Minas Gerais: estruturas populacionais típicas.

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IRACI DEL NERO DA COSTA

MINAS GERAIS: ESTRUTURAS POPULACIONAIS TÍPICAS

SÃO PAULO - 1982

Este trabalho recebeu apoio financeiro da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE)

e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)

SUMÁRIO I - INTRODUÇÃO II - ESTRUTURAS POPULACIONAIS TÍPICAS: CARACTERIZAÇ ÃO 1. Urbana 2. Rural-Mineradora 3. Intermédia 4. Rural de Autoconsumo III - ESTRUTURAS POPULACIONAIS TÍPICAS: ANÁLISE COM PARATIVA IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS NOTAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICE ESTATÍSTICO I - INTRODUÇÃO Em trabalho de nossa autoria intitulado Vila Rica: População (1719-1826) (1) determinamos, entre outros elementos, a estrutura p opulacional vigente em Ouro Preto na primeira década do século XIX. Para tanto, servi mo-nos de dados propiciados pelo recenseamento efetuado, em 1804, na capitania de Mi nas Gerais.. A partir da metodologia desenvolvida no aludido est udo e com base no mesmo censo, visamos -- na pesquisa Sobre a Estrutura Populacional de Alguns Núcleos Mi neiros no Alvorecer do Século XIX (2) -- , basicamente, a encontrar resposta para a questão: a quais fatores e/ou eventos poder-se-iam atribuir as similitudes e discrepâncias

evidenciadas pelo confronto das estruturas populaci onais de centros que, embora espacialmente distanciados, derivaram de raízes for mativas assentadas numa matriz socioeconômica comum? Dentre os resultados que se nos colocaram, ao procu rarmos solver o problema acima posto, ressalta a identificação de estruturas populacionais distintas, cuja existên cia nos foi sugerida pela análise pormenorizada da populaçã o de dez localidades mineiras. Assim, estabelecemos quatro tipos básicos de estrut uras populacionais: urbana, rural-mineradora, intermédia e rural de autoconsumo. (3) Em face do escopo do aludido estudo, vimo-nos obrig ados a operar em nível de localidade; não nos foi dado, portanto, reunir os efetivos popu lacionais dos núcleos enquadrados em cada uma das estruturas supracitadas . Tal operação efetuaremos neste trabalho, no qual pretendemos confrontar -- com bas e em dados agregados -- as estruturas populacionais mencionadas. A caracteriza ção definitiva e o assentamento da especificidade de tais estruturas representa, pois, o objetivo central desta pesquisa. Antes de passarmos à análise acima delineada, impõe m-se algumas considerações preliminares. Primeiramente, conforme evidenciar-se -á no corpo deste trabalho, cabe lembrar termos aceito, implicitamente, a hipótese d e que se pode referir dada estrutura demográfica às condições socioeconômicas subjacente s, as quais a teriam, condicionalmente, engendrado. Este suposto decorre do reconhecimento de que as variáveis demográficas não sobrepairam a realidade socioeconômica da qual, admitida a relativa autonomia do fato biológico, apresentam-se , em última instância, como expressão. Evidentemente, não queremos, com tal ass ertiva, relegar a plano meramente passivo as aludidas variáveis; pelo contrário, ao a dvogarmos papel determinante para o meio socioeconômico envolvente, reconhecemos, conco mitantemente, a ação daquelas variáveis sobre este último. Acreditamos, pois, na interdependência destes componentes da vida em comunidade. Assim, no âmbito deste estudo, o conceito estrutura populacional define-se em termos demográfico-econômicos; vale di zer, as variáveis com as quais trabalhamos trazem implícita e simultaneamente duas dimensões inter-relacionadas e não dissociáveis: a demográfic a e a econômica. Por fim, cumpre notar que o critério orientador da escolha dos núcleos aqui considerados, sua história, assim como o tratamento dispensado aos dados e a discriminação das fontes primárias utilizadas, acha m-se minudentemente descritos em nosso trabalho denominado Sobre a Estrutura Populacional de Alguns Núcleos Mi neiros no Alvorecer do Século XIX. (4) II - ESTRUTURAS POPULACIONAIS TÍPICAS: CARACTERIZAÇ ÃO Referimos, neste tópico, os elementos básicos das e struturas populacionais acima nomeadas. Por ora, cingir-nos-emos, portanto, à det erminação das características gerais de cada estrutura populacional típica; em capítulo subseqüente cotejaremos os resultados aqui arrolados, indicaremos as discrepân cias verificadas e evidenciaremos a especificidade das aludidas estruturas populacionai s.

1. URBANA Enquadraram-se nesta categoria: Vila Rica, Mariana e Passagem. Para efeitos analíticos, como avançado, consideraremos o efetivo populaciona l resultante da reunião dos habitantes destas três localidades. Em Vila Rica centralizava-se a vida político-admini strativa da capitania. Entre seus habitantes encontrava-se grande número de funcionár ios, clérigos, militares, artesãos, profissionais liberais, mineradores e negociantes. O caráter citadino da urbe refletia-se, particularmente, na presença altamente significativ a das atividades vinculadas aos setores secundário e terciário, ressaltando daquele , o grande peso relativo e amplo espectro coberto pelas ocupações artesanais. As ocu pações agrícolas, por seu turno, eram de pequena monta. Mariana apresentava corte caracteristicamente urban o. No censo utilizado neste trabalho os fogos vêm arrolados por ruas, a indicar que a pr ópria organização espacial do núcleo obedecia a padrões típicos de centros citadinos. In felizmente não nos foi dado contemplar todo o perímetro urbano de Mariana, pois localizamos, tão-somente, o levantamento censitário referente a um dos distrito s então existentes na cidade. No distrito de Passagem, colocado estrategicamente ent re Mariana e Vila Rica, a lide mineratória estabeleceu-se desde os primórdios da o cupação de Minas. Tributário dos dois centros aludidos, Passagem apresentava grande similitude com respeito a ambos. Estrutura por Sexos e Condição Social Marca-se, desde logo, o predomínio numérico dos liv res sobre os escravos: 68,3% em face de 31,7%. Os agregados, por seu turno, corresp ondiam a 15,3% dos livres. Quanto ao sexo, preponderava, ligeiramente, o femin ino: 50,8%. Este relativo equilíbrio rompe-se caso contemplemos, separadamente, livres e escravos. Para os últimos observava-se domínio dos homens (59,3%), entre os p rimeiros computava-se maior número de mulheres: 55,4%. O sexo masculino, ademai s, revelava participação modesta entre os agregados: 39,6% (Cf. Tabela 1 do Apêndice Estatístico, doravante indicado pela sigla A.E.). A razão de masculinidade concernente aos cativos (1 45,9 homens para cada grupo de 100 escravas) explica-se pelo próprio destino a que se os fadava -- desempenho de atividades produtivas relativamente exigentes em mã o-de-obra masculina. O mesmo indicador, para os livres (80,4), decorria, certame nte, do processo de emigração verificado na área mineradora ao tempo da decadênci a econômica, cujos primórdios remontam à segunda metade do século XVIII. Entre os agregados contavam-se, apenas, 65,6 homens para cada conjunto de 100 mulheres; tud o parece indicar -- ao menos para Minas Gerais -- que, no segmento populacional refer ente aos agregados, ocorria sistemática superioridade numérica do sexo feminino . Conforme se nota imediatamente, a harmonia vigente para a população total -- 97,0 h omens para 100 pessoas do sexo oposto -- derivava da interação de grupos dissímeis .

GRÁFICO 1 RAZÃO DE MASCULINIDADE POR GRUPOS DE IDADE

(VR, PA, MR - 1804)

No Gráfico 1 indicamos a razão de masculinidade por grupos de idades. Note-se que, para os livres, o valor mínimo corresponde à faixa etária relativa aos indivíduos com idades a variar dos vinte aos vinte e nove anos. Ad emais, a observação dos dados constantes do A.E. sugere-nos que os homens entre 15 e 34 anos apresentavam maior tendência para emigrar. A fim de ilustrar o mesmo f enômeno elaboramos a Tabela 1, da

qual depreende-se, claramente, a inferioridade numé rica do elemento masculino entre os solteiros adultos.

TABELA 1 RAZÃO DE MASCULINIDADE ENTRE SOLTEIROS LIVRES

(VR, PA, MR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS RAZÃO DE MASCULINIDADE ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0 - 4 105,88 5 - 9 99,76 10 - 19 97,98 20 - 29 62,17 30 - 39 68,76 40 - 49 59,73 50 - 59 63,67 60 - 69 68,21 70 - 79 60,21 80 e mais 95,55 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: VR (Vila Rica), PA (Passagem), MR (Mariana). Repartição dos Habitantes Segundo Grandes Grupos Et ários Contemplemos os estratos populacionais referentes a escravos e livres, repartidos segundo dois critérios de grandes faixas de idade. O primeiro toma em conta: crianças (0-14 anos) , indivíduos em idade ativa (15-64 anos ) e anciãos (65 e mais anos). O outro considera: jovens (0-19 anos), adultos (20-59 anos) e velhos (60 e mais anos). (1) Atenhamo-nos, inicialmente, aos dados pertinentes à população como um todo, a qual mostrava-se relativamente "jovem": aos velhos cabia o peso relativo de 9,1%, aos adultos 54,0% e aos jovens 36,9%. Na faixa dos 15 a os 64 anos encontravam-se 65,7% dos moradores dos três núcleos. Como esperado, tais cifras assumiam valores distint os quando considerados os segmentos populacionais atinentes a livres e escrav os. A participação dos jovens entre os escravos mostrava-se muito inferior: 29,4% em fa ce de 40,4%. Quanto aos velhos, observava-se maior índice para os livres -- 10,1% - - vis-à-vis os escravos 7,0%. Com respeito à faixa etária concernente à idade ativa, a divergência também atingia proporções significativas: 61,6% para livres e 74,4 % para escravos. Estas disparidades, atribuímo-las a três fatores pr incipais: à taxa de mortalidade infantil mais elevada para os es cravos, à ocorrência de ent rada de escravos africanos já crescidos e à menor esperança de vida dos cativos. (2)

Pirâmides de Idades A amplitude dos degraus inferiores da pirâmide de i dades, construída para a população total, corrobora a afirmativa de que estamos a trat ar de uma população relativamente jovem. Ilustra-se, ademais, o predomínio do sexo fe minino nas faixas etárias intermediárias. O departimento dos habitantes segundo a situação so cial (livres e escravos) propicia novas evidências. Destarte, para os livres, a domin ância do sexo feminino mostra-se palmarmente -- o equilíbrio rompe-se aos 20 anos, o correndo ligeira recuperação no último intervalo etário. Por outro lado, a base da pirâmide amplia-se, de sorte a reforçar o caráter de "população jovem". Para os escravos encontramos uma configuração típic a de população "velha". Além disto, os homens comparecem majoritariamente em tod as as faixas etárias. Devem-se notar, ainda, as "quebras" verificadas a partir da faixa dos 40 aos 49 anos, para as mulheres, e dos 50 aos 59 para o sexo oposto. Tais "rupturas" deviam-se, provavelmente, ao eventual acréscimo da taxa de alf orrias para pessoas com idades mais avançadas.

GRÁFICO 2 PIRÂMIDES DE IDADES

(VR, PA, MR - 1804)

Origem dos Escravos A distribuição dos escravos segundo a origem e gran des faixas etárias permite-nos o

entendimento mais profundo da composição da massa e scrava existente nos núcleos em estudo. Os cativos nascidos no Brasil ("coloniais") sobrepu javam, numericamente, os oriundos da África: 58,0% em face de 41,4%, com 0,6% de orig em indeterminada (Cf. Tabela 7 do A.E.). Por outro lado, conforme se infere da Tabela 2, enq uanto os coloniais apresentam caracteristicas de "população jovem" -- 44,9% deles encontravam-se na faixa 0-19 anos --, os africanos revelavam-se como u'a massa relativa mente "velha" -- apenas 9,1% deles contavam dezenove ou menos anos de idade.

TABELA 2 REPARTIÇÃO PORCENTUAL DOS ESCRAVOS AFRICANOS E COLO NIAIS, SEGUNDO

GRANDES FAIXAS ETÁRIAS (VR, MR - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS AFRICANOS COLONIAIS . ETÁRIAS SUDANESES BANTOS TOTAL CRIOULOS PARDOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0 - 19 2,67 10,21 9,09 43,94 48,77 44,94 20- 59 67,92 80,98 79,05 51,40 49,59 51,02 60 e mais anos 29,41 8,81 11,86 4,66 1,64 4,04 TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Os números absolutos constam da Tabela 8 do A .E. Os escravos africanos, como sabido, podem ser distr ibuídos segundo dois grandes grupos étnicos e/ou lingüísticos: Bantos e Sudanese s. Em 1804 ocorria franco predomínio numérico dos primeiros: 85,2% vis-à-vis 14,8%. Os sudaneses cuja participação, ao tempo do apogeu da lida exploratór ia, chegara a sobrepujar a dos bantos (3) mostravam idades mais avançadas em face das idades destes últimos. Assim, enquanto 8,8% dos bantos contavam sessenta ou mais anos, 29,4% dos sudaneses enquadravam-se na mesma faixa etária. Estas evidênc ias expressam, a nosso ver, o processo de "substituição" dos sudaneses por bantos , o qual decorreu da decadência da atividade mineradora (4) Sobre a Filiação dos Menores de 14 Anos Em face do significativo peso relativo assumido na sociedade colonial brasileira pela parcela de filhos ilegítimos, impõe-se o estudo qua ntitativo referente à filiação. Deve-se notar, desde logo, que a existência de elevado porc entual de filhos naturais e expostos, além de se apresentar como um problema em si, condi cionava a configuração da estrutura populacional quando analisada segundo o e stado conjugal ou vista sob a perspectiva das unidades familiares. Por outro lado, a condicionar a freqüência relativa de filhos naturais e, sobretudo, a de crianças enjeitadas estava, a par de outros fatores , a situação econômica defrontada pelas comunidades pretéritas.

Neste trabalho consideramos a filiação das crianças com quatorze ou menos anos de idade. Vimo-nos obrigados a limitar a faixa etária a analisar porque nos censos de que nos servimos a filiação indicou-se, apenas, para in divíduos com poucos anos de idade; por outro lado, pareceu-nos conveniente o limite su perior de quatorze anos porque selecionamos o grupo aqui identificado como o corre spondente às "crianças". Tal conjunto somou 3.044 indivíduos -- exclusive 120 pa ra os quais foi impossível determinar a filiação --, assim distribuídos: 1.152 (37,84%) legítimos e 1.892 (62,16%) naturais. Entre estes últimos contamos 162 expostos , os quais correspondiam a 8,5% dos bastardos. Quando tomamos em conta a condição social revelaram -se expressivas discrepâncias. Destarte, apenas 0,56% dos escravos aparecem como f ilhos legítimos, contra 49,16% entre os livres (Cf. Tabela 3). Como esperado, a legitimidade associava-se ao posic ionamento social das pessoas.

TABELA 3 FILIAÇÃO, EM PORCENTAGEM, DAS CRIANÇAS COM 14 OU ME NOS ANOS

(VR, PA, MR - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------FILIAÇÃO LIVRES ESCRAVOS TOTAL -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Legítimos 49,16 0,56 37,84 Naturais 50,8 4 99,44 62,16 TOTAL 100,00 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Os números absolutos constam da Tabela 9 do A .E. Mesmo entre os livres podemos distinguir dois grupo s: um relativo aos agregados, outro referente aos "independentes" (entendidos aqui como livres não agregados). A maioria destes últimos (56,08%) compunha-se de filhos legít imos; para os agregados o porcentual correspondente alcançava, tão-somente, 1 2,43% (Cf. Tabela 4). Vê-se, pois, que a condição de legitimidade condicionava-se, tam bém, pelo status econômico dos pais.

TABELA 4 FILIAÇÃO, EM PORCENTAGEM, DAS CRIANÇAS LIVRES -- CO M 14 OU MENOS ANOS --

REPARTIDAS EM "INDEPENDENTES" E AGREGADAS (VR, PA, MR - 1804)

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------FILIAÇÃO "INDEPENDENTES" AGREGADAS TOTAL -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Legítimos 56,08 12,43 49,16 Naturais 43,92 87,57 50,84 TOTAL 100,00 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Os números absolutos constam da Tabela 10 do A.E.

Estrutura Segundo o Estado Conjugal Como sabido, vários fatores afetam a distribuição p opulacional segundo o estado conjugal; além do sexo e da idade ressaltam variáve is de caráter econômico e cultural. Com respeito aos núcleos em estudo, as diferenças m ais marcantes inferem-se do simples confronto das Tabelas 3 e 4 do A.E., nas qu ais os habitantes das três localidades em pauta apresentam-se distribuídos seg undo o sexo, faixas etárias, estado conjugal e estratos sociais relativos a escravos e livres. Entre os escravos, o número de casados não chegava a um por cento do total de cati vos; quanto aos viúvos anotou-se apenas um caso para u'a massa de 3.489 pessoas. Quanto aos livres -- para os quais encontramos 16,5 5% de casados e 2,90% de viúvos de ambos os sexos -- marcavam-se distinções entre os s exos. Assim, 17,72% dos homens eram casados enquanto para o sexo feminino a mesma relação alcançava 15,61%. Lembrem-se aqui, como elementos explicativos desta disparidade, a predominância das mulheres entre os solteiros com filhos e a signific ativa emigração de homens solteiros. Já para os viúvos o peso relativo apresentava-se ma ior entre as mulheres (4,24%) do que entre os homens (1,22%).

GRÁFICO 3 PIRÂMIDE DE IDADES - POPULAÇÃO LIVRE

(VR, PA, MA - 1804)

A apreciação da pirâmide de idades na qual se indic a, para os livres, o estado conjugal (Gráfico 3) permite-nos visualizar outras discrepân cias existentes entre os sexos. Evidencia-se o casamento relativamente tardio dos h omens -- na faixa dos 20 aos 29 anos o peso relativo dos homens casados ou viúvos s obre o total de indivíduos do sexo masculino enquadrados na mesma faixa etária era de 15,09%, enquanto que a mesma relação, para as mulheres, apontava 24,01%. Note-se que estes porcentuais minimizam a discrepância apontada, pois, era justamente a parti r da adolescência, como já

indicamos, que se verificava significativa emigraçã o de elementos do sexo masculino. Por outro lado, o fato de observarmos -- marcadamen te a partir da faixa dos 40-49 anos -- pesos relativamente mais elevados para os homens casados vis-à-vis mulheres em mesma situação, aparece como indicador de que os h omens que emigravam deveriam estar, majoritariamente, na faixa etária dos 20 aos 40 anos e eram, predominantemente, solteiros; não nos esquecemos aqui de outro fator e xplicativo desta desproporção: o grande número de mães solteiras. As mesmas conclusões decorrem da Tabela 5, na qual indicamos a proporção de solteiros sobre o total da população masculina e fe minina, respectivamente.

TABELA 5 PORCENTAGEM DE SOLTEIROS LIVRES, SEGUNDO SEXO E FAI XA ETÁRIA

(VR, PA, MR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS HOME NS MULHERES -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10-19 99,56 95,86 20-29 84,91 75,98 30-39 62,19 66,95 40-49 51,57 61,34 50-59 57,75 69,03 60-69 63,78 71,19 70-79 60,87 74,40 80 e mais anos 89,58 83,33 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Estrutura das Famílias e Domicílios Para o Brasil -- como já salientamos em outros trab alhos --, o estudo da estrutura familiar vincula-se, necessariamente, àquele concer nente aos domicílios, pois, sistematicamente, encontramos várias famílias coabi tantes a guardar vínculos de subordinação ou dependência; vale dizer, podiam viv er num mesmo domicílio famílias "independentes" (5), de agregados e de escravos. Se m dúvida, tal fato influía na composição das famílias, no seu relacionamento com o corpo social, bem como na divisão do trabalho e da renda. Assim, tanto do pon to de vista econômico como do social, parece-nos altamente relevante distinguirmo s estes três tipos básicos de famílias. Destarte, o estudo da unidade familiar de verá referir-se, sempre, à sua posição relativa no domicilio. (6)

* * * Para efeito deste estudo consideramos três categori as de família: independentes, de agregados e de escravos. Por Família entenderemos o casal (unido ou não perante a Igreja) com seus filhos, caso existissem; os(as) so lteiros(as) com filhos e os(as) viúvos(as) com filhos. Em qualquer dos casos os fil hos deverão ser solteiros, sem prole e coabitar junto aos pais. Por Chefe de Família entende-se o "cabeça de casal".

Para as famílias independentes, como explicitado no Quadro 1, admitimos quatro subcategorias: a) família do chefe de domicílio; b) famílias de filhos do chefe de domicilio; c) famílias de parentes do chefe de domi cílio; d) famílias de empregados do chefe de domicílio. Como categorias distintas aparecem as dos agregados e escravos. Os viúvos ou viúvas solitários, bem como aqueles a viver junto a filho( s) com prole, não constituem família e enquadram-se no grupo "Pseudo Famílias", dividido e m quatro subcategorias: uma relativa aos viúvos a viver sós, outra referente ao s que moravam com filho(s) e respectiva prole, uma terceira composta de viúvos(a s) -- agregados ou escravos -- que não constituíssem família e, por último, a subcateg oria concernente aos solteiros(as) em vivência com filho(s) que constituía(m) família.

QUADRO 1 FAMÍLIAS: POR CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------CATEGORIAS SUBCATEGORIAS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1. Independentes a. do chefe de domi cílio (C.D.); b. de filhos do C.D.; c. de parentes do C.D.; d. de empregados do C.D. 2. De Agregados 3. De Escravos 4. Pseudo Famílias a. viúvos(as) solit ários(as); b. v iúvos(as) em vivência com filho(s) que constituía(m ) família; c. v iúvos(as), agregados ou escravos, que não constituí am família; d. solteiros(as) em vivência com filho(s) que constituí a(m) família. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Os resultados numéricos (veja-se Tabela 6) indicam a larga predominância das famílias independentes, em geral, e das de chefes de domicíl io, em particular. Tais evidências revelam que as famílias nucleares tendiam a estabel ecer-se em domicílios próprios. Como se verifica, o peso relativo das famílias de a gregados equilibrava-se com o referente às de filhos e de parentes dos chefes de domicílios. Os porcentuais modestos explicam-se pela tendência acima anotada e por pred ominarem, entre os agregados, indivíduos que não constituíam família.

TABELA 6 FAMÍLIAS: POR CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS

(VR, PA, MR - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------CATEGORIAS E Números Absolutos Porcentagem % Por Categoria SUBCATEGORIAS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1. Independentes - do Chefe de Domicílio (C.D.) 1.154 78,77 - de filhos do C.D. 80 5,46 - de parentes do C.D. 18 1,23 85,46 2. De Agregados 101 6,89 6,89 3. De Escravos 37 2,53 2,53 4. Pseudo Famílias - viúvos(as) que não constituíam família 61 4,16 - viúvos(as) em vivência com filho(s) que constituía(m) família 8 0,55 - viúvos(as) agregados ou escravos que não constituíam família 5 0,34 - solteiros(as) em vivência com filho(s) que constituía(m) família 1 0,07 5,12 TOTAL 1.465 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Quanto aos escravos, a precariedade das informações (7) aliada aos óbices colocados ao estabelecimento de famílias regulares de cativos , aparecem como elementos explicativos do baixo peso relativo observado.

