Extrema-direita, pseudo-história e conspiracionismo: o caso do Negacionismo do Holocausto
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Saberes e práticas científicas ISBN 978-85-65957-03-8
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EXTREMA-DIREITA, PSEUDOHISTÓRIA E CONSPIRACIONISMO: O CASO DO
NEGACIONISMO DO HOLOCAUSTO
RICARDO FIGUEIREDO DE CASTRO *
Em 1995 o acadêmico, escritor e intelectual italiano Umberto Eco publicou no New
York Times um artigo no qual, preocupado com o retorno da extrema-direita à agenda
política e cultural do Ocidente, esboçou as características do que intitulou “fascismo
eterno”. Com isso, tentou pensar o fascismo não apenas como uma questão histórica
restrita ao entre-guerras, mas também como um fenômeno da atualidade. O título da sua
tradução brasileira publicado pela Folha de São Paulo consegue traduzir em duas palavras
a questão fascista contemporânea: nebulosa fascista (ECO, 1995). Nebulosa é um termo
astronômico (do latim nebulae) que originalmente identificava corpos celestes que não têm
uma forma definida, mais se parecendo com nuvens. O termo nebulosa fascista consegue
assim dar conta da questão levantada por Eco, ou seja, a natureza nebulosa aparentemente
indefinida e imprecisa da questão fascista de nosso tempo.
Em 2012, o professor Sean Purdy da USP denuncia a publicação de um livro escrito
por um jovem bacharel de direito a partir de sua monografia de graduação (TCC) que se
dedica a negar a realidade do Holocausto (PURDY, 2012). Logo depois, o professor e
orientador da monografia anuncia que ela não tinha qualquer conteúdo negacionista e que
este teria sido incluído apenas no livro editado. (SÁ, 2012: 1) Não deve deixar de ser
* Professor de História Contemporânea no Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ). Doutor em História Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Pesquisador filiado ao
GT ”Direitas, história e memória”. E-mail: [email protected]
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mencionado que o autor do livro em questão tem ainda um site no qual se dedica a difundir
ideias negacionistas.
No início de 2013 um grupo de oito jovens da cidade de Niterói (RJ) foi preso em
flagrante delito após agredir um cidadão de origem nordestina numa praça pública da
cidade; 1 e a polícia gaúcha afirma já ter cadastrado cerca de 500 neonazistas no Estado e
registra um crescente aumento de suas ações de propaganda, recrutamento e violência. 2
O fascismo 3, assim, faz parte do cenário político ocidental desde os anos 1980; e,
desde então, aprofunda sua inserção social na cultura de massas (música Oi, futebol), na
política partidária, e na Internet.
A rigor, o fascismo nunca desapareceu por completo. Logo após o fim da II Guerra
Mundial e da derrota política e ideológica do fascismo em todas as suas formas ele
praticamente caiu num ostracismo político e abandonou alguns dos nomes e símbolos pelos
quais era conhecido. Entretanto, logo após a guerra surgiram alguns grupos ou partidos
políticos fascistas na Europa ocidental e nos Estados Unidos, e já em 1962 tentou-se criar
uma internacional da extrema-direita, a União Mundial dos Nacional Socialistas (WUNS).
Nesse período, e até os anos 1980 e 1990, o fascismo tinha características saudosistas, isto
é, se considerava a continuação do movimento anterior, sem inovações visíveis.
Como afirma Goodrick-Clarke (2004: 11):
1 “Neonazistas são presos após agredirem homem em Niterói” http://oglobo.globo.com/rio/neonazistas-sao-
presos-apos-agredirem-homem-em-niteroi-8230598 2 Jornal O Globo online “Proliferação de grupos neonazistas aterroriza Sul (06/04/2013)
http://oglobo.globo.com/pais/proliferacao-de-grupos-neonazistas-aterroriza-sul-8047406 3 Acompanho a perspectiva teórica que considera que o fascismo não é nem um fenômeno exclusivamente
italiano, nem está restrito ao período do entre-guerras.
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Mesmo que o nacionalismo alemão fosse transformado em uma
ideologia global de racismo branco, a experiência histórica e
política da Alemanha nazista permanecia sendo o principal modelo
a ser seguido. Essa fidelidade histórica era a marca registrada dos
cultos neonazistas associados a George Lincoln Rockwell e a Colin
Jordan, juntamente com seus sucessores e seguidores no mundo
anglo-americano do pós-guerra. Reféns da memória do nacional-
socialismo alemão, os neonazistas anglo-americanos
permaneceram presos a um culto nostálgico de adoração a Hitler,
enquanto a condenação universal do Terceiro Reich e do
Holocausto impediam qualquer possibilidade de sucesso político.
