Estudo comparativo das preferências por idade, altura e peso de homossexuais e heterossexuais, na...

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Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=94632386007 Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal Sistema de Información Científica Loureiro Henriques, Alda; Nunes Leão, Karina; Ayres Tsutsumi, Myenne Mieko Estudo comparativo das preferências por idade, altura e peso de homossexuais e heterossexuais, na seleção de parceiros Boletim Academia Paulista de Psicologia, vol. 33, núm. 84, enero-junio, 2013, pp. 64-78 Academia Paulista de Psicologia São Paulo, Brasil Como citar este artigo Número completo Mais informações do artigo Site da revista Boletim Academia Paulista de Psicologia, ISSN (Versão impressa): 1415-711X [email protected] Academia Paulista de Psicologia Brasil www.redalyc.org Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto

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Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal

Sistema de Información Científica

Loureiro Henriques, Alda; Nunes Leão, Karina; Ayres Tsutsumi, Myenne Mieko

Estudo comparativo das preferências por idade, altura e peso de homossexuais e heterossexuais, na seleção

de parceiros

Boletim Academia Paulista de Psicologia, vol. 33, núm. 84, enero-junio, 2013, pp. 64-78

Academia Paulista de Psicologia

São Paulo, Brasil

Como citar este artigo Número completo Mais informações do artigo Site da revista

Boletim Academia Paulista de Psicologia,

ISSN (Versão impressa): 1415-711X

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Brasil

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• Estudo comparativo das preferências por idade, altura e peso de

homossexuais e heterossexuais, na seleção de parceiros

Comparative study of age, height and weight preferences of homosexuals

and heterosexuals in mate selection

Estudio comparativo de las preferencias por edad, estatura y peso de

homosexuales y heterosexuales en la elección de pareja

Alda Loureiro Henriques 1

Karina Nunes Leão 2

Myenne Mieko Ayres Tsutsumi 3

Universidade Federal do Pará

Resumo: A comparação de homens e mulheres homossexuais e heterossexuais é útilpara reduzir o número de teorias explicativas quanto à etiologia das diferenças sexuaisno âmbito da seleção de parceiros. Assim, comparamos as preferências por idade,altura e peso de 600 participantes de um website de relacionamento afetivo. Os resultadosindicam que para a idade, os homossexuais são típicos de sexo. Além disso, os aspectosaltura e peso preferidos no parceiro, pelo menos entre os heterossexuais, são tãopreditivos de sexo quanto idade, visto que uma assimetria nas preferências os caracteriza.Em outras palavras, homens preferem mulheres mais novas, mais baixas e mais levesque eles, enquanto que as mulheres preferem o inverso. A grande variabilidade nosvalores preferidos pelos homossexuais sugere uma reunião de pessoas com mecanismospsicológicos muito diferentes, em um mesmo grupo.

Palavras-chaves: orientação sexual; diferenças sexuais; idade; altura; peso.

Abstract: The comparison between male and female homosexuals and heterosexuals

is useful for reducing the number of explanatory theories regarding the etiology of sex

differences in the mate selection. Therefore, we compared the preferences for age,

height and weight of 600 participants from an online dating website. The results

indicated that homosexuals are sex-typical for age preferences. In addition, the height

and weight in a preferred partner, at least among heterosexuals, are so predictive as

age are, whereas an asymmetry in the preferences characterized them. In other

words, men prefer younger women, lower and lighter than them, while women prefer

the opposite. The variability about values preferred by homosexuals suggests an

inappropriate reunion of people with very different psychological mechanisms in the

same group.

Keywords: sex orientation; sex differences; age; height; weight.

1 Professora Associada. Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento (NTPC). Contato: Av.Gen. Deodoro, 146 , Apto 1002 - Belém – Pará Brasil. CEP: 66055-240. E-mail:[email protected] Curso de Psicologia. Contato: Rua Antônio Barreto, 1736 Bairro de Fátima, Belém – Pará, Brasil.CEP: 66060-020. E-mail: [email protected] Curso de Psicologia. Contato: Travessa Três de maio, 1248, casa 43 São Brás, Belém – Pará.Brasil. CEP: 66063-380 E-mail: [email protected]

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Resumen: La comparación de hombres y mujeres homosexuales y heterosexuales es útil

para reducir la cantidad de teorías explicativas en cuanto a la etiología de las diferencias

sexuales en relación a la elección de pareja. En el presente estudio, se comparan las

preferencias por edad, altura y peso de 600 participantes de un site de relaciones

sentimentales. Los resultados muestran que en relación a la edad, los homosexuales son

predecibles. Además, las características como altura y peso preferido en la pareja, por lo

menos entre los heterosexuales, son tan predictivos de sexo como la edad, siendo que

una asimetría en las preferencias los caracterizó. En otras palabras, los hombres prefieren

mujeres más jóvenes, más bajas y más livianas que ellos, mientras que las mujeres

prefieren lo contrario. La gran variabilidad en los valores de preferencia de los homosexuales,

sugiere uniones indebidas de personas con mecanismos psicológicos muy diferentes, en

un mismo grupo.