* * * Já enunciamos a definição de Domicilio assumida neste estudo; resta-nos lembrar que estabelecemos a caracterização da entidade em tela -- quanto a categorias e subcategorias -- em nosso trabalho intitulado Sobre a Estrutura Populacional de Alguns Núcleos Mineiros no Alvorecer do Século XIX. (8) Restringir-nos-emos aqui, pois, a reproduzir o universo categórico proposto naquele e studo (Cf. Quadro 2), ao qual remetemos o leitor interessado em conhecer pormenor izadamente os critérios adotados em sua elaboração.

QUADRO 2 COMPOSIÇÃO DOS DOMICÍLIOS: CATEGORIAS E SUBCATEGORI AS

As evidências observadas (Cf. Tabela 11 do A.E. e a Tabela 7 abaixo) indicam a predominância dos domicílios do tipo simples (categ orias 1, 2 e 3) sobre os domicílios complexos (grupos 4 e 5): os primeiros correspondia m a 91,14% do total, enquanto os últimos representavam menos de um décimo (8,32%).

TABELA 7 DISTRIBUIÇÃO DOS DOMICÍLIOS, SEGUNDO CATEGORIAS

(VR, PA, MR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Categorias de Domicílios N. ABSOLUTO PORCENTAGENS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 859 38,83 2 142 6,42 3 1.015 45,89 4 117 5,29 5 67 3,03 6 12 0,54 TOTAL 2.212 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Dentre as categorias entendidas como do tipo simple s cabe realce especial às categorias 1 ("domicílios singulares") e 3 ("domicí lios simples"). A esta última correspondeu 45,89% do total de domicílios computad os e os "domicílios singulares" compreenderam 38,83%. Outra perspectiva analítica para caracterização da maior ou menor complexidade das unidades domiciliares prende-se à presença de escra vos e/ou agregados. Quanto aos cativos, registramo-los em 39,33% dos do micílios. Verificou-se, por outro lado, que em 26,94% apareciam agregados. Computados os domicílios nos quais compareciam escravos ou agregados chega-se à cifra 51,63%. Vale dizer, em mais da metade dos domicílios encontravam-se escravos ou ag regados, 12,30% apenas com agregados, 24,68% só com escravos e 14,65% com ambo s os grupos em foco. Em conclusão, pode-se afirmar que de acordo com o c ritério alternativo consubstanciado na presença de escravos e/ou agrega dos a maioria dos domicílios em analise apresentava composição complexa. Os números médios de agregados e escravos, por domi cílio -- computados somente aqueles nos quais eles se faziam presentes -- corre sponderam, respectivamente, aos valores 1,9 e 4,0. O número médio de pessoas livres por domicílio alcançava o valor 3,4 e o de pessoas em geral alçava-se a 5,0.

Estrutura Segundo Profissões e Atividades Produtiva s O estudo das atividades produtivas e da estrutura p rofissional define-se como elemento do mais alto interesse para o entendimento das cara cteristicas econômicas de uma dada comunidade. A distribuição dos indivíduos em termos de sexo, po sicionamento social, cor e por setores produtivos revela-se como subsidio indispen sável ao conhecimento dos processos de integração econômica e divisão do trab alho; permite-nos, igualmente, estabelecer o delineamento do quadro da vida materi al das sociedades consideradas. Por outro lado, o papel desempenhado pelos indivídu os e grupos populacionais mostra-se essencial para o conhecimento da história das co munidades, pois, além de propiciar a visão do momento pesquisado, dá-nos elementos do processo pretérito que o condicionou e sugere-nos as linhas básicas explicat ivas do desenvolvimento ulterior do corpo social. Tal ordem de razões fundamenta a análise ora empree ndida, com referência à qual impõem-se algumas qualificações preliminares. Disti ngue-se, desde logo, o problema representado pela massa escrava. Entendemos ser err ôneo desconsiderá-la no estudo das atividades produtivas; no entanto, esbarramos a qui numa primeira limitação, pois, no censo em pauta aparece numeroso contingente de c ativos cuja única qualificação era a de prestarem-se aos "serviços domésticos". A próp ria ambigüidade do termo, com respeito às possíveis tarefas que cabiam a estas pe ssoas, levou-nos a excluí-las de nossa analise. Por outro lado, a simples indicação "escravo", sem qualquer outro qualificado, impede-nos, como é óbvio, a inferência de que tais elementos desempenhassem atividades homogêneas no largo espec tro de atribuições produtivas

da sociedade mineira. Tais considerações levaram-nos a considerar, neste trabalho, apenas os escravos para os quais explicitaram-se atividades bem determinada s. Lembramos, ademais, visando a evitar qualquer mal-entendido quanto às nossas conc lusões, que, da massa total dos habitantes dos três núcleos em tela, pouco menos de um terço (31,7%) constituía-se de escravos. Estes cativos, certamente, suportavam o p eso maior das atividades econômicas da urbe; no entanto, apenas para 5,3% de les explicitaram-se ocupações econômicas. Em contraposição, anotaram-se atividade s para 27,4% dos livres. Estamos, portanto, a tomar apenas parte dos membros economic amente ativos. A lacuna maior refere-se à massa escrava que -- excluídos os cativ os de tenra idade, os incapazes e os de idade avançada -- deveria estar integrada, na to talidade, ao processo produtivo. Cabe-nos notar ainda que algumas das ocupações acus adas nos censos aqui utilizados não puderam receber tratamento estatístico, dada a ambigüidade da terminologia dos recenseadores. Deste rol figuram atividades como: " vive de sua agência" e "homem particular", por nós qualificadas como "indetermin adas". Também computamos à parte -- por não se referirem a atividades econômicas prop riamente ditas -- atribuições tais como: "estudantes", "vive do aluguel de suas casas" , "do jornal de seus escravos" etc. Finalmente, cumpre notar que as atividades foram en quadradas nos três setores econômicos básicos classicamente distinguidos pelos economistas: primário, secundário e terciário. (9)

* * * O setor primário absorvia, apenas, 6,4% dos indivíd uos para os quais indicaram-se atividades econômicas. Este porcentual modesto refl ete o caráter urbano da população em análise. O secundário aparecia com preeminência -- 56,4% -- e as atividades relacionadas aos serviços também ocupavam posição d e realce: 37,2%. Quanto à distribuição segundo o sexo, evidenciou-se a predominância dos homens: 79,8% em face de 20,2% de elementos do sexo oposto. Tomadas isoladamente, verificou-se não haver dispar idade muito acentuada (exclusive para o setor primário) nas distribuições de homens e mulheres segundo os setores considerados. Assim, 4,5% do total de homens vincul ava-se ao primário, 58,2% ao secundário e 37,3% ao terciário; para o sexo oposto as cifras correlatas foram, respectivamente: 13,9%, 49,5% e 36,6% (Cf. Tabela 8 ). Evidentemente, tais valores não permitem a inferência de que as mesmas atribuições coubessem a homens e mulheres; como veremos adiante, existiam marcantes diferenças de natureza nas ocupações correspondentes a cada sexo.

TABELA 8 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DE HOMENS E MULHERES, SEGUN DO SETORES

(VR, PA, MR - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------SETORES HOMENS MULHERES -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Primário 4,49 13,88 Secundário 5 8,17 49,52 Terciário 37,34 36,60 TOTAL 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Por outro lado, como se depreende das Tabelas 9 e 1 0, observam-se significativas discrepâncias quanto à participação de homens e mul heres nos setores aludidos quando computados, conjuntamente, ambos os sexos.

TABELA 9 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DOS INDIVÍDUOS POR SETORES, SEGUNDO O SEXO

(VR, PA, MR - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------SETORES HOMENS MULHERES H+M -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Primário 3,58 2,81 6,39 Secundário 46,4 0 10,02 56,42 Terciário 2 9,78 7,41 37,19 TOTAL 79,76 20,24 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Tabela 10 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL, POR SETORES, DE HOMENS E M ULHERES

(VR, PA, MR - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------SETORES HOMENS MULHERES TOTAL -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Primário 56,06 43,94 100,00 Secundário 82,23 17,77 100,00 Terciário 80,08 19,92 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Assim, enquanto no primário ocorria relativo equilí brio entre os sexos -- 56,1% de homens contra 43,9% de mulheres --, no secundário a discrepância revelava-se de grande monta -- 82,2% de indivíduos do sexo masculi no em face de 17,8% de mulheres. Com respeito ao terciário verificou-se divergência igualmente acentuada: 80,1% de homens versus 19,9% de mulheres. Evidentemente, os diferenciais apontados devem-se, sobretudo, aos números absolutos de indivíduos de c ada sexo.

O parcelamento da população segundo o posicionament o social -- livres e escravos -- permite-nos verificar que, tomadas as duas categori as isoladamente, existia franco desequilíbrio nos setores primário e terciário. Ass im, 19,0% dos cativos vinculavam-se ao primário, enquanto apenas 5,2% dos livres aí se colocavam; por outro lado, enquanto 38,2% de livres enquadravam-se no terciário, apenas 26,6% dos escravos ocupavam posição idêntica. Quanto ao secundário, o equilíbri o mostrava-se patente (Cf. Tabela 11).

TABELA 11 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DE LIVRES E ESCRAVOS, SEGUN DO SETORES

(VR, PA, MR - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------SETORES LIVRES ESCRAVOS -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Primário 5,16 19,02 Secundário 56,62 54,35 Terciário 38,22 26,63 TOTAL 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Analogamente ao caso anterior, no qual distribuímos a população segundo o sexo, as discrepâncias devidas ao maior contingente de livre s em face do número de escravos revelaram-se altamente significativas quando comput amos, conjuntamente, os dois estratos sociais (Cf. Tabela 12).

TABELA 12 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL, POR SETORES, DE LIVRES E E SCRAVOS

(VR, PA, MR - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------SETORES LIVRES ESCRAVOS TOTAL -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Primário 73, 48 26,52 100,00 Secundário 91,42 8,58 100,00 Terciário 93, 62 6,38 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Assim, os livres -- com larga maioria no primário - - praticamente monopolizavam o secundário e o terciário, independentemente, como j á afirmamos, da natureza das ocupações desempenhadas. Na Tabela 13, vê-se claramente a predominância numé rica dos livres e as divergências acima referidas.

TABELA 13 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DOS INDIVÍDUOS, POR SETORES ,

SEGUNDO O POSICIONAMENTO SOCIAL (VR, PA, MR - 1804)

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------SETORES LIVRES ESCRAVOS LIVRES+ESCRAVOS -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Primário 4,70 1,69 6,39 Secundário 51,57 4,85 56,42 Terciário 34,82 2,37 37,19 TOTAL 91,09 8,91 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Passemos ao estudo, em termos de condição social e sexo, das atividades atinentes a cada setor. No primário encontramos as mulheres a predominar en tre os "agricultores em geral" (roceiros, lavradores e hortelãos) -- 56 mulheres c ontra 29 homens. Das demais atividades do setor, duas eram desempenhadas exclus ivamente pelo sexo masculino e em uma -- na verdade conjugação da agricultura e da mineração -- contávamos três homens e duas mulheres. Com respeito à distribuição segundo o posicionamento social, os livres dominavam absolutamente duas ocupações (" caçador" e "agricultores e mineiros"), compunham maioria esmagadora dos lavrad ores, roceiros e hortelãos -- em 85 indivíduos aí enquadrados encontramos apenas 1 c ativo -- e viam-se inferiorizados numericamente apenas entre os lenheiros -- neste ca so predominavam os escravos na razão de 5 para 1. Com referência ao secundário, em termos de sexo, ve rificou-se ampla especialização -- as mulheres ocupavam-se de reduzido número de ativi dades. Ao mesmo tempo, algumas atribuições cabiam exclusivamente às pessoas do sex o feminino. Assim, pouco mais de seis décimos das mulheres vinculadas ao setor em fo co apareciam como costureiras, fiandeiras ou tecedeiras e pouco menos da metade de las eram costureiras. As mulheres exerciam exclusivamente as seguintes atividades; co stureiras, doceira, fiandeiras e rendeira. Quanto às atribuições que partilhavam com os homens, podemos distinguir dois grupos. O primeiro englobava atividades nas qu ais as mulheres predominavam: padeiros e tecedeiras. No outro cabia preeminência aos homens: tintureiros, mineiros e faiscadores. Quanto às duas últimas, cabem algumas considerações. Em primeiro, deve-se observar seu grande peso relativo -- mais de um quarto (27,9%) dos indivíduos de ambos os sexos vinculados ao secundário nelas enqua drava-se. Ainda em termos relativos, havia predomínio das mulheres -- 35,2% ( ou seja, 73 em 207) -- sobre elementos do sexo oposto 26,3% (252 em 958). Com re speito ao número absoluto, a preeminência estava com os homens (252 em face de 7 3) segundo a razão de 3,92 relativamente aos faiscadores e de 2,91 referenteme nte aos mineradores. Outro fato marcante diz respeito à maior presença de faiscador es (192) vis-à-vis os mineradores (133). Tais cifras, por si mesmas, atestam a decadê ncia da exploração aurífera nas localidades em apreço. Restavam, por fim, as ocupações exercidas exclusiva mente pelos homens -- em número de 37. Esta cifra representa a maioria das atividad es do setor (vide Tabela 14).

Caracterizavam-se pela especialização exigida para seu desempenho -- armeiros, funileiros, fundidores etc. -- e/ou pelo maior esfo rço físico requerido -- capineiros, ferradores etc. -- e/ou pelo tradicional relacionam ento estabelecido entre algumas atividades e o sexo: alfaiates e costureiras, por e xemplo. (10)

TABELA 14 DISTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES DO SECUNDÁRIO, SEGUNDO O SEXO

(VR, PA, MR - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ATIVIDADES EXERCIDAS NÚMERO DE ATIVIDADES -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Exclusivamente por homens 37 Exclusivamente por mulheres 5 Por homens e mulheres 5 Total de Atividades 47 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Como se pode verificar na Tabela 12 do A.E., havia larga diversidade de ocupações. Dentre elas ocupavam papel de realce os alfaiates ( 133), carpinteiros (88), ferreiros (68), latoeiros (57) e sapateiros (181); conjuntamente, e stas ocupações absorviam mais da metade (55,0%) dos homens relacionados no secundári o. Com respeito ao posicionamento social, observou-se apenas uma atribuição exercida exclusivamente por escravo (esteireiro). Predominar am as atividades exclusivas de livres (em número de 32), enquanto 14 eram desempen hadas tanto por livres como por cativos. Estes últimos, em termos absolutos, apenas exerciam majoritariamente a função de capineiros. Por outro lado, encontramo-los represen tados entre os alfaiates, costureiras, carpinteiros, carvoeiros, faiscadores, ferreiros, l atoeiros, pedreiros, relojoeiros, sapateiros, seleiros e serralheiros, afora um cativ o que foi anotado como mineiro. A simples enunciação destas atividades expressa eloqü entemente a variedade das tarefas desenvolvidas pelos escravos e, ademais, mostra-nos os cativos a exercerem atividades que exigiam razoável nível de especialização. No terciário encontramos maiores discrepâncias, tan to com respeito ao sexo como no respeitante ao posicionamento social (Cf. Tabela 15 ).

TABELA 15 DISTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES DO TERCIÁRIO, SEGUNDO O SEXO

(VR, PA, MR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Atividades Exercidas . N. Total de Só por H. Só por M. Por H. e M. Atividades ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Profissões Liberais 7 1 1 9 Igreja 2 -- -- 2 Administração Civil 9 -- -- 9 Comercio 3 -- 4 7 Transporte 3 -- 1 4 Outros Serviços 5 1 4 10 TOTAL 29 2 10 41 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: H=Homens; M=Mulheres. Os escravos somente apareciam representados entre o s quitandeiros, barbeiros, cozinheiros, jornaleiros (ocupação que exerciam com exclusividade) e lavadeiras, afora um cativo identificado como vinculado ao comércio d e molhados. Quanto ao sexo, o predomínio dos homens apresentava -se maciço. Nas atividades eclesiásticas e da administração civil não aparecia m mulheres. Relativamente às profissões liberais, contávamos com enfermeiras (em número de 2, vis-à-vis 5 homens) e parteiras. No comércio, o sexo feminino encontrava-se mais rep resentado -- considerados os negociantes de secos e/ou molhados, contamos 55 mul heres de um total de 178. Com respeito aos quitandeiros, computamos 43 mulheres e apenas 2 homens. Nos transportes, a participação feminina mostrava-s e das mais modestas. Quanto aos "outros serviços", computamos 2 caixeiras (de um to tal de 21), 4 criadas (a superar os homens, em número de 3), 12 cozinheiras (entre 20) e 28 lavadeiras -- função exclusiva do sexo feminino. Com referência aos homens, cabe realce particular a os músicos, funcionários da administração civil, eclesiásticos, negociantes e, sobretudo, aos militares. Estes últimos, em número de 125, representavam cerca de um quinto (20,3%) do total de homens enquadrados no terciário. A repartição das pessoas para as quais indicou-se a ocupação, segundo faixas etárias correspondentes a crianças (0 a 14 anos), em idade ativa (15 aos 64 anos) e velhos (65 e mais anos), mostrou a eficácia dos intervalos etári os considerados. Assim, pouco mais de 3% colocaram-se no primeiro intervalo, pouco mai s de 6% situaram-se no terceiro, enquanto mais de 90% apareceram na faixa correspond ente à idade ativa (Cf.Tabela 16),

TABELA 16 DISTRIBUIÇÃO, SEGUNDO FAIXAS ETÁRIAS, DOS INDIVÍDUO S PARA OS QUAIS

INDICOU-SE "ATIVIDADE ECONÔMICA" (VR, PA, MR - 1804)

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------FAIXA ETÁRIA NÚM ERO ABSOLUTO PORCENTAGENS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0 - 14 73 3,47 15 - 64 1.899 90,17 65 e mais anos 134 6,36 TOTAL 2.106 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Excluídas 57 pessoas para as quais não consto u a idade. 2. RURAL-MINERADORA A estrutura populacional rural-mineradora caracteri zou-se em três núcleos: Gama, Abre Campo e Capela do Barreto. Como indicamos, consider aremos a reunião dos habitantes das três localidades; restringir-nos-emo s, ademais, à descrição dos elementos básicos da estrutura populacional em epig rafe, deixando para capitulo próprio sua qualificação. Os habitantes do Sertão do Abre Campo, distrito de pequena expressão numérica, ocupavam-se na mineração e cultivo de gêneros neces sários à própria subsistência. Os moradores congregavam-se em três propriedades de ta manho relativamente grande e a maioria esmagadora constituía-se de escravos e agre gados. Capela do Barreto não chegou a constituir núcleo urbano típico, pois seus moradores viviam disseminados em casas construídas às margens do Gualacho do Norte. Escravos e agregados representavam a parcela majoritária de seus habitan tes, os quais dedicavam-se, principalmente, ao cultivo e venda de gêneros alime ntícios. Os residentes no Gama dedicavam-se, majoritariamente, à mineração, ao pla ntio de roças para produzir gêneros de subsistência ou à tarefa de faiscar. Havia um re duzido número de propriedades relativamente grandes nas quais congregava-se a mai oria dos escravos e agregados, ocupados, precipuamente, em minerar ou cultivar; na s residências de proporções mais modestas compareciam forros -- expressivamente repr esentados nesse distrito -- ou livres -- certamente detentores de parcas posses -- voltados, sobretudo, a umas poucas atividades artesanais ou à faiscação. Estrutura por Sexos e Condição Social Numericamente evidencia-se, desde logo, a preponder ância dos escravos (55,8%) sobre os livres (44,2%). Os agregados representavam expre ssiva parcela dos livres: 55,4%. Quanto ao sexo verificava-se o predomínio quantitat ivo dos homens: 60,0% em face de 40,0%. Tal supremacia decorria do grande peso relat ivo dos homens entre os escravos -- 72,1% vis-à-vis 27,9% -- e da participação majoritária, já referida , dos cativos no conjunto dos habitantes. Para os livres marcava-se, contrari amente, maior presença feminina: 55,35% contra 44,65%. Entre os agregados também dom inavam as mulheres: 58,9% em

face de 41,1% de homens (Cf. Tabela 15 do A.E.). A razão de masculinidade observada para os cativos (258,3 homens para cada grupo de 100 escravas) decorria, a nosso ver, das caracterís ticas das fainas econômicas desenvolvidas nos centros em apreço. Para os livres , o mesmo indicador (80,7) derivava, certamente, do processo emigratório caracterizado n o tópico concernente à "estrutura populacional urbana". Entre os agregados computamos , tão-somente, 69,7 homens para cada conjunto de 100 mulheres. Vê-se, pois, qu e a razão de masculinidade da população total (149,8) decorria, sobretudo, do gra nde peso relativo das pessoas reduzidas à escravidão (Cf. Gráfico 4).

GRÁFICO 4 RAZÃO DE MASCULINIDADE POR GRUPOS DE IDADES

(AC, CB - 1804)

Conforme se observa na tabela abaixo, para os livre s, o predomínio das mulheres dava-se em quase todas as faixas etárias; para os escrav os, reversamente, marcava-se a preponderância dos homens na maioria esmagadora das faixas de idades. (11)

TABELA 17

RAZÃO DE MASCULINIDADE, SEGUNDO FAIXAS ETÁRIAS E SI TUAÇÃO SOCIAL (AC, CB - 1804)

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------FAIXAS ETÁRIAS ESCRAVOS LIVRES TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0 - 9 59,09 84,00 72,34 10 - 19 130,77 69,23 100,00 20 - 29 175,00 65,38 113,04 30 - 39 188,89 60,00 121,05 40 - 49 312,50 128,57 226,67 50 - 59 214,29 66,67 170,00 60 - 69 300,00 42,86 100,00 70 - 79 80,00 75,00 76,92 80 e mais anos ∞ 100,00 220,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: AC (Abre Campo), CB (Capela do Barreto), excl uÍdo o Distrito GA (Gama) pelas razões apontadas na nota 11 deste trabalho. Repartição dos Habitantes, Segundo Grandes Grupos E tários e Pirâmides de Idades A distribuição dos moradores do Abre Campo e Capela do Barreto segundo a condição social e grandes faixas etárias -- obedecidos ambos critérios adotados neste estudo -- evidencia as discrepâncias dos dois segmentos popul acionais básicos da sociedade colonial brasileira: escravos e livres. Assim, a pa rticipação dos jovens entre os escravos mostrava-se inferior à observada entre os livres: 2 6,0% em face de 34,3%. O mesmo ocorria quanto aos velhos: 12,1% para livres, 9,2% para cativos. Com respeito à faixa etária concernente à idade ativa (15-64 anos) a div ergência também vincava-se claramente: 56,1% para livres, 72,0% para mancípios . As discrepâncias acima referidas, assim como a maio r participação de homens entre os escravos e de mulheres entre os livres, vêem-se ref letidas nas pirâmides de idades relativas à população total e aos estratos de livre s e cativos (Cf. Gráfico 5).

GRÁFICO 5 PIRÂMIDES DE IDADES

(AC, CB - 1804)

Origem dos Escravos Os escravos nascidos no Brasil ("coloniais") compun ham a parcela majoritária dos cativos: 52,2%. Para 1,7% foi impossível determinar a origem e os restantes 46,1% haviam sido deslocados da África (Cf. Tabela 19 do A.E.).

