juliana lopes chal - UEZO

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LEVANTAMENTO DE VEGETAIS COM AÇÃO RADIOMODIFICADORA DOS EFEITOS CAUSADOS PELAS RADIAÇÕES IONIZANTES Juliana Lopes Chal Rio de janeiro 2018

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LEVANTAMENTO DE VEGETAIS COM AÇÃO

RADIOMODIFICADORA DOS EFEITOS CAUSADOS PELAS

RADIAÇÕES IONIZANTES

Juliana Lopes Chal

Rio de janeiro

2018

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JULIANA LOPES CHAL

Aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental

Matrícula 21722015

LEVANTAMENTO DE VEGETAIS COM AÇÃO

RADIOMODIFICADORA SOBRE OS EFEITOS CAUSADOS PELAS

RADIAÇÕES IONIZANTES

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia

Ambiental da Fundação Centro

Universitário Estadual da Zona Oeste -

UEZO, como parte dos requisitos para

obtenção do grau de Mestre em Ciência e

Tecnologia Ambiental, sob orientação do

Dr. João Bosco de Salles.

Rio de Janeiro

Fevereiro de 2018

iii

RESUMO

As radiações ionizantes vêm sendo cada vez mais empregadas em diversos campos da

ciência e tecnologia, sendo constantemente liberada no ambiente no diagnóstico e no

tratamento de doenças. Todavia, o maior risco ambiental está relacionado com os acidentes

nucleares ou radiológicos e com o seu emprego em guerras, nas ações assimétricas de

grupos extremistas, frequentemente associadas ao terrorismo. Em casos de altas doses, a

radiação ionizante pode causar diversos efeitos danosos aos organismos vivos, inclusive a

morte. Geralmente, os danos decorrentes da exposição à radiação ionizante são

compensados por sistemas de proteção, preferencialmente, pela ação de enzimas

antioxidantes. Algumas substâncias exercem ação sobre o material biológico irradiado,

modificando a resposta biológica, protegendo-o ou sensibilizando-o. Estas substâncias,

conhecidas como radiomodificadores, atuam como compostos antioxidantes exógenos,

minimizando o estresse oxidativo causado pela exposição à radiação. Compostos de

plantas já foram utilizados como agente terapêutico dos efeitos causados pela radiação.

Dentre estes, pode-se citar o uso da rutina para tratar trabalhadores de Chernobyl, o uso do

beta-caroteno para tratar habitantes próximos à central de Chernobyl e o uso de legumes e

frutas verdes e amarelos pelos sobreviventes da bomba atômica no Japão, o que parece ter

resultado na proteção contra o câncer de bexiga. Com base nestes achados, foi realizado

um levantamento da bibliografia existente acerca dos vegetais com efeitos

radiomodificadores contra os danos biológicos causados pelas radiações ionizantes. O uso

de substâncias de origem vegetal com efeitos radiomodificadores parece fazer com que os

efeitos nocivos causados pela interação da radiação ionizante com o material biológico não

superem os benefícios do uso terapêutico dessas radiações. A obtenção de extratos de

plantas que sejam baratos e não tóxicos e a identificação dos seus princípios ativos que

gerem um efeito radiomodificante (radiossensibilizando tumores e/ou radioprotegendo

tecidos normais) é uma estratégia para os casos da exposição terapêutica ou acidental à

radiação ionizante.

Palavras-chaves: radiação ionizante, efeitos biológicos, vegetais, efeito radiomodificador.

iv

ABSTRACT

Ionizing radiation has been increasingly used in various fields of science and technology

and is constantly being released into the environment in the diagnosis and treatment of

diseases. However, the greatest environmental risk is related to nuclear or radiological

accidents and their use in wars, the asymmetrical actions of extremist groups often

associated with terrorism. In high dose cases, ionizing radiation can cause various harmful

effects to living organisms, including death. Generally, the damages resulting from

exposure to ionizing radiation are compensated by protection systems, preferably by the

action of antioxidant enzymes. Some substances exert action on the biological material

irradiated, modifying the biological response, protecting it or sensitizing it. These

substances, known as radiomodifiers, act as exogenous antioxidant compounds,

minimizing the oxidative stress caused by exposure to radiation. Plant compounds have

already been used as a therapeutic agent for the effects caused by radiation. These include

the use of rutin to treat Chernobyl workers, the use of beta-carotene to treat inhabitants

near the Chernobyl plant, and the use of green and yellow vegetables and fruits by

survivors of the atomic bomb in Japan. which appears to have resulted in protection against

bladder cancer. Based on these findings, a survey of the existing literature on plants with

radiomodifying effects against biological damage caused by ionizing radiations was carried

out. The use of substances of plant origin with radiomodifying effects seems to make the

harmful effects caused by the interaction of ionizing radiation with biological material do

not outweigh the benefits of the therapeutic use of these radiations. Obtaining extracts of

plants that are inexpensive and non-toxic and identifying their active ingredients that

generate a radiomodifying effect (radiosensitizing tumors and / or radioprotection of

normal tissues) is a strategy for cases of therapeutic or accidental exposure to ionizing

radiation.

Keywords: ionizing radiation, biological effects, plants, radiomodifying effect.

v

Sumário

1- Introdução ................................................................................................................... 1

1.1- Radiação ................................................................................................................ 1

1.1.1- Tipos de Radiação ............................................................................................... 3

1.1.2- Aplicações da Radiação ...................................................................................... 4

1.2-Grandezas e Unidades Radiológicas .................................................................... 5

1.3- Acidentes Nucleares e acidentes Radiológicos ................................................... 6

1.3.1- Acidentes Nucleares e acidentes Radiológicos no Brasil e no mundo ................ 7

1.3.1.1- Acidente Nuclear de Three Mile Island ........................................................... 7

1.3.1.2- Acidente Nuclear de Chernobyl ....................................................................... 7

1.3.1.3- Acidente Radiológico de Goiânia..................................................................... 8

1.3.1.4- Acidente Nuclear de Fukushima .................................................................... 10

1.4- Efeitos biológicos da Radiação .......................................................................... 10

1.5- Substâncias Radiomodificadoras ...................................................................... 13

2- Justificativa ................................................................................................................ 15

3- Objetivo ...................................................................................................................... 15

4- Metodologia ............................................................................................................... 15

5- Resultado: Vegetais com ação radiomodificadora ................................................. 15

6- Conclusão ..................................................................................................................36

7- Referências bibliográficas ........................................................................................ 37

1

1-Introdução

A energia nuclear, mais particularmente as radiações ionizantes, é um fenômeno

natural, sendo atualmente aplicada em várias áreas da Ciência e Tecnologia. A Medicina,

setores diversos da Indústria e a Agricultura são as áreas que mais se beneficiam do uso das

radiações ionizantes. Um exemplo da aplicação da energia nuclear é a sua conversão em

energia elétrica, nos reatores nucleares de potência. A grande vantagem do uso desses reatores

para geração de energia é a pouca quantidade de material necessário (neste caso, o urânio)

para se gerar uma grande quantidade de energia (NOUAILHETAS, 2003), ou seja, a

densidade de potência. Porém, juntamente com os benefícios que a radiação proporciona ao

homem, vieram à tona os efeitos, benéficos ou não, que a exposição radioativa pode causar à

saúde humana (NOUAILHETAS, 2003).

No decorrer dos anos, nas situações nas quais o homem foi exposto de forma aguda à

radiação, como por exemplo nos acidentes, foram identificados e descritos os diversos efeitos

que ameaçam a saúde humana, porém os efeitos causados pela exposição natural foram, e

ainda são, pouco compreendidos ((NOUAILHETAS, 2003). Mas com os avanços em

Radiobiologia, que é a ciência que estuda os efeitos biológicos causados pelas radiações

ionizantes, novos conceitos sobre esses efeitos podem ser descritos para benefício do homem.

Com a melhor compreensão desses efeitos, é possível não só compreender melhor a resposta

celular radioinduzida, como também desenvolver abordagens prognósticas, diagnósticas e

terapêuticas modernas em radioproteção e radio-oncologia (SELZER and HEBAR, 2012).

1.1-Radiação

A radiação é descrita como “a emissão e propagação de energia, na forma de ondas

eletromagnéticas ou de partículas” (NOUAILHETAS, 2003). Isto ocorre quando um núcleo

se encontra com muita energia, seja por excesso de partículas ou de carga, emitindo algumas

partículas até estabilizar-se (Figura 1).

A radiação pode ser emitida naturalmente, por raios cósmicos, radiação terrestre e por

meio dos radionuclídeos, que estão presentes naturalmente no corpo humano e nos alimentos.

Ou pode ser emitida por fontes artificiais como, por exemplo, em atividades industriais e

médicas (NOUAILHETAS, 2003).

A propriedade que certos elementos químicos de alto peso atômico (Z>81) possuem de

emitir radiação (ou seja, energia e/ou partículas subatômicas) é denominada radioatividade, e

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os elementos que possuem esta propriedade são denominados elementos radioativos

(NOUAILHETAS, 2003).

A radiação é classificada em eletromagnética ou particulada (também chamada de

corpuscular). As duas formas de radiação se diferenciam pela velocidade de propagação e

pela presença ou inexistência de massa: a radiação eletromagnética não possui massa e se

propaga no espaço como a luz, com a velocidade limite de 300.000 km/s, para qualquer valor

de sua energia. As ondas eletromagnéticas se caracterizam pelos diferentes comprimentos ou

por suas frequências. São as várias faixas de comprimento de onda que constituem o espectro

eletromagnético, iniciando em ondas de frequência extremamente baixa, indo para ondas de

rádio, TV, micro-ondas, radiação infravermelha, luz visível, radiação ultravioleta até chegar

aos raios X e gama (CARDOSO, 2003). E a radiação particulada ou corpuscular é

caracterizada por possuir massa, carga elétrica e velocidade (geralmente alta), dependendo do

valor de sua energia. Exemplo: partículas alfa, beta e nêutrons (FISICAMED, 2016).

A radiação particulada pode ser dividida de acordo com a sua carga e poder de

penetração na matéria. Ou seja, quanto mais energia, maior será o poder de penetração dessa

radiação até ser totalmente freada (CARDOSO, 2003).

