O USO DE CÓDIGOS QR COMO FERRAMENTA DE APOIO A INFORMAÇÃO TURÍSTICA
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O USO DE CÓDIGOS QR COMO FERRAMENTA DE APOIO A INFORMAÇÃO TURÍSTICA
Resumo: A utilização da tecnologia de informação e comunicação vem
ganhando importante relevância na indústria do Turismo. Primeiro, devido à
necessidade de transmissão e incorporação de informações Turísticas para fins
de planejamento e gestão sobre destinos, atrativos, serviços e equipamentos
turísticos. Segundo, por sua capacidade de disseminar informações aos
visitantes das localidades, subsidiando o processo decisório, focalizando
serviços turísticos, e fornecendo dados sobre destinos e atrativos. O objetivo
deste artigo é descrever as oportunidades e desafios à implantação dos
códigos de resposta rápida na cidade do Rio de Janeiro. Igualmente, pretende-
se analisar por meio uma pesquisa qualitativa, seu uso como ferramenta de
comunicação entre visitantes e a cidade.
Palavras-chave: Informação Turística, QR Codes, Marketing.
1. INTRODUÇÃO
A utilização da tecnologia de informação e comunicação vem ganhando
importante relevância na indústria do Turismo. Primeiro, devido à necessidade
de transmissão e incorporação de informações Turísticas para fins de
planejamento e gestão sobre destinos, atrativos, serviços e equipamentos
turísticos. Segundo, por sua capacidade de disseminar informações aos
visitantes das localidades, subsidiando o processo decisório, focalizando
serviços turísticos, e fornecendo dados sobre destinos e atrativos.
Historicamente, o Turismo apresenta vinculo com o uso das tecnologias
de informação e comunicação. Inicialmente, percebido através do uso dos
Sistemas de Distribuição Global (GDS) que representaram o primeiro diálogo
entre as disciplinas. Posteriormente, a incorporação das Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC’s) no turismo transformou os sistemas de
distribuição, a oferta de produtos e serviços, bem como influenciou as suas
estratégias relacionadas ao crescimento e competitividade e formas de fazer
negócios (O’CONNOR, 2005).
Com a internet, empresas ligadas ao fenômeno iniciaram a divulgação
dos seus produtos e serviços por meio das redes telemáticas, compra de
tickets aéreos, reservas em hotéis, aluguel de automóveis e informações sobre
os destinos. Seguindo, esta linha pode-se citar pesquisa realizada pela Google
à Netpop Research em 2009, onde 89% dos consumidores brasileiros de
produtos e serviços turísticos utilizam-se da internet ao menos uma vez para
comprar.
Entretanto, não é apenas no processo de oferta e planejamento das
viagens que a internet e as novas tecnologias de informação têm sido
exploradas. A tecnologia mudou o perfil do viajante. Para Buhalis (2004)
vivemos tempos de um viajante cada vez mais conectado. Viajantes estão
diariamente conectados as mídias sociais, divulgando suas experiências
através de dispositivos móveis, por meio de fotos, frases, símbolos e utilizando
de aplicativos de celular e redes de wifi e telefonia ampliando a experiência
turística.
Em contrapartida, governos e fornecedores intensificaram ações e de
forma a proporcionar uma maior interatividade e feedback entre
visitante/cidade, potencializando a capacidade de escolha por produtos e
serviços turísticos. No entanto, poucas são as ações que perquirem integrar os
Sistemas de Informação Turísticas e visitantes nas cidades.
Emergentes são as possibilidades de serviços de informação turística
por meio dos dispositivos móveis. Entretanto, um projeto em particular vem
ganhando relevância e destacando-se com o objetivo de fornecer informações
turísticas associando-as ao uso de tecnologias moveis com objetivo de
preencher esta lacuna, que esta sendo preenchida pelo uso de uma inovação
tecnológica chamada QR Codes (Quick Response).
Utilizado em outros países, no Brasil ainda é pouco conhecido. No
entanto, a cidade do Rio de Janeiro já lançou o projeto QRIO, que utiliza
códigos de resposta rápida, como ferramenta de disseminação da informação
turística. Os Codes tem obtido relativo sucesso por sua capacidade de
interação entre visitantes e serviços localizados nas cidades, bem como,
auxiliando aos fornecedores de produtos e serviços na promoção de
informações de qualidade, aumentando o processo de feedback entre gestores
do sistema e usuários, reduzindo as incertezas dos viajantes nos destinos.