Conforme se infere da Tabela 18, os coloniais apres entavam características de "população jovem": 38,4% deles colocava-se na faixa 0-19 anos. Os Africanos, por seu turno, apareciam como uma "população velha" -- apen as 2,3% contavam dezenove ou menos anos de idade.

TABELA 18 REPARTIÇÃO PORCENTUAL DOS ESCRAVOS AFRICANOS E COLO NIAIS,

SEGUNDO GRANDES FAIXAS ETÁRIAS (AC, CE - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS AFRICANOS COLONIAIS . ETÁRIAS SUDANESES BANTOS TOTAL CRIOULOS PARDOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0 - 19 -- 2,47 2,32 32,00 58,98 38,41 20 - 59 40,00 83,95 81,40 61,60 38,46 56,10 60 e mais anos 60,00 13,58 16,28 6,40 2,56 5,49 TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Os números absolutos constam da Tabela 20 do A.E. Entre os cativos oriundos da África predominavam ma ciçamente os Bantos (94,5%) sobre os Sudaneses (5,5%). Estes últimos mostravam idades mais avançadas em face dos Bantos. Destarte, enquanto 13,6% destes últimos contavam sessenta ou mais anos, 60,0% dos Sudaneses enquadravam-se nesta faixa etár ia. O processo de "substituição" ao qual já aludimos no tópico anterior explica, a n osso ver, a divergência ora apontada. Sobre a Filiação dos Menores de 14 Anos Os filhos legítimos compunham, apenas, cerca de um terço (32,2%) da massa de crianças com 14 ou menos anos de idade. Entre os fi lhos naturais encontravam-se os enjeitados, que compreendiam 7,4% dos bastardos. Entre os escravos não computou-se filho legítimo al gum; já para os livres os legítimos representavam a maioria: 53,7% (Cf. Tabela 19).

TABELA 19 FILIAÇÃO, EM PORCENTAGEM, DAS CRIANÇAS COM 14 OU ME NOS ANOS

(AC, GA, CB - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FILIAÇÃO LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Legítimos 53,70 -- 32,22 Naturais 46,30 100,00 67,78 TOTAL 100,00 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Os números absolutos constam da Tabela 21 do A.E.

Outra discrepância significativa diz respeito às cr ianças "independentes" (livres não agregados) e "agregadas". Assim, enquanto a condiçã o de legitimidade observava-se para 64,0% das primeiras, apenas 44,8% destas últim as eram filhos legítimos (Cf. Tabela 20). A legitimidade associava-se, portanto, não só à condição social mas, também, ao status econômico dos pais.

TABELA 20 FILIAÇÃO, EM PORCENTAGEM, DAS CRIANÇAS LIVRES, COM 14 OU MENOS ANOS,

REPARTIDAS EM "INDEPENDENTES" E AGREGADOS (AC, GA, CB - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FILIAÇÃO "INDEPENDENTES" AGREGADOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Legítimos 64 ,00 44,83 53,70 Naturais 36,00 55,17 46,30 TOTAL 100,00 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Os números absolutos constam da Tabela 22 do A.E. Estrutura das Famílias e Domicílios O alto peso relativo dos agregados, levou ao predom ínio de famílias identificadas como "de agregados" (50,8%). As famílias "independentes" representavam pouco mais de um terço do total (37,0%); às de escravos (6,1%) e às "pseudo famílias" (6,2%) cabia porcentual modesto (Cf. Tabela 21).

TABELA 21 FAMÍLIAS POR CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS

(AC, GA, CB - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Categorias e N. Absolutos Porcentagens Porcent agens Subcategorias por Categoria ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1. Independentes - do Chefe de Domicílio (C.D.) 22 33,84 - de Empregados do C.D. 2 3,08 36,92 2. De Agregados 33 50,77 50,77 3. De Escravos 4 6,15 6,15 4. Pseudo Famílias - Viúvos(as) que não constituíam família 1 1,54 - Viúvos(as) em vivência com filho(s) que constituía(m) família 1 1,54 - Viúvos(as) agregados ou escravos que não constituíam família 2 3,08 6,16 TOTAL 65 100,00 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

As participações relativas acima discriminadas deco rriam, certamente, das atividades econômicas desenvolvidas nos núcleos estudados. A d istribuição das famílias, segundo as categorias adotadas neste estudo, refletia, port anto, a forte presença dos agregados, a qual devia-se às características das fainas produ tivas prevalecentes nas localidades em apreço. Voltaremos a este ponto no correr deste trabalho.

* * * Os domicílios do tipo simples (categorias 1, 2 e 3) predominaram largamente sobre os complexos (categoria 4): 87,80% em face de 9,76%. À categoria 6, conforme se observa na Tabela 22, coube pequena participação (2,44%).

TABELA 22 PARTICIPAÇÃO DAS CATEGORIAS DE DOMICÍLIOS

(AC, GA, CB - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CATEGORIAS DE DOMICÍLIOS NÚMERO ABSOLUTO PORCENTAGEM ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 17 41,46 2 2 4,88 3 17 41,46 4 4 9,76 5 -- -- 6 1 2,44 TOTAL 41 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Dentre os domicílios com estrutura simples realçara m-se duas categorias que apresentaram idêntico peso relativo (41,4%): "domic ílios singulares" e "domicílios simples". Como avançado, à categoria 4 ("domicílio familiar a mpliado") correspondeu menos de dez por cento do número total de domicílios computa dos. Evidencia-se, pois, também no caso da estrutura populacional rural-mineradora, a pequena participação dos domicílios complexos. Caso admitíssemos a presença de escravos e/ou agreg ados como critério para caracterizar o grau de complexidade dos domicílios, chegaríamos a resultados muito distintos daqueles apresentados acima. Assim, os ca tivos compareciam em 63,4% dos domicílios. Os agregados, por seu turno, apareciam em 21,95% dos domicílios. Como em todos os domicílios nos quais computaram-se agregad os também havia escravos, pode-se afirmar que pouco menos de dois terços dos domic ílios (63,4%) apresentava composição complexa. O número médio de escravos por domicílio, considera dos apenas aqueles nos quais os cativos faziam-se presentes, alcançava o valor 18,2 . Para os agregados, o mesmo indicador alçava-se a 23,6. O número médio de pesso as livres por domicílio era de 9,1 e o de pessoas em geral atingia 20,7.

Estrutura Segundo Profissões e Atividades Produtiva s O estudo das atividades produtivas restringe-se aos dados concernentes à Capela do Barreto e ao Gama, pois, para o distrito do Abre Ca mpo faltaram indicações explícitas sobre a ocupação das pessoas recenseadas. Assim, co nsiderado o conjunto de habitantes daqueles dois núcleos, observa-se que di scriminaram-se atividades ou ocupações para 37,2% dos livres e 2,2% dos cativos . A análise que segue baseia-se, portanto, em pequena parcela dos indivíduos efetiva mente vinculados ao processo produtivo; à luz deste irrecorrível condicionamento deve-se, pois, entender as conclusões abaixo reportadas. O setor de serviços absorvia, apenas, 11,2% das pes soas para as quais indicaram-se atividades econômicas. A participação modesta do te rciário é, aliás, característica marcante da estrutura populacional rural-mineradora uma vez que -- a depender do primado da agricultura ou da mineração -- observava -se, em cada núcleo que apresentava tal estrutura populacional, participaçã o mais expressiva do primário ou do secundário. (12) A distribuição segundo o sexo indicou a preponderân cia dos homens: 61,9% em face de 38,1% de elementos do sexo feminino. Consideradas separadamente, observou-se haver diver gência muito larga (exclusive para o setor primário) nas distribuições de homens e mulheres segundo os três setores produtivos. Assim 26,5% do total de homens vinculav am-se ao primário, 56,6% ao secundário e 16,9% ao terciário; para as mulheres a s cifras correlatas alcançaram os seguintes valores: 27,4%, 70,6% e 2,0% (Cf. Tabela 23).

TABELA 23 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DE HOMENS E MULHERES, SEGUN DO SETORES

(CB, GA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES HOMENS MULHERES ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 26,50 27,45 Secundário 56,63 70,59 Terciário 16,87 1,96 TOTAL 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Doutra parte, conforme se infere das Tabelas 24 e 2 5, verificam-se significativas divergências quanto à participação de homens e mulh eres nos referidos setores quando considerados, juntamente, ambos os sexos.

TABELA 24 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL, POR SETORES, DE HOMENS E M ULHERES

(CB, GA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES HOMENS MULHERES TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 61,11 38,89 100,00 Secundário 56,63 43,37 100,00 Terciário 93,33 6,67 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Assim, enquanto no secundário dava-se relativo equi líbrio entre os sexos -- 56,6% de homens, 43,4% de mulheres --, no primário a prepond erância do sexo masculino revelava-se acentuada (61,1% em face de 38,9%). Já no terciário, o domínio numérico dos homens era absoluto: 93,3% vis-à-vis 6,7% (Cf. Tabela 24). Obviamente as discrepâncias ora indicadas decorriam, em grande pa rte, dos números absolutos referentes a cada sexo (Cf. Tabela 25).

TABELA 25 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DOS INDIVÍDUOS, POR SETORES , SEGUNDO O SEXO

(CB, GA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES HOMENS MULHERES H+M ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 16,42 10,45 26,87 Secundário 3 5,07 26,87 61,94 Terciário 10,45 0,74 11,19 TOTAL 61,94 38,06 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O departimento da população de acordo com a condiçã o social (livres e escravos) indica-nos que, tomados separadamente os dois posic ionamentos sociais, ocorria marcado desequilíbrio nos setores primário e terciá rio. Quanto ao secundário, observava-se relativo equilíbrio (Cf. Tabela 26).

TABELA 26 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DE LIVRES E ESCRAVOS, SEGUN DO SETORES

(CB, GA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES LIVRES ESCRAVOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 28,80 -- Secundário 60,80 77,78 Terciário 10,40 22,22 TOTAL 100,00 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Por outro lado, tomados conjuntamente livres e escr avos, revelam-se grandes discrepâncias, devidas, sobretudo, aos números abso lutos de cativos e livres. Assim, os livres praticamente empolgavam todos os setores: 10 0,00% do primário, 91,6% do secundário e 86,7% do terciário (Cf. Tabelas 27 e 2 8).

TABELA 27 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DOS INDIVÍDUOS, POR SETORES ,

SEGUNDO O POSICIONAMENTO SOCIAL (CB, GA - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES LIVRES ESCRAVOS LIVRES+ESCRAVOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 26,87 -- 26,87 Secundário 56,71 5,23 61,94 Terciário 9,70 1,49 11,19 TOTAL 93,28 6,72 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TABELA 28 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL, POR SETORES, DE LIVRES E E SCRAVOS

(CB, GA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 1 00,00 -- 100,00 Secundário 91 ,57 8,43 100,00 Terciário 86,67 13,33 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Contemplemos as atividades adstritas a cada setor, em ternos de condição social e de sexo. No primário os homens sobrepujavam as mulheres: ent re os "agricultores em geral" contamos 20 homens e 14 elementos do sexo feminino e entre os "agricultores e mineiros" encontravam-se apenas homens, em número de dois. Não computamos escravo algum neste setor. No secundário, homens e mulheres compartiam duas at ividades (faiscadores e "faiscadores e fiandeiros"), as mulheres exerciam c om exclusividade outras duas atividades: fiandeiras e "fiandeiras e tecedeiras". Estas duas últimas ocupações absorviam 86% das mulheres vinculadas ao setor. Nov e outras atividades eram desempenhadas somente por homens (Cf. Tabela 29). D entre elas realçam-se duas: faiscação e carpintaria. A primeira envolvia 51% do s homens vinculados ao secundário, a segunda, 17%. Tomados conjuntamente ambos os sexo s, observa-se o grande peso relativo da fiação e tecelagem (38,6% do total de p essoas adstritas ao setor) e dos faiscadores: 34,9% (Cf. Tabela 24 do A.E.).

TABELA 29

DISTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES DO SECUNDÁRIO, SEGUNDO O SEXO (CB, GA - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ATIVIDADES EXERCIDAS NÚMERO DE ATIVIDADES ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exclusivamente por homens 9 Exclusivamente por mulheres 2 Por homens e mulheres 2 Total de atividades 13 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- No setor em tela os escravos faziam-se representar em numerosas atividades. Três delas (arrieiro, capineiro e lambiqueiro) cabiam exclus ivamente aos cativos, três outras (carpinteiros, faiscadores e ferreiros) compartilha vam livres e cativos, e as demais, em número de sete, exerciam-nas apenas pessoas livres. Em termos numéricos, no entanto, a presença dos mancípios revelava-se bem modesta: r epresentavam menos de um décimo (exatamente 8,4%) dos indivíduos arrolados n o secundário. No terciário, o setor menos expressivo em termos qu antitativos, contamos apenas uma mulher (negociante) e quatorze homens, a maioria do s quais enquadrava-se nas seguintes ocupações: feitores e administradores (4) , tropeiros (3) e jornaleiros (2). Os escravos, em número de dois, exerciam duas das nove atividades do setor (Cf. Tabela 24 do A.E.). A distribuição, segundo faixas etárias, das pessoas para as quais indicaram-se atividades econômicas (tomada apenas a Capela do Ba rreto), vai colocada na Tabela 30.

TABELA 30 DISTRIBUIÇÃO, SEGUNDO FAIXAS ETÁRIAS, DOS INDIVÍDUO S PARA OS QUAIS

INDICOU-SE "ATIVIDADE ECONÔMICA" (CB - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXA ETÁRIA NÚMERO AB SOLUTO PORCENTAGENS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0 - 14 2 3,17 15 - 64 51 80,96 65 e mais anos 10 15,87 TOTAL 63 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Excluída 1 pessoa para a qual não constou a i dade.

3. INTERMÉDIA Três dos núcleos estudados enquadravam-se nesta ca tegoria: Furquim, Santa Luzia de Sabará e São Caetano. Dada a não uniformidade das i nformações correspondentes a estes três centros, (13) nem sempre tornou-se possí vel estabelecer a análise para o conjunto de seus habitantes. Assim, em alguns casos consideraremos a população agregada destas localidades, em outros adotaremos, apenas, os dados de um ou dois núcleos. Tal modo de agir justifica-se pelo fato de pretendermos, em capítulo subseqüente, cotejar as características gerais das quatro estruturas populacionais que definimos. Os habitantes do Furquim dedicavam-se, basicamente, à agricultura, faiscação e a variada gama de atividades artesanais; os serviços viam-se expressivamente representados, sobretudo por causa do significativo número de "jornaleiros". São Caetano, dos mais antigos centros mineratórios, in tegra hoje o município de Mariana. Ao abrir-se o século passado, conforme testemunho d e viajantes estrangeiros, São Caetano mostrava-se decadente e com população apouc ada, dentre a qual realçavam-se faiscadores e mineradores. Os faiscadores sobrepuja vam largamente a estes últimos, fato a denunciar a decadência da lida exploratória. Santa Luzia, paróquia situada às margens do rio das Velhas e pouco distante de Sabar á, apresenta-se como dos mais antigos centros mineratórios. Em 1751 suas lavras d e ouro já se mostravam decadentes, porém, seus habitantes devem ter continuado a usufr uir os benefícios decorrentes da posição geográfica privilegiada do núcleo e das ati vidades agrícolas e artesanais voltadas ao abastecimento de outros centros mineiro s. Em Santa Luzia, ao que nos parece, o "rural" sobrepunha-se ao "urbano". O avul tado número de pequenas propriedades sugere, ademais, a existência de cultu ras de subsistência voltadas para a produção destinada ao autoconsumo. Por outro lado, a significativa quantidade de fazendas relativamente "grandes" parece indicar o d esenvolvimento de atividades agrícolas cujo produto comercializava-se. Estrutura por Sexos e Condição Social O número de livres apresentava-se pouco superior ao dos escravos. Os agregados, por sua vez, representavam cerca de 13,0% dos livres (C f. Tabelas 31 e 32).

TABELA 31 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES, SEGUNDO A CONDIÇÃO SOCIA L

(SL - 1790, FU - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CONDIÇÃO SOCIAL NÚMERO ABSOLUTO PORCENTAGEM ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Livres 6.786 50,32 Escravos 6.701 49,68 TOTAL 13.487 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Contamos 924 agregados que representam 13,62% dos livres.

TABELA 32 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES, SEGUNDO O SEXO E A COND IÇÃO SOCIAL

(FU - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- LIVRES ESCRAVOS TOTAL . H M H+M H M H+M H M H+M ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 609 659 1.269(a) 700 340 1.040 1.309 999 2.309(a) 48,03% 51,97% 100% 67,31% 32,69% 100% 56,72% 43,28% 100% 54,96% 45,04% 100% ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) Para uma pessoa não constou o sexo. Conta mos 170 agregados -- 69 homens (40,59%) e 101 mulheres (59,41%) -- que correspond em a 13,40% dos livres. Quanto ao sexo, preponderava o masculino: 56,7% em face de 43,3% de mulheres (Cf. Tabela 32). Tal participação mostra-se distinta cas o consideremos, isoladamente, livres e escravos. Assim, para os livres, o número de mulher es superava o de homens: 51,97% contra 48,03% (Cf. Tabela 32); situação reversa obs ervava-se entre os escravos: 67% de homens contra 33% de elementos do sexo oposto (Cf. Tabelas 32 e 33).

TABELA 33 REPARTIÇÃO DOS ESCRAVOS SEGUNDO O SEXO

(FU, SC - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- VALORES HOMENS MULHERES TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Números Absolutos 1.157 567 1.724 Porcentagens 67,11 % 32,89% 100% ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Entre os agregados, o sexo masculino via-se superad o pelo feminino: 40,6% vis-à-vis 59,4% (Cf. Tabela 32).

GRÁFICO 6 RAZÃO DE MASCULINIDADE POR GRUPOS DE IDADE

(SC, FU - 1804)

À vista dos resultados acima anotados, chega-se a r azões de masculinidade grandemente divergentes quando as calculamos para a população total (131,03 - FU), para livres (92,41 - FU) e para escravos (204,05 - FU e SC). Já indicamos em tópico precedente os condicionantes destas discrepâncias. A razão de masculinidade para agregados (68,32), por seu turno, aproximava-se dos valores observados nas duas estruturas populacionais já analisadas neste capítu lo. Entre os livres, conforme ilustrado no Gráfico 6, o predomínio das mulheres marcava-se nos grupos etários intermediários; especificamente , como pode ser verificado na Tabela 28 do A.E., o equilíbrio rompia-se na faixa dos 20 aos 24 anos para recompor-se na dos

60 aos 64 anos. A mesma indicação nos traz a Tabela 34, na qual calculamos a razão de masculinidade para solteiros livres.

TABELA 34 RAZÃO DE MASCULINIDADE ENTRE SOLTEIROS LIVRES

(FU - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS RAZÃO DE MASCULINIDADE ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0 - 4 125,86 5 - 9 120,00 10-19 130,21 20-29 75,28 30-39 60,87 40-49 43,40 50-59 41,86 60-69 100,00 70-79 120,00 80 e mais anos 66,67 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Infere-se, do exposto, a maior tendência emigratóri a dos homens solteiros colocados na faixa dos 20 aos 60 anos. REPARTIÇÃO DOS HABITANTES SEGUNDO GRANDES GRUPOS ET ÁRIOS A distribuição de escravos e livres segundo grandes faixas etárias permite a identificação inequívoca das discrepâncias existent es entre estes dois estratos sociais. Assim, enquanto para os livres o peso relativo dos jovens alcançava 40,3%, entre os escravos a cifra correlata mostrava-se muito inferi or: 27,1%. Para estes últimos a participação dos adultos alçava-se a 60,9%, signifi cativamente superior à observada para os livres: 48,3%. Com respeito aos velhos obse rvamos pequena divergência: 11,4% para livres, 12,0% para escravos. Na faixa concerne nte à idade ativa (15-64 anos) encontravam-se 61,3% dos livres e 75,2% dos escravo s. Destarte, enquanto para os primeiros evidenciava-se uma estrutura etária carac teristicamente "jovem", o mesmo não ocorria quanto à massa de cativos. PIRÂMIDES DE IDADES As configurações das pirâmides de idades (Cf. Gráfi co 7) confirmam e ilustram à saciedade as assertivas acima colocadas. Nota-se, a demais, para todas faixas etárias, o predomínio dos homens entre os mancípios e a prepon derância das mulheres entre os livres, marcadamente nas faixas etárias intermediá rias.

GRÁFICO 7 PIRÂMIDES DE IDADES

(SC, FU - 1804)

ORIGEM DOS ESCRAVOS Os escravos nascidos no Brasil sobrepujavam largame nte, em termos quantitativos, os deslocados da África: 56,7% em face de 37,4% (Cf. T abela 31 do A.E.). Além disto, como se pode observar na Tabela 35, enq uanto os coloniais apresentavam caracteristicas de "população jovem" -- 42,1% deles encontravam-se na faixa 0 - 19 anos --, a massa dos cativos africanos revelava-se "velh a" apenas 6,7% deles contava dezenove ou menos anos.

TABELA 35 REPARTIÇÃO PORCENTUAL DOS ESCRAVOS AFRICANOS E COLO NIAIS,

SEGUNDO GRANDES FAIXAS ETÁRIAS (FU, SC - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS AFRICANOS COLONIAIS . ETÁRIAS SUDANESES BANTOS OUTROS TOTAL CRIOULOS PARDOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0-19 -- 3,47 30,12 6,73 39,15 52,53 42,14 20-59 48,65 79,00 60,24 74,80 54,50 42,40 51,80 60 e mais 51,35 17,53 9,64 18,47 6,35 5,07 6,06 TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS: Os números absolutos constam da tabela 32 do A .E. Dos mancípios originários da África 81,4% correspon dia aos Bantos e 5,7% aos Sudaneses. (14) Estes últimos revelavam-se como u'a massa relativamente "envelhecida" em face dos primeiros: 51,4% dos Suda neses contavam 60 ou mais anos enquanto apenas 17,5% dos Bantos encontravam-se em mesmo grupo etário. SOBRE A FILIAÇÃO DOS MENORES DE 14 ANOS Nossa análise relativa à filiação dos menores de 14 amos restringe~se aos dados referentes a Furquim, pois faltaram informações con cernentes às demais localidades nas quais caracterizou-se a estrutura populacional intermédia. Na população infantil encontramos 41,7% de legítimo s e 58,3% de filhos naturais. Os expostos, por seu turno, representavam 17,2% dos na turais.

TABELA 36 FILIAÇÃO, EM PORCENTAGEM, DAS CRIANÇAS COM 14 OU ME NOS ANOS

(FU - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FILIAÇÃO LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Legítimos 59,15 13,65 41,67 Naturais 40,8 5 86,35 58,33 TOTAL 100,00 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Os números absolutos constam da Tabela 33 do A.E.

Conforme indicado na Tabela 36, entre os livres pre dominavam os filhos legítimos (59,15%), já para os escravos prevaleciam os natura is (86,35%). Para os escravos encontramos uma participação relativamente elevada de legítimos: 13,7%. Tal evento decorreu do fato de concentrarem-se em um único dom icilio trinta e três dos trinta e quatro cativos legítimos; esta situação refletia, a nosso ver, a postura do senhor dos mesmos, o qual, contrariamente às práticas então v igentes detinha uma escravaria na qual o intercurso sexual devia pautar-se pela legit imação religiosa. Mesmo assim observa-se que a condição de legitimidade estava as sociada à condição social dos indivíduos. Para os livres, ademais, podem-se ident ificar dois grupos: agregados e "não agregados" ou "independentes". Para estes últimos, o peso dos filhos legítimos alçava-se a 65,56%; relativamente aos agregados a mesma co ndição verificava-se, apenas, para 27,94% das crianças com 14 ou menos anos de idade ( Cf. Tabela 37). A legitimidade da prole condicionava-se, pois, pela situação social e pelo status econômico dos progenitores.