Radiação Alfa ou Partículas Alfa (α)

São constituídas por dois prótons e dois nêutrons, e da energia a elas associada.

Possuem carga +2. Possuem maior poder de ionização, porém seu poder de penetração é

Figura 1: Representação da emissão de Radiação

Fonte: Material Educativo CNEN

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pequeno, alguns centímetros no ar e alguns mícrons em tecido biológico, sendo blindadas por

uma folha de papel (CARDOSO, 2003).

Radiação Beta ou Partículas Beta (β)

São elétrons de origem nuclear. Possuem carga negativa (β- ou partículas beta) quando

nêutrons são convertidos em prótons ou carga positiva (β+

ou pósitrons) quando prótons são

convertidos em nêutrons. Seu poder de penetração é moderado, até alguns metros no ar e

milímetros em tecido, sendo barrada por uma camada de alumínio. Recomenda-se a colocação

de uma barreira entre o operador e a fonte. Possuem poder de ionização bem menor que as

partículas alfa (CARDOSO, 2003).

Radiação gama (γ)

São ondas eletromagnéticas de origem nuclear, de natureza igual à da luz. Não

possuem carga elétrica. Seu poder de penetração é alto sendo de difícil blindagem, que é feita

geralmente utilizando chumbo, concreto e metais pesados. É necessária a colocação de uma

barreira entre o operador e a fonte. Possuem poder de ionização alto em relação às partículas

alfa e beta (CARDOSO, 2003).

Raios X ou Radiação X

São ondas eletromagnéticas emitidas pela camada eletrônica ou pelo impacto de

elétrons energéticos sobre um alvo (máquina de raios X). Nestes casos, os elétrons são

acelerados por alta voltagem, lançados sobre átomos e em seguida, sofrem frenagem,

perdendo energia. Vale ressaltar que os raios X não são gerados no núcleo do átomo

(CARDOSO, 2003). Seus poderes de penetração e ionização são semelhantes aos da radiação

gama.

1.1.1-Tipos de radiação

A radiação é classificada, para fins biológicos, em dois tipos de acordo com a

quantidade de energia que possuem: (a) radiação ionizante e (b) radiação não-ionizante. A

radiação não-ionizante é aquela que não possui energia suficiente para ejetar elétrons de um

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átomo, mas, mesmo assim podem quebrar moléculas e ligações químicas. Seu efeito, em

geral, limita-se à geração de luz e calor. É emitida em forma de onda eletromagnética

(CARDOSO, 2003).

Já a radiação ionizante, possui energia suficiente para extrair elétrons, direta ou

indiretamente de um átomo ou de moléculas, produzindo pares de íons (negativo e positivo).

O íon negativo é o elétron ejetado e o íon positivo é o átomo que perdeu um elétron. Pode se

apresentar em forma de partículas carregadas (alfa, beta, prótons e elétrons), partículas não

carregadas (nêutrons) ou ondas eletromagnéticas (raios gama e raios X) (CARDOSO, 2003).

Neste trabalho, o interesse principal será a radiação ionizante não particulada, ou seja,

raios X e gama. Assim, toda vez que for usado o termo radiação no texto, será para referência

a este tipo de radiação.

1.1.2-Aplicações da radiação

A radiação e a energia nuclear são aplicadas em várias áreas da ciência e tecnologia

nos dias atuais. A medicina, os setores diversos da indústria e a agricultura são as áreas que

mais se beneficiam do uso da radiação.

A energia nuclear também é muito utilizada na conversão de energia nuclear em

energia elétrica, nos reatores nucleares de potência (NOUAILHETAS, 2003; CARDOSO,

2003). Um reator nuclear é uma central térmica, onde é processada a fissão nuclear (divisão

do núcleo de um átomo pesado em outros dois átomos menores, quando atingido por um

nêutron). A fonte de calor utilizada nesses reatores é o urânio – 235 (U235) (CARDOSO,

2003). A energia gerada nos reatores nucleares não tem diferença da energia gerada pelas

fontes convencionais e apresenta a vantagem de utilizar pouca quantidade de material para

gerar grande quantidade de energia (CARDOSO, 2003), embora haja desvantagens como os

rejeitos gerados que precisam ser armazenados, gerando lixo nuclear indesejável.

Na medicina, a radioatividade é utilizada na esterilização de materiais e no diagnóstico

e tratamento de doenças, por meio de técnicas de medicina nuclear. A medicina nuclear utiliza

os traçadores radioativos, podendo ser utilizada no diagnóstico e acompanhamento de doenças

por meio das técnicas de raios X (com e sem uso de contraste, dependendo da densidade do

tecido observado), tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas e também

através do uso dos radioisótopos (CARDOSO, 2003). Já no tratamento de doenças, são

utilizadas as técnicas de radioterapia e braquiterapia, que utilizam fontes de radiação

específicas para o local afetado pela enfermidade. O emprego da radioterapia pode beneficiar

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o paciente destruindo as células cancerosas e evitando sua proliferação e, consequentemente,

impedindo o avanço da doença (CARDOSO, 2003).

Nos setores industriais a radiação é utilizada para diversas finalidades. Na indústria

farmacêutica, o uso de fontes radioativas de grande porte é comum para esterilizar materiais

como seringas, luvas cirúrgicas, gaze e material farmacêutico descartável em geral. Nos

setores de aviação, de engenharias e máquinas e também no farmacêutico, a radioatividade é

utilizada principalmente no controle de qualidade de materiais através da técnica de

gamagrafia industrial, que faz uso dos radioisótopos que emitem radiação gama e raios X para

se radiografar peças metálicas (CARDOSO, 2003).

Nas indústrias alimentícias, a radiação é muito utilizada na esterilização de alimentos

diversos, por não alterar a qualidade do alimento e não deixar resíduos tóxicos. A irradiação

também é utilizada para conservar produtos como batata, cebola, alho e feijão. Esses

alimentos, quando irradiados, podem permanecer armazenados por um longo tempo sem

apresentar deterioração (CARDOSO, 2003).

Na agricultura, o uso de traçadores radioativos possibilita acompanhar o metabolismo

das plantas e avaliar seu crescimento, estudar o grau de absorção de fertilizantes (o que é

absorvido pelas raízes e pelas folhas e onde um determinado elemento químico fica retido) e

controlar pragas e insetos nocivos à plantação. Uma planta que absorveu um traçador

radioativo pode também ser “radiografada”, permitindo localizar o radioisótopo absorvido

(CARDOSO, 2003).

O uso de traçadores radioativos também possibilita o estudo do comportamento de

insetos (como formigas e abelhas). E também na eliminação de pragas, identificando qual

predador se alimenta de determinado inseto indesejável, para assim utilizar o predador

identificado no controle de pragas, evitando o uso de inseticidas nocivos à saúde

(CARDOSO, 2003).

1.2-Grandezas e Unidades Radiológicas

As duas grandezas utilizadas em proteção radiológica são: (a) Atividade, utilizada para

avaliar a quantidade de radiação emitida por uma fonte e (b) Dose, utilizada para avaliar a

quantidade de energia absorvida em um determinado meio (RUBENS & MARÇAL, 2014).

A unidade antiga de Atividade é o Curie (Ci) e a atual, de acordo com o sistema

Internacional (SI), é o bequerel (Bq). A avaliação de Dose é feita de acordo com as seguintes

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grandezas: exposição X, dose absorvida e dose equivalente (RUBENS & MARÇAL, 2014;

CARVALHO & OLIVEIRA, 2017).

- Exposição X (raios X ou gama): utilizada para avaliar a quantidade de radiação absorvida

pelo ar ou carga de íons transferida para o ar ou pares iônicos produzidos no ar. A unidade

antiga é o Roentgen (R) e a atual é o Coulomb por quilograma (C/kg) (RUBENS &

MARÇAL, 2014; CARVALHO & OLIVEIRA, 2017).

- Dose Absorvida (D): utilizada para avaliar a quantidade de radiação (ou energia) depositada

por unidade de massa do meio. É válida para qualquer tipo de radiação ionizante e qualquer

tipo de meio absorvedor. A unidade antiga é o rad (Radiation Absorbed Dose) e a atual é o

Gray (Gy) (RUBENS & MARÇAL, 2014; CARVALHO & OLIVEIRA, 2017).

- Dose Equivalente (H): utilizada para avaliar a dose absorvida por um órgão/tecido do corpo

humano e avaliar os possíveis danos biológicos produzidos. A unidade antiga é o rem

(roentgen equivalent man) e a atual é o Sievert (Sv). Como o Sv e o rem expressam valores

grandes em termos de Radioproteção, são usados os seus submúltiplos mSv e mrem,

respectivamente (RUBENS & MARÇAL, 2014; CARVALHO & OLIVEIRA, 2017).

- Dose Efetiva: utilizada para limitar o risco dos efeitos estocásticos. Considera os efeitos

epidemiológicos devidos à dose equivalente nos diversos órgãos, através de um parâmetro w

que varia para cada órgão do corpo e é obtido nas estatísticas de incidência de câncer causado

por radiação. A unidade de medida para a dose efetiva é também o Sievert (Sv) (RUBENS &

MARÇAL, 2014; CARVALHO & OLIVEIRA, 2017).

1.3-Acidentes Nucleares e Acidentes Radiológicos

Um acidente que envolve uma reação nuclear, ou equipamento onde se processe uma

reação nuclear, é considerado um acidente nuclear. Já um acidente que envolva uma fonte

radioativa, como o do césio-137, é um acidente radiológico (NOUAILHETAS, 2003).

A indústria nuclear começou a se desenvolver na Segunda Guerra Mundial. E em 16

de julho de 1945, em um deserto no Estado do Novo México, foi detonada experimentalmente

a primeira bomba atômica da história (GOLDEMBERG, 2011). Esta bomba foi desenvolvida

no “Projeto Manhattan”, criado em 1942 pelos EUA com a finalidade de desenvolver e

construir armas nucleares.

