Lousa digital como ferramenta metodológica para o ensino do ...
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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016
Título: Lousa Digital como ferramenta metodológica para ensino do corpo
humano.
Autor: Amelia Borges Pitta
Disciplina/Área: Ciências
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Ribeiro de Campos –
Ensino Fundamental e Médio
Município da escola: Goioerê
Núcleo Regional de Educação: Goioerê
Professor Orientador: Prof.ª Dr.ª Josiane Medeiros de Mello
Instituição de Ensino Superior: UEM – Universidade Estadual de Maringá
Relação Interdisciplinar: Educação e Tecnologia
Resumo:
A presente Produção Didático-pedagógica,
Unidade Didática tem como objetivo
proporcionar aos docentes novas formas de
aprendizado sobre as ferramentas de
tecnologias de comunicação e informação, a
fim de indicar caminhos pedagógicos que
contribuam para seu aperfeiçoamento por meio
do uso da lousa digital de forma a aliar à
tecnologia a educação, deixando o processo de
ensino aprendizagem mais motivador, tanto
para o professor, quanto para o aluno. Para
tanto se propõe essa intervenção no Colégio
Estadual Ribeiro de Campos – Ensino
Fundamental e Médio, na cidade de Goioerê.
Palavras-chave: Ciências, tecnologia em sala de aula, lousa
digital.
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: Professores de ciências e biologia.
A produção dessa Unidade Didática faz parte das atividades do Programa
de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria de Estado da Educação do
Paraná. Será implementado no Colégio Estadual Ribeiro de Campos - Ensino
Fundamental e Médio na cidade de Goioerê com professores. O Conteúdo
Estruturante a ser trabalhado por meio do uso das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs) com ênfase no uso da lousa digital serão os Sistemas
Orgânicos Biológicos os Conteúdos Básicos relacionados à Morfologia e
Fisiologia dos Seres Vivos, com ênfase aos sistemas urinário, genital masculino e
feminino.
As novas tecnologias estão presentes na sociedade contemporânea e a
escola não está fora desse contexto, o avanço tecnológico cada vez mais
acelerado, combinado com a globalização da economia, ressaltam o papel da
escola como fundamental na formação do indivíduo para o enfrentamento desta
realidade social.
No cotidiano da escola, do professor e dos alunos as TICs estão
presentes, todavia se faz necessário compreender que seu uso é uma importante
ferramenta para a aprendizagem no processo de mediação pedagógica.
As Diretrizes para Uso de Tecnologias elaborado pela Secretaria de Estado
da Educação (2010) através da Diretoria de Tecnologia é um importante
documento que além de abordar os aspectos históricos do uso das TICs nas
escolas públicas do Paraná, apresenta os recursos disponíveis e apontam
encaminhamentos para seu uso em sala de aula.
Agregar tecnologia com a metodologia é uma necessidade atual como
forma de potencializar os conteúdos e motivar o aprendizado. São muitas as
ferramentas para auxiliar na construção do conhecimento. A lousa digital com
uma grande versatilidade possibilita que o professor faça uso de imagens, sons,
vídeos, desenhar, acessar a internet, editar, fazer uso de simuladores, conteúdos
interativos, software que auxiliem nas aulas explorando os sentidos como visão,
audição e tato, buscando um resultado positivo em relação ao aprendizado.
Como forma de enriquecer o processo de ensino e aprendizagem, e
dinamizar as aulas através de recursos didáticos diferenciados esta Unidade
Didática disponibilizará links, vídeos, textos e outros materiais aos professores,
bem como, o embasamento teórico e operacional do funcionamento da lousa
digital.
Objetivo: Apresentar as Tecnologias de Informação e Comunicação, sua
evolução na educação, oportunizando ao professor uma reflexão sobre
suas práticas.
.
TEXTO 01
E AGORA, MESTRE GIZ?
ANTÔNIO, 2009
Há duas décadas, lá pelo final da década de 80, Mestre Giz reinava na
escola e era a última palavra depois do livro didático. Tinha um enorme orgulho,
aliás, de conhecer o livro didático, seu mestre, de cabo a rabo. Suas aulas eram
Tecnologia e Educação é uma
reflexão importante?
impecáveis e se você perdesse uma delas na sexta série A, poderia assistir a
mesma aula na sexta série B, pois Mestre Giz tinha uma aula tão “redondinha”
que até as piadinhas eram perfeitamente encaixadas no contexto da aula.
Absolutamente tudo sem imprevistos e nem improvisos.
Como que por mágica, Mestre Giz deu uma cochilada numa bela e
preguiçosa tarde, logo depois do almoço, e viu-se transportado no tempo para
uma década adiante, lá pelo final dos anos 90, na virada para 2000. Acordou
babado e meio assustado com o que viu: uma sala cheia de computadores, com
uma Internet meio capenga e dezenas de cadeados por todos os lugares
possíveis. Era a escola tecnológica chegando.
Mestre Giz logo desconfiou daquela parafernália toda e concordou de
imediato com a gestão da escola de que era preciso colocar muitos cadeados nas
portas e impedir os mortais comuns de mexerem naquelas coisas, evitando assim
quebrá-las. Também concordou que seria preciso muito treinamento, formação e
projetos inovadores nos próximos anos para que se pudessem usar aquelas
coisas e, acima de tudo, era preciso saber para que se usariam aquelas coisas.
Se era para ensinar, ele não precisava, pois já sabia fazer isso.
Dias, semanas, meses e anos se passaram e os alunos revoltosos
continuavam querendo usar aquelas maquininhas. Mas para quê? Mestre Giz até
foi obrigado a fazer um curso sobre como usar um tal de Word e outro Excel, mas
já havia esquecido tudo e, além disso, ele não precisava realmente daquilo.
Alguns colegas, até mais velhos do que ele, já tinham computadores em sua casa
e os usavam, até para “surfar” na Internet, e ele mesmo já havia comprado um
para sua filha, mas na escola as coisas eram diferentes porque faltava alguma
coisa a mais para poder usar os computadores: faltava um motivo!
Certa vez um professor metido a diferente levou a classe até a Sala de
Informática, mas quebrou a cara porque os computadores estavam muito velhos e
desatualizados e a Internet nem funcionava em alguns computadores. Além disso,
os alunos usavam as Lan House do bairro e dispunham de máquinas muito
melhores em suas próprias casas. Mestre Giz não pôde esconder um certo
sorriso de satisfação ao ver comprovada a sua tese de que aquelas maquininhas
eram mesmo inúteis na escola.
Como o tempo é o grande carrasco das verdades absolutas, um dia aquele
professor teimoso, de tanto teimar, conseguiu fazer algo dar certo na Sala de
Informática. Não foi nada de muito sofisticado, apenas uma pesquisa rápida na
Internet e um texto, digitado naquele tal de Word. Pura perda de tempo, concluiu
logo Mestre Giz. A cena se repetiu outras vezes e até mesmo com outros
professores, mas a grande pergunta de Mestre Giz continuava sem resposta: e
para que EU preciso disso?
Hoje cedo Mestre Giz levantou da cama pelo mesmo lado que sempre
levanta, pisou com o pé direito primeiro, como sempre, e tomou seu café com leite
e pão com manteiga antes de ir para a escola. Escola que, aliás, parece cada dia
pior. Os alunos já não têm mais tanto respeito como antes e nem demonstram
muito interesse pelas suas aulas que, à propósito, continuam “redondinhas” como
há duas décadas! “Azar o deles”, sentencia Mestre Giz.
Alguns colegas professores andam com notebooks ao invés de cadernos, e
usam um tal de Datashow de vez em quando, ao invés do projetor de slides.
Parece que é melhor, mas dá muito trabalho fazer alguma coisa no computador
para depois ter que usar o notebook da escola e o Datashow e, além disso, não
há ninguém na escola para fazer toda essa montagem para os professores. Os
professores têm que, eles mesmos, colocarem as imagens no computador e ligar
tudo no Datashow. Assim fica muito difícil, conclui para si mesmo Mestre Giz, com
um certo ar de espanto com aqueles professores que conseguem fazer essas
coisas sozinhos e sem cursos ou formações especiais.
Na hora do intervalo, Mestre Giz fez as contas para sua aposentadoria e
descobriu que agora falta pouco. Ainda bem, pensou ele, afinal a escola mudou
muito e está cada dia mais difícil ensinar. Ele tem pena desses professores mais
novos que são obrigados a usarem computadores, Internet, Datashow, DVD e
outras porcarias para poderem ensinar suas disciplinas. Ele nunca precisou de
nada disso. É pena também que os alunos não saibam dar o merecido valor às
suas aulas e não entendam que ele já sabe tudo o que os alunos precisam saber.
É pena que a juventude ache que pode escolher o que aprender só
porque tem uma tal de Internet e que passem tanto tempo nos computadores ao
invés de estarem mergulhados nos livros.
Quando estava saindo para o almoço uma aluna lhe perguntou se não
podia entregar em um CDROM a pesquisa que ele passou como tarefa, ou
mandar por e-mail. É claro que ele respondeu que não. E como esses alunos
estão a cada dia mais atrevidos, a garota lhe perguntou com a maior inocência
“porque não?”.
Sacando como sempre de sua arma mais poderosa, a razão, Mestre Giz
disparou na aluna o mesmo petardo que vem disparando há duas décadas em
todos aqueles que lhes questionam o porquê dele simplesmente se negar a usar
as novas tecnologias na educação: “Ora, minha cara, eu não preciso de nada
disso para lhe ensinar minha matéria”. Mas, desta vez, ao invés do silêncio que
costuma receber em resposta, a garota, atrevida que é, parece que resolveu
retrucar com algo que até então Mestre Giz ainda não havia compreendido muito
bem: “Eu sei que VOCÊ não precisa professor, mas EU preciso e PRECISAREI A
VIDA TODA. Porque não posso usar então?”. E agora, Mestre Giz?
Este texto é uma fábula. Ele é totalmente fictício. Mestre Giz, ou professores que acreditam que não precisam usar as novas tecnologias na escola porque são capazes de ensinar sem elas, e que desconhecem a necessidade que os alunos têm de aprender com elas, são personagens inexistentes na vida real. Qualquer semelhança entre os personagens dessa fábula e a realidade cotidiana de uma escola é mero fruto da sua própria imaginação. Vamos fazer uma reflexão sobre a nossa prática docente no dia a dia.
TEXTO 02
MUDANÇAS NECESSÁRIAS NA EDUCAÇÃO, HOJE. MORAN, 2014.
O desafio fundamental da escola, para acompanhar as mudanças do
mundo, é evoluir para ser mais relevante e conseguir que todos aprendam de
forma competente a conhecer, a construir seus projetos de vida e a conviver com
os demais. Os processos de organizar o currículo, as metodologias, os tempos e
os espaços precisam ser revistos. Isso é complexo, necessário e um pouco
assustador, porque não temos modelos prévios bem sucedidos para aprender de
forma flexível numa sociedade altamente conectada.
Em educação, em um período de tantas mudanças e incertezas,- não
devemos ser xiitas e defender um único modelo, proposta, caminho. Trabalhar
com modelos flexíveis com desafios, com projetos reais, com jogos e com
informação contextualizada, equilibrando colaboração com a personalização é o
caminho mais significativo hoje, mas pode ser planejado e desenvolvido de várias
formas e em contextos diferentes. Podemos ensinar por problemas e projetos
num modelo disciplinar e em modelos sem disciplinas; com modelos mais abertos
- de construção mais participativa e processual - e com modelos mais
roteirizados, preparados previamente, mas executados com flexibilidade e forte
ênfase no acompanhamento do ritmo de cada aluno e do seu envolvimento
também em atividades em grupo.
