A licença compulsória motivada pelo interesse econômico no direito brasileiro
Observações sobre a interlocução entre Comunicação Social e Web Science delimitada pelo Meio...
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Brazilian Journal of Technology, Communication, and Cognitive Science
Edição nº 1, Ano I - Setembro 2013ccc
* Formada em Comunicação Social (Publicidade e Propaganda), doutoranda em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo. E-mail: [email protected] Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2738837845534090
Estruturação tecnológica. Objeto real. Objeto-modelo.
Processo comunicacional. Teoria do Meio.
Centrado em questões epistemológicas, teóricas e metodológi-
cas da Comunicação Social, o artigo parte de duas premis-
sas interdependentes: a reflexão acerca da estruturação
metodológica é primordial e inseparável do desenvolvimento
científico e o equilíbrio entre evidências empíricas e teoria co-
labora para a manutenção do Objeto de pesquisa. Colocando
em relevo a relação entre objeto empírico e Objeto de estudo,
propõe que os Meios de Comunicação são afetados pelos
desenvolvimentos tecnológicos que constituem sua dimen-
são técnica/tecnológica. Nesse sentido, em especial o Meio
Social Digital Conectado, porque este é estruturado pela web,
cabendo assim discutir as condições de interlocução entre Co-
municação Social e Web Science. Sobre isso, entende-se que a
produtividade do diálogo entre os dois domínios depende da
constante observação epistemológica e da consideração das
limitações próprias do viés científico.
Amanda Luiza S. Pereira *
Centered on epistemological, methodological and theoreti-
cal questions of Social Communication, this paper starts
from two interdependent premises: the reflection about the
methodological structuration is essential and inseparable part
of scientific development, and the balance between empirical
evidence and theory contributes to the maintenance of Re-
search object. By placing into relief the relationship between
empirical object and Study object, proposes that the Media
are affected by technological developments that constitute the
technical/technological dimension. In this sense, particularly
the Connected Digital Social Medium because it is structured
by the web, so fitting to discuss the conditions for dialogue
between Media and Web Science. About this means that the
productivity of dialogue between the two domains depends on
the constant epistemological observation and consideration of
the limitations of the scientific bias.
Technological structuration. Real object. Object model.
Communication process. Medium Theory.
Observações sobre a interlocução entre Comunicação Social e Web Science delimitada pelo Meio Social Digital Conectado
artigo
Resumo
Palavras-chave
Abstract
Keywords
2
Brazilian Journal of Technology, Communication, and Cogntive Science - Edição nº 1, Ano I - Setembro 2013ccc
Reflexões estruturantes sobre o domínio da Comunicação SocialDentre as inúmeras questões que podem ser levantadas no debate acerca da pesquisa em
Comunicação, para os fins deste artigo enfatiza-se (1) a premissa básica deste texto de que a re-
flexão acerca do metodológico1 é a estrutura básica da investigação e (2) a premissa secundária
de que o equilíbrio entre as evidências empíricas e a teorização é fundamental à manutenção
do Objeto de investigação.
Parte-se também do princípio de que há em curso uma revolução nas Ciências (BUNGE,
2008) que também influencia o domínio da Comunicação na busca pela transição da aborda-
gem do tipo caixa negra para caixa translúcida e, por conseguinte, para o debate (ou constru-
ção) de modelos teóricos e metodológicos legítimos, por fundamentos de cunho científico, da
Comunicação Social.
Concordando com Martino (2007), entende-se que o estabelecimento da Comunicação
não é inviabilizado pelas relações disciplinares de seu objeto com outros domínios. Nessa pers-
pectiva, isso se dá basicamente porque compreender que os fenômenos comunicacionais tan-
genciam fenômenos econômicos, políticos, tecnológicos, sociais e culturais, dentre outros, não
significa negar especificidade ao Objeto ou a problemáticas da Comunicação, dado que estes
são elementos inerentes ao fazer científico.
O entendimento de que o estabelecimento do Objeto é reducionismo é equivocado por-
que admitir que o ‘mundo real’ não é domesticado por qualquer disciplina não é o mesmo que
entender os domínios científicos, por consequência, como inócuos.
