O Edifício Como Elemento Construtivo da Memória da Cidade de Porto Alegre

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X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação SEPesq 20 a 24 de outubro de 2014 O Edifício Como Elemento Construtivo da Memória da Cidade de Porto Alegre Hélade de Oliveira Lorenzoni Mestranda em Arquitetura e Urbanismo Centro Universitário Ritter dos Reis [email protected] Resumo: Esse artigo traz reflexões sobre a importância da arquitetura de cunho não monumental na construção da memória da cidade. A domesticidade na arquitetura coadjuva com a monumentalidade servindo-lhe de referência. No intuito de aprofundar esse quesito mergulho nos conceitos filosóficos de Rybczynski, entre outros. O foco da pesquisa se debruça sobre as casas em fita. O advento de seu aparecimento no cenário mundial e seu desenvolvimento. Para tal, o aporte teórico procede de Leonardo Benévolo. Essa verificação apresenta a tipologia das casas em fita da Rua Félix da Cunha e Travessa Venezianos, em Porto Alegre, RS, Brasil e discute a importância que possuem sob o ponto de vista do conjunto arquitetônico. Como foco de estudo, tem-se dados da construção e profissionais envolvidos, suas relações com o entorno, ao longo do tempo e a conexão com o desenvolvimento da cidade e seus costumes. O estudo concretiza-se através de pesquisa bibliográfica fundamentada em análises espaciais, sociais, econômicas e ambientais apoiadas em Célia Ferraz. A investigação preliminar revela a relevância da preservação desses conjuntos como elementos contadores da história da cidade. A arquitetura acompanha o homem e reflete seu andar, por isso representa um ótimo objeto de estudo. Palavras-chave: Arquitetura domiciliar. Casas em fita. Memória. 1 Introdução Em cualquier época de la história, el modo em que el hombre há construído su vivienda há reflejado la visión que percibía de si mismo como parte del mundo en el que vivía. Al contrario que en tiempos pasados, cuando el estatus social se medía por poseer uma residência tan grande como gruesa era la cuenta corriente, la era moderna se ve envuelta em una tendência hacia la casa de pequeñas dimensiones. Hugo Kliczcowski Desde que o homem é homem, tem sua passagem registrada através de monumentos. Muito deles, são edificações, construções em grande escala que lhe conferem a magnitude pretendida através da dimensão construída, assim como as pirâmides da planície de Guisé.

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X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação SEPesq – 20 a 24 de outubro de 2014

O Edifício Como Elemento Construtivo da Memória da Cidade de Porto Alegre

Hélade de Oliveira Lorenzoni Mestranda em Arquitetura e Urbanismo Centro Universitário Ritter dos Reis [email protected]

Resumo: Esse artigo traz reflexões sobre a importância da arquitetura de cunho não monumental na construção da memória da cidade. A domesticidade na arquitetura coadjuva com a monumentalidade servindo-lhe de referência. No intuito de aprofundar esse quesito mergulho nos conceitos filosóficos de Rybczynski, entre outros. O foco da pesquisa se debruça sobre as casas em fita. O advento de seu aparecimento no cenário mundial e seu desenvolvimento. Para tal, o aporte teórico procede de Leonardo Benévolo. Essa verificação apresenta a tipologia das casas em fita da Rua Félix da Cunha e Travessa Venezianos, em Porto Alegre, RS, Brasil e discute a importância que possuem sob o ponto de vista do conjunto arquitetônico. Como foco de estudo, tem-se dados da construção e profissionais envolvidos, suas relações com o entorno, ao longo do tempo e a conexão com o desenvolvimento da cidade e seus costumes. O estudo concretiza-se através de pesquisa bibliográfica fundamentada em análises espaciais, sociais, econômicas e ambientais apoiadas em Célia Ferraz. A investigação preliminar revela a relevância da preservação desses conjuntos como elementos contadores da história da cidade. A arquitetura acompanha o homem e reflete seu andar, por isso representa um ótimo objeto de estudo.

Palavras-chave: Arquitetura domiciliar. Casas em fita. Memória.