Os avanços tecnológicos trazem para a escola a possibilidade de integrar
os valores fundamentais, a visão de cidadão e mundo que queremos construir, as
metodologias mais ativas, centradas no aluno com a flexibilidade, mobilidade e
ubiquidade do digital. Um dos modelos mais interessantes de ensinar hoje é o de
concentrar no ambiente virtual o que é informação básica e deixar para a sala de
aula as atividades mais criativas e supervisionadas. É o que se chama de aula
invertida. A combinação de aprendizagem por desafios, problemas reais, jogos,
com a aula invertida é muito importante para que os alunos aprendam fazendo,
aprendam juntos e aprendam, também, no seu próprio ritmo. Os jogos e as aulas
roteirizadas com a linguagem de jogos cada vez estão mais presentes no
cotidiano escolar. Para gerações acostumadas a jogar, a de desafios,
recompensas, de competição e cooperação é atraente e fácil de perceber.
As competências digitais são importantes para pesquisar, ensinar,
aprender, ser conhecido, realizar atividades de múltiplas formas, compartilhar
aspectos significativos da vida. As tecnologias nos libertam das tarefas mais
penosas – as repetitivas – e nos permitem concentrar-nos nas atividades mais
criativas, produtivas e fascinantes (sem descuidar dos muitos problemas
concomitantes).
As tecnologias permitem o registro, a visibilização do processo de
aprendizagem de cada um e de todos os envolvidos. Mapeia os progressos,
aponta as dificuldades, pode prever alguns caminhos para os que têm
dificuldades específicas (plataformas adaptativas). Elas facilitam como nunca
antes múltiplas formas de comunicação horizontal, em redes, em grupos,
individualizada. É fácil o compartilhamento, a coautoria, a publicação, produzir e
divulgar narrativas diferentes. A combinação dos ambientes mais formais com os
informais (redes sociais, wikis, blogs), feita de forma inteligente e integrada, nos
permite conciliar a necessária organização dos processos com a flexibilidade de
poder adaptá-los à cada aluno e grupo.
Muitas escolas e professores preferem neste momento manter os modelos
de aulas prontas, com roteiros definidos previamente. Dependendo da qualidade
desses materiais, das atividades de pesquisa e projetos planejados e da forma de
implementá-los (adaptando-os à realidade local e com intensa participação dos
alunos) podem ser úteis, se não são executados mecanicamente. Um bom
professor pode enriquecer materiais prontos com metodologias ativas: pesquisa,
aula invertida, integração sala de aula e atividades online, projetos integradores e
jogos. De qualquer forma esses modelos precisam também evoluir para
incorporar propostas mais centradas no aluno, na colaboração e personalização.
Estamos sendo pressionados para mudar sem muito tempo para testar.
Por isso é importante que cada escola defina um plano estratégico de como fará
estas mudanças. Pode ser de forma mais pontual inicialmente, apoiando
professores, gestores e alunos – alunos também e alguns pais – que estão mais
motivados e tem experiências em integrar o presencial e o virtual. Podemos
aprender com os que estão mais avançados e compartilhar esses projetos,
atividades, soluções. Depois precisamos pensar mais estruturalmente para
mudanças no médio prazo. Capacitar coordenadores, professores e alunos para
trabalhar mais com metodologias ativas, com currículos mais flexíveis, com
inversão de processos (primeiro, atividades online e depois, atividades em sala
de aula). Podemos realizar mudanças incrementais, aos poucos ou, quando
possível, mudanças mais profundas, disruptivas, que quebrem os modelos
estabelecidos. Ainda estamos avançando muito pouco em relação ao que
precisamos.
Hoje quem quer aprender, tem oportunidades fantásticas de fazê-lo em
qualquer área, em qualquer língua, muitas vezes gratuitamente,
independentemente de onde more. Só precisa querer estar conectado (um
problema ainda), ter método e perseverar sempre. Aprender tem um componente
lúdico, prazeroso, mas também exige esforço, método, continuidade. Muitos
desistem de aprender antes de ter a rica experiência de gostar, de encontrar
sentido em evoluir e em realizar-se cada vez mais. As condições objetivas de
tantos brasileiros também dificultam esse avanço - miséria, desenvolvimento
precário das competências básicas cognitivas, sócio emocionais e digitais - e os
marginalizam de tantas possibilidades existentes. É complexo melhorar a
qualidade do sistema escolar, como um todo, num tempo curto. Faltam muitas
condições estruturais – carreira, formação, valorização de gestores e
professores. Precisamos de políticas consistentes para atrair os melhores
professores e gestores; remunerá-los bem e qualificá-los melhor; de políticas
inovadoras de gestão na educação, de currículos, metodologias e desenhos de
escolas mais inovadores. Precisamos também de investimentos em infraestrutura
melhores, espaços confortáveis, banda larga, tecnologias móveis, materiais
atraentes e uma política de recursos gratuitos abertos.
Se demorarmos a fazer essas mudanças estruturais de forma séria,
planejada e avaliada, ficaremos para trás no médio prazo e teremos dificuldade
em preparar as novas gerações para um mundo muito diferente que já está aí. As
escolas que não fizerem mudanças importantes nos seus currículos,
metodologias e tecnologias digitais, também começarão pouco a pouco a perder
alunos, a serem vistas como pouco relevantes.
Quanto mais avançadas tecnologias temos, aumenta a importância dos
profissionais competentes, confiáveis, humanos e criativos. A educação é um
processo de interação humana complexa e profunda, com diferentes formas de
integração entre o presencial e o online. Ensinamos e aprendemos mais e melhor
– em qualquer modalidade - quando o fazemos num clima de confiança, de
incentivo, de apoio, dentro de limites claros e negociados. Para isso precisamos
de pessoas curiosas, motivadas, afetivas e éticas, que gostem de aprender e de
praticar o que aprendem; suficientemente evoluídas para transmitir confiança,
acolhimento e competência com sua presença, falas, gestos e ações no contato
presencial e online.
Segundo o texto “O desafio fundamental da escola, para acompanhar as mudanças do mundo, é evoluir para ser mais relevante e conseguir que todos aprendam de forma competente a conhecer, a construir seus projetos de vida e a conviver com os demais”.
Como você professor se posiciona nas suas práticas pedagógicas. Quais são as atitudes que inibem e que estimulam essas ações?
VÍDEO
As novas tecnologias presentes no nosso dia a dia provocam mudanças e afetam sua maneira de viver, de que modo?
A Educação e os desafios do nosso tempo
https://www.youtube.com/watch?v=xKmzke6qH5A
Objetivo: Apresentar por meio de vídeo a evolução da tecnologia na escola
e seu uso na sua de aula.
Apresentar um tutorial sobre o uso da lousa digital e explorar ícones e
recursos da lousa digital.
VÍDEO
Lousa Digital e a tecnologia em
sala de aula.
A história da tecnologia na educação.
https://www.youtube.com/watch?v=Cr-gOp736Bo
VÍDEo
TEXTO 03
Com o advento tecnológico a vida em sociedade passou
por grandes transformações. Esse processo melhorou ou
piorou a vida em sociedade?
A relação entre a sociedade atual e a tecnológica
apresenta benefícios e malefícios. Que pontos positivos e
negativos você aponta nesse processo?
As tecnologias na sala de aula.
https://www.youtube.com/watch?v=CJWOFbuwiPg
Pense na sua história acadêmica. Como as TICs foram utilizadas no processo educativo. Quais as possibilidades
atualmente?
TEXTO 3
COMO FUNCIONA UMA LOUSA DIGITAL COSTA, 2009
.
A lousa digital é como uma tela imensa de um computador, porém mais inteligente, pois é sensível ao toque. Desta forma, tudo o que se pensar em termos de recursos de um computador, de multimídia, simulação de imagens e navegação na internet é possível com ela. Ou seja, funciona como um computador, mas com uma tela melhor e maior.
O professor pode preparar apresentações em programas comuns de computador, como Power Point, por exemplo, e complementar com links de sites. Durante a aula, é possível, enquanto apresenta o conteúdo programado, navegar na internet com os estudantes. Pode ainda criar ou utilizar jogos e atividades interativas, contando com a participação dos alunos, que vão até a lousa e escrevem nela por meio de um teclado virtual - como aqueles de páginas de banco na internet - ou por meio de uma caneta especial ou com o dedo, já que a lousa lê ambas as formas.
O ensino conta com novos recursos, pois é possível, por exemplo, fazer apresentações em três dimensões para apresentar o corpo humano, e estudar geografia com a ajuda de mapas feitos por satélite e disponíveis em sites como o Google Maps ou Google Earth. "Na lousa digital, a criatividade é o limite", comenta André Asquenazi, professor de tecnologia da escola Lumiar Lageado, de Santo Antonio do Pinhal, a 173 km da capital paulista.
Nada do que é feito na lousa digital se perde, pois se o professor quiser, é possível salvar a aula etapa por etapa, a cada contribuição sua ou dos alunos. Assim as aulas podem ser guardadas para sempre e até compartilhada com os estudantes, via e-mail.
Na Lumiar Lageado, os professores ainda estão se adaptando à nova tecnologia e recebendo treinamento. "Mas as crianças já dominam e o interesse delas pelas aulas que utilizam essa novidade é muito superior àquelas sem ela", diz o professor Asquenazi.
A lousa digital, segundo o professor, tem permitido com que os alunos do Ensino Fundamental façam uma horta. De início, a turma desenvolve uma horta virtual na lousa, planejando os canteiros, a medida da área de cada plantio antes de partir para a ação. "Depois, vamos pegar o desenho virtual e fazê-lo real na nossa área de terra", conta o professor. "O mais empolgante nisso é que a criação será coletiva, no virtual e no real", afirma.
Mas ainda fica uma pergunta no ar: qual é a diferença, no aprendizado das crianças, em usar a lousa digital ou os computadores? Este será um grande desafio para o futuro.
Vamos conhecer a Lousa Digital e as
ferramentas disponíveis? Segundo NAKASHIMA E AMARAL (2006), a lousa virtual surge como uma ferramenta de apresentação de conteúdos escolares que oportuniza uma aprendizagem visual e participativa, devido à sua característica de interagir com os programas disponibilizados, utilizando o próprio dedo. O que irá fazer a diferença na inserção dessa tecnologia da informação e comunicação na educação é justamente a criatividade do professor. Isto é, ao propor atividades utilizando a lousa digital como ferramenta mediatizadora do processo educativo, o aluno poderá aprender agindo, experimentando e fazendo algo na prática, ou seja, será produtor de conhecimentos, utilizando a linguagem audiovisual.
Manual Lousa Digital
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/proinfo/manual_usuario_sistema_lousa_a.PDF
No texto “Como funciona a lousa digital”, a autora deixa uma questão “qual é a diferença, no aprendizado das crianças, em usar a lousa digital ou os computadores”?
Vamos refletir e contribuir com a discussão?
Objetivos: Conhecer os recursos da lousa digital, explorando ícones que
permitem a produção de materiais pedagógicos para o estudo do corpo
humano.
TEXTO 04
Corpo Humano TODA MATÉRIA, 2016
O Corpo Humano é constituído por diferentes partes, entre elas, a pele, os
músculos, os nervos, os órgãos, os ossos etc. Cada parte do corpo humano é
formada por inúmeras células que apresentam formas e funções definidas.
Lousa Digital diferentes
possibilidades de práticas
pedagógicas.
As células apresentam estruturas semelhantes - membrana plasmática,
citoplasma e núcleo. Cada célula do corpo pode variar quanto a forma (estrelada,
alongada, cilíndrica etc.), quanto ao tamanho e ao tempo de vida (as células
ósseas duram vários anos, enquanto as células da pele se renovam entre 35 e 45
dias).
Cada tipo de célula se desenvolve para desempenhar uma função no
organismo. A célula muscular, por exemplo, é capaz de se contrair. A hemácia
transporta oxigênio para todo o corpo. A célula nervosa é capaz de receber
estímulos.
A vida dos ser humano começa com uma única célula. Esta se divide e
origina duas novas células, que também se dividem e formam mais duas e assim
sucessivamente. Durante a formação do feto, no útero materno, as células vão se
desenvolvendo, conforme sua localização e função no organismo. Esse processo
é chamado de diferenciação celular.
No corpo humano existem muitos tipos de células, com diferentes formas e
funções. As células trabalham em grupo, estão organizadas de maneira integrada,
desempenhando juntas, uma função determinada.
