Gothic Metal e Animação

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UNIVERSIDADE FUMEC FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA FEA Curso de Design Gráfico Nadya Hoffmann Ribeiro ANIMAÇÃO TEASER MANA-SAMA Profa. Orientadora: Magda Rezende de Oliveira Belo Horizonte 06/2013

Transcript of Gothic Metal e Animação

UNIVERSIDADE FUMEC

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA – FEA

Curso de Design Gráfico

Nadya Hoffmann Ribeiro

ANIMAÇÃO TEASER MANA-SAMA

Profa. Orientadora: Magda Rezende de Oliveira

Belo Horizonte

06/2013

1

Nadya Hoffmann Ribeiro

ANIMAÇÃO TEASER MANA-SAMA

Trabalho de TCC de animação apresentado à

Faculdade de Engenharia e Arquitetura da

Universidade FUMEC, como requisito para

formação no curso de Design Gráfico.

Belo Horizonte

06/2013

2

Nadya Hoffmann Ribeiro

Animação Teaser Mana-sama

Trabalho de TCC de animação apresentado à

Faculdade de Engenharia e Arquitetura da

Universidade FUMEC, como requisito para

formação no curso de Design Gráfico.

__________________________________________________

Orientador

__________________________________________________

Co-Orientador

__________________________________________________

__________________________________________________

__________________________________________________

Belo Horizonte ____de ______________de ____

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“I think my ideal Utopia would be to

surround myself with people who are

intelligent and are responsible for

themselves and want to be individuals and

want to do what they want to do and want

to be themselves, and not what television

or religion or society might want to

impress upon then. That would be my

criteria for intelligence.”

(Marilyn Manson)

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RESUMO

O trabalho trata-se de um vídeo teaser para o lançamento da autobiografia do artista Mana-

sama utilizando-se a técnica de animação de silhueta e rotoscopia. Para a realização deste

trabalho foi feita uma pesquisa sobre o tema do metal gótico e foca o guitarrista, designer,

produtor e estilista Mana-sama e o desenvolvimento pessoal do mesmo ao longo de sua

carreira. Para definir o publico alvo do projeto foi feita uma pesquisa quantitativa através de

um formulário do google docs que foi distribuído nos principais fã-clubes do artista, através

da pesquisa deste publico foi definida a melhor forma de aproximação como sendo a

animação. Foi realizada também uma pesquisa sobre a técnica da rotoscopia e sobre a

animação de silhuetas, bem como vários testes de traço e da própria técnica. O trabalho teve

várias etapas e meses de trabalho ininterrupto que deu origem a um vídeo de 3 minutos e 50

segundos que mistura a animação com o motion graphics, o vídeo ao mesmo tempo em que

mostra as varias fazes do artista, faz uma chamada para a autobiografia.

Palavras Chave: Animação, Musica, Design Gráfico, Gothic Metal, Mana-sama, Teaser.

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SUMÁRIO

1 Tema: Gothic Metal ................................................................................................................. 0

1.1 Definição .............................................................................................................................. 7

1.2 História ................................................................................................................................. 7

2 Recorte Temático: Mana-sama .............................................................................................. 12

2.1 O caso do Japão .................................................................................................................. 12

2.2 Mana-sama ......................................................................................................................... 14

3 Justificativa ............................................................................................................................ 19

4. Problema de Design .............................................................................................................. 20

5. Objetivos ............................................................................................................................... 21

5.1 Objetivo de Design ............................................................................................................. 21

5.2 Objetivo Mercadológico ..................................................................................................... 21

5.3 Objetivo Sociocultural ........................................................................................................ 21

6 Conceito: Persona Músical .................................................................................................... 22

7 Fundamentação Teórica ......................................................................................................... 26

7.1 Contra Luz .......................................................................................................................... 26

7.2 Iconicidade.......................................................................................................................... 27

7.3 Sincronismo. ....................................................................................................................... 28

7.4 Remix .................................................................................................................................. 29

8 Fundamentação Metodológica ............................................................................................... 30

8.1 Técnicas de Investigação. ................................................................................................... 30

8.2 Técnicas e Processos de Execução. .................................................................................... 31

8.2.1 Escolha da Técnica .......................................................................................................... 31

8.2.2 Seleção de vídeos e edição .............................................................................................. 31

8.2.3 Criação das silhuetas ....................................................................................................... 32

8.2.4 Edição das imagens ......................................................................................................... 32

8.2.5 Criação do vídeo e escolha de fundo ............................................................................... 32

6

8.2.6 Escolha de musicas .......................................................................................................... 33

8.2.7 Criação dos títulos ........................................................................................................... 33

8.2.8 Finalização e retoques. .................................................................................................... 33

9 Conclusão .............................................................................................................................. 35

10 Referências .......................................................................................................................... 37

10.1 Referências Principais ...................................................................................................... 37

10.2 Outras Referências ............................................................................................................ 39

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1 TEMA: GOTHIC METAL

1.1 Definição

Gothic Metal é um estilo musical que tem como característica principal a junção entre o estilo

de música gótico e o heavy metal. Para esta junção existem algumas variações, mas a maior

parte assimila a temática gótica, letras que falam de magia, vampirismo, questões religiosas,

morte, fascínio pela noite, além da própria literatura gótica, e criam uma harmonia com o som

do heavy metal, bateria de pedaleira dupla, guitarras altas e agressivas e vozes guturais e

berradas.

Existem duas variações do estilo que se tornaram mais conhecidas e mais utilizadas pelas

bandas atuais, a primeira se utiliza de instrumentos clássicos em harmonia com as guitarras,

como violinos, violoncelos, órgãos, sinos dentre outros efeitos, quase sempre reproduzidos

digitalmente ou através de teclados, e a segunda se utiliza de uma técnica conhecida como ‘a

bela e a fera’, esta consiste no uso de dois vocais, um feminino de soprano, com elementos

muitas vezes tirados da opera clássica, e outro masculino e gutural típico das bandas de heavy

metal.

1.2 História

O gótico é um estilo clássico que começou na Era Vitoriana na Inglaterra, consistia de um

estilo sombrio e sempre voltado para a contra religião, repleto de adornos em ouro e prata,

roupas extremante detalhadas, com rendas e camadas, e um estilo de literatura voltado a

poemas obscuros que abordavam tanto a morte quanto as questões sexuais. A música tinha

seu estilo voltado sempre às operas ou clássicas com acordes tristes e sombrios, algumas

obras como a sonata de Franz Liszt “Mehisto Waltz” que apresentava um conjunto de acordes

atonais, denominados “Dance Macabre”, era considerado inclusive como uma obra herética

pela igreja católica.

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Figura 1: Screamin’ Jay Hawkins

Fonte: vagalume.com.br

Durante muito tempo este estilo ficou em segundo

plano ofuscado pelas tendências modernas da arte,

apenas em 1956, com o cantor de blues Screamin’

Jay Hawkins (FIG.1), que o estilo voltou à tona de

uma forma remodelada e inovadora. O estilo ainda

apresentava sua questão religiosa e o mal do século,

porém agora de uma forma que expressava uma

revolta contra a própria religião e contra a

sociedade. Em seu livro “Goth Chic: um guia para a cultura dark”, Baddeley descreve a

performance de Hawkins como algo tirado de um desenho animado, “O embrião dessa

estética gótica de desenho animado surgiu quando, em 1956, ele gravou o single “I Put a Spell

on You”, uma balada de amor possessivo com toques sobrenaturais.” (BADDELEY, Gavin.

