DEZEMBRO — 1 9 2 5

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ANNO VI Orgam official do Instituto Histórico e Geographico Brasileiro, nas com-

memorações do centenário do nascimento de D. Pedro IINUM. 64

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«iuimiiiiEiitmif nmiiim mmiiifin imnnimnnmui if t Htntttttiniii tini mi tumtiit WÊ^ÊÊÊÊÊÊÊÊMÊ0Ê^I&^^REVISTA MENSAL

PROPRIEDADE DA SOCIEDADE ANONYMA "O MALHO" — RUA DO OUVIDOR. 164RIO DIC JANEIRO

Teleph. Norte, 5402 — End. Telegr. "MALHO" RIO

Grande prêmio na Exposição Internacional do Centenário em 1922PREMIADA COM MEDALHA DE OURO NA EXPOSIÇÃO DE TURIM EM 1911

;: Directores : ÀLVÀRO MOREYRA e ). CARLOSG crente: LÉ O OSÓRIO

SUCCURSAL EM SÃO PAULO DIRIGIDA POR GASTÃO MORBIRA — RUA DIREITA N. 7 Sob.

CAIXA POSTAL QOfffficinass Rua Visconde de Itauna, 419

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ASSIGNATURAS. Para o Brasil — Umanno, 6o$ooo; Seis mezes, 30$ooo. Para oEstrangeiro — Um anno, £0$ooo ; não ha as-signaturas de semestre. — Os exemplares paraos Srs. assignantes são enviados pelo Correio

sob registro.«ntuuuHumuiuttutuHiiumit

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Toda a correspondência, como toda a remessa dedinheiro, (que pode ser feita por vale postal oucarta registrada), deve ser dirigida á SociedadeAnonyma "O MALHO", Rua do Ouvidor, 164.Collaboração literária, artistica ou photographica,

ao director-secretario Dr. Álvaro Moreyra.rifuutiiiiuiiiiiiiiiiiiiiiiiiHiiiiuiiiff

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MAPPIN & WEBBJOALHEIROS E OURIVES

ESTABELECIDA EM 1810

LONDRES

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100, OUVIDORRIO DE JANEIRO

28, RUA 15 DE NOVEMBROSÃO PAULO

^IlustraçãoSr as ileira

¦GEORG HIRTHLAUBISCH & C.,ARUA DO OUVIDOR, SOTELEPHONE NORTE 312Ô

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MOVEIS FINOS E DECORAÇÃODE INTERIORES . TAPEÇARIAS===== CORTINAS • SEDAS ===CRETONNES • TAPETES

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| Um novo estômago para Si

Quer V* S. um estômago novopelo seu velho ? Tem o seu esto"mago desarranjos ? E muito parasi digerir os alimentos?

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ppsTiLHps mmusPorão o seu estômago como novo.Ellas conteem os suecos digés*tívos do seu estômago na fôrmade pastilhas. Quando tomadasellas dissolvem-se, e esses sue*cos digerem todos os alimentos,e ao mesmo tempo fortalecem oseu estômago e apparelho diges*tivo. Quer V- S. um novo esto*mago? Tome hoje Pastilhas doDr. Richards.

Dias quentesLongas subidas

COM os dias quentes e as longas tiradas,

insignificantes desarranjos de motor setransformam em grandes despezas e gravesprejuízos. A falta de óleo no "carter" ou umacorreia de ventilador que se parte, dão causa aosuperaquecimento do vosso motor, e o resultadoé um grande prejuizo. Tivesseis um meio desaber quando o vosso motor esquentou além dolimite permittido, e terieis conseguido salval-o daruinãTO BOYCE MOTO-L 3TER é esse meio.

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^4 Kodak na fazendaCom uma Kodak se podem tirar facilmente photo-

graphias do gado e de todas as scenas da vida na fazenda.E graças ao distinctivo autographico, exclusivo da Eastman, que se

acha em todas as Kodaks, se pode escrever a data e o titulo na pelliculaao fazer a exposição.

Photographias como as que apparecem mais acima, com a identificaçãomencionada constituem uma historia graphica, interessante e valiosa.

Em todas as casas do ramo

Kodak Brasileira, Ltd., Rua São Pedro, 268, Rio de Janeiro

^IlustraçãoBrás ileira

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bttò&toEPETE-SE exaggeradamente que a vida é

monótona. A repetição chega a ser mostra

de gosto fino e de elegância alta. Senhoras

neiírasthenicas pôem-n'a entre os objectos de

maquilhagem e andam com ella em publico,na physionomia, acompanhando as águas

brancas, o pó de arroz, o rouge, o

mokoheul, a cillana... Graves senhores

deixam-n'a cahir da bocea sobre o

peito. Do alfinete da gravata á fivella

do cinto, só não vê quem não olha,

quando esses senhores passam, que a vida c monótona.

Phrase... Phrase tal qual aquella que na oração catholica chama á vida "um

valle de lagrimas"... Phrase, irmã illudida de outra, do Principe de Monte

Nevoso: "a vida é um jardim de delichs..." Phrase peór do que os versos do

poeta João de Deus, que a gente aprende no collegio... Phrase... Os artistas

theatraes e os homens de imprensa, apenas elles, se arriscariam a usal-a de

experiência própria. Por que os artistas theatraes têm, um por um, feminino ou

masculino, a sua especialidade. Em qualquer peça, estão sempre represen-

tando o mesmo papel... Por que os homens de imprensa, todos os annos,

escrevem coisas a propósito do Anno Novo, do Carnaval* da Semana Santa,

do 1.° de Maio, do 14 de Julho, do Dia de Finados, do Natal... Contra ou a fa-

vor, escrevem sempre. E não ha data nacional de que consigam livrar-se.

D. Pedro II, autor de alguns sonetos celebres, começou um assim: "An-

dar e mais andar é a vida a bordo." Como nós ignoramos tudo, quem sabe

se isto que parece a terra não é ainda a arca de Nóe? Quem sabe se o

velho e bem amado imperador, dentro de um verso ingênuo, não disse umaverdade illustre? 0 Judeu Errante talvez pudesse responder. Mas, onde encon-

trar o Judeu Errante a estas horas?...

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^IlustraçãoBr as ileir a

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CHROMO DOBRADO EM FÔRMA

DE ROSA COMMEMORANDO A

CHEGADA AO RIO DE JANEIRO

DA IMPERATRIZ DONA THEREZA

CHRISTINA

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OUTRA FACE DO CHROMO COM

VISTAS DA CAPITAL DO BRASIL

NO TEMPO DO CASAMENTO

DE SUA MAJESTADE D. PEDRO

SEGUNDO

^IlustraçãoBrasil eira

Wl DA' luz dos astros liam-se destinos. . .— Maguas a vir, passados desatinos,Ânsia do menos puro ou do melhor,Seducção do presente, encantamentoDe tudo quanto chega no momentoJá com o passado á espreita em derredor.

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O jardim, tapizado de esplendores,Cantando em fontes, perfumando em flores,Ebriado de feitiços e de luar,Abria, em fausto, para o Céo distante,O milagre de um sonho delirante. . .— Um sonho para Aboul-Fouaris sonhar.. .

Num vermelho de aurora mal raiada,Entre silvos, zagunchos e gritada,Nuvens de incenso e mágica infernal,Corujas agoireiras e folia,A vida poderosa estremeciaEm todo ingênuo coração mortal. . .

E cada sêr, na pergola votivaQue em signos e inscripções pagas captiva,Sob o céo do Cruzeiro, o amor de Allah,Indagava de prêmios ou calvário,Da phrase-talismã de seu fadario,E da palavra que o amanhã dirá. . .

Só tu sorrias desse nada humano.. .Só tu, branca e despida, ante o levianoOlhar dos vivos, deslocada, a sósDentro da turba, no abandono tristeDe tudo quanto, sendo, já não existe,Eras revelação, aviso, voz.

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Em meio a contingências, febres, gestos,Sem prisões, sem delírios e sem estosEras o todo e tudo, o aqui e o além.Dizias, pela muda voz das lousas,Da verdade que rege homens e cousas..— E, sendo todos tu, eras ninguém.

TfO,

Mas, emquanto naquella noite fria,A turba nem te olhava, nem te ouvia,Curiosa da sybilla e do porvir,No silencio, entre sombras, abriguei-me,Contra as arvores quietas amparei-me,Tremula e só, para melhor te ouvir:

— Olha-me em comprehensão que te redima...Homem, só hoje é teu! Só hoje é teu!...

©ea embfo19 2 5

k

Faze de hoje prodígios e obra primaPorque a palavra de amanhã sou eu...

Sonha... O sonho ha de abrir, maravilhoso,Um mundo sem igual ao teu olhar.Serás propheta, mago, poderoso,Por tua phantasia singular.

*¦¦¦<€ Lucta! Entrega ao delírio dos heroísmos,De todo heroísmo, libertário ou vão,Tonto de sacrifício, dôr e altruísmo— Paladino do bem — teu coração.

Ama!... Cheio de audácia, paladino,Fé, sacerdote, orgulho, cantador,Deslimita, febril, o teu destino,Universalisando teu amor!

*:0

Serve! Sem recompensas ou victorias,Adestrado em falhar como em perder,Desdenhoso de palmas e de glorias,Faze a renuncia a alma de teu querer.

Oanta!... Clara, inspirando, iniciadora,Tua voz se erga sobre as vozes vis.Mostre, na treva de hoje, a luz vindoura,Mostre a belleza em cada cicatriz!

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E que todo teu ser (e isso conforte)!— Carne, sangue, alma, fôrma, côr e som —Viva a inutilidade de ser forte —Pela inutilidade de ser bom...

Sonha, lucta, ama, serve, canta... Um diaApós tropheus, revez, males sem fim,Inilludivel, a sabedoriaTe ha de falar, como falou a mim...

Ouve-me em comprehensão que te redima.Homem — só hoje é teu! Só hoje é teu!.. .Faze de hoje prodígios e obra-primaPorque a palavra do amanhã sou eu...

A' luz dos astros liam-se destinos...Maguas a vir... passados desatinos...

Para que ler destinos afinalSi o destino de todos é egual?!

ROSALINA COELHO LISBOA.

^IlustraçãoBrasil eira

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.. . Porque eu até hoje só lenho ouvidodizer do grande poder do ouro. E' elle quepoe a fluctuar os mastodontes de aço; elleque veste pela Paquin; elle que enfeita ca-becas de princezas com estonteantes esmerai-das; que tudo compra e avassala. Poder domúsculo? Mas que é Dempsey com os pu-nhos envolvidos de chumaços de borracha? Aforça também é o vicio que subjuga a vir-tude... Poder da intelligencia ? Ouço ás ve-zes falar delle; mas a intelligencia ainda nãoousou alterar a face do mundo.

Então, que é que nós consideramos de

grande, que não seja a pata do elephante es-magando alluvioes de formigas? de grande,que não seja o dinheiro, a comprar conscien-cias por atacado e a varejo? de grande, quenão seja um pó de sandália, um lampejo degênio que uma eólica hepatica faz esmaecer?

Johannes Joergensen, falando um dia aosjovens nietzschemos dinamarquezes, íançavaum de?afio ao mundo:

"Vós julgaes procurar a verdade, a fe-

licidade, a liberdade; mas, de facto, isso nãopassa dc pretextos que vos daes para que oproblema da vossa vida não seja estudadoseriamente. Também eu procurei a liberdade,a verdade, a felicidade; procurei mais apai-xonadmente que vós, mais obstinadamente,sem poder deter-me antes de as encontrar; esó me foi dado attingil-as quando regressei áfé christã".

A liberdade, a verdade, a felicidade...Poz-se em longa peregrinação atravéz da Um-bria, da Porciuncula a Greccio, de Fonte-Co-lombo a Alverne, e a felicidade surgiu-lhemettida num burel cinzento, entre andrajos. . .

Eis o elixir da longa vida: a pobreza.Ser-se pobre é ser-se rico. "Dae-me uma ala-vanca e um ponto de apoio, e eu levantarei omundo". Vale mais dizer: "Dae ao mundo o

espirito de pobreza, c não se ouvirá mais obrandir de ferros nem o ranger de dentes".

Vamos entrar em 1926, o "Anno da Po-breza Resplandescentc". Sete séculos atraz,um homem escalavrado, ao receber a visita dasua Irmã Morte, acerescentava ao Cântico doSol este verso tremendo:

"Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa

[Irmã, a morte corporal".

Vae morrer o maior santo de todos ostempos. Depois de abençoar os disci-pulos, despoja-se de todas as suas roupas e

'ordena que o ponham nu na terra nua. E as-

sim foi que, deitado no chão da sua cclla, re-cebeu do guardião, como ultima esmola, o ha-bito com que devia morrer. Soube, assim, con-servar até aos últimos momentos a sua féna Senhora da Pobreza, a ponto de morrersem nada possuir na terra senão o que possui-ra quando entrou no mundo!

Depois, adormeceu.Passou a sexta-feira, rompeu o sabbado.

A' tarde começa a cantar com extraordináriaforça. Já .não era mais o Cântico do Sol, maso 142.° Psalmo de David, que na Vulgataprincipia assim: Você mea ad Dominum cia-niari. Cahia rápida a tarde de Outubro, e na

pequena cabana escura, no meio do bosque,perto da Porciuncula, os discípulos, ouvindo omestre e contendo a respiração, pareciam pre-sos da mais doce prece que jamais sahiu delábios humanos!

E pela cella se espalhou um silencio demorte, um silencio que áquella voz não rom-.peria mais: os lábios de Francisco de Assisfecharam-se para sempre; entrara na eterni-dade a cantar.

Entretanto, permitiu Deus que, por cimada casa e por toda a circumvizinhança, se fi-zesse ouvir uma ultima saudação ao trovadordivino. Pois, logo que a voz do santo cessou,todo o ambiente se encheu de um frêmito re-

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pentino e sonoro: eram as fieis amigas de S.Francisco, as cotovias, que iam levar-lhe o ul-timo adeus...

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Era Francisco filho do mercador de pan-nos, Pedro de Bernardone, um dos mais ricosnegociantes de Assis. Nasceu nesse mimosovalle da Umbria, nessa velha cidade que Pto-lomeu mencionara com o nome de Aissision,pátria do grande poeta italiano Propercio. Mes-mo antes de nascer, Francisco dava signaesde espirito de pobreza. Chegada, ao termo dasua primeira gravidez, a esposa de Bernar-done ouviu bater á porta de sua casa um pe-regrino, que para a criada disse não haver aparturiente de dar á luz emquanto não fossetransportada dos seus luxuosos apartamentospara o estabulo da casa, sobre umas palhas,até aqui vae uma semelhança entre o nasci-mento de Christo e o nascimento do Povc-rello. Parece que esse estabulo ainda pode servisto em Assis, transformado em capella —San Francesco il Piccolo — por cobre a portada qual se acha gravada a seguinte inscripção:

Hoc oratorium fuit bovis etasini stabulum,

In quo natus est Franciscus, mundi o pecidiim.

"Esta capella foi estabulo de bois e deburros, onde nasceu Francisco, espelho domundo".

Nascera em 1181. Fez os primeiros es-tudos com os padres da igreja de S. Jorge, epassou a levar a vida dos rapazes do seu tem-po, entre festas e algazarras, mas sem nuncadeixar perder o coração. Prisioneiro numaguerra entre Assis e Perugia, e depois de lon-ga enfermidade, sonhou com a gloria militare alistou-se, como soldado, numa expediçãocontra Apullia. Em Spoleto, a graça divinadesviou-o da guerra e, convertido áo Senhor,dedicou-se inteiramente ao seu serviço (1205).Foi a Roma como peregrino, esteve- na TerraSanta, tentou a África, curou leprosos, viveuem continua oração de 1207 a 1208, semprecomo penitente; restaurou três capellas, entreas quaes a de Porciuncula, que devia tornar-se celebre ainda na sua vida. Começou apregar. Seguiram-no logo companheiros dedi-

cados, entre elles o fidalgo Bernardo deQuinta valle e o jurista Pedro Catani. Ergue-ram todo um tugurio em Rivo-Torto. Quandochegaram a doze, Francisco escreveu umaformula de vida, de accordo com as palavrasdo Evangelho, e dirigiram-se todos a Roma,a implorar a approvação do Summo Pontifi-ce. Innocencio III attendeu-os, conferiu-lhesordens sacras e deu-lhes licença para a prega-ção (1209).

Deu Francisco aos companheiros o nomede Frades Menores, e o seu numero foi logoaugmentado prodigiosamente. Em 1202 fun-da a Segunda Ordem com a Irmã Clarissacomo Superiora. E' então um espantoso fio-rescer das virtudes christãs. A pobreza, a pe-nitencia, a pregação, a imitação de Christo,a renuncia, o apor.tolado empolgam os povos.

E Francisco continua a pregar. Em1213 passa-se á Hespanha, com o fim de sedirigir para Marrocos. Em 1215 vae a Ro-ma, para o Concilio de Latrão, e ahi conhece efaz amizade com S. Domingos de Gusmão, ogrande fundador da Ordem dos Pregadores.Em 1216, Honorio III concede a Francisco ojubileu da Porciuncula. Em 1217, o Seraphi-co Francisco reúne o capitulo, distribue acisuas phalanges, envia missões a toda a parte.E' um fervet opus. O franciscanismo tomaconta de toda a Europa meridional, desce áHespanha, sobe á Allemanha, vae á Provença,ao Oriente.

Em 1221, reorganiza a Ordem, dando-lhe uma Regra mais ampla, e funda ao mes-mo tempo a Ordem Terceira da Penitencia.Mais tarde, retira-se para Fonte-Colombo,onde compõe a Regra definitiva dos Francis-canos, approvada por Horacio III em 1223.Abatido pelo peso dos trabalhos e das auste-ridades, nem por isso se lhe arrefece o zeloou esfria o animo.

Viver como Christo — eis o seu ideal.Soffrer por Elle e como Elle — o seu melhorpadrão de gloria. E maior gloria não podiater do que a de se lhe gravarem no corpo, emSetembro de 1224, no Monte-Alverne, ris pro-prias chagas de Christo!

Passados mezes, em S. Damião, já quasicego, compõe o dulcissimo Cântico do Sol.

Em 1226, volta para a sua terra e ahi, santa-mente e até cantando, recebe a visita de sua"Irmã a Morte". Menos de dois annos de-

pois, o Papa Gregorio IX canoniza-o e co-

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meça a edi ficar a Basilica de Assis, para ondeforam transportadas, em 1230, as relíquias dogrande santo, o Poverello, o Seraphim de As-sis, o reformador da Igreja, o meigo Pobre-zinho.. .

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Mas que significa isto? Vivem hoje nomundo 17.000 sacerdotes fra nciscanos,80.000 membros da Ordem Terceira Regulare 3.000.000 Terceiros Franciscanos. Que si-gnifica isto? A grande arvore plantada porFrancisco espalha os ramos por toda a face daterra.

Francisco veio ao mundo provar qiíe aperfeita conformidade com o Evangelho nãoestá acima das forças humanas, e a volta á sim-plicidade e pobreza significa a volta á paz e áfelicidade, quer do indivíduo, quer da socieda-de. Mas o ouro? mas o fausto? mas as hon-rarias, e as glorias, e cs prazeres ? Ah! eu sei.Andam por ahi, em caixões funerários, rumoao cemitério, se é que já não os devorou nasnecropoles a insaciabilidade dos vermes.

Unia das mais espantosas Regras bai-xadas por S. Francisco e até hoje seguidaspor seus filhos é esta: NADA POSSUIR,NADA QUERER. E' precisamente a inver-são dc todos os ideaes do mundo contempo-raneo...

"Os irmãos não devem ter comsigo se-não um habito, a corda, os calções e os sa-patos, nos casos em que tudo isso seja indis-pensavel".

O que antes pertencia á Cavallaria daTavola Redonda, dado a feitos de armas, éagora o Cavalleiro de Christo, o Cavalleiro daSenhora Pobreza, com o qual contrahiu bodasmysíicas.

— São meus cavalleiros — dizia elle —aquelles que vivem afastados do mundo, emoração e meditação, em logares desertos, eque deploram os seus próprios peccados e ospeccados alheios, e vivem simples e humilde-men*..

Essa pobreza era uma fonte inexgotavelde riqueza d'alma. Era a paz de espirito, eraa caridade, era um amor exclusivamente aDeus. Porque eu sei o que é dinheiro e oquanto custa conquistal-o. Porque eu sei onumero e a intensidade de dramas que se re-

presentam no vasto palco do mundo em tornodesta única palavra que amarga, queima, masque arrasta e seduz: DINHEIRO! Do di-nheiro deriva a inveja; da cubiça sáe o cri-me; das riquezas nasce o ócio, a sensualidade,o orgulho. Eu sei de tudo isso. ..

Quanto não é feliz o mendigo da praçapublica, sem credores, sem representação, semo cuidado de lustro no peito das camisas nemde descemposturas pelos jornaes! O pobre é aignorância? Mas, ó senhores, a ignorância é apaz da consciência... E o mendigo da ruanão é pobre porque quer, pobre por vocação;elle não ama a sua pobreza, como S. Fran-cisco a amava extremecidamente, a pobrezade Christo, a pobreza daquelle que disse:"deixe no caminho o habito, as sandálias e obordão, tome a cruz e siga-me".

A pobreza de S. Francisco é a maior ri-qüeza que se possa imaginar, é a consciênciade nós mesmos, é um arranco da Creaturapara o Creador, E' O QUE SOMOS.

A apologia dessa pobreza vae ser feita nopróximo anno, em todo o mundo christão, aocommemorar-se o sétimo centenário da mortedo Patriarcha de Assis.

A Itália, a Itália generosa e coroada derosas, dispõe uma apothcose de almas... Atorva ambição pelas riquezas, á conquista doMilhão ainda se está oppondo galhardamen-te o regresso á pobreza, a pobreza simples echristã, que vive ao léu da vida, comendo comsatisfação o pão fresco do trabalho, desalte-rando-se nas fontes de agita viva que corre ábeira dos caminhos. E a pobreza é o Amor,e é a Caridade, e é a Paz.

O Pobrezinho de Assis continua a vivernas acanhadas cellas dos conventos, mas épreciso que venha para a luz do grande num-do, que viva, mais que ao nosso lado, dentrode nós mesmos. O homem procura enlear-see complicar-se cada vez mais com artifícios,preconceitos, gestos truanescos, ademanes dejogral. Homem-imitação, Homem-Sloper...Impera a inveja, vive-se numa mutua descon-fiança e num mutuo estraçalhamento. Quan-do não se furta um pão, furta-se uma vir-tude. Quando não se dispara um tiro, arreba-ta-se um pedaço de honra. E' uma vida falsa,mentirosa, é uma vida-conto-de-vigario, éuma vida-tapeação.

(Termina no fim do numero) .

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ALEGRIA da vidacomeça, na menina,mais cedo que nohomem, por issoque, antes que o seucompanheiro, ella

se torna mulher. Quer dizer, a puber-dade, a cólera, tingindo-a com os tonsescarlates da radiosa e florescentejuventude. O menino continua crean-ça mais tempo, no desinteresse que é

.. a maior preoccupação dos primeirosdegraus da infância. Mais tarde,porém, elle a alcança. Ella, é bemcerto, fascinante e vencedora; elle,timido e discreto. A' sua chegada, orapaz vae encontrar a camaradinhados primeiros tempos installada comosenhora dentro da ordem social. Jánão é a garota que pulava e corriaatraz de um sapo ou de uma flor.

Se os homens ainda não a levarampara esposa, ella já apparece preço-cemente ajuizada e recebe o seu ami-guinho com attitudes de senhorita emedade de casar.

De uma ou outra fôrma, vae-lhelevando vantagem sensível no pareôde tempo da vida. Senhorita, maisdepressa; senhora, também maiscedo; mãe quasi sempre acontece an-tes que elle seja pae.

Todas essas etapas apressadasdão-lhe certo contentamento e ar de

importância á garridice. Chega umaépoca, porém, que a entristece. E'que, na pressa com que andou, a mu-lher não fez reparo que também seabeirou do fim.

Só depois dos 40 annos, das pri-meiras rugas e dos muitos desenga-nos, ella começa a reflectir e a olhorcom saudade e melancolia o compa-nheiro afastado.

Este, que se quedara á distancia,no desapontamento da primeira arre-mettida, approxima-se, então, jubi-loso, e estende, commovidamente, amão que vae consolal-a. Fazem-seamigos. Conversam. O passado é re-feito na memória fugidia de um e deoutro, surgindo episódios que encer-ram claros abertos naquellas duasvidas agora approximadas. Nas con-fidencias a que se entregam, transige

o homem em mentir conscientemente,quando conversam sobre a edade,para não arrancar á mulher a pétalada ultima flor da illusão. Estabelece-se nesses momentos verdadeiro senti-mento a vincular num só élo as duaspersonalidades que se haviam divor-ciado, entrando a mulher, nesse com-mercio, com o que de melhor a suaalma possue de santidade e de har-monia, para consolo das feridas aber-tas em seu doce coração.

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Allegoria á volta da viagem do Imperador ás províncias

do Norte.

Uma explosão na Fortaleza de S. João, durante uma visita

do Imperador, cm 1863.

(Desenhos de Henrique Fleiuss.)

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(A J. CARLOS)

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Amanhece... E lá fora a dourada colmeia.Kaz a ronda estivai sob o azul que se arqueia.

Trescalam no jardim as florações viçosas:— Camelias, bogarys, jasmins, hortencias, rosas.

No prelúdio aromai de um céo de primavera,O enxame alegremente a abelha mestra espera.

Abrindo o leque real, um repuxo de prataAos lampejos do sol, em gotas se desata.

Cantam aves em bando. O arvoredo estremece.A folhagem sussurra e o trinado emmudece.

Ha perfumes de flor, mangueiras orvalhadas,Que rescendem no alvor das louras madrugadas.

Desperta no caminho a musical fanfarraDos pássaros a voar em festiva algazarra.

Nessas lindas manhãs, onde o sol irradia,Ha desejos de amor, de ventura e alegria.Como gotas de mel, as douradas abelhasSobem... Doudejam no ar em vibrantes scentêlhas,O mais forte zangão domina heroicamenteA linda embaixatriz do cortejo ascendente.Na ronda nupcial, em vertigens estranhas,A fêmea voluptuosa arranca-lhe as entranhas.No cântico de amor, em que mata e seduzA abelha mestra zumbe entre hosannas de'luz.E em louvor do cortiço o amante arqueja exhausto,Feliz de haver provado a gloria do holocausto!

LOBÃO PILHO.

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^IlustraçãoÔrct sileira

Discurso do Condi-; di<; Aia-onsoCiaso : — O Instituto Histórico eGeographico Brasileiro não mereceriao seu titulo, mentiria ao seu program-ma, deixaria de ser uma, aggremiaçãoconsagrada ao estudo da historia, senão se interessasse, tratando-a comespecial cuidado, pela alta individua-lidade, que, quando menos, se impõeá attenção geral por estes factos : foio único monarcha americano nascidona America do Sul; occupou em nos-so continente o supremo poder, durante periodo mais longo do quequalquer outra autoridade colonial, ou de após a independência;desde a infância até cá terminação terrena, a sua vida, no decursode mais de meio século, se entrelaça, se confunde com a vida doBrasil. ar:

Por outro lado. o instituto perderia as qualidades que otêm enaltecido, não mais cultivaria os sentimentos de justiça, ve-neração, reconhecimento, relativamente aos seus amigos, collabo-radores prestantes e bemfeitores, se não tributasse particular ca-rinho e perenne gratidão aomais constante e diligente dosseus consocios. aquelle que,no correr de quarenta annos.tomou parte activa nos tra-balhos da associação, presidiu-do-lhe a mais de 500 sessões,excedendo, assim, considera-velmente, o numero das diri-gidas pelos outros presidentes;lhe fez numerosos e inestima-veis donativos materiaes, lhedeu tudo quanto podia dar; ocercou de importância eprestigio no paiz e no es-trangeiro; lhe mostrou, querno fastigio da situação politi-ca, quer nas provações do exi-lio, a maior predilecção. omais entranhado amor.

Dahi o ardente culto.mantido neste grêmio, conscioda sua missão, dos seus de-veres e das suas responsai.)!-lidades, por sua majestade oSr. D. Pedro II. defensorperpetuo do Brasil, a quemo Instituto jamais recusou es-tes títulos, porquanto todosaqui reconhecem o modo ma-jestoso, ou melhor, raagnani-mo, como elle sempre procedeupara com o mesmo Instituto,patrocinando, animando, de-fendendo. o qual patrocinou,animou, defendeu elevados in-teresses da Pátria.

Propriamente da vida deD. Pedro II, vae oecupar-se oorador perpetuo do Instituto.— biographo á altura do bio-graphado, — o Barão de Ramiz

NOINSTITUTO HISTÓRICO EGEOGRAPHICO BRASILEIRO

DISCURSOS PRONUNCIADOS NA SES-

SÃO DE 2 DE DEZEMBRO DE 1925

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Galvãoque a outros requesitos para tao nobreincumbência reúne o de haver tratado deperto com o imperador, pois exerceu, porescolha delle, o cargo de preceptor dos filhos de Isabel a ARedem-ptora". o primogênito dos quaes. sua Alteza o príncipe D. Pedrode Alcântara, nosso prezado consocio, a quem já devemos assigna-lado favor, exalça com a sua presença a relevância da presentesessão. O Barão de Ramiz Galvão. havendo desempenhado juntoa família imperial funeções análogas ás de Fenelon e Bossuet paracom os descedentes de Luiz XIV, ou ás de [osé Bonifácio paracom D. Pedro II infante, está em condições, melhor do queninguém, de dizer superiormente, como. aliás, de seu costume, oconveniente, o opportuno, o justo sobre o soberano, em cuja con-vivência teve a fortuna de passar não pouco tempo.

Quanto ao presidente da casa. sem tratar do estadista do <abiodo monarcha, recordará simplesmente as suas relações com o Insti'tuto. suffícaentes, por si sós. para dignificar-lhe e glorificar-lhe a memona. Foram, em resumo, as seguintes r—Era menor o .moradorexercia a regência do Império. Pedro de Araújo Lima. depois mar-

Retrato de D. Pedro II, pintado porJ. Baphsta da Costa c offerecido por elleá cidade de Petropolis.

quez de Olinda, quando, a 21 deoutubro de 1838, se fundou o Insti-luto. Menino de 13 annos, já revê-lava então D. Pedro II extraordina-rias qualidaides que induziram, me-nos de dois annos mais tarde, brasi-leiros eminentes, como os Andradas,os Cavalcanti de Albuquerque e ou-tros, a entregar-lhe, antes a maiori-dade legal, a suprema direcção do Es-tadio. O Instituto, que conhecia par-ticularmente esses méritos, por infor-

mações do consocio Cândido José de Araújo Vianna, futuro mar-quez de Sapucahy, professor do imperial infante e mais tarde pre-sidente do mesmo Instituto, cargo que occupou durante 28 annos.resolveu, por proposta de Januário da Cunha Barbosa, nomear D.Pedro II seu protector. Acceita a nomeação, desde logo se fezsentir a sua benéfica efficada. O Instituto vivera, até ahi, emcircumstancias muito precárias, reunindo-se em logar impróprio,no edifício do antigo Museu, hoje Archivo Nacional, e, em seguida!em sala térrea do Convento dos Carmelitas, annexo ao Paço da

Cidade, presentemente Repar-tição Geral dos Telegraphos.

Já para a sessão solemnecommemorativa do primeiroanniversario da sua crea°ão,franqueou-lhe o ioven Imoe-rador mais condigno recintono Paço da Cidade, Paço ondea associação se installou,iccupando. suecessi vãmente,varias salas, hospede, assim,do monarcha, emquanto lhedurou o reinado.

Além de conceder o lo?alpara as sessões ordinárias,mandou mobilal-o á sua custie para ahi transportar livros emanuscriptos da bibliothecaimperial.

Não compareceu á pri-meira sessão publica solemnedo anniversario, por achar-seausente do Rio, mas assistiu,já no uso das suas pre-ogati-vas soberanas, á segunda, e 11Novembro de 1840. O vice-presidente em exercício Aure-liano de Souza e Oliveira Cou-linho, depois visconde ds Se-petiba, offereceu-lhe, nessa oc-casião, uma medalha de ouro,cunhada por ordem do Insti-tuto, com a data da sua fun-dação e estas palavras, que sstornaram a diviza do mesmo:"Auspice Petro Secundo Paci-fica Scientiae Occupatio".

Começou o imperadr a vi-vãmente interessar-se pelostrabalhos do Instituto, emboranão lhe assistisse ainda ás ses-soes ordinárias. Em Janeiro de 1842 o mimstro do império, Cândido Tose de AraújoVianna, communicou ao presidente do In-

ass.stm á inauguração dos bustos dos Vund"lo,-és ^'Januário da Cunha Rnrh«c, , *unaac,ores «a associação,

Mattos. Presl %,; ;ie A ^ a ^yam^ J°Sé da Cunha

de Dezembro de 1L0 In !' T* SeSSao ornaria a 15

decurso de quarenta tnlTxtxo^Z to Z ?""*¦ "°

de ausenca do Brasil rl«L« ;mcmüro cie 1Ò89. so por motivoNa de ti d. Snltt XlZtntT™

^TTpucahy, Porto Aletn-o Tonn,,; m Poentes o marquez de Sa-ex-regénte do In^ A"'F

' ^f"o' •' Mafe*^ M°"te Ale»re'

Silva. Gonçalves ÒS José M^ria da^f^P ^T"" C^n0 d;1

Rio Branco), o preside ,^1 f,S '™

£™te- («»»?* dograr.rceu os muitos benefi-

ojasm «¦.¦ií.ínwiE ___^_-_____a______e__r_.._,- v-. _._¦., . . __ .^.SÍSsSiiim^SSSE

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cios já recebidos que se tornara uma filiação da do Imperador peloInstituto que se tornara uma filiação da casa imperial. A presençado chefe do Estado era estimulo e animação ao zelo dos sócios. Res-pondeu agradecido o imperador em coiieeituoso discurso, declarai!-do-se o primeiro interessado no progresso do Instituto;' elogiou aRevista; suggeriu que nella se publicassem, além das obras do pas-sado, producções modernas; aconselhou união e constância; recom-mandou que o informassem dos trabalhos em andamento e lheenviassem uma lista, que esperava fosse geral, dos sócios cumpridodores dos seus deveres. Lavrou-se acta especial da sessão, assignadapor todos os presentes, para ser collocada na sede das reuniões;mandou-se lithographar o original da allocução imperial e cunharuma medalha commemorativa do feito, realmente extraordinário:um soberano cooperar nos trabalhos de uma associação literáriaparticular. Num dos discursos da oceasião, af firmou-se que o Im-perador, havendo perdido seu filho D. Affonso., adop.ara o Instl-tuto 'para substituir em seu coração o príncipe morto.

Com effeito, nunca mais esmoreceu a carinhosa paternal so-licitude do monarcha para com O INSTITUTO. O mais assíduo dosconsocios, inquiria de tudo, fazia trabalhar, tomava parte nas discus-soes, compartia as manifestações de. pezar. pelos sócios fallecidos.velava pela fiel observância dos estatutos, mormente quando sur-giam novas candidaturas, exi-gindo o maior escrúpulo nasescolhas. Finda a ordem dodia, demorava-se a conversar,pelo que, pessoas estranhas,sabendo disso, procuravam-n'oali, no recinto do senado dasletras pátrias erguido pelavontade augusta á categoria deinstituição nacional, como en-tão se dizia.

Innumeros os seus dona-tivos de dinheiro, moveis, li-vros, medalhas, documentos.manuscriptos, objectos úteis,á bibliotheca," archivo e maissecções.

Em 1856 (13 de julho)offereceu um exemplar daConfederação dos Tamoyos,de Gonçalves Magalhães, im-presso á sua custa.

Offereceu. ainda, 8covolumes, que haviam perten-ciclo a Martius, de obras sobroa America, alguns raros, cujaacquisição lhe custara 10:000$,sendo que, anteriormente, játinha offerecido outros livrosda mesma illustre procedência.Entre os manusiriptos doados.figuravam vários de JoãoFrancisco Lisboa.

Partindo" para Europa,em Agosto de 1887, conc.touo Instituto a continuar traba-

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lhando. Ao receber a medalha mandadacunhar pelo Instituto para comme.i.o.ar o13 de Maio, assim se exprimiu: "Agra-deço muito e nada mais digo, porque o Instituto bem sabe que soutodo delle".

Na sessão solemnizadora do jubileu do Instituto (21 de Outu-bro de 1888), sessão a propósito da. qual se publicou um livro con-sagrado ao "venerando e incansável protector" do mesmo Instituto,assegurou o presidente Joaquim Norberto que este houvera naufra-gado sem aquella protecção.

O dr. Joaquim Severiano da Fonseca, general, irmão do maré-chal Deodoro da Fonseca, denominou então o imperador homemjusto e são, a quem a Providencia concedera o supremo favor deouvir em vida o juizo que delle faria a posteridade, guia dos des-tinos da Pátria, estimado, querido e respeitado do povo. "Que Deuslhe conservasse a vida muitíssimos annos, para bem da associação e,mais do que tudo, para o progresso e gloria do Brasil."

Na sessão anníversaria de 15 de Dezembro de 1888, o presi-dente insistiu nesses louvores.

A 4 de julho de 1880, celebrou-se a sessão solemne extraordina-ria consagrada a Cláudio Manoel da Costa, victima, como Tiraden-tes, do seu ideal de emancipação politica e de protesto contra o despo-

Exercidos calligrapkicos de D. Pedro li,sob a direcção de Liiis Alcixo Boulanger.

© esembro19 2 5

tismo da metrópole, — Cláudio Manoel da Costa, cujo lemma — Autlibertas aut mhil, antecedeu e eqüivale ao — Independência ou Mor-te — do Ypiranga.O presidente Joaquim Norberto assignalou a significação da

presença e da presidência do imperador, que adherira, com enthusi-asmo, á idéa da sessão em que Tiradentes e seus companheiros re-ceberam as devidas homenagens de veneração civica.Depois da sessão, demorou-se D. Pedro II a conversar sobrea gloriosa e infeliz tentativa mineira e a examinar cousas a elleconcernentes.Presidiu, a 13 de Dezembro do mesmo anno de 1889, á sessãoem que foi proclamado presidente honorário do Instituto o presi-dente da Republica Argentina, doutor Miguel Juarez Celman e so-cios honorários outros argentinos, por motivo'da feliz terminação

do litígio das Missões, em virtude do tratado de 7 de Setembro, quesubmetteu o pleito ao arbitramento dos Estados Unidos.A 27 de Setembro presidiu ainda á posse do sócio honorário

dr. Enrique Moreno, ministro argentino, que, no seu discurso,proclamou o imperador o mais sábio dos soberanos contemporâneos!a dirigir um grupo de homens que haviam levantado ante elles pro-prios e ante o mundo o nível intellectual da America. Em Outubrode 1889. estando no Rio o couraçado chileno Almirante Cochrane,

fizeram-se-lhe grandes festas,a fim de agradecer ao Chile05 obséquios ali prestados aocruzador brasileiro AlmiranteBarroso", a cuio bordo via-java. como official, o princi-pe D. Augusto, neto do Im-perador.

O Instituto, com applau-so de sua majestade, realizouuma sessão extraordináriaem honra do Chile e uma ex-posição ide livros e objectosprocedentes ou tratando darepublica andina.

O Imperador contribuiupara as despezas, collaborounos trabalhos preparatóriosda exposição, indo, mais deuma vez por dia, visital-os eanimal-os. Concorreu comlivros da sua bibliotheca ecom um excerpto da tradu-cção por elle feita, havia an-nos, nas revistas, em 1889,conforme nota autographa,do poema Araucania, de Er-cilla.

Figurou também na ex-posição um quadro, executa-do por ordem delle, represen-tando um araucanio a defen-der a bandeira chilena, qua-dro onde se via um escudocom alguns versos da Arau-cania, vertidos pelo Impera-

dor, celebrando a altivez daquella raçanunca subjugada e sempre de cervizerguida. Na sessão magna de 31 de Outu-

bro de 1889, o commandante do Almirante Cochrane disse que oImperador era a personificação da soberania, do patriotismo, doprogresso e da gloria de sua Pátria.

Chegou D. Pedro II a rever, com judiciosas annotações, asprovas do livro que encerrou a narrativa da sessão especial consa-grada aos chilenos.

Mandou photographar para esse livro, a sala das sessões, a daexposição e outras do Paço, inclusive a do throno, que dahi a diasera derribado.

A ultima sessão a que assistiu foi a 7 de Novembro, umasemana antes da revolução e, pela primeira vez, retirou-se pelaporta geral, quando costumava fazel-o por uma particular, do in-terior do palácio. ;

'""*]]Assim, as derradeiras vezes em que compareceu ao Instituto,

no correr de 1889, foi para glorificar a Inconfidência- e festejar aconfraternização sul-americana. A primeira sessüo do Instituto, soba Republica, effectuou-se a 29 de Novembro, quatorze dias após aproclamação desta. Lera o orador, quasi integralmente, o que nellaproferiram sobre o Imperador, o presidente Joaquim Norberto

o wSmMmM "cfmmrútiWSki

^IlustraçãoSra si 1 ei ra

roso para ™hnf^T ^ •FSnseca- pW>ue e "*•"«««'hon-roso para ambos, attentas as influencias dominantes.U sr. Joaquim Norberto assim se annundou:

queiwfne-t tVZ *° '"*"

T ",e for<a a annunciar-vosque jamais nesta cadeira se assentará aquelle que durante Quarentaannos desempenhou verdadeiramente o titulo de prote tor ™

assoctaçao, elevando-a á face das nações cultas á grande consideratralhos TZ°Z*

aCtUalme1te- D- -tas das selsõl dos "oS

gabamos e das nossas sessões magnas, celebradas na sua casacom todo esplendor e solemnidade, consta e constará sempre o ouêot o tmperador D. Pedro II para com o Instituto Histórico oüelhe retnbue numerosos favores com a maior gratidão, por con7-dera -o conto seu primeiro alunmo e por tel-Õ sempre ™„,o ,de velado protector. Os que tem acompanhado a marcha dos trahálitos do Instttuto Histórico durante meio século não podem deixarde reconhecer que so por amor da Pátria e da gloria aqui noreumamos sob o exemplo da assuidade de quem foi

"nt« , ós o,™ Ao aquelle limiar dei 4recia '» °»

n «lia o alumno sentar-se nesse throno da democracia e tomar parte",'i;:r:z:; °cubrações-quea tantos«"^«a™» >-i¦ em que a mate visássemos nas graças da cornucopia da sua muni-t.cencta a menor recompensa que amparasse o brilho e gloriadanossa vountana dedicação. A politica ten, suas necessidade? in-ramof

"S T

"? Ti,

Veit3eS deSSe temP'° da historia, collabo-ramos para a posteridade nesta pacifica scwntiae occuôatio- epois. a gratidão um dos mais belbs caracteres da humanidade viverána nossa tradição até quando o ultimo de nós tiver baixado á se-pultura em que ja dormem os nossos mais distinctos consocios *emque a quetramos antepor de modo algum a ordem das novas cousasestabelecidas e a que nos curvamos certos de que o governo do povopelo povo sem uma realidade para a terra a que Deus ottto °òu

por symbolo a cruz da sua redempção e a quem imploramos quea republica seja tao livre como foi o Império de D. Pedro II ~

\mparemos com redobrados e novos esforços uma das mais bellas as-Te uTerrVT*

***". ^^ P™" íe™ ^ nós >™ doque um erro, seria opprobno ."O advento da Republica Brasileira — disse o onerai loâo

^evenano da Fonseca - trouxe-nos tuna perda immJnsa e ummtnen.o pezar. o afastamento do nosso augusto e venerando Impe-rador. Sahiu. mas o Instituto sabe que a sua retirada não foi umcastigo: toi a -conseqüência imperiosa., imprescindível, fatal danovaordem de coisas: foi uma necessidade inevitável, foi a «a'ran-tia nao so para estabilidade da nação, como para a individualidadedo Imperador. E com elle seguiram todo o respeito, estima e veneração que os brasileiros devem e têm a esse grande e virtuosoxarao. bahiu porque não podia ficar. Não é um decahido: é antestini aposentado, retirando-se com todas as honras e distincções. Se-

In2, V ?• Pedr° dC Alcamara era ° Protector « ™ donshtu o. E eu levanto-me aqui solemnemente para pedir'que oInstituto no meio dos seus arroubos pelos esplendores da mãe pa-na nao se esqueça da gratidão que deve áquelle que foi seu pre-< M D' Pedr T"ir

"• Pre5ideme- **• ím Ual,t0 f°r '

vo* . M. D. Pedro de Alcântara aquella cadeira se conserve inoccupa-da e coberta por um véo e que o Instituto, fazendo voto "ao

Onipotente pela saúde e felicidade do venerando monarcha e de>ua nobilissima consorte, insira na acta a seguinte moção • O Insti-uno H.stonco e Geographico Brasileiro, síbmettendo se' ao o oestado de cotsas. no sentido altamente patriótico de não prejudicaros mteresses da nação, envidará todos os seus esforços en bèneri° da pana adorada. O Instituto sente profundamente não ermau. em seu grêmio, animando-o e dirigindo-o. o seu au<nis*o evenerando protector. que desde <eiw ,T,n1Pr,v s ° e„ • . . j . . , J c uc-a^ *eus lomeiOí o amparou com e*-eaal e uidescnptivel amor: que ha quarenta annos tamanho lustrelhe deu presidindo pessoalmente seus trabalhos. O Instituto fazvotos ao Omnipotente pela saúde e felicidade do Sr. D

~ Pedro dcAlcântara e sua virtuosíssima consorte: espera que lá do exilio o

,redlecta,a^lan'm°- rSÍ'eÍr° "*° * ^^ da s"a «*°™«°

predilecta, e. inserindo em acta seus sentimentos de saudade le-vante a sessão ' 1CO general João Severiano. notou o Sr. Henrique Raffard noInro Homenagem do Instituto Histórico e Geographico Bra"t'oa memona de S. M D. Pedro II". falou extremamente commov?do, ttnha os olhos che.os de lagrimas que lhe corria,,, pelas face,e suas palavras, constantemente entrecortadas. impressionaram atodos que espontaneamente se haviam levantado a fim de melhorsecundar o inspirado consocio.

Concluído o discurso, foram todos abraçar o orador, chegandopnme.ro D. Ennque Moreno, o representante da Republica "-

gentma que pouco tempo antes, isto e. nas vésperas dei; de \o-vembro. ,deara promover o concurso de todas as nações americanase principalmente da* .nendionaes par3 quç se festejasse em i&£

com extraordinário brilhantismo, o jubileu do effectivo reinado deD. Pedro II.Tal a attitude destemerosa e effectiva do Instituto ante a des-

graça do seu grande amigo.E persistiu até ao fim nesse recto caminho.Por occasião da morte da Imperatriz ('28 de Dezembro de1889), fez-se representar nos funeraes. Ao tomar posse da suacadeira a 21 de Outubro de 1890, o antigo diplomata barão deAlencar, dirigiu, antes de tudo, uma saudação a D. Pedro II. quecontinuava, embora ausente, a alentar o Instituto.A 2 de Dezembro felicitou o Instituto por telégramma o Im-

perador. que respondeu agradecendo ao seu Instituto, conforme lhecommunicou o conselheiro Tristão de Alencar Araripe, pouco depoisministro do marechal Deodoro.Dahi por deante, estabeleceu-se a praxe de. nos discursos derecepção -de novos sócios, ou nas das sessões magnas, haver sempr ¦uma referencia honrosa ao ex-soberano.Xa sessão sotemne de 15 de Dezembro de 1890. evocaram-11'0os oradores, dizendo que o chamar elle de seu ao Instituto for,

para este uma honra e uma gloria.Em Julho de 1891, soube-se que o Imperador doara ao Insti-tuto parte dos livros da sua bibliotheca e objectos do seu museumais de 10.000 volumes encadernados. 1.000 brochuras 1 400estampas 200 mappas, ou vistas. Assignaram a moção de agrade-cimento de tamanha dádiva, nomes insuspeitos de snmmfdadesdo novo regimenReconstituiu então o Instituto, quanto possivel, a sala de de<pachos do Paço de São Christovão. com as modestas cadeira, es-tantes e mesa do Conselho de Ministros e do de Estado. Colíou-cuma placa indicadora na cadeira em que se sentava o Imperador

quando presidia estes conselhos, e outra placa semelhante na em'que presidta_as sessões do Intitulo, na sala que passou a denomi-nar->e sala D. Pedro II.A 2 de Dezembro de 1891 telegraphou-lhe ainda o Institutosaudando-o. de que recebeu resposta, expedida a 3. depois da mortenene. a ^.Significativas, excepcionaes foram as demonstrações de luto cpezar, por occasião dessa morte.Consignou-as o mencionado livro de mais de i.coo pa-ina«=composto pelo secretario Henrique Raffard. e no qual colhemos ospresentes dados.Entre as resoluções adoptadas. figurou a de se conceder umprenno a quem dentro de determinado prazo, apresentasse a menorbiographia do finado. menorAppareceti um trabalho que. se soube ser do conselheiro Chris-t,ano Bened.cto Ottoni. mas não foi acceito. porque, embora justoem mintas partes, não preencheu o intuito do Instituto' pôr emre -vo. sem exageração. as qualidades que distinguiam D Pedro IIe o tornaram merecedor de universal estimaOutra resolução - e nisto coube ainda como em tanto, lou-vaveis commettnnentos. a iniciativa ao Instituto, que alguém pro-P-£ então passasse a chamar-se Instituto Pedro II. foi a de pro-mover-se desde logo a trasladação dos restos imperiaes para,,Realizou-se a 4 de Março de 1892. uma sessão solemne cm ho-menagem ao Imperador, da qual se reuniram em volume os seu,-.*os protendos. UlNos estatutos, determinou-se mie- na íah rlac -«-a^ •j ' H Ci lul Sttl« ua^ ^e^soe^ sornptitppoderá haver como homenagem especialissima. o retrato do Inperador: no d,a _5 de Dezembro conservará o Instituto as sttas portas fechadas; defenrá elle um prêmio, denominado prendo Pedro IIe cons,stente numa medalha de ouro. á melhor moIgraphia sob •os assumptos de que se occupa a associação " P

--as três disposições citadas é o Imperador desfiado com ,*TÍzá™.,v,c,ave'protectw d°instftuto' ^1- »* de-; %::::¦:

Explicam e justificam esses factos o zek) o amor n w* .

está rea,i4"o^a ;5;: erh,Te^ra-r' tS° ^"^ «2^-^St .-«"T-S2 fi'='-:

. No julgamento de Luiz X\'I celebriyon «1 „snuplesnente formulado : a ,„or,e sem phZT "'" ^ """"

dro II è1Serv'et,P^;lard:P,ar••igl,;,1 ^""'i*™ dignificar Pe--ca ^VZ£?£ 'T^J^

%** Z^?zt-z ****>»> hí-ss :zt: sr• e.g«intv. Honra infinita, gloria inimortal"

X£.i\r^_üfâzJimmrii Z^^-^*am^Am&»

Djscuksü jjo JJakão uiv Ramiz Galvão : — Exmo. Sr Re-presentante da Presidência da Republica. — Illustre Sr. Presidentedo Instituto e dignos consocios. -— Exmas. Senhoras. — MeusvSenhores.

Eis chegado o grande dia da Justiça e do pagamento de umadivida sagrada, — dia que, ainda bem, não tardou muitoO tempo deliu felizmente a nuvem de paixões, que por venturatenham escurecido a Verdade histórica. A Nação legitima seus foroscom a solidariedade de todos os espiritos ponderados, unidos agoraem um só pensamento: cultuar a benemerencia de um concidadão il-lustre, que trabalhou pelo bem do Brasil como os melhores operários

da nossa grandeza, e que amou a sua Pátria como os mais enthusi-astas servidores.Quem esteve ha um século na Quinta da Boa-Vista, — o ve-tusto casarão de feitio colonial, doado ao principe regente D. Joãopelo honrado Elias Antônio Lopes, ao ouvir as saudações ruidosas,

com que se recebia a bôa nova de ter nascido' mais um filho dePedro I e da primeira e benemérita imperatriz D. Maria Leopol-dina, — quem ali esteve mal poderia imaginar o espectaculo, deque hoje é theatro, — deante de outra geração, este verdadeiroPrytaneu, onde se guarda o fogo sagrado do patriotismo, es-pectaculo singular e impressionante, que a esta hora se reproduzaliás nas capitães dos Estados brasileiros.

Naquelle dia de Dezembro de 1825 retumbavam hosannas pelodespontar de um sol no horizonte da Pátria.A que assistimos hoje, após cem annos de labor e de luctas,

de anciedades pelo progresso, de agitações politicas que nos per-turbaram, e também de acções heróicas que enalteceram a Historianacional ?

Aquelle sol, depois de surgir no horizonte, ascendeu, chegouao seu zenith, e, como é lei do Universo, descambou no oceasoentre os tristes pallores do crepúsculo. Emquanto luziu, porém,fecundou esta gloriosa terra; as plantas cresceram para dar sombrabemfazeja, opulentaram-se, as searas e vindirmas, os fructos sazo-nados deram vigor a uma população crescente, animada de santacoragem para vencer.

Hoje o que se realiza aqui é a grata commemoração daquelleafortunado 2 de Dezembro de 1825, — aurora de uma vida preciosa,a cujo influxo se accentuaram a nossa grandeza e o nosso renome,como nação americana.

