Museu de Cáceres. Um decénio de colaboração transfronteiriça, Revista Museal. Museu Municipal...

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o Museu de Cáceres

o Museu de Cáceres foi fundado em 1917, por

um pequeno núcleo de investigadores, que faziam

parte da Comisión Provincial de Monumentos da

Provincia de Cáceres. Desde 1898 já havia come-

cado a funcionar um modesto museu arqueológico,

intitulado Escolar no Instituto General y Técnico da

cidade, o centro de ensino secundário onde alguns

dos referidos investigadores eram professores.

Entre estes beneméritos mestres é de salientar D.

Gabriel Llabrés, Catedrático de Geografia e Histó-

ria que tinha conseguido reunir os primeiros objec-

tos arqueológicos e artisticos do museu, doados ou

legados, quer por estudantes quer por professores,

ou eruditos da Arte ou da História da Provincia; vul-

tos da cultura dos finais do século XIX e inicios do

XX, como Mario Roso de Luna, Publio Hurtado,

Vicente Paredes ou Adolf Schulten sáo alguns dos

que contribuiram para que o museu comecasse o

seu funcionamento, primeiro num corredor do Ins-

tituto, e posteriormente, ocupando até tres quartos

e duas salas do centro educativo.

MUSEU DE CACERES.Um decénio de colaboracáo transfronteinca 71

Na altura da fundacáo oficial (1917), o Museu já

ocupava duas salas do Instituto e era visitado por

alguns cidadáos. mas na verdade era pouco co-

nhecido, uma vez que a visita deveria ocorrer du-

rante o horário das aulas. D. Juan Sanguino Michel

tinha sido nomeado primeiro director do Museu,

cujos recursos financeiros eram táo limitados, que

nao se podia ainda pensar em sede própria; mas,

as coleccóes continuavam a aumentar; e após o

falecimento de Sanguino (1921) foi designado um

novo director, D. Miguel Angel Orti Belmonte, Ca-

tedrático de História na Escola de Magistério cace-

renha, que imediatamente demonstra ao Patronato

do Museu a necessidade de procurar um local útil,

para albergar todas as pecas e facilitar a visita pú-

blica, em melhores condicóes, como já acontecia

noutras cidades, tal como Mérida, com o Museu

Romano, criado em 1838.

Durante alguns anos tornou-se impossivel arranjar

um novo edificio, devido El falta de apoio do Es-

tado. Só com a proclarnacáo da República (1931)

as coisas cornecararn a mudar e o Ministério da

lnstrucáo Pública tomou consciencia da premen-

te urgencia do problema: por um lado, o Instituto

precisava das salas ocupadas pelo Museu, para

acolher os novos alunos que iam chegando com

a reorqanizacáo do ensino público, e por outro, o

próprio Museu tinha grande necessidade de um lo-

cal próprio, mais amplo, sendo que as coleccóes já

nao podiam continuar a crescer e eram necessá-

rios gabinetes e salas de trabalho para o Patronato

e para o Director. Assim, o novo governo republi-

cano disponibilizou o orcarnento para o Patronato

procurar um prédio capaz de albergar o Museu; o

director, Orti Belmonte foi encarregue da tarefa e,

depois de algumas tentativas, conseguiu acordar

com a proprietária o arrendamento da Casa de las

Veletas, um conhecido edificio singular da Cidade

Monumental que, alguns meses antes, havia sido

declarado Monumento Nacional, pelo facto de al-

bergar na cave uma espectacular cisterna árabe.

Esta cisterna, mais conhecida como o algibe, tem

sido atribuida aos almóadas pela maioria de auto-

res, mas há também quem pense numa cronologia

anterior, nos séculos X-Xl.

Após alguns meses de trabalho, o Museu era final-

mente inaugurado, a 12 de Fevereiro de 1933, o

que quer dizer que há pouco comemorámos o 75°

aniversário (VV. AA., 2008). Naqueles primeiros

anos o Museu apresentava tres salas no rés-do-

chao: na primeira podia ver-se uma boa coleccáo

de pintura regional (Covarsi, Solis Ávila, Checa,

Lucenqui, Egusquiza, Esquivel) além de vitrinas

que recolhiam materiais do acampamento de

Cáceres el Viejo; nas outras mostravam-se jóias,

marfins, vid ros romanos, pecas arqueológicas da

cidade de Capera, os ex-votos romanos de Calvi e

algumas pecas árabes. Na cave, o visitante encon-

trava as coleccóes pré-históricas e etnográficas,

com os verracos, as estelas decoradas da Idade

do Bronze e a chamada cozinha folclórica, formada

com objectos que tinham doado os alunos de Orti

Belmonte da Escola de Magistério, mas o principal

atractivo era o algibe, que esteve, desde a inau-

quracáo, disponivel ao público. No primeiro andar

havia uma só sala com coleccóes numismáticas e

quadros, depositados pelo Museo del Prado, de

artistas como Emilio Sala, Múgica, Haes, Alcázar

Tejedor, etc. além da habitacáo do director e da

respectiva familia.