O objetivo deste artigo é descrever as oportunidades e desafios à
implantação dos códigos de resposta rápida na cidade do Rio de Janeiro.
Igualmente, pretende-se analisar por meio uma pesquisa qualitativa, seu uso
como ferramenta de comunicação entre visitantes e a cidade.
1.1. INFORMAÇÕES TURÍSTICAS Observa-se um renovado interesse sobre Informação no contexto do Turismo.
Pesquisas recentes preconizam a organização, gestão e disseminação da
informação turística, por meio de sistemas de codificação, transmissão e
organização dos dados. Informações turísticas podem ser conceituadas como
conjunto de dados acerca dos atrativos, equipamentos e serviços disponíveis
em determinadas localidades, com a finalidade de servir de suporte para ações
politicas, técnicas, de planejamento, de incentivo a novos negócios (MTur,
2007).
Para Beni (1998), a informação é elemento essencial ao planejamento da
atividade turística, tendo como principal finalidade manter atualizados todos os
envolvidos com o mercado, auxiliando na análise das tendências e elaboração
de cenários que possibilitem identificar a demanda desejada.
“[...] Consolidar um sistema de informações turísticas que
possibilite monitorar os impactos sociais, econômicos e
ambientais da atividade, facilitando a tomada de decisões
no setor e promovendo a utilização da tecnologia da
informação como indutora de competitividade” (MTur,
2007, p.16).
Entretanto, para além da informação estratégica, é necessário tratar da
informação turística de “uso”, aquela insumo à tomada de decisão do viajante
durante a experiência turística. Fato é, que viajantes promovem suas incursões
considerando informações coletadas pela internet, com outros indivíduos e com
players que atuam no mercado. Diante das características do produto turístico,
informações fidedignas são fundamentais a prospecção dos serviços
(COOPER et al., 1998).
No ato de planejar, indivíduos tendem a realizar pesquisa extensa de
informações, porque as características do produto turístico demanda certa
investigação prévia, e este comportamento credita-se a reduzir riscos e
incertezas (CHUNG & BUHALIS, 2008). A informação turística deve fluir, ser
rápida, precisa, reduzir as incertezas entre clientes e fornecedores
(O'CONNOR, 2001). Representando um dos principais fatores que influenciam
a escolha de destino e dinamizam negócios realizados no local, estão as fontes
de informação de turismo. Percebe-se a existência de ambientes comerciais e
sociais cuja a informação é relevante para sua sobrevivência comercial (MILL
& MORRISON, 2002). No momento em que a informação adquire um caráter
de negócio, onde qualquer valor é pago por sua disseminação, essas passam a
receber atributos comerciais. Poucas informações são completamente neutras,
Para Money & Crotts (2003) a internet pode ser considerada uma fonte neutra
de informações , levando em consideração sua finalidade e características.
Utilizar sistemas informatizados para disseminação da informação turística,
pode preencher a lacuna referente a informação turística de” uso”, reduzindo
as incertezas dos viajantes sobre destinos e atrativos turísticos, bem como,
expandido mecanismos capazes de enriquecer sua experiência. Porém,
apesar do desenvolvimento de aplicativos e uso da tecnologia, fornecedores e
consumidores de produtos turísticos ainda coletam e transmitem informações
de forma direta. Seja por meio de métodos tradicionais de disseminação
(mapas, panfletos, guias) ou em fontes informais confiáveis (familiares ,
amigos), informações que auxiliem o processo decisório e maximizem a
experiência turística (HOLLOWAY & ROBINSON, 1995).
1.2. TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO NO TURISMO Tecnologia da Informação é definida como todos os mecanismos e tecnologias
de comunicação utilizados para aquisição, processamento, análise,
armazenamento, consulta, disseminação e uso de informação de forma
computadorizada (BUCZYNSKI e MENDES 2007). O avanço da TI vem
provocando mudanças significativas em diversos setores da indústria turística.
Para Pizzaro (2005) são significativas as mudanças provenientes do uso das
TIC’s associando promoção de novos serviços, flexibilidade do produto turístico
e a criação de vantagens competitivas pelo uso de hardware, software, dados,
informação e conhecimento.