2005 – pag. 163).

Após o sucesso estrondoso de Hawkins, e dos vários covers que sua música lhe rendeu, quem

surgiu para contribuir com o movimento gótico que começava a se formar foi a Rolling

Stones. Seu álbum “Their Satanic Majesties Request” de 1968 foi considerado por vários

críticos da época como uma ode a Lúcifer, e sua música “Paint It Black” ainda hoje é

considerada uma obra prima da melancolia requintada. O álbum polmico dos Stones serviu

de inspiração para várias bandas que vieram em seguida, dentre elas Inkubus Sukubus e

Mephisto Waltz.

Entretanto quem realmente consagrou o estilo criando a classificação músical “Gothic Rock”

foi a banda Velvet Undergroung. Um artigo do Chicago Daily News de 1966 destacou a

banda dizendo “As flores do mal estão em pleno desabrochar”, fazendo uma referencia ao

livro “Le Fleurs du mal” de Charles Baudelaire e a revista americana Trouser Press em uma

reportagem ressaltou “o modelo de sexo, drogas, barulho, literatura, decadência e obsessão foi

responsável pela criação de mais grupos alternativos do que qualquer outra instituição da

escola de artes”. Embora este grupo não tenha obtido um grande sucesso comercial eles

serviram de exemplo e graças a eles ficou conhecido o novo estilo de música.

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Ainda na década de 60, junto ao movimento criado pelos Stones e pela Velvet, surgiram duas

outras bandas que ajudaram a consagrar o estilo, Alice Cooper e The Doors. Alice Cooper

teve grande repercussão, principalmente por conta de suas letras macabras que envolviam

tanto uma questão religiosa quanto mórbida. Os Doors, embora menos exóticos do que

Cooper, trouxeram o movimento a tona ao lançarem sua música “Riders on the Storm” que

embora mostrasse uma mensagem de aproveitar a vida ao máximo, trazia escondida a

temática do assassino misterioso que pode acabar com a vida a qualquer instante, de acordo

com um correspondente de Massachusetts do Willian College News: “The Doors não eram

hippies agradáveis e divertidos ofertando sorrisos e flores. Eles brandiam uma faca com uma

lamina gélida e aterrorizante”.

Entretanto, uma das maiores contribuições para a formação, não só do estilo musical, como

também de toda uma forma de vida e caracterização do gótico contemporâneo só surgiu em

1970 com David Bowie, que buscava sua inspiração no mago Aleister Crowley escritor da

Bíblia Satânica.

“(...)’A maioria das músicas é um labirinto obscuro de perversão, degradação, medo

e comiseração’, lamentou-se um critico da Rolling Stone. ‘Será que estes elementos

são fantasias masturbatórias, projeções movidas pela culpa ou será que tudo isso não

passa de exploração no melhor estilo de Alice Cooper?’ (...) Os critico não sabiam o

que fazer com Low quando o álbum foi lançado em 1977. Muitos ficaram

perturbados. O jornalista de rock inglês e fã de Bowie de longa data Charles Shaar

Murray ficou estarrecido, descrevendo o disco para a NME como um refletor ‘de

futilidade e da glorificação de um desejo de morte, um elaborado trabalho de

embalsamento para a cova de um suicida... decadente no sentido que glamouriza e

glorifica a deterioração passiva’(...) ” – (BADDELEY, 2005, p.180 -181)

Em seu álbum Low, Bowie criou um efeito que é usado até hoje pelas bandas góticas, através

de sintetizadores ele usava efeitos de xilofones e tambores distorcidos que se misturavam com

as guitarras criando uma atmosfera enervante e sombria. Uma fusão entre o gótico clássico e o

moderno.

Na década de 1980 o estilo do rock gótico foi levado para os estados unidos através da banda

Christian Death, um dos fundadores do estilo visual dos góticos contemporâneos. Na época

em que surgiram eles apresentavam um visual nunca antes visto. Suas roupas negras e longas,

cabelos pintados de preto, meias arrastão e o visual andrógino faziam com eles fossem

comparados com os góticos clássicos europeus ao invés do visual de halloween apresentado

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pelos americanos. Infelizmente a banda teve um fim súbito quando o vocalista Rozz Willians

se enforcou em seu apartamento.

O clima da década de 1990 modificou de vez o cenário do gótico dando origem a um novo

estilo, o “Gothic Metal”. De acordo com Trent Raznor, vocalista e líder do projeto Nine Inch

Nails “há uma cena que tem florescido nos últimos anos ou mais. Uma música underground,

dançante voltada para os clubs que foi intitulada de industrial apenas pela falta de um novo

rotulo”.

Mas o estilo foi realmente levado em conta com o surgimento de 3 bandas no norte da

Inglaterra, as bandas Anathema, Paradise Lost e My Dying Bride. Estas bandas tocavam um

estilo de heavy metal, porem com requintes góticos e a temática obscura. O ritmo era ao

mesmo tempo dançante e melancólico, era um estilo novo que não podia ser classificado

apenas como gótico e muito menos como metal.

O titulo do segundo álbum do Paradise Lost, Gothic (1991), foi certamente uma

afirmação das intenções da banda. O ano de 1993 viu o Anathema lançar seu álbum

de estreia Serenades, enquanto o My Dying Bride terminava o seu segundo, Turn

Loose the Swans [...] Todas as três bandas merecem ser vistas de forma mais seria

pela comunidade gótica internacional, merecendo mais do que o rotulo de “metal”

pode sugerir (BADDELEY, Gavin. 2005 – p.267)

Em 1996 o musico Marilyn Manson fez com que o novo estilo de música fosse mundialmente

conhecido com seu álbum “Antichrist Superstar”. O álbum polêmico de Manson gerou varias

passeatas e protestos de grupos religiosos ao redor do globo, porem mesmo com todos os

apelos das igrejas, de acordo com Gabriel San Roman, em seu artigo “Marilyn Manson’s

‘Antichrist Superstar’ Turns 15 as ‘Born Villain’ Readies for Release” para a revista OC

Weekly, o álbum ganhou um disco de platina em dezembro do mesmo ano e vendeu mais de 7

milhões de cópias no mundo.

Em 1995 surgiu a banda que se tornaria uma das mais famosas bandas de Gothic Metal do

mundo, a banda Evanescence surgiu em Little Rock, Arkansas, lançando em 2003 seu

primeiro álbum, Fallen que vendeu mais de 15 milhões de cópias, de acordo com o renomado

site músical Open Doors. Na mesma época, na Finlândia surgiu outra banda que também

acabou por se tornar uma das maiores divulgadoras do estilo na Europa, a banda Nightwish

foi fundada em 1996, ficando conhecida em 2004 com seu álbum Once. Posteriormente a

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banda conseguiu destaque mundial e sua música “Wish I Had an Angel” foi usada em diversos

filmes de Hollywood.

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2 RECORTE TEMÁTICO: MANA-SAMA

2.1 O caso do Japão

O Japão, a Ásia no geral, não vivenciou o passado vitoriano que ocorreu na Europa, a

principal influencia para o inicio da cultura gótica, toda a depressão da era, as músicas

clássicas, a obscuridade da literatura romântica e as poesias do mal do século, nada disso foi

vivenciado pelos japoneses. O que eles têm como referencia são histórias e relatos desse

passado, mas não a vivencia em si.