REVISTA DO MUSEU MUNICIPAL DE FARO 72

Em 1951 Orti renuncia á Direccáo e é substituido

pelo Conde de Canilleros, D. Miguel Muñoz de San

Pedro, que desenvolve o exercício das funcóes,

com vertente honorária. Na verdade, o peso do

Museu descansa nas costas do Conservador, que

entre 1955 e 1969 é D. Carlos Callejo Serrano, um

funcionário dos Telégrafos que, interessado pela

Arqueologia e pela História, era Delegado Provin-

cial de Escavacóes Arqueológicas. Callejo moro u

com a familia na Casa de las Veletas e dedicou

anos de trabalho ao Museu, sem receber qualquer

ordenado ou rernuneracáo: fez o catálogo da colee-

cáo numismática, conseguiu para o Museu pecas

fulcrais como o Tesouro de Serradilla, reorganizou

algumas das salas e é de substancial siqnificáncia

a descoberta das pinturas rupestres na cova de

Maltravieso (1956), uma estacáo de arte paleoliti-

ca, que a época, era a única do interior peninsular,

ainda que hoje, outras sejam conhecidas.

Uma primeira modernizacáo chegou ao Museu

de Cáceres aquando da criacáo do Patronato Na-

cional de Museos (1968), o que significou que os

museus das provincias que nao contavam com

pessoal técnico funcionário do Estado -como era o

caso carcerenho- passariam a dependencia directa

do Ministério da Educacáo, que desde entáo iria

designar o novo director funcionário e tomar conta

de todas as des pesas do Museu, uma vez que até

ao momento, o orcarnento tinha sido fornecido pelo

Estado, bem como pela Diputación Provincial e

pelo Ayuntamiento. Finalmente, ° Museu integrou

o Patronato a 24 de Abril de 1970 e imediatamente

arrasta um programa de rnodernizacáo destinado

a actualizacáo museológica e museográfica, de

acordo com conceitos modernos; as coleccóes

artísticas sáo separadas das arqueológicas, pas-

sando estas para um outro local, a Casa del Mono,

enquanto o prédio principal, a Casa de las Veletas

é submetido a trabalhos de reabilitacáo que se

háo-de concluir em 1976. O novo museu apresenta

o espólio arqueológico na cave e no rés-do-cháo,

muito aumentado com os objectos provenientes

das novas escavacóes de Villasviejas de Tamuja,

Valencia de Alcántara, Cáparra, Monroy, etc.; uma

grande coleccáo etnográfica, acrescentada com

o conjunto de pecas adquiridas a D. Pedro Pérez

Enciso, ocupando todo o primeiro andar, tendo já

desaparecido a habitacáo do director cujo espaco

se distribui entre as salas, os gabinetes e um novo

local para biblioteca e, finalmente, já foi dito, a sec-

cáo de Belas Artes fica na Casa del Mono, onde

permanecerá alguns anos.

A nova ordenacáo constitucional espanhola signi-

ficou a transferencia para as Comunidades Autó-

nomas da responsabilidade pela qestáo cultural.

Desde 1985, os arquivos históricos, as bibliotecas

e os museus cornecarn a ser geridos pelos gover-

nos regionais; assim acontece com o Museu de

Cáceres, tutelado pela Junta de Extremadura des-

de 1989, embora os edificios e a maior parte das

coleccóes continuem a ser propriedade do Estado.

A partir de entáo principia uma nova fase na vida

da instituicáo, o local da Casa del Mono permuta-

MUSEU DE CACERES.Um decénio de colaboracáo transfronteirica 73

-se por um prédio junto da Casa de las Veletas,

sendo que os visitantes podem entrar pelo jardim

do edifício principal, sem necessidade de sair para

o exterior; a Casa de los Caballos, nome com que

se conhece este local, por antes ter acolhido uma

cavalarica, alberga hoje uma nova e importante

coleccáo de Arte Contemporánea adquirida pela

Diputación Provincial, com obras de Picasso, Miró,

Saura, Millares, Canogar, Oteiza, Chirino, Equipo

Crónica, etc. No entanto, a administracáo regional

duplica a equipa de vigilantes e corneca uma pau-

latina política de recuperacáo e modernizacáo do

Museu; em 1992 é inaugurada a nova Seccáo de

Belas Artes na Casa de los Caballos e várias pe-

cas essenciais do Museu fazem parte do Pavilháo

da Extremadura na Expo 92 de Sevilha; nos anos

seguintes a Junta de Extremadura utiliza as nossas

salas para apresentar algumas exposicóes tempo-

rárias e, em 1995, o Museu é incluído no percurso

da visita que o Príncipe das Astúrias, D. Felipe de

Borbón, faz a Cáceres.

Mas é a partir de 1997 que o Museu se consolida e

recupera a grandeza da instituicáo cultural, nao só

~cal, mas também regional, que tinha sido nos pri-

meiros anos. A equipa técnica incorpora mais duas

pessoas e os orcarnentos para actividades váo au-

mentando lentamente, mas de maneira constante;

o que permite o início de um ambicioso programa

de reorqanizacáo da instituicáo, que inclui um im-

portante capítulo para a ditusáo cultural. Recupe-

ram-se as exposicóes temporárias, que agora sáo

programadas pelo próprio Museu, cornecarn novos

ciclos de conferencias e de música de cámara;

térn início cursos, jornadas e reunióes científicas

que antes nunca foram realizadas; principia um

importante labor editorial nao só com os catálogos

das exposicóes, mas também com duas séries

de monografias científicas; inicia-se um Departa-

mento de Educacáo, qracas a contratacáo de uma

nova Técnica em Pedagogia (2002) e, finalmente,

o Museu reforce os lacos com a Universidade de

Extremadura, através de um programa de práticas

profissionais para os alunos dos últimos anos de

História e História da Arte.