É necessário insistir que a investigação científica é um tipo específico de conhecimento
cuja confusão com conhecimentos de outra ordem não colabora para o seu desenvolvimento
(SAGAN, 1996) e, no afastamento de tal embaraço, demanda-se também a distinção didática
entre fenômeno e Objeto de pesquisa e o entendimento de que, ainda que a disciplina2 e o mé-
todo sejam limitadores do fazer científico, eles são os responsáveis por sua viabilização.
Como considerações dos argumentos sobre a importância dos objetos-modelo Bunge
(2008) propõe uma série de perguntas e respostas, dentre as quais é pertinente às exposições
aqui realizadas o seguinte raciocínio:
P: Aceitando que os modelos são inevitáveis, por que pretender que representam a
realidade? Sendo idealizações, não constituem recuos da realidade? R: Objetos-modelo
e modelos teóricos versam supostamente sobre objetos reais. Cabe ao experimento
comprovar semelhante suposição da realidade [...] (BUNGE, 2008, p. 40).
Portanto, a distinção entre fenômeno e teorização não pode ser realizada sem a identifi-
cação das relações entre ambos. No caso da Comunicação Social, as diferenças entre as teorias
1 De modo amplo e, portanto, em sua relação com as ques-tões epistemológicas e teóricas, bem como metódicas e técnicas.
2 A noção de dis-ciplina é endógena ao contexto das Ciências, isto é, diz respeito à necessida-de de se eleger um Objeto de pesquisa para que se carac-terize a atividade científica.
3
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são em alguma medida oriundas das diversas percepções sobre a historicidade dos fenômenos
comunicacionais (MARTINO, 2004). No âmbito deste artigo considera-se como ponto inicial
o estabelecimento dos Meios de Comunicação de Massa em função da construção do domí-
nio mesmo da Comunicação (FRANÇA, 2007; MATTELART, MATTELART, 2005; RÜDIGER,
1998; SANTAELLA, 2001)3.
Por outro lado, não se furta ao posicionamento de que o Objeto aqui entendido como
próprio ao domínio da Comunicação Social implica na inclusão de tecnicidade/tecnologia ao
processo comunicacional, especificamente na inserção dos Meios de Comunicação4 em função
da sua importância para a construção teórica e não da frequência e amplitude do fenômeno,
refutando a noção de campo e interdisciplinaridade, dentre outros fatores principalmente por-
que:
[...] As práticas sociais não podem ser equiparadas às teorias, pelo menos no sentido
em que elas não podem receber tratamento semelhante: elas não se encontram
sistematizadas, nem tampouco podem ser apresentadas como proposições de ordem
explicativas como as teorias. Em suma, as práticas sociais não são da ordem do
discurso e até sua simples descrição já implica uma certa concepção teórica (explícita
ou subjacente), mesmo quando se trata das reflexões que os profissionais fazem
sobre seu trabalho. Então, não nos parece sustentável a ideia de que as “práticas
sociais” possam intervir diretamente no nível da teoria, ou que estas “reflexões dos
profissionais” tenham o mesmo objetivo da produção teórica dos pesquisadores, ou
ainda que possam ter peso semelhante a dos teóricos no que diz respeito à formação do
saber comunicacional (MARTINO, 2004, p. 6).
Mantendo tal posicionamento, tem-se que os processos comunicacionais são influencia-
dos, porque também estruturados, pelos meios de comunicação e seus produtos. Considerando
que os meios de comunicação possuem uma dimensão tecnológica, se faz necessário também
ponderar que os avanços tecnológicos responderão por parte desta estrutura.
Por sua vez, as tecnologias são combinações de aparatos e processos anteriores em uma
acumulação contínua que as estruturam, sendo compreendidas como: (1) meio para alcance
de propósitos humanos, (2) conjunto de práticas e componentes e (3) coleção de dispositivos e
práticas advindas da engenharia disponíveis em dada cultura (ARTHUR, 2009).
Não é produtivo voltar-se aqui ao escrutínio das questões já observadas em inúmeros
levantamentos quantitativos e qualitativos que sustentam a manifesta centralização da web
como aparato tecnológico contemporâneo ou a influência desta sobre os processos comunica-
cionais. Interessa antes averiguar questões de cunho metodológico a partir da inclusão da web
como fator que afeta as Problemáticas e o Objeto da Comunicação.
3 Esse é apenas um argumento dentre os muitos que podem ser colocados para se determinar o contexto teórico que abrange este artigo, não se pretendendo esgotar qualquer tipo de debate sobre os aspectos episte-mológicos e teóricos envolvidos.