TABELA 37 FILIAÇÃO, EM PORCENTAGEM, DAS CRIANÇAS LIVRES, COM 14 OU MENOS ANOS DE

IDADE, REPARTIDAS EM "INDEPENDENTES" E AGREGADAS (FU - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FILIAÇÃO "INDEPENDENTES" AGREGADAS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Legítimos 65,56 27,94 59,15 Naturais 34,4 4 72,06 40,85 TOTAL 100,00 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Obs.: Os valores absolutos constam da Tabela 34 do A.E. ESTRUTURA SEGUNDO O ESTADO CONJUGAL O contingente de solteiros atingia 84,8%, o dos cas ados 13,0% e o dos viúvos 2,2%. (15) Como já afirmamos repetidas vezes, escravos e livre s representavam dois segmentos populacionais distintos; fato observável, também, c om respeito ao estado conjugal. Assim, entre os escravos não contamos viúvo algum e os solteiros sobrepujavam largamente os casados: 97,6% em face de 2,4%. Quant o aos livres, os solteiros alcançavam peso relativo menos expressivo -- 74,3% -- os casados 21,6% e os viúvos 4,1%. Entre os sexos também verificavam-se discrepâncias. Assim, tomados apenas os livres, o peso dos homens casados mostrava-se mais elevado do que o concernente ao sexo oposto: 22,8% vis-à-vis 20,5%. Por outro lado, observava-se maior participa ção dos viúvos entre as mulheres: 5,1% em face de 2,9%. O c asamento relativamente tardio dos elementos do sexo masculino patenteia-se pelo difer encial dos pesos que cabiam, na faixa dos 20 aos 29 anos, a homens e mulheres casad os: 13,0% e 27,6%, respectivamente. Por outro lado, a menor proporção (a partir da faixa dos 30 aos 39 anos) dos homens solteiros sobre o total de homens do que a das mulheres solteiras sobre o número total delas, corrobora a afirmativa de que os homens solteiros compunham a maior parcela das pessoas emigradas da área (Cf. Tabela 38 e Gráfico 8).

TABELA 38

PORCENTAGEM DE SOLTEIROS LIVRES, SEGUNDO SEXO E FAI XA ETÁRIA (FU - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS HOMENS MULHERES ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 10-19 100,00 95,05 20-29 87,01 72,36 30-39 45,16 56,79 40-49 38,33 61,63 50-59 43,90 62,32 60-69 37,21 45,71 70-79 48,00 66,67 80 e mais anos 36,36 46,15 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

GRÁFICO 8 PIRÂMIDE DE IDADES: POPULAÇÃO LIVRE

(FU - 1804)

ESTRUTURA DAS FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS Conforme indicado na Tabela 39, dominavam largament e as famílias "independentes" (87,3%), as de agregados representavam 7,7% do nume ro total, as de escravos apenas 1,3% e às pseudo famílias cabia peso relativo igual mente modesto: 3,7%.

TABELA 39 FAMÍLIAS: POR CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS

(FU - 1804, SL - 1790) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Categorias e N. Absolutos Porcentagens Porcent agens Subcategorias por Categoria ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1. Independentes - do Chefe de Domicílio (C.D.) 1.2 15 81,93 - de filho do C.D. 22 1,48 - de parentes do C.D. 44 2,97 - de empregados do C.D. 13 0,88 87,26 2. De Agregados 115 7,75 7,75 3. De Escravos 19 1,28 1,28 4. Pseudo Famílias - Viúvos(as) que não constituíam família 49 3,31 - Viúvos(as) em vivência com filho(s) que constituía(m) família 3 0,20 - Viúvos(as) agregados ou escravos que não constituíam família 3 0,20 3,71 TOTAL 1.483 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- As famílias de chefes de domicílios representavam m ais do que quatro quintos do total (81,9%), as de seus filhos (1,5%) e parentes (2,9%) apresentavam participação das mais modestas. Marca-se claramente, portanto, a tendênci a de as famílias nucleares estabelecerem-se em domicílios próprios.

* * *

Quanto aos domicílios, os valores observados (Cf. T abela 35 do A.E. e a Tabela 40) indicam o maciço predomínio das categorias 1, 2 e 3 (domicílios do tipo simples) sobre as categorias 4 e 5 (domicílios complexos). Os prim eiros representavam mais de nove décimos (exatamente 91,13%) do número total de domi cílios; aos complexos cabia a modesta participação de 7,57%.

TABELA 40 DISTRIBUIÇÃO DOS DOMICÍLIOS, SEGUNDO CATEGORIAS

(SL - 1790, FU - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CATEGORIAS NÚMERO ABSOLUTO PORCENTAGENS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 682 32,87 2 120 5,78 3 1.089 52,48 4 123 5,93 5 34 1,64 6 27 1,30 TOTAL 2.075 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Dentre as categorias do tipo simples realçavam-se a categoria 3 ("domicílios simples"), que representava mais da metade do total (52,48%), e a categoria 1 ("domicílios singulares"), cuja participação alçava-se a cerca d e um terço (32,87%) do número total de unidades domiciliares. Obedecida a outra perspectiva analítica proposta pa ra caracterização da complexidade dos domicílios, chegamos a resultados discrepantes daqueles anotados acima. Assim, registravam-se escravos em 44,10% dos domicí lios e em 16,29% compareciam agregados. Computados os domicílios nos quais havia cativos ou agregados chega-se à cifra 49,64%. Ou seja, em pouco menos da metade das unidades domiciliares encontravam-se escravos ou agregados: 5,54% apenas com estes últimos, 33,35% só com mancípios e 10,75% com estes dois segmentos soc iais. De acordo com este critério alternativo, marcava-se o equilíbrio entre os domicílios complexos e os do tipo simples. Os números médios de agregados e escravos, por domi cílio -- tomados somente aqueles nos quais eles se faziam presentes -- correspondera m, respectivamente, a 2,8 (SC, FU, SL) e 7,17 (SC, FU, SL). O número médio de pessoas livres por domicílio correspondia a 3,3 (SL, FU) e o de pessoas em geral alcançava 6,5 (SL, FU). ESTRUTURA SEGUNDO PROFISSÕES E ATIVIDADES PRODUTIV AS Para a análise das atividades produtivas, vimo-nos obrigados a considerar, tão-somente, os dados concernentes a Furquim e a São Caetano, po is faltaram indicações pertinentes a Santa Luzia. Por outro lado, dadas as característ icas do levantamento referente a São Caetano, (16) excluímos as poucas informações relat ivas às atividades econômicas desempenhadas pelos cativos ali residentes. Quanto ao Furquim anotou-se a ocupação ou atividade econômica para 27,89% dos livres e 10, 38% das cativos. As conclusões ora apresentadas devem ser entendidas , pois, à vista das limitações acima apontadas.

O setor primário aparece como o menos representativ o. Absorvia 21,6% das pessoas para as quais constaram indicações de atividades ec onômicas desenvolvidas. Ao secundário cabia a maior participação (46,1%) e o t erciário via-se expressivamente representado: 32,3%. A distribuição segundo o sexo revelou o predomínio dos homens: 74,9% em face de 25,1%. Consideradas isoladamente, as distribuições de homens e mulheres apresentaram discrepâncias significativas para os t rês setores. Assim, 23,3% dos homens vinculava-se ao primário, 38,9% ao secundári o e 37,8% ao terciário; com respeito às mulheres as participações correlatas at ingiam as seguintes valores: 16,4%, 67,9% e 15,7% (Cf. Tabela 41). Conforme indicado nas Tabelas 42 e 43, também obs ervavam-se grandes divergências quanto à participação de homens e mulheres nos alud idos setores, quando contemplados, juntamente, ambos os sexos. Assim, ma is de quatro quintos dos indivíduos vinculados ao primário e ao terciário pe rtenciam ao sexo masculino; com referência ao secundário mostrava-se, igualmente, o predomínio dos homens: 63,1% em face de 36,9% (Cf. Tabela 42).

TABELA 41

DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DE HOMENS E MULHERES, SEGUN DO SETORES (FU, SC - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES HOMENS MULHERES ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 23,32 16,35 Secundário 38,87 67,93 Terciário 37,81 15,72 TOTAL 100,00 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TABELA 42 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL, POR SETORES, DE HOMENS E M ULHERES

(FU, SC - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES HOMENS MULHERES TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 81,02 18,98 100,00 Secundário 63,14 36,86 100,00 Terciário 87,80 12,20 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TABELA 43 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DOS INDIVÍDUOS, POR SETORES , SEGUNDO O SEXO

(FU, SC - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES HOMENS MULHERES HOMENS+MULHERES ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 17, 48 4,09 21,57 Secundário 29,13 17,01 46,14 Terciário 28, 35 3,94 32,29 TOTAL 74,96 25,04 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Tais divergências decorriam, em larga escala, do gr ande peso relativo dos homens no total de indivíduos para os quais indicou-se ativid ade econômica (Cf. Tabela 43). Tomadas separadamente, as distribuições referentes a livres e escravos, apresentam-se distintas. Assim, enquanto ocorria equilíbrio no se cundário, observavam-se grandes diferenciais nos dois outros setores (Cf. Tabela 44 ).

TABELA 44 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DE LIVRES E ESCRAVOS SEGUND O SETORES

(FU, SC - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES LIVRES ESCRAVOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 24,29 8,33 Secundário 46,11 46,30 Terciário 29,60 45,37 TOTAL 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Por outro lado, dada a preponderância quantitativa dos livres, verifica-se que revelavam-se largas divergências quando tomadas conjuntamente os dois segmentos sociais em foco. Assim, os livres praticamente monopolizavam o primário e o secundário, comparecendo com mais de três quartos dos indivíduo s relacionados no terciário (Cf. Tabela 45).

TABELA 45 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL, POR SETORES, DE LIVRES E E SCRAVOS

(FU, SC - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 9 3,43 6,57 100,00 Secundário 82,9 4 17,06 100,00 Terciário 7 6,10 23,90 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Como temos repetido, tais diferenciais decorriam, e m grande parte, dos pesos relativos distintos de escravos e livres quando contemplado o número total de pessoas para as quais identificou-se atividade e/ou ocupação econôm ica (Cf. Tabela 46).

TABELA 46 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DOS INDIVÍDUOS, POR SETORES ,

SEGUNDO O POSICIONAMENTO SOCIAL (FU, SC - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES LIVRES ESCRAVOS LIVRES+ESCRAVOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 20,16 1,41 21,57 Secundário 38,27 7,87 46,14 Terciário 24,57 7,72 32,29 TOTAL 83,00 17,00 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

* * * Centremo-nos, em ternos de condição social e sexo, nas atividades arroladas em cada setor. No primário os homens representavam a grande maiori a em todas as atividades anotadas. As mulheres partilhavam com o sexo aposto o desempenho de duas atividades: "agricultores em geral" e "agricultores e comerciantes", na outra ocupação indicada ("agricultores e mineiros"; encontravam-se apenas os homens. Quanto à participação de livres e escravos, observa va-se a absoluta predominância dos primeiros -- os escravos só apareceram entre os "ag ricultores em geral". No secundário, as mulheres vinculavam-se com exclus ividade a quatro ocupações (padeira, tecedeiras, "fiandeiras e costureiras" e "fiandeiras e tecedeiras"). Cinco atividades eram compartilhadas por ambos os sexos ( "aprendizes", faiscadores, fiandeiras, mineiros e paneleiros). As outras onze ocupações do setor viam-se empolgadas pelos homens (Cf. Tabela 36 do A.E. e T abela 47).

TABELA 47

DISTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES DO SECUNDÁRIO SEGUNDO O SEXO (FU, SC - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ATIVIDADES EXERCIDAS NÚMERO DE ATIVIDADES ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exclusivamente por homens 11 Exclusivamente por mulheres 4 Por homens e mulheres 5 Total de Atividades 20 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Para as mulheres, as ocupações mais representativas do ponto de vista numérico relacionavam-se com a faina aurífera (mineração e f aiscação) e com a fiação e tecelagem. A estas últimas vinculavam-se 73,1% do t otal de mulheres e à faiscação ou mineração dedicavam-se 24,1% das mulheres arroladas no secundário. Quanto ao sexo aposto, marcavam-se as seguintes ocu pações: faiscadores e mineradores (as quais absorviam 50,8% dos homens ad stritos ao setor), carpinteiros (13,5%), sapateiros (10,8%) e alfaiates (8,6%). Deve-se notar, ademais, que faiscadores e minerador es -- computadas ambos os sexos -- compunham 40,95% do número total de pessoas anota das no secundário. Os faiscadores, por seu turno, sobrepujavam os mineiro s: 81 em face de 39, Tal fato, como sabido, denuncia o caráter decadente da exploração aurífera nas localidades em apreço. Neste setor contamos cinqüenta escravos: um carpint eiro, cinco fiandeiras e quarenta e quatro "mineiros" ou faiscadores. A lida aurífera, portanto, absorvia mais de quatro quintos dos mancípios para os quais identificou-se ocupação ou atividade produtiva. Quanto ao terciário -- em que pese o significativo número de atividades nele arroladas -- faz-se mister ressaltar, desde lago, que o seu expr essivo peso relativo devia-se, em grande parte, à presença de criadas e jornaleiros. Estas duas ocupações representavam 52,7% das indivíduos anotados no terciário e 17,0% das pessoas para as quais anotou-se atividade econômica. Os criados, em número de quare nta e dois, eram todos escravos e entre os jornaleiros contavam-se cinqüenta e nove l ivres e sete cativos. Os negociantes, feitores e tropeiros, embora se apr esentassem em quantidade bem menor do que os jornaleiras ou criados, compunham p arcela substancial dos indivíduos adstritos ao setor de serviços. Referentemente ao sexo, como visto, predominava o m asculino: 87,8% em face de 12,2% de mulheres. As mulheres, além de não desempenharem com exclusividade ocupação alguma, cingiam-se, em sua maioria esmagadora (84,0 %), a uma só lida: a de criadas (Cf. a Tabela 48, abaixo, e a Tabela 36 da A.E.).

TABELA 48 DISTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES DO TERCIÁRIO SEGUNDO O SEXO

(FU, SC - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ATIVIDADES EXERCIDAS POR N. TOTAL DE SÓ HOMENS HOMENS E MULHERES ATIVIDADES ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Profissões Liberais 3 -- 3 Igreja 2 -- 2 Administração Civil 1 -- 1 Comércio 4 1 5 Transporte 2 -- 2 Outros Serviços 3 2 5 TOTAL 15 3 18 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Quanto à condição social, como avançado, predominav am os livres. Os cativos vinculavam-se, tão-somente, a duas ocupações: criad as e jornaleiras. A primeira, desempenhavam-na com exclusividade; a segunda, part ilhavam, minoritariamente, com os livres. Cabe notar, por fim, que o peso relativo dos jornaleiros entre os livres alcançava a expressiva cifra de 37,8%. Na Tabela 49 indicamos a distribuição, segundo gran des faixas etárias, das pessoas para as quais anotou-se qualquer tipo de ocupação. Como esperada, na faixa concernente à "idade ativa" verificava-se maciça co ncentração.

TABELA 49 DISTRIBUIÇÃO, SEGUNDO FAIXAS ETÁRIAS, DOS INDIVÍDUO S

PARA OS QUAIS INDICOU-SE "ATIVIDADE ECONÔMICA" (FU, SC - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXA ETÁRIA N. ABSOLUTO PORCENTAGENS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0-14 27 4,13 15-64 554 84,84 65 e mais anos 72 11,03 TOTAL 653 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4. RURAL DE AUTOCONSUMO Tal estrutura populacional observou-se em apenas um a das localidades contempladas neste estudo: Nossa Senhora dos Remédios. (17) Em 1 804, sua população, majoritariamente a "viver de roça", dedicava-se, so bretudo, à agricultura de subsistência. Embora encontrássemos neste núcleo al guns poucos engenhos de cana

com número apreciável de escravos, ali predominavam as famílias nucleares -- com residência em domicílios próprios e com quantidade relativamente apoucada de escravos ou mesmo sem eles -- ocupadas, precipuamen te, na cultura de gêneros indispensáveis à própria manutenção. Parece-nos, pois, que a produção agrícola destinava -se, principalmente, ao autoconsumo. De resto, algumas características popu lacionais, adiante especificadas, refletiriam os traços definidores acima colocados; a título de exemplo, lembramos o equilíbrio numérico dos sexos observado entre os li vres, a baixa proporção de cativos no total de habitantes e o dilatado porcentual de f ilhos legítimos. ESTRUTURA POR SEXOS E CONDIÇÃO SOCIAL Os livres superavam largamente os escravos: 73,8% e 26,2%, respectivamente. Os agregados, por seu turno, representavam 9,9% dos li vres. Quanto ao sexo, preponderavam os homens: 52,9% em f ace de 47,1%. Evento devido à desproporção verificada entre os escravos: 62,9% de homens em face de 37,1% de indivíduos do sexo oposto. Relativamente aos livre s, manifestava-se ligeira supremacia das mulheres: 50,6% contra 49,4% (Cf. Tabela 39 do A.E.). Destes porcentuais resultavam as distintas razões de masculinidade para livres e escravas: 97,53 e 169,15, respectivamente. Devia-se, pois, ao desequilíbrio e ntre os escravos, a razão de masculinidade da população total: 112,23 homens par a cada grupo de 100 mulheres.

TABELA 50 RAZÃO DE MASCULINIDADE, SEGUNDO FAIXAS ETÁRIAS: POP ULAÇÃO LIVRE

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS RAZÃO DE MASCULINIDADE ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0-9 97,22 10-19 98,78 20-29 73,02 30-39 74,47 40-49 103,03 50-59 145,00 60-69 162,50 70-79 300,00 80 e mais anos ∞ ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: NR = N. Sra. dos Remédios. O exame da Tabela 50 -- na qual se observa o predom ínio do sexo feminino nas faixas etárias inferiores e a dominância dos homens nas fa ixas a englobar pessoas com idade mais avançada -- pode sugerir, admitida a preexistê ncia de uma população na qual fosse majoritário o elemento masculino, a tendência migra tória dos homens menos idosos. (18)

REPARTIÇÃO DOS HABITANTES SEGUNDO GRANDES GRUPOS ET ÁRIOS O departimento da população, segundo grandes grupos etários, leva-nos a identificar uma população relativamente jovem: os adultos (20-5 9 anos) constituíam 45,7%, os velhos (60 e mais anos) apenas 5,3% e os jovens (0- 19 anos) 49,0%. Na faixa concernente à idade ativa (15-64 anos) colocavam-se 58,0% dos h abitantes. Conforme se depreende imediatamente das Tabelas 43 e 44 do A.E., distinguiam-se claramente os segmentos respeitantes a livres e cat ivos. Assim, para tomar apenas um exemplo ilustrativo, os jovens (0-19 anos), enquant o correspondiam a 52,3% dos livres, representavam apenas 39,1% do conjunto de cativos. PIRÂMIDES DE IDADES Os perfis das pirâmides etárias para livres, escrav os e para a população como um todo, ilustram as assertivas acima colocadas. Para os liv res, evidencia-se a supremacia masculina nas faixas correspondentes a idades mais avançadas, ademais, ainda com respeito ao sexo masculino, nota-se a larga "quebra " entre os degraus referentes às faixas 10-19 e 20-29 anos, bem como a configuração "desarmoniosa" da parte da pirâmide relativa a este sexo; observe-se, ainda, q ue o mesmo não ocorre com respeito às mulheres. Tais discrepâncias, podemo-las atribui r aos processos migratórios pretéritos ou àqueles em desenvolvimento ao tempo d o recenseamento em foco.

GRÁFICO 9 PIRÂMIDES DE IDADES

(NR - 1804)

Quanto à pirâmide etária atinente aos escravos cabe realçar, como um dos possíveis fatores explicativos da sua base relativamente ampl a, a mui provável modesta presença dos cativos oriundos da África. O caráter condicion al desta inferência prende-se ao fato de, para parcela substancial da escravaria, haver-s e mostrado impossível o deslindamento da origem. A lacuna acima apontada impede, ademais, ilações de finitivas sobre a origem dos escravos africanos, no entanto, deve-se notar, no c onjunto de mancípios para os quais indicou-se a procedência, a inexistência do element o sudanês (Cf. Tabela 45 do A.E.).

SOBRE A FILIAÇÃO DOS MENORES DE 14 ANOS Como já avançado na abertura deste tópico, a freqüê ncia dos filhos legítimos revelava-se, em N. Sra. dos Remédios, altamente significativ a, pois superava largamente a observada nas demais estruturas populacionais consi deradas neste trabalho. Assim, para os livres, o peso relativo dos filhos l egítimos alçava-se a 81,2%. Com respeito aos escravos a predominância dos filhos na turais mostrava-se absoluta: 98,7%.

TABELA 51 FILIAÇÃO, EM PORCENTAGEM, DAS CRIANÇAS COM 14 OU ME NOS ANOS

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FILIAÇÃO LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Legítimos 81,2 1,3 65,2 Naturais 18,8 98,7 34,8 TOTAL 100,0 100,0 100,0 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Os números absolutos constam da Tabela 46 do A.E. O porcentual de legítimos alcançava valor ainda mai or quando considerados os livres "não agregados" ou "independentes": 85,8%. Os agreg ados, por seu lado, comportavam maior contingente de filhos naturais: 6 2,1% (Cf. Tabela 52).

TABELA 52 FILIAÇÃO, EM PORCENTAGEM, DAS CRIANÇAS, COM 14 OU M ENOS ANOS,

REPARTIDAS EM "INDEPENDENTES" E AGREGADAS (NR - 1804)

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------FILIAÇÃO "INDEPENDE NTES" AGREGADAS TOTAL -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Legítimos 85,8 37,9 81,2 Naturais 14,2 62,1 18,8 TOTAL 100,0 100,0 100,0 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Os números absolutos constam da Tabela 47 do A.E. Não devemos descartar o possível vínculo entre o di recionamento da atividade econômica básica desta comunidade -- economia de au toconsumo -- e o alto índice de filhos legítimos nela imperante.

ESTRUTURA SEGUNDO O ESTADO CONJUGAL Os solteiros constituíam 77,8% da população, os cas ados 20,6% e os viúvos 1,6%. Quanto aos escravos, computavam-se, apenas, solteir os. Considerados exclusivamente os livres chega-se aos seguintes pesos relativos: 7 0,0% de solteiros, 27,8% para casados e 2,2% referentemente aos viúvos. As discre pâncias entre os sexos, relativamente ao estado conjugal, revelaram-se desp rezíveis. Assim, para os homens, os solteiros representavam 70,7%, quanto às mulhere s o peso relativo correlato atingia 69,2%. Os casados do sexo masculino correspondiam a 28,2% em face de 27,5% de mulheres do mesmo estado conjugal. Quanto aos viúvo s a divergência mostrava-se mais significativa: 3,3% das mulheres e 1,1% de elemento s do sexo oposto. A pirâmide de idades na qual indica-se o estado conjugal, assim c omo a Tabela 53 evidenciam a tendência de os homens casarem-se com idades mais a vançadas do que as mulheres.