Palabras claves: orientación sexual; diferencias sexuales; edad; altura; peso.

Introdução

Desde Darwin se considera o gênero uma forma suplementar da seleçãonatural – atuando como um agente na determinação da estrutura anatômica e docomportamento dos parceiros sexuais. Dessa forma, a eficácia do desempenhosexual, em todos os seus aspectos, depende de uma seleção rigorosa de parceirosfeita pelos membros de cada espécie (Howard, 1982 / 2003). Compreende-seque a seleção sexual moldou, inclusive, de modo diferenciado, mecanismospsicológicos de homens e mulheres assim como moldou suas anatomia efisiologia (Symons, 1979 / 1994).

Dentre os inúmeros comportamentos que podem servir de parâmetrospara analisar o dimorfismo sexual, a escolha do parceiro vem sendo,frequentemente, explorada por pesquisadores, uma vez que homens emulheres desenvolveram estratégias diferentes para obter parceiros sexuais.No caso dos seres humanos, selecionar parceiros que possibilitem, por exemplo,o acesso e o acúmulo de recursos, facilitando a criação da prole, pode terresultado em forte pressão para o desenvolvimento e manutenção docomportamento de selecionar, indiretamente, um padrão genético presente noparceiro.

Da perspectiva da Psicologia evolucionista, as diferenças sexuaisrefletem adaptações às pressões dos diferentes ambientes físicos e sociaisque tiveram impacto sobre fêmeas e machos em épocas primitivas. É claro,entretanto, que outros quadros teóricos e hipóteses complementam a tentativade explicar nossos modos de ação, como as que acentuam o papel fisiológicoe cultural do fenômeno (Lippa, 2010). Portanto, concomitantemente à explicaçãoevolucionista, há as teorias sócio-culturais que defendem que a causa dasdiferenças sexuais estaria na difusão social de que cada sexo deve desempenharcertos papéis (Eagly & Wood, 1999).

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Os processos cognitivos também são considerados como importantesaspectos que promovem diferenças sexuais encontradas no comportamentode escolha do parceiro. Segundo VanderLaan (2007), os indivíduos sãocapazes de julgar se as noções culturais normativas referentes aocomportamento de cada gênero são ou não apropriadas para dirigir o própriocomportamento. Além dessas, as hipóteses biológicas também se fazempresentes nesta discussão, como na indiscutível importância do papel doshormônios sexuais, por exemplo, na determinação da produção de diferençassexuais cerebrais e estruturais e, consequentemente, na sensibilidade docomportamento a aspectos pertinentes do ambiente do organismo. Portanto, éum desafio para o cientista decidir , dentre tantas possíveis explicações, qualou quais seriam as mais adequadas. Como VanderLaan (2007) destacou,Symons (1979 / 1994) foi um dos primeiros a propor e a ressaltar a importânciada inclusão da orientação sexual na investigação das diferenças sexuaispara verificar se as preferências ou os comportamentos apresentados são típicosdo sexo e/ou se a orientação sexual influenciaria nas diferenças encontradas.Mais tarde, Bailey e outros (1994) detalharam de forma clara e explícitacomo a análise dos comportamentos de homossexuais masculinos e femininospode ajudar na com preensão da etiologia das diferenças sexuais entre osheterossexuais.

Conforme Bailey e outros (1994), a importância de se estudar asdiversas orientações sexuais deve-se ao fato de haver diferenças esemelhanças entre homossexuais e heterossexuais do mesmo sexo, em relaçãoao comportamento de escolha do parceiro. Segundo ele, a relação entre sexo eorientação sexual pode ocorrer das seguintes maneiras: os homossexuais podemcomportar-se de maneira idêntica aos heterossexuais do mesmo sexo, demaneira completamente distinta, ou apenas se assemelhar ou exagerarcomportamentos típicos. Bailey e outros, (1994) admitem que os diversosaspectos do dimorfismo sexual não irão, necessariamente, obedecer semprea um mesmo padrão comportamental que relaciona diferenças sexuais eorientação sexual, mas que podem servir de parâmetro e contribuir nainvestigação das diferenças de seleção de parceiros entre homens e mulheres.Ao comparar os comportamentos de seleção de parceiros entre homossexuais eheterossexuais não irá mostrar detalhadamente o desenvolvimento desseprocesso, nem apontar causas, contribuirá apenas para estreitar a quantidadede explicações contraditórias.