4 Trata-se de for-çar a manutenção da abordagem do fenômeno comu-nicacional em uma perspectiva de Co-municação e não de outro domínio, ainda que este mantenha relações evidentes com o outro campo.
4
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Sobre a interpretação da realidade comunicacionalSabe-se que os diversos domínios científicos lidam não com o objeto real, mas com o Ob-
jeto de estudo e, por isso, preocupam-se regularmente com os conceitos.
Admitindo a necessidade do equilíbrio entre evidência empírica e reflexão teórica, tem-
se que na esfera científica, dada a limitação que lhe é própria, o esforço final sempre será o da
abstração: na relação com o exame do objeto empírico é da alçada científica dar sentido aos
índices com os quais se aproxima da realidade e de ir além destes, versar sobre o que é inob-
servável, mas passível de ser inferido (BUNGE, 2008).
Assim, mais do que sistematizar o fenômeno, trata-se de interpretar a realidade a partir
do viés disciplinar. No universo da Comunicação Social, a principal dificuldade está em dife-
renciar a abordagem do fenômeno comunicacional por uma determinada disciplina (Exemplo:
Antropologia) da abordagem da Comunicação Social que se refere ao Objeto de investigação
do domínio.
Como argumentado anteriormente, admite-se aqui o estabelecimento dos Meios de Co-
municação de Massa como propulsionador dos fenômenos que influenciam o início de um
pensamento comunicacional, ainda que reconhecidamente principiados por pesquisadores de
outros domínios, dentre os quais se destaca Lasswell, no artigo The structure and function of
communication in society, de 1948.
Sobre o modelo lasswelliano, Martino (2000, p. 104) adverte que mesmo “[...] as críticas
que lhe foram dirigidas tiveram um curioso resultado, pois, sem poder superá-lo, elas não ti-
veram outra consequência salvo uma progressiva sobriedade no julgamento de seu alcance e,
portanto, não puderam senão aperfeiçoar este paradigma”.
O modelo de Lasswell é objeto-modelo caixa negra que, portanto, sugere uma mudança
de estado a partir de determinado processo comunicacional iniciado por um emissor5. A partir
daí se observa ênfase nos aspectos dos efeitos, sejam eles limitados ou ilimitados.
No entendimento aqui apresentado, o relevo nos efeitos deriva da orientação do modelo,
que por sua natureza privilegia a supressão da dinâmica do mecanismo entre emissor e recep-
tor6, de modo que os significados científicos produzidos apoiam-se nas consequências obser-
váveis.
Não se trata aqui de diminuir o modelo e as pesquisas dele derivadas já que modelos
deste tipo são próprios das Ciências, mas de compreender que há limitações inclusive meto-
dológicas e metódicas7, sobre as quais cabe ao domínio da Comunicação Social buscar supera-
ções, tanto quanto coube e cabe aos outros domínios buscar superar suas restrições enquanto
Ciência Normal (KUHN, 2006).
Pode-se sugerir, entretanto, que a Comunicação Social está em estágio pré-paradigmáti-
co e carente de pesquisa eficaz, dado que:
5 Não cabe aqui de-talhar as convergên-cias e divergências entre modelo las-swelliano e outros, visto que demanda-ria a centralidade de debates que não estão no escopo des-te texto.
6 Sem sugerir que se trate do próprio Meio de Comunica-ção, ainda que nesse raciocínio, o debate sobre tal elemento seja ainda insufi-ciente.
7 Por exemplo, a amplitude de abor-dagem implicada pelo tipo do modelo tende a redução da capacidade de teste de hipóteses em função da larga possibilidade de va-riáveis e parâmetros em relação aos quais os efeitos podem ser indiferentes.
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A pesquisa eficaz raramente começa antes que uma comunidade científica pense ter
adquirido respostas seguras para perguntas como: quais são as entidades fundamentais
que compõem o universo? Como interagem essas entidades umas com as outras e com
os sentidos? Que questões podem ser legitimamente feitas a respeito de tais entidades
e que técnicas podem ser empregadas na busca de soluções? (KUHN, 2006, p. 23).
Na perspectiva aqui adotada, frente à importância da proposta de Kuhn em relação ao
desenvolvimento científico propulsionado pelos paradigmas, se faz necessário considerar que
a amplitude conceitual de paradigma em Kuhn (2006) não justifica tal entendimento.