Todas estas novas actividades térn contribuido

para que o Museu seja, hoje, na cidade de Cáce-

res, uma referencia cultural imprescindivel, sendo

sempre presente -e continua a ser- uma preocupa-

cáo com a cultura portuguesa, táo próxima de nós,

mas que ainda nao é suficientemente conhecida e

valorizada; por isso trabalhámos desde o primeiro

momento para estabelecer relacóes com os nos-

-sos colegas do outro lado da Raia, em busca de

uma colaboracáo profícua, para ambas as partes.

Hoje pode dizer-se que a experiencia nao pode ser

mais grata.

ColaboracáotransfronteiricaAntes de citar, detalhadamente, a nossa experi-

encia de colaboracáo com parceiros portugueses,

durante os últimos dez anos, parece-me pertinen-

te explicar os conceitos que sustentam, no plano

teórico, uma táo importante parceria, nao só do

ponto de vista do estorco pessoal dos profissionais

envolvidos, mas também no que concerne a pers-

pectiva financeira dos recursos públicos investidos.

Para isso, há que responder a algumas quest6es

fundamentais sobre os motivos ou justiñcacóes da

colaboracáo, sobre os objectivos e sobre o modo

de procedimento com os nossos parceiros.

REVISTA DO MUSEU MUNICIPAL DE FARO 74

Razoes para urna colabora<;ao

Ainda que nao parees imprescindivel uma justifi-

cacao para o trabalho comum de portugueses e

espanhóis, infelizmente ainda há nas duas socie-

dades ibéricas quem nao perceba a conveniencia

e até a necessidade desta colaboracáo. Todos

nós sabemos que os nossos paises já passaram

muitos séculos de costas voltadas, quando nao

estiveram a brigar por coroas, principes ou metros

de terra; todavia as coisas mudaram muito, espe-

cialmente desde a recuperacáo da democracia em

toda a Peninsula e a partir da nossa mteqracáo na

Uniáo Europeia.

No novo espaco europeu, as fronteiras desvane-

cem-se e novas delirnitacóes ou áreas regionais

surgem, baseadas na maior rentabilizacáo dos

recursos existentes. Os que ontem eram inimi-

gos, sáo agora sócios que partilham o território, as

infra-estruturas e as políticas para a resolucáo de

problemas comuns. Esta nova fase abre, para as

regi6es transfronteiricas, um mundo novo, cheio de

possibilidades. Já constatámos que é muito mais

importante olhar para o vizinho, ver o que é que

possui e como posso aproveitá-Io, do que continu-

ar a olhar para o seu umbigo. Mas, para transpor a

Raia é preciso também abater as fronteiras psico-

lógicas, acabar com preconceitos seculares e co-

rnecar a ver o outro como um consumidor do meu

produto, um sócio, ou porque nao, um amigo.

Essa nova relacáo é particularmente preferencial

na área fransfronteirica alentejano-estremenha,

uma vez que sáo duas regi6es historicamente as-

soladas, espoliadas e desprovidas de recursos pe-

los nossos respectivos Estados, sendo que o inimi-

go nao encontraria qualquer sustentabilidade, caso

tivesse a intencáo de nos invadir. Havemos de ser

capazes de tirar o máximo proveito dos nossos

fracos recursos, mas para isso é necessário falar,

partilhar, negociar, e só é possível fazé-lo através

de um bom conhecimento mútuo.

Mas esta conveniencia de nos conhecermos me-

Ihor nao deve ser considerada exclusivamente nos

domínios económicos ou comerciais, mas também

turísticos, culturais, educativos, sociais, etc .. De

facto há alguns dados que falam com toda a clare-

za - Portugal é o país estrangeiro que mais turistas

proporciona a Extremadura, com 31,6 % do total

(Consejería de Economía y Trabajo, 2006: 546);

70 % dos estudantes de Portuqués que há em Es-

panha sáo estremenhos (GIT, 2007), mais de 27,3

% dos turistas estrangeiros no Alentejo sáo espa-

nhóis, que estáo no topo desta estatística (I.N.E.,

2007: 337), etc. Além do mais, há até um mandato

legal no Estatuto de Autonomia da Extremadura, o

Artigo 6, que vincula entre os objectivos básicos

da Comunidade Autónoma "impulsionar o estreita-

mento dos lacos humanos, culturais e económicos

com a nacáo vizinha de Portugal".

Objectivos

Como previamente citado, o Museu de Cáceres

empenha-se na colaboracáo transfronteirica por-

que julgamos essencial um melhor conhecimento

da realidade portuguesa para atingirmos essa co-

munidade de interesses e esforcos de que esta-

mos a falar. O objectivo principal é, enfim, melhorar

o conhecimento mútuo e facilitar assim que os dois

povos saibam apreciar as peculiaridades culturais

do vizinho, e identificar nao só o que nos une, mas

também o que nos diferencia. Por vezes, achamos

que nao temos nada a ver com os do outro lado, e

MUsEU DE CACE RES.Um decénio de colaboracáo transfronteirica 75

ficamos surpreendidos comprovando que nao há

assim tantas diíerencas: do outro lado, acontece

também supormos que somos muito semelhantes

em termos de alirnentacáo, festas, costumes, e

descobrirmos que também nao é assim; noutras

palavras, utilizamos muitos preconceitos na nossa

visáo do outro, e só com um melhor conhecimento

poderemos superar tais pensamentos erróneos.