1 Introdução

Em cualquier época de la história, el modo em que el hombre há construído su vivienda há reflejado la visión que percibía de si mismo como parte del mundo en el que vivía. Al contrario que en tiempos pasados, cuando el estatus social se medía por poseer uma residência tan grande como gruesa era la cuenta corriente, la era moderna se ve envuelta em una tendência hacia la casa de pequeñas dimensiones. Hugo Kliczcowski

Desde que o homem é homem, tem sua passagem registrada através de monumentos. Muito deles, são edificações, construções em grande escala que lhe conferem a magnitude pretendida através da dimensão construída, assim como as pirâmides da planície de Guisé.

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Registro de igual espectro, porém desprovido da pretensão dos monumentos e das grandes construções, são as edificações de caráter domiciliar popular. Menores em escala, mas não em importância, principalmente quando analisadas sob o ponto de vista do conjunto e da memória que evocam. O foco aqui são as casas em fita e o advento de seu surgimento.

2 CAPÍTULO 1

Nos primeiros cinco séculos, após a queda do império romano e as consecutivas invasões bárbaras, evidencia-se uma grande crise econômica. Em decorrência disso a dispersão para o campo da população em busca de sustento extraído da terra determinou a ruína das cidades. O modelo econômico baseado na agricultura e pecuária e na divisão das terras com liderança centralizada no Suserano é o âmago da sociedade feudal. Nesse novo modelo a cidade perde sua importância como centro administrativo. No final do séc. X, a população aumenta e junto com ela a produção agrícola, o comércio e a indústria. Surgem as primeiras Cidades-Estado e a população desses burgos fortificados, chamada burguesia.

Uma parte da nova população, que não encontra trabalho nos campos, refugia-se nas cidades: cresce assim a massa dos artesãos e dos mercadores, que vivem à margem da organização feudal. A cidade fortificada da Alta Idade Média – a qual se adapta bem o nome de burgo – é por demais pequena para acolhê-los; formam-se, assim, diante das portas, outros estabelecimentos, que se chamam subúrbios e em breve se tornam maiores do que o núcleo original. É necessário construir um novo cinturão de muros, incluindo os subúrbios e as outras instalações(igrejas, abadias e castelos) fora do velho recinto. A nova cidade assim formada continua a crescer da mesma forma e constrói outros cinturões de muros cada vez mais amplos. Nessa cidade, a população artesã e mercantil – a burguesia, como será chamada – está em maioria desde o início; pretende, pois, se subtrair ao sistema político feudal, e garantir-se as condições para sua atividade econômica: a liberdade pessoal, a autonomia judiciária, a autonomia administrativa, um sistema de taxas proporcionais às rendas e destinadas a obras de utilidade pública(entre os quais, em primeiro lugar, as da defesa: as fortificações e os armamentos).

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1 BENÉVOLO, Leonardo. História da Cidade; São Paulo: Perspectiva, 2007. p. 259.

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Após a segunda metade do séc. XVIII, com o advento da máquina a vapor, há uma extrema modificação no cenário citadino. Impulsionada pela falência da economia agrária, que levou a fome aos campos e pelo êxodo rural consequente, ocorre uma explosão demográfica. As cidades não acompanham o seu potencial de absorver urbanisticamente esse contingente excepcional de camponeses em busca da promessa de trabalho oferecida pelas indústrias, além de seu próprio crescimento. Nessa nova cidade industrial, movida a carvão, a periferia é ocupada de forma distinta das ampliações medievais, mesclando bairros pobres aos de luxo assim como as indústrias, sem que algum plano prévio sirva de guia. Novos tipos de conjuntos habitacionais surgem, para sanar a carência de moradias populares para os operários da indústria. As casas em fita entram em cena.

O crescimento rapidíssimo das cidades na época industrial produz a transformação do núcleo anterior (que se torna o centro do novo organismo), e a formação, ao redor desse núcleo, de uma nova faixa construída: a periferia... A periferia não é um trecho de cidade já formado como as ampliações medievais ou barrocas, mas um território livre onde se somam um grande número de iniciativas independentes: bairros de luxo, bairros pobres, indústrias, depósitos, instalações técnicas. Num determinado momento estas iniciativas se fundem num tecido compacto, que não foi, porém, previsto e calculado por ninguém... os ricos tem casas mais isoladas – vilas ou vilazinhas -, os pobres tem habitações menos isoladas: casas em fileira ou moradas sobrepostas em edifícios de muitos andares.