Outra grande diferença é o fato da cultura gótica europeia, estar ligada a revolta contra a

religião, principalmente no que diz respeito à religião católica e cristã com todas as suas

regras e imposições, e ao surgimento de uma pesquisa com relação ao ocultismo e as

chamadas “contra religiões”. Entretanto o que vemos no Japão é um passado xintoísta e

budista que até hoje ainda prevalece como maioria religiosa no país.

Isso faz com que o gótico oriental seja de certa forma, mais romântico e idealizado. O japonês

para criar sua música gótica se baseia muito mais na literatura e na pesquisa do que na

revolução gótica. Isto, todavia, não é algo que torna a música gótica japonesa inferior, muito

pelo contrario, vemos músicas com as letras mais bem elaboradas e o ritmo que trás uma

perfeita harmonia entre os instrumentos, frutos de estudo não só na área da poesia como na

própria música clássica. Além da música o visual japonês também se destaca, são visuais

elaborados baseados nas vestimentas góticas históricas, muitas vezes com cores fortes e

vibrantes como verdadeiros bailes vitorianos e outras vezes trajes pretos e obscuros como um

romance vampírico de terror.

O movimento gótico japonês começou em 1992 quando os guitarristas Mana e Közi,

inspirados pelo novo estilo que surgia na Europa, criaram a banda Malice Mizer. A banda

pretendia mostrar um pouco da música clássica europeia em uníssono com o som das

guitarras para criar um estilo melódico e diferente.

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“Eu realmente amo a música clássica europeia. Com esta banda, eu posso usar duas

guitarras gêmeas para juntar melodias de tristeza e de beleza, com o imaginário

coberto de névoa europeu (nossa expressão de beleza), combinando isso com a

velocidade do rock, e também com vocais que são melódicos e fáceis de se ouvir...

com tudo isso junto eu estava planejando uma música que tivesse em seu interior

beleza e tristeza em harmonia. Naturalmente, mais do que a performance, eu quero

fazer com que a Malice Mizer seja única e inovadora, não algo que possa ser

chamado disso ou daquilo. Na verdade, em termos de nossa atmosfera, nós ainda

estamos no meio da criação, e ainda estamos no estagio de descobrir, nosso próprio

som único através da tentativa e erro.” (MANA, Shoxx Malice Mizer First

Interview. 1992)

A banda Malice Mizer foi o começo do movimento gótico no Japão, com um visual

diferenciado, usando roupas negras e longas, as letras que traziam uma melancolia em forma

de poemas bem elaborados e o som do rock fizeram dela a primeira banda de rock gótico

japonês.

Em 2002 surgiu uma nova banda que trazia o estilo gótico do Malice Mizer misturado a um

visual dinâmico que se mudava a cada álbum. The Gazette, uma das bandas góticas mais

famosas do Japão trabalhou com letras depressivas e destrutivas que além do gótico traziam

elementos eletrônicos, do hip hop e até mesmo do punk. A banda foi de grande importância

para a divulgação do estilo japonês por conta de suas varias turnês mundiais.

Em março de 2002 o antigo guitarrista da Malice Mizer formou uma nova banda. A Moi Dix

Mois é um símbolo do gothic metal moderno, não só japonês, mas mundial. A banda possui

letras que refletem o lado religioso do gótico europeu, mostrando um tom de misticismo,

revolta religiosa, romances vampíricos e paixão pela morte e pela noite.

Outras duas bandas que são bastante influentes no estilo são as bandas D e Versailles. A

banda D formada em 2003, trás o estio musical próprio do gótico ocidental, com o som forte

das guitarras misturado a coros e elementos de opera, principalmente no vocal tenor de Asagi

contrastando com os guturais do mesmo, a banda já esteve em turnê mundial, vindo inclusive

no Brasil em 2010, onde, segundo o site JRock Brasil Street Team que fez a cobertura do

show, “lotou a casa trazendo até mesmo pessoas que não conheciam o mundo do rock

japonês”. A banda Versailes, formada em 2007, trás novamente o visual antigo da Malice

Mizer, com roupas extremamente detalhadas e coloridas típicas do período romântico gótico

da era vitoriana, a banda faz menção as antigas casas de opera francesas.

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2.2 Mana-sama

Mana-sama nasceu em Hiroshima, Japão. A data de seu nascimento e seu nome verdadeiro

são desconhecidos, embora muitas pessoas digam que seu nome verdadeiro é Manabu Satou,

essa informação não é confirmada. Seus pais eram professores de música clássica e desde

pequeno ele estudou teoria e história da música, ele foi o percursor do movimento gótico no

Japão, é guitarrista da banda de gothic metal Moi dix Mois, dono da gravadora Midi:Nette e

da marca de roupas Moi Même Moitié.

Em 1985 Mana foi a um show da banda de gothic punk Mötley Crüe e se encantou pelo visual

extravagante da banda, em 1988 ele entrou para a banda feminina Girl’ E onde ele atuava com

o nome de Serina e, como se tratava de uma banda feminina, passou a utilizar roupas de

mulher. Ele considerava as roupas masculinas muito normais e pouco detalhadas, então para

criar um visual diferenciado e atrativo ele passou a utilizar roupas femininas que ele mesmo

costurava. A banda tinha como estilo principal o punk e chegou a gravar dois LPs, mas Mana

chegou à conclusão que o punk não era o estilo que ele estava procurando.

Com o surgimento do estilo “gothic metal” na Europa e sua popularização pelo mundo, Mana

chegou à conclusão que este era o estilo que ele estava procurando. Em 1990 ele conheceu o

guitarrista Közi e os dois entraram para a banda Matenrou, que tocava um estilo de metal que

se aproximava do que Mana buscava, entretanto a banda não durou muito e acabou se

separando seis meses depois.

Em 1992 ele e Közi decidiram criar a primeira

banda de gothic metal do Japão, a Malice

Mizer (FIG.2). O nome surgiu de uma

pergunta de um filme de ficção cientifica onde

o protagonista perguntava “O que é o ser

humano?” e a resposta que Mana encontrou

para a duvida foi “O ser humano é um produto

entre a malícia e a miséria”. No começo a

banda foi extremamente criticada pelo estilo

da música e pelas letras cujo conteúdo Figura 2: Malice Mizer (Era Tetsu)

Fonte: www.malice-mizer.midi-nette.com

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abordava assuntos mórbidos e deprimentes além do visual obscuro com roupas pretas e longas.

Porém logo após seu primeiro show ao vivo a banda ganhou grande destaque na mídia, com o

sucesso da banda Mana conseguiu criar uma gravadora de música, a MIdi:Nette que tinha

como proposta o incentivo ao surgimento de novas bandas. Nessa época Mana resolveu levar

a banda a um novo patamar, além das letras e do ritmo diferenciado, Mana queria criar algo

que fosse mais teatral. Mas nem todos os membros gostaram da ideia de ter que usar

maquiagens e dançar no palco, com isso o vocalista Tetsu deixou a banda em 1994.

Em 1995 a banda foi apresentada ao

vocalista do Cain’s Feel, Gackt que gostou

da ideia de tornar um show ao vivo em

uma espécie de teatro onde a música não

fosse apenas uma música e sim uma ideia a

ser transmitida. Com isso o visual da banda

virou algo mais teatral que lembrava as

roupas de baile vitorianas com cores fortes

e vibrantes (FIG.3). Nessa época Mana

notou que vários fãs copiavam suas roupas,

que mesmo sendo góticas tinham vários

laços e bordados, e para agradar seus fãs ele criou a marca de roupas Moi Même Moitié, que

trazia um novo estilo de gótico inventado por ele, o Gothic Lolita, que seria uma espécie de

gótico feminino e bonitinho.