O nosso ponto de partida é, portanto, a procura do

conhecimento; com o melhoramento desta nocáo

é que poderá chegar a capacidade de apreciar o

outro, e sequente abertura de inúmeras possibili-

dades de troca de ideias, experiencias, produtos,

pessoas, negócios, etc. como se a fronteira nao

existisse. Táo logo as nossas regi6es sejam capa-

zes de chegar a esse nível de intercambio, estare-

mos a aproveitar ao máximo as nossas possibilida-

des, e nas melhores condicóes, para participarmos

na implacável concorréncia imposta pelo mercado

único continental.

Procedimento

Na tarefa do estabelecimento de tacos de cola-

boracáo com o outro lado da Raia, houve várias

apreciacóes muito úteis para nós; algumas delas

térn a ver só com a nossa experiencia particular,

mas outras poderiam interessar a outros museus

ou colegas que possam estar neste momento a tra-

car uma trajectória semelhante de relacóes trans-

fronteiricas. Achamos que o alicerce deste tipo de

colaboracáo deve ser o respeito mútuo, a maior

consideracáo pelo outro e pela sua cultura; deve

ser abandonada, portanto, qualquer tentacáo de

impor os nossos pontos de vista ou de tratar o ou-

tro como inferior, mesmo na possibilidade de ser-

mos nós a parte forte numa eventual relacáo com

um sócio menos poderoso; o Museu de Cáceres já

teve experiencias de colaboracáo com pequenas

cámaras municipais, bem como com um grande

Museu Nacional, e sempre considerou os sócios

dignos de todo o respeito, e reciprocamente, foi

tratado sempre com a máxima consideracáo.

Entre as condicóes que podem contribuir para a

obtencáo dos nossos objectivos, uma importante

é o domínio do idioma. Normalmente, os nossos

sócios portugueses, nomeadamente na reqiáo

raiana, falam espanhol, ou pelo menos percebem-

no, e sempre existe a possibilidade de utilizarmos

a nossa célebre língua franca, o porfunhol, que táo

bons resultados dá. No entanto, estamos cientes

de que do outro lado a realidade é bem diferente;

infelizmente, a maioria dos espanhóis carece da

suficiente nocáo da língua portuguesa, de tal ma-

neira que, para nós, sempre tem sido uma priori-

dade a aprendizagem do Portuqués.

Finalmente, outra das questóes importantes, para

nós, é o facto de o Museu nao ter "personal ida-

de jurídica", o que nos tem impedido de sermos

signatários de convénios ou acordos de colabora-

cáo. Aliás, há que reconhecer que nunca estive-

mos no eixo da política transfronteirica da nossa

administracáo regional, que prefere apoiar outras

instituicóes ignorando as nossas propostas. Eis a

razáo de termos desenvolvido uma dinámica de

trabalho muito ágil, que dá prevalencia as relacóes

laterais, ao rosto a rosto, sem necessidade de

assinarmos papéis, porque a palavra dos nossos

parceiros foi sempre suficiente - a vantagem que

usufruimos com esta maneira de agir é que agora

podemos contar com os nossos parceiros, do outro

lado, como verdadeiros amigos, fruto deste trato

pessoal.

REVISTA DO MUSEU MUNICIPAL DE FARO 76

A nossa experiencia

Com as rnotivacóes, os objectivos e a maneira de

proceder já expostas, o Museu de Cáceres tem

desenvolvido uma importante colaboracáo trans-

fronteirica nos últimos dez anos; em grande parte

estamos gratos a Cámara Municipal de Castelo de

Vide e a Seccáo de Arqueologia da vila, nomea-

damente ao seu responsável, presentemente Vice-

presidente do Município, Exrn? Senhor D. António

Pita. Foi ele quem nos introduziu neste cativante

mundo da cooperacáo raiana, sendo também im-

portante lembrar os nomes dos antigos presidentes

daquela Cámara Municipal, Exmos. Senhores. D.

Carolino Tapadejo e D. Joaquim Canário. Partindo

destes primeiros contactos -e amizades- surgidos

das experiencias comuns é que fomos abrindo o

nosso leque de relacóes com Portugal, até chegar-

mos a siíuacáo actual.

SÓ algumas semanas depois da minha chegada

a Direccáo do Museu de Cáceres (Maio de 1997)

conheci António Pita no Casar de Cáceres, onde

apresentava uma exposicáo das coleccóes da Sec-

cáo de Arqueologia de Castelo de Vide; falámos da

possibilidade de levarmos a mostra ao Museu e,

a 9 de Outubro, inaugurava a primeira exposicáo

de Arqueologia portuguesa no Museu de Cáceres.

Muitas outras exposicóes, conferencias e trocas

de todo o tipo vieram posteriormente, nao só em

colaboracáo com Castelo de Vide, mas aqueles

primeiros dias sáo registos presentes e sensíveis

nas nossas memórias.

Durante estes anos, as actividades desenvolvidas

de acordo com os nossos amigos portugueses fo-

ram de todo o tipo, mas podem ser sintetizadas em

tres linhas: exposicóes temporárias, conferencias

e outras, nomeadamente jornadas, reuni6es, con-

gressos e concertos de música.