Esses grupos de celulares formam os tecidos. Os tecidos do corpo humano
podem ser classificados em quatro tipos: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido
muscular, tecido nervoso.
Os tecidos, da mesma forma que as células também se agrupam. O
conjunto de tecidos que desempenham determinada função recebe o nome de
órgãos. Em geral um órgão é formado por diferentes tipos de tecidos.
Vários órgãos formam o corpo humano, entre eles, coração, pulmão,
cérebro, estômago, intestino, fígado, pâncreas, rins, ossos, baço, olhos etc. A
maior parte dos órgãos está localizada no tronco. A pele é o maior órgão do corpo
humano.
Um conjunto de órgãos forma um sistema. Um conjunto de sistemas
constitui um organismo. O corpo humano é formado de diversos sistemas:
respiratório, circulatório, digestório, cardiovascular ou circulatório, muscular,
nervoso, endócrino, excretor, linfático, reprodutor e ósseo.
Cada sistema apresenta sua função específica. O sistema respiratório, por
exemplo, é responsável pela absorção do oxigênio do ar pelo organismo e da
eliminação do gás carbônico, retirado das células.
Por fim, o conjunto de todos os sistemas constitui o organismo que funcionando
em conjunto e harmonicamente mantém a sobrevivência do corpo humano.
Vídeo
Como fazer hiperlinks no Word.
https://www.youtube.com/watch?v=InLkiYkkpLQ
No texto acima algumas palavras estão em hiperlink, e
aparecem em cores diferentes e sublinhadas. Hiperlink é
um atalho que pode ser criado no Word, por exemplo, é
um destino aberto, que pode ser uma figura, um vídeo,
uma página na internet, endereço.
Agora e com você professor, depois de assistir o
vídeo “Como fazer hiperlinks no Word”, escolha
um texto e crie um hiperlink, usando figuras e
vídeos. Vamos compartilhar essa atividade
usando a Lousa Digital.
Diante de tudo que foi realizado até agora usando o Hiperlink, quais os apontamentos que você professor varia sobre o uso desta ferramenta em sala de aula?
Objetivo: Identificar os órgãos e a funções do sistema urinário e utilizar
recursos multimídias para sistematizar o aprendizado.
O sistema Urinário tem como principal função regular o volume e a
composição do líquido extracelular; sua função excretória é consequência da
função reguladora. Para desempenhar suas funções conta com mecanismos que
ocorrem nos rins e que implicam a filtração do sangue, na excreção de algumas
substâncias e reabsorção de outras. Essa é somente uma introdução sobre o
Sistema Urinário, vamos explorar esse assunto no texto Sistema Urinário.
Sistema Urinário, vamos conhecer?
TEXTO 05
SISTEMA URINÁRIO (Material anexo 01)
MIRANDA NETO, 2016
Ureter - Óstio externo da uretra - Cápsula fibrosa - Parte prostática da uretra -
Papilas renais - Parte membranácea da uretra - Córtex renal - Cálices renais
menores – Parte esponjosa da uretra – Cálices renais maiores – Pirâmide
renal – Trígono da bexiga – Colunas renais – Pelve renal.
Antes da leitura e discussão do texto, você saberia
identificar os órgãos que compõem o Sistema Urinário.
Relacione os órgãos nomeados às estruturas
representadas pelos números no desenho abaixo.
Vídeo
Considerando que o professor pode fazer diferentes abordagens metodológicas no desenvolvimento de um mesmo conteúdo, vamos inovar. Após a leitura e discussão do texto “Sistema Urinário”, vamos dividir a turma em grupos e cada grupo deverá fazer uma breve apresentação sobre o conteúdo utilizando uma das ferramentas
disponíveis na lousa digital.
O Rim e o Néfron – Biologia Humana – Khan Academy
https://www.youtube.com/watch?v=bMxbqhtnWCk&t=190s
Objetivos: Descrever a anatomia dos órgãos que compõem o sistema
genital masculino e feminino.
Compreender de modo geral a fisiologia do sistema genital masculino e
feminino, bem como, seu funcionamento utilizando recursos multimídias
para sistematizar o aprendizado.
APARELHO REPRODUTOR HUMANO
A reprodução é uma função indispensável à perpetuação das espécies e à
continuidade da vida. Nos seres procariontes e eucariontes, acontece por divisão
celular. Processo semelhante é observado em alguns seres pluricelulares
(fungos, algas e esponjas), caracterizando a reprodução assexuada. Nesse tipo
de reprodução os novos indivíduos são geneticamente iguais aos pais.
Sistema Genital Masculino e
Feminino.
A reprodução sexuada implica a produção de gametas masculino e
feminino, e posterior fecundação para formação do zigoto, que se desenvolve
formando um novo indivíduo. Pode ocorrer em indivíduos hermafroditas,
possuidores dos genitais masculino e feminino em um mesmo indivíduo, ou pode
estar presente o dimorfismo sexual, quando se encontram indivíduos dos sexos
masculino e feminino.
Muitos microrganismos utilizam-se dos genitais como local de
desenvolvimento, por isso durante as relações sexuais um parceiro pode infectar
o outro. Indivíduos infectados e que possuem múltiplos parceiros contribuem
enormemente para a disseminação das doenças sexualmente transmissíveis.
Professor essa pequena introdução sobre a importância da reprodução tem a finalidade de criar outras abordagens metodológicas ao se trabalhar os sistemas genital masculino e feminino. Lembrem-se outros conteúdos podem ser desenvolvidos como: gravidez precoce, AIDS, DSTs, métodos anticonceptivos entre muitos outros.
Vamos ler e debater os textos abaixo. (em anexo)
TEXTO 06 - SISTEMA GENITAL MASCULINO (Material anexo 2) MOLINARI, 2016.
TEXTO 07 – SISTEMA GENITAL FEMININO (Material anexo 3) MELLO, 2016
Nesta unidade aconteceu bastante leitura e
debate, mas sabemos que a utilização de novas
metodologias como: filmes, vídeos, aulas práticas,
atividades dinâmicas, jogos entre outras é fator
enriquecedor para o aprendizado. Agora e com você,
transforme esse conteúdo trabalhado em uma aula
diferenciada. Use a imaginação, abuse de sua
criatividade e das ferramentas disponíveis na lousa
digital.
A importância dos estímulos visuais na sala de aula.
http://www.desafiosdaeducacao.com.br/importancia-dos-estimulos-visuais-na-
sala-de-aula/
Vídeo - Matéria sobre charge nas salas de aula
https://www.youtube.com/watch?v=IuItSUKGs3o
O Vídeo na sala de aula – Jose Manuel Moran
http://extensao.fecap.br/artigoteca/Art_015.pdf
Algumas dicas:
Objetivos: Propor aos professores a construção de mapas conceituais,
como ferramenta de autoaprendizagem, usando a ferramenta Cmap
Tools.
TEXTO 06
Mapas conceituais como ferramentas de aprendizagem.
HAMZE, 2016.
Os mapas de conceitos têm a sua origem no movimento construtivista da
aprendizagem de David Ausubel e podem ser: um recurso de autoaprendizagem
ao dispor dos alunos; um método para encontrar e explicitar significado para os
materiais de estudo, assim como uma estratégia que estimula a organização dos
MAPAS CONCEITUAIS E A APRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVA.
materiais de estudo. Os mapas conceituais agem como instrumentos
educacionais, e se caracterizam como subsídios aos educando e aos educadores
nos significados dos processos de ensino/aprendizagem. Os mapas conceituais
têm por finalidade conceber relações significativas entre os conceitos e as
maneiras de proposições. Melhor dizendo, um mapa conceitual é uma
representação gráfica, de significados conceituais.
Um mapa de conceitos é similar a um fluxograma, incluindo relações
bidirecionais e é constituído por círculos onde se inscrevem os conceitos e linhas
(ligações) que concebem as relações entre os conceitos, através de proposições.
São representações, que integram princípios pedagógicos construtivistas e
constituem um caminho para a aprendizagem significativa. Os mapas conceituais
compõem um grande recurso para detectar e apreciar o que os alunos já sabem e
são proveitosos enquanto apoio ao esquema de percursos de aprendizagem. Os
mapas conceituais são de grande valia na compreensão de leitura de livros, de
textos, assim como na captação e interpretação de obras literárias e de artigos
publicados em revistas e jornais. Como uma ferramenta de aprendizagem, o
mapa conceitual é favorável para o estudante para: fazer anotações, resolver
problemas, planejar o estudo e a escrita de grandes relatórios, preparar-se para
avaliações, identificar a integração dos assuntos. Os mapas conceituais podem
ser utilizados nas áreas do ensino e da aprendizagem, como por exemplo: nos
planejamentos, nos princípios e pesquisas educacionais.
De acordo com David Ausubel são relevantes para a aprendizagem
significativa, pois os materiais de aprendizagem devem ser bem organizados, as
novas ideias e conceitos devem ser "potencialmente significativos" para o aluno, e
ao fixar novos conceitos nas já existentes estruturas cognitivas do aluno fará com
que os novos conceitos sejam relembrados, transformando o conhecimento
sistematizado, constituindo ligações deste novo conhecimento com os conceitos
relevantes que ele já possui.
Para se obter uma apropriada aprendizagem é indispensável que os
professores estimulem os educandos para que desvendem por si mesmos a
estrutura de uma área de conhecimento e das relações que acontecem. Deve-se
priorizar a aprendizagem pela descoberta, buscando o privilégio de alternativas,
levando a uma participação ativa do educando e conduzindo-o a situações de
desafio na busca de resoluções de problemas.
Os mapas conceituais são linguagens que descrevem e comunicam conceitos e
suas relações, organizam e representam o conhecimento, e tornam as
informações mais acessíveis. Como ferramenta metacognitiva, apoia a
verbalização do conhecimento.
Um mapa conceitual evidencia como uma pessoa apreende certo assunto,
normalmente de maneira diferenciada de outra pessoa. Os mapas conceituais
“simplificam" a abordagem a problemas complexos. Servem para que o educando
reveja e relembre conteúdos, recorrendo à sua memória. A sua construção pode
funcionar como uma importante e eficaz estratégia de (auto) aprendizagem, mas
também pode ser aproveitada como elemento de avaliação. A técnica de
construção dos Mapas Conceituais foi desenvolvida pelo pesquisador norte-
americano Joseph Novak. Ele define mapa conceitual como uma ferramenta para
organizar e representar conhecimento.
Referências: AUSUBEL, David P. A Aprendizagem significativa.
Vídeo
Como criar mapas conceituais com o Cmap Tools
https://www.youtube.com/watch?v=TAssr4nAZbI
Usando os conteúdos: Sistema Urinário, Sistema Genital Masculino e Feminino crie um Mapa Conceitual e compartilhe que os outros colegas.
Objetivos: Propor aos professores analisarem e repensarem suas práticas
pedagógicas, utilizando novas formas de trabalho através das Tecnologias
da Informação e Comunicação (TICs) e da Lousa Digital.
Pesquisar, conhecer, buscar informações que contribuam com o processo
de ensino aprendizagem, a ser desenvolvido pelo professor, tendo o aluno como
o sujeito desse processo é o objetivo desse estudo. A lousa digital está presente
nas escolas públicas do Paraná e é uma ferramenta pedagógica importante
dentro da revolução tecnológica na qual estamos inseridos.
AS TECNOLOGIAS TÊM INFLUENCIADO SEU
PROCESSO EDUCACIONAL?
Vídeo
Professor nesse momento você irá apresentar um plano de aula utilizando a lousa digital. É um desafio, mas acima de tudo é a oportunidade para estabelecermos uma nova dinâmica nas aulas, abrindo espaço para aproximarmos tecnologia e educação.
Aprendendo para mudar, mudando para aprender.
https://www.youtube.com/watch?v=-uqDyBR29as
REFERÊNCIAS
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<https://professordigital.wordpress.com/2009/09/18/e-agora-mestre-giz/>. Acesso
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http://acervo.novaescola.org.br/formacao/como-funciona-lousa-digital-tecnologia-
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<http://multimeios.seed.pr.gov.br/resourcespace-
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rder_by=relevance&sort=DESC&archive=0>. Acesso em: 25 nov. 2016.
