OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

45
OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO PROLEGÔMENOS INTRODUÇÃO AS ORIGENS DA GUITARRA JAZZ, BLUES & ROCK 1955 – 1967 TOP 30 A –Z GRANDES COMPILAÇÕES BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4 G.E.D.I.E.P.F.P.G.E. FONTES 210769 JAP FAQ COOL LINKS ROCK PROGRESSIVO CRÍTICOS DE ROCK 1 CRÍTICOS DE ROCK 2 GALERIA DE FOTOS 20 CONTATO OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO JEFERSON ARAÚJO PEREIRA ATUALIZAÇÕES & OUTRAS HISTÓRIAS webmaster: flying teapot http://voiceprint.com.br/gtrbook/ [08/03/2003 09:15:46] www.cliqueapostilas.com.br

Transcript of OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

PROLEGÔMENOS

INTRODUÇÃO

AS ORIGENS DA GUITARRA

JAZZ, BLUES & ROCK

1955 – 1967

TOP 30

A –Z

GRANDES COMPILAÇÕES

BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4

G.E.D.I.E.P.F.P.G.E.

FONTES

210769

JAP

FAQ

COOL LINKS

ROCK PROGRESSIVO

CRÍTICOS DE ROCK 1

CRÍTICOS DE ROCK 2

GALERIA DE FOTOS

20

CONTATO

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

JEFERSON ARAÚJO PEREIRA

ATUALIZAÇÕES & OUTRAS HISTÓRIAS

webmaster: flying teapot

http://voiceprint.com.br/gtrbook/ [08/03/2003 09:15:46]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDOPROLEGÔMENOSINTRODUÇÃO

AS ORIGENS DA GUITARRA

JAZZ, BLUES & ROCK

1955 – 1967

TOP 30

A –Z

GRANDES COMPILAÇÕES

BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4

G.E.D.I.E.P.F.P.G.E.

FONTES

Jeferson Araújo Pereira

Os Melhores Guitarristas do Mundo

J. A. Pereira, 2002.

Dados Internacionais de Catalogação

(Câmara Brasileira do Livro)

O autor tentou – novamente – ser “adotado” por uma grande editora, mas...

A reprodução (parcial ou integral) deste livro está totalmente liberada: viva o e-book !

Este livro é dedicado aos verdadeiros guitar-fanáticos que já descobriram o maior segredo do universo: o planeta Terra foi criado, exclusivamente, para que os guitarristas pudessem fazer solos de guitarra!

Realmente, é duro, é difícil, mas é preciso encarar a realidade: tudo o que surgiu (antes e depois) do solo de guitarra, é secundário!

Love & Kisses: Cristina e Lucas

Special Thanks: Alice e Sebastião, Monique, Marcos, Anderson e a grande família (Pereira, Roschel e Borba), Fabio Golfetti, Fábio Gagliardi, Georges Kormikiaris, Paulo Gonçalves, Scott Morfético, Nelson dos Santos e colegas da A e B, Júlio, José Geraldo e Alfredo, Valdir Montanari, Paulinho Summers, Marcelo Maiden, José Carlos Presley, Adilson Silva Lemos, Gilmar Justini, Marcos e Cleide, Nicola Labate III e Victor, Fernando Américo, Fábio Polli, Vitão “Backstage” Bonesso, Marcos Cardozo de Oliveira, Leonardo Nahoum, Rodrigo Werneck, César Lanzarini, José Eduardo Delboux, Claudete Lopes dos Santos, Maria Teresa Barifaldi Hirs, Cláudia Heloísa Hirs, Rock Brigade, Roadie Crew, Dynamite, Rock Press, Guitar Player, Guitar Class, Cover Guitarra, Musical Box, Prog-Noise, (International Magazine), Guitar World, Total Guitar, Baratos Afins, Aqualung, Cactus, Music House, Medusa, Octopus, Cosmic Records, Dunno, Moby Dick, So What!?, Record Runner, Stand Up, Nuvem 9, Music Place, Alfred Hitchcock, Ingmar Bergman, Federico Fellini, Billy Wilder, James Joyce, Marcel Proust, Saul Bellow, Machado de Assis, Immanuel Kant, Hieronymus Bosch e todos os pilotos de Fórmula 1 (1950 - 2002).

“A cor é fixa, a palavra tem limites, mas a linguagem musical é infinita.”

Honoré de Balzac (1799 – 1850)

“Eu sei o que é adorar uma guitarra. Eu sei o que é ser um verdadeiro fã de guitarra. É por isso que eu tenho um núcleo de fãs. Não sou um astro pop, um rockeiro gostosão ou algo assim. Eu toco guitarra para as pessoas que amam a guitarra.”

Steve Vai (1960 - )

Fotos

Jimi Hendrix em Woodstock.

Steve Vai no Japão ( Nagoya - 27 de janeiro de 2000 - o guitarrista foi clicado por Rich Pike )

http://voiceprint.com.br/gtrbook/1.htm (1 of 2) [08/03/2003 09:15:50]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

Data e local de nascimento do e-book :Quinta Feira, 20 de Fevereiro de 2003, 22:02:15

Hospital e Maternidade Daevid AllenRua Planet Gong, 1970 - Quarto nº 70Brooklin - São Paulo - SP - BRASILCEP: 07070-070

Equipe médica:

Ginecologista e obstetra: Zero The HeroEnfermeiro chefe: Jeff Hitchcock BergmanAnestesista: Delboux Tau Ceti

http://voiceprint.com.br/gtrbook/1.htm (2 of 2) [08/03/2003 09:15:50]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

INTRODUÇÃOPOLEGÔMENOS

INTRODUÇÃOAS ORIGENS DA GUITARRA

JAZZ, BLUES & ROCK

1955 – 1967

TOP 30

A –Z

GRANDES COMPILAÇÕES

BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4

G.E.D.I.E.P.F.P.G.E.

FONTES

Em 1994 a editora Companhia das Letras publicou um livro excelente: “Saudades do Século XX”, de Rui Castro. O único ponto negativo dessa obra é que o autor (fã de bossa nova), considera a invenção da guitarra elétrica como uma das piores desgraças do século 20. A guitarra elétrica já é detonada logo na introdução, na página 11: (...) “o século 20 produziu duas guerras mundiais, inúmeras ditaduras abomináveis, a violência urbana, a guitarra elétrica, o cachorro quente, a droga, a Aids e outras pestes típicas” (...).

Discordo radicalmente de Rui Castro. Um Top 10 do século 20, uma espécie de Best of, seria mais ou menos assim:

-Top 1: o nascimento da guitarra elétrica

-Top 2: o nascimento dos grandes guitarristas

-Top 3: os discos clássicos do rock progressivo inglês

-Top 4: discos de guitarristas

-Top 5: as obras-primas do cinema

-Top 6: a pílula anti-concepcional

-Top 7: 21/07/69: o homem pisa na Lua pela primeira vez

-Top 8: corridas de Fórmula 1

-Top 9: contra-filé, batata frita e coca cola com três fatias de limão

-Top 10: a “imagem” dentro de casa: TV, videocassete e DVD

O livro que está diante de seus olhos não é um “livro técnico”, com tablaturas, partituras, etc. Não sou músico e não sei ler música. Não possuo e nunca possuirei uma guitarra. Eu sou apenas um crítico de rock latino-americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e completamente fanático por discos de guitarristas.

Não sei informar a quantidade exata de livros (em inglês e português) que foram escritos por guitarristas e/ou transcripters. Com certeza é um número alto. Dois mil? Três mil livros? Por outro lado, não conheço nenhum livro sobre diversos guitarristas que tenha sido escrito por um fã, por uma pessoa que não sabe tocar guitarra. Pelo menos, em português, penso que este é o primeiro. O único “problema” dos livros com partituras é que eles são compreendidos apenas por quem sabe ler música. Nestes livros, para o leitor que não é músico, só há duas opções: (1) Ler os poucos textos. Geralmente, é uma pequena biografia. (2) Ver as fotos dos guitarristas. Às vezes não há fotos. Nem texto! Muitos livros são apenas partituras.

O que eu pretendo nos próximos capítulos é transmitir ao leitor esse meu fanatismo por discos de guitarristas. A idéia central é indicar os melhores discos para que o leitor possa ter em casa uma discografia classe A. O foco principal será em cima dos guitarristas de rock progressivo, jazz-rock e hard rock.

Desde já o leitor precisa estar ciente de que não pretendo escrever a biografia completa de cada guitarrista. Cabe aqui uma “advertência estética”: este livro não seguirá “fórmulas clássicas” da literatura rockeira. Escreverei o que eu penso sobre cada guitarrista tendo em mente que no “jogo eterno” da qualidade X quantidade, o time da qualidade sempre ganhará de goleada: 10 X 0. Exemplo: o guitarrista José da Silva lançou 20 discos. O problema é que apenas um disco é excelente. Portanto, não vejo necessidade de um longo comentário sobre os outros 19 álbuns. Outra “advertência estética”: críticos de cinema são fanáticos por cinema. Críticos de teatro são fanáticos por teatro. Críticos de rock são fanáticos por rock. Todo esse óbvio ululante é para preparar o espírito do leitor: nesta obra, em algumas páginas, há “cenas” de fanatismo explícito.

Muitos guitarristas ficarão de fora. A explicação é simples. O livro não é um dicionário ou enciclopédia de guitarristas.

“As Obras-Primas do Rock Progressivo”, meu primeiro livro, recebeu, na revista Rock Press, a seguinte crítica: (...) “Ele escreve como se fala, e por vezes você tem a impressão de estar num saldão de vinis de calçada, conversando com o camelô sobre essa ou aquela raridade” (...).

http://voiceprint.com.br/gtrbook/2.htm (1 of 2) [08/03/2003 09:15:54]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

Crítica ou elogio? Suponho que os leitores (da revista) entenderam que é uma crítica dura, pesada. Para mim foi um encômio (Encômio? Pois é. Encômio é o mesmo que elogio. O correto é escrever elogio, mas quem fez a crítica pensa que é errado “escrever como se fala”).

A verdade é que, na crítica acima, gostaria apenas de substituir camelô por lojista. No caso, lojista de discos. Leitor: nunca compre um vinil em uma calçada. Motivos: calor, chuva, poeira, etc.

Lojística (sim, com j) é uma palavra que eu criei para batizar minha literatura. A logística da literatura lojística é simples: o livro é quase um bate-papo dentro de uma loja de discos. Sendo mais claro: eu quero ser 100% coloquial! No dicionário Aurélio, uma das definições para coloquial é a seguinte:

- “Literatura: diz-se do estilo em que se usam vocabulário e sintaxe bem próximos da linguagem cotidiana”.

Eu adoraria começar este livro com o “cúmulo do absurdo” da linguagem coloquial. Eu adoraria começar este livro com as seguintes palavras: Dexeu contá procêis sobre uns discos duns guitarristas phoddões (sejamos sinceros: um livro, com essa introdução, venderia apenas dois exemplares. A verdade é que não dá para ser 100% coloquial. Ficarei próximo de 70%).

Alguns críticos literários levam muito a sério a introdução, a primeira frase dos livros. Fico imaginando que seria muito interessante iniciar um livro (sobre qualquer assunto) fazendo um trocadilho infame com “Once Upon a Time...(era uma vez...)”. O trocadilho: “Onça Upon a Time...” (uma introdução perfeita para um livro sobre onças).

Meu primeiro livro nasceu no dia 20 de abril de 2001, sexta-feira, 17 horas. Até essa data eu tinha certeza absoluta de que qualquer brasileiro alfabetizado, com idade entre 9 e 90 anos , entenderia todas as páginas do livro, ou seja, 100% de entendimento. Em julho de 2001, bastante decepcionado com algumas opiniões absurdas, tive que encarar a realidade: algumas pessoas não entenderam.

São Paulo, domingo, 16 de dezembro de 2001: para mim, uma data histórica. Li, aproximadamente umas dez vezes, na Folha de S.Paulo, um trecho do artigo “Por Que Supla Vence Lula”, escrito pelo jornalista Gilberto Dimenstein. Fiquei completamente aterrorizado com os dados apresentados: (...) “Na semana passada, uma pesquisa do Instituto Paulo Montenegro (ligado ao Ibope) em parceria com a Ação Educativa, uma entidade não governamental, feita com brasileiros entre 16 e 54 anos, chegou à conclusão de que apenas 26% deles conseguem ler e entender um livro. Constataram que a deficiência de entendimento consegue chegar até a concluintes do ensino médio e mesmo a universitários” (...).

Trocando em miúdos: se 26% entende, 74% não entende. Vamos voltar ao meu primeiro livro. Fiquei profundamente irritado com um único fato: a maioria dos fãs de rock progressivo (74%??!!) não entendeu que eu posso, que eu tenho o direito de criticar qualquer disco de qualquer grupo. É incrível: eles não aceitam nenhuma espécie de crítica negativa. Minhas idéias foram classificadas como “sandices musicais” (sic).

“Os Melhores Guitarristas do Mundo”é um livro que não causará polêmicas inúteis: resolvi deixar de lado algumas “sandices” e adotei uma abordagem mais Sandy.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/2.htm (2 of 2) [08/03/2003 09:15:54]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

AS ORIGENS DA GUITARRAPROLEGÔMENOS

INTRODUÇÃO

AS ORIGENS DA GUITARRAJAZZ, BLUES & ROCK

1955 – 1967

TOP 30

A –Z

GRANDES COMPILAÇÕES

BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4

G.E.D.I.E.P.F.P.G.E.

FONTES

Vamos fazer de conta que isto é um roteiro de cinema. Este roteiro é para um documentário que começa na Grécia antiga e termina com um elogio ao design de algumas guitarras.

Cena 1: close “ginecológico” na página 710 da primeira edição do Dicionário Aurélio:

- “Guitarra [do grego kithára, pelo árabe ocidental kittárâ ou qitárá]. S.f.1- Designação comum a diversos instrumentos de cordas dedilháveis, feitos de madeira, dotados de braço longo, e com a caixa de ressonância de fundo chato”.

Cena 2: tudo começou há aproximadamente três mil anos. É impossível precisar com exatidão as origens do instrumento. Os tatatatataravós da guitarra acústica estiveram presentes na Pérsia, no Egito e na Grécia.

Cena 3: kithára, em grego, significa cítara. A cítara é um instrumento sem braço. Num belo dia (quando???) alguém (quem???) colocou um braço em uma cítara. Esta é a hipótese mais provável.

Cena 4: na Idade Média os árabes introduziram o instrumento na Espanha. Os espanhóis difundiram a guitarra em outros países europeus.

Cena 5: no século XI existiam dois tipos de guitarra: a guitarra mourisca e a latina.

Cena 6: as primeiras guitarras acústicas tinham apenas quatro cordas.

Cena 7: em 1586, foi escrito o primeiro tratado sobre guitarra. Neste tratado o instrumento passa a ser chamado de guitarra espanhola e tinha cinco cordas duplas.

Cena 8: por volta de 1750 a guitarra clássica já tinha o formato atual, inclusive com seis cordas. Isto pode ser comprovado, pois Fernando Sor (1778-1839), o grande virtuose do século 18, já tocava uma guitarra de seis cordas.

Cena 9: século XX. Entre 1923 e 1930, violonistas e funcionários de fábricas de instrumentos musicais realizaram algumas tentativas no sentido de se conseguir amplificar o som da guitarra acústica. Não conseguiram nenhum resultado.

Vamos agora interromper a seqüência destas cenas para explicar o nascimento da guitarra elétrica. O instrumento nasceu com um único objetivo: aumentar o volume sonoro das guitarras acústicas. A necessidade da guitarra ser elétrica surgiu entre os músicos norte-americanos de jazz. No início os grupos de jazz eram pequenos, mas com o surgimento das big bands seria impossível, nos shows e, também, nos precários estúdios de gravação, de se ouvir a guitarra acústica. Os violões teriam que competir com a bateria, o piano, os metais, etc, etc. Vamos voltar ao “set” de filmagens.

Cena 10: George D. Beauchamp, um violonista do Texas, fez diversas experiências em seu violão, como, por exemplo, fixar a corneta de um fonógrafo no tampo do instrumento. Após outras inúmeras experimentações, ele inventou o captador magnético.

Cena 11: Los Angeles, 1931. Com a invenção do captador, George Beauchamp e Adolph Rickenbacker, donos da Electro Strings Instruments, fabricaram a primeira guitarra elétrica do planeta Terra: Rickenbacker Frying Pan (frigideira). Sem dúvida, é a guitarra mais feia de que se tem notícia. Apelidá-la de frigideira foi um elogio. Esta guitarra se parece mais com uma vassoura!

Cena 12: com o nascimento da frigideira, entre 1932 e 1934, várias empresas, como a Dobro e De Armond, fizeram outras experiências.

Cena 13: uma cena histórica! Estamos em 1935, o ano em que surgiu aquela que é considerada a primeira VERDADEIRA guitarra elétrica: Gibson ES-150.

Cena 14: profissionalmente, o primeiro músico que tocou uma guitarra elétrica foi Eddie Durham (1906-1987). Ele era integrante da orquestra de Jimmie Lunceford. Apesar do pioneirismo de Eddie Durham, quem se destacou inicialmente foi o guitarrista Charlie Christian (1919-1941). Ele tocava na orquestra de Benny Goodman. Sua técnica era perfeita e ele era muito criativo.

Cena 15: Les Paul (Lester Polfus) entrou no cenário. Este excelente guitarrista também pesquisava, desde 1932, novas técnicas de amplificação. Em 1941, na fábrica da Epiphone, Les Paul criou a primeira guitarra maciça. Em 1951 Les Paul foi contratado pela Gibson. Em 1952 nasceu a Gibson Les Paul, nada mais nada

http://voiceprint.com.br/gtrbook/3.htm (1 of 2) [08/03/2003 09:15:59]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

menos do que a segunda guitarra mais importante e mais famosa do século 20.

Cena 16: São Francisco, Califórnia. Leo Fender surgiu no cenário. Leo Fender também foi um dos pioneiros no aperfeiçoamento da guitarra elétrica. Em 1948 ele criou a Fender Telecaster, muito utilizada por músicos de country e jazz.

Cena 17: em 1954 Leo Fender criou a mais bela, mais importante e mais famosa guitarra da história da humanidade: Fender Stratocaster. Em inglês há uma coincidência envolvendo as palavras guitar, Gibson e Fender: as três palavras têm seis letras, o que é uma outra coincidência com o número de cordas: seis.

Cena 18: atualmente há no mercado diversas marcas e modelos de guitarras, mas a Gibson Les Paul e a Fender Stratocaster se tornaram lendas.

Cena 19: é a cena final: um close “ginecológico”, de aproximadamente 30 minutos, numa Les Paul e numa Strato. The End.

Apesar de não saber tocar guitarra, gosto muito de admirá-las. (em revistas especializadas e em lojas de instrumentos musicais). Mas eu nunca encosto as mãos. Apenas as observo detalhadamente, como se estivesse observando um belo quadro no MASP (Museu de Arte de São Paulo). Analisando apenas o design (o que mais eu posso analisar?), penso que só duas marcas são tão belas como a Strato e a Les Paul: Ibanez (Vai, Satriani) e a Paul Reed Smith do guitarrista Carlos Santana.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/3.htm (2 of 2) [08/03/2003 09:15:59]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

JAZZ, BLUES & ROCKPROLEGÔMENOS

INTRODUÇÃO

AS ORIGENS DA GUITARRA

JAZZ, BLUES & ROCK1955 – 1967

TOP 30

A –Z

GRANDES COMPILAÇÕES

BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4

G.E.D.I.E.P.F.P.G.E.

FONTES

Se você que está aí do outro lado é rockeiro, faça uma pesquisa informal com outros rockers. Pergunte: qual foi a primeira música, o primeiro rock que você escutou? Sou capaz de apostar que ninguém, ou, quase ninguém, responderá que foi “Rock Around the Clock” (Bill Haley) ou “Johnny B. Goode” (Chuck Berry). Não consigo imaginar – em qualquer década – um adolescente de 12 anos passando em frente a uma loja de discos e pensando: vou entrar nesta loja, comprar um disco do Bill Haley ou do Chuck Berry, e me “transformar” em rockeiro.

A verdade é que a maioria dos adolescentes começou a escutar discos de rock com alguns dos grupos mais famosos de cada década. Veja alguns exemplos. Anos 60: Beatles e Rolling Stones. Anos 70: Led Zeppelin e Sex Pistols. Anos 80: U-2 e Iron Maiden. Anos 90: Nirvana e Pearl Jam.

Outra grande verdade é que a maioria dos fãs de rock não escuta os grupos mais antigos, “não escuta o passado”. Vamos raciocinar por hipótese. Vamos imaginar que em vários países do mundo muitos adolescentes foram iniciados no universo rockeiro com The Clash (anos 70), Megadeth (anos 80) e Nirvana (anos 90). Atualmente a maioria desses adolescentes já é adulta, e, com certeza, os fãs de The Clash não escutaram Premiata Forneria Marconi, os fãs de Megadeth não conhecem os discos do Buffalo Springfield e nenhum fã do Nirvana está interessado na discografia solo do Jaco Pastorius. Eu penso que é lamentável esta “filosofia” de se conhecer apenas os grupos que surgiram posteriormente àquele grupo da “perda da virgindade rockeira”.

Em 1973 eu tinha doze anos. Eu ainda me lembro que até 1976 o que mais rolava na minha vitrola era: Yes, Genesis, Emerson, Lake & Palmer, Mahavishnu Orchestra, Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath.

O primeiro blues que eu escutei foi “Since I’ve Been Loving You”, do Led Zeppelin. O primeiro guitarrista de jazz-rock que perfurou a minha mente foi o John McLaughlin.

Após algumas audições deste blues do Led e do Jazz-rock da Mahavishnu, comecei a fazer “pesquisas musicais”: discos, mais discos, muitos discos, revistas, fanzines, livros, rádio, TV (Ah! O saudoso Rock Concert...), etc, etc. Foi então que eu descobri que antes, muito antes de “Since I’ve Been Loving You”, tivemos zilhões de outros blues compostos por outros guitarristas: Blind Lemon Jefferson, Leadbelly, Lightnin’ Hopkins, Big Bill Broonzy, Robert Johnson, T-Bone Walker, Muddy Waters, John Lee Hooker, Howlin’ Wolf, B.B. King, Buddy Guy, etc.

Descobri também que antes, muito antes do John McLaughlin, os grandes guitarristas de jazz foram: Charlie Christian, Django Reinhardt, Barney Kessel, Tiny Grimes, Tal Farlow, Kenny Burrel, Wes Montgomery, Joe Pass, Jim Hall, etc, etc.

Por volta de 1986, desisti de ouvir os guitarristas de jazz ”tradicional”. Dos nomes citados, sem dúvida, o Wes Montgomery é o melhor. Ele, Barney Kessel, Joe Pass, etc, são músicos excelentes, mas eu simplesmente não estou mais nessa praia. Há diversas coletâneas destes guitarristas. Sugiro que o leitor adquira, pelo menos, uma coletânea de cada músico.