Porém, a utilização de sistemas informatizados/automatizados na indústria do
turismo não representa um fato novo. Desde o fim da segunda grande guerra
empresas investiram na criação dos primeiros sistemas automatizados GDS
(Sistemas de Distribuição Global) e CRS (Sistemas de Reserva por
computador). A criação dessas bases de dados possibilitou o crescimento da
oferta dos produtos e serviços turísticos, bem como reduziu o tempo para
realização das atividades em agencias e companhias aéreas. .
Antes do desenvolvimento de sistemas
computadorizados, fazer a reserva de uma passagem
aérea era um processo complexo. As companhias
publicavam de tempos em tempos, seus horários e suas
tarifas em brochuras, que eram então distribuídas aos
agentes de viagem. Se um cliente quisesse reservar um
voo de, digamos Paris a Berlim, o agente de viagem tinha
de identificar quais as companhias aéreas que voavam na
rota desejada e examinar cada um de seus horários para
ver se elas tinham um voo que atendesse às
necessidades do cliente. (O'CONNOR, 2001, p.19)
Entretanto, sistemas de distribuição estão sendo substituídos gradativamente
pela internet, que é hoje um sistema de pesquisa de destinos turísticos por
excelência, particularmente quando se trata de mercados mais significativos.
(O’CONNOR, 2005; BUHALIS, 2002; PIZZARO, 2005). Organizações ligadas
ao turismo, em tempo necessitaram adaptar seus recursos, bem como seus
produtos e serviços por meio de mecanismos mais eficazes de
acompanhamento às variações do mercado.
Outra possibilidade proveniente do uso da tecnologia de informação é a
capacidade de dinamizar a competição local. Para O’Brien (2004), as TIC’s
possibilitaram criar novos canais de comercialização reduzindo intermediários e
explorar novos mercados consumidores dos produtos e serviços. Para Buhalis
(2005), as TIC’s possibilitam menor influência dos intermediários (agentes,
operadores) no processo de escolha dos visitantes por destinos.
Entretanto, ao que tange aos destinos turísticos, poucos são os que utilizam-
se das TIC’s para divulgação de informações acerca de suas localidades.
Apesar de sites, mapas e outras formas de divulgação de informações mais
tradicionais, raros são os destinos que utilizam formas dinâmicas e inovadoras
para suporte da decisão dos seus visitantes nos destinos.
Em busca de preencher esta lacuna, a cidade do Rio de Janeiro iniciou
processo de divulgação de serviços de informação turística associando a
tecnologia móvel e a internet por meio de plataformas de celular.
Nos dias atuais, a presença de um viajante cada vez mais conectado, abre
oportunidades para a aplicação de mecanismos com intuito de marketing e
redução das incertezas informacionais nos destinos. Igualmente, ao pensar em
viajante cada vez mais conectado, com o máximo de informações possíveis, a
utilização dos dispositivos móveis podem emergir como uma estratégia a ser
utilizada pelos destinos para auxiliar os viajantes em sua experiência turística
(BUHALIS & LAW, 2008).
Novos aplicativos (softwares) associados à internet podem enriquecer a
experiência turística no destino. A utilização de aplicativos e sistemas
operacionais em plataforma podem vir a mitigar os problemas informacionais
presentes nos grandes centros, bem como, expandir a experiência turística
associando dados relevantes coligando real e o virtual.
1.3. QR CODES Associar a tecnologia móvel e a experiência turística é um desafio aos
diferentes grupos. Qr Codes são códigos em 2-D capazes de armazenar
informações que podem ser visualizadas através de aplicativos instalados em
celulares com câmera fotográfica e acesso à internet. O Qr code é uma
evolução do código de barras criado há 19 anos no Japão com a função de
manter o controle sobre as peças da linha de montagem da empresa
automobilística Denso-Wave. Sua capacidade de armazenamento de dados é
de: -Numérica- Max. 7.089 caracteres, - alfa numérica - Max. 4.296 caracteres,
- Binário (8 bits) - Max. 2.953 bytes, -Kanji/Kana - Max. 1.817 caracteres1.
Caso apareça alguma restrição de dados dos códigos, isso pode ser facilmente
suplantado pela criação de links direcionados a internet. Por outro lado,
projetos de sobreposição de dados vêm sendo implementados com o objetivo
de aumentar a capacidade de armazenamento de dados dos códigos em
formato off-line. A sobreposição de dados, permite duplicar, triplicar, ou
quadriplicar a capacidade de armazenamento, uma vez que em apenas um Qr
code, existem outros códigos diferentes. Essa inovação possibilitou criar
códigos mais atraentes, investir no seu apelo visual, utilizando-se cores e
imagens diferenciadas.
