre o largo das Ameias e a estação B dos eaminhos de ferro

P a r t i d a s

Do largo das Ameias

Gh m manhã 8 ,10 2 ,30 3 ,36 4 ,35 5 ,37 6 ,25 6 ,40 8,10

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Todo o serviço que fôr feilo alem do indicado neste orario é considerado ex-traordinário.

T a t o ó l a c i o p r e ç o s Largo das Ameias ou Caza do Sal á

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Rua Infante D. Augusto ao Mercado — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazometfo ao Largo de D. Luís — 30 réis.

as vélas; quatro criados segurávão, con-forme ao costume do tempo, vélas de cêra, tratando de conservar uma imobi-lidade compléta.

A ' lús daquélas vélas, Ombert e Ca-tarina, assentados na extremidade daquéla longa mêza, e prezidmdo á refeição dos ómens d'armas, revestidos de cótas de málha e de armadúras, formávão um quádro rialmente pitorêsco. Aquéla sála simples e antiga, o silencio dos convivas, o ar inquiéto de Roch o canhoto, a tran-quilidade de Bertram, chéfe dos cavalei-ros, e a dos seus ómens, a cabêça vene-rável do padre Bonifacio, o ar gaiato dos pajens e escudeiros pediríâo o pincel de Paulo Veronézo. Mas o que nós podemos é mostrar em duas cadeiras góticas Ca-tarina, palida, pensativa, sofrendo mesmo, ao lado do moço e fresco Ombert, cuja figura enérjica e rizonha oferecia um contráste tão singular, que qualquer obser-vadôr advinhava lógo os segrêdos daquê-le lar.

— Então! Bertram, exclamou Ombert, vamos andar a caválo, dar ou receber pancadas; já ninguém se poderá queixar de não ter que fazer.. .

— Mais um ano, disse Bertram, e ficáva enferrujado dentro da couráça. Vamos ouvir então o grito de la Roche-Corbon! A fôiha da minha adága tem sêde.

—Roch, disse Ombert interrompendo o ómem darmas, e dirijindo-se ao Ca-nhoto, cuja figura parecia ter aumentado

Largo de D. Carlos ou Gázóinetro ao Mercado — 20-réís.

Estação B dos caminhos de ferro ao Largo das- Ameias òu Mercado — 50 réis.

Estação" B dos caaiinhos de ferro á rua Infaute D. Augusto — 80 réis.

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A assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos preços anuais de réis 1$200; e 9$000 réis para os menores de 14 anos e creados, sendo estes últimos de logares na plantaforma dos carros.

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Condições da assinatura : por ano com 1:800 gravuras em preto e coloridas, 52 moldes cortados, tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordados, 5$000 réis.

Semestre, 16 números com 900 gra-vuras em preto e coloridas; 26 moldes cortados, tamanho natural, 2ti números com 550 gravuras de bordados, 2$500 réis.

Trimestre, 13 números com 450 gra-vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 260 gravuras do bordados, 1$300 réis.

Cada número da Moda Illustrada é acompanhado dum número do Petil Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas do corpo, de mêsa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, nonto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra se na Moda Illustrada, a tradução em por-tuguês daquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias do reino e na do editor — Antiga Casa Ber-t rand— Jozé Bastos, rua Garrett, 73 a 5, Lisboa.

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REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA

DE

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura e afualidades. •

Publicação feita sob o auspicio de S. Majestade a rainha D. Amélia,

Dirétor — A. de Souza (Guy de Preles).

Redátõres das sécções: Moda e vida Mundana Parisiense, bordados e todos os trabalhos concernentes ao belo sexo: Mesdemoiselies Amélia de Souza e Harmi-nia Souza.

Redátora e correspondente em Portu-gal: D. Olga de Morais Sarmento.

Redáção e administração : 30 bis, Rua Bregero, Paris.

algumas linhas em comprimento, Roch, fizeste publicar o meu bando em todas as aldeias por fórma a estarem prontos os vassálos f Os senhores de Vernoux, de Monnaye e outros tem obrigação de nos socorrer. . .

— Fa lo ei publicar, respondeu Roch. — Despácha-te, -meu bom canhôto, e

publica também que o senhor dela Roche Corbon deixará o mosteiro ao saque dos seus soldados. . .

— O saque do mosteiro I exclamou Bertram.

— O saque do mosteiro! exclamou Bonifácio.

— Do mosteiro !. . . disse Roch. Estas três exclamaçõis fizêrão-se ao

mesmo tempo, mas fôrão sujeridas por sentimentos bem diversos. O vélho padre levantou-se, e, á vista dos seus cabelos brancos, todos se calárão.

— Ombert, senhor de la Roche-Cor-bon, disse o padre Bonifácio olhando com emoção para o barão, nunca a mão deste vélho padre se á-de levantar para amal-diçoar o filho que bátizou; pedirá sempre ao céu pela tua salvação, mas consente que êle se retire da caza impia.

Nunca esquécerei que rezei durante quarenta anos na capéla do teu castélo; abençoa-lo-ei sempre; mas a relijião e o meu ministério obrigão-me a dizer-te, que séguea caminho errado, e que nin-guém déve atacar as coizas santas. E' a primeira vês que não dezejo a tua vitória. O céu tenha piedade de ti 1 Adeus 1 . . .

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Bonifacio deu alguns passos, depois voltando-se, acrescentou:

— E vós, fautores da rebelião e da impiedade, pensai que perdeis as vóssas almas e que o inferno fechará sobre vós as suas pórtas por toda a eternidade, se tomardes parte nesta guérra impia, se não obedecerdes ás ordens de D e u s . . .

Aquélas palávras do velho padre fizé-rão impressão na maior parte dos servi-dores velhos; mas Bertram, a quem o saque do mosteiro punha de bom umôr contra o seu costume exclamou:

— Que a carcássa do diabo vos sirva de carruajem. Adeus, meu padre! Não beberemos agua bçnta mais, e, pelo me-nos estes rapazes, disse apontando para Os cavaleiros e escudeiros vão tornar-se bons e bravos esfoladôres. . .

— Silencio, Bertram I . . . exclamou o Barão, nunca os meus ómens darmas se transformarão em esfoladôres, e, se fal-tárão ao respeito a ecleziasticos bons, como o padre Bonifacio, pô-los-ei fóra de minha caza. Quanto a vós, meu padre, tereis de ficar aqui até eu pôr o cêrco ao mosteiro, porque não tinha vontade de descobrir os meus dezignios, e o pri-meiro que falar deles á de trazer muito tempo na lingua e marca dum ferro em braza Todavia veja,padre Bonifacio, se me quizerjurarguenão dirá nada, pôde sair...

—Júro. . . Adeus 1 A d e u s . . . que eu prevejo grandes desgraças. . .

O velho, depois de deitar um olhar demorádo para a sála e para os convi-

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vas, afastou-se, notando-se-lhe um pro-fundo pezar. Bertram rosnáva a um canto, como um cão de erdade que ti-vésse levado uma cóssa, e prometia in-timamente a si mesmo desforrar-se nos vassálos do castélo.

Esta cena pôs fim ao dia no castélo. Tinha sido cheio de acontecimentos bem importantes e que anunciávão cenas, san-guinolentas e dezastrózas.

Catarina e Maria, sua primeira criada entrárão no quarto, em que pela manhã e Castelã lia a Bíblia, e á lúz de uma lampada cheia de grotêscos, ocupárão-se em tapeçaria, obra então muito em móda em caza de príncipes e senhores. Ombert, pelo seu lado trabalhou com Roch para saber quais érão os vassálos retardados no pagamento e para levantar uma lista dos que avião de servir no pequeno exer-cito que o Barão queria formar. Aquêle trabalho fês dar grandes suspiros a Roch.

A's oito óras da noite, Maria trouxe consérvas pão e frúta e, depois d'aquéla léve refeição, depois do barão ter feito uma ronda mimcióza no Castélo, o veiho servidor deu ordem ao sineiro para tocar a apagar o fôgo. A'quêle signal toda a lús se devia apagar na baronia a não ser que ouvésse priviléjio.

Ombert, fatigado pela caçada que tinha feito de manhã com o sôgro, não tardou a recolher-se ao quarto de dormir de Castelã e o silencio reinou em todo o Castélo, {Continua).

4 REZISTENCIA — Domingo, IO de Abril de 1904

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P a s t e l a r i a em todos os jéneros e qualidades, o que á de mais fino e sabo-rozo, especializando os de folhado. *

Fabricão-se com finos recheios e ovos em fio, peçns grandes de primoroza fantazia, denominadas Centros de mêza, Castelos, Janões, Liras, Floreiras, Lam-preias, etc., etc., próprias para banquetes.

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Comunicados, 40 réis a linha Réclames, 60 » »

Anunciam-se gratuitamente todas as guros postaes, para todas as cabeças de p u b l i c a ç õ e s c o m 6

c u j a r e m e s g a e s t e j o r n a , distritos e de comarcas. 0 n r a ( j 0 i

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Correspondentes: Gaito & Canas.

C o í m T D r a A v u l s o , 4 0 r ó i s

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS Editor

MANOEL D'0LIVEIRA AMARAL Redacção e Administração — R u a F e r r e i r a B o r g e s

Typ. Democratica

ARCO DB ALMEDINA, IO

Dr. Foi em 1900 que eu conheci de

pérto Afonso Costa: êle era depu-tado è eu acompanhava, como jor-nalista, os trabalhos parlamentares. D'aí, as impressõis que êle deu ao meu coração de republicano e de cidadão português, vindo todo o aféto, já feito idolatria, com que eu, em posto de soldado, o tenho acom-panhado e acompanharei, como a jeneral cuja tática não merece dis-cussão porque é sempre a melhor.

A minha memoria falhada re-corda ainda, como se tivésse sido ontem, a memorável sessão de 15 de março em que Afonso Costa ergueu pela primeira vês a sua vós na camara dos deputados, então funcionando na pezada e soturna camara dos pares. E eu vejo ainda toda a atmosfera de assombro que o rodeava quando êle, falando á vontade, como um juis ante reus confessos, discutia a celebre peste sob todos os pontos de vista, assu-mindo nobremente todas as respon-sabilidades e colocando corajóza-mente o Partido Republicano no pedestal que lhe competia. O assombro era de todos — dos que estávão em baixo, na sala, reus e cúmplices, e dos que nos apinha vamos em cima, espétadôres. Mais ou menos, todos sabíamos que Afonso Costa era um omem de ta lento mas o que ninguém sonhára era que êle, ali, se destacasse assim

De surprêza colhidos, os adver-sados não podérão, desta vês, negar justiça. Estava ali um grande ora-dor, com direito a ser contado entre os primeiros na galeria dos nossos parlamentares de todos os tempos

Mas o ómem que tão alto se atirmou não rezolveu descançar á sombra dos louros colhidos.

Afonso Costa tem, durante £ sessão, o máximo de atividade par lamentar. Não aparece projéto que êle não discúta; não se dá imorali-dade ou irregularidade que êle não exponha; — e sempre com a mesma elevação, e cada dia notabilizando a reputação que logo de entrada criára.

E sempre a mais absoluta in tranzijencia politica, sem embargo de quaisquer relaçõis pessoais.

E sempre a mais forte, a mais béla enerjia.

Precizamente fôrão essas as para mim mais valiózas caracteris ticas da sua luta parlamentar — essas que o publico não pôde vêr bem.

Uma intranzijencia aparente en cobre muitas vêzes ocultas tranzi jencias. A enerjia pôde ostentar-se ante a galeria, a despeito de átos de cobardia nos corredores.

Afonso Costa, sempre digna mente acompanhado por Paulo Fal cão e Xavier Esteves, foi um intran zijente e um fórte que, criando pres tijio ante o país, ante a multidão, o impôs aos seus proprios adversarios

E, em matéria de enerjia, é ne cessado saber-se que êle jogou

própria vida. Certa tarde, em 1 de maio, quando o sr. Emígdio Na-varro avançou para o sr. dr. Afonso Costa, de punhos cerrados, escol-tado por vários outros membros da maioria, querendo impôr-lhe que retirasse uma fraze, o deputado re-publicano, sem recuar um passo, manteve-a brióza e rezolutamente. Nessa mesma tarde, ao encerrar da sessão, se preparou uma conspira-ção para o dia seguinte. A maioria,

ue não podéra esmagar os argu-mentos de Afonso Costa, queria impôr-se-lhe pela força. Foi pozi-tivamente combinada uma grande cena que não devia só ter efeitos de ocazião mas também de futuro, des-tinada a não dar vontade aos repu-blicanos de ter logar em S. Bento. Soube do trama Afonso Costa e foi Dara o palacio das cortes com o mais bélo sangue frio, firmemente decidido a jogar a sua vida mas a onrar o seu nome e Partido Repu-blicano. O projéto duma parte da maioria não foi por deante porque os mais dignos ou os mais prudentes se opozérão. Mas, se tivesse ido, Afonso Costa teria mostrado que a cobardia projétada poderia ter todas as consequências — menos a de, moralmente, o esmagar.

Como êsse, outros factos, des-conhecidos das galerias, se derão quasi diariamente, a afirmar que a grandêza moral se equivalia, em Afonso Costa, á grandeza de talento

- êsse especialíssimo talento que é grande, sempre, em tudo, que. se adápta a todas as circunstancias e e a todos os logares, sem se umilhar nunca.

Não posso, aqui, tentar fazer a análize d'esse talento que brilha n'umâ! questão de ciência como n'uma questão política, dando as-pétos nóvos, descobrindo novos orizontes.

Mas posso notar que uma das suas qualidades de meio vidente é conhecer não só os ómens como as mássas.

Ante uma assembleia ilustrada, êle sabe falar como o mais ilustre Ante uma assembleia carateristica-mente popular, fála, sem se desme-recer, como um filho do povo fazendo-se compreender a este, sa-bendo sujestional-o.

Quizera falar d'este ómem, sob os variados aspétos que êle nos aprezenta. E quizera ser viva-mente eloquente, não para dezabafo d'um sentimento pessoal, mas pelo que esse ómem, como républicâno bem-merece do Partido e do pais.

O espáço não o permite, porque o numero do Povo a sair não é des-tinado apenas a este artigo.

De resto, é inútil, falar á popu-lação d'essa cidade de Afonso Costa como advogado. Guimarãis sabe o que êle vale como républicâno, e sabe-o sobretudo por esse caso Agra discutido em todo o país. Sabe-se aí, como um facto bem significativo, que, se não fossem o seu talento e o seu amôr pela justiça, um inocente estaria ôje na Penitenciaria, ámanhã

no degredo, vida feita cadaver, a expiar um crime quej não praticou.

Nesse cazo célebre, objéto para estudos e meditaçôis, eu vi, em pa-lestras, quanto Afonso Costa pôs a sua alma na cauza do seu consti-tuinte. Vi-o tremer de receios, palpitar de jubilo, vibrar de indigna-ção. Dir-se-ia que a vida do ar-guido era a sua 'própria vida, tanto interésse êle lhe consagrava.

Esse interesse é o que êle põi em todas as cauzas de justiça.

Afonso Costa, sendo um advo-gado de talento, é um advogado de coração.

E é o coração que êle coloca em todas as suas modalidades: advo-gado, républicâno, amigo, cidadão.

Coração, capás de todos os ras-gos coração pronto a todos os sa-sacrificios.

Se, como républicâno, êle tem deixado tanta vês o seu escritório e os afazêres profissionais para os quais a sua enorme atividade não chega, nem com a lealissima e inte-ijente cooperação do seu coléga

Germano Martins, não raros e im-portantes sacrifícios êle tem pres-tado com um dezinteresse que mostra o que vale a sua alma.

Em certa cidade, um grupo de amigos d'um acuzado quis prote-jel-o, praparando-'!'ffe a defêza. Con-vidárão o dr. Afonso Custa a tomar conta déla e conseguirão, por sub-scrição, uma quantia que não podia ser considerada recompensa para o trabalho de advogado. O acuzado foi absolvido mas o julgamento teve de repetir-se em Lisboa e, então, já os amigos daquêle não podíão au-xilial-o. Afonso Costa veio a Lis-boa, defender gratuitamente o con-stituinte, e esteve aqui oito dias, com um prejuízo 'que só pôde cal-cular quem sabe o movimento do seu escritório. E acompanhou o julgamento com o seu calor de sempre, com o máximo interesse, sem procurar abrevial-o de nenhuma forma. Era de madrugada quando chegou a sentença absolutoria e eu julgo vêr ainda os ólhos de Afonso Costa a chorarem de alegria, a ex-pressão iluminada dum grande cla-rão de vida. . .

A muitos fáctos idênticos pode-ria aludir, todos conducentes a mostrar o que é a alma de Afonso Costa que, insinuante como é, não dá todavia a completa impressão dos tesouros que se escondem no seu eu.

Se vale enormente na sua vida publica, não vale menos na sua vida intima que uma grande adoração pela família terna digna de todo ç respeito.

estivessem nélas apenas os sinceros, esse ómem poderia encontrar em sua volta más vontades por, tão novo, com os seus 33 annos, se ter imposto mais que á admiração do Partido — á do pais. Mas, a dentro

Ex.mos Srs. Cassiano Augusto Martins Ri-beiro e João Simõis da Fonseca Barata, plenos poderes para, como seus delega-dos a reprezentarem 11a reunião promo-vida pela Camara Municipal da Covilhã, que ade efétuar-se ámanhã 43 do corren-te, na séde da Associação Industrial Por-

d'este grande Partido que abranje t u£u ê z a de Lisboa, com o fim de tomar ôje a maioria trabalhadora do país, I deliberaçõis referentes ao plano dos no-todos nos curvamos, sinceramente, colocando a ideia acima de mes-quinhos interesses ou vaidades pes-soais, ante os que, pela sua grandêza moral e intelétual, dão, força e prestijio aos nossos principios.

Por isso lhe devemos mais que consideração — um grande amor e um profundo reconhecimento como o preito de toda a justiça ao seu incontestável valor, ao seu cerebro, ao seu caráter e ao seu coração.

Lisboa. França Borges.

A' que chegar ao fim. Todos os ómens de bem, qual-

quer que seja a sua politica, dévem uma grande consideração ao sr. dr. Afonso Costa.

Os republicanos devem alguma couza mais que consideração a quem tão nobremente tem sabido servir e onrar a sua ideia e o seu Partido.

Se, a dentro de nossas ostes, ouvesse logar para invejas e não

Discute-se a este momento o projéto das novas linhas a estabelecer na rejião compreendida entre o Mondego e o Téjo, para complemento da rêde ferro-viaria desta zona central do pais.

Ao projéto aprezentado pela comissão técnica, nomeada á tempo, para proceder a este estudo, aprezentou modificaçõis a primeira classe de AssociáÇõis dos en-enjenheiros civis portuguêzes. Segundo essas modificaçõis, queparécem constituir

plano mais aceitavel, averia uma linha de via reduzida que partindo de Santa Comba Dão (a ligar com o ramal de Vizeu) passava por Arganil á Louzã, Ferreira do Zezere, Figueiró dos Vinhos, Tomar, Rio Maior, etc; e outra linha, também da via reduzida, seguindo da Louzã por Arganil a entroncar na linha da Beira Baixa junto da Covilhã ou Fundão.

Por este plano, a almejada linha de Coimbra Covilhã, ou fo^se o prolongamen-to da linha d'Arganil como compensação do afastamento de Coimbra da linha da Beira Alta, ficaria da via larga até á Louzã, já em construção, e d'alli por diante de via reduzida; isto é, os passageiros e mer-cadorias, que da Beira Baixa ou d'outras partes se derijissem a Coimbra pelas novas linhas, terão transbordo na Louzã!

A que interesses possa obdecer tál plano, não o sabemos, mas o que se não cumpreende é uma linha de via larga n'um pequeno precurso e precizamente no de menor importancia industrial para seguir de via reduzida n'um precurso muito maior e n'uma rejião cujo movi mento industrial e agrícola e importantís-simo.

Nem a via reduzida pode comportar o movimento de que é susceptível uma linha central e de penetração de Coimbra á Covilhã, atravessando as rejiõis mais industriais do pais.

A camara municipal da Covilhã con-vidou os suas conjeneres e as associaçõis comerciais, industriais e agrícolas com preendidas na Zona das projétadas linhas, a mandarem delegados seus a uma reu nião magna em Lisboa, afim de estudar a nova rêde e tomar deliberaçõis que armonizem os intereses de todos.

Para satisfazer a este convite, fôrão assistir a essa reunião como delegados d'Associação Comercial de Coimbra os srs. Cassiano Augusto Martins Ribeiro, e João Simõis da Fonseca Barata; mas como o plano aprezentado, não satisfás cabalmente os interesos de Coimbra, a estes senhores foram dadas as instruçõis que constam do documento seguinte:

Em nome da Associação Comercial de Coimbra, a sua Direção, confere aos

vos caminhos de ferro a construir para complemento da rêde ferro-viaria com-preendida entre o Mondego e o Tejo.

Aos seus delegados recomenda esta Associação, como condição indispensável aos interesses de Coimbra e de toda a rejião compreendida entre esta cidade e a Covilhã, uma linha de via larga que ligue essas duas cidades peia via mais curta, seguindo por Louzã e Arganil, e atravesse os outros pontos intermediários de maior movimento industrial, comer-cial e agrícola.

Todas as outras linhas de via reduzi-da serão tributarias desta linha central e de penetração; indispensável ao grande movimento de que no futuro e*ta linha é suscetivel; e nem se justifica uma linha de via larga até Arganil on Louzã, já em via de concíuzão, para deste ponto se-guir em via reduzida a ligar com a li-nha da Beira Baixa.

E' debaixo deste ponto de vista, que os delegados desta associação devem em nome dela aceitar quaisquer deliberaçõis que se tomem sobre o assunto ventilado.

Coimbra, 14 de abril de 1004. A Direção.

E' do teôr seguinte o enerjico convite para o comicio que se ade realizar em Vizeu no dia 17 do corrente.

Os abaixo assinados, membros das classe» Comercial, Industrial e Agrícola de Vizeu, convid 10, todo o distrito a to-mar parte n'u 1 comicio que deve reali-zar-se no proximo dia 17 do corrente pelas 2 óras da tarde, no teatro Viriato, a fim de protestar contra a marcha dos governos e vexatórias propostas da fazen-da, ultimamente aprezentadas ao parla--nento.

A's manifestações de protesto feitas em todo o país, sem caráter politico, dentro da ordem e da lei, não podia e não devia o comércio de Vizeu deixar de aderir e secundar esse movimento.

A orjia governativa é tradicional nos partidos de rotação traduzida sempre e inalteravelmente por agravamento de irn-, postos. E' este o lema dos nossos esta-distas ! ! . . . Medidas de fomento e proté-ção ao comércio, auxilio á agricultura, proteção ao operariado são projétos que não cabem no cerebro d'um estadista fundamentalmente inteligente I . . .

0 exercito, sem soldados, sem arma-mento, sem camas, sem nada emfim que o torne apto para um simples exercício, absorve-nos o melhor do nc sso sanguel . . .

As classes inátivas levão-nos o me-lhor de 1:500 contos!

A lejião dos esfomeados do sèlo é o azilo dos núlos e dos vadios I As embai-xadas, legaçõis e consulados são o refu-jio redentor dos qu% depauperárão as suas fortunas no luxo e na depravação! As repartiçõis publicas regorjitão de afi-lhados !

Na capital, séde dos altos poderes do estado, á amigos do povo que com acu-mulaçõis vi rias e avariados emprêgos fa-zem 10 e 12 contos de reis por ano!

A lei, a justiça, os tribunais, custão-, nos rios de dinhei ro! . . .

0 sufrágio popular é uma burla, no parlamento não á lejilimos reprezentan-tes do Povo, sendo este portanto o único meio que a lei fundamental da nação Por-tuguêza nos concede e garante para pro-testarmos contra todas as expoliaçõis. Anos são passados já sobre a morte do erudito escritor Oliveira Martins que dei .

3 RKZISTEXCIA — Quinla-feira, 14 de Abril de 1004

xou demonstrado nos seus livros, com estalisticas, que somos no mundo, em media por individuo, o pais que mais onerado está com impostos e coritribui-çõis!

E é, concidadãos, n'este estado, com estas revoltantes administraçõis que um governo nefasto nos pede e nos pretende obrigar a mais sacrifícios!.. . O sacrifí-cio é aceitavel quando se justifica e nós, ómens do trabalho, não o recuzaremos ao governo que demonstre a sua séria e onroza missão, quei promovendo leis de fomento, quer ili ninando abuzos graves, atualmcnte onerozissimos.

O festim dos governos é já antigo e de longos anos, não serão os partidos chamados de rotação que pelas suas tra-dições estão indicados para a moraliza-ção do que eles tanto teem desprezado e defraudado ca vi I óza m ente.

Este movimento de protesto, alheio de politica, alevantado e digno, dentro da lei e da ordem que tem ecoado d'um extremo a outro da nossa querida Patria, parece o resurjimento d'uma raça cheia de tradições gloriozissimas que á muito tempo jás n'uma apatia verdadeiramente criminóza. E' este o nosso dezideratum; é esta a nossa mais santa aspiração!!.. . Conseguil-o-emos?!... O comicio do dia 17 de abril de i9(H o d i r á ! . . .

Este convite é assinado por 72 dos primeiros comerciantes e industriais.

CRECHES Do relatorio de Contas da Asso

ciação das Créches de Coimbra, ano de 1902 a 1903, agora em distribui ção, publicamos as palávras do pro logo que indicão qual o estado do simpático instituto de beneficencia

Não o faremos porem sem as palavras de louvor que são de toda a justiça para as Ex.ma Snr.a D Mariana Porto Carreio da Camara D. Maria da Soledade Marques Ri-beiro e D. Olimpia da Cruz Téles que tem sempre velado carinhóza-mente pela prosperidade da créche e pelo bem estar das criancinhas albergadas, aumentando o valôr de jenerozidade das suas dádivas com a modéstia da verdadeira caridade

Transcrevemos gostózamente o relatório chamando para a proteção das crianças a atenção das nossas leitoras.

No proximo numero publicare-remos a relação das ofértas que tan-to onrão a caridade dos abitantes de Coimbra.

Pelas contas da jerencia do ano que findou em Julho de 15103, aqui prezentes para poderem ser examinadas com os res-pétivos documentos pelos socios que cons-tituem esta Assembléa, e sobre as quais á o parecer favoravel e até elogiôzo do Conselho Fiscal, o que muito agradece-mos, pode vêr-se qual a situação atual da Creche de Coimbra, qual á importância dos serviços que está prestando a esta Cidade

. e qual deverá ser o seu futuro, se a pro-téção do publico a não dezamparar.

A comparação dos fáctos mais impor-tantes d'esta jerencia com os da anterior móstrão um dezenvolvimento progressivo, mas lento, do caridôzo instituto, que bem merece um bafejo mais forte da fortuna para prosperar rapidamente e assegurar-se uma existencia desafogada e verdadei-ramente útil.

O primeiro fácto digno de menção é a diferença entre o saldo de contas do ano anterior e o d'este ano: o primeiro é de 2040955 réis, e o segundo foi de 1:5O5057(> réis. E' notável a diferença a a favor da ultima jerencia, e tão grande que por éla só se Imajinaria uma pros-peridade e exalsamento da instituição, que realmente não existe. A significação de prosperidade que tais números tradu-zem á primeira vista tem de ser atenuada com a nota de que essa diferença de saldo não provem de rendimento certo ou pro-vável, como o juro de fundos ou as quo-tas mensais dos socios, mas sim doproduto verdadeiramente extraordinário e sur-preendente em Coimbra, da kermesse que a Diréção realizou no mês de Junho, na alameda do Jardim Botânico.

Essa festa de caridade produziu efé-tivamente, em números redondos, impor-tanle quantia de 1:2000000 réis rezultado este que talvês nunca se tivesse verifica-do em Coimbra, em festas analogas. Con-correu sem duvida para isso o prestijio

dos nomes das senhor is que em.circular tivérão a gentileza de solicitar prendas para o bazar, a felis escolha do local da kermesse, que devemos á bondade do Sr. Dr. Julio Enriques, e a elegancia atraente das barracas, que devemos ao gosto e competencia decorativa d'este ilustre professor. Ás caritativas senhoras e ao sábio e bondôzo professor que tanto nos auxiliarão deixamos aqui consignado o nosso mais profundo reconhecimento.

As circunstancias acima referidas de-terminárão nessa ocazião um movimeto de simpatia a favor da creche revelado na abundancia e valôr das prendas com que foi enriquecido o bazar, e d'onde brotou a receita acima referida.

De novo prestamos aqui o preito do nosso mais subido reconhecimento a todas as pessoas generózas que assim proteje-rão e auxiliarão tão simpatica festa, de-vendo especialmente mencionar-se o no-me da Ex.ma S.a Marqueza de Pomares, solicita protétôra da nossa creche, que mais uma vês se salientou 11a generozi-dade com que proteje esta instituição nas-cente na sua terra natal.

Alem d'esta verba, ouve outras tam-bém de proveniência eventual menos im-portantes, como a de uma recita do sim-pático curso do 5.° ano teolojico jurídico, e a de uma noute de animaiografo, obze-quiózamente cedida a favòr da creche pelo generôzo emprezario.

Estes donativos constituem a parte mais importante da receita, porque as quotas dos socios protetóres apenas atin-girão a importancia de 3480^50 réis, ver-ba insufeiente para fazer face ás despêzas que subirão a 5130284 réis, e que devem ainda aumentar, qundo se poder ampliar o numero de crianças recolhidas.

E' igualmente digno de nota a diferen-ça de prezenças nos dois anos: no ano anterior ouve 1:799, n'este ano 3:4*5, isto é, 1:020 a mais. Considerando que que cada prezença reprezenta um dia li-vre de trabalho para as mais vé-se que é já notável o serviço prestado pela cre-che á sociedade de Coimbra.

A despeza media com cada criança foi de 1 r é i s , e a da alimentação, com-preendendo o sustento do pessoal, rejente e criadas, foi de 75 réis. No segundo se-mestre de 1901 a 1902 estas verbas fô-rão respétivamente de 119 réis e 52,8. Deveria esperar-se uma diminuição d ! despêza no ultimo ano, em vês de aumento atendendo a que o numero de prezenças augmentou, e a despêza para cada uma é tanto menor qunto maior é esse numero. Deve se, porém, observar, pelo que res peita á totalidade das despêzas, que a nova instalação da creche na amiga enfermaria do Ospicio trouxe despêzas extraordina rias de canalização d'agua e de gás, de compra de utensílios e roupas, etc. Em quanto á verba de alimentação, só se pôde explicar o seu augmento, por esta ter melhorado, como convinha, desde que o cofre da creche podésse com esse encargo.

Feita esta sucinta expozição dos fatos mais importantes da jerencia finda, a

Cii i i s l i sho d e f e r r o t le A r g a s i l

A Rezistencia publica ôje sobre este assunto uma carta do amigo e corriliona no sr. Francisco Yiláça da Fonseca agradecendo penhorados o ter nos onrado com a sua colaboração valióza e expori tanea na discussão do traçado que é da maior urjencia vêr decidido a favòr dos interésses de Coimbra.

Renovando os seus agradecimentos pela penhorante amabilidade do sr. Vi-laça a Rezistencia põi as suas colunas ao dispor de quem queira onra-la com a sin-ceridade das suas opiniõis.

S i a n tf e s t a ç ã o

O Grupo Esperança dos XX celebra-rá no dia primeiro de Maio urna sessão soléne em onra do sr. dr. Bernardino Machado, que terá provavelmente logar na Associação dos Artistas.

A sessão realizar-se á provavelmente sob a prezidencia do sr.-conselheiro Au-gusto Fuschini.

Caminho de Ferra ftpil Ex.mo Snr. Redátor.

Diréção agradece a todos os bemfeitores o auxilio dispensado em proveito das crian-ças aziladas, e espera ainda para o futu-ro maior solicitude no engrandecimento do caritativo instuto, cuja administração lhe incumbe por mais um biénio, pela amavel impozição da Assembléa jeral.

Terminamos finalmente este pequeno relatorio cumprindo o dolorôzo dever de deixar aqui consignado o voto do mais profundo sentimento pela morte do nosso querido consocio e colega nos corpos je-rentes da creche, o Sr. José Augusto Corrêa de Brito, 2.° secretario da méza da Assembléa geral.

«O P o v o d e Q u i m a r â e s »

Transcrevemos ôje deste nosso cole-ga em artigo editorial a bela biografia com que abre o numero dedicado ao nos-so correligionário e amigo dr. Afonso Costa.

O trabalho de França Borjes onra por egual a Afonso Costa e ao corajôzo diré-tor do Mundo-, porque foi sempre a ad-miração a grande reveladôra dos cara-óres.

Fazendo tão comovidamente o elojio do coracão e do caráter do dr. Afonso Costa, França Borjes pôs bem a desco-jerto o proprio caráter e coração.

Ambos têm a força da mesma crença, mesma audacia, a mesma tenacidade

no trabalho, a mesma dedicação, o mes-mo sacrifico constante pela cauza que defendem.

Deve ser grato a Afonso Costa ver-se tão bem compreendido e estimado por quem, como França Borjes, teve na vida militante do seu partido ocazião de o apreciar de bem perto.

A Rezistencia envolve os seus dois correlijionarios no mesmo abraço de amigo.

plano menos,

por

A carta, inserta na Rezistencia ultima, de 10 do corrente, a propózito deste cami:iho de ferro, e a circunstancia do seu conceituado jornal abrir a questão sobre a melhor dirétris para ligar esta linha com a cidade, animão-me a vir também emitir a minha opinião umilde sim, mas sincera e convicta.

Como em jeral todos os melhoramen-tos para Coimbra nascem tortos, o mesmo tem acontecido com os caminhos de ferro. O primeiro aleijão veio da linha do Norte passar a dois quilómetros de Coimbra ; o segundo ainda maior, proveio do entroncamento da Beira Alta ficar na Pampilhóza. Com tais abortos, não admira que o resto saia também aleijado.

É o que acontece com o caminho de ferro d'Arganil. Se a linha do norte tem seguido a directris que convinha a esta cidade, aproximando-se, e a ponte que vemos junto do Choupal estivesse pouco mais ou menos ali pela Guarda Iugléza, ou mais acima ainda com uma estação urbana, ampla, ali pelos sitios compre-endidos entre a estação nova e a insua de S. Domingos, lerião desaparecido todas as controvérsias a que tem dado causa a directris da linha d'Arganil. Esta linha poderia ter vindo então pela mar-jem esquerda do Mondego, servindo-se na passagem d'este rio da mesma por.te da linha do Norte, evitando a construcção da disprndióza na ponte da Portéla, e dezaparecendo o perigo das faúlhas estragarem os vestidos das senhoras e os chapéus altos e sobrecazacas dos cava-lheiros. Teria sido ouro sobre azul.

Mas como pensar ôje n'este seria uma utopia, convém, ao afastar vários perigos.

Deve pois a linha d'Argani! vir Coselhas ? Nunca !

Deve passar pelo cais? E' a única via que tem a seguir. Porquê? perguntará o leitor. Porque não dezejo ver uma segunda

edição da Pampilhóza. A linha d'Arganil, vindo por Coselhas,

tem naturalmente indicado o seu trajéto a ligar com a estação velha. E ficar o seu entroncamento ali ou na Pampilhóza, seria a mesma coiza. Pensar que éla, vindo por Coselhas se dirijise a Coimbra paralélamente á linha do ramál, é admitir um contrasenso.

Portanto, aos interesses de Coimbra, e para que se não diga que éla própria aparta os melhoramentos de si, a linha deve seguir pelo cais.

Vêm prejudicár o paseio publico? Como? Então o paseio não é sufliciente-mente largo para que todos ali caibão á vontáde? Eu creio até que os habitues, d'aquele paseio hão de gostar, e mais tar-de lodos pressuózos ão de ir gozar a passagem dos comboios.

Dizer se que vem estragar o melhor passeio de Coimbra, e pretender-se com éssa estulta alegação'afastal-opara a estação velha com manifesto prejuizo dos interé-ses da cidade, unicamente para dar satis-fação aos passeiantes, é que não pode nem deve admitir-se. Os interésses d'uma ci-dade não podem estár sujeitos aos capri-chos ou pretendidas comodidádes dos que passeiam

Nas grandes capitais, os comboios atravessam pasajem de muito maior movi-mento do que o do Cais; em Lisboa os elétricos cruzão constantemente os pon-tos de maior movimento, sem protéstos de ninguém; mas em Coimbra é precizo entreter a curiozidade publica com algu-ma coisa util e fazer opinião.

Só uma coisa pedimos: E' que o tra-jéto da linha pelo cais seja feito em con-diçõis da maior segurança publica e do menor estorvo ao movimento de carros e peões. Não vemos necesidade que a li-nha corra encostada ao paseio arborisado. nem éra essa a derétris já estudada e superiormente aprováda. Neste sentido é que devçm empenhar-se as entidades a quem coinpéte olhár por táis assúntos.

Desculpe-me, senhor redátor, o espaço que lhe tornei, e como pósso bem assumir a responsabilidade da minha opinião per-mita-me que me asíne.

De V. Ex.a

mt.° att.° e ob.° Francisco Viláça da Fonseca.

I S o m b e l r o s V o l u n t á r i o s

Passou com as festas, que anunciá-mos já, o decimo quinto aniversário da fundação da Associação dos Bombeiros Voluntários de Coimbra.

Parabéns.

P e n i t e n c i á r i a

C o n g r e s s o

Continúão com grande atividade os preparativos para o congresso que tem de realizar-se na próxima semana em Coimbra.

O numero de congressistas excedeu toda a espétativa dos membros da comis-são.

Para a expozição de ijiene, que terá logar no primeiro andar do Instituto, têm chegado- gráficos, aparelhos, estampas, fotografias e livros, que dizem respeito á luta empreendida modernamente em Por-tugal e 110 extranjeiro contra a lubercu-lóze.

E' importante a coléção exposta pelo núcleo de Viana.

Oje devem chegar as reméssas do núcleo de Lisboa, da Assistência aos tu-berculózos, esperando se áinanhã os do Porto.

A instalação começará impreterivel-mente domingo.

As sálas do Instituto, onde ouve que proceder a obras urjentes, ficão ôje ao dispor da Comissão.

Está-se procedendo á reparação e pin-tura externa do edifício, que á muito era eelamada.

No próximo numero f,daremos mais detidamente do congressso.cujo progra-ma não poderá ficar completamente "de-terminado em todos os seus detalhes an-es de domingo.

A Rezistencia dedicará o numero do dia 24 excluzivamente ao congrésso.

R o m a r i a

Tudo vai decaindo de ano para ano. Desta vês quem dejenerou Ibi a ro-

maria da Senhora dos Milagres, que to-dos os anos ficava assinalada por dezas-tres ou dezordens.

Este ano tudo correu com a maior moderação, e a Senlrôra dos Milagres passou com a seriedade pacata das fes-tas da Bainha Santa.

Falta de mosca; que calôr ouve bas-t an te . . .

A diréção das obras publicas foi au-torizada a gastar 1:01'00000 réis na ve-dação exterior e em obras interiores por conta do orçamento de 10:0:70000 réis.

A cozinha e anexos vão ser finalmen-te concluídos para o que foi autorizada a quantia de 40^0000.

Estas obras érão de necessidade ur-jente; pois que a instalação dos prêzos fóra feita muito precipitadameuteesó milagres de boa administração tem conseguido que se póssão manter as oficinas, que por dever umanitário se deverião dezenvolver rodearido-as de todos os cuidados ijieni-cos por fórma a tornar a saúde dos prê-zos compatível com o rejimen celular.

E l - R e i D . M i g u e l

A livraria editora Guimarãis & C.a de Lisboa acaba de lançar no mercado um romance istorico de Faustino da Fonseca, com o titulo acima, que sem duvida se destina a um sucesso.

El-Rei D. Miguel é um livro para libe-rais e miguelistas. Para aqueles porque encontrarão nas suas paginas uma lição, um incitamento para amarem a liberdade e o progresso que tanto sangue custou aos seus antepassados, e para os parti-dários de D. Miguel porque terão reuni-dos numa obra interessantissima, todos os documentos da existencia do seu príncipe, todos os seus retrátos, os dos seus antepassados e dos seus descedentes, de companheiros da luta, das mulheres que amou, todas as visitas dos palacios portuguêzes em que residiu.

El-Rei D. Miguel é o assunto de maior sensação da istória porluguêsa, o mais comovente, o mais arrebatador, o que cauza mais funda impressão porque o leitor tem sempre a certeza tle que não é iludido por nenhum imajinôzo artificio.

El Rei D. Miguel será a reconstituição de um extraordinário período cuja istória, tem sido sempre adulterada, incompre-endida e falsificada e constituirá, na lição da verdade, um alto assunto de civismo em que as naçõis aprenderão como se afirmão direitos e se conquistão liber-dades.

A publicação é feita aos fascículos semanais de 16 paginas, em bélo formato, por 40 réis e tomos de 80 paginas, muito ilustradas, por 200 réis, devendo os pedidos de assignaturas sêr feitos á Livraria editora — Rua de S. Roque 108 — Lisboa. Adiante publicamos o annun-cio d'este sensacional romance.

P U f S I C A Ç à E S

Léon Tolstoi. — A FELICIDADE CONJUGAL, tradusido por Joaquim Leitão. — 1 volume 600 réis.

Tolstoi, que depois da Ressurreição, tomou no coração umano o logar dos santos, jamais escreveu pajina que não perfumasse com o seu integro caráter morai e intelétual de escritor evanjelista.

A F c E i e i d a d e C o n j u g a l , não obstante ser uma das suas primeiras obras, trás já a elevação rigoróza que aparece mais tarde agravada e ensaguen-tada na áção dramatica da Sonata d Kreutzer.

Mas além d'isto, a F e l i c i d a d e C o n j u g a l tem ainda o sensacional va-lor de ser até certo ponto uma autobio-grafia. Tolstoi descreve aí um sentimento muito vivo por Sofia Andrévina Bers, fi-lha de um medico de Mouscou. Tolstoi tini a então trinta anos e Sofia apenas dezesete. 0 grande evanjelizador julgava essa diferença de idades muito grande e, apezar d'esse sentimento ser partilhado, reputava o cazamento uma infelicidade, prevendo d priori que Sofia Sais cedo ou tarde viria a apaixonar-6e por um rapás que não tivesse ainda vivido, como éle.

Com êsse drama todo intimo teceu êle a áção da F e l i c i d a d e C o n j u -g a i , titulo que Ttilstoi atira com a iro-nia de um dezespero. Basta saber que Tolstoi vem em 18Gá a despozar Sofia Andrévina, a eruína d'este romance, para se presentir o que soja lida uma d'essas pajinas da F e l i c i d a d e C o n j u g a l , culo enredo é tecido com o amor, isto é, o proprio sangue, a própria alma afétiva é abnegada de Tolstoi.

Páolo Mantegasza. — CARATÊRES UMANOS. — (No prélo). — Vertido dire-lamente do italiano com autorisação ex-pressa do autor.

so-no

Para se bater com as obras que, bre os caratéres umanos, deixarão regaço da gloria universal, Perez, Fouií-lé, Teofrasto e La Bruyère, tornava-se fnrçôzo que á audácia o escritor juntasse o complexo material que a observação moderna requer, sobretudo observação tão subtil como é esta da alma umana, n'este século de civilizações complicadas que refinarão a ipocrizia e exagerárão as doenças.

Esse escritir só a Iíalia o podia dar, a Italía cujo segredo de analize e o jenio da psicolojia parece ser a transformação sobre vivente dos ataques elegantes que a espada italiana feria nas sombras do século YVII.

E esse escritor só podia ser Páolo Mantegazza cujo estilo parece trabalhado com a destreza de um florete que lavras-se, embebido em essencias, galanterias na teia flexil de um espuma.

E' com a mesma pena que escreveu o Problema do cazamento, a Fiziologia da mulher, o Amor dos ómens e a Ijiene do amor, que Mantegazza nos ofereceu o seu estudo dos C a r a t é r e s U m a n o s .

Ninguém tem, como éle, ao seu ser-viço, os mais superiores dotes de obser-vador e um método experimental com que vem ilustrando a ciência e a litera-tura italianas, o que fás com que quem lèr os C a r a t é r e s U m a n o s fique abi-litado a descobrir todos os alçapões te-nebrozos da alma umana.

REZI&TENC1A — Qulnta-feira, 14 de Abril de ÍOOI 3

Carris de Ferro de Coimbra ORARIO PROVIZÓRIO

Desde 24 até 31 de março de 1904

Carreiras entre o largo das Ameias e a rua Infante D, Augusto

P a r t i d a s

Do largo das Ameias DarualnfanteD, Augusto

8h,30m manhã 8h manhã 9 ,30 » 10 i

10 ,'.50 1> 11 D

11 ,39 I 12 » 12,30 tarde 1 tarde

1,30 » 2 » 2,30 » 3 » 3 ,30 D 4 » 4 ,30 > 5 »

' 5 ,30 í t> » 6,;Í0 » 7 t

7,30 » 8 noite 8 ,30 noite 9 » 9 ,30 » 10 »

Carreiras entre o largo das Ameias e a estação B dos saminhos de ferro

Partidas

Do largo das Ameias

gh m manhã 8 ,10 » 2 , 3 0 tarde 3 ,36 » 4 ,35 » 5 ,37 » 6 ,25 » 6 ,40 » 8 ,10 noite

12,15 » 3 ,10 madrug.

Da estação

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Todo o serviço que fôr feilo alem do indicado neste orario ó considerado ex-traordinário.

T a t o é l a d o p r e ç o s

Largo das Ameias ou Caza do Sal á Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis

Largo de D. Carlos ou Gazómetro á Rua do Infante D. Augusto — 40 réis,

Largo das Ameias, Caza do Sal ou Rua Infante D. Augusto ao Mercado — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazomet.ro ao Largo de D. Luís — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazómetro ao Mercado — 20 réis.

Estação B dos caminhos de ferro ao Largo das Ameias ou Mercado — 50 réis.

Estação B dos caminhis de ferrò á rua Infante D. Augusto — 80 réis.

Estação B dos caminhos ('e ferro á Caza do Sal — 20 réis.

A assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos preços anuais de réis 1$200; e 9$000 réis para os menores de 14 anos e creados, sendo estes últimos de logares na plantaforma dos carros.

C ò r o s d o s f a r ó i s

Verde, indica a Alta. Vermélha, estação B. Branca, Caza do Sal. Amarelo escuro, reservado.

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R E V I S T A Q U I N Z E N A L I L U S T R A D A DE

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura e atualidades.

Publicação feita sob o auspicio de S. Majestade a rainha D. Amélia,

Diretor — A. de Souza (Guy de Preles).

Redátores das sécções: Moda e vida Mundana Parisiense, bordados e todos os trabalhos concernentes ao belo sexo: Mesdemoíselles Amélia de Souza e Hàrmi-nia Souza,

Redátora e correspondente em Portu-gal: D. Olga de Morais Sarmento.

Redáção e administração: 30 bis, Rua Jíregero, Paris.

ize

Antonio Mendes da Lús, proprietário da Pensão Montanha, por êle criada no ano findo, no Obsertario da serra d'Es-trèla, acaba de associar-se a Manoel Mendes Pimentel, com o íim de intro-duzirem importantes melhoramentos na -quela caza e construírem jnncto uma outra a qual deve ficar coneluida em junho proximo. Fica assim a Serra da Estrela dotada com a creacão de um importante melhoramento e com o melhor prédio ali existente, quer em capacidade, conforto e asseio, e em condiçõis de receber os doentes que necessitem da da cura pela altitude.

Tanto a alimentação, como a cura n'aqnéla cáza de saúde, é feita com todas as regras da Ijiene, e segundo o rejimen suisso, debaixo da direção clinica de um distinto medico portuguez, com pratica de Davos-Platz.

A caza é a mais bem situada da serra, abrigada pelo nórte e esposta ao sul; tem uma magnifica varanda de cura, e pinta uma bela estrada sem acésso, onde os doentes nas óras prescritas pelo me-dico, podem passear sem necessidade de subir e de se fatigarem.

A caza primitiva abre já em maio; e da estação de Gouveia vae carro até á porta da Pensão.

Com as obras que estão préstes a réalizar-se á na Pensão Montanha como-didades para trinta doentes.

A situação do edifício, a í :550 metros acima do nivel do mar, domina a povoa-ção de Manteigas, e é das mais pitorescas da formóza serra.

A modicidade dos preços, a sua si-tuação excécional, a comodidade das via-jens, os socorros médicos dentro do edifí-cio, a direção superior dos cuidados ijie-nicos tórnão a Pensão Montanha um esta-belecimento excécional na Serra da Estrêla, sendo tão necessário era promo-ver as edificaçõis, rodeando-as de todos os miniciózos cuidadps que exije a luta contra tuberculóze.

EL-REI D MIGUEL Grandiôzo romance istorico

POR

FAUSTINO DA FONSECA

Béla edição em formato elegante, ilus-trada com muitos retratos, vistas, qua-dros celebres ete. ete.

Alguns títulos dos epizodios de que sè compõe este romance Revolta absolutista de 1823 conhecida

por Vila Francada: entrada do rei em Lisboa, puchado por fidalgos e oficiais do exercito ; intrigas da rainha e seu viver dissoluto-, abolição da constituição e per-seguição aos constitucionais; tentativa de desenterrar e queimar o cadaver de Fer-nandes Thomaz ; exilio de Almeida Garret; assassínio do Marquez de Loulé; D. João VI preso por 1). Miguel; perseguiçõis e prisões effetuadas pessoalmente por D. Miguel; façanhas dos seus Íntimos; exilio do infante por ordem de seu pai; suas dezordens em Paris; conflito por causa, de uma capelista; morte do seu cão de fila, morte de D. João VI, suspeita de envenenamento; D. Miguel jura a carta, despôza-se com D. Maria II e volta a Portugal onde confirma o seu juramento ; manifestaçõis absolutistas conhecidas por 0 Rei chegou; violências dos caceteiros contra os liberais; execução dos lentes de Coimbra em Condeixa, pelos estudan-tes filiados n'uma associação secreta; revolução constitucional do Porto em 18 de maio de 1828, contra o restabeleci-mento do absolutismo; combates entre absolutistas e liberais, o Terror, alçadas, devassas e forcas; exilio de Alexandre Herculano; conquista An Ilha, da Madeira, junta liberal na Ilha Terceira; revoltas liberais em Lisboa sufocadas; conquista das Ilhas de S. Miguel, S. Jorge, Graciosa, Pico, Flores e Corvo pelos liberais reuni-dos na ilha Terceira ; dezembarque dos libertadores no Mindello e entrada no Porto; Cerco do Porto, pelas tropas miguelistas; expedição dos liberais no Algarve e entrada cm Lisboa em 24 de julho de 18S3; morticínio dos presos liberais em Extremos; generalização da guerra civil; derrota final dos absolutis-tas na batalha da Asseiceira ; convenção de Évora Monte; abolição das ordens religiosas; saida de D. Miguel para o exilio.

1 ni fiiNcicnlo s e m a n a l d e 16 pa t t . -IO r s . I T O I U O t ! e § 0 pag, -IMO rs.

Recebem-se assinaturas da Livraria editora GUIMARÃES á C.a

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Semestre, LO números com 9','0 gra-vuras em preto e coloridas; 2G moldes cortados, tamanho natural, 2ó números com 550 gravuras de bordados, 2$500 réis."

Trimestre, ÉH números com -*50 gra-vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 260 gravuras do bordados, 1$300 réis.

Cada número da Moda Illustrada é acompanhado dum numero do Petil Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os generos, roupas do corpo,t de mesa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra se na Moda Illustrada, a tradução em por-tuguês daquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias do reino e na do editor - - Antiga Casa Ber-trand — Jozé Bastos, rua Garrett, 73 e 5, Lisboa.

A ambição dum rei por Eduardo de Noronha

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derneta semanal de 16 paginas, 40 réis. Tomo mensal, 200 réis.

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BRINDE A TODOS OS ASSIGNANTES, acceitando-se pedidos de qualquer numero de cadernetas e tomos.

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AVIZO AO PUBLICO APEADEIRO DE LIMEDE-CADIMA

Desde 2o d'Abril corrente, fica aberto a todo o serviço de grande e pequena velocidade, o apeadeiro de Limede, que passará a ter a denominação supra indicada.

Os preços aplicaveis aos transportes das remessas são os resultantes das estaçõis imediatas ( ARAZEDE e CAN-TANHEDE ), no sentido ascendente ou descendente.

O prezenfe avizo anula e substitue o de 15 de Maio de 1894, e modifLa na parte respectiva, o capitulo III da Instru-ção n.° 17 de 1898.

Lisboa, 6 d'Abril de 190i. O Enjenheiro Director da Companhia

Marquez de Gouvéa.

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R o c e s d e f r u c t a de todas as qualidades, de que é costume iabricar-se, tanto em sêcco, como cristalizados, rivalizar com os extranjeiros.

P a s í e i a r i a em todos os jéneros e qualidades, o que á de mais fino e sabo- j rozo, especializando os de folhado.

Fabricão-se com finos recheios e ovos em fio, peças grandes de primoroza : fantazia, denominadas Centros de mêza, Castelos, Jariõcs, Liras, Floreiras, Lam-preias, etc., etc., próprias para banquetes.

P f f l d i n g S J e l a d o s , de leite, deliciosos, laranja, chá café e de frutas di-versas, vistozamente enfeitados.

P ã o d e lO pelo sistema de Margaride, já bem conhecido nésta cidade, cuja superioridade é confirmada pelo largo consumo que tem.

Especialidade em vinhps generozos do Porto e Madeira, Moscatel, Colares, Champagne, Cognacs, Licores finos, etc. das melhores marcas nacionais e extran-j eiras.

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dos assucares com que são fabricadas. C o n s e r v a s nacionais e extranjeiras, chás verdes e pretos, passas, bombons

de chocolate, Drops, queijo Flamengo, Gruyére, Prato, Roquefort e outros. Jeleia de mão de vaca.

R e p o s i í o dos produtos da sua fabrica de bolachas e biscoitos na Couraça j de Lisboa, 32.

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em 1882. com diploma de mérito; medalha de cobre 11a Exposição Districtal de Coimbra, de 1884

s e , I t u a d e J o ã o C a b r e i r a , 3 1 — C O I M B R A

Esta fabrica a mais acreditada em Coimbra, em construcção e solidez de te-lhões, manilhas para encanar agua, siphões pera retretes, vasos para jardins e pla-tibandas, balaustres, tijolo para ladrilhos de fornos, tijolos grossos para construcções e para chaminés, tachos para cosinha á imitação dos de Lisboa, etc.

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primem os jornaes: O Ensino, Resistencia, Correio do Vouga, Justiça, A Razão e O Por-tugal Chanffeur, — encarrega-se de executar todos os trabalhos typographicos, por mais difficeis e delicados que sejam. Ha material para a impressão de bordados e desenhos.

B I I i Z X X I T S S 3DDE3 V I S I T A

J l r c o ( T J U m e d i n a , n.° 10 — c o i m b r ã — flreo ( T H f m e d i n a , n .° 6, 2.°

II

m im ê

PUBLICASSE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS Editor

MANUEL D'OLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração = Ru a,.Ferreira B o r g e s

Typ. Demoeratica

ARCO DÊ ALKIBDIJM A, IO

N." 895

2

A monarquia é uma criminosa rein-cidente. Mil vêzes tem extorquido di-nheiro ao Pais e mil vêzes tem feito pro-testo de moralidade, e vida nova. Mas a moralidade para éla só existe em pa'a-vros e, mesmo em palavras apenas no momento em que faz exigencias. E' uma fórma de falsa coonestaçãoretórica, que

procura lejitimar extorsão tributária e em que ninguemacredita já.

Este governo cairá e outro se lhe áde seguir. Isto é lojico e isto é do repor-tório, que, de â muito, regula, pelas fa-ses da lua, a rotação dós partidos. O governo, que vai cair, não conseguiu o dinheiro que queria; mas,:'a desforral-o e com juros, fará o 'governo que à-de subir exijencias ainda maiores. Novos comícios, talvez, alarmarão, em brados, metódicos á força de£repetidos, a cous-ciencia nacional, novos protestos surgi^ rão com grandes e sonoras palavras, mas o dinheiro tem de aparecer e, aindâ que tirado com violência, como se faz nas estradas, o contribuinte à-de ficar sem elle.

A situação, portanto, agrava-se. Portugal vai-se tornando inabitavtjl

para outros que não sejam a clientelh . constitucional, que tudo devora, e, se

isto não ouvesse de ter um termo, ò que as classes trabalhadoras tniham a fazef-de melhor era emigrar, deixando o Pais entregue ás maxilas monarquicas.

Mas é claro que tal; não acontecerá, por que a Nação não está ainda reduzida à situaçãa de uma trelá de cães, obe-decendo ao pingalim do primeiro farçante.

Ela tem ainda esperança de fazer uma Pátria nova e ainda acredita num fu-turo de liberdade. A'-de luctar, portanto, e, mais ôje ou mais amanhã, é certo que ha-de vencer.

Mas é preciso que isso não seja tarde de mais. Para rejenerar o Pais, é pre ciso não deixar chegar o momento epi que a rejenera,ção seja impossível por não aver jà que rejenerar.

Ora o partido republicano não tem só por missão fazer a Republica, tem também por obrigação fazei a o mais de-pressa posíveí. E hôs, os que um dia Ian çàmos, em desafio á monarquia, uma pa-lavra de rebelião, só nos podemos per-mitir descansar da luta lutando cada vez mais. O nosso repouso só pôde ser a refrega.

Estamos como se fôssemos a subir uma alta e escarpada montanha. Vamos quasi no cimo, refolegandó do esforço de uma ascensão dolorosa, e é o proprio mo-vimento que nos aguenta em equilíbrio. Um impulso mais e estaremos no alto. Mas, se pararmos, é certo que tombare-mos, e, rolando pela encosta, de tal forma nos havemos de amachucar, que jámais nos tornaremos a erguer.

O País está cada vês mais republica-no. No echo que os jornaes téem trazido dos últimos comicios, sente-se todo o brado vingador de uma raça. Os nossos tribunos atingiram êse estado de vibração especial em que a voz, soltando-se-lhes da laringe, sài, em verdade, do peito do Pôvo anoni, pio e sofredor. Nos lábios de alguns, so-bretudo, como em crateras, trepida toda a lava da indignação popular. Á uma atmosféra de revolta. Não se cheira o fumo da polvora, mas próga-se insurreição, e

os espíritos, penetrando-se mutuamente, estabelecem essa solidariedade que a Is-tória apenas regista nas vesperas dos protestos definitivos.

- O Ror-ento é, na verdade, decisivo. Tudo isto será bello, se tiver adeante de si alguma coisa de grande. Tudo isto será mesquinho, reles, caricato, se se esvair como fumo. No ponto onde nos encontrá-mos, vae aquilatar-se da coragem da nossa alma e da firmeza das nossas pernas. Se avançarmos, caminharemos para um gran-de acontecimento. Se pararmos, escorre-garemos para um grande fiasco.

Então não deixemos perder tanta ener-gia que anda esparsa, Concentremos to-dos os elementos, dos maiores aos mais insignificantes, coordenemos, discipline-mos, orgáriisemos. O contrario será atrai-çoar tudo: desde a nova fé que o Pôvo nos dá, até ás velhas ideias que nós lhe pregámos. Nos:ómens que dirijemos par-tidos revolucionários, a fraquêza é já uma traição. O Pôvo os elevou, os aplaudiu; o Pôvo lhes exije, em recompensa, — e não exije muito, — estimulo, incitação, direção. A alma dos apírdores, dos-tri-bunos, dos chefes, são acumuladores onde os protestos surdos do Pôvo se multipli-cam de energia e de audacia, para de-pois no complemento de um circulo fatal, irem despertar, no espirito popular, có-leras invencíveis e definitivas.

Não esqueçamos isso nós todos, gran-des ou pequenos, c& que uni;] ve? jurá-mos fidelidade ao Pôvo Soberano!

mier baíeati, Elegante o sr. Alpoim;! Dma elegância tri-s^

como se dís lá por caza. Obéso, sem fo rmas . . . A elegancia dum lutador de feira

jájSónêz.:, n - ijlfrWirt^i h*

i n t o u i o «Jozé d ' A l m e i d a .

O BOM TOM Escreve o Novidades com a seriedade

mánhóza, a que em Traz-os-montes se chama espirito:

«Contra a jeral espétativa foi interessan-te a sessão de ôje na câmara dos deputa-dos, e por isso d'éla fazemos mais dezen-volvida crónica, quê'os leitores adiante encontrarão. Não ouve tumultos, nem se dérão nenhuns acontecimentos, sensa-cionais — passe o palavrão — mas tro-cárão-se entre os srs. presidente do conse-lho e Jozé Maria de Alpoim explicaçõis que merecem rejisto, pela elevação com que fôrão proferidas, quando não pela sua substancia própria. De certa maneirareedi-tou o sr. Alpoim, aliás com o brilho ini-mitável da sua palavra, o que ontem as Novidades escrevêrão do partido progres-sista, respondendo-lhe o sr. Intze Ribeiro no mesmo tom, com respeito ás suas responsabilidades de governante.»

Todo o grifado é nosso, e disso pedi-mos vénia ao muito lido coléga.

Pelo visto quem aponta agora é o No-vidades.

Continua o mesmo tom de padre-mes-tre:

«O têma especial da conversação, como é natural, foi-a pergunta da minoria so-bre se o governo tencionava ou não fechar as camaras no dia K>. K isso, é evidente, se dispensou o sr. Intze de responder, tornando o funcionamento, mais ou me-nos largo da camara, dependente da ati-tude da opozição. A resposta negativa seria compromisso gratuito; a afirmativa, pelo contrario, injustificável assomo. Manteve-se o chefe do governo na pozição do- fiel equilibrado, e por sua parte, o sr. Alpoim, na do analysta consciencioso.*

E termina:

«A sessão decorreu serena, o que não é para admirar estando a arena occupada por tão elegantes gladiadores.»

O PROTESTO A campanha <kr protesto contra as

propostas de fazenda não esmoreceu com a quéda do sr. Teixeira de Souza. O pais continua a reclamar moralidade na administração, afirmando o seu propózito de não contribuir com mais um ceitil para os desbaratas governativos.

A atitude é lójica. Seria pueril q triste que a quéda dum ministro fôsse satisfação bastante para a opinião, e que ao ser içado ás culminancias do poder o sr. Pequito se ensarilhassem armas, sdcé-gadamente, como se o perigo estivéraj dominado.

Pozitivamente o momento não é para patuscadas. E, a ter tal desfecho, ou-tra couza não seria mais que uma ruidóza patuscada a campanha do comércio. Oje realizâo-sé em vários pontos do paií novos comicios. Nessas assemblêias q rejimen será mais uma vês julgado e condenado, porque serão julgados e conde-nados os governos que, vivendo exclusiva-mente da sua força, tem num largo periodo explorado o poder em detrimento dos lejitimos interesses da naç.ão.mais Por-que esta concluzão têm forçózamente dé inferir-se das mapifestaçõis realizadas: que a monarquia ê que tem levado d pais á situação de. ignominia e de ruína que tanto se stigmatiza. * *. *

Ninguém pode séria mente contesta -lo. E apelar para novas exprjencias é cumpli-citar para que o pais continue a sofrer as consequências duma politica de corrú-tos.

Protesto verdadeiramente, sincera-mente nacional tem de dirijir-se a este desideralum — derrubar a monarquia; porque nacional quer dizer da nação, e a nação não pôde fazer nada de maissèu, nada que mais lhe aproveite e interésse, do que reconquistar a sua soberania uzurpada e substituir aos governos es-poliadores das oligarquias o governo di-réto de si própria.

E protesto verdadeiramente, sincera-mente nacional só o partido republicano pôde promovel-o, porque só êleestá izento de resp msabilidádes nesse passado odiôzo que tanto se condena.

Que o pais seconvença e não se preste a ser comparsa tristemente ridí-culo em novas comedias de salvação.

negócios públicos têm Testado verdadeiras quadrilhas ladrõis e dispendem-se -em outras revelaçõis e anúncios pavorózos.

Concordão, pois, todos em condenar esse passado, de crimes e irrfamias.

E não á pory&ifura responsabilidades que apurar ao rejimen?

Sem duvida. Logicamente: todo opro-, testo tem que atingil-o. Julgar e conde-nar esse passado, o mesmo, é que julgar e condçnar irremisívelmente a monar-quia.

Querem novas experiencias, novas comédias, novos sacrifícios ?

E' toleima, è covardia. Sfejão lojicos e gritem: abaixo o reji-

men !

Não esquecemos nunca que em óra como esta dê perigos e incertezas, um ómem extraordinário pelo seu caráter, pelo seu saber e pelo seu intenso patriotismo, cujo nome brilhou sempre, como um grande sói, imaculado e rútilo, acima de todas as paixões, lançou ao rejimen um repto cheio de abnegarão e leal-dade, nestas grandes e decizivas palavras: Se a monarquia pôde salvar o pais, que o salve I

E como respondeu a monarquia a esse répto tão nobre,' que era ao mesmò tempo um amargurado apêlo em que ia toda a alma eroica de José Falcão?

Estamos vendo: a situação do pais crescentemente agravada, as mesmas práticas de administração, a mesma politica de aventureiros, emfim a mesma infamia.

Segundo o parecer insuspeito dos seus mais autorizados partidários a poli-tica do regimen tem continuado a ser uma encarniçada pillsagem.

O pais está a saque I —'gritam os progressistas.

E logo os rejeneradores acodem a re-plicar : Não pôde estar a saque um pais que já foi roubado I O sr. Dias Ferreira e outros monárquicos e ferros velhos políticos depõem que à frente dos

C o m i c i o s

Partirão ôje para Vizeu os nossos amigos e correligionários srs. Cassiano Martins Ribeiro, Francisco Vilaça da Fon seca, João Simõis da Fonseca Rarata e Manuel Téles, que fôrão representar o comércio de Coimbra no comício que ôje se deve realizar na quela cidade.

Em Vizeu vai uma animação desuzada unindo-se todas as classes no mesmo mo-vimento de.protesto.

Para o çomicio da Guarda deve partir no comboio da madrugada de ámanhã o sr. dr. Teixeira de Carvalho, que foi con-vidado pela comissão organizadora para se inscrever.como orador no comicio que deve ter logar amanhã naquela cidade.

O comércio de Coimbra far-se-4 repre-zentar neste comicio pela mesma comissão qtie fui a Vizeu e que deve partir para a Guarda depois do comicio realizado na quéla cidade.

T R A N S C R I Ç Ã O

Ao rtôsso presado collega A Voz Pu-blica pedimos vénia para transei ever o artigo que ôje dâmos em editorial, fir-mado pelo nome respeitado e querido do dr. Antonio José d'Almeida.

Grandes, nobres palavras, vibrantes de entusiasmo e de fé, cheios de verdade e de incitamento, que élas encontrem echo em todos os republicanos, acordando, os últimos indiferentes edezesperançados para o ruido d'um grande e salvador protesto.

E L E S Afirma o Diário de Noticias que o sr

ministro de Espanha foi assistir á sessão das camaras, em que se ventilou a questão da pretendida uzurpação de Portugal.

Por isso a sessão foi secréta. Ia para descobrir segredos, mas nada

souhe. Não á diplomátas mais finos do que

os nossos 1 Por outro lado escrévem jornais:

«Sir Martin Gosselin, ministro de In-glaterra em Lisboa, e o adido militar da mesma nação, mr. Stuart Wortley, esti-vérão esta manhã em Queluz assistindo ás manobras da bateria automovel de obúzes de 15 qm tiro rápido, destinada ao campo entrincheirado de Lisboa. Foram acompanhados pelo sr. coronel Rocaje e por outros oficiais, mostrando-se viva-mente interessados pelos exercícios, que se realizárâo com a maxina precizão.

O tenente coronel Stuart Wortley pediu para voltar e assistir a uma das marchas, egual ás que nos últimos dias se tem efectuado, sem o menor incidente, nas estradas militares dos arredores da capi-tal.»

Quer dizer a Inglaterra anda a tratar do exercito de que preciza. ; E nós a pagá-lo. . .

m m D E F E C A ! As revelações do sr. Dantas Bara-

cho, na camara dos pares, apezar de im-çompletas e benig;nas graças ás várias ,, ViXo1'ta^jes que solicitarão a stí.i "patrioti-ca clemencia.e a resposta miserável do ministro da guerra confirmão exuberan-emente tudo quanto se tem dito sobre

a nossa precária condição militar. As palavras severas do Povo de Avei-

ro aviam esfrangalhado toda a mistificação em que se procurava ocultar a pavorosa verdade.

Um general monárquico, com assento na camara alta, repete essas palavras, e é irecizo que, apavorados, vários pares do reino, o prezidente da camara e até o iroprio eh efe do governo, êrgão lamúria patriótica para que o acusador, comovido, ampute ao libelo as peças de mais alarme.

Mas, assim mesmo atenuadas, as acusações do sr. Dantas Baracho provam o cuidado do regimen na defesa do pais.

Uma traição ! Estamos desarmados, inaptos para uma

campanha, sem defèza. O pais paga para o exercito alguns mil contos, e apura-se que êle não tem exercito, a não ser jara o espalhafato custôzo das manobras, a decoração grotesca das procissões e a sentinela ao regimen.

Não o dizem os republicanos, em concitação apaixonada: são os mornar-quicos confessão, que ocultando muitas coisas, porque do lado lhe sairão vários partidos, chorozos e de mãos postas, a rogar-lhe piedade em nome do pais.

Vejão lá; em nome do pais que têm iislo atrgiço^lo polo regimen, clama-se que ó patriótico não dizer tudo ou só dizei-o em sessão secreta, ao abrigo de publicidades perigosas I

Continuemos então a viver na men-tira. Cantemos lôas ao exercito, mude-mos de fardamentos, fabriquemos gene-raes, vamos para Trajonce.

Isto é que é patriotico, isto é que consola almas de portuguêzes I

E sobretudo, em face destas revela-ções pavorosas, perante este verdadeiro e formidável inquérito, não esqueçamos de apregoar que a monarquia é uma condição essencialissima da independen-cia naçional.

Proclamou-o um dia, do alto da sua poderoza sapiência, em conciliábulo apa-ratózo, o sr. João Franco, e os factos em destaque obrigão-nos a repetir em côro o seu profundíssimo assêr to . . .

Consolemo-nos, porem, que em torneio de tiro aos pombos el-rei ganhou a taça oferecida por Eduardo VII, que informa-do por Metternich-Soveral rejubilou com que a prenda ficasse na posse dc coléga luzitano.

Não temos exercito, mas el-rei não perde um tiro.

Está a independencia nacional garan-tida, ó excelsos patriotas I

Informam jornais:

«I). Afonso XIII ao vizitar Maura teve esta frase dirijida ao prezidente do con-selho :

São ossos do oficio. . . » Profundíssima, a írase t decididamente sua magestade católica

é dtima notável precocidade.. .

Está em distribuição o Anuário da Universidade para o ano de 1903 a 1904.

Veio ta rde . . • como a primavera!

O curso do 4.° ano jurídico rezolveu festejar o ponto com uma tourada no Porto.

Magnifico! E que ninguém extranhe: á muito

qne nós andamos aos boléos, numa tou-rada ruidosa.

Está na época.

.

3 REZISTENCIA — Bomingro, I¥ de Abril de 1904

PELAS LETRAS MAYER GARÇÃO — A Mnha

paizagem (versos). Fran-ça Amado eait. Coimbra 1904.

Cnm toda a onéslidade dum nome imaculado e a serenidade macia dos seus versos nascidos em largas calmas bucólicas, vae para um m ê z , | ^ eu recebi um livro amavel que tras este titulo quasi perfumado — A minha paizagem.

A rubrica aparentemente simples diz muito, abre perspétivas e prestava-se admiravelmente a largas divagações sobre a transformação curióza que êse termo-paizájom - tem sufrido desde que foi dei-xando' de ser apenas um estado da na-tiirêza pira ser ôje reconhecido como um estado dálma, na fórmula de Amiel, como ™ prodúto da imajinação na frase de Baurlelaire.

Mayer Garção, o autor iVesse volume suave, é já literariamente uma firma conhecida que dispensa apresentações. A' alguns anos que êle vem sendo uma das melhoras promessas da literatura deste pais ; dia a dia, com os seus artigos de jornal, as mas produções em revistas, as suas paginas de livro, até com as suas tíaduções para teatro, o seu nome que uma mocidade tinje de frescura, que um trabalho continuo vincou de prestijio, tornou-sé já um daqueles que todos sabem, que quási todos mais ou menos respeitam.

Nesse outro mercado da mentalidade portuguêza — opulento e retribnidor campo d'açao — que é o Brazil, Mayer Garção é também estimado como uma intelijencia vigoroza e a sua colaboração procurada e divulgada como chancela de mérito.

Bastante tempo afastado da literatura poética do livro, o aparecimento deste sèu segundo tomo de versos vêm de novo lembrar e até ensinar a alguns que Mayer Garção é um poéta.

* Poeta no significado lato e clássico da palarra que melhor 011 peior tradnz a ideia de sensibilidade alta, de imagina-ção requizitada. E não é reparavel comentar o vocábulo, porquanto elle ôje tem variadíssimas acepções, desde o de rimador ou verseiro de tosca envergadura até á de- superior e-conrplexo artista e pensador para quem o verso é alguma coisa de absolutamente fecundo e de radiantemente perfeito, rasgando, pelo orizonte das ideias e das forças, clari-dades novas no vôo pederoso das suas sílabas latejantes.

#

Mayer Garção sem tocar esse extremo limite de poesia ainda até ôjo traçado por tão poucos, é incontestavelmente uma béla alma de artista e a sua arte, neste livro, tem pedaços magníficos. Sendo um poéta essencialmente subjetivo è particularista é por isso, um lírico que só ás vêzes se lança na generalização dos simboles modernos e ai o seu verso todb rendilhado e colorido destoa do tema como por ezemplo nessa poesia, fraca pela fórma fabulistica já caduca de que o poéta se serviu : O pais das rosas, é que com a Vénus de Pedra, um soneto friamente parnasiano eu considero dois máos trechos e começo por desquitar-me do joio para fallar-vos do trigo.

#

Inicia-nos o poéta coma Carta d'aldeia, duma sadia paz e dum indizível encanto no seu humorismo monologado com leveza.

Saltando umas pajinas surje com o seu titulo enganador essa soberba poesia : A óra da lição, cheia de ideia, de unção, de vigôr e que bastava só éla para dar o valôr a todo o livro. Eu não concordo com o relijiozismo piedoso que é uma das carateristicas do espirito de Mayer Garção mas acho perfeita esta poesia porque não se perde nesses misticismos ôje em móda, que se alguém admira ninguém explicar consegue, e o ritmo acompanha tão casadamente a rima is a ideia que essa centena de versos são para ficar.

Os Casaes são dum flagrante e sentido descritivo cheio dessa ternura popular que era a grande força de Antonio Nobre.

Os Olhos de Spleen, onse quadras correctas dão-nos a impressão duma tarde da capital em que o poéta debruçado na muralha do Tejo vê o espectáculo do poente:

Degola a noite o sol, além no mar.

A primeira das poesias dos Versos do Desalento intitula-se 0 Moinho e é outro

dos trechos bélos deste livro gentil. Completam o triplico mais duas produ-ções : Companheiro de viagem e No Oratório; o Sol 'de Inverno lijeiros no seu metro e carinhosos no pitoresco levarn-nos ao longo pedaço Jardim da Vida que é uma poesia desegual, confusa por vêzes e que pela demasiada extensão que um têrna bastante franco alimenta não chega a dar a impressão que o poéta esperava.

O livro encerra-se com dois bons trechos — Crepúsculo e d Nalurêza — mestra e amiga ; os que melhor definem o modo de ser do autor:

Porque a maior vitória em que se exalta a alma, não ê vencer ninguém : é triumphar de si.

#

Lijeiramente aí fica indicado o mere-cimento lejitimo deste livro sincéro que a casa França Amado editou louvavel-mente numa edição cuidada.

Manoel de Sousa Pinto.

Reuniu no dia i 3 em Lisboa, sob a prezídencia do sr. visconde de Atonguia, secretariado pelos srs. D. Jozé Pessanha e Luciano Freire, a comissão executiva da bolsa de viagem ao estranjeiro, insti-tuída pelo legado testamentario do vis-conde de Válmor.

A comissão que é composta pelos srs. Jozé Nunes Júnior, Simõis de Almeida, Velozo Salgado e Jozé Luiz Monteiro ti-nha de avaliar os trabalhos dos concor-rentes srs. Simões de Almeida e Costa Mota, um patrício e sobrinho.do antigo discípulo de A. Augusto Gonçalves, autor dos monumentos a Afonso de Albuquer-que e Souza Martins.

Como a acumulação dos juros permi-tia que podéssem ser nomeados os dois concorrentes, cujas aptidõis são bem co-nhecidas no pequeno meio artístico por-tuguês assim foi deliberado, de quem muito é a esperar.

A comissão executiva da Assistência Nacional aos Tuberculózos, que reuniu em Lisboa no dia 13, tomou conhecimen-to do oficio do sr. conselheiro Costa Ale-mão, convidando a a concorrer ao con-gresso que se realiza em Coimbra, e en-carregou o sr. dr. Antonio de Lencastre de a reprezentar no respélivo congresso.

A corporação dos bombeiros voluntá-rios de Coimbra aderiu ao congresso in-ternacional promovido pelo sr. Julio Silva proprietário do Jornal do Bombeiro.

Do sr. Julio Silva recebemos a circu-lar, que publicamos, chamando sobre éla a atenção dos interessados:

Ex.mo Sr. «A reconhecida necessidade de se

constituírem em federação todas as cor-poraçõis de bombeiros do nosso pais, como se tem feito em outras naçõis es-trangeiras, onde se procura aperfeiçoar e uniformizar o serviço e manobras corres-pondentes, impõi-nos o dever, na quali-dade de jornal da classe, de promover um congresso de bombeiros portuguêzes afim de se poder tomar uma rezolução definitiva a esse respeito.

Oje, mais que nunca, que acaba de instalar-se o Grande Conselho Interna-cional de Bombeiros, no qual se inscreve-rão todas as federaçõis de diferentes paizes para ali terem reprezentação e co-nhecimento de todas as rezoluçõis toma-das e quem defenda os seus justos inte-resses e aspiraçõis, mais necessário se torna ainda a reunião de todos as nossas corporaçõis de bombeiros para juntas re-zolverem sobre o assunto.

Se do numero de adezõis rezultar aver bastantes corporações para o inicio da federação, posteriormente serão en-viados os respétivos convites indicando a data da realização do congrésso e as condiçõisprovizórias para a sua abertura.

Nesta conformidade e contando com a anuência da corporação do digno co-mando de V. Ex.a para este efeito, ro-gamos-íhes ao mesmo tempo uma pronta resposta o que, desde já, agradecemos

Pela Redação,

Julio A. da Silva »

t Barcelona, 13, n.

«O Boletim Médico da última óra sobre o< estado do sr. Maura diz que a ferida está em franca cicatrização e que o fe-rido não tem febre.»

Louvado seja Deus!

Vão começar em breve pela direção de obras publicas as reparaçõis na cava-lariça do Paço episcopal de Coimbra.

No intuito de depreciar as ma-nifestaçõis de protesto contra as propostas de fazenda, alguns orgãos monarchicos atribuirão insistente-mente ao partido republicano a or-ganização e diréção desse forte movimento, dispendendo-se em far-tos encomios á sua abilidóza tática.

Segundo o parecer desses jor-nais reeditamos agora, em nosso proveito, a celebrada coligação libe-ral, e da penumbra onde nos dei-xamos ficar, propozitadamente, te-çemos os cordelinhos com rara feli-cidade, embrulhando no nosso jogo indivíduos de vária mescla politica.

Convém frizar, de principio, a incoerencia dos- solertes discretea-dores, que tendo tantas vezes apre-goado o combalimento extremo do partido republicano, nada reprezen-tando nem valendo como força po-litica, de súbito aparecem a atri-buir-lhe a organização e seguimento duma importante campanha, que ganhou rapidamente todo o pais, forçando o governo a recuar nos seus propózitos e a desmentir as suas pimponeantes bravatas.

Um partido fraco, uma porção minuscula de ajitadores irrequietos, um agrupamento a que tantas vêzes se tem passado certidão de obito, como conseguiu obter um tão gran-diôzo protesto?

E' caso complicado que a sabe-doria dos insignes folicularios mo-nárquicos com certeza explica. . . Sobejamente sabem porem, os abili-dózos comentaristas que a atitude do partido republicano tem sido a mais coerente e digna.

Na campanha contra as propos-tas de fazenda êle não enrolou a sua bandeira nem desdenhou fazer a sua politica. Proclamou bem alto que o mal nâo rezidía neste ou naquêle partido, neste ou naquêle governo, mas sim no regimen que era preciso destruir como cauza de todas as nossas dificuldades e ver-gonhas. Toda a solução que não seja esta, o partido republicano consi-dera-a uma mistificação sem pro-veito para os interesses nacionais, que continuarão a servir de joguête ás ambiçõis dos monárquicos.

Isto proclama o partido republi-cano, com todo o dezassombro e coerencia, sem carecer de aliciar com palavras dúbias aquêles dos seus adversados que circunstancias de momento alinhão contra o go-verno do sr. Intze Ribeiro.

Deixemos, pois, que os orgãos monárquicos façam o seu oficio, procurando desvirtuar a significação do protesto que o pais vem lavrando contra os desvarios da administração publica, e, mantendo a nossa abso-luta liberdade de áção, procuremos tão somente no momento propicio que vae correndo estímulos a robus-tecer a união de todas as nossas forças.

A opinião está chamando o par-tido republicano para uma grande obra de rejeneração nacional. São incessantes as mostras de simpatia que recebe. Onde aparecem os seus ómens, a articular o libelo do reji-men logo as aclamaçõis estalam vibrantes e longas. Ao passo que os partidos monárquicos se dissol-vem, e rezultão inúteis todas as tentativas para os levantar e fazer viver, o partido republicano só por criminoso abandono ou rematada inépcia deixará de robustecer-se e triunfar.

Emquanto os jornais monárqui-cos anótão os sucessos que vão de-correndo, com intuitos de facíl pre-céção, vamos nós estreitando a união de todos os republicanos, cordealmente, patrioticamente, para

que emfim possamos cumprir o nosso grande dever.

Nem impaciências nem esmore-cimentos: tino, persistência, uma grande lealdade entre todos, largos propózitos de dedicação pela Pá-tria e pela Republica — eis de que carecemos. Não descançemos, não adiemos. Trabalhemos sempre, e muito, e com muita fé.

Chegão-nos noticias de firmes propózitos de luta caloróza e tenás. E' precizo que assim seja, que todos se animem, que todos confiem no futuro, despindo desalentos e esque-cendo erros.

Que os comentadores monár-quicos continuem na sua tarefa.

Deixal-os- Um dia negam-nos matéria prima para uma possí-vel reconstituição partidária: no dia seguinte concedem que temos força para levantar o pais inteiro.

Deixal-os. Por nossa parte caminhemos,

caminhemos! *

Escreve o Norte1:

«Podemos assegurar que as comiçõis paroquiaes republicanas do Porto encelá-rão trabalhos em que proseguirão ativa-mente, para eleger em breve a comiç~o municipal. Podemos também informar que dentro de pouco tempo ficarão orga-nizadas muitas das comiçõis dos conce-lhos do norte do pais clamando á atividade politica dos elementos que nobremente se reúnem para tentar um levantado esforço de revolção nacional.»

O Mundo, transcrevendo esta noticia, comenta:

«No sul trabalha-se também átiva-mente. E tudo parece indicar que o par-tido, que aliás tem tido largas falhas de serviço ao pais, vai entrar na faze a que tem direito.»

FADO CORRIDO

Do Novidades :

No Daily Mail de Johannesburg cor-respondete a de março, recebido, pelb correio de ôje, vem a tradução integral d'um dos artigos das. Novidades refutando a asserção dos jornais do Sul de Africa, relativa aos supostos privilejios da nossa província de Moçambique com respeito ao comércio com o Transvaal.

Permita se-nos a referencia ao fácto com tal ou qual desvanecimelo, em troca da diligencia que fizemos para torna com-preendido a sem razão da campanha ostil á nossa colonia.

A i . . . i . . . i . . . i ! . . .

Caminhos de ferro entre o Mondego e o Tejo Teve logar no dia 13 na" séde da As-

sociação Industrial Portuguêza, a reunião a que nos referimos no ultimo numero e a que forão de Coimbra, por parte da As-sociação Comercial, os srs. Cassiano Mar-tins Ribeiro e João Simões da Fonseca Barata e por parte da camara municipal os srs. Mendonça Cortez e Santos Viegas.

Prezidiu á sessão o sr. Alberto Rato, prezidente da Camara Municipal da Co-vilhã, secretariado por os srs. dr. Jozé Vieira Guim írãis e Francisco da Silva Ranito.

Teve em primeiro logar a palavra o sr. conselheiro Oliveira Monteiro, que ex-pondo a questão propôs que se modifi-casse o plano aprezentado por fórma a que a linha entre Vila Velha de Rodam e Castelo de Vide seja de via larga; que a de Penamacor se prolongue de Castelo Branco á Cerlã por Sobreira formóza e Proença a-nova, e de Penamacor a Man-teigas por Belmonte ou Caria, se ouver economia no traçado.

Depois de uma discussão entre o sr. Conde de Penha Garcia e o orador sobre a necessidadê de distribuir mapas pejas j-ejiõis atravessadas, estabelecendo assim um largo inquérito que o sr. Oliveira Mon-teiro achava rnorôzo e desnecessário por a questão ser bastante conhecida, o sr. Augusto Alves Tavares encareceu o va-lôr" estratéjico da linha de Castélo Bran-co á Certã, felicitando-se por vêr atendi-das as reclamações e dezejos dos póvos que reprezenta.

A seguir fizerão uzo da palavra os srs. Mário Monteiro, Passos de Figueire-

do, Oliveira Monteiro, Rodrigues Noguei-ra e Lourenço Gaiola terminando o sr. Oliveira Monteiro por perguntar se os re-prezentantes dos póvos, ali reunidos se julgavão abilitados com todos os esclare-cimentos para rezolver a questão respon-dendo afirmativamente lodos os delega-dos, excéto os de Penamacor e Fundão.

Posto á votação, foi aprovado o plano do sr. Oliveira Monteiro com leves acres-centamentos de ramais secundários pro-postos por vários delegados.

0 sr. Mendonça Corlêz referiu-se a seguir, como reprezeutante da camara de Coimbra, aos inconvenientes de ser de via reduzida o lanço de Arganil á Covi-lhã.

Respondeu-lhe o sr. Rodrigues No-gueira que disse seria impossível atra-vessar a serra da Estrela em caminho de ferro de via larga.

Desde o cabo da Boa-esperança afé ao Egito e em toda a Africa e Australia, disse o orador que se adótára a via reduzi-da com vantajem. Aconselhára por isso que se aceitasse o projéto nessa parte.

Ouvidas estas explícaçõis, o sr. Men-donça Cortez retirou o seu pedido.

Os srs. Cassiano Martins Ribeiro e J. ão Simõis da Fonseca Barata lavrarão em nome da Associação Comercial de Coimbra o seu protesto contra a mudan-ça de via larga em via reduzida a partir de Arganil.

0 sr. dr. Almeida Serra pediu em nome da Louzã, de quem éra delegado, que a linha atravesse a Louzã em logar de Miranda do Corvo.

Na especialidade o sr. Rodrigues. No-gueira combateu a pretensão de Coim-bra com o fundamento de que a linha se não construiria nunca se se insistisse pela via larga porque a sua construção de Arga-nil para cima só seria praticavel pelo > vale da Teixeira e seria caríssima a sua construção em via larga. Que ôje se adotárão em todas as naçõis as vias re-duzidas e que os caminhos de ferro do Cabo a Joanesburgo érão de via reduzida e certamente tinham um movimento, que nunca poderia ter o caminho de Coimbra á Covilhã. Istoriou as reclamaçõis de Coimbra por quem declarava ter muita simpatia e terminou por dizer que Coim-bra nunca soube o que pedia.

Em resposta ao Sr. Rodrigues Nogueira o Sr. Cassiano Ribeiro disse •' que tinha de reprezentar ali a Associação Comercial de Coimbra e em noaie déla e de Coimbra mantinha as reclamações desta associação e da cidade de Coimbra com respeito ao traçado da linha de Arganil e pedia para que fosse incluído no projecto aprezentar ao ministro a construcção da mesma linha em via larga até á Covilhã. Que a Associação Comer-cial era coerente e por isso continuaria a reclamar para que fosse mantida a conseção como tinha sido dada e pedia ; por isso que na áta ficasse essa declara- f ção exarada, declaração que mandâva ! para a mêza assinada por êle e pelo \ outro delegado da mesma associação e que é do teor seguinte.

Declaramos em nome da Associação Comercial de Coimbra que mantemos as reclamaçõis feitas por esta cotétividaíle, [ quando foi aprovado o traçado do Cami- [ nho de ferro d'Arganil, para que este seja de via larga e da mesma fórma a sua continuação para a Covilhã.

E, portanto, em respeito ás instruçõis que nos fôrão dadas sustentamos estas reclamações.

(aa) Ctssi mo Augusto Martins Ribeiro João Sinwis da Fonseca Barata.

Em resposta ás acuzações que fés a cidade de Coimbra de que não sabia o que queria, tinha a declarar a sua Ex.a

e a todos que não era de Coimbra, que !

lambem era beirão, como sua Ex.á, e ' quazi seu patrício mas que vivendo á muitos anos nesta cidade lhe tinha teste-munhado decidida devotação por tudo o que lhe dissesse respeito e por isso , não podia deixar que se fizessem acuza-Çõis a uma cidade que tem sido victima ; das clientelas e dos partidos políticos > dominantes.

Coimbra pela sua associação comer-1 ciai reclamou em tempo competente para que o caminho de ferro da Beira-Alta fosse pela* marjem direita do Mondego ; f mas os políticos,, para satisfazerem a influencias extrauhas, fizérão e obtivérão sobrepticiamente assinaturas que depois aprezentárão para contrariarem a repre-, zentação da Associação Comercial conse-j guindo assim desviar a linha da Beira-; Alta e ferir profunda oente o Comércio , e os interesses lèjitimos de Coimbra. Esta façanha deve-se ao partido rejeneradorque assim favorece esta cidade.

Quando reclamaram para que se fi-zesse o ramal da estação B a Coimbra,.

REZISTE^Cll - Domingo, 17 d e Abril d e 1904 3

uzou de um legitimo direito; porque seria um dique á invazão das cheias quando outra utilidade não tivesse o mesmo ra-mal e visto que a Companhia não inde-minizava Coimbra, era justo que gastasse ali a verba cem que se queria locupletar.

Ainda com a linha de Arganil éla mantinha a mesma coerencia porque sendo a linha de Coimbra á Covilhã por

-Arganil uma linha de penetração, devia ser de via larga tornando rs outras linhas mais subsidiarias.

Sendo pois o mandato da associação imperativo ele e o seu coléga se manti-nham nesta atitude, por dever e por convicção.

- Terminou a sessão por ficar o sr. conselheiro Monteiro encarregado de per-guntar ao sr. prezidente do conselho quando poderia receber nas camaras uma comissão dos delegados para lne sêrem prezentes os dezejos e votos da assem-bleia.

Modista de Lisboa Deve chegar a esta cidade por estes

dias, a sua casa na Rua Ferreira Borges n.° 185, com um deslumbrante sortido de chapéus para todos os preços; trás também outras couzas de novidade.

Agradece pois a visita das suas Ex.mas

freguezas.

Carris de Ferro de Coimbra ORARIO PROVIZÓRIO

Desde 24 até 31 de março de 1904

Largo das Ameias, Caza do Sal ou Rua Infante D. Augusto ao Mercado — 30 réis. •

Largo de D. Carlos ou Gazomet.ro ao Largo de D. Luís—,30 .réis.

Largo de D. Carlos ou Gazómetro ao Mercado — 20 réis.

-Estação B dos'caminhos de ferro ao argo das Ameias ou Mercado — 50

réis. . Estação B dos caminhos de ferro á

rua Infaute D. Augusto — 80 réis. Estação. B dos caminhos ee ferro á

Caza do Sal — 20 réis.

Forão promovidos temporáriamente a sr.* D. Luiza Marta Lima Coelho para a escola de S. Cristovão.de Montemór-o-Velbo e o sr. Jozé Euzebío da Costa Ne-ves para a escola primaria do sexo mas-culino do Sobral.

Carreiras enfre o largo das Ameias e a rua Infante D. Augusto

P a r t i d a s

Do largo das Ameias

Está aberto concurso até 30 do cor-rente mês de abril, na Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portuguêzes, para a matricula nos cursos de fatôres, tele-grafistas, escriturários e guardas freios iia.'estação de Coimbra.

Óje, ás 5 óras da tarde, reúne no Centro de Instrução Adelino Veiga, na Sofia, a classe tipografica desta cidade para tratar d'assunto importante.

8h ,30m manhã 9 , 3 0 >

10 ,b0 D

11 ,30 » 12 ,30 tarde

1 ,30 2 ,30 > 3 ,30 D

4 ,30 » 5 ,30 D

6 , | 0 D

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DarualnfenteD, Augusto

U" manhã 10 » 11 » 12 Jtdê-joih t

1 tarde 2 i 3 » 4 D

5 » <* » 7 J 8 noite 9 j

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Faleceu em Pé-de-cão o sr. Jozé Gon-çalves, chefe do districto n.° 54 da Com-panhia Real dos Caminhos de Ferro.

À ambição dum rei por Eduardo de Noronha

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Nova edição popular em ca-derneta semanal de 16 paginas, 40 réis. Tomo mensal, 200 réis.

Um exemplar gratiS a quem remetter adeantadamente a e s t a empresa a importancia de dez ca dernetas ou tomos.

BRINDE A TODOS OS ASSINANTES) acceitando-se pedidos de qualquer numero de cadernetas e tomos.

A «EDITORA»- Largo do Conde Barão, 50-LISB0A.

(23) Folhetim da ^HSZISTENGIA,,

H. DE BALZAC

Carreiras entre o largo das Ameias e a estação B dos eaminhos de fe r rp

P a r t i d a s

.^.assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos preços anuais de réis

2$000; e 9$000 réis para os menores de .4. anos e creados,. sendo estes últimos de togares na plantaforma dos carros. •

cio, a diréção superior dos cuidados ijie-nicos tórnão a Pensão Montanha ura esta-belecimento excécional na Serra da Estrêla, sendo tão necessário era promo-ver as edificaçõis, rodeando-as de todos os miniciózos cuidadps que exije a luta contra tuberculóze.

EL-REI D- MIGUEL Grandioso romance istorico

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O ò r e s d o s f a r ó i s

Verde, indica a Alta. Verrnêlha, estação tí. Branca, Caza do Sal. Amarelo escuro, reservado.

FAUSTINO DA FONSECA

Béla edição em formato elegante, ilus-trada eom muitos retratos, vistas, qua-dros celebres ete. ete.

Alguns títulos dos epizodios de que se compõe este romance

Caza de saúde para M ize

Todo o serviço que fôr feilo alem do indicado neste orario é considerado ex-traordinário.

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Largo das Ameias ou Caza do Sal á Rua do Infante D. Auhusto 50 réis _

Largo de D. Carlos ou Gazómetro a Rua dó Infante D. Augusto — 40 réis,

Antonio Mendes da Lús, proprietário da Pensão MònMnho, por-êle criada no ano findo; no Obsertario da serra d'Es-trèfa, acaba de associar-se a Manoel Mendes Pimentel, com o fim de intro-duzirem importantes melhoramentos n'a-quela caza e construírem juncto umd outra a qual deve ficar concluída eni junho proximo. Fica assim a Serra dá Estrèla dotada com a creaçãó de um importante melhoramento e com o melhor prédio ali existente, quer em capacidade, conforto e asseio, e em coiidiçõis de receber os doentes que necessitem da cura pela altitude.

Tanto a alimentação, como a cura n'aquéla cáza de saúde, é feita com todas as regras da Ijiene, e segundo o rejimer) suisso, debaixo da diréção clinica de unji distinto médico portuguez, com práticíi de DaooS-Platz.

A caza é a mais bem situada da serra, abrigada pelo norte e ésposta ao sul; tem uma magnifica varanda de cura, e pinta uma bela estrada sem acésso, onde os doenteã nas óras» prescritas pelo mé-dico, podem passear sem necessidade de subir e de se fatigarem.

A caza primitiva abre já em maio_; e da estação de Gouveia vàe carro até á )orta da Pensão.

Com as obras que estão préstes a realizar-se á na Pensão Montanha como-didades para trinta doentes.

A situação do edifício, a 1:550 metros acima do nivel do mar, domina a povoa-ção de Manteigas, e é das mais pitorescas da formóza serra.

A modicidade dos prêços, a sua si-tuação excécional, a comodidade das via-jens, os socorros médicos dentro do edif)-

O EXCOMUNGADO Vil

preparativos e projéto»

Eenquanto Ombert tratava assim com Roch de todos os meios de fazer justiça a si mesmo, rezolução em que tinha sido encorajado pela anarquia que reinava então no estado'; porque, dizia êle ao sogro durante a cáça, os dois irmãos do rei tem outras lébres a correr, e não pensarão no que se passa tia Touraine, recuperarei todos os meus bens e redu-zirei o mosteiro á obediencia.

Emquanto meditáva assim a ruína do mosteiro fundado por seus antepassados, os dois estranjeiros tinhão pelo seu lado arranjado para o dia immediato uma nóva loucúra. * Quando acabárão de comer, demo-rárão-se a conversar animadamente mais de três óras. Depois retirárão-se í*ra o quarto que os monjes lhes tinhão prepa-rado; ao entrar, o conde viu a grande bolsa de lontra, que o vigário tinha tra-zido.

—Jacó I exclamou, péga, manda esse dinheiro a Georges para pagar tudo em Saint-Symphorieu, porque a jente do con-de de A,dhemar não tem o diréito de preza.

Não pediu Georges dinheiro, como os mais? Dinheiro é uma palávra que ouço constantemente soar aos ouvidos. Repéte-lhe bem que o preboste deve enforcar o primeiro soldado que falar de mim! E, sem vêr o conteúdo da bolsa, O conde atirou com éla a Jacó.

— Ouves, disse neglijentemente Sa-voisy dezatando as agulhêtas que atávão os papos do seu pelote, tenho uma ideia 1

— Uma ideia! Donde te ve io? ! . . . Ouve, tu deves-me uma desforra,

uma indemnização; porque esta manhã me fizeste uma partida bem esquizita.. .

— Então! Que queres tu? A vós de Catarina enfeitiçou-me! Teria, penso, sal-tado por cima do Lo i r e . . .

Ainda a tua Catarina! deixa-me dizer-te o módo de a podermos ver amanhã. . .

—A'! A'! fês o conde atirando com o chapéu para cima da cadeira. Depois sentando-se e passando os dedos pelo cabêlo, cujos anéis brincávão sobre o colar acrescentou:

—Fála! Fá la ! . . . —E' percizo disfarçar-nos em bene-

dictinos, continuou Savoisy. —Deus do ceu! disse o conde dando

um salto, tens razão. Como arranjas tu tanto espirito. E' uma ideia excelente, vamos divertir-nos imenso. Por mim, ei-de falar pelo narís a toda a jente, excéto á mrnha querida Catarina.. .

—Julgo que a rapôza velha do con-vento nos á-de arranjar ábitos, e avemos de fazer onra á ordem.

—Com cei têza! repetiu muitas vêzes

Revolta absolutista de 1823 conhecida por Vila Francada: entrada do rei em Lisboa, puchado por fidalgos e oficiais do exercito ; intrigas da rainha e seu viver dissoluto; abolição da constituição s per-seguição aos constitucionais; tentativa de desenterrar e queimar o cadaver de Fer-nandes Thomaz [exiliode Almeida Garrê; assassínio do Marquez de Loulé; D. João VI preso por D. Miguel; perseguiçõis e prisõis efétuadas pessoalmente por D. Miguel; façanhas dos seus Íntimos; exilio do infante por ordem de seu pai; suas dezordens em l%ris; conflito por causa de uma capelista; morte do seu cão de fila, morte de D. JOão YI, suspeita de envenenamento; D. Miguel jura a cartai despôza-se com^D. Maria II e volta a Portugal onde CQpfirma o seu juramento ; manifestaçõis absolutistas conhecidas pon o Rei chegou; violências dos caceteiros contra os liberais; execução dos lentes de Coimbra em-Condeixa, pelos estudan-j tes filiados n'uma associação secreta; revolução constitucional do Porto em 1$ de maio de 1828, contra o restabeleci-mento do absolutismo; combates entré absolutistas e liberais, o Terror, alçadas\ devassas e forcas; exilio de Alexandre iprcidano; conquista da Ilha da Madeira, junta liberal na Ilha Terceira; revoltaf liberais em Lisboa sufocadas ; conquista das Ilhas de S. Miguel, S. Jorge, Graciosa, Pico, Flores e, Gomo pelos liberais reunir dos na ilha Terceira ; dezembarque doj. libertadores no Mindélo e entrada nb Porta; Cerco do Porto, pelas tropns miguelistas; expedição dos liberais ab Algarve e entrada em Lisboa em 24 de julho de 1833; morticínio dos preso? liberais em Extremos; generalização dfl guerra civil; derrota final dos absolutis-tas na batalha da Asseiceira ; convençãh 'de Evín-a Monte; abolição das ordens religiósas; saída de D. Miguel para o exilio.

Um fascículo semanal fie 16 pag. 40 r«. Tomo de 8© pag, IOO rs.

Reçebem-se assignaturas da Livraria editora GUIMARÃES á- C.a

108, Rua de S. Roque — LISBOA

e nos s e u s ajentes da província, i l h a s eto.

j V I o á a I l l t i ^ à â a Jornal ilas famílias — Publicação semanal

Diretor a: D . L E O N O R M A L D O N A D O

Condições da assinatura : por ano com 1:800 gravuras em preto e coloridas, 5*2 moldes cortados, tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordados, 55000 réis.

Semestre, 26 números com 9Í50 gra-vuras em preto e coloridas; 26 moldes cortados, tamanho natural, 2t> números com 550 gravuras de bordados, 2$500 réis.

Trimestre, Li números com 450 gra-vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 260 gravuras do bordados, 1$300 réis.

Cada número da Moda Ilustrada é acompanhado dum número do Petíl Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas do corpo, de mesa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por-tuguês daquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias do reino e na do editor — Antiga Casa Ber-trand — Jozé Bastos, rua Garré, 73 a 5, Lisboa.

A J J U M I O S A O S Q U E S O F R E M

A todos aqueles que de sofrêrem de dôres no estomago, no íigado, dezarranjo dos intestinos, dôres de cabeça, dezani-mo,,canceiras indijestõis e moléstias ner-vozas, aconselho o uzo das pílulas antidis-peticas do dr. Heinzelman, remedio ela-borado com vejetais do Brazil, como o único e mais eficás dos remedios conhe-cidos paracurar rapidamente as moléstias já dezignadas. Em minha nuineroza clinica tenho colhido os mais surpreendentes resultados.

Dr. Abel M. Faria.

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pira que élas fáção vêr aos ómens que o ámôr não é luxúria nem voluptuosidade, mas, sim, o mais elevado e sereno prazêr e para que élas façam do amôr a mais alta recompensa da virtude, a mais glo-riosa*conquisla do jénio, a mais energica força do progresso. — Livraria Classica Editora, Praça dos Restauradores, 20 Lisboa.

o conde, deliciando-se com aquele pro-jéto de cujos perigos se esquécia para se lembrar só da ideia alégre de ir fazer de monje no castélo do seu r iva l . . . A' 1 Savy, acrescentou depois de um mo-mento de silencio, que felís eu sou em ser teu amigo.

E, levantando-se agarrou lhe pela ca-bêça e beijou-o.

—Agradas-mê O teu caráter é como o meu e paréce-me que sou mais irmão teu do que de Carlos

—Q't O'! replicou Savoisy, teu pai que era um sábio antigo, gostáva muito do meu e minha mãi era bonita. . .

— Estás doido?! O mais que meu pai podia fazer era amar Joana, minha póbre mãi; era na verdade mais sábio do que nunca ão de ser os filhos, e talvês de toda a sua raça, seja o único que não teve amantes.

A mais sedutora das qualidades do conde era a sua amavel franquêza; tudo o que dizia ou fazia partia do coração e tinha o encanto irrezistivel da alegria que não é finjida; os movimentos érão naturais, e em jeral os ómens que amão apaixonadamente as mulhéres tem gran-des parecenças com Adhémar.

Depois de muitas conversas extra-vagantes, os dois amigos deitárão-se pa mesma cama.

Nêsse momento o abade Elias tomava a sua frugal refeição e dispunha-se a dei-tar-se.

O venerável abade tinha naquele mo mento por acólilo o vigário eT). Luce, seus dois ministros. Estava assentado

numa grande cadeira de coiro preto, que luzia, como o ébano, e acima da sua ca-beça érguia-se uipa mitra, artisticamente esculpida, encimando o espaldar. ;Tinha deante uma mêza, e néla um vazo fino de grés cheio de. vinho preci&zo. D. Elias estava acabando de comer alguns frutos cozidos. Os dois ministros tão diferentes no rosto como na atitude e no espirito, olhávão alternativamente para o fogo que brilháva no fogão e para a figura seyéra do abade. Era fácil de ver que tinha ávido uma discussão grave, porque tinhão sido estas as ultimas palávras do vigário:

—A condúta politica de ómens que se encontrão á testa de outros ómens riãò pôde ser sempre Córifórme ás regras e ás leis que réjem a condúta dos parti-culares. '

—Mais uma gôta, disse o abade, não falem mais dêsse meio, repugna á minha justiça e a toda a lealdade; o domínio de Rochã-Corbon deve ser nófeso, sem dú-vida; mas não devemos ped'.-lo. . .

—Podíamos da-lo a entender, disse fr. Luce.

—Não! respondeu imperativamente o abade. Em vês de pensar néssas manobras, pensem antes em tornar terrí-veis os efeitos da excomunhão, não deve-mos dar um golpe inútil, seria aviltar a relijião, e não devemos atendei aos interésses do mosteiro; mas sim aos da Igréja. Olhem pelos arrendatários e fáção com que não páguem ao excomungado; vejão se os vassalos se recuzão a servi-lo; que logo que seja fulminada a sentença^

ò que será breve, que tudo se afasta de Ombert.

—Mesmo a mulher? perguntou fr. Luce com um sorriso bastante expressivo.

—Ela verá se pôde satisfazer ao seu dever e á religião ao mesmo tempo; mas depois de lançada a excomunhão, é neces-sário que Ombert lhe sinta o pêzo imedia-tamente. . . D. Guidon trata mesmo de assoldadar os seus ómens d'armas por conta do mosteiro; temos necessidade de defensores, e não á necessidade de poupar nêsse respeito. Vão em pás 1 E deitou-Ihes a benção.

Os dois monjes, ao sair, olhárão um para o outro.

—S. Reverencia, sabe mais de que nós, porque o barão não tem filho, e se se sepára da mulher, e não encontrar outra, a propriedade de Roche-Corbon cá nos vem ter, e teremos terreno para plantar vinhas.

Dito isto, os dois monjes separárão-se. Assim acabou aquêle dia, durante o qual o mosteiro e o castélo, tendo jurado muitas vêzes a pêrda um do outro, pre-parárão cada um do seu lado os meios de chegar mais depréssa a esse fim.

Com certêza que os benedictinos es-távão bem lonj 2 de desconfiar do ataque meditado por Ombert; a vantajem pare-cia estar do lado deste ultimo; e, não avendo protéção celeste, ou não se dando algum acontecimento inesperado, o mos-teiro devia ficar vencido.

Continua.

4 REZISTENCIA — Domingo, 17 de Abril de 1904

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MANUEL D OLIVEIRA AMARAL Redaccão e Administração Rua Ferreira Borges

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ARCO DE ALMEDINA, IO

N.° 896 COIMBRA—Quinta-fôira, 21 de Abril de 1904 io.° ANO

PATRIOTAS... Nos momentos graves em que

se esboça o perigo de revelações comprometedoras para o apregoado prestigio das instituições, surgem a conjural-o, em chusma densa, ofe-gantes e solícitos, uns sujeitos cons-pícuos, cerzindo falas sentidas e al-covitando a pás, o silencio, a tran-zijencia, com bons ofícios de mediadores solertes.

A esses gulozos defensores do prestijio do Existente convencio-nou chamar-se patriotas, e de patrio-tismo^ rotula o móbil que os pro-pele á tarefa de encobrir os seus defeitos e responsabilidades.

Quando o celebrado par Arroio ameaçou revelar, em largo discurso sensacional, cazos interessantes da administração publica, o pânico es-tabeleceu-se rapidamente, e um pa-triota de fino quilate, o sr. José Luciano, lá se aventurou a nego-ciar o silencio do exigente e terrível prócere.

E toi na imprensa do partido uma festa rija de exaltados lou-vores á comissão expontanea e grave que o ilustre grande homem de Anadia se propôs dezempenhar,

- só faltando ;que os cuidadosos ami-gos da Óorôa mandassem celebrar Te-Deum solemne em acção de gra-ças por um vento propicio ter des-feito a tempestade que ameaçava esbarrondal-a.

O sr. José Luciano foi, no mo-mento, um patriota. Em conjectu ras similares outros o têm sido, empregando-se açodadamente em evitar que sobre o regimen caia justiceiramente o látego de accuza-doras verdades.

Como no relembrado cazo Arroio, de tão saliente notoriedade, no cazo recentíssimo das revelações do je-neral Dantas Baracho o patriotismo veio meter-se de permeio, reclamado em altos gritos de jente aflicta, afim de que o irrequieto parlamentar não desdobrasse todo o mizeravel sudá-rio da nossa indigente condicção militar.

Patriotas são, pois, na termino-logia da gente monarquica, todos aquêles que, poupando o regimen e os seus ómens, defendem o sis-tema de mentira que vigora: patrio-tismo, ainda segundo o mesmo vo-cabulário talso,diz-seesse sentimento

' de covardia que manda ceder ás exorações chorosas de criminozos relapsos, contribuindo assim para que a s s u a s responsabilidades se não liquidem definitivamente: e é logico inferir que os traidores são aquêles que, fóra das clientelas do rejimen, na j u s t a compreensão dos seus deveres d e patriotas, vêm denunciar, sem atenuações e sem reticencias, severos e cruéis, a verdadeira situação em que vamos vivendo.

A' pavorozas verdades a dizer, a enormes responsabilidades a apu-rar, a crimes graves a punir.

O que seria justo era proclamar essas verdades e apontar esses cri-mes para que o país julgasse e sen-

tenciasse os ómens que assim o têm explorado e envergonhado. Mêsmo porque, a verdade que se recusa gritar bem alto, num rasgo nobre de independencia, todos a sabem, cá dentro como no extran-jeiro; e é pueril crer, e é indigno afirmar que outra é a convicção que dentro e fóra do país se têm da nossa situação deplorável, de todos conhecida nas suas mais tris-es e alarmantes minúcias.

Isso não se faz. Em nome dos interesses do país pede-se o silencio: com invocações lacrimozas e uza-das ao patriotismo dos acuzádores, obtem-se dêles a piedoza tranzijen-cia; e o país que tem sido roubado na sua bolsa, na sua liberdade e na sua onra continua a sofrer o ugo dêsses ómens, defendidos na

Pratica das suas malfeitorias pela benignidade de patriotas complacen-;es e lamechas.

A quem aproveita esta men-:ira?

Ao regimen. A quem prejudica ? Ao país. Mas o patriotismo bem entendido

começa pelo rejimen; e emquanto este puder manter-se com a sua corte de a u l i c o s desprezíveis, o s e u lausto dourado, as exijencias ruino zíssimas de toda a parentela, os pa-triotas sacrificar-lhe-ão a patria, coerentes com os preceitos da sua cartilha monarquica.

O país está arruinado e deson-rado ?

Não tem exercito ? Não tem marinha ? Não tem instrução ? Não tem liberdades? Somos, em fim, um povo morto, cuja erança já se disputa em conciliábulos de chancelarias, cujo nome se cospe em insultos da cartazes infamantes

vergonhas que o ameaçam, dos atentados que lhe preparam: os que pelo seu bem sofrem todo o mal do rejimen, as suas perseguições, as suas violências brutaes, as suas calumnias covardes: os que falam alto e claro, na plenitude da sua onrada independencia, levados por uma candida aspiração de resur-jimento e progresso—ideal bemdito duma patria nova,com o culto santo da liberdade e da Justiça.

Esses são os traidores vis de quem é onra andar longe.

Patriotas, de cocóras!

C o m í c i o s

Por falta rte espaço devido a querer a « Rezistehcia » dar as noticias dezen volvidas dos comícios de Vizeu e da Guarda reservamos para o número ime dia to o relato do ultimo.

que se efétuou no teatro Viriato, pelas 2 e meia da tarde, com fartissima con-corrência, que se 'comprimia na plateia, no palco, nos camarotes e se prolongâva até á rua. A autoridade estava repre-sentada pelo sr. dr. Barboza d'Andrade, comissário de polícia, que nos pareceu assás irritado, de muito mau umor. O sr.

«Fozé P e r d i g ã o

propôz para prezidir á imponente assem-bleia o sr. Antonio José da Rocha, decano dos comerciantes de Vizeií. Fez o elo-gio, em termos alevantados e justos do onrado ancião; e as suas palavras forão cortadas d'aplauzos. O sr. Rocha propôz para secretários o sr. Perdigão e Jozé da Silva Pereira, nomes que a assembleia acolheu com manifestas provas de estima. A se.guir o

graçolas duras de clowns, cuja independencia a monarquia com-prometeu ?

E' verdade. Todos o sabem diz-se isso por toda a parte. Mas silencio, ó patriotas, que todas essas verdades atiradas ao regimen, em pleno parlamento, por quem não lhe é ostil, pódem perdel-o irremedia-velmente perante o país.

Silencio! Silencio! Silencio! Esse é o dever dos verdadeiros

patriotas, essa é a missão de todos os bons portuguêzes.

Se um arrepio de indignação vos endireitar irrezistivelmente num aprumo de independencia e vos trou-xer aos lábios, numa revolta fremen te, palavras justas de condenação, tazei por domar o impeto compro-metedor, dobrae a espinha, vesti á consciência irrequieta uma camisa de forças.

O país continua a não ter exer-cito, nem marinha, nem liberdades, nem instrucção, nem crédito, nem onra ?

E' verdade Mas que importa, se o rejimen

continua a viver? Prudência. Silencio. Patriotismo. E anatema sobre todos os que

estes deveres não respeitarem. Esses são os traidores que andam, numa vijilancia constante, a prevenir o país dos perigos que êle corre, das

O PROTESTO Os últimos comícios de Vizeu e

Guarda foram uma nova corrobo-ração dos considerandos que vimos exarando sobre o assunto.

A critica dos oradores exerceu-se contra os processos governativos em uzo por banda de todos os par-tidos monárquicos, condenando pois lojicamente o rejimen que esses go-vernos escolhe e sustenta, e êsses processos reconhece e sancciona.

Nem podia deixar de ser assim, pois que só tolos, cínicos ou covar-des podem negar ao rejimen respon-sabilidades gravíssimas na situação a que chegamos. E ou o protesto que as propostas de fazenda provo-caram acaba numa grande afirma-ção , condenando e destruindo o rejimen,ou liquida num baixo fiásco, chamando o país á cumplicidade de novas larças salvadoras.

Nos comícios realizados, os ora-dores que o publico tem acolhido com mais demonstrações de simpa-tia e entusiasmo,tem sido sem duvida alguma os oradores republicanos.

E' que êles são dum partido sem responsabilidades nos desvario^ ruinozos da administração publica, e com uma brilhante folha de ser-viços ao país; e todos os outros, qualquer que seja o grau da sua respeitabilidade pessoal, vêm dos bandos monárquicos, ligados todos pelo mesmo passado de afrontas e crimes.

Aclamando os oradores repu-blicanos, cortando de aplausos as suasconsiderações,essasassembleias publicas claramente condenam o rejimen, cujo libelo sublinham com intensidade notável.

Isso tem sucedido em toda a parte. Isso succedeu ainda agora, nos comícios de Vizeu e da Guarda

Sejamos, pois, claros. Abaixo esitações e mentiras, que são no momento presente um grave aten tado.

Tem-se dito o que o pais não quer; e como, observa o Debate, é tempo sobejo de dizer o que elle quer.

Vámos, tenhamos todos a cora jem da verdade.

S r . P r c z l d c a t c

agradece as manifestações da assembleia e explana os motivos que lévão e cidade de Vizeu a çollaborar com as demais terras do país n'uma obra de moralidade. Condena as propostas de fazenda e declara não se demorar na sua analise, como se dispensa de se deter na espla-nação dos ruinosos processos administra-tivos, pois que estão ali oradores brilhan-tes que cóm competencia o farão.

Manda proceder á leitura do

E & p e d t e u t e

Adezões, em ofícios e telegramas: Do commercio de Mangualde, com

159 assignaturas; da freguezia de Lobão, com 72; de Tondella, com 19; de Lamego, com 40; de Oliveira de Frades, com 90; de Celorico da Beira, aos comerciantes e indnstriaes; mais adezões de Felguei-ras, Mangualde e de Cantanhede; dos agricultores e comerciantes de Castro )âire; da Associação Comercial d e Jraga; dos Logistas de Lisboa; de S. Pe-dro do Sul, do comercio da Guarda; do de Coimbra; mais adhesões de Celorico da Beira e da Associação dos Agriculto-res da Beira e Synríicado de Nellas; carta de Magalhães Lima, declarando não poder comparecer, mas que estava ao lado dos que protestam; mais adezões dos mer-cieiros do Porto; da Associação Comer-cial de Guimarães; telegraminas do com-mercio da Guarda, etc.

0 sr. prezidente concedeu a seguir a palavra ao sr.

D r , L u í s F e r . a d e F i g u e i r e d o

prezidente da camara de Vizeu, que é recebido com grandes aplauzos.

O nosso comicio, diz, estava feito pe-las manifestações que vê fazer contra a marcha ruinosa do govêrno. Saúda o prezidente, que classifica de personali-dade veneranda da sua terra. (Muitos aplauzos.)

E^te comicio não é politico; é uma reunião contra o inimigo comum; quere-mos velar pela nossa patria e este intuito alto o justifica. O nosso fim é patriotico —protestar contra o que vai pelo nosso país em matéria de administração. Saúda os de fóra; e pede-Ihes que vejam n'ele, orador, a personificação do protesto do povo, pois que por ele e só por ele foi imposto ao gcvêrno para prezidir á ca-mara, do pôvo que ali colocou os que de là aviam sido espulsos ignominiosa -mente. (Aplauzos.)

Retere-se á autoridade, ali prezente e declara que essa autoridade deve sen-tir lá dentro o que ele sente; é precizo não lhe dar desgostos nem margem a que ela intervenha.

Fala de um orador prezente o sr. Jozé Caetano dos Reis, de quem ezalça as virtudes cívicas. Espera que a assembleia

o receberá com as manifestações d'apreço a que tem direito pelo seu talento e pelo seu caraler. (/?' feita, n'este momento, ao cavalheiro em questão, uma prolongada manifestação). Refere-se também ao dr. Teixeira d'Abreu, uma personalidade im-portante dasua terra. (E'-lhe feita também uma larga manifestação d apreço).

Fás ainda justas referencias ao dr. Nunes da Ponte, ,que classifica de uma das mais ouradas personalidades do par-tido republicano. (A assembleia irrompe numa estrondosa, unanime e prolongada manifestação ao nosso valiozo e devotado corre,lijionario).

Todos estamos na vanguarda, prose-guiu o orador. Isto á de marcar um ciclo luminoso na nossa terra; e o pais deve manter-se unido e ir até onde fôr precizo, para salvar a pátria do abismo em que se encontra. (Fartos aplauzos.)

Sucede-lhe no uzo da palavra o nosso devotado correlijionario

D r . K n a e s d a P o n t e

que é recebido com uma prolongada ova-ção. As manifestações que prezenceia, não as toma como a si feitas, mas sim á conta da lealdade com que defende os seus princípios políticos. ('Aplauzos rui-dozos).

Enaltece a cidade de Vizeu a cuja istória fás calorozas e eloquentes referen-cias, citando os feitos de Viriato.

— Sou republicano! — prosegue o orador.

(Durante segundos é indiscritivel o entuziasmo da assembleia).

— Sou republicano, repete, mas es-tou com inteira leali ade, ao lado "dos in-teresses do pais ameaçado, roubado, es-carnecido. (Aplauzos). Respeita todas as crenças, pois que não está nos seus ábitos faltar ao respeito devido aos ou-tros, sejão quais fôrem as suas crenças ; mas não podem também faltar aos deve-res patrioticos, nêste movimento nacio-nal, que deve abrir uma época de resur-jimento da Patria.

Cai a fundo sobre as medidas de fa-zenda, que determínão grande e justifi-cada cólera em todo ó país.

Fala das liberdades publicas cercea-das e Timor, diz: lá está para atestar que nós ôje não temos direitos de cida-dãos. (Fartos'aplauzos). Não é permi-tida a entrada no parlamento a um único reprezentànte do povo, pois não vai ali um ómem que não seja escolhido pelo ministro do reino. (Bravos e appoiados). O sistema eleitoral é uma batota infame e revolta-se contra essa politica d e . . . politicantes. (Aplauzos).

Pelo lado material, outra grande mi-zeria se depara aos olhos de todos. Não temos estradas ! Os caminhos de ferro, os que possuímos são dos estranjeiros! Não temos instrução, pois que com éla se gasta a mizéria de 280 contos I O ezército é uma vergonha. Chegou a um extremo tal, que se o inimigo nos entrar pelas fronteiras, temos que recebel-o com a vergonha nas faces, pois não te-rnas uma clavina para o receber! E com-tudo para o ezército vai uma verba de 10:000 contos! Marinha outra vergonha! 0 dinheiro desaparece e não se sabe para pnde. Uma voz: — Sabe! Sabe 1 Vai para os dois erários!

Mostra que o país faliu com tudo. A França, quando na sua grande crize, gritava: Perca-se tudo, mas salve-se a onra! Entre nós procura-se salvar tudo e perder a honra! (Prolongados aplau-zos).

Aponta, numa. larga inu.neração nu-mérica, os esbanjamentos e as razõis que os determinam. Passa em revista a vida economica do país e analisa com critério o movimanto financeiro, demonstrando que o « deficit » escede anualmente (3:u00 contos! Era para eslirpar esse «deficit» que se vinha ezijir novos sa-crifícios do país, do puvo, que não pôde realmente pagar mais.

Ele entra na caza do pobre e do rico, e vê bem a mizeria que a todos assober-ba. Se á quem possa pagar mais, esse*

m

KEZISTEMC1A — Quinta-feir», 21 <Ie Al»ríl de 1904

são os priveligiados e é por suas mãos que se escoam os nossos averes.

Mostra quão lastimavel é a situação do operariado, sobre o. qual peza como chumbo o imposto de consumo, terrível, esmagador. (Grande ovação).

Pedir mais, constitue um crime que se deve combater com todas as forças ao nosso alcance. Em antes de nos pe-direm mais, devem reduzir as dcspezas. (Aplauzos).

Quando num momento de revolta, em 104.0, expulsamos os ispanhois, foi já por-que nos viamos espoliado^ (Apoiados). Façamos também agora impor a nossa vontade, que isto não é do quatro, é de todos nós, de nós, que somos os donos f'o pais e por isso nos cumpre tomar a sua direção. (Muitos.applauzos). O nosso dever é não pagar m»is um ceitil. (Ap-plauzos prolongados e ruidózos)-

sr. a seguir concedida a palavra ao

£55'. T e i x e i r a d . U t r c u

Disse o sr. dr. Teixeira d'Abreu que se achava em Vizeu, apezar de doente, pelo sentimento de profunda gratidão, que o prendia áquella nobre cidade, onde sempre fõra gentilmente recebido e tratado, e que ainda no ano passado re-cebera com dezuzada fidalguia o curso jurídico 3 que pertence. Não podia, por isso, faltar a inscrevèr-s.e como o ultimo dos.recrutas, no batalhão audas e glo-riôzo, que a cidade de Viseu aprestava contra a marcha perniciosa da nossa administração publica, e em especia contra a ezigencia de novos impostos destinados ao sorvedoiro insaciavel da con ução governativa.

Não combatia as propostas de fazenda nem combateria o governo por as ter apresentado, pois daquelas nada avia por agora que reciar por terem sido esfran-galhadas pela reação do país, e o gover-no, apresentando-as, prestara á nação o seu melhor serviço, pois lograra acordar a alma nacional, que o dezalento deri-vado de repetidas dezilusões narcotisára, chamando-o á compreensão dos seus de veres, e ao ezercicio dos seus direitos.

Neste longo e criminoso sono de indiferença perante a vida politica, dei-xaram os cidadãos uzurpar os melhores direitos, e o melhor dos seus rendimen-tos a um grupo de politicardes, que da politica fizeram profissão altamente lucra-tiva, e se arvoraram em donos do patri-mónio comum,/' e senhores despoticos das nossas próprias pessoas.

Perdidas as garantias individuaes, foi perdida a liberdade. Ninguém ôje.pode viver tranquilo em seu lar se é ómem independente, pois a politica lhe baterá á porta quando menos o espera para lhe impôr atos de baixa subserviência, ou a perseguição mais afrontosa e repu-gnante !

Nem no seu gabinete o ómem de estudo, estará seguro de que um esbirro qnalquer ali pão entre para lhe dizer, em nome dos amos: não escrevas, se não vais para a cadeia ; não fales, que o proíbe a policia.

Regime de imoralidade; regime de oppressão!

Abençoadas, pois, as propostas de fazenda, que. acordaram o pôvo ludi-briádo. E se'ámanhã vier esse ezêreilo inumerável de beleguins do selo, e dou-tros impostos, reclamar, em nome delas, alguns vinténs á nossa bolsa, de bom grado os pagará, porque é o justo pre-mio deste relevante serviço de acordar as energias cívicas para a reivindicação da liberdade, e das garantias indivi-duaes.

Refere-se com justo louvor aos drs. Luis Ferreira, Nunes da Ponte, e José Caitailo dos Reis, salientando a perfeita união dos vários partidos políticos na mesma atitude de protesto, e afirma o seu respeito por todos os ómens since-ros, qualquer que feja a sua orientação partidaria.

Em todos eles á um só ideal, elevado e nobre: a salvação ou o bem da patria ; mas cada um, pelas condições especiais do seu espirito, pela natureza dos seus estudos, e até pelas influencias do meio sobre a formação das suas ideias, julga poder alcançar aquele fim por caminho diverso.

No probelema politico, como em lo-dos os problemas complecços, não pode ezijir-se uniformidade de vistas quanto á sua melhor solução: cada qua! procura a mais perfeita, mas nem todos encon-trão a mesma.

Por isso elie orador respeita todos os seus adversados, que procedem de boa té, séjão monárquicos, ou séjão republi-canos; e a união perfeita de todos na-quele justíssimo protesto, mostra bem que o mesmo sentimento fundamental do

os

amor á sua patria banha egualmente coração dos cidadãos portuguèses, quaes quer que séjão as suas ideias sobre probelema politico da forma do governo

Em lodos os partidos á ómens bem, que são os sinceros; só a intoleran injustificável de alguns, que pretendem impôr-se a tôdos os outros, pôde negá-lo

Mas se aquéles merécem respeito, vendilhõis da politica, sem fé e sem creri ças, que só o interésse domina, esses são desprezíveis seres, que odeia cordia mente, e sempre olhou cora desprezo.

Declarou ser franquista, crente sincero, porque o seu espirito lhe diz (pi assim pôde servir mais proficuamerite sua pátria, por se lhe afigurar que soluções administrativas dosèu pmgrarn são na óra presente as mais justas convenientes; mas se um dia vier em que este partido deixe de traduzir as as

as

pirações nacionais, e de preconizar melhores e mais jusras, o seu devér ó sair, e esse dever o cumprirá, porque não compreende que alguém de bôa lê e Consciente dos seus devères, póssa dá o seu apoio a um partido politico, cujr orientação repele, ê cujo procedimento censura.

Apela para as inerjias do pôvo, acoh selhando cada um o compeuetrár-se dos seus deveres, e a exercer onrádamente os seus direitos; pois se assim fizer não averá governo capáz de fazer, o que nos últimos tempos se tem feito. Em tal caz< a nação governár-se-á a si niesmi; deixará de ser escravo dos usurpadores do poder publico.

Cada um no seu iógár, e nação será salva.

*9ozé C a e t a i s o d o s H e i s

de Santarém, que é recebido com palmas e aplauzos entuziáslicos, que agradêçe, declarando que uma fatalidade inezorave nos arrasta para a ruina. Com as suas propostas, o governo fizera um grande favor ao pais, pois que o levantou.

E', pois, iminente a ruina tilai; todos os que procúrão evital-a são patriotas, são ómens de onra e de Coração. (Aplau-zos)- Não apelará para a revolução, que é sempre um erro, mas a rezultante de grandes erros. (Apoiados). Não devemos pagar mais do que aquilo que for abso-lutamente indispensável e justo. Também não tem fé nos programas dos governos, sempre mentidos : o qne quer é vida onesta e ourada. (Palmas, bravos e apoiados).

A mizéria é jeral. Não á serviços públicos que não esfejão (lezorganizados já estávamos sem camiza e agora vamos estando sem péle, porque os só querem o nosso dinheiro e desprézão as nossas indicações. (Aplauzos'

Passa em revista, criteriózamente, a situação do comércio, da industria, da lavoura e declara estar com todos os que estão ao lado désta campanha.

As propostas de fazenda são uma especie de bomba, cuja mangueira está, permanente, nas aljibeiras do povo des-pejando para nm tonel que se esvazia logo que está cheio. E a bomba não está inutilizada; por isso as propostas restir-jirão, e nós avemos de pagar bem sal-gada, a conta; que ella venha, porém, com garantias de outra vida. (Muitos apoiados).

Não vem aqui como salvador, mas vem como ómem de bem, como ómem que nunca roubou nada e exije que o não roubem. ("Aplauzos).

Entra noutras considerações d'órdem jera', respeitantes á situação do país e declara que, sendo um descrente, não é um dezesperádo. Não é o bem da pátria que espera, mas a sálvação da pátria. Fála dos revezes da Itália, mas mostra que éla teve a corájem para voltar a levantar-se. Não dezespéra, pois, da sal-vação da patria, mas teme que o entu-zfásmo arrefeça, ámanhã, nésta luta. Pois é preeizo que não arrefeça. Por sua parte, já por vezes tem sido vencido, mas ficou onrádo; e é preeizo que né-ta luta se reate ao fim e que, ainda que vencidos, fiquemos onrádos. (Aplauzos).

Mesmo os cavalheiros que militam na Répnblica, veern ali em nome dos inte-resses da patria — tanto basta para que os aplánda.

Todos os ômens são livres para astear a bandeira que quizérem, ao que ninguém tem o direito é de deixar de sèr portu-guês. (Prolongados apláuzos).

A este orador sucedeu o nosso pre-ádo amigo e talentôzo correlijionário.

i®aílssa C o r r e i a

que é recebido com uma prolongada ma-nifestação de aplauzos. Dis que nas crizes frequentes que tem assoberbado, o pais ouve constantemente repelir — não fa-çamos politica, sejamos apenas patriotas, discorda. Porque o pais se tem afastádo

da politica, é que se creou o bando dos politicardes completamente separado das classes produtoras. (Aplauzos ruidózos e prolongados/

E'ssa cásta vive á parte, não cura dos interesses da nação, mas sim dos interesses seus. Esses é que repetem que o pais não deve fazer politica. Em quanto as classes que trabalham não fize-rão politica serão continuamente esplo-radas pela oligarquia. (Aplauzos).

Tem a vida financeira dos governos jirailo sobre empréstimos e impostos. O primeiro recurso falhou; o segundo, ou pelo presente governo ou por outro que lhe suceda, vai, ser empregado. Por isso, as propostas não estão mortas e enterradas, mas simplesmente á espera d'ocasião. (Aplauzos).

A' um bandido mas cobarde que, de faca na mão e olhos a fuzilar, espera apenas que o país esteja adormecido para o estrangular. (Bravos e apoiados repe-lidos).

Mas como, momentaneamente, só a proposta das pautas esteja em foco, é a e-sa que se vai referir. O relatório pre-zente á camara dos deputados enumera os paizes em que o protecionismo f i implantado e as datas memoráveis da inauguração do sistema.

Oje não podemos ser livre-cambís-tas, mas o que se exij-e é que o prote-cionismo seja um sistema de politica económica, e não um premio concedido á Imbecilidade rotineira indijena, que se transforme em favoritismo em detrimento da nação. (Aplauzos nutridos). Como sis-tema de politica ecoiíomica, não consiste apenas numa serie de tarifas proibitivas. E' mais complexo; vários falores entrãó em jugo e izolar um deies, sem qne os Outros entrem em jogo, é deturpar e transtornai o equilíbrio das forças pro-dutoras. Assim, as pautas, para resul tarem, têm de ser acompanhadas con o barateamento de capitais, conquista de mercados e tratados de comercio, fretes marítimos, ensino técnico, situações do operário. Dezenvolve esses pontos.

Sem capitais abundantes e baratos vivem as industrias vida precária e titi-cia. A questão do juro, do preço do di-nheiro, é fundamental. Em todos os pai-zes europeus, o problema é criar riqueza. As pautas não a crião, mormente num rejimen de juro alto. Na Europa assis-timos a uma baixa progressiva da taxa de juro. A clfâri ada crise dos juristas afirma-se intensamente. Uma família que no começo do século passado tivesse a

inglês e re-cebesse de juro 0:000 libras, apenas ôje receberia 2:750 fibras. Refere-se á Fran-ça, Olanda e Suécia, onde este fato se reproduz.

Por outro lado, a taxa do juro nos mercados de dinheiro é de 3 por cento na Inglaterra, 3 1(2 na Olanda, 4 na Reljica, 4 I]2 na Rússia e Áustria, e 4 4|6 na Italia. Em Portugal dá-se o con-trario. A taxa de capitalização da nossa divida publica, era em 1887 quando esta se contava a 59 de 5,30 e ôje subiu a 5,67. 0 mesmo se dá com as ações do Ram-o de Portugal, nas quais se capita-izava em 1S82 a 5,37 U|0 e ôje, com o dividendo a 8 0[0 se levantou a mesma taxa.

Comparando as obrigações do credito jredial ao papel similar, do Credit fran-

çais, em qne as garantias ipotecarias são idênticas, achamos a taxa de capitaliza-ção, para as primeiras, ce 4,55 e de 3 0[0 para o segundo. 0 desvio aprezen-tado entre a taxa de capitalização no credito ipotecark' português e os créditos d'eslado são reveladores. A primeira é inferior á segunda quando nós paizes de boas finanças e administração o credito publico tem sempre a preferencia.

De maneira que, entre nós, se dá o inverso dos paizes de industrias flores-centes. Lá, o preço do dinheiro baixa, aqui sóbe. Não se pôde afirmar que, para os bancos, corrãe os capitais portuguezes. Só nos últimos 12 anos forão retirados depozilos superiores a 33:000 coutos. Ora nós temos*uma circulação íiduciaria absoluta. Logo, para onde se escoão os capitais da nação? quem os suga? quem os absorve em detrimento das forças produtoras?

Responde o sr. Dias Costa no par-amento:

A divida interna era em 1891 de 258:10! contos; subiu em 1903 a contos 500:002. Cresceu, pois. em 12 anos, 241:901 contos, ou medias de 19:351 contos por ano, i:012 por mês. 54 por dia l

São portanto os governos, todos os governos, que absorvem os capitais dis-poníveis, abarrotão o mercado de ins-crições, desvíão para as suas delapi-(ações os recursos, são o maior fator de depauperação nacional, e o rejime do alto preço do dinheiro a êles se deve.

mercados e tratados de comércio, refe-rindo-se, de passajem, á crize vinícola, das grandes somas que os fretes marí-timos nos lévão e do estado da nossa marinha mer.-ante, do ensino técnico na Inglaterra, Alemanha e Esta 'os Unidos, e da situação do operariado para o qual reclama leis protétôras e acrecimo de salários.

A falta if espaço e de tempo não nos permite dezenvolver a analize superior feita pelo nosso valioso e devotado cor-relijionário, que conclue não servir o protecionismo,' sem esses requizitòs, senão para se locupletarem alguns industriais, encarecendo a vida, pondo a questão so-cial num estado agudo e apoiando os governos que, em troca, depejão sobre eles as graças e favores.

Descreve, a seguir, a orientação dos governos e dis que varias vêzes se re-pete sêr a falta deonestidade nos gover-nantes a cauza do estado a que chega-mos. Que bastam moralidade e economia. Mas então, pergunta: Todos os ómens que tem passado pelo poder são um bando de ladrões, de corrutos e devassos? De modo nenhum. Tem-os lá ávido onest^s a toda a prova, como Loulé e Braam-camp, eruditos como Andrade Corvo, es-critores, filózofos, cínicos, ladra vazes e quazi eróis. O rejimen experimentou de tudo. e tudo faliu. (Nutridos aplauzos). De quem é a Culpa? E' que a questão não é d'ómens, mas de principios.

Um orador que rne precedeu, dis o sr. Padua Correia, asseverou que, entre nós, republicanose monárquicos, á apenas uma pequena diferença, que pouca coiza nos separava. E' ezàto. O que nos.separa é . . . apenas um ómem.

(A assembleia, que compreendeu bem o sentido da frázo, irrompeu num grande clamor de aplauzos e bravos).

Sucéde-lhe o sr.

D r . P e í l c » F e r r e i r a í l o s & a » í o §

que é recebido com nutridos apláuzos: Dis pertencer á Liga dos Agriculto-

res da Beira. Fas referencias a vários agricultores que deviam estar ali e não estão. Por si, não se deixa envolver nas maltas da pérfida politica partidaria. (Aplauzos). Trála-sede defendera a bolsa do contribuinte e n'esle campo ele não admite fermento de divisões. Ante esta lucta, ninguém pôde ficar em casa, por-que é indisqensrvel reajir. (Apluzos). Não fala das propostas de fazenda. Ainda es-tá nos seus ouvidos a bela, a exlraordi-naria conferencia do sr. Pádua Correia. (Ruidosa manifestação a este nosso cor-relijionário).

Depois de divagar sobre a nossa si-tuação, fas alevantadas referencias aos ómens de planos e de ideias, entre estes ao grande publicista Razílio Teles —• (A assembleia aplaude nutridamente este nôme) e a Anselmo d'Andrade, cuja óbra anaiiza com elevação.

Um orador, dis, falou aqui da situa-ção do Ejito. Ele não sabe se, em pre-zença do que ocorre, valeria mais emi-grar para o Canadá ou para a colonia do Cabo. (Aplausos). Uma coisa o anima —é a atitude do pais no atual momento; e anirnarn-no estes comícios, que julga in-dispensáveis para íiscaiisar a administra-ção publica. (Apoiados)

E' necessário que se leve esta agita-ção até ao mais fundo das camadas so-ciais. Apela para a energia das classes produtoras, pois que é preeizo mostrar que não somos tão inocentes que não conheçãmos quem nos explora. (Aplausos nutridos).

Todos devem dar as mãos para lutar e vencerem comum, por que o interesse é de todos. Para tirar as concluzões praticas que devem resultar d'este comi-cio, fas varias considerações de largo al-cance, e diz que o povo deve, unido, declarar que não paga nem mais 5 reis.

(O comissário de policia interrompe o ilustre orador, o que valeu a este uma prolongada ovação, e estrondosa pateada ao interruptor).

O orador explica o sentido das snas palavras; que o objectivo de todos é: não mais impostos, não mais empréstimos.

Termina por aprezentar uma

P R O P O S T A

P r o p o n h o : Q u e desde j á , e c o m o s ínteze

deste comício, fiquem n o m e a d o s re-p r e z e n t a n t e s dc todas a s classes e assoc iações prof iss ionaes, aqu i reu-nidas , p a r a const i tu i r u m a Comissão

O protecionismo que. apresentão não t r ibu in tes do Distr i to de Vizeu • de-e, portanto uma proteção á industria. J v e n d o t e r C Q m o { • , b j ' j

Dezenvolve a seguir os restantes pon-! ,, K , F t t U U J C U V U

tos do assunto, tratando detidamente, dos P r a t l C 0 í a z e r penetrar bem no animo 1 desses contribuintes este simples programma:

Nem mais emprestimo;, nem ?nais impostos.

Lcono?nias, e boas praticas de ad-ministração.