Esta homenagem prestada pelo Instituto Histórico e Geogra-phico Brasileiro á personalidade de D. Pedro, o segundo Impera-dor, é assim preito de justiça por elle tributado, já como instituição,como representante da nossa intelectualidade e do coração da Pátria.

Como instituição brasileira deve ao seu constante protectorestimulo sem par, cuidado indefeso, patrocínio desvelado e singularpor espaço de quasi meio século.

Como genuino e provecto representante das letras nacionaes eao mesmo tempo dos sentimentos do povo brasileiro, o Institutoreconhece-lhe uma somma extraordinária de serviços, que a Verda-de histórica regista, e que cada dia mais avulta deante doestudo desapaixonado desse período da nossa vida de nação auto-noma e senhora dos seus destinos.

A posteridade confirmará este asserto, estamos seguros.O Brasil, que havia transposto dias agitados e tormentosos

sob o governo de Pedro I e na phase regencial de 1831 a 1840,teve a rara fortuna de ser dirigido de 1840 até 1889 por um espiri-to realmente superior, que soube manter e consolidar o inapreciavelthesouro da unidade nacional, serenando as paixões, e enveredar opaiz pelo caminho do progeresso dando alento ás fontes de riqueza,fazendo-se modelo da moralidade mais completa na vida publicae na particular, estimulando a creação e o funecionamento de todosos apparelhos da civilização, dando até exemplos de patriótico de-votamento á causa santa da Pátria, quando uma vez, em hora si-nistra, se viu invadido o solo brasileiro por hostes inimigas.

Educado por mestres de valor bebeu-lhes as lições com avideze largo proveito. Investido muito joven nas funcções melindrosasr'e soberano, teve a grande sensatez de ouvir e acceitar os conse-lhas dos insignes estadistas, que nessa phase da vida o cercaramcom desprendimento e carinho.

Havendo aos 18 annos ligado seu destino a uma princeza deinsignes virtudes, «soube também constituir família modelar, pre-parando o espirito e o coração de uma herdeira do throno, queveio a receber mais tarde as bênçãos do povo e as applausos domundo, quando teve por três vezes opportu.nidade de reger interi-namente o Império.

Obediente ao espirito da Constituição politica, que jurara, man-teve o equilíbrio dos partidos, revezando-os na administração comimparcialidade e firmeza, daíido as mais amplas garantias á liberda-de do pensamento, mottrando-se insensível aos golpes apaixonados i 7

£) e ã embro19 2 5

que por vezes procuraram íeril-o, amando com extremos a justiça,premiando méritos e condemnando com irrevogável sentença a im-moralidade, onde qu» quer ella apparecesse.

Vigilante como nenhum outro cidadão, sagaz e solicito., iodaa sua laboriosissima existência se repartiu entre a administraçãopublica e o estudo, procurando conhecer os homens e aproveital-osno bem da Pátria, illustrando á saciedade o espirito com. o cultivoudS sciencias e das letras.

ImpelJido pela sede do saber e pelo desejo de conhecer deperto em paizes estrangeiros o que lhe fosse possível ap-piicar ao progresso do Brasil, — summa aspiração de sua alma —,a^sentou-se do Império por duas vezes, em 1872 e 1876, pode-sedizer em viagens de estudo, e oessas digressões não fez senão le-vantar mais alto o nome da Pátria. D. Pedro foi então por todaparte o admirado representante da cultura brasileira, a honrar-nosperante o mundo.

A terceira viagem que fez á Europa em 1887 foi motivadapela urgência de restaurar a saúde seriamente combalida pelo ex-cesso de trabalho; mas, ainda em tal emergência, não esqueceu oseu programma invariável de freqüentar escolas e sociedades sa-bias. Foi ao sahir de uma sessão do Instituto de França á noite, ésabido, que mais se aggravou o seu estado enfermo. Pouco depois,estando em Milão, esteve em risco de morte, e dessa crise dolorosapode-se dizer que só o reanimou e salvou um grande abalo morai: oímmenso regosijo do patriota ao receber a noticia da lei áurea de 13de Maio de 1888, com que a princeza-regente d. Isabel, sua dignatilha, apagou no Brasil a mácula multi-secular da escravidão.

Volvendo pouco depois á Pátria, já merecedora por mais umtitulo de figurar com honra no quadro das nações civilizadas, D.Pedro encontrou problemas graves a resolver, porque á melindrosaquestão militar se associaram o despeito dos antigos senhores deescravos, offendidos nos seus interesses, a propaganda republicanacada dia mais activa desde 1870, e (porque não dizer também?) oenfraquecimento dos nossos velhos partidos políticos.

Para contrapor energia e dar remédio a tantas causas pertur-badoras faltava-lhe já o vigor; o estado mórbido do Imperador eravisível. Foi em taes circumstancias que as forças armadas do paiz.habilmente trabalhadas pelos prooeres do ideal republicano, encon-traram facilidade para o golpe decisivo, e, dando-o na manhã de 15de Novembro de 1889, foi deposta a Monarchia.

Seguiu-se o banimento da Família Imperial e a sua partidapara Europa, três dias depois.

Nesta situação afflictiva, assim como no exilio, foi ainda domais alto relevo a personalidade moral de D. Pedro II. A suarecusa formal de acceitar o subsidio sue lhe foi offerecido peloGoverno Provisório (e o Imperador não prepara como cabedalsenão a felicidade de seu povo) ; o silencio digno e magestatico quemanteve nessa inesperada conjunetura; a saudade intensa e indes-críptivel, com que viu sumirem-se no horizonte os ultimos cerrosda Pátria amada; a ausência completa de qualquer recriminaçãocontra seus compatriotas; depois, aquelle pedido de um punhadode terra brasileira para repousar a cabeça quando á ProvidenciaDivina aprouvesse cortar-lhe o fio da vida, — tudo, tudo isso foideveras um attestado vivo da magnanimidade de D. Pedro II, danobreza do seu caracter e dos predicados singulares do seu coração.

Eu próprio o vi, senhores, (acceitae o meu depoimento) eupróprio o vi na manhã de 17 de Novembro, quando cumpri o deverde entregar a seus ilkistres pães os meus dilectos discípulos, ospríncipes D. Pedro, D. Luiz e D. Antônio, que no dia da Revolu-ção haviam sido confiados á minha guarda. Trazendo-os de Pe-tropolis e levando-os a bordo da Pamahyba, onde se achava a Fa-milia Imperial, ali encontrei o Imperador que. pallido como mar-more, sem articular uma palavra, media com passos vagarosos oconvez da corveta brasileira, transformada em esquife daMonarchia.

Aquella scena, passada ha 36 annos, nunca se me apagou damemória; tenho-a neste momento gravada na retina. como si forade hontem.

D. Pedro II mantinha a serenidade de um justo ante os apres-tos do sacrifício. O que lhe tumultuava no fundo da alma não eradifficil imaginar; mias nada o trahia, a não serem as rugas severasda fronte, que aliás mantinha erecta e sole.mne. Era uma velha ar-vore robusta das nossas mattas, resistindo á violência da tempestade.

D. Pedro não proferiu uma só palavra, ao lhe beijar eu.commovido, a mão fria como gelo.; apertou a minha, e... nada mais.

A nenhum outro, senhores, se ajustariam melhor os celebresversos de Mendes Leal:

"Salve, ó rei! rei no soio e no abandono,Mais rei no exilio do que os reis no throno,Rei até sobre o pó!"

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^IlustraçãoBrasileira

üí^ía s-Assr:;fr-_:,r.ívrsi:prov^as"! KTnTbUC°ó

& ^'"«'«a .ao do Equador en, t824 nas»Sem ?8,6 » r A

KeP"blÍCa de ««ti"!™ no Rio Grande «ova

'!\ ° ' ?

tentaílvas maUògradas, é certo; mas significa-ò™ JmT^VAAdos patriotas' dese'osos de ^ * -

Dt___._Í „ S ** "° reSt° d° c°ntíne.rte americano,uurante os 30 primeiros annos do governo de D Pedro 1Te,sa aspiração não poude cobrar alento, graça, á canacMadAnÓoerantp nnme w^«-^. & v b cl ccipauuaae cio im-perante, cujo, dotes excepcionaes impunham respeito e veneração

os homens Çoliti.os Co Imp°S tíCne Z^AltZ««Sffiysr — a«-quasi meio século. Foi preciso sobrei o de

°n 0 o heróe Âlque seus adversários, realizando o velho ideal nnl Pvetoria desde muito sonhada e annm'ctlá ^^

<**" "

otSÉ ° dÍR(la ',,lag,la Pr°va da »ratid"<> nacional.

eepir- XLT^P^^^^^A P^resso aa latna, e tem o mesmo Instituto a fortuna rUver que, ao seu appello, nos altos nodere, A, \a ^rtuna detodos os E-tadr* dn ,L v poderei, da .Nação assim como em

guiar di,tnccaoUnmaa AA™^ ™° ^ '"- «o i -guiar üistincçao. mas simplesmente porque ao decano di ilustreCompanhia qmzeram generosamente conferil-a o" seus disto òcompanheiros de trabalho. clistmctOb

Esse conjuneto de excelíentes memórias está Drenando *presentará em todo o tempo uma homenagem preciosa.e distinr "n

patrícios ao maior dos Brasileiros. Preciosa de distmctosHoje. senhores, completaria D. Pedro II o seu jubileu secularEsta e pois a data solemne. em que de acrnrr.n secular,

gmntma. me corre o grato deveio toTn ZA^JASaed:0mo ~rhomem e como diefe da *S—dia Aíti:, 2S ^„í.ere^rcS^mPerad°rriSÍtoU l™«fe üfarro /.«r*_ií». n-eressante

colloquio, cognominou-o ;/r._Perdoae-me. si ouso não arretar o „i .

-não quanto ao coração n^namT de D .teTo I_ ^ ^

Impe™ CanXf^e: "'7T SUCCe?°r de A"to"™' «"

mn. a ad^df^ t e a ü ^W ITp ^ ^não duvidou qualifical-o • 1'hoVnin I , Renan' ° clua!

rito libera,, querendo antes e'uó a McidT' ,",•""""'' ESP''*

Hnr .A lo,- ;._¦- • , a Iellcidad-e publica, nianten**--c^so íaSftetcth-el í

^'^ W°

da e"a'

possuiu sem duvidí tX^,^£&£?&"£

s « «\_ssrna Histr™do i»^ «—¦»¦* .£S^»^r.r ,osei-proprio «^<iào, queAem ^AA^A^A^A^At

Ao progresso mtellectual e o cultivo chs W Mucaçao depurou'A5ZT.J £&* a? D'- _ SS ít

E accrKcentemos o que é mais grave aindaVeroT£3 tò inXXrth0omaen°d

'? S •*°**~ *< Ltó«ambos. «-^..figa^^Sr.l.S^ FaUStina' -de semelhante jaez.Jama'S

Cpn''PUrcoU ^ "«« ~m indignidadesMarco-Auíerio subscreveu o e-1ifn ,1m

dc-s Cristãos, em que fora,n vic i m *%&£*£**"!*> ^martyres. S. PolvcarPo bispo de Smyrna e S P N" AS ''eLyão. De semelhante mácula não houve exenmlo ,-„ n

"° J"P° ''eno do nosso Imperador exemplo no dilatado g0ver-

.,-,•••,..¦'-•'. ¦ v__fci_._- :_Aii a- N.-i; *,¦ ¦ ..' N. . -Vv. ._-..._'.... ... :¦ .'.

Harco-Aurelio descurou por tal forma a educação de seu filhoLonmiodo, que o reinado deste émulo de Caligula e de x\Tero foiuma cias paginas mais tristes e vergonhosas cia tlistona Romanau. iedro íi foi ao contrario o zeloso e incomparavel guia da edu^çao

(.e sua n._.a primogênita, a princeza D. Isabel, — tvno acabado e perfeito de virtudes que jamais se desmentiu, nem no recessomodesto do lar, nem no exercício das funeções soberanas dignifi-lat d «Tmente PdaS l6ÍS "e 28 de Setembro de l87' e . de«Maio d. 18ÒS — capazes por si sos de immortalizar um governoVede pois quão longe ficou da verdade o paxaliclo do rr^'claro poeta. lJlv-

Alas para que comparações, senhores ? O certo, o irrecusávele que esse homem excepcional, que, na phn.se do eminente Gladstone, poda ser ^modêSo para rodo. os soberanos do mundo tthomem excepcional tem na Historia um posto de extraordinan«realce, que honra o Brasil. Basta isso á g/oria deliTf^da

Objeçtar-se-á talvez que D. Pedro II em seu governo tev-uunbcn desíues, e possível é que. entre seus aetos gmereeedÍres

r-4 ;'',0S eSP'rU0S rad'c;"",e"« natholicos apontem a nfetLquestão religiosa que em ib73 levou á pnsao aous princi.es dattgreja, ca«a qual mais .Ilustre e veneranoo, os glor oso" d Vita.cie Oliveira e ei. Antônio de Maceao Costa

ncuh'r"-n!!a|ah'VPOré',,! é f°r,;a P0nderar uma ^ircumstaneia par-

antentSo51"0 '°. * ^T Cp'e ° ÍmPerador ««beu^

"SXH -T_eS!f' Pra manÍetar e 0pP"""r a Egre/a

accordo com o a tt0 10^2 C lmpmam aIlás J«"ra manter oe

W '-ca era .a S^-^tSSS^ 6 ^ ^ "^ 5° ^

üinstre ch^jÜbT\A^A ^ "" '&7 S l889 ÍÒ™' "° diz- d«subas, resoluções aviso. ,e',Una''anhada reda d* alvarás, con-t-a'presa elS,; tal 1 !?í ."""O'"

™JM ma'"aS ° lm^™rador dos actos do mZLa i V>~ €SSe Regailsmo foi o inspi-lebre Ra eu nc á CAl 1

k,°-Bra»C0. f°i o inspirador do ce-P-er dó cUe^.. ItaüT^bri. ZA^A A*A°^^^KtSS :p7h- P"-.-s^:nesro que dictou a trístisf '

h0nna; foÍ esse Regalismo fu-dous A^Z^Ai^AllA A-lSn comra os

w ^aaat-z srsr_ar£ s,oi,TOr' ™victoriosa »sto tVTakfdt; 7°.

aVaSSaIlad° ^ un» d-crinaCorba, ant.o ve edieto

'do ma^ atn TT ^r

C°nSelheÍrOS daÇão, o Imperador Pedro II nn2 ^^ Judicia"o da Na-»mido aquella ^^=^4*^ Ser "^ de taw aS"

Tambt rti&a^dt^r55^^ em taeS -—Maneias!Por ve.es de tJAT~T""°A 1™

desc0^ntes o arguiumento material. ° "** grande obra do nosso desenvolvi-

arch£rtat;r;TanrX.meíco°sr ""^ =' ^ ^ ° ^o.zendo-nos competir com

"at. T?"10, Pa!ad°S sl""P'«osos. fa-

todas as espbeis da^vW^'^'^8 adea"todos do '™«d°. em

poodenTverftS o^eSTritoTonTi ^«""«nte não corres-ponderação do estadfstatünes^ "t

?' D* Pedr° ": "las ^sta

Os primeiros annos do s^Retfal f "^ <!° qUe de ce"sura.

Péssimas finanças que recebeu Iprin ¦ t comPromettidos pelas- periodos agitados da ormacãr, TV'° e da ReSe^ia.

ção do regimln. Quando . S tm^AA da c°"s0,ida-

Imperador serenou as água, - vôltn, !. COn?Jlradôra do segundo

a era dos melhoramentos e dn . Ve dlc occ^ião de abrir'f^Oa guerra contra OrLeRUT?:aAtda "*e Sl1^™" ™nha do Paraguay, em que todo „ 4 a trenie»d^ Campa-

oi posto e,n acção vAA^AAAA^™ dos Brasilei osd" bandeira nacion/vilment ^AT*tA- d° Prata e a ''onra

esclarecido e cauteloso aventurar Ütl ' 'C't0 a um perantenatureza? Náo, responde o TA A^'

emPr*™dimentos de outra

7tífi^,°I^_^^ft?^.tr»,rfoi •"""-«<«da paz. Pa,,, estas sobraram-lhe p o?,,^-3"*1"

°bras »«ctiferas« « mister recusar acinte a ev dem . H

""0S a"n°3 <ln R(>i"ado:U'2' '- "ã" «*'¦' " o-e nes., ^ll^; ^«^a**• ¦' paiz. () desenvol-

vimento do telegrapho e das estradas de ferro, o incremento dadoá immigração, os auxílios prestados á lavoura, as reformas do En-sino publico, — tudo isso foi então realizado ou incrementado namedida dos recursos financeiros do Brasil, cujo credito não sofíreuabalos e antes avultou com o correr dos annos. A demonstraçãonumérica é por si eloqüente e decisiva para se chegar á evidencia doprogresso realizado durante o governo rle D. Pedro II.

A receita geral do Império, que em 1840 pouco excedia de16:000 contos, subiu em [889 á cifra de mais de 150.000, — quasio decuplo. O valor da producção brasileira, que era de 50 milhõesno começo do Reinado, ascendeu a 500 milhões quando elle chegoua seu termo. A viação férrea, iniciada em 1854. contava, trinta ecinco aonos depois, 9.583 kilomètros explorados e 9.000 em con-strucção ou em estudo. — e isso em terrenos mais ou menos acci-dentados, que exigiam obras (Farte de vulto e por isso mesmocustosas. As linhas telegraphicas tiveram surto semelhante, eheean-do em 1889 a mais de 18.000 kilomètros; as de navegação fluvialorçavam, em 1887, por 41.805 kilomètros.

A immigração estrangeira, indispensável para o aproveitamen-to dos recursos naturaes da nossa prodigiosa terra, foi outro elemen-to precioso, a que o Imperador no seu governo prestou desvelada at-tenção, conseguindo-se no anno de 1889 o algarismo de mais de130.000 immigrantes, — braços novos e robustos para a lavoura,para a industria e para o commercio.

Estes números, colhidos em documentos officiaes e seguros,falam muito alto, dispensam commentarios e traduzem o esforço

de uma administração intelligenté e patriótica, a que a Historia sópode consignar elogio e applausos.

O grande problema da Instrucção publica mereceu-lhe por iguala mais desvelada attenção; nem se comprehtende que o Imperador,sequioso de saber, amante fervoroso do estudo e dos livros, pudessedescurar semelhante assumpto, do qual dependia o progresso dasnovas gerações, — garantia solida e real do futuro.

De facto esse trabalho se realizou durante o seu Reinado, senãocom toda a amplitude, que elle. desejara, mas a que os nossos recur-sos financeiros permíttiram.

Que encontrou D. Pedro II em 1840? Fundados, é certo, desdealguns annos, os dous Cursos Jurídicos de S. Paulo e de Olinda,as duas Escolas Medico-cirurgicas do Rio de Janeiro e da Bahia,a Academia Militar da Corte, o Imperial Collegio Pedro II, umaEscola de Agricultura, a Academia de Marinha e a de Bellas-Artes;tudo isso porém adstricto a velhos moldes, mais ou menos incom-pleto ou quasi rudimentar.

Foi obra do segundo Reinado o desenvolvimento de todos essesinstitutos e a creação de outros, que todos prepararam a mocidadedaquelle tempo para ampla cultura, com que se distinguiram depoisestadistas, parlamentares e profissionaes de notória reputação.

Quanto á instrucção'primaria, — esse. precioso factor da edu-cação do povo, que é a base da grandeza e da prosperidade dasnações, — a instrucção primaria, que depois da lei de 1834 só ficousujeita á direcção do Governo central no Município da Corte, offe-recia em 1840 o aspecto mais desolador.

Ainda em 1846 a capital do Império contava apenas 16 escolasprimarias; pois bem, em 1889 o numero dellas tinha subido a 118,convindo notar que, por iniciativa de D. Pedro II, se haviam con-struido vastos edifícios escolares com o produeto da subscripçãopopular destinada a se lhe erigir uma estatua em memória de seusserviços. O Imperador, agradecendo» o intuito de seus concidadãos,preferiu que essa quantia se empregasse na construcção de escolas,— centros de luz, de que seu grande povo carecia. Na sua propraQuinta de S. Christovam fez levantar, sem ônus para o Thesóuro.e manteve por espaço de annos, uma excellente escola publica, quedepois cie 1889 passou ao domínio do Estado.

Como visitava constantemente hospitaes, quartéis e fortalezas,era assíduo freqüentador de collegios, academias e bibliothecas. Peçolicença para dar a este propósito o meu testemunho pessoal.

Vi-o muitas vezes assistindo a aulas, a exames e a collaçoes degrau. Não faltava jamais aos concursos realizados para provimentode cadeiras no collegio Pedro II e nos institutos de ensino superior.

Na Bibliotheca Nacional, quando me coube a honra de a dirigir,de 1870 a 1882, recebeu esse estabelecimento numerosas visitas suas.e foi até na minha própria mesa de trabalho que uma vez, no dia22 de Junho de 1874, respondeu ao primeiro telegramma passadopelo telegrapho submarino, que nos poz em communíca.ção rápidacom o Velho Mundo.

Em 1873 commetteu-me o Governo o encargo de fazer partedia Commissão Brasileira, que nos representou na Exposição Uni-versai de Vienna, e por essa oceasião fui igualmente incumbido devisitar ?iS principais bibliothecas publicas e os archivos da Europa,afim de estudar-lhes a organização e colher noticia de documentosrelativos ao Brasil.

© ex embro19 2 5

Pois bem. senhores. () Imperador teve então a benignidadeespontânea de me recommendar aos eminentes bibliothecarios deParis, lyondres, Munich, Milão e Florença; e suas cartas, devo di-zel-o, abriram-me todas as portas, facilitaram-me todas as investi-gações com muito mais presteza e efficacia do que os officios doGoverno aos nossos representantes diplomáticos. Tal era a estima,tal o apreço que havia D. Pedro conquistado no meio europeu, dealta cultura, por oceasião de sua primeira viagem aos paizes estran-geiros.

Posso oíferecer-vos ainda outro testemunho individual do sum-mo interesse que o Imperador ligava aos melhoramentos do Ensino.

Em 1880 o eminente professor da Faculdade 'de Medicina doRio de Janeiro, conselheiro Andrade Pertence, desejoso de levantar

o nivel do Ensiso medico, poz-se á frente de um grupo de jovensprofessores inflammados do mesmo ardor, e organizou uma seriede conferências, que se realizaram na Escola da Gloria. Tive ahonra de fazer parte dessa cohorte, embora o menos digno dentremeus collegas.

Coube-me no dia 2 de Setembro desse anno discorrer sobre oensino das sciencias physicas e naturaes dado na nossa Escola, enão duvidei pintar >ao vivo a pobreza lastimável dos nossos labora-torios e a urgente necessidade dos estudos práticos para o perfeitopreparo da mocidade brasileira, que se destinava ao exercício daMedicina e da Pharmacia.

O Imperador ali compareceu e assistiu a todas as brilhantesconferências dos meus companheiros de lucta.

E qual o resultado? Perguntar-me-eis.O resultado não se fez esperar; foi a notável reforma constan-

te do decreto de 12 de Março de 1881, inspirada na orientação doillustre 'director Visconde de Saboia, que remodelou a Escola, crean-do cadeiras novas indispensáveis, e ampliando notavelmente os la-boratorios para efficiencia do ensino pratica. O Imperador haviaescolhido esse novo director, capaz, pela sua energia e pelas suasiniciativas, de realizar o que havíamos reclamado nas Conferênciasda Gloria.

E posso ainda acerescentar novos factos em apoio da minhademonstração.

Nesse mesmo anno de 1880, animado pela suggestão do nossoillustre e saudoso confrade barão Homem de Mello, então ministrodo Império, abalancei-me a projectar na Bibliotheca Nacional umaExposição de Historia do Brasil, confiado nos intelligentes e di-gnos funecionarios que tinha no estabelecimento.

Ao communicar esse pensamento a D. Pedro II, disse-me elleincontinenti: ''Muito bem. O que tenho na minha bibliotheca emS. Christovam está á sua disposição". Fui visital-a sem demora.Tudo vi e examinei á vontade, e o que pude aoíher foi um acervoconsiderável de livros, mappas e documentos, que todos me foramconfiados sem reserva e constam do extenso Catalogo da Exposição,que o Imperador recebeu impresso no dia 2 de Dezembro de 1881,quando inaugurou officialmente áquella ceremionia.

A mesma cousa havia elle feito a 20 de Junho de 1880, a pro-posito da Exposição Camoniana, que a Bibliotheca realizara nadata centenária do grande poeta; para esta solemnidade me confiaraaté a famosa edição priuceps dos Lusíadas, — uma verdadeira jóiabibliographica de altíssimo valor, que depois fielmente lhe resti-tui. Que significa tudo isto?

Isto demonstra á saciedade. que não houve no Brasil de entãoimportante emprehendimento literário ou scientifico, que não fosseamparado ou estimulado por esse distineto monarcha.

E como a tudo assisti de perto, não duvido trazer para esteacto solemne a exposição leal e minuciosa da intervenção directa deD. Pedro II, assim na magna questão do Ensino, como no pro-gresso literário e scientifico do paiz. Bem podeis comprehenderque não obedeço a qualquer sentimento de vangloria, entrando emtaes pormenores; faço o simples depoimento de testemunha presen-ciai, e nada mais.

Dizei-me agora: 6 justo, ou não, pagarmos esta dívida de gra-ti dão ao homem superior, que tanto amou o Brasil e tão esforçada-mente o serviu por meio século de vida activa?

O inconfundível feitio moral de D. Pedro II, o seu patriotis-mo ardoroso e constante, a sua honestidade sem jaca, o seu des-prendimento de luxos e grandezas, a coragem cívica que revelouem épocas de calamidade publica, a caridade com que sempre am-parou a pobreza, a solicitude com (pie deu a mão e estimulou ostalentos e as aptidões que reconheceu capazes de engrandecer onome da Pátria e de a servir com lustre, — todos estes altíssimospredicados recommendam incontestavelmente essa figura históricaá saudade e á gratidão immorredoura dos Brasileiros.

Um illustre professor patrício, o Sr. Daltro Santos, em elo-quente e primorosa conferência caracterizou os S° annos do segundo

"-"-™11»"™»: —'-.'-ii^ii.„._.i. .-...-.vj.ua.aS: ÍHÍ-_.i__'.-l'__.C '^...¦jíIjV.IÍ

^IlustraçãoBrasileiraImpério com estas palavras incisivas, que pego licença para fazermrnhas com ufama,: "esses

50 annos foram o sangue eo/nervôs»"Porque haja erros no passado, disse elle, insensato <eria me-nosprezaL~o ou dimiriuil-o aos r.ossos olhos. A Republica os tem domesmo modo, e grandes.

"• ••

_ atacar o assado seria cahir de lança feita sobre a própriaAaçao, que foram seus heroes, seus servidores, seus estadistasnossos maiores, nossos paes e nossa gente.fi

"E desses homens todos, desses altos e nobres varões que nostizeram a Pátria e a mantiveram sempre com honra, um ha de re-saltar, na immensa doçura do seu amor á nossa terra, na grandezado seu sentimento liberal, na devoção ás altas cousas que lhe cara-ctenzam a vida. E' D. Pedro II".Esta é a verdade, senhores, que os próprios republicanos, pa-tnotas sinceros e ponderados, proclamam; é a verdade que os pos-teros confirmarão, porque não ha fugir-lhe ante a evidencia dosíactos, e e dever cívico proclamal-a, porque vae nisto a própria hon-ra do Brasil.

_ Teus restos mortaes. magnânimo D. Pedro, repousam hojeíelizmente no seio da Pátria, e o Governo da Republica se honroudecretando que se erguesse para elles um mausoléo. dando poresta forma attestado da nobreza dos seus sentimentos. A tua <*ran-de alma. porém, subiu ao Empyreo e lá. no seio do Eterno, acolhidapela Bondade Divina como alma de um justo, vela por nós velapelo Brasil, ao qual deste amor e vida. vela por este grande

'povocomo em hora solemne o chamaste.

Velando por nós, pede a Jesus que restabeleça a perfeita pazentre os filhos desta admirável, terra, nascida e desenvolvida paraaltos destinos no Contineinte Americano e no mundo; apaguem-se de todo as dissensões que perturbam o nosso progresso!" aba-lando o credito, impedindo a expansão s o fnteto das riquezas,com que a Providencia nos clotou, e distrahindo do bem publicotantos e quiçá formosos talentos que a paixão inutiliza.Velando por nós, roga-lhe que de Norte a Sul, de L-ste aOeste desta vasta Republica só imperem o desinteresse e o amorde irmãos, cuja força resida na união patriótica e indissolúvel para,:i:rentar os problemas do Futuro.

&:._•- ': ' • •:• ' .. ..d

::os\ elando por nós, os herdeiros do precioso patrimônio, quelegaram os grandes Brasileiros tanto de um como de outro

regnnen politico. pede ao Divino Jesus que illumine o espirito dosproceres da Republica, de forma que se consolide, cresça e prós-pere a obra dos antepassados, encontrando-se em cada presidente,em cada ministro, em cada cidadão depositário de autoridade umexemplar de civismo, que sirva de modelo ao povo brasileiro.Este na sua essência é bom e não cerra os olhos ao clarão da justiça.A Democracia coroada, que tivemos por meio século, na phrasefeliz do illustre Bartholomeu Mitre, — essa podemos e devemostel-a. sem a insígnia da Majestade, é certo, mas igualmente pura,moralizada, operosa, progressista e modelar, no regimen politicoque se inaugurou em 1889. o qual nos ha de levar á prosperidade,si soubermos aproveitar as licções do passado, cultuando a honrae inspirai!do-nos no Patriotismo mais ardoroso.

Essa Democracia terá por symbolo, em vez de uma coroa im-perial. uma coroa entretecida de carvalho e louro, — carvalho quetraduz virtudes cívicas. — louro que significa a victoria.

Com esta Democracia entre o Brasil na Historia do futuro;c a grande alma de D. Pedro II, sempre' solicita e sempre bondosa,'bemchrá em todo o tempo o afan com que agiu sem tréguas, a lon-ganimklade com (pie soffreu heroicamente dias de sobresalto e deangustia por amor de sua Pátria querida, da nossa Pátria muitoamada.

^audemos, pois. senhores, a sua, illustre memória com enthu-siasmo e fervor, porque esta saudação é dever nosso perante oMundo. E' para o Mundo que falamos nesta hora.

Pericles, naquella oração famosa, que nos transmittiu em suaHistoria o insigne Thucydides, teve este grave conceito: "os

gran-des homens têm por túmulo todo o Universo." Pois bem. D. Pe-dro II foi uma das glorias da Humanidade; é perante ella que asua memória deve ser celebrada com esplendor e com o carinho deseus concidadãos, de todos os matizes e de todas as crenças.

Permaneça immorredoura a lembrança deste eximio Brasileiro,mais democrata que imperador, honra da sua Pátria e do seu século;permaneça immorredoura esta memória, como um talisman sagradopara salvar-nos de todos os perigos e para a constante prosperidadedesta grande terra, que elle tanto amou!

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NA CATHEDRAL METROPOLITANA, ONDE ESTTVE-

RAM DEPOSITADOS, DEPOIS QUR FORAM TRAZIDOS

DA EUROPA, CS ATAÚDES D li DOM PRDR3 II R

DONA TllKkRZA CnRXSTTNA. I'IIOTOGRAI'11 I A

TOMADA NO DIA KM QUE SR ABRIRAM AS URNAS

PERANTE A DIRECTORÍA DO INSTITUTO HISTÓRICO

R GKOGRAPHTCO RRASTLEIRO R OUTRAS PESSOAS

ORADAS. 0 DTRECTOR DO ARCHIVO PUrUCO FRZ

A RNTRRGA DAS CHAVES AO SENHOR CONDE DR

AFFONSO CELSO.

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Dr. Manoel Cicero Peregrino1.° Vice-presidente Dr. Tavares de Lyra

3,u Vice-presidente

Conde de Affonso Celso'Presidente perpetuo ¦<">"*i-*M!Wm

/ m W> \ ' Instituto .Histórico e /ÂmWlímmmmX

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^IlustraçãoBrasil eira

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TRASLADAÇAO DOS DESPOJOS DOS ÚLTIMOSIMPERADORES BRASILEIROS

Sabida da Cathedral — O corfe/oChegada á Praia Formosa

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TllustraçôoBrasileira

Em justa commemora-ção ao primeiro centenáriodo nascimento do excelso Se-nhor D. Pedro II que, pormeio século, foi Imperadordo Brasil, estão sendo pres-tadas, no dia de hoje, portodo o território nacional,cs mais reverentes e sin-ceras homenagens á suarespeitável e saudosamemória.

Nesta capital, oInstituto Histórico e Geo- 'graphico Brasileiro, oÇollegio Pedro II, o Clubde Engenharia e variasoutras instituições scien-tificas e humanitárias,cumprindo o seu dever,rendem-lhe, também, oseu preito de carinho eveneração, pelo muitonue lhe devem e tanto opresaram.

D'entre estas, porexemplo: figura, comtoda razão de ser, a So-ciedade de Geographiado Rio de Janeiro, fun-dada pelo eminente Mar-ouez de Paranaguá, noultimo decennio da Mo-narchia, tendo por seuPresidente Honorário, a au-gusta pessoa de S. M. o Se-nhor D. Pedro II, por accla-ma ção, realizada na sessão de suaAssembléa Geral de 12 de Abrilde 1886, o que foi feito, não poruma mera attençao bo Chefe deEstado, de então, como é vulgar-mente de costume proceder-se emmuitas outras congêneres, pelomundo afora, não: foi em mere2idaretribuição ao devotado carinho domesmo Monarcha, que, só no annode 1885, visitou-a por 5 vezes con-secutivas, continuando, d'ahi pordeante, a frequental-a com a pos-sivel assiduidade e mandando-lhetudo o que, de importante, se pu-blicava no paiz. Assim, pois,não devendo, nem podendo sera mesma instituição indiffe-rente á magna data de hoje, nareunião do seu Conselho Directorde 3 de Junho do corrente anno,pela abalisada palavra do Sr. Dr.Randolpho Chagas, foi propostoque a Sociedade de Geographia doRio de Janeiro se associasse ás ho-menagens do Instituto Histórico, oque foi unanimemente approvadoe, da mesma forma, por proposta ciohumilde orador, na seguinte sessão,

NASOCIEDADE DE GEOGRAPHIA- * DO RIO DE JANEIRO ? -

Discurso do Senho» DoutorAntônio Carlos Simoens da Silva

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Mesa da Directoria, occupada, ao centro, pelo Sr. general Dr Moreira^iadeT' V Jresidente>

no ™™™ *", que orava, abrindo a sessãoe ladeado pe as distinctas representantes da Escola Pedro II e dos Srs DrFrancsco \ alladares, representante do Congresso Federal, Dr. Ryogi Noda'conselheiro da Embaixada do Japão, representante do Corpo Diploma ico Estrange.ro e Dr. \ ,anna Kelch, representante do nosso Corpo Diplomático

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Dr. Antônio Carlos Simoens da Silva, sócio Bene-mento, iMembro do Conselho Director e da Com-missão de Estudos Americanistas da Sociedade deGeographia do Rio de Janeiro e proponente dareferida sessão magna, fazerdo, da tribuna, o seudiscurso, allusivo ro Sr. D. Pedro 11, grandeamigo das seus Maiores e ás peças de seu usoate lSbS. com que revestiu o mesmo salão deHonra, no dia 2 de Dezembro do corrente annopertencentes ao Museu Simoens da Silva dVsijCapital, de sua fundação e. propriedade

de 8 dos mesmos mez e anno,que se realizasse, em seuseio, uma sessão especialpara esse justificado fim, oque óra, com toda solemni-dade, se verifica. Como umdos dous oradores inscriptos,

devo declarar-vos que,não venho á tribunapara tratar da bondosa,profícua e patrióticaacção, no paiz, desse ma-gnanimo Chefe da Na-ção, já desapparecidod'entre os vivos e que,tão sabia quão pruden-temente o governou; por-que sobre assumpto tãocomplexo, muito ha oque dizer e, mais do queisso, saber dizer, o quesó outros de mais prepa-ro e de real talento, sepodem dessa tarefa des-empenhar, como tereisopportunidade de apre-ciar, dentro de poucosinstantes, pela fluente eencantadora palavra doSr. Dr. Costa Lima,proficiente e culto ora-dor desta Sociedade. Omeu propósito é apenasdizer alguma cousa

que, se relacionando com estasolemnidade, possa demons-trar a veneração e o carinho

que eu, o proponente da presentesessão, sempre tive pelo inolvida-vel Senhor D. Pedro II, comobem prova a exposição que óraf£ço, neste salão, de varias peçasque pertenceram ao referido Mo-narcha, ou foram do uso do seureinado e que se acham, em ex-posição permanente, no MuseuSimoens da Silva desta Capital,de minha fundação e propriedade.

Provada, como está, a justahomenagem, em realização, daSociedade de Geographia do Riode Janeiro á memória daquelleque foi seu digno Presidente Ho-norario; devo confessar-vos tam-bem que, nada mais faço que, porminha vez, pagar o tributo que ámesma devo, por meu avô, pormeu pae e por mim próprio, pelorespeito e pela amizade que sem-pre se dignou dispensar esse au-

gusto varão, então Chefe da Nação,ao Conselheiro Dr. Antônio Si-moens da Silva, seu Chefe de Poli-cia, em meiados do século passado e,mais tarde, Ministro do SupremoTribunal; a Antônio Delfim Si-

moens da Silva, moçofidalgo, com exercícioem sua Imperial Casae, ainda, a minha hu-milde pessoa que, embo-ra de menor idade, na*quella época, a princi-pio, preparatoriano e,depois, acadêmico de di-reito, por São Paulo,sempre mereceu as suasboas graças.

Nestas circumstan-cias, é com o maior ju-bilo que, sem utilizar-me dos exaggeros, tãocommuns em taes occa-siões, nem tão pouco, dasphantasias, de ordina-rio sempre empregadasnesses acontecimentos,faço as referencias, aque expontânea e livre-mente me obriguei arealizar.

Educado na severaescola dos meus Maio-res e, assim, no mais estri-cto regimen do respeito e daconsideração aos mais velhos, aos homens de méritopessoale ás autoridades constituídas, me fui habituan-do a tributar, a taes en-tidades, a attenção e arespeitosa consideraçãoque as mesmas mere-ciam, conseguintemente,e com mais razão deser, a S. M. o SenhorD. Pedro II, que eramais velho do que eu,homem de grande meri-to pessoal e a autorida-de suprema da Nação.

Vendo-o sempre :quer pelos diversos lo-gradouros públicos des-ta Cidade, em seu carrodo Paço, em geral, semchapéo, a corresponderos cumprimentos que,do seu povo querido, atodo instante recebia;quer nas celebres festasda Gloria do Outeiro,subindo a pé as respe-ctivas ladeiras, até otemplo, sem jamais ne-gar-se a retribuir o me-nor carinho popular,que lhe era dirigido;quer nas solemnidadesde collação de gráo das nos-sas faculdades de scienciasque, por mais de uma vez,assisti no salão de honra doCollegio Pedro Sjg sempre a observar tudo e a prestara devida attenção aos menores detalhes; quer, final-

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Grande e vistosa Bandeira Imperial, de uso no Palácio da Quinta de HãoChnstováo, ao proclamar-se a Republica cm 15 de Novembro de 1889.

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\Wk.y%. ^ B__, -yJ0Sm \t ^fÊLmIfe »t^- *íàmm^WL.'mWi.Chapéo armado de pello fino e fio de prata dourada, com o symbolico Dragão,bordado, de camarista do Paço. Fardão de lacaio do Paço, com ricos galõese grandes botões, com as respectivas coroas imperiaes de prata de lei. Fardãode archeiro, com galões de velludo e seda, com coroas imperiaes tecidas, ecom botões brazonados, de prata de lei. Espadim de aço de Toledo, incrustado

de ouro com cabo de madrepérola, de camarista do Paço.

í)e* ernbro1 Q 2 5

mente, nas festividadespatrióticas e humanita-rias, como as que se rea-lizcvar.i no Casino Flu-minense (hoje Automo-vel Club), sob a de-nominação de Kermes-ses, das quaes assistias de 1887 a 1889, re-presentando meu Pae,a todos saudando pes-soalmente, inclusive amim, a quem sempre dis-pensou paterna! cari-nho, referindo-se sempreaos meus Maiores, comsaudade e respeito; cadavez mais me impressio-nava e, de anno paraanno, naturalmente,crescia, a minha verda-deira veneração pelaaugusta personalidadedesse inesquecivel esempre saudoso Brasi-leiro. E, por tal forma,estudando-o com o tem-

po preciso e a proporçãoque os annos iam correndo,

certifiquei-me de que, o seu espirito era essencialmen-te democrático, tendo tido a opportunidade de obser-

var, deixar-se mesclar,propositalmente, o Se-nhor D. Pedro II com opovo, como se dava naGloria do Outeiro, nodia 15 le Agosto, e poroccasião da visitaçãocias egrejas na SemanaSanta, para pescrutar-lhe, bem de perto o sen-tir e gozar da sincerida-de das suas manifesta-ções, muitas vezes damaior ingenuidade.

Quando isso nãobaste, é publico e noto-rio, o velho habito quetinha de, em pessoa, at-tender, nos próprios cor-redores de Palácio, aospopulares, que o pro-curavam, sem tornar-senecessária a interven-ção de porteiros e con-tinuos para tal fim, oque lhe proporcionavaespecial agrado, conhe-cendo, por essa forma,directamente das neces-sidades até dos seus

mais modestos governados.Varias notabilidades mun-diaes do seu tempo, estuda-ram-n'o sob diversos pontos

de vista, especialmente sob o psychologico e, tanto as-sim foi que, da Península Ibérica, tornou-se bem

1 IlustraçãoÔT e si iei r a

conhecido o feliz trocadilho feito, com relação a suaalma de genuíno republicano e com referencia ao es-pirito da mais pura aristocracia chilena, assim enun-ciado: A Republica cie Pedro II e a Monarchia doChile, isso antes de 1889, estando portanto o Brasilainda sob o regimen monarchico.

O Sr. D. Pedro II tinha um espirito positiva-mente superior, perfeitamente adaptável ás gradati-vas evoluções sociaes, como demonstram, entre outros,os actos de liberalismo e de humanidade que conti-nuamente praticou, observando sempre a mais rigoro-sa moral, durante todo o tempo de seu reinado. Assim,não assimilava uma só nomeação, fosse ella de que ca-tegoria fosse, sem indagar e bem conhecer, previamen-te, das respectivas condições dos candidatos; os con-cursos para provimentode quaesquer cathedrasdos nossos institutos su-periores de ensino, me-reciam constantementea sua assistência, muitose interessando para quecoubesse sempre o seu aoseu dono; de suas via-gens á Europa e aos Es-tados Unidos da Ameri-ca, deixou a mais inde-levei prova do seu valore do seu interesse Dor to-dos os elementos de pro-gresso e muito cooperan-do, de todas as vezes,para que fosse o Brasilmais bem conhecido eque o intercâmbio dosseus produetos tivesse omaior incremento.

U m a verdadeiravirtude desse magnani-mo e saudoso Brasileiro,era estar sempre ao ladodos fracos, para fazel-osfortes e, a prova do qu?,acabou com o abusivo edeshumano trafico dosnegros da África para oBrasil; muito cooperoupara a sancção da lei doventre livre no paiz;no ultimo periodo do seureinado, teve ainda a fe-liz opportunidade de vêr li-berta, de uma vez parasempre, a escravidão de suadilecta Pátria, a grandemancha que sobre ella pairava; em todss as datasnacionaes, tinha immenso prazer de agraciar cond«-mnados, recolhidos ás penitenciárias, cujo procedimen-to fosse correcto nas mesmas, com o seu perdão para ofinal das respectivas penas; aboliu do Código Crimi-nal Brasileiro, a hedionda e tetrica pena de morte, pormuito bem entender que tal pena não castigava o' cul-

pado e, executada como era, por ordem dos poderespúblicos do paiz, não dava senão péssimo exemplo so-ciai, e convertia o reprovável acto, no mais flagranteassassinato official; grande parte das suas rendas erasempre destinada a instituições pias do paiz e aos po-

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H_HJ_flB^Bro^lv>0viHl4 Jlnl^^nORflPilHnnnDi^^——S—_^_^_5_—BS55555—_^_^_____—flJflflflBBfl_BBBBB__^__^__^__^__^__^__^_»

Retrato a óleo de grande busto, (tamanho natural) do Sr. D Pedro IIínío branc "''

* Armada *rUÍMn- ^» de "-sss ma cambraia dehnho branco, com a „,,,,*!: P, encimada pela coroa imperial, artisticamentebordadas. Duas alabardas, de finíssimo aço e cabo de jacarandá d. ^ doarcheiros do Palácio da Imperial Quinta de São Christo am

bres que soecorria, no que sempre foi, muito de perto,acompanhado pela sua bondosa e mais que virtuosaesposa, a Santa Senhora D. Thereza Christina, comjustiça cognominada a Mãe dos Brasileiros.

No seu próprio exilio, relativamente curto, por-que não pôde supportar a separação para sem-pre, da sua cara Pátria, constantemente a ella se re-feria saudoso, bondoso e magnânimo, recordando-se,com nostalgia e carinho, dos seus innumeros amigosaqui deixados, e tanto amor demonstrou ter ao localem que nascera, que mandou buscar uma quantidadedeterminada de terra do solo brasileiro para fazer,com ella, uma almofada, onde repousar a sua cabeçadepois de morto, o que, pelo seu f allecimento, em poucomais de dois anno», se verificava, assim cumprindo-se

os seus desejos. Devoainda narrar-vos um fa-cto que, somente hoie,36 annos depois delleoccorriclo, o torno pu-blico.

No dia 15 de No-vembro de 1889, mo-mentos depois cia pro-clamação da Republicanesta Capital, vendomeu Pae, muito contris-tado por não poder che-gar junto daquelle squem tinha por dever,do seu posto, amparar,sem, no entretanto, de-pender do Senhor D.Pedro II e nem do seuillustre governo, prom-ptifiquei-me a envidartodos os meus erforçosa bem dos seus desejos.

Um primeiro an-nista de direito de SãoPaulo, recem-matricula-do, como era eu, na-quella oceasião, não po-deria metter lanças emÁfrica, mormente con-tra as forças armadasdo paiz, que guardavama veneranda pessoa doMonarcha desthronado,para apenas cumpriruma promessa filial.

Mas, protegido pela DivinaProvidencia, ao chegar aoLargo do Paço (hoje Praça

15 de Novembro) encontrei-me, comcidencialmente, com a Sra. Francisca Mar-quês Lisboa Meirelles, velha amiga de meus Paes, fi-lha do Almirante Tamandaré e distineta concunhadado Marechal Deodoro da Fonseca, também da nossaamizade.A's primeiras palavras, que trocámos, comprehen-demo-nos immediatamente; essa digna Senhora ia col-locar-se ao lado de sua boa e inseparável amiga, a Im-peratriz, e eu desejava que a meu Pae coubesse sortesemelhante, de collocar-se, por sua vez, junto do Im-perador. Supphquei-lhe que me conseguisse a entradano Palácio, nesse grande prédio, onde encontra-se hoje

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a Repartição Geral dos Telegraphos, que se achava,então, ligado a esta casa, a chamada Uxária, que, nes-te momento, serve de sede á Sociedade de Geoqravhiaao icto ae Janeiro.De um momento para outro, encontrei-me juntoda Familia Imperial, no interior do referido Palácio,

por haver passado, nacategoria de filho dadita Senhora, através opovo e as fileiras desoldados, que cercavamesse velho casarão, e assentinellas de bayone-tas caladas, junto dasportas do mesmo.

Cerca de uma horamais tarde, conseguid'ali sahir com a devidasenha do Commandanteda Força, permittindo-me ir buscar meu Pae,o que fiz, n'um dos au-tomoveis da época, umtilbury de cavallo can-sado. Tão depressaquanto possivel, de novoatravessa as mesmas fi-leiras das forças do ex-ercito, então em com-panhia de meu Pae, que,por mim apresentado aoCommandante em questão,muito respeitoso, permittiu-nos immediato ingresso, encontrando-nos, logo noprincipio do primeiro salão, com o Sr. D. Pedro IIque, apertan-do demorada-mente a mãodo seu velhoamigo, disse-lhe: "Logo vique viria aomeu encontro".Durante a slongas horas,em que alinos demora-mos, aprecieium grandeacto desse ver-dadeiro Pa-t r i o t a , quejamais se apa-gará do meuespirito. Comoo Sr. D. Pe-dro II, se di-rigisse a umadas janellas,que davampara o lado domar, o Sr. de Carape-bús advirtiu-lhe de que:4'não se approximasse damesma, porque poderiasoffrer alguma cousa, devido a anormalidade do mo-mento", ao que, proseguindo nos seus intuitos, con-

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Rica sella de velludo, bordado a matiz por fio de seda, com o "P. II" e"1860" dentro do circulo do escudo, encimado pela coroa imperial e ladeadopelos ramos de café e de fumo e uma grande e valiosa manta de panno fino,Dorüado a tio de prata dourada, com as armas imperiaes.

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Um silhão histórico, manta, cabeçada e cóldres, fina e artisticamente bordados a fio d*prata de lei, dourada, todos franjados a rico canutilho do mesmo metal, com as armasimperiaes e repleto de placas de bronze dourado com coroas e as iniciaes "P II" do usode S. M. D. Pedro II, por oceasião da Rendição de Uruguayana, como prova a estatuaeqüestre do mesmo Imperador do Brasil, em gesso e de tamanho natural, no vestibulo daEscola Nacional de Bellas Artes, da cidade do Rio de Janeiro

Oeá embro1 9 2 5

testou-lhe solemne e convencidamente o ex-Imperador:"Não se assuste com isso, eu conheço o meu povo",continuando a sua marcha lenta, não só approximou-se da alludida janella, como abriu-a, postando-se, porinstantes, junto do peitoril da mesma. Não me con-tendo, garanto-vos, foi uma força instinetiva e expon-

tanea que me impulsio-nou, dirigi-me á janellacontígua e tive o pra-zer de vêr todo o povoque d^quelle lado seachava, está bem visto,por traz das respectivasfileiras das forças ar-madas, descobrir-se e as-sim permanecer até queo Senhor D. Pedro IIdeixasse a mesma ja-nella.

Já naquelíe temno,ainda de menor idade,muito me impressiona-vam as manifestaçõesdo nosso povo, ao aualtanto quero como admi-?x>, não só pelas nossascidades e capitães, comotambém pelos nossossertões a dentro; vendoperfeitamente que o ve-

lho Chefe de Estado, mesmodesthronaclo e detido, comose achava, merecia aindatoda consideração e o maior respeito do povo que, atéhoras antes, governara e que, elle próprio, o Senhor

D. Pedro II,até os últimosmomentos deestada em seupaiz natal, nãos e enganaracom o grandeelemento, como qual privarapor tantos an-nos.

Ainda de-pois de haverdeixado o seutorrão natal,por forçadas circum-stancias de en-tão, só queriapara elle feli-cidades, bemestar e pro-gresso, demon-strando sem-pre ser o pro-totypo da ho-

nestidade e do desinte-resse pessoal, como bemprovou o seu abnegadoacto, renunciando a do-taçao dos "5 mil contos", que o Governo Provisório

da novel Republica do Brasil lhe offerecêra, para que

1 IlustraçãoBr a sile ira

não passasse privações no exilio, preferindo viver coma mais possivel economia, do que sobrecarregar a suaadorada Pátria de ônus e conseqüentes difficuldades.

Em poucas palavras, resumindo o exposto, o Senhor D. Pedro II, o ultimo monarcha do Brasil, foi umpatriota, um magnânimo e um modelar Chefe de Es-tado, em probidade, moralidade e saber, por quemsempre tive grande veneração e, á proporção que osannos se vão vencendo, mais e mais admiro a notávele respeitável personalidade desse saudoso e illustreCompatriota, que completaria, hoje, um século de idade.

Rememorando algo do tempo do' seu reinado, ahise acham, ao vosso criterioso exame, algumas das pe-cas de seu uso e em serviço em seus Palácios, assimclassificadas:LISTA DAS PEÇAS IMPER1AES DO USO L)E ü. PEDRO II

1 — Uma sella de velludo bordado, com as iniciaes*''P. II" e a data "1860". dentro de um circulo e uma mantagrande de panno fino. bordada a Cio de prata dourada, coma competente coroa.

fi — Üm silhão. manta, cabeçada e coldres. Fina mentebordados a fio d»> prata dourada, com placas de bronze dou-rado, arreiosesses do usodo senhor 1).Pedro II. naguerra do Pu-raguay, comobem prova asua estatuaeqüestre, degesso. na Es-cola Nacionalcio Bellas Ar-tes.

3 —(ira n-d e bandeiraimperial, dopalácio d aQuinta da BoaVista.

í — Ban-deira da Mu-nicipai idadede Belém. Es-tado do Pará.que tremulou,hasteada, atéo dia 19 deNovembro de1880. Offerlafios Barões deVa.sconcellos.

5 — Pequena bandei-ra de um dos regimentosde cavallaria. de serviçona Imperial Quinta de São Ghristovam. 6das. usadas pelos archeiros do mesmoChrístovam.

— Um fardão de archeiro. com galõesseda. com coroas bordadas e botões de (trata— Outro fardão.botões de prata de lei.

— Um lenço de fina cambraia de Unhoa inicial "P.". encimada pela coroa imperial.

10 — Um espadim de aço de Toledo incrustado de ouroe cabo de madreperola. de caniarista do Paço.