Em 6 de agosto de 1945, a cidade de Hiroshima, no Japão, foi destruída por uma

bomba atômica lançada por um avião americano. Neste ataque, 90 mil pessoas morreram

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devido à liberação intensa de calor e aos incêndios que ocorreram. Um segundo ataque 3 dias

após este primeiro, desta vez na cidade de Nagasaki, causou a morte imediata de 40 mil

pessoas. Estes ataques causaram, até o fim de 1946, a morte de 145 mil pessoas em Hiroshima

e 75 mil pessoas em Nagasaki (XAVIER et al., 2007). Ferimentos graves foram causados

pelo impacto físico das explosões, porém nos anos seguintes várias mortes e também o

nascimento de bebês com malformações genéticas aconteceram devido aos efeitos da

radiação. Além disso, o meio ambiente também foi intensamente afetado com a radiação

dessas bombas atômicas (XAVIER et al., 2007).

1.3.1-Acidentes Nucleares e Radiológicos no Brasil e no mundo

1.3.1.1-Acidente nuclear de Three Mile Island

Em 1979, uma falha no sistema de resfriamento de um reator à agua pressurizada,

PWR (Pressurized Water Reactor) da usina nuclear de Three Mile Island, na Pensilvânia,

Estados Unidos, associada a erros dos operadores do reator causou uma pequena liberação de

material radioativo, principalmente iodo e césio radioativos, no interior do prédio e também

na atmosfera (GOLDEMBERG, 2011). Não foram registradas doenças ou mortes e nem foi

detectada qualquer radioatividade no solo, causadas por este acidente (XAVIER et al., 2007).

Apesar de ter sido considerado pequeno, já que não causou nenhum dano aos trabalhadores e

nem ao meio ambiente, este acidente causou grande preocupação à população americana

quanto à segurança das usinas nucleares, o que abalou a expansão da energia nuclear desde

então, não sendo registrada, nos EUA, nenhuma instalação de novos reatores de potência

(XAVIER et al., 2007).

1.3.1.2-Acidente Nuclear de Chernobyl

Em 26 de abril de 1986, uma explosão na unidade de refrigeração em um dos quatro

reatores da usina nuclear soviética de Chernobyl, na atual Ucrânia, causou uma grave

liberação de material radioativo na atmosfera (CARDOSO, 2003). A força da explosão

liberou uma nuvem radioativa que alcançou o oeste da antiga União Soviética (hoje Belarus,

Ucrânia, Rússia,) e todo o norte e centro da Europa (XAVIER et al., 2007). Estimou-se que a

quantidade de radiação liberada foi 400 vezes maior que em Hiroshima (GOLDEMBERG,

2011). O número de mortos oficialmente relacionados ao acidente foi de 31 pessoas, devido

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ao envolvimento destas no combate ao incêndio do reator. Trabalhadores expostos aos altos

níveis de radiação ao redor do reator foram hospitalizados apresentando sintomas diversos

decorrentes desta exposição, como queimaduras graves e outros tipos de lesões (XAVIER et

al., 2007).

Nos primeiros 10 dias seguintes ao acidente em Chernobyl, mais de 40 radionuclídeos

diferentes escaparam do reator em chamas, entre eles elementos e compostos altamente

voláteis como o iodo (Iodo-131), sais de césio (Césio-137) e estrôncio (Estrôncio-90)

(XAVIER et al., 2007). O isótopo mais perigoso disperso neste acidente foi o césio

radioativo. O resultado deste grave acidente foi: contaminação de 155 mil quilômetros

quadrados de Bielorússia, da Ucrânia e da Rússia, com exposição de 8.400.000 pessoas desses

países à radiação; contaminação de 40% do total de florestas da Ucrânia; comprovação do

aumento no número de casos de câncer, principalmente de tireoide, em pessoas que eram mais

jovens e crianças na época do acidente (XAVIER et al., 2007). No ano de 2007, a distribuição

de radioatividade decorrente das chuvas e inundações da primavera ainda era presente. O

material radioativo encontrado no solo da zona de exclusão se espalhou ainda mais pela

erosão causada pelo vento, transporte dos rios e incêndios florestais (XAVIER et al., 2007).

Este acidente nuclear foi o mais grave da história e proporcionou a reflexão e aprimoramento

de diversas áreas. Principalmente, nas áreas de segurança nuclear e de conhecimento dos

efeitos causados pela exposição à radiação e os tratamentos a eles empregados (XAVIER et

al., 2007).

1.3.1.3-Acidente Radiológico de Goiânia

No dia 13 de setembro de 1987, dois catadores removeram o cabeçote de uma fonte

RT de Césio-137 do antigo prédio do Instituto Goiano de Radioterapia (IGR) abandonado

desde 1985, para ser vendida como sucata. A peça removida foi levada para a casa de um dos

catadores e várias tentativas para romper a parte externa da cápsula foram feitas, sem sucesso

devido à resistência do material, mas a peça foi violada e vários fragmentos da substância

radioativa foram espalhados por toda a área adjacente (OKUNO, 2013; MIRANDA et al.,

2005; ALVES, 1988). Horas depois, os catadores já começaram a sentir os primeiros efeitos

decorrentes da exposição ao material radioativo, como náuseas, vômitos, diarreia e

queimaduras nas mãos e braços (XAVIER et al., 2007). Parte da peça foi vendida para um

ferro-velho. Atraído pela luminosidade azul da cápsula, o dono do lugar levou a peça para

casa deixando-a exposta na sala, para que sua família, parentes e vizinhos pudessem vê-la

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(OKUNO, 2013; MIRANDA et al., 2005; ALVES, 1988). Fragmentos da peça foram

retirados com o auxílio de uma chave de fenda e distribuídos a várias pessoas, em sua

maioria, parentes e amigos do dono do ferro-velho, sendo outras partes vendidas a outros

depósitos. E cada vez foi aumentando o número de pessoas que apresentavam problemas de

saúde após entrar em contato com o material (MIRANDA et al., 2005; ALVES, 1988).

No dia 28 de setembro de 1987, a esposa do dono do primeiro ferro-velho associou os

problemas de saúde que a família vinha apresentando ao material que estava em sua

residência e o levou, em um ônibus coletivo junto com um funcionário, para a Divisão de

Vigilância Sanitária de Goiânia (OKUNO, 2013; MIRANDA et al., 2005; ALVES, 1988). A

peça foi deixada sobre uma mesa da Vigilância Sanitária durante o dia, sendo posteriormente

deixada em uma cadeira no pátio, onde funcionários do lugar foram ver a peça por

curiosidade e também foram irradiados e/ou contaminados. A esposa e o funcionário foram

encaminhados para o Centro de Informações Toxicológicas, que na ocasião funcionava no

Hospital de Doenças Tropicais (HDT) (OKUNO, 2013). Um médico que examinou os dois

desconfiou que as queimaduras com bolhas na pele pudessem ter sido causadas por radiação e

solicitou a presença de um físico (OKUNO, 2013). Somente no dia 29 de setembro foi

confirmado pelos físicos que os sintomas relatados eram característicos da síndrome de

radiação e as autoridades foram então avisadas sobre a contaminação.

Desde a remoção da cápsula do prédio abandonado até a notificação às autoridades

sobre o ocorrido, centenas de pessoas foram expostas ao material radioativo (XAVIER et al.,

2007). Após um mês da abertura da fonte, quatro pessoas morreram, uma teve o braço

amputado e outras 200 foram contaminadas, em maior ou menor grau, três depósitos de ferro-

velho, casas e locais públicos foram contaminados (OKUNO, 2013), Apesar de desmentido

pelos órgãos públicos, a Associação de Vítimas do Césio 137 afirma que até setembro de

2012 mais de seis mil pessoas foram atingidas pela radiação, e pelo menos 60 já haviam

morrido em decorrência do acidente (OKUNO, 2013). A Comissão Nacional de Energia

Nuclear (CNEN) monitorou 112.800 pessoas em um intervalo de aproximadamente 3 meses

após o acidente e constatou que mil pessoas não contaminadas haviam sido irradiadas

externamente, das quais 97% receberam dose entre 0,2 e 10 mSv, e outras 249 pessoas

haviam sido contaminadas externa e internamente. Dessas, 49 tiveram que ser internadas, 21

delas exigiram atendimento intensivo e 10 vítimas apresentaram estado extremamente grave

(OKUNO, 2013).

Visando depositar de forma segura os rejeitos radioativos decorrentes desse acidente, a

CNEN construiu dois depósitos em Abadia de Goiás, a 23 km do centro de Goiânia. O

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primeiro, construído em 1995 atendendo aos padrões internacionais de segurança, foi

destinado aos rejeitos menos ativos. E o segundo, concluído em 1997, foi destinado aos

rejeitos com atividade mais alta e ficará sob o controle e supervisão da CNEN por 50 anos,

para garantir que não haja impactos radiológicos futuros (CARDOSO - CNEN).

Este acidente foi considerado o segundo maior envolvendo material radioativo, depois

do acidente nuclear de Chernobyl, embora tenham origens distintas.

1.3.1.4-Acidente de Fukushima

A Central Nuclear de Fukushima, no Japão, composta por seis reatores à água fervente

do tipo BWR (Boiling Water Reactor), foi preparada para suportar um terremoto de 8,1 na

escala Richter, com máximo em 9, e protegida por um dique preparado para suportar

maremotos com ondas de até 5,7 metros de altura (MONTALVÃO, 2012). Porém, no dia 11

de março de 2011, um terremoto de 9,2 de intensidade na escala Richter, seguido de um

tsunami com ondas de mais de 14 metros de altura atingiu a usina. As ondas alcançaram

facilmente o topo das paredes do dique e inundaram toda estrutura da usina, incluindo os

geradores de emergência, provocando o desligamento do sistema de resfriamento dos núcleos

dos reatores (MONTALVÃO, 2012; SOUZA & SANTOS, 2013). O resultado foi o

superaquecimento e fusão parcial dos reatores, causando liberação de material radioativo para

o mar e gás radioativo para a atmosfera (MONTALVÃO, 2012; SOUZA & SANTOS, 2013).

As medições de Iodo-131 e Césio-137 mostraram que a contaminação radioativa deste

acidente foi de gravidade semelhante ao desastre de Chernobyl. Houve contaminação da água,

de peixes, de bois e outros organismos, evacuações em áreas próximas à usina e detecção de

elementos radioativos em alimentos produzidos em regiões próximas ao acidente (SOUZA &

SANTOS, 2013).