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09/08/2016
MIRANDA NETO, M. H., MELLO, J. M. de MOLINARI, S. L. SOUSA, F. C. de
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aprendizagem dinâmica. 9. ed. Maringá: Clichetec, 2016.
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2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xKmzke6qH5A>.
Acesso em: 19 agos. 2016
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<https://www.youtube.com/watch?v=Cr-gOp736Bo>. Acesso em: 21 mar. 2016.
ANEXOS
ANEXO 01
SISTEMA URINÁRIO
Marcílio Hubner de Miranda Neto Josiane Medeiros de Mello
Sonia Lucy Molinari O sistema urinário representa uma das vias excretoras do nosso corpo, que
filtra resíduo metabólico presente no sangue e os remove do organismo por meio
de um sistema de tubos. Dessa forma, auxilia na manutenção da composição dos
líquidos orgânicos, ou fluidos corporais, cuja distribuição é essencial à vida. Entre
esses líquidos se encontra a água, na qual estão dissolvidos ou em suspensão os
eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, cloreto, magnésio, sulfato) e não eletrólitos
(oxalatos, fosfolipídios, colesterol, gorduras neutras, glicose, ureia, ácido lático,
ácido úrico, creatinina, bilirrubina e sais biliares).
Através da atuação do sistema digestório o organismo obtém as
substâncias necessárias para repor os fluidos, e seus diversos componentes, que
o corpo utilizou ou perdeu. O sistema respiratório, a pele, o fígado e os rins
removem excretas, que são produzidos pelas células e lançados nos fluidos
corporais, bem como os excessos de água e eletrólitos e não eletrólitos.
Para executar a função de manter a composição e a concentração dos
fluidos corporais, o sistema urinário, conta com mecanismos que ocorrem no nível
renal e que implicam a filtração do sangue na excreção de algumas substâncias e
a reabsorção de outras.
As células, através de seu metabolismo, obtêm a energia necessária à
manutenção da vida, sintetizam e degradam compostos, como por exemplo
proteínas, que participam do crescimento e divisão celular, reparam organelas e
tecidos lesados ou mesmo que atuam como enzimas.
Entre os produtos das diversas reações metabólicas encontram-se
substâncias tóxicas para as células que as produziram, como por exemplo o
dióxido de carbono, resultante da reação entre o oxigênio e a glicose no processo
de respiração celular, e os componentes nitrogenados provenientes do
metabolismo das proteínas.
O gás carbônico é eliminado pelos pulmões, enquanto os compostos
nitrogenados são eliminados por diversas estruturas capazes de desempenhar a
função de excreção, como o fígado (através da bile), as glândulas sudoríparas, e
principalmente pelos rins.
As proteínas dos alimentos no processo de digestão dão origem a
aminoácidos, os quais, ao serem utilizados, sofrem remoção do grupo amina
(NH2). As aminas reagem com o hidrogênio presente nos líquidos corporais e a
partir dessa reação forma-se a amônia, gás muito solúvel em água, bastante
tóxico. Por este motivo deve ser prontamente eliminado do corpo do animal ou
convertido a compostos menos tóxicos, como a ureia e o ácido úrico.
Nos peixes de água doce, a amônia dissolve-se na água e difunde-se para
o exterior. No fígado dos peixes de água salgada, anfíbios e mamíferos, a amônia
reage com o CO2, e como consequência surge a ureia, composto menos tóxico e
menos solúvel em água. Ao ser eliminada, a ureia promove no organismo uma
grande perda de água.
Devido a sua baixa toxicidade, peixes cartilaginosos, como o tubarão,
retêm a ureia para igualar a pressão osmótica de seu sangue à da água do mar.
As aves, os répteis e os insetos convertem a amônia em ácido úrico,
composto menos tóxico e menos solúvel que a ureia.
Em diversas espécies de animais e no Homem, a eliminação dos excretas
nitrogenados é um processo contínuo, que resulta na constante produção de urina
pelos rins. Esta é transportada pelos cálices renais, pelve renal e ureter, e
armazenada na bexiga para posterior eliminação através da uretra.
Em síntese podemos afirmar que o sistema urinário é formado por um
conjunto de estruturas que tem por função produzir, armazenar temporariamente
e conduzir a urina em direção ao meio externo, livrando o organismo dos
excessos de água e sais minerais, bem como de toxinas, excretas nitrogenados
(ureia, creatinina, ácido úrico), ácido carbônico, produtos finais da degradação da
hemoglobina e os metabólitos de diversos hormônios.
Os rins são órgãos responsáveis pela filtração do plasma sanguíneo e
produção da urina (uropoese), além disto, produzem a renina, a forma ativa da
vitamina D, sintetizam glicose em situações de jejum prolongado e a eritropoetina
que é uma glicoproteína que atua na medula óssea estimulando a produção de
hemáceas.
A renina é uma enzima produzida por fibras musculares lisas diferenciadas
localizadas na parede das arteríolas aferentes, cuja liberação para a corrente
sanguínea ocorre quando a pressão arterial cai a níveis demasiadamente baixos,
nesta situação desencadeia a produção de angiotensina que é uma substância
vasoconstrictora, além disto, a angiotensina controla a secreção de aldosterona
pelas glândulas suprarrenais que aumenta a reabsorção de água e sal pelos
túbulos renais. Em situações de hemorragia e queda da pressão arterial por
redução da volemia a renina causa alterações anatômicas e fisiológicas
temporárias que colaboram para manter a pressão arterial em níveis compatíveis
com a perfusão tissular (chegada de sangue aos tecidos) pois a vasoconstricção
reduz o contingente vascular, enquanto a maior absorção de água e sal pelos
túbulos renais aumenta o conteúdo sanguíneo.
Anatomicamente os rins são órgãos de órgãos de cor avermelhada, que
pesam em média 140 g cada. Possuem a forma de um feijão e estão situados na
cavidade abdominal, retroperitonalmente, ao lado da coluna vertebral, nas regiões
laterais direita e esquerda um pouco acima da linha da cintura, sendo o rim direito
mais baixo que o esquerdo. São revestidos por uma fina bainha de tecido fibroso
a cápsula fibrosa. Externamente a cápsula fibrosa encontra-se grande
quantidade de tecido adiposo constituindo a cápsula adiposa. As cápsulas
fibrosa e adiposa auxiliam na proteção mecânica e na fixação do rim na cavidade
abdominal. Mulheres muito magras, em especial as de cintura muito fina,
possuem pouco tecido adiposo ao redor dos rins o que torna mais frágil a sua
sustentação predispondo a ptose renal, ou seja, a descida dos rins para níveis
mais baixos que o normal, o que pode estrangular a veia renal ou o ureter
dificultando a drenagem de sangue e urina.
Na margem medial do rim encontra-se uma região côncava, o hilo renal,
atravessado por estruturas que entram e saem dos rins (artérias, veias, nervos,
vasos linfáticos e pelve renal). Este conjunto de estruturas é denominado de
pedículo renal. O hilo renal conduz a um espaço no interior do rim denominado
de seio renal, onde se encontra a pelve renal e os cálices renais maiores e
menores, vasos e nervos renais.
Macroscopicamente distingue-se no rim uma porção central, denominada
medula renal, e outra periférica, o córtex renal que se projeta para a medula
constituindo as colunas renais. Na medula renal observam-se formações cônicas
denominadas de pirâmides renais, que variam de oito a doze em cada rim. As
pirâmides estreitam-se gradativamente originando em seu ápice as papilas
renais.
A unidade anátomo-funcional do rim é o néfron. Em cada rim encontra-se
aproximadamente 1 milhão destas unidades microscópicas, formadas pelo
glomérulo renal, cápsula glomerular, túbulo contorcido proximal, túbulo reto (alça
de Henle) e túbulo contorcido distal.
No córtex renal e nas colunas renais há um grande predomínio de
glomérulos com suas cápsulas glomerulares, enquanto nas pirâmides renais
predominam os túbulos retos e os túbulos coletores, esta constituição faz com
que em corte o córtex e as colunas apareçam pálidos e granulares e as pirâmides
escuras e estriadas. Generalizando pode-se dizer que no córtex e nas pirâmides
estão os glomérulos com suas cápsulas glomerulares e os túbulos contorcidos
proximais que possuem cerca de 15 mm de comprimento e estendem-se em
direção as pirâmides continuando-se com os túbulos retos que tem cerca de
20mm, os túbulos retos vão da base da pirâmide em direção a papila a seguir
curvam-se voltando para o córtex onde continuam-se com os túbulos contorcidos
distais que possuem cerca de 5 mm e abrem-se em um dos 500 túbulos
coletores que se reúnem formando os condutos papilares que se abrem nos
cálices renais menores.
As artérias renais originam-se da aorta abdominal e conduzem 1/8 do
sangue bombeado pelo coração para ser filtrado pelos rins. A artéria renal penetra
no seio renal onde se ramifica sucessivamente até originar as arteríolas aferentes,
e estas dão origem aos capilares glomerulares. Os glomérulos são capilares
fenestrados, que deixam passar um filtrado de plasma desprovido de proteínas, o
qual cai no interior da cápsula glomerular, membrana que envolve os glomérulos
e tem continuação, com o túbulo contorcido proximal, o túbulo reto, o túbulo
contorcido distal e o ducto coletor.
Os ductos coletores recebem a urina após ser formada nos túbulos
pertencentes aos néfrons. Esses ductos abrem-se através dos forames papilares
localizados na papila renal (ápice das pirâmides renais), que se projeta para o
interior de uma estrutura tubular em forma de cálice denominado de cálices
renais menores, que se juntam para formar os cálices renais maiores que
desembocam na pelve renal, esta após estreitar-se origina o ureter que conduz
a urina até a bexiga.
À medida que o filtrado glomerular caminha através dos túbulos
pertencentes ao néfron, ocorre reabsorção de água, eletrólitos, glicose,
aminoácidos e vitaminas e são eliminados o excesso de água e de eletrólitos
(cloro, sódio, bicarbonato, potássio), e os catabólitos ou excretas, como a ureia,
creatinina, ácido carbônico, amônia, ácido úrico, oxalatos e íons hidrogênios.
Os rins filtram diariamente cerca de 200 litros de líquido, porém, devido ao
processo de reabsorção, o volume eliminado na forma de urina é em torno de l
litro e meio.
O volume de urina eliminado e a concentração dos seus componentes
estão relacionados com a atuação do coração como bomba, com mecanismos
neurais, com a atuação da angiotensina, do hormônio antidiurético, da
aldosterona e do fator natriurético atrial. Também são influenciados pela ingestão
de água e de diversos compostos contidos nos alimentos, pelas condições
ambientais e por várias doenças.
No inverno os vasos periféricos tendem a contrair-se, e a sudorese a
reduzir-se, para evitar perda de calor, diminuindo a eliminação de água e de
excretas pelas glândulas sudoríparas e provocando maior atividade renal, o que
resulta em aumento no volume urinário.
No verão a sudorese intensa colabora com a eliminação de excretas e
provoca grande perda de líquidos. Para evitar a desidratação, os rins reabsorvem
grandes quantidades de água, tornando a urina bastante concentrada.