Segundo Bailey e outros, (1994), em estudo realizado nos EUA, foianalisada a importância que os grupos dos dois sexos e das duas orientaçõessexuais atribuíam à traição sexual versus a traição emocional. Obteve-se que

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mulheres, independente da orientação sexual, deram mais importância à traiçãoemocional, enquanto que os homens, em geral, relataram que se preocupariammais com a traição sexual, confirmando os achados de Buss (2000). Estemesmo estudo também demonstrou que os indivíduos de orientação sexualdiferente, mas pertencentes ao mesmo sexo, possuem o mesmo nível deinteresse em sexo casual. Assim, os homens heterossexuais e homossexuaispossuem alto nível de interesse em sexo sem compromisso e as mulheresde ambas as orientações apresentaram um interesse menor do que oshomens. Os trabalhos realizados por Bailey e outros (1994), Kenrick, e outros(1995b) e VanderLaan (2007) ilustram a possibilidade de se descartar umdos tantos referenciais teóricos disponíveis para explicar as diferenças sexuaisquando o estudo envolve a comparação de homens e mulheres homo eheterossexuais. Ora, se se pensava que mulheres heterossexuais evitavam osexo casual por temor de uma gravidez não desejada ou temor da violênciado homem por se sentir traído, então por que as mulheres homossexuais tambémnão são promíscuas? A tipicidade de gênero aqui é bem esclarecedora.

Já estão exaustivamente discutidas na literatura os diferentes padrõesde preferências por idade na seleção de parceiros entre homens e mulheres(Buss, 1985; Bailey, e outros, 1994; Hayes, 1995; Kenrick, e outros 1995a;Kenrick e outros 1995b; Otta, 1998; Silverthorne & Quinsey, 2000; Buunk eoutros, 2002; Vanderlaan & Vasey, 2008; Spinelli, Hattori & Souza, 2010; Russock,2011), e as constatações daqueles que investigaram além dos heterossexuais,também os homossexuais, mostraram que os resultados tendem a ser, emsuma, convergentes: homens, independente da orientação sexual, preferemparceiros mais novos que eles e as mulheres preferem parceiros mais velhosque elas, apesar de certa irregularidade entre estas. Logo, conclui-se que,aparentemente, a preferência por idade do parceiro é algo distintivo de gênero,fato esse que acrescenta crédito para hipóteses explicativas evolucionistasquanto a estes casos. Por outro lado, existem certos aspectos ou atributosvalorizados na escolha do parceiro que não caracterizam uma tipicidade de gênero,como é o caso de um estudo com mulheres lésbicas divididas entre aquelas comcaracterísticas masculinas e aquelas mais femininas. Essas mulhereshomossexuais, ao contrário do que representa esta tipicidade de sexo ougênero, não apresentaram semelhanças tanto com as mulheres heterossexuaisquanto com os homens heterossexuais (Smith, Konik & Tuve, 2011).

Dentre os diversos atributos levados em consideração na escolha doparceiro, encontram-se as características físicas. Alguns estudos realizados (Busse outros, 2001; Lippa, 2010) com homens e mulheres a boa aparência do queas mulheres constatam que os homens valorizam mais a questão dessa variável

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geralmente é relacionada a aspectos que indicam boa saúde, bons genes eaceitação social. Contudo, algumas características que estão atreladas questãoda boa aparência permanecem um tanto inexploradas na literatura, como osatributos físicos estruturais como, altura e pesos preferidos, que são analisadosneste estudo, com o intuito de verificar se são preditivos de distinção de sexo/gênero quanto à idade.

No presente estudo, nós também analisamos a preferência por idade doparceiro de homens e mulheres, com o objetivo de verificar, levando-se emconsideração a orientação sexual de participantes brasileiros, se a mesmatendência verificada por Buss e outros, (2001) é seguida.

