Manfredo: o Giaour - Byron, Lord Publicado por

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Manfredo: o Giaour

Autor(es): Byron, Lord

Publicado por: Imprensa da Universidade de Coimbra

URLpersistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/3337

Accessed : 1-Aug-2022 00:10:14

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LORD BYRON

MANFREDO

o GIAOUR

TRADU ' llE, DO ORIGI. ' AL

POR

A GU TO CARLO XAVIER

Juiz de direito de primeira instancia

CODIBR D1PREr\ A n .\. L']\ ' YER n ADE

1 93

..

/

LORD BYRON

MANFREDO

o GIAOUR

TR ou 'ÇÕE o RI Ir AL

POR

AUGU TO CARLOS XAVIER

Jui z d direito de prim ira instaneia

COL\lDfiA IMPRENSA DA U IVERSIDADE

1893

lIe poesi o nelle lettere deI Cereso, deI Byron, deI Foscolo, tu trol'i qualche impronta dei loro ri­morsi, della violenza, con cui tentaroDO soffocar le mal vogie possioDi.

Mo sono lampi fugaci. che se bostono o mostrare come errino coloro che negaDo ii senso estetico aI criminale, pure a mala pena si pOSSODO scovrir collo lenLe deli' erudiLo.

LOMBRO o, L'Uomo delinquente. vol. " pagg. 538 e 540.

MANFREDO

A QUEM LER

o traductor nuo de conheceu a difticuldad inherentes á interpretaçõo do gr nde poeta.

Nlio 'U I paz ter vOllcid e. a difficuldade e ter COll 'ub-·tan iado em tod a plenitude o pen 'amento ,a imagen

e a on tl'UC 'fio delêcada e vigoro a do origin 1 inglez e diligen iou unicamente que j em re ultado de algum tra­balho e de algum e tudo, a tra.ducçno fo se COl'rect e fiel.

N'e ·ta paT'aphr8~e a I ro a está admiLLida p la melhore auctol'idade .

É f ra de duvida que a traducf:lío metrHkad engrandece o valor da interpretD(;iio e a torna mai te ' t.ua!.

O traductor nuo hê i em onfe sar que excede essa empreza a sua for 'a .

E nõo pareç inutil e ta declttraçuo, porque, ainda a im, na grande oh taculo . Exigem~ e primeiro que tudo, no trabalho d'e ta natu­

reza, a investigaçõo cuidado a da ideia primitiva e a e a­ctidão littera}, e á prosa permitte fi tran laç1io completa da ideia originaria.

É certo, I orém, que a fárma lyrica se extingue por vezes com pletamen te.

Manfredo, (Manj'l'ed)~ pertence ás mais ublime inspirações do poeta ~nglezl

É um poema dl'amatieo, ript s h a im pre. sã de fund mi"tltlll'opia e uma das I' 0\ s d I I'd B r n que r " I m, m t d "iO' I" fi rcil:iio pl'in ipa l da sua Ot'io'i-11 lid d" -o de 'ripçüo inilllila\'cl d cnli mento mai melan olie e do fu t m i lu uOre~.

Um h mem de crenio, onsumid p I' paixàe, "i lenta, pr ur u na i n ia o squecimcnto. D preza ' ti huma­nidade e ante' iu na morle alui laç,l.o. m açadol' de amUI"8S u teve no" Ipe - ü b inl de um prc' il icio ;

e quand o ac mm tl li o 111 I'l , nu do ui ida, ma ' a qu ~ lermo ine,'ila\' ,I da ",i l n ia, I' c beu-a Ln a Ol'a'" m d qu m ~ ó ",ultÓI'U nLre p I'i·"'os.

\ tarlé dil" e-hia uma ,'i ii qua i ill omprchen i\'el. Apel' onnlidade a morte d lnt'lé uI i lem n

oh cUl'idade e a 00 cUl'idud . talvez d reito d'e Le I oema , ou porque us ~umplo ej em i my lel'i o ou p r Iguma 1 equena in uria da p I'L d auclol'. t

Ianfredo desce ao infemo; ahi, pela ey c8\à do e pi­rito que rodeam Arimane , 'uI'O'e lurl" t I'mo n aind e em a pallidez da morte, «ma tendo na fa es as óre e lranha do hectico, o rubOt' fóru d na tuI'al que o oulono depo ita na folha amorlecida.ll

A Larté, piedo a e re iO'nada, perdoando a quem a alTas­tau ao crime e á morle, é o ymbolo da expiação. Fôra a innocen ia, con umida pela, paix -e ; era a alma immol'tal, re\'ivendo n um hori onte de I urcza. l\Ianfredo, pa nthei ta e ceptic , mOl're on\'encido de que a alma é immol'lal e de que parte de obre a len' com a erenidade ou a inquietação devida ao bem ou ao mal que prati cou na vida.

A cena entre Manfredo e a fada do Ipe é da mai gl'andio a que se devem á I enna de B ' 1'011. i

1 Wil 00, nota fl ediçiío de lul'!'ay, 1 76, pa"'. 176. 1 Jeffrey, \Vilon, noLu ii edição cilada, pagg. 1 1, 182.

\1'\ 'FrtEDO

A invocação a sol e a d rr'Ípçiio da ruina ' do olisseo, talv z a mais admiruvel d 'S ríp';uo onhe ,ida da.' ruínas le I orna, t'\ tl'ech inimit vei:-; de poe 'ia la ·i a e as de. ct'ip ';<,> . do Ipe ' d' 1i(lelitlnc1e Uf'prehcndente.

o 'i the dizia que o Munfl'edo era a imitAção ou antes a recoll ' tl'ncção do Fali to, ultim d por um homem de genio, cml m i I' inLere..: e examin r as alLeraçôe e o gl'au de 'imilhança ou di ímilh nça entre o M nfl'edo e o or·iginul. l

Byt' Il, reconhecend em o'ithe a maior illu tl'ação da AlIemanh e da Euro]) , nuo admiltia que lanfredo fo e a imi La<;í1o do fo'aus t .

Em 18:...0 escrevia ao edil r Iurray: Nunca li o Fau ·to e nil ei allemào. Em 1 16 estive em Coligny, onde MaUhew lonk Lewi me tmduziu de viva voz a maior p rte do Fauslo. lmpres ionou-me; foram porém o taub­ba h, o Jungfrau e alguma coisa mai , muito mai do que o l' austo, que me fizeram e crevel' o Manfredo. TÕO obstante ha muita imilhan!,'a entl'e a primeira scenu e a do Fausto. t

C telar na Viela ele Lord B!Jron e Taine nu Hi 'toria ela litteratura ingLe-:a estabelecem o I arallelo entre o Manfredo e o Fausto.

Ca telar diz-no' que o Manfredo é o poema por excel­lencia de lord B r n, o poema do sentimento e o da natureza e o Fau ·to o I oema da idei e o da hi toria.

PeI'COITem- e, n'e te, toda as paginas e"criptas, desde o fiat lux na Biblia até ó reac;ão do papel moeda nas arca do judeus. TO Manfreuo examinam- e, de de as agua até tl lagl'ima, todo o elemento na ua e encia.

Ambos ignificam o de encanto que ha na limit çõo da vida humana. Fau 'to can 'a-se deIois de ter pensado,

t Goethe, A a/'te e a antiguidade, citado a pagg. 191, 192 do edição de Murl'oy, 1 76.

1 CaI'lu de Byl'Oll, cilada fi pog. 191 da edição de MUl'l'a '.

10

fonf .. do d pai", d t I' \'h'id ,Um n' minha- ú morto c mo um d uLol' all emii ; pI' " U a me li il1 , a ai himia,

e a philo 01 hi; oub ram-Ihe

ó morlo d poi. de ler entido, de ter lu Lud , le t r nm do inu ti lmenl ,

po m d 'ilhe o d y" n c n 'el'vam o mal om um mpnnh iro in el arn\'~ 1 d pr lo "'oni la. B 'I'on, emin nlem nle individuoli ln, 'U])P rla mal mo um

n I' da n i n ia c d enll'(\ nh a~ ; uPlort - ell r-l'Dd n p n ~am nlo, ndhel'ind t1 'orno uma pelle d f 0'0, diffunuitlo pel ,nn'YIl humb a ferv f',

um (' 1'1' i\' inflnd mati lIndo- e em l d ' a ue~ rmidmle e m t do..; o

nii; '-' the i phil pho, ((II

no limil ~ do natureza e da \'ido hum na m o mpn­nheir in pat'o\'el lo bem, mo o onlilhe e que deler­mina o the e, a ombra que ae mi an J a luz , a febre que re ult d ex e de "ido, o zanO'uo lue lib o mel, a dór que produz, fi duvida qu crio, fi negaçi10 que define e affirma. rOll . ent o moi, o'ilh p na-o. t

on~ I'me a riti a de Taine, o l\ lanfr do, em toda a ~ ua ere <: onrenalUl'ne , e lá infcl' ior ao Fau,' lo,

É p r 'm uperior com de cri l çã de um cata ler forle e d Il'edominio dn vonlade.

eu o im'encivel eu, que nã p dem ubjugar demo­l1io nem homen , Ductor unico do eu bem e do eu m 1.

o Mnnfredo, o Al'imane , o e I irito e a f d do Alpe õo divindade de lhealro. o Fau lo, ó imilhan 'U

d RO li'" m,\'slel'io, o I er~onoO'en ele ' t manife­lam- ~e na attiLudesc n agrada pelo Lcxto d Esc .. ij ttlra, e o anachoreta , as mulh ere anta e doutore tiu luam em I'edor da :\Intel' lorio. a , I econhe e- 'e d poi que no

I Cu leIa I' , Vida de Lord Byron, pag. 153 e seg,

I 'FREDO 11

dilTel' nte' per' nag n ourenutura' d Faust e eon-ub ' tanciou uma ideia, ou , ignifiquem p .' oa ' ou uh lru­

cç e . Mephi ·tophele S um revolu ionari e um I hilo pho,

- o e pirito que nega. ), anjos são a intelligenci ideol, que lu lo mo por m i d 'mpathio, tudo mpreheode por meio d id ~a , A Divindade confunde- e c mo nb.'o­lut illocee ivel.. '00 o per:onngen do Fau lo onfor­me ú verdade hi ·tol'i a da lendn que reproduzem e os ficç e do periodo a que e referem e, (unn lo repre 'en­tam allegoria ou ymbol .. , ignificam lei fixa e invisivei 1 ela qu e ' são regido as forças da natureza.

Fau.'to é o maior loema do 'eculo dezenove por ser uma vel'dadeiro. epol eia em que intervêm verdadeiras divind de. Ionfredo o irmüo gemeo do Fa\lsto. Goethe foi o poeta do univer.'o, B~ I'on do individuo; um foi interprete do genio allemão, o outro o do genio ingl z.

o"the, con ervando- e poeta, fez- e naturali t e geologo. Na ohra de Goethe, a corl'ellle de agua segue o oeci­

dentes do tert'eno; dõo-Ihe a ler pectiva 8.' ondulaçãe de um hori onte lumino o; está-lhe imminente a neve dou­rada que exhala. Ta obra de B 'roo, a correnle de agun converte-se em gelo informe, n'um rigido blo o de cl'i tnl.

Ha sempre um personagem unico, Ilomen , deu. es, natureza, lodo o mundo cambiante e multiplo de oethe de appal'eceu. ub i te o poeta revelado pelo eu ler '0-

nagem. Con entrou- e por forma invencivel em i proprio; amai ninguem conheceu; evocou differente entidades,

Ó 1 ara que lhe r'esponde sem e per i tiu m um mono­logo eterno atravez d'e ta pr'etendi la popein,l

A cl'iti a d'e ·ta · dua.' illu tr'ut;õe contempol'uneas de­mon ·tra a grand za d'e te monumento liUerario.

Ante de começai' li traducçuo parece ao traduclor de\'er

I Taine, Historia ela littcratul'a in[)lcl1a, IOl'd Byron,

12 IA FRTmO

m n ionar a \. I' õe e tran(Yeira~ ao ub idio d quae re' rreu omo lem nto d intel'jwela 'ão.

] 'n tr tft. (a de Benjamin Lar'oche e de . Jo é Alcaló aliano ' Ferna nde de l(l ~ P t1a ), é digna de m n\30 e I e ial a admiravel tl'aducçiio he panhola de D. Jo ' leal al iano, e ripta em vel' o, qua i empre lit­teral e on en'ando a con trucçiío ingl za não ob tante a dh'er idade da indole e da filiação da dua lingua.

PERSONAGENS

MA FREDO

UM C ç DOR DE CAMURÇA

O Asa DE DE S. MAURICIO

MA UEL

HERMAN

A FADA DO ALPES

ARIMANE

NEME ' IS

O DE TINO

E PIRITO , ETC.

A scenaj>assa-se nos Alpes supêrlores; partê no caslello de Manfl'cdo e parle nas montanhas.

MANFR.EDO POE 1 DR \ATICO

II n mais no réo c na terro do que pen­soes no vosso plliJosophio, lJ oroLio. (cc)

ACTO I

S ENA I

UMA GALERIA GOTHICA. - É MEIA NOITE

Munfr do c lú Ó

M FRED O

For a é I'eenchel' a lampada que, ainda ê1S im, nào lerá luz pOI' L d o temi o que 1'01'<;0 o é pr longal' e ta vigilia. DOI'mito apena , se I o dOI'mitaI', mas niío durmo; poi é o meu somno a ntinuaçõo de um tenaz pen amenLo a que não ei I' i tiro igia o meu cOI'açõo; cel'ram-'e e te olhos pal'tl ver interiormente e, uüo 01 hmte, vivo e tenho o ge to e a e tatura do viv . Mas o offl'imento devia seI' o me ·tre do abios; a dor é a sciencia; o que mais

(u) Shukc peUl'C, Hamlet, aclo I, cClla v.

~I.\I FREDO

abem, ~l'O o~ que mai ~ fundam nto h·:to do lamentar li

fulul \ I'dade; a m'\' nu . a al'v I' da vida. Philo l phia, cienei, ol'i,'T Ib d mUl'a\'ilho , conheci­Jll 'Ill d ulli\el'S ,tudl '.:tutl i! t m a minha inlc11i rr n 'ia

p deI' de - a\,(l~-alt\l', llla~ n" mo pr \'eit m. Fiz b m a s homen ~; mo~m nll' 0110 nc ntrei b ndado, mtl~

nu me ap1'O\' it u. Tive illimirros; nonhum zornb u de mim; muit ahil'am d ante do mim nõ me apro\'eit u.

bem mal, "ida, g ni , a- p ixãe ,tudo qu n:,j n ~ outros el' s tem id pan\ mim de do aqu II hOl'a em nome mo H 'huva bl'o a areia. Nada temo; into a m Idiçii de nu tel' um I' c io que el'ia nOlul'al,

nem um u piro. anhelante de a pil' ç-e ou do e peron.a , nem um amor e condido a ou ~a alguma obre a terl'a. \ oll mo ao trabalho.

odel'e~ my tcri I E.~ pil'ito · do univer o i11imitado! bu quei-"o na luz e na trevas! - fi VÓ ,qu peregl'inae em redor da terl'a e "i"ei n'um ther mai ui til, que frequentoe o imo da montanha inacce sivei ,-a "Ó~, familial'e da cavema da terl'a e do oceano, eu vos invoco em nome do encanto e cri l to , que me dt'io po­dere. ul'gi I ppal'ecei. (Pall (( ,)

1 'ã chegam. Pelas palaHa d lue é o pl'imeir entre "ó ; paI' e te siO'nal que "O faz tremeI'; pelo direito d'e e que é imperecivel. - urgi! A ppal'ecei! Apl arecei I (Pau a.)

e a ~ im é, e pirito da terra e do ar, não continuareis illudindo-me. Por um poder. uperiol' aos que evoquei, por um encanto I'uel, gel'ado n'uma e trella condemnada,­ruina ardente de um mundo demolido, inferno errante pelo e paço eterno, - pela maldição podel'o a que me opprime; pelo pen amento que e tó dentro de mim e em torno de mim:-Obedecei á minha vontadel Apl areceil

Vê- c uma e li' lIa na exll'emidade mai e cura da galeria; conserVO-tie immovel; ouye- e uma voz, conlundo.

MA. '1IIH,no 17

PRIMEIRO E. '!'IIUTO

!fol'ln] I oheue<:o-t ! parti dn lllillhn ('sln1lcill no intcl'iol' de uma Iluvem; ahi fi 'll~t\'llirUlll brisas elo '" pus 'ulo e u doul'oram o ultimo, mio do 01 el um dia e tivo, dUlld -lhe a core ,'ull,'n azue, unidns n meu pavilhilo. I ótlc ser prohibido o que me petlc ~ ; nã oh 'tunte parti; O!'ill ele uma e,'ll'elln me trall portou. Obedec;o o teu e' 'Olljurú, Declara a tua vontade,

,'RG DO E~PIRITO

O i\Ionte I3,'unco é () rn nar 'hn dn. montanha. Ila muito III tlenlll1 ellas, bl'e um tbl'OIl de roehedo~, a COI'ÔU,

um manto ele nllven.' e um diuclema de neve. As f1or'o,' ta upel'tam-Ihe o illturli ; n'uma da miios li lenta (l U\(l­lanehe; ma. , anto - de ahir, aquella mal fOl'midavel llS­

penelCl'-se-ha por meu mHlldndo, Os gelcil'o,;;; 010 sae 111 vem-so fl'io e i"l'equicto o cada dia caminham, Ó eu lhe mando que pa ' em ou par'0m com o 'eu gelo, 'ou o genio d'e tes arredol'os, I elo meu podel' o monte sub­vert -se e e tr'emece até ó infima caverna~, Que me quere ~

TERCEIRO R PI RITO

m r profundo e azul, ollue nuo luctam a vaga', o \' 1Ito > desconh cido e a el'[lCllte do ~ m/lI'e.' lem vida, onde a er'eia omo ele COIl ha' a U'an\,iL ver lo,; ahi,­a meu alma palacio de ral, -um ecbo ellOl'me fez rolaI' o om de teu.' onca1lto , qual for'u o d tempestade

rI' Ildo ó upel'licie da ' agua', Ao e pil'ito do oceano ,'evela o que de eja

QUARTO E 'PI RITO

Na~('i onde o tel'remolo jaz adol'mecido sobre o fogo e os lago de betume ouom ao are' em ebulliçuo. Ahi adhel'em fUllda ó telTa a raizo do Andes, cujos pin QI'OS

voam para os éo , Dei . ei o meu logar nati o para sup-

~

- - - - ,...... -- -

1 ~f ~FRED()

P !'lu I' ' leu" ll1:lnda,i.:;, uh.i ll ~nl'llll1-l11e ' tC ll ~ Cll C:l lllo' ; 8 tua \' nt'ule CI\i meu o'uiil,

E~PlR[T

U c1}\'all ii' do \'ento iII tin" tl I' das tempe ' tude , De ' \ iei-me de um tufü , que tll'<l il:l a indu 0 \11 u luz do l'elampulTo ' , lura 01'1' (' ó tua voz e p 'ei na lufadas do aquilo obl' a pl'8i e m<ll'e '. Encon tl'ei uma fl'otu que nu\ >& \ C m \'enta de el'vil'. el'ú, pOI'ém, ubmol' a ant ' de n abtll' to n itc.

EXT E ' PIRIT

Habito entl'e a' Ombl'8' da noite. P rque me tortUl'U com 8 lui': 8 tua magia t

SETIl\l E 'PI RITO

A e ' tI'ella, que reO'e teu de tin , foi, anle de a torra exi til', I'e"ida I ai' mim. Jálllai um mundo Wo /l O\' e en 'nntador O'il'ou em torllO d '01; movia- e liv l'e e regu­lnr; no e_paço não e ' mi rellendia uma e 'tl'ell a mai ama\'el. Che 'Tou a h "a; nVel'teu' e n'um montüo de chamma cn'unte e informe; ~ i um ometa lue ,'e tl'nns­viou, uma impre açiio, mneaçondo o uni\'e l'_o, rolando empre om for '() immnn nt, em fõrma e_pherica, cm

ol'bita, - mon ' ll'O, brilhante deformidade no fi rmamento ! E lu, que na ce te ob uma lal influi 'no, tu, verme a quem obedeço e de ' prezo, 'ompelli 'te-me, (I 01' um I odeI' que não é teu e dado ó para que eu te domi/la ' e, a de' e1' por e te momento onde e te ' eSf.lirilo in ignificante g iram em redor de ti e teem conferencias com uma ell tidade como tu! Que me quere , de cenden te do barro ~

o ' 'ETE E 'PIRITO

Aqui e ' tào ao teu aceno e mando a telTa, o oceuno, o ar, a noite, a montanha, o vento ' e a tua e treIJ u,

IA FHED 19 --- - -----------

dCSCClld Ille do b()l'l' ! 1 O lllo pres nça e'Wo ' ClI C pi­rit ,- Que (luere de IIÓS, dize, lilho tIo' lTIol'tne',

M NFREDO

o e 'Cjuecimento!

PRIMEIRO E 'PIRITO

De 'lu ? - de quem? - e porque?

1\I FREDO

Do que e tá no meu pen omento. L de-o; bem o sabeis, nu vol-o posso dizer.

ESPIRITO

Ó podemo dar-te o qu temo. Pede-no \Ia alio, a oh rnnin, o poder obre t da a telTa ou pal'te d'ella, um ignal dominador do elcmento que estiío oh o nosso

imp I'i . CacI uma d'e ta oi!';o, , - todns ella , serão tua , .

FREDO

o esquecimento. - meu propl'io e. quecimento. Nõo p dei, extrnhir o que v pe(;o d'e' es reinos c. condidos, que tUo profusamellte me /lere ei ~

E PI RITO

iío e. tá em a no.' a e. 'seneia, na nos a capacidade. Pode imple mente m rl'er.

M NFREDO

E a mete dar-me-ha o e quecimento 't

E 'PIRITO

omos immoetae e nõo e que emo pOl'a nó , o pa ado e o futuro õo re po ta?

IANFREDO

. Somo eterno' e, pro ente. otive te

Zombaes! Mas fez-vo meu o poder que "O trouxe

\1 \. FHEU

[lljlli. E 'I'nll"'~ IlÚO III 'Ilo-:'(ll"l'/.ci.., a mi ldlO \ OIl (Uc! .. \ illl 'lIi~cllcia, o c'pil'ito, ( rng"n d' PI' mcth ou, n SCClltclhu dil millllH e\. i..:; ( 'Ileia l' lei/) hl"illw ll l , aguda c Iludu /. ' OIHu

a I O""::.il e, nilldn <j1l o Uil l')'\) n CI1C 1'1' " IHio \ ' 0 -'; 'cc! 1'1\

em c u a al·ruma, l c pond 'i ou n 'iI I t'-\·o '. i Jucm s u,

E::-PIRIT

. \ 110"3 I'e~ p ~tH jü adem s. 'ompl'ehcnd '_e no tua. pala\T8 .

:l1.\NFRED

POl'llUC ° dizei ~? ESPIHIT

, ~'e , 'O ll1 aml'mn ' , n lua "s 11 'ia \ qual a l1 us'a, I" pli­cam ~- le, dizend -Le quc IlÚO t 11) que" r comllo a (lue 0'-. ll1 ,'taes 1üo o 11 me dc m t'Le.

:lIANFRED

Foi illUlil, Il'e' e a~, tet" \O 'hnmado de \" O~'O l'etIl O~ . Xtio podei .... ou 1111 quel' 'i êluxilia t'·me.

E ' PIRITO

Falia. fferecemos·te que temo; é Leu . Il te de no despedi t'es, I'ellecte. I d , nilldu umo \'ez, u m I' 1110, o p ler, o I'i"ol", n pl'olo ll crO\,ÜO do...; Leu ' dia.

M.\..~FRED

{o, 1 Idilo ! que me imporLam o ~ meu dia ' 7 ão jt't pOt' dell1ai ~ 10n <T0~. - Ide'l'o ~ , pUl"ti!

E-'PIRITO

E~pel'H! ElI1quallto Dqui e Lamo~' , quizel'a a no a 1'011-laue I'l"e~lal"·Le um .·el'riço. Hellc ' te: não ha\'erü outra dadi\'a de algum \'0101' ao L u olhos?

:llANFREDO

Xüo, Ilellhuma. F'icDc pOl'em um iI) 'lall te aindu untcs

~I.\I 'FHI:no

c1 no s pnr' l'tnO., Qlliz 1'/1 \ 1'-\"0:"> fure fi fucc, Oll<:O a' vo, U voz S, ons 1I1el, nc'olit;o ' suo\' romo a mIl i 'U

1)1'0 n ogllus e ohi vej immorel uma e trella gr ncJio fi

]wilhallLe e noda mni, pPI'oximae-v S C1use' soi ,­um, ou Lodo ,- s b a \ '0 n imagem habitual.

ESPIHITO

no S8 configUl'lH;i'\O a do", elemento <10 qlle mo' o<.,pil'ito e () ]lI'illCipio, E..,colhe, [>orrm, uma imagom,

N' lJlo te uppnrec 1'01110

IA FRfmn

Nií tenll lha. PUI'U mim lliío hn \'triLo s Ilre o L I'ru lue oja h l'I'i\'el ou bell, urnn, o CJuo ollLI'e vr)' é m i podero ,o a,'pe L que m is convenientc lhe poreço, -\ inrle!

ESPIRITO (Appor cendo oh a f,',rma ele uma mui h 'I' bella)

Ei -me! l\l ' FRImo

Oh! Deu, ' ! - tu, , , , e nn ps uma zombnl'ia e uma LI 'l\l"l, P diu . er nindn o mui ' f'lil. dos hOll1en, bl'ilc;o-te

e ouLl'a voz , el'emo " , -- (A "isiio extingue-sr,) - h! O meu r I'[l<;õo estala!

(i\lnnfl'cdo cnc inC'I'Le),

Ou\'c- e pOl' uma \'oz o que , cegue: (a)

Qunndo fulo-em bre o IiHll' o raio da lua e na [' h'H e tfto os pyrililmpo ,\la. epu lLura o meteoro' e no pnnLnno a pho I hOI'e~ ~n ias, - Iuando corTem as e -LI'ella:-; CD lenLe e 110 respond ó coruja,' u, folha:-; da ol'\'ore. e~l<\o em ilellcio no ,'ombro da ollinn,-

«I) E te trecho tem no original o nome de IncalltattOll,

,

- ~- - =--- -~~~ ~-- ---- - - - . ~- - --..........------' -- ~----

. 1\. loH!'1l0

----a cs-.,n ht ra, - a minha alma 1 til s hl' o Lua 'Ull1 um pod I' e um ~iLl'nal.

erl1 L Ir I pl'Ofund L li 0111 n , ma teu pirito nuo I de ad rme el'; ha mh!'n , empl'o in ' lingui\ i

pen mento <lll nõ I d " hllni l'. Um pod I' , quo des-conhe ,illhibe-t de c,>tn!'e '<'l. PUI' 'e cllvolvidu CI11

um rnt rLalh L,l' 1)1' n ll'UI11<1 nu\' 111.

Yi\el'l\ par'i) mpl' Il pil'it c!' t, en '8 nto. ::\ü m \" pns '0 1' jlln 'L ti 1 ti; 1111 " t us olho hüo

d pr'e-.,enLir-me omo ' in\'i"i\ ' i II ti \'ess s lat' o 1>1'0-

xi mo L nhn ' tad :"olllpr' ti> ti. E 0, n' '" t I'r I' intimo, "ol\' I'C' a fi' nle em reei r, li nl'ü lll' pr henditla vcndo que flhi nuo .... lou, om o f' f.l tua om br; e osse p der, de Clue ente o impuls, crtt o que mai d \ 'U

e conder. ma voz e um ver'~ i ulo mfl'ri o dcr'om-le o bapti 'm

de um imprc oçuo um spir'ilo d ar le rodeou dc in i­dia; o ' \'ento, pela' ua voze, hii -de frohibir-te a alecrri'; noite I'e u or-l -ü n s l'enidade d nl'm mento e o dia tel'á um I que nheléll'<i de ça lIe ao o idenle.

Da ' lua logl'ima.' ll'aiçoeil' di",lillei uma e en ia capaz de mataI" do leu coraçli e premi anouc n g ro IIU ua mai neO'l'a ol'icrem; do teu ITi o arn1l1que i uma CI'-

pente n'elle, recolhida c m m um i"'ado; d tcu labio extl'ahi um encanto lue produziu todo e 'tc mole

ra\ i , imo; pro\'ei l do 0 _ \'enen conhecido e notei er o teu o mai violenlO . Pelo leu peito in en ivel e o leu orri o de erpente,

pelo aby mo immen o do teu Ill'di ,pelo leu olho que parecem da maior \'il'tun , pela h 'pocl'i ia do teu e -pirilo in ol1do\'el, pela I e l'~ i(:ii da tua al' le que f z julgar humano o teu cOl'açõ , polo.' lua delicia no offl'imenlo alheio e pela tu frate('J1itlôde de Caim, appl'oxima-le e obriO'ar·te-ei a ere o leu I r pl'i inferno.

Inclino obre li e ta redomn; todo o eu liqu ido e haure; a im e tá ubmettida á tua provação; não dormil' e não

~t \ 'FHEI10

mort' I' d leu d lino; ti mortc, n pil'açào lua, p r' 'cr-L -ú \lroxim 'cmpl'c lliío , Cl',"\ mni qu um r ceio, Ei, c mo(;u o encanLo! I' dciu-lc, prcllcl -lc uma odeia que e nii n lc; v I'ho pns "OU pcl lcu c ruça o log om cguida pelo tru ' l'ebro; - agor mirra-te!