Proponho mais: Que esta comissão sereunaainda

ôje e procure imediatamente esta-belecer contatos com o Comicio da cidade da Guarda e com todos as classes produtoras das outras pro-víncias, onde mais se tenha feito sentir a violência dos impostos e os desvarios de administração — afim de que a força coesiva dêstes peque-nos grupos distritais póssa ir for-mando as bazes para uma — Fede-ração Jeral dos Contribuintes — que , a seu turno, obrigue os nossos Es-tadistas a decretar um sério e pro-fundo inquérito a todos os serviços públicos e a toda a vida economica da sociedade portuguêza, fazendo em seguida, vingar este outro pro-grama mais radical:

iRegu l a r i z ação e per-equáção de todos os impostos, por fórma a não mais consentir nem fontes de tributação deZegual ou injustamente oneradas, nem matéria coletavel com previlegios e isemçõis tributa-rias. , ' : *

2° Decentralisação administra-tiva e macima estensão de liberda-des locais, de modo a dezenvolver a vida municipal e distrital, e fa-vorecer á áção fecunda da inicia-tiva particular.

3.0 Redução nas despezas publi-cas, quer simplificando a nossa com-plicada engrenajem e diminuindo a injerencia do Estado para mais ra-pida solução dos negocios e servi-ços públicos—quer cortando a fundo nos enormes desperdícios da nossa fortuna nacional.

Comicio de Vizeu, 17 de abril de 1904.

Pedro Ferreira dos Santos. Vice-prezidente da Liga dos

Agricultores da Beira.

E' coberta d'aplauzos esta proposta. Dada a palavra ao nosso prestante

correligionário de Lisboa, sr.

C u p e r t i n o R i b e i r o

Vai ser bréve por estar dito tudo, e ir adeantada a óra. Cumpre um dever estando ali ao lado dos que protéstam. Junta os seus vótos aos dos comerciantes da Beira, para sabêrem que o comercio de Lisboa está com o de todo o país, pois está convencido de que, dêste movimen-to advirá o resurgimento da pátria — (Aplausos).

Paréce que as propostas estão postas de parte,; subsistindo a das pautas. Con-demna ésta como as outras. Nenhuma déve resurgir sob qualquér protesto que seja.

Analisa a vida dos governos, que tem sido um círio vicioso de impostos e em-préstimos. A péla para as forças do pais afim de se ezijir qne nos não imponham mais sacrifícios.

Termina rogando ao país que se im-ponha dentro da lei; e se para fóra dela saltarem os que nos fazem imposiçõis que o país saiba cumprir o seu dever. — (Ruidózos e prolongados aplauzos).

Fála a seguir o sr.

Dr. A u g u s t o de Castro

que a assembleia recebe com apláuzos. E' preeizo que se sáiba o que querê-

mos e pára onde vamos, — dis. Parece que em face da atitude do govêrno se de-veria socegar um pouco nesta luta tila-nica; mas nós conhecêmos o caráter dos govêrnos, tão pródigos em fazer pro-rnéssas como em mentil-as.

Foi se milita lonje para retroceder. Agóra é tárde. O movimento já não é da comissão que o iniciou é do país, é a ele, por tanto, que cumpre decidir o pleito ; o recuar trará consigo a mórte inevitável.

Não sabemos até onde irêmos; mas iremos até onde as circumstaneias o eziji-rem, por quo a situação angustióza

ãn nprmito lihiôvit! nn «liil«»nm Dermanente do rlpfpyfl Hnc inctnc in ' c ' " ' M"u <• Miuaçau angusnoza do permanente de deíeza dos justos in-, p a i s n ã o p e r m i t e t ibjêz;)S o u a b i t ões>

teresses e direitos de todos os con-1 De á 50 anos para cá, o pais tem tido

K E Z K f c t T T C t f C I A — 0 « 5 n í « - F e i r a , 21 d e A f r r i l d e 9»

tanta paciência como de desprezo téem tido por elo os govèrnos e isto cauza-lhe uma profunda amargura.

Analiza com calor a situação morál e material do país e tem palavras causti-cas, de protesto veemente, para os go-vèrnos que nos lançárão nesta mizeria.

Fala do imposto e fás o confronto dos sacrifícios ezijidòs á nação com o sêu estado de mizeria e de empobrecimento.

Acredita que a salvação da" patria está no povo; e, neste sentido, para ele apela.

Tem ainda largos rétoS de eloquente protesto e termina por afirmar, com toda a sinceridade de sua alma, diz: — que oje, máis liberal que ontem, ántanhan máis liberal que oje.

Foi ruidozamente aplaudido. Fala em seguida

D r . «Po lo t l e M c a è á e s

E' recebido com uma enorme ovação. Coméça o orador:

Não pôde dizer que fála dentro da lei porque em Portugal não á le i—es-pressão da vontade, jeral - - mas á o ar-bítrio do poder contra todos os cidadãos,

Fála dentro dos sêus princípios, que, em sua consciência, estão superiores ás leis do rejimen.

Mcús sènhorfcà — dis o orador — eu sou republicano, sempre o fui, sempre o serei.

(A assembleia rompeu numa estraor-dinaria ovação).

Formou a sua convicção pelo estudo e julga que outros princípios: não pódp professar, desde que os factos lhe de mons.trárão que o país não pôde salva r-sè senão pela Republica.

Façamos politica, e combatamos os políticos. Mas façamos politica. Quem defende uma determinada doutrina deve expôl-a perante o pôvo. Fáção o mesmo os monárquicos. E o povo que rezolva e se pronuncie.

Respeita os seus adversa rios onéstos e fás-lhes justiça como não esitarja em condenar qualquer correlijionario que procedesse mal.

Louva os promotores porque proce-derão lojicamente protestando contra, as propostas de fazenda e contra a marcha dos governos, porque as propostas são consequência lójica do desregramento de todos os governos.

OS republicanos desde á muito que teem prevenido o país.

Em 188'), o deputado republicano Manoel d'Arriaga, disse no parlamento que a bancarôta se aprócimáva.

Fontes replicou-lhe negando. Em 1890. o ministro da fazenda João

Franco, do ministério que fés a primeira ditadura do engrandecimento do poder real, dizia no seu relatorio de fazenda que dentro do país avia confiança e no estranjeiro avia credito. Lançou um adi-cional de G 0|0, tentou um emprestimo de 9:000 contos que falhou e iniciou as negociações para o empréstimo dos ta-bácos que foi o primeiro rebate da ban-carôta. Em í 891 a crize assumia pro-porções tremendas. Estávão confirmadas as previzões do deputado republicano Manoel d'Arriaga. (Apláuzos).

Nèsse apo de 1891, outro deputado republicano, Eduardo Abreu, propôz re-duções de despêzas a começar pela lista civil. Rejeitada a proposta, está claro. E todavia os partidos monárquicos prome-tem reduções de despêza. Mas nada fa-zem.

Porque? Dil-o o antigo ministro Dias Ferreira. — Porque ao tim de 70 anos de rejimen constitucionál estáj provado que nenhum govêrno que pretende re-duzir as despêzas se pôde conservar no poder. Nutridos aplauzos.

Porquê? Ninguém responde?.. • Nenhum govêrno da monarquia re-

duzirá as despêzas a sério, porque al-guém dirá sempre, tratando se de certos desperdícios : Não quero! Apláuzos.

E os governos obedecem. Mas o mál não está nos ómens. Nin-

guém pôde acreditar qu, todos os minis-tros ajam sido ineptos ou tenham querido governar.

Que força existe que perturbe a ação dos ómens bem intencionados dentro da monarquia ?

O pôvo que responda. Estamos em plena falência moral, po-

litica e financeira. Dêsde l*i9j ôje tem ávido 14 minis-

tros da fazenda: João Franco, Melo Gou-vêa, Augusto Jozé da Cunha, Mariano de Carvalho, Oliveira Martins, Dias Ferreira, Ilintze Ribeiro, Ressáno Garcia. Manuel Afonso Espregueka, Anselmo de Andrade, Matoso dos Santos, Teixeira de Souza e Rodrigo Pequito.

O sr, Intze Ribeiro foi ministro da fazenda durante três ános, na segunda ditadura do engrandecimento do podèr reál. Fic5o 13 ministros pois 11 ános.

E ôje, corno em a rui;;a, a perspe-tiva da administração estranjciia, conse-quência do convénio de 1902.

Porque fracassaram tôdos os minis-tros ?

Porque, tôdos quizéssem, propositáda-mente, fracassár?

Não. E' que uma força superior á vontade dos ómeus contraria os melhores esforços.

Passando a apreciar a responsabili-dade (los reprezentántes do podér, cliz que, pára êle, irresponsáveis são apênas as criánças, os ébrios e os idiotas ! . . .

(Interrução do comissário que dis tiSó poder consentir que assim fale)

Replica: Pois bem! Não discutirei a ireesponsabilidade da família real.

Refere-se ao destino do dinheiro do tesouro e diz que o snr. Anselmo de Andrade afirma que, dos empréstimos contraídos, cento e oitenta mil contos não se lhes conhece o destino.

Trata dezenvolvidamerite da defêza nacional do Estádo do Exército e da ma-rinha a pretesto dos quais, em despêzas ordinárias e extraordinárias, se dispên-dem perto de 11:000 contos. E não ha marinha nem ezército, (Grandes aplau-sos).

Para onde vae o dinheiro? Ninguém respondeu. E, todavia, em requerimento enviado

ao Supremo Tribunal de Justiça, disse o bastante; para se iniciar uma séria inves-tigação.

Portugál' está a mércê da primeira investida do estranjeiro. De nada nos va-lerão alianças só naiv velarmos por nós próprios.

Compara a organização militar da Suissa com a nòssa.

A Suíssa dispénde (>:u00 contos com a sua defêza e pôde. mobilisar 500:000 soldados.

Portugal não pôde mobilizar, em 30 dias, trinta mil.

Mas na Suíssa, que também dispende com a instrução mais de dês mil contos, o prezidente do conselho federál não gánlia 365 contos de réis por ano mafc apenas três contos.

Dis que a questão de salvação da Pátria não é entre o país e um governo, mas entre o pais e - . . os senhores èptri-'[ifeendem, não é verdade? (Grande ova;-ção).

Como liquidar a situação? E' inimigo da situação. Mas a istória

ensina que nenhuma casta, nenhuma classe privilijiáda abdica voluntariamente. • .

Não vem ali pregar a revolução. As revoluções fazem-se, não se anuncião nos comícios nem nos jornais.

Vai agora analizar as responsabili-dades dos partidos monárquicos e de-monstrar que, dentro da monarquia, não avia salvação possível. . .

(Interrução violenta do Comisário que dis não poder consentir que o orador prosiga naquéla orientação).

O orador termina: •—Está bem. E' bastante.

O discurso de João de Menêzes fôi constantemente cortádo de apláuzos, sendo no fim alvo da mais estrondoza mani-festação.

Em seguida ao dr. João de Menezes é lida a seguinte

M O Ç Ã O

O Comercio, a Industria, a Agricultura e as demais classes tra-balhadoras do distrito de Vizeu, reunidas em comicio publico, no dia 17 d'Abril de 1904.

Considerando que as propostas de fazenda aprezentadas no parla-mento pelo actual governo só teem em mira fornecer recursos para no-vos esbanjamentos e sustentação de clientelas e não teem, como de-viam, um largo plano de fomento económico;

Considerando que os encargos públicos dia a dia vão aumentando sem utilidade alguma para o País e somente agravam, d'uma maneira assustadora, a situação insuportá-vel do contribuinte;

Considerando que as classes tra-balhadoras e menos abastadas sãp exatamente aquelas que mais so-frem com as referidas medidas de fazenda sem nenhuma esperança que o seu sacrifício concorra para o dezenvolvimento material e intele-tual da nação;

Considerando que o País, já ver-gado ao pezo de tantos impostos, não pôde reconhecer aos governos

que tão mal têm administrado os dinheiros públicos autoridade moral para lhe impor novos sacrifícios;

Considerando que os Comer-ciantes, Industriais e Agricultores, bem como todas as classes produ-toras, não se recuzarão a novos sacrifícios pela Patria logo que um inquérito sério e rigorozo acabe de vez com todas as despezas supér-fluas e de méro favoritismo, em de-trimento d'outras que importam ao bem jeral;

Considerando que para o resur-jimento da nossa querida' Patria é indispenâavel que os processos da administração publica sejam mol-dados nos sentimentos de dezinte-resse e patriotismo;

Mas considerando que o Povo para conservar a sua autonomia preciza de governos onéstos e es-crupúlozas, acima de consideraçõis e favoritismos partidarios;

Rezolvem: i.° Manter com firmeza e intran-

zijencia a sua opozição a todas as propostas da fazenda quç traduzam agravamento de impostos;

2° Reclamar um rejimen de politica e administração que tenha excluzivamente em vista o engran-decimento e progresso da Patria;

3.0 Levar a sua rezistencia até onde as circumstancias o determi-nárem.

Vizeu, 17 de Abril de 1904. Jozé Perdigão.

« l o ã o €» : i i suarães

propõe que a moção seja levada a Lis-boa, ás duas camaras, por uma comis-são de membros do comercio, industria e agricultura, sendo nomeados e aprova-dos, com aplauso, os seguintes cavalhei-ros :

Dr. Pedro Ferreira dos Santos, dr. José Caetano dos Reis, Antonio da Silva .Sequeira, Alberto Basto, Jozé Perdigão, Tiodóro, da Costa Figueira, Adelino Cid è António Pereira Vinhal.

Falou seguidamente o sr.

I>r. Mai la i i iÈO d ' A r a g ã o

que declára estar ali unicamente para cumprir os seus devêres e para afirmar que o país deve ezijir govèrnos que go-vernem pelo povo e para o pôvo. Num rejimen de liberdade estas manifestações erãó dispensáveis. Se tivéssemos repre-sentantes no parlamento, dispensávão-se os comícios; mas nós não temos lá nin-guém em nome do pôvo. Pois mostre-mos aos govèrnos que somos nós que tèmos a força.

Ruidozamente aplaudido. Terminou por aprezentar a seguinte

Considerando que a Associação Comercial e Industrial de Vizeu se dirijiu a todos os deputados por este distrito, pedindo-lhes defen-dessem a sua reclamação contra as propostas da fazenda aprezentadas ao parlamento pelo ex-ministro da respetiva pasta, sr. Teixeira de Sousa;

Considerando que alguns dêsses deputados, Sm lugar de acederem ao pedido que esprimia o sentir de toda a nação, 'apoiarão com o seu voto, quando não com a sua pala-vra, as propostas que fôrão discu-tidas, deixando assim de satisfazer ás reclamações da opinião publica e falseando o seu mandato, para se tornarem servos submissos do go-verno, comprometendo por êsse modo os interesses dos seus consti-tuintes que, se fossem verdadeiros mandatários, deviam defender;

Considerando que não se devem perder as occasiõis de affirmar a soberania dos povos e de castigar e fustigar os atos attentatorios dessa soberania e lesivos dos direitos e interesses dos cidadãos, principal-' mente quando são praticados por aquelles a quem, bem ou mal, tenha sido confia a sua salvaguarda;

Considerando que é preciso que

a voz dos povos se faça ouvir e res-peitar, quando pedem cousas justas, como é a moderação nas despezas publicas;

Esta assembleia, constituída por todas as classes sociaes, agriculto-res, commerciantes, industriaes, ar-tistas, etc., de todos os partidos mi-litantes no districto de Vizeu, resolve comunicar aos deputados pelos cír-culos de este districto que votaram as propostas de fazenda, ultima-mente submettidas á sua apreciação e discussão pelo ex-ministro Tei-xeira de Sousa, que, em nome dos povos de toda a Beira Alta, lhes re-tiram o mandato, devendo conside-rar-se destituídos da missão a que lhes davam direito e impunham de-veres os seus respectivos diplomas».

F e r r e i r a t í o i s ç a l v e s

E' recebido com uma prolongada ma-nifestação de estima. Condenou vibrante e eloquentemente a marcha administrati-va dos governos e põe em evidencia as suas desvergonhas e a sua impenitènçia. Fás referencias que irritam o comissário de policia que o interrompe.

E para terminar leu uma carta do sr. Manuel Pestana, que foi muito bem rece-bida pelos circunstantes, que se disper-saram na melhor ordem, soltando enthu-ziaslicos brados.

0 Monumento a Eça da Queiroz O nosso colaborador Manoel

de Souza Pinto enviou á redacção d 'O Mundo a seguinte carta:

Meu caro Mayer Garção. Terminou ontem a Vanguarda a

vagarosa publicação duns quatro arti-golorios sobre o meu folheto O Monu-mento a Eça de Queiroz, covardemente anonimos e deploravelmente escritos. Pela mesma razão por que se uão faz caso dum i carta anónima, eu julgava-me, como me julgo, absolutamente inibido, pela minha dignidade, de responder a esse ignorante inédito.

Acresce porém que o embiocado fulano descambou da sua inépcia literaria para o campo da ofensa pessoal, preten-dendo assim suprir a impossibilidade em que se via de rebater os meus argu-mentos.

Ligo o mais absoluto dos despresos a esses insultos sem autor, que nem sequer me atingem, e apenas estranho que um jornal democrático e de bons princípios dê guarida a esses réles pro-cessos da anonimia.

Peço-lhe, meu caro Mayer, a especial finesa de inserir esta carta no seu impar-cialissimo jornal, pelo que mais uma vez lhe confesso gratidão.

E 'c . Manoel de Sousa Piuto.

C o n g r e s s o

Como tencionámos publicar um nú-mero dedicado ao Congresso, reserva-mos para êsse numero todas as noticias que lhe digam respeito.

Convocação das cortes Lisboa, 21

As cortes são convocadas para o dia 29 de setembro.

Tem havido ôje uma grande excitação por causa da dissolução das cortes.

A Arcada esteve concorridissima, com-parecendo um grande numero de pares e deputados, que discutiam os últimos a contecimen tos pol í ticos.

Correm boatos de que em breve se darão importantes acontecimentos políti-cos referentes a progressistas, franquistas e 'nacionalistas;- A animação politica é extraor iinaria sendo inúmeros os boatos em circulação devido ao fáto de não avèr jornais.

S p o r í c S u b Comunica-nos a diréção do Sport club

désta cidade que está definitivamente constituída àquela sociedáde, e que as suas aulas de jináslica, atlética, veloei-pedia e musica, dirijidas por professores competentíssimos, já são frequentadas por mais de cem alunos dos divérsos coléjios de Coimbra.

É, cértamente, uma instituição muito simpática.

Gréve dos tipógrafos Lisboa, 21

Está reunida no govêrno civil a comis-são de jornalistas composta dos srs. Silva Graça, Alfredo da Cunha e Lara Everard para vêr se chega a um acordo com a comissão dos tipógrafos. Só a tarde se saberá o resultado. A conferencia reali-sou-se a convite do sr. governador civil.

Na reunião celebrada com o governa-dor civil, os tipógrafos declararam que só aceitariam a arbitrajem, no caso dos árbitros serem profissionais. Não se che-gou, por isto a acordo algum.

Os diretores de jornais apenas acei-tam a arbitrajem mixta. No caso dos tipo-graphos aceitarem, começarão desde já os trabalhos. Supõe-se que estas combi-nações não darão resultado nenhum.

Creche de Coimbra E' no domingo que se realiza no teá-

tro circo, a récita em benefício das Cré-ches de Coimbra, oferecida pelos quinta-nistas cuja peça se intitula do « Sonho á Realidade », original do sr. Martins de Carvalho,

Tão útil é essa instituição e tão va-lioso auxilio está prestando ao agasalho de creanças, emquanto as pobres mais se dão durante o dia ao labor pera obte-rem meios de subsistência, que deve su-pôr-se o publico acorrerá ao teatro, a contribuir para que o resultado seja tão satisfatório quanto o merecem a sublimi-dade de ação das Créches, e o dedicadís-simo interesse que á sua administração tem votado o seu ilustre corpo gerente.

A N N U N C I O Direcção i a s Obras Publicas do districto

de Coimbra Serventia da estrada districtal

n.° 106, (ramo de Taboa) para o Casal do Espirito Santo, na fregue-zia de Espana, Perfis 6 a 25.

Faz-se publico que no dia 23 de abril, ás 12 horas da manhã, na secretaria d'esta Direção d'Obras Publicas, se procederá á arremata-ção d'uma empreitada de terraple-nagens, obras d arte, pavimento completo e obras accessorias, sendo base de licitação, 459S655 reis; de-posito provisorio, 11$490 reis.

O depozito definitivo será de 5 por cento do preço da adjudicação.

A s medições, dezenhos, orça-mentos, perfis, tipos e condições especiaes de arrematação estarão patentes na secretaria da Direcção das Obras Publicas em Coimbra, todos-os dias não santificados, des-de as 10 óras da manhã até ás 4 da tarde.

Coimbra e Diréção das Obras Publicas, 15 de abril de 1904.

O conductor chefe da seeç-Io, Antonio Luiz de Mendonça Cabral.

A N N U N C I O Direcção das Obras Publicas da districto

de Coimbra Obra de vedaçõis exteriores da

Penitenciaria de Coimbra. Fáz se publico que no dia 25

de abril de 1904, ás 12 óras da manhã, na secretaria da Diréção das Obras Publicas era Coimbra, se procederá á arrematação de for-necimento de 500,00 de pedra cal-cárea, para alvenarias, a empregar em vedaçõis esteriosas na peniten-ciaria de Coimbra.

Baze de licitação, 3503000 reis, depozito provizório, 83750 reis.

O depozito definitivo será de 5 por cento do preço da adjudicação.

A s medições, orçamentos, e condições especiais de arrematação estarão patentes na secretaria da Diréção das Obras Publicas em Coimbra, todos os dias não santifi-cados, desde as 10 óras da manhã até ás 4 da tarde.

Coimbra e Direção das Obras Publicas, 16 de abril de 1904.

O eoiidaetor cbefe da secção, Antonio Luiz de Mendonça Cabral.

4 REJEI&TEMCIA — Qulnta-feira, 21 de Abril de 1904

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P r e v e n ç ã o . — Os garrafões le-vam o carimbo da Adega em lacre, e nas rolhas das garrafas e gatrafões vae o emblema da Adega ivipresso a fogo, ao lado e na parte superior.

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I * a s í e ! a r l a em todos os jéneros e qualidades, o que á de mais fino e sabo-rozo, especializando os de folhado.

Fabricão-se com finos recheios e ovos em fio, peças grandes de primoroza fantazia, denominadas Centros de mêza, Castelos, Janões, Liras, Floreiras, Lam-preias, etc., etc., próprias para banquetes.

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Amin ciam-se gratuitamente todas as publicações com cuja remessa este jornal fôr onrado.

A v u l s o , 4 0 r é i s

Editor

MANUEL D'OLIVEIRA AMARAL

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS

Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges Typ. Democratica

ARCO DE ALMEDINA, IO

0 Comicio da Guarda

Foi mais uma vitória para o par-tido républicano, mais uma mani-festação de que o partido républi-cano se acha intimamente ligado ao pôvo português.

O pôvo da Guarda, pôvo ospi-taleiro e acolhedor, mas ponderado e grave, deu pela sua atitude um valor ao comicio, que muitos não esperávão.

Ouvindo atentamente, saía da sua friêza apenas ouvia palávras de protésto contra a administração monarquica, para se manifestar com indignação e abertamente a favor da cauza républicana.

O teatro dos Bombeiros Volun-tários, iluminado a lús elétrica, foi-se enchendo lentamente de lavra-dôres, operários, e das pessoas mais grádas da Guarda, a quem a situa-ção oficial não impedia de assistir.

Nos camarotes, estudantes no-vos de capas e batinas pretas, olhan-do curiózamente.

Pouco depois das três toma a palavra o sr. Jozé Maria Ferreira de Abreu, que, em fraze elegante e despretencióza, istoría rapidamen-te o movimento de protésto contra as propostas de fazenda, e dá boas-vindas aos oradores que viérão á velha cidade de D. Sancho coo perar com o comércio no movimento de revolta contra todos os esban-jamentos do poder.

Em nome da comissão da classe comercial, agradéce aos oradores inscritos com palavras de alto lou vôr, e propõe para prezidente do comicio o sr. dr. António Ozório da Fonseca, o que foi aprovado por unanimidade.

O sr. dr. António Ozório da Fonseca, propôs para secretários os srs. Ferreira de Abreu e José de Lemos.

Lidos os telegramas e cartas de adhezão pelo primeiro secretário, o sr. prezidente deu a palavra ao sr.

D r . S a c a d u r a

Recebido com aplauzos, ataca vee-mentemente a politica e a administração portuguêza , declarando urjente mudar de vida e de processos.

Conta fátos com êle passados, para demonstrar a profunda desmoralização dos políticos e o relaxamento da publica administração. -. Um deputado, por exemplo, quando êle era comissário d'instrução, pedira-lhe para cooperar num roubo, isto è, çonce-der-se o ordenado a um professor estan-do êle em casa. Recuzou. 0 administra-dor imterompe o orador, que conclue a sua istoría e termina fazendo um apèlo ao pais para que não continue a deixar-se roubar.

(Muito aplaudido).

Sucede-Ihe o sr.

D r . M u n e s d a 1 ' o n í e

Recebido com nutridos aplauzos. Agradece as saudaçõis, que inter

preta como uma manifestação de aplauzo aos principios que defende,

Soldado firme e tenás do partido re-publicano, que tem por suprema aspi-ração o bem do seu pais, mais uma vês cumpre um grato dever de patriotismo enfileirando nesita santa cruzada, que se rjropf>i salvar a pátria duma próxima e 'ata! ruihà. (Aplauzos).

Chamou lho santa cruzada, porque este movimento formidável da opinião, que á de abrir uma éra nova nos desti-nos do povo português, fãs lembrar essas 'amozas expediçõis da idade média, for-madas de ómens cheios de crença e fé, que ião a caminho da Palestina com o fim .de expulsarem os Ímpios da Terra Santa. Nós que também temos crenças e fé no resurjimento da patria, nós avemos ie acabar por expulsar dasrejiõis do po-der os infiéis que têm atraiçoado os inte-resses sagrados da nação.

Não quer, nem está nos seus abitos, injuriar com o labéo de traidores todos os ómens públicos que têm exercido neste país a administração publica. (Muitos aplauzos).

Aprás-lbe acreditar que todos eles subirão ás cadeiras ministeriais anima-dos das melhores intençõis e cheios da maior probidade.

A verdade, porém é que a nau do Estado navega sem rumo certo para um naufrajio terrível que á de submerjir-nos a todos, se continuarmos a deixal-a entre-gue á sua funesta orientação. È preeizo, é indispensável expulsal-os do governo da nau. (Aplauzos).

É justamente por acreditar na ones-tidade e jnteiijencia da maior parte, pelo menos, dos ómens que teein governado tão mal o pais, que ele, républicano con-victo, mas que tanto dezejaria não deixar o remanso dp seu gabinete, se vê força-do como cidadão português a entrar tão pertinásmente no campo dáção.

É que á alguma couza escrita acima desses ómens, que anula as suas boas vontades, as suas mais patrióticas inten-çõis, que é a cauza primária das nossas desventuras, que é preeizo, indispensável destruir por completo. É essa arvore fa-tal, chamada da liberdade, essa man^e-nilha de morle, a cuja sombra desfale-cem os caratéres e se québrão todas as enerjias que é forçoso arrancar por uma vês. (Entuzíasticas aclamaçõis).

Ainda ôje na sua viajem de Vizeu para esta cidade, ao pensar que tinha de vir aqui combater as ultimas propos-tas de fazenda e a marcha dos governos, 0 seu espirito se contristou profunda-mente com o estranho contraste que lhe oferecia a natureza ubérrima do nosso sólo eom as condiçõis de mizéria do nosso proletariado, que é a grande maioria do país. Fés parte da viajem em trem eT, outra parte em caminho de ferro. Em toda a viajem um panorama deslumbrante se dezenrolava a seus olhos. A principio, fonnózos prados, verdejantes colinas surjião povoados de arvores em llôr, pondo uma nota risonha de primavera, que sorri á vida, nos acidentes do seu terreno de pujante fertilidade. - O Dão lá aparecia de vês em quan-do, ora beijando a superfície dos lamei-ros relvózos, ora escondendo-se nas gargantas dos montes.

Depois o Mondego formôzo, o rio poético que vai banhar os saudózos cam-pos de Coimbra, correndo docemente por entre marjens de deslumbrante ver-dura e mais além a Serra da Estrela, toucada de nuvens douradas, deixando vêr aqui e além os largos retalhos da sua formóza túnica de neve. Que deliciôzo panorama de grandêza e de vida ! En-tretanto surjiam na paizagem de vês em quando, algumas pobres e acanhadas cazas escuras, revelando na exiguidad de suas construções a escassês de meio dos seus abitantes — a mizeria. E' que o fisco, como uma prensa fatal e tortu-rante, oprime cada vês com mais cruel-dade o nosso dezolado povo, espremen-do-lhe todo o suor do seu trabalho num tezouro insaciavel, pavorôzo, por onde se escoa numa pródiga dissipação toda a íortuna publica.

1 Tão formóza e tão fértil naturêza no

nosso pais e tão triste e tão mizeravel a vida do nosso^povo, colocado no terrível dilema — ou emigrar para o estranjeiro ou morrer de fome na sua terra !

(l i correios! — oiive-se em áparte). Más será tu to isto ,por sermos unia

nação pequena ? Nao, 'meus senhores. Ali está a Beljica, a Olanda, a Stiissa principalmente, esse povo admiravel, que vive com tanta liberdade e com tanta economia, para nos provar que a cauza de tanta desventura não está na nossa pequenès. tanto mais que ainda possuí-mos colónias qne chegaríão para muitos impérios.

O orador alude em seguida ao boato que correu já pouco tempo dum perigo que ameaçou o pais que não sabe se exis-tiu ou não existiu.

Correu que um exército inimigo se aprestava para invadir a nossa fronteira, e o povo português esta raça de bravos que afirmou a sua eroicidade cm cem combates, firmando para sempre a nossa independencia e que demonstrou a sua épica audacia avassalando os marés, le-vando o pendão das quinas, como um símbolo de inconcebível gloria, a todas as terras ainda não conhecidas, abrindo no-vos recursos e novos mundos á civiliza-ção moderna, este povo sentiu pela pri-meira vês, desde que é povo, um estre-mecimento de algum susto.

De fato olhou para o seu exercito e viu-se completamente dezarmado.

Os ómens são os mesmos doutras eras, mas não á soldados instruídos no manejo das armas; nem armas, nem peças, nem muniçõis, netn fortalêzas, nem navios, nada, absolutamente nada que possa constituir uma escassa defèza nacional. f

i±, todavia gastam-se por anno para cima de 7:000 contos com o exercito e 3:0o0 com a marinha. Para onde tem ido esse dinheiro? Quem o devorou? Que o diga quem pode, visto que todos o sabem. (Muitos aplauzos).

O orador fás em seguida o exame do estado em que se encontra o país sob o ponto de vista da sua instrução, dos seus melhoramentos materiais, da agri-cultura, da industria e do comércio.

Fás igualmente o exame do nosso es-tado financeiro e torna a perguntar em que se gastou ou dissipou tanto di-nheiro.

Dís que a questão economica entra sempre como um factor importante em todos os movimentos revolucionários qne convulsionávão os povos.

Não está na sua indole o dezejo que factos dessa ordem se deem no nosso pais mas para que eles se não deem é pre-eizo que cesse esta opressão vergonhóza que nos fás recuar aos tempos omiuózos dum absolutismo impiedôzo e cruel e que parece não ter ou tf o fim se não a dissi-pação indífinida de suor do povo.

Que todos se lembrem, emfim, que o pais a de ir até onde fôr preeizo para por um ponto final á vergonhóza e cor-ruta administração que nos envilece e arruina. (Enorme ovação acolheu as ulti-mas palavras do orador republicano).

Se0uiu-se-lhe o sr.

D r . S S s r q s i e s L o a r e S r »

Declara que nos apláuzos com que o acolhêrão via o vencimento da cauza a que o país se devotara.

Em Vizeu assistira a uma assembleia idêntica e vira o povo eiituziasinado, aplaudindo com calor os oradores que também condenárão a nefasta adminis-tração que tem levado o pais á ruina.

Este movimento grandiôzo e onésto já fês recolher a garra ao governo.

Reprezenta ali Almeida e o seu co-mércio ; e o povo d'A!meida está alerta contra o inimigo externo e interno. Po-dem, um dia, os governos levar-nos a perder a nossa nacionalidade; mas o povo d'Almeida saberá morrer em dôfèza da sua patria. {Muitos aplauzos ) O ini-migo é o governo, e inimigo desleal, porque o inimigo leal não foje, combate até á morte. Por isso o eomércio, e

muito bem, acreditou no governo, quando manhózamente o viu recuar, e continua no seu protesto levajjtado e digno E' que o comércio conhéce com quem lida. (Muitos aplauzos). Por sua parte fás ali a categórica declaração de que nada pretende ou quer dos governos, e o seu dezejo é que, acima de todos os interes-ses se coloque alta, intangível, a ban-deira da Patria.

(Kntuziasticamente apláudido.)

Siuedeu-lhe o sr.

l * a d u a C o r r e i a

Este nosso talentoso corí^ligionário é recebido com vibrantes apláuzos.

O primeiro orador do comicio, dis, depois de dezenlear a situação angus-tiosa do país perguntára á assembleia se apezar de tudo alguém podia crèr na perda da nacionalidade portuguêza.

Nunca, bradara o orador, e os cir-cumstantes sentindo palpitar a alma de todo um povo, cobrirão de aplausos es-trondózos a afirmativa.

Pois as nacionalidádes perdem-se e aniquilão-se.

A Polónia era um pais apertado entre três jigantes, a Rússia, a Áustria e a Alemanha.

O seu pôvo, colocando os interesses individuais acima dos das colétividades, rezava nas egrejas e batia-se á espada no parlamento.

Profundamente dezorganizado, um dia, as três enormes potencias, aniqui-larão-no e retalharão-mo entre si.

A Espanha levara uma grande parte do século tránsáto a !u4ur contra a opres-

Os governos de mft í fPl l , mormente Narvaez e 0'Donell, ficárão proverbiais, principalmente o primeiro, pelas suas atrocidades.

Após o curto intervalo que findou pela restauração, os seus governos uzárão dos processos empregados pelos gover-nos portuguêzes.

De quando em quando, uma vós gran diloquente, saída sempre das fileiras avançadas, prognostica a liquidação da Espanha. O praxo chegou. As colónias, regadas do sangue de seus filhos, per dêrão-se, e a convenção entre a França e Inglaterra veio precipitar a liquidação. (Aplauzos nutridos).

' Á um terceiro modo de se perderem nacionalidades, e é o dos paizes que os seus governos conduzem á insolvência, é o dos paizes falidos que não solvem seus compromissos de onra.

O velho direito romano tinha o aforismo seguinte: non habet in posse, dical in cor-cove, se não tem na sua fazenda pague na pessoa.

Assim era o devedor solidário na sua liberdade pelos seus débitos.

Felismente que ficou abolido êsse di-reito, em relação ás pessoas, mas subsiste de facto na politica internacional.

Á bem pou-o ainda que a Ingíaterrá e a Alemanha obrigarão pelos seus ca-nhõis e couraçados a Venezuela a satis-fazer seus débitos financeiros.

Portugal está quazi situado no mesmo extremo, a que o tem arrastado todos os governos monárquicos.

Em emprestiinos e impostos se tem cifrado a politica financeira do consti-tucionalismo. Portugal mesmo nunca pos-suiu um solido apoio economico. (Apoia-dos). Nas épocas proclamadas abuziv?-mente de gloriozas, vivíamos parazitaria-mente. Esbulhávão-se as populações ul-tramarinas, e o ouro eaweado, apenas tranzitava pelo p^aís, que não produzia subsistências indispensáveis e ia engordar o estranjeiro. Implantava-se o constitucio-nalismo. Devorão-se os bens dos frades e achamo-nos ôje com~ uma divida de 825:000 contos.

Para onde se sumirão ? Apenas um terço dessas somas tivérão emprego útil para o pais como confessa o ex-ministro d'Estado, sr. Anselmo d'Andrade os em-préstimos acabarão porque o credito se fechou. Todo o emprestimo acarreta, çomsigo encargos. Se encargos recaem

sobre a nação, novo emprestimo, novo imposto, i>oi que o rendimento dos bens nacionais, do patrimonio colétivo é quazi nulo.

Moralidade e economia é o chavão de todos os governos. O comércio pro-move o movimento revolucionário da Ja-neirinha. Pois os impostos contra que se levantou fôrão depois votados com outra dezignação.

Mudára-se o rótulo ao frasco, mas o veneno ficára.

As propostas de fazenda só impostos aprezeritão.

Fôrão assim ?s de Canéças, do sr. Intze Ribeiro, as do sr. Ressano Garcia, as do sr. Matôzo, as do sr. Teixeira de Souza. (Apláuzos em barda).

Querem um povo sem enerjias, por-tanto esmágÊo-no com tributos. Averia outros meios de se criar receita? Sim, a egualização no imposto, e a obrigação de certas companhias monopolistas como os tabacos, concorrerem mais para o Es-tado. Mas o primeiro não serve porque o imposto carrega excessivamente sobre o pobre e o mizeravel. A segunda re-jeitão-na porque a alta.finança com quem os governos traficão, não quer.

E valeria a pena de que as fontes de receita dezaproveitadas se aprovei-tassem ?

Não, para sustentar o existente, não. Ao cabo de 70 anos das instituições,

veja-se o que dís o sr. Dias Ferreira e o sr. Dias Costa, ambos monárquicos, porisso militando em campo contrário a êle orador.

Crê nas boas intençõis, na onestidade pessoal de muitos que subirão as escadas do Paço. Mas porque falirão as suas in-tençõis e a sua onestidade? Porque acim3 de tudo, está uma mão de ferro que es-trangula o país inteiro. Porque ao avanço da nação se opõi um muro, que é ne-cessário derrubar.

(0 final dêste discurso foi acolhido com uma enorme ovação).

Segue-se o sr.

C u p e r t i n o R i b e i r o

qne declara levar ali a adezão de seus colégás do comércio de Lisboa. Se não fôra isso. dispensar se-ia de falár, depois de tão talentózos oradores. Acaba de ouvir um verdadeiro artista da palavra, o sr. Pádua Correia, que fês uma notável conferencia, uma preléção como êle deze-jára ouvir muitas, para aprender e poder difundir. (Grande manifestação a Pádua Correia e ao orador).

Fála do parlamento e de seus defei-tos; e nota que para objétos de expe-diente e outras bujigangas, custa aquéla belêza uns lóO contos. E' cara a merca-doria! (Muitos apláuzos).

Temos um exército bonito, até enlu-vado; mas temos, afinal, exército só para justificar despèzas que se escôão, por onde não se sabe.

Uma vós: -Sabe, sabei Para os dois erários.

Para nos defender-mos, temos as es-copêtas de nossos avós! (Apláuzos).

A divida publica leva-nos, só de juro, 30 mil e tantos contos. O dinheiro. . . vai para o ixército, e os soldados vão para cáza.

Obras publicas, caminhos de férro, estradas, uma mizéria. E, para cumulo, a bancarrota dentro em pouco. E' este o lindo estado d'aeeio em que nos encon-tramos I

Terminou com vivas á Pátria e ao pôvo português, ruidôzamente corres-pondidos.

Fála a seguir o sr.

D r . A u g u s t o d e C a s t r o

Recebido com uma caloróza manifes-tação d'estima.

Segui a vossa consciência ! — dissera o orador que o procedeu. Ele, orador, que não pertence ao numero daquêles que procurão o povo na óra propicia, para lhe fujirem, escapando á responsa-

R E Z I S T E N C I A — Q u i n t a - t e i r a , 3 8 d e A I » r l l d e 1 9 » !

bilidade das suas palavras, na óra do perigo, dirá àqueles que o ouvem: segui, senhores, a vossa consciência! (Apláuzos).

Chegou a óra de falar claro e falar alto, chegou a óra em que a mentira pôde ser um crime e o silencio só pôde ter a desculpa da inconsciência. (Apláu-zos) .a .

Êle, orador, fála claro e fála alto. Não fóje ás obrigaçõis morais que as suas palavras póssão crear: não procura iludir-se, nem procura iludir os outros.

Nunca a separação entre um governo e um povo foi mais evidente e mais clara que neste momento.

Aíirma-o com mais convicção agora que sente nos apláuzos com que o publico acolhe as suas palavras, que o espirito e a consciência dos que o escutão acolhe e compreende o que a sua consciência e o seu espirito lhe ditão. — (Aplauzos).

Êlé orador, sabe que a separação que existe agora entre o governo e o pôvo português não é apenas uma jezin-telijencia de cauzas que se póssão dizer atuáis, entre o grupo de ómens que está no poder e a nação.

Êle sabe que a dézintelijencia vai mais lonje e é entre o pais e todos os governos que tenhão governado e póssão governar da fórma por que os actuais ministros da coroa o tem feito!

A dezintelijeneia não é apenas de ómens: é de processos administrativos e de interesses públicos.

A óra ê de verdade e de sinceridade. Custe o que custar, é precizo dizer tudo! Ora é esta que deve ser de despertar para todos nós de remorso para muitos e de penitencia para alguns! (Apláuzos ruidõzos).

Não á que fazer propaganda de inte-resses políticos ou de conveniências par-tida rias.

Êle, orador, só dá a todos um con-selho: o mesmo que lhe deu o orador democrático que o precedeu: segui a vossa consciência!- (Bravos e apláuzos).

Onde vos levará éla, senhores? até onde iremos, até onde teremos d'ir? Não o.sabe. Jr para onde? Para a frente! Até quando e até onde? Até ao momento e até ao limite que as circunstancias de-terminarem !

Alguns dos outros oradores falarão do perigo de a patria portuguêza morrer.

Ele, orador, não acredita que a morte possa vir —agora prevê que os braços se. erguem e as bocas gritão numa ancia que è ainda em todos os portuguêzes um grito de esperança e um grito de re-denção ! . Néssa esperança, néssa redenção acre-dita. E na óra do perigo, estarei também em outra qualquer parte para receber com os outros o seu quinhão d'alegria ou de amargura!

E seja qual for o perigo, sejão quais forem as responsabilidades das suas pa-lavras, rrêsse momento ainda gritará: segui, senhores, a vossa consciência!

O orador, foi muito aplaudido e muito cumprimentado.

Nésta altura foi lida a moção adeante publicada, e aprovada por aclamação.

sr. Depois falou o advogado de Gouveia,

J o s é d e P i n a e n t é l

Recebido com uma ruidóza ovação, agradéce, pôis que tradús ali, como em toda a parte, que o país está ao lado do protésto.

Dis que as propostas de fazenda não fôrão postas de parte senão com o intuito de deixar adormecer o país.

Entrando na apreciação déssas pro-postas, mostra com algarismos quanto elas têem de ruinôzO. Uma proposta, porém, que nem retirada foi ainda, mas que é precizo que o seja, é a pauta — proposta destinada a favorecer um pe-queno grupo.

Mostra quais os sacrifícios do país, e como os dinheiros do pôvo se somem na vorájem de govèrnos sem escrupulos. (Apláuzos).

Termina por apelár para a solidarie-dade de todos na rezistencia a quanto traduza agravamento de impostos. Pela sua parle a comissão irá alé aonde as eircuustanchs o exijão. (Buidózos apláu-zos).

Em seguida falou o sr.

Di*. T e i x e i r a d e C a r v a l h o

Vim a êste comício com um encargo "bem pezado.

Não o de falar. Nunca tive pretensõis a orador; falo por necessidade de expri-mir uma opinião, falo por impozição da minha consciência.

Nunca na minha vida pretendi levar " comigo alguém, nunca pretendi impôr a minha opinião.

A minha vida é toda de dt-zinterésse, ; póde-vo-lo garantir mais de um dos que me ouvem.

Falei sempre sem me importar com os outros, disse sempre aito o que me impõe a minha consciência, sem a pre-tensão de ser seguido ou não, despre-zando sempre o interésse vil.

E' por isso, senhores, que nunca rne pezou falar.

Oje, porem, peza sobre mim um en-cargo grande: tenho de reprezentar aqui o sr. dr. Bernardino Machado, e sinto-me bem pequeno para reprezentar caráter tão austéro, tão grande intelijencia.

(Apláuzos). A vida do sr. conselheiro Bernardino

Machado impõi-se no nosso país ao res-peito de todos, do mais pequeno ao mais alto.

Depois de uma carreira politica longa, conhecendo de perto a ruinóza admi-nistração monarquica, abandonou pelo desprêzo da corrução, o partido monár-quico em que militara sempre.

E, quando poderia, sem um murmúrio de dezaprovação, recolher-se ao seu ga-binête de trabalho, continuar a sua car-reira de professor, que tanto tem ourado, veio ao cabo do uma vida longa para o partido républicano, trabalhar como o mais nôvo de nós todos.

Este é o caminho a seguir, esta a atitude que se impõi a todo o português ourado. *

Ruidóza ovação. Palmas e vivas pro-longados ao dr. Bernardino Machado e á ré publica.

A (Hilaridade inteirem e péde diréta-menle ao orador, por se nao poder fazer ouvir da inêza, que se cinja estreitamente ao assunto.

A assembleia manifesta se abertamente contra a autoridade, achando incorréta a intervenção. Um grupo dirije-se em ati-tude ostil para a autoridade. O dr. Tei-xeira de Carvalho, pondo se deante da autoridade, pede ao publico que serene, e conservando-se voltado para o publico continua :

Senhores! Nunca faltei ao respeito a quem mo merece, não faltei ao respeito á assembleia.

O respeito que a minha consciência me impõi me fês falar assim do sr. dr. Bernardino Machado.

Nunca na minha vida respeitei óinens oujeoizas po^#iue'^prem impostas pelo arbítrio ou pelo preconceito.

Nunca respeitei a autoridade, senão a da minha consciência.

Aplausos demorados.

Só a minha consciência me fês falar, só éla me fará calar.

Nóoos aplauzos e vivas ao dr. Teixeira de Carvalho e á patria.

Quérem que me cinja ao assunto? Bom é.

Dizem que as propostas de fazenda estão mortas e que é perigozo remover corpos em putrefáção.

Eu sou da opinião da autoridade: é bom mexer e remexer as propostas de fazenda.

Sou medico e por experiencia sei que é difícil saber quando está morto um côrpo.

Ás vêzes aparece nos dedos dos pés uma mancha nêgra. Daí a pouco o mal alastra e sobe pelos membros. As carnes tornão-se secas, como se fossem de ma-deira queimáda pelo fôgo.

Parece que todo o corpo vai dezapa-recer consumido pela grangrena.

Pois não! De repente o mal pára, sepárão-se os membros e o ómem ct n-tirma vivo.

E' bem difícil saber quando está bem morto um aniim.l.

A animais que se desfazem, perdem anéis do corpo e continuão a viver.

A soli tária. . . Não á mais apropriada imajem! E' a solitaria a imajem da politica

portuguêza, no esterquilineo a que desceu a administração monárquica.

Aos gritos do pôvo, caiu um ministro, e outro e outro, mas o governo ficou.

A tenia está viva

Apoiados. Aplauzos.

Quanto mais daninho é o animal, mais dificuldade á em saber se está môrto.

Alguns partem-se aos bocados. Paréce que estão a desfazer se. Engano! Cada fragmento dá um animal nôvo.

Não se desfás, reproduz-se. E eu lenho bem medo, senhores, que

o mesmo se dê agóra, e que se digão mortas as propostas de fazenda, para as mostrar mais tarde vivas e aumentádas.

E tenho a avizar-vos de que suspeito que andão agóra a abuzar do nosso pa-triotismo para vos obrigar a novos sacri-fícios.

Admira-me o espanto que todos finjem ao dizer que o país está sem defêza contra o extranjeiro.

Pois não o sabia toda a jenle? Não o ouvimos todos? Não se dizia no parlamento, não se

escrevia em lodos os jornais que, se avia exército, era pela necessidade de aver um orçamento do ministério da guerra?

Não sabia toda a jente que o dinheiro votado pelo ministério da guerra era esbanjado não se sabia por quem, gasto não se sabia em quê?

E sei eu muito bem por quem, e sei eu muito bem em quê.

Sabei lo v ó s . . .

Aplauzos demorados.

Sabia-o toda a jente. Como é que vai agóra tanta admiração

em'todas as folhas monárquicas? Receio bem que armem ao vosso patriotismo para vos levar a impostos e sacrifícios.

E dizem que o pôvo português tremeu de mêdo.

Mêdo de que? Então chegou tão baixo o bandolei-

rismo monárquico que imagine que se rouba i ma pátria com a mesma facili-dade com (pie um larapio imlustriozo rouba um lenço?

Aplauzos.

Quem não sabe que não é fácil des-fazer num momento, o que se organizou por uma tradição de séculos?

A monarquia tem lançado várias vêzes mão desta arma para vos dezorientar.

Agóra porem, com prazer o registro, ninguém dis que são os republicanos que quérem vender a pátria portuguêza.

Desta vês não aparece êsse expediente velho com que se quis separar e dividir o parlido républicano da nação portu-guêza.

Eu, senhores, fui dos que forão ao comicio républicano de Badajós.

Digo-o bem alto, para que se ouça bem.

Fui! E emquanto estive em Espanha não

ouvi senão palavras de onra para Portu-gal.

Quando se anda guiado por grandes ideias, não é fácil pensar na injúria vil.

Depois de eu chegar a Portugal, começárão os partidos monárquicos a dizer que Unhamos ido vender a pátria.

Pois, Senhores, se enquanto estive em Espanha não pensei em que me qui-zessem roubar a pátria, depois de chegar a Portugal, ao ler o que se escrevia em jornais monárquicos, eu vi bem quem seria capás de a vender!

Manifestação ruidóza.

A pátria portuguêza á-de existir sem-pre.

Pôde aver uma invazão. Seremos ven-cidos, é talvês certo, mas não poderá conservar se o vencedor.

Forão as condições geografica® que nos fizerão a. pátria. Estamos agarrados bem á terra.

E' a amassa-la com as mãos que apren-demos a andar, e não é uma aspiração para o ceu que nos fás erguer a cabeça para as flores que cobrem na primavéra as arvores.

Quando, ao cólo das inãis, estende-mos os bracitos para as arvores, se nos cortão a flôr que < desejamos, queremos logo ir de rastos planta la sobre a terra; assim fazem as crianças os jardins.

E é da adoração da terra que mais tarde tiramos as imajens com que vesti-mos de perfeição o corpo da mulher ama-da.

Não se pôde roubar uma pátria a que estamos ligado por todo o nosso sér.

Julgava eu vir para uma terra des-conhecida, quando tomei o compromisso de vir á Guarda.

Ao percorrer porem o caminho, ale-gravão se-me os olhos ao encontrar ou-tra vês os ro:,hèdos de granito azul com que me creei, dormindo enroscados na curva forte de um animal antigo.

As nuvens que pairávão na serra da Estrela, fizeram me recordar outra vês as vizõis da minha vida de criança quando o sol a apagar-se povoava o céu de com-bates fantasticos em que eu via os erois que começava a conhecer, em que seguia os combates dos conquistadores das ln-' dias, e o vôo branco dos anjos.

Desfízéram-se as iluzõis da minha mocidade Como as nuvens rasgadas pelo vento.

Oje para mim o céu é vazio e mudo. Cada vês me sinto mais agarrado

pelos pés á terra em que nasci. Aplausos.

As vossas cazas de granito escuro fizérão-me lembrar a caza pequenina em

que nasci, tão triste por fóra, cheia de tanta alegria.

As cazas são como as naçõis. Que para aver a felicidade não é ne-

cessário que seja grande a nação, para uma nação ser felis, basta que aja néla a união e o respeito e amôr por quem a govérna.

Aplausos. Quando me julgava mais prezo pek

terra em que nasci, ao entrar na vossa catedral, dei de repente com o retábulo maravilhôzo da capela mor, obra da re-nascença que me trouxe á memória as de Coimbra, a terra em que passei a minha mocidade, e onde fiquei prezo pelos meus estudos artísticos.

E' tão pequenina a terra portuguêza, que não pode aver pedaço conhecido déla que esteja muito tempo sem vir á lem-brança.

Quando me achava dominado pela terra em que nasci, apareceu-me viva a imagem daquéla em que passei a minha mocidade, lembrou-me a obra maravi-lhóza do bispo de Coimbra D. Afon-so de Castélo-Branco.

Grande bispo era esse! Alto, forte, caridozo e magnanimo, dizenJo a todos tudo o que pensava.

Dêle se conta, que uma ocazião em que na corte se falava em seu louvor, o bispo de Portalegre cortára a conversa dizendo alto: é ómem de grandes espíritos é D. Afonso de Castélo Branco, mas se eu dissé.-se metade do que ele dis, e fizesse a quarta parte do que éle fás á muito que estaria na índia.

Outra v ê s . . . Desculpai! Estou vos falando como se

fossemos amigos vélhos, como se vos podéssem interessar os meus estudos.

A culpa é toda vossa pela fórma como me recebestes,pela intensão que soubestes dar ás minhas palavras, pela atenção com que me escutais, pelo módo como aplaudis as minhas palavras simples.

Eu vóllo porém ao assunto . . . Não! Já que o acazo me trouxe á me-

moria o bispo, deixai que vos conte a is-tória, que encontrei dêle num manuscrito e que agóra mesmo me lembrou.

Na crónica manuscrita, em que a encontrei, intitulava-se o capitulo:—Da nsposta que D. Afonso de Castélo-Branco mandou a el rei.

Foi o cazo que sabendo o rei da je-nerozidade e do muito, que de seu tinha, D. Afonso de Castélo Branco, lhe mandou enviados a pedir-lhe dinheiro para era-prêzas grandes em que andava. '

Chegárão os mensageiros a Coimbra pela tarde, recebeu-os D. Afonso 'eCas-télo-Branco joni a magnificência de que uzava, mas foi dilatando a resposta.

Quando no dia imediato os enviados de el-rei piocurárão D. Afonso de Castélo Branco, virão-no que vinha andando, 'ra-zendo em uma das mãos uma bolsa'bor-dada com as suas armas cheia, de mara-vedis doiro.

Disse lhes o bispo que o acompanhas-sem a vêr os seus pobres a quem ia le-var o pão de cada dia.

Forão de sála em sála até chegar a uma varanda larga, que êle mandou fazere onde deixou as suas armas na cimálha, na atitude carinhóza, em que pouzãojunto dos ninhos as andorinhas, a despedir-se dos filhos antes de partirem pelo céu fóra em busca do sustento para lhes dar.

Estava o paleo coalhado de pobres. Peias ruas estreitas, que vem pelo

inonte acima até ao paço, não se vião senão ómens andrajózos, corpos gastos ou deformados pela doença caminhando todos para a caza do bispo.

Louvárão os embaixadores a caridade do bispo, ao que êle lhes respondeu que não era grande a sua caridade, que o que avia de grande em Portugal era a mizeria do pôvo, e, mudando detom, disse para os embaixadores: deixai-me dar-lhes conta do recado que me trazeis.

Debruçou-se sobre os pobres, que tinhão ajoelhado para receber a sua benção e disse-lhes com o carinho de que uzáva quando faláva aos mnildes:

—Pobrezinhos de Cristo, meus filhos, el-rei manda-me pedir o dinheiro que tenho para vos sustentar e para vos ves-tir.

Levantárão-se as cabeças e, pouco a pouco, fôrão erguendo-se os corpos.

— Pobrezinhos de Cristo, meus filhos, continuava o bispo, quereis que eu mande o dinheiro que é vosso, o dinheiro que tenho para vos matar a fome?

A multidão ajitava-se no pateo como uma onda forte batendo contra um dique, subia d'èla o murmurió surdo do mar em cólera ; de repente estrujiu no ar um grito.' Não! Não !

— Pobrezinhos de Cristo, meus filhos, dizia, mais curvado sobre o pôvo, o bispo, quereis que eu mande a el-rei o dinheiro que tenho para vos remendar os fatos que mal vos cobrem o corpo?

Não! Não I gritava o pôvo.

E acima da multidão erguião-se os ços irtos e os proprios dèdos a tremer paredão gritar: Não! Não!

A crónica em que se conta o fácto termina assim este capitulo: Com isto se aquietou el-rei.

Ao grito do pôvo, quando fórte, en-colheu-se sempre a ordem do poder.

Aplausos. Com os gritos se aquiétão os reis. Nova ovação. De mais o sabeis! Mas onde ave ria agóra, Senhores,

um bispo que tal dissesse ? Interrupção de aplausos que dura al-

guns minutos. Oride a veria agora em Portugal um...

um ómem que tal soubêsse ouvir?! Ovação prolongada

Seguiu-se o sr.

l>r . Aa ige i s to d o V á l e

Recebido com muitas palmas. Declara que é ali que mais se deve protestar con-tra as propostas de fazenda, pois que é ali que mais se sente o pêzo das contri-buiçõis.

Veio de Gouveia dizer que o comér-cio e a industria estão com os que pro-téstão. Passa em revista o estado da ins-trução, cauza primária da falta de cons-ciência e de moralidade.

Dizêr que a classe industrial está dezinteressada das medidas de fázenda, é uma vil abjéção. (Apláuzos).

Refére-se á vida mizérrima do ope-rariado, e eloquentemente protésta contra os opressores dos que trabalhão.

O orador foi muito aplaudido. Falóu por uliímo o nosso valiôzo cor-

relijionário e amigo, brilhante dirétôr de «O Debate», sr. -

«SToao d e M e n e z e s

que foi recebido com uma ovação. Dis-sérão-lhe em Lisboa que talvês não fosso bem recebido, declarando ali, naquélas terras da Beira, que éra républicano. Respondeu que ómens não teem medo de falár a ómens e que, assim dizia a todos aquêles que o ouvíão, ser republi-cano, sêr defensor da República. (Muitos apláuzos).

Os ómens da Guarda pertencem a uma terra que dis o povo ser fria e fórte. Fria. talvês por não falár muito e querer mais obras do que palavras: forte, com certeza o avia de ser no dia em que o pôvo da província dissésse a valêr da sua justiça, fosse a quem fôsse e fôsse como fôsse.

Insistindo na expozição dos seus prin-cípios, fés a critica de tôdos os govèrnos e partidos monárquicos.

Disse que o pôvo não devia acreditar em quem o arruinou e ameaça com a mizéria. (Ruidózas manifestaçõis).

Explica o que seja a administração exlranjeira comparando o que se passa, com o lavrador que pouco e pouco vê a terra ipotecada ao ajiota, e um dia não podendo pagar se encontra na situação de trabalhar néssa terra, que já não é dêle, para o ajiota.

E' o que sucede com os paizes que chêgão á situação de Portugal.

Nèste momento, o orador enérjica-mente combate os cauzadores da des-graça nacional, e com tal violência que o povo irrompe em apláuzos entuziásticos.

Depois, dis o que o partido republi-cano quer; eompára Portugal com a Suissa, descreve o que dezeja para o seu país e de novo fás a sua profissão de fé republicana.

O povo irrompe em vivas ao orador, ao partido republicano, a Republica, ao dr. Nunes da Ponte, Pádua Correia, Tei-xeira de Carvalho, etc.

M O Ç Ã O O pôvo da Guárda, reunido em

comicio publico, com o fim de pro-testar contra as propostas de fa-zenda e contra a márcha adminis-trativa dos governos:

Considerando, que o país de á muito se vem esgotando no paga-mento de contribuições excessivas, que o Estádo lhe exije direta e indi-retamente, o que já constitue um pezado gravame que mal p ô d e suportar;

Considerando, que apezár dos lárgos sacrifícios a que pacientemen-te nos temos sujeitado, nem assim se normaliza a situação financeira do país que dia a dia vai peiorando,

REKÍSTEUCIA - Çolnta-feira, 28 de Abril de 1904 . 1

a despeito de quantas affirmaçõis em contrário se fáção no parlamento afirmaçõis que signifícão apenas o sistema de mistificaçõis e sofismas, que caracterízão as abilidades admi-nistrativas dos nossos governos;

Considerando, que para segu-rança da autonomia e dignidade da nossa patria é urjente e inadiavel enveredar-se a administração publi-ca pelo caminho onesto da mais restricta economia, e da mais austera moralidade politica, pondo termos, de vês e para sempre, ás dissipaçõis escandalosas, ás despezas de fausto e ostentação, que mal se coadúnão com os poucos recursos do país, e que arrástão á vergonha de um convénio d e p r i m e n t e da nossa dignidade de nação independente,

Rezôlve

Afirmar solénementc o seu protésto mais enérjico, e veemente contra todas as propostas de fazen-da e contra tôdo e qualquer agra-vamento tributário, por incompa-tíveis com a precaria situação do contribuinte, que não pôde sofrêr mais impostos.

Cooperar com as comíssõis de comerciantes de Lisboa e Porto que iniciárão o movimento de pro-tésto, em tudo que tenha por fim £ opozição a novos impostos, e ; exijir dos poderes públicos a neces saria e urjente orientação politica < administrativa que as circunstancias impõem, e que é indispensável adótar-se para o bem estár e para a dignidáde do país.

i m p r e s s o l s

Do Distrito da Guarda:

Onrando como sempre, as suas ilustres e lídimas tradiçõis de altivês e indepen-dencia, a Guarda soube cumprir mais uma Vês o seu indeclinável dever com o protesto enérjico e eloquente que mul tou o comicio realizado na segunda feira, 18 no Teatro dos Bombeiros Voluntários.

Foi, na verdade, uma manifestação brilhantíssima,—pelos distintos oradôres que tão alto realce e superior destaque soubérão imprimir-lhe com as suas ora-çõis, duma tão nobre veemencia como rara corréção, — pela concorrência nu-merozissima e assas escolhida, e ainda pelas muitas e valiózas adezõis, — o que tudo lhe deu uma imporlancia que não é possível amesquiríhkr e uma imponência que não é fácil igualar, quanto mais ex-ceder !

É' que todos ali se juntarão, — todos os que não medem o amor da patria pela escudéla por que vendêrão as Suas opi-niõis, — unidos no ntesmo sentimento de fremente indignação ante os tão justifi-cados receios peVos graves perigos que nos ameáção. Perigos de toda a casta, é bom frizal-o, devidos ao governo sem autoridade nem prestijio e sem morali dade nem economia, que, mal contente com a sua tão nefasta obra de esbanja-mentos, na maior das orjias e na mais dezaforada das padrinhajens, vem de dar ainda ao pais, que tanto o detesta, com a violenta dissolução do parlamento, o mais frizante exemplo de que não pára no doido r.esvalar para o abismo em que se afundará talvês a independencia na-cional . . .

E não fizérão lá falta, deve dizer-se os que das conveniências próprias se acostumarão a fazer os seus únicos ideais e que àquelas sacrificão tudo, tudo, no reconhecimento implícito de que sosso-brarião na luta, assim em campo abérto, peito a peito, e de que nada lhes vale mais que o cómodo remanso duma deli-cióza situação, com a graúda fatia ás óras, reprezente esta embora a ultima gota do jenerôzo sangue português. Não fizérão falta, não, os infames vampiros que este vão sugaaido. com a maior das sofregui-dõis, esquecidos do dia d'amanhã, que se aprezenta tremendo pela liquidação, talvês final, de lautos êrros e de tama-nhas responsabilidades, porque o dia d'ôje é ainda da pandega mais regalada com os restos das fartas pitanças do estado. . .

Porisso mesmo não se apagará tão cedo a enorme impressão gravada bem fundo em todos os espíritos reflétidos e superiores a mesquinhas paixõis; antes, o comicio realizado n'esta cidade ficará para sempre como um admiravel exemplo

de patriotismo e como uma liçã'"» devéras significativa. Exemplo que não pode nem

de esqiíecer e c< nvem seguir, porque reprezenta a união que dá a força que eva á vitória; lição sublime em que teem

muito que meditar e aprender,—os go-ernantes pela tão forte animadversão eral que contra si veem concitando e

assim tão alevanladamente se manifestou, -os governados, para não dizer expolia-os, porque lhes tiaçou o caminho verda-eiro e único, dentro da ordem e da

legalidade, por que ão de fazer valer os seus direitos desprezados e que os á de guiar, seguramente, se não .esmorecerem como não devemos, o que seria um crime, á salvação do país, á como que glorióza resurreição do nosso querido Portugal I . .

P e f a b s o l u t a lauposs lb i l i -«laí le , s o ô j e é j»Bsl>lica(Io o as«-s í í c r o «ia R E 2 U S T K M C I A e o r -r e s p o n d e i s l e a « losn i s igo .

lísaa v ê s d e d : I Í ' 2 S Í » S SBÕÍÍ A S I -m e r o e m q í s i a í a f e i r a e o u t r o aso d o n a i i í g o , t l a r é u i o s s ó «sou sssasascr» aio pa^oxlasso d o a n i j s g o «oEsa o d o S s r o «la s n a í o r i a al>i-íssal e e x e l n x i v a a s a e i í t e d e d l -C-ÍMIO a o c o n g r e s s o .

A U E Z I S T K X C I A , a p a r t i r d o siBSBSsero «le doaiaàsago p r o -x h í i o , t e r á maaa s e c ç ã o perasaa-BÈeiíte d e d f e í u i a á p r o p a g a seda a s i t l - t s a b e r c s a l o s i c a .

Realizou-se no dia 24 o espétáculo anunciado das créches.

Na sála alégre da verdura, sedas e flores, estava tudo o que Coimbra tem de mais distinto na sociedade elegante.

O espétáculo, que foi da jenerósa ini-ciativa da E X . M A Sr.a D. Mariana Porto-carrero da Camara, correu na alegr-ia comunicativa dós estudantes, que vião e aplaudião a recita de despedida do curso do Quinto a«o jurídico, orijinal de Gur tavo Martins de Carvalho.

A fésta, que correu com c maior bri-lho, mostrou mais uma vês o que pôde a iniciativa da sr.a D. Marianna Portocar-rero da Camara,'em quem a créche te r a a protétora mais desvelada, e carinhóza.

Bem ájão todos os que concorrerão para o êxito da simpática festa.

I n c ê n d i o

A proposito do incêndio de Santa-Clara recebemos os dois bilhèles postais que gostózamente publicamos por arqui-várem a jenerozidade do académico Mário Monteiro, que ia sendo vitima da sua dedicação.

Ao Sr. Governador Chamamos a atenção do sr. Governa-

dor civil para os relevantes serviços do académico Mário, Monteiro que foi quem conduziu a primeira carrèta (da fabrica) e quem com Manuel Campos salvarão a cáza contigua â incendiada.

Prestou os primeiros socorros e tra-balhou durante o incêndio na salvação dos moveis e serviço de ógulhêt.as e corte do telhado, t

Um grupo de bombeiros e abi-tanles de Santa Clara.

Mais tarde recebemos êste-outro :

Tendo-se propalado o boato de que as bombas da cidade no fogo de Santa Clara tinhão chegado primeiro que a que estava na fabrica de lanifícios poderá V. Ex.1 afirmar no seu Jornal que essa carreta foi a que chegou primeiro con-duzida por o operário Manuel Baltar e pelo académico Mário Monteiro que foi incansavel e a quem se devem os pri-meiros' socorros alem da salvação da mercearia vizinha. Esta é a verdade nua e crua.

Um grupo de bombeiros.

R e g t o n a l Forão baixados os preços aos acre-

ditados vinhos desta adega, que continua a empregar os maiores exforços para bem servir os seus numerozos fregueses.

Chamamos a attenção dos leitores para a tabela de preços, que publicamos na secção competente.

S P O R . T - O X 1 I I B

Da diréção desta sociedade de pro paganda da educação fizica recebemos o oficio seguinte que gostosamente publica-mos.

II.1™ e Ex.m0 Sr. A Diréção do Sport-Club, em cumpri-

mento dum devêr que se impôs de reali-zar, e em face do desleixo criminôzo a que os nossos çovernantes têem votado a educação fizica dos cidadãos portuguê-zes ; considerando que essa educação, cuidada com esmero e boa vontade, á-de vir a constituir a háze do apuramento da raça portuguêza oje tão definhada, e com éla, o rejuvenescimento da Patria, vimos perante V . Ex.a participar oficialmente a constituição desta sociedade, já ôje fre-quentada por mais de cem alunos dos diversos caléjios desta cidade matricu-lados nas classes de jinastica, velocipe-dia e muzica, que superiormente são;di-rijidas por professores competentíssimos, esperando nós que brevemente seja orga-nizada a classe desgrima.

Nas degradantes condiçõis em que se encontra odezenvolvimento fizico, e spor-tivo entre nós, urjente se torna que a iniciativa particular faça quanto em si couber, para suprir a indiferença dos poderes públicos por problemas tão im-portante; como este é, e por conhecer-mos que a cultura inlelétual também preciza consideravelmente de ser dezen-volvida, confiados no nobre caráter e devotado patriotismo de V. Ex.% espe-ramos convictamente que os nossos esfor-ços séjão secundados pela boa vontade e valiózá cooperação de V. Ex.a, oferecen-do-nos livros, revistas, ou jornais, para a formação duma salutar e bem organizada biblioteca, pelo que antecipamos desde já os nossos agradecimentos.

Com a mais particular e respeilóza consideração nos subscrevemos

De V. Ex.a

at.os ven es muito obg.os

Coimbra, Abril de 1904.

A DIRÉÇÃO

Augusto Ferreira de Moura Adelino da Cunha Mo tira Antonio Teixeira da Cunha, Cézàr Cabral, Jozé de Castro Reis João Crisostomo dos Santos.

ad iou? Na noite de 22 do corrente perdeu-se

iim anel d'ouro com lavrados á antiga, desde a Universidade, Rua de Entre Colégios, Rua da Trindade, Grilos, até jás escadas do Arco de Almedina.

Quem o achar queira entrega lo na Rua da Sofia n.° 17, e receberá alviçaras.

> f o á à I l l t i ^ t í à d à Jornal das famílias — Publicação semanal

Diretor a: D . L E O N O R MALDONADO

Condições da assinatura: por ano com 1:800 gravuras em preto e coloridas, 52 moldes cortados, tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordados, 5$U00 réis.

Semestre, 26 números com 900 gra vuras em preto e coloridas; 26 moldes cortados, tamanho natural, 20 números com 550 gravuras de bordados, 2$500 réis.

Trimestre, 13 número§ com 'i50 gra-vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 280 gravuras do bordados, 1$300 réis.

Cada número da Moda Ilustrada é acompanhado dum número do Petil Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas do còrpo-de mêsa, enxovais para criança, tapeça, rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por-tuguês daquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias do reino e na do editor - Antiga Casa Ber-trand — Jozé Bastos, rua Garré, 73 a 5, Lisboa.

1 Volume . . 600 reis

Carris de Ferro de Coimbra O R A R I O P R O V I Z O R I O

Desde 24 até 31 de março de 1904

.Carreiras ent re o largo das Ameias e a rua Infante D. Augusto

P a r t i d . a s

Do largo das Ameias DarualnfanteD.Augusto

8h ,30m manhã 9h manhã 9 ,30 » 10 >

10 ,'ó0 D 11 » '; i{| 11 ,30 » 12 » 12,30 tarde 1 tarde

1 ,30 » 2 > 2,30 » 3 3 ,30 » 4 » 4 ,30 » 5 » 5 ,30 9 i) » 6 ,30 » 7 » 7 ,30 » 8 noite 8 , 3 0 noite ' 9 » 9 , 3 0 » 10 D

Carre i ras entre o largo das Ameias e â estação B dos.eaminhos de f e r ro

P. Mantegazza. — Dr. C. de Figueiredo

F I S I O L O O I l D O A M O R

Esta obra é dedicada ás mulheres, pira que élas fáção vêr aos ómens que o ámôr não é luxúria nem voluptuosidade, mas, sim, o mais elevado e sereno prazêr e para que élas façam do amôr a mais alta recompensa da virtude, a mais glo-riosa conquista do jénio, a mais energica força do progresso. — Livraria Classica Editora, Praça dos Restauradores, 20 Lisboa.

P a r t i d a s

Do largo das Ameias

gh m manhã 8 ,10 » 2 ,30 tarde 3 ,36 > 4 ,:< 5 » 5 ,37 » 6 ,25 D 6 ,40 » 8 ,10 noite

12 ,15 » 3 ,10 madrug.

Da estação

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^ o — tn Oj-O a > CD a -a -a g

o c/3 o CS tyjM w r~\ ^J •JS — "a

~ C Í8

[ . ÒC O Si ira -S

E D I T A L Doutor José Pereira tle B»aiv« Pit-

ta. provedor da Sane» Caza da Misericórdia de Coimbra:

Faço saber que na secretaria d'esta Santa Caza, se alvará paten-te por espaço de oito dias, a contar do dia 21 do corrente mês, o pro-jéto do orçamento ordinário da re-ceita e despêza da mesma Santa Caza, para o futuro âno economico de 1904-1905 .

Secretaria da Santa Caza da Mizericórdia de Coimbra, 19 de abril de 1904.

Dr. Jozé Pereira de Paiva Pitta.

A's Damas Elegantes de Coimbra

Já chegou a esta cidade á sua casa na rua de Ferreira Borges, n.° 185, i.°, vinda da capital onde foi fazer o seu sortido para a prezente estação, a bem conhecida Modista ds Lisboa, que tem a onra de aprezentar ás damas Conimbricen-ses, um sortido em Chãp80S M0-dêlOS da mais alta novidade e finís-simo gosto para todos os preços.

Traz também grande sortido de cascos, flores e outros artigos de novidade em conféçõis para cha-péus, que vende por preços exces-sivamente baratos.

Péde ás exm.as Damas a fineza de não comprarem sem primeiro verem o seu enorme sortido.

Todo o serviço que fôr feilo alem do indicado neste orario é considerado ex-traordinário.

T a b é l a d o p r e ç o s

Largo das Ameias ou Caza do Sal á Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis

Largo de D. Carlos ou Gazómetro á Rua do Infante D. Augusto — 40 réis,

Largo das Ameias, Caza do Sal ou Rua Infante D. Augusto ao Mercado — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazometro ao Largo de D. Luís — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazómetro ao Mercado — 20 réis.

Estação B dos caminhos de ferro ao Largo das Ameias ou Mercado — 50 réis.

Estação B dos caminhos de ferro á rua Infante D. Augusto — 80 réis.

Estação B dos caminhos r!e ferro á Caza do Sal — 20 réis.

A assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos preços anuais de réis 12$000; e 9$000 réis para os menores de 14 anos e creados, sendo estes últimos de logares na plantaforma dos carros.

C ò r o s d o s f a r ó i s

Verde, indica a Alta. Vermelha, estação B. Branca, Caza do Sal. Amarelo escuro, reservado.

A N N U N C I O S C R M D O

Admitte-se.no Café Montanha. Que tenha pratica e dê boas refe-rencias.

AIS KOL.AC1I t * F l t l X t È Z A » « P E R X O T , ,

Vendem-se em Coimbra nas confeitarias:

T e l e s s — Rua Ferreira Bor-ges, 156 e G a i t o & C a n a s — Rua do Cego, 1.

TRESPASSE António d'Almeida e Silva tres-

passa em boas condiçõis, o seu es-tabelecimento de cabedais, na rua da Sofia, n.os 42 e 44.

Alfaiataria Guimarães & Lobo 5 4 — R U A F E R R E I R A B O R J E S — 5 6

(Em f ren te ao Arco d 'Almedina)

Abriu este n o v o estabelecimento onde se executa com a máxima perfeição e modicidade de preços, toda a qualidade de fatos para ómem e criança, para os quais tem um variado sortimento de fazendas nacionaes e estrangeiras.

Ha também uma grande variedade em flanellas e panos pretos para capas e batinas, para todos os preços.

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Pede-se ao público a fineza de visitar este estabelecimento.

Companhia de Seguros reformadora A única que em Portugal efétua se-

guros postaes, para todas as cabeças de distritos e de comarcas.

Correspondentes: Gaito & Canas.

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V E N D E - S E Em boas condições um casal no

sitio do Ingote, suburbios dêsta ci-dade, que se compõe de terra de semeadura, vinha, arvores de fru-cto, muitas oliveiras, cinco casas, uma dita para palheiro, cisterna de agua potável, etc. Para tratar com o proprietário, na rua da Figueira da Foz, n.° 96 A, ou no escriptorio da « Agencia do contribuinte », Guimarães & Arnaldo, rua do Al-moxarife, n.° 29, 2.0 Coimbra.

4 REZISTENCIA — $11inttt-feira, 38 de Abril «te 1004

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BRANCOS E TINTOS P a r a c o n s u m o e e x p o r t a ç ã o

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Nos preços indicados não vae in-cluída a importancia do garrafão (360 réis) nem a das garrafas (60 reis para a garrafa de litro, 50 réis para a bor-daleza), que se recebem pelo cnsto.

Prevenção. — Os garrafões le-vam o carimbo da Adega em lacre, e nas rolhas das garrafas e gairafões vae o emblema da Adega impresso a fogo, ao lado e na parte superior.

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C O I M B R A

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D o c e s t le f r u c t a de todas as qualidades, de que^ é costume iabricar-se, tanto em sêcco, como cristalizados, rivalizar com os extranjeiros.

P a s t e l a r i a em todos os jéneros e qualidades, o que á de mais fino e sabo-rozo, especializando os de folhado.

Fabricão-se com finos recheios e ovos em fio, peças grandes de primoroza fantazia, denominadas Centros de mesa, Castelos, Jariões, Liras, Floreiras, Lam-preias, etc., etc., próprias para banquetes.

P n d l n g s «feirados, de leite, deliciosos, laranja, chá café e de trutas di-versas, vistozamente enfeitados.

P a o d e IO pelo sistêma de Margaride, já bem conhecido nésta cidade, cuja superioridade é confirmada pelo largo consumo que tem.

Especialidade em vinhps generozos do Porto e Madeira, Moscatel, Colares, Champagne, Cognacs, Licores finos, etc. das melhores marcas nacionais e extran-j eiras. Viuhos da Companhia Vinícola do Norte de Portugal.

A m ê n d o a s C c o n f e i t o s de todas as qualidades, garantindo-se a pureza dos assucares com que são fabricadas.

C o n s e r v a s nacionais e extranjeiras, chás verdes e pretos, passas, bombona de chocolate, Drops, queijo Flamengo, Gruyére, Prato, Roquefort e outros. Jeleis de mão de vaca. .

D e p o s i t o dos produtos da sua fabrica de bolachas e biscoitos na Couraça de Lisboa, 32.

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Para USO e x t e r n o : — E m differentes especies de derma-toses.

As analyses chimica e microbiologia foram feitas pelo professor da Escola Brotero, o ex.mo sr. Charles Lepierre.

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0 seu proprietário fornecendo se dirè-tamente das prinepais fábricas de pro-dutos quimicos e farmacêuticos, tanto na-cionais como estranjeiros; está a pár do dezenvolvimento que a química e a tera-pêutica dia a dia vão experimentando e por isso possue uma coléção variáda das mais modérnas substâncias e produtos quimicos.

0 aviamento de todo o receituário é feito por pessoal competentemente abili-tado, sob a diréção do seu administra-dor.

Esta caza encarrega se de mandar os medicamentos a caza de seus fréguezes, assim como de chamar qualquer dos clí-nicos desta cidade a toda a óra do dia ou da noute.

Análise d'Urinas — qualitativa e quan-titativa.

F A B R I C A H E T E 1 J I P E S E M A N I L H A Fedro da 8 Í I V Í I !*fifth® Coimbra Premiado na Exposição de Cerâmica Portuguêza, 110 l*ortu>

em 1888. com diploma de mérito; medalha de cobre na Exposição OiMtrictal de Coimbra, de 1884

« » , R u a d e «João C a b r e i r a , 3 I C O l M S t S l A

Esta fabrica a mais acreditada em Coimbra, em construcção e solidez de te-lhões, manilhas para encanar agua, siphõss pera retretes, vasos para jardins e pla-tibandas, balaustres, tijolo para ladrilhos de fornos, tijolos grossos para construcções e para chaminés, tachos para cosinha á imitação dos de Lisboa, etc.

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l,o _ Qs ( j o n o s dos boteis serão obrigados a terem patentes em cada quarto o pre-ço que o hospede terá a pagar se occupar esse quarto.

2.° _ A' entrada dos hotéis, ou em local bem visível estará um quadro com os no-mes de todos os hospedes que nelle permanecerem uma ou mais noites, sendo obrigados a darem o seu cartão de visita para ali ser collocado, e, não o tendo dará o seu nome que será escripto em cartão em branco fornecido pelo dono do hotel.

3.° — Em todos os hotéis haverá um livro onde se escripture com toda a clareza, o nome, naturalidade e profissão do hospede, no acto da sua entrada no hotel, bem como se escriplurará a sua sabida. Este livro será franqueado sempre que algum agente de policia, por ordem do Commissario, o deseje ver.

4.0 — Quando qualquer hospede se negar a dar o seu cartão ou a dar o seu nome e profissão, será este facto participado sem demora ao primeiro agente de poli-cia que for encontrado, alim de se providenciar.

Coimbra, 4 d'Abril de 1004. 0 COMMISSARIO DE POLICIA,

Augusto Candido de Sousa Araujo • MAJOR DE CAVALLARIA

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(Depózíto único em Coimbra)

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A v u l s o , 4 = 0 r é i s

Editor

MANUEL DOLIVEIRA AMARAL

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS

Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges Typ. Democratiea

ARCO DE ALMEDINA, IO

N.° 898 COIMBR×Domingo, i de maio de 1904 io.° ANO

a contra a Tuberculoze A Liga nacional contra cl tuber-

culoze, sociedade particular, sem subvenção do estado, que á muito se impõe ao respeito publico pelo alto fim umanitário a que viza, e pela intelétualidade scientifica que revéste todas as suas manifestaçòis muito para estranhar no nósso meio naturalmente avêsso á inicia-tiva particular, acaba de realizar o seu terceiro congresso em Coimbra.

A vida scientifica dà Liga na-cional contra a tuberculoze, o núcleo de médicos que tão dezinteféssadâ-mente se tem devotado á luta contra a tuberculoze, sacrificando-lhe a sua vida e os seus estúdos, são no mo-vimento scientifico português uma rára manifestação de iniciativa par-ticular, trabalhando no interésse comum, sem os procéssos conheci-dos de captação dos favores gover-namentais.

Com êste é o terceiro congresso que a Liga nacional contra a tuber-culoze realiza em Portugal sem a ajuda do tezouro nacional.

Tudo se tem feito sem mendi-g a r favores. E a Liga Nacional contra a tuberculoze, se agradéce fa-vores recebidos, nunca os solicitou.

Assim é que a Liga nacional, contra a tuberculoze tem sido tam-bém um núcleo da educação civica, chamando cada um ao cumprimento dos seus devêres.

E' consolador ver que a classe médica correspondeu á iniciativa particular d'esta associação, melho-rando e reformando os serviços oficiais de informação, e dando indicaçõis precizas para a transfor-mação que necessitão.

Os congréssos realizados teem tido um êxito crescente, e as comu-nicaçõis aprezentadas no congrés-so de Coimbra, onrão os médicos por-tuguêzes e poder-se-íão aprezentar com vantajem em congréssos ex-tranjeiros.

São como que um inquérito na-cional, feito com atividade, inteli-jentemente, com uma orientação moderna.

A documentação é facto único no meio português pela sua since-ridade, pela probidade scientifica, pelo amôr á pátria portuguêza que revéla.

A' frente deste movimento, que não tem o caráter nacional da pro-cição portuguêza, com mordomos de vára de prata e anjos mais ou menos decorativos, acha-se a figura primacial da Silva Carvalho, inteli-gência de eleição, abranjendo todos os ramos de atividade umâna, dis-cutindo um quadro ou criticando um romance, com a mesma eleva-ção como que analiza o movimento evolutivo contemporâneo, com a mesma delicadêza e penetração com que dezenha um gráfico ou expli-ca uma estatistica.

Miguel Bombarda é a alma da liga, que formou por um inquérito feito em tôdo o país, e, pelas suas ideias profundamente democráticas, a condição essencial da sua exis-tencia, do seu progresso, da sua utililidade social, no abandonado meio em que vejéta c se definha o pôvo português.

Antonio de Azevêdo é um me-dico nôvo, que fáz onra aos profes-sores que o ensinárão e o guião ainda na sua poderóza atividade scientifica.

Esta são as impressõis que nos deixarão os congressistas com quem falamos na afadigóza vida em que andamos durante o congrésso.

A elevação scientifica das con-cluzõis e relatórios mostra que a iniciativa particular é superior ao incentivo governamental para o le-vantamento do meio scientifico por-tuguês.

Sem prémios, sem comissõis ren-dózas, sem o apoio literário do Dia- ; rio do Governo, a Liga nacional contra a tuberculoze está produzindo a maior revolução na igiene, está dando lu-gar ao mais orijinal dos movimentos scientificos do pôvo português, que pela primeira vês se afirma pertinás no estudo dos problemas de utili-dade social.

sacrifícios que o país fáz para com-bater a tuberculoze.

Independentemente das estaçõis oficiais, a Liga tem teito um inqué-rito ao pôvo português, cujo efeito se vái traduzindo dia a dia em re-zultados práticos.

Percorrendo a expozição £te ijiéne, aberta no Instituto durante o congrésso, verifica-se facilmente a unidade de esforços na lúta.

Esse inquérito e o progresso dos esforços na luta contra a tubercu-loze é o que tem demonstrado felis-mente os três congressos.

Digamos porem do de Coimbra.

O e s t a d o do pôvo p o r t u g u ê s . — A l u t a i n d i v i d u a l e c o l é t i v a . — d i a g n o s t i c o precóoe da t u b e r c u -loze . — P r o f i l a x i a . — A puer i cu l -t u r a . — P r o t é ç ã o a m u l h e r e s e c r e a n ç a s . — Fro t éção a o o p e r á r i o . — Pro t éção ao e m i g i a n t e . - P ro t é -ção a t u b e r c u l ó z o s i n d i j e n t e s . — À c u r a d a t u b e r c u l o z e . — V ó t o s do c o n g r é s s o .

* ip "r •

O estado do pôvo português não ê, pelo seu atrazo na instrucção o mais próprio para tornar profícua a luta con-tra a tuberculoze.

Assim o afirmou eloquentemente o sr. Miguel Bombarda.

Extinguiu-se para o povo português todo o incentivo de uma vontade firme, — que na pratica se tradús por enerjia e tenacidade.

Outr'ora o fundo sentimental do espi-A n t e s de pas sa rmos á expoz ição rito popular cristalizava em dois pride-

das maté r ias t r a t a d a s no congrésso , rózos moveis — a defeza da fé, a dedi-a^ ri« m^r^ i r . cação ao rei, com as suas bazes no mis-n a o p o d e r e m o s de x a r de mene io - ^ ^ fl n Q a n d a n l i s m n > e fcntrelaçan-

na r o sr. d r . Danie l de Mat tos que , d j > s e u m a e o u t r a n 0 engrandecimento mais u m a vês, a c a b a de mani fes ta r ! d a patria. o seu a m ô r á univers idade , a sua ! A fé perdeu-se, que a esmagarão je-

! zuitas e inquizição, convertendo crenças em superstiçõis e ipocrizias. E o mo-narquismo afundou-se nos excessos do poder absoluto, no antagonismo sempre crescente entre rei e povo, comò nas mizerias e desgraças sociais, que por dois séculos fôrão o corrente viver das massas populares.

A idéa da patria, deixou de a ampa-rar a sentimentalidade da raça. O mo-vei dos povos intelétuais, o interesse jeral

os esforços de cada um de-

ferença. A compreensão da solidariedade social ainda não penetrou no psiquismo português e ai já amortecerão os ideais de outras eras. Os laços da patria mais e mais se desfazem. O abandono é o estado dalma de cada um.

Dai os graves rezultados que mais de perto nos impórtão.

A vida politica e social encontra o dezinterésse de todos. Meia dúzia de ouzados açambárcão a nação inteira. Violências supostas legais se cometem contra as defézas do povo. As garantias perdem se. A vila municipal, o verda-deiro fulcro do bem estar popular e da defêza, sanitaria, está empalmada numa secretaria do Terreiro do Paço.

Por oulro lado, os regulamentos de sanidade publica não se cumprem, se muitas vêzes por excessos de exijencia, muitas outras por incompreensão, muitas mais por puro egoísmo.

Finalmente, as iniciativas, se chêgão a nascer, encontrão um meio ostil ou indiferente, e toda a idéa de uma coope-ração séria vem a morrer logo á nas-cença. E' ver, entre nós, as mizerias do movimento associativo.

A educação civica é a baze mesma de toda a luta contra a tuberculoze em Por-tugal.

inteligência, o seu coração sempre disposto a trabalhar pelas cauzas jenerózas.

Se todos os colaboradores do ! sr. Conselheiro Costa Alemão, pre-

zidente do congrésso, bem merécem, como s. ex.a, do país, de Coimbra e da Universidade, o sr. dr. Daniel de Mattos, como de costume, avanta-jou-se a t odos pe la sua a t iv idade para onde

, . • 1 vem cónveriír, ainda não surdiu no on-abso rven te e j eneroza . | ^ [ ) s i q u j c 0 ' d o p o v o p o r l u g u ê s . N a o

N a re lação q u e vamos fazer dos ^ a compreensão do que é o bem co t r aba lhos do congrésso e n t e n d e m o s • mum d'um pais, com as suas condiçõis de maior conveniênc ia p a r a a p ro - ' de determinação, com as suas leis de

A A ~ conduta jeral e individual, com os sacri-p a g a n d a q u e e o seu fim ul t imo, ^ • J j - ^ ; i n d i v i ( l n * p a r a l 0 m aprezen ta r , na própr ia l inguajem a c n m a n i ]ade e a sua consequente re dos re lá tôres , os p r o b l e m a s t r a t a - percussão. A ignorância é jeral e funda: dos, prescindido das normas de reportájem em uzo na imprensa por-tuguêza.

A Liga nacional contra a tuber-culoze é uma sociedade difer ente da Associação nacional contra a tubercu-loze, largamente estipendiada pelo estado e para que concoirem todos as municipalidades e todos os cida-dãos portuguêzes.

Seria para dezejar que a Assis-tência trabalhasse dacordo com a Liga, único meio de poderem utili-zar-se convenientemente todos os

80 a 85 por cento de analfabetos dizem o que ê este povo como compreensão dos seus interésses, como intelíjencia dos seus recursos e dos fins e meios da obra comum.

Estamos numa faze de tranzição, já demaziadamente longa e de que se não vê esperança de fim, — e é uma faze d e dejenerescencia. Dejenerescencia. por recuo em quanto perdemos de mó-bil psíquico, — dejenerescencia por pa rajem em quanto não alcançámos outro a substituir o antigo móbil. A enerjia per deu-se e ainda não renasceu. E é esta a feição mais desgraçada da dejenerescen cia d'um povo

O egoísmo domina e com êlle a indi-

E depois estas coizas complicão-se. Cauzas e efeitos reciprocamente se ferem e se esDpreiam. A decadencia moral, importando o abandono sanitario — ina-laria, álcool, clima afr icano. . . -reta a dejenerescencia fizica e mesmo nova decadencia moral. Impor-tando os abuzos do poder — correjedo-ria, pezadas contribuiçõis. . — , traz o mal estar, psíquico que a todos oprime, a pobrêza organica que a tantos aféta, e por isso mesmo novas decadencias no fizico e no moral.

E' o inferno dum circulo viciôzo, em que este povo cada vês mais se deixa esmagar.

A' porem um futuro certo para o pôvo português, segundo a opinião de Teixeira de Carvalho.

A' frente do ensino áchão-se profes-sores, como Miguel Bombarda, que não é felismente um exemplo único, espirito democráticos, conhecedores de todos os defeitos de educação tradicional do pôvo português. Eles vão dirijindo a educação dos portuguêzes, fazendo escola de civis-mo, dominando pela sua alta intelétuali-dade todo o arrebatamento e paixão da raça, combatendo o ensino pelas congre-gaçois relijiozas.

O futuro do pôvo português é certo porque a luta contra o ensino relijiôzo se deu sempre em Portugal, e a Univer-sidade foi sempre escola do civismo afir-mando-se em todas as crizes nacionais.

A luta continua ôje, porque as ordens relijiózas continúão educando e defor-mando cérebros, mas o futuro da educa-ção civica portuguêza é certo, porque tem raizes sólidas no passado e fiorésce cheio de vida nos altos espíritos que ílústrão o professorado português.

A l u t a c o n t r a a t u b e r o u l ó z e

A lúta contra a tuberculoze pôde ser individual ou colétiva. Neste cazo a áção exercida pelos podêres públicos sobre a endemia que se pretende combater pôde ser diréta ou indireta.

A áção indiréta mais poderóza e eficás é realizada pelo saniamento jeral, auxi-liado pelo barateamento das substancias.

Em Portugal a lúta com a tuberculoze deve principalmente ser conduzida no

terreno do saniamento jeral, não só por-que as obras de saniamento jeral repre-zentão um meio eficás de combate, como demonstrão os exemplos da Inglaterra e da Itália, mas também porque entre nós faltão os recursos necessários á lúta por meio de sana to rios.

É aos poderes públicos, e particular-mente ás municipalidades, que incumbe 0 dever de realizar e promover estes melhoramentos; convém por isso fazer a educação das classes dirijentes, pondo-as ao corrente das necessidades da lúta.

A ijiene da abitação meréce atenção especial: é necessário, portanto, fazer propaganda a favor da abitação salúbre, no sentido de estimular a iniciativa par-ticular dos capitalistas, promovendo a organização de sociedades construtoras de cazas baratas, e da parte dos municí-pios a fiscalização das casas de aluguer e a construção de novas abitaçõís.

1 È indispensável melhorar a alimen-

tação, diminuindo o imposto sobre os jeneros de primeira necessidade e exe-cutando uma regular fiscalização da sua purèza, tanto pelo que respeita ás alíe-raçõis como às falsificaçõis. Esta fisca-lização apezar dos votos emitidos pelos congréssos anteriores, deixa ainda muito a dezejar.

Como o bem-estar e a rezistencia acar- ! organica são os mais poderózos inimigos

por isso da tuberculoze, convém animar a criação de sociedades de previdencia, coopera-tivas de produção, de credito e de con-sumo, afim de baratear os jeneros de primeira necessidade, meio de que a Italia se tem servido para triunfar da sua natural pobrêza.

Melhorar a ijiene do trabalho princi-palmente no que dis respeito á supressão das poeiras.

D iaggos t i co

Para se poder entrar na luta contra a tuberculoze é necessário poder diagnos-ticá-la cedo, quando ainda tem probabi-lidades de cura, por forma a tornar vá-lido um individuo doente, e a evitar que êle se transforme num elemento de dis-siminação de tuberculoze.

E' por isso que a inspéção nos recru-tamentos enas escolas, eazilos se impõe.

Para estabelecer o diagnóstico da tu-berculoze precoce o emprego dos raios X são um auxiliar valiôzo e rápido.

O sr. dr. Jozé Rodrigues de Oliveira aprezentou na expozição de igiene uma série de fotografias em que pela aplica-ção dos raios X se pôde fazer a compa-ração de pulmôis normais e pulmõis doentes.

Uma â, que é particularmente impor-tante ; porque é de um individuo que se supunha tuberculôzo á alguns anos e que o não estáva

Se no tratamento das doenças tuber-culózas os raios X tem influencia ainda não absolutamente conhecida, o seu po-der para o estabelecimento do diagnos-tico é felismento fácto assente.

P ro f i l ax ia

Para estabelecer com segurança a profilaxia é necessário conhecer os meios da entrada, e a difuzão da tuberculoze.

As autopsias de Naegeli, as experien-cias de Franz com a tuberculina e o método inoscopico de Jousset, funda-mentão a doutrina de Behring sobre a

ItEZISTEUrciA Domingo, 1 de Malo dc 1904

extrema difusão da tubereulóze e a per-centagem de 100 % de tuberculosos (tí-sicos ou não) acima dos 30 annos

Como as supostas epidemias de tu-berculose nada próvão a favor do contá-Jio nos adultos e não devem ser consi-deradas, em face das experiências acima, mais do que o resultado da concorrência de circunstancias mesologicas meramente fortuitas, Behring vae procurar sobretudo no aleitamento da primeira infanda, com leite contaminado, a orijem dos proces-sos tuberculosos que se obsérvão mais taide na tdade adulta.

A falta de defêsa, (revestimento epi-

S • T i ' " " 0 6 f , ' r , n í ! n t o s ) «« mucosa ntestinal das primeiras edades, como se

conclue de varias consideraçõis e expe-riências de Behring e colaboradores, confirmadas por Weigert, explica a faci-lidade com que se poderá realisar a in-feçao naquelas edades, por via intestinal o que nos adultos só poderá dar-se á custa de esõis prévias da mucosa intes-tinal (typhus exanthematico, varíola etc)

Quasi todas as formas de tuberculose mesmo a pulmonar, na qual segundo Behring nao tem valor absoluto a influen-cia direta de poeiras baciliferas, são de origem intestinal, podendo a tísica ser considerada como uma auto-inféção e o re ultado ultimo da inféção primitiva que se pode ter realisado mèses ou anos cl J J Ití o «

Os trabalhos de Behring fornecem mais um argumento a favor da unidade da tubereulóze umana e bovina.

Behring, sustentando a perfeita e absoluta identidade entre os bacilos lu-beremosos uma no e bo vídeo, sobretudo a respeito da sua nocuidade para o ómem considera a luta cont.a a tuberculose bo-videa como o primeiro estádio na luta contra a tuberculose umana.

. E s / a l u t a poderá um dia faser-se imu-nisando as crianças por ínoculaçõis de culturas atenuadas, e ainda, e como menos perigo, utilisando o leite prove-niente de vacas iperimunisadas contra a tuberculose.

É para dezejar que o nosso governo nomeie uma comissão de veterinários para proceder desde já a experiências que nos certifiquem do rezultído que o

? m r £ sB e b r h i g d a r á

Os bovideos destinados a ser imuni-zados pelo processo de Behring deverão previamente, sofrer a prova da tuber-cuhna, a fim de se eliminarem os que estiverem atacados de tubereulóze A prova da tuberculina só é dispensave para os animais de menos de quatro mezes de idade, que descendão de mãis absolutamente indemnes de tubereulóze

obituário, compreendendo a denuncia do nascimento no prazo de cinco dias;

Sera criado um serviço de protéção a primeira mfancia, junto de cada muni cipahdade, compreendendo:

«) A estatística nataticía e obituaria mfantil e a estatística da assisten cia publica e privada;

b) Centro de inquérito e inspéção e centro de informação para os can-didatos á assistência e para a be-neficencia privada;

c) Séde dum conselho de protéção á primeira infanda, com detegaçms paroquiais e locais, constituído por elementos da Assistência Pu-blica -e privada, autoridades sani-tárias, senhoras-mãis, por meio do qual se conju uem as duas assistências e promova o dezen-yolvi mento de obras de assistência infantil —que seja, enifim, o diri jente da protéção á infanda;

d) Consulta-dispensario de crianças dinjula pelos facultativos muni cipaís.

3) Serão constituídos conselhos dis-tritais de protéção á primeira infância articu ados com os conselhos municipais constituídos analogamente a estes, mas com unçõis mais latas. Cada conselho distrital fara a publicação .regular dum boMmi de estatística, inquéritos, infor-maçois e de folhetos, verdadeiros cate-cismos de assistência e ijiéne infantil;

4) Criação dum conselho central,'em Lisboa, de protéção á primeira infanda ligado a Diréção Jeral de Saúde e Bene-licencia Publica, abraçando consultiva e deliberativameíite. o vasto problema da puencultura;

o) Obrigatoriedade da federação dos municípios, a dentro do mesmo distrito para a criação de obras comuns de re-zistencia á primeira infanda;

6) Publicado que seja um codiqo de proteção a primeira infanda, ca la dis-trito tera o seu regulamento proprio, subordinado á lei jeral. mas em que a iniciativa de cada conselho distrital possa dezenvolver-se afoita e emulativamente e renovado de cinco em cinco anrs em armoma com os rezultados obtidos pela aplicação das variadas fórmulas de assis-tência infantil.

liar os filhos fóra da sua companhia obri-gao-se a declara lo e indicar as pessoas a que os pretendem entregar;

8) Os indivíduos que pretenderem encarregar-se, em sua cáza, duma criança obrigao-se a declara lo e a abilitar-se com:

a) Inquérito e inspéção ao lar e ás pessoas que o abítão, devendo aquele ser ijiénico e estas não terem doença contajioza; além da abilitação da ama, sendo a criança ainda de peito;

b) leito privativo da criança; c) a prova das suas condiçõis de

meios e idoneidade moral !>) Aprezentação obrigatoria dum cer-

tificado medico como na baze i a e ins-peçois periódicas no lar ás crianças do-miciliadas fóra da companhia de seus pais, nao prefejidas pela Assistência Pu-blica;

10) Quando nas pessoas que rodeiam uma criança, colocada fóra da companhia de seus pais, se declare uma drença contajioza, é obrigatoria a declaração dessa doença ao serviço de protéção á primeira infanda;

11) Transformação das enfermarias de partos de Lisboa, l»„rto e Coimbra em verdadeiras maternidades, com re-Jisto secreto, refujios de repouzo, serviço completo de debeis e consultas anexas de recem-nascidos.

ganizar se a estatística anual medica das escolas onde serão indicados os rezultados das inspéçõis medicas, as variaçõis de pezo obtidas pelos alunos durante o ano letivo e as variaçõis na sua altura e desenvolvimento torácico, tomando assim nota da influencia que sobre êles teve o rejimen escolar.

III— Protéção ao abandonado

II— Protéção d criança na família. Profilaxia do abandono

Todas as crianças de menos de 3 anos de idade ficão sob a vijilancia da Assistência Publica, exercida segundo as formulas seguintes:

( A extinção da tubereulóze bovina não so as dezaparecer uma importantissima fonte de contajio, mas reprezenta também um enorme beneficio para a pecuária.

Atualmente, na opinião de Behring, a profilaxia da tubereulóze deve faser-se sobretudo protejendo a alimentação in-

íadi!ferdoas. C O n t a m Í n a Ç 3 ° C ° m P r o d u t o s

_ A ereditariedade, segundo Behrin? nao existe quer para o bacilo, quer para a chamada predisposição, o fátor indivi-dual e í significante neste caso; a influen-cia dos pais nunca prejenita, muito ra-ras veses conjenita, é sobretudo post-Jcull3,

A puericul tura

. O problema da protéção á primeira iníancia compreende:

Primordialmente, bazear e nortear a proteção, organizando a estatística e o inquérito;

Depois, cumpre procurar radicar to-das as crianças na sua família de orijem vijiar aturadamente a criança domiciliada' tora da companhia dos seus pais e agru-pados os candidatos á assistência, fazer assistência profilática do abandono;

Em seguida, fazer substituir a comu-nidade a família quando esta falte ou nao cumpra a sua missão, recolhendo os moral e materialmente abandonados en-contrados e órfãos desvalidos;

Finalmente, cumpra" fazer respeitar por uma cuidada fiscalização os preceitos da assistenda e ijiéne infantil.

Com a protéção á primeira infanda cazao-se outros problemas, de pre-pue-ricultura, protéção á puerpera, investi-gação de paternidade, fiscalização do leite e outros.

Rejisto civil obrigatório, natalício e

1) As crianças domiciliadas com seus pais nao protejidas pela Assistência Pu-blica, pela aprezentação de um certificado medico mensal durante o 1.° ano de idade e bi-mensal nos dois seguintes,

2) Todo o individuo — páis ou estra nhos—encarregado duma criança é obri-gado a chamar um medico, quando esta adoeça, sendo responsável pelo facto da criança falecer sem assistência medica-

3) Em armonia com o decreto de Ú de janeiro de 1888, as municipalidades continuarão dando subsídios de latação e instituirão subsídios de jestação pré-mios de latação materna e prémios de sobrevivência. Mãis e crianças, além de inspeçoes periódicas no lar, devem ter o seu rejisto onde se fixem todos os ele mentos que interessem á saúde da crian-ça curva de pezo, rejimen alimentar, índice délancement, etc., de maneira a inncipiar assim a formar-se um verda-deiro canhenho da vida da criança a preencher na escola, na oficina;

4) Será instituída a mutualidade ma-terna obrigatoria, nos meios fabris, com-preendendo o subsidio de jestação, o subsidio de puerperio e o premio de la-taçao materna, por tríplice quotização — operaria, patronal e do Estado;

?>) A abilitação de uma mulher como ama, compreende:

a) A prova de que o seu ultimo Inho tem 9 mêzes completos ou, não tendo essa idade, de que é amamentado por outra mu-lher;

b) Aprezentação dum certificado medico, quanto á sua saúde e dos seus filhos e quanto'á sua aptidão como ama, podendo o medico não passar esse certifi-cado quando veja que, mesmo tendo a criança 9 mêzes, não deva esta ser separada de sua mãi;

6) Em cazos excepcionais, de deficit de amas, só julgadas pela autoridade medica da Assistência Publica, uma mu-lher poderá amamentar mais do que uma criança, sob a ujilancia constante medica e desde que o seu ultimo filho tenha 6 mezes completos;

l ; Colocação individual em família;

em familf d e g l 'U [ )°S d e cl*iânÇas, 3) Criação nas capitais de distrito

pelo menos, de ospicios-créches, com uma consulta anexa de recem nascidos, fun cionando como:

a) escola de mais e amas; sempre que fòr possível devem as amas brocínar no ospicio como amas das crianças internadas, que ao depois levaríão para suas cazas-

b) posto de observação das amas salariadas pela Assistência Pu-blica;

c) internato de crianças, cujos pais nao póssão cuida-las, mas que tenhãoineios.salariando a Assis-tência Publica. serviço dos expostos da Santa

Casa da Mizencordia de Lisboa deve funcionar á maneira de roda aberta e secreta (sistema Ospido Depoziíario das Crianças Protejidas de Paris);

S) As crianças collocadas individual-mente ou em grupos em família devem er uma fiscalização muito rigoróza, ana-

crianças cujas mãis recebem subsídios de lactação, mas mais cuidada d i n 113.

6; As Camaras darão, prémios de so-brevivência as famílias que cuidarem de abandonados, quando estes atinjão a idade de 3 anos complétos.

IV— Fiscalização A fiscalização dos preceitos de assis-

tência de ijiene infantil deveria ser feita

a) conselhos central, distritais e municipais de protéção á pri-meira infanda;

b) corpo medico de inspétôres da assistência e ijiene infantil, au-xiliados pelos médicos munici-pais, devidamente remunerados-

cj VKitadoras-senhoras-mães; d) pessoal menor; e) consuiías-dispensarios dos con-

celhos.

Nas instalaçõis escolares deve aver sempre a maior atenção pela ijiéne, adó-tando na sua cubajem, na sua ventilação na sua iluminação, nos serviços de lim-peza e no seu mobilario todas as regras da moderna ijiéne, de modo que a escola possa servir de ensinamento pratico e intuitivo aos seus alunos e os obrigue a contrair o ábito da ijiene.

Deve incutir-se por todos os modos aos alunos das escolas o ábito dos ba-nhos de limpeza diários e o asseio em todos os seus átos, e ser expressamente proibido escarrar no chão.

Nas escolas infantis, ou melhor, até 8 anos d'idade, os trabalhos escolares de-verão ser regulados de modo que o pe-ríodo d'aulas nunca possa elevar-se a mais de 4 óras diárias, sendo este perío-do dividido em dois de 2 óras cada.

Entre os dois períodos d'aulas averá um período de 2 óras destinado aos exercícios fizicos da jinastica elementar dos jogos ao ar livre do canto coral. '

Nas escolas infantis nunca os alunos devem ter devêres a cumprir f(»ra das oras de aula.

As 10 óras de sono para os alunos d estas classes devem ser rigoroza mente mantidas e nunca diminuídas.

O ensino nestas classes deve ser me-ramente intuitivo, acompanhado de pe-quenos exercícios de memoria.

Nas escolas primarias, ou melhor dos 8 aos 12 annos, os trabalhos escola' res deverão ser regulados de modo que o seu período d'aulas seja de 4 óras diá-rias divido também em dois de 2 óras cada.

Estes alunos poderão, alem d'estes dois períodos de trabalho ter um ter-ceiro de 2 óras para preparação das suas lições e sobretudo dos seus trabalhos práticos.

Entre os dois períodos d'au!as deve-ra aver um período de 2 óras destinado aos exercicios fizicos de jinastica ele-mentar, e a jogos ao ar livre.

As 10 óras de sôno devem ainda ser mantidas rigorozamente para os alunos d estas classes.

O ensino deve nestas classes ser ain-da intuitivo o mais possível, acompanha do de exercícios de memoria, e facili-tando quanto se possa a compreensão e a íntehjencia do aluno.

A eseola

A Escola deve ser um centro de pro-paganda e de luta contra a tubereulóze.

Junto á Direção de todas as escolas colejios e azilos, quer do Estado, quer particulares deve aver um medico que tenha a seu cargo todo o serviço iiienico e delle assuma a completa responsabili-dade perante a inspéção jeral de saúde.

Este medico terá ainda o encargo de uma ves por semana fazer uma conferen-cia a que assistirão por turmas todos os alunos do estabelecimento, e ensinar-lhes-a em linguajem adequada ás suas idades os perigos da tubereulóze, os seus dife rentes modos de contajio e os meios de a combater e evitar, tendo em vista sobretudo o meio escolar.

Durante a matricula nas escolas deve aver rigoróza inspéção medica, não sendo admitidos a frequência os alunos tuber-culozos.

Nas escolas secundarias, ou melhor dos 12 aos 18 anos, deve evitar-se poi:

todas as formas o cansaço cerebral e promover quanto se possa o dezenvolvi-mento fizico do aluno.

Os trabalhos escolares devem ser re-gulados de forma que o período d'aulas nao seja superior a 5 óras .liarias, divi-didas em dois períodos o primeiro de 3 oras e o segundo de 2 óras, avendo al-guns minutos de intervalo de aula para aula e os dois períodos separados oôr um largo intervalo de 2 óras destinados aos exercícios fizicos.

Estes_ exercicios, que nos primeiros anos serão limitados á jinastica aplicada a esgrima, ao jogo de pau, á equitação, ao remar, a natação e á patinagem

Iodos estes exerci,-ios desport devem ser regulados por forma a não aver abu-zos sempre condenareis e prejudiciais.

Os alunos d'estas classes podem alem das suas aulas, ter um período de 2 oras nos primeiros anos e 3 óras nos seguintes para a preparação das suas li-ÇOIS.

. 4 ° ensino nestas classes deve ser mi-nistrado de maneira a facilitar a com-preensão e inteligência do aluno, deixan-do-o em todo o cazo pouco a pouco en-tregue ao seu esforço inteléctual

O período do sôno deve até aos 16 anos não ser inferior a 9 óras, podendo d ai por diante ser limitado a 8 óras e nunca menos.

Esta inspéção medica deverá repetir-se duas vezes no ano, em Janeiro e em Abril, a toda a população escolar jg ' " u p^uidvao escoiar.

7) Os pais que pretenderem domici- No fim de cada ano létivo deverá or-

_ A alimentação nos internatos deve ser sa, variada e farta, constituída por 4 re-leiçois dia rias separadas por intervalos de quatro oras que formarão o almoço o lunch, o jantar e a ceia. '

Todas as escolas, colejios e azilos quer do Estado, quer particulares, quê tenhao internatos devera ser obri°-ados a organizar as suas tabelas de refeição on-de serão designados não só os alimentos fornecidos, mas ainda as quantidades re-feridas á unidade do aluno. Estas tabélas so poderão ser postas em execução de-

pois de aprovadas pelo Governo, que se

e f e ^ í 0 " 0 d e

A agua para bebida dos alunos deve

p a S E "" r a J a 6 ™

Proteção a m u l h e r e s e m e n o r e s

Nunca como nos últimos tem-pos o naturalismo foi tão dominante. Mas nem por isso a vida se mate-riahzou, antes ôje mais do que nunca a civilização é jeneroza, es-piritual e idealista. Exemplo rele-vante da influencia umanista e moralizadora do naturalismo é a ijiene, cujos dictamens cada dia mais se vão convertendo nas na-çõis cultas em códigos de direitos e de leis.

Uma destas leis é a da regula-mentação das mulheres e menores nas fabricas, que foi a obra de vá-rios omens públicos, entre os quais e dever lembrar dois mortos ilus-tres, Saraiva de Carvalho e Tomás Ribeiro, obra a que teve a onra de por termo em 1893, ao lado de Augusto Fuschini, que tanto tam-bém contribuirá para ella o sr Dr Bernardino Machado.

Embora reputada uma das mais perfeitas, senão mesmo a mais per-eita de todas, esta lei tem decerto

lacunas e incorrecções. Apontarei algumas. Entre os

misteres proibidos aos menores importa incluir o de varredores dê rua, que, perigôzo até mesmo para os adultos, o é sobretudo para as compleiçõis t ã o suscétiveis d e crianças.

A proibição do trabalho das mulheres nas proximidades do parto deve ser não só depois, mas tam-bém antes dêie; e quereria até que se condenassem os contratos de craição, em que dqas máis, uma rica e outra pobre, uma tantas vezes por egoísmo, outra quazi sempre por mizeria, abandônão os seus fi-lhos, impondo-se a todas, ricas e pobres, a obrigação de, sempre que possão, criarem os seus filhos.

E a nossa aspiração não á de limitar-se a defendermos os meno-res e as mulheres só nas fabricas, mas também na industria domici-liaria, que tantos progressos tem feito ultimamente no norte do país.

E não só na industria, mas em todas as profissõis. Para mostrar quanto isto é precizo, basta dizer que os empregados do comercio mesmo as mulheres, mesmo os me-nores, não teem ainda sequer por lei o direito ao descanço de um dia por semana. E quanto não preci-zão de protéção os creados de servir, principalmente os menores e mulheres, que, na prestação dos seus serviços, vivem inteiramente á mercê do arbítrio umano ou dez-umano dos patrõis!

E não só o exercício das profis-sõis, mas também o seu aprendi-zado, o trabalho das aulas, cumpre tornar ijiénico . Ora o aluno das nossas escolas está submettido a um regimen de trabalho forçado • — no ensino jeral, maiormente no secundário, a multiplicidade dos professores, especializando o estudo de cada disciplina, torna-o duma intensidade e duração incomportá-vel; no ensino superior, que deve ser especial, ao contrario, por cauza da amplitude dos programas, o aluno é arrastado de matéria em matéria, sem nunca poder parar em nenhuma, com fatigante irritabili-dade do seu espirito, que não pode deixar de reverter em dano para a sua saúde.

Todas as leis de protéção são necessarias para a mulher, para a criança e ainda para o povo. Por todas élas devemos pugnar, princi-palmente numa Universidade, onde se interprétão os sentimentos de

I

B B Z I S T E V C T A - P O m i n g o , . d e M a l o d e l i K M

todo o magistério, declarando que não é sem dôr e muitas vezes mesmo sem indignação que se tem de en-sinar um direito civil, que é princi-palmente o direito dos proprietários e dos ricos, um direito publico, que é o direito duma oligarquia sobre a vontade da nação, um direito finan-cial, que é o direito que teem os ricos de tributarem os pobres, um direito penal, que é o direito que assiste aos poderes de castigarem os umildes e desvalidos que lhes não págão ou não obedecem.

Mas se tantos direitos novos de solidariedade social é necessário ir implantando na nossa lejislação, faça-se ao menos por cumprir o inicio dessa legislação que já pos-suímos e que é principalmente im-portante como promessa.

Para pôr em execução a regu-lamentação dos menores e mulheres nas fabricas, organizou e dotou-se convenientemente ainspecção indus-trial, e os inspectores dezempe-nham-se com zelo das suas funcções. Sem embargo, a lei pouco ou quazi nada se executa. Porque ? O-põem-se-lhe as mesmas causas que em Portugal se opõem a todas as leis de justiça e de progresso, a triple reação relijioza, politica e economica.

A r e a ç ã o relijioza, q u e s e m p r e e m b a r a ç a q u a n t o pode o exerc íc io do p o d e r civil, t em- lhe c r e a d o diff iculdades, r e cuzando se mui tos pá rocos a passa r g r a t u i t a m e n t e as cer t idõis d e e d a d e q u e são neces-sárias p a r a definir as obrigaçõis impos tas pela lei.

A reação politica , pelo seu favoritismo, tira a força aos inspe-tores para empregarem os meios necessários á sanção das prescri-çõis da lei.

A reação economica que em-pobrece e arruina a nação, pela sua avidez e dissipação, torna a vida, a alimentação, o vestuário, a habita-ção do operário cada vez mais cara, enfraquecendo-lhe, por isso, as suas forças, d'onde rezulta mais do que em qualquer outra nação necessário entre nós protejer o menor e a mulher no trabalho. Mas, para que a familia pobre possa dispensar o salario da criança, que tantas vezes é único braço que lhe resta para a sua sustentação, é preeizo organizar em seu favor a assistência publica. Mas para que a mulher, nas crizes da maternidade, possa dispensar-se de trabalhar, é preeizo 'organizar em seu favor caixas de seguros ou socorros.

E como se dezempenham des-tas obrigaçõis as classes possiden-tes e governantes ? Ai, em Portugal, são os pobres que prestam a assis-tência aos ricos e não os poderozos aos desvalidos?

Em prol dos industriais, ha o protecionismo pautal, que é feito á custa dos contribuintes e portan-to, em grande parte, pelas classes trabalhadoras. E quantos repartem com elas essa proteção ?

Os poderes públicos lançam so-bre a nação impostos, em grande parte impostos indiretos, que re-caem principalmente sobre as clas-ses trabalhadoras. E que beneficio lhes prestam em troca ?

Nem, ao menos, quando os pa-trõis tentem ressarcir-se da falta de braços baratos dos menores e da redução do tempo de trabalho dos menores e das mulheres, reduzindo eles o salario, o operário, pela fa-cilidade da sua organiação associa-tiva e pelo direito de greve pode reajir. Para se ver como é ainda difícil ás classes operarias associar-se, porque a lei das associações de classe exije a autorização previa do governo, sempre fatigante e es-terilizadora para todas as iniciativas,

basta dizer que na circunscrição industrial de Coimbra apenas exis-te com estatutos aprovados uma associação de classe. E a greve, a coligação operaria, que devia s'er um direito, embora tolerada pela brandura dos nossos costumes, é punivel pela lei penal como um de-lito.

Ao operário nem resta por toda a parte sequer o recurso de apelar para os tribunais, quando nem mes-mo o minguado jornal a que se su-jeitou, o patrão lhe queira afinal pa-gar lealmente, porque não existe em todo o paiz ainda senão um tribu-nal de árbitros avindores, o que el-le creou em Lisboa em 1893, e es-se mesmo com vida precaria, 'muito abandonado pelos poderes públicos

Eis a conclusão a q u e se chega sempre em todas as questõis so-ciais entre nós quem tem alma e coração : é que, para resolver qual-quer delas, de que depende a vida e futuro da nação, é absolutamente indispensável uma profunda e radi-cal reforma nas instituiçõis que nos rejem

 um direito novo do operariado e era especial, da mulher e do menor, quê é necessário proclamar bem alto, inscre-vendo-o na lejislação civil.

0 proteccionismo aos industriais deve ter sobretudo por fim o proteccionismo aos operários, e, primeiramente ás mu-lheres e aos menores.

Sem o barateamento da vida do ope-rário por efeito da socialização do ím-lôsto, mal se poderá, ainda á custa duma arga beneficencia, pôr em execução a lei

do trabalho das mulheres e dos menores nas fabricas.

0 procedimento de uma parte do clero, recuzando-se a passar gratuita-mente as certidõis de edade aos menores empregados nas fabricas, é mais um argumento que demonstra a necessidade de se tornar obrigatório para todos o rejistro civil.

A Repartição do trabalho industrial deve publicar regularmente um boletim estatístico, onde se insírão os relatorios dos inspétôres industriais.

Provizoriamente os inspétôres indus-triais poderião com vantajem acumular as funçõis de inspétôres do ensino indus-trial.

ocaziõis em que as pessoas sans se põem em contacto com outras portadoras dos bacilos da luherculôze, mas ainda exerce uma ação f.rtemoftte depressiva sobre n organismo, erifranquecendo a sua rezis-tencia a ínvazão dos jermens patojenicos incluindo o da tuberculoze.

A r.cumulação associada á mizéria e a falta de aceio, eis a triplico cauza mais éticas dH propagação da tuberculoze; como a estancia prolongada em ar puro e livre, combinada com alimentação su-perabundante, rica em principios azota-dos e de fácil dijestão, tudo auxiliado pelo mais escrupulôzo aceio, constitue o método de tratamento que mais curas tem alcançado.

A sociedade defende, na legislação a propriedade e o capital. '

Deve defender o trabalho. • Cumpre ao Estado "dotar o serviço de

fiscalização do trabalho com os 'meios necessários para que se efétiva e para que açao fiscal se exerça em todos os es-tabelecimentos industriais pelos mesmos orgãos .

Não deve ser premitida a abertura á exploração d"uma fabrica ou oficina nem a modificação na instalação das existen-tes, sem previa approvação da inspéção do trab ilko industrial.

of life. Em jeral prejudicão diréta e in-diretamente os operários.

Devem ser criadas as juntas de con-' cmaçao ou de ómens bons, ou devem ser instalados tribunais de arbitraiem nos principais centros fabris.

Deve promover-se a criação de cai-xas de socorros ou de seguros contra a doença, invalides, velhice e contra de-zastres.

E' preferível uma lei para.pensõis desta natureza a uma lei sobre ' respon-sabilidade de patrõis.

_ A instrução,geral e o ensino indus-trial sao meios profícuos para aumentar a riqueza nacional e o bem estar das classes trabalhadoras.

Proteção ao emigrante 0 implaudismo tem manifestaçõis de

forma e intensidade variaveis, qne po-dem confundir-se com as da tuberculoze, induzindo a erros de diagnostico. Estas manifestaçõis, mais frequentes no implau-dismo cronico, cedem ao tratamento pro-pno da malaria.

_ E n t . r e 0 implaudismo e a tuberculoze nao existe o antagonismo que durante muito tempo se supôs existir

As caixas escolares, como tão bene-meritamente as têem instituído muitos professores primários, são um poderôzo meio de assistência para se conseguir guir aliar o trabalho com a instrução'dos menores.

E' necessário ministrar um ensino complementar aos menores de um e de outro sexo empregados na industria, que já se achem abilitados com a instrução elementar obrigatória.

Cumpre tornar extensiva a todas as classes de trabalhadores e profissõis a protéção social para com os menores e as mulheres.

Pro teção ao o p e r á r i o

0 contajio da tuberculoze, depois de varias ezitaçois, é atualmente uma noção definitiva e irrevogavelmente adquirida: não admite contestação.

A acumulação não jera a tuberculoze; mas é o auxiliar mais poderoso do con-tajio.

A estatística demonstra que a tuber-culoze é rara nas povoaçõis cuja densi-dade é fraca, embora séjão pobres os

abitantes, como sucede nas locali-dades onde vivem os trabalhadôres do campo.

Deve favorecer-se pela lejislação a construção de cazas operarias na vizi-nhança das fabricas, cujos projetos seião aprovados pela inspéção do trabalho in-dustrial.

0 Estado deve promover a formação de comboios e tremvias operários que permitão o augmento das óra* de des-canso e a difuzão da população dos gran-des centros.

Deve estabelecer-se por lei o des-canso dominical na industria fabril e o descanso ébdomadario na industria dos transportes ou n'outras em que não possa aver o primeiro,

Deve estabelecer-se por lei o rejimen normal do máximo de 10 óras de traba-lho dos adultos na industria fabril.

Sem se adótar este limite para a du raçao do trabalho dos adulto^ é de gran de dficuldade conseguir-se um limite ra-zoavel para a do trabalho dos menores e das mulheres.

Não tem inconvenientes o trabalho noturno dos adultos do sexo masculino contanto que não exceda a 8 óras, corta' das por um descanso de uma óra

Pelo contrario o implaudismo exacer-ba a virulência do bacilo de Koch, quer em ativi('ade, quer latente e prepara o terreno para a sua pululação.

«oparia um;i — comissão municipal de assistenm publica, constituída pelos de-legados das comissõis paroquiais e pelos reprezentaníes de todas as instituíçás de beneficencia, de iniciativa particular.

As associaçois de soccorro mutuo po-dem ser um auxiliar valiozissimo da assistência publica.

Debaixo do ponto de vista do d i a g -nostico e tratamento da tuberculoze con-vém porem que os doentes dos D-onte-p.os sejao tratados com a maior assi-duidade e que aos seus médicos se garantao as condiçõis de independencia necessanas para o bom dezempenho dê todo o serviço clinico. Para que isto se consiga o Estado não deve pemi t i r que as associaçois fáção d'esse serviço obóto de mercantilismo; e, da mesma fo ma que estabeleceu um rejimento pa a a venda dos produtos farmacêuticos, deve

Í S L T á W m Í " Í ! 1 1 r P a r a a raçao da assistência clinica

Paralelamente o Estado pôde favore-cer as associaçfiis, tornando efétivas algu-mas vantajens que a lei já lhes faciílH (tais como subsídios espedais em caz de epidemia e concessão de edifícios públicos para sua séde) e forçando as emprezas industriais a contribuírem para os monte-pios com uma quota propor-

associado^. n u m e r o s e u s o p ^ r i o s

Nao deve permitir-se o trabalho das mulheres nos estabelecimentos industriais nas 4 semanas que se lhe seguem Du-rante esse periodo devem receber meio salario pelo menos.

E' preferível o trabalho nas fabricas ao trabalho por peça no domicilio, swea-Ung system,

Deve ser proibida aos operários a pratica de tomarem as suas refeições dentro das oficinas.

Nas fabricas de produtos quimicos, tinturarias e estamparias, etc.; deve ser obrigatória a instalação de lavatorios e obrigatória a Iavajem ao suspender o tra-balho.

Deve ser proibido por lei o emprego do fosforo branco nas acendalhas

Sao factos de observação diaria nos paizes palustres o agravamento da tuber-culoze nos imigrantes depois das primei-ras investidas do clima e o seu apareci-mento nos que se supunham izentos ou apenas suspeitos, seguindo a doença em qualquer dos cazos uma marcha rápida

po q de e obL°r a f a S t a m e n t 0 d ° f 0 C ° P a h i s t r e

Por estas razõis é um erro conside-rar a rezulencia em localidades palustres como meio profilático e curativo da tu-berculoze; deve aver o maior cuidado'na seieçao dos funcionários e colonos que vao servir nas procincias ultramarinas impedindo a partida de M o s os atacados ou suspeitos de tuberculoze e fazehdo-os repatriar logo que aprezentem os pri-meiros simptomas da doença; aos tuber-cuiozos mais que aos outros imigrantes nos paizes palustres é indispensável o uzo da mais rigoróza profilaxia contra a malaria para nao agravarem o seu estado..

Proteção aos indigentes

Para que o Estado póssa cumprir as suas obrigaçõis para com os tubercnló-zos pobres e para que estes possão tirar delas o devido proveito são condiçõis e s senc i a i s - em todo e qualquer pais - o derramamento da instrução pelo ensino primário obrigatório e o levanta-mento do nivel moral pela áção dos tri-bunais pelo cumprimento das leis e pelo exemplo da parte do proprio Estado de uma administração regrada e onésta

Nao deve ser permitida a escolha ou esfarrapamento do trapo sem que este seja primeiramente desinfétado.

Devem ser suprimidas as cantinas por conta dos patrõis e substituídas por ten-das por conta das cooperativas opera-rias.

A tuberculoze ê, pelo contrario, fre-quente nas povoaçõis abitadas, como nos centros industriais.

0 que se dis das localidades aplica-se com maior razão ás abitaçõis, nas .quais a acumulação, companheira inse-parável da imundície, constitue um ex-celente meio de cultura para os jermens patojenicos da tuberculoze.

A acumulação não só aumenta as pro-babilidades de contajio, multiplicando as

Deve ser proibido por lei o paga-mento do sala 110 em jeneros ou o truck stores e facilitar-se a jeneralização das cooperativas de consumo.

São lejitimas as multas aos operários por transgressõis aos regulamentos das fabricas, mas o seu produto deve rever ter para a caixa de socorros operários.

As coalizõis ou grêces, as interdiçõis ou boycotages, embora correspondão aos açambarcamentos industriais trusts, car-

j lelles, sindicatos e comptoirs, não são qs j mpios mais convenientes para a realiza-j ção das aspiraçõis do operário ou para o

melhoramento do seu bem estar, standar

Constituindo os sanatórios— barracas para os tizicos pobres curáveis e os

. o sf ) i t a . l s especiais ou — azilos para os incuráveis uma necessidade imprescin-dível, cabe ao Estado o dever de auxiliar a sua instalação por todos os meios ao seu alcance.

Para que podéssem existir sanatórios em numero necessário para todos os tuberculozos pobres seria necessaria a implantação do seguro obrigatorio contra a doença e invalides a todos os proletá-rios e empregados públicos, cujos pro-ventos não atingissem uma determinada quantia.

Cumpre ao Estado preparar o terreno para a implantação d'essa medida, que apenas será oportuna e eficás quando as associaçois de soccorro mutuo corres-ponderem ao fim a que se destinão.

Ainda, com o intuito de facilitar o diagonostico da tuberculoze no seu ini-Cio 0 Estado, se não confia na eficada da lej slaçao em vigor e na enerjia das autoridades prra acabar de vês com o exercício .egal da medicina, poderia nessa orientação recorrer a um procésso mais sumario, proibindo expréssamente que em todas as farmacias do pais avias-sem receitas, que não fossem formuladas em impressos especiais, carimbados pela Inspeçao Jeral dos Serviços Luta rios, impressos, que apenas serião fornecidos a quem estivesse abilitado a fazer clinica.

Determinando,) regulamento dos ser-viços de profilaxia da tuberculoze que nao confirmem a exercer as suas profis-sõis o S t u b e r e H i ó z o s empregados nos es-tabelecimentos de preparação e venda de jeneros alimentícios, assim como nas fa-bricas, oficinas, escritórios, ospitais, cre-ches e escolas, o Estado não pôde dezin-teressar-se do futuro d'esses indivíduos por todas as consideraçõis de ordem so-cial e até mesmo para que tal dispozição seja ngorozamente executada

Por este motivo em quanto pelo seguro obrigatorio contra a doença e pelo de-senvolvimento progressivo das instituições de previdencia, os tizicos pobres não ti-verem garantida a sua subsistência e a de suas famílias, deve-lhes ser concedido um subsidio d'invalidês, pago pelo Estado se /orem seus empregados, on pelas em-prezas ou companhias em cujo serviço tenhao adouindo a tuberculoze.

Os impostos excessivos sobre os ie-neros alimentícios e as suas falsificaçõ s alem de constituírem um elemento muito importante na etiolojia da tuberculoze! sao um embaraço para o tratamento dos tizicos, que necessítão alimentar-se bem e abundantemente.

A curabilidade da tuberculoze depen-de em jeral do seu diagnostico precóce • e, para que este se realize no maior numero de cazos, é necessaria uma boa organização dos serviços de assistência publica. 0 estado deve lançar as bazes d essa organização, por intermedio dos municípios, criando _ comiçôis paroquiais de assistência publica — , constituídas por reprezentantes de classe e por fórma que se não póssão transformar em instru-mento de politica partidaria. Essas co-missois serião autónomas entre si obe-decendo todas ao principio da ~ descen-tralização e individualização dm soccor-ros. Mas para que os serviços de assis-tência fossem devidamente coordenados — evitando-se abuzos o corrijindo-se erros - na séde de cada município fun-

Deve-se evitar o alistamento de tu berculozos no exercito, acompanhando-se para isso as respétivas inspéçõis de um exame demorado sob oponto de vista do diagnostico da tuberculoze e devem ser dispensados do serviço militar - sem mais delongas nem formalidades—todos os indivíduos em que aquele diagnostico se torne pazitivo.

A admissão nss Azilos de Infanda Desvalida dos filhos dos tuberculozos polires, que se trátão nos domicílios, se-ria da parte do Estado uma providencia de grande alcance, que tornaria menos precanas as suas condiçõis de vida e evitaria consideravelmente o contajio.

A lei

] Os atuais regulamentos sanitarios pos-tergao o princípio moral e legal do se-gredo, mesmo em dispoziçõis condenadas a uma nulidade insanavel, em face da organização do nosso meio social que as torna improfícuas e inexequíveis.

0 corpo clinico deve admitir como lejitimo e necessário em muitos cazos, o principio da declaração obrigatória das doenças inficiozas ou epidemicas estabe-lecido.

0 interesse publico coanesta, porém a declaração obrigatória para a tuber-culoze nos cazos (fóbito ou mudança de domicilio porque só nêles, é que o ser-viço d<* dezinfèção pôde intervir dum

4 REZISTEXC11 - Dominífo, 1 de Maio de 1904

modo eficás, conforme o reconhece e determina o art. 74.° do Regul. citado.

Se o corpo clinico deve submeter-se ao disposto no art. 4.° do Regul. dos Sen. da Profil. da Tuberc., requizitando a dezinféção publica quando se dê o obito, é-lhe licito considerar opressiva a dispozição do art. 5.°, obrigando o assis-tente a fazer a requizição quando as pessoas que a lei viza em primeiro logar lhe não deem cumprimento.

Dêste modo a lei condena o medico assistente á pratica dum áto que é fatal-mente considerado pelos interessados, de espionajem e delação, inutilizando por-tanto a sua áção como clinico. Acrésce ainda a circunstancia de que grande nu-mero de tuberculózos cronlcos não se submetem a uma assistência regular que abilite o medico á requizitar a dezinféção em tempo oportuno.

Não existindo entre nós instituiçõis de previdencia que, permitindo o izola-mento do doente, lhe proporcionem um tratamento eficás, de modo algum se prezerva a sociedade do perigo de con-tajio que êle reprezenta. Incidindo a lei principalmente sobre as classes mais desfavorecidas, a privação do trabalho concorre para que a doença se precipite e aumenta a receptividade dos que com o doente coabitão e com êle condenados á mizeria. A inutilização prematura de considerável numero de instrumentos de trabalho, suscétiveis de proveitóza repa-ração, deveria forçózamente perturbar a economia nacional.

A regulamentação ijienica das abita-çõis coietivas e a inspéção rigoróza da sua observancia pelas autoridades sani-tárias, seria mais vantajóza e exequível.

A lei inspirada pelo alevantado in-tuito de combater a tubereulóze só con-seguiria praticamente lezar os tubercu-lózos. comprometendo a aceitação, por parte do publico, dos extensos benefícios que podem prestar as nossas leis sanita-rias que, no seu conjunto, sofrem onrôzo confronto com as dos paizes mais cultos.

O casamento

Referindo o censo por edades e esta-do civil dos tuberculosos, apurados no reino á data de 1-1 -9u3, ao censo por idades e istado civil da população jeral; e calculando a cifra relacional dos tuber-culosos expressa na taxa por «/ de cada grupo etário e de estado civil —numero que exprime a probalidade de tuberculo-zidade; cbega-se ás seguintes inferencias:

l . a A tuberculozidade das pessoas cazadas é inferior á das pessoas não ca-zadas, qualquer que seja a idade.

Este influxo benefico do estado ma trimonial acentua se sobre tudo no grupo etário dos 20-40: sendo menos sensível no de 40-00.

2:a Das pessoas não cazadas no gru-po 20 40 aprezentão exajerada tuber-culozidade as em estado de viuvês.

3.a A tuberculozidade dos varõis e em todos os grupos superiores á das femeas. Excétúão-se as viuvas de *0-40, para as quais a tubernilzidade chega a exceder a dos viúvos.

O problema do cazamento e tubereu-lóze tem de ser encarado principalmente debaixo de três pontos de vista qual déles o mais importante pelas consequên-cias que derivão: 1.° para qualquer dos oonjujes, quer a inféção exista em ambos ou uum só; 2.° para os filhos; 3.° para a sociedade.

Dada a extrema difuzão da tubereu-lóze, pois que quazi lodos nós dos 30 anos em deante ou antes disso estamos tuberculizados, e pelo fácto de ser uma doença contajioza e não ereditaria, para não deixar extinguir a raça, e finalmente porque na pratica é irrealizável, não se pôde aconselhar o celibatarismo quando um dos nubentes ou os dois sejão tuber-culózos.

O cazamento pôde melhorar, deter ou agravar a marcha da tubereulóze. Se num grande numero de cazos em certas classes sociais e em certas tuber-cujózes a agravação será a regra, todavia o tuberculôzo de tubereulóze fechada, pôde ter no cazamento pelas circunstan-cias de vida mais regular e ijienica, con-diçõis mais favoraveis para a sua cura.

O ómem tuberculôzo celibatario con-stitue para a saúde publica pelas condiçõis de vida mundana grande facilidade de propagação da doença, e portanto um perigo maior do que cazado; e a mulher por vêzes está nas mesmas condiçõis,

A mulher lubereulóza pôde dar filhos úteis e de valor social desde que a família ou a sociedade lh'os proteja.

O cazamento entre tuberculózos não )óde ser evitado por processos adminis-trativos.

Em certos cazos pôde haver incon-veniente em impedir o cazamento d'um individuo tuberculôzo.

Deve regular-se clinicamente e pela ijiene o meio conjugal dos tuberculozos e a puerperalidade da mulher.

Principalmente a regulamentação ijie-nica da vida conjugal e familiar, onde só um dos conjujes é tuberculôzo, deve me-ecer toda a atenção clinica.

Aos tuberculozos de tubereulóze pui monar crónica aberta deve aconselhar-se, no seu interesse e no interesse social, que não cazem.

Por enquanto sem regulamentos, mas desde já por conselhos ijienicos, pelos preceitos deontologicos sensatamente compreendidos e executados,— e com mais facilidade do que para os sililizados,

os clinicos e ijienistas devem dezen-volver a influencia que já tem, no sen-tido de restrinjir o cazamento dos tuber-culozos contajionantes.

A cura

Como não á, uma só tuberculina, mas muitas tuberculinas, achámos anli-scien-tifico o modo como élas teem sido em-pregadas: não basta indicar a dóze. é indispensável estabelecer previamente Dara cada uma délas o grau da sua ati-vidade.

Conhecida esta atividade com rigor poderemos manuzear as tuberculinas com segurança de modo a aproveitar-lhes as suas propriedades beneficas, que as teem; contudo não lhes assignalamos o valor d'um especifico, nem devemos aceitar que seja este o processo de o encontrar melhor, tanto mais que é in-fundada a ideia de que na tuberculina existem todos os princípios átivos das culturas do bacilo de Koch.

O uzo das tuberculinas poderá ser util sobretudo nos estalos precoces da tisica pulmonar e nos casos descompli-cados de inféções secundarias.

Achamos contra-indicaçõis: nos casos avançados com lesõis extensas do pul-mão, na possível existencia de tubercu-lose generalisada e ainda nas formas emoptoicas.

O futuro da terapeutica antitubercu lósa está talvez na seroterapia.

O método de Finsen constitue o tra-tamento elétivo do lupus vulgar.

Em cada pais deve existir, pelo me-nos, um estabelecimento oficial moldado pelo Finsens Medicinske Eysinstitut de Copenhague.

A extinção do lupus vulgar, dada a criação dum estabelecimento desta ordem, é unicamente uma questão de tempo e de popularidade do tratamento.

Na terapeutica do lupus é indispen-sável o diagonostico mais aproximado possivel da fórma clinica da moléstia para instruir um tratamento apropriado, tam-bém dependente da rejião em que o lupus se implanta.

Os nóvos tratamentos radioterapia, fototerapia, radiumterapia e altas fre-quências são imensamente superiores nos seus resultados clinicos e estéticos a todos os meios até aqui empregados, com a grande vantajem de serem indolores,

Nos lupus superficiaes muito circuns-critos e limitados o permanganato de potássio, e no dominio das intervençõis cirúrgicas a extripação, as escarifioaçõis e a raspagem são meios que não devem ser abandonados e que podem mesmo aplicar-se a lupus mais extensos, quando a isso se não opozerem íazõis de ordem estética, ou se encontrarem localizados no tronco e nos membros. Se porém os primeiros rezultados nãofôrem benéficos, o tratamento pela fototerapia ou pelos raios X deverá ser imediatamente insti-tuído; toda a demora é prejudicial aos efeitos imediatos dos modernos trata mentos.

No lupus vulgar ou tuberculoso, os rezultados colhidos com os raios X ou com a fototerapia parecem ser muito se-melhantes. A fototerapia demanda uma instalação apropriada, muito dispendióza e entretenimento egualmente custôzo para o qual é precizo um pessoal especial-

mente adestrado: os raios X, além do seu valor terapeutico, podem também ser aproveitados para a radioscopia e radiografia, prestando assim um duplo serviço.

O radium também cura o lupus tu-berculôzo; o seu preço excessivo e a dificuldade que ainda á em conseguir uma pequena amostra deste corpo radio-átivo fazem com que o seu emprego não possa jeneralizar-se. E' certo porém que os rezultados animadores, já obtidos com esta substancia, lhe farão ocupar de futuro um logar preponderante no trata-mento do lopus.

No lupus eritematôzo é precizo dis-tinguir a fórma fixa da fórma aberrante. A primeira é suscétivel de tratamento pela lús de Finsen; os raios X são em jeral improfícuos nesta fórma clinica, a não ser que seja muito pouco extensa e recente, como já verificamos. A segunda também póde«ser tratada pela fototera-pia; mas modernamente os dermatolo-jistas preferem a este ajente as correntes de alta frequencia.