11 — Um chapéo armado de pello fino e fio de pratadourada, com o symbolico dragão, de caniarista do Paço.12 — Um retrato em busto, de tamanho natural aóleo. do Senhor D. Pedro II. fardado de almirante.13 — Dous retratos, bustos em phototvpia. do SenhorD. Pedro II c Senhora. D. Thereza Ghristina. tirados emPariz. pouco antes de fallecerem, com coroa de bronze ao alto.14 — Um quadro com botões imperiaes. de bronze, devários estylos.15 — üm outro, com brazões e escudos imperiae? debronze, de differentes formatos.

16 — Grande escudo e coroa imperiaes. em madeirapintada, do diário '"Provincia de Minas", da cidade de OuroPreto, installado á rua das Mercês, naquella época.

17 — Coroa e escudo de gesso e madeira, completa-mente dourados, da, Imperial Igreja de S. José, de OuroPreto, então capital da Provincia de Minas Geraes.

18 — Escudo e coroa, de vidro de cores, commemorati-va da. visita do Senhor D. Pedro II á Exposição de Vien-na. de 1873.

D) — Titulo Imperial de nomeação de Antônio DelfimSimoens da Silva. (Pae do Dr. Antônio Carlos Simoens daSilva), moço fidalgo, com exercido na Casa Imperial.

20 — Titulo Imperial de concessão aos paes do Dr.Antônio Carlos Simoens da Silva, para se casarem em 1870.

Reprodução textual dos dous títulos, ns. 19 e 20:Eu o Imperador Constitucional e Defensor Perpetuo do

Império do Brasil: Faço saber a vós Paulo Barboza da Sylva.do Meu Conselho. Gentil Homem da Minha Imperial Gamara.e que Servis de Meu Mordomo-Mór: Que. Hei por bem. eMe Praz Fazer Mercê a Antônio Delfim Simoens da Silva,filho legitimo do Conselheiro Antônio Simoens da Silva,de o Tomar no Foro de Moço Fidalgo com exercício na Mi-nha Imperial Casa. Pagou quarenta mil réis de Direitos,que forão lançados no Livro de Receita respectivo, comoconsta de hum conhecimento em forma. Dado no Palácio

.do Bio de

II mmmmm Iü HH I I; I' - HP91BI Kl^t Y"-'mt'mmmm * INK?^^éBHEC5

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Salão de Honra da Sociedade de Üeographia do Rio de Janeiro, installada na velha — UxariaImpenal - no Largo do Paço (Praça 15 de Novembro), repleto de selecto auditório nod,a 2 de Dezembro de 1925 por oceasião da Sessão Magna, en, commemoraçâo ao CenenaZdo Nascimento do Senhor D. Pedrc II, seu Presidente Honorário

- Duas•alacio

alabar-de São

nedi

aco. com

velludolei.«alões

branco, com

Janeiro emvinte e humde Maio demil oitocen-tos e sessentae q nat r o .quadragesi-mo terceiroda Tndepen-dencia e doImpério.

Imperador.Paulo Barbo-za da Sylva

Praz aVossa Mages-tade Imperial,Fazer Mercêa A n t o n i oDelfim Si-moens da Sil-va. filho legi-timo do Con-sei beiro An-tonio Simoensda Silva, deo Tomar noForo e MoçoFidalgo com

exercido, como neste Alva-rá se declara.

ti Para \ . M. Imperial verPassado por Decreto de 25 de Novembro de 1863. - IsidoroJosé Mi-. Pamplona Corte Beal o fez escreverEu o Imperador Constitucional e Defensor Perpetuo doB as.l Faço saber aos que este Meu Alvará virem que lei-do-Me represei.lado Antônio Delfim Simoens X Silva

e4 imi dog0CorP,hXerCÍCÍÜ ,Mi' Mi"ha ln,"'™l <W oieGiumo do Conselheiro Antônio Simoens da Silva P nMananna Delfim Pereira Simoens da Si va achar-se , ,'

t qiu para eitectuar o seu cazamento necessita Lirpnnn o

indecência e STta. e^ talí^í^0 n°,,ü d"Paulino José Soares rlp Snn™ m

Para Vossa Magestade Imperial ver.*e declara.

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Foi José de Alencar, o fecundo ebrilhante romancista brasileiro, quem,num momento de desculpavel aborreci-mento, affirmou que o magnânimo im-perador D. Pedro II possuía um lápisvermelho, com que costumava riscar os nomes dos seusdesaffectos, que se viam, assim, privados cie exercercargos de nomeação do poder executivo; e, num paizde pequena cultura, como o Brasil, em que os maisinverosimeis boatos conseguem ser acreditados por in-divicluos sensatos, essa lenda do lápis fatídico cedoadquiriu foros cie veracidade. A queda.do ministérioZacharias, que se mantinha no poder, desde três deAgosto cie 1866, levou oimperador D. Pedro IIa convidar o visconde deItaborahy, que regres-sara da Europa, a or-ganizar o ministério,que começou a governarem 16 de Julho de 1868.José de Alencar, que,então, collaborava, as-siduamente, no CorreioMercantil e no Jornaldo Commercio, e cujosgrandes méritos eramproclamados pelos que oconheciam, atravez dosseus excellentes escri-ptos, acceitou a pastada justiça no ministérioItaborahy, que se com-punha cie vultos do va-lor de Cotegipe (mari-nha), Silva Paranhos(estrangeiros), Pauli-no José Soares de Souza(império), barão deMuritiba (guerra),Joaquim Antônio Fer-nancles Leão (agricul-tura) .

Mas, em 10 cie Ja-neiro cie 1870, José deAlencar pediu demissãodaquelle cargo; substi-tuiu-o o deputado Joa-quim Antônio Nebias.Foi assáz commentado odiscurso do barão de Cotegipe, emresposta a umas quantas accusaçõesdo seu antigo companheiro cie admi-nistração, quando quiz explicar as razoes que o im-pelliram a exonerar-se do cargo de ministro de justiçado dito gabinete.

O nobre senhor José de Alencar, teria dito osarcástico barão cie Cotegipe, sem ter, ainda, alcança-do graduação nas hostes cio partido conservador, que-ria que os sargentos, como eu, o senhor Silva Para-nhos, o senhor Paulino de Souza e o nobre presidentedo conselho, acceitassemos, sem reservas, as suasopiniões.

Contrariado e vencido, repetidas vezes, accres-sentou o barão de Cotegipe, o senhor José de Alencarpediu e obteve a sua dispensa daquelle cargo.

D. PEDRO II E OLÁPIS FATÍDICO

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No tempo feliz: D. Pedro II, A Imperai-tric, As Princesas Dona Isabel e Dona

Lcopoldina.

Ora, José de Alencar, como geral-mente soem ser os homens do seu va-lor, era assáz vaidoso e ficou bastanteaborrecido com os seus companheirosda véspera, movendo-lhes tenaz oppo-

sição. Decorridos, porém, alguns mezes daquelle desa-gradavel incidente politico, José de Alencar disputouuma cadeira cie senador pela provincia do Ceará, suaterra natal. Conta-se que o imperador D. Pedro IIchegou a dizer-lhe, em resposta a uma interpellação,que o julgava moço para participar dos trabalhos dosenado. Preterido numa justa aspiração, o notávelautor do Guarany, não mais poupou o imperador e

inventou a lend?, do la-pis fatídico, em se ineul-cando como uma dassuas grandes victimas.Os que deixavam as ele-vadas posições e os re-publicanos, que se apro-veitavam de qualqueropinião, phrase ou con-ceito de uni antigo con-selheiro da coroa, paraintrigar o magnânimoimperador D. Pedro II,faziam do lápis fatídico,que elles argumenta-vam como a manifesta-ção do poder pessoal, oassumpto predilecto dassuas objurgatorias con-tra o monarcha gênero-so, a sua respeitável fa-milia e as pessoas maischegadas ao paço impe-rial. Filho de uma ima-ginação ardente e cieurna pretenção contra-riada, o lápis fatídico doimperador D. Pedro II,que nunca praticou amais ligeira vingança,foi, durante muitos an-nos, estribilho predilectocios que abusavam da li-berdade de pensamento,amplamente asseguradanos fecundos cincoentaannos de reinado, ap-

pelliclados pelo eminente OliveiraLima cie dictadura da honesticla-cie. Entretanto, sou dos que pensam

que o lápis fatídico cio imperador D. Pedro II consti-tue o seu mais legitimo titulo de gloria de adminis-trador esclarecido e honesto, pois, evitando que inclivi-duos de reconhecida improbidade, oecupassem cargos,para cujo desempenho se exigiam uma quantas con-dições de moralidade e de preparo, o magnânimoimperador D. Pedro II revelava-se um administradoravisado e conscio das suas grandes responsabilidadescivicas e administrativas. O lápis fatídico, apontadopelos despeitados, não serviu de óbice á entrada cie In-homerim para o senado; de Laf ayette Rodrigues Perei-ra, republicano ardoroso, signatário do manifesto de 3de Dezembro de 1870 para o gabinete Sinimbú, como

^IlustraçãoBra sileira

ministro da justiça; de Ferreira Vianna, que appelli-dará o imperador D. Pedro II de césar caricato e af-inmara que o império era o déficit; para ministro dogabmeteJoao Alfredo; de Salvador de Mendonça, paraa direcçao do consulado brasileiro em Baltimore; deBarata Ribeiro, Martins Teixeira, Eurico Coelho paraprofessor da Faculdade de Medicina desta cidade; deMartins Júnior, para professor da Faculdade de Direi-K,£ep n;

«.e Vicente de Souza, para professor delatim do Collegio Pedro II; de Álvaro Botelho, MonteiroManso, Campos Salles, Prudente de Moraes, para acâmara dos deputados, embora fossem elles figuras in-fluentes do partido republicano das províncias de Mi-nas Geraes e de São Paulo; o lápis fatídico jamais ris-M«Í ^Umf!Cendas imPe«aes os GonçalvesMagalhães, cuja Confederação dos Tamoyos — o admi-ravel poema nacionalista, foi impresso a expensas domonarcha generoso; os Porto-Alegre; os Varnhagen;os Pedro Américo; os Victor Meirelles; os Carlos Go5£ Z ?urí Tfixeira e muitos outr°s> ^«Paço de S Chnstovam tonificar as suas algibeiras; olápis íatidico foi para o nosso magnânimo imperador«li. ?° ü -qUe' COm° PericIes' J'ámais fez o seu se-melhante cobrir-se de luto, uma clava forte contra osconchavos administrativos e as perniciosas combina-çoes dos maiores políticos, que, não poucas vezes, sacri-sua grey

r6SSe geral para proteger aPaniguados daO poder pessoal do imperador era um recurso deiZzaaa.iam os que não iognmm <««<*»»»• «s aeasinteresses; pois, quem, como elle, era incapaz de mo-lestar os seus ministros e conselheiros, porque era ex-remamente polido, não usaria, jamais, daquella irrl

SiL^ T' C°m que ° aP°ntavam aos olhos dopublico ignorante, os seus desaffectos gratuitos.nrovpm ft fnt0'

hf uma,serie de documentos, que com-tícr'vPÍ rent6' a í801^ imProcedencia das cri-ticas vehementes ao poder pessoal do imperador emcujos ouvidos nunca entraram as intrigas e as perf diasdos áulicos; e do archivo do senador Saraiva, qPunuminstante de agastamento com o imperador D Pedro Housou comparar o absolutismo de Napoleãoül com ôou^deS0r D' Pef0 n',C°11ÍgÍ 8S "eguintes

^que deixarão, por certo, confundidos os que ainda hmVverberam aquillo que nunca existiu. J 'Sr. Saraiva -— Já tive oceasião de dizer as razõesporque nao sou favorável ao empréstimo, porém é ne-gocio a tratar em conferência, e depois commko far-se-ha o que for resolvido _ D. Pedro II _ 21-121880Sr Saraiva - Desejaria saber, antes de lavraro decreto, em que sentido se quer reformar o plano das

ALFREDO BALTHA

loterias. Pode mandar, logo que quizer, os papeis quedisso me informem—D. Pedro II—4 de Abril de 1880.Sr. Saraiva — Desejo que haja hoje despacho ás6 horas da tarde — D. Pedro II. Rio — 19 de Ja-neiro de 1881.Sr. Saraiva — Nada tenho que observar a respei-to da designação das presidências depois do que conver-sámos sabbado. Em conseqüência do deliberado enviou-me hontem o Ministro do Império as cartas imperiaes

que remetti assignadas hoje — D. Pedro II. 1" de Mar-ço de 1881.

Ora, quem se acostuma a mandar, cliscrecionaria-mente, não escreve cartas como as acima transcriptas;e em se as comparando com os depachos de César ou deNapoleão, notar-se-á sensível differença; pois, ha emtodas as cartas, que o magnânimo imperador D. Pe-dro II endereçava aos seus ministros, a mesma polidezcom que se habituara a attender o povo nas audiências.O que se pode, porém, af firmar é que o magnsnimoimperador D. Pedro II, para corresponder á merecidaconfiança popular, soube zelar pelos interesses b-asi-leiros, escolhendo para as mais elevadas posições poli-ticas e administrativas indivíduos de grande capacida-de moral e intellectual, e vedando o ingresso dos inúteisdos empayezados, dos improbos aos cargos de certa res-ppnsabihdade; e si interveio, alguma vez, nas discus-soes do parlamento, nas sessões do conselho do Estadopara fazer vingar alguma idéa, pode-se affirmar, semtemer qualquer contestação, que o supremo interesse danação foi o motivo único da sua actuação. Felix culpaaquella que levou o grande monarcha a velar pela pu-reza dos costumes públicos e privados, a interessar-se

pelo progresso da instituição, e a cohibir os vícios se-ZZl?™

mí™*uecem as instituições; feliz culpa,aquel a que collocou, nas mãos generosas e limpas dogrande monarcha brasileiro, aquelle lápis fatídico, quepunia os criminosos e premiava os justos. Hoje são ra-rissimos os brasileiros que não veneram a sua memóriahonrada; pois, reconhecem todos que, serenamente, in-vestigam o passado e analysam a sua actuação moralem prol dos nossos sagrados interesses, que D. Pedro IItoi um rei adiantado e clemente, que nunca fez da vin-gança ou da hypocrisia a base dos seus actos e decisões.Machado de Assis estava, realmente, inspiradoquando compoz aquella poesia: "'"piraao,César! fulge mais luz nas saudações do povo,Ha nos hymnos plebeus — mais alma nacionalQuando a mao do Senhor ergue dum germen novoA virtude e o saber em fronte imperial.

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D. P«/r0 //. „ p„-,IfWfl M;c/, 0 f0Wí/f rf.£||j 0J PrfHc//,w D. Pedro, D. Luiz c D. Antônio, a baronesa dc Loreto, a condessa de Barrai o conde de Algezus, o barão de Lorcto. em Paris, - 1890.

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^SSfUERIAMOS a1^imas im-í^^^ pressôes' do Príncipe D.

ÚSSrà Pedr0, sobre sua visita ao

ll_______g| Brasil, seus planos devida aqui etc. De certo

que nem por sombras nos passou pelopensamento falar em politica. é assum-Pto que nos desagrada particularmentee pelo qual não nos interessamos emabsoluto, ainda que isso faça parecer-mos pouco patriotas. O Príncipe esta-va em Petropolis; subimos, pois, a serra(sem ser na accepção do dictado conhe-cido...) e fomos procural-o. Sua Al-teza sahia para a festa do Collegio NS. do Amparo, mas teve a amabilida-

de de avisar-nos que ali nos attenderiaChegamos ao vasto e antigo prédioonde as freiras continuam a caridosa

obra do benemérito padre Siqueira, fun-dador daquella casa de caridade e ensi-no a meninas pobres. Fomos logo rece-bidos pelas distinctas irmãs que? anexarde atarefadas com a festa que devia serassistida pelos príncipes, prefeito de Pe-tropolis e senhora, o Sr. Bispo D.Agostinho Benassi e outras pessoas de

D. Pedro, a PrincezaElisabeth e seus Filhos

destaque, acharam tempo para dispen-sar-nos attenções e carinho.

Xo salão, onde funcciona o thea-trinho do collegio. encontrámos D. Pe-dro, a Princeza Elisabeth e os cincoíilhinhos do casal — tres encantadorasmeninas — Princezas Isabel. MariaFrancrsca e Thereza Maria e os prin-ripes D. Pedro e D. João.

Captivou-nos. Ímmediatamente. asimplicidade, sem afíectação, da fami-üa imperial. D. Pedro, que se parecede maneira extraordinária com o Conded'Eu. recebeu-nos com a', gentileza quesempre caracterisou os nossos princi-pes. Nós que. confessamos, estávamosum tanto acanhadas, sem saber bemcomo conciliar o nosso modo natural eum tanto bohemio com o protocollo,sentimo-nos logo á vontade perto deprmcipes tão affaveis e despidos devaidades. Sempre sympathisámos comD. Pedro: o seu rasgo romanesco «perfeitamnte justificável, de trecar umremo nela felicidade de um lar perfeito

deve eleval-o no coração de íoJa mu-lher sentimental. Como é sabido.. DonPedro abdicou dos seus direitos á coroado Brasil, em favor de D. Luiz. seuirmão, para casar com a meiga Prin-ceza Elisabeth que não é de famíliareinante actualmente. apesar dos seusantepassados terem sido reis valorososem outros tempos.

Os cinco principezinhos. vestindoos meninos as fardas do collegio emque estão aperfeiçando o portuguez. eas meninas com toilettes brancas semalarde de luxo. formam um grupo lindo,mostrando, nos olhos brilhantes e azuese nas faces vivamente rosadas, a pujan-ca de um sangue forte e puro. Sãomuito dados^e todos falam a lingua que"os é tão cara. A princeza Elisabethesposa de D. Pedro, com quem con-versamos algum tempo, expressa-se emportuguez perfeito, ainda que com pe-queno sotaque, como era de esperar.Manifestámos a nossa surpreza e D.

Elisabeth respondeu:— -Mas é natural, pois si ha tantos

annos pratico o portuguez

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A Familia Imperial doBrasil, ha onze annos

E fala só nesse idioma com oPrincipe?

Falamos todo dia.Era uma resposta com dois senti-

dos, tirámos a illação mais acceitavelfalavam todo o dia, mas não duranteo dia todo.

Qual a impressão de Sua Alte-za sobre a nossa Capital?

A melhor possivel, — retorquiua princeza, sorrindo da nossa ingenui-dade, perguntando uma coisa cuja res-posta -devíamos saber de antemão. Sa-biamos, dissemos mesmo, mas queria-mos ouvil-a dos lábios de S. Alteza— é tão conhecida a coquetterie do ca-rioca que tem satisfação em provocarelogios á sua bella Sebastianopolis. ..Vaidade de filhos, perdoavel pelo quetem de justo.

E prefere Petropolis ao Rio^Gosto muito daqui. As crean-

ças têm toda a liberdade, passeiam acavallo, sós, freqüentam collegios e, de-pois, o clima é dos mais agradáveis.

Não sente frio nestas alturas?Ás vezes sinto, tanto que, si

construísse uma casa, não dispensariao aquecedor para obter a temperaturaque me conviessc.

O frio aqui não é insupporta-vel mas temos clima europeu no Sul.

Bem sei, e breve terei oceasiãode verifical-o, porque tencionamos via-

jar pelo interior.Nesse momento, D. Pedro acabava

de conversar com a pfessoa que o rece-bera na sala de honra do collegio; di-rigimo-nos a elle e expuzemos o fimda nossa visita:

Vimos pedir a S. Alteza algu-mas impressões para a nossa revista, aIllustração Brasileira.

Notámos logo um movimento dedesconfiança no Principe. Era de es-perar; D. Pedro não quer abandonar ocaracter todo particular da sua estadiaaqui, não se envolve em politica, nemse afasta do meio intimo dos antigosamigos da familia imperial, vivendocom singeleza na visinhai cidade. Ora,tínhamos contra nós o duplo titulo de

mulher e jornalista — os dois mais di-lectos filhos da indiscreção — demais,a nossa apparencia é tão ligeira quetudo se assemelha pouco pesado emnós... Comprehendemos o escrúpulo deSua Alteza, mas insistimos.

Quer deixar-me as perguntasque deseja fazer? — perguntou coma fidalguia de um Orléans.

Não tive tempo de formulal-as,Alteza, apenas esbocei algumas, notrem, escrevendo-as numa tira de pa-pel e tendo por mesa o joelho.

, — E por que não as lê? Eu ireirespondendo ás que puder.

Queria, primeiramente, algumasnotas sobre D. Pedro' II, cujo cente-nario natalicio será solemnemente fes-tejado no dia 2 de Dezembro. Tem SuaAlteza algum trabalho literário, inédito,e o ultimo retrato do. nosso Imperador?

Aqui, não, estou sempre via-íando e não trouxe commigo essas lem-òrançac, são relíquias que deixei no nos-so castello. Mas é fácil encontrar o re-trato aqui, ha diversas pessoas que têmcopias.

^Ilustração ——- _^ ___ —.__^Brasileira

PERPETUA MAJESTADE!Não! não foi por destino da realeza!*oi, antes, a realeza do DestinoQue te formou da olympica nobreza«e sangue, e coração adamantino .

Príncipe, foste sempre mais que Alteza,Pois, ja no berço, Imp erador-meninoergues te á heráldica austr o -por tu g uê 'sa

um sceptro que era um raio levantino'

fef-'-L-t

o Segundo-o p r i m e i r op r o f u n d o .

E , sendo em n o m e. e titulo -toste, Pedro de Alcântara,nesse hor os copio simples e

Filho sem mãe e esposo da Saudade,Glorioso Ancião, reinaste o século inteiro •— Tua Lembrança é ainda Majestade?

H E R M E S 0 N E Sú o o o

< >s restos mortaes da Princeza Isabelvirão tambem para o Brasil ?

Não sei. por emquanto não >e coo-jtadisso.

Tenciona S. Alteza ficar definitiva-mente em nossa terra?

Rem sahe que tenho muitos interesses«a França e que de vez em quando precisa-rei voltar á Europa.

Ficará então um anno aqui, outro lá,assim estará bem dividido.

Isso é provável.Disseram-me'que S. Alteza quer ser

jasrndeiro e que vae comprar uma fazendai..-i Sul?

Realmente teneiono comprar al<ni-¦nas terras, mas não lhe posso garantir quevenha a ser fazendeiro.E já escolheu locai:Não. devo partir muito breve pira™» "agem pelo interior. Estive enralçmns

e-.tados, Porem? desejo conhecer outros, maisminuciosamente.E

qual a impressão de S \ltezanesta estadia mais longa entre patrícios?

p "~,A Unica P°tsivel - bôa - porquen í>ras:l e sempre bello para nós que o ama-mos.~ Mas não acha que os nossos habito."a rápida evolução des.es .8 annos perde-'rym muito * clássico regionalismo ,x>rtu-guez-brasileiro. tomando tuna forma cosmo-

1 ohta mais adeantada e commoda. é verdadeporem menos poética e sincera?

Sem duvida, e penso que não devia-mos estar nem tão longe dos costumes passa-do,, nem tão perto dos sxaggeros presentes.Sobre a instnicção, que julga S. Al-teza ?

— Acho que o latim devia ser ensinadocom mais insistência nos nossos collegios;elle c a base da lingua e sem conhecel-o bem.não poderemos saber o portuguez com per-'ei cão.

A orchestra rompia o hymno nacionalo Bispo entrava. Forçoso era deixar o prín-cipe: tínhamos tanta'coisa para perguntar...Mas, que fazer? "Noblesse obüge".

Começaram os festejos. As meninas re-pre-c-utaram comédias, dranús. cantaram erecitaram. Os príncipes, com a mais perfei-ta clistineção. assistiram aquella reuniãode creanças. applaudindo as pequeninas actri-zes improvisadas. O Dr. Salomão Jorge, daimprensa de Petropolis. que proferiu c^mmo-Nente discurso sobre a caridade, evocando aRedemptora como exemplo mais frizante des-sa virtude, recebeu, ao terminar, uma enthu-siastica salva de palmas.

No penúltimo intervallo. despedimo-noscie SS. Altezas. deixando de assistir ao res-to do festival por precisarmos tomar o tremcias cinco.

Petropolis. a cidade monarchica. qu-guarda, qual relicario. as tralicõe: do pas--•'do Império, transbordava de luz e cobria>c de lynos e cravos para saudar os veranis-ias que começam a chegar, fugindo aos pri-meiros calores de Novembro.

A estação estava rpif.ti a** ,oaui ieP-'-ta de elegantes quedesciam e outras que ficavam. Entrámos notrem, cuja ordem e asseio fazem pensar comtr:steza nos perigosos comboios da CentralQue levam passageiros pendurados por todaparte.

A locomotiva silvou, os carros entrecho-caram-se e o monstro de ferro desceu serpen-teando pela sinuosa estrada aberta na matta

Fechámos os olhos para evitar os ulti-mos aspectos da cidade que maculava comseus telhados vermelhos e varandins preten-cioso-, a r.gonia do dia. Ao abril-os, asma-chinas mordiam, com seus dentes de aço. osfilhos da cremalheira. em plena montanhaja envolta na penumbra do crepúsculo;vamos, lá em baixo, banhada pelos últimoslampejos do sol poente, a nossa linda Cap.tal. Era um deslumbramento! Uma gemmada Natureza lapidada num momento de ins-F-ração suprema! O Rio é a cidade sobera-«a! Veste-a o mamo azul das águas e seu dia-dema de montanhas é to lo côr de csperrnçaeo ceo como si. por capricho, o joalheiro ar-nsta. tivesse escolhido as esmeraldas reprc-«Mando toda a gamma do verde para engas-íar nas serras que alteiam mais perto, e a,íaphiras escuras para as que limitam o hori-zonte distante.

^ No nosso pensamento avultava a recor-daçao do velhinho que nos ensinaram a amare que nunca conhecemos senão peio que con-iam do bem que fez - D. Pedro II __ quetanta vez passou por aquellas mesmas curva,

"",e e"leia " "»"«* em espiral. Os raios do«oi que se apagavam atraz das tem* da Ga-vea. junto con, as sombras que crescia,,, no'««ente, era,,, quaes os dia, de gloria e a,Horas de ,ri,re exibo „,sso nJagnanim0Soberano.

Emextasis. a fantasia exaltado, riamos.

;»"t0 «l«i. no mais abo pico da Serra dosOrgaos, a figura venerand, do [mperador~' &»**<!* Pe'" muito que soffrouaonr em cruz os brac-s rmimi - i,a-' h tremuli» e abençoartao perto do céo n u --^ '«-eo, a tei ..a que tanto amou —0 Paiz do Cruzeiro do Sul...

NIANY

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Conde d'Eu fe^ .jl Dona Isabel

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Dona Dom

Túmulo dos Imperadores, em Petropolis Dom Pedro II em Uruguayana, em 1867

Trabalho de Magrou. Maquette de R.Bernardelli

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Em cima: um recantoda sala do Museu doInstituto Histórico cGeographico Brasilei-ro, onde está a mesados despachos sema-naes em São Christo-vão o a cadeira naqual se sentava o Im-perador D. Pedro II(a primeira na extre-midade á esquerda).

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Em baixo: 0 Miuiste-i'io chamado da Con-filiação (6 de Setem-bio ^ 18õ3) presi-<üdo pelo Visconde doParaná: O Imperador,Paraná. Xabuco deAraújo. Abaeté, Pedrodf Alcântara Bellegar-<íe, Visconde do nioBrcnco e Baião do

Bom Retiro.

«ííííSSWíi

Era uma vez... um velhinho muito bom queviveu para o seu povo e morreu de saudadesquando seus filhos o afastaram da terra amada.

Esse velhinho, de longas barbas brancas,governou um grande Império. Pequenino ainda,quando contava, apenas, seis annos incompletos', puzeram-lhe sobrea cabecinha innocente uma rutila coroa de rei que tanta vez, maistarde, lhe pesou na fronte até curval-a para o chão.

O menino que assim encaneceu no poder, foi o nosso ma-gnanimo Pedro II quando, em 7 de Abril de 1831, recebia de seupae, Pedro I, o sceptro imperial.

As luctas agitavam o paiz e o pequenino imperador, orphãode mãe e afastado do pae que se exilara por exigências do povo,viu-se, na edade em que os outros têm os beijos maternos, entre-gue a homens honrados e graves que jamais se descuidavam depreparal-o para o alto cargo a que fora destinado. E ao pequenomonarcha que possuía umanação, faltava a riqueza queas mais miseráveis creançasdo reino usufruíam — umcarinho de mãe.

Devia ter ficado durode coração esse menino, cria-do para governar um povo efazer cumprir leis, mas, aocontrario, Pedro II attrahiapela simplicidade das manei-ras, trato carinhoso e immen-sa grandeza de alma. Esmo-ler por indole, distribuía seurendimento de monarcha pe-los amigos pobres e com cen-tenas de familias cuja posi-ção social impedia estendera mão á esmola ou ostentara pobreza que as opprimia.

Quem secreve estas li-nhas conhece um medicocujos estudos foram custea-dos pelo bondoso Imperador.Não era um miserável, esserapaz, as suas posses, po-rém, não lhe permittiam cur-sar uma escola superior sinão fosse o rasgo generosode D. Pedro II.

Os livros e a caridade— eis as duas chammas emque consumia a sua fortunapessoal. Quando no exilio,quasi sem recursos, podendoobter uma grande somma siquizesse vender a sua riquíssima bibliotheca,preferiu doal-a á Bibliotheca Nacional e aoInstituto Histórico, pedindo que á sala ondeficassem seus livros, dessem o nome de Thereza Christina. Erauma dupla homenagem do rei sábio á intelectualidade do Brasil, edo esposo carinhoso á memória da companheira de sua vida.

O quadro doado por Vahia á Câmara Municipal, e feito pelopintor francez Rocha, que aqui esteve em 1854, é outra prova doquanto o nosso Imperador amava os seus subditos. A pintura aóleo, que se encontra, hoje, no Conselho Municipal, perpetua natela uma scena passada por occasião da grande epidemia de choleraque assolou o paiz em 1852. D. Pedro, desprezando os prudentesconselhos de seus cortezãos, visitava, pessoalmente, os hospitaes eé num desses abrigos de emergência que se vê o monarcha to-mando o pulso a um cholerico. As physionomias impressionadas egraves dos presentes,' bem fazem suppôr a extensão do perigo a

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D. PEDRO II,O MAGNÂNIMO

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D. Pedro II e Dona Thereza Christina,no parque do palácio Itamaraty, Alto da

Tijuco, em 1887.

©esembro19 2 5

que se expunha o chefe brasileiro. § A conheci-cia phrase "Quero já", bem denota a segurançaque elle tinha em si. Guiado por seus ministros,começou a governar o Brasil aos 14 annos e,dahi por deante, no correr de 49 annos, amou e

viveu para o seu povo, conseguindo fazel-o grande e respeitado.Seu reino começou por um acto de perdão e terminou poroutro de resgate. Quem inicia perdoando todos os crimes politi-cos e termina dando corpos livres ás 600.000 almas dos seus

irmãos negros, tem direito ao respeito e enthusiasmo dos que vie-rem mais tarde.

Nós, os das gerações que não conheceram Pedro II, é quepodemos julgal-o melhor porque vemol-o sem a sombra das pai-xões políticas, á justa distancia necessária para examinal-o emplena luz. Nas guerras externas, o critério do nosso Imperadorsempre fez sobresahir o Brasil, apezar de ser um paiz novo e, por-

tanto, fraco.Quer em 1:851. no Pra-

ta, em 6r e 65 na questãoChristie, se houve D. Pedrocom dignidade e prudênciade um grande estadista.

Os nossos períodos depaz foram grandes. A não

ocr o lamentável caso do Pa-raguay, que tantos saerifi-cios e vidas custou ao Estado,mas que nos deu ensejo deverificarmos quanto o espiri-to nacional era patriótico eII foi todo de calma e pro-valoroso, o reino de Pedro

gresso. Esquecidos esses chi-co annos de sangue, encon-tramos, como marcos de luz,os melhoramentos feitos peloImperador: o Banco do Bra-sil, em 853; a primeira es-trada de ferro, de Mauá áSerra da Estrella, em 54; oLyceu de Artes e Officios,em 58; a E. F. D. Pedro II,(hoje Central), em 58; o di-que da Ilha das Cobras, em61 ; o telegrapho entre Rio,Pernambuco e Pará, em I4;o cabo submarino para a Eu-Topa e Argentina, em 65; emuitos outros benefícios quenão caberiam nestas linhassi os fossemos ennumerar.

O grande ideal de D.Pedro II, foi extirpar o cancro da escravi-dão. Nisso secundou-o magnificamente suadigna filha, a boníssima princeza tão justa-mente cognominada a Redemptora. Bem sabia D. Pedro que a

escravidão era a pedra negra de mais importância nos alicerces doImpério, que retiral-a seria abalar a base em que assentavam an-tigas instituições, mas que importava?... Seu coração cheio decaridade tentaria o golpe perigoso.

Começou, lentamente, pelas leis de 14 de Novembro de 50 e5 de Junho de 54, que prohibiam a importação de escravos. Res-tava ainda emancipar os que aqui viviam e a resistência dos se-nhores, muitos dos quaes políticos proeminentes, era obstáculo dif-ficil de vencer. Cogitou da colonisação, substituindo, aos poucos,o braço escravo pelo colono livre. Quando foi para a Europa, em71, deixou á Princeza Isabel, então regente, o sympathico enca/rgode assignar a lei Rio Branco ou do ventre livre — era o segundo

^—^ltíi3£(ÍSi_^___^i^£

lllustraçôoBrasileira

«olpe peia liberdade dos negro, Novas luctas. malquerenças que~ aqu, e ali. porém o velho monarcha só ouvia o seu gnmde«ração e, en, 84 sauccionava a lei Cotegipe - 05 sexagenários se-nam altorriados!. ..-Mas não bastava isso. quantos annos duraria essa longa depu-ração. E os dias nasciam e morriam vendo o homem brasüeiro ven-dtdo con» „m objecto e agrilhoado co.no un, animal. Foi quandoD. Pedro adoeceu e partiu „,al para , Europa D ^herde-.ra das santas qualidades de seu pae. tomou as rédeas do «o-verno. .\ aquelle bello coração genuinamente brasüeiro. nàquelle co-ração que sen, o exemplo de nós todos., brotou o deseio temerário.mas bemd.cto. de salvar uma raça infeliz ainda que perdendo um.«» nnmenso. E as mãos brancas e puras que nos - brasileiro, -veneramos, ass,gnaram a maior lei do nosso paiz, a lei que iazianur un, throno de cujas ruinas emergiram cx».ooo creatura, livresE a coroa de pedrarias e ouro rolou para o esquecimento: ma's"áquella cabeça loura de mulher abnegada, nos ventos, ainda ho,'eouro dtadetna muito mais b.lo. muito mais rutih, todo feito de'1;;;: e;e.a~ ^^^ nas pupillas de©M.ra\o redimido.

em Sirv", '3 ^ MaÍ° * '^ ° — J«or estavaen, Mdao. Ao chegarem os telegrammas con, a grande nova, o, me-chcos nao consentira,,, que ,ha eonmtunicassen, O menor abalo le->ana o ultnno alento de vida do velhinho enfermo. A - de Maioo estado se aggravon cons.deravelmente. D. Pedro foi sacramen-ado e a morte era esperad. de un, montento para outro. -V „0ssaI".peratr,z, sua fie, , sa„ta c, )anheira ^ ^ ^ ^ .^

-saber que o W sonho de „ herdade dos escravos brasi.eiros se

•";.. ,: -f .... <• /?•••;.¦ _.— -_i x..y:.x.: _ '. .

Chegando-se ao leito, communicou-lhe os últimos factos succe-didos no Brasil. O Imperador. reanimando-se: abriu os olhos di-zendo: "Grande

povo! Grande povo!" As lagrimas corriam-lhe pelorosto pallido e sua commoção foi enorme. E porque áquella almavivesse do bem. o bem dos outros chamou-a á vida de novo.Melhoras rápidas, convalescença e cura foram o resultado re-ilexo da realização do seu mais grato desejo.

De volta ao Brasil, os factos se precipitaram na politica. comotodos nos sabemos. A mesma caudal que trouxera a abolição des-«a, impetuosa, arrastando idéas novas... Quem poderia ínterrom-Pel-a: O golpe de 15 de Novembro de 1889 foi a chegada da ava-lanche ao estuário. . .

E o grande amigo do Brasil, respeitado mas abandonado pelo,seus t.lhos, seguiu para o exilio. cheio de resignação, levando emlogar da coroa de rei que lhe deram un, dia, a coroa de espinhos dosque sottrem sen, protesto. Mas a sua alma grande e magnânima per-doou o mal que lhe fizeram - 03 paes nâo sabem ^^ rancQraos nlhos - e elle quiz dormir nesta terra en, que acordo,, para- "«h, qu» voltar ao paiz grande que creou com seu esforço abne-gado, e nos. quaes as creanças que se arrependeu, do movimentobru,co que lhes escapou num instante de irreflexão. receoemol-ocommov.dos e guardamol-o como orna relíquia querida, co.no umpae soberano, amigo e como o maior bem feitor da nossa terraamada.A unanimidade da crparticipação de todas as cias.es „as ho-¦"enagens feitas pelo passamento do seu primeiro centenário nata-¦"O. e a prova mais frizante de quanto elle foi, e e será sempre

querido no Brasil. l

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assi^»do, entre altas

'l^f^KWMimiH WW iam jawMiUBUMW

Creio em Deus.Fez-me a reflexão sempre

conciliar as suas qualidades in-finitas: Previdência, Omnisci-encia e Misericórdia.

Possuo o sentimento reli-gioso; innato ao homem, é des-pertado pela contemplação da natureza. Sempre tivefé e acreditei nos dogmas. O que sei, devo-o, sobretudo,á pertinácia.

Reconheço que sou muito somenos do que é rela-tivo aos dotes da imaginação, que posso bem apreciarnos outros.

Muito me preoccuparam as leis sociaes; e nãosou o mais competente para dizer a parte que de con-tinuo tomei em seu estudo e applicação.

Sobremaneira me interessei pelas questões econo-micas, estudando com todo o cuidado as pautas das ai-fandegas no sentido de proteger as industrias naturaesaté o período do seu prospero desenvolvimento.

Invariavelmente propendi para a instrucçãolivre, havendo somente inspecção do Estado quanto ámoral e á hygiene, devendo pertencer a parte reli-giosa ás famílias e aosministros das diversasreligiões.

Pensei tambem noestabelecimento de duasUniversidades, uma nonorte, e outra no sul,com as faculdades e ins-titutos necessários eportanto apropriados ásclifferentes regiões, sen-cio o provimento das ca-deiras por meio de con-curso.

Egreja livre no Es-tado livre; mas issoquando a instrucção dopovo pudesse aproveitai'de taes institutos.

Estudei com cuida-do o que era relativo ámoeda corrente e se prendia á questãocios bancos. Quanto á legislação sobreprivilegio, oppuz-me aos que se ligamá propriedade literária, sustentandoassim as opiniões cie Alexandre Herculano antesque elle as tivessse manifestado.

^ Cautelosa e insistentemente estudei questõescie immigração sobre a base cia propriedade e o apro-veitamento das terras, explorações para o conheci-mento das riquezas naturaes, navegação de rios eclifferentes vias cie communicação.

Pensava na installação de um observatório as-tronomico, moldado nos mais modernos estabeleci-mentos desse gênero. Segundo as minhas previsões eestudos, poderia ser superior ao de Nice. •>

Cogitei sempre em todos os melhoramentos parao exercito e a marinha, afim de que estivéssemos pre-parados para qualquer eventualidade, embora contra-rio ás guerras. Buscava assim evital-as.

^ Preoccuparam-me seriamente os estudos dehygiene publica e particular de modo a nos livrardas epidemias; e isso sem grande vexame para aspopulações.

TESTAMENTO POLÍTICODE DOM PEDRO II

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£>e _ e mbro19 2 5

Acompanhava-me sempre aidéa de vêr o Brasil que me étão caro, o meu Brasil, semignorância, sem falsa religião,sem vicios e sem distancias.

Para mim o homem deviaser regenerado e não suppri-

mido; e por isso, muito estudava a penalidade, tomandogrande parte no que se fez relativamente a prisões epensando todas as questões modernas, que tendiam aoseu melhoramento.

Procurei abolir a pena capital, tendo encarregadoo Visconde de Ouro Preto de apresentar ás Câmarasum projecto para a abolição legal da mesma pena.Pacientemente compulsava todos os processos paraa commutação da pena ultima: quando não encontravabase para isso, guardava-os,'sendo a incerteza já umapena para os réos.

Muito me esforcei pela liberdade cias eleições e,como medida provisória, pugnei pela representaçãoobrigada do terço, preferindo a representação uninomi-nal de círculos bem divididos; pois o systema, aindapor ora impraticável, deve ser o da maioria de todos os

votantes de uma na-ção.

Conselho cie Esta-do, organizado o maispossível como o daFrança, reforinando-sea Constituição para quepudesse haver direitoadministrativo conten-cioso.

Provimento de lo-gar de magistratura,por concurso perantetribunal judiciário paraformar lista dos maishabilitados, onde o go-verno pudesse escolher;concurso tambem paraos logares de aclminis-tração; categorias ciepresidências para que se

preparassem os que devião regel-as,conforme a importância cie 2ada um.

Trabalhei muito para que sóvotasse quem soubesse ler e escrever,

o que suppõe riqueza moral e intellectual, isto é,a melhor.

Sempre procurei não sacrificar a administra-ção á politica.

Cogitava na construcção de palácios para os ra-mos legislativo e judiciário e para a administração,para a bibliotheca e exposições de clifferentes es-pecies, para conferências publicas.

Nunca me descuidei da sorte physica do povo,sobretudo em relação a habitações salubres e a preçocommodo é á sua alimentação. Nunca deixei deestudar um só projecto, discutindo com os seusautores e procurando esclarecer-me.

O meu dia era todo occupado no serviço publicoe jamais deixei de ouvir e fallar a quem querque fosse.

Lia todas as folhas e jornaes da capital e algunsdas províncias para tudo conhecer por mim quantopossível, e mandava fazer e fazia extractos nos das

Pedro II no seu leito de morteDesenho do natural da Senhora

Jacquemart-André.

¦:.':;K7'_3. IKfi .

"Jllustreçáobrasileira

Províncias dos factos mais importantes qus se liga-à tocíos:c:nimiítraç

• co:"a a idéa constante de ÍUA»

e inlffÍStÍ * t0d°S °S aCt0S publiC0i Pa« Poder vere julgar por num mesmo.

eo,itfSneírem° ^ d° theatro dramatico e lyri".guando sen; cessar da idéa de um theatro nacional.-Nunca me esqueci aa Academia de Bellas ArtesPintura ssculptura. desenho e gravura, efíz o quêpude pelo Lyceu de Artes e Officios.Desejava estabelecer maior numero de drc-^oMorrne comportasse o território, assim c^o ifl'ientes seminários.

ca* ÍTa íerÍ1Ue-'eSSeÍ PelaS eXpedÍÇÕes scientifi-«;VJ- il'¦ ?a!'a' qUe publicou wabalhos interes-« f ,;I • 'an ^ ag°ra da de A^assiz e ^ ai-SpiT ara° n0SS°S Patrici0s no co"tinentedo CodSfa^TeZ^ Tf5"0 ~e^da«ntasseeilatLS^^^r20 ^Kt-rarTTrn Ta^aÇà° d3 institut0 sdentifi=° e"i-iaiio, co o o ae França, utilisando para isso aiguns estabelecimentos de instrucção super or Z tpossuímos: e para isso eu encarreguei o Dr SilvaCosta e outros de formarem projectos da itatutísSempre procurei animar palestras, sessões, con-

"^"WHWM^Tii... ... . . _ ____'_.•_ . ; *~: l

ferencras scientificas e literárias, interessando-memuito pelo desenvolvimento do Museu Nacional.

O que ahi fez o Dr. Conty tornou esse estabeleci-mento conhecido na Europa; muitos dos trabalhos doMuseu sao hoje citados e applaudiclos.Preoccuparam-me as escolas praticas de aericul-tura e zootechnia.Dei toda a attenção ás vias de communicacão detodas as espécies no Brasil, tendo feito, além de outrosestudo especial dos trabalhos do celebre engenheiroHaukshaw relativos aos melhoramentos da barra doRio Grande do Sul. Do mesmo modo, tudo quanto se re-teria a estabelecer a circulação do Brasil por *.gua desdeo Amazonas até ao Prata e dahi ao S. Franscisco, da fóz

para o interior ligando-se por estradas de ferro a re-giao dos Andes ás bacias do Prata e Amazonas.

Oxalá pudesse a navegação por balões aerostati-cos tudo dispensar e, elevando-se bem alto assim comoa submarina aprofundando-se bastante, nos livrassemambas das tempestades.São, porém, devaneios... .Nas preoccupações scientificas 3 no constante es-tudo e que acho consolo e me preservo das tempestadesmoraes. . .

D. Pedro de Alcântara.Carmes, 23 de Abril de 1891.

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Üexembro1 9 2 5

. INo Restaurante Assyrio, a 7 de Novembro deste anno, festejando o provim*apparccimento do livro: «Historia da Musica Brasileira", amigos de Renato 41-incida reuniram-se em torno delle, num almoço de alegria. Ao fim, Ires discur-sos foram pronunciados, três discursos com idéas:- de Ronald

'de Carvalho, deGraça Aranha, de Renato Almeida. Aqui estão:

DISCURSO DE RONALD DECARVALHO

Renato.Noutro, tempos, eu falaria mais ou menos

assim: Senhor Renato Alfneida, a honra queora me cabe, recáe toda sobre a excessiva con-fiança dos companheiros generosos que me in-culcaram este posto de excellencia... Seriatoda uma oração!

Eis ahi Uma época!Todos nós fomos graves adolescentes amigos

de discursos. Os nossos cérebros f unecionavamcomo esponjas. A' menor pressão das cir-cumstancias jorravam palavras ocas, cheias devento, como as bolas de futebol, que distraiu-ram a nossa meninice demasiado sisuda.

Como envelhecíamos depressa, Renato! Aosvinte annos, já éramos doutores subtilissimos.A vida não nos interessava senão como um cal-culo. íamos em busca das suas raizes imagi-narias, sem cnthusiasmo, guiados por aquelleprofessor de melancolia, que nos obrigava, acada momento, olhar para todas as consascom o desdém da sabedoria. Nós nos movia-mos dentro de um theorema, cuja solução pro-curávamos com um sorriso irônico e desabu-sado. Porque a solução estava em nós, estavasimplesmente em nosso scepticismo fácil e rhe-torico.

Em que pese ao teu sentimento catholico,sincero e profundo, eu conheci, nesse instante,as inquietações que ardiam na tua intelligencia.Tua doutrina religiosa, já madura e forte, es-taya impregnada, entretanto, de um irresistívelidealismo, que transformava o mundo numarede maravilhosa de hypotheses. Em ti, SãoThomaz e Bacon se chocavam com Platão,Berkeley e Kant. Quando escrevias as paginasagudissimas do Fausto, escrevias, sem querer,a historia moral e intellectual de toda a nossageração. Sem acreditar na razão, como vehicilodo conhecimento, fazias do amor a finalidadeuniversal. Mas esse amor, em ti, como em to-dos nós, era apenas um instrumento de resi-gnaclos. Era uma pura aspiração mystica, vin-da do fundo tormentoso do nosso inconsciente.Aceitávamos essa misericordiosa solução, por-que até ahi não poderia chegar o desesperodas nossas analyses cruéis.

Tínhamos uma grande vida nas mãos, e nãosabíamos utilisar-nos delia. Substituíamos arealidade e a experiência pelo baralho das for-mulas< Lembro-me que, certa vez, a discussãoentre nós travada, tomou um rumo tal, quechegámos a negar a nossa própria existência,reduzida a um postulado abstracto, ao átomopsychico, ao clarão instantâneo da nossa perce-pção. Exaggeravamos o "Commonplace Book".Levávamos o platonicismo ás suas mais desas-iradas conseqüências. O mundo girava, ao re-dor de nós, como anciosa partida de phenome-nos, em que apostávamos pelo simples prazerdo jogo. Éramos piedosos espectadores do

espaço e do tempo. E como sahiamos fatiga-dos, depois desses longos treinos no campodas apparencias! Treinos vertiginosos, em quedissolvíamos os nossos músculos, cm passesde technica habilissima, de grande estylo, masperfeitamente inútil. Com que innocencia ten-tavamos resolver os nossos problemas! Comque innocencia comprávamos as soluções como barulho das palavras. Nossa vida era umaaventura cerebral.

O que nos assombrava, porém, em tudo isso,era a finura elástica do teu raciocínio. A in-ielligenqia dos teus vinte annos era uma luzque pulava sobre nós como um pássaro ágil..Uma íuz que .Iluminava mas não conseguiaaquecer, porque irradiava por toda parte, cia-reava um contorno, accendia um volume' e iarefranger-se num leque de linhas fugitivas.

Pagaste, nessa oceasião, o imposto da du-v;da, aliás o imposto que pagávamos commais pontualidade. A duvida era, afinal, onosso divisor commum. E, então, exclamava*:"Os

problemas eternos, deante dos quaes ohomem jamais repousará, nessa ânsia pela fi-nalidade das cousas, avultam aos olhos doFausto moderno, que não tem mais iIlusões dealchimias e necromancias capazes de fazel-osemi-deus, e conta e mede o universo, des--ruindo toda fantasia dentro de uma scienciaexperimentalmente fatal. Uma immensa tor-tura interior busca reagir, e o próprio senti-mento falta, porque vêm as exaltações dosmentidos, nas quaes o espirito não pode per-manecer e ha de cahir num abatimento deso-lador... Deante dos que pretenderam redu-zir o universo a alguns princípios pesados,contados e medidos, sentiu apenas uma novanegação e preferiu ficar na incerteza, queeleva em systema, na contingência, que ar-vora em principio, posto insatisfeito, pois con-tmua a buscar a generalidade. Depois deKant fechar o "noumena" aos nossos olhos,de Comte proclamar o "ignpramus et ignorabi-mus", de Spencer collocar a Razão primeira,como o Incognoscivel, e dos materialistas en-cerrarem o universo dentro de uma necessi-dade imponderável, que encontrou Fausto?A hypothese de Poincaré, a experiência deJames, a intuição de Bergson, o nominalismode Le Roy, a contingência de Boutroux, quenão são mais do que formas de negar a ra-zão, trazendo-lhe o mesmo desconsolo. Di-zer ao prisioneiro que se contente com a pri-são, não é resolver o problema da sua liber-dade, antes augmentar-lhe a angustia até aodesespero. Aos systemas "cios et fermés" dosracionalistas, substituiu a contingência mo-derna, tentando accommodar nossa ignorância.Mas, não só não o consegue, como ainda fixamelhor a duvida, torturando cada vez mais opobre homem. "

Eis ahi um depoimento, o depoimento datua adolescência, que podia ser o de todos

nós. Fixadores de duvidas, inventores de ai-chimias, sorbonnistas solemnes, eis ao que nosconduziu o nosso humanismo, sem humani-dade, o nosso fervor pela letra dos livros.Que phariseus estávamos sahindo! Que pha-riseus, apertados no arcabouço baixo de umtemplo que nos esmagava, jurando por milha-res de lombadas, convertidos cm índices illus-três, em catálogos sybilinos!

Tínhamos todo o material para uma formi-davel architectura, e o íamos gastando nummuro circular de alguns palmos de alto, quelimitava, cada vez mais, os nossos movimen-tos. Alguns, já trabalhávamos presos na ar-gamassa até á cintura, jungidos á paredemesquinha que, séculos mais tarde, mostrariaas nossas pegadas de monstros inviáveis, re-cusados pela vida. Não procurávamos' cal-cular a resistência dos nossos materiaes.Disputávamos sobre a composição molleculardos nossos tijolos. Não queríamos talhar asnossas pedras, para aprumal-as nos largos pa-redões, que podíamos elevar. Discutíamos asua gcohistoria. Cruzavam-se em nós, numtorvelinho incessante, as imaginações do ar-chitecto, do engenheiro, do geólogo, do antro-pologo e do rhetorico. Eram,os os desalentadosprisioneiros de nós mesmos.

Mas, acima das nossas muralhas, feliz-mente acanhadas, começámos, pouco a pouco,a distinguir uma cousa informe, que se mo-via, uma cousa real, que não estava compen-diada em nossos tratados de metaphysica.Era uma substancia immensa, que não conhe-ciamos, que não se inscrevia nas íaboas danossa sabedoria. Estávamos curiosos de ver,de palpar aquillo. Mas o terror do ar livrenos assustava. Tínhamos que atravessar gran-des zonas de sol bravo, para chegar junto aophenomeno.

O primeiro que transpoz a muralha, vol-tou, de súbito. Gritou para os outros: Olhem!uns sujeitos apressados, com facas-dc-arrasto,machados, tigelinhas, rifles e pica-páus, unssujeitos com mantas de cores, lanças, clavino-tes e guampas a tiracolo, uns sujeitos que la-çam touros e tiram o ouro da terra e guiamrebanhos sem fim, estão dizendo que aquillo éo Brasil! Houve peroração deante de talenormidade. O Brasil não é uma substandia,senhores! O Brasil é a cousa em si, é uma ca--tegoria, a monada. O Brasil não tem acropoles,nem estylo gothico, o Brasil não é banhado peloMediterrâneo, a caverna de Platão nuncaexistiu nas Minas Geraes! Quem teria cora-gem de mexer naquelle bicho com as mesmasmãos pedantes com que folheou o Banquetede Agathão? Ora, mentira! Foi o ar livre quetonteou o camarada. O Brasil serve para ascollecções de peixes de agassiz, para as diva-gaçÕes anthropologicas de Humboldt, para o

lyrismo de Buckle, para os desenhos de HenryKoster, para as allucinações dos Diálogos das

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11lustraçãoBr asi le ira

Grandezas, para os senhores de engenhes,para os correcteres de café, para os bifes dcMorro-Velho, para os coronei' ...