, ENA II

o MONTE JU 1 FRAU, - MANHE E,

Manfl'cdo no xtl'rmo de uma rocho,

FREDO

ban lonam-me O," e pil'il . que 'uro'iram ÍI minh voz; a mngiu, que e tlldei, zomba do mim; n'ella bu C'}u i alli,'io

en<.:Ollll'ei tOl'm nto ', I ão me o cudarei mai om auxilio bl'ehumano,'; não l 'm po 1 r ollLr'(1 o pu 'ado, e o futuro

nu me per'len e inv ."liglll- em e lar o pa ado ubmerso no cs 'uri lõ ,

Terra, minha mãe, e Lu, primeiro alvor do dia, e vó , montanha, porque t nde' bellezo?, Nilo 10 so amor-vo , E tu, olho bl'ilhnnle d universo, que pal'o todo ten luz, paI' todo' é um deli ia,-p ra mim nfio tens fulgor. E VÓ , r hodo, em cuj extremidade me I vanto e nde

ntempl o n!t pinheir , 'ontrahidos pela distallcia verligillosa, como e fo em arbu to, á beira d torl'enle que me e tú inferi r, - porqlle me detenho, e um alto, um rui lo, um m vimento, a re~ pirnçào talvez, podem levor o meu pilo a de unçol' para sempre n'oquelle leito de 1'0 ' ha ~ ~ illtO o impul e nuo me pl'e iI ito; vejo 01 erigo e nõo lhe fujo; va 'illn I:l minha I'az'l e e tu (irme' o meu pé" PI'ende-me um podeI' uperi r', vin u\undo-me f lnlmenLe '\ vida; e (\ ,'idn o . Ull Ol't[\!' c,' la aridez d e 1 irito, sendo a sepultura da minha alma, pois de ci ao

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\1 \ r IlFO

ulli mo dc'l""uu do ','ime e ce' ci tle j LI ,ti fkm'-l11c ti \ meti a lo pel'ant mim,

Po - 'o umtl Ilgtliu,

, im! mini Ir Aln lo, ClllC fcnrl fi" 1lI1\' n ' ; ""'lIe. -te o é em '''lpido I'Ô e I cm pod 'I'a~ I n,'/1I'-111 n 'l"/lI ,!, pnm ~e l' pl'("'i lu o d tou n i 11 h ; ma pur'l i te pn 1'/1 ndc Yi'ln nli pode e''''lIil'-le I li:" olhos p nctrnnle f1lom fi 101'1'0. l) h(wi'olll o céo , hlllnt é holl lodo le mundo' i ... i\cl! CJlI nl 1'1 ~ em ~i e na ua O('<Jio! E nó , que n .::: dizem' h I'ano. cl 1II1i\' 1'5 , in(,/1pnze d ,'oo r li 00. 'er a ce nll'l d' l 1'1'11, meloo pt', melnde dil'illlb, I'e'pirnmo.:; dC'l"r,lIlu(;ii e I'gulh ; OlllO, um (' ))­ttido ('n Ire 0" lomen to ... 111 i" lo.::: (I n ..... o "i len in I ucln­m conll'[l n nece" ... idnde \ i' u vonlade ol"l" ulho n, ui' a momenlo do pl'e(10mil1l1l' a m< I't de, erem o lJoll1 cn o qu 11 -i 1\11 dizcm e que nü contiam un , do OUII'O. , E ... ·ulemo'! (Re~oa a di taneia a f,'outa de um po tor.)- u\'em-~e

ao [lr li\TC ~on, o mll~i' ~i mpl . do alam do mon­lanha.::: e, com elll'l, n , u[l,'e 'nmpuinh do I'eba nho \'a~111 undo ,:'\iio ü n' ~ le I ')'HI' o din patria!' huc uma fabula ps loril. Quiz 1'11 beber nqucllc ccho.! Oh! fo se eu e.pi/'ilO il1l'i i\'el de lIm , om adora" I, uma voz animadn, 11 hOl'lllOnia cle um LI pil' , um ''''0 ., in "pol'eo, nacend e mor/'end 0111 o cant obenc:ourl que m de~ e a exi ... len ia!

Enll'a de um lo"nr inferiol' um coc;ailol' de comUl'çn ,

CA ADOR DE CAMUR A

Como empre!-Por e te caminho aHou a amul'l,'a ; zombaram de mim o eus pé "eloze ; mal ganharei hoje para um trab lho como e le obl'e Ire ipicio ,- uem e ló aqui? ~üo parece da minha prol, <10 e, com tudo, che~ou numa nltul'n que. ó o melhore ca<;adol'e d'enlre o 110 · ... 0 montanheze~ Iodem ntlingir, É na \le te ele­gante, o eu o-e lo \'arollil e, a e la di tancia, parece

~l 'FRImO

orgulho. 'om um nlucilo IIIl cido n il1dcpendencia,-AplH'o'\im -me.

M NFREDO (niio o vendo)

I' o. Ilcnn cer d nngu.·lin como IlCJuelle pinheiros arcomiclo , "UiIH1S ele um () Illvern , sem cas('a e . em

ramo , upcnll ' um ti, nc la 'enclo pclo ,'ni ,- im g rn da decad nciu! - e uma I'aiz um Idi ,:ollda. - E er H , im,­

tel'namente n. 'sim, - t I1do s ido de outra fôrma! ,!'lIgO' uI am-me u f/l e ; nfío a CU\'IlI'am o. anno , mas o.

in . lante', os hOI'a ' Cjue esl li ohl'eviv ndo e compl'ehen-dem tOl'lUl'o le culo! -V 6 , r'ochedos ele g I , que estoe. cillando! o\'ulallC'ltcs, que um . opro III'T' .ia qUlles m nlanhns p . ada, vinde e e:;magoe-me! lOclo o mo· mento vos ou<;o em ima, em baixo, e talar em fl'e (lIente on ni lo; ma ' pn, ae e ide ('air sobre o que ainda que­

rem a vida, 5 bre a joven fl ore -ta em f1õr, obr'e a cabana e o I gOl'ejo do aldeão inofTcn iv ,

CA ADOR

Começam o nevoeil'os acre cer do \'alle. vi o-o de que de \,a ou orre perigo de p rder o omittho e com elle a vida.

I 'FRED o r enem o. nevoeiro, (ue irclImdam o gel s; a nuven

erguem- 'e a meu I em rnpida onelula<;õe bl'a nca e ulphlll'ea como a e puma lo gro o mare do profundo

inferno, que de 'penham a sua onda contl'a a praia dos vivo, levand os ondemnado ' ao monl -e m e fo -em seixo. - inlo-me vertigino o.

C ÇADOR

É for' '8 approximar-me e er prudente; um pa 50, I'apido e rnai de perto, fal-o-á esLt·emecer. Já IlIa i pat'e e em equi librio.

~(\ FHFO

~J \ _ FHFD

lil'tlll1 ,h l11l11l:\nhn dci\.nl'nlll tIlnH ahel'luI'a nas t1u\"n,-; Olll a ql\'lb ..,[1'1'111 C'I'nll l l" S li'> inl1v ~ Alpi­n ; "", ln eH' dn li Irui,;;\ IId '1"1lll [\ ye l'tlu l'H U( , Hill ''''; I' I»" iiI' 111-"" o I' io Olll tlquc ll ~llhil() cne' nl1'O' a- ~un~ nCT1Hh 'ndcn-nl'am-s m II \ ' a~; 8 ~un" nns-

III ,- alwil'alll I\()\ oS 'irn, 11 ~illl sur' c.1 U {W nll111t' I ()s('nh l'g', qunnd heg u li \.lr ma \ Ihi' '. Pl)f'lUC nÚl Ii'Ju 'i 'li d bai'\o d't lle?

'uidndl I' d

um pn~

dcu [\ mni ' pód :-;cr-\'os

xi.:t 'n i , ni\o vo

~l.\ . FHF.D (sem o ou"ir)

Es e t I'i t-id Itll'a mim um hlHIl jflzi,r, . T"HIlI lia pro­fundidade m u.., 0""'( - tel'i ll1 qui ta<; li o 1111 lical'ioll1 sobre o" I' 'h th , di"per' .;; n rn ll'i ho do \'cnl ; c [\ , im o h.\ -de r n'esl in tonte em que vou pr ii i-lar-m. deu éo' cr)' 'lallillo ' . n<\ o olhei paru mim d'es~e mod, 0010. e me l' pl'ehende ei ; - niio erei feito pUl' mim.

Terra; ahi ten e le alom

E tn proximo a pl·ccipiu)I'- . c d I'o('h do, ubilo, o caçador d ctlmU l'çn InnC;o-lhc a mão, detendo-o,

A ADOR

PtÍra, lou O! - Não man he, e a vida te cança, a in­nocencia do ' no o ' valle c m o tcu al1"lIe cl'im ino, o. Acompallha-me, 'no te lal'''o .

FRED

• -ão me prenda ; --o meu cora,;iio offre muito ; - e lou

\I\'\FHEDO 27

!lU IIlni I' fl'lHlll ZfJ; - os mOlllcs COl'l'C'1l1 rril'OIl<lo em tOl'110 do mim, - P l'C o \'i:-;ln; - quom \.?

A ADOR

Em brove le respanel I'ei. - P\lrlnmo, , - Vilo ngl'o:­nu a,' llU\' CIlS; - linHa-le m lIIim; - pãe ahi . pé, ;

- t ma e, 'tc \Jl)\'(ltio e prelHIe-te por' um ill...,tHlllo iíquelle 81'bu lo; - tl tl-me o lua llliio o segur'u-te 'Olll fonia a mcu inlo;-d q)<Tnl';-h Ill; - d lllr'o d UlllH hOI', e.· lm' mo...,

n Chalet. . \Hlll , .i ii CI1COnll'<l1l1 s molho\' aminh ; al­gumn (' uso qlle se parcco com lima \' reda, nbcl'la desde o invel'no p lus lOl'l'Olllps, - cgue; andaste com um vai nlo;-cle\'ias l r " ido e'llI;adol'.- c mpanha-mc, (Descem

os ro hedos com diJTiculdadc, Findo o cena,)

\, \ FReno

T II

'- E i\ r

LPE ,\ B ,A.

l\lollfr til o cn~ elOI' d rlll1llll'~O",

.\~ \0 H

• '" ; fi 'a aindo; nii d,' -.;ohir jü. l LI -.;pil'it c leu lIl'p ,no III n .... por nl'~L1tnns h ,'/1", par' cm in 'opaz s d .... ' r ,7 " tll um pelo ulr. (JlI,lnd e:...li" ,. " tll >Ihol', ~e"ci o I u Tuin. Paru ndc ,'n ...,?

M.\I FREOO

li I iml I ria. "ei o mninll ; nu p,'e ''>0 de guio.

AÇAOOR

t u "e .... lu rio e o teu o, .... t dizem-me <; I'C. d alta linh O' m, - um dI" muito" poLrntndo,.; ujos a:-;te llo" r 'l'uidn..., .... oure 11 .... I'OCO .... , olham pal'o o .... "ollc:-; i ll ~ ['iol' :-;. U ' I d' .... te le dá o n me d ellll I'? Conhe(:o-Ihe:-; uni a­

mente pOl·ta ...... 1 flr \ll 'nduz o Illeu <Y tlel'O de "ida a a«uec r-me n fO'To dlh ,o...,ta" lareira..., d'aquelles ,'elhos ~ ol,ll'e e cmhl'i O'nl'-lll 0111 ,,\'fI :...0110:-; juncto d'ello . :'lIa nhe', de de a inf- ncia, a \'el' da" que da:-; mon -tanh lli conduzem. )ual d'e:...te. o Leu?

IA,'FREDO

Que te importa? c ç DOR

Ba ~ la ,en hor, pe,'doa a pel'''lI n ta e fi n d mel hor feição. I ro\'a tio meu \'illho. É d allliO'a \'in lima; muitn \'cze, entre fi ne\,e', de. fez o gel ua::- minha' \'eia '. Pre lar­le-ó, n'e e momento, et'\' iço igual. Bebe ú minha aude,

MAl FREDO

Hetiru-lc. E" o tUI;U e ' lIl ol'luda de 'ungue, - E Ili"t o ob OI'VC!'Ú o terra?

AÇ DOR

ue dizc, 7 Troll \Iu-'e u tua rozu

FREDO

f'fil'm ·te que é sanguc, [ue é o meu songue; o puro e quentc liquido que COITCU \lU veiu de mcu puc ' e nos nos 8 , 11Iondo n .' eramo jo\'en' e e\lliomo.· omol' como o niio d ViOllll S sentir. I' i clltão que sangue e denamou; mo eil-o subind e dali lo COI' (Í~ llU\'üll quc me 'errom o é, onde tu não e ,tá ,' c ollde LI nUII o tUI'ei,

CAÇAD R

II mem de p lavra eXll'a\'!lgollle e de algum pc cado que, pela ollucinac.:ào, te fuz po\'oar o \'acuo. P I' maiore CJue ejam o tcu re ei e o ' t u, offl'imento ', ho empre ollivi .,.- o auxilio dos homen anto e a pacicncia que é do c o,

FREDO

A paciell ia! o pociencia! Voe-le! - E . 'U pula \Ta fez- c I ara as be tos de carga e não poro o ave de pI' a, oe prégal-a aos mortae de um pó s imilh lIte ao teu. - Nt'\ ou d tua condiçüo.

ÇADOR

TI'a :as ao éo! nüo CjuilcI'a el' da tu , p 'Ia fama li\Te de uilhel'mc Tell. ~ I'ÇO 'O !Ircres o teu infol'tunio e e e e 'Lremecimellto elvogen õo inutei

lANFREDO

E nuo oITro eu '? - lha pal'a mim; vi,'o,

C ÇADOR

'uo con uI õe , e não \'ido de quem tem oude,

I \ FRImo

1lII'1l10-t' que l Ilh \ Í\ iJ) muito ' tlllllO~. mLlito ~ o anilo ...... mn n llhun 100'R que d \' onlor

aindn ... - e'ul ,- ,eculo .-0 c pu\, e!l ell'llill do, -l Il I fi ia e fi sed l'dente e mpl'e in . tin t d 11101'l.

dn dutl' u muil mui..,,, lho d

'i ..... len ia d II Ilde t mpo . D pellde; mo "::;ii tl po 'ha o m u fizeI'om imper i\' i e illlel'millll\ei o .. m LI . dili ~ a minha n ite , - at m ~ 111 num 1'0, til . illlilhnnte om a' arei ~ n PI .'lia; nl.el'Olll d millho \i ..... lellcio um de ~ I'lo al'id fri) .• " lIe ~e quebl'lll11 ll" onda fUI'io a ,d i. and em I' liquilb, o ..... ntlu~ naufl'ugi ~, I'oched e o amarga ai, a~ m rinha ,

i! E tõ d udo! dei\al'.

CAÇAD R

Ia aindo a in, é fOl'çoso não o

MA~FREDO

uizera el-o. o meno Ó \. I'ia um onho de I'denado.

CAÇ.\D R

E que \ê ou jultra \'el'.

IA, FREDO

A mim e a li, que é um I'U li o do Ipe; vejo a tuas virlude humilde, a ho_pit lidade do teu teclo, o teu e -pil'it . ofTl'eool', piedo 0, line e obl'Qn' ir . Vejo o I'e peito que, enlre pell QII1 nto de inn cellcia, tcn pO\' ti pl'oprio; o' leu' dia ,h io de Ilude, omno ua tUQ noite, o leu lrobulho. encrrundecido pel pel'igo, ma de -

r \ 1 FREno 81

"iuc\o.;; do rim as tUDo.; e~pCl'nl1(;ns (\ utlln volhice 'on­L Ilt ' e de lima S plllLul'U tl'Hnquilln, 'om lImll l'U7. e umu grillalda sobl' n \erde .. eI \ n, tOlHI pOJ' pitnpltio o nm r d L 'us lIeto . Ei o que \ jo. - Depoi olho pUI' mim.

lu ' que impol'tu? -o minll alma e lava jll trul1 . iria!

ÇADOR

E luil. 1'0 ' Lro 01' pelo minha 11 tua orLe?

IA FRimo

Nuo, amigo! nu quizel'a oITender-le nem tl'O ar 11 minha .. Le pelo tle qUUlqU01' \'ivente. ei soITrm'; infelizmente,

pOl' 'm, é sempre \) frl'el' em \ida, o que oull'o. ' nuo potliull1 uI P l'tar em so1111 sem que morressem dormind

ç DOR

E púde ,com e te elllil'll'udente pela uffiic\ôe ' olheia. , ter 11 llegl'ul'u do -rime? u o dig Póde, quem é de I C' tlsnr benigno, ter exer ' id \'illgançu conlt'U o eu ' illilllig .?,

IA ' FREDO

h! ni1o,-nfío,-nuo.- 'ú injuI'iei os que me Liveram om 1', O' que mai amei. 'ú em justa defoza matei um inimigo; foi pOl'ém fatal o meu al11 ll exo.

A DOR

céo te de de can l: , e fi peniten ia le re lituo 11 Li pr IWlo. ' minha ol'(1<; -e et'ào por Li,

MA FREDO

Não apre ' iso. É-me difficil upportol' o tua compaix.ão, Retil'o-me; é tempo; udeu ' ! qui Len OUI' meu agra­de i mell Lo ~ . lio re 'U e '; é o Leu ola rio. iio me . iga ; sei o cami nho ; pu ou pel'igo ela montanha; rdeno-te ainda uma \'ez, nuo mo iga:. ( ue ~18nfredo.)

• :2 ~I.\. FHED

I ~I \ .\LLE I FERI R E ~I QUEDA OE GU .

~(A FRED

:\ií ainda 111 ia dia; re~c ainda ,",obre u tOITcnle o aI" ll'(lt:ncl pelos I'ui d I (' 111 a muito, ôl'e do c ' ; to Ih ~ rl prata "'irnm m' lumna ndulnnte pela u)lel'tici per'pendi uI I' de um I' hetl ingr mo e e'<pel­

lem, -1)[\1'[\ aqui, pal'n ali e Ih I'a a longe, - n ue linhas de puma IUlJlino ~n, qual a cauda d pullid reeI, tio ('uynll CTi~(lnL C(U hn I I' m IItod p la m rLe, omo s diz n Ap aI p~ , , I m ment . Ó o meu III " h lll'em e~la p I'::-ope ti,'[\ ad I' Y I; lidüo OI11ellU

lju, ~m 'ompa nhia ue" i em h mellugem u e to aguo~ n "u di,'i ndacle, Cl10m -a!

fanfl' do Uppl' hcnd limo p rçiio d O"'U8, arrc­m ,,~u-u no 01' c mUI'mUI'a o e conjul'o. Depoi de um ill ' lunlc, uI' ''e 11 Fada do ' Ip ob o UI'CO i1'Í (lU e c cl \'11 ob l'c a lOI'!'cnl ,

E pil'ilo de nelleza! li fulgida ' a lua lranl:a , o ' teus olho ii olru c nlc, d gl ria.:"l teu vulto, o el1 onto d meno~ m rlnl da filha la terl'J e tii , n'uma e~seneiu de moi puro elemento', en Cy ral1tlecido fi )JI'opor õe, . 0-

brehurnanil'" .... ôre:-; ela lua ju\'entude 5.0 quue ' a do ine nle d rminelo ell1bnlau o impul~ cl eor 'Ú matel'l1O ou quae .... a' r eo CÔl'e:-; que o repu culo depo ita no elio obre a nere virgem do ' alto!'> geleiras, O rubor da leI'!' e o do cé , unido, lin ()'em o teu a pecto ele tial e () im \'ence a bellezu 1 i ri q ue e eleva I re ti,

E'pirit de bellezu! a erellidade d tua alma, que e manife la immorlal, refle te- e na ua,'idade e 11 'andul'a da lua fei(;-e ' , onde leio o teu I eI'Cluo, por le inv cal' e \el'-Le um momento, o um de ' cclldente da lerra, fi luem os

M FllEDO 33

poderes m i rc ondilos por vezes ]>Cl'miLlcm [ue com elles cOlllmuuique, 'o a magia lhe aproveita.

A FADA

Conheço-te e o poder'cs que te dão poder. Conheço-te polo teus grandes pon amonto, pelas tua obras boa e mós. empl'e extremo, futal e predestinado no ' teus sofTri­mOlltos . Jú te esperava. Que llle queres?

MA FREDO

Ver fi tua beIJeza e nada mais. A face da terra fez-me enlouque er. ào o ,'ou my lerio ' o meu refugio e por is o invado a morada dos que a regem. las nuo podem ello auxiliar-me, I edi-lhe o lue não podiam dar-me. Hoje nada mai I e<;o.

A FAD

Qual seria o pedido que nüo e tive" e no poder dos que mai I adem, dos que regulam o in isivel?

MANFREDO

Urna graça. Ma para que repetil-a? fóra inutiJ.

A FAD

Não ei qual eja; falia.

r.1 FREDO

im; eml ora eja o meu tormento, é-me indifTel'enlei a millha dóI' len1 1 0 1' fim uma voz. Dcsde a minha juventude o mcu espil'ilo e desviou do convido do ' homen e \lUa l)I'ojectou is las humanas obre a ton'a. A êde da ambiçuo d'ell es Il ÜO CI'a a minh ; o alvo da existcncia d'elle, n5 CI'U o meu. alegria, a dór, o genio, a paixoe fizeram de mim um e tl'8 11ho. Tendo o vulto humano e em e lima p lo homen, d'clltre as I' alul'a, de bano que me ro­dou \'(lm , Ó uma havia que ... m'l d'e u ai uda não.

Di se-te que foi le"e a minha uniüo com o homens e

3

- - ~ --- --- - . ------

M.\. 'FI RD

m flu ll1 longe rull::i, 1'0 a mcu o lm ph '1'0 lo nli lo

l'u' b I'la'i d gelo, onel s \0

l\'ill'Uir ninI! ' s il\'i clo~ d nUt'jnl' ohro uumcr"'ir-mc na t 1'1' nlc e r lur nu

o can , huli ln::; ln \'01 z froqu \llo rcu moinhL, A.., im \.uH u a f 1'1; da minha jU\ enludo. El'a ~ "~uil' dUI'Blll' ti Il ilc o m \ ill1el1lo~ da lua e da e.::ll'c118 ~ ; '1';1 filur H luz tIo ' rclnmpngos al ~ o. mcu olho

OU\ iI' a f lha: (las flnor s, di..:per::,a~ , qualld o \cntas tI au ton . Iwln\'olll

I'epu ~ ulo. A ' im me distrahi vi\'ol\(lo 110

lidii . E ~e, no meu !llllinh , o ' ~e l ' :-.; d minha e~'jlc -io, - odi nd u que o fo em ,), - l'UZ8\'am c mig , '-'ontiu qu linha caido para jun lo d'ellc que C\'U outl'U vez barr . Então, rrante . mpl' , de ia Ú o\'el'l1u da 111 rt e 11 ~ .~eu eOeit ~ i11\'e ticrnva n au a d'ella e d'enll'e o o ~ o mirrados, O' 'I'filleOs e o pó amontoado, til'ei a con lu .... õe~ moi pl'Ohibidn , Foi por i 'o quo, du-ranle anilo I pa ~ei a n ite~' enlr a 'i en ias qu ó o tempo ~ ntiO'o e tudaram e om o tempo e a trabalho, terri\'ei pro\'açãe ' e uma penitencia, (que ó ella tem poder obre o aI' e obl'e o e pil'ito que peregrinam pela tcrra e o e paço, pela atmo phel'a e o infinito povoado), o meu olho fOl'am familinl'c' da eternidade como, ante de mim, o lago e aquelle , a cuja voz urgil'am em Gadd ra da fonte ~ ollde hal ila\'am Era e Anlel'o I como tu urO'e á minha voz; e a ' im auO'mentou a minha 'do de nOHl ciencia e o \'igol' e o l'ego ijo d'e la inlclligcncio bl'ilhanti ima até que, ..

A FADA

Pro egue. lA,'FREDO

Oh, ma as im demorci a minhas pala\Ta ' e blasonei ~te inulei attributo I pai ' me approximo ao mni fundo

1,\. 'FHI'DO 3"

da millha d r. ontil1u 1110 porém.-Nuo to di' o o nome do pac, d müe, do amante, d amig ou de algum er com qu ll1 pr 11<1 ,'o a -adeio clu 1T0içõo humana. 'o a' ti, ,ni\. mo parocel'alll tue '. Nilo ou tunto Iguem houve quo ...

A F D

iío Lo dot Ilha '; - proso()'ue.

MA FRImO

Pnl'o ia-!4e olla omig 11 s foi(;õe ,no. lho, no abol­lo, m tud ; uté o om da voz diziam r par' cid om o do minha v z; ma tudo unvi ado, tud dulcificado pela h Ileza. olidiíO, o vivei' errante oram tambem o eu pen amonto; investigava a cioncia occulta, e su intellig ncia compreheudia o uni\'or o. Nuo era ó isto. Eram a uas faculdade' mai g ntis do que a minI! "

piedade, o ol'I'j o ,a lagrima, que eu não tinha, eram d'ella; eram-n'o a tel'l1ura que eu tinha só por lia, a humildade que eu nunca tive. As suas falta oram as minha, a ua virlude era só d'ella. Amei-a e deslrui-a!

A FADA

1 r lua mãos? I FREDO

Não foram a minha muo ' ; foi o meu coração, que do pedaçou o coraçiio d'ellu. - '\ iu-me e d poi mirrou- e. Derl'amei angue, ma não o d'ella; e comtudo foi o ongue d'ella derramado á minha vi ·ta e em que eu pode 'e e -lancal-o.

A FAD

E, por uma entidade da raça que de I rezas , da ordem que, sendo a tua, quizera erguer- e até confundir-se comigo o o no os, as im abandona o don da n a cienciu p dero a e foge para os vi ' morlae ~ Vae-te!

----_.-- - - - - -- ._- - --- _.-

36 1.\ FREDO

I. ,'FRED

F ilha do r! fl11'111 -le que Je~de e . a hOl'a , , ,me; a 1'<111\\1'11 ni\oii mai - do que I'e ~pi t'açõo, Vigia o meu dol'lll\l'; pel'~ rula a minha' \i,'ilio ,Vem. enla-le junto de mim! minha liJã ja nii. . s litlüo, Iorque a:s ruria a acomp uhdm.l nnCTi o denle na escuridõo at; ao romper da amor, e enchi-me de im»r c'lc;õe alé ao de appal'ecer d 01. .... uppliquei a 10ucul'U omo e fo e a felicidade; fi-me deneo-ad . Arro lei a morle e, na lucla do ele­meJllo~, a' gua ~ fugirum deanle de mim e a falalidade pa..,..,ou inol1en i\'a. mão gelml de um demonio de -apiedüd _ u -le\ e-me por um 'al>ell que e l1à quebrou.

ubmcl'CTi-me na phanla ia, na illWgilHl<;ÕO, em toda a attluellCl' da minh alma, - que algum dia foi um Creu na crcs 'UO, - ma ella, com a \'iolencia da muré que de~ce, arroj ram-me á \' rao-em do meu pen umelllo in-onda\·el. ubmel'gi-me enlt'e o homen. Procurei por

loda a parle o e quecimenlo, meno onde elle e tá e onde de\e ellconlrar-~e. Ei o que me re la aprender. A minha ciellcia a minha arle obrehumana, e ludada lno longo

tempo, -õo morlae~ empre. Per ~i slo no de e pero; vivo e \'1\'0 para empre.

A F DA

Pode er que aiba auxiliar-le.

IANFREDO

Pl1l'a i o é força que o l u poder acorde o morto ou que eu caia ao lado d'elles. Fal-o pai' lualquer fÓI'ma­em qUl1lqucr hOI'u - com qualquet' lortura - comlanto que eja a ultima.

FADA

. -<lo e lú na minha provincia. i\Ia , jurando obedecei' á minha vontade e cumprir a minha orden, Iodem ella au.·tliar-le no que prelende ,

IA FREno 37

MA FltEDO

Niío .imo. - bedecel'! - a quem? Ao. e piriLo ' cuja pro on(;a domin ? '01' os raso dos quo foram meus servo 1 Nilo.

F DA

É tudo, Nuo tons . re po 'La mai benignu f I enecte e, primeil'o que regeite , e peru.

M NFREDO

Di se. A FADA

Bu ta! - N'es e aso posso retirar-me. Dizo!

M FREDO

Retil'a-te! (Desopparece a Fada.)

FRED O

Somo o ludibrio do tomp o do terror. Colhem-no. de irn( r vi o o dia, e ubito fogem de nós e vivemo om o tedio da vida e o temoI' n tante da morte. m todo os dia d'e le jugo dete tado, d'este pe. o viLal que opprime o coração, que lucta ubmer o na dór, ou batondo rOI ido do amic ·õo ou de alegl'Í8, que v e extinguir- e no e~tel'lor ou n con umpção, em todo os dia pa ... ado. e futul'o , poi n50 ha pr'esente, quão pouco - ou meno. do que pou o -podemo c nlol'omquenão eanheleam l'lo: E, tou via, fugimo empre I mOl'te orno foge no invol'l1o da t rrente de um rio, ain la quo frio 'eja ue um inslante. He 'ta-me na minlH\ cien ia um l'e Ul'SO. ei c njurar o mOI'to e [ergunLar-Ihos que é i o que tememo. er '?

mai cruel re lota póde ser a da epultul'a que é o nada. E e nüo re pondel'em, , , .

prophela ~ opulLad ['e pondeu á feiticeirn de End r. e pil'Íto vigilante da d nzella de B. an io I'e~ pondcu 00

m nal'cha e I artano, que lhe upplicava qual fo se o -eu

.~------ ---~ .. -- ..