Por volta de 1980, desisti completamente de escutar os guitarristas de blues tradicional. Nos rascunhos desta obra escrevi um longo texto explicando porque eu não gosto de blues tradicional. Este texto ocuparia aproximadamente umas dez páginas deste livro. Por um único motivo, resolvi não publicar: as pessoas (ainda) não estão preparadas para aceitar um artigo sobre gosto musical escrito com 100% de LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Sou a favor de liberdade de expressão ampla, geral e irrestrita. Quando o assunto é gosto musical, a maioria das pessoas é contra.

Para que o leitor não fique na mão, pedirei ajuda ao guitarrista David T. Chastain. Na revista Rock Brigade, edição 182, de setembro de 2001, ele foi entrevistado pelo crítico Antonio Carlos Monteiro. Veja o principal trecho desta entrevista no próximo parágrafo.

(...) “Dentre muitos detalhes que o disco transparece, um deles é, sem dúvida, a grande influência de blues que Chastain demonstra em algumas faixas. Porém, ao contrário do que se poderia esperar, os bluesmen clássicos não são seus favoritos: “a minha maior influência vem do blues moderno e pesado de gente como Jimmy Page, Eric Clapton e Johnny Winter. Na verdade, eu nunca curti muito aquele blues tradicional, como B. B. King, Buddy Guy e John Lee Hooker, porque, apesar de serem grandes vocalistas, seus sons de guitarra sempre foram muitos limpos e simples demais para o meu gosto“. (...)

Comentário deste que vos escreve sobre o parágrafo anterior: lindo, maravilhoso e sensacional!!! Finalmente encontrei um músico que pensa igualzinho a mim! Com poucas palavras e muita inteligência, Chastain resumiu o blues do século 20.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/4.htm (1 of 2) [08/03/2003 09:16:03]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

Mas David T. Chastain é uma grande exceção. A maioria dos guitarristas deste planeta (em porcentagem: 95%) acha que Robert Johnson e B.B. King, entre outros, são gênios. O que precisa ser esclarecido é que os guitarristas de blues tradicional realmente influenciaram a grande maioria dos guitarristas de rock (Hendrix, Page, Beck, etc), mas isto foi nas décadas de 50 e 60 do século passado!

Quase todas as revistas especializadas em guitarristas, quando entrevistaram guitarristas de blues tradicional, já fizeram, mais ou menos, esta pergunta: “você se incomoda com o fato de rockeiros ingleses terem ficado milionários tocando algumas de suas músicas?” Todos, literalmente todos os guitarristas de blues tradicional responderam, mais ou menos, assim:

-Resposta 1: “Não. Eles divulgaram o blues na Inglaterra e eu comecei a vender discos e fazer shows por toda a Europa.”

-Resposta 2: “Não. Eu adorei ! Para mim foi uma grande honra.”

-Resposta 3: ”Não. Sem as regravações feitas por estes rockeiros ingleses, provavelmente eu ainda estaria trabalhando em plantações de algodão.”

-Resposta 4: ”Não. Etc, etc, etc.”

Os guitarristas de rock transformaram o blues tradicional em um blues pesado, que é infinitamente superior ao blues original: os rockeiros injetaram peso, distorção, virtuosismo e volume no talo! Foi aí que a coisa toda ficou legal!

http://voiceprint.com.br/gtrbook/4.htm (2 of 2) [08/03/2003 09:16:03]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

1955-1967PROLEGÔMENOS

INTRODUÇÃO

AS ORIGENS DA GUITARRA

JAZZ, BLUES & ROCK

1955 – 1967TOP 30

A –Z

GRANDES COMPILAÇÕES

BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4

G.E.D.I.E.P.F.P.G.E.

FONTES

O nascimento oficial do bebê que foi batizado como rock and roll aconteceu num sábado, dia 9 de julho de 1955. O “parto” foi realizado nas páginas da revista Billboard. Em 9 de julho de 1955, “Rock Around the Clock”, com Bill Haley & His Comets, chegou ao primeiro lugar da Billboard.

Foi também em 1955 que Chuck Berry gravou o seu primeiro hit: “Maybellene”. Os outros clássicos vieram logo em seguida: “Johnny B. Goode”, “Rock and Roll Music”, etc.

Estamos no século 21 e todo mundo já sabe que os outros grandes heróis do rock and roll foram: Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Little Richard, Buddy Holly e Carl Perkins.

O verdadeiro Deus da guitarra nasceu em 1942. Deus lançou o seu primeiro disco solo em 1967. Deus ficou conhecido mundialmente como Jimi Hendrix. Neste capítulo eu abordarei, rapidamente, alguns guitarristas pós-Chuck Berry e pré-Jimi Hendrix.

Buddy Holly nasceu em 1936 e morreu em 1959. Sua carreira durou apenas dois anos, mas foi ele que criou a formação de grupos de rock com duas guitarras (solo e ritmo), bateria e baixo elétrico. Scotty Moore foi o grande guitarrista de Elvis Presley. Cliff Gallup era o excelente guitarrista da banda de Gene Vincent.

A carreira de Eddie Cochran também durou apenas dois anos. Ele foi um dos grandes nomes do rockabilly. Carl Perkins é um dos pais do rockabilly. Ele é o autor do clássico “Blue Suede Shoes”, canção imortalizada por Elvis Presley. Duane Eddy foi um dos pioneiros do rock instrumental. Ele influenciou os grupos The Shadows (inglês) e The Ventures (norte-americano).

No “setor” das grandes injustiças da história do rock, podemos incluir o guitarrista Hank Marvin, do grupo The Shadows. O fato dele não ter ficado tão famoso como Chuck Berry ou B.B. King, por exemplo, é simplesmente um absurdo. O rock instrumental do Shadows é mais importante e criativo do que vários álbuns de diversos guitarristas de blues tradicional. Brian May, Ritchie Blackmore e Tony Iommi estão presentes no álbum “Twang! A Tibute to Hank Marvin & The Shadows”.

Para encerrarmos essa fase pré-Hendrix, seis nomes fundamentais: Keith Richards (Rolling Stones), George Harrison (Beatles), Pete Townshend (The Who), Eric Clapton, Jimmy Page e Jeff Beck.

Keith Richards é um dos maiores riffmakers da história do rock. O riff de “(I Can’t Get No) Satisfaction” é provavelmente o riff mais famoso do século 20. E o que dizer do riff de “Brown Sugar”? Como é possível definir aquele riff? Brown Sugar está no álbum “Sticky Fingers”, lançado em 1971. Brian Jones, o outro guitarrista dos Stones (faleceu em 1969) era um virtuose. Mas – caso raro – os riffs de Keith Richards são mais interessantes do que o virtuosismo de Brian Jones.

Na fase inicial dos Beatles, George Harrison ficava no “banco de reserva”, pois não compunha. Quando começou a compor, Lennon & McCartney resolveram limar suas músicas. Eles permitiam apenas uma ou duas faixas de George Harrison em cada álbum. Em 1966 ele esteve na Índia e aprendeu a tocar cítara. Ravi Shankar foi o seu professor. Em “Within You Without You (Sgt Pepper’s)” há um belo solo de cítara.

A infância e a adolescência de Pete Townshend foram complicadas. No palco ele descarregava toda a sua raiva quebrando as guitarras e os amplificadores. Com a ópera-rock “Tommy”, de 1969, Townshend se consagrou como um dos maiores compositores da história do rock. “Tommy” – o disco e o filme – são belíssimos.

Page, Beck e Clapton estão no próximo capítulo.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/5.htm [08/03/2003 09:16:07]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

TOP 30PROLEGÔMENOS

INTRODUÇÃO

AS ORIGENS DA GUITARRA

JAZZ, BLUES & ROCK

1955 – 1967

TOP 30A –Z

GRANDES COMPILAÇÕES

BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4

G.E.D.I.E.P.F.P.G.E.

FONTES

Após muitas pesquisas, deliciosas audições e uma longa reflexão, sinto que estou pronto para responder a uma das questões mais complexas da história da humanidade: qual é o melhor guitarrista do mundo? A resposta é fácil, mas precisa ser dividida em duas partes. Jimi Hendrix é o melhor. Ele ocupa o primeiro lugar. Hendrix reina sozinho na primeira colocação. A segunda parte da resposta diz respeito à segunda colocação. Diversos guitarristas estão aptos para ocupar o segundo posto: vários nomes estão empatados no Top 2 do ranking.

Abordarei neste capítulo alguns discos de trinta guitarristas. Eric Clapton está presente nesta lista quase que exclusivamente pelo seu glorioso passado no grupo Cream. A minha lista com os 30 melhores guitarristas do mundo é a seguinte:

Jimi Hendrix David Gilmour Pat MethenyJimmy Page Adrian Belew Scott HendersonJeff Beck David Torn Frank GambaleEric Clapton Ritchie Blackmore Eddie Van HalenFrank Zappa Tony Iommi Randy RhoadsRobert Fripp Alex Lifeson Yngwie MalmsteenSteve Hackett Brian May Paul GilbertSteve Howe John McLaughlin Vernon ReidSteve Morse Allan Holdsworth Joe SatrianiJan Akkerman Al Di Meola Steve Vai

Escrevo sempre imaginando que conseguirei “arrastar” alguns leitores para as lojas de discos. Ao analisar a discografia destes trinta guitarristas, indicarei, no mínimo, dois discos essenciais, dois discos cuja aquisição é obrigatória. Com alguns guitarristas essa “lei” não será respeitada, pois simplesmente não conseguirei controlar o fanatismo.

JIMI HENDRIX

Estados Unidos da América, Washington, Seattle, Hospital King County, século 20, sexta-feira, 27 de novembro de 1942, 10:15h da manhã: Jimi Hendrix resolveu visitar o planeta Terra.

Se você que está aí do outro lado realmente ama o som de uma guitarra elétrica, espalhe esta informação: 27 de novembro de 1942 é a principal data do período compreendido entre janeiro de 1900 e dezembro de 2000. Jimi Hendrix é nada mais nada menos do que o músico mais importante do século 20. Charlie Parker e Miles Davis também nasceram no século 20 (1920 e 1926, respectivamente). John Cage (1912) e Karlheinz Stockhausen (1928), também. O “problema” – atenção para as aspas – desses quatro gênios é que eles não eram guitarristas!

Para provar a genialidade de Jimi Hendrix não há necessidade de longas análises. Vejamos apenas três músicas dos três primeiros álbuns.

(1967) “Are You Experienced?”: “Third Stone From the Sun”. Muitos guitarristas ainda não acreditam que AQUILO foi gravado em 1967.

(1967) “Axis: Bold as Love”: o grande destaque do álbum é “EXP”, a vinheta que abre o disco. Em menos de dois minutos, uma revolução musical. Virtuosismo extraterrestre!.

(1968) “Electric Ladyland”: “Still Raining, Still Dreaming”. Com apenas esta composição, Hendrix antecipou a evolução da guitarra em vinte anos. Eu sempre fico com a impressão de que “Still Raining, Still Dreaming” foi gravada em 1988! Há ainda mais 15 faixas. “Electric Ladyland” é o álbum mais importante da história da guitarra elétrica. O clássico dos clássicos. A obra-prima das obras-primas guitarrísticas.

Em 1969 Jimi Hendrix se apresentou no festival de Woodstock. Felizmente, além do disco, o festival também foi filmado. As imagens do Hendrix detonando “Star Spangled Banner” (o hino norte-americano) são históricas, antológicas e inacreditáveis! Quando assisti fiquei boquiaberto, estupefato, enfim, completamente embasbacado.

Sexta-feira, 18 de setembro de 1970: Jimi Hendrix retornou ao planeta Marte. O maior músico do século 20 viveu apenas 28 anos.

Na extensa discografia póstuma é preciso destacar um álbum obscuro, lançado no Brasil, em 1972, pela

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (1 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

gravadora Beverly. Título: “Jimi Hendrix”. Número de referência: BLP 9037. Não encontrei críticas sobre este álbum nas revistas especializadas. Trata-se de um álbum experimental, estranho e muito interessante.

Na contra-capa há um pequeno texto assinado por Nick Allen. Ele diz que vários críticos que ouviram o álbum perceberam uma influência de jazz, Bach e Mozart. Em outro trecho Nick Allen escreveu: (...) “That for a boy of eighteen or so” (...). Eighteen or so: mais ou menos 18 anos. Hendrix fez 18 anos em 1960. Se as gravações foram realmente feitas em 1960, esse é o disco de guitarrista mais vanguardista de todos os tempos. Os primeiros discos com experiências guitarrísticas “esquisitas” foram gravados no início da década de setenta: Derek Bailey, Robert Fripp e Fred Frith, entre outros.

O álbum tem três faixas. Lado 1: “Impromptu nº 1 (baroque 1)”. Lado 2: “Impromptu nº 2 (baroque 2)”, “Impromptu nº 3 (virtuoso)”: part 1 (beceuse), part 2 (flying) e part 3 (perpetuum mobile).

>Impromptu> significa, literalmente, improvisação. Significa, também, pequenas peças de música instrumental do século 19, baseadas na improvisação. Exemplo: “Opus 29” (1837), de Chopin.

A única mancada desse disco diz respeito à foto da capa. O correto seria uma foto dele em 1960. A foto é de 1969. Essa foto foi publicada numa edição especial da revista Guitar World, de março de 1988: são 130 páginas de Jimi Hendrix! A fotografia está na página 114 e a legenda informa que ele está fazendo uma passagem de som no Royal Albert Hall, em fevereiro de 1969.

Se não tivesse falecido em 1970, provavelmente Jimi Hendrix formaria ou entraria em um grupo de rock progressivo. Certa vez ele declarou que gostaria de gravar com uma orquestra sinfônica.

JIMMY PAGE

Em 1965, Jimmy Page já era um grande músico de estúdio. Ele tocou em discos de diversos grupos e artistas: The Who, Herman Hermits, Joe Cocker, Donovan, etc.

Page, Beck e Clapton foram integrantes do grupo Yardbirds, nessa ordem: Clapton (outubro de 1963 – março de 1965), Beck (março de 1965 – outubro de 1966), Page (junho de 1966 – julho de 1968: o último show foi no Luton Technical College). Page e Beck ficaram juntos no Yardbirds durante seis meses e três semanas, isto sem descontar o período em que o Jeff Beck adoeceu.

70% do repertório do Yardbirds ficou datado e o que ninguém fala é que a criatividade musical pós-Yardbirds, dos três guitarristas, é infinitamente superior às composições Yardbirdianas.

Em agosto de 1968, Jimmy Page recrutou Robert Plant, John Paul Jones e John Bonham e, utilizando o nome The New Yardbirds, fizeram uma tour na Escandinávia. O primeiro show, com o nome Led Zeppelin, aconteceu em 15 de outubro de 1968, na Universidade de Surrey.

Escrever sobre o Led Zeppelin é a maior moleza. É muito fácil! O Led é um grupo que não dá “trabalho” para nenhum crítico de rock. Basta apenas escrever o seguinte: compre e ouça no último volume toda a discografia oficial do Led Zeppelin. Eu não disse? É moleza.

Na edição de setembro de 1978 da revista Guitar Player (GP), Ritchie Blackmore (RB), foi entrevistado por Steve Rosen. Aqui está um trecho da entrevista:

- GP: “Você usa o mesmo conjunto de guitarra/amplificador no estúdio?”

- RB: “Sim. Na realidade eu não toco no estúdio. Tenho uma pessoa que toma o meu lugar. Jimmy Page faz isso para mim.”

Com esta resposta bem humorada, Blackmore confirmou o que todo mundo já sabia: nas gravações em estúdio, Jimmy Page é o melhor do mundo. Em busca do timbre perfeito, Page gravou algumas músicas do Led nos banheiros dos estúdios. Absurdo? Não. Ele queria apenas capturar a ressonância dos azulejos. O timbre mais que perfeito está registrado em “Stairway to Heaven”. Em “The Song Remains the Same” ele gravou, em diversos canais, várias guitarras de seis e doze cordas. Em “Achilles Last Stand” ele gravou seis guitarras.

A crítica especializada faz críticas pesadas sobre as performances de Page em shows. Quando o filme “The Song Remains the Same” foi lançado, Page foi “crucificado”. Os críticos queriam que ele reproduzisse, ao vivo, toda a sua genialidade apresentada nos discos em estúdio. Ora, isto é impossível! Outra crítica pesada é que ao vivo (pelo menos em alguns trechos do filme), Page ignora a cozinha e sola que nem um alucinado. Isto é verdade, mas eu acho sensacional.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (2 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

No Brasil o filme virou “Rock é Rock Mesmo”!!! O melhor momento desta película é a versão de 26 minutos de “Dazed and Confused”. Há um momento em que Page “viaja” tanto, que John Bonham e John Paul Jones simplesmente param de tocar! Eles se entreolham e podemos até inventar um diálogo:

- Bonham: “Para onde ele está indo?”

- J.P. Jones: “Não sei, mas vamos acompanhá-lo.”

Atenção: tudo isto dura apenas alguns segundos. Impressionante. Mais impressionante ainda é o fato desta cena não ter sido cortada (sobre essa troca de olhares nesta famosa cena, eu já li a seguinte observação: “Page, por favor, tenha dó de nós dois”).

Oficialmente o Led Zeppelin acabou em dezembro de 1980 (John Bonham faleceu em 25 de setembro de 1980). Prefiro não comentar os dois álbuns que Jimmy Page lançou com o grupo The Firm e o seu disco solo lançado em 1988: “Outrider”. Em 1994, Jimmy Page e Robert Plant lançaram “No Quarter”: o acústico do Led Zeppelin (“Unledded” é o sub-título). Charlie Jones (baixo), Michael Lee (bateria), músicos egípcios (Egyptian Ensemble), a London Metropolitan Orchestra, enfim, um álbum excelente.

E será que alguém ainda se lembra do boato que surgiu em 1982 sobre a banda XYZ? Este grupo seria formado por Jimmy Page, John Paul Jones, Chris Squire e Alan White. XYZ significa: Ex Yes Zeppelin.

JEFF BECK

Para não causar polêmicas inúteis, prefiro não comentar a discografia beckiana anterior a 1975. Em 1975, Jeff Beck vendeu a sua alma para o jazz-rock. Foi uma decisão muito inteligente.

(1975) “Blow by Blow”: nove faixas excelentes. O grande destaque é “Cause We’ve Ended as Lovers”, nada mais nada menos do que o principal acontecimento guitarrístico de 1975. “Cause...” foi composta pelo Stevie Wonder e Jeff Beck dedicou sua versão ao guitarrista Roy Buchanan.

(1976) “Wired”: obra-prima! O melhor disco de Jeff Beck. Pergunta difícil: qual é a melhor faixa do álbum? “Led Boots” ou “Blue Wind”?

(1977) “Jeff Beck With Jan Hammer Group – Live”: o tecladista Jan Hammer (ex-Mahavishnu Orchestra) já estava presente em “Wired”. Destaque, novamente, para “Blue Wind”.

(1980) “There and Back”: é o segundo melhor álbum do guitarrista. A introdução de “Star Cycle” já se tornou histórica, mas a fritura guitarrística em El Becko é impressionante.

(1985) “Flash”: existe um cara que não gosta deste disco: é o próprio Jeff Beck. Realmente, as composições são fracas, mas “People Get Ready” (com vocal do Rod Stewart) é excelente.

(1989) “Guitar Shop”: capa belíssima! Nove faixas. Sete são excelentes, mas “Day in the House” é decepcionante: um rap! A composição “Where Were You” já se tornou histórica: é uma balada executada quase que exclusivamente com a alavanca! Impressionante!

(1999) “Who Else”: má notícia: a influência da música tecno em várias faixas. Boa notícia: os excelentes riffs beckianos em todo o álbum. Em “Space for Papa” a “percussão tecno” é insuportável, mas a guitarra é nota dez. Título da faixa 7: “THX 138”. Título do primeiro filme do diretor George Lucas: “THX 1138”. 138 e 1138: uma diferença de exatamente mil números.

(2000) “You Had it Coming”: infelizmente, a influência tecno aumentou, mas os solos de guita continuam afiados: vide a introdução de “Dirty Mind” e “Nadia”. Título da faixa 7: “Rosebud”. Outra “conexão cinematográfica”? Quem já assistiu “Cidadão Kane” (direção: Orson Welles) sabe o que é Rosebud.

ERIC CLAPTON

No livro “Os 100 Maiores Cineastas”, Rubens Ewald Filho inicia a biografia do diretor Martin Scorsese com estas palavras: “O mundo inteiro gosta e admira Scorsese. Estou em minoria. Prefiro-o como crítico de cinema e defensor das boas causas”.

O mundo inteiro gosta e admira Clapton. Estou em minoria. Gosto apenas dos discos ao vivo do Cream e da música Layla, gravada no álbum “Layla and Other Assorted Love Songs”, do grupo Derek and the Dominos.

O grupo Cream foi o primeiro power trio da história do rock: Eric Clapton (guitarra), Jack Bruce (baixo) e

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (3 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

Ginger Baker (bateria). Cream foi o único grupo dos anos 60 que estava no mesmo nível do Jimi Hendrix Experience. Hard rock, pinceladas jazzísticas, longos solos e muito virtuosismo: isto era o Cream ao vivo, ou seja: tudo de bom.

“Layla” é a canção! “Layla” é um acontecimento fonográfico! Uma música de 7:03.

O curioso é que a letra é cantada até 3:06. De 3:07 até 7:03 temos um dos mais belos momentos instrumentais da história do rock!

A longa carreira solo de Eric Clapton - iniciada em 1970 - precisa ser analisada como um “problema Schopenhaueriano”. Estou me referindo ao filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788 – 1860) e sua principal obra: “O Mundo Como Vontade e Representação”.

Vontade. Esta é a palavra. Desde 1970, Eric Clapton não tem mais vontade de ser um guitar hero. Em todas as entrevistas ele diz que quer ser apenas um guitarrista de blues. O que ele não diz é que desde 1974 ele acompanha todas as “novidades” da música pop. Ele começou com uma versão para “I Shot the Sheriff” (Bob Marley) e nunca mais saiu das paradas.

O “verbo” Philcollinizar é muito recente e pouco conhecido. Philcollinizar significa ganhar muito dinheiro com música pop de quinta categoria. Quando Eric Clapton philcollinizou-se, todo mundo imaginava que aquele seria o pior momento de sua carreira. Mas ele conseguiu piorar o que já era horrível. Realmente, é difícil. Recentemente ele assistiu a um show do João Gilberto, em Londres, ficou emocionado e compôs uma bossa nova. Realmente, é difícil. O João Gilberto...