O Brasil é o Sertum Palmaram, a Terrados Papagaios, um museu, um aquário de ani-mães, de vegeíaes para a classificação dos la-boratories.

O Brasil não serve para poetas. Onde dámangaba não dá philosopho. Vociferavam,assim, as muralhas sapientes. Ainda estão vo-ciferando. Renato. Mas nós saltámos. Ehouve até uma voz heróica, mai ; velha que asnossas, porém de igual diapasão varonil, queveio engrossar o clamor da nossa descoberta' el vagem.

Graça Aranha, com que alegria, naquellemomento, tocamos no corpo do Brasil! Tuestavas entre nós, com aquella roupa de couro,toda cheia de perfume das plantas e das fru-tas ácidas de Canaan! Tu gritavas. para os queainda ficavam atra-, que o Bra'il existia. Tu,que vinhas das Europas sem um livro namala, mas com o teu oração carregado detodas as no sas mattas joviaes, tu que deixa-'¦•as um mundo todo descoberto, para desce-br.r comnosce um muni'.-, novo!

Foste um des primeiros a descobrir oBraril, Renato. Articulas:-:, num instante, ospreciosos materiaes que a tua extraordináriacultura accumulou em teu espirito. Faustoamda uma vez vendeste a r.lma ao Brasil.

Eu queria que todos pudessem acompa-nhar ;. tua maravilhosa travessia p^o rythmod<s nossos cantarei humildes. A tua "Hirto-r.a da Musica Brasileira", cujo próximo ap-parecimento constituirá um claro orgulhoP2ra nós, é a ma*s profunda lição que co-nh.eço. para quantos quizerem sondar o cara-eter do nosso povo. Através da canção, cujas-nhas melódicas penetra- com Intuição mara-vilhosa, de-enha-se a lógica subtil de todos o:ín-rssos caldeamcntos. Transformas a melodiarema experiência histórica, numa iei de an-thrcposocioogia. Ouvindo o Brasil, tu y sou-beste ver cem a ¦ agacidade com que desmon-trvr.s, em outras épocas, o machinismo de umatheoria meta; hysica.

Com que alvoroço descobrimos o Brasil.O Brasil estava em nós como uni ni:lagre ja.tente. Bárbaro, virgem, generoso, pintado dcverde, de preto, de bronze e de ouro. «, Bra-sil estava dentro dc nós. Mas estava enco-berto por uma cerração de palavras, de sys-lemas, de formulas e preconceitos. O Bras:ldeu substancia ao nosso torturante nomina-ismo, e varreu, com todo o peso da sua rea-idade, a; nossas divagações greco-latinas.francezas, germânicas e saxonicas. O Brasilnos matou a trabalhar com alegria e quereicom enthusiVmo. D0 alto delle. avistámos omundo. e elle nos ensinou a caminhar, a ou-vir c a ver.

E é ouvindo o Brasil, neste momento e.n7"" Wfcudimos um dos nossos mais intrepi-dos companheiros de aventura, que eu quem' '"minar lendo l:ni dos modestos roteiros donosso descobrimento. Como todos os rotei-ros, o meu é um simples documento umschema rude, um grito áspero de posse. Eil-aahi.

(E Ronald de Carvalho leu então o poe-ma "Brasil", do seu livro TODA A AME-RICA, a apparecer proximamente, tendo em

DISCURSO DE GRAÇA ARANHA

"Meu caro Renato Almeida,ber.a para marcar o futurismo desta ma-

infestação que cs seus organizadores tiveram

cia humana é extinguir a dôr e a maior dôré a que nos vem da nossa separação do Todouniversal.

Para o vosso espirito a ineffavel conso-lação está na volta a Deus. O vosso espiritoé religioso. Mas aquelle:- que não são des-a originalidade de procurar-lhe um pretexto ,, „T , 7< • ¦

,,,, f„f11P.. nniv„., ¦ A ," lumbrados pela le religiosa restam, o Renato,no ttitui apparecimento do vosso livro sobrea musica no Brasil? Foi por isto que algunsamigos :e acautelaram em resaivar as suasconvicções, receiosos de se comprometteremcom o passado? Não é a rebusca de um pre-.exto uma homenagem á rotina, uma contra-•''.cção ao futurismo? Na verdade nós nãoprecisamos dc pretexto para proclamar anossa ardente admiração pelo vosso espirito.Do nosso enthu iasmo sois a causa em si,para usar de uma formula preciosa da philo-sophia tradicionalista também aqui represemtada. Nada mais bello do que esta demons-tração de alta estima a um talento joven. Es-tames assistindo a uma aurora e tudo é en-thusiasmo. O Futuro é o nos? o criador nestemeftavel instante. Arrebata-nos maravilhou-mente, incorpora-nos ao que vae vir. ao queainda não tem fôrma. E'rança.

magia na espe-

Tem sido no Brasil uma singular aventu-ra as suecessivas transformações do espiritoda mocidrdo. Durante um va to período o im-peto do joven fecundou os grandes suecessosda vida nacional. Por elle se fortaleceram rindependência, o Sete de Abril, a Abolição, aRepublica. Subitamente tudo se eclipsou.Desappareceram os ardegos rapazes, ávidosdc philosophia, de arte e literatura, e foramsubstituídos por outros que formaram na cli-enteia dos políticos, cubiçosos de dinheiro pde empregos. Foram scepticos e cvnicos. Dcnovo e;s que rosurge outro espirito de moci-dade. o que aspira á pureza, que vae desa-'.embrado vivi ficar a nação pela forca da in-telbgencia, pela austera tempera do caracterA sua primeira attitude é a de expectativa eda analyse que impõe a não-cooperacão da«misérias, em que se compraziam os seu. ante-cessores. Esta mocidade prompta ao sacrifi-cio, disposta a morrer pelas ruas idéas semtemor, sem compromissos com o triste passa-do de capitulação, de mendicidade e cvni-nne o mais bello e alviçareiro espectaculo dobrasil. Aos vos consagramos. Renato Al-meida, um dos heróe. deste espirite jovenO vosso talento é grave. Estaes emancipado

do sarcasmo e da ironia dos fracos. A" fé vosfortalece o caracter altivo. E' a liberdade doservilismo. Nestas dtur forças, duas alavan-cas, te e independência, está a salvação dobrasil. Iorque a crise é mais do caracter doque da intelligencia. Esta não poderá firmar-se sem a energia moral.

O vos-o espirito está sedento de philoso-phia, de metaphysica. de arte. So's mm caroamigo, um destino intellectuál. A crise de fi-nalidade, que assignalastes como a de intelli-genca humana, vos tortura. O problema ma-

estudantes no mquen o. tormi lavei de surp-C-hendente agudeza e impávida sinceridadequo e o vosso üvro sobre o Fausto goethcano.tomo nao temeis concluir, chegastes a conclusao de que a infinita tortura do espirito só

-outras antennas que os cemmunicam com c>Infinito, a philosophia que interpreta o uni-verso estheticamente, despojado de todo fi-nalismo, a arte, que das fôrmas, dos sons, dascore-, nos transmitte o sentimeto vago daunidade transcedente, o amor, que nos une aoutro ser, nos dá a magia da transfiguração,nos arrebata para além das contingências enos funde no inconsciente universal.

A vossa fé íião é estática. Ella exigeactividade. Fausto salvou-se porque lutou in-cessantemente. "Só a fé redime, mas a acçãoconstante é o meio de obtel-a", disseste;.Como para o heroe goetheano, também paravós. no principio era a acção. Ass'm confir-mães o vosso destino de pensador, que éLima expressão da actividade. O vosso pensa-mento não conhece limitações, nem mesmoas da fé. Uma indomável curiosidade voz fazinvestigar o que se passa nos domínios ex-clusivos da razão e da sciencia. Tendes an•redade do real. O vosso modernismo caracteriza-se principalmente nesta libertação deromantismo, deturpador da realidade. Domi-raes a matéria e a submetteis ao espirito. Esteé o problema transcedente da cultura. E' afinalidade suprema da intelligencia. \

A cultura será a clava com (pie o ho-mem brasileiro terá de vencer a natureza, queo apav-ora e esmaga, a mc.aphysica que lhevem dessa natureza e da alma des selvagensogeradores do seu espirito, e a própria intelli-gvncia, estranhamente perturbada. Somos nós,o-: mvsticos da religião e do inconsciente, quenao tememos a cultura e reclamamos a suavastidão luminosa. O vosso espirito jovenquer libertar o Brasil da estupidez. Não se-reis vós que exigireis a volta á barbaria.Comprehende-se e te grito de desespero nadesolação eurepéa, como symptoma de fadiga.Aqui não seria a volta, seria a permanência daselvageria. Mas é em vão. A força da etil-tura é imperiosa na terra dynamica da Ame-rea. no continente dr. energia. A nossa in-telligencia deve ser a da nossa profunda rea-hdade. Não devemos falsear o real brasí-leiro. pelo romantismo, pelo academismo, oupela arte de preguiça, de tristeza e infantili-dade. que pretende exprimir toda a psvchébrasileira. Lutemos pela cultura. Faça-se uminquérito da situação dos nossos estudos, doensino, das escolas, de todo o apparelho scien-ti fico. Não receiemos medir a immensidadeda nossa ignorância e a insufficiencia dos nos-sos meios. Creem^s laboratórios e não acade-mias, estimulemoi as pesquizas de-interessa-das. Não nos imaginemos incapazes dr; ven-cer a natureza e seus perigos. Libertemos onosso espirito pela sciencia e emancipemos oespirito da nossa sciencia da subordinação eu-ropea. M.>me desapparelhada e reduzida a|»:icos elementos, esta titubeante sciencia bra-

^e:ra apphcada a casos brasileiros já contaalgumas victorias. Venceu a febre amarella e

redimida pela fé religiosa.~pe7a Xorpcão hoí* ,* Ve"-Cer " ')r°Ca '!o café' ° <l™ ™^.^-^ - -.a"';- z A,A;;^:. v^ca* ->^Ksft^

reconhecerá aue a .,,,., .!?*^>stlflsm° cânticos, os literatos, ainda choram pe^o 1"^ de «tupidez en, que nos afoguemos! Pu

funda vibração) . -- V "wv. i.-iii .que a suprema ânsia da existen-

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crilidade? Não. Alguma cousa mais grave. Aprimeira deturpação praticada pelo roman-t'smo foi a dos posscsscs, que na arte, na lite-ratura, na improvisa, na tribuna, exaltaramtudo, exageraram o Brasil num paroxismo degrandeza, de f ormando-o, engrandecendo-onum delírio grandiloqüente. Agora o roman-tismo se faz humilde, infantil, pobre e espa-lha a tristeza o o desalento. Reduz tudo auma simplicidade artificial e bur.ca recomeçara evolução esthetica, mental, do eterno pontode partida, iniciado ha quatro séculos. E' umestado mórbido de "masochismo", que exigesoffrer para se ter o gozo. E que maior sof-frimento, mais delicioso, do que ec.te de avil-íar o espirito, rebaixando-o e com elle o paiz,o quadro nacional? Masochismo que nega arealidade da nossa ascenção para rebuscar oprimitivo que passou, que não é mais o corpodominante nesta chimica, em que se formae transforma a nacionalidade, arte que só vêo tosco, o inacabado, e se engana quando nãocomprehende que os resíduos africanos, os

deu é um vencido que aspira á desforra. Asua obra é negativa. Avilta-se e quer aviltaro mundo, que os subjugou. A volúpia da vin-gança está nesse rebaixamento universal. Oprimitivismo é a esthetica dessa humilhação.No Brasil, o espirito judaico não tem influ-encia. E' imperceptível. De onde nor, vem,pois, esta ligeira vaga de masochismo? Dosvencidos? dos humilhado;;? ou é a transplan-tação exótica, inadequada ás aspirações dopaiz? Livremc-nos das suas deturpações.Cer>se a consagração do morro da Faveila.Mobilisemos a nossa intelligencia para a cul-tura como o fazeis magnificamente, caro Re-nato Almeida. Conformemos no modernismaintegral o nosso espirito á realidade brasi-leira".

DISCURSO DE RENATO ALMEIDA

"Esta manifestação de affecto que meviestes tributar, por motivo do próximo appa-

í)eaembfô19 2 5

Nas vozes dos grandes escriptores, a quemincumbistes de me trazer um tão alto teste-munho de affecto, nesta festa magnífica, ou-vimos o calor e o enthusiasmo com que exal-tam o espirito brasiieliro, a mais pura justifi-cativa de todo o esforço da minha geração.Libertamo-nos de tudo que o perturba, seiáo nosso primeiro triumpho. Opprime-nos emderreder a magia de uma natureza formidávelmas agreste, confunde-nos o erro de uiitjfalsa cultura dc importação e vicia-nos o pre-conceito romântico. Por toda parte a mesmainquietitude e por toda parte a mesma ânsia.Vêm do passado remoto, incorporam-se nopresente e são uma ameaça perennc ao futuro.Volvem numa constância perigosa, mudam-.-: ee transfiguram-se em mil fôrmas, mas a es-cravidão é continua e embaraçosa. Onde a hherdade? Onde o caminho livre desse cipoalde um mimetismo ridículo, de uma falsa tra-dição, de um classicismo enfadonho e deuma melancolia enervante?

Eis a rerposta do joven brasileiro: —disciplina o espirito pela intelligencia, vence a

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Escriptores que tomaram parte no almoço a Renato Almeida.

rudimentos selvagens, os desertos, a línguaemmaranhada, os jéca-tatús, os morros daFaveila, tudo isto está no Brasil, mas não étodo o Brasil, nem o Brasil essencial. E' oBrasil immobiiisado. São restos abandonadospela civilisação que marcha. Assim como nasinvestigações physiologicas ha os animaes tei>temunhos, que servem de ponto de referencia para se verificarem as modificações emoutros animaes submettidos a experimenta-ção scientifica. assim aquellas sombras do pas-sado brasileiro servem de testemunho e pon-tos de referencia da progressão do Brasilvivo, Brasil moderno das officinas, do urba-nismo usado, dos cáes, do cultivo intenr:o doscampos, das pontes, dos automóveis, dosaviões, do espirito oonstruetor, objectivo dy-namico.

Os falsificadores do Brasil, querendotornal-o colonial ou primitivo, deformam oreal. Na Europa, o "masochismo" é sobre-tudo uma praga do espirito judaico. O ju-

recimento da minha "HISTORIA DA MU-SICA BRASILEIRA", eu a recebo e agra-deço não só como um applauso generor.0, mas,principalmente, pelo qüe neila encontro de in-centivo e de estimulo ao modesto trabalhadorinLellectual, cuja obra brasileira tem sido deuma fé constante nas forças do nosso espi-nto, na sua maravilhosa ascenção, no seu po-deroso rythmo criador, desde que o liberte-mos de todos or: entraves e preconceitos, rein-íegrando-o na sua essência nacional.

No magnífico espectaculo de renovaçãodo Brasil ])elo espirito moderno, que vemos])or toda parte? a mesma ânsia vigorosa e fir-me por uni pensamento, por uma arte e tam-bem por uma sociologia que não mais se fe-ctmdem em exemplos e experiências extran-geiras, mar, vivam da seiva profunda do pro-prio paiz, que se façam pelo homem e para ohomem brasileiro, que se limitem nas nossascontingências e floresçam com as energias hau-ridas no sentimento da terra.

ebriez da imaginação íransbordante pela lo-gica e pela medida referida na harmonia doteu sêr com as coisas o desvario do instinctofi procura antes penetrar do mysterio envol-vente do universo do que te assombrar coma sua apparencia maravilhosa. Sê livre, nãopela indiffcrença, mas pela victoria do teupróprio espirito. Não corras dos que te qui-zerem agrilhoar, mas toma das suas mãosas cadeias e quebra-as num sorriso vence-dor. A tua alegria será uma redempção enunca um mero ardil. Faze da tua vontade

1 uma nota no concerto da terra que te cercae sente o teu meio e a tua gente, mas semesqueceres da lição universal e humana.Harmonisa-te com o mundo c cria a acçãocomo a suprema energia do teu movimento.

Esta ânsia que freme no espirito mo-derno do Brasil é uma das mais altas affir-inações de nossa cultura, e, procurando re-integrar-se na terra, não esquece da historiae da tradição e nem por vel-as como um

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^IlustraçãoBr asi le ir a

campo de experiências apenas, as trata commenor amor. Não ha tempo para repetir,nem o que foi feito pode interessar senãopela lição que trouxe e se incorpora na fugadas coisas e é o perenne. o perpetue, a pro-pria eternidade no tempo. Nenhuma gera-cão, no Brasil, tem cultivado com mais ca-rinlio a historia do que esta. tão aecusada deirreverência, porque ousa "refazer, como anatureza, a erdem pela destruição!" A ummoderno, cujo nome enche de fuleor a nossacultura, ao nosso admirável Ronald de Car-valho, devemos a mais perfeita de nossashistorias da lAeratura. a par dc outros en-sa.os sobre a formação intellectual brasilei-ra. «Antro moderno, cujo nome me alegroem referir aqui. Mario de Andrade, escre-ve uma h:storia critica da musica, que serálivro da mais alta vr.lia. E é a um modernoque neste moinem?, cereaes. com a mais ca-rinhosa das demonstrações, por unia nisto-ria da musica brasileira, onde todas as íot-cas de nossa aseenção espiritual são exalta-das com te ardente e confiança sesrura. Eque geração, mai: dc oue esta. amou CastroAlves e Gcnçalves D As. Casemiro de Abreue Alencar, em fim iodas as grandes vozes dcnosso povor Oue geração indagou com maiscarinhoso intento as fontes vivas do nossofolk-lore. que affirma e perpetua a tradição.no reílexo luzento da psyché nacional?

Eu relembro aqui. meus amigo\ essenosso esforço no estudo do passado, porquetemos tido a coragem da destruição. A intel-ligencia joven do Brasil, na agitação destemomento, reconhece que será apenas precur-sora e nao viverá o triumpho do seu esforçoaudaz. Mas não trahiu a predestinação bra-sdeira. não recusou o caracter violento dassuas expressões barbaras, nem quiz ordenarpeles modelos extrangeiros a livre floraçãodo nosso espirito. Nesta terra nova e ardente.onde tudo se rejuvenesce e cria a alegria deviver, a arte e o pensamento serão insinceros :empre que não tiverem a coragem desentir intensamente as emoções violentas e lu-minosas. agreste; e livres. Unindo-nos á cul-uira universal, criaremos o rythmo brasileiro.cheio de sol e de força, com todas as ânsia;da terra nova. com a sua longa melancolia,que só a intelligencia vencera, com os seus dc-sejos insatisfeitos, os seus amores quentes, oseus soffrimentos e angusiias, a exaltada ima-gmação de seus enthusiaemos. Esta é a terraque nos íasema o nella a victoria não estánuma cultura que nos afaste da sua ener-gia fundamental, mas que a ella nos una epossa disriplinar a vida com o espirito livre.Incorporados ao meio ardente e prodigiosofaremos dav nossa obra uma força renovadorado Brasil, na busca incessante da Perfeição.

^ Aiastando-nos de todas as tendências, que

ainda por artificio e imitação, appeilam o pri-mitivismo, ou nesciedade. e contra elias re-agindo pela cultura, que nos communicará

com o C niverso, o joven espirito brasileiro naindagação e na critica tem tido uma das suasma:: altas preoecupaçoes. A lição da cultura,desde que possamos receber livremente, dosmodismos e dos temores primitivos, mas avictoria do homem sobre a matéria, para aobu jupu^sso q -oaou opuniu op oeobuuojesta no pittoresco ou no gracioso das formas,mas em procurarmos uma expresão mais purae mais clara da nossa gente, e^vando-a aouniversalismo, na grande conquista humana.

Xa palavra de Graça Aranha — esseque fecundou com o seu heroísmo fulgente arenovação brasileira, lançando grandes bloco-para a obra gigantesca que apenas se prin-cipia. esse que nos transmirtiu toda aexaltação do seu enthusiasmo criador, esseque tez da sua arie uma força dc Brasil eaííirmou a maravilha da terra, como "umpoema de aspiração"' — na sua palavra ouvi-mos o av:so de que a cultura será o iirtru-mento pode~oso dr nossa liberação, a disci-phna do espirito que se faz força, a energiada vontade e a vontade do poder. Temes

"cie

vencer. T?}-. intelligencia. essa imaginação•ransbordante que nos deslumbra e anniquiilae eis o esforço mais seduetor que ce apres~n-ta aos moços do Brasil. Lutaremos contra to-das as assombrações da Xatureza, lutaremos

o nceso esnicontra os resíduos românticosrito. lutaremos contra a melancolia e o scepticismo, porque nós queremos ser fortes porque nos queremos vencer.

A arte brasileira liberta-se e sente intensamente o rythmo poderoo do mro d^lumbraníe e bárbaro. Depois de longas sujeiçõesdas quaes so algumas vozes conseguiram Vvrar-se. a alma brasileira volve á sua essenc«*í e quer attingir a essa suprema pe-faV*-que vem da harmonia mysteriesa com a natureza. com a qual se identificou o homem *arte nova quer ser brasileira: não na busca drextenondade^ apenas. mas interpreíanocmndamente o espirito do paiz. nas sua, ra="zes mais obscuras, no intimo do seu pen-a:"en,o, na realidade essencial da terra. Ac¦nves de rmidos ensaios segundo os mo'd-extranhos. onde á custa se encaixavam a, for-mas rebeldes da nossa sensibilidade nova c-ardente, procuramos avidamente o rvthmo ía expres-ão que traduzam o nosso e<p:r:~- na'suas múltiplas manifestações, seia na vida do^campos, ou no labor forte das cidades \massa immensa de homens que se agitam nrbrasil, vindos d? varia- partes e perfilhado:aoui pelo prestigio sedueter e violento da na

tureza. as idéas que se chocam e as orientoções que se misturam, na busca de uma resukante tiel das tendências do raiz. roda essalucta inces-ante de um povo que se caldeiaque se fôrma e se modela, lenta e vigorosa-mente, modificando o perfil da terra, desvendando os seus caminhos, varando os seusdesertos, construindo e destruindo, toda esssunmon-a peleja cujas proporções gigantesca-suspeitamos apenas, tudo isso leva o'artista ¦

uma emoção differente e singular, para desprezar a imitação e querer por uma necessi-dade insopitaveí criar coisa nossa, caoaz d',traduzir o crescimento vertiginoso do paiz.

A arte nova, liberta do classicismo, daífôrmas de imitação, das limitações da próprioarte. quer viver e eleva-se á pura emoção,abandonando os cânones e os modelos. Criepor si só, pelo êxtase do homem em face demundo que o cerca, seja na natureza prodigiosa, seja na vida civil de força e energia. /.arte não é uma formula de artific'os, mas expressão sincera da vida. portanto ha de serbarbara e desmedida entre aquelles que assimlevam a existência. Xo Brasil, terá um ryth-mo de força e de grandeza, será livre ede--abusada e reflectirá o mundo incoherente emque nos movemos. Do contrario sacrifica-se.resultando fria e inconsistente, incapaz decommover os homens. Os nossos artistas hãode ser forças da natureza, para que se possamouvir as suas vozes e para que não se percamno ruido da nação, que surge num tropel dedesejos e ânsias, a conquistar a victoria numalucta infatigavel.

^ êde c exemplo da musica Brasileira! En-quanto temos uma fonte prodigiosa de emo-ção ao nosso alcance, em todo o esplendor do

eu rythmo, temos vivido quasi invariável-mente, na dependência das escolas e dos mes-tres da Europa, desprezando e não raro ore-indicando a originalidade nativa. Porque nãovmdes, músicos do Brasil, ouvir todas esasboceas que cantam o canto maravilhoso denossa terra? as trovas do sertão, cheias desabedoria e malícia, povoadas de espanto; etemores: as modinhas langorosas onde se di-lue a immensa melancolia do nosso temoera-mento tropical; os cantos dos Índios vagos nassuar cadências rectas e dispares: os ehôrosnostálgicos e dolentes das madrugadas a fora:o ruido tumultuoso dos sambas, sensuae.; equentes, nos quaes se conjuga uma theo-ria de coloridos vivos e berrantes, de esrridu-los, de batuques cadenciosos, de sons vi-brantes e percutidos de pandeiros, réco-réco,e ganzos: os tangos alegres e joviaes que vol-vem e rodopiam numa fantasia de mil cores,todo esse cabedal infinito de ruggesíão e en-canto. Vinde, músicos da minha terra, ouviresse canto, que fundiu as raças formadora*,que lhes diz os anseios e as exaltações, essecanto cheio de mysterio da nossa alma! Ocanto dos tropeiros e o canto das fazendas a<modinhas das melancholias e as serenatas dasnoites de amor. os ehôros. os samba-, os ma-xixes. notas de languidez e sensualidade, ba-tuques. lundus e cateretès. o canto brasileiro!\ mde ouvir esse ryíhmc que a vossa fantasiaha de transtormar e universalisar na granderealisação de que sois dignos. Vinde\riar.nessa massa ainda virgem, a nossa musica,cuia magia nos eleva o espirito na certeza deque transfigurará, numa impereclvel obra dcarte. a revelação luminosa do Brasil!

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©èaembro -19 2 5

e por nos acceita com

Na sessão magna realizada no salãode honra da Repartição Geral dos Tele^ra-phos, antigo Paço da cidade, o Sr. Dr.Washington Garcia proferiu o seguintediscurso:"Senhores:

Com rigorosa precisão avaliamos aresponsabilidade que sobre nós pesa, nodesempenho da tarefa que nos foi confiadadesvanecimento. ,

Dentro em breve as magnificencias desta solemnidade hão deextinguir-se, restando dellas apenas a suavissima lembrança auenos morará na alma e assignalará o termo de um cyclo de gloriae de gratidão.

Diz Jouffroy que ha feito tudo quanto de si depende todoaquelle que honesta e fielmente cumpre o seu dever...

Cumpril-o-hemos neste momento ?Agora, quando por todo paiz e mesmo fora delle, carinhosas

homenagens se prestam á memória do ex-imperador do Brasil, ve-rificando-se a prophecia do nosso illustre confrade, Conde de' Af-fonso Celso, que, em primorosa producção literária, dissera: "Épocavirá não mui remota em que unanimemente se reconhecerá a bene-merenda de Pedro II, proclamando-o a Nação inteira como o ma:seminente dos brasileiros", não seria licito que nós, os actuáes oc-cuppantes desta nobre tenda delabor, o antigo Paço da Cidade,deixássemos de dar sincera .adhesão a taes manifestações,que tanto mais valor têm quan-to a côr local lhe imprimecunho peculiarissimo.

r Como bem disse Macedo,este Palácio tem voz, a voz dahistoria de mais de cem annos,que em sua passagem foramdeixando lembranças memorft-veis, que os ecos vindos do pas-sado ainda repetem, furtando áindiscreção desses ecos segre-dos políticos que a posteridade,em suas conquistas de luz, ar-rasará ou não.

Neste Palácio, o Conde deBobadella apadrinhou a instai-lação da Academia dos Selectose de uma das janellas o mesmoGomes Freire de Andrade as-sistiu ao desembarque dos Je-suitas fulminados pelo bani-mento que o Marquez de Pombal conse-guira de D. José I.

Neste Palácio, o Conde da Cunha,teve a lição dolorosa do que foi a illimitadaconfiança em um subalterno tornado arbi-tro do Governo; aqui, o Conde de Azam-buja resvalou estéril por ephemero vice-reinado; o Marquez deEavradio decretou futuros; Luiz de Vasconcellos, o obreiro, or-clenou que se abrisse uma rua, onde havia o espião de uma serra,e que se improvisasse bello jardim, tendo dado á cidade água, fio-res e noites de festa; aqui o Conde de Rezende dissolveu a AcademiaScientifica e, também, o Conde dos Arcos teve de improvisar hos-pedagem para receber a família real portugueza, a fugir das águiasde Napoleão, em frenesi de irresistível vencedor.

Desceu por esta escadaria, e sahiu pela porta principal destacasa, o Vice-Rei Conde de Rezende para assistir, ostentoso, no Cam-po do Rosário, á execução de Joaquim José da Silva Xavier, oTiradentes, morto na forca pelo crime de conspirar para a redem-pção -de sua pátria, e cuja cabeça ensangüentada esteve, por igno-minia, exposta no mesmo local em que hoje, na vetusta cidade deOuro Preto se ergue a majestosa estatua do martyr da liberdade,monumento digno da reverencia dos coevos e dos posteros.

E no Brasil, já sede de reinado, notáveis as passagens de nos-sos monarchas por este tradicional edifício.

Delle partiu o manifesto em que o Príncipe Regente, depoisRei D. João VI, elevou a sua voz no seio do novo império queviera erguer! De uma das janellas que olham para esta praça, foirepetido ao povo, em multidão fremente, o faustoso "Fico" dePedro I, que constituiu o élo inicial da cadeia gloriosa, que teve porultimo annel o 7 de Setembro! Aqui também Isabel recebeu as ben-çãos da raça que redimiu e os applausos do povo brasileiro, queviu a Princeza congraçar os sentimentos de fraternidade com osideaes do Brasil civilizado!...

NAREPARTIÇÃO GERALDOS TELEGRAPHOS

E essa triade

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cie chefes de Estado, jádeveria, por direito de conquista, figurar nagaleria que orna este salão, o que, aliás, pre-tende realizar a actual administração, pararestabelecimento da verdade histórica.

Mas, senhores, a quem, tratando-se des-te local, poderia ser mais bem applicado, doque a Pedro II, "pcrtransiit benefadendo",

em que certo se resume todo o jubileu de seu reinado?!E, por uma irreverência lamentável, não ha aqui um traço ma-

terial de sua passagem, quando, entretanto, a acção de Pedro II foinotável, no espaço e no tempo, por innumeros feitos que iIlustrama nossa Historia pátria!!...

E' para essa culpa, cuja responsabilidade de falta de resgate,já está prescripta em funeção do tempo, que a actual Directoriados Telegraphos pediria a clemência de Clio! E congratulando-secom o pessoal da Repartição pelo centenário natalicio de D. Pe-dro II que aqui, nó Antigo Paço da cidade, sem duvida tomou de-liberações de alta monta, resolve offerecer-lhe á contemplação quo-tidiana o vulto respeitável do nosso ex-Imperador.

Decerra-se o sudario da immortalidade!!Bcce Homoll...Gloria a Pedro II nas alturas !!...Quanto elle sentiu e chorou o passado!

Quanto amou o presente!Quanto anhelou o futuro!Todas as lagrimas de uma

grande alma, todas as aspira-çces de um grande espirito, vi-vem nessa effig!e veneravel. . .

Pairando sobre nós, nesterecinto, como que ha uma vi-são, que bem se definira nosvibrantes versos do poeta doD. João:

D. Pedro II, Dona Thercza Christina,seus genros, o conde d'Bu c o duque deSaxc, os viscondes de Bom Retiro c deSapiicahy, na fazenda de Mariano Proco-Pio Ferreira Lage, em Juiz de Fora, 1864.

Eu chamo-me Justiça, a grande Musa[austera,

O " quid" que regula e que harmo-[nisa e gera

Os principios, as leis das almas e[dos soes...

Vinde, Pedra II, assistirao processo de vossa gloria, aojulgamento de vossa missãoimperial 110 Brasil!!...

Com sabia profundeza, elarga percepção do futuro e

dos homens dissestes no soneto "Terra doBrasil":

E entre visões de paz, de luz, de gloriaSereno aguardarei no meu jazigoA justiça de Deus na voz da Historia! .

E' chegado o momento, sem que todavia ao povo brasileirodeva ser, por sua attitude anterior, atirada a pecha menos com-pativel com a grandeza de sentimentos desta hora.. .

Sim, as exigências fundamentaes da vida social reflectem-sena consciência da nação, e concorrem para a metamorphose dasinstituições políticas; pairando seus agentes sempre fieis ao devere á honra, acima dos valles agrestes em que rugem as paixõeshumanas. .'.

Léon Donnat, escrevendo sobre as leis e os costumes políticos,nas monarchias e nas republicas, doutrina que essas leis e essescostumes gravitam ao redor de um centro de attracção, que numcaso é o constrangimento noutra a liberdade.

E nos aqui discordaremos, senhores, pois sendo os phenomenossociaes a traducção da idealidade de uma raça, da alma de umpovo reduzida a factos, elles se suecedem como as ondas sem quehaja responsáveis directos, e a collectividade age mecanicamente,como a resultante das acções individuaes em qualquer regimenpolítico.

E' verdade que nos nobres affectos da nossa alma se vislumbradesde verdes annos o amor patriótico em prol da causa da demo-cracia, que é o mais inestimável thesouro das nações...

Todos 'proclamam a indissolubilidade da intima alliança entrea educação do povo e o advento da liberdade, o thabor incompara-vel em que a personalidade humana se transfigura, apparelhando-separa as luetas da civilisação e escapando a todos os naufrágiossociaes.

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^IlustraçãoSr as ileir a

E essa alliança c o pliarol que nos guia no pelago tormentoso,ja nao somente orientando, senão também estimulando, nossas encr-gias e alevantados sentimentos.

; Mas a Nação Brasileira bem sabe que. se o povo prestou --er-viços ao golpe de 1.889 também 0 fez a aristocracia e também othrono.Diga-se a verdade c seja dita sem rebuços.• -. A nação não distinguiu classes, não as mediu e, sobretudo,nao abriu devassa de supeitas; quando se levantou, em massa, pelacausa da Republica!... LHa, neste ambiente, uma suave harmonia de nosso entendimen-to e de nossos corações, voltados um instante para o passado, emdoces; evocações, para uns, e em vivíssima saudade, para outros.Os verdadeiros homens do progresso são cs que tem respdtoao_.passado; encarando-o- com elevação de vistas c superioridade deanimo.Divisam-se aqui neste momento os interesses da pátria vincula-dos aos da justiça da Historia...

> E' verdade que Bossuet disse ser a justiça uma esi c ie de nrr-tyno e Bourget, exhumando dos archivos literários! da França o ce-lebre conceito, paradiou-o, para a f firmai ser algumas vezes tambéma sinceridade implacável do pensamento essa espécie de martyrioEra aos túmulos ,sanfos, aos muros solitários, ás minas silen-• ciosas, junto dos quaes não chega o éco soturno dos rugidos daspaixões, que Volney dirigia as suas imprecações e as suas pre-esquando meditava sobre as revoluções dos impérios e obtinha cotorecompensa, a lídima concepção do gênio da liberdade e do do-masanto da gratidão!. . & '

. A attitude nobre de todos os brasileiros, festejando o cente-nano natalicio de Pedro II, é a prova mais robusta de que a gran--de alma republicana não pode acariciar o amor á liberdade divor-ciado da nobreza de sentimentos nem confundir-se com a intolera--cia ou com a intransigência, negações formaes da própria Repu-bhea. e origem mnldita de embates revolucionários, em que «edespedaçam nao só purpuras reaes senão também phrygios barrefsdemocarticos.Pedro II foi espirito liberal e. as mais das vezes, os palad'nosda liberdade sao as victimas do martyrio! Mas pouco importa omartyrio nessa missão sublime, elles são os martyres do dever'Aos beneméritos da civilização na defesa de alevantados idea^'¦nunca abandonaram a imagem da Pátria no meio das tributaçõese yicissitudes nem a esperança fagueira das reivindicações inevita-veis da Historia. . .

A integridade moral do magnânimo Pedro II foi rudementemalsmada. O sopro deletério das paixões tentou diminuir-lhe aacçao que a justiça da Hsitoria hoje reclama para a galeria do,grandes beneméritos...

Mas. quando o tempo e a morte com a sua algidez inconfund:-vel apagam o fogo fatuo do orgulho humano e impõem silencioaos lábios dos calnmmadores e calumniados. um profundo senti-mento de imparcialidade, mais cedo ou mais tarde, distribue iustiçae redime a memória dos grandes homens do anathema da ros-tendade!. . 'Prova eloqüente e inconcussa deoara-?e-nos em o rei-martvrAjite o julgamento saneuisedento e iniquo da Convenção do Terrornao encontrou éco caridoso a palavra incomoaravel do Dezéze ocompanheiro de Malheserbes e de Tronchet na defesa de Lui* XVIo qual appellou da sentença da assembléa revolucionaria para o

julgamento dos séculos!E a Historia redimiu a memória do re-martvr dos opprobrioscom que a convenção a maculou.Só a morte abre, de par em par. as portas da pos^eHdade e éahi que se resolve se o nome de quem passou será lairado raherança dos séculos ou se tal nome deve ser esnuecido como osom derradeiro da lousa cahindo sobre a borda do sepulcro ondefoi repousar aquelle que não poude ou não soube coniiuVar aimmortalidade!. . .Que maior glorifieacao para o patriota do que morrer abra-

çado ao Evangelho de Civismo!Disse-o Horado na bella ode que deve vibrar no drario dasnações: "Dulce est pro pátria mori".Por isso vimos trazer á memória de Pedro II. no silencio au-

gusto e mystenoso do tempo, no preito de nossa gratidão, as floresde nossas homenagens.A fonte única da felicidade do estadista deve ser o desinteresse

que impõe "virtutis amore" o sacrifício pelas grandes causas ra-cionaes. . .

Quando irrompeu indomável no território nacional o mirifieosentimento de altivez democrática. i:elo qual pouco ante, fôra des-thronado na França o reaccionario Carlos X. teve Pedro I de abdicara coroa em seu filho, que. criança, assistiu ás srenas agitadas pe1-istormentosas paixões politicas que teriam precipitado o paiz nos

abysmos da revolução social, de.-truindo-lhe a integridade majesto-sa, não fôra a varonil energia-da peregrina geração de estadi:tas quehouveram de cogitar dos destinos do Brasil tão convulsionado noproemio de sra vida autônoma.

Mereceu Pedro II se lhe antecipasse de três annos a ir.ai >ri-dade politica. Dominou, elle o caucijllrsmo 1:0 sul do paiz. garantiua paz interna e defrontou o inimigo extrange*ro, destruindo astyranias de Rosas, de Aguirre e de Lopez.

Foi em seu reinado que se verificou a inauguração de nossasprimeiras vias férreas, linhas de vapores e telegraphicas.

Foi elle quem fomentou o desenvolvimento da instrucção pu-blica e a expansão do nosso credito que nos últimos annos damonarchia estava acima dos mais poderosos pa:zes.Do seu tino politico para conquistar as sympathias geraes.'me-lhor de que nós dizem os que de fora apreciavam as suas attitudes

e os seus gestos incomparaveis.Carlos Ribeyrolles, exilado da França por Napoleão III, es-creveu que no Brasil sc gozava da absoluta independência espiri-Uv.l graças a Pedro II, cuja majestade consistia, não nas sins

prerogativas, mas no seu caracter pessoal.Teceram-lhe effusivos encomios Longfellow, Camillo Cas<elloBranco, Pasteur e Alexandre Herculano.Darwin declara que todos os sábios lhe devem respeito.Lamartine collcca-o acima do grande Frederico; Mitre cha-ma-lhe chefe de uma democracia coroada; Victor Hugo procíama-oneto de Marco Aurélio ; Gladstone aponta-o como modelo dos reisbençam e exemplo de sua raça.

t Protector das artes e das letras. Pedro II costumava exclamar-be eu nao fora Imperador, quizera ser mestre-e=cola Nada co-nheço tao nobre como dirigir jovens intelligencias. preparar os l-0-niens do futuro".

Documentação inequívoca de seu ardoroso ctudado pelas C'ii«=a;ria instrucção está no amor que votava ao quasi centenário Coll-ioI edro 11. uma das maiores glorias do ensino no Brasil'Tendo morrido fora do nosso apiz, a sua alma generosa cbemfazeja. transpondo nS humbraes da eternidade, foi «rOZ-,r nimansão dos justos o prêmio de suas virtudes!O seu corpo, despido das. grandezas deste mundo fallaz. e trasía-dado para o nosso torrão, foi-acompanhado da saudade e da tristezaPublica, que sao a mais bella e mais rica pompa do funeral dos

Asshn se converteram em sentidas lagrimas todas as aleafas»Assim se mudaram em lutuoso pranto todos os applausos' °

• Mas as palavras de affecto e benevolência, com que Pedro Tlhonrara os brasileiros animados da cultura das sciencias. da praticadas virtudes e ,1o amor á pátria não se perderam ; ellas peímane-cem vivas e parece que fazendo éco nos ângulos desta casa. soandoZ

"PP C°m

° aCCent0 suave de s"a ™z harmoniosa.que. todos dizem, vencia os espíritos e prendia os corações '

A vibratilidade e a acuidade dos seus sentimentos resalta da.expressões delicadas que deixou escapar no leito da morte já a-cramentado. em Milão, ao ter conhecimento da sanreão da lei áureaquando murmurara "Grande povo! Grande povo»»'nhvsil0 rrt°

é qU,e a conimo^° foi tal que ope»ou o reerguimento

íruetos da lei de 13 de Maio.

savam'^ tX T fnsibilidade ani'»«> e do repudto nue lhe cau-

, os tin of ' " amentaveis dos feonieadores, deu elle mostrasi-os últimos versos de seu soneto "Ingratos":

Mas a dorA dôi

que excrucia e que maltrata.>r cruel que o animo deplora.

Que fere o coração e prompto ma'a.

E' ver na mão cuspir, á extrema hora.A mesma bocca aduladora c ingrataQue tantos beijos nella poz outr'ora.

vanta^loT' °ar0S S(e"h°reS- Vêde neste suI radios» que se le-\cinia sobie as nossas frontes...

E' o sol dos túmulos! E''o'sol da posteridadel E' o »p1 «„„do.rao renome de Pedro II em um século de saudadeinLingmle "

de sS S 'o traÇar"V0S t0das as "hases brilhantissima,

da .nturez? O, iQmEeram0S COntemPlar ° »Wo diante das scenas

ino anno rHl"Zeram,OS entrar ^«osco no gabinete que, nos

os omeutode tT : m COm° t|,,e ° recí!SS0 Privilegiado paraos oráculos de uma sciencia quasi universal'Desejáramos poder ir comvosco á antiga Côr!- p-,ra vr c m «era modesto aquelle grande homem, no fastigio 'de

suas honras

(Continua no fim do muno o

£> e z. e m b poi Q X D

pI ymW______a_m___—______vm^Êmma___________m__m_w^^jMrmrt - *___rx*___w*i_______mr y*Ss ^§ m ________k__WmÊ^W9MMWma__mm _W~m%' 3"Mal*t _m _m_Wn&_ w

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% rJWSi^aa^aí^JBbdw ;^TF9||^Hffr ^MaBjTJg]^K^^JjU-ljL_ "'" ^v*

^'^xd>'^^^Hra ^

Estatua de D. Pedro

II, inaugurada na

Quinta da Boa Vista,

a 2 de Dezembro de

1925

Em cima, ao centro:

placa inaugurada na

Academia dc M e d i-

cina

Em baixo, ao centro:

busto inaugurado n a

Estação D. Pedro II,

da Estrada de Ferro

Central do Brasil

Solemnidade n a Re-

partição Geral dos

Telegraphos

1_ .

reirasT^iBirrareaastiriaan^^

O SEGUNDOIMPERADOR

Principaes aconiecimentos do seu reinado

^IlustraçãoSra s i leira

D. Pedro de Alcântara, João Carlos Leo-poido Salvador Bibiano Xavier de PaulaLcocadio Miguel Gabriel Raphael Gonzaga,nasceu n'esta cidade, na Quinta da Bôa Vista,'em S. Christovão, a 2 dc Dezembro de 1825,'nove mezes depois de promulgada a Constitui-ção de 25 de Março de 1824, circumstaneia quefez com que um dos seus biographos dissesseque elle e a Constituição eram irmãos. Seupae, D. Pedro I, tinha então 27 annos de idade 1834 ° Act0 Addicional, e D. Pedor II, entre-apenas, e sua mãe, a archiduqueza (PAustria tant0> proseguia nos estudos com rara applica-Leopoidma, falleceu no anno seguinte (11 de Çao- Presidia á sua educação o Bispo deDezembro de 1826), quando elle tinha apenas Chrp.opolis in partibus infidelium, que lhepouco mais de doze mezes de idade. O nas- ensinava a doutrina christã, o latim e as mathe-cimento o ligava ás mais illustres dynastia- da "éticas, secundado por Alexandre VandelliEuropa: aos Braganças de Portugal, aos Para as sciencias naturaes, o Marquez deBourbons da França, das Duas Siciüas, de Sapucahy para a litteratura, A. BouiangerParma e da Hespanha, aos Hapsburgo da Para a leitura, Boiret para o francez, NathanielÁustria. "Este menino, escrevia Auguste de Lucas para o inglez, o Dr. Roque SchuchSaint-Hilaire, é o único dentre on Brasileiros Para o allemão, Simplicio Rodrigues de Sáque ligue o presente ao passado, e perten- Para a pintura, Felix Emílio Taunay para acendo inteiramente á sua pátria, poderá, geographiâ e historia, c diversos outros. Es-comtudo, formar laço feliz entre ella c o velho lava elle entregue a esses estudos, quandonnmdo"- áchou-se completamente orphão com menos de

Tinha o joven príncipe pouco mais de nove annos de idade, havendo fallecido seucinco annos de idade, quando os aconteci- pai, D. Pedro I, a 24 de Setembro de 1834,mentes de 7 de Abril de 1831 obrigarão seu cm Lisboa.pai a abdicar, deixando-lhe a coroa e nomeando Com o soberano que, na phrase de um pré-para seu tutor e das prineczas suas irmãs (D. gador celebre, foi rei que cingio duas coroas eJanuaria, nascida a 11 de Março de 1822, casa- general cuja espada libertou dous povos, e queda em 28 de Abril de 1844 com o Conde d'Aqui- fallecia aos trinta e seis annos de idade, bai-Ia; D. Francir.ca, nascida a 2 de Agosto, de 1824 xava ao túmulo o partido restaurador, e simpli-e casada a Io de Maio de 1843 com o Príncipe ficava-se a situação interior do paiz.' A 12 dede Joinville) ao patriarcha da independência Outubro de 1835 Diogo Feijó era empossadoJosé Bonifácio de Andrada c Silva. Pela como único regente e já havia pacificado oabdicação de seu pai, ficara elle Imperador do Pará c domado a cabanagem, quando, em 29Brazil, e n'essa qualidade foi acclamado no de Setembro de 1837, suecedia-lhe na regênciaLargo do Paço, constituindo-se logo uma re- Pedro de Araújo Lima, depois Marquez degencia para governar durante a sua menori- Olinda. Mas não só a Bahia, Pernambuco edade. Compunha-se ella então do general o Maranhão ainda estavam convulsionados,Francisco de Lima e Silva, e dos senadores como também o Rio Grande do Sul em armasVergueiro e Marquez de Caraveilas, sendo a já se apoderara de parte da provincia de Santa17 de Junho d'aquelle mesmo anno de 1831 Catharina e de Çurityba, pertencente então ásubstituídos esses dous senadores pelos depu- província de S. Paulo.tados Costa Carvalho e Braulio Mumz, que N'essas condições foi que os liberaes deoccupárão o cargo até 13 de Outubro de 1835. então unidos a alguns conservadores, pensa-Os primeiros tempos da menoridade forão ram em antecipar a data da maioridade do im-calamitosos. O paiz inteiro parecia caminhar perador, centra a letra expressa da Constitui-para inevitável dissolução. Na capital do ção vigente, Holhnda Cavalcanti, Visconde deImpeno, as revoltas militares suecedião-se Albuquerque, os Andradas, Vergueiro, Alvare.umas ás outras; a guerra civil assolava con- Machado, por parte d'aqueiles, e Vilíela Bar-juntamente ou suecessivãmente as províncias boza, Marquez de Paranaguá, o Conde dedo Pará, Maranhão, Pernambuco, Bahia e Rio Lages e o general F. de Lima e Silva (Ca-Grande do Sul, emquanto o. tres partidos xias), por parte (Testes, fizeram com que tresentão existentes guerreavão-se uns aos outros annos antes do periodo marcado pela Consti-a porfia, divididos em liberal moderado, liberal tuição, fosse o joven imperador proclamadoexaltado e restaurador ou Caramurú. Repre- maior pela assembléa gerai legislativa, a 23 desentava este ultimo os sebastianistas d'aquella Julho de 1840.

época, que almejavão pelo regresso de D. "Uma revolução, a 7 de Abril de 1831 es-Pedro I; tao afouto se mostrou que mandou creveu o Sr. J. M. Pereira da Silva na «uaa Antônio Carlos de Andrada a Lisboa, no Historia do Brasil, compellira D Pedro I aanno de 1833, para ver se obtinha que D. Pe- renunciar a coroa brazileira e a transferil-adro I voltasse, facto que causou a substituição para o Sr. D. Pedro II, ainda na infância 'de José Bonifácio pelo Marquez de Itanhaem Outra revolução, a de 23 de Julho de 1840no cargo de tutor do joven Imperador. proclamou a maioridade do joven monarcha'A regência, no intuito de acalmar a agi- ante, da época para ella fixada na Constitui-taçao federahsta e separatista, fez votar em ção Política do Império, sem que pelo menos

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uma lei a respeito houvessem as Câmaras maiseu menos regularmente votado, dispensandonas instituições o que n'ellas se estabelecera.Fora a primeira commettida por povo e tropaem armas e na praça publica; a segunda, pelasminorias das duas casas do Parlamento, reuni-das sem caracter officiál nos paçcs do Senado.Ambas promovidas e executadas pelo partidodenominado liberal".

A 18 de Julho de 1841, effectuava-se nacathcdral d'esta cidade a ceremonia da sagra-ção e coroação de D. Pedro II, que, ao tomaras rédeas do Governo do anno precedente,chamara para seus mini.tros os liberaes:Hoüanda Cavalcanti, Visconde de Albuquer-que, Antônio Carlos, Martim Francisco, Aure-liano de Souza, Visconde de Sepetiba, substi-tuidos, efesde 23 de Março de 1841, pelosconservadores, tendo á sua frente Villela Bar-boza, Marquez de Paranag.:á.

O Império, porém, ainda não estava paci-ficado. O Maranhão só o foi em 1841, pelogeneral que mais tarde foi conhecido debaixodo nome glorioso de Duque de Caxias.

Minas Geraes e S. Paulo, que se tinhamsublevado, foram igualmente pacificados porelle em Agosto de 1842, depois da conhecidabatalha de Santa Luzia.

A 23 de Julho cPesse mesmo anno de1842 assignou-se, na capital da Áustria, o con-

trato de casamento de D. Pedro II com aPrinceza Thereza Christina Maria de Bourbon,filha do Rei Francisco I das duas Siciiias(1777—1830), irmã da Grã-Duqueza da Tos-

cana, do Conde d'Aquilla e do Conde de Tra-pani, mas velha do que D. Pedro II, po'snascera a 14 de Março de 1822. Em Março de1843, a fragata Constituição, còmmandada pelocapitão J. J. Maia, arvorando o pavilhão docontra-almirante Eleodoro de Beaurepaire, acorveta Dous dc Julho, còmmandada pelo ca-pitão Pedro Ferreira de Oliveira, a corvetaButerpe, còmmandada pelo capitão João MariaWandenkolk, sahiam (Peste porto (5 deMarço) c chegavam a Nápoles no dia 21 deAbril, com José Alexandre Carneiro Leão,visconde de S. Salvador de Campos, embaixa-dor do Augusto esposo, que, a 30 de Maio,casava na sumptuosa capella palatina, por pro-curação, sendo representado pelo principe deSyracusa. Só a 2 de Julho de 1843 regressavaa diysão naval brazileira, escoltada por umadivisão napolitana, composta do navio Vesuvioe das fragatas Amélia, Elisabeth e Partcnope,tendo a seu bordo a virtuosa Imperatriz, quedesembarcou nesta cidade a 4 de Setembro.

A 20 de Janeiro dc 1843, o gabinete Pa-ranaguá fora substituido por outro ministérioconservador presidido por Carneiro Leão,Marquez de Paraná, que pedio demissão a 31dc Janeiro de 1844, voltando então os liberaesao poder com Almeida Torres, Visconde deMacahé (2 de Fevereiro de 1844), por nãoter querido organisar gabinete um dos chefes,conservadoras, Cota Carvalho, Marquez deMonte Alegre

Gs iiberaes conservaram-se no poder pormais de quatro annos c meio: de 2 de Feve-reiro de 1844 a 29 de Setembro de 1848,tendo organisado cinco gabinetes: o de 2 deFevereiro de 1844 com o Marquez de MonteAlegre, o de 5 de Maio de 1846 com o Vis-conde de Albuquerque, o de 22 de Maio de1847 com Alves Branco, Visconde de Cara-vellas, o de 8 de Março de 1848 com o Vis-conde de Macahé e o de 31 de Maio do mesmoanno com Paula e Souza. Tiveram elles quearcar cem mais de uma difficuldade: pacifi-caram a provincia do Rio Grande do Sul, gra-ças a Caxias (1.° de Março de 1845), e sof-freram com o Brazil inteiro os actos de pre-potência praticados pela Grã-Bretanha em vir-tude do famoso bill Abcrdeen, votado em 1845e applicado de modo que, triumphando o nos-sd amor próprio nacional, não conseguio di-minuir, senão fomentar o vergonhoso traficode escravo?, africanos.