Os rins são irrigados pelas artérias renais direita e esquerda, ramos da
aorta abdominal e drenados pelas veias renais direita e esquerda tributárias da
veia cava inferior. No rim verificam-se duas fases para a circulação arterial uma
primeira funcional e uma segunda nutritiva. A artéria renal através de seus
sucessivos ramos origina as arteríolas aferentes e estas os capilares
glomerulares. O sangue que flui pelos capilares glomerulares passa pelo
processo de filtração sem promover a nutrição do parênquima renal. Os capilares
glomerulares voltam a reunir-se originando as arteríolas eferentes, as arteríolas
eferentes ramificam-se originando capilares que levam nutrientes para o
parênquima renal e continuam-se por meio de capilares venosos que se reúnem
formando vênulas e por sucessivas confluências originam as veias renais direita e
esquerda que desembocam na veia cava inferior, levando o sangue oriundo dos
rins. Antes de penetrar nos rins este sangue passou pelos pulmões onde o
excesso de gás carbônico foi eliminado, porém a concentração de excretas
nitrogenados foi mantida, desta forma os pulmões enviaram para o lado esquerdo
do coração um sangue arterializado do ponto de vista dos gases, porém carente
de filtração para livrar-se do excesso de substâncias a serem eliminadas pelos
rins, é este tipo de sangue que o ventrículo esquerdo lança no interior da aorta e
que seus ramos distribuem para todo o corpo, entretanto 1/8 do sangue que
percorre a aorta vai em direção aos rins e ao percorrer os néfrons é filtrado, desta
forma o sangue que chega a arteríola eferente é rico em oxigênio e pobre em
excretas nitrogenados e outros subprodutos do metabolismo que carecem de
eliminação renal. Ao percorrer o leito capilar originado a partir da arteríola
eferente nutre o parênquima renal e os capilares venosos que com eles se
continuam levam para as vênulas e veias o dióxido de carbono e os demais
excretas produzidos pelos rins em direção as veias renais, mas mesmo assim o
sangue que é lançado pelas veias renais na veia cava inferior contém
concentrações de excretas nitrogenados e catabólitos de eliminação renal bem
inferiores ao lançado pelas outras veias diluindo-se assim a concentração destes
excretas. Para garantir a composição adequada dos fluidos corporais todo o
volume de sangue contido no corpo chega a ser filtrado 60 vezes em um único
dia.
Em situações em que ocorre queda intensa da pressão arterial, conhecida
como choque, ocorre constrição das arteríolas aferentes e eferentes e o desvio de
sangue dos glomérulos, consequentemente há uma redução na função renal e no
volume de urina. Em consequência da menor filtração glomerular os rins perdem
sua capacidade de regular o equilíbrio eletrolítico e acido-básico. Se o choque
progredir e persistir por muito tempo, o parênquima renal entre em sofrimento
devido ao reduzido fluxo sangüíneo podendo ocorrer redução severa no volume
de urina e necrose tubular. Volume de urina inferior a 25 ml por hora é forte
indicativo de sofrimento renal, por isso, pacientes em estado de choque
prolongado além de receberem volume (sangue, plasma, soro albuminado entre
outros), recebe também diurético para garantir um mínimo de fluxo e evitar uma
posterior insuficiência renal. Vale ressaltar que os néfrons não se regeneram.
A urina, após ser formada nos néfrons, percorre os ductos coletores,
atingindo os forames papilares e ganhando o interior dos cálices renais menores e
maiores. Flui através da pelve renal e do ureter, ficando temporariamente
armazenada na bexiga urinária, de onde é eliminada no momento da micção,
através da uretra.
Os cálices renais menores envolvem as papilas renais e recebem a urina
que é lançada em seu interior pelo forame papilar, dois ou mais cálices menores
reúnem-se e formam um cálice maior. O número de cálices maiores é variável
podendo existir três ou mais. Os cálices maiores abrem-se na pelve renal uma
porção dilatada que precede o ureter. O ureter inicia-se no hilo renal e desce pela
parede abdominal e pélvica indo terminar na bexiga. Sua extensão no adulto é de
aproximadamente 25 cm.
Os cálices, a pelve e o ureter são constituídos por quatro túnicas: a
adventícia onde predomina o tecido conjuntivo; a túnica muscular onde
predominam fibras musculares lisas, responsáveis por movimentos peristálticos
que ajudam a impulsionar a urina em direção à bexiga; a tela submucosa de
tecido conjuntivo frouxo e a túnica mucosa formada por um epitélio de transição
do pavimentoso ao cilíndrico, semelhante ao da bexiga.
A Bexiga urinária é um órgão ímpar localizada na cavidade pélvica, com
capacidade em torno de 350 ml podendo, em alguns indivíduos armazenar até 1
litro e meio de urina. No homem na região inferior ou colo da bexiga encontra-se a
glândula próstata e na face posterior as vesículas seminais.
A parede média da bexiga é constituída por fibras musculares lisas
dispostas em espiral, que constituem o músculo destrusor da bexiga. A contração
deste músculo provoca o esvaziamento da bexiga.
Os cálculos renais podem ser encontrados nos cálices renais, na pelve
renal, no ureter e na bexiga. Diversos fatores predispõem à formação de cálculos
renais, dentre os quais destacamos: a baixa ingestão de água, o excesso de
ingestão de alguns alimentos (carnes, leites, queijos, entre outros) e de vitamina
C, algumas alterações do organismo, como por exemplo a grande reabsorção de
cálcio, nos casos de repouso prolongado e excesso de ingestão de vitamina D,
erros inatos do metabolismo e utilização excessiva de antiácidos que contenham
cálcio. A presença destes fatores resulta em maior concentração de cálcio,
oxalato de cálcio, ácido úrico, composto de cistina, fosfato de amônia e magnésio
na urina, que, associados ou não à predisposição genética, tendem a provocar à
formação de cálculos renais.
Cálculos pequenos podem migrar da pelve renal para o ureter, obstruindo-o
e provocando a contração da musculatura ureteral, o que ocasiona a dor aguda
denominada de cólica renal. Durante os episódios de cólicas podem ocorrer
lesões da mucosa, provocando a hematúria (eliminação de sangue pela urina,
perceptível ou não a olho nu). A presença de cálculos grandes no interior da pelve
renal está geralmente associada à hematúria e à predisposição para infecção
renal.
Os processos infecciosos dos rins são denominados de nefrite, cujo
tratamento deve ser rigoroso, sob o risco de ocorrer insuficiência renal parcial ou
total.
A uretra é o segmento terminal do sistema urinário que transporta a urina
da bexiga para o meio externo. Na mulher, a uretra serve apenas para passagem
da urina enquanto no homem, além de servir ao sistema urinário, serve como
meio de eliminação de sêmem durante a ejaculação, pertencendo assim também
ao sistema genital masculino.
A uretra feminina é curta e praticamente retilínea, medindo
aproximadamente 4 cm. Situa-se posteriormente a sínfise púbica e anteriormente
a vagina, abre-se para o exterior por meio do óstio externo da uretra que se
localiza entre o clitóris e o óstio da vagina. Ao nível de sua comunicação com a
bexiga é circundada por fibras musculares lisas circulares que constituem o
esfíncter interno, enquanto mais inferiormente, a musculatura do períneo forma o
esfíncter estriado da uretra que é de controle voluntário.
A uretra masculina é longa e sinuosa, medindo aproximadamente 20cm.
Divide-se em três partes: prostática, membranácea e esponjosa. A parte
prostática é circundada pela próstata e nela se abrem os ductos ejaculatórios. A
parte membranácea está situada entre as membranas superior e inferior do
diafragma urogenital, lâminas de tecido fibroso que se estendem entre os ramos
descendentes dos ossos púbis. No início da parte prostática situa-se o esfíncter
liso da bexiga e o esfíncter externo encontra-se na parte membranácea. A parte
esponjosa é longa e está envolvida pelo corpo esponjoso do pênis nela se abrem
as glândulas bulbouretrais. A terminação da parte membranácea ocorre na glande
no óstio externo da uretra.
Inflamações da uretra são genericamente denominadas de uretrites.
Podem ser gonocócicas e não gonocócicas. Uretrites não gonocócicas são
causadas geralmente por microrganismos entéricos (do intestino), principalmente
pela Eschericchia coli, e também por clamídia e micoplasma.
Nas mulheres, devido à pequena dimensão da uretra, as uretrites
frequentemente progridem em direção à bexiga urinária, originando cistites. Nos
homens, podem se difundir para a próstata, causando prostatite. Em alguns casos
as infecções urinárias podem estender-se para o ureter, causando ureterite, ou
para os rins, levando à nefrite.
As principais causas de infecções não gonocócicas do trato urinário estão
relacionadas a higienização incorreta ou ausente dos genitais externos. Grande
contribuição é oferecida por relações sexuais que se iniciam com o coito anal e
continuam como coito vaginal, caso em que microrganismos normais do trato
digestivo são conduzidos para a vagina e, por sua proximidade, atingem a uretra.
Nestes locais podem tornar-se patogênicos, causando infecções urinárias e
vaginais.
A prevenção baseia-se na higienização correta dos genitais. Nos casos de
coito anal, deve-se proceder à lavagem do pênis com água e sabão antes da
penetração vaginal.
ANEXO 02
SISTEMA GENITAL MASCULINO
Sonia Lucy Molinari
Marcílio Hubner de Miranda Neto
Josiane Medeiros de Mello
É constituído pelas gônadas (testículos), pelo órgão copulador (pênis),
pelas vias espermáticas presentes nos testículos (túbulos seminíferos, rede
testicular, ductos eferentes), pelas vias espermáticas extra-testiculares
(epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório e uretra), pelas glândulas anexas
(próstata, glândulas seminais, glândulas bulbouretrais e uretrais) e pelo escroto.
Os testículos são duas glândulas de formato oval, alojados no escroto.
Uma vez atingida a maturidade sexual, produzem continuamente células sexuais
masculinas e o hormônio masculino (a testosterona).
Cada testículo é envolvido por uma cápsula testicular, composta, de fora
para dentro, dos seguintes elementos: lâmina visceral da túnica vaginal e túnica
albugínea. A túnica albugínea é uma camada de tecido conjuntivo fibroso
modelado, bastante resistente, onde são encontradas fibras colágenas e
elásticas. Septos fibrosos partem da túnica albugínea para o interior do testículo e
o dividem em 250 a 400 lóbulos, em forma de cunha. O parênquima do testículo
está localizado no interior dos lóbulos, consistindo de túbulos seminíferos
contorcidos, onde são produzidos os espermatozoides. Os túbulos seminíferos
contorcidos unem-se para formar os túbulos seminíferos retos, que constituem a
rede testicular. Dessa rede partem os dúctulos eferentes do testículo, os quais
entram na cabeça do epidídimo originando um ducto único (o ducto do epidídimo).
As células intersticiais estão localizadas no tecido frouxo sob a túnica
albugínea, no septo e no estroma, que envolve os túbulos seminíferos
contorcidos. Elas secretam testosterona, o hormônio sexual masculino.
Os testículos são irrigados pela artéria testicular e drenados pelas veias
testiculares. O surgimento de varizes nas veias testiculares, denominadas
varicoceles, provoca o acúmulo de sangue venoso nos testículos, reduz a
espermatogênese e pode levar à infertilidade. A correção cirúrgica das varizes
pode restabelecer a normalidade da espermatogênese.
O epidídimo, que tem externamente a forma de meia lua é, na verdade,
um tubo enovelado que mede cerca de 6m, destinado à maturação e ao
armazenamento temporário de espermatozoides. Estende-se longitudinalmente
na borda posterior do testículo. Distinguem-se no epidídimo três regiões: cabeça,
corpo e cauda. Esta última porção se prolonga com o ducto deferente. O
conteúdo do epidídimo e do ducto deferente, eliminado no momento da
ejaculação, corresponde a 10% do volume ejaculado.
O ducto deferente inicia-se na cauda do epidídimo. Deixa o escroto,
juntamente com outros elementos do funículo espermático, atravessa o canal
inguinal, passa póstero-inferiormente à bexiga e termina próximo à próstata, ao
unir-se com o ducto da vesícula seminal para formar o ducto ejaculatório. Tem por
função conduzir os espermatozoides do epidídimo para o ducto ejaculatório.
Próximo à face posterior da bexiga o ducto deferente apresenta-se alargado,
sendo essa porção denominada ampola do ducto deferente. Sua parede é
formada por três camadas: túnica mucosa, túnica muscular e túnica adventícia.
O testículo e o epidídimo, mais parte do ducto deferente encontram-se no
interior de uma bolsa constituída de várias camadas, denominada de escroto.