O robustec imento

A acumulação é um dos principais fatôres etiolojieos da tubereulóze pela facilidade da disseminação do contajio, que está na razão diréta da promiscui-dade e do aperto na abitação, — e ainda porque dirétamente diminue a vitalidade e a rezistencia pulmonares.

A morbilidade e a mortalidade tuber-culozas são mais elevadas nas cazas superpovoadas e nas abitaçõis insufiaen les e em jeral sempre que se produzem as condiçõis da acumulação.

Nas zonas de acumulação, quer nas cidades, quer nos pequenos centros, de-verão os municípios promover a abertura de ruas e de largos, cumprindo um plano ae melhoramentos sanitários pre-viamente estudado: e não só todas as construçõis deverão satisfazer ás exijen-cias da ijiene abitacional, mas deverão as autoridades sanitarias verificar a abita-bilidade para um numero determinado de famílias ou de indivíduos. Promo-ver-se-á especialmente que rias abitaçõis, nos estabelecimentos públicos e em todos os espaços fechados, onde se reunão c.oletívídades ou agremiaçõis, a cubagem individual de ar seja pelo menos sufi-ciente, estabelecida a proporcionalidade entre o numero de indivíduos reunidos e o fim especial, a que se destina o edi-fício.

Em todos os locais, onde possa aver o perigo da acumulação, acatar-se-ão ri-gorózamenfe todas as medidas de profi-laxia, que dizem respeito ao solo, aos materiais e á forma de construção, ao mobiliário, assim como ao arejamento, á limpeza ã á varredura umida, e sobre-tudo á expétoração.

Alem da obrigatoriedade legal de de-zinfétar as abitaçõis depois do apareci-mento e da evolução de cazos de tuber-eulóze abérta, seria de maxima utilidade estabelecer também a dezinfeção, como medida jeral de precaução, sempre que as cazas fossem dezócupadas e antes da entrada de novos inquilinos, principal-mente se não gozassem de todos os re-quizitos de salubridade ou fossem super-povoadas ou insuficientes.

Sempre que seja possivel, o tuber-culozo aberto, — mormente, se não pôde ou não quer subordinar-se absolutamente a todos os rigores profiláticos, como é frequente, — deverá ser excluído de todos os logaies, onde possa dar-se a acumulação, evitando-se que dêle irradie o contajio por meio familiar, na escola, na cazerna. no atelier, no azilo, no Ospi-tal, etc. E porisso dever-se-ão incitar todas as iniciaturas para a criação de instituiçõis, que auxiliem o tratamento dos tuberculózos em estabelecimento apropriados e ao mesmo tempo socor ram as famílias d'êsses doentes, quando necessitados.

Na lúta contra a tubereulóze as obras de prezervação ocupão o primeiro logar.

Robustecer as crianças, corrijindo-llies a tara que as inferioriza e substra-índo-as ao contájio ou á mizéria do lar, é prepara r-lhes um futuro de saúde e, portanto, realizar uma obra valióza de preservação contra a tubereulóze.

As colonias de férias, quando bem organizadas, além de constituírem um meio eficás de avigoramento físico, são de manifesta utilidade para o dezinvolvi mento intelétual e educação moral das crianças.

As colonias de férias são úteis para

todas as crianças, mas estão especial mente indicadas quando as crianças são debeis, as famílias são pobres, as mora-dias são más e os pais são doentes.

As colonias de férias devem ser esta-belecidas no campo, na montanha ou na praia, segundo as indicaçõis.

Na constituição dos grupos de crian-ças que partem para a colonia devem izolar-se as que forem apenas debeis das que ténhão qualquer manifestação pré-luberculóza.

Uma observação cuidadóza, incidindo sobre pêzo, altura, força dinamometrica, mensuração toracica, exame do sangue, deve ser feita ás crianças antes e depois do periodo de férias, avaliando-se por esta fórma as modificaçõis experimenta-das pela sua rezidencía na colonia.

A vida das creanças na colonia tem de ser regulada em alimentação, em idroterapia, em passeios, em brinquedos, em trabalho, em repouzo, de modo que se não esqueça parcéla alguma da ativi-dade infantil-

A duração média da rezidencia na colonia deve ser de três a cinco mêzes (junho a outubro), revezando-se os gru->os de colonos por priodos de tempo

determinado pelo numero de creanças inscritas e condiçõis economicas da colo-nia, se a todos não fôr possivel a demo-ra completa.

Para as crianças fortemente enfraque-cidas convirá uma colonia de rezidencia mais demorada, e d'onde as crianças só saíssem quando o seu organismo estives-se nuum caminho aberto de dezinvolvi-mento regular.

As entidades organizadoras das colo-nias de férias devem promover o sanea-mento das abitaçõis e escolas durante a auzencia das crianças, e elas têem de viver no seu regrésso, para que sêjão quanto possivel atenuadas as cauzas que tendem a projudicar os benefícios da colonização.

Votos do congresso

- O congresso exprime o voto que se lejisle o rejisto civil obrigatorio;

II —O congresso exprime o voto que na legislação o Estado defenda o traba-lho assim como já defende a pro-priedade e o capital;

III — O congresso exprime o voto que se organizem em Portugal caixas auto-nomas de seguro obrigatorio contra doenças e acidentes de trabalho;

IV — O congrésso exprime o voto que o Estado procure pelo saneamento je-ral e barateamento das subsistências, prevenir e combater indiretamente a tuberculose;

y _ o crongrésso exprime o voto que séja promulgada uma lei de proté-ção á primeira infanda nos termos das bazes aprezentadas a este con-gresso ;

VI — o congrésso exprime o voto que se promulgue uma lei para o descanço ébdomadario das classes trabalha-doras ,

YII — O congrésso exprime o voto que se procure a construção de peque-nas rendas, facilitando as coopera-tivas de construção e permitindo que o capital das instituiçõis de beneficencia seja emprestado para tais emprêzas;

VIII — O congrésso exprime o vóto que se procêda ao estudo das condiçõis climatéricas dos pontos da Serra da Estrella aptos para construção de sanatórios;

IX — O congrésso exprime o voto que o Estado promova a educação ijienica das classes trabalhadoras.

se á de realizar na cidade do Porto, que eu chame a sua atenção para um assunto importante e digno das suas atençõis e estudos, que formulo na seguinte téze:

A municipalização dos principais serviços públicos, sobretudo (daqueles que por sua naturêza implícão exclu-zivo, priviléjio ou monopólio, ê um meio eficás para melhorar as condiçõis eco-nomicas e ijicnicas das principais ci-dades do país.

A expressão e a ideia são por-ventura desconhecidas para a maior parte dos que me ouvem, mas são já bastante antigas lá fóra. Iniciadas na Inglaterra, em breve passárão para a Beljica, Alemanha} Suissa, Italia e ôje estão-se impondo por toda a parte.

Não á um só economista dos que versa o assunto que admita a adjudicação a emprêzas ou a parti-culares, de matadouros, e merca-dos, e desde o abastecimento de aguas fornecimento de enerjia elé-trica, iluminação publica, caminhos de ferro urbanos, panificação, lei-tarias, e balneários municipais, até á própria municipalização do sólo urbano, é longo o estádio já percor-rido por muitos municípios lá de fóra, com grande vantajem para o publico.

E o exemplo dado á dezaseis anos pela camara municipal de Coimbra é altamente significativo e animador.

Na sessão final do congresso, o sr. dr. Dias da Silva, prezidente da camara municipal, aprezentou no final do seu discurso o seguinte voto: ^

« . . . Coimbra é uma pequena cidade da província, como disse á pouco o digno secretário jeral do congrésso, mas á dezaseis anos que Coimbra deu ao seu país o esplen-dido exemplo da municipalização de um importante serviço publico, qual é o de abastecimento de aguas.

E, a propózito, permita-me a exm.1 Mêza do Congresso actual e a que se á de organizar para o 4.0

Congresso da Liga, que em 1907

Dr, Francisco Soeiro Cerdeira Faleceu inesperadamente em Moi-

menta da Beira o sr. dr. Francisco Soeiro Cerdeira, juís de Soure.

A' pouco que se avia retirado do exercício da majistratura para se tratar, e restabelecer a sua saúde alterada por excesso de trabalho.

O sr. dr. Francisco. Soeiro Cerdeira era um juis que deixou reputação de onestidade em lodos os tribunais em que serviu.

Excessivamente fraco, era para ex-tranhar a actividade que dezenvolvia no exercicio das suas funçõis, e a elevação moral de que revestia todas as suas de-cisõis no tribunal.

Ao nosso diretor Teixeira de Carva-lho primo do extinto, ao sr. dr. Aarão Ferreira de Lacerda e Antonio Cerdeira d'Almeida Soeiro, seus irmãos, como a toda a família enlutada a expressão do nosso profundo sentimento.

D. José Manuel de Carvalho Natural do Tourigo, freguezia do

Barreiro, concelho de Tondela', foi em tenros anos estudar latim para a Lageóza, do mesmo concelho, com o abade daque-la freguezia bacharel José de Matos Vie-gas, e d'aí foi para Vizeu frequentar o iiceu e o curso trienal dos seminários, terminando estos estudos, e ordenando-se muito novo.

Foi ser precctôr dos filhos do actual sr. Marquês de Iteris, que acompanhou depois para Coimbra, onde se formou em direito em 1881.

Logo depois de formado foi nomeado professor do liceu de Vizeu, do Seminá-rio diocezano, exercendo com muita pro-ficiência e inteligência o magistério em ambos os estabelecimentos, e sendo sem-pre estremouso e querido dos colegas e discípulos.

Sendo ministro da marinha o sr. Ja-ciiitho Candido da Silva, que avia sido seu condiscípulo e amigo, foi por este nomeado bispo de Macau e mais tarde

^vagando o bispado de Angra, pela trans-ferencia do respétivo prelado para a diocéze de Lamego, é ali colocado.

O sr. D. José Manuel de Carvalho era uma figura que se impunha rapidamente ao respeito" de todos pela simpatia bene-volente e pela-austeridade do seu caráter simples e bom. * •)

Viveu onrádamente, e onrádamenle morreu no seu posto, vitima do seu amôr e de sua dedicação.

tada-Os nossos pesames á familia enlu-

çâa é r i O f f

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1 2 .

PUBLIGA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS Editor

MANOEL D OLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração — Rua Ferreira Borges

Typ. Democratiea

A R C O D B A L M E D I N A , IO

N . ° 8 9 0 COIMBRA—Quinta-feira, 5 de maio de 1904 IO." ANO

* Aos republicanos de Coimbra Na sua costumada romajem de

audacioza mendicancia, em que se juntão, numa comovente efuzão, as boas palavras assucaradas e os bons abraços de compadres amigos, vários caudilhos monárquicos da terra, de diversa categoria e procedencia, têm insinuado com refalsada má fé que os republicanos não vão á urna nas próximas eleições.

Nenhuma rezolução avia ainda sido tomada sobre o assunto, e já os industriozos sujeitos espalhávão a mentirola saloia, num arremedilho de estratejia indijente, procurando .assim colher os votos de correlijio-narios nossos para a lista que pa-trocinão.

O processo é incorreto e baixo, e, sobre ter a marca inescurecivel do arsenal monárquico, é grave-mente ofensivo da onra dos que, militando no nosso partido, são com singular desplante procurados pelos ajentes do rejimen, no fito de os arrastarem a uma afirmação, que formalmente significaria uma apostasia das suas crenças demo-cráticas.

Ou o partido republicano vá á urna, ou o partido republicano se abstenha, só com êle podem estar os seus soldados, aquêles que afir-mão claramente a sua concordância com o programa que êle detende.

Concorrer com monárquicos a uma afirmação, em que os seus ideais completamente dezaparece-rião, para só triunfarem, com o seu adjutorio, os ideais do inimigo, im-portaria uma verdadeira traição.

Republicanos só em republicanos pódem votar. E' um elementar de-ver de onra, de coerencia, de leal-dade, e bem pouco respeito por si tem aquêles que, não acatando estes principios d e dignidade, ouzam formular pedidos que demandão resposta condigna numa salva real de rijos ponta-pés.

Dada que a abstenção dos re-publicanos fosse oficialmente vota-da, aquêles dos nossos correlijio-narios que déla discordassem e qui-zessem tornar publica, na urna, a sua diverjencia, só um caminho ti-nhão a seguir, lizo e digno: irem, por si, sufragar com os seus votos nomes de republicanos.

Eis a única atitude. Quem é di-gno, e serio, e intranzijente nos seus principios não procederá doutra forma.

Na convivência, porem, com essa pobre jente que se compra a baixo preço, e vae em levas para as assembleias, os «gros-bonnets» mo-nárquicos abituárão-se a essa ofen-siva liberdade, e é vel os falar a jente de onra, que se não engrola nem vende, com a mesma alegre semcerimonia com que fálão aos seus cazeiros.

Fazendo a todos os nossos còr-relijionarios a justiça merecida de nos convencermos de que a paro-lajem charlatanesca dos empreitei-ros qleitoraes os não ilude, achamos

oportuno fazer-lhes uma prevenção categórica, que fica aqui solene-mente exarada, e que se resume em afirmar-lhes que não será de abs-tenção a atitude dos republicanos de Coimbra nas próximas eleições.

Desde á muito que o propozito de concorrer á luta se manifestou, sem discordâncias, como processo de agregação e disciplinação de for-ças, como inicio uma luta mais larga e torte em que o partido re-publicano se dispõe a entrar.

Estejão, pois, todos a postos, defendidos contra todos as menti-rolas e sujas ficeles dos politiqueiros monárquicos, decididos a só coo-perarem com o nosso partido, que é essa, repetimol-o, a única atitude coerente e onesta.

Contra a ostilidade dos bandos monárquicos, coligando-se por or-dem do Paço, lutando por ordem do Paço, manobrando ás ordens do Paço, que autoritariamente lhes ta-lha o serviço como quem dispõe da fatia gorda que todos ambiciónão, os republicanos de Coimbra cum-prirão o seu dever, e estão no pro-pozito de intervir na luta, ôje e sempre, e em* todos os campos, sem que os perturbem os rizinhos ironicos dos trunfos monárquicos nem o^ dezalente a dezigualdade evidente, enorme, cm que a luta terá, «por emquanto,» de travar-se.

Aos republicanos de Coimbra fica assim feita a prevenção conve-niente. E se, abitolando pelos seus escrúpulos os escrupulos dos outros, continuarem a procural-os os ilustres caudilhos dos bandos monárquicos, imajinando-se a tratar com jente que se vende a quartilhos, aconse-lhamos com toda a sinceridade os nossos correlijionarios a que lhe sa-cudão o dorso com rijas palmadas amigas. . .

Por agora, a postos, todos, que é para a luta que nos dispomos.

Casimiro Freire O nosso prezado coléga Van-

guarda publicou o retrato doonrado e velho republicano Casimiro Freire, acompanhando-o das justíssimas pa-lavras que abaixo transcrevemos, e a que damos todo o nosso aplauso.

O infatigavel propagandista das Escolas Moveis João de Deus, é dos que só ao seu esforço tenás e inteli-jente tudo devem, e que pelo exemplo da sua vida e pela lição das suas qualidades de elite, vitorió-zamente se impõem ao respeito e á simpatia de todos que sabem fazer justiça e prezar caratéres.

A Rezistencia fas, pois, suas as palavras de merecida omenajem com que a Vanguatda distingue o nosso querido correlijionário, e que dizem assim:

De vários jornaes:

«Realizou-se no Paço das Ne-cessidades o exame ao príncipe real de todas as disciplinas que tem estudado.

O júri era composto de todos os professores do príncipe.

O príncipe re pondeu satisfa-toriamente.»

Os- nossos parabéns a sua Alteza. E' pena que tão exuberante e viva

intelijencía venha a estiolar-se no am-biente ingrato da côrte.

Podia ainda ser um grande ómem, sua Alteza!

«Se á quem, no partido republicano, tenha direito a uma justa omenajem, é, sem dúvida, Casimiro Freire, um estu-diôzo e' um sabedor, que, em 1881, teve a luminóza ideia de fundar a Associação de Escólas Moveis pelo método João de Deus, como a verdadeira baze de toda a democracia bem organizada. E' um apóstolo devotado da instrucção, e, se-guramente, o primeiro propagandista em Portugal do método João de Dous. Ami-go e admirador do poéta, a quem o li-gavão laços de íamilia e da mais pura af-feição, Casimiro Freire conservou-se fiel á sua memória e p^d.%goiicos. Este facto bastaria para prova do seu carater onradissimo, se todos os átos da sua vida não tivessem obedecido á mais escrupulóza rétidão e aos rasgos da maior abnegação e do mais santo altruísmo.

Casimiro Freire é daqueles que dévem tudo quanto são á sua iniciativa indivi-dual e ao seu esforço pessoal. De cai-xeiro, tornou-se o continuador do seu venerando patrão e nosso diléto amigo João Jacinto Fernandes, tendo-se elevado, pelos proprios merecimentos, a ponto de ser ôje, na nossa praça, o representante dessa firma acreditadissima.

Por ocazião do «ultimatum» inglez, era Casimiro Freire dirétor da Associa-ção Comercial de Lisboa, que o despo-tismo franquista dissolveu. Foi pelos seus notáveis trabalhos que ele ldgrou orien-tar o movimento d'essa época. De então para cá, o seu projéto, principalmente brilhante pelas estatísticas em que é pro-fundo e extraordinariamente versado, tem sido muito aproveitado por todos os que se ocúpâo de assumtos económi-cos e financeiros.

Sempre solicito e zelôzo na propa-ganda pela instrução, ainda ante-ontem deu uma prova dos sentimentos que o animão, tendo promovido, no Salão da Trindade, um beneficio a favor da Asso-ciação das Escolas Moveis, de que tem sido a alma e um paladino disvelado, que foi imensamente concorrido.

A benemerita instituição devia cons-tituir para o partido republicano a prin-cipal razãb da sua existencia, sendo mui-to para lamentar que nem todos tenhão compreendido este dever sagrado que a salvação do país a todos impõe como um verdadeiro dever de onra. »

Por virtude de ter fechado o parla mento, ficou o país sem ter noticias do grande estadista Pequito, salvador c re-demtor das nossas finanças.

Socegue o país. O sr. Pequito passa sem novidade

na sua importante saúde e vae prospe-rando no ensino da taboada, mercê da sua exemplar aplicação.

Já sabe a «caza dos três» e lá para principios do novo ano deve estar de posse de toda a taboada.

Jà él

O Franquismo A moralidade do franquismo, os seus

intuitos, os seus processos, acentuam-se e descobrem-se cada vês mais. A já si-nais de falência, no dezanimo que invade muitos dos seus partidarios mais injenuos, e na franca retirada ,de outros, menos ezitantes, a quem a deziluzão veio rapida.

O franquismo apareceu com preten-ções a ser um agrupamento saido dum movimento forte de opinião, que só pela força da opinião desperta triunfaria no Poder.

Um dos seus orgãos chegou â pro-clamar que, depois do idtimatum, não ouve em Portugal movimento comparavel ao provocado pela peregrinação do seu chefe 1

Gritávão os apostolos do novo credp que a independencia dezassombrada do seu grupo falaria alto aos altos poderes, impondo-lhes uma cooperação patriótica no trabalho de rejeneração nacional que urjia fazer.

E vinha a ameaça, para lograr inje-nuos: senão, não! Afinal, justificando as nossas previzões, o grande partido da opinião liquidou numa patrulha do Paço, e, em vês de pedir força áo país, men-diga com salamaleques ao rei a esmola do poder.

Já não se pensa em entrar no Paço, de chapéu na cabeça, com maneiras sa-cudidas de mandatarios do povo em re-volta: concorda-se em que é preeizo entrar ás arrecuas. com ar umilde, oferecendo o dorso p'rá majestade sacudir os bor-zeguins.

' Não são ómens decididos a defender os interesses do país, contra tudo e contra todos, impondo-se com nobre intranzijen-cia: são mizeros moços de fretes, que já vão dezesperando da larga estação na es-quina do ostracismo, desfazendo-se em cumprimentas para chamar os recados da dezejada f reguezia . . .

« F o l l i a N o v a » Com este titulo começou a publicar-se

em Aveiro um novo semanario republi-cano, que se aprezenta galhardamente re-digido.

" No momento em que nas fileiras do nosso partido vai um consolador movi-mento de revivescencia, muito para es-peranças e entuziasmos, são bemvindos to-dos os novos combatentes que á cauza da Patri.a £ da Republica vêm trazer o seu animôzo e profícuo reforço.

A 'Folha Nova, com a nossa sauda-ção cordeal, sinceros dezejos de larga e florescente vida.

De principio mostrártío o que serião, no vago do seu programa, que nós frizamos e que um seu partidario que vem de despedir-se confessa ter também sentido, no uzo de processos grotescos para arranchar proselytos, na reportajem mentiroleira, farta de carapetões tinta-marrescos, com que quizérão fazer avul-tar a viajatainfelis do chefe,eainda agora, na s< licitação velada de acordos com a jente íotativa, que tanto avião injuriado !

A independencia, a onradês, do pa-triotismo dos puritanos da rua da Emenda!

Ao dar-se a dissolução o parlamento, pensou-se, a dentro do grupo, em abs-tenção, e os elementos mais sãos quizérão que ella fosse a dotada. Mas veio recado do Paço. O rei, todo poderozo, creador de ministérios, fazia ciente que lhe não era grata a atitude. E logo, logo, numa pressa ofegante de creados que árrnão á gorgeta,"o portador do Paço levou res-posta amavel de que a vontade d'el-rei seria feita, ôje, sempre e em todas as couzas.

Assentou-se, pois, na luta, por ordem do Paço. E, não sabemos se também por ordem do Paço,- os feros inimigos do ro-tativismo fingindo independencia, velada-mente aventão acordos e os aceitão, com uma coerencia que aos partidarios inje-nuos á-de cauzar engulhos.

E' já nota de dezanimo e ostensiva discurdancia a carta que o capitão te-nente-Gonzaga Ribeiro mandou ao sr. João Franco, despedindo-se da politica, e que nós publicaremos.

Avia injenuos que esperávão átos de independencia, de altivês, de sinceridade, palavras claras, atitudes definidas e firmes.

Nada d'isso. Meias palavras, as mes-mas praticas dos rotativos, a mesma su-bserviência, a mesma covardia,.

Nas jantarolas, boas palavras sonoras; mas trata^do-se de falar alto, cá fóra, ao rejimen e ao país, a lingua dos paroleiros charlatanexos sempre se lhe entaramelou.

Aí está a atitude do franquismo a demonstrar a sua irremediável falência.

Lacaios 1

O e s p i r i t o d a i s Tulher ias

Diziamos nós n'outro dia que o espi-rito das Tulherias foi a morte do exercito francês. Como as questõis da força ar-mada estão na ordem do dia em Portu-gal, não será de todo inútil insistir sobre esse ponto.

Desde o movimento filosofico do século dezoito, isto é, desde que morreu o rejimen do direito divino, desde que a consciência nacional começou a divor-ciar-se da monarquia, que deixou de existir o exercito francês. Não mais ou-ve exercito em Franca, exercito digno (1'esse nome, senão sob o rejimen repu-blicano, senão animado do espirito de-mocrático.

E tanta jente que ignora esta verda-de, que julga mesmo, e afirma, o con-trario !

Do exercito de Luis XY e de Luis XVI escreve o general Foy:

«Era composto de duas classes dis-tintas: os soldados, condenados a dar tudo sem nada obter, e os oficiais, cha-mados a invadir os graus da ierarquía sem ter tido o trabalho de os ganhar. Esta ultima classe subdividiu-se em no-brêza de província e em nobrêza de côrte. Uma fornecia um certo numero de militares-aplicados á profissão, e muitos amadores, para quem o serviço era um simples passa-tempo; a outra povoáva os rejimentos de coronéis imberbes e os estados maiores de jeneraes de salão. Entre ómens colocados, em terrenos tão diferentes, separados por insuperáveis obstáculos, podia aver comunidades de perigos, mas nunca comunidade de po-zição e de interesse. Era um exercito disposto a dezertar para o extrangeiro e sempre pronto a insubordinar-se. Em tempo de pás nunca se lhe retardava, impunemente a distribuição dos viveres, ou o pagamento do sôldo, e ninguém se atrevia a dár-lhe exercício no dia 31 do més, porque n'esse dia não recebia pão.»

Só quando o sentimento democrático o anima êle se torna digno de si proprio, que é esse exercito cheio de republica-nos, esse a cujas fileiras, no dizer do general Thoumas, o proselismo leizou numerôzos mancebos cheios de entu-ziasrno;» o exercito que vai ajudar os Estados-Unidos a conquistar a sua inde-pendência, «Os selvagens que visitávão o campo, escreve Rochambeau nas suas memorias, não voltávão a si do espanto que lhes causava vêr as macieiras car-regadas de frutos por .cima das tendas que os soldados occupavam á 3 mezes.»

E' o mesmo espirito de disciplina e de abnegação que se encontra mais tarde nos exercites da Republica. No seu notável li-vro «Les Transformations de l'Armêe Française,» escreve o general Thoumas:

«Em 1795 os officiaes marchávão todos a pé, de mochila ás costas, os pri-meiros na fadiga como nos combates, sem outro alimento que o do soldado, vivendo das rações diarias e recebendo quatro *sous» por dia. N u u o a , diz o marechal Soult, nenhum d'elles pensou em se queixar d'essa mizéria. Z K T i a i x o a , acrescenta, os exercitos fôrão mais obedientes, nem animados de maior ardor. Foi a época das guer-ras, conclue, e m < i u o o u -~%7~e m a i s v i r t u d e e n -t r e a s t r o p a s . O soldo das

pjnais altas patentes era de 8 francos por mês, e na própria mêza do joneral em chefe, dis o jeneral Foy, não aparecia outro pão além do pão do soldado, outra carne além da carne da ração d'étape.»

Animava-os o sentimento do dever e da verdade, Tinha-se secado, por instan-tes, esse espirito falso, dissolvente, disso-luto. que vinha das Tulherias.

Imperava a força imanente da igual-dade e da justiça Saint Júst e Lebas, durante a campanha de 1794, fazião fu-zilar os voluntários que iam roubar ovos aos pateos dos camponêzes !

Foi Bonaparte quem começou a entre-ver os homens d'esse grande exercito.

s REZISTENCIA — Quinta-feira, 5 de Maio de 1004

Coraludo, era ainda um filho da Republica que conservou até ao fim a «mácula do peccado originab». Embora filho espúrio! Recebeu o «baptismo de fogo» ao som da «Marselheza». Como Hochel Como Marceau! Como Massénal Como Davout, Gouvion Saint Cyr, todos os grandes sol-dados do império. Foi o espirito repu blicano que os creou, que os educou, que lhes deu o fogo sagrado da vitória

Todos éles eram inimigos do «direito divino» E tanto que o direito divino, quando regressa, quando chega, apres-sa-se a assassina-los, aos que vivem ain-da, a fuzilá-los, a proscreve-los. Sopra de novo o espirito das Tulherias. Ceifa, cei fa sem descanço tudo quanto tem valor, tudo quanto tem audacia ! Oh! sempre assiml Sempre assim I Em todos os tem-pos I Em todos os logares! As Tulherias não querem homens. As Tulherias só admittem lacaios, só acceitam cortezãos. Guerra aos homens. Guerra sem tréguas, guerra sem descanço. Guerra de exter-miniol O marechal Brune é assassinado em Avignon, o general Lagarde em Ni mes, o general Ramel em Tolosa. O ma-rechalNey é fuzilado, os generaes Mou-ton-Duvernet e Chartran, o coronel La-bédoyére, o tenente coronel Miklton. São condemnados á morte o marechal Drouet dTEr!on, aos generaes D.belle, Trvot, Lefebvre-Desnouettes, Gilly, Grouchy, Laborde, Bertrand, Lallemand, Clauzel, Brayer, Ameilti e Morand.

Morand ! O eroe de Ilondscholte, Watigmes, Pyramides, Heliopolis, Aus-terlitz, Auerstaedt, Eylau, Eckmuhl, Wa-gram, Moskowa, Deunewitz e Waterlool

Carnot, Pajol, Marbot, uma multidão de oficiais de todas as patentes, são exi-lados em massa. São prêzos e ariastados aos conselhos de guerra, como malfeito-res, os jenerais Gerard, Drouot, Cam-bronne, Harispe, Bonnet, Thiébault e Sémélé. «Vamos fazer a caça aos ma-rechais, dizia o duque de Berry, e é preciso matar cito pelo menos.»

A caça aos marechais, a caça aos filhos da R-volução, a caça aos ómens I

Para os logares doe ómens subirão as «mulheres e os padres». O espirito das Tulherias! Então como oje. Em França como em toda a parte.

No tempo da Restauração, como no tempo do segundo Império.

Lêr o belo livro do jeneral Jourdy — «LTnstruction de 1'Armée fraiiçaise, de 1815 a 1902. Autoridades insuspeitas!

Quem queria empregos, quem que ria promoçõis, quem queria comissõis, dirijia-se á duqueza de Angouleme, filha de Luiz XVI. a Madame du Cayla, amante de Luiz XVIII, ou aos padres. Pertencer á «Guarda Municipal,» isto é á «Gendar-merie,» era a suprema onra.

Os oficiais da « Guarda Municipal» eram creaturas do rei e tinhão prefe-rencias sobre todos os outros oficiais. Lêr o bélo livro do general Jourdy!

«Não bastava á restauração pôr todas as suas creaturas á frente do exercito. Para que este não lhe «metesse nenhum medo» aprisionava-o entre o «Gendarme» e o «Padre.»

A' um pais, que costuma andar mui-tos anos atrás dos outros, onde oje su-cede, precizamente, a mesma coiza!

«O poder oculto da «Congregação» chegou a exijir todas as nomeaçõis, não só dos oficiais do exercito mas até dos pares de França. Era a «Congregação» que governava!

Ninguém ouzou mais pronunciar os nomes dos erois das ultimas guerras, dos mais puros patriotas como Hoche e Carnot, que só a nossa geração restau-rou na plenitude do seu brilho, e que desaparecerão então, e por muito tem-po, da lingua francêza.

A dinastia não se contenta com ar-rancar ao exercito todas as suas tradi-çõis. Arrebata-lhe a missão sagrada da defeza da patria para o ocupar n'nma «missão de policia.»

Em toda a parte a mesma coiza! «A instrução militar consiste em

manobrar docilmente ás ordens dos sub-perfeitos e merecer-lhes elojios. Para os oficiais a grande questão é «obter as boas graças do rei, da sua favorita, dos príncipes e das princèzas.

Madame de Cayala consegue tudo.^ Trafica, dis-se, com as patentes, com as comissõis, com as condecoraçõis e ar ranja com isso uma fortuna.»

No tempo do império sucede a mesma coiza. D'onde se vê, sempre, que o es-pirito das Tulherias é imutável e eternol

O jeneral Thoumas, falando do pe-ríodo que precede 1870, escreve no livro já citado:

«Entretanto, o que fazião os oficiais9

Misturados na vida comum, vião que toda a jente procurava enriquecer e que muitos o consegui So: O preço de todas as coizas tinha aumentado de tal manei-ra que o seu soldo se tinha tornado in-teiramente insuficiente, tanto mais que

muitos d'êles se tinhão endividado com a guerra da Criméa, guerra durante a qual a quazi totalidade dos seus venci-mentos mal chegava para o alimento. Tornárão-se, pois, forçozamente ambi-cinzos. A leitura do «Almanack,» e os cálculos sobre as suas probabilidades de promoção, tornárão-se a baze da sua instrução militar. Não falávão n'outra coiza. Passava-se a vida dos cafés, zom-bando-se efe quem ;e entregava ao estudo. Os que ficávão em caza para trabalhar, érão tidos como suspeitos. A primeira condição de promoção era possuir boa figura, ter boa saúde e vestir com ele-gancia. Alem d'isso, compreender na infantaria, o serviço do oficial como o do cabo de esquadra (este homem está a descrever Portugal!) e conservar corré-tamente a mão sobre a costura das cal-ças, com os olhos fixos a lo passos na frente, falando com o coronel. Na cava-laria recitar de cór a ordenança e mon-tar com arte um cavalo bem ensinado. Na artilharia, afetar o mais profundo desprêzo pelos conhecimentos técnicos. Em todas as armas, emíhn, ser «bem re-comendado.» Um novo flagelo caiu sobre o exercito e sobre o pais: a «recomen-dação!» E ao passo que todos os flagelos são passajeiros, como a peste, o cólera, os gafanhotos, a «recomendação» per-ziste como um mal cronico, que matará o doente não se tomando medidas enér-jicas para o matar a elle.»

Em concluzão, por ôje: o espirito das Tulherias era sob. o império o que tinha sido sob a restaurarão. Sempre o mesmo, ou se tratasse de Luis XVIII, ou de Carlos X, ou de Luis Filipe, ou de Na-poleão III.

O exercito reduzido a fazer a policia do trono.

O exercito coajido a sobrepor a de-feza do regimen á defeza do paiz.

O exercito com a sua missão falsifi-cada.

O exercito sem baze moral, sem ideal, portanto incapas de defender a sua pa-tria sempre que a pátria d'èle precizasse.

Só ouve exercito em França durante a primeira o a ultima republica. Isto é, quando teve sentimento de verdade, quan-do se identificou com a consciência na cional de que o rejimen era o interprete fiel.

E' este o facto culminante, que im-porta apreciar devidamente, facto posto em relevo, rejistado, afirmado, pelos mais ilustres escritores e as mais in-contêstadas autoridades do exercito fran cês.

A élle voltaremos, dada a sua impor-tância.

ra

(D'O Povo d'Aveiro).

Bepublicanos de Mértola Em reunião dos nossos correligioná-

rios de Mértola foi eleita a seguinte co-missão municipal:

Prezidente D r . Manuel Duarte Vi-deira, médico.

Secretario, José Monteiro, farmacêu-tico.

Tezoureiro, António de Souza Maxado comerciante.

Vogaes, Franciso Jozé Maria, comer-ciante; Antonio Estêvão da Silva Júnior, proprietário; Baltazar Manoel Gaspar, proprietário, e Francisco Maria Passos, comerciante.

Saudamos os nossos prezados corre-hjionarios de Mértola pela constituição da sua comissão municipal, fazendo votos por que os republicanos de todo o pais sigão este proveitôzo exemplo de se agremiarem em núcleos, que podem ser de tão benéfica influencia para o nosso partido.

Só assim, conjugando todas as von-tades esparsas numa ação comum de trabalho intelijente e onesto, o partido republicano triumfará, fazendo que com éle triumfe o pais.

O publico continua a despencar ao Muzeu de Antiguidades, do Instituto de Coimbra, as suas simpatias, e a prova disso é que aumenta constantemente a sua frequencia. No mes de Abril foi fre-quentado por 1625 visitantes.

N o t i c i a s a g r í c o l a s

Apezar de todas as esperanças que avia, reconhéce-se que na nossa rejião a amostra não é tão regular como era para dezejar, avendo cástas, que falharão comolétamente.

Felismente que doutras partes vem noticias mais animadoras.

Bom será que assim seja, para que nôvo ano de má produção vinícola, não venha alargar o rejimen das falsificaçõis, já agóra tão dezenvolvido, e prejudicar o nósso comércio de esportação.

Em assembleia jeral das comissões paroquiaes republicanas foi deliberado proceder no proximo sabado, 7 do cor-rente, pela 8 da noite, á instalação so léne do Centro Eleitoral Republicano.

Damos com muito prazer esta noticia, pois .que ela significa averem sido coroa-dos de êxito os esforços dos nossos cor-religionários desta cidade, com quem por vêzes temos modestamente coopera-do, e em quem encontramos sempre os mais nobres propózitos de dedicação e de entuziasmo pela cauza republicana.

_0s republictfhos de Coimbra têm tra-diçõis nobilíssimas que é onra respeitar e continuar com a mesma fé, a mesma exemplar dedicação e o mesmo domina-dor entuziasmo.

Muitos dèles são dos bons tempos de estrepitóza luta, em que avia sempre nos lábios gritos altos de rebelião, e ardia sempre nas almas, imperecível Í brilhan-te, a flama augusta da fé.

A volta de chefes ilustres, cuja sober-ba figura destacou num alto relevo lumi-nôzo, éles trabalharão cheios de confian-ça e de ardor, onéstamente e disciplina-damente, tendo o orgulho nobre da inteirêza da sua atitude e vendo na pro-ficuidade do seu esforço recompensa farta ao seu animôzo labôr.

Os republicanos de Coimbra fôrão sempre lutadores aprestados para a luta, reclamando-a e promove ndo-a com todo o desinteresse e toda a energia. Encon-trarão nos sempre prontos, unidos sem pre, respondendo sem demora á vós de álêrla que lhes gritávão, erguendo sem-pre com eroica firmêza a bandeira do seu idial.

Fô. ão grandes soldados, dêsses que os jenerais comandão com orgulho, porque são uma forte esperança de vitória.

Pois é precizo que os republicanos de Coimbra, nesta óra propicia de revi viscencia, onrem as suas tradiçõis, e de novo se juntem todos numa grande e digna prova de patriótica abnegação.

Se á couzas que é precizo esquecer, que êsse esquecimento se fáça, inteiro, absoluto. Já lho disséinos, quando se tratou da organização das comissõis pa-roquiais.

E' um dever de onra. Se ha deza-lentos, é precizo bani-los, arrancá-los como ervajem parazita que asfixia as bôas plantas.

Toca a reunir; é precizo mostrar-mos que ninguém dezertou. Gritão-nos o áleria para o combate: é onra provar que não estão abandonados os nossos postos.

Não á velhos, que nas almas onde á fé uma eterna mocidade vive; e os que se dizem tais, queremo-los todos junto de nós, para que nos guiem, modérem o nosso impeto, suprão as lacunas da m ssa inexperiencia.

No proximo sabado vai instalar-se o Centro Eleitoral Republicano. Que to-dos os nossos correlijionarios saibão mante-lo e alargar-lhe a influencia, de forma que êle sirva a estreitar cada vês mais cordealmente a união de todos os republicanos, chamando-os á efetividade da luta que a bem da patria e pela Repu-blica é urjeTite travar.

São os nossos dezejos, com as sau-daçõis de que mais uma vês tornámos alvo os nossos queridos correligionários d'esta cidade.

Dr. Bernardino Machado S e s s ã o s o l e n e

Com larga concorrência, e toda éla vibrando dum sincero entuziasmo, reali-zou-se rio último domingo, no amplo sa-lão do «Spórt-Club», a anunciada sessão de omenajem ao nosso eminente corre-lijionario sr. dr. Bernardino Machado.

Prornoveu-o o «Grupo Esperança dos XX,» que por essa fórma quiz Significar a sua admiração e reconhecimento ao cidadao prestimozjssimo, que na defeza das c asses trabalhadoras tem pôsto sem-pre toda a força do seu elevado espirito e toda a apaixonada bondade da sua alma de justo.

N e ? t e s tempos de ferós egoismo, não

raro pass_ & m a g r a t i c]ão dos beneficia cios os mao j e n e r ( j z o s apostolados; e é-se ju>to verais m o l | l i ) S g r a t a s u r p r è z a que algu cog e d e V Q t a c o m e xemplar de

causas e ten d b o n d a d e n ã 0 0 é So reconhecimento daquê les poratenta g e p r e g a 0 e s s a s a U a s e ri0.

das omenajens que lhe

D e v e n d o r e a l i z a r - s e n o p r ó -x i m o s a b a d o , ? d o c o r r e n t e , p e l a s 8 h o r a s d a n o i t e , a i n a u -g u r a ç ã o d o ( I K V r i t O K L G I T O -K A L I S K F Í I f i B L I C A T C O » E COIM1818A, a o L a r g o d a F r e i -r i a , s ã o c o n v i d a d o s t o d o s o s r e p u b l i c a n o s d e C o i m b r a a c o m p a r e c e r a e s s a r e u n i ã o , d e v e n d o p r é v i a m e n t e m u n i r s e d e b i l h e t e s d e a d m i s s ã o q u e s e r ã o d i s t r i b u í d o s n o s e s t a b e -l e c i m e n t o s d o s s r s . M a n u e l A n t o n i o d a C o s t a , l&ua d e F e r -r e i r a B o r g e s , e «Vayme L o p e s L o b o , P r a ç a d o Co m m e r e i o .

bres c quem Bôruz^dns'

prestãm dign0 B e r n a i . , } i n o M a c hado

M i t o n o um e^urço constante mido manda de benefícios para os opr. jarias, a que o seu grande 'waça d ze na t bem dar a plenitude da felicidade

c PoMsso nos associamos de todo o soraçãò a essa festa tão justa, e que na u a cativante sijelèza teve o mento raro e alto duma sinceridade indesmentível.

Prezidiu á s e s s ã o o ilustre catedral , de Medecina sr. dr. Daniel de Matos, que a assembleia acolheu com demonstraçois condignas de sympathia.

Encarecendo a justiça daquela lesta disse em frazes quentes e vibrantes toda a amizade que o ligava a Bernardino Machado e tôdo o seu respeito por vida tão integra, tão cheia de largos intuitos de incessantes e jerierózos trabalhos.

A seguir uzárão da palavra os srs Campos Lima, Eugénio Pimentel, Lopes d'01iveira, Leite Júnior, Adriano Nasci-mento, Elias Gordilho, Geremias Barttolo e Antonio j e Souza, que em brilhantes discursos puzérão em realce a figura no-bilíssima do prestijiôzo democrata, exal-çando com inteira justiça toda a sua vida de inquebrantável onestidade e de cons-tante dedicação pelos umildes . Imajens sujestívas,"'conceitos soberbos esmaltarão por vezes esses discursos, que a assem-bleia cortava a meudo de aplauzos e aclamaçõis, saudando repetidamente o c'r. Bernardino Machado.

S. Ex.a agradeceu em termos de co-movida eloquência a omenajem que lhe prestávão, e que para o seu coração mais valia tinha ainda pelo dia em que a fi-zérão—o dia consagrado á festa dos tra-balhadores—e pela prezidencia que avião escolhido e que mais grata lhe não podia ser.

Novas aclamações o acolherão, nutri das e vibrantes, sendo em seguida a sessão encerrada pelo ilustre prezidente, após algumas breves e eloquentes pala-vras.

A Festa do Trabalho 1 .° d e m a i o

A amostra da azeitona é magnifica.

Tem guardado o leito, acometido por um forte ataque de influenza, o nosso correligionário sr. Fausto de Quadros, director da Justiça.

Breve restabelecimento são os nossos votos.

Foi approvado o projéto e orçamento do lanço único de estrada de ligação do ramal para o Dianteiro, da estrada real n.° l a , com a estrada municipal de Coimbra ao Pisão, compriendida entre a Cova do Ouro e Eiras.

Foi no domingo a festa do trabalho, o dia consagrado pela massa proletária de todo o mundo para renovar o seu protesto contra uma ordem social que a esmaga e aniquila e exprimir a sua fé num futúro de fraternidade e de paz, que é o anceio constante das almas boas.

Fóra de partidos, de escolas, de seitas, vive essa aspiração jeneroza dum futuro ideal em que a Umanidade, limpa de ódios, de egoísmos, de paixões, liberta de pre-conceitos e salva da mizéria, se junte num fraternal congraçamento para o culto supremo da Justiça e da Bondade.

Ligar os ómens pelos laços infran-jiveis duma relijião nova de cordeali-dade e de amôr, fazer deles uma grande e unida família, transformar o mundo num imenso lar feliz, onde ela vivêsse sem rebeliõis e sem dôres, como este ideal deslumbra e sedús, e como nas almas amorózas e dôces, onde o infortú-nio dos mizeraveis repercute dolorida-mente, êle encontra larga e expontânea acolhida e acende grandes entuziasmos jerierózos!

Vencer as paixois, crestar, decepar toda a florescência vivás do mal, melho-rar os ómens, criar urna umanidade nova eis a aspiração de tantas almas injenuas e simples, que sabem amar e ter subli-mes revoít is, sem regras de escolas e ainesquinhamentos de seitas.

Por isso, no dia do jubileu do trabalho, ao passar da multidão em festa, bandei-

ras a flutar, inos vibrantes a encher os ares, gritos de reivindicação a estourarem em milhares de bôcas, todos nós, os que somos pela Justiça e pela Verdade, sau-damos essa grande aspiração de pro-gresso e de melhoria social, que o sofri-mento e a luta de tantas jeraçõi.s tem imposto como uma grande conpuista a realizar.

# Mas se atenlarmos nas manifestaçõis

com que o proletariado costuma cele-brar esse dia, fica-nos uma desoladora impressão de tristeza.

O movimento operário em Portugal nada ou pouquíssimo reprezenta.

Dirijido jeralmente por meneurs de elo-quência fácil e perigózamente dominadora de cerebro.s incultos, quantas vêzes os interesses das classes trabalhadoras não sofrem com o seu desnorteamento e não poucas vêzes com a sua improbidade I

A grande massa trabalhadora resta dezeducada. E os que se arrogão supre-macias entre ela, lonje de se esforçarem por desfazer a funesta ignorancia, entre-mostrão interesse de a manterem, su-pondo-a, não sem razão, condição indis-pensável do seu predominio. Com algumas frazes entumecidas, atiradas com jésto largo, eles arrástão a turba impressio-navol, e a sua vaidade fica satisfeita, e eles põem nas suas maneiras todo o ar dos orgulhózos burguézes que detestão.

Educar é perigôzo. Não se condu-zem omens, como se arrastão os pobres escravos da ignorancia. E' mais fácil se-mear odios do que semear ideias, açular instintos do que revoltar consciências.

Por isso, os patrõis do socialismo não combatem as paixõis más da turba: adu-lam-nas e explorão-nas, concitão a crue-zas injustas de odio.

Prégando um ideal de Verdade, de Justiça e de Amor, não raro a injustiça a mentira e o igoismo apparecem nos seus átos.

Quantos sinceros apostolos das rei-vmdicaçõis operarias tem sido inutiliza-dos pelo odio das massas, acirrados por aquêles a quem uma propaganda onesta não convém!

O proletariado português está em mizeravel estado de atrazo.

Não se educa nem robustece para a luta.

Quando o châmão para os grandes tentativas emaricipadoras, retrae-se, ri, cuspilha injurias.

E' o cazo dos Comité Académico Ope-•-uno, do Porto, tão assediado pelos odios' daqueles a quem ia beneficiar, só auxi-lado por uma porção de trabalhadores

onde a luz já se vae fazendo e produzin-do os seus belos efeitos.

Os que aparecem a pretender sincera-mente dirijil-o, não repelidos e apodados de traidores e renegados.

Obras de educação ? Obras de rezis-tencia? Nada. Excursõis. Parola. Pro- ' cissôis.

Assim, conhecido o nosso movimento operário, as manifestaçõis, como as cele-bradas no 1.° de maio, nenhuma signifi-cação valioza têm.

E' tempo de proletariado português entrar lambem ern vida nova, aprestan-do-se com intelijencia, onestidade e previdencia para as grandes lutas do fu-turo.

E só por uma grande obra de edu-caçao conseguirá levantar-se, iinpos-se

vencer. 1

Serviço d'el-rei Em nova reunião da comissão exe-

cutiva cio partido progressista ficou assente luta eleitoral, aceitando-se em principio

acordo com os grupos monárquicos. Como se sabe na primeira reunião

a mesma comissão a maioria declarou-se pela abstenção, como pela abstenção pa-rece ter-se pronunciado a-maioria dos centros da provinda.

Ao Paço, porem, desagradava uma tal orientação, e por intermedio do chefe

a sua caza militar fês constar ao sr. Jozé Luciano a sua arrelia e desgosto.

Logo as opiniões se mudarão como a ultima rezolução se vê, e a luta elei-oral foi declarada.

Esperávão-se afirmações de tomo por parte dos batibarbas, que muita jente anda p ra ai a encomiar em referencias devidas á sua onestidade e mais partes.

Não toma tais afirmaçõis. Os batibar-bos não tugirão nem mujirão, tal qual como aquéla boa jente do franquismo, que anda em cheiro da santidade por suas raras virtudes.

Curvárão a cabeça, umildeinente, como convinha a velhos servos que uma vida inteira de servil obediencia disciplinou.

Trata-se de serviço do rei, senhores; e quando ei-reí manda marchar, não á logar a reflexão e engulhos de consciência.

E' andar, é andar I

REíZfSTEWCiA. — Oiismta-íeira, 5 de Maio de I901

LITERATURA & ARTE Guerra Junqueiro— ORAÇÃO Á LUZ —

Livraria Chardron de Leio & Irmão — Porto .— 1904.

E' com a maior alegria qne venho aqui anunciar o resurjimento do nosso maior Poeta, que eu julguei para sempre morto sob o pezo incómodo da sua pie-guice íilozófica.

Ao contrario do que deixava supôr a Oração ao Pão, assim não aconteceu, felismente. Quando a Arte tema, no ultimo poemêto de Guerra Junqueiro, o logar que lhe compete e que o autor, teimozamente, quer dar ás fantazias ne-bulozas do seu espirito — é como uma beleza de imajens, uma largueza de ritmo, uma sonoridade de versos, como só as sabe conseguir o Artista primacial dos Simples e da Patria. Os tercetos e o pedaço que começa:

«Luz que nos enchas de Aleg r i a . . . »

são perfeitos, d'uma sólida e inegualavel perfeição. Os tercetos, principalmente, sôão como um ino de triúufo que, au-mentando de intensidade de instante a instante, num sereno e relijiôzo crescendo — nos deslumbra os ouvidos, nos arrasta e nos domina por fim. Teem uma gran-de força verbal. E esta é mais do que suficiente para provar que á ainda, em Guerra Junqueiro, aquele Poeta que é digno de todo o nosso respeito e da nossa maior admiração.

*

Mas o resto da Oração d Luz— resto que é, desgraçadamente, a maior parte — não passa d'uma vulgar retórica, en-festando com as suas imajens inexpres-sivas um conceito insignificante. E por-quê? Porque em todo êle sucede o mesmo que já sucedia com a Oração ao Pão: como 0 Poeta procura, á fina força, ser filozofo, a sua Arte não obedece ao seu desejo; sente-se preza e imóvel ao tentar um vôo diverso d'aquêle a que está acostumada; e a expressão torna se dura, o ritmo bárbaro ou deficiente. E nem por isso o pensamento ganha em clareza.

Véjão-se estes versos:

«Na rude e baixa naturêza «O Amor é solides, a afeição é durôza.

«E por isso o cristal «E' um verdadeiro santo mineral.

ou estes, com mais pretensões artísticas:

«Plantas, florestas, pampanos, rebentos

«São esculturas em deslumbramentos . . .

E assim continúa pelo livro fóra. Só nos dois pedaços que citei primeiro revive o antigo e admirado Poeta. Em ambos êles, livre da cauza inexorável das de-monstraç.õis ociózas, cria entuziasmo e beleza. As imajens e as rimas não estão ali para demonstrar uma téze, mas para gritar um modo de sentir. E gritão no fortemente e vitoriózamente.

Isso quer dizer, segundo penso, que não á aptidões filozóficas no espirito de Guerra- lunqueiro ou que, pelo menos, êle não encontra a fórmula artística de as manifestar. Também acontecia o mes-mo com Victor Hugo—o que não o im-pediu de ser o mais celebrado, senão o maior, Poeta francês do século XIX O que ó triste e profundamente dezolador, no cazo de Guerra Junqueiro, é ver tro-car por um novo processo de Arte ou d e . . . Sucesso inexplicável, aquéla musa irónica, violenta e carinhóza, que tão vivas sátiras nos deu e tão bellas pala-vras de revolta e de consolação nos en-sinou.

*

Assim repito, de fórma diversa, o que neste jornal disse o ano-passado: os versos de Junqueiro, para serem perfei-tos, reclamão a vivêza da sátira, a força das invéctivas, o esplendor das imajens. O que se vê muito facilmente lendo os seus livros. Até nos Simples, que chê-gão a dar, por vêzes, grandes efeitos de a injenuidade de fátura, á força de arte, as imajens são preciózas e complicadas. Por exemplo.

E os dois bois enormes, colossais, íieumatieos >

«Vão corno bondózos monstros enigmáticos «Almas por ventara de ermitões extáticos «Ruminando bíblias pelos campos fóral . . .»

São essas qualidades predominantes que Junqueiro pos de parte nos seus dois últimos folhetos; porque, na verdade, élas não ligão bem com o bom filozófico, evangelizador e inspirado das oraçòis—

que antes reclamão unia profunda since-ridade e uma intra ta vel fé.

Repetindo ôje a mesma opinião de á um ano, digo-a mais convictamente.

E mais dezassobradamente. Pois os tréchos que citei como perfeitos e bélos, no meio de tanta banalidade da «oração d luz», significação que o Poeta ainda pode voltar, se qnizer, aos seus antigos procéssos, ou a qualquer outro procésso em que a sua arte se maniféste por in-teiro, como é de esperar e dezejar para maior gloria das letras portuguêzas.

Abril 1904. João de Barros

O Peditorio Inaugurou-se já em Coimbra a roma-

jem dos vários caudilhos monárquicos por caza dos eleitores. Entramos na época do fervet opus eleitcral, estação das lindas palavras, dos bélos negocios, e das se-dutoras promessas.

Nada temos com os trabalhos désses cavalheiros, que estão no seu direito de, envergada a opa partidaria, correrem, á laia de andadores das almas, á colheita dos votozinhos.

Sejão felizes na tarefa, e que a bacia do peditorio acuze receita compensadora.

Consta-nos, porem, que alguns dêsses cavalheiros tem procurado correlijiona-rios nossos, permitindo-se fazer-lhes a afirmação de que o partido republicano não vai á urna.

Comprecnde-se a estratejía: obter dêles o compromisso do seu voto para a lista que patrocínio.

Ora taes processos são incorretos, e a continuarem com a sua pratica terão os cavalheiros do peditorio que por aí se anda fazendo, com muita lamuria so-bre as desgraças da patria, o desgosto dumas reflexõezinhas no nosso jornal, que por certo lhes não serão agradaveis.

Ficamos por ôje na prevenção amiga.

I2*l>»zição a g r í c o l a

Está nesta cidade o sr. Nogueira Lobo, agronomo do distrito de Aveiro, em co-missão para preparar os trabalhos a realizar na espozição agrícola.

• Para este fiin vae percorrer os con-celhos do distrito, parte dos quais já fô-rão percorridos pelo veterinário s r . Correia Mendes, que em alguns deles encontrou exemplares que onrão já a nossa industria de criação de gado, que deve ser uma das fontes mais importan-tes da nossa riquêza.

Tem ávido pedidos importantes de locais para espozição, e está já assente o logar em que a espozição deve ter lo-gar na Escola Nacional de Agricultura.

Serão aproveitadas para esse fim as magnificas instalaçõis que ali á para ga-dos, e o vasto edifício do picadeiro que será utilizado para a espozição de pro-dútos agrícolas.

Podemos já dar a agradavel noticia de que se conta com conferencia do «abio oenologo sr. Batalha Reis sobre vinhos, do sr. Salvador Gramito sobre criação de gados, do sr. Sertorio de Monte Pe-reira sobre culturas, alem de duas con-ferencias sobre laticinios e azeites por dois professores da Escola Nacional, que conta no seu professorado agrónomos dos mais distintos e mais dedicados ao ensino.

A z u l e i j o s

O Sr. Miguel Costa, hábil e distincto pintor de azuleijos, recebeu o esboço de um quadro, desenho de Velozo Salgado com destino á nova escada do edifício do Comercio do Porto, para ele pintar sobre este quadro. Transcrevemos com a devida vénia a parte que lhe diz respeito de uma carta de Lisboa para o Comercio do Porto.

Compõi-se o quadro de três figuras muito bem dezenhadas, um pouco maiores do que o natural, e de notável expressão Junto de um antigo prélo manual, um ti-pógrafo oferece a um escritor uma prova para èle rever. Ao ládo esquerdo, vé-se um impressor examinando uma gravura, que deve tér sido estampada no mêsmo prélo. As figuras são do século XVI, aquelle em que o famôzo invento de Gu-temberg, no século anterior, começou de têr maior dezer^volvimento.

Se a cópia; no azulejo, reproduzir fielmente o dezenho de Velozo Salgado, como é de esperar, á de sêr êste traba-lho ornamental digno não só de se vêr no logar onde fôr colocado, mas de se fazer dele qualquer reprodução, por meio de gravura, para que todos o conheção e admirem.

C O M M U N i C A D O S

II.m0 e Ex.mo Sr. Redatôr da «Resistencia»

Os abaixo assignados, socios ativos dos Bombeiros Voluntários de Coimbra, abitantes em Santa Clara (séde da secção A da 1* companhia) fendo lido no seu conceituadíssimo jornal uma lucalem que são transcritos dois bilhetes postaes as-sinados por «Um grupo de bombeiros e abitantes de Santa Clara», assitri como uma carta enviada ao nósso Comandante em que se chama á atenção do ex.mo sr. Governador Civil para as actos eroicos e de risco da própria vida, praticados pelo académico sr. Mário Monteiro no incêndio ávido n'esta frequencia na noite de 23 de abril, veem por este meio declarar, não sêrem êles os autores dos ditós bi-lhetes, nem tão pouco terem sido con-sultados para esse fim, pois que mesmo desconhecem por completo os atos eroicos praticados pelo dito acadé nico no refe-rido incêndio.

Mais protéstão e lamentão, que ája indivíduos que-naturalmente com mal de inveja, se escudem com o incógnito para se divertirem cOm nomes que merecem a maior consideração e respeito e por este meio amesquinhem indirectamente os feitos de coragem e abnegação a quem de direito êles pertencem.

Coimbra, 4 de maio de 1904. Os socios ativos da secção A dos

Bombeiros Voluntários, residentes em Santa Clara.

Antonio Martins Justino Corrêa Marcos Antonio da Graça Joaquim Miranda

Por virtude da doença do sr. dr. Enriques da Silva, que ai a caminho de completamente se debelar, assumiu a rejencia da sua cadeira, no 5." ano jurí-dico, o sr. dr. Pedro Martins.

Q s i i s í a <!e C r u /

No dia 19 ade dar se por arrema-tação, nos paços do Concelho, a cons-trução do passeio, regularisação e cal-ceteamento da rua Lourenço de Almeida Azevedo, obra de á muito Tejamada, pelo estado em que se encontrava esta rua.

A d e g a R e j l o a a l

A Adega rejional de entre Douro e Lis vae estabelecer depózitos dos seus vinhos em Lisboa e Porto, cedendo a instancias, que lhes forão feitas destas duas cidades.

Este fácto confirma a excelencia dos vinhos e a confiança na administração onrada desta sociedade.

O congrésso medico ultimamente rea-lizado em Coimbra muito concorreu para divulgar os vinhos da adega por estra-nharem todos, a qualidade do vinho, qu<r é verdadeiramente excécional, agóra que os vinhos, em virtude da escassês da colheita, estão sendo tão falsificados.

A indivíduos de Lisboa e do Porto, al-guns dos quaes cultivadores, ouvimos nós gabar as qualidades do vinho, extranhan-do o prêço que achávão baixo, comparado com o de outras rejiõis.

Folgamos em vêr a prosperidade desta Associação, cujo valor teem sempre en-carecido por a julgarmos de utilidade publica.

Recomeçarão as obras de edificação da Adega definitiva junto da estação, que avião sido interrompidas por cauza das aguas do Mondego.

Nós dias 19, 20 e 21 de maio efétua-se no Teá ro Circo Príncipe Real três espe-tar,ulos pela Companhia do teatro D. Amélia, com as peças — O adversaria, Hamlet e o Severo.

Esteve nésta cidade o sr. Ministro da Justiça.

"Ve io , ao que nos consta, firmar a pás e a concordia entre dois príncipes da cristandade rejeneradora, desavindos por motivo do pomo d'oiro duma conesia na Figuei ra . . .

Esteve rio ultimo sabado em Coimbra o nosso prezado correlijionário de Can-tanhede Antonio Francisco Paes, prezi dente da comissão municipal daquêle concelho.

D i s t r i t o

E' um novo jornal que principiou a publicar-se em Lourenço Marques.

Diz-se independente e nas poucas palavras de sua apresentação diz a ra-zão, que respeitamos:

E' bem redijido e bem feito sendo a publicação semanal.

Felicitamos-o ilustre colega e deseja-mos-lhe longa vida e prosperiedades.

Encontra-se entre nós o st. Coronel Sousa Monteiro, comandante da nossa brigada, que vem inspt-cionar o rejimen-to de infantaria 23 e o districto de re-crutamento e rezerva.

Foi nomeada professora de l . a classe a ex.ma 0 a D. Maria Jozé de Moura Lopes éspoza do nosso prezado assinante sr. João dos Santos Lopes, ambos pro-fessores em Arcozelo.

Parabéns.

Os gatunos pretenderam, na noite de domingo para segunda feira surripiar ao sr. José Rodrigues Paixão um relojio reclame que tem na fronteira do seu estabelecimento na Rua do Quebra Cos-tas. Devido não se sabe a que circuns-tancias, não levaram a ifeito o intuito mas danificaram o dito relogio prejudi-cando muito o sr. Paixão.

Temos um corpo de policia e um corpo de guardas noturnos, e numa rua de tranzito como a de Quebra-Costas, praticam se proezas d'aquélas impune-mente.

Então para que servem tantos guar-das?

O sr. Padre Joaquim Mendes, baxa-rel formado em direito pela Universidade de Coimbra, foi nomeado professor inte-rino da Penitenciaria de donde já é ca-pelão.

O sr. major Souza Araujo vem de publicar as instruçòis para o serviço po-licial, que reprezentão um util serviço prestado ao publico.

Foram requizitados no mez findo no governo civil deste distrito, 153 passa-portes, sendo i á9 para o Brazil, e 24 para o Ultramar.

Fôrão á assignatura os decretos no-meando para o preendimento das duas vagas de professores catedráticos na Escola d.e Farmacia, anexa á faculdade de Medecina da Universidade, os srs. drs. José Diniz e Francisco Fernandes Costa, e para o preenchimento da vaga de substituto o sr. Vitor Môra.

O b a l ã o d o F e r r a m e n t a O numero do «Pimpão» que se publi-

cou no sabrdo consagra duas pajinas ás ascençõis do balão «O Portuguêz», inse-rindo magnificas fotogravuras cTessas ascençõis. E um documento curiozo — e ao alcance de tôdas as bolças — para a istória d'êsse balão, ainda tão jóven mas com uma vida já tão cheia de peripecias.

M o â à I l l u ^ à á a Jornal das famílias — Publicação semanal

Diretor a: D . L E O N O R M A L D O N A D O

Condições da assinatura : por ano com 1:800 gravuras em preto e coloridas, 52 moldes cortados, tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordados, 5$000 réis.

Semestre, 26 números com 900 gra-vuras em preto e coloridas ; . 26 moldes cortados, tamanho natural, 2d números com 550 gravuras de bordados, 2$500 réis.

Trimestre, 13 números com 450 gra-vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 260 gravuras do bordados, 1$300 réis.

Cada número da Moda Ilustrada é acompanhado dum numero do Petil Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas do corpo-de mêsa, enxovais para criança, tapeça, rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por-tuguês daquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias do reino e na do editor — Antiga Casa Ber-t rand— Jozé Bastos, rua Garré, 73 a 5, Lisboa.

A N N U N C I O S Ç R E A D O

Admitte-se no Café Montanha. Que tenha pratica e dê boas refe-rencias.

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Nesta redação se dão esclarecimentos.

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bém se vendem dois engenhos de ferro para tirar agua para rega. Tudo por preços comodos.

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Correspondentes: Gaito & Canas.

C o i m b r a

4 BEZISTEMCIA —^uinta-teira, 5 de Maio de JL004

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T a b e l l a d e p r e ç o s d e v e n d a a m i ú d o (1 de março de 1904).

LUCA MANILHAS f*e t l r© d a $11 v a P l u l i o C o i m b r a Premiado na Exposição de Cerainica Portuguêza, 110 Porto,

em I882» com diploma de mérito;

medalha de coitre na Exposição Districtal de Coimbra» de 188-1

3 0 , S l u a d e «Foão C a b r e i r a , 3 1 — C O l M S S S l A

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0 aviamento de todo o receituário é feito por pessoal competentemente abili-tado, sob a diréção do seu administra-dor.

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Coimbra, 1 d'Abril de 1901. 0 COMMISSARIO DE POLICIA,

Augusto Candido de Sousa Araujo MAJOR DE CAVALLARIA

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS Editor

MANOEL D'OLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração — Rua Ferreira Borges Typ. DemocratiCa

ARCO DE) ALMEDINA, IO

b o pais Nos momentos de crize, nas

óras aflitivas que frequentemente o têm assoberbado, o país encontrou sempre a seu lado um único partido, defendendo-o sincéramente, com dezassombro e com amôr , por êle sacrificando-se numa luta dezigual contra as oligarquias imperantes. Esse partido é o republicano.

Com mais ou menos veemência, com mais ou menos força, consoante as suas melhores ou peiores condiçõis de vida politica, o partido republi-cano colocou-se sempre ao lado do país na defêza dos seus interésses e da sua onra, prevenindo-o, alar-mando-o, procurando inutilizar com os esforços do seu protesto o ataque funésto dos seus inimigos.

Em face de todas as grandes questõis, em que grandes perigos têm vindo ao país, o partido repu-blicano definiu sempre a sua atitude com a independencia nóbre que só pôde ter quem não recebe ordens de autocracias funéstas: falou aos governos a linguajem alta da ver-dade e da justiça, chamou sobre si violências draconianas, e foi êle só pelo pais cQntra a coligação de todos os bandos do rejimen.

Ainda agora, ao serem aprezen-tadas as propostas do ex-ministro Teixeira de Souza, que reprezen-távão um novo assalto do poder á bolça minguada do contribuinte, do partido republicano partiu o grito de alarme, foi êle o único que tomou a iniciativa do protésto, falando com veemência nos seus jornais, promovendo conferências e comicios, aprezentando-se em toda a parte a definir responsabilidades e a aventar soluçõis, formando en-fim um fórte movimento que o comércio depois mais intensificou, mas cuja iniciativa a si, e só a si, pertence.

Na imprensa monárquica só tarde começárão a aparecer refe-rências ás propostas de fazenda, pálidas e frouxas, quando o país começou a dar indícios de vida.

Esses indícios definírão-se cada vês mais acentuadamente, e essa imprensa deu então mais côr ás suas palavras, e falou do movimento que começava a formar-se e a alas-trar com lizonjeadôras e ipocritas palavras.

Mas em que contribuirão as opoziçõis monarquicas para êsse movimento? Não se atrevêrão a convocar um único comicio, porque sabíão que uma atitude de franca revolta dezagradaria á Corôa, e a corôa é para êsses partidos o ter-mómetro graduadôr dos seus pro-téstos; e os poucos que, izolada-mente aparecêrão a falar néssas reuniõis, confessando-se monárqui-cos, não tivérão força para rebater as consideraçõis dos republicanos, tendentes a demonstrar a responsa-bilidade do rejimen, porque sabíão que essas consideraçõis se apoiávão em esmagadora documentação.

Só o partido republicano, sendo o primeiro a protestar, foi o único

que verdadeiramente protestou. Porque só êle falou sem peias e sem intuitos estreitos de fácção, porque só êle se aprezentava sem responsabilidades nêsse passado mizeravel que tanto se verberou, porque só êle foi capás de dizer toda verdade e de provar toda a mentira dos monárquicos.

Como no movimento contra as propostas de fazenda, em outros movimentos idênticos sempre ao partido republicano coube a inicia-tiva e sempre a êle coube igual-mente o primeiro logar.

E força é dizer que, como agóra, o país o recebeu sempre com demonstraçõis claras de concor-dância e aplauzo, distinguindo os seus ómens com provas particulares de simpatia. c

Necessário se torna, porem, que o país não se limite a dar-lhe pal-mas, esquecendo breve tudo quanto êle reprezenta, e não se lembrando também de todo o mal que dos partidos monárquicos lhe tem vindo.

Porque o partido republicano tem sido o único defensor do país contra a coligação abjéta dos gru-pos do rejimen, é preeizo que, onde êle apareça a lutar,o país lhe preste toda a sua cooperação.

A todos os seus trabalhos e ten-tativas, o país caréce de dar o seu apoio mais decidido e entuziásta, porque contribuindo para o robus-tecimento e a vitória do partido républicano é para o seu robusteci-mento e vitória que necessáriamente contribúe.

A' aliança dos grupos monár-quicos com o rejimen, é preeizo opôr a aliança forte do partido re-publicano e do país, mas aliança que se traduza em factos de alcance, e não se fique por méros aplauzos que pássão e expansõis de entu-ziasmo fácil que para logo se dissípão.

O país tem tido sempre a seu lado o partido republicano; e se sempre o acompanhasse, e se com êle se dispozésse a lutar e a rezistir á muito que a óra da libertação e da justiça teria soádo.

Não será tempo do país com-preender o seu dever ?

C a n d i d a t o s r é p u b l i c a n o s De vários jornais:

«Os republicanos pretendem fazer vingar a candidatura do sr. Fuschini.» A' erro, como já o notarão vários

colégas do nosso partido. Os republicanos só podem preocupar-

se com a candidatura de correlijionarios seus, e o sr. Fuschini não nos consta que o seja.

Nada tem, pois, os republicanos que a sua candidatura vingue ou não.

B L v B I Ç Õ I S D'um bélo artigo de Padua

Correia, insérto na Voz Publica, transcrevemos o seguinte trecho:

Abstencionismo ou luta parecem me, no cazo atual, um pouco coizas secundá-rias. Não discutindo mesmo a organização irracional dos círculos, desde o momento

em que os eleitores não tem meio legal de fiscalizar a votação, o rezultad^ pozi-tivo é idêntico. Se formos á urna, atribuir-nos-ão o numero de votos que lhes aprouver, muito embora em certos círculos e dos principais, apezar de todas as coáçõis, se contar maioria absoluta de républicanos.

Mas o periodo da campanha eleitoral é fatalmente um periodo de propaganda. A que educar as grandes massas poisque sem educação a democracia volve-se em demagojia; caminhar para o povo e instrui-lo. 0 povo pela sua parte—como se viu em todos os comicios onde os républicanos se apresentarão — também para êles caminha.

Explicár, portanto, ao pôvo, o que sé-jão todos os problemas sociais e políticos que a simples palavra — eleiçõis — encer-ra, é uma taréfa que, lojicamente, com-péte aos républicanos. As leis que a tal respeito nos réjem são d'um atrazamen-to inqualificável.

Assim se lhe devíão expôr, e verbal mente porque a grande maioria ou não sabe ler, ou quando sabe não tem tempo, os assuntos: sufrajio universal, referen-dum, capacidade eleitoral, questõis censi-tárias, formas de escrutínio, garantias do voto, carta eleitoral, etc.

Dezenvolver-lhe as diversas maneiras de reprezentação da opinião d'um pais, tais séjão: — Círculos uni ou plurinomi-nais, escrutínio de lista compléta ou in-completa, vôto cumulativo;—reprezentação proporcional e seus divérsos procéssos como séjão o do quociente eleitoral con-forme os sistemas de Hare-Andrae, Wal-ter Raily, Aubry Vitet, o das listas con-correntes com reprezentação proporcional (Suissa), o do numero divizoF (Hondt) ou coeficiencia de mérito (Furet).

Divulgar o estudo sucinto e conden-sado de Rruno (Convenção Nacional Portuguésa) e o mais dezenvolvido de João Ronança. E sobretudo, preconizar soluçõis, dar intelijencia e saber á massa que é amorfa e neutra, por mingua de ilustração e incentivos.

Foi prorogado até ao dia 15 do cor-rente o prazo do concurso para a matri-cula nos cursos de fatôres, guarda-freios, escritorários e telegrafistas, estabelecidos na escola de Coimbra pela Companhia dos Caminhos de Ferro.

Manifestos ao pais Os progressistas e regeneradores-

liberais vão endereçar ao país maniféstos solénes; circunspétamente explicarão a sua attitude ante o golpe d'estado, vio-lência que altamente os exasperou, já por ser um atentado aos até agora inviolados principios constitucionais, já por comprometer o prestijio da corôa que, mercê da sua bondade (Vide Jornal da Manhã) anda enganada pelas abilida-des do sr. Intze Ribeiro.

Virão as boas palavras e as boas proméssas que a taes ocaziõis ajudão, e em que os partidos monárquicos são prodigos.

Reproduzir-se-á a uzada linguajem de tais documentos, mentiróza e servil, afagando o país com protéstos ternos de fidelidade á cauza dos seus interes-ses. Afigura-se-nos que seria melhor que os partidos monárquicos, em vês de virem desfiar perante o pais a intriga-Ihada mizeravel em que andão envolvi-dos, o esclarecêssem sobre certas ques-tõis em que, apezar de todas as solici-taçõis, que lhes tem sido feitas, guardão o mais impenetrável silencio.

Ao país nada interéssa conhecer das suas bulhas. Ele conhece-os bem, sabe o seu respeito pelas liberdades e o seu amor e dedicação aos seus interésses.

Não ignora que todos o tem explo-rado e oprimido, numa aliança ignóbil de serventuários sem onra e sem pudor, e que êle tem sido apenas o trampolim onde as conveniências desses grupos formão o salto.

Falem-lhes d e outras questõis, em termos claros, e será bastante que lhe digão o que pensão, por exemplo, da confuzào d03 dois erários, assunto de grande importancia, ainda virjem dos comentários da sua imprensa.

Sim, têm os senhores progressistas e os senhores rejeneradores-liberais a pa-lavra sobre a confuzão dos dois erá-r ios I

Fáção favor de falar alto e claro, que não queremos perder pa lavra . . .

E l e i ç õ i s

0 circulo de Coimbra é composto dos conselhos de Coimbra, Cantanhede, Con-deixa, Figueira da Fós, Mira, Montemor-o-Velho, Penéla e Soure.

Eléje 6 deputados sendo um de mino-ria, motivo por que as listas devem só conter 5 nomes.

0 circulo de Arganil é composto pelos concelhos de Arganil, Goes, Louzã, Mi-randa do Corvo, Oliveira do Ospital, Pampilhosa da Serra, Poiares e Taboa.

Eléje 3 deputados sendo um de mi-noria.

Estão a concurso os logares de inspé-tôr veterinário do matadouro, com orde-nado anual de 360$000 réis, e o de fiscal do mesmo estabelecimento com o vencimento anual dè 125$000 réis.

Vae proceder-se a nova eleição da Mizericordia de Arganil.

E' a terceira, e não sabemos até quando as exijencias dessa politica indecoróza demorarão a mizeravel fárça.

Com o titulo — O Alarme — projeta-se para breve a publicação, em Lisboa, d'uma revista républicana ilustráda, que sairá três vêzes por mês e será colabo-ráda pelos principais escritôres républi-canos.

P a l a c i o s r e a i s

El-rei foi convalescer para Azeitão dum lijeiro assedio de gripe. E segundo informa, com adoravel solicitude, um correspondente do Popular, têve na Ra-calhôa uns dias calmos de bom bnrguês pacifico, vivendo com uma modéstia e método muito para notar em pessoa de tão escolhido estirpe.

Levantava-se com os galos, deitava-se com as galinhas, tinha sestas longas sob a densa frondescencia da mata, fa-zia a sua partida, num á vontade encan-tador . . .

Tudo isto nos dis o correspondente de Azeitão, e não á que formular repa-ros dezaprovadôres ao viver simples de Sua Majestade.

Mas — sempre um mas... — nota final e que nos confranje. E' que o cor-respondente adita que Sua Majestade tão encantado ficou com o sitio e tão bem passou de saúde, que consta mandar aqui o seu arquitêto Vilaço para formular o projéto de reparaçõis do palacio,

Aqui, aqui é que nos dói I Umas obras dispendiózas para gozo

da rejia família, cujo custeio sairá da confuzão dos dois erários.

Pelo visto seria melhor para o pais que Sua Majestade tivesse—salvo sejal— recaído, na Bacalhôa.

Assim passou bem, gostou do sitio, e, como sempre sucéde, o bem de Sua Majestade vai ser o nosso mal.

A' ultima óra anuncia-se que vão co-meçar obras no paço real de Cascais . . .

Foi promovido a segundo oficial da repartição de fazenda de Coimbra, o sr. João Montevêrde da Cunha Lobo.

O espirito das Tull ierlas

0 espirito monárquico morreu em França no dia em que foi proclamada a Revolução. E pôde-se dizer que morreu em todos os paizes da raça latina.

O que se seguiu foi uma vida mes-quinha de conciliaçõis, de tranzijencias, de mal-estar. Uma vida instável, com todos os rezultados deploráveis dessa instabilidade. Vida cortada de sobresal-tos, cheia de incertêzas, prenhe de inci-dentes de toda a órdem. Ninguém mais contou com o dia de ámanhã.

Este erro funésto começa a ser deplo-rado por todos os pensadores. Os jene-rais mais ilustres do exercito francês, como verêmos, são os primeiros ôje a confessar que teria sido uma felicidade para a França e para o exército que a Républica se proclamasse em 1830, como os' républicanos d'então pretendião, e se aguentasse.

Quantas desgraças se não teríão evi-tado!

Não mais ouve exército, porque o não poderia aver. Os reis reconhecêrão muito bem que o constitucionalismo era uma situação passajeira, que pouco pode-ria durar. Adquiriu uma certa estabili-dade na Inglaterra, mercê de circunstan-cias especiais que pouco importa agora averiguar. Na raça latina a tradição, a aspiração era a Républica. Era esta a s^ução inadiavel e fatal do conflito.

Os reis ficárão na situação de um ómem que t ;ndo gozado longos anos uma propriedade, que se acostumou a consi-derar como sua, recébe, de repente, um mandado de despejo do verdadeiro dôno. Uzárão de todas as chicanas e de todas as violências para demorar. Para vencer, não. Por mais alegaçõis que aprezen-tassem, sabíão bem que se veríão, por fim, coajidos a sair. Sair, era o têrmo.

Nestas condiçõis, que fazer? Gozar o mais possivel, durante o tempo que restasse, e prolongar a rezistencia todo o tempo que podéssem

E fizérão do exército o instrumento mais valiôzo e mais poderôzo desse gôzo e dessa rezistencia.

Era lójico. Para não rezistir, e para não explorar, á bruta, a propriedade, tratando-a como coiza perdida, era neces-sária uma abnegação que não se compa-déce com as fraquêzas do jénero umâno.

Gastárão á larga os rendimentos colé-tivos. Fôrão mesmo além, muito além, do que a riquêza publica permitia. Guer-reárão o progresso. Estorvárão a civi-lização. Negarão a liberdade. Conver-tèrão o exercito em guarda pessoal. Que admirar? Era êsse o seu interésseI

Estúpidos, ou loucos, fôrão, e são, aquêles que não compreendêrão, ou não compreendem, a razão clara dum tal pro-cedimento.

0 espirito das Tulherias foi o mesmo, conservou-seinalteravel, ou nélas abitasse Luis XVIII, Carlos X, Luis Filipe ou Napoleão III. Ou a dama em evidencia fosse a duquêza de Angouleme ou Eujenia de Montijo.

Porque? Porque o cazo era o mesmo. Assim será em toda a parte onde êle

se repetir. A's mesmas cauzas correspondem os

mesmos efeitos. Só o não perceberá quem o não queira

perceber. O império era dissoluto, era clerical,

como o tinha sido a monarquia. Seguia os mesmos procéssos, apoiava-se na mesma jente. 0 sistema de atrair era idêntico.

O merechal de Saint-Arnaud ganhava 100:000 francos como escudeiro mór do imperador, 130:000 francos como minis-tro, 40:000 francos como merechal e 30:000 francos como senador. Ou sejão 34 contos I O coronel de Réville ganhava 12:000 francos como coronel de enje-nharia, 15:»J00 francos como ajudante de campo e 00:000 francos como prefeito do palacio. Ou sejão 16 contos, aproximada-mente. E assim outros. O marechal Magnan fazia um total, por vários em-

REZISTENCIA — Domingo, 8 de Maio de 1904

pregos—era o monteiro mór do impera-dor—de 200:000 francos, ou 36 contos. 0 coronel Fleury, primeiro escudeiro, 95:000 francos, ou mais de 17 contos. Nenhum dêles, ao menos, era, porém, inspétor de instrução primaria, como em outros paizes, onde se chama a essas coizas acumulaçõis.

Sim, nenhum dêles era inspétor da instrução primaria. Guardávão esse de-coro. Inspétor, ou nome equivalente. O nome é o que vale menos.

Nenhum dêlles era inspétor de ins-trução primária, membro de sindicatos, dirétor de companhias, etc. Uzufruíão enormes vencimentos. Mas ás claras, e exercendo cargos compatíveis com as suas profissõis.

Eis como o Império pagava os ser-viços dos seus serventuários e os crimes cometidos contra a soberania da nação. Esse marechal de Saint-Arnaud era o ministro da guerra do dois de dezembro. Esse marechal de Magnan era o coman-dante militar de Paris na mesma ocazião. Esse coronel de Béville era oficial do Elizeu quando se preparava a grande infamia. Esse coronel de Fleury era o emissário secréto enviado á Algéria para comprar a adezão dos oficiais ao complot.

A infamia paga-se, e paga-se por ex-cessivo prêço. Ninguém é infame pelo mero prazer de ser infame. Os crimes dos rejimens condenados, crimes de leza patria, crimes dirijidos contra a nação, paga-os a mesma nação. A França pa-gou-os duas vêzes. A' 1 é da ultima pa-gou-os com juros exorbitantes. Pagou-os com o sangue dos seus filhos. Pagou-os com a desmembração do território na-cional. Pagou-os com uma terrível inde-mnização de guerra. Pagou-os cobrindo-se de umilhação e de vergonha. E — triste coiza — nem sequer lhe restou o direito de se queixar I

Nem issol Se acreditássemos em Deus, diríamos que Deus foi justo castigando-a duramente.

Nem isso! Nem isso! Bemdito seja o exilio, dizia Quinet.

Pensamento, espirito umano, dignidade moral, o que é isso? Ó! exclamava o exilado da Suissa, a França não sabe o que isso é !

Vou tornar a vêr o teu país, dis-lhe o proscrito • que partia. Quem quéres tu que eu saúde por ti?

Saúda as pedras de dois tumulos, as bélas estatuas de mármore, o São João de Leonardo, a Virjem de Raphael e os convivas de Veroneso. A pedra ouve-te. A téla respirará com o teu sopro.

E que quéres que diga aos ómens? A'! Não lhes digas nada. Êsses não

te ouvem, que são surdos. Surdos! A França não tinha, não, o direito

de se queixar. O seu exercito cumpria a sua missão, que não era defender a patria. Era defender o rejimen.

Ou o exercito de Cézar, ou exercito da nação.

Ou guarda pretoriana, ou guarda ci-vica.

As duas coizas são incompatíveis uma com a outra.

Oficiais e soldados do exercito fran-cês não tinhão sido preparados, educa-dos, ensinados para combater os prus-síanos, mas para combater a liberdade, mas para combater o povo. Para com-bater os seus proprios camaradas que fossem fieis ao espirito da democracia, ou da lei. O jeneral Leydet, um velho de 75 anos, é arrancado do seu logar de deputado, e expulso, ás eoronhadas, por soldados sem pudôr. As baionetas dirijem-se contra o peito du jeneral Flô, quando êle invétiva o coronel d'Espinane, chamando-lhe covarde. O major Meunier, quebrando a sua espada no joêlho e ati-rando com éla, partida, á cara do mesmo Espinane, o tenente coronel Niol, dizendo ao referido Espinane, quando este, en-trando de surprêza no seu quarto, se lhe apodéra presurôzo da espada: «ÍFès bem em ter êsse cuidado para eu o não atravessar com éla de lado a lado» são alvo da chacota e dos insultos dos pre-torianos.

Na madrugada do dois de dezembro Saint Arnaud não se esquéce de escre-ver a Magnan, dizendo-lhe: «Que não falte nada. Que as muniçõis estéjão pron-tas e as rezérvas em bom estado. Que a artilharia não despréze nenhum deta-lhe. Chamo a vossa atenção sobre a ca-valaria. Que os oficiais da administra-ção militar estéjão prevenidos e que as distribuiçõis se fação com precizão por toda a parte. As tropas batem-se mal quando os viveres lhes fáltão. Cada sol-dado deve levar consigo provizõis de campanha para 4 dias.»

Não se esqueceu. Mas quando foi ne-cessário combater Os prussianos, esque-cêrão-se de tudo. E faltou tudo.

Admiráveis em formar planos para metralhar e vencer as multidõis, nada

soubérão preparar nem conceber para repelir e vencer os inimigos da nação.';

Valentes para fuzilar os burguèzes inofensivos, ferozes para gritar: Tirez aux fenêlres I Tirez aux passants l Tirez aux femmest perdêrão todo o seu vigor e toda a sua audacia quando tivérão de se averem com os ulânos.

E'rão lójicosl E'rão lójicosl E'rão coerentes I Eles não fôrão ensinados a defender a patria. Eles fôrão ensinados a defender o rejimen. Dávão o que po-díão. Quem tinha o direito de lhes pe-dir mais?

Assim á de ser em toda a parte? Bazaine deu um baile quando chegou

ao México, para o qual convidou mulhé-res sem maridos e irmãs sem irmãos. A certa altura, entregárão-se tôdos ás doçuras do can-can.

Em Metz resurjiu o mesmo púlha, e durante toda a campanha franco-prus-siana resurjírão os mesmos cancanis-tas.

Não ouve um só dos marechais, sem excluir Mac-Maon, que não fosse, antes de tudo e acima de tudo, soldado do re-jimen ; que não puzésse a salvação do império acima da salvação da França. Contra todos se poderia, justamente, re-clamar o que o conde das Almenas re-clamou em Espanha contra outros nas mesmas circunstancias: que as bandas lhes subissem da cintura para o pes-coço.

Assim á-de ser em toda a parte 1 Nem o próprio imperadôr se des-

mentiu, quando, espartilhado e de car-mim no rôsto, se rendeu, para que o canhão não continuásse a aumentar-lhe as dôres de rins.

O' I ce cânon, ce cânon... Para que? Para que estava .aquéle

tiro incessante, aquéle tiro terrível de canhão, a aumentar-lhe o sofrimento fizi-co, se o império já estava perdido?

Acabado o império, acabasse o ca-nhão, acabasse a dôr de rins, acabasse tudo.

Era o digno fim dum mizerável. Mor-rião todos como tinhão vivido.

Assim a-de ser em toda a parte! Morrião todos como u n s biltres.

Morrião todos como uns covardes. Mor-rião todos como uns pulhas. Os valen-tõis, que érão eméritos em calcar as li-berdades e regalias da nação, em trazer o pôvo sob a ameaça permanente dos fuzis!

Só um omem que não era espada-chim, nem valentão, nem militar sequer, só um ómem que não era a ordem, dava provas de extraordinaria corajem e valôr. Só um ómem que não tinha tirocínio de fuzilamentos, que não tinha sido alugado para servir o rejimen, que não tinha" por missão defender o império, salváva a onra nacional, Esse ómem era Gambetta, que arrostava o perigo das bálas prus-sianas elevando-se num balão, para ir re-organizar nas províncias os exércitos de-mocráticos que reabilitarão o .nome do exercito francês.

Esse ómem resuscitava brilhante-mente a tradição républicana. E s s e ómem, portador de uma ideia, e por isso mesmo que o era, conseguia, em poucas semanas, tirar do cáos um grande exér-cito. Nós veremos a brilhante omena-jem que lhe prestárão os proprios ale-mãis. «Praza a Deus, dizia von der Goltz, qne se um dia a nossa patria tiver de sofrer uma derrota analoga á de Sé-dan, um ómem néla se levante capás de suscitar uma rezistencia dezesperada como Gambeta a pretendia.»

Outra vês diremos: como estas liçõis serião úteis, se os ómens fossem capázes de aprender I

(D'O Povo de Aveiro).

C o n f e r e n c i a

Déve realizar-se ôje uma conferencia em Sangalhos o nosso amigo e correli-jionário dr. Manoel Firmino da Costa.

A conferencia versará sobre ijiene popular, e terá logar numa praça publi-ca por íórma a poder ser ouvida pelo maior numero.

Com esta conferencia présta o sr. Firmino da Costa um verdrdeiro serviço publico, porque é da maxima importan-cia para a saúde publica espalhar por o povo noçõis que modifiquem o viver po-pular de um atrazo ijienico excécional.

E' na ignorância jeral que está a ex-plicação da moitalidade pela tuberculoze, e a mortalidade das crianças que no nósso pais é enorme por falta de cuidados, e pelo abuzo de praticas tradicionais de péssimo efeito para a vida e dezenvolvi-mento das crianças.

Felicitamos o nósso amigo pela sua béla e um;initária iniciativa.

Progressistas & Franquistas Desprezando os vótos das comissõis

executivas de Lisboa e Porto e da maio-ria dos centros da província, o chefe pro gressista decretou a luta eleitoral.

Os progressistas vão, pois, á luta, não para combater o governo num Ímpeto de altaneira revolta, não para o sacudi-rem do poder como funésto aos interés-ses do país, mas simplesmente em serviço do rei, que por legados especiais lhes notificou a sua vontade.

A ideia da abstenção dominára, desde o principio, e viu-se que éra essa a mais forte corrente; mas — cazo singular num partido que se reclama uma organização democratica— todos assentirão em que o chefe deliberasse em ultima instancia.

E o chefe deliberou a luta, de armo-' nía com as instruçõis que do Paço avia recebido e os dezejos manifestados pelo seu logar-tenente na Rêde.

Serviço do r e i — é caminhar! #

Injenuos pásmão desta democracia que tão absoluta e deprimentemente abdi-ca num ómem, enfermiço e maleavel.

Áchão servil a atitude, incoerente e perigóza, revelando no seu injenuo pasmo o total desconhecimento das manigancias da politica monárquica.

Aguardávão esses que, ao menos os elementos a cujas prendas tem prodiga-lizado vénias amaveis, tivéssem agora altivas declaraçõis de independencia, rom-pendo com principios que lhes estran-gúlão as opiniõis e lhe macúlão a digni-dade. E doeu lhes a deziluzão que lhes veio no silencio desses puritanos, sempre ezitantes, sempre tranzijindo, calando as suas revoltas logo que lhes consta que a Majestade franziu o sobrolho. . .

Servos fieis, os lindos puritanos ! #

Fica assente, pois, que o partido pro-gressista, tendo exprimido o seu veto pela abstenção, vai á luta porque o seu chefe, desprezando esse voto, assim o ordena. E de par fica esclarecido que o chefe assim o ordenou, porque fosse esse o mot-dordre emanado do Paço.

Nada mais democrático.. . #

Os franquistas, em reunião de á dias, rezolvêrão apenas a reeleição do sr. Mélo e Souza. O propozitado acordo com os pro-gressistas malogrou-se, por virtude das impoziçõis do sr. Franco, que não fôrão aceites.

A principio dominára também no grupo a ideia da abstenção, mas do Paço veio comunicação do que tal atitude não era do agrado do senhor . . .

Prontamente éla foi modificada. E logo se assentou na lúta, como o prova o facto de em Coimbra e outras terras os caudilhos franquistas se lançárem com denodo na apanha de vótos.

As razcis que o ilustre liberal da lei de 13 de fevereiro expendeu na reunião do Chiado, em justificação do seu proce-dimento, explicaríão apenas lojicamente a abstenção.

Mas o sr. João Franco segue o exem-plo do governo e dos progressistas, vo-tando a reeleição do sr. Mélo e Souza; e1 tendo-se dito roubado nas ultimas elei-çõis, rezigna se a aprezentar agora um único candidato, se bem que o facto da galopinajem dos seus partidarios em va-rias terras —em Coimbra, por exemplo — indique que não era essa a sua pri-mitiva ideia.

Mas . . . serviço do rei! #

Com o sr. João Franco que é, segundo a sua pitorêsca expressão no jantar desta cidade, repontão de nascença, dá-se este cazo interessante de, perante uma ordem do Paço, em vês de repontar de cabeça erguida, ficar livido, em suores, o senão, não, entalado nos gorgomilos, agachado e tremente como escravo receiôzo de castigo. . .

E' singul; r, demais sendo s. ex.a um liberal de quatro costados, como de todos é sabido e a istória réza.

A abstenção não convinha ao rejimen, e como, segundo a cartilha de todos os partidos monárquicos, o rejimen está acima do país, o sr. João Franco entendeu de seu dever aceitar as ordens do seu soberano, com quem é comprometedor ter veleidades de independencia.

De resto o sr. João Franco têm, como o Paço, um orrôr aos republicanos. Ainda agora, sabemol-o, tratando-se de eleiçõis, o mostrou bem, com grandes palavras de esconjuro; e foi por isso com esse gosto peculiar dos cortezõis ínfimos que êle se apressou a cumprir as determina-çõis do seu real dono.

# Tais são os partidos monárquicos,

rebanhos obedecendo com abjéto servi-lismo aos chefes, que por sua vês se

LITERATURA & ARTE

UM GRITO E' na montanha alta o Sanatório triste; Tão lonje, tão perdido e vago na distancia, Que toda a jente lá não sabe que ôje existe Quem combate o seu mal e entende a sua ancia .

O que vós ensinais como é que á-de chegar Depréssa a tanta dôr — para que a recontórte ? Era preeizo um grito e não podeis gritar — Porque isso de aprender os mistérios da Morte Torna discreta a vós que os tenta anunciar.

E assim, êsses que estão, na lonjinqua montanha, No receio brutal da etérna despedida, Por muito tempo ainda ão-de esperar que venha — Entre tanta agonia — um vajído da Vida.

Mas eu, que vejo o mal e que o não sei vencer, Que contra o sofrimento encontro só o amor, Que nada sei da Vida e do mundo, a não sêr Que é preeizo acabar com o que seja dôr E buscar na Alegria a razão de vivêr;

Dou o meu coração ao vosso Pensamento, A minha vós vibrante á vossa clara Ideia — Porque, para gritar, tenho a lôrça do vento Que sem vêr o que fás toda a terra semeia!

Dou-vos a minha vida, a minha juventude, Tudo o que em mim é bélo e vigorôzo e altivo, A adoração da pás, do amor e da saúde E a paixão da Belêza em que eu agora vivo . . .

E que tudo isso junto á Verdade, que é vossa, Rasgue o meu coração num grito excésional; E que êsse grito suba, e que êsse grito póssa Alcançar a montanha altíssima do Mal.

E vá depois levar, aos que sofrem, o encanto D'uma esperança a rir onde a Morte passou . . . — Embora eu morra então por ter gritado tanto E ninguém adivinhe a vós que se calou!

Abril 1904. João de Barros.

deixão docilmente tanjer pelos altos pó-dêres que em Portugal tem o supremo mando de todas as couzas. Para nada se impórtão êles com os interésses do pais, que sempre esses interésses estão em briga declarada com os seus. E como para os servir é indispensável estar de acordo com o rejimen, êles formão esse acordo á custa das abdicaçõis e vergo-nhas, na subserviência torpe de jente com folego para todos os empregos.

A imunda choldra I

R a i n h a S a n t a

Já se teem constituído algumas co-missõis para promoverem festejos em onra da Rainha Santa.

Para H ornamentação da rua Ferreira Borges, esta já nomeada uma comissão de comerciantes, a qual é constituída pelos srs. João Borges, Manoel José Vieira Braga, sucessor, Artur Vieira de Andrade e João R, Moura Marques. Esta comissão é auxiliada por outros comerciantes, entre os quais os srs. Antonio Vieira de Car-valho, Gaito d- Canas, etc.

Uma comissão de empregados do co-mercio, das ruas de Ferreira Borges e Visconde da Lús, composta dos srs. Fran-cisco Augusto Rocha Ferreira, João Go-mes dos Santos, Amadeu da Costa Braga, Custodio José da Costa, e outros, rezolveu mandar construir um pavilhão ao cimo das Escadas de S. Tiágo, por ocazião dos festejos da Rainha Santa, a fim de ali tocar a banda de infantaria 23, com-posta, néssa ocazião, de 52 executantes.

Outros festejos se prepárão, avendo bastante entuziásmo pela organização da fésta tradicional de Coimbra.

Fôrão providos temporariamente para o lugar de professores primários os srs. Augusto Libera to de Figueiredo Gervão para a escola do séxo masculino de Ser-

C e n t r o e l e i t o r a l r e p u b l i c a n o

Realizou-se ontem com o maior brilho e entuziásmo a inauguração .deste centro.

No próximo numero daremos noticia dezenvolvida da sessão, o que ôje não podemos tazer por talta de tempo e de espaço.

A iniciativa dos nossos amigos foi coroado do mais brilhante rezul-tado.

M o t a s d e S ^ ã O O r é i s

Fôrão mandadas recolher ao Banco de Portugal as notas de 2$500 réis em jiro.

O prí.zo para a troca das antigas notas por as de moderno tipo termina em 30 de junho proximo futuro em todas as ajencias de Banco de Portugal e depois déssa data só na tezouraria da séde do Banco, em Lisboa.

Foi promovida a primeira classe a sr.a D. Emília Augusta e Silva professora em Varzea de Goes.

Faleceu o sr. Enrique Barbedo Vieira, amanuense da camara municipal, e irmão do sr. Alfredo Barbedo Vieira.

Foi aprovado superiormente o orça-mento da limpêza a fazer na vala da Encosta, no distrito de Coimbra.

0 sr. Jozé Maria Batista Camacho foi reintegrado no quadro do pessoal de

, „ , . „ , „ fazenda e colocado no logar de segundo nache; Zulmira Pereira da Costa para a oficial da repartição de fazenda de Çoim-do sexo masculino de Vil de Mátos. I bra.

BEZISTENCIA — Domingo, 8 de Maio de JOOfl

V i n h o s «1c S a l v a t e r r a

0 nosso amigo João Borges, com pa-pelaria e tabacaria na rua Ferreira Bor-ges n.os 27 e 29, ê o depozitario dos afa-mados vinhos dêsta rejião.

O sr. Borges fornéce as tabelas dos seus preços que é mais elevado do que os de Coimbra, mas a sua qualidade me-rece essa diferença por que vinhos como de Salvaterra de Magos poucos á.

Foi posto á venda um novo livro de versos—Brazas—do académico sr. Duar-te Lima.

PuMieaçõis O duélo dos tribunaes por Joaquim

dos Beis Torgal — Lisboa. E' a istória de um procésso instaurado pelo juis de Sotavento contra o dr. Antonio Leal Bravo, Raul Rarbóza e Ernesto Beau-mont, testemunhas quê êste lhe mandara dezafiando-o para duélo por aluzõisinju-riózas que lhe flzéra por ocazião de uma nomeação de peritos.

O próprio juis condenou os réos a cadeia, sentença que lhe foi confirmada pela Belação.

O Supremo tribunal de ju tiça man-fiou anular o procésso.

Relatório sobre o exercício das minhas funçõis com subdelegado do curadôr jeral na Ilha, do Príncipe. E' a defêza do sr. Jeronimo Paiva de Carvalho de acuza-çõis que lhe fôrão feitas na imprensa.

O mártir da inquisição portuguêza. E' um estudo sobre a vida do poéta e comediógrafp António Jozé da Silva, escrito com toda a erudição de Teófilo Braga e editado pela Associação do Re-jisto Civil.

E' um trabalho cujo mérito seria pertenciôzo encarecer, atendendo ao nô-me gloriòzo que o firma, e cuja intensão de ensino social está claramente anun-ciada pela benemérita associação que o edita.

Becomendamo-lo aos nossos leitores.

A todos o nósso agradecimento pelas ofértas, que só oje podemos noticiar.

A C A B O U

Acabárão-se as doenças do estomago, do figado, dos intestinos, dores de cabeça indijistõis, cólicas, palpitaçõis do coração e falta de apetite, porque as pilulas anti-dispépticas do dr. Heinzelman cúrão to-das essas doenças em pouco tempo; não sendo necessário nem dieta nem res-guardo,, pois êsse remédio sendo feito com érvas do Brazil. é tão poderôzo e atúa tão eficásmenle no organismo que moléstias que durarão ânos cedem com um vidro ou dois dèsse medicamento.

As pilulas do dr. Heinzelman, médico farmacêutico, encontrão-se nas boas far-mácias. Depósito em Coimbra: srs. Rodrigues da Silva &• CA

(24) Folhetim da "BEZISTENCIA,,

H. DE BALZAC

0 EXCOMUNGADO VIII

A lebre na cama

No dia seguinte de manhã, depois do jantar, os dois amigos disfarçados em beneditinos pelo cuidado de U. Luce, que lhes tinha ensinado o recado, parti-rão para o castélo de Rocha Corbon, seguindo pelo caminho que os leváva á porta principal.

Quando chegárãó ao alto da colina e avistárão o campo, dérão por um grupo distante de uns cincoenta a sessenta ca-valeiros. As armaduras e as lanças bri-lhárão ao sol, e á frente daquele esqua-drão que galopáva vivamente, notárão o barão, cuja equipajem militar era mais brilhante que a dos outros cavaleiros...

— Que é isto ? perguntou o conde a Savy, apósto que este nôvo Santo-An-dré fás alguma das suas.

— Não vês que sáem do castélo de Roche-Corbon e que o barão vai á caça com a sua jente ?

R e p a r a . . . Lê Trata-se das tens i n t e r e s s e s

19 a n o s s ã o p a s s a d o s d e p o i s q u e

i s cmstipaçõis, bronquites, rouquidõis ásma, tósses, coqueluche, influenza e outros encomodos dos orgãos respiratórias.

Se atenúão sempre, e cúrão as mais das vêzes com o uzo dos Sacarolides d'alcatrão, compostos ( R e b o ç ã d o s M i l a g r o s o s ) onde os ifeitos maravi-lhosos do alcatrão, jenuinamente medici-nal, junto a outras substancias apropria-das, se evidenceíão em toda a sua salutár eficácia.

E tanto assim, que os bons rezultádos obtidos com uzo dos Sacharolides d'alca-trão, compostos ( l & e J m ç á d o s M i l a -g r o s o s ) são confirmàdos, não só por milhares de pessoas que os têem uzádo, mas também por abalizados facultativos. Farmácia Oriental — E. Lazaro — Porto

Caixa, avulso, no Porto, 200 réis; pelo correio ou fóra do Porto, 220 réis.

M o d à I l l t i ^ à d à Jornal das familias — Publicação semanal

Diretôra: D . L E O N O R M A L D O N A D O

Condições da assinatura : por ano com 1:800 gravuras em preto e coloridas, 52 moldes cortados, tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordados, t i m o réis.

Semestre, 26 números com 900 gra-vuras em preto e coloridas; 26 moldes cortados, tamanho natural, 20 números com 550 gravuras de bordados, 20500 réis.

Trimestre, 1t números com 450 gra-vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 260 gravuras do bordados, 10300 réis.

Cada número da Moda Ilustrada, 9 acompanhado dum número do Petil Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas do corpo, de mêsa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, pofito de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por-tuguês daquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias do reino e na do editor — Antiga Casa Ber-trand — Jozé Bastos, rua Garré, 73 e 75, Lisboa.

A O S Q U E S O F R E M A todos aquêles que sofrêrem de

dores no estomago, no fígado, dezarranjo dos intestinos, dores de cabeça, dezan-mo, canceiras:,indijestõis e moléstias ner-vozas, aconselho o uzo das pilulas antidis-péticas do dr. Heinzelman, remédio ela-borado com vejetais do Brazil, como o uiiieo e mais eficás dos remedios conhe-cidos para curar rapidamente as moléstias já dezignadas. Em minha numeroza clinica tenho colhido os mais surpreendentes rezultados.

Dr. Abel M. Faria.

Encontram-se nas bôas farmacias. Ajentes em Coimbra srs. Bodrigues da Silva A C.a R. Ferreira Borjes.

Lonje de ir á caça, Ombert ia vijiar a dispozição de quinhentos a seiscentos ómens que, por sua ordem, se avião reunido desde manhã, e que começávão a pôr-se em ordem de batalha nas pro-ximidades do rochêdo que domináva o mosteiro.

O conde e o favorito, bem lonje de duvidar do verdadeiro objéto daquéla cavalgada, continuárão a dirijir-se para a ponte levadiça do castélo, ensaiando muita e muita vês bênçãos reciprocas e falando pelo narís ao dezafio.

O andar de cavaleiro dos dois ami-gos formava um contraste perpétuo com o ábito preto e branco que traziam, e não se podia dar ideia do efeito que produzlão, senão comparando-os,a ómens vestidos de mulher e que quizéssem ma-caquear a graça do outro séxo.

Quando chegárao a alguns passos de distancia dos fóssos, disse o conde :

—Vês, Savy, que é aquilo? E' uma cabêça de ómem, ou um pombo de có-bre grotescamente lavrado o que vejo por cima daquéla pedra grande á bórda do fôsso?

— E' alguma rã que aspira o ar, disse Savy.

— 0'mem , caválo, bêsta, quadrúpe-de, bípede, ou peixe, disse%o conde grá-vé*ifiente levantando a mão e estendendo os dedos, deito-te a minha benção e mando que tomes a tua fórma verdadeiral

, Carris de Ferro de Coimbra ORARIO PROVIZORÍO

Carreiras entre o largo das Ameias e a rua Infante D. Augusto

P a r t i d a s

Do largo das Ameias Da rua Infante D. Augusto

6h e 30m manhã 7h manhã 7 7,30 » 7,30 » 8 » 8 » 8,30 » (b) 8,30 » 9 » 9,30 » 10

10,30 s 11 » 11 í 11,30 » 11,30 » 12 » 12 D 12,30 tarde 12.30 tarde 1 »

1 D 1,30 > 1,30 D 2 » 2 » 2,30 » 2,30 » 3 3 » 3,30 » 3,30 4 » 4 D 4,30 » 4,30 D 5 » 5 » 5,30 » 5,30 » 6,30 » 6 D 7,30 > 7,30 J» 8,30 noite 8 noite 9,30 » 9,30 » 10 »

10 » 10,30 »

(a) Directo da Casa do Sal á rua do Infante D Augusto.

(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á Casa do Sal.

Carreiras diretas entre a R. do Infante d, Augusto e Estação B

P a r t i d a s

da R, Infante d. Augusto da Estação B

6h tarde 8, noite

6h e 58™ tarde 8h e 45m noite

Carreiras entre 0 largo das Ameias e a estação B dos eaminhos de ferro

P a r t i d a s

Do-largo das Ameias da estação B

3h !0ra manhã 5 ,55 8 , 1 0 » 2 , 3 0 tarde 3 ,86 > 4 ,35 » 5 ,37 » 6 ,25 » 6 , 4 0 » 8 ,10 noite

12 ,15 »

As

part

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ios.

A ésta ordem, o animal levantou-se e o mendigo apareceu com tôdo o brilho da sua fealdade.

— Ora aqui está um animal, que eu já encontrei em qualquer parte! disse o conde recuando alguns passos e dando sinais de repugnancia.

— Eu vou lá algumas vêzes, replicou o mendigo.

Savoisy deu uma grande rizada e exclamou:

— Desta vês adivinhou ! — E' impossível, disse o conde, que

êste animal ferós tenha recebido o bá-tismo e vou salvá lo do inferno.

Dizendo estas palávras, o conde ca-minhou bruscamente para o mendigo e, empurrando-o para os fósêOs fê-lo rolar para dentro das aguas turvas, dizendo-lhe:

—- Eu te bátizo, etc. O mendigo só a muito custo gánhou

a marjem de fortificação e exclamou: — Filho da França, o meu bátismo

talvês vos válha a extrema-unção.. . Lembra-te do cara de cóbre.

— Que é lá isso ? Sabes a quem fálas ?

— Com certêza, disse o mendigo, e você não é mais beneditino do que conde.

Adhémar olhou surpreendido para Savy; más este disse-lhe:

(Continua).

o d e m o b i l i M a Q u i n t a i l a C u m e a d a

DOS

Herdeiros do Fallecido Araujo

Domingo, 8 de maio, das 11 horas da manhã ás 7 da tarde, e mais dias seguidos durante o mez de maio, vendem-se por baixos preços os seguintes objectos:

Um guarda louça, um aparador, um fogão de cozinha com caldeira de cobre, uma fornalha de ferro, um fogareiro de cobre, differente bateria de cozinha, um fogão de sala com seu respectivo c?.no de zinco, uma commoda papeleira muito boa, uma dita com pedra mármore, quatro leitos de madeira, seis mezas de sala com pedra mármore, dois consolles com pedra mármore, uma meza de damas, um rico jogo de gamão e outros de damas, de pau preto, com pedras de marfim, quatro ricos quadros para sala, mais seis ditos, uma atampada para entrada de casa, seis candieiros de metal antigos, quatro figuras de gesso em tamanho natural eom suas respectivas columnas, um piano bom para estudo, estantes para musica, duas banheiras, uma cadeira de creança, lavató-rios toillettes, louças e vidros differentes, um licoreiro de crystal.

Uma capella completa com rica talha, e um orgão portátil, duas alcatifas próprias para sala ou quarto, ou mesmo para igreja, differentes castiçaes, um sofá e duas poltronas estofadas, doze cadeiras de sola, com lavrados antigos, dois contadores, uma sella para cavallaria (cadei-rinha ), oito pipos para vinho, differentes drogas e tintas, uma barrica de cimento, uma bomba para elevação de agua, uma gaiola-viveiro, grande quantidade de ferro avulso, uma collecção de torneiras de metal, madei-ras de castanho, dois contadores de pau preto, algumas mezas do mesmo pau antigas, trez retretes volantes, uma meza elastica de primeira ordem, para 12 ou 30 pessoas, uma jardineira com pedra mármore, um par de jarras antigas, differentes redomas, mezinhas de cabeceira com pedra mármore, meza de abas, para jantar, diversos castiçaes, armarios com-modas para arrecadação de roupas, colchão de arame e outros de lã, baldes e regadores, cadeiras retretes, e mais miudezas que estarão patentes e que tudo se venderá por preços resumidos.

Todo o serviço que fôr feilo alem do indicado neste erário é considerado ex-traordinário.

T a t o é l a d e p r e ç o s

Largo das Ameias ou Caza do Sal á Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis

Largo de D. Carlos uu Gazómetro á Rua do Infante D. Augusto — 40 réis,

Largo das Ameias, Caza do Sal ou Rua Infante D. Augusto ao Mercado — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazomet.ro ao Largo de D. Luis — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazómetro ao Mercado — 20 réis.

Estação B dos caminhos de ferro ao Largo das Ameias ou Mercado — 50 réis.

Estação B dos caminhos de ferro á rua Infaute D. Augusto — 80 réis.

Estação B dos caminhos r'e ferro á Caza do Sal — 20 réis.

A assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos preços anuais de réis 120000; e 90000 réis para os menores de 14 anos e creados, sendo estes últimos l e logares na plantaforma dos carros.

C ô r e s d t o s f a r ó i s

Verde, indica a Alta. Vermêlha, estação B. Branca, Caza do Sal. Amarelo escuro, reservado.

Desde o dia 1 de Maio na estação da Rua do Infante D. Augusto recebem-se encommendas e fazem-se despachos para a grande e pequena velocidade nas esta-çõis do Caminho de Ferro, para o que haverá serviço especial de transporte.

Só se recebem volumes cujo pezo máximo não seja muito superior a cem kilos.

R e c e b e m s e a n ú n c i o s p a r a se -r e m fixados n o i n t e r i o r d e t o d o s o s c a r r o s e m c i r c u l a ç á « p e l o p r e ç o a s n a ! d e

r é i s , s e n d o o s a n ú n c i o s e s e l o s p o r c o n t a d o a n u n c i a n t e .

EMPREGADO Manoel Jozé Téles, aceita um com

pratica de Confeitaria, ou mesmo mer-ceariaria, com bôas referencias.

A N U N C i O Éditos de 10 dias

Pelo Juizo de Direito da comarca de Coimbra e cartorio do escrivão do 2.0 oficio, correm éditos de dés dias, a contar da ultima publicação dêste anuncio, citando quaesquer credores que pretendam deduzir preferencias, nos termos do art. 9 3 1 d o Codigo do Processo Civil, sobre a quantia de cento e dezesete mil setecentos sessenta e dois réis, em que foi feita penhora na comarca d'Arganil — depozitada na Caixa Geral de Depozitos e Instituições de Previdencia, pelo conhecimento de depozito n.° 10318, efétuado em 5 de março de 1903, por Antonio Carlos das Neves Cardozo, na qua-lidade de bastante procurador de Emilia do Sacramento Correia de Frias e marido, da Bemfeita, no inventario de Jozé Correia de Frias Quaresma e de sua mãe Maria Jozé Correia de Frias, que fôrão do dito logar, — em virtude de carta pre-catória dirijida por este juizo de direito para o daquéla comarca e emanada da execução de sentença comercial, que David de Souza Gon-çalves, cazado negociante, désta ci-dade, move contra Antonio Mendes Correia, viuvo, industrial, rezidente nésta mesma cidade.

Verifiquei a exactidão. O Juis de Direito,

R. Calisto.

PuIverisadoTes estrangei-

geiros legítimos ~ í

Marcas Vermoel e Gobeí A 8 : 0 0 0

íentfe José Lopes dg Garvalbo.

Praça de Rodrigues Lobo

REZISTENCIA — Domingo, 8 de Maio de 19©4

. Q vn; ^ . v X...S 1 1 0 5 DE PASTO

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T a b e l l a d e p r e ç o s d e v e n d a a m i ú d o (1 de março de 1904).

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Nos preços indicados não vae in-cluida a importancia do garrafão (360 réis) nem a das garrafas (60 reis para a garrafa de litro, 50 réis para a bor-daleza), que se recebem pelo cnsto.

Prevenção . =- Os garrafões le-Distribuição gratuita aos domicílios, j vam o carimbo da Adega em lacre, e

dentro dos limites da cidade, em ' nas rolhas das garrafas e garrafões compra de 2 garrafões ou dúzia de vae o emblema da Adega impresso a garrafas. f°S°i ao e na Parle superior.

Pastelaria e confeitaria Téles 150—Rua Ferreira Borges—156

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Nésta caza, regularmente montada no jénero das de Lisboa e Porto, encon-tra-se á venda o mais variado e completo sortimento de todos os artigos concer-nentes a estabelecimentos désta naturêza.

D Ò c e s d e OVOS dos mais finos paladares e delicados gostos, denominados doces sortidos, para chá e soirées, em grande e bonita variedade que difícil se torna enumera-la.

© o e e s d e f r u c t a de todas as qualidades, de que é costume tabricar-se, tanto em sêcco, como cristalizados, rivalizar com os extranjeiros.

P a s t e l a r i a em todos os jéneros e qualidades, o que á de mais fino e sabo-rozo, especializando os de folhado.

Fabricão-se com finos recheios e ovos em fio, peças grandes de primoroza fantazia, denominadas Centros de mêza, Castelos, Jartões, Liras, Floreiras, Lam-preias, etc., etc., próprias para banquetes.

P n d i n g S « f e i a d o s , de leite, deliciosos, laranja, chá café e de frutas di-versas, vistozamente enfeitados.

P ã o d e l õ pelo sistêma de Margaride, já bem conhecido nésta cidade, cuja superioridade é confirmada pelo largo consumo que tem.

Especialidade em vinhps generozos do Porto e Madeira, Moscatel, Colares, Champagne, Cognacs, Licores finos, etc. das melhores marcas nacionais e extran-j eiras.

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dos assucares com que são fabricadas. C o n s e r v a s nacionais e extranjeiras, chás verdes e pretos, passas, bombona

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Para USO e x t e r n o : — E m differentes especies de derma-toses.

As analyses chimica e microbiologia foram feitas pelo professor da Escola Brotero, o ex.mo sr. Charles Lepierre.

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O seu propriétario fornecendo se dirê-tamente das princpais fábricas de pro-dntos quimicos e farmacêuticos, tanto na-cionais como estranjeiros; está a pár do dezenvolvimento que a quimica e a tera-pêutica dia a dia vão experimentando e por isso possue uma coléção variáda das mais modérnas substâncias e produtos qúimicos.

O aviamento de todo o receituário é feito por pessoal competentemente abili-tado, sob a diréção do seu administra-dor.

Esta caza encarrega se de mandar os medicamentos a caza de seus fréguezes, assim como de chamar qualquer dos clí-nicos desta cidade a toda a óra do dia ou da noute.

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" — Quando qualquer hospede se negar a dar o seu cartão ou a dar o seu nome e profissão, será este facto participado sem demora ao primeiro agente de poli-cia que for encontrado, afim de se providenciar.

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Editor

MANUEL D'OLIVEIRA AMARAL

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS

Redacção e Adminis t ração — R u a F e r r e i r a B o r g e s

Typ. Democratica

ARCO DE ALMEDINA, IO

N.° OOl COIMBRA—Quinta-fôira, 12 de maio de 1904 IO.0 ANO

I Com este titulo vem os jornais

explorando a istória triste de um cabo da municipal que assassinou um capitão e um tenente.

Lastimando o facto, paréce-nos que êle deveria ter merecido outra ordem de consideraçõis bem dife-rentes das que tem bordado sobre o sujestivo assunto a sentimentali-dade portuguêza, sempre bem dis-posta a derramar as lágrimas con-soladôras. .

*

O assassinato não é para co-mentários de estranhêza, é um facto natural, uma consequência lójica da péssima educação do soldado português, que tem na Municipal a sua maxima intensidade dejene-rativa.

O soldado português não tem a dominar a*s suas açóis, a orientar-lhe a corájem um dever civlco, uma ideia superior e dominadora.

O soldado português chega igno-rante e boçal ao quartel, sai do quartel ignorante e viciôzo.

Esta é a régra, que poucas e muito onrózas excéçõis aprezenta.

O recrúta chêga ao quartel sem a ideia da pátria, conhecendo mal a pequena aldeia em que nasceu, e ignorando por compléto^ a orga-nização politica do seu país.

Sai do quartel ignorante, fan-farrão e vaidôzo, sem um aumento minimo de elevação intelétual, igno-rando os seus devêres civicos, sem a ideia da pátria a defendêr, e co-nhecendo do movimento politico do seu país apenas a fórma como se vence uma eleição.

dar um umâna.

exemplo de d ign idade

E' que nos quartéis não se en-sina senão a obedecer sem se sabêr porquê, cégamente. • O respeito vem aos ómens das

particularidades da farda, das divi-zas e dos galões.

O que se dá com o soldado dá-se com os oficiais que passão a vida a mostrar que se tazem obedecer.

Nos quartéis não se ensina se-não a obedecer, obedecer cégamente e com crueldade.

A ideia da pátria anda distante das preocupaçõis do exército por-tuguês.

Por isso todos afirmâo que será vencido no primeiro recontro, como foi vencido o exercito irancês em 1870 e como está sendo batido o exercito russo no Oriente.

Não é exajerando o sentimento do autoritarismo que se adquire o da dignidade umâna.

Na municipal exajérâo-se por uma cultúra inconsciente todos os vicios do soldado português.

O municipal julga-se o mais fórte, o mais ouzado e o mais te-mido.

Ninguém lhe ensina senão a obedecer cégamente, ningiiém Ifié louva senão o abuzo da forca e da

*

crueldade. O municipal não sabe que á

uma pátria a defender, sabe que á ordens a cumprir.

E caiu sempre na ultima fra-quêza o exercito que de defensor da pátria se transformou no mantene-dor da ordem.

A manifestação da crueldade diária não é a garantia da sua eo-rájem civica.

Os erois de Paris no segundo impér io capitulárâo vergonhóza-mente em Sedan.

tirado o castigo? Não se contão diáriamente nas cazernas castigos que se não dão por pedidos de pes-soas influentes ?

E ' possivel que a maior parte, das vêzes os boatos sejão calumnió-zos, mas os boátos correm.

E percébe-se que naquêle cé-rebro rúde e sem cultúra nascésse a ideia da vingança com que iria para refréga das ruas espadeirar e assassinar os que lhe ameaçávão o pret.

O assassinato dos dois oficiais da municipal veio afirmar duma fór-ma eloquente que é necessário dar outra orientação á educação do exercito português.

O soldado português será cora-joso e grande na dedicação e no so-frimento, quando o guiar e dominar a ideia da pátria.

Oje só o izolamento em paizes distantes é capás de a fazer nascer com uma florescência da saudade do torrão paterno.

E' por isso que o nosso exército renasce e se nobilita em Africa. * E' por isso que o ignorante

boçal camponês dos magros cam-pos de Portugal se transforma de repente em erói.

Que a ideia da pátfta domine oficiais e soldados!

Só éla nos pôde dar um exer-cito fórte, o que reprezente digna-mente as nossas tradiçõis eroicas.

T. C.

C e n t r o K l e i t o r a l R e p u b l i c a n o d e C o i m b r a

Inaugurou-se

O espirito da§ Tull ierfas

M u s e u d e A n t i g u i d a d e s

De assentar praça tira apenas uma vantajem, que apregoa e de que lança mão na primeira ocazião: —poder prender.

Esta é a única noção que lhe provoca a manifestação diária do egoísmo autoritário.

O recruta é uma autoridade que pôde prender mais a salvo do que o rejedôr da sua fréguezia.

O recruta uza e abuza da sua autoridade: insúlta, esbofeteia e es-morráça quem se não perfila deante déle, como êle deante do capitão.

A vida do quartel, lonje de cor-rijir-lhe êste defeito, concorre para lho exarcebar.

Não á soldado que não saiba que a parte ficará sem valôr, se, no tumulto que a provocou, o soldado levou a melhor e soube pelo uzo dos braços e do terçado afirmar a valentia do rejimento.

Porque, como á a onra do sol-dado, o prestijio da fárda imaculada, á também a onra do rejimento, que se tem tanta vês manifestado escan-dalózamente nas lútas dos quartéis rivais.

O soldado deante dos outros cidadãos afirma sempre apenas a supremacia da sua lárda, julgando

O que éra o cabo da municipal? Era um soldado querido dos

seus superiores, com longo serviço militar.

Tinha por isso a falsa ideia da sua supremacia da sua autoridade, do seu direito, do respeito da fárda.

Ia a caminho dum posto mais elevado; um castigo opunha-se á sua nomeação; procurou evita-lo.

Não o conseguiu, sentiu-se pre-judicado nos seus direitos, insultado na sua onra, e na sua fárda, des-torçou-se como um soldado da mu-nicipal.

Não tinha ordens, obedeceu á ideia talsa de dignidade, que apren-dêra com os outros camarádas de cazerna; e matou.

Este fácto que, se é para lasti-mar, ninguém poderá extranhar, mostra que só uma ideia superior pode ser a verdadeira inspiradora da disciplina e do brio do exército.

De que éra acuzado? De dar dinheiro a juros aos camarádas.

Quem lhe tinha ensinado que isso era um crime? Talvês tivesse estado em algum rejimento em que algum oficial fizésse o mesmo.

Porque lhe não avia de ser re-

0 sr. dr. Manuel de Oliveira Chaves e Castro ofereceu ao muzeu do Instituto uma lápide que assinálava uma cáza que possúe na rua das Fangas e indicava,no emblema gravado, que éra foreira ao con-vento da Trindade de Coimbra.

Ofereceu também uma moeda de co-bre do tempo de D. Sabastião encontrada na escavação junto dos alicérces da mes-ma cáza.

N'essas excavaçõis descobriu-se um póço circular de pedra solta que mais abaixo se continuava com outro aberto na rocha, de paredes muito polidas, e cujo fim não foi possivel marcar-se, por-que a tirajem do entulho quo o obstruía teve de ínlerromper-se por a obra amea-çar a segurança do cunhal da cáza.

Aventou-se que pudésse ser rezerva-tório para cereais.

O sr. dr. Teixeira de Carvalho depo-zitou também uma pedra de idêntica si-gnificação, que alem da insígnia dn trin-dade tem a chave indieando assim que o prédio da rua dos Estudos, onde estáva, éra foreiro á Trindade e ao Colégio de S. Pedro.

no ultimo sábado o «Centro Eleitoral Républicano de Coim-bra,» e dessa festa cheia de entuziásmo trouxemos mais uma vès esta certeza, colhida em todas as manifestaçõis repu-blicanas: que a massa popular do nósso partido jamais dezertou, e que se du-rante largos períodos deixou de marcar

sua intrazijencia em arfirmaçois de relêvo, é porque aqueles a abandonarão recolhendo-se a uma invencível absten-ção.

Os obscuros, os umildes, aquêles a quem a situação de desfavorecidas da sórte torna mais difícil á independencia franca das ideias, são os que com maior aprumo e expontaniedade se afirmão e coopérão em tôdos os trabalhos e esfor-ços compreendidos a bem do ideal.

Lá os encontramos todos, cheios de crença e vibrantes de entuziásmo, e com êles republicanos de todas as classes que ali acorrêrão dignamente a testemunhar a sua fé partidária, dando-nos um exem-plo de rara corajem; soubérão cumprir o seu dever, e por isso os felicitamos calorózamente; é assim, aproveitando to-dos os ensêjos para se encontrarem e conhecerem, que os republicanos estrei-tarão os laços de união que devem prendel-os no culto alto dos princípios^ E' aprezentando-se sempre unidos que êles conquistarão a confiança jeral e se aproximarão cada vês mais do seu triun-fo. Oje cada républicano tem de sèr um lutador. Dentro da sua esféra de ação, e no âmbito das suas forças, cumpre que cada um deles trabalhe, com toda a boa-vontade irá'obra injente de fazer uma pátria nova.

N'essa tarefa grande tem cada um de nós de tomar a sua parte, e de executal-a com uma grande emulação patriótica. As grandes figuras decorativas que para os rejimèns previlijiados são indispensá-veis, são para nós inúteis. Assim o jul-gamos. Querendo fazer uma obra cons-ciente e onésta, não pretendemos des-lumbrar, pretendemos convencer; e por isso só reputamos necessários e úteis .os que sejão capázes de lutar, sem precon-ceitos e sem tibiêzas, ao lado do povo esclarecendo-o, estimulando-o, e elevan-do-o com os seus exemplos e as suas virtudes.

Se a todos os republicanos corre o dever de trabalharem porfiada e tenás-mente pelo seu ideal, àqueles que por sua situação se criárão uma certa influen cia e prestijio mais êsse dever se impõe, porque é deles que o povo espéra os exemplos de dedicação, de civismo e de sacrifício que ão de dar-nos a vitória.

A inauguração do «Centro Eleitoral Republicano» certificou-nos de que todos os nossos correlijionarios desta cidade saberão cumprir o seu dever, interessan-do-se com entuziágnio na obra de levan tamento partidario em que urje prose-

£ u i r " . , -Mais uma ves, as nossas sauaaçois calorózas, as particulares felicitações para os dedicados trabalhadores do «Cen-tro» pelo êxito da sua festa.

ALEGRIA ELEIÇOEIRA

Da «Tarde:»

«Um govêrno que acabou com o republicanismo, no norte, que extur-quiu as crizes operárias e agrícolas, que rezolveu a gravíssima questão relijióza, que reabilitou o credito e a onra do pais no extranjeiro, um go verno assim não pôde nem deve cair deante das alvardas do diretor.»

Que alegre vinho, ó Sérjio!

«Um grito»

Os versos de João de Barros que, com êste titulo, sairão no nósso ultimo numero, fôrão expressamente escritos para o sarau dos congres-sistas, onde os disse o académico Pedro de Miranda.

A diréção da Penitenciaria de Coim bra pondorou a necessidade de se pro-ceder com urjencia as reparaçõis de que carecem os pavimentos das celas e das alas daquela cadeia, que pelo estado de-teriorado em que se encontrão, oferecem grave risco, tanto ao pessoal como aos prezos

Oficiais e soldados do exército francês —dissemos—não tinhão sido preparados, educados, ensinados para combater os prussianos, para defender a patria, mas para defender o rejimen. Era este o seu único fim, a sua preocupação excluziva.

Não se esquéção! Não se esquéção! Em idênticas circumstancias, o mesmo sucéde em toda a parte.

Em 1869, quando foi do célebre, do famôzo plebiscito, 1:931 militares—por-que os militares tíuhão voto — dissérão Não, em Strasburgo, contra 5:650, que dissérão Sim. Ouve pasmo, ouve indi-gnação, ouve um inquérito. Os militares tinhão voto, mas era para Votar a favor do Império. Quem se atrevia a dizer Não ? Com verdade, ou sem éla, desco-brirão, ou imajinárão descobrir, alguns dos atrevidos. E o castigo não se fês esperar. Tres aluaos da Escola de saúde militar fôrão mandados fazer serviço nos reji uentos, como simples soldados. Vários cabos e sarjentos do rejimento de arti-lharia n.° 5, do 86 e 98 de infanteria, do 6.° e 13.° batalhão de caçadores a pé, tivérão baixa de posto. Um soldado do 97 de infantaria foi mandado para as companhias de corréção.

Raspail interpelou na camara o mi-nistro. O celebre Leboeuf, modêlo de al-guns que nós conhecemos, o celebre Le- t boeuf. que afirmava no parlamento, em 1870, no dia da declaração da guerra, que o exército francês estava tão prepa-rado que nem um botão faltava na jaquêta dum soldado I

Leboeuf respondeu confessando que os castigos érão verdadeiros, mas que não tinhão sido motivados na votação do plebiscito. Então Julio Ferry levantou-se, para demonstrar a mentira do ministro da guérra, e léu a seguinte ordem do dia do coronel do rejimento de infantaria n.° 61, de guarnição em Strasburgo:

«O coronel está lonje de fazer cum-primentos ao rejimento pelo seu vóto de ontem. Nunca imajinou que ouvesse tan-tos soldados maus no 61 !

Córa de vergonha, quando compara os 207 votos negativos-do rejimento, com os 41 do rejimento 86, seu camarada de brigáda.

Quer crêr que muitos dos soldados, sobretudo dos mais nóvos, só prócêdão tão estupidamente por fraquêza e credu-lidade infantis.

Nós todos, desde o primeiro até ao ultimo, somos responsáveis pelo atentado e não tardaremos, provavelmente, a so-frer-lhe as consequências.

O rejimento só tem um meio de lavrar a mancha que, num momento de fraquêza, caiu sobre o seu numero, até aqui sem mácula: é redobrar, na ocazião preciza, de flrmêza, de dedicação, de fidelidade á bandeira.

Esta ordem será lida em três forma-túras consecutivas.»

0 coronel tinha razão. A bandeira não era a bandeira da patria, é claro. Era a bandeira do Império!

Redobrar, na ocazião precisa, de fir-meza, de dedicação, de fidelidade a essa bandeira, era atentar contra todas as reclamações de liberdade e de pudôr, era espingardear aquêles que se atre-vêssem a formular nas ruas reclamaçõis déssa especie.

O coronel tinha razão. Votar contra o império, era uma verdadeira ignominia para o exercito. Assim se pensa em toda a parte, em idênticas circunstancias I Tinha razão, tinha razão. O exercito era do rejimen, não era da nação. Defendia o rejimen, não defendia a nação.

Era esse o espirito das Tulherias. Era essa a palavra de ordem.

E, em idênticas circumstancias, o mesmo sucéde em toda a parte 1

Sucumba a nação. Contanto que se salve o rejimen!

Á um bélo livro — La Guerre telle qu' elle est — onde Patry, o seu autôr, traça, dia a dia, as impressõis que re-cebeu durante a guerra franco prussiana.

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c» BEZISTEMCIA — ^ulnía-feira, 13 <le Maio de lOO l

Esse ómem não é republicano. Não es-conde, mesmo, a sua má vontade á de-mocracia, apezar de declarar terminan-temente que não é politico.' Pois bem. Ouçamo-lo.

Patry fés parte do exercito de Metz como tenente e como capitão. Em 13 de setembro, uma proclamação, dirijida aos abitantes da cidade, anunciou a calas-trofe de Sédan, com as suas consequên-cias: o cativeiro do imperador e o advento da Républica. Em 17, foi participado ás tropas o novo estado de coizas, numa ordem do dia, sendo advertidas de que devião ao novo rejimen a mesma dedi-cação que ao antigo. E o exército, que já estava inátivo desde 1 de setembro, caiu, desde esse momento, num verda-deiro marasmo.

Em 20 de outubro, Bazaine comunica, oficialmente, que tendo a imperatris re-cuzado aceitar a rejencia e que não que-rendo o conde de Paris encarregar se da pezada missão de governar o pais naquele instante, o exercito, exausto de forças e de viveres, não tinha outro recurso senão aceitar as condiçõis do vencedor, isto é, a capitulação.

Quais condiçõis? Os oficiais conser-vávão as suas espadas, como omenajem ao valor de que tinhão dado provas. Era tudo 1

Patry encerra-se no seu quarto a chorar. Nunca chorou, nem soluçou tanto, confessa, em todo a sua vida! Às lagri-mas alivião-lhe o pêzo enorme que tem na cabeça. Essa expansão fês-lhe bem. Pôde pensar 1

«Uma lacuna enorme se oferecia ao meu espirito. Era indiscutível, para mim, qne o nosso exército se podia bater com o inimigo. Tinha o provado, largamente, nos campos de batalha, durante o mês

"de Agosto. Indiscutível, da mesma fórma, que, apezar das suas qualidades guer-reiras, acabava de ser entrégue, vergo-nhoz? mente, ao inimigo, depois de de-corridos dois mezes sem combate. Porque?

Quebrava a cabeça, sem encontrar uma explicação. De repente, fés-se fús. O meu espirito fixou-se nas divêrsas fázes pelas quais tinhão passado os prelimina-res da capitulação. O lado politico, que me tinha escapádo, iluminou-se, de sú-bito, com toda a vileza, com toda a igno-minia da realidade. Para que foi o ma-rechal oferecer a rejencia á Imperatris, que já não era nada num país onde existia outro governo? Para que se quis entender com o conde de Paris, cuja família tinha sido exilada ? Porque quis entrar em re-laçõis com ambos? Não avia em França um governo proclamado, e um governo tão real e tão vivo que continuava á dois mezes a guerra, depois dos exércitos imperiais terem dezaparecido? O mare-chal Razaine não tinha nenhum direito a oferecer o seu exercito senão ao go-verno existente. Era esse o único com o qual poderia, e deveria, pôr-se em rela-çõis. Demais, não tinha êle mesmo dito, no começo de setembro, que o nosso dever era dedicar ao novo rejimen a dedicação que tínhamos dedicado ao an-tigo? Ó! o mizeravel, que nos queria fazer instrumento de uma restauração de que êle seria o único a tirar proveito!

Então brilhou, com todo o brilho, aos meus olhos, o móbil que impeliu Razaine a não se aproveitar das enormes quali-dades do seu exército, dos sucéssos al-cançados a 14, 16 e 31 de Agosto, a encerrar-se em Metz, onde ninguém lhe poderia fazer móssa. Queria apenas aguar-dar os acontecimentos, conservando todas as suas forças para, no momento opor-tuno, intervir como senhor, apoiado na solidès do seu exercito. E para satisfazer um interésse tão mesquinho, fazia, esse monstro, capacho da sua dignidade de marechal e da onra de duzentos mil va-lentes, de duzentos mil soldádos, levando a doblez do seu carater até ao ponto de finjir que tinha sido forçado pelo inimigo a encorralar-se em Metz.

Nao não contou com a enerjia e a reáção da França, que em logar de se render de pés e mãos atadas depois de Sédan, ergue a cabeça altivamente, e, ainda que quazi desarmáda, continuou a luctar defendendo a sua onra, e a pá-, que e le esperava vê r assinada nos meados de setembro, não vindo liber-ta-lo, todos os seus cálculos tenebrózos se dezatárão na catástrofe que nos mergu-lhou a todos numa cloáca imunda. Mize rável! Não passárão, então, dum sim-ples espetáculo, as nossas lutas tão glo-riózas no planalto de Rezonvile! os nos-sos a ssáltos tão hrilhantes contra os entrincheiramente de Faili e Lervigni Um espetáculo, que custou 45:000 omens mortos e feridos nos campos da bata-lha I

Evidentemente, a responsabilidade in-teira caia sobre Bazaine, que era o co-mandante em chéfe. Mas ao seu lado estávão ómens que, no entanto, tinhão

todo o interésse em não deixar empor-calhar um passado inteiro de onra e glo-ria. Ao seu lado estávão Canrobert, Bourbyki, Ladmirault, etc. Como foi que nenhum desses ómens, ou um em nome de todos, se dirijiu a Bazaine, quando as tropas começaram a comer os cavai-los, para lhe dizer: «Onde nos quereis levar? Quando os cavalos tiverem des-aparecido, o que avemos de atrelar, para dar batalha, ás nossas baterias? Res-pondei, que o exigimos em nome da nossa onra e das bravas tropas que em nós deposisam confiança.» Se o disse, por-que foi que nenhum deles, que todos considerávamos como os typos mais per-feitos da onra militar, porque foi que ne-nhum desses generais não voltou, pas-sados dias, a caza de Bazaine, de rewol-ver no bolso, para desfazer a ingrata figura desse boule'ogue entregando o comando ao que fosse mais digno?»

Porque foi? Pelo mesmo motivo porque Mac-Maon se foi espetar em Sé-dan, com plena consciência de que cami-nhava para um dezastre.

Napoleão III queria retroceder sobre Paris. Porque o não fez? Porque a imperatris lhe telegraphou, dizendo: «Não penseis em voltar aqui. O vosso regrésso fari; dezencadear uma espan-toza revolução.»

Consta-se que acrescentára, depois de expedido o telegrama: «Não che-garia vivo ás Tulherias. »

Trochu foi de Chalons a Paris para convencer a imperatriz. Mac-Maon reco-nhecia e assignalava o perigo da marcha de flanco. Debalde. Marche, para salvar a monarquia ! Marche ao acazo, marche á aventura ! Rouer vai a Chalons para convencer o imperador. Acima de tudo a salvação do trono I Perca-se tudo, mas salve-se o trono! Marche, marche!

E Mac-Maon marchou, levando con-sigo o imperador. Marchou para o açou-gue, marchou para a ignominia. Em no-me da salvação da monarquia I

Mac-Maon foi para deante para fujir á revolução. Bazaine encerrou-se em Metz para combater a Republica, filha da revolução. Soldados do rejimen. E com elles Canrobert, Bourbaki, Ladmi-rault, Ducrot, Wimpfen, Qalikao, Leboeuf Trochu. Ó! Todos! Todos! com raras, raríssimas excepçõis. E assim sucede em toda a parte 1

Se Bazaine não se encerrasse em Metz, se combatesse como soldado oura-do e valorózo, se Mac-Maon se aproxi-masse de Paris, melhores dias terião vindo á França. Mas era, ao mesmo pempo. o triunfo certo da Républica. Mais valia arriscar tudo, embora com sérias probabilidades de tudo perder. Que importava jogar a vida de milhares e milhares de ómens? Que importava jo-gar os destinos dum pais?

Comtanto que restasse uma única probabilidade de se salvar a monarchia.

A'l Os rejimens condenados são assim: uma roleta! E todos os que os servem, batoteiros dezesperados e sem pudor. Nem amor á fazenda, nem amor á onra.

Transijir com eles, é uma loucura. Esperar deles uma melhoria ou um

progrésso, uma verdadeira irrisão.

VERDADE

Recomeçou a sua publicação este nosso colega que se publica em Porti-mão. Aumentou o numero de pájinas e melhorou as suas diversas sécçõis.

Agradecendo a vizita, dezejamos-lhe vida longa e dezafogada.

Organizaçõis partidárias Dum artigo da Vós Publica, com a

rubrica acima, destacamos este trecho:

Nos partidos democráticos que vale o mesmo que dizer républicanos, a sua força consiste nas organizaçõis popula-res, nas sécçõis do povo, nas commissõis paroquiais e municipais. As democra-cias estribão-se em baixo e não — como sucéde aos monárquicos — tirão a força do alto.

Se entre êstes o chefe, único poder dentro da organização, atropela princi-pios, nas democracias tal não é possivel porque os principios é que norteão os dirijentes. Num partido democrático, a centralização de que sofrem os monár-quicos em Portugal, é incompatível com o corpo doutrinário, porque esse partido não vive dos seus- grandes ómens, mas da grandeza das doutrinas por tôdos professadas.

Muito embora um partido inscreva na sua bandeira a palavra democracia não a atinjirá emquanto tudo se confiar do impulso central, emquanto os agrupa-

mentos populares não fizérem obra por iniciativa própria.

Mèzes á que Jean Jaurés, sustentando esta teoria, apreciou na Petite Républi-que, sob este ponto de visbi, o partido socialista alemão, e demonstrou que só ultimamente êle entrava nr. faze demo-crática, porque até então não passára duma soberba brigada, maravilhozamente disciplinada na arrancada, mas moldada nas formas rijidas dum excluzivismo au-toritário.

José Falcão, foi, no republicanismo português, um grande orientador, sem jámais ter sido investido numa chefia única, porque êle possuia em si a supre-ma das autoridades, a autoridade moral, o poder espiritual que imprime força enorme a quem o possue. Jozé Falcão era, por isso mesmo, um representative-man das doutrinas democráticas, onde a autoridade não se impõi mas se conquista praticando as doutrinas que se propá-gão. %

E' d'ai que a nós republicanos nos provem a força que dia a dia falta aos partidos monárquicos.