3 '1.\ I< \tFI\()

degLlllO. I[[\\in 11 nll rLI n '-ua nmallLe \lU ~8hcllll0 n qu'tn n""n""illn\H per lell ~\m II I'di\(. ln\' con o Jmoo PII\ :\iu" .• 'n Phi"'nlio ')\ljlll'( Il o 'a '0\'(1 te /lI' ilde,~ fi

l' n 'Ll'a l1''I' rem a ' mhra itldi'l'\ludn n nhnndotl I' a nlcrn o de ter fi \ in1Tun\fI. I I nd >u-Ih ~ \I pOI' pai \Tas du­,id "ia, . 1 cali"iUl'um- I or'm. Nu ti\' se eu \i\itlo, el'in

i\, aquell 8 quem am . Nu 11 ti\ev e um d, cria bella, ~crin f liz, dari feli 'itlade. qu . ell a? que; lia \l'C te in l nl . - ma vi 'tim d ~ meu cl'ime-

um/\ ou n em que nua u pen ar - um nada. Dentro m pau a hor8 • quund a 'hnmnr, nua eruo I erdi 1:: s

minha ' y zo. 'e L h I'a lI' m II qu vou nrl'i 'nt'-mo a "cr. Jaml:li.::., nt' e.'l hOl'H, fugi de Ihar para um pirit b m ti m u. 'e le in. t nte, p r~m, e ll'emeço e itllo

on1'l'el r-me o coru UO um rri 'L I' nho. Emfhn ei pór 111 ac\iio o llue rn i ~ det \ L. ci tl afiar med pr pl'io

do' h men ' . A pproxima- ~e U \loi le. ( ae.)

CENA III

o CIMO DO MO TE JU GFR U.

Enlra o pt'im it'o d ~lino .

PRl~IElRO DE Tl o

Le\'anta- e a lua cheil:l, redonda e bl'ilhanle. Toda a noite pi am " em deixal'mo Ye. Ligio ,e 'la ne\'e ' júmai pi"ada pelo morlae humilde e re vaiamo sobre os rochedo e cabl'o o do muI' indomito, do ocea no vitreo d'e ta montanha de gelo, que leem o ti pe to da e puma da tempe lade, arrojada obre o solo e gelada !l'um momento, - imagem de uma tromba que e houves:e parah"ad . E te pincaro, o moi ai antilado e fanlatico, cinzelado pOl' algum tremor de lerra, onde a nuven param

J\FHlflO 39

dr' '1l1l(:l\ndo fjunnüo pa,' nm, é coo agr do ao 110 ' 'o fnl guodo ' e (IS !lOS 'tiS \"igilius, Do caminho par' o p lacio ele .\\'illlnlle,., aqui ('sper minh ir'mns, pois e lu n ite ~ u nos a. gl'undc fosta, • 'urprohondo) nua 'heg m.

U\lA voz (no longe , cantando)

u,",ul'[>ador uptiYO, o:pul ~o elo throno, jazia :epull do m lo 1'(>01' , o q uecido o IH olidi'ío; quebrei-lhe c' eu.

lo\e SOIl\IlOS; pUI'ti a cu leia que o prendia; I'odeei-o de multidüe ; oil-o Ull'O \'ez lyrnnno, 1 e pOlldel"\ ao meus 'uidndos m o 'ul1g11e de um milhuo de homens, com a desll'Ui(;tlo le um pniz) a fugida e o de 'e 'pero.

,EG DA voz

orta vn o navio omar, corta \'n-o r pido; nuo lhe deixei uma \'ela lIem um mo,'tl'O , Nõ. re ta uma I roo hu do cu ' c ou da coborta, nem um do gra ado que I mento e te nnurl'agio, Apenn detive pelos cabel\o' um quo nad va. Era um , lljeito dign elo. ' meu ui dado !; em terra um troidol' e no mal' um pirata. 'uivei-o I ara levar mai' longe a "ingança e a ruina.

PRIMEIR DF. 'TI, o (re pondendo)

Joz acidado ubmel' o no omno; o alvor d manhã chorarú pOI' e11a, aiu demol'ado e terrivel a pe te negra; o meto jazem aos milhal'e ; dezena de milhares hão-de porecer, fugindo o iv . do enfermos a quem moi devel'iam amar. nda ven e o flagello que o mat, A naçã estt'l r dead pola dÔI" I ela angustia, pela doença e o terrol'. Felizes o moelo , que nua "eem o e pe taculo do inC I'tunio prol riol Toda t obra de um noite, e ta nnlliqui lc ção de um l'ein foram tambem obra minh ; durante o 'eculo o tem ido e hão de empre I'on \'al'- e.

Enll'Offi o . " undo e o lorcci,'o De lino '

o

.... ah

.1 \ I HI'D

• TRI'."

PRI:\IEIR DESTh

Ilde e"Lá me I .

~EG NDO DE T I o

" h men ; a ' d mo pUI'U

Com nl~llmfl obl' de imp I'L n ia . il ai qual ~ .I ~ minha-- muo~ e~la\'am 'heia de tru halh

TERCE IR DESTIN

Eil-a que heg . (Entra, cme is.)

PRI~ElRO DESTI '0

Dize; onde ten e~ Lud. amora te - \'0 e ta noi te, minha irmü e lu.

'E 1E IS

Demorei-me; concel'lei o ~ tIl!' no. que e Lavam despe-da d " ei o dou do r taurei dyna tia, vinguei o homen ~ de eu inimi rro e fiz ~ u eder ú ua. vingan<;as o arrependimento. Levei o abio á loucura, procurei, entre o inepto, m delo paI' oracul s que de novo re I7e . ... em o mund , poi o m deI antigo e tavam fóra de moda e o~ m rtae ' U " \'am I en 'ar, pe r o reis na bal l1\a e fali r de libel'dade, fruclo prohibido . - Fujamo Excedemo a hora! - ubaltlo á' nuven !

1\ 'FIUmo

ENA IV

o P L I DE RIM NE , ARlMANES O TllRO O, (UM GL B DE FOGO

QUE OS E PIRIT CIRCUMO 1\1.)

Hymno do e pirilo

41

iva O no so imperante! O principe da terra o do ar, que pns a ntruvez das nuvons o da aguas o roge o ole­m nto ,confundid t1 slla voz no ch o '. e rc.'pira, tempe tade revolve os mares; '0 falia, 1'e pondem-Ihe a nuven tr' vejando; e olha, ~ gcm o rios d 01 nte os rellexo do seu olho' e, quando :-.e agita, o terremotos derrocam o mund. eus pé irrompem os vulcõe. ; 6.

pe te é a su somb\' ; o c meta os arautos da sua pa -gem pelo céos esbrn earlo ; a . u coI era 011\ el'te em

cinza o planeta. A guerra todo os din lhe olTel'ece • a rificio. morle paga-lhe o tJ'ibnto. A vida é sua com todo o eu infini to de agonias e d'elle é o espirito de tudo o quo exi 'te.

Enll'um o De linos e Neme i .

PRIMEIRO DE TI O

Gloria a rimnne! o seu porlel' augmenl ~obre a terra. A minha dua' irmil cumpriram o. :eu m ndado ; eu nüo de cUl'ei o meu deveI'.

EGU DO DE TI o

Glol'ia a Arimane .. ! inclinam -nos ante o eu throno om humildade nó anle quem os homen e inclinam.

TERCEIRO DE TI 'o

Gloria a Arimane ! E.·pel'um s um iO'nal de eu mlln­dad s,

--~ --' ~ - -- - --..... ---~---- ... ~ .. -

\I \. FHEll

'F \[F::-[~

( b ['lIl1 ! 01l10s tU. Tudo o qu \i\

maIS (LI mell . n " .... ; n mui r p lI'L d qu o:isto per-1'\1 c-Il S Hholul m III .• \u"m 'nl ['\11 n ·~o podo[', aU'Yll1cntand o t u, ;10 s no:sn \ igilia o uidad s

~ t ti m ndnd ' ultim ' foram umpridos em toda plcnillld .

Enl.·u lullf.· do.

lr ~1 E::->I IRIT

uem e .... tú aqui? m mortal? - h! mai lemorU!'io, fune:--lo \ ii d m ['tn s! ln 'lina-te humilde e adora!

nheç . É um m g de "Tande poder e de fOI'midayel - 'ien 'ia.

TERCEIR PIRIT

Inclina-t humilde e 3d 1'8 , cravo! ue. não conhece no. o lou bel'tlllo? - Treme e bedece.

TODO. S E. PI RITO

oja-te n chão e mtiO' e e barro eondernnodo, de -cendellte d lel'ro, ou leme o que houver de I eior.

IA FREDO

Bem ei e \'êde , todavia, que nuo ajoelho.

Q RTO E PIRITO

prendercí . IA FREDO

Já aprendi. :\luita noite roclinei a fa e no 010, obre a tOl'r8 nuo e cobri a cabe 'a de inza . Conh e i a humilhac.ií em tod a plenitude; poi ue umbi a um de e~l ero inulil e ajoelhei nte o meu inforlulli ,

M-\ FHEDO ----------

QUI T ESPIRITO

U U I'eell UI' a l'imllnc obl'c o IhrOIl o qu n l 1'1'

t la III on edo . cm l L' 'onlcmplarl o lCl'l'Ol' dn sua glol'i ? - Do rojo; I' pilo-to,

l\t \ FHEO

lnndn-lhe que '0 in linc anto quom lhe e lú sup ri01', anl Inl1nilo quc tud I'ege, O Al'lifi e, qLl lho d u vid , ni'í Ih'a deu pnra el' ndornd , Que ajoelho e nó ajoelha­romo com olle,

O. ESPIRITOS

E mnga e e \'orm , li ui-o em podaro

PRI iEIRO DESTI o

Rolirao-vo ! esle h Inem é meu. - I I'incipo elo podere in i ivei ! nuo . elle de ontli<;ào h\lmilde; o 'eu gesto, a su I re onça n'esLe logar o denotam, O eu . olTl'imenlos t \m ido de uma n tUl'ezu immorLnl como a no a; a ~u scienci , o seu geni ,H ua vontade, ([u nlo é compativel om o barro que ob tme a e . encia etherea, tem sido tae

que raro é tel-as Il'oduzido o ban'o. 'ua a pirat;õe têm e.' edido a. dos que habitam lerra, e s6 oH lhe ensinaram o que nó uni .·ahem: que o aber nuo é a felicidade e que ioncia é o ambio da ianorancia por utra e pocie de ignorancia, NiI é ó i L ,A pnixõe , atlributo da lel'l'a e do 'éo, de que nenhum pouel" nenhuma exi. teo i , nenhum vel'me que l'e ~ pire, o lá exemplo, pe­n traram-lhe o rut;u; e, na un'> on equ ncia ', fize­rum-no tal que eu, de, nhec ndo a piedade, penl ' nos que sentirem pi odade d'elle. É meu; 1>od ró. I' teu; qu o eja, ou nua, U nenhum utr e ~ pirito p I'len~e n'e tu região uma alma com u d' \le, - nenhum tom p dOI' obre a u alma.

DIE'l"

que faz elle aqui 1

;\1 \ . 'FHFOO

PRI~IEIR DE. TI O

Elle qu re F olld f • FRED

u ~ei. ü me ria li ilo lUJ' elllr vó \li'

fOI'te~.

p tler s; \ln hn p tI re ind muito mui rocuro-o pura que me respondum.

qu quere:~ t FREDO

~ re--pond r-me. njura morlo ; - com l1e~ trato.

E~IE~ I

r nde rimane! Annue fi que e te mortal I retende?

"'im. E IE I

E, d'enlre o morto, qu I de Il \'0 exige t1 vida?

M FREDO

Al<Tuem que ntlO leve el ulLul'a. - E\'oca A tarlé.

NE~IE I

ombr ! E pil'ito. ou o que eja ! ainda na po e de tod ou de parte do vulto que ti\'e. te ao na cer, do molde do leu barr que voltou ú terra! - eapparece ao di • qual eru outr' ra; tendo o COI'UÇÜO, o ge~to e o \'ullo redimido d'enlt'e o ~ 'el'me . - App re e! -AI pareceI-Apl arece ! - E. iae-te n'e te 100"ar quem par ahi te mandou. (Surge o phanta mo de lorti>.)

IA ' FRImO

eró i to a morte i Tem a face ro ada ; por m. vejo arrora, nii 'lIo a córe do vi" , ii a ôre e l('anha do heclico ; - o rubor fóra do natural que o oulomno

FREDO 4

dep ita n s C Ih s amortocidns. h Deu'! quanto eu tI'om do a torn l' fi v I'!- stnrté! -Nua ... nua lhe p o {'alar! ... - rdena lhe que falle. PCI'dô -me ou con­dcmna-me.

NEME~I •

l!.m nomc do pod r que r mpeu a epultUl'a, teu aptiveil'o, f 11a fi quem te dirige a palavra ou aos que te eh marnm.

MA FREDO

ontinu em ilcl1cio. Para mim é mai do quo urna resp ta.

NEME 'I

Nilo vac mai longe o meu poder. Principe do 1'1 01'6

o uni ; - ordena-lhe que fulle.

ARIMA E

E piI'ito, obedece. NEME 1

empre em ilencio. Niío é do nos o ; perten e outr lodere . Mortal! é inuti! o que pedes; orno' lamuem escal'l1ecidos.

MANFREDO

uve-me, ouve-me, A tarté, minha amada! Falla! o[ri tanlo! sofTro lanto!- Olh para mim! A epultura não le mudou mais do que eu e tou mudado por tua cau

maste-me o mais que pode te a sim como eu te amei. Não ' lavamo de tinado para no atormentarmo pOI' e ta f ' rma, ainda lue o no ,' amOI' fo~ o o mais mOl'L 1 do ' ! eccado , Dize-me que mio me abolTece , lue u! porto e ' te a tig pOI' nó ambo, ', que eró uma da uomav n­tUl'uda o que perecer'ei. Até h je tudo o que mel'e e odio tem con pirado para me vincular á exi teneia, ú vida (ue me conduz ao hOI'r r da immortalidade e de um fulUl'o imilhante ao pa do. Nã tenho de'call~o. Não ei a

que a 'l i1'0 nem o que protendo; sinto, apena , o que ' e o que sou. Quizera ouvir, ainda um vez untes de morl'er,

---- --~_. -

M .. FRFD

",... \ Z l}ll C i n minha mu ~i' . - Falia 1 - I :ilell 'i d nnit' l'hum i II I' ti, 'lll"m ' 1', m n \" 'lu u l'miam 1\ ..., ramo-- ll'U1HJuill ..., dn.., nt·\,{ r 's, O" nhl'ulll o~ 100 n h m nl'lIlh '" ,.; ull rum a.., , \' rllus l u 11 mo quo

hl r pOlil'am inulilm nl . 1 spondcram·m lIe;-h u\"c mU11 lueLH m' I' ~I nd pil'ilOs e h mell I _ (lu 1':1 ihli mpl".-hlll .-Fui moi.' viu-il \lle dL que a-- > .... ll· lia • lila\ld e p" urando-te n'clle

em le \lconlI'U1·. - Faliu! - EI't'nnlc P I' toda lena, nltla ,i qu' pare 'c'" 'mli'y .-l'ull 1- Ihu pum e:::. es ' .... IHI'll\)· IIlfemue que n I' tle'lm, Elles l \m piou do ue mim. u, <lu l ni\ tcm,"" tenll I i uade de ti.­l'all ! -:lillda qu ~ ja n'um impul o d olera; mo, dize; IHi iml rI que. Permitlu-me que aind uma v z te ou\ ; - mal ~la \ z; - Ó e l

PHA, 'TA"'~[,,\, DE T RTÉ

~I<Hlfl'edo ~I.\" FRED

Illinua! - minha vid prende- e a um om que é o da tu voz.

PH NTAS~l

.1 nfl'ed ! ..\m nhl1 terminam obre a len'a o teu 1111 !'lu\li .. - deu !

~l 'FRED

Uma I la\Tn ainda; - perdoa -me?

PIIA,'TA M

deu . ~IA FREDO

ize; encontral'-no -hemo ainda uma vez?'

Adeu .

III.\NFRrOO 47

~I:\"FIU:OO

Umu pn10\l'o pOl' 1ll01'Cl'. l)il.o quo mo nmos.

MOllfl'odo! o P'llw\.osmn de A.8wl·l~ d~i'pnrece.

NF.~IF."'~

POI'liu O lião tOl'llnn\ O !'iCI' ch8mn.do. Cump.'i.'-se-hilo os suos pUloVl'U!i. - Vollu li telTu!

UM Ef'oPIR1"O

Estõ em cOllvul.;;i'ies . Ei., o quo é sei' mOl'ta l e investigor o que estó fÓ I'u du immol'tnlidadc.

OUTI\O f:SPII\ITO

Vêde, pOl'ém, estó sonhai' de si. Os sou,", tormentos e~I.\o ll'ibulOl'ius do ... un \'onloue, Fosso elle um do IU')S e lorio sido um terrivel o"pil'ilO.

NKMHSIS

Exige" moi", olguma cousa do 11 0"'50 grande soberano ou do seus odoradol'es t

MA."WREDO

"'F.~IRSIS

A.lé um dia, MANI'RlmO

T OI'IHlI'-nos-hemo!oi a vet'l Onde? No tel'l'01 Semp"'c ondo o quizcres e pelo Sl'aço que me concedeste, !'et;ro-mo de­vedor, Saudo-vos 1

Sne Monrredo, - Findo o sccnn,

MANfo'Rl-:UO

ACTO II!

S E NA I

U:\I,\ SAl.A NO C,\ Sl ELT.O DE MANFREOO

Mnnrredo (' IIcr n\lln

MANFll.EDO

Que 110l'Os Sl'Ot IIImMAN

Falta ullln hora pal's o sal posto que pl'omcLto um CI'O'

pusculo ndOl'll\"e1. MANFREDQ

Diztrmc: está tudo disposlo l1a ton e, conforme o l'llenei 1

HERMAN

E:5U\ tudo Ilronlpto, m~ lord. Aqui e~tõ o cho\"e e o cofl'c.

MANFREDO

B cm , Podes I'etil'ar-le, (Sa& Ih:rman ,)

~1.o\,NFREOO (a<\ . )

E. ..... lOU !'lereno! Trnnquillidadc inoxplico \'cl, que jornais conheci na "ido! Se nuo :::.ouuessc que d'cn lrc lodos os ,oidades 8 philosophio é li de muior esmalte e li PUIUHO mai,,: in..;;gnifican tc que, desdo a gi rio dos escolas, 1l0S

entre teve o::; OU\ idos, julg-ario hu\ er·se encon trado O OU1'CO

!<cgrl!do, o t, Kaloll'l (a) tão Il\'úCU I'odo c lei' elle o sMe 110 meu e..;pil'L tO. ?\'ôo pel'mUIlCCel'Ú csto serenidadc. Bom é porém tel-a conhecido, ainda que por umo ,tez só, Dilatou

(a.) KulGn, - pol.n·rn .,rego, ~L!ni(jcuti\'n do helio. no ~('ntido di recto C do km, no !>enlitlo ngurado (1I0lu de O. J Ol:tÚ Alcülll Gnliono.)

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MANFRBOO 49

os meus pensamentos com um sell~ir novo . Quizcro not.ar~ lhe li oxisl,eucio no meu lirro do lambl'anças. Quem oslá ohi1

n~nl"" Hcrmon.

IIHRMAN

~lylol'd. o ubbadc de S. Mauricio deseja soud8r·vo~. Enlra o Abbtldo de S. Mauricio.

ADDADB

Paz sejo com o conde Monfredo!

MANI-'IlEDO

Gl'OÇOS, santo psd,'cI bem vindo és o eslas paredes. A tua \>I'csonço dó-lho!:) hOl1ra, e ben~)oa quem dentro d'ollas habila.

ABBADE

Assim fosse, condoo Quitara porém conrerenciar I a sós, com ligo.

MANFREDO

Herman, reli .'s-te. Que pretendo o meu roverendo hos­pedo'l

ABBADE

Sem I'odeias. A minha idade, o meu zelo, o meu dever, as minhas boas intenções devem pleiteal' pelos meus pri­vilegios; o nOS!'i8 visinhonça, quando não intima, pl'oximo sel'\ it'-mo-ha de Ol'auta. PI'apagam-se rumores estranhos, de natureza impio e prendem-se ao teu nomej um nome nobre !la scculas . Assim ello se tl'snsmitta sem mancha.

MANFREDO

Continua, ouço-to. AonADE

Diz~se teres conhecimento de cousas pl'ohibidus li itwes­tiguçiio dos homens; e que te reunes tiOS habitantes das mOl'Udos escUl'as, 80S muitos espiritos do mal e do inrcl'no •

" \~FnlmO ------errlll1l<!.., pelo Hlllo da>..: somhl'/)" ..ln morto. noro Re unem o~ teus pensumentos Dai dos homolls. tcus comprUlheiros lia crea~Ao Q 6 lU8 solidilo é qual 8 do um 111l8chorclo, 1"0 ...... 0 cllo t..\o $0 11 la !

E quem o olfirma t \lJn\DP

u ... meus piedoso ... il'mllos. I)S !'usl;cos que tcem modo e os tcus8s .. ,dlo,.. que lo olhnm com a maior inquietat;tlo. A lua \ida pel'ign,

MANJ.'llImo

A hi a lell~, ABBADR

" cnho pa l'o salvor e IH\O pOl'O dosl l'llir , NilO in\'estigo os "egredo ... do tua olmo, Se O"'~ Hn é. lem\}O é oinda paro 8 penitencia e a piedade, Hecuncil iu·lo com a verdadei ro egrejo e pela egrejo com o céo,

MANFREDO

Auendo-tc, Eis o minha re"'pos lo, O que "'OU . o que tenho "ido, é só cntre mim e o céo, Ni'lo e!:icolhel'ei um mortal para medianeiro. Pequei contl'O a"i \'ossos ordens T Pro\'OIH> e puni!

AUBAOP.

~leu lilho ! Xtlo folie; em castigo, e só em penitencia e pcr,liio, Pel'lencc·te Il escolho; c, filloltnellte, os nossas in· ... tituit;ões e a força do nos"'-u Cl'OllÇO det'um·me poderes p0 1'1I ,;uo\i,..or li vel'oda que do pecclldo condul os espol'o ll {jas IUni;) sublimes e no~ muis altos ponsa menlos, Sou eu o primeiro fjUO dei'i.o ao céo e~lo .... pnlfl\ 1'05 do SenhO!':­«.\ \illgallt;a é minhllll o com a muiol' humi ldade o seu seno como um echo I'epele as ;)uos tcrl';vei!l\ po10VI'05.

~IAN I"nF.DO

"elho! nõo t~m poder os homens stlnctos e 8S orações

51

11110 conferem gl'flÇO. O uppal'ato purilicunto do penitencio, um scmblllllto contritto, os jcjum;~. o ogonio a, moi~ do (llIO ~udo b lO, as 1m'tuI'OS inherenlcs 8 c~sc dc .... c .. pcro pro­funda, -o l 'eIllOI'~O !som o temOl' do inferno, mo~ com a força de COIl\'crlcr o céo cm infel'no,-nli Jlodem exor­cizol' do um o~pil'ito infinito o vivo sentir das proprios fui loS, Ijue !';l\() conlt'o clle prnprio OneIlSI)~. soITrimclIto!i e \'iugom;a. Ni\o hll pauftS fulUl'/l>O; de vo10r oguol t'I justiço infligido po10 condomllodo II I)I'Opl'io .ohno.

AonADE

Tudo est., stllvo. I'.:sle~ pensomentos dcsopporoccrilo; succcdol'·lhes-ho umu c~poronço auspicioso, mil'ondo com lt'nnquillidodo cs~o logol' abençoado que. depois do cxpil:l­çi1o , todos os que o 1)I'ocul'om, podom couquisl!:u', por moiol'os quo ~ S.,CIIl os seus 0 1'1'05 sobro 8 lelTa, É começo de o\.piaçl\o scntir-Iho o nccessidade. Folia e ser-tc-ha en­sinodo o quc 8 nOSSA egreja ensino e do que nós te souber­mos obsolvor, sel'fls pel'dondo,

MA~n·R.HOO

Qunndo ngo nistn'8 o sex lo imperodor de Homo, ,ictima do ~ uicidio pOl'O e,ilo r os lOl'montos do mOl'le cm publico, decretada pelo senado, ou tl,'ora seu osc ro'·o, um soldado demonstrou lea l piedado e quiz, com as vestes omciosos, eslUlletll' o so ngue escol'rolldo do g8l'ga1lto do mo,'ibundo, O romono ,·cpell iu-o e, luzindo-lhe ainda o imperio nos olhos expil1l1lles, disse: . É lol'de de mais l Assim tens fidclidade?

ABUADU

E que quel'es dizer"

MANFRI'\DO

HOSPQ lldo·lo com o "olOano: (( É l.o n.1e do moisD,

~~----

52 M.t.NFIU:DO

AOBADK

Não O pôde ser para le reconciliorcs com 8 lua olmo e 8 lU6 611110 com o COO. Nilo lens ospOl'onçot SUl'prehende ! O:; que desesperem do cco, omoldultl·se a alguma phou· 18siu 'iobre n ICI'I'O e obl'oçam·se como uns Illl ufl'ogos o esse (ragil tI'onco.

MANto'REDO

im, padre! til'e nn minha juventude essas \'isõcs mun­danos, ti\'o nobres flspi l'n~õcs o ~ubjugo l' como um phorol a inlclligt:'lIcia humono e l\ subit" nuo snbondo poro onde. Delio tahez cui l", mos cu it' ... como o cntodupo, quo so lta nu!>' montanhas da {l11Ul'O mais sUl'lu'chonden te, desce em lurbilhões de ~pumo 80 obysmo c ohi jaz ,' igo l'oso sem­pre e o\pellindo columllus de 11 0\'00, quejorl'om cm chuvas dos Ilu,ens onde subiram , Isto, porém, passou e os meus penSlmentos lralls\'io rom·se.

AB8ADS

E porque! MANFREDO

Xão' me (ai posshel dominaI' a natu reza. Tem de ser e..'-Cr8\·O quem pretende ser sonhor; tem de SOl' lisongeil'o, de 1">'gar, de paSS81' tI \-iJo CIltl'e ,'igilias e espionogcns, de Sd umo (abule 'i\'o, quem quilel' SCI' poderoso en ~re ():, humild~; e humilde é o vulgo, Despl'ezei uni l'-me 8 um rebiJubo, aiudo que rosse postor de lobos. O leão vive só e 8s~im ,i,-o eu.

AOBADB

E porque nua vives unind<rte 80S homenst

MANFRSDO

Porque 8 minha indole, não sendo cruel, el'8 od \'ersa ti e\l"lencia. Quizero enconll'Or o destruiç:.\o e nllo ser o aueta!" d'ella. Assim é o "'opro csbraseado do simoun, o miJior dus solitarios. ll ubilU elle no desel'to, Ahi \01'1'0 os

MANFREDO 53

areias estcroi~, ando nAo tem arbustos o ql1cimol'j ohi corro sobro e~slls fOl'Oles ondo~ de lll'do c, mOl'lirol'o poro fluem O encontro, 8 ninguom procura, SO Ilingucm o pl·ocurar. Assim tom sido 8 minha o'(;s tencia. Cru1.orom-so por~m 110 meu cominho cnlidodcs, que jll desapPol'ocerom.

ABUADR

Ah I começo o receio r 11"0 hojo ouxilio meu ou do minhu iIl VOCflCil.O quo to apro\'eite. E, com ludo, lõo novo oindo, quizel'o sempre .. ,

MANFRKDO

Olho pO l'O mim I ho gente que levo pai' condi ç.M o enve­Ihecol' oindo nn juvontude e mOI'l 'cr flnles do eclodo mn· dUI'o., sem o mOI'te violento dos campos de batalho, Alguns mOI'rem de prozer. outl'OS de estudo; Alguns consumidos de trnbnlho, do simples ledio, de doenço, de loucura ou pOl'quo lhes estalou ou se lhes mirrou o coração, ESUl ultimo doenço é o que , sob todos as rórmfls, tendo II mcs muito diffel'cnles, mola mais individuas do que estovom con tados nos I'agistos do destino. - Olho para mim I pur­tilhei de ludo isto e uma 56 d'estas cousas bastaria, .. nua te s Ul" prehenda pois o que sou, !TIas o que fu i, ou quo, Lendo-o sido, persista ainda sobre a tcrl'6.

A8BAOB

Ouve-me Bindo ... MANFIlKDO

Velho I I'cspeito o lua condiçuo; tenho I'c\'erencio pela. lua idade. Julgo piedosas, mas inuleis as luas intcnções. Nua me consideres gl'osseiro; cortando dcsde já qualqucr col loquio, sel'ci muis benigno pal'a Li do que ]>at'a mim . Adeus.

Sae l\Ianrredo.