GRÁFICO 10 PIRÂMIDE DE IDADES: POPULAÇÃO LIVRE

(NR - 1804)

TABELA 53 PORCENTAGEM DE SOLTEIROS LIVRES, SEGUNDO SEXO E FAI XAS ETÁRIAS

(NR - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------FAIXAS ETÁRIAS HOMENS MULHERES -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10-19 100,00 96,34 20-29 63,04 55,56 30-39 45,71 29,79 40-49 23,53 27,27 50-59 20,69 15,00 60-69 23,08 25,00 70-79 33,33 66,67 80 e mais anos 0,00 -- -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

ESTRUTURA DAS FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS Pouco mais de quatro quintos das famílias enquadrav am-se na categoria "famílias independentes": 81,1% o eram de chefes de domicílio s e 0,7% de parentes dos mesmos. As famílias de agregados compreendiam 9,1% do total , as de escravos 2,1% e as "pseudo famílias" 7,0%. Observa-se, pois, também ne ste caso, a tendência de as famílias nucleares estabelecerem-se em domicílios próprios ( Cf. Tabela 54).

TABELA 54 FAMÍLIAS: POR CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Categorias e N. Absolutos Porcentagens Porcent agens Subcategorias por Categoria ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1. Independentes - do Chefe de Domicílio (CD.) 1 16 81,12 - de parentes do C.D. 1 0,70 81,82 2. De Agregados - parentes do C.D. 2 1,40 - outros 11 7,69 9,09 3. De Escravos 3 2,10 2,10 4. Pseudo Famílias - viúvos(as) que não constituíam família 9 6,29 - viúvos(as) em vivência com filho(s) que constituía(m) família 1 0,70 6,99 TOTAL 143 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Predominavam largamente os domicílios com estrutura simples: 94,4%. Deve-se notar, ainda, a elevada participação dos "domicílios simpl es" (correspondentes às famílias nucleares): 66,5%. Aqui, a participação desta categ oria de domicilio revelou-se maior do que nas demais estruturas populacionais analisadas neste trabalho. Aos domicílios singulares e àqueles sem estrutura familiar tocaram , respectivamente, os seguintes pesos: 23,6% e 4,3%. Conseqüentemente, coube aos do micílios de estrutura complexa participação muito modesta: 5,6%.

TABELA 55 PARTICIPAÇÃO DAS CATEGORIAS DE DOMICÍLIOS

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CATEGORIAS DE DOMICÍLIOS N. ABSOLUT O PORCENTAGENS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 38 23,60 2 7 4,35 3 107 66,46 4 9 5,59 5 -- -- 6 -- -- TOTAL 161 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A presença de escravos e/ou agregados -- maneira op cional de se identificar a complexidade da estrutura domiciliar -- mostrava-se significativa. Assim, computamo-los em 46,0% dos domicílios: em 36,1% encontravam-se ap enas escravos, em 5,6% tão-somente agregados e nos restantes 4,3% ambos os est ratos. Em média, residiam em cada domicílio, 6,0 pessoas. O mesmo indicador para escravos e agregados -- considerados apenas os domicílios nos quais estes g rupos faziam-se presentes -- alcançou, respectivamente, os valores: 3,9 e 4,2 in divíduos. ESTRUTURA SEGUNDO PROFISSÕES E ATIVIDADES PRODUTIVA S Com base nas indicações sobre a atividade econômica de parte da população em tela conclui-se que predominavam as fainas ligadas ao pr imário, pois, 62,9% das pessoas enquadravam-se neste setor. No secundário encontráv amos 20,3% e no terciário apenas 16,8%. O sexo masculino dominava amplamente: 83,8% em face de 16,2% de elementos do sexo oposto. As distribuições, segundo setores econômico s, para homens e mulheres revelam, para ambos os sexos, a preponderância do p rimário (Cf. Tabela 56). Ademais, quanto aos dois outros setores, verifica-se o relat ivo equilíbrio observado para os homens e a presença de parcela substancial de mulhe res no secundário (40,7%). Este último evento prende-se ao fato de muitas delas ded icarem-se à fiação, atividade derivada das culturas de algodão existentes na área . Patenteia-se, neste caso, o íntimo relacionamento entre faina agrícola e lida artesana l; interação que, a nosso ver, devia repetir-se em larga escala, tanto em Minas como em outras áreas da colônia.

TABELA 56 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DE HOMENS E MULHERES, SEGUN DO SETORES

(NR - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------SETORES HOMENS MULHERES -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Primário 65,00 51,85 Secundário 16,43 40,74 Terciário 18,57 7,41 TOTAL 100,00 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Estes argumentos, aliados ao maior número de elemen tos do sexo masculino, explicam a distribuição conjunta de homens e mulheres, segun do setores (Cf. Tabela 57). Deve-se notar, ademais, o "açambarcamento", pelos homens, d o setor de serviços (Cf. Tabela 58).

TABELA 57 PORCENTUAL DOS INDIVÍDUOS POR SETORES, SEGUNDO O SEXO

(NR - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------SETORES HOMENS MULHERES H+M -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Primário 54, 49 8,38 62,87 Secundário 13,77 6,59 20,36 Terciário 15, 57 1,20 16,77 TOTAL 83,83 16,17 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TABELA 58 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL, POR SETORES, DE HOMENS E M ULHERES

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES HOMENS MULHERES TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 86,67 13,33 100,00 Secundário 67,65 32,35 100,00 Terciário 92,86 7,14 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Os escravos faziam-se representar, apenas, no primá rio (Cf. Tabela 59); ocupados, todos, no amanho da terra. Neste setor, dominado pe los homens livres (Cf. Tabela 60), comparecia, também, o elemento feminino do mesmo es trato social. Caracterizava-o, ao que nos parece, a cultura de gêneros alimentícios d estinados, sobretudo, à auto-subsistência. Contavam-se, ademais, uns poucos enge nhos de cana e algumas propriedades nas quais plantavam-se algodoeiros.

TABELA 59 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DE LIVRES E ESCRAVOS SEGUND O SETORES

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES LIVRES ESCRAVOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 60,51 100,00 Secundário 21,66 -- Terciário 17,83 -- TOTAL 100,00 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TABELA 60 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL, POR SETORES, DE LIVRES E E SCRAVOS

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 90,48 9,52 100,00 Secundário 100, 00 -- 100,00 Terciário 100,00 -- 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- No secundário contamos nove atividades distintas, a s mulheres desempenhavam duas delas com exclusividade (tecedeiras e fiandeiras) e as demais cabiam excludentemente ao sexo masculino. Três ofícios englobavam pouco me nos de dois terços das pessoas vinculadas ao setor: fiandeiras (29,4%), sapateiros (17,6%) e carpinteiros (14,7%). Os "mineradores" -- 8,8% do total de pessoas enquadrad as no secundário -- deviam ser, na verdade, faiscadores ocupados pessoalmente na lida extrativa, pois tratava-se de pretos forros e apenas um deles possuía escravos: uma cati va com trinta e nove anos e seu filho, com apenas dois anos de idade.

TABELA 61 DISTRIBUIÇÃO PORCENTUAL DOS INDIVÍDUOS POR SETORES,

SEGUNDO O POSICIONAMENTO SOCIAL (NR - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES LIVRES ESCRAVOS LIVRES+ESCRAVOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Primário 56,8 9 5,99 62,88 Secundário 20,36 -- 20,36 Terciário 16,7 6 -- 16,76 TOTAL 94,01 5,99 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

No setor de serviços encontramos apenas duas mulher es -- uma negociante, outra quitandeira --, esta última a desempenhar a única a tividade deste setor desenvolvida exclusivamente pelo sexo feminino. Quanto às demais ocupações do terciário cabe realce a apenas duas -- funcionários e jornaleiros -- as quais congregavam metade das pess oas a ele vinculadas.

TABELA 62 DISTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES DO TERCIÁRIO, SEGUNDO O SEXO

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ATIVIDADES EXERCIDAS POR N. TOTAL DE Só Homens Só Mulheres Homens e Mulheres ATIVIDADES ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Profissões Liberais 2 -- -- 2 Igreja 1 -- -- 1 Administração Civil 1 -- -- 1 Comércio 3 1 1 5 Transporte 1 -- -- 1 Outros Serviços 3 -- -- 3 TOTAL 11 1 1 13 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A maioria esmagadora (90,4%) daqueles para os quais indicou-se atividade econômica colocava-se na faixa correspondente à idade ativa ( 15-64 anos); 9,0% referiam-se a anciãos (65 e mais anos) e apenas 0,6% correspondia m a crianças (Cf. Tabela 63).

TABELA 63 DISTRIBUIÇÃO, SEGUNDO FAIXAS ETÁRIAS, DOS INDIVÍDUO S

PARA OS QUAIS INDICOU-SE "ATIVIDADE ECONÔMICA" (NR - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXA ETÁRIA N . ABSOLUTO PORCENTAGENS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0 - 14 1 0,60 15 - 64 151 90,42 65 e mais anos 15 8,98 TOTAL 167 100,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

* * * Neste capitulo, como avançado, apresentamos os elem entos que caracterizam cada uma das estruturas populacionais típicas identificadas em outro trabalho de nossa autoria. (19) No tópico subseqüente analisaremos as evidências em píricas aqui reportadas visando a estabelecer a especificidade das aludidas estrutura s populacionais.

III - ESTRUTURAS POPULACIONAIS TÍPICAS: ANÁLISE COM PARATIVA Embora possamos identificar semelhanças genéricas e ssenciais entre as estruturas populacionais caracterizadas no segundo capítulo de ste trabalho, impõem-se algumas discrepâncias significativas. Tais dessemelhanças, a nosso juízo, referir-se-iam, em última instância, aos condicionamentos derivados de distintos substratos econômicos. Assim, o maior ou menor peso de atividades vinculadas à lida explorat ória e/ou à produção agrícola, os destinos alternativos dados ao produto gerado pelo amanho da terra, o grau relativo de desenvolvimento de ocupações artesanais ou englobad as no setor de serviços, assim como o correlato nível de urbanização comporiam o r ol de características definidoras dos vários embasamentos infra-estruturais nos quais enraizar-se-iam as diferentes estruturas populacionais analisadas neste trabalho. Como ficará evidente no correr deste capítulo, algu mas variáveis imediatamente relacionadas à composição populacional revelaram-se decisivas na determinação da especificidade de cada uma das distintas estruturas populacionais ora estudadas. Tais componentes básicos consubstanciaram-se nos porcent uais de livres e escravos, no peso relativo de agregados e escravos na população total, nos números médios de escravos, agregados, pessoas livres e indivíduos em geral por domicílio. Impuseram-se significativamente, ademais, as relações entre os v alores acima referidos e o seu ordenamento, assim como o grau relativo de urbaniza ção. Por outro lado, como veremos, a análise do substrato econômico das vária s estruturas populacionais revelou-se igualmente essencial na caracterização definitiv a de cada uma de tais estruturas. Estas observações introdutórias antecipam algumas d as conclusões decorrentes da análise comparativa exposta a seguir. Passemos, poi s, a ela. A estrutura populacional urbana distinguia-se das d emais por apresentar, em termos gerais, grande porcentual de livres (1) e os menore s valores para o número médio de escravos, agregados e pessoas livres por domicílio. Ademais, a média de escravos revelava-se maior do que a de agregados; a de livre s, por seu turno, colocava-se entre os valores referentes a cativos e agregados (Cf. Ta bela 64).

TABELA 64 INDICADORES POPULACIONAIS

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Estruturas % de Por Domi cílio, número médio de . % de Escravos e Típicas Livres Escravos(a) Ag regados(b) Livres Pessoas Agregados (c) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Urbana 68,31 4,0 1,9 3,4 5,0 42,12 Intermédia 50,32 7,2 2,8 3,3 6,5 56,53 Rural de Auto- consumo 73,82 3,9 4,2 4,5 6,0 33,47 Rural-Mineradora 44,16 18,2 23,6 9,1 20,7 80,28 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) considerados apenas os domicílios nos qua is havia escravos; (b) considerados apenas os domicílios nos quais havia agregados; (c) porcentagem de escravos e agregados na população total.

Quanto aos setores classicamente definidos pelos ec onomistas, observa-se modesta participação do primário, domínio do secundário e p resença marcante do setor de serviços. Como se observa na Tabela 65, o secundári o absorvia mais da metade das pessoas para as quais identificou-se atividade econ ômica, o terciário englobava mais de um terço, cabendo ao primário pouco mais do que um vigésimo (Cf. Tabela 65).

TABELA 65 PARTICIPAÇÃO DOS SETORES ECONÔMICOS

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Estruturas Populacionais Típicas PRIMÁRIO SECUNDÁRIO TERCIÁRIO TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Urbana 6,4 56,4 37,2 100,0 Intermédia (a) 21,6 46,1 32,3 100,0 Rural de Autoconsumo 62,9 20,3 16,8 100,0 Rural-Mineradora (b): Capela do Barreto 52,5 37,7 9,8 100,0 Gama 5,5 82,2 12,3 100,0 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) exclusive Santa Luzia; (b) exclusive Abre Campo. A categoria rural-mineradora abrangia núcleos marca dos pela agricultura voltada para a comercialização (Capela do Barreto), ou pela dominâ ncia da atividade exploratória baseada, provavelmente, na existência de lavras rel ativamente ricas. Neste último caso, ao que parece, os habitantes "especializavam-se" na mineração. No Abre Campo, à lida aurífera conjugava-se a agricultura de subsistência destinada à manutenção do pessoal empenhado na faina extrativa. No Gama, embora resid issem alguns mineradores com avultado número de escravos, havia grande quantidad e de faiscadores e desenvolvia-se a agricultura de subsistência; observava-se, portan to, a decadência da faina mineradora e o processo de diversificação de atividades produt ivas do qual teria decorrido a estrutura populacional aqui denominada "intermédia" . A estrutura rural-mineradora, marcada pela especial ização, fundava-se no predomínio quantitativo dos cativos, indispensáveis ao desenvo lvimento das atividades extrativas ou agrícolas. Em face das demais estruturas, a rura l-mineradora caracterizava-se por apresentar a menor taxa de pessoas livres e os maio res valores médios de escravos, agregados e livres por domicílio. Note-se, ainda, a supremacia do valor médio de agregados sobre o relativo aos escravos e a inferio ridade, em face dos outros grupos, da cifra concernente aos livres. Referentemente aos setores produtivos patenteava-se a inexpressividade do terciário (a girar em torno de 10%) e a preponderância absoluta do primário ou do secundário, evento este a depender do primado da agricultura ou da mineração. Os núcleos nos quais definia-se a estrutura intermé dia caracterizavam-se pela notória decadência da atividade aurífera. Nela os faiscador es predominavam decisiva e claramente sobre os mineradores; ocorria ainda o de senvolvimento da agricultura de subsistência voltada para a comercialização e para o autoconsumo.

Da Tabela 64 infere-se, imediatamente, a posição in termédia do peso relativo dos livres e das médias de agregados e cativos por domicílio. O número médio de pessoas livres colocava-se pouco abaixo do vigorante na categoria urbana; já o número médio de pessoas por domicílio ocupava posição intermediária . Ademais, o valor médio referente aos escravos superava o concernente aos agregados e o relativo aos livres entremeava as referidas médias de cativos e agregados. Os três setores econômicos viam-se expressivamente representados na categoria intermédia. O peso relativo do primário alçava-se a pouco mais de um quinto, o do secundário colocava-se próximo dos cinqüenta por ce nto e o do terciário pouco abaixo de um terço. Deve-se notar, com respeito às estrutu ras urbana e intermédia, a marcante divergência relativa observada no setor primário. Resta-nos caracterizar a categoria rural de autocon sumo. Definimo-la, como avançado, a partir das evidências empíricas propiciadas pelo es tudo do distrito de N. Sra. dos Remédios. Nele encontramos grande participação rela tiva do elemento livre, o menor número médio de escravos por domicílio e valores in termediários para as médias de agregados e livres por domicílio -- superiores aos vigentes nas estruturas urbana e intermédia e inferiores aos imperantes na categoria rural-mineradora. Ademais, o número médio de livres por domicilio superava o de agregados o qual, por sua vez, sobrepujava a média de escravos por unidade domicil iar. Como afirmamos, em N. Sra. dos Remédios praticava-se dominantemente, a nosso ver, a agricultura de subsistência votada ao autoconsumo.Tal fato, além de refletir-se nas relações entre as variáveis supracitadas, assinalava-se claramente nos pesos re lativos concernentes aos setores econômicos. Destarte, ao primário correspondia 63%, ao secundár io 20% e aos serviços tão-somente 17%. Entre as atividades artesanais, como já tivemo s oportunidade de realçar, cabia papel dos mais significativos às fiandeiras, as qua is, certamente, utilizavam o algodão cultivado nas propriedades das unidades familiares das quais as ditas fiandeiras eram integrantes. Antes de passarmos adiante, cabem algumas considera ções referentes às variáveis "porcentagem de escravos e agregados na população t otal" e "número médio de pessoas por domicílio". Como decorrência das distin tas participações dos escravos na população total e da presença marcante dos agregado s nos núcleos que apresentaram estrutura populacional rural-mineradora, revelou-se distribuição coerente dos pesos relativos de agregados e escravos nas estruturas po pulacionais aqui analisadas. Assim, a participação desses dois segmentos deu-se em maio r escala na estrutura populacional rural-mineradora (80,3%); a menor freqüência ocorre u na estrutura rural de autoconsumo (33,5%) e os pesos referentes às demais categorias colocaram-se em faixa intermediária: 42,1% na estrutura urbana e 56,5% na intermédia, a qual, em face da urbana, exigia maior contingente de cativos. Evento similar, derivado de fatores análogos aos en unciados acima, observou-se com respeito ao número médio de pessoas por domicílio: maiores valores para a estrutura rural-mineradora, menores na urbana e intermediário s nas demais (Cf. Tabela 64). Identificadas as variáveis mais significativas para a caracterização das peculiaridades das estruturas populacionais típicas, passemos a co nsiderar os elementos constitutivos das populações estudadas que não revelaram grandes discrepâncias e/ou

comportamento sistemático bastante para que fossem admitidos como definidores das distintas estruturas populacionais. Tais variáveis denunciam as similitudes genéricas essenciais entre as estruturas populacionais aqui e studadas; semelhanças estas para as quais chamamos a atenção do leitor na abertura dest e capítulo. O peso relativo das mulheres entre os livres supero u, sistematicamente, o nível de 50%. No entanto, para as estruturas intermédia e rural d e autoconsumo o diferencial entre homens e mulheres integrantes do estrato dos livres revelou-se desprezível. Já nas estruturas urbana e rural-mineradora a supremacia n umérica do sexo feminino marcava-se mais claramente: representavam elas cerca de 55% dos livres. Digno de nota, a nosso ver, é o fato de verificar-se justamente na estrutu ra rural de autoconsumo a distribuição mais equilibrada entre os sexos (Cf. Tabela 66-A). Entre os escravos, para todas as estruturas populac ionais típicas, predominaram os homens. Por outro lado, as discrepâncias observadas entre as distintas estruturas, ao que tudo indica, expressam as condições econômicas características de cada estrutura. Assim, na urbana a participação dos homens entre os cativos atingiu, em face das demais, o menor valor: 59%. Na rural de autoconsumo , dominada, pois, pela agricultura de subsistência, a cifra correlata alcançou 63%. Na intermédia, mais exigente em termos de mão-de-obra masculina, os homens representavam 6 7% dos mancípios. Já na estrutura rural-mineradora, sobretudo por causa da atividade mineratória, a participação dos cativos do sexo masculino alçou-se a 72% (Cf. Tabela 66-A). O peso dos agregados entre a população livre variou de 9,9% a 55,0%. A divergência mais significativa deu-se entre a estrutura rural-m ineradora (55,0%) e as demais; 9,9% na rural de autoconsumo, 13,6% na intermédia e 15,3% n a urbana. Parece-nos sintomático, por outro lado, que a menor participação tenha-se d ado na estrutura rural de autoconsumo, justamente a que menos condições ofere cia para "suportar" ou "exigir" número avultado de agregados. A existência de parce la significativa de agregados na estrutura urbana pode ser explicada pelas condições econômicas adversas defrontadas pelos núcleos urbanos ao abrir-se o século XIX. A g rande parcela de agregados na estrutura rural-mineradora pode ser explicada, ao q ue nos parece, pelo fato de existirem, nos centros estudados, umas poucas propriedades de porte relativamente grande; propriedades estas que "exigiam" e podiam "suportar " o contingente representado pela numerosa parcela de agregados (Cf. Tabela 66-A) A consideração do peso relativo dos domicílios nos quais se encontravam escravos permite-nos o estabelecimento de sugestivas ilações . Impõe-se desde logo a observação de que a posse de escravos apresentava-se muito difundida, vale dizer, os cativos não apareciam con centrados em reduzido número de domicílios. (2) Assim, mesmo na estrutura rural de autoconsumo, na qual o porcentual de domicílios com escravos era o mais baixo, os cat ivos faziam-se presentes em mais de um terço dos domicílios (exatamente em 36,1% deles) . Na estrutura urbana cerca de dois quintos (39,3%) dos domicílios abrigavam mancípios. A participação correlata atingia o maior valor na estrutura rural-mineradora (63,4%), a qual, como vimos, mostrava-se muito exigente em termos de mão-de-obra. Na estrutu ra intermédia, a participação dos domicílios com escravos atingia, igualmente, expres sivo valor: 44,1%. Vê-se, ainda, que os pesos relativos dos domicílios com escravos most ravam coerência em face das atividades econômicas características de cada estru tura populacional típica (Cf. Tabela 66-A).

TABELA 66-A INDICADORES POPULACIONAIS

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Estruturas % de Mulheres % de Homens en- % de Agregados na % de Domicíli os Típicas entre os livres tre os escravos População livre c om Escravos ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Urbana 55,43 59,33 15,28 39,33 Intermédia 51,97 67,11 13,62 44,10 Rural de Autoconsumo 50,53 62,85 9,87 36,10 Rural-Mineradora 55,35 72,09 55,35 63,41 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Os pesos relativos das famílias independentes nas v árias estruturas populacionais aqui estudadas permitem poucas inferências. Deve-se nota r, por um lado, a pequena discrepância observada entre as estruturas urbana ( 85,5%), intermédia (87,3%) e rural de autoconsumo (81,8%). Por outro, dada a larga presen ça do elemento agregado, marca-se o baixo porcentual referente à estrutura rural-mine radora (36,9%). Com respeito ao número médio de filhos com vinte ou menos anos a viver com os pais, nota-se, como no caso acima, vincada divergência en tre a estrutura rural de autoconsumo (2,86) e as demais, para as quais a cif ra correlata não apresentou grandes discrepâncias: 1,80 para a urbana, 1,81 referenteme nte à intermédia e 1,67 concernente à rural-mineradora (Cf. Tabela 66-B). Para os livres, os porcentuais de filhos legítimos (menores de 14 anos a residir com os pais) apresentaram larga discrepância. A distinção mais evidente marcou-se entre a estrutura populacional de autoconsumo e as demais; conforme se pode observar na Tabela 66-B o porcentual mais elevado (81,2%) verif icou-se naquela estrutura, enquanto nas demais os pesos relativos correlatos colocaram- se entre 50% e 60%. Parece-nos sintomático que, justamente na estrutura populacion al mais "equilibrada", se tenha dado a maior porcentagem de filhos legítimos.