A 29 de Setembro de 1848, Araújo Lima,Marquez de Olinda, o ex-regente, prestigiosochefe conservador, organisava gabinete comCosta Carvalho, Marquez de Monte-Alegre,que fizera parte da segunda regência, comEuzebio de Queiroz, M. F. de Souza Melloe Rodrigues Torres, Visconde de Itaborahy.O novo ministério teve que luetar com umarevolução fomentada em Pernambuco pelos li-beraes, e que foi a ultima revolução séria doderradeiro reinado (Fevereiro de 1849).

Assim, poi?:, por annos depois de reinarem pessoa D. Pedro II achava-se o paiz in-teiramente pacificado. Os conservadores apro-veitaram-se d'essa situação favorável para semanterem no poder até 3 de Setembro de1853, durante quasi cinco annos. Verdade éque, desde 6 de Outubro, em conseqüênciadas oceurrencias havidas com o dictador ar-gentino Rosas, retirara-se o chefe do gabine-te, marquez de Olinda, procedendo-se a umarcorganisação ministerial, da qual fizeram par-te o Marquez de Monte-Alegre, como presi-dente do conselho, Pauüno de Souza — Vis-conde de Uruguay — como ministro dos ne-gocios estrangeiros, Tosta — Marquez de Mu-ritiba — o enérgico ex-presidente de Peruam-buco, com a par.ta da marinha. Os novosministros acharam o caminho desembaraçado epodiam deixar vestígios de sua administração?Em 1850, a 4 de Setembro, Euzebio de Quei-roz tomava as medidas mais enérgicas e ef-ficazes contra o trafico dos escravos. N'a-quelle mesmo anno, inaugurava-se a primeiralinha de vapores entre o Brazil e a Europ-i.

Era, porém, o Brazil que intervio nos ne-gocios de Montevidéu, abonando, d'csde 1.° deJulho, aquella praça os subsídios necessáriospara a sua defesa. A 23 de Setembro, o ge-ncral Guido, Ministro de Rosas no Rio, pedioos passaportes e retirou-se do Rio, onde, con-forme nota do Minir.tro Araria, reinava umenemigo asqueroso. A 25 de Dezembro, oBrazil unia-se ao Paraguay, contra Rosas, eenviava á capital d'esta ultima Republica e aHumaytá diversos officiaes ( o general Belle-

garde, o commandante Leverger, francez na-lural.sado brazileiro, Villagran Cabrita, PortoCarrero) para instruírem o exercito paragnayo.A 16 de de Março de 1851, o Império ahnün-ciava a sua resolução de defender o Governode Montevidéo contra o exercito de Oribe.A 29 de Maio, o Brazii, o Uruguay e o Esta-do de Entre-Rios, cujo Governador era Ur-quiza, assignaram em Montevidéu um tratadocie alliança; 20,000 Brazileiros, commandadospor Caxias, penetravam na Republica Orien-tal, e a armada brazileira, commandada porGrenfeil, protegia a passagem das tropas ai-liadas e ameaçava Buenos-Ayres. A 19 deOutubro, Oribe capitulava e levantava õ cer-co de Montevidéu, que tinha durado dez an-nos, cedendo á força do exerc.to de Entre-Rios. A 21 de Novembro, novo tratado con-tra Rosas era assignado entre o Brasil, Uru-guay, Entre-Rios e Corrientes. O primeiroexercito dos alliados foi atacar Buenos-Ayres;Grenfeil a 17 de Dezembro, forçou a passa-gem de Tonelero, e, a 3 de Fevereiro de1852, o general Urquiza, commandante do ex-ercito alliado, em que figurava a divisão bra-zile;ra, capitaneada pelo general Marques deSouza — Conde de Porto-Alegre — a batalhade Monte-Caseros punha termo á dictadura deRosas, que embarcou para a Inglaterra, en-trando em Buenos-Ayres o exercito alliado a18 de Fevereiro.

O Império salvava duas Republicas.A 6 de Setembro de 1853, Carneiro Leão

— Marquez de Paraná — era chamado paraconstituir um gabinete de conciliação, em quese acharam confundidos representantes dosdois partidos, situação que durou até 1858.

O desarmamento relativo dos partidos ser-vio grandemente os interesses do paiz. Con-struiram-se então as primeiras vias férreas eestabeleceram-se as primeiras unhas telegra-phicas; fundaram-se as primeiras linhas de na-vegação fluvial; cuidou-f.e com algum esmeroda instrucção publica; tratou-se da immigra-ção; executaram-se diversas reformas úteis.

Tendo failecido o Marquez de Paraná a3 de Setembro de 1856, foi chamado Caxias,ministro da guerra, para a presidência do con-sciho e, a 4 de Maio de 1857, Caxias cedeuo logar ao Marquez de Olinda. Com estefundou a conciliação, subindo então ao poderor: conservadores, que governaram durantequatro annos, de 1858 a 1862, com três gabi-netes suecessivos. O do Visconde de Abaetéa 12 de Dezembro de 1858; o de Ferraz a10 de Agosto de 1859; e o de Caxias a 2 deMarço de 1861.

Der.de 1852 tinha obtido o Brasil dos seusvizinhos do Rio da Prata a liberdade da na-vegação do Uruguay e do Paraná para todasas bandeira*:, e, em 1858 conseguio do go-verno do Paraguay abertura do rio Paraguayao commercio estrangeiro.

Em 1862. o incidente promovido pelo mi-nistro inglez Christie deu azo aos Brasileirose ao seu soberano de ostentarem o seu pátrio-tismo. O governo imperial teve de ceder á

© e a e mbre19 2 5

força brutal, pagando á Grã-Bretanha a in-dèmnisação que reclamava. Mas não iez semprotestar altamente, rompendo as relações di-plomaticas com a Inglaterra. E' conhecido ofeliz desfecho deste triste incidente. Graças áintervenção amigável d'El Rei de Portugal,o litigio foi submettido a arbitramento, sendoescolhido como arbitro o finado rei dos Bei-gas, que deu razão ao Brazil, rèatando-se em1865 as relações entre os dois páizes.

Em 1862, os iiberaes voltaram ao poderaté 1868, organirando-se n'esses seis annos osseguintes gabinetes: 24 de Maio de 1862, Za-carias de Góes e Vasconcellos, 31 de Maio de1862, Marquez de Olinda; 15 de Janeiro de1864, Zacarias; 31 de Agosto de 1864, Fran-cisco José Furtado; 12 de Maio de 1865,Marquez de Olinda; 31 de Agosto de 1866,Zacarias.

Durante essa situação foi que D. PedroII casou suas duas filhas. Do seu consórciocom a santa Imperatriz Thereza Christina,tinha cee tido dois filhes, D. Affonso e D.Pedro, que morreram cm tenra idade, e duasfilha', D. Izabcl, nascida no Rio a 29 de Ju-lho de 1846; e D. Leopoldina, nascida

na mesma cidade a 13 de Julho de1847. A primeira, a princeza D. Iza-hei, casou a 15 de Outubro de 1864, com S.A. R. o Principe Gaston d'Orléans, Conded'Eu, li lho mais velho do Duque de Namourse neto de Luiz Philippe I, Rei dos Francezes;a segunda, a princeza D. Leopoldina casoua 15 de Dezembro de 1864, com S. A. oPrincipe Augusto, Duque de Saxe.

Quando casaram as duas princezas já seachava o Brazil empenhado em uma guerraque lhe custou avultadas sommas e consumiao melhor sangue de seus filhos: a guerra doParaguay.

O conflicto começou com o Uruguay, quôrepellira diversas reclamações do Império. A9 de Agosto de 1864, o Sr. Saraiva levouum ultimai um a Montevidéo e sendo este re-pellido, sahiu elle de Montevidéo e a Repu-blica Oriental foi invadida por um exercitobrazileiro, commandado pelo general J. P.Menna By.rreto — Barão de S. Gabriel. Deaccordo com o general urugu.ayo Flores, che-fe do parrido colorado, apoderou-se de Pay-sindú a 2 de Janeiro de 1865, e marchou comas forças de Flores para sitiar Montevidéo,cujo porto foi bloqueado pelo almirante Ta-mandaré, e que se rendeu a 20 de Fevereiro.N'esse mesmo dia o general Flores e o gover-nador de Montevidéo assignaram, com appro-vação de J. M. da Silva Paranhos — Vis-conde cio Rio Branco — uma Convenção, pelaqual Flores era reconhecido governador pro-visorio da Republica, que se aluava ao Brasilcontra o Paraguay. De facto, desde 12 deNovembro de 1864, Lopez, dictador do Para-

guay, abrira hostilidade contra o Brasil, após-sando-se do vapor Marques de Olinda, apri-sionancio todos os passageiros, entre os quaesfigurava o presidente nomeado para Matto

;¦' -- i.-'-A?x- Jí*m;:xH

Tllus traçãoBrasileira

Grosso, deputado Carneiro de Campos, emandando que o;; generaes Barrios c Resquíninvadissem Matto Grosso.

Em Abril de 1865. Lopez invadiu tam-bem, sem declaração de guerra, a RepublicaArgentina; onde entraram 30.000 homens,tendo á frente o general Robles, e teve estaque unir-.se ao Brasil, assignando-se a trípliceailiança em Buenos-Àyres a Io de Maiode 1865.

E' excusado relembrar aqui os episódiosda guerra, que estreou-se pela victoria de Ria-chuelo r. 11 de Junho de 1865; a rendiçãode üruguayana a 18 de Setembro de 1865,achando-se presentes D. Pedro II e seus ge-neraes; o desembarque de tropas de Osório,secundadas pelo contrá-almirante Aivim, naConfmencia; a tomada do fortim de Itapirú;

a victoria de Paço de Ia Pátria; Tuyuty; Bo-queron; o xaque de Sauce; o assalto de Curu-zú a derrota de Curupaity; os combates deParé-Cué, de Tatagibá, de Potrero Obeila, deTayi; o cerco de Humaytá; a tomada dasfortiíicações de Tcbicuary; a lucta na pontede Itororó; Avahy; Lomas Valentinas; a ren-dição de Angtistura; todos estes factos queestão na memória de todos e que cobriram degloria o exercício e a armada do Brazil.

A 30 de Dezembro de 1868, Caxias en-trava em Asuncion.

Mas a guerra não estava terminada. EmJaneiro de 1869, Caxias, doente, voltava parao Rio, a 16 de Abril, o Conde d'Eu tomavao commando cm chefe elo exercito; a 12 deAgosto, tomava de assalto Piribebuy, e a 1de Março de 1870, o general Câmara sor-prehendia Lopez em Cerro-Corá, na margemesquerda do Aquidaban, junto das fronteirasdo Paraguay e Matto-Grosso, e alli suecumbioo dictador, ao fugir.

Para libertar o Paraguay do jugo de Lo-pez II, o Brazil tinha gasto seiscentos milcontos e tinha sacrificado 40.000 homens!

D'esde 1868 os conservadores tinhamvoltado ao poder até 1878; tendo durante es-ses dez annos quatro gabinetes: o do Yiscon-de Itaborahy, em 16 de Julho de 1868; o doMarquez de S. Vicente, a 21 de Setembrode 1870; o do Yir.conde do Rio Branco, a 7

.de Março de 1871; e o duque de Caxias, a ¦25 de Junho de 1857.

Terminada a guerra do Paraguay, pôdeo paiz em plena communhão de idéas comaquelle que então era seu chefe, cuidar de sa-

. nar uma das chagas que o corroía: a escra-vidão.

A 23 ,de Janeiro de 1866, Pimenta Bueno— Marquez de S. Vicente — apresentava aosoberano um projecto de emancipação graduaidos escra,visados. D. Pedro mandou que oMarquez de Olinda üubmettesse o projecto aoConselho de Estado. O chefe do gabinete eracontrario á idéa, de sorte que a secção con-sultada, composta de Souza Franco e Marquezde Sapucahy, opinou para que tudo ficasseadiado, até findar a guerra. Em Julho de1866, a sociedade franceza para a abolição da

escravidão dirigia um appello a D. Pedro, eeste respondeu que o seu governo trataria daquestão desde que as circumstancias o per-miítissem, como a reclama o espirito do Chris-tiánisníp". A resposta, redigida' pelo próprioImperador, foi assignada por Martim Fran-cisco Ribeiro de Andrada, então ministro dajustiça.

Os projeetos de Pimenta Bueno, patro-cinados peio chefe du Estado, só foram dis-cutidos em Abril de 1867 pelo Conselho deEstado, que adoptuu-lhes as principaés dispo-s:ções, rejeitando uma única, deveras impor-tantissima, visto como determinava ella que aemancipação totai deveria estar terminada a

31 de Dezembro de 1869. Xabuco foi encar-regado de redigir o projecto definitivo, que foide novo discutido pelo Conselho de Estado emAbril e Maio de 1868, declarando então o Con-selho de Estado que o governo só deveria usardo seu direito de iniciativa, depois de termi-nada a guerra.

Entretanto, aos liberaes suecediam os con-servadores com o Visconde de Itaborahy a 16de Juího de 1868. Esse gabinete manifestou-secontrario á projectada reforma a despeito dosdesejos manifestados peio monarcha e a refor-ma ia ser adiada quando o Sr. Jeronymo ToseTeixeira Júnior — Visconde do Cruzeiro — le-vou a questão á tribuna da Câmara, requerendoque se elegesse uma commissao especial pararedigir o projecto de emancipação gradual. O re-querimento foi acceito pela Câmara, e, a 15 deAgosto de 1870, a commissao peio Sr. Teixei-ra Júnior apresentou um projecto de lei analo-go ao que já fora discutido pelo Conselho deEstado e propondo a emancipação dos nas-citnros.

Divergências a respeito dessa reforma fi-zeram com que o Visconde de Itaborahy se re-tirasse, seccedendo-lhe na presidência do conse-lho Pimenta Bueno, Marquez de S. Vicente, a29 de Setembro de 1870. Esse gabinete te'veexistência ephemera, e a 7 de Março de 1871,Rio Branco era chamado á presidência do con-seiho.

D. Pedro 11, que nunca tinha sabido deseu paiz e que acabava de soffrer golpe tre-mendo com o passamento prematuro de suafilha mais nova a princeza D. Leopoldina,fallecida no principio daquelie anno em Vien-na d'Austria, resolveu ir á Europa, para ondeseguiu a 25 de .Maio de 1871, deixando comoregente do Império sua filha a Princeza D.Izabel.

Durante essa sua excursão pela Europafoi que se travou a lucta nas Câmaras a pro-posito da emancipação, effectuando-se umadissidência no partido conservador, dissiden-cia sustentada na Câmara pelos Srs. AndradeFigueira, Ferreira Vianna, Duque-EstradaTeixeira, Perdigão Malheiro e muitos outros,capitaneados pelo Sr. Paulino de Souza; eno Senado peio Visconde de Itaborahy e oBarão, depois Marquez de Muritiba, que en-contraram poderoso auxiliar em Zacarias, che-fe liberal.

D. Pedro II estava em Alexandria, noEgypto, quando foi informado de que a 28de Setembro de 1871, fora votada a lei queemancipava o berço dos escra visados. Quan-do voltou ao Império ninguém mais ahi nasciaescravo.

ü ministério Rio Branco, iivre das pre-occupaçòes que suscitara essa reforma, con-sagrou a sua actividade a outros assumptos,dando os seus cuidados principalmente á ins-trucção publica.

A 25 de Junho de 1875, o Duque de Ca-xias, suecedeu ao Visconde do Rio Branco, eo partido conservador só cahiu do poder em1878; sendo organisado o primeiro ministe-rio liberal pelo Sr. Sinimbú, a 5 de Janeirodaquelie anno.

Depois vieram ainda os Srs. Saraiva, a28 de Março de 1880; Martinho Campos, a21 de Janeiro de 1882; Lafayelte Pereira, a24 de Maio de 1883; Paranaguá, a 3 de Julhodo mesmo anno; Dantas, a 6 de Junho de1884, e Saraiva a 6 de Maio de 1885. Todaessa época foi assignalada pela brilhante cam-panha abolicionista, que teve como primeiroresultado o projecto apresentado a 15 de Ju-lho de 1884, pelo deputado Rodolpho Dantas,de accôrdo com o gabinete, providenciando so-bre o augmento do fundo de emancipação epropondo a alforria dos sexagenários. Oue-riam os abolicionistas libertar o túmulo depoisdo berço. O ministério encontrou tenaz oppo-sição, e a Câmara foi dissolvida a 3 de Se-tembro.

A nova Câmara não concordou com o ga-bmete, que se retirou, sendo chamado parasuecedor-lhe o Sr. Saraiva, autor da lei sobreeleição directa adoplada em 1881 com o con-curso dos conservadores. Já a lei relativa aossexagenários havia sido votada pela Câmarae começava a discussão no Senado quandoesse parlamentar resignou o poder, sendo cha-mados os conservadores. O Barão de Cote-gipe organisou ministério a 20 de Agosto de1885, com os Srs. Antônio Prado e Fran-cisco Belisario como principaés collaborado-res, e fez com que a lei fosse votada peloSenado, sendo sanecionada a 28 de Setembrod'aquelle anno de 1885. Já as províncias doCeará e Amazonas, dando nobre exemplo, ti-nham abolido a escravidão em seu território,e a onda abolicionista crescia sempre.

Em princípios de 1887, D. Pedro enfer-mou gravemente, e a 30 de Junho, a conselhodos médicos, partiu para a Europa, ficandosua filha como regente do Império. Esteveelle suecessivamente em Pariz, Badcn, Milãoe Aix-les-Bains, gravemente enfermo.

Em Março de 1888, o gabinete Cotegiperetirava-se, e o ministério João Alfredo pu-

. nha-se á frente dos abolicionistas para reaiisara desejada reforma, que, com effeito effe-ctuou-se a 13 de Maio, por entre enthusiasti-cos applausos do mundo civilisado.

D. Pedro II estava então moribundo emMilão, e a grata noticia lhe foi dada pela

(Termina no fim do numero)

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Naquelle tempo não tínhamos acabeça coberta de neve... O enthusi-asmo de hoje, que não mudou quaside aspecto, sacudia então uma cabeilei-ra loura. Differença apenas de cabe!-los, e não de coração. Naquelle tem-po. . . Ha dezeseis annos ape-nas, o que seria muito parauma moça, porque é quasium destino e uma existência.o que não é quasi nada paraum homem porque represen-ta no máximo uma mudançade côr nos cabellos, e umacontribuição nova de experi-encia. E nem é bem de deze-seis annos o período que seinvoca. Estamos em Dezem-bro de 1925, ao passo quefoi em Fevereiro de 1910 queum vapor inglez nos levoubarra fora.

Teriamos reparado a bel-,eza com que se ia apagandoaos nossos olhos o conjunctomagestoso das linhas da nos-sa cidade? Talvez. O que écerto é que, quando tudo erauma pequenina mancha, naotinham os vontade que o na-vio desse de bordo e de novoentrasse na Guanabara. Tn-dagavamos da gente de con-véz quantas milhas vencíamospor hora. Calculávamos diase distancias, queriamos pisarterra estrangeira, vêr outroscécs, outros homens. íamossoffregamente á procura desensações novas, queriamoscontemplar oura natureza,banhar-nos noutras águas decivilisação.

Portugal. Pouco interes-se e muita ternura. Ali, por-que havia typos conhecidos, porque a me-lodia da lingua era a mesma, ainda tinha-mos algo do Brasil. Vamos para adeante.Chega o porto francez. Não era maisPortugal nem Brasil. Não havia mais in-teresse nem saudade. Era uma cousa bemdiversa e importante: o aviso de queestávamos a caminho de Paris, a certezaque as âncoras desciam. Paris! Quantotempo ficámos em Paris ? Quanto tempovivemos na exaltação de todos os senti-dos? Não sabemos mais. A verdade éque quasi nos cansávamos de vel-o e ad-miral-o. Toca então a mudar. Vem Vi-enna. Passa Vienna e vem Roma; outrascidades apparecem e desapparecem. eavulta Londres. Não bastava. Era pre-ciso ver o Egypto, ver Cairo, admirartodo o Oriente, percorrer todas as cul-minancias da civilisação de todos os tem-pos, da terra de sempre, porque não seapplacava a nossa febre de novidades, onovo anceio de sensações novas. Por fim.

OSMILAGRES DA ENERGIA

NACIONAL

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chegou o dia do regresso. íriamos vol-tar ao Rio. Era preciso viver no Rio.Quanta tristeza! Quanta inquietação!Como iríamos sentir o Pão de Assucar,o Corcovado, a Gávea, a Tijuca? Ti-nhamos receio de voltar sem poder de-

dicar á mais linda, e á maisempolgante cidade do mundo.o affecto, o carinho e o en-thusiasmo dos outros tempos.Deante das grandezas do queviramos, familiarisados comas magestades estrangeiras, oRio era entrevisto como umaminiatura, como um quadro,bom sem duvida, mas me-diocre em confronto com ossoberbos painéis da Europaque nos surgiam como conti-nuas surprezas.

No entanto, quando vol-támos assim apprehensivos,mal avistámos as montanhas,sentimos outra impressão.Approximámo-nos, desembar-camos e só então comprehen •

demos que só ha uma sensa-ção mais forte do que ver oRio: a de revel-o depois de seandar pelo mundo. Tínhamosaqui o resumo do que vira-mos e a expressão avançadade todas as bellc-as do estran-eeiro. Ouem nos dera enrãcum megaphone! Queriamosum megaphone porque sentia-mos, imperiosa como um de-ver, a necessidade de antes de.abraçar amigos e parentes,escalar o Corcovado, montarali o apparelho, pedir á cida-de um momento de silencio eexclamar com os pulmões tãodilatados de se arrebentarem .

Cariocas, viver no Rio de Janeiro1 é uma

graça divina! Nada é igualavel a esta ei-dade. onde não ha canto que não fascine,sitio que não seja um ipobma, aspectoque não seja uma maravilha ! E' uma ei-dade e c uma epopca. E' o Rio céo mun-do. Nova York, Londres, Buenos. Aires,hão de pasíar por aqui porque está aquia cidade de repouso de todas as outras.Não amar o Rio é uma monstruosidade.Amal-o pouco c quasi um crime. Os quepreferem Paris ao Rio despertam o sor-riso dos próprios "snobs" do "boulevard"

que já aqui estiveram.Mas, infeizmente ou felizmente, não

encontrámos1' o megaphone. Nem sabe-mos mesmo se, grande e possante comoo desejávamos, elle pudesse existir em1910. A's vezes pensamos que foi me-lhor assim. Os cariocas não nos ouviramdo alto do Corcovado, e estamos livres doscuidados do ilkistre professor e sábio Ju-liano Moreira, porque seria de. desco.11-

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^IlustraçãoBrasileira

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fiar da razão de um brasileiro que dissesse aos outros aquellascousas. No mi..imo o tomariam por louco...

Não ha aliás nada de estranhar nessa conjectura porque emvez de vivermos, nas horas de folga, a gosar dos esplendores deum nascer de sol na praia da Gávea, das sombras da vista Chi-neza ou do jogo das aguas da Cascatinha, vivemos a denegrir oque é nosso, sorrindo com piedade quando alguém celebra as bel-lezas da nossa terra, ou exalta as cousas que são nossas. E vemsempre o estribilho de que somos uma nação perdida, estribilhoem que todos entram, ricos e pobres de espirito, nas ruas estreitase na Avenida, nos salões e nos theatros, nas escolas e nos cinemas.

Todos se enganam, e vivem num alheiamente tão grande doque se passa no nosso paiz e no conceito dos outros que já agoranós é que sorrimos. Sorrindo dos que ignoram que o appareci-mento do Brasil vae ser uma surpresa para os seus próprios fi-lhos; sorrimos dos que não sabem que o Brasil vae ser descobertode novo, e não por acaso, mas por força das qualidades dos pro-pnos brasileiros, qque só têm o defeito de maldider da virtude eda riqueza do nosso solo, da belleza e esplendor de nossas terrasO Brasil vae apparecer. O Brasil vae impor-se. E" preciso que osque vao gosar doo s p ectaculo doBrasil elevado noconceito de todos,do Brasil conheci-cio e dynamico, semostrem á alturado palco em quevivem; é precisoque a geração pri-vilegiada de hojefaça algo em tro-ca do beneficio dehaver visto a luzdo dia em berço

tão encantado.Não h ?i.

quem não sinta a•verdade dessas pa-'lavras, a exacti-dão dessa prophe-cia. Ainda hadias, vendo fugiralguns kilometrosde avenida beira-mar sob pneuma-

V i sta p a n o r a m i c aticos macios, vimostambém que Constai.-tinopla desapparecia nas perspectivas que passavam rápidas, vi-mos que Nice era um nada, um pequenino trecho do Rio, vimos queGenebra era ou seria bem pouco se a Praia de Botafogo refle-ctisse em suas aguas alguns grandes hotéis e Kursaes. Porqueé só o que nos falta: grandes construcções, palácios, jardins, demaior gosto. Ora, isto tudo o homem faz. Muitos operários, bemdirigidos, fazem isto tudo em algumas semanas, alguns mezesmesmo se quizerem. Assim, o Rio de amanhã não poderá deixarde ter as construcções, os palácios e os jardins. E o que faltaráentão? Nada. O Rio será o Rio. Nem Nova York, nem Tokio,nem Nápoles, nem Genebra, nem Paris, nem Londres.

Mas, o automóvel, infelizmente, distanciou-se. Um bm.coum solavanco., outro buraco, outro solavanco. Quem sabe, teria-mos já deixado a cidade muito atraz? Não: era um trilho máodo caminho, mas que nos communicava com o Rio de amanhãNao envelhecêramos. Um aspecto dia cidade futura ali estavaEra um recanto de civilisação moderna e palpitante. Tínhamosconstrucções do mais puro estylo, e onde floresciam as conquistas

mais arrojadas da

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Grande recta de chegada e vista geral das tribunas

sciencia de edifi-car. os exemplos,a audácia da en-genhania. Eraum espelho emque os outros po»vos se podiamremirar, emboranão fosse c Riointeiro, fosse umrecanto apenas,com as amostrasdo seu céo, dassuas montanhas edas suas aguas.De-front a -vamos no entantocomo que umanova cidade, tãomilagroso o es-forço, tão mila-grosa a coragemde alguns homensque possuímos.Era o futuro pra-

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todo o h i p p o d r o m odo do Jockey Club,era a obra de Einneo

de. Paula Machado. Mas. parte dessa energia do enthusi.ast.co eemprehendedor brasileiro, uma parte que não se pôde apreciarnem medir, ainda que poderosa, vem sem duvida da influencia dasua collaboradora, daqueüla que lhe incute e estimula coragensnovas quando acaso um desanimo momentâneo parecesse entibiaro grande enthusiasmo. IX' que Madame Linneo de Paula Machadomuito se orgulha de que corra em suas veias o sangue dos Guinles,desses brasileiros que fizeram de Santos um dos principaes portosdo mundo, dotaram a cidade desses majestosos boteis que con-ferem ao Rio o titulo de recommendavel cidade do tourismo etalvez a graduação de segunda do mundo latino em matéria deboteis. Madame Linneo de Paula Machado orgulha-se, e com razf.o.de pertencer á familia dos que ergueram o maravilhoso FluminenseFootball Club, que está, no gênero, classificado como a primeirainstituição, por ser a mais digna da admiração universal, e con-decorada em concurso de americanos, com o galardão de principalmaravilha material do Rio. mas comparável de certo amanhã aoYacht Club, a co-•irmã que vae le-vantar a audáciafecunda de umArnaldo Guinle,desse nome tam-bem liga cio aosm o vimentos demaior philantro-pia já vistos emnosso paiz. comoaútesta a funda-ção G r a f f é -Guinle.

P r o c éden-do dessa raça deluctadores, irmã-na coni elles pelosangue, MadameLinneo de PaulaMachado não po-

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T r i h ii n a d o s s o c i o s

vel de seu marido. E' um prazer citar esses nomes, os nomes des-ses Guinles, não só porque, quando os cita insuspeição como anossa, já que nunca recebemos de nenhum delles o menor obse-quio ou favor, vae na citação um estimulo espontâneo e despren-dido, como ainda porque é este o modo de melhor animar os.exemplos dos imitadores.

IJnneo de Paula Machado, com os recursos de que dispõe,poderia viver uma vida inteiramente despida das preoccupa;õesdo esforço e da lucta, aqui ou além, onde melhor lhe aprouvesseá imaginação e aos desejos. Não era de modo algum obrigado,nem estava naturalmente inclinado a promover um melhoramentoque viesse ligar o seu nome a uma cidade que não é a do seuberço, mas que elle ama como se o fosse.

E' verdade que nem todos comprehendem esse temperamento,ou melhor, que nem todos sabem admiral-o porque muitos, nosseus erros de visão, fazem crescer os pequenos ou suppostos de-feitos, quando os descobrem com a vista de lynce que dá a mávontade, a prevenção gratuita, a mesquinhez ou a inveja, e nãoquerem vêr, fingem não vêr as grandes e sólidas qualidades.

Todo esse traba-lho medroso desapa resultará po-.rém em pura per-da, ainda que oszoilos sejam cha-mados e compare-çam ao pretorio,já que elles pro-prios, deante doe m p r e h e n -di mento do Jo-ckey Club hão -deabr/r os olhos áluz, para fechai-os, não nor des-peito, mas por-que offuscados.

Realmente, ohippodronio que,a bem dizer, jános embelleza 't

cidade, é unia de-nwnètração dura-doura da nossacoragem e do nos-v i s t a d e frente

^IlustraçãoBrasileira

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so trabalho, danossa visão e danossa esperança.tantas são as cou-sas que elle signi-fica naquelle con-juncto de bellezae de arte.

As p r eoc-cupações e o zeloda criação cavai-lar puro sangue,

- que é indubitavel-mente um elemen-to primordial davida das nações,uma garantia pre-ciosa da defezade sua bandeira;as expressões do

b o m gosto, doconforto e do lu-xo. que são en-cantos da civilisa-ção; a força deattracção dos tou-ristes estrangei-ros, tudo isto exprime e facilita pratica e brilhantemente a con-strucção audaciosa devido á inspiração e ás energias de Linneo dePaula Machado.

O Rio, com o hippodromo da Gávea, vae fazer empallidccer afama de Schevening. de Saratoga e de Mar dei Plata, não só pelasua belleza e pela freqüência da curiosidade estrangeira que pas-seia e se distrahe, como ainda pela vida e movimento mundanode suas reuniões e festas.

Já nos dias de inauguração, os que até então não tenham que-rido comprehender a significação da obra monumental, hão decurvar-se á evidencia dos factos, vendo ali a causa do appareci-mento dos grandes proprietários das três Américas e da Europa, dosgrandes criadores e sportsmcn do turf, dos embaixadores e delegaçõesde festas, e apre-ciando as própriasfestas, que serãode certo, no gene-ro. as maiores quese hão de realnarno paiz.

E' nesse mo-mento que os maisscepticos compre-henderão a bene-m er e n c i a daactual directoriado Jockey Club. eRibeiro, este • co-especialmente deLinneo de PaulaMachado e Mariomo um exemplode competênciatechnica da enge-nharia. de dedica-ção sem pausa ede t r a b a lhe.aquelle c o m oexemplo do quan-

to consegue aconcentra-ção de teclas asforças em tornode um ideal, ab-sorvente.

A obra é detão vastas propor-ções, é tão rnoiiu-mental a b r a n -

gendo um conjun-cto de monumen-tos, e tão nevanos seus detalhese f unecio-namonto, tão si-gnificativa no seubom gosto e nasua belleza, quenao cabe aqui des-crevel-a per im-possivel. do mes-mo modo que nãoss descrevem asbellezas da Gávea.Foi o sentimentodessas duas altas

manifestações, a do encanto da natureza e a da actividade doshomens, que levou o dr. Washington Luis, o futuro presidenteda Republica, ao emprego de uma phrase de elogio apparentementebanal, mas muito própria á significação de harmonia que alirema. E' que elle disse com simplicidade e alcance: "a obra estábem de accôrdo com o panorama!'

Não se poderia desejar mais. Quem nunca viu o nosso pradoe pensa nas bellezas daquelle trecho da Gávea, bem pôde imaginaro que é a construcção de amanhã; e, se fosse possivel admirar-sea construcção sem olhar-se a natureza ambiente, bem se poderiafazer uma idéa do panorama grandioso que estava requerendotudo. As photographias, por maiores que sejam os raios da obje-etiva. dão uma idéa muito pallida de tudo. Não podem abranger

o vasto con juncto

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senão á distancia,o que apaga umainfinidade de as-pectos; e, quandoconseguem tornarmitido um detalhe,não podem arti-culal-o com oceajuneto. D e -mais, quandouma e outra cou-sa fossem possi-veis, ficaria fal-tanclo em tudo oque ainda não es-tá acabado, neminiciado. F a lta-riam os jardins,faltariam as fio-res. E, mesmoque elles não fal-tassem, seriam de-mais os andaimes,estacas, escora s,irre g ti 1 a r i -

dades do terreno aqui e ali, montões de materiaes, e todo esseconjuncto que apparece em ledas as obras ainda não ultimadas, etolhem a vista, attenuam as linhas e embaraçam os contornos.

Ha pessoas desapaixonadas mas observadoras que admiramaquelle trabalho e depois se espantam de ter havido, entre nósgente com coragem de executal-o. Foi esta também a impressãode um jornalista que, falando certo dia a Justo Saavedra, quevinha de contemplar com o senador argentino Bonito Villanueva.a construcção da Gávea, disse-lhe, alludindo ao futuro JockcvClub, e querendo referir-se a Linneo de Paula Machado e MarioRibeiro: •¦$¦

Aquilllo é uma obra de dois loucos.Sim, respondeu João Saavedra, mas de dois loucos subli-

mes aos quaes os brasileiros devem erigir estatuas.E o senador Villanueva, intervindo:

Desses loucos é que nós precisamos em Buenos A.ires.Aqui vão fazer em dois annos o mesmo que nós fizemos em qua-renta! O projecto é grandioso — acerescentou — porque nelleforam supprimidos todos os defeitos que se notou no hippodromode Palermo e nos da Europa que conheço.

Opiniões estrangeiras, valiosas como essas, e como essas es-pontaneas, não faltam nos registros da historia da construcção doJockey Club, onde a cada passo se verificam visitas de estrangei-ros notáveis, nossos amigos, empenhados em suggerir um pro-gramma de festas inauguraes, na instituição de uma semana inter-nacional que facilite aos criadores sul-americanos a remessa deuns cavaílos e a disputa dos grandes prêmios.

E' preciso que se tenha o gosto da descripçã o e não apenasque se saiba sentir, para que se possa dar uma idéa escripjta dofuturo hippodromo, a partir ele sua pista, com uma allusão se-gura á grande recta de mil metros que já ali apparece inteiramenteprompta, desde ,a Ponte de Taboas, onde começa, até a altura doposte do vencedor, onde acaba, para dar logar á primeira curva.que se aoantua e afunda para os lados da Lagoa. Aliás, dizemosmaldizendo a pista, porque são tres pistas concenlricas que aliapparecem, com um raio de 6o metros aproveitáveis.

E aquella recta de mil metros estende-se abaixo das maislindas construcções, iniciando-se na altura da Villa Hippica. com

O e & embro19 2 5

accommodações para 300 cavaílos, o que quer dizer que própriaa promover o desapparecimento de todas as difficuklades c con-tratempos do trlans^orte ou conducção de animaes de corridas,deixando, num outro plano, as casas de apostas, muito modernasno seu estylo e ligadas entre si por extenso subterrâneo, e pas-sando ainda pelas tribunas, dentre as quaes algumas se achaminteiramente concluidas, e contam todas com os apparelhamentosmais adeantados do mundo, com sefviços modelares, vantagensestas que são as mesmas tanto na tribuna popular como na espe-ciai, ou na dos sócios, ou na dos proprietários. ,

E' preciso que o Rio acompanhe com carinho o remate da-quelíes trabalhos, que o nosso povo ali vá apreciar o que se temfeito, para comprehender o que a cidade deve aos que promoverame executam aquelle monumento que vae dar outra vida ao Rio,que lhe vae crear aspectos sociaes até aqui não admirados, e va-lorisar um dos nossos bairros mais bellos, e encher de constru-cçces novas um dos seus trechos mais extensos.

Unzue, um dos maiores criadores do mundo, disse que o pradoque se está erguendo, ou que já está quasi protnjpto, é um dosmelhores do Universo. Quintana, o ex-presidente da Argentina,confirmou, repetindo, aquella opinião. E, como elles, como Saave-dra, como Villanueva, todos encontram variantes para o mesmoelogio formidável. E' justo, deante disto, que só os brasileiroscalem? Não Homenageemos portanto, com todo o énthusiasmode que somos capaz, obra tão genuinamente nacional, e façamos osmelhores votos para que outros imitem o grandioso exemplo. Masnão basta honrar aos que são dignos de tantas homenagens. E'necessário ainda estygmatisar os que, embora raros, possuídos deum sentimento mesquinho, pretenderam denegrir a obra que se iafazer porque não tiveram a inspiração nem a coragem de executal-a.

Elevemos com alegria os . que trabalham, sem vêr um inte-resse subalterno nos que os honram publicamente. E admiremostambém os que criticam com sinceridade e não os que pensam quecriticar é atirar pedras incessantemente, sem amortecer a quedade tantos calháos com um pouco de flores. Construir uma obramonumental, sem lesar a ninguém, não pôde ser um crime. Crimeé apedrejada, sobretudo quando se trata de uma iniciativa parti-cular, sobretudo quando o seu cunho é profundamente nacional.

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O o o O NOVO PRADO DO JOCKEY CDUI! : CASAS DE) APOSTAS K DO PADDOCK O O o

^IlustraçãoBra sileira

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Guilhermina Guinie

Senhora da mais nobre so-

ciedade brasileira, cuja mor-

te foi sentida immensa-

mente

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\ A;gmmi^eria e

«_9uerra

\lov^nw/síiiherneÃO as conheceram por-

ventura ? Em fila,magrinhas, enfeita-das, velhas e carica-tas, passeiavam todosos dias pela Avenidaas três creaturascujos appellidos eramaquelles acima citados. Mal o sol seescondia atraz cios nossos muros, las-

cados de violeta, voltavam ellas paraa casa, gingando os quadris estreitos,descobrindo os braços finos como dei-gadas varas cie marmelleiro e empi-nando o pescoço ossudo, de tendõeslargamente á mostra.

Quando subiam a nossa artériaelegante e iam e vinham da GaleriaCruzeiro á rua do Ouvidor, lembra-vam três franguinhas clepennádas,que tivessem siclo punidas por falardemais como o pobre papagaio daanecdota bregeira. Os rapazes, cruéispor temperamento e brutaes pela im-petuosidade da índole, fixavam as trêsfigurinhas faceiras, que, ignorandoos seus títulos e se julgando alvo dereal admiração, requebravam aindacom mais petulância, nessa hora, oscorpos mesquinhos e clardejavam,dos olhinhos estreitos e espertos, mi-radas estimulantes a esses fingidosadoradores. Emquanto, animadas eagressivas, ellas discutiam a quempertencia cie direito a imaginariaolhadella elogiosa, os homens, dascalçadas, analysavam o fla-fla dosseus vestidos, a magreza das suas per-nas, o ridículo dos seus andares, onumero infinito dos seus annos. E,as pobres, na vaidade crescente dosseus anceios, na confiança inaltera-

vel nos seus encantos, acreditavamser o seu desfilar na rua, entre tantaselegantes, igual á triumphal marchade Cleopatra no Egypto.

Peste, Miséria e Guerra adora-vam esse minuto precioso das suasexistências, minuto solemne, que sa-boreavam desde que despertavam noseu quarto modesto até que se es-tendiam nas suas camas baratas. Ahora da Avenida!! Para que conse-g~uissem ostentar nesse asphalto, pai-milhado por tanta gente, uma toilet-te garrida, um sapato envernizadõ,um chapéu de plum.as, fitas e flores,viviam a pão e a laranja!

Debalcle, o medico receitara paraPeste, bifes sangrentos, para Mise-ria, fructas sãs e para Guerra, aga-zalhos confortáveis. Ellas desdenha-vam essas receitas sabendo, que, o di-nheiro gasto nessas cousas, faltariadepois para os passeios chies na Ave-nida, onde diariamente, — suppu-nham as coitadas, — eram aprecia-das, queridas e consideradas.

Por isso, a cada dia que se sumiano calendário, as três velhotas sur-giam mais merecedoras dos nomesque a rapaziada, irreverentemente,lhes dera. E, cada dia que, como umaconta fugia do collar do tempo, maisridicularizadas eram ellas pela moci-dade ociosa que, á sua vista, já nãooceultava o sorriso cie ironia que asinfelizes tomavam como sendo de in-timidade. Uma tarde, embriaga-cias pela ventania de gozo soprandona cidade, ellas decidiram subir aum club de dansa.

Era um sabbaclo cheio de sol eeste não se decidira ainda a ir dei-

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^IlustraçãoBra sil ei ra

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tar-se atraz dos morros que lhe ser-viriam assim de para-vento. Erravapela atmosphera um cheiro de sedaamassada, de sachet desfeito, deálcool aromatisado... Os olhos doshomens dardejavam chammas comose as suas pupilas contivessem bra-seros e as boccas das mulheres nu-medeciam-se como untadas de mel.

Peste, Miséria e Guerra senti-ram nos seus peitos apertados umagrande onda do sensualismo contra-hil-os e uma intensa languidez que-brar-lhes as cintas demasiado flexi-veis. Entreabriram os lábios fana-dos, a que a tinta emprestava um co-lorido dè vida, esfregaram umas nasoutras as mãosinhas de unhas lon-gas como garras, mas seccas pelaedacle e agitadas, frementes, depoisde sorverem os fluidos de gozo espar-sos pelo ar, entraram no dancing,apertando-se as três num anceio desolidariedade e de conforto.

No salão, pares enlaçados evo-luiam ao som de um fox-trot, entoadopor um ruidoso jazz-band. Havia noaspecto desses bailarinos qualquercousa de aggressivo que fez recuaremPeste, Miséria e Guerra, acceleran-do as palpitações dos seus velhos co-rações.

Repentinamente acanhadas nesseambiente, que, sem saber porque, lhesparecia inhospito, as três irmãs re-fugiaram-se num canto como umbando de marrequinhas reeeiosas. Arespiração principiava a rythmar-senos seus pulmões, quando notaramque os bailarinos, ao approximarem-se dellas, pronunciavam algumas pa-lavras, sublinhadas por um sorrisoque não lhes parecia amável.

Instinctivamente, como num dese-jo de apoio, uniram as suas magrasmãos que agora subitamente esfria-vam e fizeram com ellas uma cadeia,o que ainda mais chamou para o tris-te recanto a attenção dos que dan-savam.

Numa oceasião em que o terriveljazz-band diminuia o seu ruiclo, ou-viram claramente essa phrase cruele insultante:

Que vieram aqui fazer PesteMiséria e Guerra?

Estremeceram as três mulherese, pela vez primeira, oceorreu-lhes,como um relampaago, a idéia de queaquelle salão de dansa não era umlogar próprio da sua edade, nem doseu feitio. Mas, de longe, um espelhoreflectindo-lhes a esbelteza dos cor-pos, a supposta graça das suas atti-tudes e o encanto do seu grupo que,sem o querer, repetia, pousavam el-Ias, o das três graças, nesse instante,as três desgraças, tranquillisou-asum tanto. Todavia, dentre as phra-ses ouvidas e soltas no ardor da dan-sa, vinha sempre a mesma que lhesfazia subir uma onda de sangue ásfaces usadas e casquilhas:

Que pândegas essas Peste, Mi-seria e Guerra!

Na terceira vez, em que esses so-brenomes, até então ignorados, soa-ram aos ouvidos das três irmãs,uma profunda commoção apoderou-se dellas. Olharam-se, examinaram-se e, emquanto os assobios agudos, osrataplans dos tambores e os roncosdos trombones echoavam, meseladosás risadas dos dansarinos, ellas vi-ram-se taes quaes eram: gastas,feias, ridiculas e... miseráveis.

Então, sem nada dizerem, arras-tanclo os pés rheumaticos, deixandoclecahir a cabeça sobre o pescoço detendões á mostra como cordéis, Peste,Miséria e Guerra abandonaramaquelle local de diversões, onde, atrazdellas, estrondaram gargalhadas im-piedosas e grosseiras.

Dessa tarde em diante as trêscreaturas assim alcunhadas cessaramos seus passeios pela Avenida.Numa casinha modesta, três velhi-nhas, de cabellos brancos, rostos tris-

(Termina no fim da revista)

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CA.RL.OS

Com a primeirarepresentação doGuarany, (i) Car-los Gomes insere-veu-se ruidosa edefinitivamente norol dos nomes artisticos mais emevidencia na época. A bella pro-messa de A Noite no Castello não ultrapassava apenasa espectativa dos seus amigos e admiradores maisoptimistas. Ultrapassava-se a si própria, realisava a mais sur-prehendente victoria de arte até então conquistada na Itália porum maestro estrangeiro. O dia 19 de Março de 1870, portanto,não ficou assignalado somente nos annaes da arte brasileira,mas também nos annaes do Theatro Scala, de Milão, e damusica italiana, da qual Carlos Gomes era um dos mais perfei-tos e completos representantes.

O Guarany foi uma das operas que mais ruido têm feitoem seu apparecimento. Na Itália, a sua vulgarisaçao foi vertigi-nosa, tornando-se popularissimà desde a própria noite da estréa.Atravessando rapidamente as fronteiras italianas, em poucotempo se divulgava em toda a Europa, passando a ser executadoem grandes e pequenos theatros e em fragmentos para pequenasorchestras, por toda parte. (2) Não sendo um trabalho impec-cavei é o Guarany, entretanto, uma parti-tura formidável, cheia de tanta belleza ede tanta musica que daria, sósinho, paraduas ou três operas modernas, de menosmelodia e mais technica.

Além das innumeras qualidades pro-prias que de ante-mão lhe asseguravam oêxito, contou o Guarany, para o seu gran-de triumpho, com a decisiva bôa vontadedo publico de Milão, que tinha pelo nossomaestro a mais franca sympathia, a maisviva e carinhosa amizade. E' que CarlosGomes soubera impôr-se com immensa fe-licidade á dedicação do povo milanez, cujocoração conquistara desde a sua estréa noTheatro Fossati, com a musica da revistaSe sa minga.

Nessa épocha -— lembra um pequenoartigo da revista O Mosquito, que existiuno Pará no anno de 1895 — estava a Itáliasob a pressão de uma grande crise. Parasaldar-lhe os compromissos, Cavour inun-dou o paiz de "assignados" de toda espe-cie. Se sa minga outra coisa não era senãouma critica a essa medida extrema docelebre ministro italiano. A apresentaçãode cada "assignado" em scena proporcionava uma canção novaque o publico applaudia com enthusiasmo. Accresce ainda que,pouco tempo antes, a batalha de Sandowa, arrancara aos austria-cos a hegemonia germânica; de modo que a canção que sereferia a essa derrota, fustigando a Austria terrivelmente, eraapplaudida com verdadeiro furor pelo publico, que se vingava,assim, dos antigos dominadores de sua pátria. Rapidamente amusica de Se sa minga era transformada numa verdadeirarhapsodia, que se escutava em toda a Itália, não só populari-sando, mas popularisando com sympathia o nome de seu autorque conquistava, assim, a gratidão dos milanezes.

Três annos depois, qundo o Guarany subiu á scena pela pri-meira vez, o povo de Milão aproveitou-se da opportunidade para

GOMES

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demonstrar a Car-los Gomes todo oseu enthusiasmo etoda a sua grati-dão, applaudindo-ocom um delirio sem

precedente no Theatro Scala.Desse dia em deante sempre nes-

sa forte evidencia em que só os grandes privilegiadossabem manter-se, ora a defender-se da maldade dos

invejosos, mas sempre a confortar-se ante o applauso das pia-téas, ora a desviar-se da lama que lhe atiravam os calumniadoresde seu talento, mas sempre emocionado com o enthusiasmo dasmultidões que o victoriavam, o nome de Carlos Gomes, detriumpho em triumpho começou a correr mundo graças á magiade sua profunda inspiração e á grande belleza de sua musicaadmirável.

Escripto a principio apenas com um ligeiro prelúdio, soem 1871, a conselho de Rampazini, depois de ter sido o Guaranyescolhido para commemorar a inauguração da Exposição Inter-nacional de Milão, foi que Carlos Gomes escreveu a actual,magestosa Symphonia, verdadeiro hymno da Arte Brasileira, naphrase de Guilherme T. Pereira de Mello, e pela qual "perpas-sam todos os motivos principaes, todas as principaes phrases de

sua partitura bella e barbará áo mesmotempo, com o encanto de suas melodias e ariqueza de sua orchestração prodigiosa."

Diversos trechos da opera rapidamen-te se popularisaram, mantendo-se até hojenos repertórios de cantores e de grandese pequenas orchestras.

Basta recordar, entre elles, a "Ave-Maria", o duetto, Sento una forza indo-mita entre a soprano e o tenor, a cançãodo aventureiro, Senza tetto, senza cuna,a "Symphonia", etc.

O celebre duetto Sento una forza in-domita, foi introduzido na opera, quandojá ia ella adeantada em ensaios e por sug-gestão do maestro Terziani, que fez ver aCarlos Gomes a falta que fazia um duettode amor, entre tenor e soprano, no Io actoAcceitando a suggestão, Carlos Gomes ac-crescentou ao Guarany uma das suas maisbellas paginas e igualmente uma das maisfelizes de toda a bagagem musical do glo-rioso maestro. Ninguém, porém, triumphaimpunemente. Ao lado do enorme suecessoconquistado com o Guarany, teve CarlosGomes de defender-se dos ataques dos que

se sentiam cada vez mais obumbrados pela sua sombra. Houvequem lhe censurasse a factura da canção do aventureiro, àlle-gando que o autor havia feito musica hespanhola. A isso, porém,respondia ironicamente Carlos Gomes:

— O aventureiro é hespanhol. Não ha de, portanto, can-tar uma canção grega...

Para contrabalançar com a maldade dos que lhe invejavamo gênio, está a carreira artística de Carlos Gomes cheia de com-pensações.

Estava ainda em ensaios o Guarany. quando um dia, LauroRossi, antigo professor de harmonia e contraponto do maestro,e que era igualmente o director do Conservatório de Milão, abra-çando Carlos Goms, assim lhe falou entre lagrimas de emoção:

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'k- Final de uma carta de Carlos Gomes a Francisco Braga em 1896

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— O nníco sentimento ée minha vida artística, aíé hoje,é o de não ter sido teu mestre desde o &tb-!mi musicai.

Lemhrando-]he, porém, Carlos Gomes o quanto lhe devia,prosegiáti o velho professor.

Xão. Eu apenas fiai o teu gaia em terra extranha. Fmteu companheiro, nada mais. Quando chegasse do Brasil já na-zias a certidão do talento, a prova do gênio, qne as palmas po-pulares attestam e celebrísam.

Não seria, portanto, de admirar qne. no dia seguinte ao daestréa do Guarany recebesse Carlos Gomes a palavra amiga econíortadora de Lauro Rossí nesta meia dúzia de linhas quelhe escreveu: — "Meu caro discípulo, já Maestro. Dizer-té o or-gulho de que mesinto possuído é ím-possível e é inútilPosso-te afiançarapenas uma coisa:até hoje não meconsta que maestroalgum, nas tuas cir-c u m s t ancias. ga-nhasse victoria igualá do Guarany. En-cho-me de gloria eaperto-te em meusbraços, feliz por con-siderar-me teu colle-ga. Lauro Rossí,"

Muito maior.porém, muito maisexpressiva foi a ma-nífestação de enthu-síasmo que a operado maestro brasilei-ro despertou no es-piríto de Verdi, quejá era. então, am a io r autoridademusical da Itália euma das maiores domundo. Ouvindo.em ensaio geral, a

execução do Io e do2° acto da opera, éclaro que Verdi vianella a influencia desua própria musicanum compositor degrande talento, masainda muito jovenDeante. porém dacelebre e magestosapreghiera "Oh! Díodegli Aimoré!'' de3o acto, Verdi reco-nheceu que havia emCarlos Gomes algu-ma coisa de bello ede genial, que o fezlevantar-se da suacadeira, emocionado, para excla-mar, abraçando Carlos Gomes:

— Este moço começa poronde eu acabo!O immortal maestro italiano, com essa ex

pansão incontida, havia feito ao joven autor brasileiro a maiscompleta consagração, escrevendo, com uma simples phrase umadas mais gloriosas paginas da historia da musica brasileira \1-guns annos mais tarde, em Paris, referindo-se ao Guarany eaos que achavam na opera brasileira alguma coisa de /4 ^/r/oj-«a, dizia Massenet a Francisco Braga, então pensionista do go-verno na Europa: — Só se fôr porque o Guarany também tembailados e índios em scena... Porque, afora isso," como musicae como opera o Guarany é muito superior!

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\ ívendo quasi que exclusivamente preoecupado com a suaarte, não tinha Carlos Gomes outras ambições que não fossemtrabalhar e aperfeiçoar-se, para elevar o seu nome e honrar cde sua Pátria. Elle era a verdadeira negação do homem denegócios, e disso foi prova a despreoecupação com que abriumão dos direitos autoraes sobre o Guarany. Por essa série decircumstandas que acabamos de narrar, a celebre opera do im-mortal maestro brasileiro tinha, a cercar-lhe a estréa. um am-mente de enorme svmpathia. èm Milão.

Aproveitando-se disso, o editor Lucca, rival da casa editoraRicordi, obteve de Carlos Gomes um compromisso verbal deque lhe venderia a propriedade da opera logo após a sua estréa.