O próprio Kuhn (2006) indica que um paradigma não responde, permanente e comple-
tamente, pelo fenômeno ao qual se dedica e pelos Problemas de pesquisa que do fenômeno se
originam, visto que complementar essa abordagem é a tarefa daquilo que ele chama de Ciência
Normal.
Nesse sentido, a constatação de um período pré-paradigmático pode convergir com a
falta do monopólio de um determinado Programa de investigação (LAKATOS, 1989). De tal
forma, o que poderia ser compreendido como pré-paradigmático é aqui percebido como a dis-
puta entre Programas de investigação que é, mesmo em Kuhn (2006), necessariamente parte
das Ciências.
Destaca-se aqui a Teoria do Meio como importante Programa de investigação que inclu-
ído no desenvolvimento da Comunicação Social, pois ainda que com que limitações, no caso
dos Meios tomados como Objeto:
Tal posicionamento epistemológico evita e resolve satisfatoriamente os inconvenientes
de uma identificação dos processos comunicacionais com todo e qualquer processo
social ou cultural, conforme são analisados com base na mediação tecnológica. O foco
nos meios de comunicação nos permite ressignificar a abordagem interdisciplinar
presente nesses autores, de modo a diferenciá-la de uma visão holística. As desmesuras
da interdisciplinaridade são contornadas à medida que os meios de comunicação
passam a ser tomados como eixo de análise. É isso que evita a dispersão temática e que,
em última instância, caracteriza os estudos de comunicação como saber autônomo
(MARTINO, 2008, p. 126).
Meyrowitz (2001), responsável pela denominação Teoria do Meio, identifica no domínio
da Comunicação Social a exclusão de debates conceituais sobre noções que são entendidas
como evidentes, dentre as quais a de Meio demandaria maior atenção, tendo três formas bási-
cas de compreendê-lo:
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A noção de que os mídia são condutores que transmitem mensagens aponta para
a necessidade da alfabetização no conteúdo dos mídia. A ideia de que os mídia são
diferentes linguagens sugere a necessidade de alfabetização numa gramática midiática,
isto é, entender o significado das variáveis de produção dentro de cada meio. A
concepção dos mídia como ambientes sugere a necessidade de se perceber a influência
das características relativamente fixas de cada meio (alfabetização midiática), tanto
nas comunicações individuais como nos processos sociais em geral (MEYROWITZ,
2001, p. 88).
Com o conteúdo em relevo há a supressão do meio, visto que se tende a centralizar as
intencionalidades das mensagens, especificamente suas características e variáveis. E ainda,
“[...] na verdade, a maioria dos seus elementos envolve comportamentos, temas e tópicos que
passam facilmente de meio para meio e entre interações mediadas e não mediadas” (MEYRO-
WITZ, 2001, p. 90).
Já no caso do acento na linguagem/gramática, o vetor de maior importância:
[...] envolve a compreensão e o reconhecimento do largo espectro de variáveis de
produção existentes em cada veículo. Assim como envolve o reconhecimento das
maneiras através das quais as variáveis são tipicamente utilizadas para tentar moldar a
percepção e a resposta às comunicações mediadas. Uma alfabetização mais avançada da
gramática envolve o conhecimento de um largo espectro de variáveis em cada veículo,
sendo assim capaz de manipular de forma eficiente tais variáveis nas produções de cada
veículo, compreendendo as forças culturais e institucionais que tendem a encorajar
alguns usos gramaticais em vez de outros, e reconhecendo que as respostas às variáveis
de produção podem variar individualmente e culturalmente (MEYROWITZ, 2001, p.
91).
As diferenças nas ênfases coincidem com os elementos do processo comunicacional des-
tacado por Lasswell em maior ou menor proximidade com o conceito de Meio de Comunica-
ção, exceto pela terceira opção que, própria da Teoria do Meio, “[...] afirma que cada medium
é um tipo de ambiente que possui características relativamente fixas que influenciam a comu-
nicação numa maneira particular – apesar da escolha dos elementos de conteúdo e apesar da
manipulação das variáveis de produção” (MEYRORITZ, 2001, p. 95).