TABELA 66-B INDICADORES POPULACIONAIS

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Estruturas N. médio de Filho s com 20 % de Famílias "indepen- % de Filh os Le- Populacionais ou menos anos a viver dentes sobre o total de gítimos entre Típicas com os pais Famílias os livres ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Urbana 1 ,80 85,50 49,2 Intermédia 1,8 1 87,26 59,2 Rural de Autoconsumo 2,86 81,80 81,2 Rural-Mineradora 1,67 36,92 53,7 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Quanto às pirâmides de idades e à distribuição segu ndo grandes faixas etárias -- tanto para a população total, como para os segmentos refe rentes a livres e escravos --, observou-se discrepância marcante entre a estrutura rural de autoconsumo e as demais.

Nela patenteou-se a existência de uma população rel ativamente mais "jovem" em face das populações das demais estruturas (Cf. Tabelas 5 6 e 57 do A.E.). Tal evento decorreu, aparentemente, das próprias raízes formativas de N . Sra. dos Remédios e/ou do fato de que os "choques" demográficos derivados da decadênc ia exploratória já houvessem sido, à época, absorvidos pela comunidade (3); assi m, em 1804, seu perfil populacional revelava-se mais "harmonioso".

* * * Eis arroladas as principais características das est ruturas populacionais que identificamos com base no estudo pormenorizado da p opulação de dez localidades mineiras. Evidentemente, este estudo tem um caráter preliminar, no entanto, a nosso ver, conseguimos estabelecer as linhas gerais que define m a especificidade das aludidas estruturas. Acreditamos, ademais, havermos indicado os elementos infra-estruturais concernentes às distintas estruturas populacionais estudadas. Cabe lembrar ainda que nossa análise referiu-se a u m momento específico do tempo. Assim, afastamos considerações relativas à dinâmica das várias estruturas definidas neste trabalho. Embora convidativas, assertivas com tal caráter parecem-nos metodologicamente desaconselháveis em face do fato de trabalharmos com dados censitários referentes a distintas localidades e re lativos, em sua maioria esmagadora, a 1804. IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS A nosso ver, alcançamos plenamente o objetivo propo sto na abertura deste trabalho, qual seja: caracterizar as estruturas populacionais inferidas do estudo de dez localidades mineiras e estabelecer a especificidade de cada uma dessas estruturas. Como restou evidenciado, as estruturas populacionai s estudadas apresentaram muitas características comuns. Tal fato decorreu, a nosso juízo, da matriz genérica que enformou a constituição das populações brasileiras no período colonial. De outra parte, sempre evitando emprestar caráter absoluto às discr epâncias observadas, nos foi possível -- com base no reconhecimento da substanci alidade de diversidades relativas -- delinear claramente as peculiaridades das estrutura s populacionais urbana, rural-mineradora, intermédia e rural de autoconsumo. Evidentemente, não nos toma a veleidade de havermos chegado a conclusões acabadas e definitivas. Ao trabalho ora apresentado dever-se -ão somar estudos concernentes à própria área de Minas Gerais e às demais economias e regiões do Brasil. Impõe-se, além disto, a necessidade de pesquisas nas quais se poss am contemplar as vicissitudes defrontadas por u'a mesma comunidade no decurso do tempo. Tal programa de trabalho, obviamente, transcende as perspectivas de um único pesquisador. Não obstante, apenas a sua consecução permitir-nos-á lançar luz sobre a formação populacional do Brasil. É neste quadro, pois, que situamos a eventual contrib uição representada por este nosso estudo.

NOTAS

INTRODUÇÃO (1) COSTA, Iraci del Nero da - Vila Rica: População (1719-1826), São Paulo, IPE-USP, 1979, (Ensaios Econômicos,l). (2) COSTA, Iraci del Nero da - Sobre a Estrutura Populacional de Alguns Núcleos Mineiros no Alvorecer do Século XIX, São Paulo, FEA-USP, 1980. (3) Cf. COSTA, Iraci del Nero da - Sobre a Estrutura..., op. cit., p.175 e seguintes. (4) COSTA, Iraci del Nero da - Sobre a Estrutura..., op. cit . Sobre os critérios de escolha veja-a e a "Introdução"; com respeito às localidade s, o "Apêndice Histórico - Breve Notícia sobre os Núcleos Estudados" e, relativament e aos documentos impressos e manuscritos, o "Apêndice Metodológico - 1. Discrimi nação e Análise das Fontes Primárias" e "2. Tratamento Dispensado aos Dados". As evidências empíricas sobre as quais funda-se este trabalho provêm de arrolamentos efetuados ao fim do século dezoito e início do dezenove. Para Santa Luzia de Sabará to mamos a "Relação dos Confessados", de 1790; relativamente aos demais cen tros -- Mariana, Gama, Vila Rica, Passagem de Mariana, Sertão do Abre Campo, Capela d o Barrete, Furquim, N. Sa. dos Remédios e São Caetano -- adotamos o levantamento c ensitário realizado em 1804. Esclarecimentos pormenorizados encontram-se no sobr edito trabalho, ao qual remetemos o leitor interessado. II - ESTRUTURAS POPULACIONAIS TÍPICAS: CARACTERIZAÇ ÃO (1) A distinção entre estes critérios -- ambos adot ados em estudos demográficos -- prende-se ao realce emprestado a dois aspectos da e strutura populacional: utiliza-se o primeiro, especificamente, na analise das atividade s econômicas, o segundo serve para ressaltar o fato de estarmos a trabalhar com popula ções mais ou menos "jovens". (2) Um quarto fator explicativo, não desprezível, d erivar-se-ia de "taxas" de alforria mais elevadas para crianças e anciãos em face da corresp ondente à daqueles em idade ativa. Conquanto nos faltem elementos empíricos bastantes para suportar uma afirmação categórica, a existência deste diferencial parece-n os muito plausível. (3) A respeito do tema veja-se: COSTA, Iraci del Ne ro da e LUNA, Francisco Vidal - "A Presença do Elemento Sudanês nas Minas Gerais", Suplemento Cultural d'o Estado de São Paulo, ano IV, n. 174, 2 de março de 1980, p. 6-7. (4) Sobre esta questão vejam-se os trabalhos: COSTA , Iraci del Nero da - Sobre a Estrutura..., op. cit., p. 76-78 e COSTA, Iraci del Nero da e LUNA, Francis co Vidal - "Algumas Características do Contingente de Cativos em Minas Gerais", in Anais do Museu Paulista, tomo XXIX, Universidade de São Paulo, São Paulo, 19 79, p. 79-97. (5) Entendemos por "famílias independentes" aquelas cujos chefes não guardavam nenhum laço de dependência ou subordinação (vale di zer, não eram agregados ou escravos) em face de outros chefes de família ou co m respeito ao chefe do domicílio.

(6) Os levantamentos censitários de que nos servimo s para a elaboração deste trabalho realizaram-se em nível de "Fogo" ou Residência, ou seja: edificação (ou conjunto de edificações), que se pode considerar como uma "unid ade habitacional". Em alguns casos, grupos de pessoas ou famílias totalmente ind ependentes -- com referência a laços de sangue, parentesco ou subordinação -- coab itavam; tal evento mostrou-se insignificante quando relacionado com o número tota l de residências. Parcela substancial dessas residências pôde ser subdividida em domicílios e enquadrada juntamente com as demais residências, as quais se p ode, sem restrições, assimilar ao conceito de Domicílio, ou seja: conjunto de pessoas coabitantes que mantêm laços de parentesco e/ou subordinação e vivem sob a autorida de do Chefe de Domicilio - - individuo a encabeçar a lista nominativa correspond ente ao domicilio e que podia ou não ser chefe de família. (7) Raramente identificavam-se, para os escravos, m ães e filhos, o que nos impediu computar o número efetivo de famílias de escravos, observada a conceituação aqui adotada. (8) COSTA, Iraci del Nero da - Sobre a Estrutura..., op. cit., p. 86 e seguintes. (9) A critica à aplicação desta taxionomia para o p eríodo colonial brasileiro, assim como as razões que nos levaram a adotá-la encontram-se n o trabalho: COSTA, Iraci del Nero da - Sobre a Estrutura..., op. cit., p. 92-93. (10) Outro elemento explicativo da divisão de traba lho entre os sexos relaciona-se ao fato de as mulheres necessitarem, quando a exercer atividades produtivas, cuidar, concomitantemente, dos serviços caseiros e, eventua lmente, da prole. (11) As considerações que envolvem faixas etárias a ssentam--se, tão-somente, nos dados referentes ao Abre Campo e Capela do Barrete. Excluímos, portanto, o distrito do Gama, pois, para mais da metade dos seus moradores não se indicou a idade "por não se poder verificar", segundo as palavras do respons ável pelo levantamento censitário. Pode-se esperar, em face de tal assertiva, que a pa rcela de indivíduos com idades mais baixas resultasse superestimada, pois a dificuldade de "verificar" a idade das pessoas mais idosas devia mostrar-se maior, donde restariam sem especificação etária os mais velhos. (12) Na Capela do Barreto, onde predominava a agric ultura, o primário englobava 52,5% das pessoas com atividade econômica discriminada, o secundário 37,7% e o terciário apenas 9,8%. Já no distrito do Gama, no qual domina va a faina aurífera, o primário apresentava peso relativo modestíssimo (5,5%), o se cundário dominava maciçamente (82,2%) e ao setor de serviços correspondia partic ipação pouco expressiva (12,3%). (13) Os dados concernentes a São Caetano e Furquim referem-se ao levantamento censitário levado a efeito em 1804. As informações de Santa Luzia de Sabará, extraímos da "Relação dos Confessados", de 1790. Maiores escl arecimentos sobre as limitações dos dados relativos a São Caetano e a Santa Luzia e ncontram-se em: COSTA, Iraci del Nero da - Sobre a Estrutura..., op. cit., p. 215-231. (14) Para 12,9% dos africanos foi impossível determ inar o grupo de origem.

(15) A análise referente ao estado conjugal prende- se, apenas, aos dados de Furquim, pois, só para esta localidade constaram as informaç ões indispensáveis a tal estudo. (16) Para São Caetano, as ocupações ou atividades e conômicas anotadas referem-se, em sua maioria esmagadora, aos chefes de domicílios, p ois, no levantamento censitário correspondente a esta localidade, não constou, por via de regra, indicação relativa aos familiares dos aludidos chefes de domicílios. Na an álise aqui empreendida consideramos, portanto, as atividades econômicas e/ ou ocupações concernentes à grande maioria dos chefes de domicílios e a alguns dos seus empregados ou agregados. (17) Apresentamos neste tópico as evidências relati vas à estrutura populacional de N. Sa. dos Remédios estabelecidas no trabalho: COSTA, Iraci del Nero da - Sobre a Estrutura..., op. cit., p.157-169. (18) A análise das cifras referentes à razão de mas culinidade entre solteiros livres, como se depreende da tabela abaixo, mostrou-se inconclu siva.

RAZÃO DE MASCULINIDADE ENTRE SOLTEIROS LIVRES (NR - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS RAZÃO DE MASCULINIDADE ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0-4 96,30 5-9 98,15 10-19 102,53 20-29 82,86 30-39 114,29 40-49 88,89 50-59 200,00 60-69 150,00 70 e mais anos 150,00 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: NR = N. Sra. dos Remédios. (19) COSTA, Iraci del Nero da - Sobre a Estrutura..., op. cit. III - ESTRUTURAS POPULACIONAIS TÍPICAS: ANÁLISE COM PARATIVA (1) As exceções a estas afirmações de caráter geral ver-se-ão explicadas no correr do capítulo. Lembremos por ora, a título de esclarecim ento, que a especificidade das várias estruturas típicas decorre não só dos valores alcan çados pelas variáveis demográfico-econômicas com as quais trabalhamos, mas, também, d a disposição e inter-relacionamento de tais valores. (2) Sobre a estrutura de posse de escravos em Minas Gerais veja-se: COSTA, Iraci del Nero da e LUNA, Francisco Vidal - Contribuição ao E studo de um Núcleo Urbano Colonial (Vila Rica: 1804), Revista Estudos Econômicos, vol. 8, n. 3, set./dez. 1978, IPE-USP, São Paulo; COSTA, Iraci del Nero da e LUNA, Fr ancisco Vidal - A Presença do Elemento Forro no Conjunto de Proprietários de Escr avos, Ciência e Cultura, SBPC, São Paulo, vol. 32, n. 7, julho de 1980; LUNA, Francisc o Vidal - Minas Gerais: Escravos e

Senhores. Análise da Estrutura Populacional e Econômica de Alguns Centros Mineratórios (1718-1804), FEA-USP, São Paulo, 1980. (3) Talvez a atividade aurífera não tenha desempenh ado grande papel na formação e evolver do arraial de N. Sra. dos Remédios.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. FONTES MANUSCRITAS MSS. - "Relação dos Confessados da Freguesia de San ta Luzia de Sabará no Anno de 1790". Sem data e assinatura Caixa 267, pacote 1. MSS. - "Rellação das Pessoas existentes neste Destr icto da Cidade Marianna de que hé Capm. João Caetano de Almeida, conforme a Ordem do Illmo. e Exmo. Senhor General expedida pelo Dor. Florêncio de Abreu Perada Juiz d e Fora desta cidade e seu Termo. Tirada em Agosto de 1 804". Assinada por João Caeta no de Almeida Cardozo, acima referido. Caixa 268, pacote único. MSS. - "Lista dos indivíduos da Passagem de Mariann a de que he Capitão Joaquim Coelho de Oliveira Duarte". Assinada por este e dat ada de Passagem aos 3 de agosto de 1804. Caixa 247, pacote 3. MSS. - "Lista de todas as pessoas tanto de um sexo como de outro que existem no Destricto do Gama Termo da Cidade Mariana, d'onde h e Capitão Joze Lopes Baptista". Por este último datada e assinada aos 30 de agosto de 1804, Caixa 247, pacote 3-A. MSS. - "Relação circunstanciada de todos os indivíd uos existentes no districto do Forquim, de que he Capam. Antonio Barboza". Datada por este, em Furquim, aos 28 de agosto de 1804. Caixa 247, pacote 3. MSS. - "Relação Extraída de todos os indivíduos asi stentes no Distro. n. 6 -- de N. Snra. dos Remédios Termo de Marianna Freg. de Barbassenna 7br. 9 de 1804". Assinada pelo Capitão do distrito, João Pereira de Queirós, aos 9 de setembro de 1804. Caixa 153, pacote 1. MSS. - "Rellação do Destricto do Sertão do Abre Cam po da Freguesia de São Joze da Barra Longa do Termo da Lial Cidade de Marianna do qual he Capitão Francisco Gonçalves da Silva, tirada da População de 20 de Ag osto de 1804, conforme a Ordem do Illmo. e Exmo. Senhor General desta Capitania, expe dida pelo Dor. Juiz de Fora da Cidade de Marianna, e seo Termo com Predicamento de Correição Ordinária o Senhor Florêncio de Abreu Perada". Assinada pelo dito Capi tão do Distrito e datada aos 20 de agosto de 1804. Caixa 153, pacote 1. MSS. - "Relação conforme a ordem que me foi dirigid a pelo Miritíssimo Snr. Dor. Juiz de Fora desta cide. de Marianna e seu tro. de todos o s aplicados da Capela do Barreto filial da Frga. de S. Joze da Barra Longa do Sobredo. tro. donde he Capam. do Destricto Joaquim Giz. Serra". Assinada em Barreto, aos 29 de agosto de 1804, pelo Alferes Comandante Luiz Mel. de Caldaz Bacellar. Caixa 151, pacote 1.

MSS. - "Relação de todos os indivíduos, suas qualid ades, Estabelecimentos, offícios e números de escravos do Destrito de S. Caetano de qu e hé Commandante Francisco Joze Xavier de Mello Brandão''. Esse códice, certamente incompleto não traz termo de encerramento. Atribuímo-lo a 1804 e o tomamos, tão-somente, como amostra, não obstante entendermos haver sido arrolada a maioria esmagadora dos fogos do distrito. Caixa 276, pacote único. 2. FONTE IMPRESSA MATHIAS (Herculano Gomes), Um Recenseamento na Capitania de Minas Gerais (Vil a Rica - 1804), Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, il. , 1969, (1a. série - Publicações do Arquivo Nacional, vol. 63), xxxvi+209 p. 3. OBRAS CITADAS COSTA, Iraci del Nero da. Vila Rica: População (1719-1826) , São Paulo, IPE-USP, 1979, (Ensaios Econômicos, 1), 268 p. COSTA, Iraci del Nero da. Populações Mineiras: Sobre a Estrutura Populacional de Alguns Núcleos Mineiros no Alvorecer do Século XIX . São Paulo, IPE-USP, 1981, (Ensaios Econômicos, 7), 335 p. COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, Francisco Vidal. A Presença do Elemento Sudanês nas Minas Gerais. Suplemento Cultural d'O Estado de São Paulo, ano IV, n. 174, 2 de março de 1980, p. 6-7. COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, Francisco Vidal. A lgumas Caracteristicas do Contingente de Cativos em Minas Gerais. Anais do Museu Paulista, tomo XXIX, USP, São Paulo, 1979, p. 79-97. COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, Francisco Vidal. C ontribuição ao Estudo de um Núcleo Urbano Colonial (Vila Rica: 1804). Revista Estudos Econômicos, v. 8, n. 3,set/dez. 1978, IPE-USP, São Paulo, p. 41-68. COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, Francisco Vidal. A Presença do Elemento Forro no Conjunto de Proprietários de Escravos. Ciência e Cultura. SBPC, São Paulo, v. 32, n. 7, julho de 1980, p. 836-841. LUNA, Francisco Vidal. Minas Gerais: Escravos e Sen hores. Análise da Estrutura Populacional e Econômica de Alguns Centros Mineratórios (1718-1804). São Paulo ,IPE-USP, 1981, (Ensaios Econômicos, 8), 224 p.

APÊNDICE ESTATÍSTICO Para identificação das localidades estudadas neste trabalho adotamos as seguintes siglas: VR (Vila Rica), PA (Passagem), MR (Mariana) , AC (Abre Campo), GA (Gama), CB

(Capela do Barrete), FU (Furquim), SC (São Caetano) , SL (Santa Luzia) e NR (N. Sra. dos Remédios).

TABELA 1 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES SEGUNDO SEXO E CONDIÇÃO S OCIAL

(VR, PA, MA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- LIVRES ESCRAVOS TOTAL . H M H+M H M H+M H M H+M ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3.352 4.169 7.521 2.066 1.416 3.489(a) 5.418 5.585 11.010(a) 44,57% 55,43% 100% 59,33% 40,67% 100% 49,24% 50,76% 100% . 68,31% 31,69% 100% ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: H = Homens; M = Mulheres. Somamos aos livres quatro homens e duas mulheres com situação social indeterminada. Contamos 1.149 a gregados -- 455 homens (39,60%) e 694 mulheres (60,40%) -- que correspondem a 15,28% dos livres. (a) para 7 pessoas não constou o sexo.

TABELA 2 POPULAÇÃO TOTAL: SEGUNDO SEXO, FAIXA ETÁRIA E ESTAD O CONJUGAL

(VR, PA, MA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS SEXO MASCULINO (a) SEXO FEMININO(b) TOTAL ETÁRIAS S C V TOTAL S C V TOTAL GE RAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0-4 467 -- -- 467 466 -- -- 466 933 5-9 578 -- -- 578 557 -- -- 557 1.135 10-14 582 -- -- 582 512 2 -- 514 1.096 15-19 378 3 -- 381 437 27 1 465 846 20-24 392 16 -- 408 469 70 1 540 948 25-29 358 47 2 407 448 114 4 566 973 30-34 407 89 2 498 455 102 10 567 1.065 35-39 264 78 1 343 223 76 11 310 653 40-44 395 90 2 487 305 105 25 435 922 45-49 150 77 5 232 145 48 13 206 438 50-54 251 63 5 319 224 56 24 304 623 55-59 82 39 5 126 84 13 14 111 237 60-64 169 45 5 219 156 24 28 208 427 65-69 47 14 5 66 55 4 14 73 139 70-74 72 25 5 102 65 7 21 93 195 75-79 30 6 -- 36 39 2 2 43 79 80 e mais 75 2 3 80 59 3 6 68 148 Total 4.697 594 40 5.331 4.699 653 174 5.526 10.857 Idade Ignorada 72 14 1 87 47 8 4 59 153(c) TOTAL 4.769 608 41 5.418 4.746 661 178 5.585 11.010 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

OBS.: S = Solteiros; C = Casados; V = Viúvos; (a) 3 5 homens (0,64% do total), para os quais não constou o esta do conjugal, foram incluíd os no grupo dos solteiros; (b) 4 mulheres (0,07% do total), para as quais não consto u o estado conjugal, foram incluídas entre as solteiras; (c) 7 pessoas com sexo indeterm inado.

TABELA 3 POPULAÇÃO ESCRAVA: SEGUNDO SEXO, FAIXA ETÁRIA E EST ADO CONJUGAL

(VR, PA, MA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS SEXO MASCULINO (a) SEXO FEMININO(b) TOTAL ETÁRIAS S C V TOTAL S C V TOTAL GE RAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0-4 89 -- -- 89 109 -- -- 109 198 5-9 153 -- -- 153 131 -- -- 131 284 10-14 147 -- -- 147 130 -- -- 130 277 15-19 133 -- -- 133 125 -- -- 125 258 20-24 199 1 -- 200 164 4 -- 168 368 25-29 191 -- -- 191 174 2 -- 176 367 30-34 248 3 -- 251 196 2 -- 198 449 35-39 150 1 -- 151 85 -- 1 86 237 40-44 268 3 -- 271 99 -- -- 99 370 45-49 96 1 -- 97 48 -- -- 48 145 50-54 147 2 -- 149 62 -- -- 62 211 55-59 37 1 -- 38 12 2 -- 14 52 60-64 83 2 -- 85 31 -- -- 31 116 65-69 15 -- -- 15 7 -- -- 7 22 70-74 35 -- -- 35 9 -- -- 9 44 75-79 11 -- -- 11 2 -- -- 2 13 80 e mais 32 -- -- 32 14 -- -- 14 46 Total 2.034 14 -- 2.048 1.398 10 1 1.409 3.457 Idade Ignorada 18 -- -- 18 7 -- -- 7 32(c) TOTAL 2.052 14 -- 2.066 1.405 10 1 1.416 3.489 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) 35 homens (1,69% do total), para os quais não constou o estado conjugal, foram somados aos solteiros; (b) 3 mulheres (0,21% do total), para as quais não constou o estado conjugal, foram incluídas entre as solteir as; (c) 7 pessoas com sexo indeterminado.