Figura 1: QR Code artigo
Fonte: Elaboração nossa
Parta Buhalis (1998) o principal objetivo dos Qr codes no turismo é fornecer
informações precisas e atemporais, de forma relevante aos consumidores de
1 Entrevista realizada em 2012 pelo Jornal de Noticias com o primeiro-ministro de Portugal Sr. Passos Coelho. Disponível em http://www.jn.pt/
produtos e serviços turísticos. Além disso, torna-las de fácil acesso, permitindo
maior dinamismo e interação entre o viajante e destinos.
Para além do seu uso inicial na indústria automobilística, diversas tem sido as
empresas e governos que vêm utilizando os códigos para atender as
demandas informacionais de seus consumidores. Instituições associadas à
indústria do turismo, já usam constante o código como estratégia para
Marketing, e divulgação de informações aos visitantes, aprimorando a estadia
do visitante em suas localidades por meio de informações ricas, melhorando a
sua experiência.
A interatividade proporcionada pelos códigos entre visitantes e atrativos
complementa a experiência turística. Nos Estados Unidos, informações
acerca de um passeio a pé no River Walk na cidade de Santo Antônio,
ampliam a experiência, ao integrar conteúdos adicionais, como fotos e áudio
aos visitantes, bem como, a história da localidade, seus principais pontos e
atrativos turísticos (VISIT SANT ANTONIO, 2013).
Figura 2: QR Code River Walk Santo Antonio
Fonte: travel2dot0, 2013
O central Park de Nova Iorque integrou tecnologia móvel à experiência de seus
visitantes. O projeto World Park posicionou o Central Park como o moderno
parque temático urbano ao criar um museu ao ar livre móvel. No fim de semana
do Arbor Day 2010, mais de 1.800 visitantes usaram seus celulares para
localizarem–se pelo uso de Parkodes. Estes são códigos QR semelhantes a
uma árvore digital, onde cada um dos códigos revelou conteúdo significativo
acerca dos segredos, arte, história, cultura pop, ciência e localização via mapa
(WORLD PARK, 2010).
Figura 3: QR Code Park Code
Fonte: World Park, 2013
Introduzir novos elementos criados virtualmente em um ambiente físico real,
unindo visitantes e atrativos por meio de informações de um áudio, um texto,
vídeo ou imagem, expõe as possibilidades de QR Codes à experiência
turística. O uso de tecnológicas como câmeras, smartphones e wifi, dos quais
grande parte da população já tem acesso e utiliza, possibilita disseminar
conteúdos adicionais aos visitantes e informações relevantes.
1.4. QR CODE RIO DE JANEIRO
O Projeto de Lei Nº 1578/2012, teve por finalidade criar a o sistema QR CODE
de informações, Turísticas, Culturais e Ambientais no Município do Rio de
Janeiro, onde nos locais de interesse de informação dos munícipes e turistas,
será afixado em base de fácil acesso, painel com código, possuindo toda
informação sobre aquele espaço ou lugar, contendo a sua história e
importância (CVRJ, 2012).
Para tanto, o decreto determina que obrigatoriamente os códigos devam
encontrar-se nos idiomas Português, Inglês, Espanhol, Francês, Japonês e
Alemão, bem como, a critério dos Órgãos Turísticos e Culturais poderão ser
acrescentadas outras línguas. O Projeto pretende contribuir com à informação
e cultura na cidade acerca dos espaços públicos, museus, bibliotecas, casas
de cultura, teatros, etc. (CVRJ, 2012).
O Projeto Qr Code (QRio) no Rio de Janeiro pretende oferecer o maior número
de informações turísticas, bem como expandir a sua marca aos visitantes.
Baseado em projeto de Portugal, a cidade apresenta seu primeiro QRio, com
finalidade turística em pedras portuguesas na praia do Arpoador, que
incorpora informações acerca do local com o objetivo de fornecer informações
turísticas com o advento dos megaeventos Copas das Confederações,
Jornada Mundial da Juventude Cristã em 2013, Copa do Mundo de Futebol
2014 e Jogos Olímpicos de 2016.
O projeto pretende incorporar informações a 30 monumentos públicos
localizados na cidade, onde visitantes obterão informações por meio de
celulares smartphones dotados de câmera e acesso a internet.
2. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Incialmente, a pesquisa consistiu em um levantamento bibliográfico
acerca do tema, com objetivo de fornecer referencial teórico capaz de orientar
a discussão acerca da problemática informacional ao que tange acesso às
informações turísticas. O levantamento foi efetivado por meio de documentos,
artigos, reportagens e companhas publicitárias, em vista o incipiente
referencial.
Este trabalho optou por uma pesquisa aplicada, qualitativa, descritiva
(GIL, 1999): a) aplicada: pois está dirigida a especificamente a análise das
fontes de informação turística, b) qualitativa: pois entende o projeto como uma
politica que se desdobra à participação social c) descritiva: buscará descrever a
realidade informacional acerca do uso da ferramenta na cidade do Rio de
Janeiro.
A proposta parte do entendimento da internet tanto como local, quanto
instrumento de pesquisa (FRAGOSO; RECUERO; AMARAL, 2011, p. 17), pois
consiste no ambiente onde se encontram dados disponibilizados, bem como é
uma das ferramentas para pesquisa bibliográfica.
Percurso Metodológico
Vantagens e Desafios ao uso de Qr Code’s no Projeto QRio
A análise pretende descrever as principais características da ferramenta
como instrumento de informação turística. Desta forma, a partir de uma matriz
Swot, optou-se por identificar as principais funcionalidades e fragilidades.
Foram elencadas quatro categorias, sendo que duas relacionadas às
funcionalidades e as demais analisam o seu uso enquanto elemento de
informação turística na cidade do Rio de Janeiro. Ao tratar de um decreto Lei,
entende-se este como politica que objetiva regular os aspectos informacionais
acerca dos atrativos turísticos da cidade. Assim, enquanto ferramenta que
objetiva informar aos seus usuários acerca das caraterísticas, história, cultura e
meio ambiente, pretende-se alinhar outras percepções as ações necessárias à
sua implantação.
Quando da efetivação de qualquer ferramenta que trabalhe aspectos
informacionais de forma virtual faz-se necessário dispor de uma infraestrutura
básica capaz de suportar a transferência de dados que promovam a interação
entre visitantes/cidade/atrativos.
Corroborando com o explicitado acima, a primeira categoria que for
analisada foi Aplicabilidade tendo sido precedida pelas demais categorias, a
saber: Infraestrutura da Ferramenta, Facilitadores e Restrições Técnicas. A
aplicabilidade da ferramenta pretende expor as oportunidades acerca do uso
dos códigos na cidade como elemento de informação turística expandindo suas
caraterísticas aos demais players. Os facilitadores espera explorar o uso da
ferramenta, estabelecendo comparação entre o referencial a realidade acerca
da funcionalidade do QR RIO. A ultima categoria, Restrições Técnicas abordou
aspectos relacionados à funcionalidade da ferramenta, entorno no local, bem
como a estratégia adotada para uso de códigos QR no Arpoador.
3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISES DOS RESULTADOS
A etapa referente à análise das categorias percorreu aspectos que foram
evidenciados através do levantamento bibliográfico permitindo elaboração de
quadro. Decorrente deste procedimento foi construído o quadro de análise
onde as quatro categorias Aplicabilidade, Infraestrutura da Ferramenta,
Facilitadores e Restrições Técnicas deram origem a aspectos a ele
relacionados que influenciam de forma direta na condução dos códigos, em
especial, na sua eficiência.
No quadro abaixo, é possível visualizar as interações entre as categorias
swot e as atribuídas por meio do levantamento bibliográfico.
Figura 4: Quadro de análise
Fonte: Elaboração nossa
Aplicabilidade: Um universo de possibilidades Nessa categoria emergiram questionamentos que perpassam por situações
que envolvem o real aproveitamento das oportunidades e aplicabilidade dos
códigos como sistemas que valorizem as Informações e a cidade. Igualmente,
entende-se que ele ainda poderá incorporar outras funcionalidades com futuros
desdobramentos.