Em 1998 a banda lançou seu projeto mais ousado, o Visual-Live Show Meveilles L’espace. O

diferencial de um visual-live show para um show ao vivo é que este não tinha somente o

propósito de mostrar aos fãs as músicas da banda, o objetivo de um visual-live show é passar

ao público uma mensagem através de uma história ou de um conceito.

O Merveilles L’espace contava uma releitura do famoso conto de Lewis Carrol “Alice no País

das Maravilhas” associado a uma visão crítica da sociedade e da religião. O show contava a

história de um protagonista drogado e corrupto que morre de overdose indo parar no inferno.

Vendo esta situação o anjo da guarda do protagonista vai ao inferno para salvá-lo, porém

acaba preso junto a ele, o protagonista então resolve pela primeira vez fazer uma oração e

Figura 3: Malice Mizer (era Gackt)

Fonte: www.jpopasia.com

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pede ao “Lorde do Céu” que salve o anjo. Com isso o protagonista consegue sua redenção

sendo levado ao país das maravilhas. Contudo, assim como a Alice de Carrol, o protagonista

discorda das leis e das punições e começa a transformar o país das maravilhas e modificar os

personagens que ele encontra. No final o protagonista é expulso fazendo uma alusão à queda

dos anjos.

Esse show foi o primeiro visual-live do mundo e a partir dele praticamente todas as bandas

japonesas até hoje se utilizam do termo para fazer shows interativos e que contem histórias ou

até mesmo shows que mostrem os conceitos da banda. O Merveilles L’espace acabou se

tornando uma turnê que abrangeu não só o Japão como vários países da Ásia e da Europa.

Porém logo após o fim da turnê, em 1999, o vocalista Gackt saiu da banda por conta de

algumas divergências de ideia entre ele e os outros membros, além da saída do vocalista, o

baterista Kami teve uma morte inesperada que abalou profundamente os membros da banda.

Em 2000 a banda conheceu um novo vocalista,

Klaha e adotou um visual mais mórbido e macabro

(FIG.4), por motivos de luto pelo ex-baterista suas

músicas não possuíam bateria como uma forma de

dizer que Kami era insubstituível. A banda durou

apenas mais um ano encerrando suas atividades

definitivamente em 2001.

Mesmo com seu encerramento o estilo de gótico que foi criado pela banda serviu, e serve até

hoje, como inspiração para varias outras bandas góticas japonesas que surgiram, como

Versailles, Gazette e D. Ao encerrar as atividades do Malice Mizer, Mana prometeu aos seus

fãs que traria algo diferente e inovador, e em 2002 ele lançou seu projeto solo, o Moi Dix

Mois que trazia um estilo completamente diferenciado de gothic metal.

“O Moi dix Mois foi uma combinação de opostos: beleza e escuridão, elegância e

agressão, criatividade e destruição. Com relação ao som, a banda continuou na

direção que o Malice Mizer estava em sua última fase. Os elementos familiares da

guitarra, do órgão de tubo, do cravo, do sintetizador e dos vocais de ópera profundos

ainda estavam todos presentes. Entretanto, o ritmo era muito mais rápido e pesado. O

resultado foi um som intrincado, mas fresco e incrivelmente energético, algo entre o

rock gótico, o metal, o neoclássico e o industrial.” (JAME Brasil, Artigos. “Biografia

Especial: Mana”, Setembro 2010)

Figura 4: Malice Mizer (era Klaha)

Fonte: malice-mizer.midi-nette.com

17

Figura 5: Moi dix Mois - Dixanadu

Fonte: moidixmois.com

Com a banda Moi Dix Mois (FIG.5), Mana

abandonou o visual romântico e de conto de

fadas que ele tinha na Malice Mizer, nessa

banda quando ele fez sua estreia no Dis

Inferno I ele assustou seus fãs aparecendo em

roupas negras e obscuras com o cabelo

espetado e batendo cabeça enquanto tocava a

guitarra, seu visual de “garota gótica” foi

substituído por uma espécie de príncipe

vampiro com maquiagem pesada e unhas longas. Não apenas o estilo, mas também as

temáticas de suas músicas mudaram, elas não falavam mais de literatura gótica e contos de

amor. As letras da Moi Dix Mois são letras que fazem críticas sociais e religiosas abordando a

condição humana e os problemas da sociedade ao mesmo tempo em que fala de uma

autodescoberta da identidade humana.

A partir de 2004 Mana começou a expandir seus horizontes e buscar novos fãs. Sua primeira

medida foi criar um fã clube internacional, o Mon Amour. Ele viajou para a Europa em uma

turnê, que foi apresentada em vários países, dentre eles a Alemanha e a França, sendo este

ultimo no Moulin Rouge lotando a casa. Em 2005 o Moi Dix Mois foi entrevistado pela

revista Orkus onde foi feita uma avaliação do publico através de votações e, ao contrario do

que todos esperavam, os leitores votaram em Mana como uma das 10 personalidades mais

impressionantes, um dos 10 melhores guitarristas e o Moi Dix Mois como uma das 10

melhores bandas de 2005.

O artigo lançado na revista chamou atenção da gravadora alemã Trisol, responsável por lançar

bandas góticas independentes como London After Midnight e Emilie Autumm. A Trisol

lançou a versão europeia do álbum Nocturnal Opera, fazendo com que Mana se tornasse o

primeiro artista japonês lançado em uma gravadora ocidental.

Em 2007 Mana lançou o álbum Dixanadu e decidiu promove-lo na Europa, mas, diferente das

outras bandas japonesas, Mana resolveu promover sua música em lugares com um publico de

fãs mais restrito, como Itália, Espanha e Finlândia. Todavia, o sucesso de seu álbum

Nocturnal Opera o precedeu e mesmo nestes lugares ele lotou as casas de show, não somente

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com um publico fã de música japonesa, como também vários rostos da cultura gótica e fãs de

heavy metal, além disso, seu publico também apresentava uma grande variedade de idades e

um grande publico masculino, o que é realmente incomum para bandas japonesas, cujo

publico feminino de 16 a 20 anos é uma maioria esmagadora.

A partir de 2008 a Moi Dix Mois deu uma pausa em suas atividades, aparecendo somente em

alguns eventos e ocasiões especiais. Mana se voltou mais para sua marca de roupas, onde

lançou duas revistas mensais a Gothic Lolita Bible que trazia para seus fãs dicas de moda,

roupas, maquiagem e confecção de assessórios, e a Madushou que trazia informações de

novas bandas, posters e fotos da Moi Dix Mois e para sua gravadora, onde ele produziu a

banda Schwarz Stein e a violoncelista de 19 anos Kanon Wakeshima.

Em 2012 a Moi Dix Mois voltou às atividades com um grande show em março comemorando

não só o aniversário de Mana, mas também os 10 anos da própria banda. No final deste

mesmo ano ele começou a escrever sua autobiografia onde ele pretende mostrar aos seus fãs o

caminho por ele percorrido que muitas pessoas não conhecem.

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3 JUSTIFICATIVA

O público é composto principalmente por jovens adultos de 21 a 30 anos, cerca de 56%, e de

adolescentes de 16 a 20, cerca de 34%. É um público que tem o habito muito voltado para a

área da animação e cultura japonesa. De acordo com o artigo “Identidade(s) no Consumo da

Cultura Pop Japonesa” de Giovana Santana Carlos, a juventude dos dias atuais tem se

inspirado cada vez mais na cultura japonesa, uma vez que as animações americanas que

sempre mostraram o “american way of life” se tornaram vazias e repetitivas, enquanto que as

animações japonesas mostram histórias que contém valores e conceitos que se renovam em

cada uma.