O escroto é uma bolsa que possui função situada posteriormente ao pênis
e inferiormente à sínfise púbica; aloja os testículos, os epidídimos e a parte mais
inferior do funículo espermático e seus envoltórios. Possui várias camadas, dentre
as quais: a pele relativamente fina, que possui poucos pêlos e muitas glândulas
sebáceas e sudoríferas; a túnica dartos, que adere à pele (em substituição à tela
subcutânea), consistindo de fibras musculares lisas (músculo dartos)
fundamentais para a termorregulação testicular, cuja contração determina o
aspecto enrugado da pele (esse músculo se contrai por influência do frio,
exercício ou estímulo sexual, e relaxa sob a influência do calor e em pessoas
idosas) o músculo cremaster, continuação do músculo obliquo interno do abdome;
a túnica vaginal do testículo, serosa derivada do peritônio, que acompanha os
testículos durante sua migração do abdome para o escroto.
Através da ativação de suas camadas, o escroto garante a termorregulação
testicular. Entre seus mecanismos de atuação destaca-se a intensa sudorese,
que promove a eliminação de calor e o relaxamento do músculo dartos, o qual
afasta os testículos do corpo em situação de calor. Em situações de frio, o
músculo dartos se contrai e aproxima o testículo, contribuindo dessa forma para
manter a temperatura ideal para a espermatogênese, que é de cerca de 35ºC.
Na vida intrauterina os testículos desenvolvem-se no interior do abdome,
próximo aos rins. À medida que a gestação avança os testículos descem,
devendo estar posicionados no interior do escroto por ocasião do nascimento. Em
alguns casos a descida dos testículos somente se complementa por volta dos seis
anos de idade. É fundamental que esse processo tenha se completado antes da
puberdade, pois a temperatura intrabdominal pode comprometer a produção de
espermatozoides, tornando o individuo estéril. A não descida dos testículos,
denominada de criptorquidia, pode ser corrigida por meio de cirurgia.
O funículo espermático é o conjunto de estruturas que entram e saem do
testículo. É envolto por tecido conjuntivo e recoberto pelas mesmas camadas
que constituem os envoltórios dos testículos. Contém as seguintes estruturas:
ducto deferente, juntamente com a artéria, a veia do ducto deferente e o nervo;
artéria testicular e nervos do plexo testicular; plexo pampiniforme de veias, que
drenam o testículo e epidídimo (quando essas veias se tornam varicosas o
problema é denominado varicocele); vasos linfáticos; artéria cremastérica;
ramo genital do nervo genitofemoral.
As glândulas seminais são estruturas tubulares enoveladas, envolvidas
numa bainha densa, consistindo de músculo liso e tecido fibroso, que se localizam
na face posterior da bexiga. Elas produzem grande quantidade de líquido seminal
(1,5 a 3 ml), cuja secreção é rica em frutose e contribui para a ativação e a
nutrição dos espermatozoides, representando 60% do conteúdo ejaculado.
O ducto ejaculatório, pequeno ducto resultante da união do ducto da
vesícula seminal com o ducto deferente, atravessa a parede da próstata em
direção à uretra prostática e abre-se no colículo seminal, na parte prostática da
uretra.
A próstata é uma estrutura mediana, ímpar, localizada imediatamente
abaixo da bexiga urinária, envolvendo a porção inicial da uretra. É formada
internamente por 30 a 50 glândulas, envolvida externamente por uma cápsula
fibrosa formada por tecido conjuntivo e fibras musculares lisas. Suas glândulas
secretam o líquido prostático, que representa cerca de 30% do volume ejaculado.
Durante a fase de emissão a cápsula e as fibras musculares do parênquima
prostático contraem-se simultaneamente com o ducto deferente, forçando o
líquido prostático a drenar para a parte prostática da uretra, por meio dos dúctulos
prostáticos. Esse líquido é fundamental para a ativação dos espermatozoides,
uma vez que é alcalino, atua neutralizando a acidez do líquido proveniente do
ducto deferente e, posteriormente, da vagina. Ressalte-se que em meio ácido os
espermatozoides perdem a mobilidade.
Nos processos de hipertrofia prostática ocorre estreitamento do lume
uretral, causando dificuldades para a micção, e por vezes dor ao urinar e ao
ejacular. Dificulta também a passagem de cateter vesical.
As glândulas bulbouretrais são duas pequenas glândulas anexas à parte
esponjosa da uretra, justapostas ao bulbo da uretra, próximo à linha mediana.
Durante a excitação sexual secretam um líquido alcalino com função lubrificante e
que contribui para neutralizar o pH (acidez) da uretra.
O pênis é constituído pela raiz, parte fixa que se prende ao períneo, e pelo
corpo, parte móvel, além de uma extremidade anterior dilatada, denominada de
glande.
No pênis são identificadas três massas de tecido erétil. Na parte superior
localizam-se os dois corpos cavernosos, e na inferior o corpo esponjoso. Os dois
corpos cavernosos representam a principal parte do pênis, externamente faz parte
de sua constituição a túnica albugínea do pênis, túnica fibrosa espessa, rica em
fibras colágenas e pobre em fibras elásticas, o que a torna resistente e limita sua
capacidade de distensão. Quando o pênis entra em ereção, a túnica albugínea
opõe-se à pressão sanguínea e possibilita o enrijecimento peniano. O interior dos
corpos cavernosos é constituído por numerosas trabéculas de tecido conjuntivo
fibroso com fibras elásticas e musculares lisas, revestidas por células endoteliais,
deixando entre si os espaços cavernosos, que são preenchidos por sangue no
momento da ereção. O sangue que preenche os espaços cavernosos provém da
artéria profunda do pênis e da artéria dorsal do pênis.
O corpo esponjoso é percorrido, em toda sua extensão, pela parte
esponjosa da uretra. É envolvido externamente por uma delicada túnica
albugínea, que envia delgados septos de tecido conjuntivo em direção à uretra os
quais delimitam compartimentos venosos por onde circula sangue continuamente,
quer o pênis esteja flácido ou ereto. Sua porção distal forma a glande, que
recobre as extremidades distais dos corpos cavernosos. Sua margem posterior é
denominada de coroa da glande.
Na parte livre do pênis os corpos cavernosos e o esponjoso são envolvidos
por pele, que continua em direção à glande, formando uma prega retrátil
denominada de prepúcio. O orifício do prepúcio deve ser retrátil e permitir a
exposição da glande. Quando a glande não pode ser exposta ocorre a fimose,
que compromete a higienização e dificulta o coito.
A região da glande é muito rica em glândulas sebáceas, por isso faz-se
necessário afastar o prepúcio para proceder à higiene da glande com água e
sabão, pois quando ocorre acúmulo de secreção nessa área, diversos
microrganismos podem proliferar-se, causando, em casos extremos, a
deterioração da glande.
Com certa frequência, no pênis mal higienizado ocorre proliferação de
bactérias e fungos, que invadem a uretra e causam infecções urinárias. É
também comum a disseminação de Candida albicans e de Trichomonas vaginalis
por homens que não higienizam corretamente o pênis. Muitas vezes esses
microrganismos não provocam sintomas, mas se manifestam simplesmente em
odor desagradável e prurido (coceira).
A uretra masculina é um longo canal que serve à eliminação de urina e
como via de passagem para espermatozoides; estende-se da bexiga, com a qual
se comunica pelo óstio interno da uretra, até a fossa navicular encontrada
distalmente na glande. A fossa navicular abre-se para o exterior por meio do óstio
externo da uretra. Em seu percurso identifica-se na uretra a parte prostática, a
parte membranácea e a parte esponjosa ou peniana.
A ereção constitui-se de estímulos psíquicos ou físicos que desencadeiam
resposta parassimpática, a partir do segmento sacral da medula espinal, de onde
partem fibras nervosas que atingem o pênis, e que, em contraste com a maioria
das outras fibras parassimpáticas, ao invés de secretarem acetilcolina secretam
óxido nítrico, que promove o relaxamento da musculatura lisa das artérias do
pênis e da rede de trabéculas do tecido erétil dos corpos cavernosos e esponjoso.
Com isso o sangue flui rapidamente, preenchendo os lagos venosos, pondo em
tensão a túnica albugínea e comprimindo os espaços cavernosos, o que bloqueia
a saída do sangue pelas vênulas e veias, levando ao completo enchimento dos
lagos venosos e enrijecimento do pênis. Também a contração reflexa do músculo
isquiocavernoso colabora para elevar a pressão no interior dos espaços
cavernosos. Após a ejaculação, os estímulos simpáticos que a desencadeiam
produzem vasoconstricção arterial, reduzindo o fluxo para os corpos cavernosos.
A saída do sangue através das veias faz então com que o pênis volte ao estado
de flacidez.
Problemas psicológicos, tensões emocionais e insuficiências vasculares
podem causar a impotência sexual. As insuficiências vasculares são comuns
em idosos, diabéticos, hipertensos, sedentários e fumantes.
Os produtos do fumo afetam a função erétil provavelmente devido ao seu
efeito vasoconstritor e também pela predisposição às doenças degenerativas da
parede arterial.
Experimentos realizados em cães demonstraram que o tabaco equivalente
a três cigarros provoca diminuição de fluxo sanguíneo nas artérias pudendas e
permite a fuga do sangue através dos corpos cavernosos e das veias penianas,
causando impotência sexual temporária.
Os fumantes e os ex-fumantes representam 81% dos casos de impotência
sexual.
TRAJETO PERCORRIDO PELOS ESPERMATOZÓIDES NO MOMENTO DA
EJACULAÇÃO
Os espermatozoides eliminados no momento da ejaculação são os que se
encontram nos epidídimos e no interior dos ductos deferentes. No momento que
precede a ejaculação (período de emissão) o ducto deferente encurta-se e ao
mesmo tempo amplia seu lume, funcionando como uma câmara de pressão
negativa, que atrai os espermatozoides para o seu interior. A seguir realiza uma
contração esfinctérica, expulsando os espermatozoides em direção ao ducto
ejaculador. Ocorre também, de forma sincronizada, a contração da glândula
seminal e da próstata, que expelem seus líquidos, somando-se aos
espermatozoides e ao líquido secretado pelas glândulas bulbouretrais,
preenchendo a uretra. Encerra-se assim a fase de emissão, mecanismo
coordenado por impulsos simpáticos provenientes dos segmentos lombares da
medula espinhal. A seguir são enviados estímulos através do nervo pudendo até
a medula espinal, que em resposta estimula os músculos esqueléticos localizados
em torno do tecido erétil da raiz do pênis, causando sua contração o que
comprime a uretra, causando a ejaculação.
A vasectomia é um procedimento resultante de incisão na parte superior
do escroto. Identifica-se o ducto deferente e faz-se uma ligação em dois pontos.
A produção de espermatozoides continua normal, porém não conseguem atingir o
ducto ejaculador, permanecendo no epidídimo e no segmento inicial do ducto
deferente, até serem reabsorvidos. No momento da ejaculação o homem
vasectomizado elimina o sêmen estéril, sem espermatozoides, constituído apenas
pelo líquido produzido pela vesícula seminal, pela próstata e pelas glândulas
bulbouretrais. O hormônio sexual masculino (testosterona) continua sendo
produzido normalmente e é lançado no sangue venoso, drenado então pelas
veias testiculares. A vasectomia não deve ser confundida com castração, pois
este é um processo que implica a retirada dos testículos.
ANEXO 03
SISTEMA GENITAL FEMININO
Josiane Medeiros de Mello Marcílio Hubner de Miranda Neto
Sonia Lucy Molinari O sistema genital feminino inclui órgãos internos e externos à cavidade
pélvica. Os órgãos internos são representados pelos ovários, tubas uterinas, útero
e vagina; e os órgãos externos por: monte do púbis, lábios maiores e menores do
pudendo, clitóris, bulbo do vestíbulo e glândulas vestibulares maiores e menores.
As estruturas do sistema genital feminino são responsáveis pela
produção de gametas femininos (óvulos) e hormônios sexuais femininos
(progesterona e estrógeno). Constituem o local da fecundação, implantação e
desenvolvimento do ovo ou zigoto, bem como o canal do parto.