ADOADE

Devia lO!' s ido uma nobre creaturo; tcm loda o. enol'gia

MA~FRRDO

capaz de dor exil:'otenda o um conj uncto excellento ue ele-­mentos de gloriü, se e::;li\e!-.~cm di~cl'clnmel1le unido!;, d'e!ita maneil'o ~10 um cimos hOI'I'i\'el, lu/. c c~curitl<\o, intelligencin e pô, jlaix<'ics e IlCn "fl mcnlo~ do hOllcstidolle, con rundidos, em lucta, sem ol'dom ou lim, todos escon­dido!" ou de:-;~ruidores. Perecerá c com tudo qUilOI'O ~el\ 01'0, Empregarei um ~r. r\:o eiuda, pois SIlo m .. tcs os que me­recem u redellll ll:õo. É dever meu UI'riSCUl' tudo pOl' um fim de ju lit;tI, Sigo-o; prudento, IlIOS fil'U\O,

&le o obbQdo,

SCEXA II

OUTRA SA LA,

Mlll1frcdo c Herman ,

HER\IAN

M ~lord, lTIandtlstes me espel'Dr-vos 00 pór do sol. Eil-o que se c:::iconde por dell'ol du montanha,

MANf'RlmO

Sim T \ 'OU \el-o . 1\1 oll (redo c ncorninlm-8C IIAro ti janella,

Orbe glorioso! Idolo do notul'eza l>I'imi1i\'8, do vigoroso 8scendcncia da humanidade I'obusla, dos gigantes que nnsceram de um abraço dos onjos ('om um sexo muis bello do que ello.<:;,-o sexo que fei'o baixnr do céo os espiritos erronte:--, que ntio podem lá \'oltar mai.." Orbe muito glori­oso ' fo ... te umo di\'iudadc, emquollto 5e nllo l'e\'elllU o my!:.terio du lua cl'eo~i\o. Milli ~tro \'igilllllte do Omnipo­tentc' fo:-;te a alegl'ia dos pastol'es da Chaldeo nos píneo-

M.\NFRF:OO 55

ros das gUO~ mOlllollhn~, até nr'I momento de se prostro­rem cm OdOI'OI;l\O, neu!i, mlllcrill, rcpre"'enulIlle do (Icsco­nhecido 'luo to c. ... colheu pura \ll'otactol'! Tu, o IJI'imciro dos O;-..tI'OIlIlS, ceull'O do muilos osh'oIl8~, (Iue torn8~ Itubj­tll\cl 8 no"~u lCI'I'tl o t'cge~ u cM e o sentir dos que ~e ngilmn ó luz dos teus roio>;! Pac dtl~ estações! MOll81'cho dos climas e dM que ,,'cl1cs hAhitnm! pois de perto ou de lougo, o no~~o c!\pil'ito e o nosso gesto rcceuem o tua In­Oui!;no; -lc\"{l1Ilus-tc, lu'ilhes c tlcSOllptll'crcs no CSl'lCllrlOl'

do gloriu,-A(lells! LlitO mais lo \'Cl'ci, O meu pl'iOlciro vol\'cl' do olhos fui dc 011101' c de surprc.w por ti; rccebo, POI' cguul rút'mn o ,,'oste inslunte, o Ineu ultimo olhlll', Ni'lo Illuil:l lerás fulgo r poro ulgucm «ue 1105 dons, 110 colol' UU

\'idn, SÓ onOOIlLl 'OU o mais falol 1I0tUI·CZ8, Portiu. Acom­panho-ai

Soe Mon(redo

SCENA III

A MONTANIIAS. A ALGUMA DISTANCIA O CASTELLO nE i\lANFREDO

U~I TERRAÇO OIAN1E 01-: UMA TOllnE. ~ O CREPUSCULO,

Hormun, Munuel e alguns dependentes de Monrredo.

IIRR:'IAN

f~ 110 \'cl'dude e,trool'dinat'io! Desde olgull!ôl onllUs tem continuado, Ll oi le opo", noilo, longas \igili8~ II'O\luell8 LOITe sem tcstcmunhos, Tenho lá eSll;ldo 6 lodO!1 nós lá tomos estado muitos ,tczes; 0185, pOl' ella ou pelo que n'cllo 50 contcm, impossivol rum lil'lU' concJu!'\ôcs absolulo" do que seja u quo tonda\l1 nquclles estudos. J:: COI'to htl\'cr UIII qUOI·lo ando nillgucm entro. Ooro O~ meu!-; sulol'ios de ll'os UIlIlOS pOl 'U lho exumillol' o::. my::.tcrios .

MANFRRDO

MANUHL

Seria perigoso; contcntu-le com o que sabcg,

IIR1\\IAN

Ah I Manuel! Nõo t!s no\'o o tens prudeneio; podia.;; dit.er muito, Tons ,j\'jdo no cos tello, -!to qUtllltos onllosT

MANUEL

An tes do nascimento do conde Monrl'cdo, se l'\'io seu pac com quem absolutamenle se nno parece,

II f.!RMAN

lia mais fi lhos com loes )1redi cndos, !\los, <Iual a ditTo­rcn~a'

MANUEL

Nilo digo quo difTeric;.sem nos reições ou na estatura , mas 11 0 modo de pensar e do vi,'el', J conde Sigismundo era orgulhoso, mas Alegre e verdadeiro; - era um solda­do e um folgasllo, Nilo ,'j\'i8 Cl1tl'O a solidt\o e os li\'l'os, e nllo ero para elle a noite lug ubl'e sontinello, mas tempo festi\'o, mais jucundo do que o dio, Ni\o CI'ro\'a, como um lobo. pelos rochedos e flores tas e ni\o se desviava dos ho­mens e do que os deleita,

HERMAN

Era negregada 8 hora, ma~ eram tempos alegres, es~esl Voltassem elles OUlr'8 \'ez o visitaI' estas ptll'edes velbos, que pal'ecem te1-os esquecido,

MANUEL

Primei ro haveriam estas pllI'edos de mudar do senhorio, Oh! Herman I Vi succedm'om-se den tro d'elJas cousas es, lranhas.

II ERMAN

Vamos! conta-me como amigo alguma cousa que entre"

MANPRRDO 57

tenhn e~te tempo de sentinello. Ouvi-le foliar, com obscu­I'idade, de um Acontecimento que leve lagar pel'to d'oqui e d'esto mesmo torl'O,

MANUEL

Ji:SSQ ó que foi de"ól'fls uma noite! Lembro·me bem. El'o por um crcpu~culo, por um llnoitecer como este; uma nuvom vel'molho , assente 110 cimo do Eighcl', lá esll.l\'1J como oquello, sendo lol\'ez a mo...,ma. O vento soprava sem fOl',8, mos tempostuoso; e os l1e\'cs do monlunha começa­"om scinlillondo á munoira que a lua subia. O conde MOIl­fredo eslavo, como n'esle instante, dentro do lone, Em que se occupnsse nlio o soubemos. Com elle 0510\'8 o com­pnuhei l'o unica de s uns vingens e de suas "igilios, - unico existenciu, o quom pOI'ocio amor sobre a lerro como, por corto, o sanguo ° obl'igovfI o ter-lhe amor, Lady AstOI'té" , sua, ., Silencio! quem \'em ohi'

ABBADE

Onde está vosso uma 1

IIERMAN

Ali, no interior do torre ,

ADDADE

É forçoso fallm' com elle.

MANUEL

Entro o tlblmde .

É impossi \'ell Está completamente I'ocluso; ninguern pôde por tal fôrma illlromcller-se,

ABBADE

Tomo sobre mim toda u culpu cresta falta , se fa.llo é, 1\los é indis pensovcl vel-o,

IIER~IAN

Já hoje o visto uma voz, ao al1oitecer,

\I.\NFREDO

\00.\11),:

IIl'rIlHIII!-Ord('llo-te! I1nte C illformn O conde do (IUO

ch('gu1!i.

~llO ou ... tIInos. \11II.\OS

7\ ·c ...... e co ... o purcl'o-OIC dC\'cl' ser o tII'ou lo dos lIl i llho~ proprill'" illlcu\óC~,

M.\'\lJ-:!.

RCH!rcndo p8dl'C, ('spcl'ae! - ::'upplico·\'oS I'cllc,ilo,

AUIl.\DR

MANUEl.

Vinde por aqui. Dil'-\'os-hei o I'cstil. SAem,

SCE"SA IV

o 1i''TEnJOR DA TOHRE.

\IA:-:FREDO

Resplal1tlecem as e:-.tt'cllas. Refulge n nc\c 1105 cimos do:-- IIlOIl13nhos á luz. do IU8. l~ bollol Ainda luto COIH I'O 8

!lalUl OlH, pai .. mo tc01 sido a face da noite muis rami lior do que 8 race dos homens, e nu ... somlJr:ts eln 1I0i to, 1105 e'41'ell05, \lO ... el'euiutlde da ('seul'ielão e do !=>ilcncio apr endi o linguAgem de um outro Inundo. Heconlo-lIlc de, quondo 110 miuhn moeidüdo Cl'a "ifljOlllc, que, 1'01' U\\la noite como e .. t.l, me encontrei delHI'o do~ 1I1U1'OS do Coli~seo, no meio das I'diquio!ô; priLH'ipac"i de Homa omnipoten te. Erguiam-se 8s nl'VorCS por lodo u e,tcl1sllo dos 81'COS de!=>­ped8~;ndos e ulldulo\-um LlcgTa~ ~obl'e o o:lul do meia

""ANmF.DO 59

noile; pelas fondAs dos I'uinns \iam-FiO scinlilhH' 8~ estl'c1-lus; (lO longo o pnru lu tto Tibl'c Itttinm os cOes de guordo, mui~ pel'lo, SIlUHll do pII,1cio riu .. Cesare ... os gl'ilos prolon­gudos das COI'UjU'i, C ltunhem, mos com intel'I'up,ões, o cunlo odol'medlh) dos ",cntinelJo"i di"il!lntes se ou\'i8 o so perdiA ao querei' dns flUl'US gentis, P/U'o lá dtls ru;no'l, vestigios do I C lnl )~), nlgulI'i cypre .. tes pareciolTI Iimiwl' o horisnulc c opellos C'stu\'om no nlclJllce do UIIl tiro de '!eUu. Olldo 0:0) CC:->UI'CS hohitonllll, httbitom os 0\08 lloclul' lIaS com as bUa!oi vozo'! desnlinorlos e Ilhi, enll'o os OI'\'OI'OS quo no ludo dlls lol'l'O!'i ul'I'8"indns crosoelO c confundem os suus raizes com U~ 101'oil'8S impel'ioes, O 1101'0 USlIt'I'll o 10gu I' quo pertcllceu 00 10UI'oil'O, Mo!' oindn lá está do pé o circo sunguitlu rio dos g lndiudol'es, - nolll'e desll'oçO, pCI'fei~ào

dos ['uinus-e us sul",! dos COSUl'CS e os pulocios de Au· gusto jOí'.em sobre u tel'I'O cm dCClldcncia indistinclu. E nos luos I'evoluções pcriodicil'i espllrgisle, oh! lua, sobl'e tudo isto o tualllz grandioso osuo\'e; dulcificaste 8 bronco ous­lOl'idude d'estas rui nos escabrosos; reno\'uste-Ios; precn­cheste as lncunus que se de\'em nos seculas; dei:\n::~to 8 bellcla 1.10 que ainda oxi!õ>till; I'ecollslruisle o que já 1Il10 eru e 1'01' fim con\"erle~te o lognl' em um cullo, ondccultimog em si lellcioso OdOI'3C;tl0 perul1le os grandes de outr'orn, esses imperantes mortos, mns coroados, que de suas Ul'nas regem ainda os nossos espidtos. Enl por uma noite como cs to! SUl'\lI'ehcndc-me que lI'cstO oceosil1o me reeOl'de ossim! ~los notei sempro que os nossas idéas fogem mais impetuosas no ins tante cm que dc\'iom coordenar-so mais pensudol'üs,

Enll'D o o.llbndo,

ABlJAI)E

i\l ~ IOl'd 1- pelo vossa bOlJdodel ainda um ~egulldo pcr­d:10, I)e no\'o me 0pp l'oximo de \"Ó5, ~Ias que o meu zelo humildo c I'ude \'os lIào olfcllllo, HeCt' ia ... obl'o mim todo O mal que lI 'clle hojo; c os seus hOlls efTeitos \'os iHurnillcu\

MANFRBDO

11 rronte. -assim eu podc--se dtl.cr " OS illuminem o coro­çllo e o commo,'esse com palrn rlls ou oroçllcs e lerio cha­mado um nobre e.. .... pirito trOlls\iodo e nl10 inteiramente perdido.

M_\NFRIiDO

N:lO me conheces. Os meus dias estilo contados. Estilo registadas 85 minhas obras. Rcti ru -te ou co,','os perigo.­Voe-to I

A88ADE

Nt10 intentas omeo\,or-11101

MANFI\IiDO

Nt'o. Affirmo-te, simple!';mcnle, quo pro\ imo cslt\ ° perigo e quizerll prosenar-te d'elle.

ARBADE

Que {lucre'" dizer? MANFRHDO

Olha! que \'11::;' ABD OH

Nada. M \NFRROO

Olha! repito·te! e niio vacilles. Dize-me agora o que , !

ABBADE

Alguma cou~a de que deveria estremecer, mos que nilo me intimido. Vejo sUl'gir da terl'a uma figuro sombria e medonha, qual róra uma di \' illdudo do inrel'llo, com a foce envoh'ida em um manto e a estatu" o ,'e\'estido de nuvens tempestuosas. Elia ohi está entro mim e li. Nilo a temo.

MANFREDO

Não tens motivo. NI'o te ofTenderó . SOmente, vendo-a, os teus membros elwelhecidos poderão porolysor-se, Reti­ro-le; repilo-te .

MANmEOO 61

AUIlADR

E cu I'oplico-tc: Nil.o; ot~ vencer esle inimigo. Que foz clle uqui'

MANFREOO

Ah l foj iml quo fal. clle oqlli/-Ni\o o chamei; veiu scm se i' chull1ndo.

AnOADR

A h! mortal condomnndo 1 quo lon~ que \'01' com hospedes como 0:-.te1 '1'1'01110 pai' tuo cou::;o. Por que l'U'1.00 tl'OC605 osso~ olho l'es do sUI'prosu1 Ah! descobre o rOblol os cico ll'izes do raio gl'llvol'om-se na sua fronte, Os seus olhos expellem a immorlolidado do infel'lIo, - Foge I

MANFREOO

Dize: qual 6 a tua missilof

ESPIRITa

Acompanha-me, MANEREDO

Quem és, ser desconhecido' responde; falia I

ESPIRITa

O genio d'este mOI'tal . - Acompanha-me; é tempol

MANFREDO

Estou pl'cpul'ado para ludo. Hecuso-me, porém, nesse poder que me ultrohe. Quem te mandou aqui'

ESPIRITO

So bel-o-has em breve.

MANFREDO

Sel'es de uma essencia muito mais sublimo do que o tuo cumpriram as minho~ ordens. Luctei contra os teus supel'iol'es. - Voe-le!

.: .... PIRITO

~I orlal' 8 luo IH'r3 chegou, l}llI'lomo'l ; "('pito-te I

:\1\:\,,'lU~I)O

Soube, ... ci flue o minha horo chCHilU, ml\<ô; IU'O poro te el1ll'l'gor o minha olmo, Heliro-te! lIlorl'cl"ci couft.ll'lIlc tenho \1\ ido, ~r"

E:-oPIRITO

~'C:--"'C caso convocarei meus il'milo:-- , - :SuI-gi!

Surgcm OUlros c&pi r ito8,

ADDAO"

FUg'i, c~pi rito ... do 111111, fug i! digo-\'os 011 ; Ili'lo tondes poder onde o piedado o tem o em seu nome vos ordono que .

F ... PIRITO

" elhol conhecemo-no!-o, Hs~im como o 110.,11:;8 mis"'iío e ft tUA OI'(lem. Nlio inutili .. e~ n'uma pratica ol.:ioso as tuas plllu\To ... santos, Fóra illutil; este homcm está condcmll3do. De 111)"0 o intimo. - ,"omos!

\lA"FREDO

))esol1o-" o~; e toda\'iu ... mtr) que me foge o \·ido. Desa­fio-"os sempre. t\iio sohit'ei d'o tjui, cm qUtlllto cu ti\'cl' no t':-rru um folcoo, que ... ob,'c \'ós sop,'c todo o Illeu de ... prcl.o c um e::.for,:o (}01'0 luchlr, aimlo quo sC'jo com espil'itos, O (Iue le\'ol'des, sel'lI arrebolado membl'" 6 membro,

t->PIR11'O

Mortal obstinado! É c!'ole o r-. lago quc ]wclcndcu invadi !-o mundo im' isi\"el e ser quas i nos ... o eguul t E ossim tcns 8100r ti existencia que te fez desgrat;odot

\IANFRH>O

Monles, demonio nlei\'oso! A minha \'idn (!stli no suo. ultimo hOl'o; bem o sei. I': nttO quitcra redimi,' um installte ·d'c!"~a h rfl. Nilo comhalo contro fi morte, mus conlra ti o o ... anjos quo to I'odeum, O podei' quo tive, Ill'lo foi COIH­

III'udo pai' UIl1 conlt'uclo com O!i da tua cohor10, mas por umo sl'iencia. sUjlrl'ior, pelo lt'uiJolho, pelo ort'ojo, pelo o\.lotlsOo dns 1Ilitlhas vigílias, polo ,-igOl' inlellectual e pela pCI'icio no scieueio que 01'U de nOSSOl:i muiol'cs, 1l0!'\ tempos cm que U lOl'l'O \'io os homens e os espi l'itos ocompanhnndo lado Q Indo e "OS ui10 dava o supremacia, Persisto 110 meu \'0101' - desafio-vos -renego-vos - eSCOlTO sobl'o \'65 -de.::pl'ozo-vos !

1-;!';I'IIUTO Mus os teus muitos cl'imes !izel'om-le.,.

MANEIU::OO

Que ll'm quo \ 'CI' com os meus crimes esses que ~ào como tu t 1)0"el'ilo SCI' \)unidos os crimes por oulros crime!ôl e paI' moiores criminosost- Helil'lHe para o leu inferno! - Nilo lens pode,' sobre mim, bem o sinto; IIUII C8 mo possui rtis, bem o sei, O <I ue fi!., cstá fcilO; supporto ume tOl'lUl'1l interior, que nno será 8ugmentada pelas luas, A al ma immol'lal tcm em si a recompensa pal'a os bOIl:-> ou maus pensnmclllos. LM clln ol'igem c fim ao seu mui; dó-lhe Ioga'> o lCII1pO, U espi l'i lo hUIIIOUO, despido d'e!'le il1vol ucl'o mOI,tul, 1111 0 del'ivo II cOr dos objectos que nu­Clu 811l exleriol'lI1clllC; mos IlbsOl'\'e·se no sofll'imelllo ou 1111 alcgl'lo gCl'odo nu conscicncia do O1el';lo pl'opl'io, Nua me tcntastc, l1em podias lenhll',me, Nua fui teu ludibl'io, ncm :->ou pl'esa tua> Fui cu quelll me nnniquilei c eonli· nuul'e; 3l1tliquilundo-mo nn \'ida futut'u , - POI'O ll'oz I de­monios escol'necidos - eslu sob,>e mim o miJo do mOl'le 6 m\o a vossa!

Oesapporecem 01 demoni08,

M-\NFRRDO

ABBADR

Ahl como eslás pallido! -tens o.;; beiços bl'anco!õl;-o tou peito arfa; - quel'cs respirai' o tens na garganta o som dB rouquich1o. LO\'anlU 8S lU8""i supplicas 80 ceu; - 01'3, -ainda que seja com o pensamenlo, - mas l1ão morros assim.

MANFREDO

Pas ou! já não podem \"er-to os meus olhos embaciados. Tudo l1ucluo em I'edor do mim; n tel"l"o estl'omace como opprimidB pelos meus possas. Adeus! dó-me o tua môo.

A"nAUS

Frio!. . . frio até 80 coraçi\o! -Mos_ . ,uma OI'll~'i\O ainda. - Ah I como le sente""i"

MANFR.EDO

Velhol não é muilo difficil morre r I

Manrredo expira.

A8B ..... OB

Portiu I A sua alma le\"ontou o \-60 de !õlobre fi terra . Paro. onde' Tl'emo de o penS8I', mas parliu I

NOTAS

(I) OUOIJ'!I/l por uma t'OI " que , e "/lgu/!, pog. 21.

EstuI cstrophes, C3criptol no 8u;880 cm 1816, foro m tronsmiuidll8 Iloro IngloICm'l , devendo sor Jlublicados com o lel'Cciro canto do Childt llal'old. TllOrlu':t Moore nrJIrmo que roram escript.os logo cm seguido li ultimo e intl'uClirl'ro tClllolivo do rcconcilin~lio , (com Lady Byron), scndo lnulil dit.er·se (Iucm eslj'-essc no pensomenlo do poeta , 00 85-crc\'cr o~ primeiros cslancio8.

(2) (I'ludle. fi c/lja tO: IIlrgil'am em CalMara dcuJontu om/e Wi!a--­cam Ero!! t: Allicr0.9, pug. 34.

o pllilolopho Jomblico. Segundo II narrativa de Eunapio , li V01 do pllilosopllo Jomblico surgi ram nos oguas therrn!H!8 de GodarD , na Syrio, de duns nllscentes denominados Eros e Antero" os dois Cupidos conhecidos por estes nomos 110 m~thologil\ grega.

(3) O prop/leta Icpl/UlUlo rc$poMCfl 4 feiticeira de Elldor. O e.~irilD ri!Jilanlc da llOfucfla dc 8!J3(lfIcio rc~pondcu ao monaf'cha cJpartano. ]lUg.37.

((I) O p'"OphClu sepultado foi Somuel, que, pela eV0C8~iio do P)' lho­nisso de Endo." predisse o Soul d morle no dio immedioto no balalho de Gelhoe.

(b) A dornollo de Byso noto foi Cleonice. Segundo n norrativo de Plulorcl,o, PouS8nins, rei de Espo ."la, exigiu

I entregu de Cleollice, donzello nobre de B)'ssncio .

66 MANFIlEDO

Cleonicc reeliu que II dei,oS&('rn ~olht:r em silencio e em I(lt:~do. PaU"II111611 dormia. a{'(lnicc caiu !!-obre um candelabro, 1IIIll:DIH.lo.-o

lO chão. Pau5&nio Julgou~ e 8ccommeuido pelo. inimigo. e enterrou 8 ur dn 110 peito de Cleonice.

Pl!r5eguldo )'t'toe~l~tro do CIl'onicc- reeorl't'u 1'1 um leml,lo do fl em­ciMo onde"e con~ull.o\ ..am os manei. Alli CleoniC('. por pUI Il HtI,"ib~l­linoil, lhe Prollhclisou li mortc,

(~) [nroa:,., o J<xe Phyzju~. Na Phigalia conjllrou o.t sacerdote. a,. , ccdd. pIIg. 38 .

(a) Ph)""<ius el'fl umo do d(!Oomino\:lies d(l Jupitcr. l n\'ocllv6-~ sob e"ll' 110m", como divindade tuLelur tl OI'I rugi lh'08, Iluondo p,'ocurO\'urn 1I~~lo C\'itoudo 011 per-,;egu içõe ••

(b) A Ilhigoliu, cidade dtl Grecia nn tigo, ó llro\'O\'elmenle PovHha no flctuolidt'lde.

Aind.l hoje ;õcadmirnrn em BD'lIIlC. U'CIIW rl'giüo, tl8 ruinna do lem!llo d'.\ pollo 1~llikourios , (protector), le\'onlado em rO tolio de lioH'r sido a Pbigllid pre"-Cr\"llds do iu\osiio do peste.

(5) QulUldo ogoni.5al:a ° .trio im(HmJdor de Roma, pog, 51,

Olhoo, imperador de Roma, suicidondo,se depois do uma derroto proximo de Bnxellum,

Se(!ufldo I fltllTOII \'o de Plularcho, Othoo , wo pCr\'crso cm vida cerno Nero, I.e\-e o .. momel1tos ultimos do um philosopho,

Martiftl dedicou-lhe o segu inte €'pignlm ma :

Sit Cato, dum "j\'it • .ana ve1 erelftre major, Dum morilur. oumquid major Olhana ruitf

(6) Do& gi!JUIIIt'il que nasceram de Ilnl obrara (/0& afljo. com 11m ,e:ro mai, btllo do qlu.' e/l/:$. - o arro q!lere.: baiLar do céo DI t!$piritOl I.'rran· kJ. 'lue ncio podem Id !'oltar 1II0~ , pog, M,

GI!~tSIS. capitulo VI; v 2 e 4,

Vendo os filhos de Deus que 01 flIlles do! homens erom fo rmosDA. tomaram, d'eolro ellns, os que lhes agradaram mois;

Ora n'aquelle lempo ha\'ia gigan lell lobro a le rra ,

MANFRBDO 67

A nola .{'~uillle do Ilodro Anl.ollio Pereira de Figueiredo o tale logor do Gcn(!~i. caclorece o t('do do !loomn inglct.:

AlgU11I1 C'~('mpl"rcl dO'lelent.lliom afllli: Vendo 01 onjoldo Deu.ete. O ~IIIO deli occo .. iiio" '1110 n moior porle dos Plldrcs outigos cnllMlm

cm ,urinl II~~('""Õ('!I ob UI-dOJl e illlolero,-eig, Porque S. JU ittino 1111.

111015 n!,olngiu. (I\'III1ÇOU 'luO do tommcrcio mOIl&l rUOIO dOI onjoi com nl filho .. do" IU)Ulen. IIIIl;c(!rOm 01 dem('llliOI. Alheno~ol'II S 1111 I UO cm­bur'l"do pelol Chriitiiol ereu IluO o quedo doa olljos '-ciu do leu amor imllUdico 'lelu8 muUlorel o 'luO do leu commcrcio com ellol Illllceram os gigunle ....... ... .................... . .. .. ..... . . · ........... . . ...... ... ............. ...................... .... ........ ........ ..

As nOhlS I, 2, 3 (b), 5 e G siio cxl,·actodus dai notos flu e ocompll­IIhom o poomo.

~>--

. ,

o GIAOUR

=

o GIAOUR

I

o Giaoul", publicado dopoi"l do~ dois primeiros cantos do Cltilclc Ilarold, continuou o grunde lIome que B~ron conquis18l'U pelo pCl"cgrinnt;uQ de 1I0rold.

Comprehendem-sc n'estas concepções faclos onu logos, dizendo sempre o mesmo idolatl'io pelos l'ccordaçôc!S e 8S I'uinas hcllonicas c os U"iOS c costumes orienlncs e tambem 8 mesmo aprecioço'\o sovel'o dos modemos gregos.

No segu ndo cOlllO do Cltilcle Harold, o peregl'ino, nave­gando pelos mlll'cs da Grecio, avist8\'1I os rochedos, os collinos e os deslroços dos templos pagãos, depositarias dos mcmOl'ias da antiguidade. E, locando em lCITO, en­trava na Albonio , onde recebeu 8 hospitalidade sumptuoso do govenlOdor de Jonina.

Ali·Pachó, - homem de guerl'o e de calamidode5 ,­era o govel'nudol'; venerando o 5ua"o 110 aspecto, mos rero em ex tremo e cheio de cI'imes,

j lllvia lClnpos quo Ali fizel'olançal' 00 mar doze mullleres, cosidas, cado umo, n' um sacco, Dissc-se que estos mulho­res sofTrel'om o s upplicio sem exholor um queixume, Phro-

I Childe Harold, CanlO 11, Ell, UI!,

~ --- -~ ---- --

72 o GIAOCR

sine. uma d'cllo<õl, foi o themo de muitos CllIlÇÕC~ romBicn~ e albnnczBs I ,

No GitlQ(("~ um pescador turco. fugindo 80S pirnlOs o acolhendo-se 8 Porto Leom:~ O Pireu, descre,'o do bü lcl parle dR Ilsrroti\'o que vê descl1\"oh'er·so li chu'idude de umo lIoite do Oriento, e que monifeslo o ferocidade e 8 apulencio da Turquia e o estado de reocçllo do Gl'ceio contra e ... lo imperio.

Relu7. "i\"8met~le nos paginas do Giaow' e:stu rcoc,llo. Comcf;ou nos ultimas Dllnas do seculo XVI en ll'o os roo

chedos o 8 S mouumhos do l!:pil"O; e, lomundo "ulto no seculo :'\.\'111, dilatou-se até ás gucl'ros do indepcndcllcia e proseguiu pelos tramites complicados que toem acampa­Ilhado 8 qucslilo do O,'jonte.

Em 182 1 roi dedal'od:! 8 gUCI'rO pelo Grceia d TUI'quio. A Grecia ofTerece, u'esta epocho, um (Iuoell'o de dedica­

ç;.lo e de heroismo. Alguns sacrificaram completamente os seus h fH'el'e~ c

todos se bateram cOl'lljo .. amento pela putl'ia escrovisada. Dcpoi~ de longos filmas de luctas, quando 8 causa dos

hallanos se dizia perdida, 8 inlen'cnçôo da França, da Inglaterra e da Russio unniquilou, cm 1827, lia bahio de 'a\arin, a esquadro turco-egipcia,

Marco Bo~zoris, morto em 1823 nu hatalha de Korpenitzi, foi o 111ais illustre dos hellenas moder'nos.

Parecera á diplomacia europca sei' 8 (!ueshlo do Uriente o pomo da discordio; c Il GI'ecin el'o sempre o fóco d'onde irradiara em grande parte a modcl'no ci\'i li sac:õo,

Affirmo-se que Themistocles, destruindo III) bailio de lamina a esquadra de Xel'xes e fU1.cndo I'CCUOI' o I'ei

da Perc:ia, il)\-0501' do Greciu, sa lvou o independencia do seu [18iz e com ella o 1ll0d.e1'1l0 ci\'ilisoçllo, pOI' quan to a ann iqullaçllo da Gl'ecia el'a I) do sciencia sob a cl'ueldude dos 8sialicos.

I NotI do ori(ioal,

o ClIAOll\ 73 ------------ ------------

As.. ... im fOl'Om os gillOUl'S o O!i calo~'ers julglldos dignos do ou\.ilio O do j>I'oloCçAo,

Os ciJloyers silo os mongo!>; gregos do ol'dem de S, Bu-1.i ll 0,

Gioour chamam O!i turcos o quem so recuso fls crenços do prophcto; o o europeu, quo atravesso Constantinoplo, facilmente sentil'o, n1l0 obstante o gl'ovidode mussulmnnfl, soltol'em-se, de uma ou de QUtl'O \'iella, \'Q1.es do 'gioOUI'I giooUl'''' como quem lho disscs!'õ:o li peior injurio,

Copo d 'lsl1'io, que om 1828 ossumil'o a pl'csidoncio da l'opublica hell onica, foi ossossinodo em Nouplio em 183J, na Ogl'CjU do S, SpÍl'idiou , pelos dois íl'mt\os l\Io\'romicho­lis.