TABELA 4 POPULAÇÃO LIVRE: SEGUNDO SEXO, FAIXA ETÁRIA E ESTAD O CONJUGAL

(VR, PA, MA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS SEXO MASCULINO SEXO FEMININO(a) TOTAL ETÁRIAS S C V TOTAL S C V TOTAL GE RAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0-4 378 -- -- 378 357 -- -- 357 735 5-9 425 -- -- 425 426 -- -- 426 851

10-14 435 -- -- 435 382 2 -- 384 819 15-19 245 3 -- 248 312 27 1 340 588 20-24 193 15 -- 208 305 66 1 372 580 25-29 167 47 2 216 274 112 4 390 606 30-34 159 86 2 247 259 100 10 369 616 35-39 114 77 1 192 138 76 10 224 416 40-44 127 87 2 216 206 105 25 336 552 45-49 54 76 5 135 97 48 13 158 293 50-54 104 61 5 170 162 56 24 242 412 55-59 45 38 5 88 72 11 14 97 185 60-64 86 43 5 134 125 24 28 177 311 65-69 32 14 5 51 48 4 14 66 117 70-74 37 25 5 67 56 7 21 84 151 75-79 19 6 -- 25 37 2 2 41 66 80 e mais 43 2 3 48 45 3 6 54 102 Total 2.663 580 40 3. 283 3.301 643 173 4.117 7.400 Idade Ignorada 54 14 1 6 9 40 8 4 52 121 TOTAL 2.717 594 41 3.352 3.341 651 177 4.169 7.521 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) 1 mulher (0,02 % do total), com estado co njugal indeterminado, foi computada como solteira.

TABELA 5 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES POR GRANDES GRUPOS ETÁRIO S - 1

(VR, PA, MA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Em Números Absolutos Crianças: 0-14 anos 2.405 750 3.164 Idade Ativa: 15-64 anos 4.559 2.573 7.132 Anciãos: 65 e mais anos 436 126 562 TOTAL 7 .400 3.458 10.858 Por Mil no Total Crianças 325 220 291 Idade Ativa 616 744 657 Anciãos 59 36 52 TOTAL 1 .000 1.000 1.000 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Excluídos 152 indivíduos que não puderam ser enquadrados em faixa alguma.

TABELA 6 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES POR GRANDES GRUPOS ETÁRIO S - 2

(VR, PA, MA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Em Números Absolutos Jovens: 0-19 anos 2.993 1.017 4.010 Adultos: 20-59 anos 3.660 2.200 5.860 Velhos: 60 e mais anos 747 241 988 TOTAL 7.400 3.458 10.858 Por Mil no Total Jovens 404 294 369 Adultos 495 636 540 Velhos 101 70 91 TOTAL 1.000 1.000 1.000 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Excluídos 152 indivíduos que não puderam ser enquadrados em faixa alguma.

TABELA 7 ORIGEM DOS ESCRAVOS

(VR, MA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Origem N. Absoluto % no Total % no Grupo % dos Grupos no Total ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Grupo I Sudaneses 188 6,14 14,81 Bantos 1.081 35,30 85,19 Total de Africanos 1.269 100,00 41,44 Grupo II Crioulos 1.408 45,98 79,28 Pardos 368 12,02 20,72 Total de Coloniais 1.776 100,00 58,00 Grupo III Indeterminada 17 0,56 100,00 0,56 TOTAL GERAL 3.062 10 0,00 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TABELA 8 REPARTIÇÃO DOS ESCRAVOS, SEGUNDO A ORIGEM E GRANDES GRUPOS ETÁRIOS

(VR, MA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS AFRICANOS COLONIAIS . ETÁRIAS SUDANESES BANTOS TOTAL CRIOULOS PARDOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0-19 5 110 115 613 178 791 20-59 127 873 1.000 717 181 898 60 e mais anos 55 95 150 65 6 71 TOTAL 187 1.078 1.265 1.395 365 1.760 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: ExcluÍdos os cativos para os quais foi imposs Ível determinar a idade ou a origem.

TABELA 9 FILIAÇÃO DAS CRIANÇAS COM 14 OU MENOS ANOS (a)

(VR, PA, MA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FILIAÇÃO LIVRES ESCRAVOS TOTAL -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Legítimos 1.1 48 4 1.152 Naturais 1 .187(b) 705 1.892 TOTAL 2.335 709 3.044 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) exclusive 120, para as quais foi impossÍv el determinar a filiação; (b) inclusive 162 expostos.

TABELA 10 FILIAÇÃO DAS CRIANÇAS LIVRES, COM 14 OU MENOS ANOS,

REPARTIDAS EM "INDEPENDENTES" E AGREGADOS (a) (VR, PA, MA - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FILIAÇÃO "INDEPENDENTES" AGREGADOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Legítimos 1.102 46 1.148 Naturais 863(b) 324(c) 1.187 TOTAL 1.965 370 2.335 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) exclusive 120, para as quais foi impossív el determinar a filiação; (b) inclusive 115 expostos; (c) inclusive 47 expostos.

TABELA 11 COMPOSIÇÃO DOS DOMICÍLIOS POR CATEGORIAS E SUBCATEG ORIAS

(VR, PA, MA - 1804)

TABELA 12 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES POR SETORES PRODUTIVOS,

SEGUNDO ATIVIDADES, SEXO E SITUAÇÃO SOCIAL (VR, PA, MA - 1804)

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------SETORES E ATIVIDADES SEXO SITUAÇÃO SOCIAL TOTAL H M LIVRES ESCRAVOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- I - Setor Primário Agricultores em Geral 29 56 84 1 85 Agricultores e Mineiros 3 2 5 -- 5 Caçador 1 -- 1 -- 1 Lenheiros 41 -- 7 34 41 TOTAL 74 58 97 35 132 II - Setor Secundário Alfaiates 133 -- 126 7 133 Armeiro 1 -- 1 -- 1 Arrieiros 5 -- 5 -- 5 Almofaris 1 -- 1 -- 1 Costureiras c Aprendizes -- 97 96 1 97 Carpinteiros 88 -- 79 9 88 Capineiros 11 -- 3 8 11 Caldeireiros e Aprendizes 9 -- 9 -- 9 Chupeteiros 3 -- 3 -- 3 Canteiros 1 -- 1 -- 1 Coronheiro 1 -- 1 -- 1 Cirieiro 1 -- 1 -- 1 Carvoeiros 11 -- 10 1 11 Doceira -- 1 1 -- 1 Entalhador 1 -- 1 -- 1 Esteireiro 1 -- -- 1 1 Ensaiador e Praticante 2 -- 2 -- 2 Encadernador 1 -- 1 -- 1 Fiandeiras -- 24 24 -- 24 Fiandeira e Tecedeira -- 1 1 -- 1 Fundidores 6 -- 6 -- 6 Fogueteiros 2 -- 2 -- 2 Funileiro 1 -- 1 -- 1 Faiscadores 153 39 167 25 192 Ferradores e Aprendizes 15 -- 15 -- 15 Ferreiros e Aprendizes 68 -- 60 8 68 Ferreiros e Ferradores 2 -- 2 -- 2 Latoeiros e Aprendizes 57 -- 54 3 57 Marceneiros 8 -- 8 -- 8 Madeireiros 3 -- 3 -- 3 Mineiros 99 34 132 1 133 Mineiros e Comerciantes 5 -- 5 -- 5 Oleiro 1 -- 1 -- 1 Pedreiros e Serventes 34 -- 27 7 34 Pintores 8 -- 8 -- 8

Padeiros 1 4 5 -- 5 Relojoeiros 4 -- 3 1 4 Rendeira -- 1 1 -- 1 Sapateiros e Aprendizes 181 -- 157 24 181 Seleiros e Aprendizes 19 -- 17 2 19 Sirgueiros e Aprendizes 3 -- 3 -- 3 Serralheiros 5 -- 3 2 5 Sombreireiro 1 -- 1 -- 1 Serradores 2 -- 2 -- 2 Torneiros 6 -- 6 -- 6 Tintureiros 3 1 4 -- 4 Tecedores 1 5 6 -- 6 TOTAL 958 207 1.065 100 1.165 III - Setor Terciário III.1 Profissões Liberais Advogados e Solicitadores 11 -- 11 -- 11 Boticários 7 -- 7 -- 7 Cirurgiões e Médicos 7 -- 7 -- 7 Enfermeiros 5 2 7 -- 7 Escultores 3 -- 3 -- 3 Músicos e Aprendizes 34 -- 34 -- 34 Parteiras -- 4 4 -- 4 Requerentes 4 -- 4 -- 4 Tabeliães 6 -- 6 -- 6 III.2 Igreja Eclesiásticos 45 -- 45 -- 45 Sacristães 7 -- 7 -- 7 III.3 Administração Civil Alcaide 1 -- 1 -- 1 Carcereiro 1 -- 1 -- 1 Contadoria- Oficial e Ajudantes 5 -- 5 -- 5 Escrivães, Escreventes e Escriturários 27 -- 27 -- 27 Funcionários em Geral 33 -- 33 -- 33 Militares 125 -- 125 -- 125 Meirinhos 8 -- 8 -- 8 Porteiros 2 -- 2 -- 2 Professores 6 -- 6 -- 6 III.4 Comércio Botequineiro 1 -- 1 -- 1 Estalajadeiros 7 -- 7 -- 7 Mascates 6 -- 6 -- 6 Negociantes em Geral 68 44 112 -- 112 Fazenda Seca 2 1 2 23 -- 23 Fazenda Molhados 34 9 42 1 43 Quitandeiros 2 43 30 15 45

III.5 Transporte Boleeiro 1 -- 1 -- 1 Carreiros e Carreteiros 12 2 14 -- 14 Carregadores 2 -- 2 -- 2 Tropeiros 20 -- 20 -- 20 III.6 Outros Serviços Andadores 7 -- 7 -- 7 Barbeiros e Cabeleireiros 20 -- 16 4 20 Caixeiros 19 2 21 -- 21 Cobradores 20 -- 20 -- 20 Criados 3 4 7 -- 7 Cozinheiros 8 12 2 18 20 Feitores e Administradores 16 -- 16 -- 16 Jornaleiros 7 1 -- 8 8 Lavadeiras -- 28 25 3 28 Viajantes 4 -- 4 -- 4 TOTAL 615 153 719 49 768 TOTAL GERAL 1.647 418 1.881 184 2.065 Atividades não Classificadas Estudantes 18 -- 18 -- 18 Meretrizes -- 5 5 -- 5 Oficiais do Mato 9 -- 9 -- 9 Vive de sua Agência 25 103 127 1 128 Vive do Aluguel de Casas 3 1 4 -- 4 Vive do Jornal de Escravos 2 6 8 -- 8 Vive do seu Patrimônio 1 -- 1 -- 1 Indeterminadas 4 -- 4 -- 4 TOTAL 62 115 176 1 177 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Anotou-se atividade econômica ou ocupação par a 27,35% dos livres e 5,30% dos escravos.

TABELA 13 LIVRES: NÚMERO DE FAMÍLIAS A CONTAR COM FILHOS VIVO S E PRESENTES,

COM 20 OU MENOS ANOS DE IDADE (número de filhos a variar de zero a sete e mais )

(VR, PA, MA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Faixa Etária do Nú mero de Famílias (a) Número total Chefe de Família 0 1 2 3 4 5 6 7e+ Total dos filhos ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Menos de 25 anos 8 46 24 5 1 -- -- -- 84 113 25 - 34 56 96 66 44 29 7 4 2 304 550 35 - 44 55 93 62 35 48 24 11 15 343 816 45 - 54 78 52 47 33 34 11 6 24 285 659 55 - 64 98 31 23 11 8 8 5 1 185 219 65 ou mais anos 107 23 12 6 1 1 -- -- 150 74 Total 402 341 234 13 4 121 51 26 42 1.351 2.431 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) Número de filhos variando de 0 a 7 e mais .

TABELA 14 LIVRES: NÚMERO PROPORCIONAL DE FAMÍLIAS A CONTAR CO M FILHOS

VIVOS E PRESENTES, COM 20 OU MENOS ANOS DE IDADE (número de filhos a variar de zero a sete e mais )

(VR, PA, MA - 1884) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Faixa Etária do Número P roporcional de Famílias (a) . Chefe de Família 0 1 2 3 4 5 6 7e+ Total ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Menos de 25 anos 95 548 286 59 12 -- -- -- 1.000 25 - 34 184 316 217 145 95 23 13 7 1.000 35 - 44 160 271 181 102 140 70 32 44 1.000 45 - 54 274 182 165 116 119 39 21 84 1.000 55 - 64 530 168 124 60 43 43 27 5 1.000 65 ou mais anos 713 153 80 40 7 7 -- -- 1.000 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (a) Número de filhos variando de 0 a 7 e mais.

TABELA 15 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES SEGUNDO SEXO E CONDIÇÃO S OCIAL

(AC, GA, CB - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- LIVRES ESCRAVOS TOTAL . H M H+M H M H+M H M H+M ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 167 207 374 341 132 473 508 339 847 44,65% 55,35% 100% 72,09% 27,91% 100% 59,98% 40,02% 100% 44,16% 55,84% 100% ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Contamos 207 agregados -- 85 homens (41,06%) e 122 mulheres (58,94%) -- que correspondem a 55,35% dos livres.

TABELA 16 POPULAÇÃO: SEGUNDO CONDIÇÃO SOCIAL, SEXO E FAIXAS E TÁRIAS

(AC, CB - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ESCRAVOS LIVRES TOTAL . ETÁRIAS H M H+M H M H+M H M H+M ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0- 4 5 12 17 11 11 22 16 23 39 5- 9 8 10 18 10 14 24 18 24 42 10-14 11 7 18 5 9 14 16 16 32 15-19 6 6 12 4 4 8 10 10 20 20-24 16 15 31 9 17 26 25 32 57 25-29 19 5 24 8 9 17 27 14 41 30-34 20 10 30 4 10 14 24 20 44 35-39 14 8 22 8 10 18 22 18 40 40-44 17 5 22 6 3 9 23 8 31 45-49 8 3 11 3 4 7 11 7 18 50-54 13 6 19 - 2 2 13 8 21 55-59 2 1 3 2 1 3 4 2 6 60-64 4 2 6 3 4 7 7 6 13 65-69 2 - 2 - 3 3 2 3 5 70-74 3 3 6 4 3 7 7 6 13 75-79 1 2 3 2 5 7 3 7 10 80 e mais anos 6 - 6 5 5 10 11 5 16 TOTAL 155 95 250 84 114 198 239 209 448 Idade Ignorada - - - 2 - 2 2 - 2 TOTAL GERAL 155 95 250 86 114 200 241 209 450 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Excluído o distrito do Gama, para ele não con stou a idade de 55% dos habitantes.

TABELA 17 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES POR GRANDES GRUPOS ETÁRIO S - 1

(AC, CB - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Em Números Absolutos Crianças: 0 - 14 anos 60 53 113 Idade Ativa: 15-64 anos 111 180 291 Anciãos: 65 e mais anos 27 17 44 TOTAL 198 250 448 Por Mil no Total Crianças 303 212 252 Idade Ativa 561 720 650 Anciãos 136 68 98 TOTAL 1.000 1.000 1.000 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Excluídos 2 indivíduos para os quais não cons tou a idade.

TABELA 18 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES POR GRANDES GRUPOS ETÁRIO S - 2

(AC, CB - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Em Numeres Absolutos Jovens: 0-19 anos 68 65 133 Adultos: 20-59 anos 106 162 268 Velhos: 60 e mais anos 24 23 47 TOTAL 198 250 448 Por Mil no Total Jovens 343 260 297 Adultos 536 648 598 Velhos 121 92 105 TOTAL 1.000 1.000 1.000 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Excluídos 2 indivíduos para os quais não cons tou a idade.

TABELA 19 ORIGEM DOS ESCRAVOS

(AC, CB, GA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Origem N. Absoluto % no Total % no Grupo % dos Grupos no Total ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Grupo I Sudaneses 12 2,54 5,50 Bantos 206 43,55 94,50 Total de Africanos 218 100,00 46,09 Grupo II Crioulos 184 38,90 74,49 Pardos 63 13,32 25,51 Total de Coloniais 247 100,00 52,22 Grupo III Indeterminada 8 1,69 100,00 1,69 TOTAL GERAL 473 1 00,00 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TABELA 20 REPARTIÇÃO DOS ESCRAVOS SEGUNDO A ORIGEM E GRANDES GRUPOS ETÁRIOS

(AC, CB - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS AFRICANOS COLONIAIS . ETÁRIAS SUDANESES BANTOS TOTAL CRIOULOS PARDOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0-19 -- 2 2 40 23 63 20-59 2 68 70 77 15 92 60 e mais anos 3 11 14 8 1 9 TOTAL 5 81 86 125 39 164 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TABELA 21 FILIAÇÃO DAS CRIANÇAS COM 14 OU MENOS ANOS

(AC, CB, GA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FILIAÇÃO LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Legítimos 5 8 -- 58 Naturais 50(a) 72 122 TOTAL 108 72 180 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) inclusive 9 expostos

TABELA 22 FILIAÇÃO DAS CRIANÇAS LIVRES, COM 14 OU MENOS ANOS,

REPARTIDAS EM "INDEPENDENTES" E AGREGADOS (AC, CB, GA - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FILIAÇÃO "INDEPENDENTES" AGREGADOS TOTAL -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Legítimos 32 26 58 Naturais 18 (a) 32(b) 50 TOTAL 50 58 108 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) inclusive 7 expostos; (b) inclusive 2 exp ostos.

TABELA 23 COMPOSIÇÃO DOS DOMICÍLIOS POR CATEGORIAS E SUBCATEG ORIAS

(AC, CB, GA - 1804)

TABELA 24 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES POR SETORES PRODUTIVOS,

SEGUNDO ATIVIDADES, SEXO E SITUAÇÃO SOCIAL (CB, GA - 1804)

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------SETORES E ATIVIDADES SEXO SITUAÇÃO SOCIAL TOTAL H M LIVRES ESCRAVOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- I - Setor Primário Agricultores em Geral 20 14 34 -- 34 Agricultores e Mineiros 2 -- 2 -- 2 TOTAL 22 14 36 - - 36 II - Setor Secundário Alfaiates 3 -- 3 -- 3 Arrieiro 1 -- -- 1 1 Capineiro 1 -- -- 1 1 Carpinteiros 8 -- 7 1 8 Faiscadores 24 4 27 1 28 Faiscador e Fiandeiro 1 1 2 -- 2 Ferreiros 3 -- 1 2 3 Fiandeiras -- 26 26 -- 26 Fiandeiras e Tecedeiras -- 5 5 -- 5 Lambiqueiro 1 -- -- 1 1

Mineiros 2 -- 2 -- 2 Paneleiros 2 -- 2 -- 2 Sapateiros 1 -- 1 -- 1 TOTAL 47 36 76 7 83 III - Setor Terciário Advogado e Solicitador 1 -- 1 -- 1 Barbeiro 1 -- -- 1 1 Carreiro 1 -- -- 1 1 Cobrador 1 -- 1 -- 1 Fazenda Molhados 1 -- 1 -- 1 Feitores e Administradores 4 -- 4 -- 4 Jornaleiros 2 -- 2 -- 2 Negociantes em Geral -- 1 1 -- 1 Tropeiros 3 -- 3 -- 3 TOTAL 14 1 13 2 15 TOTAL GERAL 83 51 125 9 134 Atividade não Classificada Vive de sua Agência -- 3 3 -- 3 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Indicou-se atividade econômica ou ocupação pa ra 37,21% dos livres e 2,17% dos cativos.

TABELA 25 LIVRES: NÚMERO DE FAMÍLIAS A CONTAR COM FILHOS VIVO S E PRESENTES,

COM 20 OU MENOS ANOS DE IDADE (número de filhos a variar de zero a sete e mais )

(CB, AC, GA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Faixa Etária do Nú mero de Famílias (a) Número total Chefe de Família 0 1 2 3 4 5 6 7e+ Total dos filhos ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Menos de 25 anos 1 1 -- -- -- -- -- -- 2 1 25 - 34 2 1 1 -- -- -- -- -- 4 3 35 - 44 2 3 1 1 -- 2 1 1 11 33 45 - 54 1 -- 2 -- -- -- -- -- 3 4 55 - 64 2 -- -- -- -- -- -- 1 3 7 65 ou mais anos 11 -- 1 -- -- -- -- -- 12 2 Não Consta 10 1 2 2 4 2 -- 1 22 45 Total 29 6 7 3 4 4 1 3 57 95 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) Número de filhos variando de 0 a 7 e mais .

TABELA 26 LIVRES: NÚMERO PROPORCIONAL DE FAMÍLIAS A CONTAR CO M FILHOS

VIVOS E PRESENTES, COM 20 OU MENOS ANOS DE IDADE (número de filhos a variar de zero a sete e mais )

(CB, AC, GA - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Faixa Etária do Número P roporcional de Famílias (a) . Chefe de Família 0 1 2 3 4 5 6 7e+ Total ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Menos de 25 anos 500 500 -- -- -- -- -- -- 1.000 25 - 34 500 250 250 -- -- -- -- -- 1.000 35 - 44 182 272 91 91 -- 182 91 91 1.000 45 - 54 333 -- 667 -- -- -- -- -- 1.000 55 - 64 667 -- -- -- -- -- -- 333 1.000 65 ou mais anos 917 -- 83 -- -- -- -- -- 1.000 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (a) Número de filhos variando de 0 a 7 e mais.

TABELA 27 POPULAÇÃO ESCRAVA, SEGUNDO SEXO E FAIXA ETÁRIA

(SC, FU - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS HOMENS MULHERES TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0- 4 45 36 81 5- 9 62 52 114 10-14 69 63 132 15-19 89 49 138 20-24 90 64 154 25-29 94 64 158 30-34 116 62 178 35-39 89 42 131 40-44 122 29 151 45-49 67 25 92 50-54 111 20 131 55-59 37 12 49 60-64 85 22 107 65-69 19 10 29 70-74 30 10 40 75-79 10 2 12 80 e mais 14 3 17 TOTAL 1.149 565 1.714 Idade Ignorada 8 2 10 TOTAL GERAL 1.157 56 7 1.724 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TABELA 28 POPULAÇÃO LIVRE, SEGUNDO SEXO, FAIXA ETÁRIA E ESTAD O CONJUGAL

(FU - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------FAIXAS SEXO MASCULINO(a) SEXO FEMININO(b) TOTAL ETÁRIAS S C V TOTAL S C V TOTAL GERAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0-4 73 - - 73 58 - - 58 132(c) 5-9 78 - - 78 65 - - 65 143 10-14 74 - - 74 51 - - 51 125 15-19 51 - - 51 45 5 - 50 101 20-24 48 3 - 51 42 17 - 59 110 25-29 19 7 - 26 47 16 1 64 90 30-34 16 15 1 32 26 19 - 45 77 35-39 12 18 - 30 20 14 2 36 66 40-44 13 21 1 35 26 16 1 43 78 45-49 10 14 1 25 27 14 2 43 68 50-54 12 10 1 23 26 13 6 45 68 55-59 6 11 1 18 17 4 3 24 42 60-64 12 16 2 30 15 9 7 31 61 65-69 4 7 2 13 1 2 1 4 17 70-74 9 3 5 17 7 - 3 10 27 75-79 3 3 2 8 3 2 - 5 13 80 e mais 4 5 2 11 6 1 6 13 24 TOTAL 444 133 18 595 482 132 32 646 1.242 Idade Ignorada 8 6 -- 14 8 3 2 13 27 TOTAL GERAL 452 139 18 609 490 135 34 659 1.269 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------OBS.: (a) 2 homens (0,3% do total), com estado conj ugal indeterminado, foram incluídos entre os solteiros; (b) 1 mulher (0,2% do total), c om estado conjugal indeterminado, foi considerada solteira; (c) para uma pessoa não const ou o sexo.