Exposiq6es temporárias

Em primeiro lugar, é preciso dizer que desde Maio

de 1997 até aos finais de 2007 o Museu de Cáce-

res organizou mais de uma centena de exposicóes

temporárias, nao só com as próprias coleccóes,

mas especialmente com conjuntos artísticos, ar-

queológicos ou etnográficos, provenientes de

outras instituicóes, como museus, instituicóes cul-

turais e financeiras, associacóes, etc. Entre este

leque de actividades, uma parte importante proce-

dia de Portugal ou tinha alguma coisa a ver com o

nosso país vizinho. Além disso, em Julho de 1997

cornecárnos a implementar a iniciativa da "Peca do

mes", introduzida em Janeiro de 1986 pelo Museo

Arqueológico Nacional de Madrid (Valdés, 1999:

205) e na Extremadura pelo Museo Vostell de Mal-

partida (Janeiro de 1997). Esta experiencia acres-

centa um outro atractivo para a visita ao Museu e

justifica que os cidadáos de Cáceres o visitem cada

mes; de facto teve eco em Portugal, uma vez que a

Cámara Municipal de Castelo de Vide pós em mar-

cha a actividade no ano 2000, após ter comprova-

do a eficácia em Cáceres (Valadés, 2001: 25), e a

Cámara Municipal de Elvas iniciou-a em Setembro

de 2006 apresentando pecas de "todos os espólios

museológicos da autarquia" (Cámara Municipal de

Elvas, 2007: 12).

Relativamente as exposicóes temporárias, referi-

mos só as vindas de Portugal e as que o Museu de

Cáceres levou para instituicóes portuguesas, bem

como as que, nao sendo de temática propriamente

lusa, chegaram as nossas salas através da partici-

pacáo portuguesa:

MUSEU DE CACERES.Um decénio de colaboracáo transfronteirica 77

1997: Arqueologia em Castelo de Vide, de Outubro

a Novembro. Organizada pela Cámara Municipal

de Castelo de Vide, apresentou os resultados do

trabalho da Seccáo de Arqueologia, desde a sua

criacáo.

1998: Monumentos e Centros históricos portu-

gueses inscritos na lista de Património Mundial

da UNESCO, no mes de Janeiro. A exposicáo era

constituída por fotografias de Rui Cunha, reconhe-

cido fotógrafo, com uma ampla bagagem artística,

no ámblto do Património Cultural e Natural.

1998: Tajo / Tejo. Doze objectivos fotográficos, de

Marco a Abril. Organizada pela Caja de Madrid, in-

cluiu os trabalhos de seis artistas espanhóis e seis

portugueses sobre o percurso do rio Tejo.

1998: Cam6es, de Junho a Agosto, exposicáo de

cartazes produzida pela Comissáo da Celebracáo

do 4° Centenário da Descoberta do Caminho Marí-

timo, e cedida pela Junta de Freguesia de Castelo

de Vide.

1998: As viagens portuguesas e o encontro das ci-

vilizar;6es, de Outubro a Dezembro, exposicáo de

cartazes produzida pela Comissáo da Celebracáo

do 4° Centenário da Descoberta do Caminho Marí-

timo, e cedida pela Junta de Freguesia de Castelo

de Vide.

1998: Pintores da planicie, de Dezembro de 1998

a Janeiro de 1999, mostra organizada pela Araial.

Associacáo Transfronteirica para o Desenvolvi-

mento da Extremadura e Alentejo. A exposicáo

incluía obras de oito Artistas plásticos portugueses

e oito espanhóis.

1999: Vasco da Gama, de Marco a Abril, exposicáo

de cartazes produzida pela Cornissáo da Celebra-

cáo do 4° Centenário da Descoberta do Caminho

Marítimo, e cedida pela Cámara Municipal de Cas-

telo de Vide.

1999: Turismo no Alto Alentejo, Abril. Um percurso

pela paisagem e pelo Património cultural norte-

alentejano, organizada pela Regiao de Turismo de

Sáo Mamede.

1999: Os Putos. Fotografias de J080 Martins, Maio.

Uma excelente exposicáo de fotografias pertencen-

tes ao Arquivo do Instituto Portugués de Museus e

constituída por obras do dito artista, dos inícios do

século XX.

1999: Roteiro etnográfico pelas Terras da Vide, de

Setembro a Outubro. Uma seleccáo de pegas de

propriedade municipal e de coleccóes privadas que

serviu para elucidar a vida tradicional em Castelo

de Vide. Organizada pela Cámara Municipal cas-

telovidense.

2000: Pesos e medidas de Castelo de Vide, de Se-

tembro a Outubro. Mostra organizada pela Cámara

Municipal de Castelo de Vide, que apresentou uma

parte do imenso espólio municipal de pegas rela-

tivas as antigas práticas utilizadas no peso e nas

medidas tradicionais.

2001: Imagens do passado. A Santa Casa de Mise-

ricórdia de Castelo de Vide, de Marco a Abril; expo-

sicáo organizada pela Santa Casa de Misericórdia

castelovidense com uma parte importante do seu

espólio artístico, nomeadamente escultura e pintu-

ra dos séculos XVI e XVII.