FRANK ZAPPA

Em quatro décadas (60, 70, 80 e 90), Frank Zappa nos presenteou com deliciosos e esquizofrênicos solos de guitarra. Infelizmente ele faleceu em 1993. Sua discografia é enorme, portanto, ficará difícil de analisar todos os seus grandes momentos guitarrísticos. Mas há dois álbuns Zappeiros que são dedicados exclusivamente à guitarra: “Shut Up ‘N Play Yer Guitar” e “Guitar”.

(1981) “Shut Up ‘N Play Yer Guitar”: sejamos sinceros: para quem é fanático por guitarra, este é o melhor título de todos os tempos. São 20 faixas. 19 são obras-primas. Encontro muita dificuldade para classificar “Treacherous Cretins”: o que é AQUILO? Estamos diante de algo sobrenatural? É o melhor solo do Zappa? E atenção fãs VAIanos (VAIenses? VAIstas?). Steve Vai toca em seis faixas.

(1988) “Guitar”: meu relacionamento com esse disco é muito estranho, pois já o escutei mais de 800 vezes. Com certeza é um dos cinco melhores discos da história da guitarra elétrica.

Em vinil, o álbum “Guitar” tem 19 faixas. Em CD, são 32. Recorde mundial: 13 bonus tracks! Todas as faixas são instrumentais e foram gravadas ao vivo, entre 1979 e 1984, em diversos países: Estados Unidos, França, Alemanha, Suíça e Canadá.

Uma característica marcante deste CD é que não há pausa entre as faixas: O corte, entre as faixas, é abrupto.

No encarte, Zappa adverte: “este álbum não é recomendado para crianças ou republicanos”. “Orrin Hatch on Skis” é o título de uma das músicas. Orrin Hatch é o nome de um senador republicano norte-americano. Zappa desejava que ele se espatifasse “pilotando” um esqui.

Após sucessivas audições e uma longa reflexão, já tenho certeza de que minha faixa predileta é “Winos Do Not March”. E atenção fãs VAIanos: Steve Vai toca em 16 faixas.

Um “somatório” de “Shut Up...” e “Guitar” dá um total de 52 faixas. Você acha pouco? Não se apoquente. Indicarei mais dois solos fantásticos.

(1979) “Sheik Yerbouti”. Vá direto até a última faixa: “Yo’ Mama”. A música tem 12:38. O solo de guitarra tem dez minutos.

(1984) “Them or Us”. Vá direto até a faixa 6: “Truck Driver Divorce”. A música tem 8:59. O solo dura 7:30.

Mas o seu negócio é vídeo? Além de ouvir, você também quer assistir? Então compre o VHS “Video From Hell”. Procure o trecho “Live Duet Version, Rome, Italy”: Zappa e Vai num dueto histórico. Esta cena antológica aconteceu no dia 10 de julho de 1982.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (4 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

ROBERT FRIPP

Robert Fripp é o líder do King Crimson, um dos melhores grupos de rock progressivo. O grupo já “acabou e voltou” duas vezes. Atualmente eles estão em atividade, portanto, temos três fases crimsonianas. Indicarei três álbuns: um de cada fase.

(1973) “Lark’s Tongues in Aspic”: o destaque deste CD é a sinfonia título, dividida em duas partes. Na parte 2 Fripp faz a sua Gibson, literalmente, gritar.

(1981) “Discipline”: além de Fripp, há outro guitarrista: Adrian Belew. Melhor faixa: “The Sheltering Sky”.

(1996) “Trakattak”: o melhor álbum da terceira fase. Gravado ao vivo.

No início dos anos setenta, com a colaboração de Brian Eno, Fripp desenvolveu a técnica de Frippertronic: através de um ou dois gravadores de rolo Revox A77, bastante modificados, ele atrasava, repetia e manipulava os riffs extraídos da sua Gibson Les Paul.

Três álbuns Frippertrônicos merecem destaque:

(1973) “No Pussyfooting”: apenas duas longas faixas. “The Heavenly Music Corporation” (20:55) e “Swastika Girls” (18:43).

(1975) “Evening Star”: cinco faixas. Destaque para a belíssima An Index of Metals (28:36).

(1981) “Let the Power Fall”: o disco tem um sub-título: “An Album of Frippertronics”. Os títulos das seis faixas são: “1984”, “1985”, “1986”, “1987”, “1988” e “1989”. Um dos melhores álbuns experimentais dos últimos quarenta anos! Riffs eletrônicos, criativos e pesados! No encarte há as datas de uma tour frippertrônica realizada em 1979. Ele tocou em lojas de discos, galerias de arte e até numa pizzaria (em Londres).

Em 1994, Fripp reativou os Frippertronics no álbum “Soundscapes – Live in Argentina”. Os Revox foram substituídos por dois TC 2290. As guitarras: Tokai Les Paul e uma Roland GR 300. O disco é fraquinho. Parece que ele está tocando teclados. Após esta decepção, desisti de acompanhar os projetos frippertrônicos.

STEVE HACKETT

Steve Hackett entrou no Genesis em 1971, participando da gravação do álbum “Nursery Cryme”. Nesse disco, em “The Return of the Giant Hogweed”, apresentou ao mundo, pela primeira vez, a técnica de tapping/two hands. Esta técnica, posteriormente, foi aperfeiçoada por Eddie Van Halen. Hackett ficou no grupo até 1977. Ele participou da fase áurea do Genesis. “Foxtrot” e “Selling England by the Pound” são os melhores discos da banda.

Indicarei cinco álbuns da carreira solo.

(1975) “Voyage of the Acolyte”: primeiro álbum. Destaque para a primeira faixa: “Ace of Wands”.

(1978) “Please Don’t Touch”: a faixa título se tornou um clássico. Steve Walsh, vocalista do Kansas, está excelente em “Narnia”.

(1979) “Spectral Mornings”: obra-prima! A faixa título é uma das melhores composições da história do rock progressivo. Outro grande destaque: “Every Day”. No trecho instrumental os solos de guitarra são animalescos. É quase heavy metal... mas tem até slide!

(1980) “Defector”. Aqui está uma das melhores composições prog-guitarrísticas: “The Stepps”. Este álbum é bastante eclético. Os teclados em “Hammer in the Sand” são inesquecíveis. A “interpretação vocal” em “Sentimental Institution” é inclassificável: prog-jazz-vaudeville-Broadway?

(1983) “Highly Strung”: em duas faixas excelentes, Hackett partiu para o jazz-rock nervoso: “Group Therapy” e “Always Somewhere Else”.

Steve Hackett é casado com Kim Poor, uma artista plástica brasileira. Ela criou a maioria das belíssimas capas Hackettianas.

STEVE HOWE

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (5 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

Steve Howe entrou no grupo Yes em 1971, já detonando na guitarra acústica: “The Clap”. (“Yes Album”). O grupo gravou mais seis obras-primas: “Fragile”, “Close to the Edge”, “Tales From Topographic Oceans”, “Relayer”, “Going for the One” e “Tormato”.

Em “Close to the Edge”, Steve Howe registrou o que eu considero o riff de guitarra nº 1 do rock progressivo mundial. “Close to the Edge” tem 18:38 de duração. O prog-riff está entre 2:57 e 3:50.

Na carreira solo o grande destaque é a obra-prima “The Steve Howe Album” (1979). Este é o único disco do mundo que tem country-music instrumental (“Cactus Boogie”) e música erudita: ele coverizou “Concert in D (second movement)” de Antonio Vivaldi. A capa, interna, deste álbum é tão bela que os presidentes de todos os países deveriam promulgar uma lei: todo disco de guitarrista tem que ter as fotos das guitarras. Steve Howe é um dos maiores colecionadores de guitarra. Maiores detalhes: adquira o livro “The Steve Howe Guitar Collection”.

Em sua extensa discografia, destaco mais três discos excelentes.

(1991) “Turbulence”. Vá direto a track 9: “While Rome’s Burning”. Uma das melhores composições Howeanas. Bill Bruford (bateria) e Billy Currie (teclados) tocam em várias tracks.

(1994) “Not Necessarily Acoustic”: gravado ao vivo na Filadélfia e em Montreal. A explicação para o título do CD: 17 faixas (guitarra acústica) e 5 faixas (guitarra elétrica).

(1998) “Quantum Guitar”: parece que temos aqui um recorde mundial. Nas 17 faixas ele utilizou 31 modelos de guitarra das marcas: Gibson, Fender, Martin, Rickenbacker, Steinberger, Yamaha, Ramirez, Gretsch, Kohno, etc. Ele ainda tocou dois baixos. Total: 33 instrumentos.

STEVE MORSE

Steve Morse é o líder do Dixie Dregs, a melhor banda de rock progressivo dos Estados Unidos. Já comentei toda a discografia do grupo em meu primeiro livro. Aqui eu destacarei a discografia solo. Além do Dregs, Morse tocou no Kansas e atualmente é o guitarrista do Deep Purple.

(1984) “The Introduction”: obra-prima nº 2 do guitarrista. “Cruise Missile” é uma das músicas preferidas de Steve Morse. Albert Lee tocou em “General Lee”. O título é provavelmente um trocadilho com o general Robert Lee, o homem que comandou as tropas do sul na guerra civil norte-americana.

(1985) “Stand Up”: único disco do guitarrista que tem vocais (em quatro faixas). Um álbum decepcionante, pois não se salvam nem as instrumentais.

(1989) “High Tension Wires”: obra-prima n°1 do guitarrista. 10 faixas. Com este disco eu pretendo defender uma tese. Se eu fosse músico escreveria “em bpm”, mas como não sou, escreverei “em km/h”. Em nove faixas Morse tocou sempre a dois km/h, em primeira marcha. Em “Tumeni Notes” (que eu suponho que deve significar “Too Many Notes”) ele tocou a 360 km/h, sempre em sexta marcha. Pergunta difícil: qual é a melhor faixa deste play? “Country Colors” ou “Tumeni Notes”? A única resposta possível: as duas são excelentes. A tese: não é pecado, não é crime tocar guitarra em alta velocidade. Críticos de rock que vivem descendo a lenha em guitarristas velozes, precisam abandonar a profissão imediatamente. “High Tension Wires” é altamente recomendado para fãs de rock progressivo. Steve Morse se inspirou na música folclórica da Escócia para compor a maioria das faixas.

(1991) “Southern Steel”: a ilustração da capa nos mostra operários construindo a maior guitarra do mundo. Um homem está, literalmente, dentro da guitarra (com um aparelho de solda). 90% é hard rock instrumental. A exceção é a belíssima “Point Counterpoint”: guitarra acústica e baixo.

(1992) “Coast to Coast”: Steve Morse também é piloto de avião. Na capa e no encarte há vários “detalhes aeronáuticos”. Destaques: “Morning Rush Hour” (pesadona) e “Runaway Train” (country).

(1995) “Structural Damage”: destaques: “Sacred Ground” (rock progressivo) e “Smokey Mtn. Drive“ (country).

(1996) “Stressfest”. O disco tem duas obras-primas: “Eyes of a Child” e “4 Minutes to Live”. Isto é rock progressivo executado com apenas três instrumentos: guitarra, baixo e bateria. Não há necessidade de um tecladista.

(2000) “Major Impacts”: neste CD Morse escreveu todas as músicas inspirado nos guitarristas que o influenciaram. Eu gostei mais do longo texto do encarte. No momento em que escrevo está previsto o lançamento de “Major Impacts 2”, em janeiro de 2002.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (6 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

(2002) “Split Decision”: este CD saiu em março de 2002. Portanto, o lançamento de “Major Impacts 2” foi adiado. São 12 faixas. Para mim, duas já são clássicas: “Great Mountain Spirits” e “Heightened Awareness”.

JAN AKKERMAN

Os ataques terroristas nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, também atingiram o bolso de brasileiros que gostam de comprar CD. Escrevo em 3 de novembro de 2001 e neste momento estou bastante preocupado com a cotação do dólar. Pensando no bolso do leitor, indicarei apenas duas obras-primas com Jan Akkerman na guitarra.

(1973) “At the Rainbow”: álbum gravado ao vivo pelo grupo Focus. O Focus é o melhor grupo de rock progressivo da Holanda. Neste CD estão os três maiores clássicos do grupo: “Hocus Pocus”, “Sylvia” e “Eruption”.

(1972) “Profile”: primeiro disco solo do guitarrista. O destaque é “Fresh Air”: impressionante suíte guitarrística, dividida em sete partes, que dura quase vinte minutos (total time: 19:52). Além de outras composições próprias, há três covers: (1) “Kemps Jig” (autor: anônimo). Esta música também foi coverizada, em 1973, pelo grupo inglês “Gryphon”.(2) “Etude”: composta por Matteo Carcassi (1792 - 1853). Compositor e guitarrista italiano. (3) “Andante Sostenuto”: composta por Antonio Diabelli (1781 – 1858). Compositor e editor austríaco (ele publicou as obras de Beethoven).

DAVID GILMOUR

David Gilmour é o guitarrista do Pink Floyd. Nessa lista de trinta guitarristas, Gilmour é o único que não é virtuose. Ele é um excelente compositor, mas durante as gravações floydianas é comum ele chamar outros guitarristas para tocar o que ele não consegue. Isto é incrível, mas mais incrível ainda é que ele não tem vergonha de declarar este fato em entrevistas. Fiquei deprimido durante dois dias quando soube que Lee Ritenour tocou no álbum “The Wall”, em “One of my Turns”.

David Gilmour está neste Top 30 representando todos os guitarristas que não são virtuoses, mas são excelentes compositores e fazem solos maravilhosos. O mais belo solo Gilmouriano foi gravado no álbum “The Wall”: “Comfortably Numb”. Isso é indiscutível, pois o próprio Gilmour considera este solo o seu Top One.

Os outros grandes momentos de David Gilmour foram registrados em três obras-primas floydianas: “Dark Side of the Moon”, “Wish You Were Here” e “Animals”.

Prefiro não comentar a pequena – dois álbuns – discografia solo, pois estes discos são bem inferiores se comparados à discografia floydiana. Considero “Wish You Were Here” um dos dez melhores discos do século 20!

Preciso voltar ao tema “velocidade guitarrística”, pois quero deixar bem claro que admiro, com a mesma intensidade, os guitarristas velozes e os que só andam em primeira marcha. O que realmente importa é a composição. Se o guitarrista for um bom compositor, não importa se o solo de guitarra está sendo feito a “20 Km/h ou 360 Km/h”.

David Gilmour não consegue tocar rápido e isto é ótimo: ele é o melhor guitarrista mais lento do mundo.

ADRIAN BELEW

Aqui está uma parte do currículo de Adrian Belew: Frank Zappa, David Bowie, Talking Heads, King Crimson, Laurie Anderson, Jean Michel Jarre, etc.

Belew (pronuncia-se Biliu) é muito criticado por ser exibicionista e gostar de fazer uma porção de “papagaiadas’ nas suas Stratocasters. Eu curto bastante todas as “papagaiadas sérias” de Adrian Belew. Não tenho nada contra os músicos exibicionistas.

Adrian Belew também gosta de cantar. A maioria dos fãs do King Crimson não gosta do seu vocal. Como o nosso assunto principal é a guitarra, indicarei dois álbuns instrumentais da discografia solo.

(1986) “Desire Caught by the Tail”. O disco tem um sub-título: “Instrumental Music for Guitar and Percussion Composed and Performed by Adrian Belew”. Oito faixas excelentes. A melhor é “Tango Zebra”.

(1995) “The Experimental Guitar Series Volume 1: The Guitar as Orchestra”. O disco também tem um sub-título: “10 Modern Classical Pieces Presented as an Orchestra in Concert, Composed and Performed Entirely on Electric Guitar by Adrian Belew”. O sub-título explica o álbum. O guitarrista também é fã de Hitchcock.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (7 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

Faixa 9: “Alfred Hitchcock’s Strangers on a Train Starring Robert Walker”. No Brasil o filme recebeu o título de “Pacto Sinistro”.

No encarte ele avisa que o volume 2 se chamará “The Animal Kingdom”. Infelizmente este disco ainda não saiu. Provavelmente os títulos das faixas serão: rinoceronte, girafa, elefante, leão, etc. Tomara que o álbum seja duplo ou triplo! ! !

DAVID TORN

David Torn não é um guitarrista famoso. Ele está neste Top 30 representando todos os guitarristas virtuoses que nunca ficarão famosos e/ou milionários. Selecionei três discos.

(1985) “Best Laid Plans”: David Torn (guitarras) e Geoffrey Gordon (percussão). Baixistas? Nenhum. Tecladistas? Não há. Vocalistas? Não foram convidados. Um delicioso suicídio comercial da gravadora ECM.

(1994) “Polytown”: um dos melhores discos de 1994 foi composto e gravado em apenas quinze dias. Polytown é um trio: David Torn, Mick Karn (baixo) e Terry Bozzio (bateria).

(1995) “Tripping Over: God”. Obra-prima! Compre hoje. Na capa do CD a gravadora CMP colou o seguinte adesivo: “Best Experimental Guitar Player 1994. 25th Annual Readers Poll. Guitar Player, January 1995”. Isto é indiscutível: a maioria dos leitores da Guitar Player não votaria em um disco ruim.

RITCHIE BLACKMORE

Certa vez, num bate papo guitarrístico com um amigo fanático por Deep Purple e Black Sabbath, eu disse que a “trinca setentista“ formada por Page, Beck e Clapton, ficaria melhor se fosse Page, Beck e Blackmore. Ele discordou e disse que o ideal seria Page, Blackmore e Iommi.

Este “causo” é para mostrar que Ritchie Blackmore se enquadra naquele “setor” das grandes injustiças da história do rock. Ok, ele é famoso, mas para a mídia o Deep Purple é “muito barulhento”. Eric Clapton é mais soft...

Todo mundo sabe que a obra-prima do Deep Purple é o disco “Machine Head”, lançado em 1972. Destaques: (1) o solo do Blackmore em “Highway Star”. Yngwie Malmsteen deve ter escutado este solo 2857 vezes. (2) o riff de “Smoke on the Water”: histórico.

Todo mundo também já sabe que a obra-prima do grupo Rainbow é o disco “Rising”. Este é o meu álbum preferido, mas o momento mais impressionante, de toda a discografia do Rainbow, é um trecho da música “Spotlight Kid”, gravada no álbum “Difficult to Cure” (1981). Esta música tem 4:52 de duração. O grande momento rola entre 2:30 e 2:45 e se repete entre 3:15 e 3:30.

Sobre a fase atual do guitarrista, no Blackmore’s Night, o que eu posso dizer é que a esposa dele é muito bonita. Gentlemen prefer blondes.

TONY IOMMI

Na madrugada do dia 13 de agosto de 1959, Tony Iommi estava caminhando por uma rua deserta de Birmingham, Inglaterra. Naquela época ele tinha apenas onze anos. De repente ele encontrou um livro de 666 páginas cujo título era: “9743 Riffs de Guitarra”. Autor: Mefistófeles. Tony Iommi estudou e decorou todos os riffs. Ele é egoísta, pois não emprestou o livro para ninguém.

Tony Iommi começou a liberar alguns destes 9743 riffs pesados e tenebrosos a partir de 1970, no primeiro disco do Black Sabbath. Entre 1970 e 2002 ele nos mostrou apenas 3582 riffs.

Tony Iommi e o baixista Chris Squire têm algo em comum: eles foram os únicos integrantes que participaram de todos os discos de suas respectivas bandas: Black Sabbath e Yes.

Oficialmente, o Black Sabbath já teve sete vocalistas: Ozzy Osbourne, Ronnie James Dio, Ian Gillan, Glenn Hughes, Ray Gillen (apenas em tour), Dave Walker (ex-Savoy Brown – por uma noite!) e Tony Martin. Apesar de tantos vocalistas excelentes, esta é a verdade: a grande estrela do Black Sabbath é a guitarra de Tony Iommi.

Meu Top 5 Iommiesco é: Top 1: “Wheels of Confusion”. Top 2: “Snowblind”. Top 3: tudo, literalmente, tudo que ele fez no disco “Never Say Die”. Top 4: “Over and Over”. Top 5: a longa versão de “Heaven and Hell”, no álbum “Live Evil”.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (8 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

Iommi é o título do primeiro CD solo do guitarrista. Os riffs continuam excelentes, mas é impressionante a quantidade de “músicos” do 5º escalão do rock que participam do álbum.

ALEX LIFESON

O grupo canadense Rush gravou o seu primeiro álbum em 1974: “Rush”. Formação: Alex Lifeson (guitarra) Geddy Lee (baixo e vocal) e John Rutsey (bateria). O disco foi gravado em apenas três dias, ou melhor três madrugadas. (curiosidade: Jeff Jones foi o primeiro baixista do Rush. Detalhe: ele tocou em apenas um show!)

A partir do segundo álbum, “Fly by Night”, a formação se estabilizou: Alex Lifeson, Geddy Lee (baixo, vocal e, posteriormente, teclados) e o melhor baterista do mundo: Neil Peart.

O Rush é nada mais nada menos do que o melhor grupo de rock do Canadá. Em janeiro de 2001 eu quase telefonei para a embaixada do Canadá para saber se haveria alguma comemoração especial referente ao aniversário de 20 anos do disco “Moving Pictures”, lançado em 1981. “Moving Pictures” é a obra-prima n°1 do Rush

A discografia é grande, portanto, destacarei uma música instrumental e uma canção. Em “La Villa Strangiato” (do álbum “Hemispheres”) há grandes frituras guitarrísticas de Alex Lifeson. Meu relacionamento com a prog-canção “Red Sector A” é esquisito, pois já a escutei 1634 vezes e ainda não estou satisfeito. “Red Sector A” está no álbum “Grace Under Pressure”.

Para não causar polêmicas inúteis, prefiro não comentar o primeiro e único álbum solo de Alex Lifeson: “Victor”.

Cabe aqui o registro de uma notícia que estava arquivada no fundo do baú da minha mente. Atenção Rushmaníacos que pensam que a coleção está 100% completa: Alex Lifeson toca guitarra no CD “Lost Brotherhood” (1990) do grupo Gowan. Este grupo é liderado pelo vocalista e tecladista Larry Gowan. E, ainda tem mais: Jon Anderson e Robert Fripp participaram, respectivamente, dos seguintes álbuns do Gowan: “Great Dirty World” (1987) e “...But You Can Call me Larry” (1993). E o baixista Tony Levin tocou em quatro discos. Agora, o pior: Larry Gowan não é um grande compositor.

BRIAN MAY

Nos anos setenta, excetuando-se Led Zeppelin e Pink Floyd, nenhum outro grupo de rock se tornou tão popular como o Queen. Os seis primeiros discos são excelentes. Do álbum “Jazz”, em diante, é preciso “colocar reparo” em algumas músicas.

Brian May recebeu elogios de Frank Zappa, Jeff Beck e Steve Vai, entre outros. Seu grande momento guitarrístico é o disco “A Night at the Opera”. A detonação em “Death on Two Legs” é inacreditável.