TABELA 29 REPARTIÇÃO DE LIVRES E ESCRAVOS, SEGUNDO GRANDES GR UPOS ETÁRIOS - 1

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------FAIXAS ETÁRIAS LIVRE S (a) ESCRAVOS (b) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Em Números Absolutos Crianças: 0-14 anos 400 327 Idade Ativa: 15-64 anos 76 1 1.289 Anciãos: 65 e mais anos 8 1 98 TOTAL 1.242 1.714 Por Mil no Total Crianças 322 191 Idade Ativa 613 752 Anciãos 65 57 TOTAL 1.000 1.000 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) FU - 1804, exclusive 27 pessoas para as q uais não constou a idade; (b) FU, SC - 1804, exclusive 10 pessoas para as quais não consto u a idade.

TABELA 30 REPARTIÇÃO DE LIVRES E ESCRAVOS, SEGUNDO GRANDES GR UPOS ETÁRIOS - 2

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------FAIXAS ETÁRIAS LIVRE S (a) ESCRAVOS (b) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Em Numeres Absolutos Jovens: 0-19 anos 501 465 Adultos: 20-59 anos 599 1.044 Velhos: 60 e mais anos 14 2 205 TOTAL 1.242 1.714 Por Mil no Total Jovens 403 271 Adultos 483 609 Velhos 114 120 TOTAL 1.000 1.000 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) FU - 1804, exclusive 27 pessoas para as q uais não constou a idade; (b) FU, SC - 1804, exclusive 10 pessoas para as quais não consto u a idade.

TABELA 31 ORIGEM DOS ESCRAVOS

(FU, SC - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Origem N. Absoluto % no Total % no Grupo % dos Grupos no Total ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Grupo 1 Sudaneses 37 2,15 5,74 Bantos 524 30,39 81,37 Outros Africanos 83 4,81 12,89 Total de Africanos 644 100,00 37,35 Grupo II Crioulos 759 44,03 77,69 Pardos 218 12,64 22,31 Total de Coloniais 977 100,00 56,67 Grupo III Indeterminada 103 5,98 100,00 5,98 TOTAL GERAL 1.724 100, 00 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TABELA 32 REPARTIÇÃO DOS ESCRAVOS SEGUNDO A ORIGEM E GRANDES GRUPOS ETÁRIOS

(FU, SC - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS AFRICANOS COLONIAIS . ETÁRIAS Sudaneses Bantos Out ros TOTAL Crioulos Pardos TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0-19 -- 18 25 43 296 114 410 20-59 18 410 50 478 412 92 504 60 e mais anos 19 91 8 118 48 11 59 TOTAL 37 519 83 639 756 217 973 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Exclusive aqueles para os quais não constou a idade ou que não puderam ser enquadrados nos grandes grupos relativos a africano s e coloniais.

TABELA 33 FILIAÇÃO DAS CRIANÇAS COM 14 OU MENOS ANOS

(FU - 1804) -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------FILIAÇÃO LIVRES ESCRAVOS TOTAL -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Legítimos 23 6 34(b) 270 Naturais 1 63(a) 215 378 TOTAL 399 249 648 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) inclusive 28 expostos; (b) trinta e três dos quais concentrados em um domicílio.

TABELA 34 FILIAÇÃO DAS CRIANÇAS LIVRES, COM 14 OU MENOS ANOS,

REPARTIDAS EM "INDEPENDENTES" E AGREGADOS (FU - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FILIAÇÃO "INDEPENDENTES" AGREGADOS TOTAL -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Legítimos 217 19 236 Naturais 114( a) 49(b) 163 TOTAL 331 68 399 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) inclusive 21 expostos; (b) inclusive 7 ex postos.

TABELA 35 COMPOSIÇÃO DOS DOMICÍLIOS POR CATEGORIAS E SUBCATEG ORIAS

(SL - 1790; FU - 1804)

TABELA 36 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES POR SETORES PRODUTIVOS,

SEGUNDO ATIVIDADES, SEXO E SITUAÇÃO SOCIAL (SC, FU - 1804)

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------SETORES E ATIVIDADES SEXO SITUAÇÃO SOCIAL TOTAL H M LIVRES ESCRAVOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- I - Setor Primário Agricultores em Geral 93 25 109 9 118 Agricultores e Mineiros 8 -- 8 -- 8 Agricultores e Comerciantes 18 1 11 -- 11 TOTAL 111 26 128 9 137 II - Setor Secundário Alfaiates 16 -- 16 -- 16 Aprendizes 1 1 2 -- 2

Carpinteiros 25 -- 24 1 25 Curtidores 1 -- 1 -- 1 Faiscadores 6 6 15 63 18 81 Ferradores 3 -- 3 -- 3 Ferreiros 13 -- 13 -- 13 Fiandeiras 3 53 51 5 56 Fiandeiras e Costureiras -- 5 5 -- 5 Fiandeiras e Tecedeiras -- 15 15 -- 15 Latoeiros 2 -- 2 -- 2 Marceneiro 1 -- 1 -- 1 Mineiros 28 11 13 26 39 Oleiro 1 -- 1 -- 1 Padeira -- 1 1 -- 1 Paneleiros 2 1 3 -- 3 Pintor 1 -- 1 -- 1 Sapateiros 20 -- 20 -- 20 Seleiros 2 -- 2 -- 2 Tecedeiras -- 6 6 -- 6 TOTAL 185 108 243 50 293 III - Setor Terciário Caixeiros 1 -- 1 -- 1 Carreiros 1 -- 1 -- 1 Cirurgiões 4 -- 4 -- 4 Cobradores 2 -- 2 -- 2 Criados 21 21 -- 42 42 Eclesiásticos 8 -- 8 -- 8 Farmacêuticos 2 -- 2 -- 2 Fazenda Molhados 21 3 24 -- 24 Fazenda Seca 2 -- 2 -- 2 Feitores e Administradores 14 -- 14 -- 14 Funcionários em Geral 4 -- 4 -- 4 Jornaleiros 65 1 59 7 66 Mascates 7 -- 7 -- 7 Músicos 2 -- 2 -- 2 Negociantes em Geral 11 -- 11 -- 11 Sacristães 1 -- 1 -- 1 Secos e Molhados 3 -- 3 -- 3 Tropeiros 11 -- 11 -- 11 TOTAL 180 25 156 49 205 TOTAL GERAL 476 159 527 108 635 Atividades não Classificadas Estudantes 5 -- 5 -- 5 Vive do Jornal de Escravos 6 1 7 -- 7 Sem Ofício 4 -- 4 -- 4 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Dadas as características do levantamento refe rente a São Caetano, excluímos as poucas informações concernentes às atividades econô micas desempenhadas pelos escravos ali residentes. Quanto a Furquim, anotou-s e ocupação ou atividade econômica para 27,89% dos livres e 10,38% dos cativos.

TABELA 37 LIVRES: NÚMERO DE FAMÍLIAS A CONTAR COM FILHOS VIVO S E PRESENTES,

COM 20 OU MENOS ANOS DE IDADE (número de filhos a variar de zero a sete e mais )

(FU - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Faixa Etária do Nú mero de Famílias (a) Número total Chefe de Família 0 1 2 3 4 5 6 7e+ Total dos filhos ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Menos de 25 anos 3 2 -- -- -- -- -- -- 5 2 25 - 34 6 14 7 8 -- -- -- -- 35 52 35 - 44 11 8 10 4 7 6 -- 1 47 105 45 - 54 10 6 4 8 4 7 1 3 43 119 55 - 64 17 9 8 5 2 3 -- 1 45 70 65 ou mais anos 24 1 2 4 1 -- -- 1 33 28 Total 71 40 31 29 14 16 1 6 208 376 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) número de filhos variando de 0 a 7 e mais . Para 6 chefes de família, com 11 filhos, não constou a idade.

TABELA 38 LIVRES: NÚMERO PROPORCIONAL DE FAMÍLIAS A CONTAR CO M FILHOS

VIVOS E PRESENTES, COM 20 OU MENOS ANOS DE IDADE (número de filhos a variar de zero a sete e mais )

(FU - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Faixa Etária do Número P roporcional de Famílias (a) . Chefe de Família 0 1 2 3 4 5 6 7e+ Total ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Menos de 25 anos 600 400 -- -- -- -- -- -- 1.000 25 - 34 171 400 200 229 -- -- -- -- 1.000 35 - 44 234 170 213 85 149 128 -- 21 1.000 45 - 54 233 139 93 186 93 163 23 70 1.000 55 - 64 378 200 178 111 44 67 -- 22 1.000 65 ou mais anos 727 30 61 122 30 -- -- 30 1.000 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) Número de filhos variando de 0 a 7 e mais .

TABELA 39 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES SEGUNDO SEXO E CONDIÇÃO S OCIAL

(NR - 1894) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- LIVRES ESCRAVOS TOTAL . H M H+M H M H+M H M H+M ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 355 364 719 159 94 255(a) 514 458 974(a) 49,37% 50,63% 100% 62,85% 37,15% 100% 52,88% 47,12% 100% 73,82% 26,18% 100% ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Contamos 71 agregados -- 33 homens (46,48%) e 38 mulheres (53,52%) -- que correspondem a 9,87% dos livres; (a) para duas pess oas não constou o sexo.

TABELA 40 POPULAÇÃO TOTAL: SEGUNDO SEXO, FAIXA ETÁRIA E ESTAD O CONJUGAL

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS SEXO MASCULINO (a) SEXO FEMININO(b) TOTAL ETÁRIAS S C V TOTAL S C V TOTAL GE RAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0- 4 68 -- -- 68 68 -- -- 68 136 5- 9 61 -- -- 61 68 -- -- 68 129 10-14 64 -- -- 64 48 -- -- 48 112 15-19 40 -- -- 40 49 3 -- 52 92 20-24 29 8 -- 37 28 16 -- 44 81 25-29 25 9 -- 34 22 11 1 34 68 30-34 21 7 -- 28 16 14 -- 30 58 35-39 24 12 -- 36 15 17 2 34 70 40-44 21 14 1 36 11 12 2 25 61 45-49 7 11 -- 18 4 9 1 14 32 50-54 16 13 2 31 5 12 3 20 51 55-59 5 8 -- 13 1 2 -- 3 16 60-64 11 7 -- 18 2 4 2 8 26 65-69 1 3 -- 4 -- -- -- -- 4 70-74 4 3 -- 7 3 -- 1 4 11 75-79 2 3 -- 5 1 -- -- 1 6 80 e mais 1 2 1 4 -- -- -- -- 4 TOTAL 400 100 4 504 341 100 12 453 957 Idade Ignorada 10 -- -- 10 5 -- -- 5 17(c) TOTAL GERAL 410 100 4 514 3 46 100 12 458 974 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) 10 homens (1,9% do total), com estado con jugal foram incluídos no grupo dos solteiros; (b) 3 mulheres, (0,7% do total), com est ado conjugal indeterminado, foram incluídas no grupo das solteiras; (c) 2 pessoas com sexo indeterminado. indeterminado,

TABELA 41 POPULAÇÃO ESCRAVA: SEGUNDO SEXO, FAIXA ETÁRIA E EST ADO CONJUGAL

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS SEXO MASCULINO (a) SEXO FEMININO(b) TOTAL ETÁRIAS SOLTEIROS SOLTEIRAS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0- 4 16 14 30 5- 9 8 14 22 10-14 13 9 22 15-19 10 9 19 20-24 10 9 19 25-29 15 6 21 30-34 12 10 22 35-39 17 7 24 40-44 16 5 21 45-49 4 1 5 50-54 12 3 15 55-59 3 -- 3 60-64 8 -- 8 65-69 1 -- 1 70-74 2 2 4 75-79 1 -- 1 80 e mais 1 -- 1 TOTAL 149 89 238 Idade Ignorada 10 5 17(c) TOTAL GERAL 159 94 255 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) 10 homens (6,3% do total), para os quais não constou o estado conjugal, foram incluídos no grupo dos solteiros; (b) 2 mulheres (2 ,1% do total), para as quais não constou o estado conjugal, foram incluídas no grupo das solteiras; (c) 2 pessoas com sexo indeterminado.

TABELA 42 POPULAÇÃO LIVRE: SEGUNDO SEXO, FAIXA ETÁRIA E ESTAD O CONJUGAL

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS SEXO MASCULINO (a) SEXO FEMININO(b) TOTAL ETÁRIAS S C V TOTAL S C V TOTAL GERAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 0- 4 52 -- -- 52 54 -- -- 54 106 5- 9 53 -- -- 53 54 -- -- 54 107 10-14 51 -- -- 51 39 -- -- 39 90 15-19 30 -- -- 30 40 3 -- 43 73 20-24 19 8 -- 27 19 16 -- 35 62 25-29 10 9 -- 19 16 11 1 28 47 30-34 9 7 -- 16 6 14 -- 20 36 35-39 7 12 -- 19 8 17 2 27 46 40-44 5 14 1 20 6 12 2 20 40 45-49 3 11 -- 14 3 9 1 13 27 50-54 4 13 2 19 2 12 3 17 36

55-59 2 8 -- 10 1 2 -- 3 13 60-64 3 7 -- 10 2 4 2 8 18 65-69 -- 3 -- 3 -- -- -- -- 3 70-74 2 3 -- 5 1 -- 1 2 7 75-79 1 3 -- 4 1 -- -- 1 5 80 e mais -- 2 1 3 -- -- -- -- 3 TOTAL GERAL 251 100 4 355 252 100 12 364 719 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) 1 mulher (0,3% do total) com estado conju gal indeterminado, foi incluída entre as solteiras.

TABELA 43 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES POR GRANDES GRUPOS ETÁRIO S - 1

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Em Números Absolutos Crianças: 0-14 anos 313 74 377 Idade Ativa: 15-64 anos 398 157 555 Anciãos: 65 e mais anos 18 7 25 TOTAL 719 238 957

Por Mil no Total Crianças 421 311 394 Idade Ativa 5 54 660 580 Anciãos 25 29 26 TOTAL 1.000 1.000 1.000 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Excluídos 17 indivíduos para os quais não con stou a idade.

TABELA 44 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES POR GRANDES GRUPOS ETÁRIO S - 2

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAIXAS ETÁRIAS LIVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Em Números Absolutos Jovens: 0-19 anos 376 93 469 Adultos: 20-59 anos 307 130 437 Velhos: 60 e mais anos 36 15 51 TOTAL 719 238 957 Por Mil no Total Jovens 523 391 490 Adultos 427 546 457 Velhos 50 63 53 TOTAL 1.000 1.000 1.000 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Excluídos 17 indivíduos para os quais não con stou a idade.

TABELA 45 ORIGEM DOS ESCRAVOS

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Origem N. Absoluto % no Total % no Grupo % dos Grupos no Total ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Grupo I Bantos 36 14,12 100,00 Total de Africanos 36 100,00 14,12 Grupo II Crioulos 67 26,28 69,07 Pardos 20 7,84 20,62 Outros Coloniais 10 3,92 10,31 Total de Coloniais 97 100,00 38,04 Indeterminada 122 47,84 100,00 47,84 TOTAL GERAL 255 100,00 100,00 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TABELA 46 FILIAÇÃO DAS CRIANÇAS COM 14 OU MENOS ANOS

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FILIAÇÃO L IVRES ESCRAVOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Legítimos 246 1 247 Naturais 57(a) 75 132 TOTAL 303 76 379 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) inclusive 4 expostos.

TABELA 47 FILIAÇÃO DAS CRIANÇAS LIVRES, COM 14 OU MENOS ANOS, REPARTIDAS

EM "INDEPENDENTES" E AGREGADOS (NR - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FILIAÇÃO "INDEPENDENTES" AGREGADOS TOTAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Legítimos 235 11 246 Naturais 39( a) 18 57 TOTAL 274 29 303 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) inclusive 4 expostos.

TABELA 48 COMPOSIÇÃO DOS DOMICÍLIOS POR CATEGORIAS E SUBCATEG ORIAS

(NR - 1894)

TABELA 49 REPARTIÇÃO DOS HABITANTES POR SETORES PRODUTIVOS, S EGUNDO ATIVIDADES,

SEXO E SITUAÇÃO SOCIAL (NR - 1804)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SETORES E ATIVIDADES SEXO SITUAÇÃO SOCIAL TOTAL H M LIVRES ESCRAVOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- I - Setor Primário Agricultores em Geral 90 14 94 10 104 Agricultores e Comerciantes 1 -- 1 -- 1 TOTAL 91 14 95 10 105 II - Setor Secundário Alfaiates 3 -- 3 -- 3 Carpinteiros 5 -- 5 -- 5 Ferreiros 3 -- 3 -- 3 Fiandeiras -- 10 10 -- 10 Latoeiros 1 -- 1 -- 1 Mineiros 3 -- 3 -- 3 Sapateiros 6 -- 6 -- 6

Seleiros 2 -- 2 -- 2 Tecedeiras -- 1 1 -- 1 TOTAL 23 11 34 -- 34 III - Setor Terciário Boticários 1 -- 1 -- 1 Cirurgiões 1 -- 1 -- 1 Eclesiásticos 1 -- 1 -- 1 Funcionários em Geral 9 -- 9 -- 9 Fazenda Molhados 1 -- 1 -- 1 Fazenda Seca 1 -- 1 -- 1 Mascates 1 -- 1 -- 1 Negociantes em Geral 1 1 2 -- 2 Quitandeiros -- 1 1 -- 1 Tropeiros 1 -- 1 -- 1 Feitores e Administradores 2 -- 2 -- 2 Jornaleiros 5 -- 5 -- 5 Viajantes 2 -- 2 -- 2 TOTAL 26 2 28 -- 28 TOTAL GERAL 1 40 27 157 10 167 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Computados, apenas, os habitantes para os qua is se explicitou a atividade. Para 21,84% dos livres indicou-se atividade econômica ou ocupação, com respeito aos mancípios a cifra correspondente atingiu, tão-somen te, 3,92%.

TABELA 50 LIVRES: NÚMERO DE FAMÍLIAS A CONTAR COM FILHOS VIVO S E PRESENTES,

COM 20 OU MENOS ANOS DE IDADE (número de filhos a variar de zero a sete e mais )

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Faixa Etária do Nú mero de Famílias (a) Número total Chefe de Família 0 1 2 3 4 5 6 7e+ Total dos filhos ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Menos de 25 anos 4 7 1 1 -- -- -- -- 13 12 25 - 34 5 9 6 1 2 2 1 -- 26 48 35 - 44 2 6 4 3 4 3 4 5 31 116 45 - 54 4 4 5 4 5 3 3 5 33 119 55 - 64 4 1 3 -- -- 1 2 2 13 40 65 ou mais anos 6 -- 2 1 1 -- -- 1 11 19 Total 25 27 21 10 12 9 10 13 127 363 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) Número de filhos variando de 0 a 7 e mais .

TABELA 51 LIVRES: NÚMERO PROPORCIONAL DE FAMÍLIAS A CONTAR CO M FILHOS

VIVOS E PRESENTES, COM 20 OU MENOS ANOS DE IDADE (número de filhos a variar de zero a sete e mais )

(NR - 1804) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Faixa Etária do Número P roporcional de Famílias (a) . Chefe de Família 0 1 2 3 4 5 6 7e+ Total ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Menos de 25 anos 308 538 77 77 -- -- -- -- 1.000 25 - 34 192 347 231 38 77 77 38 -- 1.000 35 - 44 64 194 129 97 129 97 129 161 1.000 45 - 54 121 121 151 121 151 92 92 151 1.000 55 - 64 307 77 231 -- -- 77 154 154 1.000 65 ou mais anos 545 -- 182 91 91 -- -- 91 1.000 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (a) Número de filhos variando de 0 a 7 e mais.

TABELA 52 NÚMERO MÉDIO DE PESSOAS POR CATEGORIA DE DOMICÍLIO

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CATEGORIAS Santa Luzia Abre Campo, Gama N. S. dos Remédios Passagem e e Furquim e Cape la do Barreto Mariana ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 3,35 30,94 1,7 2,91 2 9,27 5,00 5,0 6,12 3 6,61 13,88 7,4 5,55 4 10,40 17,50 8,9 7,15 5 19,35 -- -- 7,00 6 41,91 5,00 -- 2,00 GERAL 6,5 20,66 6,0 4,98(a) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) inclusive Vila Rica.

TABELA 53 NÚMERO MÉDIO DE AGREGADOS POR CATEGORIA DE DOMICÍLI O

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CATEGORIAS Santa Luzia Abre Campo, Gama N. S. dos Remédios Passagem e e Furquim e Cape la do Barreto Mariana ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 2,63 30,33 3,3 2,23 2 2,80 -- 3,0 6,00 3 2,42 10,00 5,0 2,00 4 1,97 -- 4,5 1,00 5 3,40 -- -- -- 6 15,38 -- -- -- GERAL 2,80(a) 23,56 4,2 1,92(b) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) inclusive São Caetano; (b) inclusive Vila Rica.

TABELA 54 NÚMERO MÉDIO DE ESCRAVOS POR CATEGORIA DE DOMICÍLIO

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CATEGORIAS Santa Luzia Abre Campo, Gama N. S. dos Passagem, Vila Rica e Furquim e Cape la do Barreto Remédios e Mariana ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 5,35 25,42 2,0 3,62 2 11,38 -- 1,5 5,06 3 5,62 12,36 4,1 3,80 4 11,50 10,33 11,0 4,58 5 17,57 -- -- 4,32 6 59,75 -- -- 9,40 GERAL 7,17(a) 18,15 3,9 3,97 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) inclusive São Caetano.

TABELA 55 NÚMERO MÉDIO DE FILHOS, COM 20 OU MENOS ANOS, SEGUNDO A FAIXA ETÁRIA

DO CHEFE DE FAMÍLIA (POPULAÇÃO LIVRE) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Faixa Etária do Passagem, Vila Rica F urquim N. S. dos Abre Campo, Gama Chefe de Família e Mariana Remédios e Capela do B arreto ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Menos de 25 anos 1,35 0,40 0,92 0,50 25 - 34 1,81 1,48 1,85 0,75 35 - 44 2,38 2,23 3,74 3,00 45 - 54 2,31 2,76 3,61 1,33 55 - 64 1,18 1,55 3,08 2,33 65 e mais anos 0,49 0,85 1,73 0,17 GERAL 1,80 1,81 2,86 1,67 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Computados os filhos sobreviventes a viver co m os pais.

TABELA 56 DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO, SEGUNDO GRANDES FAIXAS E TÁRIAS

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Localidades 1a. CLASSIFICAÇÃO 2a. CLASSIFICAÇÃO . 0-14 15-64 65 e mais 0-19 20-59 60 e mais ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Vila Rica, Mariana e Passagem 291 657 52 369 540 91 Furquim 293 643 64 374 508 118 Nossa Senhora dos Remédios 394 58 0 26 490 457 53 Capela do Barreto e Abre Campo 252 65 0 98 297 598 105 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: Os valores indicados para cada grupo de núcle os e classificação somam 1.000 no sentido horizontal.

TABELA 57 DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO, SEGUNDO SEGMENTOS SOCIAI S

E GRANDES FAIXAS ETÁRIAS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Localidades LIVRES ESCRAVOS . 0-14 15-64 65 e mais 0-14 15-64 65 e mais ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Vila Rica, Mariana e Passagem 325 616 59 220 744 36 Furquim e São Caetano 322 613 65(a) 191 752 57(b) Nossa Senhora dos Remédios 421 554 25 311 660 39 Capela do Barreto e Abre Campo 303 561 136 212 720 68 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- OBS.: (a) apenas Furquim; (b) Furquim e São Caetano . Para cada conjunto de núcleos e segmento social, os valores somam 1.000 no sentido horizontal.