Associação dos Artistas Recebemos o Relatório e contas rela-

tivas ao ãno de 1903. A receita durante o ãno de lOO.i foi de

4:1760442 réis, e a despêza de 4:0470753 reis; avendo um saldo jeral de 1280681) reis, sendo respétivamente": no cofre de socorros 360108 réis; no cofre de im-possibilitados 530432 réis; no cófré de pensionistas, 450 reis; e no cófre da bibliotéca, 380699 reis.

O saldo deveria atinjir a importancia de 1:1130543 reis, senão se capítalizás-sem 4970457 reis, e : e pagássem débi-tos anteriores, de outras jerencia, na importancia de 4870397 reis sendo: á Liga das Associaçois, 4240072 réis; á companhia do gás, 160745 reis, aos fa-cultativos srs. drs. Freitas Costa e Car-los de Oliveira 400000 reis, por conta dos seus créditos; 60000 réis da resti-tuição da cobrança de 1902 e 580 réis ao ex-tezoureiro sr. Francisco da Silva. Machado.

Durante o ãno eféctuárão-se destra-tes de capitais na importancia de reis 1:1010288, e convertêrão-se em inscrí-çõis de assentamento I:3vl8$lb0 réis, fi-cando existindo em dinheiro dêsses des-trátes, 240$000 reis, capitalizando assim 4970457 réis.

O movimento associativo foi o se-guinte :

Avia em 31 de dezembro de 1H02-627 socios. Forão admitidos em 1003 seis. Morrerão onze e forão eliminados 25.

Existião em 31 de dezembro de 1903 quinhentos e Loventa e séte.

Os donativos mais importantes forão o de 1OO0OUO da camara municipal para sustentação das aulas nóturnas e o de igual quantia do sr. Conde de Valenças para beneficio do cófre de socorros.

O conselho fiscal, no seu parecer sob o zêlo desta jerencia, exprime-se assim:

« Para poder obter-se este rezultádo, relativamente lizonjeiro, ouve de empre-gar-se medidas de excéção que, se por urri lado fôrão afétar os lejitimos interes-ses de todos os consócios, por outro fo-rão garantir a vida da nossa Associação, que estava préstes a extinguir-se.

«E sendo pois devido ao extraordiná-rio zêlo e nitida intelijencia da incansá-vel e bem orientáda diréção a relativ?, mas /eal prosperidade que ôje fica go-zando a nossa agremiação, propomos que aqui lhe fique consignado um vóto de louvor pelos seus interessantes ser-viços. Este nósso vóto tem tanta mais justificação quanto é certo, com profunda mágua o rejistamos, lutar-se com grande dificuldade para conseguir obter entre os nossos numerôzos consócios quem dezeje, ou mesmo queira, tomar parte na jerencia désta Associação tão rica de tradiçõis altamente altruístas, tão reco-nhecidamente interessantes para os seus associados.

«Lamentando nós apenas que a diréção, que tanto se distinguiu nos serviços pres-tados a esta colétivade, não tivésse podido concluir os seus trabalhos reformadores dos estatutos e regulamento interno da Associação, sômos de parecer que lhe deveis aprovar plena e integralmente as contas da sua jerencia.»

A Associacão dos Artistas nunca con-seguirá a prosperidade e o progrésso, que seria para lhe dezejar, em quanto não acabar de vês com a politica de ódios mesquinhos e de interésses monár-quicos.

Em quanto na associação dos artistas se não tratar excluzivamente dos inte-résses dos artistas, em quanto se pres-tárem a entrar nas suas eleiçõis arreba-nhados por um galopim, como quem vai

para a egreja votar num deputado, em pága ou troca de um favôr, a vida da Associação nunca será estável.

A istória dos últimos ãnos prova-o exuberantemente.

A associação dos artistas podia ser a de vida mais dezembaraçáda, a de maior prestijio, a mais consideráda em Coimbra.

As tricas da politica monárquica, as intervençõis de pessoas extranhas ao meio artístico fizérão-lhe perder o logar, que tão onrózamente ocupáva no movi-mento associativo do trabalho nacional.

A lição tem sido dúra, deve aproveitar. Por a nossa parte congratulamo-nos

por vêr que, emendando erros passados, a associação dos artistas vai melhorando de condiçõis.

Agradecemos o Relatório e Contas.

A B r a z l l e i r a

Acha-se nesta cidade, em viajem de propaganda dos produtos coloniais desta cáza comercial do Porto, o sr. Jayme de Brito que, no Café Marques Pinto, tem oferecido gratuitamente chavenas de cafa para que todos pássão avaliar das suas qualidades.

A Brazileira, cáza especial de café do Brazil, celebrou no dia 4 de Maio o seu primeiro aniversário publicando por essa ocazião um numero comemorativo, inse-rindo uma gravura do estabelecimento e colaborado por Gualdino de Campos, Alves Mendes, Jaime Filinto, e outros distintos literatos do Porto.

Agradecemos o convite, e a oférta do numero comemorativo.

Augusta Cósta Móta, expôs na quarta expozição da Sociedade Nacional de Bélas Artes, que se abriu em Lisboa na terça-feira os bustos de Fr. Manuel do Cena-lulo e conselheiro Antonio Candido.

I S o a t o s

Informão os jornais que o sr. Gover-nador civil tem pronta uma carta com a indicação das cázas que tem esgotos em comunicação com a canalização jeral; que vai a caminho de publicar o cadastro (nunca o termo foi policialmente melhor aplicado) das condiçõis ijienicas dos pré-dios urbanos; e que para bréve teremos uma lejislação especial que nos porá em condiçõis de ombrear com as mais adean-tadas cidades do extranjeiro.

Informa-se oficiózamente que tem por colaboradôr em ôbra de tanta monta o sr. delegado de saúde.

Tudo se explica assim. E' a força de trabalho acumuláda.

A delegacia de saúde de Coimbra não tem feito nada.

Estêve a poupar forças. Agóra fás tudo e de repente. E' o que se v ê . . . escrito.

Infórmão mais os jornais que por instancia do sr. Governador civil tem sido dadas ordens pelo ministério das obras publicas para aumentar as vérbas destinádas a obras no districto.

Dis-se também que brevemente averá eleiçõis.

Este boato é provavelmente sem fun-damento. . .

contra a í É r e i z e

Partido republicano As comíssõis paroquiais répu-

blicanas do Porto elejêrão a seguinte comissão municipal:

Eféctivos Adolfo Ferreira Louzada, Antonio

Amorim de Carvalho, Dr. Antonio Luís Gomes, Antonio dos Santos Pouzada, Cláudio dos Santos, David Almeida Coim-bra, Eleuterio Cerdeira Enrique Pereira d'01iveira, Joaquim de Castro Silva, Jozé d'Almeida Coimbra, Dr. Severiano Jozé da Silva, Valeutim Pinto Ferreira.

Substitutos Alexandre Almeida Santos, Alfredo

Ferreira de Castro, Alfredo Jozé Pinto Ozorio, Antonio Dias Pinto, Antonio Pinto Carneiro Basto, Francisco Antonio Borjes, Francisco Cardozo da Silva Maia, Francisco Enriques Castanheira, Dr. Jer-mano Lopes Martins, Jozé Leio, Jozé Maria Silva Doria.

Saudamos cordealmente os nos-sos correlijionarios da comissão mu-nicipal do Porto, de cuja dedicação á cauza republicana muito á a es-perar.

Na sessão de 30 de abril da Socie-dade das ciências médicas de Lisboa, Sabino Coelho, que reprezentára esta associação no congrésso de Coimbra, deu conta da sua missão com a comuni-cação seguinte:

Sr. prezidente. O «Congrésso de Coimbra» foi um

triunfo para a «Liga Nacional contra a Tubérculóze», e uma felís compensação de tristes acontecimentos, sintomáticos da nóssa inferioridade social.

A' a contrapor, á enorme proporção de analfabetos, aquêles que estúdão, como os congressistas de Coimbra.

Sem o menór desgosto, sem uma nóta discordante, discutiu-se, concluiu-se, estabelecêrão-se bázes para lejislação, e deixou-se saúdózamente a pitoresca ci-dade, partindo, ligádos pela amizáde e confundidos numa família, os que avião chegado dispérsos e sem prevêrem que, em tão poucos dias, um laço indissolúvel os prenderia para sempre.

O «Congrésso de Coimbra», sr. pre-zidente, foi uma enerjia, que arrebanhou atividades izoládas num tôdo produtivo.

Os estúdoj valiózos dos núcleos de Lisboa, Guarda e Beja, e os importantes relatórios, que fôrão, como aqueles, dis-cutidos, glorifícão a obra, apezar de a escassês do tempo avêr impedido a cri-tica dos restantes trabalhos aprezenta-dos, cujo mérito justifica louvores equi-valentes.

No estudo dos rezultados alcançados no país pelos divérsos sistêmas de cons-trução de abitaçõis operárias, importante pelo lado ijienico e moral, e pelo auxilio, que présta á rezolução do problema da indústria no .domicilio, aceitavel para da-das ipótezes, o sr. Antonio d'Azevedo foi exaustivo. O estudo do sr. Lima Faleiro, sobre relaçõis do alcolismo e tubérculóze em Portugal, demonstrou què não está provado sêr o alcoolismo predispozição para a tubérculóze. O estudo do sr. Lopo de Carvalho, sôbre inquérito de condiçõis climatéricas das diferentes localidades do país, que parécem profícuas para a esta-, ção de tizicos, definiu a dificuldáde de tratamento dos tubérculózos no invérno nas rejiõis.estudadas na Serra da Estrela. Aos trabalhos dos três núcleos seguirão-se os relatórios, dos quais o primeiro aprezentado fi i o do professor Miguel Bombarda, sobre a dejenerescencia moral do pôvo portugnês como fátor da expan-, são da tubérculóze, em que o autôr sus-tenta que a perda da nossa enerjia, o egoísmo, a indiferença, a ignorancia e a falta de solidariedade concorrem a deter-minar o abandono sanitário e portanto a dejenerescencia fizica, que por sua vês agráva a decadencia moral, ferindo-se cauzas e efeitos num circulo viciôzo pro-gressivamente esmagador. O relatorio do professor BernardinoMach ido, sôbre regu-lamentação do trabalho dos menóres e das mulhéres na indústria termina por9 conolu-zõis, em que, entre outros principios, se estabeléce o do novo direito do operariádo e especialmente da mulhér e dos menó-res, e a necessidade de extendêr a todas as industrias e profissõis a protéção daquela e destes. 0 relatório do sr. Oliveira Simõis, sobre regulamentação do trabalho dos adultos na industria, rezúme a matéria em 21 concluzõis, nas quais figúrão o devêr de defendêr o trabalho na lejislação, a inferioridade do sioeating systêm, o limite das óras do trabalho diúrno e nótúrno, o desçanço ébdomadá-rio, a protéção ás operárias grávidas, a proibição do fósforo branco, e a criação de caixas de socorros e de segúros. O relatório do professor Egas Monis, sôbre bázes para a criação em Portugal duma lei protétôra da primeira infanda, con-clue por 18 bazes, tais como a que encar-réga o estádo e as camaras municipais da protéção das grávidas e da primeira infancia, com a cooperação das autorida-des administrativas e sanitárias, a que estabeléce a criação de azilos de protéção para as grávidas pobres, a que institúe maternidades, e a que se refere á cria-ção de um fundo de assistência á primeira infancia, proveniente de adicional de contribuição sôbre as cázas de venda de tabácos e de bebidas alcoólicas. 0 relatório do sr. Cassiâno Néves, sôbre o mesmo assunto, contem dádos valiózos, de que são exemplos: o rejisto civil obrigatório, natalício e obituário, com denuncia do nascimento no prazo de cinco dias, a mutualidade matérna obrigatória, com subsidio de jestação e de puerpéno, premio de lactação, e a fiscalização dos preceitos de assistência de ijiéne infantil. O relatório do professor Antonio de Pá. dua, sôbre diagnóstico precoce da tuber-

R G ^ l S T M P l ^ ^ i i i n t a - Ç e i r a , 13 àe Maio de l í > O i

culóse pulmonar, que o congresso rezolveu difundir pelo pais, termina por 8 conclu-zõ í sem que estão reunidos elementos de importancia, elassilicados, em dados clinicos, emprego semiótico de certas substancias e investigaçois de laboratório; aproveitando-se a constituição do doente, a anamnéze pessoal e ancestral, a explo-ração clinica dos aparelhos respiratório, circulatório, dijestivo e nervôzo, a injestão de iodêto de potássio, a injéção de sôro artificial, o exàme do conteúdo estomacal e das fezes, o sôro diagnóstico, o exame dos escárros, o exame radiolojico e a reáção de Ehrlich. Os relatórios dos pro-fessores Serras e Silva e do sr. Silva Carvalho, sobre áção do saneamento jeral na tubérculôse, dão a maior importancia ao saneamento e ao barateamento das subsistências, mostrando-se os seus auto-res menos contajionistas do que outros, e colocando em primeiro logar a questão de terreno. O relatório do sr. Estevão de Vasconcelos, sôbre obrigaçõis do Estado para com os tubérculózos pobres, contem nas suas 9 concluzõis a necessidade do ensino primário obrigatório a de comis-sõis municipais e paroquiais de assistên-cia publica e a de subsidio de invalides.

A discusão sôbre os estudos dos núcleos e dos relatórios, sr. prezidente, conservou-se sempre á altura da organi-zação cientifica, distinta e dezapaixonada, donde emanou instrução umanitária.

A conferencia do professor Clemente Pinto, como trabalho de- ciência, e a expozição anéxa ao Congrésso como óbra de propaganda, não pódem nem devem, também, s,er esquecidas por mim.

Na impossibilidade de aprezentar um relatório da proveitóza exibição de ciên-cia, feita em Coimbra, vou dizer depois désta rápida noticia, o que senti, como médico, como ómem, como português e como reprezentante da sociedade das ciências médicas.

Como médico, sr. prezidente, compre-endi, que a Liga Nacional Contra a Tu-bérculóze é uma onda fórte, apezar de desprotejida, engrossando cada vês que tropéça, não em inimigos, porque nao os á a valèr na clásse médica mas em indiferentes, que, despertádos e atraídos, veem aumentar-lhe o volume.

Como ómem, sr. prezidente, olhan-do parçi trás e para diante percebi es-tár num ponto de passájem da desgráça da pobre jente sem ampáro de ciência médica para a felicidade de jeraçõis go-zando da interferencia de investigadores, a que ão de dever situação vantajóza. Dum lado tizicos amontoados sem receio de contajio, apegádos ao vélho principio de erança. Do-outro a profiláxia indivi-dual e social, pesquiza do tubércuiôzo, a a sua sequestração e o seu tratamento.

Como português, senti-me crescêr. A lús, brotando de cérebros nacionais na Sála dos Capêlos, fazia-me elevár, convencendo-me de que o adáji<\ con-cedendo a tôdos o beneficio do sol que nasce, nem sempre reivindica em vão, para os pequenos, direitos conferidos aos grandes. Sentime vaidôzo, sr. prezi-dente, mas vaidôzo pelo trabalho dos outros, vaidôzo pela glória alheia.

Como reprezentante da Sociedade das ciências médicas, reconheci ser su-perior ás minhas íôrças o encargo que me foi incumbido Agradeci a quem de-via agradecer e saudei quem devia sau-dar, não tendo esquécido o talentôzo e virtuôzo exm.° sr. Bispo Conde, que as-sistiu ás sessõis do Congrésso, revelando o dezejo de acompanhar a medicina nos estudos de interésse social, tendentes a melhorar a sorte dos desfavorecidos da fortuna.

Por ultimo, sr. prezidente, cumpre-me declarar que trago, como lembrança das óras felizes passádas na Sála dos Capêlos, duas lágrimas da fina sensibili-dade do professor Daniel de Matos, ates-tando que seu coração pulsa izócrono com o coração da Sociedade das ciências médicas, que é a mãe da Liga Nacional Contra a Tubérculóze.

O professor Bombarda, depois de insistir na importancia do congrésso e de frizar a grande ilustração da clásse médica portuguêza, propôs um vóto de louvor ao professor Sabino Coêlho pelo módo como reprezentou esta sociedade no Congrésso, e bem assim um vóto de congratulação para com o Núcleo de Coimbra pela maneira como realizou este Congrésso dos Núcleos da Liga Contra a Tubereulóze, liga que, como é sabido, foi fundada sob os auspícios da sociedade.

Ambas as propostas fôrão aprovádas por unanimidade.

Associação Acadsmíca No próximo sabado terá logar, ao

que se dis, um espétáculo que reverterá a favor do cófre desta associação que á ãnos vive uma vida mizerável, susten-tando-se apenas pela dedicação de um único sócio.

Está nomeada uma comissão á frente da qualse acha o sr. dr. Calisto para tra-tar de fazer reviver a antiga instituição de uru passado tão brilhante.

Não nos paréce fácil a taréfa conti-nuando com a orientação antiga de tunas e grupos drama ticos.

O passado da Associação Académica não é brilhante pela istória dc>s triunfos dramáticos de académicos ociózos em pa-peis de ambos os séxos.

O éco d'essas noutes desapareceu e o pouco que d'éias ficou está ligado ao nome de Antero do Quental e Teofilo Brága e ás manifestaçõis de intelétuali-dade e independencia que êsses e outros que se lhe seguirão, provocárão e diri-jirão.

A istória da associação académica fecha brilhantemente com Eduardo de Abreu e o centenário de Luis de Ca-mõis.

D'ai por deante foi decaindo nas mãos de estudantes ábeis, que dávâo esperanças de vir a sêr incontestádas glorias da monarquia portuguêza.

Com a vinda da primeira tuna de Santiago tle Compostéla ouve um arranco de vida mas tudo fracassou e a tuna, creada apenas para acompanhar os estu-dantes de Coimbra na sua viajem de agra decimento aos estudantes de Compostéla, absorveu toda a atividade nascente da academia.

de que nada é possivel fazer com a mo-narquia, e de que o partido em que se tinhão filiado ia seguindo o mesmíssimo caminho dos outros,

Mas o sr. Franco continua ao lado da realêza, e continua na crença de qirrêle é uma garantia solida da independencia nacional. E com o sr, Franco continuão aquêles dos seus partidários que se «pro-punhão ir para deante» quando a realêza forma um obstáculo a uma obra de sa-neamento governativo.

Estão todos convencidos de que a corôa vive iludida, e que é das suas iluzeis que o sr. Intze vaivi vendo.

Maningancias...

I questão da "Bibsira-Peixe,, na iilia de S. Tomé

ii.-

I I I ,

IV.

Denúncia, — IS.0' 1041 a 1802 —Agosto de 1894 a Abril de 1897 - -do Universal, de Lisboa.

- Desfôrço, — N.os 481 a 605 — Outubro de 1899 a Dezembro de 1900 — da Rezistencia, de Coimbra.

- Eaiecuçõis. — N.08 627 a 649 — Março a Maio de 1901 — da Rezistencia, de Coimbra — e 444 a 519 — Dezembro de 1901 a Feve reiro de 1902 — do Mundo, de Lis-boa, (interrompido).

— E m Conta C o r r e n t e . — N.°: 828 a 831, 837, 838 e 840 dé Agosto a Outubro de 1903 — da Rezistencia.

No seu posto... A dissolução do parlamento deu azo a

que nos vários agrupamentos monár-quicos se dezenvolvêsse e enredásse uma mesquinha intrigalhado que ao pais.não aproveita conhecer, brigas de vaidades e de ambiçõis que só demonstrão o abso-luto dezapêgo de quaisquer principios orientadores, fraquêzas deploráveis de ómens que se deixão vencer, pelo ábito ma ti de baixarem a cabeça, logo depois de a a verem erguido, num arremeço de brio no ligeiro esquecimento a seu oficio de cortezãos.

Estas fraquêzas precizamos tle pôl-as em destaque, para se vêr até que ponto o rejimen atrofia os carateres e dobra as consciências, anulando-lhes toda a ini-ciativa para um rasgo corajôzo de inde-pendencia.

Falou-se, por exemplo que o sr. Bei-rão, dissera no conselho do Estado, em termos ríspidos de bom português anti-go, algumas verdades duras que soárão mal aos ouvidos sensíveis de altas per-sonalidades; e que desde esse dia, sob o anátema do Paço melindrado, o sr. Bei-rão pensára em abandonar a politica onde era, pelo seus escrúpulos de ómem são, em elemento perturbador.

Anunciou-se até que s. ex.a formulára o dezéjo de não ser reeleito, e da parte da imprensa progressista não veio des-mentido ao boato em circulação.

Tínhamos então um ómem decidido a romper com duvidas e ezitações, liber-tando-se emfim das responsabilidades uma politica vergonhóza?

# Ao cabo de todos esses sucéssos, o

sr. Beirão fica onde estava. Isto é, no partido progressista e ào serviço do Paço Enojádo, desgostôzo, como quizérem, mas fica sempre, colado, transjente.

O rejimen fás assim aos ómens que dêle -se aproveitão; deforma-os. Entrão para o seu serviço, muitos dêles, direi-tos e justos, com intençõis alevantadas, com dezejos excelentes, e passado pouco tempo o rejimen tem conseguido enve-nena-los, corrompe los, obriga-los.

Fás de ómens uns pobres-titeres que cordel das suas conveniências manéjão

E é precizo ter uma grande rezistencia moral, para manter, como o sr. Bei-rão, após largo tempo, de convivência com êle, certos escrupulos de caráter.

Mas apezar desses escrupulos, o sr. Beirão fica ao lado do rejimen, para o servir, quem sabe até se para o defen-der quando êm óra de justa dezafronta, 0 pais se dispuzer a derrubá-lo.

Tal é o rtjimen, tais são os seus. #

Assentou-se ainda que o sr, João Fran-co era também dos que pensava em reti-rar da politica, convencido de impossibi-lidade duma obra - salvadora dentro do rejimen.

Presurózamente se desmentiu a no-ticia.

E' certo que vários correlijionarios 1 do sr. Franco têm retirado, convencidos

P o s t e s c r i p t u m

No sétimo dos artigos da séria com a epigrafe — Em Conta Corrente — que sobre esta etêrna « Q u e s t ã o «la R i -be ira-SPeixe» escrevi, primeiro, para o Mundo, de Lisboa, e, depois, para a Rezistencia, de Coimbra; nesse artigo azarento. . . em 17 de Novembro ultimo, dizia eu:

« . . . Acontéce que, à Ora em que estou escrevendo e a métros de distancia de mim, está-se procedendo á autópsia no cadáver de um serviçal da róça «Rio-do-Ou-ro», trazido á cidade, á prezença das autoridádes, por outros 21 ser-viçais da mesma roça, uns compa-nheiros de trabalho — dos mais an-tigos e melhores prêtos d'aquéla róça 1 — que se queixão ao seu Curador, d'êles, não só das violên-cias de que o outro veio a falecer, mas de constantes maus tratos a eles mesmos e ao résto do pessoal.»

E acrescentava logo, por dever de consciência:

«A queixa e a acuzação da morte violenta nem dos maus tra-tos, feita contra o atual adminis-trador da róça «Río-do-Ouro» não é de crer e, menos ainda, de valer. O que é muito de crer e muito mais de valer, é esta manifestação estron-dóza d'aqueles 21 serviçais, contra o rejimen insuportável, porque o i l u s t r e t i t u l a r os trata e manda t r a t a r . . . muito diferente daquêle a que estávão abituados; em. que, á tantos ãnos ali trabalharão, na vi-jencia e confiança do qual se recon-tratarão, segunda e terceira vês.»

Mas já previa também:

E d'ai, pôde bem ser que nada d'isso valha tanto como valerão, lá no Reino, as aldravices do seu atual procurador jeral e bastante: o Fo-zenca das notas falsas que o seu consúcio e co-mandatário troca, aqui, por verdadeiras. . . sendo precizo,»

E. por isso, quando tive de revêr aquêle meu artigo que, por quaisquer motivos, não foi publicado no tempo de-vido; quando o revi, na data de 4 do corrente, confirmei o que previra com o seguinte:

corre tudo pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis,»

Tal qual. Veio a êstes seus domínios o i l u s t r e

t i t u l a r . Trazia á sua mão'direita a vima justiciae, que pouzou no seu velho solar de Diogo-Vds.» E . . justiça se fês logo, toda, inteira, aos seus incon-testáveis méritos e créditos. O procésso instaurado por cauza das violências que cauzárão a morte e dos maus tratos constantes, ficou guardado de remissa... por tempo de 5 ãnos I

E o próprio transmissor da queixa com o promotor da dita dérão a s. ex.a

a confirmação plena e soléne tle — paradigma r> dos roceiros de S. Tomé,

oferecendo-lhe um lauto banquête á sua meza comum, d'êles, no fausto e osten-tôzo convívio dos reprezentantes das justiças de terra, mar e céo. . . Uma compléta apoteóze! .

Faço pois amende honorable por mim e por todas essas Companhias, Socieda-des e Parcerias agrícolas de S. Thomé e Príncipe; pelos seus jerentes e admi-nistradores, lá e c á . . . por todos esses néscios que não conhécem, não sabem: nesciunt, ignórão como é que: itur ad astra . . .

Assim o.-fsoabéssa o supradito.admi-nistrador da róça «Rio-do-Ouro», o único bóde espiatório de culpas que não exis-tirão I . . . Corrido em arvore sêca e, 5 ãnos! á espéra de levantar a remessa!

E' edificante. S. Tomé, 20 de abril de 1904.

Ligório Nicolau Cabral.

© M I J A D O E L E C Í A M T I Í ;

REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA DE

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura e atualidades.

Publicação feita sob o auspicio de S. Majestade a rainha D. Amélia,

Dirétôr — A. de Souza (Guy de Preles). • . •

Redátores das secções :-Moda e vida Mundana Parisiense, bordados e todos os

o r a *?mtraba]hos concernentes ao belo sex o:

duzentos M e e m 0 ( s e j i e s Amélia de Souzae Hermids nia Souza.

Redátora e correspondente em Portu-gal: D. Olga de Morais Sarmento.

Redáção e administração : 30 bis; Rua Breçero, Paris.

« . . .São passados perto de qua-tro mêzes sobre o cazo referido e êle não só mudou de figura, mas apagou-se 1 . . . Veio a êstes seus domínios o nobre t i t u l a r , o único i l u s t r e d'êstes reinos, por conta das Novidades... e—Credite pos-teri t — os mesmos 21 serviçais por-tadores do cadáver autopsiado e queixózos dos constantes maus tra-tos por êles próprios sofridos, todos, sem discrepância, tudo desdissérão, tudo retratarão I . . . A êsses 21 e aos restantes serviçais do i l u s t r e t i t u l a r correu - lhes sempre e

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ANUNCIO • Éditos de 10 dias

Pelo Juizo de Direito da comarca de Coimbra e cartorio do escrivão do 2.° oficio, correm éditos de dés dias, a contar da ultima publicação dêste anuncio, citando quaesquer credores que pretendam deduzir preferencias, nos termos do art. 931.° do Codigo do Processo Civil, sobre a quantia de cento e dezesete mil setecentos sessenta e dois réis, em que foi feita penhora na comarca d'Arganil — depozitada na Caixa Geral de Depozitos e Instituições de Previdencia, pelo conhecimento de depozito n.° 10318, efétuado em 5 de março de 1903, por Antonio Carlos das Neves Cardozo, na qua-lidade de bastante procurador de Emilia do Sacramento Correia de Frias e marido, da Bemfeita, no inventario de Jozé Correia de Frias Quaresma e de sua mãe Maria Jozé Correia de Frias, que fôrão do dito logar, — em virtude de carta pre-catória dirijida por este juizo de direito para o daquéla comarca e emanada da execução de sentença comercial, que David de Souza Gon-çalves, cazado negociante, désta ci-dade, move. contra Antonio Mendes Correia, viuvo, industrial, rezideinte nésta mesma cidade.

Verifiquei a exactidão. O Juis de Direito,

R. Calisto.

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A v u l s o , - a t o r < 5 i s

V PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS

Editor

MANUEL DOLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges Typ. Demoeratica

ARCO DE ALMEDINA, IO

Considerações ! Não vae longe o tempo em que o país se manifestou publica e im-ponentemente contra a péssima administração dos governos, cuja critica severamente expendeu em comícios e reprezentações e em termos de tão brioza independencia que até para velhos e scepticos o momento foi de revigoradôra espe-rança. írmanaram-se néssa campa-panha, cuja iniciativa coube ao par-tido republicano, todas as classes e todos os partidos na opozição; e o protesto formulado não vizava res-tritamente a obra do governo atuaj ou ainda mais excluzivamente as suas propostas fazendarias, mas atinjia d i ré tamente , percuciente-mente, a obra de todos os governos, fosse qual fosse a sua proveniência, que á um largo periodo se vêm su-cedendo no poder.

Progressistas e rejeneradores, todos os partidos monárquicos, fô-rão com publica adezão dos seus proprios adeptos declarados respon-sáveis na situação critica do país. Com a documentação larga e indes-, mentivel oue a istória fornece, todos os políticos do rejimen fôrão acu-zados de fazer uma administração perdularia, imoral, ruinoza, esban-jando na tavolajem duma politica de quadrilheiros e na sustentação de exijencias e caprichos faustozos, toda a massa da riqueza publica. Com factos viziveis, com dados co-lhidos em peças oficiais e recolhidos pela simples observação, provou-se-Ihes que, apezar do gravame pezado das contribuições e da calmaria absoluta em que temos vivido, o país estava sem exercito, sem ma-rinha, sem instrução, individado, com uma burocracia que o devasta, com uma politica de corrutos e cre-tinos que o envergonha e empo-brece, com um réjimen que fás dêle

feudo escravizado á vontade um discricionária dum senhor, des cuidozo e áspero.

E ' de recentíssima data essa campanha em que, condenando-se vigorozamente o passado, se recla mávão, em palavras enerjicas, pro cessos novos de corajóza onestidade e independencia, um governo de ómens que só aos interesses do país olhassem, desprezando, calcando com patriotismo e probidade todas as exijencias e todas as solicitações cujo deíerimento os prejudicasse.

Não se condnou só o governo do sr. Intze, os seus processos, as suas propostas: pela mesma justa e pezada sentença fôrão atinjidos to-dos os governos de todos os par-tidos, e, em ultima analize, indiscu-tivelmente, o rejimen que êsses par-tidos servem e de cuja confiança excluziva os seus governos vivem.

Deante dêsse protesto caiu o ministro da fazenda, agarrado ás suas propostas, que passados dias o prezidente do concelho, que com élas fôra solidário, arguia de ino-portunas. E emquanto o país afir-jnava, de continuo, a sua má von-

tade ao governof pedindo a sua queda como ne$asto aos interesses da nação, a Cofoa manifestava-lhe, no lance de saída do sr. Teixeira de Souza, a sua confiança, conce-dendo-lhe a recompozição que guin-dou aos coi uchéos ministeriais o sr. Afonso Pequito.

Sim, era clara a situação • dum lado o país, do outro o governo e a Corôa, estreitamente aliados pelo processo duma tranzação custoza.

Soube-se depois: o sr. Pequito é um ministro caríssimo: deu por êlfi o país a soma linda de mil e sàsctntos contos, que el-rei gastará com pareimonia em próxima excur-são :

*

Entrados no periodo de activi-dade eleitoral, quando já os políti-cos tresuão nas correrias doidas da galopinajem ou, mais pacíficos e conciliadores, acordão solenemente em repartirem-se, como amigos, os paes da patria que á zona respétiva cabe fornecer, vem a pêlo inquirir déssa massa protestante, que se comprimiu nos comícios e em re-prezentações e assembleias graves gastou os mais luzidos tropos da co-léção a tais uzos destinada, qual será a sua atitude em frente do áto a realizar em 26 de junho pro-ximo.

Vae apoiar, nas urnas, os ómens indicados pelos partidos cuja áção nefasta reconheceu e verberou ?

Esquecendo os dezabafos de á tão brevíssimo tempo, vai dar os seus votos aos indivíduos a quem publicamente exprimiu já um voto enérjico de censura ?

Parece-nos que é um cazo para esclarecer, para que com verdade possamos aquilatar do valor e da sinceridade de cej tas manifestações, em que tem avído sempre reticen-cias e tranzijencias puzilamines, e em que a recomendação para que se não faça politica obdece a esse espirito de ambiguidade jezuitica e de covardia acomodatícia, què são a carateristica dominante de certos exploradores conhecidos.

Todos os que andárão protes-tando contra os desperdícios e as impudencias dos governos, todos os que, incendidos em patriótica cólera, os ameaçárão com a revo-lução salvadora, vão agora sufragar nas urnas nomes cuja politica foi tão es t rondozamente desconcei-tuada ?

Fizemos ás manifestações do comércio, com a independencia que sempre uzamos na critica dos su-cessos ocorrentes, os comentários que se nos afigurárão justos.

A ocazião propórciona-se á jus-tificação dêsses comentários, em que muitos virão um azedo espí-rito de impertinência jacobina; todos vamos começar a certificar-nos se sim ou não a campanha do comércio foi um movimento de vul-to, pela sua sinceridade e pelo seu patriotismo, ou uma grotesca tea-trada em que o país inamemente arranchou.

Esperemos.

Partido republicano Como foi anunciado n'outro numero

do nósso jornal, as comissõis paroquiais republicanas do Porto; elejêrão á dias a comissão municipal. Esse facto indicará o propózito de abrir um periodo de alivi-dade na politica republicana, em que se juntem e provem todas as vontades e todas as dedicaçõis e se adextrem numa lúta porfiáda todos os esforços?

Nunca a óra foi tão oportuna para uma mobilização de forças. Nunca o par-tido républicano foi tão anciózamente chamado a intervir e a redobrar de vi-gôr na sua arremetida contra o rejimen.

Graves responsabilidades lhe cabem, pois e á confiança do pais, iniludivel-mente afirmada, cumpro que êle cor-responda com uma atitude que plenamente a ju tifique.

É pela organização e reconstituição dos seus núcleos de atividáde, pela agre-gação de todos os seus elementos em dispersão, que o partido républicano á-de levantár-se, robustecêr-se e triunfár.

Mas não basta também que êsses nú-cleos se formem. É necessário que se dêem um programa e que o executem •orno amôr e tenacidade, de fórma a não constituírem inúteis agrupaçõis decorati-vas. E não é ainda bastante que èsses núcleos seconstitúão e entrem com ação, com mais ou menos vigôr e êxito, para que se dê por completo a óbra de união républicana; mas é precizo que antes de tudo começemos, nós, os ómens, por fazer o absoluto e sincero sacrifício de todas as paixõis e por afirmar, com u:n solene compromisso d'onra, a intenção fórte duina grande onestidáue e dum mlranZijente civismo.

Só assim êsses núcleos partidários serão uma garantia de produtiva triunfante atividáde.

Se os ómens que os constituem, não tivérem, cada um e tôdos, formado c propózito de lealmente se entenderem prestando-se a omenajem duma mutua e fortificante confiança, dando-se em todos os lances oportunos mostras de soli dariedade, êsses núcleos progressiva-mente irão perdendo a «ua força, acabando por dezaparecer sem deixarem de memória de quaisquer trabalhos úteis.

Sem essa força coeziva de con-fiança e de respeito, os ómens, ainda que aparentemente juntos para determi nadas operacõis, estarão de fáto ostilmente afastados; e assim, a ação dêsses núcleos trás o vicio orijinário da indisciplina moral dos que a promovem e á-de iogí camente perder-se sem resultados per duráveis.

Sejamos ómens. E' por ahi que obra de rejeneração partidaria que an damos pregando á-de começar-se, para que não séjão- efémeros todos os esforços feitos e todos os resultados obtidos.

Não basta que nos junte, para traba lhos, o motivo d'uma eleição ou nos reú-na, como espétadores, o facto de qual-quer manifestação partidária. " 0 que é indispensável é que nos

aproxime, sempre e bem intima e since-ramente, o culto dos princípios, a leal-dade das intenções, a justiça dos cara-téres, essa armonia que vêm do amor a um ideal comum e se fortifica no empe-nho do seu triunfo.

Temos poupado mais os nossos ad-versários do que nos temos poupado uns aos outros.

Separou-nos durante muito tempo uma suspeição continua e irritante. Donde vinha essa suspeição ? Quasi sem-pre parecia orijinar-se um desejo mau de dissolução. Avolumavão-se pequenos incidentes, accrescentando-se-lhes falsos pormenores infamantes: urdião-se siste-maticamente depreciações: e era de con-tinuo uma guerra de intriga nos basti-dores e cenas permanentes de ipocrizia amavel fóra dêles.

Esse periodo de crize parece ter passado. Reconstituem-se todos os nú-cleos de atividade que avião deszapare-cido, vai-se fazendo uma politica de atra-ção e de cordealidade.

si

Com essa atitude dos republicanos nos congratulamos, lembrando-lhes que precizão, antes de tudo, de ser omens a valer, com muita probidade, muita abne-gação e muito civismo.

D'O Liberal: Pois sim. Peor do que isto disse

o ilustre fundibulario do Liberal ao seu patrão de ôje, sr. Intze Ribeiro.

Viu-se depois que o obétivo de tanta barulheria éra aumentar o preço da venda . . .

E ainda avêmos de vêl-o, com sr. Judicibus, a fazerem de par-

ceria serviço da policia. E ' dum estofo. . .

PÁHl Logo após a dissolução do parlamen-

to, as trombêtas progressistas dérão si-nal de um orrendo, féro, injente e teme-rôzo combate ao governo.

Ouve pânico, na perspétiva do que seria a sangoeira eleitoral. . .

Agora, porém, as trombêtas já tócão a cessar fôgo.

Yeja-se, em vários jornais:

«Está feito o acordo entre pro gressistas e regeneradores no dis-trito de Castelo Branco. Cada um dêstes partidos elejerá 3 deputados.»

Socegue, pois, o monte Artabro, re-colha socegadamente ao seu leito o me-drôzo Guadiana, e deixem as mães re-ceiózas de apertar ao peito a filharada.

Tudo correrá pelo melhor . . .

Confirmão gazetas:

«E' certo que será eleito depu-tado governamental o sr. dr. Zefe-rino Candido, diréctor da Época.»

A independencia da nossa t e r r a . . Propomos que na lista onde figurar o

nome do sr. Zeferino Candido entre tam-bém o do sr. Carneiro de Moura, dirétor do Liberal.

Ficão muito bem os dois inimigos do sr. Intze Ribeiro . . .

No proximo domingo terá logar na Avenida do Caes o festival a favôr das créches de Coimbra.

A ideia, recebida carinhosamente pe las senhoras da nossa primeira socieda-de, vae ter uma realização brilhante.

Por ôje limitamo-nos a transcrever o programa.

No próximo numero trataremos mais dezenvolvidamente d'esta fésta que pro-méte ser uma festa de primavéra, de mocidade e de belêza.

Batalha de flores em automoveis e trens.

Jogo da roza entre amazonas e cava leiros.

Corrida infantil em velocípedes. Corrida de potes. Corrida de sacos. Para os n.°' 4.° e 5.° á prémios de

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Os trens devem vir enfeitados a ca-pricho.

No local averá uma barraca onde senhoras vendem flores.

Viajem rejia Á muito que se vem falando

numa viajem ao Brazil, que s?Ha o jreço posto pela corôa á sua con-íança dispensada ao governo.

Dadas as circumstancias preca-rias, difícil mas em que o país se encontra, debatendo-se aflitivamente numa crize multiforme tal viajem reprezenta um verdadeiro atentado e significa que ás reclamações do jaís, para que se entre num cami-nho novo de moralidade governa-tiva, só obtém dos altos poderes o mais duro e cruel desprezo.

Confirmão-se os anúncios dessa viajem. Cançado da vida monotona desta aldeola insípida que é o seu país, el-rei exprimiu dezejos de aba-lar até ao Brazil, escolhendo a oca-zião excelente de vizitar a expozição de S. Luiz e tocar, em excurção alegre, alguns portos de França.

Mas para que se não diga que somos suspeitos na apreciação desse extraordinário facto, fale por nós um jornal monárquico, cujos consi-derandos convém rejistar.

O Primeiro de Janeiro, impor-tante diário portuense, monárqui-co publicou á dias um artigo com a rubrica — Viajem inoportuna —^ em que o facto é severamente es-calpelisado.

Aceitando, em principio, as van-tajens dessa viajem, que serviria o estreitar os laços que nos ligam ao Brazil e a valorizar a importancia da colonia portuguêza na republi-ca sul americana, o Primeiro de Janeiro friza nestes termos a inopor-tunidade de tal excursão:

Só o momento não era oportuno, por varias razões facilmente reconhecíveis. As circunstancias do país, tanto nas ques-tões economicas como sob o ponto de vista moral, não são realmente dispostas para júbilos e festas, á viajem tinha de ser n'uma fórma que acarretaria dispên-dios nada compatíveis com a situação do tesouro publico; demais, quando emba-raços tão graves aflijem a nossa politica, não p o # aver o desprendimento e o ani-mo alegre que uma excursão de gala requer. Por isso, aplaudindo em princi-pio um plano de viajem muito simpático ao publico de Portugal e á nossa colonia no Brazil, em consciência se achava bem o adiamento de tal projéto para ensejo que se desejaria fosse em breve.

Assim, a noticia telegrafica, que no nosso ultimo numero inserimos, dizendo confirmar-se a viajem próxima de el-rei, causou uma extranheza ,que leal e ver-dadeiramente aqui devemos consignar. 0 embaraço, que devir estorvar a visita em questão, nunca foi maior do que é

'4gora. As condições do país, sob o ponto de vista da politica, são d'uma clara e grave crize que se não resolverá tão cedo. Não é 11'esta conjuntura que el-rei deve abandonar os negocios nacionaes que requerem a solicita atenção e a mais sensata prudência.

De resto não está apagado de todo esse fogo de protesto que tão intensa-mente aqueceu todo o paiz com a exi-jencia de agravamentos tributários. E as próprias regiões oficiaes, desde longo tempo pouco sensíveis aos movimentos do publico, sentiram desta vez tão ener-jica a expressão da vontade popular que se julgou oportuno, no intuito de acal-mar esse ardor de revindicações, fazer demitir um ministro e depois dissolver o parlamento. N'estas disposições do animo publico, um acta que represente de parte

—.

REZTSTEXCIA — Bocnin^o, 15 de Maio de IOO!

das altas individualidades nacionais- um propósito de festa e uma cansa lie des-pesa não pôde ser senão de aspera an-tipatia.

Para mais, o projéto aparece noti rindo com pormenores pouco justificáveis Não se trataria duma simples viajem ao Brozil, com o nriico o estimável proposito de unir mais em amisades as duas na ções e satisfazer a afétuóia vontade da considerável colonia portuguêza em acla-mar o supremo reprezentántè da patria querida. Dizia o telegrama, que nos foi enviado de Lisboa, que sua majestade visitaria também alguns portos da França e iria ainda á exposição de S. Luiz. Acrescentava que só tres navios seg rião nesta viajem para IIÍIO avolumar as despezas elevadíssimas da excursão. Ora se a simples ida ao Brazil era conside rada agora como dispensada pelos mo tivos expostos, a viajem com outros in tentos de mero prazer impressiona muito desfavoravelmente. São apenas tres os navios de guerra destinados a essa mis são; ^omludo èles par;: tal fim ocazio narão*gaslos de centenas de contos, que se não compadecem com o estado lasti moso 'das nossas finanças.

O Primeiro de Janeiro pretende depois desviar da corôa a respon-sabilidade de tal desatino, cuja lem-brança atribue aos aulicos, sem-pre solícitos em imajinar meios de captar as bôas graças do Paço; e numa curvatura amavel de bom mo-nárquico, espera que el-rei não eaira n o erro de irritai* a opinião paMfca com festas e despezas, egunn* do no piais só a eurlm-r « ç c . s e mizerias.

E' a eterna mentira da ccrôa iludida!

Desistimos de apensar mais lar-gos comentários ás reflexões justas do jornal monárquico, chamando para estes factos a atenção do país.

Poderíamos inquirir dos jornais monanquicos dos vários partidos, o que pensam da projetada viajem.

Não obteríamos resposta, como não a obtiveram aquelles que os in-terrogaram sobre a funesta con» fusão dos dois erários.

Frizamos este racto: quando o país, numa grande campanha patrió-tica, reclama moralidade no poder, afirmando não estar disposto á pa-gar mais um ceitil para a orgia go-vernativa, o monarca dispõe-se a esbanjar numa ostentosa viajem de recreio alguns milhares de contos de réis.

Que o país medite!

T 1 J B l 3S2 J&. T H . O

Agora

I®raças da S.a rezerva

A folha oficial publicou uma circular do ministério da guerra aos commandos das dhizõi; militares, convocando para serviço ordinário, por óO dias, em cada distrito de recrutamento, 200 praças da 2.a reserva.

que vamos ter nesta^cdade, ainda mais uma vèS, a companhia do teatro D. Amélia, e com a peça de Julio Dantas, a Sevéra, é ocazião de algu 11a coiza dizermos àqueles que desconheceu 0 entrechr> de -péça, e a quem o papão malidicencia tem incutido tanto médo.

Quando a Sevéra foi pósta em cenn no teatro D. Amélia, uma grande parte do público que frequenta essa' caza dé espébculos, manifestou-se abértamente favora-vel, aplaudindo enfúziastícamente a nova produção de Julio Dantas, em-quanto uma cutra parte fazia propalar acintózamentc coizas orriveis acerca da peça, isto na impossibilidade Je a patear.

Uns diziam a moralizadora, outros achavam que era o contrario.

Recorda-nos bem, qUe um amigo nosso, rapás iritelijenlissimo, nos dizia, numa carta, resposta a uma outra em que lhe falavamos da Sevéra, o seguinte:

«A peça é bôa, bêlamente feita e muito embora digão qualquer coiza de desfavorável, a verdade é que aqueles que não gostam, não é pelo que a peça tenha de imoral, mas sim porque, para pituitarias costumadas a Peqn d'Espagne e a violeta ic Parma, é bastante desa-gradável o 'cheiro do alecrim e da alfa-zema. A' mistura-com fidalgos d'alta linhajem como era o conde de Marialva. Daí a guerra.»

Orá digamos francamente, este nosso amigo tinha imensa razão quando tal escrevia.

A poça na verdade nada tem de des-moralizador; logo no í.° ato, um ato de aprezentação, o sr. Julio Dantas nada mais fás que nos mostrar os typos com quem mais privava o conde de Marialva, aparecendo também a Severa, que está realmente bem dezenhada.

Em todos os restantas atos, cenas d'amor intenso que os dois rmtrião um pelo outro, e em que a Severa mostra ás vêzes quanto de grandióza tinha a sua alma para com os desgraçados, a quem dava tudo o que podia e ainH mesmo o que não podia, sofrendo priva-çõis só para que todos quantos via, vi-vendo mizeravelmente, as não sofressem junto d'ella.

Por fira, no 4.° ato, vem a morte, esgare supremo de todas as vaidades mundanas, arrebata a Severa nas suas potentes garras, mostrando então o conde Marialva-, o amôr enorme que essa mulher lhe fizera ter, por ela, uma de-zerdada da sorte, e a quem a mizéria levou até ao mais ínfimo da escala so-cial.

Assim acaba a peça, onde grande numero de pessoas só via cenas desmo-ralizadôras I

Quanto a nós, diremos, que desmo-ralizados é sim tudo quanto nos fala em adultério, em amores ilícitos, e 110 em-anto, vêmos que tudo isso agrada, tudo 1 bom, sem que ája sequer uma palavra de reprovação.

Não seremos nós aquêles que neguem á emprèza os maiores louvores por nos "azer ver uma peça tão jenuinamente

LIVRO PROIBIDO

portuguêza, a qu,om de á muito está saturado de teatro francês.

Exposição agrícola

O estado concorre á exposição agrí-cola, que a-de ter logar na Quinta Na-cional d ' Agricultura, por ocasião dos festejos da Rainha Santa, com os exem piares de pecuaria que póssue nas cou-delarias de Vizeu e de Anadia.

T r i b u n a ! C o m e r c i a l

Reúne na próxima quinta feira ojurj® comercial désta comarca, para intervir na rezolução de diversos incidentes na fal-lencia de José dos Santos Carneiro, da Varzea de Goes e julgar a ação comercial que José da Cunha, negociante, de Coim-bra, movz contra Joáé Carvalho e mulher do Botão.

M a n o b r a s m i l i t a r e s

Diz-se que nos exercícios que 110 próximo outono se realizam no Bussaco, Penacova e Mortágua, para o que um grupo de oficiais do estado maior anda levantando o plano do campo de mano-bras, tomarão parte as tropas da 5.a

divizão militar, entre as quaes o grupo de artilharia 3, aquartelado nesta cidade.

Esteve enfermo com um forte ataque de reumatismo o estimado e considerado dirétor do Coléjio Mondêgo, sr. Diaman-tino Diniz Ferreira. Acha se quasi com-pletamente restabelecido, com o que muito me congratulo.

O sr. Diamantino Ferreira é um ver-dadeiro amigo das creanças, um desve-lado protétor e bemfcitor delas.

C o n c u r s o i V a c i o s a l d e T i c o

Déve realizar-se, segundo nos consta em 24, 25 e 26 de Junho o Concurso Nacional de tiro em Lisboa. Sobreopro-gramma, conferenciárão com o jeneral Lencastre de Menezes, dirétor jeral da arma tnrifanteria, o prezidente da União dos Atiradores Civis e o capitão Vergueira dirétor da carreira do tiro. Parece ter ficado acente que o concurso se realizará por clasíes- e que á distribuição de pré-mios, presidida por S. M. El-rei, prezi-dente onorário da União se imprimirá grande solenidade.

Afi n de facilitar o serviço da car-reira, a classificação do campeonato es-colar, o dós torneios da União será feita pela do concurso, f^o ultimo domingo de maio, é suspensa a instrução de tiro para dar logar a que os atiradores se póssão exercitar no mês de Junho aos alvos do concurso.

L t i q u i d a e ã o d a u m e s e f i t ô i *

Á dias apareceu, afixado ás -.esquinas, um cartas caricatural em (pie uma figura orrenda de beleguim segurava brutal-mente pelas guedelhas três cabêças de-

cepadas , A curiozidade atirou me a vista para

á e mais se acirrou em frente ao anun-cio do Livro Proibido, pelo titulo sujes-iimanle e pelo facto da póna, apezar de tudo, sempre prestijióza do sr. Fialho d'Almeida :i'êle colaborar.

Arranjei o livro e li-o rapidamente, com intermitencias dezoladas e ferozes. Os senhores que o lérão também estão a perceber porquê.

Uma coiza que me tem custado a compreender é como o sr. Fialho com uma reputação prestigióza de escritor que n'esta nossa terra tem feito uma das melhores prózas, que é dado lèr aos nos-sos ôliios inebriados, se baixa a acama-radar-se com idiotas de autentica orijem, cuja força de prestijio intelétivo consiste unicamente no reclame berrado n'uma insistência descarada por jornais de co-tação.

E chego muitas vêzes a encontrar a explicação misteriozamente escondida em fraquezas complacentes e compromissos tortuózos contraídos nas intimidades vi-ciózas, em requintes de dejenerescencia de literatos á Adelsward.. .

Mas aqui não. Por razões respeitan-tes aos dois companheiros do sr. Fialho, da côr.tinjida d'um e de real inversão no outro d'aq'ueltès predicados tizicos que constituem a belêza do moço « que é li-zonja da carne e vale bem a da mulher, oiro por oiro,» não é permittido admitir esse cazo e só se entend.i, pois, por degradação deciziva, a tal ponto inespe-rada.

O que necessario. se tórna acentuar, porém, é que é imperdoável a cumplici-dade do sr. Fialho n'essa pouca vergo-nha liíeraria que lhe sei virá somente para quebrar os derradeiros liames que, porventura, ainda o ligassem, por con diçõis do seu temperamento insubmisso e por reminiscências do seu combate ou ado, ás aspiraçtis e ás sympatías da mocidade pensante.

O Livro Proibida vem-nos revelar sim plesfnente que o Sr. Fialho lastimóza-inente liquida n'um erotismo insexual delirante, ficando assim confirmado, dum;: maneira poziliva, o que a propózito do mesmo senhor á muito se murmura de iinoralida le epizodiça em alcovas helio-gabalianas.

Se a sua próza se aprezenía plastica-mente perfeita, modelar, porque o sr. Fialho tem acentuadas qualidades d'ar-tista que se revélão a cada traço da sua pena inconfundível, éla, todavia, profun-damente desmereceu da outra, da an-tiga, cheia de emoçõis fortes, da vivaci-dade impressionista-do seu feitio intenso de alemtejano rebelde, das palpitaçõis do sangue novo que o assinalávão em auda-cias supremas.

A decadencia é manifesta. E' a clo-rózc provocada pelas voluptuozidades es-gotantes.

E' outro, Fialho, banaboia enterrado pas comodidades burguezas que dissol-vem, imoralizadó nos meios viciózos que bastárd£o, sem a inerjia antiga, sem des-prendimento, sem o arremesso impe-tuôzo de lutador mediévico qne o dis-tinguia. empalidecido, sivilizado até a alma, com um ar repugnante de sibarita insatisfeito.

Eu tenho, ás vêzes, a impressão que o verdadeiro Fialho, o de tantas pajinas vibrantes e magnificas, o panfletário, o artista, morreu; e que êsse ómem qde para aí anda uzando o seu nome e ser-vindo-se dos títulos nobiliárquicos do seu talento e do seu prestijio é um malandro complicado de farçante com o propózito ruim de desonrar a sua memória e que devia responder em policia corrécional por abuzo de confiança.

O Livro Proibido ó sujidade pegada, desde os primórdios camilhas do sr. Fialho .até es confins sandeus do sr. Pen-teado.

O critico dos Gatis atirando-se deza-briíi-amente aos podres sociais que êle vê em toda a parle, em todas as classes, em todos os ómens, em todas as mulhéres, não se lhe percebe um intuito sadio e legitimo fundado e inspirado em princi-pios que conteem em si todos os elemen-tos de reparação, de sanidade, de reden-ção que ão de fazer d'uma sociedade que fundamentalmente não presta, uma socie-dade armonica, bôa e feliz.

Parece até que o único motivo que o faz espumar de fúria é a concorrência

preferida, triumfal das mulhéres ; e que êle queria vêr esses rapazes a quem ac cuza de devassidão desmarcada, e que eu não defendo mas fundamente deploro pela sua situação de debochados e inú-teis a que fôrão levados por razões este-rilizardes de educação e por influencias deletérias do meio, ria sua intimidade com mise en scène de missa negra, para satisfação das suas rievroses satiriazicas.

Não é assim que se fará a obra qne é necessário realizar e 11a qual estão empenhadas as melhores e mais corajô-zas almas que á sobre a terra, comba-tendo, muitas vezes violentamente, con-tra os vícios d'uma sociedade que deri-vão própria nente da sua organização vicióza e produzem os rebentos tnons-truózOs e a dissolvencia moral que no seu seio deploravelmente se assinálão.

Vê-se bem que o sr. Fialho apro-veitou o ensejo para remeter á publici-dade meia du.zia de epizódios que a sua indiscrição, de blagueur impenitente não queria restrinjir ao gózo pervérso da esfera limitada dos seus corifeus.

Enrodilhou-os, para o efeito, na inex-cedida abilidade d'uma fórma luzida, no fogo de vistas de consideraçõis pretendi-damente morais e élas afétivamente lá andão, rejistadas já, no mênu folião dos gaudios bordelêscos.

Não á intuitos de rejeneração social, não á combate á lús de principios gene-rózos, não á indicação admissível de so-luçõis terapêuticas para o mal que nos enferma; á unicamente o prurido des-vergonhado do escândalo, a perfídia de uma exploração sem piedade, o expe-diente enfermiço d'um assalto á gloria perdida, pelo excitante.

E como obra de escanlalo éla vem marcar a élape, extrema da baixêza a que pôde descer um escritor que esteve bem alto, em logar de muito sol e de muita vida, dominando p los fulgores im previstos, sempre inéditos do talento, no meio da forte e sã paizajem portuguêza que êle soube interpretar como ninguém, face a face ao absurdo e á vilania que. não perdoava e que tem vindo por aí abaixo, de roldão, no meio da escolta dos seus serafins com olheiras, que acompanham fielmente o ijolo entoando arias panegí-ricas e salisfazendo-llie ternamente as exijencias doentias I

Aos outros nada á que dizer. Insigni-ficantes sem escrúpulos aproveitaram jubijózamente a camaradagem do sr. Fialho, como se èle fosse aquéja figura glorióza com arranques soberbos de denodo e galhardias magnificas de artista «pie se assinalou intensamente na litera-tura portuguêza.

Aquéla mizér ia . . .

e Santos; «serviços médicos, da ambu-lancia dos Bombeiros Voluntários.

Vigora o regulamento de corridas da União Velocipédica Portuguêza.

São fiscaes das pistas todos os socios do «Sport-Club».

Os prémios são oferecidos pelo «Sport-Club e pelos srs. Adriano Marques, Fran-cisco Nazareth, Alberto Maia e Benjamim Braga, e pelo Grupo dos XX, esperando se também um do sr. Bicardo Garcia & Gomes, presidente do júri nestas corri-das.

Á noute averá sarau na séde do «Sport-Club,» sendo por essa occasião distri-buídos os prémios aos vencedores das ridas, ceremonia a que se seguirá um baile, para o qual estão feitos bastantes convites.

E' a seguinte a ordem do sarau: — ino do Sport-Club, oferecido por

Jozé Elizeu, executado por um sexteto; movimentos livres pelas alunas da Escola Central; atlética, por Jozé Rodrigues, M. Bacelar e professor João d'Azevedo; torniquete, por Jozé Elizeu; movimentos livres, jinastica de Schencher, pelos alu-nos do Colejio Mondego; duplo, por An-tonio Machado e Francisco Pimentel; pa-ralelas, por João d'Azevedo, Jozé Elizeu M. Bacelar, Amândio Curto, Fernando de Castro, Eduardo Batista e Adriano Gou-veia.

G O J N T O L P A I V A Novidade farmacêutica—registado

E' sem duvida o medicamento mais eficás no tratamento das purgaçõis agú-

Coimbra. Carlos Olavo.

T i r o e s p o r í

Recebemos o n.° 281 désta explendida revista de educação fizica de que é diré-tor o sr. Anselmo de Souza.

Agradecemos.

S p o r t - C l u h

A grande entuziásmo para as corri-das e sarau que esta nova sociedade promove para oje e aos quaes damos em seguida o programa.

1.* Desfile jeral de todos os corre-dores.

2.a—Corrida de «Juniors amadores» (8 voltas). l.°, 2.° e 3.° prémios.

3.a—Campeonato do «Sport-Club» (Reservada) 12 voltas. Premio único —«Grande medalha de campeão» - para ser disputada tres anos seguidos.

4.a — Corrida de «Honra» (Profissio-nais) offerecida á «União Velocipedica Portuguêza. 15 voltas. l .° , 2.° e 3.° pré-mios.

5.a — Corrida «Nacional (Seniors ama-dores)» offerecida ao mais devotado pro-pagandista da velocipédia, Ricardo Gar-cia á Gomes. 10 voltas. l.°, 1.° e 3.° prémios.

6.a —Corrida de motocycletes até á força de 2 '/« cavalos, oferecida a José Bento Pessoa, 20 voltas. 1.° e 2.° pré-mios.

7.a — Corrida «Negativa» — (Rezer-vada para os socios do «Sport Club». l.° 2.° e 3.° prémios.

«Presidente». Ricardo Garcia á Go-«vogaes», dr. Arruando Leal Gonçalves e João de Azevedo; «juiz de partida, Jo-zé Trigueiros de Marlet; «juiz de che-gada». Benjamim da Costa Braga; «dele-gado junto dos corredores, João de Me-nezes Parreira; «contador de voltas,» Manoel Mesquita; «cronometristas», Ade-lino Ferrão e Josjé Ferreira de Carvalho

das e lentas.

Cura orijem a mago.

A' venda

cromicas, sanguíneas ou puru

rapida e radical, não dando qualquer encomodo do esto-

drogaria: na farmácia e Rodrigues da Silva, 16 — Coimbra.

Preço do frasco, 700 reis.

Ss^ola Industrial Brotero O conselho desta Escola, que reuniu

em 7 do corrente, deliberou que o ser-viço de exames na presente época fosse distribuído da seguinte forma:

«Português»—!.0 de junho—Charles Lepierre, Eujonio de Castro e dr. Ama-deu Feraz de Carvalho.

«Francês» - 3 e 4 de junho — dr. Amadeu Ferraz de Carvalho, Charles Le-pierre e Eugénio de Castro.

«Arimélica e Geometria»—6 de junho —Dr. Francisco da Costa Pessoa, Dr. Si-dónio Bernardino Cardoso da Silva Paes e Dr. Jozé Alberto Pereira de Carvalho.

«Principios e fizica e química — 7 de junho—Dr. Jozé Alberto Pereira de Car-valho, Dr. Francisco da Costa Pessoa e Dr. Sidonio Bernardino Cardoso da Silva Pais.

«Fizica e mecariica industrial»—8, 9 e 11 de junho—Charles Lepierre, Dr. Sidonio Bernardino Cardozo da Silva Pais e Dr. Francisco da Costa Pessoa.

«Química industrial» 13 e 14 de ju-nho, com pratica 6, 7 e 8 —Dr. Fnncis-co da Costa"Pessoa, Dr. Jozé Alberto Pe-reira de Carvalho e Charles Lepierre.

«Dezeriho elementar» - 1 e 2 de junho = A r t u r Prat, Augusto Carvalho da Silva Pinto e Antonio Augusto Gonçalves.

Desenho, ornamental—4 e 5 de julho — Augusto Carvalho da Silva Pinto, An-tonio Augusto Gonçalves e Artur Prá.

Dezenho arquitétonico — 8 e !t de julho— Antonio Augusto Gonçalves, Ar-tur Prá e Augusto Carvalho da Silva Pinto.

R e p a r a . . . Lê . . T r a í a - 3 3 dos teus i n t e r e s s e s

1 8 a i s o s s ã o p a s s a d o s d e p o i s q u e

As cmslipaçjõis, bronquites, rouquidòis ásma, tosses, coqueluche, influenza e outros encomodos dos orgãos respiratórios.

Se atenúão sempre, e cúrão as mais das vêzes com o uzo dos Sacarolides d'alcatrão, compostos ( S t c b o ç ã d o s M i l a g r o s o s ) onde )bs ifeitos maravi-lhosos do alcatrão, jenuinamente medici-nal, junto a outras substancias apropria-das, se evidenceíão em toda a sua salutár eficácia.

E tanto assim, que os bons rezultádos obtidos com uzo dos Sacharolides d'alca-trão, compostos ( R e b u ç a d o s JMiia-g r o z o s ) são confirmados, não só por milhares de pessoas que os lêem uzádo, mas também por abalizádos facultativos. Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto

Caixa, avulso, no Porto, 200 réis; pelo correio ou fóra do' Porto, 220 réis.

E F / a S T E X C l A — D o m i n g o , 1 5 d e M a i o d e 1 9 0 4 ti

Liquidação de mobili; Ma Q u i n t a da Cumes idã

DOS

Herdeiros do Fallecido Araujo

Domingo, 8 de maio, das 11 horas da manhã ás 7 da tarde, e mais dias seguidos durante o mez de maio, vendem-se por baixos preços os seguintes objectos:

Um guarda louça, um aparador, um fogão de cozinha com caldeira de cobre, uma fornalha de ferro, um fogareiro de cobre, differente bateria de cozinha, um fogão de sala com seu respectivo cano de zinco, uma commoda papeleira muito boa, uma dita com pedra mármore, quatro leitos de madeira, seis mezas de sala com pedra mármore, dois consolles com pedra mármore, uma meza de damas, um rico jogo de gamão e outros de damas, de pau preto, com pedras de marfim, quatro ricos quadros para sala, mais seis ditos, uma alampada para entrada de casa, seis candieiros de metal antigos, quatro figuras de gesso em tamanho natural com suas respectivas columnas, um piano bom para estudo, estantes para musica, duas banheiras, uma cadeira de creança, lavató-rios toillettes, louças e vidros differentes, um licoreiro de crystal.

Uma capella completa com rica talha, e um orgão portátil, duas alcatifas próprias para sala ou quarto, ou mesmo para igreja, differentes castiçaes, um sofá e duas poltronas estofadas, doze cadeiras de sola, com lavrados antigos, dois contadores, uma sella para cavallaria (cadei-rinha ), oito pipos para vinho, differentes drogas e tintas, uma barrica de cimento, uma bomba para elevação de agua, uma gaiola-viveiro, grande quantidade-de ferro avulso, uma collecção de torneiras de metal, madei-ras de castanho, dois contadores de pau preto, algumas mezas do mesmo pau antigas, trez retretes volantes, uma meza elastica de primeira ordem, para 12 ou 30 pessoas, uma jardineira com pedra mármore, um par de jarras antigas, differentes redomas, mezinhas de cabeceira com pedra mármore, meza de abas, para jantar, diversos castiçaes, armarios com-modas para arrecadação de roupas, colchão de arame e outros de lã, baldes e regadores, cadeiras retretes, e mais miudezas que estarão patentes e que tudo se venderá por preços resumidos.

P u M i c a ç ô i s Pela act editada Livraria Clássico

Editora, de Lisboa, de que ô depozitário em Coimbra o sr. João Rodrigues de Moura Marques, proprietário da concei-tuada Livraria Académica, foram postas á venda as seguintes Obras:

Conselhos aos dirijidos por Leão de Foltois.

E' uma compilação interessante de vários escriptos do grande pensador russo, cuja obra e cuja doutrina tem provocado no mundo pensante tão largos debates<

Em vários contos, artigos, diversos notulos Foltois esclarece pontos vários da sua doutrina, mal apreendidos ou diverjentemente interpretados. E para todos os que se interéssão pela obra do eminente escriptôr, o volume agora pu-blicado, em corréta tradução portuguêza, é indispensável, com um bom elemento de elucidação.

Magdnlena — por Albino dos Santos. E' um pequeno poemeto em 3 sone-

tos E' velho e gasto o tèma, e frouxos os versos em que o autôr o enquadra.

Auto Pastoril — Por Pedrozo Rodri-gues.

Auto Pastoril, agora publicado em 2.a

edição, falou já largamente o nosso co-laborador sr. João de Barros.

Trás a mais a opinião de imprensa e duas novas dedicatórias: ao sr. Vis-conde de S. Luis de Braga e aos inter-pretes de peças.

P A S S A T E M P O É magnifico o sumário do n.° 82

d'ésta ilustração editada, em Lisboa, pelos Grandes Armazéns Grand éla. A sua Cró-nica deve interessár a todo o trabalhador do comércio por advogar o encerramento por lei, ao domingo. 0 résto do texto, em que figura em concurso literário, o nome laureado de D. Ana de Cástro i Ozório, é um mimo. Principia uma nar-rativa istórica, A mõrte do Lidador, de Alexandre Erculano. Trás colaboração de Sá Pereira, Eduardo de Aguilar e Dominó Verde, bem como uma infinidáde de grandes gravuras relativas aos acon-tecimentos russo japonêzes.

0 Passatempo continua anunciando a tombola com um primeiro premio de cem mil réis em dinheiro para ser con-ferido ao assinante cujo numero de as-sinatura seja egual at) numero da sórte grande da Loteria de Santo Antonio, cm junho.

Todos que assinem o Passatempo até ao dia 5 de junho proximo, teem direito a êsse sortêio que além dêsse prémio, comporta uma grande quantidade de quadros a oleo, luvas, etc."

Um ano 1$000 réis. Um semestre 500 réis. Podendo enviar se em carta ou vale do correio a Grandéla & C.a—Lisboa.

0 MUNDO E L E G A N T E Sumário do numero 10,

correspondente a 5 de maio

T e x t o D. Maria Emilia Seabra de Castro,

por Xaviér de Carvalho. — Correio da Moda e elegancia, por mesdemoiseles Amélia e Erminia de Souza — 0 conse-lheiro Tomás de Souza Róza, ministro d ! Portugal em Paris.—Uma portuguêza de 111 anos, D. Crizostoma Rita d'Andra-de, por Albino Leite.—Canção das Maias, por D. João de Castro. — Personalidades

(25) Folhetim da "BEZISTENGIA,

II. DE BALZAC

0 EXCOMUNGADO VIII

A lcl>i*e na caina

— Deixa lá: é ura boémio que, á força de mentir, fála verdade algumas vêzes sem saber . .

E os dois amigos continuárão o seu caminho, deixando o mendigo sacudir-se á vontade.

Quando ch<=gárão á ponte levadiça, fizérão sinal á sèntinéla para a levantar, e Roch que os viu, porque acabava de a baixar depois da saída do dono, que seguira com os olhos, obedeceu á ordem

— Meus reverendos padres, disse o velho mordomo, trazeis palavras de p á s f . . . Vinde, porque é tempo ainda,

brazileiras, o Coronel Luí^ Leite e os drs. Candido Mói a, Padua Siles, Yalois Castro e Carlos Reis, por A. de Souza. — Os nossos figurinos e bordados, por mesdem' izeles, Amélia de Souza.—Álbum poético: Nóturnos, por M. Veleda.—Na morte d'Augusto Sevéro, por Octávio Mendes.—Bélas Artes. O Salon da Societé Nationale des Beaux-Arts em Paris. As artistas femininas, por Rafael Cohen. — 0 sói da meia noite, por Alberto Ozório de Castro.—Mulheres de Viana, por Ra-malho Ortigão. — Faeecias, por João Ri-zonho. — Conselhos práticos, receitas úteis, remedio contra pelculas pela Con-dessa Valentina. Passatempo, por Dia-brete.—Paris-Portugal-Brazil. A nossa carteira, por Rigoléto.

Cravaras

Madame Simone Le Bargy. atris do teatro-do Jinazio de Pariz (na capa).— D. Maria Imilia Siabra de Castro. — O conselheiro Tomás de Souza Roza , ministro de Portugal em Paris. — D. Crizostoma Rita d'Andrade.—Portuguêza de 111 anos.—Retratos dos brazileiros os srs. Coronel Luis Leite. — Dr. Candido Mota.—Dr. Padua Sales. Conego. Dr. Va-lois Castro é dr. Carlos Reis.—Augusto Severo, aeronauta brazileiro, vitima do «Pax». — Ponte de D. Luis, no Porto.— Le Petite Canot (Bretanha), pastel de Mme. C. Molliet.

Vinte oito modêlos de modas com-preendendo toilefes de passeio vízita, ce-remonia, recéção, manteletes, paletós,

^chapéus, gravatas, laços, etc.

Sluxica

Souvenir de Boulogne. Valsa para piano, por Muller.

Follia suplementar dorida.

Duas elegantes toilétes de passeio sendo uma jenero taileur.

O Mundo Elegante, assina-se em todas as livrarias de Portugal e Brazil ou pe-dindo a assinatura diretamente para Paris, dirijindo-se a A. de Souza, 30 bis, rue Bergères, Preço por ano ou 24 núme-ros réis , moeda portuguêza.

yíoâh U l u l a d a Jornal das familias — Publieaeão semanal

Diretor a: D . L E O N O R M A L D O N A D O

Condições da assinatura : por ano com 1:800 gravuras em preto e coloridas, 52 moldes cortados, tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordados, 51000 réis.

Semestre, 26 números com 990 gra-vuras em preto e coloridas; 26 moldes cortados, tamanho natural, 2t> números com 550 gravuras de bordados, 2$500 réis.

Trimestre, 11 números com 450 gra-vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 260 gravuras do bordados, 1$300 réis.

Cada número da Moda Ilustrada o acompanhado dum número do Petil Eco de la fíroderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas do corpo, de mêsa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por-tuguês daquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias do reino na do editor — Antiga Casa Ber-trand Jozé Bastos,—rua Garrétt, 73 e 75, Lisboa.

— Meu filho, disse o conde tentando falar pelo narís, ainda não está tudo per-dido, o santo mosteiro envia-nos a vossa ama, porque são conhecidos a sua san-tidade e bons princípios, e, se pudérmos leva-la a escutar a nossa vós, á-de obter ô perdão do marido.

— Entrai, entrai, meus reverendos padres, espantado todavia por ver o ca-pús de Savy, que saltitava por efeito do rizo que continha a grande custo.

— Luis, disse êle, agora é a minha vês de falar, e tenho preparado um belo sermão. . .

Os dois beneditinos, guiados por Roch o canhoto, fôrão introduzidos na camara de Catarina.

Estava então na espécie de salão for-rado de tapessaría, que precedia o quarto de dormir e que o leitor já conhece.

Tinha um fuzo na mão e fiava olhan-do para uma das-belas pinturas da bib'ia, que estava aberta sobre o seu jenuflé-xório.

Maria fiava também um pouco dis-tante de sua âma.

A castelã achava-se vestida, como nos dias precedentes; porque neste tem-

Carris de Ferro de Coimbra / ORARIO PROVÍZÓRIO

Carreiras entre o largo das Ameias e a rua Infante D. Augusto

Partidas

Do largo das Ameias DaruaInfante D. Augusto

6 b e 30™ manhã 7h manhã 7 »(«) 7,30 » 7,30 D 8 » 8 D 8,30 » (6) 8,30 7> 9 » 9.30 1> 10

10,30 D 11 » 11 » 11,30 » 11,30 » 12 » 12 D 12,30 tarde 12.30 tarde 1 »

1 T> 1,30 » 1,30 1> 2 » 2 » 2,30 » 2,30 » 3 3 » 3,30 » 3,30 4 t

4 » 4,30 » 4,30 » 5 > 5 < » 5,30 » 5,30 » 6,30 » 6 > 7,30 » 7,30 » 8,30 noite 8 noite 9,30 > 9,30 » 10 »

10 t 10,30 »

(a) Directo da Casa do Sal á rua do Infante D. Augusto.

(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á Casa do Sal.

Carreiras diretas entre a R. do infante d. Augusto e Estação B

Partidas

da R, Infante d, Augusto' da Estaçãí B

6h tarde 6'' e 58m tarde 8, noite S1' e 45m noite 1 i

Carreiras entre o largo das Ameias e a estação B dos eaminhos de ferro

Partidas

Do largo das Ameias da estação B

3h 10m manhã m ra 5 ,55 ? ai xÁ 8 , 1 0 » -2 2 ,30 tarde ryj Oi a-Q Oi cj 3 ,: 6 > T3 3 4 ,35 » r. 0

5 ,37 »

0

6 ,25 I t-cz c rfi

6 ,40 » ice J2 íC "O 8 , 1 0 noite , SC c <u

12 ,15 » ira _S O. 'w

Todo o serviço que fôr feilo alem de tndicado neste orario é considerado ex-raordinario.

po os vestidos érão fabricádos por tal maneira, que quatro ou cinco apenas formávão por muito tempo todo o fato de uma dâma de alta estirpe, e alguns avia que durávão vidas inteiras.

Quando o velho servidor, erguendo a tapessaria, anunciou os dois benediti-nos, e que Catarina olhou para o Conde, deu um grande grito:

— Não v i n d e s excomungar - me , Sire? exclamou com a prezença de espi rito que nunca abandona as mulhéres nos momentos mais críticos.

— Não, minha nobre senhora,. . . respondeu ironicamente Adhémar; por-que Savoisy, em extaze diante do quadro encantadôr, que reprezentáva esta scêna, tinha ficado imóvel ao ver a linda cas-telã.

Admirava as suas formas elegantes, o encanto espalhado sobre o seu rosto pelo rubor que coloria as suas íáces, e pelo fogo puro do seu olhar.

O velho mordomo deixou mesmo cair sobre Savoisy o reposteiro de ta-pessaira, sem este dar conta.

(Continua/.

T a t o õ l a c i e p r e ç o s

Largo das Ameias ou Caza do Sal á Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis

Largo de-D. Carlos ou Gazómetro á Rua do Infante D. Augusto — 40 réis,

Largo das Ameias, Caza do Sal ou Rua Infante D. Augusto ao Mercado — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazomet.ro ao Largo de D. Luis — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazómetro ao Mercado — 20 réis.

Estação B dos caminhos de ferro ao Largo das Ameias ou Mercado — 50 réis.

Estação B dos caminhos de ferro á rua Infaute D. Augusto — 80 réis.

Estação B dos caminhos de ferro á Caza do Sal — 20 réis.

A assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos preços anuais de réis 12$000; e9)5000 réis para os menores de 14 anos e creados, sendo estes últimos le logares na plantaforma dos carros.

Còros dos faróis

Verde, indica a Alta. Vermelha, estação B. Branca, Caza do Sal. Amarelo escuro, reservado.

Desde o dia 1 de Maio na estação da Rua do Infante D. Augusto recebem-se encommendas e fazem-se despachos para a grande e pequena velocidade nas esta-çõis do Caminho de Ferro, para o que haverá serviço especial de transporte.

Só se recebem volumes cujo pezo máximo não seja muito superior a cem kilos.

R e c e f o e m - s e a n ú n c i o s p a r a se -r e m fixados n o i n t e r i o r d e

' t o d o s o s c a r r o s e m c i r c u l a -ç ã o p e l o p r e ç o a n u a l d e I S ^ O O O r é i s , s e n d o o s a n ú n c i o s e s e l o s p o r c o n t a d o a n u n c i a n t e .

T R E S P A S S E António d'Almeida e Silva tres-

passa em boas condiçõis, o seu es-' tabelecimento de cabedais, na rua I da Sofia, n.os 42 e 44.

Carris de Ferra de Coimbra A r r e m a t a ç ã o d e e s t r u m e s

No dia 15 do corrente pelas 12 óras do dia, no escritório na Rua da Sofia n.° 5, 1.° proceder-se-á a arrematação dos estrumes produzidos pelo gado per-tencente a esta emprêza.

A arrematação que é por animal e dia será feita por um âno a contar de 20 de maio,

As demais condiçõis estão patentes no referido escritório todos os dias das 12 ás 3 horas da tarde.

Coimbra, 10 de maio de 1904. 0 Dirétor,

Augusto Eduardo Freire de Andrade.

Pulverisadores estrangei-

geiros legítimos i "

Marcas Yermoel e Gobet A 8 : O O Ò

çk

Vende José Lopes de Garvalbo.

Praça de Rodrigues Lobo

A C A B O U Acabárão-se as doenças do estomago,

do fígado, dos intestinos, dores de cabeça indijistõis, cólicas, palpitaçõis do coração e falta de apetite, porque as pilulas anti-dispépticas do dr. Heinzelman cúrão to-das essas doenças em pouco tempo; não sendo necessário nem diéta nem res-guardo, pois êsse remédio sendo feito com érvas do Brazil é tão poderôzo e atúa tão eficásmente no organismo que moléstias que durárão ános cedem com um vidro ou dois dêsse medicamento.

As pilulas do dr. Heinzelman, médico farmacêutico, encontrão-se nas boas far-mácias. Depósito em Coimbra: srs. Rodrigues da Silva & CA

V E N D E - 5 E ou arrenda-se a caza n.° 7 e 9 da Rua do Morêno.

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PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS Typ. Democratica

Editor MANUEL DOLIVEIRA AMARAL Redaecão e Administração - Rua Ferreira Borges jL ARCO DE ALMEDINA, IO

* "í 5.i|

N.° 903 COIMBRA—Quinta-feira, 19 de maio de 1901 IO.0 ANO

C O f F R O N T O S Como argumento para valorizár

e impôr os seus intuitos e os'seus omens, ganhando, com ixibiçõis graves de puritanos em folha, a confiança do país, ingénuo por vezes ainda ao cabo de tão tremendos e seguidos logros, os encarregádos de batêr o réclamo da rejenéração — liberal acentúão com entono o desinterésse dos seus marechais, abandonando com espartana virtude a meza fárta dos rotativos, para virem morder, erofcamente, o pão duro e negro do ostracismo.

Grandes, sonoras pajávras con-ságrão o fácto-, como impondo só por si um partido, como valendo pela mais segura das garantias de coerencia e probidade no futuro.

E, ao que dizem, dá-lhes esse fácto orgulho, esse orgulho fórte qúe ergue os ómens sãos num aprumò bélo, e os impõi, e os en-grandéce, e os fáz triunfar.

Olhemos para êles, olhemos para nós, e vejamos bem quem mais razõis. tem de gritár alto o orgulho de si.mesmo, da sua vida de onra, de luta, de sacrificio, vivi-da no culto dum alto ideal, andada ngt estrada acopla .. e d m grande devêr, gasta no ardôr dum

V puro e eroico combate. A' nêsta falanje da Quimera-—

como nos apelidárão—ómens cheios de talento, de sabêr, de finas quali-dádes de espirito, de fortes predi-cádos de caráter, trabalhadores pobres e intelijentes de várias clás-ses e categorias. São tôdos uns românticos, uns alucinádos, uns perdidos, tipos cândidos de poetas, tipos excecionais de revoltádos, esbanjando o seu tempo a oihár as estrêlas, desbaratando a sua vida a sonhár béías cidádes nas nuvens...

Não têm os cabedais lárgos da maior párte dos apóstolos do fran-quismo, c u j o desinteresse taz o assombro e as delicias dos panejins-tas entusiástas. Ráros, de entre êles, possuem bens a garantir-lhes a vida dezafogáda, sem a persistência dum trabálho onrádo. E' de pobres a grande maioria, de pobres orgulho-sos que mourêjão denodadamente para se mantêrem e aos seus, man-

' tendo imaculáda a devoção do seu ideal, a soberba aítaneria do seu caráter, a linha sçvéra da sua nobre intranzijencia.

Podíão vender-se. Intelijencias luzidas, talentos brilhantes, cará-teres de eleição, professores, oradô

' res publicistas, tudo isso daria para um leilão concorrido onde a monar-quia tudo adquiriria por bom preço

Dominaríão ostentozamente na alta politica, teriam a sua côrte de aduladores, logáres pingues em sindicátos, cocotescáras, triunfos todos os dias. Era o ruido, a riquêza, a cdória. E quando não evolucionassem para tão lonje, tantos que vivem esquécidos por êsse país fora, in-vencíveis na sua bélá intranzijencia, poderiam nas suas terras campar de caciques, arrepanhando os logáres das irmandades, fazendo o sucesso,

em vês de creárem uma situação de modéstia, de ostilidáde, quantas vê-zes de aberta pobrêza. » Pois não, ó injénuos admiradores

dos varõis fortes, que trágão o pão negro do franquismo!

Pássão a vida a sonhár, tôdos os que um dia pouzárão o seu olhár no brilho duma estrêla e a amárão com um amôr ideal de loucos comtemplativos.

E a quantos não prostou já a morte, depois duma vida inteira de sonho e de luta, de abnegação e entuziásmo, sempre com os olhos voltádos para a claridade astrál dessa quimera, que um dia lhes prendeu, num encanto indecifrável, os ólhos da alma. . .

Desprézã^ o ruído, desprézãg a riqueza. VÍvem perdidos, ignárádos, esquécidos,,, trabalhando com ardor êles que podíão cevár-se na panria dasdireçõisjerais e nas lamas fe&eis das companhias. - Os cretinos e os mariolas que

se grimpáram, a encontrõis de au-dácia e.a rastejamentos de salafrá-rios Sêm pudôr, desdenhão os, in-sultão-os, e, quando são poder, perséguem-os e roubão-os.

Ej quando miram das cumiadas *do seu estolido desdem este bata-lhão onde pelejamos, lançam a ve-lha phrale mçntiroza: «não t%m omenf. »"*" —

Os «omens» são eles — raça bastarda de omunculos sem alma e sem carater, cuja abjeção resalta brutalmente de entre todas as suas pompas guisalhantes.

Mas não os vençem ! Esse amor da Quimera fortale-

ceu-os. E de tão abituados a olharem

para o alto, para as nuvens e para as estrellas, trazem sempre erguida a cabeça, que nem a adversidade mais crivei é capaz de lh'a fazer Daixar. E de tão perdidos nò seu sonho, não sentem a secussão brutal dos desalentos maus e das tentações preversas, os empuxões rijos das dificuldades dolorozas.

Lutam, sofrem, vivem a vida amargurada dos intransijentes e dos fortes num pais de covardes e de poltrões.

E ninguém os quer conhecer! E nem elles se réclamam as

suas virtudes, nem cantores as exalçam em ladainhas servis!

Esses pobres-diabos dos republi-canos portuguêzes, essa jente anó-nima que anda p'ra aí a sonhar e a pregar loucuras, por elas lutando e padecendo, merece acazo que lhe destaquem o dezinteresse para o imporem como garantia valorisante dum partido ?

vivem, caturras, impenitentes, maus no seu orgulho ferós de rebeldes, não se aproximam sequer deles.

Podem passar fome, morrer de fome: porque são uns doidos varri-dos: podiam muito hem morrer de indijestão.

Nós somos os doidos. Os- ones-tos, os independentes, os fortes são « eles » — a gente do sr. João Franco. . .

C o a t r a t l i c ç o e s

O sr. dr. Pinto de Mesquita, orando no Ce?itro do Chiado, con-fessou ter averiguado de perto o seguinte perigo, para que não sabe-mos se s. ex.a reclama a corregedo-ria, a lei de 13 de fevereiro e ou-tros remedios energicos do genial invento do seu chefe:

O orador passa a referir-se ainda a um outro perigo; e vae expôl-o, resulta-do das suas próprias observações, e sob sua exclusiva responsabilidade. Esse pe-rigo é o do paiz entender que deve ir além do nosso i^gal; que precisa, em summa, de medidas radicaes para sal-var-se. Elie, orador, acompanhou o§ co-mícios de protesto contra as medidas de fazenda ; e posto que fossem promovidos pelas classes conservadas, no Porto, como em Braga, como em Coimbra e Vi-geu. o orador nobva que havia sempre ^ n grito — o d i - % p i r a p ó a tfwaídas mais radicaes.

, -Agitação do paiz A Associação Comercial e Industrial

de Vizeu, composta dos cidadãos mais prestimosos d'aquela cidade de tão nobres tradiçõeis, aprovou em sessão extraordi-naria de f* de maio a seguinte moção:

A Assembleia Jeral da Associação Comercial o Industrial de Vizeu, reunida em sessão extraordinária no dia 8 de maio de 1904:

Considerando que o jornál 0 Comer-cio de Vizeu, que se publica nésta cidáde,-não é orgã.o da clásse comércial;

Considerando que num artigo insértd no número 1549 de 10 de abril e fioutros

Ora era natural que sendo o movimento contra as propostas da fazenda promovido pelo franquismo, como affirmou o Jornal da Noite, fosse para o franquismo que essas assembleias apelassem.

Mas apelaram abertamente, cla-ramente para a Republica.

E' que o franquismo continua a guardar silencio sobre a confusão dos dois erários.

que se seguirão, em números imediatos, não só se insulta a dignidade, o caráter da clásse, mas também se disvirtúãb por fórma deprimente os nossos deveres cí-vicos, como cidadãos;

Considerando que não podêmos, atenta a opinião de distintos advogados, retirár-lhe o titulo que elegalmente usa;

Considerando que a responsabilidade perante os tribunais se lhe não poderá exijir, pela convicção inabalável em que estamos de que seria um Têsta de Férro a assumir a responsabilidáde dos artigos citádos;

Considerando finalpiente, que em fáce na cotação morál, em que é tido seme-lhante jornál, não podemos, sem quebra da nossa dignidáde, reflamár uma expli-cação leál e cavalheiróza.

Rezolveu por un immidáde: 1.°—Dár a és ta moção a maior publi-

cidade em ' jôrnáis "do distrito, nos de ásboa e Porto de maiór circulação.

2 "—Desprezar por çpmpléto qualquer anonimato ofensivo da íolétividáde, publi--cádo por tal jomá' r

3.° Cazo o autor dos artigos citados sèja pessoa digna de consideração e ve-nha assumir a responsabilidáde, assim como de futuro sendo publicados idênti-cos artigos e em idênticas circunstancias, autorizar a Diréção désta Associação a dezagravár a colétividáde perante o tri-bunais para o que esta assembleia Jeral lhe confere um vóto de confiança e dá plenissimos poderes.

à conta do franquismo... Vai corrido um ano sobre a instalação

solene do franquismo. Ouve festa Como-morativa, com discursos sonoros |e ami-dos de diatribes estralejantes e artigos conspícuos de estilo domingueiro, talhado só para as grandes solénidádes da caza.

E comSi f ô W propicio o lance, cro-t l s tas entuziásmàdos fizérão o computo das vantajens- e benefícios que ao país advieram da formação do nqvo grupo monárquico, para que a gratidão nacio-nal se não fáça esquiva e tarda no de-ferimento da corôa civica aos insignes patriotas da rejenéração liberal.

No calor expansivo e perturbante das féstas, êsses cronistas puzérão, tôdavia, um tanto de fantazia brilhante no seu balanço istórico. Não ficará " mal pedir-lhes que êssa fantazia se desconte no débito já quantiôzo que o país contraiu pa^à com suas exeiencias, tratando-se p a r í mais de pessoas de onestidáde tão faladas, que não úzão aumentár com eu-pidês 'de ajiótas aquilo que de fácto se Ihès dèxe.

Risquemos, pois, da conta que .0 franquismo aprezenta ao pais aquélas verbas que lá nos parécem indevidamen-te inscritos e vejâmos se, amputadas éssas, algumas ficárão ainda que dèvão sêr probamente satisfeitas.

O S p . C a r a t e i r o

Informam gazetas varias :

« Tomou posse do lugar de chefe da I a repartição de instrucção publica, o sr. dr. Carneiro de Moura.»

E' o mesmo Carneiro que o sr. Hintze tosquiou com querelas e violências de varia casta, quando, elle pulava em ca-briolas de insolência feroz.

Passou a ser um Carneiro de estima — exemplar notável que foi enriquecer a collecção de animaes de custoso preço, que o Estado sustenta por excentricidades zoolojicas.

E fica, como se vê, aos cuidados su-periores do sr. Abel d'Andrade ..

<51 s r . SerJS©

O sr. Serjio de Castro, jornalista fe-cundo, facundo e profundo, iusurje-se contra a óra a que em Lisboa se fás a rega das ruas.

S. Ex.a quer ser borrifado quando passar p'ra a Tarde,para cerzir o artigo do fundo, ai entre as dés e as onze.

I S a r a l h a s

O sr. Mariano de Carvalho anda a escrever artigos com esta rubrica sujes-tiva: — Baralhas. E' vicio antigo. Bara-lhando e com baralhos rompeu s. ex-.a

triunfantemente na vida —uma batotinha pegada em que o-sr. Mariano ganhava sempre e os parceiros pasmávão da sorte do sujeito que lhes limpava todo o cobre . . .

A' um ano que o franquismo se ins-talou solénemente, á trez anos que a cisão no parlido rejenéradôr se marcou-Mas só á um ano o franquismo nos sur-jiu aprestádo para a salvação da pátria,, erguendo o país da modorra pela áção das suas conferencias e pela sua critica craél aos. puliiicantes, v xindo lhe nas veias sangue novo, transfundindo-lhes enerjias e' ardências de luta, fazendo dum vélho tropego que nenhum arrimo conseguia já suster de pé, um môçb dezempenado e rijo, com Ímpetos bélicos de guerrilheiro audáz . .

Vem isto ali no J.rnal da Noite... Assim a conta a discutir ê só das

despezas d'um ano. Nos outros dois o franquismo esíêve a armár-se: o sr, João branco foi lá fóra desfazer-se das suas nevraljias efinjir que se desfazia também das suas ideias vélhas: os outros, os apóstolos, ficárão por cá, na panria, a cuidar dos lombos e a embravecêr ds nêrvos para enfrentárem de rijo o mino-tauro rotatívideíro: o partido, a ma.Ssa, essa estáva ainda na casca.

Vejamos, pois, as coizas famózas que 0 franquismo conseguiu realizar em lápso tão breve, emprezas de polpa a que nenhum partido ouzára ainda, ao que parece, metèr ombros fortes.

Não, ó patriotas insignes! Os varões illustres cuja vida cabe aos Plutarcos enquadrar em artística moldura, salientando com grande instrumental de palavras sonoras o seu desinteresse, são assim do feitio do pobresinho do sr. João Franco, mais do sr. Jozé Novaes que oferece jantares de tres contos de reis.

O dezinteresse, a abnegação, o sacrificio — é isto !

Esses republicanos que p'ra ai

P o s s e Depois de provas onestas e brilhan-

tes, em que as suas aptidõis e recursos inteletuais se afirmarão com plena segu-rança, foi nomeado professor catedratico da Escola de Farmácia, tomando á dias posse, o nosso prezado amigo e corre-lijionário sr. Manuel Fernandes Costa. Logar conquistado pelo meio lejitimo du;r. concurso publico, que exije larga e intelijente preparação, o nosso amigo á-de dezempenhal-o com o saber de que deu mostras valiozos e com a justiça que é apanagio do seu carater.

A Rezistencia envia ao seu correli-jionário cordeais parabéns.

B a s t a r d i a s

Extranha muita jente a aliança de progressistas e nacionalistas.

O acordo nãoé lejitimo-dizem. Pois não é, não senhores; mas também não é para extranhezas, visto que a Santa Madre Egreja proteje e abençoa de pre-forencia o coito danado . . .

Ora <i está.

« Reprimir os abusos e desenvolver a assistência publica, quanto possivel do-miciliaria, é medida efficaz de sanidade social

Pensamento profundo, original e elegante do sr. Carneiro de Moura.

Arre!

Encarece o franquismo a ação das suas conferencias e da critica das suas gazetas aos politicantes rotativos.

Parece que nenhum partido até ôje discutiu, pela conferencia, assuntos de atualidade e de interesse, n e m co-mentou, pelo jornal, escandalos é aten-tados. .

Todavia, à quantos annos o partido republicano faz conferencias, por inter-médio de ôtnens que não cedem em re-levo inteletual e moral, aos conferentes franquistas?

O franquismo sabe. Deixou o partido republicano de fazer

conferencias só quando lhe açulavam os bravi da correjedoria—uma coisa que o sr. Franco inventou em hora de mais rubro liberalismo.

Pela que respeita á critica pelo jor-nal, o franquismo conhece a obra de dedicação patriótica, de constante sacri-fício, de esforçada lucta que a imprensa republicana tem feito.

O primeiro anuncio dum perigo, dum atentado, duma vergonha é nos jornais republicanos que aparece. São eles os únicos que Liam a linguagem de verda-de, os únicos que tiram por inteiro as conclusões dos sucesos, os únicos que, não servindo a Realeza, não calam por

2 REKISTMC11 — Quinta-friru, IO de Maio de 1004

o que de principal baixo cortezanismo deve dizer-se.

Mas por isso mesmo são os umcos que os governos perseguem, e vexam, e roubam, e odeiam com esse odio pro-fundo dos bandoleiros que se sentem descobertos no melhor da operação.

A imprensa republicana tem «feito o seu dever, fazendo uma obra de justiça e de verdade. A imprensa franquista, que é de mais fresca data, tem feito simplesmente o seu jngo, tranzijindo e cumplicitando, pelo silencio, em grandes escandalos e atentados.

Aspemos, pois, esta verba da conta franquista.

* Que o franquismo provocou, pela sua

propaganda, o movimento, contra as propostas de fazenda, é verba nova e cheia na fatura que apresenta.

E' uma mentirola, da mesma fazenda grosseira das que o sr. Martins de Car valho expediu para as folhas do partido, durante a excursão do chefe por terras do norte, centro e sul.

Que a marca d'esta é da mesma em-preza que fabricou as outras, numa grande despreoccupação de espirito e inacessível a escrupulos to los . . .

Andou o sr. João Franco a comer jantares, muitos jantares, com infinda vei discursos aos postres, cortados pelos aplauzos ruidozos de loquelas bem mo-lhadas.

E vae no fim, os gloriozos convivas dêsses agapes memorandos arrotaram tão estrondosamente, numa concordância tão forte, que as propostas de fazenda, mais o seu autor, caíram em pó ao som terri fico d'aquele protesto intestinal.. .

O franquismo alribue-se o movimento contra as propostas de fazenda, mas o n i i l e o | > a r í i d o q u e p r o m o v e u c e r n i d o s f o i o p a r t i d o r e p u -b l i c a n o , e foram os seus oradores os mais prestantes auxiliares dos comícios convocados pelo commerçio e aqueles que mais aplauzos colheram.

O sr. João Franco e a sua corte não apareceu nessas assembleias. Só o sr. Pinto de Mesquita falou duas ou tres vezes. Os outros marechais íicáram-se por casa, que a Corôa—com C grande podia não gostar da aventura.

A mentirola não exije mais a n notação.

Chega a ser uma torpeza—que o pais não pôde pagar.

Risque-se! *

Infere o franquismo a sua força elei-toral da manutenção duma reforma feita contra elle em ditadura, como pretende volorizar a acção das suas conferencias pelo motivo de élas terem provocado advertências ilegaes de dois ministros.

Ora sendo assim, é logico inferir a força do partido republicano de vários actos odiosos em que o sr. João Franco collaborou.

Para os republicanos fez o ilustre chefe da regeneração liberaleira uma lei eleitoral de excepção, semelhante á que agora diz dificultar-lhe o acesso á urna, mais a lei celebre de 13 de fevereiro: para elles creou s. ex.a a correjedoría: peiseguiu-os, violentou-os nos seus di-reitos, defraudou-os nos seus interesses, foi duma estúpida brutalidade de cabo d'ordens vinolento.

O sr. João Franco que agora invoca as advertências ou proibições ilegaes dos ministros para valorizar a sua politica, esqueçe-se da sua celebre circular aos lentes republicanos, da demissão que deu a alguns funcionários que cometiam o nefando delito de pertencerem ao nosso partido, etc., etc.

Então era alguma cousa esse partido republicano?

Fóra, pois, com esta exijencia da lista impudente!

ra!, era uma verdadeira escròquerie ar mada á boa fé do publico ingénuo.

Era uma conta de hospedeiro tos quiador, que. colhendo maré asada, im pinje ao freguez gato por lebre, e no fim ainda lhe carrega no preço, num abus de situação apertada.

. \ a K t e z c r v a

O sr. Emídio Julio Navarro declara soldado licenceado do pai tido progres sista.

A julgar pelo que custa essa sua con dição, de ínatividade se o chamão ao serviço átivo come por um rejimento.

Deixem-no na rezerva!

larga

C o r r i d a s v e l o c i p é d i e a s

Com uma tarde de calor intenso abrazante, realízárão-se no ultimo do mingo as annunciadas corridas velocipé dicas, promovidas pelo Sport-Club.

Ao Caes confluiu numeroza multidão que se espraiou rumorejante e interessada por todo aquelle local, seguindo com en-tuziastica curiozidade as disputas dos co! r dôres.

Ouve ligeiros incidentes barulhentos um conflito de mais tomo com a policia que levantou grande alvoroto e, na pista queda> frequentes dos corredores.

0 resultado foi o seguinte:

Corrida de Juniores amadores — 8 voltas —1.° premio, Antonio da Cruz 2.°, Manoel de S. Miguel; e 3.°, Eduardo Baptista.

Corrida reservada — Campeonatonlo Sport-Club, 12 voltas — premio único (grande melalha de campeão, para ser disputada 3 annos successivos) Alberto Baptista Gonçalves, que ficou só em campo por se ter inutilizado a maquina logo a 5.a volta, em que montava o sbu contendor Fausto Tavares d'Almeida, que teve de desistir, v

Corrida de Honra, por profissionais, oferecida á União Yelocipédica Portu gueza - i5 voltas — 1.° premio, Lúcia no Pinto; 2.°. João Fernandes tl'Oram 3.°, Eduardo Baptista.

Corrida Nacional — Seriiovsamadores, oferecida ao grande propagandista da velocipedia, o súbdito hespanhol sr. Ri-cardo Garcia y Gomez, 10 voltas - I.° premio, João Fernandes d '0ram; 2.° Manoel de S. Miguel f 3.° Luciano Pinto.

Corrija de motocy deites, da forpa de 2,5 cavallos, oferecida ao notável cyclista José Bento Pessoa — 20 voltas - I premio, Alberto Baptista Gonçalves; 2.°, João Fernandes d'0ram.

Corrida Negativa, reservada para os socios do Sport-Club; havia um único premio que pertenceu a Eduardo Ba-tista.

Os corredores dérão algumas quedas, nao sendo de gravidade os ferimentos sofridos.

O -serviço d'ambulancia era dos bom-beiros voluntários.

Durante as corridas tocou a filarmó-nica Bóa-União.

O b a l ã o d o F e r r a m e i s t a

Di-vse que na próxima terça feira o Ferramenta fará nésta cidade uma as-cenção no seu balão. O local escolhido dizem ser o Largo de D. Luís.

Se assim fôr, o local é o melhor da cidade e o dia muito bem escolhido por ser nesse dia que a festa do Espirito Santo em Santo Antonio tem mais con-corrência não só da jente do campo como da cidade.

O franquismo fala do seu trabalho ones'o.

Estão a ver o sr. Martins de Carva-lho a subir as escadas do Século, presu-rozo, a prevenir que tivessem cuidado com as noticias que do Porto mandassem sobre as manifestações feitas ao nosso correligionário sr. Bernardino Machado, amputando-lhes o que necessário fosse para que a coisa não destacasse. . .

Era preciso assim para a propaganda do franquismo-explicava s. ex.a a um cavalheiro quê o acompanhava, ex-admi-nistrador numa terra do norte e agora advogado no Porto.

Tire lá essa verba de honestidade I

Um grupo de académicos promove para ôje uma afetuosa festa a Adelina Abranches, a distinta atriz que tão onesta e brilhantemente se está impondo em soberbas creaçôis.

Será distribuído um numero único com larga e variada colaboração.

LITERATURA I ARTE1

Tres livros de versos

PoeMiaw e s c o l h i d a s de Afonso Lopes Vieira — Viuva Tavaies Cardozo — Editora — Lisboa — 1904.

0 sr. Afonso Lopes-Vieira é um poeta elejiaco, por cujo talento — comovido, ele-gante e maleável eu tenho uma grande simpatia. Simpatia que inabalavelmente se funda na maneira enternecida e pie-doza com que êle sente e entende o amor e a vida.

Não quando as quer interpretar com a antiga alma portuguêza; m; s só quando. Sinceramente, sem preocupaçõis archai-cas, se abandona a ser do seu tempo. E já isso prova a orijinalidade do seu lirismo, que não consegue meh r-se nas formulas velhas, por mais que o Poeta se filie no Sebastianismo e se julgue dis-cípulo do Bandarra.

Mas, nesse ultimo livro, quazi ne-nhuma das poezias quinhentistas e seis-centistas do autor nos aparece: ficarão no «Naufrago» e no «Poeta Saudade Antes assim. E muito dezejaria que este tacto rezultasse duma determinação cons ciente e definitiva— porque á, para < talento do sr. Afonso Lopes-Vieira, ori-zontes mais vastos e mais bélos do que são aquêles em que previstamente esbar-rou o anémico autor do «Raís».

Nunca me cançarei de o dizer: seja qual tor a teoria de Arte que se admita, esta ultima deve ser sempre sincera para ser grande. E só em cazos excecionalis-snnos se pode sentir como sentião os oinens de a 200 ou 300 anos. Sei de um sem numero de exemplos para provar o que aíirmo. E em todas as obras do sr. Afonso Lopes-Vieira se colhem facilmente alguns.

Contentar-me-ei em citar um. Ccmpare-se a «Terceira jornada» do

«.Poeta Saudade,» como «Fado Politico,» que pertence também a esse livro.

A primeira compozição é inexpres-siva, infantil, com t repou quatro lindas imajens que se perdem na Pieguice, na semsaboria ambiente. A segunda é cheia de vigor; as palavras, i s vezes, teem a força de gritos; o ritmo cinje-se á ideia, ajudando a exprimi-la; e íica-nos, 110 fim, a impressão dum pedaço intenso de vida intensamente expresso.

Entre as (Tuas poezias a diferença e enorme; e tão palpavel, que dará logo a quem as ler uma ideia certa de como é grande o talento do autor e de como êle fás mal na voluntaria amputação a que o sujeita, entregando-se ao amor de pro-cessos poeirentos—e insigriificativos para

Arte moderna.

Sonetos de Candido Guerreiro — Am a cíeu Sanches Barreto — Editor — Coimbra, 1904.

E' esse um livro que pretende ser filozofico; e que, pela demaziada retórica dos seus versos, pelo colorido forte que a imajinação do autor dá a tudo, pelas imajens complicadas, pela evidente su-perficialidade da sua filozofia, não con-segue realizar a sua pretenção. Talvês o conseguisse, se o Poeta tivesse envere-dado por outro caminho: veja-se o bom soneto que começa:

<0'! Fome redemlora que nos feres».

Assim, verifica-se que o país nada tem a pagar, e antes lhe cabe o direito de arguir o franquismo do crime de burla.

Essa conta corrente de benefícios e vantagens que apresentou ao país, na data commemoratjva da festança inaugu-

GONOL PAIVA Novidade farmacêutica—registado

E' sem duvida o medicamento mais eficás no tratamento das purgaçõis agu-das e crónicas, sanguíneas ou puru lentas.

Cura rapida e radical, não dando orijem a qualquer encomodo do esto-mago.

A' vencia na farmácia e drogaria; Rodrigues da Silva, - Coimbra.

Preço do frasco, 700 reis.

Por tudo o que disse, suponho que se compreenderá bem a alegria que tive em não encontrar nas «Poezias Escolhi-das» aquelas de que não gostava. E, se excetuar a »Inscrição para o túmulo dum gato» e o «Bemdito,» absolutamente sem valor, em todas as outras á imajens muito bélas e uma ternura grande e melan-cholica pelos ómens e peia Natureza.

As melhores compoziçõis são para mim: o "Fado Politico», de que já falei,

«Vós de Lonje», duma anciedade vaga penetrante, a curióza e interessante

«Poezin dos Realejos» e os dolorozos «Falla-lós».

Para u.na consciência inquizitorial de jarmaziano, muito averia que dizer da technica do sr. Afonso Lopes-Vieira.

Mas eu entendo que êle, desprezando, até certo ponto e duma certa maneira, regras estabelecidas, fés o que devia para que a sua Arte fosse completa.

Encontrou, na verdade, a fórma que requerião as suas ideias e o seu senti-mento; e o que, por vezes, parece desleixo é que nos dá quazi sempre a maior e mais funda impressão. E isto, só por si, basta para mostrar que o sr. Afonso Lopes Vieira, além do seu orijinal ta-lento, é um Poeta de processos definidos, que sabe muito bem o que quer e o que faz.

Mas (e eu tenho pena de pôr aqui este mas) isto já éle nos provara nos seus outros livros; e, por isso mesmo, acho que foi uma triste ideia publicar um volume de poezias escolhidas que, pouco ou nada adiantando para a opi-nião que do autor se formava, pode fazer supôr nêle — que ainda á pou-cos anos começou a sua vida Jiteraria — uma grande vaidade. . . ou uma inven-cível infantilidade...

E nem uma nem outra dizem bem como a indiscutível probidade artística do sr. Afonso Lopes Vieira.

em ijue a simplicidade da expressão se armoniza com a clareza do pensamento.

Entre os sonetos cívicos das mesmas paginas, ha tau.bem um, muito bem feito :

« Porque nnsci ao pé de quatro montes < Por onde as aguas passam, a cantar « .4s canções dos moinhos e das fontes « Ensiuaram-me as aguas a fallar . . .

Mas a paginas 45, ha esse verso:

« Sem duvida, alguma auto suggestão 1

que é desgraçado. E o resto é uma metafísica nevoenta, que se acomoda mal na fórma pomposa e muitas vezes incompreensível, que o Sr. Candido Guerreiro muito ama e-que me parece a peiór possivel para emoldurar um sistema filosophico.

Brazil!) Editor -

de Duarte Lima — Porto, 1904.

Lopes & C."

E t a t a l h a d e F l o r e s

Promete ser uma festa de sensação pela animação que despertou no nosso meio e o entuziásmo que produziu em toda a população de Coimbra.

A instituição das Creches, a favor de quem reverte o seu produto mais uma vês é alvo das simpatias que tem entre o publico de Coimbra. E séja-nos licito dizer que toda essa simpatia é bem ca bida.por que "a Creche de Coimbra tem sabHo manter-se credora de todas as manifesiçõis que lhe fáção pela corréção do seu proceder e pela orijem da sua fundação.

Estas e similares instituiçõis devem iriercer a todos que tem o culto do Bem os desvelos maio particulares, de forma a viverem e prosperarem para que a sua benefica áção se exerça um âmbito cada vês mais largos.

Pela sustentação da Crêche de Coim-bra muitas dedicaçõis se tem afirmado, e o publico nunca deixou de encorajar esses jenerozos esforços, colaborando nê-les com jusliceira expontaneidade.

Por cerlo que a festa que no domingo vae realizar-se será mais uma prova elo-quente da simpatia que essa benemerita instituição ganhou rio nosso meio, sim-patia cuja justiça se torna inútil encarecer.

0 programa da festa, que em seguida publicamos, é variado e novo no nosso meio esperando-se por isso grande con-corrência e que todas as pessoas que vão ao local da festa na Avenida Navarro, néstas tão aprazíveis tardes de verão, saião com a .satisfação de terem afluido áquéla festa em beneficio das creancinhas.

PBOGítAHA:

"Antes de fallar nos versos, felicito de todo o coração o sr. Duarte de Lima por não ter estampado o seu rétracto no pri-meiro livro que publica. E' uma cousa simpathica que dispõe bem o leitor. 0 retracto do auctor só se comprehende quando este é justamente celebre ou des-pertou violentamente a curiosidade do publico. Em outros casos — mostra apenas uma pretenção ridícula e tola.

jens, 2." 3.° 4.°

— Desfile de automóveis, carruá-cavaleiros e ciclistas. — Batalha de flores. — Jôgo de argola e surprezas. — Passeio infantil em bicicletes. — Corrida de mujhéres com potes. — Corrida em sácos.

Os q ua si felizes

versos do sr. Duarte Lima, são sempre corrétos e têem imagens e novas. Por vezes, pictorescas:

« Eu sòlto um ahl de espanto alegre e novo, « Perante esse seu modo extranho e audiz, « Como saccede no thealro ao poi o < Quando vê augmentar a luz do gnz.

« No entanto pode crer, não sou assim « Tão deshonesto e bravo ws amores, « Succede entrar ás vezes num jardim. « E ter vontade de pizar as flores.

« Que a sua voz tão límpida me diga Essa balada antiga

« Que termina collada á minha bocca . . .

Mas, ao lado d'estas, outras sem si-gnificação nem brilho:

« Teus olhos pretos « Ctmo a ferrugem negra das laranjas » ;

P K I H O S 1)12 K \ l i ! t E ) l

Automoveis e carruájens — por cada pessoa que conduza, excéto o cochei-

ro . 300 réis Cavaleiros f$000 » Ciclystas 1*000 » Cadeiras 300 > Bancos . . £00 » De pé 100 »

Às pessoas que dezejárem entrár na batalha das flores com automoveis, car-ruájens, cavalos, ou bicicletes, dévem inscrevêr-se sem demora na Confeitaria Téles, rua Ferreira Bórjes (Calçada).

Pede-se para fazerem ornamentar as suas carruajens.

Não é permitida a entrada de trens com tejadilho.

Concluída a batalha de flores os veí-culos que se quizerem conservar dentro do recinto, estacionarão no local que lhes fôr destinado.

No local avèrá barracas em que Se-nhoras venderão flores.

Para os n.os 5.° e (>.° á prémios pe-cuniários de 2$00<j a 500 réis.

O' Simples . . . . *

Os preparativos para a vedação do Avè-Maria feita de boevdos I Cais estão principiados e organizadas as Do meu unteo bem » | comissõis que ão-de dirijir cada um dos

números. A, também, em certas composições, I A comissão principal é composta pelos

corno na « Bailada do Norte » — a peior Ex.mos Sr.s Visconde da Varzea, e D. João de todo o livro — hesitações e imperfei I de Mélo ções de technica; e uma demasiada in-fluencia de Cesário Verde. Mas isto são defeitos de principiante.

Penso que o sr. Duarte Lima tem bellas qualidades para vir a ser um bom poeta lyrico ou, mais propriamente, de amor — desde que deixe a preocupa-ção da nevrose, que não me parece sin-cera e que é, além d'ísso, assumpto ba-tido, cantado, celebrado e arranhado por todos os pseudo discípulos de Anto-nio Nobre.

Os tres livros de que foliei nada têem que os approxime da orientação que julgo ser a melhor em Arte. De todos, no no entretanto, aquelle que mais me sa-satisfaz pelas suas tendencias é o do sr. Affonso Lopes-Vieira — que, sentindo e amando a vida, procura interpreta-la e dizê-la.

E eu penso que é na vidá — na vida inteira — que os Artistas hão-de encon-trar, cada vez mais, motivos, força e ins-piração, e até agua límpida e fresca para estancar a sede de novo e de desconhe-cido que os tortura, engrandecendo-os.

JOÃO DE B A R R O S .

« l i a i á z i o C l í i b

Esta associação de educação fizica fundada recentemente e instalada na séde do antigo Jínázi > de Coimbra, na Estrada da Beira, rezolveu em uma das suas ul-timas sessõis, não «emprestar aparelho algum das suas salas, sem deliberação expressa da sua diréção, motivando esta rezolução o pouco cuidado que as pes-soas que fazião estes pedidos tinhão na sua entrega. Os corpos jerentes do Jinázio Club ao tomarem aquéla deliberação, que foi muito bem recebida pov todos os so-cios que déla tivérão conhecimento não quizérão negar o seu concurso e auxilio a quem dêle careça, mas obrigar as pes-soas que tenlião de se lhes dirijir, a fazêl-o por escrito, tomando a responsa' bilidade dos aparelhos ou objétos que precizem.

Conhecemos muito bem todas as pes-soas que fazem parte da diréção do Jinázio e-por isso podemos afirmar que não ne- • garião á Associação Académica objéto algum que lhe fosse solicitado, quandj o pedido fosse nos devidos termos. E esta nossa afirmação e confirmada pelo seu prezidente, no seu cemnnicado incerto no Conimbricense de 17 do corrente.

4 BEKISTEWCIA - $ninta-feira, 1!> de Maio d e 1Ô04

A g u a s d a C s a r í a

Abriu no dia lo o estabelecimento termal das aguas da Curia, a 2 kilometros da estação de Mogofores, no centro da formóza rejião da Bairrada, servido por uma béia estrada, e com carros á chegada de todos os comboios.

aguas da Curia, inteiramente si-milhantes- ás de Contrexéville, são, como élas, aplicados nas diferentes manifesta-çõis de artritismo, e estão tendo uma grande aceitação no pais, sendo já muito conhecidas e uzadas em Coimbra. To-mão-se em jejum e ás refeiçõis, e são duma extraordinaria áção fortificante, diu-rética e dij estiva. Como purificadoras do sangue, com uma mineralização tão rica, não á nenhumas no pais que se lhe avan-tajem, tal é a opinião do distinto chimico e professor Charles Lepierre.

A época termal promete este ano ser muito animada na Curia, onde funcionará desde o 1.° de junho o Hotel Santos, ins-talação modesta, emquanto a empreza não começa a construção do Grande Hotel projétádo.

A diréção jeral de instrução publica não creará, nos liceus do reino, quais-quei atritos aos alunos que ali estejam a terminar os seus cursos, no intuito de lhes defifcultar a entrada nas escolas su-periores.

Acentuárão-se as melhoras do sr dr Henriques da Silva, que entrou já em franca convalescença.

O sr. Bispo Conde solicitou a nomea ção do engenheiro sr. Theophilo Goes para vogal da comissão das obras de restauração da bé Velha.

Concurso de tiro Ainda não está definitivamente assen-

te o dia em que hade realisar-se o con-curso de tiro nacional. Healisa-se porem por todo.o mes de junho e disso preveni-mos ds atiradores Civis de Coimbra para este concurso ha já muitos valiosos pré-mios para os concorrentes que mais se distinguirem, sendo alguns delles ofere-cidos pelas magestadcs, ministérios do Reino, Guerra e Marinha, Camara Muni-cipal, Direcção Geral dos Serviços de Manteria, União dos Atiradores Civis PortúguezeS, Grupo Patria, Grupo Suisso, Escola Pratica de Manteria, etc.

Além destes primos hverá um outro oferecido por uma comissão, de senhoras que para elle subscreveu cada uma com a quantia de 500 réis.

Todos os atiradores concorrentes, em virtude do regulamento do Tiro Nacional, teem a faculdade de regressar pelos ca-minhos de Ferro do Estado ás suas terras gratuitamente. Segundo consta, o minis-tro da Guerra ohtexe também da compa-, nhia real £0 por cento de abatimento nas passagens dos atiradores concorrentes.

O praso para a entrega de requeri-mentos solicitando admissão aos exames singulares do Lyceu, começa em 1 de junho e vae até 15 do mesmo mez, sendo a propina de cada exame de 2$660 réis.

Foi concedida a aposentação definitiva, com o ordenado de 4:200$000 réis an-nuaes, aos professores da Universidade, srs. drs. Bernardo de Albuquerque e Pereira Dias.

Os candidatos que prelendão ser ad-mittidos á matricula nas Escolas Normaes, devem apresentar os seus requerimentos de 4 a 13 de junho, na Secretaria das mesmas Escolas.

Parece certo que o governo concorre 3 exposição agrícola que se deve realizar por ocazião das festas da Rainha Santa, na Escola Nacional de Agricultura, com os exemplares de pecuaria que possue na coudelaria de Vizeu e de Anadia.

Reúne no dia 25 do corrente a con-gregação facial da faculdade de Direito para a nomeação dos jurys para os actos.

T O U H A 3 3 A

Reúne• amanhã o curso do 4.° ano jurídico, para lhe serem distribuídos os bilhetes para a tourada com que este curso festeja a terminação das suas aulas.

Os cartazes anunciando esta tourada, são dezenho do académico Alvaro de Castro. Já e*tão a litografar e dizem ser primorózos.

Tomarão posse dos seus logares-de professores efètivos da Escola de Far-mácia, para que ultimamente foram no-meados, os srs. drs. José Cypriano Ro-drigues Diniz e Manuel Fernandes Costa.

V o z «la J u s t i ç a

Entrou no seu 3.° anno de publica-ção este nosso presado collega da Figueira da Foz, que com tanto brilho e denodo combate pela democracia.

As nossas saudações.

D O B R A Z I L Eu Pedro Aguiar de Mello, chegado

de á 12 anos, declaro que sofrendo eu e varias pessoas de minha família de doenças no estomago e nos intestinos recorri a muitos remedios, passando 4 anos sem encontrar alivio a meus males; finalmente tomei as pilulas anti-dispeticas dc dr. Heinzelmen, remedio feito com ervas dos mátos do Brazil. conseguindo me curar radicalmente em poucas se-manas. Por ser verdade, para bela dos que sofrem e por gratidão, mando fazer publicar esta declaração.

Pedro Aguiar de Meio (negociante de vinhos)

As pílulas do dr. Heinzelman feitas com vejetais das matas brazileiras, eurão em pouco tempo todas as moléstias do estomago, fígados e intestinos.

Depozito em Coimbra Rodrigues da £ilva & C. \ Rua de Ferreira Borges.

R e p a r a . . . L ê . . . T r a t a - s e dos teus i n t e r e s s e s

1 3 a a o s s â o p a s s a d o s d e p o i s q u e

is c instipaçõis, bronquites, rouquidõis ásma, tosses, coqueluche, influenza e outros encotnodos dos orgãos respiratórios.

Se atenúão sempre, e cúrão as mais das vêzes cóm o uzo dos Sacarolides d'alcatrão, compostos (11 e í í o ç á d o s í l i l a g r O z o s ) onde os ifeitos maravi-lhosos do alcatrão, jenuinamente medici-nal, junto a outras substancias apropria-das, se evidenceíão em toda a sua salutar eficácia.

E tanto assim, que os bons rezulládos obtidos com uzo dos Sacharnlides d'alca-trão, compostos ( i f t e b u ç á d o s JI i !a-g r O z o s ) são confirmados, não só por milhares de pessoas que os têem uzádo, mas também por abalizádos facultativos. Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto

Caixa, avulso, no Porto, 200 réis; pelo correio ou fóra do Porto, 220 réis.

Carris de Ferro de Coimbra O R A R I O P R O V I Z Ó R I O

Carreiras entre o largo das Ameias e a rua Infante D, Augusto

P a r t i d a s

0 largo das Ameias Darualnfante D, Augusto

Ghe 30m manhã m

7h manhã 7 » ( a ) 7,30 > 7,30 > 8 » 8 » 8,30 » (b) 8,30 » 9

(b)

9.30 D 10 " » 10,30 D 11 » 11 K 11,30 » 11,30 p 12 » 12 1> 12,',0 tarde 12,30 tarde 1

1 > 1,30 » 1,30 » 2 » 2 » 2,30 » 2,30 » 3 3 D 3,30 » 3,30 4 » 4 » 4,30 » 4,30 » 5 » 5 » 5,30 » 5,30 .» 6,30 » 0 » j 7,30 » 7,30 » 8,30 noite 8 noite 9,30 » 9,30 » 10 »

10 j 10,30 »

(a) Directo da Casa do Sal á rua do Infante D. Augusto.

(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á Casa do Sal.

Carreiras diretas entre a R. do infante d. Augusto e Estação B

P a r t i d a s

da R. Infante d. Augusto' da Estação

6h tarde 8, noite

6h e 58m tarde Sh e 45m noite

Carreiras entre o largo das Ameias e a estação B- dos eaminhos de ferro

P a r t i d a s

> I o d à I l l i i $ t i c à d à Jornal das famílias — Publicação semanal

Diretor a: D . L E O N O R M A L D O N A D O

Condições da assinatura : por ano com 1:800 gravuras em preto e coloridas, 52 moldes cortados, tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordados, 5$t)00 réis.

Semestre, 26 números com 900 gra-vuras em preto e coloridas; 20 moldes cortados, tamanho natural, 2ti números com 550 gravuras de bordados, 2$500 réis.

Trimestre, l i números com i50 gra-vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 200 gravuras do bordados, 1^300 réis. [ Cada número da Moda Ilustrada o

acompanhado dum número do Petil Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas do corpo, de mêsa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por-tuguês daquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias do reino na do editor — Antiga Casa Ber trand Jozé Bastos,—rua Garrétt, 73 e 75, Lisboa.

Do largo das Ameias da estação

3» 10™ manhã 5 ,55 » 8,10 2 ,30 3 , : 6 4 .35 5 ,37 6 ,25 6 , 5 0 8,10

12,15

tarde

A 03

0 2 t / j O iS 'o o M G , - Q o ® s ~ 5 o cn o

a -2 -p es <= «

noite : _ ec i o aj ira -C o* o

Todo o serviço que fôr feilo alem de tndicado neste orario é considerado ex raordinario.

T a b é l a c i o p r e ç o s

Largo das Ameias ou Caza do Sal á Rua do Infante D. Auhusto 50 réis

Largo de D. Carlos ou Gazómetro á Rua do Infante D. Augusto — 40 réis,

Largo das Ameias, Caza do Sal ou Rua Infante D. Augusto ao Mercado — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazomet.ro ao Largo de D. Luís — oO réis.

Largo de D. Carlos ou Gazómetro ao Mercado — 20 réis.

Estação B dos caminhos de ferro ao Largo das Ameias ou Mercado — 50 réis.

Estação B dos ca.uinh >s de ferro á rua Infaute D. Augusto — 80 réis.

Estação B dos caminhos f'e ferro á Caza do Sal — 20 réis.

A assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos preços anuais de réis 12$000; e 9&000 réis para os menores de 14 anos e ereados, sendo estes últimos le logáres na plantaforma dos carros.

o de mobili M a Q u i n t a ú a C u m e a d a

DOS

Herdeiros d o Fallecido Araujo

Domingo, 8 de maio, das 11 horas da manhã ás 7 da tarde, e mais dias seguidos durante o mez de maio, vendem-se por baixos preços os seguintes objectos:

Um guarda louça, um aparador, um fogão de cozinha com caldeira de cobre, uma fornalha de ferro, um fogareiro de cobre, differente bateria de cozinha, um fogão de sala com seu respectivo cano de zinco, uma commoda papeleira muito boa, uma dita com pedra mármore, quatro leitos de madeira, seis mezas de sala com pedra mármore, dois consolles com pedra mármore, uma meza de damas, um rico jogo de gamão e outros de damas, de pau preto, com pedras de marfim, quatro ricos quadros para sala, mais seis ditos, uma alampada para entrada de casa, seis candieiros de metal antigos, quatro figuras de gesso em tamanho natural com suas respectivas columnas, um piano bom para estudo, estantes para musica, duas banheiras, uma cadeira de creança, lavató-rios toillettes, louças e vidros differentes, um licoreiro de crystal.

Uma capella completa com rica talha, e um orgão portátil, duas alcatifas próprias para sala ou quarto, ou mesmo para-igreja, differentes castiçaes, um sofá e duas poltronas estofadas, doze cadeiras de sola, com lavrados antigos, dois contadores, uma sella para cavallaria (cadei-rinha), oito pipos para vinho, differentes drogas e tintas, uma barrica de cimento, uma bomba para elevação de agua, uma gaiola-viveiro, grande quantidade de ferro avulso, uma collecção de torneiras de metal, madei-ras de castanho, dois contadores de pau preto, algumas mezas do mesmo pau antigas, trez retretes volantes, uma meza elastica de primeira ordem, para 12 ou 30 pessoas, uma jardineira com pedra mármore, um par de jarras antigas, differentes redomas, mezinhas de cabeceira com pedra .mármore, meza de abas, para jantar, diversos castiçaes, armarios com-modas para arrecadação de roupas, colchão de arame e outros de lã, baldes e regadores, cadeiras retretes, e mais miudezas que estarão patentes e que tudo se venderá por preços resumidos.

C ò r c s d o s f a r ó i s

Verde, indica a Alta. Vermãha, estação B.. Branca, Caza do Sal. Amare\o escuto, reservado.

Desde o dia 1 de Maio na estação da Rua do Infante D. Augusto recebem-se encommendas e fazem-se despachos para a grande e pequena, velocidade nas esta-çõis do Caminho de Ferro, para o que haverá serviço especial de transporte.

Só se recebem volumes cujo pezo máximo não seja muito superior a cem kilos.

I l e e e b e m - s e a m m e i o s p a r a se -r e m l i x a d o s iso I n t e r i o r d e i o d o s o s c a r r o s e m c i r c u l a -ç ã o peSo p r e ç o a a n a l d e I S ^ O O Q r é i s , s e i s d o o s a n ú n c i o s e s e i o s p o r c o n t a d o a n u n c i a n t e .

O M U N D O B L B C I A K T - G REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA

DE Modas, Musica, Rélas-artes, literatura

e atualidades. Publicação feita sob o auspicio de

S. Majestade a rainha D. Amélia, Dirétor — A. de Souza (Guy de

Preles). Redátores das'secções: Moda e vida

Mundana Parisiense, bordados e todos os trabalhos concernentes ao belo sexo: Mademoiselles Amélia de Souza e Hermí-nia Souza.

Redátora e correspondente em Portu-gal: D. Olga de Morais Sarmento.

Redáção e administração : 30 bis, Rua Rregero, Paris.

Antonio Ribeiro das Neves Machado ALFAIATE

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Azilo de mendicidade No dia 22 do corrente mès de maio,

ao moio dia, na secretaria dò Azilo de Mendicidade de Coimbra, perante a co-missão administrativa, ão-de arrendar-se em praça-todas as cazas e lojas do mesmo Azilo que terminão 6 seu arrendamento pelo proximo S. João.

Coimbra, 13 de maio de 4901.

O Secretario,

João Augusto cCAtmeida Araujo Pinto.

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em 1882. com diploma de mérito»

medalha de coI»re na Exposição Uistrictal de Coimbra, de 1884

« » , R u a d e J o ã o C a b r e i r a , 3 1 — C O I M B R A

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Esta caza depois das modificaçõis que acába de sofrer, é ura dos melhores es-tabelecimentos desta cidade, no seu ge-nero.

0 seu propriétario fornecendo se dirê-taraente das principais fábricas de pro-dutos químicos e farmacêuticos, tanto na-cionais como estranjeiros; está a pár do dezenvolvimento que a química e a tereu-palica dia a dia vão experimentando e por isso possue uma coléção variáda das mais modernas substâncias e protjútos químicos.

0 aviamento de todo o receituário é feito por pessoal competentemente abili-tado, sob a diréção do seu administra-dor.

Esta caza encarrega se de mandar os medicamentos a caza de seus fréguezes, assim como de chamar qualquer dos cli-nicos desta cidade a toda a óra do dia ou da nnute.

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PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS Editor

MANUEL D OLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração = R u a F e r r e i r a B o r g e s

Typ. Democratiea

ARCO DE ALMEDINA, IO

ELEIÇÕIS Perante o fementido movimento

eleitoral que se vai preparando, por ordem do governo combinado com os progressistas, como os factos o demonstráo, parecerá á primeira vista que se impõe a abstenção eleitoral dos republicanos, que não deverám tomar parte na fárçada torpe, cinicamente enscenada nó" gabinete do ministro do reino. As-sim o parecerá e certamente corre-lijionarios nossos serám desta opi-nião, convencidos, de que resulta-ram ineficazes e de todo perdidos quaisquer esforços que se empre-guem numa campanha eleitoral.

Sob o ponto de vista restrito de triunfos eleitorais, dadas a ve-niaga do rotativismo monárquico, a corrução politica que lavra. e as fraudes dós recenseamentos, averá mo^ivps de razão nos qué assim pensarem. Mas é bem certo tam-bém que, embora o partido repu-blicano rezolva não concorrer em massa á Urna das politicas batotas, deverá deixar aos agrupamentos locais a liberdade de apreciarem as conveniências partidarias que pós-sâo recomendar, nó momento, esta atitude de demonstração e afirma-ção de vitalidade perante a urna.

localidades averá onde será talvês inoportuna esta demonstra-ção; outras ha em que tomar parte rias eleiçõis se impõi como uma ne-cessidade.

Dever-se-á, porém, deixar pas-sar a ocazião em que os partidos monárquicos, que governam com as suas clientelas domesticadas, se preparam para clamar ao país que com eles está a opinião, dever-se-á, dizíamos, deixar passar este mo-mento sem claramente demonstrar que t a l afirmação é tredamente falsa? Certamente, não.

; Desde que o partido republica-no,por i odiosas leis adrede prepa-radás para expulsar os republicanos do parlamento, se encontra rta im-possibilidade de fazer triuntar os seus candidatos, reprezentantes da opinião esclarecida e independentes do país, tem o dever de por outra forma fazer ver ao país que, se ou-tra fòsse a moralidade politica de quem governa, as representações republicanas não poderiam ser-nos roubadas. Corre-lhe esse dever e cumpri-lo-á, tanto mais que em nada obsta a que tal se faça o facto de concorrerem á urna as localida-des que assim o entenderem conve-niente.

O partido républicano entrou em uma fráze nova de organização que a tôdos cumpre auxiliar e promo vêr. Não á républicano tyue no raoj

mento presente, tenha o direito de rezervár as enerjias e dedicações, que todas são devidas ao partido, que o mesmo é que á Nação. E nenhum á que as rezérve. Enpe-nhádos como nos encontramos tô dos nésta obra santa da rejenéração nacional, tôdps vimos trazer á gran-dióza construção o coeficiente do nósso esforço.-

Os républicanos de Coimbra, conscios do seu alto dever e da sua responsabilidade moral néste grande momento da politica portuguêza, encontrão-se unidos e decididos a empregár tôdos os seus esforços, despidos de vaidádes ingrátas e no-civas, a bem da organisação do partido. Nésta orientação trabálhão, nórteádos somente pelo cumprimen-to do seu devêr, com o que não tázem mais do que seguir o exem-plo dos seuscorrelijionários de tôdo o país.

Urje que se realize ésta obra de organização; e entendem os républi-canos de Coimbra que, presente-mente, como fácto significativo de organização e concentração de ele-mentos de combáte, embora tenhão a certeza dos atropelos da lei e da falcificacão dos recenseamentos, é conveniente levárem á urna os seus votos pela Républica. Os nossos não se compram a dinheiro nem a favo-res, nem se obteem por quaisquer pressõis; sám livres e independen-tes, manifestação de consciências 7 » livres.. E' assim que nós os quere-mos . Serám poucos ? Terám a alta significação de outros tantos carateres onestos e-independentes^ que se não vergam a ambições de interesses nem a corrupções de ga-lopins.

F r e i « J a c i n t o

O sr. Jacinto Candido, jeral da ordem dos nacionalistas, vae bre-vemente peregrinar pelo Norte em «tournée » eleitoral.

Isto o que oficialmente consta. Porque particularmente se boqueja que s. ex.a vae em viajem de pro-paganda. do « Depurativo D i a s Amado. . . »

O D r . C a r n e i r o

De vários jornais:

«0 sr. dr. Carneiro de Moura, diretor do Liberal, condena a guer-ra, fruto das ambições e egdismos dinásticos, reputando-a impossível para o futuro, graças aos progressos da democracia.»

Este Carneiro que falia em a?n-b iço is e" egoísmos dinásticos, mais nos progressos da democracia, é dos mais bravos exemplares das manadas. Monarchicos, em cujos pastos abun-dantes tem engordado e crescido.

Agora anda a pregar a pás. PorqUe elle sabe quanto lhe

conveio cessai as hostilidades com o sr. Intze Ribeiro. . .

Pède-nos um leitor que lhe di-gamos quanto ganha atualmente o sr. Carneiro de Moura.

Estamos á espera de saber quanto ganha s. ex.a como diretor do «Liberal» para depois fazer-mos a conta.

Mas desde já podemos afirmar que é um Carneiro de exijente ali-mentação, e capás de tosquiar os proprios parceiros. . .

R a d i a n t e . . .

O s r . Serjio de Castro, na « Tarde, » jovial e pandego como um melro que é :

A primeira arremetida das oposi-ções foi leonina: combinan-se, seria uma vez, hão só o governo, mas o partido re-jenerador ! Em 2(3 do proximo mez de junho, entre o S. João e o S. Pedro, apagava-se na istória o nome da coleti-vidade politica que mais a enche de glo-ria nos últimos 50 anos — o nome da « rejeneração!»

A «rejeneração» a encher a is-tória. . .

Perdoará o incisivo pamfeleta-rio, mas a «rejeneração» á data não faz mais do que encher-lhe o copo.

E não é pequena a tarefa. . .

V i a j e m r e j i a

Ainda não vimos fixar-se na imprensa bfl.cioza desmentido convincente ao boato da próxima viajem rejia, que o dadivozo governo do sr. Uintze oferece ao soberano como paga reconhecida da confiança de que tem recebido inequívocas provas.

Parece, pois, que a viajem se fará, dispendendo-se compita alguns milhares de contos de reis.

0 pais que protestou ainda ha bem pr?aco, numa campanha ruidosa contra o desbarato dos dinheiros públicos, deve attentar no facto, significativo do desdem com que todos os altos poderes olham as suas reclamações. E para sua com-pleta edificação, deve ainda reflectir na atitude d'aquela imprensa que, inveti-vando o governo com grande liberalidade de palavrões duros, se abstém de co-mentar, mesmo ao de leve, o assumpto, passando-lhe longe, ao largo, sem receio de que, tocando-.o, vão pelos ares todos uS seus planos e esperanças de tomar o poder.

0 assumpto é escabrozo, e quaisquer considerações que se lhe façam pódein injustamente attinjir a Corôa, que conti-nua naquele engano d'alma em que os governos a teem e que é a desgraça do p a i s . . .

Nós aguardamos mais apropinquado lance de comentarmos o sucesso.

P e r s e g H í ç õ i s n o e x e r c i t o

Vários jornais têm anunciado perse-guiçõis no exército, levadas a cabo pela intolerância ferós do Marechal de Tra-jouce.

Tudo é possivel, e nem para extra-nhezas dá, a consumar-se, i) facto já tão comentado, visto que a atitude do exer-cito, tendo favorecido largamente o seu próprio desprestijio e enfranquecimento, deu mais audacia aos ditadores minis-teriais para o insultarem e perseguirem.

Á quem acredite numa reação salutar e condigna.

Talvês, mas duvidamos. O exercito ainda se não abituou a desprezar ordens ilegais e a devolver sem respostas certos recados umilhantes. . .

Esteve nesta cidade o distinto lite-rato sr. Julio Dantas.

Chegou no domingo a Lisboa, vindo de Coimbra, o sr. coronel comandante do rejimento de infantaria 23, Guilherme Vitorio de Freitas.

Sua ex.a a^aba de tirar ponto para o exame que vem fazer para jeneral, e em que decerto manterá os bons créditos de que goza desde o seu curso que foi dis-tinto, e no dezempenho de varias comis sões de serviço.

R e p u b l i c a n o s d e V i z e u

Os nossos prezados correlijionarios de Vizeu, entre os quais avultão elemen-tos de indiscutível valia, elejêrão á dias as suas comissõis paroquiais e municipal, que ficárão assim compostas:

Comissão municipal

Efétivos —Alfredo Lobão, proprietá-rio ; José Perdigão, negociante; Virjilio Botelho, negociante; Jozé da Silva Pe-reira, negociante; Ricardo Pais Gomes, advogado.

Substitutos — Antonio Simõis, capita-lista ; Antonio Marques Guedes, nego-ciante ; Antonio Gomes Nogueira, nego-ciante ; Francisco Roque Coelho, farma ceutico; Bernardo Ribeiro de Souza, far-macêutico.

Comissõis paroquiais

Oriental Efétivos — Antonio da Silva Sequeira,

cirurjião-dentista; Antonio Martins, in-dustrial ; Manoel Rodrigues Bastos, co-merciante.

Substitutos — Antonio Francisco Pe-reira, industrial; Jozé d'Albuquerque (Santo Ivo); industrial.

Ocidental Efétivos—Alberto Jozé da Silva Basto,

industrial; Antonio Lourenço Simõis, co-merciante; Manoel da Silva Léi, indus-trial.

Substitutos — António da Silva Mar-tins, industrial; Eduardo Gomes, indus-trial.

Aos nossos prezados correlijionarios enviamos as mais afétuózas saudações pelos seus trabalhos de organização, que é indispensável e urjente promover e realizar em todo o país. E é com grande prazer que noticiamos a próxima cons-tituição, em varias terras, de importantes núcleos, destinados á defeza efétiva das ideias republicanas, defèza que por meio de conferencias e outros processos de propaganda se extenderá e afervorará crescentemente. E é dispensável o enca-recimento pleno da obra de reconstituição dos antigos agrupamentos partidarios.

Já o dissémos: é assim que o partido republicano á-de fortificar-se e vencer. Mas, já o dissémos também é preeizo que esses núcleos-que se constituem não tenhão uma existencia decorativa, inútil, que se impônhão um programa, que o executem com decizão e perseverança, que tenhão iniciativa e tatica.

Irão pouco e:poucif conquistando ter-reno. Serão ôje um grupo minusculo, que os caciques poderózos olharão com estúpido desdem, mas de grupo se trans-formarão em lejião, e ámanhã serão triun-fadores aclamados os vencidos de ôje.

Para deante I Com muita fé e muita tenacidade, com animo forte para todos os sacrifícios e disposto a todas as re-pulsas e a todas as derrotas, unindo-nos cada vês mais estreita e efétivamente para uma grande -einprêza a que devem, sacrifiear-se sem ezitaçõis todàs >as des-sidencias e melindres, vamos erguer o país para uma grande e purificadora campanha contra esta ignóbil politica de quadrilheiros que nos avilta, bomos ôje a única esperança. Onde vàmos gritar palavras de protesto, dizer palavras de verdade, logo somos aclamados com si-nais claros de adezão entuziastica

0 pais será comnosco, se rezoluta-menle nos dispuzermos a acordal-o com o ruido vibrante dum grande protesto.

Unamo-nos! Onde ouver republica nos, que êles se agrupem e trabalhem com todo o entuziásmo e toda a espe-rança, certos de que o seu trabalho fru-tificará béla e largamente.

Sejamos todos e só pela Republica 1 *

Do nosso ilustrado coléga 0 Debate: Também na Guarda, onde esteve o

dirétor d' 0 Debate, e sob a prezidencia

do d.r. Nunes da Ponte, se reunirão de dicadissimos republicanos para tratar de trabalhos de reorganização, sendo de es-perar que, tanto naquéla cidade como em outros pontos da Beira Baixa, se constitúão núcleos republicanos impor-tantes.

De algumas localidades de província tem o dirétor dêste jornal recebido cartas de correlijionarios que, desde á muito, pedem que se trate a serio de trabalhos de reorganização republicana. 0 dr. João de Menezes tenciona ir a algumas déssas localidades, bem como, logo que lhe seja possivel, realizar conferencias de pro-paganda fóra de Lisboa.

0 nosso ilustre correlijionário sr. dr. Nunes da Ponte enviou a seguinte carta, em resposta á circular enviada pela com-missão municipal:

Ex.mn snr. dr. Severiano José da Sil-va—Vara satisfazer os dezejos de v. ex.a, expressos na sua circular de 14 do cor-rente, começarei por responder a v. ex.a

que, soldado combatente do partido re-publicano, sou partidario de todas as lutas sérias, mas adversario intranzijente de todas as batotas indecorozas.