Entretanto, no final do século a extrema-direita emerge do ostracismo político e
torna-se cada vez mais visível e relevante:
Nas décadas de 1980 e 1990, a extrema direita passou por uma
dramática revivificação na Europa e na América, principalmente
em meio a uma juventude branca alienada e a grupos de baixa
renda cada vez mais marginalizados pelas novas indústrias de alta
tecnologia e pela crescente integração de minorias étnicas em suas
comunidades. O rápido crescimento da imigração hispânica e do
Terceiro Mundo aos EUA e o correspondente fluxo imigratório de
países em desenvolvimento para a Europa Ocidental alimentaram
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novos medos de inundação racial. O colapso da União Soviética e
da Iugoslávia levou a novas migrações envolvendo ciganos e
nativos na Europa Oriental para a Europa Ocidental.
(GOODRICK-CLARKE, 2004: 13)
Assim, a partir principalmente da década de 1990, ocorre uma confluência de vários
fatores que viabilizam essas mudanças.
Em primeiro lugar, as transformações no capitalismo levaram à crise do
industrialismo e o consequente enfraquecimento econômico e político da classe operária e
seus sindicatos, precarizando suas condições materiais de existência. A cultura operária se
enfraquece então frente ao predomínio sucessivo da propaganda e da indústria do
entretenimento. As classes medias, por sua vez, ficam ainda mais amedrontadas com a
instabilidade das perspectivas presentes e futuras de acesso às benesses do capitalismo.
Em segundo, a ascensão ao poder de Ronald Reagan nos Estados Unidos e de
Margareth Tatcher na Grã-Bretanha configuram a vitória da Nova Direita que implementa
um ataque implacável ao estado do bem-estar social surgido no pós-guerra e que havia sido
uma arma ideológica contra o socialismo representado pela União Soviética. O “fim do
socialismo real” e a crise do movimento comunista internacional criam um vácuo político
rapidamente preenchido pelo neoliberalismo que defende o mercado como regulador de
toda a vida social e que ataca os direitos sociais e trabalhistas e o poder do Estado em
regular os setores estratégicos e monopolistas (transportes, previdência, energia,
comunicações etc.). Dessa forma, não só a esquerda tradicional torna-se cada vez mais
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frágil e isolada como também mostra-se incapaz de propor alternativas políticas à crise
civilizatória que se ampliava.
Em terceiro lugar, no último quartel do século XX surgiu um movimento que se
manifesta em uma nova religiosidade que influencia profundamente a cultura de massas
(literatura, cinema, música etc.) atingindo em primeiro lugar a sensibilidade das classes
médias e, posteriormente, das classes menos abastadas: o movimento New Age 4. Entre
suas influências temos a valorização crescente do esoterismo ocidental 5 e oriental e a sua
influência crescente sobre a forma como esses grupos compreendem o mundo e,
principalmente, a política. Diríamos que nos anos 1990 este movimento atinge amplos
setores sociais através de sua incorporação pela indústria cultural, que edita milhares de
livros, revistas etc. E que criará uma novo tipo de produto cultural, a literatura esotérica e
toda uma gama de serviços e produtos inspirados no chamado “esoterismo”, 6 vendidos
4 Definição da Enciclopédia Britannica online: “New Age movement, movement that spread through the
occult and metaphysical religious communities in the 1970s and ʾ80s. It looked forward to a “New Age”
of love and light and offered a foretaste of the coming era through personal transformation and healing.
The movement’s strongest supporters were followers of modern esotericism, a religious perspective that
is based on the acquisition of mystical knowledge and that has been popular in the West since the 2nd
century ad, especially in the form of Gnosticism. Ancient Gnosticism was succeeded by various esoteric
movements through the centuries, including Rosicrucianism in the 17th century and
Freemasonry, theosophy, and ritual magic in the 19th and 20th centuries. Disponível em
http://www.britannica.com/EBchecked/topic/704347/New-Age-movement
5 Utilizamos a definição de Esoterismo do Center for History of Hermetic Philosophy and Related Currents
da Faculdade de Humanidades da Universidade de Amsterdan (Universiteit van Amsterdam): “The
modern term “Western esotericism” is used as a general label for a great variety of religious currents and
trends in Western culture – from Antiquity generally, and from the Renaissance to the present more in
particular – characterized by their belief that true knowledge of God, the world, and man can only be
attained by means of personal spiritual experience or inner enlightenment. The modern term “Western
esotericism” is used as a general label for a great variety of religious currents and trends in Western
culture – from Antiquity generally, and from the Renaissance to the present more in particular –
characterized by their belief that true knowledge of God, the world, and man can only be attained by
means of personal spiritual experience or inner enlightenment.“ Disponível em:
http://www.amsterdamhermetica.nl/#p/what-is-western-esotericism.html Acessado em 2 de junho de
junho de 2013.