Oportunidades
Aplicabilidade
Ameaças
Infraestrutura
Facilitadores
Pontos Fortes
Restrições Técnicas
Pontos Fracos
As Subcategorias foram elencadas com objetivo de explorar as Potencialidades
e Oportunidades advindas da utilização dos códigos. Seguindo os elementos
descritos no projeto Lei e com base no levantamento bibliográfico, emergiram
subcategorias que permitiram analisar as propriedades do recurso como
elemento de apoio a Roteirização, Catalogação e Registro de atrativos,
Feedback do usuário, Marketing Turístico. Por exemplo, ao item apoio a
Roteirização, a proposta dos códigos é tornar a cidade mais conectada ao
visitante e de forma interativa, dispor às informações relevantes que promovam
sua autonomia fortalecendo a capacidade de escolha dos atrativos a serem
visitados. Neste item, a análise do QR RIO, demonstrou ineficiente, devido a
este não interagir com outros atrativos turísticos da cidade, ou reportar a
informações publicas uteis e relevantes.
No tangente a Catalogação e Registro de atrativos a iniciativa é positiva tendo
em vista que ainda é incipiente o processo de registro dos atrativos turísticos
por meio dos órgãos públicos. Embora a sua finalidade seja de promover
informações, o uso dos códigos pode vir a suplantar a deficiência informacional
turística da cidade. O projeto necessariamente impele a execução de
levantamento histórico e informacional acerca dos monumentos e atrativos
presentes na cidade.
No que tange a relação entre usuário e a cidade, ou seja, Feedback, o código
não tem elemento de coleta de impressões da experiência dos visitantes. Neste
sentido, oportunidades de aprendizado e conhecimento, bem como,
possibilidades de melhoria dos atrativos e da ferramenta são desperdiçadas.
Essa não observância do campo na plataforma QR RIO impossibilita um
dialogo entre as partes, sendo necessário incorporar este elemento, permitindo
que a cidade obtenha informações relevantes acerca dos seus visitantes e
atrativos.
Ao alinhar a cidade a outros grandes centros que se utilizam de códigos, o QR
RIO proporciona à cidade do Rio de Janeiro maior visibilidade. Entretanto, do
ponto de vista pratico, o código utilizado ainda apresenta limitações. O visitante
não possui informações básicas acerca da cidade, bem como, não disponibiliza
espaço para que outros estejam associados à urbe, permitindo expandir o
nome da metrópole através de Players que podem ser nacionais ou
internacionais divulgando serviços, informações utilitárias, modais de
transportes.
Infraestrutura: Desafios a considerar Nessa categoria estão elencados alguns obstáculos à boa implantação dos
QR’s. Aspectos relacionados à Falta de infraestrutura de rede wifi pública
representam impeditivos a implementação da ferramenta.
Esse item nos parece primordial dentro do contexto até agora analisado, pois
mister promover acesso público gratuito às informações por meio do decreto.
Para tanto, cabe observar que a capacidade de alocação de dados nos códigos
em modo off-line é reduzida, sendo necessário apoio e sincronização por meio
da Internet. Neste sentido, a inexistência de rede pública de wifi, bem como, os
altos custos de telefonia móvel, são impeditivos importantes a serem
considerados.
Outro elemento destacado foi relacionado à manutenção e baixa capacidade
das redes de dados brasileiras. Ao utilizar o código, o tempo de resposta foi um
impeditivo para sua utilização. O usuário, ou seja, o visitante em questão corre
o risco de desistir da ferramenta tendo em vista a demora do tempo de
resposta. Essa análise vai ao encontro do estudo realizado pelo Google
Analytics, onde o tempo médio de resposta da internet no Brasil gira em torno
de 12 segundos.
No tangente à localização e manutenção dos QR’s sua utilização em pedra
portuguesa não representa um impeditivo importante. Porém, a falta de
manutenção e a localização geográfica, implicam no não reconhecimento do
código por câmeras de celular. Exemplificando: um código em pedra
portuguesa localizado ao lado de uma praia, onde verifica-se a presença de
areia branca, dificilmente será lido. Igualmente, a necessidade de manutenção
constante com o design das pedras e aspectos relacionados à limpeza urbana
são impeditivos.
Facilitadores: Otimizando a experiência turística A ferramenta propicia vinculação de informação em diferentes suportes (áudio,
vídeo, texto, imagem). Porém, o site QR RIO utiliza-se apenas de informações
básicas via texto e fotos para informar ao visitante acerca do atrativo. Expandir
a experiência turística por meio de novas fontes de informações é uma
possibilidade real não explorada pelo uso dimensionado do código.