Além disso, incluímos na investigação dois outros atributos físicos estruturais:a altura e o peso preferidos, com o intuito de verificar se esses últimos sãotão preditivos de distinção de sexo/gênero quanto à idade o é. Com isso, osobjetivos do trabalho foram assim delineados:

Primeiro, queremos identificar as preferências por idade, altura e peso naescolha do parceiro de homens e mulheres, homo e heterossexuais, tendocomo premissa que há diferenças entre os dois sexos, no sentido conferidopela perspectiva da psicologia evolucionista. Em outras palavras, que asmulheres preferirão homens mais velhos, mais pesados e mais altos, pois aolongo da evolução essas características favoreceram a proteção e sustentoda prole. Já os homens tenderão a escolher mulheres mais baixas, mais leves emais jovens, visto que essas características podem ter funcionado como evidênciasde uma parceira fértil, reprodutora.

Segundo, examinar se, e de que forma, os homossexuais se comportam demaneira típica ou atípica em relação ao comportamento dos heterossexuaisdo mesmo sexo que o seu, com relação às preferências por idade, altura epeso na escolha do parceiro.

Método

Participantes: Foram coletados dados sobre as preferências por idade, alturae peso de 300 mulheres (150 homossexuais e 150 heterossexuais) e 300 homens(150 homossexuais e 150 heterossexuais) de 20 a 69 anos com relação a o quegostariam de encontrar em seus parceiros. Todos eram usuários de um websitepúblico para relacionamentos amorosos.

A classificação da orientação sexual dos participantes foi feita a partir deauto-declaração. Foram aceitos para a pesquisa os participantes queapresentaram fotografia no perfil, se enquadraram nas opções homossexualou heterossexual e declararam pretender relacionamento a longo prazo. Paraevitar que escolhas exageradas (ex.: 3 m de altura ou 300 kg de peso)

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falseassem as estatísticas, foram estabelecidos limites para idade, altura e peso.Assim, para idade, o intervalo aceito foi de 15 a 80 anos; para altura foi de 1,45 ma 2,00 m; e para peso o intervalo foi de 40 kg a 120 kg.

Ambiente e instrumento: Os dados foram obtidos em um website brasileiroe público para relacionamentos amorosos. No site, o usuário, após se cadastrar(os dados do cadastro não são acessíveis), preenchia um formulário com suaspróprias características e com as características (idade, altura e peso, entreoutras) que ele pretendia encontrar no parceiro afetivo. Para todas as trêscaracterísticas, o participante tinha direito a escolher, em uma longa e detalhadalista construída pelo site, um valor mínimo e um valor máximo.

Procedimento: As pesquisadoras criaram cadastros fictícios para acessaros formulários públicos dos usuários. Os dados foram coletados seguindo-se aordem em que os perfis dos usuários se apresentassem, descartando-se aquelesque não se enquadrassem nos requisitos estipulados. Os dados foramcopiados para planilhas para que pudessem ser tratados.

Tratamento dos dados: O desenho do estudo foi do tipo 2 (sexo doparticipante) X 2 (orientação sexual) X 2 (intervalos de idade, altura e peso).O cálculo para as duas variáveis dependentes (medidas mínimas e medidasmáximas) consistiu na obtenção da diferença entre a idade mínima preferida ea idade do usuário; e da diferença entre a idade máxima preferida e aidade do usuário. Foi calculada, em seguida, a média dos valores mínimos, bemcomo dos máximos. Para as demais variáveis, altura e peso, o procedimento foi omesmo.

Resultados

Como foram encontradas diferenças estatísticas entre as preferênciaspor idades nos parceiros, vinculadas à idade do próprio participante, 75indivíduos de cada orientação sexual foram distribuídos segundo duas faixasetárias: de 20 a 44 anos e de 45 a 69 anos. Para as variáveis altura e peso,os participantes foram tratados em bloco por não terem sido detectadas diferençasestatísticas entre suas preferências e o aumento de idade.

IdadeA idade mínima preferida [F (1,592) = 427,77, p<0,001], e a idade máxima

preferida [F(1,592) = 406,31, p<0,001] foram estatisticamente diferentesentre os dois intervalos de idade nos quais os participantes foram distribuídos.Com isso, é possível, então, afirmar, que a idade do usuário influencia na escolhada idade de seu parceiro. Com o teste ANOVA fatorial do tipo 2 (sexo) × 2(orientação sexual) × 2 (intervalo de idade) , constatou-se efeitos significativos

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para sexo nas análises para idade mínima [F (1,592) = 219,96, p<0,001],assim como para idade máxima, [F (1,592) = 97,59, p<0,001]. A interação entresexo e orientação sexual foi significante tanto para idade mínima [F (1,592) =13,60; p<0,001], quanto para idade máxima [F (1,592) = 21,10; p<0,001].