Visando criar um vinculo maior com o publico foi escolhida a técnica de animação com

silhueta. É um estilo de animação que surgiu com o teatro chinês e que vem sendo cada vez

mais utilizado nos dias atuais tanto em estúdios de animação quanto por bandas de música, de

acordo com o texto de Sonia Maria Caldeira Paiva as silhuetas criam uma relação da

animação com o espectador criando uma ideia de falsa interatividade onde a pessoa consegue

se colocar no lugar da silhueta criando relações psicológicas com o vídeo, o que é fortemente

buscado pelo publico em questão.

Além disso, é importante ressaltar que o publico escolhido apresenta hábitos de consumo por

impulso, sendo levados a comprar maquiagens, vídeos, músicas e qualquer objeto que esteja

relacionado a marcas de bandas e artistas góticos, são pessoas que têm uma renda alta, 88%

acima de 11 salários mínimos, e que compram frequentemente produtos vinculados à marca

do artista, o que torna possível a venda e distribuição do produto no mercado.

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4. PROBLEMA DE DESIGN

Como criar uma animação que mostre a totalidade da carreira de Mana-sama?

Mana-sama é um artista que já percorreu um longo caminho em sua carreira e abordou

durante este tempo vários estilos de musica, visuais e conceitos. Desde o punk ao metal gótico

ele criou e modificou vários estilos de musica. Em cada fase ele modificava não só seu visual

como também seu próprio comportamento e personalidade.

O problema de design é conseguir transmitir ao publico todas estas fases da carreira dele

através da animação sem que ela fique confusa ou desconexa, gerando uma unidade para que

não termine como um recorte de imagens avulsas.

21

5. OBJETIVOS

5.1 Objetivo de Design

O projeto tem como objetivo uma nova estratégia de marketing para o artista em questão, uma

vez que a animação tem se tornado cada vez mais popular e utilizada como forma de

propaganda, inclusive por outros artistas japoneses, além disso, existe uma grande aceitação

desse estilo pelo publico alvo em questão.

5.2 Objetivo Mercadológico

A animação tem como objetivo a criação de um teaser para a autobiografia de Mana-sama. O

mercado escolhido se expande a nível mundial, se concentrando principalmente nos Estados

Unidos, no Brasil, na Europa e no Japão, que são os lugares que concentram a maior parte dos

fãs. Porém é possível que a animação se expanda para outros lugares uma vez que a mesma

será veiculada pela internet.

5.3 Objetivo Sociocultural

A animação tem como seu principal objetivo levar ao publico que já conhece o artista a

passagem de tempo vivenciada pelo mesmo e a totalidade de seus trabalhos que muitas vezes

não são conhecidos pelos fãs. Além disso, é uma boa oportunidade para expandir o publico do

artista uma vez que pessoas que não o conhecem também terão acesso ao vídeo.

22

6 CONCEITO: PERSONA MÚSICAL

Criação da personalidade, influência da música, ídolo musical, modelo de vida.

A música é um dos fatores que mais influencia o comportamento da juventude, através dela

que se criam tribos e grupos de afinidades, através dela que os jovens encontram seu lugar no

mundo e criam seus valores e personalidades. Além disso, através da música também é

possível avaliar o comportamento das pessoas e seus gostos como diz o psicólogo americano

San Gosling:

“é possível definir a personalidade de cada indivíduo em função do estilo de música

que prefere”, por exemplo, um admirador de blues ou jazz, provavelmente será uma

pessoa inteligente, imaginativa, tolerante e liberal, ou por outro, um simpatizante de

heavy metal são normal e especialmente pessoas enérgicas, atléticas, curiosas e

“habituais ‘cabecilhas’ sociais” (GOSLING, San. Revista Super Interessante. Nº 117,

Janeiro. 2008).

Este conceito pode ser observado na própria criação da cultura gótica, desde sua criação como

um “blues gótico” por Hawkins, sua passagem pelo “rock ‘n roll” com os Stones e os Doors,

a criação do “gothic metal”, propriamente dito, por Manson e sua adaptação à cultura

japonesa feita por Mana. Em cada uma dessas etapas o comportamento dos jovens e a

personalidade dos mesmos eram afetados sofrendo transformações ao longo de cada etapa.

Essa transformação e criação de uma identidade não ocorrem somente nos fãs da música e nos

jovens que pertencem às tribos, os artistas e bandas também sofrem mudanças e

transformações na própria personalidade e na forma como criam e apresentam as músicas ao

seu público.

O conceito escolhido pode ser observado com clareza durante a

carreira de Mana-sama, na medida em que ele muda seu estilo e até

mesmo seu visual em cada fase de sua carreira como pode ser

observado em seguida através das fotos e trechos de músicas

compostas pelo artista.

Ele começa com uma banda punk (FIG.6) colorida com músicas

que envolvem as questões emocionais e sexuais da juventude punk Figura 6: Mana (1988)

Fonte: mana-sama.net

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Figura 7:Mana (1991)

Fonte: mana-sama.net

Figura 9: Mana (1996)

Fonte: www.malice-mizer.co.jp

japonesa como em sua música “One Game” onde a letra conta a história de um romance

passageiro, algo de uma noite só, o refrão é apenas uma frase que se repete “Eu quero te

deixar ir por que eu me preocupo com você”

Após a fase punk Mana começa com uma etapa de rock industrial

(FIG.7), as letras eram ainda românticas e refletiam um pouco das

questões de solidão e desejo das subculturas japonesas, mas agora com

uma guitarra e bateria mais pesadas. A música “Shinkirou” reflete estas

questões já em seu primeiro verso “Eu grito o seu nome mais alto que

qualquer um, o nome que sempre chamo. Por que só eu entendo sua

dor e solidão, ninguém mais”

Depois disso Mana faz uma mudança completa em sua

personalidade e no seu jeito de agir ao fundar a primeira banda

gótica japonesa, a Malice Mizer. Ele passa a utilizar roupas

escuras e maquiagem branca no rosto para parecer mais pálido,

algo entre um fantasma e um vampiro (FIG.8). As músicas

possuem um arranjo leve e ritmado que mistura um rock

clássico com sintetizadores que imitam os instrumentos

clássicos. As letras, no entanto, ainda são românticas, mas

agora baseadas no romantismo gótico com letras que ao tempo

em que falam de amor também falam da morte, da depressão e da solidão, como a música

“Ma Chérie” onde fala “O amor não tem razão, não tem sentido, não tem nada. Eu olho para

as estrelas e suspiro uma frase ‘Ma Chérie, você sente saudades de mim?’ essas palavras que

eu repito não são orações, são súplicas”

A próxima mudança na personalidade de Mana foi ao trocar o

vocalista da Malice Mizer, com o novo vocalista Mana começa

a tender para o lado religioso e de revolta social visto muito

pelo gótico americano, suas músicas se tornam mais pesadas e

com temas mais polêmicos e seu visual também se torna mais

exótico variando entre roupas apertadas de couro (FIG.9) e

roupas tiradas de contos de fada com cores fortes. Sua música

Figura 8: Mana (1992)

Fonte: www.malice-mizer.co.jp

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“Illuminati”, uma das mais controversas músicas da banda, já mostra isso em sua letra: “Tire

suas roupas frente a esta figura crucificada e fique de joelhos, rezando nesta forma prostrada

que te ensinaram [...] ao entrar nesse jogo não tem como fugir, perto da estrela de Davi tudo

se mistura.”