Ora se as eleiçõis neste nosso pais, nunca primarão, nem pelo voto con-sciente do nosso povo, mergulhado ainda ôje numa medieval ignorância, nem pela còrreção dos nossos governos monárqui-cos, empenhados quasi sempre crimino-zamente na conservação do seu predo-mínio, é certo qúe se regulárão' em tempo por leis que permitíão, por um esforço supremo de vontades, que er-guessem a vós no parlamento alguns re-prezentantes lejítimos dos círculos que lhes confiavam os diplomas.

A' proporção, porém, que o povo das grandes cidades se foi democratizan-do e qué esses esforços supremos se fôrão repetindo, os governos da monar-quia fôrão substituindo essas leis por outras cada vez menos liberaes, até ao ponto de decretarem ditatorialmente a obuoxia lei vijente que acabou por cerrar por completo as portas do parlamento a quem quer que tosse que se não sujeitasse ao carimbo aviltante do placet ministe-rial.

Noutro qualquer país cávizado da Europa, que porventura se não ouvesse revolucionado perante tão dezaforada audacia, não averia talvez meia dúzia d'omens dignos e graves, que aceitassem um diploma de deputado lavrado em tão mizeraveis condiçõis.

Mas não é ainda esse o motivo pri-mordial que me leva a pronunciar con-tra a nossa intervenção na eleição poli-tica que se vai finjir.

Com semelhante lei e claro que não podíamos mandar um único dos nossos correlijionarios ao parlamento; mas po-díamos aproveitar o ensejo para afirmar mais uma vez os nossos principios, alar-gar a nossa propaganda de ideias, de-zenrolar o nosso programa d'adminis-tração, fomentar a cohezão das nossas forças, lutar emfim, que é a primeira cnndição de vida d'um partido politico que procura realizar aspiraçõis e se propõe fazer triunfar ideias.

Outras razõis ainda me determinão [•no meu modo de vêr. E' que essa mes-ma lei draconeana é vilmente sofismada.

Os recenseamentos sãq jeralmente falsificados com o mais impudente des-pejo e as operaçõis d'escrutinio são ;em muitas assembleias transformadas em actos de uma baixa e indecente «eserd-querie».

Para presidir a certas e determina-das mezas eleitorais, destinadas à falca-trua repugnante, escolhem-se essas infi-

j n a s e reles figuras d'uma galopinajem anónima e despejada, que do meio da força publica que as ampara e proteje, alardeiam a sua petulante audacia, rou-bando cinica e impunemente os votos dos eleitores indefezos.

E é sobre este lamaçal de infamias que se ergue o poderio dos partidos ro-tativos, e se apertam os laços siamezes

S t t t Z I & T E i V C l A l l o n ú n g o , 22 d e l l a i o d e 1 0 0 4

L I T E R A T U R A & A R T E

K A T U C H A

Cheia de graça e frêsca como as rozas Viveu tecendo, sob o olhar de Deus, Os sonhos que nas tardes silenciozas — Jezus sonhou, fitando os claros ceos.

Ouviu, tremendo, a muzica dos ninhos, Amou, cantando, as lúcidas es'pra"ças, Como a sorrir, á beira dos caminhos — Jezus amou, descalço, entre as creanças.

Depois, maldita, por têr muito amado, O dôce e triste, de que o mundo ria, Chorou o pranto que na crus pregádo. — Jezus chorou na ora da agonia.

Errante, pelos sonhos, perseguida, Quantas vêzes, nas noites dolorozas, Se não lembrou que fôra noutra vida Cheia de graça e frêsca como as rozas. . .

Espirito gentil que pelo mundo Como Jezus, sonhou, amou, chorou. . . Ergue p'ra o sol o teu olhar profundo

Cristo resuscitou!

( Do numero único Adelina Abranches) CARLOS AMARO.

de todos os bandidos polilieos que trem levado o país á ruína vergonhoza em que se encontra ôje.

Ora incomodar um partido inteiro, sem a mais lijeira esperança de vitoria, expondo os nossos correlijionarios a pre-zenciarem resignadamente o roubo ignó-bil dos votos que depnzeram ria urna, roubo cometido na prezente conjuntura, unicamente "para que os arautos agaloa-dos d'essa safada quadrilha de politi-queiros mizeraveis possam clamar reve-rentes, perante o Senhor que os manda, a gloria ipócrita de terem exterminado os últimos vestijios do republicanismo do Norte, parece-nos tarefa demaziadamente dispensável.

Não; o que é precizo é iniciar um largo movimento de protesto e de reaçãn contra semelhante infamia, tanto mais que todos reconhecem ôje que essa re-voltante batota se pratica no criminozo intuito de protelar indefinidamente nas mãos d'uma oligarquia detestada a facul-dade de poder explorar livre e dezas-sombradamente o país.

Para isso poderíamos e deveríamos apelar de novo para todos os portugue-zes onestos, para as forças vivas da Na-ção, que bem acabam de mostrar quanto lhes repugna a continuação do sistema de piihagem em que vivemos, e sobre-tudo para aqueles que teem por nobre missão defender a patria dos seus inimi-gos tanto externos como internos, e sem cujo apoio tão patente ignominia á muito teria deixado de se consentir.

Fechar por via de taes processos as portas do parlamento a quem quer que possa lejilimamente reprezentar o povo, em pais que se diz reprezentativo, é levar ao requinte do cinismo a desfaçatez do absolutismo.

A um movimento d'essa natureza associar-se-iam certamente todos aquelles a quem repugna a torpeza d'essa mistifi-cação aviltante, a que os nossos omens públicos chamam pompozamente — elei-ção—e que todos conhecem como a mais indecoroza batota.

Foz, 19 -5—904 .

De V. Ex.s, Correlijionario venerador,

J. Nunes da Ponte.

P e l a R e p u b l i c a !

Vem de alistar-se na imprensa repu-blicana o nosso prezado coléga Semana Alcobacense.

Abertamente, e uma nobre e patrió-tica decizão, fás a profissão da sua nova fé, que promete defender com todo o entuziásmo e intranzíjencia.

Saudamos muito afétuózamenteo novo camarada de luta.

P a r a b é n s . . -

Uma comissão de senhores do Jardim Zoolojico foi aprezentar ao sr. Pequito felicitaçõis pela sua ascenção nos conse-lhos da coroa.

Não tem reparado que os cavalheiros do Limoeiro são menos amaveis?

Que nos conste nunca mandarão de-putação aos colegas que tão alto tem conseguido grimpar-se. . .

C e n t r o E l e i t o r a l R e p u b l i c a n o

J o s é F a l c ã o

Devem inaugurar-se brevemente neste «Centro» series de conferencias e pales-tras instrutivas, que abrirão uma epoeha de entusiástica e perseverante propa-ganda nesta cidade.

Sabemos que ao Centro Jozé Falcão vão fazer conferencias alguns dos vultos mais prestigiozos do partido republicano, versando com a sua notável proficiência assunto^ de politica e administração.

N o m e a ç ã o

Foi nomeado medico da colonia Villa-Fernando o sr. dr. João de Matos Cid.

Ao agraciado, que reúne apreciaveis qualidades de carater e largos recursos de saber, enviamos o nosso cartão de parabéns.

E m p r e i t a d a s

Foi adjudicada ao sr. Joaquim dos Santos Machada, d'Abrunheira, a obra de calcetamento e conslreção de passeios da rua de Lourenço d'Almeida Azevedo.

A adjudicação foi feita pela quantia dc 1. í iOíOCO réis.,

© espirito Tulherias

Não foi em 1869, como erradamente saiu no ultimo artigo, mas em 1870, no proprio ano da quéda do império, que teve logar o plebiscito Em 18CW fôrão as eleições jerais, que reprezentárão, por assiin dizer, o despertar da França.

A preocupação excluziva do impera-dor era afogar, era destruir os republi-canos. Em França avia mais partidos. Mas o mais perigozo de todos era o re-publicano.

0 grande perigo é essel dizia bastas vezes o imperador.

E era. Era o grande perigo desde 1793! 0 grande perigo para todas as monarquias europeias 1 A Republica era a meta, era o objetivo, era o fim! A Revolução feriu de morte o espirito mo-nárquico. Aniquilou o para sempre.

Quantas torrentes de sangue vertido, quantas somas fabulozas desperdiçadas, quantos prejuízos de toda a ordem, quan-tas desgraças, quantos crimes, por se não compreender esta verdade !

Adiar soluçõis, impostas pela fatali-dade das circunstancias e do tempo, é o maior erro que se pôde cometer na vida dos indivíduos ou na vida dos povos. Erro que se paga sempre com juros exorbitantes, arrancados mais do que á nossa bolsa; também á nossa onra, tam-bém ao nosso sangue!

0 grande perigo é essel dizia o im-perador.

Tudo, menos rnpublicanos I Contra os republicanos se fês êsse

odiozissimo golpe d'estado de dois de de* zernóro,acompanhado e seguido,na França inteira, de assassinatos, de infamias, de atrocidades sem nome.

Contra os republicanos se fês a cam-panha da Criméa, isto é, como dis Taxile Delord na sua Istoire Ilmtrée du Second Ernpire, para que a França esquecesse o dois de dezembro, e o exercitó os seus antigos chefes.

Contra os republicanos se fês a guerra de Italia, isto é, como dis ainda o citado istoriador, para que a França esquecesse a sua liberdade perdida.

Contra os republicanos se organizou a expedição do México, isto é, para ceder ás manobras, para satisfazer as exijen-cias dos clericais, uma das forças em que se apoiávão as Tulherias, na sua guerra ferós, e constante, á democracia.

Contra os republicanos se fés a guerra de 1870, isto é, para apagar o efeito das eleições de 18B9, do plebiscito de 1870, do assassinato de Vitor Noir, para des-fazer a onda de indignação e de revolta, que tinhão produzido tantas infamias, tantos crimes, onda que crescia de ins-tantes a'instantes, que se avolumava, que se alíeava, emfim, a correr, amea-çando pavorozamente, como um castigo de Deus. cair com estrondo, cair com fúria, esmagando-as, subvertendo-as, so-bre as Tulherias.

Contra os republicanos se deu a ca-pitulação de Metz e a capitulação de Sédan.

A Republica era um espetro, que se erguia ameaçador, que se erguia orrendo, aos olhos das Tulherias. Era precizo tirar d'ali o espetro, corre-lo, afujenta-lo, ma-ta-lo, que as Tulherias querião viver tranquilas, querião dormir descançadas. Para isso tudo se fazia. Tudo era admis-sível. Tudo era licito. Tudo ! Tudo!

Fazia-se uma lei de imprensa, que não deixasse escapar nada pela malha. Mas, mesmo assim, em surdina, chegava cá fóra um lijeiro protesto? Jornais apreen-didos e suprimidos. Portas das tipogra-fias fechadas e seladas. Jornalistas e ti-pógrafos expulsos á coronhada. No melhor cazo, um policia á porta da tipografia para não deixar sair ninguém, salvo'o outro policia, o que estava lá dentro, para levar, á censura, a primeira folha que se imprimisse!

Não imajine ninguém que, por mais que o pareça, estamos fazendo a istória de outros paizes. Nós estamos fazendo a istória da França no segundo império, fstoria de rigoroza verdade. Lê-de, e vereis! os livros já por nós citados, e todos aquêles que quizerdes.

Chuz! Ruz 1 Nem palavra. Nem pio. Pedia-se licença para uma reunião? Ne-gada a licença. Projétava-se fazer a reu-nião sem licença? Ocupado militarmente o local da reunião. No melhor cazo, dava-se a licença? Dissolvida a reunião, á primeira palavra mais viva que se pronunciasse. Nem acompanhar os mor-tos ao cemiterio. Os pobres mortos! As ruas apinhávão-se de tropa para impedir o cortejo fúnebre. Os cemiterios érão ocupados militarmente, para impedir, não já os discursos, mas os soluços, mas as lagrimas, mas o ultimo adeus, á beira tia sepultura. Os pobres mortos! E os

jornais recebião ordem para não dizer palavra no dia seguinte.

A liberdade eleitoral era como a li-berdade de imprensa, era como a liber-dade de reunião, como a liberdade de associação, como a liberdade de catedra, como a liberdade de tribuna. As Tulhe-rias não querião republicanos na camara!

Mas a vós de Vitor Hugo, a vós de Quinet, e d'outros, a d'esses dois sobre-tudo, trovejava do exilio, e chegava á França, por mais guardas fiscaes que ouvesse na fronteira, e mais beleguins a espiar os comboios e os correios. Res-pondia-Ihe o silencio. Mas esse silencio era como o silencio dos tumulos. Metia mêdo!

0 ' ! Silencio sepulcral, silencio orro-roso, que, demais, tinha este contra: dei-xava que se ouvisse o bramir da cons-ciência !

E as Tulherias, apavoradas, procura-vam gente que as defendesse, que as apoiasse. E as Tulherias recorriam a todos os réclames, a todos os expedien-tes de popularidade. E as Tulherias, para embriagar, para esquecer, lançavatn-se n'um rodopio de festas, rfuma vida doi-da de prazeres, custasse o que custasse, estimulando as classes ricas, e todos os viciosos, ao mesmo rejimen de gôzos e folganças.

0 amôr do oiro, diz Taxile, tornou se o sentimento dominante das classes elevadas, e, até, d'aquelas que se gaba-vam de ter por regras únicas da vida o dezinteresse e a onra. As pessoas de negócios, acrescenta, uzavam dos meios de influencia, que dão a intriga e a cor-rução, para obter monoplios, privilejios, outros de natureza equivalente. Os em-pregados de categoria venciam por tres e mais empregos. E esta sociedade nova, escreve ainda o referido istoriador, este mundo exquisito, composto d'altos fun-cionários com tríplices vencimentos, de financeiros enriquecidos por processos indecorozós, de traficantes de toda a or-dem, de intrigantes e cortezãs, espalha-va o oiro a mãos cheias e vivia em fes-tas permanentes.

Ao par e passo que a mizeria publica crescia! O preço dos jeneros alimentícios, da carne sobretudo, chegou a um ponto assustador. As abitações dos pobres tor-naram se mizeraveis e caríssimas, por isso que nas grandes cidades os bairros velhos foram substituídos por bairros opulentos. Cazas novas, mas ele rendas elevadas, sem ninguém pensar em cons-truir cazas ijienicas e baratas para as mais Ínfimas classes sociaes. Os rendi-mentos do estado não chegavam para tamanhas vorajens de loucuras. Os mu-nicípios endividavam-se extraordinaria-mente. Portanto, novos impostos, crescen-do dia a dia, agravavam a infelis situa ção do povo.

As Tulherias, ao mesmo tempo que continuavam nas suas cruéis ezijencias de dinheiro, engulindo o que era licito e o que era ilícito, finjiam ter dó das mul-tidões, e orgartisavam kermesses, bene-fícios, subscrições, mealheiros em favor iFelas.

A imperatriz, sabendo tudo, diz Ta-xile, que se pôde aprender no < Sacré Coeur, era uma mulher piedoza, de pro-funda devoção temendo a Deus e amando os pobres. Lançou-se, de braços aber-tos, no partido clerical. Os bispos tive-ram nela a sua amiga, o seu baluarte, a sua força. Por sua intervenção se impo-zeram, mandaram, governaram. Aliados, ela e eles, no santo ardor da fé contra os republicanos, contra os livres pensa-dores 1 Era ela, é sempre Taxile que c refere, quem fazia lêr, e assinalava a seu marido, os artigos menos agradaveis ao trono e ao altar, incitando o impera-dor a fazer sjiprirrrr os jornaes que os publicavam. Os padres reinavam, com toda a amplitude. O dogma da Imaculáda Conceição foi recebido, em toda a França com estrondosas manifestações oficiaes de Jubilo. O clero recebe ordens para ensinar ás creanças, nas escolas, os arti -gos do «Silabus». Do «Silabus», do « Silabus », o supremo atentado á digni-dade umana I

Amôr, com amôr se paga. Ao bati-sado do príncipe imperial assistiram 86 bispos! O imperador, viajando, não atravessava uma diocese sem que o bispo viesse,;á frente do clero, saudar o «Sal-vador da sociedade »

0 recrutamento dos adeptos fazia-se entre omens sem escrupulos, aventurei-ros sem valor moral, jeralmente de me-díocre valor inteletual. Também, o que o imperador preferia eram «omens de pulso! »

Saint Arnaud avia sido caixeiro via-jante, comediante, mestre de armas, etc. Magnan, outro aventureiro. Fleuri, um « viveur», foi feito ajudante do impera-dor só por montar bem a cavalo. Espi nasse, um imbecil, foi feito presidente do conselho só por ser um soldado bru-

tal, capaz de todas as violências para de-fender o trono.

Toda essa gente era festejada, favo-recida, agrupada num fim único: com-bater os republicanos.

A monarquia resumia a sua vida neste ponto: afujentar o espetro, defender-se da Republica.

Era a sua obcecação. Nesse intuito arriscou tudo, jugo» tudo. Violências, festas, corruções, batalhas, miravam só a isto: vencer, ou, pelo menos, adorme-cer a opinião.

Quando a opinião acordou enfurecida, quando em 186g, elejeu uns poucos de deputados republicanos, entre eles Gam-beta e Rochefort, quando a quinta parte do exercito, no plebiscito de 1870, se manifestou contra o império, apezar de todas as corruções e brutalidades de ca-serna, a monarquia jogou a ultima car-tada : a guerra de 1870.

E jogou-a como o batoteiro reduzido aos extremos da infamia.

Razaine, em Metz, foi o requinte da pulhice. Napoleão, em Sédan, não lhe ficou a dever nada.

Este biltre, que, nas vesperas do golpe de estado, do dois de dezembro, dizia aos militares, que tinham aderido á conspiração: «Je ne vous dirais pas:» S l a r e h e z , j e v o u s s u l s : « mais je vous dirais: » t l e m a r c h e , s u l v e z -m o l ! não teve força moral, nem fizica, para montar a cavalo, e cair vencido como um ornem, ou morto, á frente das suas tropas.

Só teve esse grito de angustia, esse grito de dôr, de fraqueza, de urriilhação, de covardia, que Zola na «Debacle » lhe atribue:

01 ce cânon, ce cânon, qui ne cesse pas I

Contra os republicanos, isto é, contra a liberdade, contra a verdade, contra o direito, não dizia: «Marche, eu vos sigo,» Dizia: «Eu marcho, segui-me.» Contra o inrnigo da patria não sabia marchar, nem seguido dos outros, nem seguindo os ou-tros! Sabia carpir, sabia lamentar o tiro do canhão, que lhe ajitava a bexiga e os rins, para acabar por escrever ao rei. da Prússia, ao Monsieur mon Frère ele, le bom Frère Napolèon, remetendo-lhe a sua espada, que só para esse ato ignóbil saia da bainha!

A' óra em que o pobre cabo João, o valente cabo João, o cabo de esquadra intemerato e fiel, o cumpridor austero do dever, depois de tantas fadigas, de tantos sofrimentos, de tantas dôres, de tantos perigos, só confiava no pôr do sol como termo de martírios.

Ce cochon de soleil!. Qiiand il será couc.hê e qríil fera muit,

on ne se balra plus, peut étre ! E o sol põe-se, emfim. Emfim ! Em-

fim ! A ce cochon de soleil, le vóila donc

qui se conche. Emfim! Emfim 1

Como este grito sujestivo vale só poti si por um poema !

A noite traz a paz, o descanço, uma trégua d'algumas óras. Paz e descanço para os mortos, que não serão pisados a patas de cavalo. E paz e descanço para os vivos, qne irão daí a pouco, quando as aves romperem o canto alegre da alvorada, cair, por sua vez, ao lado deles. Morrer por um frascario sem pu-dor. 0 vil frascario! Morrer pelas Tu-lherias, um antro de vícios e vergonhas. Morrer, enviando aos filhos, á mulher amada, o ultimo suspiro. Como WeísS, ali, aos olhos de Inriqueta, fuzilado con-tra um muro, como um cão! Como o sargento, Onorio, lá em cima, sobre a. peça, agarrando a carta de Silvina, no ultimo estertor, e apertando-a contra o coração!

Pôr do sol de ignominia, nascer do sol de redemção.

0 império morria ao anoitecer. A Republica surjia com a aurora.

E a Republica foi, para a França, uma verdadeira redenção!.

•' ' • Í iíff!f;>!j iíífilJjÇIOlQ D'O Povò d'Aveiro. <>

P e l o l i c e n

O prazo para a entrega de requeri-mentos para os exames de instrução primaria do 2.° gráu é de 15 a ^0 do proximo més de Junho, e de 20 a 30 do mesmo mês para a entrega das relações dos alunos propostos para exame do 1.° gráu.

Os alunos só pódem ser propostos a exame do 1.° gráu pelos professores le-ga'mente inscritos na secretaria da ins-péção, ou pelos chefes de familia, quando a educação dos candidatos ao exame se ája efétuadi no ensino domestico.

Consta que, ao contrario do que era esperado, este ano só poderão fazer exame do 2.° gráu os alunos que tiverem feito o ano passado o 1° rráu, não a\endo, portanto, portaria que dispense a apre-zentação do ceitificado d'exame do 1.° gráu no áto da entrega dos requerimen-tos para o 2.°.

Os exames do 1.° gráu terão logar nas escolas durante o mês de Julho e os do 2.° no mês d'Agosto.

Rrevemente serão publicados editais regulaudo a fórma dêsses exames.

Foi pedida autorização para serem removidos da cadeia da Figueira da Fós para a de Coimbra os prezos Joaquim Marques e Inácio d'Assumção.

0 Grupo Muzical Jozé Mauricio, co-memora no proximo domingo o ti.0 ani-versario da sua fundação.

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KO THEATRO

nurriernza cotfcórrencisf e 'co-lheita farta de applauzrs derivaram as tres recitas da Companhia D. Ainelia, preenchidas com O Adversário, 0 Ham-let e A Severa, peças cuja critica está já largamente feita.

De nl íraW nestes espelaciilòs' só a manifestação feita a Adelina Abranches, qne já na Rmwmçâo e na -Cruz da Es-mola, pela revelação poderoza das suas alj^s qualidades de artista, recebera ovaçõçs frementes e carinhozas, tanto mais para assignalar quanto è certo que expontaneamente e com um raro calor se priKluziram, sem prévias alliciações de colmes interessadas.

A eminente artista, na sua volta a CoimbVa; teve por parte do nosso publico uma acolhida cheia de entuziásmo, que no espetáculo do dia 19 transbordou em aclamações vibrantíssimas, quando, para a Anedota dé Marcelino de Mesquita, ella despontou em scena.

Estrujiram, longas e nutridas salvas de palmas, que ella agradecia comuiovi-da, e^ao fechar-se o espetáculo a mani-festação. em que a envolveram redobrou de enthuziasmo.

Toda a sala vibrou num forte clamor de aplauzos, e no palco cairão, com ex-traordinaria profusão, bouquels e flores soltas. Uma e muitas' vezes Adelina Abranches foi chamada e coberta de aplauzos, numa consagração merecida do seu triunfante talento, que dia a dia se marca um logar de supremo desta-que.

Em honra da distinta atriz foi larga-mente distribuído um numero único — Adelina Abranches — magnificamente im-presso e bellamente còllaborado, e illus-trado por um grupo de académicos.

Desse numero, qué deixou uma ge-ral impressão de agrado, é a belta poesia de Carlos Amaro que vai nojutro logar do nosso jornal. • • Rn emlim uma festa cheia de enthu-ziasmo e de justiça, como poucas temos visto, e que pela sincera expontaneidade que a caraterizou, maior relevo teve e mais grata impressão deixou no nosso meio,

Tem alguns jornais dado noticia que a delegação de saúde tinha apreendido farinhas de nossa marca, consideradas impróprias para consumo pelo laboratorio de ijiéene, por se acharem alteradas e orrutas, pela áção do tempo, cumpro-nos

declarar ao publico em jeral e em espe-cial aos nossos estimados clientes, que não somos moajeiros, mas sim fabrican-tes de massas alimentícias, e debaixo

-tíêste titulo nos achamos matriculados. Compramos trigos rijos próprios para

esta industria e não para panificação; dêles extraímos semola de primeira, se-; gunda e terceira qualidade, com que fa-bricamos massas alimentícias das tres classes l . \ 2 . a e 3.a.

Os reziduos que ainda produzem estes trigos além da semola, são tres qualidaes de pó que pela sua baixa qualidade já não servem para massas, e que nós de-nominamos farinha rija, mas que não tem semelhança Com a farinha fina própria para panificação, -nem a vendemos como tal, visto que o seu preço é 40 7 0 menos que aquéla; e os restos ainda produzidos pela moajem do trigo.são quatro tipos, de rolão.e farelo, e tanto estes como aquélas tres qualidades de pó são por nós pastas no mercado á venda, e se o publico as consome ou não, em uzo pro-prio, é çazo que nós não .podemos prever nem remediar, e nem mesmo as consi-deramos prejudiciais á saúde quando es-tejão em bom estado de conservação.

E ' o que entendemos dever tornar líêhí publico, a fiai de' que de futuro se não repita o mal entendido que agora se deu, classificando como farinhas estes baixos produtos que não pássão de ser rolões mais ou menos aperfeiçoados.

Coimbra,- *0 de Maio de 1904. Dias Pereira, Marques Pinto & C."

Foi aprezentada queixa no comissa riado da policia, de que na vila de Can-tanhede fòrão roubados dois fardos dé fazendas no vaior de 800^000 réis, per-tencentes a Maria de Jezus Maia e sua irmã Guilhermina de Jezus.

A policia procede a averiguaçõis.

E s t r a d a d a C i d r e i r a

Foi aprovado o orçamento para a reparação da estrada de Coimbra á Ci dreira, na importancia de réis 1:440(5000, paraí ser gasta durante o atual ano eco-nomico.

C o n t r i b u i ç ã o b r a ç a l

<. Está em expozição na secretaria da eafflâra, por espaço de 15 dias, a contar de 10 dêste .mês, o. roL de. lançamento do imposto braçal, a fim de ser exami nado pelos interessados.

E s c o l a s N o r m a e s

. Qs candidatos que pretendão ser adrhi tidos á matricula nas Escolas Normais, devem aprezentar os Seus requerimentos de 4 a 15 de Junho, na secretaria das mesmas escolas.

A n i v e r s a r i o

Completou ontem 10 rizonhas prima-veras, a menina Aurora da Costa Rodri-gues, gentil filha da sr.a D. Margarida da Conceição Rodrigues e do falecido solicitador Joaquim da Costa Rodrigues

Os nossos parabéns.

C O M U N I C A D O P a p i n h a s a l t e r a d a s

H e r e g r e s s o

De regresso do Brazil chegaram á dias a Lisboa os nossos prezados correli-jionarios srs.. drs. Antonio Luis Gomes e Artur LéiTão.

Bôas-Vindãs 1

n o s s o s e r v i ç o

A companhia da Beira Alta com o fim de facilitar as viajens aos passajei-ros procedentes das linhas dá Comp.v-nbia Real.ou a élas destinadas, estabe-lece no TioVò orário, que começa a vigo-rar no dia 1.° de junho próximo, um comboio d'ida e volta entre Pampilhosa e Luso.

O comboio d'ida, que tem o n.° 25, parte da Pampilhosa ás 9,49, tarde, e chega a Luso ás 10,5, correspondendo em Pampilhosa com o expresso n.° 55 da Companhia Real que sai de Lisboa ás 5, 25, l., e chega a esta estação ás 9,39.

O comboio de regresso, que tem o n.° 20, parte de Luzo ás 10,45, t., e chega a Pampilhosa ás 11, correspon-dendo n'esta estação com o. comboio n.° 8 (correio) da Companhia Real que sai da Pampilhosa ás 11,20, t., e chega a Lisboa R ás 5,50 m.

Alem d'isso os passajeiros de Luzo com destino ao Porto, teem o comboio n.° 0 que parte d'aquélà estação ás 9,07, t., e chega á Pampilhosa ás 9,25 onde passa a corresponder com o expresso da Companhia Real n.° 55 que parte da Pampilhóza ás 9,43 e chega ao Porto ás l f , 4 0 t.

CONFIANÇA Deus queira que poucos do que esta

declaração lêrem, necessitem de recorrer a remedios para -seus çoffrimentos do estomago; durante mais de dois anos estive entre'a vida e a morte por cauza de fortis-simas dôres de estomago só to-mando um pouco de leite, pois qualquer outro alimento era vomitado imediata-mente. Recorri a muitos especialistades, doenças de estomago, nada conseguindo e ficando cada vês péor; finalmente, por conselho do dr. Abel M. Faria, meu ulti-mo medico, tomei as pilulas antidispéticas do dr. Heinzelman sendo tão grande o re-zultado dêste poderozo remedio, feito com vejetaís do Brazil, que em menos de dois mêses, completamente bom, comendo perfeitamente e sem nenhuma dôr.

Américo de Assis Lobo. Depozito em Coimbra das pilulas de

Heinzelman: Srs. Rodrigues da Silva d C.a Rua

Ferreira, Borjes.

Carris de Ferro de Coimbra O R A R I O P R O V I Z Ó R I O

Carreiras entre, o largo das Ameias e a. rua Infante D. Augusto

Partidas

Do largo dâs Ameias Da rua Infante D. Augusto

Gh e 30m manhã 7h manhã 7 7,30 *

7,30 V 8 D

8 » 8,30 » (f>)

8,30 » 9 9,30 D 10 »

10,30 > 11 » 11 í 11,30 > • " 11,30 » 12 f

12 » 12,30 tarde 12,30 tarde 1 »

1 » 1,30 D

1,30 D 2 » 2 » 2,30 » 2,30 » 3 >

: a,3 • D | 3,30 D

3,30 bit C4>i| > 4 » 4 t 4,30 » " 4,30 • » 5 » 5 » 5,30 D

5,30 > 0,30 n' 1 f?;efíòO 0 » 7,30 » 7,30 T> 8,30 noite 8 noite 9,30 M

9,30 > 10 » 10 > 10,30 I

(a) Directo da Casa do Sal á r u a do Infante D Augusto.

(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á Casa do Sal . ,

Carreiras diretas entre a R, do infante d. Augusto - 1 • B

P a r t i d L a s

da R. Infante d. Augusto |

Gh tarde 8, noite

da Estação

0'' e 58m tarde 8h e 45m noite

Carreiras entre, o largo das Ameias e a estação B dos caminhos de ferro

Partidas

Do largo das Ameias

3h I 0m manhã 5 ,55 8 ,10 2 , 3 0 3 ,::0 4 .35 5 ,37 0 ,25 0 , 4 0 8,10

12 ,15

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tarde »

> noite >

da estação B

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C <D iça .a

Todo o serviço que fôr feilo alem de indicado neste orario é considerado ex raordinario.

Tatoéla do procos

Largo das Ameias ou Caza do Sal á Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis

Largo de D. Carlos ou Gazómetro á Rua do Infante D. Augusto — 40 réis,

Largo das Ameias, Caza do Sal ou Rua Infante D. Augusto ao Mercado -30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazometro ao Largo de D. Luís — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazómetro ao Mercado — 20 réis.

Estação B dos caminhos de ferro ao Cargo das Ameias ou Mercado — 50 réis.

Estação B dos caminhos de ferro á rua Infaute D. Augusto — 80 réis.

Estação B dos caminhos de ferro á Caza do Sal — 20 réis.

A assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos preços anuais <ie réis 12&000; e 9$000 réis para os menores de 14 anos e creados, sendo estes últimos l e logáres na plantaforma dos carros.

mobília W a I J a s i u i a < 1 a C i s s s a e a í l a

DOS

Herdeiros do Fallecido Araujo

Domingo, 8 de maio, das 11 horas da manhã ás 7 da tarde, e mais dias seguidos durante o mez de maio, vendem-se por baixos preços os seguintes objectos:

Um guarda louça, um aparador, ura fogão de cozinha corp caldeira de cobre, úmà fornalha de ferro, um fogareiro de cobre, differente bateria de cozinha, um fogão de sala com seu respectivo cano de zinco, uma commoda papeleira muito boa, uma dita com pedra mármore, quatro leitos de madeira, seis mezâs de sala com pedra mármore, dois consolles com pedra mármore, uma meza de damas, um rico jogo de gamão e outros de damas, de pau preto, com pedras de marfim, quatro ricos quadros para sála, mais seis ditòs, uma alampada para entrada de casa, seis candieiros de metal antigos, quatro figuras de gesso em tamanho natural com .sua-s respectivas columnas, um piano bom para estudo, estantes pará musica, duas banheiras, uma cadeira de creança, lavató-rios toillettes, louças e vidros differentes, um licoreiro de crystal.

Uma capella completa com rica talha, e um órgão portátil, duas alcatifas próprias para sala ou quarto, ou mesmo para igreja, differentes castiçaes, um sofá e duas poltronas estofadas, doze cadeiras de sola, com lavrados antigos, dois contadores, uma sella para cavallaria (cadei-rinha), oito pipos para vinho, differentes drogas e tintas, uma barrica de cimento, uma bomba para elevação de agua, uma gaiola-viveiro, grande quantidade de ferro avulso, uma collecção de torneiras de metal, madei-ras de castanho, dois contadores de pau preto, algumas mezas do mesmo pau antigas, trez retretes volántes, uma meza elastica de primeira ordem, para 12 bu Jõ" péssôas; uriia jardineira com pedra mármore, um par de larras antigas, differentes redomas, mezinhas de cabeceira com pedra mármore, meza de abas, para jantar, diversos castiçaes, armarios com-modas para arrecàdação de roupaí, c'olchão de árame e outros de lã, baldes e regadores, cadeiras retretes, e mais miudezas que estarão patenteá e que tudo se venderá por preços resumidos.

Còrcs dos faróis

Verde,-indica á Alta. Vermelha, estação B. Branca, Caza do- Sal-. Amarelo escuro, reservado. -

Desde o dia 1 dé Maio na estação d.a Rua do Infante XK Augusto réçehem-'se encommendas e fazem-se despachos para a grande e pequena velocidade nas esta-çõk do Caminho de Ferro, para o que haverá serviço especial de transporte.

Só se recebem. volumes cujo pezo máximo não seja muito superior a cem kilos. , . .

Fabrica de Ceramica da Pampiliioza (Em frente á estação do caminho de ferro)

Mourão Te ixe ira Lopes & ÇL"

R e c e b e m s e a m u a d o s p a r a se -r e m O v a d o s « o i n t e r i o r d e t o d o s o s c a r r o s e n i - c i r c u l a c ã o p e j o | » r e ç o aamaS d e 1 S . $ 0 0 0 r é i s , s e n d o o s a n u n c i o * e s ê l o s p o r c o n t a d o a n n n c i a n t e .

O . ! l l . \ » 0 E L E G A M T E R E V I S T A A U I N Z E N ^ L I L U S T R A D A

j V l'K i Modas, Mu|ica,JBélas-ártes, literatura

e atualidades. Publicação feita sob o auspicio de

S. Majestade a rainha D. Amélia, Dirétor — A . de Souza (Guy de

Préles)'. Redátores. das^séCíÇQes: Moda e vida

Mundana Parisiense, bordados e todos os trabalhos concernentes ao belo sexo: Mademoiselles Amélia de Souza e Hermí-nia Souza. L Redátora ô Correspondente etri Portu-gal: D. Olga de Morais Sarmento.

Redáção e administração : 30 bis* Rua Bregero, Paris.

AntoniD Ribeiro das Neves Machado ALFAIATE

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\ I o á a I l l t i ^ t í ^ á a Jornal das famílias — Publieação semanal

Diretor a: D . LEONOR MALDONADO

Condições da assinatura : por ano com 1:860 gravuras em preto, e coloridas, 52 moldes cortados, tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordados, 5#000 reis.

Semestrd, 20 números com 900 gra-vuras em- preto e coloridas; 20. moldes? cortados, tamanho natural, 2(i números' cpm 550 gravuras de bordados, 2$500 reis.

Trimestre, 13 números com 450 gra-vuras "em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamauho natural, 13 números com 200 gravuras do bordados, 1$300 réis.

Cada número da Moda Ilustrada 9 acompanhado dum número .do PetU Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas do corpo, de mêsa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por-tuguês cfaquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias dd-reino na do editor — Antiga Casa Ber-traud Jozé Bastos, —rua Garrett, 73 e 75, Lisboa.

4 REZISTJEMCIA — Domingo, de Maio de 1904

Água da Guria (Mogofores—Anadia) §nlfata<la—Calcica.

A única analysada na paiz, slmllhante á afamada agua de CONTREXÉVILLE, nos Vosges (França)

Estabelecimento balnear a 3 Uilometros da estação de Mogoforeft Carro» á chegada de todo» os comboios

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Para USO i n t e r n o : — A r t h r i t i s m o , Gotta, Lithiase urica, Lithiase biliar, Engorgit amentos hepathicos, Catar-ros vesicaes, Catarrho uterino.

Para USO e x t e r n o : — E m differentes especies de derma-toses.

Como purificadora do sangue não ha nenhuma no paiz que s e lhs avantaje

As analyses chimica e microbiologica foramjfeitas pelo professor da Escola Brotero, o ex.mo sr. Charles Lepierre.

A a g u a d a C u r i a n ã o s e a l t e r a , n e m p e l o t e m p o , n e m p e l o t r a n s p o r t e

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P r e v e n ç ã o . = Os garrafões le-vam o carimbo da Adega em lacre, e nas rolhas das gàrrafas e garrafões vae o emblema da Adega impresso a fogo, ao lado e na parte superior.

F0N0GRAF0S Manoel José Téles, Rua Ferreira Bor-

ges, n.° 150 a 156, tem em deposito os magníficos Fonografos I<]dison de dife-rentes preços e tamanhos.

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gnifica qualidade, de que é uma re-vendedora em Coimbra, a Mercearia Luzitana.

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Correspondentes: Gaito & Canas.

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O seu propriétario fornecendo se dirê-tamente das principais fábricas de pro-dutos químicos e farmacêuticos, tanto na-cionais como estranjeiros; está a pár do dezenvolvimento que a quimica e a tereu-patica dia a dia vão experimentando e por isso possue uma coléção variáda das mais modérnas substâncias e produtos qúimicos.

O aviamento de todo o receituário é feito por pessoal competentemente abili-tado, sob a diréção do seu administra-dor.

Esta caza encarrega se de mandar os medicamentos a caza de seus fréguezes, assim como de chamar qualquer dos cli-nicos desta cidade a toda a óra do dia ou da noute.

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Alfaiataria Guimarães & Lobo 5 4 — R U A FERREIRA B O R J E S — 5 6

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Pede-se ao público a fineza de visitar este estabelecimento.

Pastelaria e confeitaria Téles 150—Rua Ferreira Borges—156

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Nésta caza, regularmente montada no jénero das de Lisboa e Porto, encon-tra-se á venda o mais variado e completo sortimento de todos os artigos concer-nentes a estabelecimentos désta naturêza.

D ô e e s d e o v o s com os mais finos. recheios. D o c e s d e f r u c t a de diversas qualidades, secos e cristalizados. F a b r i c a m - s e g r a n d e s p e ç a s d e f a n t a s i a , próprias para brindes.

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em 1883» com diploma de mérito;-

medalha de colu-e na Exposição Districtal de Coimbra, de 1884

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Anunciam-se gratuitamente todas as publicações com cuja remessa este jornal fôr onra do.

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Editor

MANUEL DOLIVEIRA AMARAL

PUBLICA-SE A O S D O M I N G O S E Q U I N T A S - F E I R A S

Redacção e Administração = R u a F e r r e i r a B o r g e s

Typ. Democratica

ARCO DE ALMEDINA, IO

N . ° 9 0 5 COIMBRA—Quinta-feira, 26 de maio de 1904 I O . " A N O

 luta tremenda... Em informação modesta e breve

o Diário de Noticias diz constar-lhe que, no continente, está feito o acordo entre progressistas e »eje-neradôres para as próximas eleiçõis.

A luta tremenda e feróz que se anunciou, em retumbantes procla-maçõis belicosas, o combate rui-doso e sangrento em que os pala-dinos das duas façõis rotativas se bateriam com o denodo alucinado de beluarios antigos, esse esperado e ululante degladiar de terás, umas contra outras lançadas na disputa da presa opima, liquidou assim nesta baixa comedia de velhos amigos que se compoem, apóz um assomos de represalia, bebendo-lhe de rijo em agape de festiva reconciliação.

A violência tremenda do golpe de estado, os desatinos, as imoralida-des, os atentados que constituem toda a istória deste governo, e de que numa ora fugaz de irritação se fez tamanho alarde, tudo isso se deliu da memoria dos adversarios do sr. Intze, que breve reataram o idilio daquelle amor ardente que por tão largo tempo os juntou. . .

Não chegárão a tomar armas. A lembrança de tão bela camara-dajem, com os proventos da gover-nança repartidos amigavelmente, enterneceu-os e lançou-os, em la-grimas, nos braços uns dos outros.

Tudo correrá, pois, calmamente, sem os órridos episodios de sangue que o embate dos dois exercitos ini-migos deixava advinhar.

A nomeação dos senhores de-putados será novamente confir-mada pelo ministério do reino.

O parlamento continuará a ser a mesma casa de má nota) ignóbil e suja, onde uns sujeitos aviam a correspondência particnlar, outros réclamam os seus vinhos, onde o sr. Serjio faz as suassonécas repara-doras, o sr. Claro da Rica impinje, em primeira edição, as suas sandi-ces, e vários outros representantes da nação arrotam consoladamente, em todos os tomo, num alivio de im-portunos afrontamentos . . .

O paiz continua, também, no seu fautàl de espetador comedido, a ver como os seus lejitimos representan-tes lhe zelam inflamadamente os interesses e lhe defendem a pele das unhas maldosas que pretendem arrancal-a. ; , *

E é assim a politica dos grupos monárquicos. Entendidos, dispõem dos destinos do paiz, sem pensarem sequer na possibilidade duma rea-ção salutar que lhes encangalhe as combinatas amistosas.

O paiz para eles nada vale, nem direitos lhe reconhecem a intervir para pleitear com amor os seus in-teresses. E esta segurança, este desdem supremo com que os par-tidos do rejimen o maltratam, vem da lição antiga que deriva de atos sempre repetidos.

O desprezo que uns tantos afir-mam pela politica, imprudentemente

estupidamente, garanfem-lhes uma compata massa abstencionista. Os protestos, a espaços erguidos por certas classes, não os amedrontam, porque eles sabem, por velha ex-periencia, que esses declamadores, chegada á óra dos trabalhos elei-toraes, entupem e vão na sua grande maioria auxilial-ós nas urnas.

Assim, da abstenção estúpida de uns, da incoerencia criminosa de outros, resultou esta situação miserável : o paiz é, todo elle, uma viloria onde campam vitoriosamente os senhores da governança.

Ainda á pouco o paiz, em pezo, protestou contra os desvarios dos governos. Que importa? Esse mes-mo país vae affirmar agora nas urnas a sua confiança a esses go-vernos condenados. Porque, como dissémos, os senhores que protestão em comícios e baforam ameaças nas laudas graves de sonorozas reprezentaçõis, são os primeiros que põem a sua influencia ao dis-por dessa jente, aliciando e com-primindo, muito a seu- contento e muita da sua iniciativa.

E unem-se todos, cerradamente, como se um inimigo terrível se aproximasse, quando alguém fala em republicanos.

Isso não! Para lhes impedir a entrada no parlamento coligam-se todos os bandos monárquicos; e os graves varões que armam em pa-triotas, e têm cóleras flamantes em assembleias publicas, e queimam tropos, e fazem ameaças, não esi-tam em apoial-os, decididamente, com um grande ardor fanatico.

E não querem que nós, os re-publicanos, façamos politica!

Ilustríssimos. . .

S e r v i ç o d ' e l - r e i !

Consta-nos que o sr. João Franco endereçou circular conspicua aos seus correlijionarios de varias localidades, re-eomendando-lhes com instancia que não votem nos repub'icanos.

Omens dum só rosto e duma só'fé, os austeros rejeneradores liberais não careceriam de prevenção.

Mas o sr. Fianco cumpre as ordens do seu senhor, acamaradando com todos os políticos monárquicos no tocante a fa-zerem provas de obdiencia servil e a dis-puta rem-se com denodo os serviços do amo.

Que onra, senhores» que onra se ele lhes mandasse fazer os despejos 1

De vários jornais « A Coroação da Virjem do

Sameiro será feita em nome do Santo Padre pelo seu represen-tante em Portugal, o sr. Núncio Apostólico.

Suas majestades as rainhas D. Amélia e D. Maria Pia enviam jóias para a corôa que vae ser ofe-recida á Virjem. »"

Vejam agora se vão fazer pas-sar a Virjem por receptadora das jóias de D. Miguel. . .

B a t a l h a d e f l o r e s .

Realizou-se no ultimo domingo, como prenunciáramos, a batalha de flores em beneficio das «Créches», a simpatica ins-tituição que tão carinhózamente vem in-teressando por si a população desta ci-dade.

E, para regozijos será qu« nunca esse interesse dezapareça, que mais a mais avulte o concurso prestimôzo de todos os espíritos elevádos, para que a meritória instituição se mantenha e pros-peramente floresça, espalhando com crescente liberalidade os seus benefícios.

Pela perseverança e pelo entuziasmo que têm posto no propozito de dezafo-gãr a existencia das «Créches», os seus dedicados trabalhadores merecem ser com inteira justiça louvados, como me-recem que todos lhes prestem a colabo-ração indispensável á sustentação da sua obra.

Festa duplamente atraente, pela no-vidade da diversão e pelo fim alto a que vizava, ao Cais afluiu irnia multidão enor-me, que se apoderou do recinto vedado, enchendo as cadeiras e acotovelando-se no espaço destinado aos peões, e que se alargou ainda cá fóra, densamente, ex-tendendo-se pela ponte, acocorando-se nas iminencias da cidade, premindo-se nas janelas.

O aspeto era extremamente pitoresco cheio de animação e de vida, rezaltando na beleza da tarde lumirioza e serena.

Carros, automóveis,, cavaleiros, apa-receram em grande numero, com enfei-tos artísticos e jilgmis de apreciavel bom-gosto, remessando-se flores, num torneio jentil omje era grato "ser fe-rido . . .

Todos os "números do programa fo-ram rigorozamente cumpridos, desper-tando alguns verdadeiro entuziasmo E a festa decorreu sempre sem o minimo incidente dezagradavel, calmamente, tal-vez sem essa nota estridula de alegria popular, tão de encarecer em todas as diversois.

Pelo êxito da sua festa, cordeal-mente felicitamos a direção das «Creches» sempre tão ativa e solicita em buscar para a sua obra novos recursos de vida.

O sr. Serjio de Castro, estatelado na «Tarde», a babar-se, com tremuras na voz espaçada, diz coizas líricas á Rainha e mostra grande pasmo bajulador pela famóza peça oratoria com que el-rei abriu Q Congresso .Marítimo.

Nunca o sr. Serjio esquece o seu pa-pel de esfregão.

Ainda mesmo nos momentos mais crít icos.. .

Começou no domingo a tradiccional romagem do Espirito Santo. Todos ;os dias o caminho de Santo Antonio dos Olivaes se coalha de carripanas atocha-das de povoléu, e de ranchadas alegres, em descantes, tangendo violas e tilintan-do campainhas.

O local da romaria offerece um aspe-cto soberbo, com a sua multidão borbo-rinhante, espraiando-se e repartindo-se terrenos fóra, as suas tendas pitforescas, as suas danças alacres.

O sr. comissário de policia oficiou ao digno prezidente da camara, notificando-lhe o facto, que reprezenta um abuzo da Companhia do Gás, de se encontrarem frequentemente apagados muitos candiei-ros da iluminação publica e outros com lús muito frouxa.

A d e l i n a A b r a n c h e s / \ \ Com este titulo fica de rezerva para

o proximo numero um bélo assunto, que não inserimos ôje por absoluta falta de espaço.

N o EXTREMO ORIENTE A GUERRA . .

Dum magnifico artigo de Bruno inserto na Vós Publica, -com a ru-brica — A vitoria dos russos está na derrota dos russos — destacamõs o seguinte trecho:

«Se a Rússia vencer finalmente, esta vitoria é uma abdicação da umana inteli-jencia por isso que ela mostrará que pouco importam o, estudo e a ciência, visto como a ultima palavra ficará sem-pre rezervada para a força brutal do nu-mero. Porem as nações europeas que aplaudam essa estúpida vitoria ao anal-fabetismo russo sobre a ilustração japo-nêza deveriam reparar em que elas pró-prias, por isso que menos numerozas em sua população do que o colosso cego do moscovitismo, se colocam á mercê da infindável orda dos mujisck-s 'iriuofantes, que voltarão contra elas as armas a um aceno de seu pai temporal e espiritual, como o é o tzar, imperador e pontífice. De nada vale, pois, a ciência que tem de sucumbir sob a esmagadora pressão do numero boçal, inerte mas eficás, decisivo e definitivo. Este espetaculo seria des-moralizador, como desde agora é detes-tável que a «víle iumiêre» faça votos pelo triunfo das trevas.

Mas a vitoria da Rússia, sobretudo pana quem será dezastrozissima é para o s . . . russos.

O que Convém sobretudo aos russos é, na verdade, a derrota da Rússia.

Porquanto a .vitoria da Rússia impor-taria a confirmação e.o robustecimento, pelo. prestijio da glorja militar, do rejime politico e administrativo na Rússia vijen-te, isto é a perpetuação indefenida do arbítrio e da tirania, a terminação des-piedoza da opressão tradicional, o renq-vamento de,vitalidade da autocracia.

Pelo contrario, a derrota da Rússia pôde sér que promova na jente militar ali uma exasperação de dôr patriótica que a leve a insurjir-sê contra o atual estado de coisas, iuaugurando no seu desgraçado paiz instituiçõis liberais e emancipando enfim o conjunte nacional, na sua parte europeia, extraindo da vi-toria do Japão a Russiá o constituciona-lismo, como da vitoria da Prússia a França tirou a republica. »

X l a u u e l T e i x e i r a d a C u n h a

De uma Mielita Crónica faleeeu ontem este bemquisto industrial e onrado cida-dão. Foi um devotado apostolo do movi-mento associativo sendo por varias vezes prezidente da Associação dos Altistas, do Montepio Conimbricense e de outras Associaçõis de que fazia parte. No seu funeral que se realizou ontem pelas 5 óras da tarde emcorporárão-se as Asso-ciaçõis dos Artistas, e Montepio e nume-rozos cavalheiros de todas as classes que tinhão pelo carater onrado do extinto a maior consideração.

A' enlutada íamilia os nossos, sentidos pezames.

No dia 9 do proximo mês de junho, deve proceder-se, nos paços do concelho, á arrematação, em ásta publica, da repa-ração do povimentò da estrada que dó bairro de Santa Ana condus á Crus de Celas, bem como a coustrução dum aque-duto na mesma estrada.

Egualmente se dará de empreitada a construção de latrinas e uma caza para guarda no Parque de Santa Crús, sendo a baze de licitação de 44:f$000 réis.

E' provável que. por cauza do serviço de exames, as aulas do liceu centrai desta cidade tenhão de encerrar-se no dia 18 do proximo mês de junho. .

CARTA ABERTA Ill:mo Ex.1M Sr. J. Dantas

!l W! Sabendo que V. Ex.a galantemente

nos blindara pela soberba patèSda, da noite de áO de maio, quando se dezenro-lava emscena a pornogrnphica Severa, ve-nho agradecer-lhe, como um dos patean-tes. as suas amaveis referencias e a situação nobremente altiva creada pôr Y. F . x i i ' e s t e ligeiro torneio de dissi-dências artísticas. Assim com o seu brinde, agradecendo a nota ostil por mim Ian-, çada á sua festa, cõlocou-me n'um campo' alto de combate que só encontra similar, em galhardia, nas paginas da istória, no recontro de gentilezas e rancôres cha-mado Fontenói.

Evidentemente, esse brinde pronun-ciado n'um jantar onde cabotinos e lit-térafos, corujinhas sem ninho e sem ta-lento, proôuravam incensa-lo, tinha só por fim demonstrar que, n'esté mtrndo mais vale o rir dos cynicos e a doblez dos frágeis., que a integridade doã fortes e a virilidade dos sãos.

E como a rir encara esta situação, em que o ridículo põe já guizalheiras, vae Saber as razões que 'me levaram a patea-ló, na noite de 20 de maio, quan-do a sua figura de atidor mendicante surgio em scena.

Raixe Y. Ex.a da pia dos seus ideaes artísticos, onde chafurda, para que eu mais mão a mão lhe possa explicar o motivo de tão irreverente, quão insolito facto.

Precisarei, talvez, dizer-lhe primeira-mente, ê para o collocar mais á vontade, de que não tenho peça absolutamente nenhuma para levar á cena, nem mnti vos de pretendidos amores clandestinos me tolhem de bem alto dizer de minha justiça. Assim, estará Y. Ex.a perfeita-mente descançado" ao ler estas minhas linhas,- não pensando no perigo iminente d'umá leitura de peça cjue eu, em óras de fornicoques de escriptor, tenha com-posto ou extratado de romances em vo-ga. Para não o massar em extremo entra-rei no assumpto.

No meio d'estes caracteres frustres, quasi alforrecas, sem a convicção do que vale o trabalho, na luta por um logar, capazes de se fazerem capachos, era ne^ cessario que alguém, selvagem e rude-mente, lhe viésse dizer da plateia, na melor peia desagradavel do assobio e da patea-da, que alguém ha não dando os seus aplausos a esse grupo de rameiragem que vae ao asalto da gloria, como se a arte fose tavolajem ou mêza de monte.

Foi um momento terrível esse da pateada, um momento de execução Capi-tal: era uma justiça grande e alta a ex,er cutar. Doloroso, de certo. Ninguém é algoz de coração leve e muito menos sem magua. A palida serenidade da justiça é também um pouco a palidez do hor-ror. Comprehenderà todo o dó que de mim se apoderou ao ter de fazer» esta execu-ção." * '

imagine agora quando uma mulher-se mette de premeio a pedir mesericor-d i a . . . a piedade agarra-nos péla nuçà ; ôscila-se entre a,bondade e a justiça!

Sér bom è fácil, justo é dificílimo. E' doloroso, imensamente doloroso. Não calcula, não calcula que eu bem sei, a magua enorme que me inspirou quando a Adelina Abranches, meigamente, o tra-zia adiante, súplice-, de braços estendi-dos, pedindo' para si as palmas que so-bre ella vinham como incitamento á Sua corajem de artista sincera, batida pela malvadez e pela inveja. Que- cobarde si-tuação em que eu vi V. Ex.a!

Faz-me dó, creia. Tive até a ideia redemptora de, conjunctamente com um grupo de amigos decididos, o raptar para o livrar a tão terrível vergonha.

Não poude s e r . . . o peor foi para V. Ex.a que tão miserável figura reprezen-tou n'este entremez.

Outros motivos ouve para a pa-teada e esses dizem-se em tão poucas

2 RCSZISTKMCIA — Quiii ta-feira, 2ii de Maio de l»OI

palavras que muitos se admirarão de não lerem collaborado.

Se se tratasse de fazer resurjir esse mundo de fidalgos pandilhas e tra-zer para a sociedade d'oje essas ramei-ras coroadas em scena; se a arte esti-vesse tão baixa que necessitasse de re-correr a todos os meios de mercantilis-mo ignóbil de que V. Ex.a se serve ; se uma obra em que não á uma saída digna, um personajem com m o r a l que se aproveite, um facto significando digni-dade, fosse uma obra d'arte; se o facto de aproveitar esta porcaria que em todos nós existe — a tendencia para a pronografia — não fosse uma baixeza ; ainda, se me dissesse que era peça para ser reprezentada entre rameiros é fadis-tas, encontrar-me-ia sempre do lado dos que aplaudem.

Jâ vê Y. Ex.a como fácil sou de con-tentar n'este ponto em que estamos em dezacordo.

A sua peça embora muitos queiram que estejam bem architetada e outros lhe deem palmas por ter ter tido umas tan-tas reprezentaçõis em Lisboa, tem para nós a consideração d'uma peça reprezen-tada em qualquer alfurja do Bairro Alto.

Que significa, que elevação tem, onde a reivindiçação de qualquer coisa grande de ensinamento para esta sociedade que se esbrôa ? Que pretende, que procura essa peça onde só á canalhice, pelin-trice elevada á categoria de vicio ga-lante:

Creia V. Ex.a, e com magna o digo, não vejo por onde lhe pegue apesar da bôa vontade que tenho em corresponder amabilidade por amabilidade. Mas pôde coutin.uar porque muita gente séria o aplaudio.

Ainda á poucos dias em conversa no caes um celebre lente de medicina o de-fendia. Puz, todavia, de parte esta de-feza attendendo a que seria para justifi-c; r um amigavel abraço dado no palco e porque, pela situação especial em que se encontra na faculdade, a isso se vio obrigado por dever d'officio. Attente Y. Ex.s que o ilustre medico é lente de partos. A Severa foi um parto infeliz.

A defeza da parte do conceituado cli-nico é natural.

De Y. Ex.1

constante admirador, Alvaro de Castro.

P. S. — Como só tarde soubemos da jentileza do sr. Julio Dantas só isto vem por ora a lume. Outras cartas se segui-rão mais explicitas e concludentes sobre o valôr do Sr. J. Dantas. „

BANDARILHA S

Graude Mestre Julio Dantas Deixa os teus brito'!es cruentos, Que já meio mundo espantas Com teus severos talentos, E se te forem aos untos Os taes relissimos pontos Deixa-os commigo: bezunto-os — Até ficárem bem tontos — Com satiras tão distintas Como os versos que tu cantas, E que a êsses troca-tintas Ofendem as más gargantas.

Grande Mestre Julio Dantas. Porque olha — sem ser por mal — Sou o único discipulo Que tu tens em Portugal.

Sete-Ofícios.

E m f a v o / d u m t u b e r c u l o z o

Estão á venda 30 bilhetes para a tou-rada do 4.° ano jurídico; 10 reservados 600 reis cada e 20 de sol a 400 reis, nc Café Minerva, Bua Larga, desta cidade.

C o n c e r t o

Num dos dias da próxima semana deve realizar-se um concerto, promovido pelo distinto tenor dramatico português — Joaquim Tavares.

Ainda não está definitivamente assente qual o local onde se realizará o concerto, mas contamos no proximo numero poder dar aos leitores da Rezistencia essa grata nova. E' que o tenor Joaquim Tavares vem precedido de bastante renome, tendo-lhe sido feitos pelos nossos colégas de Lisboa e Porto e outras cidades onde tem cantado referencias onrozissimas.

Deve-se portanto esperar um concerto á altura do justo renome que disfruta o distinto tenor Joaquim Tavares,

A S E V É R A

Reprezentou-se no sabado pela pri-meira e provavelmente ultima vês, em Coimbra, a zarzuéla de costumes tauro-machicos — A Sevéra que, como se sabe, é depois do entalanço dos Crucificados e antes da pepineira do Serão nas La-ranjeiras, um dos menos aplaudidos ori-jinais dêsse autor infelis, Julio Dantas.

A peça que apenas visa a ser uma revista da Mouraria, só conseguirá agra-dar a um restrito publico de iniciados e aficionados; é um trabalho lijeiro de pouca responsabilidade, a calhar para umas re-citasinhas á vontade, num barracão de feira, após uma espera de toiros. Talhada para inaugurar em Portugal a zarzuéla de grande espétaculo e despida da musica alegre que lhe devia disfarçar os defeitos, esta produção do esperançoso libretista não passa, assim como está, duma serie de intermedios comicos e anedotas mal cerzidas, e é de lastimar que esta ino-fensiva •brincadeira teatral liquidasse in-felismente nesse dezastre do quarto áto que custou a vida á pobre Sevéra, vitima dum murro fidalgo do cavaleiro Marialva.

Com muzíca razoável, córos afinados e desfile de cuadrillas, parece-nos que esta tentativa reduzida ás proporções dum só áto em que se refundisse toda a obra, poderia enfileirar-se modestamente ao lado das suas conjeneres espanholas: Pan y tóros, Toros de punta, Pddrino dei Nene e sobretudo da Carmela, uma en-graçada parodia á Carmen em que existe, por uma déssas afinidades vulgares, uma cena de arremedo da toirada como no l.° átc e vários epizodios que lembrão o 3.° e assim mais comezinha, com boa muzica e num só áto com outras perso-najens e outro entrecho, a Sevéra poderia talvês rivalizar com a zarzuéla de Escu-lápio: El Sobresaliente.

Não me permitirei a barbaridade de aplicar a esta obra que por sua Índole não tem pretensões artísticas de especie alguma e apenas viza a divertir o espé-tador condescendente, os cânones da cri-tica. Peças déstas não se devem criticar porque pelo jénero a que pertencem, fojem do campo da arte e vão, com mais liber-dades de imperfeição, para o Campo. . . Pequeno.

E' certo que á quem queira censurar este trabalho pela sua absoluta inexatidão istorica, mas pozitivamente nem o autor quis fazer uma peça istorica nem é essa a nota forte das zarzuelas e revistas.

E' rigor dispensável para trabalhos de tão efémera duração e tão pouco cunho artístico — seria como censurar o modo dramatico do sr. Batista Dinis de quem aliás o sistema dantasco do Serão s aproximou.

Também ninguém busca vorosirni-lhança, bom senso, lojica no encadea-mento das cenas. Que nos importa que um alquilador esperto que vive do ne-gocio de gados não conheça um caválo cégo senão depois de o comprar?

Que nos custa a admitir que a Sevéra que vive numa caza terrea com porta para a rua, se atire da janéla do i .° andar para cima duma carroça de lava-deiras? O que se quer é que éla nos apareça como indispensável comadre déssa revista monotona.

E por essa despreocupação com que sempre se ouvem trabalhos dêstes, é que não se repara que fadistas do principio doutro século falem o calão atual e até se acha graça a ouvir um meliante dizer nêsse tempo que a Maria da Lús está tuberculóza.

Seguindo os modêlos do jénero, ex-plora-se a repetição"" constante da mesma nota, assim, nésta peça, adotou-se como processo ilariante a exibição de chagas e nodoas negras pelos personajens que, diga-se a verdade, apanhão todcs a sua conta desde o boi que o Custodia mata, á eroina que uma quadra do fado asfixia.

Primeiro é o Conde que mostra um galo na testa feito pela chinela da Sevéra, depois a Sevéra que mostra o brazão tatuado no ombro e uma nodoa no braço ao conde, que mostra o arranhão da mão á marqueza, que lhe mostra a marca do alamar da jaleca do Conde que indica o gilvaz da testa do Romão e o Custodia esse mostra as chagas da cara, a cicatris da testa e o vergão do pescoço. Aquéla jente anda toda marcada. Parece a am-bulancia dos bombeiros em tarde de cor-ridas no Cais.

A principal personajem da paça cha-ma-se Sévéra como se poderia chamar Micas ou Constantina. E' uma santa crea-tura, o anjo da caridade que sustenta a Mouraria toda e atira oiro á cara dos pretendentes com a mesma desfaçatês com que as outras da sua egualha o agar-ram. Protéje muito um desgraçado exsá-crita que tendo um dia, com um ataque, assado a cara nas brazas dum turibulo e

sendo acuzado de roubar dois castiçais, nunca mais poude mostrar uma celebre custodia de prata lavrada da colejiada de Guimarães donde lhe vinha este nome, como poderia vir-lhe outro armario oa cortina. Este maluco como lhe chamão, anda a juntar dinheiro para uma pande-gazinha com a Sevéra, como o seu coléga dos Anjos andava á procura do badalo. O bélo ar da Mouraria curou-o dos aci-dentes e apanhando um tremendo boléo <pie o deixa a escorrer sangue (a Sevéra é que o dis; a jente vê-o enxutinho) d'ai a minutos ampara a Sevéra brutalizada pelo tal cavaleiro tauromaquico, de al cunha Conde de Marialva.

Para garantir a moralidade da peça avizarei que a tal pandegazinha nunca se chega a realizar e o pobre Custodia só consegue um beijo déla no ultimo áto.

Á também nesta peça um bolíeiro celebre, o Timpanas que fala num tal Carretes ou que ê; um alcoviteiro muito bem posto que serve o Conde e uma marquêza com quem o conde pintou coi-zas do arco da-velba numa traquitana em que éla se meteu com êle depois duma tou-rada, em que lhe estoirou o corpete e que agora tem a mania do que o conde desce com uma cigana. E vae êle dissuade-a numa cançoneta obrigada ao refrain: isto é descer marqueza? até que éla se con-vence tanto que já quer também descer com ê l e . . . á praça.

Á mais a volta dum enterro, a fre-gueza do leite que apregoa bem, um malandrim que se rejenéra por vêr mor-rer a amasia deutro que também aparece para ir ao prégo, e uma companheira da Sevéra que fás a cama depois da Se-véra ter passado a noite num canapé.

Por fim, e esta cena destoa um pouco da indole alegre da compozição, a Sevéra morre com uma iudijestão de fado e um pregão anuncia á Mouraria que a Severa já morreu, o que toda a jente mais ou menos esperava.

Pelos quatro' átos dêsta lijeirissima compozição ouvem-se varias quadras de fado corrido, umas gaitadas na praça de toiros e queimão-se um sem numero de pontífices e não se consegue matar uma aranha que o Custodia encomenda a S. Bento.

Como já disse todos os muitos defeitos désta operetazinha, avultam com a falta de muzica adequada e é talvês por isso que em Lisboa, no Porto e agora em Coimbra, alguns espétadores tem ensaiado durante as reprezentaçõis varias modi-nhas do escolhido reportorio do seu tacão . . .

Emfim uma noitezinha alegre de zar-zuéla, sem orchestra, que deixon gratas recordaçõis a todos os que tivérâo a dita

ede assistir a esta peçazinha modesta, que rivaliza pelo menos com a tradução do Duo de la Africana que outro dia nos deu o Zé Ricardo.

M A N O E L DE SOUZA P I N T O .

Yai á próxima assinatura real pela parte dos extranjeiros, o diploma no-meando o Sr. Visconde do Ameal, adido da legação extraordinaria.

Vão adeantados os trabalhos da am-pliação das salas do muzeu de arqueo-lojia do Instituto. E' provável que seja ad-quirida a caza contigua para dar maior desenvolvimento ao muzeu.

GONOL PAIVA Novidade farma—eeu ti ca registado

E' sem duvida o medicamento mais eficás no tratamento das purgaçõis agú-das e crónicas, sanguineas ou puru lentas.

Cura rapida e radical, não dando orijem a qualquer encomodo do esto-mago.

A' venda na farmácia e droga Rodrigues da Silva, — Coimbra.

Preço do frasco, 700 reis.

Continua a circular com insistência o boato da vinda próxima a esta cidade do aeronauta Ferramenta, que aqui fará uma ascenção com o seu socio Magalhães Costa.

Nas disposições testamentarias de D. Maria de Jezus Borjes de. Oliveira, á pouco falecida, é contemplada com 100)5000 reis a Associação dos Bombei-ros Voluntários desta cidade.

COMUNICADOS

Sr. redator da «Rezistencia»—Coim-bra.—Junto induzo os comunicados e declaração (copia), cujos enviei ao «Pri-meiro de Janeiro», em consequência de duas noticias publicadas n'este jornal, em* correspondência d'esta cidade, que me diziam respeito; rogo pois a v. o iavor da publicação d'estas no seu apreciado jornal—«Rezistencia».

Deixando ao critério de v. as consi-derações que julgar conveniente.

De v., seu amigo e assignante,

Caetano da Cruz Rocha.

Sr. redator do «Primeiro de Janeiro. —Tendo lido no seu apreciado jornal, em correspondência d'esta cidade, duas noticias, que me dizem respeito, e que, pelos termos em que foram redijidas, podem ter induzido os seus leitores a juizos erroneos e desfavoráveis para mim, julgo de meu dever solicitar de v. a publicação dos esclarecimentos indispen-sáveis para que a verdade fique a todos bem patente, abstendo-me de apreciar as razões que possam ter levado o autor das noticias referidas, publicadas em o n.° 117 do seu jornal, a rediji-las por aquela lórma.

Os fatos são muito simples, e de fácil comprovação: meu sogro, o sr. Pe-dro de Melo C. d'Albuquerque, em com-panhia do qual, e da restante familia, vivi até á sua morte, possuia uma casa, com quintal anexo, na rua de Castro MatozO, d'esta cidade, onde eu mandei assentar, a pedido dele, um contador para agua e uma pequena bomba aspi-rante.

Por falecimento d'ele, e não sendo fácil chegar a um acordo com mens cu-nhados a respeito da partilha, requeri o inventario judicial da erança, no qual foi minha mulher nomeada cabeça de casal; e ao mesmo tempo tratei de li-quidar as contas que tive com meu so-gro durante alguns anos, nas quaes figu-ravam o contador e a bomba, que do meu estabelecimento forneci.

A intervenção amigavel dos exm.°* srs. Dr. Antonio Tomé, professor do Liceu, e Dr. Teixeira d'Abreu, lente da Universidade, conseguiu evitar que tal assumto fôsse ao tribunal, ajustando se as contas de comum acordo; e entre to-dos ficou também combinado que eu retirasse a bomba e o contador quando quizesse, por meus cunhados não perci-sarem de taes objétos. Fui eu que lem-brei esta solução, que o sr. dr. Tomé, depois de ouvir minha familia, aceitou.

Isto consta da «declaração», que acompanha esta carta, e cuja pjblicação também peço a v.

Em armonia com o combinado, e tendo deixado passar algum tempo sobre a combinação para que minha familia podesse substituir aqueles objétos por outros, se assim o quizesse, mandei dois empregados meus no dia 14 do corrente, para desarmarem e trazerem a bomba; mas pouco depois fui informado de que o sr. comissário de policia, que é co-mensal em casa de minha familia, ao saber que a bomba estava desarmada, ordenára aos mesmos empregados que de novo a assentassem, prendendo um d'eles, que a isso se recusou I

' F u i então pessoalmente procurar o sr. comissário, afim de saber o motivo da prisão, e os meios que averia para o rapaz, que é pobre, voltar ao seu traba-lho.

A receção que tive d'esta autoridade, «dentro da própria casa que em parte me pertence», foi tudo quanto á de mais extraordinário, pois tendo lhe eu dito que a responsabilidade do fato era só minha por ter dado ordens naquele sen-tido aos empregados, tive o mau sestro de irritar os nervos de s. ex.a, que, em gritos atordoadores, me intimou a sair para fóra de casa, que «também é mi-nha», e cuja posse me pertence como cabeça de casal I I

Ponderei a s. ex.a que tal ordem me não parecia muito legal; mas como o sr. comissário tinha á porta um policia, e muitos ás suas ordens, entendeu que o melhor era atirar-me com um encontrão á rua; e se bem o pensou melhor o fez, quando eu estava lonje de prever tal agressão I

Atordoado, e revoltado, disse a s, ex.a, já da rua, que este fato era uma arbitrariedade, da qual lhe pediria contas nos tribunaes e na- imprensa,—não pro-ferindo, porém, palavra alguma ofensiva da sua dignidade.

Pois al foi Tróia I O ilustre militar ordenou logo ao policia que me condu-zisse preso ao calaboiço, onde me teve

«incomunicável» no sabado, domingo e segunda feira até ás 3 e meia oras da tarde, em que me remeteu a juizo, onde prestei fiança.

Durante o meu «cativeiro», em que presisto em considerar um «abuso da autoridade, nem sequer se permitiu a minha familia enviar-me um colchão, para me deitar, tendo, por isso, que dor-mir sobre uma tarimba de madeira, num calaboiço imundo, «onde nem sequer avia agua para lavar as mãosl» ou um banco para me assentar!

Para provar o zêlo de s. ex.a e ava-liar o asseio que existe naqueles infetOs calaboiços, permaneciam avia 5 dias a um canto os vestijios do vomitado de um prisioneiro embriagado que ali avia estado, sendo preciso eu reclamar a sua limpeza.

Foi meu companheiro de torturas, durante estes dias, um pobre omem de Eiras, «a quem nem sequer se dava de comer», e que tinha sido sefttenciado pelo sr. comissário — segundo me decla-rou— a permanecer naquela convidativa situação até pagar a um visinho a quan-tia de 5$6oo reis, em que a mesma ilus-tre auctoridade avia fixado a indemni-sação por aquela divida em consequência de fatos, que ele negava, mas que lhe atribuíam.

Este pobre omem, afirmando sem-pre a sua inocência, pagou aquela quan-tia, e saiu, porque, segundo declarou, tinha a mulher de parto, e preferia pagar o que não devia a sofrer as torturas da prisão, que a incerte^ da sorte da mu-lher tornava mais insuportável.

Tal é, sr. redator, a verdade do que se passou.

Coimbra, 22 de maio de 1904.

De v., amigo obg.°,

Caetano da Cruz Rocha.

(Segue-se o reconhecimento).

Declaração

Tendo-se os abaixo assinados, empe-nhado a conseguir uma liquidação ami-gavel de contas entre o sr. Caetano da Cruz Rocha, por um lado, e sua sogra e cunhados pelo outro", combinou-se, «com o prévio conhecimento e aquiecencia de todos os interessados», em que o pri ' meiro d'eles, que por sua conta avia mandado colocar «um contador d'agua e uma bomba» na casa e quintal perten-centes a erança, em que todos são com-partes, do sr. Pedro d'Albuquerque, sitos na rua de Castro Matoso, d'esta cidade, retirasse d'ali aqueles objétos, por serem propriedade sua, e não convir aos res-tantes coerdeiros adquirir comunhão só eles.

Esta combinação teve logar averá 5 mezes, figurando o segundo sinatario como representante do referido Rocha, e o primeiro como representante dos res-tantes interessados, com autorisação dos quaes se faz esta declaração, a pe-dido do mesmo Rocha, e para que d'ela possa fazer o uso, que mais lhe convier.

Coimbra, 21 de maio de 1901.

(a) Antonio Tomé. (a) Dr. Teixeira d'Abreu.

(Segue-se o reconhecimento).

Coeifereiíeia O s r . d r . B2crs:ar<Iino Ma-

c h a d o r e a l i z a n o p r o x i m o s a -b a d o p e l a s 8 o r a s d a n o i t e u m a c o n f e r e n c i a n o C e n t r o E l e i t o r a l i f i e p u b i i c a & o «Coze JFalcão, n o L a r g o d a F r e i r i a .

O t e m a s e r á E L E I Ç Õ E S . O s b i i l i e t e s d e a d m i s s ã o p a -

r a e s t a c o n f e r e n c i a p o d e r ã o d e s d e j á s e r . s o l i c i t a d o s n o m e s m o C e n t r o , t o d o s o s d i a s d a s O Oras d a t a r d e e m d i a n t e .

Falleceu em Benavente, uma irmã do ilustre clínico da faculdade de medicina sr. dr. João Jacinto.

Os nossos pêzames.

Tem estado nesta cidade, em vizita de estudo, o celebre escritor alemão Richard Keler.

0 definitorio de Venerável Ordem Terceira manda celebrar logo uma missa na Igreja do Carmo, por alma do fale-cido irmão Manuel Enriques da Silva.

R 1 2 X I S T E W C 1 A — O i i i n í a - I V i r ; » , 3 6 « l e M a i o d e 1 9 0 4 11

«Ioraiai t le A b r a a t t c s

Entrou no seu 5.° ano da publica-ção o nosso prezado confrade Jornal de Abrantes, que tão nobremente peleja pe-la cauza republicana.

Àfetuozas saudaçõis ao valente cama-rada, com votos sinceros por larga e fortunoza vida.

Realízão-se no sábado, na Universi-dade, os exames de grego dos alumnos do 5.° ano Telójico srs. Antonio Figueira, e Olimpio Yieira de Mello.

Vae grande entuziasmo para a toura-da que o curso do 4.° ano jurídico realiza na Figueira, no proximo dia 2.

Os bilhetes tem sido vivamente dispu-tados.

P l I B U C A Ç O E S

Por que saiu muito incorreta a nota aqui publicada sobre varias obras da conceituada Livraria C las-sica Editora, de que é depositário em Coimbra o sr. João Rodrigues de Moura Marques, proprietário da acred i t ada Lvvrcvria Académica, vol-tamos oje a publical-a:

C o n s e l h o s a o s d i r i g i d o s — por Tolstoi 1 vol

E' uma compilação interessante de vários escritos do grande pensador russo cujo nome é universalmente conhecido e cuja obra tão largos e acalorados deba-tes tem provocado no mundo pensante.

Em varias cartas, artigos, diversas nótulas, Tolstoi esclarece pontos vários da sua doutrina, mal aprendidos ou divergentemente interpretados, com um grande poder de raciocínio e de clareza. E em todas as suas palavras se afirma o apostolo ardente dum grande ideal de pacificação e de amor, cuja realisação à-de obter-se, segundo ele, pela «não rezistencia ao mal pelo mal.

Este ponto da sua doutrina acendeu disputas ardentes, e nos «Conselhos aos dirijidos» Tolstoi explica ainda, larga-mente, como os seus princípios tem sido por vezes mal compreendidos, princi-palmente esse principio fundamental da sua obra.

Para todos os que se interessam pela obra do grande escritor, o volume que a Livraria Classica Editôra, de Lisboa, vem de publicar em correta tradução portuguêza, é indispensável como em bom elemento de interpretação.

M a d a l e n a — por Albino dos San tos — E' um poemeto, em 3 cantos. O têma é velho e os versos frouxos. A edi-ção excelente.

A u t o P a s t o r i l — por Pedrozo Rodrigues — 2 . a edição. Do Auto Pasto:

ril falou já largamente o nosso colabo-rador João de íiarros.

O M u n d o a l e g a n t e

Sumario do n.° U, correspondente a 20 de maio :

TEXTO

S. A. I. a Condessa d'Eu, por Otávio Mendes. — Correio da Moda e elegancia, por Amélia e Erminia de Souza. — Cró-nica Pariziense, por Luciano C. de Cas-tro. — Guerra Junqueiro, por Xavier de Carvalho. — Personalidades brazileiras, dr. Antonio de Lemos (Pará), dr. Silvério Jozé de Nery (governador do Estado do Amazonas). " Manoel Coelho de Castro (Manáos), -dr. Nelson dc Sena (Bélo Ori-zonte), dr. conego João de Barros, vigário do Rozario (S. Paulo), por A. de Souza. —-M.me Ibrantina Cardona, por Xavier tle Carvalho. — M.me Eliza Guillobel, por A. de Souza.—Álbum poético.—Espuma amarga, p'or Cristóvão Aires.— Aos me dicos, por Candido de Figueiredo.—Noite, por Ibrantina Cardona.—Quimeras ainda, por Albertina ParaizO.— Magna dôr, por Elvira Gama. —Olhos pretos, por Diogo Souto. — Oração intima, por Manuel Jozé. —M.1;* Valentine Yerfain.por A. de Souza. — Os nossos figurinos e bordados por Mesdemoísellés Amélia e Erminia de Souza. —Facécias, por João Risonho — Passatempo^charadas, por Lnzitano, dr. Obscuro e R. A. L—Paris-Portugal-Bra-zil. A nossa carteira, por Rigoletto.

GRAVURAS

Atris Maria Pia d'Almeida (na capa) — S. A. I. a Condessa d'Eu. — O poeta Guerra Junqueiro.— Doutor Antonio de

Lemos.— Doutor Nelson G. de Sena.— Doutor Silvério Jozé de Nery.— Manoel Coelho de Castro. — Cónego doutor João de Barros.—Madame Ibrantina Cardona.

Madame Eliza Guillobel. — M.Ue Valen-tine Verlain, atris do teatro de Vaude-vílle—M."e Marthe Regnier, atris do teá-tro de Vaudeville.—Com o pé no estribo, quadro de Léon Girardet — Vinte e um modelos de modas compreendendo: cor-

uhos bluzas, toileltes para passeio, ter-mas,, garden-parti, ceremonia, vizita, chapéus, etc.

Sete dezenhos de bordados, com-preendendo nomes, brazõis, emblemas, quadrados para carteira, etc.

MUZICA

Grand-Prix, por Desmarquoy. FOLHA SUPLEMENTAR COLORIDA

Duas elegantes toiletes de passeio.

O Mundo Elegante, assina-se em todas as livrarias de Portugal e Brazil ou pe-dindo a assinatura dirétamente para Pa-ris, dirijindo-se a A. DE S O U Z A , 30 bis, rtie Bergère. Preço por ano ou 24 núme-ros í » , 0 0 0 r e i s , moeda portuguêza.

A C . O M H ;

Acabárão-se as doenças, dó estomago, do figado, dos intestinos, dores de cabeça indijistõis, cólicas, palpitaçõis do coração e falta de apetite, porque as pilulas anti-dispéptícas do d r. Heinzelman cúrão to-das essas doenças em pouco tempo;'não sendo necessário nem diéta nem res-guardo, pois êsse remédio sendo feito com érvas do Brazil é tão poderôzo e atúa tão eficásmente no organismo que moléstias que durárãô anos cedem com um vidro Ou dois dêsse medicamento.

As pilulas do dr. Heinzelman, médico farmacêutico, encontrão-se nas boas far-mácias. Depósito em Coimbra: srs. Rodrigues da Silva & C. \

R e p a r a . . . Lê • Trata-se dos teus in teres ses

1 8 a n o s s ã o p a s s a d o s d e p o i s q u e

i s c mlipaçõis, bronquites, rouquidõis asma, tosses, coqueluche, influenza e outros «ncomodos dos orgãos respiratórios.

Se atenúão sempre, e cúrão as mais das vêzes com o uzo dos Sacarolides d'alcatrão, compostos ( R e b o ç ã d o s M i l a g r o s o s ) onde os ifeitos maravi-lhosos do alcatrão, jenuinamente mediei naf, junto a outras substancias apropria-das, sé evidenceíão em toda a sua salutár eficácia. • E tanto assim, que os bons rezultádos

obtidos com uzo dos Sacharolides d'alca-trão, compostos ( R e b u ç a d o s M i l a -g r o s o s ) são confirmados, não só por milhares de pessoas que os têem uzádo, mas também por abalizados facultativos. Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto

Caixa, avulso, no Porto, 200 réis; pelo correio ou fóra do Porto, 220 réi§"

AOS QUE SOFREM A todos aquêles que sofrêrem de

dores no estomago, no figado, dezarranjo dos intestinos, dores de cabeça, dezan-mo, canceira?,indijestõis e moléstias ner vozas, aconselho o uzo das pilulas antidis-péticas do dr. Heinzelman, remédio ela-borado com vejetais do' Brazil, como o unico e mais eficás dos remédios conhe eidos para curar rapidamente as moléstias já dezignadas. Em minha numeroza clinica tenho colhido os mais surpreendentes rezultados.

Dr. Abel M. Faria. Encontram-se nas bôas farmacias

Ajentes em Coimbra srs. Rodrigues da Silva & C.& R. Ferreira Borjes.

O M U M S 9 © E K . J J t l i X T K REVISTA QUINZENAL ILUSTRAÍDÂ '

DE Modas, Musica, Bélas-artes, literatura

e atualidades. Publicação feita sob o auspicio de

S. Majestade a rainha D. Amélia, Dirétôr — A. de Souza (Guy de

Preles). Redátores das secções: Moda e vida

Mundana Parisiense, bordados e todos os trabalhos concernentes ao belo sexo: Mademoiselles Amélia de Souza e Hermí-nia Souza.

Redátora e correspondente em Portu-gal: D. Olga de Morais Sarmento.

Redáção e administração: 30 bis, Rua Bregero, Paris.

A l o d à T l l u á t f à d à Jornal das famílias — Publicação semanal

Diretõra: D . LEONOR MALDONADO

Condições da assinatura : por ano com 1:800 gravuras em preto e coloridas, 52 moldes cortados, tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordados, m m réis.

Semestre, 26 números com 990 gra-vuras em preto e coloridas; 26 moldes cortados, tamanho natural, 2ii números com 550 gravuras de bordados, 2$500 réis.

Trimestre, números com h òO gra-vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 260 gravuras do bordados, 1)5300 réis.

Cada número da Moda Ilustrada 9 acompanhado dum número do Petil Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas <jlo corpo, de mêsa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por-tuguês daquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias do reino na do editor — Antiga Casa Ber-trand Jozé Bastos,—rua Garrett,' 73 e 75, Lisboa.

Todo o serviço que fôr feilo alem de indicado neste orario é considerado ex raordinario.

Carris de Ferro de Coimbra ORARIO PROVIZORIO

Carreiras entre o largo das Ameias e a rua Infante D. Augusto

Partidas

Do largo das Ameias Da rualnfanteD, Augusto

6h e 30m manhã 7h manhã 7 »(a)

D j

7,30 D 7,30 -

»(a) D j 8 D

8 í 8,30 » (b) 8,30 » 9 J> 9.30 i 10 »

10,30 » 11 » 41 D 11,30 i 11,30 12 » 12 » 12,30 tarde 12.30 tarde I »

1 > 1,30 » 1,30 í 2 » 2 » 2,30 D 2,30 » 3 » '

3 J> 3,30 D 3,30 » 4 » 4 » 4,30 " »

4,30 » 5 » 5 » 5,30 D 5,30 0,30 ' D 6 » 7,30 » 7,30

í i • . • » . 8,30 noite 8 noite 9,30 D 9,30 10 D

10 » 10,30 D

(a) Directo da Casa do Sal á rua do Infante D. Augusto.

(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á Casa do Sal.

Carreiras diretas entre a R.-do infante d. Augusto e Estação B

PartidLas

da R. Infante, d. Augusto

6h tarde 8, noite

6h e 58m tarde 8h e 45m noite

Carreiras entre o largo das Ameias e a estação B dos Gamintios de ferro

PartidLas

Do largo das Ameias

. 3h 10m manhã 5 ,5o » 8 ,10 2 , 3 0 3 ,;;6 4 ,35 5 ,37 6 ,25 6 , 4 0 8,10

12 ,15

> " tarde > »

noite

estação B

05 m C/3 O i 2 'S "S m ~ i 1 O D d - e -o § o «3 O •J3 -S -O B O ® ^ IKS ' Cfl 'O J£ „ ã

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Largo das Ameias ou Caza do Sal á Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis

Largo de D. Carlos ou Gazómetro á Rua do Infante D. Augusto— 40 réis,

Largo das Ameias, Cáza do Saf ou Rua Infante D. Augusto ao Mercado — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazonietro ao Largo de ft.1 Luís — 30 réis.

Largo de, D. Çarlos ou Gazómetro ao Mercado — 2t) réis.

Estação B dos caminhos de ferro ao Largo das Ameias ou Mercado — 50 réis.,

Estação B dos" Câminhns dê ferro á rua Infaute D. Augusto — 80 réis.

Estação B dos caminhos f'e ferro á Caza do Sal, — 20 réis.

' A assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos preços anuais de réis 12$000; e 9$000 réis para os menores de 14 anos e creados, sendo estes últimos l e logares na plantaforma dos carros.

Còres dos faróis

Verde, indica a Alta. Vermelha, estação B. Branca, Caza do Sal. Amarelo escuro, reservado.

Desde Ò dia 1 de'Maio na estação da Rua do Infante D. Augusto recebem-se encommendas e fazem-se despaclios para a grande.e pequena velocidade nas esta-çõis do Caminho de Ferro, para o que haverá serviço especial de transporte.

Só se recebem volumes cujo pezo máximo não seja muito superior a cem kilos.

R e c e b e m - s e a n u n e i o s p a r a se -rem fixados, no interior de t o d o s o s e a r r o s e m c i r c u l a -ç ã o p e l o p r e ç o a n u a l d e Í S ^ O O O r é i s , s e n d o o s a n ú n c i o s e s e l o s p o r e o n t a d o a n u n c i a n t e .

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Remetem-se tabêlas de preços a quem as requisitar. -

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A Commissão administrativa da lote-ria, incun\l)e-se de remçtter qualquer encomménda de bilhetes ou vigésimos, logo que ella seja acompanhada, da sua importancia e mais 75 réis para o seguro dp. correio.

Quem comprar IO ou mais bilhetes inteiros tem uma tommissão de 3 p. c.

Os pedidos devem ser dirigidos ao secretario.

Remettem-se listas a todos os com-pradores.

Lisboa, 23 de maio de 1904.

O Secretario,

José Murinello.

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Já chegou a esta cidade á sua casa na rua de Ferreira Borges, n.° 185, i.°, vindà da capital onde foi fazer o seu sortido para. a prezente estação, a bem conhecida ModlStS de Lisboa, que tem. a onra de aprezentar ás damas Conimbricen-ses, um sortido em ChspeOS M0-dêlOS da mais alta novidade e finís-simo gosto para todos os preços.

Traz também grande sortido de cascos, flores e outros artigos de novidade em conféçõis para cha-péus, que vende por preços exces-sivamente baratos.

Péde ás exm.as Damas a fineza de não comprarem sem primeiro verem o seu enorme sortido.

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Para USO i n t e r n o : — A r t h r i t i s m o , Gotta, Lithiase urica, Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catar-ros vesieaes, Catarrho uterino.

Para USO e x t e r n o : — E m differentes especies de derma-toses.

Como purif icadora do sangae , não ha nenhuma no paiz qne s e lhe avantaje

As analyses chimica e microbiologica foramjfeitas pelo professor da Escola Brotero, o ex.m0 sr. Charles Lepierre.

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P r e v e n ç ã o . — Os garrafões le-vam o carimbo da Adega em lacre, e nas rolhas das garrafas e garrafões vae o emblema da Adega impresso a

fogo, ao lado e na parte superior.

F0N0GRAF0S Manoel José Téles, Rua Ferreira Bor-

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gnifica qualidade, de que é uma re-vendedora em Coimbra, a Mercearia Luzitana.

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Correspondentes: Gaito & Canas.

Coimtora

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Esta caza depois das modificaçõis que acába de sofrer, é um dos melhores es-tabelecimentos desta cidade, no seu ge-nero.

0 seu proprietário fornecendo se dirê-tamente das principais fábricas de pro-dutos quimicos e farmacêuticos, tanto na-cionais como estranjeiros; está a pár do dezenvolvimento que a quimica e a tereu-patica dia a dia vão experimentando e por isso possue uma coléção variáda das mais modernas substâncias e produtos qúimicos.

0 aviamento de todo o receituário é feito por pessoal competentemente abili-tado, sob a diréção do seu administra-dor.

Esta caza encarrega se de mandar os medicamentos a caza de seus fréguezes, assim como de chamar qualquer dos clí-nicos desta cidade a toda a óra do dia ou da noute.

Análise d'Urinas — qualitativa e quan-titativaf

Alfaiataria Guimarães & Lobo 5 4 — R U A F E R R E I R A B O R J E S — 5 6

(Em frente ao rco d'AImediua)

Abriu este n o v o estabelecimento onde se executa com a máxima perfeição e modicidade de preços, toda a qualidade de fatos para ómem e criança, para os quais tem um variado sortimento de fazendas nacionaes e estrangeiras.

Ha também uma grande variedade em flanellas e panos pretos para capas e batinas, para todos os preços.

Artigos para ómem como camisa-ria, grav atas, luvas, etc.

Pede-se ao público a fineza de visitar este estabelecimento.

Antonio Ribeiro das Neves Machado ALFAIATE

Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)

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Variado sortimento de fazendas na-cionaes e estranjeiras.

Confeções para ómens e crianças, pelos últimos figurinos.

Vestes para ecleziasticos. Camizas, gravatas, suspensórios e

diversos artigos para ómem.

P R E Ç O S H G Z U H I D O S

Pastelaria e confeitaria Téles 150—Rua Ferreira Borges—156

C O I M B R A Nésta caza, regularmente montada no jénero das de Lisboa e Porto, encon-

tra-se á venda o mais variado e completo sortimento de todos os artigos concer-nentes a estabelecimentos désta natureza.

BÔCCS d e o v o s com os mais finos recheios, l í o c e s d e f r u c t a de diversas qualidades, secos e cristalizados. F a b r i c a m - s e g r a n d e s p e ç a s d e f a n t a s i a , próprias para brindes.

V a r i a d a p a s t e l a r i a e m t o d o s o s g e n e r o s , especializando os de folhado. («;T.Iantines d i v e r s a s . T é t e d ' A c h a r . P a t ê d e U e v r e e F o l e .

S a u e l s s e s . P u d i n g s d e d i v e r s a s q u a l i d a d e s , vistosamente enfeita-dos. P ã o d e IO, pelo sistema de Margarida.

Especialidade em v i n h o s g e n c r o z o s e l i c o r e s finos das principaes marcas.

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Anunciam-se gratuitamente todas as publicações com cuja remessa este jornal fôr onrado.

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Editor

MANUEL DOLIVEIRA AMARAL

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS

Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges

Typ. Democratica

ARCO DE) A L M E D I N A , IO

N.° 906 COIMBR×Domingo, 29 de maio áe 1904 IO.0 ANO

0 ACORDO Os attentados, os desatinos, as

imoralidades com tanto ardôr de-nunciados, para logo se esquecem; e, no poder, os bravos poritanos não fazem mais do que augmentar o

Está feito o acordo entre reje-neradores e progressistas para as próximas eleições, e para quem tenha conhecimento dos processos á muito em voga na politica por-tuguêza não representa esse acon-tecimento uma aberração propicia a estranhezas e a comentários indi-gnados.

Sem duvida certos fatos á que, ainda que velhos e de nossa muita intimidade, nos revoltam e enojam quando se exhibem; mas o que nós pretendemos acentuar é que o ac-côrdo, mesmo depois de terem já voado pelo ar setas, farpões e vá-rios tiros inimigos, não dão matéria nova para afogueamentos de cólera puritana.

Porque, reparando bem na isto-toria da politica do rejimen, acha-remos que o acordo de todos os seus ómens data de lonje, e que a momentanea diverjencia em ques-tõis de lana caprina não exclue < concordância fundamental de pro cessos e orientação pelo que toca á exploração do país.

As ameaças de ostilidades feras que uns aos outros fazem é uma velha comedia. Pódem ter amúos.

Exijencias não satisfeitas pódem determinar caseiras tempestades Mas porque um procedimento mais estrondoso, no sentido de difficultar a acção governativa do grupo no poder, importaria para o grupo ba rulhento o perigo de ser desconcei-tuado perante a suprema torça que preside á rotação, rezulta que o ata-queque se fazem tem o caracter duma leve escaramuça para inglez ver, lembra uma manobra com tiroteios de polvora seca.

O acôrdo dos monárquicos velho, é de sempre, e o que á tal vez a distinguir é a abilidade em disfarçal-o melhor ou peior, o cui-dado maior ou menor em vestir-lhe

'aparências guerreiras., Um deputado declarou, na ul

tima lejislatura, que não conhecia ninguém no seu circulo e que se estava ali era tão somente por ace dencia jentil do Ministério do reino E todos sabem de resto que os go vernos, e não o pais, é que faz as eleições, de tal forma que a maio-ria de ôje é a minoria de ámanhã; e todos sabem também que é firme o acôrdo entre todos os monárqui-cos para manter este statu-quo, obs-tando por todas as formas a que a manifestação livre do sufrajio possa perturbar esta cómoda e pacífica funçanata.

Depois ão-de ter notado que os que na opozição combatem a obra dos governos, raríssimo destroem, quando guindados ao poder, essa obra; e, bem ao contrario, a defen-dam e ampliam, esquecendo as suas fogosas deblaterações, os seus com-promissos, as suas promessas.

O que significa esta atitude, senão a existencia dum acôrdo fun-damental de processos ?

« O MUNDO»

numero dessas feias cousas, tão combatidas, tão verberadas.

Não á liberdades, porque os par-tidos monárquicos acordárão em su-primil-as. Golpe que um lhes vibras-se, era golpe que os outros secunda-ríão, com raiva. Não á credito, porque os partidos monárquicos acordárão em fazel-o desaparecer pela prati-ca igual de desatinos semelhantes, ístamos reduzidos á condição de um povo miserável, sem nada que o imponha ao respeito de extranhos

mesmo ao entuziástico amôr dos seus, porque os partidos monárqui-cos acordárão na adoção duma mes-ma politica, que avia de leval-o fatalmente a este fim indecoroso. Emfim, o acôrdo vem de lonje, tem existido sempre. Nas pequenas ter-reolas provinciànas, os políticos ainda se esmurram por vêzes com alma. Mas na alta política todos êles se entendem, porque existe o acôrdo que lhes garante a fruição de regalias e benesses mesmo em tempo de ostracismo.

E de acôrdo com os partidos monárquicos, sancionando-lhes os processos, exorando-os com ã sua confiança, está a Corôa, sem a qual êles não poderíão vivêr.

De fórma que o acôrdo está de á muito estabelecido entre os parti-dos monárquicos e a Corôa contra o paiz, que para êles nada repre-zenta, e entra como ínfima compar-saria nas baixas comedias que pro-movem.

O acôrdo de agora não é, pois, um fato novo, para admirações cóleras, mas é um fato que convém pôr em destaque, para que o país compreenda a triste figura que está fazendo.

- ^ C e n t r a Eleitoral Republicano Jozé Falcão CONFERENCIA

O n o s s o e m i n e n t e c o r r e i ! g l o s s á r i o s r . dr . B S e r n a r d i n o Is a c h a d o r e a l i z a á m a n h ã , s e g n n d a - f e i r a , p e l a s 8 h o r a s d a l a o l l e , « i a a c o n f e r e n c i a n o « C e n t r o I í S e i t o r a l S t e p u b l l c a n o » , c u j o t e m a s e r á : E l e i ç õ e s

A e s t a e o n f e r e u e i a o u t r a s s e s e g u i r ã o , f e i t o s p o r v á r i o s r e p u b l i c a n o s p r e s t i j i o z i s s l -m o s .

Foi apreendido este nosso pre-zado colega e denodado batalha-dor da causa republicana.

Percorremos com escrupulosa inquizitorial atenção o n u m e r o

vitimado pela fúria policiasca do sr. Intze Ribeiro: relemol-o com o interesse anciôzo de quem busca ilar as razôis dum fato insólito: e, mau grado todas as nossas pesqui-zas e longas cojitaçôis, não lobri-gamos o motivo que justificasse a 3rutalissima medida.

O Mundo tratava de cazos vá-rios da nossa politica, sem exalta-ção, com um comedimento, que está lonje da linguajem destempe-rada de certos senhores, em mo-mento em que o ostracismo a pro-longa em excesso, e o estomago bazio provoca tresloucamentos fu-riozos.

Nada que explicasse a apreen-são, avia, o que significa que o odio velho do sr. Intze Ribeiro não cançou e se dispôi a serias exibiçóis perseguidoras, no duplo intento de vingar antigos incomodos e obter o silencio pará certas tramóias.

Escuzado será afirmar o nosso prezado coléga a nossa solidarieda-de e o protesto veemente contra o covardíssimo atentado.

Partido republicano

Parece que o sr. Pequito se dispõe a apresentar plano fazenda-rio de tomo.

Mas Pequito provadamente dé-bil para o esforço de altas cavala-rias, é neste caso um pseudonimo.

Quem será o autor da obra anunciada ?

Não desponta na imprensa ofi-ciosa desmentido algum sobre a anunciada viajem rejia.

Para tranquilizar os ânimos dos patriotas forretas digam ao menos que Sua Majestade vae ao extran-jeiro em. . . comissão gratuita.

E fica tudo satisfeito. Se já lá tem ido tanta jente.

Parece que estão quebradas as relações entre a Santa-Sé e a Fran-ça— a filha primojenita da Igreja.

Nós sempre desconfiamos que esta filha havia de envergonhar a familia, deixando-se levar nos bra-ços do Satan revolucionário.

Atinjiu a maioridade, e Valeram as investações a retel lar domestico.

Safou-se. Desgostos. . .

nao a no

Terminam no dia 21 de junho as aulas na Escola Nacional de Agricultura.

O sr. Teixeira de Souza vae arpoar ovação rija em Celeiros, Sabrosa, Alijó, Sanfins, etc., etc.

O sr. Campos Enriques anda por Santo Tirso e outras localidades a colher o triumfo.

Estão a ver a politica portu-guêza reduzida a um combate de filarmónicas em arraial minhoto

Anda em jornais que o finan-ceiro Burnay vae de conta do go verno negociar um emprestimo no extranjeiro.

Mais um serviço que o ilustre conde debitará ao pais, a que com tão patrióticas intenções procura sempre ser util.

Pelas intenções do nobre judeu ficamos nós.

Nele é tudo puro: desde as in-tenções ás virjens do Centenario...

Desataviadamente, em amotações sim-ples, de lonje vimos prégando a neces-sidade do partido republicano se organi-zar solidamente, propondo-se a execução d'uma grande obra de rejeneração e de justiça.

Num momento de amargura e de dezalento, quando a consumação d'uma enorme infamia caia pezadamente, como uma desgraça assoladora, sobre tantas almas crentes, á pouco ainda gritando cóleras e cantando esperanças, nós en-contramos forças bastantes para opôr ao grito concitador da debandada a vós ani-moza de reunir. E desde então que só palavras de incitamento temos deixado aqui, tocadas da sinceridade que nasce da devoção pura e serena do nosso ideal.

A patria sofrera mais um golpe bru-tal. Crescera a sua desventura. E isso bastava para que d'ela nos aproximás-semos mais, enternecidamente, na parti-cipação d'essa dôr que nos tocava, não com lagrimas nos olhos, dobrados por comoção entorpecedora, mas direitos e fortes, com a alma erguida e o espirito a retemperar-se num proposito de jene-roza vindita.

Vieram com essas concitações de moço entuziásmo palavras melancólicas, notas azedas de ceticismo, duros concei-tos de revolta ?

E' que a obra a fazer exijia, para que não fosse uma artificioza construção, de aparências vistozas mas de alicerces oscilantes e vigamentos gastos, que se falasse alto a linguajem clara e ríspida da Verdade. Era preciso dizer tudo, confessar tudo, para que não continuas semos desunidos e inúteis, mentindo uns aos outros, mentindo a nós proprios., re-pelindo como incomoda a realidade dos fatos, guardando com ardor a nossa in-tolerância, favorecendo por mil processos a nossa própria dissolução.

Para os nossos omens apelamos, porque por eles essa obra devia come-çar. Que se juntassem todos, pedía-mos, não para constituírem simplesmente um núcleo, um centro, uma comissão, não para se prenderem pelos laços frá-geis d'uma camaradajem acidental; mas pata se confundirem na comunhão sin-cera d'um mesmo ideal, para se identi ficarem na mesma aspiração de o impo rem triunfante, pai»a que enfim d'esse amor a um principio luminozo e alto, prendendo-os na mesma sedução, viesse o mutuo amor entre eles, como um bom fruto nascido já d'um congraçarnento fe-cundo e belo de todos os espíritos sãos e.de todas as almas elevadas. . .

Formar núcleos, extendel-os, levar a toda a parte palavras de revolta e de crença, educar e levantar a massa indi ferente e ignorante, crear carateres, for mar corações, impor o nosso programa e os nossos omens, aproveitar todos os ensejos de protesto e de luta, fazer em-fim um grande e perseverante apostolado da nossa causa, tudo isso preconisamos e queremos.

Mas preliminarmente reputamos que era preciso, para tal empreza, que nos robustecessemos, vestindo para a luta o arnez impervio d'urna autoridade onde todos os pérfidos ataques viessem desfa^ zer-se, armando-nos da arma poderosa d'um exemplo dominador que vencesse deciziv.imeute os nossos adversarios.

Fazer omens, melhorar os omens Éramos fracos, vergavamoí , constranji-dos, manietados, ao peso duro^ de mil preconceitos tristes, sob a carga de mil misérias ?

Alijar esse gravame que nós. tolhia, endireitar o torso dobrado, reanimar a alma combalida de vicios e de azedas tristezas—eis o que nos cumpria fazer.

E no mesmo ponto ôje e sempre insis-tiremos. Precizamos unir-nos, mas unir-nos e entender-nos com a sinceridade, a lealdade, a justiça que devem pôr na

pratica os verdadeiros omens de bem de convicções.

Nem vaidades, nem invejas, nem am-bições. Á' altura do nosso ideal, sem-pre, ganhando para nós proprios, pela norma da nossa vida, o respeito que lhe é devido.

Omens que se juntam para uma obra de Verdade e de Justiça, nunca omens que se reúnem para o lance d'uma aven-tura em que os egoísmos de uns e a cupidez de outros tenham interesses ou ourarias a arpoar.

Eis o que precisamos de ser. O exemplo, por mais que o neguem,

abala, comove, contajia. Ainda mesmo num meio dissoluto

como o nosso, o exemplo exerce uma reação salutar, é um combate ao mal, é um meio de eficaz protesto.

Sejamos o exemplo, para sermos os mais fortes, para sermos emfim os ven- í* cedores. Porque dos mais fortes será inevitavelmente, tarde ou cedo, a vitoria, e os mais fortes serão os mais onestos e os mais justos, todos os que viverem e lutarem com a pureza, o desinteresse, a serenidade dos crentes.

Ter um ideal, é viver para ele, e dar, para que ele triunfe, uma grande abnegação, , a própria vida. E não se compreende que sejampequenos os omens que se dizem adeptos d'um grande ideal, porque, se o professam sinceramente, á sua grandeza á de refletir-se neles, eleval-os, transfigural-os.

Sejamos o exemplo. Andão separados por egoísmos, am-

bições, intrigas, os nossos adversarios? Sejamos o exemplo da armonia, da

união, da solidariedade, o exemplo forte e enorme de' como a força d'uui gfSmde * principio aproxima os omens e os liga num entendimento seguro de indestrutí-vel cordialidade.

Combatemos a iniquidade, arremeça-mos à corrução os farpões dos nossos escrupulos e m revolta, prégamos a guerra á intolerância feroz que asphixia e deprime, ferimos com dureza o abas-tardamento d'um povo baldeado a uma abjeção profunda ?

Sejamos o exemplo da justiça, da onestidade, da liberdade, do civismo. Tudo isto sinceramente, de toda a nossa alma, sem exibições pompozas, deixando que o nosso alto exemplo resplandeça e cative pelo seu brilho.

Sem isto nada faremos. Jentilezas, amabilidades, ipocrisia, mentira—tudo á marjem: a verdade, só a verdade, sem-pre a verdade. Doe, por vezes, ofende melindres, amachuca vaidades, pisa brios jentilhomescos ? Mas por fim triunfa, e convence, e é amada.

Para nos lançarmos na grande em-preza precisamos , repetimos, robuste-cer-nos: ser verdadeiros, ser fortes, ser omens. E esta união de nós todos ob-tem-se sem que ninguém precise abdicar opiniões sinceramente perfilhadas nem recalcar forçadamente melindres sentidos com onestidade. Opiniões afirmam-se e discutem-se. A' desacordo? Muitas ve-zes a discussão, franca e sincera,serve a apagal-o. Ao contrario, o silencio fal-o viver. E importa acaso desaire para alguém ou é mostra de fraqueza a diver-jencia incidental de doutrinas? Não. O que não é justo, e até é dissolvente, é a exijencia do silencio, a subordinação a ma-ximas oficiaes por um obnoxio principio de disciplina atrofiante e barbara.

Entendamo-nos assim, mantendo toda a nossa autonomia, e tendo como regu-lador da nossa atitude um único inte-resse: o do nosso ideal.

Vamos depois para a luta, e o triun-fo virá. Quando? Não importa. O nosso dever é lutar: lutemos. Sem adiar, mas também sem precipitar. Com corajem, mas também com tatica. Com entuyasmo, mas também sem impaciên-cias.

Revolvamos o terreno, desfaçamos-lhe as leiras aridas e duras, rasguemos-lhe o ventre em sulcos fundos e atiremos para lá a semente. Ela ha de jerminar e florescer. Quando? Não desespere-mos. Se estações passarem sem que o

RE2EISTEWC1A — Oninta-feira, «le Maio «le S»OÍ

solo pareça abrir-se para deixar "erguer-se a desejada e bemdita seara, não nos revoltemos, não lancemos sobre ele a nossa maldição indignada, não o abando-nemos ao ataque das ervajens parasitas. Não. Esperemos. Continuemos a atáo-lental-o com o suor do nosso esforço perseverante, crendo sempre que um dia ele será á terra fecunda e imensa onde um grande ideal de bracejar, sob bênçãos de luz creadora, na plena força do seu triunfo formidável.

Sejamos omens ! Sejamos omens !

Parece estar resolvido, defini-tivamente, que o sr. Croneau do Arsenal da Marinha, abala para França.

Ora é sabido que o ilústre en-jenheiró se abonava com protéções de alta valia; e como no nosso país, extranjeirinho que de tal se gabe, só transpõe fronteira mediante abun-doza indemnisação, — vide trombo-nes e tenores vários — sempre de-sejaríamos saber quanto custa a retirada do sr. Croneau. . .

Estiveram nesta cidade os nossos prestimozos correlijionarios srs. dr,_ Flo-rido Toscano, de Vila Nova de Gaia e Manuel Antonio das Neves, de Santarém.

Também esteve nesta cidade o nosso prezado assignante sr. João Alçada Mou-zaco, da Covilhã.

E n l a c e

0 sr. Visconde da Marinha Grande pediu em casamento para seu filho sr. Enrique de Barros, a sr.a D. Maria Cristina Arriaga, filha do nosso veneran-do correlijionario sr. dr. Manuel d'Ar-riaga.

Tem experimentado algumas melho-ras o sr. dr. Luís Pereira da Costa, ex-governador civil d'este distrito.

Vae ser lançado a publico, pela co-' missão administrativa da Associação Aca-

démica, um largo manifesto encarecendo as vantagens da associação e apelando para a academia afim de que preste todo o seu concurso para o seu levantamento.

J o a q u i m A n t ó n i o d l 'Aguiar

Passou no dia 26 o aniversário da morte deste estadista liberal que refrendou o decreto que abolia as ordens relijiózas em Portugal.

Mais de uma vês, em Coimbra, se comemorou esta data, tomando parte nessa comemoração a Asso-ciação Liberal e outras que manti-nham um culto sagrado pela liber-dade.

Este ano passou indiferente; e para que festejar aquela data, se a liberdade e os decretos contra as ordens relijiózas já não existem ?

C o m e r c i o d o P o r t o

Comemora no dia I e 2 de junho proximo, as suas bodas d'oiro, o nosso presa do colega portuense « O Comercio do Porto, » realisando-se nesse dia grandes festejos em sua onra.

0 programa dos festejos é o seguinte: No dia 1 de junho, pelo meio dia —

Na Sé Catedral, a ceremonia relijiosa, celebrada pelo Ex.mo prelado da diocese, em congratulação pelo aniversario que passa e em sufrajio pelos batalhadores do jornal, que desapareceram no tumulo.

No mesmo dia pelas 3 horas da tar-de—Nas salas da redação do Comercio do Porto, a distribuição dos prémios con-feridos aos concorrentes aos concursos literário e de antiguidade, que este jor-nal abriu.

No dia 2 de junho, pela '1 hora da tarde—No Monte das Antas, a inaugura-ção solemne do primeiro núcleo do Bair-ro Operário do Bomfim—o terceiro dos bairros operários fundados no Porto, por •ntciativa do Comercio do Porto.

^Palavras de despedida Julgo que a minha constante absten-

ção, em cinco anos, de tudo que se re-ferisse a estudantes e a Academia, me confere uma excepcional e previlijiada situação de imparcialidade, sempre que queira falar deles. E é néssa certeza que pela primeira vês o faço

E para mim, que não concorri para recitas de quintanistas, que não chorei compunjidamente na óra fatal da Balada, que não me embebedei com tristeza e vinho, na classica noite de despedida aos salgueiros do Mondego, para mim, serão as imperfeitas, as poucas palavras d'este artigo o meu adeus a Coimbra. E penso que ellas significarão mais saudade, mais amor á doce e amorosa paizajem, e até mais respeito pela tradição — do que essa pública noite de pandega rija, em que se dá o abraço final entre as expon-tâneas ternuras, que o Champagne da Vinícola provoca em larga escála.

Assim seja 1

Não vale a pena repetir aqui que muita e muita da jente que uza capa e batina é covarde, imbecil, sem dignidade, sem corajem, sem audacia. Todos o sa-bem. E não é para ela que estou a es-crever, porque decerto perderia o meu tempo. Mas para a meia dúzia de ones-tos e de independentes — ou que o pre-tendem ser -que ficão ainda em Coim-bra. Nas mãos d'esses está a força capás de melhorar o meio -assim eles tenhao a enerjia, a corajem preciza para domi-nar os outros. Dominá-los com orientação e com razão-pois o que falta á maioria, facilmente impressionavel, — irijénua e sincera, afinal de contas—-é quem a leve para o bom caminho. Por isso eu venho aqui falar aos que talvês tenhão enver-gadura para a dirijir.

Mas que as minhas observaçõis não vão parecer conselhos pedantes; quereria que élas caíssem nas consciências des-pretenciozamenle— e tão naturalmente como cáem das arvores os frutos muito maduros, pelas serenas tardes de outon o, luminozas e discretas.

O que falta em Coimbra é entuziásmo, dignidade, e a convicção arreigada e se-gura de que a mocidade portuguêza deve educar-se a si própria.

Entuziásmo — não á, porque todo o caloiro vem para aqui com a mira no emprego publico. E' o que lhe ensinárão os páis. E veja-se a sabujice, o carinho, o olho esbogalhado que á sempre em volta do filho do Sr. Ministro cfEstado ou do Sr. Titular Influente. Decerto não me quérem persuadir—não é verdade?— de que os barulhos dos últimos dois anos, em que a valente Academia se meteu, tivérão outro fim que não fosse arranjar umas feriazinhas inesperadas. . .

Educação — ainda menos á. Não lh'a dando aquêles que lh'a devião dar, não tendo nobres e alevantados exemplos a seguir, o estudante encontra-se dezam-parado num meio dissolvente e estéril, em que é necessariamente conduzido á batota e ao vinho. Isto mesmo disse Al-berto Pinheiro, á cinco anos, no Correio da Noite. •

E' precizo vir para aqui disposto a lutar contra todas as más influencias — de professores e condiscípulos — influen-cias deprimentes para o carater, para a intelijencia, para a livre expansão do pensamento. Só com o proprio esforço deve contar o estudante português, e principalmente o da Universidade, para se fazer ornem- — consciente, onesto e forte.

Emquanto á dignidade —basta dizer que o ano passado, quando foi das reu-niõis académicas por cauza do novo re-gulamento das faltas, alguém de muita e reconhecida autoridade, lembrou a dois rapazes que propuzessem numa assem-bleia jeral o pedido de cursos livres ao governo, em logar duma modificação qualquer no regulamento. Assim, todos se compromelerião a aceitar, na maxima liberdade, a maxima responsabilidade. Ficárão furiozos, os dois, sintetizando vigorozamente a opinião de todos: «que a vida não está para massadas! que ti-nhão depois muito que fazer! que já não avia o descanso do ponto decorado com vagar!» etc, e t c . . .

Ora, á em Coimbra* um grupo de inteletuais — grupo mesclado e de ten-dências varias, mas que é unizono em declarar que isto ê tudo uma tropa, que não vale a pena trabalhar peles outros, que não se consegue nada que seja bom ou justo na estupidês ambiente. Assim é. E assim pensei eu também — do que não me arrependo, porque nunca me arre-pendo do que não tem remedio; mas muito gostaria agora de convencer os

que ficão de que fis mal e de que me custa olhar para trás sem ver, nos cinco anos que passarão, um dezejo de ação (por desvalioza, por ineficás que fosse) em toda a minha vida de estudante. Mea culpa I

Mas quero ao menos que n meu erro sirva para alguma coisa; quero que esse grupo que se julga superior aos outros, —e em que só um ou dois rapazes teem tentado impôr as .mas ideias á multidão, dezanimando logo, — quero que esse grupo entenda quanto é inútil a sua tarefa de malidicencia, e como é incoerente dizer mal dum meio que êles — os superiores I — ajúdão largamente a corromper.

Disto não me acuzo eu—porque nunca disse a ninguém o que não pensasse, nunca neguei, por trás das costas dum camarada, o que frente a frente afirmára; nem nunca tive da Arte a ideia de que éla é uma coiza boa para discussõis de café. Acuzo-me somente de não ter lu-tado. E' precizo combater sempre, lutar sempre. Aos vinte anos nunca á motivos para dezesperar. E não fica bem evocar tão liricamente a paizajem de Coimbra, e não se importar que éla seja apenas um cenário bom em que reprezenta uma companhia reles.

E'precizo onrá-la — fazendo-a amar pela beléza que éla deixa nos coraçõis. Passamos aqui a mocidade—como dizem as baladas — e da mocidade não fica um rasto luminozo, a memoria dum entu-ziásmo sincéro. E' triste. E os únicos culpados são aquêles que, julgando-se superiores, nada fazem para isso. Desde que partiu d'aqui o grito violento e livre da Escola de Coimbra — tudo emudeceu, para todo o sempre.

Não pensem os literatos académicos — reclames vivos aos cafés da Baixa — que, por terem estudado na Universidade Antéro, João de Deus, Teófilo Braga e tantos outros, isto de escrever se bebe no ar do Penedo da Saudade ou na agua da Lapa dos Esteios. E' precizo trabalhar, e amar, mais do que a própria vaidade, a sua Arte — sem se fiar em elojios de companheiros das noitadas, nem nas pa-lavras amaveis de jornais. E amar a sua Arte — não é somente fazer apoteózes ao sr. Julio Dantas e coroa-lo pagãmente de flores — o que, se lhe dava o ar dum Baco anémico e decadente, não podia senão entristecê-lo pela nenhuma autori-dade das pessoas que lhe fizérão a mani-festação. Amar a Arte — é viver por éla com todas as forças do espirito, com todo o entuziásmo, com todas as crenças, e ter por êla uma adoração diversa do que seja o amor aos colarinhos altos e aos cigarros extranjeiros.

Amem-na os moços Artistas como devem, e amem os outros a Vida, quei-rão-na digr.a e sincera e nobre, sem tranzijencias nem mentiras. Gastem a sua enerjia numa áção persistente e se-ria, que, por isso mesmo, será fecunda. Nada tão simples, nada tão claro como consegui-lo. E ser-lhes-á depois uma glo-rioza lembrança pensar que deixárão em Coimbra mais alegria e mais consciência do que tinhão encontrado. Mais alegria, mais consciência, mais entuziásmo; e também mais largo e livre movimento — e não apenas esse de curvar a espinha, muito uzado, e que é, segundo dizem, o melhor para dezenvolver os músculos do estomago.

Maio, 190i.

João de Barros.

Uma comissão da meza da ir-mandade da Rainha Santa solicitou dos srs. bispo conde e governador civil a sua cooperação valiosa para os luzidos festejos que tenciona levar a efeito nos dias. 7 a 10 de julho.

A corporação dos bombeiros voluntários tenciona abrilhantar estas festas, com urrigrande festival, em que haverá números diversos e atraentes.

O oficial do exercito sr. Alfredo Leão Pimentel publicou recentemente o Ma-nual do Colono, construções, Estudo da rejião, etc., etc., livro interesante e util para todos que não servir no ultramar.

Finou-se no dia 26 a sr. D. Terêza Carolina Pinto mãi do sr. Alfredo Maria Pinto e sogra do sr. João Sarmento.

A finada era senhora de muitas vir-tudes e viuva do já falecido Abel Pinto da Abrunheira.

A's famílias enlutadas, e especialmente ao sr. João Sarmento e Alfrêdo Pinto, os nossos pezames.

TEATRO ' A D E L I N A A B R A N C H E S

I A ilustre atris Adelina Abranches, que acaba de nos deixar, foi recebida em Coimbra com excecionais manifesta-çõis de agrado, bem podendo dizer-se que nunca o nosso publico demonstrou a algum artista de teatro a sua admi-ração, a sua estima e o seu entuziásmo, por uma forma tão brilhante e unanime.

Na primeira noite, a seguir ao Adver-sário, a que o publico assistiu com certa frieza, apezar do belo trabalho de Bra-zão no encantador dialogo de toda a peça surjiu em scena a grande atris para re-prezentar a Anedota, de Marcelino. Ao seu aparecimento foi vibrantemente sau-dada por uma salva de palmas prolon gadissima, que obrigou Adelina a descer repetidas vêzes á ribalta, sendo-lhe já nessa ocazião lançados alguns ramos de rozas. A extraordinaria artista foi admi-ravel no dezempenho d'esse pequeno ato, em que tudo depende do talento do inter-prete.

Não houve minúcia, o mais insigni-ficante detalhe que escapasse á sua finís-sima observação, para nos dar, cheio de naturalidade, de realidade e de grandeza, esse garoto que á viva força quer entrar para o teatro, e improvisa, á pressa, uma trajedia que enternece o impiedozo emprezário.

Foi grandioza, imponente, a mani-festação final.

Adelina, obrigada a permanecer em cêna mais de uni quarto d'óra, era acla-mada entuziásticamente, n'um delírio, ao passo que de todos os lados choviam sobre ela, juncando o palco, braçados de flores, linoissimos ramos, e dezê-nas de capas dos estudantes, no meio de salvas de palmas estrondózas, e vivas freneticos ao seu nome gloriosíssimo.

Ela agradecia, sorrindo, comovida, essa vibrantíssima ovação, como degual não á memoria desde os saudózos tempos do teátro académico.

Ao fim, como a grande atris fôsse esperada no átrio do teátro por uma enorme massa de estudantes, saiu por outra porta, acompanhada até ao ótel por um grupo de amigos e admiradores.

Em a noite seguinte, representação do Amlet, a tal classica corôa de glória do Brazão, que passaremos em claro. Dizêr mal é sempre dolorozo.

A trajédia de Shakspeare apenas serve a Brazão, que ali anda, pela cena, sem-pre de olhar parado, a modos de quem não percebe nada d'aquilo, para cabal-mente nos certificar da robustês dns seus pulmõis e solidas articulaçõis de braços, Quanto a Boza Damasceno, com fran-queza, o cazo rezulta simplesmente em descaramento.

E' ser injenua de mais. Sueira a ilustre senhora abolir da

sua corôa de glorias esse desmantelado florão, ou annunciar-se nos programas

uma carinhoza avó da ofélia. A seguir, apparece nos novamente

Adelina na Severa, do sr. Julio Dantas. De toda aquela farrapajem dramatica,

é tão grande o seu talento, que ela con-segue fazêr imenso.

Noite mais agitada que a primeira, d'aplauzos entuziasticos a Adelina, e de pateada ao auctor, que á sombra d'uma grande atriz, perante quem todos se cur-vam, quiz fazer colheita de loiros, com que entrásse gloriosamente em Lisboa.

Enganou-se, porem. Ouve muito quem aplaudise, alguns por motivos bem curiosos e pitorescos, mas justiça foi feita, como cumpria.

O sr. Dantas chegou a ser erguido em braços, embrulhado n'uma meia dú-zia de admiradores (1). que tentaram me-ter-lhe nas mãos ramos de flores, mo-mentos antes oferecidos a Adelina, e que a grande atriz colocara a um dos lados da cêna. Mas a pateada era bem sono-ra.

Apezar de todas estas escabrosidades, Adelina teve outra noite de ruidoso e in-contestável triumfo.

Como na primeira, foi coberta de ílô-res e capas; como na primeira o seu no-me foi gritido e aclamado por todas as bôcas.

A gloriosa Artista atravesou o átrio do teatro, em meio de salvas de palmas, pizando as capas dos estudantes, que lhe eram arejadas aos pés, sendo acompanha-da depois por enorme multidão de aca-démicos, que a vitoriavam durante todo o trajeto redobrando o entuziasmo á porta do otel, cuja escada, coberta de capas, ella subiu no meio d'um entusiasmo in-descritível.

A sublime Artista, a primeira atriz portuguêza de hoje, poude partir de Coimbra, na convicção, de que triumfára absolutamente, conquistando pelo legiti-mo direito do seu primacial talento, os mais unanimes e calorosos aplausos que

n'este teatro tem resoado, e a incondi-cional admiração d'este publico.

Restanos dizer da Fédora na ultima noite.

Má peça, trabalho fraco de Lucília e regular de Brazão. Cáza ás moscas, e maçada no restrito auditório.

João Rosa, no papel de Custodia, da Sevéra, foi merecida e justamente muito aplaudido.

Tanto no hotel, como no seu camarim, Adelina Abranches foi cumprimentada e felicitada por um sem numero de pessoas, quasi excluzivamente académicos.

Na primeira noite, em que Adelina reprezentou a Anedota, foi profusamen-te distribuido no teatro um numero úni-co, em luxuoza edição, consagrado á grande atriz, e colaborado pelos distin-tos academieos, alguns bem conhecidos no mundo d is letras: Annibal Soares, Mauuel de Sousa Pinto, Gomes da Silva, Antonio Maria Pereira Júnior, Manuel Monteiro, Carlos Amaro, Mário de Vas-concelos, Alvaro de Castro, Carlos Olavo Carlos de Mendonça, Alberto Costa (Pad-Zé) e Campos Lima.

Era illustrado com um desenho—ca-ricatura de Adelina, a quem foi olíereci-do um exemplar especial, em papel do Ja-pão, assinado pelos autores.

A todos os artistas do teatro D. Amé-lia foi egualmente oferecido um exemplar bem como ao Visconde de S. Luiz de Braga.

A ilústre atris Adelina Abran-ches, antes de sair de Coimbra, enviou ao nosso amigo sr. Anibal Soares a seguinte cárta.

« Coimbra, 12 de maio de 1904.

Ill.m0 e h x r Sr.

Não encontro palavras que sejão bem a expressão do meu agradecimento a V. Ex." e aos seus companheiros, pelas enterne-cedôras e inolvidáveis provas de simpatia de que jenerosãmente fi-zérão alvo a minha umilde perso-nalidade. Entre as amarguras do passado e as que porventura meespérão no futuro, á-de lembrai -me sempre, compensando-as em grande parte e servi?ido-me de estimulo para o trabalho, o aco-lhimento calorôzo e amoravel dos estudantes de Coimbra. Obrigada de todo o coração. — Adelina Abranches. »

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F e s t a s «la EiaiasSia S a . 5 i a

Continuam com atividade os prepa-rativos para as festas da Rainha Santa prometendo este ano ser brilhantes.

A meza da Real Confraria está con-fecionando o programa oficial que breve será dado a publico, apresentando alguns números novos.

0 fogo preso que se á-de queimar na ocasião, parece que será dado a um pi-rotécnico de Viana do Castelo.

A' ideia de iluminar á moda do Mi-nho a Avenida Navarro, que seria de um efeito deslumbrante quando bem ezecu-tado.

Na rua do Visconde da Luz. consti-tuiu-se a comissão, que ficou assim com-posta: Miguel José da Costa Braga, José Gomes da Cunha, Julio Machado Felicia-no, Manuel Joaquim Vilaça, João Mendes, José Francisco, Manuel José Dantas Gui-marães, Manuel Ferreira Mateus e Cor-reia dc Borjes,

Vai ser posto a concurso o logar de amanuense da secretaria da camara de Coimbra ;om o vencimento de 160#0QQ reis.

REKVSTEXCIA— de Maio de 1004 Í5

1 obra do sr. J. Dantas A minha carta, irritante e irritável,

rezultado duma ajitação, pouco nos meus hábitos teve muito do movimento impen-sado de cólera. A exaltação, que algu-.mas discussois parciais produziram, fês com que ela surjisse violenta bem con-tra a minha vontade atual: serena e ra-zoavel. Agora, procurarei ser calmo e demonstrar que o que na carta se con-tem, embora duma ma. eira ajitadá, é uma verdade tão clara como a mais tran-quila è límpida agua.

Pelas diversas facetas porque a obra do Sr. J. Dantas, se pode olhar, em ne-nhuma (lelás se descóbrem indicios moti-vantes de consideração, para uma criti-ca séria. É' {lôzitíVamente uma b&nca rota inteletual, bem documentada em provas, esta que se manifesta no sr. J." Dantas. Voltando-nos para ela com a boa vontade dé deixar umas palavras que si-gnifiquem ao menos, o que em todos os trabalhos é louvável, a perseverança e a onestidade nem essas mesmo poderão vir lançar conforto na dissecação desta coifi tão mizerável e tão digna de comi-zeração. Porque o sr. J. Dantas talvês, no intuito de fazer um Cirano femenino nem sequer conseguio rendilhar litera-riamente uma còizá que tivesse, pelo menos, o valor de bijouteria. Yem num calão refês, falso, impotentemente reali-zar uma coiza mesquinha onde só a nossa piedade pode ir salva-lo, E piedade que nos vem da convicção assente de que o sr. J. Dantas não é de todo desprovido de intelijencia e critério.

E se pelo ábito de fazêr essa obra desonesta ainda de todo não perdeu um certo pudor, muitas vezes a sós corará deante da «Severa» e do «Serão» e queimalos-ia de bom grado se a memoria dos outros não estivesse acordada. Evi-dentemente que essas peças podem ser reprezentadas e muitas poderemos rece-ber em idênticas condiçõis mas o sr. J. Dantas pode e deve ter um logar mais elevado que nós, os que o pateam, lhe desejamos, como pede a sua mocidade e o seu talento. E todos os que isto lhe disserem os pode considerar como ami-gos, e amigos dezejozos de o ver marcar um logar, sem ganancia no teatro portu-guês.

Porque não ha-de o Snr. J. Dantas, mesmo com essa queda para desenhar doentes e maníacos, procurar na historia portuguêza typos que seriam licções mo-raes, grandes elementos de rehabilitação para esta sociedade já de braço dado com tudo o que é abjecto e indigno. Mes-mo estudando essas catastrophes mora ÍS, essas depressões da vida d'uma naciona-lidade, onde sempre existe, occulto filão, a «nergia latente, a força encrisalada que rebentará n'um periodo mais ou menos largo, quando as condições exteriores a sulicitarem, ainda encontrará motivos para acções dramaticas empolgantes. Mas a diíSculdade, quando a tratar estes assum-ptos, é saber, na talagarça do drama, fazer seguir este tenue e imperceptível fio que liga períodos de grande activida-de e grandeza atravez as impurezas e descalàbros d'uma quadra doentia.

E é esta vida sombria das sociedades, impercetivel a maior, parte, que o dra-maturgo deve fazer avultar na peça para a tornar d'uma simples parodia photo-graphica, n'uma obra de arte e arte so-cial.

Foi o desconhecimento d esta obscura vitalidade nas sociedades que fez chamar á idade media epocha de barbaria e con-fusão. E que enorme vida latente ella conservava em si,vindo rebentar na flora-ção explendida da renascença. O passar para o palco aspectos parcelares d'uma sociedade n'um dado periodo historico, o mais exatamente possivel, sem fazer correr por toda a peça, como um liame que a ligue e uma razão que a justifique a vida geral a que pertencem, resultará sempre uma obra sem interesse e sem valor. Assim uma peça histórica pode tra jer para a scena as falências mais cla-

' ras dutna raça, porque a intelijencia do autor saberá mostrar no tom médio da obra a enerjia que existe adora ecida e os fatores inconcientes que lhe darão vida.

Por mais nojentas e abjetas que se-jam as cenas dezenroladas e mais ignó-beis os personajens, estará a reabilitar a peça. a torna-la moral e social, a grande lição de que aí mesmo existe alguma coiza bôa que convém estudar para com o seu conhecimento nos abilitar para o futuro, conscientemente, a fazer fruti-ficar.

Dos maiores monturos nascem os mais brancos li rios.

Não é analize do monturo que con-vém fazer: é ás condiçõis exteriores que golicitarana a semente, á vida surda que

ela contem que se deve dirijir o nosso estudo.

E' esta orient;i(;:!o que nos parece mais razoavel e que no decorrer destas consideraçõis seguiremos.

A L V A R O DE C A S T R O .

C A R T A Do illustre presidente das Grechas de

Coimbra, sr. Dr. Filomeno da Camara Mello Cabral, recebemos a carta que em seguida publicamos:

Sr. redator Peço-lhe a fineza de publicar no seu

muito lido jornal, a induza carta que oie mesmo diriji ao ilustre diretor da «Folha de Coimbra».

Por este favor se confessa De v., etc.

Coimbra, 2 8 - 5 - 9 0 4 . Filomeno da Camara.

Sr. Dr. Teixeira d'Abreu, digníssimo diretor da «Folha de Coimbra».

Sob a epigrafe — Um Governador Civil nas mãos d'um policia Um caso joco serio — publica a «Folha de Coim-bra» no seu ultimo numero uma noticia que, para produzir o efeito a que aspira, isto é, para fazer acreditar num escân-dalo ou ridiculo, em que figura como protagonista o sr. governador civil de Coimbra, faz duas afirmações, urna fun-damentalmente gratuita e absolutamente falsa, a outra destituída de valor, desde que a primeira desapareça. E' acusado o ilustre funcionário: 1.° de querer en-trar no recinto d'um festival, promovido a favor da Creche de Coimbra, sem pa-gar o bilhete d'entrada; 2.° de castigar com prisão o guarda que, no desempe-nho rigorozo dos seus deveres, o detevé por o não conhecer.

Oponho, sr. redator, á primeira afir-mativa, um desmentido formal Alguns dias antes do festival procurei o Dr. Cid, desvelado protetor da Creche, para lhe pedir que assistisse á nossa festa e acei-tasse um bilhete que a direção tomára a liberdade de lhe oferecer. Sua ex.a pro-meteu ir, e encarregou-me de lhe reser-var para a sua familia tres cadeiras de números seguidos. Dois dias depois do festival, logo que nos encontrámos, o sr. governador civil pagou os tres bilhetes encomendados e entregou-me 5$000 reis, donativo com que desejava contribuir para o pruduto da nossa festa de cari-dade.

Yeja v. ex.a quanto dista da verdade a primeira acuzação 1

Emquanto á segunda, o fato reduz-se a ter a primeira autoridade do dis-trito mandado substituir um guarda que o não conheceu.

Como v. ex.a vê, pelas circunstancias acima referidas, assiste-me a obrigação de restabelecer a verdade dos factos, no mesmo logar em que se fez uma narra-tiva destituída de fundamento.

Eis o motivo justificativo d'esta carta. De resto, o elevado talento e reconhecida dignidade do sr. governador civil, quali-dades que o levantaram tão novo aos logáres da maior responsabilidade no majisterio e na administração, e que farão d'ele um dos omens mais presti-mozos do nosso país, dispensavam esta carta como defeza, porque a acuzação não seria acreditada; mas a minha con-sciência é que a não dispensa como ato de justiça e de reparação.

Creio que v. a acolherá como tal, e lhe dará a onroza publicidade nas colu-nas do seu acreditado jornal, pelo que se confessa reconhecido o

De v., etc. Filomeno da Camara.

te d'esse jenial espirito de semi-deus da Poezia nas leiras latinas que é Guérra Junqueiro. Ele que enche todo um sécu-lo com as suas rimas brilhantisimas, dia-demadas d'oiro puro correndo como um Nilo em revolta por toda a nossa litera-tura fóra, enchendo d'um renoveau de fé e d'arte as almas da mocidade.

IrmSo jemio de Hugo e de Tolstoi, de Zola e de Goete, á n'esse poeta extraor-dinário o protesto de todas as almae em prol da piedade e da justiça. Estranho jenio em que a rebeldia romântica na sua expressão culminante e suprema se casa—noivado excelso! com a infinita misericórdia, a espaços idealista mas quasi sempre umana.

O seu nome resoa como um clarim vitorioso. E' mais do que um simbolo, é toda a síntese da Alma Moderna.

Na sua doce figura de Santo abrem-se os seus dois olhos d'águia que são ao mesrro tempo como duas largas jane-las de ceu pelas quaes podemos antevér, ai de nós bem longiquamente ainda! o amanhã radioso d'integra.l liberdade, por-que anciamos nós os enamorados da Ação e do Sonho.

Guerra Junquéiro! Ao lê-lo sentimos a noss'alma mergulhada em pleno azul. Pouco a pouco, as linhas de letras, os carateres tipográficos dos seus psemas dezaparecem, esvaem-se, diluídos co-mo que n'uma névoa espiritualisada e nós todos embevecidos na musica alada das suas rimas aleluiaes, imajinamos ouvir as estrelas a cantar, os lírios dia-logando com a aurora, o sol discutir com Deus-Todo-o Poderoso em quanto lejiões de criancitas loiras, nimbadas de luar, sarabandam n'um recanto do Paraizo, ao som d'uma orquestra invisível de arcan-jos. E' o poeta divino que e u rimas trans-lúcidas até oje melhor interpretou o ex-tasis das flores e dos astros.

O seu ultimo trabalho Oração d Lua deve ser lido como todas as orações,— de joelhos. Tivemos óje o prazer, ó, o infinito e dulcissiimo prazer, d'estreitar-mos n'um ardente amplexo de carinho o seu bello peito amigo,—do querido ami-go,—do querido amigo de vinte anos de leal e sã camaradajem. Aqui o temos de novo em Paris em pleno boidebard palmilhando o trotoir por onde corre em vagalhão espumante a enxurrada de toda a cívilisação. Saudamos o grande pensa t'or, o jenial poeta, a intelijencia rara d'eleito o niestre sublime.

( De « O Mundo Elegante » )

Xavier de Carvalho.

M é d i c o s d e 1 8 9 4 Os médicos que concluíram a sua

formatura na universidade em 1894 reu-nem-se nesta cidade nos dias 31 do cor-rente e 1 de junho, no ótél Avenida, para festejar aquela d a t a . Do programa das festas que tencionam realizar desta-camos: passeio em carros pelos subur-bios da cidade onde vizitam os pontos mais apreciaveis recordando esses belos dias da mocidade que aqui passaram, e jantar na Lapa dos Esteios donde regres-saram em barcos iluminados à Veneziana.

Guerra Junqueiro Do Mundo elegante transcreve-

mos o artigo de Xavier de Carva-lho, que acompanha um magnifico retrato de guerra Junqueiro.

E' uma omenajem justíssima, devida ao jenio do grande poeta, cuja obra têm ôje um renome uni-versal e que, onrando glorioza-mente o seu país, leva fóra déle o seu nome, envolto um alto acla-madôr

Nunca n'este largo periodo de vinte annos de cronista nos vimos tão emba-raçados como no atual momento. Santo Deus!

Como resumir em meia dúzia de li-nhas toda a impetuosa, toda a alucinan-te admiração que nos ulula n'alma dian-

Elizio de Moura fosse lambem arguente nos atos do 3.° ano medico, na cadeira de Patolojia Jeral, emquanto durar o im-pedimento, por doença, du sr. dr. Luis Pereira, catedratico dessa cadeira.

DIREITO 1.a cadeira — Drs. Calisto, Enriques

da Silva e Pedro Martins. 2.a cadeira — Drs. Pedro Martins,

Guilherme Moreira, Marnoco e Souza. 3.1 cadeira —Drs. Teixeira d'Abreu,

Tavares e Reis. 4.a cadeira —Drs. Marnoco, Guilher-

me Moreira e Alvaro Vilela. 5.a cadeira — Drs. Moreira, Dias da

Silva e Alvaro Vilela. 6.a cadeira — Drs. Marnoco e Souza,

Tavares e Pedro Martins. 7.a cadeira — Drs. Alberto dos Reis,

Calisto e Guimarãis Pedroza-3.° «ano» —Drs. Assis Teixeira, Gui-

marãis Pedroza e Tavares. 4.° *ano» —Drs . Fernandes Vás,

Paiva Pita e Alberto dos Reis. 5.° «ano»—Drs. Enriques da Silva,

Dias da Silva, e Alvaro Vilela e um dos lentes da Faculdade por turno ao 4.° ar-gumento.

U N I V E R S I D A D E Reuniu na ultima quarta feira a

congregação da Faculdade de Di-reito para a constituição dos júris que ão de funccionar nos atos dos diversos anos da mesma fa-culdade e que começam no dia 9 do proximo mez.

Também reuniu a congregação da faculdade de medicina sobre o mesmo assumpto ficando assim cons-tituídos os júris:

MEDICINA Ano—l.a cadeira -Drs . Basilio

Freire, Filomeno da Camara e Egas-Moniz.

2.a cadeira—Drs. Filomeno da Cama-ra, Basilio Freire e Egas-Moniz.

2. Ano—3.a cadeira=Drs. Silva Bas-to, Campos de Carvalho e Antonio de Padua.

4.a cadeira—Drs. Raimundo Mota, Lucio Rocha, e Anjelo da Fonseca.

5.a cadeira—Drs. Costa Alemão, Rai-mundo Mota e Lopes Vieira.

3.° «ano»—Drs. Luis Pereira, Lucio Rochá, Antonio de Padua e Anjelo da Fonseca.

4.° «ano»—Drs. Daniel de Matos, Souza Refoios, Santos Viegas, e Elizio de Moura.

5.° «ano»—Drs. Costa Alemão, Lo-pes Vieira e Serras e Silva.

A faculdade rezolveu que o sr. dr.

Bombeiros Voluntários k Coimbra

Tendo esta corporação resolvi-do mandar dizer uma missa por al-ma da falecida D. Maria de Jezus Borges d'01iveira, Benemerita e bemfeitora que foi desta corporação, convidão-se os Ex.mos Socios Bene-meritos Onorarios e protetores, a onrarem com a sua prezença este ato religioso, na próxima 2.a feira, dia 30, ás 9 oras da manhã, na Igreja de S. Bartolomeu.