Independente da orientação sexual, homens mais jovens (20-44 anos)preferiram parceiros ou parceiras com, no mínimo, 8,47 anos a menos que eles e,no máximo, 5,76 anos a mais. Quando mais maduros (45-69 anos) preferiramparceiros ou parceiras sempre com idades inferiores as suas, tanto no limitemínimo, -24,05 anos mais novos, quanto no limite máximo, -7,52 anos maisnovos que eles. Já as mulheres de ambas as orientações, quando na faixade 20-44 anos, preferiram parceiros (as) com, no mínimo, 3,58 anos a menosque elas e, no máximo, 9,46 a mais. Quando na faixa de 45-69 anos, elaspreferiram parceiros até 9 anos mais novos (as) que elas e, no máximo, 4,10anos mais velhos (as). Quando a orientação sexual dos participantes éconsiderada (Tabela 1), observa-se que homens homossexuais (HHOM) nafaixa de 21-44 anos preferiram parceiros, com idades, no mínimo, 7,08 anos amenos que eles e, no máximo, 8,51 a mais.

Tabela 1 – Médias de diferença de idade de parceiro, mínima e máxima preferida nas

faixas etárias de 20-44 anos e 45-69 anos pelos quatro grupos de participantes

Já na faixa de 45-69 anos, os homossexuais preferiram parceiros sempremais jovens que eles, entre os limites de 8,16 e 28,59 anos a menos.Homens heterossexuais (HHET) mais jovens aceitaram parceiras, no mínimo,até 9,89 anos mais novas que eles e, no máximo, 2,95 mais velhas, e os maisvelhos preferiram parceiras sempre mais novas que eles, entre 6,89 e 19,63 anosa menos. Mulheres homossexuais (MHOM) na faixa de 20-44 anos escolheramparceiras entre 5,82 anos mais novas que elas e 9,12 anos mais velhas. Já nafaixa de 45-69 anos, elas escolheram mulheres entre 13,02 anos mais novas e1,77 anos mais velhas. Mulheres heterossexuais (MHET) jovens preferiram

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parceiros com até 1,52 anos a menos que elas e com até, 9,78 anos amais. Mulheres heterossexuais mais velhas preferiram homens com, nomínimo, 4,66 anos a menos que elas e, no máximo, 6,62 mais velhos.

O teste Games-Howell indicou que, de modo geral, sem considerar osintervalos de idade estabelecidos, homens homossexuais e heterossexuaisforam estatisticamente semelhantes em suas escolhas tanto para idademínima quanto para idade máxima, assim como indicou que as mulherestambém não diferiram estatisticamente em suas preferências por idade mínimae por idade máxima entre elas. Ao serem feitas comparações entre grupos demesma faixa etária, o mesmo teste indicou que homens homossexuais eheterossexuais foram estatisticamente iguais somente em suas preferênciaspor idade mínima quando mais jovens, e por idade máxima quando maisvelhos. Para mulheres, o teste Games-Howell indicou que mulheres homossexuaise heterossexuais jovens, na faixa de 21-44 anos, foram estatisticamentesemelhantes em suas preferências apenas para idade máxima. Na faixa de 45-69 anos, entretanto, as preferências pela idade mínima, p<0,001, e máxima,p<0,001, foram estatisticamente diferentes.

AlturaDe maneira geral, homens e mulheres possuem preferências diferentes no

que se refere à altura de seus parceiros. Homens, independente da orientaçãosexual, preferiram parceiros com até 12,80 cm a menos que eles e, no máximo,até 7,03 cm mais altos que eles. Já as mulheres preferiram parceiros sempremais altos: no mínimo, 1,32 cm mais altos e, no máximo, 16,94 cm. No entanto,quando consideramos a orientação sexual dos participantes, podemos ver maisclaramente como as preferências por altura se expressam. Homens homossexuaispreferiram parceiros até 6,98 cm mais baixos que eles e até 14,31 cm mais altos,e homens heterossexuais preferiram parceiras sempre mais baixas, entre 0,25cm e 18,63 cm mais baixas. Mulheres homossexuais preferiram parceiras, nomínimo, 4,15 cm mais baixas que elas e, no máximo, 11,32 cm mais altas, emulheres heterossexuais preferiram parceiros sempre mais altos que elas, entre6,8 cm e 22,56 cm mais altos. Em suma, os heterossexuais escolheram valoresassimétricos – com as mulheres sempre preferindo parceiros mais altos e oshomens, parceiras mais baixas, enquanto que os homossexuais escolheramparceiros cuja altura podia ser abaixo ou acima da sua.