A independeneia do Grecia fórs reconhecida 110 trotado do Andl'inopla cm 1829; e uthol1 subiu 00 lhl'ono om 1832.

É o BOlz81'is quo a Gl'ceia deve muito do :-iCU I'euasei­menta, Os lurcos, "encodores em Missolonghi, profona­ram-Iho o sepultu l'n; e n o\·id d' AngCl's. o Sl'onde csculplor fl'ancez, resulUl'ondo esso tumulo e orllondo-o do umu es­latua, symbolisou-s pelo vulto do limo l'OpO I'igo, sobrejn­conto t' lapide o pl'ocurando doscabl'il', Jlal' onlre os 01'­bus tos , o \lome do Botztll'is_ B ~ ro n nilo se illudiu, qU811do em 1823 oq;anisou uma

expcdi~'iLo plll'O auxiliaI' os hellenos. O Giaoflr~ puhlicado em 1813, nffirma 8 declIdcncia do

Gredo, engl'81ldecida unies lllente pela onligo inf1uiçào, Em 1821, pouco onles do expirAr em t\lissolonghi, alie

le\'antou um conto ultimo, que foi uma e\'ocoçllo, não oos hcll enos que já nt'lo dormiam, mns o si propl'io, que sen­tiu eXli ll gui l'-se-lhc li vido e procurava nos campo!:! de ba­lulhn um u sepultul'o g lol'iosa .

o G1AOUR

II

Ifij IHIS primeil'as estrophes do Cinow' urno invocaçllo 80 ardlipelago grego e a Colono , ou uni um, o prollloll­torio e\lremo e mais meridional da Alticu,

Do Cololla, refel'em os ,'iajantes, 8"ista-so umn pel'spe­cli\'a des lumhrllnle, al(,8n~{lndo 85 proius do PcloJloncso, o golpo d'J::gina e o archipelago grego, engaslado nas aguns do Egeu,

Em Sunium erguia-se, sobranceiro 00 mar, o templo de ~J iner\"o , a di,'indllde tulclnr de Athenas; templo do que restam quinze colum nns, açou ladalS e corl'oidas pelos \ on­ds\'acs e cOl1scn 'alldo ainda a ah-u ra dos tempos pl'imi ti­\'os,

Nos rochedos de Colono, onde uma sl.éla do marmore encima a sepultura de Ollfl'ied Müller , o subia mythologo e hisLoriador da raça clorica, le,-olllu\'um'se tumbem 8S rui nas de um sarcóphago, quo se di7. ter sido o tumulo de Themistocles, Ahi se lia uma insc rip~'.l\o funeraria, ollribuida a Platão ' .

Os primeiros \'ersos do Giaour parecem di c18dos por este epilaphio,

Seguem-se imagens esplondidos, semelhando aos "es­tigio~ da bellezo !l'um codo \'er de poucos momen tos a formosura d'aquellas I'egiões, submctlidas 80S tUI'COS e na ontiguidade o cenll'o de um bulicio exlremo c da liber­dade como en lüo se cOOlprehendio,

Era sempre um brado de alento o de excitação a uma naciollalidade que parecia extillcta e em bre"e ia resurgi r,

I NoLa do origiDel.

o ClIAOt:R 75

Casimir Delo\'igno ('oprodu1.iu·o Il'esto'i \'crSiOS da ftJes· Sl:lIil!fUlC XII:

Contomplol uno !omm{', n\'olll 41UO lo llnccul En tombOll1 lu r 10U frout briso YOlra e~pórrlnco. Lc jour do 10U Irulu,,,, cc Ilremier jfJur do dcuU 01) lo doogN tinil, 01'1 lo n,"olll eommcnco: Quene lri~le doucour! 'Iu{'! C"!lrmo oUl.'ndriuontl Quo do múlollcolie. 01 pourlllnl fluO do grl\co DUlli IICS lCH{' .onl \10 oli lo Iloleur dracond I Commo volro mil o\'ido admire eo frómj'>'ulIl Le C31mo do so. lroila doo! ln formo l'elToC<', Lo mOI'IlO "oIUIJtó do lon flcin plllis80nt I Du COI'pl innnimu I'uflpect gloco "olro limei Pour youl·mOmo ellondl'i, YVIII liscl. "01 dellinl Don s I'immobililõ de II'I bCllull. youlI. óleints. lIs onlaMu!l, IlleuN, lonce dea troitá de numme, Et lei voill\ aonl reu', lonl InrmC3, Inlll regordl P our qu'il VOUI rcsto un douto ii csl dêjé lroll lord; Moia l'e"lloir un momon! susllcndil ,-otre croinrn, T onI S6 Mio roposc 8\'{!e l'erénitC, Tunl ln moin de 10 morl s'081 douccmonl emprcinle Sur ce poisible fronl pnr cllc re"pectó. 011 le vio cn ru)"anl a luil8ó ln Lcoulé.

C'cst lo GI'b:O. a~·lll dil, C'C!;t la Grêco 0llllrimoe; Lo Grêco bcllc oucor, mois froidc, inonim(!c, La Grêce morlC'! .. , ......•...........• . . .• ••.•••.

Os 8ulographos comprovam a ra pidez com que foi es· criplo o Giaolll'.

A penlla seguia com difficuldade a imaginaçOo prodi­gioso, que diminulo competencia p6de ler cnlre os mais nolarois pensadores.

76 o GI\QlR

III

An tes de se apresentar 8 ' -c l'$t10, pai' ('Ol'to defeiLuosa, de um dos mais nounei:s poemos do seculo. dovel'/lo wlvcz menciollor-se alguns trochos de l\lnc8uluy. quo dil'cclo­monte so referem ó phoso dcsCl'ipUl no Giaouf' o 00 seu [luclor.

Silo os que $0 seguelll:

Uma IHtÇ'lIo que foi 118 antiguidado (I primei ra do::: Ilo \ôcs , preeminente no 5cicncia, no gloria milit.ar, bcl'l,'o do phil~ sOl'hio, do cloqucncia e cios bcllllS artes, succumbil'8 por seculas 8 um jugo cruel.

Todos os \"icio~ que 8 opp,'c:ss,'o ge l'o, os "icios abjc­clo!õl que ge,'o 110 ... que se lhe subrnellem, os \'icios fero­zes que gero nos que {I combolelll, 8viltormn o Oh8 1'OCl0l' d'e:,;:o,o "liça mic:cro,-el. .-\ cOl'ogem, que vcncera o grande botalho do ci\ilisação humlll1o, sah'oro 8 Europa e s ubju­gora o A,:;in, extinguia"se entre piralos e sa lteodores, O en­genho, que outr'o,'o se desenvolve1'8 Ulo conspicuo nas dir­rCI'eute~ secções das sciencias phy::.icas o moracs, cOI'I'om­pera·se cm astucia timido c i:oeni l.

Subi to, esle po\"o dcgradodosurgiu conL,'o OSOppl'csso re~, Ocscor~'oodo ou l1'ohido pelos potentados que o rodea­

\"001, algo encontrou em si que bem pode l'i a leI" supprido lodo o auxilio estronho, algo da encrgio de seus pfles.

Lord B)ron, como homem de 1011'05, 11"0 podia deixo r de tornar intel'esse pelo resul tado d'esta lucta. As s uos opiniões I>o!rticas, sem fil'meza como lodos os s uas oull'as opinit",e", pClltlioln fortemente par'o o libel'dlldc. Auxilia l'a com dinheiro oe; insul'gentes italianos; e, se elles hou\·es"

o G1AOUR 77

som prolongado n I'osislcncio 00 govel'lIo austriaco, auxi­lial·os-hia pro\tavolmollle com a espadu. Mas 11 Gl'ocia afTciçoa\llln-o laços poculial'es.

Ahi I'esidil'o ainda 110\'0, 1\Iuito da sua poesia mais es-­plelldidu c populol' fóm inspil'ado pelus perspecLÍ\'as o 8

his1ol'ia do GI'ecio. Doente de inoct,:ão, degradado aos pl'o­prios olhos pOI' seus vicios o defeitos IiUerHrios, nnhclondo excitações desconhecidas o dísline<;ões hOl1l'oSOS, OI'raslou no campo dos gl'agos o coq)O oxhausto e o espi l'ito mal­tratado.

O vigor O O bom senso, que manifestou l1'esta ~ituaçilo nOV8, justificam-nos se julglll'mos que, vivelldo por mais tempo, 50 di stingui l'ia como militar o politico, ~Ios o prozol' e a dOI' haviam completado a obro do setenta allllos n'um corpo delicado,

A mõo dn morte estava sobt'e ello , Soube-o; e disse que 56 desejovn podol' encontrB l' a mOI'le, tendo a espada no mão.

Foi-11m rccussd!). A onciedade, o esforço, os perigos o que se expunha e esses estimulantes fataes, que se lhe ho\'ium lar. ludo indispollsllveis, cedo o estenderam no leito do doenço, n'umo leiTO estranha, entre estranhos, sem tOl' junto de si um ser humono 8 quem estimasse, Ahi, aos trinta e seis annos, o inglez mois celebre do seculo deze­no\'e celTOU o suo cmTcirn brilhante e miserove!.

Entl'e 8 numerosa ju\tenlude, para quem o leitura qU8si o;.,.c1usivomcllte se pronde nas obras de imaginot;ito, o po­puluridade de 10l'd 8)'t'01l foi illimitnda, Compraram-lhe os I'Clt'alos; fizeram lhesouro das suas mais insignificantes reliquias ; opl'ondel'olll-lhe os poemas de c6r e tiveram o moior desvelo cm escrevol' como elle e apresentar·se como 0110, [\'lu it05 otlso.in.'am-se 110 espelho na espol'Onça de lhe app l'ehondol'em o C0l1tor500 do labia suporiol' e o aspecto CUt'l'oncudo de ulguns dos seus retratos, 11ouvo quem se desfizesse do gl'ovola ó imit8\~0 do seu graude director.

iS o . IAOliR -----Esw ofTt.'('l8,tlo desopPoI'eccu; c poucos DilUO!'> mlli~ dl!s­

truil'llo O quc {lind .. rt.!sto d'c .... se podl.'l' magico, lJue pCI'. tOllceu outr'orn 80 lIomo de B)I'OIl, Poro nó~ é sempre um hOUlem 110\'0. noLre e infcliz, Poro nos~os lilhos SC I't\ !si m­plesmente um cscl'illtol'; e. n'um jUlglllllOlllo imparcia l, clle ... lhe demnrC8rilo n logol' cntrc os cscl'iptol'es som at­tendcrem Ó suu Ilobrezo ou hislorio pal,ticulol',

Que o ~Ull pocsia SOm'cl't\ um sc\(~ro e'\llIl1c, <Iue scrá rcjeiltldo C0ll10 indigno muito do que os cOlllomporoneos tcem odmil'udo, pouco du\'idolllos. ~Ios tumbem d u \'ido­mos pllUel) de que ainda I'c~tol .. i muilo quo só !>tido jlCl'eCOl' com 8 lioguu ingleso. I

I LorJ Byron h)' lord .\Incnulo)', (Junc 18.11 .)

~ o o

A

SAMUEL ROGERS, ESQ.

COMO DIMI NUTA

MAS MUITO SINCERA HOMENAGEM OE ADMIRAÇÃO PiLO SiU GENIO

OE IIESPEITO PELO SEU CIIAI\ACTER

E DE RECON HECIMENTO PELA SUA AMIZADE

i D&DICADA RSTA OBRA.

Londru, Ma io 181! .

BYRON.

~_._-_ ...

ADVERTEN CIA

A 11Ill'I'nlho, l'lWollldoll'cstes frog mentos dispol'sos, tomo O OI'igOUl do oooOl'I'oneios hoje menos I','cquoulc:; 110 Ol'i­elite do que outl"UI'U, ou pOl'quo os mulheres sejulO mois cil'cum"pcclus do <llIO no tempos antigos. ou porque lcn!lol1l 1II0is fortunll os chrisll1o"i ou sojllm mcno~ ompl'c­hClIllod. )l'cs. A historio, no. inlcgl'A, cOlllpl'chclU.lio os {Hon­tUI'US de lllm\ escrllVO, 10111;8do 80 mnl' como desleal, ~o­gundo o uso dos lllu";bulllltlllOS, C vingarla por um jO\lnl

\'cne:tinno, sou amonte, qunndo 8S sele i lhas cslavQm sob :l \'ussnllagom do I'cpublicn de Veneza, logo depois do c,­tcnninio dos ulhotlc7.c,,;, flue pOl' algum tempo subJugnram o ~l on~8, immediulmnentc á ill\"nsilo dos l'l1~SOS. O:; ~Ini­noles, paI' lhes lCI' sido I'ccu'-'ado o soque do Misilru, de­~Cl'lUnlm ; e d'este ublllldono pro\icl'am os desa'Olres da Morcu, ollde pai' lodo u pOI'le se excl'cel'81U crueldades quo Ililo tcem porüllelo nos anno6S dos Cl'entes,

6

o GIAOUR

fUt\GMENTO DE UMA JlISTORIA TURCA

necordftçiio fAtal , milffon flua Ilroj ... ctll II gl"lidft sombra nnl n011l1l1 IIlegri .. ~ nlll n01l1l1 dorel. Ntia lhe do II .. idfl mail lul. ou ett'uridiio, II nuo a!io d'eUII 01 h"lumol do regoflijo nem ... mllr· gurlll do .olfrimento.

Ncnhtlmn l)1"i1.0 agilo O mm' <luO 1'61u por debaixo dn ~cpuhUl'n do Alhcllicu::ic; d 'c~sc 1uI11u10 rutilante no cimo de 11111 I'ochedo, sondo o jJl'imeil'o o saudai' o bui,cl quo tul'LIlI ,'1-; nguBs pot,'in5, c ol'gulhoso sobre o solo que o lH'I'UC lil,C1'lou cm vila. Quando \i\'erfl outT"O hel'oo 181 como cl1e1

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. ................. . .

Forllloso climo! ondo os eslações sOI'l'icm bonignus poru ossoS ilhas nbcnçondns, que soudamos oxullando 80 dos· co lJl 'il-os tIos pincnrm; longinquos de Colonllo o do que I'es~umbl'om delicias pal'o a solidilo_

A fuco do oceano, bl-ondamenlo fronzido, reflecle as cO\'e~

o GrAocn

do" muita'" montanho--, irnjlr'c~~us nos olldo~ qua bonhom jllCUllda~ cste .. EdcLls dos 111II1'l'" do Ul'il'llte . E fillondo, 00 perpm .... lll' do IJrizu, o cI'}slo l I'lul dru; uguo~ so quehro, tlU fl1gt! limo 110r coh ido do unol'ctlo, como é !.rom ,'indo II \il'lll,'i\o genlil (I ue olli dt\ ,ido nos pcrfumes, Ic \'o IH.lo-o· na 1ll'tlgl'Il1 I

i\o..:; rot'hc(los c \lO!"; \0110"';, a I'OSO, n s uJtnllll do l'llu\i­nol. por quem [h Illclotlin-. , fi'" suu ... mil cOlll.,'t)es se OUvcm 1111 olt,), 1l00't! .. ('c e Ct'lrtl, timidu, ao que lhe cou tu o scu mnuutc, c o n)sn, U ::.lIU I'l.Iirdw o U r'IIinhu dos jlll'dins, ~Clll '1ue o ... lufudus u opJlI'i IllUtll , ou 11 ('ollgclclII IIS 1I0\c!";,

IllUgC dus lll\ el'J1!lí) do ()ccidclllo c nbon,olHJIl polo...; l)I'i/05 c U'" c~tl1(:úc"', t1c\'llhe uo Ii nnOlll cnto OIllIHII'issirno iucenso o ... dnn ... da n::ltU I'C/O c, no fl 'IISrlw cia do $ClIS suspi l'o.s e IlU bclll'l8 de ,.,uos core::. , l t!c lll dndi, os de gl'u lidito llq ucllo l'é\) I'itlcnto,

E I,i c:-;t:1n muito .. lIóres do cs tio, muilns sombl'o", beni­gno ... 1'111'0 o Hllllil' C 1Il1li~IS gl'lll us fcila..:; puro O deseon· 1,"0, '1uc occultom O pil'utn, ... eu ho .... pcdc. E!Sconde elle cm hai:\U 8 barca c e~pl'oilo, no tlbrigo da enseado, (Iue pn .... e o \..talei illofTcn .. i\'o c CJUO tie OUI.,'/I II guilm'l' I'o do marinheiro folga .. iio ao refulgir fi ostl 'e llu do crepusculo.

ElItilo é {Iue o .. sultcüdol'es 1l0dUrllOS apel'll1m os remos e \\I~um ci ... urdinu por enl t'C os lurgus somb,'os dos I'oche­dos e whclll ::lobre a pl'e"';8, II'u llsfol'lllOlIdo cm gemidos a'lucJlcs eunUco .....

:Surpl'chentle ' A noturcl.tI deli llooU uni ninho quosi di\i­lliIl, mi\to de gnll.,'fh c l'nl c\'os, 110 ptl rtli so ,ue ulli fi l'mou; c os hOlllcn ... , cllomOl'OIlUO-::iC du infol,tullio, mülll'utlll'am-no como se ro:-;se um dCSCl'Ill, c brultles pi ~oro m as 11 61'os que ao long(/ lI'e.,.,la tcrrl.l de enca11tos, sem o tl 'obo lho de umo horo, 11:10 pedindo cullul'o, c t'e.!:icem pura PI'c\'cnil' cuidaJo~ o ::-upplil!nr quo 11110 8., Illngoem.

SUI'lu'ehonde! Alli tudo é pOl, e II paixf.o irl'ompe orgu­lho .. ,j o ]'eiuom fcl'ol.cS a luxUl'ia o li rupilm, c~cuI'eco ndo aquelle~ dominios de bellelo, Uil·-.. c-hia quo os demonios

o GI\OI A. B5

tlS!'iuItUI'ULlI o \('ncerlUll o~ <;:'(,I'flphins o que o~ hCl'clcil'os do jufcl'no ... e IC\'lInlnl'om o pe l'lllfHleCem li\"l'cs IIUS throno", ('elc~lc"; h'O Sl'I'CIIIl ~ II pCI'specti\o o lt'n dc~linlldo puro o I'egol-ijo, quullto merecem 8 1ll11ldil:110 os l)'l'{lIlIlO!ôi que 8 dCSU'l}elll ,

Qucm M I'cclinou nu te um CllclH\'cl' !':em lol' pns"lIdo o diu 11";lI1eil'O da mOl'te, -o primeiro da e~clll'idi'\o do lI (ul/l c ultimu de uf\1icçlio c pel'igo. - (emquuuto O" \cSligin~ flfl hellem 'Iuo ~om'eu 111'0 fOI'(lm \'UI.,.;dtl~ pl'los dcdo!'i des­l rll ido l'o~ do 1.IIwiquilol;i\o), quem lhe contemplou o !I!'ipCClO ollgelil'o e ~lII"'C, um l'optO de l'OI'OU:-iO nindo iI10\t\lI('to, os II'uçO::t fi \0,,", mfl!ôi telluos, que su lcam u 10nguidc7, dos plncidos fciçlje'S, os olho</; tl 'i~le~ e pisodos. som lul., 50· du('çlio ou logl'imll!"., o o fl'onto geladn e incrto que. pela frio immobilidodo do mOI'te, premie COI11 pll!ôllnO e Im'to; quem, lt'e lllondo. como se aquelles re~lo~ fossem já os seus, IU)O de~violl comtudo n \i~ta. sim! csse, \lO I' olgull'i c ~Ú olgulI~ iLl:-it01l1C~, por limo hOI'o pel'lidll, duridou lahCl. de que houvesse li l)l'Ol111i(l excl'cido o "CU podei'; too hcllu, l,'u SCI'CIIO c meigo é o olhol' jll'imeil'o o ultimo re\ C'!t' l!O polll mOl'te! Eo:: ... e é o ospecto d'e~lns PI'lIio", J;: a (i I'CeiO , mos 11Iio mois II GI'ccio \'i\u. Oe t.)o fI'io onlellidudo o do ")0 fntol bellcl.o que c ... lremeeemos. poi" o seu e</;pi­rito j(1 nlli 1I110 estó, f: d'cllo esso omobilidatlr que, nu 1I101'le , 1100 pm'te de todo. quando pSI,tiu o l'e"piI'lH~"O e o sua bellc1.11 lem os I'ubr)res sinistl'o"" O e6,' que fi ... eguo tI!) IUlllulo, É li lul. fugo/. do expressão finol, um ch'culo dUlIl'odo, puil'{II,do cm t61'110 do mOI'lolidude, um I'oio do scutinlcnto que possou e se despediu ; foisen de limo chulllmo de ol'igem tnl\'e1. celeste c I'csplnndeecnto o;ndo, mos sem nqtlerCI' j{. U lCITO do seu omo\',

Pntl'io de herDes, quejl'mo;s 111)0 de esqueccl'! Solo quo roi, dus I'lonicie'i nos I'CCOIlCH\'O" das Illnnlonho", o hel',o dI! lihel'clnde c ti SCpulllil'O do glot'in l Hcliquins dCl~ rOl'IC~1

01.1 f,1 n

I:. ~ 1\01 'lIle ri" VÓ 1111('11,,,, I I.} e til' Appn:n.llnn·t .... ei('Mn II' ,I or.Je" u) d., 6l)5fto ~

II'" Tbtran ,p .. llo.;· -j).,. r-"d ri ud I II d li,.n .... 1Il1J~ .le 'luO I'r.JlB 60 8 agUM COro] que

.... d UI e 1) re.f. r' SiI'J d" golpbo d roched r:!e :-....a II}.

J ... I.JJ per .. pedL\8 e I lL."lhl.! MllftO') nlecld J ff' ... Ir 1m C r.uel por 'lue "('J~OI \ ,..,uLtrull1 do t.:lI1za. ... d.) flntl'p J ....... 1,1,.,.. t1 .. 1II111rt rj IUI que OIIlIllOU e reunlro 8') d'eU ... 11111 110m e IClnltln. { Ircmecend o ... h -rolOU ,,, ,te ou\il fi), 'lu'lII III( rrer nu lu<:I8 c del'\8f 8 .....

lilh ... .J .'''f''E'rIITl,n e (t r Hill le quo ...J)!Trerno ,. Ult.orle e liA 0Pl'N rIO, pOI" f' ... I~omb II I lu llbeord d, que .... ., ll"lH r8m oulr' ro e fOn!nJ Ir;-. d')":le ... pa " filh c m II U Lima .-."ll...l de ~Ij!l,.!ue. t lU certa "I 8, mau .:rnrl j 8 ... \ ... le muitQ~. 1 tc ... !elllunho oh' (~rect8. O d ... t ,... , _ , ', ... '1\ .... que lIUe ... tam mui ...... xulo" 1m-m r a " ~um,ram ..... ' o .. re ... lia puhet"IJlellbl e ... urid~ e ri '( l!"'llll r_ rtlml,te ....... lO II me Ü .... teu ... heroc....... lima ;: dem lia Ih - recu ... ..Iu eolumn .. u :) tumul ... Imperam em rn nulO.~nl.( ... ,Je m:'11 r .:rondcza, - ... mor, · La h ... da --UII t.. rr:) natal' AIII 8 lu:! nlu-:! IDrli ao e,,­tr11111 _ iro 8" ...... ilu!Lurd ... d, ... Ilue :liio podem morrer. De lon':8 dr ... rlp.'.Õ e e\.am~ doi ro ... , ~ 8 .. ered:t, que 'ai do}

e .. end rádr .. .:r:. B3"".a! - :\eobumf rs_I iroinimi,:<J 'en nJl 8 tua 61ma, .... e eUa 0110 hou ... el"1t "'UL"('Ulllbldo_ '1m. (li a lua -propr blJi\.ez~ 'Jue te ot.riu o caminho da ,-ii ser> idflo e do desr)()li ... m,,!

Uuem p:~r 8S tuas prailh lJue podeI< dizer t Xem uma elld.n d· .. leus enli,::r,.;: teml"lO .... oeohum them8 que

le\'8Dle a mu .... " a \00'" alli\ , ... como .. lt:U<1; no .... di .... de vulr' m, ~Iwmdo o ... !JV1llell .... ('ram di"!Q ' ... de li. fi ... oora­

• " que .... e ('re:t.raJn n .... leu .... \llliE~ ... , .;: '111m;:; de r, ..:· 'Iue podi II} ler COII -IULI h leu .. t lb ... t (t: t ...... ublime ..... ra ... tcJ m, n e .. le m"t.aul(o, do bel\'"O ti.... ultura. e:~ron() :-- .

o (HAOI'R 87

lli)O; - mas 0$CI'8\'OS de um O~rrn\'o C i ll sc ll sh'ci ~ 80 quo ui\o 8cjl.l o CI';mc, i\ l11 nchodos ('f)ln lodos lN porvel'''\Ócs quo poliu em o Illll nullidude, ondo 0110 e ti vOl' 1Il01l0<i superior nos bl'utos. ll i)O lOllllo "icqllcr a ohcllçol\dn brn \'czn 5CI\'O­gem, IIcm UIIl peito indepelUlenle ou COI'lIj O"iO. ui ncl n hoje O1'rllstum pclo!1i porto!'i cil'c\lIl1\'isi llhos I) suo III'o"crbio l ustucio o os seu') OIlligas lU'dis,

Alli 50 I'ceollhere a grego sngmr.. pai' isto o si'! islo nfu-11\0do, FOrn i llulil O\'OC01' a Il hel'dade espi1'i tos ng l'i lhoodos 1\ "'o l'\ iduo ou 10\ ontor rrulltcs quc csUio cnl' l cjnnrlo o jugo, Nflo Ill uis Insti mo os sofTl'im entos da {i l'ceiu, I': , todovio , e .• tll é UllIll histol'iu IU f;ulll'c e os que ti cscutUl'cm podol'uo julgo !' quonto fUlldnmcllto hom c paru o dóI' do quom 1)010 lH'iIO Oil'H "e1. li ou viu .

• , . , o. o •• • '. O ' o'. " , • ••• • • • • o , • • • o., ,. , o ,., o,. , • • •

Ao longe o sobre o rn tUO ozu l os sombl'Os negrlls dos rochcdos estl'cmccem aos 011105 do pescudor , po\'ccendo-Ihe cnminhol'em , como ~o fo",sclIl o bulcl do um piE'o la ill sulal' Otl de um i\ l ni i1 ote, Ello, tremo1ldo pelo ,'ohiquo li gciro, foge do enscada , que estl'l pCI'lo, mas é suspei lo, Vui fOli­godo c e:\ l cllulldo pelo ll'obo lho. 0PIJI'imcm-lIo os espolias do pcsco e todn\'iu remo, ni\o I'opido, m os com \' igOl', 1)8 1'0 o praia mais segul'o de POI'to-Lcol1o, onde o I'cccbe li clo­!'idade amcno, qua ú o Iwimor mais suove do umo noi le orien lal.