6 Esotérico aqui não se remete ao seu significado acadêmico, mas apenas ao seu sentido vulgar e popular.
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em lojas especializadas.
Em último lugar mas não menos importante, surge uma nova forma de divulgação
de informações que revolucionou a forma como as pessoas se relacionam entre si, a Word
Wide Web mais conhecida como Internet. A “rede mundial de computadores” permite que
essa nova extrema-direita fascista amplifique sua voz e se torne visível aos mais jovens e
àqueles sem esperanças com a transformação política do mundo que os oprime. Além
disso, permite que se crie uma verdadeira rede virtual da extrema-direita, isto é, uma
verdadeira nebulosa virtual em que se mantém minimamente ligados os inúmeros e
diversos pontos da extrema-direita contemporânea.
As crises econômica, política e social pelas quais a humanidade atravessa levou à
criação das condições sociais e políticas para o surgimento de uma nova extrema-esquerda.
Ou melhor, nos anos 1990 amadureceram as condições para que o processo de sua
reorganização, que remete ao final dos anos 1960 e 1970, avance e torne visível a nova
configuração da extrema-direita. Ela é diversificada em suas referências e origens e
disseminada por todo o Ocidente. Esses elementos fazem parte de um processo que
caracterizaria as profundas transformações ocorridas a partir do último quartel do século
XX no Ocidente que originaram diferentes teorias que indicam que as sociedades
ocidentais ainda sejam industriais “elas passaram por mudanças de tal alcance que não
podem mais ser aceitas pelos velhos nomes nem estudadas no contexto de antigas teorias.
Essas sociedades seriam agora, de várias maneiras, ´pós-industriais´: ´pós-fordistas´, ´pós-
modernas´, e mesmo ´pós-históricas´” (KUMAR, 1997: 9)
Esses fenômenos ocorreram sincronicamente, como é de se esperar, no campo da
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política com a decadência dos partidos políticos tradicionais, tanto a direita quanto a
esquerda, o surgimento de novas formas de ação política e, sobretudo para o que nos
interessa aqui, o fortalecimento de um elemento ideológico tradicional no Ocidente, a
teoria conspiratória (ou complô) como chave explicativa do senso comum para se entender
a sociedade. Alguns pesquisadores consideram que, no final do século XX, as teorias
conspiratórias (ou complô) ganharam dimensão mundial tornando-se o mega-complô
(TAGUIEFF, 2006) ou super-conspirações (BARKUN, 2003: 6). A crescente importância
da cultura conspiracionista aumenta também a demanda por abordagens mistificadoras da
história que frequentemente estão a serviço de uma ideologia política, a maior parte das
vezes da extrema-direita, a chamada pseudo-história.
O complô judaico é, segundo Girardet (1987, p. 25-34) uma das três grandes
narrativas do complô elaboradas entre o final do século XVIII e início do século XX,
quando foi editado pela primeira vez o livro “O protocolo dos Sábios de Sião”. Esse livro,
forjado pela polícia política do regime czarista, foi rapidamente incorporado como arma
de propaganda antissoviética e anti-bolchevique nos anos 1920 e 1930. Os nacional-
socialistas alemães transformam-no numa “prova irrefutável” de que os judeus são uma
ameaça mundial ao mundo ocidental e a obra ainda hoje é reeditada em várias línguas e
utilizada como uma espúria prova da existência de um complô judaico internacional.
Desse modo, a nova extrema-direita, a partir do final do século XX, atualiza essa
perspectiva conspiracionista de sua visão de mundo ao articular sua filosofia da história
reducionista com um típico exemplo de pseudohistória: o Negacionismo do Holocausto,
ainda chamado por alguns de revisionismo.