Foi feita ANOVA fatorial do tipo 2 (sexo) × 2 (orientação sexual) × 2(intervalos de altura). Houve efeitos significativos para sexo nas análises paraaltura mínima [F (1,592) = 20,76, p<0,001], mas não para altura máxima

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[F (1,592) = 1,88, NS]; este resultado pode ser atribuído ao tamanho do grupoem estudo. Contudo, homens e mulheres, independentemente da orientação sexual,majoritariamente, expressaram preferências diferentes em relação à altura nomomento de escolher seus parceiros (Tabela 2).

Tabela 2 – Médias da altura mínima e altura máxima preferidas pelos quatro gruposestudados

A interação entre sexo e orientação sexual foi estatisticamentesignificativa tanto para altura mínima [F (1,592) = 268,48; p<0,001], quanto paraaltura máxima [F (1,592)= 234,43; p>0,001]. Para os homens, o teste Games-Howell indicou que homossexuais e heterossexuais possuíram preferênciasdistintas em relação tanto à altura mínima quanto à altura máxima preferidaem seus parceiros, em cada comparação (p<0,05). No entanto, para altura mínima,homens homossexuais não diferiram das mulheres heterossexuais, ou seja,foram estatisticamente iguais em suas escolhas. Para as mulheres homo ehetero, o teste Games-Howell indicou escolhas estatisticamente diferentes emrelação tanto à altura mínima quanto à altura máxima (p<0,001). Contudo, aspreferências das mulheres homossexuais não foram diferentes das escolhas doshomens heterossexuais, para altura máxima.

PesoEm relação ao peso, da mesma forma que a para altura, homens e mulheres,

independente da orientação sexual, possuem preferências diferentes paraescolher seus parceiros. Homens preferem parceiros até 17,95 kg mais levesque eles e até 2,41 kg mais pesados. Já as mulheres preferem parceiros até0,99 mais leves que elas e até 18,59 kg mais pesados. Consideradas asorientações sexuais, os dados revelaram que os homens homossexuais preferemparceiros até 9,06 kg mais leves que eles e até 13,07 kg mais pesados. Oshomens heterossexuais preferem parceiras sempre mais leves que eles,

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entre 8,24 kg e 26,84 kg a menos. As mulheres homossexuais preferem

parceiras entre 8,77 kg mais leves que elas e 9,62 kg mais pesadas, diferentementedas mulheres heterossexuais, que preferem parceiros sempre mais pesadosque elas, 6,79 kg e 27,56 kg. Em suma, também para peso, os heterossexuaisescolheram valores assimétricos, enquanto os homossexuais preferiram valoresde peso de parceiros abaixo e acima do seu.

Foi feita ANOVA fatorial do tipo 2 (sexo) X 2 (orientação sexual) X 2

(intervalos de peso). Houve efeitos significativos para sexo nas análises parapeso mínimo [F (1,592) = 44,99; p<0,001], e para peso máximo [F (1,592)= 18,41; p<0,001]. Em outras palavras, homens e mulheres, independenteda orientação sexual, expressaram, majoritariamente, preferências diferentestambém para a medida do peso. A interação entre sexo e orientação sexualfoi significante tanto para peso mínimo [F (1,592) = 229,56; p<0,001], quanto

para peso máximo [F(1,592) = 194,34; p>0,001]. Para homens, independenteda orientação sexual, o teste Games-Howell indicou que eles possuírampreferências diferentes em relação ao peso mínimo e ao peso máximo doparceiro em potencial (p<0,001). Porém, para peso máximo, homenshomossexuais apresentaram preferências semelhantes às das mulheresheterossexuais, ou seja, não foram estatisticamente diferentes. Para as

mulheres, desconsiderando a orientação sexual, o teste Games-Howell indicouque elas apresentaram preferências diferentes em relação tanto ao peso mínimoquanto ao peso máximo (p<0,001).

Discussão

A premissa da existência de diferenças entre os dois gêneros, de acordo

com a perspectiva da psicologia evolucionista foi confirmada pelos dadosobtidos. Os formulários foram efetivos em produzir diferenças consistentes entregêneros, idades e preferências sexuais no tocante à por idade, altura epeso na escolha do parceiro. Considerando a orientação sexual, os dados oraconfirmaram diferenças sexuais, sendo homossexuais iguais aos heterossexuaisdo mesmo sexo (para o caso da idade), ora os homossexuais não seguiram

os padrões típicos de seu sexo (para o caso da altura e peso).