O Presidente da Direcção. Manuel Bernardo Loureiro.

novo s e r v i ç o de c o m b o i o s n i a b e i r a A l t a

A Companhia da Beira Alta com o fim de facilitar as viajens a Luzo aos passajeiros procedentes das linhas da Companhia Real ou a elas destinados, estabelece no novo orario, que começa a vigorar no dia 1 de junho proximo, um comboio de ida e volta entre Pampilhosa e Luzo.

O comboio d'ida, que tem o n.° 25, parte de Pampilhoza ás 9,49 da tarde e chega a Luzo ás 10,05, correspondendo em Pampilhoza cam o expresso n.° 55 da Companhia Real que sae de Lisboa ás 5,25 da tarde e chega á Pampilhoza ás 9.49.

O comhoio de regresso, que tem o n.° 2G, parte de Luzo, as 10,45 d? tarde e chega a Pampilhoza ás H , correspon-dendo nesta estação com o comboio n.° 8 (correio) da Companhia Real que sae da Pampilhoza ás 11,20 da tarde e chega a Liobòa R ás 5,50 da manhã.

Além disso os passajeiros de Luzo com destino ao Porto, teem o comboio n.° G que parte daquela estação ás 9,07 da tarde e chega á Pampilhoza ás 9,25, onde passa a corresponder com o da Companhia Real n.° 55 que parle de Pam-pilhoza ás 9,13 e chega ao Porto, ás 11, 40 da tarde.

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Cada número da Moda Ilustrada d acompanhado dum número do Petil Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas do corpo, de mêsa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por-tuguês daquelle jornal.

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Dirétor — A. de Souza (Guy de Preles).

Redátores das sécções: Moda e vida Mundana Parisiense, bordados e todos os trabalhos concernentes ao belo sexo: Mademoiselles Amélia de Souza e Hermí-nia Souza.

Redátora e correspondente em Portu-gal: D. Olga de Morais Sarmento.

Redáção e administração: 30 bis, Rua Bregero, Paris.

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P r e v e n ç ã o . — Os garrafões le vam o carimbo da Adega em lacre, e nas rolhas das gàrrafas e garrafões vae o emblema da Adega impresso a fogo, ao lado e na parte superior.

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PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS Editor Typ. Demoeratica

MANUEL D OLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração — R u a F e r r e i r a B o r g e s ARCO DE ALMEDINA, IO __________ 1

N.° 907 COIMBRA—Quinta-feira, 2 de junho de 1904 TFÍ Í 4

IO.0 ANO v

Praxes académicas /

Pouco e pouco, de ano para ano, têm dezaparecido justamente certos uzos e praxes académicas, de vaga frequente e tradicional na vida da nova mocidade universitá-ria, cuja feição ridícula, estúpida e barbara era de molde a provocar a indignada revolta de todos os espí-ritos sãos.

Por largo tempo perdurarão esses uzos e praxes, a tal ponto enraizados, que a sua pratica e observancia se guardava com en-tuziásmo, constituindo como que uma grata preocupação da maior parte dos estudantes. E, todavia, nada mais ridículo, nada mais cruel, nada mais estúpido do que certos desses uzos, postos em pratica com um furor de energúmenos,'que to-dos se deleitão com exibiçõis de brutalidade.

Aceite a ierarquia, que apartava em graus diversos, a massa acadé-mica, os que nessa ierarquica ocu-pávão logar mais baixo estávão sujeitos a toda a sorte de capricho-zas exijencias que ao espirito dos seus riifipviMer «miriisse. desde Q impropério contundente ao ponta-pe brutal, atirado com a força de bes-tas picadas por moscardos.

O tempo foi passando e subver-tendo, derogando, esse ignóbil co-digo de magnificas selvajerias, que aliás provocávão entuziasticas de-tezas, quando alguém lhes marcava a torpeza e a covardia que formá-vão a sua esseneia.

O canelão á Porta-Ferrea, que dava ao novato a impressão de que ia entrar, não num estabelecimento sciéntifico mas numa cocheira, onde bestas em alas festejassem o recem-vindo mortal com salvas reais de rijos coices, á anos já que deza-pareceu, por efeito de medidas sa-lutares da autoridade académica e por efeito mesmo duma natural re-pugnância que o áto iaspirava.

Mas sobrevivencias réstáo ainda, e bem lamentaveis, desse amon-toado de bestialidades que se en-feixávão com o rotulo de praxes académicas, sobrevivencias que é precizo destruir de vês, ája embora necessidade de recorrer a certos meios duros de repressão.

A quem propugne a manuten-ção das praxes académicas. Des cobrem-lhescertapoezia. Achão que o seu dezaparecimento é nocivo á vida dos estudantes. E com grande força de lojica intentão provar os ferenhos praxistas, que esses uzos, desde o coice á Porta-Ferrea até a cmboscada das troupes, devem man-ter-se e afervorar-se para maior glo-ria dos ómens de ámanhã.

São raros, mas existem. Claro que não merecem resposta taes ale-gaçõis, que só podem ser feitas por indivíduos sem escrupulos e sem di-gnidade, com tendencias para brigar em feiras, de varapau ao alto, e la-dejar por becos e alfurjas, em arruadas vinolentas e ruidozas.

E' precizo, pois, dizíamos, aca-

bar com sobrevivencias que ainda perdúrão, e que este ano que vem de findar se afirmárão com certo poder.

Assim, não era raro encontrar-se, ao dobrar duma esquina, um grupo de académicos, embiocados nas suas capas negras, acocorando-se em silencio, á espreita da preza almejada—o novato. Se por acazo infelis algum passava, os valentes embargávão-lhe o passo, e de rosto velado, para maior mostra da sua co-rajem, um dêles castigava com pal-matoadas tòdos a audacia extranha, dum novato andar na rua àquela óra emquanto os camaradas da aven-tura eroica formávão circulo, de mócas erguidas, numa solenidade de grupo secreto.

Ora pozitivamente é precizo que. isto dezapareça, para onra de toda a corporação a quem taes uzos aviltão e para bem duma cidade que não é para aí um brugo pôdre, donde impunemente se permitão assaltos de mariolas de pôlpa.

Essas troupes que ainda este ano manobrarão pelas ruas de Coimbra, á caça de novatos, denunciando os intuitos baixos de quem se deleita com tal entretenimento, não pódem continuar na liberdade que as auto-ridades complacentes lhes têm indi-retamente cônceuiy.y.

E' precizo que se persigão e castiguem os autores dessas covar-des emboscadas, e que se persigão e castiguem com dureza que seja bastante a um ensinamento salutar e perdurável.

Olhem para o fato as autori-dades, e oxalá que no proximo ano letivo não tenhamos já o desgosto de prezenciar dessas selvajerias, que, desonrando quem as pratica, por egual atentão contra o bom nome desta terra.

I » a H i d o R e p u b l i c a n o

Reuniram ante-ontem as comissõis pa-roquiais republicanas de Lisboa para se-rem consultadas pela comissão municipal sobre as próximas eleiçõis.

Depois de lido vario expediente en-trou-se na discussão do assunto para que propriamente fôra convocada a reunião, correndo acalorado o debate, em que opiniõis diversas se embateram, defen-dendo uns a abstenção, propondo outros a luta.

A corrente mais preponderante, se gundo vemos no nosso colega «O Mundo», foi pela luta, apezar de todas as condi-çõis despavorav^is em que necessaria-mente tem de travar-se.

Ao cabo de larga discussão foi por unanimidade resolvido que se significasse aos corpos superiores do Partido que os republicanos de Lisboa mantém o seu respeito pela eleição, desejam ardente-mente que se acceita a luta atual, apezar de todo, confiando e ocotando no entanto as rezoluçõis desses corpos nujentos.

Os quartanistas da faculdade de me dicina forão celebrar o ponto ao Bussaco ontem, com um grande jantar na mata.

Os quartanistas de Direito que ante ontem fizérão a queima das fitas no lar-go da Feira, realizão ôje na Figueira da Fós uma tourada.

Tanto na Figueira, como em Coimbra está esta festa despertando verdadeiro interésse, avendo dificuldade em arran-jar até bilhetes de sói.

A p o i a d o !

0 nosso prezado e ilustradissimo coléga, Poio de Aveiro, referindo-se á apreensão do Mundo, escreve estas jus-tas palavras:

«Não á então remedio contra os abusos, contra os desrespeitos, con-tra os atentados sem nome cometi-dos pelo governo contra aimprensa républieana? Á. Um grande remedio, Sabem onde está? Na forte e solida organização de Partido Républica-no.»

De plenissimo acordo. Os governos redobrárão de fúria contra os republica-nos quando êstes começaram a dár pro-vas evidentes de fraqueza, disolvendo-se, scindindo-se em capelinhas, recebendo, desunidos e sem autoridade de qualquer especie, os golpes do poder.

Unão-se, e saibão ripostár devida-mente á violência, que os atentados de toda a ordem que excecionalmente os vi-são, não se repetirão com a frequência e a semeerimonia insultante com que hoje se sucedem.

Dos republicanos depende preparem-se uma :ondição de liberdade que deixá-rão perder por uma lamentável e crimi-nosa abdicação.

E como nota o Povo de Aveiro, uma cousa basta: juizo.

Não será tempo srs. republicanos se se disporem a tomal-o. pondo remate decidido ás suas intermináveis loucuras?

Quando se resolverem...

Parece definitivamente assente este programa de salvação publica Viajem do sr, D. Carlos á exposição de S. Luiz e ao Brazil, e viajem da senhora I). Maria Pia a Roma.

Os nossos parabéns ao pais, com par-ticulares felicitaçõis ás suas forças vivas pelo êxito dos seus protestos ruidozos.

D r . B e r n a r d i n o SIaciaaslo

Este nosso respeitabilissimo correli-gionário, eminente professor e publicista, realiza no proximo domingo, na Povoa do Varzim, uma conferencia na Associa-ção Comercial, que lhe foi solicitado pelos empregádos do comércio daquéla locali-dade.

O prestijiôso republicano terá mais uma vés ensejo de ver como é jeralmen-te apreciádo e respeitado o seu alto es-pirito e o seu integro caráter.

Uma comissão de jornalistas procurou o sr. prezidente de conselho para lhe notificar que a sua associação protestava enerjicâmente contra a aprehensão do Mundo.

Agora é que está garantida a liber-dade "de pensamento. #

Caramba!

Us i a e x p l o z ã o

Está em Coimbra, de vizita a sua irmã, a sr.a D. Mariana da Camara e a seu filho o sr. D. Vicente da Camara, o ilustre escritor dramatico D. João da Ca-mara.

r A diréção da Associação Académica acaba de distribuir profusamento um extenso manifesto, defendendo com ardor a necessidade da sua reorganisação em novas e solidas bazes.

De espaço nos referiremos ao assum-pto.

Pela ultima ordem do exercito fôrão colocados no rejimento de infantaria 23, com,séde nésta cidade, os srs. capitães Cruz, e tíoulad, respétivamente de infan-taria e 24.

O sr. dr. Anjelo da Fonseca que estudou as lezõis observadas na mulher e nas crianças vitimas da ex-plozão das bombas ao coléjio novo, conclue assim o seu trabalho:

Nos dois cadáveres existião feridas contúzas e queimaduras. As primeiras são, como sabemos, comuns a todos os explozivos. Produzem-se por dois meca-nismos, diferentes na esseneia, mas que ordinariamente se conjugão e entrecruzão no efeito. Sabemos que no momento da detonação as matérias que envolvem e acompanhão a substancia exploziva se convertem em projecteis animados de uma grande velocidade. E são estes pro-jécteis que interrompem a continuidade dos tecidos, que rásgão a péle, dilacérão as carnes e fraetúrão os óssos. Arrástão comsigo matéria gazôza que, dilatando-se, descola o tecido celular e fen-dilha as massas musculares. Alem disso, segundo as experencias de Vieille e Satreau, a explozão nos primeiros mo-mentos jera o vazio em uma area limitada e só depois é que os gázes produzidos determinão uma iperpressão violenta, A depressão brusca orijina dilataçõisgazósas que arrastão num turbilhão colossal as roupas d-as vitimas, chegando a despi-las por completo. A iperpressão projécta-as a distancia, altera os aparelhos, abála os orgãos, modifica os sistemas, dezorganiza os tecidos, perturba as funçõis e destróe as células.

As queimaduras varíão na extensão, acidente e até cérto ponto constituem um signal importante no inquérito medico-legal.

Os líquidos, táis como o petróleo e mesmoo o álcool e éters produzem queimaduras profundas, porque as maté-rias liquidas projétadas embebem as rou-pas e a combustão continua após a explo-zão.

As maquinas a vapôr produzem le-sões com aspe to diferente: a agua pulve-rizada a uma alta temperatura é proje-tada a distancia, dezorganisa a péle, pe-nétra nas cavidade naturais, dá aos teci-dos o aspeto e o cheiro de carne cozida, mas não queima as roupas nem deter-mina chama como os liquidos inflamá-veis.

Com os gazes, acetiléne, gaz de ilu-minação e, outros, as vitimas sáo envol-vidas por chamas; estas, se determinão incêndio imediato, extinguem-se rápida-mente e por isso as lezõis dispersas por todo o corpo são mais superficiaes que as precedentes.

Finalmente, as substancias explozi-vas propriamente ditas, aquélas que tem a faculdade de jerar instantaneamente um volume de gaz colossal, a dinamite, o fulminato de mercúrio, as polvoras clp-ratadas e outras, ^ão as que determinão lezõis de queimadura mais restritas é menos profundas. A lezão é produzida pela alta temperatura dezenvqlvida no fenomeno expfozivo. Nos dois exempla-res que estudámos avia queimàduras des-te jénero: eram muito nítidas na mãi, onde a rubefáção da fácé posterior da perna esquerda indicava uma queimadu-ra do primeiro grau e as flitenas do pé, outrasdo segundo grau.

Résta-nos indicar a cauza da morte: Na mãi, as lezçis da perna esquerda

determinarão uma abundante perda de 'sangue que produziu uma anemia a§úda. Não encontrámos lezõis nos centros nem nos orgãos mais essenciais á vida e por isso .filiamos.a 'morte na emorrajia que acompanhou a rutúra da artéria tibial e das veias satélites.

A pequena morreu de comoção cere-bral, atestada pela emorrajia disseminada no cérebro que tève logar com integri-dade da caixa craneafta.

C í n e r r a «resj9C|ueiro

E' oje que se efetua na grande capi-tal da Republica francêza, o banquete em onra deste jenial poeta, e para o qual á numerozas adezõis.

Prezidirá Jaurés.

Fecharam na ultima terça feira os trabalhos escolares na Universidade.

O ano letivo que findou foi safaro de acontecimentos interessantes, que dêem matéria para um balanço e correlativo comentário. Passou sem algum d'esses incidentes que lançam a curiozidade pu-blica em alvoroço e são além d'isso mos-tras de vida e de força. De ano para ano a nossa mocidade universitária de-riva á pacatez sorna dos lyceus de pro-víncia, calmos, quazi dezertos, anulando-se e corrompendo-se numa vida inútil e ' atrofiadora.

Este ano não ouve nada. O incidente do franquismo, bem triste e vergonhozo, serviu a provar como a academia está de consciências — uma bancarrota quazi jeral.

Que mais ouve? A' sim, ouve reeita do quinto ano,

e a Tuna abalou, por varias terras, a zangarrear muzicatas e a reprezentar porcarias.

Isto é de todos os a n o s . . . Que ao menos os rapazes levem ao

fim d'um ano, alguma couza de bom aos seus: a alegria d'um sucesso feliz nos seus atos.

A.UUI1I.UU CV sr. Frutuozo Lobo,que morreu v i t i n m » ^ pela tubereulóze pulmonar de que vinha sofrendo á longos anos.

O sr. FrutuôzO Lobo éra uma figura muito conhecida no meio coimbrão, ali-ando probidade comercial e onradés nas suas tranzáçõis, á maior jentileza e fino trato.

Depois de terminada a ultima em-preza de carros americanos, o sr. Fru-tuoso Lobo, que fora administrador déla e que conseguira levanta-la da decadência em que se acháva, abriu um café na Sofia, quasi exclusivamente frequentado por académicos ou professores a quem cativara pçla sua obsequiozidadejeneróza durante a vida de estudante.

O nosso pezame á familia enlutáda.

Por ser grande o serviço de actos, parece estar assente que fexarão no dia 18 do corrente as aulas do Liceu.

Na segundo feira passada, reuniu-se em Lisboa, na expozição da localidade Nacional de Bélas Artes, o juri para dis-tribuir os prémios dados aos expozitôres.

As mais. altas ^distruiçõis coubérão este ano a ebrei e ao nós^o conterrâneo Costa Motta pelo busto exposto de Frei Manuel do Cenáculo que se destrua á bibliotéca publica de Évora, para onde o mandou fazer o sr. dr. Baraôna.

Congratulano aos por mais este su-césso artístico do nósso patrício.

C o m p a n h i a e q a e s í r e

Acaba de chegar a esta cidade tendo já montado um esplendido circo de veirão na alameda da Portajem, a com-panhia equestre, ginasta, acrobatica, có-mica e coreográfica sob a direção de Enrique Dias, ex-diretor dos colizeus de. Lisboa e Porto e conhecido emprezario de circos. Deu ontem o seu primeiro es-petaculo com trabalhos muito apreciaveis e de valor, tencionando aprezentar no-vos, sempre variados e atraentes, du-rante os quinze dias que espera damo-rar-se nesta cidade,' de onde retirará para a feira d'Evora.

B a n h o s d e L u z o

Abriu ontem o estabelecimento ter* mal do Luzo,

CP / ri / // /i

3 R E Z I S T E N C I A

A obra do sr. Julio Dantas i i

Na esteira dos principios espostos no numero antecedente, vamos ver como a peça do sr. Julio Dantas não é nem pode ser considerada uma boa obra de teatro. Sendo, manifestamente, o intuito do au-tor cerzir historias, umas descritas em folhetins, outras recolhidas da tradição oral, a respeito de dois dos personagens da peça; adubando tudo com um mau calão; e deixar entrever, aqui e ali, uma indecenciasita, não pode ter-se ou-tra ideia senão que o sr. J. Dantas pro-curou agradar ao publico, lisonjeando o seu gosto depravado.

O fado, de vez em quando, a que-brar a monotomia de Indo aquilo, e mãos cheias de dinheiro a dar brilho á festa constituem os maiores atrativos da peça.

Visando somente a puchar a atenção do espetador, pelo escabrozo das cenas e pela rudeza da frase, construída em calão, é até mal feita tecnicamente.

E' d'uma carpinteiragem rudimentar própria d'um principiante. Abusa do truc, da repetição da mesma frase para tirar valor de certas situações; e, como em todas as peças do sr. J. Dantas, ha um maniaco para expremer a sentimen-talidade do espetador. Emfim!

A obra funda-se toda num principio de exploração.

O publico gosta de fado? Gosta de calão e touradas, faias e rameiras? En-tão é um instante, pensou o sr. J. Dan-tas, e fez esta linda coisa que se viu. Não quiz moralisar, educar, levantar o nivel ihteletual de tudo isto: serviu-se das condições que existiam para fazer mercantilismo.

Patuou com a pouca vergonha para por ela ganhar. Não procurou bater o vicio, lutar contra a decadencia; auxi-liou-a para por ella viver.

Só os fracos, os inermes, se deixam ir na corrente que procura arrasta-los para uma triste queda.

Os fortes lutam, agitam por cima de tudo as suas convicções, evangelisam pela ideia e levam pureza ás almas pela palavra: são os revoltados.

E' ver esse grande vulto nacional que se chama Gil Vicente verberando e zurzindo a malvadez e os prejuízos d'um

2." ano (antigo rejimen) Drs. Por-fírio da Silva, Avelino Calisto e Alves dos Santos.

3." ano — Drs. Bernardo Madureira, Alves da,Ora e Alves dos Santos.

4." avo - Drs. Luis Maria, Oliveira Guimarães e A. de Vasconcelos.

5.° ano - Drs. Manuel de Jezus Lino, P;.iva Pita, A. de Vasconcelos e Oliveira Guimarães.

Ética Cristã — Drs. A. de Vasconce-los, Alves da Ora e Alves dos Santos.

Os jurys de átos na faculdade de Me-dicina ficárão assim constituídos:

1.° anno—l.a cadeira—Drs. Bazilio Freire, Filomeno da Camara, Egas Monís.

2.acadeira—Drs. Filomenoda Camara, Egas-Moniz.

2.°âno—3.a cadeira—Drs. Silva Basto, Campos de Carvalho, Antonio de Pádua.

4.a cadeira — Dr?. Raymundo Mota. Lucio Rocha, Angelo da Fonseca.

5.a cadeira—Drs. Costa Alemão, Rai-mundo Môta, Lopes Vieira.

3.° âno - Drs. Luis Pereira, Lucio Rocha, Antonio de Pádua, Anjelo da Fon-seca.

4.° âno—Drs. Daniel de Má tos, Souza Refoios. Santos Viegas, Ilizio de Moura.

5.°'âno (14.a e I5.a cadeiras)—Drs. Costa Alemão, Lopes Vieira, Sérras e Silva. Formaturas—Toda a faculdade.

TTTTTo lio l n lllli.' llrl! CII1 <!«!>-cozida uzada pele bom &il, porque nesse tempo não estavam ainda creadas estas estratificações de linguajem, ôje corres pondenles a cada classe da sociedade, de tal maneira que é um dos aspetos mais carateristicos d'elas e constituindo a sua fisionomia.

E não se vá imajinar que este fato da linguajem não tem importancia como fator sugestivo de degradamento, pois está demonstrada a influencia enorme que exerce nos indivíduos esta adaptação moral a um calão nascido e frutificado num meio cheio de vicios e de tôrpe existencia. E' mais de meio caminho andado para o descalabro final a incrus-tação no cerebro d'alguem, essa lingua-jem quasi sempre pitoresca e muitas vezes naturalista com que os da vida imunda se fazem entender.

A espressão, a forma de traduzir pelo pensamento um certo numero de fatos, torna-se natural e o espirito acei-ta-a. Mais tarde a pratica do facto, abi-tuado como está o espirito á sua repre-zentação, faz-se sem repugnancia e sem nojo.

Fica-se preparado a praticar atos qne, sem este treno, inspirariam mais furte repugnancia.

E' olhando, por este ponto de vista, que eu reprovo mais uma vez a peça do sr. J. Dantas.

Alvaro de Castro.

U n i v e r s i d a d e

Reuniu ontem o conselho da facul-dade de teolojia, que distribuiu pelo seu corpo docente o serviço de exames e átos pela seguinte forma :

1." ano — l . a cadeira —Drs. Mendes dos Remedios, Alves da Ora e Araujo e Gama.

1." ano - 2.a cadeira — Drs. Araujo e Gama, Alves da Ora e Mendes dos Remedios.

Io ano - Grego — Drs. Araujo e Ga-mn, Bernardo Madureira e Alves dos Santos.

2.° ano — 3.a cadeira — Drs. Porfírio da Silva, Araujo e Gama e Alves dos Santos.

2." ano — Ebreu—Drs. Oliveira Gui-marães, Porfírio da Silva e Mendes dos Remedios,

C o n c e r t o

E' no proximo sabado, pelas 9 horas da noite, que se realiza na vasta s;.la da associação comercial d'esta cidade, o bri-lhante concerto promovido pelo distinto tenor portuguez sr. Joaquim Tavares.

Neste concerto, que pelos elementos reunidos deve ser esplendido, toma parte, além de Joaquim Tavares, um magnifico sexteto organisado por Augusto Paes, e os exm.os srs. Vasco Rocha (violino), Hen-rique Corte Real (piano), Antonio da Costa Lança (flauta) e Francisco Macedo (piano).

O programa é o seguinte:

l , a parte, n.a 1—Preludio da Opera Carmen, G. Biset; Sexteto, n.° 2—Opera Salvatore Rosa forma sublime ( i . a ato), C. Gomes, Sr. Joaquim Tavares, n.° 3— Solo para flauta, Sr. Lança; n.' 4—Solo para violino Serenata Húngara de V. Jon-

cia di Lamermoor (aria final; Donizeti b) Pastoral poisia popular portuguêza de J. V. da M' tia Sr. J. Tavares.

Intervalho de 20 Minutos, 2.a parle, n.° i—Petit Gavote, Sexteto, n.° 3—Ro-manza da Opera Luiza Miler, G. Verdi sr. J. Tavares, n.° 3—Solo para flauta, sr. Lança, n.° 4 Sexteto, n.° 5 a) Cavati-na d» Opera I Lombardi, Verdi, b) a ce lebre Canção do exilio escripta expressa-mente para a voz do tenor Tavares será cantado em portuguez; Sr. Tavares.

Este programa pode, por motivo im-previsto, ser alterado. Os bilhetes desde ja se acham á venda na Mercearia Luzi-tana dos srs. Gaito á- Canas, Rua do Ce-go, n. 7.

G a r r a i a d a n a F i g u e i r a

E' oje que se realiza na Figueira a garraiada promovida pelo curso do 4.° anno jurídico.

Vai grande animação e interesse por esse divertimento que promete corres-ponder á espetativa jeral.

Os comboios da manhã e da tarde devem ir d'esta cidade apinhados de pas-sajeiros. <

GONOL PAIVA Novidade farmacêutica —registado

E' sem duvida o medicamento mais eficás no tratamento das purgaçõis agú-das e crónicas, sanguíneas ou puru lentas.

Cura rapida e radical, não dando orijem a qualquer encomodo do esto-mago.

A' venda na farmácia e drogaria Rodrigues da Silva, — Coimbra.

Preço do frasco, 700 reis.

S E R V I Ç O C O R R E I O

A partir de ôje começará e vigorar o nôvo orário de expedição, receção, tira -jens das caixas e marcos postais, e dis-tribuição das correspondências aos domi-cílios :

EXPEDIÇÃO

As 3 óras da manhã, Coimbra ao Porto, Beira Aila, Minho e Douro - 8,15 da manhã, Coimbra a Lisboa, linha does-te e Figueira da Fós.— ti da tarde, Coim-bra ao Perto. — 6 da tarde (comboio rá-pido) Leste e Beira Baixa. — 11,15 da noule, Coimbra a Lisboa, linhas d'Oeste, Sul e Sueste e Figueira da Fós.

RECÉÇÃO

As 3 óras e 45 da manhã, Lisboa a Coimbra, linhas d'Oeste, Sul e Sueste, Leste, Beira Baixa e Figueira da Fós. — 8,50 da manhã, Porto a Coimbra. 6.50 da tarde, Lisboa a Coimbra, linha does -te e Figueira da Fós. —6,50 da tarde, (comboio rápido), Beira Alta e Porto.— 12 da noute, Porto a Coimbra, Minho e Douro.

TIRAJENS

Ás 4,15 da tarde e 8,15 da noute: Fazem-se tirajens da caixa jeral, cinco

minutos antes da óra da expedição para lodos os correios.

DISTRIBUIÇÕIS DOMICILIARIAS

Ás 7,J0 e 10 da manhã e ás 7,30 da tarde.

As correspondências para os conce-lhos de Arganil, Poiares, Gois, Pampi-lhoza da Serra, Louzã, Miranda do Cor vo, Condeixa, Penacova e Penéla são expedidas ás 5,30 da manhã e recebidas ás 7,30 da tarde.

No dia do «ponto», realizou-se á noite a fésla das «látas», apezar de ter cessado o motivo que lhe deu orijem.

Conquanto o «ponto» seja agóra em todas as faculdades no mesmo dia, á noite não faltávão latas a arrastar pelas ruas de Coimbra, enchendo-aS di alegria ruidóza que é da praxe nesta noite finai do ano létivo

Apanha, congrésso 1— «O Popular de 11 de maio trazia este suelto acerca do Congrésso de Coimbra: <O congrésso da Liga contra a tuberculoze, reunido em Coimbra inventou a puericultura, isto é, cultura da creança, alem da cultura das batatas e das couves. Ein virtude da puericultura, alem de uma trapalhada de 1/llM.iullM i.; i j l l i . — u i i i n i u m u—CTre t -n r rc ry—prC

tende mais o congrésso que todos os pais de crianças até 3 anos ájão de apresen-tar todas as semanas um certificado me-dico acerca da saúde da criança; alem disso cada criança á de ter rejisto do pêzo, o rejimen alimentar, o Índice de elancement, etc. Achamos melhor não ter filhos. Mas êle á sempre cada ma-duro I Em a madurêza lhe dando para a sabedoria é isto que se vé».

O que O Popular mereceria após esta bisca era uma descompostura de escacha escrita com uma acha. Nada disso. Elie é popular e está novo.

Em ãnos pueris, e terna idade De virtudes eróicas adornado. De todos com razão mui reepeitado.

Por isso como o não atinge a madu-rêza larvada, está a tempo de aprender alguma couza sobre protéção á infancia e ensinar o povo. Para que aprenda e possa verificar a invenção do Congrésso de Coimbra apontamos-lhe os seguintes livros:

—La puèricullure par íossistence à domicile Dr. Pecker. Bailliére et fils,

Dépopulation et puèricullure, p a r Strauss. Eugène Fasquelle, éditeur, 1901.

•—La puèricullure. Hygiêne et assis-tence, Dr. G. Eustache. Bailliére et fils, 1903.

Lendo alguma couza deste e outros assumptos intimamente ligados aos meios de propaganda social e moral, que. pela previdencia e solidariedade umãnas, ten-dem a melhorar a umanidáde, talvês que O Popular e outros orgãos da imprensa cheguem a fazer mais justiça aos Con-gréssos da Liga Nacional contra a tu-berculoze, por esta amostra se vê serem muito precizos.

P a s s a t e m p o

Acabamos de receber o n.° 83 do Passatempo a acreditada Revista editada pelos ( randes Armazéns Grandela, da capital.

Desde a capa. um estudo de pinfura scandinava, até ao final, o pedi.lo de demissão aprezentado pelo Marquês de Pombal a D. Jozé, é um verdadeiro mimo. O texto é magnifico e magnificas todas as snas gravuras d'entre as quaes se

destácão as do retrato do cavaleiro Fer nando de Oliveira, Clialet das Canas, no Campo Grande, copia do quadro A Co-roação da Virjern, de Velasquez e um ospital de sangue do exercito russo.

E' um võrdadeiro mimo. O Passatempo custa apenas 500 réis

por semestre e forma no fim de cada ano um volume encantador.

Todos os pedidos acompanhados de respectiva importancia, a Grandela & C.a

— Lisboa.

Os srs. capitais, Crus de infantaria 21 e Goulão de infantaria 21 fôrão colocado em infantaria 23.

No mez de agosto efetuam-se no I .s-tiluto de Agronomia de Lisboa os exames dos concorrentes aos logáres de chefes oe serviço da Escola Nacional de Agri-cultura.

Os professores d'este estabelecimento srs. Batista Ramires .e Bugalho Pinto foram convidados pelo sr. D. Luis de Castro a serem relatores de trabalhos a aprezentar no proximo congresso de i lcicultura e laticínios.

C o r p u s C r i s t l

Realiza-se oje na Sé Catedral, d'esta cidade, a festividade de Corpus Cristi, saindo á tarde a costumada procissão que será como sempre acompanhada pe-las autoridades locaes e por uma força de cavalaria e outra de infantaria que dará as descargas do estilo.

A camara está procedendo á canali-zação das aguas para o passeio do Caes, afim de facilmente se proceder ás regas da parte ajardinada d'aquelle passeio.

Piiblf caçoes P a d r e B e l c h i o r d e P o n t e s ,

de Julio Ribeiro — Livraria Classica Edi-tora — Sulva. Com este romance isto-rico orijinal, cuja nçno se 'alarga por qua-trocentos e tantas pajinas, por vêzes bri-lhantes de linguajem e tocadas de sujes-tionante interesse, iniciou a conceituada Livraria Classica Eddora a coléção dos factos e prozadores brazileiros, que enri-quecerá com as obras dos mais notáveis escriptores.

O Padre Belchior de Pontes é a isto-ría duma vitima da companhia de Jezus, cujos tramas e negros ardis andam em verídicos livros, com farta e notável do-cumentação. Avança ainda, no alvores-cer da vida e ao sentir na alma o pri-meiro e absoi vente affeto de toda a sua vida o jezuita já o espreitam, para o con-quistar e affeiçoar aos seus planos, fa-zendo da sua intelijencia precocemente revelada em instrumento cego dos seus propozitos,

Reformado pelos jezuitas Belchior de Fontes foi, de fato, dos seus úteis mais seguros e valeozos, executando pela ob-diencia jurada, embora com permanente repugnancia, comandamente da maiorais dominou a multidão pela sua eloquencia e impeleia-a até as guerra — como lh'o havia nos ordenando.

Ad. magorem dei gloriam. Mas um dia tornou-o uma remeta enorme contra a nefanda « companhia e e m frazes can-dentes elle fas que a negra istoría, na contrição sincera do que por ella fizera.

O livro do escrjptor Paulestano tem pajinas dum colorido intenso, e o onrado á parte certas fantazias forçadas, segue naturalmente, interessando o leitor.

A edição è excelente, como todos os da Livraria Classica Editora, de que é depozitario em Coimbra, o sr. João Ro-drigues de Moura Marques, da Livraria Académica.

" 0 ÂROO-IRiS"

Recebemos o n.° 31 d'este interes-sante e bem redijido jornal, impresso em papel de varias côres, que se distribue gratuitamente em, todos os teatros de Lisboa.

A colaboração, esmeradamente esco-rrntnr, t; 111 u i < m t r - . — m i n i e u uu nu nossa literatura e no nosso jornalismo.

O presente numero insere em bellas gravuras os retratos de Abel Botelho e Raul Brandão.

O sumario literário é o seguinte: Abel Botelho, Os Lnzaros. —Bazar de

Caridade. — Desafios minhotos, Vicente Arnoso. — Raul Brandão, A Farça. —Ao cair da folha, A. Forjaz de Sampaio. — Al tader dela foglia, Dr. Bobio Porzia. ^ U m a escorregadela, Alexandre Hercu-lano.—Maria, conto historico. — As duas faces da medalha, Cristoam Ayres. Áyres.

Este jornal que com tão manifesto agrado tem sido recebido pelo publico, continúa de dia para dia augmerilando a sua já conhecida reputação.

Fez exame de pharmacia, ficando aprovado, o sr, Francisco Antonio Pereira, de Monforte.

O concelho superior de obras publi-cas vai reunir brevemente para dár pare-cer sobre a reclamação do sr. Santos Bartolo contra a classificação de terras de uma tarifa, que lhe foi adjudicáda no distrito de Coimbra.

CONFIANÇA Deus queira que poucos do que esta

declaração lêrem, necessitem de recorrer a remedios para seus soffrimentos do estomago; durante mais de dois anos estive entre a vida e a morte por cauza de fortíssimas dóres de estomago só to-mando um pouco de leite, pois qualquer outro alimento era vomitado imediata-mente. Recorri a muitos especialistades, doenças de estomago, nada conseguindo e ficando cada vês peor; finalmente, por conselho do dr. Abel M. Faria, meu ulti-mo medico, tomei as pilulas antidispéticas do dr. Heinzelman sendo tão grande o re-zultado dêste poderozo remedio, feito com vejetab do Brazil, que em menos de dois mêses, completamente bom, comendo perfeitamente e sem nenhuma dôr.

Ame ico de Assis Lobo. Depozito em Coimbra das pilulas de

Heinzelman: Srs. Rodrigues (1a Silva & C.a Rua

Ferreira Borjes.

Repara - . . Lê . . . Trata-se

dos teus i n t e r e s s e s a n o s s á o p a s s a d o s

d e p o i s q u e

is c >nstipaçõis, bronquites, rouquidõis ásma, tósses, coqueluche, influenza e outros encomodos dos orgãos respiratórios.

Se atenúão sempre, e cúrão as mais das vêzes com o uzo dos Sacarolides d'alcatrão, compostos ( R e b o ç á d o s l l i l a g r o z o s ) onde os ifeitos maravi-lhosos do alcatrão, jenuinamente medici-nal, junto a outras substancias apropria-das, se evidenceião em toda a sua salutár eficácia.

E tanto assim, que os bons rezultádos obtidos com uzo dos Sacharolides d'alca-trão, compostos ( R e b u ç a d o s M i l a -g r o s o s ) são confirmados, não só por milhares de pessoas que os lêem uzádo, mas também por abalizádos facultativos. Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto

Caixa, avulso, no Porto, 200 réis; pelo correio ou fóra do Porto, 220 réis.

} í o à à I l l t ^ t t à à à Jornal das famílias — Publicação semanal

Diretôra: D . L E O N O R M A L D O N A D O

Condições da assinatura : por ano com 1:800 gravuras em preto e coloridas, 52 moldes cortados, tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordados, 5#000 réis.

Semestre, 26 números com 990 gra-vuras em preto e coloridas; 26 moldes cortados, tamanho natural, 2ii números com 550 gravuras de bordados, 2$500 réis.

Trimestre, 13 números com 450 gra-vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 260 gravuras do bordados, 1$300 réis.

Cada número da Moda Ilustrada é acompanhado dum número do Petil Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas do corpo, de mêsa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por-tuguês daquelle jorn.d.

Assina-se em todas as livrarias do reino na do editor — Antiga Casa Ber-trand Jozé Bastos, —rua Garrett, 73 e 75, Lisboa.

ilKZI.^TEXCIl - Çuin(a>r«íra, 2 de Junho de lOOl 3

O HUiDf K - L E O A M T E REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA

DE

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura e alualidades.

Publicação feita sob o auspicio de fS. Majestade a rainha D. Amélia,

Diretor — A. de Souza (Gny de EPreles).

Redátores das sécções: Moda e vida Mundana Parisiense, bordados e todos os i r aba lhos concernentes ao b e l o sexo: Mademoise l les Amélia de Souza e Hermi-Lnia Souza .

Redátora e correspondente em Portu-gal: D. Olga de Morais Sarmento.

R e d á ç ã o e administração : 30 bis, Rua B r e g e r o , Paris.

D O B R A Z I L [• Eu Pedro Aguiar de Mello, chegado de á 12 anos, declaro que sofrendo eu e varias pessoas de minha familia de doenças no estomago e nos intestinos recor r i a muitos remedios, passando 4 anos sem encontrar alivio a meus males; finalmente tomei as pilulas anti-dispeticas do dr. Ileinzelmen, remedio feito com érvas dos m a t o s do Brazil. conseguindo me curar radicalmente em poucas se-m a n a s . Por ser verdade, para bem dos que sofrem e por gratidão, mando fazer publicar esta declaração.

Pedro Aguiar de Melo (negociante de vinhos)

As pilulas do dr. Heinzelman feitas c o m vejetais das malas brazileiras, curão e m pouco tempo todas as moléstias do estomago, fígados e intestinos.

Depozito em Coimbra Rodrigues da Silva & C.% Rua de Ferreira Borges.

União Vinícola i o Dão Parceria de lavradores dos, melhores

vinhos portuguêzes, á venda na

Mercearia LU2ITA1A

(Depózíto único em Coimbra)

A's Damas Elegantes de Coimbra

Já chegou a esta cidade á sua casa na rua de Ferreira Borges, n.° 185, i.°, vinda da capital onde foi fazer o seu sortido para a prezente estação, a bem conhecida Modista de Lisboa, que tem a ônra de aprezentar ás damas Conimbricen-ses, um sortido em Chapeos Mo-delos dâ mais alta novidade e finis-simo gosto para todos os preços.

Traz também grande sortido de cascos, flores e outros artigos de novidade em conféçõis para cha-péus, que vende por preços exces-sivamente baratos.

Péde ás exm.as Damas a fineza de não comprarem sem primeiro verem o seu enorme sortido.

(26) Folhet im da "REZISTENCIA,,

Carris de Ferro de Coimbra ORARIO PROVIZÓRIO

Carre i ras entra o largo das Ameias e a r u a Infante D. Augusto

Todo o serviço que fôr feilo alem de tndicado neste orario é considerado ex raordinariol

PartidLas

Do largo das Ameias Da rua Infante D. Augusto

6 h e 30m manhã 7h manhã 7 »(«) 7,30 » 7,30 D S » 8 D 8,30 » (b) 8.30 » 9 » 9.30 D 10

10,30 » 11 » H D 11,30 » 11,30 » 12 » 12 » 12,30 tarde. 12.30 tarde 1 » 1 J> 1,30 »

a « 1 1,30 J> 2

2 » 2,30 » 2,30 » 3 3 I T> 3,30 » 3,30 » 4 » 4 » 4,30 » 4,30 5 » 5 » 5,30 » 5,30 » 0,30 » 6 » 7,30 » 7,30 » 8,30 n o i t e 8 noite 9,30 » 9,30 » 10 »

10 D 10,30 »

Tatoéla cio preços

Largo das Ameias ou Caza do Sal á Rua do Infante D. Auhusto 50 réis

Largo de D. Carlos ou Gazómetro á i do Infante D. Augusto —- 40 réis, Largo das Ameias, Caza do Sal ou

Rua Infante D. Augusto ao Mercado — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazomct.ro ao Largo de D. Luís — ÒO réis.

Largo de D. Carlos ou Gazómetro ao Mercado — 20 réis.

Estação B dos caminhos de ferro ao Largo das Ameias ou Mercado — 50 réis.

Estação B dos ca ninhos de ferro á rua Infaute D. Augusto — 80 réis.

Estação B dos caminhos de ferro á Caza do Sal — 20 réis.

A assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos preços anuais de réis 12)5000; e 9 $000 Téis para os menores de 14 anos e creados, sendo estes últimos l e logares na plantaforma dos carros.

C ò r c s d o s f a r ó i s

Verde, indica a Alta. Vermêlha, estação B. Branca, Caza do Sal. Amarelo escuro, reservado.

(a) Directo da Casa do Sal á rua do Infante D Augusto.

(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á Casa do Sal.

Carre i ras diretas ent re a R. do infante d. Augusto e Estação B

PartidLas

Desde o dia 1 de Maio na estação da Rua do Infante D. Augusto recebem-se encommendas e fazem-se despachos para a grande e pequena velocidade nas esta-çõis do Caminho de Ferro, para o que haverá serviço especial de transporte.

Só se recebem volumes cujo pezo máximo não seja muito superior a cem kilos.

Penitenciaria Central de Coimbra

Fás-se publico que nos dias 13 e 15 de junho do corrente ano se á-de proceder em asta publica á arrematação de jeneros para con-sumo da Penitenciaria, bem como á arrematação do fornecimento de > lenha e cabedaes para a oficina de sapateiro, sendo a arrematação de lenha e cabedaes no dia 15.

As condições estão patentes na secretaria da Penitenciaria todos os dias úteis desde as 10 óras da manhã ás 3 da tarde.

Penitenciaria de Coimbra, 28 de Maio de 1904.

O Diretor,

José Miranda.

P O ENSINO SCIENTIFICO

E INDUSTRIAL PRINCIPAIS DESCOBERXAS DE IQ03

POR

Amadeu de Vasconcelos ( MARIOTE )

P r e c » í í ) r é j * Tr i s i u o d e p ! » r t e

Loterla de s a i Antonio SANTA CASA

mmmm de lisboi

0 EXCOMUNGADO V I I I

A l e S í r e 11a c a m a

—Nobre senhora, disse Adhémar, a d e a n í a n d o se para Catarina cuja róca ca í ra , e cujo fúzo estáva no chão, vimos em n ô m e do santo mosteiro de Marmou--tiers e do a m ô r . . . do próximo, tentar p r e v e n i r a ruina da vossa nobre cáza . . .

Maria olháva com espanto para as fi-gúras graciózas dos dois reverendos be-neditinos, e mostrava no rosto um cérto ar de incredulidáde; contemplou alterná-ilamente e com fmúra as diversas expres-sõis dos trés rostos, julgou vèr no da ama o dezejo de falar sem testemunhas aos relijíózos, e, deitando á castelã um olhar maliciôzo, disse-lhe:

—A senhora esquéceu-se de distri-buir esta manhã a obra ás criadas, quér que eu o vá fazer? •

—Vai, se quizéres, Maria, mas volta depressa. . .

JS Catarina acrescentou com afetação:

da R. Infante d. Augusto

6h tarde 8, noite

da Estação B

6'1 e 58m tarde 8U e 45™ noite

Carre i ras ent re o largo das Ameias e a estação B dos eaminhos de f e r ro

R e c e b e m s e as íEine los p a r a s e r e m ficados aí o i i n t e r i o r t le t o d o s ©s c a r r o s e m c i r c u l a ção p e l o p r e ç o a a a a l d e í S ^ O O O r é i s , s e n d o o s ausaaic ios e s e l o s p o r c o i a í a do a n u n c i a n t e .

Partidas

Do largo das Ameias

3h 10" 5 ,5o 8 , 1 0 2 ,30 3 ,:<b 4 ,35 5 ,37 0 ,25 6 ,50 8,10

12 ,15

manhã'

tarde »

» » D

noite »

da estação

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COMUNICADO Constando-me que alguém mal

intencionado tem propalado o boato de que devido ao falecimento de meu marido Manoel Teixeira da Cunha, o estabelecimento de funi-leiro que possue na Rua do Vis-conde da Lús se encerrava.

Declaro para todos os efeitos que é falso semilhante boato, con-tinuando com o estabelecimento onde espero continuar a merecer a confiança dos ex.mas freguezes da caza.

Viuva Manuel Teixeira da Cunha.

60:000$000

Extracção a 8 de junho de 1904

Billietes a 30Í000 réis Vigésimos a I§SOO réis

A commissão administrativa da lote-ria, incumbe-se de remetter qualquer encommenda de bilhetes ou vigésimos, logo que ella seja acompanhada da sua importancia e mais 75 réis para o seguro do correio.

Quem comprar IO ou mais bilhetes inteiros tem uma tommissão de 3 P- c-

Os pedidos devem ser dirigidos ao secretario.

Remettem-se listas a todos os com pradores.

Lisboa, 23 de maio de 1904.

0 Secretario, José Murinloelc.a

ELEIÇÕES E PARLAMENTOS NA EUROPA

PELO

G a p i t ã o E n f i q u e B a t i s t a

É o trabalho mais eompleto publicado na Eur

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O PELOURINHO PELO

Dr. Antonio Claro CRITICA Á NOSSA HISTORIA POLITICA

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E' um grosso volume de 520 pag.

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Pulyerisadores estrangei-

geiros legítimos <k

—Meu padre, explique-me então os motivos da sua vizita.

Quando Maria quis passar pelo re-posteiro de tapessaría, Savoysi ficou ad-mirado de vêr o rosto maliciôzo e vivo da rapariga, e, levantando o reposteiro, saiu com éla travando uma convérsa bas-tante lijeira, a que não tardou a juntar módos, que o seu trajar tornáva inconve-nientes. Maria, espantada com a audácia do beneditino e com o seu ar livre, fú-jiu com lijeíreza e como um peixe da mão do pescador.

Savoysi seguiu-a. — Imprudente! exclamou Catarina,

quando se viu só com o conde. Como se a t reveu. . .

—Para te vêr, meu caro amôr, res-pondeu, passaria através das chamas da fogueira, e daria o mundo por um só dos teus sorrizos!. . E ajoelhando com graça junto déla, pegiu lhe na mão, bei-jou-a com ar submisso e de felicidade que fês brilhar as suas feiçõis, como se fossem iluminadas por um refléxo de sol; e, olhando para éla, acrescentou:

—Catarina, não te acontéce ás vezes dizer: Só com a minha presença faço a felicidade de uma criatura de Deus! Se soubésses como eu te amo enfim tenho

I inveja da felicidade, que tem de te podê-I rem contemplar estes retratos austéros es-

culpidos na madeira dêste quarto 1 Vê, põi a tua mão sôbre o meu coraçãol e pegou na mão de Catarina, sentes como palpita? Se já me não amas, bem de-préssa deixará de batêr!

— Rasta I disse Catarina, que não podia furtar-se ao prazêr de sentir batêr 0 coração daquêle amante tão fogôzo, tão ardente e todavia tão submisso; mas lógn, repelindo-o com vivacidade: Fóje! exclamou, léva contigo essa doloróza feli-cidade que fás vivêr e me máta !

— Não tenhas mêdo! exclamou o conde. Pódes amar-me! Dentro de pou-cos dias poderemos entregar-nos sem crime a tôdo o fôgo dum amôr etérno! Não á-de passar um dia sem que^u tente aumentar a tua felicidade!

— Que quéres tu dizêr? exclamou Catarina.

— Vão excomungar Ombert: o teu cazamento será declarado nulo! Ficarás outra vês Catarina.

Acompanhar-me-ás para Paris. Trás para o pálacio dum filho de França! Serás rainha! Terás uma corte! Serei o teu primeiro escravo! Serás livre e o teu amór não será um crime!

—Nunca! Nunca! Sáe, domónio! Ten-tas me! Nunca abandonarei o meu caro Ombert Pois que? Desgraçado, repelido por todos, avia também de ser-abando-

Márcas Yermoel e Gobet A

Vende José Lopes ds Carvalho. Praça de Rodrigues Lobo

^ L E I R I A #

nado pela sua Catarina?! Não acreditaria em Deus ! Não ! Nunca ! J u r o . . .

Catarina estava em pé, radiante de iudignação.

—Que é isso! replicou o conde; por-que a fráze éra bem conhecida dêle. Catarina, a d e u s ! . . . a d e u s . . . vou mor-r è r . . . morrèr lonje de ti; mas pensa que és sô tu que me matas, e que é por ti que en morro!

As lagrimas rolárão nos ólhos do Conde e comovêrão por tal módo Cata-rina, que lhe disse:

—Adhmar, averia alguma grandèza em te seguir praticando um c r ime . . . teria sacrificado tudo ao sêr que âmo, a onra, a virtude a relijião, tudo ! . . . mas .abandonar um desgraçado, quando só a 'mim tem como refújio! Poderia atraiçoar Ombert, rico, felis e poderôzo. . . mas morrerei ao pé do excomungado! Não é um crime que quéres arrâncar de mim é uma cobardia! A naturêza pôde levar irrezistivelmente a um amôr culpável; mas não ordena que se falte à amizade sagrada. Ombert é meu amigo, meu ir-mão, e por êle sacrifico tudo. Podia eu matar-me por ti; mas vóto-me a ê l e . . . Adeus! . . . nunca mais tornarei a vêr-te!

0 conde não se mostrou espantado com esta minuto de fraquêza e de gran-dèza, d'amôr e de traição, com aquelas

Pedidos á livraria FIGUEIRINH.VS JÚNIOR

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Fabrica de Ceramica da Pampilhóza (Em frente á estação do caminho de ferro)

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de construção

Os produtos désta fabrica, especiali-zando a TELIIA, tipo de Marselha, iin-põem-se pela excelente qualidade da ma-téria prima e esmero do fabrico, obtido pelo processo mais-moderno e aperfei-çoado.

Remetem-se tabelas de preços a quem as requisitar.

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Telefone 532 Correspondente em Coimbra —Bazilio

Xavier Andrade & F.os

confissões e aquélas reticencias. Conhecia um pouco as mulhéres; mas, admirando o nobre caráter e a alma delicada de Catarina, disse-lhe lentamente:

— Admiro-te Catarina, e cálo-me. Obedêço ás tuas ordens: re t i ro-me. . . adeus&para s e m p r e ! . . . Não nos torna-remos a vêr na terra! 0 teu olhar jelou-m e ! . . . Um mendigo, á pouco, predisse-me para breve a mor t e . . . Sê sempre grande e pura! A d e u s ! . . .

0 amôr do conde éra sincero, aquéla sena tinha-o comovido, e Catarina pare-cia-lhe tão béla, que verteu de raiva e de pezar lagrimas que comovêrão Cata-rina vacilante.

— Não te tornar a ver, cruel! A ' ! Não fales ass im! . . . E, lançando-se para êle atreveu-se a enlaçá-lo nos braços de-licados. . . A tua mórte e a de Catarinal

As suas bôcas encontrárão-se invo-luntáriamente; Catarina caiu desmaiada.

0 conde recuperando o sangue frio, ao aspéto de uma cena, que lhe era fa-miliar, mas que estava abituado a ver reprezentar com menos naturalidade, dei-tou um relancear d'ólhos em volta do qua r to . . .

(Continúa).

R E Z I & T E W C I A — g u i n t a - f c f r a 3 d e Junho d e 1SM»1 mm

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ENCIA Editor

MANUEL D OLIVEIRA AMARAL

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS

Redacção e Administração — Rua Ferreira Borges

Typ. Demoeratica

ARCO DE ALMEDINA, IO

N.° 9 0 8 COIMBRA—Domingo, 5 de junho de 1904 IO.0 A N O

PELA LUTA Como vimos do reláto sumario

da assembleia magna das comisSôis paroquiais républicanas de Lisboa, preponderou entre os nossos corre-lijionarios do capital a ideia da lúta eleitoral, como omenajem ao prin-óipio bazilar da democracia e como trabalho preparatório de mais larga atividade partidária.

Pelo que neste jornal já se es-creveu, e pela deliberação quázi unanimemente aceite em assembleia das commissõis paroquiais republi-canas de Coimbra, onde temos lo-gar modesto se bem que na imprensa as não representemos pois que aqui mantemos a mais completa inde-pendencia, somos incondicionalmen-te pela lúta eleitoral, não desconhe-cendo aliás as condiçõis de precária dezigualdade em que éla vai tra-var-se, nem tendo iluzôis sobre os seus rezultados finais.

Defendemos, porem, a luta em todos os campos e sempre que en-sejo se nos depare a feri-la.

Não é por um instinto belicôzo de andar a todo o instante em con-tendas ; é simplesmente porque jul-gamos que concorrer a essas lutas, disputar todos os postos, perturbar o inimigo com a nossa prezença, é um meio de nos aproximarmos e conhecermos, de realizar a disciplina das nossas forças, de mante-las numa efétividade de todo o ponto conveniente, e mui lojica, afigura-se-nos, para um partido que tem desde já uma missão de vijilancia e fiscalização.

Sabemos que os recenseamen-tos estão viciados, conhecemos as violências de uzo dos eleiçoeiros mo-nárquicos, as pressõis, os subornos, as fraudes no proprio ato eleitoral, praticados, a coberto da policia, por insignes vilõis, apartados com tato; na fiandulajem de baiucas duvi-dózas; sabemos que contra nós, re-publicanos,. á a coligação de to-dos os partidos e o odio de todos os marmanjos, as leis de excéção e a tropa fandanga dos espiõis de ínfima casta; mas sabemos também que foi pelo procésso duma abstenção injus-tificável, triste, dezagregadôra, que o partido republicano se enfranqueceu extraordinariamente, dando força aos governos para contra êle con-feiçoarem leis infames e açularem a matilha, densa e brava, dos ca-chorros de varia raça, a quem en-górdão e tratão como animais de estima e velhos na cáza.

Desde que o partido republica-no começou a abster-se de afirma-çóis, q u e significaríão evidente-mente que êle mantinha o seu posto e proseguia no cumprimento do seu grande, do seu sagrado dever; desde que á preocupação de servir a cauza républicana se substituiu, absor-vente e tenás, a preocupação das personalidades, á ideia dum grande partido, forte, unido, intelij entemente guiado e proficuamente afirmando-se em todos os lances, a ideia de formar grupêlhos e erguer espelhi-

nhas, ao culto entusiasta e puro dos principios a abdicação deprimente nos ómens, o partido republicano começou a decair, aprezadamente, perdendo a coesão, inutilizando mui-tos dos seus melhores auxiliares, afastando de si a confiança publica que, no entanto, apezar de tudo, não cessa de para elle apelar, numa ultima e vehemente exorção.

Os governos de S. Majestade entrárão-nos em cáza e roubárão-nos, em socego, não como bandolei-ros, mas como jente de justiça que fás o seu oficio. Ninguém se lhes opôs. Nós deixamos-lhes a porta aberta, escancarada, num descuido bem português; e enquanto êles fazíão a rapina dos nossos direitos, dos nossos interésses, das nossas liberdades, e suspendíão sobre a nos-sa cabeça, ameaçadoramente, a es-pada de leis draconianas, nós perma-necíamos de braços cruzados, ina-tivos, tranqui-los, satisfeitíssimos por sentirmos ainda a camiza sobre a péle.

Que diabo! ainda erão genero-zos, nem tudo nos levávão. . .

Contra essa abstenção nos pro-nunciamos muito a temos comba-tido; e respeitando, como bons de-mocratas que nos consideramos, as doutrinas em contrario, nãc abdi-camos de bem alto apregoar a nos-sa opinião.

A atitude dos republicanos de Lisboa, como a atitude dos republi-canos de Coimbra, merece os nos-sos aplausos.

E' preeizo lutar, que só por esse meio conseguiremos impôr-nos e mostrar que alguma coiza valemos. Seremos derrotados ?

E' preciso que nos aventuremos a derrotas para vencermos. Lutar só*com a certeza da vitoria é dou trina bizarra e cómoda. E é bem certo que, ainda mesmo derrotados, alguma couza teremos lucrado nes-sas tentativas, contestem-no embora altos e honrados espíritos que eno-brecem o nosso ideal.

Não vamos inutilmente incomo dar os nossos correlijionarios — dis-se.

Mas se assim continuarmos a pensar, se não se ão-de exigir a todos fadigas e sacrifícios, abnega-ção e trabalhos, então dezespere-mos do triunfo, que decerto não virá, como maná celestial, em ge-neróza dadiva do Ceo.

Depois, tão pouco nos temos in-comodado, e tão pouco temos sido incomodados para trabalhos que ao partido e ao país interessem, que não é muito que agora ponha-mos termo á delicióza madraçaria e comecemos a gastar, com tino, a rezerva' de enejrias que devemos ter acumulado em tão largo periodo de abstenção e de pás . . .

Os republicanos de Coimbra vão á urna, e essa deliberação tomou-se livremente, sem subordinação a in-fluencias de ninguém, como convém que se faça em boa democracia.

Estamos com êles, aplaudin-do-os e pondo ao seu serviço a préstimo da nossa cooperação mo-desta.

Bodas de Oiro

Celebrárão-se no Porto as bôdas de Oiro do Comércio do Porto, jornal que tem sabido or.rar a invr 'nsa- portuguêza pela sua atitude de civismo, nobre e le-vantado, em todas as situaçõis difíceis do nosso pais.

A Rezistencia, enviando ao seu coléga do norte as mais cordeais felicitaçõis por se vêr tão onrado ao fim de vida tão lon-ga, no nósso país em que o jornalismo vive mesquinhamente, no meio de indi-ferença publica, quando não lutando con-tra o seu ódio,' despertado pelos mais vis interésses, não esquéçe também que o Comércio do Porto é um exemplo a ad-mirar na solicitude carinhóza pelos seus empregados, no cuidado em protejer os que mais sofrem por mais abandonados, por mai? umildes.

A Rezistencia, que ainda á pouco viu com tanto orgulho na expozição de ijiéne abérta em Coimbra por ocazião do con-grésso da lúta contra a tuberculoze, a imprensa portuguêza tão ourada pela iniciativa jeneróza da couslrução de bair-ros operários noPôrto, feita tão auspició-zamente pelo Comércio do Porto; que admira a atividade fecunda de incentivo ao ensino agrícola dado por este jornal, não se contentando com discursos esté-reis ou inúteis, onde éra necessário a áção, sente-se ôje felis por poder, dizer palavras sincéras de pás e de justiça a uni coléga que milita em campo oposto, mas que tem sabido conservar sempre a dignidade profissional, o respeito pela imprensa nas suas relaçõis jornalísticas, o amor pelo interésse do seu pais.

De lonje, a Rezistencia envia ao Co-mércio do Porto as mais vivas e calorózas saudaçõis.

Partido Republicano

FRANQUISMO Na Rezistencia, de 8 de Maio

findo (n.° 900), escrevíamos, sob a epígrafe Progressistas (& Franquis-tas:

«De resto o sr. João Franco tem, como o Paço, um orrôr aos républi-canos. Ainda agora, sabemol-o, tratando-se de eleiçõis o mostrou bem, com grandes palavras de escon-juro ...» (

O nosso coléga o Mundo con-firma, no seu editorial de ante-on-tem, as nossas palávras, fazendo a revelação interessante de como o sr. João Franco se recuzou a pres-tar o seu apoio á comissão de co-merciantes, que se propúnha fazer eleger pelos dois círculos do Porto dés deputados de protésto: — três progressistas, três franquistas, um nacionalista e três républicanos.

Conhecíamos o fato, como das palavras reproduzidas acima se in fére; e êle mostra bem o que é o sr. João Franco e o que é a politica do seu partido, onde aliás á bélos espíritos e nobres caratéres.

Somente chega a ser lastimavel a cegueira dêsses indivíduos, que permanecem adscritos ao autorita-rismo dum eortezão medíocre, que põe a monarquia acima do pais e que ámanhã áde arrancar a péle ao con tribuinte para pagar os estouvamen-tos cazos do seu senhor.

E andam estes puritanos a de-clamar ruidózamente contra o acor-do rotativista, quando é absoluta-mente certa e evidente a sua cum-plicidade com essa gente!

Fálão alto os fatos. E á-de ser difícil desmenti-los...

Uma carta

Tendo as commissõis paroquiais republicanas de Coimbra rezolvido em uma das suas sessõis do mês passado ir á urna nas próximas elei-çõis para deputado, a comissão di-rijente do partido na sua ultima ses-são aprovou aquela deliberação e rezolveu que se convocasse uma ses-são de todas as comissõis para se assentar definitivamente nos nomes dos candidatos a aprezentar ao su frájio.

Rezolveu tanibem^ em manifes-tos espalhados profuzamente, acon-selhar os eleitores de Coimbra a manifestarem-se nq dia 26 com in-dependencia e patriotismo. A to dos os republicanos, pois, cumpre o dever de dentro da sua esfera de acção fazer quanto puderem para que a afirmação que se vai fazer na urna, nesta cidade seja imponente.

A comissão sabe que os cader-nos porque são feitas as eleiçõis es-tão muito viciados , neles faltão muitos dos votantes republicanos mas esse motivo não é bastante para obstar a um acto de disciplina e afirmação indispensável neste momento.

ftontra a s p r o p o s t a s d e f a z e n d a

Realiza-se ôje no Salão da Porta do Sol, no Porto, um comicio promovido pela comissão eleita naquéla cidade em 19 de fevereiro passado, não só para protestar contra as propostas de fazenda, mas também contra as más administra-çõis dos governos da monarquia.

O fim deste comicio é para a comis-são dar conta dos seus trabalhos que fôrão, como todo o país sabe, valiozis-simos.

Não acabárão ainda os motivos porque a comissão foi eleita, por isso é de es-perar que se não dissolva e seja recon-duzida no seu pôsto que tanto onrou. O pais tem inteira confiança nesta co-missão como o manifestou exurberan-temente.

C a m i n h o d e f e r r o d ' A r g a n i l

Foi concedida licença de 30 dias para tratar de sua saúde no estranjeiro ao sr. dr. Jozé Bruno Cabedo de Lencastre, lente da faculdade de Matematica da uni-versidade de Coimbra.

O Conimbricense, de ontem, trás um magnifico artigo sobre a construção do caminho de ferro d'Arganil. Nesse arti-go, cuja leitura aconselhamos a todos os abitantes d'esta cidade, istoria-se as vêzes que Coimbra tem sido vitima da sua imprevidência e aviza-se do perigo que a ameaça com a tal rede ferro-viaria do sul do Mondego.

E' um assunto que urje tratar e para que chamamos a atenção d'aqueles a quem os interesses de Coimbra estão confia-dos. A Rezistencia acompanhará Coim-s bra nas suas justas reclamaçõis e rejis-tará com louvor qualquer áto, parta de onde partir, em beneficio d'esta cidade, cujos interésses devem estar acima de qualquer paixão partidária.

Meu caro Pereira:

Peço-lhe a publicação dessa carta que recebi do meu amigo João de Barros. Um abraço dum amigo e uma carta com esse dezas-sombro, trás-nos sempre um refri-jério nestas lútas em que a vaia e o sôco muitas vezes são o melhor argumento.

Agradecendo estas bôas e sin-céras palavras de João de Barros peço-lhe, mais uma vês, a publica-ção da carta.

a Seu amigo Alvaro de Castro.

Figueira, 3 de Junho de 1904.

Meu amigo

Se a corajem e a serenidade fos-sem precizas para a sua bela vassou-rada nessa cabotinajem de Coimbra, sei que v. encontraria estímulos e força de animo, mais do que suficientes, no seu amor pela Arte e na sua ones-tidade. Mas apenas é preeizo muito desprezo; e dêle tem v. dado incon-testáveis e brilhantíssimas provas.

No entanto, penso que não lhe dezagradará saber que tenho seguido a sua campanha de saneamento com funda simpatia e real interesse. Sendo a nossa amizade excluzivamente lite-raria, tendo nós ambos feito uma tradução do espanhol que foi recuzada em D. Maria, e colaborado na «Revista Novat com o mesmo entuziásmo e egual dezejo de justiça e de verdade — sinto uma grande satisfação em ver mais uma vês justificados o meu respeito pelo seu caráter e a minha admiração pelo seu talento.

Sem a menór ideia de o aconse-lhar—porque V. não preciza de con-selhos—deixe-me dizer-lhe que déve ligar a essa jente toda—(que é, lite-rariamente, da peiór espécie, — da espécie dos cabotinos natos) — unica-mente a necessaria importancia para a inutilizar. Ou, pelo menos, para explicar de modo claro e nítido as profundas diferenças que nos sepárão déla. A raça de Judas talvês dure sempre; mas é bom que se fique sa-bendo que não somos nós que atrai-çoamos, pelas boas graças das em-prêzas teatrais e dos autores com reclame, rquêles altos principios de trabalho e de probidade em que se deve inspirar uma verdadeira obra de Arte.

Faça desta carta o uzo que lhe aprouvér, na certêza de que eu terei um grande prazer se V. mostrar pu-blicamente que eu sou cada vês mais seu admirador e seu amigo.

João de Barros.

Afétuózas lembranças para o Car-los Olavo, que tão entuziásticamente o acompanha e que me meréce o mesmo respeito e a mesma simpatia.

Durante o mês de maio findo fôrão requizitados e concedidos no governo ci-vil d'este distrito, 153 passaportes, sendo 15 para as nossas possessõis d'Africa e 138 para a republica do Brazil.

Nos cinco mezes decorridos deste ãno forão passados (570, sendo 587 para o Brazil e 83 para Africa,

ItEZISTENCi l—Domingo, 5 de Junho de 1004 /

CARTA RE LONJE O partido républicano e a

abstenção Premita-me sr. redátor que um mo

désto republicano cheio de fé num futuro proximo de rejuvenescimento e redenção do-no&so pais e de ardor pelas lutas de pro-paganda e organização do partido que todos os bons republicanos dezéjão ar dentemente, venha, nas colunas do seu denodado jornal a Rezistencia, emitir sua opinião'! sobre a questão mais trans cendente que neste momento ajita as fa langes democráticas.

Abstenção ou não ahstenção é o grito que se ouve nos arraiais républicanos

Que é a abstenção? A morte e esfacelamento do partido que se lança •nos seus braços e adorméce á sua som-bra mortífera.

A abstenção só se explica quando um partido está preparado para fazer uma revolução armada. D'outro modo é um contrasenso.

Alégão os que quérem a abstenção que ir á urna depois de um golpe de es lado, como á pouco fés o partido que está no poder', é reconhecer esse áto ar-bitrário contra o qual todos devião pro testar. Assim é na verdade, não o con-testo, mas para a abstenção -ser um áto significativo, e ter fôrças#éra preciso que todos os partidos da opozição néla cola-borassem lealmente.

Fês-se isto ? Não. Tivemos a coligação liberal, em ou

tros tempos, áto politico de grande al-cance, mas que teve a opozição denodada de parte d!aquel.es que ôje querem abstenção. Lembro-me bem que nessa luta, em que ómens de intelijencia e co-ração, républicanos ardentes, saidos das escólas, com o fogo dos seus poucos anos, inutilizarão os seus efeitos, fazendo retirar da vida ativa do partido, ómens experimentados e de valor real como Edifardo d'Abreu e outros.

Se combatêrão então a çoligação liberal e defendem ôje a abstenção, per-gunto, que motivo especial averá para esse fáto ?

A abstenção no tempo da coligação éra mal quando o partido vinha de uma jornada infelis.

Então justifieava-se porque o partido preparava-se bem ou mal para uma re-volução armada.

Oje, infelismente, o partido républi-cano, sem diréção efétiva, tendo ido á urna por mais que uma vès, reconhecen-do a necessidade absoluta e inadiavel de entrar no caminho da lúta dentro da ordem, vir prégar-se abstenção é um contracenso. .

Se este contrasenso tem como baze de desculpa, ter o partido républicano uma votação insignificante, não me paréce razão poileróza para se prégar a absten-ção. Nas condiçõis em que se encontrão os recenseamentos eleitorais, falsificados ao sabor de quem os fás, com uma lei eleitoral adréde preparada para nos ex-poliar, é claro que não podemos ter grandes votaçõis. O pais sabe isso per-feitamente e" no estranjeiro não desco-nhecem estes fátos, portanto sabe-se que essa \ótação não significa a verdade.

Em França, no ultimo periodo do im-pério de Napoleão, o pequeno, também 0 partido republicano estava fóra da lei e os seus ómens mais eminentes perse-guidos ferósmente.

Nem um deputado linha no parla-mento e a républica fês-se.

Diz-se foi a guerra quem precipitou os acontecimentos, mas quem nos dis a nós que amanhã, acontecimentos inespe-

"rrdos nao darão logar á proclatííaçõo da republica em Portugal?

O fogo alastra, a temperalura que se respira é sufocante e bastará um pe-queno rastilho p'ara atear o incêndio que tudo pôde subverter.

Dôze de março em Coimbra não será 1 m avizo?

Organize-se o partido républicano politica e eleitoralmente, vá á urna todas as vêzes que se lhe ofereça ocazião; por-que indo á urna, movimenta os seus soldados, dá-lhes disciplina e afirma a sua existencia. Dê-se-llie comando e di-reção que é o que necessita para a sua unidade e expansão.

São poucos os votos que obteem ago-ra? Mas que importa, acaso vimos para mostrar uma força que não temos?

Os senhores abstencionistas receião que o governo aproveite a ocazião de uma pequena votação do partido répu-blifcan<\ para publicar, vrbi et orbi, que o partido republicano não existe, dando a grandíssima satisfação á corôa da no ticia de que já não á republicanos? E'

um erro pensar assim. Deixem as coizas seguir o seu curso que se ouvér enga-nos, os enganados não serão por certo os républicanos.

A' urna, pois! O povo conhece bem quem o defende com lealdade e abne-gação. não se ilúdão nem queirãe iludir os ou-tros.

Dentro do partido républicano urna só ideia deve existir—derribar a monar-quia que é o inimigo da patria que amamos e.queremos defender da avilta ção e ruína em que se encontra.

Para isso unamo-nos sem preocupa-çõis nem despeitos e numa abalada vio lenta sem reparar no numero, vamos para a frente conquistar almas e prepa-rar os espíritos para um grande dia de lús e de justiça.

ÓSPEDES

1-0-904. Z.

B a t a l h a d e flores

Da carta de Coimbra para a Gazela da Figueira, retiramos o que a propozito da batalha de flores, dis o seu corres-pondente, com o que concordamos, pe-dindo vénia para transcrever:

A Assocíaçqo dos Bombeiros "Volun-tários rezolveu já realizar um festival na Avenida Navarro, por ocazião das festas da Bainha Santa, fazendo parte d'esse numero uma batalha de flores. As entra-das no recinto serão pagas revertendo o produto liquido a favor do cofre da mes-ma Associação e da Assistência aos tu-berculózos.

Contra a ideia de repetir esta diver-são me manifestei já, por entender que ela deve ser excluziva da Creche, que a iniciou. Repetir a batálha de flores, numa época em que poucas á e quando faltam os elementos para se fazer uma festa su-perior á que se fês, é tirar-lhe a novi-dade e o interesse. Mas o mal não é só este, á outro peor, que é o de se preten-der levar a efeito esse festival dando lartilha nos lucros á Assistência aos tu-berculózos, que nenhum beneficio, até ôje tem prestado a Coimbra. Temos ins-tituiçõis nesta cidade que bem precizão do auxilio publico, mas todas fôrão es-quecidas para se lembrarem de protejer uma instituição que presta bons serviços, mas não a Coimbra, que ainda está á espera do prometido dispensário que, em boa verdade, não é do que mais aqui se preciza.

Ainda se ouvesse esperanças de fun-dar um sanatório em Coimbra. . . , mas nisto não se fala.

Fáção os bombeiros voluntários o seu festival, mas que pode muito bem ser luzida e interessante sem a batalha das flores, véjão bem a quem vão asso-ciar-se. Lembrem-se que por cá muito quem precize e que não tem o bafejo real, que vale tudo.

D r . B e r n a r d i n o M a c h a d o

Por motivo de afazêres vários, que imprevistamente sobreviérão, não poude este nosso respeitabilissimo correlijioná-rio ir fazer á Povoa de Varzim a confe-rencia para ôje.

Brevemente, porem, conta o ilustre Drofessôr desempenhar-se do encargo que sobre si tomou, com aquéla nobre gentilêza que o carateriza.

Sentou práça na armada o sr. Infante D. Ma/iuel, que em breves anos será almirante.

Que pena já estar descoberto o caminho marítimo para a índia!

Mais o Brazil! Porque sua Alteza, a bordo do

D. Carlos, com o Pimpão na esteira, a coxeár, era capás de descobrir isso tudo.

Assim terá que limitár-se a des-cobrir, como seu Augusto Pae, alguma especie nova de bezúgos.

Estão já nesta cidade a maior parte dos bacharéis, que se formárão em Di-reito em 1879, a cujo grupo pertence o nosso amigo e valiôzo correlijionário sr. dr. Eduardo Vieira.

Aderirão á sirnpatica festa de confra-ternidade os srs. drs. Abilio Maximino da Costa Pontes, conservador em Moncorvo; Alfredo Augusto Freire de Carvalho, juis de Direito em Fornos de Algodres; Alva-ro de Moura Coutinho d'Álmeida Eça, professor em Aveiro; Alip.o Antonio Dio-go da Silva, pároco em Vila Franca de Xira; Antonio Alves de Oliveira Guima-rãis, juis de Direito em Alcobaça; Anto-nio Domingos Jacinto Maia, abade de Paranhos; Antonio Centeno, proprietário; Antonio Joaquim da Silva, juis de Direito em Celorico de Basto; Antonio Carneiro de Oliveira Pacheco, advogado em Santo Tirsn; Antonio Eduardo de Souza Godi nho, juis de Dimito em Tavira; Antonio José Viana, proprietário em Lisboa; An tonio de Magalhãis Mexia, conservador em Almada; Antonio Marcelino Durão, juis de Direito em Carrazêda de Andais; An-tonio Jozé Machado, proprietário; Anto nio Augusto Meiréles, proprietário em Fafe; Augusto Correia da Silva Melo, chefe da sécção nos Proprios Nacionais; Augusto Frederico Rodrigues Lima, sub-director do Ministério dos Estranjeiros; Bento Ferreira da Silva Guimarãis, con-servador em Oliveira d'Azeméis; Domin-gos Jozé Go. çalves Pereira, juis de Di-reito em Vouzela; Conde de Caria (Ber-nardo), proprietário; Dionizio de. Moura Coutinho de Almeida Eça, conservador em Estarreja; Eduardo Nunes, Arcebispo d'Evora; Eduardo* da Silva Vieira, advo-gado e notário em Coimbra; Francisco Julio de Souza Pinto, juis de Direito em Soure; Francisco Augusto de Matos Mas-carenhas Mancélos, juis de Direito no Sabugal; Francisco David Calder, pro-fessor em Lamego; Florêncio Monteiro Vieira de Castro, recebedor em Fafe; Francisco Vieira de Souza Rego, advo-gado em Alvaiázere; Francisco Xavier de Castro Faria, proprietário em Vila do Conde; João Correia d'Almeida, proprje tárjo na Mealhada; João das Neves, advo-gado na Covilhã; João Catanho de Mene-zes, advogado em Lisboa; João Ribeiro Dias da Costa, juis de Direito em Figueiró dos Vinhos; Joaquim Bernardo dos San-tos, proprietário em Lagoa; Joaquim Ba-tista Leitão, advogado em Anadia; Joa-quim José Coelho de Carvalho^ proprie-tário em Lisboa; Jozé Batista d'Almeida Pereira Zagalo, juis de Direito em Vila Nova d'Ourem; Jozé de Menezes Tovar Faro e Noronha, juis de Direito em S. Pedro do Sul; Inácio Alberto Jozé Monteiro, juis de Direito em Moncorvo; Jozé Maria Barboza de Magalhãis, advo-gado e sub-diretor do ministério da jus-iça; Jozé Augusto Cardozo Pina Cabral,

conservador em Alcobaça; Jozé Gonçal-ves Barboza de Castro, advogado no Porto; Jozé Aureliano Borjes Antunes de Matos, advogado em Lisboa; Luis Figuei-redo da Guerra, delegado do procurador réjio em Monsão; Luis Pereira do Vale Júnior, juis de Direito em Valença; Luis Augusto Amorim, professor em Viana; Manuel d'Azevedo Araujo e Gama. lente da Universidade; Manuel de Castro Gui-marãis, proprietário em Lisboa; Manuel Duarte Areoza, secretário da 2 a circuns-crição escolar; Pompeu de Meireles Gue-des Coutinho Garrido, secretárú/jeral em Leiria; Roberto Freire Augusto Feio de Carvalho, recebedor em Ancião; Teofilo Salomão Coelho Vieira de Seabra, pro-fessor no Porlo; Visconde de Souza Pre-go, Secretario de Legação; Visconde de Carcavelos, proprietário em Braga; Vis-conde de Lagoa, proprietário em Silves.

Reprezentação proporcional Da Voz Publica:

Na conferencia que o nósso ilustre correlijionário snr. dr. Bernardino* Ma-chado realizou em Coimbra, e que a Re-zislência publicou em suplemento, o dis-tinto catedrático incita os républicanos a reivindicar o sufrajiu universal e a re-prezentação proporcional. Em artigos su-cessivos que o Deimte vinha á tempos, publicando outro nosso correlijionário de provado talento, o dr. João de Menêzes, pugnára também, pelas duas reivindica-çõis conjj as respétivas garantias de vo-to.

_ Vè-se que existe corcordancia d'opi-niõis que, aliás se bazeião no vasto pro-grama doutrinário da democracia re-publicana portuguêza, e urje pois orga-líizar-sé, na época eleitoral, uma propa ganda com o fim apontado, a exemplo do que os partidos democráticos eféctuão nos paizes em que labútão para arran-car as classes neutras á sua passividade desmoralizadôra.

j t f a n u e l I l a r i a C o e l h o

A bordo do Malange, partiu para S. Tomé o nosso querido correli-jionário Manoel Maria Coelho, o ex-tenente Coelho que tão glorióza-mente se afirmou na jornada eroi-ca do 31 de janeiro e que com tanta nobreza e altivês tem mantido e defendido as suas convicçõis.

Ao onrado républicano os nos-sos dezéjos duma felis viájem e de largas felicidades.

Decorreu com animação a touráda que o curso do 4.° anno jurídico foi rea-lizar á Figueira.

Coimbra despovoou-se, abalando em comboios pejadissimos para assistir á corrida, mau grádo a calma esbrazeante do dia. A praça regorjitou duma aflu-ência enorme de jente interessada nos incidentes da lide.

O sr. Serjio de Castro, porteiro de Tarde, continua a berrar que êste gloriôzo governo exterminou a idra do républicanismo.

Fás pena, o pobre-diábo, com éstas alucinaçõis de alcoolico.

Vão ser publicados em volume, ilustrado por notáveis caricaturis-tas nacionais e estranjeiros, os in-teressantes folhetins Braz Burity, insertos no nosso collega O Mundo.

Para o encerramento de matriculas na faculdade de Direito terminou ontem o prazo e para a de Matematíca termina ámanhã.

A Ordem, gazeta beáta cá da terra, insére ò programa da procis-são, ou lá que é, que vai estadiár-se em Brága por ocasião das festas de Imaculáda.

E' talqual o programa dúm cortéjo carnavalêsco, organizádo pelo Club dos Fenianos. . .

Foi designado o dia 16 para a defêza de tézes do sr. dr. José Tamagnini Bar-boza, licenceado em philosophia.

Na quinta-feira ultima S. Jorge pas-seíou, como de costume, pelas ruas da Alta. Cortejo pobre. Poucas pessoas gradas e menos tropa do que 110 ãno }assíido.

Igualmente por motivo da tourada na figueira, menor gente pelas ruas e na Feira, para a'cêna das descárgas.

O santo passou revista ás tropas, en-contrando tudo no melhor estado deaceio e limpêza.

E mais nada. Á1 descobrimos que aquêle sujeito,

muito direito, muito grave, que anda sempre atrás do Santo, não se lava; e que o Santo por sua vès se pinta, .pois que não é para a sua idade aquella cara fresca de rapás, sem um único tio branco na barb icha . . .

A faculdade de teolojía, reunida em conselho, nomeou uma comissão com-posta dos srs. drs. Avelino Calisto, Luis Ramos, Manoel Lino e Ribeiro de Vas-concelos, para tratar das solenidades a fazer na capéla da Universidade, por ocazião das festas comemorativas da pro-clamação do dogma da Imaculada Con-ceição.

Facil idade de matematíca

Ficarão asism formados os jurys para os atos desta faculdade:

(Nova Reforma)

1.* cadeira (Aljebra superior): Drs. Gonçalo d'Almeida Garret, Alfredo Fil-gueiras da, Rocha Peixoto e Francisco Miranda da Costa Lôbo.

2.s cadeira (Jeometria descritiva): Drs. Luis da Costa e Almeida, Jozé Freire de Souza Pinto, e Augusto Arzila da Fon-seca.

3.* cadeira (Calculo diferencial,): Drs, Luciano Pereira da Silva, Enrique de Figueiredo e Sidonio Bernardino Cardo-zo da Silva Pais.

4.» cadeira (é a 5.a da faculdade de filozofia).

5.a cadeira (Análize superior): Drs. Enrique de Figueiredo, Luciano Pereira da Silva e Sidonio da Silva Pais.

6* cadeira (Mecanica racional): Drs. Luis da Costa e Almeida, Jozé Freire de Souza Pinto e Augusto Arzila da Fonse-ca. '.-.• " .. ;

(Periodo tranzitório)

4.° ano: Drs:. Jozé Freire de Souza Pinto, Francisco Miranda da Costa Lobo e Alfredo Filgueiras da Rocha Peixoto.

(Desenho matematico)

1.°, 2.° e 3." ãnos—Prezidente um dos professores do juri da 3.* cadeira, alternadamente, bacharel Jozé Luis Men-des Pinheiro e Antonio Augusto Gonçal-ves.

O encerramento das matriculas d'es-ta faculdade é no dia 6.

Os átos coméção no dia 9, Foi marcado o dia 16 de junho, para

o áto de concluzõis mágnas da faculda-de de Filozofia do sr. Euzebio Tamagnini de Matos Encarnação, licenciado na mes-ma faculdade.

O sr. Manuel Bernardo Loureiro, pre-zidente da Associação dos Bombeiros Vo-luntários d'esta cidade, foi nomeado só-cio da Sociedade de Geografia de Lisboa.

Para comemorar este ato ofereceu á Corporação de que é prezidente, um ex-celente carro de ambulancia que deve chegar por estes dias a Coimbra.

Numero comemorativo DAS

BODAS DE OURO DO

Co?nercio do Porto Principi-ou na quarta-feira, a distri-

buição do numero conyjmorativo das bôdas de ouro do Comercio no Porto.

E' espalhado gratuitamente em todo o pais, em todos os Estados do Brazil .e em todas as colonias portuguêzas, em algumas praças da Europa e o resto da edição vai ser distribuído na expoziçãoV de S. Luis de Missouri.

Capa: desenho de Casanova. Tem 36 pajinas. Tem o formato maior do Çomercio do

Porto. E' acompanhado do fac-simile do 1.°

numero. 189 colaboradores. ,f 'J Artigos de quazi todos os colaboradô-

res do Comercio, sendo os dos corres-pondentes estranjeiros nas respetivas línguas. O do Japão é em japonês, o de Marrocos em árabe, etc.

E' ilustrado com os retrátos de Ma-noel de Souza Carqueja, dr. Enrique Car-los de Miranda e Francisco de Sauza Car-queja, contendo também gravuras das instalaçõis do Comercio do Porlo, das suas oficinas, do primeiro prélo em que que o jorual foi ímprésso e de diversas obras devidas á iniciativa d'este jornal, como os bairros para operários no Porto, a Créche da Afurada, etc.

No mês de maio o Muzeu de Antigui-dades do Instituto de Coimbra foi vizitado por 343 pessoas.

Este muzeu, cujo dezenvolvimento se deve a Antonio Augusto Gonçalves, é o mais bem organizado que temos no pais. O aumento de ' vizitantes que de mês para mês se nota, mostra bem o interes-se que despertou no publico e o gosto pela arte antiga.

Foi apozentado com o ordenado de 1200000 reis o encarregado da estação telegrapho-postal de Santa Ana de

Poiares, sr. Luis Simõis Matias.

GONOL PAIVA Novidade farmacêutica—registado

E' sem duvida o medicamento mais eficás no tratamento das purgaçõis agu-das e crónicas, sanguíneas ou puru-lentas.

Cura rapida e radical, não dando orijem a qualquer encomodo do esto-mago.

A' venda na farmácia e drogaria Rodrigues da Silva, — Coimbra.

Preço do frasco, 700 reis.

Partiu para a Serra d'Estrela o sr. Dr. Agostinho Viegas, professor da es-cola normal e distinto aluno do 4.° ano de medicina. Vai ospedar-se no Otel Pensão Montanha onde espera encontrar alivio para a doença que ultimamente o tem aflijido.

Dezejamos-lhe pronto restabeleci-mento.

s

KKZiSTEXCIA — Pomfngo, 5 de Junho de 1904

C i r c o P o r t u e n s e

Este circo situado ao largo do Prín-cipe D. Carlos, e do qual é diretor D. Enrique Dias, tem dado, com enorme concorrência, espétáculos todas as noites ás 9 óras.

Ontem realizou-se a 2.a aprezentação da jinasta senhorita Clotilde Dias e do cavalo Aro.

Todas as noites ás 9 óras á espétá-culos, e aos domingos e dias santificados realizão-se dois, um ás 4 óras da tarde e outro ás 9 da noite.

Também todas as terças-fèiras á soirée de gala e ás"sextas espétáculos da móda.

Tómão parte nos espétáculos os en-graçados Clowéns—Martini e Loti.

O prèço para a entrada é : Cadeiras, 310; jeral, 130.

Faleceu sexta feira nesta cidade, o sr. Jozé Antonio d'01iveira, irmão do sr. Bernardo Antonio d'01iveira. Também faleceu Ontem a espoza do sr. Manuel Antonio d'Abreu, solicitador nesta co-marca.

Têm-se acentuado as melhoras do sr. dr. Luís Pereira da Costa.

A r t i g o ftezervamos para o proximo numero

a publicação do artigo do sr. Carlos Olavo, que temos já em nosso poder e que não pubjiçàmos apenas por falta de espaço.

S E R V I Ç O C O M B I N A D O

Imponentes festas do quinquajesiino aniversario da Definição Dogmatica da Imaculada Conceição em Braga, nos dias 10, 11 e 12 de junho de 1894, com a assistência dos arcebispos, bispos e ou-tros altos digna ta rios do reino.

Grande peregrinação nacional á Vir-jem do Sameiro.

N'esla peregrinação que sairá da Cathedral, será conduzida a riquíssima Corôa d'Oiro oferecida pela nação á Vir-j e m :

Cerimonia da Coroação, missa Cam-pal, sermõis pelo arcebispo d'Evora e v;ir'03 bispos, majeslóza procissão abrin-do por um carro triunfal com figuras al-legoricas e deslumbrantes iluminaçõis.

Bilhetes de ida e volta a preços muito reduzidos, vali('os para ida nos dias 8 a 11, volta nos dias 12 a 15, inclusivé.

Preços com o imposto do sêlo in-cluído :

Figueiía da Fós a Braga e volta, 5$000 réis em 1.» classe, 4$2t-,0 em 2." classe e 24770 em 3.a classe, Santa Com-ba, 54440. 3)5(930 e 24570,- Carregal, 5$770, 4$180 e 24730, Nélas, 6429o, 4)8550 e 24980, Mangualde, 64630 réis, 44790 e 34150, Gouvéa, 74050, 54100 e 34340, Fornos, 742; O, 54250 e 34450, Celorico, 747-Q, 54580 e 34660, Vila Franca das Naves, 84100, 54850 e 34840, Guarda, 84770, 64330 e M i 5 0 réis.

27) Folhetim da "HEZISTENCIA,,

0 EXCOMUNGADO VIII

A léhre na fiira»

Naquèle momento passava-se á porta do castélo uma outra cena tão cómica como a outra éra patética:'Savoisy tinha conseguido reunir já todos os serviçais de Ombert, que estávão na casté'o e do alto da escada, como de um púlpito, di-zia-lhes: Vosso patrão, meus amigos, vai ser excomungado. Ora sabeis o que é um excomungado ? E' um ómem que só pelo contáto .fás danár as almas; é ne-cessário fujir. dêle, é uma péste; o seu olhar prodús a morte e>erna, e nenhum de vós, espéro, á de querer arriscar a sua salvação.. . Tu, falcoeiro, disse êle a Grild, déves deixar fujir os falcõis, porque são do excomungado; tu, qne andas recebendo o dizimo, não déves ocupar-te da fazenda do impio, éla per-tence a Deus, e o excomungado ao diabo.-Todos os qué lhe prestarem serviços fica-rão, excomungados como êle, e . .

Quando ia a continuar, ouviu-se um grande ruído de caválos^ a ponte levadiça baixou com estrondo, e Ombert entrou

j A í o á à 1 l i t i g a d a Jorijal das famílias — Publicação semanal

Diretôra: D . L E O N O R M A L D O N A D O

Condições da assinatura : por ano com 1:800 gravuras em preto e coloridas, 52 moldes cortados, tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordado^-54000 réis.

Semestre, 26 números com 990 gra-vuras em preto e coloridas; 26 moldes cortados, tamanho natural, 26 números com 550 gravuras de bordados, 24500 réis.

Trimestre, 13 números com '<50 gra, vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 260 gravuras do bordados, 14300 réis.

Cada número da Moda Ilustrada é acompanhado .dum número do Petil Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os génerosj roupas do corpo, de mêsa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontrn-se na Moda Ilustrada, a tradução e m por-tuguês daquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias do reino na do editor — Antiga Casa Ber trand Jozé Bastos, —rua Garrett, 73 e 75, Lisboa.

O J J 1 A B O U L H O A X T i : >i REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA

DE Modas, Musica, Bélas-artes, literatura

e atualidades. Publicação feita sob o auspicio de

S. Majestade a rainha D. Amélia, Dirétor — A. de Souza (Guy de

Proles). Bedátores das sécções: Moda e vida

Mundarja Parisiense, bordados e todos os rabalhos concernentes ao belo sexo: Mademoiselles Amélia de Souza e Hermí-nia Souza.

Redátora e correspondente em Portu-gal: D. Olga de Morais Sarmento.

Redáção e administração: 30 bis, Bua Bregero, Paris.

CONFIANÇA Deus queira que poucos do que esta

declaração lêrem, necessitem de recorrer a remedios para seus soffrimentos do estomago; durante mais de dois anos estive entre a vida e a morte por cauza de fortíssimas dóres de estomago só to-mando um pouco de leite, pois qualquer outro alimento era vomitado imediata-mente. Bec^rri a muitos especialistades, doenças de estomago, nada conseguindo e ficando cada vês peor; finalmente, por conselho do dr. Abel M. Faria, meu ulti-mo medico, tomei as pilulas antidispéticas do dr. Heinzelman sendo tão grande o re-zultado dêste poderozo remédio, feito com vejetais do Brazil, que em menos de dois meses, completamente bom, comendo perfeitamente e sem nenhuma dôr.

Américo de Assis Lobo. Depozito em Coimbra das pilulas de

Heinzelman: Srs. Bodrigues da Silva & C.a Rua

Ferreira Borjes.

a grande galope até ás escadas do cas-télo; o caválo estava coberto de suor, e a especie de cóta de málha que o cobria parecia um vestido de néve, porque a espuma do caválo saia por lodosos pontos.

— Tráição, exclamava Ombert cheio de furor, tráição, mátem, mátem, morte ao ábito branco ! . . .

Era seguido por uma dezena dè ca-valeiros, os únicos que tinhão podido, gráças á bondade dos caválos, chegar até ali.

Ao aspéto do castelão, cujas feiçõis denunciávão a raiva, Savoisy correu a avizár o conde no momento em que este colocava Catarina sobre um dos moveis do quarto, e foi seguido por Ombert, que, de adága na mão, chispáva de furôr e se esforçava por alcançar o monje.

A cena ft i tão rápida, que todos os espétadôres ficárão estupéfátos nomes.no ; logar, e os ómens d'armas esperávão as-ordens do barão.

—Perdidos! Perdidos! gritou Sa-voisy.

E ouviu-se a vós retumbante do ba-rão que apareceu quasi logo de espáda erguida.

O seu furôr transformoTFse em des-prezo orrivel ao ver a mulher nos braços do monje.

Deixou cair a adaga sobre Savoisy, este como defèza não aprezenfou mais: do que a róca apanhada á pressa e que ficou fendida de meio a meio. '

Carris de Ferro de Coimbra Ò R A R I O P R O V I Z Ó R I O

Carreiras entre o"krg-o das Ameias e a rua Infante D, Augusto

Partidas

Do largo das Ameias

6h e 30m manhã 7 7,30 8 8,30 9,30

10,30 u 1 i ,30 12 12.30

1 1,30 2 2,30 3 3,30 4 4,30 5 5,30 6 7,30 8 9,30

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Darua Infante D. Augusto

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7h 7,30 8 8,30 9

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10 » 10,30 »

(P)

(a) Directo da Casa do Sal á j ;ua do Infante D. Augusto. %

(i) Directo da rua do Infante D. Augusto á Casa do Sal.

Carreiras diretas entre a R. do infante d. Augusto e Estação B

Partidas t : i J .

da R, Infante d, Augusto1

6h tarde 8, noite

da Estação B

e 58m tarde 8h e 45m noite

Carreiras entre o largo das Ameias e a estação B dos caminhos de ferro

Partidas

Do largo das Ameias da estação B

3h 10a

5 ,5o 8 , 1 0 2 ,30 3 ,1 6 4 .35 5 ,37 6 ,25 6 , 4 0 8,10

12 ,15

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O barão, espantado de ver os seus dois adversários em pé ranjeu os dentes e exclamou:

— Por S. Martinho, o diabo proteje-vos! mas apanha, sedutor infame!

E fês um bóte circular para apanhar a cabêça do conde.

Neste momento, Catarina abriu os olhos, deu um grito agudo, e Savoisy, que tinha pegado numa cadeira, garan-tiu mais uma vês o conde, depois em-purrou mais uma vês o terrível barão exclamando :^-Fóje, Luis f . . .

0 conde, abrindo a janela, saltou para o jardim ; Savoisy intimou-o. Ombert fi-cou mudo, os lábios embranquecíão por baixo da espuma e os ólhos despedíão relampatos.

Por fim saiu gritandoí A caválo, per-côrrão depressa o cêrco e mátem todos os monjes sem remissão... Bertram, Jac-ques, . . . e vós, senhor de Prauiilly, a galope. Estão no jardim e não podem escapar. Boch ! Não sáia ninguém! Es-tou traído, estou traído.

A rapidès com que se sucedíão as ordens era igualada pela préssa com que as executávão.

N'esse momento as sentinélas das duas guaritas, que deitárão os caminhos, que levávão ao mosteiro, dêrão o sinal de alarme.

Ombert saltou para o jardim com um impulso que o fês ir de um tèrráço para outro, e, como o tigre que se lança sobre

Todo o serviço que fôr feilo alem de tntUcado neste orario é considerado ex-traordinário.

Tatoéla cie preços

Largo das Ameias ou Caza do Sal á Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis

Largo de D. Carlos ou Gazómetro á Bua do Infante D. Augusto — 40 réis,

Largo das Ameias, Caza do Sal ou Bua Infante D. Augusto ao Mercado — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazometro ao Largo de D. Luís — 30 réis.

Largo de D. Carlos ou Gazómetro ao Mercado — 20 réis.

Estação B dos caminhos de ferro ao Largo das Ameias ou Mercado — 50 réis.

Estação B dos caminhos de ferro á rua Infaute D. Augusto — 80 réis.

Estação B dos caminhos de ferro á Caza do Sal — 20 réis.

A assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos preços anuais de réis 124000; e 94000 réis para os menores de 14 anos e creados, sendo estes últimos le logáres na plantaforma dos carros.

Còros d o s faróis

Verde, indica a Alta. Vermêlha, estação B. Branca, Caza do Sal. j^narelo escuro, reservado.

Desde o dia 1 de Maio na estação da Bua do Infante D. Augusto recebem-se encommendas e fazem-se despachos para a_grande e pequena velocidade nas esta-çõis do Caminho de Ferro, para o que haverá serviço especial de transporte.

Só se recebem volumes cujo pezo máximo não seja muito superior a cem kilos.

R e c e b e m - s e a n ú n c i o s p a r a s e -rem fixados SEO interior de t o d o s o s c a r r o s e m c i r c u l a -ção p e l o p r e ç o a n u a l d e 1 8 $ 0 0 © r é i s , s e n d o o s a n ú n c i o s e s ê l o s p o r c o n t a d o a n u n c i a n t e .

COMUNICADO Constando-me que alguém mal

intencionado tem propalado o boato de que devido ao falecimento de meu marido Manoel Teixeira da Cunha, o estabelecimento de funi-leiro que possue na Rua do Vis-conde da Lús se encerrava.

Declaro para todos os efeitos que é falso semilhante boato, con-tinuando com o estabelecimento onde espero continuar a merecer a confiança dos ex.mos freguezes da caza.

Viuva Manuel Teixeira da Cunha.

a prêzar percorreu os jardins num mi-nuto, apezar do embaraço que lhe cau-závão as armas.

Ao chegar debaixo das tílias, viu o conde que dava a mão a Savoisy para trepar ao muro. Adivinhou então porque as sentinélas tinhão avizado.

Deu um salto, mas a lança feriu apenas a murálha em que se partiu.

Subindo então para o terrásso com rapidês, saltou para o caválo e partiu a galope.

Esperáva chegár pelo caminho de cima ao mosteiro primeiro que os dois monjes.

A asperêza e os, perigos do ^caminho deixárão-lhe a esperança de surpreender os fujitivos, enterrou as esporas nos flancos do caválo, e, saindo do castélo tocou a trompa com força a chamár os cavaleiros. Estes não compreendendo raiva tal, não entendêrão o toque e con-tinuárão a vijiár em volta das fortificaçôis.

O barão chegou só ao pôrto deante de Marmoutiers, e, na impaciência em que vinha, fês Giby subir o atalho peri-gôzo. O póbre animal jemia sob o pêzo do dôno, cujo furor parecia partilhar.

Ali Ombert sentiu redobrar a cólera, ao ver os dois monjes que tinhão des-prendido a barca dêle e vogávão tran-quilamente pelo rio; a corrente levava-os rapidamente e a barca ia tanto mais depressa que éra impelida pelo vento do é s t e .

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— Celerados 1 gritou-lhes o conde. Aveis de sêr enforcados nas tílias do mosteiro, e a Yossa abadia á-de ser re-duzida a cinzas.

—A' Luiis! dizia Savy na barca, fize-mos uma rapaziáda.

—E' tempo de dar por isso, depois das coizas feitas, respondeu o conde. Mas ouve: não ê o danado barão que nos pro-vo :a com as suas ameaças?

—Antes de três óra:, porão o con-vento a saquei

Os dois viajantes passárão quazi por debaixo dos olhos de Ombert, e . éste, inutilizado pela raiva, dizia lhe impre-caçõis.

—E' ele, disse Savoisy: seguir-nos-á até ao sitio em que dezembarcarmos; fin-jamos antes ir para o outro lado.

Quando o barão viu que os dois be-neditinos ião para o outro lado do rio, voltou para o castéllò á rédea solta. Os beneditinos voltarão para o convento.

Esta cêna pode ser comparada á faisca que cai em um tonel de pólvora.

0 barão, que provavelmente não ti-nha pensado senão em rffetêr mêdo ao mosteiro, ostentando forças imponentes, jurou a destruição dos relijiózos; e éra tal o seu furôr que, de caminho, carre-gou sobre alguns rendeiros que levávão ao castélo as rendas em frutos, e mandou que fossem para o castélo os viveres des-tinados aos relijiQzos.

(Continúa).

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P U B L Í C A - S E A O S D O M I N G O S E Q U I N T A S - F E I R A S Editor

MANUEL D OLIVEÍRA AMARAL Redacção e Administração — Rua Ferreira Borges Typ. Democratica

ARCO DE ALMEDINA, IO

RECORDANDO... Assinalava á tempos um publi

cista ilústre uma enlermidade gra-ve da nossa jente — fatal de me-mória — enfermidade que têm ativamente colaborador com a cor rução dos governos para ésta nossa situação mizeranda.

O pôvo português sófre, de facto, a influencia nociva dessa moléstia. Esquece lacilmente, como quem não tem escrupulos, nem assomos de pudor, nem revoltas de brio, to-das as afrontas de que o fazem alvo, todos os ludíbrios de que o tórnão vitima.

Momentaneamente exaspera-se grita, ameaça: é um dezafôgo efe-mero: a tranquilidade fas-se rápido, rápido se fas o esquecimento.

Ora o esquecimento, se em da dos cazos pôde significar clemencia, jenerosidade, grandêza de alma, implica em jeral — e nos povos principalmente — talta de digni-dade. Esquecer nesses cazos é per-doar; e o perdão, levado alem de certos limites, é uma indignidade e uma covardia.

Assim tem esquecido, assim tem perdido o nosso pôvo; indignamente e. covardemente.

Tem-lhe feito tudo, e, se por vê-zes as afrontas, os atentados, as in-famias, o inflâmão,e á logar a supôr onrados dezagravos, pouco tempo volvido êle mostra-se esquecido de tudo, prestando aos seus insulta dôres o apoio da sua simplicidade

Factos e princípios que deve-ríão ter sempre prezêntes, como reguladores fieis de sua atitúde, não lhes os recorda a sua débil memória, compromissos publicamente assu-midos, e cujo cumprimento, se im-põi como uma terminante exijencia de onra, para logo os esquece, um triste desprêezo por si proprio, pela sua dignidade pelos seus interésses, seu futuro.

Tudo lhe tem feito. Por vêzes promete vingar-se — e então á pa-lavras fortes de protesto, claras pro messas de desforço, propózitos de permanente inconciliação. Mas a sua memoria atraiçoa-o: êle esque-ce l o g o / E anda assim, como um velho maníaco, inofensivo de quem nada se tema, de quem todos riem, que se explora e se cóbre de zumanamente de vaias.

Assim, pelos procedentes nume-rózos, — a istória dos últimos anos é uma constante prova da falta de memoria da nossa jente; não é afron-tôzo supôr que esse grande movi-mdhto contra as propostas de fa-zenda, e em jeral contra os proces-sos administrativos de todos os go-vernos, estará já esquecido, e que, o proximo ato eleitoral, a celebrar em 26 do corrente, em vês de ser o pretexto dessa afirmaçãojiotavel de decoro e de patriotismo, que altiva-mente marcasse a coerencia'dos pro-testantes, será simples motivo para muitas destas provárem que já se esquecerão da campanha ruidóza em que se metêrão, uns ficando in-

diferentes, outros não dezitando em apoiar nas urnas o governo.

E' cruel a afirmação! A lição dos fatos autoriza a julgá-la exáta. Muitos protestos se têm levantado a falta de perzeverança de coerên-cia-, de brio, o que tudo se pôde de-zignar com a expressão—falta de memoria — tem feito, porem, que eles passem depressa, sem efeito, improfícuos, estereis.

Mas, como ainda na ipóteze mais desfavorabel, algumas excé-çóis podemos todavia resalvar, aos que pròventura ainda têm memoria e consciência e dignidade, nos dirijimos,lembrando-lhes o compro-misso soléne e publico que sobre si tomárão.

Vão realizar-se brevemente as eleiçõis jerate. São aprezentados os mesmos candidatos monárquicos, isto é reprezentantes de todos aquê-les partidos cuja obra governativa foi justa e cruélmente dissecada em todos os comícios, maniféstos e re-presentaçóis: serão aprezentados também 'candidatos republicanos, isto é, reprezentantes dum partido que, sem as responsabilidades igno-miniózas de qualquer dos bandos do existente, têm sempre estado ao lado do pais, deiendendo-o con-tra todós. os vexamçs e extorsõis.

Entre esses candidátos do acor-do monárquico, prontos a sancio-nar todos os vilêzas do govêrno, e os candidatos do partido republica-no, os únicos aptos para uma cam-panha de saneamento, têm os que ainda não perdêrão a memoria, de escolher,

Essa escolha tem lójicamente de recair nos candidatos republicanos. Ou então nós temos de assentar que todos esse protestos e todos esses ruidos fôrão uma mizeravel comé-dia.

Mauzoléu de ÁIYCS Correia Do Debate:

A Patria — suprimida pelo atual go-vêrno—a que sucedeu o Mando, abriu urna subscrição para ser levantado um monumento a Alves Corrêa, o intrépido , ornalista republicano que sempre com-)ateu Com tenacidade, correndo os maio-res perigos e suportando os maiores sacrifícios, pela cauza republicana.

A piedóza iniciativa dos seus ami-gos, entre os xquais, dos mais dedica-dos foi, por certo, França Borjes, não foi improfícua.

Brevemente deve estar concluído o monumento cujo dezenho—segundo se rezolven em assembleia dos subscritores —é de Antonio Augusto Gonçalves a quem pôde eli imar-se, com justiça, um grande artista.

Da fátura tio mauzoleu se encarregou o nosso correlijionário Cazimiro Ji.zé Sabidoque.com um raro desprendimento, se dezempénha da tarefa em condiçõis não vulgares. O mauzoléu valerá mi ito mais do que, a importância da subscrição, acrescida dos respétivos juros.

Depende, pois, apenas, da concluzão do mauzoléu, a trasladação dos ré-tos mdrtais de Alves Corrêa, ôje depozitádos no jazigo d'um seu amigo provado e correlijionário dedicadíssimo, o sr. Ma-galhãis Ba^to.

Justo é que. no dia em que se inau gure o monumento, prestem omenajem á memoria tio intemerato jornalista républicano e ' mais ima vès louvem os que soubèrão ourar essa memoria.

AGRADECIMENTO Os proprietários do Comércio do POK-

lo, reconhecendo a impossibilidade de agradecer direta e pessoalmente a todos os seus colegas da imprensa, ás corpora-çôis e pessoas que ms cumprimentárão por motivo do qninquajenario da fundação do Comércio do Porto, servem-se d'este meio para tributar publicamente a todos o mais profundo reconhecimento.

Porto, 4 de junho de 1904. Francisco Carqueja Bento Carqueja.

I j s fe r s ra© S h i s l r e

Continua a experimentar melho-ras o sr. Conde da Covilhã, que se encontra ospedado no otel Bragan-çU, onde foi acometido da doença que o retem nesta cidade. Seus filhos srs. Conde do Refujio, Ale-xandre e Candido Calheiros viérão vizitar seu pai, em companhia do sr. dr. Alberto Rato.

Estimamos as melhoras do ilus-tre infermo.

Grupo do Livre Pensamento Goníereaoia inaagara l

No proximo sabado, 11, pelas 8 e meia da noite, terá logar a inau-guração d'este grupo, com uma conferencia do ilustre jornalista de Lisboa, Eliodoro Salgado, que para isso virá expréssámente a esta ci dade.

O tema da conferencia é—o li-vre pensamento—e o local da reunião o Centro Eleitoral Republicano, no largo da Freiria.

A entrada é franca. O sr. Eliodóro Salgado é um

dos vultos mais conhecidos do par tido republicano pela sua intranzi-jencia e pela dedicação partidária de todos os momentos.

Como propagandista o sr. Elio-doro Salgado é dos primeiros, fa-lando sempre com elevação e raros conhecimentos dos assuntos que tráta.

0 -COMÍCIO 1)1) PORTO

C u r s o d í s i r i í l i c o d e 4 § S 5 § e Sfrií

Não publicamos ôje uma noticia sobre as festas promovidas por este Curso, por que adoeceu inesperada-mente osr. Dr. Teixeira de Carvalho. Por este motivo pedimos desculpa de qualqur erro de revizão.

0 rendimento do imposto do real dá-gua do concelho de Coimbra, no mês de maio foi de 782$778 reis, menos reis, 2.90766, do que rendeu no mesmo mêz do ãno passado.

Cla»c© I P o r í H e u s e Este circo continua bastante animado

dando espetáeulos, como já aqui noticia-mos, todas as noites ás 9 óras.

Na passada terça-feira apareceu em publico, pela primeira vès, o Cão Touro domesticado pelo clonw Martini.

Consta-nos que é no proximo domin-go 1 2, que <*sta companhia dá o ultimo es-pétáculo retirando então para Évora.

No domingo passado têve logar 0 anunciado comício, promovido pela co-missão eleita em 18 de fevereiro passado para organizar e dirijir o movimento de protésto contra as propostas de fazênda.

Prezidiu o sr. Fernando Pinto Morei-ra, secretariádo pelos srs. Pereira Gon-çalves e Jozé da Silva Reis.

Foi dada a palavra em primeiro logar ao ;r. Jozé Ferreira Gonçalves que num discurso enérjico,cortado frequentemente de aplauzos vibrantes, apelou para a classe operária, a vitima de todas as me-didas fazendárias, a que tudo sófre sem compensaçõis, força viva do pais a que paréce recuzar-se até o direito a existir, tributando-ibe os jéneros de primeira ne-cessidàde.

Ao referir-se ao congrésso contra a tubereulóze realizádo em Coimbra, dis que êle veio trazêr a publico a mízéria das clásses umildes que vivem sem ar nem lús, em bairros que é necessário arrazar, e concluiu por demonstrar a necessidáde de uma conflagração jeral, sem o que o pais continuará a sêr o que é á muitos anos.

Terminou por lêr um manifèsto ao pais, que, istoriando os trabalhos da co-missão acába:

«Nós, dando por concluído o nosso mandáto, depômo-lo nas mãos de quem no-lo conferiu, assinalando o nósso profundo reconhecimento pela lealdade que sempre nos dis pensárão e pela simpatia que cari-nhóza&ente nos animou durante o longo período do nósso espinhôzo encárgo, de que procuramos dezem-penhar-nos, cumprindo com o nósso devèr de portuguêzes.»

Falou em seguida o sr. Jozé Pimen-tel, que como o sr. Pereira Gonçalves foi de uma atividade inexgotável no movi-mento de protésto contra as propostas de fazenda, o que o publico reconheceu recebendo-o d'um módo quente, com uma ovação entuziástica.

Falando no mesmo sentido de Pereira Gonçalves, afirmou que a situação conti nuava na mesma e que era necessário não dezarmar.

0 sr, Delfim Pereira da Cósla leu a seguir a seguinte

PROPOSTA

Os cidadãos reunidos em comicio na cidade do Põrto, no dia 5 de junho de 1904:

Tendo ouvido a éfpnzição dos átos da comissão de protésto contra as propostas de fazenda, aprezenta-das ao parlamento pelo atual go-vêrno.

Louvão a mesma comissão por avêr digna e patrióticamente cum-prido o mandáto que lhe foi come-tido pelo pôvo desta cidado, em 18 de feveiro ultimo, e reconhécem que aos seus esforços se deve o movimento nacional que forçou o governo a dezislir de converter em iei as referidas propostas de fazen-da; mas

Considerando que uma d'essas propostas, a que se refere á* remo-delação da pauta alfandegária, não foi abandonada pelo governo, tor-nando-se portanto necessário que não entre em discussão no parla-mento, sem que, d'acôrdo com os interésses jeráis do pais, a pauta seja equitativamente organizada ds fórma a facilitar a realização de tratados de comércio, e o lejitimo desenvolvimento de tôdos os ramos da atividáde nacional;

Considerando que dos processos governativos seguidos desde á muitos anos, rezultóu a aprezentação do ul-timo plano financeiro, que vizáva apenas a agravar os impóstos;

Considerando que não se pensa em reduzir despêzas ilegais e su-pérfluas e improdutivas, mas, pelo contrário, conforme os factos de tô-dos os dias o demonstrão, em au-mentá-las sem preocupaçõis pelo futuro da nacionalidade portuguêza, já em demazia comprometido; '

Considerando que da administra-ção financeira dos governos que se teem sucedido no poder, não é in-justo concluir que, para saldar essas despêzas e desperdícios prejudiciais ao bom crédito e aos interésses do pais, em momento não mnito afasta-do, se procúre ezijir nôvo3 impóstos ao contribuinte;

Considerando, a avaliar pelos precedentes, que êsses impóstos re-prozentaríão um sacrifício inútil e até prejudicial a qualquér tentativa de rejeneração do país,

Rezólvem: 1.° Que a comissão organizadôra

do protésto contra as ultimas pro-postas de fazenda, continue inves-tida no mandáto que lhe foi confe-rido, afim de proseguir na sua cam-pânha patriótica, em favòr da rea-bilitação financeira do pais, recla-mando uma administração económi-ca e onrada, compatível com os atuais recursos do tezouro público;

2.° Que a comissão d'acôrdo com J as demais para o mesmo fim orga-

nizadas, redobre de enerjia no seu protésto perante qualquer tentativa de acréscimo de impostos;

3.° Que a referida comissão, agregando a si os elementos que julgar conveniente, continúe a pro-movér tôdas as manifestaçõis legais, que séjão necessárias para que o orçamento jeral do Estado descreva cláramente as receitas e as despêzas, equilibrando-as sem que se recorre ao crédito ou a qualquer agrava-mento tributário;

4.° Que finalmente, a comissão solicite, sempre que o julgar precizo, o concurso do pôvo português, para que êle fáça valèr os direitos da sua soberania, intervindo por si, ou pe-los seus reprezentantes, livre e le-galmente escolhidos, em tôdos os assuntos que interessàrem à onra e ao futuro da pátria.

Esta proposta foi coberta de aplauzos e aprovada por unanimidade.

A recordação da comissão de pro-tésto é a afirmação publica e soléne do cumprimento dos seus devêres patrióti-cos, o que nos aprás deixar consignádo nas pájinas da Rezistencia, cujos redátô-res tantas vêzes se acharão em comunhão de ideias com éla, colaborando na mesma obra de levantamento do espirito nacio-nal.

Está nesta cidade, no ,Ôtel Continen-tal, o viajante da Companhia francêza do Gramofone, sr. Carlo Gati que fornece catálogos e esclarecimentos e dá li-çõis grátis em casa dos senhores que dêsejarem tomar conhecimento das ma-quinas e apreciar o maravilhozo rezultado obtido com o braço acústica, modelo B, que a caza acaba de aprezentar.

A a t o u S o M. P e r e i r a of i imior

Guarda o leito com uma angina este nosso prezado amigo e constante colaborador.

Sentimos e fazemos votos pelo seu pronto restabelecimento.

I

- O i s i n t a a i c i t a , 0 <le «IisrcSeo d e 1 9 0 4

Associação Commerçial de Coimbra Reuniu ontein a assembleia jeral da

Associação Comercia! para lhe ser pre-zente o relatório dos delegados que fôrão a Lisboa reprezentnr esta Associação, na reunião que teve logar na séde da Asso-ciação •Industrial Portu; uêza convocada pela camara municipal >ía Covilhã para ser disculido o projéto da Associação dos Enjenheiros Civis Portuguêzes sobre a rêde ferroviário, no sul do Mondego.

A reunião estéve bastante concor-rida.

Antes da ordem do dia, o sr. Prezi-dente da comissão de vijilancia do co-mércio de Coimbra para protestar junto com as comissõis de vijilancia de Lisboa e Porto contra as propostas de fazenda, deu conta dos trabalhos desta comissão e pediu para a assembleia se pronunciar sobre se esses trabalhos tem o seu apoio.

Posto o assunto á discussão pediu a palavra o sr. Francisco Vilaça da Fon-seca, mostrando a importancia dos tra-balhos e fazendo vêr que ainda não es-tão concluídos.

O sr. Cassiano Ribeiro disse que, in-terpretando o sentido do comércio de Coimbra, propunha que a assembleia désse uru voto de confiança á comissão para ela continuar no dezempénho do seu mandato sendo aprovado por unanimi-dade esse voto. Agradecendo o sr. Pedro Bandeira prezidente dessa comissão.

Entrando na ordem da nojite foi lido o relatório dos delegados e os documentos concernentes a este assunto. O sr. Vi-laça pediu uns esclarecimentos sobre a atitude dos delegados, em Lisboa, que lhe fôrão dados pelos srs. Cassiano Ri-beiro e Barata.

Depois disso, o sr. Vilaça, fazendo uso da palavra, disse que o procedimento dos delegados que fòrão a Lisboa meréce a aprovação da assembleia, pela fórma corréta como comprírão as instruçõis que lhes fôrão dadas e mostrou a importan-cia que tèin para Coimbra o projéto de tal rede ferro-viaria. Continuando, de-monstrou com um estudo minuciòzo que sobre tão momentôzo assunto fez — que para Coimbra o caminho de ferro deno-minado no tal projéto de Arganil -Lousã e Porto de Mós prejudica ést? cidade.

E' indispensável protestar contra ele. Se este caminho de férro fôr apro-

vado, Coimbra ficará prejudicadissima, porque pelo norte tem a linha da Beira Alta com o seu entroncamento na Pam-pilhoza e pelo sul o caminho de ferro de Arganil e Porto de Moz com o entronca-mento na Louzã; de modo que Coimbra, que devia pela sua importancia sèr o centro de todas as linhas do caminho de ferro 110 centro do pais, será esbulhada d'esse movimento e, como premio de consolação, terá um ramal para a Louzã.

Já se não mantém a construção do ca-minho de ferro de Arganil de via larga como foi dada por lei e que já devia es-tar concluída, nem se mantém o caminho de ferro de Santa Comba-Dão a Coimbra mandado estudar pelo sr. Emídio Navarro que vinha compensar Coimbra do pre-juízo que lhe cauzou o entroncamento da Beira Alta, na Pampilhoza. Nada d'isso se mantém, mas em compensação, como para expoliar mais uma vêz esta formoza cidade, projéta-se um caminho de ferro que partindo de Coja vá a Santa Comba-Dão e siga pelo ramal de Vizeu para Traz os-Montes.

Isto só se concebe como um propó-zito firme de prejudicar ésta cidade.

Coimbra ficará de braços cruzados n'um assunto tão momentôzo? Não deve e por is.so propõem que se nomeie uma grande comissão com poderes de agre-gar a si todas as pessoas que intender, e depois de estudado bem o assunto se reclame do governo as providencias necessárias.

Propõi para essa comissão as mezas' da direção e d'assemb!eia jeral, e os srs. Valentim José Rodrigues, Jozé Antonio Dias Pereira, Antonio Domingos Graça, Antonio Jòsé Fernandes, Pedro Ferreira Dias Bandeira, João Simões da Fonseca Barata, Annibal de Lima e Cassiano Ribeiro.

Que esta comissão lerá como fun im-mediato procurar por si e por técnicos que para isso consulte, saber se as pro-postas em discussão serão suscetiveis de modificação, de modo que Coimbra fique sendo o centro de todo o movimento fer ro-viario ao sul do Mondego e testa da linha a fazer por Santa Comba para Traz os Montes.

Falárão ainda sôbre o assunto outros cavalheiros, e sendo por indicação da as-sembleia agregado,á comissão o propo-nente, foi a sua propista aprovada por aclamação.

Discutiu se depois o pedido da camara municipal da Covilhã para que s e ofi-cássç ao Ministro das obras publicas para

qne seja creado desde já um fundo espe-cial para a construção deste caminho de ferro, ficando a direção encarregada de responder a esses telegramas em armo-nia com as propostas aprovadas.

O seu prezidente apresentou um ofi-cio do centro comercial de Santos (Bra-zil) participando que esta associação, no propozito de estreitar as relaçõis entre os dois paizes, vai abrir uma expozição permanente de artigos relativos ao co-mercio e á sua industria, e pede para que a Associação Comercial de Coimbra pro-tecione este cometimento. Por proposta do sr. Cassiano Ribeiro, rozo|veu-se que se désse conhecimento pela imprensa, d'esta expozição, aos industriaes e ex-porladóres deste distrito, e a diréção desse todos os esclarecimentos que lhe solicitassem sobre o assunto.

E, não avendo mais nada a tratar, foi levantada a sessão.

Respondendo Á dias um amigo, aproposito désta

contenda, considerava :—«E' fácil termi-ná-la. Agarra-^e na'queixada dum dêles e varre-se tôdos os outros.»

Para o elleito o que vae servir é a queixada do Agapito. Não o largamos mais emquanto o campo não ficár limpo dêstes co.rpos que o abstruem e destes cérebros que o desacredítão.

E' o mais estúpido de tôdos e o mais pérfido. Pódem as criancinhas chorár ao pé dele, pôde a mizéria crescer em la-mentos e em gritos, pôde ouvir dizer que ccnlenáres dômens cairão sob as balas, chamando uma reivindicação lejitima e jerieroza, o Agapito ficará quêdo, frio, olhando com um olhar de parvajola numa cara inexpressiva de Damazo Salcède, sem unffi intermitência comovida que in-dique a existencia dum coração.

Tem qualidades para afrontar uma jeraçãojá de si dezonrada por tanto de-sinteresse e tanta indiferença. Dá-me a im-pressão daquele personajem da comédia de Feydau que dizia a t u d o : — X ! eu cá por mim, p f f \

Dis se literato e fás tersos, como se aquéla álma de cortiça podésse dispender o que constitue a qualidade primacial da poezia: o sentimento; e descreve contos como se tivésse espirito sequer para as exijencias modelares d uma próza cuidada.

Assim, no seu Auto Pastoril, o que não é banalidade insignificativa é parvoíce rematada como aquéla imajem que ter-mina pela espuma r j e r a r a estréla!

As suas prózas, são umcaubriolar tre-mendo/le disparates constituindo pensa-mentos fantásticos próprios dum ómem que não pensa coiza nenhuma, e no meio dos quais o Agapito, transformado num extranho Jozué da literatura, manda, num momento, descer e subir o sol, dezenca-dear e acalmar tempestades, um pavor cósmico, emfim, que poria o dr. Bombarda na pista dum doido, se não estivéssemos, simplesmente, na prezença dum burro.

O sen folheto não é mnis do que isto: detri. tos amontoados, baixêzas ejacula-das, o despejar do caneco cloaciuo qué no Agapito reprezenta -o papel que o espir ito' reprezenta nas outras pessoas.

Não rebate um fado, não aprezenta um argumento, não tem graça, amontoa insultos unicamente, como um arrieiro encardinado.

Eu disse que o Agapito se tinha re-enzado a colaborar no numero Adelina Aorawhes para não dezagradar á em-pe za Rozas e Brazão, «nde tem um auto que quer levar á cèna e acentuei que isto era uma dezonestidade. O Agapito não respondeu.

Manifestei o dezejo de discutir a obra dn sr. Julio Dantas> porque na sua defêza estava a justificação dos que aplaudião, como no seu ataque a justificação dos que pateávão. O Agapito não discQtiu.

Eu citei a má ação que representava o facto*de terem sido roubadas as flores offerecidns á Adelina Abranches, para osfogozos manifestantes glorificarem com elles o sr. Julio Dantas. 0 Agapito não contestou.

E não se defendeu porque não tinha defèza, como não discutio porque não sabe discutir.

O publico já formou o seu juizo e já despediu a sua sentença. O Agapito fica marcado pelo seu proprio folheto que o revelou inteiro, na sua indignidade e na sua chatêza intelétual.

O sr. Jozé Aires, apareceu efétivã-mente no Tribuno Popular. Não adeanta mais do que o sr. Jozé Bruno.

Repare, no entanto, que quem não tem ideias são os senhores, que nada

discutem e que não ,s;diem onde rezide o valôr da obra do sr. Julio Dantas.

Que os exibicionistas são os senhôres, como se demonstra prlo facto de terem andado a pedir, apresentando motivos enternecedôres, para irem.-a Lisboa re-prezentar na cerimonia da- inauguração da estatua do Eça, uma academia que os senhôres dizem desprezar profunda-mente.

Que os inúteis s.ão os senhôres, por-que emquanto nós na medida das nossas forças e dos nossos recursos, trabalha-mos, cheios de esperança e de entuziás-mo, por um ideal reparador, os senhores nada fazem e nada pensão.

Que os inconscientes são os senhores, porque emquanto nós, defendemos os processos artísticos que condizem com a moderna concéção da Arte, tal como a entende Toístoi., e exprimimos na nossa lúta o dezejo de que todas as obras sejão nela inspiradas para o dezempenho do seu alto papel de educação e de sanidade, os senhôres espraião-se em banalidades que nada significão e em patanfrôrio la-

•mentózameote vazio,. Mas «u também sei que os senhôres

não fôrão feitos para estas coizas. . . Coimbra, 3.

Carlos Olavo. P. E A João de Barros, a alma sã e bôa

de artista forte e de camarada leal que eu muito prézo e muito admiro, o meu reconhecimento.

Um apêlo dos exilados na Sibéria

O comité revolucionário nisso aeiba de ênviár ao proletariado de todo o mundo e particularmente ao italiano o seguinte apêlo contra as atrocidades dos cossácos.

Companheiros proletários

Nunca como n'êste momento N in-tensa e vigoróza a lúta dos revolucioná-rios russos contra o czarismo, e nunca como n'èste momento o govêrno do au-tôcrata respondeu com mais ferozes per-seguiçõis.

Por isto, companheiros, precizamos do vósso apoio.

Outras vèzes, com a vóssa altiva ati-tude. prestastes v.iliôzo auxílio á nossa cauza : e disso são exemplos eloquentes o vosso enérjico protésto contra a vizita do Czar á Itaifa e o têrdes impedido a extradição do companheiro Goetz.

Desde á um âno que as perseguiçõis contra os condenados políticos na Sibéria recrudescerão e augmentárão: o novo governador jeral Kutaisolf excéde em ferocidade tôdos. os tiranos que o teem precedido.

Aos vélhos exiiádos impediu que tra-vássem relaçõis com os nóvos; cortou a permissão para todos os subsídios finan-ceiros; acabou com os repatriamentos á custa do governo (o que para quazi tôdos transforma em perpétua a deportação); aos doéntes não é facultado curaremse; os atestados de doença reprezentãò quazi um priviléjio; cerceão-se os alimentos nos ospitais, e aos tizicos recuza se o pão alvo; pela mais leve desobediencia é um individuo transferido para os pontos mais excêntricos e mais frios da Sibéria. A' dias foi a um exilá-lo aumentada a pena em mais 5 anos por não ter querido dezempenhar um serviço que lhe não competia.

A 31 de janeiro os que fazíão parte d'uma leva de 27 exilados que passava em Ush-Knst, tendo manifestado o dezéjo de vérem os seus companheiros, fòrão ferósmente amarrados, espancados e fe-ridos. E depois foi-lhes recuzáda a admissão no ospital.

Este fácto fês trasbordar o cális da indignação, Os exilados de Sakutsa bar-rjcadárão-se n'uma cáza, clamando pela abolição das novas medidas repressivas.

O governador intimou os exiiádos a que saissem, declar; ndo que, se obede-cessem, lhes seria concedida a impuni-dade ; mas êles respondêrão que não sai-rião se antes não fossem abolidas as no-vas medidas repressivas.

Então tis cossacos cercárão a cáza, injuriando os que n'éla se encontrávão, fazendo fôgo sobre êles e sobre a ban-deira vermelha que tinhão arvorada.

Os reclúzos fizérão saber ao governa-dor que, se os cossacos perzislissem nas suas injúrias e nas suas violências, faríão também fôgo sobre êles.

Como resposta; os cossácos tratarão de tomar de assalto a cáza, que os revo-lucionários tinhão fortificado com sácos de têrra e revestimentos de mato.

Assaltados, os revolucionários dispa-rárão, e dois soldados cairão mortos. Começou então o bombardeameeto d a caza.

O? sol ('."dos, ri ão pi denTo penetrai na caza, disparávão de longe; e os revolu-cionários, com espingardas de pouco al rance, não podíão responder ao fogo d'éles.

Dois mil e qnalrocentos tiros fôrão disparados contra os revolucionários. Um companheiro morreu, e dqis ficárão gra-vemente feridos.

Esta situação durou três dias, até que, a 20 de março, os revolucionários priva-dos de todos os recursos, tivérão que cedêr.

Agora — a não ser osT que jázem no ospital — estão todos no cárcere para serem submetidos ao tribunal militar; e fácil é prevêr a sorte que lhes destina o ferós governo do czar, se a vós poderóza e solidária do proletariado internacional não souber fazer-se sentir e impôr-se.

Proletários italiános, ê este o mo-mento em (pie a vóssa vós déve erguêr-se para evitar o projétádo morticinio e dar um nôvo golpe no despotismo que tem as suas mais profundas raizes na Rússia, mas que existe um pouco por toda a párte.

Ensina nos a istória que assassinátos como os que espérão os amigos rebéldes que jázem nas prizõis de Sakutsa têem sido evitados mercê dos protéstos dos povos civilizados.

A Rússia oficiaI--empenhada na'guer-ra com ò Japão—tem, agora mais do que nunca, mêdo da opinião publica.

Companheiros!

Protestai contra a amaeça d'este novo massácre, e não só salvareis do patíbulo 90 companheiros, que outro delito não cometerão que não fôsse o de terem que-rido libertar o pôvo escravizado e faminto, mas concorrereis tantbem para a óbra nobilíssima da emancipação do pôvo russo.

Amigos, o despotismo está já osci-lante : aju lai a suprimi-lo. e tereis bem-merecido da cauza da civilização.

0 comité revolua'onário rússo.

Créches de Coimbra ôje podêmos publicar o mápa da

receita e de«pêza da recita do quinto ãno jurídico realizáda no teatro circo no dia 2't de Abril em beneficio das créches de Coimbra.

Como se vê do balanço, o saldo a fa-vôr da créche é de 1700^40 reis. quantia que é destináda a aumentar o fundo d'esta instituição nascente, e que ficará atestando a jenerozidade altruísta do curso do quinto ãno jurídico.

A récita foi da iniciativa da Ex.m* sr." D. Mariana Portocarréro da Camara, espôza do nósso amigo e ilústre correli-jionário dr. Filomeno da Camara Cabral, nue tem sido uma devotadíssima protê-tôra das créches, e a colaboradôra efi-cás na obra de caridade em que o sr. dr. Filomeno da Camara trabalha com tanto amôr e atividade sempre louvada, não se deixando esmorecêr por os des-gôstos e contrariedades, inseparáveis sempre das obras de verdadeira utilidade social.

Conta da rece i ta e despêza da ré-cita que o 5.' ãno jaridico que d e i a favor da Créche em 24 deebril de 1904.

Recei ta B I L H E T E S : geral

cadeira' fauteuils frizas camarotes

' m m 650480 mono 340000

1400800

3200520

Ensaiador 200000 Selo (avença e papel selado). «MOO Programas para a récita . . . . 20000

\ Conta do adressista 840 ú Distribuidor de programas . . 300 i Serviço feito pelo cobrudôr . . 30500

Transporte de roupa ,73o Conta de pintor (Elizeu) . . . . 90280 Liquido 1700340

33303.0

Ainda não estão ultimadas as contas da batalha de flores, que têve um êxito tão brilhante e que tão lonje estava de prevér-se. Brevemente, porem, conta-mos poder publicá-las. -

Para comem rar as bôdas de prála da sua formatura, o curso teolojico-juridico que se formou em 1879 oferecem á cré-che a quantia de 300)5000 reis, impor-tancia de subscripção aberta entre êles por ocazião de sua vizita a Coimbra.

A simpatia pública, que se mostra tão brilhante, a favôr d'esta instituição é a justa recompensa do trabalho do sr. Filomenno da Camara e dos dirétóres da créche, que o tem acompanhado sempre com a maior dedicação e lealdade.

Este sucesso inesperado em Coimbra, terra da seu natural avêssa a empreendi-mentos nóvos e úteis déve-se também em grande parte á simpatia com que a tem protejido as senhoras.

Além da senhora marquèza de Pomiá-res que nunca vem a Coimbra sem ir um dia vizitar os seus protejidos, apare-cendo na créche de surprêza, a rir para para as crianças que já a conhecem e vem para êla correr e a gritar alégres, as senhoras de Coimbra tem acorrido a todas as festas, dando lhe, um encanto e animação dezuzáda nesta terra bona-cheirona e pacata.

A espôza do sr. dr. Filomeno da Ca-mara, como as de todos os dirétóres, tem tomado uma parte átiva na protéçlo das créches e a élas se tem devido na gran-de maioria das vêzes a iniciativa das obras de maior rezultado.

A créche de Coimbra é das institui-çõis de caridade mais para proteger e para louvar, peia sua sua utilidade so-cial, pela perzistencia do seu trabalho, pela modéstia dos seus dirétóres que não ficão parádos-..nem envaidecidos com um sucesso, e que pensão não no efTeito do momento, mas sim no futúro da asso-ciação que forcéjão por garantir.

E' esta previdência na administração,' rára nas nossas associaçois de caridade, em que o sucesso do momento léva a des-pêzas que não podem mais tarde suslen tar, que fás do sr. dr. Filomeno da Ca inara e dos dirétóres que o acompanhão um côrpo administrativo ráro, cujo tra-balho nunca nos cançarêmos de encare-cêr e de louvar.

DONATIVOS: Ex.raa s r . a D . Amé- f lia Assis de Men-donça 20')OO

Ex.ra° sr. Dr. Assis Teixeira 20500

Ex.n,° sr. Antonio Ribeiro Alves . 40000

Ex.ra0 sr. Dr. Lu-cio da Rocha.. 800

Bombeiros Muni-cipais 10400

Comissário de Po-licia 30600

3350320

Despêza Múzica 320300 Aluguér do teátro 750000 Carpinteiros 70930 Cabeleireiro 80OOQ

GOlSfOL PAIVA Novidade farmacêutica—registado

E' sem* duvida o medicamento mais eficás no tratamento das purgaçõis agú-das e crónicas, sanguíneas ou puru-lentas.

Cura rapida e radical, não dando orijem a qualquer encomodo do esto mago.

A' venda na farmácia e droga;oet Rodrigues da Silva, — Coimbra.

Preço do frasco, 700 reis.

0 Arco-Iris — rteceb-mos o n.° 32 dêste magnifico semanario literário e gratuito, dedicado á memoria de Fer nando de Oliveira.

Insére um belíssimo retrato do finado cavaleiro e uma colaboração deveras pri moróza, como se pôde avaliar pelo suma-rio, que é o seguinte:

Infante D. Manuel. — Fernando de 0'iveira. — A ultima glória, Jozé Sai-mento. — Toireiros, dr. Enrique de Vas concélos. — Toiros, Silva-Neves. — T<>i radas, João Franco Monteiro. — Triunfo e mórte — Santos Tavares.—Dupla ome-najem. Zizarte de Mondonça. - Eme, Ermano Neves. — Quem diria!, Armando de Araujo. — Maria, conto istorico. — As duas faces da medalha, Cristóvão Aires

Desde o dia 4 a 10 do corrente mês podem aquêles que estiverem colétados no serviço braçal, declarar na secretaria da camara municipal, se querem pagar em serviço ou remir a dinheiro as n spe tivas colétas de serviço braçal respeitante ao corrente ano.

/

183E25IéiTEKTCIA— Qu/nta-feira, 9 «le Janho de l»Oi

COMUNICADO Sr. redutor do jornal Rezistencia —

Venho rogar a v. a fineza de mandar publicar no seu jornal o que abaixo es-crevo, cópia d'uma mesma notícia que nesta mesma data enviei para o Conim-bricense, para esclarecimento de Verda des, e do que me confesso gratamente reconhecido;

De v., etc.—Coimbra, 5—5 fi(h.— Antonio dos Santos Sá.

Em uma local inserta no jornal o Co-nimbricense, de 4 do corrente e subordi-nada ao título—Bombeiros Voluntários— dis constar-lhe aí que o sr. Manuel Ber-nardo Loureiro, prezidente. da direção da benemérita Associação, de Bombeiros Vo-luntários de Coimbra, vai abandonar essa prezidencia, desgostozo por intrigas mo-vidas contra a sua administração, que toda a jente reconhece ter sido sempre em beneficio da cotetividade e em pre-juízo da sua b Isa Ora sendo eu um dos signatarios d'um oficio enviado ao sr. Manuel Bernardo Loureiro, como prezi-dente d'esta Associação, oficio que foi assinado por 36 socios, quero restabele-cer a verdade dos factos que talvês des-gostassem o sr. Loureiro, mas que ele não tem razão alguma para isso. antes pelo contrário, até se devia regozijar em mandar aprezentar as contas como se lhe pedia, que isto só tinha em mira li-vrar-lhe a sua responsabilidade e mesmo para se não darem factos como os que ainda á pouco se dérão no seio d'esta agremiação e que o sr. Loureiro bem conhece. E para isso, sr. redátor. junto envio cópia do mesmo oficio que lhe fui enviado e que como v. verá, está redijido em termos até onrozos para o sr. Ber nardo Loureiro.-

Faço esta declaração para que não ája más interpretaçõis e para que se não diga que dentro da coletividade a que pertenço se anda com intrigas para des-gostar este ou aquele individuo. Nós só temos em mira o bom andamento d'esta Associação, para que ela continue com o seu nome bem levantado, como o que felísmente tem tido até ôje.

Fará v. o uzo d'esta que entender, desculpando o tempo que lhe tenha to-mado.

v. ; * 1 • > -

Coimbra, o de junho de 1U04.

Antonio dos Santos Sd.

Copia do oficio:

Ill.rao e ex.mo sr. prezidente da Asso-ciação Umanítária dos Bombeiros Volun-tários de Coimbra-Os socios dlesta As-sociação, abaixo assinados, pedem, para que no mais curto prazo de tempo, lhes seja aprezentado em assembleia jeral o relatório e contas d'esta Associação como determina o art. 19.° dos nossos estatu-tos e que dis: «A diréção aprezentará todos os anos, no 4.° domingo de janeiro, á assembleia jeral, por intermédio do conselho fiscal, as contas da sua jerencia e um relatório circunstanciado de todos os factos importantes que se derem no mesmo periodo. A' anos que este artigo, como v. ex.* bem sabe, não tem sido cumprido e nós precizamos. saber do re-gular andamento d'esta Associação, para que não ája motivos para reclamaçõis como aquélas que se dérão ainda á pouco tempo.

Coimbra, 30 de maio de 1904. (Seguem-se 36 assinaturas).

27) Folhetim à2 "BEZISTENCÍâ,,

IX

Rocl»e-CorS»oii em gnérra

. Neste meio tempo o basíarãoaquietou-se um pouco, eniqnanto voltáua ao castélo, e começou a reflétir na cêna que acabava de passar-se.

O cavalo ia a passos lentos, e Ombert estáva tão préocupádo, que se julgava sozinho, apezar de caminhar rodeado de cinco ou seis camponêzes colétores do dizimo, a quem éra dalgúma fórma indi-ferente levar o seu trigo, o vinho, etc, ao castélo ou ao mosteiro; levando os burros afieante, não se áirevião ao falár; porque a cada movimento de Ombert tinhão mêdo de receber as contuzõis, que o seu senhor éra liberal em distribuir.

Chegando ao pé do castélo, enconlrà-rão o mendigo garrotádo, e Bertran, que, com uma córda na mão, descia do cavalo, provavelmente para enforcár o pobre Ómem,

SERVIÇO COMBINADO Imponentes festas do quinquajesimo

aniversario da Definição Dogmatica da Imaculada Conceição em Braga, nos dias íO, 11 e 12 de junho de 1894, com a assistência dos arcebispos! bispos e ou-tros altos dignatarios do reino.

Grande peregrinação nacional á Vir-em do Sameiro.

N'esta peregrinação que sairá da Cathedral, será conduzida a riquíssima Corôa d Oiro oferecida pela nação á Vir-em^

Cerimonia da Coroação, missa Cam-paj. sermõis pelo arcebispo d'Evora e vários bispos, majestóza procissão abrin-do por um carro triunfal com figuras al-legoricas e deslumbrantes iluminaçõis.

Bilhetes de ida e volta a preços muito reduzidos, valit'os para ida nos dias 8 a I I , volta nos dias 12 a 15, inclusivé.