Na maioria dos grandes clássicos do Queen, Brian May utilizou apenas 10% de tecnologia e 90% de criatividade. Lembre-se: não havia guitarra sintetizada no início dos anos 70.

O Queen gravou charleston (“Bring Back That Leroy Brown”), vaudeville (“Seaside Rendezvous”), valsa (“The Millionaire Waltz”), ópera (“Bohemian Rhapsody”), jazz (“Good Company”), heavy metal (“Ogre Battle”) e, pelo menos, duas baladas inesquecíveis: “Love of my Life” e “You Take my Breath Away”.

O disco solo de Brian May que eu recomendo é o EP “Star Fleet Project”. São três faixas. Destaque para “Blues Breaker (Dedicated to E.C.)”. E.C. é o Eric Clapton. Nesta música, Brian May e Eddie Van Halen estão tocando blues. O homenageado não gostou. Clapton achou estranho as alavancadas dos dois guitarristas. Eric Clapton é um dos poucos guitarristas que não usa alavanca.

JOHN MCLAUGHLIN

John McLaughlin é o guitarrista mais importante e mais influente da história do jazz-rock. Ele participou do antológico álbum “Bitches Brew”, de Miles Davis, gravado em 1969.

Ainda em 1969, o guitarrista gravou dois álbuns excelentes. O primeiro é “Emergency”, do Tony Williams Lifetime. Destaque para “Sangria for Three” (13:08). O outro álbum é “Infinite Search”, do baixista Miroslav Vitous. Destaque para “I Will tell Him You” (11:00).

Não sei informar quais são os melhores grupos de jazz-rock dos planetas Marte e Saturno. O que eu sei é que a Mahavishnu Orchestra é o melhor grupo de jazz-rock do planeta Terra. A discografia da Mahavishnu já

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (9 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

foi analisada, minuciosamente, em meu primeiro livro. A obra-prima n°1 é o disco “Birds of Fire” (1973).

Excetuando-se o álbum “Electric Guitarist”, nenhum outro álbum solo de John McLaughlin está no mesmo nível dos grandes álbuns da Mahavishnu. Electric Guitarist (título sensacional) foi gravado em 1978. Num português claro e direto: este disco só tem filé. São sete faixas e diversos convidados ilustres: Jack Bruce, Stanley Clarke, Tony Williams, Billy Cobham, Chic Corea, Carlos Santana, etc. O guitarrista toca sozinho, em dueto, trio, quarteto, quinteto, septeto, enfim, é uma grande festa jazzística. O track 6 (“Phenomenon:Compulsion”) é jazz-rock heavy metal: detonação setentista histórica. Detalhe: apenas guitarra e bateria.

ALLAN HOLDSWORTH

Aqui está apenas 1/9 do currículo de Allan Holdsworth: Igginbottom, Tony Williams Lifetime, Soft Machine, Gong, Jean Luc Ponty, UK, Bruford, etc.

“Metal Fatigue”, gravado em 1985, é o grande álbum da carreira solo. São seis tracks: três com vocais e três instrumentais. Recuso-me a comentar os vocais “burocráticos” de Paul Williams e Paul Korda. Por outro lado, “The Un-Merry-Go-Round”, de 14 minutos, é provavelmente a melhor composição da carreira solo. “Devil Take the Hindmost” é o outro destaque deste CD.

“I.O.U.” (1985) e “Atavachron” (1986) são dois álbuns excelentes. A capa de “Atavachron” é uma ilustração que mostra o guitarrista com uma Synthaxe (guitarra sintetizada). O design da Synthaxe é estranho e belíssimo.

Uma das melhores performances do guitarrista está no álbum “Heavy Machinery”, gravado em 1997. Formação: Holdsworth, o baterista Anders Johansson e o tecladista Jens Johansson.

Allan Holdsworth é o segundo guitarrista mais importante da história do jazz-rock. É inacreditável a quantidade de guitarristas que são apenas clones Holdsworthianos. Já cataloguei pelo menos uns trinta.

O maestro Ray Conniff não era guitarrista, mas fez 18 tours brasileiras. Juro que é verdade: dezoito! Este capítulo está sendo escrito em 18/04/02. Meu relógio informa: 06:13:32 PM. Até o presente momento, Allan Holdsworth ainda não se apresentou no Brasil. Realmente, é um país complicado. Realmente, é difícil.

AL DI MEOLA

Al Di Meola tornou-se mundialmente conhecido quando integrou o grupo de jazz-rock Return To Forever. O grande álbum do RTF é “Romantic Warrior”: Destaque para “Duel of the Jester and the Tyrant”. Personnel: Al Di Meola (guitarra), Chick Corea (teclados), Stanley Clarke (baixo) e Lenny White (bateria).

Sobre a discografia solo, a obra-prima do guitarrista veio ao mundo em 1977: “Elegant Gypsy”. Destaque para a faixa título (mezzo-jazz, mezzo-prog) e a excelente e rapidíssima “Race with Devil on Spanish Highway”.

Outro disco excelente é “Land of the Midnight Sun”, de 1976. Destaque novamente para a faixa título e para a suite “Golden Dawn”, composição de 9:47 dividida em três partes.

Al Di Meola, John McLaughlin e Paco de Lucia já lançaram três discos tocando apenas guitarra acústica. Além dos álbuns, há um vídeo semi-oficial intitulado: “A Special Guitar Summernight”. Trata-se do programa de TV Rockpalast (Alemanha). A duração do vídeo é um absurdo: 155 minutos.

PAT METHENY

Com apenas dois discos, 100% solo e 100% instrumental, é possível defender a tese de que estamos diante do guitarrista mais eclético e imprevisível do mundo. Utilizo a expressão 100% solo para discos gravados por apenas um guitarrista, sem a presença de outros músicos.

(1979) “New Chautauqua”. Pat Metheny: Electric 6 and 12 string guitars, acoustic guitar, 15 string harp guitar, electric bass. Fica até difícil de rotular este disco como jazz-rock. Não há rock. É um disco de jazz. Harmônicos celestiais, licks açucarados, riffs paradisíacos, enfim, um disco que você pode dar de presente para a sua:

A - ( ) mãe

B - ( ) irmã

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (10 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

C - ( ) namorada

D - ( ) esposa

E - ( ) amante

F - (x) todas as alternativas anteriores.

(1994) “Zero Tolerance For Silence”: Pat Metheny: guitar. Títulos das músicas: “Part 1”, “Part 2”, “Part 3”, “Part 4” e “Part 5”. Críticos especializados e fãs do guitarrista, classificaram este disco como muito barulhento e um dos piores álbuns do mundo. Estou em minoria. Considero este CD uma obra-prima e ainda digo mais: um pequeno trecho da parte 5 é assobiável.

Eu acompanhei a repercussão deste CD na Galeria do Rock, em São Paulo. Resumo: (1) Alguns clientes devolveram o CD. (2) Outros, compraram apenas para a coleção não ficar incompleta – mas eles não o escutam. (3) Em uma loja o disco ficou em promoção durante quatro anos: R$ 5,00. Vendeu recentemente. Resumo da ópera: experiências musicais radicais são apreciadas por apenas 1% do público que compra discos.

Cabe aqui o registro de um sonho: gostaria muito que Steve Vai e Joe Satriani gravassem um disco no “clima” de “Zero Tolerance for Silence”.

A grande revelação ficou para o final. “Zero Tolerance...” é na verdade um disco de.................. Dance Music! Calma! Eu já explicarei essa piada infame. Em 1997, saiu o álbum triplo “The Sign of 4”. Músicos: Pat Metheny e Derek Bailey (guitarras), Gregg Bendian e Paul Wertico (percussão). Repetindo: são três CDs. Quem não gostou de “Zero Tolerance...” não deve nem colocar as mãos em “The Sign of 4”. Se o leitor é fã, por exemplo, do B.B. King, NUNCA ouça este álbum: a audição completa provocará vômitos! “The Sign of 4” é tão barulhento, que após a audição completa descobri que o Slayer é apenas um grupo de reggae, e o Napalm Death só gravou boleros!

Quero deixar bem claro que “Zero Tolerance for Silence” e “The Sign of 4” são casos isolados na discografia do guitarrista. O som destes dois discos representa apenas 2% do repertório de Pat Metheny. Ele é um guitarrista bastante melódico e seu fraseado mostra uma grande influência de Wes Montgomery. Pat Metheny é fã de MPB e já foi namorado da atriz Sonia Braga.

SCOTT HENDERSON

Scott Henderson foi um dos melhores professores do GIT (Guitar Institute of Technology). Seu aluno mais famoso é o Frank Gambale. O guitarrista tocou com Joe Zawinul e Jean Luc Ponty, entre outros.

Scott Henderson e o baixista Gary Willis são os líderes do grupo de jazz-rock Tribal Tech. A obra-prima do Tribal Tech é o CD “Face First”, gravado em 1993. Jazz-rock nervoso, muito virtuosismo e muita detonação.

Fora do Tribal Tech, indico dois álbuns excelentes.

(1997) “Just Add Water”: disco solo do baterista Virgil Donati. Ele, Scott Henderson e o baixista Ricc Fierabracci fizeram uma jam session em 26 de dezembro de 1996. O resultado é este álbum.

(1998) “Vital Tech Tones”: a explicação para o título do álbum é a seguinte: Steve Smith (bateria – VITAL Information) Scott Henderson (guitarra – Tribal TECH) e Victor Wooten (baixo – Bela Fleck and the FLECKTONES). Vá direto até a faixa 6: “King Twang”.

Na carreira solo, Scott Henderson gravou dois discos de blues: “Tore Down House” e “Dog Party”.

FRANK GAMBALE

Frank Gambale nasceu na Austrália, mas reside nos Estados Unidos há muito tempo. Ele é o guitar hero nº 1 da terra dos cangurus.

Frank Gambale desenvolveu uma técnica de palhetada chamada sweep picking. Ele escreveu um livro, “Sweep Picking”, e gravou uma vídeo-aula, “Monsters Licks & Sweep Picking”, documentando suas palhetadas econômicas, mas altamente produtivas.

(1993) “The Great Explorers”: sem dúvida este é o melhor álbum solo de Frank Gambale. A cozinha é Satrianiana: Stu Hamm (baixo) e Jonathan Mover (bateria). Freddie Ravel e Tom Coster são os tecladistas. A

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (11 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

composição “She Knows me Well” é uma obra-prima: a técnica dos anos 90 e uma pegada dos anos 70. “She Knows me Well” é o ponto mais alto da carreira Gambaleana.

(1994) “Passages”: disco altamente recomendado para os fãs do período glorioso de Eric Clapton: Gambale registrou uma bela versão instrumental para “White Room”. As dez faixas restantes são composições próprias.

(1998) “Show me What You Can Do”: o baterista Steve Smith ataca novamente. Dessa vez com Frank Gambale e Stu Hamm. Um dos melhores discos de 1998.

EDDIE VAN HALEN

O primeiro álbum do Van Halen (“Van Halen”, 1978) a gente nunca esquece. Foi neste disco que Edward Ludewijk Van Halen registrou a composição Eruption, o belíssimo solo de guitarra que popularizou as técnicas de tapping/two hands. Mas é sempre bom repetir: Steve Hackett, em 1971, foi o pioneiro.

A história do Van Halen pode ser dividida em três fases, ou melhor, três vocalistas: David Lee Roth, Sammy Hagar e Gary Cherone.

Os seis discos com David Lee Roth são clássicos do hard rock, são discos inquestionáveis. O melhor é o “Fair Warning” (1981). “Fair Warning” está no mesmo nível dos grandes álbuns do Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath. Paul Gilbert e Jake E. Lee consideram “Fair Warning” um dos cinco melhores discos da história do rock.

No final da penúltima década do século passado, a revista Guitar World elegeu Eddie Van Halen como o melhor músico dos anos 80. A única “crítica” que podemos fazer é que o melhor músico dos anos oitenta nunca lançou um disco solo!!! Excetuando-se Randy Rhoads, Eddie Van Halen é o único guitar hero desse Top 30 que não gravou um disco solo. E eu imagino que, se não tivesse falecido, Randy Rhoads teria lançado um álbum solo.

Encerro esta primeira fase com duas observações: (1) O álbum “Diver Down” é o único disco de hard rock que tem clarinete: “Big Bad Bill (Is Sweet William Now”). O clarinetista é o pai do guitarrista: Jan Van Halen. (2) A performance do David Lee Roth no videoclipe de “Jump” é histórica: ele é o Mikhail Baryshnikov do hard rock.

Os discos com Sammy Hagar são bacanas, ele é um grande vocalista, mas David Lee Roth é insubstituível. E nos discos com Hagar, guitarristicamente falando, Eddie Van Halen não evoluiu: Vai e Satriani “aproveitaram” essa acomodação e dominaram o mundo.

O disquinho com Gary Cherone - “Van Halen III” - pode ser definido com duas palavras: muito ruim.

E agora chegou o momento S.R.H: seção rock humor. Aqui está a ficha técnica do primeiro e único disco do grupo The Van. Formação: Eddie Van Halen e Adrian Vandenberg (guitarras) Cees Van Leeuwen (baixo) Pierre Van Der Linden (bateria) Rick Van Der Linden (teclados) e Thijs Van Leer (flauta). Produtor: Vangelis. A capa e a contra-capa do CD são ilustrações extraídas de diversos quadros do Jan Van Eyck e do Van Gogh. Estilo musical: Vanguard. Título das três faixas: Vandalism, Vanilla e Vanity.

RANDY RHOADS

Em maio de 1979, Ozzy Osbourne saiu do Black Sabbath. Hoje, após 22 anos, podemos constatar que a saída de Ozzy deixou um saldo positivo. O grupo teve Ronnie James Dio e Ian Gillan nos vocais e o universo guitarrístico ficou conhecendo Randy Rhoads (poucas pessoas conheciam os álbuns do Quiet Riot).

A performance de Randy Rhoads no álbum “Blizzard of Ozz” (primeiro LP solo de Ozzy, lançado em 1981) é fantástica e impressionante. Das nove faixas, três são obras-primas: “I Don’t Know”, “Crazy Train” e “Mr Crowley”. No segundo álbum, “Diary of a Madman”, outra obra-prima: “Fly High Again”. Infelizmente o guitarrista faleceu em 1982, num desastre de avião.

“Blizzard of Ozz” é um álbum perfeito, o melhor disco da carreira solo de Ozzy. Este disco é até mais interessante do que o LP “Technical Ecstasy” (disco do Black Sabbath, com Ozzy). Não sei se é justo fazer esta comparação, pois, afinal, há uma diferença de cinco anos entre os dois álbuns. Mas, deixando as comparações de lado, a verdade é que Randy Rhoads, com apenas dois discos de estúdio (“Tribute”, ao vivo, é um álbum póstumo) tornou-se um guitar hero.

YNGWIE MALMSTEEN

A Suécia é um país que aparece discretamente na mídia. Porém, no século 20, três cidadãos suecos

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (12 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

tornaram-se mundialmente conhecidos: Ingmar Bergman (diretor de cinema), Björn Borg (tenista) e Yngwie Malmsteen (guitarrista). Malmsteen nasceu em 30 de junho de 1963. Bach, Vivaldi, Paganini, Blackmore e Hendrix são as principais influências do guitarrista.

A carreira internacional de Malmsteen começou na revista Guitar Player, na edição de fevereiro de 1983. Ele foi muito elogiado na coluna Spotlight, assinada por Mike Varney. Em 1983, ele e o vocalista Ron Keel formaram o grupo Steeler. O álbum, “Steeler”, saiu naquele ano e na música “Hot on your Heels”, Malmsteen toca um trecho de “Eruption” (Eddie Van Halen).

Yngwie Malmsteen saiu do Steeler e gravou dois álbuns com o grupo Alcatrazz: “No Parole from Rock’n’Roll” (1983) e “Live Sentence” (1984).

Em 1984, Malmsteen lançou o seu primeiro álbum solo, a obra-prima “Rising Force”: hard rock + música erudita + Fender Stratocaster debulhada a 480 km/h. São oito faixas. Duas músicas tornaram-se o Ú-N-I-C-O assunto guitarrístico do planeta Terra em 1984: “Far Beyond the Sun” e “Black Star”.

“Marching Out” foi lançado em 1985. O álbum é mais hard e menos erudito do que o primeiro. Destaque para duas faixas instrumentais: “Marching Out” e “Overture 1383”.

Após “Marching Out”, os discos foram ficando repetitivos e bastante comerciais, exceção apenas para o álbum de 1998: “Concerto Suite for Electric Guitar and Orchestra in E Flat Minor op 1”. Não é um disco nota dez, mas pelo menos não tem hard rock farofa.

Yngwie Malmsteen é um virtuose, sua técnica é brilhante, mas o problema – há muito tempo – é o quesito composição. Nas entrevistas ele diz que só ouve música erudita. Ok, nada contra, mas seria interessante se ele começasse a escutar Frank Zappa, Robert Fripp, Miles Davis, John Coltrane...

PAUL GILBERT

Coincidência histórica: Paul Gilbert também apareceu pela primeira vez na revista Guitar Player de fevereiro de 1983. No início de sua carreira ele recebeu críticas injustas: críticos “apressadinhos” diziam que ele copiava o estilo de Yngwie Malmsteen. Note bem: um é sueco, o outro é norte-americano. Tenho certeza que eles se “conheceram” quando leram a Guitar Player.

Além de Paul Gilbert, outros guitarristas também foram chamados de clones Malmsteenianos: Vinnie Moore, Tony Macalpine e Greg Howe, entre outros. Isto é um absurdo! Para tocar no estilo de Yngwie Malmsteen é preciso praticar pelo menos doze horas diárias durante muitos anos. Ninguém “vira” Malmsteen em apenas 30 dias. Outro fato importante é que estes guitarristas citam o Al Di Meola como uma grande influência. Al Di Meola sempre gostou de tocar em alta velocidade.

Grosso modo, a carreira de Paul Gilbert é esta: Racer X, Mr. Big e carreira solo.

(1988) Racer X: “Live - Extreme Volume”. Faixa 9: “Paul’s Solo”. Eu penso que este solo de guitarra do Paul Gilbert é nada mais nada menos do que o solo mais rápido do mundo!!! Nunca li, ou melhor, nunca vi, em revistas especializadas, a transcrição deste solo (fica aqui a sugestão...). Gostaria muito de saber quantas bpm o guitarrista atingiu.

Segundo a revista inglesa Total Guitar, em “Far Beyond the Sun”, Yngwie Malmsteen atingiu a velocidade de 162 bpm (batidas por minuto). Total Guitar também nos informa que, em “Lords of Karma”, Joe Satriani atingiu a velocidade de 160 bpm. Não sei se é correto comparar estas duas músicas de estúdio com o solo ao vivo de Paul Gilbert, mas para quem não é músico fica a impressão de que Paul Gilbert está pilotando uma Ferrari e deixou Malmsteen e Satriani nas duas últimas posições do grid de largada de uma corrida de fórmula 1, ou seja: 21º e 22º.

(1991) “Lean Into It”: é o melhor disco do Mr. Big. O destaque é “Green-Tinted Sixties Mind”, com sua, já clássica, introdução Gilbertiana. Assistir ao Paul Gilbert solando é quase uma experiência mística. Recomendo a aquisição de duas fitas de vídeo do Mr. Big: “Live” e “Live and Kickin”. Confira também os solos do baixista Billy Sheehan (com certeza: um dos melhores baixistas do mundo).

A carreira solo de Paul Gilbert é um pouco decepcionante. Gostaria muito que ele lançasse álbuns instrumentais, mas – surpresa – ele não gosta de discos instrumentais de guitarristas. Paul Gilbert saiu do Mr. Big e voltou a gravar com o Racer X. Eu ainda não ouvi os três álbuns que o grupo lançou recentemente.

VERNON REID

Hard rock + jazz + funk + virtuosismo criativo. Essa pequena fórmula define apenas 1/3 dos dois primeiros

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (13 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

excelentes álbuns do Living Colour, grupo liderado pelo guitarrista Vernon Reid.

(1988) “Vivid”: “Cult of Personality” e “Glamour Boys” são os “hits”, mas “Open Letter to a Landlord” foi a melhor canção de 1988.

(1990). “Time’s Up”: destaque para mais três músicas: “Elvis is Dead”, “Type” e “Information Overload”.

Todos os outros 29 guitarristas deste Top 30 compuseram músicas com “introduções guitarrísticas”, que causaram espanto a este que vos escreve. Mas a introdução de “Information Overload” é um absurdo! AQUILO é uma chicotada no ouvido! AQUILO é um coice no cérebro! Fique de olho no seu CD Player e confira os 26 segundos iniciais. Seria tão bom se Vernon Reid transformasse estes 26 segundos em 26 minutos...

(1993) “Stain”: o que é bom dura pouco. No caso do Living Colour, durou apenas dois discos. “Stain” é decepcionante. Em 1995, o grupo resolveu dar um tempo...

O Living Colour ficou “hibernando” durante seis anos. Em 2001, o grupo voltou aos palcos e já está gravando um novo álbum.

Em 1996, Vernon Reid lançou o seu primeiro álbum solo: “Mistaken Identity”. São 16 faixas (63:18) e eu não sei informar qual é a pior. É quase um disco de rap! O DJ Logic tocou um “instrumento diferente”: prato de toca discos.

Daqui a alguns minutos o leitor encontrará dois álbuns – excelentes – que Vernon Reid gravou em parceria com outros guitarristas.

JOE SATRIANI

Antes de se tornar um famoso guitar hero, Joe Satriani dava aulas de guitarra. Steve Vai, Kirk Hammett (Metallica) Larry Lalonde (Primus) e Alex Skolnick (Testament) foram alguns dos seus alunos.

Joe Satriani é um fenômeno, um guitarrista extraordinário. Um dos poucos guitarristas que consegue ser, na maioria das suas composições, 100% virtuose e 100% melódico. Ele nasceu em Nova York em 15 de julho de 1956. A discografia completa começa aqui.

(1984) “Joe Satriani”: EP com apenas quatro faixas. Reza a lenda de que a tiragem total deste vinil foi de apenas 250 cópias! Felizmente essas quatro músicas foram incluídas no CD “Time Machine”. Disco 100% solo e experimental. Em “Dreaming #11” ele reproduz o som de uma locomotiva a vapor. Em “I Am Become Death” percebo uma influência de Robert Fripp.

(1986) “Not of This Earth”: a genialidade do guitarrista já está presente em duas músicas: “Memories” e “Hords of Locusts”. Duas capas diferentes. Capa nº 1: uma foto do guitarrista. Capa nº 2: uma paisagem extraterrestre. Por que duas capas? A gravadora Relativity perdeu a foto original. A foto da paisagem foi comprada em um banco de imagens digitais. O título do disco é o nome de um filme de ficção científica de quinta categoria, dirigido por Roger Corman em 1957.