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As casas em fita ou fileira caracterizam-se por compartilharem as vedações laterais e muitas vezes o espigão da cobertura também, constituindo-se de uma construção em linha com aberturas à frente e atrás. Alguns exemplos apresentam fossos de luz centrais. Em Porto Alegre o cenário de cidade industrial chega tardiamente, na última década do século XIX e primeira metade do séc. XX. Com um mercado consumidor relativamente amplo, baseado no agronegócio e na produção policultora da colônia, o estabelecimento de uma produção industrial foi propício. Outro fator determinante no crescimento e desenvolvimento industrial em Porto Alegre foi a diminuição dos artigos importados no mercado devido à recessão causada pelas duas grandes guerras mundiais. Destaque dessa

2 BENÉVOLO, Leonardo. História da Cidade; São Paulo: Perspectiva, 2007. p. 565.

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produção, além dos ramos tradicionais, têxteis e alimentícios, a indústria metalúrgica firmou-se como uma das mais importantes.

Em decorrência da explosão industrial, um rápido crescimento populacional assola a cidade.

Com pouco mais de cinquenta mil habitantes em 1890, a curva da população sofreu uma inflexão no seu aceleramento, mantendo-se uniforme até 1940, quando mais uma vez o processo de crescimento acelerar-se-ia. A maior taxa de crescimento no período foi a do decênio 1900-1910, com quase 6% de crescimento anual. Ao final do período (tomando o dado de 1940 como representativo), a cidade contava com 275mil habitantes.

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As casas da Travessa Venezianos aparecem para suprir a necessidade de moradia não só para os operários da indústria assim como para o vertiginoso crescimento da população na época da administração de Alberto Bins. Logo após surgem as casas em fita da rua Félix da Cunha, na administração de Loureiro da Silva, como alternativa de moradia de aluguel para a classe média. Nos próximos capítulos esses dois conjuntos habitacionais serão tema de discussão.

3 CAPÍTULO 2

Última Canção do Beco

Beco que cantei num dístico Cheio de elipses mentais,

Beco das minas tristezas, Das minhas perplexidades (Mas também dos meus amores, Dos meus beijos, dos meus sonhos), Adeus para nunca mais! Vão demolir esta casa. Mas meu quarto vai ficar, Não como forma imperfeita

3 FERRAZ DE SOUZA, Célia e MÜLLER, Dóris Maria. Porto Alegre e sua Evolução Urbana. UFRGS, 2007,

p 76

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Neste mundo de aparências: Vai ficar na eternidade, Com seus livros, com seus quadros, Intacto, suspenso no ar! Manuel Bandeira

CASAS DA TRAVESSA DOS VENEZIANOS

Situadas entre as ruas Joaquim Nabuco e Lopo Gonçalves, na Travessa dos

Venezianos, o conjunto tombado pela municipalidade consta de dezessete casas populares. A cidade é Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul e o bairro é Cidade Baixa.

Figura 1 Porto Alegre, Vista aérea da Travessa dos Venezianos. Fonte: Google Earth

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As casas da Travessa Venezianos, com arquitetura de origem portuguesa, conhecidas como casas de porta e janela, apresentam uma construção muito simples. Desprovidas de ornamentos, organizam-se em fileira. Esse grupo foi edificado no início do século XX com fins locatícios, para abrigar a população de baixa renda que morava naquela redondeza na época e foi atraída pela oferta de trabalho nas indústrias incipientes em Porto Alegre. Constituem-se de um típico exemplar de habitações populares de muitas cidades brasileiras e têm no conjunto seu real valor histórico.

Figuras 2 e 3 Porto Alegre, Travessa Venezianos Fonte: Google imagens A Cidade Baixa, antes um bairro pobre de periferia, hoje é um centro boêmio e a Travessa dos Venezianos abriga pizzaria, atelier de artes além de residências.

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4 CAPÍTULO 3

CASARIO À RUA FÉLIX DA CUNHA

Figura 4 Porto Alegre, Vista aérea da Rua Félix da Cunha. Fonte: Google Earth

O conjunto tombado pela prefeitura municipal, por iniciativa dos moradores consiste em oito casas geminadas, mais uma destacada. Localiza-se na Rua Félix da Cunha (do número 1143 ao 1215), no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, RS.