Buscando identificar aspectos relativamente fixos dos meios, bem como diferenciá-los
entre si e, especialmente, frente às comunicações face a face, as distinções entre análises de
nível macro e micro (MEYROWITZ, 2001) denotam a busca pelo esclarecimento das dinâmi-
cas que envolvem o Meio de Comunicação e, portanto, pela transição para o objeto-modelo
translúcido8.
Este deslocamento é também evidente nas proposições centrais da Teoria do Meio como,
8 Dão também aber-tura para o debate sobre circulação que é uma preocupação de métricas de práti-cas profissionais da comunicação (como, por exemplo, em pu-blicidade), sobre as quais se entende que a reflexão teórica reforça (reforçaria) ainda mais tal tran-sição.
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por exemplo, na noção de que “o meio é a mensagem”: além de não equivaler à mensagem/
conteúdo, o meio é central porque suas implicações e/ou sua própria existência são inobser-
váveis:
[...] “o meio é a mensagem”, porque é o meio que configura e controla a proporção
e a forma das ações e associações humanas. O conteúdo ou usos desses meios são
tão diversos quão ineficazes na estruturação da forma das associações humanas. Na
verdade não deixa de ser bastante típico que o “conteúdo” de qualquer meio nos cegue
para a natureza desse mesmo meio [...] (MCLUHAN, 2005. p. 23).
O modo demasiadamente diverso de compreender o meio é uma das críticas produtivas
dirigidas especialmente à Innis e McLuhan. Entretanto, há de se considerar a condição de di-
álogo com a proposta de Pross9 (apud MENEZES, 2007) sobre uma tipologia dos processos
de mediação (meios primários, secundários e terciários) e sobre a relação triádica entre ob-
jetos concretos e meios, mediada por uma consciência interpretante, cujo resultado é o signo
(PROSS, 1980).
Para além dos meios terciários o Meio Social Digital ConectadoNa tipologia dos meios, com a inclusão de aparatos artificiais os meios secundários e ter-
ciários ampliam a capacidade do corpo, base dos meios primários, em relação ao tempo e ao
espaço. Isso porque os primários demandam a presença dos corpos emissores e receptores em
uma mesma condição espacial e temporal.
Já no caso dos meios secundários os indivíduos emissor e receptor precisam de um apa-
rato tecnológico como, por exemplo, o que envolve a escrita, por motivos diferentes: quem
emite necessita da tecnologia para produzir e enviar ou manter a mensagem, enquanto o indi-
víduo receptor para recebê-la, sendo que os corpos não ocupam o mesmo tempo e/ou espaço.
Nos terciários, caso da televisão, se faz necessário o uso de um conjunto de aparatos que
não são compartilhados para emissão e para recepção, também em função do papel assumido
no processo comunicacional. Dessa forma, nos meios secundários e terciários, para que as con-
dições de participação dos indivíduos sejam razoavelmente equivalentes é necessário, minima-
mente, incluir um suporte externo ao meio como, por exemplo, o telefone.
O que aqui é denominado Meio Social Digital Conectado está para além dos meios terciá-
rios porque os suportes para emissão e recepção são basicamente os mesmos, uma vez que está
alicerçado por uma mesma estrutura tecnológica geral constituída pela web e pelas máquinas
computacionais.
No Meio Social Digital Conectado, além da possibilidade de participação ser multidire-
9 A tipologia exposta em PROSS, Harry. Medienforschung. Darmstadt: Carl Habel, 1971 é aqui compreendida por meio dos esclareci-mentos em Menezes (2007).
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cional, os corpos não precisam ocupar um mesmo espaço e, finalmente, tanto a sequencialida-
de quanto a simultaneidade são suportadas pela estrutura tecnológica do meio.
O entendimento aqui proposto converge em alguma medida com a noção indicada por
Lima Junior (2009), quando trata da produção e distribuição da informação por jornalistas,
afirmando que:
[...] A estratégia consiste em realizar um recorte tecnológico – utilizando o ferramental
fornecido pela Ciência da Computação e muitos outros sistemas que já funcionam nas
redes sociais – e formatar plataformas midiáticas com a meta de elaborar, compartilhar
e distribuir informações, transformando-a em um bem social. Essa plataforma
denomina-se mídia social conectada.
Portanto, apesar de utilizar o escopo tecnológico das redes sociais, o formato da mídia
social conectada é configurado por meio de combinações entre ferramentas disponíveis
nas redes sociais, mas formatadas para atingir objetivos editoriais pré-definidos.