Sua próxima fase ocorre ao mudar novamente o vocalista da

Malice Mizer, Mana então resolve testar o estilo que começava a

surgir no ocidente, o metal gótico. Suas músicas se tornam

muito mais pesadas com letras que quase chegam a ser

consideradas satanistas, seu visual também se modifica, ele volta

para as roupas negras da primeira faze da Malice Mizer, mas

agora com uma obscuridade muito maior (FIG.10). A música

“Beast Blood” é a que melhor ilustra esta fase: “O cheiro do

sangue exala de meu hálito, flutuando em meio a esta noite de

estase, o futuro está morto em uma poça de sangue novo, o

sangue da Besta.”

Após ficar praticamente desaparecido estudando novas formas

do estilo gótico, Mana reaparece com um visual completamente

diferente, sua nova banda Moi Dix Mois mostra o verdadeiro e

exótico estilo do gothic metal japonês. Ele se volta mais para os

primórdios do estilo gótico e seu visual se inspira

completamente na era vitoriana inglesa (FIG.11) e suas músicas

começam a mostrar o romantismo gótico misturado à música

clássica e ao heavy metal pesado. Como a música “Dialogue

Symphonie” mostra em sua letra: “Então caímos violentamente,

estamos morrendo, simples assim. As memorias que eu tranquei

se dissolvem nos lamentos e tudo se desfaz com este ultimo

beijo”

Por fim, no que Mana considera o seu “verdadeiro eu”, ele chega a uma fase onde o estilo

gótico se torna algo quase único dele, com músicas extremamente detalhadas no que se refere

Figura 10: Mana (2000)

Fonte:www.malice-mizer.co.jp

Figura 11: Mana (2004)

Fonte: moidixmois.net

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ao arranjo musical, com letras que revezam entre críticas sociais, descoberta de identidade e

revoltas religiosas.

Seu visual está em constante mudança, mas ainda mantem a

questão das roupas vitorianas, porem mais detalhadas e a

maquiagem pesada geralmente em tons de azul, preto e

branco (FIG.12). A música “Deus Ex Machina” mostra um

pouco sobre o atual estilo de Mana, ela possui um arranjo

muito rico com uma mistura de música clássica, guitarras e

efeitos sonoros e sua letra mostra a revolta religiosa típica do

gótico, mas com o tom desafiador de Mana-sama, onde no

refrão ele se dirige a Deus dizendo: “Você também irá morrer

em meio a este maquinário, seus olhos corte-os fora! Um belo

céu de escuridão. Você é o próximo! Arrependa-se da criação

que você fez, à sua imagem, mas incompleta”.

Figura 12: Mana (2012) Fonte: moidixmois.net

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Figura 13: Bad Apple de Touhou Gensokyo

Fonte: youtube.com

7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

7.1 Contra Luz

O conceito de Contra luz, defendido por Sonia Maria Caldeira Paiva é fundamental para o

projeto em questão, pelo fato de que se trata uma animação que se utiliza da técnica de

silhueta. O conceito de contra luz surgiu no principio do entretenimento com o teatro chinês.

“Trata-se da forma mais antiga do uso da luz artisticamente. Sua origem é remota.

“Documentos antigos provam a existência de imagens funerárias movidas por

mecanismos que lhes conferiam uma perfeita ilusão de vida” (AMARAL, 1996:77).

O teatro chinês estava ligado ao sobrenatural e ao fantástico.” (PAIVA, Sonia Maria

Caldeira, 2010 - pag. 77).

A primeira utilização desse conceito na área de animação se deu pela artista Lotte Reiniger

que fazia a animação através da técnica de recorte. O conceito é utilizado através da forma e

contra forma dos objetos, geralmente em preto e branco ou então em dois tons. Como pode

ser visto no exemplo da animação Bad

Apple (FIG.13) feita inteiramente em

preto e branco.

A animação em questão é uma

simulação de silhueta através da técnica

de 3d, através dela pode-se observar

também com clareza que o conceito de

contra-luz não se refere a luz em si, e sim

na questão da forma e contra forma, nela é possível observar que a “luz” tida pelo conceito

como o fundo da imagem nem sempre é representado pelo branco já que em algumas cenas a

situação se inverte de forma que o fundo fica preto e a forma fica branca, além disso na

animação é possível ver como que esta técnica permite a transformação da forma.

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Figura 14: The Question, de Jesse Bond Fonte: youtube.com

7.2 Iconicidade.

O conceito de iconicidade, desenvolvido por Maria Cristina Menezes, se refere ao fato de que

na animação temos ícones de objetos reais.

“[...] A perfeição de movimentos anatômicos de seres humanos, animais e vegetais

[...] além de movimentos secundários para conferir naturalidade. Combina-se a isto

também a grande sofisticação de cenários com a utilização de varias camadas de

acetatos, a serem deslocados a diferentes velocidades, para produzir a exata

impressão da realidade [...] isso pressupõe sempre um observador presente, um

sujeito da visão, cuja identidade o espectador assume.” (MENEZES, Maria Cristina.

2005 - Pag 153)

Esse conceito é utilizado para criar

uma proximidade do publico com a

animação através da ilusão de

interatividade. O publico passa a se

enxergar no lugar do personagem

criando uma ligação emocional entre

expectador e animação, como

podemos observar na animação “The

Question” (FIG.14), feita por Jesse

Bond, onde é mostrado os conflitos amorosos de um casal, qualquer pessoa que já foi, ou

ainda é, casada consegue se ver no lugar do casal criando uma ligação psicológica e

emocional entre quem assiste o filme e os personagens do mesmo. Além disso os cenários

realistas e os movimentos de câmera fazem com que a pessoa se veja como um observador

participante da animação.

O conceito foi escolhido já que o projeto em questão será uma animação de um artista com

um numero considerável de fãs, para isso a animação deve representar o artista da melhor

forma possível para que os fãs possam reconhecê-lo e possam se colocar junto dele.

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Figura 15: Fantasia, Walt Disney Fonte: youtube.com

7.3 Sincronismo.

O conceito de sincronismo entre imagem e som na animação foi desenvolvido no inicio da

história da animação por ninguém menos que Walt Disney, sendo defendido por Antônio

Fialho.

“Com o surgimento do som na indústria do cinema, em 1927, Walt Disney planejou

rapidamente absorver a nova tecnologia também nos filmes de desenho animado,

embora ninguém soubesse ainda como sincronizar as imagens em movimento do

cartum com os beats das notas musicais.” (FIALHO, Antônio. 2005 - Pag. 106)

O som em uma animação não serve apenas para representar de forma audível o que ocorre na

cena como se fosse uma forma de narração, ele também serve para criar o clima da animação

e transmitir ao publico todas as emoções que o personagem está sentindo.

O melhor exemplo que existe desse

conceito é o filme Fantasia de 1940

feito por Walt Disney (FIG.15), nessa

animação podemos observar como que

cada movimento, emoção e ação dos

personagens é sincronizado com a

música clássica de forma que

compreendemos toda a estória mesmo

sem a existência de diálogos e efeitos

especiais.

O conceito foi escolhido para o projeto, pois o mesmo se trata de uma animação que contará a

história do artista através das principais músicas criadas por ele, e a alteração da

personalidade do mesmo ao decorrer do tempo, isso implica em um nível de sincronia na

animação para que a imagem, as cores e ações acompanhem o ritmo e o estilo de cada música.

