Experiência: Circuitos Lógicos Combinacionais 1
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Experiência: Circuitos LógicosCombinacionais
1. Objetivos.
Utilizar os conceitos teóricos sobre portas lógicas
além de técnicas de simplificação de expressões lógicas, na
analise de um determinado problema para a criação de um
projeto de circuito digital que permita representar uma
solução para o problema dado. Posteriormente utilizar o
projeto obtido para a implementação desse circuito
utilizando portas lógicas discretas.
2. Introdução.
Para descrever como a saída de um circuito lógico
depende dos níveis lógicos presentes nas entradas dos
circuitos, usamos a técnica da tabela-verdade. Essa tabela
relaciona todas as combinações possíveis de níveis lógicos
das entradas com seus correspondentes níveis lógicos de
saída.
Uma tabela verdade de N entradas tem sendo seu
número de combinações de entrada. É simples completar uma
tabela verdade sem esquecer nenhuma combinação visto que a
lista de todas as combinações possíveis é uma sequência de
contagem binária.
É a partir da tabela verdade que obtemos a expressão
booleana para o circuito requerido. Em suma, qualquer
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problema lógico pode ser resolvido seguindo-se o seguinte
procedimento:
1º) Construir uma tabela-verdade a partir da
interpretação do problema;
2º) Montar o mapa de Karnaugh a partir da tabela;
3º) Implementar o circuito para a expressão final,
simplificada.
2.1 – O método do Mapa de Karnaugh (Mapa-K).
Este é um método gráfico utilizado na conversão para
um circuito lógico de uma tabela verdade ou para
simplificar uma equação lógica.
Cada quadrado no Mapa de Karnaugh representa uma
linha da tabela verdade. A numeração dos quadrados do Mapa-
K está relacionada com a linha correspondente na tabela
verdade conforme a Figura 2.1. Cada quadrado contém em si o
nível lógico de saída da combinação da linha correspondente
na tabela verdade.
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Fig.2.1 – Mapas K para 2, 3 e 4 variáveis.
Para o uso do Mapa-K na simplificação de uma expressão
booleana pode ser seguido o procedimento aplicável à
maioria dos casos:
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1º: Colocar os 1s nos quadrados correspondentes aos 1s
da tabela-verdade no Mapa de Karnaugh. Nos quadrados
restantes, colocar 0s.
2º:Faça os agrupamentos com maior número de 1s
possível. Comece procurando octetos, depois quartetos,
pares e isolados, nessa ordem, para máxima simplificação.
3º:Forme a soma OR de todos os termos gerados por cada
grupo.
2.2 – Agrupamento de Quadrados.
O agrupamento correto dos 1s do Mapa de Karnaugh
simplifica a expressão para a saída X.
1) Agrupamento de 2 quadrados: 1s são agrupados em
pares. Os 1s são adjacentes verticalmente ou
horizontalmente. A saída será composta de n-1 variáveis,
para uma tabela-verdade de n variáveis.
2) Agrupamento de 4 quadrados: 1s são agrupados em
quadras. Os 1s podem formar um quadrado, uma linha ou uma
coluna, composta de quatro 1s. A saída será composta de n-
2 variáveis, para uma tabela-verdade de n variáveis.
3) Agrupamento de 8 quadrados: 1s são agrupados em
octetos. A saída será composta de n-3 variáveis, para uma
tabela-verdade de n variáveis.
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3. Relatório.
Consideramos um detector de magnitude relativa de duas
entradas de dois bits cada. Inserindo dois códigos binários na
entrada, a saída mostra se esses dois códigos são iguais e se a
primeira entrada tem um valor maior ou menor que a segunda. Um
esquema gráfico desse problema é mostrado na figura abaixo:
Fig. 3.1 – Esquematização do problema enunciado.
Seguimos os seguintes procedimentos experimentais para a
criação do projeto de um circuito para este detector:
a) Montar uma tabela-verdade para este projeto.