Não foram registradas mortes decorrentes de contaminação ou exposição radioativa,

relacionadas com o acidente (CARDOSO, 2003).

1.4-Efeitos Biológicos da Radiação

Os efeitos decorrentes da interação da radiação com as células podem ocorrer por

mecanismos diretos ou indiretos. No mecanismo direto, há a interação direta da radiação com

moléculas celulares importantes (como os ácidos nucléicos, as proteínas, os lipídeos, os

carboidratos e as enzimas), podendo acarretar mutações genéticas (alterações estruturais) e

11

morte celular (SEGRETO & SEGRETO, 2000; NAVARRO et al., 2008; SEARES &

FERREIRA - CEFET). Este efeito equivale a aproximadamente 30% dos efeitos das radiações

(SEGRETO & SEGRETO, 2000). Já no mecanismo indireto, a radiação interage com o meio

onde os componentes celulares e a própria célula estão submersos, quebrando moléculas de

água (radiólise da água), produzindo majoritariamente radicais livres, que podem afetar

macromoléculas celulares importantes, e espécies reativas de oxigênio (ERO), que estão

relacionadas com os danos associados ao estresse oxidativo (SEGRETO & SEGRETO, 2000;

NAVARRO et al., 2008; SEARES & FERREIRA - CEFET). Dentre as ERO produzidas em

consequência da interação da radiação ionizante com as moléculas de água, estão o

hidrogênio molecular (H2), o peróxido de hidrogênio (H2O2), a hidroxila (OH*) e a peroxila

(HO2'), além de outras. Estes efeitos indiretos equivalem a aproximadamente 70% dos efeitos

das radiações, isto porque nosso organismo possui em sua composição cerca 70% de água e

também devido ao fato dos radicais livres serem formados pela ionização de outros

componentes celulares, como os lipídeos (SEGRETO & SEGRETO, 2000).

Os efeitos causados pela ação destes dois mecanismos no DNA da célula podem ser

corrigidos pela ação de enzimas antioxidantes e mecanismos de reparo do DNA. Se esse

mecanismo não acontecer ou acontecer de forma errada, ocorrerão danos como morte celular,

alterações nos processos de divisão da célula e doenças hereditárias causadas por mutações

genéticas (SEGRETO & SEGRETO, 2000).

Os efeitos biológicos causados pela exposição à radiação podem ser classificados

como efeitos determinísticos ou estocásticos, de acordo com a dose recebida e a forma de

resposta.

Os efeitos determinísticos são aqueles que ocorrem de acordo com um limiar de dose

absorvida e a sua gravidade aumenta à medida que a dose vai aumentando. Ou seja, ocorrem

em doses elevadas recebidas. Nestes casos, os danos são previsíveis de acordo com o limiar

da dose e podem ser reversíveis ou não (NAVARRO et al., 2008). O dano ocorre quando o

organismo não consegue reparar a destruição celular causada pela irradiação no corpo, de

forma geral ou localizada (OKUNO, 2013; NAVARRO et al., 2008; SEARES & FERREIRA

- CEFET). Por exemplo, se um número pequeno de células morre em um órgão, o organismo

consegue reparar e os efeitos não têm grandes consequências. Mas, se um número muito

grande de células morrem, o organismo não consegue reparar, ocorrendo consequências mais

graves no órgão afetado (OKUNO, 2013).

12

Já os efeitos estocásticos são aqueles que ocorrem de maneira tardia, quando uma

única célula que sofreu uma mutação consegue manter sua reprodução, causando danos

futuros ao organismo, como o câncer. Este efeito é probabilístico, ou seja, não depende da

dose recebida, mas quanto maior a dose, maior a probabilidade do dano ocorrer (OKUNO,

2013; NAVARRO et al., 2008; SEARES & FERREIRA - CEFET). Qualquer que seja a dose,

mesmo que muito pequena ou até mesmo as doses de radiação natural, pode causar um efeito

estocástico no organismo (OKUNO, 2013; SEARES & FERREIRA - CEFET). Ressaltando

que o aumento da dose aumenta a probabilidade de ocorrência do dano e não a gravidade do

mesmo. Quando este tipo de dano ocorre nas células germinativas, os efeitos são hereditários,

passando aos descendentes (OKUNO, 2013).

Os efeitos biológicos causados pela exposição à radiação podem ser classificados de

acordo com o tempo de manifestação, em efeitos imediatos e efeitos tardios. Os efeitos

imediatos podem ocorrer em poucas horas ou em até algumas semanas após a irradiação. E os

efeitos tardios podem ocorrer muitos anos após a irradiação (CARDOSO, 2003).

Os efeitos biológicos causados pela exposição à radiação podem ainda ser

classificados de acordo com o nível do dano em efeitos somáticos e efeitos hereditários. Os

efeitos somáticos afetam somente a pessoa que sofreu a exposição à radiação, não afetando

necessariamente as futuras gerações. A gravidade desses efeitos depende da dose absorvida e

da região atingida. Os efeitos hereditários são aqueles que afetam os descendentes da pessoa

irradiada. Independe da dose e é cumulativo. São resultantes de danos causados em células

dos órgãos reprodutores (CARDOSO, 2003).

Os indivíduos irradiados de corpo inteiro podem apresentar, até alguns dias após a

exposição, a chamada Síndrome Aguda da Radiação (SAR). Nessa síndrome a gravidade dos

danos depende da dose. Se a dose absorvida pelo corpo todo for de 0,25 a 1 Gy, podem

ocorrer náusea, diarreia e depressão no sistema sanguíneo; se for entre 1 e 3 Gy, além de

sintomas anteriores, pode ocorrer forte infecção causada por agentes oportunistas; entre 3 e 5

Gy pode ocorrer hemorragia, perda de pelos e esterilidade temporária ou permanente; ao redor

de 10 Gy ocorre a inflamação dos pulmões, e para doses maiores podem ocorrer efeitos

diversos que incluem danos no sistema nervoso e cardiovascular, levando o indivíduo à morte

em poucos dias (OKUNO, 2013). Na SAR geralmente ocorre falência em três sistemas:

hemocitopoético, gastrointestinal e sistema nervoso central. Quanto maior a dose, mais

precocemente aparecerão os sintomas dessa síndrome (SEGRETO & SEGRETO, 2000).

A síndrome hemocitopoética caracteriza-se por leucopenia, plaquetopenia, anemia e

susceptibilidade à hemorragia e infecções oportunistas, devido a lesões nas células

13

precursoras da medula óssea. A síndrome gastrointestinal caracteriza-se por náusea, vômito,

cólica, diarreia aquosa e sanguinolenta, desequilíbrio hidroeletrolítico, infecção, falência

circulatória e coma. E a síndrome do sistema nervoso central caracteriza-se por vasculite e

encefalite, apatia, prostração, convulsão e coma. O tratamento da síndrome hemocitopoética

se dá pela reposição de sangue e derivados, correção do desequilíbrio eletrolítico, antibióticos

de amplo espectro, fatores de crescimento da medula óssea, transplante de medula quando

necessário. Por outro lado, a síndrome gastrointestinal e a síndrome do sistema nervoso

central podem levar o indivíduo à morte (SEGRETO & SEGRETO, 2000).

Na Figura 2 tem-se uma representação dos processos decorrentes das interações da

radiação ionizante no tecido humano e o tempo estimado de duração de cada processo.

1.5-Substâncias Radiomodificadoras

Substâncias radiomodificadoras são aquelas com a propriedade de diminuir os efeitos

químicos decorrentes da interação da radiação ionizante com o tecido biológico. Estas

substâncias atuam como compostos antioxidantes exógenos, minimizando o estresse oxidativo

causado pela exposição à radiação (WEISS & LANDAUER, 2003).

As substâncias com a propriedade descrita são comumente denominadas de

radioprotetores. Porém, esta denominação não parece ser apropriada. Um radioprotetor teria

Figura 2: Representação dos processos decorrentes das

interações da radiação ionizante no tecido humano e o tempo

estimado de duração de cada processo.

Fonte: iaea.org (adaptada por Juliana Chal)

14

que proteger o alvo (neste caso, o material biológico) da interação, conferindo blindagem e

impedindo os efeitos de tal interação, o que de fato não ocorre. O que ocorre é a ação dessas

substâncias sobre o material biológico irradiado, modificando a resposta celular, protegendo

ou sensibilizando este material biológico. Por isso, a denominação mais adequada para estas

substâncias é o termo radiomodificador químico. Alguns trabalhos já utilizam tal

denominação (SILVA, 2009; SANTOS, 2011; MAGALHÃES, 2012; SANTOS, 2013),

embora o termo “radioprotetor” ainda vá persistir por algum tempo.

Um radiomodificador deve apresentar características especiais, tais como: (a) proteção

contra os efeitos causados pelos produtos e subprodutos da interação da radiação ionizante

com o tecido biológico, (b) efeito geral de proteção sobre a maioria dos órgãos não-alvos (em

caso de terapias), (c) baixa toxicidade, (d) administração simples, de preferência oral ou

intramuscular e (e) compatibilidade farmacológica (para uso com outras drogas) (ANDRADE

et al., 2009; MAISIN et al., 1998; HOSSEINIMEHR, 2007).

Compostos de plantas já foram utilizados como agentes terapêuticos dos efeitos

causados pela radiação. Dentre estes, podemos citar o uso da rutina para tratar trabalhadores

de Chernobyl (EMERIT, 1995), uso do beta-caroteno para tratar habitantes próximos à central

de Chernobyl (WEISS & LANDAUER, 2003) e o uso de legumes e frutas verdes e amarelos

pelos sobreviventes da bomba atômica no Japão, o que resultou na proteção contra o câncer

de bexiga (NAGANO et al., 2000).

Estudos recentes demonstram os potenciais efeitos radiomodificadores da uva negra e

seus subprodutos em roedores (ANDRADE et al., 2009a; ANDRADE et al., 2009b;

ANDRADE et al., 2011; FREITAS et al., 2012; FREITAS et al., 2013; SOARES et al.,

2014). A curcumina, um fitoquímico do açafrão, também já apresentou efeito

radiomodificador (Goel & Aggarwal, 2010).