A proposta tinhapara o nosso mães-tro o sabor da no-vidade. e elle. natu-ralmente. deante dei-Ia, sentiu-se um pou-q u i n h o maior...Era. porém, umaratoeira aberta á vai-dade de Carlos Go-mes que não tinha,na occasião. outropensamento senão oêxito da estréa jáannunciada.

Assim, na noi-te da primeira, nointervallo do Io acto.em pleno delírio dopublico que invadiaa caixa do theatro,para abraçar CarlosGomes, apresentou-se-lhe o editor Luc-ca com um contractoe uma penna, dizen-do-lhe:

— Pr ometteuvender-me a oro-

Jl.

priedade de sua ope-ra: aqui está o con-

tracto; assigne.0 momento não

permittia reflectúsobre outro assum-pto que não fosse alinda victoria queelle estava conquis-tando para o seunome e para o doBrasil, que não lhesahia do pensamentonem do coração.Porque é preciso ac-crescentar que Car-los Gomes era umpatriota fervoroso,sentimento esse que.naquelle momento decisivo paraa sua carreira, o dominava,

acima de quaesquer outros. To-mou, por isso, da penna que se

Carlos Gomes regendo a "fosca", sua opera predile-et a. (Caricatura da revista "0 Mosquito". que se publi-cou, no Pará, em 1895. - Do archwo do barvtonoCórbiniano Vülaça).

nar, lh, , 1, ^ of£??cia e' sem a0 menos ler" o contTactopara lhe conhecer as diversas cláusulas e para saber do preçonelle estipulado pelos seus direitos de autor, assignou-o imme-

d te"v^dSem •tHbear' SÓmente paSSad0S a1^ diâs° depoisCario, 3

"V ° en0m,e trÍUmPho 1ue conquistara, foi queíroor edade1edoS°r

C ° ^ A™' ^ Ve"dÍdo os di^Ad,propriedade do Guarany pela importancica de 6.000 liras'

ta a»AV0A ftraZ' ° fâCto' P°rém. causoudhe tanto

SoVmé ?Zt«$7S:tZttte-oGaamny-de"as euiçocs, Carlos Gomes insistia junto aos

directores de orchestra para que "cortassem" a vontade a par-

titura onde, elle mesmo começava já a encontrar "defeitos etrivialidades de principiante."

Artista, embora, dos que mais alto e mais dignamente nostêm honrado no estrangeiro, a vida de Carlos Gomes é total-mente ignorada,, talvez de 90°|° de seus compatriotas. Nuncaserá demais, portanto, aqui recordar as principaes peripéciasda estréa do Guarany no Scala, de Milão, recordação que ha deser sempre um doce motivo de emoção para todos os que seorgulham de ter nascido na mesma abençoada Pátria de Car-los Gomes.

Longe do Brasil mas com o Brasil no coração, porque, comoelle próprio o disse, "entre o pensamento e a distancia não haseparação", não foi sem uma forte emoção que o glorioso pa-tricio ouviu, um dia, apregoar pela cidade, o romance de Alencarque ainda desconhecia. — "O Guarany! O Guarany!, — grita-va o vendedor ambulante de livros. E accrescentava: — "O

Guarany! romance brasileiro! historia de selvagens!"Emocionado com a surpreza, Carlos Gomes, que se achava

em um café, em companhia de vários amigos, immediatamenteadquiriu o romance e de sua leitura nasceu-lhe logo a idéa demusicar essa historia suave e sincera que é o amor de Cecy ede Pery.

Passou-so esse facto em fins do anno de 1866. Pouco de-pois, foi Carlos Gomes fazer uma villegiatura na vivenda dosacerdote D. Gaudenzio Stefani, na Meina, no Lago Maior, emcompanhia de Lessa Paranhos, de Robandi, autor da celebreSt ella Confidente e do poeta Antônio Scalvini, a quem o maés-tro brasileiro encarregou da factura do libreto do Guarany.Ficou, porém, estabelecido que Carlos Gomes escreveria, pri-meiro, a musica para a revista Se sa minga, somente depois decuja primeira representação começou o poeta a trabalhar nopreparo do libreto do Guarany. Em 1869 estava a opera termi-nada e a sua estréa preparada para a estação seguinte.

Longe do Brasil, já o dissemos, mas com o Brasil sempreno coração, Carlos Gomes via "approximar-se o dia fatal" entreas mais vivas emoções de duvida, sobre o successo que lhe es-taria reservado, e de saudade da Pátria, dos amigos e parentes.Tendo perdido o pae poucos annos depois que chegara á Itália,resolveu escrever uma carta ao seu irmão, o maestro José aeSantAnna Gomes, convidando-o para ir assistir á estréa doGuarany. "Se tu me faltares, — dizia-lhe elle — e se o sue-cesso coroar os meus esforços a tua ausência far-me-á receberas ovações do publico italiano com a alma cheia de tristeza ede saudade por ti, meu irmão, meu amigo e sempre generosoprotector." Essa carta produziu o effeito desejado. Apesar dejá ter feito uma viagem á Itália para visitar Carlos Gomes ever se o trazia á familia, — o que não conseguiu — o maestroSantAnna Gomes não resistiu e fez-se rumo de Milão no pri-meiro vapor, embalado pela ante-visão do grande triumphô queestava destinado a presenciar. Uma vez em Milão, era a únicapessoa extranha ao theatro admittida nos ensaios da opera, eisso mesmo por imposição de Carlos Gomes.

Violinista eximio, teve o maestro SantAnna Gomes, va-rias vezes, Ímpetos de fazer parte da orchestra. Recuava, porém,da idéa, reflectindo que seria melhor ser exclusivamenteespectador, com o que concordava Carlos Gomes, receioso deque a peça

"pudesse desagradar e fosse o irmão forçado a usardo violino como um instrumento de defeza contra quaesquer ma-nifestações do povo. .. "

Desde o primeiro ensaio que assistiu, ficou maravilhadocom o que via, o irmão de Carlos Gomes. "Pois seria possivelque aquelle trabalho fosse delle!?" E quando o via revoltar-see indignar-se com os músicos e os interpretes, qué não corres-pondiam perfeitamente aos seus desejos, quanto não sé surpre-hendia o maestro SantAnna Gomes!

— "Não te conheço mais, meu fujão de S. Paulo!... —¦dizia-lhe elle; e accrescentava: — "E ainda te zangas com esses"graúdos"?

A verdade, porém, era que Carlos Gomes já se achavaperfeitamente identificado com o meio, que é o mesmo,em toda parte e em todos os tempos... Approximava-se, entre-tanto, o grande dia, o dia memorável da grande batalha deci-

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siva. "Na véspera — escreve Luiz Guimarães Júnior — CarlosGomes emmagrecera duas libras, e não conciliara o somno cincominutos sequer". E nunca, como nessa noite sentiu tanta saudadedo pae que desapparecera.

Como sóe acontecer em casos semelhantes, o mundo musicalmilanez não tinha outro pensamento senão a opera brasileira.A cidade estava coalhada de grandes cartazes, chamando a atten-ção do publico para a sensacional estréa.

Era, para uns // Guarany.', para outros II Guarany! maspara todos a obra de estréa de um musico estrangeiro, acolhidacom todo o enthusiasmo pelo mais celebre de todos os theatro-;lyricos do mundo. Annunciado para as 8 horas da noite, ás 6já a policia havia sido chamada para conter a multidão quequeria, a todo tranze, invadir o theatro. Platéa a que, habitual-mente comparecem para mais de duzentos maestros composito-res, pode-se calcular, na phrase do escriptor citado, o quanto"o ciúme e a admiração, a ^mmulação e a amizade não corriamao successo ou á derrota do maestro brasileiro!. .." Sabendo-seo quanto era sisudo e grave nos ensaios, póde-se, igualmente,calcular o estado de espirito de que se achava possuído CarlosGomes, que, nessa noite, entrou no theatro alegre e saltitantecomo quem se sente no auge de sua felicidade. Empregados,coristas, cantores, bailarinos, todos emfim, não podiam contera sua surpreza: — "Bravos! como está hoje! sim senhor! Con-fiança em si, em primeiro logar! O successo é certo, maestro.é certo o successo do Guarany!" E Carlos Gomes a todos dis-tribuia apertos de mão, rindo-se, galhofando, agradecendo-lhesas palavras animadoras e palpitando de prazer e de confiança.Elle havia deixado, pouco antes, os seus amigos Terziani, re-gente do Scala, maestro Faccio, o poeta d'Ormeville, seu irmão,o ministro Lessa Paranhos e outros, com os quaes jantara eaguardava ancioso o "momento fatal do inicio da opera. Ascampainhas do theatro começaram a tilintar, os interpretes cor-riam para os seus competentes logares, a orchestra principiavaa afinar os instrumentos, o publico apinliava-se, ancioso, notheatro. E, quando Carlos Gomes viu os quatrocentos figuran-tes da opera desapparecerem-lhe dos olhos, um por um, como asimagens multicores de um romance de Cooper, e, espalhandoa vista em derredor sentiu o isolamento em que o haviam dei-xado, comprehendeu a gravidade do momento e tremeu comoum condemnado! Quiz chamar por alguém, para não ficar só. . .mas. . . A orchestra marcou os primeiros compassos do Prelúdioe o panno subiu lentamente..."

A victoriá formidável do Guarany affirmou-se desde o i°acto até o ultimo. Depois das acclamações de cada intervallo, aacclamação final em que, juntamente com o publico, tomavamparte todos os artistas, coristas, comprimarios, comparsas, bai-larinos, orchestra, maestros, empregados do theatro, todos, emfim, num delírio sem precedentes, que durou cerca de meia hora,durante a qual Carlos Gomes era a figura central de uma ver-dadeira apotheose.

Quando o publico se retirou do theatro, foi debalde queos amigos, collegas e admiradores procuraram por Carlos Go-mes, pois pretendiam carregal-o em triumphô pelas ruas dacidade. E' que elle havia corrido para casa, logo após o ultimoécco da ultima palma, e ahi, chapéo atirado sobre o piano, paletóa um canto do quarto, sem pensar, sem quasi tomar fôlego, semse despir, jogou-se na cama, cobriu-se até á cabeça, reflectindocomsigo mesmo:

— "Venci ! venci a batalha !''Os amigos procuravam-no por todos os cantos de Milão,

até que foram dar com elle em casa, escondido como um con-demnado que foge á Justiça. . .

Entre outras provas de grande apreço em que era tido omaestro brasileiro, na Itália, duas lhe foram particularmente gra-tas: a princeza he ria, Mathilde, que o applaudira enthusí-asticamente, foi a primeira a encommendar um exemplar dapartitura, e o Rei da Itália, a seguir, por proposta do Ministroda Intrucção Publica, conferiu-lhe o titulo de Cavalheiro daOrdem da Coroa da Itália.

O successo do Guarany repercutiu rapidamente no mundointeiro. A sua apresentação no Scala foi confiada aos^ artistasMaria Sass, Cecy; Villan: Pery; Storti. González; Theodoro

'"Illustração3r asile iraColoni, D. Antônio de Mariz; Victor Mourel, Cacique: SeverinoAlazza, Masaio e Annibal Micheloni. todos sob a regência domaestro Terziani. Além de ter sido representado, a seguir, émtodas as principaes cidades italianas, foi levado em quasi todasas capitães e maiores cidades da Europa e da America, constandoate, que foi cantada em portuguez na cidade do Porto.

; Do Brasil o glorioso patrício começou a receber pedido;gentes

para que promovesse aqui a "sua

represeutacão: démodo que Carlos Gomes não descansou emquanto não realisouesse desejo q„e era. talvez, muito mais seu do que dos <eU5compatnota, Fo, na propm no.te ^ estr.a J jmiâo seus

movido com o que acabara de presenciar, lhe propoz:— Partamos agora para o Brasil, Antônio!

P^r/fT1 ~AeSp°mieu-]he CarI°s Gomes, evocando aPatna d.stante que lhe vivia no coração. E no dia i, de Tunhodo mesmo anno de 1870. regressaram os dois irmãos ao Wa bordo do paquete Poitou.

dito em referencia anterior, devemos V ma or / * -T™' ^ já foi

.ue tén, sido a base desta' sérieT l£T£?0t.ZV* ' "^5^3 3uor« o nosso glorioso maestro.

T A A jrO

registra a seguinte relação de datas, da estréa do Gu-arany nos principaestheatros do mundo; num periodo de nove annos incompletos:1S70 — 19 de Março, estréa no Teatro alia' Scala, de Milão; 1870 —

2 de Dezembro, estréa no Theatro Lyrico do Rio de Janeiro; 1871, 2 dé Se-tembro. espectaculo de gala para solemnisar a inauguração da ExposiçãoIndustrial de Milão: 1871 — 18 de Outubro, estréa no Theatro de la Per-gola. de Firensc. com vinte e duas representações seguidas; 1871 20 deXovembro, estréa no Teatro Apollo. de Roma, com quinze representações-1S72. Janeiro, estréa no Teatro Cario Felicc, de Gênova, com vinte repre-sentações: 1872. Abril, estréa no Teatro Communalc. de Ferrara, com maisde trinta representações; 1872, Junho, estréa no Convent Garden de Londres;1872. Julho, estréa no Teatro Erctcnio. de Vicenza; 1872, Setembro, estréano Teatro Communalc. de Trieste comdezesete representações; 1872, Outubro;estréa no Teatro Socialc. de Treviso, cem vinte representações seguidas;1872 — 2S de Dezembro, estréa no Teatro Regio di Toríno; 1872, Dezembro'estréa no Teatro Bellini. de Palermo; 1872, Dezembro, estréa no Teatro Bel-Uni, de Catania: 1873, Fevereiro, estréa no Teatro Regio, de Reggio; 1873;Agosto, estréa no Theatro de Lugo. junto de Ferrara; 1873. — 25 de Outubroestréa no Teatro Xazionalc. de Gênova; 1874.. estréa no Tcairo Colon, d?Buenos Aires: 1876. Março, estréa no Theatro Lyrico, de Varsovia; 1876 —

4 de Xovembro. segunda temporada, no Theatro S. Pedro, no Rio de Janeiro-1876, Agosto .estréa no Teatro Solis, de Montevidéo; 1876 — 23 de Dezembroa celebre soprano Borghi Mamo, na festa de seu beneficio, canta, em Paris,'a balada do Guarany, durante a "lição de musica", do Barbeiro

'di Seviglia;1877. Agosto, a Syniplwnia do Guarany é executada pela primeira vez. emParis, no salão do Trocadéro, pela orchestra do Scala, de Milão e sób a re-

?:ncia do maestro Faccio; 1878. Xovembro. estréa no Theatro Havana, deHavana: 1870 — 12 de Fevereiro, estréa cm S. Petersburgo; e 1879 —14 <A Fevereiro, estréa em Moscow.

s G O M K SO O

NOCTURNODA PONTE EMS. LEOPOLDO

Uma estrella cahiu na água nocturnae, maliciosa, ficou boiando, exilada.

Sobre o candieiro da ponte e o seu halo amarello.as mariposas vem bailar a valsa de uma noite,com giros bambos, numa luminosa aureola,festejando o lampeão abandonado...

Pantomima. . . vae a ronda.

Olha — a estrella cahiuna água nocturna do rio,onde ha luzinhas tremulas, vermelhas, espantadas,em luminárias leves de lampeões.

(Lá no céo a lua, candieiro morto, abandonadsem mariposas de constellações. . .)

Porto Alegre.

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bello mir deMAR, oagosto.

Os dore.os negros, agu-dos, dos penedos, affron-tavam, impávidos, o gran-de mar mysíerioso, semuma curva suave, semuma linha acariciante.

Agulhas finas, terríveis, revestidas de limosujo, grosso, de ostras velhíssimas, navalhantes,perigosas, mais perigosas ainda com o perpas-sar do tempo — eis os braços que a penedia sei-vatica estendia para as ondas fieis e murmu-rantes.

Nos dias claros, a primavera vinda, quandoo céo de um azul desmaiado parecia menos pro-fundo, alargando-se, além, por todos os lados,dilatando o infinito com a grandiosidade quasireligiosa das cousas indomitas, aquelle canto dcrochedo vivo, abrupAc, pétreo, abrazava-se de luzquente e tinha a belleza impressionante da ge-nesis primitiva, das feituras desconhecidas.

Lá embaixo, como que as ondas doiravam acerda de espumas, vindo, com impeto de pai-

xão, quebrar-se na pedra inabalável e, depois,enfraquecidas e nutantes, desmanchavam-se ásuperfície do abysmo vertiginoso, virgem, inson-davel, que se abria pelo penhasco a dentro.

Além, na primeira curva avermelhada daterra fecunda, as primeiras verduras, em toquestenros, esboços de paisagens íranquillas e vigo-rosas.

Robles annosds, augustos, afeitos á sanharancorosa dos ventos, balouçavam as cimeirascompactas, de um verde escuro, cheio de seivanutriz cercados de herva humilde e rasteira.

Longe, bem longe do vulto horrido do ro-chedo negro, as casas baixas dos pescadores her-culeos.

Apenas uma — a de Evandro — mais afãs-tada, alteava-se ennegrecida de fumo, a cempassos da ponta fantástica.

O mar, o bello mar de. agosto.O sol desapparecera, mas ainda erravam na

vastidão dos céos tranquillos, as ultimas clari-dades do dia, tons suaves, opalinos, sangüíneos,

reflexos de amethistas puras — a combinaçãomaravilhosa de uma enorme aquarella cheia dapoesia e da tristeza das grandes horas myste-riosas que morrem...

A brisa soprava de leve, sussurrante, con-tando aqui e ali segredinhos atoa.

Em frente á praia grupos de mulheres con-versavam, ainda, olhos fitos nos últimos barcosque chegavam devagar, velas murchas, desli-sando sem ruido.

Evandro que não vem! Tocam a Ave-Maria e que não vem, disse, suspirando, umadellas, mais nova, a mais linda e a mais triste.

Elle tem chegado sempre tardo, aquel-le Evandro, respondeu um homem robusto, lar-go, curtido do sol e do vento rijo, approximan-do-se lento.

Silencio.O mar respirava manso, muito calmo, can-

sado já, com longos haustos.Ao lado, sob o céo ainda claro, destaca-

va-se o torso fantástico do penedo negro, pro-jec tando na poesia daquella hora, a mancha in-quietante de seu vulto de animal feroz e soli-íario.

O homem enfiou ás mãos nos bolsos dascalças- justas e, voltando-se para o penedo ma-gestatico, murmurou com voz grave:

Os penedos malditos! Os penedos mal-ditos!

As mulheres voltaram-se persignando-se,olhares medrosos e, elle, com sua voz grave:

Os penedos malditos que se defrontamcom o mar bravio! Só elles! E ali ficarão este-reis, eternos, plantados á beira do abysmo cheiode ostras mortíferas, no encantamento de suamaldição, inúteis, sem um movimento de vida,sem a verde veia de um musgo, até que um gran-de amor innocente os cubra com suas lagrimas,seus gritos, seus lamentos e seu sengue! Os pe-nedos malditos!

As mulheres afastaram-se lentas com cala-frios de terror.

Ficou só ella, a de Evandro, olhos tristesno grande mar tranquillo que já começava a do-lorosa canção das noites sem lu2

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Escuta. Maria, disse o homem appro-ximando-se, com as- mãos nos bolsos. E\s amais linda, a mais nova e a mais triste. E's umaestranha flor queimando-se sob estes céos impie-dosos, presa a esse Evandro gigantesco, áspero,terrivel, que não te comprehende. . .

Elle é meu marido, respondeu com umsuspiro.

Oue imporia? E sabes? Vendi meubarco e vou para a cidade. Queres ir commigo?

O homem acercou-se, olho-; pardos, febris,peito alto, refolegante.

Elle é meu marido, respondeu com avoz firme.

Era quasi noite. Morosa sombra, larga eimmensa, cobria, aos poucos, o bello mar deagosto, vinda dos recôndito?: imprecisos da ago-nia da tarde.

Um barco aproou de manso. Um homem gi-gantesco desceu. Ccnho terrivel, beiço sangrandosob o dente raivoso.

Que fazes aqui com este homem, Maria?

perguntou com voz enorme, irada, apertando-lheo braço branco.

Esperava-te. Tardavas tanto... E ellecontava-me a lenda do rochedo.

Lagrimas borbulhavam-lhe nos clhos tristes.A sombra tomou a terra toda. As estrellas

aecenderam-se tremulas, tímidas.. .Elles entraram silenciosos na casinha baixa,

ennegrecida, no extremo da praia.Ao redor da luz incerta e avermelhada do

candieiro, acabaram a ceia.Evandro não mais lhe dera uma palavra ao

menos.Os cabellos espessos, hirsutos, jogados para

traz, em desordem, davam-lhe um ar de fera

pensativa. Os olhos tinham fulgores metallicos,

por vezes, mas cerravam-se, quasi, interceptandoo pensamento intimo e pertinace.

Vae deitar-te, disse á mulher. Queropensar sozinho.

Ella, mais triste e mais linda, ennovelou-sena cama — na pobre cama dura que lhe conheciatodas as desillusoes da vida.

Começou a pensar nelle, nesse Evandro tãorude e, ás vezes, tão meigo, meigo... Lem-brou-se do outro, que já vendera o barco e quese ia para a cidade, além, para a cidade que ellanão conhecia...

Se fosse com elle? Sahiria daquelle tectobaixo e tristonho. Deixaria aquelle Evandroenorme, áspero, egoísta, ciumento, que só a que-ria ali sozinha, bem longe de todos. ..

Sc fosse? Evandro andava calado, feroz,sem um sorriso, sem um beijo — o seu beijoselvático que a assustava sempre. Se fosse?

E adormeceu depressa.»

O primeiro gallo cantou ao longe. Ogrande silencio dominava o mundo adorme-cido.

Ali, perto, o gemido prolongado e triste dobello mar incomprehendido, vigilante. ..

.Evandro, com a cabeça entre as mãos gros-seiras, pensava ainda.

Os olhos raiados de sangue, rolavam pavo-roses.

Seu enorme peito rugia oppresso no fundo desua dôr e de sua duvida.

Ah! Será verdade? Aquelle sujeito!Porque tem algumas moedas! Elle fareja-a,

íareja-a! Tenho-os visto juntos. Sim, sim. Te-nho visto. Tenho visto muitas vezes mesmo.Será verdade? E ella? As mulhares têm lásuas idéas. .. Esta, aqui, está por medo, pormedo!

Levantou-se. Mãos empadas, bocca li-vida.

Não é possível. Precisa ter um fim.Tudo tem fim. Se fosse verdade? Vejamos.Lembremo-nos... Eu os vi... Está aqui pormedo, por medo!

Chegou á frincha da janella.Larga e imprecisa claridade começava a es-

tender-se no mar tranquillo.O coaxar longínquo dor, sapos tinha, para

elle, o estridor apavorante das cousas desconhe-cidas. A harmonia mysteriosa da noite, o menorruído do grande somno, chegavam á sua almainquieta e perturbada, exaggerados, deturpados,carrilhonando zombadas inéjrivcis.

Passos! ouviu passos lá fora. Sim erampassos, bem distinetos, rondando a casa iso-lada!

Elle, de pé, com os olhos muito abertos,allucinados, o frio da superstição na espinha,sentia, em volta, a assonancia espantosa de todosos sons estranhos, ignotos, terríveis, gritancb,cantando, gargalhando, ricocbetando agudos,

graves, sibilantes, fragorosos.Chegou-se á mulher adormecida. Fitou-a

de perto com o olhar sangüíneo.Ella corria, num sonho delicioso, talvez,

feito dum grande amor de tranqüilidade e de

poesia, em alguma cidade muito linda e dis-tante...

(Termina no fim do numero)

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rgoM desses espíritos animados de

puro idealismo e generosaSaul de Navarro iniciar e en-fraternidade, com o qual poude

fecundaMiguel

Santafé de Bogotá.

treter interessante ecorrespondência literária, chama-seRascli Islã e vive em _ _.. Nao é mister esclarecer quem elle é. porquedessa nobre iareía já se incumbiu Navarronos jornaes do Rio de Janeiro, de tal sorteque. pode dizer-se. o poeta columbiano é hojeum cantor conhecido e amado no Brasil.Rash Islã é desses nobres espíritos, a que iános referimos, que expontaneamente procura-ram conhecer-nos. por estabelecer entre duaspátrias fronteiriças o vinculo duradouro dointercâmbio mental e do commercio literário.E não foram perdidos os seus passos nestasenda de são idealismo. Rash Islã e Saul de-

ram-se as mãos. atravez da distancia, parao mais elevado dos intuitos, e á fé que con-seguiram o que almejavam, creando. entre asduas nações irmãs, a intimidade de relaçõesespintuaes que as pode conduzir a uma uniãomais perfeita. Navarro proporcionou ás nos-as letras legítimos deleites, com a revelaçãode profundas e preciosas rimas colombianas.Islã interessou a cidade atheniense de Santafécom algumas das obras-primas de Bilac econfrades. Saul mostrou ã nossa gente umviciorioso emulo de Alberto Rangef na pin-tura dantesca do Inferno Verde — Tose Eus-rasio Rivera. autor do romance tersõ e fortede La 1 oragine. Miguel passou para o versocastelhano, com esmero e talento, os mellio-res poemas de Vicente de Carvalho e LuisCarlos da Fonseca. Esses são apenas exem-pios isolados duma empreza muito vasta ecomplexa, que cada dia mais se desdobraSaul de Navarro no Brasil é o ponto de apoio<lessas synipatliias fecundas, e o que elle

"rea-

hza na Loiumbia, com Rasch. Islã e outro*pratica

^ também com os demais centros lite^ranos hispano-americanos.

Lm ímcto brilhante dessa verdadeiracampanha patriótica, e sobretudo america-

fffí/^f^ I31SI2, vae ** conhecido brevemente com a

publicação, agora annunciada por Islã. dumformosíssimo livro, sob o titulo Alma Brasi-lena, em que serão reunidas as muitas tra-ducçoes de versos brasileiros perpetradas pelopoeta columbiano. Traducções admiráveis.que não se acorrentam ao espirito literal dosonginaes, e. ao contraria, buscam na para-phrase a ductilidade. a elasticidade, a plasti-cidade, que a versa-, fiel e fria não pude per-mirtir; as traducções de Rasch Islã dão umaidéia íeliz e brilhante do quanto valem osnossos cantores. A mor parte das traducçõeshespanholas atéí hoje tentadas, principal-mente com os sonetos de Bilac. padece justa-mente desse insanável defeito, que rouba aexpontaneidade e a louçania exhibida poraquelles poemas em sua lingua materna ¦ de-teito de demasiada fidelidade, incapaz denansíundir em alheio aceento os ardentes ecapitosos arroubos e amavios da poesia bra-.si lei ra.

Esperando, embora, com legitimo inte-resse e Wa curiosidade que o livro da Almabrasurna seja dado aos prelos, não é delleque queremos falar neste momento Onere-mos, sim. communicar ao leitor algumís im-pressões da leitura do ultimo poema publi-cado pelo poeta columbiano, La Vision pa-gina de indiscutível brilho e funda emotivi-dade, que merece ser apreciada no Brasil porcnncos capazes de dizerem alguma cousa maisao que aqui se registra.

Rasch Islã explica, en, claro e opportunon*Mn, como lhe nasceu a idéa de compor«quelles verse,, ao Ièr, „a companhia amávelmstrucfva de Victor Londono, outro mes-re cohnnbaano, o famoso livro hespanltol,UÍVfa,Oscura, de Dom Gaspar Nunez deArce, msigne rhapsodo castelhano. Não co-nheço a composição de Arce, nem posso, as.

^ de ^ " 5e-trata d'Uma reP1Íta aP—•

21- ^ ISSO' De1«alquer modo éorça uaagmar que Is!a p02 „as ;

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do a, realça sob a inspiração in,mediata dosgrandes mestres F á errt* ,r„,rT- .- eno ^ue- se ^gue dePmo a, pegadas de Arce. acompanha tan,-

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bem as do divino Dante, em cujo metro ,e emcujo thema parecem modelados os tercetos deLa Vision. Em carta ao poeta tivemos ensejode dizer-lhe, com agradecimentos a uma ama-vel dedicatória, que a leitura do seu poema,lembrava-nos o Dante e tambem Junqueiro,na Morte de Dom João, e citávamos os doisfamosos cantores, luso e itálico, pelo simplesgosto d,e approximar obras-primas.

O argumento de La Vision, como indicao seu autor, é simples e claro ao mesmo tem-po. Elle imaginou, em plena Oscura Selva, operíodo da vida do homem, entre trinta ecinco e quarenfannos, ,em que ás crenças, aosenthusiasmos, aos anhelos da primeira moci-dade, succedem a desconfiança, a apathia e aduvida. Transição perigosa, accrescenta elle,para todos os homens, e em especial para osque, por motivos de sensibilidade e de tem-p.eramento ou pela hyperesthesia do nossosêr, sentem-se inclinados á vacillação, ao pes-simismo, á magua, sem o contra-peso duma

. quilibradora dose de energia intima.

Yo tambien ai bafar por Ia pendknteDe Ia escabrosa cuesta de Ia vida,me hallê <cn Ia escura selva de repente.

Tambien me vi sin norte y sin salidaBn mitad de su fosco laberinto,presa áel medo y con Ia fé perdida.. .

Inolvidavel instante da vida, em quecruzam o attribulado espirito do poeta a in-certeza e a dôr; pleno d,e inquietudes, de lem-brancas amargas, alanceado o coração, des-norteada a intelligencia. Idade de pezares ede incertezas, que força á meditação nos eny-gmas da existência terrena, atormentada porproblemas indecifráveis e realidades cruéis.Appareqe-lhe então a visão diaphana e subtil,que é a Esperança, a illuminar-lhe as tortuosassendas da escura selva. Tal como o Dante noParaíso.. .

Artera dada anonadarme quiso,Y a semejansa de tu caso, oh Dant>e,Me salvo una Vision dei paraíso.

E saldem ambos, o Poeta e a sua Visãoluminosa e bemfeitora, a percorrer as exten-soes infinitas do infortúnio humano. Qua-dros de horror, pintados com allucinanterealismo, abrem-se aos attonitos olhos do ex-cursionista. Todos os doentes, todos os infe-

lizes, todos os flagellados, todos os peccado-res vão surgindo em legiões que se renovam,e renovam o espectaculo do soffrimento semlimites. Leprosos, tysicos, cegos, meretrizesformam a ronda sinistra da humanidade emgehennas. E, depois disso, depois dessasscenas de horror e desespero, que é que con-duz a humanidade, levantando-lhe o animocombalido, a fé mentida, a illusão desfeita?E' a mesma Visão quem formula essas quês-toes acabrunhantes, para ella mesma respon-der com a irradiação da sua luz re dem-ptoua.. .

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Que remotoparaje veen lucir en lontananza?Que linea dc oro en su nublado immotof

— Miran mi irradiacion que a todo alcanza,el rayo azul que por doquier di fundo. . .

Y prosiguió velando Ia Bs.peranm-Sobre Ia frente immeinorial dei mundo!

Embora eterno o thema de Islã, é sem-pre novo, pelo que traduz de realidade cruelda triste condição humana. Elle o faz revivercom brilho inconfundível da sua arte perfei-ta, que cinzela o verso com a virtuosidade ea alma do ourives irreprodhavel e apaixo-nado. Por isso as suas rimas, com o tocaremintimas fibras do sentimento, impressionamtambem de modo indelével, o sentido da bel-leza. Sabe elle dar relevo, pôr em foco, ocontraste em que reside a razão mesma dopoema: o optimismo da Esperança em con-traposição ao pessimismo do soffrimento, aVisão diaphana, crystalina, luminosa, da FadaBemfazeja, guiando o poeta atravez dos qua-dros horrificos da desgraça. E as duas mo-dalidad.es daquella tersa poesia se conjugam,para homogeneidade do quadro, quebrandoarestas, gerando harmonias, unindo a alegriae a dôr no mesmo conjuncto desconcertanteda Vida.

Eis o imperfeito transumpto do ultimopoema de Islã, que confirma as suas sei útil-lantes qualidades de artista. Sirvam estas li-nhas ao menos para reter a funda impressãocausada pela leitura da linda plaquette, queacaba de ser editada em Bogotá, impressãoligeira que não traduz toda a nossa admira-ção pelo poeta magnífico.

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Santafé-de-Bogotá, Setembro, 1925. »_3^?_aS_

^Ilustração.Bra sileira

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Na Legação da Tche-co Slovaquia, emcommemoraçãoao sétimo anniversa-rio da independênciada sua pátria, o SenhorMinistro e a SenhoraKybal offereceram umafesta ao corpo diploma-tico junto ao nosso go-verno e ás altas auto-ridades brasileiras. Se-nhoras do alto mundocarioca tomaram partena festa, vestidas detrajos slovenos, dan-

sando ao rythmo enos passos cara-

clerlsticos da-quellanação

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fe f> M t *¦. V «• Jk 5 ... ffl^T^Ci^feí (...pronunciadas pelo poeta Abgar Renault no Th atro Municipal de Bello Horizonte, a 6 de Fevereiro WY^SP^

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(... pronunciadas pelo poeta Abgar Renault no Thde 1923, quando o escriptor portuguez Antônio

U tenho para mim que umaapresentação nas circums-tancias de agora, — sen-do o apresentado quem é—, era perfeitamente dis-pensavel.

Ha espirites dc quejamais deveria falar-se —

151espirites que deveriam ser lidos, penetrados, com-

prehendidos e amados. Mas nada. E isto por-que tudo quanto delles se disser ou será falso ouestará aquém, muito aquém da radiosa realidadedo seu prestigio.

Tenho, porém, a doce vaidade de crer que o

que vos falarei de Antônio Ferro e de sua Artese enquadrará na segunda hypothese.

Dentro em alguns minutos, íereis o pra-zer de ouvir discorrer sobre a "Arte de bemmorrer" o mais original dos modernos espíritoscreadores da literatura portugueza.

Está. na sua originalidade o seu melhor elo-

gio e, forçosamente, para muitos, o seu maior

peccado. Sua mascara literária é vincada destAcos profundos e definitivos. E' elle próprio.

A graça leve e amável da sua palavra en-cantada é uma pouca de sua alma e, por issomesmo, é delle só. O hitmour inconfundível dosseus ditos é o seu próprio sorriso interior debelleza, de alegria e de mofa para a Vida. Averve e o encanto desses "looping-thc-ioops" da

Verdade, que elle põe á bocea das creaturas deseus livros, são outros tantos modos dc ser deseu espirito ante os seres e as ciousas.

Estou em que, ao cabo de tudo, pezar danovidade da sua literatura, que cheira elegan-temente, amavelmente a Paris, Antônio Ferroé... um retardado. Ninguém se espante. Eume explico. Um artista é sempre um helleno:a Arte inteira Vem integralmente da Helladadivina. A alma de um artista de hoje — sejaelle quem seja — não passa de uma simplesactuação. Poderá não ser verdade... Mas tal-

vez seja bello. E é o que me basta. Antônio

Ferro, como todo grande e verdadeiro artista,tem também uma alma antiga. Por um milagre

de adaptação, apresenta-se a todos com a alma

de um homem do século XX. Talvez gemamdentro do seu subconsciente um punhado de re-

motas saudades da velha Athenas. Sonham

atro Municipal de Bello Horizonte, a 6 de FevereiroFerro realisou ali uma conferência literária).

ainda, talvez, no fundo dos seus olhos, o verdedaí- ondas do Egeu, o violaceo colorido doHymeto e o esplendor decadente do Olympo.Talvez tumultuem na sua memória as visões dosritos, esplendidos de Dionysos e, como um so-nho, lhe rasguem, quando a quando, o pensa-mento as velas dos galeões hellenicos, a sulcaros tranquillos mares da Grécia. . .

Mas. .. elle chegou neste século. . . Veioatrazado. . . Que fazer ?. . . — Resignou-se eadaptou-se. Assim, ao envez de ficar a adorarem pensamento as praias grega**), em que dor-mem recordações eternas: ao envez de, em ex-tase, perder-se platonicamente na saudade dosfestins de Dionysos; ao envez de parar na vida,i escutar a meíopéa vaga e quasi perdida dascanções de seus ancestraos espirituaes, — suaalma passou a amar a Vida de hoje tal qual aVida de hoje é. E que quereis? A sua antigaAthenas, pátria da Belleza e pátria commum detodos os artistas, já trocou, de certo, o seu ex-tase ante o Parthenon pela admiração deante deum "bungabw".. . Onde talvez houve outr'orasitios que se sagraram ao contacto dos humanis-simos deuses hellenicos, abriu-se certamente umcinema, em que se realejam tangos e fox-trots,e se esmóem diariamente os Tom Mix, os Wil-liam Harts, as Bébé Daniels. Archaicos carrose carretas, bigas e quadrigas trocaram-se porStudchakcrs, Buicks e até por Fords... Quefai;cr, pois? Adaptar-se. E Antônio Ferro ada-

ptou-se, e amou, como um bom viveur do se-culo AT, a Vida do século AAY. Amou-a des-vairadamente. Amou-a escandalosamente, desdeos seus co fés a 200 réis a chicara aos Packardsa 30$000 a hora. . . desde os estardalhaçantes"Jazz-bands" ás subtüezas de Debussy...

Claro, iorte, alegre, luminoso e esfusiante,elle ama com arte a sua Arte, e a possue, nosseus momentos de amor, com graça e espiritua-lidade. O homem — já se escreveu, creio — é,no amor, besta e deus. Nada lhe falta então: écompleto. Mas em Arte é preferivel ser incom-

pleto e possuir a Arte apenas como deus...Sóbrio e simples, Antônio Ferro é, antes

de tudo, um anti-complicado: pensa com sim-

plicidade, sente com simplicidade, escreve comsimplicidade. E por isso é que poderão cha-mar-lhe complicado. . .

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Eni sua Arte. cada palavra tem uni intimovalor, uni pessoalissimo sentido. Elle tem o dom.jxirece. do um como sexto sentido do verbo. Cadavocábulo, na sua phrase. é um corpo vivo e ner-wso a contorcer-se, a soffrer. a gritar, a san-grar. jx>r vezes. Vivem de um expressiorúsmoextranhamente vibrante e quente. Xa concepçãoc na urdidura e sempre imprevisto e paradoxal.

A Arte inédita de Antônio Ferro tem. paramim, sua maior graça, e sua maior força nomaravilhoso nia>abarismo das idéas. Elle é umr.dmiravel prestidigitador de idéas. um eximiomalabansta de jogos da sua imaginação. A suaphrase saua, pincha. pula. gyra. regyra. rodo-' - xremx- e. distenJe-se, enrosca-se sxbre

com2 unia -^r-rx-Hr^ ^ .mi,VH • •

saltar, pin-

mesma.A.

í .. í ii n _; vc-"ttfEau >c .

para depois, numa subiracitar, gyrar e rodopiar dc novo...

¦-'-•'•'¦ -.\ tem m sua bocea uma jjracrHC-i^j ponto, un

MMirresistível. F" certamente.roftfaino. A verdade, mercê daquelle artificio.<onr- eni s"a^ «"aos. verdadeiros "looping-die-ioops%\ Atira-se ao ar. de mil modos inimagi-nxxeis: torce-a. inverte-a. e acaba, ás vezespor viral-a pelo avesso, si e que ella — a ver-cadê — já não e o avesso de qualquer outracousa — a mentira, por exemplo...

, E' o q«e se vê naquella desconceríaute"Tneoria da Indifferenra" ^—> •«,« -.-i*i—ic.ci.ca . em que seu verbo

e sobretudo, eminentemente sugestivo. Xã.tliZ tudo: SUí"^"é~e • rfeiv^» -2.^ ^-1--^ -^•_:^>v-v-- <-^--Vi ao noí^o cxpinro a vo-Inpia subal da adivinhação. Sua Ar:e pudera.então, comparar-se a uma linda mulher, que seapresentasse aos nossos olhos coberta por uniasaze renuissima, a velar-lhe a gloria esculpmraldas fôrmas, e de que apenas pudéssemos en: e-ver e entresenrir a ponta de um pé... a ondu-

- uaCUd uc uma cun^a... o vestj<no tu-sace ae um perfume... Tal a sua Arte. E nã^adixinhamos n^s. por es;as revelações mínimas.toda a bçlieza do corr^ esbelto e fonuoso des«a Ane; Mercê disse falso pudor, que é. aocabo. uma insidia de!i^3f>?a «5^ -a uc^josd, nao t.c^ce em no*a \^lupia de adivinha]-a: Xão ^ra -->--maior, muito maior, e muito mais empolgante onosso deslumbiamento ante a revelação dessequasi-mysicrio ?

Xào podem passar despercebidas as mu-ateres na obra de Antônio Ferro. Vejamos, ro-exemplo, essa admirável Leviana, que emprestatitulo a uma esíusiante noveüa. Para OscarWilde, ha duas classes de muBieres: as que senão pint^ e as que se pintam. As primeirassio úteis apoias. As segundas são a^adavei<

Leviana pertence á segunda classe: —'lia: é graciosa, é fina, é ele-

gante, é gulosa, pinta-sc e espartilha-se comapuro. Xão é bôa, nem é má: é mysteriosa.Mas. sem mysterio algum, é perversamente vo-luptuo a. Dá-se ao luxo raro de fazer phrasescomo estas: — "Rasguei hoje o teu retrato.Senti que, si continuasse a olhar para elle, dei-xana de gostar de ti: estás tão parecido!" —"Que

grande dôr de cabeça... Dir-se-ia quevou pensar...'" — -Marco, todos os dias, com-mgo. um "rendez-vou>" ao espelho. Falto sem-pre. A minha imagem, ali. á espera, e eu, muitolonge, comtigo, nos teu braços". — "Eu rezoper devoção, quasi por vicio. Sempre gosteide raiar muito sem dizer nada". — Só conse-2«seni vestir-se bem r.s mulheres que se des-

— "Para ter a cabeça no logar, precisodo chapéo". — -Tenho a cabeça leve? Porquea seguias., nesse caso, com as duas mãos?"

Amorno Ferro, ao crear as mulheres, tevea providencia «feliz ou infeliz?...) de dar-2Í»es, aiem de um bello corpo, uma intelligenciaima e amável. Foi um deus. na realização dassuas Evas. E foi um deus finamente humano,porque suas Evas nasceram já freqüentando ei-nanas, theatros, garçonnières, fazendo footingspelos boulevards e rodando de automóvel á ra-zão de SO kilometros por hora. Já nasceram dehahm á mão. discutindo, pouco depois, rendas.sedas, gazes e foulards e comendo, não com in-genmdade, mas com maliciosa consciência, a pa-radisiaca maçã... Conheceram a Vida tal quale, sem enganos tolos e sem ingênuas illusões.^.uas Levianas são amavelmente intelligentes, fi-namente maliciosas: encantadoras, em summa!

Antônio Ferro falará sobre a "Arte debem morrer A E* grave e soturno o titulo deMia conferência. Ninguém se assuste, porém.A sabedoria da Vida está. talvez, em pa?-sir... E si está em passar, sua elegância egraça estão em cada uni passar do modo maisamável possível. Xo fundo, a "Arte de bemmorrer"" irá resolver-se numa linda arte debem viver. E eu me congratulo com quantosvieram a ouvir a palavra encantada desse admi-ravel e encantador Antônio Ferro; que vierama ouvil-o, isto e. que vieram a viver a Vida,que vieram, portanto, passar, mas passar deuma fôrma elegante e amável, tendo no espiritomais um minuto invulgar de êxtase superiordeante da Arte e da Belleza, divinamente éter-nas sob o esplendor maravilhoso de sua frasilephemeridade,

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ASCIDO nos primor-dios da Independen-cia, o romance brasi-leiro é nitido refle-ctor do espirito na-cional.

Este gênero lite-rario começou a ser

cultivado no paiz quando se definia tu-multuosamente, mercê de um trabalhosecular cie sociogenese e sob o influxoda renovação mental européia, o gêniocollectivo da nossa pátria. Ligar á es-üietica do romantismo as primeirastentativas cie auto expressão literáriado typo brasileiro o mesmo é que cara-cterizar na essência o grande e ásperotrabalho, de fundo americano, exe-cutado pelos poetas e pelos escriptoresnacionaes a partir do século XIX. Cir-cumstancias felizes de evolução espiri-tual européia e norte-americana auxi-liaram com opportunidacle impressic-nante o surto do nosso gênio parti-cular.

Os literatos do periodo colonial fo-ram paizagistas: a vibração deante anatureza, eis a origem dos textos, emverdade turgiclos e toscos, ou excessi-vos, transbordantes, cia gente brasileira.

Melhor fora dizer "gentes": naschronicas e nos poemas dessa dilatada eescura época ha a confusão da conquis-ta e do povoamento. A nacionalidaderepontaria mais tarde. Então, o moldeartistico era recortado em fragmenta-das reminiscencias de cultura clássica.Mystica, épica ou bucólica, a idealiza-ção hesitante e irregular apenas bruxo-leava nas colônias lusas do Atlântico.Pairava sobre a America Portugueza,em penumbra, o espirito de uma civili-zação alheia. A influencia cie Camões,que Oliveira Martins chamou de astralno destino da raça, fixou os melhorestypos das letras coloniaes. A não ser

nos Estados Unidos e no Chile, onde porvários motivos se operou apesar do con-dicionalismo mercantil do tempo relati-vo ao movimento cultural, reflexo dasmetrópoles, somente no Brasil, atravéscio Continente Novo, encontramos pa-drões, embora inclistinctos, cie "vis" in-tellectual creadora.

Não representam, entretanto, "pa-drões nossos".

As luctas contra a Hollanda e asBandeiras marcam precisamente odespertar da alma brasileira, e, com-tudo, não assignalaram em arte onosso advento. Na Escola Mineira,sim, desde fins do século XVIII, nãoobstante a imitação de éclogas, idylliosí? sonetos clássicos, já reponta algo donosso lyrismo de hoje.

O romance havia de surgir no se-culo XIX, depois do povo differencia-do, depois do Brasil ser uma nação,depois que tivemos a revelação de nósmesmos. Se em novellistica brasileiranão houvesse claros signaes de espi-rito autônomo, que montaria escreverestas linhas?

Gente modesta, restos do gentio,gentinha, pobre gente, dominada nasua economia, depreciada nos altoscírculos de commentario internado-nal, isolada nos seus sonhos, que come-çam a converter-se em promissorasrealidades, o nosso povo, decerto, naapparencia, não poderia offerecer ar-chetypos cie belleza para obras primas.

Os scenarios eram incompara-veis, de uma incomparabilidade esma-gadora. Impunha-se a todos, na mocle-lação livre e definitiva cia pátria mal-tratada, o cuidado material, a preoc-cupação dos probelmas práticos es-quecidos em três séculos, a responsa-

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bilidade, a todo o momento acabru-nhada, de viver por si, como Estado.

Era difficil a leitura; as commu-nicações eram difficeis; tudo nos em-pecia nos desígnios, tudo nos humilha-va, tudo nos assoberbava.

Apparencias. O povo estava cons-tituido, a nação existia, uma entidadenova palpitava sob os escombros...Facto commovente: apparecemos quan-do a dupla corrente romântica, de na-cionalismo e de humanitarismo, agita-va, coincidindo com. a anarchia politicaoriunda da vasta decomposição domundo antigo, os grandes meios intel-lectuaes do Occidente. Foi um artigode belleza que dominou a terra e naterra foram sensações e deslumbra-mentos de artistas que prenderam aEuropa e a America!

A descoberta da America não te-ria a significação histórica que lhe da-mos hoje sem a obra de pensamentorealizada pelos românticos, quer os po-liticos ou os da literatura. Se algumdia, aproveitados que sejam os pre-ciosos elementos informativos até aopresente accumulados, alguém escre-ver a historia consisa e completa dasletras no Brasil, do acervo de factos ede paginas resaltará a verdade inder-rocavel de que uma das causas princi-pães dos antagonismos do Brasil com

Portugal foi o divorcio, não só de duasíndoles, mas de duas culturas. Sem ochoque mental de correntes oppostas,os interesses materiaes poderiam tal-vez encontrar equilíbrio interoceanico,'e a lingua. teria arrastado para a me-tropole, definitivamente, as produc-ções do nosso engenho.

Retracemos a affirmativa; o do-cumento mais eloqüente, mais signifi-cativo, mais expressivo da indepen-dencia brasileira é a literatura brasi-leira, é o nosso romantismo, a inspi-ração bebida no lendário nativo, oaproveitamento, como themas cie artedas usanças, dos costumes, das tradi-ções dos acontecimentos, das figurasque nos definem moralmente.

Possuíamos lingua e religião, ter-mos fundamen.taes no complexo pre-paro das nacionalidades; recebíamosmúltiplas influencias individuaes denatureza: dispunhamos da liga resis-tente dos interesses práticos, mercan-tis, políticos de conquista, povoamento,defeza, organização administrativa;mas a pátria só se reconheceu e sentiua si mesma através das composiçõesdos esboços, dos livros, dos sonhos

* na-cionalistas desse periodo.

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PARA A SAUDADE DE OLAVO BILAC"Tarde" o teu livro é o meu maior thesouro,fc. o teu lindo crepúsculo da vidaTecido de esplendor, de luz e de ouroNuma bençam de amor, compadecida.

Tu foste um singular Principe louroCavalleiro do Sonho, sem guarida' '

Encantou-te um perfil immorredouro'Desencantou-te uma illusão perdida!

Fugiu-te a primavera - a linda Yarague um dia te sorriu, convida.'vaDa.ido-te a gloria de viver, tão rara!

E na tua Thebaida, sem alardeJerramaste uma lagrima furtiva, '

Morrendo com doçura de uma tarde...

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— Pois foi assim, meu amo. Nesse tempo, nósandávamos pelo sertão, a serviço do coronel Feitosa,do Icó, por via de uns negócios de politica. OPedro, o patrão deve estar lembrado delle. Negro"famanaz", vivedor como trinta, baixo e grossocomo um toro de aroeira, com uns beiços reviradose uma ventas rombudas, como amassadas de murro.Contador de quantos casos de amor e de briga ouvineste mundo, toda cabocla elle dizia que podiapossuir, não achava homem que lhe fizesse voltaratraz. E, a propósito, deixe contar-lhe.

Uma noite de lua, num "forró" de casamento,lá na Barreira Preta, no Aracaty, quando aindaera, a bem dizer, meninote, o Pedro, encontrandoa Ritinha da Venancia, uma morena de "papôco"',falou pr'a cabeça delia, e foram os dois passearde bote, escondidos, no lagamar confronte. Noprincipio, o negro ainda se lembrou dos remos, eremou a>é o meio do rio. O rio estava uma prata.No brejal escuro das margens, berrava a sapariado inverno, assim, zôôôm... numa zoada saudosa,que remexia a gente por dentro. Só de longe emlonge, um vulto de pescador apparecia, tarrafeandonos baixios. E a cabocla, na proa, olhando o lumedo luar tremer nas águas, cantava como uma sereiaencantada, dessas que attentam os marinheiros noalto mar. Depois, o negro pegou a se queixardos braços, descansou os remos atravessados nabeirada do barco, e foi sentar mais a moça. Etantas cousas fez e achou, meu amo, que quandosentiu, foram as pancadas do mar no casco da ca-nôa. Num pulo, deixando a morena quasi des-maiada no fundo do bote, o Pedro atirou-se paraos remos. Mas, qual. Logo que o barco entrou nasondas, os remos tinham rolado na água. De fôrmaque o preto botou as mãos na cabeça, assumptando,porque o caso estava mesmo feio. Mirando o céo,elle viu, pelo Cruzeiro grande, que havia de sermeia noite, pelo menos.

Nessa hora, naquellas alturas, só Deus comum gancho lhe podia valer. Assim, não as-sumptou muito tempo, e tratou de espertar a mu-lata. Mandou que ella se despisse e fizesse umatrouxa da roupa, que elle marrou nas costas. E,tomando a pobre nos braços, atirou-se no mar,nadou até a praia. Como a moça não podia voltarpr'o baile, por via da distancia e das roupas en-sopadas de água, o negro achou melhor leval-a pr'acasa dt uma tia, que morava ali perto, no Fortim,No dia seguinte, toda a gente sabia do acontecido.O Pedro mesmo não negou o passeio. E a Riti-nha, assim, cahiu na bocca do mundo. Mas, d'ahia uns tempos, como a mulata era mesmo um mi-mozinho deveras, não tardou em accender umapaixão de louco no coração de um cabra fornido,passador de gado nos sertões do Limoeiro, queandava ha cousa de três semanas por ali. Quandoo Pedro viu o cabra todo derretido pela Ritinha,tratou de ajudar-lhe o "chodó", emquanto pre-parava a pobrezinha, dando de um tudo a ella.

uno, eu naoa res-disse

Até umas "bichas" de ouro, fôrma de meia luaelle deu. Mas, ahi, como sempre, não faltou ummalvado, que foi contar o passeio do rio ao boia-deiro. Mas o "cabra", que estava mesmo de"beiço" pela morena, desprezou a conversa, aindadisse o diabo ao intrigante. P'ra encurtar a his-toria, o homem casou sempre com a Ritinha. Poiso Pedro, um dia, metteu pela cabeça que deviacontar-lhe tudo, e contou mesmo.