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A construção da década de trinta foi executada pela firma Azevedo-Moura & Gertum e o projeto é do arquiteto tcheco Egon Weindorfer, coordenador do setor de arquitetura desta empresa àquela época. O objetivo do projeto, como o que permeou as casas da Travessa Venezianos era o aluguel imobiliário, porém, diferentemente daquele, essas casas eram direcionadas à classe média. Cada casa está pousada sobre um lote de mais ou menos cem metros quadrados, em média 6,90X14m cada. Apresentam três pavimentos e despojamento de ornamentos na fachada, exceto floreiras em ferro e entablamento texturizado, além de telhado contínuo de duas águas, característica das casas em fita. Hoje compartilham atividades mistas como morar e trabalhar. O bairro prosperou e os residentes convivem com os vizinhos comerciantes.

5 CAPÍTULO 4

Os conjuntos acima referidos apresentam uma arquitetura de cunho domiciliar despojada. Desprovidas de maiores ornamentos, são casas simples, de construção em fita. Apesar de representarem estilos diferentes, de possuírem datas de construção de períodos distintos e sua arquitetura não ser monumental, ambos os conjuntos são tombados. A domesticidade aqui é um elemento importante no que diz respeito à memória da cidade e da população.

A domesticidade é um conjunto de emoções sentidas, e não um único atributo. Ela está relacionada à família, à intimidade, à devoção ao lar, assim como a uma sensação da casa como incorporadora – e não somente abrigo –destes sentimentos. Foi a atmosfera da domesticidade que permeou as pinturas de Witte e de Vermeer.

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A memória da cidade, verificada através das edificações, é um elemento importante na construção da identidade de um povo. De acordo com Ostergosa, “a memória é constituída de impressão, de experiência e sua importância e significado especial estão no fato de que ela é o que nós retemos e o que nos dá a nossa dimensão de sentido no mundo”.( OSTERGOSA, 2009, p1).

4 RYBCZYNSKI, Witold. Casa: pequena história de uma ideia. Rio de Janeiro: Record, 1996, p 85.

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CONCLUSÃO A história da cidade é contada de inúmeras maneiras, a arquitetura é uma delas.

O que lembram, então, os edifícios antigos? O valor sagrado que os trabalhos que homens de bem, desaparecidos e desconhecidos, realizaram para honrar seu Deus, organizar seus lares, manifestar suas diferenças. Fazendo-nos ver e tocar o que viram e tocaram as gerações desaparecidas, a mais humilde habitação possui, da mesma forma que o mais glorioso edifício, o poder de nos pôr em comunicação, quase em contato, com elas.

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A memória da cidade apresenta várias facetas, todas importantes na construção da identidade do povo. A memória é imprescindível para a saúde social. A arquitetura residencial e de tipologia em fita, analisada sob o ponto de vista do conjunto, também expressa e consolida a memória de condições dignas de vida na cidade de Porto Alegre. Através dela podemos contar nossa história e analisar mudanças em nosso modo de morar, além de construir nossa identidade como indivíduos que pertencem a uma mesma nação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BANDEIRA, Manoel. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p 123.

BENÉVOLO, Leonardo. História da Cidade. São Paulo: Perspectiva, 2007. p. 259.

CHOAY, Françoise. A Alegoria do Patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade, UNESP, 2006, p 140. FERRAZ DE SOUZA, Célia e MÜLLER, Dóris Maria. Porto Alegre e sua Evolução Urbana.

UFRGS, 2007.

5 Choay, Françoise. A Alegoria do Patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade, UNESP, 2006, p 140.

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KLICZKOWSKI, Hugo. Más Pequeños Espacios Urbanos. Barcelona: Loft, 2007. p 7

OSTERGOSA, Sandra Mara. Cidade e Memória: do urbanismo “arrasa-quarteirão”à questão do lugar. http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.112/30 visualizado em 29/07/2014 RYBCZYNSKI, Witold. Casa: pequena história de uma ideia. Rio de Janeiro: Record,

1996, p 8.