Sabendo que a entrada possui quatro bits, que o circuito
contém três saídas e que o objetivo desse circuito é
comparar como igual, menor e maior os números inseridos,
montamos a tabela verdade que representa o seu
funcionamento:
Tabela 3.1 – Tabela Verdade para o problema enunciado.
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b) Utilizando os dados da tabela verdade, montar os mapas
de Karnaugh relativos a cada saída e simplificar as
expressões lógicas obtidas.
Para cada saída representada, montamos os mapas de
Karnaugh e obtemos as expressões lógicas através dos 1-
mintermos:
- Para a saída M:
Fig. 3.2 – Mapa-K para a saída M.
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(3-1)
- Para a saída N:
Fig.3.3 – Mapa-K para a saída N.
(3-2)
- Para a saída P:
Fig.3.4 – Mapa-K para a saída P.
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(3-3)
c) Fornecer um esquema de ligação dos C.I.’s utilizados
para implementar as expressões lógicas obtidas no item
“b”.
Fig.3.5 – Esquema gráfico do circuito lógico a ser
implementado.
d) Montar o circuito projetado no módulo de chaves e testar
todas as possibilidades de entrada conferindo com as
saídas.
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Após fazer os esquemas de ligações no item “c”, pudemos
com facilidade montar o circuito esquematizado na figura
3.5. Ocorreram alguns erros na montagem que puderam ser
resolvidos com auxilio da numeração das pinagens feitas na
mesma figura. Separando o circuito em três módulos, M, N e
P, pudemos testar cada um desses separadamente e analisar
se estes apresentavam falhas para que estas falhas não
ocorressem quando implentado o circuito total. Testamos as
combinações possíveis para cada módulo e obtemos os
valores da tabela verdade. Depois ligamos o circuito
inteiro e testamos também todas as possibilidades de
saídas comparando-as com a tabela verdade da tabela 3.1
obtendo um resultado concordante. Para essa implementação
foram utilizados: Protoboard, módulo de chaves, C.I.’s
7404, 7408, 7486 e 7402 e fios.
Fig.3.6 – Circuito montado na protoboard.
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Fig. 3.7 – Testes no módulo de chaves.
e) Montar e simular o circuito no Max+Plus II e comparar as
formas de onda de saída com as tabelas-verdade de cada
saída e do circuito total.
Montando o circuito da figura 3.5. no Max+Plus II,
compilando e simulando no editor de forma de onda
(Waveform Editor), obtemos a seguinte forma de onda:
Fig.3.8 – Formas de onda obtidas da simulação do circuito.
Comparando os valores assumidos por essas formas de onda
com os valores da tabela-verdade da tabela 3.1,12
verificamos que tais valores são iguais, exceto pelo
pequeno atraso de propagação existente na forma de onda
simulada.
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4. Conclusões.
Partindo de princípios teóricos, foi possível realizar
um projeto de circuito digital com o objetivo de resolver
um determinado problema. Com este experimento, pudemos
observar um resultado prático envolvendo a aplicação de
teoremas de álgebra booleana, necessários para
simplificação de expressões lógicas, conceitos
exclusivamente teóricos.
As saídas dos mapas de Karnaugh, apesar de fornecerem
um resultado simplicado, baseado no agrupamento de bits,
não apresenta-os da forma mais simplificada. Aplicando
teoremas de álgebra, vimos que é possível tornar a
expressão lógica obtida mais simples.Vimos que a simplificação das expressões lógicas resultam
em circuitos digitais também mais simplificados, o que no ponto
de vista da engenharia é um fator importante pois implica na
economia de materiais, C.I.’s e tamanho na hora de construir um
circuito para alguma aplicação prática.
Uma vez que se utiliza conceitos teóricos para se chegar em
um resultado prático, podemos concluir que são eficazes e
verdadeiros tais conceitos se o resultado prático apresentar
sucesso. Como neste experimento seguimos do procedimento teórico
ao experimental e obtemos um resultado satisfatório, podemos
concluir serem eficazes e verdadeiros os conceitos teóricos
aplicados tais como as propriedades e teoremas de álgebra
booleana utilizados e o Mapa de Karnaugh como um dispositivo
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