E elle?P'ra lhe falar verdade, meu

acreditei muito no que o negro mepeito. Mas elle jurou á fé de Deus, fazendo cruzna bocca, que o outro não fez coisissima nenhuma.O certo é que uma feita, conversando muito dis-traindo, o pret~» me falou numa sentença soffriclana cadeia do Aracaty; e, num domingo, quandonos banhávamos no açude do João Lopes, naFortaleza, descobri, lá nelle, aqui, em baixo dapá, um risco de faca, de dois palmos. Quandolhe mostrei aquillo, o Pedro fechou a cara, dissede máo modo que não era nada, tinha sido umachifrada de "marruá", no tempo delle menino.Deus me perdoe, patrão, mas só me parece queali andava obra do cabra da Ritinha, e ninguémme tira da cabeça que o Pedro tenha feito ai-guma a elle.

Mas, bom. Como ia dizendy, o caso foi assimNós tínhamos chegado no Crato, numa quinta-feira, devendo voltar na outra semana. Quandofoi no domingo, como não houvesse serviço, arreá-mos os cavallos de manhãzinha, e nos atirámosno mundo, cada qual no seu rumo. Eu tombei pr'avenda do "Zé Bacuráo", onde fiquei até a boccada noite, mais uns freteiros de folga, numa partidade vinte-e-um, que me limpou dos cobres. Na volta,chegando em casa, já com a lua de fora, encontreio Pedro estirado na tipoia com uma ponta de"mata-rato" no queixo. Quando me viu, o pretofez um ar de alegria, foi logo dizendo que tinhauma historia p'ra contar. Ahi, eu fui coar umgole de café com rapadura, e bebi pelo pires,soprando, damnado p'ra ouvir o negro. Porque odiabo do homem, patrão, sabia mesmo enrabichara gente com as falas. Com pouco, eu estava outravez junto delle, na minha rede, mascando minhafelpa de mapinguim. E, mettido na tipoia, comuni pé no chão, p'ra dar o balanço, o Pedro contouque tinha ido pVas bandas do Salgado, chegadonum ponto em que foi preciso romper o matto,p'ra alcançar o rio. A manhã estava bonita, nãohavia hora melhor para um banho. E já elle tinhadesapeado quando avistou, mais p'ra cima um pe-daço, uma cabocla novinha, nuazinha, trepadanuma pedra, mirano.o-se na água serena que pas-sava. Vendo que a mulatinha não tinha dado porelle, o negro, muito cle manso, prendeu o cavallonum buritizeiro, e foi rastejando, rastejando, pelomatto, num piso de sussuarana, até que topou comas roupas da moça, escondidas numas moitas. O

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^IlustraçãoBrasileira

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preto logo assentou um plano. Mais que depressa,agarrou nos vestidos, e de repente appareceu ámorena. A pobrezinha, como se tivesse visto oMaligno, soltou um grito tamanho, e mergulhoucomo pecapára assustada. O rio ahi já era denado. Com pouco mais, adeante, ella botou a ca-becinha de fora, olhando muito agoniada, semsaber o que fazer. Emquanto o Pedro, muito bemsentado na ribanceira, mostrava-lhe as roupas,rindo para ella, e chamando-lhe quantos nomes deamor sabia. E disse que não tivesse medo, viessebuscar os panninhos, que elle não lhe fazia mal,queria só um beijo d'ella, dado assim nua comoestava. Isso elle dizia, meu amo, mas só dos dentesp'ra fora, Deus me perdoe. Pois alguém acreditaque o negro não tivesse má tenção, armando aquellemundéo traiçoeiro á coitadinha ? No mais, o patrãofaça de contas que era elle num hora dessas, eveja lá se tinha coragem de resistir... Pois averdade é que a mulatinha pareceu adivinhar osdesejos do preto, e desatou a chorar, disoosta amorrer, mais antes do que se apresentar despidaa elle. Nessa idéa, fez o pelo signal, e deixou ono leval-a. Ahi, o Pedro mediu toda a ruindadeda accão que estava praticando, e sentiu os olhoscheios de água, com pena e dó da creança. Ati-rando as roupas no chão. despiu a camisa, e iogou-se na correnteza. A moça. nesse tempo, iá ia'lonçe,enrolada nos cabellos, arrastada pelo rio. O ne°ro'mergulhou e nadando por baixo da água. como umpeixe. íoi tomar folgo já nos calcanhares dacabocla. Com duas braçadas mais. emparelhoucom ella. e agarrando-a pela cintura, nadou comforça pVa terra, como tinha feito com a outralá no Aracaty.

Garanto, meu amo, que o negro, me contandoisso, ficava ainda com os olhos afogados de prantocomo quem atravessa a fumaça de um incêndio...'Cousas do coração, moço, mas não é? Pois, quan-do vinha trazendo a moça pVo secco, apertandocontra o peito aquelle corpinho novo, macio e chei-roso que nem uma fructa do matto, o preto medisse que só sentia uma bondade tão grande, umapena tão exquisita, como se fosse Nossa Senhoraque elle tivesse salvado das águas! Acredite sequizer, meu patrão, mas o negro botou a cabocli-nha na beira do rio, com o mesmo amor de umamãe. deitando o filhinho na rede. Quando viu queelle não lhe fazia maldade, a mulata descruzouos braços que escondiam o peito tentador, e numgeito de onça, enrolou-se toda nas roupas. Ahi oPedro enfiou a camisa, e íoiAembora, sem mesmoolhar para traz.

No fim da semana, estávamos de viagem. Ti-nhamos deixado o Crato de madrugada, no se-gundo canto do gallo. Os cavallos eram bons.bValhadores famosos, de fôrmas que ás onze horastínhamos tirado oito léguas.

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parada, pVo almoço, na sombra de uma oiticicaverde, que ficava mesmo cobrindo a picada. Osanimaes, ali por perto, babujavam o capimzinhoda vereda. Acabando de comer meu bocado depassoca e rapadura, fiz da carona travesseiro, e me

deitei no chão, disposto a dormir um minutozinho.A nicttta, nessa hora, estava quieta que nem capellavazia. Só se ouvia o chio-chio de uma cigarracantadeira escondida nas folhas, e um ou outrosopro de venta dos cavallos roendo a herva. Aindame lembro que estava dorme-não-dorme, quando oPedro, que lambem tinha acabado de almoçar,levantou-se bocejando e se afastou pela estrada.'Não sei dizer se tive tempo de dormir um co-chillo, quando de repente um berro medonho encheutodo o matto. Num instante me vi de pé, correndocomo um doido, no rasfo do negro, que'fui acharpouco adeante, agarrado com um cabra moço eentroncado como um mourão. Pelos modos, meucamarada tinha sido atacado de surpreza, nem tevetempo de se defender. E, antes de sahir do meuassombro, o "curiboca" recuou num pulo, com osolhos relampeando, como onça acuada, e uma facaque era isto, encarnada de sangue, no punho. OPedro se bambeou com as mãos na barriga, comoquem soffria uma grande dôr. Ahi, acudi com meupunhal desembainhado, e avistei uma cousa, patrão,que me tirou o somno muitas noites. O negrotinha levado uma estocada no vão do umbigo, queera mesmo uma barbaridade, as tripas

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e-Àpoucado, — pois assim mesmo, quasi de cócorasprocurando agüentar os bofes que escorriam parao chão. o prelo arrancou a garrucha do quarto, e— ah ! negro bom mesmo na hora! — levou umpé á frente, fazendo mira no assassino. Quandoviu a arma allumiando, o cabra atirou-se p'raema delle. batendo o queixo que nem caetetú fu-noso. mas já o tiro tinha estrondado por aquellesertão afora. Ahi. o homem deu um salto parao ar, como cabrito assustado, e cahiu de bruçosna estrada, sem bolir. Vendo-o derrubado, corripara o Pedro, que também tinha rolado na areiaTomei a cabeça delle nas mãos, quiz ver se aindao levantava. Mas o pobre pegou a revirar osolhos, gemendo como doente de puxado, no in-verno. Só teve tempo de chegar a bocea no meuouvido, e disse, apontando o outro: — «E' o irmãodaquella diaba!" - A cabeça pendeu p'ra trazo corpo amolleceu nos meus braços. Estava morto'meu patrão! '

Por causa disto, tive de andar no matto fu-guio como cangaceiro, dois annos e tanto Hoje•miguem fala mais no caso, posso estar por aqui'sem medo. Mas, p'ra acabar a historia direito'voltando uma vez ao Crato. todo barbado e diife-rente, p ra não me conhecerem, soube que oassassino do Pedro era um irmão da mulatinha dono. Um comboieiro tinha encontrado os doiscorpos na estrada, galopou como um doido até acidade, e tudo se descobriu.

Já vê, meu amo, que não serviu de nada aboa acçao do preto, não tocando num cabello damorena. Se elle tivesse feito mal a ella talvezque nem a descarada contasse o caso aos parentesComo o pobre tratou-a como uma santa do altar'achou bom vingar-se. 'Mulheres?... Póde tr-Q

pelas outras. E é tudo uma pouca vergonha..

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O approximar-se o ter-mo do periodo regen-ciai na vigência dopredomínio cio partidoliberal, chefiado pelogrande Bernardo de

Vasconcellos, foi fun-dado, em 1838, o INSTITUTO HISTÓRICOE GEOGRAPHICO BRASILEIRO, que a2i de Outubro ultimo completou o 87o anni-versarío de existência gloriosa.

Vindo á luz num momento propicio aoseu desenvolvimento, pois encontrou o Brasildesvencilhando-se da nebulosa em que viveradesde o 7 dc Abril de 1831 e amparado pelosespirito?; que então representavam o escól ín-tellectual do paiz, teve o INSTITUTO francaprosperidade, que lhe permittiu, desde então,e até hoje, ser o fiel, permanente zelador dasmelhores tradições nacionaes.

E' difficil escrever-se sobre o INSTITU-TO, expondo algum facto ou acto seu inéditoque mais o torne credor da veneração brasi-leira. Os trabalhos de Henri Raffard, VieiraFazenda e outros e, ultimamente, divulgação,em monographias notáveis, que dos serviçosdo INSTITUTO tem feito o seu actual emi-nente secretario perpetuo dr. Max Fleiuss,impedem que se adduzam quaesquer informessobre o valor e os méritos da egrégia corpo-ração.

Não é demais, porém, que, no centenáriode D. Pedro II, que, durante o seu longoreinado, viveu a vida do INSTITUTO, re-cordemos alguns episódios que marcam aoINSTITUTO logar inconfundível entre asinstituições beneméritas de nossa Pátria.

Ampararam os primeiros passos doINSTITUTO os seus vinte e sete fundado-res, cuja nomenclatura vale pela affirmaçãodo seu glorioso porvir: Francisco Cordeiro daSilva Torres (Visconde de Jerumirim), JoséFeliciano Fernandes Pinheiro (Visconde' de S.Leopoldo), marechal Ray mundo José daCunha Mattos, Conegc Januário da CunhaBarbosa, Cândido José de Araújo Vianna

(Marquez de Sapucahy), Coronel Jacob Con-rado de Niemeycr, Marechal Pedro de Al-cantara Bellegarde, Jeronymo Caetano da Sil-Va, Emilio Joaquim da Silva Maia, Dezem-bargador José Antônio da Silva Maia, Cae-tano Maria Lopes Gama (Visconde de Ma-ranguape), Aureliano de Souza e Oliveira

B r d s 11 e 1 r oCoutinho (Visconde de Sepetiba), Dezembar-

gador Rodrigo dc Souza Silva Pontes, Fran-

cisco G. de Acayaba Mcntezuma (Viscondede Jequitinhonha), Joaquim Francisco Vian-na, Antônio José de Paiva Guedes de An-drade, Conselheiro Alexandre Maria MarizSarmento, Ignacio Alves Pinto de Almeida,

João Fernandes Tavora (Visconde de PonteFerreira), José Antônio Lisboa, Dr. JoãoMarcellíno da Rocha Cabral, Dr. AntônioAlves da Silva Pinto, José Silvestre Rebello,Thomé Maria da Fonseca e José Lino deMoura formaram a legião a que, pouco maistarde c como o seu mais dedicado companhei-ro, se agrupou D. Pedro II, que presidiu de15 de Dezembro de 1849 a 7 de Novembrodc 1889 a 506 sessões.

Sentaram-se na cadeira da presidência doINSTITUTO, desde a sua fundação, os no-taveis brasileiros:- Visconde de S. Leopoldo,Marquez de Sapucahy, Visconde do Bom Re-tiro, Joaquim Norberto de Souza e Silva,Conselheiro Olegario Herculano de Àquíno eCastro, Marquez de Paranaguá, Barão do RioBranco. Oecupa, actualmente, a presidência,vitalicíamente, a inconfundível personal*'dadedo Conde de Affonso Celso, nobre figura,

cujo maior elogio está no respeito e na admi-ração unanimes que o cercam de extremo a

extremo do paiz.A3 secretaria do INSTITUTO empresta-

ram na qualidade de primeiro secretario no

lapso de 87 annos, os fulgores da sua intel-

Hgencia e operosidade, os senhores: Conego

Januário da Cunha Barbosa, Manuel Ferreira

Lagos, Francisco Adolpho de Varnhagen,

Joaquim Manuel de Macedo, Manuel de

Araújo Porto Alegre, Conego José Caetano

Fernandes Pinheiro, dr. José Ribeiro de

Souza Fontes, Dr. Manuel Duarte Moreira

de Azevedo, Dr. João Franklin da Silveira

Tavora, Dr. João Severiano da Fonseca,

Barão Homem de Mello, Dr. João Severiano

da Fonseca, Dr. José Alexandre Teixeira de

Mello, Henrique Raffard. Do Dr. Fleiuss,

que no momento oecupa o cargo, quantos fre>-

quentam a casa da historia brasileira, ou lhe

compulsam as publicações, apenas podem di-

eogra ph icozer que é impossível alguém fazer mais do

que elle tem feito para o INSTITUTO: in-telligentissimo, versado, como poucos nos as-í;umptos brasileiros, de rara capacidade dc tra-balho, senhor, numa palavra, dos mananciaesimmensos (desconhecido aliás da grande mas-sa dos estudiosos patrícios) que são a biblio-theca e o archivo do INSTITUTO.

Enumerar a contribuição desta associação

para a cultura do paiz; assignar-lhe o pátrio-tismo; evidenciar-lhe a constante preoecupa-ção de cultuar a memória dos grandes vultosnacionaes, de evocar os maiores e mais fui-gentes fastos de que se vangloria a nossa his-(oria, é cousa vulgar, tantas vezes editada.

Salientemos, não obstante, alguns dosserviços de mór valia, recentes, dos nossosdias: o Gongresso Nacional de Historia, de1914, de que resultou notável série de mono-

graphias compendiadas em cinco preciososvolumes; a commemoração do centenário daimprensa brasileira, cujos trabalhos se enfei-xaram em dois volumes especiaes da "Re-

vista" e constituem retrospecto completo davida jornalística do paiz; as commemoraçoesdo centenário da Independência, que culmina-ram no Congresso Internacional de Historiada America, que reuniu em nossa terra altosexpoentes da cultura continental americana; o

grande "Diccionario Histórico, Geographico e

Ethnographico do Brasil", cujos dois primei-ros volumes da "Introducção Geral", publica-dos em Setembro de 1922, são reputadosobra-prima no seu gênero.

Não seria possivel, pois que a aggre-miação nacional por excellencia, encarnaçãodo nosso Brasil, deixasse passar a ephemeridecentenária de 2 de Dezembro sem homena-

gens especiaes aquelle que lhe foi grande bem-feitor durante o meio século em que semeou,na sua amada terra, o patriotismo, a honra, abondade.,, \

Inscrever-se-ão, portanto, 110 acervo detrabalhos do INSTITUTO os que resulta-rem da glorificação de D. Pedro II, na datado seu centenário natalicio. E, relembrando agratidão do INSTITUTO ao seu grande pro-tector, ficarão na sua Quinta da Boa Vista aimagem perpetuada no bronze e este outromonumento, não de bronze, mas de sabedoria— legitima evocação de toda a vida do impe-rio do Brasil — as "Contribuições

para a his-toria biographica de D. Pedro II", obraimperecivel em que a figura do saudoso mo-narcha é, sob todos os aspectos, modelarmenteestudada.

TllustraçôoBrasileira

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(A' noite, num jardim deserto, sob a caricia lunar,duas sombras humanas vagavam, trocando

confidencias)

Por que esse desespero?Perdi a alegria de viver...Não a percas, porque a vida, por mais ignóbil

ou desgraçada que seja, representa sempre um bem.Viver é, na planta, no homem ou no animal, umagrande victoria. Em cada existência vibra a energiado Universo e se dynamiza a vontade creadora deDeus...

Condemnas, então, o suicidio?Condemno-o. O suicidio é inútil e não resol-

ve nada. Quem se mata pratica uma descortezia aodestino o aos médicos...

Já não falo dos que fogem da vida por um gestoromântico de namorados sem sorte. Esses são ridi-culos.

Mas ha momentos cm que se justifica essa so-lução extrema.

¦— Nunca.Mesmo quando se perde a esperança?Ninguém a perde. Os suicidas são as suas

maiores victimas... Matam-se por ella, julgando en-contrar a felicidade no outro mundo ou na delicia nir-vanica do Nada.

—Crês em Deus?Creio em Deus. Tenho fé e estou absoluta-

mente certo de sua omnipotencia.Como podes provar que Deus existe?Pela impossibilidade humana de provar o con-

trario...Não acceito argumento tão fácil.Deus existe. A vida, sem Deus, 6 inconcebi-

vel, porque sem Deus não ha vida.E a morte?Não ha morte... Não se morre.Mas ha quem se mate...Ha quem troque de vida. A morte não passa

de uma illusão.Paradoxo!Paradoxo? Sim! O paradoxo não deixa de ser

uma verdade. E' uma verdade que os imbecis desço-nhecem". ..

Obrigado pela parte que me toca.Não és embecil. Antes o fosses!Por que?Porque áerias feliz... Todo imbecil gosa a

vida, porque não a comprehende. Todo soffrimentoresulta de uma verdade que descobrimos em nós.Quem pensa, soffre; e, soffrendo, sente, ama, crê eespera.

Mas o imbecil tem valores em cofre e vae aoMunicipal, de frisa, ostentando casaca irreprehensivelc brilhantes no dedo...

Não importa. O dinheiro é sempre uma indi-gencia de alma.

Falas assim, porque vives a tinir.—- Vivo a tinir... E' exacto. Até nisso sou

poeta!Vives bem, deese modo?Optimamente. A vida, assim vivida, é um the-

souro... dc rythmos.Pois eu me dou bem com os meus 5:000$ de

renda mensal.E's mais pobre que eu.Sim, mais pobre de sonhos...Os sonhos são úteis.Úteis para quem gosta de jogar e perder ou

comprar bilhetes brancos...Não sou inimigo do jogo, porque amo a vida.Qual a correlação?

A vida é um jogo perpetuo, um jogo de azar...Prefiro o jogo que me dá ganho certo.A vida, sem o imprevisto, seria o peior dos

tormentos. E' por isso que os brasileiros são os ho-mens mais ditosos do mundo.

Não entendo.E' que vivem do azar. .. Não ha brasileiro

que não creia no futuro e não saque contra elle. Emtudo que faz intervém o Acaso. Somos um povo quesoffre, mas sempre espera...

Deliciosa ironia!Não me julgue capaz de semelhante maldade.

A ironia faz mal, porque o ironista se vale do sorrisopara ferir e curar-se do figado. Não posso ser ironi-co, porque não careço de expeilir bilis, nem sei sor-rir...

Achas, portanto, o brasileiro um homem su-perior?

Pois não. E' um homem que sabe viver,porque vive sem dinheiro e gasta como um nababo.Já alguém lhe chamou mendigo farto.

Não invejas o yankee?Tenho-lhe pena, confesso-te. O norte ameri-

cano é um Hercules ingênuo, apezar de esperto...Joga dollars pela janella, mas vive menos que qual-quer de nossos bohemios cariocas.

Mas a sua vida é intensa, vertiginosa, dy-namica!

Por isso mesmo. No Brasil não ha pressa...Tudo se faz a seu tempo e quando Deus quer. Onosso Jeca, na volúpia de sua preguiça, gosa maisa vida que um milhardario de Nova York, que nãodispõe de um minuto para pensar, nem siquer apro-veita o tempo para sorver um beijo longo. Nos Es-tados Unidos só se beija e se ama... nos films.Aqui, ao revez, vae-se ao cinema não para vêr aspelliculas da Fox ou da Paramount, mas para amara tréva e ter o affago subtil da penumbra...

E's adorável!

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^IlustraçãoBrasil eir a

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Que queres? Não digo senão a verdade. E'bem de vêr que não digo taes cousas por patriotis-mo. Mas porque estou convencido de que o brasi-leiro é o povo mais intelligente do mundo.

Mesmo quando o brasileiro é indolente?A indolência é um estado de espirito... O

brasileiro, que ama a preguiça, faz da vida um re-quinte de voluptuosidade.

Isto é uma consagração da lei do menor es-forço ?

-ri- Naturalmente. Essa lei é providencial, por-que, sem ella, os nossos políticos profissionaes nãoexistiriam. . .

Basta! Não admitto tamanho abuso de mi-nha paciência. Dize-me a verdade: tens sympathiapor taes políticos?

Falo serio. Admiro-os.Admiras essa espécie de gente?!

Sim. Tenho-lhes inveja, porque sabem viver.Pois eu os detesto.E' uma injustiça. Elles, graças ao nosso re-

gimen democrático, "adivinham" o povo, que nãoprecisa de lhes dar o voto: o nosso povo, mais in-telligente que os outros, não se dá a esse trabalhoinútil. . .

Julgas o voto uma inutilidade?Julgo-o uma pilhéria de mau gosto, melhor,

um malefício que nos legou a Revolução Franceza.'E a declaração de direitos?O direito não existe...Estás impossivel.

O direito não é senão o capricho da violen-cia. A Força tem-no como engodo.

. — Essa opinião envolve um desafio aos bacha-reis...

Ainda me vens em auxilio. Somos o paizdos doutores, o ninho dos bacharéis, o paraíso dasleis. Mas nem por isso o direito existe para nós..!Negas a justiça?

Não ha justiça humana, mas tão somente ade Deus. O homem não julga, embora lavre senten-s~as e vista a toga solemne dos magistrados. Paraesse mister super-humano seria necessário que ellefosse deus, isto é, não tivesse paixões, nem egois-mo; numa palavra, fosse perfeito.

Qual, então, a mais bella missão do homem?-- A de perdoar...- Louvas, é claro, a condescendente parcimo-nia do nosso Jury?

Os nossos jurados, que são censurados porabrir as portas da prisão aos réus, merecem o meuapplauso sincero, porque se reconhecem incapazesde condemnar os outros. E isso é uma prova de su-perioridade moral.

Achas iníquo o Código Penal, a acção puni-tiva do Estado em defesa da sociedade?

Acho-o iníquo e supérfluo.Por que?Porque, si a lei fosse para todos, como se

apregoa nos paizes de rotulo democrático, não ha-veria espaço na face do globo para os criminosos edelinqüentes.

Não acreditas, pelo que deduzo, na demo-cracia?

Não creio nas cousas impossíveis... A de-mocracia, o governo do povo pelo povo, é uma men-tira politica desnecessária.

Desnecessária?!Sim! O povo, ingênuo monstro adormecido

não carece de tão subtil astucía para ser conduzido.'todo rebanho requer apenas um pastor... e umlobo.

Justificas, indírectamente, a tyrannia?Não. Abomino-a. Mas não ha governo, pormais liberal que seja, não ha poder que não resulte

da victoria de uma violência.Admittes a impossibilidade de um regimen

popular, intrinsecamente representativo?Admitto, antes, affirmo que nunca houve talforma de governo, a não ser no papel, ou nas pala-vras ocas e sonoras das leis fundamentaes: a maio-na nao conduz, é conduzida. O povo, quando seevanta e investe contra as bastilhas do Poder, é umtouro cego de ira; mas, passado o momento rubrode sua raiva, se amansa e fica atrelado ao carro doEstado...

De modo que o povo.O povo é o peior tyranno, porque não vencenunca e, quando, por um acaso, logra uma victoriaephemera, tem o inconveniente de ser ridículo ouhediondo.E a Revolução Franceza?Foi um paradoxo vermelho — o Terror euma tempestade rhetorica - a Convenção, hydrade mil cabeças... sem juízo e de boceas, onde re-lampejava o Verbo.

E a Revolução Russa?-Um surto do gênio judeu, que a transformounuma revelação da crise econômica, e a epopéa sia-va de um so homem', que enche este século: Leninealas o povo?

O povo... O povo não tem cérebro: é umaEsphmge acephala. O povo lem unicamente c"1 dljclO ...

Odeias o povo?Amo-o, por isso mesmo, porque, apezar dod.vmo soffnmento de peusar, tenho coração e o co-ração e o nosso casulo rubro, onde cantam e se e-cem os rythmos do Universo.

(••• E as sombras, falando mais baixo quasiem segredo, engolpharam-se no ^^ da 1^)

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1^IlustraçãoBrasileira

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\ OrO||A uma inJust*Ça berrante na consagra-n Ie^ts^a || ção incondicional de certos nomes.

Isso em parallelo com o esquecimen-to injusto e propositado de certos ou-tros de merecimento mais incontesta-vel.

No Brasil — onde quasi ninguém lè — émuito fácil o enraizamento desses absurdos. Uma' elite" de escriptores sancciona determinado no-me, muitas vezes pela influencia de causas affecti-vas, c tece em seu favor uma porção de louvami-nhas mais ou menos innoquas. A massa rara que lê,apprehendc e propala esses erros. E, pouco a pouco,sem que se dê por isso, firma-se uma reputação ouab'ala-se um valor indiscutível.

Num paiz onde haja o coordenado regular de umaopinião sensata, taes factos não entram de terra adentro. Não se firmam. Ha, contrastando-os, equasi sempre derrubando-os, c senso critico dumagrande maioria. De quasi todos.

Ainda mesmo que se choquem duas correntes,uma pró e outra contra, a verdade exsurge sempreclara, pela quantidade e qualidade de argumentosque se adduzam á questão.

Raramente se tem a sorte de um Mallarmé. Ede Villiers de Lllsle Adam. Mauclair chama-os,hoje, de seus mestres. Isso para não falar em no-mes tão nossos conhecidos: Musset, Verlaine e Bau-delaire.

E* preciso que se note, porém, a differença deambiente, que é enormissima, da França para oBrasil.

Bilac e Machado de Assis, glorificados em vidac apotheosados logo depois da morte, são excepções.Casos talvez únicos em a nossa literatura.

Eu quero dizer com tudo isso que não compre-hendo a effusão cie enthusiasmo com que, ha doisannos, commemoraram no Brasil todos os primeirosvinte e cinco annos da morte de Cruz e Souza. Eporque andam esquecendo tão injustamente a obrade Lima Barreto.

Ambos mestiços e oriundos, ambos, de um meioque lhes era adverso - prestam-se bem para o es-tabelecimento de um parallelo literário. Traziam,ambos, no sangue impuro, o resumo ideológico deduas raças antagônicas. E de duas tendências anti-nomicas.

Trahidos pela vida, vivendo numa sociedade demestiços encobertos que não perdoam a tara racialcontinuamente infernizados por uma inifinidade dépreconceitos - tal o ponto de contacto que des-cubro entre os dous mestiços, encarando essa reci-procidade pelo lado mais material.

Debaixo da apreciação literária, elles se repel-lem. São contrários.

Verificado o parallelismo originário de Cruz eSouza e Lima Barreto, resta estudar-lhes, ainda queligeiramente, o soffrimento que a' vida lhes impôz ea projecção desse soffrimento nas suas diversas ma-neiras de arte.

Si se considerar a arte como sendo um esforçodo homem para se approximar de Deus. Esse Deusvae no sentido de Perfeição.

Cruz e Souza fez versos. Lima Barreto, semfazer versos, algumas vezes fez poesia. E' de fácilcomprehensão esse desaggregamento de poesia e deverso. Porque — não é paradoxo — até Fialhod Almeida, que construiu toda uma obra acidulada ecrua, tem largos e bellissimos trechos de poesia.E de emoção requintadamente superior.

Baeta que se veja Os ceifeiros.Como prova em contrario é sufficiente referir

Leconte de Lisle que, fazendo sempre versos, algu-mas vezes não teve um só trecho poético.

A parte mais vibrante da obra intensa de LéonDaudet, é o pamphleto. Veja-se, emtanto, apenasuma pagina de romance — onde se misturam comtanta simplicidade, ternura e dôr: ''lis se laissèrenterrer au hasard des ruelles cailloutcuses, des carre-íours tortueux, du pâle labyri.ithe de Cordove.

Ces nuances si tendres, les pátios clairs, les jetsd'cau entourés de fleurs, les viedles demeures ar-morièes, les oranges dépassaní les murs, Ia tracedes siécles sur les piérres, tout les émut prodigieu-sement. La candide cite avait recouvert de teintesdouces les massacres, les guerriers et les sages.Gracieuse femme, aimée par tant de peuples et deróis, elle ne garda de leurs baisers qu'un peu derose au creux des joues et, livrée â tous, ne se flé-trit point. Et..."

Em trechos como este, muito longe do versobem próximos da poesia, é que eu me acostumeidistinguir com precisão o falso rumor de um edoce sinceridade do outro.

E si eu disser agora que Cruz e Souz? foi antesde tudo um talento verbal e um grande poder deexpressão, quasi sempre onomatopaico, aliás, cousahoje fora de moda, talvez se pense que me animamalquerer com o Poeta Negro. ';

Pegue-se ao acaso, porém, qualquer trecho depoesia ou de prosa de Cruz e Souza.* Vem sempre,dando relevo á expressão e procurando, pelo effeitoclangorante do jogo de palavras, uma porção desons agudos, em consonância forte com a phraseprecedente ou suecedente. E' por isso que eu digoque quasi tudo que Cruz e Souza produ/iu tem mai.valor como expressão. Como obra de curiosidadeDe "bijouterie",

quasi.Esse transcendentalismo que disseram ser a es-'sencia da sua arte, nem seupre é con^anie. Coxêamuito. E algumas vezes, mesmo, é forçado, par?oar um motivo mais -'exquis" e mais vivo ao verso

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A orientação mesma do symbolismo, escola queconvenceram a Cruz que elle seguia, importa, decerta maneira, num meio transcendalismo — reles,precioso e falso.. .

Tenho procurado descobrir, vezes continuadas,esse largo remigio de philosophismo metaphysico,profunde, creader de meditação, esse propulsiona-dor irresistível das "orgies silencieuses de la medi-tation", no dizer de Anatole c, francamente, nadavejo na obra toda de Cruz e Souza que induza aisto. Salvo si o seu pensamento foi tão alto, elevou-se a alturas tão incomparaveis que o m_u não opódc apprehender...

O que Cruz produziu de melhor em poesia, demais sincero e simples, foi justamente quando se cs-queceu da mania symbolista. E quando foi doce-mente lyrico, enternecido, humano como nós ecomo nós sentindo a dôr aguda de viver e desço-brindo em cada ponta-pé da vida um sentido menosfatalistico c mais real.

O seu lyrismo, que eu descubro cheio dc espon-taneidade e algumas vezes mesmo de ingenuidade, én parte melhor da sua obra. A mais sincera.

Tenho que nas suas Poesias ha alguma cousabôa, de mistura com uma infinidade de versosmáos. Mal concepcionados.

"Violões que choram..." é das poesias quemais encantam no livro de Cruz e Souza. Pela sim-1 Hcidade e pelo mundo de suggestões dolentes queacordam. Ha, porém, no seu entrecho, uns versesque apoucam o valor da producção. São estes:" Vozes veladas, veludosas vozesVolupias dos violões, vozes veladasVagam nos velhos vórtices velozesDos ventos, vivas, vans, vulcanizadas."

Eu só admittiria que um poeta do nome e dasveleidades de Cruz e Souza publicasse uma moii-struosidade dessas num concurso provinciano de ha-bilidade. Num concurso de jornalsinho de subúrbio.De maneira alguma, é certo, se justifica a collisãoreincidente em toda uma estrophe, ficando os sons.confusos, a bailarem nos ouvidos. E' opportuno _»-•tar um exemplo semelhante de collisão, de uso po-pular e muito curioso:

" Raivoso o rato roiaO rabo do RodovalhoE Rita Rosa RamalhoDo rato roer so ria...

Vae dahi, para os versos citados de Cruz e Sou-za, uma differença diminuta. Quasi nulla. Toda asua poesia e maioria da sua prosa estão cheias decollisões horríveis, de máu gosto e dissonantes.Ha, é certo, bellos versos, na sua obra toda. Massão raros. Veja-se agora, de relance, as qualidadesmais accentuadas de Lima Barreto e a influenciaque nelle exerceram, para a transfiguração na arte,as mil peripécias amargas da sua vida de boêmio.

Producto espúrio de uma sociedade meio dege-nerada pelo refinamento excessivo da parte maisviciada da civilização do velho mundo, rebento atoade circumstancia menos feliz, Lima Barreto, mesti-ço, quasi negro, relegado sempre aos planos inferio-res do ambiente social, extrahiu, desse entrechoquede circumstancias disparatadas, um elemento viciosode arte e construiu uma obra superior de observa-

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WÊêmção e critica, ás vezes docemente enternecida dosoffrimento humano, ás vezes vibrantemente sarcas-tica e repassada, não raro, de uma ironia quasi do-Iorosa...

Como obra viva, palpitante de bulicio e de vida,não podia ser outra a directriz que lhe imprimiu otalento de Lima Barreto.

Delia se pôde dizer o que já se disse da de Eça,com mudança de scenario: si um cataclysmo devas-tasse inteiramente São Sebastião do Rio de Janeiro,poder-se-ia reconstituir com exactidão os aspectosmais interessantes da sua vida e da sua sociedadepela obra critica de Lima Barreto.

E' que elle focalizou com uma precisão admira-vel o grotesto e o triste do Rio, a ingenuidade dosseus folgares de subúrbio, o movimento accelerado,diabólico e tristemente baixo da sua imprensa, achronica abatida dos que naufragaram na vida e quevivem pelo brunido das avenidas ostentando a cha-ga da sua miséria.

Eu não creio qua um escriptor sem larga messedc recursos artisticos possa constituir monumentotão alevantado.

Desde o rachitismo moral do potentado á misériamaterial do operário, desde o heroísmo grande dasdores recalcadas aos grandes rumores espalhafato-sos — tudo Lima Barreto analysou meudamente,dando a essa analyse um caracter superior de criticasociológica.

Ha na sua obra paginas serenas de belleza, cal-mas, brandas, como ha, também, trechos de nervo-sismo extremo em que as palavras se chocam e sebaralham num clangôr heróico de epopéa.

Eu considero as "Recordações do EscrivãoIsaias Caminha", um dos romances mais equilibra-dos, como satyra e como critica, da literatura brasi-leira.

Em "Gonzaga de- Sá", presente-se um novoMachado de Assis, mais superiormente humano emais brasileiro.

"Os Bruzundangaé" assumem outra feição, indaassim mesmo muito nossa. E "Feiras e Mafuás".E "Clara dos Anjos".

O que mais influiu para orientar Lima Barretonessa piedade pelos falhados e vencidos, foi a ma-neira mesma da sua vida.

Vencido, elle próprio, num sentido mais largoda expressão, olhando sempre de baixo o fausto dosengravatados, vivendo de arrastão pelos "bas

fonds", pisado, humilhado sempre, nasceu-lhe nal-ma, ao envéz dc uma revolta clamorosa, um sorrisopiedoso de ironia e elle se fez compadecido, irmãono soffrimento dc toda essa phalange de calcados

pela vida, e imprimiu á sua obra um caracter maisfirme de satyra ou de amor.

Eis ahi a influencia que na sua arte exerceu ador aguda de viver. E de arrastar a vida, pesada-mente, como uma longa enfiada de correntes tilin-tantes.

Estabelecendo o confronto de Cruz e Souza comLima Barreto, eu tive em mira mostrar a injustiçado esquecimento de um e do encleusamento do ou-tro. E confrontando-os, fazer mais alta e mais vivaessa injustiça e essa desproporção. Foram, ambos,

grandes pelo talento. Mas Cruz foi sempre pequenode mais para chegar á altura de Lima Barreto...

Assim o penso.Recife.

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DIA 15 DENOVEMBRO

EM SÃO PAULORecepção em palácio. O Dr.

Carlos de Campos com

auxiliares do seu governo.

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C0MMEMORAND0A MAIOR DATADA REPUBLICA

O Presidente do Estado

entre os seus secretários.

O carro presidencial.

O canhão 0,75.

Commandantesdos batalhões da policia

de São Paulo.Legião Paulista.

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Oezembro19 2.5

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p or -^eili n gío n brandão,Todas as tardes, a Tótinha se abeirava da cerca

da divisa e ficava espiando aquelles homens afanadosna drenagem da linha. Cavouquieiros, pedreiros, le-nha dores, gente que parecia trabalhar aguilhoadapela vertigem.

Para que seria aquillo?O moço de perneiras, que dormia na barraca me-

lhor, lhe explicara, sorrindo, que por alli devia passarmais tarde um grande diabo de ferro, que vomitavafogo e guinchava de doer o ouvido, arrastando umaporção de casas. Ella arregalou os olhos e foi contarao pae e á tia Bizuca.

Que lhe disse aquelle mocinho, fia?Que está arranjando caminho para o diabo

passar. O diabo, pae, puxando uma porção de casas,vomitando fogo e guinchando de doer o ouvido.

Nhô Tão e Ha Bizuca sorriram.Mas em verdade, no sorriso delles hesitava a su-

perstiçâo daquella coisa nunca vista...

Um dia, naquella solidão espraiada em macégasfugentes e saçafrazes redondos, um esbufamento es-tranho... e cavo, e comprido e empolgante, um mu-gido profanou a estagnação verde-cinza daquellesermos.

O patriarchado pastoril do Raé Pimenta amolouolhos, do terreiro de nhô Tão.

Como seria aquillo?E uma curiosidade medrosa apalermava aquelles

rostos. Tótinha se embolara ás saias de tia Bizuca.-Tia Bizuca procurava aquietal-a. Não tivesse medo.Era o trem de ferro, que carrega gente de um logaipara outro. Boba!

Mas Tótinha presentia calamidade nas tremurasde perna da velha. Tia Bizuca matracava joelhos!

Súbito, uma trepidação mais grossa... e na curvado velho angico, uma coisa preta, era disparada, comum penacho enorme de fumaça...

E a giboia passou, rangendo, — um lastro todoenfeitado de bandeirolas. Revoluteou uma tromba depó. Dos trilhos, pisados pelo monstro, ia subindo umganido fino e longo, que parecia musicar a dor da-quelle peso... .

Chanf! chanf! chanf!Os tabaréus sorriam, as beiçorras dependuradas.

Tótinha, no repuxo das saias da tia, arriscou umolhar pisquento ao monstro que se afastava, e sorriu,também, amarellinha e maravilhada, quando percebeuque, das "gondolas", alguns homens alegremente agi-tavam lenços.

Desde então, o trem de ferro divertiu immensa-mente os dias eguaes de Tótinha. Era-lhe uma deli-cia a hora do "bicho" passar. Elle vinha á noite,

atroando a solidão daquellas invernadas enormes.Que alegria, aquelle barulho!

Chanf! chanf! chanf!Ruááááá...Tótinha palpitava num deslumbramento.Aquellas pastarias acamadas em desdobro para

horizontes longínquos, dantes encharcadas de silen-cio só quebrado pelo mugir dos bois, pelo compridosoluço vocal dos abôios ou pelo taboadejar tacoare-jante das untanhas, eram agora um scenario mara-vilhosamente novo para a menina.

E o melhor de tudo era quando, na curva do an-gico, ardia uni disco luminoso, um olho arregaladocm brazas, que vinha galopando na treva como umaalmenára fantástica...

Chanf! chanf! chanf!E o "bicho" passava, na vertigem da carreira,

listrando um borrão de janeílinhas illuminadas nanoite infinita...

Tóti se interessou agudamente pelo trem de ferro.De onde vinha?

Das cidades, tolinha, lhe dissera a tia Bizuca.E o que eram as cidades?

Um logar onde havia muitas casas e muitopovo, lhe explicai a a velha. Não sabe aquella casamuito grande e muito chie que o nhô Raé tinha no" commercio " ?

An.Pois a cidade era uma porção de casas como

aquella. Um bandão dellas. Povo como formiga.Negócios cheios de gente que compra. Muita bandade musica. Muita festa de igreja. Luz de cegar.

E na cidade não se "come" leite, tia?Não, feiurinha. Na cidade a gente véve a per-

sunto e a fruitas.An...

E Tóti, no dedinho, mordiscava uma grande de-licia interior.

Tia Bizuca continuava a rodar a tecedeira.

Tóti, aos dezeseis annos, tinha algumas sardas,mas era bonita. Nhô Tão, velho e adoentado dosrins, olhava-a, engambelando lá por dentro a impa-ciência de casal-a e descansar no genro. Uma exis-tencia de peleja inútil, a do velho retireiro. De vezem quando, comitiva para o sertão: mergulho ousa-do na solidão dos Goyazes e de Matto-Grosso, ácata do boi magro. Chapadões, soladas, aguaceiros,rios, bugres, arribadas, estouros, o diabo! e o mata-réu de chifres adeante, para duplicar, de anno aanno, a notama :1o patrão. Era natural que, presen-tindo a invalidez e não tendo, de seu, mais que umavacca, duas marrans e o "mundo largo e sem portei-

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ia", chocasse um achcgo, uma escora. E isso, sópor via da filha. E a filha, louvado Deus, estavabonitona que nem uma mangaba quando vae des-pencar. Toca a ver o Néca do Bilico. Rapaz meioacanhado de medos, "bemsinho" trigueiro, porém,trabalhador c arranjado. Propoz-ihe acabar comaquillo.

— Uái, vacê sabe que de cá não rféga... lhe dis-se o Néca.

E engolia, cm íaiva muda, a praga suprema, em-quanto, com o seu, cruzava o olhar fantástico da-quelle demônio nocturno, barulhento como uma| ca-choeira, como uma cahoeira de augurios tristes e dedesesperanças irremediáveis!

E não negava mesmo, o Néca.Tóti, essa, re amargurou com a noticia. Não

pensava em casar. Pensava... em vêr a cidade acidade de que lhe falara a tia Bizuca, setindo, an-tes, a delicia de uma "embarcação"...

Como realizaro seu sonho longamente acariciado si re tornasse,desde logo, "obrigação" do Néca? Não é que cila'não apreciasse o Néca. Não. Achava-o assimsinho, e.come o pae o queria para marido delia, tambem cbno queria. Casaria com elle, porque não? Mas... e asua idéa, o "geito"

que estava dando para vêr, pri-meiro, S. Paulc, aquelle paraíso que lhe pintara alia, casas do tamanho de morros, gente cemo for-miga?

—- Pae: não quero casar agorinha.A mó, fia?Eu vou a S. Paulo.Cumo, feitiço?

Com o povo de nhô Raé.Abão, fia.

E foi.E saciou o seu impetuoso sonho ingênuo.Pobre mariposinha da roça! Voejou tanto nas

ííuelras de foge do Bal-Molóc paulistano que...Nhô Raé voltou dois mezes depois com a fami-

lia. E contou ao Tão que a mocinha...O leitor já sabe. Não sabe, com certeza, que foio Puca, o füho de Raé. Nem Raé o disse.

Mio Tao e tia Bizuca choraram. Mas anrildi-Cearam a doidinha. Néca não disse nada, nem amai-chçoou ninguém, a não ser aquelle trem de ferroaquella lereia que não se contentava com o reduzir acinzas tanta invernada de engordar boi, mas lhe dei-tara braza na palhinha secca da alma de Tóti.

Por que diabo tinham inventado aquelle traste?E cavucava os seus "rocios",

pensativo.E si fosse a S. Paulo buscar a louquinha?

Quá... dissuadia-se. Si ella fora e ficara, comcerteza que não gostava delle "para casamento".

E á noite, soprando forte a braua do cigarro depalha, accorado á porta da casa de nhô Tão, pu-nha-se a ouvir, todo sombras por dentro, a melânco-lica orchestração das lezirias envolventes, empapaça-das nos negrumes das infinitas noites sertanejas...

Si alguém chegava e lhe perguntava a mesmapergunta de sempre:

Vae vê o bicho passa?Elle semi-sorria e pingava a resposta habitual.

Vô.

E o "bicho", quando passava, passava esfran-a-

lhando aquella alma encolhida. - Ruáááá... chirfchanf! chanf!

Tóti cansou. A mulher -— mesmo uma caipirinha— quando cansa, reconsidera.

E Tóti, que a estufa paulistana começava a arti-ficializar, a esturricar em barato canalhismo, certavez cahiu em si. Pensou no pae, na tia Bizuca, noretiro. . .

Que idéia fariam delia?... Mordeu as pontas dosdedos.

Que idéia poderiam fazer delia? Remordeu os. de-des. Affiigiu-se. Rebentou-lhe uma lagrima.

Que burrinha que fora!Alguém a assistiu nessa angustia. A esse alguém

ditou a primeira carta para casa, á tia Bizuca.Era uma infeliz. Pedia perdão. Tia Bizuca inter-

cedesse junto do pae. Pelo amor de Maria Santissi-ma. Queria voltar á sua casa. Não lhe recusassemessa ventura. Beijos. Saudades a todo mundo, atémesmo á sua vacca Marqueza:

A carta seguiu, mas a resposta não veiu. Não aqueriam mais, com certeza. Tnsistiu. Mandou segun-da. E terceira. E quarta. O silencio. O silencio de-vorava-lhe os brados c as supplicas.

Elia pensou, retransida de horror: E si morreualguém? o pae, a. tia Bizuca...

— Nó...!!!DescYspe-rou e mandou a ultima carta, annuncian-

do que partiria uma semana após.E partiu.

Veiu como uma caipirinha fresca, que tivesse cs-lumjado os thesouros de sua ingenuidade na facinan-te fogueira da Cidade.

Olhava-se agora e reflectia., tristemente, no quan-to tinha "progredido". . .

Como a receberiam? Amedrontava-se. Mas, aomesmo passo a encorajavam a saudade e o arrependi-mento. Não havia de ser nada: o pae e a tia eram tãobons... E o Néca, tambem não o era?

O Néca...Pela primeira vez, por signal, lhe accodia a lem-

branca de noivo. . .

Quando, após uma longa e estafante viagem,desembarcou, emocionada, á plataforma da chave!meia légua aquém de retiro, não viu ninguém. Masdescendo a rampa, topou o Néca, que vinha vindoesbaforido, numa grande expansão muda de alegria.Tóti .o abraçou com effusão e lhe perguntou pelopovo de casa.

— Tudo bão.Tomou o bahusinho á moça. Puzeram-se emmarcha.Tótinha sentia qualquer cousa apertar-lhe a gar-gania. Mas, cemo o Néca sorrisse, relanceando-lhe,

{Termina no fim do numero) .

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''Então disse Deus a Noé: Faze para tiuma arca de madeira de Gophen: farás com-partimentos na arca, e a betumarás por dentroe por fora com betume."E desta maneira a farás: De trezentoscovados o comprimento da arca, e de cincoen-ta covados a sua largura, e de trinta covadosa sua altura.

"Farás na arca uma janella, e de umcovado a acabarás em cima; e a porta daarca farás ao seu lado; far-lhe-has andaresbaixos, segundos e terceiros".

Ora, sabido que o covado vale approxi-madamente 66 centímetros, as dimensões daarca reduzem-se a 198 metros de comprimem-to, 33 de bocea e quasi 20 de pontal, resultamdo dahi uma embarcação que não podia abri-gar com muito conforto o velho patriarcha,mais sua mulher, seus três filhos, as três mu-lheres de seus filhos, e um acompanhamentozoológico de "sete machos e sete fêmeas dos'animaes limpos, dois — macho e fêmea —dos animaes que não são Limpos", afora asaves do céo e os reptis da terra. Emfim, paraconservar a espécie num cataclysma a quepresidia a cólera divina, talvez fosse bastanteaté simples costaneira da arca como excellen-te taboa de salvação.

Assim navegou Noé quarenta dias equarenta noites, sem rumo, nem grande in-commodo com a pilotagem, que estava sendofeita milagrosamente por Deus. E um bellodia, ao ver que baixava o nivel das águas, eserenara a tempestade, e a alviçareira pombada esperança batera a linda plumagem em bus-ca de pombaes longínquos, o nobre ancião viucom espanto, de olhos gratos no céo, que serasgava em bambolinas azues, a sua arca emfranca aterrissagem, findando por espetar-senas culminancias do Ararat, e lá ficando capodrecendo para a eternidade. E a sua gentedesceu tranquilla e prospera, de parceria comos animaes limpos e sujos — dessa casta po-voou-se o mundo.

Consagra o Gênese a Adão e Eva a di-recção dos mais rudes trabalhos agrícolas; aAbel o pastoreio do paterno gado; a Caim asduas obras de construcção civil; Tubalcaimrevela-se exímio trabalhador em metaes re-sistentes; foi dado a Jubal o patrocínio dosinstrumentos de musica, alguns dos quaes,como a harpa e o harmonium, elle tangia ámaravilha, para suavisar a agra vida dos ho-mens sobre a terra.

Noé, 110 entanto, o obediente architectoda arca e pae da navegação, jaz sem menção

profissional nos paragraphos da EscripturaSagrada. Deve-se, pois, a Deus a invençãodo navio para a conservação do gênero hu-mano. E' o que, aliás, affirma o piedoso csábio padre Fournier.

Sobre dilúvios, é fértil a tradição emlendas mais ou menos verosimeis. Na my-thologia grega depara-se Deucaliãp;, favore-cido como Noé, com sua esposa Pyrrha. Essenão consta que levasse bicharia na arca, e nemmesmo que em arca se salvasse; mas, comodahi era preciso um repovoamento da terra,e os recursos da fábula são inexgotaveis, sur-ge um triic realmente satisfatório. Finda essainundação que sepultou a Thessalia e a Pho-cida, Deucalião e Pyrrha foram aconselhadospelo oráculo a que lançassem para traz osossos de sua mãe commum. Só podia essamãe commum ser a terra — pensaram elles;e sem olhar á rectaguarda, iam atirando aspedras que topavam, e logo se transforma-vam e homens e mulheres, á medida que par-tiam da mão delle ou da mão delia.

Ügyges, rei da Attica e da Beocia, fun-dador de Thebas e de Eleusis, no XIX séculoa. C, teve também seu reino consumido porum dilúvio memorável.

O Noé da China é conhecido por Pey-ruii; o chaldeu por Xixuthrus; o dos Muys-cas, indios columbianos, tem o nome de Bochi-ca. E no pittoresco folk-lore dos nossos tupi-nambás figura Tamandaré, o deus indígenapovoador das selvas brasilicas, depois que sesalvou de um dilúvio no topo alto de uma pai-meira.

Mas, de tudo isso, não ha negar que aBiblia condensa e elucida melhor os factos,deixando apenas que se raciocine sobre elles.

Como se viu, Noé teve ordem de empre-gar na sua arca a madeira de Gopher. Queserá isso? Pinho, cedro ou cypreste, ou mes-mo o nome genérico de madeiras próprias áconstrucção? Talvez se trate, com effeito, docedro, abundante em toda a região do Libanoá Armênia.

Anna Catharina Emmerich, a assombro-sa visionária, revela em suas descripções eso-tericas que Adão e Eva, após a expulsão doParaíso, se refugiaram no Monte das Olivei-ras, e o seu túmulo foi aberto no Calvário, fe-chado então de florestas espessas que o dilúvioarrasou. Ahi se pretende que a arca fosse, fa-bricada, e o seu taboado tinido e calafetadocom o betume desse santo outeiro.

Durava ainda o seu inspirado labor, quan-do um dia se lembrou Noé de penetrar no se-

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pulcro dos pães da humanidade, donde, in-stantes depois, se retirou carregado de ossadas.(Este episódio coincide em parte com a lendahellenica de Deucalião.)

Longe de rejubilar do sinistro achado, opatriarcha vae mostral-o aos seus, e só lheaçodem aos lábios phrases de infinda lamen-tação. Chora, brada e supplica aos filhos deseus filhos que perpetuíem honradamente araça daquelles que a graça divina elegeu paradepositários de tão sagradas relíquias. Es-cutam-no profundamente emocionados osmembros da sua família. Nisso, descem do céo,entoando cânticos, três anjos emissários; Ja-phiel, o do meio, eleva a Deus um cálice ondegerminam grãos de trigo em torno de umcepo de videira. Ajoelha-se Noé, que aindatraz sobre os hombros a cruz que vae for-mar a ossatura da arca. Sua alma está ba-nhada ao mesmo tempo de dôr e de alegria.Recebe nas mãos tremulas o cálice mysteriosoonde brota a abundância — esse mesmo quealém vae figurar no episódio bíblico da Ceia,e a lithurgia christã per omnia secula faz des-pontar e subir como uma invocação no santosacrifício da missa. Depois o incomparavelsymbolo é recolhido ao tabernaculo, onde seescondem os despojos de Adão e Eva.

Cessa em redor a calmaria plúmbea queprenuncia as grandes tempestades. Na curvado infinito silenciam as harmonias suaves quevêem dos coros angélicos. Corta as nuvensjá negras e pejadas o primeiro fusil como umlábaro de maldição. Noé e a sua prole, ge-nuflexos, a cabeça entre as mãos, cheios de as-sombro religioso, nem se apercebem que osenviados do céo teem desapparecido. Umaangustia horrível envolve o universo arquejan-te aos látegos daquelle insólito castigo.. A ter-ra inteira, donde ainda sobem os ecos dos fes-tins sacrilegos, e succumbem as canções dasderradeiras libações orgiacas, vae afundar noturbilhão escachoante dais águas.