2001: Garb. Sítios islamicos do sul peninsular,

entre Setembro e Outubro. Foi organizada pelo

Museu de Cáceres fazendo parte do projecto de

invesfiqacáo "Arqueologia das torfiñcacóes isla mi-

cas a Sul da Península Ibérica" trabalho conjunto

da Junta da Extremadura, o Instituto Portugués de

Museus e o Instituto Portugués do Património Ar-

quitectónico.

2002: Clase your eyes and see. Barbara Walraven,

de Maio a Agosto. Mostra das obras desta pintora

holandesa que mora em Castelo de Vide, no algibe

REVISTA DO MUSEU MUNICIPAL DE FARO 78

do Museu.

2002: A horse with no name. Bert Holvast, de Maio

a Agosto, exposicáo de obras recentes do artista

holandés, tambén residente em Castelo de Vide.

2003: Nuestra loza / Nossa teience. O uso de loic«

decorada na Extremadura e no Alentejo entre os

séculos XVII e XX, pode ser visitada no rnés de No-

vembro. Esta mostra organizada em parceria, pelo

Museu de Cáceres e pelo Museu Municipal de Por-

talegre, foi patrocinada pelo Gabinete de Iniciativas

Transfronteiricas da Junta da Extremadura.

•• Glq) ¡•••• I

i). I

2004: Lisboa, 23 anos. 30 anos do 25 de Abril

(1974-2004), de Abril a Maio, recolheu as foto-

grafias realizadas em Lisboa no dia 25 de Abril de

1974 por Víctor Valente. Contou com o patrocinio

do Gabinete de Iniciativas Transfronteiricas da Jun-

ta da Extremadura.

2005: Rromané dikhimata. Olhares ciganos, de Ju-

Iho a Agosto com fotografias do artista espanhol

Jesús Salinas sobre ciganos espanhóis e do ale-

rnáo Adalrich Malzbender sobre ciganos do Alen-

tejo. Foi organizada em colaboracáo com o Museu

da Iapecaria de Portalegre- Guy Fino e com o pa-

trocinio do Gabinete de Iniciativas Transfronteiricas

da Junta da Extremadura.

2005: Olhares de futuro em Portugal, de Outubro

a Novembro. Apresentou as obras de jovens artis-

tas portugueses: Dália Marques, Bruno Fonseca,

e Carlos Sá Pessoa. Foi organizada pelo Centro

de Língua Portuguesa do Instituto Cam6es, em

Cáceres.

2006: Ambiguedades. Joao Alexandre, de Outubro

a Novembro. Exposicáo deste importante artista

portuqués integrado no Movimento de Arte Inter-

nacional (MAl), comissariada pela Exrn" Sra. D.

Guida Maria Loureiro.

2006: Ser Portugués. Oesaguadianadouro de um

rio. Joaquim Carvalho. Esteve patente esta mostra

no mes de Dezembro,que reuniu obras pictóricas

do dito artista, com a orqanizacáo e patrocínio do

Centro de Língua Portuguesa do Instituto Cam6es,

em Cáceres.

2007: Joaquín Balsa. Espacios y convergencias,

de Mar90 a Abril. Embora seja espanhol, o artista

também pertence ao Movimento de Arte Interna-

cional (MAl), comissariada pela Exrn" Sra. D. Gui-

da Maria Loureiro.

2007: Releituras. Bronzes e acrílicos de Santos Lo-

pes, de Abril a Maio, apresentou-se pela primeira

vez a obra deste artista poríuqués, que mora no

Brasil. Foi organizada com a colaboracáo da Cá-

mara Municipal de Castelo de Vide.

MUSEU DE CÁCERES.Um decénio de colaboracáo transfronteirica 79

2007: Subdw;:ao sublime. Esculturas e desenhos

de Álvares de Sousa, de Julho a Setembro. Organi-

zada pelo Museu de Cáceres e comissariada pela

Exrn" Sra. D. Guida Maria Loureiro.

2007: Sever. Fronteira e memória, obras de Joao

Filipe Bugalho, de Novembro a Dezembro. A pri-

meira ocasiáo em que as obras deste artista portu-

qués foram vistas em Espanha, com a colaboracáo

da Cámara Municipal de Castelo de Vide.

O Museu levou também para Portugal uma boa

quantidade de exposicóes temporárias, especial-

mente a Castelo de Vide, mas nao só:

1998: Alma estremenha. Uma viséo etnográfica

da Extremadura, realizada de Julho a Agosto, no

Centro Municipal de Cultura de Castelo de Vide e

organizada pelo Museu de Cáceres. Apresentava

alguns retalhos da vida tradicional na Extremadura,

com pecas arqueológicas e etnográficas do espólio

do Museu.

1999: Arqueologia na Extremadura, apresentada

no mes de Agosto no Centro Municipal de Cultu-

ra de Castelo de Vide. Exposicáo organizada pelo

Museu de Cáceres e pelo Museu Arqueológico

Provincial de Badajoz, que serviu para mostrar al-

gumas das pecas mais importantes da arqueologia

estremenha.

1999: Fotografías do flamenco. Elke Stolzenberg e

José E. Lamarca, exposta no mes de Maio na igre-

ja de Sáo Joáo de Castelo de Vide e organizada

pelo Museu de Cáceres. Na inauquracáo mostrou-

se um festival flamenco, realizado por artistas de

Cáceres.