Assim, a plataforma deve ser planejada para ser entendida pelo usuário, como um
ambiente de colaboração informativa de relevância social, sendo percebida como um
espaço diferente dos propósitos encontrados em outros ambientes de relacionamento
virtual. Portanto, a mídia social conectada é um formato de comunicação mediada por
computador (CMC) que permite a criação, compartilhamento, comentário, avaliação,
classificação, recomendação e disseminação de conteúdos digitais de relevância social
de forma descentralizada, colaborativa e autônoma tecnologicamente [...] (LIMA
JUNIOR, 2009, p. 97).
Isso significa que se trata de um ambiente com características estruturais particulares,
tanto tecnológicas10 quanto simbólicas, cuja identificação orientada pela Teoria do Meio e
complementada pela proposta de Pross fundamenta o entendimento de que Meio de Comu-
nicação é um elemento artificial que, alicerçado por suportes técnicos/tecnológicos, possui a
capacidade de se apropriar de elementos simbólicos e reorganizar a relação triádica.
Particularmente o Meio Social Digital Conectado abrange, em sua dimensão tecnológica,
um arranjo entre web e máquinas computacionais, mas não se restringe a tecnologia porque,
como outros Meios, inclui necessariamente a viabilização do processo comunicacional e a in-
serção da Consciência Interpretativa.
A capacidade de apropriação tecnológica e simbólica que este Meio específico possui está
intimamente vinculada à sua estruturação pela web, o que a torna parte da preocupação da in-
vestigação em Comunicação Social.
Tal como os processos comunicacionais, a web enquanto objeto empírico desperta o in-
teresse de diversas áreas por sua estrutura, mas também pelos fenômenos que sustenta. Com
isso, surgiu em novembro de 2006 uma iniciativa de pesquisa centrada principalmente no
10 No caso deste texto, implica re-fletir sobre as redes de computadores especificamente a web, sobre as quais as relações com conceitos de outros domínios não é o debate central deste texto, ainda que se tenha consciência das mesmas.
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MIT (Massachusetts Institute of Technology) para a construção de uma disciplina denomina-
da Web Science.
A disciplina tem como proposta preencher a demanda por modelos analíticos que unifi-
quem preocupações diferentes sobre a Web (em geral, relacionadas com interação entre pes-
soas) e abordagem de grandes quantidades de dados (BERNERS-LEE et al., 2006a). Detalha-
damente, trata-se de:
[...] modelar a estrutura da Web, articular os princípios arquitetônicos que têm
contribuído para o seu crescimento fenomenal e descobrir como as interações humanas
online são orientadas por e podem modificar as convenções sociais. Vai elucidar os
princípios que podem garantir que a rede continue crescendo de forma produtiva e
resolver questões complexas, como a proteção da privacidade individual e direitos
de propriedade intelectual. Para alcançar essas metas, a Web Science contará com
matemática, física, ciência da computação, psicologia, ecologia, sociologia, direito,
ciência política, economia e mais (SHADBOLT; BERNERS-LEE, 2008, p. 32, tradução
nossa)11.
Dada sua abrangência, os responsáveis pela iniciativa insistem em diversos de seus tex-
tos na abordagem multidisciplinar do fenômeno. Tem-se uma proposta diferenciada porque
não se trata apenas de descrever o fenômeno e acompanhar suas rápidas modificações e impli-
cações, mas de interferir na Web e nos desenvolvimentos a ela relacionados com a perspectiva
científica.
Não é novidade que o surgimento e o desenvolvimento da web resultaram da intersecção
de diversas áreas, estando especialmente articulada por um variado eixo que vai desde inicia-
tivas da academia até militares. Além disso, a face tecnológica é a mais relevante e perene por-
que tangencia todos os fenômenos relacionados à estrutura da web e à sua evolução.
Assim, parece plausível que o esforço para abarcar tão largo objeto empírico seja realiza-
do com a colaboração de uma série de domínios e seus respectivos conceitos, dentre os quais se
destacam além das citadas Matemática, Física, Ciência da Computação, Psicologia, Sociologia,
Ecologia, Direito, Ciência Política e Economia, também Biologia, Inteligência Artificial e a pró-
pria Comunicação Social, especialmente em relação aos Meios de Comunicação.