(1987) “Surfing With the Alien”: é muito difícil definir este álbum, pois a minha relação amorosa com as dez faixas é muito forte – sim, eu amo este disco!!! Algumas definições: (1) Obra-prima do primeiro ao último segundo. (2) O “Electric Ladyland” dos anos 80. (3) Joe Satriani possui dez dedos em cada mão. (4) O principal acontecimento guitarrístico de 1987. (5) O único acontecimento guitarrístico de 1987. (6) “Surfing With the Alien”, “Ice 9” e “Crushing Day”: juntas, estas três músicas formam a principal seqüência guitarrística matadora do século 20. (7) “Always With me, Always With You”: inefável, indizível, indescritível, enfim, inenarrável. (8) Sir Jeff Arau Peres, presidente da Real Sociedade Britânica de Gastronomia, descobriu que na fritura guitarrística das 10 faixas, Joe Satriani utilizou 280 latas de óleo de soja e 150 de óleo de algodão: recorde mundial!

(1988) “Dreaming # 11”: vamos voltar aos velhos tempos do vinil. Lado 1: “The Crush of Love”. Belíssima faixa inédita. Lado 2: três músicas gravadas ao vivo em 11 de junho de 1988. No vinil (literalmente: no vinil, não na capa) ele escreveu: “Joe Loves Rubina”. A frase – óbvio – não está no CD. Rubina é a esposa dele.

(1989) “Flying in a Blue Dream”: a faixa título é a melhor composição do guitarrista. O uso da alavanca, no início da música, é impressionante. A nota triste é que o título do álbum é uma referência à morte do seu pai. Eu suponho que a foto da capa (95% do seu corpo não está iluminado) é um sinal de luto.

O problema deste disco é que ele resolveu cantar (???!!!) algumas musiquinhas. Realmente, é difícil. “The Phone Call” e “Strange” são canções desagradáveis. Mas há instrumentais bacanas: “The Mystical Potato

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (14 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

Head Groove Thing” e “One Big Rush”.

(1992) “The Extremist”: felizmente as dez faixas são instrumentais e excelentes, exceto “Summer Song”, que é obra-prima.

(1993) “Time Machine”: CD 1: faixas raras e/ou inéditas gravadas em estúdio. No CD 2 são 14 faixas gravadas ao vivo. Aquisição obrigatória.

(1995) “Joe Satriani”: doze faixas decepcionantes. Este é o disco de “blues” do Satriani. O título de uma música, “Down, Down, Down”, define o álbum.

(1997) “G3 – Live in Concert”. Três guitarristas em uma tour. Joe Satriani, Eric Johnson e Steve Vai. Além do CD, adquira também o vídeo (o set list do Eric Johnson é diferente do CD).

(1998) “Crystal Planet”: este CD alterna composições boas e medianas, mas não há nenhuma música excepcional.

(2000) “Engines of Creation”: um álbum de música eletrônica!!! Os solos de guitarra estão bacanas, mas os momentos dançantes...

(2001) “Live in San Francisco”: excelente CD duplo gravado ao vivo. São 25 faixas. Também disponível em DVD.

(2002) “Strange Beautiful Music”: 14 faixas guitarrísticas sem nenhum momento tecno dançante! Os fãs estão felizes novamente.! Duas surpresas: (1) Pia Vai - esposa do Steve Vai - tocando harpa em “Chords of Life”. Será que realmente é ela ou o Steve... (2) Robert Fripp acompanhando Satriani em “Sleep Walk”: clássico guitarrístico composto em 1959 pelos três irmãos Farina ( Santo Farina, Johnny Farina e Ann Farina ). Sleep Walk foi eternizada pelo grupo The Shadows e coverizada por diversos guitarristas como, por exemplo, Larry Carlton, Steve Howe e Jeff Beck. As outras 13 faixas foram compostas pelo Satriani e a mais bacana é “Mind Storm”.

STEVE VAI

Steve Vai é filho de Johnny Vai e Theresa Vai. Ele nasceu em Long Island, Nova York, em 6 de junho de 1960.

Thereza Vai declarou que “ele sempre demonstrou muito interesse por música, mesmo quando era garotinho. A música o mantinha ocupado. Ele tinha um pequeno piano de brinquedo”.

Em 1970, ele estudava acordeão! O interesse pela guitarra surgiu em junho de 1972, quando ele resolveu que iria mudar de instrumento. Sua primeira guitarra custou cinco dólares. Comprou-a num saldão que rolava em uma garagem. A segunda guitarra foi um presente dos seus pais. Aí entrou em cena Joe Satriani, que morava bem próximo (um quilômetro e meio de distância). Foi na casa do Satriani que ele teve as primeiras aulas de guitarra.

O período de 1972 a 1978 (dos 12 aos 18 anos) foi fundamental para a sua formação musical. Ele praticava todos os dias, de segunda a segunda, sem descanso, de nove a dezesseis horas por dia. Ele almoçou e jantou várias vezes utilizando apenas uma mão, pois com a outra ele ficava fazendo exercícios na guitarra.

Em 14 de novembro de 2001, o jornal Folha de S.Paulo publicou uma entrevista com Michael Skerner, editor-chefe da revista Skeptic (Cético) e autor de dois livros: “Why People Believe Weird Things” (Porque as Pessoas Acreditam em Coisas Estranhas) e “The Borderlands of Science: Where Sense Meets Nonsense” (“As Fronteiras da Ciência: onde o Bom Senso Encontra o Nonsense”). Citarei um trecho da entrevista que tem tudo a ver com o aprendizado de Steve Vai: (...) “Essa é a questão das 10 mil horas. O que é preciso para ser um gênio criativo e alcançar o topo da sua área? Primeiro de tudo há uma regra das 10 mil horas mínimas. Se você quer dominar um esporte ou uma habilidade, isso vem com 60 horas por semana durante três anos e meio. Isso é verdade em todas as profissões. Não significa que você vai conseguir. Boa biologia e genes ajudam. Mas olhe Mozart. Ele não surgiu do nada como as pessoas pensam. Ele teve o pai e o treinamento e fez as 10 mil horas aos 6 anos. Devoção precoce ajuda o gênio a sair.” (...)

Ainda sobre o aprendizado de Steve Vai, cabe aqui uma analogia com Ayrton Senna, que nasceu em 21 de março de 1960. A diferença de idade entre os dois era de apenas 75 dias. No kart, no início da carreira, quando perdia uma corrida ele não ia imediatamente para casa. Todos os outros pilotos iam embora, mas ele ficava sozinho no kartódromo, dando voltas e mais voltas, sempre se aperfeiçoando.

Vai e Malmsteen nasceram, respectivamente, em 1960 e 1963. Eu e vários amigos que também nasceram

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (15 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

entre 1960 e 1963 nos identificamos muito com esses dois guitarristas. Eles começaram a escutar discos de rock com Jimi Hendrix, Ritchie Blackmore, Jimmy Page, enfim, eles começaram com os mesmos guitarristas que nós também começamos a curtir na adolescência. Vai e Malmsteen não tiveram que escutar Robert Johnson e Muddy Waters, entre outros. Eles já pegaram o “bonde andando”. Para muitos, isto é um sacrilégio. Para mim é absolutamente normal, e se a coisa toda fosse apenas discos de blues... (conheço alguns lunáticos que pensam que apenas o blues é sinônimo de “musicalidade guitarrística”).

Em setembro de 1978, Steve Vai mudou-se para Boston com o objetivo de estudar na Berklee College of Music. Ele ficou na Berklee até dezembro de 1979. Em setembro de 1979, começou a trabalhar para Frank Zappa como transcripter. Suas transcrições zappeiras estão reunidas num livro de 300 páginas: “The Guitar Book”. Vai mudou-se para Los Angeles em junho de 1980, já como membro oficial da banda de Frank Zappa. Na capa dos álbuns, Zappa definiu Steve Vai de três maneiras: (1) Strat Abuse (2) Impossible Guitar Parts (3) Stunt Guitar. Stunt significa dublê. Nas cenas, digo, nas notas muito perigosas, Zappa não arriscava a sua pele.

Steve Vai gravou e excursionou com Frank Zappa durante três anos. Em 1984, ele iniciou a carreira solo com uma obra-prima: “Flex-Able”. Em vinil, o lado 1 é “Flex”, e o lado 2 é “Able”. Além do bolachão, ele lançou um EP de 10 polegadas intitulado “Flex-Able Leftovers” (quatro músicas). Felizmente este EP raríssimo está no CD e só assim ficamos conhecendo “Chronic Insomnia”: oito guitarras mixadas de trás para frente.

No LP o lado flex é mais acessível e o lado able é mais experimental. “Next Stop Earth” tem 35 segundos. São apenas duas guitarras “trocando idéias”. Guitarra 1: imagine um extraterrestre conversando. Guitarra 2: imagine o barulho do escapamento de uma moto de cross. Mas a melhor música é “Call it Sleep”: um dos maiores momentos da história da guitarra elétrica.

Entre 1984 e 1990 a “vida discográfica” de Steve Vai foi assim:

(1985) “Disturbing the Peace”: álbum do grupo Alcatrazz. Destaque para “Wire and Wood” e “Desert Diamond”.

(1986) “Album”: não está creditado, mas Steve Vai tocou no álbum (intitulado “Album”) do grupo PIL (Public Image Limited). Acredite se quiser, mas eu juro que é verdade. Os outros músicos contratados pelo vocalista John Lydon (ex-Sex Pistols) para tocar neste álbum foram: Ginger Baker, Bill Laswell, Jonas Hellborg, Ryuichi Sakamoto e o Shankar.

(1986) “Eat ’em and Smile”: primeiro LP solo do David Lee Roth (“Crazy from the Heat” é um EP). Um dos melhores discos de hard rock. “Yankee Rose” e “Goin’ Crazy” são estupendas!

(1987) “Skyscraper”: após este álbum, David Lee Roth deveria ter voltado para o Van Halen...

(1989) “Slip of the Tongue”: álbum do Whitesnake. Para gravar o disco e fazer uma tour, Steve Vai ganhou 1 milhão de dólares. A partir de 1990, o guitarrista passou a se dedicar integralmente à sua carreira solo.

(1990) “Passion and Warfare”: obra-prima do primeiro ao último segundo! O melhor disco de Steve Vai! O melhor disco dos anos 90! São 14 faixas cuja avaliação só pode ser a seguinte: nota 10 para os quesitos composição e virtuosismo. “Passion and Warfare” é um álbum perfeito. “Passion and Warfare” é um disco incriticável

Preciso reservar esse parágrafo para tentar definir a música “For the Love of God”. É muito difícil, pois nesta faixa Steve Vai só pode ser classificado como gênio. Em certos momentos os gênios não podem ser resenhados por mortais comuns. O que eu posso fazer é dar um recado direto, curto e grosso: não morra sem antes escutar “For the Love of God”. Se essa audição não acontecer, você enfrentará alguns problemas quando partir deste mundo para um pior. Quem já escutou “For the Love of God” atravessará a fronteira com tranqüilidade.

A primeira execução ao vivo de “For the Love of God” aconteceu na Espanha, em Sevilha, naquele show que reuniu Steve Vai, Joe Satriani, Brian May, Rick Wakeman, Cozy Powell, etc. Para mim, a presença do Rick Wakeman neste show teve um significado especial. Wakeman, Vai e Satriani no mesmo palco! Eu defendo a tese (complicadíssima) de que Steve Vai e Joe Satriani são guitarristas de rock progressivo (os proggers não concordam comigo...).

Há videoclipes de três músicas de “Passion and Warfare”. Detalhes: (1) “For the Love of God”: a foto do iogue Paramhansa Yoganada. Quem é fã do Yes, sabe quem é este iogue. (2) “The Audience is Listening”: o cenário é uma escola. Na lousa está escrito: Deep Purple. (3) “I Would Love to”: a introdução do clipe (a menina sintonizando a TV) é bonus-track guitarrístico: estes efeitos não estão no álbum.

(1993) “Sex & Religion”: este disco deveria se chamar: pouco sexo, muita religião e quase nenhuma guitarra.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (16 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

Das 13 faixas, o debulho guitarrístico só acontece em uma: “Rescue me or Bury me”. Infelizmente, nesta música Steve Vai também é “vocalista” (???!!!).

(1995) “Alien Love Secrets”: sete faixas excelentes. Destaque especial para “Tender Surrender” e “Bad Horsie”.

(1996) “Fire Garden”: um CD simples, mas longo: 74:15. Vai dividiu o álbum em phase 1 e phase 2. A fase 1 é essencialmente instrumental. Na fase 2,com exceção da belíssima “Warm Regards”, oito músicas são, como diz o próprio Vai, “vocal selections”. Eu defendo a tese de que grandes guitarristas nunca deveriam abrir a boca e “tentar cantar”. Steve Howe, Joe Satriani e Steve Vai, entre outros, de vez em quando pagam alguns “micos vocálicos”. O mundo está repleto de vocalistas geniais. Há pelo menos uns vinte grandes vocalistas que aceitariam cantar em qualquer disco de Howe, Vai e Satriani.

Atenção, muita atenção, fãs de prog-rock: a instrumental “Fire Garden Suite” é progressivíssima, tem 9:56 de duração e é dividida em quatro partes: “Bull Whip”, “Pusa Road”, “Angel Food” e “Taurus Bulba”.

“Fire Garden” tem 18 faixas. Para quem não conhece o álbum, sugiro que a primeira audição comece pelo fim. Vá até a faixa 18: “Warm Regards”. Aperte a tecla repeat do seu CD Player: Ouça 18 vezes seguidas... e seja feliz! Na edição japonesa de “Fire Garden” há um bonus-track: “The Murder”.

(1998) “Flex-Able Leftovers”: além das quatro faixas do EP, temos aqui mais nove composições de um período que Vai define como “Flex-Able days: 1982 – 1984“ Destaque para a instrumental “Natural Born Boy”.

(1999) “The Ultra-Zone”: os gênios também pisam na bola. O melhor deste álbum é a belíssima capa. Autor: Aaron Brown. A ilustração é um mix de Roger Dean com Robocop! “Asian Sky”, com vocal de Koshi Inaba (quem?) é o pior momento da carreira do guitarrista.

(2000) “The 7th Song”. O álbum tem um sub-título: “Enchanting Guitar Melodies Archives Vol. 1”. O título deve-se ao fato de que em todos os álbuns anteriores a faixa 7 sempre foi uma balada, ou, como diz Steve Vai: “mellifluous guitar ballad”. O disco ainda tem três baladas inéditas, sendo que a melhor é “Boston Rain Melody”. No encarte Steve escreveu: “bonus track, hey hey”. Na verdade, essa faixa bônus está escondida, mas não é inédita. Trata-se de “Warm Regards”.

(2001) “Alive in an Ultra World”: álbum duplo e ao vivo que registra dois fatos inéditos na história do rock: (1) As 15 composições são inéditas (repetindo: o disco é ao vivo). (2) Na tour do álbum “The Ultra Zone”, Vai se apresentou em 32 países. As 15 músicas do CD foram inspiradas na cultura e no folclore de 15 países: uma idéia 100% original.

Por motivos óbvios, não há uma “coerência musical” entre as composições. Numa escala de zero até dez eu dou nota 5 para “Light of the Moon (Song for Australia)”. Por outro lado, sou obrigado a dar nota 10 para “Blood and Glory (Song for the United Kingdom)” pois é rock progressivo.

(2002 ) “The Ellusive Light and Sound Vol. 1”: inicialmente, reserve 20 minutos para ficar admirando os detalhes da belíssima capa. Este cd é uma espécie de “coletânea “ das trilhas sonoras compostas pelo guitarrista, mas com um “ detalhe cinéfilo “: algumas músicas foram inspiradas pelos filmes e, portanto, não estão presentes na trilha sonora original.O destaque óbvio é o famoso ( pelo menos entre os fãs do guitarrista ) duelo de guitarras do filme Crossroads. Mas o melhor momento do cd dura - infelizmente - apenas 40 segundos: “Air Guitar Hell”.

Steve Vai longe...

http://voiceprint.com.br/gtrbook/6.htm (17 of 17) [08/03/2003 09:16:22]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

A – ZPROLEGÔMENOS

INTRODUÇÃO

AS ORIGENS DA GUITARRA

JAZZ, BLUES & ROCK

1955 – 1967

TOP 30

A –ZGRANDES COMPILAÇÕES

BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4

G.E.D.I.E.P.F.P.G.E.

FONTES

Parte 1

Neste capítulo relaciono diversos guitarristas em ordem “mais ou menos” alfabética. A explicação para o mais ou menos: em ordem realmente alfabética, o guitarrista Steve Hillage, por exemplo, ficaria na letra H: Hillage, Steve. Só que ninguém entra em uma loja de discos e pergunta: "você tem algum disco do Hillage, Steve?" Portanto, não vamos complicar. Steve Hillage está na letra S.

É importante frisar que alguns guitarristas, aqui citados, já lançaram mais de 15 álbuns. Mas, sempre pensando no bolso do leitor, indico, na maioria das vezes, apenas o melhor disco. Ou, no máximo, dois álbuns.

Nessa jornada, o essencial é que darei nota para a Maioria dos discos. O leitor deve se guiar pelas notas. Alguns comentários são fúteis. Como exemplo, cito o guitarrista Jeff Watson: há uma informação que não tem nada a ver com o universo guitarrístico. A informação consta do livro por um simples motivo: acho insuportável escrever (ou ler) um livro sobre rock que seja todo “quadradinho”, com tudo muito “certinho”. Já li alguns livros sobre rock escritos em uma linguagem encontrada apenas em documentos jurídicos!

Sempre que for possível, indicarei o estilo do guitarrista: rock progressivo, hard rock, country instrumental, jazz-rock, etc.

Inicialmente pensei em adotar a seguinte pontuação para classificar os álbuns:

- Nota 1: lixo mundial

- Nota 2: lixo estadual

- Nota 3: lixo municipal

- Nota 4: ridículo

- Nota 5: péssimo

- Nota 6: ruim

- Nota 7: regular

- Nota 8: bom

- Nota 9: ótimo

- Nota 10: obra-prima

Para não causar polêmicas inúteis, achei melhor não criticar os discos que receberiam notas de 1 até 6. Exemplo: a discografia solo de um guitarrista cujas iniciais são T.R., e que tocou em um grupo cuja primeira letra é Y, merece nota 1 com louvor. A nota para a discografia solo de um guitarrista que é integrante de um grupo cujas iniciais são R.H.C.P., só pode ser 2. Enfim, relacionarei apenas os discos que receberão notas 7, 8, 9 e 10.

Antes de partirmos para a letra A, preciso dar um tratamento diferenciado para os guitarristas Santana (Carlos Santana) e Andy Summers.

Santana só não entrou no Top 30 por um simples motivo: não sei indicar qual o melhor disco dele, pois gosto de vários solos de guitarra em diversos discos. Mesmo em composições absurdamente pop, sua guitarra é magnífica. No álbum “Shut Up ‘ Play Yer Guitar”, Santana foi homenageado por Frank Zappa com uma composição: “Variations on the Carlos Santana Secret Chord Progression”. O leitor precisa conhecer, no mínimo, os cinco primeiros álbuns: Santana (1969), “Abraxas” (1970), “Santana 3” (1971), “Caravanserai” (1972) e o álbum gravado com o John McLaughlin: “Love, Devotion, Surrender” (1973). Neste último, há uma grande fritura guitarrística em “Let Us Go Into the House of Lord” (15:45).

Também não sei informar qual é o melhor disco solo de Andy Summers. Quase todos os álbuns são excelentes. Sua carreira é marcada pelo ecletismo: ele gravou, por exemplo, discos de jazz-rock e dois álbuns experimentais com Robert Fripp: “I Advanced Mask” e “Bewitched”. Para muitos, o melhor de Andy Summers

http://voiceprint.com.br/gtrbook/7.htm (1 of 9) [08/03/2003 09:16:29]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

ficou registrado nos cinco discos do Police. The Police foi o grande grupo pop dos anos 80. O “virtuosismo econômico” de Andy Summers e do baterista Stewart Copeland era inacreditável. O álbum “Synchronicity” é uma obra-prima.

Parte 2

ALBERT LEE. “Speechless” (1986). Country. Steve Morse não se cansa de elogiar Albert Lee. A capa deste disco é estranha: lutadores de luta livre (??) saltando de pára-quedas! Na bateria, uma surpresa: Chad Wackerman (Zappa, Holdsworth, etc). Nota 9.

ALVIN LEE. Vamos direto ao filé histórico: a versão turbinada de “Goin’ Home”, em 1969, no festival de Woodstock. A discografia é gigantesca: “Ten Years After”, “Alvin Lee & Company”, “Ten Years Later” e “Alvin Lee”. Nesse caso, indico uma coletânea: “The Essential Ten Years After”.

ALEX MASI. “In the Name of Bach” (1999). O sub-título explica o álbum: “Keyboard & Violin Music by Johann Sebastian Bach Performed on Various Guitars”. Nota 8.

ALEX SCHIAVI. “Guitar Solos” (1999). São 23 faixas. Faixa 1: “Solo n°1”. Faixa 2: “Solo n°2”. (...) Faixa 23: “Solo nº 23”. Disco 100% solo: uma Stratocaster e alguns efeitos. Prog-solos, minimalismo, solos pesados, enfim, um CD nota 10 que não é recomendado para quem leva a sério tudo o que representa estas iniciais: FHC, SBT e KLB.

ALEX SKOLNICK. “Attention Deficit” (1998). Trecho do encarte: “improvisation – oriented trio record”. Michael Manring (baixo) e Tim Alexander (bateria). Nota 9.

ANDRÉ DUCHESNE. Ele é o líder do grupo Les Quatre Guitaristes de L’Apocalypso – Bar. Os outros três são: Jean Pierre Bouchard, Claude Fradette e René Lussier. Lançaram dois discos. Conheço apenas o álbum de 1989: “Fin de Siécle – Music for Electric Guitars”. Vamos voltar aos velhos tempos do vinil. O lado 1 é devagar quase parando. O lado 2 é excelente, mas, em certos momentos, a influência de Robert Fripp é gritante. Nota 8.

ANDY POWELL (& TED TURNER). Os dois guitarristas da fase áurea do grupo Wishbone Ash. Destaque para o 2º e o 3º álbum: “Pilgrimage” (1971) e “Argus” (1972). Em “Pilgrimage” está a belíssima “Lullaby”. Em “Argus“ ficou registrado um dos grandes riffs da história do rock: “The King Will Come”.

ANTHONY PHILLIPS: ex-guitarrista do Genesis. Na extensa discografia solo há apenas 10% de guitarra elétrica. Ele prefere a acústica. O melhor álbum é “Slow Waves, Soft Stars”: a parte 7 da série “Private Parts and Pieces”. Neste disco, de 1987, ele também mostra que é um excelente tecladista. Nota 9.