1999: Arte rupestre esquemático do Parque de

Monfragüe, de Agosto a Setembro no Centro Mu-

nicipal de Cultura de Castelo de Vide. Exposicáo

produzida pelo Museo de Cáceres e pelo Colectivo

"Barbaón" que apresentou os últimos resultados

dos estudos científicos do conjunto rupestre de

Monfragüe. Foi inaugurada pelo Exrn? Senhor Mi-

nistro da Cultura de Portugal.

1999: O mais popo Antonio de Felipe, de Julho a

Agosto na igreja de Sáo Joáo de Castelo de Vide,

organizada pelo Museu de Cáceres. Foi a primei-

ra vez que este conhecido artista pop expós em

Portugal.

2000: Picasso. Homenagem ao toureiro, de Janei-

ro a Mar90 na Fundacáo Arpad-Szenes Vieira da

Silva de Lisboa. Exposicáo constituída por dese-

nhos, quadros e pecas cerámicas pertencentes a

coleccáo particular da Família Bosé, que já havia

sido exposta no Museu de Cáceres, em Abril do

ano anterior.

2000: Alajar. Emilia Gómez e Valentín Cintas, a

mostrar em Setembro no Centro Municipal de Cul-

tura de Castelo de Vide. Mostra organizada pelo

Museu de Cáceres com obras destes dois artistas

carcerenhos.

2001: Garb. Sítios islamicos do sul peninsular, de

Novembro de 2001 a Fevereiro de 2002. Apresen-

tada na Torre Oca do Museu Nacional de Arqueolo-

gia (Lisboa) fazendo parte do projecto de investiga-

cáo "Arqueologia das tortficacóes islárnicas a Sul

da Península Ibérica" em conjunto com a Junta da

Extremadura, o Instituto Portuqués de Museus e o

Instituto Portuqués do Património Arquitectónico.

2002: Com 5 sentidos, exposicáo realizada no

Centro Municipal de Cultura de Castelo de Vide, de

Dezembro de 2002 a Janeiro de 2003, com obras

de cinco fotógrafos carcerenhos sobre os cinco

sentidos, fazendo parte do Programa Europeu "Pri-

mavera dos Museus".

2003: Nuestra loza / Nossa ieience. O uso de toice

decorada na Extremadura e no Alentejo entre os

séculos XVII e XX, apresentada no Museu Munici-

pal de Portalegre, de Novembro a Dezembro, com

o patrocinio do Gabinete de Iniciativas Transfron-

teiricas da Junta da Extremadura.

2005: As árvores de pedra. Pelourinhos da pro-

vincia de Cáceres, mostra que recolhe todos os

pelourinhos (mais de uma centena) da província

carcerenha. Apresentada no Centro Municipal de

Cultura de Castelo de Vide de Dezembro, de 2005

a Janeiro de 2006.

REVISTA DO MUSEU MUNICIPAL DE FARO 80

Conferencias

Em quase todos os ciclos de conferencias realiza-

dos pelo Museu de Cáceres, inclui-se pelo menos

uma palestra, da responsabilidade de um professor

portuqués ou sobre um tema inerente á Arte, Histó-

ria ou Antropologia, de Portugal:

1997: "Castelo de Vide. Uma experiencia de de-

senvolvimento sustentável com base nos valores

patrimoniais", pelo Exrn" Sr. D. Carolino Tapadejo,

Presidente da Associacáo para o Desenvolvimento

e Turismo do Norte Alentejano (ADTNA) e antigo

Presidente da dita Cámara Municipal.

1998: "O transfronteirico na Cultura estremenha",

pelo Prof. Dr. D. Luis Uriarte, professor de Antropo-

logia da Universidade da Extremadura.

1999: "História da fotografia em Portugal", pelo

Exrn? Sr. D. José Pessoa, Vice-director da Divisáo

de Fotografia do Instituto Portuqués de Museus.

Conferencia realizada aquando da nauquracáo da

exposicáo Os putos. Fotografias de JOBO Martins.

2000: "O projecto de invesfiqacáo e recuperacáo

da cidade romana de Idanha-a-Velha", conferen-

cia da responsabilidade do Exmo Sr. D. Alexandre

Costa, professor da Universidade do Porto e direc-

tor do projecto.

2000: "O contrabando da pós-guerra na fronteira

hispano-fusa", pelo Professor de Antropologia da

Universidade da Extremadura, D. Eusebio Medina

García.

, palestra a cargo do Exm" Sr. D.

José Luis Porfirio, director do Museu Nacional de

Arte Antiga.

2002: "O surrealismo em Portugal", pela Conserva-

dora do Museu Nacional de Arte Contemporánea

(Chiado), Exma Sra. D. Ma Jesús Ávila.

2004: "O megalitismo de Cedillo. 10 anos de inves-

tiqacáo", conferencia da responsabilidade do Prof.

Dr. Exrn? Sr. D. Jorge de Oliveira, professor de Ar-

queologia da Universidade de Évora.

2005: "O cante ao Baldáo. Uma prática de desa-

fio no Alentejo", pela Professora do Conservatório

Regional do Baixo Alentejo (Beja), ProF Dra. Exma

Sra. D. Maria José Barriga.

2006: "Foros de Augusta Emerita: o modelo da ca-

pital nos foros da Provincia Lusitana", pelos Drs.

Exrn? Sr. D. Luis Jorge Goncalves, da Universidade

de Lisboa, e Dña. Trinidad Nogales, do Museo Na-

cional de Arte Romano (Mérida).