Estes achados estimulam o estudo dos possíveis efeitos de fitoquímicos com potencial

radiomodificador, os quais poderão ser indispensáveis no tratamento de pacientes expostos a

elevadas doses de radiação ionizante e na proteção diferencial a tecidos sadios circunvizinhos

a regiões neoplásicas irradiadas.

15

2-Justificativa

Radiação ionizante é constantemente liberada no ambiente no diagnóstico e no

tratamento de doenças. Todavia, o maior risco ambiental está relacionado com os acidentes

nucleares e com o seu emprego em guerras e na possibilidade de ações assimétricas de grupos

extremistas, frequentemente associadas ao terrorismo. Em casos de altas doses, a radiação

ionizante pode causar diversos efeitos danosos imediatos aos organismos vivos, inclusive a

morte. Com base neste conhecimento, a prospecção e a avaliação dos efeitos de extratos

vegetais radiomodificadores se mostra uma importante ferramenta para o desenvolvimento de

estratégias prognósticas e terapêuticas com a promessa de segurança e efetividade.

3-Objetivo

O objetivo deste trabalho é realizar um levantamento da bibliografia existente acerca

dos vegetais com ação radiomodificadora contra os danos biológicos causados pelas radiações

ionizantes.

4-Metodologia

O levantamento bibliográfico foi feito em diferentes bases de dados (Scielo, Web of

Science, PubMed, Science Direct, Lilac, Bireme, National Library of Medicine, Digital

Library USP-Theses and Dissertations) utilizando as palavras-chaves radiação ionizante,

efeitos biológicos, vegetais e efeito radiomodificador, além da consulta a livros e sítios na

internet relevantes ao tema.

5-Resultados: vegetais com ação radiomodificadora

Produtos naturais que apresentam características como atividade antitumoral, atividade

anti-inflamatória, antioxidante, antimicrobiana, imunomoduladora, antiestresse e capacidade

de capturar radicais livres devem ser estudados como substâncias radiomodificadoras em

potencial (JAGETIA, 2007)

Segundo Jagetia (2007), as características para um radiomodificador ser ideal podem

ser encontradas nas plantas e produtos naturais, são elas: baixo custo, não produzir efeitos

16

Figura 3: Centella asiática

tóxicos em variadas doses, apresentar administração oral e rápida absorção e atuar por

mecanismos diferentes.

A seguir, estão listadas algumas plantas já descritas por possuírem efeitos

radiomodificadores contra os danos induzidos pela radiação ionizante.

Centella asiática

A Centella asiática é utilizada no sistema de medicina indiano para tratar várias

doenças, na cicatrização de úlceras, feridas e lesões cutâneas (ARORA et al., 2005;

SRIVASTAVA et al., 1997; TAN et al., 1997) e, em uma tentativa para restaurar a juventude,

memória e longevidade (ARORA et al., 2005 apud KAPOOR, 1990). É muito utilizado

também para melhorar a habilidade mental (ARORA et al., 2005; SARMA et al., 1995;

Sanjay, 2000) e melhorar a capacidade de aprendizagem do labirinto em ratos (ARORA et al.,

2005; RAO et al., 1999).

Centella asiática contém várias moléculas antioxidantes, tais como carotenóides,

ácido ascórbico, terpenoides e outros componentes biologicamente ativos, tais como ácido

asiático, bramósido, bramínósido, ácido sênico, ácido centellico, ácido isobramico e ácido

sucúnico (ARORA et al., 2005; SRIVASTAVA et al., 1997; BRINKHAUS et al., 2000).

Um estudo realizado com o extrato aquoso da Centella asiática (dose de 100 mg/kg de

peso corporal) administrado via oral revelou sua capacidade de reduzir a perda de peso radio-

induzida em camundongos expostos à radiação gama (SHARMA & SHARMA, 2002).

Embora o motivo para tal efeito radiomodificador não tenha sido esclarecido, algumas das

Fonte: Medicina Prática

17

razões apresentadas incluem a redução da peroxidação lipídica e aumento da porcentagem de

hemoglobina (ARORA et al., 2005; SHARMA & SHARMA, 2002).

Hippophae rhamnoides

Hippophae rhamnoides é utilizado nos sistemas tradicionais de medicina tibetana e

indiana há séculos para o tratamento da digestão lenta e mau funcionamento no estômago

(ARORA et al., 2005; NIKITIN et al., 1989; XIAO et al., 1992), queimação e cicatrização de

feridas (ARORA et al., 2005 apud IANEV et al., 1995; NIKULIN et al., 1992), distúrbios

circulatórios, doença cardíaca isquêmica (ARORA et al., 2005; LIU et al., 1998; ZHANG,

1987), lesão hepática (ARORA et al., 2005 apud CHENG et al., 1994) e neoplasia (ARORA

et al., 2005 apud NIKITIN et al., 1989). Seu óleo é usado como tratamento de mucosite bucal,

mucosite vaginal, erosão cervical, queimaduras, escaldões, úlceras duodenais, câncer gástrico

e úlceras cutâneas (ARORA et al., 2005; LI, 1999). Esta planta foi bem documentada em suas

propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antimicrobianas, analgésicas, propriedades

imunoestimulantes e regenerativas (ARORA et al., 2005).

Contêm compostos polifenólicos, carotenos (α, β, γ), vitaminas (A, E, C, K),

riboflavina, ácido fólico, taninos, glicerídeos de ácidos palmítico, esteárico e oleico e alguns

aminoácidos essenciais (CHAN et al., 1990), que desempenham um papel importante na

contribuição para as bioatividades, como a eliminação de radicais livres, a compactação de

cromatina e a indução de hipoxia, todos os quais demonstraram desempenhar um papel vital

na radioproteção (GOEL et al., 2000, 2001, 2003; PREM KUMAR et al., 2002).

O extrato hidroalcoólico de Hippophae rhamnoides mostrou-se capaz de evitar a

mortalidade celular radioinduzida e reduzir a formação de micronúcleos em camundongos

(GOEL et al., 2002; GOEL et al., 2003; ARORA et al., 2005). A administração do extrato de

Hippophae rhamnoides na dose de 30 mg/kg de peso corporal antes da irradiação de corpo

inteiro aumentou a sobrevida e proporcionou 82% da sobrevivência de ratos submetidos a

doses letais de radiação gama (ARORA et al., 2005; SHARMA et al., 2004), protegendo estes

animais contra a genotoxicidade induzida por radiação gama (ARORA et al., 2005;

AGRAWAL & GOEL, 2002), além de inibir significativamente o aumento dos níveis de

ânion superóxido, glutationa oxidada (GSSG), ácido tiobarbitúrico reativo de substâncias

(TBARS), complexo mitocondrial I e atividade complexa I/III e da oxidação proteica

induzidos pela radiação gama (ARORA et al., 2005), protegendo o sistema gastrointestinal

contra os efeitos desta radiação. Além disso, o extrato hidro-alcoólico de H. rhamnoides

18

Figura 4: Hippophae rhamnoides

protegeu a integridade funcional das mitocôndrias do fígado de ratos contra doses letais de

radiação gama em condições in vivo, evitando a desregulação bioenergética e facilitando

assim o reparo e restauração de funções celulares normais (ARORA et al., 2005; GUPTA et

al., 2003). Assim, o H. rhamnoides parece ser uma erva promissora no tratamento profilático

de danos induzidos por radiação, mas pesquisas adicionais são necessárias para identificar

regimes de dosagem apropriados e para caracterizar os constituintes ativos (ARORA et al.,

2005).

Podophyllum hexandrum

Podophyllum hexandrum é uma erva perene, prosperando na região do Himalaya e

muito utilizado na Índia, há mais de 2000 anos para tratar uma série de doenças como frio,

constipação, feridas sépticas, erisipela, picadas de insetos, distúrbios mentais e reumatismo

(ARORA et al., 2005; SINGH & SHAH, 1994). Tem sido usado para fornecer alívio

sintomático em algumas condições alérgicas e inflamatórias da pele. Esta planta e seus

constituintes também foram utilizados no tratamento do câncer (ARORA et al., 2005; SINGH

& SHAH, 1994), verrugas venéreas (ARORA et al., 2005; BEUTNER & VON KROGH,

1990), leucemia monocitóide, doença de Hodgkin, linfoma não Hodgkin e câncer do cérebro,

bexiga e pulmão (ARORA et al., 2005; BLASKO & CORDELL, 1988; SINGH & SHAH,

1994). Também foi relatado que esta planta possui propriedades antivirais e anti-HIV

(ARORA et al., 2005; GOWDEY et al., 1995).

Podophyllum hexandrum contém vários constituintes bioativos, incluindo lignanos

(podofilotoxina, podofilotoxona, podofilina, peltatinas α e β) e flavonóides, incluindo

Fonte: criasaude.com

19

Figura 5: Podophyllum hexandrum

Fonte: penlanperennials.com

quercetina, kaempferol, astragalina e kaempferol-3-glucósido (ARORA et al., 2005 apud

SINGH & SHAH, 1994; WONG et al., 2000).

O Podophyllum hexandrum apresentou capacidade de reduzir a mortalidade radio-

induzida, reduzir o dano gastrointestinal, reduzir o declínio das atividades da glutationa-S-

transferase e da superóxido dismutase hepática e intestinal de camundongos irradiados

(MITTAL et al., 2002; GOEL et al., 2002; SALIN et al., 2001), protegeu as células do

sistema nervoso embrionário em desenvolvimento, inibindo danos no desenvolvimento

neurofisiológico em ratos recém-nascidos (ARORA et al., 2005), protegeu também contra os

danos induzidos pela radiação no tecido germinal masculino de camundongos, produzindo o

aumento no peso do testículo, repovoando os túbulos seminíferos e aumentando os

espermatócitos primários em repouso, o índice de sobrevivência das células-tronco, a

contagem de esperma e a redução das anormalidades da morfologia espermática (ARORA et

al., 2005; SAMANTA & GOEL, 2002).