BILL FRISELL. Uma discografia bastante eclética: jazz, country, folk, blues, etc. Em 1986 ele lançou um álbum 100% experimental, indicado apenas para quem detesta o Top 10 da revista Billboard: “Smash & Scatteration”. Bill Frisell & Vernon Reid: diversas guitarras e bateria eletrônica. Eles usam e abusam das guitarras sintetizadas Roland. Nota 9.

BLUES SARACENO. “Plaid” (1992). “Shred”, mas com swing e criatividade. O único ponto negativo é o extremo mau gosto na “decoração” das guitarras. Nota 9.

BON LOZAGA. “Full Circle Coming Home” (1993). Ex-guitarrista do grupo Gong. Indicado apenas para quem não se preocupa com originalidade. Ele é um clone do Allan Holdsworth. Nota 7.

BRAD GILLIS. “Gilrock Ranch” (1993). Ex-Ozzy Osbourne e ex-Night Ranger. Destaque para a balada “Slow Blow”. Nota 7. A melhor composição de Brad Gillis está registrada na coletânea “Guitar’s Practicing Musicians Vol 2”: “Galaxy 500”. Nota 10 para “Galaxy 500”.

BUCKETHEAD. “Giant Robot “(1994). Álbum conceitual engraçado e maluco. No encarte as letras estão completas, incluindo “coisas” como HEEURAAAUGH e RROAAARRR. Nas instrumentais, “Binge and Grab” é a melhor. Nota 9.

CARLOS ALOMAR. “Dream Generator” (1987). Ex-guitarrista do David Bowie. O curioso deste disco é que ele toca mais teclados do que guitarra. Nota 8.

CARL VERHEYEN (Group). “No Borders Plus”. O álbum saiu em 1988 pela FMV. Foi relançado em 1994 pela Legato Records. Guitarrista virtuose com leve influência de Steve Morse. Em “Gretchen’s Theme” há um convidado especial: Allan Holdsworth. Doze faixas instrumentais. Nota 9.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/7.htm (2 of 9) [08/03/2003 09:16:29]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

CHRIS HASKETT. “Nonfiction” (1997). Disco solo do guitarrista da Rollins Band. Felizmente, o vocalista Henry Rollins não foi convidado. O álbum é instrumental e contém algumas faixas nervosas. Nota 8.

DAVE MURRAY (& ADRIAN SMITH). Sem maiores delongas: entre 1980 e 2002 não surgiu nenhum grupo de heavy metal mais interessante do que o Iron Maiden. Pergunta difícil: qual é o melhor álbum do grupo? “The Number of the Beast” (1982) ou “Piece of Mind” (1983)?

DAVID T. CHASTAIN. “Instrumental Variations” (1987). Título bacana, capa belíssima e o virtuosismo dos anos 80. Impossível não se emocionar com “It Doesn’t Have to Be”. Nota 9

DUANE ALLMAN. Ex-guitarrista da Allman Brothers Band. Faleceu em 1971. Um dos maiores nomes da slide guitar. “At Fillmore East” (1971) álbum duplo e ao vivo, é o melhor disco. Uma dica para fãs de rock progressivo e jazz-rock, que ainda não descobriram o grupo: no CD “Live at Ludlow’s Garage” rola uma jam que dura exatamente 44 minutos.

DWEEZIL ZAPPA. “Havin’ a Bad Day” (1986). Todo mundo sabe, mas é bom repetir: filho de Frank Zappa. Infelizmente, ele não herdou a genialidade do pai. Fora do universo guitarrístico, Dweezil foi muito longe: ele namorou a atriz Sharon Stone.

ERIC JOHNSON. “Ah Via Musicom” (1990): 11 faixas. Ignore quatro canções: o vocal do guitarrista é pequenino e irritante. Nas sete instrumentais, há uma obra-prima: “Cliffs of Dover”. A melhor composição de Eric Johnson. “Cliffs of Dover” está no mesmo nível das melhores composições de Eddie Van Halen, Steve Vai e Joe Satriani.

ENVER IZMAILOV. “Black Sea” (1992). Enver Izmailov: electric guitar. Burham Öçal: darbuka, davul, saz e oud. Pouca guitarra e muita percussão. Izmailov nasceu no Uzbequistão. Öçal nasceu na Turquia. Nota 7.

FRANZ HOLTMAN. Ele é o líder do grupo Triton: um trio de jazz-rock. Arnd Geise é o baixista. O batera é Jost Nickel. Conheço dois álbuns: “Boomerang” (nota 9) e “Vivid Dreams” (nota 8). Este último foi dedicado ao Jan Akkerman.

FREDERIC L’ EPÉE. Nos anos 70 ele era o guitarrista do Shylock: grupo de prog-rock francês. Nos anos 90 ele formou o Phillarmonie. Na capa do primeiro álbum (“Les Elephants Carilloneurs” – de 1993) o grupo se define como Electric guitar trio: Frederic L ‘ Epée, Bernard Ros e Laurent Chalef. Há uma influência do Roberto Fripperama, mas é pequena: apenas 3%. Nota 10.

FRED MÜHLBOCK. Guitarrista do Novalis (grupo alemão de rock progressivo). Fred entrou no grupo em 1977. Portanto, ele não está presente no melhor disco do Novalis: “Sommerabend” (1976). Neste álbum o guitarrista é Detlef Job. Mas, em 1978, no disco “Vielleicht Bist Du Ein Clown?” (Talvez você seja um Palhaço?), Fred nos presenteou com uma obra-prima guitarrística: “Zingaresca”. Há outra faixa instrumental e mais quatro com vocais. Nota 10 para “Zingaresca”. Nota 7 para o restante do álbum.

GARY BOYLE. “Electric Glide” (1978). Jazz-rock. Ele nasceu na Índia, em 1941. Mudou-se para a Inglaterra em 1949. Oito faixas. Gary Moore toca em duas. O excelente batera Simon Phillips também está presente. Nota 9.

GARY HOEY. “Animal Instinct” (1993). Apenas com o título de três faixas, o leitor irá perceber o ecletismo do guitarrista: “Texas Son”, “Deep South Café” e “Motown Fever”. Atenção fãs do grupo Focus: ele coverizou “Hocus Pocus”. Nota 8.

GARY MOORE. Ele é um guitarrista veterano. Iniciou sua carreira em 1970 e ainda está na ativa. Resolvi escolher Gary Moore para ser “cobaia” de uma experiência ‘crítica’: resumir toda a obra de um guitarrista em apenas uma composição. A idéia é mostrar ao leitor, com apenas uma música, a obra-prima nº 1 do guitarrista. Escolhi a versão ao vivo de “Parisienne Walkways”, registrada no CD “Live At the Marquee” (1987). Após a audição, não fique com vergonha de se ajoelhar em frente ao CD Player...

GEORGE LYNCH. Eu sonho com o dia em que poderemos dispor de novos e modernos recursos em um CD Player. Veja o caso do grupo Dokken, por exemplo. O guitarrista George Lynch é genial, mas o vocalista Don Dokken... Seria ótimo se em qualquer CD Player existisse a seguinte tecla: eliminar vocalista chato. No Lynch Mob e na carreira solo, George Lynch não se saiu tão bem.

GLENN PHILLIPS. “Echoes” (1975 – 1985). CD duplo. Coletânea que reúne faixas de sete álbuns. Música instrumental mezzo-prog, mezzo-rock and roll setentista. O encarte do CD tem 40 páginas. Nota 9.

GORDON GILTRAP. Nos anos 70 ele abriu shows do Renaissance e do Wishbone Ash, entre outros, mas no Brasil ele é pouco conhecido. Na maioria dos discos ele toca guitarra acústica. Os CDs mais elétricos são

http://voiceprint.com.br/gtrbook/7.htm (3 of 9) [08/03/2003 09:16:29]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

dois: “Fear of the Dark“ (1978) e “The Peacock Party” (1979). Este último é um excelente álbum de rock progressivo. A capa e o encarte desse CD são extremamente belíssimos! Nota 9 para os dois discos.

GREG HOWE. “Ascend” (1999). Shred. Quem não gosta do estilo shred, gosta de criticar Greg Howe. Na maioria dos seus discos ele se concentra no virtuosismo e não dá muita atenção para as composições. Em “Ascend” isto não acontece: sete composições caprichadas e uma cover de “La Villa Strangiato”, do Rush. Nota 9.

HARVEY MANDEL. “The Snake” (1972). Trecho do encarte: “old rock guitar instrumental” (das nove faixas, oito são instrumentais). CD altamente indicado para quem não gosta de guitarristas velozes. Nota 9.

JAKE E. LEE. Ex-guitarrista de Ozzy Osbourne. No primeiro Rock in Rio (1985) ele simplesmente humilhou todos os outros guitarristas do festival. Porém, no grupo Badlands e na carreira solo, ele não se saiu tão bem. Aliás, carreira solo de apenas um disco: “A Fine Pink Mist” (1996).

JAMES BYRD. “Son of Man” (1995). Nove faixas. Escute este CD da seguinte forma: vá direto até a faixa 9: In “My Father’s House”. Aperte a tecla repeat. Após duas horas de audição: guarde o CD. Nota 10 para “In My Father’s House”. Nota 7 para o restante do álbum. Yngwie Malmsteen é a principal influência de James Byrd, mas em “In My Father’s House“ ele conseguiu superar o mestre. Impressionante!

JASON BECKER. “Perpetual Burn” (1988). “Shred” significa retalhar, picar, estraçalhar. Musicalmente, shred é o estilo dos guitarristas que tocam dois milhões de notas por segundo e sempre em alta velocidade (de vez em quando eles pisam no freio...). Nota 8 para este álbum e uma nota triste. A última notícia que eu tenho sobre Jason Becker: ele vive atualmente em uma cadeira de rodas e só consegue movimentar os olhos!

JEAN-PASCAL BOFFO. “Carillions” (1987). Rock progressivo instrumental. Guitarrista francês. Dez faixas excelentes e uma das mais belas capas do prog-francês. Nota 10. Curiosidade: “Jeux de Nains”, de 1986, é o álbum de Jean-Pascal Boffo que inaugurou o selo francês Musea. A história se repetiu: “Tubular Bells”, do Mike Oldfield, inaugurou o selo Virgin.

JEFF WATSON. “Lone Ranger” (1992). Muitos convidados ilustres neste CD: Allan Holdsworth, Steve Morse, os baixistas Bob Daisley e Randy Coven, entre outros. O problema é que as composições de Jeff Watson são raquíticas. Nota 7. Na longa lista de Thanks, uma surpresa: Morgan Fairchild. Para muitos ela é apenas uma atriz norte-americana. Para mim, ela é uma das mulheres mais belas do mundo!

JENNIFER BATTEN. “Momentum” (1997). Antecipadamente já peço desculpas às feministas xiitas, mas eu nunca perco uma piada: finalmente apareceu uma calcinha! Chega de tanta cueca! Jennifer deu aula no GIT, é loura, linda e ainda integrou a banda do Jeff Beck. “Momentum” é jazz-rock. A maioria das músicas gira em torno de 9 minutos. Nota 8.

JOE PERRY. Guitarrista do Aerosmith. Em 1975, no LP “Toys in the Attic”, ele gravou um dos melhores riffs de guitarra da história do rock: o riff de “Walk this Way”. Para um riff de guitarra ser considerado perfeito, ele precisa ser curto e simples. É completamente o oposto de um solo de guitarra: os melhores solos são longos e extremamente complicados. O riff de “Walk This Way” é perfeito, mas o melhor disco do Aerosmith foi lançado em 1989: “Pump”.

JOE WALSH (& DON FELDER). Vamos direto ao maior dueto de guitarras da história do rock: a parte final de “Hotel California”, do grupo Eagles. O disco saiu em 76 e quando o “clip” (na verdade, trecho de um show) passou na TV pela primeira vez, eu quase enfartei! Aquela Gibson de dois braços do Don Felder, as caretas guitarrísticas do Joe Walsh... Repito: é o maior dueto de guitarras do século 20! Só aceito discutir esta questão na presença do meu advogado. Nota 10.

JOHN ABERCROMBIE: “Characteres”. (1978). O jazz da gravadora ECM. Disco 100% solo. Acoustic and electric guitars, electric mandolin (e nada mais). Música relaxante e suave. Nota 8.

JOHN ETHERIDGE. “Ash” (1992). Jazz-rock. Ex-guitarrista do Soft Machine. Seis composições dele e seis covers. Destaque: “Little Wing” (Jimi Hendrix). Nota 8.

JOHN JORGENSON. Ele é o líder do grupo The Hellecasters (Hell+Stratocaster/Telecaster). The Hellecasters é um trio de country rock instrumental: Will Ray e Jerry Donahue também são guitarristas. A obra-prima nasceu em 1993: “The Return of the Hellecasters”. Nota 10.

JOHN PETRUCCI. Guitarrista do Dream Theater. Em 1998, ele foi convidado pelo baterista de seu grupo (Mike Portnoy) para, junto com Tony Levin (baixo) e Jordan Rudess (teclado), completar a formação de um projeto que foi batizado como Liquid Tension Experiment. O disco foi gravado em apenas seis dias e é uma obra-prima. Nota 10.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/7.htm (4 of 9) [08/03/2003 09:16:29]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

JOHN SCOFIELD. Guitarrista de jazz-rock com um passado glorioso: tocou com Miles Davis. Conheço apenas 12 álbuns. Acredite: é pouco. Ele já deve ter gravado uns 30 discos! O disco “A Go Go” (1998) é excelente, mas eu não sei informar qual é o melhor álbum de John Scofield (Continuarei pesquisando).

JOHNNY WINTER: “Still Alive and Well” (1973). Blues, rock e country. Em CD, duas bonus tracks: “Lucille” (Little Richard) e “From a Buick Six” (Bob Dylan). Nota 8.

(The) JON FINN (Group). “Don’t Look So Serious” (1994). Guitarrista virtuose e criativo. As composições originais são excelentes e ainda há uma cover de “Hoedown” (Aaron Copland) que ficou bem próxima da cover definitiva: a versão ao vivo feita pelo Emerson, Lake & Palmer. Nota 9.

KENNY HAKANSSON. “Spelar Ganglatar Och Springlekar” (1978). Nos anos 70 ele foi um dos guitarristas do Kebnekaise: grupo sueco de rock progressivo. Disco 100% solo que pode ser definido como uma “reunião” de diversos estilos do folk escandinavo. A maioria das músicas é tradicional, mas o arranjo foi feito por ele. O álbum é interessante, mas as músicas são muito parecidas. Nota 8.

LARRY CARLTON. “Last Nite” (1987). Jazz-rock. Gravado ao vivo. Seis faixas, mas duas são covers: “All Blues” e “So What” (ambas compostas por Miles Davis). Nota 8.

LARRY CORYELL. Um dos grandes nomes da história do jazz-rock, ao lado de Mclaughlin, Holdsworth e Meola. Está na ativa desde os anos 70. O álbum “Back Togheter Again” (1979) é excelente, mas eu indicarei um álbum mais recente: “Cause and Effect” (1998). Mais um projeto do baterista Steve Smith. O tecladista Tom Coster completa o trio. Nota 9.

LESLIE WEST. “Live” (1993). Hard rock. Todo disco ao vivo de guitarrista deveria começar assim. Faixa 1: “Intro Guitar Solo”. Mas o grande momento é “Theme for an Imaginary Western”. Nota 9

MANNY CHARLTON (& ZAL CLEMINSON). Os dois guitarristas do Nazareth que atuaram brilhantemente no álbum “No Mean City” (1978). Considero Star uma das melhores baladas da história do hard rock.

MANUEL GOTTSCHING. Rock progressivo. Ex-integrante do grupo alemão Ash Ra Temple. Em 1974, ele lançou o álbum “Inventions For Electric Guitar”, uma experiência radical: todas as notas e efeitos foram extraídos apenas de uma guitarra elétrica. Imagine o prog-eletrônico do Tangerine Dream se acasalando com o minimalismo de Phillip Glass. O disco também é conhecido como “Ash Ra Temple VI”. Nota 9.

MARC BONILLA. Ele lançou dois álbuns. “EE Ticket” (1991): Nota 8. Keith Emerson toca piano em uma faixa: “White Noise”. “American Matador” (1993): Nota 9. Além das boas composições, três covers: “Prélude” (Maurice Ravel), “I Am the Walrus” (Beatles) e “A Whiter Shade of Pale” (Procol Harum). Esta última em duas versões: instrumental e com vocal (Glenn Hughes, ex-Deep Purple).

MARC RIBOT: “Rootless Cosmopolitans” (1990). Ele tocou com, entre outros, Tom Waits e Lounge Lizards. CD indicado para quem aprecia free-jazz e está preparado para ouvir versões “estranhas” de “The Wind Cries Mary” (Hendrix) e “While my Guitar Gently Weeps” (Beatles). Nota 9.

MARK KNOPFLER. Vamos direto ao que interessa: “Sultans of Swing”, do grupo Dire Straits, é uma obra-prima. É a melhor composição de Mark Knopfler. Sobre a carreira solo não posso comentar, pois não levo a sério discos de trilha sonora. 90% da carreira solo é trilha sonora. Não faz sentido escutar um CD de trilha sonora sem ter visto o filme. Ele compôs diversas trilhas, mas não me interessei pelos filmes (diretores do 3° escalão, roteiros meia-boca, etc).

MARTIN BARRE. Guitarrista do Jethro Tull. Todo prog-fã tem o seu disco preferido: o meu é “Thick As a Brick” (1972). Da carreira solo conheço apenas “The Meeting” (1996).11 faixas. Programe no seu CD Player as músicas ímpares: 3, 5, 7, 9 e 11. São instrumentais e interessantes. No restante você encontrará a voz insuportável de uma mulher: Maggie Reeday. Nota 8.

MARTY FRIEDMAN. No início, o shred clássico: muita “correria”. Depois ele integrou o Megadeth (thrash metal). True Obsessions é o seu melhor disco. Das dez faixas, oito são instrumentais. O riff de “Rock Box” é adrenalina pura! “Farewell” irá agradar fãs de prog-rock. Nota 9.

MICHAEL ANGELO. “No Boundaries” (1994). Shred. Ele toca em uma guitarra Washburn de dois braços, mas em forma de V. Duplo shred. Nota 8.

MICHAEL LEE FIRKINS. “Chapter Eleven”. No encarte e na capa não consta o ano. Provavelmente, 1991 ou 1992. 80% é country rock instrumental. Nota 8.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/7.htm (5 of 9) [08/03/2003 09:16:29]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

MICHAEL SCHENKER. Ex-guitarrista do Scorpions e do UFO. Formou o Michael Schenker Group em 1980. Indico um álbum mais recente: “Adventures of the Imagination” (2000). O disco tem um sub-título: “Electric Instrumental”. Nota 9.

MICK BOX. Guitarrista do grupo Uriah Heep. O melhor dos cinco primeiros álbuns está no disco “Live” (1973). Aquisição obrigatória. Nota 10.

MICK TAYLOR. Considero a música “Time Waits For no One” como um dos maiores momentos guitarrísticos dos Rolling Stones. Álbum: “It’s Only Rock ‘N ‘ Roll” (1974). O curioso é que Mick Taylor saiu dos Rolling Stones justamente por não ter recebido crédito como um dos co-autores de “Time Waits For no One”!! Os discos da carreira solo não me sensibilizaram.

MIKE OLDFIELD. Em 1999, ele lançou um CD que, pelo título, deveria ser o seu melhor disco. Título: “Guitars”. Minha nota: 7. O melhor disco de Mike Oldfield ainda é o “Tubular Bells” (1973): obra-prima do primeiro ao último segundo.

MIKE STERN. “Upside Downside” (1986). Jazz-rock (ou jazz?). No consenso quase unânime da crítica especializada (nacional/internacional) este é o melhor disco de Mike Stern. Para mim é complicado analisar um disco solo de guitarrista que está repleto de solos de saxofone (Bob Berg e David Sanborn). Sobre as composições, prefiro não expressar o que eu penso sobre “After You”. Nota 7.

NEAL SCHON. Entre 1981 e 2001, o ex-guitarrista do Journey lançou sete álbuns. Mas eu quero destacar “Don’t Stop Believin’” (o maior hit do Journey). OK, é rock arena, tocou em todas as FMs do mundo – tocou até em AM – mas eu vejo esse hit com outra visão. O segundo solo do Neal Schon dura apenas 16 segundos. Isto significa que, em 1981, uma grande parte da população mundial que escuta rádio, conheceu, simultaneamente, um belíssimo solo de guitarra. Mas fica a grande dúvida: a maioria dos ouvintes prestou atenção no solo de guitarra ou se concentrou apenas no refrão? “Don’t Stop Believin’” foi registrada no álbum “Escape” (1981).

(The) NELS CLINE (Singers). “Instrumentals” (2002). Um trio liderado pelo guitarrista Nels Cline. Baixista: Devin Hoff. Batera: Scott Amendola. Jazz-rock inclassificável, pois há momentos nervosos, cool jazz e vanguarda. Nota 9.

NICKY SKOPELITIS. Ele tocou em oito álbuns do grupo The Golden Palominos e, entre outros, em dois discos do baterista Ginger Baker. Na discografia solo, três álbuns experimentais: “Next to Nothing” (1989), “Ekstasis“ (1993) e “Revelator” (2001). Este último é o melhor e foi gravado em parceria com o guitarrista Raoul Bjorkenheim. São quatro faixas de 15 minutos. Nota 9.

PAUL KOSSOF. Ex-guitarrista do grupo Free (hard rock). Entre 1969 e 1973, foram sete álbuns. É óbvio que indicarei o disco “Fire and Water” (1970). Motivo: “All Right Now”. Ele faleceu em 1976. Tinha apenas 26 anos.

PHILIP CATHERINE. “Sleep my Love” (1979). Prog-jazz. Ele toca guitarra acústica, elétrica e sintetizada. Charlie Mariano (sax e flautas) e Jasper Van’t Hof (teclados) são os outros músicos. Não há baixo nem bateria! Nota 10.

RAY FENWICK (& MICK GRABHAM). Respectivamente, ex-guitarristas do Spencer Davis Group e do Procol Harum. Em 1972 eles “quase” lançaram o álbum “Guitar Orchestra”. O disco não saiu porque a Elgar Society não autorizou a coverização guitarrística para “Pomp and Circumstance” (composta por Sir Edward Elgar: 1857 – 1934). O álbum só foi lançado em 1997! (as composições de Elgar passaram a ser public domain). Com muita pompa, “Pomp and Circumstance” (9:04) inicia este CD, que tem outras faixas instrumentais e uns hard rocks setentistas. A capa é simplesmente um l-u-x-o!!! 35 (trinta e cinco) guitarras e “trocentos” amplificadores vintage: Vox e Marshall. Nota 8 para as composições. Nota 10 para a capa do disco.