2006: "O castro dos Ratinhos (Barragem de Alque-

va, Moura, Portugal): um povoado amuralhado no

Guadiana das estelas", pelo Prof. Dr. D. Luis Ber-

MUSEU DE CACERES.Um decénio de colaboracáo transfronteiric;a 81

roca I Rangel, professor da Universidade Autónoma

de Madrid.

2007: "Retratos dos Borb6es. Casamentos reais

hispano-Iusos e a passagem de príncipes e prin-

cesas por Badajoz (1729-1815)", por D. José Luis

Sancho, Conservador do Património Nacional (Ma-

drid).

2007: "Património arquitectónico militar: a necessi-

dade de um projecto ibérico de valorizacáo", pelo

Prof. Dr. Exmo Sr. D. Domingos Bucho, professor

da Escola Superior de Educacáo de Portalegre.

Outras

Finalmente, recolhemos referencia de algumas das

outras actividades que foram levadas a efeito, des-

de concertos a reuni6es científicas, com a partici-

pacáo lusa ou mesmo realizadas em Portugal, sob

a égide do Museu de Cáceres:

1999: Concerto pelo quarteto de cordas "Sons do

Tempo", no dia 24 de Abril, fazendo parte das 11

Veladas Musicais de Primavera.

2000: Concerto de Fados e guitarradas, "Sons de

Lisboa e Coimbra", por um trio vocal e de cordas

dirigido por D. António Eustáquio, fazendo parte

das 111Veladas Musicais de Primavera.

2001: Jornada de invesfiqacáo sobre "Arqueologia

das fortificacóes islámicas a Sul da Península Ibéri-

ea", realizada no dia 17 de Setembro, com a partici-

pacáo de equipas de nvestiqacáo do Consorcio da

Cidade Monumental de Mérida, Universidad Autó-

noma de Madrid e do IPPAR. Foram apresentados

resultados de trabalhos arqueológicos desenvolvi-

dos em Mérida, Santarém, Badajoz, Lisboa, Cáce-

res, Alcácer do Sal e Plasencia.

2002: "Mouseion", Primeiro Encontro Transfrontei-

rico de Museologia, organizado pela Associacáo

Portuguesa de Museologia (APOM) e levado a

cabo em Maio, nos museus de Portalegre, Castelo

Branco, Salamanca e Cáceres. A sessáo de encer-

-ramento teve lugar no Museu de Cáceres.

2002: I Curso de Veráo da Associacáo Portugue-

sa de Museologia (APOM), realizado no mes de

Setembro na cidade de Portalegre. O Director do

Museu de Cáceres foi convidado a dar uma con-

ferencia sobre o tema "Realidade Museológica da

Raia Espanhola".

2004: Encontro "Museus sem fronteiras", cele-

brado no mes de Junho em Almendralejo com a

orqanizacáo da Diputación Provincial de Badajoz.

O Director do Museu de Cáceres foi palestrante

sobre "Experiencias de cooperacáo cultural entre o

Museu de Cáceres e insfñuicóes portuguesas".

2005: Jornadas de Arqueologia "Os primeiros

camponeses da Raia. Contributos recentes para o

conhecimento do Neolítico e Calcolítico na Extre-

madura e Alentejo", realizadas no Museu de Cáce-

res em Novembro, organizadas pelo Museu e pela

Associacáo "Adaegina" Amigos do Museu de Cá-

ceres, com o patrocínio do Gabinete de Iniciativas

Transfronteiricas da Junta da Extremadura. Partici-

param, entre outros, os professores Enríquez Na-

vascués, Cerrillo Cuenca, Hurtado Pérez, Jorge de

Oliveira, Bueno Ramírez e Calado. As actas destas

jornadas foram publicadas em 2007.

2007: Jornadas de Arqueologia "Lusitanos e Ve-

tóes. Os povos pré-romanos na actual demarcacáo

Beira Baixa - Alto Alentejo - Cáceres", levadas a

efeito no Museu de Cáceres e no Museu Francisco

Tavares Proenca Júnior de Castelo Branco em Ou-

tubro, organizadas pelos dois Museus e pelas As-

sociacóes dos Amigos de ambos. Participaram, en-

tre outros, os professores Almagro Gorbea, Sande

Lemos, Sánchez Moreno, Osório, Álvarez Sanchis,

Francisca Hernández, Maria Joáo Santos, Martín

Bravo e Sebastián Celestino.

REVISTA DO MUSEU MUNICIPAL DE FARO8]

Cane/usaa

Para concluir o trabalho, cumpre ainda dizer, que

a nossa experiencia foi sempre profícua, nao sópelos resultados obtidos (quase 20 % dos visi-

tantes estrangeiros do Museu sáo portugueses),

mas especialmente porque nos permitiu chegar

aos nossos vizinhos de uma forma mais activa e

actuante. Aprendemos muito com os Portugueses,

nestes anos, e achamos que também Vós pudes-

tes obter benefício da experiencia. Contudo, o mais

importante, é a relacáo de amizade que se criou

com os que, inicialmente nossos parceiros, sáo

hoje nossos verdadeiros amigos. Eis a nossa ideia

de colaboracáo transfronteirica, Razáo porque há

que estarmos gratos a todos os amigos de Portugal

e fazemos votos da continuidade na cooperacáo.

Bem hajam todos.

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