,.,' . ' , . . , ... ".,.,., ....... , .. .. . " , . ... , ....... . ,

Quem COI'I'O n'um cO l'cel negro e solto ndcrlhe o fl'oio ohi chcga omeoçudor'? AcoI'dU IIl 80S 5011 5 do ... contundentes rl! l'I'ndul'üs os erho~ dns cavernas CirrUlll\;:;:i nhns. que re­percutem chieotndn pOI' chicotuda c gul"pc pm' gnlope. A CSpUlIlo. que li.,trn os nUIICOS do cOI'cel, pureca do oce­UIIQ. E, ~e os ondus faligudu..:: de:;ccl'om a funJu quietaçõo,

o r.I.\OlR

'1ue 1111') " tem .l [mimo do cmallt.'i,'o. ámnnh/\, (lu8l1do ,"ohe A cel' ,'/)\,~10 lrmpe-.luosa, sert\ mlli .. clllmR flue o leu IlCiltl, jo\en GiOllUI'l ~I' O le conhe\,o, Abomin {I tua "o.;a, ~ I o' imesligo nos tuos feiçilcs o que scjn (I que o lempt) dtlrl.l energirt, que lIi)o mAis dcsupporeccn\, I~s joren e pollido; c o impelo das pui,ões (ogosos .... ulcou de ruglls os lUIS face macilentfl~ , Inclino .. pura o solo O~ I'CJlC'tos do tcu Ul8U olhal', e , fi ... {'om {I \'clocidudc do um mrtcOl'o, Ao \cr·te julgo C~1Il1 jusl it;1l '1U O lI .. um d'cs .. c" do quom o ... IiIltos de Olhmon fQgc III , SO 11110 podem dor·lhcs o mol'lc,

Corria! -e nA ~U tl fugido ~empl'o mais \'0107.. jll'cntlio o ... meu" olho .. com 1I1lHl s urpro/o CI'csccntQ. PIIS"!l \'U e de ... ;lJlpol'cdo da minllll \'i .. lo como ~e (o-.sc UIll demoll io nOClUI'110, O gesto e o nspr('lo deix rl\Hm-me inquietos I'e­cOI·do','iir .... e a 8ndodurn telTivcl do corccl ncgl'O, I'c tinilldo, IlCnetrou com sobrc5a1tn pai' muilo tcmpo O" minhas nrelh:t .. , que cstl'emerel"om. 1':"llOl'cio o cfHa l1o. Appl"Oxi. Ill[H.C da I'twhfl quc e ... ll\ IH'Ocmillen le o CscUl'ece os 8gUD~. A corridu é Lortuoso c C'odtl \ 'e/. moi!:; I'apidu. O I'ochedl) o ulli\'ia tln minha ,·i ... tn. Bcm imagino qUAnlO seja moi \in11,) flllcm fila os ol hos lI 'UIl1 fugili\ o; e, pura quem ro~c 8 e:sta hOI\I, n:l0 "n umn cstl'clln que nüo Lcnha bl'i lho rlcm" ... irulo. Seguiu em fr'eIlLe; mns orltes do desopPol'crer ,'oh·cu ropiJo o.", olho ... , como se fO~!'ie pelo ultima \cz. Hrpdllliu POI' um illstante a \'olocidudo do gillole; dcixou.o rc"'pil'{l!' por um lIIomento na ca n'eira; pOI' um momenlo se lirmou !lOS C:s ll·ibos.,. PQI'quo csllí olhando para 8 f1ol'c<.la dc oli\oiros~ AI\'orece o crescento pelo ('imo do collins e 0" lampodos nindu tr'emulum olti\'llS sobl'o U mcs;fJuil.n. Posto que milito longo pOl'a que posso o edlO re"'pundcr 00 lophaik, o rogt) do .. detono~ões U\' i ~ la-so c as ... e\'cra ('om u fc:-. ln o leio do :'\Ioslcm . E!ôi lS noite o sol do Homo7.0n desce ao o{'1·iden le. 1';,,111 noito comc~a fi (esla do Oiliram, I~Sllt /lOilO." mo!:; quem 65 e o que és lu com

o f'olAOUR 89

eS~G vestu81'io fO\'flSleiro e e~S8 fuce stort'odoro, o <tue é isto para li e os lell~ flUG te 10\'1) a hcsilnl' ou1\'O f\ demoro I) 11 fugido'

Pm'ou, lIuvio nns feh:Ocs d'elle algum lCI'I'Or; logu, pOI'~m , lhe succodou o odio quo uno subiu com u vermo­Il1id,'o illt01lS0, com o rubor s ubi lo dn colora p05"OgOII'O, Illa" com o pollidel. do mlwmore, que, pai' !<t ua IlIgubre OhUl'[I , ougmelll8 n melnnco!in do~ lumulos. O ospeclo CI'U 101'\'0, Os olhos ~('illli11H\'um. Alçou o lmu;o e olçou o com fOl'oci<lllde ; e, pnl'/\ o oito, agitou impcln050 8 milo como du\'idnndn se devol'o \'ollar ou fugil'. N'oste h,.,lunlc o seu ginete intlnmito, impncicntc peln fuga "eIm'dado, I'inchou com estrondo, HUJlido o cfl\'ollcil'o, olhando pnrfl [I mM, tomou o ospodo, Aquellc som intel'rompero-Ihe o do\'oneio, como se fosse um somno lo\'e quo sobl'osallum os Sl'itos d~" o"os nocturnos. Com os oriculcs locero os lIoncos do cOl'col, A \OlltO, Ó\'Ol1tO! - pois corl'e p8l'O "'01\'01'

o vido. O {'onl ll o, esll'culcccndo ao,;; golpes, sa lta COlO a vclocidade do djcl'I'id IlI'l'clTlossodu fiOS ares , P0!5S0U o ra­chedo; j l~ os:-.e C,., tl·OllilO ni'lo vibl'U pelo 1'1'I)io.

Pord om·"o de ,i5t8 os plumos do elmo dll chriSill\o e o seu gesto ol'gulhoso,

Por um in'iton te fll)enus l'clU'imiro o (0(;0<';0 gincle da DOl'b:lI'in, que l'ude11lcnl.e 01lf1'CO ll. Sú pai' um m{lInCllto sc doti\ol'o pal's COI'I'('1' l'omo 50 a morte o perscg lli ... ..,o. Por~m , lI'osse in"lon1e, pat'CCCU lerem-lhe ,'ollldo 110 e .... pil'ito re{~or­lhH;0cs oe 0111105, como se cm tempo h'o diminuto "'0 hou· \'e ..... e condensado umo c\. i <.; tenciu dolol'oso e um saculo de cri mes. Em laos momontos, quem ama, odeio, ou tome, hfturo pezlll'os de un1l0S, Que sentiu 0110, o um tempo 0ppl'imido paI' tudo o que pMe confundir o 1:11limo' Quem p6de co lculrll' o <lUI'Oç,'O medonho d'csse momento que illlluiu no sou cle:; lino! e foi <Iuaai nodo jlOl'O o lIistOI'il'l, f\li pOl'~ o pen--o mon lo fi el<'l'tlidodc. Pois int1nito, como o espaço illimilado, é o ponsamento, quo ulmu;o o con-

90 o GIAQU R

scioucia e pode comp,'ehclldOl' um iorol' tunio som nome, sem esperança ou som fi m.

Pnssou 8 h01'8. O Ginou!' pm' liu. Fug iu ou pereceu sem ter quem n acomp8l1 hasso? ll o l'l)~ run c:-; tas 0111 que chegou c cm que pmt i u, el lc. o nnge llo clI\,jodo pl.lI'lI 11'(HH:irOI'ITIn r

pelos mule/icias do 110-':5011 um p.llucio O'UIlIO sepultura. Chegou o !lOl'tiu como o simoll ll , o prccuI'sOl' c1u e<::cl1rid:lo o da I'ui,w, cujo folego. IUq;O IllCllto dcs ll'uidOl" inct inu e dCl;\Ü IIlOI'jhulIdo o pl'Oprio (,ypI'O~to, 01' \'01'0 negr's o rUl1cljl'o uindu quando é c:-.. lillclu ü" dÓI', lIl lico lueta quo nüo so extillguo pelos finodos .

Desoppo l'cceram os cD"allos do es tl'cbOl'ia. Nua se 0\'i5t8 um sel'Vo no 50101' do It assn ll . Pelas pA l'edes og illlln-sc em lorgos o domol'adas ondulu~'ões os colchas lonues a al\Tlccntos da arauha, q ue nua to m companh ia . Nos jor­dins do hnrem o mOI'cego constl'oe o ni nho o no cos tello 8 coruja USUI'pll os tO ITcões de ataloia. Nos pal'lJpei los da foule uivam, hediondos, os rabido') mo11 ossos com fomo e sede illudida, pois fugiram ns aguus do monuOI'O d'oq uel­le~ leitos, cheios de hel'o o do tri:-.le pó.

EI'a agroda"el, !l'outros tempos, ver a ag ua brinca r, quando o on'olho pl'n lcado, subindo, e'pelli8 os ardores do solo saltava em fouLasticos redomoi nhos e cm tóm o cspargia um almo frescor qua, "cfl'igcl'ando o or , dove á lerra a "erdul·o.

Em ogradavel, de noite o fi luz dos estr'c1Jas !l 'um céo sem nuvens , ,'CI' scinlitlar os ondu lec;õos da tOITente o oscuta r-lhes as melodias. E mui tas "ezes , na infoncio , I-l ussun bl'inca l's em I'cdor dn cascata o mui tos ' ezes oquol­les sons lhe ocompunharom o dOI'mi,' ao collo de s ua mue . Muitos ,'ezes, ao longo d'uquellll ribo. I lnsso ll fóro, !la ju\clIludc, uClll"icilldo pelas Cllllt;'ões du betleza o cllcl o notn melaJlcolice P::II'CC;O mais sue\'e unido fi musica dos ag uos.

Mos e setleclude de I-Iasson n<1o descall4;{H"llsob('oaquell u

o GIAOUR 91

ol'cslO ao escul'ecer o cl'epusculo. A torrente, que enchia o fonte, extinguiu-so o foi del'l'nmado o sanguo, quo dova enlol' 0 0 COI'UI;i\O do II O!';!,;8 II. Nõo mais ~ij ouvil'ó l1'e~le logo l~ o voz humollo, (~om 1·"iv8 , saudade ou I·cgosijo . Os ultimas e doloridO!-i 50115, que o arogom dilntou. fOl'am o queixa mois Ugl'8 o fUIIObl'o de umo mulhol'. Perdem·se no s il encio o tudo é !iilollcio uilldo . menos quondo II gelo­sia boto 80 sibilul' do vento penell'unto; e n60 hoveró mi\o que lho p" elllla o fecho. ainda que o tufiío se enfUl'oço ou fi chuvo seja um diluvio.

FÓI' I) g ruta ill\'osti gm' nos ol'eios do doselto os ves ti gios mnis I'udes do 11m 11'011 eunto. É assim quo, Il'e !ô> te logm', o s6 ,'0:'-; do solTI'imonto pôdo acorda i' <Iunsi um eeho do confod o. Ao monos dil'-se-ha: _Nem tudo pal'tiu . Alli so OCUI'\,8 umo existencio, posto que uma 56, ao peso da dOell Cj8 .•

E lá estão muitos pa\'imenlos dourados, quo 8 solidiiO bem podel'a o\' itOl·.

No interiOl' do edificio oindn 8 decndencin ohI'O com len­tid,10 a s ua eSll'odu de ruill us . Ao pOl'tal col he·nos só u meluncoliu.

Não se domol'lI o fukil' , nem o ernlllto der\'icho a quem Cl generosidade IIUO p6de attl'ohir, nem o cstl 'ongeil'o fali­gudo fuz al to \1(H'O abençoar o pão e o sal sagl·ados.

Com igual indifTel'enç{l e despl'ezo passo rn (I opulencia c :l pobl'ezo, poi":i a cortclin e a piedade pereceram quando \losson no nunco do monta nha. O seu tecto, esse I'cfugio dos homens, é o ontro fo.melico do infortunio. O hO<;I>ede foge do solol' c o "oss3110 do la\'or, depois que o turbante de 11 0588 11 foi purtido pela espuda de um infiel.

. .... .. ... ... ..... , ...... .. , .. . .... , .... . , .. , . .. . ..

Ouço passos que se oppl·oximam. No!) chegn, pOI·ém. oos meu~ ouvidos uma VOI. de saud(lIi~o. EstilO ma i" perto . J l\ lhes posso ex'nminar minuciosu menle os turbantes e

92 o (jl \oun

os .\lltaghans de bni llhfls de Iwnla . O dA fl'(~ nlo \'~·sc pelos lI'ajas \'CI'des que t! um émi l', «Oh! Id! quem ésf -E"le su lam humi lde vos responde que sou da fé do ~I os l cm . Esse peso, <Iue tomaos l:\o delicado. pOl'CCC t OI' direito oos 1Il8iore~ cuidados; c, .::;cm dll\' idll, cOJ"rogft~·t'io precioso é que o meu pobre ba lei com o melhOI' ,'ontudo esporA».

tl O ilCS 8 \'cl'dade. DC~an1U1 ' I'a o bOI'co e IO"u~1l0S d'esta JlI'o io ~il c n c i osa. Nilo; deixa l.Iilldll rCITado 8 ,tela o tomo o pl'ill1ci ro remo d'es"'cs que nhi csWo csp:l lhodos. Voga po ro O call01 , a meio cominho d'flq ll cllcs I'ochodos, ondo 8S aguos dormem eSClI l' lJS o IwOrundns. PI\ I'O! - assim! ­cxcc ll en le m Ol1 to !

Ra pida tem s ido II tl OSStl dcrt'oto. E todavia, os lu é, cuido ou, (1 \iogem mais long o que (lIguem do . . . . . . . . ... . . . . »

Foi cruel o Si u!Jmcrs:' o e mor\lSO o dcsll pPo l'ccimonto, O mar sercno l'egUl'g itou a té li pruill. Esli"o ll tt cnlo ,

\'cndo como se ofuudu\ll; e porcceu-me imprimir·tio na 100Tente a lg um mo\i mcnto qu o a ag ihH'o Ill Oi:;, E l'om us aguas \iroi': e, sobl'e cl las, UIll l'crél'bcl'O do lua. Olhei com ~ urprcl.o , até quc, s Ulll indo·se ;1 \ is to , pal,tiu como um :-.ci'\o qu c di minuis.::e do \'olumo, - cada " Oi': m OIlOS c mcnos .

Depois uma oh UI'O, limo empola 50l)l'e os og uos, ill ud iu 8 pel'spccl inl. E aSi':i m donnclO todos esso!'; scgredos es­condidos, que s6 os genioti s ubTllo l'inos sohem a, tl'emendo uus sua .. g ru tas de coral, 11IiO alisa m l'Oo;; pil'o l-os 00 m OI' .

. .... . ........ . ......... . ........... ........ " ... .

Em Kachcmir , nos campos esmcraldinos , 11 l'Oin ha dos insectos da prima \'cl'o OI'ieulul, lihrundo-se nas [l 1as pur­pu rens , cOIl \'idn os crell l l~'OS I) scguil-a de PCI' to, cond u­zindo-a,-; de flol' em fiai' - coçado lahoriosa c 1I 0l'os desper­diçadas! - Depois leran to subido \ 60 c dei:o..a -o .:;: ünhclollles

o GIAOUR 93

e com os logl'imos nos olhos , Assim 8tll'nhe o bellczu o adolescento com os SlH1S córes iguulmente fulgidas e 8'0 suas azos de iguul inconstuncia, É umu cOfiada de espe­l'nlH~OS n)s e do I'ecoio'i, come'tando na loucuro pOl'U findar nas logl' imos, I;: , quoudo subjugados, sl10 ll'ohido~ por des\onlul'o igualo insecto e o dOIl7.ella. Espel'o,os o infor­tUlll0. IJmu vida ungustiosa, o nlio tel' quietaçilo, é o que I'os to do!>; bl'iuqucdos da infnncio ou dos caprichos da ju­\'elltude , lnl;ignificoneias adOl'U\'eis, PI'ocul'ailas com tonto 81'dol' e pCI'dondo o enconto o osmol'ecendo-Ihos as cOl'es mlli s bl'ilhuntes, so os opel'tu a ml10 que os pl'clondill. Sem ell('U 11 los, sem cór e sem 1101101.0, I'eslo-Ihos fugi I' ou perecei',

Onde podem tel' doscoll'to os viclimlls com 85 azos mo­gouun'i o o peito ensanguen tado? A uOl'balela, com os azo!'; pisudus, p6dc como anles voar sobre a raso e o tulipa? A lJellezu. que umu 1101'0 fanou, podel'(\ ter alegria 110 seu jal'dim destruido? Ni'o. Os insectos que muis \'i\'osudejnm, nilo cenom os azos sobl'e o~ flue mOl'rem, Os sel'es lIluis omo\cis tcem compuixilo para todos os defeitos, mellos poro. os proprios.

E todo O infol'luuio p6de ler direito o lagl'imos, se IIrlO ocompanhu o oPPl'Obl'io de uma il'miL

,.", . ... , .. ,."" ,."""" .. . .. " .. " ,." .. , .. . ..

O CSl'i l'ito, quc em si esconde criminosos infor~ullios. é qu ul O esco l'piilo I'odeado de um circulo dc fogo, mois C!';­ll'cito sempl'e O mais obl'azodo!', Cerl'{lm-so as chommos em tOI'11 0 do cap tivo. Pencll'odo de ' .Iil agollias intel'iores e louco de iI'o, conhecendo s6 um doloroso olli\'io, a ponto que nutl'io contro o inimigo e cujo peçonha júmois lhe rol­tou, vi bl'o-a contro o CCl'ch l'o desespcl'ado. Um 56 golpe CU I'U todo o so lft'imcnto,

Assim pel'ecem os que lemn o alma neg l'a, ou vivem como o escorpiüo rodeado pelo fogo. Assim agonbsu o

9' o G1AOUR

e"pi rilo que o remorso COI'I'ÓC. Nilo pódo "h-cl' nn tOl"'U;

e nila predeslinado pora o céo, tom ucill18 do si 8 eseul'i· düo, abaixo o desespero, cm rodol' 8S chammos o no in le­riol' 8 morte .

.. .... ......... ....... . ..... .... ... ... ..... .. ... .

Fogo do hal'cm o funesto II u55311 I) nua p6dc olhar pora umo mulher. Consome, conll'O o costumo, lodas as hOl'8S na montel'ia, !flas nila silo d'cllo os nlcgl'ias do cuçadOl', NiíOCI'8 o cos tume de !lassa I'! fugi I' do liMem, quondo Leilo nhi vivia. E deixou Leilo de hobitol' o 501'l'01 h01 1l0SS8 tl é só quem sabe COl1ll3l' esstI histado.

HumOl'cs estranhos na 1I0SS0 cidade dizem d'esse anoi· tecei' cm (Iue cita fugiu, quando o ullimo sol do Humazo n descio 80 occidclllo e millllll'cs de lampodus, fulgul'undo nos minuretes. ann uncio\'o m n fesla do Bairam pO l' todo O Ol'iente illimitodo,

Foi entõo que ella partiu como se fosse para o banho, lJa<;;;S81l procurou-a irado o niío a encontrou,

1I0\io ello, veslida como um pogem geol'giono, fugido li colera do senhol', e muito paru Ió dos dominios do ~ I oslem o injul'iou com o Giaoul', o infiel.

IIDssun crera um pouco em tudo is to. ~ l lIs ella pOI'ecia­lhe sempre lua elllllllol'ada e de tol belloza. que denw~iado confiança tc\e na eSCI':l\a, mOl'ccedol'a pela s ua tl'Oil.;iio da sepultul'O, E !l'csse mesmo ulloiteccl' puniu p ll l'll a mesquita a d'ühi pUl'a D festa 110 seu J.;io:-:kc, Eis o lIi')lOl'io, que os nubios conlum e nuo fOl'lltll alies, como deviam, dos me­IhOl'e~ sen tinellas , Dizem ou tl'OS que, \l 'OSSO noite, li luz tl'emula da pallido Phillgol'i, o Ginoul' foi visto, no seu corcel negl'o como llzeviche, ulr<l\'essul' sem compullhiu o pl'oio, cOl'rendo e ells8ng ueutDIldo o,,; ocica les c nua tendo pOl' compan hia umo eS('I'D \'U nem um pugem,

. . . ' . . . . , . ' . . . . . . . . , . . . . . . , , . . . . , , , . . . . , , . . . ' , , , . . ,

o GIAOUR 95

FOI'o inuLiI descrevol' o encanto dos seus olhos negros, Pasmo diante dos du gozcllo c pl'es torás exccllelllQ ouxilio (, imaginação; pois como os do gazcllo. CI'om gl'Ulldes, lunguidos e neg l'os c nos scintillos, bl'ilhontes como n join do Giamschid, que durdejovom sob 8S suos polpebl'as, resplondecia o espirita. 1'01' COI'to, o eSlli rito l -dissesse omuol'U o nosso prophcla nl\o sei' oqucllc vulLo mois do que bOI'l'o com vida. Por Allnh l respondera-lhe: nãol oindo que me cncontl'l,tsse no DI'coda do AI-Sil'Ot, oscillon to sobro O diluvio de fogo, lendo o parllizo 00 nlcntlce do visto e que, de um e:dl'emo 00 oull'o, me acenossem todos ns huri s .

Oh! quom podéra ler nos olhos do jovon Lci lo o SUOI"

dor essa crença q ue diz ni\o sei' o mulher mois do que pó, nlohOl'io sem olmu, destinada ú luxu rio de um Ly­l'I1nllo'l

Ante 13110 pasmariam os muphtis, olfh'mondo ha\'er bl'i· Ihado, otro\'ez dos seus olhos, o immortolidode,

As flores do romo nzei,'o junca\am o belleza das suas fu ccs e ,'ebeutovam em COI'CS sempl'C novos, E quondo, no SOIUI', (l l1tl'e as $OI'VOS e mais allo que ell 05 lodos, dei xova descahil' os tranças ondulantes como os 1100'es Il yacin thinos, estos vOI'I'iam o mOl'more, ando os pés d'ello scintillovum com mais al\'uro uo que o neve dos monto­nhos, que lIinda não desceu dos nuvens o que deve a cxistenciu e níio odhcriu ós negruras da lerm.

É nobre o cysne 1l1l'[Hessando os oguos, Como elle agilava·se 110 telTO a filha da CiI'cassio, o ove mais fOl'mosa que pUl'liu de FrongueslOtl. E se o cysne levo llto inquieto li fl'onte e boto os azos, sobro O tOI'l'Onte, com despre1.o e OI'gulho, 80 pizor o fOl'asteir'o os I·ibos confi nq de suas aguos, ti formoso Lei lo erguiu o collo mais olvo que o do cysne e, armada com a bclleza, ,'eprimia olhores auduses c os loucos fugiam sUl'prehendidos diontc dos encantos que inlentovam exol tol',

Assim 131'0 altivo e gracioso o gesto de Leilo. Era lerno

96 o GlAOUR

o "'CU COI'8t;/io pSl'O o <.;eu cOlllpunhei l'O • .• quom CI'lI ollot - Ah! cruel lI AS~lItl que lO nilo pcrtcllcie eSSe 1101110.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " no de jOl'llodo Q cruel Il o~son. Seguom-no \'inlf! dos

seus \,tlssullos; An ilado, CHeiO um d'clles, COulO fi ca melllol' a um homem, COIU 31'CnIJ1I1. o ~t1toghnn. }\ fl'ente e como 50 fosso pum o guer'l'o, o chero prondo 110 boldrió fi cimi­turra, ~illgidu pelo melhor' sangue dn AJbo.nio, quonJo os I'chcldcs o cspel'al'ulll 110 dc",lilutlcir'o. E pouco .... vollul'{lIn pnt'o contnl' fi hislOl'ifl do que succcdcu 110 \'IlHe do Pal'll c"i , A s pi ~lolo:o, OI'OIH.lIIS de pCl'olns c CI'Il\ojudus de ai l'o, que lIu ........ oll tem no cinllll'l)o, lrOllX C-th cm tempos ontigos um poduí. Os sollCl.ldOl'CS, !:)ó de IIS \t\r, estt'cmec.:el1l , Dil.-.\oio quo \'Uo I'cque ... tal' ullla ooi\'o 1I10i ... ICI1 I do que [I fugitiva do seu leito; a OSCI'U\'ll tl'cdu ou peiol' do quo isso, CJue dc::!tl'ltiu o ... eu jfll'dim pelo a11101' do um Giaoul',

, ' , . ' , ' , , , . , , , . ' , . , , . , ' ' , , ' , . , . , ' , . , , , , , ' , , , , , , ' , . ,

Descem tl collioa os ultimos "3ios do sol e I'efu lgcm no funte do gel ido e (, I'~ .. tollino OI'I'oio, tOI'l'onto g l'o tn 00 monlnllhez, que n nbclIc:ón, Aqui p6de o Ol'IOSO mel'cadol' grego ellcontl'at' e!:ise repouso, que mui pl'OCUI'U/'O lias cidades situadas muito pedo de quem o domino, Elle, tremendo pelos seu", thc:--.oll l'os escondidos. 05('1'(1\'0 ent!'c os multirlõc:s c li\'l'o no descrto, pódc aqui dOl'lni l' onde nillguCIll o \'I~ c tingir os tn~:us com o vin ho pl'ohibido, sendo forçoso uiro o bebcl' um Moslclll ,

, ' , , , ' , , , , . , , , , , , , , ' , , . , , , ' , , . , , , . , , , , , , , , ,

Á rrente, cn li'ando no desfilodeiro, um 181'101'0 se disp

lillgu~ pojo barl'cte amo l'cllo, Os que o scguem, prolongom UIllO Itnhu ondulando lelltnmcll tc pelu oxlC tlsu passagem.

o GIAOl1R 97

Em cimo l o"ollla·~o o "cl'tice do montonha, onde os abull'os aliom O!j bicos !-'cdolllns. Podel'á ser d'ellos o festo d'eshl uoita, que os tellte u descei' ollle ... do alvol' do mallllií. Em hni'(o fi tOI'I'cllte hicllIlll ele um I'io fugiu anto o ol'dol' do \,(lI'I10 e dcixou um canal lcnue c ol'ido e apenas nlgulls ul'IIu .... tos, '1l1e IHI'iCCn1 pO I'U oli pCI·cecl·cm. I)e um e ouh'o Indo d/l \ '(' I'l'dfl jlll.fun /ll,1 Il1rin "aminho pequellos I.Ilocos de grullito "I)!' 110 l'illzn, IU5<'lIdu'i I'elo lempo o os mias dtls IIIOlltlltllw ... t'OI'O,JJU~ 1,0111-; IlC\OUS do céo, pois quem viu jÓLOflis o pillClll'O de Lillkul'O, sc os nuvens o escondem sempl'ol

.. " ..... ' .............. '. , ........ . , ........... ..

Chegom cmfirn fi flol'estA do pinheil'Os . • Bismil1uh! ois pos ... odn o pcl'igoi poi"i oli vejo um campo abel'lo, onde com \'igol' cosligfll'CIllOS os corcci~ .•

U Chiuu::. fallovo c, como isto dizia, uma bolo lhe usso\iou SQllI'o o cabeço. O wl'laro, que cl'a o primeil'o, mOl'de o l CI'I·o.

;\101 tcndo tcmpo de sopeul' os redcos, os cuvulleil'os <';0110111 '"CIOleS dos ginetes; mos tres nilo mais ,"ollul'llo (\ scllo. II1\·i ... i\·ois silo os inimigos, que Os fel'iram e os moribundos cm \"Cio ciumam \ iugonça. Com os }atagholls dcsc lllh:lillhodo~ c inclínadllti llS c8l'obinas, ellcostOI'am-so alguns nos jucscs dos cUl'ceis, que o ... defondem até meio COl'pO,

Fogem oulros P[ll'U ll'O1. do rochedo mnis \isinho. Ahi c .... pel·um o I'ccontl'o, que se 1l1'1'oxitna e não esl<.\o para dCl'l'tllll,lI' o sunguo como um:! coblll'des, sob os f"cchas ue illimigo .... i tl\' isi\'eis, que tlÜO ousam olJandOlltH' os ín· grcmes l'eLil'Os,

Sú o cl'uel Ilo s~{l1l menospl'eza OpcfU'-se e contíl1l~o cor· j'cmlo, utó que IIU \8nglHlI'do as detonações dos mosquetes pl'ocltlll1om SCI' muito \'cnJ:ulei l'o quc [I vereda unica, p.o. dcndo upro\"cilnl' Ú pl'esa pl'omeUidu, fóra conquistada pela

1

o GIAOU n

tI'ihu de ... ol tcaJoro;.;, Enhio, hirsull1 11 luu'bo, coruscantes o ... olhos, irodo e qUllsi in .. ullo, di;.;s:;C': (( A iudu qll o de longe e de pel'to zunam os bu lo ... , ten ho c .. l·ll]lauo do hOrtl'" mois s8ngrcnlus,.

JJ o inimigo abandr)llo o I'o til'o e bl'mln UO!ói \'II"s:;ullos de II n"'sDn que se l'endulll. ~ I os II mnis telnido n ,,(1 hl'cccnho o os pulavl'lh il'Orlo ... cle Ilu ... ·iUn dn que fi cspoda illillligo 0 ,

dos:; do pequeno trihu, nelll um "'(') dcpol. fi l:u rulJhHl ou o yutoghon, ou le\'onlou o gl'ilO coho l'(l e de " ... \ 1110 UIl )l.

Sompl'e mui ... IWO"':1 111 0 e elll plOll l1 POI·"pcdin.l 0 -; ini· migas, pouco aules OI lI uoscud o~, nppul'oCOIll c, .!:5ohindo dn (101'c"18, tlHIllt,'nm cUI'"eteo ndo alg uu ,; em bolligOl'os gincles,

Quem é o seu capil,)o, quo llU doxtl'(l "ol' lI1olho ag ita o espado I'u lilante de um estl'ollg:cil'O? u l~ elle ! é clle ! Co· nllct,'Q'o n' esle i n ... la n le, COIl hoço-o pelU'i farc., pa !lidos, Conheço-o pelo mou olhul', qllo o ou,ilio IlU ll'niçüo ou ios:;a , E. ainda que u"'e o tl'Hjo no 1Il0do alhullcl., COlHO um apost810 du cl'ent;a \-il, que CI'O a S:;U8, 110m os"i lll 50 slIh al'li do mOl'le, É alie! bem enconl l'odo cm qualqucr hOl'O, o amanlo da pordida Leila, o alll8 1diçoodo Giuo ul'!.

Bóio a tOl'l'enle ncgl'o de um !'io, ]ll'ccipitondo'so no Ol'c{1Il0 e l'eppellem' lll1 pm'll 1Illlito longo 8S mO I't!s do allo mar, que lhe oppuelll as SUIl::i colu1lllloS csplelldid a~, 01'1'0'

gantes c de COI' de (II_ui cclL> .. lc, Conto l'ce,so a c ... puma e os \ agas debatem-se e queLI'tllll·-.;e cm tUI'bilhões, es tuolldo (is lufada.::; do invel'llo, Undo:-; luminosos, do oh Ul'a mcdo· nha. estalam no pl'oia, ult'ü\-CI. de e:-. pumo ful g ido o com o e~t l'cpilo de tl'o\'üCi'i; c n ellcosla IJril hn e es ll'emcce 80S I'ugido~ do 1\)01',

,\::;"';m, qual {l "'tludo\,110 do I'io c do oeCo no ao OIlCQ IIII'O dos ondas enful'ccid!ls, é a oppl'o,imnl:flo dos ll'ibus , u quem muluas ofl'ons:J':., o dc .. tino o o il'a impellcm 0 0

combule, )\0 c~Cal'altlul,,1.l u~ cimitul'l'us quebru m-~e. ret inindo, O~

n GIAOtR D9

polloUl'o!'l, pUI'lifHlo do longo, s ilrom zunindo, após ti l'oS c~lI'epi tosos, lis OI'cl llos illquiot/l~,

O combato, l1 g l'itll e o uhll'ido l'cvol'lJcl'om 00 longo d'esse volle, 1llni~ apto pfll'O os l'u!-,ticns nOIToti n l5.