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7.4 Remix

O conceito do Remix, defendido por John Shiga é relativamente novo e surgiu por volta de

2001 com a popularização da venda de músicas on-line. A princípio se tratava de uma técnica

proibida, utilizada pelos “piratas” para enganar o sistema de copyright.

“No momento em que o artigo de Riddell foi publicado, um grande numero de

remixes não autorizados chamados de “misturas criativas” ou “mash-ups”

inundaram a web. Usando arquivos MP3 e editores de áudio os “DJs caseiros”

juntavam duas ou mais músicas famosas para criar combinações inovadoras, as

quais eles distribuíam em sites de downloads em massa ou postavam em websites de

música como o Boom Selection.” (SHIGA, John. 2007 - Pag 93)

Entretanto com o passar do tempo a técnica foi vista como uma forma criativa e única que os

músicos e artistas tinham para combinar suas músicas e talentos. A técnica se subdivide em

duas classes principais o “medley” e o “mash-up”. O medley se refere à mistura de varias

músicas de um mesmo artista, sendo muito utilizado em comerciais de rádio ou de CDs de

música, consiste na técnica de selecionar pequenos fragmentos de cada música do artista e

coloca-las em sequência. Já o mash-up é uma técnica que consiste em unir duas músicas de

artistas diferentes, é uma técnica usada em shows onde duas bandas vão apresentar no mesmo

palco, também muito utilizada em clipes de música com parcerias entre bandas. A técnica

consiste em combinar as músicas de forma que pareçam ser a mesma música.

Esse conceito foi selecionado para a criação da trilha sonora da animação. O artista além de

compor varias músicas que serão utilizadas participou de varias bandas diferentes, dessa

forma será criado um mash-up entre as bandas que ele participou ao mesmo tempo que se cria

um medley das obras do artista.

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8 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA

8.1 Técnicas de Investigação.

Para realizar este projeto foi feita uma pesquisa primeiramente na internet a fim de conhecer

mais sobre o artista e as influencias do gótico japonês na juventude atual, além da internet foi

feita uma seleção de teses e textos científicos que falam da influencia do estilo para a

juventude e para a área do design como um todo.

Após este passo foi feita uma imersão no tema, que consistiu de assistir DVDs de shows e

documentários feitos pelo artista Mana-sama, assim como shows de outras bandas e pessoas

inspiradas por ele. Dessa forma foi possível conhecer um pouco mais sobre o tema e o recorte

temático e entender o comportamento do publico e do artista durante estes shows.

Para definir o publico alvo desse projeto foi feita uma pesquisa quantitativa utilizando o

Google.Docs, foi feito um formulário perguntando sobre sexo, faixa etária, renda, nível de

escolaridade e se gostava ou não de animações. Este formulário foi enviado para os principais

fã-clubes do artista, o Mon Amour fã-clube internacional, o Mana-Sama.Net fã-clube

americano e o Dis Inferno Br o fã-clube brasileiro, e obteve até a data em que foi escrito o

texto 73 respostas, sendo possível traçar um perfil social por amostragem.

Depois disso foi feita uma revisão bibliográfica de diversos textos e artigos científicos que

pudessem fornecer os conceitos, fundamentações teóricas e informações necessárias para a

escrita deste texto e para a pesquisa do projeto no geral. Foi feito também uma seleção de

vídeos e musicas a serem utilizadas no projeto.

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8.2 Técnicas e Processos de Execução.

Foram realizadas algumas etapas para a criação da animação teaser para o artista Mana-sama,

dentre elas a escolha da técnica, seleção de vídeos e músicas, a criação das imagens e a edição

do vídeo. Por fim a animação gerada ficou com a duração de 3 minutos e 41 segundos e teve

em sua composição 3.198 imagens.

8.2.1 Escolha da Técnica

A técnica escolhida para a animação foi a rotoscopia que consiste em desenhar por cima dos

frames do vídeo para criar a animação de forma que ela fique mais fluida e precisa, além desta

técnica optou-se pelo uso de silhuetas para criar uma unidade na animação. Para transmitir a

ideia de transformação e evolução a cada etapa a silhueta se torna mais detalhada e a

animação mais plástica. Também foi decidido que a animação tivesse 24 frames por segundo

para que ela tivesse um acabamento mais fluido.

8.2.2 Seleção de vídeos e edição

A primeira etapa do trabalho consistiu na busca de vídeos de cada época da carreira do artista,

boa parte dos vídeos eram antigos e a qualidade era muito baixa. Por fim foram selecionados

alguns vídeos que consistiam desde shows ao vivo até documentários e clipes de musica que

ilustravam as varias fases da carreira de Mana-sama. Depois de selecionados os vídeos foram

editados utilizando o Premiere para criar um clipe único que foi exportado como sequencia de

imagens .jpg para que pudessem ser feitas as silhuetas.

32

8.2.3 Criação das silhuetas

Após feita a exportação das imagens elas foram abertas uma a uma no Photoshop para

servirem de base na criação das silhuetas. Cada silhueta foi feita individualmente e de forma

manual com o auxilio de uma tablete, após feita as silhuetas foram salvas em formato .png

com o fundo em alpha para que futuramente pudesse ser adicionado um fundo.

Ainda nesta etapa foi decidido que algumas imagens permaneceriam como vídeo, dessa forma

ficaria mais fácil para que as pessoas e fãs do artista situassem as etapas da carreira do artista

e também permite a melhor transmissão do conceito.

8.2.4 Edição das imagens

Depois de feitas as silhuetas e escolhida quais imagens permaneceriam como vídeo foi feita

uma edição de cada frame, as silhuetas receberam um efeito de blur para transmitir melhor a

ideia de sombra, as silhuetas que compunham movimentos mais rápidos receberam um blur

de movimento para aumentar o realismo e as imagens selecionadas para o vídeo foram

colocadas em preto e branco e foi utilizado uma correção nos levels para que elas ficassem em

alto contraste. Algumas imagens do vídeo também tiveram de ser corrigidas aplicando-se o

efeito de surface blur para que ficassem menos pixceladas de forma a não destoarem das

imagens de melhor qualidade.

8.2.5 Criação do vídeo e escolha de fundo

Depois de editadas as imagens foram colocadas novamente no Premiere para que fosse feita a

criação do vídeo em si. Nesta etapa foi feita a edição do ritmo das silhuetas para que a

animação não ficasse muito frenética nem ficasse lenta de mais. Cada sequencia foi feita

também sobre o vídeo original para garantir que o ritmo da animação tivesse fluida e

consistente. Ao ser feita esta sobreposição da imagem sobre o vídeo original ficou decidido

33

que o melhor acabamento para o fundo seria o próprio vídeo, dessa forma foi possível obter os

efeitos de iluminação do próprio vídeo e também a paleta de cor utilizada pelo próprio artista

em cada etapa de sua carreira.

8.2.6 Escolha de musicas

Para a trilha sonora acabou por ficar definido que seria feita uma mixagem das musicas mais

recentes do artista, uma vez que as mesmas além de possuírem o mesmo tom e um ritmo mais

consistente, elas também tem a qualidade de som melhor. As musicas selecionadas foram

editadas também utilizando o Premiere e sincronizadas com o ritmo da animação.