E' o dilúvio.A arca santa começa a subir, grimpa um

a um os degraus movediços das ondas encar-neiradas. Dentro é um rumoroso murmurarde preces, na litania dos privilegiados. A es-sas vozes responde a alma da arca, arfandono seu bojo protector, symbolo a um tempode navio e lar. E' a alma ingênua da arca,que faz éco ao canto de bemdiçao do pae dosnautas — é a fada amiga das navegações, éo torturado espirito do mar.

Decorre empós o lento e tumultuoso per-passar dos séculos. S. Gregorio o Illumina-

dor, vae para a Armênia exercer o primeiropatriarchado christão; Leva comsigo, compa-nheiro e mentor, o virtuoso monge Tiago, queama viver em peregrinação por desertos vi-sinhos.

Lembra-se um dia o eremita de galgaro cume do Ararat, a ver com os seus olhossi ainda lá existem signaes da arca de Noé.Põe-se a caminho, immerso em fé que muitavez se tolda de incredulidade; tanto anceiade ver como receia do que verá.

Uma noite, após internimo caminhar porvalles e fraguedos, cae extenuado ao pé deuma arvore. No outro dia desperta, alargao olhar de desmedido espanto. Julga sonhar,pensa que vae enlouquecer. E' que se encon-tra, por milagre ou por castigo, no ponto exa-cto de partida. Em redor reconhece arvore-dos e habitações familiares. Cáe prosternado,e se convence de que um poder supremo de-fende o logar onde dormiu a arca o seu pri-meiro somno de bonança.

Essa crença durou até ao XIX século.Só em 1830 o dr. F. Parrot, professor dephysica em Dorpat, tenta e obtém a gloriada ascensão ao nebuloso cimo do Ararat. De-clara o arrojado touriste ahi ter achado vastaplataforma de duzentos passos de diâmetroque bem podia ter servido de ponto de apoioá arca, quando o dilúvio cessou.

A lenda do dilúvio é uma das mais bellase inspiradoras da humanidade. Suggere apoetas as canções do infortúnio; aos escri-ptores que amam as bellezas da historia ellarecorda paginas sinistras; aos homens em ge-ral, ha na sua estupenda contextura uma en-fiada de recordações dolorosas, donde se for-mam outras lendas, passageiras umas, immor-redouras outras, cingindo todas como áureo-Ias de ineffavel superstição o espirito créduloou sceptico das raças.

Logo que a immensa inundação findou, oarco-iris surgiu, borrando a alvura do céo deuma féerie espectral. Pasmo e quieto, avis-tou-o Noé do parapeito da arca — para emseguida orar e murmurar:

Arco de paz e de alliança...E o Senhor ouviu-o, e completou-lhe o

pensamento:Sede bons e fecundos; multiplicae-

vos e povoae a terra.Quanto á ordem divina de fecundidade,

não foi penoso aos homens esbanjar o legadodo patriarcha. No que concerne á bondade,de tal maneira a deturparam que começampor esquecer e desrespeitar as próprias lendas.

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^IlustraçãoBrasileira

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ASPAR Magalhães, Arman-do Vianna, Baptista daCosta e Victor Meirellés,são os autores da:; obrasque no presente numeroreproduzimos. As indivi-dualidades dos três ulti-mos, varias vezes têm sido

estudadas em nossas paginas, por oceasião de re-produzirmos telas portadoras de seus nomes.

De Victor Meirellés é o primoroso retrato dePedro II, pertencente á Galeria da Sociedade Pro-pagadora das Bellas Artes. De Baptista da Costaca magnífica paysagem; ella figurou no Salãocio corrente anno, despertando em qiiantcs a ad-miraram, momentos de verdadeiro goso espiri-tual.

'.'Flores ao Sol" é de Armando Vianna.Com a interessante tela, concorreu o seu au-

tor ao prêmio de viagem á Europa não o conse-guindo apezar das bella!; qualidades da obra.Gaspar Magalhães é o autor de "Velho Mosque-feiro" e é a primeira vez que apparece com traba-lho reproduzido em trichromia cm nossas paginas."Velho Mosqueteiro" figurou também no ultimoSalão c!c Bellas Artes, sendo qualificado como\uma das boas obras da grande mostra. A critica,oecupando-se largamente do quadro, encontrounelle affinidades com os formosos Roybet, o que\ale por grande elogio. Aqui mesmo, nestas pa-guias, a obra de Gaspar Magalhães encontrou fi-dalgo acolhimento, merecendo, do nosso critico,palavras de carinho e enthusiasmo.

Gaspar Magalhães, antigo discípulo de Hen-rique Bcrnardelli c Zeferino da Costa, pertence aum grupo que honra o ambiente artístico brasi-ieiro. Trabalhador infatigavel, pouco apparecenas rodas onde cs artistas palestram, e, quando ofaz é por poucos momentos. Culto, não temnunca uma phrase amarga para um collega, ale-gre, sem preoccupaçòes, produz; produz com ho-nestídade, e a sua obra vem surgindo a golpes detalento.

A sua obra é daquellas que se meditam. Es-crupuloso, não executa nada sem primeiramenteestudar, procurar uma linha que lhe pareça resol-ver o problema.

^ía^&m&j^e^»_..-. K^De 1907, data o seu apparecimento no Salão

de Bellas Artes, "Eurico", foi o seu quadro deestréa.

Quantas íuetas para conseguir o effeito de-sejado!

Quantas difficuldades vencidas e quantosmomentos de desanimo entre as paredes do mi-nusculo "Studio" collocado nos altos da antiga"Maison Moderne"!

Para o "Eurico", teve Gaspar Magalhães, osaudoso "Sansão"

por modelo, e para Hennen-garda, uma gentil figurinha que borboleteava pelos"ateliers" na conquista do pão de cada dia.

Era um prazer ouvir o enthusiasmo infantilde Gaspar Magalhães, por este ou aquelle typoque elle entrevia na sua vida de estudante.

De 1907 até hoje, o artista tem proclu-zidõ com amor e grande progresso; nos seusquadres percebe-se essa escala accentuadamente;possuidor de uma bagagem digna, tendo conquis-tado nos Salões de Bellas Artes do Rio de Ja-neiro muitos dos seus prêmios desde a Mençãohonrosa de 2° gráo até á Grande medalha de prata,apezar de ter soffrido algumas injustiças dos Ju-rys dos Salões, notadamente quando concorreuao prêmio de viagem. No anno passado conquis-tou o prêmio "Galeria

Jorge". "Ao Entardecer",foi o quadro premiado com tão alta distincção,merecendo, quando exposto no Salão, as me-lhorer; referencias.

A obra de Gaspar de Magalhães possuequalidade valiosa, é honesta, sem os artifícios quemuitos artistas lançam mão para embrulhar o pu-blico, não possue exaggeros condemnaveis, não tema "camouflage" da tão decantada escola imprés-sionista, que hoje avassalla a mocidade. O dese-nho, não é escondido com artifícios mais ou me-nos manhosos, e não busca na imprensa amiga asloas exaggeradas com que se escudam os falhos deconhecimentos imprescindíveis á realisação deuma obra que perdure e resista a uma critica se-\ era.

Reuniu Gaspar de'Magalhães, em seu "ate-her", trabalhos interessantes; os desenhos de ani-mães que expõe são bem observados e bem trata-dos: "Saracura"; "Vacca"; "Cheio de si"; "Boc-

[Termina no fim do numero)

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PersonalidadesO O o o

Dezembargador Carlos Pinheiro Guimarães

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Dezembargador Manoel Bernardi- H__flBV_flBHBMB^flHflBHfl^lB~.^>w"x '^«i^,_^_^| no Vieira Cavalcanti Füho I, f

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Dezembargador Cíotario PortugalCorregedor

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Dr. Acrisio Guimarães,socio-gerente da firma Guima-

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^IlustraçãoBrasil eira

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EM CIMA, AO

CENTRO

MADAME TOSCA

NO DE BRITO,

DA ELITE CURI-

TYBANA E ESPO

Madame Izarina Wanovid de Lima, es-posa do conhecido clinico Dr. Eduardo

Wanovid de Lima.

SENHORITA RA-

CHEL GOULIN,

FILHA DO DIRE-

CTOR DA SECRE-

TARIA DA PRE-

FEITURA.

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SA DO DR. TOS-

CANO DE BRITO,

SECRETARIO DO

SUPREMO TRI-

BUNAL DE

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Isis, distincta e intelligente filha do Sr.Benedicto Boris, acatado funccionario

da Fazenda.

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AO CENTRO:SENHORA MA-GDALENA DE AL-MEIDÀ COSTA,ESPOSA DO GE-NERAL NEPOMU-CENO DA COSTA.

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Oesembro19 2 5

ESTADO DO PARANÁ'CIDADE T^TT r^TTDT H\ \T r» a

ACÇAO DA PREFEITURANO VIGENTE LUSTRO

CIDADE DE CURITYBAPROGRESSOS DO MUNICÍPIOOUTRAS NOTAS.

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Praça C a r l o s G o

A exemplo do que já temos publicado com referencia ás remo-delações e embellezamentos por que passam varias capitães dos nossosEstadps, quando estes têm á testa do governo municipal homens de re-conhecida competência e de iniciativas fecundas, que despendem o melhorde suas energias e esforços para que uma capital, sem prejuízos dosseus municipes, corresponda ás múltiplas exi-gencras dos centros civilizados, e dos quaes éella a característica e o mostruario da grande-za do próprio Estado, — não podíamos esque-cer a ridente Curityba, empori.o de Trabalhoe Arte, onde o gênio e o cakleamento de raçassupéripies imprimem-lhe um facies harmo-nico e distincto nas varias modalidades do seuprogresso.

Berço de poetas, historiadores, artistas dapalavra e do som, Curityba, com as suas mase praças bem delineadas, com o estylo archi-tectonico de seujg edifícios, cortada de ave-nidas e protegida por uma arbòrização dumverde-escuro onde a vista se accommoda comonum refugip .protector; a ameneidade de seuclima e as vi rações constantes da suas manhãsde sol; a movimentação de seu commercio, orugir de suas fabricas, e, sobretudo, a physio-nomia de seus habitantes, aloirada em sua to-lalidade, .sempre joviaes e solícitos, duma ur»banidade captivante e simultaneamente resolu-tos e francos, sem o egoísmo deprimente dascastas inferiores e sem esse bairrismo morbi-do que enerva e destróe as confraternizaçõesdo meio social imperante, — princípios estestalvez resultantes duma fatalidade biológica —tudo isso, dizemos nós, concorre para que ovisitante, dentro de poucos dias se identifí-que com aquella população e se sinta plena-mente irmanado hp labor e na conquista doseu lisonjeiro engrandecimento.

Aquella capital, afastada do littoral cer-ca de no kilometros, vivendo dentro da or-dem e para o trabalho, está, realmente, isenta

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Estatua do Barão do Rio Branco — Curityba,

ankilostomiase que tanto desfibra nossas populações dointerior E,; '!

Estabelecida num soberbo planalto e em condições geographicas in-vejaveis sobre as suas demais congêneres, dir-se-ia que a natureza foi-lhe mais que pródiga junto á grandeza territorial do nosso paiz e da

fprmação ethnka da nossa nacionalidade.O relato e as estatísticas, quadros ' de-

monstrativos e comparativos, não só das possi-bilidades econômicas daquelle Municipio, comoo da sua progressão de 1920 aos nossos dias,que em seguida publicamos, sobejamente attes-tam o que vimos de dizer.

Vejamol-os:DESCRIPÇÃO

"Curityba, cidade de pi anal Ha, collocadaa cerca de 900 metros de altitude, com uma tem-peratura centigrada, á sombra, que se assigna-la numa media de 16,50 pôde ser consideradacomo uma cidade refugio, durante o estio,pelos que, nessa época do anno, se retiram doRio de Janeiro em demanda, ás vezes, de cida-des sem o attractivo actual daquella.

E' verdade que os veranistas cariocas têm,mais perto, para esse fim, Petropolis, S. Pauloe algumas cidades mineiras. Pois bem. terãotambém d'ora avante Curityba, se preferiremuma viagem um tanto mais longa, mas, sobdiversos aspectos, muito mais interessante, querpor mar, quer por terra.

Por mar. terão dous dias de viagem, to-cando em Santos e em Paranaguá ou Antoni-na, portos de desembarque, e subindo ao pia-nalto pela Estrada de Ferro do Paraná, oupela de automóveis da Graciosa, duas obrasprimas da engenharia nacional, com panara-mas de infinita belleza. desses que perenne-mente nos ficam gravados na retina, tão iné-ditos e fantásticos; se nos apresentam compsurprezas que são dos caprichos da natureza.

^llustrôçâòBrasileira

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Aspecto dc Gurityb.T, ~tomado de um aeroplano a 2.000 metros.

E irão gozar em Curityba,a mais amena temperatura dopaiz: — a do sul do Europa emterras brasileiras.

A tendência da temperaturaé para a baixa, e a media cen-tigrada de 16,50, responde bemem 20 annos de observações,pela excellencia do clima do"plateau" ¦curitybano, inacessi-vel aos hematozoarios transmis-sores das moléstias que trazemem constante sobresalto os ha-bitantes de outras regiões.

Quanto ás médias da pres-são barometrica, quantidade dechuva, humidade relativa, rilé-dias da tensão dp vapor d'agua,direcção dos ventos, — esten-de riam por demais este relato •só por isso não os registramos.Todas essas observações, entretanto, e<ollo-cam ainda Curityba na melhor situação en-tre as demais cidades do paiz.

Occupa o Paraná a zona temperada doce,que segundo a divisão de Henrique Morize,director do nosso Obsevatodio Astronômico,começa ao Sul do Estado de São Paulo, eattinge o extremo Sul do paiz. O Paraná,Inteiramente dentro dessa zona e dividido emduas regiões climáticas segundo as suas di-visões physicas caracterisadas pelo littoral epelos planaltos e campos, é considerado peloeminente sábio brasileiro como constituindoum clima dos mais bellos do mundo. Nestaultima região destaca elle o clima de Curi-tyba (16,4) como o mais europeu e o maiscaracterisador das duas estações extremas: —Inverno e Verão. Dahi a rápida assimilaçãodo estrangeiro entre nós. como testemunhou,entre outros, o illustre geographo e sociólogopatrício Delgado de Carvalho.

AS ESTAÇÕESVerão. — Inicio da estação, Ifl,8; predomi-

nancia da curva thermorriéírica (Janeiro 20,8;e fim da esVação, 19,4.

Outomno. — A .partir de 19,4, deprime.seem Junho ao seu minimo 12°.

Inverno. — Iniciado com o minimo da curvathermometrica anterior, desce a 0,5 entre Julhoe Agosto.

Primavera. — Elevação oscilante de tempe-ratura, en.rc 14,;") (Setembro) e 20,8 (Janeiro).A SUA POPULAÇÃO E INDUSTRIA

E' Curityba a sétima dentre as capitães deEstados da Republica, quanto á população.

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Panorama parcial de Curityba,

A cathedral dc Curitxba.

Km 1900 tinha 49.755 habi-tantes, em i9io, 60.800; em i920,78.986, e actualmente 100.000habitantes.

Em 1918 tinha 112 fa-bricas com 2.440 operários, comcapital de i7.82375o$ooo e umaproducção annual de réis28.910:659$5oo; — e o recen-seamento de 1920 registou 255fabricas com 3.488 oprarios,um capital de i8.556:6i6$422, euma producção de réis56.683:810$! 30.

Tinha 1.283 prédios em1886, e conta hoje somente noseu quadro urbano, 10.000.

O numero de vehiculosmatriculados em 1925, isto é,no passado exercicio, até 30 deSetembro (9 mezes) para os

transportes urbanos se elevou a 3.152, en-trando nesse numero 896 carroças de quatrorodas que fazem o abastecimento diário dehortaliças e lenha procedentes das colôniasagrícolas da visinhança da cidade, e 603automóveis.

TRAFEGO URBANO

Tem em trafego 28x00 metros de li-nhas de bondes electricos, sendo considera-vel o movimento de passageiros.

ÁREA E MELHORAMENTOS DACAPITAL

A área do municipio é de 46.800 he-ctares, e a occupada é de 1.000 hectares= a 10.eco.000 metros quadrados e os seusactuaes melhoramentos attingiram ao eevadototal de 515.806 m.2, 08 para a área de ruas epraças actualmente pavimentadas na capital¦paranaense,' conforme a seguinte especifica-ção em 30 de Setembro de 1925:Parallelepipedos 222.849 m-2 97Macadame 289.263 m.2 11Pedras irregulares 3-693 m.2 00o que perfaz um total de 515.806 m.2 o 8.Attinge. portanto, a quasi 9 a quota indivi-dual de área calçada por habitantes, o quemuito destaca aquella capital entre as demaiscidades brasileiras e estrangeiras.

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Praça Municipal — C u r i l y b a Passeio publico

Illustre çãoBra sileira

Q ü AParallelepipedos.. .MacadamePedras írregtt*ares-.

D R O COMPARATIVO Calçamento existente em 26 de Fevereiro de i920

*1 oraiK.» o refuja.» da» pavi««.Btaçõ«^ ««itait. de 26 de Fevereiro de 1920 a 30 de Setembro de 1823.

2olo43 m.2187.228 m.2

391-934 m.2

EXERCÍCIOMACABA3M2ACÃO

| Calçamento ] KecalçameiizoREMA CA DAM IZ A ÇÃ O

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1&24IS25 i% trimestre)

Sarjetas Remacada-mização

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5.73-4.2í-3.991,frf

3.S8ã,69Í-2&.7S L37SÍ6#

1.246,553.453^97-252. SS5.511.154-.T99.2-i

3.623.94 4S69.Se13.421.SS lS.88ã,SS22.469.21 25.752.0325.I51.lv 3©.962.2S1S.S13.4S 2O.522.70 i

1.271.092-674.56

405.001.652.06

979,31134.36

6.487,5122.008,49

7.193.1911.107.0717.799.332.075.90

H íi^ íVf'a-9 ~. Z.l'.'*-002

Anno

1889.1920

1922

1925 ('9 mezes)

F I X A X Ç A S

Receita

32.-36ÍS2501.302.644S029I-344:7íi?34i1.669:439550o

7.116.3S 66.871.49

Total

ím ?)

7.758,6024.683.05

7.598.1912.759.1318.778.642.410.26

73.987.87

TOTALGERAL

fm 2")

8.537,1435.346,9430.385.7149.148.1053.426.5225.242,34

Despesa

30:6f6So531 -285 :804591o1-344:0985^491.524:5835511

202.086.75136.516 velas, com um consumo em kws de 778.200. Xesse mesmoa-no o numero de kws estilizado com força motriz elevava-se a 1.738

A C I D A ü EPossue Curiíyba edifícios públicos sobejamente recommendaveis

taes quaes. os do Paço Municipal. Palácio do Congresso, da Universi-dade. do Gymnasio: Escola Normal, prédios particulares e commerciaes;serviço de assistência social e associações beneméritas como o Hos-

pitai de Caridade. Hospício X. S. da Luz. Instituto Pasteur. Gotta dest________ (flHÍsi Sk ^¦¦^•^kbbh^^^

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p raça Tiradentes C u r i t \ b a.A Divida Fluctuante do -Município que em 1920 montava a réi*

5^7090^091. acha-se extineta. "'"'A Divida Consolidada que em 1920 importava em 1.407:0008000esta reduzida (30 de Setembro ultimo; a 1. i3o:oooSooo.

A Divida Activa do Município existente a 30 de Setembro de 192^=e eleva a 1.274:5085246. y °5

EDIFICAÇÕES PREDIAESXos últimos annos o numero de prédios construídos tem sido o

* W™'-r"Íoadev A55i.ste"cia *

,Pr^c^ á InfancU e SociedadeT," Ti Necessitados, Asylos de Orphãos de Caiurú e SãoBrasi V&S?™;

A C.athedral é "'- das ,„at belas^Faculdade c E„-inr Ilcc,n?en^ . HJ.^es e particulares de instrucção:Ss GoHeSos C^Zr%

de, D,reit,0: Engenharia e .Medicina: Gvm-ho dè ^cE?;rdeEDc:::s at,;urdae t^ crrvL-

para ambos os sexos. etc. etc. protissionaesDIVERSÕES

S'; .9Í5- 72;9;Z6',T; I9'7- fj9; '9l8- ^ ,9'5- 33 .9V 2; , .' mos os ckhTLIS™ =* ^"^ de'"re os '— destaca-46, ,922: 77, ^i. I58; ,924. 2IQ. [02. fe meze5 6a associação «, T?^

como Por <*<™P* o C/a* Crín-dição credora de rspe to e,tarf

da5K,demais alli -istentes. de tra-socros. iá por sua 0S, "^ J ^^ SeleCÇà° de S6UScen,os.-Be7a;"fm ?al'eí,

qT T**'**

C°m " me'hores í" ~"he-priedade do govèraô 0^?

-.%*****» 08 theatros G,ttyrtf, de pro-.-.»r''-Ag^Se°tft^wor:òmo f;Cci;,;de jl%"°"- ° Pa,°-PeÍ5Do5'eroretCoe ^

TSSa ParK -Pec,rreCSrfde ^ " 3'00°ao Puhiico^mVraftm^o'!?3,,0""60^35 aOS "°^s Wto« e

^ntes paginas, sentimo-nos TertV> ,I]U5traÇOe? ^ documentam as pre-

feitura de Curityba ™

ZLZ^tF"* S^sfeitos tributa"do á Pre-rs t"à£Kasvrritata

-^e °-5»J,4^aiS35£:L Moreira Gar-

TELEPHONES

.inha":^ S^^J*SS3^?2S Te * ^TdT *

A ILLü M I X A Ç A OA sua illuminação. publica e particular é electricá de lâmpadasincandescentes com mtensidades c,ue variam de 32 até ooTvelaSsendo que a ,ntens,dade total da ilhuuinação publica cm ,074 e dè

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©exembro1 9 2 5

PIANO

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OUÇHIflO CONSELHO DOS

PROFISSIONAES :Não se deve dar preferencia a um

piano simplesmente devido a suaprocedência, mas sim depois

de certificar-se, detidamente, do seuvalor intrínseco, representado pela

SONORIDADE, ACABAMENTO e osMATERIAES NELLE

EMPREGADOS. ^

O piano "ESSENFELDER" reúne em si, no gráo máximo,ESTAS QUALIDADES, a par de PREÇO MUITO

VANTAJOSO, e cercado de

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G-ARAMTIAS

ESSENFELDER S_ Cia.CURITYBA

Caixa Postal Nr. 251 -- Telegrammas "Pianos"

UMA FIRMA DE QUASI CEM ANNOS, NO PARANÁ

Curityba, a linda capital paranaense, conta no seuicommercio, assaz desenvolvido, firmas ide conceito átoda prova, e entre ellas, a dos Srs. Guimarães & Cia.,existente desde 1830, exploradora do commercio @ in-dustria do matte.

As actividades moças que actualmente impulsio-nam a velha firma curitybana, são bem os dignos con-

ütinuadores das tradicções de honestidade dos pães, sobre-tudo na intensificação do intercâmbio commercial coma Norte America, pelo porto de Paranaguá. São os Srs.Guimarães & Cia., que controlam, por assim dizer, oembarque e exportação do café e dos demais productosoriginários do Estado, a despeito das vicissitudes queemprehendimentos dessa ordem ainda accarretam namaior parte das unidades brasileiras.

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Nicolau Mãder a Co'VSA/WWS^/WWVWWW"

j FABRICA DE HERYA MATEFUNDADA EM 1898

Premiada con Medalhas de Ouro em diversas Exposições

IWm^.

Fabricação exclusiva das afamadas marcas:

&

MÀDER, RIO ÕRÀNCO, UNICÀ, PRIMORHUGO, FÀNNY, ETC.

RUA JOÃO NEGRÃO, Escriptorio:Esquina Iguassú PRAÇA SEN. CORREIA, 8

End. Te]. MADEH — Caixa Postal, 104 — Códigos LIEBER e A BC 5" Ed. Melh.

CURITYBA PARANÁ' BRASILFilial em JOINVILLE » Caixa Post 1 57 End. TeL MADER^5x

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Códigos: A. B C 5.a Ed. e RibeiroEndereço Telegraphieo" MACHADO'

RUA V. QÜÃISÃPUAVA N. 294CAIXA, 316

CURITYBA Estado do Paraná.- Brasi

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GUIMARÃES &CRUA MANOEL BONIFÁCIO N. 45

Paraná PARANAGUÁ'CASA MATRIZ em Curityba

Embarcadores de herva mate, madeiras, café etc.Agentes das seguintes Companhias de Navegações :

LLOYD NACIONAL, de Rio de Janeiro, com 3 viagens mensaes parao Sul e Norte do Paiz.MALA REAL INGLEZA, de Londres, com 1 viagem mensal para os

portos EuropeusCHARGEURS REUNIS, de Paris, com 1 viagem mensal para os portos

de Havre e Antuérpia.PRINCE LINE, de Londres5 com viagens para New York.LAMPORT & HOLT Line Leia,, de Liverpool, com vapores para New

York.DEAN NORSKE SUDAMERIKA. LINJE, de Noruega, com vapores

Dois Trãpiches

da firma

para os portos do Rio da Prata e depósitos, para armazenagemde café, herva mate madeira, cereaes, etc.

LLOYD REAL BELGA, com vapores para os portos do Rio da Pratae Antuérpia.

LLOYD REAL HOLLANDEZ:SUD ATLANTIQUE, de Paris

E varias outras.Proprietários de 2 trãpiches servidos por linha férrea e des-

vio, para atracação de vapores até 22 pés de calado e grandesdepósitos para armazenamento de cargas para embarques e lanchaspara carga e descarga de vapores.

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Productores', Indusfriaes e Exportadores dcHerva Marte c Madeiras

de beneficiar lierva matte em

em Fernando Pinlieiro __ssuri-d Matlieus

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Caixa Postal 116-End. Telegraphico LEÃO»__-___..._„»,. nnimn.rL rr-imim-1-.-ini. ^C^ _

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ESTABELECIMENTO AGRO - PECUÁRIOFrancisco Schaffe

CORITYBA PARANÁ"11t

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Fundado em 1863 n'um dos mais pittorescosbairros da capital, cerca de tres kilometros.Tem obtido os melhores prêmios nas exposições

do mundo pecuário pela seleção de seusbellos specimens vaceum, bem como pela cul-tura de seustrigaes e semelhantes.^

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£> e aembrô19 2 5

<fNO THEATRO MUNICIPAL

Ànnct M^w Senh°!'a queira Pe^oar-me chamando a sua benevola attenção para uma coisa que a senhora ainda não pensou seriamente.

toda a eLede V°1SSqUe °

!°Ucador dc .V- S' está rePleto de a§'Uíls de ch*'ro, perfumes, loções, brilhantinas, emfim, ingredientes de1 iG* " "' comProu essas coisas, porque o perfume lhe era exótico ou porque as suas amigas aconselharam-n'a a comprarcomo sendo o melhor !Pj.lJjfjE foi com este critério que V. S. adqptou-os, como se fosse acoisa mais simples e ihoffensiva d'este mundo.

Mas que horror, senhora ! Que grande horror!Peço mais um momento a sua preciosa attenção:Porque é que os seus cabellos que outr ora eram tãoi pretos como

uJ'!H ^tiW/M titi^l!F¥f^mmmmmWk ° azev^c^e5 ou eram de um louro bellissimó, como madeixas de ouro, aW C^T^^mfli 'm /LiíWmmmmm\ flW 'i c°r c'Ue Dalphné tinha nos cabellos, tendem, agora, a perder a sua se-

dosiçade e tornar-se acinzentados?P,orque estão tão frágeis e inconsistentes?Porque é que todas as vezes que V. S. se penteia o seu pente

fica cheio de cabellos. indo-se assim, embora pouco a pouco a sua pro-fusa cabelleira?

Porque é que quando V. S. põe uma capa escura, em poucotempo, se acha um tanto branca, com pellicula-s da caspa?

Porque V. S. em vez de conservar, limpar, dar brilho eflexibilidade ao seu cabello e hygienisar o seu. couro cabelludo, fezum verdadeiro attentado, com essas águas e loções que enchem

...o seu toucador, contra uma das maiores bellezas de que uma mu-lher se pode sentir com legitimo orgulho.

— Que hei de pois fazer? ¦— dirá V. S.Oh, minha senhora, a coisa mais simples d'este mundo: V.

, S. deite fora todas essas drogas nocivas e venenosas e dedique-seí*U_ V. S. exclusivamente ao usp da única loção verdadeiramente effi-

caz, infallivel, inócua, que ha mais de um século todo o mundo ausa: refiro-me ao reputado e efficaz Tricofero de Borry, prepa-

ração scientifica, "que faz nascer cabelo aos calvos", quei faz conservar emformosura natural, em sua côr natural, em seu brilho de perfeita saúde vigorosa, os cabellos

que V. S. possue; limpa, cura para sempre a repugnante enfermidade da caspa, que é o verdadeiro prin*cipio destruidor da raiz dos cabellos. Minha senhora, peço-lhe, pois, para usar o Tricofero de Barry, que, além d'es-sas virtudes todas que acabei de enumerar,-, possue um perfume tão suave e talve: mais distineto e agradável que

toda essa drogaria perigosa que abarrota o seu toucador.

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% ê>Na Repartição Geral dos Telegraphos

Discurso proferido pelo Dr. Washington Garcia(FIM)

e esplendores, merecendo, pela igualdade do trato e popularidade, oepitheto de Magnânimo e de defensor dos foros liberaes! Desejara-mos vel-o ameno, espirituoso, discreto, alliando as graças de seu es-tylo literário ás doutas e engenhosas observações de enrnente pen-sador! Desejáramos ainda mostrar-vol-o, ao mesmo tempo Impe-rador e Cidadão, conservando , diante do throno, a austera indepen-dencia dos grandes espíritos e, perante o povo, a nitida comprehensãodo homem que saúda o progresso do tempo, confia nos fruetos da li-berdade e sonha na harmonia da natureza trasladada para a huma-nidade!

E' impossível!!. .. Que importa ?!.. .Apraz-nos ver que, neste gesto de affecto e de concórdia do

povo brasileiro, e hoje dada demonstração irrefragavel de jamaister havido ódios ou resentimentos e de que a acção de Pedro IIsempre permaneceu indelével dentro dos âmbitos da Pátria, atéfulgurar, como agora, nos fastos da Historia Universal!

Na mythologia grega cada povo tinha um Deus especial á ima-gem do paiz e modelado pela Índole dos seus habitantes, cuja in-fluencia caracterizava a atmosphera de uma região inteira e cujalegenda se confundia-ftom a sua própria historia. Era o gênio dolugar... ...j-j

Assim, senhores, são nossos votos que o ideal puro da verdadei-ra liberdade, equidistante da monarchia e do despotismo, se glori-fique hoje na memória de Pedro II, se incorpore ás energias de -nossamentalidade e se transforme no gênio tutellar da Pátria e da Re-publica!!!..."

O DIA50 DE FERROpor WELLINGTON BRANDÃO

(FIM)

a meudp, um olhar cheio de ventura acanhada, ella se esforçou por fa-lar-lhe e perguntou-lhe:

Que é que você está achando?Néca ciciou um sorriso mais largo e, mettendo o bahusinho sobre

o h ombro, de modo a tapar-se delia, sahiu-se, heroicamente:Êtá! que vacê veiu que nem uma princeza!

(Da serie inédita: Bonecos de pau no).Minas, 1925.

Importante industria paranaenseDentre as grandes industrias que se desenvolvem em Curityba,

capital do prospero Estado do Paraná, a dos famosos pianos Es~senfelder merece especialmente ser posta em relevo. A fabricaçãodesse afinado instrumento de fama universal, quer pelo materialempregado, quer pela technica observada com rigor, constitue realpatrimônio da industria nacional.

A fabrica desses pianos, magníficos pianos, foi fundada emCurityba ha trinta annos. E as exposições internacionaes a que,desde então, tem suecessivãmente concorrido, têm-n'o posto sem.pre na linha dos productos distinguidos com o primeiro prêmio doscertamens.

Dahi a exportação que, em grande escala, delles fazem a fir-ma Essenfelder & Cia. para todo o paiz, para as Republicas doPrata e até para a Europa.

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"IllustraçãoBrás ileira

O segundo imperadorPrincipaes acontecimentos do seu reinado

módicos desesperavam de

(FIM)virtuosa esposa quando já ossalval-o.

Testemunhas d'essa scena eommovente narram que. aosaber da noticia. D. Pedro exclamara: "'Grande povo! grandepovo!" e arrebentara em lagrimas de júbilo intimo.

A 5 de Agosto de 1888. embarcou em Pouillac para re-gressar ao Brasil, onde foi recebido com affecto estrondoso,embora nos últimos tempos a propaganda republicana liou-vesse ganho muito terreno.

Em Junho de 1889. os conservadores cediam o poder aosliberaes, sendo substituido o ministério João Alfredo por umgabinete organisado pelo Sr. Affonso Celso — Visconde deOuro Preto.

Os factos que desde então se deram ainda estão presen-tes a todas as memórias, e não é aqui o logar para recordar-mos a imprevista queda da monarchia a 15 de Novembrod'aquelle anno, o banimento da familia reinante e as tristezasdo exilio d'aquelle que governara este paiz durante perto demeio século. Elle foi o contemporâneo de todas as nossasglorias e o consolador de todas as nossas provações. Um deseus biographos, o Sr. Anfriso Fialho, pôde dizer com razãoque, para definil-o, deviam reunir-se os predicados de mui-tos soberanos.

No exilio mostrou-se elle tão grande como nos mais bel-los dias do seu reinado, e aquelles que recebiam as suas rarasconfidencias sabem que elle, antes de tudo, queria o bem-estar d*esta sua querida terra, ainda mesmo que ella tivessede ser feliz sem a sua dynastia.N"este solo americano, onde, depois que a civilisação estáimplantada, ainda não houve monarcha que morresse nothrono, D. Pedro II soube ser um philosopho e um pastordo seu povo, e, um dia talvez, quando as paixões tiveram

perdido a sua agudez, hão de descançar aqui os seus restosmortaes, merecendo elle o epitaphio análogo do d'esse prin-cipe a quem se ergueu monumento cincoenta annos depoisde morto.Do Amazonas, que elle franqueou a todas as nações ami-

gas a / de Setembro de 1867. ao Prata, que lhe deve a sualibertação do jugo dos dictadores. ha de ser sentida a mortedo grande cidadão, e as lagrimas de povos livres hão de serdoces á sua grande alma liberal.(Do Jornal do Commercio. — Dezembro de 1891).

PESTE, MISÉRIA E GUERRApor ChrysanUiéme

(FIM)tes e vestes escuras, appareceram em logar das três figuri-nhas depennadas. caricatas e enfeitadas, que mereceram oirreverente rotulo de Peste. Miséria e Guerra e que numdancing , soffreram as affrontas de uma mocidade emdelírio.

Quantas lagrimas e quantos soluços sahiram-lhes dospeitos estreitos nessa hora de abdicação e de melancolia.O lacto e que Peste está mais gorda. Miséria mais coradae Guerra menos vezes endefluxada. Só Deus o poderia dizerquanto custaram a essas infortunadas senhoras o seu silencioe a sua solidão!A humanidade, esta. é que. cada minuto, mais perversae menos compassiva se mostra para com os tristes os des-herdados, os anciães. ..

AS NOSSAS TRICHROMIAS(FIM)

ca negra'"; "Gatos-; "Cavallos"; -Três amigos": e ''Glu-glu"sao atíestados vivos disso. "Trecho de jardim", possuo bôapasta e compõe muito bem no "redondo"' em que foi cortado-em "Ghrysanthemos"" o artista mostra um grande espirito o

leveza do toque, as flores são frescas, mostrando que o seuautor sabe tirar partido dos menores detalhes que deante dasua palleta se offereceram."Rochedos" o -'Penhasco" são duas pequenas aquarellasbem cortadas e ricas de côr; "Resaca" é um quadro de valor-as vagas são movimentadas, de uma interpretação cuidada'não obstante as pequenas proporções deste quadro; elle re-vela um artista apaixonado pelo oceano; a côr, o movimentorevolto das águas são bem aquillo, o modelo do quadro aliestá bem em frente do "atelier" do artista num vai-vemeterno, nervoso, como que a chamar a attenção.

Outro quadro bem resolvido é o "Forte Copacabana"(48) de talhe decorativo, agrada logo. desperta a attenção dovisitante."Minha Mãe" honraria qualquer artista que o firmasse,

as suas qualidades são em quantidade tal que um ou outropequenino senão desapparece por completo.

Muito caracter e muita frescura garantem ao artista fó-ros de hábil retratista e psychologo. Emfim, uma bella mos-tra, onde o talento caminha de braço dado com o amor ao tra-balho, com a vontade de honrar esta querida terra que, apesardos pesares. ainda nos proporciona momentos de gozoespiritual...

IIIPAÍÜ magazine mensal il-lustrado, acha-se ávenda o numero docorrente mez, com um

magnífico texto e nítidas gravuras. Venda avulsa: na capital, i$soo;~~ nos Estados, i$7oo .

Os penedos malditospor Mercedes Danlas

(FIM)E o rosto delle tinha os traços terríveis, nitidos. os esga-res medonhos de fera sedenta.Idéa monstruosa assaltou-o de repente. Tomou-a nosbraços como se fosse uma criança e saiu pela porta a foraapertanco-a, tapando-lhe a bocca alarmada, no silencio in-difíerente da noite profunda.Subiu as negras escarpas dos penedos negros, e lá doalto do torso fantástico de animal estranho, lançou-se comaquelle corpo branco e desejado, para que o abysmo virgemos guardasse somente para seu amor selvático!

No outro dia quando o mar, o bello mar de agosto, seagitava todo sob Indra fecundante, a aldeia inteira os pes-cadores rudes, attonitos, deante da tragédia enorme, viram,n^Z ZlflCad°?

e ,tremiÜOS (le Pavor> brotarem das facenegras dos penedos horríveis, - brotarem, devagar lentase brancas, lagrimas a fio... ° '

_, ,.., im_ _^ i

Grande estabelecimento graphicoPIMENTA DE MELLO & C.

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CHEZ ZERBINI...UM RECANTO DE LUXO E ELEGÂNCIA

Póde-se orgulhar o Rio elegante, queacompanha de perto todas as maravilhas dacivilisação européa, de possuir, hoje, umanova casa cie modas, ultima palavra no gênero.

Mlle. Zerbini, uma fina sensibilidade,

que interpreta magistralmente o incomparavel"charme" da elegância parisiense, montou, árua Uruguayana n. 9, Io andar, uma soberbaexposição permanente de modas femininas.

Compoz uim ambiente de bom gosto, de

luxo, de "raffinement" verdadeiramente iné-

ditos no Rio de Janeiro.

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[/¦;;/ aspecto da bella exposição.

Dispostos com uma arte subtilissima, um"savoir faire", uma distineção admirável, en-

contram-se, nessa montra, os mais lindos e ri-

cos vestidos modelos, "toilettes" de "soirée" -

de verão, chapéos e outros artigos de requin-

tada elegância.As melhores casas de Paris, os mais fa-

mosos costureiros, as maiores autoridades da

elegância parisienses, estão representados nes-

sa collecção cie vestidos: Poiret, Estolle, Phi-

lippe & Gaston, Worth, Drecole, Lanvin, Mar-

trai, Armancl, etc. j

Mlle. Zerbini e algumas das suas auxiliares.

Mlle. Zerbini expõe ainda no seu luxuoso"magazin" collares fantasia, artigos cie "bijou-

terie", "frivolités", as mil e uma invenções sub-tis cia arte de vestir, caprichos de luxo, ade-recos e ornamentos, e tudo isto escolhido comuma finura e um requinte verdadeiramenteseduetores.

As photographias que illustram esta pa-gina, mostram o gosto artistico e elegância quedominam no interior do luxuoso "magazin" deMlle. Zerbini.

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Oií/;'o aspecto da elegante exposição, vendo-se, sentada, Mlle. Zerbini.

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FRANZ LISZT

"um juízo sobre os pia-nos Bechstein sempre«erá um applauso in-condicional de sua com-pleta perfeição. Desde28 annos toco exclusi-vãmente nos pianosBechstein que soube-ram conservar sua pri-mazia incontestável eincontestada."

ARTHUR SCHNABEL"em iodos os instru-mentos da casa "Bechs-tein" encontrei reunidosem maior grão possívela mesma amplitude, amesma belleza idear,igual sonoridade, a mes-ma facilidade da adop-Ção ás exigências daexecução e da technica,a mesma segurança quenunca falha."

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TERESA CARESO"tudo é magnífica-mente bello nos pianos"Bechstein".

0 QUE OS PRIMEIROS MÚSICOS DE FAMA UNIVERSAL ESCREVEM COM REFERENCIA AO PIANO "BECHSTEIN "

A. G. YASAYE

"considero uma honrapara mim de ver meunome inscripto entreos admiradores dos pia-nos Bechstein." —

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aaaw^^maammaaWrXJjír- ^fl

EDUARDO GRIEG"o meu enthusiasmopelos pianos verticaesda marca Bechsteinsempre tem sido tãogrande, que de fôrmaalguma podia sermaior."

J HAROLD BAUER

"Desde o ponto devista de sua sonoridadeaté a perfeição do me-canismo, não ha abso-lutamente piano quepossa alcançar os damarca Bechstein."

I CLAUDE DEBUSSY ^A

I "depois de muito tem- ^^ȃm po sinto a mais viva ^Bl

Lm1 satisfação nos pianos k^Bechstein." M 1

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EDUARDO RIESLER

"E* totalmente im-possivel exprimir empalavras o "não seique" que dá aos pianosBechstein sua superio-ridade e particularidade

VLADIMIR DEPACHMANN

"a belleza. das vozes depianos Bechstein pôdeser comparada única-mente aos violinos deStradivarius."

X*Maaaw¥^^mÉm*^kmàt&

JÊBSSSSt7!^!f^aÍÊ

RICARDO WAGNER

"o piano Bechstein éum beneficio sonoropara o mundo musical."

Modelo Concerto6:850$000 ;"^flPP.' . m. ¦¦¦~S'ffjbr-s\*^-,~.] i

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.V FERRUCÇIO BUSONI W

^^4 "Sinto-me feliz de 1^W poder louvar a superio- 1

^f ridade incontestável dos ¦f^ pianos Bechstein." W

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EUGÊNIO D'ALBERT"considero os pianos"Bechstein" como osmais perfeitos do mun-do."

Pequena cauda8:950$000

A Casa Stephen facilita uma acquisição destes pianos por prestações mensaes, comaugmento dos preços de 10 %, sendo a metade á entrada, o restante em 10 prestações?»en™s'r>E'

PARA FAZER possível UMA ACQUISIÇÃO DESTES PIANOSi

TODOS OS BOLSOS, a casa Stephen vende os pianos Bechstein por sorteios, emclub, sendo nara isso devidamente autorizada por Carta Patente n. 65, do M. D. Mi-nistro da Fazenda. Para adquirir um piano por este systema (CLUB) o prestamistainscreve-se, escolhendo o melhor e pagando semanalmente por 150 semanas 45$000 porum piano BECHSTEIN modelo Bodoir ou 55$000 por um piano BECHSTEIN mode-Io Salão ou 65$000 por um piano BECHSTEIN modelo Concerto ou 75$000 oor umpiano BECHSTEIN DE CAUDA, participando á 300 sorteios (2 por semana)

"da Lo-

TfI nne!i?TA/reXr\rACc0eS dSS segundas e terças-feiras. Se desejar entrega do piano AN-i±Lb UU tlM DOS SORTEIOS, pôde pagar em dinheiro a metade das prestações de-vidas e em 10 e 12 promissórias com vencimentos mensaes a outra metade das presta-çoes, e — continua participando dos sorteios, de modo que, no caso de ficar sorteado,recebe restituição do dinheiro pago a mais.

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RIO DE JANEIROTelegr. STEPHEN

ARTHUR NAPOLEAOE' impossível achar

um instrumento quemais plenamente satis-faça ás exigências deum "virtuoso".

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WA'^Ê/mMMSÊÊmaíWmmmmWm

RICARDO STRAUSS"Considero os instru-mentos "Bechstein" osmais bellos e delicadosdo .mundo."

EMÍLIO DE SAUER"a perfeição technicado piano "Bechstein" ahomogeneidade dos re-gistros, e. sobretudo, otom cantante, florido,apparentemente desliga-do de toda a matéria,— fazem deste instru-mento o mais eminen-te de todos que se têmconstruído."

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ARTHUR RUBISTEIN

"um grande volume desons inextinguiveis. no-bres, sympathicos. uni-dos a uma execuçãoexcellentc que permitteos mais diversos mati-zes — testemunha quea fabrica Bechstein temrealisado o que ha demais perfeito na con-strucção de pianos."

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CAMILLO SAINT-SAENS

"toco com muita satis-facão os admiráveispianos Bechstein comsua maravilhosa quali-dade de vozes e suasextraordinárias facilida-des para as maioresexigências da musicamoderna."

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HANS VON IJÜELOW"os pianos "Bechstein"distinguem-ae pela suasuperior qualidade em •todas as phases da fa-bricação de pianos."

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CABELLOSUma descoberta cujo segredo custou

200 contos de réis

A "Loção Brilhante'' é o melhor es-peciíico para as affecções capillares. Nãomancha a peiie e não é nociva. E'* uma for-mula scientifica do grande botânico Dr.Ground. cujo segredo foi comprado por200 cont'7s de réis.

E! recommendada pelos principaesinstitutos sanitários do estrangeiro, ana-lysada e autorisada pelos Departamentosde Hygiene do Brasil

Com o uso regular da "Loção Bri-lhante":

i-°) — Desapparece a caspa.2"; — Cessa a queda do cabello.3-°) — Os cabellos brancos, desço-

rados ou grisalhos voltam á côr naturalprimitiva, sem ser tingidos.

4-°J — Detém o nascimento de ca-bellos brancos.

5-°) — Nos casos de calvicie, fazbrotar novos cabellos.

6-°) — Os cabellos ganham vitalida-de. tornando-se lindos e sedosos, e a ca-beca limpa e fresca.

A "Loção Brilhante" é usada pelaalta sociedade de S. Paulo e Rio.

Encontra-se nas boas perfumarias, dro-• nirias e pharmacias.

D ~—ú opulenta pobreza de Francisco

í>3f ""* G£f.

-/ 1 ___.Fs£Fol2 GC -~-S~lf cXU-_7 £ »Oiã2 SO

E.xzng^h&„ pek? asooT e çtía pobreza. Elle _oia _1____5 SüDEíUSe €S3£arE2C20 do _5?>-_-_0 áe |c-S53E Cfeisto. F :¦¦: 2 verdadeira Cfcristi-iicação. E sao precfsasiMK ir muií© longepíara nsesíras" cookj o esoí siío cia n-Ga ce -^ -Franosco connoúa a viver es£ sssas três Or-oe«25. Em todo o imíiKkr os Firanoscanos de-senvolveni sins acção extiaerdiisana. de gran-<!e. de admirarei e de efíxíense. Nas missõeso-ntre os índios da joven America, negros da--urnca adus~a e maiaios da ionginSíLia Ocea-sua: junto dos crviiisadoj. n?:~ trances nse-tropoies européas. na tribuna e os smo-ensa

oc conííssionarío e nas pregações, nas escolase nos z-.ylos. aonde quer que os. chamem asnecessidades dos tempos presentes — ahi sãovistos laboriosos como abelhas, silenciosos co-nio espectros, alegre: como primaveras, po-bres e humildes como seu Pae Seraphico.

O Esposo de D. Pobreza continua a fa-zer milagres e milagres de fazerem brotar darocha dura do pessimismo a flor rosea da cs-Desanca e to» sangue rubro da vida. E tudovem — a: de nós! — de meia dúzia de pala-vras do Evangelho: "íSe

queres tornar-te per-íciio, vae. vende tudo que pos-.ues, dá o pro-dueto aos pobres, afim de adquirires um the-souro no céo".

Eis a significação de uma das maioresda histeria do mundo!

IMuirioNPODEROSO FORTiFÍCANTE

Dep.Nac.S.Pub., Lie. 309-22 Outub.-1917

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Uma Nora Dádiva para o Novo AnnoFaçam com que a esperança que sempre nos traz oAnno Novo seja assignalada por uma nova dádiva—um lindo apparelho de recepção "Radiola". Destamaneira, os dias e noites do Novo Anno, e por muitosannos mais, serão bafejados pela continua recordaçãosaudosa da gentil intenção que motivou essa dádiva.

As Radiolas, feitas em muitos modelos e tamanhos,são os produetos exclusivos da afamada Radio Cor-poration of America. Ellas são de simples operação,sólidas em construcção e garantidas que darão umserviço satisfatório.

Certamente, não ha nenhuma dádiva que seja maisapreciada do que uma Radiola. A athmosphera estásaturada de prazer e entretenimentos—de program-mas de educação e patrióticos—e a Radiola os faráouvir no lar, nas montanhas, no mar ou nas viagens.

Peçam ao nosso representante maispróximo de sua casa para narrar-lhes as maravilhas do radio.

Radio Corporation of AmericaDistribuidores no Brasil:

Radio Corporation of America, Caixa Postal 2726, Rio de Janeiro — Representante

General Electric, S. A., Caixa Postal 109, Avenida Rio Branco No. 60 Rio de Janeiro(Filial á—Caixa Postal 547, Sao Paulo)

Byington & Company, Rua Alvarez Penteado 4, Sao Paulo(Filial á-Rua General Câmara 65, Rio de Janeiro)

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Marca Registrada

adiolaPRODUCTO DE RCA

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^Ilustração8ra s ileir a

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CONFIDENCIAS PERIGOSASOs chauffeurs ás vezes levam as pessoas na frente,

porque ha certas creaturinhas que se entregam a con-versações insinuantes com o homem da roda. Afinal decontas, um chauffeur é um homem, e como o seu titulo

<-a,indica, um pouco mais ar-ciente que a generalidade dosbipedes masculinos.

Os olhos nublam-se e asmãos vacillam, sob a impres-são do odor delicioso queexhala uma mulher bonita.

Agora se o odor provémdo uso do Sabonete de Reu-ter, está claro que o effei-to é imperioso e verdadei-ram ente subjugante e irre-sistivel.

Contava-nos uni chauí-feur joven e de boa appa-rencia as pilhérias que haviatrocado com uma sua clionte na nponúSnu,ulc! ilcl occasiao em que via-java com cinco pontos de velocidade.

Esta lembrou-se de fazer-lhe perguntas á queima-roupa, Ievantando-se de seu logar e inelinando-se sobre

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as suas costas, que, dizia elle. seutiu dentro de si maisexplosões que as que a essência intermittentemente in-ílammada produzia na sua machina.- Que sabonete! exclamava o ohai.lTeur - Quan-

do me vi entre unia colum-na de um candieiro. um bon-de e um gallego! Só o Sa-bonele de Reuter, que é omelhor dos sabonetes, com oqual se lava o Presidente daRepublica e até o PadreEterno!

Travei o freio, quiz re-cuar, e assim mesmo patineiquatro metros no asphaltomolhado, ciando um leve es-

^^^^^^^^ barro no gallego, que rolouIV_HP^ !'pel(J

— 'mmjr%ihu.mm. lhe ac°nteceu, porque são deriiaQft P borracha) e ao levantar-se

ZZ T°- ~ A P0Ü0Ía d0via """«"-<> l""' andarcom tanta velocidade.

K tudo isto nelo nhptpiniin « i •t lio <nuiinho embnagante" do rei dosSabonetes: do Sabonele de Reuter!

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Rua Uruguayana, 38-40 :|Épipuiniininuhiiiiw

ovroverde"Ti-aducíão do Relatório spbre ás Condições

Econômicas é Financeiras do Brasil;'

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;'v (PÜBL^AÇÂO ANNÜAL INGLEZA) 1

Deaconhecida no Brasil esta publicação annual e official inglesa,apparece agora, pela primeira vez, traduzida para o, portuguez, comadaptações e conversões que a tornam ao alcance de todos. Contémverdades nuas e cruas a respeito do encaminhamento dos nossos ne-gocios. Útil ad çommerciànte, industrial, financista, banqueiro, em-fim a todo bom: brasileiro que queira saber o que realmente se tempassado no Brasil. Muitas estatísticas, algumas das quaes inéditas.Esta publicação pôde ser considerada a melhor obra de propagandaséria em prol da nossa nadonalidade. A sua traducção não eraesperada. ;

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^ CONSIGNATARIOfl:^

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É TAp FÀCÍU BÍZÉR QUE ESTE OÜ AOÜÇlil-EPRODUÇÃO:•"» "O MELHOR NO MU^tó" l^AS^iQUE TOGA Á SONORA; ÊÒ PRÓPRIO POSSUIDOR

....:: QUEM;-4s1slM^COMPRE À SONORA; COM QÜÀLQÜÈr" ÒyTRAMACHINA £At&ANTE GUANTO A TONALIDAE)^

APERFEiÇÒÁMJENTÒS E} VÁRIRI>ADE''£¦ ' DÈMOÍ3ÊLQS. :;"....X[.''X 't.jXjj?

: SI V. Ex. GOSTAVDEBÒXERTEZA DÓ QUE SERÁ Ò SEU

SÈRÍA UM PRAZER:STRÀÇ£p PRATICA DAS'ALTAS QUALIDADES*a^;:SS^^^ ¦¦¦•V'

Achámos dje retirar da Alfândega grande stock de Só-noras siniples e eorhbinadas còm Radio, Não dèWré em ;visitar ;hossa; exposição. Y;YY . ¦ X<

Exclusivos representantes, no ABrasill;VÓPTICA INglez§111^^^^^^^M'] tá -r Rio de' Janeiro y-A;Y. .-

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