Aindo que pequeno ll'ihl1, é tI'elles fi luclO e não defen· dem nem supplicam fi vida.

Ah! CSll'citll lll -se 100I('ul11e"lo os COI'Ot;ÕCs jU\'enis para conquistar c pndilhor Il!o< cUl'ieios nl/li!i qUCI'ida<;.

~Ifls o ornO!' ni\o pulpila pOl' tudo o que o belleso suspi ro c cO Ll cede no mclado do ard or, que o odio dó. ao abraço linol dos inillligos, quondo, CIH'olvidos no luclO, cerram 0<;;. bl'a (:o~, que ni)o mois IUl'gUl'Oo li pl·CSO.

Os nmigo .... cnconll'om·sc o podem. m ·se o omar da fid oliuude. Os \'Cl'dodcil'oS inimigos, se umo voz se cncon­ll'om, reunem·so ot6 á mode .

.... ..... ..... , ......... , " ..... ,." .,., ..... " .. ..

A cimitol'l'n, portida at..! ús guordlls, gotejavo Dinda sllIIguc, preso oindo pelo. 111110 decepada, que cstl'emacia ndhCl'indo ti essa Ul' lI\a alcivosa. O turbante ho\' io 1'0,

lado muilo pD1'O t l'01., fendido em dois olé ti dobl'a mais Ol'll1e.

As ,'cstes flucl tmnteo:;, que a cspada l'OSgOU, crnm ca r­nlesins como os IHI\'en~ matutinos, sulcadHs de vermelho escuro, quc slio o pl'esagio do tcmpcslado ao dc<:;appal'ecer do sol. Na UI'ze, onde pl'endc1'Orn fl'lJgmcntos do palom­pOI'e, ha sangue. 1I 11ssall jaz uOI'I'ibndo. Lacel'om-Ihe o peito feridns sem COll tO; c com 0<;;. coslas sob re a tOI'l'Ii , o foco p31'[I. o ceu c os olhos abel'lo" cOI'I'cgoudo ainda o illimigo, dil"sc hiu lCI' {I hora, que 1'01. o scllo ao seu destino, dcixado ~oh l'e,ri\'enle um odio ine:<tingui\'el. Sobl'c cllc I'cclina-se o inimigo. É de fCl'i no aspecto, como o quc cstü cxangue sob l'c o solo .

......... ........... , ............. ...... ........ . .. ..

100 o CL\Oun

.. "'i m, Lcilll d{WIllC dcboixo dns OglllIS. lI us<\oll (' rá sepulturo ll10is \cl'lnelho. O cspi l'ito do Lei lu ilHou fi e .. pntlo, que ensinou o SCII"i iLil idodo úquelle coru ç:1o dc~humuuo. In \"ocou o p,'ophellJ; mns \'110 poder tC\'O alie contra o Giuoul' \'Lugndol'. I!wocou AlIllh, 6 o sua "01. ergueu-se IllCIlO!ipl'Czado. ou nl10 foi oll\idn .

• Pag:io tresloucado! Podiom hovcl'-sc pCl'Clido as ~lIp' plicas de Lei lu c ser nc('citos O"i luu<;l l ~spcl'ci ti ol'cn<.;it1o, Uni-me ti estes plll'n., o sou turno, SCI' preso o ll'aidol', A millha il'o cstti \ ingoda , Ultimou-so o fcito. Relil'o-me agora ... mas I'ol i l'o-mo ti solidtlo . •

•• •• •• • • •••••••••••• • • ••• • •• • •••••• • • • •• • • •• •• ••• lO

... ... ... ... .. , ........ ..... .. ................. .. "

Roem os cumcllos a ernl dos Pl'fHlos o agitn m 8S cam· painhas, que tilintam, Nu nHa gelosia ti mi\o do Ll osson olho\'o para o call1po vel'de bonifndo pelo ol'\'olho CI')'5tl.ll. litlo e para o lul. froux:l dos cSlrcll oo{, uAnoi lcce . . , sem du\"ido osl .... Pl'üximo o ... uo genlC,') Núo podiol'cpoUStl l' no jal'dim e, COIll SUI'jwcl.a, I.Ilongu\'o os olhos pOI' CI1II'O as gradcs do tOl'l'O mais 10\,{lIltudn .• Pol'que MIO chcgam? Os seus corccis:> slio \'olozco,,; e lIi\o fogem aos Ill'dol'cS do estio, POl'(jue nüo Clwio. o C:3pO~O fi dfldi\'1l jwomctlidll1 Sonl o seu COI'll!;tio mais fr'io, ou 1110111)';; \'010/" o <:;cu ginele da Uar· boria?-Oh! censuro illllll~I'0Cidu! ;\"c:. le i n~La lllc oquclle toda.'o a ltillge o cimo du lIo,-;sn 1II0n l llllhu mais proxima, desce cauteloso a \Ct'tOtrto, cami nha puro O fundo do va lle c no arção du sello tl'UI. O dOlluli\'o. Corno pOllde cl'cr "ogal'oso o seu corcel ? HccompcnsOl'·IIIe-ltci, com lihct'/.I' lidade, I.l sua bro to cunein.l e os fudigu s da JOI'llüda.H

U 101"101'0 upeou-so ao parlai, sustendo a custo o corpo enrraquecido, A suo CÓI' buço expl'cssavu desgos lo; müs podia seI' fadiga, Nas "csles ha\ iu manchAS de sangue, lJU!! podia ser dos lIullcos do corcol. üuundo ubel'los os

o (õIAOllR 101 ----------- -----------,e~lidos : A Iljo du Inorte! - É o pellllocho do LUI'bnnlo de 116<;5[111 pnl·tido, o knlpnk I'asgado e o sou coflun vel·melho. (,Senhora! tou filh/) esposou ltmo noivo medonho. A mim, uilo foi p OI' 1l1i ... m·il·01·din que me )louporom, mns poro SOl' o POI'IIH101' d' O"i ln düdi,·o C61' de PUI·PU1·8. Paz 00 horoe de quem foi dCtTomodo o sunguo. Maldição sobro O Gioour, que foi o criminoso .•

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Um tUI'boulo osculpido c m ped l'o losca, umo columno I'el'ohel'ln de hol'o, ol1do hoje mnl se I ~ o vorsicu lo do 1(01'1111 que Inmonlo os finad os, indicnm o logor em que 11 0$.5011 cuhiu "ictimo n'nquello rocOI1COVO el·mo. Ali dOI'mo um os.monli 1110 "erdfldeil'o como os que em todos os lempos CUI'VI1I'um o joelho em f\ leco, menospl'czorom o ,'in ho pl'Ohihido ou, "oh'endo o l'O~tO pnra o Koob8 , le\'on­tornm supplicllS cm OI'nções recomeçnclos sempre 00 som solemne rio Allnh-hu . E, lodo via, pereceu ás mnos ele um csu'ongci!'o e, como se fosse um cSll'augei ro, no suo lCITO nnlo\. E, t dn\ill, pCI·ct.:eu comba lendo c [) suo morte ficou inu1t8, ou pelo menos sem que pOI' ellu se delTomasse sangue.

l\ l o~ os donzello "l do pl:I!'a;zo convidam-o impacientes pOI'a os seus solares e os olhos neg l'os das celestes huris bl'ilho l';)o sohre elle com esplendo!' elerno. APPI'oxim3m-se; og:i lom os lenços vel'(le~ o com um boijo sauclum o heroe. Quem pCI'ecou comba lendo um Giuour, é o mais digno de um jUL'dim iIll1l10t'lt.d.

i\ lns tu, ful so infiel, sel'os mtH'lyri sodo nos golpes do foico do i\ lonl(i l', o vingadol' o só escnp31'os d'esto tQl'mento pal'n POL'ogrillnl'es cm I'odol' do lIlI'ono do ElJlis , o 1'01'1·obo.

Um fogo inextincto e inex tingui\'el ell\'ol\'OI'-lo-ho oco·

J02 o (;1 ,OeR

I'SIj{10. fhondo·so ohi; e ~ ot1\'itlos ui.o POdl1 U1 ouvir, nem as pal8\'ras dizer as tortul'os d·es .... e II1fl'mo inlcl'iol', ~ I lts, IlI'imeiro. o teu codo\cl' dihlcCI·tHlo. suhinuo du scpuhul'll, sert\ cm iodo l'I terro. COlHO 50 (o",::.0 li ln \ rnn pi 1'0 C pel'se­guiru Illol'tifero o lcu solo l10lul o ~O l'\el'ó todo o teu sU lIguo mais intimo .• \hl. pela moia 1I0ito, doixOl'ó~ o,lllIusto o tio da ,ida de tUIl filho. do tua il'ma o do luo lIlulher ,

Abomillu csso b8nquctc que por (0 1\'0 lem de SCI' I,)

alimonto do leu coda\el' 11\'ido. IIIU~ I'cdi\i\'o, As luos \'iClimos, oindu 8n los de e ... pi l·I1I', SObCI'ilo quo esso uemoll io é li PC"SOll p6m cllos tle nWl :S I'c ... pCilo; e Olllflldi<:oO ll clo· lo ellos e Ullu\ldiçoondo·u'" lu,., il'-so-h:'io fallUlltlo as tuas nOl'OS aindo no tl'OllCO. E: umu dus que lcom de pel'ceCI' polos teus crimos, a mnis IIQva e tl llIai ~ ollwdo do todus, obenço:,H'-tc-hu dUlInondo-lo poo, Essa palo\'1'tl htl de ehl­gir do chammas o lou COl'fI~ÜO, É fOI'~fl, pOl'ém, que (Ieabes 8 oh l'o o nolo", tl có,' ullimtl do seu l'OStO c ,'ojos o ultimo fulgor, o ultimo ,'ellexo lill'CO dos seus olhos congeludos lI'um azul inanimado.

Então as tuas mi'tos profanadoras hão do orl'uncal' os tranças rui va", quo CIIl "idn significol'tlm o nlois estimado penhor do affeiçi'lo nas !l1ndeix:ns, que d'ellos fole cortassem, ma ... que, n'esse installte Ic\'orlas pOl' ti, "iCl'i'iO {l memoria das tuas ogonias.

Os teus deute,.., que rongem, c O!S leu .. hlhios fOI'illos hi'lo de gOlejai' humido::i do teu 1I101l1UI' ... UllgUO. Emfi m! de pó nnle pé, retira-le li sopulturtl tenebroso. Voei e os Gouls e os Af['ilS, leu" cOIl1I)nnhei l'os IIOS dolil'ios do fU l'or , fugil'uo de um espectro mais lllllilldi.;oudo que elles!

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.. Que nome daes óquc ll e caloyol', que ali voo sM JI't no minha leiTO lhe 0'01ll1110i as fci.;uo ... , I1n Illuitos nonos, Quando o \'i cDstigi.lI' um cmallo lilo \'clül, t'Olllo o que jámais poude 5el'\'il' um cl)\'ulloiro. Uu\iutn-so pela pl'oia.

o (',\AOVR 103

descl'ta ü~ chicotadas. De uma só lC .... que o vi, notovo-se­lhe no roslo UIll pezol' tno fundo que, tOl'llnndo o vol-o. im­possivol li tlliO o fixai'. 1\0'511;1'0 n'csle in~tn lltc o mesmo ganio SOlll lH'io; pOI'CCO IUI\'OI' nus fei çiles d'ello o sclln dlj mOl'te.

(I !ln dutls \-ezes tI'es HllnOR, "ppal'ecou pelo primeiro vez onll'o os nossos fI'odes pOl' ocrasii\o dos mOl'és do estio. A grlldo-Ihe vi\"C1' nqu; por eOllSO do algumA oc/;iio duvidosa, que tll'lo qucil'o Ilomonr, Nito njoelhfl ÓS nOS8US vespol'os, nom d cadoira do confcssOl' o Ilda lho il\Wl'OSSB que o inconso e as untiphoLlns so lovflulem nos c60s. Hccluso nu. cell l1, " i\'6 em mcdiltu;fio, As cl'onças o o I'açu pUl'ccem-11 0<.; dc~coll h ecidol\. POl,tiu do tCI'['O dos pogi\os, CI'UZOU os mOl'Cs e subiu dCf'ldo fi I'I'nill IIlé lIqui. Nilo POI'OCO da l'flÇU de Olhmoll c tom as reic;õef'l de um christiio, Julgai-o­hit! algum apostola \'llgohuLldo, Ol'l'cpcndido du mudullt.;'O que fez, ~e nfio fugis ... c dAS I·el iquin ... .!Oonclus c pl'()\·os ... e o \'inho C o puo sl:lgrado'i. TI'ouxc grandes lilJemlidlldes a c.,lns pUI'cdes o COlO ellus compl'OU os t'Ü\Ol'es do IIOSSO abhmlo; mos fos'Se cu o 1>1'\01' que !lem um dia a mais SUPI)OL'll'lI'o o ponnollcll rifl tio lHn Lnl fo['as leil'o, ou o eOIl ­llcmna\'a fi \'i\'el' nu perpetuu l'ecluSilo da nossa CO\l8 de pCllitencio.

Mu; tus 'czcs l'esmOILCU uus suns visões de umo mulhel' submcl'-;a no mlll', do e ... ll'idol' de cimilal'l'as, do inimigo fugindo, de olTc Ll sas \'ingodus e de um Moslem moribundo. Sube-se flUO, levontando·se 110 cimo de um I'ochodo, ohi delil'O como 50. (a todos ín visí\'el menos para elle), mno cheio de son,suc, cOI'ludo L'occntomelllc de um broço, lho UCOIHlSSC ao cominho da sepultura, I.IUI·ohindo-o a sallot· 00 mur._

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Sob o espolio csem'o, em um geslo lugubl'6 c 11M

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terreno, foiscam-lhc {"IS pupil a:;:; dilatados, c'>:pellindo lumes que muilo I'c\'clom do pas. ... ado. T CI'A f!'equentes \'ozes do arrepender-se quem lhes fHUI' 0$ 1'('lIc\.05 c o'" eól'cs incortus e indistincto"i, GU8rdam ('lIns <,sSQ cllronlo H'1n nOllle, quC' diz, por rÓl'nHl indi1.i\"cl , ('~ tnl' IIli um c,",pi ,,;to nltivo o ainda 11110 \cllcido, o l·l·ogol1do·~o c conscl'\"rUlc!o 51I p(,I';0-ridade. E ~o 8 lHe, com (l<;; 81.08 tl'Cilluln,,", lIIul pôde fugi. , do sCl'pente que o domitl/), nlgtllh CSll'C'lllCCOI',10 !o;oh o ... cu 01h81', niio o o\ itando c pOllcndo npcnos SUPPOI'lul-o, ('nllIl') ~o fosse umo OO'.'0I1t8. O frad e, que o CII{'onl,'C "'cm ('nmptlll l lia, 811hol81'6 meio o ~sust odo reli" IH'·se tomo !-;C, dos olhos c do sOl'riso Dlllorgo. ('omllllll1icU5SC dIa medo o Illlllicitl. f: raro ::.ordl'-se; c, II 'c~:-;e'" momentos, 1,.'1111511 dóI'; q\·<.;o estar csc{)I'necendo do 111 i::;(,l'ill , Oe que mOllc il'll nquclles labios Jlallido'i se contOl'cem e II'cmem! \'êde-o lImll ,'ez oindu e como se fosse plll'lJ ,",e1ll pn', Dil'-se IIi" C'JlIC 11 dÓI', ou 8 soberbal hc impedi l'mll o ::;(II"I'i",o, I ~ A,,~illl fo ... scl pois tllo fUllcbl'e ol egl"io nijo púdc ler del'i \"luJn ;In con tol! (CImento, Seria mais dolol'oSO in\'estigm'-Ibe os ll ntigos se lllimcntos, transp81'eccndo-Ihe lias fciçl1es , que o tempo 11 1)0 empo­derniu aindn e lu'e ndem tnH:05 IlI'ilh lllltC5 nos ,'cs tigios do pel'\'er::.idade. E os suas CÚI'C<;;, '1ue pOl' 'oze ..... :10 Ihidas, dizem-nos não lhe IHl\'CI'Clll de todo cOI','ompido o cspi,'ito os crimes, <Iue atl'O\'CSSOU, () \ ulgo só ,,'I II 11'0\0 de tlc lo~ impertinen tes o de umu ('0Iule1l111 flt:i1o ju ..; tn, O o O.,ol','adol' atlenlo !Sabo descobri I' utlln ulUlO nobre e uma linhagem ele\'ada; ombns, pOI'i!Ill, dOlls inu l ci~. lull' ('z penel,tidos pelo in fol'lun io e manchlldos pelo Cl'illlc. NIIIH'1l rol't'tm !tio alIaS predicados os de umu ol'g{wi soçüo \'ulgtll" Ao \'1::1-0 jll'etldl?tlo!) quas i o medo,

Diffi ci l é que o tUgUl'jO ~e lll h'do C CI Il l'ujtlU~ dr tcll lw o tr'an~eunte, O torretto, que 11'3 lcn 'I'Cslnd c~ c 0<; gu c l ' I'n~ deix81'am cll hinda, <::.ubju:.;o c altl'ullc u'- vis lH<; di) es lr'fi n­geiro, se púdo tlm'Olllnt' tll lHl cllllhnneir'IL Um OI'CO 1'0-

cober'lo do hel'a, umu COIU IIlWl no CI'IIIO, pleiteiam com orgulho os glorias do püs::<ado,

I

o GIAOUR 105

uCompl'imindo os "c,>l e'3 nU('tIHln~ ('~, V(le lentamenle pOI' antro OR columnoioi dI) IlU "C . 011101\1 110 com rece io o cllo vê. do n~ pcc lo lug ubl'o, os "i lo"" qua !-.otlctifi cn tn o templo.

Quondo o c61'o osll'cmecc tiOS sons da onli pholln o O~ monges njoelh nm, re lil 'o-sc e, do pa rtica 8 dcnll'o e lIO pé do luz ll'emula d'oqucllo ~oc ho unico, ohi , de fm'ino olhar , se demoro olé que tudo acu bo e QU\'f.l os ol'sções sem profel'i,' umo só. Vutl c, junclo das paredes mal olumiodos , como lhe descoho pnl'o ll'IlZ o COpUlo o lhe descem os co­bcllas neg l'os sobro 11 0,; fo ces poll idns, como 50 lImu dos GOl'gonos o cingisse com 11 t l'HllÇf) mnis negr'u de 501'l>0I1l05,

que já1l1ois lhe CITOU pcln fronlo horrenda. Pois oll e eviln n r ogl'a do COllVBI1l0 e doi'<8 crescer B

guedelho immunda, Fól'o d'isto uso o 11 0S~0 hobi lo e tem liberalidades nl\o

piedosas, mas de orgulho, pOl'O es tas paI'edes, que j ómais lhe ouvi l'om umn promeslio, ou urnu pohn'ra soneta, Nolae! Sobem aos céos cm hUI'moll ias os mais sonOl'OS lou\'OI'e5 e eslõo li " ido~ a ~ foces d'clle e o gesto é empedernido, mixto de oudacin e dcscspcro,

S, Fl'Ollciscol Desvia-o do l'clicaI'io! Nilo se manifes te a il 'o divina por algum signül pO\'OI'OSO, !Se o anjo do moi tomou o rÓl'mo humano , foi aquclla,

POI' todu a cspel'u nço do pCI'dilo do,; Illeus peceados, o semblante d'elle nào é da tCITa nem do céo,,)

Os cOI'oções mois bell i g l1 o~ ~õo propcnsos 00 omor, Nilo se en tregam pon~m de todo; pois são de muito timidez poro compat'li ll llll' o infol'lunio C de mui ta hum ildade pnt'O ur­fl 'Oll lo l' o descspcI'o,

Nos mais vo lol'osos obl'OlU ·se as feridos , que o tempo ni'io pódc cicU lI'izol', É força que o mineral cscolwoso tll'da on les de tCI' e~plendOl'; mo~, submerso nas chnmmos, in­cli nn·se c di lt1c-~c; sendo, todo\'io, semp,'e o mC~'Hno. Dcpoi ~ , modelado !leio cnpl'icho ou fi n eces~ idode, ~e l' \' il'­

to·ho paro a defeza, ou pUI'O a morte, -ol'madurn durante

100 o (;IAtRR

o pCl'lgO ou folllij dn c:--pedu. que t!cl'I'umc o ~(mgue iui­mi!{o.

i\las, qunnclo a ... sumi r ti flll'lll!) de um punhul, acuutela-te de qurm lhe alitll' o gume. A~., ill1 Ú o fogo do, paixões e ti urto ft.·miuinu, que ot­

lr1.lhclII e subjugam o~ COI'8(:ÔCS IIIU1::1 fOI'IC!'l, dlllldo-lhes vul to o sentimento o quo SiiO pCl'sistentes O olltliquiludo rc~ contra os que nilO podem dominlll' .

QUij1J(.lo 1.\ dóI' é seguido polll solidiiO, um olliv io no ~Olrl'illlcnto POUI'I) ") diminuo. t\ 1l1'idE'z de um pcito, cahido 11 0 obnndollo, tem gl':J rid iiO pUl'O a dÓI', que lho millol'n o iSl)lumcnlo. COUSrl lcdio o que n n/,~ sú é deixado em pnrlilha . .r\ propl'ia fcli<-idude 1('11'11, !-cm compnnhia, o in­forlllnio. E 3:--<;'1 111 . qu('m nlgumo \01. .... 0 ellcon trou II hondo-11ado. l('\t~ no adio UIIl f(I(:1 1 c ultimo refllgio,

Écomo ~e podc ... ::õem o~ !l1o .. 1o~ ~eIl Li l' o~ \'crme" gellldo::;:, que o~ I'odemn e \l'elle::...,e lufilll'olll e podcssem c5 Lt'emccOl' no somno do podridilo. qUllndo I'os tejnm c folgom aqucllcs l'e"ti5, frios cOllsumidol'es de um bOI'I'O, (Iue nõo tem rol'~o de os expellil',

É como ..,e fi 0\0 do dr...;el'lo. que fendo o peito com o bico paI';,) colai' os gritos di) fomo dos scus nil1hos. com­municundo-Ihe:. sem custo li vir!n, dilaccl'ussc lI ' um impelo o peito dedicado, cncollt ronclo-os \'o .. ,ios, 1II.I \endo-lhes fu­gido o'" filhos,

As dÓI'c:. mais ogllclo:-. de um de ... gTUt;ndo são um cx lasis, compo ru da5 00 "ueuo hOI'l'i\'ol, ti solidúo illcullu do espil'ilo o ti onn iquil1ol;Do do sontimento 110 incrcio,

Quem quizel'8 SCI' condemlloclo U \'CI' sempl'e um céo ~em IlU \'Cn"'l., ou sem sol?

I~ cle mcnos hOl'l'ol' ° I'ugido do tcm pc .... todc, que es lá longe, pOI'O o naurrago, que foi sem complln hio flI'I'ClneS­sado pelo êlCI.I .... O, dUI'81 1te 1.1 Im'ta do ... elemen to,",. a Ullla

o GIAOUR 107 --•

prftio, do que o n"o OI'I'oMol' moi" II ~ olldas; pois uillgucm o vc fill tll'-se, em decodollcio illorLe, lItl lugulH'C sCI'ouidado do ullla bohin silencioso,

AnLes s ubmcI'gil'-se no mlH' 1 {l1'/~0 80 emlJulo dos ondas, do quc ser feito em pedo,;os de eucoutl'o aos rochedos,

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• Podl'e! os teus dia" toem-se pussado cm pa l no meio de rosl.\I·ios cOllludos o de OtOçõos scm conto.

Dcsde ti juventude II \'e l hi ce~ llilo lelldo cl'ime!:! nem cuidlldo~, u [lllO SCI' os illfOl'lullios trunsitol'ios, que u todos á forço SOm'C I', tem sido o leu deslino 10"antOl' u condemna­çào dos peccodos olheios. E senis abençoado por ti . pois estós longe dos \ iolonlM POiXf'CS, fogosus c dosregl'odos, quoes os descobrem os tous pcnitentes, que no pUl'elO e no piedade do tcu peito desc8nçom os seus peccados escon' didos e 85 s uas dól·es. Dos meus dias poucos passei \10 auge da alegl'io c os mo is no infOl'lunio.

E, uos hOI'os de omol' e nas de IUClfl, fugi 00 tcdio do existencio e oborl'eci o repouso indolentc ; ou estivessem 00 meu Indo onligo'l, ou fO~iie rodeado de inimigos. Nllo tenho a quem omUl' ou uborl'ccel' e, não me enle\'ondo já na espel'unça ou 110 orgulho, quilel'lI SCI' essa COU<;;8 damninha, I'ostcjolldo pelos mUl'Os de um calabouço e nilo passa I' os meus dio~, incptos e invorio\'eis, condemnodo ó s Ul'prezo e Ó IlIcd itol;i\o. E toda via esconde-50 no Ol eu intimo ~umo ospiruçi\o 00 I·Cpouso. - ~ I os uno senti l' é o repouso. Em brevc I'ealisfll'ú o des tino esstl ospil·oção. DOI'mil'ei sem um sonho do que fui. ou qu ilc l'a sei'.

As minhas acçõcs pUI'cccl'-lc-hiío negl·os. A minha me­mOl'io ê [I 'cste ins lonte o tumulo de-oleg l'io!õ), e" lillctos de ho muito. É fi millha csperanço o condemnol;õo d'cllos; e anle" com ali as houvesse pCl'ecido e não supporwsse uma exislencia de sOO'!'imentolS c desventuras.

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108 o GIAOt:R

JÓlllnis se dcs,iou o meu espirita das dól'c~ penctl'lUltcs de UITI8 infillda lI gonin, o u reco rreu 80 s uicidio, quacs os loucos on ligos, ou os modernos cobardes.

E, todlnia. nuo tremi de encontrar u ml,wlc. Scr-me-hia grsla 11 0 caml>Q de bato lho , se o perigo me otll'nhisse li

))I)I·tir , cscrOHI 03 g lorio o IlÍlo do 0111 0 1'.

AfTrontoi-o; ni'io pelos bl'OZõcs do glol'ia. Rio-me dos louros conquistados, ou perd idos. Ab.'om outros por uhi o cominho pOl'8 os allas l'oputo\Oes, ou os soldos mel'co­Ilodos.

Collocnc , pOI'i1m , d ianle do mim umu \'0 1. oindn o que julgo um pl'cmio d igno, a mulher I.l quem 01110 , o homem 1\ quem odeio e, snl\'Adol' ou homicida , seguirei os p~gndos do destino como d Ias o exig irem, ll lnl\'Cz dos chummus e dos e~ pados.

Nlio du\'ides d'estas 11010\'l'o.s . 5 f1 0 de quem ~ó (ol'ill o (Iue tcm (ci to.

A mOl·te, que o'" ol'gulhosos lH'rostotll , s uppol·tom-llIl os (racos e s UJlplicom-na os desgl'i.l! .. :ado,.., .

COIl~cn te que l\ vi da torne pom quem (\ dcu , Nilo \'8cill ei 80 aspecto do pCI'igo, quando CI'U ol'gulhoso o felizj - (01-0-hia agoro1

.. .. .. ... .. ..... " ... .. .... , ... .... ............ .. ..

«Amei-a , frade ! -IlÜo . odoJ'ci~o, Mos (I'es los palovros todos podem usa r. Dcmollstl 'c i·o mais p Ol' ru el os do quo por pa lo\'l'85. 11 .. Sfl ll g ll C o'oquello espado \'01 01'050, mancha quo o aço jó ni'to póde pCI'dm', EI'il o sangue de um inim igo, s8cI'i ficodo POI' cll a, que pel'ceeu pOI' mim,

Nuo, nuo e~ tl 'em eC; lI s, Niio CUI'\'cs o joelho . Nl'to registes o<.;,te (cilo entre os m~u;;;; pcecados.

Absoh cr-mc-I w", Jlois cru hO!'l til no leu cl'edo e só o Ilome do Nozo rcno CI'O nbsi ntho pU l'n u suo iro de pagi\o .

Louco e ing l'llto! Nuo houvcssem milOS \'olol'osas 1.>1'011-

o GIAOUR 109

d ido as ospodo!t , sem os fOI'idos ubcl' tns polos galiléus, ainda hoje o espcl'uvum impacientes as hUl'ls ao pOI'wl do pl'opheto, pois esse é o tl'ons ito mois seguro punI o céu dos lUI'COS,

Amei-a ; c o orna i' olwiró cuminho pelus veredas , onde os lobo$ lemcr io l1l fi (l1'OSO, E quondo USSOl ousado, diffici l f6ro nllo leI' premio u pui\õo.

Nilo o requestei inu ti lmente, Comot Em 'Iuo poizt Quol r01.ilo' pouco importo. E, toda via, por vel.cs de.5ejo e com l'cmorsos que júmois houvesse cll o lido um Outl'O amOl',

Loilo pCI'CCCU. Nuo ouso con to r-te a suo mOl'to. ~l us ve ; os tá e'Scl'ipta nu minho fl'onto , Ahi Il:s, em chm'octel'os niio dOS ll'Uidos pelu tempo, (1 muldi t;l10 I) o cl'imo do Coim. De­tem-te, porém, au les de me conrlelllllUl'Cs. O roito Il ÚO roi meu ; emllol'o fosse ou o co uso, 'fodu\'io, como ello hou , \'eru eu s ido, se ello ü \'essc ll'o hitlo moh~ de um .

Foi-lhe infie l; matuU-tl, Foi lea l pOI'U mim, vi ng uei-a . Merccel'io ell u a cOlldc mn uçiio; mos a s uo perRdio roi lealdndo po ro. mim. Deu-mo o seu corüljii o; esse, lIilo hou ve tyl'ull lliu que podo~se escl'nv isol-o, Ai de miml eru larde de mais PO\'U Il sul \'1;1 I' , E, todovia , dei ludo o que cl1ll1o podia dOI'; e foi esse o meu lenitivo . . . dei a sepul lul'u uo 1I0SS0 inimigo.