IdadeA partir da análise das preferências pela idade do parceiro, confirmaram-

se os dados que constam na literatura, segundo os quais homens,independente da orientação sexual, preferem parceiros (as) mais jovens,

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enquanto que entre as mulheres, de modo geral, verificam as preferênciaspor parceiros (as) mais velhos (as) do que elas.

Homens 20-44 anos:Nesta faixa etária, os homens de ambas as orientações sexuais optaram

por parceiros (as) mais novos (as) do que eles, porém manifestaram tambémtolerância por parceiros (as) mais velhos (as). Essa tolerância no caso doshomens heterossexuais pode ser explicada, de acordo com Kenrick e outros(1995a), pelo fato de que as adolescentes são menos férteis do que as mulhereso são a partir de seus 20 anos. Contudo, a preferência por parceiros mais velhosocorreu principalmente entre os homossexuais. Do ponto de vista evolutivo, oshomens teriam sido selecionados a preferir parceiras mais jovens, pois istosignificaria indício de maior fertilidade e saúde. Entre os homens homossexuais,constatamos que essa característica permanece apesar do parceiro alvo serdo sexo masculino e, obviamente, não apresentar aspectos referentes à procriação,como quadris largos e seios. Dessa forma, essa convergência de preferênciasparece ser típica do sexo masculino.

Homens 45-69 anos:Conforme nossos resultados mostraram, os participantes masculinos,

independente da orientação sexual, mais velhos apresentaram uma tendênciaexagerada de preferência por parceiros (as) mais jovens que eles, em comparaçãoaos homens mais novos, inclusive quanto à idade máxima, demonstrando quesua preferência ainda é por parceiros (as) mais novos (as) do que eles. Issoindica que os homens, em geral, parecem manter suas preferências porparceiros (as) mais jovens, ou seja, conforme eles vão envelhecendo, a idadepreferida por eles se torna cada vez menor, uma conclusão que vai ao encontrodos resultados obtidos por Otta (1998).

Mulheres 20-44 anos:De modo geral, mulheres apresentaram tendência a preferir parceiros

(as) mais velhos (as) que elas. Segundo a perspectiva evolucionista, mulheresbem sucedidas foram selecionadas por terem escolhido parceiros mais velhos,pois isso indicaria experiência de vida, acúmulo de recursos e,consequentemente, que o homem escolhido seria um bom provedor. Confirmandoos dados que constam na literatura, nossos dados demonstraram que a mulherheterossexual possui uma ínfima tolerância por parceiros mais jovens. Já asmulheres homossexuais não expressaram preferências coincidentes com as

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das mulheres heterossexuais com relação à tolerância por idade mínima do

parceiro, demonstrando um a atipicidade neste aspecto para o sexo feminino.A divergência encontrada entre as mulheres sugere que as normas sócio-culturais que são repassadas desde sua infância não são capazes depadronizar o comportamento delas, visto que cada orientação sexualdeterminou um padrão comportamental diferente.

Mulheres 45-69 anos:Da mesma forma que as mulheres homossexuais se mostraram atípicas

de sexo na primeira faixa-etária estudada, elas também o foram, e maisacentuadamente, entre as mulheres mais velhas. Entre as homossexuais,destacamos certa semelhança com a tendência masculina em suas escolhas,cujas explicações podem remeter às causas biológicas (relacionadas a taxas

hormonais) ou aos processos cognitivos (sentir-se e agir diferentemente). Jáentre as heterossexuais, a uniformidade na seleção de parceiro apresentadapelas mulheres mais novas, dá lugar a uma maior flexibilidade conforme oamadurecimento, visto que as mulheres de 45-69 anos não preferiram homenstão mais velhos. Isto pode ser um reflexo de que um parceiro muito maisvelho nesta faixa -etária não apresentaria mais tantos sinais de saúde e vigor

físico.