Os ovários são gônadas femininas, com formato oval, que se
apresentam na vivente com coloração cinzento-rósea. Situam-se na cavidade
peritoneal pélvica, posteriormente ao ligamento largo do útero, em depressões
denominadas de fossas ováricas. Prendem-se à porção súpero-lateral do útero
pelo ligamento útero-ovárico.
Os ovários apresentam funções de desenvolvimento das células
germinativas femininas (óvulos), além de atuarem como glândulas endócrinas na
produção de dois tipos de hormônios: a progesterona e o estrógeno, os quais
controlam o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos secundários e
atuam sobre o útero nos mecanismos de implantação.
Internamente os ovários são revestidos por uma camada de células
denominada de epitélio germinativo. Apresenta duas regiões: o córtex, região
periférica, onde se encontram formações vesiculares denominadas de folículos
ováricos primários, que originarão os óvulos; e o estroma, região central do
ovário, com tecido conjuntivo e vasos sanguíneos.
No córtex, cada folículo primário contém um ovócito estacionado na
prófase I da meiose. Na puberdade, por ação hormonal, vários folículos primários
desenvolvem-se, retomando a meiose e evoluindo para folículo secundário, que
contém o ovócito, evoluindo para a metáfase II da meiose. Os folículos em
desenvolvimento produzem estrógeno e progesterona. Quando o ovócito atinge a
metáfase II, por ação hormonal ocorre a ovulação, que normalmente ocorre no
14º dia antes da menstruação, independentemente da duração do ciclo. Após ser
eliminado do ovário, o ovócito leva cerca de 6 a 8 dias para, via tuba uterina,
alcançar o útero.
Em cada ovulação apenas um folículo secundário se rompe, eliminando o
ovócito; os demais sofrem um processo de degeneração denominado atresia
folicular. O folículo rompido é envolvido e preenchido, gradativamente, por sangue
e células amarelas, para constituir o corpo lúteo, que secreta grande quantidade
de progesterona e pouco estrógeno.
Caso ocorra a fecundação, o corpo lúteo se manterá até o final da
gestação; caso não ocorra, ele regride gradativamente e se transforma num ponto
cicatricial denominado de corpo albicans.
A superfície do ovário se apresenta lisa e brilhante até o período da
puberdade; dessa época em diante torna-se gradativamente rugoso, devido à
expulsão dos ovócitos.
Todos os ovócitos que serão produzidos pela mulher durante a vida já
estão presentes no ovário, estacionados em prófase I da meiose, desde o
nascimento. Existem cerca de 400.000 folículos primários nos ovários, mas
desses apenas 400 atingem maturidade total durante a vida e são gradativamente
perdidos, desde o nascimento até a menopausa.
Os hormônios ovarianos são produzidos em pequena quantidade na
infância; contudo, a partir dos 8 anos de idade a hipófise passa a secretar
quantidades crescentes de hormônios gonadotróficos, ou seja, de hormônio
folículo estimulante (F.S.H.) e de hormônio luteinizante (L.H.), acarretando o
surgimento de ciclos sexuais femininos entre 11 e 15 anos e o aumento
acentuado na produção de hormônios ovarianos.
A elevação na produção de estrógenos causa a deposição de gorduras
em toda a tela subcutânea, em especial nas mamas, nas nádegas e nas coxas.
Aumenta a vascularização da pele, o que explica o maior sangramento nas lesões
superficiais de mulheres quando comparado com lesões semelhantes em
homens.
Os estrógenos provocam aumento das tubas uterinas, do útero, da
vagina e dos lábios menores, bem como a deposição de gordura no monte do
púbis e nos lábios maiores. Também sob sua influência ocorre grande ativação
dos osteoblastos, células que promovem o crescimento ósseo. Por essa razão, na
puberdade a mulher cresce rapidamente, contudo os estrógenos contribuem para
acelerar a união das epífises com a diáfise dos ossos longos, cessando o
crescimento.
Devido a sua ação antiestrogênica, o cigarro predispõe a mulher à
menopausa precoce e à osteoporose.
A progesterona promove o desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos da
mama, estruturando-a para a lactação; prepara a tuba uterina para produzir
secreções que nutrem o zigoto e o útero, para a implantação.
Combinações adequadas de estrógeno e progesterona são utilizados
para impedir a ovulação, o que constitui um método de contracepção hormonal.
Esse método é muito seguro do ponto de vista da anticoncepção, porém podem
surgir efeitos colaterais, como maior predisposição às doenças do sistema
cardiovascular, corrimentos vaginais, indução de tumores, gastrite e úlcera. A
associação da utilização de contraceptivos orais (pílula) e tabagismo resulta numa
potencialização de efeitos que tornam a mulher ainda mais propensa às doenças
cardiovasculares.
Outro método de anticoncepção é o rítmico que só pode ser empregado
por mulheres com ciclo menstrual regular. Em mulheres com ciclo menstrual de
28 dias a ovulação geralmente acontece entre o 13º e 15º dia do ciclo. Nesse
caso, devem-se evitar as relações sexuais ou utilizar outro método, como o
preservativo, no período que compreende do 9º ao 19º dia do ciclo. Em mulheres
com ciclos de 40 dias, a ovulação geralmente ocorre no 27º dia, portanto os
cuidados mencionados devem ser tomados no período entre o 22º e o 32º dia do
ciclo. Nos casos em que o ciclo tem a duração de 21 dias, a ovulação geralmente
ocorre no 8º dia, devendo-se tomar as devidas precauções entre o 3º e o 13º dia
do ciclo menstrual. Considera-se como primeiro dia do ciclo o primeiro dia da
menstruação.
As tubas uterinas são órgãos tubulares, com cerca de 10 cm de
comprimento, que têm por função captar o ovócito na cavidade peritoneal e
conduzi-lo até o útero, sendo também sede da fecundação e segmentação. Em
suas extremidades encontra-se uma abertura denominada óstio abdominal da
tuba uterina, rodeada por estruturas em forma de franja, denominadas de
fímbrias. Quando ocorre a ovulação, as tubas uterinas executam movimentos
como se varressem a cavidade peritoneal, em busca do ovócito, capturando-o
através das fímbrias e conduzindo-o para seu interior por meio do óstio abdominal
da tuba uterina.
A tuba uterina apresenta quatro partes distintas: a parte uterina (intra-
mural), localizada na espessura da parede uterina e que contém o óstio uterino da
tuba; o istmo, região afilada e próxima do útero, que corresponde a 1/3 medial da
tuba; ampola, região de diâmetro um pouco maior, correspondente a 1/3 lateral da
tuba; e infundíbulo, região terminal e distal da tuba, bem dilatada, lembrando um
funil. Nessa região encontra-se o óstio abdominal da tuba uterina. As margens do
infundíbulo apresentam projeções que lembram franjas, denominadas de fímbrias.
Essas se ajustam sobre o ovário, a maior das quais recebe o nome de fímbria
ovárica.
A fecundação geralmente acontece na porção dilatada da tuba uterina,
denominada de ampola. Forma-se então o zigoto, que irá percorrer a tuba em um
período de aproximadamente 3 dias para atingir o útero. À medida que o zigoto
avança por meio da tuba uterina segmenta-se, transformando-se em mórula, a
qual progride em direção ao útero, local em que se forma o blastocisto.
Geralmente no 8º dia após a fecundação ocorre a implantação na mucosa uterina,
onde se processará o desenvolvimento embrionário e fetal.
A túnica mucosa da tuba uterina apresenta-se com numerosas pregas
longitudinais denominadas de pregas tubáricas. É ciliada, porém algumas células
possuem cílios e outras não. As células não ciliadas encontradas na mucosa da
tuba uterina são secretoras, e produzem um fluído que é utilizado para facilitar o
deslocamento do óvulo ou ovo até o útero, além de ter também a importante
finalidade de dificultar a passagem de microrganismos do útero para a cavidade
peritoneal. O batimento ciliar e os movimentos peristálticos promovidos pela
contração da camada muscular lisa da tuba uterina também são mecanismos que
auxiliam no transporte do óvulo ou ovo em direção ao útero.
Em alguns casos a tuba uterina pode encontrar-se parcialmente obstruída
por tecido cicatricial, formado durante processos infecciosos, geralmente
causados por gonococos. O tecido cicatricial dificulta a passagem do ovo em
direção ao útero, ocorrendo então a implantação na mucosa da tuba uterina,
caracterizando o quadro de gravidez ectópica tubária. Nesses casos pode ocorrer
ruptura da tuba uterina e hemorragia, provocando inclusive a morte da gestante,
se não for prontamente atendida e submetida a intervenção cirúrgica.
A maior liberdade sexual, associada com desinformação e
consequentemente disseminação de doenças sexualmente transmissíveis,
contribui sobremaneira para aumentar o número de infecções na tuba uterina e a
gravidez ectópica.
A ligadura das tubas uterinas é um dos métodos de controle da
natalidade. Consiste num procedimento cirúrgico em que um pequeno segmento
da tuba uterina é retirado, ligando-se (obstruindo) cirurgicamente a tuba. Esse
procedimento impede que os espermatozoides e o ovócito se encontrem, evitando
consequentemente a fecundação. Em mulheres com tubas ligadas os ovócitos
desintegram-se e são reabsorvidos pelas células da mucosa tubária.
O útero é um órgão ímpar, muscular e oco; possui o tamanho e o formato
de uma pêra pequena e está localizado na pelve menor, entre o reto e a bexiga,
preso transversalmente pelos seus ligamentos largos às paredes pélvicas laterais.
O útero tem por função sediar a implantação e o amadurecimento do embrião.
Pode-se dizer também que participa do mecanismo do nascimento por meio da
contração de suas paredes, para consequente expulsão do feto.
O útero apresenta três regiões: o fundo, região localizada acima da
implantação das tubas uterinas, que contém os óstios uterinos da tuba; o colo ou
cérvix, região inferior e estreita; e o corpo, região mais volumosa. O colo do útero
é subdividido em duas porções: a porção supravaginal, região do colo uterino
situada acima da vagina e a porção vaginal, região do colo uterino que se projeta
para o interior da vagina, a qual apresenta o óstio do útero, que se comunica com
a vagina.
A cavidade uterina que acompanha o corpo do útero tem a forma de uma
fenda; triangular de base superior dilata-se aproximadamente no terceiro mês de
gravidez. No colo a cavidade uterina é fusiforme, sendo mais estreita, e é
denominada de canal da cérvix. Essa região não se dilata até o parto. A cavidade
uterina passa por mudanças cíclicas associadas à menstruação.
Distinguem-se na parede uterina três camadas: o perimétrio, o miométrio
e o endométrio.
O perimétrio é uma camada delgada formada por membrana serosa, que
reveste externamente o útero e contribui para formação de ligamentos que
auxiliam na manutenção do útero em sua posição; o miométrio é uma camada
espessa onde se encontram fibras elásticas, colágenas e musculares, dispostas
num sistema de espirais cruzadas; e o endométrio é a túnica mucosa que reveste
a cavidade do útero.
O útero aumenta seu volume durante a gravidez devido à hiperplasia do
tecido conjuntivo, à hipertrofia das fibras musculares lisas e ao desenrolamento
das espirais contínuas do miométrio, do corpo e do fundo do útero. Tal
desenrolamento é gradativo e acompanha o crescimento fetal. Durante a gravidez
as fibras musculares do colo permanecem enroladas. Quando as fibras
musculares do corpo e do fundo do útero atingem o máximo de capacidade de
desenrolamento elas são distendidas diretamente. Nessa fase, sob influência
hormonal, inicia-se o mecanismo do parto. As fibras do fundo e do corpo
contraem-se e forçam o concepto em direção ao canal cervical. As fibras
musculares do colo desenrolam-se, dilatando seu canal. A contração das fibras
musculares do miométrio, com o auxílio da pressão abdominal, leva ao
esvaziamento do útero.
Após o parto, esse órgão continua a contrair-se, sobrevindo o rearranjo
de seus componentes. Após algum tempo, devido ao enrolamento das fibras, o
útero volta a ter um tamanho que se aproxima do que possuía antes da gravidez.