É interessante notar que a construção da disciplina Web Science tem sido realizada atra-
vés de amplo debate no ambiente científico, buscando-se estabelecer suas bases de maneira su-
ficiente e, por conseguinte, já inicialmente recorrendo-se diretamente a discussões de caráter
filosófico geral12 , ontológico, epistemológico, teórico e metodológico.
11 [...] model the Web’s structure, articulate the archi-tectural principles that have fueled its phenomenal growth, and discover how online human inte-ractions are driven by and can change social conventions. It will elucidate the principles that can ensure that the network continues to grow productively and settle complex issues such as pri-vacy protection and intellectual-property rights. To achieve these ends, Web science will draw on mathematics, physics, computer science, psychology, ecology, sociology, law, political science, economics, and more (SHADBOLT; BERNERS-LEE, 2008, p. 32).
12 E específico, com a identificação da Filosofia da Infor-mação como assunto pertinente, como indicado nas infor-mações disponíveis no primeiro site da iniciativa em http://oldsite.webscience.org/2010/wssc.html#B_3_99_Other_in_Web_Science_Theory_and_Epistemology. O endereço do site mais recente é http://webscience.org/.
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Ampliações metódicas a partir da Web Science e a contribuição da Comunicação SocialNo entendimento de Lima Junior (2013), a Web Science (e também a Ciência Cogniti-
va)13 deve colaborar para a ampliação de ferramentais para a investigação em Comunicação
Social com o objetivo de abordar sistemas complexos e/ou novos fenômenos propulsionados
pelas tecnologias de informação e comunicação.
Admitindo que se trata de disciplina em formação, os pesquisadores Shadbolt e Berners-
Lee (2008) explicam que a plasticidade do fenômeno é um fator de dinâmica da disciplina,
demandando abordagens multidisciplinares, especialmente considerando que a web tem sua
conexões modificadas pela própria atividade da rede. Portanto, enquanto disciplina:
‘Web Science’ é uma frase deliberadamente ambígua. A física é uma disciplina analítica
que visa encontrar as leis que geram ou explicam os fenômenos observados, a ciência
da computação é predominantemente (embora não exclusivamente) sintética, em que
os formalismo e algoritmos são criados a fim de apoiar um comportamento particular
desejado. A Web Science tem que ser uma combinação desses dois paradigmas, a Web
precisa ser estudada e compreendida e precisa ser projetada. Em micro escala, a Web é
uma infraestrutura de linguagens artificiais e protocolos, é um pedaço de engenharia.
Mas a filosofia de ligação que governa a Web e a sua utilização na comunicação, resulta
em propriedades emergentes em macro escala (algumas das quais são desejáveis e,
portanto, a serem embutidas, outras indesejáveis e, se possível, projetadas para
fora). E é claro, o uso da Web em comunicação é parte de um sistema mais amplo de
interação humana governada por convenções e leis [...] (BERNERS-LEE et al., 2006b,
p. 3, tradução nossa)14.
Na maior parte dos textos o fenômeno comunicacional é recortado por uma perspectiva
que tende ao Informacional, provavelmente em decorrência da perenidade da dimensão tec-
nológica da web. No âmbito do raciocínio acerca do domínio da Comunicação Social proposto
neste texto, tal recorte é insuficiente porque deixa escapar o Objeto de estudo para privilegiar
o objeto empírico, desequilibrando a relação científica necessária para a investigação entre
evidências empíricas e abstração.
Por outro lado, os deslocamentos fenomenais pertinentes aos processos comunicacio-
nais propulsionados pela web levam para a pesquisa em Comunicação uma série de questões
metodológicas e metódicas, no que diz respeito principalmente aos problemas metódicos e
técnicos oriundos da identificação, captação e interpretação dos dados disponíveis na web que
possam constituir evidências empíricas.
No caso específico do Meio Social Digital Conectado as alterações impulsionadas pela
web estão em relevo não só pela constituição do objeto real, mas pela construção conceitual
orientada pelo domínio da Comunicação Social que foi neste texto indicada.
13 O debate sobre a Ciência Cognitiva implica em detalha-mento já iniciado por Lima Junior (2013) e que no âm-bito metodológico aqui proposto não pode ser realizado sem prejudicar a de-limitação proposta.