Preços com o imposto do sêlo in-cluído :

Figueita da Fós a Braga e volta, 50000 réis em 1.» classe, 402)0 em classe e 20770 em 3.a classe, Santa Com-ba, 504ÍO, 3.0930 e 20570, Carregal,

40180 e *073O, Nélas, 6029o, 10550 e 20980, Mangualde, 60630 réis, 40790 e 30150, Gouvêa, 70050, 50100 e 30340, Fornos, 702; 0, 50250 e 30450, Celorico, 707iO; 50580 e 30660, Vila Franca das Naves, 80100, 50850 e 30840, Guarda, 80770, 60130 e 40150 réis.

. . Lê . . T r a t s - s e

d o s t e n s i n t e r e s s e s

1 2 a a o s s ã o p a s s a d o s

d e p o i s q u e

As constipaçõis, bronquites, rouquidõis ásma, lòssejs, coqueluche, influenza e outros encomodos dos orgãos respiratórios.

Se atenúão sempre, e cúrão as mais das vêzes com o uzo dos Sacarolides d'alcairão, compostos ( I S e b o ç á d o s M t l a g r o z o s ) onde os ifeitos maravi-lhosos do alcatrão, jenuinamente medici-nal, junto a outras substancias apropria-das, se evidenceíão em toda a sua salutar eficácia.

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Tinha esfferárlo pelo barão para o fa-zer. Os camponêzes olhavâo indiferente-mente para êste espétáculo ; mas o men-digo, ao avistar o barão pôs-se a gritar:

-— Olá ! Caro senhor, deixareis nêsta aflição o melhor dos vossos amigos, nêste momento sobretudo em que contais tão poucos!

Ombert não dizia palávra, e Bertram, interpretando este silencio a seu módo, tinira enfiado o nó fatal ao pescoço do mendigo, quando o barão levantou os olhos e exclamou:

— Bertram, deixa em pás êsse ani-mal imundo; que vá fazer-se enforcar a outra parte, porque falou verdade. . Por S. Martinho 1 Meu cão vélho, se ti-vésses menlido ter te-ia feito escorchár por quatro cavalos I

— Ouvi, senhor I replicou o mendigo, que o ómem d'armas soltava, quereis um bom conselho?.., ge matastes os dois beneditinos ponde vos ao lárgo; porque sereis vós o esearteládo por quatro ca-válos.

— Ora! disse o barão» Então, depois do nôvo remado a péle dum monje subiu tanto de valôr?'

A êsta resposta, o mendigo levantou os ombros, e viraido para o barão os

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Cada número da Moda Ilustrada é acompanhado dum número do Petil Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas do corpo, de mêsa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc,, etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por tuguês daquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias do reino na do editor - Antiga Casa Ber trand Jozé Bastos, —rua Garrétt, 73 e 75, Lisbôa.

o H U X B O I : L I : < > Í Í \ T E :

REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA DE

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura e atualidades.

Publicação feita sob o auspicio de S. Majestade a rainha D. Amélia,

Diretor — A. de Souza (Guy de Preles).

Redátores das sécções: Moda e vida Mundana Parisiense, bordados e todos os rabalhos concernentes ao belo sexo: Mademoiselles Amélia de Souza e Hermí-nia Souza.

Redátora e correspondente em Portu-gal: D. Olga de Morais Sarmento.

Redáção e administração : 30 bis, ftua Bregero,,Paris.

Carris de Ferro de Coimbra O R A R I O P R O V I Z Ó R I O

DO BRAZIL

Eu Pedro Aguiar de Mello, chegado de á 12 arios, declaro que sofrendo eu e varias pessoas de minha familia de doenças no estomago e nos intestinos recorri a 'muitos remedios, passando 4 anos sem encontrar alivio a meus males; finalmente tomei as pilulas anti-dispeticas dc dr. Heinzelmen, remedio feito com érvas dos mátos do Brazil. conseguindo-me curar radicalmente em poucas se-manas. Por ser verdade, para bem dos que sofrem e por gratidão, mando fazer publicar esta declaração.

Pedro Aguiar de Melo (negociante de vinhos)

As pilulas do dr, Heinzelman feitas com vejetais das matas brazileiras, çurão em pouco tempo .todas as moléstias do estomago, fígados e intestinos.

Depozito em Coimbra Rodrigues da ^ilva i C . \ Rua de Ferreira Borges.

VENDA M PRÉDIO Vende se urn prédio composto de

cazas com grande jardim á frente e quin-tal em volta, diferentes árvnres de fruto e parreiras, com canalização d'agiia e gás, na~rua de Lourenço Azevedo, d'esta cidade, pertencente a Manuel Maria Sar-dinha Caldeira e suas filhas.

Quem o pretender dirija-se por carta ao ex.m0 sr. Dr. Eduardo da Silva Vieira, advogado nesta cidade, declarando ao preço maior porque lhe convém fazer a compra. \

seus ólhos pequeninos e vêrdes dum mó-do muito espressivo. disse-lhe, inlerrom-pendo-o com um jêsto de autoridade:

— Matastes-los 9

— Não! disse o barão com jésto de rnáo umôr.

— E'ra, todavia, uma béla ocazião, replicou o mendigo friamente ; mas, ac-crescentou, básta I

Daqui a algum tempo tornar-nos-emos a vêr no caminho de Paris, e, como áde ir mais depréssa do que eu. pósso ir indo arleante ; quando fordes ao palácio de S Paulo apelár d.í confiscação dos vossos domínios, talvês precizeis de Jehan de Réchin. Adeus, meu filho, Montjoie Saint Denis não está longe.

Os camponêzes estávão muito adn.i-rados da audácia do mendigo, que, de-pois de tèr dito adeus aç barão, lhe vol-tou as costas, com um sanguefrio mara-vilhôzO; depois, dirijiu-se para o cami-nho que leváva á estráda de Orléans.

— Que devo fazer deste mizerável? perguntou Bertram, que se preparáva para çorrér atrás do mendigo.

— Que vá para o diabo! respondeu Ombert pensativo. . . Este pagão sábe bastantes coizas que eu ignoro.

Dando então uma esporada no cavàlo

Carreiras entre o largo das Ameias e a rua Infante D. Augusto

PartidLas

] largo das Ameias Da rua Infante D, Augusto

6 h e 3Um manhã 7h manhã 1 »(a) 7,30 » 7,30 t N » 8 » 8,30 » («O 8,30 > 9 » 9,30 > 10 »

10,30 p 11 » 11 9 11,30 » 11,30 » 12 1 12 » 12,50 tarde 12.30 tarde 1 »

1 t 1,30 > 1,30 » 2 > 2 » 2,30 i 2,30 j> 3 » 3

• » { 3,30 > 3,30 » 4 » 4 » 4,30 » 4,30 » 5 » ' 5 > 5.30 » 5,30 > i 6,30 i 6 » 7,30 » 7,30 > 1 8,30 noite 8 noite 9,30 » 9,30 > 10 »

10 » 10,30 »

(a) Directo da Gasa do Sal á rua'do Infante D. Augusto.

(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á Casa do Sal.

Carreiras diretas entre a R, do infante d, Augusto e Estação B

Partidas

da R. Infante d. Augusto

6'1 tarde 8, noite

da Estação B

6!l e 58m tarde' 8h e 45m noite

Carreiras entre o largo das Ameias e a estação B dos caminhos de ferro

Partidas

Do largo das Ameias

3h Í0n

5 ,55 8 ,10 2 , 3 0 3 ,r*6 4 .35 5 ,37 6 ,25 6 ,l.O 8 ,10

12 ,15

manhã >

» tarde

»

» ; » » noite >

da estação

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Todo o, serviço que fôr feilo alem'de Indicado neste orario é considerado ex-traordinário.

apanhou o mendigo n'uma visla d'ólhos, e foi acompanhado por Bertram.

—Se não és o diabo, ou o judeu er-rante, quem és?perguntou Ombert, e co-mo soubéste o que acá])as de dizêr ? São tudo coizas fu tú ras . . .

— Grande abilidade, disse o mendigo sem parar, è anunciar coizas já feitas!...

E continuou a andar sem olhar para Ombert. $

— Sábes que podia mandar-te quei-xár por feiticeiro?...

— Es^a fogueira ficáva-vos mais cára que o cêrco do mosteiro, porque perde-ríeis um grande protelôr na pessoa'de Rechin, apezar dêle parecer pequêno.

E o mendigo imperturbável conti-nuáva a andar.

Ou fôsse porque a audácia de Réchin fizesse presentir a Ombert uma fôrça oculta, contra a qual não seria prudénte ir de encontro, ou porque o bom natural do barão vencésse, e ezitásse em tirár ao mendigo uma vida que já duas vêzes lhe concedêra, limitou-se a mandá-lo em má óra, e voltou para trás.

— Vamos, Bertram, junta todos os cavaleiros; teu pôsto è á porta da aba-déa; eu mesmo irei dirijir as outras fòr-

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Côres dos faróis

Verde, indica a Alta. Vermêlha, estação B. Branca, Caza do Sal. Amarelo escuro, reservado.

Desde o dia 1 de Maio na estação da Rua do Infante D. Augusto recebem-se encommendas e fazem-se despachos para a grande e pequena velocidade nas esta-çSis do Caminho de Ferro, para o que haverá serviço especial de transporte.

Só se recebem volumes cujo pezo máximo ijão seja muito superior a cem kilos.

KocoJ ion i s e a n ú n c i o s p a r a s e -r e m í i v a d o s n o i n t e r i o r d e t o d o s o s c a r p o s e m c i r c u l a -ç ã o p e l o p r e ç o a n n a l d e 1 « à O O O r é i s , s e n d o o s a n n n c i o s e s e l o s p o r c o n t a d o a n u n c i a n t e .

EDITAL 0 Doutor José Pereira de Paiva Pita,

provedor da Santa Caza da Miseri-córdia de Coimbra.

Faço saber que no dia 21 do cor-rente mês de junho, pelas 11 óras da manhã, se á-de proceder na secretaria da mesma Santa Caza á arrematação em ásta pública, por meio de licitação verbal, dos seguintes jéneros de consumo para os Colejios de orfãos e órfãs de S. Cae-tano durante o proximo ano economico: carne de vaca e dte carneiro, lombo de porco, bacalhau, arroz, assucar branco e amarelo,'chá, café, pão de trigo e mas-cas, e do assucar cristalizado, linhaça em grão e alco_ol para a farmacia da Santa Caza.

As amostras e condiçõis da arrema-tação áchão-se patentes- na mesma secre-taria em todos os dias úteis desde as 10 óras da manhã até ás ,3 da tarde.

No mesmo dia e á* mesma óra arre-matar-se-ão também por meio de licitação verbal os reziduos das lavagens das lou-ças de ambos os Colejios, sendo de doze mil reis a baze da licitação.

Secretaria da Sanita Caza da Mizeri-cordia de Coimbra, l de junho de 1904.

O Provedor, Dr. José Pereira de Paiva Pita.

ças; e, antes de duais óras, o mosteiro estará cercádo.

E o barão, dirijindo-se para o castélo tocou a trompa várias vêzes.

Aos sons, bem conhecidos, que cha-mávão a reunir, aparecêrão de diversos lados cincuenta ou sessenta cavaleiros, e, ao avistárem o barão, cuja armadúra éra fácil de reconhecêr enfileirarão com prêssa em volta dêle.

A impetuozidade de Ombert não lo-grára fazêr lhe esquécêr o estado em que ficára Catarina, quando aparecêra tão bruscamente no quarto.

Então a cóhera, que se apossára dêle. ao vêr que o avizo dado por Réchin era de jtôdo o ponto verdadeiro, íizéra com que insultásse Catarina, sem tratar saber se éra culpada.

Naqftèle momento, apezar da multi-dão de pensamentos que o ajitávão, Ca-tarina pálida, desmaiada, levantando para êle o olfiár moribundo, que baixara logo a seguir, aprezentou-se á sua memória, e entrou bruscamente no castélo, segui-do pelos ómens dármas, a quem a con-duta do sire de Roche Corbon começàra a parecèr de doido.

(Conlinua)s

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Editor

MANOEL DOLIVEIRA AMARAL

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS

Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges Typ. Democratica

ARCO DE) ALMEDINA, IO

N.° 9 I O COIMBRA—Quinta-feira, 16 de junho de 1904 IO." A N O

Candidatos republicanos São candidatos republicanos

pelo circulo de Coimbra, nas elei-çõis que se realízão no dia 26, os seguintes cidadãos:

I S e n a r d i n o L u i s I a » c h a d o G « l i m a r â i s (Dr.) pro-fessor dá Universidade de Coim-bra.

M a n u e l d e A r r i a g a (Dr;), advogado.

A f o n s o A u g u s t o d a C o s t a (Dr.), professor da Uni-versidade de Coimbra e advogado. A n t o n i o j o z é d e A l m e i d a (Dr.), medico.

P a o l o J o z é (Dr.), advogado.

F a l c ã o

latos r Ao S.ufrájio dos eleitores do

círculo de Coimbra aprezenta o partido republicano os nomes que acima ficão.

Não são desconhecidos. Dispên-são bem aprezentaçõis difuzas e laudatorias, memoriais onde se lhes exaltem as virtudes e méritos e se peça que lh'os reconhêção e con-sagrem.

Não são aventureiros que, mor-didos da ambição de triunfar, aba-lárão dos seus burgos para fisgarem na política,com o arpão da audácia desvergonhada, uma situação có-moda e brilhante: são ómens, na exceção dinificadôra désta pala-vra, são caratéres, são consciên-cias.

Quer dizer: são excéçõis. Al tas excéçõis. Porque num pais onde a venda é fácil, caratéres e cons-ciências são raríssimas. Investigan-do bem no pessoal numerozissímo do Existente, é difícil colher, pára amostra, um nome que seja uma sínteze de ônra ou de intelijência. Os cretinos e os marmanjos têm triunfado.

São êles quem reinão e man-dão, nas suas mãos pouco fortes pouco escrupulozas e pouco ábeis andão os destinos de todo um povo.

São êles os ministros, os pares, os deputados, os dirétores jerais, os supremos magnates deste gran-ducado sem egual. Á-os até que são principes,afóra o sangue,que é de vilõis sem nome.

Os onestos e os superiores tem sido excluídos ou deformados. O Rejimen não quer ómens, quer ma-nequins. Não quer quem o eleve: quer apenas quem lhe obedeça.

Assim não á á sua volta ómens. Move-se, sim, uma turba vária copioza de lacaios—jente em quem o estomago é a grande força deter-minante.

Os nomes que o partido repu blicano aprezenta não são obscu-ros, são brilhantes. Mas o renome dos que gózão , a admiração e o ,-espeito que todos 'lhes préstão,

são o fruto do seu proprio esforço, o rezultado natural do seu incon-testável valor. Esses nomes não viérão para as aclamaçóis da pu-blicidade, mercê dos processos de-primentes com que na política mo-narquica se endeuzão trampolinei-ros considerados e cretinos reco-nhecidos: viérão na fama justa de grandes e lejitimos triunfos, nas omenajens de justiça que lhes érão tributadas.

Ser um óinem, é em Portugal coiza rara e grande. A fraquêza é muita. Muitas são as tentaçõis e os precipícios. Os sólidos caratéres que ainda érão antigamente uma porção consoladora, perdêrão todo o seu vigor e brilho. Os que réstão mar-cão excéçõis notáveis.

Pois os nomes dos candidatos republicanos são os nomes de ver-dadeiro^ òmens — de caráter, de conciencia, de convicçôis.

Estabelêção o confronto. Apro-ximem-nos dos dos candidatos mo-nárquicos e méçáo toda a profunda diferença que os aparta.

Todos que têm protestado con-tra a tresvariada diréção dos nego-cios públicos e reclamado uma vida nova em que se repárem, pelos pro-cessos enérjicos duma administra-ção onrada, os males inúmeros que um largo reinado de corrúção tem atraído sobre este país, têm agora ensejo de afirmar e provar a sua coerência, a sinceridade dos seus protéstos, a verdade das suas pala-vras.

Votar nos candidatos monár-quicos, é votar pór que no poder continuem a vigorar as mesmas normas de vida. Os membros da ultima lejislatura são, mercê de acordo estabelecido, os membros de lejislatura próxima. Quer dizer: todos os que, diréta ou indiréta mente, sancionárão o plano fazen-dário dêste govêrno, todas as suas imoralidades e todos os seus aten-tados, são, como agradecimento, reconduzidos nos seus logares de reprezentantes da nação!

Sê-lo-ão sem um significativo protesto do pais?

O ensejo para que esse protesto se afirme não falta.

O partido republicano aprezenta os seusxandidatos.

Quem quizer votar com onra com independencia e com patrio-tismo, tem de preferi-los.

Apreensão do Jornal "O MUNDO,,

Porque concórdão com a no§sa maneira de pensar, transcrevemos do nosso querido coléga de Lisboa O Debate as palávras que sobre a apreensão de O Mundo publicou em seu numero de terça feira. Frázes e indignaçõis para que? Transcrever o artigo de que se quer evitar a publi-cidade é castigar afilauciade quem, abuzando do poder, atenta arbi traria-mente contra um direito garantido e regulado pela lei.

Que toda a imprensa cumpra o seu dever, nós cumpriremos o nosso tornando-nos assim solidários com o alvitre aprezentado pelo esclare-cido coléga.

Foi novamente apreendido pela poli cia, e por ordem do governo, o jornal republicano O Mundo. A' dias, os perió-dicos do Lisboa e do Porto, quando o mesmo jornal sofreu idêntica violência, protestarão. A Associação dos Jortialistas associou-se a esse protesto. Vê se que, a esse protesto, o governo não ligou a menor consideração.

Dissemos que, a melhor maneira de a imprensa demonstrar a sua solidarie-dade quando qualquer jornâl, monárquico ou republicano, fosse apreendido, seria a suspensão imediata de todos os jornais.

Não sabemos se. concordon ou dis-cordou dá nossa p vpoeta (]«alqu«fCOÍóga.

Era boa, èra má? Não o discutamos agora. Entretanto, lembraremos outro pro-

cesso pratico de protestar. Um jornal é apreendido? Porque?

Para se evitar a publicidade de um de terminado artigo. Pois bem !• Contrarie-se o propózito das autoridades reprodu-zindo o artigo que deu logar á apreensão do jornal. 1

Transcrever não é concordar, srs. monárquicos. Podem mesmo, .os que transcrevem o artigo, declarar que re-pelem as afirmaçõis nêle contidas e con-tradita-lo com a maior enerjia. O essen-cial, porém, é transcreve-lo.

Dis se que O Mundo, de domingo, foi apreendido por inserir um pequeno artigo intitulado:

quartos de sentinela aplicada aos man-darins, encolheu os ombros, vizivel-mente enfadado, e respondeu-lhe:

—Deixa-te estar, aguenta-te. Tam-bém eu estou farto dele, por ser muito mal creado, e aguento-me—

Foi na Cochinchina que isto se passou, á a n o s . . .

O 2.° mandarim tinha, pelos mo-dos, a escola que o Ilustrado ôje atri-bue ao sr, Intze Ribeiro.

Não terá sido este o artigo que determinou a apreensão d 'O Mundo}

Nêsse cazo diga o sr. Intze qual é, para o transcrevermos.

Dr. Daniel de Matos

l i i z e a d e a n t i g u i d a d e s

No muzeu de antiguidades do Insti-tuto, terminou-se a cobertura envidra-çada do pequêno pátio posterior, para onde vai sêr removido um retábulo de pé-dra de renaseênça reprezentando Cristo com a crús ás costas.

Está bastante mutiládo, faltando algu-mas cabêças do grupo, sendo mesmo assim para extranhar a conservação relativa; porque tem ç.stádo abandonádo numa das dependencias do quartel de infantaria 23.

No clnustro do mesmo quartel, encon-tra-se uma pédra com inscrição que bom seria recolher também.

No coléjio de S. Paulo avia na porta principal uma inscrição comemorativa da fundação do coléjio.

Essa pedra tinha sido pedida pelo muzeu de antiguidades, mas foi lhe re-g a d a com o pretexto de que se devia deixar em lugar rezervádo no edifício que então andáva em óbras para Club Académico.

Supômos que a inscrição deverá es-tar em qualquer depozito das obras pu-blicas de Coimbra.

Bom Seria arquivá-la. Paréce não se pensar na reconstru-

ção do antigo teátro académico; andão os ânimos, como de costume entre portu-guêzes, em óbra de maior vulto; não déve por isso a vêr dificuldades.

Este ilustre professor de medici-na, tão conhecida pelo seu saber e ilustração, como pela sua dedicação pela universidade e pelo ensino, aca-ba de oferecêr ao muzéu de igiéne da Universidade um centritugadôr de Gerber para analize do leite.

E' mais um fácto da sua propa-ganda átiva pela necessidade de atacar a tubereulóze nas substancias alimentares.

Este aparêlhó estêve na expozi-ção de ijiéne, realizada durante o congrésso, obra que mostra a ativi-dade ea audácia jeneróza do sr. dr-Daniel de Mátos.

A maior parte dos objétos ex-postos fôrão comprados pelo sr. dr. Daniel de Mátos em Portugal

no extranjeiro á sua custa; a expozição de ijiéne pelo seu efeito de propaganda sobre todo o publico tanto o que tinha ^lustração, como o ignorante, foi sem duvida a parte orincipal do congrésso, a de rezul-tados mais imediatos.

A seguir transcrevêmos na ínte-gra o artigo que a este respeito in-

XA C O C H W C I Í W A Portanto, de acordo com a nossa pro-

posta, o que nos compete fazer? , Transcreve-lo.

o segninte: Ha Cocbincttina

O artigo é

Conlinúão as óbras de restauração no claustro da Sé-Vélha, obra do século XIII que tinha sido barbaramênte par tida e entaipada, quando se fês a impren sa da Universidade em têmpos do mar quês de Pombal.

Anda-se pondo a descobérto toda uma ála do claustro.

Nas demoliçõis tem-se encontrado capi-teis, fragmentos de aroos e colunas que tem sido cuidadózamente recolhidos, e serão integrádos na reconstrução e res-tauração fulúra.

Quafido estífér compléta a restauração, a Sé-Vélha terá o encanto nôvo d'uma óbra dárte, sem egual em Coimbra, e o sr. Bispo Conde poderá justamente or-gulhar-se de ter dádo um onrôzo exem-plo a todo o episcopado português, tão alheado das tpadiçõis relijiózas e artísticas dos que fundarão a nossa pátria.

Uma operação sobre os tabacos está fazendo felizes os poderózos di Cochinchina. A' conta da operação, o nénê, mano do grã lama já partiu para a Europa, sobretudo para estu-dar na capital francêza os progressos da arte do amor barato. E breve a mamã do grã-lama vae egualmente viajar, com larguèza porque o 1.° mandarim julga que essa viajem lhe á-de facilitar uma condecoração que lhe dá as onras de príncipe.

Entretanto, o povo da Cochinchina vae passando inclemências para pagar os impostos.

O Ilustrado, falando da grosseria do sr. Intze Ribeiro, fês-nos lembrar ontem um epizódio da Cochinchina aqui á anos.

E' o 2.° mandarim daquêle país um ditador prepotente que depois deu em liberal e que, tendo tido a mania de engrandecer o grã-lama, ôje dis mal dêle, embora se lhe curve respeitozissimo.

O mandarim que tinha a pasta da marinha—ômem profundamente ca-tólico—-não podendo tolerar o mandarim — titular da pasta do inte-rior — falou na sua demissão ao grã-lama. Este, que tinha a teoria dos

SSasEÍ* A a í o s s i ®

Os meninos do côro da Sé fizérão a costumada festa a Santo-António, que se-gundo sua erudita opinião, foi também coreiro na Sé de Coimbra.

Um áto d i solidarièdáde, muito para louvar neste meio coimbrão em que solidariedade é, como dis o outro, lêtra mórta . . .

Os repiques do's sinos érão enterne-cedôres. Na véspera, ouve foguêtes e muzica dos meninos orfãos.

Os pobres pequenos lá tocavão, como podião, coitados; mas os instrumentos, que são maiores, rião-se dèles e dezafi nàvão, quando querião, já se vê

Os pobres pequenos não tem culpa. Não lhe rálhem.

Antes eles que os sinos, que, pela gâna, dévem sêr os mesmos dos jezui t a s ! . . .

# Em Coimbra S. Antonio aprezenta-se

trajado de vária fórma. Ao cimo da rua das Fangas está de

Franciscano, rezado, de pé para a frente o lábio a sorrir como quem canta:

Ponha aqui, ponha aqui o seu pezinho Ponha aqui, ponha aqui, ao pé do meu

enquanto o menino Jezus lhe puxa uma orelha.

E' o santo da lenda das fogueiras Coimbrãs.

Na sé está de menino de côro, pe quenino, com um menino Jezus quazi do tamanho dêle, muito branco, com mêdo talvês dalgum senhor cónego.

Em Santa Crus está vestido de fráde cruzio.

E' capás a boa devoção de Coimbra de o imajinar estudante e lá o témos, sócio náto da Associação Académica

do corrente sére o numero de 15 do Movimento Medico.

Os artigos dosr.dr. Serras e Silva não se mutílão; devem lêr-se intei-ros.

A sua linguajem é simples e clára como déve sêr a do verdadei-ro professor; os artigos são cheios de ensinamênto e dévem sêr lidos por tôdos.

O laboratório de ijiéne tomou a seu cargo o serviço de ariálizes alimentares, no distrito de Coimbra, em novêmbro p. p. com excéção das analizes do leite, pela boa razão de que sendo pouco nu-merôzo o pessoal deste la borato rio. (dire-tor, um analista e um servente) não éra possivel efétuar, pelo aparêlhó de Mar-chand e pela deslocação com éter, um serviço regular. Tornavarse necessário um centrifugador, como o de Gprber, que em pouco tempo dá a quantidade de manteiga em um grande numero de amostras, mas o laboratório riâo dispu-nha de vérba suficiente para adquirir este instrumênto que não custa mênos de 50$000 réis, para efétuar simultanea-mente 8 determinaçõis. O Laboratório de ijiéne, creádo recêntemente pela re-forma da Universidade, tem de dotação, com o Muzeu de Ijiéne, a quantia, de 300$000 réis, que mal chegaria para ocorrer ás despezas de reajentes e ma-terial gastos no ensino. Para que pudés-se encarregar-se das análizes sanitárias (que era uma vergonha têr«m de se fa-zer fóra de Coimbra, por não avêr aqui nem material nem pessoal conveniên e) éra necessário proceder a despezas de montajem e instalaçõis, e, para isso, não avia dinheiro. A inspéção dos Serviços Sanitários tomou a louvável iniciativa de obtêr do Governo a verba de 400$Q0O réis, afim de se darem os primeiros pas-sos, e no ãno económico de 903 a 90i a quantia de 380$000 réis para comple-mênto de instalação. Um laboratório, po-rem, não pôde montar-se com tão pequê-nas sômas, e sobretudo não pôde funcio-nar, tão barato, por grande que seja a economia. A camara de Coimbra, tão so-lita em questõis de ijiene, ofereceu a con-tribuição anual de 300$000 réis, para que os jéneros aljmenticios da cidade po-déssein ser convenientemente fiscalizá-dos. Todas estas contribuiçõis, a que veio ainda juntar-se a boa vontade do Rei-tor da Universidade, mandando fazêr al-guns trabalhos á custa da verba destina-

X

R E Z f S T E W C l ^ — $ n i n i a - f e i r a , d e « J u n l i o d e I t t O f t

da a obras, todas estas contribuiçõis não permitem ainda ao Laboratório nascente uma vida desafogada. Os recursos orça-mentais não consêntem que se vá mais lonje, por isso Coimbra tem consumido até ôje o leite que a onestidáde das leitei-ras tem querido vendêr-lhe. Aguádo um, azèdo e decomposto outro, assim temos vivido, sem beneficiar dos progressos da tenica que permite descobrir as fraudes e as avarias dum alimento tão preciôzo como é o leite.

Vai remediar-se esse mal, preencher-se essa lacuna, não por uma nova provi-dencia do Estado, desse idolo de quem tudo esperamos teimózamente, mas por jenorozidáde dum particular, por oférta dum ómem, apaixonado por todas as cauzas justas, devorado apostolo do bem, a que consagra o sçu esforço, dezinteres-sadamente, assim como os recursos do seu sabêr e até, como agora, os da bôlsa.

A ijiéne não se faz sem dinheiro e quando o Estado não pôde ou não quer dá-lo, para defèza dos mais caros e leji-timos interésses dos povos, é consolador1

vêr esse deve/ do Estado cumprido por quem nenhuma obrigação especial tinha de concorrer para a defèsa e protéção da saúde publica. O Dr. Daniel de Matos oferecendo ao laboratório de Ijiéne da Universidade um instrumento que permi-te submeter quotidianamente, á analise, o leite do consumo, praticou uma boa áção, prestou um grande serviço á cida-de, serviço que ninguém lhe agradecerá, que ninguém apreciará, nem mesmo aquêles, cuja existeníia virá talvez a des-pender do efeito benéfico dum tal dona-tivo.

Quando a cfdade de Hamburgo esta-belecia a filtração da água em 1893 e a de Zurich em 1^87, estas cidades efé-ctuávão um melhòraménto de que depen-dião. como a estatística demonstrou mais tarde, a economia anual de mais de ÍOOO vidas na primeira e de 800 na segunda. Estes milhares de indivíduos, que dévern a sua existencia a um lai melhoramênto sanitário, nunca agradecerão aos seus bemfeitôres, porque nem mesmo saberão que devem a vida á filtração da agua que bébeml

Julgámos pelas aparências e o que se não vê vale quázi sèmpre mais do que se vê. Pouco impórtão ao Dr. Da-niel de Mátos os agradecimêntos dos be-neficiádol pelos serv'ços que a sua je-nerozidáde lhes prestou; nem êle nunca saberá os nomes daquêles que mais tar-de pôssão devêr-lhe também a vida, mas o que êle sabe é que praticou unia boa áção, uma ação util, de que o aplaude a sua consciência; e, para os ómens de elite, o aplauzo da própria consciên-cia vãle muito mais que todos os aplau-zos do mundo, que todos os lonvôres dos ómens que umas vêzes se engânão e outras nos quérem enganár. Não abun-dão em Portugal os donativos a favor das coizas de instrução ou de ijiéne pu-blica. Uns não pódem, outros ou não quérem ou não sabem fazer uzo frutí-fero do seli dinheiro.

0 Dr. Daniel de Mátos não perten-ce ao número dos que dão e que gas-tão por sumptuozidáde, como os fidalgos do antigo rejimen; trabalhador infatigá-vel, adquiriu a alta sciencia de saber o valôr ao dinheiro. Saber ganhar, por um trabalho onésto, e saber gastár no-bremente em beneficio do seu pais, é uma sciencia quazi desconhecida entre nós, mas que existe nos paizes progre-sivos e que é uma condição do seu progresso e da sua fôrça. Quando os indivíduos trabalhão, e contão mais con-sigo do que com os socorros do Esta-do ou com as bôas graças do monarca, os paizes tórnão-se grandes. Um livro excelente.que todos os nossos políticos devião meditar, termina pelos seguintes períodos, que fecharão também este ar-tigo:=« Fazer ómens áptos ao mesmo tempo para ganhar dinheiro pelo traba-lho e para despendê-lo largamente no interésse publico déve ser o fim mais elevado da educação e do educador. É conjuntamente o melhor meio de des-viar os nossos filhos das funçõis públi-cas e de os dirijir para as situaçcis in-dependentes, que assegurão maior di-gnidade e mais influencia social».

Serras e Silva.

Dis-se que a Associação dos Artistas de Coimbra fará uma expozição de todos estandartes de todas as associaçois, so-ciedades ou grupos que tenha ávido nesta cidade.

A expozição estará aberta durante as festas da Rainha Santa, por o que a Associáção vai oficiar á camara municipal pedindo-lhe auxilio para reparar a fron-taria e empedrar as eutrádas,

O ano passado estava eu no jantar do primeiro ano medico, quando . . .

E' verdade! Eu nunca contei isto. Foi uma tarde muito aíégré. Em-

quanto na mêza se comia e bebia ale-gremente, debaixo d'uma nogueira um grupo de gaiteiros tocava módas injéuuas d'aldeia. Quando tudo estava mais ani mado, levanton-se um novato e disse com um a rde malícia entre alegre e triste:

Meus senhores! A mocidade morreu em Coimbra. Os rapazes já não bébem e perdêrão de todo o bom ábito de co-mêr fóra d'óras.

Meus senhores! A academia é uma instituição fúnebre e familiar... Os estu-dantes já não riem. Não á quem saiba tocar o fado. .Cantar, isso então, já nin-guém fás!....

Sabeis quem eu encontro descuidado de noite, ás vezes, pelas ruas de Coimbra, sabeis os únicos que sábem ainda cantar e rir, comêr e beber á farta e alégre-mente, sabeis quem não sabe rezistir a uma guitarrada.quem conhéce cantil as es-quecidas, são os bacharéis que aqui vem de vês em quando vêr, como a jente é aborrecida; agora.

Por isso, senhôres, ao ver-vos tão alégres, e tendo observado com inteli-jencia as provas que tendes dado de conhecer as régras de comèr e beber á farta sem perdèr a alegria, eu não vejo aqui novatos de medicina em 1903 vejo aqui os bacharéis de i907.

E' por êles, é por nós todos que eu bêbol

Lembráva-me isto ao vê-los chegar, com tanta vontade de darem outra vês um abraço despreocupado de amigos.

Na verdade, só com a vinda dos ba-charéis formádos ê que esta térra tem outra vés a antiga feição de cidade de escoláres.

Passárão toda a noite de 5 a renovar relaçõis, a procurár debaixo dos tra-ços vincados pela idade a frescura dos rostos antigos dos amigos. Mal se dei-tárão; e logo pela manhã* era de vêr a alegria que ia pelo ótel Avenida, as cor-ridas, os gritos, os abraços e as lágri-mas.

Parecia um, ótel antigo, pela abertura da Universidade, em tempo em que os estudantes gostávão de se encontrar de novo, depois da auzencia das férias.

A's 8 e meia lá fôrão para a Univer-sidade, estranhando todos o progresso de Coimbra.

Ao passárem pelo liceu senlirão-se outra vez estudantes e dissérão os seus ditos de troça, a que os caloiros respon-derão com uma manifestação dé simpa-tia, dando vivas aos colégas.

Eles rião muito alégres. *

A's nóve óras da manhã começa na real capéla da Universidade a missa rezada pelos condiscípulos mortos e pela sr.a D. Amancia Alpoim.

Celebrou o sr . arcebispo d'Evora acolitado pelos seus condiscípulos o sr. Teófilo Salomão, cónego capitular da sé do Porto e Alípio António Diogo da Silva, pároco em Vila Franca.

A ' missa em que tomou parte todo o pessoal da real capéla, assistirão da tribuna os srs. reitor da Universidade e Bispo-Conde.

O sr. Eduardo Bélo Ferrás cantou uma «preghiera» de Perosi á lavanda. Depois da elevação cantou o sr. padre Almada, chantre da real capéla o «O sa-ialuraris hóstia», e ao ofertório um grupo coral dos orfãos da mizericórdia entoárão o «Tota pulchra».

Durante a missa esteve ao orgão o sr. Jozé Maria Cazimiro de Abreu.

No fim de missa, os condiscípulos desfilarão deante do sr. dr. Augusto Eduardo Nunes beijando-lhe o anel, pro-va de deferencia e amizade a que debal-de se quis furtar o sr. arcebispo d'E'-vora.

Passando depois ao claustro dos jerais tirarão um grupo.

*

D'ali viérão para a baixa e já não quizérão separar-se e fôrão almoçar jun-tos ao Otél Avenida.

Fòi uma testa fóra do programa, festa de alegria, çortáda por frázes altas, istó-rias que não tinhão fim.

Ao café o Sr. dr. Barboza de Maga-Ihãis propôs que a óbra de caridade, que o curso fizesse, consistisse em um dona-tivo ás créches de Coimbra, cujo alcance encareceu.

Aprovado por unanimidade. A subs-crição atinjiu rápidamente 2790000 reis. Continua-se a rir. Comêção a chegar os cumprimentos, do sr. Bispo Conde, Ca-

mara municipal de Coimbra, dr. Oliveira Chaves e Castro, Paes da Silva, Garrett, Fernandes Vás, Assis Teixeira, e mais e mais e mais.

Nomeão-se eomissõis para ir agrade-cer os cumprimentas e enviar para o Primeiro de janeiro o comovido telegrama ao sr. Joze de Alpoim:

«Teus condiscípulos á 25 anos, reu-nidos, ôje, em Coimbra, lamentão lua falta, principalmente pela cruciante dcK que a motivou e em que sinceramente te acom-panhão.

Depois de ora e meia mêtem-se em /•arcos e vão vizitar a cidade e os arre dóres.

# Eu, que tinha prometido vi-los ajudar

na decoração, ponho me a trabalhar em-quanto eles se não rezolvem a sair.

A todo o momênto chegávão cartas repassadas de saudade, reveladoras da mais franca e leal solidariedade, cheias da amizade boa, cujo valôr só se aprende na lula amarga da vida.

Emquanto eu vou dispondo flores,alé-gre por os vêr, mais velhos do que eu, vibrar nesta descuidóza vida de rapazes, o Eduardo Vieira méxe-se atarefado de um lado para o outro; pára abraçado a qualquer condiscípulo que encontra, se-gurando-o por os cotovelos e dis-lhe, os olhos e a bôca cheios de rizo : Tem tudo corrido muito bem!

Como se alguém o tivesse contradito, acrescenta: Ein ? 1 Não áchas?

E, ao abraço e á alegria do outro que se ri com êle daquele dia tranquilo e fe-lís, socéga e dis contente: Também tú?l Os outros estão muito contentes !

Vai para o outro abraço: Este diabo! Lembras-te, quando uma v ê s . . .

E coméção as istórias da sua vida académica, que êles contão com a mesma alegria antiga com que as contárão já uma vês, em nóvos, em tempos de férias, áos tius e*ás namoradas.

Chega uma cárta; éde Jozé Joaquim Leal Castello Branco que não pôde vir e manda com os seus vótos de uma fésta alégre ltr.000 réis para sêrem distribuídos por 16 pobres.

Vem logo o Vieira ter comigo a dizer-me que é muito bom, e «pie nunca ouve curso como dêle, e lárga-me para ir fóra falar a um condiscípulo que viu passar á pouco.

Mas volta logo com outra carta e lê:

Meu caro l ieira

Na impossibilidade de ccmparecêr aí no dia 6 do corrente, para tomár párte nas manifestaçõis com que o nósso curso soleniza o 25.° aniversário da côncluzão dos trabalhos académicos, para os quais, aliás contribui com muito prazêr, péço que, em meu nôme, saúdes os nossos condiscípulos, emquanto eu, no mesmo dia, môndarei servir do meu jantar aos prèzos das cadeias desta vila, e aos alu-nos do azilo de infancia desvalida, sufra-gando a alma dos que já nos precedêrão no caminho da eternidade I

Abráça-te, dezejando cordealmente que para ti e para os nossos condiscí-pulos decôrrão sem o mínimo incidente todos os festejos, o

Teu velho amigo muito affeiçoado,

Artúr da Cós ta Souza Pinto Bastos.

Acába de lêr, tira as lunêtas para me vêr melhor e acrescenta: Vês? Mêsmo erri Oliveira de Azemeis os pobres se ão-de lembrar do nosso cúrso.

Abraça me como se eu tivesse vin-do de fóra, e me não tivesse visto á muito.

E eu abraço-o como se fôsse também do curso dêle.

Admiro tanta bondade, tanta dedica-ção de todo o momento, tanta amizade e ponho-me a olhar para êle e a dizer com os condiscípulos: Está na mesma !

— E tú? diz-me êle, que me ouviu a falár alto.

- Eu também I Comtigo, com êstes e com os que viérem daqui a 50 ânos. Vo-cês, formados, até parécem melhores . . .

Ele ri-se e trás-me um condiscípulo : — O meu condiscípulo Joaquim Ber-

nardo dos Santos . . . Lembras-te?. . Se eu me lembráva! Mas pus-me a

olhar para êle, e êle para mim a dizer que tinha uma ide ia . . .

Também eu! Éra conhecido no curso pelo terror dos caloiros e fòra um dos meus pezadêlos no principio da minha vida de Coimbra.

Vou dispondo os festõis de flores que enláção as colunas da grande sála de jantar.

Sobre um guarda-prátas, de decora-ção do renascimento, os criados colócão caládamente flores.

• *

Chega um telegrama. Eduardo Vieira abre e diz que ó do Coelho de Carvalho.

Um que não pôde dormir, com a preocupação da fésta lê:

«Circunstancias imprevistas impedi-rão-me de estar em Coimbra ôje, mas de tôdo o coração me associo á come-moração das nossas bodas de prata com a poliandrica Minérva.

C O E L H O DE C A R V A L H O . 4

Riem. Contão-se cázos nóvos. Chè a á mêza um palácio de choco-

late, em que sóbem trepadeiras floridas de assucar,

O criado põi-o na mêza com um jésto medido, de ritual; colóca-lhe em baixo um guardanapo em dobras de fantazia,

Fica-se um pouco a olhar para êle e vai buscar ílôres para alegrar a monta-nha de linho branco engomado que o guardanapo fás aquéla construção inje-nua de chocolate.

Eu saio sem ninguém dar por mim. *

A' 7 Oras começou o jantar anuncia-do por uma jirandola de foguêtes.

No corêto do Caes a muzica do 23 rompia com o ino académico seguido pelo ino do curso.

O menú, que tinha impréssa uma vista jeral de Coimbra, tinha os seguintes di-zères:

Banquete no Otel Avenida

I M O S X T t i

Potages Saint Germain

Consommé a la Vi doire Hors d'oeuvre Pètits friands

Relevé » Poisson sauce crevetlcs

Entrées Fileis de baeuf à la Godard

Medaillons de veau á la financiere Crouslales de foie gr as a la gelée

Legumes Asperges au sauce blanc

Roti Dindon au cresson

Entremets Pouding d la parisienne Dombe glacêe d l ananás

Pat is serie assortie V i n s " '

Coral, Granada, Ambár, Topázio, Porto, Madeira, Champagne, Liqueurs.

Correu na maior alegria, para o que contribuiu a forma amável como o sr. ar-cebispo (ÍEvora, cujo rosto resplandecia de alegria, dezafiava os condiscípulos, sendo o primeiro a rir á recordação dos tempos despreocupados de Coimbra.

Era êle quem prezidia, tendo á sua direita o sr. dr. Paes da Silva e á esquèrda o sr. dr. Fernandes Vás.

Quando ao champagne osr . arcebispo d'Evora levantou a táça, calárão-se todas as conversas para ouvir apenas a sua vós que serenamente se referia á Universi-dade, ao ensino, ás éras de boa camara-dajem, inicio de amizades tão fortes, ter-minando por beber pela prosperidade do primeiro estabelecimento scientifico dt país.

A seguir a este discurso que foi cor-tado de aplauzos e coroado com uma grande ovação no final, seguiu-se-lhe o sr . dr. Fernandes Vás, agradecendo e bebendo pelos seus antigos discípulos.

Seria impossível detalhar os brindes sucessivos de Francisco Julio de Souza Pinto, Bento Teixeira da Silva Guima-rãis, Barboza de Magalhãis.-João Cata-nho de Menézes, Aureliano de Matos, Antonio Jozé Viana, Antonio Centeno, Al-varo de Moura Coutinho, Eduardo da Silva Vieira, Manuel de Araujo e Gama, João das Néves, Alípio Antonio Diogo da Silva, Teófilo Salomão.

Durante o jantar chegárão senhoras das famílias dos antigos bacharéis, ocu-pando as cadeiras colocadas em volta da sala, sendo-lhes servidos dôces e cham-pagnes.

As conversas animâo-se, nisto ouve-se fóra a muzica que toca o ino do curso, e o dr. Eduardo Vieira recita a letra de Barboza de Magalhãis:

Emigrando do lar da família, De ólhos fitos na estrêla da glória, Assentámos as têndas do estúdo Entre can tos d 'amôr e vitória.

Encontrámo-nos todos no câmpo, Onde a lúta enobrece e consóla ; E cinco ânos voárão lijeiros Nos alégres convívios da escóla.

Vai findar a festiva.campanha, E com éla a febril mocidade : Mas levamos, do adeus tia partida,

A mais viva e profunda saudáde .

ÇÔRO

Compauh«irns nas lút.is da sciência, Enlacêmos os bráços e as mãos. E saibamos, nos dias d'auzencia, Recordar e- te abraço de irmãos.

E eles ficão-se a recordar. No fim as palmas e os abiaços. Pouco antes do jantar tinhão sabido

que frequentava o liceu o estudante Au-reliano Lopes Mira Fernandes, que órfão de pai, conseguia sustentar pela léciona-ção a mãi e os irmãos.

Rezolvêrão que lhes fôsse entregue a quantia de perto de 800000 reis, que crescia da subscrição que tinhão aberto para a sua fésta.

Como se vê, não ouve um só instante que a prezença d'este curso não fosse assinalada por um áto de caridade.

Os brindes cruzávão-se. Pouco a pou-co erguêrão-se os convivas a falár com as senhoras, renovávão-se as efuzõis, as aprezeritaçõis e pelas onze óras a sála ficáva dezérta, emquanto êles se -espa-Ihávão aos grupos pela cidade.

# A solidariedade, e amizade que ligáva

este curso viu-se bem na forma gradual e lenta como sairão de Coimbra quazi á fôrça, levados pelas condiçõis da sua vida.

Ainda no dia imediato se reunirão em numero de 17 a almoçar no Avenida. Depois forão tirar um grupo á fotografia Santos.

Ai acentuou-se mais uma vês a sua filantropia. Encontrando se por acazo ai o sr. dr. Adriano de Carvalho, professor do liceu, este sr. agradeceu o serviço prestado ao aluno, elojiando o seu apro-veitamento e caráter; e, vendo o interésse que tomávão, trouxe-lhes depois o sr. Au-reliano Lopes Mira Fernandes que quis vir agradecêr pessoalmente.

Rezolverão então os preze^tes esta-btílecer-lhe uma mensalidade até á Con-cluzão da sua formatura, fazendo logo a circular seguinte, que foi enviada a todos os condiscipulos:

Caro condiscipulo e amigo: Frequenta o 7.° âno do Liceu de

Coimbra o estudante Aureliano Lopes Mira Fernandes que, ao extraordinário mérito literário, atestado pelos professores que o considérão o primeiro estudante d'aquêle estabelecimênto, reúne ótimas qualida-des morais. Órfão de.~pai .e_. sem meios alguns de fortuna, êsse estudante provê com o trabalho de lécionação á subsistên-cia própria, bem como á de mãi e ir-mãos.

Informádos d'estas circumstancias,um grupo de condiscipulos nossos, que ainda no dia 7 do corrente se encontrávã.o n'esta cidade, tomarão a jeneróza rezolução de promovêr entre o nósso curso uma subs-crição para um subsidio mensal durante os cinco ânos da formatura -a esse estudante.

Fixou-se a quota mensal de 300 réis por cada subscritor, podendo os que re-ztdem fóra de Coimbra entrar com a anui-dade de 30600 réis, como por comodi-dade própria fizérão a maioria dos inicia-dores.

Encarregados por êsse grupo, vimos solicitar a sua adezão a este ato de filan-tropia, esperando receber a finêza d'uma resposta.

Coimbra, 12 de junho de 1904.

A comissão de Coimbra : Manuel de Azevedo Araujo e Gama Francisco Julio de Souza Pinto Manuel Duarte Areóza Antonio de Magalhãis Mexia Eduardo da Silva Vieira.

Rezolvêrão mais reunir-se em Coim-bra, quando se formasse o seu protejido.

Eis muito sumariamente a descrição das féstas das bodas de prata do curso do quinto ano teolójico-juridico de 1879.

*'

A Rezistencia, que por doença dos seus redátores tem tido a sua publicação interrompida, não quis deixar de arqui-var nas suas pájinas, com os seus cum-primentos, a expressão da sua admiração e aplauzo por átos de tão alta filantropia.

A s s o c i a ç ã o C o m e r c i a l

Reuniu-se oje a comissão encarregada pela Associação Comercial de vijiar pelos interesses de Coimbra ameaçados pela construção do caminho de ferro de Ar-ganil. Foi eleito prezidente o sr. Valen-tim Jozé Rodrigues.

Rezolveu reunir-se todos os dias ás 6 óras da tarde"para estudar o assunto; pedir o auxilio de pessoas de competên-cia profissional para a auxiliar na parte técnica dos trabalhos, e solicitar.superior-

j mente os esclarecimentos indispensáveis j para esses estudos.

REZIHTEIVCIA- Çiiínta-feira, 16 de Junlio de 1904

B a u l t o s d e L u z »

Estão em distribuição o Relatório do médico (iirétôr técnico do estabelecimen to e as contas da direção da jerencia de 1903. formando um livro de 63 pájinas, que quereríamos vêr editádo com mais lá xo, e com mais abundancia de cázos cli-nicos, que não dévem faltar a atestar a excelência destas águas em doenças do estômago, dos rins, da péle, na escrufu-loze e nô reumatismo.

Oje o reclame é indispensável do pro-gresso de qualquer estação termal; nin-guém se arrisca a ir passáruma vilejiatúra a sitio que não conheça, tôdos quérem curar-se alegremente, ninguém córre ao acázo de se aborrecêr.

Se nos não enganamos, um relatorio anterior, inserindo em gravura coriózos aspétos da máta, êra exemplo mais para seguir do que o a.tuál; não que este séja destituído de interesse para os médicos ou para os que se ocúpão do progrésso *la emprèza; mas porque lhe falta a de-monstração prática da belèza da rejião que é menos conhecida do que pôde pa-recèr á primeira vista.

O relatório vem mesmo dezaeompa nhado de elemênt os essenciais.

Assim os dezénhos do sr. Raúl Mèn-donça não fôram juntos ao relatório.

A economia, em caços destes, ion-vérte-se em pura pêrda.

Feitas . estas consideraçois, ditadas pelo interésse que sempre nos mercèrão estas águas, informando sempre os nos-sos leitores de todo o trabalho e átas daí assemblêas jeráis, apezar de nunca termos lido desses fátos informaçõis ofi-cias ou oficiózas, vamos dar ideia do movimento désta estação balnear, uma das mais dignas de ser vúitáda pelos doentes, pela excelência das suas águas, pela bondade do seu clima, pela belêza e encanto da paizajem.

Como mais de uma vês temos acçji tuado, o movimo dos banhos aumenta de ãno para ãno.

O consumo da agua termal, cujo va lôr terapeutico coméça a ser mais co nhecido, foi em 1902 de 458:650 litros e em 1903 de 812:035 litros. Quázi du-

plicou o'consumo. A emprêza das águas tem introduzi

do importantes melhoramentos, e a esta ção balneária de Luzo é das mais impor tantes do pais pela belêza e importancia das suas instalaçõis.

O sr. dr. Antonio Gonçalves da Cu nha Ferrão aprezenta a seguinte nóta das óbrâs necessárias:

«Entre éstas dèvo citar a instalação d'uma segunda sála para douches, ficando uma para"cada séxo. visto que a que pos-suímos é insuficiente para o movimênto atuál, como por vêzes tenho verificado.

«Esta instalação paréce-me relativa mente fácil, visto termos cázas onde éla pode adaptár-se.

«Pelos dois dezénhos, juntos a êste relatório, e que dêvo á muita obzequiosi-d;ade do distinto enjenheiro e meu amigo, ex.m0 sr. Raul Mendonça, facilmênte se verá como, em dois dos compartimêutos do anéxo, se pode instalar uma sála de douChes, dividindo um dos compartimên-tos em cabines, e montando no outro os aparêlhos para tal fim necessários.

«Revestir por meio d'azuléjos, e até á altúra de dois metros aproximadamente, os corredores, sála e compartimentos tanto de primeira como de segunda clás-se, no estabelecimênto antigo.

« Substituir, no mesmo estabelecimen-to, as tinas de terceira classe, feitas d'azulèjos,por tintas de mármore, formá-das de cinco péças, cujas uniõis deverão ser boleádas ou arredondádas, evitando-se assim os cantos e os ângulos.

«Segundo informação que tenho, éstas tinas podem obtêr-se pela terça párte, do custo das tinas inteiriças; e, pelo que res-peita a aceio e ijéne, quazi que lhes correspondem.»

Não são êles porem de primeira ur-jeneia, e, como está, o estabelecimento de Luzo, se é pequeno já para a concor-rência que vai aumentando cada \ ês mais; é todavia notável no pais pelo conforto, aceio e dilijência no serviço.

Bom seria que em Luzo se formasse um pequeno gabinete de observaçõis me-tereolojicas, cujos trabalhos acabássem com êrros tradicionais e inveterados, e se dotasse o gabi.nête de consultas com o material necessário para uma explora-ção. clinica regular e frutuóza.

Pela belêza da sua situação, pela co-modidade e baratèza dos óleis, pela ex-celencia das suas águas, Luzo é uma es-tação d'águas rara, não só em Portugal, como na Europa.

C a r r o s a u a c r J e a j s o s Esta emprèza, cujos esforço- por bem

servir o -publico so niVão persistente-mente desde o começo, v.u fa/.êr aquizi-ção de três locomoveis, prescindindo assim da Iráção, animal, de eu^io tão

rande e tão dispendióza de sustentar. O continuar com a tráçáo animal,

corresponderia á runa da companhia, ógo que se estabelecêsse um serviço mais constante para a alta, onde as in-clínaçõis são grandes e extensas.

Alem disso a tráção pelas locomoveis, que ôje sé fás sem perigo, e com toda a comodidade e facilidade, corresponde a um Verdadeiro beneficio ijiénico por sêr muito mais limpo que a dos muares, que nas cidades grande*, sobretudo no \ e ão, infétão o ar e o sólo.

O sr: Andrade com a construção da inha americana prestou um verdadeiro serviço á cidade, animando-a e valori-zando teremos pela facilidade de comu-nicaçõis.

Com a introdução das locomoveis póde-se alargár a área em exploração, aumentando assim as vantàjens para Coimbra.

Bom será que a camara, tantas vêzes tem mostrado o seu interésse pelos servi-ços públicos, ajudasse o'emprezário, que, só por si, dificilmente poderá levar a cabo emprêza de tanta utilidade publica.

3.° ano — Abel da Fonseca Alen-tunato G>n>; 5>oiçá, B i l t a n r A a m ;to P

© r e s t a u r a d o r

Do «Novidádes», noticiando a inscri-ção d'el-rei como sócio da «Associação Prótétôra dá Primeira Infanda:»

«Com a recente inscricãô de sócio protétôr de sua Majestade El-Rei deu-se uma coincidência notável. O numero de ordem que coube a Sua Majestáde foi !:()40, que reprezenta uma dáta tão glo-rióza para o pôvo português.»

Paréce um reclame ao restaurador do cabêlo.

O «Novidádes», que tem a sua abili-dáde, ás vêzes paréce tão estúpido como os ou t ros . . .

coão Bordalo, Abilio Eujenio Pontes, Acácio d'01iveira Moz, Adolfo Alexan-drino da Conceição, Adriano Gomes Fer-reira Pimenta, Agostinho de"Jesus Gon-çalves Rapazote, Albertino Augusto Rodri-gues da Costa, Alberto de Barcelos e Noronha, Alfredo Francisco Iglesias Men-des da Silva, Alfredo Maria Rego. Alvaro Gregorio da Silva Lucas, Alvaro Pereira Dias Ferreira, Antero Maria Bordalo de Vilhena. Antonio Anastácio Bento da Costa Janior, Antonio Apolinário Ferreira da Silva Oleiro, Antonio Emilio Rodrigues Aleixo, Antonio Ferreira da Costa Agavez, Antonio Joaquim Coutela Júnior, Antonio Jnze Abelho'Mexia, Anto-nio Luiz Gomes da Silva, Antonio Luiz Rebêlo.

Ouve uma reprovação. 4.° ano —Abe! da Cruz Pereira do

Vale, Abilio Ribeiro de Almeida, Alfonso dos Santos Monteiro, Agostinho de Pina e Sousa, Alberto Carlos de Pinho, Al-berto Diniz da Fonseca, Alberto Novais da Costa Leite, Alfredo Ferreira Cortez, Alipio Jozé Santiago, Antonio Cardozo de Jirão, João Enrique Pinheiro.

5.° ano — Abraão Mauricio de Car-valho, Adriano de Campos Enriques, Adriano Vieira Coelho, Afonso Armando de Seixas Vidal, Manuel Carreiro dó Rego, Afonso de Gouveia Pinto Mascare-nhas, Alberto de Campos Melo, Alberto Cardozo de Souza Araujo, Alberto Mar-ques, Alberto Pinto Gouveia, Alvaro Ju-io Barboza, Amílcar Barca Martins da Cruz da Rocha Peixoto.

teoricos: Leo-

Na Universidade de Coimbra, nos dias 9, 11, 13 e 14 de junho, tizéiam átos e ficaram aprovados os seguintes acadé-micos :

Está quazi restabelecido o nosso ami-go e redatpr Antonio Maria Pereira Ju-pior.

1.

Ribeiro. 2.a cadeira, exames

poldo Jerardo Martips. Ouve uma reprovação. Exames práticos: Licinio Cantarino,

José Joaquim Ferreira de Melo Botelho. 2,° ano, 3.a cadeira : Carlos Duque. Periodo tranzitòrio: Aparicio Rebelo

dos Santos.. Terminaram os átos dêste ano do pe-

riodo tranzitòrio. Cadeira subsidiaria de desenho — 1.°

ano — Jozé Paulo Teixeira do Amaral, Bernardino de Sôna Martins, Mário de Sá Chaves, distinto; Manuel Jozé da Costa Júnior, distinto; Jaime dos San-tos Páto, distinto; Anibal da Conceição Costa e Silva Pinto dos Santos, Jeróni-mo Pinto Montenegro Carneiro, Viriato Augusto Tadeu, distinto; Jozé Augusto Beja Neves, distinto; Veríssimo Freitas da.Silva, Manuel Nave Catalão, Miguel Vaz Pereira Pinto Guedes de Souza Ba-celar, Eurico Cunha Barbeito da Silva, Luiz Augusto. Casimiro de Freitas, Afonso Aires de Gouveia Alcoforado.

Faltou ao exame um aluno. 2.° anó — Abilio Augusto da Silva

Barreiro, João Antonio de Matos Ro-mão, José Paes d'Almeida Graça, dis-tinto; Luiz Emilio Ramires, João Soares Brandão.

Faculslade dc Filozoíla 2.° ano. Periodo transitorio — Apa-

Fiacnldadc de Teolojia

1.° ano — l . a cadeira — Eduardo Augusto Ferreira Senrela, José Marques DiaS Júnior, Antonio Rodrigues de Oliveira distinto: Carlos Esteves d'Azevedo, José Francisco Soares, Francisco Moreira dos Santos, Francisco Lopes Enriques Soa-res.

Terminárão os átos nesta cadeira. 2.° ano —3. a c a d e i r a A l m i r o José

Pereira de Vasconcelos. Periodo tran-sitorio — Antonio Ferreira, José do Patro-cínio Dias Prezunto e Antônio Pereira da Silva.

3.° ano — Anibal Ferreira da Silva e Sá, Artur Leite de Amorim, João An-tonio Diniz Viclorino.

5.° ano—Adriano Antonio Gomes, An-jelo António da Silva.

Faculdade de Direit»

1.° ano — i . a cadeira: Adalberto Soares do Amaral Pereira. Adriano An-tero Cardoso Vieira, Afonso de Gouveia d'Andrade Pissarra, distinto: Almiro José Pereira de Vasconcelos, Alvaro Bordálo de Andrade e Sá, Amadeu «Au-gusto Quaresma Ventura, Amador Pega-do dé Souza Barrozo, Américo da Silva Castro, Antonio Augusto de Carvalho Mei-reles, Antonio Fernandes Duarte e Silva, distinto; Antonio Ferreira Augusto Júnior, Antonio de Meireles Garrido.

2.° ano—Periodo transitorio—- Al-berto Pereira d'Almeida, Alberto Rodri-gues Ferreira da Silva, Antonio Falcão Garcia, Antonio Mendes Salgueiro, An tonio Nunes. Ricca, Arnaldo , da. Rocha Garcia de Lima, Diogo de Gouveia Sar-mento, Francisco Augusto de Melo Alco-forado, Francisco«d'Aviia Negrão, Joaquim Alves Carneiro, José Malheiro Cardoso da Silva, Augusto Corrêa da Silva Leitão, Antonio da Silva Tavares, Joaquim Ro-drigues da Silva Leite Júnior, Jozé Ma-deira Montez, José Pereira da Costa Bas-tos, Luiz Augusto Lopes Ramires, Raul Manuel Teixeira, Manuel do Quental Ca-lheiros, Àchiles João Gonçalves Fernan-des, Carlos d'AÍbuquerque Cardozo d'Al-meida, Carlos Anibal de Souza Rego, José Joaquim d'Oliveira Bastos, Paulo Teixeira de Queiroz, João dos Santos Apostolo, Vitor Carlos da Fonseca.

Terminaram os átos dêste anno do periodo tranzitòrio-

F a c u l d a d e d e M e d i c i n a •

' a n o — i . a cadeira, exames prati cos — Jozé Nogueira Menezes de Almei-da, Jozé Pinto Meira, Manuel Lourenço Dias, Jozé Luiz dos Santos Moita, Anto-nio Batista dos Remédios, Jàzé Joaquim de Moraes Miranda, (os dois últimos re petem os átos para poder exercer clinica em Portugal. São médicos por univer-sidade estranjeiras).

Ouve uma reprovação. 2.a cadeira, exames práticos: Anto-

nio Batista dos Remedios, Jozé Joaquim de Morais Miranda, (médicos por uni versidades estranjeiras).

2.° ano — 3.* cadeira - Fernando Duarte Silva de Almeida Ribeiro, dis-tinto; Francisco Pedro de Jesus, Geraldino da Silva Baltazar Brites, distinto: João Gonçalves Pereira; 3.a cadeira: Adolfo de Lemos Viana, Alberto Bastos da Costa e Silva, Jozé Augusto de Lemos Peixoto, distinto; Jozé Tavares .Lucas do Couto, distinto, Manuel Jozé de Macedo Barbo-za, D. Maria da Gloria Paiva, distinta.

3." cadeira, Alberto Cupertino Pes-soa, Alexandrino Lopes Russo.

5.a cadeira, exames práticos — Adol-fo de Lemos Viana, Alberto Bastos da Costa e Silva, Alberto Cupertino Pessoa< Alexandrino Lopes Russo, Alfredo Lopes de Matos Chaves, Alfredo Soares Cou-ceiro.

3.° ano — Exames práticos: Abilio Augusto da Silva Barreiro, Alvaro Augus-to Santiago, Antonio da Cunha Saraiva d'0!iveira Batista, Arnaldo Nogueira Le-mos, Arnaldo Vieira Neves Cruz, Abilio Augusto da Fonseca Silva Barreiro, Alf bano Augusto Santiago, Carlos Balbino Dias, Carlos da Costa Araujo Chaves, Domingos da Costa Martins, Eduardo da Silva, for res , Enrique Luiz Doria Omem Corte Real.

ricio Rebêlo dos Santos, Jozé Augus-to de Oliveira e Vasconcelos.

2.° ano—4.a cadeira: Armindo Afon-so Tavares, Augusto Camossa Nunes Saldanha, Jozé Cristino, distinto; Diniz Severo Correia de Carvalho, Jozé Ber nardo Lopes, Francisco d'Almeida Pessa-nha, (abilitado para exame no anno létivo de 1895-1896), Jaime dos Santos Pato, Raul Queimada Souza.

Periodo tranzitòrio: Baltazar Augusto Ribeiro.

3.° ano — Rotanica -Adolfo Correia Soares, Franscisco d'Almeida Pessanha. Manuel Justino de Carvalho Pinto Coelho Vale e Vasconcelos, Jozé Maria Barboza Tamagnini de Mstos Encarnação, Balta-zar Augusto Ribeiro, .Joaquim Artur dos Santos Machado, Alberto de Sá Marques de Figueiredo, Izáura Batista de Figuei-redo e Oliveira, Jozé Augusto d'0!iveira e Vasconcelos, Antonio Luiz Machado Guimarães, Francisco Cortez Pinto.

4.° anno — Zoolojia — Adolfo Correia Soares,'Manuel Justino de Carvalho Pinto Coelho Vale e Vasconcelos.

Cadeira subsidiaria de dezenho — 1.* anno; Fernando' Baeta Bissaia Barreto Roza, João-Augèsto Ornélas e Vasconcé-los, distinto; Jozé Maria Gomes Estima, Manuel Lopes Marçal Júnior, Carlos Elias da Gosta Júnior; Gustavo Duriez, Esteves Pereira, Adelino da Silva Lopes, David de Souza Gonçalves Júnior.

Faltaram 2 alumnos ao exame. 2.° ano—periodo tranzitòrio: Fernan-

do Vasques da Cunha Braamcamp de Mancelos, Antonio Joaquim Machado de Eo«p Cerqueira.

Agradecimento O conde da Covilhã, e seus fi-

lhos, penhoradissimos pelas muitas próvas de consideração e de estima que lhe fôrão dispensádas pelas pessoas de suas relaçõis, durante a doença que o acometeu nésta ci-dade, que, ou o vizitárão, ou pedi-rão infonnaçõis do seu estádo de saúde, tendo de se retirár para cása por conselho de seus médicos, a tôdos maniféstão, por ésta iórma, o seu vivo reconhecimento, e oferécem a sua cása, visto não o poderem fazêr pessoálmente, como devêr e gráto lhes éra. E, com particúlár gratidão, testemúnhão o seu agra-decimento ao distincto médico, ex.mo

dr. Armando Gonçálves, que, tão proficiente e solicitâmente, se ouve em tão aguda crize; bem como muito apértão a mão ao seu diléto amigo e médico de sua cása, o il-o '

lustre dr. Albérto Deodáto da Cósta Ráto, da Covilhã, que tão dedicáda-mente quis, mais uma vês, vir dár-lhes a próva da sua amizáde e pro-váda competencia.

Coimhra, 13' de junho de 1904.

4.° ano Abilio Augusto Ferreira de Magalhães e Américo de Sousa Ca-mões, Antonio Ruiva! Safedía, Armando Macedo, Augusto Maria Gouveia dos Santos, Bernardo d'Aguilar- Teixeira Car-dozo, Bernardo Augusto Loureiro Polo-nio, Calixto de Souza Brandão.

5.° ano,' exames práticos — Afonso de Melo e Silva Amorim, Agostinho Fer-reira Coutinho, AlDerto de Barros Cas-tro, Alberto Sabino Ferreira, Augusto Rodrigues Almiro, Filipe Cezar Augnsto Baião" João Antonio Pinto Bugalho, Jozé de Carvalho Omem, Jozé Gomes Lopes, Jozé d'Oliveira Xavier, Alberto de Barros Castro, Alberto Sabino Ferreira.

Faculdade de SIatemàíica

1.° ano, ,2,3 cadeira —átos práti-cos— José de Sá Paes do Amaral, Luiz Augusto Casimiro de Freitas, Leopoldo Jerardo Martins, S e r j i o d'Assumção Moraes e Castro, Carlos Augusto Masca-renhas Gomes, José Cabral Caldeira do Amaral, Viriato Augusto Tadeu, Alvaro de Freitas Morna, José Augusto de Beja Neves, Antonio José Bernardes de Miranda, i . a cadeira, Fernando Baeta Bissaia Óar-reto Roza distinto, Carlos Augusto Mas-carenhas Gomes, Jozé Cabral Caldeira do Amaral, João Lopes Fernandes Ma-nuel, Alfredo de Meio Pereira de Carva lho.

Faltou ao ponto um aluno e ouve duas reprovaçõis.

ano. Periodo tranzitorio — For-

Antonio d'Almeida, e Silva, ter-minando com o estabélcimento que possuía na rua da Sofia, faz venda do balcão, armação, balanças, pezos, arções e bancadas.

Para tratar ná mesma rua da Sofia n.° 44, ou na rua Sá da Ban-deira n.° 61.

A N U N C Í O Pelo Juizo de Direito da comarca

de Coimbra e cartório do escrivão do 2.° officio, vão á praça, para serem vendidos em.âsta pública, no dia 26 * do corrente, por 11 óras da manhã, á porta do tribunal judicial, pelo maior lanço acima da avaliação, os seguin-tes prédios:

Uma caza de abitaçao, sita no lo-gar e freguezia de São João do Cam-po; avaliada em sessenta mil reis.

Outra de abitaçao, sita no mes-mo logar e freguezia, foreira ao Dou-tor Parreira em quinhentos reis; ava-liada, abatido o fôro, em trinta mil reis.

Fôrão penhorados na execução por custas, que o Ministério Publico nesta comarca, move contra Mário Silva e Maria Carlos, cazadas residen-tes no dito logar de S. João do Cam-po, a quem pertencem respótivamen-te, para pagamento da quantia de 42:370 reis e custas acrescidas.

Pelo prezênte são citados quais-quér credores incertos, para assisti real á praça.

T I P O G R A F O Muito abilitado em compozição

e impressão, preciza-se para dirijir uma boa oficina recentemênte mon-tada n'uma localidade da Beira. Prefére-se individuo que tenha já estado a dirijir outras boas tipogra-fias e que dê os melhores referen-cias sobre as suas abilitaçõis e comportamento.

Trata-se em Coimbra com o Ex.,no Sr. Augusto Luis Martha, Praça do Comércio.

BANDEIRA ENCARNÁDA Á JANÉLA

No próximo domingo é segunda feira 19 e 20 do corrente, faz-se liquidação dos seguintes objétos:

Um guárda vestidos com espêlho, uma cama de mógno para casádos, cinco.camas de fé.rro com amarélos sendo duas para casádos, duas para creanças, mais uma dita para criáda, um espêlho para sala, um lavatório -tuáléte com pédra, duas mezinhas de cabeceira, uma escrivaninha, uma cadeira de balanço, dois armários de cozinha, um fogão, uma banheira de zinco para creança, um relójio de sála, um baú de couro, mêzas de sála, um piãno para estúdo, um cobertor de damásco, uma imájem de Santo Albérto, e outra de S. João, diferentes louças, um sofá e duas poltronas estofádas.

Redomas, quádrós, lantérnas para janélas, um relójio antigo em ébano.

Três reposteiros de sêda com as respétivas sanéfas, uma cómoda antiga de pau prêto e mais objétos que esiârão patentes nos dias acima indicádos dêsde as 11 da manhan ás 8 da noute.

N . B . — Os objétos comprádos dévem lógo sêr retirados, porque é urjente despijár a cása, '

K E Z I i T E ^ C l l — f n i n l a « l V i i * a , 1 6 d e J n n S i o d e 1 9 0 1

PPvoQ^EDi ET

PRode^E V I M O S DE PASTO

G - B N I T I N - O S

BRANCOS E T I N T O S P a r a c o n s u m o e e x p o r t a ç ã o

Coimbra Vendas por junto e a miado ins ta l lação provisor ia: rua da Sota n ° 8.

T a b e l l a «le p r e ç o s d e v e a d a a m i ú d o (1 de março de 1904).

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P r e v e n ç ã o . — Os garrafões le-Distribiáção gratuita aos domicilios, vam o carimbo da Adega em lacre, e

dentro dos limites da cidade em nas rolhas das gàrra/as e garrafões compra de 2 garrafões ou dúzia de vae o emblema da Adega impresso a garrafas fogo, ao Iado e na parte superior.

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Candidatos republicanos São candidatos republicanos

pelo circulo de Coimbra, nas elei-çõis que se realízâo no dia 26, os seguintes cidadãos:

Bernardino Luis Ma-chado C*uimarãis (Dr.) pro-fessor da Universidade de Coim-bra.

Manuel de Arriaga (Dr.), advogado.

Alonso Aug-usto d a Costa (Dr.), professor da Uni-versidade de Coimbra e advogado. Antonio jozé de Almeida (Dr.), medico.

Paulo Jozé Falcão (Dr.), advogado.

Em Portugal, mercê dos pro-cessos de violência e corrução uza-dos pelo Poder, a politica provocou desdens e desprezos. Desvirtuou-se-lhe a significação eleváda e púra Esta expressão — politica — passou a dezignar um amontoado de pra ticas indignas, de abilidades torpes, de despotismos revoltantes. Como seus reprezêntantes indicárão-se vi lõis de vária classe e aparência, dêsde o conselheiro, que na capita' trafica em larga escála, aos cágados que nas rejedorías sertanéjas se pronuncião com a autoridade na barriga.

O conceito alto da politica foi posto de parte, e esta palavra pas sou a ter fóros duma das obscenida-des arrepiantes. A politica deixa de ser uma sinteze de principios; para ser uma profissão lucrativa de vários salafrários inúteis, umagazúa, um alcouce.

Admitido tal significado, e pro-vado que a essência dos factos es-tava fielmente concorde com tal indicação, a politica provocou a abs-tenção, c rescente duma grande mássa de indivíduos, a quem eno-java a cumplicidade em tais trapáças.

E eis porque a imoralidade cres-ceu, os atentados redobrárão de violência e frequência, e o país de-rivou a esta vergonhóza situação, que fás pena e fás nauzéas, que contrista e revolta.

Ficárão em campo, sem peias, sem ameáças, os sujeitos que da politica se senhoreárão como bom filão a explorar.

Manobrárão á vontade. Afirmá-rão, falsificárão, subornárão, rou-bárão. E rirão da Justiça, dos códi-gos, dos vários podêres organizádos

ripara assegurar os direitos dos cida-dãos. Érão mariolas, traficantes, gatunos, mas ao abrigo da lei, com visto dos podêres públicos e licênça do ordinário. /

Assim a politica portuguêza se transformou em terrível encruzilhá-da, onde nem mesmo de bacamarte aperrado é seguro pôr a salvo a vida e a carteira.

Ora este estado de coizas á

muito que vem fomentando protés-tos e reclamaçõis. Á um mal estar formidável. Os mais calmos tempe-ramentos se conjestiónão em crizes arrebatadas. E que é preeizo mora-izar a politica, dignificál-a, resti-tuir-lhe o significado justo, arrancá-la das mãos da matulájem que a prostituiu, é ôje uma opinião jeral, repetida com insistência, gritada com dezespêro. Mas moralizar a politica importa condenar os políti-cos que a desmoralizárão. Protestar contra êles é tudo. Fazer aseléção, desprezá-los, pô-lós ao canto, e tra-zer para a frente, para a lús, os que tenhão sido preteridos e roubados, precizamente porque lhes sobrem cabedais de intelijencia e caráter, é a grande missão a realizar.

Bater a indiferença e o dezalento que relegárão para uma inatividade funésta uma rná^sa enorme de cida-dãos, eis o ponto por onde é preeizo rompêr.

Nem sempre os que grítão con-tra a imoralidade da politica se dis-põem a combater efétivamente essa imoral idade. Antes a auxilíão e mantém, esquecendo as suas pala-vras com vergonhóza facilidade. Se os compromissos tomados em lance de protéstos se cumprissem, se os fátos acompanhassem coerente e onradamênte as palavras, outra se-ria a nossa situação.

Nas eleiçõis se tem principal-mente revelado a doblês de caráter de muitos. E é em virtúde dessa doblês que os protestos de certa ordem e de certas classes são de-zautorizádos e impotêntes para com-pelir os govêrnos á adóção de nóvas praticas administrativas.

Assim é preeizo que todos sái-bão cumprir, e cumprir onrada-mente os seus devêres cívicos. In-tervir na politica, com onra e com patriotismo, não é cumplicitar com as suas torpêzas, é procurar levan-ta-la, purifica-la.

Todos os que protéstão tem obrigação de ser coerêntes, e assim, em todos os momêntos propícios, manifestarém-se praticamente em armonia com as suas opiniõis.

Aquêles que desmentem, por átos, as suas palávras, serão tudo menos ómens de bem e de convi-cçõis.

E é por se não terem juntado todos os ómens de bem e de ccn-vicçõis que a politica desceu tanto.

dade: é lavrar um protesto digno contra todos os atentados, todas as vergonhas e todas as extorsõis de que o pais tem sido vitima, e de que ainda á pouco se fês com duro rigor o famôzo inventário: é consa-grar uma alta prova de justiça a nomes de ómens que todo o país conhece e admira pela excecionali-dade dos seus nobres predicados: é emfim dar aos governantes uma sevéra lição, mostrando-lhes que os seus abuzos, os seus desprêzos, as suas violências não pássão impunes, e que o país não abdicou ainda da sua lejitima soberania para ser tra-tado como um passivo e ignóbil re>-banho de escravos.

Votár nos candidátos monárqui-cos, é votár pela permanência duma politica de bandoleirismo audaciôzo que tem explorádo e vexádo o país, deixando-o sem exército, sem marinha, sem instrucção, sem cré-dito, aos acázos da caprichóza lou-cura de cínicos e megalomanos in-curáveis: é votar pela confuzão dos dois erários, pela correjedoria, pelo rejimen do convénio, da reação re-lijioza, do contrato Wiliams, das embaixadas á China, de todas as vergonhas e de todos os escandalos que teem dezonrado o nosso nome: é votar contra a Liberdade e a Jus-tiça pelo prcviléjiu e pela iniquidade, contra a onestidade e o civismo pela corrução e o abastardamento: é sancionar todo o Passado de inqua-lificáveis vilanias>é votar contra um futuro de reivindicaçõis nobilitadô-ras.

Os eleitores do circulo de Coim-bra são chamados a escolher, e francamente lhes diremos que quem fôr onesto, independente e patrióta á-de escolher os candidátos répu-blicanos. Eles não temem discus-sõis nem confrontos. Eezafião o odio dos adversários, com a serena corajem de quem está bastante alto para que a lama lhe chegue. São reprezentantes d'um grande ideal de justiça e de verdade, cuja defêza teem feito com um brilho e uma grandêza moral que não depáiâo egual no campo adverso.

Fáção o confronto. E escôlhão com consciência, com onra e com patriotismo:

A' xirna poios oan-ciídatos repulblica-nos!

• Centro Eleitoral Republicano 3 o z i Falcão

TVo C e a í r » «Fozé F a l c ã o s ã o f o r n e c i d o s i o d o s o s d i a s , d a s 8 o r a s d a n o i t e e m d e á n t e , q u a i s q u e r e s c l a r e c i m e n t o s e i n f o r m a ç ô i s á e e r c a d o á t o e l e i -t o r a l , p o d e n d o a l i s e r c o n -s u l t a d o s p o r t ô d o s o s e l e i t o r e s o s r e c e n s e a m e n t o s d a s r e s p é -t i v a s f r e g u e s i a s .

No momênto, tem todos os que reclâmão contra esta politica de bandidos e dezéjão uma politica de onra e de patriotismo, ocazião ex-celênte de provarem a sua sinceri-dade, lavrando um magnifico pro-tésto.

Vão realizar-se as eleiçõis, den-tro em breve, a 26 do corrente. O partido republicano aprezênta os seus candidatos—nomes todos con sagrados pelas altas qualidades que os abrilhantão e pelo exemplo da sua vida, enobrecida no culto in-tranzijênte d'uma ideia.

Votar nos candidátos republi-cânos é votar contra a corrução dominante e pelo advênto duma politica nova de moralidade e liber-

Os benefícios do rejimen Aos oloitoros

Não à exercito

«0 exército não está bem vestido, está mal calçado, o que é talvês peior do que estar descalço, está dezarmado, não tem rezérvas em condiçõis de soli-des, não tem depózijos, não tem quadros inferiores.em armonia com as unidades contribuídas não pôde mobilizar-se nem sequer instruir-se como déve e como q u é r . . . Í

(Carta do tenente-Cororiel Xavier Machado, publicado em apênso do Diá-rio Ilustrado de 6 de março de 1904.)

N ã o ú m a r i i ) b a

« Nem um navio de combate, a não ser um cruzadôr que talvês se possa em-pregar ao largo; defêza torpedeira.núla. Nem organização, nem pessoal devida-mente abilitado, nem a instrucção pre-ciza. E' ama triste verdade,^ mas é pre-eizo que o país saiba que se dezenga nem os não profissionais, se, vendo esses poucos navios que possuimos, imaginão que éles pódem reprezentar alguma cou-za como elementos de defêza.

Não servirão senão para sacrificar aquêles que, pela onra da bandeira que defendém, queirão morrêr pela Patria no dia em que a Patria morrêr. »

(Conferência do eapitão-tenente da Armada, João Batista Ferreira, extratado no Diário Ilustrado.)

São palavras de monárquicos — para que em espíritos rezistente mente injénuos não fiquem suspei-tas de que desvirtuamos ou menti mos.

Não á exército. Não á marinha. Em compensação temos as ins-

tituiçõis monarquicas constitucio-nais. . .

Vótem por élas!

A p r e e n ç õ i s Revolta-nos ,esta ipocrizia amavel em

uzo 11a imprensa portuguêza de endere-çar condolências aos coléjas vitimados pela fúria do Poder.

Palavra-, palavras, palavras. Uma indignação postiça que agrava mais a revolta sincéramente sentida pelos que não sofrem a condição de escravos que os governos pretêndem deferir-lhes.

Mostras fracas de solidariedade que não rezistem á menor prova séria e é apenas um anteparo para a covardia do maior numero.

0 «Mundo» e o «Debate» tem sido apreendidos, Escuzado é dizêr que pro-testamos contra o assalto; mas escuzado é também insistir em que, dispostos a um protesto sério, e efétivo, qualquer que ele seja nos repugna estar todos os dias a lamuriar as velhas frazes de es-tilo.

Para o que quizerem, menos para comedias.

R o s c o m i c i o s r e a l i z a d o s c o n t r a a s m e d i d a s d a f a z e n d a p r o v á r ã o - s e a s r e s p o n s a b i l i d ã d e s d e t o d o s o s p a r t i d o s n a s i t u a ç ã o d e i g n o m i n i a e d e r u i n a q u e e s m a g a o p a i s .

V o t á r # n o s c a n d i d a t o s a p r e -z e n t ã d o s p o r e s s e s p a r t i d o s é f a z e r u m a a f i r m a ç ã o d e c r i m i rcoza c u m p l i c i d a d e .

A FARÇADA

Têm andado açodados os grosbonnets políticos cá do burgo.

Parece até que o acôrdo rotativísta í a finjir, e que a lista leva jeites duma memorável conflagração.

0 que é que os fará andar assim, em tão laborióza azáfama, batendo á por-ta dos eleitores pancadinhas respeitozas, com o seu melhor sorrizo e as suas pa-lávras máis dôces?

E' a intervenção dos républicanos na lista eleitoral ?

Pedimos mil descolpas, meus senhô-res, se é essa a orijem das doidas cor-rerias.

Não era intenção nossa incommodar.. .

A reação vem de têr a sua óra de êxito ostensivo e arrogante.

Impudêntemente, sob o pretexto de comemorar o quinquajenario da Definição dogmatica da Imaculada Conceição, éla ascendeu ao monte Sameiro pela simples ancia do exi-bicionismo.

Com o intuito aparênte de con-sagrar é radicar mais a submissão cultual por um facto que a ciência, a razão e a istoría repelem para o domínio do absurdo e irrizorio, não fês mais do que patenteár a sua força e a sua audacia com o orgu-lho inflexível de quem vê aluir e findar irremedialmente o arbitrario poderio e a supremacia intranzijente d'outr'ora.

A singular ipocrizia com que pretendeu exaltar a fé n'essa mani-festação injustificável não mascarou e ocultou também a manigancia capcióza das vaidades e interésses, postos em jogo, e bem altos e evi-dentes para atestar irredutivelmente a vilêza e a insinceridade dos seus propózitos.

Todavia, repetimos, a reação 'cercada das regalias e privilejios, que n'este pais largamente se con-cedem a tudo o que se bazeie n'um principio inaceitavel e mau, teve os seus momentos de desforçado triunfo.

Para que fosse o mais retum-bante possivel não faltárão, n'um espirito de solidariedade disciplina-da, as simpatias excepcionais d'al-tissimas figuras, o concurso unani-me dos chefes da Igreja, o beaterio aristocrático e galanteios núcleos d'organização clerical e a compa-rência ou adesão dos seus elemen-tos d'ação.

E' certo. Mas não obstante isso este triunfo foi simplesmente de farça.

Repare-se nessa Academia em que por vezes se deu largas a uma loquacidade inconveniente e invero-zimil, atente-se na macaqueação reles ç^ridicula, sem objetivos mui-to devotos, das procissõis noturnas á Lourdes, e n'esses cortejos, acen-tuadamente pagãos, que constitui-rão nóvos e indefetiveis depoimen-tos da mariolatria com essa mirabo-lante cena da coroação, que não veio a ser o fecho apoteotico da pantomima, como se projetava, em virtude da inabalavel e impassível contrariedade da Natureza.

Dir-nos-ão porem que nem tudo foi exteriorização ufanante, nem conquista astucióza de certos fins, ainda ocultos, dada a afluência res-peitável dos fieis a manifestar o crescente e arraigado sentimento religiôzo da nação.

O'! não nos iludamos. Essa multidão que acorreu ás

chamadas festas jubilares não repre-zenta o fervor da crença, mas per-sonifica a Inconsciência que, apro-veitando o ensejo excelente, se pre-cipitou naturalmente para o desfrute d'um íestival raro com deslumbra-mentos espetaculózos e pompózos,

2 REZISTENCIA — Domingo, 19 de Junho de 15ÍOI

que profundamente impressiónão a ] aima popular, e para um pequeno 1

gjzo de tréguas na lufa-lufa inces-sante da vida penózi e amarga.

Eis a pura verdade. Aí fica pois reduzida aos seus

justos limites essa clamoróza come-moração do dogma da Imaculada sobre que principia a c;:ír o pczado silencio do passado. Felismente que assim succcde a tudo aquilo qne não assenta na solidês indestrutível de principios e fatos que ténhâo um fim mais nobre, mais jenerôzo, mais úmanitario.

Certo que o esquécimento dos ómens e a justiça da istória serão implacaveis para tais repugnancias ignóbeis e irritantes entre as quais fica avultando essa monstruóza Farçada.

V o t á r n o s c a n d i d á t o s m o -n á r q u i c o s é c o m e t e r u m a t r a i -ç ã o .

P o r q u e é v o t á r p o r u m r e -j i m e n d e d e s p o t i s m o e d e c r á p u l a c o i i í r a o p a i s o p r i m i -d o e r o u f e á d o .

I n d u s t r i a c o n t e s t a d a

0 Conimbricense, num arligo com res-peito ás referencias d cidade de Coimbra, trás a seguinte trancrição de Camilo Castélo Branco a propózito de Carlota Lady Jackson autora de A formóza Lu-zitania traduzida por êle do inglês:

« Esta senhora ouve se jenerózamente Com a princêza do mondègo, Não é esse o costúme dos óspedes inglèzes. Richard Twiss, que estève em Coimbra em 1773, ómem de lètras, escreveu um enorme livro ácerca de Portugal e Espanha, de-dicando a Coimbra as seguintes cinco li-nhas : « Coimbra ê uma Universidade si-« tuada num monte, pérto do rio Mon-» dègo, sobre o qual córre uma ponte « muito comprida e baixa, com muitos « arcos grandes e pequênos. Rezidem « aqui cinco familias inglêzas, uma das € quais pertence a um médico. Esta ci-ai dade è celebrada pelos seus curiózos « cópos e caixas de corno polido ». This city is celebrated for its curious cups and boxes of turned horn. »

Várias vézes têmos visto estra trans-crição de Richard Twiss, sempre aprezen-tada em ar de duvida.

Não á nada mais verdadeiro: em Coimbra fazião-se no século XVIII obras de corno polido, que passávão por ex-celentes, e os trabalhos nacianais ocupan-do-se das industrias desta boa terra não deixávão passar esta sem o devido enca-recimento.

As caixas e cópos de pau do ar, como mais polidamente dizião os autores por-luguêzes, fabricavão-se em grande có-pia, (é ainda a mesma polida linguajem) na rua do Coruche, ôje Visconde da Luz.

Porque dezapareceria a industria ? Com o alargamento da rua ?

Esse é o problema . . .

Expozi.ção Agrícola Desde já se recebem os produtos des-

tinados á Exposição agiicola do distrito de Coimbra, na Escola de Agricultara e no estabelecimeuto dos srs. Nazareth & Filho na rua Ferreira Borjes n.cs 20 e 24.

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#

São sempre de reconhecido interesse para as localidades que as promovem as ex-poziçõis e Coimbra como centro de uma granne e rica rejião agrícola, mais inte-résse deve ter.

E' de esperar que oste certamen seja muito concorrido e que os srs. agriculto-res venhão dar-lhe o brilho e a impor-tancia que meréce.

0 sr. Sertório Monte Pereira virá durante a expozição fazer uma conferen-cia sebre A agricultura e o Comercio em Portugal.

Esta conferencia é esperada com in-terésse porque o sr. Sertório Monte Pe-reira é o dirétor do mercado central, e tem trabalhos especiais no sentido da co- | locação dos nossos produtos agrícolas, I

! Monárquicos e republicanos Façamos o confronto. Marquemos a

superioridade dos deputados republicanos e as vantajens incalculáveis que ao pais advorião das suas eleiçõis.

Façamos o confronto, dissémos, e não sabemos bem se o confronto é per-mitido entre ómens livres que reprezen-lão, em toda a sua ptirêza, um grande ideal de altíssimas reivindicaçõis, e os subalternos de emprêzas exploradoras, escravos e dependentes das suas ambi-çõis, dos seus interesses e dos seus chefes.

Na lista républieâna todos os nomes destàcão com indiscutíveis merecimentos, Quazi todos se provárão já nas lides par-lamentares lutadores de envergadura superior, ê a sua obra de sanea-mento e f i c á s e de protesto salutar vinca uma excéção nolavel na vida charra ê ignóbil da chamada representação na-cional, E tão grande foi o alarme que a sua ação provocou, tantos os sustos que as suas vózes independentes e se-véros despertárão, num alvoroço pávido, que os serventuários da realeza chegarão ao supremo descáro de aventárem e de-fenderem a doutrina de que é preeizo impedir a entrada dos républicànos no parlamento.

Os deputados monárquicos não re-reprezentão os interesses peculiares do seu circulo nem os interesse jeraís do pais: répezentão apenas a vontade de seu oartido, os seus interesses e as suas am-biçõi>. Não têm liberdade: procedem sob órdem dta seus chéfes. Não têm consciência ; ob tdécem a motivos pequê-nos de conveniências. Não têm o culto dum ideal: têm devoção das personali-dades que pódem garantir-lhes a vida fácil e ostentóza da madraçaria burccra-tica.

A sua obra está patente : inútil, baixa, criminóza. Raro um lampéjo de elo-quência, raríssimo um assomo de brio dão á discussão parlamentar o aspéto in-teressante, duma pugna onde se bátão consciências e onde brilhem espíritos.

Não são uma falange: são um reba-nho. Não são lejionários duma ideia: são carneiros.

Não viérão do sufrájio e da vontade consciente e livre do pais : viérão da pro-téção e da complacência do Ministério do Reino,

Uma Associação comercial denomi-nou, á tempos, o parlamento um synédrio de inconfessáveis interésses. E de âno para âno esse sinédrio tem descido á condição duma baiúca perigóza, onde se tramem atentados e se ensaiem c jnas de facádas.

E' um antro.

Por isso os deputados républicànos apavórão. Vózes severas que irião con-clamar a verdade, com todo o brilho da intelijencia e com todo o poder da con-ciencia, é preeizo sufocar-los, impedir que se fáção ouvir ómens indepêndêntes, par-tidarios dum ideal que não reconhece outra soberania que não séja a do país, estávão dezembaraçádos para articular todo o formidável libelo contra as corru-çõis famózas do rejimen.

Para lonje, pois, faça-se o silêncio. Ouça-se apenas a linguajem pautada dos serventuários. Minta-se ao pais, e estrei-te-se a coligação dos que ão-de explora-lo e envergonhá-lo.

Mas o pais pôde afirmar bem alto a sua soberania e o seu protésto. Para os expoliados abre-se um ensejo de vin-dicta. Para os onéstos, os sãos, os pa-triotas proporciona-se um momento de cumprir um grande devêr civico.

A ' u r n a p e l o s c a n d i d a t o s r e p u b l i c a n o s !

Trabálha-se átivamente nos festejos próximos da Rainha Santa, estando já organizadas muitas comissõis.

Na Praça do Comércio, alem dasilumi-naçõis, que prométem ser vistózas, averá um pavilhão de dança, e outro com um bazár a favôr da corporação dos guarda -nocturnos, que tão bons serviços estão prestando á cidade.

De noite, em muitas ruas da baixa ouvem-se as vózes dos ranchos a en-saia r-se até altas óras.

Tudo prométe que os festejos serão animadíssimos.

O s c a n d i d á t o s r é p u b l i c a n o s s ã o r e p r e s e n t a n t e s d u m i d e a l d e v e r d a d e e d e j u s t i ç a , o s c a n d i d á t o s m o n á r q u i c o s a j e n t e s d a s q u a d r i l h a s q u e , s e g u n d o o s r . l í i a s F e r r e i r a t e m e x p l o -

| r a d o o p a í s . I i S s c o l h ã o .

 T í m

Na Universidade de Coimbra, nos dias 15, 16 e 17 de junho, fizéiam átos e ficaram aprovados os seguintes acadé-micos :

Faculdade de Teolojla

1.° ano—2.a cadeira—Eduardo Au-gusto Fei reira Senrela, Jozé Francisco Soares, Jozé Marques Dias Júnior, Anto-nio Rodrigues d'Oliveira, distinto.

2.° ano — 3.* cadeira — Antonio Au-gusto (distinto), Joaquim Correia Salguei-ro (distinto), Jozé d'Almeida Correia, (distinto), Albertino Augusto da Silva.

3.° ano—Jozé Celestino da Silva. 4.° ano—Alfredo Lopes de Sequeira,

Alvaro Ribeiro da Costa Sampaio, Amé-rico Augusto da Conceição, Antonio Ber-nardo da Silva.

Faculdade de Direita

1.° ano — l . a cadeira —Antonio Pedro Nunes Coelho Sampaio, Antonio Pedro da Silveira Bagulho, Antonio de Amorim Jirão, Baltazar Enriques dos San'os, Cae-tano Tavares Afonso e Cunha, C irlos Al-berto Nunes de Velez Juzarte Rolo, Fran-cisco Cotrim da Silva Garcez, distinto.

Ouve uma reprovação. 2.4 cadeira—João Canito de Oliveira,

João de Espregueira da Rocha Paris, João Maria da Cunha Barboza, João Pe dro Emauz Leite Ribeiro, Jorje Paes Te-les de Utra Machado, Jozé Afonso de Lemos Albuquerque, Jozé d'Almeida Eu-zebio.

Ouve uma reprovação. 3.a cadeira — João Franco, Antonio

Pereira da Silva, Xavier da Sitva Júnior, Baltazar de Almeida Teixeira, Alvaro Xavier de Castro, Erlander Serzedelo Ferreira Ribeiro, Jozé Frederico Colaço, Carlos Olavo Correia d'Azevedo Júnior, Antonio Pereira de Figueiredo, Artur de Sant'Anna Leite, Jozé Guilherme Pinto, Ponce de Leão, (distinto), Tomás de Gamboa Randeira de Melo.

2.° ano—5.a cadeira — Adolfo de Sá Cardozo, Agostinho Luiz Rodrigues Lima, Alberto Fernandes Lopes de Sepulveda, Alberto Vicente da Silva, Alfredo Rodri-gues Coelho de Magalhães, Alfredo Tor-lades 0'Neil, Alvaro Cezar Correia Men-des, Alvaro dos Santos Pato.

G.a cadeira —João Machado da Silva, João Pedro de Sousa, Joaquim José d'01i-veira, Joaquim Nunes ú'Oliveira, Jozé d'Almeida Barreiros Tavares.

Ouve uma reprovação. 7." cadeira—Alfredo Jozé Rodrigues,

Antonio Pereira Gomes, distinto; Artur Jozé Ferreira, Fernando Ferreira de Ma-tos, Francisco Manuel Pereira Coelho, Jermano Jozé d'Amorim.

3 ° ano—Antonio de Magalhães Rar-ros de Araujo Queirós, Antonio Policarpo das Neves, Antonio S. da Cunha, Antonio Vicente Marçal Martins Portugal, Arnaldo Ferreira da Silva Guimarães, Artnr Car-dozo da Silva, Artur Fernandes de Ma tos, Augusto Euquides de Menezes, Au gusto Gomes Moreira, Benjamin do Car-mo Braga Júnior, Carlos Alberto Teixeira Direito.

Ouve uma reprovação. 4.° ano—Antonio Lopes de Almeida,

4ntonio Maria Sequeira Queirós, Antonio Máximo Branco de Melo, Antonio Torge de Figueiredo, Antonio Mesquita de Fi-gueiredo, Antonio da Silva Dias, Artur de Moraes Carvalho, Augusto Cezar Pires de Lima.

5.° ano—Aníbal Metelo de Nápoles e Lemos, Antonio Augusto da Silva Pires, Antonio de Azevedo Alaide, Antonio Brito Pereira de Rezende, Antonio Cor-reia da Fonseca, Antonio Francisco Cor-deiro, Antonio Ferreira Rebelo da Silva, Antorno Mendes Vaia Silva Carneiro, Manuel Antonio de Quadros.

Faculdade de Medicina

1.° ano—l.a cadeira—Exames práti-cos—Adelino Rebelo Pinto Bastos, Alber-to Carneiro Alves da Cruz, Alfredo Gon-çalves Salvador, Alfredo Guedes Coelho, Alvaro de Almeida Amorim, Anibal de Melo e Corga, Adelino Rebelo Pinto Bas-tos, (distinto), Alberto Carneiro Alves da Cruz, (distinto).

2.a cadeira—Antonio Batista dos Re-medios, Jozé Joaquim de Morais Miranda (médicos por universidades estranjeiras).

2.° ano — 3.a cadeira -Nuno Freire Temudo, Serjio Ferreira da Rocha Ca-listo, Viriato Borjes dos Santos Monteiro, Abel Pais Cabral.

5.a cadeira —Exames práticos—Alvaro de Gamboa Fonseca e Costa, Amadeu Marques de Moraes, Antonio Anibal de Araujo Esmeris, Antonio Trindade, Au-gusto Cezar da Silva Ferreira, Custodio de Almeida Henriques, Alvaro de Gam-boa Fonseca e Costa, Amadeu Marques de Moraes.

3.° ano — Antonio da Cunha Saraiva de Oliveira Batista, Arnaldo Nogueira

Lemos, Arnaldo Vieira Neves Cruz, Car-los Balbino Dias.

4.° ano — Cezar Augu to Freire de Andrade Rego, Francisco Inácio Pereira de Figueiredo, João Marques dos Santos, João Pessoa Júnior.

5.° ano—Exames teoricos — Augusto Rodrigues Almis, Filipe Cezar Augusto Baião, João Antonio Pinto Bagulho, Jozé de Carvalho Omem.

Faculdade de Matemática

1 a n o — 1 ,a cadeira — Luiz Augusto Cazimiro de Freitas, Francisco Pereira Dias da Fonseca (distinto); João Augusto Orneias e Vasconcelos, Jozé Maria Gomes Estima, Manuel Lopes Marçal Júnior, dis-tinto.

Ouve uma reprovação. 2.a cadeira — Exames teoricos — Vi-

riato Augusto Tadeu, Alvaro de Freitas Morna, distinto, Jozé Augusto de Beja Neves, Antonio Jozé Bernardes Miranda.

Exames práticos Eurico Cunha Bar-belos da Silva, Jeronimo Pinto Montenegro Carneiro, Mário Gomes Saraiva, Miguel Vaz Pereira Pinto Guedes de Souza Ba-celar.

Cadeira subsidiaria de dezenho—1.° ano— Carlos Ponce d'Oliveira Pires, Er-nêsto Jozé Martins, Jozé de Sá Paes do Amaral, Domingos da Cunha Barboza, Jozé Joaquim Ramires. Raul Roque, (dis-tinto), Raul Queimado Sousa, Alvaro de Freitas Morna.

Faculdade de Filoxofla 1.° ano—l.a cadeira—Exames práti-

'-cos—Carlos Augusto Lopes de Melo, Fer-nando Baet;í Biscaia Barreto Roza, Carlos Elias da Costa Júnior, Acácio Armando de Souza, Anibal da Conceição da Costa e Silva, Pinto dos Afonso Aires de Gou-veia Alcoforado, Francisco Pereira Dias da Fonseca, Francisco Rodrigues Muiga-chos, Bernardino de Sena Martins, Mário de Sá Chaves, Luis Emilio Ramires, Jozé Paulo Teixeira do Amaral.

Faltaram a exame por motivo justifi-cado cinco alunos.

2.° ano—Periodo tranzitorio—Joaquim Antonio de Melo Castro Ribeiro, Miguel Pereira da Silva Fonseca, Armindo Afon-so Tavares, Augusto Camossa Nunes Sal danha, Fortunato Gomes Leiça.

4.a cadeira -Antonio Jozé Bernardes de Miranda, João Lapa Fernandes, Ma-nuel Jozé Abelho Telo Mexia, Licinio Cantarino Lima, distinto, Artur Arsênio d'01iveira Moreira, Jorje Aisenio d'01i-veira Moreira, distinto.

4.° ano—Zoolojia=Fernando Vasques, da Cunha Braancamp de Mancelos, An-tonio Luis Pereira d'Almeida, Jozé Maria Barboza Tainagnini de Matos Encarnação.

Escola de farmacia — 2." cadeira— Arnaldo Pereira de Moura.

3.a cadeira—Joaquim Vieira de Souza.

V o t a r p e l o s c a n d i d a t o s r é p u b S i e a n o s é v o t a r p e l a p a t r i a , v i l i p e n d i a d a e c u s p i d a p e l o r e j i m e n .

O m a i o r d o m u n d o !

Escreve o Diário de Noticias:

mt. S^ouis , 29 de maio. —São Luis é considerada pelos americános como a mais orgulbéza e a mais ambicióza ci-dade dos Estados Unidos da jAmerica. Até agora, ufanava-se éla das suas 5:000 fabricas; da sua gare de mercadorias que é a maior do mundo, da sua produção de carris de ferro e de tramways (muitos dos quaie ancião no jiro das ruas de Lis-boa) e queé a maior do mundo; das suas duas enormes manufátúras de tabáco, que são as maiores do mundo; da sua fabricação de produtos quimicos, que é a maior do mundo; do seu mercado de gado muar e cavalar, que é o maior do mundo; e, finalmente, da sua exportação de cai-xões de enterro, que é também a maior do mundo. Um belo dia. São Luiz teve a idéa de celebrar o centenário da com-pra da Louiziana, organizando uma ex pozição seria, pozitivamente, a maior ex-pozição do mundo.

So el-rei D. Carlos tem ido, lá vinha St. Louis gabar-se dc ter o monarca mais gordo-do mundo.

O mais gordo?! O mais gordo, o mais intelijente e o mais formôzo.

Formózo e inconstante, que sempre em monárcas portuguêzes a formozura andou a par com a inconstância...

O' Carlos!

S ó o s d e p u t a d o s r é p u b l i c a -n o s p o d e m d e f e n d e r o p a í s . P o r q u e s o ê l e s n ã o t ê m a e m b a -r a ç a - l o s a p r e o c u p a ç ã o s u b s e r -v i e n t e d e d e f e n d ê r e m o p a í s .

ACommissão eleitorál républi-cana de Sacavém espalhou profuza-mente o manifésto seguinte :

Áos eleitores do circulo 15.° C i d a d ã o s :

É cheg.ádo o momento em que somos chamados á urna para elejermos os de-putádos qne dévem de futuro reprezentár o brio e dignidade da Nação Portuguêza. Por isso, é dever de tôdos os cidadãos onéstos, escolherem ómens sem eiva nem macula; um partido de.ómens puramente nóvos, e evilármos por éste meio que continuem no podêr os vendilhõis que pelos seus procéssos, nos teem desgra-çádo, tais como: contraindo emprésti-mos que para pagármos os juros nos so-brecarrêgão com pezadissimas contri-buíçõis e termos que pagar por alto pre-ço os jeneros alimentícios, e lá está o fisco com as suas garras devoradoras que a toda a óra nos ameaça levar o couro e

•oabêlo. Devemos pois, repelir todos esses

ómens que só teem ido ao podêr para explorarem aquêles que tudo produzem e nada possuem. Substituil-Òs por ómens que tomem em consideração as tres principais forças vitais que fazem a ri-quéza de uma Nação, tais como: a agri-cultura, a industria e o comércio, quando bem dezenvolvidas. Que protéção teem os governos prestado a estas tres fontes de riquéza? Nenhuma. Teem menospre-zado tudo e todos, desequilibrando to-todas as finanças pelo devorismo no meio da orjia em que teem vivido.

Os dirijentes da atualidade não teem senão programas de exploração e não de protéção, como se devia prestar ao tra-balhador rural, que desde tenra idade não fás senão trabalhar e produzir em beneficio de todos. Qual a sua reçom-pensa quando já não tem forças? Atirar com ele para a rua como a uru cão vadio e lrzarerito. Eis aqui rezumido em poucas palavras as recompensas que temos tido e continuaremos a ter de tais govêrnos, se continuarem no podêr. Por isso, é necessário que todos os cidadãos se com-penetrem da urjente necessidade que te-mos de levar ao parlamento deputados republicanos! Para isso, todo o cidadão português deve cumprir o seu devér.

A urna pois, em 20 de Junho!

A Comissão Paroquial Republicana Democratica, de Sacavém.

C i r c o P o r t u e n s e

Continua funcionando na Portajem sempre com regular concorrência.

No passado dia 10 veio juntar-se a esta companhia, o sr. Enrique Lustre, diretor de circos no Brazil, trazendo também seus dois filhos. Chiquinho e Zé-zinho, trabalhando ainda neste dia o Zé-zinho, que é o mais pequeno jinásta que temos visto: os seus trabalhos foram di-fíceis, mas saiu-se d'eles admiravelmente colhendo colorozas palmas.

No di? 13 trabalharão os dois, em duplo-trapezio, saindo-se bem dos seus trabalhos.

A direção, para mostrar o seu reco-nhecimento ao publico d esta cidade, tem aprezentado desde quinta feira passada um bravo touro e a pantomima a feira de Sevilha, repetindo-se oje novamente.

A companhia tencionava retirar-se no dia 13, mas em atenção ao publico conimbricense que tem sido muito ama-vel para com eles, rezolveu conservar-se n'esla cidade até oje, retirando ámanhã para a feira d'Évora.

P u b l i c a ç õ e s

Poéticos Lamentos — por Luciano d'Araujo, Versos feitos entre os quinze e vinte anos.

Recebemos este livro do seu autor, versos da mocidade, em que á referen-cia é sua vida de estudante e é melan-cólica paizájem de Coimbra, é editado editados pela tipografia Castro & Irmão.

Agradecemos a oferta.

Gazeta das Aldeias —- Recebemos o n.° 441 de 12 de Junho deste bem redi-jido jornal de propaganda agricola, de que é diretor e proprietário o sr. Julio Gama.

E' o jornal que mais serviços tem prestado aos lavradores com a publicação de conhecimêntos úteis ao alcance de todos. Recomendamo-la aos nossos as-sinantes.

Para as creanças — Recehcmos Q

\

H E Z f S T E M C I A — l > o m i n j S ? o , 1 9 de . J u n h o de Í O O I 51

agradecemos o n.° 59 da M.a série e d'este bonito livrinho, de que é autora a sr.a D. Ana de Castro Ozono.

Recomendamo lo a todos os nossos assinantes por ser um livrinho que con-tém contos bonitos e proprios para for-marem a alma das creanças.

Os pedidos devem ser dirigidos a 1). Ana de Castro Ozorio em Setúbal ou ao depozito em Liboa, Rua Reato Batista M; B. C,

0 Munda Elegante — Sumario do numero 12, correspondente a 5 de junho:

Texto — Marquez de [Jnhão — Condessa de Vi'a Real e de Melo, por D. Olga Morais Sarmento da Silveira. — Correio da Moda e èleganda, por mesde-moiselles Amélia e Erminia de Souza. — Salõis portuguezes e brazileiros, por Amarílis de Castro. ----- Personalidades brazileiras, D. Luiz Bispo d'01inda (Per-nambuco), dr. Pinheiro Lima. Luis G. Azevedo, dr. Pedro Arbues da Silva, dr. Franco da Rocha, Visconde de Sapueahy, por A. de Souza. — Crónica Pariziense. — Brieux e a crize do casamento. — Porque é que os omens fojem do caza-mento. — A caça ao dote. — O amor moderno. — O que as mamãs devião fazer —O remedio para apanhar noivos, por Xavier de Carvalho. — Vida Mun-dana Pariziense. — As corridas de ca-valos em Chantiily. — O premio de Diana e o do Jockey- CÍeb por M. Ermí-nia de Souza. — Os nossos figurinos, por mesdemoiseles Amélia e Erminia de Souza. — Galeria infantil, por ***. — QMjlhafre. — Conto, por Eça de Quei-xfa. — Conselhos práticos. — Ueceita^ úteis, meio par i evitar a umidade nas mãos pela coudessa Valentina. — Facé-cias, por João Rizonho. — Paris-Portu-gal-Brazil. — A nossa carteira, por Ri-goleto.

Gravuras—Atriz Palmira Bastos (na capa). — Condessa de Vila Real e de Melo. — Marqueza de Unhão. — D. Luiza Caria (Almedina) no baile de téles realizado em casa de sua mãe a ex.ma sr.a Condessa d'Almedina. — D. Luiz-Bispo de Olinda (Pernambuco), dr. Pinheiro-Lima. — Luiz G. Azevedo, dr. Pedro Arbues da Silva, dr. Franco da Rocha. — Visconde de Sapueahy. — Mademoisele Maria Madalena M. da Fonseca, Costume de leiteira. — Made-moisele Perestrelo de Vasconcelos, cos-tume de Fedora. — Mesdemoiseles Yvonne de Carvalho e Odete de Carvalho, coslu me Empire, — Mademoisele Blanche de Mante, atris do teatro da Opera de Paris — Dezenove modelos de modas com-preendendo. — Toiletes de passeio, de visitas, de Casino, de termas, de Campo, taúeur, etc,, para senhoras e creanças.

Musica — Aline, valsa para piano, por Strauss.

Folha supplementar clorida — Duas .elegantes toiletes de passeio, cazino e regatas.

O Mundo Elegante, assina-se em todas as livrarias de Portugal e Brazil ou pe-dindo a assinatura diretamente para Pa-ris, dirigindo se a A. de Souza, 30 bis, rue Berjére. Preço por ãno ou ou 24 números ti,000 réis, moeda portuguêza.

Revista Internacional. — Estácauzando sensação, no nosso meio literário e artís-tico, esta intemerata e brilhante Revista, onde colabórão Os mais ilustres escrito-res portaguezes e onde a critica é feita com vigor e independencia verdadeira-mente notáveis.

O tercsiro n u m e r o , que temos á vista, nào desmerece d ^ í publicados. Ocupa-se largamente da Expozição de Belas Artes; dá um soberb > artigo áeerca do Livro Proibido, e de outras obras ultima-mente vindas á lus; publica uma esplendida crónica hteraria do^Brazil, firmada pelo brilhante escritor Raul de Acevedo; ver-sos de D, João da Camara, Ribeiro de Carvalho e Gomes Leal; e além de outros artigos, uma secção de Notas e critica on de não falta desassombro e critierio.

A Revista Internacional vem também largamente ilustrada, dando-nos o retrato do pintor David de Melo e o quadro Na missa Nôtre D ame, do mesmo artista e reprodução excelente das télas de el-rei, José Malhoa, condessa dc Alto Mearim e outros pintores que concorre» rem á ultima Exposição de Belas Artes.

E', como se vê, um numero destinado a grande sucesso.

A redaçâo é na Rua da Vitoria, 4 2, 2.° Disboa Cada numero custa a penas 60 réis.

Boletim Tipográfico — 0 «Boletim Tipo-gráfico» única publicação portuguêza de fot( grafia, e pequena ilustração de luxo entrou no seu 5.° ano,

0 números que temos á vista, 40 e 50 são um primor iTedição. Em tipo irio-derno, com dispozição de gosto, gravu-ras d'inexcedivel fatura, está bem a par de tudo que no jenero á de melhor.

O seu texto é uma constante recom-pilação de novidades fotográficas, pro-cessos e formulas. E os amadores que são aos centos e os profissionais que tem o seu tempo mais ou menos tomado, en-contrarão na sua rapida e substancial leitura ensinamento e informação que baste para estarem sempre a par dos mais modernos modos de operar e das ultimas invençõis e aplicaçõis da foto-grafia.

E \ repetimos, o «Boletim tipográfico» dirijido por Arnaldo Fonseca e editorado por Worm & Roza, uma publicação espe-cialmente util e perfeita.

AOS QUE SOFREM A todos aquêles que sofrêrem de

dores no estomago, no figado, dezarranjo dos intestinos, dôres de cabeça, dezan-mo, cançeiras.indijestõis e moléstias ner-vozas, aconselho o uzo das pilulas antidis-péticas do dr. Heinzelman, remédio ela-borado com vojetais do Brazil, como o único e mais eficás dos remedios conhe-cidos para curar rapidamente as moléstias já dezígnadas. Em minha numeroza clinica tenho colhido os mais surpreendentes rezultados.

Dr. Abel M. Faria.

Encontram-se nas bôas farmacias. Ajentes em Coimbra srs. Rodrigues da Silva & C.a R. Ferreira Borjes.

Penitenciaria Central de Coimbra

Fas-se publico que no dia 20 do corrente pelas 12 oras da manhã se áde proceder em asta publica á arrematação de madeiras para a oficina de marceneiross.

As condiçõis estão patentes na secretaria da Penitenciaria todos os dias úteis desde as 10 oras da ma-nhã ás 3 da tarde.

Penitenciaria da Coimbra 4 de Junho de [904.

O Dire tor

José Miranda

T I P O G R A F O Muito abilitado em compozição

e impressão, preciza-se para dirijir uma boa oficina recentemênte mon-tada n'uma localidade da Beira. Prefére-se individuo que tenha já estado a dirijir outras boas tipogra-fias e que dê os melhores referen-cias sobre as suas abilitaçõis e comportamento.

Trata-se em Coimbra com o E x T Sr. Augusto Luis Martha, Praça do Comércio.

28) FolMim da "BEZI8TEÍS1A,,

0 EXCOMUNGADO IV

B o ç l i e - C o r b o n e m g u é m i

Ombert amava Catarina de mais para não ficar impressionado com o espétáculo que se aprezentou a seus olhos, quando entrou no quárlo em que estáva a castelã.

A cabêça de Catarina estáva de.-cu-bérta, os cabelos soltos, Maria apoiáva-a sobre o seu seio e olháva para éla com uma expressão tocante de dôr.

A alitúde de Catarina exprimia a fa-diga e o abatimento, que lhe tinhão cau-zádo tantas emoçõis seguidas, os braços caião-lhe sem força para os ládos, tôdo o corpo estáva inclinado; dir-se-ia qne a vida tinha abandonado aquêle bélo corpo.

Ao dár com éste espétáculo a palidês passou das fáces de Catarina para as do barão. Apróximou-se lentamênte, quázi a tremêr. A castelã levantou dôcemênte os ólhos para êle, baixou-os lógo, e os ábios mormurárão algumas palávras que Ião fôrão ouvidas, •

R e p a r a . . . L ê . . • Trata-se dos teus in teresses

±2 a m o s s ã o p a s s a d o s

depois «pie

As c mstipaçõis, bronquites, rouquidõis asma., tosses, coqueluche, influenza e outros encornodos dos orgãos respiratórios.

Se atenúão sempre, e cúrão as mais das vêzes com o uzo dos Sacarolides d'alcatrão, compostos (35 e Íí o ç ã í l o s Sl iJags^- ízos) onde os ifeitos maravi-lhosos do alcatrão, jenuinamente medici-nal, junto a outras substancias apropria-das, se evidenceíão em toda a sua salutar eficácia.

E tanto assim, que os bons rezultádos obtidos com uzo dos Sacharolides d'alca-trão, compostos (BS.eí»«»çádos M i l a -g r o s o s ) são confirmádos, não só por milhares de pessoas que os têem uzádo, mas também por abalizados facultativos. Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto

Caixa, . avulso, no Porto, 200 réis; pelo correio ou fóra do Porto, 220 réis.

ANUNOIO Pelo Juizo de Direito da comarca

de Coimbra e cartório do escrivão do 2.° officio, vão á praça, para serem vendidos em âsta pública, no dia 26 do corrente, por 11 óras da manhã, á porta do tribunal judicial, pelo maior lanço acima da avaliação, os seguin-tes prédios:

Uma caza de abitaçao, sita 110 lo-gar e freguezia de São João do Cam-po; avaliada em sessenta mil reis.

Outra de abitaçao, sita no mes-mo logar e freguezia, foreira ao Dou-tor Parreira em quinhentos reis; ava-liada, abatido o fôro, em trinta mil reis.

Fôrão penhorados na execução por custas, que o Ministério Publico nesta comárca, móve coptra Mário Silva e Maria Carlos, cazadas residen-tes no dito logar de S. João do Cam-po, a quem pertencem respétivamen-te, para pagamento da quantia de 42:370 reis e custas acrescidas.

Pelo prezente são citados quais-quér crédores incertos, para assistirem á praça.

0 Juis de Direito,

R. Calisto.

O escrivão do 2.° oficio = Artur de Freitas Campos.

Este olhar dolorôzo fês cair Ombert de joelhos; não disse uma palávra, pegou com precaução na mão de Catarina, le-vou-a em silêncio aos lábios, e fês sinal a Maria para se retirar.

Maria levantou-se, olhou muitas vêzes para a âma, chegou á pórta, levantou a tapessaria e deitou um ultimo olhár a Catarina, que désta vês sorriu lévemènte para a sua favorita.

Ombert assentou-se no escabélo que Maria acabáva de deixar e, abraçando Catarina, disse-lhe docemente:

— Não perdoarás náda á violência dum amôr que é todo teu? Pois não vejo que me âmas? Acázo te pedi explicaçõis da cêna extrânha que prezenciei? Um mendigo, que me via contar a ôlho o grande numero de vassálos, que ando juntando para nos vingarmos da abadia, avizou me qne ao pé de ti estão dois re-lijiózos! Chego furiôzo e encontro-os" Mesmo antes ae 'cefthecêr a naturêza do ultraje, voei 11a sua piúgáda para te vin gar. Fujirão-me.

Se Catarina não estivésse já prevenida por Maria, a alegria poderia trai-la; mas observáva-se a si mèsma com cuidado, e o seu ròsto ficou de jêlo.

— Mas esta tarde o mosteiro será reduzido a cinzas • • Catarina, disse de-

A O C O M E R C I O Antonio d'Almeida, e Silva, ter-

minando com o estabelcimento que possuía na rua da Sofia, faz venda do balcão, armação, balanças, pezos, arções e bancadas.

Para tratar na mesma rua da Sofia n.° 44, ou na rua Sá da Ban-deira n.° 61.

O H U I V D O B 1 L E « A ! ¥ T È REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA

DE

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura e atualidades.

Publicação feita sob o auspicio de S. Majestade a rainha D. Amélia,

Dirétôr — A. de Souza (Guy de Preles).

Redátores das sécções: Moda e vida Mundana Parisiense, bordados e todos os rabalhos concernentes ao belo sexo: Mademoiselles Amélia de Souza e Hermí-nia Souza.

Redátora e correspondente em Portu-gal: D. Olga de Morais Sarmento.

Redáção e administração: 30 bis, Rua Bregero, Paris.

AGRADECIMENTO O emprezario do Circo Portuense,

Manuel da Silva Neves, o diretor D. En-rique Diaz e o reprezentante Etore Fras-sinezi, tem a onra de agradecer ao povo de Coimbra a sua assistência aos espéta-culos da Companhia e as provas de afeto recebidas de tão carinhôzo povo; ao findar oje os espetaculos mandamos a todos a nossa mais sincera gratidão.

A Emprèza e a Direção.

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pois de um instante de silêncio, não tens náda a dizêr-me?

Sem duvida restávão a Catarina mais forças do que a sua alitúde fazia prevêr, porque têve a de mentir. Deu a entendêr" a Ombert que, tendo entrádo até onde éla estáva com o pretexto do tratar com éla dos interésses do barão e de arranjar um acordo êntre o castélo e o mosteiro, um dos relijiózos, que não conhecia, tinha ouzádo oferecer-lhe um azilo na abadia, aconselhando-a a fujir dum excomungádo.

Ombert aparecèra no momento em que a surprèza e a indignação lhe tinhão tirádo a fôrça de chamár os criados pára pôr fóra o monje insolente, que lhe fizéra um tão medonho quadro dos êrros e cri-mes de seu espôzo e das desgráças que esperávão a mulhér do excomungado.

Ombert olháva para éla embriagádo, as côres renascião nas fáces de Catarina, os ólhos tinhão retomádo todo o seu brilho.

—-Infâmes!. . . exclamou Ombert le-vantando-se, quérem tau bem roubar-me Catar ina! . . . que desliguem meus vassá-los do juramento de fidelidade, que fáção confiscar meus bens, que me izólem do Univérso, nada me arrancará um suspiro se Catarina me ficar... E essa infáme propósta comoveu-te?.. . Então sou eu a m á d o ? , . .

Ajoelhou e pegou na mão de Catarina.

Culçáda aa.° 31—1.° andár BANDEIRA ENCARNÁDA Á JANÉLA

No próximo domingo e segunda feira 19 e 20 do corrente, faz-se liquidação dos seguintes objétos:

Um guárda vestidos com espêlho, uma cama de mógno para casádos, cinco camas de férro com amarélos sendo duas para casádos, duas para creanças, mais uma dita para criáda, um espêlho para sala, um lavatório tuáléte com pédra, duas mezinhas de cabeceira, uma escrivaninha, uma cadeira de balanço, dois armários de cozinha, um fogão, uma banheira de zinco para creança, um relójio de sála, um baú de couro, mêzas de sála, um piâno para estúdo, um cobertor de damásco, uma imájem de Santo Albérto, e outra de S. João, diferentes louças, um sofá e duas poltronas estofádas.

Redomas, quádros, lantérnas para janélas, um relójio antigo era ébano.

Três reposteiros de sêda com as respétivas sanéfas, uma cómoda antiga de pau preto e mais objétos que estârão patentes nos dias acima indicádos dêsde as 11 da manhan ás 8 da noute.

1 N . 15.— Os objétos comprádos dévem lógo sêr retirádos, porque é

urjente despijár a cása.

O lance jenerôzo do barão deu um calafrio ao coração de Catarina. Têve um pezár amargo em enganár assim um espôzo, a quem uma fráze de amôr, uma menção de caricia pnnhãoem Ião injénuo incantamênto: e, deplorando as faltas, a que a arrastáva já a sua fatal paixão, verteu lágrimas, que fôrão com certeza recolhidas pelo anjo do arrependimênto sincéro.

Estas lagrimas fôrão vistas por Om-bert como uma nóva próva de ternura, e beijou-as nas fáces de Catarina.

— Desgráça sôbre os beneditinos! disse afastando se. Catarina até á noite!.. . Manda preparar o jantár para os ven-eedôises e não sáias do castélo. . . Adeust

Afastou-se, ao mesmo tempo contènte e cheio de remorsos.

— A'1 disse Catarina, sou bem des-graçada! Deitou-se sôbre um jenuílexório eomtemplando uma imájem da Virjem. Pediu-lhe devotamente que viésse em seu socorro, que a ajudasse a domár o amôr que a arrastará para Adhémar, como também que salvásse Adhémar da cólera do barão.

Este montava naquêle momênto a ca-valo, e, seguido pelos seus cavaleiros, transpúnha a ponte levadiça em diréção ao mosteiro; o s ómens d'armas alégres por entrarem era campanha, cantávão e

rí£o a respeito dos monjes, cujos tezouros ião antecipádamênte dividindo.

Com efeito, as díspoziçõis, que Ombert tinha tomado para o cêrco da abadia, fa-zião presajiar o bom rezultado da em-prèza. Pela manhã, tinhão-se reunido trezentos ómens, e cincoenta dêstes, co-mandados por um senhor, que dependia de Roche Corbon, devião acha/-se na crista da montanha que domina o con-vento; os cento e cincoenta restantes, co-mandádos pelo sire de Vernon, outro feudatário de Roche Corbon, tinhão ordem de penetrar pela parte mais alta nos jar-dins de Marmoutiers e de cercár assim toda a abadia pelo lado Saint-Symphorien.

Os muros do mosteiro, que se achávão do lado de Roche Corbon e a entráda de Marmoutiers érão os logáres tinha rezol-vido atacar pessoalmente, e dèste módo, os relijiózos, cercádos por todos os ládos devião fatalmente sucumbir.

O atáque éra bastante vivo, bastante rápido, para que o abáde podésse ter tempo de chamar em seu socorro, e de-via-se sabêr o rezultádo da audacióza emprèza do barão, antes mesmo da no-ticia dc cêrco do mosteiro.

0 bom rezultádo deveria fazêr justi-ficar tudo.

(Continua).

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ARCO DE ALMEDINA, IO

N.° 912 COIMBRA—Quinta-feira, 23 de junho de 1904 IO-.0 ANO

CANDIDATOS REPUBLICANOS São candidatos republicanos pelo circulo de Coimbra, nas elei-

çõis que se realízão no dia -26, os seguintes cidadãos:

B e r n a r d i n o SLui s M a c h a d o ^ n i i n a r á i s (Dr.) profes-sor da Universidade de Coimbra.

M a n u e l d e A r r i a g f a (Dr.), advogado. A f o n s o A u g u s t o d a C o s t a (Dr.j, professor da Universi-

dade de Coimbra e advogado. A n t o n i o « J o z é d e A l m e i d a (Dr.), medico. l * a u l o «Bíozé F a l c ã o (Dr.), advogado.

1 F Bf Conferencia do dr. Afonso Costa

Realiza ôje neste centro, pelas 8 e meia da noite, uma conferência eleitoral, o ilustre republicano e candidato por este circulo, sr. dr. Afonso Costa.

A U R N A Vejamos a obra parlamêntar dos

últimos ãnos, Que rasgos nobres de patriotismo a impõem? Que tor-neios luzidos de eloquência a abri-lhantão? Que medidas, que provi-dências, que atos e severas liçôis de civismo a valorizão ? Discutírão-se ideias, falárão consciências, reve-lárão-se ómens? O parlamento foi acázo uma grande assembleia onde a alma nacional vibrasse em Ímpe-tos de revolta, se expandisse em dezafôgos justos, tremesse na ajita-ção duma sagráda cólera ou dum vivificador entuziasmo ? Elevarão-se, em toda a imponência da sua grandêza civica, ómens como Pas-sos Manoel, para falar a linguajem austéra que fás encolher os aulicos e baixar a cabeça aos reis?

Nada disso. O parlamento foi intelétualmênte e moralmênte uma assembleia sertaneja, um s i n é -drio de labrêgos sórdidos. Nem ele-vação moral, nem brilho intelétual: uma vacuidade insondável onde não é permitido, aos de melhor boa-von tade, colher uma ideia, rejistar um lánce digno, marcar uma providên-cia util. Não foi a reunião dos re-prezêntantes da nação, lejitimamên-te investidos do mandato de de-fendêrem e onrarem: foi uma comé-dia, uma aventura, um bródio de sujeitos que fizérão da politica um fácil e dezonésto ganha-pão e o ta-blado propicio ás cabriolas das suas vaidades.

O ministério do reino arreba-nhou-os, em varas, e deu-lhes sus-tênto farto nos comissariados ré-jios, nos sindicatos, nos altos em-pregos da burocracia inútil. Os sujeitos comêrão e, a exigencias dos dônos, roncárão agradecimentos, em nótas arrepiantes de servilismo malandro.

Os outros, os que têm papel de opozição, seguírão-lhe no encalço. Armonizárão-se, comhinárão-se, dis-tribuirão-se amigavelmente os pa-peis.

Vibrou o pais, em grandes como-çõis que o sacudirão num repelão brusco de enerjia reviviscênte.

Quando foi da questão relijióza, ergueu-se a reclamar contra os aten-tados da reação á liberdade; suáda-mente coríquistada em eroicas pe-lejas.

Pois no parlamênto nenhuma vós se ergueu a debatêr a questão primacial, e, daquéla chusma de liberais fogozos, não saiu um grito, um protesto, uma ideia a secundar essa campanha febril e ruidóza, (yie convulsionava o país!

Fês-se o silencio. O ?not-d'ordre viéra do alto, das altas filiadas do Sdçrê-Ccenr.

Os reprezêntantes do país érão assim contra o país!

Por ocazião do convénio a opi nião moveu-se em prenúncios de insurreição patriótica. Estalárão có-leras. Retinirão brados de incitação A mocidade das escolas realentou-se na ameaça dessa infamia. Soldados valoróz*os levárão até ás assembleias lejislativas o seu protesto, grandiôzo por singularissimo em tempos de bas tardos poltrõis.

Pois no parlamento não ouve a comoção que deveria dominar uma assembleia nacional no lance duma ajitação tão jeral. Vozes frouxas arrastadamênte descutírão o convé-nio, como quem o fás por incum-bência penóza. No fundo todos es-ta\ ão de acordo.1 A negociata a todos aproveitava, e a infamia a nin-guém cauzava engulhos.

Os reprezentantes do pais erão assim contra o país !

E quando foi do contráto Wil liams, das propostas da fazenda e de tantos outros negocios e assuntos de tomo, o parlamênto deu mostras do que é e do que vale, mantendo se na inferioridade abjecta duma junta de paroquia de ignorantes e de prevérsos.

Pelo que respeita a Coimbra, quando a multidão coleáva por essas ruas, alucinada e trovejante, pe-dindo justiça e gritando contra a iniquidade, no parlamênto não ouve

uma vós que traduzisse os sofrimen-tos e as cóleras do povo, que se in-cendêsse na justiça da sua revolta, que falásse, rudemente,, a linguájem inflamada das reivindicaçõis. Nin-guém se comoveu, ninguém le-vou para aquêle recinto bafiento e escuro um pouco dessa cólera que conjestionava as almas, esbrazeáva os espíritos, punha em todas as vo-zes um frémito de odio e uma tre-mura de lagrimas. Nada ! Ali nin-guém se comoveu. Todos tremêrão-E limitárão-se uns timidamente a perguntar o que avia, outros a pe-dir que a ordem se restabelecêsse, alguns a protestar contra os fuzila-mêntos . . . sem todos os toques.

Mas o país inteiro adótou a cau-za da revolta de Coimbra. E os reprezentantes do pais érão assim contra o pais!

Jamais o fato deixou de assina-lar-se. A mesma subserviência, e mesma depressão, a mesma covar-dia.

Quando o Porto mandou ao parlamento três deputados republi-canos, abriu-se um parentesis conso-lador. Falárão ali ómens, revela rão-se consciências, ouve pavôres

• |nas óstes monarquicas. E para logo se pensou em evitar, por todos os processos, que os rebeldes lá voltas-sem, a traduzir com todo o poder da verdade a vontade nacional.

Os deputados republicanos são temidos por isso mesmo que, não cumplicitando em combinatas crimi nózas, mantém toda a sua indepen-dencia para fazerem a defêza do país. Não se amoldão a convenien cias, não t^fn a sustê-los as ferro-peias de interesses mesquinhos.

Comprehende-3e assim que o rejimen os ostiiize, e procure por todas as formas desviar de si o ata-que impetuôzo e invencível em que êles o exterminarião.

Mas deve compreêncler-se tam-bém que o pais, que reclama morali-dade e economia, que tem sido espo-liado e oprimido, os prefira aos testas de ferro dos partidos do existente.

Votar nos candidatos republica-nos é um grande dever. Todos os que não estão enfeudados a grupos, nem prêzos a interésses ilejitimos, nem sujeitos ao mando deprimente de caciques despoticos, ão-de saber cumpri-lo nobremênte.

À u r n a p e l o s c a n d i d a -t o s r e p u b l i c a n o s .

CANDIDATOS MONÁRQUICOS

M a r l a a o «ie C a n a l h o

Metade do pais conhece este cava-lheiro.

A outra metade . . conhece-a ele.

S e r j i o d c C a s t r o

Em Portugal existem logares escan-dalozos. Assim á um sr. Sarzedas que é inspetor das aguas mineraes com re-muneração farta.

O sr. Serjio de Castro é inspêtor das aguas-ardentes, mas sem remuneração.. .

E' ura benemérito. Yotem nêle! »

O REJIMEN A<9*4 E L E I T O R E S

A' frente dos negócios públicos têm estado verdadeiras quadrilhas de ladreis.

(Do Tempo, jornal monár-quico do sr. Dias Ferreira. Maio de 1897).

E' a lojica. O pais está a sáque dentro dos imortais princípios.

(Do Novidades, orgão do Paço. Maio de 1897).

#

O governo não se contenta em pôr este pais em leilão. Vai mais lonje ainda este desmanchar de feira. O país é pôsto a saque

(Da Tarde, orgão do par-tido rejenerador —1897).

*

Não dis bem o coléga Não pôde ser pôsto a saque um país que já foi roubado.

(Do Correio da Noite, or-gão do partido progressista. 1897).

*

Em que assenta a politica portuguêza? Na mais simples e na mais mesquinha de todas as consideraçõis. Para governar é, precizo espreitar a vontade de el-rei para salisfâzer-lh'a. E' precizo seguir os caprichos dum animo por esseneia volú-vel. E' preciío vijiar com cuidado as correntes da intriga palaciana para com-bate las ou diriji-las conforme convier.

A arte de governar acha-se entre nós reduzida a mesquinhas condições. Para ser ministro não é necessário pro-bidade, nem talênto, nem estudo, nem patriotismo, nem conhecimento verdadeiro do estado e das necessidades do país, nem apoio da opinião.

Saber as vontades de el-rei, descobrir os dezêjos de el-rei, obdecer aquêlas, satisfazer estas, não tropeçar em qualquer intriga de camarilha, eis o grande arcano,

(Mariano de Carvalho--Diário Popular, n.° 4:0 i 4)

#

El-rei desce do trono para levantar os seus favoritos do lôdo da condenação publica; emprega as prorogativas em galvanizar cadáveres políticos; reziste com a sua irrespons?bilidade ás senten ças morais: rasga a carta para que pas-sem pelas rasgõis as mãos dos delapida dôres da fazenda publica.

(Emidio Navarro— Pro-gresso, n.° 409.)

#

Temos 70 ânos de constitucionalis-mo. \

Está feita a experiencia. Nenhum ministério que queira redu-

zir as despezas publicas se aguenta nu poder.

Podem discutir-se as razõis. Mas o fato aparece em todo o seu explendor.

Iluzõis já as não tem senão quem as quér têr.

(Dias Ferreira— Tempo -1903).

C o n f e r e n c i a

O sr. conselheiro Rernardino Macha-do foi ontem á Figueira da Fós fazer uma conferência sobre o ato eleitoral.

Realizou-se a conferêdcia no theatro Príncipe D. Carlos com uma assistência numeróza que interrompeu o discurso com repelidos aplauzos.

6 sr. conselheiro Rernardino Macha do teve DO comêço e ao terminar o seu discurso uma manifestação entuziastica.

Dr. Bernardino faWo Todos em Coimbra, qualquer que fôsse

o partido politico em que militassem, se indignarão profundamênte com o alentado revoltante da policia da capital, espadei-rando barbaramênte mulhéres e crianças, faltando a todo o respeito e consideração, insultando e maltratando a imprensa,-e acabando por prender o nósso correli-jionário e amigo dr. Afonso Costa.

Só tarde se soube a noticia em Coim-bra, não podendo por isso ir á estação do caminho de ferro cumprimentar o sr. dr. Afonscf Cósta na sua passájem para o Porto e manifestar-lhe a sua admiração pela atitude de nóbre intranzijencia que tem sabido manter no meio corrúto da politica portuguêza, muitos dos républi-canos de Coimbra que professão pelo dr. Afonso Cósta, desde os primeiros ãnos da sua vida académica, o respeito mais profundo.

Por os jornais sabia-se vágamênte que o sr. conselheiro Rernardino Ma-chado chegaria nêsse dia a Coimbra, ígnorando-se porem a óra.

Telegramas expedidos para Lisboa tinhão ficado sem resposta, a própria fa-mília do sr. dr. Rernardino Machado ignorava a óra da chegada do ilústre chéfe républicano.

Pela tarde distribuia-se pelas ruas da cidade o seguinte:

Devendo chegar ôje, pelas 9 e 30 da noite á estação nova d'esta cidade o con-selheiro dr. Rernardino Machado, que em Lisboa foi vítima d'um atentado policial, conjuntamente com o outro candidato républicano dr. Afonso Costa, atentado mandado cometêr pelos governantes, con-vidatse o povo liberal de Coimbra e a academia a ir á estação prestar uma justa omenájem ao onésto democrata e insigne patriota, como protésto aò áto selvâjem do governo.

E' necessário que se não deixe cam-pear livremente o arbítrio e a vioiencia sem que rnidózos protéstos séjão feitos contra aquêles que, valendo-se do podêr, saem para fôra da lei afim de agredirem todos quantos não "comungando nas suas ideias e princípios, tentem pôr um dique aos seus abuzos, aos seus verdadeiros crimes de léza nação.

Em Rernardino Machado devemos vêr o simbolo da liberdade e da onradês, que é necessário glorificar, que é neces-sário protejêr contra tudo e contra todos, colocando-o bem alto, de fórma a que o povo o possa vêr e ouvir, segnindo-lhe os seus ensinamentos, dando-lhe o seu apoio incondicional.

Ao despotismo e atentados do gover-no, devemos responder por todos os meios ao nosso alcance, para que éle conheça que ainda á quem ame a pátria, quem saiba compreender que o povo é sobera-no, e como tal tem o direito de julgar e punir todos os que o atraiçoárem e o tíranizárem, assim como de glorificar quem pugnar pelos seus direitos e rega-lias.

Se o governo se colocar fóra da lei para nos v e x a r , para nos oprimir, nós temos o direito, o indeclinável dever, de nos defêndermos, pois a justa defêza acha se inscrita em todos os codigos do mundo.

Não 'faltemos, pois, á chegada do conselheiro Rernardino Machado, para que êle, que tanto ama o povo, que tanto se sacrifica pelo seu bem estar, veja que esse mesmo povo reconhece quanto lhe deve e está ao seu lado, pronto para também se sacrificar por êle.

Viva p candidato democrático dr. Rer-nardino Machado!

Abaixo o despotismo!

Um grupo de democratas.

Informando-nos, soubemos que a óra marcada no convite, o fira por simples prezunção.

T

REZISTENCIA,—Oninta-fcira, 23 de .lunho de 1D04

Não faltou porem quem fôsse esperar o sr. dr. Bernardino Machado á estaçã' velha, como não falloii quem ao chegar á estação nova lhe fizesse a manifestação de mais carinhóza veneração a que temos assistido.

Quando o sr. dr. Bernardino Machado, se apeou da carruajem,acompanhado por seu filho,foi logo rodeado de amigo- que com interesse se infurmávão do que lhe avia acontecido e que se tranquiiizávão com as palavras breves que comovida-mente lhes dizia.

A' esiáção não tinhão acorrido só ré-publicanos. Avia ómens doutros partidos políticos, outros a quem as qílestõis poli-ticas não interéssão.

Avia crêntes e deziludidos, mas todos tinhão vindo levados pelo mesmo respeito pelo caráter do grande cidadão e ilustre prcfessôr dr. Bernardino Machado.

Tôdos tinhão querido manifestar pu-blicamente o seu protésto contra o abuzo, bem qualificado, da policia de Lisboa.

E maior foi a alegria ao verificar que felismente, contra o que éra de prever, o sr. conselheiro Bernardino Machado nada sofrera com a agressão brutal e injustificável da autoridade.

Fôra perseverado por o acázo. O furôr policial de prizão era cégo: passou ao lado do sr. dr. Bernardino Machado sem o vêr, como prendeu o nósso amigo e correlijionário dr. Afonso Cósta quando este tentava restabelecer a órdem que a policia tinha perturbado, e~ quando em parte o tinha conseguido com a sua sere-nidade, uzando, juntamente com o sr. conselheiro Bernardino Machado, da au-toridade que tinhão deante do pôvo que lhes obedecia, como ia obedecendo tam-bém a policia sem a intervenção dezor-deira de chefes provocadores.

Quando o sr. dr. Bernardino Machado assumou á porta da estação, os vivas e as palmas ouvirão-se ruidózas.

Era uma manifestação empolgante pelo que tinha de sincéro, pela força das vózes, gritando claramente um nôme pela alegria que se via em todos os olháres.

Ao chegar ao largo o sr. conselheiro Bernardino Machado fés um jésto, e rapi-damente se calarão os vivas a Afonso Costa, a Bernardino Machado, á pátria, ao partido républicano, á democracia.

O sr. dr. Bernardino Machado, que-rendo significar a sua gratidão, a todos os que tinhão corrido a espera-lo. pondo de lado ideias politicas, descobriu-se e levantou em vós vibrante de comoção um viva a Coimbra, correspondido pela grande mássa de pôvo,que enchia o largo e a rua,com a mesma intensidade e calôr com que foi recebido o que o ilustre professor levantou seguidamente á demo-cracia.