Mentha piperita

A Mentha piperita (hortelã-pimenta) é uma planta aromática com uma variedade

diversificada de propriedades medicinais. Possui propriedades estimulantes e carminativas,

sendo utilizada para aliviar náuseas, flatulências e vômitos por mais de mil anos. As

propriedades antioxidantes e antiperoxidantes foram atribuídas à presença de ácido caféico,

eugenol, ácido rosmarínico e α-tocoferol (ARORA et al., 2005; RASTOGI & MEHROTRA,

1991). O extrato e o óleo desta planta possuem atividades antibacterianas, antifúngicas e

antimutagênicas (capacidade de melhorar o reparo sem erros do dano do DNA) (ARORA et

20

Figura 6: Mentha piperita

Fonte: medicinanatural.com

al., 2005; VOKOVIC-GACIS & SIMIC, 1993). As folhas contêm 7-O-rutinosides de

eriodictil e luteolina, enquanto que o óleo contém mentol, menthone, neomenthone, cineole,

acetato de mentil, isomentol, limoneno e pineno (ARORA et al., 2005; RASTOGI &

MEHROTRA, 1995).

O pré-tratamento com a Mentha piperita minimizou a redução das taxas

hematológicas e do peso do baço induzidos pela radiação gama e protegeu contra alterações

induzidas por radiação na mucosa intestinal de camundongos. A administração oral de M.

piperita, na dose de 1 g/kg de peso corporal/dia antes da exposição à radiação subletal (8 Gy),

reduziu os danos cromossômicos na medula óssea de camundongos e também aumentou

significativamente os níveis de GSH e diminuiu o nível de peroxidação lipídica em ratos

irradiados (SAMARTH et al., 2001; SAMARTH et al., 2002; SAMARTH & KUMAR, 2003;

ARORA et al., 2005; BALIGA & RAO, 2010).

Syzigium cumini

No Brasil, esta planta pode ser encontrada com as seguintes denominações: jambolão,

azeitona preta, azeitona-roxa, oliva, jambolan, java plum, jamun (Blog Tudo sobre Plantas).

É originário da Índia e em Ayurveda é usado para tratar bronquite, asma, dispepsia,

diabetes, úlceras e impurezas sanguíneas (ARORA et al., 2005). É rico em substâncias com

potencial antioxidante, como flavonoides, taninos, antocianinas e outros constituintes

fenólicos (AYYANAR & SUBASH-BABU, 2012). Esta planta apresenta constituintes

químicos diversos e, por meio da triagem fitoquímica, os compostos apresentam variabilidade

nas diferentes estruturas de sua anatomia, sendo nas sementes encontrados taninos

hidrolisáveis (ácido gálico, elágico, corilágico), quercetina, antimelina, óleo essencial (α- e β-

21

Figura 7: Arvore, flor e fruto de Syzigium cumini

Fonte: medicinanatural.com

pineno, canfeno, mirceno, limoneno, cis- ocineno, trans-ocineno, γ- terpineno, acetato de

bornila, α-copaeno, α-humuleno e candineno), materiais resinosos e glicose; nas cascas foram

encontrado ácido acetil oleanólico, triterpenóides, ácido elágico, isoquercetina, quercetina,

canferol e miricetina; nas folhas foram encontrados ácido gálico, metilgalato, canferol,

miricetina, ácido elágico, ácido clorogênico, quercetina e nilocitina; nos frutos foram

encontradas antocianidinas e nas flores foi encontrado ácido oleanólico (MIGLIATO et al.,

2005).

O Syzigium cumini apresentou propriedades radiomodificadoras contra os efeitos da

radiação gama, tanto em estudos in vitro quanto em estudos in vivo. Em estudos in vitro,

reduziu a formação de micronúcleos em sangue periférico e em estudos in vivo reduziu a

morte de células da medula celular e do sistema gastrintestinal. Um estudo adicional

demonstrou ainda que quando este fruto é administrado antes da exposição à radiação,

apresenta a propriedade de reduzir sintomas da síndrome aguda da radiação em diferentes

doses de radiação gama (JAGETIA et al., 2005).

Clerodendron infortunatum

Clerodendron infortunatum é um arbusto nativo de diferentes localidades da Ásia e

cultivado em diversas áreas tropicais e subtropicais do planeta. É popularmente utilizada na

Índia contra cólicas, picadas de escorpião, mordida de cobra, tumor, certas doenças de pele e

várias condições como bronquite, asma, febre, doenças do sangue e inflamação (CHACKO et

al., 2016). Suas raízes têm atividades laxantes, diuréticas, analgésicas, anti-inflamatórias,

antitumorais e antibacterianas (CHACKO et al., 2016).

Os principais compostos presentes nesta planta são esteróis, açúcares, flavonoides e

saponinas. Novos compostos cristalinos tais como clerodolona, clerodona, clerodol e um

esterol designado clerosterol foram isolados da raiz. Foram identificados sete açúcares:

22

Figura 8: Clerodendron infortunatum

Fonte: indiabiodiversity.org

rafinose, lactose, maltose, sacarose, galactose, glicose e frutose. Ácido fumárico, ésteres de

ácido caféico, β-sitosterole e β-sitosterol glucósido foram isolados das flores. Apigenin,

acacetina e um novo glicósido de flavona, caracterizados como o éster metílico de acacetina-

7-0-glucorônico foram isolados das flores. A saponina é um dos principais compostos da

folha (PRASHANTH, 2017).

A administração oral do extrato hidroalcoólico de Clerodendron infortunatum conferiu

vantagem de sobrevivência a camundongos expostos a doses letais de radiação gama. O

tratamento com este extrato preveniu a redução induzida por radiação da contagem sanguínea

total e da medula óssea, reduziu a apoptose induzida por radiação em células intestinais de

camundongos irradiados, além de elevar os níveis de expressão do gene de reparo do DNA e

reduzir a expressão de genes inflamatórios. E quando administrado antes da irradiação, se

mostrou capaz de prevenir o aumento da elevação da peroxidação de lipídeos de membrana

causados pela radiação ionizante (CHACKO et al., 2016).

Hemidesmus indicus R. Br. (Asclepiadaceae)

Hemidesmus indicus R. Br. (Asclepiadaceae) é uma planta medicinal muito conhecida

e utilizada para diversos fins na Índia. Tem sido relatada como eficaz no tratamento de várias

doenças, tais como doenças do sangue, distúrbios respiratórios, doenças da pele (psoríase,

dermatite e leucoderma), e reumatismo. Com base nisso, vários estudos estão sendo realizados

para avaliar seu efeito como analgésico, anti-inflamatório, antiulceroso, hepatoprotetor,

23

Figura 9: Hemidesmus indicus

Fonte: medicinalplantsanduses.com

antioxidante e bactericida. Além da proteção contra os danos causados pela radiação ao DNA

(AUSTIN, 2008; SHETTY et al., 2005).

O extrato da raiz possui em sua composição taninos, saponinas, flavonoides,

alcaloides, terpenóides, cumarinas e fenóis (DAS & BISHT, 2012).

O extrato da raiz de Hemidesmus indicus R. Br. (Asclepiadaceae) apresentou

capacidade de proteger as membranas microssomáticas in vitro, evidenciada pela redução nos

valores da peroxidação lipídica induzida por radiação, e também protegeu a quebra do DNA

induzida por radiação. Isto poderia ser atribuído à propriedade de neutralização de radicais

livres e à atividade antioxidante deste extrato (DAS & BISHT, 2012).

Astragalus complanatus R. Br.

Astragalus complanatus R. Br. é um arbusto de origem asiática muito cultivado e

utilizado na China. Esta espécie tem sido usada por quase 2.000 anos como um tônico para

tratar doenças hepáticas e renais. A semente também é utilizada para fins oftálmicos, como

visão diminuída (Plants For a Future, 2017).

Os componentes e princípios ativos presentes são: Astragalosídeos, beta-sitosterol,

colina, cobre, d-frutose, astramembranagenina, isoastragalosídeos, ácido linoléico, cálcio,

magnésio, ferro, sódio, potássio, saponinas, flavonóides, polissacarídeos e glicosídeos (QI et

al., 2011).

24

Figura 10: Astragalus complanatus

Fonte: botanicayjardines.com

O pré-tratamento de camundongos irradiados de corpo inteiro com diferentes doses do

extrato de sementes de Astragalus complanatus resultou na diminuição da mortalidade

induzida por radiação gama, acompanhada da redução do dano ao DNA de células hepáticas

de 93,75% para 18,18% (QI et al., 2011).

Vernonia cinerea L.

Vernonia cinerea (vassourão) tem muitos usos terapêuticos em diferentes sistemas

tradicionais do mundo. É utilizada para febre da malária, vermes, dor, infecções, diurese,

câncer, aborto e vários distúrbios gastrointestinais (PRATHEESHKUMAR & KUTTAN,

2010).

A análise fitoquímica de V. cinerea mostrou a presença de esteróides, triterpenóides,

sesquiterpenos, flavonoides e taninos (PRATHEESHKUMAR & KUTTAN, 2010).

A administração do extrato de Vernonia cinerea em camundongos irradiados de corpo

inteiro por raios gama reduziu os níveis séricos de fosfatase alcalina (ALP), glutamato-

piruvato transaminase (GPT), reduziu a peroxidação lipídica (LPO), elevou significativamente

a capacidade antioxidante dos animais, aumentando as atividades da superóxido dismutase

(SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx) e glutationa (GSH), reduziu os danos ao

DNA de células isoladas da medula óssea, reduziu os níveis de citocinas pró-inflamatórias

como a interleucinas 1b (IL-1b), o fator de necrose tumoral α (TNF-α) e a proteína C reativa

(CRP). Por outro lado, o extrato estimulou a produção de outras citocinas, como o fator

estimulador de colônias de monócitos e granulócitos (GM-CSF) e o interferon γ (IFN-γ) em

25

Figura 11: Folhas (a), broto (b) e diferentes estágios da flor (c, d, e)

de Vernonia cinerea

Fonte: taibif.tw.com

animais expostos à radiação. Após a análise histopatológica do fígado e intestino delgado

sugeriu-se, neste estudo, que esta planta poderia reduzir os danos aos tecidos induzidos pela

radiação. O extrato de V. cinerea não comprometeu a eficiência anti-neoplásica da radiação, o

que o torna um importante coadjuvante durante a radioterapia (PRATHEESHKUMAR &

KUTTAN, 2010).