REEVES GABRELS. Ele ficou conhecido quando integrou o Tin Machine (grupo liderado pelo David Bowie). Na discografia solo, apenas dois álbuns: “The Sacred Squall of Now” (1995) e “Ulysses – Della Notte” (1999). O problema nestes discos é que ele resolveu “cantar” em alguns tracks e também convidou “vocalistas” estranhos (o ator Gary Oldman canta no primeiro disco). A melhor composição instrumental de Reeves Gabrels está registrada no álbum “Guitar’s Practicing Musicians Vol.2”. Título : “McCarthy at the Levee”.

RICHARD PINHAS. Ele foi o líder do Heldon: grupo de rock progressivo francês. Os sete álbuns do Heldon foram lançados entre 1974 e 1979. O mais guitarrístico é o segundo: “Allez Teia” (1975). Neste CD o grupo é um duo: Richard Pinhas: guitarras, sintetizadores, Mellotron e tapes. Georges Grumblatt: guitarras, sintetizadores e Mellotron. As sete composições foram inspiradas na parceria Robert Fripp/Brian Eno. Isto já fica claro no título da primeira faixa: “In the Wake of King Fripp” (não existe homenagem guitarrística mais explícita!!!). Agora, o melhor: o disco é bastante original. Nota 9. Detalhes: (1) Allez Teia significa: a verdade. (2) A capa do CD é uma foto clássica: um soldado francês se preparando para descer o cacete em um

http://voiceprint.com.br/gtrbook/7.htm (6 of 9) [08/03/2003 09:16:29]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

estudante que acaba de levar um tombo – uma cena extremamente violenta. A carreira solo de Richard Pinhas iniciou-se em 1977. Curiosidade: no álbum “L’ Ethique” (1982) o filósofo Gilles Deleuze (1925 – 1995) participa de duas faixas.

ROBIN GUTHRIE. Guitarrista do grupo Cocteau Twins. O CD “Treasure”, lançado em 1984, é excelente. Um álbum muito requintado para ser classificado apenas como pop. Ele detona nos overdubs de guitarra e Elizabeth Fraser canta “letras que não existem” (ela “cria” palavras, preocupando-se apenas com o efeito sonoro que elas causarão). Nota 9.

ROBIN TROWER. “Bridge of Sighs” (1974). Blues-rock. Ele saiu do Procol Harum em 1971. Este é o 2° álbum solo. O maior destaque é a faixa título. Na versão remasterizada há cinco bonus-tracks. Nota 8

ROBBEN FORD. “Tiger Walk”. (1997). Jazz-rock com pitadas de blues. Dez faixas instrumentais. Composições sublimes. Solos admiráveis. Nota 10.

RORY GALLAGHER. “Irish Tour ’74” (1974). Blues-rock. O debulho guitarrístico rola solto nas faixas mais longas deste play: “A Million Miles Away” (9:31) e “Who’s That Coming” (10:01). Nota 8.

RON THAL. “The Adventures of Bumblefoot” (1995). Virtuosismo e senso de humor refinado. A guitarra principal é a Swiss cheese guitar: uma guitarra com a forma de um queijo suíço, isto é, cheia de buracos. Destaques: “Q Fever”, “Malignant Carbuncle” e “Fistulous Withers”. Nas três, uma pequena influência de Steve Vai. Nota 9.

ROY BUCHANAN. “You’re Not Alone” (1978). Quase toda a discografia é constituída por álbuns de blues. QUASE! “You’re Not Alone” é um álbum de... ROCK PROGRESSIVO!! Os timbres de guitarra na faixa título (oito minutos!) e em “Fly ...Night Bird” (7:40) são simplesmente inacreditáveis! Por favor: pare de ler imediatamente e compre este disco agora. Nota 10.

RY COODER. Ele toca guitarra, banjo e violão, mas se notabilizou na slide guitar. Seu segundo melhor álbum é a trilha do filme “Paris, Texas”: o melhor filme de Wim Wenders (seu nome inspira um trocadilho: “Wimvenders e aprendenders”). O melhor disco foi lançado em 1993: “Ry Cooder & V.M. Bhatt”. “A Meeting by the River”. Vishwa Mohan Bhatt é indiano e emprega a técnica de slide em um instrumento de 20 cordas construído por ele: Mohan Viná. Ry Cooder encontrou-se com V.M. Bhatt em uma capela, na Califórnia, e o resultado é este CD: quatro faixas acústicas e totalmente improvisadas. Nota 10.

SCOTT McGILL. “Addition by Subtraction” (2001). Problema: o guitarrista gosta MUITO do Allan Holdsworth. Por outro lado, o baixista Michael Manring está detonando. Nota 7 para o guitarrista. Nota 10 para o baixista.

SHAWN LANE. “Powers of Ten” (1992). 11 faixas devagar quase parando. Nota 7. Shawn Lane está melhor em “Temporal Analogues of Paradise”: CD do baixista Jonas Hellborg. Jazz-rock. Nota 9.

SLASH. Ex-guitarrista do Guns‘n‘Roses. Nunca tive um disco do Guns, mas assisti a todos os videoclipes. O que mais me impressionou foi a guitarra da música “November Rain”. Aliás, todas as partes guitarrísticas desta canção são excelentes. Há uma falha gravíssima no clipe. Eles estão dentro de uma igreja enorme (cabem umas 500 pessoas). No momento do belíssimo solo, Slash sai da igreja (dúvida teológica: é pecado fazer solo de guitarra dentro de uma igreja?) e se desloca para uma área deserta. Então, a produtora do clipe providenciou uma igreja minúscula (de papelão?) com capacidade para abrigar apenas um anão!

STANLEY JORDAN. Ele criou uma técnica conhecida como touch technique: a guitarra é tocada como se fosse um piano. Devido à belíssima cover de “Stairway to Heaven”, indico o álbum “Flying Home” (1988). Se bem que as baterias eletrônicas de algumas faixas... Nota 8.

STEVE FISTER. “Shadow King” (1996). Ele já tocou (ainda toca?) no Steppenwolf. Fister é um guitar hero criativo que conta com Greg Bissonette e Stu Hamm em todas as onze faixas deste CD. A faixa título é um blues instrumental de arrepiar os cabelos. Nota 9.

STEVE HILLAGE. Rock progressivo. Ex-guitarrista do grupo Gong. Iniciou a carreira solo em 1975. Até 1978 foram mais três discos. O melhor dessas quatro bolachas está registrado no excelente “Live Herald” (1979). Prepare-se para as fortes emoções de “Meditation of the Dragon”. Nota 10.

STEVE KHAN. Guitarrista de jazz-rock. A audição do CD “Casa Loco” (1983) foi a última tentativa que eu fiz para descobrir qual é o disco legal de Steve Khan. No total foram oito discos, ou, oito tentativas. Eu desisto!

STEVE STEVENS. No currículo, um passado negro: ele tocou com Michael Jackson e Billy Idol. Cabe aqui uma piada politicamente incorreta: o passado não é mais negro, pois agora o Michael Jackson é branco. Em 1997, o baterista Terry Bozzio convidou Steve Stevens e o baixista Tony Levin para gravar um CD com

http://voiceprint.com.br/gtrbook/7.htm (7 of 9) [08/03/2003 09:16:29]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

composições improvisadas. Resultado: “Black Light Syndrome” (gravado em apenas quatro dias). Foi esse projeto que inspirou a criação do Liquid Tension Experiment. O disco já começa com uma porrada progressiva: “The Sun Road” (quase 15 minutos!). Que legal: os anos 70 voltaram! Nota 10.

STEVE TIBBETS. Infelizmente perdi meu precioso tempo ouvindo três álbuns que não me sensibilizaram: “Northern Song” (1982), “Exploded View” (1986) e “The Fall of Us All” (1994). Nota 7 (para os três discos).

STEVIE RAY VAUGHAN. Blues-rock. Uma grande parte da crítica especializada (nacional e internacional) afirma que ele foi um gênio. Escutei todos os álbuns e não consegui captar essa genialidade. Como eu não sabia que disco indicar ao leitor, fiz uma pesquisa informal com 12 fãs do guitarrista. Desse total, dois são críticos musicais. O resultado da pesquisa: “Texas Flood” (3 votos) e “Couldn’t Stand the Weather” (9 votos).

SONNY SHARROCK. O guitar hero é praticamente desconhecido no Brasil. Warren Harding Sharrock nasceu em 27 de agosto de 1940, em Ossining, Nova York, EUA. Faleceu em 25 de maio de 1994, em Ossining. Nova York. A obra-prima nº 1 é o disco “Seize the Rainbow” (1987): free-jazz-rock from hell com algumas pitadas de hard rock instrumental! Se estivesse vivo, Jimi Hendrix daria nota 10 para este disco. Eu vou dar nota 11. Em 1986, saiu a obra-prima nº 1: “Guitar”. Note bem: não é obra-prima nº 2. Os dois discos são tão bons... que deu empate! O título é excelente e merece um replay: “Guitar”. Apenas guitarra elétrica. Ele está sozinho nas nove faixas. Por favor, não demore: telefone imediatamente para o seu lojista preferido e faça logo a sua encomenda.

TED NUGENT. “Double Live Gonzo!” (1978). Tudo começou no grupo Amboy Dukes. Entre 1967 e 1974 foram oito álbuns. No início dos anos 70, Ted Nugent – o maior marqueteiro da história da guitarra elétrica – fez de tudo para poder aparecer e iniciar uma carreira solo. Nos shows ele ligava todos os amplificadores no último volume. Fora do palco ele mesmo se encarregou de espalhar esse boato: Ted Nugent é o melhor guitarrista do mundo (reza a lenda que ele chegou a dizer: “Page e Beck são uns bundões”). Deu certo! O público começou a lotar os estádios para ver (e ouvir) se era mesmo verdade. Não era, mas a carreira solo começou em 1975. O destaque deste CD é uma longa faixa instrumental: “Hibernation”. A gravadora CBS deveria ser processada, pois duração de faixa é um tema sagrado. Na capa e no encarte do CD está escrito 6:55. Na verdade é uma composição de 16:54. Tirando as enrolações e o blá blá blá, é praticamente um solo de guitarra de uns 13 minutos. Nota 10 para este solo. Nota 8 para o restante do CD.

TERJE RYPDAL. “Odissey” (1975). Jazz-rock. Destaque, entre as sete faixas, para duas composições longas: “Adagio” (13:10) e “Farewell” (11:22). Belos solos Stratocásticos. Nota 9.

TOMMY BOLIN. Ele iniciou sua carreira no grupo Zephyr, gravou dois discos com a James Gang, mas sempre será lembrado como o substituto de Ritchie Blackmore no Deep Purple (gravou o excelente álbum “Come Taste the Band”). Mas a melhor performance do guitarrista foi no disco “Spectrum”, do baterista Billy Cobham. Tommy Bolin faleceu em 4 de dezembro de 1976.

TONY MACALPINE. Ex-shred? Em 2000, ele lançou o disco/projeto “Cab”. Um álbum de jazz-rock. Completam o trio: Bunny Brunel (baixo) e Dennis Chambers (bateria). Macalpine também toca teclados. Nota 8.

VINNIE MOORE. “Live” (1999). Shred (mas com algumas passagens acústicas e até flamenco). Antes deste CD ao vivo, há cinco de estúdio. Indico este ao vivo, pois suponho que, num álbum Live, qualquer guitarrista quer mostrar as suas melhores composições. E a melhor de todas está aqui: “Watching From the Light”. Nota 9.

VIVIAN CAMPBELL. “Holy Diver” (1983). Heavy metal. Primeiro (e melhor) álbum da banda Dio (grupo liderado pelo melhor vocalista de heavy metal: Ronnie James Dio). Vivian Campbell está brilhante em todo o álbum. Nota 9.

WARREN CUCCURULLO. “Thanks to Frank (1996). Currículo: Frank Zappa, Missing Persons e Duran Duran. O título do CD é um agradecimento ao mestre: Zappa. Uma das melhores homenagens prestadas ao Zappa. Cuccurullo é um guitar hero: confira em “The Spider”. Este CD também é indicado para fãs de bateristas, pois Vinnie Colaiuta (ex-Zappa) está encapetado e resolveu destruir pratos, bumbos, caixas, enfim, quebradeira total. Nota 10 para “The Spider”. Nota 9 para o restante.

WOLF HOFFMANN. “Classical” (1997). Disco solo do guitarrista do Accept (grupo alemão de heavy metal). Mais uma bela fusão de guitarra (elétrica e acústica) e música erudita. “Western Sky” é a única composição original. As outras dez são “covers eruditas”. Destaques: “Bolero” (Ravel) e “Pomp and Circumstance” (Elgar). Este CD só saiu no Japão. No encarte, Kei Nagase (crítico da revista japonesa Young Guitar) comenta todas as músicas. Infelizmente, o texto está escrito em japonês. Nota 9.

ZAKK WILDE. Mais um guitarrista revelado por Ozzy Osbourne. Como já fiz anteriormente (vide Gary Moore) resumirei toda a obra em apenas uma composição: “No More Tears” (registrada no álbum “No More Tears”,

http://voiceprint.com.br/gtrbook/7.htm (8 of 9) [08/03/2003 09:16:29]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

do Ozzy). A criatividade e a performance do Zakk Wilde em “No More Tears” é tão impressionante, que essa música é um dos maiores momentos da história do heavy metal.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/7.htm (9 of 9) [08/03/2003 09:16:29]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

GRANDES COMPILAÇÕESPROLEGÔMENOS

INTRODUÇÃO

AA ORIGENS DA GUITARRA

JAZZ, BLUES & ROCK

1955 – 1967

TOP 30

A –Z

GRANDES COMPILAÇÕESBRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4

G.E.D.I.E.P.F.P.G.E.

FONTES

Em 1987, a gravadora IRS lançou o projeto “No Speak”: álbuns instrumentais de diversos músicos. No volume 008 do projeto surgiu a série “Guitar Speak “(1988). “Guitar Speak II” saiu em 1990 e “Guitar Speak III” fechou a trilogia em 1991. Os três CDs são excelentes, mas indicarei apenas as duas melhores faixas de cada disco.

“Guitar Speak”: 12 guitarristas. Top 1: “Captain Zlogg” (Hank Marvin). Top 2: “Sharp on Attack” (Steve Howe).

“Guitar Speak II”: 10 guitarristas. Top 1: “Miranha” (Tony Iommi). Top 2: “Head the Ball” (Bernie Marsden).

“Guitar Speak III”: 10 guitarristas. Top 1: “Crystall Ball” (Nils Lofgren). Top 2: “A Life in Movies” (Steve Hackett).

Em 1989, a gravadora Guitar Recordings iniciou a série (quatro CDs) “Guitar’s Practicing Musicians”, que aqui será abreviada para GPM. Em relação ao projeto “Guitar Speak”, duas diferenças: (1) Algumas faixas com vocais (2) A presença de baixistas. Indicarei, novamente, as duas melhores faixas de cada disco.

(1989) “GPM Vol. 1”: onze guitarristas e dois baixistas (Randy Coven e Billy Sheehan). Top 1: “El Becko” (Paul Gilbert coverizando Jeff Beck). Top 2: “NV 43345” (Billy Sheehan). Uma dica para fãs de Steve Vai: ele toca com o pseudônimo Reckless Fable na faixa 8: “Western Vacation” (grupo: Western Vacation).

(1991) “GPM Vol. 2”: quatorze guitarristas e dois baixistas: Sheehan e Coven. Top 1: “Galaxy 500” (Brad Gillis). Top 2: “Cliffs of Dover” – ao vivo (Eric Johnson).

(1994) “GPM Vol. 3”: quatorze guitarristas e um baixista: Jack Bruce. Top 1: “Satan’s Shorts” (George Lynch). Top 2: “Bombay Vindaloo” (Dream Theater).

Sobre o volume 4 desta coletânea, ficarei devendo as informações. Não possuo o CD. Na época do lançamento fiquei assustado com a presença de alguns pseudoguitarristas.

Em 1992, a revista Guitar World produziu o CD “Guitars That Rule the World”. São 13 faixas. Top 1: “Farm Fiddlin” (Zakk Wilde). Top 2: “I Understand Completely” (Paul Gilbert). Top 3: “Bumble Bee – Crash Landing“ (Nuno Bettencourt). Parece que a redação da revista encontrou alguma dificuldade no momento de escolher a capa. Quem está na capa do CD é o Chris Cornell (ex-integrante do grupo Soundgarden). O “problema” é que ele não tocou em nenhuma das 13 faixas!

É um consenso quase unânime: 90% da população mundial não gosta das músicas de Natal. Em 1997, Steve Vai encarou esse problema e apresentou uma solução brilhante: ele produziu o CD “Merry Axemas – A Guitar Christmas”. São 12 faixas. Os guitarristas: Kenny Wayne Shepherd, Eric Johnson, Jeff Beck, Brian Setzer, Joe Satriani, Steve Morse, Steve Vai, Joe Perry, Alex Lifeson, Richie Sambora, Tomoyasu Hotei e Paul Gilbert. Há uma “faixa” escondida: Steve Vai desejando “Merry Axemas and a Happy New Year”.

Em 1998, Steve Vai produziu a continuação do projeto: “Merry Axemas Volume 2 – More Guitars for Christmas”. Desta vez o baixista Stu Hamm entrou na jogada. Os guitarristas são: Steve Lukather, Neal Schon, Steve Stevens, Trevor Rabin, Zakk Wilde, John Sykes, Robin Trower, Al Di Meola e Ted Nugent.

“Guitar Battle” é uma compilação um pouco diferente das demais aqui apresentadas. São oito guitarristas: Steve Morse, George Lynch, Al Pitrelli, Brad Gillis, Michael Lee Firkins, John Petrucci, Andy Timmons e Reb Beach. Das seis faixas, cinco são covers. No encarte é especificado minuciosamente quem fez os solos em cada faixa. Tomando como exemplo a belíssima versão (instrumental) de “Something” (George Harrison):

- 0’00 / 0’44”: Al Pitrelli

- 0’44 / 1’20”: Brad Gillis

- 1’20 / 1’58” : Steve Morse

- 1’58 / 2’26” : Brad Gillis

- 2’27 / 3’05” : Michael Lee Firkins

- 3’05 / 3’34” : Reb Beach

- 3’35 / 4’13” : John Petrucci

http://voiceprint.com.br/gtrbook/8.htm (1 of 2) [08/03/2003 09:16:33]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

- 4’15 / Final” : Steve Morse

As outras covers são: “Train Kept a Rollin’” (Tiny Bradshaw – Howie Kay – Lois Mann), “Memphis” (Chuck Berry), “Purple Rain” (Prince) e “Birdland” (Joe Zawinul). “Mambo King” foi composta pelo Al Pitrelli

Não tenho certeza, mas parece que este CD só saiu... no Japão... e... deve estar fora de catálogo... e... eu só vejo uma solução: CD-R. Sou a favor da pirataria de raridades – como esta – mas radicalmente contra a pirataria industrial, feita em grande escala: quem pirateia os CDs do Roberto Carlos, é bandido e tem que ir para a cadeia.

Uma grande decepção foi a coletânea “Guitar on the Edge”. Conheço apenas dois, dos cinco volumes. Há faixas bacanas (nenhuma inédita) de Allan Holdsworth, Steve Morse, etc, mas também há uns “guitarreiros”! Eu ainda me lembro de Shane Theriot, cujo currículo era apenas isto: foi aluno de Scott Henderson. Outro guitarrista tinha o seguinte currículo: fulano de tal venceu o concurso Paul Gilbert. Eu nem sabia que existia esse concurso, mas fiquei curioso: vence o concurso quem sola mais rápido?

http://voiceprint.com.br/gtrbook/8.htm (2 of 2) [08/03/2003 09:16:33]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4PROLEGÔMENOS

INTRODUÇÃO

AS ORIGENS DA GUITARRA

JAZZ, BLUES & ROCK

1955 – 1967

TOP 30

A –Z

GRANDES COMPILAÇÕES

BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4G.E.D.I.E.P.F.P.G.E.

FONTES

Seção 1: violonistas. Seção 2: violeiros. Seção 3: guitarristas de jazz. Seção 4: guitarristas de rock. A história completa (biografia e discografia) de todos os guitarristas do Brasil é tema para um livro de, no mínimo, 200 páginas. Eu não pretendo encarar essa missão. Quero, aqui, indicar apenas alguns dos melhores guitarristas de rock.

LANNY GORDIN

Em 1979, conheci um cara que se apresentou como Ricardo Fripp Gordin. Ele era guitarrista e defendia a tese de que Robert Fripp e Lanny Gordin eram os dois melhores guitarristas do mundo. Eu disse que não conhecia Lanny Gordin. Expliquei que não gostava (continuo não gostando) dos discos do Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, etc, portanto, não conhecia os riffs do Lanny. Duas semanas após esse primeiro contato, ele me presenteou com uma fita cassete, uma montagem feita por ele: os melhores momentos guitarrísticos de Lanny Gordin. Gostei muito da fita e escutei direto durante um bom tempo. Infelizmente, em junho de 1980, Ricardo Fripp Gordin resolveu bater o recorde mundial de consumo de cocaína...

Em novembro de 2001, o selo Baratos Afins lançou o primeiro disco solo de Lanny Gordin. Título: “Lanny Gordin”. Sobre esse álbum, posso afirmar duas coisas: (1) É o melhor disco da Baratos Afins. (2) “O Pássaro” – título da faixa 5 – é uma obra-prima.

SÉRGIO DIAS

O que mais eu posso dizer sobre o grupo Os Mutantes? Devo escrever que a guitarra virtuosa e criativa de Sérgio Dias está presente em todos os discos? Mas isso todo mundo já sabe!

Na discografia solo ele alterna músicas brilhantes com momentos não muito inspirados. Em seu primeiro álbum (“Sérgio Dias” – 1979) há cinco tracks instrumentais, mas o Caetano e a Gal estão em outras faixas. Por outro lado, considero a capa deste disco como nada mais nada menos do que a melhor capa de disco de guitarrista da história do rock!!! Exagero? Não. Apenas a verdade. A capa é uma seqüência de fotos belíssimas! Seus olhos estão fechados e o nariz está totalmente franzido. Ele está vivendo intensamente um solo de guitarra! Vou me repetir: é a melhor capa.

WANDER TAFFO

Em 2003 ele completará 30 anos de estrada, pois iniciou sua carreira em 1973, no Memphis ( conjunto de baile que tocava, entre outros, Led, Purple, Yes e Genesis ). Após o Memphis, ele fez parte dos seguintes grupos: Made in Brazil, Joelho de Porco, Secos & Molhados, Gang 90 e Rádio Táxi. Em 1992 ele gravou o álbum Rosa Branca, com a banda Taffo. É nesse disco que está a melhor música da história do hard rock brasileiro: “Me Dê sua Mão”.

Outro dado importante na biografia de Wander Taffo é que em 1987 ele fundou o IG&T ( Instituto de Guitarra e Tecnologia ), inspirado no GIT, dos Estados Unidos. A escola durou uma ano e meio, teve quase 700 alunos e professores ilustres como Mozart Mello e Faíska.