Continuárão os vivas até que o sr. conselheiro Bernardino Machado se reti-rou acompanhado d'alguns amigos.

Esta manifestação veio demonstrar mais uma vês a verdadeira adoração com que em Coimbra é visto o sr. dr. Bernardino Machado, caráter de eleição tôdo de bondade e altruismo, sempre ponto a sacrificar o seu tempo, a sua saúde e o seu dinheiro, quando á uma iniciativa a fomentar, um concelho a dar, uma óbra de filantropia a fazer.

#

Quando todos ião dispersando já, ou-viu-se urç viva á républica que foi segui-do de algumas prizõis de jente nova entre 15 e 17 ãnos,ao que nos informão.

Não deixaremos sem algumas palá-vras o orrivel crime.

Em nóssa opinião um «viva á répu-blica» não é um grito sediciôzo.

Deve ser permitido, como se admite a liberdade de pensamento, como se admite a reprezentação em cortes dos

' ómens que defendem essas ideias. Em paizes, em que se atende mais ao

fundo determinante das açõis, em que se atende mais ás ideias do que ás pala-vras, os vivas á républica são permitidos, mesmo na passajem dos soberanos. Eles não altérão a ordem pública, quando não são o grito de atentado contra a órdem.

No nósso país é permitido, pelo me-nos á face da lei, como em todos os pai-zes, fazer valêr nos parlamentos a sua vós pelo triunfo duma ideia contra o exis-tente; o mesmo déve ser permitido na praça publica, quando a ordem não é alterada.

E a ordem não seria alteráda, porque o partido républicano de Coimbra a sa-beria manter, como tem mostrado em to-das as manifestaçõis de carater politico que tem feito.

Em comicios, no Centro Républicano, nem cazas como nas ruas, o partido ré-publicano de Coimbra tem aconselhado sempre abertamente a ordem e tem-a feito respeitar.

Ao partido républicano, aos seus ómens, como á sua imprensa, deve esta

cidade o ter se mantido a órdem publica em circunstancias berfl ajifadas.

O partido republicano de Coimbra nunca explorou movimentos populares para se fazer temer, tem preferido fazer se respeitar pela autoridade dos seus chéfes.

Não é um partido de revolução, é um partido de ordem.

O-Í gritos dos pobres rapâzes não são puníveis na nóssa opinião; são urna ex-pansão de momento, uma aíirunção de convicçõis que déve ser ouvida com in-duljencia, e mesmo com prazer, porque um /rito pela républica em Portugal é um grito nobilitadôr.

#

E' por isso que, pela primeira vês, extranhamos um áto do sr. comissário de policia, cuja áção a «Rezistemia» tem sempre procurado ajudar,como a dos pre-decessores no comissariado, não se tendo nunca deixado arrastar na exploração das indignaçõis fáceis e de momênto, como é de uzo na bôa politica portu-guêza.

O sr. comissário de polícia pôde po-rem lêr uma explicação para a prizão em ordens superiores.

Em Portugal ultimamente os governos temem as palávras como se fossem peri-gózos injenhos de guerra.

Não seria por isso para extra nhar que superiormente lhe fôsse mandado abafar o grito subeversivo.

Mas o que se não pode admitir é que uma expansão jeneróza, um grito i numa manifestação provocada por um atentado contra um ómem respeitado e querido, seja punido, como é um grito obsceno de borra chão nóturno, com uma noite de prizão na esquadra.

U m a simples repreensão deveria bastar. »>

Em Lisboa, apezar dos últimos tumul-tos, os calabouços das esquadras estávão vazios á noute, e andávão em liberdade os que tinhão sido.prêzos aos gritos.

O sr. comissário de policia não estêve desta vês d'acôrdo com a opinião jeral da cidade, que lhe compete conhecèr, para a respeitar, e não se converterem elemento de dezórdem.

Conheeêmos no sr. Comissário de policia bélas qualidades.

Góza da fáma de militar briôzo, e aponta-se como tendo feito ao país servi-ços de verdadeiro patriota em missõis de que tem estado encarregado.

Vê-se bem claramente a sua áção disciplinadôra na policia de Coimbra, que tem reformado, não sem trabalho nem desgostos

Conhecemos os esforços que fás para ser bem informado, e o seu proceder em cázos melindrózos da policia académica.

Mas,por isso mesmo,extranhamos que numa manifestação feita por uma cidade inteira e um ómem que éla justamente respeita con o um dos seus cidadãos mais ilustres, a autoridade se não tivésse com-penetrado deste sentimento jeral, deter-minando o seu procedimento pelas cir-cunstancias, e dando aos factos o seu justo v;ilor.

Para nós os vivas á républica dévem ser permitidos como manifestação das ideias, lógo que não sejão determinantes de átos subversivos, nem como tais se dêem.

Se é justa e legal a manifestação das ideias republicanas no parlamento, se la se pódem enunciar e lá se podem defen-der, o grito nas ruas déve ser permitido, como é permitido o grito pela monarquia.

E' uma fórmula de expressão do pen-samento. Dado porem o cazo, que por ordens superiores, qee o sr. comissário de policia tem de acatar e de fazer cum-prir, o viva á republica fôsse arbitraria e injustamênte considerado como deter-minante de prizão, nunca éla devia ser mantida durante uma noite.

Não poderia manda-lo o govêrno que em Lisboa fazia solt r os prézos.

O sr. comissário de policia foi de encontro á opinião jeral da cidade de Coimbra, que não viu na manifestação a Bernardino Machado um áto de partida-rismo, mas sim um ácto de justiça.

E quando, num movimento jeral, uma vós nôva e jeneróza se expande, esse ómem nunca pôde ser pnnido com uma noite na esquádra, como um bêbado que se enborrácha com amigos e vem para a rua gritar sujas obscenidades.

K o s é õ m i c i o s r e a l i z a d o s coar i r a a s m e d i d a s d a f a c e a d a p r o v á r ã o - s e a s r e s p o n s a b i l i d a -d e s d e i o d o s o s p a r t i d o s ssa s i t u a ç ã o d e I g i t o m i u i a e d e r u i i i a ( | tsc e s m a g a o p a i s .

V o t á r «sos c a n d i d a t o s a p r e -s e n t a d o s p o r e s s e s p a r t i d o s é f a z e r u m a a f i r m a ç ã o d e c r i i n i c o z a c u m p l i c i d a d e .

Coiamissão municipal republicana do Porto

Realizou se hontem no Porto, por Sufrájio direito, a eleição da comissão municipal da grande cidade republicana.

O ato foi concorridissimo, afluindo to-dos os republicanos a cumprir nobremente o seu dever.

De espaço dêle falaremos, frizando quanto á a esperar da atividade inteli-jênte e proba dos eleitos, cujos nomes são:

Efétivos 15r. A f o n s o A u g u s t o d a C o s -

ta , A n t o n i o fLuis G o m e s , A n t o n i o d o s t a n t o s P o u s a d a , A n t o n i o d a S i l v a C u n h a , D e l -f i m P e r e i r a d a C o s t a , S>r. D u a r t e f ^ c i í e P e r e i r a d a S i l -v a . F n r i q u e P e r e i r a i i '« íS lvc l -r a , D r . « J o a q u i m d ' A z e v e d o A l b u q u e r q u e , D r . «Fozé X s i a e s d a P o a t e , D r . P a u l o o l o z é F a l -c ã o , D r . S e v e r i a n o «Sozé d a S i l v a .

® T X Í 3 ! S t Í t t a . t O > i S A l f r e d o P i n t o D z o r i o , A n -

t o n i o A m o r i m C a r v a l h o , A n t o -n i o E m H i o M a g a l h ã i s , D r , C e r m a n o M a r t i n s , F r a n c i s c o X a -v i e r E s t e v e s , «Pozé P i n t o d e S o u z a L e i o , <}fozé M a r i a d a S i l -v a D o r i a , D a v i d d ' . 4 l m e i d . i C o i m b r a , D r . «Pozé « S o a q u i m D z o r i o , «9oaquina d e C a s t r o e S i l v a .

A representação nacional Em Condeixa confeiçoam-se oje. quin-

ta feira, na mais doce paz, as atas da eleição de domingo.

Os eleitores não êntrão assim para nada na nomeação dos seus representan-tes. Dispensa-se-lhes a consulta imperti-nente e os gros-bomels dão-se imperter-ritameiile o direito de livremente dispo rem da sua vontade.

Os franquistas, os Íntegros, assentiram no accordo.

E viva a liberdade do suffragio! E viva a representação.. . nacional! *

Nas assembleias ruraes do concelho de Coimbra accordárão os caciques reje-neradores e progressistas em dispensa-rem-se de eleiçõis, abafando assim qual-quer votação republicana.

Boa jente 1

Centro Eleitoral Républicano 3©zé F a l c ã o

S o C e n t r o « l o z c F a l c ã o s ã o f o r n e c i d o s t o d o s o s d i a s , d a s 8 o r a s d a n o i t e ena d e a n t e , q u a i s q u e r e s c l a r e c i m e n t o s e i n f o r m a ç õ i s a c e r c a d o á t o e l e i -t o r a l , p o d e n d o a l i s e r c o n -s u i t á d o s r p o r t o d o s o s e l e i t o r e s o s r e c e n s e a m e n t o s d a s r e s p é -t i v a s f r é g u e z i a s .

A n t o n i o M a r i a P e r e i r a

Terminou a sua formatura em Direito este nosso amigo e companheiro leal na redáção da Resplenda.

O dr. Antonio Maria Pereira Júnior deixa na academia a tradição da mais altiva independencia e do mais nóbre caráter.

Não sabendo nunca tpanzijir ipôcri-tarnente, o nósso amigo terminou a sua forma)ura respeitado por inéstres e dis-cípulos.

A Rezistencia, que deve grande parte do seu sucésso á sua colaboração bri-lhante, á sua dedicaçãc de todos os mo-mentos, felicita efuzivamente o mais leal e devotado dos que trabalhão nas pri-meiras filas dos lutadores républicanos atuais.

S o l i d a r i e d a d e

Serjio, o bêbado, moço de recados do príncipe Tezuras, defende com o des-caro habitual as brutalidades da policia de Lisboa no ultimo domingo.

D'esta vez Serjio, o bêbado, não foi simplesmente por oficio, e fazendo jus a ração estraordinaria - de copinhos, que espeliu a baforada.

Está averiguado que foi por solida-riedade com o chefe Amorim, como ele socio ativo da Real Sociedade do Pimpão. !

E é dos estatutos o auxilio m u t u o . . , [

O COMÍCIO DE LISBOA Foi dos mais brilhantes pela ãníiná

ção e entuziásmo do publico e pela ele-vação dos oradores o comicio républi-cano de domingo em Lisboa.

Apezar do calor tropical o publico conservou-se sempre atento vitoriando os oradores nas passajens mais importan-tes dos seus discursos, conhecidos pela reportajem de todos os jornais.

Não falaremos d'eles, para simples-mente acentuarmos o valor d-a manifes-tação, o entuziásmo do povo acompa-nhando numa oração delirante os nossos amigos Bernardino Machado e Afonso Costa por uma fórma tão alta e tão si-gnificativa qne a autoridade perdeu de todo o saíigj-e frio e se deixou ir aos mais infames desvarios censurados pela imprensa de todos os partidos.

Desde o Intendente até ao Rocio a multidão acompanhou correndo o carro eleffico em que se tinhão metido os nos-sos correhjionáaios, numa massa com-pácta, d'onde saião os gritos de mais en-tuziásmo.

Para se conhecer o estado da opinião pública basta aquéla manifestação.

Não serão as eleiçõis de domingo com toda a infância de uma lei de corrução e soborrio que o dirão. Falará sempre mais alto o comicio, a manifestação de Li- boa e a carniçaria policial de Lisboa, que mostra o embaraço em que Ião grande movimento deixou os poderes públicos.

Prova-o a fórma como fôrão ouvidos os conselhos de Bernardido Machado e Afonso Costa, serenando o pôvo e evi-tando assim um conflito que poderia ter tomado enormes proporçõis.

Quando parou o carro elétrico os nos-sos correlijíonários Beuardino Machado e Afonso Costa dirijírão-se para o logar em que os dezacertos da policia erão maiores e tentárão fazer se obedecer dos guardas; que começávão a atende-los, quando o chéfe Amorim se adeantou, dei-tando a mão a quem encontrava e dizendo automaticamente: Prenda esse ómem; léve esse ómem pré ri Ia êsse ómem; léve êsse ómem

No meio do caminho encontrou o sr. dr. Afonso Costa, deitou-lhe à mão e gritou: Prênda êsse ómem; léve esse ómem.

O sr. Conselheiro Beuardino Machado que estava ao lado do Afonso Costa gritou: O' Amorim, você que. fás, ó Amo-rim ?I

O Amorim não ouviu e lá continuava na céga rega: Prênda êsse ómem; lêee êsse ómem; prênda êsse ómem; léve esse ómem\....

Assim se cometérão as maiores bru-talidades. Prezo o sr. dr. Afonso Costa o sr. conselheiro Bernardino Machado foi com o nosso amigo França Borjes, o in-temerátó dirétor de O Mundo protestar ao comissariado de policia contra tais arbitrariedades.

Só ao acazo déve o sr. Bernardino Machado o não ter sido prêzo e não ao ter alegado a sua qualidade de ministro de estado onorário.

O sr. conselheiro Bernardino Macha-do nunca se serviu da sua pozição parw fujir á responsabilidade dos seus atos.

Mantêve-se sempre ao lado de Afonso Costa e te-lo ia acompanhado á cadeia so tivésse sido prêzo.

J ) publico que não percebeu o proce-dimento da policia que prendeu.o sr. dr. Afonso Costa, deixando livre o sr. conse-lheiro Bernardino Machado, é que imaji-nou que a policia o tivésse deixado por sêr ministro de estado onorário.

Via lá a policia o que fazia !

I m p l i c a n d o

Aclaremos. Alguém pôde estranhar que em vês de próza da caza, onde se digão das virtudes do rejimen, se estam-pem opiniõis alheias de vários súbditos fieis.

Muito temos dito, muito podíamos dizer. A istória do rejimen, que pôde fazer-se em dois traços, dá no entanto para dezenvolvimentos quç enchem volu-mes compactos. E a imprensa republi-cana, acoimada de odienta e suspeita, rião logrou ver ainda desmentidas as suas asseveraçõis gráves. Ninguém lhes responde. Desprezo ? Não I Impossibi-lidade de retorquir a afirmativas que assêntão em documentação variada e abundante.

A' sempre cavalheiros de melindres acurados que todos se abrázão em iras puritanas, quando ferimos a respeitabili-dade dos monárquicos, e que nos acúrão de pretendermos o monopoiio da onesti dade, exarando asserçõis iniquas.

A êsses endereçamos as opiniõis e juizos dos correlijíonários de alta valia, alguns ainda ôje árbitros na política por-

tuguèza, rião sabemos a quantos contos ! por âno.

Encheríamos muilos números d o nosso jornal se fossemos a respigar e trasladar todos os depoimentos monár-quicos.

ps que primeiro viérão á ceifa ai vão ficando.

Meditem os respeitáveis cavalheiros que se melindrão com as nossas pala-vras.

E os eleitores onéstos digão rios se podem vot\r nessas quadrilhas.

O s c a n d i d a t o s r é p u b s i e a n o s s ã o r e p r e s e n t a n t e s duna i d e a l d e v e r d a d e e d e J u s t i ç a , o s c a n -d i d a t o s EKouaarquicos a j e n t e s d a s q u a d r i l h a s q u e , s e g u n d o o s r . s a i a s F e r r e i r a t e m e x p l o -r a d o o p a í s .

E s c o l h ã o . V o t a r p e l o s c a n d i d a t o s ré-

p u b l i e a n o s é v o t a r p e l a p a t r i a , v i l i p e n d i a d a e c u s p i d a p e l o r e j i m e n .

D á d i v a i m p o r t a n t e

O sr. D. António Sebastião Valente, arcebispo de Gôa, patriarca das índias Orientais arába de oferecer á bibliotéca da Universidade um exemplar da óbra em dois volumes — Le Chrislianisme d Cfi</ífl« escr|topelo P, Courtenay M. A.

.pseudónimo que encobre um escritor de valôr.

Esta óbr? é considerada por alguns prelados da índia nacionais e extranjei-ros, como um monumento levantado á gloria dos portuguêzes no Oriente.

Foi composta no logar dos aconteci-mentos á vista de preciózos e irrecuza-veis documentos, que o autor colijiu pa-cientemente à custa de bastante trabalho e dinheiro.

Poucos exemplares se tirarão desta ôbra e nenhum foi; ainda posto á venda

E' uma dádiva que o sr dr. Mendes dos Remédios, dirétor da bibliotéca agra-deu com o oficio seguinte:

Excelentíssimo e Reveren-disimo Senhór Arcebispo de Goa e Patriarda das índias

Quis V.Ex.a Rv.ma ter bondade de ofi 3recer á Bibliotéca da Ui.iversidade de Coimbra um exemplarem dois volumes da obra - Le Chrislianisme d Ceylan do alto presonajem ecleziastico que assina com o pseudonimo de C. Courtenay, M.

Tão jeneróza como espontanea oferta d'um livro, que se recomênda aos es-tudiózos por tantos títulos derivados quer do seu mérito istórico e literário, quer das circunstancias em que foi publicado, obriga da fórma muito particular ao meu agradecimento como Diretor daquêle estabelecimento universitário.

Aprezento, pois, a V.Ex.a Rev.m a ouaenájem da muita gratidão em nôma de tôdos os estudiózos e particularmente dos alunos de Faculdade de Teolojia, a quem a obra mais dis respeito jubilózamente a ocazião, que tão oportuna se me depara, de comprimentar o antigo Professor da Fáculdade de Teolojia, a quêm Deus chamou para em outra esféra e outras rejiõis pôr a sua intemeráta enerjia e atividade ao serviço da Relijião e da Patria, das quais é tão dedicado Filho e leal servidor.

Com o maior respeito tenho a onra de me subscrever.

De Vossa Excelência R e v e r e n d i s s i m a etc.

Coimbra, 2 de Junho de l!)Oi Joaquim Mendes dos Remedios

V o t á r mos caaadidááos m o -n á r q u i c o s é c o m e t e r u m a t r a i -ç ã o .

P o r q u e é v o t á r p o r u m r e -j i m e n d e d e s p o t i s m o e d e c r á p u l a cossía*® o p a i s o p r i m i -d o c r o u b á d o .

Fês ezame do 4.° ano do liceu, ficando aprovado, o intelijente menino Antonio da Costa Rodrigues, filho da sr. D. Margarida da Conceicão Rodrigues e do falecido solicitador Joaquim da Costa Rodrigues.

Os nossos parabéns.

S ó o s d e p u t a d o s r e p u b l i c a -n o s p ó d e m d e f e n d e r o p a í s . P o r q u e s o ê l e s n ã o t ê m a e m b a -r a ç a l o s a p r e o c u p a ç ã o s u b s e r -v i e n t e d e d e f e n d e r e m o r e j i » m e a ,

1 N

H Çninta-felra,33 de .Junho de lí>04 3

Aos comerciantes

I v

SR. REDÁTOR.

Permita V. no seu lido jornal umas consideraçõis mui leves sobre a atitude dos comerciantes nas próximas eleiçõis. Aprezenta o partido républicano de Coim-bra os seus candidatos, todos ómens co-nhecidos e admiradas, com méritos autên-ticos e provas feitas nas lides da politica e do parlamento. A lista è excelente, e quem tiver dignidade não a pretere de-cérto por qualquer lista monárquica, onde rarcLaflòra um nôme onésto, a desrespei-tar-?e e a comprum ',têr-se com a cama-radájem de sujeitos cuja inferioridade moral e intelétual deveria garantir-lhes o perpétuo esquecimento.

Mas deixe-me abicar o assunto. Quando foi do protésto contra as me-

didas de fazenda, eu vi aí levantar-se o comércio em acéssos se indignação, tro-vejar irado contra as malfeitorias d o s . . desgovernos deste pais, aderir a um co-micio républicano por meio de oficio ale-vantado, e cobrir com unisonos aplauzos as afirmaçõis oos oradores que púnhão ao léo, com uma crueza justa, as chagas do rejimen. Quando o dr. Luis Gomes, no seu discurso, que foi uma nòtavel con-ferência, recordando cifras e excertos de péças oficiais, rematou com uma^apóstro-fe de sentida violência contra as quadri-lhas que infestávão o poder, eu vi er-guer-se a assembleia humá ovação bóia, que me deu alentos: e esperanças.

Pois bem, sr. redátor, agora que as eleiçõis chegão, calmamente, mercê do acordo dos velhos compadres da rotação, eu sempre quero vêr como os comercian-tes que protestarão, e bradarão, e fechá-rão as suas porias, se conduzem.

Vão votar nos candidatos do govêrno? Mas isso é uma vergonha, e todos llcão autorizados a supôr que os protestos da classe comercial, quando surjem. não pássáo duma comédia reprezentada por anónimos, que não tem a enerjia moral bastante para assumirem responsabili-dades e solverem sérios compromissos, publica e solêneniente tomados.

Já ôje os protestos da classe co-mercial vem enfraquecidos por antigos exemplos de incoerência, que dezorienla; e por este caminho de tranzijências indi-gnas, fôrça alguma terá para reclamar que a administração se moralize, quem dá o exemplo de a si proprio se desmo-ralizar com um proceder versátil e de-zonrôzo. Condenar o governo e apoiar o governo é incompreensível; e os que esquecem " as palavras e afirmaçõis de data bem recente, cométem uma má ação digna -de ser verberada e apontada, para que se saiba que a força perniciòza dos governos vem da fraquêza triste dos que se não lhe opõem, se não no anoni-mâto de assembleias publicas e com o simples ruido de palavras sem valor.

\ ã o votar mos candidatos progres-sistas? São ainda candidatos do gover-no, dado o acordo intimo que domina na politica monarquica.

Depois, nesses comícios corítra as propostas de fazenda, como V. em arti-gos vários tem acentuado, invetívárão-se todos os governos de todos os partidos, sem excéção, arguindo-se-lhes responsa-bilidades egua i sna queda dezastroza do pais.

A incoerência é a mesma. Votar n'eles continua a ser uma má

ação. Emfim, sr. redátor, eu espero que o

ato eleitoral me confirme nos meus jui-zes pessimistas, sobre a valia de certos protestos, a coerência e a sinceridade de certas clásses.

Oxalá que me enganásse, que todos soubessem cumprir o seu dever, e que a lista republicana, sendo a única lista de-cènle, e sendo prezêntemênte a única lista de protésto, obtivesse o sufrájio de todos os que coerentemente tinhão o dever de lh'o dar.

Mas são muitas já as deziluzõis acu-muladas, para que ainda centelhe no meu espirito alguma esperança.

Pôde ser, pode ser. Seria um dia de consolação e de jubilo para mim, não por constatar o triunfo impossível da lista republicana, mas por ver que ainda nem tudo está perdido — que á carater, conciencias, escrupulos, vícios.

Se v. entender que deve publicar esta carta, como ura apelo aos comer-ciantes onrados, faça, corrijindo-lhes as imperfeiçõis que abundão; se não achar justo e conveniente pub!ical-a,\Iance-a ao cêsto dos papeis inúteis, e continue a crêr-me,

De v. etc., /

l .

A c r r o s Na Univérsida de de Coimbra,nos dias

18 .20 , 22 e de junho, íizéião átos e ficárão aprovados os seguintes acadé-micos :

Fatuidade dc Teolojia

a n o ~ - 2 . a cadeira — Carlos Este-ves de Azevedo, Francisco Lopes e Eu-rique Soares.

Terminárão os átos do 1.° ano nésta faculdade.

2.° ano —-3:a cadeira —Jozé Manuel Rebêlo de Queirós e Aguilar Teixeira da Covta.

2.° ano 4.a Cadeira Jozé do Patrocínio Dias Prezunto, Antonio Augusto, Joaquim Correia Salgueiro, Jozé d'Almeida Correia (distinto.)

3." ano—-Candido Augusto de Melo. Acabárao os átos neste curso. 4.° ano —Artur Augusto Teixeira

Rarboza da Guerra Leal e Carlos Albér-to Rarboza, Domingos Lourenço d'Araujo, Eduardo d'Aguiar, Elias Gomes.

5.° ano — Antonio da Silva Pimenta, Artur Marques Figueira, José Caldeira d'Oliveira, Clementino Alves Tourais.

Ouve uma reprovação. F a c u l d a d e d e B i r e i t o

ano— l . a cadeira -—Francisco Ri-beiro Téles, Frederico Antonio d'Ahreu Chagas, Frederico Carlos Correia de Lacerda da Costa Pinto e Enritjue Trinda-de Coelho (distinto), Arnaldo Augusto Rartqjo J.iiine Pinto Osorio.

Ouve d tias reprovaçõis.' 2.» cadeira—José Maria Nunes Leitão,.

Jozé Maria Ripozo de Souza d'Alie Es-pargoza, Jozé Nunes d'Almeida Lopes.

Ouvé uma reprovação. 3.a cadeira —Luis Francisco Rebêlo

Bicudo, Manuel dos Santos Madeira, Joa-quim Pereira Monteiro dWraujo, Alberto Ribeiro Jorje, Antonio Augusto de Souza, Elísio Cardozo Pessoa. João Maria de Sanfiago Gouveia Lobo Prezado, Jozé da Ponte Ledo.

2.° ano — 5.a cadeira — Antonio Bra-gança Pereira, Antonio Ferrão (distinto), Antonio Taumaturgo Leonardo Reis Pio Pereira. Artides de Souza Mendes Carlos Augusto Campelo de Andrade, Cezar de Sousa Mendes, Custodio Arlindo da Silva Patena, Emilio Julio Coelho de Lima, Ernesto Intze Ribeiro Nunes, Fernando •Emígdio da Silva, distinto, Francisco d'Atilas Manso Preto Mendes da Crus.

Ouve três reprovaçõis. 6.a cadeira - Jozé Antonio Meireles

de Campos Enriques, Jozé Caetano Lobo d'Avila da Silva Lima (distinto), Jozé Jo-sé Gabriel Pinto Coelho (distinto), Jozé Peres de Noronha Galvão, Jozé Pequito Crespo, Jozé Taveira de Carvalho.

Ouve uma reprovação. 7.a cadeira — Manuel Joaquim Lopes,

Francisco Odorico Dantas Carneiro, Al-fredo Antonio Camossa Nunes Saldanha, Adolfo Sampaio de Morais Pinto de Almeida.

Ouve quatro reprovaçõis. 3.° ano —Car los Soarés Frederico

d'Albu']uerque, Custodio José Vieira, Daniel d'Almeida Coelho de Pinho, Alva-ro da Mota Alves, Diamantino da Mata Calisto, Domingos Jozé da Costa Rebelo, Domingos^ Machado Pereira, Eduardo Ribeiro Relino, Emilio de Lucena, Fran-cisco Alberto Mendonça de Somer, Jeroni-mo Vieira Cabrita Ri.to.

Ouve tres reprovaçõis. 4.'° ano —Augusto Gabriel Sinval,

Avelino Pais Rorjes de Rrito, Bento Coelho da Silva, Rernardino de Pina Ca-bral, Carlos Luis Ferreira, Eduardo Aires Leonardo de Mendonca, Eduardo Manuel d'Almeida Júnior, Antonio Jozé Alves Fer-reira de Lemos, Ernesto Jozé Cardozo, Eujemo da Cunha Pimentel, Felix d'Abreu Soto-Maior.

Faltou um aluno ao áto, por motivo justificádo.

5.° ano—"Antonio Rodrigues Salgado, Antonio Vasco Rebêlo Valente, Antonio Víàna Ferreira uoquete, Armando Fortes Marinho da Cunha, Alvaro Augusto da Costa Rasto Sereno, Armindo Augusto d'Almeida, Armindo Mauricio Pinto Ro-driguos, Arnaldo d'Almeida Vidal, Tomás d^liveira Mata Dias, Arnaldo Dinis da Silva Viana, Artur Euler de Carvalho Alves, ArtuLSoares Machado.

Por motivo Justificado faltou um aluno ao ato.

Faculdade dc Xlediciua

1 a n o — 1 .a cadeira — Alfredo Gon-çalves Sa'vador, Alvaro d'Almeida Amorim (distinto.)

Ouve duas reprovaçõis. Exames práticos Antonio de Jezus

Rarboza Correia. Antonio Gonçalves Ra-pazote, Antonio d'01iveira, Arnaldo Rei-mão da Fonséca, Raltazar Augusto Ribeiro, Levy Maria de Carvalho e Almeida.

cadeira exames práticos —Albino

Maria Mendes Pinheiro de Magalhãis Mexia, Antonio Simõis Pereira. Domínios Miranda, João Vás Agostinho. Joaquim Augusto Gabriel d'Almeida, Adelino Re-bêlo Pinto Rastos.

2.a cadeira — Abilio Maria Mendes Pinheiro de Magalhãis Mexia, Antonio Simõis Pereira, Domingos Miranda, João Vás Agostinho. Joaquim Auçnsto Gabriel d'Almeida.

ano 2.a cadeira - \ntonio t o r -reia dos Santos Silva (distinto).

2.° ;.no — 3 . s cadeira — Antonio Ra-tista dos Remédios e Jozé Joaquim de Morais Miranda (médicos por universi-dádes estranjeiras. Serafim Simõis Pe-reira. Alvaro de Almeida Matos, (distinto).

4. a cadeira, exames práticos — Adol-fo de Lemos Viana. Alberto Rastos da Costa e Silva, Alberto Cupertino Pessoa, Alexandrino Lopes Russo. Alfred* Lopes de Matos Cháves, Alfredo Soares Couceiro,

4.a cadeira—Adolfo de Lemos Viana, Alberto Rastos da Costa e Silva. Alberto Cupertino Pessoa, Alexandrino Lopes Russo.

5.° cadeira — Antonio Anibal d'Araujo Esmeris, Antonio Trindade. Ausmsto Ce-zar da Silva Ferreira, Custodio d'Almeida Enriques

Exames práticos — Fernando Duarte Silva d'Almeida Ribeiro, Francisco Pedro de Jezus Jeraldino da Silva Raltazar Bri-tes, Antonio Batista dos Remedios. José Joaquim de Moraes Miranda, Fernando Alberto Ferreira Costa Soares.

3.° ano — Carlos da Costa Araujo Cháves. Domingos da Costa Martins, Edu-ardo dfi Silva Torres, Enrique Luis Doria Omem Corte Real.

Exames prát icos—João Alves Rar-reto, João Antonio de. Matos Romão, Joa-quim Lopes d'01iveira e Castro, Jozé Alves da Silva.

4.° ano — Joaquim Jozé Ferreira Ra-tista Júnior, Jozé Carneiro Leão Queirós, Jozé Lopes d'OIiveira, Julio Vieira Fi-gueiredo Fonseca.

5.° ano — exames práticos — Jozé Rodrigues Madeira, Manuel Ferreira da Silva. Salviano Pereira da Cunha, D. So-fia Julia Dias, Acácio Augusto Pereira da Costa, Jozé Gomes Lopes e Jozéd'01i-veira Xavier. Jozé Rodrigues Madeira, Manuel Ferreira da Silva.

Faculdade de Hatcmalica

1.° a n o — 1 . a cadeira — Carlos Elias da Casta Júnior (distinto), Leopoldo Ge-rardo Martins, Carlos Augusto de Mas-carenhas Gomes, Jozé Cabral Caldeira do Amaral(distinto) Acácio Armando de Souza, Viriato Augusto Tadeu, Afonso Aires de Gouveia Alcoforado, Rernardino de Sena Martins. •

Ouve uma reprovação. 2.a cadeira, exames teoricos: Licínio

Cantarino Lima, distinto; exames práticos: João Lapa Fernandes Manuel, Jozé Rer-nardo Lopes.

Cadeira subsidiaria de dezenho. 2.° ano — Leopoldo Jerardo Martins,

Serjio d'ASsumpção Morais e Castro, Alberto Tavares Ferreira e Castro.

Terminárão os exames deste ano. 2.° ano — Carlos Duque, Aparicio

Rebelo dos Santos (distinto), Alfredo de Melo Pereira de Carvalho, Joaquim Jozé de Souza, Antonio Jozé Remardes de Miranda, Antonio Arsênio d'0!iveira Mo-reira, Jozé Lapa Fernandes Manuel.

2.a cadeira, exames teóricos — Jozé Joaquim Ferreira de Melo Rotêlho, Alfre-do de Melo Pereira de Carvalho.

Faltou um aluno a éxame. Exames práticos — Ficárão excluídos

os dois alunos que dérão provas. 2.° ano — 3.a cadeira —Joaquim Jozé

de Souza, Jorje Arsênio d'01iveira Mo-reira, distinto, Augusto Camossa Nunes Saldanha, .Augusto Martins Nogueira Soa-res.

Faltou um aluno a exame. 3.° ano analize -superior — Francisco

Xavier de Proença d'Almeida Garrét (dis-tinto).

Faculdade de Filozofia | 1.° a n o — l . a cadeira — exames prá-

ticos — João Augusto Orneias e Vasconce-los, José Maria Gomes Estima, Manuel Lopes Marçal Júnior, Raul Roque Ramos,, Veríssimo de Freitas da Silva, Adelino da Silva Lopes, José Augusto Reja Neves, Antonio Caiado Ferrão, Antonio da Costa Simõis Caneva, David de Souza Gonçal-ves Júnior, Carlos Augusto Lopes de Melo Fernando Raela Rissaia Rarreto Rosa distinto, Francisco Pereira Dias da Fon-seca, Jertnano Augusto Fernandes, Joa-quim d'0!iveira Sousa Lopes, Leopoldo Jerardo Martins, Jozé Cabral Caldeira do Amaral, Joaé Fernandes Dourado.

2.° a n o - 3 , a cadeira—José Christine, Diniz Sevéro Correia de Carvalho, João d'Oliveira Carvalho.

4.® cadei ra—José Joaquim Ferreira de Melo Rotelho, Artur Pinheiro Coelho, Alvaro de Freitas Moura (distintoj, Julio

Cesar Lopes d'Almeida, Antonio Luiz Marques Perdigão.

3.° ano. botanica — Fortunato Coutes Serviço, Joaquim Antonio de Melo e Cas-tro Ribeiro.

Terminárão os átos nésta cadeira. 2.° ano— i . a cadeira —Carlos Duque

(distinto), Joaquim d Oíiveira Souza Lo-pes, José Oliva Mendes da Fonseca.

4-.a ano, zoolojia — Francisco Limpo de Lacerda (com abilitação do ano lélivo de I90'2-lí"03), Francisco d'Alraeida Pes-sanha, D. Isaura Ratista de Figueiredo e Oliveira, José Augusto d'Oliveira, e Vasconcélos, Luiz Antonio Trincão (MR 18 valores) Alberto da Fonseca Rorjes, Miguel Pereira da Silva Fonseca, Fran-cisco Cortez Pinto.

Cadeira de analise quimica: l . a parte, exames práticos — Anibal

da Conceição da Costa Pinto dos Santos, A-fonso Aires de Gouveia Alcoforado, Rer-nardino de Souza Martins, José Augusto de Reja Neves, Veríssimo de Freitas da Silva.

Cadeira Subsidiaria de desenho: 1.° ano —Carlos Augusto Lopes de

Melo, Francisco Pereira Dias da Fonseca, Francisco Rodrigues Mingachos (distinto), Acácio Armando de Souza, José Paulo Teixeira do Amaral, Antonio Caiado Fer-rão, Antonio da Costa Simõis Caneva, Frederico Tavares Cortês, Antonio d'Antas Manso Preto Mendes Cruz, Carlos Ponce d'Oliveira Pires, Mário Gomes Saraiva, Fortunato Gomes Seita, Adelino Martins Pamplona Corte Real, Julio Cesar Lopes d'Almeida, Leonel Emilio da Cunha Pe-reira de Macedo, Joaquim Artur dos San-tos Machado, Pedro de Medeiros Albu-querque Taxeira, Joaquim Antonio de Melo e Castro Ribeiro, Antonio Nave Ca-talao.

Escola de farmácia: 3.a cade|ra — Julio José Fernandes

Costa. Exames de farmácia: Cesar de Carvalho Miranda, Joaquim

Quaresma de Moura, Carlos Cor-deiro Idães.

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A'bre amanhã o Colizeu Figueirence, com uma touráda, que p r o m é t e - s ê r brilhante.

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A corr id j é derijida pelo distinto aficionado sr. Jaime Eniques.

Como cavalheiro teremos o louvando artista Jozé Luiz Rento, !por bandarilheiros Francisco Xavier, Luis Ohmem, Jozé da Costa, Ferreira Estudante e Luciano floreira.

O gurpo de forcados e de mais valente.

A direção oferéce um premio á filammõnica que melhor se aprezentaí na praça.

Durante a corrida tocará a filamonica Figueirença-

Èm Coimbra, á, como do costume, grande emthuusimo pela abertura da época taruomáquic . 0 espáda é o conhcido novilheiro Cypriano Rosqued.

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REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA DE

Modas, Musica, Rélas-artes, literatura e atualidades. I

Publicação feita sob o auspicio de S. Majestade a rainha D. Amélia,

Dirétôr — A. de Souza (Guy de Preles) .

Redátores das sécções: Moda e vida Mundana Parisiense, bordados e todos os rabalhos concernentes ao belo sexo: Mademoiselles Amélia de Souza e Hermí-nia Souza.

Redátora e correspondente em Portu-gal : D. Olga de Morais Sarmento.

Redáção e administração : 30 bis, Rua Rregero, Paris.

ANUNCIO i.a publicação

No dia 3 de julho proximo, pelas onze óras da manhã, perante o juizo dè direito da comarca ds Coimbra e pelo cartorio do escrivão do primeiro oiic^o, Almeida Campos, se hão de ar-rematar pelo maior preço oferecido as dividas activas na totalidade de réis 1:689$730 ejquc serão postas em praça m globo e sem valor, pertencentes á

massa falida Oliveira & Alves, désta cidade.

A arrematação terá logar á porta do tribunal judicial, sito nos Paços do Concelho perante o Juis Prezidente do tribunal do comércio.

Coimbra, 20 de [junho de 1904. Verifiquei a exatidão.

O Juiz Prezidente do Tribunal

R. Calisto.

O escrivão do processo — Alfredo da Costa Almeida Campos.

TIPOGRAFO Muito abilitado em compozição'

e impressão, preeiza-se para dirijir uma boa oficina recentemênte mon-tada n'uma localidade da Beira. Prefére-se individuo que tenha já estado a dirijir outras boas tipogra-fias e que dê os melhores referen-cias sobre as suas abilitaçõis e comportamento.

Trata-se em Coimbra com o Ex.ra° Sr. Augusto Luis Martha, ' Praça do Comércio, j

A N U N C I O (2.* publicação)

Pelo Juizo de Direito da comárca de Coimbra e cartório do escrivão do 2.° officio, vão á praça, para serem vendidos em ásta pública, no dia 26 do corrente, por i l óras da manhã, á porta do tribunal judicial, pelo maior lanço acima da avaliação, os seguin-tes prédios:

Uma câza de abitaçao, sita no •lo-gar e freguezia de São João do Cam-po; avaliada em sessenta mil reis.

Outra de abitaçao, sita no mes-mo logar e freguezia, foreira ao Dou-tor Parreira em quinhentos reis; ava-liada, abatido o fôro, em trinta mil reis.

Fôrão penhorados na execução por custas, que o Ministério Publico nesta comárca, move contra Mário Silva e Maria Carlos, cazadas residen-tes no dito logar de S. João do Cam-po, a quem pertencem respétivãmen-te, para pagamento da quantia de 42:370 reis e custas acrescidas.

Pelo prezênte são citados quais-quér credores incertos, para assistirem á praça.

O Juis de Direito,

R. Calisto.

O escrivão do 2.° oficio — Artur de Freitas Campos.

Penitenciaria Central de Coimbra

Fás-se publico que no dia 27 do corrente pelas 11 oras da ma-nhã e na secretaria da Penitencia-ria de Coimbra se áde proceder á arrematação dos jéneros alimentí-cios que ficárão por arrematar no dia 13 do corrente e que constão de pão, grão de bico, feijão, baca-lhau, sal e toucinho de porco e bem assim á arrematação de lenha e cabedai s para a oficina de sapa-teiros.

A s condiçõis respeitantes a estas arremataçõis achão-se paten-tes na Secretaria da Penitenciaria todos os dias úteis desde as 10 óras da manhã ás 3 óras da tarde.

Penitenciaria de Coimbra, 15 de junho de 1904.

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Typ. Demoeratiea

A R C O D E A L M E D I N A , IO

l í T

N . ° 8 1 3 COIMBRA—Domingo, 28 ds junho de 1904 I O . 0 A N O

flos E l e i t o r e s I n d e p e n d e n t e s

Nos últimos tempos, e nos momentos mais dolorosos da cri e nacional que atravessamos, os servidores da monar-quia, na imprensa e no parlamento, têm proclamado, em sua defeza, que é for-çoso e justo, que a nação pague em sacrifícios os erros e abuzos praticados pelos exploradores do poder, visto que a nação os tem tacitamente consentido, submettendo se a todas as dissipações, prepotências e tyrannias.

E, na verdade, assim é! A culpa da nossa ruina, ignominiozas

e cynicamênte consumada, não é só dos governos: é também da nação, que os tem tolerado, sem um esforço de rezis-tencia, sem um bradç de indignação,

Desde long,a data, não ha um único cidadão neste paiz, que não saiba e re-conheça os,, processosimpudentes de perfídias e pirataria de toda a adminis-tração publica. E contudo o maior nu-mero desses cidadãos, em todas a manifestações eleitoraes, não falta a ap-provar esanccionar como o seu voto essas

""odiozas malversões-Ninguém neste paiz ignora os con-

luios de tenebrozos interesses que ali-menta á impudica corrupção das qua-drilhas Jpartidarias, que se revezam no poder, e seus sequazes, que excluziva-mente miram á absorção insaciavel e fraudulenta dos dinheiros públicos, arran-cados à penúria do contribuinte inde-fezo.

Toda a gente vè cPthezonro da nação | (Dr.), advogado , a saque nas mãos de infiéis mystificadores de todas as cathegorias. que açcordados e colligados, atrevidamente dispõem do paiz, como se fosse matéria vil.

A evidencia dos perigos que nos ameaçam, consequência d'essa nefasta bambochata, que nos deshonra e avilta, lança em todos es espiritos a clara con-vicção d'uma grande catastroplfk nacio-n a l , que se aproxima, se um movimento Salvador não mudar a face dos aconteci-mentos. E inacreditável parece que, nesta conjuntura, cidadãos portuguezes se pres-tem a amparar com o seu voto as si.tu.i-ções que tem produzido a fallencia e a mizéria publica, por esses mesmos cida-dãos confessada em particular, e em vóz baixa condemnada!

Mas não bastam lamurias palavrosas e covardes. Contra a deshonestidade reincidente e a arrogancia despótica dos governantes que tudo ouzam, violando as leis, affrontando e calcando todas as liber-dades, opprimindo e vexando, explorando èdefraudando ferozmente o contribuinte;

contra essas monstruozidades é necessá-rio protestar com firmeza e dignidade. Por emquanto dentro da lei, pacifica-mente, perante a u r n a . . .

Todos os homens de caracter e intel-ligencia; que querem o bem e a honra da patria, tem neste momento occazião de manifestar-se briozamente, sem tergi-versações

O partido republicano portuguez apre< zenta ao sufrágio dos seus concidadãos cinco nomes, conhecidos, honrados e respeitados pelo seu saber, abnegação, patriotismo e austeridade moral. O seu passado, affirmando a nobilíssima intran-zigencia dos seus princípios, responde pelo seu futuro.

Esses nomes são:

liernardino JLuis Ma-chado 4*uimarãis (Dr.) pro-fessor da Universidade de Coimbra.

Manuel de Arriaga (Dr.), advogado.

Alonso Augusto da Cósta (Dr.), professor da Uni-versidade de Coimbra e advogado.

Antonio Jozé de Al nítida (Dr.), medico.

Paulo J o z é Falcão

Portanto: o paiz empobrecido, sem instrucção e sem recursos de prosperi-dade, feudo submisso de castas e privilé-gios, arruinado, desacreditado e oppri-mido, que medite e se pronuncie, em quanto é tempo.

Que as consciências honestas e revol-tadas inaugurando uma nova era de lucta e redempção nacional, se manifestem contra as o|igarchias triumphantes, con-tra a devassidão dos mercenários políti-cos, que nos defrauda e nos esmaga e nos infama.

E' precizo abrir os olhos e reconhecer que estamos bem proximos do fim.

Protestem em quanto é tempo! Por-que decerto dentro em pouco, » protesto será inútil e a derrocada irremediável. . .

Commissão municipal republicana do Porto

Realizou se .^ojUem DO Porto, por sufrájio direito, a eleição' da comissão municipal da grande cidade republicana.

O ato foi concorridissimo, afluindo to-dos os republicanos a cumprir nobremente o seu dever.

De espaço dêle falaremos, frizando quanto á a esperar da atividade inteli-jênte e proba dos eleitos, cujos nomes são:

33fetivos ® r . A Í O J Í S O A u g u s t o d a C o s -

t a , "ir . A n t o n i o l „ u i s G o m e s , A n t o n i o d o s S a a r t o s P o u z a d a , A n t o » t o d a S i l v a C u n h a , B5el-S n s P e r e i r a «la C o s É a . . a&i ixf íe L e i t e P e r e i r a d a S i l -v a . C n r i q u e P e r e i r a d \ í M I v e f -r a , 25r. d f o a q n l m d ' . & z e v e d o A l b u q u e r q u e , 55r . *£ozé M u n e s d a P o i s í e , E&i». P a u l o »Jozé F a l -c á o , © r . S ê v e r i a n o *¥ozé d a S i l v a .

Sntosíitúíos A l f r e d o P i n t o O z ó r i o , A n -

t o n i o A m o r i m C a r v a l h o , A as t o »Ío2<]aaaiii©:$l!agaihFais, D f . Cíer-m a n o M a r t i n s , F r a n e i s c o X a -v i e r E s t e v e s , - J o z é P i n t o d e S o u z a SLelo. «Fozé M a r i a d a S i l -v a l l o r i a . SSavfd d ' A l m e i d a C o i m b r a , E í r . »5ozé « l o a q u i m í f c z o r i o . « J o a q u i n a d e C a s t r o e S i l v a .

C o n f o i * e n c i a s

Os nossos presados correlijio-narios srs. drs. Afonso Costa e Ber-nardino Machado tem realizado em Lisboa varias conferencias eleito-rais.

Os senhores sabem dizer-nos o que é feito dos illustres candidatos mouarquicos ?

entro Eleitoral Republicano José Falcão

Centro Eleitoral Républicano J o z é Fa l cão

Sío Cesta»© «Sozé F a l e á o s ã o f o r n e c i d o s t o d o s o s d i a s , d a s 8 o r a s d a n o l í e e m d e a n t e ' , q u a i s q u e r e s c l a r e c i m e n t o s e i n f o r m a ç ô i s á e e r e a d© á t o e l e i -t o r a l , p o d e n d o a l i s e r c o n -s u l t a d o s p o r t o d o s o s e S e i í ò r e s o s r e c e n s e a m e n t o s d a s r e s p é -t i v a s f r é g u e z l a s .

A ' u r n a , p e l o s r e p u b l i c a d o s !

c a n d i d a t o s

A commissão organisadora. do Partido Republicano no Centro do Pais.

Infortnão jornais:

* O sr. presidente do conse-lho: conferenciou com o -;r. Ma-riano de Carvalho'sobre as-suntos eleitoraes, »

Estão a ver: o velho Mariano a dar ao presidente de ministros liçõis praticas de arrombamentos e sub-trações fraudulentas.

O s c a n d i d a t o s r e p u b l i c a n o s s ã o r e p r e z e n t a n t e s ' d u m i d e a l d c v e r d a d e c d e j u s t i ç a , o s c a n -d i d a t o s m o n á r q u i c o s a j e n t e s d a s q u a d r i l h a s q u e , s e g u n d o o s r . P i a s F e r a - c l r a t e m e x p l o -r a d o o p a á s .

E s c o l h ã o . V o t a r p e l o s c a n d i d a t o s r é

p u b l l e a n o s é v o t a r p e l a p a t r i a , v i l i p e n d i a d a e c u s p i d a p e l o r e j i m e n .

Como pré-annunciaramos, rea-lizou-se na ultima quinta-teira, no Cêntro Jozé Falcão, a conferência do ilústre professôr e grande cau-zídico sr. dr. Afonso Cósta, candi-aáto républicãno por este circulo nas eleições que ôje vão reaiizar-se

O vasto salão do Cêntro regor-jitava, e quando á porta surjiu a fi-gura insinuante do dr. Afonso Cos-ta estalou uma vibrante salva de palmas e vivas estrujirão, ao ilus-tre républicano, á patria, á demo-cracia, correspondidos num uníso-no entuziástico.

Uma grande mássa afluíra ali, a escutar a palavra eloquênte do de-putado pelo Pôrto, que tão nobre-mênte se elevou, elevando o seu partido, numa memorável campa-nha parlamêntár, em que a sua vós insubmíssa—a vós altiva da verda-de, a vós forte da consciência! lançou a confuzão e o pânico nas óstes mercenárias do rejimen.

Foi notável a sua conferência, vibrante se/npre d'essa eloquencia que o tornou o tribuno querido das assembleias democráticas, ora esta-lando em apóstrofes indignadas, óra retinindo de ironias contendêntes ao regimen e aos seus ómens.

Impossível nós é dar um extra-io fiel desse brilhante discurso co-mo dezejariamos, e assim um esbo-ço vamos moldar sobre apontamên-tos colhidos e que uma ténue ideia darão apenas do que na realidade foi:

A maior gloria do partido républicano português consiste em que os seus pro-prios adversários não podem ôje pôr em duvida que êle é o verdadeiro partido da nação.

Ser républicano era, ainda á 30 ãnos, em Portugal, um grave crime.

Republica era sinonimo de dezordem, de latrocínio, de oevassidão — para os ignorantes. Era uma utopia inútil ou um perigo desnecessário-—para os que figu-rávão de ilustrados.

O raro ómem de cultúra ampla, de nobres e rasgados ideais, de santo e puro amôr aos princípios, que ouzasse apos-tolizar ou defender essa fórma de govêrno —a Republica—qUe aliás não tinha nada de nôvo na istória antiga ou na modérna, j—e que linha por si a sciencia a bôa-razão, o bom senso, — esse raro ómem, passava por simples lun; tico para pou-cos, e por verdadeiro facínora para a grande maioria dos portuguêzes.

A tradição nacional democrática que nos legara 1«20, que 1836 acentuára, que as revoltas populares do Minho quazi avião firmado indelevelmênte, para sem-pre parecia obliterada e morta, afogada nas orjias dos governos do suposto fo-mento, triturada pela crescente subser-vencia dos ómens públicos ao chefe da nação, inutilizada ou deturpada pelas bo-chanais e roubos eleitorais pela restricção do direito de voto, numa palavra pelo desprezo sistemático por garantias e re-galias liberais alcançadas á custa de muito sangue e de muita dór pelos nos-sos maiores . . .

E assim a Republica aparecia como um mau sonho, e o republicano era como que um pária.

Oje não sucéde o mesmo, Porventura os sofrimentos da nação aguçarão o en-

têndimênto aos portuguêzes, aliás ainda agora desprovidos, como o estávão antes, de instrução e educação leiga, obrigató-ria e gratuita. Se o não veem,porem sen-tem-no perfeitamênte. E em verdade não á ôje em Portugal quem de boa fé negue ou desconheça as vantajens teóricas, essen- , ciais, do rejimen democrático, e a con-veniência de dar ao. partido republicano uma participação cada vês mais larga na administração publica.

E assim, a situação do partido no pais é verdadeiramênte previlejiada e onróza:

Os Portuguêzes dividem-,se ôje em duas grandes secçõis, muito dezeguais.

A um lado estão os politicantes, os profissionais do acôrdo, os defensôres de tôdos os esbanjamêntos, os servis creados da realêza, os que vivem ou procúrão viver sem trabalhar, numa palavra, os parazitas.

Ainda por vezes úzão nomes separa-dos, que sôão diversamente, mas são sempre a mesma mássa criminóza e de-vorista.

São os verdadeiros monarquistas, os que quérem o poder, ou o segúrão an-eiòzamente. sem terem em mira o bem da patria, mas sim o seu proprio bem, 0 da clientela de baixo e o da clientela de cima.

São naturalmente aliados êntre si e agrupão-se e coordênão-se ein tôrno de quem tudo lhes manda tratando-o como a lacaios.

Constituem um blóco. Odeião tudo o que seja liberdade, apoião tudo o que seja perseguição, apróvão tudo o que seja desperdício, e, na óra do perigo, berrão furiozamêute contra a verdade e a justiça, que sóbem sempre e os ameà-ção na sua p,opria essência.

Em contrapozição-a este grupo, que tem o podér, a nação quasi-inteira, as classes, os indivíduos, e até muitos mêm-bros izolados dos vélhos partidos, ajitão-se, protéstão, reclâmão, revelando um mal-estar, um descontêntamênto, que já não é possivel iludir.

O pôvo não sabe lêr, mas quer sair desta vida de opressão, sem que o reji-men de trabalho lhe dá a exaustão e a mizéria, e òs tributos, sobretudo indi-rétos, o condênão, e d a vês em maior proporção, á morte pela fôme.

O comércio, a agricultura, a indus-tria., a colonização, lútãò egualmente pelo seu libertamênto. Quérem provei-tozos tratados de comércio, em que só mande a boa administração e não a sua policia; querem excelêntes pautas, em que só se proteja o que seja util conser-var, dezenvolvêr ou crear no país que-rem auxílios eficazes ao arroteamento de terrenos incultos e á exploração patrió-tica e produtiva das nossas ainda impor-tantes colonias; querem a regulamenta-ção moralizadora das sociedades anóni-mas em jeral e das grandes companhias previlejiadas em part icular . . .

Tudo isso precizão as fontès da rj-quêza nacional, e as esperiencias de 14 ãnos demonstrarão lhes que o não podem esperar da jente que nos tem governado nem do que á sombra da monarquia nos quer governar, quer promêta vidas no-vas, em que só erros novos se teem no-tado, quer se mascáre com títulos ou nômes modernos, que só sejão sintoma de subserviência a uma pessoa, como o de «franquismo», ou de ipocrizia e espe-culação, como o de «nacionalismo».

Quer isto dizèr que a grande massa do país só confia no partido républicano. Em óra de perigo grave, a massa po-pular só a nós entregaria ôje a bandeira nacional das quinas, com que outr'ora

1 assombrámos o mundo e enchemos a is-1 tórh .

2 K K Z I S T E X C I A — í > o m i , « í o , 20 « l e . J n i i h » d e I d O l

Só no partido republicano tem sido afirmado e demonstrado o amôr puro e dezinteressádo pela nossa querida Patria. Républicanos fòrão acutilados em Lisboa em 4890, e um pobre rapás foi então morto, por se saltarem gritos de defêza da integridade nacional, por se fornecer desse inodo aos governos a única possi-bilidade de salvarem a nossa autonomia.

E se em I90ri não ponde fazer-so a mesma coiza, sa,lvando-sc o pais das gar-ras do temerôzo convénio, não foi por que deixasse de correr nas ruas desta cidade sangue jenerôzo de estudantes, ou porque deixasse de estar em risco a vida dum moço académico, que a ciência e a natureza salvarão como que para o recompensar do seu amôr da Patria.

0 partido républicâno reprezenta tam-bém a onradês na administração. Os seus ómens, quando assumem cargos de je-rèneia ainda os mais difíceis, procédem como o dr. Nunes da Ponte na Mizericór-dia do Porto e na administração da caza Cardôzo na mesma cidade, e como o Dr. Filomeno da Gamara na jerencia da Mizericórdia de Coimbra e no Coléjio dos orfãós taicizando-o e tornando-o ijie-nico limpando-o moral e fizicamente.

E se o comercio quer pedir adiminis tração ourada, quem encontra, a escuta-lo nos comícios? E a quem se conférem nesses comicios maiores testemunhos de confiança e de fé?

Responda quem tenha prezenciado alguma das reuniõis populares e da campanha conti a os impostos.

O partido républicâno, sobretudo ; re-prezènta a liberdade em todas as suas manifestaçõis, isto é, os direitos sagradifts que o pôvo inscreveu soleneménte na Declaração dos direitos do ómem e do ci-dadão, em 1790, em Françs, e que al-cançou pelas armas e fèz á força, inserir nas cartas e constituiçõis, em todos os póvos modérnos.

No divorcio entre os governantes e o pôvo, o que aquêles procúrão arrancar a este mais cedo são os direitos dos cidadãos.

A inviolabilidade do domicilio o direito libérrimo de expressão de pensamento sem subordinação a formalidade alguma, a liberdade de reunião, de associação, de culto, o direito de não ser prêzo senão com culpa íormáda ou em flagrante de lito de crime previsto na lei, — todos os direitos individuais são ôje uma blague, uma ilusão, uma mentira indigna.

Qualquer ajente da autoridade, o mais mesquinho, o mais imundo., o mais tôrpe, o mais iletrado, o de peores cos-tumes, passa por cima de qualquer désses direitos com uma semeerimonia, que só pode provir da certeza da impu-nidade.

E ai de quem reajel Ou o acutilomen-' te immediato com insolências imbecis

nos jornaes do Governo, ou uma parte carregada, que se espera seja judi-cialmente recebida como boa mercado-ria.

E parvo de quem se queixa! O lei da garantia adeministrativa espécie de irresponsabilidade absoluta estendida desde o chefe do poder executivo até ao mais, brutal caceteiro dos aljubes, lá está, restaurada do Codigo cabralino de 1842 para os códigos franquista de 189."> e 189d pelo chefe do partido do engrandecimento do poder real. E mercê d'ella ainda hoje o seu cumulo o sr. Hintze Ribeiro não consentia já mais (pie prosiga qualquer processo que signifique atentado á liberdade, por ser, para êlles uma defeza da ordem poblica.

Ficamos assim sabêndo qne a «ordem publica» d'eles se bazeia no arbítrio, na opressão: na fraude e no despotismo caprichôzo:

Mais uma razão para redobrar de esforços com o fim de corresponder á confinça publica, á jeral espétativa da nação, inaugurando o mais cedo possivel um systema de administração de vida politica que se bazeia na liberdade, que tenha por diviza a onradês e que se pro-ponha fazer progredir a nação e melhor as condições de vida dos cidadãos por-tuguezes.

Trabalhemos com /todo o entusiasmo e com toda a fé para a implantação da ré-publica!

O conferênte foi muitas vezes interrompido pelos aplauzos demo-rados e frementes da assembleia.

Acompanhou o sr. dr. Afonso Costa, o seu dedicado companheiro de escritório e nosso presado ami-go e correlijionário sr. dr. Germa-no Martins.

GUERRA JUNQUEIRO A convite da imprensa do Pô. to

afluiu na ultima quinta-feira á gare de S. Bênto uma porção numerozis-sima da população portuense para aguardar a chegada do grande poeta Guerra Junqueiro, que em terra ex-tranha tão alto onrara o seu nome e o seu país pela afirmação surpre-êndente da sua poderozissima mên-talidade.

Avião-no aclamado lá fóra, ao extraordinário poeta; e a imprên-sa liberal do Porto achou de justiça que, no seu regrésso, jente da sua patria lhe désse, numa manifestação sincera e vibrante, a medida da sua admiração por êle, pela sua obra, pelo seu alto e radiantíssimo espi-rito.

Encheu-se a gare. Nas convizi-nhanças da Estação, a multidão es-praiou-se, desbordante e compacta. Chegou enfim o comboio, e Guerra Junqueiro é aclamado com frenezim, entuziasticamente, delirántemênte.

Nos ares resôárão estes gri-tos :

Viva Guerra Junqueiro! Viva o grande poeta! Viva a patria! Não érão clamôres daquêlesque

a Oí dem, no seu critério fundamen-tal mênte estúpido, uza classificar de subversivos. Era a saúdação uníso-na a ura ómem, cuja cerebração pu-jantíssima e cujo renome gloriôzo enchee de consolador orgúlho todo um pôvo

Pois uma orda de malandiins fardados, bestiágas idrófobas que o rejimen sustênta com disvélos de aroa4or de cãis, interveio num ím-peto de ferocidade nessa manifesta-ção, em que para nada entrava a politica e só se gritava a admiração e o respeito por um grande espi-rito.

De sabres nús, sob as instiga-çõis dum bandoleiro de nome Annes, com crónica larga de goliárdo peri-gôzo, um trôço de féras, dezenjau-ladas das esquadras policiais, arre-meteu contra a multidão indefêza,cal-cando, esmurrando, acutilando, com uma bravêza de canibais.

Foi uma façanha de bandidos, préviamente aquartilhados, para que o furor da sortida redrobasse, e Annes, o chefe, conquistou néla as suas esporas d'ouro.

Nós conhecemos este Annes de muitas e varias proêzas, e não nos cauza espantos que o mizeravel mais uma vês uzasse da espada como um fadistola, bêbado e réles, uza da navalha de ponta e móla, e incitas-se os sicários do seu comando, ma-landrins e brutamontes, com a fe-reza sanguinária dum chefe de qua-drilha que vê frustar-se-lhe o as-salto.

Annes é um simbolo; é a Ordem, éssa Ordem feita de covardias e de traições, de infamias e de mizérias, que p'ra aí se defênde e preconiza como garantia de . . . segurança so-cial.

Dezumàno, brutal, estúpido, com fumáças pimponeantes de labrêgo que varre feiras, com audácias des-bocadas de bebedóla brigão, êle que, como diz a Pós Publia, era capás de espancar o pai velho e trô pego e arrastar a mãi ao Aljúbe, com aquéla brutalidade com que sa-cudiu pela gola, como a um gatuno que colhêsse em rusga, o grande Junqueiro, êle, dizíamos, é um sim-bolo da Ordem, do rejimen, da tira-nia que nos asfixia,que nos deprime, que nos rouba, que fêz deste país; aos olhos do mundo, um recanto perigôzo da Calábria, e que é pre-eizo varrer, exterminar, vencer, por todas as formas, graduando pela vio-

lência do ataque a violência da de-fêza, sem piéguices, sem sentimen-talidades, sem covardias, com a eneijia com que correríamos sal-teadores que piesêntissemos amea-çar-nos a fazênda.

Annes está em toda a parte, aparéee em toda a parte, com a mesm^ b utalidade, a mesma estu-pidês, o mesmo pendôr para infa-mias.

Não é único esse chefe do Por-to ; esse velho bandido, malandro e bêbado, com fòlha larga de serviços torpes, é, repetimol-o, um simbolo.

*

Fica por ôje só exarado o nosso protésto contra o asfalto da quadri-lha policial, protésto com que nos solidarizámos com a imprensa do Porto no seu legitimo desagravo o o contra o espancamênto e . . . roubo dos seus convidados.

Mas ao assunto voltaremos, e muitas vêzes, que não podêmos nós continuar neste rejimen,e ê preeizo que nos rezolvamos até aô sacrificio de jogar a vida na defêza da nossa liberdade e da nossa onra.

F i o s c o m í c i o s r e a l i z a d o s c o n t r a a s m e d i d a s d a f a z e n d a p r o v á r ã o - s e a s r e s p o n s a i » ! ! i d a -d e s d e i o d o s o s p a r t i d o s n a s i t u a ç ã o d e i g n o m i n i a e d e r u i n a q u e e s m a g a o p a i s .

Y o í á r n o s c a n d i d a t o s a p r e -z e a í á s í o s p o r e s s e s p a r t i d o s é f a z e r u m a a f i r m a ç ã o d e c r i m i n o z a c u m p l i c i d a d e .

CANDIDATOS MONÁRQUICOS A M O S T H . A S

M a r i a n o d e C a r v a l h o

Metade do pais conhece este cava-lheiro.

A outra metade .. conhece-a ele.

S e r j i o d e C a s t r o Em Portugal existem logáres escan-

dalozos. Assim á um sr. Sarzedas que é inspétor das aguas mineraes com re-muneração farta.

0 sr. Serjio de Castro 6 inspétor das aguas-ardentes, mas sem remuneração.. .

E' um benemérito. Votem nele!

O REJIMEN

nós reduzida a mesquinhas condições. Para ser ministro não é necessário pro-bidade,, nem falèiito, uem estudo, nem patriotismo, nem conhecimento verdadeiro do estado e das necessidades do país, nem apoio da opinião.

Saber as vontades de el-rei, descobrir os dezêjos de el-rei, obdecer aquelas, satisfazer estas, não tropeçar em qualquer intriga de camarilha,'eis o grande arcano. »

(Mariano de Carvalho — Diário Popular, n.° 4:0,4).

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El-rei desce do trôno para levantar os seus favoritos do lôdo da condenação publica; emprega as prorogalivas em galvanizar cadáveres políticos; reziste com a sua irresponsabilidade ás senten-ças morais: rasga a carta para que pas-sem nelas rasgõis as mãos dos delapida-dôres da* fazenda publica.

( Emídio Navarro — Pro-gresso, iv.° 409.)

#

Temos 70 ânos de constitucionalis-mo.

Está feita a experiencia. Nenhum ministério que queira redu-

zir as despezas publicas se aguenta no poder.

Podem discutir-se as razõis. Mas o fato aparece em todo o seu explendor.

Iluzõis já as não tem senão quem as quér têr.

(Dias Ferreira— Tempo— 1003):

A' frente dos negócios públicos têm estado verdadeiras quadrilhas de ladreis.

(Do Tempo, jornal monár-quico do sr. Dias Ferreira. Maio de 18: >7).

E' a lojica. 0 pais está a sáque dentro dos imortais princípios.

(Do Novidades, orgão do Paço. Maio de 1897).

O governo não se contenta em pôr este pais em leilão. Vai mais lonje ainda este desmanchar de feira, o país é posto a saque

(Da Tarde, orgão do par-tido rejenerador —1897).

Não dis bem o coléga Não pôde ser pôsto a saque um país qne já foi roubado.

(Do Correio da Noite, or-gão do partido progressista. 1897).

Em que assenta a politica portuguêza? Na mais simples e na mais mesquinha de todas as consideraçõis. Para governar é preeizo espreitar a vontade de el-rei para satisfazer-lh'a. E' preeizo seguir os caprichos dum animo por essencia volú-vel. E' preeizo vijiar com cuidado as correntes da intriga palaciana parai com-bate las ou diriji-las conforme convier.

A arte de governar acha-se en t re

V o t á r n o s c a n d i d a t o s m o -n á r q u i c o s é c o m e t e r u m a t r a i -ç ã o .

l*orque é v o t á r p o r u m r e -j i m e n d e d e s p o t i s m o e d e c r ã p u S a c o n t r a o p a i s o p r i m i -d o e r o u b ã d o .

Ao nosso prezado colega O De-bate, pedimos vénia para transcrever o interessante artigo que damos abaixo, antecipando-nos a reque-rel-a para os que se lhe seguirdm.

Perdoe-nos o nosso colega apro-veitarmo-nos com tal sencerimonia do seu trabalho

\ NA C0REA O REI

Na Coréa, como em todos os outros povos orientais, a fórma de governo é a monarquia absoluta.

0 rei tem plenos poderes p ira usar e abusar de tudo o que existe no seu reino. Ele eosa de uma autoridade sem limites sobre os ómens, sobre as coisas e sobre as instituiçõis.

Em principio, o rei ocupa-se unica-mente do bem jeral. Vela pela stricta observancia das leis, distribui a justiça por todos os seus súbditos, proteje o povo contra as exaçõis dos grandes fun-cionários, etc.

Mas. . . sfmilhantes reis são, como em toda a parte, muito raros na Coréa.

Qiiasi sempre o trono é ocupado por .eciosos, seres corrutos que cedo envelhe-cem, estúpidos e incapazes.

S o o s d e p u t a d o s r é p u b l i e a -ssos p o t l e m d e f e n d e r o p a í s . P o r q u e s o e l e s n ã o t e m a e m b a -r a ç a - l o s a p r e o c u p a ç ã o s u b s e r -v i e n t e d e d e f e n d e r e m o r e j i -m e n .

A T O S Resultado dos atos e alunos aprovados

em 22 de junho:

Faculdade de Teolojia 4 a n o — Francisco Augusto da Costa

e Silva, Francisco Gaspar Ferreira Leão. 5.° ano Domingos Jozé Fernandes de

Campos, Francisco Antonio Gonçalves.

Faculdade de (Direito 1.a cadeira (Sociolojia jeral) — Alber-

tino Augusto da Silva, João Canuto d'01i-veira.

2.a cadeira (Direito romano) — Jozé Sebastião Serra da Mota, Jozé Teixeira da Fonseca Dias, Justino Enriques Cúmano de Bivar, Luiz Cabral d'Abreu Vital.

3.a cadeira (Direito civil) — Joaquim Eduardo^Almeida Omem, Eduardo Jozé Teixeira d'Abreu, Antonio Maria Eurico Alberto Fiel Xavier, Matias d'Azevêdo e Moura, Camilo Castélo branco, Luiz

Antonio Joaquim O.nem de Macedo Fran-cisco Tavares Proença.

I a cadeira (Direito civil) - Francisco' Mourato Peliqnito, Francisco X a v i r Tei-xeira de Queiroz o Vasconcelos, Enrique Pinto (TAIbuquerque Stockler.

3.° ano = João Carlos Verde d'0li-vejra, João Lopes de Moraes Silvano,

-'(." ano —Fernando Ferreira Batista, de A ueda; Francisco*Barb<>za de Brito, de Francisco Coelho d'Andrade, de San-to Tirso; Francisco Manoel da Veiga Mata.

5.° ano —Antonio Mar ia Pereira Júnior, Antonio Fonseca (PAImeida Car-dozo, Augusto d'Almeida Campos de Melo, Augusto José Queiroga Valentim,

Faculdade «le metiiciiia 1.a cadeira (Anatomia descriliva) —

Antonio de Jesus Barboza Correia, Anto-nio José Gonçalves Rapazote.

2.a cadeira (Estolojia) — Adelino Re-bèlo Pinto Bastos.

3.a cadeira (Fi-iolojia) —Adolfo de Lemos Viana, Alberto Bastos da Costa e Silva.

4.4 cadeira (Anatomia patolojíca) — Alfredo Lopes de Matos Chaves, Alfredo Soares Couceiro.

5 * cadeira (Medicina operatoria) -Dr. Antonio Batista dos Remedios e dr. José Joaquim de Moraes Miranda, médicos por universidades estranjeiras.

3.° ano —João Alves Barreio, João Antonio de Matos Romão.

4.° ano —Vasco Nogueira de Oliveira, Veríssimos Augusto da Silva Guimarãis.

Exames práticos de medicina legal — Anionio Joaquim Freire, Eurico Fernandes Lisboa, Jacinto Umberto da Silva Torres, Vicente de Paula da Camara, Delfim Miranda.

Faculdade «le mafeuiatica l . a cadeira (Alzebra superior)— Mário

de Sá Chaves, Luiz Emilio Bamires. Exames práticos de jeometria descri-

tiva—João Lapa Fernandes Manuel, José Bernardo Lopes.

F a c u l d a d e «le fll&xolia Fisica l.a parte—Joaquim José de

Sousa, João Soares Brondão, Antonio Fernandes.

Zoolojia— Antonio Joaquim Machado do Lago Cerqueira, Baltazar Augusto Ribeiro, Frederico Mauperrin Santos.

Exames práticos de clinica inorgâ-nica—Jermano Augusto Fernandes, Joa-quim de Olheira Souza Lopes, Leopoldo Gerardo Martins, José Fernandes Dou-rardo, Jozé Cabral Caldeira do Amaral.

Dczenho filosófico l .° ano —Joaqnim Artur dos Santos Machado, Lesmei Emi-lio da Cunha de Macedo, Mário Gomes Saraiva, Adelino Martins Pamplona Corte-Real. Fortúnio Gomes Seiç.a, Pedro de Medeiros Albuquerque, Carlos Ponce de Oliveira Pires, Joaquim Antonio de Melo e Carlos Ribeiro Manuel Nave Catalão,

C u r s o d e f a r m á c i a Nova reforma, 4.1 cadeira (Analizes

toxicolojicas) — Joaquim Vieira de Souza.

J t f o d à I l l t L ^ t f à d à Jornal das familias — Publicação semanal

Diretôra: D . J . E O N O R M A L D O N A D O

Condições da assinatura : por ano com 1:800 gravuras em preto e coloridas, 52 moldes cortados', tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordados-o$000 réis.

Semestre, 2G números com 990 gra-vuras em preto e coloridas; 26 moldes cortados, tamanho natural, 2u números com 550 gravuras de bordados, 2#500 réis.

Trimestre, 11 números com ">50 gra-vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 2Í50 gravuras do bordados, 1$300 réis.

Çaik» número da Moda Ilustrada é acompanhado dum número do Pet.il Eco de la Ilroderie jornal especial do bordados em todos os géneros, roupas do corpo, de mêsa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por-tuguês daquelle jornal.

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Mercearia LLÍEITAXI

(Depozito único era Coimbra)

3 6 d e Junho de I f t O I

mm

A N U N G I O ' i.a publicação

No dia 3 de julho proximo. pelas onze óras da manhã, peranle o juizo de direito da comarca de Coimbra e pelo cartorio do e crivao do primeiro oiicio, Almeida Campos, se hão de ar-rematar pelo maior preço oferecido as dividas activas na totalidade de réis 1:689$730 e'que serão postas em praça em globo e sem valor, pertencentes á massa falida Oliveira & Alves, désta cidade.

A arrematação terá logar á porta do tribunal judicial, sit.o nos Paços do Concelho perante o Juis Prezidente do tribunal do comércio.

Coimbra, 20 de ]junbp de 1904. Verifiquei a exalidão.

O Juiz Prezidente do Tribunal

R. Calisto.

O escrivão do processo — Alfredo da Costa Almeida Campos.

ANUNCIO (2."- publicação)

Pelo Juizo de Direito da comárca de Coimbra e cartório do èscrivão do 2.° oíTicio, vão â praça, para serem vendidos em ãsta publica, no dia 26 do corrente, por 11 óras da manhã, á porta do tribunal judicial, pelo maior lanço acima da avaliação, os seguin-tes prédios:

Uma caza de abitaçao, sita no lo-gar e freguezia de São João do Cam-po: avaliada em sessenta mil reis.

Outra de abitação, sita no mes-mo logar e freguezia, foreira ao Dou-tor Parreira em quinhentos reis; ava-liada, abatido O fôro, em trinta mil reis.

Fôrão penhorados na execução por custas, que o Ministério Publico nesta comárea. move contra Mário Silva e Maria Carlos, cazadas residen-tes no dito logar de S. João do Cam-po, a quem pertencem respétivamen-te, para pagamento da quantia de 42:370 reis e custas acrescidas.

Pelo prezente são citados quais-quer crédores incertos, para assistirem á praça.

Verifiquei a exatidão.

O juiz de Direito, R. Calisto.

O escrivão do 2.° oficio—-Joaquim Al-ves de Faria.

N'e tes termos, corrrm éditos de trinta dias, contados desde a ultima publicação d'este anuncio, por meio dos quais é citado o re-ferido Joaquim Duarte Esmerado, aue foi da Nazareth da Ribeira, i ' para comparecer na segunda au-diência deste juizo, depois d'aquele prazo, afim de ver acusar a cita-ção e aí assignar-se-lhe o prazo de três audiências para contestar e seguir os mais termos da ação até final, sob pena do seu consentimento ser suprido nos termos do art. 484 § 1° do Codigo do Processo Civil, e declara-se«que as audiências se fazem no tribunal de justiça desta comarca nos Paços -Municipaes, F*raça oito de maio, nas segundas e quintas feiras, ou nos^jdias imedia-tos, nos termos do art.0 151 § 1 do codigo civil.

Verifiquei a exactidão.

O Juiz de Direito, R. Calisto.

O escrivão, Joaquim A. Rodrigues Nunes.

Carris de Ferro de Coimbra ORARIO PROVIZORIO

T 1 P O G R A F O Muito abilitado em compozição

e impressão, preciza-se para dirijir uma boa oficina recentemênte mon-tada n'uma localidade da Beira. Prefére-se individuo que tenha já estado a dirijir outras boas tipogra-fias e que dê os melhores referen-cias sobre as suas abilitaçõis e comportamento.

Trata-se em Coimbra com o Ex.mo Sr. Augusto Luis Martha, Praça do Comércio.

R u a F e r r e i r a I S o r g e s 1 3 3

Antonio Ferreira Pereira Muda provisoriamente o seu es-

tabelecimento para Avenida Navarro, em-quanto se realizam obras no actual.

J É o de Direito da comarca de Coi Éditos ©Le OO dtias

(l.a publicação)

Dorotéa Ferreira da Roza, ca-zada, proprietária, rezidente em Ta-veiro, propôs n'este juizo a compe-tente ação para suprir o consenti-mento de seu marido Joaquim Duarte Esmerado, auzente em parte incerta, afim de poder realizar a venda d'um prédio urbano site no logar e fre-guezia da Nazareth da Ribeira, a partir do nascente com José Carva-lho Correia, do poente com Joaquim Mauricio de Carvalho, do norte com terreno pertencente á linha de fer-ro, e do sul com rua publica, ava-liado em 2 5o$ooo réis.

Allega que é cazada, segundo o costume do reino, com o dito seu marido, do qual se acha separada judicialmente de pessoa e bem; e que este. logo em seguida á separa-ção, que foi julgada em 1872, ausen-tou-se para o Brazil. e á dois ou três ânos encontrà-se em parte incerta, pois d'êle não tem noticias, prezu-mindo-se até que tenha falecido, e que, portanto, não pôde obter d'êle o consentimento para o indicado fim.

Acabárão-se as doenças do estomago, do figado, dos intestinos, dôres de cabeça indijístõis; cólicas, palpitaçõis do coração e falta de apetite, porque as pilulas anti-dispépticas do dr. Heinzelman cúrão to-das essas doenças em pouco tempo; não sendo necessário nem diéta nem . res-guardo, pois êsse remédio sendo feito com ervas do Rrazil é tão poderôzo e atóa tão eficásmente no organismo que moléstias que durarão ânos cedem com um vidro ou dois dèsse medicamento.

As pilulas do dr, Heinzelman, médico farmacêutico, enconirão-se nas boas far-mácias. Depósito em Coimbra,: srs. odrigues da Silva & C,a.

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Largo de D. Carlos ou Gazómetro á Rua do Infante D. Augusto — 40 réis,

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Estação B dos caminhos de ferro ao Largo das Ameias ou Mercado — 50 réis.

Estação B dos caminhos de ferro á rua Infaute D. Augusto — 80 réis.

Estação B dos caminhos de ferro á Caza do Sal — 20 réis.

A assinatura para os bilhetes pessoais está aberta pelos prleços anuais de réis 12&000; e9$000 réis para os menores de 14 anos e creados, sendo estes últimos l e logares na plantaforma dos carros.

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Verde, indica a Alta. Vermélha, estação B. Branca, Caza do Sal. Amarelo escuro, reservado.

Desde o dia 1 de Maio na estação da Rua do- Infaiite D. Augusto recebem-se encommemtas e fazem-se despachos para a grande e pequena velocidade nas esta-çõis do Caminho de Ferro, para o que íaverá serviço especial de transporte.

Só se recebem volumes cujo pezo máximo não seja muito,superior a cem kilõs.

S t e e e f e e m - s é a n ú n c i o s p a r a se-r e m f i x a d o s sco i n t e r i o r d e i o d o s o s c a r r o s cita c i r c u l a -ç ã o pei io ps-aço a a e a l d e

r é i s , s e n d o o s a n ú n c i o s e s e i o s p o r consta d o a n u n c i a n t e .

Orario dos Comboios D E S D E 1 DE JUNHO DE J 9 0 4

S e r v i ç o n o f l n n s a l d e C o i m b r a P A R T I D A S

MANHA

EDITAL João da Fonseca Rarata, vice-ministro

Sérv u lo de Ministro da Venerável Ordem Terceira da Penitencia de S. Francisco, de Coimbra.

Faço sabêr que, por deliberação do definitóriò, confirmada pela Junta jeral, é convocada a Assembléa jeral dos irmãos desta Venerável Ordem a reunir na sala das sessõis, no edifício do Carmo, no dia 3 de junho proximo, pelas 10 óras da manhã, a fim de discutir o projéto de estatutos, elaborado pela Comissão no-meada pelo definitóriò em sessão de 21 de Janeiro do ãno corrente.

Não comparecendo numero legal de irmãos, fica desde já convocada segunda reunião para o dia 10 do referido mês, no mesmo local e á mesma óra, funcio-nando, nesta sessão, com qualquer nu-mero de irmãos prezentes. Quando não possa rezolver-se o assunto em uma só reunião, segtiir-se-ão outras, que serão sucessivamente marcadas pelo Ministro, ou quem suas vêzes fizer, antes de ter-minar a sessão.

Outro sim faço saber que, o projéto de estatutos se acha patente na secreta-ria da Ordem por espaço de 8 dias, que Terminão em 2 de Julho proximo, desde as 12 óras da manhã ás 3 da tarde, aonde pode ser examinado pelos irmãos. E para constar-se passou o prezente que vai ser afixado á porta da igreja do Car-mo e publicado em dois jornais d'esta cidade.

Coimbra, Secretaria da Venerável Ordem Terceira da Penitencia de S. Francisco, 22 ce junho de 1904.

0 Vice-Ministro,

João da Fonseba Barata.

Repara - . . Lê . . . Trata-se àos teus interesses

1 2 a n o s s ã o p a s s a d o s d e p o i s q u e

is c instipaçois, bronquites, rouquidõis ásma, tosses, coqueluche, influenza e outros encomodos dos orgãos respiratórios.

Se ateimão sempre, e cúrão as mais das vêzes com o uzo dos Sacarolides d'alealrão, compostos (fK e f o o ç ã d o s M i l a g r ó z o s ) onde os ifeitos maravi-lhosos do alcatrão, jenuinamente medici-nal, junto a outras substancias apropria-das, se evideóheíao em toda a sua salutar eficácia.

E tanto assim, que os bons rezultádos obtidos com uzo dos Sacharolides d'alca-trão, compostos ( I t e b s i ç á d o s .Mila-g r o s o s ) são confirmádos, não só por milháres de pessoas que os têem uzádo, mas também por abalizádos facultativos. Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porío

Caixa, avulso, no Porto, 200 réig. pelo correio ou fóra do Porto, 220 réis

D O B R A Z 1 L

Eu Pedro Aguiar de. Mello, chegado de á 12 anos, declaro que sofrendo eu e varias pessoas de minha familia de doenças no estomago e nos intestinos recorri a muitos remedios, passando 4 anos sem encontrar alivio a meus males; finalmente tomei as pilulas anti-dispeticas dc dr. lleinzelmen, remedio feito com érvas dos mátos do'Rrazil. conseguindo me curar radicalmente em poucas se-manas. Por ser verdade, para bem dos que sofrem e por gratidão, mando fazer publicar esta declaração.

Pedro Aguiar'de Melo (negociante de vinhos)

As pilulas do dr. Heinzelman feitas com vejetais das matas brazjleiras, curão em pouco tempo todas as moléstias do estomago, figados e intestinos.

Depozito em Coimbra Rodrigues da Silva & C.*, Rua de Ferreira Borges.

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. Beii% Alta, Beira Baixa (por Pampilhosa) Ramal de Vizeu.

8,25 — Lisboa, Beira Baixa (por Abran-tes) Leste e Caceres e Sul e Suoste. Os passajeiros de I." e 2.A: para Santarém, Setel e Lisboa R. passam no entron-camento ao rápido.

9,30 — Tramwai; Figueira. TARDE

12,41 — Sud Express : Lisboa e Paris, ás segundas, quartas e Sábados.

I,25 — Tramwai: Figueira. 2,35 — Porto, e Ramal da Figueira (por

Pampilhosa). 3.35 — Lisboa (pela linha do Oeste) e

Figueira. 6,20 — Porto e Beira Alta (até Man-

J. gualde) ás terças quintas e sabados, tem ligação por Vi-zeu. Este comboio leva os passajeiros para o rápido para Lisboa.

6,50 — Lisboa, Figueira, Oeste e Leste, Ramal de Caceres e Beira Baixa.

7,25 — Sud-Express: Paris e Lisboa, aos domingos, terças e quintas feiras.

9,7 — Rápido: Porto. 11,30 — Correio: Lisboa, Sul e Sueste.

CHEGADAS Correspondência em Coimbra B

MANHÃ 12.5 —Porto, Minho e Douro, Beira

Alta desde Mangualde; ás segundas, quartas, sextas e sabados desde a Guarda, se-gundas, terças e sabados Vi-zeu.

3,50 — Lisboa, Beira Baixa, Leste, Caceres, Sul, Sueste, Oeste e Figueira ( i . a e 2.a classe.)

5,40 — Lisboa, Beira Baixa, Leste, Caceres, Sul, Sueste, Oeste e Figueira (todas as classes.)

7.36 - Tramwai diréto da Figueira (só no dia 23 de cada mês.)

8.49 — Porto, Beira Alta e Figueira (por Pampilhosa), ás quartas Vizeu.

9,20 — Tramwai: Figueira. TARDE

12.6 — Tramwai directo da Figueira. 1,5 — Sud-Express: ás segundas, quar-

tas e sabados. 3,10 — Tramwai de Alfarelos e mixto

de Lisboa por Oeste e Fi-gueira.

4,15 — Tramwai do Porto. , Lisboa, Beira Baixa, Leste,

P / O __ ' laceres e Figueira. 0 , 4 U jPort^, Minho e Douro, I.» e 2.a

[ classes (rápido). 7,15 — Pampilhosa, Beira Alta. Figueira

e Vizeu (todas as classes).^ 7.50 — Sud Express: Paris, aos domin-

gos, terças e sextas. 9,30 — Lisboa e Figueira (rápido).

I I ,40 — Tramwai, direto da Figueira.

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Comunicados, 40 réis a linha Réclames, 60 » »

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Manoel José 't éles, Rua F< jrreira Bor-ges, n.° 150 a 156, tem em deposito os magníficos Fonografos ISíHsoas de dife-rentes preços e tamanhos.

Variáda e grande coléção de cilindros, com lindas óperas, cançonetas, monolo-gos, etc., nacionaes e estranjeiros que vende pelos preços das principaes cazás de Lisboa e Porto.

Sempre cilindros com muzicas novas e muito escolhidas.

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Consultório — Largo da Sé Velha. Preços módicos

Fumeiro do I b i e j o Recebeu mais uma remessa da ma-

gnifica qualidade, de que é uma re-vendedora em Coimbra, a Mercearia Luzitana.

Companhia de Seguros reformadora A única que em Portugal efétua se-

guros postaes, para todas as cabeças de distritos e de comarcas.

Correspondentes: Gaito & Canas.

Oolmtora

F A R M Á C I A A S S I S S E R V I Ç O P E I M A N E N T E

Praça do Comércio — Coimbra

Esta caza depois das modificaçõis que acaba de sofrer, é um dos melhores es-tabelecimentos desta cidade, no seu ge-nero.

0 seu proprietário fornecendo se dirê-tamente das principais fábricas de pro-dutos quimicos e farmacêuticos, tanto na-cionais conio estranjeiros; esta a pár do dezenvolvimento que a química e a tereu-patica dia a dia vão experimentando e por isso possue uma coléção variáda das inais modérnas substâncias e produtos qiíimicos.

0 aviamento de todo o receituário é feito por pessoal competentemente abili-tado, sob a diréção do seu administra-dor.

Esta caza encarrega se de mandar os medicamentos a caza de seus fréguezes, assim como de chamar qualquer dos clí-nicos desta cidade a toda a óra do dia ou da noute.

Análise d'Urinas — qualitativa e quan-titativa,-

Alfaiataria Guimarães & Lobo • 54 —RUA F e r r e r a BORJES—56

(E;n frente ao rco iTAImediua)

Abriu este n o v o estabelecimento onde se executa com a máxima perfeição e modicidade de preços, toda a qualidade de fatos para ómem e criança, para os quais tem um variado sortimento de fazendas nacionaes e estrangeiras.

Ha também uma grande variedade em fianellas e panos pretos para capas e batinas, para todos os preços.

Artigos para ómem como camisa-ria, gravatas, luvas, etc.

Pede-se ao público a fineza de visitar este estabelecimento.

A v u l s o , 4 0 r é i s

Antonio Ribeiro das Neves Machado ALFAIATE

Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)

COIMBRA Variado sortimento de fazendas na-

cionaes e estranjeiras. Confeções para ómens e crianças,

pelos últimos figurinos. Vestes para ecleziasticos. Camizas, gravatas, suspensórios e

diversos artigos para ómem,

P R E Ç O S K I ^ H I I Í O *

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E OU1NTAS-FEIRAS Editor

MANUEL DOLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração — Rua F e r r e i r a B o r g e s

Typ. Democratica

ARCO DE ALMEDINA, IO

Às eleicõis A vitória que o partido républi-

cano acába de álcançar, apezar de todos os abuzos dos eleiçoeiros mo-nárquicos, apezar da lejislação vi-jênte feita propozitadamênte para viciar o rezultádo do sufrájio, con-firma a assersão tantas vêzes apre-zentada na Rezistencia de que mu-dou consideravelmente nos últimos

'tempos a opinião pública em Por-tugal.

O rezultádo das eleiçõis mo.stra que á ôje républicanos em todo o

. país, manifestando abértamente a sua opinião e conhecendo o valore a significação do vóto.

Oje o movimento républicano não está localizado num ponto do país, não se restrinje a uma rejião, não mostra uma vontade, a influen-cia d'um ómem lutando jeneróza-mente contra as vélhas ideias mo-nárquicas; ôje o movimento é jeral, tradús o estado da opinião pública, mostra que a corrente tradicional da nossa nacionalidade foi levada de vencida pelo movitAento evolu-tivo de progresso das ideias com temporáneas.

O nosso país mostra-se disposto a acompanhar o movimento moder-no de enTancipação do pôvo, e esse movimento é avassalador e á-de triunfar porque está na corrente das ideias, -porque está nas tradiçõis da ráça.

As tradiçõis da raça latina são todas democráticas; a républica é a forma tradicional da sua adminis-tração.

Se por vêzes a monarquia se aprezenta como o rejimen d'um pôvo latino, ao lado se encontra sempre o fermento da revolta ates-tando a força das ideias tradicio-nais da ráça.

A républica foi durante muito tempo apenas a aspiração da elite intelétual do pôvo português.

Se estudarmos a nossa istória, encontraremos sempre os princípios democráticos de fen di dos p e l o s ómens de maior cultúra scientifica, de mais alta intelétualidade.

Se os filhos tem abandonado a tradição dos pais é porque lhes baixou a intelijencia e com éla a grandêza moral.

A cada um dos nossos mortos ilustres tem sempre a imprensa do nósso pais feito as mais elojiozas referencias. Nunca se deixou de dizer que érão grandes caratéres e grandes intelijências animadas do dezejo de bem servir o seu país.

Teem-se chamado idealistas, ómens de gabinête, ómens de estu-do, levados por uma mirajem jene-róza que lhes fazia vêr rica, e em pleno progresso, a nóssa terra tão pobre e tão ignorante.

Sobre cada uma déssas sepul-turas abertas no chão sagrado da pátria teem os partidos monárquicos profetizado a mórte do partido ré-publicano.

Esses omens respeitados por tôdos érão considerádos como a única garantia de poderem frutifi-car as ideias républicanas.

E apezar d'isso as ideias repu-blicanas tem alastrado, tem-se es-tendido até ás mais pequenas al-deias, apezar de toda a luta monar-quica, luta ferós, comprando cons-ciências, impedindo a difuzão da instrução, guerreando os institutos de ensino de orijem républicanr, perseguindo os professores républi-canos, e inventando a lei de perse-guição mais baixa e odióza.

A tudo tem rezistido a semente das ideias républicanas, conserva-das no mais jenerôzo sangue portu-guês, sempre levantadas alto pelos mais lucickis espíritos, sempre de-fendidas com o mais acrizoládo pa-triotismo.

Oje não pertence só á elite in-telétual do nosso pais o ideal répu-blicano.

Se os ómens de mafís alta inte-létualidade, os que mais onrão o nosso sangue, os que mais alto tem erguido o nome português no es-tranjeiro são républicanos ainda, não lhe pertence já ôje só a êles a defêza do nosso ideal.

Oje as ideias républicanas são bem as do pôvo português.

Não tem sido só o progrésso da instrução, o dezenvolvimento da mentalidade que tem contribuído para espalha-las.

Não! Tem sido o sofrimento de cada

dia, o ver arrastado o nosso crédito no estranjeiro, o ver convertido o onrado e gloriôzo nôme português, num nôme desprestijiado e coberto de infamia; tem sido a corrução monárquica que está bem á vista, como nos organismos a desfazer-se; tem sido o escandalo constante e vergonhôzo dos governos que se tem sucedido no podêr.

A vitória républicana foi enor-me; mas deve servir-nos apenas de incentivo a maiores cometimêntos.

E' necessário não parar. E' ne-cessário trabalhar tôdos os dias, e cada vês mais.

E' necessário que instrúa o pô-vo quem tem obrigação de o instruir e o pôde fazêr.

A luta eleitoral é e foi sempre para os partidos democráticos es-cola de educação civica.

Se para os partidos monárqui-cos a luta eleitoral é apenas pre-texto de corrução, ocazião de apren-dêr abilidades industriózas, para o partido républicano é ocazião. de ensinar a cada um a cumprir onés-tamente o seu devêr.

A luta eleitoral estreita os laços da família républicana, ensinam a respeitar e amar os que devemos amar e respeitar, ensina a neces-sidade da dedicação mais jeneróza, abilita cada um a podêr julgar por si das qualidades dos seus compa-nheiros de ideal.

Passou-se uma lúta, triunfamos. Pensemos na que se lhe vai se-

guir e trabalhemos. E pense o partido, e os que teem

a missão de o doutrinar e dirijir

que dum momento para outro po-demos ter que dar maior batalha, e é necessário que por uma organiz i-ção forte, o partido républicano a vença* e ptissa com a responsabili-dade da vitória.

Organize-se o partido e traba-lhemos bem unidos pelo futuro do pôvo português.

A victória passou, pensemos no dia de amanhã que déve sêr de triunfo para o partido républicano.

A L E I E L E I T O R A L Em tôdo o circulo de Coimbra, os

republicanos levarão m ds listas á urna do que os pn gressistas.

Mas então porque não furão eleitos os republicanos;;? — perguntará o eleitor.

Porque os progressistas tivérão mais votos onde não ouve eleição nem urna.

Uma perfeição I Pravou-se, portanto, que. com esta

lei eleitoral, 0 governo até pôde vencer as eleiçõis sem as fazer.

0 dr. Eduardo ds Abreu e a Comissão Republicana do Porto

O dr. Eduardo de Abreu, antigo deputado republicano por, Lisboa, atual membro do Diretorio, e digníssimo secretário da Grande Comissão da Subscrição Nacional, toi no sabado ultimo ao Pôrto afim de entregar pessoalmente ao ilustre decano dos republicanos do Porto e lente da Academia Politécnica, dr. Joaquim de Azevedo Albuquerque a siguinte carta de adezão:

Ilústre Cidadão-.

Vim a esta capital, afim de muito respeitózamente saudar na vossa dis-tinta e austéra personalidade, a comissão municipal . républicana , que acaba de ser eleita por um justo e libérrimo suíraj io que exalta a democracia portuguêza, e a põi a salvo por completo da ingnobil farçada e c r i m e politico, sem egual, nem exemplo, com que ámanhã, vão liquidar e afundarem-se na mesma urna ou tumba, todas as façõis monarquicas e todas os caudilhos do re-jimen, fracos e fortes, onestos e tra-tantes, tolos e não tolos, pois que o dito rejimem, após tantas proezas e traiçõis, vistas e ainda ocultas, acaba de demons-trar com um cinismo, devéras curiozo, que mesmo em questõis d'aquela digni-dade e tão simples cultúra menta', com que devia policiar as duas grandes cida-des de Lisboa e Porto pôde e deve receber liçõis no prolétorado do Bei de Tunis.

Cumpro o grato devêr de me con-servar firme e fiel á única solida, e segura esperança de salvação do país, que só pôde consistir, dôa a quem doer, e custe o qu2 custar,—até a proprios repu-bulicànos—na quéda do atual rejimen, o que terá fatalmente de suceder, e com tanta mais violência e rapidês, quanto mais ateimarem em o sustentar, pela força, pela corrução e pela mentira. Por isto, tenho a subida onra de saudar a a comissão municipal republicana, dizendo mais, que é incondicional e disciplinado o meu aplauzo a todos os seus trabalhos e decizõis.

Aceite, i l u s t r e e eminente de-mocratas as minhas omenenajens de dedi-cação e afetuozissimo respeito

Porto, 25 de junho de 1904.

Eduardo d Abreu

Medico, rezidente em Amares.,,

As eleiçõis em Coimbra Correu o ató eleitoral em aparênte

serenidade, cnm quanto nãoTaltassem as marchas e contramarchas á procura de eleitores remissos.

E' para acentuar particularmente a derrota na assembleia de S. Bartolomeu que subiu de feudo rejeneradòr a ba-luarte républicano, isto para falar em lingoajem de guerra, como o cazo re-quér. v ^jv.«costume, ia-se constituindo a mê/a com elèíhêntos rotativos e o sr. prezi-dente dava o cazo por aprovado sem mesmo olhar para os eleitores, quando o nósso correlijionário e amigo Dr. Anjelo da Fonseca protestou em nome dos elei tores republicam s prezêntes, pedindo que se contassem os votos, vendo-se assim < brigados a dar reprezentação ao partido republicano que ficou reprezentado por os srs. João Gomes Moreira, Amadeu San-ches Barreto e dr. Manuel Fermino da Costa.-

Correu o ato com aparente^serenida-de, mas nem por isso deixou ae avêr a galopinajem dentro da igreja, a distri-buição de listas á boca da urna, e muito mais se faria se não fossem os protéstos dos republicanos.

Apezar de todos os acordos, ouve como de costume as vizitas noturnas, as proméssas de dinheiro e de benefícios e as ameáças mais 011 menos doces.

Uzârão-se d'es(a vès todos os expe-dientes do costume, apenas se não re-correu ao reforço do exercito e ao cêrco á urna muito nas tradiçõis monárquicas. #

Em Santo Antonio dos Olivais a mêza linha rezolvido não aver eleição, mas, aparecendo o sr. Jozé Augusto de Vas-concelos, nosso correlijionário, teve que realizar-se o acto eleitoral.

# Em Taveiro o governo e progressistas

não contávão com a intervenção dos ré-publicanos e tinhão feito acordo para não fazerem eleição, mas afinal sempre a realizárão mas no mais completo aban-dono.

* Em Souzelas foi já tarde recebida

ordem para nas átas figurarem um certo numero de votos para os rojeneradôres e outros para os progressistas, mas a mêza, no receio de não cumprir bem as ordens recebidas mandou as atas em branco para no governo civil se arranjarem como fosse necessário. E' previdente. *

Em Almalaguês forão mais peritos: as atas forão feitas sexta feira de modo que no domingo não~ouve trabalho.

0 descanço dominical. . . *

E assim correu no resto das assem-bleias rurais, mostrando-se mais uma vez que os caciques lévão o desgraçado povo boçal e sem a mais leve noção dos seus deveres e direitos, como quem leva para o açougue um rebanho de carneiros ou uma vara de cevados.

*

Em S. Bartolomeu um cavalheiro, que deu nomeada pelas suas questõis com a camara e com uns monopolios, diri-jiu-se assudado para um nosso correli-jionário e disse: «este é republicano», apontando para um desgraçado que vinha debaixo da sua vijilancia. Afinal discu-briu-se o jogo, e viu-se que era «pro-gressista». Queria viver bem com Deus e com o diabo. Á muitos assim.

S n s í i í n í ©

A secção de arqueolojia do Instituto, na sua ultima sessão, rezolveu por una-nimidade que se lançasse na áta um vóto de louvor ao sr. Gois, dirétor das obras publicas de Coimbra pela fórma inteli-jênte e solicita como tem dirijido as obras do muzeu de antiguidades.

M u z e u d e a n t i g u i d a d e s

Já deu entrada no muzeu do Instituto o retábulo de pedra, a que nos referimos num dos últimos números, e que estava abandonado e esquécido numa depen-dencía do quartel de infantaria 23.

0 retábulo é da renascença portu-guêza e uma das obras mais curiózas que conhecêmos como reveladora das aptidõis nacionais para a escultura.

0 escultor, ómem sem grande edu-cação artislica, revéla-se cheio de aptidão com qualidades de verdadeiro escultor, no arrojo com que lança as figuras, bem modeládas, no exajéro trajico comum á arte peninsular.

A composição é dividida em tres partes. Na primeira, a Virjem chóra ajoelhada amparada pelas santas mulhé-res, rodeada por um grupo, sem duvida o mais bélo de toda a compnzição; no segundo caminha o Cristo vergado ao pèzo da crú*; no terceiro chorão popu-láres.

0 fundo é ocupado por um edifício coroado de ameias, em que abrem as portas da cidade, e rendado em arcarios a que assumão vultos curiózos.

Toda a compozição é muito drama-tica.

0 altar vai sêr colocado na sála re-nascença.

#.

Forão lambem depozitadas no mesmo-muzèu duas almofadas de pédra de lavôr românico encontradas na demolição que têve de fazêr-se no edifício da escola in-dustrial Rrotéro para a abertura da rua que liga o mercado com a rua Martins de Carvalho.

#

Para a coléção de escultura em ma-deira veio uma imajem de Nossa Senho-ra, fragmento do calvário a que perten-ceu o S. João, já depozitado no muzeu do Instituto.

*

Ultimamêhte deu-se colocação nóva a muitos objétos de sala renascença e da sala de antiguidades romanas.

X o t a s d e 5 0 0

Prevenimos o publico de que no Banco de Portugal se tem ultimamente feito muito reparo nas notas d", SOO réis por cauza de uma nova falsificação que é tão per-feito que difícil se torna conhecel-a.

Só pela cruz estampada a agua é que se reconheceu, tal é a sua perfeição. Diz-se que aonde aparecem em maior quanti-dade é para os lados de Tomar e que a policia anda na pista de seus passado-res.

P a s s a m e n t o

Finou-se á dias a sr. D. Carolina da Cesta Preira, viuva do sr. Jozé Augusto da Silva Linhaça, negociante á muúo fa-lecido. A' família inlutada e especialmente ao Sr. Dr. Augusto da Costa Pereira os nossos pezames.

O sr. Francisco Martins de Carvalho, nósso coléga d 'O Conimbricense anda á muito trabalhando num estudo sobre associaçõis e movimênto operário em Coimbra.

O trab dho, que está muito adean-tado, déve começar a sêr publicado em folhetins n'0 Conimbricense a partir do próximo mês de Outubro.

E ' um assunto difícil que poucos po-derfão fazêr como o sr. Martins de Car-valho, que tem na biblioteca de seu pai e nos vastos materiais, que ultimamênte reuniu no país, com um trabalho enórme, um núcleo talvês único em Portugal.

Está exercendo o logár de adminis-trador dèste conselho o sr. dr. Carlos de Ofiveira clinico nésta cidade.

2 R E Í f S T E X r i i - ^ n i i i i a - l e i r a / â O de Junho de 1904

As eleiçõis na Covilhã Da Covilhã ternos recebido cartas,

todas unanimes em verberar o procedi-mento de rejeneradôres e progressistas.

Publicamos ôje apenas duas. No proximo número publicaremos

uma outra interessantíssima sobre a si-tuação politica e os manejos reacionários na Manchester portuguêza:

Pelos telegramas que lhe enviei sábe já, sr. redátor, como correu o áto eleito-ral nesta cidade onde domina o elemento reácionário e em que a instrucção está num estado primitivo como é condição essencial para a vida do jeznitismo que ôje só médra mercê da ignorancia.

O catolicismo como o compreende o grande numero de sardos varõis da Manchester Portuguêza não pode viver senão entre o imbecil e entre o analfabe-to que fanatízão para os seus fins.

Muitos espertos (que os á em toda a parle) tranzijem Com este estado de coi-zas para melhor arranjar a sua vidinha-, e ê vêr como êles se empavônão arro-gando-se uma importancia que a indife-rênça da jênte onésta e os seus labores quotidianos lhes consênte.

Nào admira, pois, (pie se pratiquem ahúzos como os que se praticarão no dia 26 por que a indiferença dá audacia a estes tartufos que teem vindo por essa vida fora em escuros arranjos nas Bran-cas ázas da sorte.

Vão já os ignorantes, que é a classe pobre, os proletários, abrindo os olhos e vendo que isto nãoêfeudo dêles,nem do capitalismo, mas das classes trabalhado-ras que são as que enriquecem com o seu trabalho esta laborióza cidade.

Eu não queria adeantar-me tanto por-que não era preeizo para o relato que tenho de fazer do que se passou no do-mingo 26. Foi extraordinário e custa a crêr que a autoridade o consentisse. Ora veja senhor redátor: ás íO óras, quando o administrador ia para a assembleia de S. Pedro, já de lá vinha o prezidente por que não quis estar com massadas. Se o áto eleitoral corrêsSe regular, é po zitivo que o partido republicano tinha mais de 5u0 vótos.

Numa das assembleias em que prezi-dia uru farmacopeia célebre pelos seus calicidas, o descaramento foi completo. Na urna pejada de listas entrárão umas sessenta, pois.contarão perto de 400. Isto foi presenciado por muitos cavalheiros e pessoas de todas as jerarquias que sairão daquêle recinto indignados. Sabia-se que o outro, o da outra metade, era perito nestas manobras e por isso contava-se com servicinho bem feito mas afinal foi um dezapontamênto por que as suas mãos Brancas ficárão um tanto enxova-lhadas. Porque isto de paneladas ou chapeladas, como queirão, sújão sempre quem as pratica embora seja branco ou preto.

Os tempos vão muito maus para estes erois. O povo conhéce-os e êles com estas coizas põem-se em foco e em dis-cussão, de modo que é uma coisa dos diabos ouvir dizer na botica do Pedrozo da Fonsoca, no Pelourinho,no Largo e em toda a parte coizas irónicas que fazem rir muito.

E p ira matar um eroi assim não á nada como o rizo.

Y.

Meu amigo — Confumo-lhe o meu te-legrama de ôje, no qual não podia esbo-çar-lhe sequer o que foi a eleição aqui. O que se passou chega a ser inacreditá-vel e, com franqueza, se não o prezeri-ciasse, seria o primeiro descrente, qua-lificando de exajerada a narração, aliá* verdadeira na essência dos factos.

Se não eslivesse convencido da imo-ralidade do rejimen que infelismente nos governa, o que ôje prezenciei seria bas-tante só por si para não me restar a menor duvida de que a podridão do sis-tema governativo está profundíssima e que o cautério para esvurmar tanto pus deve ser enérjico a valer.

Reziimidainente e d vol. doiseau vou dar-ihe conta do qne se passou, princi piando por a uvinha assembleia, por cada uma d'estas ter a sua istoría.

A' óra legal compareci na assembleia com alguns correlijionarios. encontrando já a meza constituída, para cujo fim avião préviamente feito adiantar o re'ó-jio oficial 30 minutos.

Aqui principia a desvergonha e o descaramento; o prezidente, o Franco, que o meu amigo conhéce bem, digno compadre do mariolão-môr d'este pobre pais, o Mariano, de quem erdou, com excéçâo do talento, algumas prendas de escamoteação, sem o menor vislumbre de vergonha, colocou a urna depois de aberta paralelamente ao ventre d'èle e á borda da flieza, pejando-a antão de listas

monárquicas, depois do que se procedeu á chamada, votando enlão os republica-nos, dos quaes entraram 30 listas, con-tando-se lhes depois somente 4H; as listas nronarquicas entradas foram 7. apare-cendo depois no escrutínio por milagre da chapelada: 231 aos rejeneradôres e 110 aos progressistas.

Como a patifaria estava feita, não ouve as duas óras de espera nem tão pouco a segunda chamada. O prior, acolitado por os catolcos (não sabem apelidar-se de católicos) exultava de ale-gria.

Todos estes atropêlos da lei são ver-dadeiras virtudes em face do que se passou nas outras assembleias, que ás 10 óras estávão fechadas, não podendo por-tanto os eleitores votar; o dezafôro che-gou a tal ponto que na assembleia de S. Pedro, quando a auctoridade para lá se dirijia, já as portas estávão fechadas.

Que quer que lhe diga comentando estes factos? Nada, porque êles por si fálão bem alto e dispènsão comentários.

Não lhe fala o republicano mas sim o amigo, afirmando-lhe com toda a since-ridade que a votação dos candidatos ré-publicanos era superior a 600 votos.

Uma infamia sem precedentes I

Ârwím

Na Universidade de Coimbra,nos dias 23,25, e de junho, fizéião átos e ficárão aprovados os seguintes acadé-micos :

Pai uiiliiili' sle Teolojia ano - Gaspar Correia Carneiro,

O Franco ainda teve uma

Enrique Alves da Rocha, Jerónimo Goi-çalves d'Abreu.

5 0 ano —Francisco Antonio Malato, Francisco Lopes Teixeira, Augusto Rua.

Faculdade de Síireito

I . 1 cadeira (Sociolojia jeral) —João Eípregueira da Rocha, João Maria da Cunha Rarboza, João Pedro Emaús Leite Ribeiro, Joaquim Desterro tTAlmeid?, Jorje pais Téles de Ultra Machado, Jozé Afonso de Lemos Albuquerque.

Ouve uma reprovação. 5.a cadeira* (direito c iv i l )—Ja i -

me Dagoberto de Meio Freitas, Jaime Mendes, Adriano Antéro de Gouveia Pinto de Rezende, Anibal de Melo Leitão.

2.° ano, 5.a cadeira—João Machado da Silva, (distinto) João Pedro de Souza, Joaquim José de Oliveira, (distinto) Jozé de Oliveira, (distinto), Jozé d'Almeida

dr. José Joaquim de Moraes Miranda, médicos por universidades eslranjeiras; Alvaro de Gamboa Fonseca e Costa. Amadeu Marques de Morais, António Ani-bal d'Aranjo Esmeris.

Exames práticos de matéria medica — Jozé Cardozo Pereira Lapa, Manuel Jozé d'Oliveira Machado, Manuel Maria Frota, Manuel Martins d'Almeida Seabra Alberto de Rarros Costa.

Faculdade de íuatematica

recompensa do seu trabalhinho; á s a i d a ^ os operários dizião-lhe de frente a fren-te: lá vai o ladrão das listas, o papeleiro n.° 2, aludindo á panela de Unhais, cuja istória o meu amigo deve conhecer.

Desculpe-me a massada e a redação que deve ir atrapalhada a valer, porque estou excitado devéras com tanta pouca vergonha.

Esquecia-me dizer-lhe que se tele-graphou ao Ministro do Reino dando-lhe conta dos factos e pedindo providencias (mas que providencias ?) assim como se fés um protesto* de que enviamos a copia para o Mundo.

Mande o que é seu amigo A.

a pequeo-Uy i ; ) r r e j r n s Tavares, (distinto), e Joaquim

Bibl io teca «la Universidade

Este establicimento que por iniciativa do sr. dr. Mendes dos Remedios pertènce Gesellschaft fur Bomanische Lileratur fés aquizição das duas óbras publicadas por esta sociedade—Herris vnn Metz de E. Stengel, e—La hy.-nda d/4 Abud Don Juan de Montemayor, publicada por Ramón Menéndez Pidnh

A iniciativa do sr. Mendes do Remedio tentando converter a biblioteca da Uni verssidade de c> léção istorica da literatura conventual, num repositório de livros modérnos afirma-se neste fácto como em muitos outros que lhe tem merecido a consideração dos que se interéssão pelo progesso dos estabelicimentos universi-tários.

Pouco a pouco, espreitando a ocazião dos leilôis aproveitando os acazos do momento, regatean !o quando tem di-nheiro, implorando como um favôr pes-soal, ardeantando até algum vezes com rLco de o perdêr para não deixar ir para outros óbras que impórta conservar, o sr. dr. Mendes dos Remedios tem ôje uma biblioteca onde os curiozos da antiguidades veem com prazêr apfrecér a trabalhar também os que se preòcúpão com as questõis mais modernas, e néla encontrão já que lèr e estudar.

A por com isto o boletim é publicado em maior regularidade, e a catalogação do livros e manuscritos avança dia a dia.

O sr. dr. Mendes de Remedio tem um logar eminente oo gurpo de algum de preofessores nóvos que tão dando um ezempelo de trabalho e de estado alto e são. A luijmdà de Pidal que está ligada ás tradibões de campo de Coimbra um reiurimos mais particularmente no proximo número

Durante os dias das festas da Rainha Santa, de 7 a XI de julho, a Companhia Real estabelecerá mais tres tramw.iys ascendentes e tres descendentes entre Coimbra e Figueira. Um d'esíe partirá de Coimbra á meia noite.

Estes comboios, como os mais Tramways terão parajem no apeadeiro de Bemcanta para o ser iço dos passa-jeiros que se destinem á expozição agrícola na Escola nacional d'agricul-tura.

A junta de inspéção aos inoncebos recenseados no di;trito de recrutamento e rezérva n.° 23, compõe-se este ano dos srs. major Jozé Maria da Costa, Capitão Jozé Coelho da Crús, tenente Manuel Constantino e capitão medico Baeta Neves, todos de infantaria 23.

Nunes d'Oliveirt Ouve uma reprovação. 6.1 cadeira (Ciência economica) —

Julio Pereira de Melo, Lino Augusto Pinto Cardozo de Oliveira, Luis da Ca-mara Reis, Luis Gonçalves.

6.a cadeira—Luis da Silva Ribeiro, Manoel de Castro Pereira Teixeira Lobo Pizarro, Marcolino da Silva e Sebastião dos Santos Pereira Vasconcelos.

7.a cadeira (Ciência politica)— Fran-cisco de Magalhãis Rarros Queirós, Luis Jozé Capèlo, Arnaldo Pires da Costa, Antonio Joaquim Granjo.

7.a cadeira — Antonio Augusto fie Souza, Armando Jerardo Pinto Monteiro de Carvalho, João Maria de Santiago Gouveia Lobo Prezado e Manoel Enriques de Brito Santos.

Ouve duas reprovaç.õis. 3.° ano —João Maria do Nascimento,

João Martins Pamplona Côrte Real, João Pires Marques, Joaquim Gonçalves Pais, Jorje de Paiva Bobeia Mota e Jozé d'Ar-ruela.

Ouve uma reprovação. 4_« a n 0 _ Fructuôzo Gonçalves Casta-

nheira, Gonçalo Monteiro de Meira, João Calado Rodrigues, João Cardozo Monis Baóelar.

5.° ano —Augusto Rua, Augusto Vitor dos Santos Júnior, Augusto Vieira de Araujo, Rernardo de Souza Azevedo de Menezes, Carlos Candido dos Santos Rabo, Carlos José Rárata Pinto Feio, Carlos Manoel Fernandes e Carlos de Meio Leitão.

F a c u l d a d e d e s a e d í c i n a

1.a cadeira (Anatomia descritiva) — Antonio d'Oliveira, Levi Maria de Car-valho e Almeida.

1 a n o . 1 .a cadeira, (exames práticos) Carlos Alberto Ribeiro, David Pereira

de Souza, Eujenio d'01iveira Couceiro, Fernando Augusto Dantas Barbeitos, João Emilio Rapozo de Magalhãis e Joaquim Brandão dos Santos.

2.a cadeira - Alfredo Gonçalves Sal-vador e Alberto Carneiro Alves da Crus, (distintos).

2.° ano, 3.a cadeira — Alfredo Lopes de Matos Chaves e Alfredo Soares Cou ceiro.

3.a cadeira ( Fisiolojja — Alberto Cupertino Pessoa, Alexandrino Lopes Russo.

4.a cadeira — Antonio Batista dos Remedios, Jesé Joaquim de Morais Mi randà, médicos por universidades estran-jeiras.

5.1 cadeira (Medicina operatoria) Fernando Alberto Ferreira da Costa Soares, Fernando Duarte Silva d'Almeida Ribeiro.

5.a cadeira, (exames práticos) — João Gonçalves Pereira. Jozé Augusto Viana de Lemos Peixoto, Jozé Tavares Lucas do Couto, Manuel Jozé de Macêdo Bar boza, D. Maria da Gloria Paiva e Nuno Freire Temudo.

3.° ano — Joaquim Lopes d'01iveira e Castro e Jozé d'Abreu Pinto.

4.° ano — Afonso Enriques, Alberto Enriques Nunes da Cruz e Amilcar Au-gusto. Queirós de Souza.

5.° ano — (Medecina legal) -Salviano Pereira da Cunha, D. Sofia Julia Dias, Acácio Augusto Pereira da Costa e An-tonio Joaquim Freire.

Exames práticos, de istolojia — A berto Carneiro Alves da Crus, Alfredo Gonçalves Salvador, Alfredo G u e d e s Coelho, Alvaro d'Almeida Amorim, Ani-

1.° ano, l . a cadeira— Jozé de Nogueira e Jaime dos Santos Páto.

Ouve uma reprovação. 2.° ano, 3.a cadeira - Artur Arsénio

d'Oliveira Moreira e Licinio Cantarino Lima, (distinto).

2.a cadeira (Jeometria descritiva) — João Lapa Fernandes Manuel, José Ber-nardo Lopes.

Faculdade de tilosoíia

Qjuimica organica—Antonio Jozé Ber-nardes de Miranda, Jozê Joaquim Assali-no, Albano Enriques d'Almeida.

Fizica, t . a parte — Alberto Tavares Ferreira e Castro, Vitorino Enriques Go-dinho.

Exames práticos de quimica inorgâ-nica—Manoel Nave Catalão, Alfredo de Melo Pereira de Carvalho, Domingos da Cunha Barboza, Joaquim Pedro Falcão Ferreira, Miguel Vaz Pereiía Pinto Ra-celar.

Exames práticos de analize quimica Jozê Paulo Teixeira do Amaral, Ar-

mindo Afonso Tavares, Artur Arsênio d'Oliveira Moreira, Jozé Oliva Mendes da Fonseca, Jozé Fernandes Dourado.

1.° ano, l . a cadeira — Francisco Ro-drigues Mingachos, João Augusto Orneias e Vasconcélos e Jozé Maria Gomes Eslima.

2.° ano, 4.a cadeira — Augusto Mar-tins Nogueira Soares, Agostinho d'Almeida Pinto da Costa Alemão e Fortunato Go-mes Seiça.

Cadeira de anjjlize quimica — Mário de Sá Chaves, Jozé' Cabral Caldeira do Amaral, Manuel Nave Catalão, Viriato Augusto Tadeu, Miguel Vás Pereira Pinto Guedes de Souza Bacelar e Luis Emili i Ramires.

Cadeira subsidiaria de dezenho, l .° ano — Julio Cezar Lopes d'Almeida, Antonio Luis Marques Perdigão e Ro-drigues Luciano d ' ib reu de Lima.

2.° ano — Armando Afonso Tavares, Augusto Camossa Nunes Saldanha, Jozé Cristino, (distinto), Ramiro de Barros

ima, Manuel Augusto do Canto Rebelo -'ereira, Aparicio Rebelo dos Santos e Antonio Fernandes.

Curso de fsirimacia

Periodo tranzitório, 2.a classe quim de Amorim Pessôa.

-Joa

Idem—-turma B: Transferidos, 8 perderão o ano, exclui.lo, 1; admitidos a exame, 46: total, 58.

Total geral— Transferidos, 71 ; per-derão o ano, li): excluídos, 74; passárão á clásse imediata, 247 ; admitidos a exa-me, 144; sôma 555

*

0.s júris de exames do período tranzitório são assim constituídos:

Lingaa e literatura portuguesa: Dr. Jozé Ferreira Marnoco e S n z i , lente da Universidade, Francisco Jozé Fernandes Costa, Macario da Silva.

Língua Latina'.—Dr. Alvaro Ma-chado da Costa Vilela, lente da Uni-versidade, Antonio Tomé, Silvio Pelico Lopes Ferreira Neto.

Língua francesa:—Dr. Bazilio Au-gusto Soares da Costa Freire, lente da Universidade, Francisco Jozé Fernandes Costa, Fortuna.o de Almeida Pereira de Andrade.

Lingua alemã:—Dr. Filomeno da Camara Melo Cabral, lente da Uni-versidade, Albino Candido Pinheiro de Castro, Manuel Gomes Filipe Coelho.

Lingua inglêza:—Dr. Filomeno da Camara Melo Cabral, Dr. Luciano Anto-nio Pereira da Silva, lente da Universidada Nanuel Gomes Filipe Coelho.

Jeografia e istória: — Dr. Guilherme Alves Moreira, lente da Universidade, Fortunato de Almeida Pereira de Andrade, Eujenio de Albuquerque Sanches da Gama.

Filosojia:—Dr. Bernardo Augusto de Madureira, lente da Universidade, Man-uel Joaquim Teixeira, Fortunato de Almeida Pereira de Andrade.

Matematica:—Dr. Elizio de Azevedo e Moura, lente da Universidade Dr. Francisco Adolfo Manso Preto, Jozé Adelino Serrasqueiro.

Fizica:—Dr. Elizio de Azevedo e Moura,—Dr. Francisco da Costa Pessoa, Adriano Jozé de Carvalho.

Dezenho: — Dr. Julio Augusto En-riques, lente da Universidade, Abilio Maria Mendes Pinheiro de Magalhãis Mexia, Alfredo Pereira Barreto Barbóza.

Para os exames de saída do curso jeral áduas mèzas: uma para os internos, prezidida pelo dr. Francisco Miranda da Costa Lobo, e outra para os externos, presidida pelo dr Guilherme Alves Moreira.

Para os exames de saída do curso complementar á três mêzas: duas para os internos, prezididas por Antonjo Joa-quim dos Santos Gonçalves e dr. Jozé Ferreira Marnoco e Sousa, e uma para os externos, prezidida pelo dr. Alfredo Filgueiras da Rocha Peixoto.

4." cadeira—Julio Jozé Fernandes Costa.

Exames de farmácia—Jaime Ferreira d'Azambuja e Jozé da Crus Santos Viegas, (distintos).

L I C E U

bal de Melo e Corga, Antonio de Jezus de Barboza Correia.

Exames práticos de anatomia patolo-jica — Dr, Antonio Batista dos Remedios,

0 apuramento final da frequencia do Liceu Central de Coimbra, nas ciásses da nova reforma, deu o seguinte rezultádo:

I . 1 clásse — turma A: Transferidos para o ensino parliculár, 3 : perdêrão o anno por faltas, 2; excluídos por falta de media, 2; obtivérão passájem á clásse imediáta, 35, total, 44.

Idem —turma B: Transferidos, 9; perdeu o ano, 1 ; excluídos por falta de média, 5; obtivérão passájem á clásse imediata. 25; total, 40.

2.a clásse — turma A : Transferidos, 3; perdêrão o ano, 2 excluidos, 14; pas-sárão para a clásse imediáta, 19; total, 58.

Idem — turma B: Transferidos, 7 ; perdêrão o ano, 3; excluidos, 9; passá-rão para a clásse imediáta, 20; admitidos a exame, 4; total, 43.

3.a clásse: Transferidos, 8; perdeu o ano, I; excluidos, 12; passárão para a clásse imediáta, 28, admitido a exame, 1; total 50.

4.a clásse turma A: Transferidos, 5 ; passárão á clásse imediáta, 33; total 41

Idem —turma B : Transferidos 11 perflêrão o ano 2; excluidos 2; passárão á clêsse imediáta, : 3; total, 38.

5.a clásse: Transferidos, 11; admiti dos a exame, 37; total 48.

6." clásse —turma A: Transferidos, 2; perdeu o ano, 1: excluidos, 7; passá rão á clássr imediáta, 41; total 51.

Idem — turma B : Transferidos, 2 ; perdeu o ano, 1; excluidos; 12; passárão á clásse imediáta, 23; admitidos a exame, 2, total, 40.

7.a clásse —turma A: Transferidos, 2; perdêrão o ano, 3; excluidos, 6; admi tidos a exame, 53; total, 40.

D e s p a c h o s

F< i promovido a 2.a classe e colocado oa comarca de Penacova, o nosso prezado assinante sr. dr. Manuel Pereira Machado uis-de direito na eomárca da Fronteira

onde deixa uma tradição onrozissima. Felicitamos os póvos da comarca de

de Penacova que encontrarão no ilustre majistrado um juis trabalhador e impar-cial.

X o t a s d e 8 £ 5 o ©

Termina ôje o prazo para a troca das notas deste tipo nas agencias do Banco de Portugal.

Depois deste dia só podem ser troca-das 11a séde do mesmo Banco em Lis-boa.

Encontra-se á dias nésta cidade o sr. dr. Manuel Pereira Machado, juis de direito á pouco tranferido da comárca da Fronteira para Penacova, onde breve-mente vai tomár pósse.

O H U N n O E - & E C A M T E

REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA

DF.

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura e atualidades.

Publicação feita sob o auspicio de S. Majestade a rainha D. Amélia,

Dirétor — A. de Souza (Guy de Preles).

Redáíores das sécções: Moda e vida Mundana Parisiense, bordados e todos os rabaliios concernentes ao belo sexo: Mademoiselles Amélia de Souza e Hermí-nia Souza.

Redátora e correspondente em Portu-gal: D. Olga de Morais Sarmento.

Redáção e administração: 30 bis, Rua Bregero, Paris.

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R K Z W T E X C I . l — £ u i i t i a - f e i r a , í i O d e J u n h o d e 1 0 0 4

i i b l i c a ç ó l s

jfil-fíci I).Miguel - A Livraria Editora tuimarãis & C> agradecemos a jentilèza a oferU» do 2.° tomo d'aquele romance, Ecrito com rigoróza verdade por Faustino a P o n « é f c a . Esta obra, profuzamtmte, E s t r a d a . é de alto interésse para liberais

m i g u e l i s t a s . C c í n t é i i ) a v i d a d e D . M i -n e r e Bragança, o seu tempo, o seu einado, as guerras a que deu orijem, eu exilio e morte. * , : Cada faciculo de 16 paj. 40 reis; a da tomo de 80 paj. 200 reis.

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jos Drags e Soliman, no mesmo ípodro-0 Grand. Prix em Longchamp, por

M Erminia de Souza. — Os Nossos fi-gurinos, por M. Amélia e Ermínia de L u z a _ Álbum poético: Cantares, por Matoso da Fonseca - Personalidades fcrazileiras .«Os Engenheiros jeografos for-mados em 1903 pelà E s c o l h e engenhe-ria de Pernambuco, i»or ***• — Mortos lustres; O visconde d'Aze vedo Ferreira, [por A. de Souza. - 0 Milhafre, por Eça de Queirós. — Facécias, por João lUzo-nho — Passatempo, par Diabrete. — P a r i s - P o r t u g a l B r a z i l — A nossa carteira,

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com 550 gravuras de bordad s, 2#500 réis.

Trimestre, 1 > nú t>"'"s com <50 gra-vuras em preto e coloridas, 13 moldes cortados, tamanho natural, 13 números com 260 gravuras do bardados, 1 ,-5300 réis.

Cada número da Moda Ilustraria e acompanhado dum numero do P til Eco de la Broderie jornal especial de bordados em todos os géneros, roupas do corpo, de mêsa, enxovais para criança, tapeça-rias, croché, ponto de agulha, obras de fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se na Moda Ilustrada, a tradução em por tuguês daquelle jornal.

Assina-se em todas as livrarias do reino na do editor — Antiga Casa Ber trand Jozé Bastos, —rua Garrétt, 73 e 75, Lisboa.

ANUNCIO 2." publicação

No dia 3 de julho proximo, pelas onze óras da manhã, perante o juizo de di eito da comarca de Coimbra e pelo eartoi;io do e-crivão do primeiro offipio, Almeida Campos, se hão de ar-rematar pelo maior preço oferecido as dividas activas na totalidade de réis 1:689$730 eftue serão postas em praça em globo e sem valor, pertencentes á massa falida Oliveira & Alves, désta cidadi*.

A arrematação terá logar á porta do tribunal judicial, sito nos Paços do Concelho perante o Juis Prezidente do tribunal do eomércio.

Coimbra, 20 de junho de 1904. Verifiquei a exatidão.

O Juiz Prezidente do Tribunal

R. Calisto.

O escrivão do processo — Alfredo da Costa Almeida Campos.

E D I T A L O Dr. Jozé Pereira de Paiva

Pita, provedor da Santa Caza d i Mizericordia de Coimbra.

Faço sabêr que no dia 16 do proximo mês de julho, pelas 11 óras d i manhã, na secretaria da mesma Santa Caza, volta á praça, por não convirem os preços oferecidos, o fornecimento da carne de vaca e de carneiro e de pão de trigo para consúmo, dos Coléjios de S. Cae-tano durante o ano economico^de 1904-1905.

As condiçõis acham-se patentes na mesma secretaria em todos os dias úteis desde as 10 óras da ma-nhã até ás 3 da tarde.

Secretaria da Santa Caza da Mizericordia de Coimbra, 26 de junho de 1904.

final, sob pena do seu consentimento ser suprido nos termos do art. 484 § i." do Codigo do Processo Civil, e declara-se que as audiências se fazem no tribunal de justiça desta comarca nos Paços Municipaes, Praça oito de maio, nas segundas e quintas feiras, ou nosjdias imedia-tos, nos termos do art.° 151 § 1.° do codigo civil.

Verifiquei a exactidão.

O Juiz de Direito, R. Calisto.

O escrivão, Joaquim A. Rodrigues Nunes.

e i $ 6 o o em 3- a— Ce aleira e Vlia Fernando, 3 S 1 5 0 , 2$050 e i $ 5 0 0 — Guarda, P nhel e Vila Fiança, 3 $ 0 5 0 , 1S950 e 1 $ 4 0 0 —Celorico, Fornos e Gouvêa, 2S450, i$75Q e 1 $300—Mangualde e Nelas, 2$o5o, 1 Í 5 5 0 e i $ i o o — Canas, Oliveiri-nha e Carregal, 1S750 , i$3SO e 9 5 0 — S a n t a Comba, 1S400, i$iOO e 800 — Mortagua, i $ i s o 95° e 670 — Luzo e Murtêde, 800, 640 e 470 — Cantanhêde, 920, 720 e 520

Limede-Cadima, Arazêde, Mon-temór e Alhadas, I $ I O O , 7 5 0 e 550 — Maiorca (Via - Alfarelos), 1S140 , 7 4 0 e 4 8 0 réis.

O P R O V E D O R

Dr. Jozé Pereira de Paiva Pita

I Companhia dos caminhos de ferro I Portugnezes da Beira Alta

Serviço eombinado eom a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portuguêzes

Nota — Os passajeiros de Canta-nhêde poderão também utilizar os bilhe-tes d'ida e volta da tarifa NB. n.° 7, vá-lidos por 2 dias, a 8 2 0 reis em i.a clas-se, 620 em 2.a e 420 em 3®.

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Diretôra: D . L E O N O R M A L D O N A D O

Condições da assinatura : por ano com 1-800 gravuras em preto e coloridas, 52 moldes cortados, tamanho natural, 52 nú-meros com 1:040 gravuras de bordados m O O réis.

Semestre, 26 números com 9ÍJ0 gra-vuras em preto e coloridas; 26 moldes cortados, tamanho natural, 2ó números

Os produtos désta fabrica, especiali-zando a TELIIA, tipo de Marselha, im-põem-se pela excelente qualidade da ma-téria prima e esmero do fabrico, obtido pelo processo mais moderno e apertei çoado.

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28) Folhetim da "REZISTENCIA,,

Correspondente em Coimbra Bazitio Xavier Andrade & F.os

J É o de H e i t o i a comarca de Coimbra É d i t o s c3L© S O d i a s

(2 a publicação)

Dorotéa Ferreira da Roza, ca-zada, proprietária, rezidente em Ta-veiro, propôs n'este juizo a compe-tente ação para suprir o consenti-mento de seu marido JoaquimDuarte Esmerado, auzente em parte incerta, afim de poder realizar a venda d'um prédio urbano sito no logar e fre-guezia da Nazareth da Ribeira, a partir do nascente com ]osé Carva-lho Correia, do poente com Joaquim Mauricio de Carvalho, do norte com terreno pertencente á linha de fer-ro, e do sul com rua publica, ava-liado em 2 5o$ooo réis.

Allega que é cazada, segundo o costume do reino, com o dito seu marido, do qual se acha separada judicialmente de pessoa e bem ; e que este. logo em seguida á separa-ção, que foi julgada em i872,ausen-tou-se para o Brazil. e á dois ou três ânos encontra-se em parte incerta, pois d'êle não tem noticias, prezu-mindo-se até que tenha falecido, e que, portanto, não pôde obter d'êle o consentimento para o indicado fim.

Nestes termos, correm éditos de trinta dias, contados desde a ultima publicação d'este anuncio por meio dos quais é citado o re-ferido Joaquim Duarte Esmerado, que foi da Nazareth da Ribeira, para comparecer na segunda au-diência deste juizo, depois d'aquele prazo, afim de ver acusar a cita-ção e aí assignar-se-lhe o prazo de três audiências para contestar e seguir os mais termos da ação até

Extraordinários festejos A R A I N H A S A N T A

, - p o r t È VOLTA - por ti

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Ç o i m b r a TVos «l ias « a I O d e j u l h o

d e I O O I

Grandiozos préstitos relijiozos

conduzindo a Imajem DA

RAINHA SANTA entre Santa Clara e Santa

Crus

Imponentes festas no majestôzo e antigo templo de Santa Crús

Batalha de flores — Certamen muzical — Danças e descantes

populares em lindos pavilhõis Serenata no Rio Mondego

Esplendidas iluminaçõis e vistózos fógos d'artificio, etc.

Vide as condiçõis do respét ivo cartás afixado nas e s taçõ i s

A O S Q U E S O F R E M A todos aquêles que sofrêrem de

dôres no estomago, no ligado, dezarranjo dos intestinos, dôres de cabeça, dezan-mo, canceiras.indijestõis e moléstias ner-vozas, aconselho o uzo das pilulas antidis-péticas do dr. Heinzelman, remédio ela-borado com vejetais do Brazil, como o único e mais eficás dos remedios conhe-cidos para curar rapidamente as moléstias já dezignadas. Em minha numeroza clinica tenho colhido os mais surpreendentes rezultados.

Dr. Abel M. Faria.

Encontram-se nas bôas farmacias. Ajentes em Coimbra srs. Rodrigues da Silva & C.a R. Ferreira Borjes.

Inauguração da Expozição pecuária „ eom a assisteneia do Sr. Minis tro

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Expozição franca de tôdos os monu-mentos e c?iriozidades de Coimbra durante os dias de festa.

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M e r c e a r i a L U Z I T 1 X 1

(Depozito único em Coimbra)

0 EXCOMUNGADO Tais érão as dispoziçõis e os raciocí-

nios de Ombert, que marchava rapida-mente para o mosteiro, esperando que estivesse pronto tudo o que tinha ordená-do para o cérco.

Têve uma verdadeira satisfaçao quan-do, ao chegar ao caminho cavado que descia para" o mosteiro, viu uma multi-dão numeróza de servos que levávão es-cadas, pédras. madeira e tudo o que ti-nha sido pedido por Roch Canhoto.

Ao vêr isto, o barão, chegando as es-poras ao cavalo, precipitou-se com ímpe-tuozidade para a praça que avia deante do mosteiro e foi seguido por todos os ómens darmas.

Esta tropa, envolvida em nuvens de pó, foi vista pelos sitiantes, que tinhão ja chègádo ao cume do rochedo, e, de alto a baixo da montanha, levantou se um grito de guérra que resoou no interior do mosteiro espalhando o terror.

Os monjes tinhão fechado já as pôr tas ; e, como os que devião rodear o la-do do jardim tinhão chegado ao pé dos muros, a abadia estáva cercada, e os re-lijiózos reunidos nos apozèntos do abade, esperávao silenciózos as ordens do seu venerável chefe.

Quando o velho D. Luce veio anun-ciar "que o estandarte de Roche Corbon fluctuava 110 alto do rochêdo,sobre a práça, que precedia a entrada do mosteiro, e que estáva prestes a soar a óra do assalto, os monjes estremecerão e D Guidon em-palideceu ; mns o abade Elias, endirei-tando-se pareceu não sentir nem o pèzo -nem os jêlos da edade; deitou um olhar socegádo a todos os relijiózos, como para lhes censurar o terror, e com uma vós firme disse lhes:

— Ide para a capéla, são oras de co-meçar o oticio da manhã; ide. meus ir-mãos, D. Guidon me substituirá: invocai sobretudo o senhor a favòr do sr. de Roche Borbon; quanto a nós f;iça-se a vontade do Senhor: saberá defendêr se quizer os que se dedicão pela sua cauza. I d e . . . , ,

D. Elias com um jêsto cheio de torça e de verdadeira grandêza comunicou-lhes a sua corajem e a sua altivès: os raon

jes sairão silênciòzamente, fôrão para a capéla ; e no momento em que os gritos de guérra érão repetidos pelos écos do mosteiro, os sinos tocarão eom força, e os cantos dos relijiózos prostrados sobre as lájes subirão para o céu.

Quando D. Elias se achou só com frei Luce, o seu rôsto perdeu de repente a expressão de altivès que tinha contraído, e o abade, sentando-se na sua vélha ca deira disse a D. Luce.

— Estamos em perigo, irmão, e não sei até que ponto nos quererão socorrer os dois senhores, que cá temos; são ca-pazes de achar módo de se rirem com o cêrco.

Não, não, respondeu o frade com riso sardónico, porque imajino que fôrão êles que atrairão sôbre nôs este dilúvio de ómens d'armas, e dévem lêr interésse em salvar o mosteiro.

— Está bem! replicou o abade; mas escúte, meu irmão, não _ me convém que D. Guidon tenha relaçõis com estra-nhos, sobretudo nas circunstancias em que nos encontramos: fio-me apenas em ti, meu vélho e fiel ministro, disse Klias sorrindo para D. Luce tanto quanto a fe-zionomia fria e sevéra lhe permitia a ex-pressão de benevolência. Ide dizer-lhes

R u a F e r r e i r a B o r g e s 1 3 ?

Antonio Ferreira Pereira Muda provisoriamente o seu es-

tabelecimento para Avenida Navarro, em-quanto se realizam obras no actual.

o nósso perigo, tratai de f:izér com que nos livrem dèle,e desde que tudo tiver-mos obtido, sirva-me isto de lição, e que de futuro em Marmoutiers se lembrem de que é perigozo recebêr muitas vêzes tais óspedes.

Fr. Luce inclinou-se e deu alguns pássos para a pórtt.

— A'de sêr excomungado I disse o abade com mais calôr do que ordinária-mênte mostráva; até aqui tinha retido o raio ; mas este último ataque é muito pú-blico, muito g r a v e . . . Desgraçado! Tinha-me agradado o seu caráter audaciozo e f ranco . . . Ficará abandonado por todos, mesmo pela mulher ; porque tem um ini migo grande demais para se Jdebater muito tempo.

O abade, vendo fr. Luce, parou de repênte, tomou um ar quazi severo, e mostrou com o dedo a pórta ao benedi-tino, que, inclinando-se com respeito, saiu e se dirijiu para os apozèntos dos dois óspedes do mosteiso,

Emquanto se passáva tudo isto no in-terior do convênto, começava fóra o cêrco com uma atividáde espantóza, e o barão parecia insuílrr no coração de cada um a raiva que o animava.

Tiuha já percorrido a linha qus rQ-

deiava o mosteiro, desde o cimo da mon-tânha até ao Loire, do lado de Saint-Sym-phorien, recomendando, sob pena de morte, que não deixássem sair sér vivo dos muros do Marmoutiers; prometia as maiores recompensas aos que seguissem as suas ordens, e voltára para a porta da abadia, sitio em que devião começar as operaçõis do cêrco.

A fachada da abadia éra composta por uma grande torre quadrada, muito laraa e edificáda com grandes pédras, a espessura dos múros não dava esperança de se podêrem destruir rápidimènte, e a aitúra d'aquella parte, encimáda por uma grande torre quadrada, muito larga e edi-ficáda com grandes pédras, a espessúra dos múros não dava esperança de se po-dêrem destruir rapidamente, e a aitúra d'aquéla torre, encimáda por um telhado redondo não permitia a escaláda.

A pórta que fechàva a entrada do mosteiro éra espessa e forrada de ferro.; foi todavia naquela porta que o barão fundou toda a esperança.

Mandou artistas demolir a parte da tôrre a que estáva chumbada a pórta, e ómens armados com áchas tentárão que-brar aquéla fortaleza monástica.

(Continua),

K E Z I S T E I ¥ C I A — ^ i i i n t a - r e i s - a , 3 0 d e . l i m i t o d e l O O l

05 DE PASTO G r E H T U 1 K T O S

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180 100 Marialva 1 - 0 100 Licoroso branco 2:,0

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