Aegle marmelos

Aegle marmelos é uma árvore nativa de Bangladesh e da Índia, comumente conhecida

como Bael, tem sido usado desde a antiguidade para tratar várias doenças, causadas pelo

estresse oxidativo. Suas raízes são utilizadas para tratar colite, disenteria, diarreia, flatulência

e febre. Os frutos não maduros são úteis para tratar diarreia, disenteria e dor no estômago;

enquanto as raízes e as cascas de árvores são usadas para tratar a febre, para parar a dor

abdominal ou palpitações do coração e para aliviar problemas urinários. A polpa do fruto

maduro é comumente usada para fazer sorvete (na forma de suco) e iguarias como chutney,

murabba e geleias. A ingestão regular de sorvete cura a constipação prolongada. As folhas

têm propriedades adstringentes, febrífugas e expectorantes e são úteis para abordar edema,

26

Figura 12: Aegle marmelos

Fonte: indiamart.com

hemorroidas hemorrágicas, queixas intestinais, disenteria e diarreia na medicina popular

(BALIGA et al., 2010).

A. marmelos contém aegelina, aegelenina, marmelelosina, marmelin, o-metil

halfordinol, aloimperatorina éter metílico, o-isopentenil halfordinol, ácido linoleico, cineol, p-

cimeno, citronela, citral, cuminaldeído, d-limoneno e eugenol, taninos, leucoantocianinas,

antocianinas e glicosídeos flavonoides. A maioria desses compostos apresentam atividades de

eliminação de radicais livres e antioxidantes. Esta propriedade é vital já que a irradiação por

gama e os raios X pertencem a um grupo de baixa transferência linear de energia (baixo LET)

e seu efeito citotóxico é predominantemente através da geração de radicais livres (BALIGA et

al., 2010).

O tratamento de animais com o extrato de folhas de Aegle marmelos (antes da

irradiação eliminou os radicais livres, causou uma diminuição significativa na peroxidação

lipídica, preveniu os danos ao DNA, elevou significativamente a concentração de glutationa

(GSH) e elevou estado antioxidante das enzimas no fígado, rim, estômago e intestino de

camundongos expostos a diferentes doses de radiação gama (JAGETIA et al., 2009a;

JAGETIA et al., 2009b; BALIGA et al., 2010b). Estudos realizados com o A. marmelos (L.)

em camundongos indicaram que ele tem potencial para ser um agente radiomodificador não

tóxico efetivo. E apesar de ser usado desde os tempos antigos em Ayurveda, sistema

tradicional de medicina indiano e na medicina popular, é necessário realizar estudos

adicionais em voluntários saudáveis para avaliar sua segurança em seres humanos, para

27

Figura 13: Flor e semente extraída de Nigella sativa

Fonte: purelife-eg.net

depois avaliar esses resultados e realizar novos estudos com pacientes oncológicos e com

necessidade de radioterapia (BALIGA et al., 2010).

Nigella sativa

Os extratos das sementes de Nigella sativa (popularmente conhecido como cominho

preto) possuem muitos efeitos terapêuticos, atuando como agentes imunomoduladores,

antibacterianos, antidiabéticos, hepatoprotetores, gastroprotetores, antihistamínicos e

antioxidantes e neuroprotetores (RASTOGI et al., 2010; CIKMAN et al., 2014).

O óleo de Nigella sativa contém timoquinona (2-isopropil-5-metil-1,4-benzoquinona)

e monoterpenos tais como p-cimeno e pene (RASTOGI et al., 2010; CIKMAN et al., 2014).

A administração oral de óleo de Nigella sativa (dose de 1 g/kg/dia) antes da irradiação

gama manteve normais as taxas de leucócitos, as concentrações plasmáticas de proteína total e

globulina, além das atividades da glutationa peroxidase plasmática, da catalase e da

superóxido dismutase de eritrócitos. Esta administração também protegeu significativamente

o baço e os folículos linfoides do timo (ASSAYED, 2010; RASTOGI et al., 2010). Além

disso, manteve baixos os níveis de oxidantes e significativamente elevados os níveis de

antioxidantes no tecido hepático dos ratos irradiados (RASTOGI et al., 2010; CIKMAN et al.,

2014).

28

Figura 14: Fruto verde e Fruto maduro de Terminalia chebula

Fonte: medicinanatural.com

Terminalia chebula

Terminalia chebula, popularmente conhecido como Harde ou Haritaki, na Índia é

comumente usado em muitas preparações ayurvédicas. Possui propriedades laxantes,

diuréticas, cardiotônicas e hipoglicêmicas (GANDHI & NAIR, 2005). Além disso, foi

relatado que T. chebula exibiu uma variedade de atividades biológicas, incluindo propriedades

anticancerígenas, antidiabéticas, antimutagênicas, antifúngicas e antivirais (NAIK et al.,

2004).

T. chebula contém 32% de taninos. O teor de taninos varia de acordo com a variação

geológica da planta. Além destes, possui compostos fenólicos carboxílicos, terpenoides e

saponinas, flavonoides, esteróis e outros nutrientes como vitamina C, proteínas, aminoácidos

e minerais (NAIK et al., 2004).

A administração intraperitoneal do extrato aquoso de Terminalia chebula (80 mg/kg

de peso corporal) se mostrou capaz de reduzir a peroxidação de lipídeos de membrana do

fígado de camundongos submetidos à radiação gama, bem como diminuiu o dano ao DNA

induzido pela mesma. Este extrato também protegeu, in vitro, os linfócitos humanos contra os

danos induzidos por radiação gama (NAIK et al., 2004; GANDHI & NAIR, 2005).

29

Figura 15: Crataegus microphylla

Fonte: naturemobile.org

Crataegus microphylla

O Crataegus microphylla (popularmente conhecido como espinheiro) possui muitas

propriedades farmacológicas e tem efeitos consideráveis no sistema cardiovascular, incluindo

a redução da pressão arterial e do colesterol total do plasma, o tratamento da insuficiência

cardíaca congestiva, uma redução significativa da mortalidade após a perfusão de isquemia

em animais e efeitos antivirais (HOSSEINIMEHR et al., 2008).

Contêm compostos fenólicos e flavonoides, incluindo ácido clorogênico, epicatequina,

rutina, hiperósido e vitexina (HOSSEINIMEHR et al., 2007). Os flavonoides e compostos

fenólicos têm muitas propriedades biológicas, incluindo atividades hepatoprotetoras,

antibacterianas e anticancerígenas. As vantagens fisiológicas dos compostos fenólicos são

geralmente consideradas como devidas às suas propriedades de eliminação de radicais

antioxidantes e livres (HOSSEINIMEHR et al., 2008).

A administração intraperitoneal do extrato de frutos do espinheiro (dose de 200

mg/kg) antes da irradiação, reduziu o estresse oxidativo e a genotoxicidade induzida pela

irradiação gama (2 Gy) em células da medula óssea de ratos submetidos à radiação gama

(HOSSEINIMEHR et al., 2007; HOSSEINIMEHR et al., 2008).

30

Figura 16: Ginkgo biloba

Fonte: medicinanatural.com

Ginkgo biloba (Cycadaceae)

Ginkgo biloba (Cycadaceae) é uma planta de origem chinesa utilizada mundialmente

no sistema moderno de medicina para o tratamento da circulação (ARORA et al., 2005 apud

HEINJEN & KNIPSCHILD, 1992) e distúrbios de equilíbrio (ARORA et al., 2005;

HAGUENAUER et al., 1986), asma e senilidade. É muito utilizada também no tratamento de

distúrbios cerebrais devido ao envelhecimento e hipoxia (ARORA et al., 2005; DUCHE et

al., 1988).

Contém cerca de 300 compostos, incluindo ácido ascórbico, α-caroteno, β-caroteno,

flavonóides (kaempferol, quercetina, miricetina, ginkgetin, isoginkgetin, etc.), cumarinas,

catequinas, ginkgolides, bilobalide, rhamnetin, γ-tocoferol (ARORA et al., 2005; DE

FEUDIS, 1991), muitos dos quais individualmente em forma isolada, produzem efeitos

radioprotetores (ARORA et al., 2005).

O extrato de Ginkgo biloba é conhecido por seu elevado efeito antioxidante e por

atenuar o estresse oxidativo (ARORA et al., 2005). Se mostrou eficaz para tratar

trabalhadores contaminados por radiação no acidente de Chernobyl quando uma dose oral de

40 mg/dia dia foi administrada 3 vezes ao dia durante 2 meses (ARORA et al., 2005;

EMERIT et al., 1995). A administração via intravenosa do extrato etanólico das folhas de G.

biloba na dose de 100 µg/mL, diminuiu o edema vasogênico observado em pacientes após

irradiação do cérebro (ARORA et al., 2005; HANNEQUIN et al., 1986). O extrato foliar a

31

Figura 17: Ocimum sanctum

Fonte: medicinanatural.com

uma concentração de 100 μg/mL protegeu as células neuronais cerebelares de ratos contra a

apoptose induzida pelo radical hidroxila (ARORA et al., 2005; NI et al., 1996).

Ocimum sanctum Linn

Ocimum sanctum é uma erva medicinal indiana amplamente distribuída nas regiões

semi-tropicais e tropicais do país. Praticamente todas as partes desta planta são usadas nos

sistemas de medicina tradicionais, ayurvédicos e Siddha para tratar uma infinidade de doenças

humanas, como infecções, doenças da pele, distúrbios hepáticos, resfriado comum e tosse,

febre malária e como antídoto para mordidas por cobras e insetos venenosos (ARORA et al.,

2005; SATYAVATI et al., 1987). Possui atividade antibacteriana (ARORA et al., 2005;

PHADKE & KULKARNI, 1989), antifúngica (ARORA et al., 2005; RAI, 1996),

hipoglicêmica (ARORA et al., 2005; CHATTOPADHYAY, 1999), antiinflamatória (ARORA

et al., 2005; GODHWANI et al., 1987; SINGH & AGARWAL, 1991; SINGH et al., 1996),

antiviral (ARORA et al., 2005; KUMAR et al., 1997), antioxidante (ARORA et al., 2005;

UMA DEVI, 2001), antiulcera (ARORA et al., 2005; DHARMANI et al., 2002),

anticancerígena (ARORA et al., 2005; UMA DEVI, 2001), hepatoprotetora (ARORA et al.,

2005; CHATTOPADHYAY et al., 1992), analgésica (ARORA et al., 2005; GODHWANI et

al., 1987), imunoestimulantes (ARORA et al., 2005; GODHWANI et al., 1988) e atividades

de cicatrização de feridas (ARORA et al., 2005; SHETTY et al., 1999).