Pouco intel'osso hO\'el' pCI'ccido IlIlSSIl Il , Mus o destino de Leila fe7.-me lal que bem podes odiol'-me.

A condem:1açilo de lI uss81l esl8\'O lavroda, Elle bem o soube. Ad\ crti l'n-o o \'OZ do cruel Tohil'i, o q uem o zUllido de um pollouro homici l.1 a [Jenetl'o u as ol'elhus do s in istros pl'edict.,:ões, q UA ndo U tl'i bu desfllovo pU l'a ando succumbiu.

Pel'ccou nu I'elh )go; O'UIl1 i nslu lI~c quc monospl'esa all~ g uslias ou es forços .

Um g l'i lo deSOCCOI'I'O a ~ I a h omet i uma supplica II AlIoh j foi o que di sse,

Reconheceu-me c trovou commigo o duello, Quando cnhi u , pasmei, investi gando como se despl'endia o seu o ... pil'i to. Era como o leopa l'do ferido pelo coçado!' c não

110 0(;1 \01 R

... cntia por mctlldt) o que ... jnlQ n'o ... to in .... tnnlo. N'cllo iII ­qUlri inutilmente o ~otft'imen lo de um e ... pil'ilo ntribulado. A s (eit;ôcs d'oquelle repugnan te clIdu\'CI' dCllllllCiovOl1l l'u iva o l1ih) !'(!morso.

lJuonto hOll\'rradodo o ving:ont;o POI'/l des('obril' Il 'uquellos fnces ll1oribund8s o de!>cspcl'o 1-0 tUl'dia UI'I'cpcl1dilUelllo treS';::1 hora. cm flue 8 pcni LCllcill IItia podendo o\.pollil' o ter.'or do scpulturn. ni\o quer :::.el' lI!!l holsomo, porque lambelll ndo púdo sa h'or .

.... .... ... ... ... , .. , ..... ...... , .... ,., . , ........ .

IIFl'ia é o <:angue dos que nuscem nas climas f[·ias. O amor dtel\!!:,; dosme,'oco ('i'l~e Il o m c. P OI'élll o meu CI'I'I qual o dilu\ÍQ de 18\'0, que fel'\o no peito de chummss do E.11l8. i'\tlo ... ou um gárru lo do linguogem fl'OUXO , dizendo do 811l0l' do'" senhol'as e dab cadeio:-. da belleso, Se o mobili­d8dc das fei~:õe .... , o :sauguo que fCI'\"e. os lobios contor­ccndo-so c nua e)"hnlando um quci)"umc, se um CO I'OÇÜO anll'nlc, um cCl'cLro ll'c .. loucado, um procedimento oudaz, umA C,..pttd8 \"iu"adol'B, ~c ludo o que ::;in lo o senti, pl'e­di/em o all)\lr, - e"'~e 01'0 o meu; c muitos ~ i g n ocs de amargura o dcnotoram, I~ o \crdada o ntlo ... abc l' cu quei­'UI'·mc, ou suspirar. Soube openos nicanço I', ou pCI'ccer . Pcrc.:o, mo ... po,.. ... ui; e, :3pe:-,u l' de tUllo, fui felil..

IJc\cl'ci e'pl'olmu' o cOndeJllUIH;i1o que Pl'ocul'ciT liio , Tudo perdi, mono!:! li cUl'agem e o penso mcnto do assassi­nio de Leilo,

noc-me o prazer c com clle n dóI' . !\i,,;si m (Illi l.el'll vi"er e onuu'ainda umo \'C/, :\fl!) !usti mo, oh ! snnlo guio, qucm UIOI'I'C o se) aquclla, que PCI'C('CU,

UOl'l110 elln sob a::; agua;:; Ilucluolltc:;. Ahl ti\csso ell a no terrll a scpultul'a c esle cOl'llç:lo ongustiado c esta foce lacrimosa procuro·lo-hiam 1)(} t'l.l cOlnpul' tilha l' O scu leito comprimido.

1

° GIAOUR 111

El'o cllo um vulto de C"i"ilCneitl e de lu /., Se n olh lJ\"o mos, CI'O pSl,toda lIo ... ·m vi ... t.a; c o meu \ olverdeolhos\- in·o se lllpl'c, como o o ... ll'ol\u do lnonh il uh·ol'ccendo \la minhu memorio,

.Sim, o amOl' é lu? do céu, É uma sciutillo d'cs .. o fogo immol,tol. p""tilho do>; onjr)~, fjue AIJ;\h 1\0<;; deu pOl'a oxnlçfil' do 11'1'1'0 O..:; IU I ... "O!; n~pil'uC;ôcs humildc<;;,

Um cullO SOIOIllIlO elevo o I' ... pil'ilu. Mo-, o céu. pOl'O nos dcs\·iUl' do JlclIsumenlo~ impUl'os, desce e110 Jl l'opdo 00 umOl', C0ll10 o um scntimento emollilclo du Ui vindndc , 8 \\111 dos l'Ui 05 d'cí'se, n quem o Uni \el''õlO Ilo\e fi exi.., trnC'in, U um d l'culo do glOI'ill em lOl'no do nosso nllíl!!, Admillo que f()s~o impel'feito o meu amOl'. As~;m é tudo fi quc os mal" tues duo 1l0lne CITO do, Julgo·o um cl'ime, ou o ' Iue quiteres, mo~ di!.e, oh! dile que nilo foi clla u ('I'iminosfI,

Elia 01'8 o luz pl'crul''ioro da minhu e .... islrncia o, extin· ela, quo fu nol 1'0mpel'lI 8 minha noite! t)h! bl'illtos'Se el\o uindo \101'0 me condu!.i,' ô mode, ou li muis fUlle:-.to des· lentUl'lI,

Porque vos morll\'illtoes, se os que perdem o alegl'Ío 110 presente o 110 fuhu'o 8 e"'pen)n~llt nuo mois se en\'olvem n' um \le~o r humilde, mas phreneticos OCCU~OIll o destino o loucos pl'olicom oc~ues tel'j'i\'ci::., que ti dÓI' pOl'ecclll unira· 1I10nte unir o crime?

Ai de mitn I o peito, '1l1e sonsl'O intel'iol'men1o, 11:10 se tll'l'cecio do illfol'lunio, Quem d"",cllhiu de lodo o felici· dade que conhece. le\'e cuidado lhe dó o IIlt)SIllO n que pOSStl descei',

Velho! os ll1illltO'i 8c~ões parecem-le fcrinús como 88 do IlCSI'O ahuLre, No leu sesto leio 3 8\'el' ... :10, no\'o cO'>ligo quo tUlllbelll unsei p:\1'll solTrcl',

f,: cel'Lo ha\cI' ell , quu\ n o\e de I'upmo, suh::u.lo do de~ll'ol:O:-, o meu l l'on .. i to, ~ I u" Só os pomlJos me ensinul'{I lll o (Iue era pereccI', som ha\cI'conhecido 11111 ~eglllldo omOI',

Besto ao !tomem n\1I'endcl' esla li~tlO, I~- Ih e Cllsilluda pelos lJUC ou.,a lIespl'elu l"

112 o GIAOt;R

A 8YC (,31l11lndo 119 baba . o C~!:! 1I0 ntl'8\'c:;,::nndo o lago, l el'Ôl) uma ~Ó compon hia.

O 11I .. ll'i,\o. SCIIlI)l'O v.:ISf.bulldo o csco1'llccolldo do <Iue ntlo pôde mudul', pal'lilhe os ..,cus s l'occjos com a olgozorro do::. gorolo~. Xito lha invejo tiS incOn.,lol1lcs nlegl'ias.

Julgo o homem pusillntlimo de IIICIIO .. v alol' do quo o ('FiIlC, que oli csltí selH COll1l'unhin e de muilo mono!'; do quI.! /I tltltllellu limida, ti quem abundonou Ct'Qllto o ll'uhids.

Ao menos mio foi I!~SC o meu oppl'ol)l'il" Leilo ! lodos os meus ponsamen tos cmm leus.

l\ linho ,i l'lude, mell cl'imo, minha felicidade, mou in­fOl'tunio, miuho e~ pe l 'o ll C:o no 06u, IIlOU tudo n8 terl'o, que ni'o contém outra, quo cOl1ltigo 50 pOI'OçO; a, se a tem, ó inulil para mim.

Niio quizcl'o OIlUH' pura UIllO damo, quo se pOl'ecesse cOllltigo. Nüo eras lu ,

Es ... es mesmos Cl'illlC~1 maculondo a minha ju\enlude, este leito de mOl'Le, ntle::.la m u minha "cl'dode, É muito li.lrdel Foste; - és 1.1 minha mais adol'oda illuStlo,

-Leil ape l'eeeu, E, Ili'lO ob'itante, ,'i\ ;; mas sem o alento {h)s hOIllOIl", Em lOl'lI0 do meu coruçuo CIII'oscaVo-se uma serpe in::. lillolldo u di'-col'dio cm todos os meus pensa­mcnto::., Todo.., os Lempos os m esmos; lodo"i os laga res ad\' er-;os; - LI'emendo, fugi du fuee du nulUI'e/,tl. As suas cÓl'es foram o meu el1le\'o; mas estu\um denegl'idas como 8 millha ulma. Sobes o muis; todos os mcus lIloleticios e por mela de o meu infol'lunio.

Nüo fulle:, de ol'l'cpcndilllcnlo, V ês CJuo bl'cvemeute pUl'lil'ci,

E, se as luas SDntus nOITolivos fossem ,'el'dedeiras, LCI'i us podei' de nlllliquil fu' o quc e::.ti'l fei lo'

Nua me julgue!'; de ... og l·udecido. A minhu dóI' nüo CSllel'a lenili\o de um socCl'dole,

COlljecLul'o em scgredo o CSl.3do do minha alma, Se tens piedude de mim, sê brcvo,

113

:O-;c e:-., li, c<.,;<o:(' no lcu JI dei' que Lci lo I 'o\t i\e~sc, supplic{II" lc·hio pel'dilo.

Pleiteio Il minha couso n'essc logo I' elo\lldo, onde os misso"i compl'odus nos cIJIl!õôcguem {l c10IllCIICio.

Sereno o lo o, que ficou sem cOl npollhiu no fajo, onJe o mlio do caçadol' sufTocou os rugidos dos seu ... leões. ;\105 nlio wl1lbes; nüo queil'os seren81' o meu in(OI'lllllio.

t.Nos dias da iufancio, em horns 1I10i5 tl'ollquillus, ~ Iu (llldo o meu COI'I:U';ÕO se dclicio\o unido {I um oulro cOI'oçilo, li\'c, cnlt'e IlS fl ores o 08 jtl1'dins do meu ,alIo nutivo, um Ilmigo.- Ab! lei-a-hei ainda! Envio-lhe estu momado de um \,olo du jll\'Ollludc. Quizcl'o I'ccordar-Ihe o lIIi nho morte. Us espi l'ito"i concentrodos, c ossim é o meu, I'upidos pell­... ulllclllos concadom aos omigolS, que asUlo longe; c 10do\;0 é-lhe coro amou nomo infamudo,

Predisse o meu destino; !-Ol'I'i-me, Ainda onll\o podia SOlTil'-me, A prudencio o"sumiu o \'01. d'ello, o\'i ... ando­me a tempo c nuo a attcndi, N'eslo ills1811te o minho me­mOl'io I'opete cm segl'cdo \'ozes, quo paSSO l'111ll inadvertidas, Dize-lhe que fOl'um as SUIlS pl'ophecius rcalidade." Elle cslremeCCI'l.'1 ou\'j'ldo como foram \'el'dadei l'os, e o,l llolol1do nilo houvessem ello::; ~ucccdido, Dize-lhe (IUe, Clltl'C an­gu~lias e Pl'oximo do morte, prelendi balbuciante aben­(;ool'-Ihe o mcmorio , ainda que, pOI' muitos dias amarga­mente tl'ubolhosos, me esqueci do que foi a nossa 8ureo jurclltude. 1\16s olc6nçam o il'u celeste os supplicas de um criminoso paI' um illlloceule, NlIo lhe peço I'eprehensões, I~ muito henigno p61'8. Illollrolal' o meu nome, E o fomo, que me impol't01

Tuu'Ibelll lhe nlio peço o seu luClO, l ' ma UppHC8 t:'\o fl'ia (o ouvida como um desprezo,

E quol n g l'IlÇU mnis benigna, P8,'O confol';I'-SO 80 tumulo ue um irmiío, do <Iue os lagl'imos "oron!!, do nmisodeT Lc\n-Ihe este allnel. Foi d'elle out l"ora; e di1.c-lhc (\ quo ê ... l:'Is vendo: um corpo mil'l'ado, um esp;ri to tl'onsido, os

i

I I I o 1.1 \UI n

t!tnil!'O,:Oió; dos pni,õe .. , um pel'~llIlIillh,) pi/.ado, llllUl rolh,1 de Al'vore IlCl'dido e queitll:tdu lÍ..; lri"'h.' ... lutfid'l"; d,) tlUI"IIlI,

'"'' ......... .. ........ ............... .... .... ..

,. :'hiO dign~ ter' c:idn C"pft-Illlol' dli im:t~jlltll:l)n. Pudl'IJ' Iliio ro i um Stlubo. \i dI' mim! E 1'111',;1.1 l'slm' dUl'luiutlo lluern ..;onhn c cu s,', (1.., 11\,' CIII \ il{ilill (,.' Uldll'lundt) r lHiI'nl'; 1I18S 111)0 podill, pois. 11 Illillll/l rrntH\' C!'il'(llldc('idil palpilu\u. COilll) l1'c:-olO i IhL.'l1llí'. nlé !to (·{· I'cll l 'O. ,\"'pir'II\U, ' .... p il.O uindo hoje 11 lIlHO lflt:Timll , que ""cl'iu gl'lItis"iilllll, IlU\(t c mUito qucl'ido. g mui ... fOI'I!' (l th'~e"'pl'l'n do I[IU' II lII ill ha \'ontode. Tem moi ... podei dI) 'IlIt' !lo; tuns ",ul'pli('u.., pic­dO"8s. :"úl0 inutili"'es o .. ttH .... onl!:t',~" :\úo '1III, .. 'l'rl ""I'. 'Iuuudo o pode .... c. 11m dn .... hrl)1111 Cllhll'at!(\ .. , :\'i101 ... ill!" filha 30 1'0roi<:o. 11U1 ::; (ln "01'011"11,

PAdre' foi n'c .. so in-.tnllle que U li, Sim , (','II I't'd i\irn! :\0 '"'eu 01\0 "'.1 moI' <:{'illlllJalll ('Olnn, IItl'OI~1 fI'l ... f"I)u,cis ,l'llqu('llu IIUlelH <"01' d~ l'lIl:1.lI , "cillliUu 111110 (' .. tl'rUa, que I Pjo l'o m ,,;ul'jll'czn, ("umo ..;0 ti I t:..;~\' li l·lIu, ~l:to::; Clllll'\''''plnll' decin c resplolldet'c HlUtlo IIll.li ... ollul\d, ~a c""ul'id,-IO \{'jo

C'lrellleccl' a (':;; tl'('lIn, ..-\ noitc til' 1\IIUlllh;i "CI'Ii IIluis IICgl'O, Aute .. de fi c .. t,'ell ... 1'(';lPI':II'CI'OI', sl'!'ei 111\1 objCt'lu IIIl1llimu­do, a i,uogem do h~""rlI',

Plldl'e~ sou um IIIt:"nl'lIlld'l o II minho Ullllll lIut' lllu junto do Lnlizo finol.

Vi·a, fl'ade! e, e"qlll'I'eIH.h)· lI1c doo; 1l0'i'i1) ... IIlttigo" iII' forlunios, :on lto dn l'lInH), ('01'1", I! Illll'uço n de Clll'OIlII'O no meu poilo POI'lI fjll {' 11I Ili10 1111\ ia e:-,pCI'IlIl~'Il ,

Almh:o,o, ma" o quo oL"tH:n eu t No Illeu uIllIIJe,,) nenlHlI1l lullo hu\jo tom \idn, IIcllhunl

CUl'ot;liO, que lJnl~"e rcsJllllldentlo 110 !lU 'U,

~la ... , Leilo, esse I' II lpu \ 1I1l", l' , .. ..;; III, (jurl'idll, /;in dCllludadu que ... e CIH'IIIJl!';, ... o ... IIIClh "llto .... fll}-;c .. an meu impul .. ,{

o r,L\OrR

i\h! S(·I'-ml'·hill IIIrlifTcl'cnlf' qllf' r()~!õ;c de IIc..,e (t lua 111'111'/'11, "IOlh mm" 111'11 ':0 ... hOIl\'cc; ... mn obl'ul;adn qucm só d l'sl'jn\ UIH,

\i III! IlIilUI 1 ~ 1I1 lll1'\lf) do um ,. "'Oll lhl 'U (~Oml,ri lllidtl , l·CI·\'(lIlI· ... (! jUlllu d(' IIIH 11'011('1) i ... nlodu.

E, lo<lll\' ill. ulu c ... t,i aind .. ! PI'I'Lllonece elO silencio, \1·clLo-me. ",uPl'lu:auh', COlll IIS ml'()~. t'om tiS lrollçns, ('ulll o ... filho ... lIeg:l'o" t' IJI'ilhflllIC~ .

j{PIII sOIlII(' 111)0 SCI' \·cnlnrlc. Ellu uf'!l} poJiu lCI' pCI'ccido, 1111 ...... ;111 11I1)1'I'I ' U, cs:;o \1 '0 sopullllll0 110 itllOl'iol' du l 'O\'OI'IIlI , Olult' f'fllliu. ,\'1'0 I1l'lIul'ec\\ pois 111)0 pôde il,t'om pel' dll 1('1'1'11.

M .. .. I' II'tl"l' c"t;'j..; Ih"H'\ I IIIII~ l)i ... .,crulll-tOO havei' o lu-uudn o,'I'fl ll() ,'01/1(10 o,,;nhrc fi ... lua ... fllce ... , quc cu ,ojo e o Icu \ III~n , que udol'o. l)i ... ~CI'H1Ll-IlIC." ('1'0 limA histol'iu 1.ol ... i\cl; flUi/,Ct'U l'I)1Ilnl-1l e fi minlto c-,:pl'e!N'O vucll1o.

~(' rlll' \'I'l'tlut\cit'iI, <;t(' lia" (';'l\'CI'UU" do leu oceollo \'eu'" l'ül'lallllll' .... (I\lllIt lll·/I mui .... 51'1'01111 , pa .... a OS leus dedo ... hu~ lIlidllS .,lIhl·U e .. la .. rUl'c,,;. que tuio mais .. enlil'l\o lu'd()!', ou pl'elldl'-us "'1,111·P o 1lll'U ('OI'lIl:ÜO, que m\o tcm 05j1CI'/l1l\:".

:\Iuo,,; ('OI'PII, "\jll1l,l'd, ou I) que ... cja .. , pOI·tnOl'l!t· 1Ii'i0 p"rlll.,; 011 IeU1-11l1! ("11I1tilíll pal';\ lIIal-; IOllge do que o ... ventos e

U"'i n~LlII"" \lO ........ 1I1L1 ;mpellit'-Llos,

, . ' . . . , . , ' . . . .. . ".".""",. , ", ', ...,' , . . l' Ei., ti IIWIt IHllllO e u mi Ilha hi s lOI';O . COllfessor! em

.... I,gl·cdo 1'(''''111 1'0 utlS leu" ou\ido" os meuS pezal'os moi..:; flll ll l,):o.. Agl'udcl;O-h.: esslls lugl'ÍIll/l '" g6110 I'OS6~, quo III) pndClIl UnlU;I' UOS IIlCIIS ollHl" congelodo ... SepulllH110 jll l1tn fl n..; lnniii humildes e, li 1\;\0 "iCl' tllnn cru/o ~ob l'e o IIICII c;lhPI:H I , I1fl O r;1'u\e~ um n o m e. ou um 6111blelllll, que fi C .... l l'llllgcim il1\'c ... tigadv l' pusslI lei', ou delellho o CITante pCl'eg:I'IIIO, fl

Pel'Cl'CU, Ilu ... eu nomc ou tia SlIU l'u-:" , 110m um "ig:ual,

116

1I01ll um Y'cstlgIO. 8 1Il10 sei' o que dc\' c cu la,. o jlllll l'c, que o confessou no dto do suu mo/' le.

Os fragmenlos d'esla hi",loriu s il o lud o quo soubomo ... da que rui - ua am8lltc, ou d'esse de quem foi o uS::ia"sill tl.

NOTA S

<I) OIl IOUI ',Ol'ooll, 80 umo g~r(ll condornll{u;iio Ihel recusou columltoft 008 tumulos- pag. 8f.i.

O poomo , lI 'eslo logor, porece olludir 00 oslrocisma,

(2) mou olhor - png. 88. mal«, oe1/11/8 - supersli!;iio abundo1l\.(! 110 O"lente caindo n8 Ilfllio, onde II influencio. do mol·Of.'('hio C de fuscin!lçiio omitlo"l poro 'Iuem o encontro.

l..ombr<lso - L'Uomo dcliTlfllltllU. \'o\. I , pllgg. 278 c 279, menciono o 1l~!JnSltino Fronccsconi, reeonllccido no:; 8U8& Il'ndenci81 de homicida unicamente pela inllC'l:iio do ollUlr, OnnD! an tes de ter commcttido o crime.

-NBo roro, nmrrnll l.o mbroso. 80 lem registado nos procellllos eSf'a­porom do morte j)C1l'J0tI8 de Ilrobidodc, estranhas n sociedode do crirnr, o tempo nd\'crlidos pelo olhar si nis tro d'um oSSUB:iino, onde Irro m 08 suns il1 lell\:r;cs criminosos. f oi ouim flue o primeiro w rteil'o, que deno ter sido \ictimo do Froncc5coIH, leve telol1o de fugir olerrodo pelo leu olhD r .•

(3) lophllik -llag. 88, m05' luelc.

(l) djerl'id - pog. 8!1, dordo usado pelos turcos.

(5) solom - pAg. 02, aalam aleikoum, alcihOlfrll .afam, snudfl<;iio 110

um mussu lmo no POI'O um crente.

(6) ti. l'oillllll dos insectos do pl'imn\ era ol'ielltal -I)ag, 92, a 11ol'holetA de 07.0~ at.ue!!, pri,'olivo de Kachemir,

(7) Phi nguri - pog, !H, 11 lua.

(8 ) ti JoiR de Giomschid - Ilog. 971, ruLim robulo"o, I\U6 pertenceu ~Q

I I ~ o (õI \Olll(

"'ull,jn Gi'lm""'hirl I' r.,i couln'd,lo 1",lu .. n(UIlC" d(' S<1"-/'.'I'·('(I!/. focllO d., 1I01h', IIU r"';lI do ~1I1.

dI AI-SIr'lIl - pol.!. H~). pOli II' muitl,) (' ... 11>('11,1, ru! ... ul" ull icu, 11nro 01-1I1U~;;ulml\ll{t!l. llU "UI·di,,!).

(lO) Frongue~tlln -I'a;. !I:i, II Circ,,'\oio.

( II ) Bi'-lOilluh t - pO j;o !li, ('111 11\1111(' de I.ku ....

(l:?) Clliuus- Jlll"::, !li, Jlr-o\'u\c!mcnl,' UI11 Illl'irinltO lun:o.

( 13) .\ nlUun png. 98, pCI·IMIl.

r I i I pnlu11ll'tlre - pnc,:. no, chulu 1l01'lludo d(' 1I00'Cl!, chlu'oc tol'is lico du nol' I,(!7U.

( I'-,} fi 111';(> d(' 1111""1111 -I'd~ II~I.

F ... I(' lrcd,o ... IIllivulo dI' LiHI,I ,lo ... JUIH'''', ('Ill'i l uln V , \. 28. A m!ic de $J-.m"l, 0111011,10 peln J'lIJcl[." ;::..,In\.l (' dc ... d(' li .. cu Iplllrtn diúu :

POI'IUC 1.;11'.10 1,,110 ('m '11th)!' II suu corl'O •. fI' rm"IUl' ... ,io ti'io I'CliOd()s O .. p, .... t1u ...... f'U~ 'IU8h'o clI\'llIo,'~

\ , :?9 ~ 1 .1l> umll de "U8S mulllf'I"I '~, m.li, urh('r tido do '111(' 88 0u lras, rC'I,olldl'u ii ·ogrn e40" 1l;JIO\f;I;;:

\, ;IH Ial\e.t 'lul' o C!._,ta Iloril "1'1"11'10 ° (',bulll/\ (' ('~('olllO pal'/l 6i 1'1

mal' f[lI'mo,u di"" Ciljlli \;1" , \l'".tjdo. rt" \o ri u., c,"I'ell 'l' dfio de de"IJojo II i.llr.1 l' \Urith joio .... e 11,(' df',;,tinulIl 11111'0 odol'llo do 8('U pCt>eoço, (Tt'lldue.:iio do padre Ant onio PCI'('i''o1 de '''i;':\H'i rf'do,)

(11l) "1I1 1101,-png-, 11\1, pA r tu c('tlln ,1 do lurhnnlc , (Iue Õ CIl\ol"ida 110 chale,

(i 7) Kllobo - jlllg, 1UI, no ol'i~illOI, fllI' ,~/lI'i/lf', 1\ l\on lHl é o principal 1'('li cIII'jO dos m[llloml'tllno~. "11110110 110 c,'III .. o Iln ~1"1I '1l1 c me~qul t ll dc Meca, [sló ~unrdadtt no I<. nobo ti l'l'dnl 1I{'i:!"U do mul ,omcti.,mo,

( 18) .\lIuh-IIu - poo' 101, !-lio IIS 1'01u\ ros (~om 'Iue o IJlUczzi n con­elu(', d., Illlo do millll1'Cle II/l me"luiIU, o elwmomclllO fi O"/I(;;iO,

( I!I) :\ Ion"ir-I'0;":, 101, :\lolIl, i" (' Ne",,', Juilell inrluiridor C5 dOli morh)!!, '-cRundo o ... cr(:rJt;tl~ ol'jcll(oe"

,

o t .IAOl n II \)

(2 1) Gm'gones- pUf{. IO~" mOIl"t ''í)1I ,ln III)lI,olll/.(ill 11I'111'lIicn, DL'1l01ll ;nu\'IIIll-,,(' i\IOtlIU1;u, Sll'\'II~1) 10 EU I'~ol,', "pndn IIlIm! ele P ilo/,'

h~1 o do I\.élll, mOll"II-o 11101';,,110,

O 611110n.'1110 do ,i .. ão ,111'1 Grll'gonf'';' 1'1'0 I'on~tituid(l pOl' um 01110 unico, dl' '11lC n!tl'l' nndlll1ll'1ll(' ll~n\,lIn, Im~"'lUdo'O tle umA IlIIrt! II oulru,

ProtC'lldt'IU os m),tholuó"Oh ~i;':lHlknre~ln lil'çiio II ullid"de de COIlIlOlloo, ou n Ilrudendo,

O prf'di('ndo d.· Ip!, O .. II'ol1 .. n~ l'l'H'~l;du~ dl' st'l'pl'tll!'~ l'OIrece 1"'1 \'uli \'0 tle Mcdu!lu, co"rO"1I1I' ".u "t'Cl)lIll1'd~ de O\'itlio, i\I.'Lllm('lI'pllo~"oll, LiL. \ V, I, 71MI, 79 1 II 7\)2, ollde tllf:

Evil'iL UIIIII E t\unu.'ro I'rOl'('ruln, ' Ju"'ri'ns, ('UI' ,.,10 ,n"'fum GelleriL ullN'ni" imnu,loll rril1ihUI llI.gun

Foi e'lle o l'ubli).!o i1l1po~to 1'('11' i\!'III"'\U \,cln \iuln,:iio d.· :\ l edu~n.

comllll'ttidn 1'°1' Nt'l'hlllu 110 h'ml,lo ,I .. 1111'''1110 deu,.t1.

(22) Till,; .. i I'ng \U'J, O d e r\ic ht' '1'1111;1';, lI'li" 1'0 ~l"r llnln r,'cuMu,tt' l'SI){'t'iul, '11Il' Ihf'

I)CI'm iLlio (I con llCcillll'lIlo lItlll'cill!I,IO rlo~ OCcQ'T,,"cim. 1II1l1~ dj ~Jllllll'~ c iuc'lperndu .. IIClu , IINOrHI(;';l'~, ~ti11lell 'e \Illl'rr cll(' 1)l'rC('ptjw· i ~ . de ti ros de 1Il0"'luClo,

INOlCE

Pago

A fluem 101· ... ,....... . . .•...••......•••.••..••••....••.•.• 7 PN.~onogcns ... , .•... . .•..... , .•..................•. , . . ... ' . 13 r-,lnll(l'edo •. . .• ,..... •.• ..•...•...•.•.•.••..•.......• . ••.. . •.• 15 Nolol; .............•...... . ......... ... . 0._. "· · ····· · ····', 05 O Gioour (prologo}........ ...••.•. ..... . ............. •.• . .. i i Oí'dlcoto.ia.. ...... ........•...•..•........•.. . .... . . . .... 7!l Ad\crtcncio .... . ...........• _ ...................•... . . . .. " 81 O Ginour ...... . ......... . .. . ...... . . . .... •.. .. ···.··.· · ·.... 83 Noto ... , .......... •. .. . ..•...... . .•........ , _ 0.0"·".· , ••. '. 11 7

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ERRATA

A pag. 77 onde &6 It!l: Houvo quem lO delflzeue de gra\·alft - deve ler·": Hou'fl quem de,flt.e'16 o laço dI gravata,

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