Corroborando com a afirmativa, visitantes utilizam-se das redes sociais para
intensificar a sua experiência nas localidades. O código, em um sentido mais
amplo pode ampliar a interação entre visitantes e a cidade. No entanto, de
encontro ao decreto-lei, a ferramenta não apresenta todos os idiomas
elencados no projeto.
Considerado uma ferramenta de baixo custo, tendo em vista a disponibilidade
de criação destes códigos de forma livre por meio da internet e auxílio de
programas de leitura para celulares o uso de QR codes no Brasil pode
representar uma forma rápida de alinhar conteúdos e informações relevantes
através da internet, tendo em vista, que o país é um dos maiores detentores de
usuários de smartphones2 no mundo com possibilidades de expansão.
Sobre as funcionalidades, o site destino apresenta mapa para localização, mas
as informações atualizadas, cerne da discussão e suas fontes não estão
disponíveis para simples conferência.
Restrições Técnicas: itens a considerar Itens devem ser considerados quando da implantação de códigos Qr. Atender à
esses requisitos é extremamente importante para o funcionamento e
disponibilidade de informações.
Necessariamente, tratamos de plataformas celulares e os sites que
disponibilizam informações devem atender à esta configuração. No caso do QR
2 Divulgada pela web, em pesquisa realizada pelo Ipsos Media CT, com apoio do Google, da Mobile Marketing Association e do Interactive Advertising Bureau, constatou que 14% dos brasileiros adquiriram um smartphone. Esse dado quantitativo equivale a 27 milhões de usuários valor superior a Alemanha e França. (Fonte: http://www.meioemensagem.com.br)
RIO o site é apresentado em formato tradicional. Sites para celular reduzem o
tempo de carregamento de mensagens, bem como podem ser atualizados mais
rápido.
São necessários endereços curtos (links) para disseminar as informações. No
site QR RIO, esse item não foi esquecido. Endereços curtos são carregados
facilmente em plataformas móveis.
Outro elemento que pode representar risco é a localização e o tamanho dos
códigos. Códigos pequenos necessitam de câmeras com maior resolução.
Igualmente, códigos devem ser disponibilizados em locais visíveis e ao alcance
de todos. Locais de difícil acesso e baixa capacidade ergonômica
impossibilitam o uso e desperdiçam o esforço de criação dos códigos.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de QR Codes ainda representa uma iniciativa embrionária para a
cidade do Rio de Janeiro, no entanto, medidas legais foram tomadas o que
alavancou a necessidade de novos investimentos nessa tecnologia objetivando
subsidiar aos visitantes informações turísticas atualizadas. A utilização do
código nas cidades com a finalidade de efetivar a disseminação de informação
apresenta oportunidades e desafios a serem suplantados. No caso do QRIO é
necessário refino das informações veiculadas, maximizar as possibilidades de
interação com os usuários potencializando a experiência turística bem como
ajustes à forma e infraestrutura.
Investimentos que perpassem pela adoção de sistemas públicos de
internet e melhoria das redes de transmissão de dados via telefonia celular são
indispensáveis para o sucesso dessa iniciativa. Outrossim, associar os códigos
à sistemas virtuais, tais como redes sociais, representam oportunidade de
divulgação dos atrativos da cidade.
Elaborar QR’s estáticos como o sistema da cidade do Rio de Janeiro
limita as possibilidades de aprendizado e feedback tão necessários ao
aprimoramento das informações e qualidade dos serviços turísticos da cidade.
O momento requer cuidados. Cuidados para com a imagem da cidade,
para com os serviços a serem apresentados, de forma a superar as
idealizações e anseios dos visitantes. Neste artigo objetivou-se descrever as
potencialidades e os riscos da utilização de QR Codes como ferramenta
informacional de apoio a decisão bem como de redução de incertezas aos
usuários/visitantes.
Por fim, em seu estagio atual, o projeto não atende as expectativas
encontradas em outros QR’s internacionais. Contudo, acredita-se que ao
investigar o seu uso enquanto ferramenta informacional foi possível verificar os
desvios. Desvios que deverão ser revistos e passarão a integrar novamente a
plataforma de maneira a subsidiar o correto acesso à informação turística
desejada.
Associar a tecnologia à informação e ao turismo representam desafios a
serem suplantados. Itens tais como roteirização, marketing e realidade
aumentada podem fazer parte de estudos futuros que venham alinhar o uso de
códigos QR’s à experiência dos visitantes.
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