Em 1997 Wander Taffo reativou o IG&T e o instituto cresceu, surgindo então a EM&T ( Escola de Música e tecnologia ) que oferece cursos de violão, baixo, teclado, bateria e canto.

ROBERTINHO DE RECIFE

Em 1990, ele gravou uma obra-prima: “Rapsódia Rock”. Com certeza uma das melhores fusões de guitarra elétrica e música erudita. Quatro versões espetaculares: “Bolero” (Ravel), “Noturno nº 10” (Chopin), “Bachianas Brasileiras“ (Villa-Lobos) e o “Concerto para uma Voz” (Saint-preux). Das seis faixas compostas por ele, o destaque é “Transcendental”, com seus riffs satrianianos.

SÉRGIO HINDS

Em 1986, o guitarrista do Terço gravou um álbum instrumental: “Mar”. Guitarra sintetizada Roland, Yamaha DX-7 e bateria eletrônica. 50% do disco está datado, mas “Saxual” ainda é muito bacana (há um pequeno solo de sax, daí o nome: “Saxual”).

Todo mundo já sabe, mas não custa nada repetir: no álbum “Criaturas da Noite”, do grupo O Terço, está a sinfonia nº1 do rock progressivo sul-americano: “1974”.

MOZART MELLO

http://voiceprint.com.br/gtrbook/9.htm (1 of 3) [08/03/2003 09:16:36]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

Nos anos 70, ele tocou no grupo Terreno Baldio (rock progressivo). Em 1983, ele participou do último disco do grupo D’Alma: André Geraissati (violão do centro) Mozart Mello (violão do canal direito) e Ulisses Rocha (violão do canal esquerdo). Nesse álbum, Mozart Mello é o autor de duas faixas excelentes: “ETs” e “Correndo na Veia”. Nos últimos 20 anos ele se consagrou como o melhor professor de guitarra do Brasil.

André Geraissati foi entrevistado por Alexandre Posendoro no número 19 da revista Cover Guitarra. Nessa entrevista há uma revelação surpreendente: (...) E por fim gravam o primeiro disco, só de composições próprias, chamado “A Quem Interessar Possa”. Foi quando, em 1980, o guitarrista John McLaughlin veio tocar no Brasil e conheceu o D’Alma. “Eu dei uma fita demo ao cara e dois meses depois veio um contrato da companhia que editava o McLaughlin, propondo lançar o disco no mundo. Anos depois, em 82, o John McLaughlin, o Al Di Meola e o Paco de Lucia fizeram aquele trio baseados no D’Alma. Eu tenho ‘500 mil’ matérias onde eles próprios admitem isso. Mesmo porque, até 82, o D’Alma já tinha tocado em todos os grandes festivais europeus” confirma Geraissati (...).

Um dos maiores mistérios do universo guitarrístico brasileiro é esta questão: por que Mozart Mello ainda não gravou um disco solo? Valmyr Tavares entrevistou o guitarrista no número 6 da revista Guitar Class. A seguir, um trecho da entrevista;

- Guitar Class – “E um CD seu, com suas composições?”

- Mozart Mello – (...) “Tenho participação em milhões de CDs, fiz arranjos, mas não tenho tempo para parar e fazer o diabo do CD. O máximo que consigo é montar um showzinho meia-boca para circular e viajar.” (...)

Dois comentários: (1) Eu gostaria de ser Bill Gates durante 30 minutos. Uma das minhas ordens: depositar dois milhões de dólares na conta bancária do Mozart Mello. Com esta grana ele pode parar de dar aulas e começar a gravar discos. (2) Os cinco melhores shows que eu assisti foram: (1) Emerson, Lake & Palmer (Palace). (2) Steve Vai (Olympia). (3) Jethro Tull (Ginásio do Ibirapuera). (4) Joe Satriani (Olympia). (5) Mozart Mello & Albino Infantozzi (Expomusic). Foi um show de apenas 40 minutos, mas inesquecível: apenas guitarra e bateria. Repetindo: inesquecível!!

FAÍSKA

Faíska é o apelido de José Eduardo Fernandes Borges. Ele está na ativa desde os anos 70. “Nevoeiro”, seu primeiro álbum, saiu em 1990. Duas faixas (“A.H.” e “Dreg’s”) homenageiam, respectivamente, Allan Holdsworth e Steve Morse. Disponível apenas em vinil. “Stratosfera”, seu segundo disco, foi lançado (em CD) em 1995: 11 faixas excelentes.

FRANK SOLARI

Em 1994, com apenas 22 anos, este guitarrista gaúcho lançou o seu primeiro disco: “Frank Solari”. O virtuosismo e a criatividade em “Green Eyes” são impressionantes. Em exatamente três minutos ele nos apresenta uma obra-prima guitarrística.

“Um Círculo Mágico” saiu em 1988. Das 11 faixas, duas são excelentes: “La Dolce Vita” e “Highlands”. Mas o primeiro álbum é melhor.

TRITONE

Tritone é um grupo/projeto que reuniu três guitarristas: Eduardo Ardanuy (Dr. Sin), Frank Solari e Sérgio Buss (ele foi assistant engineer de Steve Vai no álbum “Alien Love Secrets”). O disco saiu em 1998: “Just For Fun (and Maybe Some Money...)”. Dez faixas instrumentais: “Rising” e “Prayer (of a Sinner)” são as minhas preferidas. Márcio Sá é o autor das ilustrações da capa e do encarte. Detalhes: (1) Jimi Hendrix observando tudo. (2) As fadas de “Passion & Warfare”. (3) Uma garota com mini-blusa do IG&T. Enfim, um belo encarte.

RODRIGO ALVES

Se o leitor ler o encarte, encontrará o meu nome na lista de agradecimentos. Eu explico: em 1996, na revista Rock Brigade, fiz uma crítica da demo de “Suddenly”. Em 1997, Rodrigo Alves transformou a demo em um CD. “Suddenly” é um excelente disco de soft-jazz-rock.

ALEX SABA

(1996) “Angel’s Dream”: primeiro disco do guitarrista. Um álbum excelente que pode ser definido como rock progressivo 100% instrumental com algumas pitadas de jazz-rock. São 17 faixas: quase 70 minutos. Além das belas composições, gostei muito do que está escrito na contra-capa: “Nobody sings Nothing”.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/9.htm (2 of 3) [08/03/2003 09:16:36]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

FABIO GOLFETTI

Guitarrista e vocalista do grupo Violeta de Outono ( para os íntimos: VDO ).Classifico o som do VDO como prog-pop-rock-psicodélico.Dia Eterno é um hit bacana e grudento: uma das melhores canções do rock brasileiro dos anos 80. Sombras Flutuantes é Rock Progressivo nota dez ! A veia psicodélica do VDO está presente na maioria das faixas do álbum Mulher na Montanha.

Nós - os fãs de carteirinha do Violeta - estamos aguardando ansiosamente o novo álbum. O disco deverá ser lançado em março de 2003. Sobre esse futuro CD, posso adiantar o seguinte: ( 1 ) Título: Ilhas. ( 2 ) Doctor Floyd, uma das faixas, é simplesmente maravilhosa ! ( 3 ) A capa deste Cd é nada mais nada menos do que uma das melhores capas da história do rock nacional ! Acredite: eu não estou exagerando ! Aguarde e confira !

Jimmy Page, Steve Howe, David Gilmour e Daevid Allen são as principáis influências de Fabio Golfetti. Infelizmente, ninguém é perfeito : ele não gosta do Satriani ! ! ! E o pior é que ainda tem mais . Ele rebatizou o guitarrista : "Joe Chatriani " ! ! Excluindo esse problema Satrianiense, Fabio é um cara muito legal !

Preciso registrar um fato e uma curiosidade. O fato: O Violeta De Outono já abriu shows de três importantes nomes do cenário progressivo mundial: Pär Lindh Project, Camel e Focus. Durante a ECO-92, o grupo Invisible Opera Company of Tibet (projeto paralelo de Fabio Golfetti) abriu o show do guitarrista Daevid Allen em Brasília.

A curiosidade: em 1987 o Violeta De Outono gravou um clip para o programa Fantástico, da Rede Globo (música: Dia Eterno). O clip não foi ao ar por um motivo ridículo: no dia da exibição, a produção do Fantástico resolveu exibir um Clip do grupo Titãs. Segundo as "leis do Fantástico", não se pode exibir dois clipes musicais numa mesmo programa ! ! ! ("tradução": forças ocultas)

http://voiceprint.com.br/gtrbook/9.htm (3 of 3) [08/03/2003 09:16:36]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

G.E.D.I.E.P.F.P.G.E.PROLEGÔMENOS

INTRODUÇÃO

AS ORIGENS DA GUITARRA

JAZZ, BLUES & ROCK

1955 – 1967

TOP 30

A –Z

GRANDES COMPILAÇÕES

BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4

G.E.D.I.E.P.F.P.G.E. FONTES

O significado das iniciais do título: guitarristas e discos indicados exclusivamente para fanáticos por guitarras esquisitíssimas.

Para a maioria dos guitar-fãs, essas guitarras “esquisitíssimas” já apareceram nos capítulos anteriores. Estou me referindo aos discos de Robert Fripp, Adrian Belew e David Torn, entre outros. Para mim, não há nada de estranho nesses discos. Um dos primeiros CDs que eu adquiri foi o “Let the Power Fall”, do Robert Fripp. No dia da aquisição escutei pelo menos umas três vezes, mas conheço aproximadamente uns vinte fanáticos por discos de guitarristas que não encaram nem a primeira faixa. Todo esse preâmbulo é para comunicar ao leitor que indicarei alguns discos que são “200 vezes mais esquisitos” do que o álbum “Let the Power Fall”.

Para entender e apreciar esses discos, é necessário que o leitor goste de: (1) Música erudita do século 20, principalmente, John Cage e Arnold Schoenberg. (2) Free jazz e improvisações. Também é preciso esquecer, completamente, o significado dessas palavras: canção, refrão, harmonia e melodia.

DEREK BAILEY

O guitarrista nasceu em 29 de janeiro de 1932, em Sheffield, Yorkshire, Inglaterra. Ele é um dos mestres de Fred Frith, Henry Kaiser, Elliott Sharp e, como já vimos, também é admirado pelo Pat Metheny.

Em LP o seu sétimo disco saiu em 1975: “Diverso N. 2”. Em CD esse álbum foi rebatizado: “Improvisation”. Formação: Derek Bailey: guitarra elétrica. Ele entrou em estúdio e durante 43 minutos improvisou 14 músicas. Portanto, o CD tem 43 minutos. Títulos das faixas: “M1”, “M2”, ... “M14”. Eu suponho que M deve significar “Music”.

FRED FRITH

Ele foi o líder do grupo inglês Henry Cow. Entre 1973 e 1978, a banda lançou seis discos. Considero “Western Culture” (1978) um dos dez melhores discos do mundo!

Na discografia solo é preciso fazer uma distinção entre vinil e CD, referente à trilogia “Guitar Solos”. Em vinil: “Guitar Solos” (1974), “Guitar Solos 2” (1976) e “Guitar Solos 3” (1978). As três bolachas foram condensadas em apenas um CD. Muitas composições ficaram de fora. No vinil do “Guitar Solos 2” são quatro guitarristas tocando individualmente: Fred Frith, Derek Bailey, Hans Reichel e G. F. Fitzgerald. Em CD só entrou as faixas do Fred Frith. Por outro lado, há cinco bonus-tracks gravadas em 1988. Enfim, este excelente CD acabou ficando com 18 faixas e quase 75 minutos. A foto da contra-capa é histórica: ele toca com uma palheta gigantesca que aparenta ser um pedaço de metal bastante reluzente. Ainda sobre a foto: nas cordas da guitarra ele colocou uns grampos...

HENRY KAISER

Ah! Finalmente! Vamos direto para a obra-prima nº 1 do guitar player que, guitarrísticamente falando, é maluco! Título: “Lemon Fish Tweezer”. Sub-título: “A History of Henry Kaiser’s Solo Guitar Improvisations - 1973/1991”. O álbum foi lançado em 1992 pela Cuneiform Records.

Estamos caminhando para o final dessa obra e parece que terei que reavaliar tudo que já foi escrito até aqui. “Lemon Fish Tweezer” precisa entrar na lista dos dez melhores discos da história da guitarra elétrica! Não comentarei nenhuma faixa, pois quero que o leitor fique curioso e adquira o CD.

Eu acredito em seres extraterrestres. Henry Kaiser é um marciano sangue bom: ele toca guitarra. Os marcianos – de sangue ruim – jogaram dois aviões no World Trade Center e um no Pentágono.

ELLIOTT SHARP

Entre 1977 e 2002, ele lançou 35 álbuns. Sua carreira pode ser dividida em três partes: (1) Discografia solo super-hiper eclética. (2) Os discos com o grupo Carbon. (3) Discos em parceria com a Zeena Parkins (ela toca harpa e harpa elétrica).

Confira, em quatro discos, um pouco do ecletismo musical de Elliott Sharp.

(1987) “In the Land of the Yahoos”. É o disco “pop” do guitarrista. Ele sampleou vocalistas de dance music e cometeu outras barbaridades.

(1988) “Larynx”: neste CD o grupo Carbon está com 13 integrantes (geralmente gira em torno de 5). Desse

http://voiceprint.com.br/gtrbook/10.htm (1 of 3) [08/03/2003 09:16:40]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

total, quatro são bateristas.

(1989) “Hammer, Anvil, Stirrup”: música erudita contemporânea. Aqui ele é apenas o produtor e compositor de sete músicas executadas por um quarteto de cordas.

(1994) “Terraplane”: um disco de blues tradicional, repleto de covers: músicas de Elmore James, Freddie King, etc.

Bem, vamos partir para as guitarras “iskkizzittas”. Recomendo dois discos.

(1994) Dyners Club. Músicos: apenas quatro guitarristas. Elliott Sharp, Roger Kleier, John Myers e David Mecionis. Destaque para a composição Zappin’ the Pram (17 minutos).

(1998) “Guitar Oblique”: Músicos: apenas três guitarristas: Elliott Sharp, Vernon Reid e David Torn. (O G-3 do underground?). O disco foi gravado ao vivo no clube Knitting Factory, em Nova Iorque.

EUGENE CHADBOURNE

Entre 1975 e 2002, ele lançou apenas 93 (!!) álbuns. Sim: noventa e três. Aqui está um resumo de um resumo desses 93 álbuns. Sua carreira pode ser dividida em três partes: (1) Guitarras bizarras. (2) Discos de colagens sonoras. Exemplo: o CD “The English Channel” tem uma única faixa – “Tribute to Medley” – que dura exatamente 74:47. (3) canções de protesto, sátiras políticas, nonsense, esculhambação, enfim, o que dizer de alguém que lança um disco com este título: “I Talked to Death in Stereo”.

Bem, vamos partir para as guitarras. Os discos mais recentes são os melhores.

(1998) “Solo Acoustic Guitar Vol. 2”: acredite se quiser, mas é verdade: ele colocou cordas de harpa e violoncelo em um violão preparado.

(1999) “Guitar Lesson”: gravado em parceria com Henry Kaiser. “Letter to Derek” – uma composição de 20 minutos – é uma homenagem ao mestre Derek Bailey.

(2000) “Guitar Freakout”: várias colagens de solos de guitarra. A faixa título tem 22 minutos.

KEITH ROWE

Em 1989, a gravadora Recommended Records lançou em CD o álbum AMM, originalmente lançado em 1966! O AMM é o primeiro grupo de rock progressivo experimental de que se tem notícia: composições de 27 minutos (em 1966!), transistores de rádio “utilizados” como instrumento musical. Reza a lenda que Syd Barrett (Pink Floyd) assistiu a um show do AMM em 1966 e ficou muito impressionado com o guitarrista Keith Rowe.

Em 1990, Keith Rowe lançou “A Dimension of Perfectly Ordinary Reality”. São quatro faixas totalmente improvisadas. A performance aconteceu no Holywell Music Room, em Oxford, Inglaterra, em 5 de julho de 1989. Sou capaz de apostar que apenas dez pessoas assistiram...

GLENN BRANCA

Ele compôs 12 sinfonias para guitarra, mas são sinfonias bem diferentes do modelo tradicional, que é assim: um maestro, uma orquestra sinfônica e um guitarrista. “The Peak of the Sacred” é o título da “Symphony Nº 2”. O disco foi gravado na igreja St. Mark’s, em Nova York, em 14 de maio de 1982. Trata-se de um álbum de Mallet Guitars. As palavras “mallet” e “hammer” significam martelo, mas há uma grande diferença. “Hammer” é o martelo de ferro usado por um marceneiro. “Mallet” é aquele martelinho de madeira usado por juízes e leiloeiros. No encarte do CD, há uma foto que explica a performance: 18 guitarras foram colocadas em uma mesa. Oito guitarristas tocaram essas guitarras utilizando apenas um martelo (mallet). Os (as) guitarristas são: Al Arthur, Craig Bromberg, Barbara Ess, Sue Hanel, Robert Harrison, David Linton e dois integrantes do Sonic Youth: Lee Ranaldo e Thurston Moore. Tudo isso é muito bacana, mas é muita gente para pouco som. Seria legal se existisse um vídeo...

STEPHAN WITTWER

(1990) “World of Strings”. Sub-título: “Solo Guitar Improvisations Played at Susan Wyss Gallery, Zurich”. Registro de duas performances realizadas em 11 e 13 de julho de 1989. Zurique é uma das principais cidades da Suíça. Susan Wyss deve ser uma galeria de arte. Stephan Wittwer está muito nervoso e resolveu detonar as seis cordas. Em alguns momentos há riffs de heavy Metal. O CD foi lançado pela gravadora Intakt.

http://voiceprint.com.br/gtrbook/10.htm (2 of 3) [08/03/2003 09:16:40]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

JEAN-FRANÇOIS PAUVROS

(Vinil: 1975? 1976? CD: 1996). “No Man’s Land”: descobri este CD após uma leitura completa do catálogo da gravadora francesa Spalax. Os tapes originais desapareceram. A reedição em CD foi feita a partir de um vinil que foi restaurado. No catálogo o som é definido como “Terror Noise Music”. O guitarrista é acompanhado apenas pelo baterista Gaby Bizien, que também toca: balafon, sirene e trombone aquático (??!!).

FRED FRITH & HENRY KAISER

Um dos melhores discos da gravadora Cuneiform foi lançado em 1999: “Fred Frith & Henry Kaiser – Friends & Enemies”. Este CD duplo pode ser dividido em quatro partes: (1) O álbum “With Friends Like These” (lançado em 1979). (2) O álbum “Who Needs Enemies” (lançado em 1983). (3) 11 faixas de um álbum ao vivo (e inédito!) de 1984. (4) seis faixas gravadas especificamente para este CD. Total: 36 faixas. Os dois guitarristas resolveram levar muito a sério o tempo total de cada CD. CD 1: 79:27. CD 2: 79:27.

O destaque mais maluco entre os inúmeros destaques psicóticos é “Fourth Rail”: uma composição extremamente belíssima.

Eu conversei com um importante office-boy da Rede Globo e ele confirmou o que já era mais ou menos esperado: realmente, não existe nenhuma possibilidade de Fred Frith & Henry Kaiser se apresentarem no Domingão do Faustão. E o pior é que ainda tem mais: eles não estarão no próximo Rock in Rio. Realmente, é difícil...

JOHN ZORN & MARC RIBOT

Em 1995, o saxofonista John Zorn produziu o CD “John Zorn – The Book of Heads – Featuring Marc Ribot”. A história deste CD começou em 1978. No verão de 78, John Zorn compôs alguns estudos para guitarra dedicados ao seu grande amigo Eugene Chadbourne. No texto do encarte ele não explica porque Eugene Chadbourne não gravou esses estudos. Em 1995, ele pediu para Marc Ribot realizar a gravação. O CD tem 35 faixas, ou, 35 estudos. A faixa 1 é “Étude # 1”. A faixa 35 é o “Étude # 35”.

John Zorn nos explica que na partitura ele empregou padrões de notações de violão clássico: pancadas no corpo, espanadas, arcos de violino e múltiplas harmonias. Essa é a parte normal. Marc Ribot deu sentido musical a arfadas, rangidos e guinchos, utilizando: balões de brinquedo (?!), lixas, limpadores de tubos (?!), clips, bonecas que falam (?!), chaves mbira e estalos de dedos molhados. Ele também tocou com um lápis e com ARROZ (????!!!!). Minha grande dúvida: ele jogou grãos de arroz nas cordas da guitarra? (Em um vídeo pirata do Fred Frith, no Japão, ele bateu nas cordas com cenouras, mas arroz...).

Mas nem tudo é “loucura”: no “Étude # 32” há duas citações: “Johnny B. Goode” (Chuck Berry) e “Voodoo Chile” (Jimi Hendrix).

http://voiceprint.com.br/gtrbook/10.htm (3 of 3) [08/03/2003 09:16:40]

www.cliqueapostilas.com.br

OS MELHORES GUITARRISTAS DO MUNDO

FONTESPROLEGÔMENOS

INTRODUÇÃO

AS ORIGENS DA GUITARRA

JAZZ, BLUES & ROCK

1955 – 1967

TOP 30

A –Z

GRANDES COMPILAÇÕES

BRASIL, CORDAS, SEÇÃO 4

G.E.D.I.E.P.F.P.G.E.

FONTES

Discos (vinil e CD). Esta foi a principal fonte em que se baseou este livro.

98% do texto foi escrito após a audição – completa – dos discos aqui apresentados. Fui honesto em todas as páginas: só critiquei os discos que eu escutei.

Conforme já foi dito, por não saber ler partituras musicais, não consultei nenhum livro de e sobre guitarristas.

Sou leitor das revistas especializadas em guitarras / guitarristas, mas as citações extraídas dessas revistas não chegam a 1% do texto integral do livro.

Nos anos 70 e 80, não tínhamos revistas brasileiras especializadas em guitarra/guitarristas. Na verdade tivemos duas (que traduziam textos e xerocavam fotos da Guitar Player e Guitar World, entre outras publicações estrangeiras).

Nos anos 90, vimos o nascimento de três excelentes revistas brasileiras: a edição – oficial – em português da Guitar Player, Cover Guitarra e Guitar Class. As três revistas estão no mesmo nível das publicações estrangeiras. Guitar Player e Cover Guitarra já lançaram CDs com guitarristas brasileiros, mas eu sonho mais alto. Estou “intimando” você que está aí do outro lado: compre e colecione essas três revistas. Com o aumento do número de leitores, os editores dessas publicações terão condiçõe$ de começar a pensar em, por exemplo, um festival anual só com shows de guitarristas. Na minha cabeça já está tudo certo: Frank Solari, Mozart Mello, Allan Holdsworth e Steve Morse na primeira edição do festival...

http://voiceprint.com.br/gtrbook/11.htm [08/03/2003 09:16:44]

www.cliqueapostilas.com.br