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Assim, o Negacionismo do Holocausto é um elemento fundamental para a
manutenção das forças de atração que mantém unida a nebulosa fascista contemporânea e
ajuda a definir sua identidade. O conspiracionismo do holocausto não é uma perspectiva
historiográfica legítima a se dedicar a revisar os postulados históricos do holocausto, mas
sim um instrumento de ação ideológica a serviço de grupos políticos radicais em sua
grande maioria de extrema-direita. Concordamos, assim, com Moraes (2011) que considera
um equívoco usar a terminologia historiográfica de revisionistas para designar aqueles que
negam o Holocausto. Para ele:
“[...] o negacionismo é um fenômeno político-cultural de tipo
particular e que o que caracteriza a prática e os textos dos
negacionistas não são os resultados de seus trabalhos – as suas
supostas ´interpretações´ sobre um tempo passado (o período de
1933 a 1945) – mas sim os fundamentos e os propósitos mesmos de
seus trabalhos, que determinam os procedimentos daí decorrentes
e que não permitiriam que seus resultados fossem diferentes do que
são (por exemplo: a afirmação de que em Auschwitz não existiam
câmaras de gás” (MORAES: 3).
Burris, Smith & Strahm (2000: 221-222), por exemplo, mapearam na Internet uma
rede mundial da extrema-direita que agrega os “supremacistas brancos” em seus múltiplos
subgrupos: Revisionistas do Holocausto; Teologia da Identidade Cristã; Neonazistas
assumidos; Supremacistas brancos radicais; Supremacistas brancos moderados;
Nacionalistas não-estadunidenses; Skinheads racistas; Bandas, produtores, distribuidores e
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fanzines; e, editores de livros e produtores de memorabilia nazista.
O ideólogos do Negacionismo do Holocausto negam ou minimizam os efeitos do
Holocausto, e afirmam que o assassinato de milhões de judeus, ciganos, eslavos etc. é uma
mentira criada e mantida pelos vencedores da II Guerra Mundial em estreita aliança com os
judeus sionistas fundadores do Estado de Israel. Na verdade, o Negacionismo do
Holocausto é outro lado da moeda do “complô judaico internacional” difundido desde o
início do século XX pelo livro “O protocolo dos sábios de Sião”. Esse livro tornou-se peça
de propaganda do antissemitismo desde então e, após a II Guerra Mundial, também do
anti-sionismo. No Brasil foi traduzido pelo ideólogo integralista Gustavo Barroso e editado
no início dos anos 1930. No final do século XX a Editora Revisão se dedicou a publicar no
Brasil livros negacionistas e a fazer propaganda sistemática do tema. Seu editor foi
processado judicialmente e atualmente a editora não tem mais atividades legais em
território nacional. (CRUZ)
Por mais que se publiquem artigos e livros que denunciam o caráter falso desse
livro os crentes da conspiração judaica internacional se recusam a aceitar os argumentos
listados pelos historiadores para denunciar a obra. Certamente, isso se deve a lógica das
teorias conspiratórias que, segundo Barkun (2003, p. 4), tem três princípios: “nada
acontece por acidente”, “nada é o que parece” e, “tudo está conectado”.
Proponho analisar criticamente o Negacionismo do Holocausto como um exemplo
cabal de pseudo-história, 7 como produção ideológica da extrema-direita em suas diversas
7 Talvez Shernan e Großman (2009) tenham sido os primeiros a sugerir esta abordagem. A pseudo-história
é um tema caro aos estadunidenses que perceberam há algum tempo o seu caráter político e o discutem
frequentemente a partir das discussões sobre pseudo-ciência. Michael Shermen, fundador da The Skeptics
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vertentes e como subproduto perigoso do “complô judaico internacional”, uma das mais
difundidas teorias conspiratórias da modernidade. 8
Essa cultura conspiracionista está presente de forma arraigada na cultura de massas,
através de diversos mitos urbanos, livros e filmes, tais como: o livro e o filme “O código
da Vinci”, a série televisiva e o filme “Arquivo X”, filmes como “Teoria da Conspiração”
e as teorias conspiratórias elaboradas para explicar o atentado ao World Trade Center etc.
Essa disseminação certamente colabora para a utilização do conspiracionismo pela
extrema-direita como uma estratégia de disseminação de sua mensagem entre diferentes
setores e classes sociais.
Concluindo, podemos afirmar que o Negacionismo do Holocausto é um tema que
faz parte do horizonte político contemporâneo e certamente deve ser objeto da História do
Tempo Presente, pois historicizar critica e cientificamente o presente é uma abordagem
necessária para se compreender essa ideologia. Os historiadores comprometidos com uma
historiografia atuante na defesa da democracia e dos direitos humanos não podem deixar
de incorporar os temas da pseudo-história e das teorias conspiratórias às suas pesquisas e
cursos.
BIBLIOGRAFIA
Society e da revista Skeptic é um dos que se dedicam a unir os dois temas.
8 Girardet (1987) lista ainda os complôs jesuítico e maçônico.
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