As contrações uterinas após o parto são importantes também para promover um
pinçamento natural das artérias e arteríolas que se romperam durante o
descolamento da placenta. A ausência da contração uterina no pós-parto contribui
para a instalação de quadros hemorrágicos intensos, que podem inclusive levar à
morte.
Sob a ação de estrógeno e progesterona (hormônios ovarianos) o
endométrio sofre modificações relacionadas ao ciclo menstrual. Apresenta 3
fases: a proliferativa, a secretória e a menstrual. O primeiro dia de menstruação é
considerado como o 1º dia do ciclo, e o término da menstruação ocorre
geralmente no 5º dia.
A fase proliferativa inicia-se após a menstruação e continua até o 14º dia.
Em seu início a mucosa uterina encontra-se delgada, observam-se os fundos das
glândulas uterinas e a camada basal do endométrio. Sob influência do estrógeno
produzido durante o desenvolvimento dos folículos, ocorre proliferação das
células das glândulas uterinas e da camada basal do endométrio, sendo
reconstruídas as glândulas uterinas e a camada funcional do epitélio endometrial,
que se torna ricamente irrigado por artérias espiraladas.
Na fase secretória o endométrio pode apresentar espessura de até 5 mm.
Por volta do 14º dia do ciclo ocorre a ovulação, quando se inicia a formação do
corpo lúteo, secretor de progesterona, a qual atua sobre as glândulas uterinas,
estimulando-as. A secreção das glândulas uterinas, nos casos em que ocorre a
fecundação, nutre o zigoto até ocorrer a implantação.
Quando não ocorre fecundação, a partir do 26º dia do ciclo menstrual o
corpo lúteo para de secretar seus hormônios, com a consequente queda dos
níveis sanguíneos de progesterona e estrógeno, dando origem à fase menstrual.
As artérias espiraladas da camada funcional são induzidas à constrição até o
ponto de ruptura, sobrevindo a necrose e a descamação do endométrio, o que,
juntamente com o sangue, forma o líquido menstrual. A presença desse líquido no
interior da cavidade uterina estimula o surgimento de contrações uterinas, que
promovem a sua expulsão.
O útero está fixado na cavidade pélvica através do ligamento largo, que
consiste em uma lâmina dupla de peritônio, a qual reveste externamente o útero e
se estende às paredes laterais da cavidade pélvica. É extremamente elástico e
acompanha o útero quando aumenta de volume na gestação. O ligamento
redondo é representado por um cordão fibroso que emerge de cada lado do
útero, logo abaixo da implantação das tubas uterinas; dirige-se obliquamente e
inferiormente, entre os folhetos do ligamento largo, atravessa o canal inguinal e se
insere nos lábios maiores do pudendo. É análogo ao funículo espermático do
homem. O ligamento útero-sacral se estende da região inferior da face intestinal
do útero até o osso sacro; tem por função manter o útero na posição ântero-
vertida. Os ligamentos cardinais são constituídos por estruturas de tecido
conjuntivo denso, fibras musculares lisas e vasos, que contornam a porção
supravaginal do colo uterino e fixam-se nos tecidos adjacentes. Além dessas
estruturas, pode-se dizer que os vasos pélvicos e a musculatura do períneo
também auxiliam na fixação do útero na cavidade pélvica.
Lesões da musculatura e dos planos tendíneos do períneo comprometem
a estática uterina, pois reduzem o apoio oferecido por essas estruturas ao útero
em situações de elevação da pressão abdominal, levando a uma sobrecarga para
os ligamentos uterinos. Com o passar dos anos, em especial com a chegada da
menopausa, a menor produção de estrógenos leva a uma redução generalizada
na síntese de colágeno, o que torna os ligamentos menos resistentes, e com isso
o útero pode migrar em direção à vagina, ocasionando a condição denominada de
prolapso uterino. Além do prolapso uterino, as lesões não corrigidas do períneo
colaboram para alterar a posição da bexiga e consequentemente a angulação da
uretra, causando incontinência urinária e por vezes esvaziamento incompleto da
bexiga, o que favorece a proliferação de microrganismos e o surgimento de
quadros repetitivos de cistite. A perineoplastia é uma intervenção cirúrgica que
deve ser realizada o mais precocemente possível, pois com o passar dos anos
agravam-se as alterações de posicionamento da bexiga e do útero, ao mesmo
tempo em que, em decorrência da idade, a mulher pode desenvolver doenças
crônicas como hipertensão e diabetes, que são obstáculos para a cirurgia.
A vagina é um tubo músculo-membranoso de sete a oito centímetros de
comprimento, que se estende do colo do útero até ao óstio vaginal, que se abre
no vestíbulo da vagina, região localizada entre os lábios menores do pudendo. A
vagina representa o órgão copulador feminino. Serve como via para eliminação do
sangue menstrual e secreções uterinas, além de servir de passagem ao concepto
por ocasião do parto. Está situada na cavidade pélvica, inferiormente ao útero,
posteriormente à uretra, anteriormente ao reto e canal anal, e parte na espessura
das estruturas do períneo.
O orifício que comunica a vagina com o meio externo é denominado de
óstio da vagina. Localiza-se no períneo, posteriormente ao óstio externo da uretra
e anteriormente ao orifício anal. Na mulher virgem, o óstio da vagina pode ser
parcialmente obliterado pela presença de uma membrana delgada e pouco
vascularizada, denominada de hímen. Existem vários tipos de hímens;
normalmente apresentam uma perfuração central, mas podem se apresentar
crivado, em meia lua ou sem orifícios, bem como pode estar ausente. A presença
ou ausência de hímen não é fator determinante de virgindade. Por ocasião do ato
sexual o hímen é rompido, e os tecidos remanescentes se retraem, constituindo
pequenas saliências denominadas de carúnculas himenais.
A vagina apresenta a parede média formada por fibras musculares lisas e
uma túnica mucosa, formada por pregas transversais denominadas de rugas
vaginais, que tendem a desaparecer com o passar dos anos.
A parede anterior da vagina é mais curta que a posterior. Ambas estão
acoladas, constituindo uma cavidade virtual que só se dilata por ocasião do parto
e do ato sexual. A região da vagina que contorna a porção vaginal do colo do
útero é denominada de fórnice da vagina; apresenta de 1 a 2,5 cm, e é o local
onde se coloca o diafragma.
O diafragma é um método anticoncepcional que constitui uma barreira.
Trata-se da colocação de um dispositivo com um anel de borracha, e uma
membrana de látex recobrindo o colo do útero, visando bloquear a passagem dos
espermatozoides para o interior do útero. O diafragma deve ser utilizado em
associação com geleia espermicida, uma vez que seu emprego isolado apresenta
elevado índice de gravidez. Deve ser colocado 20 minutos antes da relação e só
pode ser retirado 8 horas após. Caso contrário, aumenta o risco de gravidez.
Outro método contraceptivo é o dispositivo Intra-Uterino (DIU), um
aparelho colocado no interior do útero, que atua opondo-se à nidação do ovo
fecundado; muitas vezes não é tolerado, causando infecções endometriais,
gravidez extra-uterina, salpingites e às vezes esterilidade definitiva.
Na mucosa vaginal, além de glândulas produtoras de muco existem
células que, sob ação de estrógenos, sintetizam glicogênio e partículas de
gorduras, que são utilizadas pelos lactobacilos da flora vaginal (bacilos de
Döderlein), resultando na produção de ácido lático, que confere à vagina pH
ácido, em torno de 4 a 4,5. Essa acidez protege contra a ação de microrganismos
patogênicos e tem ação paralisante sobre os espermatozoides. Além dos
lactobacilos é comum se encontrarem na vagina outros microrganismos
potencialmente patogênicos, como estreptococos, estafilococos e enterococos,
Candida albicans (fungo) e Trichomonas vaginalis (protozoários). As alterações
no número desses microrganismos provocam os quadros de vaginite.
A proliferação dos microrganismos potencialmente patogênicos
geralmente está relacionada a doenças sistêmicas, ovulação, menstruação,
gravidez, depressão imunológica e desequilíbrios da flora vaginal, associados
com o uso de antibióticos. Todos os microrganismos da vagina alimentam-se dos
nutrientes do muco vaginal, competindo entre si e caracterizando-se uma forma
não harmoniosa de convívio. Os lactobacilos, ao competirem por nutrientes e ao
acidificarem o meio, dificultam o desenvolvimento do Trichomonas vaginalis e de
bactérias potencialmente patogênicas que eventualmente tentam-se proliferar na
área vaginal, verificando-se, portanto, uma relação de antibiose.
A atuação dos lactobacilos colabora com o sistema imune, evitando a
instalação de infecções vaginais por microrganismos patogênicos. Trata-se,
portanto, de uma relação harmônica, com características de protocooperação.
Em condições fisiológicas normais o sistema imune, juntamente com os
lactobacilos, promove um equilíbrio que impede a proliferação excessiva dos
microrganismos potencialmente patogênicos, os quais, nessas condições,
alimentam-se do muco vaginal, porém não lesam a vagina, mantendo uma
relação de comensalismo.
O tratamento com antibióticos pode destruir os lactobacilos, lavando à
alteração no pH vaginal, reduzindo a competição pelos nutrientes do muco e
permitindo, assim, que microrganismos potencialmente patogênicos, que se
encontravam na vagina mantendo uma relação de comensalismo, proliferem e
evoluam para uma relação de parasitismo.
A permanência de tampões vaginais (absorventes internos) durante a
menstruação, por períodos prolongados, favorece o crescimento de estafilococos,
predispondo ao surgimento da Síndrome do Choque Tóxico, doença que pode
progredir para insuficiência renal e pulmonar e até causar a morte. Portanto, ao
utilizar-se de tampões, deve-se tomar o cuidado de trocá-los com a frequência
recomendada.
A vulva, ou pudendo feminino, é a parte externa do sistema genital
feminino, representada por uma abertura fusiforme, constituída pelos órgãos
genitais externos: monte do púbis, lábios maiores e menores do pudendo, clitóris,
bulbo do vestíbulo e glândulas vestibulares maiores e menores.
O monte do púbis é uma saliência gordurosa que, após a puberdade,
apresenta-se recoberta de pêlos. Localiza-se ventralmente à sínfise púbica.
Os lábios maiores do pudendo são pregas cutâneas ricas em gordura,
recobertas por pele e que delimitam a fenda pudenda. Possuem poucos pêlos, e
na superfície interna apresentam folículos sebáceos.
Os lábios menores do pudendo são pregas formadas por pele sem pêlos
e com grande quantidade de glândulas sebáceas. Dispõem-se entre os lábios
maiores e delimitam o vestíbulo da vagina. Anteriormente, sua membrana se
divide para envolver o clitóris, constituindo o prepúcio e o frênulo do clitóris.
O vestíbulo da vagina é o espaço localizado entre os lábios menores.
Abrem-se no vestíbulo a uretra, a vagina e os ductos das glândulas vestibulares
maiores e menores.
O clitóris, órgão erétil, está situado anteriormente aos lábios menores. À
semelhança do pênis, possui uma raiz, corpo e glande, a qual é recoberta pelo
prepúcio.
As glândulas vestibulares maiores (glândula de Bartholim) são em
número de duas, uma de cada lado do vestíbulo da vagina. Sob estimulação do
parassimpático secretam um líquido viscoso, que lubrifica a vagina durante o ato
sexual.
As glândulas vestibulares menores são pequenas glândulas mucosas
que lançam suas secreções no vestíbulo da vagina.
Os gonococos e por vezes outros microrganismos infectam as glândulas
vestibulares. Caso o ducto principal da glândula seja bloqueado, forma-se o cisto
de Bartholim, sendo necessária a realização de drenagem para alívio dos
sintomas. Pessoas acometidas por gonorreia devem buscar tratamento médico,
pois o tratamento incorreto pode levar ao surgimento da forma crônica do cisto de
Bartholim.
O bulbo do vestíbulo é formado por duas massas de tecido erétil,
situadas lateralmente em relação ao vestíbulo da vagina, análogas ao corpo
esponjoso do pênis. São fundamentais para a formação da plataforma sexual que
prepara a vagina para o coito, através do entumescimento desencadeado pela
excitação sexual.