# Altura e pesoEm relação aos dados de altura e peso preferidos, constatou-se uma

assimetria nos valores escolhidos por homens e mulheres heterossexuais(assimetria esta, mais acentuada que para idade) enquanto que os valores

escolhidos pelos homossexuais não foram padronizados. Neste caso, para osheterossexuais, altura e peso demonstraram ser tão preditivos de gênero quandoo aspecto idade. Já os valores escolhidos pelos homossexuais ficaram entreos valores escolhidos pelos heterossexuais. Isso nos parece ser um reflexo daatuação da seleção sexual no comportamento de escolha do parceiro, umavez que a seleção sexual é realizada por machos e fêmeas determinando

estruturas e comportamentos dos indivíduos desejados como parceiros nareprodução. Assim, ter um parceiro maior, para as fêmeas, pode significar maiorproteção e, para os machos, ter fêmeas menores pode indicar maior facilidadepara submetê-las ou eliciar comportamentos de cuidado. Segundo Symons (1979/ 1994), a assimetria encontrada nos seres humanos indicaria que em nossoambiente ancestral, os machos lutavam entre si pelas fêmeas de sua predileção.

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Com relação às escolhas intermediárias dos homossexuais, há também

a possibilidade de existir, misturados entre esses participantes, aqueles que

apresentam alguns comportamentos típicos de seu sexo e aqueles que

apresentam comportamentos semelhantes ao sexo oposto, como é possível

detectar no cotidiano. Isto implica que se as preferências desses subgrupos

forem diferentes, sua reunião inadvertida pode ter mascarado estatisticamente

os resultados, e por isso não evidenciado padrões de escolha entre os

homossexuais com relação aos heterossexuais, principalmente com relação à

altura e peso, visto que, na maioria dos casos, eles não foram típicos de sexo,

porém também não foram semelhantes ao sexo oposto. Dessa forma, o dado

de que os homossexuais escolheram parceiros cuja altura ou peso podiam ser

abaixo ou acima de suas próprias medidas, mostra a necessidade de ser

verificado se, com a divisão dos homossexuais por papéis, o dado retornaria

semelhanças entre homossexuais de mesmo papel. Para as comparações

referentes às preferências pelas medidas máximas de altura e peso, não se

observaram padrões regulares de resposta entre os grupos. Diante disso, pode-

se inferir que as escolhas referentes aos valores máximos não indicam tanta

seletividade quanto os valores mínimos.

Segundo Kenrick e outros (1995b), a reprodução consiste em diferentes

processos que são controlados por um número de diferentes mecanismos

independentes. A partir desta ideia, compreende-se que não se pode esperar

que uma mudança em um mecanismo seja acompanhada, necessariamente,

por mudanças em todos os outros. Ou seja, se um mecanismo biológico controla

a direção da preferência, o comportamento ou fisiologia do indivíduo acompanha

esta preferência, porém isto não significa uma inversão do mecanismo biológico

típico do sexo dele. Dessa forma, alternativamente à hipótese de reunião

de subgrupos diferentes, pode-se considerar esta uma possível explicação

para a irregularidade nas preferências, visto que são diferentes processos,

controlados por diferentes mecanismos, resultando em diferentes escolhas.

Sugere-se que essa ausência de padrão de preferência por altura e peso

entre indivíduos do mesmo sexo, com orientações sexuais diferentes, reflita vários

fatores como o fato de homens e mulheres serem constituídos por características

e estruturas físicas diferentes. Do ponto de vista anatômico, homens e mulheres

evoluíram diferentemente. Seria improvável, por exemplo, que homens homo

e heterossexuais, que buscam parceiros de sexos diferentes, expressassem a

mesma preferência por determinados aspectos estruturais, pois seus parceiros

possuem constituições físicas diferentes.

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Conclusão

Em suma, a ocorrência de preferências diferentes entre indivíduos domesmo sexo, mas com orientações sexuais distintas, demonstra a importânciada análise comparativa dos quatro grupos, pois nos permite eliminar certashipóteses explicativas para certas diferenças sexuais. As teorias mais ligadasaos papéis sociais provavelmente seriam de pouco proveito para as análisesenvolvendo indivíduos do mesmo sexo, com orientações sexuais diferentes epreferências diferentes. Pode-se pensar, então, que as noções aprendidas aolongo da vida passariam a ser julgadas pelos indivíduos que, em seguida,assumiriam diferentes comportamentos e escolhas. Desse modo, variáveisontogenéticas como o desenvolvimento cognitivo devem ser levadas em contapara a explicação das diferenças sexuais. A variabilidade dos dados depreferência de parceiros por si só é um indicador de um fenômeno resultante decausa múltipla . Por outro lado, as semelhanças ocorridas demonstram a forçade aspectos sociais e/ou evolutivos no atual padrão de comportamento de homense mulheres, independente da orientação sexual de cada um.

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Recebido: 12/03/2013 / Corrigido: 08/05/2013 / Aceito: 15/05/2013

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