As folhas e o caule de O. sanctum contêm vários constituintes, incluindo o apigenin, o

carvacrol, o cirsilineol, a cirsimaritina, o eugenol, a isoximonina, a luteolina, o eugenol de

32

metilo, a orientina, o ácido rosmarínico, o ácido ursólico, vicenin (ARORA et al., 2005;

NAIR et al., 1982). No extrato etanólico foi relatado a presença de vicenin-2, ácido

rosmarínico, galuteolina, ácido glicosílico de cirsilineol, éster metílico do ácido gálico, éster

etílico do ácido gálico, ácido protocatequico, ácido vanílico, vanilina e ácido caféico

(ARORA et al., 2005; NORR & WAGNER, 1982).

O extrato foliar de Ocimum sanctum Linn, quando administrado via intraperitoneal na

dose de 10 mg/kg por dia durante 5 dias, antes da irradiação de corpo de inteiro com doses

letais e sub-letais de radiação gama, aumentou a sobrevivência de ratos, promovendo a

recuperação e regeneração de células progenitoras hematopoiéticas (células-tronco) (ARORA

et al., 2005; GANASOUNDARI et al., 1997). Além disso, o extrato de O. sanctum também

protegeu o fígado do ratos contra a peroxidação lipídica induzida por radiação, aumentando os

níveis de glutationa reduzida (GSH), GSH-transferase, GSH-peroxidase e redutase, bem como

superóxido dismutase (SOD) (ARORA et al., 2005).

Ginseng (Panax ginseng CA Meyer)

O ginseng (Panax ginseng CA Meyer) é uma planta utilizada na medicina oriental

tradicional para o tratamento de diversas doenças. Possui propriedades adaptogênicas,

antiestresse, antitumorais, antioxidantes, antienvelhecimento, antifúngicas e rejuvenescedoras

(ARORA et al., 2005 apud KEUM et al., 2000; KIM et al., 1993, 1998, 2002; LAM & NG,

2002).

O caule e as folhas de ginseng contêm ginsenosídeos - Rb-1, Rb-2, Rc, Rd, Re, Rf,

Rg-1, Rg-2, Rg-3, kaempferol, triofolina, salicílico, p-coumaric, gentisic e cafeico ácidos,

enquanto as raízes foram relatadas como contendo panaxan A, B, C, D, E, F, G, H,

polissacarídeos ácidos, tripalmatina, panxinol, panaxytriol, linoleína, ácido palmítico, β-

sitoserol (ARORA et al., 2005; DEWICK, 2002)

O extrato inteiro de ginseng promoveu a recuperação da contagem de trombócitos e

eritrócitos no sangue de camundongos após a irradiação gama, o aumento da formação

endógena de colônias no baço destes animais e também a redução da apoptose em células da

mucosa jejunal (ARORA et al., 2005; KIM et al., 2001). O extrato aquoso de P. ginseng,

também possui atividades imunológicas tais como indução de várias citocinas nas células do

baço, incluindo o tipo Th1 (IL-2, IL-12, IFN-γ), Th-2 (IL-4, IL-5, IL-10) e pró-inflamatório

(IL-1, IL-6, TNF-a) sob condições in vitro (ARORA et al., 2005; SONODA et al., 1998),

atividade mitogênica, capacidade de estimular células assassinas naturais (NK), células

33

Figura 18: Panax ginseng

Fonte: medicinanatural.com

assassinas ativadas por linfocinas (LAK) e macrófagos (ARORA et al., 2005; SONG et al.,

2002).

.

Uva negra

Os efeitos radiomodificadores da uva negra e de seus subprodutos em roedores já

foram demonstrados em alguns estudos recentes. Foi demonstrado que o suco de uva negra é

um radiomodificador em potencial contra os danos no coração, causado durante o estresse da

SAR, devido à presença de compostos fenólicos com alta atividade antioxidante (FREITAS et

al., 2012). Em outro estudo, a análise por HPLC mostrou a presença do resveratrol e dos

flavonóides quercetina e rutina. A suplementação com suco de uva negra demonstrou

capacidade de proteger o baço da peroxidação lipídica após irradiação gama (FREITAS et al.,

2013), bem como de restaurar o sistema antioxidante primário do fígado de ratos 15 dias após

irradiação com raios X, protegendo este órgão contra a peroxidação lipídica (ANDRADE et

al., 2009a; ANDRADE et al., 2011), além de parecer ser eficaz na diminuição em até 60% da

perda de peso corporal característica na SAR, em animais irradiados com raios X

(ANDRADE et al., 2009a).

Licopeno

O pré-tratamento com licopeno, que pode ser obtido dos tomates e de seus

subprodutos, apresentou efeito radiomodificador, diminuindo os níveis de peroxidação

34

Figura 19: Aloe vera

Fonte: medicinanatural.com

lipídica, protegendo o fígado de ratos contra os danos induzidos pela radiação X e contra

danos causados ao DNA, após irradiação de corpo inteiro (SRINIVASAN et al., 2014).

Aloe vera

A Aloe vera (Babosa) possui no interior de suas folhas um gel mucilaginoso com

aparência viscosa e incolor que apresenta atividade cicatrizante, antimicrobiana, antifúngica,

antiinflamatória e antiviral (FALEIRO et al., 2009), antineoplásica, hipoglicemiante,

imunomoduladora, hidratante e emoliente (FREITAS et al., 2014). Estas propriedades se dão

pela presença de antraquinonas como aloenina, barbaloína e isobarbaloína em sua composição

química (FALEIRO et al., 2009). Freitas et al., 2014 descreve que o gel de Aloe vera é

constituído principalmente por água e polissacarídeos, além de 70 outros componentes, tais

como, vitamina A, B, C e E, cálcio, potássio, magnésio, zinco, diversos aminoácidos, enzimas

e carboidratos.

A análise do extrato etanólico do gel de folha de Aloe vera revelou elevada

propriedade antioxidante deste vegetal, diminuindo a peroxidação lipídica e aumentando

significativamente os níveis de glutationa reduzida, além das atividades das enzimas

superóxido dismutase, catalase, glutationa peroxidase e glutationa-S-transferase no fígado e

nos rins de ratos diabéticos (RAJASEKARAN et al., 2005). Devido à sua elevada capacidade

antioxidante, este composto vegetal tem grande potencial radiomodificador, sendo necessários

estudos adicionais para sua comprovação.

35

Figura 20: Curcuma longa

Fonte: medicinanatural.com

Curcumina

A curcumina é o componente principal do açafrão-da-terra ou cúrcuma (Curcuma

longa). No sistema de medicina Ayurveda, a curcumina é muito utilizada por apresentar ação

digestiva, carminativa, imunizante, antialérgica, antimicrobiana, estimulante, antiinflamatória,

cicatrizante, antioxidante e alívio de doenças respiratórias (asma, bronquite, alergias), além de

ser eficaz contra doenças hepáticas e sinusite (SUETH-SANTIAGO et al., 2015).

A Curcumina apresentou atividade radiomodificadora quando administrada antes da

irradiação, eliminando radicais livres e restaurando a atividade específica do sistema de

enzimas reguladoras (glioxalase) responsáveis pela regeneração dos tecidos do baço e fígados

irradiados (CHOUDHARY et al., 1999). A curcumina, em combinação com a radiação,

apresentou também efeitos radiossensibilizantes em uma linha de células de câncer de

próstata mutante, melhorando significativamente a inibição clonogênica induzida por radiação

e induzindo a apoptose das células cancerígenas (CHENDIL et al., 2004; SEBASTIÀ et al.,

2014).

36

6 - Conclusão

Com o intuito de que os efeitos nocivos causados pela interação da radiação ionizante

com o material biológico não superem os benefícios do uso terapêutico dessas radiações,

atualmente tem-se pesquisado o efeito radiomodificador de diversas substâncias naturais,

principalmente as de origem vegetal. O uso de plantas que podem atuar como

radiossensibilizador para células tumorais e/ou como radiomodificador para células normais

pode ser mais barato e aumentar o ganho terapêutico da terapia da radiação, já que podem não

só melhorar os resultados da radioterapia, mas também evitar uma série de efeitos

mutagênicos/cancerígenos causados pela interação de tecidos sadios com a radiação.

A obtenção de extratos de plantas que sejam baratos e não tóxicos e a identificação

dos seus princípios ativos que gerem um efeito radiomodificante (radiossensibilizando

tumores e/ou radioprotegendo tecidos normais) é uma estratégia para os casos da exposição

terapêutica ou acidental à radiação ionizante.

Muitas plantas já foram testadas e se mostraram efetivas quanto à capacidade de

amenizar e/ou evitar os danos causados pelas radiações ionizantes. E muitas outras, possuem

grande potencial para exibir características radiomodificadoras. Sendo necessários ensaios e

estudos clínicos para comprovação de tais características dos extratos vegetais e também para

identificar os compostos bioativos responsáveis pela radiomodificação, além de testes de

toxicidade e segurança para uso desses extratos em humanos.

Uma questão importante observada nesta pesquisa bibliográfica é que a maioria dos

extratos testados exibiram suas propriedades radiomodificadoras quando administrados antes

da irradiação. Levantando a importância de testes com plantas que possam também ser usadas

após a irradiação e que possam ser usadas para tratamento de pessoas expostas a altas doses

de radiação ionizante, seja esta exposição acidental ou não.

37

7 - Referências Bibliográficas

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FISICAMED, 2016. Blog que integra o Programa Aprender com Cultura e Extensão da

Universidade de São Paulo (USP), atuando como canal informativo sobre radiação ionizante e

não ionizante, através de publicações regulares sobre a física envolvida no tema, suas

aplicações em medicina e também sobre o papel do físico médico no trabalho envolvendo

radiação, visando interagir com o público em geral para esclarecimento de dúvidas. Além

disso, divulgaremos as pesquisas desenvolvidas nesta área no Departamento de Física da

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP – USP), bem como o

curso de Física Médica oferecido por esta instituição. Disponível em:

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