14 ‘Web Science’ is a deliberately ambiguous phrase. Physical science is an analytic discipli-ne that aims to find laws that generate or explain observed phenomena; com-puter science is pre-dominantly (though not exclusively) synthetic, in that formalisms and al-gorithms are created in order to support particular desired behaviour. Web science has to be a merging of these two paradigms; the Web needs to be studied and understood, and it needs to be engi-neered. At the micro scale, the Web is an infrastructure of artificial languages and protocols; it is a piece of engineering. But the linking phi-losophy that governs the Web, and its use in communication, result in emergent properties at the macro scale (some of which are desira-ble, and therefore to be engineered in, others undesirable, and if possible to be engineered out). And of course the Web’s use in com-munication is part of a wider system of human interaction governed by conven-tions and laws […] (BERNERS-LEE et al., 2006b, p. 3).
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Não é dispensável reiterar que até em função do arcabouço teórico utilizado, não se pre-
tende encerrar qualquer debate epistemológico, teórico, metodológico e metódico da Comu-
nicação Social, nem mesmo se restrito às convergências e divergências com a Web Science.
Até porque, independente das interlocuções que sejam utilizadas em função da demanda dos
fenômenos comunicacionais, há impossibilidade de abarcá-los como um todo e é justamente
por isso que a ênfase da discussão está no Objeto de estudo e não no objeto real, ainda que con-
sidere a inequívoca relação entre ambos.
Frente às informações disponíveis até o presente momento no que tange a Web Science
e considerando o debate empreendido até aqui, há uma mútua possibilidade de colaboração
entre os domínios e, no caso da Comunicação Social, há condições de que a centralidade de seu
Objeto não seja suprimida com o exercício da observação epistemológica que vem sendo, pelo
próprio domínio, observada detalhadamente.
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Brazilian Journal of Technology, Communication, and Cogntive Science - Edição nº 1, Ano I - Setembro 2013ccc
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Expediente
Brazilian Journal of Technology, Communication, and Cognitive Scienceccc
Brazilian Journal of Technology, Communication, and Cognitive Science é produzida pelo Grupo de Pesquisa Tecno-logia, Comunicação e Ciência Cognitiva credenciado pelo Programa de Pós-graduação da Universidade MetodistaSão Paulo, v.1, n.1, ago.2013
A revista do TECCCOG é uma publicação científica semestral em formato eletrônico do Grupo de Pesquisa Tecno-logia, Comunicação e Ciência Cognitiva credenciado pelo Programa de Pós-graduação da Universidade Metodista. Lançada em setembrode 2013] tem como principal produzir métodos e conhementos sob uma perspectiva inter e transdisciplinar, a complexidade das relações entre Tecnologia, Comunicação e Ciência Cognitiva, e os seus impac-tos cognitivos na sociedade.
EditorWalter Teixeira Lima Junior
Comissão EditorialWalter Teixeira Lima Junior (Universidade Metodista de São Paulo) * Lúcia Santaella (Pontíficia Universidade Católica de São Paulo) * João Eduardo Kogler (Universidade de São Paulo) * Ronaldo Prati (Universidade Federal do ABC) * Ricardo Gudwin ( Universidade Estadual de Campinas) * João Ranhel (Universidade Federal de Pernambuco) * Eugenio de Menezes (Faculdade Cásper Líbero) * Reinaldo Silva (Universidade de São Paulo) * Marcio Lobo (Uni-versidade de São Paulo) * Vinicius Romanini (Universidade de São Paulo)
Conselho EditorialWalter Teixeira Lima Junior (Universidade Metodista de São Paulo) * Lúcia Santaella (Pontíficia Universidade Católica de São Paulo) * João Eduardo Kogler (Universidade de São Paulo) * Ronaldo Prati (Universidade Federal do ABC) * Ricardo Gudwin ( Universidade Estadual de Campinas) * João Ranhel (Universidade Federal de Pernambuco) * Eugenio de Menezes (Faculdade Cásper Líbero) * Reinaldo Silva (Universidade de São Paulo) * Marcio Lobo (Uni-versidade de São Paulo) * Vinicius Romanini (Universidade de São Paulo)
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Projeto Gráfico e LogotipoDanilo Braga * Walter Teixeira Lima Junior * Leandro Tavares Gonçalves
Revisão de textosMichele Loprete Vieira
Editoração eletrônicaEduardo Uliana
CorrespondênciaAlameda Campinas, 1003, sala 6.Jardim Paulista, São Paulo, São Paulo, BrasilCEP 01404-001
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