8.2.7 Criação dos títulos

Para poder separar e indicar cada uma das fases do artista foram feitas algumas tags com o

nome de cada uma das bandas do artista, além disso foram feitas algumas chamadas

comerciais e o titulo da animação. A linguagem escolhida foi o inglês por se tratar de um

produto a ser lançado em vários países. O posicionamento das tags foi feito ao lado direito da

tela uma vez que o artista em questão é japonês e a leitura deles se dá da direita para a

esquerda. A tipografia escolhida para os títulos foi a Minster, além de ser uma tipografia

gótica delicada que traduz perfeitamente o estilo do artista também é uma tipografia muito

utilizada pelo mesmo em suas publicações, para as tags foi escolhida a tipografia Northwood

High que é muito utilizada por artista do gothic metal e possuiu uma boa leitura.

8.2.8 Finalização e retoques.

A ultima etapa foi a correção de ritmos e alguns ajustes no tempo de leitura de cada tag e dos

títulos, além de ajustes gerais na mixagem das musicas onde algumas palavras foram

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adicionadas para gerar unidade e fazer com que a passagem de uma musica para a outra se

tornasse mais suave, além da mudança de algumas musicas para que se adequassem ao ritmo

das silhuetas. O tempo de exibição do titulo final foi estendido de forma a facilitar a leitura e a

duração de exibição das tags foi encurtado para que não interferisse na animação em si. Ao

fundo foi aplicado um efeito de distorção de lente e motion blur para que apenas as cores e

luzes ficassem visíveis de forma a não criar muita poluição e interferência nas silhuetas. As

imagens que se mantiveram originais em forma de vídeo foram colocadas como modo de

mesclagem overscreen para que ficassem com o mesmo tipo de acabamento de cor que as

silhuetas gerando uma melhor unidade entre as partes de animação e de vídeo.

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9 CONCLUSÃO

Todo trabalho acadêmico requer um grande esforço e conhecimento da aera para ser

executado com sucesso. Não basta apenas que você goste de determinado assunto ou se

considere expert em determinada técnica, é sempre necessário que se faça uma boa pesquisa e

se tenha uma boa fundamentação para que no fim o trabalho alcance um padrão satisfatório.

Este trabalho possibilitou ao aluno a aplicação de conceitos e teorias ensinadas desde os

primeiros semestres da universidade, não é um trabalho que se decida fazer de ultima hora, ou

que por mágica aparece pronto. É um trabalho que começou muito antes até mesmo do Pré-

TCC, desde as primeiras aulas onde os professores começam a ensinar sobre pesquisa de tema

e criação de conceito que o aluno aprende o essencial para se realizar um bom projeto de TCC.

Este trabalho envolveu vários meses de pesquisa, não só sobre o artista em questão e da

técnica utilizada, mas de tudo que é necessário para que o projeto possa realmente existir,

como publico alvo, praça, conceitos, ideias a serem usadas, tipografia e vários outros itens

fundamentais, itens estes que não são decididos de ultima hora, exigem tempo, esforço e

concentração para serem pesquisados. São textos, teses de mestrado e reportagens que muitas

vezes só existem em língua estrangeira e que o aluno deve se empenhar em traduzir e

entender seu conteúdo para que o trabalho possa ter uma boa base teórica.

Após toda a pesquisa feita é que se pode começar o projeto, o que acaba sendo a parte mais

difícil de todo o projeto, afinal trata-se de transformar o imaginário, o teórico, em real.

Durante toda esta etapa do trabalho o aluno deve estar preparado para virar noites em claro,

esquecer algumas refeições e desistir de sua vida social, depois terá muito tempo para se

festejar, sair com amigos, assistir televisão. Nesta etapa da vida o mais importante é estar

disposto a sacrificar tudo para consegui um bom resultado, é importante saber decidir quais

são as suas prioridades e nesta etapa a principal é terminar o trabalho, e não apenas terminar

de forma medíocre, mas termina-lo o mais próximo possível da perfeição.

O TCC é com certeza uma das etapas mais tensas e estressantes da vida de um aluno, é onde

ele será julgado por tudo o que aprendeu durante todo os seu tempo de faculdade. No TCC ele

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deve demonstrar que não ficará perdido ao sair da faculdade e sim que ele está pronto para o

mercado de trabalho, deve mostrar que está apto a aplicar na pratica tudo que lhe foi ensinado

na teoria. Ao mesmo tempo ele deve se lembrar de que o TCC não é apenas o fim da

faculdade, mas o começo de sua carreira profissional.

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10 REFERÊNCIAS

10.1 Referências Principais

AMBROSIO, Julia Meireles. O Universo Gótico e o Cinema. Intercom- Sociedade Brasileira

de Estudos Interdiciplinares da Comunicação. Espirito Santo, 2010.

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Rio de Janeiro: Rocco. 2005.

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<http://heavymetal.about.com/od/heavymetal101/a/101_history.htm> Acesso em: 09 de

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CARLOS, Giovana Santana. Identidade no Consumo da Cultura Pop Japonesa . Revista do

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FIALHO, Antonio. Desvendando a Metodologia da Animação Clássica: A arte do desenho

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de Minas Gerais, Minas Gerais. 2005

GOSLING, San. Somos o que ouvimos – estudos científicos revelam a relação entre

personalidade e gostos músicais. Revista Super Interessante. Vol. 117. 2008

HELL, Kyshah. Gothic Lolita Fashion. Disponível em:

<http://www.morbidoutlook.com/fashion/articles/2008_03_lolita.html > Acesso em: 09 de

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M/R/X-Wolfpack. Entrevista concedida a Liz Ohanesian. Los Angeles: 30 de Novembro 2009.

Disponível em:

<http://blogs.laweekly.com/westcoastsound/2009/11/western_goth_vs_japanese_goth.php>

Acesso em: 09 de Agosto de 2012.

MARTINS, André reis. A Luz no Cinema. Mestrado em Artes Visuais. Universidade Federal

de Minas Gerais, Minas Gerais. 2004

MATOS, Gislene Pereira, et al. Tribos Urbanas: Gótico. Trabalho de Antropologia,

Universidade Nove de Julho. São Paulo, 2005.

MENEZES, Maria Christina. Recursos de Linguagem na Animação: A enunciação

cinematográfica construída a partir das transformações da figuratividade quadro a quadro.

Mestrado em Comunicação e Semiótica. Pontifica Universidade Católica de São Paulo, São

Paulo. 2005

PAIVA, Sonia Maria Caldeira. A encenação pictórica: uma abordagem transdisciplinar.

Mestrado em Arte, Universidade de Brasília, Brasília. 2006

SHIGA, John. Copy and Persist: The Logic of Mas-Up Culture. Revista Critical Studies in

Media Communication. Vol. 24. 2007

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39

10.2 Outras Referências

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09 de Agosto de 2012.

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Tradução para o inglês por Kurai. Disponivel em:

<http://www.scape.sc/translations/mm-shoxx-dec92.php> Acesso em: 09 de Agosto de 2012

MANA VS AMY LEE: Dialogo Gótico Japão America. Revista Fool’s Mate. 15 de Janeiro

de 2011. Entrevista concedida a Tsuchiya Kyosuke. Disponível em:

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MOI DIX MOIS. Oficial Site. Disponível em: < http://moidixmois.net/ > Acesso em: 09 de

Agosto de 2012.

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MOI MEMÊ MOITIÉ. Elegant Gothic Lolita, Aristocrat Vampire Romance. Disponível em:

<http://moi-meme-moitie.shop-pro.jp/> Acesso em: 09 de Agosto de 2012.

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